BELEGE lu 1 \ LU 0 a N hits dd a ee nr retrato ir ve we a LE Toa dá war? AA td o Pos e. run ren ehe Va Mo Per a ri dio tRml Manta et ETF Set go MA a ad ata Ê ann BRIDE DE TUR DORPEREI IIIO TE TE Na DO ZEN ADO MN ran Det ao tas SEN MS a AE A DEE PR Pd la en werten craque hi alt As av asio PETE TEE PESE a DEP Bee PEA RO mtatam sus CNS PAS NAS q RINDO q RAND ALE, Mas LB 0 DO qa do bt me DS ARE uam ri A, SA aan sd wen qe, TARA mapa Ian d nado qua rd DEP AE nd ETF mat cem ninira 20 se Ra ad NE OS pra DOS MOO POE pa AA TRT mean ES de len ann Ron CAE KEEP NT RR AN ENG nam erro EI IL EP AL ar de rennen et Sa near, urn BALLETT wetten rue, Aasuyires .. “urn un. eos ea nes scesirpo tn vn area iin “ge run. inte u nit wir a PET ER het wine neueren DI er e * Men so in een? Crer ER ET Re TI ALESSI ELEU U Ananas Nine an? rd , “. .. DELE RN EN gi tes GL SMA + JM pd SAS ema ad opa ips dp ati A aan ® emas ara PRP ni PREMIA inneren fra NPR alten cobrar tee vens ve PETER sê RAGE EE NDA WE SE Kuren nen trate vaia Aero sam KARA pro e e Nero ner ng grnt mins RR Vasco ns TUE wat a Sm a PORTA E a een eltern raras cmg Namta mesa ra ern Fame ur. Seren the eu Memo gera aos mr RE rn nn PETE Semmnsaseen mu. na Ba RE SETS A dA tim MENTIRA LASAR aan nam BL E da ce TR A A DE PRA VM neun GA o RMS aa 7a DORM NAM AO en Du ir Van ar een re Teen ven Gh inda À N DEE mo he TONS pa wenn E enter tet rent net E RR RR 2 do Da ur toa teren o CENAS Mm RARE ng Dt nim u. ET Te / E, j ea / ( ' e a Na "Eu } AR aM! mM j D! Re AN As gr x, re E ' Pia e uy W b er Í a Dal A \ Ms 1 j m f DRA RE Iheringia Série Zoologia ELIAS, R, & IENO, E. La asociación de Laeonereis acuta Treadwell, 1923 (Polychaeta, Nereididae) en la RR 655 SReGEENMESUNENAANBEREAIENRERBERREERRRRARRRRRERRESS AG, © 0 807 00 060 RR ORG 3 MOTHES, B. & BASTIAN, M.C.K. de A. Esponjas do arquipélago de Fernando de Noronha, Brasil (Porifera, RR esmero aeecssiersosidaspsretsconcereove se cancnre cesar oas or riam A De Sn END, 2 S 15 CÉSAR, I. |; HERNÁNDEZ, E. P. & RUMI, A. Analisis morfológico de Triops longicaudatus (Le Conte) RR TS MES ODRIAA...............nrarorcssrerios seio aaa ciae Epa paca ar PR e 33 EXCOFFON, A.C. & ZAMPONI, M.O. Anemonas de Mar del Plata y localidades vecinas. IV, Trienidactis E TON AMET INTARIA, HALIPLANELLIDAEB). nos estnischen sarsnenungernhenesnnnennbre dh 47 SQUARCIA, S. M.; CASANAVE, E. B. & CIRONE, G. R. Morfologia craneana de Chaetophractus villosus RE E ERA, Datypodidae).........,cescêrssas, cintos po ciireani da aaao sic ds Sd A 55 GALILEO, M.H.M. & MARTINS, U.R. Revisão do gênero Ischnolea Thomson, 1860 (Coleoptera, RR O ERCREAAONR nenne -senesaeanosecpro cinto cana PE A a 63 SILVA, M. €. P. da. Dados morfológicos de Heleobia parchappei (Orbigny, 1835) (Prosobranchia, nd 0000 CD PROD SIR URARÇDOS DURESRDES 2 rg o En SO EE 81 GALILEO, M.H.M. & MARTINS, U.R.. Revisão do gênero Panegyrtes Thomson, 1868 (Coleoptera, RO, EMOS). 2:0 .22.022050ninangänsnse ine oo. na a cn 89 FONSECA, A. L.M. da & THOME,J.W. Descrição de Glabogyra subgen. n., recaracterização de Austrodiscus twomeyi (Parodiz, 1954) e reclassificação das espécies sul-americanas dos gêneros Austrodiscus Parodiz, 1957, Radioconus Baker, 1927, Radiodomus Baker, 1930 e Trochogyra Weyrauch, 1965 (Charopidae) e Zilchogyra Weyrauch, 1965 (Helicodiscidae) (Gastropoda, Stylommatophora, Endodontoidea)............ 97 MIRALLES, D.A.B. de & VILLALOBOS, L.C. de. Redescripción de Gordius agasizzi Montgomery, 1898, de Pseudochordodes occidentalis comb. n. y nuevo registro para P. bedriagae (Camerano, 1896) EUREN sis iris raia sé cid ep 107 BRESCOVIT, A. D. Novas espécies do gênero Macrophyes O. P. Cambridge da região Neotropical (Araneae, Cs RE ARO NANDO PNR RORBENRRIERREE De DOR PI sie DDS 0 UR So DO DER 113 SILVA, V.C. Revisão da família Sepsidae na região Neotropical. Il. Os gêneros Palaeosepsis Duda, 1926, Archisepsis gen. n. e Microsepsis gen. n.; chave para os gêneros neotropicais (Diptera, Schizophora)..... 117 VELOSO, V.G. & MELO, G. A. S. de. Taxonomia e distribuição da família Porcellanidae (Crustacea, RR OG QURSÂMEIIO, posicao 06ss css peiseoeessdico eia on Eos ee "0 6). Ra 171 NOTA CIENTÍFICA VOLKMER-RIBEIRO, €. & TAVARES, M. da C. M. Sponges from the flooded sandy beaches of two RR ivo (POCSSER).........,0. cg: jescoisscscnisdso ciais o peace e DA a 187 RADTKE,R. & WEBER, E. Observações sobre algumas Aves dosuldoBrasil.......uusussssssersonnenenenenneesneneneennnnn 189 Museu de Ciências Naturais Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul Programa de Apoio a Publicações Científicas MCT (Qenry BJFINEP MUSEU DE CIÊNCIAS NATURAIS órgão da FUNDAÇÃO ZOOBOTÂNICA DO RIO GRANDE DO SUL CGC 87.912.929/0001-75 - Supervisionada pela Secretaria da Agricultura e Abastecimento Governador do Estado Alceu Collares Secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento Carlos Cardinal de Oliveira Presidente da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul José Willibaldo Thomé Diretor Superintendente Gilberto Carvalho Ferraz Diretor Executivo do Museu de Ciências Naturais Christina Teixeira Guimarães Gresele Editor responsável: Maria Helena Mainieri Galileo Comissão redatorial: Erica H. Buckup, Maria Elizabeth Lanzer de Souza, Maria | Lúcia Machado Alves, Maria Helena M. Galileo. | Colaborador: Luciano de Azevedo Moura “Responsável pela distribuição: Maria Helena Bopp Müller Assessores científicos: p. 192 BL ISSN 0073-4721 lheringia Série Zoologia A revista IHERINGIA, Sér. Zool. é editada pelo Museu de Ciências Naturais, órgão da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, entidade de direito privado, instituída pela Lei Estadual nº 6.497, de 20.12.72, supervisionada pela Secretaria de Estado da Agricultura e destina-se à divulgação de trabalhos científicos originais, inéditos, mantendo seções destinadas a notas prévias, resenhas bibliográficas e notícias de interesse resultantes de pesquisa em Zoologia Este número foi editado e impresso na gráfica Pallotti em setembro de 1993. Tiragem 600 exemplares. Endereço para doações, permutas e correspondência: Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Editoração, Cx. Postal 1188, CEP 90001-970 Porto Alegre, RS, BRASIL. Tel. (051) 336.1511; Fax (051) 336.1778 Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores. É permitida a reprodução total ou parcial dos artigos da Revista, desde que seja citada a fonte. Iheringia, Ser. Zoologia. v.1, 1957 - Porto Alegre, RS - Brasil, Museu de Ciências Naturais Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul 1957 - Semestral ISSN 0073-4721 1. Zoologia-Periódicos - Brasil. 2. Trabalhos científicos - Zoologia - Brasil. I. Museu de Ciências Naturais, Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul CDU - 59 (05) Artigos publicados em Iheringia ser. Zoologia säo indexados por: Abstracts of Entomology, Apicultural Abstracts, Bioresearch Index, Biological Abstracts, Centre International de Documentation Arachnologique, Entomological Abstracts, The Zoological Record. MCT (Qenry BJFINEP LA ASOCIACION DE LAEONEREIS ACUTA TREADWELL, 1923 (POLYCHAETA, NEREIDIDAE) EN LA BAHIA BLANCA, ARGENTINA ! Rodolfo Elias ? Elena Ieno? ABSTRACT THE ASSEMBLAGE OF LAEONEREIS ACUTA TREADWELL, 1923 (POLYCHAETA, NEREIDIDAE) IN THE BAHIA BLANCA, ARGENTINE. The structure, distribution and relationship with environmental factors were described for the Laeonereis acuta association in the Bahía Blanca. The 22 stations were sampled in spring. At each one, six 0.12 m? van Veen grabs were taken in tidal creeks at low tide. Cluster analyses were performed to summarized associations, with quali and quantitative index in Q and R mode. Into the inner bay, the characteristic species are L. acuta and Corophium sp., while in the outer are Neanthes sp. and Priapulus tuberculatospinosus Baird, 1866. Heleobia australis is a preferent species in the association, with major dominance into the inner bay than in the outer. The salinity and granulometric pattern agree with other studies carried out on this association. The faunistic composition of the association change along the geographical distribution from the brazilian to the Argentinean coast. KEYWORDS. Argentina, Laeonereis acuta, Nereididae, Polychaeta. INTRODUCCION Diversos estudios bentónicos realizados en la Bahía Blanca, permitieron conocer diferentes aspectos de sus comunidades infaunales. Un primer relevamiento de la infauna bentónica de la Bahía Blanca describió la estructura espacial de las comunidades intermareales (ELIAS, 1985). Posteriormente, se efectuó un amplio estudio de las comunidades submareales, tanto en la bahía misma como en su zona externa (BREMEC, 1986, 1989, 1990), así como una comparación entre las mismas (ELIAS & BREMEC, 1986). Además de caracterizar las comunidades infaunales submareales, el estudio de la Bahía Blanca permitió relacionar la estructura cuantitativa del bentos con la existencia de enriquecimiento orgánico (ELIAS, 1992). Sin embargo, hasta el momento, no existen datos cuantitativos sobre la asociación de Laeonereis acuta Treadwell, 1923 (sensu ORENSANZ & GIANUCA, 1974) en la Bahía Blanca. 1. Contr. Cient. Dpto. Ciencias Marinas nº 84. 2. Departamento de Ciencias Marinas, Facultad de Ciencias Exactas y Naturales, Universidad Nacional de Mar del Plata. Dean Funes 3350 (7600) Mar del Plata. Argentina. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 3-13, 30 set. 1993 4 ELIAS & IENO L. acuta integra y domina numéricamente en asociaciones bentónicas de baja diversidad específica desarrolladas en ambientes mixohalinos someros, desde Santos, Brasil, hasta Golfo Nuevo, Argentina (ORENSANZ & GIANUCA, 1974). Varios autores lo consideran un importante recurso alimentario de vertebrados e invertebrados (ORENSANZ & ESTIVARIZ, 1971; MARCOVECCHIO et al., 1986). Por tal motivo, se tiene por objetivo describir la estructura cuali-cuantitativa de esta asociación, su distribución espacial en la Bahía Blanca y su relación con los factores físico-químicos, asi como sefialar la variación cualitativa observada a lo largo de su distribución geográfica. Area de estudio. La Bahía Blanca, ubicada entre 38° 40' - 39° 25'S y 61° 30' - 62º 40' O, es un ambiente somero con tres canales principales y una intrincada red de canales secundarios y de marea (fig. 1). El área cubierta por la bahía es de unos 2000 km?, de los cuales unos 1100 son intermareales. Estas áreas corresponden a planicies de marea fango- arenosas, y se hallan habitadas por la asociación Salicornia ambigua - Spartina spp. y/o Chasmagnathus granulata Dana, 1851 (ELIAS, 1985). Elambiente orientado en dirección NO-SE puede ser dividido en dos regiones: una interna, larga y angosta, desde la cabecera hasta el Puerto de Ingeniero White (estación D), de unos 14 km? y aguas mixohalinas; y otra externa, o bahía propiamente dicha, desde dicho puerto hasta mar abierto, de aguas euhalianas (FREJJE et al., 1981). La profundidad media es baja (> 20 m) y el régimen de mareas es semidiurno, de amplitud mayor en la región interna (3,6 m) que en la externa (2,0 m). El principal aporte de agua dulce lo realiza el Arroyo Sauce Chico, con un volumen medio anual de 10 m?/ s, el cual descarga sus aguas en la cabecera de la región interna. Debido a ello, la salinidad se incrementa exponencialmente hasta el puerto de Ing. White desde 15 a 35 por mil, mientras que, a partir de dicho puerto y en toda la región externa se mantiene entre 31 y 35 por mil. El rango anual de la temperatura superficial del agua varió entre 6y 22º C | (Arango com. pers.). MATERIAL Y METODOS Fueron muestreadas 22 estaciones (fig. 1), tomando en cada una de ellas 6 dragas tipo van Veen de 0,12 mº, dos en el centro de los canales de marea y dos sobre cada costado. Diez estaciones se muestrearon durante 1982 (A - J; unidades de muestreo 1 - 60) y 12 durante 1983 (K - V; unidades de muestreo 100 - 172), todas durante la primavera. Las muestras fueron tamizadas abordo a través de trama de 2 mm y los organismos retenidos fueron conservados en formaldehido neutralizado al 5%. En cada estación se obtuvieron muestras de agua superficial para determinar la salinidad y la temperatura. De cada unidad de muestreo se obtuvo una submuestra para análisis granulométrico, el cual fue realizado por tamizado en seco para las partículas mayores de 0,063 mm. El fango (limo + arcilla) fue obtenido por diferencia entre peso inicial y peso despues del lavado. El análisis faunístico se basó en matrices de similitud entre todos los posibles pares de unidades de muestreo (modo Q) y entre especies (modo R). Los índices utilizados fueron MORISITA (1959) y SORENSEN (1948) en el primer caso y DICE (1945) en el segundo. El agrupamiento jerärquico (““cluster””) se efectuó por medio de uniones completas y se graficó en dendrogramas. Sobre cada unidad de muestreo se calculó el índice biológico (IB) (SANDERS, 1960) a las cinco especies más abundantes. El método original toma las 10 primeras especies, sin embargo, debido al bajo número de especies en el presente trabajo, se tomaron sólo 5. Una adaptación similar fue realizada por CACHES (1980). Los puntos obtenidos por cada una son sumados de todas las muestras que integran la asociación, dentro de la cual estas son clasificadas según su IB decreciente, su frecuencia y su dominancia media. La frecuencia se calculó IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 3-13, 30 set. 1993 La asociación de Laeonereis acuta... 5 como el cociente entre las muestras con la especie sobre el total de muestras x 100; la dominacia es una expresión de la proporción de la especie en la muestra (GUILLE, 1970). Según los valores obtenidos, ias especies seran clasificadas como Características (=Exclusivas) de ler orden, si están dentro de las diez primeras; de 2do orden, despues del 10mo puesto, y de 3er orden, sin valor de IB; Preferentes, dentro de los diez primeros puestos, pero presentes también en otra asociación; Acompafiantes, despues del puesto 19mo; Accesorias, sin IB, y Accidentales (GUILLE, 1970). RESULTADOS Ambos muestreos fueron faunísticamente similares, sin observarse diferencias significativas ano a afio, por lo que fueron reunidos y analizados de conjunto. Sobre un total de 132 unidades de muestreo, no presentaron macrofauna las unidades 3, 4, 39, 40, 51 (afio 1982), 103, 104, 116, 139, 140, 163, 164 y 165 (ano 1983). En el análisis de agrupamiento en modo Q ambos índices discriminaron 14 grupos independientes y una unidad de muestreo aislada (figs. 2, 3). En lineas generales, pueden distinguirse 2 grandes conjuntos de muestras relacionadas con las dos regiones de la bahia. El grupo de muestras externas (grupos cualitativos 9 a 12 y en menor medida el 13, 14y 15; y los grupos cuantitativos 7 a 14) cuya composición específica se basa en la presencia del poliqueto Axiothella cf. antarctica Monro, 1930. Por otra parte, el grupo de muestras proveniente de la región interna puede ser dividido en dos asociaciones. La primera, desarrollada sobre la franja superior del infralitoral (grupos cualitativos 1 a 4; grupos cuantitativos 1 a4), presentan en común al poliqueto L. acuta; en tanto que en las muestras restantes se alternan en presencia/dominancia los poliquetos Thelepus plagiostoma Schmarda, 1861, Nicolea cf. chilensis (Schmarda, 1861) y Scoloplos (Leodamas) sp. (ELIAS, 1987). En modo R (fig. 4), los grupos más representativos son los número 2, 4 y 6. Los dos últimos constituyen los nucleos constitutivos de la asociación de Axiothella y de Thelepus - Nicolea. El grupo 2 se halla constituido por L. acuta, Heleobia australis (d’Orb., 1835) y Chasmagnathus granulata. La asociación de L. acuta. En los grupos cualitativos 1,2 y 3,L. acuta es una especie constante con una frecuencia de 60%, mientras que H. australis es de frecuencia común (40%), presentando ambas elevados valores de IB y una dominancia de 35 y 21, respectivamente. En el grupo 4, L. acuta resultó tercera según su IB y fue de frecuencia común. Los grupos cuantitativos representan facies de una asociación, entendida como la preponderancia numérica de una o unas pocas especies (ZAIXSO & PASTOR, 1977). El grupo 1 esta dominado numéricamente por Corophium sp.; el 2 por la abundancia de L. acuta y H. australis, aunque ésta en menor frecuencia; el 3 por H. australis y el 4 por la constancia de aparición de Buccinanops globulosum (Kiener, 1834) (tabla I). La especie común a estos grupos es L. acuta. Para la caracterización de la asociación se utilizaron los grupos determinados por el índice de MORISITA (1959), por expresar sus resultados medidad de cantidad y proporción entre especies. Considerando este conjunto de unidades de muestreo y de la aplicación de la metodología biocenótica se obtuvo el ordenamiento y la clasificación de las 14 especies que integran la asociaciön (tabla II). IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 3-13, 30 set. 1993 6 ELIAS & IENO Tabla I. Composición especifica de las unidades de muestreo agrupadas según el índice cuantitativo de MORISITA (1959) en función de la presencia en común de L. acuta. Unidades de muestreo Especie 6 5 2 EOS EDS 105 102 Laeonereis acuta 0 0 1 072923553106 1 5 Syllidae 0 O l 0 0 Corophium sp. 42 Be 22 0 0 P. tuberculatospinosus 1 0 Heleobia australis 0 0 0 0 47 26 0 01,58 Chasmagnathus granulata 0 0 0 0 0 1 0 0 0 Unidades de muestreo Especie 1017521247219 3718025 PIE 19 20 120 Laeonereis acuta 2 0 0 0 0 0 1 \ 0 Buccinanops globulosum 0 0 0 2 2 2 4 1 4 Olivella tehuelchana 0 0 0 4 10 0 0 0 0 P. tuberculatospinosus 0 1 1 0 0 0 0 0 5 Neanthes sp. 0 1 0 0 0 0 0 0 0 Chone sp. 0 0 0 0 1 0 0 0 0 Phylo felix 0 4 1 0 0 0 0 0 1 Ninoe brasiliensis 0 1 0 1 0 0 0 0 0 Heleobia australis 55 2 3 0 0 0 0 0 0 Glyceridae 0 1 0 0 0 0 0 0 0 Eteone sp. 1 0 0 0 0 0 0 0 Distribuciön espacial. L. acuta estuvo restringida a la región interna, donde alcanzó densidades de hasta 1024 ind./m? en su parte media (estación L), disminuyendo hacia ambos extremos. Su último registro corresponde a la estación D que marca el fin aproximado de la región interna. De igual manera, Corophium sp., H. australis y Syllidae se hallaron presentes en esta región. La primera fue exclusiva de la estación A, donde alcanzó densidades de hasta 650 ind./m?, en tanto que las otras dos fueron halladas también en la región externa. Las especies Preferentes, así como las Accidentales, se distribuyeron principalmente en la región externa (fig. 5). Todas las unidades de muestreo consideradas provienen de los márgenes de los canales de marea, a una profundidad de entre 1 y 2 m en bajamar (franja superior del infralitoral). El sedimento de estas muestras estuvo constituido por fango (entre un 82 y un 93%), más arenas finas y muy finas. Para el sector entre mareas, la proporción de fango en que IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (75): 3-13, 30 set. 1993 La asociación de Laeonereis acuta... 7 Tabla II. Ordenaciön y clasificación biocenötica de la comunidad de L. acuta. IB: indice biológico (SANDERS, 1960); f (%): frecuencia; D. M.: Dominancia Media; Clas. Biocenótica: Classificación Biocenótica (GUILLE, 1970). Especie IB f(%) D.M. Clas. Biocenötica Laeonereis acuta 37 44 3353 Caracteristica ler Orden Heleobia australis 28 43 30,0 Preferente Buccinanops globulosum 27, 43 2 Preferente Corophium sp. 20 28 2957 Característica ler Orden P. tuberculatospinosus 17 28 1,1 Característica ler Orden Phylo felix 11 21 0,9 Preferente Olivella tehuelchana 10 14 1,9 Preferente Syllidae 8 14 0,3 Preferente Eteone sp. 6 14 0,4 Preferente Ninoe brasiliensis 6 14 0,3 Accidental Glyceridae 3 7 0,1 Accidental Neanthes sp. 3 7 0,1 Caracteristica 2do Orden Chone sp. 3 2 0,1 Accidental Chasmagnathus granulata 0 7 0,1 Caracteristica 3er Orden fue hallada L. acuta varió igualmente entre 80 y 92% (ELIAS, 1985). Por otra parte, en la estación A, donde fue dominante Corophium sp., el sedimento estuvo constituido por fango y arenas en partes iguales (44,8 y 44,2%) más gravas (10%). La salinidad de las estaciones analizadas varió entre 22,2 y 31,9 por mil. En esta última salinidad, correspondiente a la estación L, fue donde se registró la mayor abundancia de L. acuta. DISCUSION El agrupamiento de muestras en 2 grupos mayores, responde a la división de la bahia en dos regiones, una interna de salinidad variable (mixohalina) y otra externa, estable en cuanto a la salinidad (euhalina). La distribución de L. acuta coincide con este patrón de distribución, por cuanto se halló restringida a la región interna. Numerosos autores la mencionan como especie estuarial, en aguas de entre O y 30 por mil de salinidad (OLIVIER et al., 1972; CAPITOLLTI et al., 1978; BEMVENUTT etal., 1978; AMARAL, 1979; MARCOVECCHIO et al., 1986). Durante el relevamiento mediolitoral, ELIAS (1985) halló altas densidades de L. acuta (550 ind./m?) sobre la región externa, en las inmediaciones del Arroyo Parejas. La presencia de esta especie es común frente a la desembocadura de cursos fluviales (L. culveri Webster, 1880, según AMARAL, 1979), por lo que cabe hallarla en esta región asociada a aguas con cierto porcentaje de mezcla. Unrelevamiento bentónico efectuado en el Arroyo Sauce Chico, que desemboca en laregión interna a la altura de las estaciones B y L, reveló la existencia de altas densidades de L.acutay H. australis (Brizzola, com. pers.). Mientras que la primera disminuye hacia la cabecera del arroyo (de 1200 a 900 ind./m?), la segunda aumenta (de 1070 a 7300 ind./ m?). Esta variaciön es atribuible tanto al gradiente salino (de 1,2 a 31 por mil), como al IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 3-13, 30 set. 1993 8 ELIAS & IENO contenido de materia orgánica del sedimento, el cual varió de 23,9% enla cabecera a 8,6% en la desembocadura. La distribución vertical de L. acuta en la Bahía Blanca, desde el mediolitoral medio hasta 1 m de profundidad, así como el tipo de sustrato en el que habita, concuerdan igualmente con lo hallado por otros estudios similares (OLIVIER et al., 1972; CAPITOLLI et al., 1978; BEMVENUTI et al., 1978). Un análisis de la variación cuali-cuantitativa de esta comunidad permite verificar un empobrecimiento desde la región interna hacia la externa y, paralelamente, un reemplazo de especies características: L. acuta y Corophium sp. se hallaron exclusiva- mente en la región interna, en tanto que Neanthes sp. y Priapulus tuberculatospinosus Baird, 1866 fueron propias de la externa. H. australis especie Preferente de la asociación fue hallada en grandes abundancias en la región interna, pero tambien estuvo presente en la región externa. mos L. acuta y la comunidad que caracteriza ha sido citada desde Santos, Brasil, hasta Golfo Nuevo, Argentina (ORENSANZ & GIANUCA, 1974). La estructura comunitaria parece ser la misma para estos ambientes, aunque la fauna acompafiante y sus abundancias relativas difieren latitudinalmente. Así, en la playa de Saco da Rivera, las especies acompafiantes más importantes son los poliquetos Hemipodus rotundus Quatrefagues, 1865, Diopatra cf. cuprea Kinberg, 1865, Neanthes sp. y Glycinde multidens Müller, 1858 (AMARAL, 1979). En Lagoa dos Patos, la comunidad presentó facies de Tagelus plebeius (Solander, 1786) y elevada abundancia de A. australis, Kalliapseudes schubarti Mane-Garzon, 1949 y Heteromastus similis Southern, 1921 (CAPITOLLI et al., 1978; BEMVENUTI et al., 1978). En Mar Chiquita las facies fueron de Tagelus gibbus (Splenger, 1794) y Cyrtograpsus angulatus Dana, 1851, más otras especies importantes como Fl. australis, Neanthes succinea (Frey & Lanckart, 1847), H. similis y Nephtys Jluviatilis Monro, 1937 (ORENSANZ & ESTIVARIZ, 1971; OLIVIER et al., 1972; MARCOVECCHIO et al., 1986). En la Bahía Blanca L. acuta fue hallada sobre el sector entre mareas y sobre la franja superior del infralitoral. En el sector entre mareas, la fauna acompanante estuvo representada por MH. australis, Eteone sp., Cyrtograpsus altimanus Dana, 1851, Scolecolepides sp. y P. tuberculatospinosus, (ELIAS, 1985). En el presente estudio, considerando sólo la franja superior del infralitoral, la fauna acompafiante estuvo representada principalmente por Corophium sp. y H. australis. En la bahia de San Antonio, L. acuta aparece asociada a Malacoceros sp. (ESCOFET et al., 1978), en tanto que en las playas de Puerto Madryn, en el extremo sur de su distribución, la asociación se halló constituida por Darina solenoides (King, 1832) - Boccardia polybranchia (Hasswell, 1885) - L. acuta, y ocupö la franja superior de la región entre mareas (Escofet, com. pers.). Agradecimientos. A colegas, amigos y autoridades del Instituto Argentino de Oceanografia (IADO, Bahía Blanca) por su constante apoyo, así como al Dr. Mianzan, Dr. Bremec y Dr. Bastida (INIDEP, Mar del Plata) por la lectura crítica de tantos manuscritos. Tambien deseo agradecer a dos árbitros anónimos y en especial al Dr. Paulo Lana, por las críticas realizadas que ayudaron a mejorar este trabajo. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS AMARAL, A.C. Z. 1979. Ecologia e contribuição dos anelidos poliquetas para a biomasa bêntica da zona das marés no litoral norte do estado de São Paulo. Bolm. Inst. Oceanogr., São Paulo, 28 (1): 1-52. BEMVENUTI, €. E.; CAPITOLI, R. R. & GIANUCA, N. M. 1978. Estudos de ecologia bentônica na região IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 3-13, 30 set. 1993 La asociación de Laeonereis acuta... 9 estuarial da Lagoa dos Patos. II: Distribuição quantitativa do macrobentos infralitoral. Atlântica, Rio Grande, 3: 23-32. BREMEC, C. S. 1986. Asociaciones del macrobentos infralitoral de Monte Hermoso (39º 00'S - 61º 17'W, República Argentina). Spheniscus, Bahía Blanca, 2: 1-18. — . 1989. Macrobentos del área de Bahía Blanca (Argentina). Distribución espacial de la fauna. Bolm. Inst. Oceanogr. São Paulo, São Paulo, 38 (2): 99-110. — . 1990. Macrobentos del área de Bahia Blanca (Argentina). Inventario faunístico. Rev. Invest. Mar. Centr. Interdisciplinario de Cien. Mar., México, 4 (2): 175-190. CACHES, M. A. 1980. Nota sobre la biología de los depósitos fangosos circalitorales frente a Punta del Este, Uruguay. Bolm Inst. Oceanogr., São Paulo, 29: 73-74. CAPITOLI, R. R.; BEMVENUTTI, €. E. & GIANUCA, N.M. 1978. Estudos de ecologia bentônica na região estuarial da Lagoa dos Patos. I: Comunidades bentônicas. Atlântica, Rio Grande, 3: 5-22. DICE, L. R. 1945. Measures of the amount of ecological association between species. Ecology, New York, 26: 297-302. ELIAS, R. 1985. Macrobentos del estuario de la Bahía Blanca. I: Mesolitoral. Spheniscus, Bahía Blanca, 1: 1-33. — . 1992. Quantitative benthic community structure in Blanca Bay and its relationship with organic enrichment. Mar. Ecol., Hamburgo, 13 (3): 189-201. ELIAS, R. & BREMEC, C. S. 1986. Macrobentos del área de la Bahia Blanca (Pcia. Buenos Aires) II. Relaciones entre las asociaciones de sustrato movil. Spheniscus, Bahía Blanca, 3: 51-52. ESCOFET, A., ORENSANZ, J. M., OLIVIER, S. R. & SCARABINO, V. 1978. Biocenología bentönica del Golfo San Matías (Río Negro, Argentina): metodología, experiencia y resultados del estudio ecológico de un gran espacio en América Latina. An. Cent. Cienc. Mar. Limnol., Univ. Auton. México, México, 5 (1): 59-81. FREJE, R. H.; ASTEASOAIN,R. O.; SCHMIDT, A. & ZAVATTI,J.R. 1981. Relaciones de la salinidad del agua con las condiciones hidrometeorológicas en la porción interna del estuario de (la) Bahia Blanca. Contr. Cient. Inst. Arg. de Oceanogr., Bahía Blanca, 57: 1-20. GUILLE, A. 1970. Bionomie benthique du plateau continental de la cote catalane française. II: Les comunautes de la macrofaune. Vie Milieu, Francia, 21 (1B): 149-280. MARCOVECCHIO, J. E.; OBENAT, S. M. & MORENO, V.J. 1986. Total Mercury and Lead Contents in the Biota at Mar Chiquita Coastal Lagoon, Province of Buenos Aires, Argentine Republic. J. Shoreline Management, London, 2: 207-222. MORISITA, M. 1959. Measuring ofinterspecific association and similarity between communities. Mem. Fac. Sci. Kyushu Univ., ser. E (biology), Tokyo, 3: 65-80. OLIVIER, S. R.; ESCOFET, A.; PENCHASZADEH, P. & ORENSANZ, J. M. 1972. Estudios ecológicos de la región estuarial de Mar Chiquita (Buenos Aires, Argentina). I: las comunidades bentónicas. An. Soc. Cient. Arg., Buenos Aires, 193 (5-6): 237-262. ORENSANZ, J. M. & ESTIVARIZ, M.C. 1971. Los anélidos poliquetos de aguas salobres de la Provincia de Buenos Aires. Revta mus. La Plata, secc. Zool. (n. s.), La Plata, 11: 95-104. ORENSANZ, J. M. & GIANUCA, N.M. 1974. Contribuição ao conhecimento dos anelidos poliquetas do Rio Grande do Sul, Brasil. I: Lista sistemática preliminar e descrição de três novas espécies. Comun. Mus. Ciênc. PUCRGS, ser. zool., Porto Alegre, 4: 1-37. PETTIBONE, M. H. 1971. Revision of some species reffered to Leptonereis, Nicon and Laeonereis (Polychaeta, Nereididae). Smith. Contr. Zool., Washington, 104: 1-53. SANDERS, H. 1960. Benthic studies in Buzzards Bay. III: The structure of the soft-bottom community. Limnol. Oceanogr., Baltimore, 4: 138-153. SORENSEN, T. 1948. A method of establishing groups of equal amplitude in plant sociology based on similarity of species content and its application to analysis of the vegetation on Danish commons. K. Danske Vidensk. Selsk, Biol, Skr., Copenhague, 5: 1-34. ZAIXSO, H. E. & PASTOR, C. 1977. Observaciones sobre la ecologia de los Mytílidos de la Ría Deseado. Distribución y análisis biocenótica. Ecosur, Buenos Aires, 4: 1-46. Recebido em 13.03.1991 (1º versão) e em 8.09.1992 (2º versão); aceito em 24.05.1993. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 3-13, 30 set. 1993 10 ELIAS & IENO Fig. 1. Ubicaciön geogräfica de la Bahia Blanca. Estaciones de muestreo de la comunidad de Laeonereis acuta. A-J, estaciones 1982; K-V, estaciones 1983. Las äreas punteadas representan zonas intermareales. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (75): 3-13, 30 set. 1993 La asociación de Laeonereis acuta... 11 % de Slmilaridad % de Similaridod 100 sp 0 100 50 0 is | 8388 5888"? Mm o => @ a == SE EE RS 058 SR SET RE seo 82 = w A 13 4 en 15 10 15 21 112 a 17 16 wer m g 8 6 +52 5 g 8 u “5 7 109 23 3 b 47 *m 46 33 x 2 27 8 23 21 a 2) 7 19 og c 127 128 Sus m Ar: 32 1 = 135 E 34 ld 28 9 200 ae 22 118 fes) 8 117 134 162 25 118 m 26 = er 12 ne Tess no" = 13 48, 7a 154 SO 46 “9 29 sa 55. 9 17 gg 72 ® 126 167 1 125 59 e 121 191 27 136 m 58 = 8 Ro EB f | op à 38 sg 81 10 re g 152 125 128 121 8 162 167 60 6! n “7 172 ua so 57 7 5 53 0 sa Ba 154 kg 153 43 0 11 132 “9 38 “É ET 7 kk N 151 he = = g 49 52 16 36 1 a 55 10 25 | 159 158 , 12 is 12 a a 9 m 11 132 8 35 5% 0 — 12 137 35 — TO 50 0 2 % de Similaridad 100 E) 0 3 % de Similaridad Figs. 2-3. Análisis de agrupamiento de la comunidad de L. acuta, en modo Q: 2. según el índice de SORENSEN (1948); 3. según el índice de MORISITA (1959). IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 3-13, 30 set. 1993 pa a E ars... BUS & TENO (O) 100% so Kinbergonuphis Sp. Scoloplos (Leodamas) sp. Scolecolepides Sp. Nemertino indet. Buccinanops globulosum Heleobia australis Laeonereis acuta 2 Chasmagnathus granulata Sphaenia sp. Harmotoe Sp. 3 Halosydnella australis Nicolea cf. chilensis Thelepus plagiostoma Cyrtograpsus altimanus Lumbrineris aff. tetraura Syllidae indet.1 Myxicola sp. Poliqueto indet.1 4 Lyonsia patagonica Cyrtograpsus angulatus Stylatula darwini Pitaria rostrata Olivella tehuelchana Pagurus Spp. 5 Chone cf. striata Isopodo indet.1 Amphicteis gunneri Anachis paessleri Goniadidae indet. Eteone sp. Corbula patagonica Axiothella cf. antarctica Ninoe brasiliensis Nereidae indet. Terebellides sp. Cirratulidae indet.l Spionidae indet. Priapulus tuberculatospinosus Phylo felix Neanthes sp. Macoma uruguayensis Nucula semiornata Malletia cummingi Nucula puelcha Pinnixia patagonica 8 Periploma compressa Leda patagonica Glyceridae indet. Sabellidae indet. Nephtydae indet. 9 Isopodo indet.2 Pinnotheres maculatus Syllidae indet.2 IO Thracia sp. Leda electa Cardita platae I] Syndesmya uruguayensis Lumbrineris sp. Amphiura sp. Tanaidacea indet. [op | Pilumnus reticulatus 12 Cirratulidae indet.2 Pectinariidae indet. 13 Opheliidae indet. Poliqueto indet.2 14 Ophoceramis januarii [5 u Corophium sp. I6 Angulus gibber sc ãglS Flabelligera sp. 18 Fig. 4. Análisis de agrupamiento de la comunidad de L. acuta, en modo R, según el índice de DICE (1945). IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (75): 3-13, 30 set. 1993 La asociación de Laeonereis acuta... 13 T—————|J[|[]|[J[WVHÃ[[[—— ooo E 2 q o 2 2 E o 2 o o o| | 2 ce == EEE RL E apoio eis [RR RO = RR = 5) 2| E Cl |] 0] ® El 0| 9) | dl | £| o aee: ou +| = 9] s| si 0] | $3| 5| ® -| 0 o| > | 2 & 2] 3] 23 ol 3) al al al al ZI O E BNEHUBE \ EN TO + << CO | À um \ O ind /muestra ü ESCALA VERTICAL 10 Fig. 5. Distribución espacial de las principales especies pertenecientes a la comunidad de Laeonereis acuta. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 3-13, 30 set. 1993 + ? À ] { a iR t dor "53 e > m temp FLUT, 5 Vito ds = a w 2 ; 7 d 5 Bi, hr pe 7 Mo ch ’ a a A = as e é - u; : x o ve a + A go poi + wr = E > E - ve Wa ae , a” E ’ 27 } 8 E E > a E dr AR q as = ) = E pet ” t = Mr pi O, o rm ça ça cn Ap ; N a 1 UA pr A ip ae 1» A F q E x ESPONJAS DO ARQUIPÉLAGO DE FERNANDO DE NORONHA, BRASIL (PORIFERA, DEMOSPONGIAE) Beatriz Mothes! Maria Célia K. de A. Bastian? ABSTRACT SPONGES FROM THE FERNANDO DE NORONHA ARCHIPELAGO, BRAZIL (PORIFERA, DEMOSPONGIAE). Thirteen species were identified out of sixty two specimens of sponges collected from Fernando de Noronha Archipelago. Plakortis simplex Schulze, 1880, Erylus formosus Sollas, 1886, Cliona carteri (Ridley, 1881), Chondrosia collectrix Schmidt, 1870, Ptilocaulis bistyla (Hechtel, 1983), Lissodendoryx isodictyalis (Carter, 1822), Ircinia felix (Duchassaing & Michelotti, 1864) and Aplysina fulva (Pallas, 1776) are recorded for the first time from Fernando de Noronha. Spirastrella coccinea (Duchassaing & Michelotti, 1864), Tethya aurantium (Pallas, 1776), Chondrilla nucula Schmidt, 1862 and Xestospongia grayi (Hechtel, 1983) are confirmed for this area. Plakinastrella onkodes Uliczka, 1929 is recorded for the first time from brazilian waters. KEYWORDS. Demospongiae, Brazil, oceanic island, distribution. INTRODUÇÃO Os primeiros registros de Demospongiae para o Arquipélago de Fernando de Noronha foram os de HYATT (1877) descrevendo Spongelia cana (=Dysidea cana), S. dubia (=D. dubia), Hippospongia equina, também citando Spongia vermiculata Duchassaing & Michelotti, 1864 (=S. barbara Duchassaing & Michelotti, 1864), e S. officinalis Linnaeus, 1758 (=S. obligua Duchassaing & Michelotti, 1864). RIDLEY & DENDY (1887) citam a ocorrência de Suberites carnosus Johnston, 1842. CARTER (1890) registra Chondrilla phyllodes Schmidt, 1870 (=Spirastrella coccinea (Duchassaing & Michelotti, 1864); Donatia lyncurium (Linnaeus, 1767) (=Tethya aurantium (Pallas, 1776); Chondrilla nucula Schmidt, 1862; Hymeniacidon sanguinea (Grant, 1826) 1. Museu de Ciências Naturais, Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Caixa Postal 1188, CEP 90.001-970, Porto Alegre, RS, Brasil. (Bolsista do CNPq). 2. Curso de Pós-Graduação em Biociências, área de Zoologia, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Caixa Postal 1429, CEP 90.619-900, Porto Alegre, RS, BRASIL. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 15-31, 30 set. 1993 16 MOTHES & BASTIAN (=H.perlevis Montagu, 1818); Chondropsis arenifera Carter, 1886; Craniella cranium (Müller, 1776) e também Suberites massa Nardo, 1847 (=S. carnosus). BOURY- ESNAULT (1973) descreveu Holoxea violacea, Raphidophlus basiarenacea e Aplysina Janusi, citando ainda Agelas dispar Duchassaing & Michelotti, 1864; Spongia virgultosa (Schmidt, 1868) (=Hyattella cavernosa (Pallas, 1766) e Dysidea fragilis (Montagu, 1818). HECHTEL (1983) descreveu Prianus grayi (=Xestospongia grayi). ESTON et al. (1986) registraram os gêneros Callyspongia Duchassaing & Michelotti, 1864; Chelonaplysilla Laubenfels, 1948; Igernella Topsent, 1905; Plakortis Schulze, 1880; Ircinia Nardo, 1833 e Spongia Linnaeus, 1751. Em 1978, 1985 e 1986 foram realizadas várias coletas no Arquipélago por pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Centro de Biologia Marinha da Universidade de São Paulo (CEBIMAR-USP) com objetivo de estudar as comunidades bentônicas. Nessa ocasião, foram recolhidas 62 amostras de poríferos que ora são tratadas, visando ampliar o conhecimento das Demospongiae do local. MATERIAL E MÉTODOS Os espécimes examinados foram coletados em vários locais do Arquipélago de Fernando de Noronha, Pernambuco, Brasil (03°50’S-32°25’W) desde a zona de marés até 30 metros de profundidade (fig. 1). As amostras estudadas encontram-se na coleção de Porifera do Museu de Ciências Naturais, Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. Examinou-se material depositado no “Muséum d’Histoire Naturelle, Genebra (MHNG), da Coleção de O. Schmidt proveniente de “Landes- Museum Joanneum”, Graz (LMJG); “Zoölogisch Museum, Universiteit van Amsterdam, Instituut voor Taxonomische Zoölogie”, Amsterdam (ZMA); “The Natural History Museum”, Londres (BMNH); “Instituto de Investigaciones Marinas de Punta de Betín”, Santa Marta, Colômbia (INVEMAR) e Museu de Ciências Naturais, Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (MCN). O método usado nas preparações espiculares está de acordo com MOTHES-DE-MORAES (1978). RESULTADOS Reunindo-se as 13 espécies identificadas com as citadas na literatura, são registradas, até o presente, 28 espécies de Demospongiae para o Arquipélago de Fernando de Noronha. Todas, com exceção de X. grayi e C. carteri, apresentam ampla distribuição na região norte da Província Caribeana (Golfo do México e Mar do Caribe). As espécies P. simplex, E. formosus, C. carteri, P. bistyla, L. isodictyalis, I. felix e A. fulva são registradas pela primeira vez para o Arquipélago. C. collectrix e P. onkodes são citadas pela primeira vez para o Brasil. P. grayi é até o momento, endêmica para o Arquipélago. T. aurantium, C. nucula e S. coccinea têm registro confirmado para esta área. HOMOSCLEROPHORIDA, PLAKINIDAE Plakortis simplex Schulze, 1880 . (Figs. 2,3,36) Material examinado. BRASIL. Pernambuco: Arquipélago de Fernando de Noronha, Ilha de Fernando IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (75): 15-31, 30 set. 1993 Esponjas do arquipélago de Fernando de Noronha... 17 de Noronha, Baía dos Golfinhos, 28.X. 1985, A. E. Migotto col., (MCN 1216); Canal da Ilha Cabeluda, 01. IX. 1985, A. E. Migotto col., (MCN 1281); Ponta da Sapata, 29. X. 1985, A. E. Migotto col., (MCN 1218). Descrição. Esponjas maciças. Dimensões: maior exemplar, comprimento 5,3cm; largura 3,8cm e altura 2,5cm. Superfície irregular, apresentando pequenos lobos. Ósculos não numerosos, circulares a elípticos, alguns situados em pequenas elevações; maior ósculo, diâmetro 0,5cm. Óstios distribuídos irregularmente por toda a superfície. Material fixado de consistência dura ou firme, compressível; castanho-avermelhado externamen- te, bege internamente. O ectossoma diferencia-se do coanossoma pela presença de escleras que formam pequenos feixes. Coanossoma com escleras dispostas irregularmen- te, próximo à superfície observa-se um certo alinhamento. Escleras: micróxeas de contornos irregulares; ligeiramente curvas; frequentemente infladas na região mediana; extremidades afiladas ou com pequena constrição; compri- mento 111-222 um; largura 2,2-9,8 um. Microtríodos raros; eixos com extremidades afiladas ou arredondadas, algumas vezes com constrição; eixo maior: comprimento 46,5- 71,7 um largura 2,4-6,3 um. Comentários. A identificação foi realizada por comparação (lâmina BMNH 1948:8:6:54a) procedente das Bermudas. As amostras referidas por LAUBENFELS (1950) apresentam forma incrustante, diferindo dos espécimes estudados. As dimensões do conjunto espicular examinado são maiores do que as referidas por LAUBENFELS (1950), BOURY-ESNAULT (1973)e PULITZER-FINALI (1986). A ocorrênciarara dos microtríodos também foi referida por PULITZER-FINALI (1986) nas amostras de Porto Rico. No Arquipélago, os exemplares foram coletados na zona de marés. Distribuição geográfica. Bermudas (LAUBENFELS, 1950); República Dominicana, Jamaica e Porto Rico (PULITZER-FINALI, 1986); Brasil: Pernambuco, Fernando de Noronha, primeiro registro; Alagoas (BOURY-ESNAULT,1973). Plakinastrella onkodes Uliczka, 1929 (Figs. 4-6,37) Material examinado: BRASIL. Pernambuco: Arquipélago de Fernando de Noronha, Ilha de Fernando de Noronha, Baía dos Golfinhos, 28.X. 1985, A. E. Migotto col., (MCN 1209). Descrição: Esponja incrustante. Dimensão: altura 1,0cm. Superfície irregular. Óculos elípticos a ovais, circundados por discreto colar semi-transparente; maior ósculo, diâmetro 0,2cm. Óstios distribuídos regularmente por toda a superfície. Material fixado de consistência bastante firme; cinza-claro a escuro na superfície e na base, acinzentado. Esqueleto denso, irregular, em algumas regiões há tendência a formar uma reticulação subisodictial. Escleras: diactinas discreta a pronunciadamente curvas; contornos bastante irregu- lares; frequentemente infladas na região mediana; extremidades afiladas; comprimento 33, 3-140,6 um; largura 0,5-3,3 um. Triactinas com eixos afilados; alguns com discreta curvatura; eixo maior: comprimento 20,0-70,6 um, largura 3, 0-6, 4 um. Caltrops com quatro eixos retos afilados; alguns podem apresentar discreta curvatura; eixo maior: IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 15-31, 30 set. 1993 18 MOTHES & BASTIAN comprimento 19,6-58,4 um, largura 1, 5-6,0 um. Comentários. Através do estudo comparativo com material (fragmento INVEMAR 0382) do Caribe colombiano, foi confirmada a identificação. No arquipélago, o espécime foi coletado na zona de marés. Distribuição geográfica. Ilhas Virgens (ULICZKA, 1929); Colômbia (ZEA, 1987); Brasil: Pernambuco, Arquipélago de Fernando de Noronha, primeiro registro. ASTROPHORIDA, GEODIIDAE Erylus formosus Sollas, 1886 (Figs. 7-12,38) Material examinado. BRASIL. Pernambuco: Arquipélago de Fernando de Noronha, Ilha de Fernando de Noronha, Baía do Sueste, 26. XII. 1978, A. A. Lise col., (MCN 2439). Descrição. Esponja maciça. Dimensões: comprimento 9,0cm, largura 6,5cm e altura 4,5cm. Superfície irregular com discretos processos mamiliformes. Osculos numerosos, elípticos ou esféricos, encimados em processos digitiformes atrofiados; maior ósculo, diâmetro 0,3cm. Material fixado de consistência endurecida na zona do córtex e levemente macia no coanossoma; externamente rosado com pigmentações bege, internamente, acinzentado. Córtex formado por camadas compactas de aspidásteres, dispostos tangencialmente à superfície; camada mais externa com micróxeas. Coanossoma com poucas ortotrienas, dispostas radialmente com seus cladomas tangenciando o córtex. Nesta região, também se observa grande número de óxeas agrupadas em feixes radiais, aspidásteres, quiásteres e oxiásteres dispostos irregularmente. Escleras: óxeas leve a pronunciadamente curvas; extremidades gradualmente aguçadas ou com pequena constrição; comprimento 368,0-828,0 um; largura 4,4-18,5 um. Aspidásteres alongados, superfície microespinhada; comprimeno 128,2-195,0 um; largura 40,0-61,0 um. Ortotrienas com rabdomas curtos a longos; extremidades levemen- te arredondadas a gradualmente afiladas, comprimento 148,0-444,0 um; largura 6,4-12,2 um; cladomas com extremidades gradualmente afiladas a levemente arredondadas, algumas são bifurcadas; largura 122,1-352,6 um. Micróxeas raras, levemente curvas, discretamente centrotilotes; comprimento 39,2-78 um; largura 1,0-3,4 um. Quiásteres com 10 a 14 raios curtos, retos, cônicos microespinhados com extremidades lanceoladas, diâmetro 12,2-23, 5 um. Oxiásteres com 5 a 8raiosretos, longos, cônicos microespinhados com extremidades lanceoladas; diâmetro 28,4-42,0 um. Comentários. O conjunto espicular e a disposição do esqueleto coincidem com material (fragmento de esponja ZMA 4587) de Curaçao, Caribe e com material (lâmina MCN 193) do Rio Grande do Sul, Brasil. Constatou-se que a espécie apresenta uma variação morfológica de incrustante (ALCOLADO, 1985) a maciça (SOLLAS, 1888; BOURY-ESNAULT, 1973; VOLKMER-RIBEIRO & MOTHES-DE-MORAES, 1975; WIEDENMEYER, 1977 e SOLÉ-CAVA et al., 1981). Os oxiästeres apresentam extre- midades lanceoladas diferindo dos descritos por (VOLKMER-RIBEIRO & MOTHES- DE-MORAES, 1975) com extremidades aguçadas; os quiásteres apresentam extremida- IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 15-31, 30 set. 1993 Esponjas do arquipélago de Fernando de Noronha... 19 des lanceoladas diferindo de truncadas (SOLLAS, 1888), infladas (BOURY-ESNAULT, 1973) e pontiagudas (VOLKMER-RIBEIRO & MOTHES-DE-MORAES, 1975). A espécie tem uma distribuição batimétrica ampla na costa brasileira; de 1-2m no Arquipé- lago de Fernando de Noronha até 165m na costa do Rio Grande do Sul, Brasil (VOLKMER-RIBEIRO & MOTHES-DE-MORAES, 1975). Distribuição geográfica. Bahamas (WIEDENMAYER, 1977); Cuba (ALCOLADO, 1985); Brasil: Pernambuco, Arquipélago de Fernando de Noronha, primeiro registro; Paraíba (BOURY-ESNAULT, 1973); Bahia (SOLLAS, 1888); Espírito Santo (SOLÉ- CAVA et al., 1981); Rio Grande do Sul (VOLKMER-RIBEIRO e MOTHES-DE- MORAES, 1975) HADROMERIDA, TETHYIDAE Tethya auratium (Pallas, 1776) (Figs. 13-16,39) Material examinado. BRASIL. Pernambuco: Arquipélago de Fernando de Noronha, Ilha de Fernando de Noronha, Praia do Boldró, 08. VI. 1986, D. O. Pires e C. B. Castro col., (MCN 1734); Baía do Sueste, 11.VI. 1986, D.O. Pires e C. B. Castro col., (MCN 1353), 26. XII. 1978, A. A. Lise col., (MCN 750, 1404, 1413, 1419). Descrição. Esponjas esféricas a hemisféricas. Dimensão, maior exemplar: diäme- tro 2,5cm. Superfície inteiramente coberta de brotos pendunculados. Ósculos elipticos; maior ósculo, diâmetro 0,2cm, situado na porção lateral da esponja. Material fixado de consistência levemente rígida no córtex e maciano coanossoma; externamente acinzentado e inteiramente bege, “in situ” alaranjado. Porção superior do córtex com tilásteres e na zona inferior com esferásteres. Coanossoma com estrongilóxeas dispostas radialmente em feixes, juntamente com micrásteres e esferásteres irregularmente distribuídos. Escleras: estrongilóxeas robustas, retas com a extremidade distal levemente arre- dondadas, comprimento 368,0-1500,0 um; largura 4,07-29,9 um.Esferásteres com raios cônicos, alguns dicotônicos ou bifurcados; extremidades gradualmente aguçadas, algu- mas com constrição; diâmetro 33,0-69,0 um. Micrásteres com centro pequeno ou ausente, com 6 a 12 raios cônicos com extremidades lanceoladas ou estrongiliformes, microespinhadura ao longo dos raios ou somente nas extremidades; diâmetro 5,7-15,3 um. Comentários. Os caracteres das esponjas conferem com a descrição de SOLLAS (1888) e PULITZER-FINALI (1986). Está espécie apresenta uma grande distribuição batimétrica, de 1-805m (SARÁ, 1987). No Arquipélago, as amostras foram coletadas na zona de marés. Distribuição geográfica. Cuba (ALCOLADO, 1985); República Dominicana e Porto Rico (PULITZER-FINALI. 1986); Curaçao (SOEST, 1981); Brasil: Pernambuco, Arquipélago de Fernando de Noronha (CARTER, 1890). IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 15-31, 30 set. 1993 20 MOTHES & BASTIAN SPIRASTRELLIDAE Spirastrella coccinea (Duchassaing & Michelotti, 1864) (Figs. 17,18,40) Material examinado. BRASIL. Pernambuco: Arquipélago de Fernando de Noronha, Praia da Atalaia, 26.XIL.1987, A. A. Lise col. (MCN 741, 746, 753); Canal da Ilha Cabeluda, 01. XII. 1985, A. E. Migotto col., (MCN 1432). Descrição. Esponjas incrustantes. Maior exemplar: altura 0,5cm. Superfície leve- mente ondulada. Ósculos não observados. Material fixado de consistência coriácea, levemente compressível, bege-claro a rosado. Córtex com espirásteres compactadas, medindo 460,0 um de espessura. Coanossoma com tilóstilos dispostos de forma irregular formando, algumas vezes, feixes ascendentes e espirásteres dispostos irregularmente. Escleras: tilóstilos retos, com extremidade distal gradualmente afilada; cabeça distinta, esférica ou ovalada, às vezes bilobada; dimensões: comprimento 368,0-687,2 um; largura 3,0-9,8 um; diâmetro das cabeças 5,9-16,7 um. Espirásteres contorcidos, com raios cônicos, retos ou levemente curvos, abruptamente pontiagudos; dimensões: diâme- tro 6,9-51,7 um. Comentários. As amostras foram identificadas conforme DUCHASSAING & MICHELOTTI (1864). Observou-se que as dimensões das escleras examinadas são maiores do que as já citadas para esta espécie. Ocorre em águas rasas, o que confirmamos. No Arquipélago, foi coletada entre 1-2m de profundidade. Distribuição geográfica. Bermudas (LAUBENFELS, 1950); Bahamas (WIEDENMAYER, 1977; PULITZER-FINALI, 1986); Dry Tortugas (LAUBENFELS, 1936); Cuba (ALCOLADO, 1985); República Dominicana (PULITZER-FINALI, 1986); Jamaica (HECHTEL, 1965); Brasil: Pernambuco, Arquipélago de Fernando de Noronha (CARTER, 1890). CLIONIDAE Cliona carteri (Ridley, 1881) (Figs. 19-24,41) Material examinado. BRASIL. Pernambuco: Arquipélago de Fernando de Noronha, Ilha de Fernando de Noronha, Baía do Sueste, 26. XII. 1978, A. A. Lise col., (MCN 1408). Descrição. Esponja incrustante, perfurante em material calcário. Dimensão: altura 0,5cm. Superfície com discretas projeções mamiliformes. Ósculos espalhados irregular- mente pela superfície. Material fixado de consistência compressível; bege com pigmen- tação amarelada Coanossoma com tilóstilos discretamente ordenados em feixes, os quais se abrem no ectossoma, próximo à superfície. Escleras: tilóstilos leve a pronunciadamente curvos, alguns sinuosos, raros retos; extremidades distais gradualmente aguçadas, algumas arredondadas, outras com cabeça distinta, ovalada, bi- ou trilobada; comprimento 230,0-484,0 um; largura 1,4-9 um; IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 15-31, 30 set. 1993 Esponjas do arquipélago de Fernando de Noronha... ai diâmetro das cabeças 3,9-10,8 um. Espirästeres delgados com eixos longos, alguns sinuosos, com espinhos ao longo dos eixos, formando tufos nas extremidades; espinhos cônicos ou truncados; diâmetro 19,6-34,0 um. Espirásteres curtos com eixos grossos, geralmente com espinhos somente nas extremidades; diâmetro 10,8-42,1 um. Comentários. O espécime é semelhante ao descrito por RIDLEY (1881), diferindo apenas na ocorrência de duas categorias de espirásteres no material estudado. A amostra foi coletada no Arquipélago entre 1-2m de profundidade, enquanto que RIDLEY (1881) faz referência a 72m. Distribuição geográfica. Brasil: Pernambuco, Arquipélago de Fernando de Noronha, primeiro registro; Espírito Santo (RIDLEY, 1881). Também registrada para o Mediter- râneo (CRUZ & BACALLADO, 1983). CHONDROSIIDAE Chondrilla nucula Schmidt, 1862 (Figs. 25, 42) Material examinado. BRASIL. Pernambuco: Arquipélago de Fernando de Noronha, Ilha de Fernando de Noronha, Praia da Caieira, 19. VI. 1986, C. B. Castro col., (MCN, 1322); Praia da Atalaia, 26. XII. 1978, A. A. Lise col., (MCN 1414); Baía do Sueste, 26. XII. 1978, A. A. Lise col., (MCN 747, 1409, 1415). Descrição. Esponjas maciças a incrustantes. Dimensões: maior exemplar, compri- mento 14,0cm, largura 5,5cm e altura 1,5cm. Superfície lobada ou arredondada. Ósculos pouco numerosos, 0,2cm de diâmetro. Material fixado de consistência firme, cartilaginosa, bege com pigmentação marron-escura. Córtex e coanossoma com escleras distribuídas irregularmente. Escleras: esferásteres com raios cônicos abruptamente pontiagudos; alguns com microespinhadura na extremidade distal; diâmetro 10,8-42,1 um. Comentário. A identificação foi conferida por comparação (fragmento e lâmina de material tipo LMJG 15678) e (fragmento ZMA 9639). Na costa brasileira esta espécie apresenta uma variação batimétrica de 1-2m no Arquipélago e de 32m conforme BOURY-ESNAULT (1973). Distribuição geográfica. Bermudas (LAUBENFELS, 1950); Bahamas (WIEDENMAYER, 1977; PULITZER-FINALI, 1986); Jamaica (HECHTEL, 1965; PULITZER-FINALI, 1986); Porto Rico (PULITZER-FINALI, 1986); Brasil: Pernambuco, Arquipélago de Fernando de Noronha (CARTER, 1890); Alagoas (B OURY-ESNAULT, 1973); Espirito Santo (SOLE-CAVA et al., 1981); Rio de Janeiro (PIRES, 1980). E considerada cosmopolita por BOURY-ESNAULT (1973) e WIEDENMAYER (1977). Chondrosia collectrix Schmidt, 1870 (Fig.43) Material examinado. BRASIL. Pernambuco: Arquipélago de Fernando de Noronha, Baía do Sueste, 26. XII. 1978, A. A. Lise col., (MCN 1400, 1406). IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 15-31, 30 set. 1993 22 MOTHES & BASTIAN Descrição. Esponjas maciças. Dimensões: comprimento 4,5cm, largura 2,0cm, altura 1,0cm. Superfície lisa. Ósculos elípticos a circulares e encimados em projeções mamiliformes, situados na região superior da esponja, diâmetro 0,1-0,4cm. Material fixado de consistência cartilaginosa, compressivel; preto na região superior e acinzentado na região inferior. Ectossoma meandriforme e muito fino. Coanossoma cavernoso. Comentários. O exemplar identifica-se com a descrição de WIEDENMA YER (1977). A distribuição batimétrica no Arquipélago é de 1-2m. O material estudado por WIEDENMAYER (1977) foi encontrado a 42m e a amostra de ALCOLADO (1985) em raiz de mangue. Distribuição geográfica. Bermudas (LAUBENFELS, 1950; PULITZER-FINALI, 1986); Cuba (ALCOLADO, 1985); Brasil: Pernambuco, Arquipélago de Fernando de Noronha, primeiro registro. HALICHONDRIDA, DESMOXYIDAE Ptilocaulis bistyla (Hechtel, 1983) (Figs. 26-28,44) Material examinado. BRASIL. Pernambuco: Arquipélago de Fernando de Noronha, Ilha de Fernando de Noronha, Praia da Atalaia, 26. XII. 1978, A. A. Lise col., (MCN 743). Descrição. Esponja arborescente. Dimensões: comprimento 3,0cm, largura 1,5cm, altura 2,5cm. Superfície com sulcos meandriformes. Ósculos circulares situados sobre os sulcos: diâmetro de 0,2-0,5cm. Material fixado de consistência compressível, acinzentado. Esqueleto composto de fibras primárias multiespiculares, largura 37,0-129,5 um, forman- do colunas ascendentes interligadas por fibras secundárias uni a triespiculares, largura 11,0-28,9 um. Escleras: estilos robustos, discretamente encurvados; alguns com constrição próxi- ma à região distal; extremidade distal gradualmente afilada e arredondada ou abruptamen- te pontiaguda; comprimento 246,0-333,0 um, largura 9,8-16,0 um. Estilos delicados, longos e discretamente encurvados; extremidade distal gradualmente afilada; às vezes com constrição; comprimento 658,7-841,8 um, largura 3,9-6,3um. Comentários. A identificação da esponja foi com base na descrição de HECHTEL (1983) (= Stylaximella bistyla), diferindo apenas na morfologia externa, que segundo o autor é microtuberculada com projeções digitiformes. A batimetria é de 1-2m no Arquipélago, enquanto que os espécimes descritos por HECHTEL (1983) foram coletados a 30m. Distribuição geográfica. Brasil: Pernambuco, Arquipélago de Fernando de Noronha, primeiro registro, Recife (HECHTEL, 1983). IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (75): 15-31, 30 set. 1993 Esponjas do arquipélago de Fernando de Noronha... 23 POECILOSCLERIDA, MYXILLIDAE Lissodendoryx isodictyalis (Carter, 1882) (Figs. 29-34,45) Material examinado. BRASIL. Pernambuco: Arquipélago de Fernando de Noronha, Ilha de Fernando de Noronha, Praia da Atalaia, 26.XII. 1978, A. A. Lise col., (MCN 1391); Baía do Sueste, 26. XII. 1978, A. A. Lise col., (MCN 1420). Descrição. Esponjas incrustantes. Dimensões: o maior exemplar, comprimento 8,0cm e altura 2,5cm. Superfície com circunvoluções pronunciadas; discretas elevações, encimadas por um ósculo; diâmetro do maior ósculo 0,3cm. Nas paredes das elevações observam-se sulcos acentuados semelhantes à “astrorrizas” do esqueleto calcário de alguns membros de esclerospongias. Material fixado de consistência macia, compressível; bege-rosado a marrom-acinzentado. Ectossoma com tilotos dispostos paralelamente à superfície. Coanossoma constituído por uma rede esqueletal do tipo subisodictial de tilotos e estilos, com espaços subdermais. Nesta região ocorrem também isoquelas e sigmas distribuídas irregularmente. Escleras: tilotos retos, com cabeças ovaladas, comprimento 148,0-205,7 um, largura 1,5-4,8 um; diâmetro das cabeças 2,9-6,4 um. Estilosretos a discretamente curvos, extremidade distal abruptamente pontiaguda a gradualmente afilada; comprimento 131,7- 173,9 um, largura 2,3-4,7 um. Sigmas em forma de “S” ou “C”, comprimento 13,5-29,4 um, espessura 0,1-0,4 um. Isoquelas arqueadas; comprimento 23,0-29,4 um, espessura 0,8-1,5 um. Comentários. Identificação confirmada pela comparação com material procedente de “Dry Tortugas” (lâmina BMNH 1936.7.8.62). Observou-se, no material estudado, um gradiente de tamanho de sigmas e isoquelas, diferindo de SOEST (1984) que faz referência a duas categorias destes dois tipos de escleras. A espécie pode apresentar uma variação morfológica de maciça HECHTEL (1965), WIEDENMAYER (1977), SOEST (1984) e LAUBENFELS (1950) a incrustante como no material examinado. Os espécimes foram coletados no Arquipélago entre 1-2m. Distribuição geográfica. Bermudas (VERRIL, 1907); Bahamas (WIEDENMAYER, 1977); Jamaica (HECHTEL, 1965); Curacao (SOEST, 1984); Colômbia (ZEA, 1987); Brasil: Pernambuco, Arquipélago de Fernando de Noronha, primeiro registro; Recife (LAUBENFELS, 1956). É considerada cosmopolita (HOSHINO, 1981). HAPLOSCLERIDA, PETROSIIDAE Xestospongia grayi (Hechtel, 1983) (Figs. 35, 46) Material examinado. BRASIL. Pernambuco: Arquipélago de Fernando de Noronha, Ilha de Fernando de Noronha, Ponta da Sapata, 11. VI. 1986, C. B. Castro e D. O. Pires col., (MCN 1327). Descrição. Esponja maciça. Dimensões: comprimento 5,0cm, largura 4,5cm, altura 1,0cm. Superfície irregular, com discretos processos mamiliformes. Osculos pouco IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 15-31, 30 set. 1993 24 MOTHES & BASTIAN numerosos, diâmetro do maior ósculo 0,3cm. Material fixado de consistência levemente compressível e friável; roxo-escuro. Esqueleto formado por feixes multiespiculares que formam uma rede isodiamétrica; espongina escassa, concentrada principalmente nos pontos de união dos feixes. Escleras: estrôngilos leve a pronunciadamente curvos, raramente retos, compri- mento 175,4-460,0 um, largura 5,0-13,2 um. Comentários. O espécime apresenta as mesmas características descritas por HECHTEL (1983). A batimetria da amostra é de 25m. Este é o primeiro registro de profundidade para esta espécie. Distribuição geográfica. Brasil: Pernambuco, Arquipélago de Fernando de Noronha (HECHTEL, 1983). DICTYOCERATIDA, THORECTIDAE Ircinia felix (Duchassaing & Michelotti, 1864) (Fig. 47) Material examinado. BRASIL. Pernambuco: Arquipélago de Fernando de Noronha, Ilha Rata, Buraco do Inferno, 30.X. 1985, A. E. Mlgotto col., (MCN 1220). Descrição. Esponja maciça, globular. Dimensões: comprimento 5,0cm, largura 3,5cm, altura 3,5cm. Superfície conulosa; cônulos com 1,5-2,0cm de altura. Osculos situados em pequenas elevações; maior diâmetro 0,3cm. Material fixado de consistência compressível, difícil de seccionar; marrom-claro na superfície, rosado na região basal, e internamente, ao redor dos ósculos marrom-escuro. Ectossoma constituído por uma derme orgânica. Coanossoma com fibras primárias ascendentes, dispostas em fascículos e fibras secundárias transversais. Nas fibras ocorrem grãos de areia e fragmentos de escleras. Coanossoma e ectossoma com grande quantidade de filamentos de colágeno; fibras primárias, diâmetro 74,0-128,0 um; fibras secundárias, diâmetro 5,6-16,7 um; filamentos de colágeno, diâmetro 2,0-4 An extremidade arredondada das fibras, diämetro 9,8 um. Comentários. O espécime foi comparado com material procedente de “St. Thomas” (fragmento e lâmina ZMA 1854) e apresenta as características citadas por ZEA (1987). A amostra foi coletada no Arquipélago entre 1-2m de profundidade. Distribuição geográfica. Bermudas (LAUBENFELS, 1950); Estados Unidos: Florida (STORR, 1964); Golfo do México (LITTLE, 1963); Bahamas (LAUBENFELS, 1949); Cuba (ALCOLADO, 1985); Jamaica (HECHTEL, 1965); Barbados, Curaçao e Venezuela (SOEST, 1984). Brasil: Pernambuco, Arquipélago de Fernando de Noronha, primeiro registro. VERONGIDA, APLYSINIDAE Aplysina fulva (Pallas, 1776) (Fig. 48) Material examinado. BRASIL. Pernambuco: Arquipélago de Fernando de Noronha, Ilha Rata, 12. XI. 1986, C. B. Castro e D. O. Pires Col., (MCN 1324). IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 15-31, 30 set. 1993 Esponjas do arquipélago de Fernando de Noronha... 25 Descrição. Esponja ramificada, ramos eretos, arredondados que partem de uma base comum. Dimensões: comprimento do maior ramo 7cm, diâmetro 2cm. Superfície conulosa. Ósculos elípticos a esféricos situados na região apical ou lateral dos ramos, maior ósculo diâmetro 0,3cm. Material fixado de consistência bastante compressível; roxa, “in situ” amarelo-ouro. Esqueleto constituído por fibras dispostas em retículo formando uma rede de malhas poligonais. As fibras contém uma medula de colaração amarela; fibras diâmetro 60,0-130,0 um; com 20-66% ocupada pela medula; rede 290,0- 800,0 um. Comentários. A identificação do espécime foi confirmada por comparação com a lâmina ZMA 3704 e o espécime e lâmina MCN 1034. A amostra foi coletada no Arquipélago a 30m de profundidade. Distribuição geográfica. Bahamas (WIEDENMAYER, 1977); Dry Tortugas (LAUBENFELS, 1936); Cuba (ALCOLADO, 1985); Porto Rico (WILSON, 1902); Barbados (SOEST, 1978); Colombia (WINTERMANN & KILIAN, 1983; ZEA, 1987); Brasil: Pernambuco, Arquipélago de Fernando de Noronha, primeiro registro; Ceará (JOHNSON, 1971); Pernambuco e Bahia (BOURY-ESNAULT, 1973); Espírito Santo (SOLÉ-CAVA et al., 1981); Santa Catarina (MOTHES-DE-MORAES, 1987). Agradecimentos. À Professora Dra. Cecília Volkmer Ribeiro (MCN) pelo incentivo, sugestões e críticas. Ao Dr. Amo A. Lise (PUCRS), Dr. Álvaro E. Migotto (CEBIMAR-USP), Dra. Débora de Oliveira Pires e Dr. €C. B. Castro (UFRJ) pelo material amostrado e doado ao MCN. Ao Dr. Rob van Soest (ZMA), Dra. Shirley Stone (BMNH), Dra. Ruth Desqueyroux-Faundez (MNHG) e Dr. Zven Zea (INVEMAR) por terem proporci- onado ce estudo do material depositado em suas Instituições. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALCOLADO, P. M. 1985. Estrutura ecológica de las comunidades de esponjas en Punta del Este, Cuba. Reporte de investigación del Instituto de Oceanologia, Cuba, 38:1-65. BOURY-ESNAULT,N. 1973. Spongiaires. In: CAMPAGNE DE LA “CALYPSO” AU LARGE DES COTES ATLANTIQUE DE L’AMERIQUE DU SUD (1961-1962) I. “Resultats scientifiques des campagnes de la Calypso”. Paris, Masson. fasc. 10, p.263-95. CARTER, H. J. 1890. Porifera. J. Linn. Soc., Zool., London, 20:564-9. CRUZ, T. & BACALLADO, J. J. 1983. Esponjas Perfurantes (PORIFERA, CLIONIDAE) de Tenerife, Islas Canarias. Vieraea, Tenerife, 12 (1-2):37-48. DUCHASSAING, P. E. De F. & MICHELOTTI, G. 1864. Spongiaires de la mer Caraíbe. Natuurk. Verh. holland. Maatsch. Wet. Haarlem, Haarlem, 21:1-124. ESTON, V. R.; MIGOTTO, A. E.; OLIVEIRA FILHO, E. C. de et al. 1986. Vertical distribution of benthic marine organisms on rocky coasts of the Fernando de Noronha Archipelago (Brasil). Bolm. Inst. Oceanogr., São Paulo 34:37-53. HECHTEL, G. J. 1965. A systematic study of the Demospongiae of Port Royal, Jamaica. Bull. Peabody Mus, nat. Hist., New Haven, 20; 1-103. — . 1983. New species of marine Demospongiae from Brazil. Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (63): 59-89. HOSHINO, T. 1981. Shallow-water Demosponges of Western Japan, II. J. Sci. Hiroshima Univ., Ser. B, Hiroshima, 29 (2): 207-88. HYATT, A. 1877. Revision of the North American Poriferae; with remarks upon foreign species. Part 2 Mem. Boston Soc. nat. Hist., Boston, 2(5):481-554. JOHNSON, M.S. 1971. Some marine sponges of northeast Brazil. Arq. Ciênc. mar., Fortaleza, 11; 103-16. LAUBENFELS, M. W. de. 1936. A discussion of the sponge fauna of the Dry Tortugas in particular and the West Indies in general, with material for a revision of the families and orders of the Porifera. Publs Carnegie Instn, Washinton, 467:34-7. — . 1949. Sponges of the western Bahamas. Amer. Mus. Novit., New York, 1431: 25. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (75): 15-31, 30 set. 1993 26 MOTHES & BASTIAN — . 1950. The Porifera of the Bermuda Archipelago. Trans. Zool. Soc. London., London, 27:1-156. — . 1956. Preliminary discussion of the sponges of Brazil. Contrções Inst. oceanogr. Univ. S. Paulo, Ser. Oceanografia biológica, São Paulo, 1:1-4. LITTLE Jr., F. J. 1963. The sponge fauna o f the St. George’s Sound, Apalachee Bay, and Panama City regions of the Florida Gulf coast. Tulane Stud. Zool., New Orleans, 11(2):31-71. MOTHES-DE-MORAES, B. 1978. Esponjas Tetraxonidas do litoral sul-brasileiro: I-Material coletado pelo Navio Oceanográfico “Prof. W. Besnard” durante o Programa Rio Grande do Sul. Bolm Inst. Oceanogr. São Paulo, São Paulo, 27 (2):57-78. — . 1987. Ocorrência de poríferos na zona de maré da Ilha João da Cunha, Porto Belo, Santa Catarina, Brasil. (Porifera, Demospongiae) I. Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (66): 129-39. PIRES, D. 1980. Distribuição dos Poríferos da Ilha de Itacuruçá, Baía de Sepetiba, Rio de Janeiro. Cienc. Cult., São Paulo, 32(7):826-7. PULITZER-FINALI, G. 1986. A colection of West Indian Demospongiae (Porifera). In appendix, a list of the Demospongiae Hitherto Recorded from theWest Indies. Annali Mus. civ. Stor nat. Genova, Genova, 18(86):65-216. RIDLEY, S. O. 1881. Account of the Zoological Collection made during the survey ofH.M. S. Alert in the Strait of Magellan and Patagonia. Spongida. Proc. zool. Soc. Lond., London, 1881:107-37. RIDLEY, S. O. & DENDY, A. 1887. Report on the Monaxonida. In: THE VOYAGE OF H. M. S. CHALLENGER DURING OF THE YEARS 1873-76. Rep. Sci. Results London, H. M. S. Government. v. 20 p. 1-275. SARA, M. 1987. A study of the genus Tethya (Porifera, Demospongiae) and new perspectives in sponge systematics. In: Taxonomy of Porifera. London, Springer-Verlarg, 332p. SOEST, R. W.M. van. 1978. Marine Sponges of Curaçao and other Caribbean localities. Part I. Keratosa. Stud. Fauna Curaçao Caribe. Isl., Utrecht, 56 (179):1-94. — . 1981. A checklist of Curaçao sponges (Porifera Demospongiae). Versl. Techn. Gegevens Inst. Taxon. Zool. Amsterdam, Amsterdam, (31):1-44. — . 1984. Marine Sponges from Curaçao and other Caribbean localities Part. II. Poecilosclerida. Stud. Fauna Curaçao Caribb. Isl., Utrecht, 66 (199):1-167. SOLÉ-CAVA, A. M., KELECOM, A. & KANNENGIESSER, G. J. 1981. Study of some sponges (Porifera, Demospongiae) from the infralitoral of Guarapari, Espírito Santo, Brazil. Iheringia. Sér. Zool., Porto Alegre, (60): 125-50. SOLLAS, W.J. 1888. Report on the Tetractinellida. In: THE VOYAGE OF H. M. S. CHALENGER DURING THE YEARS 1873-76. Report on the Scientific Results, London, H. M. S. Goverment. v. 25 440p. STORR, J. F. 1964. Ecology of the Gulf of Mexico commercial sponges and its relation to the fishery. U.S. Fish Wildlife Serv., Spec. scient. Rep. U. S. Fish Wildl. Serv. Washington, (466):1-73. ULICZKA, E. 1929. Die tetraxonen shwämme Westindiens (auf der ergebnisse der Reise Kükenthal - Hart - meyer). Zool. Jb. Abteilung für Systematik ökologie und Geographie der Tiere, Jena, (16): 35-62. VERRIL, A. E. 1907. The Bermuda Islands. Part IV, Geology and paleontology, and Part V, an account of the coral reefs. Trans. Conn. Acad. Arts. Sci., New Haven, (12): 45-348. VOLKMER-RIBEIRO, C. & MOTHES-DE-MORAES, B. 1975. Esponjas tetraxonidas do litoral sul-brasilei- ro. I-Redescrigäo de Geodia glariosus SOLLAS, 1886 e Erylus formosus SOLLAS, 1886. Iheringia, Ser. Zool., Porto Alegre, (47):3-22. WIEDENMAYER. F. 1977. Shallow-water sponges of the Western Bahamas. Basel, res. 287p. WILSON, H. V. 1902. The sponges collected in Porto Rico in 1889 by the U. S. Fisheries commission Steamer “Fish Hawk”. Bull. U. S. Fish. Commn, Washington, (2): 375-411. WINTERMANN-KILIAN G & KILIAN, E. F. 1983. Marine sponges of the region of Santa Marta (Colombia) Part I. Dictyoceratida and Verongida. Studies on Neotropical Fauna and Environment, Lisse 18:1-17. ZEA, S. 1987. Esponjas del Caribe Colombiano. Santa Marta, Ed. Catälogo Cientifico. 238p. Recebido em 6.12.1991 (1º versão) e 27.06.1993 (22 versão); aceito em 27.05.1993. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (75): 15-31, 30 set. 1993 Esponjas do arquipélago de Fernando de Noronha... 27 32°28' 32º26'W = BURACO DO INFERNO ARQUIPÉLAGO o DE FERNANDO DE NORONHA BRASIL \ Dois irmãos O q oO 9 |. CABELUDA BAIA DO SUESTE Fig. 1. Arquipélago de Fernando de Noronha, Pernambuco, Brasil, com a indicação dos locais amostrados. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 15-31, 30 set. 1993 MOTHES & BASTIAN q di ! Figs. 2-35. Plakortis simplex: 2. microtríodo; 3. micróxea. Plakinastrella onkodes: 4. diactina; 5. caltrops; 6. triactina. Erylus formosus: 7. ortotriena; 8. óxea; 9. aspidáster; 10. quiáster; 11. oxiáster; 12. micróxea. Tethya auratium: 13. estrongilóxea; 14. esferáster; 15. micráster com extremidades lanceoladas; 16. micráster com extremidades estrongiliformes. Spirastrella coccinea: 17. tilóstilo; 18. espiráster. Cliona carteri: 19. tilóstilo; 20. tilóstilo com cabeça bilobada; 21 tilóstilo com cabeça trilobada; 22. espiráster delgado e sinuoso; 23. espiráster com eixo grosso; 24. espiráster curto com espinhos nas extremidades. Chondrilla nucula: 25. esferäster. Ptilocaulis bistyla 26. estilo; 27. estilo com constrição; 28. estilo fino. Lissodendoryx isodictyalis: 29. estilo; 30. tiloto; 31. sigma em forma de “C”; 32. Sigma em forma de “S”, 33. isoquela vista de perfil; 34. isoquela vista frontal. Xestospongia grayi: 35. estrôngilo. (Escala=50 um). IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 15-31, 30 set. 1993 Esponjas do arquipélago de Fernando de Noronha... 29 Figs. 36-39. Aspecto geral: 36. Plakortis simplex; 37. Plakinastrella onkodes: 38. Erylus formosus; 39 Tethya aurantium. (Escala=10mm). IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (75): 15-31, 30 set. 1993 30 MOTHES & BASTIAN SE gua dO a a e PS A a e e e MO O O RE Figs. 40-44. Aspecto geral: 40. Spirastrella coccinea; 41. Cliona carteri; 42. Chondrilla nucula; 43.Chondrosia collectrix; 44. Ptilocaulis bistyla. (Escala=10mm). IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 15-31, 30 set. 1993 Esponjas do arquipélago de Fernando de Noronha... 31 Figs. 45-48. Aspecto geral: 45. Lissodendoryx isodictyalis; 46. Xestospongia grayi; 47. Ircinia felix, 48. Aplysina fulva. (Escala=10mm). IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (75): 15-31, 30 set. 1993 gr cal Hure TA ANALISIS MORFOLOGICO DE TRIOPS LONGICAUDATUS (LE CONTE) (BRANCHIOPODA: NOTOSTRACA) EN ARGENTINA ! Inés I. Cesar ? Emilia P. Hernández ? Alejandra Rumi * ABSTRACT MORFOLOGICAL ANALYSIS OF TRIOPS LONGICAUDATUS (LE CONTE) (BRANCHIOPODA: NOTOSTRACA) IN ARGENTINA. The variation of six ectosomatical characteristics of Triops longicaudatus (Le Conte) was studied. The abdominal body rings without legs, telson spinulation pattern, carapace length and the external morphology of the resting eggs presented the highest variability. T. pampeanus Ringuelet, 1944 is considered a junior synonym of T. longicaudatus as demonstrated by multivariate analysis. KEYWORDS. Notostraca, Triops longicaudatus, morphology, distribution. INTRODUCCION El género Triops (Schaeffer), de distribuciön cosmopolita, es de hábitos bentönicos y puebla principalmente las aguas lénticas temporarias. LINDER (1952) en su importante revisiön de los notostracos de Norteamérica, unifica em Triops longicaudatus (Le Conte, 1846) a todas las especies del género descriptas para esa región. Los principios utilizados para la taxonomia de los Notostraca, han sido discutidos por varios autores (BRAEM, 1893; GURNEY, 1923, 1924; BARNARD, 1929 y GAUTHIER, 1934) y aplicados a las especies europeas, asiáticas y africanas. Seguiendo a LINDER (1952), hemos tomado los caracteres por él recomendados y las variaciones de la cápsula del huevo de resistencia que en muchos casos permite la identificación 1. Contribución Científica Nº 518 del Instituto de Limnologia “Dr. Raúl A. Ringuelet”. 2. Instituto de Limnología “Dr. Raúl A. Ringuelet”, Casilla Correo Nº 712, 1900 La Plata, Argentina. (Investigador CIC). 3. Departamento Zoologia Invertebrados, Museo La Plata, Paseo del Bosque s/nº, 1900 La Plata, Argentina. 4. Instituto de Limnología “Dr. Raúl A. Ringuelet”, Casila Correo nº 712, 1900 La Plata, Argentina. (Investigador CONICET). IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 33-46, 30 set. 1993 34 CESAR; HERNANDEZ & RUMI específica (ALONSO & ALCARAZ, 1984). Elestudio de estos crustáceos en la Argentina ha sido, en general, muy fragmentario, principalmente en aspectos sistemáticos y de distribución; y se carece de información acerca de su biologia y ecologia locales. Lo realizado hasta el momento data de varias décadas atrás (THIELE, 1907; RINGUELET, 1944). Este trabajo es el primero que intenta analizar conjuntamente los aspectos morfológicos y distributivos, en T. longicaudatus. Los objetivos son: (1) analizar el valor diagnóstico de los caracteres apuntados por LINDER (1952) para T. longicaudatus y el de otros atributos tales como, el número completo de apéndices abdominales y la morfología externa de la cápsula del huevo de resistencia; (2) investigar el status de Triops pampeanus Ringuelet, 1944 y (3) dar a conocer algunos aspectos de la distribución de T. longicaudatus en la Argentina. MATERIAL Y METODOS El material estudiado pertenece a la colección del Museo de La Plata (MLP). El cual está integrado por lotes correspondientes a las seguientes provincias: Santiago del Estero, nº 1 (11 ejemplares) sin localidad más específica; La Rioja, nº 2 (6 ejemplares) de Illia; Córdoba, nº 3 (5 ejemplares) de Pampa de San Luis; San Juan, nº 4 (33 ejemplares) de Bermejo; Buenos Aires, nº 5 (21 ejemplares), Capital Federal, Bafiado de Flores; Mendoza, nº 6 (17 ejemplares) sin localidad más específica y nº 7 (1 ejemplar) de su extremo sur; La Pampa, nº 8 (3 ejemplares: holotipo y dos paratipos de Triops pampeanus Ringuelet, 1944) de una laguna, de 10 hectáreas de superficie, de General Acha; Buenos Aires, nº 9 (5 ejemplares) de General Lamadrid; Neuquén, nº 10 (17 ejemplares) de Arroyito y nº 11 (2 ejemplares) de Zapala; Rio Negro, nº 12 (57 ejemplares) y nº 13 (2 ejemplares) de General Conesa. Lote estudiado, con fines comparativos, MLP nº 14 (11 ejemplares) de Springville, Arizona, U.S.A.. Se analizaron un total de 6 características ectosomáticas y sus estados en 1779 individuos hembras. Los caracteres considerados fueron: 1) longitud del escudo (tomada en la línea media, en sentido antero-posterior; 2) número total de apéndices abdominales, 3) número de anillos abdominales con y sin apéndices; 4) presencia de anillos incompletos o medios anillos (i), que se hallaron entre el telson y el último anillo abdominal; 5) morfología externa de la cápsula del huevo de resistencia, que fueron preparados según CESAR (1990) y observados con el microscopio electrónico de barrido (MEB) JOEL JSM-T100 y 6); número y disposición de las espinas dorsales del telson, que se diferencian en espinas bien desarroladas (sp) y menos desarroladas y cortas (sp II). No se consideró el número de anillos y apéndices torácicos ya que, éstos son siempre de once y once pares respectivamente. Análisis con empleo de técnicas numéricas: estas técnicas se implementaron para estimar el valor diagnóstico de los caracteres arriba mencionados e investigar el status de T. pampeanus. Los datos obtenidos a partir de su material tipo, fueron incluidos en la matriz básica de datos. El programa utilizado fue el NT-SYS (Numerical Taxonomic System of Multivariate Statistical Program), disefiado por Rohlf, 1972 y siguiendo a CRISCI & ARMENGOL (1983). Para estos análisis, a partir del total de individuos estudiados se conformó una matriz básica de datos (MBD) de 66 OTU (individuos) x 13 atributos (6 cuantitativos y 7 cualitativos codificados como presencia/ausencia (1 / O respectivamente) que se enumeran y describen en la tabla III. Los atributos 9 a 12 se describen en resultados. El coeficiente de similitud empleado fue el de distancia taxonómica, cuyos valöres oscilan entre O y ®, siendo ® el que expressa la máxima similitud. A partir de éste se obtuvieron los fenogramas entre OTUs y caracteres (según técnicas Q y R, respectivamente). El análisis de agrupamiento correspondió al UPGMA. Por último, se efectuó un análisis de componentes principales, para analizar la contribución a la variabilidad total de cada caracter. RESULTADOS 1) Longitud del escudo: LINDER (1952) dió 14 a 19mm para los machos, no IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (75): 33-46, 30 set. 1993 Analisis morfologico de Triops longicaudatus... 35 Tabla I. Triops longicaudatus en la Argentina: medidas en mm y sus relaciones (A, ancho; L. longitud; n, número de individuos por lote; R, rangos; x, medias). LOTE L. ESCUDO L. TELSON A. TELSON L.ESCUDO A. TELSON L. TELSON L. TELSON l R=10,2-6,69 R=1,05-0,51 R=2,07-1,5 10,66 2,18 n=17 x=8,42 x=0,79 x=1,72 2. 7 n=1 8,94 1,02 1,98 8,76 1,94 3 R=12,72-5,7 R=1,08-0,45 R=2,64-0,93 10,99 2,03 n=57 x=8,35 x=0,76 x=1,54 + R=15,1-12,72 R=1,33-1,26 R=2,94-2,46 10,69 2,80 n= x=13,90 x=1,30 x=2,70 3 R=11,1-5,85 R=1,11=0,69 R=2,25-1,35 10,21 za n=17 x=8,88 x=0,87 x=1,84 6 n=1 16,56 1,41 Sl 11,74 2,49 % R=17,85-11,0 R=2,31-1,02 R=3,24-1,17 11,30 2,04 n=31 x=15,6 x=1,38 x=2,83 8 R=12,36-11,2 R=1,20-1,02 R=2,19-1,92 10,71 1,89 n= x=12,10 x=1,13 x=2,14 9 R=11,97-6,93 R=0,93-0,66 R=1,56-1,29 10,57 1,77 n= x=8,67 =0,82 x=1,45 10 R=17,5-13,83 R=1,59-1,20 R=2,88-2,34 11,27 1,89 n=11 x=15,89 x=1,41 x=2,67 11 R=13,53-10,3 R=1,41-1,02 R=2,37-2.017°3553 1979 n=5 x=11,63 x=1,22 x= 2,19 12 R=16,2-11,46 R=1,47-1,11 R=2,64-2,19 11,20 1,87 n=21 x=14,22 x=1,27 x=2,38 13 R=17,7-12,69 R= 1,65-1,26 R=3,57-2,31 10,87 2,09 n= x=15,96 x=1,47 x=3,07 encontrados en nuestro material. Los valores mäximos y minimos obtenidos para las hembras (Tabla I) resultaron algo menores que los ya dados. Al comparar estos resultados con las observaciones tomadas del lote de Arizona, no se apreciaron importantes diferencias. Cabe sefialar, que al correlacionar la longitud del escudo con el número de anillos abdominales sin apéndices, se obtuvo un r=-0,57, altamente significativo (n=179, P > 0,01); lo que significa que existiría una tendencia a que disminuya el número de anillos sin apéndices cuanto mayor es la longitud del escudo. 2) Apéndices abdominales: es muy poca la información existente acerca del número total de apéndices abdominales, si bien LINDER (1952) cita para T. longicaudatus valores entre 43 y 55 pares, o sea, con un rango de variación de 12. En ejemplares de Argentina, hemos podido reconocer una gran variabilidad en el número de estos apéndices, prácticamente duplicada el rango observado en las formas norteamericanas. En la tabla I, puede apreciarse esta variación, el número máximo hallado corresponde a un ejemplar del lote 1 (Santiago del Estero) con 60 pares y el mínimo a otro del lote 12 (Río Negro), 37 pares, con un rango de variación de 23. Anillos corporales: según LINDER (1952) todas las especies descriptas de Triops, se caracterizan por tener un mayor número de anillos corporales en comparación con el género Lepidurus Leach, 1816. Dicho autor cita para T. longicaudatus, 34 +1-44, variando dentro de esos límites los ejemplares de una misma muestra. En los de Argentina, el IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 33-46, 30 set. 1993 36 CESAR; HERNANDEZ & RUMI Tabla II. Triops longicaudatus en la Argentina: medidas en mm y sus relaciones (1, apéndices abdominales; 2, anillos abdominales; 3, con apéndices; 4, sin apéndices; 5, número de individuos con medios anillos; n, número de individuos; R, rangos; X, medias). LOTE l 2 3) 4 5 l R=46-43 R=27-24 R=18-16 R=9-8 4 n=17 x=43 x=26 X 17 x=8 2 45 DS 19 8 0 nl 3 R=47-37 R=28-20 R=18-12 R=9-7 16 DS] x=44 Ely xl] x=8 4 R=47-46 R=28-27 R=21-19 R=8-7 0 02 x=46,5 EDS) x20 x=1.3 5 R=47-43 R=27-24 R=19-16 R=8-6 1 1==17/ x—48 sell selo x=8 6 43 DS 18 Y 0 nel 7 R=54-38 R=28-20 R=20-16 R=8-5 5 n=31 x=47 x=26 x=19 xl 8 R=53-46 R=27-25 R=21-19 R=6-5 0 n=6 x=48 x=26 x=20 x=6 9 R=44-40 R=27-24 R=20-18 R=7-6 1 n=5 4) xD x=19 x 10 R=60-45 R=27-24 R=22-19 R=6-5 0 mel x=9 x=26 xD x=5 11 x=50-39 R=25-23 R=19-17 R=6 2 = x=46 x=24 x=18 X= 2 R=47-43 R=28-23 R=22-17 R=7-5 3 = x=44 x—25 x=19 x=6 13 R=48-42 R=26 R=18 R=8 2, ES) x=46 x=6 x=18 = número de anillos corporales ha variado entre 31+1-39 y con las mismas características de variabilidad que para los representantes norteamericanos de la especies. 3) Anillos abdominales con y sin apéndices: en nuestro material, el número total de anillos abdominales varió entre 20 y 28, con promedios variables según los lotes de 24 a 27. Lo mismo ocurrió con los anillos abdominales con apéndices, en los que se halló un rango de variación de 12 a 22 y con promedios variables entre 17 y 21. Los anillos abdominales sin apéndices variaron de 5 a 9 y en general se ajustan a los patrones de variabilidad para la forma norteamericana. 4 4) Anillos incompletos o medios anillos (1): su presencia, en general, fue variable de acuerdo a los lotes y su frecuencia baja; en el lote 12, el 28% de los ejemplares los presentaron; en los demás lotes, si bien se registraron, su frecuencia fue menor. No se encontraron anillos en espiral, ni tampoco una relación con algún tipo particular de modelos de telson. 5) Morfologia externa de la cápsula del huevo de resistencia: hemos encontrado dos variedades principales en cuanto a la estructura de la corteza - a) lisos, representados en la mayoria de los lotes examinados y mamelonados, los lotes de La Rioja (nº 2) y Buenos Aires, General Lamadrid (nº 9) (correspondientes a los atributos 7 y 8 del análisis de IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 33-46, 30 set. 1993 Analisis morfologico de Triops longicaudatus... 87 técnicas numéricas). El diámetro de los huevos de corteza lisa tuvo escasa variación, con un rango entre 0,305mm y 0,357 mm. Lo mismo ocurre con los huevos de T. longicaudatus de Springville (Arizona), cuyo diämetro promedio es de 0,340mm; en los especímenes mejor conservados, la superficie capsular no tiene aspecto esponjoso; a 200 aumentos se notan muy pocos poros (fig. 2), a más altas magnificaciones puede notarse gran número de poros de diversos tamafios (figs. 3-5); b) mamelonados, presentaron corteza integrada por estructuras en forma de mamelones o domos (fig. 6) que constituyen cámaras en la capa alveolar (fig. 7); con altas magnificaciones, de los mamelones se elevan estructuras de aspecto dentiforme (fig. 8), una o dos por mamelón, que terminan en punta roma o bifurcada; estas midieron 21 um de altura en línea recta desde la zona de emergencia hacia la punta. Este tipo de estructura es singular y hasta el momento no se ha mencionado para el género. No se observaron poros. En los individuos que presentaron huevos mamelonados tampoco se registraron medios anillos. Espinas del telson: en el material examinado hemos encontrado que, como ocurre en las poblaciones de Norteamérica de T. longicaudatus, no hay un patrón poblacional constante en el número, tamafio y disposiciön de las espinas de la región dorsal del telson y en su márgen porterior. Por ello, es necesario examinar un número alto de especímenes para evaluar la variabilidad. LINDER (1952) considera que dos espinas en el márgen dorsal del telson podrían ser características de T. longicaudatus, aunque aún en este aspecto hay diferentes criterios. Dicho autor, cita unos 15 modelos diferentes de disposiciön de espinas sp y spll. En nuestro material, y de acuerdo con el modelo de telson básico con 3 sp principales, una central y dos laterales, situadas dorsalmene y por encima o por debajo del margen porterior, expresamos las cuatro variaciones que pudieron ser registradas en nuestras poblaciones (fig. 1): telson 1 (MT 1), apartado del modelo básico con 2 spy varias spII; telson 2 (MT 2), con modelo básico, 3 a 6 sp, sin sp II, se presentan 5 variedades; telson 3 (MT 3), com modelo básico, 3 a 6 sp,con spII por arriba y por debajo dei borde posterior del telson, 5 variedades; telson 4 (MT 4), con modelo básico, 4 sp, las 2 sp laterales se encuentran por debajo del borde posterior del telson, con spII por arriba y/o por debajo del borde posterior. Algunos de los modelos arriba descriptos (fig.1), se repiten en los dados por LINDER, por ejemplo: el modelo básico, MT 2,, MT 2,y MT 3, aunque, en nuestras poblaciones, las spII por debajo del telson son más numerosas. La frecuencia relativa de aparición de los modelos descriptos por nosotros, se estudiará al analizar los fenogramas. Resultados del análises de técnicas numéricas: a partir de la interpretación del primer fenograma (fig. 9), en la que se estima la relación entre caracteres: la longitud del escudo y la longitud del telson (caracteres 1 y 2) y elnümero de anillos sin apéndices con el modelo de telson 2 (caracteres 5 y 10), fueron los que demostraron estar más altamente correlacionados. Con respecto a la similitud entre individuos, en el fenograma obtenido (fig. 10) no se formaron grupos claros. Sin embargo, se puedieron identificar dos grandes grupos más un individuo aislado (OTU 53). Este último se caracterizó por ser único ejemplar con modelo de telson 1. Elprimer grupo (G 1) que presentó huevos de resistencia mamelonados puede dividir-se en dos subgrupos, de los cuales, uno de ellos con modelo de telson 4 (G la), raro en su frecuencia de apariciön y el otro, modelo de telson 3 (G 1b), más frecuente. En el segundo grupo (G 2), caracterizado por huevos de resistencia lisos, también IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (75): 33-46, 30 set. 1993 38 CESAR; HERNANDEZ & RUMI pudieron reconocerse dos subgrupos, el primero (G 2a) con modelo de telson 3 y el segundo (G 2b), con modelo de telson 2. Con respecto a los ejemplares del lote que RINGUELET (1944) denominó Triops pampeanus, no conformaron un grupo particular intercaländose sus individuos en uno de los grupos más numerosos y de características más frecuentes (G 2b). Como resultado del análisis de componentes principales (tabla III) se obtuvieron 3 factores que presentaron un porcentaje de variación acumulada de 42,40% para I, 22,65% para II y 16,23% para III y una total de 81,28%. En el factor I los caracteres que más contribuyeron a la variabilidad fueron el número de anillos abdominales sin apendices y el modelo de telson 2. Para el factor II, los que más contribuyeron fueron los dos tipos de huevos, lisos y mamelonados, y por último al factor III, contribuyó principalmente el modelo de telson 3. En el mapa (fig. 11) se puede observa la distribución geográfica del material examinado. Tratando de encontrar un gradiente de distribución, regido por las condiciones climáticas, se analizó si los individuos de las localidades de los grupos resultantes y descriptos en el fenograma (fig. 10), se correspondían con un tipo particular de clima. A partir de aqui se obtuvo que el grupo 1 y 2 del fenograma, predominó en los climas árido de las sierras y bolsones y templado pampeano. En cuanto a los subgrupos, G 2a predominaron en orden decreciente del clima árido de las sierras y bolsones al templado pampeano, serrano y semiárido y G 2b, se localizó mayormente en clima semiárido y en mucha menor proporción en el árido de is sierras y bolsones, árido patagónico y templado de transición. Tabla III. Triops longicaudatus en la Argentina: aporte de variabilidad de cada caracter a los tres primeros factores resultantes del análisis de componentes principales (I: con mayor aporte de los atributos 5 y 10; al II: contribuyeron el 7 y 8y al III: el 11 y 10). Caracteres: 1) Longitud del escudo (en mm); 2) Longitud del telson (en mm); 3) número de apéndices abdominales; 4) número de anillos abdominales con apéndices; 5) número de anillos abdominales sin apéndices; presencia/ausencia de : 6) medios anillos; 7) huevos lisos; 8) huevos mamelonados; 9) modelo de telson 1 (MT 1); 10) modelo de telson 2 (MT 2); 11) modelo de telson 3 (MT 3); 12) modelo de telson 4 (MT 4) y 13) número de espinas principales del tenson. COMPONENTES ATRIBUTOS 1 0555 -0,636 -0,402 2 0,599 -0,526 + -0,454 3 0,570 -0,377 -0,074 4 0,611 -0,331 0,236 5 -0,867 0,019 -0,179 6 0,035 0,109 -0,114 7! -0,594 -0,672 0,306 8 0,594 0,672 -0,306 9 -0,109 0,178 0,436 10 -0,763 -0,254 ° -0,514 11 OR 0,017 0,562 12 0237 0,562 -0,428 13 0,522 -0,062 -0,093 IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (75): 33-46, 30 set. 1993 Analisis morfologico de Triops longicaudatus... 39 DISCUSION Y CONCLUSIONES ALONSO & ALCARAZ (1984) han estudiado los huevos de resistencia con el MEB en Lepidurus apus (Linné, 1758), Triops cancriformis simplex (Ghigi) y T. cancriformis mauritanicus (Ghigi). En estas especies no se encuentran estructuras ornamentales características o divisiones de la superficie capsular en celdillas, como sí ocurre en varios anostracos y concostracos. Lepidurus apus presenta una corteza lisa y sin poros. En las dos variedades de T. cancriformis el aspecto de la corteza es esponjoso; con poros en 7. c. simplex y sin ellos en T. c. mauritanicus. En la mayoría de los especímenes argentinos mejor conservados, la superficie capsular no tiene aspecto esponjoso, como lo descripto para T. cancriformis, sino liso y con poros bien definidos. En cuanto a los huevos de corteza mamelonada, hasta el momento, este tipo característico de cápsula, no ha sido descripta para alguna otra especie de Triops ni Lepidurus. De acuerdo a lo observado en las características ectosomáticas del material estudiado, se considera que es propia la adscripción del mismo a T. longicaudatus. Además, dado que los ejemplares tipos de T. pampeanus no demostraron tener diferencias relevantes, se considera que T. pampeanus Ringuelet, 1944 es sinónimo de T. longicaudatus. El grupo que presenta huevos mamelonados (de La Rioja y General Lamadrid, Buenos Aires), y sin variaciones de importancia en el resto de los caracteres estudiados, podría adscribirse a otra categoría taxonómica, quizá inferior a la de especie. Pero, debido a la escasez del material estudiado, se prefiere postergar dicha adscripción hasta que se puedan realizar mayores colectas. En general, la distribución geográfica de estos notostracos en la Argentina, se encuadró en los climas semiárido, árido de las sierras y bolsones y templados serrano, de transición y pampeano. Agradecimientos. A la Dra. Analía Lanteri, Investigadora CONICET, por su colaboración y valiosas sugerencias. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ALONSO, M. & ALCARAZ, M. 1984. Huevos resistentes de crustáceos Eufilópodos no Cladóceros de la Península Ibérica: observación de la morfología externa mediante técnicas de microscopía electrónica de barrido. Oecologia Aquatica, Barcelona (7): 73-78. BARNARD, K.H. 1929. Revision of the South African Branchiopoda (Phyllopoda). Ann. South African Mus., Cape Town, 29 (1): 181-272. BRAEM, F. 1893. Bemerkungen über die Gattung Apus. Zeitschr. wiss. Zool., Liepzig, 61 (1): 165-187. CESAR, I. I. 1990. Primer registro de Limnadia brasiliensis (Sars) (Crustacea: Conchostraca) para la Argentina. Observaciön y descripciön del huevo de resistencia mediante técnicas de microscopía electrónica de barrido. Neotropica, La Plata, 36 (96): 87-91. CRISCI, J.V. & ARMENGOL, M. F. L. 1983. Introducción a la teoría y práctica de la taxonomía numérica. Monografia nº 26, serie Biologia. Secretaría General de la Organización de los Estados Americanos. Programa Regional de Desarrollo Científico y Tecnológico. 132p. GAUTHIER, H. 1934. Contribution a I'étude de 1'Apus cancriformis et de ses variations dans I'Afrique du Nord (Euphyllopode notostracé). Bull. Soc. Sci. Nat. Maroc, Maroc, (14): 125-138. GURNEY, R. 1923. Notes on some British and North African specimens of Apus cancriformis, Schaeffer. Ann. Mag. Nat. Hist., London, ser. 9, (11): 496-502. —. 1924. Some notes on the genus Apus (Crustacea: Branchiopoda). Ann. Mag. Nat. Hist., London, ser. 9, (14): 559-568. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (75): 33-46, 30 set. 1993 40 CESAR; HERNANDEZ & RUMI LINDER, F. 1952. Contributions to the morphology and taxonomy of the Branchiopoda Notostraca, with special references to the North American species. Proc. U. S. Nat. Mus., Washington, 102 (3291): 1-69. RINGUELET,R.A. 1944. Triops pampeanus. Nueva especie de Branchipodo Notostraco. Not. Mus. La Plata, Zool., La Plata, 9 (75): 179-190. THIELE, J. 1907. Einege neue Phyllopoen. Arten des Berliner Museums. I. Ueber Südamerikanische Phyllopoden. Sitzung. Gessell. Naturf. Freunde Berlin, Berlin 1907: 288-289. Recebido em 03.07.1992; aceito em 11.03.1993. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (75): 33-46, 30 set. 1993 Analisis morfologico de Triops longicaudatus... 41 Fig. 1. Triops longicaudatus: esquemas de los modelos de telson observados, de acuerdo al número y disposición de espinas. BPT, borde posterior del telson; MBT, modelo de telson básico; Sp: espinas principales y Spll: espinas accesorias. Los subíndices corresponden a las variedades que se presentaron en los modelos de telson 2 y 3. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 33-46, 30 set. 1993 42 CESAR; HERNANDEZ & RUMI Mm Figs. 2-5. Triops longicaudatus: huevos de resitencia de cápsula lisa. Escalas: 100um, 2, 3; 10um, 4; Ium, 5. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 33-46, 30 set. 1993 Analisis morfologico de Triops longicaudatus... 43 Figs. 6-8. Triops longicaudatus: huevos de resistencia de cápsula mamelonada. 6. vista general; 7. corte de la pared capsular; 8. detalle de las estructuras piramidales de las espinas de los mamelones capsulares. Escalas: 100um, 6 e 7; 10pm, 8. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 33-46, 30 set. 1993 Mn CESAR; HERNANDEZ & RUMI = PN Sn a (6) [63] O © O —— O cad O cad air it [63] O O) O O a O SER [0 0) (O O1 == md, ST TN a r— ee O fo O [T — | | — r— = IT ad) o | To oO O oO O o Tm — o “ 14 6) ) (6) | O O oO O a “ o oO O Õ O © O N FER == uch pa di cw N o u N O o ES - » wo MN en oO O _ a Go a a ca E na rer =) p O SO O QRO DB O =, VOTES 161) 0 Q1 N N 67) N O [e)) SJ O Fig. 9. Fenograma que estima la relación entre caracteres de Triops longicaudatus , a partir de la aplicación de un análisis de agrupamientos y de un coeficiente de distancia. Los atributos fueron numerados de acuerdo a como se presentan en la Tabla III. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (75): 33-46, 30 set. 1993 Analisis morfologico de Triops longicaudatus... 45 C.Cc.c. = 0.92 Fig. 10. Fenograma que estima el grado de similitud entre los individuos de Triops longicaudatus (G, grupos: 1, huevos mamelonados; 2, huevos lisos; a, modelos de telson 3; b, modelo de telson 2; corresponde a los ejemplares de T. pampeanus. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 33-46, 30 set. 1993 46 CESAR; HERNANDEZ & RUMI = 2 00.2.0 200. gases. YA, d Fig. 11. Distribución de Triops longicaudatus en Argentina. (1. Santiago del Estero; 2. La Rioja; 3. Córdoba; 4. San Juan; 5. Capital Federal; 6. Mendoza; 7. Mendoza Sur; 8. La Pampa; 9. Buenos Aires, General Lamadrid; 10. Neuguén, Arroyito; 11. Neuquen, Zapala; 12 y 13. Rio Negro, General Conesa). IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (75): 33-46, 30 set. 1993 ANEMONAS DE MAR DEL PLATA Y LOCALIDADES VECINAS. IV. TRICNIDACTIS ERRANS PIRES, 1988 (ACTINIARIA, HALIPLANELLIDAE) Adriana C. Excoffon ! Mauricio O. Zamponi !? ABSTRACT THE SEA ANEMONES OF MAR DEL PLATA AND NEAR AREAS. IV. TRICNIDACTIS ERRANS PIRES, 1988 (ACTINIARIA, HALIPLANELLIDAE). Tricnidactis errans Pires, 1988 is recorded for the first time from intertidal of Mar del Plata (38º 05'S - 57º 32’W). Evaluation of the variability of morphological features used as taxonomic characters is given in adition to general comments on the distribution and ecology of this species. KEYWORDS. Taxonomy, Acontiaria, Haliplanellidae, Morphology. INTRODUCCION En Mar del Plata, los actiniarios Acontiaria están representados por dos especies (ZAMPONI, 1979): Ramirezia balsae Zamponi, 1979 (Ramireziidae) y Sagartianthus fasciarum Zamponi, 1979 (Sagartiidae). En el intermareal marplatense fue hallada una anémona acontiária, Tricnidactis errans Pires, 1988, que forma pequefias agregaciones y generalmente es epizoica sobre una amplia variedad de organismos. Esta especie sólo ha sido mencionada para la localidad tipo. La finalidad de este trabajo es dar a conocer nuevos datos morfológicos de T. errans, ampliando además el rango de distribución de la misma en el Atlántico Sudoccidental. MATERIALES Y METODOS Fueron estudiados 300 ejemplares de T. errans procedentes del intermareal de Punta Cantera (38º 05’S, 57º 32’W) y recolectados durante las máximas bajamares mensuales (0,20 m de altitud, aproximadamente) en el período comprendido de Febrero/89 a Julio/91. El material fue anestesiado con cristales de mentol, fijado en solución salina de formaldehido al 5%. Se realizó la disección de 195 ejemplares para estudios de anatomía, observados bajo estereomicroscópio; se 1. Faculdad de Ciencias Exactas y Naturales (UNMdP). Departamento de Ciencias Marinas. Laboratorio de Biologia de Cnidarios. Funes 3250. (7600) Mar del Plata, Argentina. 2. Carrera del Investigador Cientifico del CONICET. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (75): 47-53, 30 set. 1993 48 EXCOFFON & ZAMPONI efectuaron cortes transversales y longitudinales de 7 um de espesor, los cuales fueron tratados con la tinción clásica de Hematoxilina - Eosina, para su observación en microscopio óptico. Se analizaron los cnidae en ejemplares vivos y fijados, aplicando la terminologia de SCHMIDT (1969,1972,1974); la media, el rango, y el número total de cnidae medidos (n), asi como también la relación entre el número de ejemplares con determinado tipo de cnida y el número de ejemplares total examinado para ese tipo de tejido (N), fueron analizados según DUNN (1982a); estos valores se comparan con los hallados por PIRES (1988). RESULTADOS Aportes al conocimiento morfológico de T. errans. Basado en la descripción original (PIRES, 1988), se mencionan sólo las características más conspicuas o aquéllas en las cuales se registran variaciones. Disco pedal: base adherente y delicada, circular con numerosas lobulaciones debido a la reproducciön asexual por laceración pedal; diâmetro de 3,0 a 16,5 mm en material fijado. Columna (fig. 1) dividida en capitulum y scapus; lisa y uniforme en textura, salvo por las cinclides, amenudo observables a 0jo desnudo; usualmente cilíndrica, hemisférica o de cono truncado al estar contraída; en ejemplares pequefios, es translúcida al estar extendida, por lo que las estructuras internas son visibles; altura de 3 a 16 mm. Coincidente con PIRES (1988), la coloración del scapus es rosada intensa, pero puede ser también verdosa. Las inserciones mesenteriales en ejemplares grandes sólo son visibles en el capitulum que es conspicuo y blanco translúcido. El número de cínclides, usualmente endocélicas, es variable ( generalmente 2 63, pero hasta 4 ó 5 por endocel); están ubicadas en el tercio medio de la columna, justo debajo del capitulum. Como lo mencionara PIRES (1988), hay un esfinter mesogleal débil, ubicado bajo los tentáculos marginales y más cercano al ectodermo que al endodermo. El ectodermo es muy rico en nematocistos y la musculatura circular endodermal está bien desarrollada. Disco oral de 3 a 12 mm; circular, plano y liso; diámetro equivalente al de la columna. La boca presenta labios levemente anaranjados; los endoceles de los mesenterios del primer orden son amarillos, si bien hay variaciones. Rodeando la base de los tentáculos y hacia la boca, hay una mancha marrón en forma de V, característicatde la especie (PIRES, 1988); por detrás de los tentáculos del primer ciclo se prolonga el color amarillo en el disco oral. En algunos, sólo los endoceles de los mesenterios directivos y la mitad o el tercio de los endoceles en los mesenterios restantes, son amarillos; el resto del disco oral es transparente. Actinofaringe: con características similares a las descriptas originalmente; el número de sifonoglifos varía de 1 a 3, siendo más comunes con dos sifonoglifos. Tentáculos: lisos, delgados, en ocasiones bifurcados; los internos son más largos que los externos; el número máximo observado fue de 158 tentáculos. Elcolores variable: amarillo, castafio o verdoso, siendo más común el blanco. La musculatura longitudinal es ectodérmica y el ectodermo es muy notorio por su desarrollo. | No fue observada la formaciön de “catch tentacles” mencionada por PIRES (1988) en algunos ejemplares brasilefios. Sin embargo, WILLIAMS (1991) indica que este tipo de tentáculo no está siempre presente en todos los individuos, ya que la aparición de estas estructuras de agresión es un fenómeno inducido; incluso pueden desaparecer y retornar a las características normales transcurrido un tiempo, al no continuar los contactos IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 47-53, 30 set. 1993 Anemonas de Mar del Plata ... 49 ocasionales con individuos de otras especies o clones. Mesenterios: PIRES (1988) indica 24 pares distribuídos hexamericamente en tres órdenes, siendo el primer orden perfecto, y los otros dos imperfectos. Este es el esquema mesenterial o “patrón” normal, que caracteriza a la mayoria de los ejemplares examina- dos. Sin embargo, fueron encontrados individuos con tres y hasta nueve pares de mesenterios perfectos (tabla I) y disposiciön asimétrica. En general, en ejemplares grandes, la fórmula mesenterial varía según el número de pares de mesenterios perfectos, ya que de éstos depende el número de mesenterios imperfectos según la relación n + n + 2n, siendo n el número de pares de mesenterios perfectos. En los ejemplares con 32 y 36 pares de mesenterios (figs. 2,3) dicha fórmula es 8 +8 + 16=32,y9+9+18=36, respectivamente. El músculo retractor de los mesenterios de primer y segundo orden, difuso a circunscripto-difuso, está bien desarrollado; los retractores de los mesenterios directivos son más fuertes. Los acontia, similarmente a lo que sucede en Acontiophorum niveum Fautin, Eppard & Mead, 1987, sólo son expulsados (uno por cínclide) cuando los ejemplares son molestados persistentemente, ya que la respuesta inicial es la secreción de mucus (FAUTIN et al., 1987). La asimetria a ambos lados del axis directivo debe realcionarse, como indicaran MANUEL (1981) y DUNN (1982b), a los mecanismos asexuales involucrados en la formación de esos indivíduos. Esta especie es dioica; fueron hallados ejemplares machos y hembras con las gónadas ubicadas en el segundo y tercer ciclo de mesenterios, restringidas al tercio proximal de la anémona. Cnidoma: el tipo de cnidae hallado (tabla II) es coincidente con el descripto por PIRES (1988). Habitat: En Mar del Plata, es encontrada en sitios protegidos del embate directo del oleaje pero de buena circulación de agua, y tal como lo indica PIRES (1988), en el límite entre el nivel mesolitoral inferior e infralitoral superior. El material examinado se encontró conviviendo con una amplia variedad de organismos, y muchas veces como epizoica de Brachydontes rodriguezi (Orb.), Balanus sp., urocordados coloniales, Hymeniacidon sanguinea Grant, 1827, Corallina sp. y Crepidula sp. Distribuciön: Bahia da Guanabara, Rio de Janeiro, Brasil (PIRES, 1988). Nueva cita: Mar del Plata (38° 05' S,57° 32’W), Argentina. Observaciones ecologicas. T. errans, en Mar del Plata, como lo indicado por PIRES (1988), presenta características similares a Haliplanella lineata (Verrill, 1869), que en ocasiones se establece y forma pequenas agregaciones durante un tiempo, para luego desaparecer por otro lapso. Dentro del celenterón fueron hallados restos de Crustacea, Amphipoda (Caprellidae y Gammaridea), y Decapoda, así como de insectos Hymenoptera y Diptera, por lo que se estima no hay selectividad del alimento, sino que es una especie oportunista. Frecuentemente fueron hallados en cercanías de los individuos de las agregaciones de T. errans dos especies de nudibranquios, que posiblemente se alimenten de esta anémona. Estos invertebrados han sido mencionados en numerosas oportunidades como uno de los IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 47-53, 30 set. 1993 50 EXCOFFON & ZAMPONI principales depredadores de Actiniaria, junto a picnogónidos y asteroideos (OTTAWAY, 1972). Tabla I: Variación del número de pares de mesenterios perfectos en T. errans. Pares de mesenterios Número de perfectos individuos 3 2 4 2 3 15 6 162 1 9 8 4 9 1 TOTAL 195 Tabla II: Anälisis comparativo entre los cnidae de T. errans de Mar del Plata, Argentina y de la bahia de Guanabara, Rio de Janeiro, Brasil (obtenidos en Pires, 1988). Tentäculo espirocisto b-rhabdoide p-rhabdoide Blb p-rhabdoide B2a p-rhabdoide C holotrico coluna b-rhabdoide p-rhabdoide Blb p-rhabdoide B2a holotrico actinofaringe b-rhabdoide p-rhabdoide B2a filamento mesenterial b-rhabdoide p-rhabdoide Bla p-rhabdoide Bla p-rhabdoide Blb p-rhabdoide B2a acontia b-rhabdoide p-rhabdoide Blb p-rhabdoide B2a Mar del Plata (um) 18,4 (12,8-26,4) x 3,3(1,6-4,4) n=92 N=6/6 15,3 (11,2-19,2) x 1,6(1,6-2,4) n=42 N=3/6 10,1 (8,0-11,2) x 2,7 (2,4-3,2) n= 19 N=2/6 27,5 (14,4-37,4) x 3,9 (2,4-5,5) n=98 N=6/6 no hallado 19,9 (16,5-22,0) x 3,0 (2,2-3,3) n=22 N=3/6 10,7 (8,0-12,8) x 2,0 (1,6-2,4) n=47 N=4/4 17,9 (14,4-23,2) x 3,0 (2,4-4,0) n=48 N=4/4 23,4 (17,6-33,0) x 3,9 (3,2-4,4) n=56 N=4/4 12,7 (11,2-14,4) x 3,1 (2,4-4,0) n=34 a 21,5 (13,6-27,2) x 2,2 (1,9-2,9) n=58 N4/5 23,4 (17,5-29,1) x 4,8 (3,9-5,8) n=78 N=5/5 15,7 (13,6-19,4) x 1,6 (1,5-2,3) n=41 N=3/3 14,0 (11,6-15,5) x 3,7 (1,9-4,9) n=52 N=3/3 no hallado 22,1 (17,5-27,2) x 3,3 (2,9-4,9) n=50 N=3/3 35,7 (27,2-38,8) x 6,2 (4,9-7,8) n=45 N=3/3 26,0 (19,2-35,2) x 2,1 (2,2-3,3) n=99 N=6/6 21,9 (15,4-34,1) x 4,1 (3,8-5,7) n=90 N=6/6 59,9 (46,2-73,1) x 5,8 (5,5-7,7) n=95 N=6/6 Bahia de Guanabara (um) 16,0 (9,6-24,0) x 2,6(1,5-4,5) 13,3 (8,8-18,4) x 2,2(1,8-3,0) 11,1 (8,8-13,6) x 3,3 (2,0-4,0) 24,7 (15,2-32,8) x 3,5 (2,4-4,8) 34,6 (29,0-43,0) x 4,2 (3,0-6,4) 28,2 (14,4-40,0) x 2,6 (1,6-3,2) 10,1 (8,0-12,0) x 1,3 (1,0-2,0) 13,3 (12,0-15,0)x 3,7 (3,0-5,0) 19,2 (16,8-23,0) x 4,3 (3,0-5,0) 14,6 (11,2-18,4)x 3,1 (2,0-4,0) 15,2 (11,2-18,4)x 1,7 (0,9-2,0) 19,0 (15,2-22,4) x 3,5 (2,5-4,0) 12,5 (11,2-15,2)x 3,5 (2,8-4,3) 13,4 (11,2-15,2)x 3,5 (2,8-4,3) 17,6 (16,0-21,0) x 3,6 (3,0-4,0) 21,3 (18,0-25,5) x 3,6 (2,2-5,0) 31,1 (25,6-39,0) x 4,9 (4,0-6,0) 24,5 (12,8-32,0) x 2,8 (2,0-3,5) 24,1 (16,0-28,8) x 4,4 (4,0-5,0) 53,1 (41,6-68,0) x 6,9 (6,0-7,5) IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (75): 47-53, 30 set. 1993 Anemonas de Mar del Plata ... 51 DISCUSION Existe controversia respecto a la existencia y utilización de uno de los tipos de nematocistos que caracteriza a la familia Haliplanellidae, los microbásicos amastigóforos (o p - rhabdoides Blb, según SCHMIDT, 1969). Estos no son realmente amastigóforos ya que presentan un filamento vestigial que generalmente queda dentro de la cápsula cuando el nematocisto es disparado, pero claramente constituyen un tipo diferente de cnida. La presencia de tres tipos de nematocistos en el acontia define a Haliplanellidae, y PIRES (1988) muy criteriosamente mantiene la validez de este taxón al encontrar en la especie T. errans de la bahia de Guanabara la existencia de b-rhabdoides, p-rhabdoides B Ib y B 2a; sugiere también que la supresión o inclusiön del p-rhabdoides B Ib (o amastigóforo) en otra categoria preexistente de nematocistos podría sólo agravar aún más la ya confusa sistemática de las anémonas Acontiaria. Posteriormente, ENGLAND (1991) recomendó mantener el término amastigóforo para incluir a los rhadboides que carecen de filamento o con uno delgado y relativamente corto que no exceda más de tres veces la longitud del dardo. El hecho de haber hallado en el acontia de los ejemplares estudiados nematocistos p-rhabdoides B Ib, claramente diferenciados de los p-rhabdoides B 2a y b-rhabdoides, confirma el criterio de PIRES (1988) de mantener la validez de la familia Haliplanellidae. Los ejemplares encontrados en la costa de la ciudad de Mar del Plata presentan ciertas diferencias con aquellos descriptos por PIRES (1988). Las variaciones anivel del número de cínclides, de tentáculos, y del número de pares de mesenterios perfectos y total deben relacionarse con el tamafio mayor hallado en los ejemplares, y no justifican la creación de un nuevo taxón. Asimismo, hay similitudes respecto a los cnidae, si bien con valores levemente superiores a los mencionados para los ejemplares brasilefios. Deben mencionarse además similitudes morfológicas y de habitat; en cuanto a las primeras se pueden indicar la presencia de un esfínter mesogloeal débil y disposición de los ciclos de mesenterios, y columna dividida en capitulum y scapus, si bien M.J. da C. BELEM (com. pers.) no distingue histológicamente la existencia de estas zonas en los ejemplares marplatenses. En relación a la reprodución, PIRES (1988) menciona dos procesos asexuales (fisión longitudinal y laceración pedal), mientras T. errans en las costas marplatenses exhibió una activa laceración pedal, siendo los ejemplares fértiles, dioicos, con gónadas ubicadas en el segundo y tercer ciclo de mesenterios. Agradecimientos: A la Dra. Maria Julia da Costa Belém, Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil, por la realización de fotomicrografias y dibujos, aportando además valiosas sugerencias; al Dr. Haraldo E. Christiansen (Inst. Nac. de Invest. y Desarrollo Pesquero) por la ejecución de cortes histológicos y a Marcela Tobio de la misma institución, por el material fotográfico. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS DUNN, D.F. 1982a. Paraphelliactis pabista, anew species of hormathiid sea anemone from abyssal northeastern Pacific waters (Coelenterata: Actiniaria). Syesis, 15:51-56. — . 1982 b. Sexual reproduction of two interdital sea anemones (Coelenterata: Actiniaria Jin Malaysia. Biotropica, St. Louis, 14 (4): 262-271. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (75): 47-53, 30 set. 1993 52 EXCOFFON & ZAMPONI ENGLAND, K.W. 1991. Nematocysts of sea anemones (Actiniaria, Ceriantharia and Corallimorpharia: Cnidaria): nomenclature. Hydrobiologia, Dordrecht, 216/217: 691-697. FAUTIN, D.G.; EPPARD, R.A. & MEAD, R. W. 1987. Acontiophorum niveum (Cnidaria: Anthozoa), a new species of acontiate sea anemone, with descriptions of actinian families Mimetridiidae and Ramireziidae. Wasmann Jour. Biol., San Francisco, 45 (1-2): 26-33. MANUEL, R.L.1981. British Anthozoa (Synopses of the British Fauna New Series) nº 18. London, Academic 241 p. OTTAWAY, J.R. 1977. Predators of sea anemones. Tuatara, Wellington, 22 (3): 213-221. PIRES, D.O. 1988. Tricnidactis errans, n.gen., n.sp. (Cnidaria, Actiniaria, Haliplanellidae) from Guanabara Bay, Rio de Janeiro, Brazil. Revta bras. Biol., Rio de Janeiro, 48 (3): 507-516. SCHMIDT, H. 1969. Die Nesselkapseln der Aktinien und ihre differential diagnostische Bedeutung. Helgolânder wiss. Meeresunters, Hamburg, 19: 284-317. 1972. Die Nesselkapseln der Anthozoen und ihre Bedeutung fiir die phylogenetische systematik. Helgolânder wiss. Meeresunters, Hamburg, 23: 422-458. — . 1974. On evolution in the Anthozoa. In: INTERNATIONAL CORAL REEF SYMPOSIUM, 2, Brisbane Proceedings... 1974, p. 533-560. WILLIAMS, R.B. 1991. Acrorhagi, catch tentacles and sweeper tentacles: a synopsis of “aggression” of actiniarian and scleractinian Cnidaria. Hydrobiologia, Dordrecht, 216/217: 539-545. ZAMPONI, M.O. 1979. La anemonofauna de Mar del Plata y localidades vecinas. III. Las anémonas Acontiaria (Coelenterata Actiniaria). Neotropica, La Plata, 25 (74): 145-154. Recebido em 16. 09. 1992: aceito em 27.05. 1993. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 47-53, 30 set. 1993 Anemonas de Mar del Plata ... 53 Figs. 1-3: Tricnidactis errans: 1. ejemplares fotografiados en acuario (2,5 X); esquema de la disposición mesenterial en un ejemplar: 2. con ocho pares de mesenterios perfectos y dos sifonoglifos, 3. con nueve pares de mesenterios perfectos y tres sifonoglifos. (D, mesenterios directivos). IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (75): 47-53, 30 set. 1993 EN, RL I 1 ni a A ro 7 A Mm no A ! 1 p ps EAD U! ’ / Me Fr ) ] E Tê a ih y r > N 1 ner we ç y é een u, “a o | ) ) y au ee a HZ nr 2 É Cos re sides ge f E R ; Y 5 We ” cad é a et Y Ara aaa É i N En PRA ern RR ao] tues ‚2 | E pe A ee B : Dr As F N nF en! MORFOLOGIA CRANEANA DE CHAETOPHRACTUS VILLOSUS (DESMAREST, 1804) (MAMMALIA, DASYPODIDAE) Silvia M. Squarcia ! Emma B. Casanave ! Guillermina R. Cirone ! ABSTRACT CRANIAL MORPHOLOGY OF CHAETOPHRACTUS VILLOSUS (DESMAREST, 1804) (MAMMALIA, DASYPODIDAE). The morphological features of the skull of Chaetophractus villosus (Desmarest, 1804) are described. Fifteen morphometric characters were measured in 37 animals. Sexual dimorphism was detected from a biometric point of vue. The skull of females are bigger than that of males. KEYWORDS. Chaetophractus villosus, morphology, skull, anatomy. INTRODUCCION Los dasipódidos constituyen un grupo zoológico de gran interés científico, debido a las características particulares de su anatomía, fisiología e historia evolutiva. Con respecto a la craneomorfología, en textos clásicos (GRASSE, 1955; STARCK, 1967; PIVETEAU, 1958) se encuentran referencias generales sobre los mismos. No obstante, el conocimiento de las distintas especies es escaso incompleto. Particularmente con respecto a Chaetophractus villosus (Desmarest, 1804), YEPES (1928) publicó valores craneométricos de siete ejemplares de los que no indica el sexo y de tres ejemplares machos. No hay estudios descriptivos ni morfométricos comparados entre sexos. Esta especie fue propuesta como modelo experimental para investigaciones neurobiológicas (AFFANNI & GARCIA-SAMARTINO, 1984; GARCIA-SAMARTINO et al., 1987). El estudio de su anatomia craneana es, en consecuencia, información básica de gran interés. MATERIALES Y METODOS Se utilizaron 20 hembras y 17 machos adultos de C. villosus procedentes del partido de Bahía Blanca, Provincia de Buenos Aires, Argentina. Se midieron 15 caracteres morfométricos del cráneo. Las medidas están expresadas en milimetros. Mediante el test de F se investigó la homogeneidad de varianzas para los distintos caracteres en ambos sexos; se compararon los valores medios de machos y hembras empleando el test de t (SOKAL & ROHLF, 1969). 1. Departamento de Biologia, Universidad Nacional del Sur. San Juan 670, (8000) Bahia Blanca, Argentina. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (75): 55 - 61, 30 set. 1993 56 SQUARCIA; CASANAVE & CIRONE RESULTADOS Cráneo. Dorsal (fig. 1): borde lateral de los nasales articula en toda su extensión con maxilares y premaxilares. Borde anterior de los nasales y premaxilares libre y redondeado. Frontales con convexidades a nivel de los senos, descendiendo lateralmente para articularse con el borde medial de la porción facial de los lagrimales. Posteriormente se estrechan a nivel de la constricción postorbitaria, representando el ancho interorbitario, ensanchándose luego hacia atrás. Parietales cuadrangulares, abovedados, articulan entre sí en la línea media sin formar cresta sagital evidente. Ancho bicigomático corresponde al nivel de la sutura témporo-yugal. Ventral (fig. 2): agujero magno subcircular, con diámetro transverso ligeramente mayor que el longitudinal. Si se traza una línea imaginaria que una los extremos internos de los cóndilos, resulta dividido en dos porciones de tamafio similar, una ventral y otra occipital. La primera de contorno triangular, con vértice en la línea media orientado hacia adelante. Cóndilos subcuadrangulares. Por delante y hacia afuera de los mismos la bula timpánica, hipertrofiada (ROIG, 1971), de tamafio aproximadamente el doble del correspondiente a los cóndilos. En la zona pósterointerna de la bula, por delante del agujero condilar, se encuentra el agujero rasgado posterior. A nivel ánterointerno, el agujero rasgado medio. Anterior a este último, en el extremo proximal de la bula, sobre el basiesfenoides, se abre el orificio de la trompa de Eustaquio. Sobre la base del aliesfenoides se ubica el agujero oval; en la unión del aliesfenoides con el orbitoesfenoides el agujero rasgado anterior (agujero esfenoidal) que incluye el agujero redondo. Un poco más dorsal sobre el orbitoesfenoides el agujero óptico. Zona esfenoccipital plana, trapezoidal, con longitud ánteroposterior mayor que el ancho; parte ánterolateral con pterigoides en forma de lámina vertical. Basioccipital, basiesfenoides, aliesfenoides y orbitoesfenoides íntimamente soldados. Por delante de la región orbitoesfenoidal una prolongación laminar, probablemente el mesetmoides. Esta última, vómer y turbinales no visibles exteriormente. Paladar un poco más de la mitad de la longitud total del cráneo (57,7%). Sutura palatina transversa a la altura del borde posterior del sexto diente. Fórmula dentaria 9/10. Homodoncia. Dientes molariformes, bicúspides, cilindricos y aplanados lateralmente. Alvéolos subcirculares y diámetro ánteroposterior máximo a la altura del quinto diente. Primer diente ubicado en el premaxilar, justo por delante de la sutura entre este hueso y el maxilar. Series dentarias convergen hacia adelante. Agujeros incisivos pequefios y alargados. Medialmente a los premaxilares, en el orifício nasal externo, los huesos nariales en forma de dos pequefios cuernos. Lateral (figs. 3, 4): agujero infraorbitario sobre la base de la apófisis piramidal del maxilar, a la altura del sexto diente. Región posterior de la fosa témporo-orbital algo más larga y estrecha que la anterior; sin separación entre ambas, solamente esbozos de los procesos postorbitales superior (proceso yugal del frontal) e inferior (proceso frontal del yugal). Arco cigomático conformado por el proceso cigomático del temporal; lateralmen- te como una barra delgada casi horizontal, articulada al borde superior de la parte posterior del yugal, a través de una sutura horizontal. Adelante el yugal se estrecha y desciende, sin sobrepasar el plano que pasa por el extremo de las apófisis pterigoides; en seguida asciende articulándose al proceso cigomático del maxilar y parte del contorno del lagrimal. Zona posterior del yugal con aspecto de lámina vertical. Timpánico en forma de IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 55-61, 30 set. 1993 Morfologia craneana de Chaetophractus villosus... 57, tubo, ventralmente soldado a la bula. Meato auditivo externo orientado hacia arriba. Occipital (fig. 5): constituída principalmente por gran parte del hueso occipital (supraoccipital y parte posterior de los cóndilos de los exoccipitales), de contorno cuadrangular. Lateralmente se completa con la zona posterior de la porción petrosa del temporal, donde se distingue el agujero mastoideo. No hay apófisis paraoccipital. Dorsalmente, la cresta nucal, prominente como es característico en Euphractini (WETZEL, 1985), lateralmente convexa y en su parte central cóncava, configura una V abierta e invertida. Ventralmente se dispone la porción posterior del agujero magno, de contorno suave y redondeado. Mandibula (figs. 6, 7): formada por dos huesos dentarios, derecho e izquierdo, unidos en su extremo anterior por tejido fibroso. Cada dentario con una rama horizontal y una ascendente. Esta última con proceso coronoides ánterosuperior, cóndilo articular pósterosuperior y proceso angular redondeado. Borde superior de la porción horizontal con diez dientes similares a los de la serie dentaria superior. Alvéolos subcirculares, diámetro anteroposterior máximo a la altura del séptimo diente. Canal mandibular comienza internamente por detrás, en el agujero dentario y termina por delante externa- mente, en el agujero mentoniano. Morfometría (tabla I): para todos los caracteres morfométricos considerados, los dos sexos variaron en forma similar. Se detectaron diferencias en las longitudes: total, cóndilobasal y basal; los anchos: cefálico e interorbitario siendo, en todos los casos, mayores los valores correspondientes a las hembras. TABLA I: Dimensiones generales del cráneo de Chaetophractus villosus (Desmarest, 1804). (X . media; s., desvío standard; Min. valor mínimo; Max. valor máximo; **. p<0,01; *. p<0,05. SEXO MACHOS (n=17) HEMBRAS (n=20) t Dimensiones (mm) Min. Max. REES Min. Max. Es Longitud total 86,3 92,8 89,8 + 1,7 89,0 96,4 94+1,9 AB Longitud basal 73,4 79,7 MASI, 75,0 SAO TT dE 4,9 ** Longitud condilobasal 78,6 86,3 81,8 + 1,9 80,4 88,9 84,6+1,9 e Longitud palatal Se 55,4 SEE? 49,6 Sl eia saio Hal Longitud nasales 30,6 37,0 33,4 + 1,8 30,5 37,0 33,9+1,8 0,8 Longitud agujero magno 9,4 13,2 10,5 + 0,8 9,4 1252 OSSOS 0,0 Ancho bicigomatico Sal 62,3 58,3 42,4 52 63.4.1 59/7-62:0 1,9 Ancho rostral 11,2 14,8 IES ERRO 11,8 15.02 132&0'8 153 Ancho interorbitario 203 24,9 24,0 + 0,7 PDAS 26,22 24,6+0,9 2 Ancho cefalico 30,2 Sa 34,8 + 1,7 3003 38.4” “SIE 157 15 Ancho nasal 5,1 7,6 6,2+0,7 571 8,9 6,9+0,9 DE Ancho palatal 11,0 14,5 2 9: 1,0 11,9 14,5 33303 153 Ancho agujero magno 12,5 1553 14,1 + 0,9 12,7 15,1 14,2 £ 0,6 0,4 Ancho extracondilar 26.1 29,9 276 110 26,8 313 288 E10 1,5 Altura maxima 29,1 333 31,4 +1,0 29,5 35,4 320214 5 IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (75): 55 - 61, 30 set. 1993 58 SQUARCIA; CASANAVE & CIRONE DISCUSION Como es característico en dasipódidos (FRECHKOP & YEPES, 1949; ENGELMANN, 1985; GRASSÉ, 1955), hemos corroborado que en C. villosus los lagrimales participan en la formación de los arcos cigomáticos, el agujero óptico se ubica próximo al agujero rasgado anterior, no hay apófisis paraoccipital y el canal infraorbitario es totalmente lateral al cuerpo del maxilar. GRASSÉ (1955) menciona que en Dasypus (Linnaeus, 1758) los pterigoides participan en una pequefia proporciön en la constitución del paladar öseo. En C. villosus los pterigoides no forman parte de la constitución del mismo, contribuyendo sólo a la formación de la pared lateral de las coanas. Articulan con la apófisis pterigoides del maxilar siendo visibles lateralmente. En relación al mesetmoides, en dos ejemplares juveniles de C. villosus hemos constatado la presencia de una osificaciön que correspondería a ese hueso. La misma, ubicada por delante de los orbitoesfenoides ya fusionados, está separada de estos últimos por tejido cartilaginoso. Esta observación coincide con lo descripto por FERIGOLO (1981), para Euphractus sexcinctus (Linnaeus, 1758). En los cráneos de ejemplares adultos de C. villosus, el mesetmoides estaría fusionado con los huesos de la base craneana. Con respecto a la ubicación de los dientes, en Dasypus éstos se sitúan sobre la mandíbula y sobre el maxilar, todos por delante del inicio del arco cigomático. En este género no hay diente sobre el premaxilar (GRASSÉ, 1955). En C. villosus los dos últimos dientes de la mandíbula se disponen por detrás del início del arco cigomätico, ocurriendo lo mismo con los tres últimos dientes de la serie dentaria superior. Con respecto a esta última, el primer diente se ubica sobre el extremo posterior del premaxilar y los ocho restantes sobre el maxilar. Conreferencia a la conformación del arco postorbitario, observamos queC. villosus presenta rudimentos de los procesos postorbitales superior e inferior, necesitándose estudio comparativo más profundo dado que la bibliografía al respecto es confusa. En efecto según STARCK (1967), los Xenartros presentan ambos procesos sin reunirse, los dasipódidos poseen solamente los procesos postorbitales inferiores y Dasypus sólo los superiores. Las diferencias determinadas en el cráneo de C. villosus para las longitudes total, basal y cóndilobasal y para los anchos interorbitario y nasal, indican dimorfismo sexual en esta especie, siendo en todos los casos los cräneos de las hembras de mayor tamafio que los correspondientes a los machos. Hasta donde sabemos, no parece probable la existencia de una relación ecofisiológica con las diferencias de tamafio craneano obser- vadas. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (75): 55-61, 30 set. 1993 Morfologia craneana de Chaetophractus villosus... 59 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS AFFANNI, J. M & GARCIA-SAMARTINO, 1. 1984. Comparative study of electrophysiological phenomena in the olfactory bulb of some South American marsupials and edentates.. In: Comparative Physiology of Sensory Systems. Cambridge, University. p. 315-332. ENGELMANN, G.F. 1985. The Phylogeny of the Xenarthra. In: MONTGOMERY, G..G. ed. The evolution and ecology of Armadillos Sloths and Vermilingues. Washington, D. C., Smithsonian Institution. p. 51- 6 FERIGOLO, J. 1981. The mesethmoid bone and the Edentata. An. Acad. Bras. Cienc., Río de Janeiro, 53 (4): 817-824. FRECHKOP, S. & YEPES, J. 1949. Etude systematique et zoogéographique des Dasypodidés conservés a Institut. Bull. Inst. Roy. Sc. Nat., Bruxelles, 25 (5): 1-56. GARCIA-SAMARTINO, J.M.; AFFANNI, J.M.; CASANAVE, E. B.; FERRARI, R & IODICE, O. 1987. On the presence of a peculiar alpha rhythm in the olfactory tubercle of waking armadillos. Electroenceph. clin. Neurophysiol, Amsterdan, 66: 185-90. GRASSÉ, P.-P. 1955. Ordre des Edentés. In: Traité de Zoologie. Paris, Masson. t. 17, fasc. 2, p. 1182-1266. PIVETEAU, J. 1958. Traité de Paléontologie. Paris, Masson. t. 6, fasc. 2, p. 522-640. ROIG, V. G. 1971. La hipertrofia de la bula timpánica y su significado adaptativo en los edentados de zonas áridas. Deserta, Mendoza, 2: 87-97. SOKAL, R. R. & ROHLF, F. J. 1969. Biometry. San Francisco, W. H. Freeman. 776p. STARCK, D. 1967. Le crane des mammifêres. In: GRASSE, P.-P. Traité de Zoologie. Paris, Masson. t. 16, fasc. 1, p. 405-549. WETZEL,R.M. 1985. Taxonomy and Distribution of Armadillos, Dasypodidae. In: MONTGOMERY, G. G., ed. The Evolution and Ecology of Armadillos, Sloths and Vermilingues. Washington, D. C., Smithsonian Institution. p. 23-46. YEPES,J. 1928. Los Edentata Argentinos. Sistemätica y distribuciön. Trabajo final. Rev. Univ. Bs. As., Serie 2, Buenos Aires, 1 (5): 461-515. Recebido em 24.11.1992; aceito em 27.05.1993. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (75): 55 - 61, 30 set. 1993 60 SQUARCIA; CASANAVE & CIRONE 20 mm Figs. 1-2. Chaetophractus villosus. Cráneo: 1. dorsal; 2. ventral. (ac. agujero condilar; ai, agujero incisivo; aior, agujero infraorbitario; amg, agujero magno; ao, agurejo oval; ara, agujero rasgado anterior; arm, agurejo rasgado medio; arp, agujero rasgado posterior; bo, basioccipital; bs, basiesfenoides; bt, bula timpánica; cn, cresta nucal; co, cöndilo del occipital; f, frontal; 1, lacrimal; ma, meato auditivo externo; mx, maxilar; n, nasal; nr, narial; ote, orificio de la trompa de Eustaquio; p. parietal; pa, palatino; pmx, premaxilar; pzt, proceso cigomático del temporal; so, supraoccipital; t, temporal; y, yugal. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 55-61, 30 set. 1993 Morfologia craneana de Chaetophractus villosus... 61 pzmx pzt yet so cn am ma aop or ara als ao 20 mm Figs. 3-7. Chaetophractus villosus. Cräneo: 3. lateral; 4. lateral sin arco cigomätico; 5. occipital. Mandíbula: 6. vista externa; 7. vista interna. (ad, agujero dentario; aior, agujero infraorbitario; als, aliesfenoides; am, agujero mastoideo; ame, agujero mentoniano; amg, agujero magno; ao, agujero oval; aop, agujero óptico; ara, agujero rasgado anterior; bt, bula timpänica; ca, cöndilo articular; cn, cresta nucal; co, cöndilo del occipital; eo, exoccipital; f, frontal; ma, meato auditivo; mx, maxilar; n, nasal; or, orbitoesfenoides; p, parietal; pan, proceso angular; pc, proceso coronoides; pmx, premaxilar; pt, pterigoides; pzmx, processo cigomätico del maxilar; pzt, proceso cigomätico del temporal; so, supraocipital; t, temporal; ti, timpänico; y, yugal. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (75): 55 - 61, 30 set. 1993 < E ; K ART: Mae aii guisa lg ne a er REVISÃO DO GÊNERO ISCHNOLEA THOMSON, 1860 (COLEOPTERA, CERAMBYCIDAE, LAMIINAE, DESMIPHORINI) Maria Helena M. Galileo "° Ubirajara R. Martins *º ABSTRACT REVISION OF THE GENUS ISCHNOLEA THOMSON, 1860 (COLEOPTERA, CERAMBYCIDAE, LAMIINAE, DESMIPHORIND. The genus /schnolea includes 13 species, 9 previously known and 5 new ones herein described from Brazil: 7. oculata (Minas Gerais to Paraná); /. inexpectata (Espírito Santo); I. singularis (Pará); 1. modesta (Goiás, São Paulo) and /. flavinota from Paraguay and Brazil (São Paulo). /schnolea circunspecta Lane, 1973, is tranferred to Desmiphora A. -Serville, 1835. 7. obliquelineata Breuning, 1943 is considered a synonym of 7. crinita Thomson, 1860. The genus Euchaestes Chevrolat, 1861 is considered a Junior objetive synonym of Desmiphora A. -Serville, 1835. KEYWORDS. Coleoptera, Cerambycidae, Lamiinae, Desmiphorini, /schnolea, taxonomy. INTRODUÇÃO A interpretação correta de Ischnolea Thomson, 1860, concretizou-se somente após o trabalho de BREUNING (1963); entre 1860 e 1963 teve interpretações diferentes e/ou equivocadas. A origem dessas interpretações remonta aos catálogos de DEJEAN (1835, 1837) onde apareceu o nome genérico Euchaetes. DEJEAN (Ed. 2, 1835: 340) arrola o gênero Euchaetes Dejean, com única espécie, E. crinitus Dejean, e sua variedade hirtellus (Dejean Ed. 3, 1837: 366) tem as mesmas citações. Todos esses nomes são nomina nuda. THOMSON (1860: 347) estabeleceu Ischnolea com a seguinte anotação: “Syn.: Euchaetes DEJ., Cat., 1837, p. 366. (Nom déja employé deux fois en zoologie)”. Esta sinonimia, embora envolva um nomem nudum, foi a causa de grandes confusões e foi posteriormente corrigida pelo próprio THOMSON (1868). A espécie-tipo de /schnolea, por monotipia, é 7. crinita Thomson, 1860, publicada com a seguinte observação: (“DEJ., Cat., 1837, P. 366, Euchaetes”). 1. Museu de Ciências Naturais, Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, C.P. 1188, 90001-970 Porto Alegre RS, Brasil. 2. Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo, C.P. 7172, 01064-970 São Paulo SP, Brasil. 3. Pesquisador do CNPq. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 63-79, 30 set. 1993 64 GALILEO & MARTINS CHEVROLAT (1861) publicou sinonimias, correções e considerações sobre o trabalho de THOMSON (1860); indicou (1. c., p. 251), corretamente, que a interpretação de THOMSON (1860) sobre Euchaetes crinitus Dejean, estava equivocada: “Page 347. - 197. Ischnolea crinita. Th, (nec Dejean)”. Portanto, concluímos que /schnolea crinita Thomson, 1860 é espécie distinta de Euchaetes crinitus Dejean, 1835. Na mesma página (CHEVROLAT, 1861: 251) aparece a descrição original, em latim, de Ischnolea pallidipennis, proveniente do Brasil. Logo a seguir (1. c., p. 252) aparece a descrição, em francês, de Euchaestes crinitus Dej. Cat. 3 éd., p. 366. Anotamos que foi acrescentado um “s” ao nome original de Dejean. Esta nova grafia elimina a homonímia com Euchaetes e, desde que, a espécie-tipo está formalmente descrita, a autoria de Euchaestes é de Chevrolat, 1861. Ao final do seu trabalho, CHEVROLAT (1. c. p. 254) publicou uma errata na qual indica que /schnolea pallidipennis Chevrolat, 1861 e Euchaestes crinitus Dejean, 1837, são sinönimas e que a descrição em francês de E. crinitus também corresponde a T. pallidipennis. Esta errata passou despercebida a alguns autores (por exemplo LACORDAIRE, 1872) enos permite observar: (1) A descrição de Ischnolea pallidipennis poderia ter sido proposta para escapar à homonímia entre Ischnolea crinita Thomson, 1860 e /. crinita (Dejean), pois, nessa época, Ischnolea Thomson e Euchaetes Dejean eram considerados sinônimos (THOMSON, 1860). (2) A descrição formal de Euchaestes crinitus Dejean, valida o nome in Chevrolat (1861), muito embora seja sinônimo de Ischnolea pallidipennis. Portanto, concluímos que a espécie-tipo de Euchaestes Chevrolat, 1861, é, por prioridade de página, Ischnolea pallidipennis Chevrolat, 1861, enão Euchaestes crinitus Dejean in Chevrolat, 1861: 252. THOMSON (1868: 107) ao descrever o gênero Therchaetes, indicou claramente que interpretou erroneamente Euchaetes Dejean nos seus trabalhos anteriores. (THOMSON, 1860; 1864): “G. THERCHAETES, Th., N. G. (...). - Euchaetes De)., Cat., 1887, p. 366. nom préocc. (Nec Th., Ess., etc., p. 347, et Syst. Cer., p. 112, 399).” Therchaetes foi criado para única espécie, Lamia intonsa Germar, 1824. As referências que THOMSON (1868: 108) incluiu para esta espécie também indicam que suas interpretações anteriores (THOMSON, 1860, 1864) sobre Euchaetes crinitus Dejean, estavam equivocadas: “T. intonsa, Germar, Ins. Spec. (Lamia), p. 484, 641. - T. pallidipennis, Chevrt., Journ. Ent., I. p. 251 (Ischnolea (par erreur), Euchaetes crinitus, Dej., Cat., 1837, p. 366).” Nesse trabalho parece claro que THOMSON (1868) demonstrou que os gêneros Ischnolea Thomson, 1860 e Euchaetes Dejean eram completamente diversos; apesar disso, as interpretações equivocadas tiveram curso. LACORDAIRE (1872: 623,nota2) considerou sinônimos de Therchaetes Thomson, 1868: Euchaetes Dej., 1837 e Ischnolea Chevrolat, 1861. Esta nota de LACORDAIRE atribui, impropriamente, a autoria de Ischnolea a Chevrolat e não a Thomson e não foi observada a grafia Euchaestes (com “s”). A seguir, LACORDAIRE (1872, nota 3), indica que a única espécie do gênero Therchaetes é T. intonsa (Germar, 1824), citada como segue: “(3) Lam. intonsa, Germar, Ins. Spec. nov. p. 484 (Euchet. crinitus Dej., loc. cit.; Isch. pallidipennis, Chevrol. loc. cit.). J'’emprunte cette synonymie aM. J. Thomson. M. Chevrolat regard comme distincte son Ischn. pallidipennis de l’Euchaet. crinitus, qu'il décrit également”. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (75): 63-79, 30 set. 1993 Revisão do gênero Ischnolea... 65 Constatamos, portanto, que LACORDAIRE (1972) não observou a errata do trabalho de CHEVROLAT (1861) já discutida anteriormente. Desde que /schnolea pallidipennis Chevrolat, 1861 (= Euchaestes crinitus Dejean in Chevrolat, 1861), espécie-tipo de Euchaestes Chevrolat, foi considerada sinönima de Therchaetes intonsa (Germar), automaticamente os nomes genéricos passam a ser sinônimos e Euchaestes Chevrolat, 1861 tem prioridade sobre Therchaetes Thomson, 1868. Anotamos ainda que /schnolea Thomson, 1860 e T. crinita Thomson, 1860, foram omitidos na obra de LACORDAIRE (1872). O catálogo de GEMMINGER & HAROLD (1875: 3107) restabeleceu, erronea- mente, a identidade entre Euchaetes Dejean e Ischnolea Thomson, porque tanto Euchaetes Dejean, como Therchaetes Thomson, 1868, foram considerados sinônimos de /schnolea Thomson, 1860. Estão arroladas na sinonímia de T. intonsa: E. crinitus De). e 1. pallidipennis Chevr. Observamos que nesta obra reapareceram Ischnolea Thomson, 1860 e I. crinita Thomson, 1860, omitidos por LACORDAIRE (1872), mas desapareceu Euchaestes Chevrolat, 1861. AURIVILLIUS (1921: 305) eliminou do seu catálogo os nomes propostos por DEJEAN (1835, 1837), provavelmente por considerá-los, todos, nomina nuda. Como em GEMMINGER & HAROLD (1875), Therchaetes Thomson, 1868, foi considerado, impropriamente, sinônimo de /schnolea Thomson, 1860. Este gênero reunia então três espécies: 7. bimaculata Chevrolat, 1861; /. crinita Thomson, 1860 e /. intonsa (Germar, 1824).17. pallidipennis Chevrolat, 1861, for inserida na sinonimia de 7. intonsa. Euchaestes Chevrolat, 1861, não foi mencionado. A inclusão de Lamia intonsa Germar, 1824, no gênero Ischnolea, desde LACORDAIRE (1872, que o considerou sinônimo de Therchaetes), até AURIVILLIUS (1921), fez com que os autores seguintes incorporassem ao gênero, espécies com ela relacionadas (7. longipilis Fisher, 1926; I. decora Melzer, 1928; I. lenkoi Lane, 1959; 7. niveocincta Lane, 1959), mas não congenéricas com /. crinita Thomson, 1860. BREUNING (1963: 511), corretamente, passou Therchaetes Thomson, 1868, à sinonimia de Desmiphora A. -Serville, 1835. Não mencionou Euchaestes Chevrolat, 1861, mas como Therchaetes e Euchaetes são sinônimos objetivos, este gênero também deve, obrigatoriamente, passar à sinonímia de Desmiphora. Nesse catálogo (BREUNING, 1963), I. intonsa (Germar) e I. decora Melzer foram incluídas em Desmiphora, contudo, I. longipilis Fisher, I. niveocincta Lane e T. lenkoi Lane, desapareceram, já que não foram inseridas nem em Ischnolea (BREUNING, 1963: 510), nemem Desmiphora (1. c.,p.511), nem no índice geral (BREUNING, 1969: 865). Ainda nesse catálogo (BREUNING, 1963: 510), /schnolea Thomson, 1860, reúne, além de 7. crinita Thomson, 1860, e 7. bimaculata Chevrolat, 1861, outras sete espécies descritas por BREUNING (1942, 1943). Em 1973, LANE, desconsiderando a catalogação correta de BREUNING (1963), publicou a descrição de Ischnolea circunspecta, espécie semelhante a Desmiphora intonsa (Germar), mas não congenérica com Ischnolea crinita. Portanto, I. circunspecta deve ser transferida para Desmiphora. Finalmente, em 1974, BREUNING publicou uma revisão do gênero Ischnolea Thomson, 1860, onde tratou das nove espécies então conhecidas. Nossa identificação dessas espécies tornou-se viável à luz do estudo dos diapositivos dos tipos (coleção do IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (75): 63-79, 30 set. 1993 66 GALILEO & MARTINS Departamento de Zoologia da Universidade Federal do Paraná) e permitiu correções e acréscimos ao trabalho revisivo de BREUNING (1974). Em resumo, os nomes genéricos mencionados no histórico apresentado acima, ficam assim organizados: Ischnolea Thomson, 1860; espécie-tipo, 7. crinita Thomson, 1860, por monotipia. Desmiphora A. -Serville, 1835; espécie-tipo, Saperda hirticollis Olivier, 1795, indicação de THOMSON (1864: 105); = Euchaestes Chevrolat, 1861; espécie-tipo, Ischnolea. pallidipenis Chevrolat, 1861 (= Euchaestes crinitus Dejean in Chevrolat, 1861; = Lamia intonsa Germar, 1824); = Therchaetes Thomson, 1868; espécie-tipo, Lamia intonsa Germar, 1824, por monotipia. Comentários. Embora não pudessemos encontrar dentre o material estudado algumas das espécies descritas por BREUNING, (1942, 1943), constatamos caracteres nunca utilizados como, por exemplo, depressões e orifícios na face central dos metafêmures dos machos. A função dos orifícios e depressões recobertos por densa e longa pilosidade nos metafêmures dos machos não pode ser interpretada; é provável que estejam relacio- nadas com a etologia da cópula e talvez sejam sensoriais. Siglas adotadas. AMNH, American Museum of Natural History, New York; BMNH, The Natural History Museum, Londres; CEPEC, Centro de Pesquisas do Cacau, Itabuna; DZUP, Departamento de Zoologia, Universidade Federal do Paraná, Curitiba; DZVU, Instituto de Biociências, Universidade Estadual Paulista, Botucatu; MCNZ, Museu de Ciências Naturais, Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre; MZSP, Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo; MNRJ, Museu Nacional, Rio de Janeiro; USMN, National Museum of Natural History, Washington. Ischnolea Thomson, 1860 Ischnolea THOMSON, 1860: 347; BREUNING, 1963: 510 (cat.); 1974: 128. Espécie-tipo, Ischnolea crinita Thomson, 1860 (monotipia). Aspecto geral alongado. Comprimento corporal ao redor de 10mm. Colorido geral acastanhado, sem ornamentação cromática viva. Cabeça projetada, mais larga que o protórax. Fronte vertical, convexa. Mandíbulas com ápice bífido e dimorfismo sexual: nos machos robustas, com acentuada elevação longitudinal junto à margem dorsal externa. Tubérculos anteníferos projetados, separados por depressão larga. Olhos profundamente emarginados, não divididos; comprimento dos lobos inferiores variável em relação ao comprimento das genas; lobos oculares superiores com 4 a 8 fileiras de omatídios; distância interocular dorsal variável. Antenas geralmente mais longas que o corpo (mais curtas na q de 7. flavofemorata). Escapo cilíndrico, atinge aproximadamente o meio do protórax, tão longo quanto o antenômero III. Comprimento dos antenômeros III e IV subigual (3) ou II apenas mais longo do que IV (9). Demais flagelômeros com comprimentos subiguais. Protórax mais largo do que longo; lados com tubérculo agudo central. Pronoto convexo, com duas gibosidades anteriores em algumas espécies. Processo prosternal levemente convexo. Processo mesosternal sem tubérculo, tão largo quanto a região mais estreita do processo prosternal. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 63-79, 30 set. 1993 Revisão do gênero Ischnolea... 67 Base dos élitros com pontos simples ou tuberculados; ápice elitral desarmado ou com espículo na margem externa. Fêmures fusiformes. Face inferior dos metafêmures dos machos densamente pilosa com sulco longitudinal profundo ou orifício, igualmente profundo, perto do meio. Mesotíbias profundamente sulcadas na metade apical da margem externa. Discussão. Dentre os gêneros de Desmiphorini aquele que mais se assemelha a Ischnolea, pelo aspecto geral, é Ischnoleomimus Breuning, 1940, até o momento representado pela espécie-tipo, 7. excavatus Breuning, 1940, originalmente descrita do Peru. Em Ischnoleomimus o mesosterno é tuberculado e em /schnolea regularmente convexo, sem tubérculo. A presença de sulcos e depressões nos metafêmures dos machos ainda não foi constatada nos outros gêneros de Desmiphorini. Chave para as espécies de Ischnolea e Élitros (figs. 1,3) com faixa de pubescência estreita, compacta, amarelada ou 3 esbranquiçada, oblíqua, dorsal, do ümero ao meio..................2220002020senneeeeeennnn % Eliseosisemiessalaixa (fies. DO) PER RR A 4 2 (1). Região dorso-basal dos élitros com faixa oblíqua do escutelo em direção à margem (fig. 2); ápice com espinho externo desenvolvido; mesepimeros pontuados. Ecagi (cSQL nennen I. spinipennis Breuning Elitros sem faixa obliqua na regiäo dorso-basal (figs. 1,3); äpices com espinho curto SMIEINOHMESEDIMMELOSUSOS. .. enueenonseeerenereentücsennsnnne OO nee enanneneen 3 3 (2). Presença de faixa de pubescência branca entre os tubérculos anteníferos; cabeça esparsamente pubescente; mancha elitral lateral escura recoberta por pubescência castanho-clara (fig. 1); pontos da região basal dos élitros simples; metafêmures ($, fig. 15), sulcados ventralmente em toda extensão. Brasil ARG So ee o ans annelusseln sank I. crinita Thomson Toda região dorsal da cabeça com densa pubescência esbranquiçada; mancha elitral lateral escura recoberta por pilosidade alaranjada (fig. 3); pontos da região basal dos élitros tuberculados; metafêmures (3 ) com orificio no meio da face ventral (como na fig. 14). Brasil (ES).................... I. inexpectata, sp.n. E Exiremidades elitraíis desarmadas (figs. 4,5)...............nenneeeennneeeennnen 5 Extremidades elitrais com espículo externo (figs. 6-9).................ss is 8 5 (4). Pubescência branca dos élitros concentrada em pequenas manchas espalhadas por kadlaralsupetticie. Brasil (RD)... I. longeantennata Breuning Pubescência branca dos élitros com outros padrões de distribuicäo.................... 6 6 (4). Antenas (9) mais curtas que o corpo; coxas e fêmures amarelados; élitros com pubescência acinzentada quase uniforme, exceto mancha castanho-escura gentro-lateral-Brasil (ES) Hana ER I.flavofemorata Breuning Antenas (9) mais longas que o corpo; coxas e fêmures vermelho-acastanhados, não contrastantes com o restante do corpo; a pubescência clara dos élitros constitui desenhoslentiteen nichts RR PRO ERES ERREI PETER PODRES RE 7 IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 63-79, 30 set. 1993 68 GALILEO & MARTINS 7(6). Lobos oculares superiores (fig. 13) grandes, tão distantes entre si quanto a lar- gura de um lobo; fêmures com pontos contrastantes; pro- e mesofêmures não pedunculados; face ventral dos metafêmures (6 ) com orifício (como na fio: 14): Brasil(MG a PR). ss Les 2 ee PER RR T.oculata, sp.n. Lobos oculares superiores (fig. 12), pequenos, tão distantes entre si quanto o dobro da largura de um lobo; fêmures com pubescência uniforme, sem pontos contrastantes; pro- e mesofêmures pedunculados; face ventral dos metafêmures (6 ) com sulco profundo em toda extensão (como na fig. 15). Brasil (PE a SC. er ra asa E NE I. indistincta Breuning 8(4). Elitros sem mancha lateral escura ao nível de meio, com máculas brancas dispersas em toda a superfície (BREUNING, 1974). Brasil (SC)................ sa aeniobin je pad serien? ca N RD I. strandi Breuning Élitros com banda ou mancha lateral escura ao nível do meio; a pubescência clara com outros padrões de distribuicäo....... nee en ER g 9 (8). ' Escutelorecoberto por pubescência amarelada, contrastante com a da declividade basal dos élitros; pronoto com faixa longitudinal central amarelada. Peru... Sn O CURAR DÃO lab ON SR 55&echhannäähe I. peruana Breuning Pubescência do escutelo não contrastante; quando amarelada, a pubescência do pronoto/é uniforme e recobre toda aisuperkiciem re. 10 10 (9). " Mesepimerospontuados...........cnne nme ee RR NEE 11 Mesepimeros lisos...........:.2n2.. RER 12 11 (10). Pronoto com pubescência amarelada quase uniforme, recobre toda a super fície; distância entre lobos oculares superiores igual à largura de um lobo; pontos da base dos élitros não tuberculados. Brasil (SP), Paraguai............. ELTERN Pa a UN O A RR RES SARA NR I. flavinota,sp.n. Pronoto subglabro com faixa branca estreita, centro-longitudinal e, a cada lado, com pequena mancha clara ao nível do meio; distância entre os lobos oculares superiores maior do que o dobro da largura de um lobo; pontos da base dos élitros tuberculados. Brasil (GO, MG a SC). Paraguai, Argentina (Misiones) canas sa Lara e DC ern I. bimaculata Chevrolat 12 (10). Lobos oculares inferiores (fig. 11) mais longos do que as genas; bases dos élitros com pontos tuberculados; centro do metasterno ($ ) com pêlos longos e densos Brasil (PAM en Dita EE ane a ARER EN I. singularis, sp. n. Lobos oculares inferiores (fig. 10) mais curtos do que as genas; base dos élitros com pontos simples; pilosidade do centro do metasterno (6 ) não diferen- cilada, Brasil (GO! SB) 5.2... goi a DU o AEE I. modesta, sp.n. Ischnolea crinita Thomson, 1860 (Figs. 1, 15) Ischnolea crinita THOMSON, 1860: 347; BREUNING, 1974: 129. Ischnolea obliquelineata BREUNING, 1943: 47; 1974: 131. Syn. n. Tegumento castanho-avermelhado. Pubescência castanho-amarelada levemente iridescente; branco-acinzentada nos lados do pronoto e na região elitral à frente da banda IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 63-79, 30 set. 1993 Revisão do gênero Ischnolea... 69 oblíqua anterior. Pubescência branco-amarelada: faixa transversal estreita entre os tubérculos anteníferos; faixa longitudinal no meio do pronoto; faixa lateral no pronoto da base ao meio; faixa oblíqua que se inicia no úmero e alcança a sutura pouco atrás do meio (fig. 1). Faixa de pubescência esbranquiçada rala, oblíqua, ao nível do terço apical dos élitros e pubescência branca perto do ápice elitral. Face ventral e pernas com pubescência acinzentada uniforme. Antenas atingem o ápice elitral aproximadamente na extremidade do antenômero V(8) ou VIII (2). Bases dos antenömeros apicais com pubescência esbranquiçada. Lobos oculares inferiores com o dobro do comprimento das genas; os superiores tão distantes entre si quanto o dobro da largura de um lobo. Escapo, fêmures, tíbias e urosternitos com pontos glabros contrastantes. Tubérculos pronotais não aparentes. Pontos da base dos élitros não tuberculados. Extremidades elitrais com espinho externo curto. Mesepimeros lisos. Lados do metasterno esparsamente pontuados. Metafêmures (6 ) fusiformes; face ventral (fig. 15) com pêlos longos e depressão longitudinal em toda extensão. Dimensões, em mm, respectivamente $/9. Comprimento total, 10,6-11, 4/8,1; comprimento do protórax, 1,9-2,0/1,4; maior largura do protórax, 2,5-2,5/1,3; compri- mento do élitro, 7,3-7,7/5,9; largura umeral, 3,1-3,2/2,2. Tipos, localidade-tipo. /. crinita foi descrita com base numa fêmea procedente do Brasil e fotografada por Moure no MNHN. /. obliquelineata fundamentou-se num macho procedente do Brasil, Espírito Santo, fotografado por Moure no BMNH. No holótipo de I. obliquelineata faltam a antena e perna anterior direitas; antena esquerda colada ao nível do escapo; cabeça e protórax colados. Material examinado. BRASIL. Espírito Santo: Alegre (Fazenda Jeruzalém) & , 20.X.1912,J. F. Zikán col. (MZSP); Rio Itabapoana, & , 18.X1.1908, J. F. Zikán col. (MZSP). Minas Gerais: SSVIE 1925 Col E. Moreira (MZSP). Discussão. /. crinita, pela presença de faixa estreita oblíqua de pubescência branco- amarelada na metade anterior dos élitros, assemelha-se mais a /. spinipennis e 1. inexpectata que também apresentam essa faixa (figs. 1-3). As espécies distinguem-se pelos caracteres mencionados na chave. Ischnolea spinipennis Breuning, 1943 (Fig. 2) Ischnolea spinipennis BREUNING, 1943: 48; 1974: 133, fig. 14. O único exemplar que examinamos está muito danificado; faltam: cabeça, antenas, protórax e pernas anteriores. A redescrição baseia-se no diapositivo do holótipo e nos caracteres observáveis nesse exemplar danificado. Tegumento castanho-avermelhado; flagelômeros basais mais avermelhados. Pubescência castanho-amarelada; na metade basal dos élitros não oblitera o tegumento. Pubescência branca: faixa longitudinal no meio do pronoto; faixa lateral no pronoto da base ao meio; escutelo; faixa oblíqua estreita que se inicia no úmero e alcança a sutura um pouco atrás do meio (fig. 2); curta faixa dorsal, oblíqua que se inicia perto do escutelo no quinto anterior; duas faixas oblíquas, subparalelas, no quarto apical. Face ventral (mesosterno, metasterno) com pubescência branco-amarelada uniforme. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 63-79, 30 set. 1993 10 GALILEO & MARTINS Antenas (6 ) atingem a extremidade elitral aproximadamente na base do antenômero VII. Lobos oculares superiores tão distantes entre si quanto o dobro da largura de um lobo. Lado interno do escapo, fêmures (médios e posteriores) e urosternitos com pontos glabros contrastantes. Tubérculos pronotais visíveis. Bases dos élitros com pontos não tuberculados. Extremidades elitrais com espinho longo no lado externo. Mesepimeros pontuados. Lados do metasterno densamente pontuados. Dimensões, em mm, 9. Comprimento do élitro, 6,1; largura umeral, 2,2. Tipos, localidade-tipo. Holótipo 3, procedente do Brasil, Espírito Santo, original- mente depositado na coleção Le Moult, hoje no MNHN, onde foi fotografado por Moure. Material examinado. BRASIL. Santa Catarina: Corupá, 9, XI.1930, A. Maller col., ex-col. Melzer (MZSP). Discussão. Além dos caracteres mencionados na chave, 7. spinipennis distingue-se de 1. crinita pela pubescência que recobre o corpo mais esparsa e pelas áreas mais nítidas de pubescência branca no quarto apical dos élitros (figs. 1,2). A espécie ilustrada por BREUNING (1974: 125, fig. 14) é, na realidade, 7. spinipennis e não I. obliquelineata como consta da legenda e do texto (1. c., p. 131). Ischnolea inexpectata, sp. n. (Fig. 3) Tegumento avermelhado, mais escuro na cabeça, no escapo, e em grande área triangular comum aos élitros na metade basal (prolonga-se estreitamente para trás junto da sutura até quase o ápice). Pubescência esbranquiçada: mais esparsa na fronte e conspícua no dorso da cabeça; estreita faixa no centro do pronoto que emite ao nível do meio dois ramos laterais e volta-se lateralmente em direção à base (o conjunto lembra uma letra “M”); numa estreita faixa oblíqua do úmero até pouco além do meio dos élitros onde termina em mancha irregular; faixa irregular, transversal, antes do ápice (fig. 3). Lobos oculares inferiores mais longos do que as genas; lobos superiores com cinco fileiras de omatídios, mais distantes entre si do que a largura de um lobo. Antenas atingem o ápice elitral no meio do antenômero VI ($) ou do VII (2). Escapo robusto, sem pontos nitidamente contrastantes. Pronoto densamente pontuado, sem gibosidades. Terço basal dorsal dos élitros pontuado; pontos basais tuberculados. Extremidades elitrais transver- salmente truncadas com espículo externo. Fêmures com pontos contrastantes; posteriores (S), engrossados, fusiformes, com pêlos ventrais restritos à região central que recobrem pequeno orifício circular (como na fig. 14); (2) alongados, mais lineares, sem pêlos na face ventral. Mesepimeros lisos. Dimensões, em mm ‚respectivamente ó /9. Comprimento total, 6,5/7,6-7,9; compri- mento do protórax, 1,3/1,4-1,5; maior largura do protórax, 1,5/1,8-2,0; comprimento do élitro, 4,5/5,4-5,5; largura umeral, 1,9/2,3-2,4. Material-tipo. BRASIL. Espírito Santo: Linhares, parátipo 2, XI1.1973, B. Silva col. (MZSP); holótipo S , parátipo o, X.1976, B. Silva col. (MNRJ); (Parque Sooretama), parátipo 9, XII.1962, F. M. Oliveira col. (MNRJ). Discussão. /. inexpectata assemelha-se mais al. crinita e 1. spinipennis pelo padrão do colorido elitral com faixa estreita oblíqua de pubescência clara dos úmeros até perto IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 63-79, 30 set. 1993 Revisão do gênero Ischnolea... 71 do meio (figs. 1-3). A distinção entre essas espécies encontra-se na chave. Ischnolea longeantennata Breuning, 1942 Ischnolea longeantennata BREUNING, 1942: 158; 1974: 130. BREUNING (1974) mencionou exemplares dos dois sexos e cita a localidade-tipo (Brasil, Rio de Janeiro, Nova Friburgo) como única procedência da espécie. Examinamos o diapositivo do holötipo q depositado no MNHN. Pela redescrição (BREUNING (1974), verifica-se que os lobos oculares inferiores têm mais do que o dobro do comprimento das genas. O diapositivo do holótipo, em vista dorsal, nos permite acrescentar: lobos oculares superiores pouco mais distantes entre si do que a largura de um lobo; escapo com pontos contrastantes; faixa longitudinal de pubescência branca do meio do pronoto restrita à metade posterior; escutelo coberto por pubescência branca; toda superfície elitral com pequenas manchas de pubescência branca, aparentemente mais conspícuas na metade apical; ápices dos élitros obliquamente truncados, arredondados no ângulo externo. Discussão. Dentre as espécies do gênero com extremidades elitrais destituídas de espículo, 7. longeantennata é a única que apresenta élitros salpicados de manchas brancas em toda extensão. Esse padrão de colorido é semelhante ao de algumas espécies de Estola Fairmaire & Germain, 1859. Ischnolea flavofemorata Breuning, 1943 Ischnolea flavofemorata BREUNING, 1943: 47; 1974: 130. O holótipo q, único exemplar conhecido da espécie, foi originalmente descrito do Espírito Santo e depositado na coleção Le Moult, atualmente pertencente ao MNHN onde foi fotografado por Moure em 1972. Apesar de apresentar padrão de colorido geral semelhante ao da maioria das espécies do gênero, com mancha acastanhada lateral nos élitros, /. flavofemorata tem antenas curtas (o ápice alcança a declividade apical dos élitros). O escapo ultrapassa a borda anterior do protórax, mas não atinge o meio. Faixa central do pronoto difusa. Escutelo com pubescência branca. Pubescência elitral acinzentada, bem uniforme; áreas laterais castanhas mais transversais. Ápices dos élitros arredondados e desarmados. Fêmures, especialmente anteriores e médios, vermelho-amarelados, mais claros que a face dorsal do corpo, sem pontos contrastantes. Ischnolea oculata, sp. n. (Figs. 4, 13) Tegumento castanho escuro, mais avermelhado nos élitros. Pubescência corporal de maneira geral amarelo-acinzentada. Pubescência esbranquiçada: faixa no centro do disco do pronoto (não acentuadamente contrastante); nos élitros (fig. 4) numa faixa larga que se inicia nos ombros e contorna interna e inteiramente a área acastanhada lateral; no sexto apical dos élitros. Face ventral e pernas com pubescência branco-amarelada. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 63-79, 30 set. 1993 7 GALILEO & MARTINS Antenas atingem a ponta dos élitros na base ou no meio do antenômero VI ($) ou na base do VIII (9). Escapo alcança ou ultrapassa o meio do protórax. Flagelômeros basais com pêlos internos densos e mais longos do que a largura dos artículos. Lobos oculares inferiores desenvolvidos com ca. dobro do comprimento das genas; os superiores (fig. 13) tão distantes entre si quanto a largura de um lobo. Pronoto fina e densamente pontuado; gibosidades anteriores apenas indicadas, pouco projetadas. Pontos da região centro-basal dos élitros simples. Extremidades elitrais arredondadas, desarmadas. Mesepimeros com pontos rasos, às vezes pouco visíveis. Metasterno, urostenitos e fêmures com pontos contrastantes. Metafêmures (6), robustos, fusiformes, densamente pilosos na face ven- tral; região centro-interior com orifício circular profundo; ou (9) esbeltos, sem pubescência longa ou orifício na face ventral. Dimensões, em mm, respectivamente 6 /?. Comprimento total, 8,4-10,4/9,5-12,6; comprimento do protórax, 1,8-1,8/1,6-2,0; maior largura do protórax, 1,7-2,3/2,1-2,7; comprimento do élitro, 5,9-7,3/6,7-9,2; largura umeral, 2,3-3,0/2,8-3,8. Material-tipo. BRASIL. São Paulo: Itu (Fazenda Pau d'Alho), holótipo S, 5.XI. 1960, U. Martins col. (MZSP). Parátipos - BRASIL. Minas Gerais: Caldas, 2, I. 1915 (MZSP); Mar de Espanha,®, 16.X.1908,J. F. Zikán col. (MZSP);2, 17.X.1910,J.F. Zikan col. (MZSP). Santa Bárbara (Serra do Caraça, 1380m), 2, XI.1961, Kloss, Lenko, Martins & Silva col. (MZSP). Rio de Janeiro: Itatiaia (700m),& ,X.1925,J.F. Zikáncol. (MZSP). São Paulo: Amparo, 9, Col. Navarro de Andrade (MZSP); Barueri, 6, 9, XII.1965, K. Lenko col. (MZSP); 8, XII. 1965, K. Lenko col. (MCNZ). Botucatu, 2, 26.XI.1991, A. Scivittaro col. (DZVU); Itu (Fazenda Pau d Alho), 6, 6.X1.1960, U. Martins col. (MZSP); 2, 15-20.X.1961, U. Martins col. (MZSP);9, 28-29.X.1965, Martins & Biasi col. (MZSP); 9, 29.X.1965, U. Martins col. (MZSP); 2, 18.XI.1978, Curso Ent. col. (MZSP); São Carlos,9,27.X.1974,M.M. Dias col. (MZSP). Paraná: Cachoeirinha, 2, X. A. Maller col. (MZSP). Discussão. 7. oculata, sp. n., I. longeantennata, I. flavofemorata e I. indistincta possuem extremidades elitrais desarmadas. /. oculata é mais semelhante a 7. indistincta da qual difere pelos caracteres mencionados na chave. Nas outras espécies do gênero com padrão de colorido semelhante, as extremidades elitrais apresentam espículo no lado externo. Ischnolea indistincta Breuning, 1942. (Figs. 5,12) Ischnolea indistincta BREUNING, 1942: 158; 1974: 132. Tegumento castanho-avermelhado ou avermelhado. Pubescência castanho-amare- lada mais concentrada no dorso da cabeça e na faixa longitudinal do centro do pronoto. Pubescência branco-acinzentada no terço anterior dos élitros estendendo-se pela borda interna da mancha castanha lateral (fig. 5); no quarto apical entremeada por áreas de pilosidade castanha. Face ventral e pernas recobertas por pubescência castanho-amarela- da, sem pontos contrastantes. Antenas atingem o ápice dos élitros aproximadamente na extremidade do antenômero VII (6) ou VII (9). Bases dos flagelômeros com pubescência esbranquiçada. Lobos IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 63-79, 30 set. 1993 Revisão do gênero Ischnolea... 73 oculares inferiores tão ou pouco mais longos que a genas; os superiores (fig. 5) tão distantes entre si quanto o dobro da largura de um lobo. Tubérculos pronotais indicados. Pontos da base dos élitros não tuberculados. Extremidades elitrais obliquamente trunca- das e desarmadas. Mesepimeros lisos. Lados do metasterno muito esparsamente pontu- ados. Metafêmures (3) pedunculados e clavados; face ventral densamente pubescente com depressão em toda extensão. Dimensões, em mm, respectivamente ö /9. Comprimento total, 8,0-9,6/8,5; compri- mento do protórax, 1,6-2,0/1,6; maior largura do protórax, 1,8-1,9/2,0; comprimento do élitro, 5,3-6,3/5; largura umeral, 2,3-2,8/2,5. Tipos, localidade-tipo. Embora BREUNING (1974) tenha mencionado material dos dois sexos, a espécie foi originalmente descrita com base numa fêmea, fotografada por Moure no MNHN e procedente da Serra de Comunati, Pernambuco, Brasil. Material examinado. BRASIL. Bahia: 5, Bondar col. (MZSP); Camaça (Fazenda Santa Úrsula), 9, 11.11.1969, Ventocilla col. (CEPEC); Ilhéus, É, VI.1957, Dirings (MZSP); (Centro de Pesquisas do Cacau) 6, 1965 (MZSP). Espírito Santo: Alegre (Fazenda Jeruzalém), 2, 11.X,1913, J. F. Zikán col. (MZSP); Linhares, 9, XII.1973,B. Silva col., Col. Campos Seabra (MNRJ). Rio de Janeiro: Teresópolis (Fazenda Alpina, 1000m), 2,11.X1.1945, Wygodzinski col. (MZSP). São Paulo: São Paulo (Saúde), S, 1.X1.1916, J. Melzer col. (MZSP). Santa Catarina: Corupá (=Hansa Humboldt), 2, X. 1930, A. Maller col. (MZSP); Rio Vermelho, 9,1. 1958, Dirings (MZSP). Ischnolea strandi Breuning, 1942 Ischnolea strandi BREUNING, 1942: 158; 1974: 132. Examinamos esta espécie apenas pelo diapositivo do holötipo (9, metafêmures não engrossados) feito por Moure no USNM (Coleção Tippmann). Segundo anotações de Moure, o exemplar na coleção Tippmann tem o nome “Ischnolea albostictica”, mas corresponde ao holótipo de /. strandi e provém de Mafra, Santa Catarina, a localidade-tipo de acordo com a descrição original (BREUNING, 1942). Este exemplar corresponde perfeitamente às descrições de BREUNING (1942, 1974). Segundo a redescrição (BREUNING, 1974) os lobos oculares inferiores são pouco mais longos do que as genas. No diapositivo os lobos oculares superiores são tão distantes entre si quanto a largura de um lobo. As antenas atingem o ápice elitral no meio do antenômero VII. Faixa branca do meio do pronoto algo difusa. As manchas brancas mencionadas em BREUNING (1974) como dispersas nos élitros, parecem mais visíveis apenas no terço apical. Extremidades dos élitros com espinho externo bem desenvolvido. Ischnolea peruana Breuning, 1943 Ischnolea peruana BREUNING, 1943: 48; 1974; 130. Não examinada, exceto pelo diapositivo do holótipo, que pelas antenas relativa- mente curtas e metafêmures não espessados, deve ser uma fêmea. O holótipo pertence ao USNM (ex-coleção Tippmann) e a espécie foi originalmente descrita de Aina, Peru. Esta localidade-tipo é difícil de interpretar. Segundo STIGLICH (1922), existem três localidades peruanas com essa denominação: (1) “Aina. - (Etim.: Florido). El cerro más elevado del Dist. de Pampamarca, Prov. de Canchis” [Cuzco]. (2) “Aina. - Montana, IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 63-79, 30 set. 1993 74 GALILEO & MARTINS Dist. de Tambo, Prov. de La Mar. Regada por el rio del mismo nombre” [Ayacucho]. (3) “Aina. - Cas., Prov. Huamanga, Dist. Quinua. Habs. 100” [Ayacucho]. Como os dois primeiros nomes referem-se a elevações, é mais provável que a localidade-tipo seja esta última. A redescrição de BREUNING (1974) não menciona a relação de comprimento do lobo ocular inferior com relação ao comprimento da gena. No diapositivo do holótipo os lobos oculares superiores são mais distantes entre si do que o dobro da largura de um lobo. As antenas alcançam as pontas dos élitros aproximadamente no ápice do antenômero VIII. Padrão geral de colorido como em 7. bimaculata e I. singularis. Faixa clara central de pubescência no pronoto estreito e nítida. Escutelo com pubescência clara. Mancha castanha lateral dos élitros inicia-se perto do meio da margem. Extremidades elitrais com espinho externo evidente. Fêmures aparentemente sem pontos contrastantes. Ischnolea flavinota, sp. n. (Fig. 6) Tegumento castanho-avermelhado escuro. Pubescência amarelada mais compacta na cabeça, na face ventral e no pronoto onde é quase uniforme e não constitui faixas. Face ventral e pernas com pontos glabros contrastantes. Pubescência branco-acinzentada difusa no dorso da base elitral e concentrada em faixa oblíqua dos úmeros à sutura ao nível do meio; faixa diagonal no terço apical e manchas indistintas na região pré-apical. Antenas ultrapassam a extremidade dos élitros a partir do meio de antenômeros VI (S) ou do VIII (9). Lobos oculares inferiores tão longos quanto as genas; lobos superiores tão distantes entre si quanto a largura de um lobo. Tubérculos pronotais visíveis. Pontos da base dos élitros não tuberculados. Ápices elitrais com espinho manifesto no ângulo externo. Mesepimeros e lados do metasterno pontuados. Metafêmures (S ) pedunculados e clavados; face ventral pilosa com sulco longitudinal em toda extensão. Dimensões, em mm, respectivamente $/9. Comprimento total, 8,5/10,1-10,2; comprimento do protórax, 1,6/1,7-1,8; maior largura do protórax, 2,0/2,3-2,4; compri- mento do élitro, 5,9/7,0-7,4; largura umeral, 2,4/2,9-3,1. Material-tipo. PARAGUAI. Central: Aregua, holótipo 9, 17.11.1939, A. Schulze col. (AMNH). Parátipos: 2, mesma procedência e coletor, 26.11.1939 (MZSP). BRASIL. São Paulo: Marília, $, X1.1945, Nick col., ex-col. Dirings (MZSP). Discussão. Esta espécie caracteriza-se pela pubescência pronotal muito uniforme que reveste praticamente toda a superfície e pelo espinho desenvolvido nas extremidades elitrais. Ischnolea bimaculata Chevrolat, 1861 (Figs. 7, 10) Ischnolea bimaculata CHEVROLAT, 1861: 252; BREUNING, 1974: 131. Tegumento castanho-averinelhado. Pubescência castanho-amarelada mais com- pacta na cabeça. Faixa centro-longitudinal do pronoto amarelo-esbranquiçada, estreita; lados do pronoto com faixa delgada na metade basal. Mancha castanha lateral dos élitos IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 63-79, 30 set. 1993 Revisão do gênero Ischnolea... 75 bordejada internamente por pubescência branca nítida (fig. 7); manchas irregulares de pubescência branca no quarto apical e faixa oblíqua ante-apical nos élitros. Escapo, fêmures e tíbias com pontos contrastantes. Mesepimeros, metasterno e urosternitos basais densamente pontuados. Antenas atingem o ápice dos élitros na extremidade do artículo VI ($) ou VIII (9). Bases dos flagelômeros aneladas de pubescência branca. Lobos oculares inferiores (fig. 10) mais curtos que as genas; os superiores mais distantes entre si que o dobro da largura de um lobo. Tubérculos pronotais indicados. Pontos da base dos élitros tuberculados. Extremidades elitrais entalhadas com espículo externo. Metafêmures (S ) pendunculados; face ventral pilosa, com orifício profundo ao nível do meio. Dimensões, em mm, respectivamente é /9. Comprimento total, 5,8-9,6/8,0-10,0; comprimento do protórax, 1,2-2,0/1,6-3,1; maior largura do protórax, 1,4-2,4/2,0-2,5; comprimento do élitro 3,9-6,2/5,5-6,9; largura umeral, 1,5-2,9/2,3-3,0. Tipos, localidade-tipo. Descrita com base em único exemplar, muito provavelmen- te uma fêmea (metafêmures não engrossados), fotografado por Moure no BMNH. Localidade-tipo, Brasil; exemplar da ex-Coleção Sommer. Material examinado. BRASIL. Goiás: Campinas, 9, XII. 1935, Borgmeier & Lopes col. (MZSP). Minas Gerais: Cambuquira, 9, 11.1931, A. Marques col. (MZSP); Sete Lagoas, S, III. 1963, F. Werner, U. Martins & L. Silva col. (MZSP); Viçosa, 9, 16.XIL.1958, E. Amante col. (MZSP). Espírito Santo: Alegre (Fazenda Jeruzalém), 6 , 29.V.1912,J. F. Zikán col. (MZSP); Guandu, G , 4.X11.1920, F. Hoffmann col. (MZSP); Santa Leopoldina, 6, 9, 30.1.1965, H. Britski & I. Dias col. (MZSP). Rio de Janeiro: Angra dos Reis (Fazenda Japuhyba), 2, XI. 1945, L. Travassos Filho col. (MZSP); Itatiaia (700m), 6, 6.V.1926, J. F. Zikán col. (MZSP); km 47 rodovia Rio-São Paulo, G ‚II. 1943, Wygodzinsky col. (MZSP); 9 XII.1943, Wygodzisky col. (MZSP); 6 ‚9, 111.1945, Wygodzinsky col. (MZSP). São Paulo: Amparo,9, N. Andrade col. (MZSP); Botucatu, 6 , 9, II. 1974, A. Scivittaro col. (MZSP); Itapira, 2, E. Dente col. (MZSP); Itu (Fazenda Pau d'Alho), 8, VI.1956, U. Martins col. (MZSP); 29,1. 1959, U. Martins col. (MZSP); Pirassununga (Cachoeira), S, IV.1945, Schubart col. (MZSP); São Paulo (Jabaquara), 2, 11.1947, Nick col. (MZSP). Paraná. Rolandia, 2 6, II. 1946, Nick col. (MZSP). Santa Catarina: Corupá, 6, II. 1954, Dirings (MZSP); Nova Teutônia, 9, VI. 1967, F. Plaumann col. (MZSP); Rio Vermelho, 26, I. 1952, Dirings (MZSP); 9, II. 1952, Dirings (MZSP). PARAGUAI. Villeta (Nueva Italia), 2, XI-XII.1963, Williner col. (MZSP). ARGENTINA. Misiones: Iguazú, 26 ‚II. 1976, Foerster col. (MZSP). Discussão. Machos de /. bimaculata diferem dos de T. singularis, sp. n., pelos mesepimeros pontuados; pelos lobos oculares inferiores mais curtos que as genas; pelos lados do metasterno e dos urosternitos grosseiramente pontuados; pela ausência de pêlos longos no centro do metasterno e no processo intercoxal do urosternito 1. Ischnolea singularis, sp. n. (Figs. 8, 11) 8. Tegumento acastanhado mais claro principalmente na região centro-anterior dos élitros. Pubescência castanho-amarelada uniforme, mais densa na cabeça. Centro do pronoto com faixa longitudinal estreita de pubescência branco-amarelada. Escutelo com pubescência esparsa, esbranquiçada. Pubescência esbranquiçada ao redor da mancha castanha lateral dos élitros (fig. 8) e faixa oblíqua ante-apical. Pubescência da face ventral branco-amarelada, mais longa no meio do metasterno e no processo intercoxal. Escapo, IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 63-79, 30 set. 1993 76 GALILEO & MARTINS fêmures, tíbias e lados dos urosternitos com pontos contrastantes. Mesepimeros lisos. Lados do metasterno e dos urosternitos esparsamente pontuados. Antenas atingem o ápice dos élitros na base do antenômero VII. Bases dos flagelômeros com pubescência esbranquiçada. Lobos oculares inferiores (fig. 11) com o dobro do comprimento das genas; os superiores apenas mais distantes entre si do que a largura de um lobo. Tubérculos pronotais indicados. Élitros com alguns pontos tubercu- lados pronotais indicados. Élitros com alguns pontos tuberculados na declividade basal; extremidades levemente emarginadas com espículo externo. Metafêmures fusiformes, robustos; face ventral com pêlos longos e orifícios ao nível do meio. Dimensões, em mm, holótipo S . Comprimento total, 10,0; comprimento do protórax, 2,0; maior largura do protórax, 2,4; comprimento do élitro, 6,8; largura umeral, 2,9. Material-tipo. BRASIL. Pará: Km 103 rodovia Transamazônica, holötipo 6, 20.1.1971, Bicelli col. (MZSP). Discussão. Esta espécie é semelhante a /. peruana da qual difere, principalmente pela ausência de pubescência amarelada sobre o escutelo e pelos espinhos marginais do ápice elitral menos desenvolvidos. Vide também discussão em /. bimaculata. Ischnolea modesta, sp. n. (Figs. 9,14) Tegumento castanho-avermelhado Pubescência castanho-amarelada uniforme. Faixa centro-longitudinal do pronoto estreita e faixas laterais pouco distintas da base ao meio onde terminam em mácula. Pubescência esbranquiçada sutil ao redor da mancha acastanhada lateral dos élitros (fig. 9) e em pequenas máculas ante-apicais. Escapo, fêmures, tíbias e lados dos urosternitos com pontos contrastantes. Mesepimeros lisos. Lados do metasterno com alguns pontos profundos. Antenas atingem o ápice alitral na base do antenömero VI (S) ou do VII (9). Bases dos flagelômeros com pubescência esbranquiçada. Lobos oculares inferiores mais curtos que as genas; os superiores tão distantes entre si quanto o triplo da largura de um lobo. Elitros sem pontos tuberculados; extremidades obliquamente truncadas com espículo externo. Metafêmures (6) fusiformes; face ventral pubescente, com orifício ao nível do meio (fig. 14). Dimensões, em mm, respectivamente 8/9. Comprimento total, 9,0-10,1/9,5-10,2; comprimento do protórax, 1,7-1,9/1,8-1,9; maior largura do protörax, 1,9-2,3/2,1-2,4; comprimento do élitro, 6,2-6,9/6,7-6,8; largura umeral, 1,9-2,9/2,6-3,0. Material-tipo. BRASIL. São Paulo: Ribeirão Preto (Faculdade de Medicina), holótipo é I. 1955, Barretto col. (MZSP). Parátipos - BRASIL. Goiás: Aruanã (Rio Araguaia), 6, 2, V.1960, Dirings (MZSP); Campinas, 6, I. 1934, R. Spitz col. (MZSP); Dianópolis, $, 11-14.1.1962, J. Bechyné col. (MZSP). São Paulo: Batatais, S, XII.1943, F.S. Pereira col. (MZSP). Ibirá, 26, X. 1953, Dirings (MZSP, MCNZ). Itu (Fazenda Pau d' Alho), 6, I. 1959, U. R. Martins col. (MZSP); 6, XII.1960, U. R. Martins col. (MZSP); Ribeirão Preto, 8, VI[.1955, E. Rabello col. (MZSP); Rio Claro, 2, 18.1.1962, Reichardt col. (MZSP); São Roque, 8, 2.1.1972, F. Lane col. (MZSP). Discussão. /. modesta, sp. n., separa-se de 1. bimaculata pela ausência de pontos tuberculados na base dos élitros; pelos mesepimeros lisos; pelos lados do metasterno e dos IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 63-79, 30 set. 1993 Revisão do gênero Ischnolea... 77 urosternitos esparsamente pontuados. Desmiphora circunspecta (Lane, 1973), comb. n. Ischnolea circunspecta LANE, 1973: 383. Impropriamente inserida por LANE (1973) em Ischnolea; vide introdução. Agradecimentos. As colegas Dilma Solange Napp e Erica H. Buckup pelas correções e críticas ao manuscrito. A Miguel A. Monné pelo empréstimo de material e a Renato C. Marinoni pelo empréstimo dos diapositivos dos tipos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AURIVILLIUS, C. 1921. Coleopterorum Catalogus, pars 73, Berlim, W. Junk, 322p. BREUNING, S. 1942. Novae species Cerambycidarum, XI. Fol. Zool. Hydrobiol., Riga, 11: 113-175. — . 1943. Idem. XII. Ibidem 12: 12-66. — . 1963. Cataloque des Lamiaires du Monde, 7 Lief., Tutzing bei Muenchen, Museums G. Frey, p. 463- 335. — . 1969. Idem, 11 Lief, Ibidem, p. 865-1069. — . 1974. Revision des Rhodopinini Américains. Stud. Ent. Petrópolis 17: 1-210. CHEVROLAT, L. A. 1861. Réflexions et notes synonymiques sur le travail de M. James Thomson sur les Cérambycides, avec descriptions de quelques nouvelles especes. J. Ent., Londres 1: 245-254. DEJEAN, P. F.M. A. 1835. Catalogue des Coleoperes de la collection de M. Le Comte Dejean, Ed. 2, Paris, 360 p. — . 1837. Idem. Ed. 3, Paris, 503p. GEMMINGER, M. & HAROLD, E. von. 1873. Catalogus Coleopterorum... v. 10, Monachii, s. e., p. 2989- SBD HORN, W. & KAHLE, I. 1935. Über entomologische Sammlungen, Entomologen & Entomo-Museologie. Ent. Beih., Berlim, 2: VI+160. LACORDAIRE, J. T. 1872. Genera des Coleopteres... v. 9(2), Paris, Librairie Encyclopêdique de Roret, p. 411-930. LANE, F. 1973. Cerambycoidea Neotropica nova (Coleoptera). IX. Stud. Ent., Petrópolis, 16: 371-438. STIGLICH, G. 1922. Diccionario Geográfico del Peru. Lima, V+1193 p. THOMSON, J. 1860. Essai d'une classification de la famille des Cérambycides..., s.e., Paris, 396 p. — . 1864. Systema Cerambycidarum... Mém. Soc. Roy. Sci., Liege, 19: 1-540. — . 1868. Matériaux pour servir a une révision des desmiphorites (Lamites, Cérambycides, Coléoptêres). Physis Rec. Hist. Nat., Paris, 2 (6): 101-146. Recebido em 27.12.1992; aceito em 31.03.1993. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 63-79, 30 set. 1993 78 GALILEO & MARTINS Figs. 1-9. Élitro esquerdo: 1. Ischnolea crinita Thomson; 2.1. spinipennis Breuning; 3.]. inexpectata, Sp. 1.; 4. I. oculata, sp. n.; 5.1. indistincta, sp. n.; 6. I. flavinota, sp. n.; 7. 1. bimaculata Chevrolat; 8. 1. singularis, sp. n.; 9. I. modesta, sp. n. Figs. 1, 8; 2, 5-7, 9; 3; 4, respectivamente na mesma escala. Barra = Imm. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 63-79, 30 set. 1993 Revisão do gênero Ischnolea... 13 14 Figs. 10-15. Cabeça lateral: 10. /schnolea bimaculata Chevrolat; 11. 1. singularis, sp. n. Cabeça, dorsal: 12.17. indistincta Breuning; 13.1. oculata, sp. n. Metafêmur, G, ventral: 14.7. modesta, sp.n.; 15.17. crinita Thomson. Figs. 10-13; 14, 15, respectivamente na mesma escala. Barra = Imm. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 63-79, 30 set. 1993 sepdriragçto) ipi it dd | due, uses m DADOS MORFOLÓGICOS DE HELEOBIA PARCHAPPEI (ORBIGNY, 1835) (PROSOBRANCHIA, HYDROBIIDAE, LITTORIDININAE) Maria Cristina Pons da Silva! ABSTRACT MORPHOLOGICAL DATA OF HELEOBIA PARCHAPPEI (ORBIGNY, 1835) (PROSOBRANCHIA, HYDROBIIDAE, LITTORIDININAE). The shell, radula and female and male reproductive systems are presented for Heleobia parchappei (Orbigny, 1835) upon specimens from the Taim Ecological Station, Rio Grande, Rio Grande do Sul, Brazil. It is the first record of this species to Brazil. KEYWORDS. Heleobia parchappei, Littoridininae, Hydrobiidae, morphology, Brazil. INTRODUÇÃO A sucinta diagnose conquiliológica de ORBIGNY (1835) propõe Paludina parchapii (sic) para a Argentina. Posteriormente, ORBIGNY (1840) apresenta uma descrição mais detalhada da concha, transferindo a espécie para o gênero Paludestrina Orbigny, 1840. SILVA & DAVIS (1983) removem-na para Heleobia Stimpson, 1865 com base em DAVIS et. al. (1982). A concha de Heleobia parchappei também foi descrita por DOERING (1885), FIGUEIRAS (1964), GAILLARD & CASTELLANOS (1976) e SILVA & DAVIS (1983). Além da descrição da concha e do pênis, GAILLARD & CASTELLANOS (1976) apresentam ilustração da rádula. Nenhuma outra estrutura morfológica de H. parchappei é, até o momento, conhe- cida. 1. Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. Caixa Postal 1188, 90.690-000, Porto Alegre, RS, Brasil. (Bolsista da FAPERGS, Proc. nº 92.6047-4). IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 81-87, 30 set. 1993 82 SILVA A espécie foi registrada para a Argentina e Uruguai (ORBIGNY, 1835, 1840; STROBEL, 1874; DOERING, 1881, 1885; PILSBRY, 1911; BARATTINI, 1951; FIGUEIRAS, 1964; GAILLARD & CASTELLANOS, 1976; CAZZANIGA,1982). Objetiva-se fornecer dados morfolögicos dos sistemas reprodutores feminino e masculino de H. parchappei, comparar as características conquiliológicas e radulares dos . espécimes procedentes da Estação Ecológica do Taim, Rio Grande do Sul, com aquelas da literatura e de registrar nova ocorrência para a espécie. MATERIAL E MÉTODO O material estudado foi coletado seguindo VEITENHEIMER-MENDES et. al. (1992), na Estação Ecológica do Taim (32°32' - 32º50' S e 52º23' - 52°32' W), município de Rio Grande, Rio Grande do Sul, e incluído na coleção do Museu de Ciências Naturais (MCN), Fundação Zoobotância do Rio Grande do Sul, recebendo a seguinte numeração: 8655, 8660, 8681, 9223-9230, 9278, 9279, 9317-9335, 9351-9356. Foram examinados também lotes dos municípios de São Lourenço do Sul (MCN - 33130); Viamão, Praia da Pedreira, (MCN-6328) e Torres, Colônia de São Pedro, (MCN-4451), todos no Rio Grande do Sul. O perióstraco do espécime jovem (figs. 3,4) foi removido segundo HERSHLER & DAVIS (1980). As conchas foram fotografadas ao estereomicroscópio Zeiss. Nas dissecações empregou-se o método descrito em DAVIS (1967). Foram ee tanto individuos vivos como conservados em álcool a 70%, previamente fixados em formol a 10%. A técnica utilizada na preparação da rádula, para fotografia ao microscópio eletrônico de varredura, é a de HERSHLER & DAVIS (1980). RESULTADOS E DISCUSSÃO Concha (figs. 1-4). A convexidade das voltas e a projeção da abertura para fora da base da concha, acentua-se durante o crescimento. Em decorrência do afastamento gradativo das voltas da concha em relação ao eixo central, na fase de crescimento, surge a estreita depressão umbilical. Deste modo, quanto mais voltas a concha apresentar, mais marcantes serão os caracteres que melhor definem a espécie: (1) aspecto turriforme; (2) suturas marcadas; (3) lábio interno refletido; (4) estreita depressão umbilical e (5) projeção da abertura para fora da base da concha. Estes caracteres foram assinalados para a espécie por ORBIGNY (1835; 1840), DOERING (1885), FIGUEIRAS (1964), GAILLARD & CASTELLANOS (1976) e SILVA & DAVIS (1983). Na amostra de H.parchappei da Estação Ecológica do Taim, verifica-se que as conchas em torno de 6 voltas ainda não apresentam a depressão umbilical estreita nem o lábio refletido. Nestas conchas, inclusive, a convexidade das voltas, a linha de sutura e a projeção da abertura para fora da base são bem mais sutís do que em formas maiores (figs. 1-4). Os dados conquiliométricos (tab. I) são compatíveis com aqueles fornecidos para a espécie nas descrições dos autores citados. DOERING (1885) apresenta a excepcional medida de 9mm de comprimento e 4mm de largura da concha de H. parchappei, procedente do sul da Província de Buenos Aires, Argentina. A maior medida assinalada para a espécie por GAILLARD & CASTELLANOS (1976), com base em material procedente da Província de Entre Rios, Argentina, é de 8,/mm de comprimento e 3,9mm de largura. O maior exemplar, dentre os 934 amostrados e medidos por CAZZANIGA (1982), procedentes da Província de Buenos Aires, mede 7,6mm de comprimento. A maior concha examinada, coletada na Praia da Pedreira, rio IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (75): 81-87, 30 set. 1993 Dados morfológicos de Heleobia parchappei... 83 Tabela I. Conquiliometria de Heleobia parchappei (Orbigny, 1835) da Estação Ecológica do Taim, Rio Grande, Rio Grande do Sul. X, média; s, desvio padrão; (medidas em mm). Fêmeas (N=10) Machos (N=10) ans Intervalo epa sas intervalo Comprimento 5:67 210,62 4,55 - 7,05 joio) == (0/7) 4,95 - 7,10 Largura 28022 2,45 - 3,30 2,80 + 0,33 2,30 - 3,20 Comprimento da volta do corpo 326 = 0/32 2,15 - 3,90 SUAS 2,75 - 3,80 Comprimento da abertura 2,19 +0,21 1,80 - 2,60 2,23 + 0,26 1,85 - 2,56 Largura da abertura 1,49 + 0,17 1,25 - 1,90 1,49 + 0,23 1,15 - 1,80 Nº de voltas 6,90 + 0,24 6,50 - 7,25 7,02 + 0,40 6,25 - 7,50 Guaíba, Viamão, mede 8,5mm de comprimento e 3,6mm de largura. Essas conchas de tamanhos excepcionais tratam-se certamente de formas gerônticas. Rádula. O dente raquidiano (fig. 5), com 4 cúspides ladeando a cúspide central e um dentículo basal de cada lado, como assinalado por GAILLARD & CASTELLANOS (1976). Porém, GAILLARD (Com. pes.) observou o surgimento de um dentículo eventual ao lado do único dentículo basal, o que não foi observado nos exemplares estudados. O dente lateral tem de 7 a 8 cúspides, sendo respectivamente a terceira ou quarta interna a mais proeminente. Além da diferença do número de cúspides nos dentes da rádula, verificou-se que o formato destas cúspides também distingue espécies em Heleobia. A cúspide central do dente raquidiano, observado ao miscroscópio eletrônico de varredura, diferencia-se consideravelmente daquela em outras espécies do gênero por apresentar a mesma largura desde a base até a metade de seu comprimento e a partir daí afilar-se até a extremidade. Referida cüspide, em H.davisi Silva & Thomé, 1985 e H. australis nana (Marcus & Marcus, 1963) (fig. 6) afila-se progressivamente ao longo de seu comprimento. Sistema reprodutor feminino. O ovário apresenta-se como em H. davisi, conforme descrito por SILVA & THOMÉ (1985). O início do duto do receptáculo seminal, justamente na união deste com o duto espermático, é muito intumescido e curvado sobre si, formando um “S”, antes do seu prolongamento posterior. Esta intumescência foi registrada para H. davisi por SILVA & THOME (1985), os quais consideraram-na como sendo uma dilatação do duto espermático, denominando-a câmara de fertilização. MARCUS & MARCUS (1963), ao descreverem H. australis nana, ilustram o duto do receptáculo seminal originando-se diretamente da bolsa copuladora, o que foi contestado por DAVIS et. al. (1982) e com os quais concordo plenamente. Ao estudar a anatomia de H. australis australis (Orbigny, 1835) do Rio Grande do Sul, constatou-se que o duto da bolsa é proporcionalmente mais curto do que o observado nas outras Heleobia anatomicamente conhecidas. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 81-87, 30 set. 1993 BE a nn © rn O oviduto, em seu percurso até o oviduto palial posterior, une-se por um curto espermioduto, ao duto do receptáculo seminal, logo após sua curvatura intumescida. Essa união em H.davisi ocorre justamente no intumescimento do duto do receptáculo seminal (SILVA & THOME, 1985). Nas espécies européias, H. dalmatica (= Semisalsa dalmatica Radoman, 1974) e H. stagnorum (Gmelin, 1791), embora o duto do receptáculo seminal seja retilíneo e não intumecido, o oviduto também se conecta a ele justamente no seu início, como é figurado em CHUKHCHIN (1976) e GIUSTI & PEZZOLI (1984) respectivamente. A bolsa copuladora saculiforme (figs. 7,8) não se apoia sobre o duto da bolsa como em H. davisi, descrita e figurada em SILVA & THOME (1985). Como as demais espécies do gênero, conhecidas anatômicamente, o duto espermático comunica-se com o exterior através de uma abertura na parede posterior da cavidade do manto, do lado direito do oviduto palial. Ao longo do oviduto palial, distingue-se 3 ou 4 regiões com diferentes tonalidades, do branco ao amarelo pardo. O oviduto palial posterior sempre apresenta tonalidade mais clara, branca ou creme. Sistema reprodutor masculino. O testículo e o vaso eferente apresentam-se como descrito para H. davisi por SILVA & THOMÉ (1985). A vesícula seminal inicia-se na extremidade anterior do vaso eferente, como uma continuação deste, dilata-se e dobra-se imediatamente para trás. Ao atingir a terceira volta da massa visceral gira 180º e, completamente enovelada, estende-se até a face ventral da parte posterior do estômago. O vaso deferente posterior parte da vesícula seminal e segue até a próstata (fig.9). A próstata mede aproximadamente 1 mm de comprimento e 0,5mm de largura e encontra-se em posição látero-ventral direita, parte sobre a cavidade do manto e parte atrás desta. O vaso deferente anterior deixa a próstata, passa pela base do músculo columelar, percorre a região nucal e penetra no pênis. O pênis (fig. 10) apresenta, em sua face convexa, 4 a 12 papilas pedunculadas, e em sua face côncava, única papila de base mais alargada. GAILLARD & CASTELLANOS (1976) mencionam a variação de 5 a 9 papilas na face convexa do pênis desta espécie. Nova ocorrência e häbitat. Registra-se H. parchappei pela primeira vez para o Brasil. A ocorrência em Torres, situada no extremo norte do litoral do Rio Grande do Sul, trata-se do registro mais setentrional para a espécie. Estes caracóis são encontrados em fundo arenoso ou na vegetação representada por Eichhornia crassipes, E. azurea, Ceratophylum demersum e Lugwigia sp. Agradecimentos. À FINEP pelo financiamento desse projeto. Ao CNPq pela Bolsa de Pesquisa concedida. A RIOCEL pelas fotografias das rädulas ao microscópio eletrônico de varredura. Ao Cláudio Ricardo Dentziem pela arte final dos desenhos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARATTINI, L.P. 1951. Malacologia Uruguaya. Enumeración sistemática y sinonímica de los moluscos del Uruguay. Publnes Cient. Serv. oceanogr. Pesca, Montevideo, (6):181-293. CAZZANIGA, N.J. 1982. Notas sobre hidróbidos argentinos. V Conquiliometria de Littoridina parchappei (D’Orbigny, 1835) (Gastropoda, Rissoidea) referida a su ciclo de vida en poblaciones australes. Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (61):97-118. CHUKHCHIN, V.D. 1976. Functional morphology of Semisalsa dalmatica Radoman, a new black sea gastropod. Zool. Zh. Moskva, 55 (11): 1627-1634 IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 81-87, 30 set. 1993 Dados morfológicos de Heleobia parchappei... 85 DAVIS, G.M. 1967 The systematic relations of Pomatiopsis lapidaria and Oncomelania hupensis formosa (Prosobranchia: Hydrobiidae). Malacologia, Ann Arbor, 6(1-2):1-143. DAVIS, G.M; MAZURKIEWICZ, M. & MANDRACHIA, M. 1982. Spurwinkia: morphology, systematics and ecology of a new genus of North American Mashland Hydrobiidae (Mollusca: Gastropoda). Proc. Acad. nat. Sci. Philad., Philadelphia, 134 : 143-177. DOERING, A. 1881. Moluscos. In: INFORME oficial de la Comisión Científica agregada al estado mayor general de la Expedición al Río Negro, bajo las órdenes del Gral. Julio A. Roca, Zoologia (Buenos Aires). v.1, p.61-75. — . 1885 Apuntes sobre la fauna de moluscos de la Republica Argentina. Boln Acad. nac. Cienc. Córdoba, Córdoba, 7:457-474. FIGUEIRAS, A. 1964 La malacofauna dulceacuicola del Uruguay (Parte 1). Comun. Soc. Malac. Urug., Montevideo 1(7):174-185. GAILLARD, M.C. & CASTELLANOS, Z.A. 1976 Molusca gastropoda; Hydrobiidae. In: RINGUELET, R.A. Fauna de agua dulce de la República Argentina. Buenos Aires, Fecic, v. 15, fasc.2, 40p. GIUST, F. & PEZZOLI, E. 1984 Notulae malacologicae, XXIX - Gli Hydrobiidae salmastridelle acque costieri italiane: primi cenni sulla sistematica del gruppo e sui caratter distintivi delle singole morfospecie. Lavori S.I.M., Milano, 21:117-148. HERSHLER, R. & DAVIS, G.M. 1980 The morphology of Hydrobia truncata (Gastropoda:Hydrobiidae): relevance to systematics of Hydrobia. Biol. Bull., Woods Hole, 158:195-219. MARCUS, Er. & MARCUS, Ev. 1963. Mesogastropoden von der Kiiste São Paulos. Abh. math. - naturw. Kl. Akad. Wiss. Mainz., Mainz, (1):32-105. ORBIGNY, A.d’. 1835 Synopsis terrestrium et fluviatilium molluscorum in suo per American meridionalem itinere. ab A. d’Orbigny, collectorum. Mag. Zool., Paris, 5(61-62):1-44. — . 1840. Famille Littorinidées, Littorinidae, d’Orb. In:Voyage dans L’Amerique Meridionale; mollusques. Paris, Strasbour. t.5, pt.3, p. 383-384. PILSBRY, H.A. 1911. Non-marine Mollusca of Patagonia. In: SCOTT, W.B. ed. Reports of the Princeton University Expeditions of Patagonia, 1896-1899. v. 3, pt.5. Stuttgart. p.513-633. SILVA, M.C.P. da & DAVIS, G. M. 1983 D'Orbigny's types specimens of Paludestrina (Gastropoda: Prosobranchia) from southern south America. Proc. Acad. nat. Sci. Philad., Philadelphia, 135:128-146. SILVA, M.C.P. da & THOMÉ, J.W. 1985. Umanova Heleobia (Prosobranchia: Hydrobiidae) do “rio” Guaíba, Rio Grande do Sul. Revta bras. Biol., Rio de Janeiro, 45(4):515-534. STROBEL, P. 1874 Materiali per una Malacostratica di terra e di acgua dolce dell ‘Argentina Meridionale. Bibl. Malac., Pisa, 4:V-LXXX+3-105. VEITENHEIMER-MENDES, I.L.; LOPES-PITONI, V.L.;SILVA,M.C.P. da; etal. 1992. Moluscos (Gastropoda e Bivalvia) ocorrentes nas nascentes do rio Gravataí, Rio Grande do Sul, Brasil. Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (73):69-76. Recebido em 14.01.1993; aceito em 31.05.1993 IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (75): 81-87, 30 set. 1993 86 SILVA Figs. 1-6. Concha: 1-4. Heleobia parchappei (Orbigny, 1835), Rio Grande, Rio Grande do Sul (escala=Imm). Adulto com 7,5 voltas: 1. vista frontal; 2. vista lateral. Jovem com 6,25 voltas: 3. vista frontal; 4. vista lateral. Dente raquidiano da rádula: 5. H. parchappei: 6. H. australis nana. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (75): 81-87, 30 set. 1993 Dados morfológicos de Heleobia parchappei... 87 Pa dd 10 O,6mm Figs. 7-10. Sistema reprodutor de Heleobia parchappei (Orbigny, 1835). Feminino: 7. Posigäo da bolsa copuladora e do oviduto palial em relação à extremidade posterior da cavidade do manto; 8. Complexo da bolsa copuladora com a porção posterior do oviduto palial removida. Masculino: 9. Posição da próstata em relação à extremidade posterior da cavidade do manto e ao músculo columelar; 10. Pênis. BC, bolsa copuladora; DB, duto da bolsa copuladora; DE, duto espermático; DRS, duto do receptáculo seminal; E, esôfago; EPCM, extremidade posterior da cavidade do manto; MC, músculo columelar; Ov, oviduto; OP, oviduto palial; P, próstata; PA, papila; RS, receptáculo seminal; VDA, vaso deferente anterior; VDP, vaso deferente posterior. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 81-87, 30 set. 1993 REVISÃO DO GÊNERO PANEGYRTES THOMSON, 1868 (COLEOPTERA, CERAMBYCIDAE, LAMIINAE, DESMIPHORIN]) Maria Helena M. Galileo »º Ubirajara R. Martins *º ABSTRACT REVISION OF THE GENUS PANEGYRTES THOMSON, 1868 (COLEOPTERA, CERAMBYCIDAE, LAMIINAE, DESMIPHORINT). The genus Panegyrtes Thomson, 1868 is revised and a key to the seven species is presented. P. porosus, sp. n., is described from Colômbia (Magdalena). KEYWORDS. Cerambycidae, Coleoptera, Desmiphorini, Lamiinae, Panegyrtes. INTRODUÇÃO THOMSON (1868: 133) estabeleceu Panegyrtes para única espécie, P. lactescens, do Brasil; relacionou-o com Graminea Thomson, gênero cujas espécies apresentam garras tarsais apendiculadas, hoje inserido em Calliini e, portanto, muito diferente de Panegyrtes que apresenta garras tarsais inteiras e divaricadas. LACORDAIRE (1872: 637) incluiu Panegyrtes em Estolini (= Desmiphorini), entre os gêneros com escapo cilíndrico e alongado (Grupo A) e o separou de todos os demais pela presença de cicatriz no escapo. BREUNING (1940) incorporou ao gênero mais quatro espécies do Brasil (P. varicornis, Amazonas; P. sparsepunctatus e P. striatopunctatus, Goiás; P. bifasciatus, Rio de Janeiro). O mesmo autor (1974) publicou uma revisão do gênero e descreveu P. pseudolactescens também do Brasil (São Paulo). Sinonimizou, indevidamente, P. sparsepunctatus e P. lactescens, espécies muito distintas. MONNÉ & GIESBERT (no prelo), revalidaram apropriadamente P. sparsepunctatus. Exemplares das espécies deste gênero são muito raros em coleções. BREUNING (1974) estudou poucos exemplares e o material, que tivemos à disposição, é extremamen- te exíguo. Dentre os espécimens do “Canadian Museum of Nature”, Ottawa (CMNC), 1. Museu de Ciências Naturais, Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Caixa Postal 1188, 90001-970 Porto Alegre, RS, Brasil. 2. Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo, Caixa Postal 7172, 01064-970 São Paulo, SP, Brasil. 3. Pesquisador do CNPq. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 89-96, 30 set. 1993 90 GALILEO & MARTINS recebidos para identificação, detectamos uma nova espécie, P. porosus, proveniente do extremo norte da Colômbia (Magdalena), o que amplia consideravelmente a distribuição conhecida do gênero. O exame da coleção de diapositivos de tipos pertencente ao Departamento de Zoologia da Universidade Federal do Paraná (DZUP) nos permitiu reconhecer as espécies com segurança; propusemo-nos então a rever o gênero para incluir caracteres morfológicos ainda não avaliados e mencionar novos dados de ocorrência das espécies. Outras siglas arroladas ao longo do texto são: MNHN “Muséum National d' Histoire Naturelle”, Paris; MNRJ, Museu Nacional, Rio de Janeiro; MZSP, Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo; NHRS, “Naturhistoriska Riksmusset”, Estocolmo. Panegyrtes Thomson, 1868 Panegyrtes THOMSON, 1868: 133; LACORDAIRE, 1872; 637, 639; BREUNING, 1974: 187 (revisão). Espécie-tipo, Panegyrtes lactescens Thomson, 1868, monotipia. Fronte levemente convexa, mais longa do que larga; sutura frontal evidente, prolonga-se até o occipício. Tubérculos anteníferos projetados. Olhos grosseiramente facetados; lobos inferiores com cerca do dobro do comprimento da gena; lobos superiores com 5-7 fileiras de omatídios, geralmente tão distantes entre si quanto o dobro da largura de um lobo. Antenas tão ou pouco mais longas que o corpo. Escapo (figs. 1, 2) cilíndrico com cicatriz no lado externo do ápice, pouco mais curto que o antenômero III. Flagelômeros com pêlos internos de comprimento variável. Antenômero III tão longo quanto o IV; do V em diante com comprimentos decrescentes. Protórax mais largo do que longo; lados arredondados ou com gibosidade central, sem espinho lateral. Pronoto convexo; gibosidades dorsais, quando presentes, pouco manifestas (duas anteriores e uma central); de cada lado do meio com um ponto glabro onde se insere apenas sensila alongada. Cavidades coxais anteriores angulosas no lado externo e fechadas atrás. Prosterno muito mais curto que o processo prosternal. Processo prosternal levemente arqueado entre as procoxas, com um terço ou menos da largura de uma procoxa. Processo mesosternal com o dobro da largura do processo prosternal, subplano (giboso em P. bifasciatus), transversalmente truncado no ápice. Mesepimeros, metepisternos e lados do metasterno sem pontuação. Ultimo urosternito levemente emarginado na borda apical. Élitros (figs. 3-5, 7-10) desarmados no ápice, com pêlos de comprimento variável, na maioria das espécies com pontos contrastantes (figs. 6, 11-13). Metafêmures levemente engrossados para o ápice ou subclavados, nunca ultrapassam a extremidade do abdômen. Mesotíbias sulcadas no terço apical. Primeiro metatarsômero tão longo quanto os dois seguintes reunidos. Discussão. Panegyrtes separa-se dos demais gêneros de Desmiphorini pela presen- ça de cicatriz no ápice do escapo. O aspecto geral das espécies é moderadamente alongado eos élitros geralmente apresentam pontos ou manchas escuras abundantes e contrastantes. Antenas curtas, alcançam ou apenas ultrapassam as extremidades elitrais. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 89-96, 30 set. 1993 Revisão do gênero Panegyrtes... 91 Chave para as espécies de Panegyrtes Il. Pontos elitrais do dorso no terço mediano próximos e organizados em fileiras longitudinais (fig. 3). Brasil (Minas Gerais, GoiäS)................2uuuer2snnne ernennen dh a REISEN HEN ER EBERLE... P. striatopunctatus Breuning Eeskersselitraisınao alinhadoser......=...........2..20 Ran Mal. 2 2(1). Elitros (fig. 4) com pubescência amarelo-esbranquicada, com uma faixa transversal irregular no quinto apical e extremidades recobertas por pubescência castanha; processo mesosternal giboso; urosternitos com manchas circulares castanhas e pêlos pretos. Brasil (Minas Gerais, Rio de Janeiro)... P. bifasciatus Breuning. Élitros (figs. 5, 7-10) sem faixas transversais castanhas, com extremidades da mesma cor que orestante da superfície; processo mesosternal plano; urosternitos Rembmanthase semipelos ca sapato Eu 3 3(2). Escapo (fig. 1) robusto com cicatriz projetada no lado externo do ápice; pêlos elitrais (fig. 6) como triplo do comprimento do pedicelo; metatíbias com pêlos longos. Erasili(São Paulo) 2......002%%:.5..J0Rl8eea P. pseudolactescens Breuning Escapo (fig. 2) cilíndrico, alongado, com cicatriz não projetada; pêlos elitrais aproximadamente tão longos quanto o pedicelo; metatíbias sem pêlos ou com PRIOR CUTOS Lam + ernennen lee ae 4 4(3). Lados do protórax arredondados, sem gibosidade central; flagelömeros IV-XI com anel basal de pubescência branca. Brasil (Amazonas).... P.varicornis Breuning. Lados do protórax com gibosidade central; flagelômeros com pubescência BERG DE Re. nn ea RR PR PR 5) 5(4). Pontos elitrais (fig. 11) circundados por área glabra; comprimento corporal, 6,0-6,4 mmaColômbia (Magdalena) ...... cessa se rusassrecapenveecer cesto P.porosus, sp. n. Pontos elitrais não circundados por área glabra; comprimento corporal maior que RS bo comerem ca ua ls soprar «QD era da ends aca es ease s doando omnes 6 6(5). Pontos elitrais (fig. 12) circundados por mancha circular de pubescência castanho- escura; antenas (g ) tão longas quanto o corpo; pêlos do antenömero III mais curtos que a largura de um artículo. Brasil (Goiás, São Paulo) ....................... EEE PR E P. sparsepunctatus Breuning Pontos elitrais (fig. 13) não circundados por manchas; antenas (6 ) mais longas que o corpo; pêlos do antenômero III mais longos que a largura de um artículo. Brasikasiorde Janeiro)... ee P. lactescens Thomson Panegyrtes striatopunctatus Breuning, 1940 (Fig. 3) Panegyrtes striatopunctatus BREUNING, 1940: 179; 1974: 190. Examinamos apenas o diapositivo do holötipo fotografado por Moure no MNHN (Colegäo Gounelle), procedente de Jatai, Goiäs, Brasil. Caracteriza-se por apresentar os pontos elitrais (fig. 3) castanhos organizados em fileiras longitudinais, principalmente no dorso do terço central. Os pêlos elitrais são | aproximadamente tão longos quanto o pedicelo. Lobos oculares superiores tão distantes entre si quanto o dobro da largura de um IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 89-96, 30 set. 1993 92 GALILEO & MARTINS lobo. Antenas atingem o ápice elitral aproximadamente na ponta do antenômero IX. Escapo com cicatriz não projetada no ângulo apical externo. Pêlos da margem interna dos flagelômeros tão longos quanto a largura de um artículo. Ápice elitral obliquamente truncado com projeção externa curta. Dimensões, em mm, segundo BREUNING (1974). Comprimento, 9,5-10; largura umeral, 2,6. Esta espécie foi assinalada por BREUNING (1974) para Minas Gerais: Sertão de Diamantina. Panegyrtes bifasciatus Breuning, 1940 (Fig. 4) Panegyrtes bifasciatus BREUNING, 1940: 178; 1974: 190. 2. Tegumento vermelho-acastanhado. Cabeça com pubescência amarelo- esbranquiçada. Lobos inferiores dos olhos com o dobro do comprimento da gena; os superiores com cinco fileiras de omatídios, tão distantes entre si quanto a largura de um lobo. Antenas atingem o ápice elitral na extremidade do antenômero IX. Escapo cilíndrico; cicatriz apical não projetada para o lado externo. Flagelômeros III-IX com pêlos escuros, esparsos no lado interior. Protórax com gibosidade lateral ao nível do meio; pubescência amarelo-esbranquiçada entremeada por pontos castanhos, principalmente nos lados. Pronoto com duas manchas de pubescência acastanhada nos lados do terço anterior. Élitros (fig. 4) com pubescência amarelo-esbranquiçada e pontos pilíferos circundados por pubescência castanha, não organizados em fileira longitudinais; pubescência castanho-clara; mancha irregular ao nível do meio, faixa transversal de bordas irregulares no quinto apical e extremidade elitrais. Ápices dos élitros de per si estreitados com ponta arredondada. Pêlos elitrais castanhos com comprimento igual ao dobro do comprimento do pedicelo. Processo mesosternal projetado, arredondado no topo, com extremidade posterior transversalmente truncada. Metafêmures com clava pouco engrossada. Lados dos urosternitos I-IV com setas escuras, esparsas, circundadas por pubescência acastanhada, tão longas quanto os pêlos elitrais. Dimensões, em mm, q. Comprimento total, 11,2; comprimento do protórax, 1,7; maior largura do protórax, 2,5; comprimento do élitro, 8,6; largura umeral, 3,4. Material examinado. BRASIL. Minas Gerais: Santa Bárbara (Peti), 9, 6.XII. 1986, A. Machado col. (MZSP). Discussão. P. bifasciatus caracteriza-se pela presença de faixas castanhas no quinto apical dos élitros, pelas extremidades elitrais ocupadas por pubescência castanha, pelo processo mesosternal acentuadamente intumescido e pela presença de manchas circulares castanhas nos urosternitos basais. Panegyrtes pseudolactescens Breuning, 1974 (Figs. 1, 5, 6) Panegyrtes pseudolactescens BREUNING, 1974: 188. 9. Tegumento castanho; nas antenas e pernas mais avermelhado. Pubescência de maneira geral amarelada. Lobos oculares inferiores com o dobro do comprimento das genas; os superiores mais afastados entre si do que o dobro da largura de um lobo. Antenas IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 89-96, 30 set. 1993 Revisão do gênero Panegyrtes... 93 atingem o ápice elitral na extremidade do antenômero X. Escapo (fig. 1) robusto, com cicatriz apical demarcada, projetada no lado externo do ápice. Flagelômeros abundante- mente pilosos no lado interno. Protórax com gibosidade lateral arredondada ao nível do meio; regiões látero-posteriores com alguns pontos acastanhados providos de pêlos longos. Elitros (fig. 5) com pubescência amarelada, densamente salpicados de manchas castanho-escuras; setas longas, pretas, circundadas por tegumento preto (fig. 6); pontos da região mais basal dos élitros tuberculados. Extremidades elitrais obliquamente truncadas. Processo mesosternal plano. Metafêmures com clava pouco pronunciada. Tíbias e lados dos urosternitos com pêlos longos. Dimensões, em mm, q. Comprimento total, 9,1; comprimento do protórax, 1,6; maior largura do protórax, 2,1; comprimento do élitro, 6,7; largura umeral, 2,5. Material examinado. BRASIL. São Paulo: São Roque, 2,25.X1.1971, F. Lane col. (MZSP). Discussão. Esta espécie caracteriza-se pelo escapo (fig. 1) robusto, com cicatriz projetada no lado externo da extremidade; pelos élitros (fig. 5) densamente salpicados de manchas pretas em toda extensão e pelas tíbias com pêlos longos. Panegyrtes varicornis Breuning, 1940 (Fig. 7) Panegyrtes varicornis BREUNING, 1940: 430; 1974: 189. Examinamos o diapositivo do holótipo (fotografado por Moure no NHRS), proce- dente de Manaus, Amazonas, Brasil. A pubescência está mal conservada, principalmente nos élitros. Aspecto geral compacto, com comprimento elitral igual a 3,5 vezes a largura do protórax. Pubescência de maneira geral branco-amarelada. Região dorsal da cabeça, entre os lobos oculares com pequena mancha castanha. Élitros (fig. 7): extremidades obliqua- mente truncadas com ângulo externo pouco projetado e arredondado. Dimensões, em mm, segundo BREUNING (1974). Comprimento total, 9; largura umeral, 3. Discussão. P. varicornis é até o momento a única espécie registrada para a Hiléia amazônica e apresenta aspecto geral compacto, com élitros (fig. 7) relativamente curtos. Caracteriza-se principalmente pelas antenas com as bases dos flagelômeros aneladas de pubescência clara. Os pontos dos élitros não são muito abundantes e, até onde se pode observar pelo diapositivo do holótipo, não se apresentam circundados por manchas castanhas ou glabras. Panegyrtes porosus, sp. n. (Figs. 8, 11) 9. Tegumento avermelhado. Pubescência de maneira geral branco-amarelada. Lobos oculares inferiores mais longos que o dobro do comprimento das genas; os superiores com sete fileiras de omatídios, pouco mais distantes entre si que a largura de um lobo. Antenas atingem o ápice elitral na extremidade do antenômero VIII. Escapo cilíndrico, esbelto, com cicatriz apical não projetada para o lado externo. Lado inferior dos flagelômeros com pêlos longos, esparsos, pretos; pubescência dos flagelômeros unifor- IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (75): 89-96, 30 set. 1993 94 GALILEO & MARTINS me. Protórax constrito anterior e posteriormente com gibosidade látero-mediana volumo- sa e pronunciada; pontos glabros, principalmente nos lados do protórax, com apenas uma sensila. Élitros (fig. 8) salpicados de pontos glabros (fig. 11); pêlos tão longos quanto o pedicelo, inseridos à frente dos pontos; extremidades obliquamente truncadas. Processo mesosternal plano. Metafêmures fusiformes. Dimensões, em mm, q. Comprimento total, 8,6-8,9; comprimento do protórax, 1,5- 1,6; maior largura do protórax, 2,3-2,4; comprimento do élitro, 6,0-6,4; largura umeral, 2,5-2,6. Material-tipo. COLÔMBIA. Magdalena: Santa Marta (12 mi W), holótipo q, 15.V.1973, Howden & Campbell col. (CMNC); parätipo q, 17.V.1973, Howden & Campbell col. (MZSP). Discussão. Pelo aspecto geral compacto (comprimento elitral cerca de quatro vezes o do protórax), P. porosus assemelha-se mais a P. varicornis que apresenta na base dos flagelômeros anel de pubescência clara e número consideravelmente inferior de pontos nos élitros. Além disso, a distribuição geográfica conhecida das duas espécies é muito diversa. Panegyrtes sparsepunctatus Breuning, 1940 (Figs. 9, 12) Panegyrtes sparsepunctatus BREUNING, 1940: 179, MONNE & GIESBERT, 1992: 252, reval). Panegyrtes lactescens; BREUNING, 1974: 163, fig. 20 non THOMSON, 1868. BREUNING (1974: 189) considerou, equivocadamente, P. sparsepunctatus sinö- nima de P. lactescens e ilustrou (l. c., p. 163, fig. 20) P. sparsepunctatus sob a denominação de P. lactescens. Tegumento preto-avermelhado; nos élitros avermelhado escuro. Pubescência ama- relada, muito densa, inclusive na face ventral. Lobos oculares inferiores com mais do que o dobro do comprimento das genas; os superiores com cinco fileiras de omatídios, mais distantes entre si do que o dobro da largura de um lobo. Antenas (6 ) atingem o ápice elitral na extremidade do antenômero XI. Escapo cilíndrico com cicatriz apical não projetada no lado externo. Extremidade dos flagelômeros enegrecida em pequena extensão. Lado inferior dos flagelômeros basais com pêlos pretos tão longos quanto a largura de um artículo. Protórax com gibosidade látero-central moderadamente projetada; sensilas na metade látero-basal circundadas por pubescência castanha. Pronoto com gibosidades pouco pronunciadas. Elitros (fig. 9) densamente salpicados por manchas circulares de pubescência castanha, com pêlos curtos (comprimento menor que o do pedicelo), inseridos no centro (fig. 12). Extremidades elitrais obliquamente truncadas. Processo mesosternal plano. Metafêmures subclavados. Urosternitos sem manchas castanhas. Dimensões, em mm, é. Comprimento total, 13,2; comprimento do protórax, 2,2; maior largura do protórax, 3,3; comprimento do élitro, 10,2; largura umeral, 3,9. Material examinado. BRASIL. São Paulo: Igarapava (Ilhinhas), É, 31.X.1988, coletado à luz negra (MZSP). Discussão. As manchas escuras dos élitros (fig. 12) constituídas por pubescência, são mais semelhantes às de P. lactescens (fig. 13). P. sparsepunctatus difere: pelas antenas do macho tão longas quanto o corpo; pelos pêlos dos flagelômeros basais curtos, tão longos quanto a largura dos artículos; pela ausência de pêlos longos nas metatíbias e pela pubescência muito densa na face ventral. Vide discussão em P. lactescens. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 89-96, 30 set. 1993 Revisão do gênero Panegyrtes... 95 Panegyrtes lactescens Thomson, 1868 (Figs. 2, 10, 13) Panegyrtes lactescens THOMSON, 1868: 133; LACORDAIRE, 1872: 639; BREUNING, 1974: 189. A espécie ilustrada por BREUNING (1974: 163, fig. 20), sob a denominação de P. lactescens é, na realidade, P. sparsepunctatus discutida anteriormente. Tegumento avermelhado. Pubescência branco-amarelada na cabeça, pronoto e bases dos élitros; restante dos élitros com pubescência branco-acinzentada e mancha longitudinal, pouco contrastante, castanho-clara, lateral, ao nível do meio. Pubescência da face ventral densa, branco-acinzentada. Lobos oculares inferiores com o triplo do comprimento das genas; os superiores com seis fileiras de omatídios, apenas mais distantes entre si do que a largura de um lobo. Antenas (6) atingem o ápice elitral na extremidade do antenômero IX. Escapo (fig. 2) subcilíndrico com cicatriz apical não projetada. Flagelômeros com pubescência uniforme; lado interno com pêlos mais longos que a largura dos artículos. Protórax com gibosidade látero-central pronunciada; pêlos longos nos lados da base não circundados por pubescência castanha. Pronoto com três gibosidades pouco manifestas. Élitros (fig. 10) com pontos escuros e profundos principalmente na metade anterior, não circundados por pubescência castanha; pêlos elitrais curtos (comprimento menor que o do pedicelo, fig. 13); extremidades obliquamen- te truncadas com ângulo externo projetado. Processo mesosternal plano. Urosternitos sem pêlos longos. Metafêmures subclavados, atingem a borda posterior do urosternito III. Dimensões, em mm, é. Comprimento total, 12,2: comprimento do protórax, 2,0; maior largura do protórax, 3,1; comprimento do élitro, 9,0; largura umeral, 3,6. Material examinado. BRASIL. Rio de Janeiro: Rio de Janeiro (Corcovado), 6 , 8.X.1985, Alvarenga & Seabra col. (MNRJ). Discussão. Além dos caracteres mencionados na chave, P. lactescens difere de P. sparsepunctatus: pubescência geral dos élitros não uniforme, com área indistinta mais escura no meio dos lados (fig. 10); metafêmures mais longos, atingem a borda posterior do urosternito III; extremidades elitrais fortemente oblíquas no lado interno; tegumento de maneira geral mais claro, avermelhado; lobos oculares superiores com seis fileiras de omatídios; regiões látero-posteriores do pronoto sem máculas castanhas. Agradecimento. A Renato C. Marinoni pelo empréstimo dos diapositivos dos tipos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BREUNING, S. 1940. Novae species cerambycidarum. IX. Fol. Zool. Hydrobiol., Riga, 10: 115-214. — . 1974. Revision des Rhodopinini Américains. Stud. Ent., Petrópolis, 17: 1-216. LACORDAIRE, J. T. 1872. Genera des Coléoptêres... v. 9(2), Paris, Librairie Encyclopedique de Roret, p. 411-930. MONNÉ, M. A. & GIESBERT, E. F. 1992. Nomenclatural notes on Western Hemisphere Cerambycidae (Coleoptera). Insecta Mundi, Gainesville, 6 (1-2): 249-255. THOMSON, J. 1868. Matériaux pour servir a une révision des Desmiphorites (Lamites, Cérambycides, Coléoptêres). Physis Rec. Hist. Nat., Paris, 2 (6): 101-146. Recebido em 16.03.1993; aceito em 28.05.1993. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 89-96, 30 set. 1993 96 GALILEO & MARTINS mo TIERE Bu I o pio! a Figs. 1-13. Escapo: 1, Panegyrtes pseudolactescens Breuning; 2, P. lactescens Thomson. Esquemas do élitro direito; 3, P. striatopunctatus Breuning (com base no diapositivo do holótipo); 4, P. bifasciatus Breuning (MG, Santa Bärbara); 5, P. pseudolactescens Breuning (SP, Säo Roque); 7, P. varicornis Breuning (com base no diapositivo do holötipo); 8, P. porosus, sp. n. (Colömbia, Magdalena); 9, P. sparsepunctatus Breuning (SP, Igarapava); 10, P. lactescens Thomson (RJ, Rio de Janeiro). Detalhe da pubescência e da pontuação elitral: 6, P. pseudolactescens; 11, P. porosus; 12, P. sparsepunctatus; 13, P. lactescens. Barra = 1 mm. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 89-96, 30 set. 1993 DESCRIÇÃO DE GLABROGYRA SUBGEN. N,, RECARACTERIZAÇÃO DE AUSTRODISCUS TWOMEYI (PARODIZ, 1954) E RECLASSIFICAÇÃO DAS ESPÉCIES SULAMERICANAS DOS GÉNEROS AUSTRODISCUS PARODIZ, 1957, RADIOCONUS BAKER, 1927, RADIODOMUS BAKER, 1930 E TROCHOGYRA WEYRAUCH, 1965 (CHAROPIDAE) E ZILCHOGYRA WEYRAUCH, 1965 (HELICODISCIDAE) (GASTROPODA, STYLOMMATOPHORA, ENDODONTOIDEA)! Álvaro L. Müller da Fonseca >? José W. Thomé ** ABSTRACT THE DESCRIPTION OF GLABROGYRA SUBGEN. N., RECHARACTERIZATION OF AUSTRODISCUS TWOMEYI(PARODIZ, 1954) AND RECLASSIFICATION OF THE SOUTH AMERICAN SPECIES OF THE GENERA AUSTRODISCUS PARODIZ, 1957, RADIOCONUS BAKER, 1927, RADIODOMUS BAKER, 1930 AND TROCHOGYRA WEYRAUCH, 1965 (CHAROPIDAE) AND ZILCHOGYRA WEYRAUCH, 1965 (HELICODISCIDAE) (GASTROPODA, STYLOMMATOPHORA, ENDODONTOIDEA) A new classification for the South American Endodontoids is proposed. Trochogyra (Glabrogyra) subgen. n. is described. Austrodiscus twomeyi (Parodiz, 1954) is recharacterized. Species of Austrodiscus, Radioconus, Radiodomus and Trochogyra are transferred to Charopidae and species of Zilchogyra to Helicodiscidae. KEYWORDS Glabrogyra subgen. n., reclassification, Charopidae, Helicodiscidae. INTRODUÇÃO Dentro do complexo endodontóide sulamericano, as espécies de Austrodiscus, Radiodiscus Pilsbry & Ferris, 1906, Trochogyra e Zilchogyra têm sido classificadas em Endodontidae; PILSBRY (1896/7, 1900, 1911,1921, 1946/48), BAKER (1927), THIELE (1927), SCOTT (1948, 1957a, 1957b, 1963a, 1963b, 1964, 1970, 1972, 1980, 1981), 1. Trabalho apresentado e debatido em parte no “11th International Malacological Congress, Siena, Italia, com auxilios do CNPq, CAPES, FAPERGS. 2. Laboratório de Malacologia, Instituto de Biociências da Pontíficia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Av. Ipiranga, 6681, prédio 12, BR-90619.900, Porto Alegre, RS, Brasil. 3. Bolsista de Mestrado da CAPES 4. Bolsista do CNPq. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 97-105, 30 set. 1993 98 FONSECA & THOMÉ PARODIZ (1954, 1957), WEYRAUCH (1958, 1965a, 1965b, 1966), FERNANDEZ & CASTELLANOS (1973), VAZ (1987a, 1987b, 1991), VALDOVINOS & STUARDO (1989). Anteriormente, ORBIGNY (1835/46) e MORICAND (1846), classificavam-nas em Helicidae. Recentemente PARKINSON et. al. (1987) e ABBOTT (1989) classificaram aqueles 4 gêneros em Helicodiscidae, embora sem qualquer justificativa; sendo que nesta família, SOLEM (1975) incluiu somente os gêneros Helicodiscus Morse, 1864, Polygyriscus Pilsbry, 1948 e Stenopylis Fulton, 1814. SOLEM (1975, 1976, 1977, 1983) classificou os gêneros Radiodiscus, Amphidoxa Albers, 1850, Stephanoda Albers, 1860 e Flammulina Martens, 1873 em Charopidae. Zilchogyra era considerado subgênero de Austrodiscus segundo SCOTT (1970), FERNANDEZ & CASTELLANOS (1973), VALDOVINOS & STUARDO (1989), VAZ (1987a, 1987b, 1991) divergindo com as afirmações de WEYRAUCH (1965a) e SCOTT (1980, 1981); Trochogyra era conside- rado subgênero de Zilchogyra (WEYRAUCH, 1965a), mas propomos elevä-lo à catego- ria de gênero. SOLEM (1975, 1976, 1977, 1983) apresentou critérios para a classificação desses gêneros, que envolvem característicos conquiliomorfológicos e de anatomia interna, baseados nas descrições de BAKER (1927), Baker, 1930 apud e PILSBRY (1948), SCOTT (1964, 1970) e VAZ (1991), os quais são comentados adiante. Os critérios utilizados, até então, não permitiam uma classificação coerente. A descrição conquiliomorfolögica de Austrodiscus era insuficiente para precisar a que família o gênero pertencia, gerando a contestação de WEYRAUCH (1965) e SCOTT (1981), que não o consideraram como Endodontidae e também não propuseram a sua inclusão em nenhuma outra família. Baseado em novos critérios, propomos sua inclusão em Charopidae. Os característicos conquiliomorfológicos, como esculturações e dimensões são bastante peculiares entre os gêneros de Endodontoidea (SOLEM, 1976, 1983), permitin- do também a distinção entre as famílias. SOLEM (1976) demonstrou que o diâmetro máximo (D) da concha para os Endodontidae é de 12mm com até 5,5 voltas. Desta forma, o gênero Austrodiscus, com D=15mm e 5,5 voltas, não se encaixaria na família, apesar de satisfazer os demais parâmetros e relações de conquiliometria. Por motivo idêntico, também não se enquadraria em Helicodiscidae, para a qual SOLEM (1975) atribui um D= Smm, cujos exemplares raramente excedem 5 voltas. O exame do holótipo e parátipo da espécie tipo de Austrodiscus (CMP, 43100) demonstrou que o gênero possui afinidades com Stephanoda como observou PARODIZ (1954). Além do que, a esculturação da protoconcha, apesar de não servir como característica determinante da família, apresenta uma conformação padrão para cada gênero, bem como a esculturação das demais voltas. A descrição conquiliomorfológica de PARODIZ (1954) para Austrodiscus é insuficiente para uma correta caracterização do gênero. Apesar de afirmar que a protoconcha seria lisa, o exame do holótipo indica que é esculturada por estriações. Tais argumentos invalidam as considerações de VALDOVINOS & STUARDO (1989), SCOTT (1970) e VAZ (1991), que propuzeram a manutenção de Austrodiscus em Endodontidae, reforçando as afirmações de WEYRAUCH (1965) e SCOTT (1980, 1981), de que as dimensões e outros característicos conquiliomorfológicos de Austrodiscus não se adequam a Endodontidae. Devido a isto WEYRAUCH (1965) estabeleceu o gênero Zilchogyra para as espécies de protoconcha completamente lisa e de menor diâmetro. Os característicos conquiliomorfológicos de Austrodiscus permitem a sua IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 97-105, 30 set. 1993 Descrição de Glabogyra subgen. n., recaracterização... 99 classificação em Charopidae, na subfamília Amphidoxinae, juntamente com Stephanoda e Steophadiscus Scott, 1981. Austrodiscus twomeyi, espécie tipo e monotípica do gênero, foi inicialmente descrita em Araucania (PARODIZ, 1954), mas recebeu novo nome genérico (PARODIZ, 1957) por estar pré-ocupado por Araucania Pate, 1946 (Hymenoptera). O gênero Radiodiscus inclui o maior número de espécies de endodontóides americanos. Caracteriza-se por possuir concha de tamanho reduzido, em torno de 2mm, espira baixa, mas destaca da última volta, protoconcha esculturada por finas estrias espirais, voltas pós-embrionárias com densa costelação radial, composta de costelas laminares baixas e de traçado sigmóide e estrias radiais e/ou espirais; umbílico aberto, variando em torno de 1/4 do diâmetro máximo da concha, abertura reniforme. O gênero Radioconus Baker, 1927 possui esculturação semelhante, mas as estrias da protoconcha são mais espaçadas entre si e contínuas, enquanto que em Radiodiscus são muito juntas e seriadas devido a sulcos transversais que aparecem a intervalos regulares. As costelas de Radioconus são mais robustas, ripiformes ou laminares mais altas, afinadas e inclinadas. O gênero Radiodomus Baker, 1927, possui esculturação típica, secção lateral do contorno das voltas obliquamente deprimida, espira também deprimida, as costelas mais curvadas do que sigmódes e o umbílico é menor, cerca de 1/6 do diâmetro máximo da concha (BAKER, 1927; PILSBRY, 1948; SCOTT, 1957a). BAKER (1927) e Baker, 1930 apud PILSBRY, 1948) apresentaram a anatomia interna de Radiodiscus millecostatus, Radioconus bactricolus, Radiodomus abietum. Os sistemas excretor e reprodutor são os mais significativos para a classificação (PILSBRY, 1948; SOLEM, 1975, 1976, 1983). BAKER (1927) mencionou que o uréter da espécie tipo do gênero, Radiodiscus millecostatus, é curto, com sua porção ventral (basal) formando uma curva (dobra), refletindo-se sobre a parte apical do rim (nefrídio) e continuando num uréter secundário até a porção mediana do pulmão (parede da cavidade palial), onde se abre um canal que segue até o pneumostömio. Segundo SOLEM (1976, 1983) esta seria uma típica condição dos Sigmurethra Aulacopoda e bastante caracterís- tico de Charopidae. O ovariotestis (ovotestis, glândula hermafrodita) é mais larga do que nos outros gêneros, com dois lobos dotados de ramos claviformes e acinosos. Esta condição, ainda de acordo com SOLEM (1976, 1983), também seria característica de Charopidae. O epifalo é fusiforme e dotado de um “botão” (ceco) apical, o qual é bastante alargado abaixo de sua porção mediana. A papila faliana é baixa e rombuda. O falo é maior do que o das outras duas espécies, cônico-alongado, de paredes muito grossas próximas ao ápice. Esta complexidade da porção terminal do sistema reprodutor, aproximaria Radiodiscus millecostatus de Charopidae e de Helicodiscidae (SOLEM, 1976, 1983), já que em Endodontidae essa região do sistema reprodutor é estruturalmente bem mais simples, sem papila faliana e ceco apical. No gênero Radioconus, BAKER (1927) descreveu R. bactricolus, que apresenta sistema excretor muito semelhante ao da espécie anterior. O sistema reprodutor possui ovariotestis mais simples, mas igualmente bilobulado. O epifalo é bem mais longo que o falo e destituído de papila faliana e ceco apical. Sua estrutura menos complexa assemelha- se aquela de alguns poucos gêneros de Charopidae, como Ptychodon Ancey, 1888 e de gêneros de Endodontidae. Em Radiodomus, Baker, 1930 apud PILSBRY (1948) descreveu R. abietum, o qual também apresenta sistema excretor típico, muito semelhante ao da espécie tipo do gênero. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 97-105, 30 set. 1993 100 FONSECA & THOMÉ O ovariotestis é igualmente lobulado, com poucos lobos longos, largos e claviformes. O epifalo é elipsóide, de parede grossa e glandular, dotado de papila faliana curta e cônica. O falo é relativamente largo e grande, com dois apêndices apicais (“flagelos”). Esta conformação também assemelha-se à condição observada em Charopopidae e Helicodiscidae. Estes dois últimos gêneros, Radioconus e Radiodomus, já eram tratados por SOLEM (1976, 1983) como gêneros mas sem justificativas e sem determinar com segurança sua inclusão em Charopidae. No subgênero nominal de Trochogyra são incluídas aquelas espécies com concha de diâmetro reduzido, em torno de 3mm, espira geralmente alta, protoconcha aparente- mente lisa, mas dotada de microestrias finas e de difícil percepção, voltas pós-embrioná- rias com costelas radiais robustas, espaçadas e estrias espirais e/ou radiais, periostraco comumente apresentando bandas (faixas) escuras, umbílico aberto, profundo. As únicas descrições anatômicas de espécies deste gênero são de SCOTT (1970), para T. leptotera e VAZ (1991), para T. pleurophora. Conquiliomorfologicamente são espécies muito semelhantes, contudo diferem muito na conformação do sistema reprodutor. O falo e epifalo de T. leptotera são bem mais simples que os de T. pleurophora. O ovariotestis bilobado e lobulado (VAZ, 1991, fig. 4) é peculiar à Charopidae (SOLEM, 1976, 1983). A conformação do sistema excretor de T. leptotera, assemelha-se muito à dos Endodontidae, indicando que talvez esta espécie pertença excepcionalmente a esta família. Fazem-se necessários estudos anatômicos mais detalhados para sua confirmação. O gênero Trochogyra comporta ainda outro desdobramento e, portanto, é proposto e descrito, Glabrogyra subgen. n. O gênero Zilchogyra, conforme WEYRAUCH (1965), compreende espécies de endodontóides que apresentam diâmetro máximo em torno de 3mm, protoconcha com- pletamente lisa (sem qualquer estriação), voltas pós-embrionárias com costelação radial e estriação radial e/ou espiral, espira baixa, mas bem destacada da última volta, umbílico aberto. Os característicos anatômicos fornecidos por SCOTT (1963a) para Zilchogyra costellata são insuficientes para uma precisa determinação da família em que o gênero se enquadraria. Os característicos conquiliomorfológicos e a complexidade da porção terminal do sistema reprodutor (falo e epifalo) aproximam esta espécie de Charopidae e Helicodiscidae. Entretanto, a ausência de dados acerca do tipo de ovariotestis e sistema excretor impede a confirmação dessa premissa. Preferimos manter a classificação do gênero em Helicodiscidae, conforme PARKINSON et al. (1987) e ABBOTT (1989), juntamente com Lilloiconcha Weyrauch, 1965 e Hirtudiscus Scott, 1973. Foram examinados exemplares de endodontóides de coleção malacológica do Museu de Ciências Naturais, Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (dezenas de lotes) e material tipo: Endodonta amoenus Thiele, 1927 (BRASIL: 1 síntipo MNHB, sem número), Endodonta goeldii Thiele, 1927 (BRASIL: 1 síntipo MNHB, sem número), Endodontia clara Thiele, 1927 (BRASIL: 1 síntipo MNHB, sem número), Endodonta superba Thiele, 1927 (BRASIL: Rio de Janeiro, Teresópolis, 1 síntipo MNHB, sem número), Austrodiscus (Zilchogyra) paulistana Scott, 1973 (Brasil: Paraná, Cerro Azul. 3 parátipos MCNZ 2616), Radiodiscus thomei Weyrauch, 1965 (BRASIL: Rio Grande do Sul, Cambará do Sul, Holótipo MCNZ 1073a e 2 parátipos MCNZ 1073b), Zilchogyra cleliae Weyrauch, 1965 (BRASIL; Rio Grande do Sul, Gramado, 16 parätipos MCNZ IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 97-105, 30 set. 1993 Descrição de Glabogyra subgen. n., recaracterizagäo... 101 e SOUSA ti nn 1645), Endodonta jheringi Thiele, 1927 (BRASIL: Rio Grande do Sul, Rio Grande, Bolacha, 1 síntipo MNHB, sem número), Endodonta gordurasensis Thiele, 1927 (BRA- SIL: Minas Gerais, Gorduras, 1 síntipo MNHB, sem número), Radioconus pilsbryi Scott, 1957 (ARGENTINA: Misiones, Seandro Alem, 2 parátipos, MCNZ 2044), Austrodiscus golbachi Scott, 1963 (ARGENTINA: Tucumán, Quebrada de la Caiza, 3 parátipos MCNZ 2355, MCNZ 2045), Araucania twomeyi Parodiz, 1954 (CHILE: Aysen, Rio de la Pascua, holötipo CMP 43100 e parätipo CMP sem nümero). Os tipos das espécies de THIELE (1927) são designados como síntipos, apesar de WEYRAUCH (1965a) indicar indevidamente holótipo e parátipo para Endodontia superba. Para determinação dos lectótipos e parátipos é necessário examinar todas as séries síntipicas, o que não foi possível. As abreviaturas usadas correspondem: MCNZ, Museu de Ciências Naturais, Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre; CMP, Carnegie Museum of Natural History, Pittsburgh; MNHB, Museum für Naturkunde der Humboldt - Universität, Berlin. Austrodiscus twomeyi (Parodiz, 1954) (Figs. 1-3) Araucania twomeyi PARODIZ, 1954: 17 Austrodiscus twomeyi; PARODIZ, 1957: 131 Austrodiscus (Austrodiscus) twomeyi; SCOTT, 1970: 286 Material-tipo. CHILE. Aysen: Rio de La Pascua. Holötipo (CMP 43100), parätipo (CMP sem nümero), danificado. Localidade-tipo. Rio de la Pascua, entre o Lago San Martín e o golfo de Pena (49° lat. Sul), extremo sul da província de Aysén, próximo à Cerro Melligro Sur. Diagnose. Gênero com espécie monotípica. Concha grande em relação às demais espécies da família (figs. 1,3), com D= 14,2mm e até 5,5 voltas; periostraco fino, semitransparente e brilhoso, ostraco e hipostraco opacos; com bandas escuras (ambarinas) irregularmente distribuídas e sinuosas, recobrindo a superfície externa e contrastando com a cor geral bege da concha; costelação radial ou espiral ausente; microestrias radiais e espirais, onduladas, entrecruzadas por linhas de crescimento e estrias radiais, de aspecto serpenteante devido às ondulações do periostraco; protoconcha com microestrias espirais e radiais entrecruzadas. O limite entre a esculturação embrionária e a das voltas pós- embrionárias não é nítido, contudo há uma calosidade bem marcada no final da segunda volta da concha. Ondulações radiais mais salientes na protoconcha, menos salientes e mais irregularmente dispostas nas voltas pós-embrionárias e praticamente desaparecem na última volta. Umbílico muito aberto, pouco mais de 1/3 do diâmetro máximo da concha e pouco profundo. Abertura da concha, mais circular do que reniforme, levemente deprimida látero-dorsalmente, peristômio relativamente espesso, com borda palatal ondulada e um calo parietal saliente. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (75): 97-105, 30 set. 1993 102 n A A FONSECA & THOME Trochogyra (Glabrogyra), subgen. n. (Figs. 1-3) Espécie-tipo. Radiodiscus kuscheli Scott, 1957. Diagnose. Diferencia-se do subgênero nominal especialmente pela falta de costelagäo as voltas pós-embrionárias. Caracterização. Concha pequena em relação às outras espécies do gênero, com cerca de 3mm de diâmetro máximo e altura de 2mm, com até 4 voltas de crescimento regular; espira proeminente; umbílico reduzido, estreito e perspectivo, entre 1/4 e 1/6 do diâmetro máximo da concha; protoconcha com finas e tênues microestrias espirais contínuas, apertadamente espaçadas ou esparsas, ausência de costelação radial ou espiral nas voltas pós-embrionárias e presença de linhas de crescimento e pregas radiais salientes, cruzadas por estrias espirais onduladas e paralelas. ELENCO Charopidae Amphidoxinae ustrodiscus Parodiz, 1957 .twomeyi (Parodiz, 1954) Araucania twomeyi Parodiz, 1954, Austrodiscus twomeyi; Parodiz, 1957, Austrodiscus (Zilchogyra) twomeyi; Scott, 1970 Rotadiscinae Radiodiscus Pilsbry & Ferris, 1906 DI R. R. R R R R R R R R . magellanicus (Smith, 1881) Helix (Patula) magellanica Smith, 1881 coppingeri (Smith, 1881) . millecostatus Pilsbry & Ferris, 1906 corticaria (Philippi, 1855) Helix corticaria Philippi, 1855 . muscicola (Philippi, 1855) Helix muscicola Philippi, 1855 . bryophila (Philippi, 1855) Helix bryophila Philippi, 1855 exigua (Philippi, 1855) Helix exigua Philippi, 1855 hypholoea (Philippi, 1855) Helix hypholoea Philippi, 1855 . mariae Pilsbry, 1921 . Jheringi (Thiele, 1927) Endodonta jheringi Thiele, 1927 . peruvianus Pilsbry, 1944 . katiae Scott, 1948 . tenellus Scott, 1957 . titicacensis Scott, 1957 . thomei Weyrauch, 1965 . florezi Weyrauch, 1965 R. golbachi Weyrauch, 1965 R . wygodzinskyi Weyrauch, 1965 Helix (Patula) coppingeri Smith, 1881 . hermanni Pfeiffer apud PILSBRY, 1921 . orizabensis Pilsbry apud PILSBRY, 1921 R. lateumbilicatus Weyrauch, 1966 R. pallidus Weyrauch apud WEYRAUCH, 1966 R. flamullata Scott, 1975 Radioconus Baker, 1927 R. bactricolus (Guppy, 1868) Helix bactricola Guppy, 1868 R. ditzleri Baker, 1925 R. amoenus (Thiele, 1927) Endodonta amoena Thiele, 1927 R. goeldii (Thiele, 1927) Endodonta goeldii Thiele, 1927 R. riochicoensis Crawford, 1939 Pyramidula patagonica Suter, 1900 (partim) Stephanoda patagonica, Pilsbry, 1900 (partim) R. patagonicus; Pilsbry, 1911 (partim) Zilchogyra patagonica; Weyrauch, 1965 R. andium Pilsbry, 1944 R. pilsbryi Scott, 1957 Radiodiscus. misionensis Scott, 1957 Zilchogyra cleliae Weyrauch, 1965 . costellifer Scott, 1957 . crenulatus Scott, 1963 . australis Scott, 1970 cobola Pilsbry apud BAKER, 1922 Radiodomus Baker, 1927 R. abietum Baker, 1930 R. stelzneri Döring, 1877 Trochogyra Weyrauch, 1965 T. (Trochogyra) pleurophora (Moricand, 1846) comb. n. Helix pleurophora Moricand, 1846 Amphidoxa pleurophora; Suter, 1900 Stephanoda pleurophora; Pilsbry, 1900 T. (T.) leptotera (Rochebrunne & Mabille, 1882) comb. n Patula leptotera Rochebrunne & Mabille, 1882 Helix leptotera; Pilsbry, 1892 Patula michaelseni Strebel, 1907 Stephanoda leptotera; Pilsbry, 1911 Radiodiscus microhelix Haas, 1951 EEE IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (75): 97-105, 30 set. 1993 Descrição de Glabogyra subgen. n., recaracterização... Austrodiscus leptotera; Scott, 1963 Zilchogyra microhelix; Weyrauch, 1965 Austrodiscus (Zilchogyra) leptotera; Scott, 1970 T.(T.) gordurasensis (Thiele, 1927) comb. n. Endodonta gordurasensis Thiele, 1927 Amphidoxa gordurasensis; Jaeckel, 1952 Austrodiscus golbachi Scott, 1963 Zilchogyra golbachi, Weyrauch, 1965 T. (T.) giganteus (Weyrauch, 1958) comb. n. Radiodiscus giganteus Weyrauch, 1958 Zilchogyra giganteus; Weyrauch, 1965 T. (T.) superba (Thiele, 1927) comb. n. Endodonta superba Thiele, 1927 Amphidoxa superba; Jaeckel, 1952 Zilchogyra (Trochogyra) superba; Weyrauch, 1965 Glabrogyra subg. n. T. (Glabrogyra) kuscheli (Scott, 1957) comb. n. Radiodiscus kuscheli Scott, 1957 Austrodiscus (Zilchogyra) kuscheli; Scott, 1970 Radiodiscu kuscheli; Scott, 1970 T. (G.) coarctatus (Scott, 1979) comb. n. Radiodiscus coarctatus Scott, 1979 Helicodiscidae Zilchogyra Weyrauch, 1965 Z. costellata (Orbigny, 1835) Helix costella Orbigny, 1835 Patula costellata; Döring, 1874 103 Amphidoxa (Stephanoda) costellata; Pilsbry, 1896/7 Austrodiscus costellatus; Scott, 1964 Z. deliciosa (Thiele, 1927) Endodonta deliciosa Thiele, 1927 Z. clara (Thiele, 1927) Endodonta clara Thiele, 1927 Z. peterseni Weyrauch, 1965 Radiodiscus millecostatus; Hass, 1933 (non PILSBRY & FERRIS, 1906) Z. franzi Weyrauch, 1965 Z. hyltonscottae Weyrauch, 1965 Z. paulistana (Scott, 1973) comb. n. Austrodiscus (Zilchogyra) paulistana Scott, 1973 Z. calchaqui (Scott, 1975) comb. n. Austrodiscus (Zilchogyra) calchaqui Scott, 1975 Z. matteriae (Scott, 1975) comb. n. Austrodiscus (Zilchogyra) matteriae Scott, 1975 Z. solemi (Valdovinos & Stuardo, 1989) comb. n. Austrodiscus (Zilchogyra) solemi Valdovinos & Stuardo, 1989 Z. descendens Weyrauch, 1965 Z. haywardi Weyrauch, 1965 Liloichoncha Weyrauch, 1965 L. tucumana (Scott, 1963) Austrodiscus superbus tucumanus Scott, 1963 Hirtudiscus Scott, 1973 H. hirtus Scott, 1973 Agradecimentos. Ao Dr. J. J. Parodiz e Dr. J. E. Rawlins do “Carnegie Museum of Natural History”, Pittsburgh; Dr. R. Kilias do “Museum für Naturkunde der Humboldt-Universität”, Berlim, pelo empréstimo de material tipo, ao Dr. J. F. Vaz, do Museu de Zoologia, São Paulo, pelo material doado, e às professoras V. Lopes- Pitoni e I. L. Veitenheimer-Mendes, do Museu de Ciências Naturais, Fundação Zoobotância do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, pelo empréstimo do material. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABBOTT, R.T. 1989. Compendium of Landshells. Melbourne. Florida, American Malacologists. 240p. BAKER, H.B. 1922. The Mollusca collected by the University of Michigan-Williamson Expedition in Venezuela. Occ. Pap. Mus. Zool. Univ. Mich., Ann Arbor, (106): 1-95. — . 1927. Minute Mexican Land Snails. Proc. Acad. nat. Sci. Philad., Philadelphia, 79: 223-235. FERNANDEZ, D. & CASTELLANOS, Z.J.A. 1973. Clave genérica de la Malacofauna terrestre Argentina. Revta. Mus. La Plata. Nueva Serie, Zool., La Plata, 11: 265-285. MORICAND, S. 1846. Conquiles terrestres et fluviales de la province de Bahia. Mém. Soc. phys. Hist. nat. Genêve, Genebra, 11: 147-160. ORBIGNY, A. 1835/46. Voyage dans L'Amérique Meridionale. Paris, Bertrand. v. 5, part. 3 (moluscos), 758p. PARKINSON, B.; HEMMEN, J. & GROH,K. 1987. Tropical Landshells of the World. Wiesbaden, Christa Hemmen. 297p. PARODIZ, J.J. 1954. Araucania twomeyin. genn. sp. del sur de Chile. Neotropica, Buenos Aires, 1 (2): 17- 18. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (75): 97-105, 30 set. 1993 104 FONSECA & THOMÉ — . 1957. Cataloge of the Land Mollusca of Argentina. Nautilus, Silver Springs, 70 (4): 128-135. PILSBRY, H.A. 1896/7. List, with notes, of land and freshwater shells collected by Dr. W.M.H. Rush in Uruguay and Argentina. Nautilus, Silver Springs, 10: 76-81. — . 1900. New South American Land Snails. Proc. Acad. nat. Sci. Philad., Philadelphia, 52: 385-394. — . 1911. Non-marine Mollusca of Patagonia. Rep. Princeton Univ. Exped. Patagonia, Princeton, New Jersey, 3 (5): 513-633. 1921. A Radiodiscus from Bogotá, Colombia. Nautilus, Silver Springs, 35 (2): 49. — . 1946/48. Land Mollusca of North America (North of Mexico). Philadelphia, Academy of Natural Sciences of Philadelphia. v. 2, part. 1-2, 653p. PILSBRY,H.A. & FERRIS, J.H. 1906. Mollusca of the Southwestern States, II. Proc. Acad. nat. Sci. Philad., Philadelphia, 58: 123-175. SCOTT, M.LH. 1948. Moluscos del Noroeste Argentino. Acta Zool. lilloana, Tucumán, 6: 241-274. — . 1957a. Endodöntidos Neotropicales I. Neotropica, Buenos Aires, 3 (10): 7-16. — . 1957b. Endodöntidos Neotropicales II. Neotropica, Buenos Aires, 3 (12): 79-87. — . 1963a. Moluscos Terrestres y de Agua Dulce de la Patagonia. In: DEBOUTEVILLE, D. & RAPAPORT, E. (eds.) Biologie de L'Amérique Australe. Paris. Centre National de la Recherche Scientifique v.2, p. 285-298. — . 1963b. Tres Nuevos Endodöntidos de Tucumán. Neotropica, Buenos Aires, 9 (29): 49-51. — . 1964. Helix costellata d'Orbigny a la luz de su Anatomia. Neotropica, Buenos Aires, 10 (31): 15-19. — . 1970. Endodóntidos de la región Austral americana. Revta. Mus. argent. Cienc. nat. Bernardino Rivadavia Inst. nac. Invest. Cienc. nat., Buenos Aires, 10 (18): 267-296. — . 1972. Lista de Gaströpodos Terrestres, principalmente Endodóntidos, de Tierra del Fuego, Isla de los Estados y Islotes Vecinos. Neotropica, Buenos Aires, 18 (56): 67-72. — . 1980. Comentario Taxonómico. Neotropica, Buenos Aires, 26 (76): 169-170. — . 1981. Referência al gênero Stephanoda Albers, 1860, y la creación del gênero Stephadiscus gen. nov. Neotropica Buenos Aires, 27 (78): 123-126. SOLEM, A. 1975. Polygyriscus virginianus (Burch, 1947) a helicodiscid land snail. Nautilus, Silver Springs, 89 (3): 80-86. — . 1976. Endodontoid Land Snails from Pacific Islands (Part I: Family Endodontidae). Chicago, Field Museum of Natural History. 508p. — . 1977. Shell Microsculpture in Striatura, Punctum, Radiodiscus and Planogyra. Nautilus, Silver Springs, 91: 149-155. — . 1983. Endodontoid Land Snails from Pacific Islands (Part II: Families Punctidae and Charopidae, Zoogeography) Chicago, Field Museum of Natural History. 336p. THIELE, J. 1927. Über einige brasilianische Landchnecken. Abh senkenb. naturforsch. Ges., Franskfurt, 40 (3): 307-29. VALDOVINOS, €. & STUARDO, J. 1989. Nuevo Gaströpodo Humicola de Chile, Austrodiscus (Zilchogyra) solemi n. sp. Boln. Soc. Biol. Concepción, Concepción, 60: 239-225. VAZ, J.F. 1987a. Lista dos Endodontideos do Brasil. Informativo SBMa, São Paulo, (69): 9-12 — . 1987b. Lista dos Endodontideos do Brasil (continuação). Informativo SBMa, são Paulo, (70): 9-13. — . 1991. Observações anatômicas em Helicodiscinae (Endodontidae, Pulmonata) com a descrição de uma nova espécie. Revta bras.. Biol., Rio de Janeiro, 51 (1): 277-284. WEYRAUCH, W.K. 1958. Neue Landschnecken und neue Synonyme aus Südamerika, I. Arch. Molluskenk., Frankfurt, 87 (4/6): 91-139. — . 1965a. Neue und verkante Endodontiden aus Südamerika. Arch Molluskend., Frankfurt, 94 (3/4): 121- 134. ——. 1965b. Cinco Nuevos Endodóntidos de Argentina y Peru. Neotropica, Buenos Aires, 11 (36): 105-115. —. 1966. Grastrópodes Terrestres de Argentina, Paraguay y Brasil. Neotropica, Buenos Aires, 12 (38): 41- 47. Recebido em 18.11.1992; aceito em 1° .06.1993. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 97-105, 30 set. 1993 Descrição de Glabogyra subgen. n., recaracterização... 105 Figs. 1-3: Austrodiscus twomeyi (Parodiz, 1954), holótipo, 1. dorsal, 2. ventral, 3. lateral. Escala em milímetros. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 97-105, 30 set. 1993 bed do ipod Ta] io we) DENE REDESCRIPCION DE GORDIUS AGASIZZI MONTGOMERY, 1898, DE PSEUDOCHORDODES OCCIDENTALIS COMB. N. Y NUEVO REGISTRO PARA P. BEDRIAGAE (CAMERANO, 1896) (GORDIOIDEA, NEMATOMORPHA) Delma A. B. de Miralles ! L. Cristina de Villalobos ! ABSTRACT REDESCRIPTION OF GORDIUS AGASIZZI MONTGOMERY, 1898 AND PSEUDOCHORDODES OCCIDENTALIS COMB. N. AND NEW RECORD FOR P?. BEDRIAGAE (CAMERANO, 1896) (GORDIOIDEA, NEMATOMORPHA). Some specimens of Gordioidea housed in the Museum of Comparative Zoology, Cambridge, were studied. Chordodes occidentalis Montgomery, 1898 is transferred to the genus Pseudochordodes and redescribed; Pseudochordodes bedriagae (Camerano, 1896) and Gordius agasizzi Montgomery, 1898 are also redescribed. KEYWORDS. Gordioidea, Nematomorpha, Pseudochordodes, Gordius. INTRODUCCION Se analizo la colección de las especies Norteamericanas de gordiáceos estudiados por MONTGOMERY (1898) de el Museum of Comparative Zoology, Harvard University, Cambridge, Massachusetts (MCZ). Chordodes occidentalis Montgomery, 1898 fue descrita en base a dos ejemplares de distintas localidads. Sus características cuticulares corresponden al género Pseudochordodes Carvalho, 1942; el holötipo permite una nueva combinación y el paratipo es P. bedriagae (Camerano, 1896), el que amplia su distribución geográfica. La diagnosis y la ilustración que MONTGOMERY (1898) presenta para Gordius agasizzi muestran un ejemplar totalmente contraído en el que es difícil observar caracteres morfológicos que permitan una clara definición. El objetivo de la presente contribución es la de ubicar taxonömicamente las especies determinadas por MONTGOMERY (1898). |. Facultad de Ciencias Naturales y Museo de La Plata. Catedra de Zoologia General, Paseo del Bosque s/nº. 1900 La Plata Argentina. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 107-111, 30 set. 1993 108 MIRALLES & VILLALOBOS MATERIAL Y METODOS La técnica empleada en el análisis de la cutícula de los ejemplares examinados es similar a la presentada por MIRALLES (1989) y utilizamos para el estudio un microscopio Labor Lux con lentes de inmersión. Los dibujos se realizaron con cámara clara y efectuamos las comparaciones correspondientes de los distintos elementos de diagnóstico. Las medidas de las aréolas cuticulares se dan en micrómetros. Pseudochordodes occidentalis (Montgomery, 1898), comb.n. (Figs. 1,2) Chordodes occidentalis MONTGOMERY, 1898:50, figs. 111-117 partim (Holótipo macho, San Francisco, California, USA (MCZ 1469), non paratipo macho, Rio Gila, Arizona (MCZ 1481) = Pseudochordodes bedriagae (Camerano, 1896), examinados. Neochordodes occidentalis; POINAR & DOELMAN, 1974:327 Macho (holotipo). 255mm de largo y 1,5mm de ancho máximo. Extremo anterior cónico de ápice redondeado, más delgado que el soma y boca terminal. Mayor parte del cuerpo deprimido dorsoventralmente. Extremo posterior cóncavo, ventralmente con borde distal semicircular. Centro de la superficie ventral con surco longitudinal poco acentuado, que se extiende desde la cloaca hacia la región anterior. Calota blanco amarillenta; soma, uniformemente castano. La cutícula presenta dos tipos bien definidos de aréolas: unas poligonales, elevadas, oscuras (fig. 1, a) y dispuestas en pares de tres o más, en series lineales irregulares separadas por estrechísimos surcos y en sus puntos de unión es visible un poro con un diámetro de cuatro micrómetros. Vistas de lado (fig. 2) el borde de las aréolas es levemente circular; en general son bajas y elancho varía entre 11 y 23. Otras poliédricas o informes (fig. 1,b) más bajas y de menor diámetro distribuídas entre las primeras, ocupando el resto de la cutícula. El surco interareolar presenta sectores con numerosos poros. Hospedador: Culex pipiens L. Observaciones. Basándonos en el estudio de la cutícula, podemos establecer que estos dos ejemplares pertenecen al género Pseudochordodes y difieren de las especies que integran el género Chordodes Creplin, 1847 en que éstas tienen tres o más tipos de aréolas, unas papilares prominentes, lisas o esculpidas con distintas estructuras en el ápice, otras cónicas o semiesféricas, más bajas que las anteriores y en el surco interareolar se observan espinas curvas, tubérculos, pelos, filamentos transparentes, cerdas u otros elementos de diagnóstico y se diferencian de las especies de Neochordodes Carvalho, 1942 pues éstas tienen un solo tipo de aréolas bajas y distantes entre sí. Los surcos que las separan no evidencian estructuras particulares. P.occidentalis comb.n. presenta las aréolas de mayor tamafio y con diferencias bien marcadas entre los dos tipos observados. Las de P. bedriagae, son de menor tamafio y más altas que las anteriores. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 107-111, 30 set. 1993 Redescripcion de Gordius agasizzi.... 109 Pseudochordodes bedriagae (Camerano, 1896) (Figs. 3,4) Chordodes bedriagae CAMERANO, 1896: 123 fig. 14, 14a TIPO. Localidad desconocida (Académie Impériale des Sciences de St. Petersburgo. No examinado. Pseudochordodes bedriagae; CARVALHO, 1942:216 Chordodes occidentalis MONTGOMERY, 1898:50, partim, paratipo macho, Rio Gila, Arizona, USA (MCZ 1481). Identificación errónea. Macho. 223 mm de largo y 1 mm de ancho. Extremo anterior redondeado, la boca terminal central. Región posterior cilíndrica, con el borde distal semicircular. Surco medio ventral poco profundo con pliegues a ambos lados. La cutícula presenta dos tipos de aréolas, pentagonales o hexagonales (fig. 3c) grandes, dispersas, distribuídas regular o irregularmente sobre la superficie cuticular. El diâmetro varia entre 11 y 7; agrupadas de a dos, tres o cuatro; en el espacio que las separa suele hallarse un poro de dos micrómetros de diámetro. Vistas de lado, el borde libre es levemente circular, sobresaliendo, en algunas de ellas, un tubérculo espiniforme desde una marcada depresión. Las aréolas del segundo tipo (fig. 3d) son de menor diámetro, 3 a 4 micrómetros, más claras que las anteriores, de forma poligonal o de contorno a veces indefinido. Se encuentran distribu- ídas entre las primeras. Observaciones. Esta especie descripta originalmente con localidad desconocida, fue incluída en el género Pseudochordodes por CARVALHO (1942). El ejemplar fue comparado con los ejemplares argentinos de distintas localidades estudiadas por MIRALLES (1973). Gordius agasizzi Montgomery, 1898 (Figs. 5, 6) Gordius agasizzi MONTGOMERY, 1898:38, figs. 63-66, holotipo macho, Sandwich Islands, Hawai, USA (MCZ 296), examinado. Macho. holotipo de 158 mm de largo y 1,5 mm de ancho medio. El extremo anterior se afina hacia el ápice, amarillo crema, limitada hacia atrás por el cläsico anillo oscuro. La boca terminal y central. La mayor parte del soma, deprimido y uniformemente castafio. Extremo posterior bilobulado, presenta lóbulos curvados, ventralmente cóncavos de 402 micrómetros de largo y 211 de ancho en la base de la bifurcación. Cloaca circular situada en el centro de la región ventral a 96 micrómetros de la iniciación de la separaciön lobular. La cutícula presenta numerosos planos romboidales, limitados por la intersección de líneas musculares profundas. Examinando distintas áreas de la cutícula podemos concluir que no presenta aréolas. Observaciones. La compleja descripción original de Montgomery está referida a un ejemplar totalmente contraído y deshidratado. Nuestra posterior observación nos permite esclarecer los conceptos vertidos en su oportunidad y sefialar que la región anterior (fig. 5) vista al microscopio aparece como retraída dentro del soma, y el doblez, así formado, fue considerado erröneamente como el cuello del ejemplar. En cuanto a la región posterior (fig. 6) separamos los lóbulos caudales, pudiendo observarse la cloaca y la cresta post- cloacal. Asimismo sefialamos la ausencia de aréolas elevadas sobre las líneas de los planos IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 107-111, 30 set. 1993 110 MIRALLES & VILLALOBOS romboidales, que a pesar de la menciön no estän representadas en la lämina del trabajo original. Posiblemente, el aspecto que presentaba el ejemplar, segün fue descripto inicial- mente, pudo deberse a que el mismo fue hallado seco o que haya adquirido ese aspecto, por acción de algún líquido fijador. Agradecimiento: A la Licenciada Ardis B. Jonsthon, Harvard University, Cambridge, por el préstamo de los materiales estudiados. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS CAMERANO, L. 1896. Gordiens nouveaux ou peu connus du Musée zoologique de Lº Académie Impériale des sciences de St. Petersbourg. Annuaire Mus. St. Petersb., 1896: 117-125. CARVALHO, J. C. M. 1942. Studies on some Gordioidea of North and South America. J. Parasit. Illinois, 28 (3): 213-222. MIRALLES, D.A.B. 1973. Sobre la presencia de Pseudochordodes bedriagae (Camerano) en Argentina. (Gordioidea Chordodidae). Neotropica, La Plata 19 (59): 101-103. — . 1989. Estructura cuticular de Chordodes carmelitanus Carv. y Feio, 1950. Nueva cita para la Argentina (Nematomorpha, Chordodidae). Neotropica, La Plata, 35 (94): 95-99. MONTGOMERY, T.H. 1898. The Gordiacea of certain American collections, with particular reference to the North American fauna. I. Bull. Mus. Comp. Zool. Harv., Cambridge, Mass., 32 (3): 23-88. POINAR, G. O. & J. J. DOELMAN. 1974. A reexamination of Neochordodes occidentalis (Montgomery) comb.n. (Chordodidae, Gordioidea) larval penetration and defense reaction in Culex pipiens L. J. Parasit, Illinois, 60 (2): 327-335. Recebido em 4.01.1993; aceito em 4.06.1993. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (75): 107-111, 30 set. 1993 Redescripcion de Gordius agasizzi.... 111 Figs. 1-2. Pseudochordodes occidentalis (Montgomery); cutícula: 1, vista general dorsal; 2, vista lateral. Pseudochordodes bedriagae (Camerano), cutícula: 3, vista general; 4, vista lateral. Gordius agasizzi Montgomery, macho: 5, extremo anterior; 6, extremo posterior. Figs. 1-4 escala = 0,0Inm; figs. 5, 6 escala = 0,05nm. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 107-111, 30 set. 1993 ES q e a a \ is E ' h y > ! / 2 # | a ' N ! a y @ À 4 \ j sy 4 ” =" a y | X ' % al. Ea à, a a , 1 ATA 1 Ea a N ps o VAR, Br h À a k | pia a 7 E = i RA NE | Buch, t i pr mn 1, 9 \ A L 1 y » e = E) | a 7 Fe, 3 m pl A, ) y 204 u é 1 4 ana E Abd siga ERA ds ee um. nai er rn onmmias À: Ft ato hf É SAS PURA IT + TITS REN naun BLEIBE: en MBM ma, nee een NOVAS ESPÉCIES DO GÊNERO MACROPHYES O. P. - CAMBRIDGE DA REGIÃO NEOTROPICAL (ARANEAE, ANYPHAENIDAE) Antonio D. Brescovit !? ABSTRACT NEW SPECIES OF GENUS MACROPHYES O.P.- CAMBRIDGE FROM NEOTROPICAL REGION (ARANEAE, ANYPHAENIDAE). Two new species of Macrophyes O.P.-Cambridge are described: M. jundiai from Brazil and Argentina and M. manati from Peru. A new record of M. elongata Chickering is provided. KEYWORDS. Macrophyes, Anyphaenidae, Araneae, new species, taxonomy. INTRODUÇÃO Após revisão do gênero Macrophyes O. P. - Cambridge (BRESCOVIT, 1992), foram detectadas duas novas espécies e um novo registro de M. elongata Chickering. A distribuição do gênero, até então, restrita à América Central e Peru, é ampliada com a descrição de M. jundiai sp.n., para o sul do Brasil e norte da Argentina. O material examinado pertence as seguintes coleções (curadores entre parênteses): MACN, Museo Argentino de Ciencias Naturales “Bernardino Rivadavia”, Buenos Aires (E. Maury): MCN, Museu de Ciências Naturais, Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul (E.H. Buckup); MCP, Museu de Ciências, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre (A.A. Lise); FSCA, “Florida Station Collection of Arthropods”, Gainesville (G.B. Edwards). Descrições e abreviaturas seguem BRESCOVIT (1992). Todas as medidas são em milímetros. O epígino foi imerso em óleo de cravo, para estudo das estruturas internas (LEVI, 1965). Macrophyes elongata Chickering Macrophyes elongata CHICKERING, 1937: 542, 547, figs. 3, 19, 20; BRESCOVIT, 1992: 103, figs. 4-7. Registro novo. PANAMA. Bocas del Toro: Changinola, 15, 30.V11.1981, G.B. Edwards col. (FSCA). |. Museu de Ciências Naturais, Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, C. P. 1188, 90690-001, Porto Alegre, RS, Brasil. 2. Bolsista CAPES, Doutorado, Pós-Grad. Zoologia, Universidade Federal Paraná. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 113-116, 30 set. 1993 114 BRESCOVIT Macrophyes jundiai, sp. n. (Figs. 1-4) Tipos. Holótipo macho, MCN 21585, Fazenda Monte Verde, Jundiaí do Sul, Paraná, Brasil, 23.X1.1987, A.D. Brescovit col. Parátipos: ARGENTINA. Misiones: Puerto Iguazú, Parque Nacional del Iguazú, lo, XI.1989, M. Ramirez col. (MACN 8993); (Cataratas del Iguazú), 18 ,XI.1970, M.E. Galiano col. (MACN 8992): BRASIL. Paraná: Jundiaí do Sul (Fazenda Monte Verde), 1 q, 9.11.1987, Equipe Profaupar col. (MCN 21586). Etimologia. O nome específico é um substantivo referente à localidade-tipo. Diagnose. Os machos de M. jundiai sp. n. diferem dos das demais espécies do gênero pelo palpo apresentar êmbolo muito curto e apófise tibial retrolateral vestigial (figs. 1,2). A fêmea difere da de M. manati sp. n. pelo epígino com átrio amplo anteriormente e, internamente, com ductos sem alça mediana (figs. 3,4). Descrição. Macho (holótipo). Carapaça e quelíceras alaranjadas. Região cefálica laranja-escura. Lâminas maxilares e lábio amarelos. Esterno, abdômen e pernas esbranquiçados. Comprimento total 6,20. Carapaça: comprimento 2,30, largura 1,75. Clípeo: altura 0,06. Olhos: fila anterior 0,77; posterior 0,93. QOM: comprimento 0,31; largura anterior 0,25; largura posterior 0,47. Diâmetros: OMA 0,07; OLA 0,15; OMP 0,15; OLP 0,14. Interdistâncias: OMA-OMA 0,07; OMA-OLA 0,10; OMP-OMP 0,20: OMP-OLP 0,16; OLA-OLP 0,05. Quelíceras: 1,75 de comprimento, com 6 dentes na promargem e 8 dentículos, sobre uma projeção saliente e irregular, da retromargem. Abdômen: compri- mento 4,10, largura 1,10. Espiráculo traqueal distando 1,25 do sulco epigástrico e 1,87 da base das fiandeiras. Pernas: I. fêmur 4,80; patela 1,00; tíbia 6,20; metatarso 5,40; tarso 1,80; total 19,20; 11.3,3020:9073,7073,50277,10:712,50712220207077.902 5070707: 007025 3,30; 4,10; 0,90; 12,80. Espinulação difere da fórmula geral nos artículos das pernas 1 - II tíbia p0-1-0-1-0, r0-1-0-1-0, metatarso pl-1-0, rl-1-0; HI - IV tibia v2-2-2, p1-1-0,rl- 1-0, metatarso v2-2-2, p1-1-1,r1-1-1. Palpo com apófise média e êmbolo muito curtos. Projeção tegular presente, retrolateral (fig. 1). Fêmea (MCN 21586). Coloração como a do macho. Comprimento total 6,80. Carapaça: comprimento 2,20, largura 1,60. Clípeo: altura 0,05. Olhos: fila anterior 0,62; posterior 0,76. QOM: comprimento 0,30; largura anterior 0,18; largura posterior 0,41. Diâmetros: OMA 0,06; OLA 0,14; OMP 0,14; OLP 0,13. Interdistäncias: OMA-OMA 0,05; OMA-OLA 0,07; OMP-OMP 0,15; OMP-OLP 0,12; OLA-OLP 0,06. Queliceras: 0,95 de comprimento, com 5 dentes na promargem e 9 denticulos na retromargem, sem projeção saliente. Abdômen: comprimento 4,50; largura 1,80. Espiráculo traqueal distando 1,40 do sulco epigástrico e 2,20 da base das fiandeiras. Pernas: I. fêmur 3,70; patela 0,90; tíbia 4,70; metatarso 4,70; tarso 1,60; total 14,80; II. 2,60; 0,70; 2,80; 2,70; 0,90; 9,70; II. 1,90; 0,60; 1,60; 2,00; 0,60; 6,70; IV. 3,00; 0,75; 2,15; 3,30; 0,70; 11,50. Espinulação: difere da fórmula geral apenas nos artículos das pernas I-II metatarso p1-1-0,r1-1-0; MI tíbia v2-0-0, p1-1-0,r1-1-0, metatarso v2-2-2 ‚pl- l-1, rl-1-1; IV tíbia p1-1-0, r1-1-0, metatarso v2-2-2, pl-1-1, rl-1-1. Ätrio do epigino amplo anteriormente e de bordas laterais estreitas e curvadas (ie, 3). Internamente com IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (75): 113-116, 30 set. 1993 nn Novas espécies do gênero Macrophyes... 115 espermatecas circulares e ductos alongados (fig. 4). Variação: comprimento (quatro machos): total 4,60-6,20; carapaça 1,70-2,30; fêmur I 3,50-5,30; dentículos na retromargem 8-9; (quatro fêmeas): total 5,80-7,20; carapaça 2,10-2,30; fêmur I 3,70-4,30; denticulos da retromargem 7-9. Distribuição geográfica. Sul do Brasil (Paraná e Rio Grande do Sul) e norte da Argentina (Misiones). Material adicional. BRASIL. Paraná: Fênix, 19, 2.11.1987, Equipe Profaupar col. (MCN 21588); Jundiaí do Sul (Fazenda Monte Verde), 1 É, 9.11.1987, Equipe Profaupar col. (MCN 21587); Rio Grande do Sul: Triunfo, 16, 20.X.1977, E.H. Buckup col. (MCN 6970); 19, 28.X1.1977, H.A. Gastal col. (MCN 21589); Porto Alegre (Morro Santana), 19, 15.XII.1979, A.A. Lise col. (MCN 21590); Viamão, 3 2, 08.XII.1992, A. A. Lise col. (MCP 2781); Guaíba, 1 2, 29.XII.1991, A. B. Bonaldo col. (MCN 21886). Macrophyes manati,sp. n. (Figs. 5-6) Tipo. Holótipo fêmea, FSCA, do Rio Manati, Loreto, Peru, 18.VII.1989, G.B. Edwards col. Etimologia. O nome específico é um substantivo referente à localidade-tipo. Diagnose. M.manatisp.n. é próxima de M. elongata Chickering (vide BRESCOVTT, 1992: 103, figs. 4,5) da qual difere pelas bordas laterais do epígino sem sinuosidades anteriores e espermatecas pequenas, globulares (figs. 5-6). Descrição. Fêmea (holótipo). Cefalotórax amarelo, exceto as garras das quelíceras, alaranjadas, e esterno esbranquiçado. Abdômen esbranquiçado. Pernas amarelas, alaranjadas no ápice das tíbias e metatarsos. Comprimento total 6,80. Carapaça: comprimento 1,80; largura 1,20. Clípeo: altura 0,05. Olhos: fila anterior 0,52: posterior 0,60. QOM: comprimento 0,25: largura anterior 0,16; largura posterior 0,31. Diâmetros: OMA 0,05; OLA 0,12; OMP 0,12; OLP 0,11. Interdistâncias: OMA-OMA 0,05; OMA-OLA 0,05; OMP-OMP 0,07; OMP-OLP 0,05; OLA-OLP 0,03. Quelíceras: 0,75 de comprimento, com 5 dentes na promargem e 6 dentículos, mais o proeminente dente na retromargem. Abdômen: comprimento 6,00; largura 1,00. Espiráculo traqueal distando 0,90 do sulco epigástrico e 3,50 da base das fiandeiras. Pernas: I. fêmur 5,00; patela 0,80; tíbia 5,70; metatarso 5,30; tarso 1,70; total 18,50; 420: 0,70;4,40; 4,30; 1,30; 14,90; II. 2,70; 0,55: 2,15; 2,90; 0,80; 9,10; IV. 4,60; 0,70; 4,20; 5,40; 1,20; 16,10. Espinulação: difere da fórmula geral nos artículos das pernas HI tíbia pl-1-0, r1-1-0, metatarso v2-1-2, pl-1-1,r1-1-1; IV tíbia p1-1-0, r1-1-0, metatarso v2-0-2, p1-1-1,rl-1-1. Átrio do epígino pequeno e estreito, mais longo que largo (fig. 5). Internamente com espermatecas pequenas e ductos longos, com alça mediana (fig. 6). Macho desconhecido. Distribuição geográfica. Peru (Loreto). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRESCOVIT, A.D. 1992. Revisão das aranhas do gênero Macrophyes O. P.-Cambridge, da Região Neotropical (Araneae, Anyphaenidae). Revta bras. Ent., São Paulo, 36 (1): 101-106. - CHICKERING, A.M. 1937. Anyphaenidae of barro Colorado Island, Panama Canal Zone. Pap. Mich. Acad. Sci, New York, 22: 541-561. | LEVI, HW. 1965. Techniques for the study of spider genitalia. Psyche, Cambridge, Mass., 72: 152-158. | Recebido em 10.03.1993; aceito em 4.06.1993 IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (75): 113-116, 30 set. 1993 BRESCOVIT Be 0 Re iate en _____ 7000 | ae RB 1% NET INK Rá Figs. 1-6. Macrophyes jundiai sp. n., 1-2, macho: 1, palpo esquerdo, ventral; 2, retrolateral. 3-4, Epígino da fêmea: 3, ventral; 4, dorsal. M. manati sp. n., fêmea: 5, epígino, ventral; 6, dorsal. Escalas: 0,25mm. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 113-116, 30 set. 1993 REVISÃO DA FAMÍLIA SEPSIDAE NA REGIÃO NEOTROPICAL. III. OS GÉNEROS PALAEOSEPSIS DUDA, 1926, ARCHISEPSIS GEN.N. E MICROSEPSIS GEN.N.; CHAVE PARA OS GENEROS NEOTROPICAIS (DIPTERA, SCHIZOPHORA)! Vera Cristina Silva ? ABSTRACT REVISION OF THE FAMILY SEPSIDAE OF THE NEOTROPICAL REGION . HI. THE GENERA PALAEOSEPSIS DUDA, 1926, ARCHISEPSIS GEN.N., AND A MICROSEPSIS GEN. N.; KEY TO THE NEOTROPICAL GENERA. A revision of the Neotropical genus Palaeosepsis Duda, 1926 is presented. The genus was subdivided and two new genera are described: Archisepsis, type species Sepsis scabra Loew and Microsepsis, type species Sepsis armillatta Melander & Spuler. Eigth new species are described: Archisepsis hirsutissima (type locality: Serra do Navio, Amapá, Brazil), A. mirifica (type-locality: Belém, Pará, Brazil), A. muricata (type locality: Belém, Pará, Brazil), A. priapus (type locality: Oriximiná, Pará, Brazil), Microsepsis anomala (type locality: San José, Costa Rica), M. mystrion (type locality: Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil), M. stenoptera (type locality: Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil), Palaeosepsis chauliobrechma (type locality: Loja a Zamora, Equador). Palaeosepsis dentata var. maculata Duda is given species status. Five new synonyms, nine new combinations and one new status are proposed. One lectotype and paralectotypes are designated. A key to the Neotropical genera and keys to the species of Palaeosepsis, Archisepsis, gen.n. and Microsepsis, gen.n. are furnished. KEYWORDS. Diptera, Neotropical, Sepsidae, Palaeosepsis, new genera, new species. INTRODUÇÃO A familia Sepsidae possui distribuição mundial; STEYSKAL (1987) reconheceu- a como composta por duas subfamílias, Ory gmatinae e Sepsinae. Na região Neotropical apenas Sepsinae está representada pela tribo Sepsini. No catálogo dos sepsídeos neotropicais, STEY SK AL (1968) relacionou os gêneros Meropliosepsis Duda, Nemopoda Robineau-Desvoidy, Palaeosepsis Duda, Sepsis Fallén e Themira Robineau-Desvoidy. |. Parte da dissertação de Mestrado apresentada no Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo e desenvolvida no Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo. 2. Depto. de Ciências Bilógicas, Faculdade de Ciências e Letras de Assis, UNESP, Av. Dom Antônio 2100; 19800-000 Assis SP, Brasil. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 117-170, 30 set. 1993 118 SILVA No início do século, no entanto, na revisão das espécies norte-americanas de Sepsidae, MELANDER & SPULER (1917) mencionaram a ocorrência de Meroplius Rondani na Argentina e SILVA (1990) confirmou a ocorrência do gênero na região Neotropical. Não são reconhecíveis, a espécie descrita por MACQUART (1843) em Nemopoda, seis espécies descritas por BIGOT (1857,1886) incluídas nos gêneros Nemopoda ( três espécies), Palaeosepsis, Sepsis e Themira e uma espécie de SCHINER (1868) em Sepsis. OZEROV (1992a) descreveu dois novos gêneros neotropicais. Naregião Neotropical, a familia Sepsidae compõe-se de espécies morfologicamente uniformes, dificultando a caracterização dos gêneros. Palaeosepsis é o maior gênero da família na região Neotropical, não tendo sido objeto de revisão taxonômica desde DUDA (1926 a,b), que o descreveu como subgênero de Sepsis Fallén. HENDEL (1936) elevou-o à condição de gênero. HENNIG (1949) sinonimizou os subgêneros de Sepsis - Dicranosepsis, Parapalaeosepsis, Poecilopterosepsis - e o gênero Meropliosepsis com Palaeosepsis. STEYSKAL (1949) e ZUSKA (1968;1970) trataram dos subgêneros de Sepsis não neotropicais; ZUSKA (1968) indicou uma relação de parentesco maior entre Palaeosepsis e Sepsis do que do primeiro com Parapalaeosepsis. STEYSKAL (1968) considerou Meropliosepsis um gênero à parte de Sepsis e Palaeosepsis. A distribuição de Palaeosepsis está limitada à região Neotropical, onde ele, segundo ZUSKA (1968), parcialmente ocupa o lugar de Sepsis. O gênero Palaeosepsis inclui espécies muito diferentes e, dentro de Sepsidae, Sepsis e Toxopoda também são exemplos de grupos que necessitam de revisão, como indicaram ZUSKA (1977) e ZUSKA & COLLESS (1984). Quem primeiro tentou estabelecer uma classificação supraespecífica para o complexo Sepsis foi DUDA (1926a,b) que dividiu o gênero em sete subgêneros. HENNIG (1949) sinonimizou vários dos subgêneros de Sepsis com Palaeosepsis, tentando compor um grupo monofilético do qual faziam parte táxons neotropicais, orientais e autralianos, mas isto não contribuiu para o esclarecimento das relações internas do complexo Sepsis. Nesta revisão, a classificação apresentada por STEYSKAL (1968) serviu como base para a delimitação do gênero; mas a validade das idéias de HENDEL (1936), que considerou Palaeosepsis subdividido em duas séries de espécies, foi levada em conside- ração. Como resultado deste estudo, o gênero Palaeosepsis foi considerado composto por. três grupos de espécies, aos quais se atribui o status genérico. OZEROV (1992a) descreveu dois novos gêneros neotropicais monotipicos, Palaeosepsioides, da Venezue- la, e Pseudopalaeosepsis do Panamá. Considerou-se Palaeosepsioides sinônimo de Palaeosepsis e Pseudopalaeosepsis, sinônimo de Archisepsis. Entretanto, apenas estudos futuros, com exame detalhado de exemplares das espécies de Ozerov e reavaliação, nas outras espécies, dos caracteres utilizados por OZEROV (1992a) para caracterizar os gêneros que descreveu, poderão determinar com maior exatidão a validade de Palaeosepsioides e de Psedopalaeosepsis. Desse modo, Palaeosepsis. s. lat. foi subdivi- do e algumas das suas espécies foram incluídas em três novos gêneros. Não existem dados publicados sobre a biologia das espécies deste gênero. Há evidências de que as larvas sejam coprófilas; alguns adultos foram coletados em fezes humanas e de bovinos e, indivíduos isolados, capturados em gramíneas. Em STEYSKAL (1968), estão listadas 18 espécies de Palaeosepsis para a região Neotropical. Descrevem-se oito espécies novas, propõe-se a subdivisão do gênero, cinco | IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 117-170, 30 set. 1993 | f | | Revisão da família Sepsidae... 119 sinonimias, nove combinacöes novas, um novo status, um lectötipo e paralectötipos säo designados. A maioria das espécies previamente conhecidas não são redescritas aqui; descrições adequadas estão disponíveis em DUDA (1926b). São redescritas apenas P. insularis e P. pusio, por apresentarem problemas na caracterização e P. maculata, que foi descrita originalmente como variedade de P. dentata Duda. Este trabalho é parte de uma revisão geral da família na Região Neotropical. Meroplius e Meropliosepsis foram tratados em SILVA (1990 e 1992, respectivamente). MATERIAL E MÉTODOS Examinou-se mais de 7600 espécimens pertencentes, em grande parte, à coleção do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZSP). As seguintes instituições (com os respectivos curadores) também cederam material por empréstimo: Americam Museum of Natural History (AMNH), Dr. Randall T. Schuh e Dr. David Grimaldi; The Natural History Museum (BMNH), Dr. Adrian C. Pont; Departamento de Zoologia da Universidade Federal do Paraná (DZUP), Dr. Cláudio J. Barros Carvalho; Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira - UNESP (FEIS), Dr. Carlos A. H. Flechtmann; Természettudományi Múzeum Allattära (HNHM), Dir. Ágnes Dely-Draskovitz; Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Dr. José A. Rafael; Museum of Comparative Zoology (MCZC), Dr. David Furth; Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), Dr. Inocêncio Gorayeb; Museum National d'Históire Naturelle (MNHN), Dr. Léonide Teacas; Naturhistorisches Museum Wien (NMW), Dr. R. Contreras-Lichtenberg. Na lista do material examinado, quando não houver indicação, o espécimen pertence à coleção do MZSP. Apenas algumas espécies tratadas neste estudo tiveram os tipos examinados. OZEROV (1992a,b) contém parte de uma revisão ampla dos tipos de sepsídeos neotropicais, cobrindo 13 espécies; infelizmente, sem fornecer a posição sistemática correta de cada uma dessas espécies e sem esclarecer a ocorrência de Nemopoda e Sepsis na região Neotropical. Para as descrições e caracterizações dos táxons utilizaram-se a terminologia e as abreviações sugeridas por MCALPINE (1981). Para a descrição das modificações do fêmur anterior dos machos, considerou-se como: (a) emarginação, o resultado de ligeiro espessamento da parte mediana ventral do fêmur, que se destaca pouco da superficie do segmento (exemplo figs. 130,155); (b) tubérculo, o resultado de elevação simples digitiforme ou semelhante, na região mediana ventral do articulo, sem outras modificações nas paredes do tubérculo, podendo às vezes, portar cerdas e espinhos (exemplo figs. 9,22,114); (c) processo, tipo particular de tubérculo na parede dorsal do fêmur que inclui outras projeções e ramificações secundárias das paredes do tubérculo, como ganchos ou expansões e, eventualmente, pode possuir cerdas e espinhos (exemplo figs. 40,74). Chave de identificação para os gêneros neotropicais de Sepsidae 1. Um par de fortes cerdas fronto-orbitais presente (fig. 1); abdome de ambos os sexos SER SER TE RN E cia dd SAS OS e TR ls 2 2. Três pares (1+2) de cerdas dorso-centrais fortes e três pares de vibrissas; corpo mar- rom-avermelhado; abdome com constricção entre segmentos 2 e 3; mancha ne- gra entre a base da asa e célula subcostal e outra no ápice ao redor de R2+3 (Cos- Enc a Guiana, Brastl).....-s.sc-ceceemcosanesecrcansossoaaneacansterecuanãas Meropliosepsis Duda Apenas um par de cerdas dorso-centrais fortes e um par de vibrissas; corpo negro: abdome sem constricção entre segmentos 2 e 3; R2+3 sem mancha negra apical BEIN TO mUndial)............eesessseiseiasenesäaseäsenenneueunesesrensceen Meroplius Rondani 3. Tergitos abdominais rugosos, pêlos e cerdas normalmente bem desenvolvidos; sintergito 1+2 sem elevação posterior, transversal larga (Estados Unidos: Texas; México, Antilhas, até sul da Argentina Uruguai)...................... Archisepsis gen.n. Tergitos abdominais polidos e brilhantes; pêlos e cerdas reduzidos; sintergitos 1+2 IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (75): 117-170, 30 set. 1993 120 SILVA com ima margem posteriorelevada (hp 4 4. Terminália do macho simétrica (se assimétrica, os outros caracteres não correspondem) (figs. 12,38,56); veia CulB+1A com comprimento normal (figs. 49,57); fêmur anterior do macho sempre com modificações elaboradas (fig. 22)....................... air ado BA ni Ga domo dn ME dd EIKE Palaeosepsis Dudas. str.; Terminália do macho assimétrica (figs. 125, 141, 174); veia CulB+1 A extremamente reduzida, menor do que o comprimento da célula cup (figs. 128,162,178); fêmur anterior do macho com ou sem emarginações (figs. 130,155,180) (Antilhas até sul do Brasil e' Paraguai) RAE A Microsepsis gen.n. Palaeosepsis Duda Sepsis (Palaeosepsis) DUDA, 1926a: 43. Espécie-tipo, Sepsis dentata Becker, 1919 (HENDEL, 1936:62). Palaeosepsiöides OZEROV, 1992a:81. Espécie-tipo, Palaeosepsioides grimaldii Ozerov, 1992=Palaeosepsis erythromyrma Silva, 1991. Syn.n. Diagnose. Fêmur anterior do macho com algum tipo de modificação ventral, desde protuberância simples até processo simples com espinhos. Asa com ou sem mancha apical; veia medial não descrevendo uma curva antes do ápice; veia anal longa, quase alcançando a margem. Abdome com superfície lisa, brilhante, geralmente com constricção entre segmentos 2 e 3. Macho com esternito 4 simples ou com modificações na região apical lateral; epândrio alongado ventralmente, geralmente simétrico (exeto P. dentata); lobo basal do surstilo sempre presente, reduzido, pelo menos como uma emarginação pequena. Descrição. Cabeça: vértice, fronte e occipício entre negro e marrom-amarelado ou avermelhado; face e gena negro e amarelo. Cerdação: ve dois terços de vi, fo presente e diminuta ou ausente. Antena marrom a marrom-amarelada, primeiro flagelômero oval arredondado ou alongado; arista nua, espessada na base. Tórax: negro a amarelo-avermelhado, com pontuações; pleura com faixa longitu- dinal pruinosa em prepst, prepm e kepst. Cerdação: 1 pprn,2 npl, 2 dc, pêlos acr podem estar presentes, | anepst, 1 ap sctl forte, 1 subap sctl muito pequena. Pernas (macho): fêmur anterior variável, podendo ter desde protuberâncias sim- | ples, pequenas, ou protuberâncias duplas, com espinhos, até processos simples com espinhos; tíbia anterior com forma variável, acompanhando o fêmur, podendo ser simples ou possuir dobras ventrais, com ou sem espinhos medianos pequenos; tíbia média com conjunto padrão de cerdas apicais, que podem modificar-se tornando-se longas e finas. Asa: castanha translúcida, mancha apical pode estar ausente, ser muito clara ou estar distintamente presente no ápice de R2+3; células sc bm e cup parcial ou totalmante sem pubescência; M não descrevendo curva próximo ao ápice; lobo da álula total ou parcialmente com pubescência; veia anal longa, quase alcançando a margem. Halteres esbranquiçados ou amarelados. Abdome: negro a castanho-amarelado, brilhante, liso, geralmente com constricção entre segmentos 2 e 3; poucas cerdas, sendo maiores nas margens dos tergitos. Macho: esternito 4 pode ser simples, sem modificações ou apresentar região lateral apical ou subapical diferenciada, com muitas cerdas longas. Epândrio alongado ventralmente, em geral simétrico (exceto P. dentata), lobo basal do surstilo reduzido, sempre presente, pelo IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (75): 117-170, 30 set. 1993 Revisão da família Sepsidae... 121 menos como uma pequena emarginação. Comentários. Palaeosepsis s. str. é constituído por dois grupos, cujas diferenças não foram consideradas sufucientes para a criação de novos gêneros: um com álula larga e quarto esternito abdominal do macho não modificado (P. insularis, P. laticornis e P. pusio) e outro com álula estreita e várias modificações no quarto esternito abdominal do macho (P. chauliobrechma, P. dentata, P. dentatiformis, P. erythromyrma e P. maculata). As características do primeiro grupo foram consideradas plesiomórficas, por estarem presentes em Orygma Meigen (apontado por HENNIG (1965) como o gênero mais basal na filogenia da família), em Saltella Robineau-Desvoidy (que também parece ser outro gênero basal, segundo dados da autora, não publicados) e estão presentes também, segundo HENNIG (1949), no grupo Sepsis. No grupo com álula larga e sem modificações no esternito abdominal, encontram-se P. pusio (Schiner) e P. insularis (Williston), que têm sido alvo de confusão taxonômica; muitos dados antigos de distribuição devem ser considerados dúbios, uma vez que a diagnose de ambas não foi bem feita. DUDA (1926b) considerou-as como P. pusioe STEYSKAL (1968) duas, o que evidencia o problema. Nesta revisão foram examinados os tipos de ambas as espécies e procurou-se estabelecer as diferenças entre os dois táxons. OZEROV (19924) descreveu Palaeosepsioides para uma única espécie (P. grimaldii), distinguindo-o de Palaeosepsis pela forte constricção no abdome depois do sintergito 1+2 e por modificações no esternito 4 do abdome dos machos. A constricção do abdome e a redução da álula, citada por OZEROV (1992a) na caracterização de Palaeosepsioides, ocorrem em outras espécies de Palaeosepsis (P. chauliobrechma, P. dentata, P. dentatiformis e P. maculata); as modificações descritas no esternito 4 do abdome dos machos fazem parte de uma série de transformação, observada nesse caráter dentro de Palaeosepsis, ocorrendo espécies com pequenas expansões laterais, pouco diferenciadas do esternito 4 (P. chauliobrechma e P. maculata), espécies com diferenciação maior de um pequeno lobo lateral (P. dentata e P. dentatiformis) e P. erythromyrma, que possui uma extensão lateral longa no esternito 4. Os outros caracteres utilizados por OZEROV (1992a), ausência de pêlos na caliptra superior e ausência de ponte pós-coxal, necessitam ser revistos nas outras espécies para determinar-se a extensão de sua ocorrência. O grupo de espécies de Palaeosepsis com modificações na álula e esternito 4 do abdome dos machos pode vir a ser considerado como um gênero a parte de Palaeosepsis e, nesse caso, o nome Palaeosepsioides poderá ser utilizado; no entanto, essa decisão depende de mais estudos para que Palaeosepsis não se torne um táxon merofilético. Elenco das espécies: P. pusio (Schiner, 1868); P. insularis (Williston, 1896); P. dentata (Becker, 1919); P. laticornis (Duda, 1926); P. dentatiformis (Duda, 1926); P. maculata (Duda, 1926a) st.n.; P. erythromyrma Silva, 1991; P. chauliobrechma, sp.n. Chave para as espécies neotropicais de Palaeosepsis 1. Alula mais larga que sua cerdação marginal; 4º esternito abdominal do macho não ao nenn ee ni PA esasnsgchestörsenssännngene 2 - Alula estreita, subigual ou menor que sua cerdacäo marginal; 4° esternito abdominal do macho modificado; corpo predominantemente negro......uueeeessenneneesennneeeeeennn 4 2. Pernas inteiramente amarelas; gena enegrecida, com mancha apical na asa (fig. 39) (Equador, sul do Brasile Paraguaı..................... een. P.laticornis (Duda) IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 117-170, 30 set. 1993 122 SILVA No mínimo, uma das tíbias enegrecida; gena amarelada.........................0000000000000eeeeneeo 3 3. Pleura com ampla faixa transversal pruinosa, contínua. Macho: fêmur anterior com acúleo mediano-ventral (fig. 31); tíbia média com cerdas apicais longas (fig. 35); 4º esternito abdominal alongado, aproximadamente retangular (fig. 36); epândrio com surstilo alargado e com cerdas não muito longas (figs. 37,38) (Antilhas e Aménicado Sul) arm ib ak A P.insularis (Williston) - Pleura com faixa pruinosa interrompida. Macho: fêmur anterior com espinho arredondado e com ápice encurvado, mediano-ventral (fig. 59); tíbia média com cerdas (fig. 58); 4º esternito abdominal cordiforme (fig. 63); epândrio com surstilo estreito e com cerdas longas na base do surstilo (figs. 61,62) (Panamá e Brasil).. N Re RN Ar Ra Sa a APRE IN P. pusio (Schiner) 4. Corpo inteiramente amarelo-avermelhado; macho com esternito 4 do abdome com apêndice lateral estreito e com numerosas cerdas longas no ápice (norte do Brasil) dig Ri Aa a cad O a gs P.erythromyrma Silva - Corpo predominantemente negro; macho com esternito 4 de outro modo.................. 5 5- Apice daasa com manchanegras cas e RR 6 Ápice da asa não manchado ou apenas ligeiramente esfumaçado abaixo do ápice de R2A+3. ses isiansio ra da cla arde de Sagat ç à cala amena re a nee UR ! 6. Mancha da asa ântero-posterior ao ápice de R?2+3; margem inferior da fronte projetan- do-se, distintamente, sobre a região de inserção das antenas (fig. 4 ); macho: fêmur anterior com dois tubérculos mediano-ventrais pequenos, com cerdas pequenas (figs. 9,7); ápice da tíbia média com cerdas longas e finas (fig. 11) (Equa- dont a ie Dean P.chauliobrechma, sp.n. - Mancha da asa posterior ao ápice de R2+3 (fig. 49); margem inferior da fronte não projetada; macho: fêmur anterior com tubérculo, com espinho curto e forte (figs. 50,51); ápice da tíbia média com conjunto padrão de cerdas (fig. 54) (Colômbia, Equador Brasile Baraonai) en P.maculata (Duda), st.n. 7. Macho: fêmur anterior com muitas cerdas e tubérculo pequeno, com espinho forte, ápice normal sem aba lateral (figs. 15,16); 4º esternito abdominal com região lateral diferenciada, circular, com poucas cerdas longas (fig. 17); epândrio assimétrico, lado direito modificado, semelhante a um gancho (figs. 18,20) (Vene- aveia EquadorBoliia PermBrasil Re P. dentata (Becker) - Macho: fêmur anterior com poucas cerdas e tubérculo grande projetando-se, com espinho forte e curvo, região apical posterior com aba (figs. 22,23); 4º esternito abdominal com região lateral diferenciada, com pedúnculo e apicalmente com muitas cerdas longas (fig. 27); epândrio simétrico (figs. 28,29) ( Costa Rica, Equador). AR DOR DROTNRITIUE © P. dentatiformis (Duda) Palaeosepsis chauliobrechma, sp. n. (Figs. 4-13) Dimensões. Comprimento do corpo: 4,2mm(S), 4,4mm (9), Asa: 4,0 mm (6), 4,Imm (q). Descrição. Cabeça: marrom-enegrecida, arredondada; vértice marrom-enegrecido, IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (75): 117-170, 30 set. 1993 A Revisão da família Sepsidae... 123 fronte marrom, margem inferior muito projetada; face e gena marrom-enegrecidas, margem inferior da face não projetada; occipício marrom-enegrecido, com pruinosidade na região superior. Cerdação: fo ausente, | vib medianamente forte. Antena com escapo e pedicelo negros, primeiro flagelômero marrom enegrecido, oval alongado (fig. 4). Tórax: mesonoto e escutelo marrom-enegrecidos, com pruinosidade dourada, npl com pruinosidade branco suave; pleura marrom-enegrecida, brilhante, faixa longitudinal branco pruinosa - prepm, prepst, região dorsal do kepst. Cerdação: 1 pprm, 2 npl, 2 dc, 1 spal, 1 pal, 1 anepst, | ap sctl muito forte e longa, 1 subap sctl fraca e pequena. Pernas: marrom, exeto coxa e tíbia anterior, regiões apical e basal do fêmur médio, metade apical da tíbia média, terço basal e região apical do fêmur posterior, três primeiros tarsômeros anteriores e médios, marrom-amarelados. Macho: fêmur anterior (figs. 7 e 9): tíbia anterior afilada ( figs. 8,10); tíbia média com duas cerdas apicais ventro-posteriores longas e finas (fig. 11). Fêmea: fêmur e tíbia anteriores sem modificações; tíbia média com cerdas normais, não tão longas e finas. Asa: castanha translúcida, veias marrons; com mancha apical, posterior ao ápice de R2+3; base levemente escurecida, asa estreita, principalmente na base; veia anal muito longa, quase tocando a margem da asa; incisão alular muito rasa; álula menor que sua cerdação marginal, sem pubescência (fig. 5): halteres esbranquiçados, base enegrecida. Abdome: marrom-enegrecido, liso, muito brilhante e polido; cerdas em pequeno número e fracas; com constricção entre segmentos 2 e 3. Macho: esternito 4 com região lateral mediana modificada, pedunculada, de forma aproximadamente circular, com muitas e longas cerdas; esternito 5 reduzido a faixa estreita ( fig. 13); terminália marrom; epändrio (figs. 6 e 12); surstilo com pequena expansão junto à ponta, com longa cerda na base (fig. 12). Etimologia. O epíteto deriva do grego chaulios, proeminente e brechma, fronte. Material tipo: Holótipo $, parätipo 2, EQUADOR. Loja a Zamora, 1800 m., XI. 1970 (L.E. Pena) (MZSP); 2 parátipos S, Quito a Baeza, I. 1971 (L.E. Pefia) (MZSP). Distribuição geográfica: Equador. Palaeosepsis dentata (Becker) (Figs. 14-20) Sepsis dentata BECKER, 1919:207, pl.17, fig. 2. Localidade-tipo: Equador, Cuenca. Palaeosepsis dentata; DUDA 1926b: 90; STEYSKAL, 1968:2. Diagnose. Margem inferior da fronte ligeiramente projetada; 1 fo muito reduzida. Fêmur e tíbia anteriores do macho (figs. 15 e 16). Asa sem mancha apical, veia anal quase alcançando margem da asa; incisão alular pouco profunda, álula curta, não maior que sua cerdação marginal (fig. 14). Macho com quarto esternito abdominal com região lateral mediana modificada, em forma circular, com pedúnculo e muitas cerdas longas e finas; região basal do esternito 4 e faixa central mais escuras; esternito 5 reduzido a duas placas pequenas (fig.17). Epândrio alongado ventralmente, assimétrico, lado direito com lobo basal formando estrutura semelhante a um gancho (figs. 18 e 20), lado esquerdo com lobo pequeno na base do surstilo (figs. 18 e 19). Material-tipo. Holótipo 6, EQUADOR. Cuenca, 1905 ( Dr. G. Rivet) (MNHN). Material examinado. EQUADOR. Pichincha: Quito a S. Domingos d.l. Colorados, | 6. Azuay: Santa IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 117-170, 30 set. 1993 124 SILVA Isabel a Girón, 29. Loja: La Toma, I$; Loja a Zamora, 19. PERU. Machu Picchu, 26, 19. BRASIL. Minas Gerais: Ouro Preto, 10. Distribuição geográfica. Venezuela, Equador, Peru, Bolívia, Brasil (Minas Gerais). Palaeosepsis dentatiformis (Duda) (Figs. 3,21-29) Sepsis dentatiformis DUDA, 1926a: 46, 1926b: 89. Localidade-tipo: Costa Rica, La Suiza de Turrialba. Palaeosepsis dentatiformis; STEYSKAL, 1968: 2 Diagnose. Fêmur anterior do macho com protuberância ( figs. 22,23); tibia anterior com base afilada e protuberäncia submediana (figs. 24,25); asa sem mancha apical, base ligeiramente escurecida; incisão alular pouco profunda, álula menor que sua cerdação marginal, totalmente coberta por pubescência; veia anal longa, quase alcançando margem da asa (fig. 21). Esternito 4 do abdome do macho com apêndice lateral na margem apical, formado por pedúnculo pequeno e na região apical globular; esternito 5 reduzido a faixa estreita (fig. 27). Epândrio alongado ventralmente, simétrico (figs. 28,29). Material examinado: EQUADOR. Pichincha: Quito a S. Domingo de 1. Colorados, 16. Zamora: Zamora, 36, 10. Distribuicäo geogräfica: Costa Rica, Equador. Palaeosepsis erythromyrma Silva Palaeosepsis erythromyrma SILVA, 1991:370, figs. 1-9. Localidade-tipo: Brasil, Parä. Palaeosepsioides grimaldii OZEROV, 1992a:81, figs. 1-7. Localidade-tipo: Venezuela, Amazonas, Rio Mavaca Camp. Syn.n. Diagnose (figs. em SILVA, 1991:373,374). Face amarela, margem inferior não projetada; 1 fo minúscula (fig. 4). Tórax castanho-amarelado com pruinosidade cúprea; pleura amarela-alaranjada brilhante, com faixa longitudinal branca pruinosa em prepst, prepm e lado dorsal de kepst. Pernas castanhas amareladas; macho com fêmur anterior com duas pequenas protuberâncias, a mais distal com espinho forte (figs. 1, 2); tíbia anterior com fileira de pequenos espinhos na borda póstero-ventral (fig. 5). Asa sem mancha apical, ligeiramente escurecida na base; veia anal longa, quase alcançando margem da asa; incisão alular muito rasa, álula estreita, mais curta que sua cerdação marginal (figs. 3,6). Abdome castanho-avermelhado, muito liso e brilhante; sintergito 1- 2 estreito, com forte constricção entre segmentos 2 e 3; macho com esternito 4 com apêndice na margem apical, esternito 5 reduzido (fig. 7). Epândrio alongado ventralmen- te, lobos basais dos surstilos nus, delgados; surstilo longo e delgado, com muitas cerdas curtas na ponta (figs. 8,9). Material-tipo: Holótipo 6: Brasil. Pará: Estrada Belém-Bragança, Km 100, 13. VII. 1965 (H. S. Lopes), (MZSP). Parátipos:Roraima: Pacaraima, 25.VI-5.VII.1988 (Eq.J. A. Rafael), 18 (INPA). Amapá: Rio Amapari, 17.1. 1939 (J. Lane), 19 (MZSP); Rio Anicohi, 18.1V.1959 (J. Lane), 1 o (MZSP); Serra do Navio, 29-30.X.1957 (J. LANE), 36,40 (MZSP). Pará. Estrada Belém-Bragança, Km 100, 13.VII.1965 (H. S. Lopes), 18,10 (MZSP); Santarém, Faz. Taperinha, II. 1968 (Exp. Perm.AM), 146, 1q ((MZSP); 1d., X. 1970 (Exp. Perm. AM), 19 (MZSP); Belém, Mocambo, 1.VI1.1965 (H. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (75): 117-170, 30 set. 1993 =. Zeus — Revisão da família Sepsidae... 125 S. Lopes & P. W. Miranda), 20 (MZSP). Rondônia: Ariquimes, Rio Ji-Paraná, 9º44'S- 61º52W, 28.1.1986 (J. A. Rafael), armadilha suspensa - 18m, ló (INPA). Distribuição geográfica: Venezuela, Brasil. Discussão: Apesar de não ter sido possível o estudo de material identificado de Palaeosepsioides grimaldii, comparando-se a descricão e os desenhos encontrados em OZEROV (1992a) com aqueles de SILVA (1991), pôde-se concluir que se trata da mesma espécie descrita em SILVA (1991) como Palaeosepsis erythromyrma. A distribuição geográfica das espécies também mostra concordância. Essa sinonímia também foi observada pelo Dr. Ozerov ( com. pes.) Palaeosepsis insularis (Williston) (Figs. 30-38) Sepsis insularis WILLISTON, 1896:431, pl. 14, fig. 159. Localidade-tipo: Índias Ocidentais, St. Vicent. Sepsis bilobata BECKER, 1919:206, pl. 17, fig. 1. Localidade- tipo : Equador, Cuenca. Syn.n. Palaeosepsis insularis; MELANDER & SPULER, 1917:19; STEYSKAL, 1968:2. Dimensões, $/9 “Comprimento do corpo: 3,2/3,4mm (9). Asa: 2,2 / 2,4mm. Redescrição: ( caracterização baseada no lectótipo macho e paralectótipo fêmea). Cabeça: arredondada; vértice e parte superior da fronte marrom-enegrecida, margem inferior marrom-amarelada, ligeiramente projetada; face e gena amarelas; margem inferior da face ligeiramente projetada; occipício marrom-enegrecido, com suave pruinosidade branca. Cerdas: ve e vi presentes, fo ausentes, 1 vib, subvib médias. Antenas com escapo e pedicelo marrom-avermelhado; primeiro flagelômero marrom- amarelado, oval alongado; arista nua, espessada na base Tórax: marrom-enegrecido com pequenas pontuações; pprn até npl com pruinosidade branca suave; pleura marrom-escura com faixa longitudinal branca pruinosa: prepm, prepst, kepst; escutelo marrom-enegrecido com suave pruinosidade dourada. Cerdas: 1 pprn, 2 npl,2 dc, 1 spal, 1 pal, 1 anepst, 1 ap sctlforte, 1 subap sctl diminuta. Pernas amarelas, exceto coxas média e posterior, ápice do fêmur médio, base da tíbia média, ápice do fêmur posterior e três últimos tarsômeros posteriores, marrom- amarelados. Macho: fêmur anterior (figs. 31,33); tíbia anterior no terço basal com tubérculo (figs. 32,34); tíbia média com conjunto padrão de cerdas apicais ( fig. 35). Fêmea: cerdas no ápice da tíbia média mais fortes que as do macho. Asa: castanha translúcida, veias amareladas, sem mancha apical, base ligeiramente escurecida; veia anal longa; incisão alular profunda, álula maior que sua cerdação marginal (fig. 30); halteres esbranquiçados, base marrom. Abdome: marrom-enegrecido, brilhante, com pontuações pequenas, sem constricção entre segmentos 2 e 3, poucas cerdas, maiores nas margens laterais dos tergitos.Macho: esternito 4 sem modificação; esternito 5 reduzido a faixa estreita (fig. 36); terminália marrom, com surstilo marrom-amarelado; epândrio ligeiramente alongado com lobos basais dos surstilos nus, delgados e relativamente longos (figs. 37,38). Material-tipo: St. Vicent, Índias Ocidentais, 1907 (H. H. Smith) lectótipo 6, paralectótipo o (BMNH). EQUADOR. Cuenca, 1905 (Dr. G. Rivet), 18 (holótipo de P. bilobata) (MNHN). IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 117-170, 30 set. 1993 126 SILVA Material examinado: EQUADOR: Imbabura: Ibarra, 16 (MNHN). Pichincha: Quito, 1$ (MNHN). BRASIL. Amazonas: I. Gde Soriano, 7 , Io Amapá: Porto Platon, 19. Pará: Boca do Figueiredo, rio Nhamundá, 16,1 q ; Santarém, 27 É, 19: Itaituba, 2998, 1589 ; Lago de Terra Santa, 146, 59 ; Oriximinä, 216 , 69: Breves, 29; Benevides, PA-408, Km 6, 36 (MPEG). Goiás: Campinas, 16 . Mato Grosso do Sul: São Luiz do Cáceres, 29 . Bahia: Salvador, 100 , Espirito Santo: Guarapari, 1456 , 349: Itaguaçu, 5 9; Itapina, 16. Rio de Janeiro: Teresópolis, 19; Rio de janeiro, 16 .São Paulo: Guatapará, 36 ‚40 ; Ilha dos Búzios, 26, 19; I. de Sto. Amaro, 26 ‚49; Cubatão, 3 É, 49; Eldorado Paulista, 16,1 9; Onda Verde, 1Ó . Paraná: Guaratuba, 16 (DZPR). Santa Catarina; Nova Teutônia,4 6 . BOLÍVIA. Santa Cruz: Buenavista, 1 Q. PARAGUAI Distrito Federal: Assuncion, 19. ARGENTINA. Catamarca, Catamarca: 1 Ó, 1 q La Rioja: Miranda, 16, 19. ; Distribuição geográfica. Estados Unidos, St. Vicent até Argentina Comentários: STEYSKAL (1968) considerou P. bilobata como espécie válida. O tipo dessa espécie foi comparada com o tipo de P. insularis e verificou-se pertencerem à mesma espécie. P. insularis tem sido alvo de confusão taxonômica junto com P. pusio (Schiner), porque são semelhantes e a diagnose de ambas não foi bem feita quando descritas. DUDA (1926a,b) considerou-as uma só espécie e STEYSKAL (1968) duas, indicando o problema. Após exame dos tipos, pôde-se diferenciá-las com base nos seguintes caracteres: pruinosidade na pleura (faixa longitudinal interrompida em P. pusio); posição da nervura transversal posterior (no meio da asa em P. pusio); forma do esternito 4 no macho e forma do fêmur anterior do macho. Palaeosepsis laticornis (Duda) (Figs. 39-48) Sepsis laticornis DUDA, 1926a: 45, 1926b:86 fig. 74 (p. 106). Localidade-tipo: Colombia, San Lorenzo. Palaeosepsis laticornis; STEYSKAL, 1968: 2. Diagnose. Cabeça com margens inferiores da fronte e da face projetadas (fig. 45). Pernas do macho: fêmur anterior (figs. 40,42); tibia anterior com emarginação (figs. 41,43); tíbia média com conjunto padrão de cerdas apicais (fig. 44). Asa com mancha apical pequena, posterior ao ápice de R2+3; região basal ligeiramente escurecida; veia anal longa; incisão alular mediamente profunda, álula maior que sua cerdação marginal, coberta por pubescência (fig. 39). Abdome do macho com esternito 4 modificado, com cerdas laterais fortes, esternito 5 reduzido a faixa escurecida estreita (fig. 46). Epândrio (figs. 47,48). Material examinado: EQUADOR. Imbabura: Otavalo, 19; Garrapata, 16 . Pichincha: Quito a San Domingos d.l. Colorados, 69 0 ; 145 q; Quito a Baeza, 22 6 ,20Q. Azuay: Sta Isabel a Giron, 46 ,79. Cuenca, 1$. Loja: Sur de Saraguro, 29; Loja a Zamora, 136 , 39; Loja a Saraguro, 136,21 q; La Toma, 59. Zamora- Chinchipe: Zamora a San Pedro, 5Ó , 99. BRASIL. Paraná: Curitiba, 16 (DZUP). PARAGUAI. Col. Piraretá, 204 6,630. Distribuição geográfica. Colômbia, Equador, Brasil, Paraguai. Palaeosepsis maculata (Duda), st. n. (Figs. 49-56) Sepsis (Palaeosepsis) dentata var. maculata DUDA, 1926a: 46 (chave). Localidade-tipo: Venezuela, Bolivia,Brasil. Dimensões. ö/o. Comprimento do corpo: 4,5/4,8mm. Asa 3,2/3,6mm. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 117-170, 30 set. 1993 Revisão da família Sepsidae... 127 Redescrição. Cabeça: arredondada, de perfil região facial reta; vértice marrom- enegrecido, lateralmente ao triângulo ocelar marrom; fronte marrom, exceto uma faixa enegrecida ao longo dos olhos desde o vértice até metade da fronte, margem inferior projetada; face amarela, margem inferior não projetada; região parafacial e gena amare- las; pós-gena e occipício marrom-enegrecido, com pruinosidade branca suave. Cerdas: ve dois terços de vi, 1 fo diminuta, 2 vib curtas, sub vib fracas. Antenas com escapo e pedicelo marrom, primeiro flagelômero marrom-amarelado, oval alongado; arista nua, espessada na base. Tórax: mesonoto marrom-enegrecido, com leve pruinosidade cúprea, faixa com pruinosidade branca suave na base de pprn e npl; pleura marrom-enegrecida, brilhante, lisa, com faixa longitudinal pruinosa branca em prepst, prepm e região dorsal de kepst; escutelo marrom-enegrecido com pruinosidade como no mesonoto. Cerdas: 1 pprn, 2 npl, 2 dc, 1 spal, 1 pal, 1 anepst, 1 ap sctl forte, 1 subap sctl fraca e diminuta. Pernas: amarelas, exceto coxas média e posterior, faixa subapical e ápice dos fêmures médio e posterior, base das tíbias média e posterior, todos os 4º e 5º tarsômeros marrons. Macho: fêmur anterior com tubérculo (figs. 50 e 51); tíbia anterior no terço médio com pequena projeção (figs. 52,53); tibia média com conjunto padrão de cerdas apicais (fig. 54). Asa: castanha translúcida, com mancha apical distinta, posterior ao ápice de R2+3, região basal escurecida; incisão alular pouco profunda, álula estreita, menor que sua cerdação marginal; veia anal longa, quase alcançando margem da asa (fig. 49). Halteres esbranquiçados, base e pedicelo marrons. Abdome: marrom-enegrecido, brilhante, superfície polida, com constricção entre segmentos 2 e 3, cerdas fracas, maiores e mais fortes nas margens dos tergitos. Macho: esternito 4 com região apical lateral diferenciada e esternito 5 reduzido a faixa muito estreita (fig. 55); epândrio simétrico, cordiforme ventralmente (fig. 56). Material examinado. BRASIL. Minas Gerais: Arceburgo, 1 Ó. Rio de Janeiro: Itatiaia, 1 q. São Paulo: Salesópolis, 1 6 ; Franco da Rocha, 1 q: Barueri, 2 Q: São Paulo, 19. Santa Catarina: Nova Teutônia, 106,39. Distribuição geográfica. Venezuela, Bolívia, Brasil. Discussão. DUDA (1926b) descreveu S. maculata como uma variedade de S. dentata Becker. STEYSKAL (1968) não a incluiu ( como espécie ou variedade) no catálogo Neotropical, provavelmente por aceitar a posição de Duda. No entanto, P. maculata difere de P. dentata por apresentar distinta mancha apical na asa, fêmur anterior do macho com estrutura diferente e, principalmente, terminália do macho simétrica. Levando-se em conta estas diferenças, optou-se por considerá-la uma espécie válida, à parte de P. dentata. Palaeosepsis pusio (Schiner) (Figs. 57,63) Sepsis pusio SCHINER, 1868: 262. Localidade-tipo: “South America” (i.e., Venezuela; cf. DUDA, 1926b: 39). Palaeosepsis pusio; DUDA, 1926b: 87; HENDEL, 1936: 62; CURRAN, 1934: 437; STEYSKAL, 1968: 2 Dimensões. So. Comprimento do corpo: 2,9mm; asa 2,Imm. Redescrição. Cabeça: arredondada; vértice e fronte marrom-enegrecidos, margem “inferior da fronte amarela, não projetada; face e gena amarelas, margem inferior da face IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 117-170, 30 set. 1993 128 SILVA levemente projetada; occipício marrom-enegrecido com pruinosidade dourada suave. Cerdas: ve dois terços de vi, fo ausentes, 1 vib forte, subvib curtas. Antena com escapo e pedicelo marrons, primeiro flagelômero marrom-amarelado, oval; arista nua, espessada na base. Tórax: mesonoto marrom-enegrecido, brilhante, liso até próximo à margem ante- rior do escutelo com pruinosidade dourada suave, faixa dorsal com suave pruinosidade esbranquiçada em pprn e npl; pleura marrom-enegrecida, lisa, brilhante, com faixa longitudinal pruinosa - prepst, prepm, faixa dorsal de kepst. Cerdas: 1 pprn, 2 npl,2 de, l spal, 1 pal, 1 anepst, I ap sctl longa e forte, 1 subap sctl diminuta e fraca. Pernas: amarelas, exceto coxa média, fêmur médio exceto sua base, tíbia média exceto seu ápice, região mediana do fêmur posterior e todos dois últimos tarsômeros, marrons. Macho: fêmur anterior no terço apical com dois tubérculos pequenos (fig. 59); tíbia anterior com modificações (fig. 60); tibia média com conjunto padrão de cerdas apicais (fig. 58). Asa: castanha translúcida, sem mancha apical, base enegrecida; incisão alular profunda, álula maior que sua cerdação marginal, coberta por pubescência; veia anal longa, aproximando-se da margem da asa (fig. 57). Abdome: marrom-enegrecido, brilhante, liso, polido, com ligeira constricção entre segmentos 2 e 3, poucas cerdas, maiores nas margens laterais dos tergitos. Macho: esternito 4 não modificado e esternito 5 reduzido a faixa estreita (fig. 63); epândrio ovalado ventralmente, lobos basais do surstilo nus, longos e delgados (figs. 61,62). Material-tipo: VENEZUELA. Lindig, 1864, 15 (lectótipo, aqui designado) (NMW). Material examinado; PANAMÁ. Cerro Campana, 1 É. EQUADOR. Zamora, 3 6. BRASIL. Amazo- nas: I. Gde. Soriano, 15 6. Pará: Santarém, 542 6,6 9; Itaituba, 142 É, 39; Lago de Terra Santa, 23 Ö; Barreirinhas, 5 6; Oriximiná, 6 É; As Pedras, rio Cuminá-Miri, 66 ,49; Belém, 3 Ó ,6 9; Benevides, PA-408, Km 6, 27 6 (MPEG). Pernambuco: Caruaru a Agrestina, 2 É: Agrestina, 26 ; Bahia: Salvador, 5 É. Goiás: Jatai, 20 ‚19. Minas Gerais: Ouro Preto, 36 . Espírito Santo: Guarapari, 166 ; Itapina, 66 ; Itaguaçu, 36 .Rio de Janeiro: Nova Friburgo, 4 9. São Paulo: Salesópolis, 63 É, 32 9; Osasco, 46, 2. 0: Porto Albano, 46, 69; São Paulo, 46,4: Ilha da Vitória, 1 Q; Peruibe, 1 G, Bertioga, 1 É ;Cubatão, 1 É ;I. de Sto. Amaro, 16,29; Onda Verde, 1 9; Guatapará, 1 6, 19; Juquiá, 1 Q; Araçatuba, 3 9; Ilha Solteira, 86,79 (FEIS); Bocaina, 16, ‚29; Barueri, 15,89 e 1 q em cópula. Santa Catarina: Florianópolis, 1 6; Nova Teutônia, 30 . Distribuição Geográfica. Pananá, Costa Rica até Brasil. Discussão: Esta espécie tem sido confundida com P. insularis (Williston). Muitas das localidades citadas na literatura podem se referir à espécie de Williston e devem ser consideradas dúbias. Os síntipos de Palaeosepsis pusio, com etiqueta “Type”, estão na coleção do NMW. O macho com etiquetas “Venezuela, Lindig, 1864 / pusio, Alte Sammlung / Type”, é aqui designado lectótipo e etiquetado como tal; os espécimens remanescentes (cinco exemplares fêmeas) são designados e etiquetados como paralectótipos. Archisepsis, gen.n. Palaeosepsis DUDA, 1926 (pars). Espécie-tipo, Sepsis armata Schiner, 1868. Pseudopalaeosepsis OZEROV, 1992a: 83, figs. 8-16. Espécie-tipo, Pseudopalaeosepsis nigricoxa Ozerov, 1992a. Syn.n. Diagnose. Cerdas fronto-orbitais ausentes. Fêmur anterior do macho com tubérculo IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 117-170, 30 set. 1993 Revisão da família Sepsidae... 129 no terço apical; tíbia média pode apresentar modificações nas cerdas apicais. Asa com ou sem mancha apical; veia medial descrevendo pequena curva antes do ápice; veia anal quase alcançando a margem da asa. Abdome opaco, com estriações transversais nos tergitos; sem constricção entre segmentos 2 e 3. Macho com esternito 4 simples ou com modificações na parte lateral mediana ou basal. Epândrio geralmente alongado, simétrico; podem estar presentes lobos basais no surstilo. Descrição. Cabeça: arredondada, negra a marrom-enegrecida, face e gena variam de gradação de cor entre marrom e amarelo; margem inferior da face ligeiramente projetada em algumas espécies. Cerdas: ve dois terços de vi, fo ausentes, 1 ou 2 vib, sub vib fracas. Antena com escapo e pedicelo marrom-claros a marrom-avermelhados, primeiro flagelômero marrom-amarelado, oval alongado; arista nua, espessada na base. Tórax: mesonoto entre negro e marrom-enegrecido, com pequenas pontuações; pleura entre negra e marrom-enegrecida, com faixa dorsal pruinosa no catepisterno e às vezes estendendo-se até o pré-episterno. Cerdas: 2 dc, 1 pprn (às vezes com pequenas cerdas no lobo pós-pronotal), 2 npl, 1 spal, 1 pal, 1 anepst, 1 ap stcl, forte, | sbap sctl fraca e menor. Pernas: marrons, exceto coxa, tíbia anterior, ápice da tíbia média, base dos fêmures médio e posterior, mais claros, entre marom-amarelados e amarelos. Macho: fêmur anterior com tubérculo no terço apical, que pode possuir cerdas ou espinhos; tíbia anterior com região aprofundada no terço basal acompanhando a forma do fêmur anterior; tíbia media sem cerdas apicais modificadas. Asa: castanha translúcida, mancha apical pode estar presente, base da asa enegre- cida, com maior densidade de pêlos pequenos. Célula bm com pouca ou nenhuma pubescência, célula cup geralmente coberta por pubescência; veia medial descrevendo pequena curva antes do ápice; veia anal quase alcançando margem da asa; lobo alular total ou parcialmente coberto por pubescência; halteres entre marrom e amarelo. Abdome: negro ou marrom-avermelhado enegrecido, tergito com estriações trans- versais, opaco, sem constricção entre segmentos 2 e 3, quantidade de cerdas variável, mais longas nas margens apicais dos tergitos. Macho: esternito 4 pode ser simples, em forma quase retangular, com maior concentração de cerdas na margem apical ou pode apresentar modificações na parte lateral mediana; esternito 5 geralmente simples, reduzido a uma faixa estreita (exceto no grupo de espécies com modificações no ápice da tíbia média); terminália simétrica; epândrio geralmente alongado, lobos basais pequenos e delgados podem estar presentes no surstilo; surstilo com cerdas na ponta. Etimologia: o epíteto possui um prefixo archi, derivado do grego arche, significan- do principal, que inicia; feminino. Comentários. OZEROV (1992a) descreveu Pseudopalaeosepsis para uma única espécie (P. nigricoxa), e o diferenciou de Palaeosepsis pela presença de ponte pós-coxal estreita, álula moderada, esternito 4 do abdome dos machos extremamente curto e com longos lobos laterais. Outras duas espécies, descritas aqui (Archisepsis mirifica e A. muricata), enquadram-se nesse gênero; no entanto, OZEROV (1992a) tornou Archisepsis um táxon merofilético, já que algumas das suas espécies podem ser mais proximamente relacionadas às espécies de Pseudopalaeosepsis do que à Archisepsis. Apenas estudos posteriores das relações internas de parentesco em Archisepsis poderão indicar a validade de Pseudopalaeosepsis como um gênero à parte de Archisepsis e, por esse motivo, foi IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 117-170, 30 set. 1993 130 SILVA considerado sinônimo de Archisepsis. Nessas espécies (A. mirifica, sp.n., A. muricata, sp.n. e A. nigricoxa) observam-se grandes modificações quanto à forma do quarto esternito abdominal; na região látero-basal são encontradas expansões cilindriformes, longas e delgadas, com cerdas em toda a sua extensão ou somente na ponta. Esses apêndices abdominais possivelmente são utilizados na cópula, como acontece em Themira (ver fig. 14, em HENNIG, 1949:7). PONT (1979:8) citou a ocorrência de variações morfológicas intra-específicas e a presença de exemplares “gigantes e anões”, em algumas espécies de Sepsis e em Saltella; ZUSKA & COLLESS (1984) referem-se a variações em machos de Sepsis, Australosepsis e Lasionemopoda. Em Archisepsis encontrou-se uma variação semelhante em 4. scabra: alguns exemplares machos eram amarelados (PONT, 1979, cita exemplares com cor vermelha mais forte), maiores e com cerdação mais forte e abundante. Observou-se, também, uma pequena variação na ornamentação do fêmur anterior dos machos e no lobo basal do surstilo. Estudos posteriores são necessários para precisar melhor a natureza destas variações. Elenco: A. seabra (Loew, 1861); A. armata (Schiner, 1868); A. excavata (Duda, 1926); A. nigricoxa (Ozerov, 1992); A. hirsutissima, sp.n.; A. priapus,sp.n. Chave para as espécies de Archisepsis gen.n. 1. Margem posterior da tíbia posterior com pelo menos uma longa cerda sub-mediana (fig.117) (Estados Unidos, México, Antilhas até Paraguai e Argentina).................... RI DL A E RE ODE AO BEER RE A. scabra (Loew) - Margem posterior da tíbia posterior nunca com cerdas.................22222200000nnnenneeeneeneneeen 2 2. Ápice da tíbia média ligeiramente dilatado e preto-brilhante, contrastando fortemente com o anel quase branco imediatamente acima e com a base branca do tarso; pelo menos três cerdas fortes, mais ou menos achatadas, semelhantes a espadas, de - - cada lado do ápice... .....ecorsrsnsbadsnsasesaçodesasasaleda dano stgté da dba ear AR 3 - Apice da tíbia media não modificado..-....... nen a RR 5 3. Macho com processos do epândrio curtos e delgados, apêndice do 4º esternito abdo- minal pequeno (figs. 92,93,94) (Panamá, Equador,norte do Brasil...................... 4 - Macho com processos do epândrio longos e delgados, apêndice do 4º esternito abdo- minal longo e com cerdas (figs. 101,102,103) (norte do Brasil)........................... adiando ao DERA LS N REN AN AIEA SERIEN A.muricata, sp.n. 4. Asa não escurecida no ápice (fig. 88); fêmur anterior com projeção do tubérculo submediano larga, com ponta aproximadamente retangular; tíbia anterior no terço basal com formação semelhante à ampla aba (figs. 89,90); epândrio com surstilo fino, não extremamente longo, cerdas apicais reduzidas e em pequeno número (Equadore morte do Brasil. 2 En a E A. mirifica, sp.n. - Asa escurecida ao longo da veia costal entre R2+3 e M; fêmur anterior com projeção do tubérculo submediano curva, com ponta afilada; tíbia anterior no terço basal com formação semelhante à pequena aba; epândrio com surstilo largo, extrema- mente longo, com muitas cerdas longas no ápice (Panamä).....A. nigricoxa (Ozerov) IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 117-170, 30 set. 1993 a" Revisão da família Sepsidae... 131 5. Sem mancha no ápice da asa (ou apenas levemente esfumaçado, ou então o epândrio Baoeotilere);epandriodo macho sem imuntas cerdas......2. 2.2... 6 - Com uma mancha enegrecida no ápice de R2+3 (fig. 82); epândrio do macho com muitas cerdas longas ( figs. 86,87) (norte e nordeste do Brasil)..................................- 6. Coxa anterior não enegrecida; macho com surstilo não muito longo.......................... Ei - Coxa anterior enegrecida; macho com surtilo extremamente longo e afilado (figs. E QNTO E Ra SR RSI an. ak ea. A.priapus,sp.n. 7. Fêmur anterior do macho com tubérculo bem pronunciado no terço apical (figs. 65,66) Empniras: CostalRica até o Uriguai).s.........eeece.cicennoreronaaneraarosa namo A armata (Schiner) - Fêmur anterior do macho com pequeno tubérculo no terço apical (figs. 74,75) (Pananá, Eauiidor Brasile Paraguaio. amo en A. excavata (Duda). Archisepsis armata (Schiner), comb. n. (Figs. 64-72) Sepsis armata SCHINER, 1868: 261. Localidade-tipo: “Brazil” (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, conf. exame da etiqueta do tipo). Palaeosepsis armata: DUDA, 1926b: 83; HENDEL, 1936: 62; CURRAN, 1934: 437; STEYSKAL, 1968: 2. Sepsis hoplicnema MELANDER & SPULER, 1917: 17, fig 2 (p. 81). Localidade-tipo: “Haiti” (sinonimizado por DUDA, 1926b: 83). Dimensões, $. Comprimento do corpo: 4,2mm. Asa: 3,2mm. Diagnose. Cabeça com parte inferior da fronte marrom, não projetada; face e gena marrom-amareladas, margem inferior da face ligeiramente projetada. Cerdação: ve dois terços de vi, fo ausentes. Antena com escapo e pedicelo marrom-enegrecidos, primeiro flagelômero oval alongado. Tórax com borda superior pprn até npl com pruinosidade branca suave; pleura negro-acastanhada com faixa longitudinal branca pruinosa em prepst, prepm e região dorsal da kepst; escutelo negro-acastanhado, com pruinosidade cúprea suave; 2 dc. Pernas marrom-enegrecidas, exceto coxa e tíbia anteriores, ápice da tíbia média e região subapical do fêmur posterior, primeiro tarsômero anterior, 3 primeiros tarsômeros médios e posteriores amarelos, base e região subapical do fêmur médio marrom-amareladas. Macho: fêmur anterior no terço apical com um tubérculo ântero-ventral (figs. 65 e 67). Tíbia anterior no terço mediano ventral com duas pequenas elevações; na região mediana ventral, apicalmente às elevações, uma aba com espinhos pequenos e fortes (figs. 66, 68). Tíbia média com conjunto de cerdas apicais fortes (fig. 69). Asa translúcida, veias marrom-escuras, mancha apical entre ápice de R 2+3 e R 4+5; base da asa enegrecida na região anterior; incisão alular profunda; álula coberta por pubescência; veia anal longa, quase alcançando a margem da asa (fig. 64). Halteres amarelados, base enegrecida. Abdome negro-acastanhado, com suaves estriações trans- versais, brilhante, sem constricção entre 2 e 3 segmentos; no macho, esternito 4 com forma de unha, sem expansão lateral e com fortes cerdas na margem apical lateral, esternito 5 vestigial, reduzido a faixa estreita, com um apódema entre os esternitos 4 e 5 (fig. 70). Epândrio arredondado em vista ventral e estreito de perfil; surstilo longo e delgado; lobo anterior do surstilo nu, delgado (figs. 71, 72). Material-tipo: Holótipo é. BRASIL. Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1857 (Novara Reise) (NMW). IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 117-170, 30 set. 1993 182 SILVA Material examinado: EQUADOR. Imbabura: Ibarra, 36 (MNHN). Pichincha. Quito, 26 (MNHN); Banos, 1 6 (MNHN); Pichincha, 17 6. Loja: Cumbaratza, 4 6. Loja, 11 Ö; Saraguro, Iô. Zamora- Chinchipe: Zamora, 16 6. BRASIL. Pará: Itaituba, 40 , Santarém, 2 Ó; Barreirinhas, 15 É; Capanema, 16; Belém, 26: Benevides, PA-408, km 6,4 6 (MPEG). Pernambuco: Vicência, 1 É; Recife, 16.Bahia: 15 km NE Porto Seguro, 1 É. Goiás: Cabeceira, | & . Minas Gerais: Ouro Preto, 2 É, Belo Horizonte, 46. Espírito Santo: Baixo Guandu, 10 É; Santa Teresa, 1 É; Itaguaçu, 2 É. Rio de Janeiro: Rio de Janeiro, 136; Nova Friburgo, 12 É; Itatiaia, 1 © ; Itaguai, 1 Ö , Angra dos Reis, 1 É. São Paulo: Castilho, 1 Ó; Poá, 1 Ó; Bertioga, 3 6: Caraguatatuba, 1 É; Itu, 26 ; Ilha dos Búzios, 1Ó ; Barueri, 13 Ó; Salesópolis, 12 É; Campos do Jordão, 46; Araçutaba, 3 É; Porto Albano, 4 G ; Franco da Rocha, 1 É: Embu, 1 Ó; Eldorado Paulista, 2 É ; Barão de Antonina, 1 É; São Bento do Sapucaí, 3 6; N. Granada, 1 É; Ubatuba, 3 Ö ; Ilha de Santo Amaro, 1 É; São Vicente, 1 É: São Paulo, 5 É . Paraná: Morretes, 16 (DZUP); Curitiba, 36 (DZUP); Terra Boa, 16 (DZUP); Tij. do Sul, 16 (DZUP). Santa Catarina: Florianópolis, 1 Ó. PARAGUAI. Caaguazü: Caaguazú, 3 6. Alto Paraná: Santo del Guaira, 12 6. Paraguari: Paraguari, 4 Ó . Villa Pastoreo, 129 6. Col Piraretá, 76. Distribuição geográfica. Costa Rica, Haiti até Uruguai. Archisepsis excavata (Duda), comb. n. (Figs. 73-81) Sepsis excavata DUDA, 1926b: 87 (n.nov. para incisa Becker, 1919). Sepsis incisa BECKER, 1919:206, pl. 17, fig. 8 (pré-oc. STROBL, 1894). Localidade-tipo: Equador, Cuenca. Palaeosepsis excavata: STEYSKAL, 1968:2 (como P. incisa). Diagnose. Fêmur anterior do macho com pequeno tubérculo no terço apical, com modificações (figs. 74 e 75); tíbia anterior com expansão ântero-ventral no terço basal, distribuição das cerdas nas figs. 76, 77; tíbia média com ápice como na fig. 78. Asa sem mancha apical, base enegrecida, com densa pubescência, incisão alular profunda, álula maior que sua cerdação marginal, totalmente coberta por pubescência (fig. 73). Abdome do macho com esternito 4 não modificado, com cerdas na margem apical; esternito 5 reduzido a uma faixa estreita, escurecido (fig. 79). Epândrio alongado ventralmente e alargado de perfil; lobo anterior do surstilo nu, delgado; surstilo medianamente longo (figs. 80, 81). Material-tipo: lectótipo é, paralectótipo o, EQUADOR. Cuenca, 1905 (Dr. G. Rivet) (MNHN). Material examinado: PANAMÁ. Cerro Campana, 1 9. EQUADOR. Imbabura: Ibarra, 1 o (MNHN); Embabura, 2 6. Pichincha: Sto Domingo d.l. Colorados, 16,1 o (MNHN). Azuay: Sta Isabel a Girón, 1 Ö, Cuenca, 19 (MNHN). Zamora-Chinchipe: Zamora, 26 . BRASIL. Amazonas: Igarapé Belém, rio Solimões, 1. Amapá: rio Felício, 3 É; Serra do Navio, 26. Pará: Maloquinha, 3 É; Santarém, 6 6; rio Gurupi, 3 6; Oriximiná, 126 ; Barreirinhas, 56 ; Santana, 3 É; Capanema, 16 ; Estr. Belém-Bragança, Km 100, 36 ; Belém, 14 6; Benevides, PA-408, Km 6, 4 6 (MPEG). Maranhão: Igarapé Gurupi-Uma, 86 6. Pernambuco: Vicência, 1 Ó; Recife, 36. Bahia: 15 Km E Porto Seguro, 2 6. Goiás: Jatai- Jaú, 16. Minas Gerais: Belo Horizonte, 10. Rio de Janeiro: Itatiaia, 1 É; Angra dos Reis, 16 ; Nova Frigurgo, 1 $. São Paulo: Eldorado Paulista, 1 6; Campos do Jordão, 4 6 : Ilha Bela, 16; Iporanga, 1 É; São Bento do Sapucaí, 1 Ö ; Ilha de Sto. Amaro, 926 ; Ubatuba, 26 ; Ilha Solteira, 19 (FEIS). Paraná: Morretes, 26 (DZUP); Guaratuba, 96 (DZUP). Santa Catarina: Nova Teutônia, 8 É: Joinville, 16. PARAGUAL Villa Pastoreo, 16. Distribuição geográfica. Panamá, Equador, Brasil, Paraguai. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 117-170, 30 set. 1993 Revisão da família Sepsidae... 133 Archisepsis hirsutissima, Sp. n. (Figs. 82-87) Dimensões: 6 /o. Comprimento do corpo: 5,8/5,/mm. Asa: 3,4/3,9mm. Descrição. Cabeça: vértice e parte lateral da fronte negro-acastanhados, parte central da fronte amarelo-acastanhada; margem inferior da face e da fronte ligeiramente projetada; face e gena amarelas; occipício negro-acastanhado, com suave pruinosidade esbranquiçada. Cerdação: ve dois terços de vi, fo microscópicas, 1 vib, poucas sub vib finas, 3 g finas. Antena com escapo e pedicelo marrom-amarelados, primeiro flagelômero oval, marrom-amarelado, exceto linha ventral amarela; arista nua, espessada na base. Tórax: mesonoto negro-acastanhado, opaco, com pontuações; pleura brilhante, com pontuações, negro-acastanhadas, exceto lobo pós-pronotal, região de ligação entre partes do anepst e kepm marrom-avermelhada; pleura com faixa longitudinal branca pruinosa no prepst, prepm e estreita faixa dorsal do kepst até ponto de união entre anespst, anepm e kepst; escutelo negro-acastanhado, com pontuações. Cerdação: 1 pprn, 2 npl.2 dc, 1 spal, 1 pal, | anepst, 1 fileira de cerdas pequenas na borda do anespt, 1 ap sctl forte e subap sctl muito pequena e fraca. Pernas: marrons, exceto coxa e tibia anteriores, ápice da tíbia média, base do fêmur posterior e todos os três primeiros tarsômeros, amarelados. Macho: fêmur anterior no terço mediano mais espessado e com modificações (fig. 83); tíbia anterior (fig. 85); tíbia média com 2 séries ventrais de cerdas, uma ântero-ventral e outra póstero-ventral, conjunto de cerdas apicais normal (fig. 84); tíbia posterior com pubescência fina na região dorsal. Fêmea: fêmur anterior não modificado; sem fileira ântero-ventral de cerdas natíbia média, apenas 2 cerdas ântero-ventral e fileira póstero-ventral presente, conjunto apical de cerdas normal. Asa: castanha translúcida, com distinta mancha abaixo do ápice de R2+3, sem alcançar R4+5; base da asa apenas com célula bc escurecida; veia anal quase alcançando a margem da asa; incisão alular profunda, álula maior que sua cerdação marginal e coberta por pubescência (fig. 82); halteres amarelados. Abdome: negro-acastanhado, opaco, com suaves estriações transversais, com muitas cerdas, maiores nas margens laterais dos tergitos, sem constricção entre segmentos 2 e 3. Macho: esternito 4 (fig. 86) com margem apical expandida lateralmente, margem basal lateral com expansão circular coberta por cerdas longas; esternito 5 rudimentar; terminália marrom-avermelhada; epândrio (figs. 86, 87), lobo basal do surstilo pequeno e delgado; surstilo alargado, com cerdas longas e finas (fig. 86). Etimologia: o epíteto deriva do latim hirsutus (piloso, com cerdas) e um sufixo issimus, intensificador, uma referência ao aspecto da terminália do macho. Material-tipo: Holótipo é, BRASIL. Amapá: Serra do Navio, 3.1X.1957 (J. Lane) (MZSP). Parátipos: id., 26, 1q (MZSP). Pará: rio Gurupi, Aldeia Gurupi, 4.V.1963 (Exp. Perm. AM), 15 q (MZSP); Benevides, PA-408, km 6, 22.V1.1981 (T.Pimentel), 19, (MPEG). Maranhão: Igarapé Gurupi-Uma, Aldeia Araçu, 50 Km E Canindé, V. 1963 (Malkin), 1 6, 6 q (MZSP). Distribuição geográfica. Brasil (Amapá, Pará, Maranhão). IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 117-170, 30 set. 1993 134 SILVA Archisepsis mirifica, sp.n. (Figs. 88-94) Dimensões. é. Comprimento do corpo: 5,1 mm. Asa: 3,1 mm. Descrição. Cabeça: arredondada; vértice e fronte negro-acastanhados, exceto margem inferior da fronte, marrom-amarelada; face e gena amarelas, exceto parte inferior da face e margem oral marrons; margens inferiores da fronte e face não projetadas. Cerdação fo ausentes, 2 vib, sub vib finas. Antenas com escapo e pedicelo marrom- escuros, primeiro flagelômero alongado, amarelo; arista nua, espessada na base. Tórax: negro-acastanhado com suave pruinosidade cúprea; pleura castanha, com estreita faixa branca pruinosa em prepst, prepm, estreita faixa dorsal de kepst, interrom- pendo-se antes da união de anepst, anepm e kepst e continuando-se na região dorso- posterior de kepst; escutelo negro-acastanhado com suave pruinosidade cüprea. Cerdação: l pprn, 2 npl, 2 dc, 1 spal, Ipal, 1 anepst, a ap sctl forte e longa, 1 subap sctl fraca e curta (1/4 do normal). Pernas: marrom, exceto tíbia anterior, região subapical ventral do fêmur médio, região basal e subapical ventral do fêmur posterior e três primeiros tarsômeros, amarelos. Fêmur anterior no terço apical com tubérculo semelhante a uma espátula, com ponta aproximadamente retangular, com espinho e cerdas fortes (figs. 89, 90); tíbia anterior, no terço basal, com pequeno tubérculo semelhante a ampla aba e cerdas mediano-ventrais (fig. 90); tíbia média com ápice alargado, marrom-enegrecido, contrastando com estreita faixa branca subapical, cerdas apicais mais fortes e com pontas alargadas, semelhantes a espadas (fig. 91). | Asa: castanha translücida, sem mancha apical, regiäo basal ligeiramente mais escura, exceto célula be, marrom-escura; veia anal longa, quase alcançando margem da asa; incisão alular medianamente profunda, álula maior que sua cerdação marginal (fig. 88). Halteres castanhos. Abdome: negro-acastanhado, opaco, com muitas estriações transversais; constricção fraca entre segmentos 2 e 3, apenas na região dorsal. Macho: esternito 4 alargado, com cerdas apenas na região basal, que possui apêndice delgado, coberto por longas cerdas; esternito 5 muito reduzido (fig. 92); terminália marrom, brilhante; epândrio alongado ventralmente e alargado de perfil; lobo anterior do surstilo com pequenas cerdas; surstilo fino, apenas com minúsculas cerdas na ponta (figs. 93, 94). Etimologia: o epíteto deriva do latim mirificus, que causa admiração. Material tipo: Holótipo é. BRASIL. Pará: Belém, Mocambo, VIII. 1969 (H.S. Lopes). Parátipos: EQUADOR. Santo Domingo, 600m, VI. 1965 (L.E. Pefia), 16. BRASIL. Amazonas: Borba, 31.X. - 4. X1.1975 (Exp. Perm. Amaz.), 16. Pará: Belém, Mocambo, 1.VII.1965 (H.S.Lopes & P.W.Miranda), 1 S; Santarém, Faz. Taperinha, X- X1.1970 (Exp. Perm. Amaz.), 3 6. Distribuição geográfica: Equador, Brasil (Amazonas, Pará). IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 117-170, 30 set. 1993 e e ll Revisão da família Sepsidae... 185 Archisepsis muricata, sp.n. (Figs. 95-103) Dimensões: é. Comprimento do corpo: 4,8mm. Asa: 3,2mm. Descrição. Cabeça: vértice e metade superior da fronte negro-acastanhados, parte inferior mais clara; margem inferior amarela; margem inferior da fronte não projetada; face amarela, exceto metade inferior, marrom-enegrecida; margem inferior ligeiramente projetada; gena amarela-esbranquiçada, contrastando com margem oral marrom; occipício marrom com pruinosidade branca. Cerdação: ve dois terços de vi, fo ausente, 2 vib, subvib finas. Antena marrom-enegrecida, exceto base do primeiro flagelômero amarelo- acastanhada; primeiro flagelômero alongado; arista nua, espessada na base. Tórax: mesonoto e escutelo negro-acastanhados, com pontuações e suave pruinosidade cúprea; pleura negro-acastanhada, exceto prepst; região com pruinosidade branca - prepst (exceto região ântero-dorsal), prepm e estreita faixa dorsal em kepst até antes da região de contato de anepst, anepm e kepst, continuando-se na região póstero- dorsal de kepst. Cerdação: 1 pprn, 2 npl, 2 dc, 1 spal, 1 pal, 1 anepst, 3 kepst pequenas e finas (1/4 anepst) 1 ap sctl forte e longa, 1 subap sctl fraca e pequena. Pernas: marrom-enegrecidas, exceto tíbia anterior amarela e região subapical dos fêmures médio e posterior, marrom-amarelada; fêmur anterior do macho com modifica- ções (figs. 96 e 97); tíbia anterior (figs. 98 e 99); ápice da tíbia média distintamente enegrecido, contrastando com a faixa esbranquiçada mais basal e também com a base clara do primeiro tarsômero, modificações (fig. 100). Asa: castanha translúcida, sem mancha apical, região basal ligeiramente mais escura, exceto célula bc e parte basal de c distintamente marrom; veia anal longa, quase alcançando margem da asa; incisão alular medianamente profunda, álula maior que sua cerdação marginal (fig. 95); halteres enegrecidos. Abdome: negro-acastanhado, opaco, com muitas estriações transversais, muitas cerdas, maiores e mais fortes nas margens dos tergitos, sem constricção entre segmentos 2 e 3. Macho: esternito 4 alargado, esternito 5 reduzido a faixa estreita (fig. 101); terminália marrom-avermelhada, lisa, brilhante; epândrio e modificações do surstilo (figs. 102, 103). Etimologia: o epiteto deriva do latim muricatus, como um murex, espinhoso. Material-tipo: Holótipo &, Parátipo ö, BRASIL. Pará: Belém, Mocambo, 1.VI1.1965,(H.S. Lopes & P.W. Miranda) (MZSP). Parátipo 6 : Estrada Belém-Bragança, km 100, 13.V11.1965 (H.S. Lopes) (MZSP). Distribuição geográfica. Brasil (Pará). Archisepsis nigricoxa (Ozerov), comb. n. Pseudopalaeosepsis nigricoxa OZEROV, 1992a: 83, figs. 8-16. Localidade-tipo: Panamá, Barro Colorado Nat. Monm. Diagnose (figuras em OZEROV, 19924). Cabeça arredondada. Cerdação: fo ausente, 1-2 vib. Antena com escapo e pedicelo marrom-avermelhados, primeiro flagelômero alongado, vermelho-escurecido na base; arista nua, negra. Pleura acastanha- da com faixa branca pruinosa. Cerdação: Ipprn, 2 npl,2 dec, 1 spal, 1 pal. Fêmur anterior IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 117-170, 30 set. 1993 136 SILVA do macho com tubérculo no terço apical, com formação semelhante a uma espátula de ponta curva, e espinho forte (figs. 8, 9, 10); tíbia anterior com pequeno tubérculo, semelhante a pequena aba (figs. 8, 11, 12); tíbia média marrom-enegrecida no terço basal e amarelo-clara no terço mediano, ápice negro, contrastando com estreita faixa branca subapical, cerdas apicais mais fortes e longas que as outras. Asa escurecida ao longo da veia costal entre R 2+3 e M, região basal ligeiramente mais escura; veia anal longa, quase alcançando margem da asa; incisão alular medianamente profunda, álula maior que sua cerdação marginal (fig. 13); halteres amarelo-claros. Abdome: negro, opaco, constricção suave entre segmentos 2 e 3. Terminália do macho com esternito 4 extremamente curto, com longos lobos laterais, delgados, com cerdas longas na metade apical; esternito 5 amplo, muito maior que esternito 4 (fig. 14). Epândrio com expansão surstilar alongada, com longas cerdas na ponta (figs. 15, 16). Distribuição geográfica. Panamá. Archisepsis priapus, Sp.n. (Figs. 104-112) Dimensões: é. Comprimento do corpo: 4,0 mm. Asa: 2,/mm. Descrição. Cabeça: vértice e fronte negro-acastanhados, exceto faixa próxima à base das antenas, marrom-amarelada; margem inferior da fronte ligeiramente projetada; face amarela, exceto metade inferior marrom-enegrecida; gena amarela, contrastando com margem oral marrom-enegrecida; occipício negro-acastanhado, com pruinosidade branca. Cerdação: ve dois terços de vi, fo ausente, 1 vib, subvib finas. Antena com escapo e pedicelo enegrecidos; primeiro flagelômero oval, marrom-amarelado, exceto base amarelo-acastanhada; arista nua, espessada na base. Tórax: mesonoto e escutelo negro-acastanhados, com pontuações e pruinosidade cúprea; pleura negro-acastanhada; faixa pruinosa branca - prepst, prepm e estreita faixa dorsal em kepst até antes da região de anepst, anepm e kepst, continuando-se na região póstero-dorsal de kepst. Cerdação: 1 pprn, 2 npl, 2 dc, 1 spal, 1 pal, 1 anepst, 4 kepst médias e fracas, 1 ap sctl forte e longa, 1 subap sctl fraca e pequena. Perna: marrom-enegrecida, exceto tíbia anterior, ápice da tíbia média, base do fêmur posterior e todos os três primeiros tarsômeros, amarelos. Fêmur anterior do macho (figs. 105, 106); tíbia anterior (figs. 107, 108); ápice da tíbia média com um grupo de cerdas normais (fig. 111); ápice da tíbia posterior com um grupo de cerdas dorsais. Asa: castanha translúcida, sem mancha apical, base da asa escurecida, região da célula bc e base de c enegrecidas; veia anal quase alcançando margem da asa; incisão alular pouco profunda, álula maior que sua cerdação marginal (fig. 104). Halteres castanhos. Abdome: negro-acastanhado, opaco, com estrias transversais, sem constricção entre segmentos 2 e 3, com muitas cerdas, as maiores nas bordas dos tergitos. Macho: terminália marrom-enegrecida, lisa e brilhante; esternito 4 não modificado; esternito 5 não reduzido, cordiforme (fig. 112). Epândrio sem lobo basal do surstilo; surstilo extremamente longo, coberto por cerdas pequenas, com muitas cerdas longas na ponta (figs. 109, 110). Etimologia: o epíteto deriva do substantivo latino priapus, deus da reprodução, IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 117-170, 30 set. 1993 Revisão da família Sepsidae... 137 representado com um grande pênis, também um nome para esse órgão. Material-tipo: Holótipo d., BRASIL. Pará: Oriximiná, rio Trombetas, X. 1969 (Exp. Perm. AM) (MZSP). Parátipos: 1d., 66 (MZSP); Benevides, PA-408, km 6, flight trap, 23.V1.1981 (I.S.Gorayeb), 1 o (MPEG). Maranhão: Igarapé Gurupi-Uma, Aldeia Araçu, 50 km E Canindé, V. 1963 (Malkin), 1 (MZSP). Rio Paraguai, III. 1937 (sem coletor), 1 é. (MZSP). Distribuição geográfica. Brasil (Pará e Maranhão). Archisepsis scabra (Loew), comb.n. (Figs. 113-120) Sepsis scabra LOEW, 1861: 42. Localidade-tipo: “Cuba”. Palaeosepsis scabra: MELANDER & SPULER, 1917: 16 (como sin. de P. discolor Bigot); DUDA, 1926b: 81; HENDEL, 1936: 61 (sobre P. haemorrhoidalis); STEYSKAL, 1968: 2. Sepsis haemorrhoidalis SCHINER, 1868: 261. Localidade-tipo: “Brazil”, (sinonimizado por STEYSKAL, 1968:3) Sepsis umbrifer SCHINER, 1868: 262. Localidade-tipo: “South America” (1.e, Venezuela; cf. DUDA, 1926b: 82, na sinon. de scabra). Syn.n. Sepsis pleuralis COQUILLETT, 1904:35. Localidade-tipo: Estados Unidos, Texas, Brownsville (sinonimizado por STEYSKAL, 1968: 3). Diagnose. Fêmur anterior do macho, no terço apical, com tubérculo pequeno (figs. 114, 115); tíbia anterior do macho com duas pequenas elevações (figs. 114, 115); tíbia média com fortes cerdas no ápice (fig. 116); tíbia posterior com pelo menos uma longa cerda sub-mediana, na margem posterior (fig. 117). Asa sem mancha apical, região basal escurecida; veia anal longa, aproximando-se da margem da asa; incisão alular profunda, álula maior que sua cerdação marginal (fig. 113). Macho: esternito 4 sem modificações, com cerdas em toda a margem apical; esternito 5 reduzido a faixa estreita (fig. 120). Epândrio arredondado ventralmente, perfil alongado; lobo basal do surstilo delgado, semelhante a uma foice; surstilo delgado com cerdas pequenas no ápice e com uma cerda forte e longa medianamente (figs. 118, 119). Material-tipo: CUBA, Loew coll., Type 13.330, lo (MCZC). Material examinado: COSTA RICA. San José, 1 É. EQUADOR. Imbabura: Imbabura, 15 6. Pichincha: Pichincha, 11 É; Sto. Domingo d.l. Colorados, 7 6 ; Quito a Baeza, 2 É . Zandoqui, 19 (MNHN). Cotopaxi: N Latacunga, 1 6. Azuay: Azuay, 126 6; Cuenca, 8 SÉ. Loja: Loja a Saraguro, 1 6; Loja, 96. Zamora-Chinchipe: Zamora, 3 G. Portete de Tarqui, 1 É. PERU. Machu Picchu, 3 É; Lima, 1 É; Loreto, Neshuya, 3 $. GUYANA. Jakama, 16, 19 (BMNH). BRASIL. Amazonas: Urucurituba, 36 ; I. Gde Soriano, 16 Amapá: Serra do Navio, 2 É, rio Felício, 2 6. Pará: Barreirinhas, 7 Ö; Itaituba, 4 É; Santana, 2 6; Oriximiná, 2 É; Santarém, 25 6 ; Aurä, 1 6; Capanema, 46; rio Gurupi, 16 ; Cach. Tronco, rio Cuminá, 16; Benevides, PA-408, km 6, 196, 19 (MPEG); Belém, 1 q (MPEG); id, 786 . Maranhão: Igarapé Gurupi-Uma, 26 .Pernambuco: Caruaru a Agrestina, | É; Recife, 3 É . Bahia: Salvador, 1 É. Goiás: Goiânia, | É. Distrito Federal: Guará, 3 É. Minas Gerais: Ouro Preto, 20 6 ; Belo Horizonte, 2 6; Araxá, 26 (DZUP). Espirito Santo: Itapina, 2 6 ; Itaguaçu, 2 É; Baixo Guandu, 22 6. Rio de Janeiro: Nova Friburgo, 12 É; Petrópolis, 6 Ö ; Teresópolis, 2 6; Itatiaia, 1 É; Rio de Janeiro, 11 6 ; Angra dos Reis, 2 6; Sto Antonio Imbé, | 6 (DZUP); Muriqui, 16 (DZUP). São Paulo: Araçatuba, 1 É; Botucatu, 1 É; Salesópolis, 2 É: Bocaina, 2 É; Cubatão, 1$; São Paulo, 146; Osasco, 1 $; Barueri, 116; Embu, 16; Juquiá, 16 ; Eldorado Paulista, 16 ; Itapetininga, 1$; Poá, 2 6; Onda Verde, 1 $; Ilha dos Búzios, 2 É: Porto Albano, 1 É; Ilha de Sto Amaro, 2 É: Ubatuba, 25 6; Cosmópolis, 16 (DZUP). Paraná: Castro, 1 É. Santa Catarina: Blumenau, 7 g; Joinvile, 46; Nova Teutônia, 35 6. Rio Grande do Sul: Pelotas, 30 6 ; Gramado, 7 É; São Leopoldo, 8 Ö ; Erexim, 16 (DZUP); IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 117-170, 30 set. 1993 138 SILVA Barão do Cotegipe, 1166 (DZUP). PARAGUAI. Caaguazú: Caaguazú, 66. Alto Paraná: Salto del Guaira, 17 6. Paraguari: Paraguari, 11 6. Itapuá, Itapuá. 5 Ó . Itagua, 266. Villa Pastoreo, 7 É . Col. Piraretá, 136. Distribuição geográfica. Estados Unidos (Texas), México até Paraguai e Argentina. Microsepsis, gen. n. Palaeosepsis Duda, 1926 (part). Espécie-tipo, Sepsis armillata Melander & Spuler, 1917. Diagnose. Cerdas fo ausentes. Fêmur anterior do macho pode ser apenas espessado ou possuir pequeno túberculo. Asa sem mancha apical (exceto em M. simplicula), veia anal extremamente reduzida, menor do que a célula cup. Abdome com superfície muito lisa e brilhante, com constricção entre segmentos 2 e 3. Macho com esternito 4 sem apêndices laterais. Epândrio assimétrico, lobo basal do surstilo direito maior que o seu correspondente esquerdo. Descrição. Cabeça: marrom a marrom-avermelhada, pet arredondada ou ligeira- mente ovalada; margem inferior da face não projetada (exceto em M. armillata, onde se projeta ligeiramente). Cerdação: ve metade a dois terços de vi, fo ausente, 1 vib. Antena marrom a marrom-amarelada, primeiro flagelômero ISamaaneıt circular a oval alongado; arista nua, espessada na base. Tórax: mesonoto marrom a marrom-avermelhado, com pontuações; pleura marrom a marrom-amarelada, com faixa longitudinal pruinosa em kepst que pode, às vezes, estender-se até prest e prepm. Cerdação: 2 dc, 1 pprn, 2 npl, acr ausentes, 1 ap sctl forte e longa, 1 subap sctl muito pequena. Pernas: macho com fêmur anterior variável, algumas espécies apenas com ligeiro engrossamento mediano do segmento, outras com tubérculos pequenos, mas quando estes não existem, então o fêmur possui cerdas fortes na região mediana ventral; tíbia anterior acompanha a forma do fêmur, podendo ser delgada ou com engrossamentos na região mediana, sempre com pequenos dentículos na região mediana ventral; tíbia média com cerdas apicais fortes (normalmente 5, com algumas mais fortes alternando-se com as normais): tíbia posterior sem osmetério. Asa: castanha translúcida; mancha apical apenas em uma espécie (M. simplicula), região basal escurecida; lobo da álula pequeno, incisão alular pouco profunda, álula coberta por pubescência; maioria das espécies com quebra na base de CuA?; veia anal extremamente reduzida, comprimento menor do que o da célula cup. Halteres esbranquiçados ou amarelados. Abdome: marrom-enegrecido, muito liso e brilhante, com constricção entre seg- mentos 2 e 3; poucas cerdas, principalmente nas margens dos segmentos. Macho: esternito 4 sem apêndices laterais, às vezes com regiões laterais ligeiramente endenteadas, com mais cerdas, mais fortes; epândrio assimétrico, lobo basal do surstilo direito sempre maior que o seu correspondente esquerdo. Etimologia: o epíteto possui um prefixo grego micro (pequeno), uma referência ao tamanho diminuto destes sepsídeos; feminino. Elenco das espécies: M. armillata (Melander & Spuler, 1917);M. furcata (Melander & Spuler, 1917); M. inflexa (Becker, 1919); M. mitis (Curran, 1927); M. simplicula IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 117-170, 30 set. 1993 Revisão da família Sepsidae... 139 (Steyskal, 1968); M. anomala, sp. n.; M. mystrion, sp.n.; M. stenoptera, sp.n. Comentários: Este gênero é facilmente identificável pelo comprimento muito reduzido da veia anal. Apenas uma espécie (M. simplicula) apresenta mancha na asa e, nesse caso, parece constituir-se uma autapomorfia, possuindo uma mancha difusa por todo o ápice da asa, homóloga à mancha típica no ápice de R2+3 de outros gêneros (Palaeosepsis e Archisepsis). Quanto às modificações no fêmur anterior dos machos, em Microsepsis encontraram-se as formas mais simples, menos elaboradas das espécies neotropicais; normalmente ocorrem apenas cerdas mais fortes na região mediana ventral do fêmur. O quarto esternito abdominal possui forma simples, com ligeira modificação lateral, na forma de reentrâncias na parede da região mediana, podendo ocorrer cerdas longas nessas áreas. Neste gênero, apareceu uma novidade evolutivanotável - a assimetria do epândrio dos machos - sinapomórfica para o gênero, mas relativamente constante entre as espécies componentes, dificultando a identificação e a correta interpretação da série de transformação do caráter. A presença de suturas nas bases dos surstilos, também parece constituir-se em uma sinapomorfia para o gênero. Isto difere do que HENNIG (1949) apresenta como ocorrendo no grupo Themira, que apresenta uma articulação entre epândrio e o surstilo, que aparenta ser um artículo separado; para esse autor, isto seria um caráter no estado plesiomörfico. A espécie Palaeosepsis simplicula Steyskal foi incluída em Microsepsis por apresentar epândrio assimétrico (uma estrutura típica desse gênero), contudo, a veia anal não é tão curta quanto nas outras espécies do gênero, embora não seja tão longa quanto em Palaeosepsis s. lat. Chave de identificação das espécies neotropicais de Microsepsis RE pre Sombra media distintamente negro..........a neces coeso ansooonanoramaoaneoarenno bang aonesao eia ousa 2. - Apice da tíbia média amarelado, podendo ser amarelo escurecido.....................u..0..0.- > 2. Fêmur anterior do macho, ventralmente, com projeções na parte mediana e uma cerda SERA II A nn DS ER EP sapaeder see arneneee 3 - Fêmur anterior do macho sem projeção mediana ventral...............ueceeessseesessneessnnenennnen + 3. Pernas parcialmente amarelas; macho: fêmur anterior com pequena endenteação na região mediana ventral (figs. 163, 165); tíbia média com cerdas apicais não ultrapassando muito o ápice (fig. 164); esternito 4 do abdome com expansão lateral na margem apical (fig. 168) (Brasil).................................. M. mystrionsp.n - Pernas marrom a marrom-escuras; macho: fêmur anterior com projeção mediana ven- tral sem endenteação (figs. 155, 157); tíbia média com conjunto padrão de cer- das apicais, que ultrapassam muito o ápice (fig. 156); esternito 4 do abdome sem modificações (fig. 158) (Colômbia, Equador)............................ M. mitis (Curran) 4. Pleura marrom; fêmur anterior (3) com região mediana aprofundada (figs. 129, 130); tíbia anterior com fileira mediana de 5 espinhos pequenos (figs. 131, 132); esternito 4 do abdome com região lateral diferenciada (fig. 133) (Antilhas até o SAD e POR ASR Epa O ER E RP M. armillata (Melander & Spuler) - Pleura amarela; fêmur anterior (3 ) como na fig. 180; tíbia anterior com fileira de cerca de 23 pequenos. espinhos. ventrais; .esternito .4 do abdome não modificado (fig. Ls UG READ ame (6 a Do A RR pa FR AAA LL o M. stenoptera sp. n. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (75): 117-170, 30 set. 1993 140 SILVA 5. Asa com mancha apical (fig. 170) (Porto Rico)..................... M. simplicula (Steyskal) - Asasemimanechaäpieal...... rn. ee ee PSA AR REEIOEEIEEUERHENERNR 6 6. Veia anal curta, bem menor que o comprimento da célula cup, célula cup fechada (fig. 138); macho: abdome com esternito 4 não modificado (fig. 144); lobo basal direito do surstilo muito largo, longo e parcialmente mais escuro (figs. 141, 143) (Costa Rica até sul do Brasil e Paraguai).......................... M. furcata (Melander & Spuler) - Veia anal não menor que a metade do comprimento da célula cup; macho: esternito 4 do abdome com alguma modificação; epândrio com lobo basal direito do surstilo não escurecido.....iLccenpecms enirsaneronidasaanaad oia rena dv ds ao lr RE 7 7. Macho: fêmur e tíbia anteriores como nas figs. 146, 147 e 148; esternito 4 do abdome com regiões basal e lateral com mancha escura (fig. 150) (Equador, Bra- SU RR CR OA an a A REA nes M. inflexa (Becker) - Macho: fêmur e tíbia anteriores como na fig. 123; esternito 4 do abdome com região lateral modificada com 2 cerdas longas (fig. 124) (Costa Rica)..M. anomola sp. n. Microsepsis anomala, sp.n. (Figs. 2, 121-127) Dimensões: dq. Comprimento do corpo: 3,6 mm. Asa: 2,6 mm. Descrição. Cabeça: marrom-enegrecida, arredondada, perfil aproximadamente pentagonal; fronte marrom-enegrecida, margem inferior projetando-se sobre a base das antenas; face marrom-amarelada, margem inferior não projetada; região parafacial marrom, gena amarela; occipício marrom-enegrecido com suave pruinosidade branca. Cerdação: ve um terço de vi, fo ausentes, vib medianamente fraca, subvib fraca. Antena com primeiro flagelômero marrom, oval; arista nua, espessada na base. Tórax: marrom-escuro, mesonoto com pequenas pontuações com brilho cúpreo; pleura brilhante, npl branco pruinoso, faixa longitudinal branco pruinosa em prepm, região dorsal de kepst. Cerdação: 2 dc, 1 pprn, 2 npl, 1 spal, 1 pal reduzida, 1 anepst, lap sctl forte e longa, 1 subap sctl muito pequena. Pernas: amareladas, exceto coxas média e posterior, 2/3 apicais dos fêmures médio _ e posterior, região basal e apical das tíbias média e posterior, marrom. Macho: fêmur anterior com pequena emarginação ventral (fig. 123); tíbia anterior com elevação ventral moderada, com uma fileira de 6 espinhos anteriores pequenos, na metade ventral com espinhos curtos. Fêmea: fêmur anterior com uma cerda ventral basal. Asa: castanha translúcida; base enegrecida; célula cup aberta (Cu A? não alcançan- doCuAl), veia anal curta, menor que o comprimento de célula cup; incisão do lobo alular medianamente profundo, álula pouco maior que sua cerdação marginal (fig. 121); halteres amarelados. Abdome: marrom-enegrecido, liso (polido) e brilhante, com pequena constricção entre segmentos 2 e 3, poucas cerdas nos tergitos. Macho: esternito 4 pouco modificado, esternito 5 reduzido a larga faixa (1/2 da largura do esternito 4), com região basal escurecida (fig. 124); epândrio com lobo anterior direito do surstilo largo e do lado esquerdo delgado e pequeno; surstilo delgado e com poucas cerdas apicais pequenas; no lado direito nota-se parcialmente a sutura do surstilo com o epândrio (figs. 125-127). IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (75): 117-170, 30 set. 1993 Revisão da família Sepsidae... 141 Etimologia: o epíteto deriva do grego anomalos, anormal, incomum. Material-tipo: Holótipo q, parátipos: 16,20. COSTA RICA, S. José, 1.1956 (R. Zeledon) (MZSP). Distribuição geográfica. Costa Rica. Microsepsis armillata (Melander & Spuler), comb.n. (Figs. 128-136) Sepsis armillata MELANDER & SPULER, 1917:18, fig. 6 (p. 81, figura indicada erroneamente como de furcata). Localidade-tipo: Haiti. Palaeosepsis armillata; DUDA, 1926b: 94; STEYSKAL, 1968: 2. Diagnose. Fêmur anterior do macho com emarginação (figs. 129, 130); tíbia anterior com região basal encurvada, uma fileira de 5 cerdas ventrais pequenas e fortes (figs. 131, 132). Asa com nervura transversal h pouco diferenciada; célula cup aberta (CuA?2 não alcançando CuA 1), veia anal curta, menor que o comprimento de cup; incisão alular pouco profunda, álula maior que sua cerdação marginal (fig. 128). Esternito 4 do abdome do macho com expansão lateral mediana pequena, em forma semi-circular, com algumas cerdas longas e fortes; esternito 5 reduzido a faixa estreita e pequena (fig. 133). Epândrio com lobo basal do surstilo direito largo e do lado esquerdo delgado, com cerdas na sua base; surstilo estreito, com muitas cerdas longas (figs. 134-136). Material examinado: EQUADOR. Zamora, 2 É. BRASIL. Amapá: Serra do Navio, 7 6,3 q. Pará: Barreirinhas, 3 É; Maloquinha, 2 6; Santarém, 13 6: Santana, 8 Ö; As Pedras, rio Cuminä-miri, 2 6; Oriximinä, 16 ; Belém, 626 , 1 9: Capanema, 26 . Pernambuco: Vicência, 10 ; Recife, 46 . Bahia: Salvador, 1 g. Minas Gerais: Ouro Preto; 3 $, 2 0. Espírito Santo: Sta. Teresa, 1 &. Rio de Janeiro: Nova Friburgo, 16; Petrópolis, 5 6, 29; Rio de Janeiro, 346, 19; Itaguai, 21 É, 1 q. São Paulo: Barão de Antonina, 16; Mairiporã, 1 É; São José dos Campos, 1 6; Iporanga, 1 É; Salesópolis, 36,49; São Paulo, 5 Ö ; Barueri, 4 6,309; São Vicente, 46. Paraná: Morretes, 1 É (DZUP). Santa Catarina: Nova Teutônia, 96. Distribuição geográfica. Haiti, Equador até Brasil. Microsepsis furcata (Melander & Spuler), comb. n. (Figs. 137 - 144) Sepsis furcata MELANDER & SPULER, 1917: 19, fig. 11 (p. 81, figura indicada erroneamente como de armillata). Localidade-tipo: Jamaica. Palaeosepsis furcata; DUDA, 1926b: 92; STEYSKAL, 1968: 2 Diagnose. Cabeça arredondada, de perfil mais larga do que alta; margem inferior da fronte ligeiramente projetada; primeiro flagelômero oval (fig.137). Fêmur anterior do macho com pequena protuberância na metade ventral (figs., 139, 140); tíbia anterior com região mediana ventral ligeiramente engrossada, com fileira de cerdas pequenas e fortes (figs. 139, 140); tíbia média com arranjo padrão de cerdas apicais. Asa sem mancha apical; base escurecida; veia anal curta, aproximadamente a metade do comprimento da célula cup; incisão alular medianamente profunda, álula aproximadamente do mesmo tamanho de sua cerdação marginal (fig. 138). Abdome do macho com esternito 4 pouco reduzido, estreito, sem expansões laterais, esternito 5 reduzido a faixa estreita, com apódema visível, ligando-o ao esternito 4 (fig. 144); epândrio arredondado ventralmente; lobo basal IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 117-170, 30 set. 1993 142 SILVA do surstilo direito escurecido e alargado, com marca de sutura, no lado direito pequeno e estreito; surstilo com cerdas pequenas na ponta (figs. 141-143). Material examinado: BRASIL. Amapá: Serra do Navio, 16. Pará: Santarém, 552 6, 1226; Itaituba, 19 6, 15 9; Belém, 13 É, 33 q; Lago de Terra Santa, 2 9; Santana, 5 9; Capanema, 1 ©, 19; As Pedras, rio Cuminá-Miri, 26,19; Barreirinhas, 26, 5 q; Benevides, Pa-408, km 6, 3 6 (MPEG). Bahia: Salvador, 26, 19. Mato Grosso: Cuiabá, 1 . Rio de Janeiro: Itaguai, 40 ; Itatiaia, 2 Ó ; Rio de Janeiro, 96, 19; Sto Antonio Imbé, 26 (DZUP). São Paulo: Salesópolis, 11 Ö ; Caraguatatuba, 1 Ó, Guatapará, 2Ó; Barueri, 36, 19; São Paulo, 1 Ö; Osasco, 6 É, 3 9; Ilha Solteira, 2 6, 1 q (FEIS). Santa Catarina: Nova Teutônia, 4 6,4 q; Florianópolis, 3 Q. Distribuição geográfica. Costa Rica até Brasil (do Amapá a Santa Catarina) e Paraguai. Microsepsis inflexa (Becker), comb. n. (Figs. 145-153) Sepsis inflexa BECKER, 1919: 205, pl. 17, fig. 9. Localidade-tipo: Equador: Cuenca; Tio-Loma, Mirador, Yausai, El Angel, Casitagua. Palaeosepsis inflexa; DUDA, 1926b: 85; STEYSKAL, 1968: 2. Diagnose. Cabeça arredondada, margens inferiores da fronte e da face não proje- tadas; primeiro flagelômero oval alongada. Fêmur anterior do macho com emarginação (figs. 146, 147); tíbia anterior com base afilada (figs. 146, 148); tíbia média com conjunto padrão de cerdas apicais (fig. 149); base da asa ligeiramente enegrecida; célula cup aberta (CuA2 não alcançando CuA 1); veia anal curta, menor que o comprimento de cup; incisão alular pouco profunda; álula pouco maior que sua cerdação marginal (fig. 145). Abdome do macho com esternito 4 com reentrâncias laterais, que delimitam região com 2 cerdas longas e fortes; esternito 5 ligeiramente reduzido, sem cerdas (fig. 115). Epândrio arredondado ventralmente; lobo anterior do surstilo largo e achatado, com visível sutura na sua base e com uma das bordas (dorsal) microscopicamente serrilhada, ligeiramente alargado e menor; surstilos delgados, o direito com poucas cerdas pequenas na ponta, com região de sutura bem visível, o esquerdo com muitas cerdas que se estendem até sua base (es, 190, 192, 153). Material examinado: EQUADOR. Zamora a San Pedro, 4 6; Cuenca, 1 6,109; Yausai, 1 9, BRASIL. Pará: Belém, 16. Distribuição geográfica. Equador, Brasil (Pará). Microsepsis mitis (Curran), comb. n. (Figs. 154 - 161) Sepsis mitis CURRAN, 1927: 1, fig. 2. Localidade-tipo: Colômbia, San Lorenzo Mountains, Vista Nieve. Palaeosepsis mitis; STEYSKAL, 1968:2 Diagnose. Cabeça arredondada, margens inferiores da fronte e da face ligeiramente projetadas; primeiro flagelômero oval. Fêmur e tíbia anteriores do macho com modifica- IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 117-170, 30 set. 1993 Revisão da família Sepsidae... 143 ções (figs. 155 e 157); tibia média com conjunto padrão de cerdas apicais, que ultrapassam muito o ápice (fig. 156). Asa sem mancha apical, enegrecida na base; célula cup aberta (veia CuA2 não alcançando CuAl), incisão alular rasa, álula menor que sua cerdação marginal (fig. 154). Esternito abdominal 4 do macho não modificado; esternito 5 não reduzido, sem cerdas, com região mais escura na margem basal, em forma de triângulo invertido (fig. 159). Epândrio arredondado ventralmente , lobos basais dos surstilos não simétricos, nus, lado direito largo e tão comprido quanto o surstilo, lado esquerdo delgado e mais curto; surstilo direito com marca de sutura na base, quase sem cerdas na ponta; surstilo esquerdo medianamente largo com cerda na ponta; grupo de cerdas nas bases dos lobos basais dos surstilos (figs. 158, 160 e 161). Material-tipo: Holótipo 6 , parátipoo, COLÔMBIA. San Lorenzo Mountains, Vista Nieve, Dec. 22.1992 (H.L. Viereck) (acc 31 144)(AMNH). Material examinado: EQUADOR. Zamora, 3 Ö ; Zamora a San Pedro, 2 6 Distribuição geográfica. Colômbia, Equador. Comentário: Não foi possível observar um dos caracteres diagnósticos (coloração do ápice da tíbia média) no holótipo: a perna média direita foi perdida e a esquerda está com a parte da tíbia colada ao alfinete, o que impede a sua observação; no parátipo fêmea a coloração do ápice da tíbia média não é distinta do terço apical, marrom-amarelado, enquanto que os dois terços basais são marrons. Na sua descrição da espécie, CURRAN (1927) indica a presença de um ápice enegrecido nessa perna “... base of middle tibia and broad obscure apices of the femora and middle tibia, shining black or brown...” Microsepsis mystrion, Sp.n. (Figs. 162 - 169) Dimensões: é. Comprimento do corpo: 2,9mm. Asa: 2,Imm. Descrição. Cabeça: arredondada, vértice marrom; fronte e face marrom-claros, margens inferiores projetando-se ligeiramente; região parafacial e gena amarelo-clara; occipício marrom com pruinosidade amarelada. Cerdação: ve dois terços de vi, fo ausentes, 1 vib mediamente forte, sub vib pequenas e abundantes. Antena com escapo marrom, pedicelo e primeiro flagelômero marrom-amarelado, primeiro flagelômero oval alongado; arista nua, espessada na base. Tórax: mesonoto castanho-escuro com pruinosidade amarelada, estendendo-se por pprn; npl com pruinosidade branca; pleura castanha; faixa longitudinal branco pruinosa - área ântero-dorsal de kepst e prepm até dorso-posterior de kepst. Cerdação: 2 de, 1 pprn, 2 npl, lanepst, 1 spal, 1 pal, 1 ap sctl forte, 1 subap sctl diminuta e fraca. Pernas: castanhas, exceto coxa anterior amarelo-esbranquiçado, fêmur anterior, quarto basal dos fêmures médio e posterior, terço subapical da tíbia média e todos três primeiros tarsômeros, amarelos. Macho: fêmur anterior com pequeno lóbulo em elevação ventral, como ilustrado nas figs 163 e 165; tíbia anterior com duas pequenas elevações ventrais (figs. 163, 165); tíbia média com ápice enegrecido, contrastando com região subapical mais clara (fig. 164). Asa: castanha translúcida, sem mancha apical, região basal enegrecida; célula cup aberta (veia CuA2 não alcançando CuA 1); veia anal curta, menor que o comprimento de cup; incisão alular pouco profunda, álula estreita, aproximadamente igual ao comprimen- IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (75): 117-170, 30 set. 1993 144 SILVA to de sua cerdação marginal (fig. 162); halteres esbranquiçados. Abdome: castanho-enegrecido, superfície extremamente brilhante, polida, poucas cerdas, maiores nas margens apicais dos tergitos. Macho: esternitos 4 e 5 sem apêndices, apenas região lateral do esternito 4 com modificações (fig. 167), esternito 5 reduzido a faixa estreita; terminália castanho-clara, assimétrica; lobos basais dos surstilos nus, lado direito largo, com pequena sutura, lado esquerdo curto; surstilo direito longo e estreito, com cerdas e marca da sutura basal; esquerdo curto, com cerdas; base dos lobos com cerdas (figs.166, 168, 169). Etimologia: o epíteto deriva do grego mystrion, pequena colher, uma referência à estrutura em forma de uma espátula no epândrio. Material-tipo: Holótipo é. BRASIL. Rio de Janeiro: Rio de Janeiro, Grajaú, 26.V11.1964 (H.S.Lopes) (MZSP); parätipos: id., 9. VI.1964 (H.S.Lopes), 1 é (MZSP). Bahia: 15 Km NE Porto Seguro, E. Ecol. Pau-Brasil, mata atlântica primária, sweeping isca fezes humanas, 19-27.11.1986 (V.C.S.& D.S. Amorim), 1 é (MZSP). Distribuição geográfica. Sudeste Brasil. Microsepsis simplicula (Steyskal), comb. n. (Figs. 170-177) Palaeosepsis simplicula STEYSKAL, 1968: 3 (n. nov. para simplex Curran). Localidade-tipo: Porto Rico, Adjuntas. Sepsis simplex CURRAN, 1928: 75 (pré-ocup.Goetgebuer & Bastin, 1925). Localidade-tipo: Porto Rico,Adjuntas. Microsepsis simplicula; STEYSKAL, 1968:3. Dimensões: So. Comprimento do corpo: 2,9mm. Asa: 2,2mm. Diagnose. Cabeça com vértice e fronte marrons; margem inferior da fronte e da face não projetadas; face e gena amarelas; occipício marrom com suave pruinosidade branca. Cerdação: ve um terço de vi, fo extremamente diminutas, 1 vib média, sub vib fracas. Antena marrom amarelada, primeiro flagelômero oval alongado; arista nua, espessada na base. Mesonoto e escutelo marrom, com pruinosidade dourada suave; pprn e npl com suave pruinosidade branca; pleura marrom com faixa longitudinal pruinosa - prepst, prepm e faixa dorsal de kepst. Cerdação: 1 pprn, 2 npl,2 dc, 1 spal, 1 pal, 1 anepst, l ap sctl forte e muito longa, 1 subap sctl fraca e pequena. Pernas marrons, exceto coxa, fêmur e tíbia anteriores, região basal dos fêmures médio e posterior, região subapical da tíbia média, ápice da tíbia posterior e todos três primeiros tarsômeros, amarelos. Macho com fêmur anterior com emarginação no terço apical (figs. 171, 172); tíbia anterior com região basal afilada (figs. 171, 172); tíbia média com cerda apical normal, ápice mais escuro (fig. 173). Asa castanha translúcida, com mancha apical clara e ampla, na região apical de R2+3, incluindo R4+5 até ápice de M1; região basal fortemente escurecida; álula estreita, menor que sua cerdação marginal, incisão alular rasa; veia anal curta (fig. 170); halteres esbranquiçados. Abdome liso, polido, brilhante, com constricção forte entre segmentos 2 e 3, poucas cerdas, fracas, maiores nas margens apicais dos tergitos. Abdome do macho com esternito 4 sem apêndices laterais, apenas região lateral mais diferenciada, com cerdas longas (fig. 175); epândrio com surstilos assimétricos (fig. 174); esquerdo com sutura, lobo basal curto e delgado formando com o surstilo estrutura semelhante a uma pinça; surstilo esquerdo pouco maior que seu lobo basal, com muitas cerdas, maiores IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 117-170, 30 set. 1993 Revisão da família Sepsidae... 145 na ponta (fig. 176); lobo basal direito largo e longo, surstilo direito longo e delgado, visível sutura sub-basal, com poucas cerdas médias na ponta (fig. 177). Material-tipo: Holótipo q e parátipo é: ESTADOS UNIDOS. Porto Rico: Adjun- tas, 8-13.V1.1915 (sem coletor), (AMNH). Parátipos: id., 26.VI.1915 (sem coletor), 1 6 (AMNH); Naguato, 7-9.11[.1914 (sem coletor), lo (AMNH). Observação: o holótipo indicado como macho é uma fêmea; o parátipo fêmea é um macho. Distribuição geográfica. Porto Rico. Microsepsis stenoptera, sp.n. (Figs. 178-184) Dimensões:ó q. Comprimento do corpo: 2,8mm. Asa: 2,0mm. Descrição. Cabeça: arredondada, marrom; fronte marrom-escura, exceto metade inferior, amarelo-acastanhada, projetando-se ligeiramente; face amarelada, região parafacial e gena amarelo-claras, occipício marrom, com pruinosidade amarela. Cerdação: ve um terço de vi, fo ausente, 1 vib, sub vib tão fortes quanto vib, mas menores. Antena com escapo e pedicelo amarelo-acastanhados, primeiro flagelômero oval alongado; arista nua, espessada na base. Tórax: mesonoto marrom, com pruinosidade amarela, pprn amarelo; pleura amarelo-alaranjada, npl e faixa longitudinal com pruinosidade branca prepm, kepst (larga faixa dorsal) e coxa média. Cerdação: 2 dc, 1 pprn, 2 npl, 1 spal, 1 anepst, 1 ap sctl forte 1 subap sctl microscópica. Pernas: marrons, exceto coxa anterior amarelo-clara,coxas média e posterior amarelo-alaranjadas, fêmur e tíbia anteriores amarelo-acastanhados, três últimos tarsômeros enegrecidos, parte apical dos fêmures médio e posterior mais claro e tíbia média com região subapical mais clara, contrastando com o ápice enegrecido. Macho: fêmur anterior sem emarginação ou tubérculo, região ventral um pouco dilatada (fig. 180); tíbia anterior com fileira ventral de espinhos pequenos (fig. 180); tíbia média com uma cerda ventral mediana e duas cerdas apicais ventrais fortes (fig. 179). Asa: castanha translúcida, estreita, sem mancha apical, ligeiramente escurecida na base; veia anal curta, menor que o comprimento da célula cup; incisão alular pouco profunda, álula mais curta que sua cerdação marginal (fig. 178). Halteres esbranquiçados. Abdome: marrom, tergitos muito lisos e brilhantes, poucas cerdas, com pequena constricção entre segmentos 2 e 3, sintergito 1+2 muito estreito. Macho: terminália marrom-alaranjada; esternito 4 não modificado, esternito 5 nu, pouco reduzido (fig. 181); epândrio aproximadamente triangular, lobos basais dos surstilos assimétricos, do lado direito largo, ponta com borda irregular, lado esquerdo largo e curto; surstilos assimétricos, do lado direito mais largo, com ponta semelhante a um gancho, lado esquerdo delgado, ambos com poucas cerdas longas na ponta ( figs. 182 a 184). Etimologia: O epíteto stenoptera deriva do grego stenos, estreito e ptero, asa. Material tipo: Holótipo é: BRASIL. Rio de Janeiro: Rio de Janeiro, Manguinhos, 30.V. 1967 (L. P. Albuquerque) (MZSP). Parátipos: id., 16, 1o (MZSP); id., V.1967 (H. S. Lopes), 2 6 (MZSP); Itaguai, Univ. Rural, 15. VII. 1967 (H. S. Lopes), 1 9 IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 117-170, 30 set. 1993 146 SILVA (MZSP). Distribuição geográfica. Brasil (Rio de Janeiro). Agradecimentos. Aos Dr. Nelson Papavero (IEA-USP) pela orientação, incentivo e críticas; Dr. A. L. Ozerov (Moscou) por sugestões e troca de informações sobre tipos de sepsídeos neotropicais; Dr. Dalton de Souza Amorim (USP-RP) pela leitura crítica da versão prévia deste manuscrito; Dra. Maria A. Morales (UNESP-Assis) pelo auxílio na confecção das pranchas e Dr. Alfredo Langguth (UFPB) pelas traduções do alemão. Aos curadores das diversas instituições citadas pelo empréstimo de material. Ao CNPq e à CAPES pelas bolsas concedidas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BECKER, T. 1919. Dipteres. Brachycéres. Mission Arc Meridien Amer. Sud., Paris, 10:163-215. BIGOT,J.M.F. 1857. Dipteros. In: SAGRA,R. DE LA: História fisica, politica y natural de la isla Cuba. 7:328-349, pl. 20 (v.8) — . 1886. Diptêres nouveaux ou peu connus. XXIX. (Suíte), XXX VII: 2°. Essai d'une classification synoptique du groupe des Tanypezidi (mihi) et description de genres et d' espécies inédites. Annls Soc. Ent. Fr., Paris, S. 6,6;369-392. COQUILLETT, DW. 1904. Diptera from southern Texas with descriptions of new species. J.N. Y. ent. Soc., New York, 12 (1): 31-35. CURRAN, C. H. 1927. Four new American Diptera. Amer. Mus. Novit., New York, 275: 1-4. _—_. 1928. Insects of Porto Rico and the Virgin Islands: Diptera or two-winged flies. Scient. Surv. Porto Rico and the Virgin Islands, New York, 11(1): 1-118. —. 1934. The Diptera of Kartabo, Bartica District, British Guiana, with descriptions of new species from other British Guiana localities. Bull. Amer. Mus. nat. Hist., New York, 66: 287-532. DUDA, O. 1926a. Monographie der Sepsiden (Dipt.) I. Annln naturh. Mus. Wien, Wien 39: 1-153. —. 1926b. Monographie der Sepsiden (Dipt.) II. Annln naturh. Wien. Wien, 40: 1-110. HENDEL, F. 1936. Ergebnisse einer zoologischen Sammelreise nach Brasilien, insbesondere in das Amazonasgebiet, ausgefurht von Dr. H. Zerny. X Teil. Diptera: Muscidae acalyptratae (excl. Chloropidae). Annin. naturh. Mus. Wien, Wien 47:61-106. HENNIG, W. 1949. Sepsidae. In: LINDNER, E., ed. Die Fliegen der Palaarktischen Region. Stuttgart. Schweizerbart. 91 p. (Part 39a). —. 1965. Die Acalyptratae des Baltischen Bernsteins und ihre Bedentung fur die Erforschung der phylogenetischen Entwicklung dieser Dipteren-Gruppe. Stuttg. Beitr. Naturk., Stuttgart, 145: 1-215. LOEW, H. 1861. Diptera aliquot in insula Cuba collecta. Wien Ent. Monatschr., Wien, 5: 33-43. MACQUART, P. J. M. 1843. Dipteres exotiques noveaux ou peu connus. Mém Soc. Sci. Agric. Lille, Paris, 1842: 162-460. MCALPINE, J. F. 1981. Morphology and terminology - adults. In: MCALPINE, J. F. et al., ed. Manual of Nearctic Diptera. Canada, Research Branch Agriculture. vl, cap. 2,p. 9-63 (Monograph nº 27). MELANDER, A. L. & SPULER, A. 1917. The dipterous families Sepsidae and Piophilidae. Bull. Wash. Agric. Exp. Stn, Pullman, 143: 1-103. OZEROV, A. L. 1992a. New data on the neotropical sepsids (Diptera, Sepsidae). Russian Entomol. J., Moscow, 1(1): 81-86. — 1992a. The results of the examination of the syntypes of Sepsis insularis Williston, 1896 and Sepsis furcata Melander et Spuler, 1917 (Diptera, Sepsidae). Russian Entomol. J. Moscow, 1(2): 75. PONT, A.C. 1979. Sepsidae. Diptera, Cyclorrhapha, Acalyptrata. Handbk. Ident. Br. Insects. London, 10 GO)L35. SCHINER, I. R. 1868. Diptera. in.: WULLERSDORF-URBAIR, B. Reise der Österreichischen Fregatte Novara, um die Erde in... 1857-1859. Zoologischer Teil. Wien, s.c.p. Bd. 2, part 6, 388 p. SILVA, V. C. 1990. Revision of the family Sepsidae of the Neotropical Region. I. The genus Meroplius | Rondani (Diptera, Schizophora). Revta bras. Ent., São Paulo, 34 (4) 709-711. —. 1991. Levantamento preliminar de Sepsidae (Diptera, Schizophora) em Roraima, Projeto Maracá, com descrição de uma espécie nova. Acta Amazonica, Manaus, 21 (único): 369-374. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (75): 117-170, 30 set. 1993 Er Revisão da família Sepsidae... 147 — . 1992. Revision of the family Sepsidae of the Neotropical Region. II. The genus Meropliosepsis Duda, 1926 (Diptera, Schizophora). Revta bras. Ent., São Paulo, 36 (3): 549-552. STEYSKAL, G. C. 1949. Spsidae from Australasian region (Diptera). Pan-Pac. Ent., San Francisco, 24 (4): 161-171. — . 1968. Family Sepsidae. In:"DEPTO ZOOL, SECR. AGRIC., ed. A catalogue of the Americas south of the United States. São Paulo. nº 63, 6 p. — . 1987. Sepsidae. In: MCALPINE, J. F., ed. et al. Manual of Nearctic Diptera. Canada, Reseach Branch Agriculture. v. 2, cap. 86, p. 945-950 (Monograph nº 28). STROBL, G. 1894. Diptera II. Mitt. naturw. Ver. Steiermark, Graz, 30: 126. WILLISTON, S. W. 1896. On the Diptera of the St. Vincent. (West Indies.). Trans. ent. Soc. London, London, 1896: 253-446. ZUSKA, J. 1968. A revision of the genus Australosepsis (Diptera, Sepsidae). Acta ent. bohemoslov., Prague, 65: 470-476. — . 1970. A revision of the genus Parapalaeosepsis (Diptera, Sepsidae). Acta. ent. bohemoslov., Prague, 67: 50-61. — .. 1977. Re-description of the genus Nemopoda and a revision of the Ethiopian species (Diptera, Sepsidae). Acta ent. bohemoslov., Prague, 74: 35-40. — & COLLESS, D. H. 1984. Australian Sepsidae (Diptera). J. Austr. ent. Soc., Brisbane, 23: 59-67. Recebido em 15.04.1993: aceito em 24.06.1993 IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 117-170, 30 set. 1993 148 SILVA m —— Figs. 1-6: 1, Meroplius albuguerquei, Brasil, RJ, Petrópolis, cabeça, vista lateral; 2, Microsepsis anomala, sp.n., Costa Rica, San Jose, cabeça, vista lateral; 3, Palaeosepsis dentatiformis, Equador, Zamora, segmentos 1 a 3 do abdome, vista lateral. Palaeosepsis chauliobrechma, sp. n., Equador, Quito: 4, cabeça, vista lateral; 5, asa direita; 6, terminália (Ö ), vista lateral esquerda. Escala: 0,2 mm. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (75): 117-170, 30 set. 1993 Revisão da família Sepsidae... 149 Figs. 7-13. Palaeosepsis chauliobrechma, sp. n., Equador, Quito: 7, fêmur anterior (Ö ), vista posterior; 8, tíbia anterior (Ö ), vista posterior; 9, fêmur anterior (Ö ), vista anterior; 10, tíbia anterior (Ö ), vista anterior; 11, ápice da tíbia média (Ö ), vista latero-ventral; 12, terminália (G ), vista póstero-ventral; 13, quarto e quinto esternitos abdominais (G ), vista ventral. (Figs. 7-11; 12,13 respectivamente na mesma escala). Escala: 0,2 mm. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 117-170, 30 set. 1993 150 SILVA Figs. 14-20. Palaeosepsis dentata, Equador, Quito: 14, asa esquerda; fêmur e tíbia anteriores (Ó ): 15. detalhe, vista anterior; 16. vista posterior; 17, segmentos 4 e 5 do abdome (Ö ), vista látero-ventral; 18, terminália (3), vista póstero-ventral; 19, terminália (G ), vista lateral esquerda; 20, terminália (Ó ), vista lateral direita. (Figs. 14; 15, 16; 17, 18; 19, 20; respectivamente na mesma escala). Escala: 0,2mm. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 117-170, 30 set. 1993 Revisão da família Sepsidae... 151 Figs. 21-29. Palaeosepsis dentatiformis, Equador, Zamora: 21, asa direita; 22, fêmur anterior (Ö ), vista anterior; 23, fêmur anterior (Ö ), vista posterior; 24, tíbia anterior (Ö ), vista anterior; 25, tíbia anterior (Ö ), vista posterior; 26, tíbia média (Ö ), ápice; 27, quarto e quinto esternitos abdominais (Ö ), vista ventral; 28, terminália (G ), vista póstero-ventral; 29, terminália (G ), vista lateral esquerda. (Figs. 22-26 na mesma escala). Escala: 0, Imm exceto fig. 21= 0,5mm. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 117-170, 30 set. 1993 152 SILVA Figs. 30-38. Palaeosepsis insularis, Brasil, Brasil, ES, Guarapari: 30, asa direita; 31, fêmur anterior (Ö ), vista anterior; 31, tíbia anterior (G ), vista anterior; 33, fêmur anterior (Ö ), vista posterior, com detalhe da região mediana ventral; 34, tíbia anterior (Ö ), vista posterior, 35, tíbia média (Ö ); ápice; 36, quarto e quinto esternitos abdominais (Ö ), vista ventral; 37, terminälia (Ö ), vista lateral direita, 38; (6 ), vista pöstero-ventral. (Figs. 30- 32, 35, 36; 33, 34; 37, 38 respectivamente na mesma escala). Escala: 0, Imm, exceto fig. 30=0,5mm. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 117-170, 30 set. 1993 me o Revisão da família Sepsidae... 153 Figs. 39-48. Palaeosepsis laticornis, Equador, Quito a Baeza: 39, asa esquerda; 40, fêmur anterior (Ö ), vista anterior; 41, tíbia anterior (Ö ), vista anterior; 42, fêmur anterior (Ö ), vista posterior; 43, tíbia anterior (G ), vista posterior; 44, tíbia média (G ), ápice; 45, cabeça, vista lateral; 46, quarto e quinto esternitos abdominais (G ), vista ventral; 47, terminália (Ö ), vista póstero-ventral; 48, terminália (G ), vista lateral. (Figs. 39; 40-44, 46; 45; 47, 48 respectivamente na mesma escala). Escala: 0,1 mm, exceto fig. 39 = 0,5 mm. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 117-170, 30 set. 1993 154 SILVA Figs. 49-56. Palaeosepsis maculata, Brasil, SC. Nova Teutônia: 49, asa direita; 50, fêmur anterior (Ö ), vista anterior; 51, fêmur anterior (Ö ), vista posterior; 52, tíbia anterior (Ö ), vista anterior; 53, tíbia anterior (Ö ), vista posterior; 54, tíbia média (6 ), ápice; 55, quarto e quinto esternitos abdominais (Ö ), vista ventral; 56, terminália (G ), vista póstero-ventral. (Figs. 49; 50-53; 54, 55; 56 respectivamente na mesma escala). Escala: 0,2mm, figs. 49-53; 0,Imm, figs. 54-56. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 117-170, 30 set. 1993 Revisão da família Sepsidae... 155 o And Sa a A an me A * Figs 57-63. Palaeosepsis pusio, Brasil, PE, Caruaru: 57, asa esquerda; 58, tíbia média (G ), ápice; 59, fêmur anterior (Ö ), vista anterior; 60, tíbia anterior (Ö ), vista anterior; 61, terminália (G ), vista pöstero-ventral; 62, terminália (G ), vista lateral; 63, quarto e quinto esternitos abdominais (Ö ), vista ventral. Escala: 0, Imm, exceto fig. 57 = 0,5mm. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 117-170, 30 set. 1993 156 SILVA Figs. 64-72, Archisepsis armata, Brasil, ES, Baixo Guandu: 64, asa direita; 65, fêmur anterior (© ), vista anterior; 66, tíbia anterior (© ), vista anterior; 67, fêmur anterior (Ö ), vista posterior; 68, tíbia anterior (Ö ), vista posterior; 69, tíbia média (Ó ), ápice; 70, quarto e quinto esternitos abdominais (© ), vista ventral; 71, terminália (O ), vista póstero-ventral; 72, terminália (Ö ), vista lateral esquerda. (Todas as figs. na mesma escala, exceto fig. 64). Escala: 0,2mm. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 117-170, 30 set. 1993 Revisão da família Sepsidae... 157 Figs. 73-81. Archisepsis excavata, Brasil, SP. I. de Santo Amaro: 73, asa esquerda; 74, fêmur anterior (Ö ), vista anterior, 75, fêmur anterior (Ö ), vista posterior; 76, tíbia anterior (Ö ), vista anterior; 77, tíbia anterior (Ö ), vista posterior; 78, tíbia média (6 ), ápice; 79, quarto e quinto esternitos abdominais (Ö ), vista ventral; 80, terminália (4), vista lateral esquerda; 81, terminälia (Ö), vista póstero-ventral. (Figs. 73; 74-77, 78; 79; 80, 81, respectivamente na mesma escala). Escalas: 0,2mm figs. 73-78; 0,1 mm, figs. 79-81. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 117-170, 30 set. 1993 SILVA Figs. 82-87. Archisepsis hirsutissima, sp.n., Brasil, PA, Rio Gurupi: 82, asa esquerda; 83, fêmur anterior (6 ), vista posterior; 84, tíbia média (Ö ), vista anterior, 85, tíbia anterior; (6), vista posterior; 86, quarto e quinto esternitos abdominais e terminália (G ), vista póstero-ventral; 87, terminália (© ), vista lateral direita. (Figs. 82; 83, 85: 84; 86, 87; respectivamente na mesma escala). Escala: 0,2 mm. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 117-170, 30 set. 1993 Revisão da família Sepsidae... 159 94 Figs. 88-94. Archisepsis mirifica, sp. n., Brasil, PA, Santarém: 88, asa esquerda; 89, fêmur e tíbia anteriores (Ö ), vista anterior; 90, fêmur e tíbia anteriores (Ö ), vista posterior; 91, tíbia média (G ), ápice; 92, quarto e quinto esternitos abdominais (Ö ), vista ventral; 93, terminália (Ö ), vista póstero-ventral; 94, terminália (G ), vista lateral direita (Figs. 88; 89, 90, 93, 94; 91; 92; respectivamente na mesma escala). Escala: 0,2 mm. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 117-170, 30 set. 1993 160 SILVA Figs. 95-103. Archisepsis muricata, sp.n., Brasil, PA, Belém: 95, asa direita; 96, fêmur anterior (S), vista anterior; 97, fêmur anterior (Ö ), vista posterior; 98, tíbia anterior (© ), vista anterior; 99, tíbia anterior (Ö ), vista posterior; 100, tíbia média (G ), ápice, vista dorsal; 101, quarto e quinto esternitos abdominais (Ö ), vista ventral; 102, terminälia (Ö ), vista lateral esquerda; 103, terminália (Ö ), vista póstero-ventral. (Todas figs. na mesma escala, exceto figs. 95 e 101). Escalas: 0,2 mm. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (75): 117-170, 30 set. 1993 Revisão da família Sepsidae... 161 Figs. 104-112. Archisepsis priapus, sp. n., Brasil, PA, Oriximinä: 104, asa direita; 105, fêmur anterior (G ), vista anterior; 106, fêmur anterior (Ö ), vista posterior; 107, tíbia anterior (Ö ), vista anterior; 108, tíbia anterior (6), vista posterior; 109, terminälia (Ö ), vista póstero-ventral; 110, terminália (G ), vista lateral direita; 111, tíbia média (G ), ápice; 112, quarto e quinto esternitos abdominais (G ), vista ventral. (Todas as figs. na mesma escala, exceto figs. 104 e 112). Escalas: 0,2 mm. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (75): 117-170, 30 set. 1993 162 SILVA SINN ERFERDT een = ENE o +, 0 —— _— a— — “2 4 A As — {4 —sa — 4 —4º 4 113 Figs. 113-120. Archisepsis scabra, Peru, Neshuya: 113, asa direita; 114, fêmur e tíbia anteriores (G ), vista anterior; 115, fêmur e tíbia anteriores (G ), vista posterior; 116, tíbia média (G ), ápice, vista dorsal; 117, tíbia posterior (Ö ), ápice, vista dorsal; 118, terminália (© ), vista póstero-ventral; 119, terminälia (© ), vista lateral esquerda; 120, quarto e quinto esternitos abdominais (Ö ), vista ventral. Escalas: 0,2 mm, figs. 113-115; 0,1mm, figs. 116-120. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 117-170, 30 set. 1993 Revisão da família Sepsidae... 163 | Figs. 121-127. Microsepsis anomala, sp. n., Costa Rica, San Jose: 121, asa esquerda; 122, tíbia média (G ), ápice; ‚ 123, fêmur e tíbia anteriores (Ö ), vista anterior; 124, quarto e quinto esternitos abdominais (G ), vista ventral; | 125,terminälia (Ö ), póstero-ventral; 126, terminália (Ö ), vista lateral esquerda; 127, terminália (Ö ), vista lateral | direita. (Figs. 124, 126, 127 na mesma escala). Escala: 0,Imm, exceto fig. 121=0,2 mm. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 117-170, 30 set. 1993 Em 164 SILVA Figs. 128-136, Microsepsis armillata, Brasil, RJ, Rio de Janeiro: 128, asa direita; 129, fêmur anterior (G ), vista posterior; 130, fêmur anterior (G ), vista anterior; 131, tíbia anterior (Ö ), vista posterior; 132, tíbia anterior (Ö ), vista anterior; 133, quarto e quinto esternitos abdominais (Ö ), vista ventral; 134, terminália (Ö ), vista póstero- ventral; 135, terminália (Ö ), vista lateral direita; 136, terminália (6 ), vista lateral esquerda. (Figs. 129; 130-132; 133, 134; 135, 136 respectivamente na mesma escala). Escala: 0,2 mm, figs. 128-132; 0,1 mm, figs. 133-136. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 117-170, 30 set. 1993 == |, | Revisäo da familia Sepsidae... 165 m ee en, Figs. 137-144. Microsepsis furcata, Brasil, PA, Belém: 137, cabeça, vista lateral; 138, asa esquerda; 139, fêmur e tíbia anteriores (Ö ), vista anterior; 140, fêmur e tíbia anteriores (Ö ), vista posterior; 141, terminália (Ö ), vista pöstero-ventral; 142, terminália (Ö ), vista lateral esquerda; 143, terminália (GS ), vista lateral direita, com detalhe da ponta do surstilo; 144, quarto e quinto esternitos abdominais (g ), vista ventral. (Figs. 139, 140; 142, 143 respectivamente na mesma escala). Escalas: 0,2mm, exceto figs. 142-144=0,Imm. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 117-170, 30 set. 1993 166 SILVA Figs. 145-153. Microsepsis inflexa, Brasil, PA, Belém: 145, asa direita; 146, fêmur e tíbia anteriores (G ), vista anterior; 147, fêmur anterior (G ), vista posterior, com detalhe da emarginação mediana ventral; 148, tíbia anterior (Ö ), vista posterior, com detalhe das cerdas medianas; 149, tíbia media (G ), ápice; 150, terminália (Ö ), vista póstero-ventral; 151, quarto e quinto esternitos abdominais (G ), vista ventral, com detalhe do ápice da margem lateral do quarto esternito; 152, terminälia (G ), vista lateral esquerda; 153, vista lateral direita. (Figs. 145; 146-149; 150, 151; 152, 153; respectivamente na mesma escala). Escalas: 0,1 mm, exceto fig. 145 = 0,2 mm. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 117-170, 30 set. 1993 Revisão da família Sepsidae... 167 Figs. 154 - 161, Microsepsis mitis, Equador, Zamora: 154, asa direita; 155, fêmur e tíbia anteriores (Ö ), vista anterior, 156, tíbia média (Ö ), ápice; 157, fêmur e tíbia anteriores (Ö ), vista posterior; 158, terminália (Ö ), vista póstero-ventral; 159, quarto e quinto esternitos abdominais (Ö ), vista ventral; 160, terminália (G ), vista lateral | esquerda; 161, terminália (G), vista lateral direita (Figs. 155, 157; 158-161 na mesma escala). Escalas: 0,1 mm, | exceto fig. 154= 0,2mm. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 117-170, 30 set. 1993 168 SILVA Figs. 162-169, Microsepsis mystrion, sp.n., Brasil, RJ, Rio de Janeiro: 162, asa direita; 163, fêmur e tíbia anteriores (Ö ), vista anterior; 164, tíbia média (G ), ápice, vistas dorsal e ventral; 165, fêmur e tíbia anterior (Ö ), vista posterior; 166, terminälia (Ö ), vista póstero-ventral; 167, quarto e quinto esternitos abdominais (Ö ), vista ventral; 168, terminália (G ), vista lateral esquerda; 169, terminälia (Ö ), vista lateral direita. (Figs. 162; 163- 165,167; 166, 168, 169; na mesma escala). Escalas: 0,1 mm. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (75): 117-170, 30 set. 1993 | I | e Revisão da família Sepsidae... 169 E RREO TI in Figs. 170-177. Microsepsis simplicula, Porto Rico, Adjuntas (parátipo (AMNH): 170, asa direita; 171, fêmur e tíbia anteriores (Ö ), vista anterior, com detalhes das partes medianas ventrais dos segmentos; 172, fêmur e tíbia anteriores (Ó ), vista posterior; 173, tíbia média (Ö ), ápice, vista ventral; 174, terminälia (Ö ), vista póstero- ventral; 175, quarto e quinto esternitos abdominais (G ), vista ventral; 176, terminália (Ö ), vista lateral esquerda; 177, terminália (G ), vista lateral direita. (Figs. 170; 171,172; 173, 175; 174, 176, 177; na mesma escala). Escala: 0,2 mm, figs. 170-172; 0, Imm, figs. 173-177. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 117-170, 30 set. 1993 SILVA RS O 3 5 ne I ins Bu dd a a ET s” j Seen A 183 E ES 184 3 Figs. 178-184. Microsepsis stenoptera, sp. n., Brasil, RJ, Rio de Janeiro: 178, asa esquerda; 179, tibia media, ápice; 180, fêmur e tíbia anteriores (Ö), vista anterior 181, quarto e quinto esternitos abdominais (Ö ), vista ventral; 182 a 184 terminália (Ó ): 182, vista póstero-ventral; 183, vista lateral esquerda; 184, vista lateral direita (Figs. 182-184 na mesma escala). Escala: 0,1 mm, exceto fig. 178=0,2mm. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (75): 117-170, 30 set. 1993 | | | | TAXONOMIA E DISTRIBUIÇÃO DA FAMÍLIA PORCELLANIDAE (CRUSTACEA, DECAPODA, ANOMURA) NO LITORAL BRASILEIRO Valéria Gomes Veloso ! Gustavo Augusto Schmidt de Melo ? ABSTRACT TAXONOMY AND DISTRIBUTION OF THE FAMILY PORCELLANIDAE (CRUSTACEA, DECAPODA, ANOMURA) IN THE BRAZILIAN COAST. The setentrional and meridional boundaries to the Brazilian coast and the geographic distributional patterns of 7 genera and 21 species belonging to the family Porcellanidae are given. Megalobrachium walteri Rodrigues da Costa, 1968 and Porcellana paivacarvalhoi Rodrigues da Costa, 1968 are placed as a junior synonym of M. soriatum (Say, 1818) and P. platycheles (Pennant, 1777), respectively. The latter species is reported for the first time from the Brazilian coast. KEYWORDS. Porcellanidae, Anomura, new records, distribution. INTRODUCAO A família Porcellanidae é composta, principalmente, por espécies litorâneas, sendo Taros os registros em águas profundas. Ocupam uma variedade de habitats, vivendo, principalmente, em substratos duros, como sistemas de grutas, recifes, sob pedras e em fundos de algas calcárias. Os espécimens de Porcellanidae da fauna do Atlântico ocidental receberam maior atenção na última década, principalmente os da região sul do Caribe (GORE, 1970, 1974, 1982; GORE & ABELE, 1973, 1976; WERDING, 1977, 1978, 1982). Segundo WERDING (1984), entre o Panamá e a região de Santa Marta, Colômbia, já foram registradas 36 espécies, ou seja, mais de 80% da fauna tropical encontrada no litoral leste das Américas. Com relação ao litoral brasileiro, os primeiros registros surgiram com os trabalhos de levantamentos faunísticos de DANA (1852, 1855), através do material coletado pela United States Exploring Expedition; seguem-se os: trabalhos de MULLER (1862), HELLER (1862, 1865), HENDERSON (1888), CANO (1889) e ORTMANN (1892). RATHBUN (1900) estudando o material da Branner- Agassiz Expedition, 1899, propor- cionou novas informações sobre a fauna da costa brasileira, aumentando os limites de ocorrências e tornando conhecidas novas espécies de porcelanídeos. 1. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Biologia, Departamento de Zoologia, CCS, Bloco A, Lab. Fauna Psâmica, CEP. 21941, Rio de Janeiro, RJ. Bolsista do CNPq. 2. Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo, C.P. 7172 CEP 01064-970, São Paulo, SP. Bolsista do CNPq. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 171-186, 30 set. 1993 172 VELOSO & MELO Valiosas as contribuições realizadas por HAIG (1960) e COELHO (1963/64), para a região norte e nordeste do litoral brasileiro incluindo também, os trabalhos de levantamento faunístico de COELHO & RAMOS (1972) e Coelho et al. (1977/78). RODRIGUES-DA-COSTA (1960, 1965, 1968) apresentou uma revisão desta família, na costa brasileira, não concluída. Desde então, Porcellanidae vem sendo citada apenas em trabalhos de levantamen- tos regionais, que contribuem para ampliar os dados de distribuição geográfica. Entre inúmeros trabalhos, os mais significativos foram os de FAUSTO-FILHO (1978), COE- LHO & RAMOS-PORTO (1980), COELHO et al. (1983). Recentemente, SILVA et al. (1989) estudaram os porcelanídeos dos Estados de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, Brasil, incluindo chaves de identificação. Este trabalho apresenta uma revisão dos porcelanídeos no litoral do Brasil, contribuindo, também, para o conhecimento zoogeográfico da família Porcellanidae no Atlântico Ocidental. MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi baseado na análise de exemplares depositados nas coleções do Departamento de Oceanografia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPe), da Universidade Federal da Paraíba (UFPb), da Universidade Federal da Bahia (UFBa), da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), do Museu Nacional do Rio de Janeiro (MNRJ), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZUSP), da Universidade Estadual de São Paulo, Campus de Rio Claro (UNESP), do Centro de Biologia Marinha de Pontal do Sul (CBM) e da Allan Hancock Foundation, Los Angeles. A ocorrência das espécies foi complementada por levantamento bibliográfico, material cedido por diversos pesquisadores e através de coletas aleatórias realizadas nos Estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná, no Brasil. A cada espécie segue-se uma sinonímia restrita, fazendo referência à descrição original e, quando necessário, ao trabalho que contém melhor descrição e/ou ilustração da espécie considerada. No item material examinado citam-se no máximo três lotes de um mesmo Estado, evitando uma lista muito extensa, apesar de termos examinado, na maioria dos casos, um número maior de exemplares em cada área. Chave para as espécies da família Porcellanidae do litoral brasileiro Il. Segmento basal da antena curto, näo projetado para frente em diregäo a margem da carapaça: segmentos móveis da antena com livre acesso à Orbita............. 2 1 Segmento basal da antena projetado para frente, totalmente em contato com a margem anterior da carapaça; segmentos móveis da antena separados da órbi- (E ARNO O ER EEE onooooaocecscosocasess 13 2 (1). Região posterior da parede lateral da carapaça constituída por placas separadas por membranas..2.2...2 82... HERE o Sad Ao a UR = > 2; Região posterior da parede lateral da carapaça constituída por placaúnica............... 9 32). Eronte com tufo de pêlos; distintol ee. 4 3 Fronte desprovida de’tufo’de pelos......n......... ne 6 4 (3). Carpo e palma com 3 ou mais fileiras longitudinais de tubérculos largos e achatados;imachosisemipleopodosm a Pachycheles monilifer 4 Carpo e palma sem fileiras longitudinais de tubérculos largos; machos com pleó- IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 171-186, 30 set. 1993 ne ao comem ca Taxonomia e distribuição da família Porcellanidae... 173 5 (4). s 3.4): 8 10.49). 10 11.9‘). 11' Carapaça e quelipodos cobertos por granulações finas, formando, no carpo, 2 fileiras longitudinais; cerdas esparsas sobre carpo e palma dos quelípodos ns SE RCE E LAN Pachycheles haigae Carapaça sem granulações e com estrias; quelípodo com superfície externa coberta por cerdas curtas plumosas e algumas cerdas longas não plumosas; marsemrextenna,dergquelipodo coberta com cerdas 2... nn... cria ao DR AE A A JS E ae ee Pachycheles chubutensis Superfície externa do quelípodo lisa; margem anterior do carpo do quelípodo com lobo lamelar e margem posterior com sulco longitudinal bem marcado cecaaasadds RE dE ER GO Sa dee NE NAN RD qe e NR Pachycheles riisei Superfície externa dos quelípodos coberta com granulações finas, dispersas e sem formar fileiras longitudinais; télson dividido em 7 placas ............... RE SSB ae ANP DR Pachycheles greeleyi Superfície externa dos quelípodos coberta por tubérculos geralmente formando fileiras longitudinais bem marcadas; télson dividido em 5 placas........... 8 Quelípodo com tubérculos largos, pouco proeminentes, tendendo a formar fi- leiras longitudinais; pólex'com um tubérculo muito proeminente; margem anterior do carpo com 3-4 dentes largos............. Pachycheles ackleianus Quelípodos com fileiras longitudinais de tubérculos proeminentes separados por sulcos profundos; margem anterior do carpo do quelípodo com 3-4 demiesisernilhados unser... Bar nn Pachycheles rugimanus Carapaça com estrias pilíferas transversais acentuadas................... ti. 10 Carapaça quase lisa ou com rugosidades, principalmente na região posterior da aa NE esseiusaien a see ul Um espinho epibranquial proeminente; margem externa da palma muito con- vexa; hiato dos dedos dos quelipodos com pubescência ............................ EL o e AD Petrolisthes galathinus Dois espinhos epibranquiais proeminentes; margem externa da palma reta, co- berta com uma franja de cerdas; hiato dos dedos dos quelípodos sem pu- E SCE GTA ee er cb psi dito quo aa cravo Petrolisthes rosariensis Carpo do quelípodo com 2-3 dentes agudos na margem anterior .................... omné soe 56 o POR S BO Cn 8 ap REF Petrolisthes armatus 12 (11). Margens laterais da carapaça com 1-3 espínulos; superfície do própodo do que- A 1‘). TUE o (o ISA vr tn sinn esecnseenenisanger Petrolisthes amoenus Margens laterais da carapaça sem espinulos; própodo do quelípodo com crista longitudinal proeminente.........nau-eeuerereesunenereecnnns Petrolisthes marginatus Dátilo dos pereiópodos terminando em 2 ou mais largos espinhos fixos, com espínulos ventrais móveis subiguais;carapaça marcadamente mais larga IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (75): 171-186, 30 set. 1993 174 13' 14 (13). 14 15 (149. 15) 16 (15). 16' I7246)): 17 Sa): 18 IS (19): 19; 20 (18). 20' VELOSO & MELO que longa; fronte transversal em vista dorsal................... Polyonyx gibbesi Dátilo dos pereiópodos terminando em único espinho, usualmente com espinulos móveis na margem; posterior... ss ssa asas tolo E 14 Carapaça muito mais longa do que larga; fronte fortemente tridentada em vista dorsal; antenas com segmentos móveis minúsculos e flagelo rudimentar; carpo usualmente com 1-3 fortes espinhos na margem anterior ............... Fe Re alii bre ee ee Minyocerus angustus Carapaca mais larga do que longa ou ligeiramente mais longa do que larga; an- antena com segmentos móveis de tamanhos normais e flagelo desenvolvi- o À BRERBERGBBE SER OU RAR da nero id A de to GRAN an E Es do ds icioo oo soco asca 3000 16 Fronte muito inclinada, aparentemente arredondada ou ligeiramente trilobada em vista dorsal, mas fortemente tridentada em vista frontal..................... 18 Margem lateral da carapaça com uma série de espinhos posteriores ao ângulo epibranquial; dedos de um ou ambos os quelípodos torcidos, fora do plano da.palmar nee O E a a aid Pisidia brasiliensis Margem lateral da carapaça sem espinhos posteriores ao ângulo epibranquial; dedos dosquelípodos semitorção: 2... 2... aa RR RE 10 Margem lateral da carapaça com profundo e estreito entalhe no sulco cervical; ângulo epibranquial com espinho agudo; carpo do quelípodo com lobo achatado terminando em espinho............................ Porcellana sigsbeiana Margem lateral da carapaça sem entalhe no sulco cervical; ângulo epibranquial com um lobo'arredondado....:..:.: 2. voa eo «RR EBEREEEE 18 Carapaça sem pubescência; hiato entre os dedos do quelípodo sem pêlos longos; ângulo interno do carpo do quelípodo com lobo largo, sem espinhos no ÁPICE ms SRA O O Rc a Porcellana sayana Carapaça com pubescência; hiato entre os dedos do quelípodo com pelos lon- gos; ângulo interno do carpo do quelípodo com lobo estreito, com espinhos NO APICE: emas RR a Porcellana platycheles Margem lateral da carapaça dentada; télson com 5 placas......................... ii... Ene po ie ode Mv moça een: Megalobrachium soriatum Margem lateral da carapaça lisa ou ligeiramente granulada; télson com 7 placas Margem lateral da carapaça perlada; palma com cristas longitudinais granula- das; carpo do quelípodo com nódulos granulares....Megalobrachium roseum Região anterior da carapaça e quelípodos erodidos; palma sem cristas longitu- dinais; terço proximal da margem dorsal do carpo do quelípodo com um lóbulo prosminente ee Megalobrachium mortenseni IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 171-186, 30 set. 1993 Taxonomia e distribuição da família Porcellanidae... 175 Megalobrachium mortenseni Haig, 1962 Megalobrachium mortenseni HAIG, 1962: 189, figs. 2-5. Material examinado. BRASIL. Paraíba: “Projeto Algas”, Est. 59,6º52'S: 34º98 W,1Q (UFPB - 2930). Pernambuco: Ponta de Pedras, 1 Q (UFPe); Porto de Galinhas, 1 0,1 S (jovem) (UFPe). Bahia: Abrolhos, Vigilante, Recife da Lixa, 1 O, 2 Q (UFPb-2870); Abrolhos, Parcel das Paredes, 19 (UFPb - 2864); Prado, 15 (UFPb - 2907). Rio de Janeiro: Prainha, Arraial do Cabo, 4 C, 1 O (ovig.) (MZUSP - 9979). São Paulo: Praia do Porto, São Sebastião, IQ (ovig.) (MZUSP-9531). Distribuição. Atlântico ocidental: Antilhas, Panamá, e da Colômbia até o Brasil (Pará até São Paulo). Pacífico oriental: Golfo da Califórnia ao Panamá. Habitat. Esta espécie possui preferência por biótopo de pedras, raramente é vista livre sobre o substrato. Até a profundidade de 30m. Megalobrachium roseum (Rathbun, 1900) Porcellana rosea RATHBUN, 1900: 148, pl. 8, fig. 3. Megalobrachium roseum; HAIG, 1960: 225, 227. Material examinado. BRASIL. Maranhão: Ponta do Guajuru, Guimarães, 1 on 29 (UFPb - 2962); Oiteiro, Cedral, 16, 19 (UFPb - 3084). Ceará: Ponta Grossa, Aracati, 2 Q (ovíg.), 2 OS (UFPb - 3048); Ponta do Mucuripe, Fortaleza, 1 O (UFPe - 3039). Rio Grande do Norte: Sul de Touros, Peroba, 7 O, 4Q (UFPb - 2811); Ponta do Mel, Areia Branca, 1 Q (UFPb - 2968). Paraíba: Praia de Camaçarí, Lucena, 1 © (UFPb - 2854); Cabo Branco, João Pessoa, 1 Q (UFPb - 4820). Pernambuco: Praia do Gaibu, Cabo, 1 O (UFPb - 2942); Piedade, 1 O (UFPe). Alagoas: Praia do Francês, Marechal Deodoro, 3 ea OQ (UFPb - 2834). Bahia: Pedrão, Ilha de Itaparica, 1 Q (ovíg.) (UFPb - 2849); Imbaçuaba, 1 OS (UFPb - 2996). Espírito Santo: Ilha do Frade, Vitória, 2 O (UFES - 080993); Santa Cruz, Aracruz, 1 O (UFES - 08088). Rio de Janeiro: Prainha, Arraial do Cabo, 1 S (UFRJ); Guaratiba, 1 O (MZUSP - 10656). São Paulo: Pedra do Morcego, Baía de Ubatuba, 2 C (MZUSP - 11075); Praia do Segredo, São Sebastião, 1 O (MZUSP - 9497). Distribuição. Atlântico ocidental: Panamá, Colômbia, Venezuela e Brasil (do Maranhão até São Paulo). Pacífico oriental: Panamá. Habitat. Em recifes de coral e sob pedras na região intertidal. Megalobrachium soriatum (Say, 1818) Porcellana soriata SAY, 1818: 456 Megalobrachium soriatum; HAIG, 1960: 229; WILLIAMS, 1965: 112, fig. 89; 1984: 240, fig. 175. Megalobrachium walteri RODRIGUES-DA-COSTA, 1968: 406. Syn.n Material examinado: PANAMÁ: Galeta Point Reef, Ilha Galeta, 2 O (AHF). COLÔMBIA: Burucuca, 20 (ovíg.) (AHF). BRASIL: Paraíba: Recife Quebra Quilha, Tambau, João Pessoa, 1 O (UFPb 1532). Pernambuco: Forte Orange, 1 O (UFPe), Condepe/Suape, Est. 02, 8º21'S - 34°557'W, 40, 14 Q (6 ovíg.) (UFPe). Alagoas: Praia do Francês, Marechal Deodoro, 1S' (UFPb - 2892). Bahia: Ilha Santa Bárbara, Abrolhos, 1 © (UFPb - 2853). Rio de Janeiro: Praia do Pingo D'água, Angra dos Reis, 1 O (MZUSP - 6992). São Paulo: Pedra do Morcego, Baía de Ubatuba, 1 S (UFRJ). Distribuição. Atlântico ocidental: Carolina do Norte até a Flórida, Golfo do México, Caribe, Panamá, Colômbia e Brasil (Ceará até São Paulo). Pacífico oriental: Califórnia e Panamá. | | : 5 . 22: 2 | Habitat. Encontrada em corais, em esponjas e em algas calcárias. Até 54m. | | E IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 171-186, 30 set. 1993 ng — 176 VELOSO & MELO Discussão. M. walteri descrita por RODRIGUES-DA-COSTA (1968) não teve nenhum dos espécimens-tipos localizados, apesar de um esforço intenso neste sentido. Contudo, baseando-se em sua descrição, conclui-se que M. walteri é extremamente semelhante a M. soriatum, espécie que é encontrada tanto no nordeste como no sudeste brasileiro. As possíveis diferenças encontradas por RODRIGUES-DA-COSTA (1968) entre M. walterie M. soriatum, estão dentro do gradiente de variação desta última espécie. Todos os exemplares de M. soriatum identificados neste estudo foram comparados com exemplares de M. soriatum provenientes do Pacífico. Minyocerus angustus (Dana, 1852) Porcellana angusta DANA, 1852: 423; 1855, pl. 26 figs. 12a-c Minyocerus angustus; STIMPSON, 1858: 229; HAIG, 1956: 30. Material examinado. BRASIL. Pará: Foz do Tocantins, “Alm. Saldanha”, est. 1765, 2 O (UFPe); “Alm. Saldanha”, est. 1774, (UFPe). Maranhão: Recife do Timbuba, Poço do Lumiar, 3 Sl OQ (UFPe); “Alm. Saldanha” est. 1752,3Q (ovig), 2 O (UFPe). Ceará: Praia de Mucuripe, Fortaleza, 1 GS, (MNRJ - 1422). Rio Grande do Norte: Ponta do Mel, 1 S (UFPb - 2933). Paraíba: Ilha de Restinga, Cabedelo, 1 Ol O) (ovíg) (UFPb - 3015). Pernambuco: Vila Velha, Itamaracá, est. 05, 1 Q (ovig), 1 O (UFP). Alagoas: Maceió, 1 Q (UFRJ). Bahia: Itacuruçá, 1 O (MZUSP - 9465); Itapagipe, 19 (MZUSP - 10674). Rio de Janeiro: Marambaia, 1& (UFRJ), Ilha Grande, 10,29 (MZUSP - 7173). São Paulo: Praia do Araça, São Sebastião, 26, 1 Q (ovig.) (MZUSP - 9476); Ubatuba, 1 S (MZUSP - 9492). Paraná: Saco do Limoeiro, Pontal do Sul, 26,1 Q (CBM). Distribuição: Atlântico ocidental: Honduras, Panamá, Venezuela, Suriname e Brasil (Pará até Santa Catarina). Habitat. A espécie é conhecida como comensal de Luidia senegalensis (Lamarck, 1816) (Echinodermata), (HAIG, 1956), sendo também encontrada em Tethyaster vestitus (Say, 1825) e em Astropecten spp. (Echinodermata). Ocorre em fundos arenosos na região intermareal. Pachycheles ackleianus A. Milne-Edwards, 1880 Pachycheles ackleianus MILNE-EDWARDS, 1880: 36; WERDING, 1977: 174, 175, 188, fig. 10. Material examinado. BRASIL. Maranhão: “Alm. Saldanha”, Est. 1743 A, 00°51'S: 43°41'W, 19 (UFPe); Proj. GEOMAR, est. 29, 00°38'N: 45º52'W, 1 © (UFPe). Ceará: Aracati, 2 (UFPe). Rio Grande do Norte: Natal, 1 S (UFPe). Paraíba: Cabo Branco, João Pessoa, 1 Q (ovíg.) (UFPe). Pernambuco: Ponta de Pedra, 1 © (ovig.) (UFPe); Candeias est. D7, 02°10'S: 39º50'W, 1 Q. Distribuição. Atlântico ocidental: Flórida, norte do Golfo do México até a Península de Yucatan, Cuba, Jamaica, St. Thomas, Barbados, Colômbia e Brasil (do Pará até a Bahia). Habitat. Encontrada em corais, algas calcárias e esponjas, principalmente as silicosas. Até 82m. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 171-186, 30 set. 1993 Taxonomia e distribuição da família Porcellanidae... 177 Pachycheles chubutensis Boschi, 1963 Pachycheles chubutensis BOSCHI, 1963: 35, figs. 2, 3a, e, g; SILVA et al. 1989: 32. Material examinado. BRASIL. Rio Grande do Sul: Proj. Gedip: Est. 394, 33º54'S: 52º38W, 4 9, 3 6) (MZUSP - 7194); Est. 394, 33º54'S: 52°38’W, 7 Q (6 ovig.), 3 O (MZUSP - 7193). Distribuição. Atlântico ocidental: Brasil (Santa Catarina e Rio Grande do Sul) e Argentina. Habitat. Em fundos arenosos. Pachycheles greeleyi (Rathbun, 1900) Pisosoma greeleyi RATHBUN, 1900: 147, pl. VIII, fig. 4. Pachycheles greeleyi; HAIG, 1966: 352. Material examinado. BRASIL. Pará: Ponta do Atalaia, Salnöpolis, 1 © (ovíg.) (UFPb - 3000). Maranhão: Ponta do Guajarú, Guimarães, 2 O. 2 O (ovig.) (UFPb - 3061); Farol de São Marcos, São Luis 3 Q (UFPe). Piauí: Ilha Grande, Santa Isabel, Parnaíba, 4 O, 2 OQ (ovíg.) (UFPb - 3074). Ceará: Ponta Grossa, Aracati, 2 O, 2 O (1 ovíg.) (UFPb - 2919); Ponta do Paracurü, 5 O, 3 Q (2 ovíg.) (UFPb - 2805). Rio Grande do Norte: Ponta do Mel, Areia Branca, 1 O (UFPb - 2818); Pirangi do Sul, Vista Floresta, 1 OS (UFP - 2840). Paraíba: Ponta do Seixas, João Pessoa, 1 Q (ovíg.) (UFPb 2974). Pernambuco: Piedade, 1 Q (UFPe); Porto de Galinhas, 1 Q, 1 & (UFPb); Catuama, Goiana, 1 Q (UFPb - 3081). Alagoas: Ponta Verde, Maceió, 10,1 Q (ovíg.) (UFPb - 3036). Bahia: Ponta do Mutá, Santa Cruz de Cabralia, 1 S (UFPb - 3028); Pedrão, Ilha de Itaparica, 1 Q (UFPb - 3051). Espírito Santo: Camburi, 49 (ovíg.), 6 O (MZUSP - 9866); Santa Cruz, Aracruz, 8 Q (7 ovig.), 6 O (UFES - 080103). Distribuição. Atlântico ocidental: Brasil (do Pará até o Espírito Santo). Habitat. Sob pedras, na região do entre-marés. Pachycheles haigae Rodrigues-da-Costa, 1960 Pachycheles haigae RODRIGUES-DA-COSTA, 1960: 21, figs. 1-4. Material examinado: BRASIL. Bahia: Abrolhos, 3 Q (1 ovíg.), | macho (MZUSP - 10594). Espírito Santo: Ilha do Pacote, Vila Velha, 1 S (UFES - 081304). Rio de Janeiro: Gragoatá, 2 O (MZUSP - 10593); Ilha de Búzios, Búzios, 3 Q (ovíg.), 1 © (MZUSP - 7172); Boa Viagem, Niterói, 2 O, 4Q (MNRJ - 168D). São Paulo: Praia do Tenório, São Sebastião, 2 O, 1 (ovíg.) (MZUSP - 9867); Ubatuba (MZUSP - 7178). Santa Catarina: Ilha de São Francisco, 3 O (ovíg.), 3 O (MZUSP - 9984); Praia Grande, São Francisco do Sul, 2 O) 2 O, 2 jovens (MZUSP - 9020). Rio Grande do Sul: Torres, 2 Q (1 ovig.), 4 O (MZUSP - 6950); Torres, 1 Q (ovíg.), 1 S (MZUSP - 9017). Distribuição. Atlântico Ocidental: Brasil (de Pernambuco até Rio Grande do Sul) e Argentina (Mar del Plata e Miramar, 38º - 39º). Habitat. Encontrada frequentemente entre pedras, tufos de algas e em regiões com bancos de mexilhões, com muitas ondas, sem muita areia como substrato. Foi encontrado grande número, em bóias de sinalização, junto com mexilhões, na Baía da Guanabara. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 171-186, 30 set. 1993 178 VELOSO & MELO Pachycheles monilifer (Dana, 1852) Porcellana monilifer DANA, 1852: 413. Pachycheles monilifer; RATHBUN, 1900: 148; HAIG, 1960: 160, p. 33, fig. 4. Material examinado. BRASIL. Rio Grande do Norte: Ponta Cibauna, Tibau do Sul, 2 O (UFPb - 2977). Pernambuco: Pau Amarelo, Paulista, 1 O (ovig.), 1 OS (UFPb - 2858); Piedade, 1 O (UFPe - 27105). Alagoas: Praia do Francês, Marechal Deodoro, 20, 2& (UFPb - 3089). Bahia: Praia do Arembepe, Camaçari, I O (UFPb - 2023); Ilha Siriba, Abrolhos, 1 Q (ovíg.), 1 OS (UFPb - 2882). Espírito Santo: Ilha do Boi, Vitária, IS (UFES - 081079); Santa Cruz, Aracruz, 2 O (ovíg.) (UFES - 080100). Rio de Janeiro: Praia do Forno, Arraial do Cabo, 1Q (ovíg.) (MZUSP - 10605); Praia do Abraão, Ilha Grande IQ (ovig.) (MZUSP 9468). Sao Paulo: Ilha Porchat, São Vicente, 1 Q (ovíg.), 2 O (MZUSP - 10708); Ilha Bela, São Sebastião, 1 © (MZUSP - 9535). Paraná: Praia de Fora, Ilha do Mel, Paranaguá, 1 OS (MZUSP - 11076). Santa Catarina: Praia Grande, São Francisco do Sul, 1 O (MZUSP - 9021); Ilha de São Francisco, 2 Q (ovíg.), 2 O (MZUSP - 9977). Distribuição. Atlântico ocidental: costa leste da Flórida, Golfo do México, Antilhas, Venezuela até o Brasil (Rio Grande do Norte até Santa Catarina). Pacífico oriental: Equador. Habitat. Encontrada sob pedras, na região do entre-marés. Pachycheles riisei (Stimpson, 1858) Pisosoma riisei STIMPSON, 1858; 228 (nomen nudum); 1859: 75. Pachycheles riisei, HAIG, 1956: 12; HAIG, 1962: 182. Material examinado. BRASIL. Paraíba: Recife Quebra-Quilha, Tambau, João Pessoa, 1 6,2 Q (ovíg.) (UFPb - 1442). Pernambuco: Gaibü, 1 Q (UFPe); Itamaracá, Est. 28, 1 O Il OQ (UFPe). Alagoas: Praia do Francês, Marechal Deodoro, 1 Q (ovig.) (UFPb - 2955). Distribuição. Atlântico ocidental: Flórida, Porto Rico, St. Thomas, Ilhas Virgens, Barbados, Colômbia e Brasil (Fernando de Noronha, Paraíba, [?] Espírito Santo e [?] São Paulo. Habitat. Vive sob pedras, em pedaços de corais, na região do entre-marés com intenso movimento de água. Observações. RODRIGUES-DA-COSTA (1965) cita 1 macho e 1 fêmea de Pachycheles riisei para Guarapari, ES e 2 machos para São Sebastião, SP, na Praia do Segredo. Entretanto, este material foi perdido, não sendo possível confirmar estas ocorrências. Pachycheles rugimanus A. Milne-Edwards, 1880 Pachycheles rugimanus MILNE-EDWARDS, 1880: 36; HAIG, 1956: 12; WILLIAMS, 1965: 108, fig. 8; 1984: 242, fig. 177. Material examinado. BRASIL. Amapá: Cabo Orange, Projeto Geomar, Est. 208, 04º52'S: 50°31,5'W, IQ (ovig.) (UFPe). Paraíba: Projeto Algas, Est. 54d., 06º57'S: 34º38 W, 1 O (UFPe-2945); Projeto Algas, Est. 43a., 06º33'S: 34°47'W, 2 O (UFPe-3082) Distribuição. Atlântico ocidental: Carolina do Norte, Flórida, México até St. Thomas e Brasil (Amapá e Paraíba). Habitat. Encontrada em fundo de algas calcárias e recifes. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (75): 171-186, 30 set. 1993 Pe Taxonomia e distribuição da família Porcellanidae... 179 Petrolisthes amoenus (Guérin, 1855) Porcellana amoena GUERIN-MENEVILLE 1855, pl. 2, fig. 2. Petrolisthes amoenus; SCHMITT, 1924:74; WERDING, 1977: 198, fig. 17. Material examinado. BRASIL. Ceará: Fortaleza, 1 fêmea (UFPe). Paraíba: Projeto Algas, Est. 69b, 06º46'S: 34º37'W, 130,9 Q (3 ovíg.) (UFPb - 2837). Pernambuco: Piedade, 1 1.2) OQ (ovíg.) (UFPe - 27138). Alagoas: Ponta Verde, Maceió, 1 OS (UFPb - 2897). Bahia: Itapoã, 2 Q (1 ovig.), 1 O (UFPe - 2733). Distribuição. Atlântico ocidental: Flórida, Cuba, Porto Rico, Barbados, Curaçao, Bonaire, Venezuela, Tobago, Ilhas Virgens, Santa Marta, Granada, Santa Lúcia, Antilhas e Brasil (do Maranhão até a Bahia). Habitat. Encontrada em corais, em algas calcárias e esponjas. Até 140m. Petrolisthes armatus (Gibbes, 1850) Porcellana armata GIBBES, 1850: 190. Petrolisthes armatus; STIMPSON, 1858: 227; HAIG 1960: 50, pl. 19, fig. 2. Material examinado. BRASIL. Maranhão: Oiteiro, Cedral, 2 6,7 Q (4 ovíg.) (UFPb - 3070). Ceará: Ponta do Paracuru, 1 & (UFPb-2950); Ponta Grossa, Aracati, 1S (UFPb - 3047). Rio Grande do Norte: Ponta do Cibauna, Timbau do Sul, 26,2 Q (ovíg.) (UFPb - 2807); Pirangi do Sul, 5 Sl OQ (UFPb - 2822). Paraíba: Cabo Branco, João Pessoa, 2 O (UFPb - 2863); Tambau, João Pessoa, 1 S (UFPb - 3088). Pernambuco: Catuama, Goiana, 2 O (UFPb - 3067); Praia do Gaibu, Cabo, 3 OQ (UFPe - 2982); Jaboatão, 1 O (UFP - 2899). Alagoas: Praia do Francês, Marechal Deodoro, 1 ei O (UFPb - 2889). Bahia: Praia de Itapoã, Salvador (UFPb - 2922); Coroa Vermelha, Mucuri, 2 O (UFRJ); Nova Viçosa, 2 (ep OQ (UFRJ). Espírito Santo: Santa Cruz, Aracruz, 1 O (MZUSP - 10694); Guarapari, 1 O (ovíg.), 2 O (MZUSP - 9541). Rio de Janeiro: Prainha, Cabo Frio, 2 O (UFRJ); Ponta do Pontilhão, Ilha de Marambaia, 2 Q( ovíg.),2 O (MZUSP - 10635). São Paulo: Praia de São Vicente, São Vicente, 1 Q, 1 C' (MZUSP - 7154); Cananéia, 1 © (MZUSP - 7158); Praia do Araça, São Sebastião, 2Q (1 ovíg.), 1 O (MZUSP - 10634). Paraná: Pontal do Sul, Paranaguá, 1 O (ovíg.) (MZUSP - 9616); Praia do Encantado, Ilha do Mel, 7 Q, 11 O (MZUSP - 9023). Distribuição. Atlântico ocidental: Carolina do Norte, Flórida, Golfo do México, Cuba, Jamaica, Porto Rico, St. Thomas, Barbados, Panamá, até Brasil (do Maranhão até Santa Catarina). Atlântico oriental: Senegal a Angola. Pacífico oriental: Golfo da Califórnia, Costa Rica; Equador (Ilhas Galápagos), e Perú. Habitat. Ocorre na região intermareal, em qualquer esconderijo, sob pedras, corais, esponjas, bancos de mexilhão, e ostras. Espécie encontrada também em mangues, em raízes de Rhizophora sp. e Avicenia sp. e em pequenas lagunas. Até 60m. Petrolisthes galathinus (Bosc, 1801-1802) Porcellana galathina BOSC, 1801-1802: 233, pl. 6, fig. 2. Petrolisthes galathinus; HAY & SHORE, 1918: 404, pl. 29, fig. 1; HAIG, 1960: 36, pl. 19, fig. 4; WILLIAMS, 1984: 243, fig. 178. | Material examinado. BRASIL. Pará: Praia do Maçarico, Salnópolis, 10,1 O (ovíg.) (UFPb - 2918); São | João de Pirabas, Primavera, 2 Q (ovig.) (UFPb - 2924). Maranhão: Oiteiro, Cedral, 3 ELA OQ (ovig.) (UFPb - | 2986); Praia do Olho D'água, Ilha de São Luiz, 60,4 O (UFPb - 3075). Piauí: Praia do Coqueiro, Luiz Correia, | IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 171-186, 30 set. 1993 180 VELOSO & MELO 36, 1 Q (UFPb - 3066). Ceará: Ponta do Paracuru, 1 S (UFPb - 2804); Mangue da Prainha, Fortaleza, 1 Q (ovig.) (UFPb - 3008). Rio Grande do Norte: Enseada da Pititinga, 1 OS (UFPe - 2959); Ponta do Mel, Areia Branca, 1 O (UFPb - 2950). Paraíba: Praia de Camaçari, Lorena, 19 (UFPb - 3017); Ponta do Seixas, Cabo Branco, 1 Q (ovíg.) (UFPb - 3042). Pernambuco: Piedade, 1 Q (UFPe - 27104); Vila Velha, 3 S,3 OQ (1 ovíg.) (UFPe); Forte Orange, Itamaracá, 1 O (UFPe). Alagoas: Porto, Maceió, 5 O, 2 Q (1 ovíg.) (UFPe); Praia do Francês, Marechal Deodoro, 2& (UFRJ). Sergipe: São Cristóvão, Areia Branca, 86, 8Q (ovíg.) (UFPb - 2829). Bahia: Santa Cruz de Cabrália, IS (UFPe - 3016); Recife das Lixas, Parcel das Paredes, Abrolhos, 1 O (UFPe - 2939). Espírito Santo: Ilha das Gaitas, Vitória, IS (UFES - 081091). Rio de Janeiro: Gragoatá, Niterói, 2 Oil Q (MZUSP - 9470); Praia do Pontilhão, Ilha de Marambaia, 2 Gil O (MZUSP - 10668); Praia dos Anjos, Arraial do Cabo, 2 O, 19 (ovíg.) (MZUSP - 8350). São Paulo: São Sebastião, 1 OQ (MZUSP - 947); Barra de Santos, (MZUSP - 9855). Santa Catarina: Ponta das Canas, 1 O (MZUSP - 9567). Distribuição. Atlântico ocidental: Bermuda, Flórida, Bahamas, Golfo do México, Cuba, Jamaica, Porto Rico, St. Thomas, Curaçao, Panamá, Colômbia, Venezuela e Brasil (do Pará até Rio Grande do Sul). Atlântico oriental: Costa oesta da Africa. Pacífico oriental: Golfo da Califórnia, e da Costa Rica ao Perú. Habitat. Na região intertidal, sob pedras, corais, colônias de anêmonas, esponjas e ostras; entre raízes de Rhizophora sp. e pneumatóforos de Avicenia sp; em conglomerados de Mytilus sp. e grupamentos de poliquetas. Petrolisthes marginatus Stimpson, 1859 Petrolisthes marginatus STIMPSON, 1859: 74; GORE, 1983: 89; fig. 1. Material examinado. COLÔMBIA. Buccoa Reef, Tobago, 1 (AHF); Burucuca, | O (AHF). BRASIL. Pernambuco: Fernando de Noronha, 1 O (UFPe). Distribuição. Atlântico ocidental: Flórida, Porto Rico, St. Thomas, Ilhas Virgens, Barbados, Colômbia e Brasil (Fernando de Noronha). Atlântico oriental: Africa (Cabo Verde e Anobbon). Habitat. Em águas rasas, sob pedras. Petrolisthes rosariensis Werding, 1978 Petrolisthes rosariensis Werding, 1978: 214. Material examinado. BRASIL. Paraíba: Tambaú, João Pessoa, 6 O (4 ovig.), 3 SO (UFPb - 4833). Pernambuco: Candeias, 1 O (UFPe). Alagoas: Ponta Verde, Maceió, 1 Q (ovíg.) (UFPb - 3025). Bahia: Recife da Lixa, Parcel das Paredes, Abrolhos, 1 S (UFPb - 2855); Ilha de Santa Bárbara, Abrolhos, 1 OS dl O (ovig.) (UFPb - 2913). Distribuição. Atlântico ocidental: Panamá, Colômbia e Brasil (Paraíba até a Bahia). Habitat. Encontrada em ambientes de corais e algas calcárias, raramente sob pedras. Pisidia brasiliensis Haig, 1968 Pisidia brasiliensis HAIG in RODRIGUES-DA-COSTA 1968: 406. Material examinado: BRASIL. Pará: Santinópolis, Ponta do Atalaia, 2 Cl O (UFPb 2999). Maranhão: Cedral, Oiteiro, 146,1 Q (ovíg.) (UFPb - 3083); Ilha São Luiz, São José do Ribamar, 8 GS, 30 Q( ovig.), 1 jovem (UFPb - 3069). Ceará: Ponta Grossa, Aracati, 1 O (UFPb - 2902). Rio Grande do Norte: Peroba, 1 (O) IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 171-186, 30 set. 1993 | | | | | | | | | | | | | | L | Taxonomia e distribuição da família Porcellanidae... 181 (ovíg.) (UFPb - 2814); Areia Branca, Ponta do Mel, 76,6 Q (5 ovíg.) (UFPb - 2949). Paraíba: “Projeto Algas”, Est. 67b, 6°46'S: 34º33'W, 16, = (ovig.) (UFPb - 3077). Pernambuco: Gaibú, 2 O (UFPe); Piedade, 1 GI Q (1 ovíg.). Alagoas: Maceió, 2 O (UFRJ). Bahia: Ilha de Itaparica, Itaparica, 1 O (UFPb - 2850). Espírito Santo: Camburi, 2 O (UFRJ). Rio de Janeiro: Praia do Pontilhão, Marambaia, 2 © (ovíg.), 3 O (MZUSP - 9484). São Paulo: Baía de Ubatuba, 13 Q (10 ovíg.), 8 O (MZUSP - 11073); Ilha Bela, 1 O (MZUSP - 9992). Distribuição. Atlântico ocidental: Colômbia (Santa Marta e Ilha do Rosário) e Brasil (do Pará até São Paulo). Habitat. encontrada em fundo de areia e sob pedras. Polyonyx gibbesi Haig, 1956 Porcellana macrocheles GIBBES, 1850: 191. Polyonyx gibbesi HAIG, 1956: 28 nomen novum pro Porcellana macrocheles Gibbes, 1850, non P. macrocheles Poeppig, 1836 (= Petrolisthes violaceus Guerin); WILLIAMS, 1965: 113, fig. 90; 1984: 244, 1121779. Material examinado. BRASIL. Ceará: Fortaleza, 1 Q (ovig.) (UFPe - 27685). Pernambuco: Forte Orange, Itamaracá, 1 Q (UFPe). Bahia: Baía de Aratú, 2 O (UFP). Espírito Santo: Vitória, 2 42 O (ovig.) (UFES - 080110). Rio de Janeiro: Saco do Céu, Ilha Grande, 1 Q (ovig.) (MZUSP - 10643); Angra dos Reis, 1 9 (ovig.) (MZUSP - 6961). Sao Paulo: Valo Grande, Cananéia, 1 Si! Q (ovíg.) (MZUSP - 6778); São Sebastião, 2 Q (ovíg.), 1 O (MZUSP - 9491). Distribuição. Atlântico ocidental: Massachusetts, Carolina do Sul, Flórida, Porto Rico, Venezuela, Brasil (Ceará ao Rio Grande do Sul) e Uruguai. Habitat. Ocorre sob pedras, em areia fina e lama, do sublitoral até 15m. Esta espécie é frequentemente encontradano interior do tubo de Chaetopterus variopedatus (Polichaeta). Porcellana platycheles (Pennant, 1777) Pisidia platycheles PENNANT, 1777: 52. Porcellana platycheles; BOUVIER, 1940: 178, fig. 130. Porcellana paivacarvalhoi RODRIGUES-DA-COSTA, 1968: 405. Syn.n. Material examinado. BRASIL. São Paulo: Bairro São Francisco, São Sebastião, 1 O (MZUSP - 8951). Distribuição. Atlântico ocidental: Brasil (São Paulo). Atlântico oriental: das Ilhas Canárias até o Cabo Branco, e Mar Mediterrâneo. Habitat. Espécie encontrada em biótopos de pedras, seixos, cascalho e areia grossa, raramente vista sobre o substrato. Discussão. RODRIGUES-DA-COSTA (1968) descreveu sumariamente cinco novas espécies de Porcellanidae para a costa brasileira das quais duas atribuídas a Haig. Contudo, suas descrições não se fizeram acompanhar nem das respectivas ilustrações nem da designação dos tipos e onde estão depositados. P. carvalhoi foi descrita com base em 4 machos e 3 fêmeas procedentes de São Sebastião, SP; apenas foi encontrado um parátipo no MZUSP (nº 8951). A análise deste exemplar não revelou diferenças morfológicas com P.platycheles e, assim, não encontramos subsídios para manter a validade de P. carvalho. A ocorrência de P. platycheles no litoral brasileiro, revela a existência de um padrão de distribuição pouco comum, já que a mesma se distribui, também, no Atlântico oriental e Mediterrâneo. Vale a pena ressaltar que, transcorridos 25 anos desde RODRIGUES-DA- IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (75): 171-186, 30 set. 1993 182 VELOSO & MELO COSTA (1968) nenhum outro exemplar dessa espécie foi novamente coletado. Porcellana sayana (Leach, 1820) Pisidia sayana LEACH, 1820: 54. Porcellana sayana; WHITE, 1847: 64; WILLIAMS, 1965: 110, figs. 87; 1984: 245, fig. 180. Material examinado. BRASIL. Ceará: Fortaleza, 1 O (UFPe). Paraíba: Ponta do Tambaú, João Pessoa, LS Il O (ovíg.) (UFPb - 3049). Pernambuco: Piedade, Recife, 1 O. Íl Q (ovig.) (UFPe - 27372). Alagoas: Maceió, 1 © (UFPe). Bahia: Barra, Salvador, 2 O, 1 Q (UFBa); Ilha Siriba, Abrolhos, 1 O (UFPb - 2934). Espírito Santo: Vitória, 2 O (UFES - 080932). Rio de Janeiro: Ilha Grande, 3 6,3 Q (1 ovíg.) (MZUSP - 9851); Arraial do Cabo, 1 O (MZUSP - 10683). São Paulo: Ubatuba, “Veliger III”, Est. 20, 5 eme Q (4 ovíg.) (MZUSP - 8814), Ilha de São Francisco, IO (MZUSP - 7269). Distribuição. Atlântico ocidental: Carolina do Norte, Carolina do Sul, Georgia, Flórida, Bahamas, Golfo do México, Cuba, Pequenas Antilhas, Panamá, Colômbia, Venezuela, Brasil (Amapá até Rio Grande do Sul) e Uruguai. Habitat. Encontrada na região intertidal, fundos de lama, conchas e areia, e como comensal dos pagurídeos Petrochirus, Dardanus, Paguristes, Pagurus e do gastropoda Strombus gigas. Porcellana sigsbeiana A. Milne Edwards, 1880 Porcellana sigsbeiana MILNE-EDWARDS, 1880: 35; WILLIAMS, 1965: 111, fig. 88. Material examinado. BRASIL. Pará: “Almirante Saldanha”, est. 1926, 02°09'S: 48°15’W, 19 (ovíg.) (UFPe). Maranhão: “Almirante Saldanha”, est. 1993, 01º10'S: 44º54'W, 1 © (UFPe). Distribuição. Atlântico ocidental: Massachusetts até Golfo do México, Península de Yucatan, Cuba, Ilhas Virgens, Colômbia e Brasil (Pará e Maranhão). Habitat. Espécie euribata, ocorrendo de 27 a 393 metros. Uma fêmea foi encontrada sobre Tethyaster vestitus (Echinodermata), como um aparente comensal (GORE, 1974). DISCUSSÃO Até o presente, não foram encontrados quaisquer exemplares que se assemelhem a Petrolisthes costai Haig e Pisidia melloleitaoi Costa espécies descritas por RODRIGUES-DA-COSTA (1968), e cujos tipos não puderam ser encontrados. Por este motivo, essas espécies não foram tratadas no presente estudo. Além das espécies discutidas, COELHO (1963/64) cita Megalobrachium poeyi para a costa brasileira. Posteriormente, COELHO & RAMOS (1972: 175) tornam a se referir ao mesmo material como Pisidia sp. Atualmente, este exemplar está identificado como Pisidia brasiliensis. COELHO & RAMOS-PORTO (1980) mencionam a possibilidade da existência de 3 espécies novas de Pisidia. Contudo, após o exame detalhado deste material, conclui-se tratar de Pisidia brasiliensis. As espécies da família Porcellanidae apresentam variações na forma e, às vezes, IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 171-186, 30 set. 1993 Taxonomia e distribuição da família Porcellanidae... 183 também no número dos espinhos, dentes e granulações da carapaça e dos quelípodos, entre indivíduos de uma mesma espécie. Esta variação intra-específica foi constatada em Pachycheles haigae, P. greeley, Megalobrachium roseum e M. soriatum, as quais, frequentemente, ocasionam identificações errôneas, em virtudes da dificuldade de se lidar com estas variações. Considerações Zoogeográficas. A região das Guianas tem sido citada por COELHO (1967/69), COELHO-RAMOS (1972) e COELHO et al. (1977/78) como uma barreira zoogeográfica importante entre os crustáceos decápodos do Atlântico Central e a fauna tropical brasileira, devido às mudanças abióticas, como diminuição da salinidade e mudanças no tipo de fundo, que passa de um substrato organogênico no Caribe, para um predominantemente lamoso na região das Guianas. Aproximadamente 40 espécies da família Porcellanidae ocorrem na região leste dos Estados Unidos e Antilhas, das quais 177 apresentam seu limite meridional no litoral brasileiro. São espécies, na sua maioria, tropicais e estenohalinas termófilas, encontradas preferencialmente em substratos organogênicos e rochosos. Por conseguinte, a região das Guianas exerce grande influência na distribuição dos porcelanídeos em direção ao Atlântico Sul ocidental reduzindo gradativamente o número de espécies ao longo do litoral brasileiro. Só a partir do sul do Pará e Maranhão, quando começam a reaparecer os fundos coralígenos e de algas calcárias, que são abundantes na costa do nordeste até o norte do Espírito Santo, é que retornam as condições propícias para a ocorrência dos porcelanídeos. Como reforço a estas considerações, é justamente neste trecho do litoral brasileiro onde se observa o maior número de espécies, 19 no total, excetuando-se, apenas, Pachychelles chubutensis e Porcellana platycheles. Na altura do Rio de Janeiro, os substratos organogênicos começam a diminuir até seu total desaparecimento, devido, principalmente, às mudanças de temperaturas oriun- das das correntes frias do sul (COELHO et al., 1977/78; MELO, 1985). As mudanças dos fatores abióticos na região sudeste do litoral brasileiro refletem-se, novamente, na distribuição dos porcelanídeos, onde as espécies apresentam seus limites meridional e setentrional conforme sua tolerância térmica ao longo da costa e aos tipos de substratos encontrados. Desta forma, podemos caracterizar grupos de espécies conforme seus limites de tolerâncias térmicas, seguindo os padrões de distribuição geográfica determinados por MELO (1985). O gênero Megalobrachium talvez seja um dos mais antigos da família, já que todas as suas espécies americanas (M. mortenseni, M. soriatume M. roseum) se distribuem nos dois lados das Américas. Este fato sugere que essas espécies, junto com Pachycheles monilifer, sejam pré-pliocênicas, época em que ainda existia uma conexão setentrional entre o Atlântico ocidental e Pacífico oriental. Mais antigo ainda, parece ser o gênero Petrolisthes que apresenta 5 espécies, sendo 2 (P. galathinus e P. armatus) com distribuição circumtropical. | Petrolisthes marginatus e Porcellana platycheles apresentam distribuição anfi- atlântica. | O maior número de espécies forma um padrão tropical contínuo, desde o Caribe até | aregião sudeste-sul do Brasil. Fazem parte deste padrão distributivo: Pachychelles riisei, | P. ackleianus, Petrolisthes rosariensis, P. amoenus, Minyocerus angustus e Pisidia IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 171-186, 30 set. 1993 184 VELOSO & MELO brasiliensis. Este conjunto de espécies chega a este tipo de distribuição aproveitando as águas quentes da corrente do Brasil. Porcellana sayana é uma espécie típica de águas temperadas-quentes da região das Carolinas, e, como parece acontecer com todas as espécies carolinianas contínuas, alcança o Rio Grande do Sul, podendo chegar ao Uruguai. Polyonyx gibbesi é uma espécie de águas temperadas-frias da costa Virginiana, ocorrendo, continuamente, até o Uruguai. Este tipo de distribuição permite prever o encontro desta espécie no litoral argentino. Porcellana sigsbeiana também ocorre no litoral da Virginia, mas em profundida- des bem maiores (363m, segundo WILLIAMS, 1984), onde encontra, a exemplo de Pachycheles rugimanus, as águas extremamente quentes da Corrente do Golfo. Este fato talvez justifique o seu limite meridional ser no Maranhão, não ocorrendo nas águas mais frias da região sudeste sul do Brasil. A única espécie endêmica para o litoral brasileiro é Pachycheles greeleyi, com ampla distribuição do Pará ao Espírito Santo. Pachycheles haigae, embora ocorra, também, ao longo da costa brasileira, chega ao Uruguai e Argentina, demonstrando ser uma espécie com alta valência ecológica. Foi encontrada apenas uma espécie com origem em águas sub-antárticas (Magelânica), Pachycheles chubutensis, que, aproveitando as águas frias das Correntes das Malvinas, chega até Santa Catarina. Agradecimentos. Ao Dr. Petrônio Alves Coelho do Dept. de Oceanografia Universidade Federal de Pernambuco e Dr. Martin Christoffersen da Universidade Federal da Paraíba pelas sugestões, e por facilitar o acesso às coleções. Ao Dr. Nilton Hebling da UNESP - Rio Claro, à Prof. Vera Abud e Profº. Maria Cristina Ostrovski da Universidade Federal do Rio de Janeiro e ao colega Hélio de Santos Sá, da Universidade Federal do Espírito Santo, pelo empréstimo de material. À Dra. Janet Haig, da Allan Hancock Foundation, e ao Dr. Bernd Werding do Institut für Allgemaine und Spezielle Zoologie, pelas proveitosas discussões. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BOSC, L.A. 1801-1802. Histoire naturelle des crustacés contenant leur description et leurs moeurs; avec figures et dessines d'aprés nature. Paris. v. 1. 258 p., 8 pls. BOSCHI, E.E. 1963. Sobre dos especies de Pachycheles de la Argentina. Neotropica, La Plata, 9: 31-37. BOUVIER, E.L. 1940. Decapodes marcheurs. Faune de France, Paris, 37: 1-1404, pl. 1-14. CANO, G. 1889. Crostacei brachiuri ed anomuri raccolti nei viaggio della “Vettor Pisani” intorno al globo. Bol. Soc. Nat. Napoli, Napoli, 3: 79-105, 169-208. COELHO, P.A. 1963-1964. Lista dos Porcellanidae (Crustacea, Decapoda, Anomura) do litoral de Pernambu- co e Estados vizinhos. Trabs. Inst. Oceanogr. Univ. Fed. Pernambuco, Recife, 5/6: 51-68. — . 1967-1969. A distribuição dos crustáceos decápodos reptantes do Norte do Brasil. Trabs. Oceanogr. Univ. Fed. Pernambuco, Recife, 9/11: 223-238. — . & RAMOS,M. 1972. A constituição e a distribuição da fauna-de decápodos do litoral leste da América do Sul entre as latitudes de 5ºN e 39ºS. Trabs. Oceanogr. Univ. Fed. Pernambuco, Recife, 13: 133-236. — . & RAMOS-PORTO, M. 1980. Crustáceos decápodos da costa do Maranhão, Brasil. Bolm. Inst. Oceanogr., São Paulo, 29 (2): 135-138. Sn & CALADO, T.C.S. 1983. Litoral de Alagoas e Sergipe: Decapoda. An. Soc. Nordest. Zool., Maceiö, 1 (1):133-155. ,— & KOENING, M.L. 1977-1978. Crustáceos marinhos do Brasil, do Uruguai e da Argentina (ao norte de Mar del Plata). An. Univ. Fed. Rural Pernambuco, Recife, 2/3: 227-256. DANA, J.D. 1852. Crustacea. In: United States Exploring Expedition during the years 1838-1842, under the comand of Charles Wilkes, U.S.N. Philadelphia, v. 13, part 1. 685p. —— 1855. Atlas. In: United States Exploring Expedition during the years 1838-1842, under the IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (75): 171-186, 30 set. 1993 Taxonomia e distribuição da família Porcellanidae... 185 command of Charles Wilkes, U.S.N., Philadelphia, v. 13, part 1, 27 p., 96 pls. FAUSTO-FILHO, J. 1978. Crustáceos estomatópodos e decápodos dos substratos de areia do Nordeste brasileiro. Arq. Ciênc. Mar, Fortaleza, 19 (1): 45-56. GIBBES, L.R. 1850. On the carcinological collections of the United States, and an enumeration of species contained in them, with notes on the most remarkable, and descriptions of new species. Proc. Amer. Assoc. Adv. Sci., Philadelphia, 3: 167-201. GORE, R.H. 1970. Pachycheles cristobaliensis sp. nov., with notes on the porcellanid crabs of the southwestern Caribbean. Bull. Mar. Sci., Miami, 20: 947-970. — . 1974. Biological results of the University of Miami Deep Sea Expeditions. 102. On a small collection of porcellanid crabs from the Caribbean Sea (Crustacea, Decapoda, Anomura). Bull. Mar. Sci., Miami, 24: 700-721. — . 1982. Porcellanid crabs from the coast of Mexico and Central America (Crustacea, Decapoda, Anomura). Smiths. Contr. Zool., Washington, 363: 1-34. — . 1983. The identity of Petrolisthes marginatus Stimpson, 1859, and the description of Petrolisthes dissimulatus n. sp. (Crustacea, Decapoda, Porcellanidae). Proc. Biol. Soc. Wash., Washington, 96 (1): 89- 102. — . & ABELE,L.G. 1973. Three new species of porcellanid crabs (Crustacea, Decapoda, Porcellanidae) from the Bay of Panama and adjacent Caribbean waters. Bull. Mar. Sci., Miami, 23: 559-573. — . & ___. 1976. Shallow water porcellain crabs from the Pacific coast of Panama and adjacent Caribbean waters (Crustacea, Decapoda, Porcellanidae). Smiths. Contr. Zool., Washington, 237: 1-30. GUÉRIN-MÉNEVILLE, F.E. 1855. Atlas de Zoologia. Crustaceos, aragnides y insectos. In: R. de la Sagra, Historia fisica, politica y natural de la Isla de Cuba. Paris. v. 8, 20 pls. HAIG, J. 1956. The Galatheidea (Crustacea, Anomura) of the Allan Hancock Atlantic Expedition with a review of the Porcellanidae of the Western North Atlantic. Rep. Allan Hancock Atl. Exped., Los Angeles, 8: 1- 43, 1 pl. — . 1960. The Porcellanidae (Crustacea, Anomura) of the Eastern Pacific. Allan Hancock Pac. Exped., Los Angeles, 24: 1-440. — . 1962. Papers from Dr. Th. Mortensen's Pacific Expedition 1914-1916, LXXIX. Porcellanid crabs from Eastern and Western America. Vidensk. Medd. Dansk naturh. Foren, Copenhagen, 124: 171-192, figs. 1-5. — . 1966. Sur une collection de crustacés porcellanes (Anomura, Porcellanidae) de Madagascar et des Commores. Cah. Orstom Océanogr., Paris, 3: 39-50. — . 1968. Eastern Pacific Expeditions of the New York Zoological Sociais Porcellanid crabs (Crustacea, Anomura) from the West coast of Tropical America. Zoologica, New York, 53 (2): 57-74. HAY, W.P. & SHORE, C.A. 1918. The decapod crustaceans of Beaufort, N.C., and the surrounding region. Bull. U. S. Bur. Fisheries, Washington, 35: 371-475, pls. 25-39. HELLER, C. 1862. Neue Crustaceen, gesammelt wahrend der Weltumseglung der K.K. Novara. Zweiter Vorlaufiger Bericht. Verh. Zool. Bot. Ges. Wien, Viena, 12: 519-528. — . 1865. Crustacean. In: Reise der oesterreichischen Fregatte Novara un die Erde, in den Jahren 1857, 1858, 1859, Zoologischer Theil 2, Viena, v. 3, part 1, 280 p., pls. 1-25. HENDERSON, J.R. 1888. Report on the Anomura collected by H.M.S. Challenger during the years 1873- 1876. Rep. Zool. Challenger Exped., Londres, 27: 1-221, pls. 1-21. LEACH, W.E. 1820. Galateadées. In: Dictionnaire des Sciences Naturelles, Paris, v. 8, p. 49-59. MELO, G.A.S. 1985. Taxonomia e padrões distribucionais e ecológicos dos Brachyura (Crustacea, Decapoda) do litoral sudeste do Brasil. Universidade de São Paulo (Tese de Doutorado). Instituto de Biociências. 216p. MILNE-EDWARDS, A. 1880. Reports on the results of dredging under the supervision of Alexander Agassiz, in the Gulf of Mexico, and in the Caribbean Sea, 1877, 78, 79, by the U.S. Coast Survey Steamer “Blake”, Lieut. -Commander C.D. Sigsbee, U.S.N., and Commander J.R. Bartlett, U.S.N., commanding. VIII. Études préliminaires sur les Crustacés. Bull. Mus. Comp. Zool., Harvard, 8: 1-68, pls. 1-2. MULLER, F. 1862. Die Verwandlung der Porcellanen. Vorlaufige Mittheilung. Arch. Naturgesch., Berlin, 28 (1): 194-199. ORTMANN, A. 1892. Die Dekapoden Krebs des Strassburger Museums IV. Theil. Die Abtheilungen Galatheidea und Paguridea. Zool. Jahrb., System., Jena, 6: 241-326, pls. 11-12. PENNANT, M.J. 1777. Crustacea, Mollusca, Testacea, Londres. 154 p. (British Zoology). RATHBUN, M.J. 1900. Results of the Branner-Agassiz Expedition to Brazil. I. The Decapod and Stomatopod IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (75): 171-186, 30 set. 1993 186 VELOSO & MELO Crustacea. Proc. Wash. Acad. Sci., Washington, 2: 133-156, pl. 8. RODRIGUES-DA-COSTA, H. 1960. Pachycheles haigae, nueva especie de la Familia Porcellanidae (Crustacea, Anomura). Neotropica, La Plata, 6: 21-24, figs. 1-4. __. 1965. Porcellanidae brasileiros. I. Gênero Pachycheles Stimpson, 1858. Bolm. Mus. Biol., Rio de Janeiro, 25: 11-15. — . 1968. Novas espécies de Porcellanidae brasileiros (Crustacea, Anomura). An. Acad. Brasil. Ciênc., Rio de Janeiro, 40: 405-406. SAY,T. 1818. Appendix to the account of the Crustacea of the United States. J. Acad. Nat. Sci., Philadelphia, 1: 445-458. SCHMITT, W.C. 1924. Bijdragem tot de Kensis der fauna van Curaçao... The Macruran, Anomuran and Stomatopod Crustacea. Bijdr. Dierk., Amsterdam, 23: 61-81, figs. 1-17. SILVA, B.M.G.; BRAGA, A.C. & DINCAO, F. 1989. Porcellanidae (Decapoda, Anomura) de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, Brasil. Iheringia, Ser. Zool., Porto Alegre, (69): 131-146. STIMPSON, W. 1858. Prodromus descriptionis animalium evertebratorum... Pars VII. Crustacea Anomura. Proc. Acad. nat. Sci., Philadelphia, 10: 225-252. — . 1859. Notes on North American Crustacea. Nº 1. Ann. Lyc. Nat. Hist., New York, 7: 49-93, pl. 1. WERDING, B. 1977. Los porcelanideos (Crustacea, Anomura, Porcellanidea) de la region de Santa Marta, Colômbia, An. Invest. Mar. Punta Betin, Punta Betin, 9: 173-214. — . 1978. Eine Porzellanidae Petrolisthes magdalensis n. sp. von der Karibischen kust kolumbiens (Crustacea, Decapoda, Anomura). Senckenberg. Biol., Frankfurt, 59: 307-310. — . 1982. Porcellanid crabs of the Islas del Rosario, Caribbean coast of Colombia, with a description of Petrolisthes rosariensis new species (Crustacea, Anomura). Bull. Mar. Sci., Miami, 32 (2): 439-447. — . 1984. Porcelanideos (Crustacea, Anomura, Porcellanidae) de la Isla de Providencia, Colombia. An. Inst. Mar. Punta Betin, Punta Betin, 14: 3-16. WHITE, A. 1847. List of the specimens of Crustacea in the collection of the British Museum, London, v. 8. 140p. WILLIAMS, A.B. 1965. Marine Decapod Crustaceans of the Carolinas. Fishery Bull., Washington, 65 (1): 1- 298. — . 1984. Shrimps, lobsters and crabs of the Atlantic coast of the Eastern United States, Maine to Florida. Washington, Smithsonian Institution. 550p. Recibido em 14.05.1993; aceito em 2.07.1993. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (75): 171-186, 30 set. 1993 NOTA CIENTÍFICA SPONGES FROM THE FLOODED SANDY BEACHES OF TWO AMAZONIAN CLEAR WATER RIVERS (PORIFERA) KEYWORDS. Porifera, freshwater sponges, amazonian aquatic habitats. SIOLI (1956) studied in detail the characteristics of the seasonally flooded areas along his proposed “clear water” type river 1n the Central Amazonia. He pointed out the remarkable abundance of fresh-water sponges incrusting the peculiar vegetation of the “igapós (= floodplain lakes, JUNK & FURCH, 1985), or that along the white-sand beaches of those rivers. Rio Verde and Rio Tapajós are both clear water rivers (JUNK & FURCH, 1985). The junior author sampled sponges along a stretch of the white-sand beach at the left margin of Rio Verde, close to its mouth in the Jamari River, Rondonia State, on November, 1988. The sponges incrusted pieces of bark or logs and branches left on the sand by the lowering waters as well as trunks of the trees along the forest/beach boundary . The specimens were identified as: Trochospongilla pennsylvanica (Potts, 1882) (MCN REG 51709, 1713, 2438, 2502, 2508; 2524, 2525, 2528, 2529, 2531, 2570, 2571, 2572, 2573, 2574); Metania fittkaui Volkmer-Ribeiro, 1979 (MCN 1612, 1613, 1616, 1617, 1619, 1678, 1699, 1704, 1706, 1707,1708,1710,1711,1712,2527,2530); Drulia uruguayensis Bonetto & Ezcurra de Drago, 1968 (MCN 2569); Spongilla spoliata Volkmer-Ribeiro & Maciel, 1983 (MCN 1620, 1701, 2423, 2526, 2676). The senior author sampled sponges from the “Praia Vermelha” and from Lago do Piranha, right margin of the Rio Tapajós at Alter do Chão, Pará State, on October 13, 1991. She also received specimens collected by Mr. Joaquim A. Andrade from Rio Tapajós, at Praia do Araróa, Santarém, Pará State, on October 13, 1991. At Praia Vermelha the sand takes on a red tint from the red-sandstone outcrop of Serie Barreiras which limits the beach inner side. At Praia Vermelha the sponges heavily incrust the branches and trunks of the sparse bushes and trees thriving on the sand (SIOLI, 1956, fig. 14 photographed this habitat). Some sponge crusts were also found on the outcrops of the red-sandstone inside the river. At Lago do Piranha a few specimens incrusted the shallow vegetation along the pond margins. The specimens from Praia da Areia Vermelha were identified as Drulia cristata (Weltner, 1895) (MCN 2080, 2081, 2082, 2348, 2349, 2353, 2420); Corvospongilla seckti Bonetto & Ezcurra de Drago, 1966 (MCN 2350, 2351): Trochospongilla paulula (Bowerbank, 1863) (MCN 2403, 2405, 2421, 2675); Drulia uruguayensis Bonetto & Ezcurra de Drago, 1968 (MCN 2079, 2352, 2404, 2412, 2422, 2429,2575,2577). The specimens from Praia do Araroä were identified as Drulia cristata (Weltner, 1895) (MCN 2400, 2401, 2417, 2418, 2419); Corvospongilla seckti Bonetto & Ezcurra de Drago, 1966 (MCN 2576, 2579); Oncosclera spinifera (Bonetto & Ezcurra de Drago, 1973) (MCN 2580); Drulia uruguayensis Bonetto & Ezcurra de Drago, 1968 (MCN 2425, 2428); Spongilla spoliata Volkmer - Ribeiro & Maciel, 1983 (MCN 2399, 2578, 2581). The specimens from Lago do Piranha were identified as Trochospongilla paulula (Bowerbank, 1863) (MCN 2402). All the sampled specimens are deposited in the Porifera Collection of Museu de Ciências Naturais (MCN), Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. Remarks: D. cristata remains as an endemic of the Rio Tapajós. This is the second register of the occurrence of this species which appeared as a clear dominant in the IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (75): 187-188, 30 set. 1993 188 VOLKMER-RIBEIRO & TAVARES sampled sites. M. fittkaui is registered for the first time for a river of the “clear water” category. It had been originally recorded only from small tributaries of the Rio Negro (a “black water” type river, JUNK & FURCH. 1985) close to its mouth in the Amazon. The same statement applies to S. spoliata which is now seen to range east to west of the Amazon Basin. On the other hand, D. uruguayensis, firstly registered from River Uruguay and next (EZCURRA-DE-DRAGO, 1975) for rivers in the Suriname is now seen to range from north to south of South America and from east to west of the Amazon Basin. Ilustrations for the listed species can be found in BONETTO & EZCURRA-DE- DRAGO (1966, 1968, 1973) for respectively, C. seckti, D. uruguayensis and O. spinifera; DE ROSA-BARBOSA (1980) for D. cristata; VOLKMER-RIBEIRO & COSTA (1992) for M. fittkaui, VOLKMER-RIBEIRO & DE-ROSA-BARBOSA (1985) for T. paulula and VOLKMER-RIBEIRO & MACIEL (1983) for S. spoliata and T. pennsylvanica. Acknowledgements. To Dr. Edmundo A. T. Pereira, of Depto. de Estudos de Efeitos Ambientais of Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A. (ELETRONORTE), Brasília, for the invitation to participate in the Faunal Rescue operation at the closing of the Samuel Dam across River Jamari, when the facilities were provided for a downstream expedition to River Verde. REFERENCES BONETTO, A. A. & EZCURRA-DE-DRAGO, I. 1966. Nuevos aportes al conocimiento de las esponjas argentinas. Physis, Buenos Aires, 26 (71): 129-140. — . 1968. El genero Drulia en el Rio Uruguay (Porifera, Spongillidae). Physis, Buenos Aires 28 (70): 211- 216. — . 1973. Aportes al conocimiento de las esponjas del Orinoco. Physis, Buenos Aires 84 (32): 19-27. DE ROSA-BARBOSA, R. 1980. Redescrição do material tipo de Drulia cristata (Weltner, 1895) e identificação do conteúdo espicular associado (Porifera, Spongillidae). Iheringia, Ser. Zool., Porto Alegre, (56): 87-94. EZCURRA-DE-DRAGO, I. 1975. Freshwater sponges of Suriname. Stud. Fauna Suriname, The Hague 15: 175-183. JUNK, W.J. & FURCH, K. 1985. The physical and chemical properties of Amazonian warters and their relationships with the Biota. p. 3-17. In: PRANCE, G. T. & LOVEJOY, T. E. (eds.). Amazonia (Key Environments). London, Pergamon. SIOLI, H. 1956. O rio Arapiuns. Bol. tecn. Inst. Agr. Norte, Belém, 32: 1-116. VOLKMER-RIBEIRO, C. & MACIEL, S.B. 1983. New freshwater sponges from Amazonian waters. Amazoniana, Kiel, 8 (2): 255-264. VOLKMER-RIBEIRO, C. & DE ROSA-BARBOSA, R. 1985. Redescription of the freshwater sponges Trochospongilla repens (Hinde, 1888) and Trochospongilla amazonica (Weltner, 1895), with an account of the South American species of Trochospongilla (Porifera: Spongillidae). Iheringia, Ser. Zool., Porto Alegre, (65): 77-93. VOLKMER-RIBEIRO, C. & COSTA, P.R.C. 1992. On Metania spinata (Carter, 1881) and Metania kiliani n. sp.: Porifera, Metaniidae Volkmer-Ribeiro, 1986. Amazoniana, Kicl, 12 (1): 7-16. CECÍLIA VOLKMER-RIBEIRO! & MARIA DA CONCEICAO M. TAVARES”. (1) Museu de Ciências Naturais, Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul, C.P. 1188, 90001-970 Porto Alegre, RS, Brasil. (Pesquisador do CNPq); (2) Curso de Pós-Graduação em Biociências, Zoologia, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, C.P. 1459, 90610-970 Porto Alegre, RS, Brasil. Recebido em 24.12.1992: aceito em 26.02.1993. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 187-188, 30 set. 1993 NOTA CIENTÍFICA OBSERVAÇÕES SOBRE ALGUMAS AVES DO SUL DO BRASIL KEYWORDS. Aves, Southern Brazil, new records. A avifauna do sul do Brasil é uma das mais conhecidas no país, sobretudo graças as obras abrangentes de BELTON (1984, 1985) para o Rio Grande do Sul (RS) e de SICK et al. (1981) para Santa Catarina (SC). Nesta contribuição registra-se a ocorrência de espécies raras ou pouco conhecidas para esses Estados. Anas leucophrys Vieillot, 1816 - marreca-de-coleira. Em 10.XII.1989, observamos um casal em um lago eutrófico, localizado Skm W de Capivari, Palmares do Sul, RS (30º07'S - 50º30'W, alt.: 10m). Poucas observações sobre esta espécie foram publicadas para o Rio Grande do Sul. BELTON (1984) menciona somente três registros neste século, todos do Sudeste do Rio Grande do Sul, um dos quais realizado durante o verão austral. E. P. Albuquerque (com. pessoal, 1992) registrou, em 11.VII.1976, um casal, na lagoa do Nicola, Estação Ecológica do Taim, (32º33'S/52º31'W - 32º34'8/52º33' W, alt.: 2m). Leucopternis polionota (Kaup, 1847) - gavião-pombo-grande. Em 31. V. 1991, um exemplar foi observado no Morro da Igreja (28º07'S - 49º 27'W, alt.: 1806m), Parque Nacional de São Joaquim, São Joaquim, SC. A ave caçava em campo, à distância de um a dois quilômetros de uma mata. IHERING (1898, 1899) relatou a coleta de um exemplar no Rio Grande do Sul e outro em Santa Catarina. Há regisros de mais três observações, uma no Rio Grande do Sul (VOSS, 1982) e duas em Santa Catarina (SICK et al., 1981). Embora seja considerada ave de floresta (SICK, 1985), sobrevoa o campo (VOSS, 1982). Buteogallus urubitinga (Gmelin, 1788) - gavião-preto. No município de Bom Jesus, RS, observamos espécimens voando sobre campo: um destes a 7/km W de Silveira, RS (28º38'S - 49º58 W, alt.: 1100m), em 15.VII.1989, e outro a 3km W de São José dos Ausentes, RS (28º 44'S - 50º05'W, alt.: 1200m), em 01.VI.1991. BELTON (1984) constatou a presença desta espécie em alguns pontos do Estado, mas não no extremo do Planalto, divisa com o Estado de Santa Catarina. Hydropsalis brasiliana (Gmelin, 1789) - curiango-tesoura. Em 11.X.1991, locali- zamos um macho numa clareira do bosque ao leste da sede da Estação Ecológica do Taim (32°32'S - 52º32 W, alt.: Sm), Rio Grande, RS. O bosque é caracterizado pela presença de Ficus organensis (Miguel) Miguele Erythrina cristagalli Linnaeus, mas parcialmente alterado por pastoreio de gado. Trata-se de ave comum em diversas regiões do interior do Rio Grande do Sul (BELTON, 1984). Com esta observação no Taim, confirma-se sua ocorrência no litoral do extremo sul do Estado. Pachyramphus validus (Lichtenstein, 1823) - caneleiro-de-crista. Uma fêmea, identificada conforme descrição de DUNNING (1982) e NAROSKY & YZURIETA (1987), foi observada em 25.X11.1989, na copa de uma árvore, no vale do Arroio Araçá (29º09'S - 51º21'W, alt.: 200m), Progresso, RS. Esta espécie é um visitante estival; raramente observada no Rio Grande do Sul, tendo sido registrada, até o momento, apenas para as regiões do Planalto e da Serra do Sudeste (BELTON, 1985). Dolichonyx oryzivorus (Linnaeus, 1758) - triste-pia. Em 15.XII.1989, três exem- plares, com plumagem de descanso, foram observados 25km NW de São Rafael, Quaraí, RS (30°18'S - 55°55'W, alt.: 200m), no oeste do Estado. Pousaram durante vários minutos sobre um arbusto a 40m de distância do arroio Pai-passo e se dedicaram à limpeza da plumagem, tendo sido identificados pelo desenho característico na cabeça. Esta ave IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 189-190, 30 set. 1993 190 RADTKE & WEBER migratória da América do Norte passa o inverno boreal principalmente no norte da Argentina, sendo comum nos pantanais de Corrientes e Entre Rios, Argentina (RIDGLEY & TUDOR, 1989). Para o Rio Grande do Sul, há apenas uma observação realizada em 1914 (PINTO, 1944). Habia rubica (Vieillot, 1817) - tiê-da-mata. Em 23 e 26.X11.1989, registramos a presença de um par e de suas vocalizações no subbosque denso de mata próxima à confluência do arroio Araçá com o rio Fão (29º09'S - 52º21 W, alt.: 200m), Progresso, RS. Como esse Thraupidae, frequentemente, oculta-se no interior da mata, dificilmente é observado. Até o momento, havia sido assinalado no RS apenas na mata do Parque Florestal Estadual do Turvo (ALBUQUERQUE, 1981) e nas escarpas centro-leste (BELTON, 1985). | Saltator similis D'Orbigny & Lafresnaye, 1837 - trinca-ferro de-asa-verde. Em 24 e 25.X11.1989, observamos um indivíduo em arbustos na orla da mata no vale do arroio Araçá (29º09'S - 52221 W, alt. - 200m), Progresso, RS; foi identificado pela garganta branca, estria malar, e lista superciliar branca. Até o momento, foi constatada no nordeste do Rio Grande do Sul, onde ocorre sobretudo nas escarpas e para o oeste do Estado, especialmente na bacia do Rio Ibicuí (BELTON, 1985). Agradecimentos. Ao Deutscher Akademischer Austauschdienst (DAAD) pelos auxílios concedidos. Trabalho realizado através do convênio da PUC/RS com a Universidade de Tübingen, Alemanha. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALBUQUERQUE, E. P. de. 1981. Lista preliminar das aves observadas no Parque Florestal Estadual do Turvo, Tenente Portela, Rio Grande do Sul, Brasil. Roessléria, Porto Alegre, 4 (1): 107-122. BELTON, W. 1984. Birds of Rio Grande do Sul, Brazil. Pt. 1. Rheidae through Furnaridae. Bull. Am. Mus. Nat. Hist., New York, 176 (4): 369-636. — . 1985. Birds of Rio Grande do Sul, Brazil. Pt. 2. Formicaridae through Corvidae. Bull. Am. Mus. Nat. Hist., New York, 180 (1): 1-242. Dunning, J. S. 1982. South American land birds. Newtown Square. Harrwood. 351p. IHERING, H. von. 1898. As aves do Estado de São Paulo. Revta. Mus. Paul., São Paulo 3: 113-476. — . 1899. As aves do Estado do Rio Grande do Sul. Annuário do Estado do Rio Grande do Sul para o anno 1900, Porto Alegre, 15: 113-154. NAROSKY, T. & YZURIETA, D. 1987. Guia para la identificación de las aves de Argentina y Uruguai. Buenos Aires, Asoc. Ornitológica del Plata. 340p. PINTO, O. M. de O. 1944. Catálogo das aves do Brasil. v.2. São Paulo, Secretaria da Agricultura, Indústria e comércio. 700p. RIDGLEY, R. S. & TUDOR, G. 1989. The birds of South America. v.1. Oxford University. 516p. SICK, H. 1985. Ornitologia Brasileira; uma introdução. v. 1. Brasília, Universidade de Brasília. 481p. SICK, H.; ROSÁRIO, L. A. & AZEVEDO, T.R. 1981. Aves do Estado de Santa Catarina. Sellóvia, Ser. Zool., Florianópolis, (1): 1-52. VOSS, W. A. 1982. Comunicação sobre a ocorrência do gavião-pombo, Leucopternis polionota (Kaup, 1847), no município de Viamão, RS, Brasil. (Aves-Accipitridae). Pesquisas, Ser. Zool., São Leopoldo (33): 27- 28. WILLIS, E. O. & ONIKI, Y. 1991. Nomes gerais para as aves brasileiras. São Paulo, Brasiliense, 79p. RAINER RADTKE! & ERICH WEBER?. (1) Laboratório de Pesquisas Bioló- gicas da Universidade de Tübingen na PUC/RS, Av. Ipiranga 6681, 90.610-001 Porto Alegre, RS, Brasil. (2) Lehrstuhl fur Systematische Zoologie, Universitat Tübingen, Auf der Morgenstelle 28, Tübingen, RF Alemanha. Recebido em 4.11.1991 (1º versão) e 10.03.1993 (2: versão); aceito em 24.04.1993 IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 189-190, 30 set. 1993 e — 191 O periódico IHERINGIA, SÉRIE ZOOLOGIA editado pelo Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, destina-se a publicar trabalhos originais em Zoologia. E distribuído a Instituições congêneres em regime de permuta. Mediante entendimento prévio poderá ser enviada a cientistas e demais interessados. RECOMENDAÇÕES AOS AUTORES 1. Os manuscritos devem ser encaminhados ao Editor, em três vias, em forma definitiva, datilografados em papel ofício , em espaço duplo redigidos preferencialmente em português, inglês, espanhol ou francês. A correção gramatical é de inteira responsabilidade do(s) autor (es). 2. Os manuscritos, sempre que possível, devem compreender os seguintes tópicos: Título; Nome (s) do (s) Autor (es); Abstract (em inglês, inclusive o título do trabalho); Keywords (no máximo cinco); Introdução; Material e Métodos; Resultados e/ou Discussão; Conclusões; Agradecimentos e Referências Bibliográficas. A exceção do (s) nome (s) do (s) Autor (es), todos os demais elementos acima devem ser escritos em CAIXA ALTA. 3. Não usar notas de rodapé, exceto a da primeira página que deve conter o endereço completo do (s) autor (es). 4. As referências citadas no texto devem ser feitas no seguinte modo: FONSECA (1987), (FONSECA, 1987), FONSECA (1987:54) ou (FONSECA, 1987:54). Trabalhos não publicados devem ser evitados. As referências bibliográ- ficas devem estar dispostas em ordem alfabética e cronológica, segundo as normas da ABNT, salvo o ano da publicação que deve seguir o nome do autor. As abreviaturas dos nomes de periódicos devem obedecer as normas do “World List of Scientific Periodicals”. Exemplos: SANTOS, E. 1952. Daemaao beija-flor. 2.ed.rev. ampl. Rio de Janeiro, F. Briguiet. 335p. BERTSCHINGER, R.B.E. & THOMÉ, J.W. 1987. Contribuição à recaracterização de Phyllocaulis soleiformis (Orbigny, 1835) (Gastropoda, Veronicelidae). Revta bras. Zool., São Paulo, 4 (3): 215-233. 5. As ilustrações devem ser feitas preferencialmente a traço, com nanquim, em papel vegetal acompanhadas de escalas. As ilustrações (desenhos, fotografias, gráficos e mapas) devem ser tratadas como figuras e numeradas com algarismos arábicos sequênciais; devem ser montadas em cartolina branca, proporcionais às dimensões (12cmx17cm) não ultrapassando o dobro, adotado o critério de rigorosa economia de espaço. A Comissão Editorial reserva-se o direito de efetuar alterações na montagem das pranchas ou solicitar nova montagem aos autores. As legendas devem ser datilografadas em folha (s) a parte. Ilustrações a cores devem ser combinadas previamente e seu custo fica a cargo do (s) autor (es). As tabelas devem permitir uma redução para um máximo de 12cmx17cm; devem ser numeradas com algarismos romanos e apresentar título conciso e claras explicações que permitam sua compreensão sem consultas ao texto. As figuras e tabelas não devem ser incluídas no meio do texto e devem estar identificadas no verso. 6. A elaboração da listagem do material examinado deve dispor as localidades do Norte para o Sul e de Leste para Oeste e as siglas das instituições compostas de 4 letras segundo o modelo abaixo: Ex.: VENEZUELA. Sucre: San Antonio del Golfe, 5 Q 08.V.1942, S. Karpinski col., (MNHN, 2547). PANAMA. Chiriqui: Bugaba (Volcan de Chiriqui), 3 6,3 Q, 24.V1.1901, Champion col. (BMNH, 1901). BRASIL. Goiás: Jataí, (Fazenda Aceiro), 3 ©, 15.X1.1915, C. Bueno Col. (MZSP, 4312); Paraná: Curitiba, 1 2, 10.X11.1925, F. Silveira col. (MNRJ); Rio Grande do Sul: Viamão, 5 ©. 17.X1.1943, S. Carvalho col. (MCNZ, 2147). 7. A seleção dos manuscritos far-se-á pela Comissão Redatorial após parecer de no mínimo dois referees. Alterações de pequena monta serão feitas pela própria Comissão. Alterações mais substanciais serão solicitadas aos autores, mediante a devolução dos originais, acompanhados das sugestões. As provas tipográficas não serão enviadas ao (s) autor (es), exceto em caso excepcionais. 8. Para cada artigo será fornecido, gratuitamente, um número fixo de 50 separatas, sem capa. Maria Helena M. Galileo uf Editora COMISSAO REDATORIAL Erica H. Buckup Maria E. Lanzer-de-Souza Maria H. M. Galileo IE M. Alves ENDERECO PARA PERMUTA (Address for exchange) Maria Helena Bopp Müller Editoração Fundação Zoobotânica do RS Caixa Postal 1188 90001-970 Porto Alegre, RS Brasil IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 191, 30 set. 1993 192 CONSULTORES CIENTIFICOS * Arno A. Lise, Instituto de Biociências, PUC-RS, Porto Alegre, RS. e Abel Lavorenti, Departamento de Zootecnia, ESALQ, Piracicaba, SP « Alfredo Langguth, Museu Nacional, Rio de Janeiro, RJ * Ana Maria Setúbal Vanin, Instituto Oceanogräfico, USP, São Paulo, SP. « Ângelo B.M. Machado, Departamento de Zoologia, UFMG, Belo Horizonte, MG e Arnaldo C. dos S. Coelho, Museu Nacional, Rio de Janeiro, RJ e Carlos Emílio Benvenuti, Departamento de Biologia-Bentos, Rio Grande, RS e Carlos H. W. Flechtmann, Departamento de Biologia, ESALQ, Piracicaba, SP e Carlos Ribeiro Vilela, Departamento de Biologia, USP, São Paulo, SP « Carlos Roberto Brandão, Museu de Zoologia, USP, São Paulo, SP e Cleide Costa, Museu de Zoologia, USP, São Paulo, SP « Cesar Ades, Instituto de Psicologia, USP, São Paulo, SP * Dalton de Souza Amorim, FFCLRP, USP, Ribeirão Preto, SP « Dante Martins Teixeira, Museu Nacional, Rio de Janeiro, RJ « Diethardt A. Jebram, Instituto de Biociências, PUC-RS, Porto Alegre, RS * Dilma Solange Napp, Departamento de Zoologia, UFPR, Curitiba, PR * Edmundo Ferraz Nonato, Instituto Oceanográfico USP, São Paulo, SP « Eduardo Bertoletti, CETESB, São Paulo, SP « Edwin O’Neill Willis, Instituto de Biociências, UNESP, Rio Claro, SP « Elenita G. Goldstein, Setor de Ensaios Biológicos, CETESB, São Paulo, SP « Eleonora Trajano, Instituto de Biociências, USP, São Paulo, SP « Erika Schlenz, Instituto de Biociências, USP, São Paulo, SP * Fernando da Costa Novaes, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, PA « Francisco M. de Souza Braga, Instituto de Biociências, UNESP, Rio Claro, SP « Gilberto Righi, Instituto de Biociências, USP, São Paulo, SP * Gustavo A. Schmidt de Melo, Museu de Zoologia, USP, São Paulo, SP * Heraldo A. Britski, Museu de Zoologia, USP, São Paulo, SP « Hilda de Souza Lima Mesquita, Instituto Oceanográfico, USP, São Paulo, SP * Jaime Loyola e Silva, Departamento de Zoologia, UFPR, Curitiba, PR e Janira Martins Costa, Museu Nacional, Rio de Janeiro, RJ * João M.F. Camargo, FFCLRP, USP, Ribeirão Preto, SP * João Oldair Menegheti, Museu de Ciências Naturais, FZB, Porto Alegre, RS « Jocélia Grazia, Inst. de Biociências UFRGS, Porto Alegre, RS « José Albertino Rafael, Coordenação de Pesq. em Entomologia, INPA, Manaus, AM « José Cândido de Melo Carvalho, Museu Nacional, Rio de Janeiro, RJ e José Felipe R. Amato, Instituto de Biologia, UFRRJ, Seropédica, RJ + José Henrique Guimarães, Inst. de Ciências Biomédicas, USP, São Paulo, SP « José Lima Figueiredo, Museu de Zoologia, USP, São Paulo, SP e José Luiz M. Leme, Museu de Zoologia, USP, São Paulo, SP « José Ricardo Cure, Departamento de Biologia, UFViçosa. MG « José W. Thomé, Instituto de Biociências, PUC-RS, Porto Alegre, RS « Julio Cesar Garavello, Depto. de Ciências Biológicas, UFSCar, São Carlos, SP e Liliana Forneris, Instituto de Biociências, USP, São Paulo, SP * Lindolpho Guimarães, Museu de Zoologia, USP, São Paulo, SP * Luiz Carlos B. Ferraz, ESALQ, Piracicaba, SP * Luiz Octávio M. Machado, Depto. de Zoologia, UNICAMP, Campinas, SP. * Luiz D. Vizotto, Instituto de Biociências, UNESP, São José do Rio Preto, SP * Luiz Roberto Tommasi, Instituto Oceanográfico, USP, São Paulo, SP « Maria Elena Galiano, Museu de C. Nat. “B. Rivadavia”, Buenos Aires, Argentina « Maria Júlia da Costa Belém, Museu Nacional, Rio de Janeiro, RJ * Marlene Sofia Arcifa, Faculdade de Ciências, USP, Ribeirão Preto, SP e Martin L. Christoffersen, Depto. de Sist. e Ecol., UFPB, João Pessoa, PB * Massuka Yamane Narahara, Instituto de Pesca, São Paulo, SP * Miriam Becker, Instituto de Biociências, UFRGS, Porto Alegre, RS * Miguel A. Monné, Museu Nacional, Rio de Janeiro, RJ e Miguel T. U. Rodrigues, Instituto de Biociências, USP, São Paulo, SP * Miguel Petrere Júnior, Instituto de Biociências UNESP, Rio Claro, SP * Nilton José Hebling, Instituto de Biociências, UNESP, Rio Claro, SP * Naércio Menezes, Museu de Zoologia, USP, São Paulo * Nelson Papavero, Instituto de Estudos Avançados, USP, São Paulo, SP * Osmar Domaneschi, Instituto de Biociências, USP, São Paulo, SP * Paulo da Cunha Lana, Centro de Biologia Marinha, UFPR, Paranaguá, PR * Pedro Marcos Linardi, Instituto de Ciências Biológicas, UFMG, Belo Horizonte, MG * Petrônio Alves Coelho, Departamento de Oceanografia, UFPE, Joboatão, PE * Reimar Schaden, CNPq, Brasília, DF * Renato €. Marinoni, Departamento de Zoologia, UFPR, Curitiba, PR * Roberto B. Cavalcanti, Departamento de Biologia Animal, UnB, Brasília, DF * Roberto E. dos Reis, Museu de Ciências, PUC-RS, Porto Alegre, RS * Roberto Sassi, Núcleo de Pesquisas de Recursos do Mar, UFPB, João Pessoa, PB | * Raúl Ugarte Moreno, Universidad de Valparaiso, Chile | * Rubens Alves Cunha, Depto. de Matemática e Estatística, UNESP, Rio Claro, SP * Sérgio de Almeida Rodrigues, Instituto de Biociências, USP, São Paulo, SP * Sérgio Antônio Vanin, Instituto de Biociências, USP, São Paulo, SP * Sônia Maria L. Garcia, Instituto de Biologia, UFRGS, Porto Alegre, RS | * Suzana B. Amato, Instituto de Biologia, UFRRJ, Seropédica, RJ | * Sylvia M. Lucas, Instituto Butantan, São Paulo, SP | * Ubirajara R. Martins de Souza, Museu de Zoologia, USP, São Paulo, SP | * Valdir A. Taddei, Instituto de Biociências, UNESP, São José do Rio Preto, SP. | * Victor Py-Daniel, Coordenação de Pesquisas em Entomologia, INPA, Manaus, AM * Walter Narchi, Instituto de Biociências, USP, São Paulo, SP | * Walter R. Terra, Instituto de Química, USP, São Paulo, SP | * Werner Bokermann, Fundação Parque Zoológico de São Paulo, SP | * Wladimir Lobato Paraense, Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, RJ. | * Woodruf W. Benson, Departamento de Zoologia, UNICAMP, Campinas, SP IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (75): 192, 30 set. 1993 un Iheringia Série Zoologia GENZANO, G.N. Organismos epizóicos de Amphisbetia operculata (L.) (Cnidaria, Hidrozoa) .................. ZAMPONI, M. O. & ACUNA, F.H. Una metodologia para estudios cuantitativos de los cnidocistos EA PST da o ARO SDS CE il O AVE ig «cu MARTORELLI, S.R. Una nueva cercaria de tipo cystophorous (Digenea, Hemiuriformes) en Potamolithus agapetus (Mollusca, Hydrobiidae): comportamiento de atracción del hospedador .........cesesseseseeseessees DUARTE, M.M. & MAHECHA, G.B. Aspectos morfológicos do intestino delgado e pâncreas de sete O, TIRBINÄFORENER) us jsssssisssersmmirosmessesarsesass consses scipiassaosiiqmapasvoseoioanamoorinasenorasatigeções PACCAGNELLA, S.G.; ANTONELLIFº, R.; LARA, A.I. & SCHERER- NETO, P. Observações sobre Pipile jacutinga Spix, 1825 (Aves, Cracidae) no parque estadual de Carlos Botelho, São Paulo, Brasil ........ GNASPINI, P. The genus Eucatops (Coleoptera, Cholevidae, Eucatopinae) - Description of new species and O NRO CO RODA ato Rc atu choca apo roa Dan PRseea ini pen onet cuenta rntinco Gras pá aARP a pa dno ais guias TEIXEIRA, E. P. & CASARI-CHEN, S. A. Description of larva and pupa of Xylophilus othoides (Fleutiaux, O RN, IRONIA | os orrasssnnas pesa sonsssnenecosassanssicisainanicanaasorrcasomeiasniyóvio sounimismiansaçaas CARVALHO, J.C.M. & COSTA, L. A. A. Mirídeos neotropicais, CCCXCII: gêneros e espécies de Goiás, O OR AA cido sudo rop sas ro coiso spin in nas gps cai vestaaifitaonininas GRAZIA, J. & BARCELLOS, A. Neotibilis, um novo gênero de Pentatomini (Heteroptera) .......u0.0.. MOURA, L. DE A. Formas imaturas de Dorcacerus barbatus (Olivier, 1790) (Coleoptera, Cerambycidae, ee PARCEIRO PS RPE NUDE SIDO PEQURINND NRCNO NAAR ERE OPONDND BONALDO, A. B. A subfamília Eutichurinae na região Neotropical, com a revisão do gênero Eutichurus RER RR ARARAS OUR A PRE RENO BEER QN EP NNE BRERUERRRGER HARTZ, S.M.; MARTINS, A. G. & PERET, A.C. Fecundidade de Cyphocharax voga (Hensel, 1869) na Lagoa Emboaba, Rio Grande do Sul, Brasil. (Characiformes, Curimatidae) ...uunnsneneennennennnnenn NOTA CIENTÍFICA “CLAPS, M.C. & SAMPÓNS, M.R. First record of Lagenophrys discoidea Kellicott (Ciliophora, Peritricha, Lagenophryidae), ectocommensal of argentinian ostracods ..........csesisesseeseseserereeacenecerereracenerseanesareceneias Museu de Ciências Naturais Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul BL ISSN 0073-4721 101 167 171 Programa de Apoio a Publicações Científicas MCT E) FINEP - - E - A - A CNPq MUSEU DE CIÊNCIAS NATURAIS órgão da FUNDAÇÃO ZOOBOTÂNICA DO RIO GRANDE DO SUL CGC 87.912.929/0001-75 - Supervisionada pela Secretaria da Agricultura e Abastecimento Governador do Estado Alceu Collares Secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento Floriano Barbosa Isolan Presidente da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul José Willibaldo Thomé Diretor Superintendente Gilberto Carvalho Ferraz Diretor Executivo do Museu de Ciências Naturais Christina Teixeira Guimarães Gresele Editor responsável: Maria Helena Mainieri Galileo Comissão redatorial: Erica H. Buckup (Presidente), Inga L. Veitenheimer- Mendes, Maria Lúcia Machado Alves, Maria Helena M. Galileo. Colaborador: Luciano de Azevedo Moura Responsável pela distribuição: Maria Helena Bopp Miiller Assessores científicos: p. 176 EEE a ma BL ISSN 0073-4721 lheringia Série Zoologia Sér. Zoologia | Porto Alegre p. 1-176 | 2 mar. 1994 A revista IHERINGIA, Sér. Zool. é editada pelo Museu de Ciências Naturais, órgão da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, entidade de direito privado, instituída pela Lei Estadual nº 6.497, de 20.12.72, supervisionada pela Secretaria de Estado da Agricultura e destina-se à divulgação de trabalhos científicos originais, inéditos, resultantes de pesquisa em Zoologia Este número foi editado e impresso na gráfica Pallotti em fevereiro de 1994. Tiragem 600 exemplares. Endereço para doações, permutas e correspondência: Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Editoração, Cx. Postal 1188, CEP 90001-970 Porto Alegre, RS, BRASIL. Tel. (051) 336.1511; Fax (051) 336.1778 Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores. É permitida a reprodução total ou parcial dos artigos da Revista, desde que seja citada a fonte. Iheringia, Sér. Zoologia. v.1, 1957 - Porto Alegre, RS - Brasil, Museu de Ciências Naturais Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul 1957 - Semestral ISSN 0073-4721 1. Zoologia-Periódicos - Brasil. 2. Trabalhos científicos - Zoologia - Brasil. I. Museu de Ciências Naturais, Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul CDU - 59 (05) Artigos publicados em Iheringia sér. Zoologia são indexados por: Abstracts of Entomology, Apicultural Abstracts, Bioresearch Index, Biological Abstracts, Centre International de Documentation Arachnologique, Entomological Abstracts, The Zoological Record. Programa de Apoio a Publicações Científicas MCT (Qenry EJFINEP ORGANISMOS EPIZOICOS DE AMPHISBETIA OPERCULATA (L.) (CNIDARIA, HYDROZOA) Gabriel N. Genzano ! ABSTRACT EPIZOIC ORGANISMS OF AMPHISBETIA OPERCULATA (L.) (CNIDARIA, HYDROZOA). Colonies of Amphisbetia operculata (L.), found in the littoral of Mar del Plata, Argentine (38º 08° S-57° 31’ W) were analyzed and a check list of sessile epizoites of this hydroid is presented. The qualitative and quantitative annual variation of the epizoites, specially hydroids and bryozoans was analyzed. The distribution and concentration of the bryozoans Celleporella sp. and Osthimoshia sp. in distinct heights of hidrocaulus of Amphisbetia were discussed. KEYWORDS. Sertulariidae, Amphisbetia, sessile epizoites, distribution. INTRODUCCION Amphisbetia operculata (L.) (Sertulariidae) tiene distribuciön cosmopolita, y es muy común en el Atlântico Sur. En la plataforma argentina es la forma hidroide más frecuente, y fácil de encontrar en las orillas del mar formando densos manojos arrastrados por las olas (BLANCO, 1963; 1976). Enelinfralitoral de Mar del Plata puede hallarse fijada a sustratos duros generalmente asociada a valvas de Mytilus platensis d'Orbigny, 1846 (Mollusca) (OLIVIER et al., 1968). Su gran tamafio de hasta 35 cm de altura (BLANCO, 1966), sumado a su profusa ramificación y su permanencia en el sistema bentónico le permite albergar en sus caulos un gran cantidad de epibiontes (GENZANO, 1990). Se presenta aquí un listado sistemático de los epibiontes más comunes hallados sobre los caulos de 4. operculata, analizando las epibiosis causadas por otros pólipos hidrozoos y también la diversidad de los briozoos hallados, su abundancia en las distintas alturas de las colonias del hidroide y su distribución a través del afio. 1. Facultad de Ciencias Exactas y Naturales. Departamento de Ciencias Marinas. Laboratorio de Biologia de Cnidarios. Funes 3250 (7600) Mar del Plata. Argentina. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 3 - 8, 2 mar. 1994 4 GENZANO MATERIALES Y METODOS Los ejemplares de 4. operculata fueron recolectados en las playas del litoral de Mar del Plata (38º 08' S - 57° 31' W) entre diciembre de 1988 y agosto de 1990. El material fué fijado en solución de formaldehido al 5% y sus epibiontes fueron determinados hasta el menor nivel taxonómico posible. En el listado de los mismos solamente se consideró los organismos fijos. Debido a que el material provenia de la resaca los epibiontes móviles no fueron tenidos en cuenta. Los estudios cuantitativos se realizaron en base a los muestreos mensuales correspondientes al período enero - agosto de 1990. Solo para el estudio de la variación anual de los briozoos se utilizaron las recolectas del ano 1989. Material recolectado en enero y junio de 1989 fué utilizado para completar un listado sistemático más amplio de los epizoicos de 4. operculata. Para confeccionar los gráficos de frecuencia de epibiontes fueron agrupados los muestreos según las épocas de verano, otofio e invierno; el correspondiente al período primavera no se realizó debido al escaso material colectado en ésta época. De la colecta de enero de 1990, 30 colonias fueron divididas desde la base hasta el ápice a intervalos de 1,5cm de extensión a fin de contabilizar los caulos que albergaban Celleporella sp. y Osthimoshia sp. (Bryozoa). Los zooides de estos briozoos también fueron contabilizados y la diferencia de concentración de los mismos en las distintas alturas del pólipo se evaluaron mediante una análise de ANOVA. La homoscedasticidad de las varianzas se comprobó mediante el test de Barlett (SOKAL & ROHLF, 1969). RESULTADOS El gran tamafio que alcanzan las colonias de A. operculata, sumado a su abundancia y presencia constante en el sistema bentönico en las distintas épocas del ano, permite a éste hidrozoo servir de sustrato a una gran diversidad de epibiontes (tabla I). Los organismos epibiontes hallados con mas frecuencia en las distintas estaciones del afio analizadas son los briozoos (fig. 1), en menor grado siguen los hidrozoos aunque éstos carecen de importancia en invierno, aligual que el alga Pterosiphonia sp. (Rodophyta). En otofio es mayor la frecuencia de ejemplares de Mytilus platensis cuyas valvas jamas superan los 3 mm de largo. En invierno la totalidad de los epibiosis son causadas por briozoos. La abundancia de las distintas especies de briozoos a lo largo del afio (fig. 2) muestra que en el período estival más del 90% de las colonias de 4. operculata pueden haliarse colonizadas por briozoos y si bien ese porcentaje decrece a partir del otofio siempre se mantiene en niveles altos. En cuanto a la diversidad y dinámica de los briozoos Celleporella sp. es la especie más abundante y aunque existe poco material en los períodos correspondiente a fines de invierno y a la primavera las observaciones indicaron que ésta especie es la única presente en este lapso. Es importante destacar que Osthimoshia sp. es más frecuente en verano, donde incluso supera en abundancia a Celleporella sp. (fig. 1). Los demás briozoos tienen una importancia escasa e incostante a lo largo del afio. Se ha observado que los porcentajes de hidrocaulos colonizados por briozoos son mayores en las zonas basales (fig. 4). En las porciones distales de las colonias, la presencia de Celleporella sp. disminuye notablemente y desaparece en alturas mayores a 6cm. No se observa lo mismo para Osthimoshia sp., y esta especie comienza a desaparecer a partir de alturas mayores de 7,5cm, donde es raro hallar algún epibionte. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 3 - 8, 2 mar. 1994. Organismos epizoicos de Amphisbetia operculata... 5 TABLA I: Listado sistemático de los epibiontes hallados sobre Amphisbetia operculata (L.). División Chrysophyta Grammatophora sp. Licmophora abreviata Agardh, 1831 Rhabdonema sp. División Rodophyta Ceramnium sp. Pterosiphonia sp. Phylum Ciliophora Vorticella sp. Phylum Cnidaria Orden Anthomedusae Familia Corynidae Sarsia sarsii (Loven, 1836) Familia Bougainvillidae Bimeria vestita Wright, 1859 Orden Leptomedusae Familia Campanulariidae Campanularia hincksii Alder, 1856 C. subantartica Millard, 1971 Clytia gracilis (Sars, 1851) Familia Haleciidae Halecium delicatulum Coughtrey, 1876 Familia Plumulariidae Plumularia setacea (Linnaeus, 1758) P. pulchella Bale, 1882 Familia Sertulariidae Sertularella striata Stechow, 1923 Phylum Entoprocta Pedicellina sp. Phylum Bryozoa Aetea anguina (Linné, 1758) Membranipora tuberculata (Bosc, 1802) Exochella longirostris Jullien, 1888 Celleporella sp. Osthimoshia sp. Crisia patagonica d'Orbigny, 1847 Phylum Mollusca Mytilus platensis d'Orbigny, 1846 Phylum Chordata Subphylum Tunicata Los promedios de zooides de éstos briozoos en los distintos niveles de las colonias (fig. 3) presentan a Celleporella sp. con una abundancia mayor de zooides en la base de los caulos de 4. operculata (p<0.01); en cambio no se observan diferencias acentuadas en la concentración de zooides de Osthimoshia sp. en las distintas alturas de los caulos (p>0.01). La frecuencia de hidrozoos hallados sobre los caulos de 4. operculata muestra que la mayoria de estas epibiosis se registran en verano (mäs de un 80% de las mismas), merced a las características de oportunistas que poseen la gran mayoria de los hidroides epibiontes, con una abundancia marcadamente estacional y una amplia capacidad de colonizar sustratos (LLOBET et al., 1986). A principios de otofio solo se registran algo menos del 20% de éstas epibiosis y debidas exclusivamente a Clytia gracilis (Sars, 1851) y a Bimeria vestita Wright, 1859 (Cnidaria). IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 3 - 8, 2 mar. 1994 6 GENZANO DISCUSION Los hidrozoos y los briozoos se destacan ya sea por su abundancia y constancia como por su especificidad. La importancia de 4. operculata como sustrato de otras especies de hidrozoos fué destacada anteriormente (GENZANO, 1990). En el presente estudio se hallaron nueve especies de hidrozoos. Si bien la mayoria de ellos son hallados usualmente en el litoral, colonizando distintos sustratos vivos, otros como Sertularella striata Stechow, 1923 y Plumularia pulchella Bale, 1882 (Cnidaria) se encuentran con mayor frecuencia y abundancia sobre las colonias de 4. operculata más que sobre otro tipo de sustrato (GENZANO, 1990). | Las formas simples (estoloniales o reptantes) de pequenia talla y morfologia poco compleja son las más frecuentes dentro de los procesos de epibiosis (LLOBET et al., 1986) de alli que sean los Campanulariidae los hidrozoos más comunes de hallar sobre los caulos de 4. operculata. Estos hidrozoos epibiontes poseen en general crecimiento acelerado y se comportan como oportunistas (LLOBET et al., 1986), lo que explica su gran frecuencia en el período estival para decrecer y desaparecer en los períodos posteriores. Es muy común hallar briozoos colonizando a A. operculata, alcanzando porcentajes que pueden variar desde un 20-30% del total de las colonias , en invierno, hasta más de un 90% en verano. S1 bien se hallaron seis especies de briozoos epibiontes, cuatro son las que tienen presencia más o menos constante a lo largo del afio: Celleporella sp.; Osthimoshia sp. y en mucho menor grado Aetea anguina L., 1758 y Membranipora tuberculata (Bose, 1802) (Bryozoa). HUGHES (1975) destacó que la distribución de ciertos briozoos sobre los caulos del hidroide Nemertesia antennina (L) estaria relacionada con su tolerancias al depósito de material. Es posible que Aetea anguina que crece en forma estolonial a lo largo de los caulos de Amphisbetia operculata evite de ésta forma ser sepultada por los sedimentos. Membranipora tuberculata, Osthimoshia sp. y Celleporella sp. son briozoos incrustantes que a menudo cubren grandes secciones de caulos de 4. operculata, tapando en forma total sus hidrantes e incluso las gonotecas, por lo que ésta relación no debe simplificarse a una simple epibiosis ya que existiria también competencia por espacio y alimento. Tanto Membranipora tuberculata como Celleporella sp. usualmente crecen también sobre el mismo sustrato (generalmente mitilidos) donde se fijan las colonias de A. operculata y muchas veces extienden su crecimiento sobre los caulos de las colonias. Debido a ésto, Celleporella sp. crece siempre en las zonas basales de las colonias y su concentración de zooides es mucho mayor en los primeros centimetros de los caulos (p<0.01). Osthimoshia sp. en cambio crece indistintamente en las distintas alturas (p>0.01), y a diferencia de los briozoos anteriores, éste se fija directamente sobre los caulos de las colonias del sertularido. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 3 - 8, 2 mar. 1994. Organismos epizoicos de Amphisbetia operculata... 7 Agradecimientos: Al Dr. J. J. Lopez Gappa (Museo Bernardino Rivadavia, Buenos Aires) por la determinación de los Bryozoa y al Dr M. Zamponi (Universidad Nacional de Mar del Plata), Dra. E. Schlenz (Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo, Brasil) y la Dra. M. J. da Costa Belém (Universidade Federal do Rio de Janeiro, Museu Nacional, Brasil) por la lectura crítica del manuscrito y sus valiosas sugerencias. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS BLANCO, O. 1963. Sobre algunos Sertuláridos de la Argentina. Notas Museo de La Plata, 20 (203): 163-80. — . 1966. Observaciones sobre la morfologia de Sertularia operculata L. Revta Mus. La Plata, Nueva ser. Zool., La Plata, 9 (65): 1-6. — . 1976. Hidrozoos de la expedición Walther Herwing. Revta Mus. La Plata, Nueva ser. Zool., La Plata, 12 (113): 27-74. GENZANO, G.N. 1990. Hidropólipos (CNIDARIA) de Mar del Plata, Argentina. Nerítica, Pontal do Sul, PR, 5 (1): 35-54. HUGHES, R.G. 1975. The distribution of epizoites on the hydroids Nemertesia antennina (L.). J. mar. biol. Ass. U. K. Phymouth 55: 274-294. LLOBET, I.; GILI, J. M. & BARANGE,M. 1986. Estudio de una población de hidropólipos epibiontes de Halimeda tuna. Miscelánea zool., Barcelona, 10: 33-43. OLIVIER, S; BASTIDA, R. & TORTI, M.R. 1968. Resultado de las campafias oceanogräficas Mar del Plata I-V. Contribución al trazado de una carta bionómica del área de Mar del Plata. Las asociaciones del sistema litoral entre los 12 y 70m de profundidad. Bol. Inst. Biol. Marina, Mar del Plata 16:1-85. SOKAL, R.R. & ROHLF, F.J. 1969. Biometry. San Francisco; W. M. Freeman. 832p. Recebido em 20.04.1992; (1º versão) e 29.06.1993 (2º versão); aceito em 04.08.1993. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (76): 3 - 8, 2 mar. 1994 GENZANO : Otros \N j a 5 Verano N=96 Otono = 53 Invierno N=21 Yo 100 total Celleporello sp. — +. Osthimoshia ‚sp. mami Membranipora sp. eier Aetea sp. 40 30 NV 20 N a | E Rr 10 + E Ê ; ç | av, aa Ju” Ag S O ND E F _M A Mo J Ju Ag Ss 1988 1989 1990 2 Promedio zooides 25 o Osthimoshia sp O Celleporella sp O caulos con briozoos (total) “eee. O Caulos con Celleporella sp EE pro À caulos con Osthimoshia sp 6 3 altura (cm.) - (e = = -- S "OooonooneseeneaQ. “ooo000000 altura (cm.) Figs. 1-4. Amphisbetia operculata (L.). 1. Frecuencia relativa de las epibiontes; 2. Varaciön anual de la colonizaciön por briozoos; 3. Promedios y desvios estandar de los zooides en las distintas alturas de los hidrocaulos; 4. Variaciön en los porcentajes de hidrocaulos colonizados en las distintas alturas del hidrozoo. (A, 4. anguina; C, Celleporella sp.; H, Hidrozoos; M, M. tuberculata; Mi, Mytilus platensis; O, Osthimoshia sp.; Pt, Pterosiphonia sp.) IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 3 - 8, 2 mar. 1994. UNA METODOLOGIA PARA ESTUDIOS CUANTITATIVOS DE LOS CNIDOCISTOS (ACTINIARIA, ACTINIIDAE) Mauricio O. Zamponi !? Fabián H. Acuna !* ABSTRACT A METHODOLOGY FOR QUANTITATIVE STUDIES OF CNIDOCYSTS (ACTINIARIA, ACTINIIDAE). The number of cnidocysts to be measured and how many individuals to be used in taxonomical and morphological research are evaluated. Cnidocysts size is independent of the number of the specimens in the three studied species; the mean size (X) of the cnidocysts do not differ. To measure a great amount of cnidocysts from different specimens than work with 100 cnydocysts from only one individual is recommended. However when the samples are limited it is also valid to measure a great amount of one specimen since the mean value is similar. KEYWORDS. Cnidaria, Actiniaria, cnidocysts, quantitative analysis. INTRODUCCION Los cnidocistos, también denominados células urticantes, han sido objeto de estudio durante varias décadas. Sin embargo aún no existe un criterio definido sobre el número de células que tiene que ser medido para su empleo en las diagnosis taxonömicas y para cuantificar las variaciones de tamafio observadas entre indivíduos de una misma especie. FAUTIN (1988) considera que, en la medida de lo posible, debe indicarse el número de los enidocistos observados y de donde proceden los ejemplares estudiados, ya que existe disparidad en las metodologias empleadas. Blanchard (in FAUTIN, 1988) analizó el cnidoma del acontia en Diadumene cincta Stepehenson, 1925; midiendo 100 cnidocistos de cada tipo, provenientes de 10 especimenes. El objetivo es verificar si las tallas de los diversos cnidocistos varian con el número de ejemplares empleados. 1. Facultad de Ciencias Exactas y Naturales. Departamento de Ciencias Marinas. Laboratorio de Biologia de Cnidarios. Funes 3250, 7600 Mar del Plata. Argentina. 2. Carrera del Investigador Científico del CONICET. 3. Becario del CONICET. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (76): 9 - 13, 2 mar. 1994 10 ZAMPONI & ACUNA MATERIALES Y METODOS El material estudiado procedió del piso mesolitoral (HMM-HMI) (terminologia según PERES, 1961) del litoral marplatense (38º05'S - 57°32'W), y estuvo constituído por las especies Phymactis clematis Dana, 1849; Bunodactis reynaudi Milne-Edwards, 1857 y B. marplatensis Zamponi, 1977 (Actiniaria, Actiniidae). Dicho material se halla depositado en el Departamento de Ciencias Marinas de la Facultad de Ciencias Exactas y Naturales (UNMdP). El material fue mantenido en acuarios con agua de mar aireada, para poder realizar los análisis referentes al cnidoma de la corona tentacular y la columna (tab. I - III). A tal efecto se midieron 1525 cnidocistos. Tabla I. Comparación de los cnidocistos de Phymactis clematis referente al cnidoma de la corona tentacular y la columna. Tentáculo Columna espirocisto microbásico p- microbásico b- mastigóforo mastigóforo Nº de individuos 1 6 1 7 1 10 Nº de cnidocistos 100 60 100 70 100 100 Tabla II. Comparación de los cnidocistos de Bunodactis reynaudi referente al cnidoma de la corona tentacular y la columna. Tentáculo Columna espirocisto microbásico b- microbásico b- atrichio mastigóforo mastigóforo Nº de individuos 1 3 1 2 1 3 13 Nº de cnidocistos 100 75 100 50 100 75 100 75 Tabla III. Comparaciön de los cnidocistos de Bunodactis marplatensis referente a la columna y los atrichio. Columna microbásico b- mastigóforo atrichio Nº de individuos 1 3 1 3 Nº de cnidocistos 100 60 100 60 La metodologia empleada para el análisis de los cnidocistos fue la utilizada por HAND (1954) y el reconocimiento de los mismos fue basado en el sistema de WEILL (1934) modificado por CARLGREN (1949). El análisis estadístico estuvo centrado en la comparación de las tallas medias obtenidas, para lo cual se aplicó el test de diferencia de medias de dos muestras cuyas varianzas son iguales y el test de diferencias de medias de dos muestras cuyas varianzas son distintas. La homogeneidad de varianzas muestrales fue testeada mediante el test F. Previo a este análisis estadístico fue realizado el ANOVA para verificar que los cnidocistos tomados de varios indivíduos constituyeran un solo grupo estadisticamente. En todos los casos se empleó un nivel de significación de 0,005 a fin de tener más probabilidades de aceptar la hipótesis nula de igualdad de medias. Los test utilizados se basan en SOKAL & ROHLF (1969). RESULTADOS Phymactis clematis Dana, 1849. Tentáculo. Los espirocistos de los seis indivíduos en base al ANOVA (F= 0,51) son considerados como un único grupo. Las varianzas de los dos grupos constituídos por un IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 9 - 13, 2 mar. 1994 Una metodologia para estudios cuantitativos ... 11 ejemplar y seis ejemplares de acuerdo al test son estadisticamente iguales (F= 1,46). Las medias de ambos conjuntos no presentan diferencias estadisticas (tab. IV). Tabla IV. Talla comparada de los espirocistos en tentäculo de Phymactis clematis (n.s.= no significativo). Nº de indivíduos “hl 6 Nº total de cnidocistos 100 60 x 15,28 um 14,59 um o en, 1,46 t 1,89 n.s. Columna. Los microbäsico p-mastigöforo de los siete individuos en base al ANOVA son considerados un sölo grupo (F=0,92). Las varianzas de los dos grupos constituídos por un ejemplar y siete ejemplares de acuerdo al test de Fisher son distintas (F=2,48). Las medias de ambos conjuntos son estadisticamente iguales (tab. V). Los microbásico b-mastigóforo de los diez indivíduos en base al ANOVA (F=2,85) son considerados como único grupo. Las varianzas de los dos grupos constituídos por un ejemplar y diez ejemplares de acuerdo al test F son iguales (F= 1,27). Las medias de ambos conjuntos son estadisticamente iguales (tab. V). Tabla V. Talla comparada de los microbäsico p- y b- mastigóforo de columna de Phymactis clematis (n.s.= no significativo). Nº de indivíduos 1 7 1 10 Nº total de cnidocistos 100 70 100 100 x 17,18um 16,85um 12,27um 12,77um o 2,07 1852 1,57 1,40 t 0,37 n.s. 2,36 n.s. Bunodactis reynaudi Milne-Edwards, 1857. Tentáculo. Los espirocistos de los tres indivíduos en base al ANOVA son consi- derados un grupo único (F= 5,69). Las varianzas de los dos grupos constituídos por un ejemplar y tres ejemplares de acuerdo al test F son distintas (F= 4, 23). Las medias de ambos conjuntos son estadísticamente iguales (tab. VI). Los microbásico b-mastigóforo de los dos indivíduos en base al ANOVA son considerados un único grupo (F= 0,98). Las varianzas de los dos grupos constituídos por un ejemplar y dos ejemplares de acuerdo al test F son iguales (F=2,00). Las medias de ambos conjuntos son estadisticamente iguales (tab. VII). Tabla VI. Talla comparada de los espirocistos en tentáculo de Bunodactis reynaudi (n.s. = no significativo). Nº de individuos 1 3 Nº total de cnidocistos 100 75 x 15,42um 16,02um o 1,79 2,30 t 20 IS. Columna. Los microbásico b-mastigóforo de los tres indivíduos en base al ANOVA IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 9 - 13, 2 mar. 1994 12 ZAMPONI & ACUNA (F=2,14) son considerados como un único grupo. Las varianzas de los dos grupos contituídos por un ejemplar y tres ejemplares de acuerdo al test F son iguales (F = 1,01). Las medias de ambos conjuntos no difieren estadisticamente (tab. VII). Los atrichio de los tres indivíduos en base al ANOVA son considerados un sólo grupo (F=3,99). Las varianzas de los grupos consituídos por un ejemplar y tres ejemplares de acuerdo al test F son iguales (F= 1,83). Las medias de ambos conjuntos son estadisticamente iguales (tab. VIII). Tabla VII. Talla comparada de los microbásico b-mastigóforo de tentáculo y columna de Bunodactis reynaudi (n.s. = no significativo). Nº de indivíduos 1 22 1 3 Nº total de cnidocistos 100 50 100 15 X 16,74um 17,50um 14,32um 14,68um o 1,12 1,58 1,94 1,93 t 2,81 n.s. 121 n.s. Bunodactis marplatensis Zamponi, 1977. Columna. Los microbásico b-mastigóforo de los tres indivíduos en base al ANOVA (F=0,54) son considerados como un sólo grupo. Las varianzas de los dos grupos constituídos por un ejemplar y tres ejemplares de acuerdo al test F son iguales (F= 1,69). Las medias de ambos conjuntos no difieren estadísticamente (tab. IX). Los atrichio de los tres individuos de acuerdo al ANOVA son considerados un sólo grupo (F= 4,00). Las varianzas de los dos grupos constituídos por un ejemplar y tres ejemplares de acuerdo al test F son iguales (F= 1,27). Las medias de ambos conjuntos no difieren estadísticamente (tab. IX). Tabla VIII. Talla comparada de los atrichio de columna de Bunodactis reynaudi (n.s.= no significativo). Nº de indivíduos 1 3 Nº total de cnidocistos 100 75 x 28,93um 28,37um o 3,63 4,92 t 0,74 n.s. Tabla IX. Talla comparada de los microbásico b-mastigóforo y atrichios de columna de Bunodactis marplatensis (n.s. = no significativo). Nº de indivíduos 1 2 1 3 Nº total de cnidocistos 100 60 100 60 x 15,62um 13,89um 25,82um 27,63um o 1,14 0,99 4,12 3,66 t 1,47 n.s. 2,68 n.s. DISCUSION Y CONCLUSIONES Los resultados obtenidos permiten deducir que la talla de los cnidocistos estudiados no varıa con el nümero de individuos utilizados, ya que las mismas no difieren IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (76): 9 - 13, 2 mar. 1994 Una metodología para estudios cuantitativos ... 13 estadisticamente (tabs. IV-IX). Este estudio permite establecer algunas sugerencias para optimizar el anälisis de los cnidocistos. Los autores recomiendan que es preferible medir un número estadisticamente grande de varios indivíduos, lo que permite contabilizar con mayor certeza todas las tallas posibles, en lugar de un número grande de cnidocistos en un sólo ejemplar. Sin embargo, cuando las muestras son escasas, en especial si se efectúan estudios taxonómicos y/o ecológicos basados en colecciones, es válido medir muchos cnidocistos en un sólo ejemplar, ya que el estudio presente demuestra que las tallas de un ejemplar no difieren estadísticamente de las tallas de varios ejemplares consideradas en conjunto. Esto también le permite al investigador minimizar el esfuerzo, pues con el análisis de un sólo especímen se puede conecer el cnidoma de la especie con apreciable precisión, teniendo los datos el mismo valor estadístico que si se tratara de varios ejemplares. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS CARLGREN, O. 1949. A survey of the Ptychodactiaria, Corallimorpharia and Actiniaria. K. Svensk. Vetens. Akad. Handl, Stockholm, 4 (1): 1-122. FAUTIN, D. G. 1988. Importance of nematocysts to Actinian taxonomy. In: HESSINGER, D.A. “& LENHOFF, H. M. ed. The biology of Nematocysts. London, Academic. p. 487-500. HAND, C. 1954. The sea anemone of central California. Pt. I. The Corallimorpharia and Athenarian Anemones. Wass. J. Biol., Lawrence, 12 (3): 345-75. PERES, J. M. 1961. Oceanographie Biologique et Biologie Marine. I. La vie benthique. Paris, Presses Universitaires. 541p. SOKAL, R. R. & ROHLF, F.J. 1969. Biometry. San Francisco, W. H. Freeman. 776p. WEILL, R. 1934. Contribution a I'etude des Cnidaires et des leur Nematocytsts. Trav. Sta. Zool. Wimereux, Wimereux, 10 (11): 1-701. Recebido em 22.06.1992; (1º versão) e 30.06.1993 (2º versão); aprovado em 12.07.1993. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (76): 9 - 13,2 mar. 1994 PRE Mr y UNA NUEVA CERCARIA DE TIPO CYSTOPHOROUS (DIGENEA, HEMIURIFORMES) EN POTAMOLITHUS AGAPETUS (MOLLUSCA, HYDROBIIDAE): COMPORTAMIENTO DE ATRACCION DEL HOSPEDADOR Sergio R. Martorelli ! ABSTRACT A NEW CYSTOPHOROUS CERCARIA (DIGENEA, HEMIURIFORMES) IN POTAMOLITHUS AGAPETUS (MOLLUSCA, HYDROBIIDAE): BEHAVIOUR OF HOST ATTRACTION. A new cystophorous cercaria parasitizing the freshwater mollusc Potamolithus agapetus Pilsbry, 1911 (Hydrobiidae) collected in la Plata River (Buenos Aires, Argentina) is described and compared with Cercaria propulsovelera Nasir & Diaz, 1973. The cercaria is able to move and swim by undulating its streamers and furcate apendage. With this behavior the cercariae were rapidly seized by the copepods host. KEYWORDS. Potamolithus agapetus, cystophorus cercariae, copepod infestation. INTRODUCCION Las cercarias cystophoras se caracterizan fundamentalmente por la presencia de un quiste o câmara caudal en la cual el cuerpo puede retraerse. Segun PEARSON (1992) tres tipos de cercarias presentan estas características: a) cystophorous sensu lato (= Furcocystocercous) características de las famílias Bivesiculidae y Azygidae; b) cystophorous sensu stricto típicas de las famílias Hemiuridae, Hirudinellidae y Bathycoltylidae y c) cystocercous de la família Gorgoderidae. En esta oportunidad se halló emergiendo naturalmente del molusco Potamolithus agapetus Pilsbry, 1911 una cercaria que presentaba las características mencionadas. El objetivo de este trabajo fue describir el estadio larval hallado y comentar algunos aspectos de su comportamiento. 1. Centro de Estudios Parasitológicos y Vectores (CEPAVE). Calle 2 Nro. 584 (1900) La Plata, Argentina. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 15 - 19, 2 mar. 1994 16 MARTORELLI MATERIAL Y METODOS Los ejemplares de P. agapetus se recolectaron en el Rio de la Plata, balneario Anchorena (Partido de San Isidro, Buenos Aires, Argentina). Las cercarias se estudiaron “in vivo” entre porta y cubreobjetos, rompiendo el quiste caudal por presión para poder liberar el cuerpo de las mismas. Los copépodos utilizados para realizar infestaciones experimentales se recolectaron en un estanque artificial y se revisaron, en portaobjetos excavados, bajo microscopio para determinar que no estuvieram previamente parasitados. RESULTADOS Cercaria cystophora sp. (figs. 1-5). Hospedador: Potamolithus agapetus Pilsbry, 1911. Localización: glândula digestiva. Material estudiado: 15 indivíduos “in vivo”. Descripción. Este estadio larval se caracteriza por la presencia de un amplio quiste (fig. 5) en el cual se encuentra el cuerpo replegado y un tubo protractil denomina- do de parto o eyector. Presenta además un largo apêndice caudal furcado, un par de prolongaciones laterales, traslúcidas, a manera de alas y un apêndice excretor incluido dentro de una pequefia câmara de forma cönica (figs. 1, 4). El cuerpo ovoide presenta abundantes células glandulares cuyas características no pudieron determinarse y solo puede ser estudiado ejerciendo presión hasta romper la câmara caudal pues en ningún momento sale naturalmente de la misma. Dada su gran opacidad no su pudo observar el sistema excretor (fig. 2). Medidas (em um). Câmara caudal 127 de diâmetro; apêndice caudal 284 de largo; furcas 100 de largo; apéndices accesorios laterales 50 de ancho en la base y 100 de largo; apéndice excretor 60 de largo; cuerpo 365 X 68; ventosa oral 37 de diâmetro; faringe 19 de largo y acetábulo 47 de diâmetro. Discusión. Las características morfológicas de cercaria cystophora sp. permiten ubicarla dentro del grupo de las cystophorous sensu stricto (BROOKS et al., 1985, 1989; PEARSON, 1992). Estas cercarias son comunes en las famílias Hemiuridae, Hirudinellidae y Bathycoltylidae; integrantes de Hemiuroidea, Hemiuriformes (BROOKS et al., 1989). La presencia en el estadio larval estudiado de un par de apéndices laterales en forma de alas, de un apéndice caudal furcado y la característica de que el cuerpo permanece siempre dentro de la câmara caudal, aun después de emerger, lo diferencian de todos los descriptos anteriormente pertenecientes a la misma superfamília. Se asemeja a Cercaria propulsovelera Nasir & Diaz, 1973, diferenciândose de la misma por la presencia de un solo par de apéndices laterales en lugar de los dos pares presentes en C. propulsovelera (NASIR & DIAZ, 1973) y por la ausencia del apéndice posterior en forma de varilla. Distribución. Rio de La Plata, Balneario anchorena, (Partido de San Isidro, Buenos Aires, Argentina). Numerosas cercarias de este tipo ya han sido citadas con anterioridad parasitando gasterópodos prosobranquios de agua dulce (DOLFUS, 1950). Para la Argentina SZIDAT (1956) y MARTORELLI (1989) citan la cercaria de Genarchella genarchella Travassos, 1928 (Hemiuridae) parasitando a Littoridina parchappei (Orbigny, 1835) (Mollusca, Hydrobiidae). IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 15 - 19, 2 mar. 1994. Una nueva cercaria de tipo cystophorous... 17 Nee Figs. 1-4. Cercaria cystophora sp.:1. tubo eyector evertido por presiön sobre la cämara caudal; 2. cuerpo cercarial expulsado mecanicamente de la câmara caudal; 3. al emerger del quiste caudal; 4. esquema del típico movimiento de vaivén de las cercarias emergidas. (a, apéndice excretor; b, tubo ejector; c, apéndices laterales; d, apéndice caudal furcado; e, cuerpo cercarial dentro del quiste caudal). Escala 100 um. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 15 - 19, 2 mar. 1994 18 MARTORELLI Comportamiento. Las cercarias luego después de emerger de P. agapetus se fijan a distintos objetos del fondo del recipiente que las contiene a través de su apéndice caudal. Luego por movimientos ondulantes de este último, combinados con otros de abajo hacia arriba de los apéndices laterales, se produce un continuo vaivén (fig. 3). Este movimiento constante se extendió alrededor de 24 horas en las condiciones de laboratorio (25º C y fotoperiodo natural) y se pudo observar que atrae a los copépodos no infestados que se colocaron en los recipientes que contenian cercarias recien emergidas (fig. 6). RANKIN (1944) menciona la atracciön del hospedador producida por una cercaria de este tipo, por movimientos únicamente del tubo eyector. A las 24 horas de las infestaciones experimentales, las metacercarias se observaron en el celoma de los crustáceos, permaneciendo sin enquistarce y realizando lentos movimientos. En uno de los hospedadores infestados experimentalmente se observaban aún los restos de la câmara caudal adheridos a la región anterior del cuerpo. KOIE (1979) describió el proceso de penetración del hospedador para la cercaria de Derogenes varicus Muller, 1784 (Hemiuridae). Alatrapar los copépodos a los estadios larvales por la câmara caudal la presión sobre esta produce la eversión del tubo de parto y la posterior inyección del cuerpo cercarial dentro del celoma del hospedador a través del mismo. Figs. 5-6. Cercaria cystophora sp.:5. detalhe “in vivo” de la câmara caudal (escala 50 um); 6. hospedador intermediario experimental con cercaria adherida en el extremo posterior (escala 250 um). IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (76): 15 - 19, 2 mar. 1994. Una nueva cercaria de tipo cystophorous... 19 El comportamiento de cercaria cystophora sp. que atrae al hospedador intermediario, aumenta la probabilidad de que esta pueda completar esta etapa de su ciclo biológico. Además, de esta manera posiblemente se compense la baja producción de cercarias constatadas en los moluscos infestados naturalmente, no mas de 10 a 15 individuos emergidos por día. Esto contrasta con lo que generalmente ocurre en otras especies de digeneos. MARTORELLI (1984), cita emergencias de mas de 1000 cercari- as por día para una furcocercaria de la família Schistosomatidae. Agradecimentos. A la Dra. Maria F. Lopez Armengol por la determinación del hospedador. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS BROOKS D.R.; GRADY,R.T.O. &GLEND.R. 1985. Phylogenetic analysis of the Digenea (Platyhelminthes: Cercomeria). Can. J. Zool, Ottawa, 63: 411-443. BROOKS, D. R.; BANDONI, S. M.; MACDONALD, CH. A. & O'GRADY., R. T. 1989. Aspects of the phylogeny of the Trematoda Rudolphi, 1808 (Platyhelminthes: Cercomeria). Can. J. Zool., Ottawa, 67: 2609-2624. DOLLFUS,R. PH. 1950. Hotes et distribution géographique des cercarias cystophores. Ann. Parasit., Paris, 25 (4): 276-296. KOIE, M. 1979. On the morphology and life history of Derogenes varicus (Muller, 1784). Z. Parasitenkd., Berlin, 59: 67-78. MARTORELLI, S. R. 1984. Sobre una cercaria de la família Schistosomatidae (Digenea) paräsita del Chilina gibbosa Sowerby, 1841 en el lago Pellegrini, provincia de Rio Negro, República Argentina. Neotröpica, La Plata, 30 (83): 97-106. MARTORELLI S. R. 1989. Estudios parasitolögicos en biotopos lénticos de la República Argentina. V. Desarrollo del ciclo de vida monoxeno de la metacercaria progenética de Genarchella genarchella Travassos, 1928 (Digenea, Hemiuridae) parasita de Littoridina parchappei (Mollusca, Hydrobiidae). Revta Mus. La Plata Nueva Serie, Zool., La Plata, 14 (157): 109-117. NASIR, P. & DIAZ, M. T. 1973. Freshwater Larval Trematodes. XXXII. Twenty new species of venezuelan cercariae. Riv. Parass., Messina, 34 (1): 1-44. PEARSON, J. C. 1992. On the position of the digenean family Heronimidae: an inquiry into a cladistic classification of the Digenea. Syst. Parasitol. 21: 81-166. RANKIN, J. S. 1944. A review of the genus Halipegus Looss, 1899, with an account of the life history of A. amherstensis n. sp. Trans. Amer. Micros. Soc., Lancaster, 63: 149-164. SZIDAT,L. 1956. Über den Entwicklungszyklus mit progenetischen larvenstadien (cercariaeen) von Genarchella genarchella Travassos, 1928 (Trematoda, Hemiuridae) und die moglichkeit einer hormonalen beeinflussung der parasiten durch ihre wirtstiere. Ztschrft. F. Tropenmed. Parasit, 7 (2): 132-153. Recebido em 22.09.1992; aceito em 6.07.1993 IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (76): 15 - 19,2 mar. 1994 = 2 es x r RR N + . Fa pa + u 4 1 e - 4 2 my + s N 7 7 = Br 7 y = ' ! = Y = H o Fr G Li u EN 5 Ra > Be Urs ps % u Pre se # x = nu a 5) , x . P} 4 | 1 > ) qe x jo a - 5 E e cj “ Fe) Es ) > 2 E x a f x Sá Er er Pal dr A á mus j a ) N x ey res ee r sy P K A ren aaa 11 pois ara} [a e jo (1.4 ruht 3 ASPECTOS MORFOLÓGICOS DO INTESTINO DELGADO E PÂNCREAS DE SETE ESPÉCIES DE TINAMIDAE (AVES, TINAMIFORMES) Myrian Morato Duarte ! Germán Bohórquez Mahecha ! ABSTRACT MORPHOLOGIC ASPECTS OF SMALL INTESTINE AND PANCREAS OF SEVEN TINAMIDAE SPECIES (AVES, TINAMIFORMES). The anatomy and histology of the small intestine and pancreas of Crypturellus obsoletus Temminck, 1815, C. noctivagus Wied, 1820, C. parvirostris Wagler, 1827, C. tataupa Temminck, 1815, Nothura boraquira Spix, 1825, N. maculosa Temminck, 1815 and Rhynchotus rufescens Temminck, 1815 have been studied. None of the intestinal loops in these species cross the body cavity cranially, contrary all other birds. Stripes of adipose tissue over the intestinal loop have been observed. The duodenal mucosa presents occasional globet cells. The pancreas has three lobes and two collector ducts. The pancreatic and hepatic ducts open into separate papillae in the median region of the duodenum. KEYWORDS. Tinamidae, intestinal loops, duodenum, small intestine, pancreas. INTRODUÇÃO A família Tinamidae possui semelhanças morfológicas e bionômicas com os Ratites (GYSELS, 1970; McDOWELL, 1948; PARKERS & CLARK, 1966). Sua semelhança com os Galliformes é apenas superficial. Reúne duas subfamílias: Tinaminae, que ocorre principalmente em florestas e cerrados, e no Brasil está representada pelos gêneros Tinamus Hermann, 1783 e Crypturellus (Brabourne & Chubb, 1914); Nothurinae, que ocupa áreas abertas e, no Brasil, compreende os gêneros Rhynchotus Spix, 1825, Nothura Wagler, 1827 e Taoniscus Gloger, 1842 (SICK, 1988). Segundo GADOW (1889) as Aves apresentam sete padrões principais de organi- zação das alças intestinais. Em todas elas a primeira alça intestinal é fechada (a parte ascendente da alça encontra-se unida e paralela à parte descendente) e a parte terminal cruza cranialmente para a esquerda. Os Tinamidae possuem três alças principais, paralelas ao eixo do corpo, condição denominada ortocélica. As duas primeiras alças são fechadas e a terceira é aberta (a parte ascendente não se relaciona com a parte descendente). 1. Departamento de Morfologia, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Minas Gerais CP 2486 Av.Antônio Carlos, 6627 - CEP 31270-010 Belo Horizonte, MG. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 21 - 28, 2 mar. 1994 > DUARTE & MAHECHA No duodeno existem apenas glândulas intestinais. A ausência de glândulas seme- lhantes às glândulas de Brunner é compensada do ponto de vista funcional pela grande quantidade de células secretoras de muco, principalmente na zona pilórica (MOON & SKARTVEDT, 1954; AITKEN, 1958; MALEWITZ & CALHOUN, 1958; KOKAS et al., 1967). O pâncreas, glândula alongada, localizada entre os dois ramos da alça duodenal, possui funções exócrinas e endócrinas. Sua superfície é lobulada e, em muitas aves, apresenta os lobos dorsal, ventral e esplenial (SMITH, 1974). Os lóbulos pancreáticos consistem principalmente de glândulas tübulo-acinosas compostas que formam a parte exócrina do pâncreas. Os ductos pancreáticos variam de um a três, e sua distribuição é variável conforme a espécie. As ilhotas pancreáticas não são separadas do tecido exócrino por cápsulas de tecido conjuntivo (ZISWILER & FARNER, 1972). Não há informações sobre a anatomia ou histologia do intestino delgado e pâncreas de Tinamiformes. A maioria dos autores fornece dados sobre Galliformes (DEMKE, 1954: MALEWITZ & CALHOUN, 1958: SMITH, 1974), Anseriformes (BRAUN-BLANQUET, 1969) e Gruiformes (VARANGOT-DE-ESPINOLA & GALLIUSSI, 1990). Este trabalho pretende fornecer dados morfológicos do intestino delgado e pân- creas de Tinamiformes, compreendendo espécies de Tinaminae e Nothurinae. MATERIAL E MÉTODOS Foram examinados 78 exemplares, de diferentes idades, machos e fêmeas, pertencentes a 7 espécies de Tinamideos: Crypturellus obsoletus Temminck, 1815 (15,29); C. noctivagus Wied, 1820 (159,19);€. parvirostris Wagler, 1827 (143,59, 3 jovens, 1 filhote); C. tataupa Temminck, 1815 (19,19, filhote), Nothura boraquira Spix, 1825 (18,22, 1 filhote), N. maculosa Temminck, 1815 (165,89,3 jovens, 7 filhotes), e Rhynchotus rufescens Temminck, 1815 (23 ,2%,5 filhotes). Os exemplares foram coletados em diversas épocas do ano, em campos e matas do estado de Minas Gerais, Brasil. A determinação etária dos exemplares foi feita de acordo com o aspecto da plumagem, grau de ossificação do crânio, aspecto do falo e desenvolvimento da bolsa cloacal. Os exemplares foram fixados em formol 10% ou em líquido de Bouin. Dos animais fixados em líquidos de Bouin foram retirados fragmentos das diferentes partes do trato intestinal, incluídos em parafina e submetidos a corte e coloração rotineira dos métodos histológicos de hematoxilina e eosina (HUMASON, 1972). Metade das läminas de cortes de pâncreas foi corada pelo azul de toluidina, para evidenciar mastócitos e células D (EPPLE, 1967), ou hematoxilina crômica de Gomori, para demonstração de células A e B. As lâminas foram observadas e fotografadas em microscópio óptico Carl Zeiss Jena Mod. H5 0200. Adotaram-se os critérios indicados por BAUMEL et al., (1979). Os exemplares e as lâminas com os cortes histológicos foram depositados no Laboratório de Morfologia de Aves, Departamento de Morfologia, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Minas Gerais. RESULTADOS Morfologia do intestino delgado. Adultos. Apresentam 5 alças principais (fig. 1), localizadas, em grande parte, caudal e dorsal à moela, na região direita da cavidade corporal; nenhuma das alças IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 21 - 28, 2 mar. 1994. Aspectos morfológicos do intestino delgado e ... 23 intestinais atravessa cranialmente a linha mediana do corpo. A primeira alça é fechada e as outras quatro alças são abertas. A primeira alça (duodenal) origina-se do lado direito da moela, situando-se quase exclusivamente do lado direito do corpo; a parte descen- dente dirige-se caudalmente e curva-se para a esquerda, contornando o extremo caudal da moela, ultrapassando a linha mediana do corpo; a parte ascendente segue a direção inversa, em posição dorsal à anterior. A segunda alça atravessa para o lado esquerdo do corpo na região caudal; a parte descendente (início do jejuno) segue dorsal e caudal à parte ascendente da alça duodenal; a parte ascendente, do lado esquerdo, dirige-se cranialmente. A terceira alça inicia no lado esquerdo, inclina-se dorsalmente e acompa- nha, em sentido inverso, a segunda alça. A quarta alça segue medial à terceira e dobra- se de modo que a quinta alça se inicia ventral à parte ascendente da segunda. Após, atravessar da esquerda para a direita o plano mediano do corpo, a quinta alça segue entre a primeira e a segunda alças. O reto inicia-se no final da quinta alça, cranialmente à direita, encurva-se para a esquerda e segue dorsal acompanhando a linha mediana do corpo. Os dois cecos, cada um do comprimento aproximado de uma alça intestinal, acompanham dorsalmente à segunda e quinta alças. Em alguns exemplares, tanto machos quanto fêmeas, foram encontradas faixas longitudinais de tecido adiposo entre as alças intestinais e os cecos. As pregas da mucosa do duodeno apresentam disposição longitudinal em zigueza- gue, padrão que se inicia a partir da região pilórica. Ao longo do comprimento do intestino, as pregas tornam-se menores e diminuem em altura, mas conservam o padrão em ziguezague até as proximidades do reto, onde adquirem o aspecto de papilas digitiformes. Filhotes. Com três alças intestinais principais, mais curtas que as do adulto, sempre situadas no lado direito do corpo (fig. 2). Jovens. As partes caudais das alças intestinais iniciam inclinamento para a esquer- da, sem atingir a porção cranial da cavidade corporal. Esta disposição é intermediária entre o padrão dos filhotes e dos adultos. Morfologia do pâncreas. Os lobos dorsal (g) e ventral (h), que formam a maior parte da glândula, estão dispostos entre as duas partes da alça duodenal (fig. 3). O lobo dorsal acompanha a parte descendente da alça e o ventral a parte ascendente. O lobo esplenial (1) é um prolongamen- to fino da extremidade cranial do lobo dorsal, fregüentemente envolvido por tecido adiposo. O lobo dorsal na maioria dos exemplares (machos e fêmeas das espécies estudadas) encontra-se unido ao lobo ventral na região caudal (fig. 3). Cada um dos dois lobos possui seu próprio ducto. Os ductos saem da região caudal de cada lobo e desembocam na região média da parte ascendente do duodeno, próximos à desembocadura dos dois ductos hepáticos. O local exato de origem dos ductos pancreáticos apresenta grande variação individual, em todas as espécies estudadas, mas encontra-se sempre em algum ponto do terço caudal de cada lobo pancreático. O lobo ventral é alongado, de seção triangular, e não possui lobulações. O lobo dorsal é mais longo que o ventral, de seção também triangular e apresenta grande variação individual. Em muitos casos (40% dos indivíduos analisados) o lobo dorsal apresenta expansões caudais (q) ou craniais (p) que sobrepõem as extremidades do lobo ventral (fig. 4). O lobo dorsal apresenta um sulco na borda voltada para a parte descendente da alça IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 21 - 28, 2 mar. 1994 DUARTE & MAHECHA 24 SS SI, / DAE EI E) MT E) BA =| II BD A) “as = SAIA NUAS 1 1 NE ave SM, SIÉ a. II E a 5 EE VS So DE EH O 1,88 NES EE ES IE TS HR DRA > S; N SAID SR SS & IS Te NIE S IE STE > SS AUS ATA S NE Yi if Figs. 1-5: Disposição esquemática das alças intestinais de Crypturellus parvirostris, vista dorsal: 1. adultos; 2. Jovens. 3. topografia da alça duodenal de Nothura maculosa, vista lateral esquerda: 4. parte ascendente da alça duodenal de C. parvirostris, vista dorsal. 5. esquema dos aspectos histológicos da parte média do duodeno. (a, linha mediana do corpo; b, duodeno; c, reto; d, divertículo vitelino; e, moela; f, fígado; g, lobo pancreático dorsal; h, lobo pancreático ventral; i, lobo esplenial; j, baço; k, prega da mucosa intestinal; 1, papila dos ductos hepáticos; m, ducto pancreático; n, ducto hepático; o, glândula intestinal; p, projeção cranial do lobo dorsal do pâncreas; q, projeção caudal do lobo dorsal do pâncreas). IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (76): 21 - 28, 2 mar. 1994. Aspectos morfológicos do intestino delgado e ... 25 oh. FR En. > PN, x Elm % Figs. 6-10: 6. Duodeno de N. maculosa, coloração azul de toluidina; imagem negativa de células absortivas, evidenciando ausência de células caliciformes; 7. duodeno de C. parvirostris, coloração HE, demonstrando ausência de células caliciformes; 8. jejuno-íleo de C. parvirostris, coloração HE; 9. ilhotas pancreática de N. maculosa, coloração hematoxilina crômica de Gomori; células A e B indicadas por setas; 10. ilhota pancreáti- ca de €. parvirostris, coloração azul de toluidina; reação negativa para células D. (k, prega da mucosa; r, célula caliciforme; s, adenômero tubulo-acinoso do pâncreas). IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 21 - 28, 2 mar. 1994 26 DUARTE & MAHECHA duodenal e suas lobulações variam em número e forma de indivíduo para indivíduo em cada espécie. C. parvirostris apresentou de 3 a 6 lóbulos, e N. maculosa, de 4 a 9. Histologia do intestino delgado. O intestino delgado apresenta epitélio simples prismático com borda estriada. As células deste epitélio são altas, com núcleo central (fig. 5), e citoplasma basal basófilo. O citoplasma apical é claro e granular. Linfócitos migrantes frequentemente são observados no epitélio, ao longo de todo o intestino delgado. As células caliciformes (r) estão praticamente ausentes no duodeno (figs. 6, 7), mas estão presentes em grande quantidade no jejuno e íleo (fig. 8). As glândulas intestinais (o) são simples, tubulosas e extremamente baixas. O citoplasma destas células apresenta maior basofilia que o epitélio das pregas da mucosa (k). A lâmina própria é extremamente delgada, com abundante tecido linfóide difuso e poucos nódulos linfóides irregularmente distribuídos. A camada muscular da mucosa é delgada e emite vários feixes que penetram nas pregas da mucosa. A submucosa não é evidente. A túnica muscular apresenta duas camadas, uma circular interna mais desenvolvida e uma longitudinal externa muito fina. A túnica muscular é mais espessa na região pilórica. A túnica serosa é pouco visível. O divertículo vitelino possui a superfície interna bastante pregueada. O epitélio é do tipo prismático simples com borda estriada e núcleos centrais, com pequena quantidade de células caliciformes. Entre o epitélio e a camada muscular da mucosa há grande quantidade de tecido linfóide difuso e alguns nódulos linfóides. Histologia do pâncreas. O pâncreas possui uma fina cápsula de tecido conjuntivo, pouco visível e delica- da. A porção exócrina é formada principalmente de adenômeros túbulo-acinosos (s), constituídos por células prismáticas de citoplasma granuloso, núcleo e ergastoplasma basais (figs. 9, 10). As ilhotas pancreáticas são pequenas, irregulares e encontram-se imersas no tecido exócrino, não sendo separadas por cápsula conjuntiva evidente (fig. 9). As ilhotas são pouco numerosas, e algumas delas estão constituídas de células A e B, enquanto outras praticamente só apresentam um tipo celular. Não foram identificadas células D no pâncreas de nenhuma das espécies estudadas (fig. 10). Os ductos pancreáticos apresentam epitélio simples prismático, sem borda estriada e com núcleos basais. A túnica muscular dos ductos apresenta duas camadas, uma circular interna mais desenvolvida e uma longitudinal externa muito fina. As paredes dos ductos pancreáticos e hepáticos são muito semelhantes, e desem- bocam separadamente em duas papilas na região média do duodeno, onde perdem sua túnica muscular (fig. 5). Nas papilas foi observado grande número de mastócitos. Não foram evidenciadas diferenças entre as espécies estudadas e entre os sexos. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 21 - 28, 2 mar. 1994. Aspectos morfológicos do intestino delgado e ... DT, DISCUSSAO A condição ortocélica encontrada para os Tinamidae estudados coincidem com os dados descritos por GADOW (1889) para este grupo de aves. GADOW (1889) citou que em Tinamidae existem apenas três alças intestinais. Provavelmente examinou indivíduos jovens que, como foi observado, apresentam três alças e não cinco como os adultos. Este classificou a segunda alça como fechada e a terceira como aberta, e não faz nenhuma referência a respeito dos Tinamidae não obedecerem à regra geral encontrada para as outras aves, onde a alça duodenal cruza cranialmente a cavidade abdominal. Pode-se notar que caso houvesse uma torção acidental, durante o manuseio, da segunda alça dos filhotes juntamente com a parte descendente da terceira alça para o lado esquerdo, não só a terceira alça do filhote se tornaria aberta como a alça duodenal cruzaria cranialmente para a esquerda. A disposição dos intestinos permite supor que os Tinamidae são o único grupo de Aves estudado, até hoje, em relação a este aspecto onde, pelo menos nas espécies estudadas, as alças intestinais do lado direito não atravessam cranialmente o corpo para o lado oposto. O padrão da superfície interna do intestino encontrado para todas as espécies estudadas foi idêntico ao citado para R. rufescens (McLELLAND, 1979). A presença de faixas de tecido adiposo sobre as alças intestinais pode ter como provável função servir como uma reserva de energia durante períodos de pouca disponi- bilidade de alimento, situações de stress, e período de choca, posto que o macho neste período pouco se alimenta (MENEGHETI, 1988). A disposição da desembocadura dos ductos hepáticos e pancreáticos são seme- lhantes aos reportados por FEHÉR & FÁNCSI (1971) para Numida meleagris (L.) (galinha d'angola). Este fato nos leva a atribuir uma semelhança apenas superficial com Numididae. Cada um dos autores consultados cita um número diferente de lobos e lóbulos pancreáticos para indivíduos de uma mesma espécie (BATOJEVA & BATOJEV, 1972; BRAUN - BLANQUET, 1969; FEHÉR & FÁNCSI, 1971; OAKBERG, 1949; SMITH, 1974). Entretanto, nenhuma citação coincide com os números encontrados para Tinamiformes. Estudos de BATOJEVA & BATOJEV (1972) para galinha doméstica (Gallus gallus L.), peru (Meleagris gallopavo L.) e ganso (Anser anser L.) descrevem a desembocadura dos ductos hepáticos e pancreáticos em uma única papila. Os Tinamidae diferem destes grupos por apresentarem duas papilas separadas. Os dados histológicos do pâncreas são muito semelhantes aos de outras Aves, exceto pela ausência de células D. Entretanto, é provável que a metodologia utilizada no presente trabalho não seja a mais adequada para evidenciar este tipo celular. As glândulas intestinais dos Tinamidae são marcadamente diferentes das descri- tas para galinha doméstica (AITKEN, 1958), peru (DEMKE, 1954: MALEWITZ & CALHOUN, 1958) e Fulica armillata (Vieillot, 1817) (VARANGOT-DE-ESPINOLA & GALLIUSSI, 1990), que são longas e podem mesmo apresentar-se ramificadas ou enoveladas. A ausência de células caliciformes no duodeno de Tinamidae deve ser confirma- da, pois não existe outra célula ou glândula que possa substituir as secreções de muco- IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (76): 21 - 28, 2 mar. 1994 28 DUARTE & MAHECHA substâncias destas células nesta região do intestino; provavelmente os compartimentos gástricos secretam grande quantidade destas substâncias. Agradecimentos. Ao Sr. João de Matos pela preparação das lâminas histológicas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AITKEN, R. N. C. 1958. A histochemical study of the stomach and intestine of the chicken. J. Anat., London, 92: 453-466. BATOJEVA,S.T.& BATOJEV, T.Z. 1972. On the anatomy of the pancreas of domestic birds. Arkh. Anat. Gistol. Embriol., Ulan-Ude, 63: 105-108. BAUMEL, J. J.; KING, A. S.; LUCAS, A. M.; BREAZILE, J. E; EVANS, H. E. (eds.). 1979. Nomina Anatomica Avium. London, Academic. 637 p. BRAUN-BLANQUET, M. 1969. Examen du pancréas de canard normal au microscope électronique précédé de son observation macroscopique et microscopique. Acta Anat., Basel. 72: 161-194. DEMKE, D. D. 1954. A brief histology of the intestine of the turkey poult. Am. J. Vet. Res., Schaumburg, 15: 447-449. EPPLE, A. 1967. A staining sequence for A, B and D cells of the pancreatic islets. Stain Technol., Baltimore, 42: 53-61. FEHÉR, G. & FÁNCSI, T. 1971. Vergleichende morphologie der bauchspeicheldruse von hausvogeln. Acta Vet. Acad. Sci. Hung., Budapest, 21 (2-3): 141-164. GADOW,H. 1889. On the taxonomic value of the intestinal convolutions in birds. Proc. Zool. Soc. London, London, 21: 303-316. \ GYSELS, H. 1970. Some ideas about the phylogenetic relationships of the Tinamiformes based on protein characters. Acta Zool. Pathol. Antverpiensia, Antwerp, 50 (11): 3-13. HUMASON, G.L. 1972. Animal Tissue Techniques. 3 ed. San Francisco, W. It. Freeman. 384p. KOKAS, E.; PHILLIPS, J. L.; BRUNSON, W.D. 1967. The secretory activity of the duodenum in chickens. Comp. Biochem. Physiol., Oxford, 22: 81-90. MALEWITZ, T. D. & CALHOUN, M. L. 1958. The gross and microscopic anatomy of the digestive tract, spleen, kidney, lungs and heart of the turkey. Poult. Sci., Champaign, 37: 388-398. McDOWELL, S. 1948. The bony palate of birds - part I. The palaeognathae. Auk. Columbus, 65 (30): 520- 549. McLELLAND, J. 1979. Digestive system. In: KING, A. S. & McLELLAND, J. (eds.). Form and function in birds. v. 1. London, Academic. 4 v, p. 69-181. MENEGHETI, J. O. 1988. Razão de sexo e considerações sobre o sistema de acasalamento em Nothura maculosa (Temminck, 1815) (Aves, Tinamidae). Revta. bras. Zool., Curitiba, 5 (3): 427-440. MOON, H. W. & SKARTVEDT, S. M. 1954. Effect of age on epithelial cell migration in small intestine of chickens. Am. J. Vet. Res., Schaumburg, 36 (2): 213-215. OAKBERG, E. F. 1949. Quantitative studies of pancreas and islands of Langerhans in relation to age, sex, and body weight in white Leghorn chickens. Am. J. Anat., New York, 84: 279-310. PARKERS, K. C. & CLARK, G. A. 1966. An additional character linking Ratites and Tinamous, and an interpretation of their monophyly. The condor, Columbus, 68 (13): 459-471. SMITH, P. H. 1974. Pancreatic islets of the Coturnix quail. A light and electron microscopic study with special reference to the islet organ of the splenic lobe. Anat. Rec., New York, 178: 567-586. SICK, H. 1988. Ornitologia brasileira. v. 1. 3º ed. Brasília, Universidade de Brasília. 2 v, p. 133-146. VARANGOT-DE-ESPÍNOLA, L. & GALLIUSSI, G. A. 1990. Estudio anátomo-histológico del tracto digestivo de Fulica armillata (Vieillot, 1817) AVES, Gruiformes, Rallidae. Iheringia, Ser. Zool., Porto Alegre, (70): 93-108. ZISWILER, V. & FARNER, D.S. 1972. Digestion and the disgestive system. In: FARNER, D. S. & KING, J. R. (eds.) Avian Biology. v. 2. New York, Academic. 2 v, p. 344-405. Recebido em 14.10.1992; aceito em 28.06.1993 IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (76): 21 - 28, 2 mar. 1994. OBSERVAÇÕES SOBRE PIPILE JACUTINGA SPIX, 1825 (AVES, CRACIDAE) NO PARQUE ESTADUAL DE CARLOS BOTELHO, SAO PAULO, BRASIL! Sandra Giselda Paccagnella? Roberto Antonelli Filho”? Aderlene Inês Lara? Pedro Scherer Neto” ABSTRACT OBSERVATIONS ON THE PIPILE JACUTINGA SPIX, 1825 (AVES, CRACIDAE) IN CARLOS BOTELHO STATE PARK, SÃO PAULO, BRAZIL. In Carlos Botelho State Park, São Paulo, 11 field trips in 1990 showed Pipile jacutinga prefers primary and modified primary forest. Most contacts were March-May, corresponding to higher fruit abundance, while the species apparently migrated downslope in June- August. Five fruit species were used. Pairs or small families are frequent, the male acting as sentinel and going first in movements. They rest long periods, perhaps digesting fruit, and are relatively tame. KEYWORDS. Cracidae, Pipile jacutinga, behavior, feeding. INTRODUÇÃO A família Cracidae compreende aves neotropicais distribuídas do México ao norte da Argentina, apresentando mais de um terço de suas espécies em listas de aves ameaçadas de extinção. Dentre estas encontra-se Pipile jacutinga Spix, 1825. A distribuição desta espécie compreendendo o sudeste e sul do Brasil, (sul da Bahia ao Rio Grande do Sul) e áreas adjacentes do sudeste do Paraguai e Argentina (Misiones e Corrientes) (DELACOUR & AMADON, 1973), tem suas populações em franco declínio em virtude da forte pressão antrópica ocorrente nas últimas décadas. Os trabalhos sobre este cracídeo são escassos, limitados a dados de distribuição e aspectos da reprodução. Objetiva-se fornecer dados sobre a biologia de P. jacutinga, os quais poderão servir de instrumento para medidas que auxiliem sua conservação. MATERIAL E MÉTODOS As observações de P. jacutinga foram realizadas durante o ano de 1990, no Parque Estadual de Carlos Botelho, sul do Estado de São Paulo (24°00' - 24º20' S e 47º44' - 48º10' W) numa área de 4200 ha, denominada Perímetro São Miguel Arcanjo, ao norte do parque, no cimo da Serra de Paranapiacaba. Esta Unidade de 1. Apoio Financeiro: Wildlife Conservation International/ New York Zoological Society (WCI/NYZS). 2. Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental, Rua Gutemberg, 345, 80420-030, Curitiba, PR. 3. Divisão de Museu de História Natural, Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Rua Benedito Conceição, 407, 82810-080, Curitiba, PR. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (76): 29-32,2 mar. 1994 30 PACCAGNELLA et al. Conservação, com área totai de 37432,48 ha, apresenta altitudes que variam de 30 a 1003 metros. A vegetação é típica de Floresta Pluvial Tropical, correspondendo à formação de Floresta Ombrófila Densa Submontana Montana (VELOSO & GOES-FILHO, 1982), sendo quase 90% da área de estudo com cobertura vegetal primitiva. Constou de 11 fases de cinco dias cada, num esforço de 921 horas em campo percorrendo a pé trilhas e estradas, procurando localizar os indivíduos de P. jacutinga. As observações comportamentais foram descritas de forma cronológica e os dados referentes a formação e constituição dos bandos foram anotados. Coletaram- se fezes e os frutos utilizados na alimentação, sendo os pontos de contato marcados com fita plástica. Os indivíduos foram observados até o seu deslocamento e fuga do campo de visão do observador. Vistorias posteriores ao ponto de contato foram realizadas para verificação do possível retorno dos indivíduos ao local, obtendo-se êxito em alguns casos. RESULTADOS E DISCUSSÃO Efetuaram-se 35 contatos com P. jacutinga, dos quais três foram por vocalização não sendo incluídos nesta análise. Distribuição. Os registros mais frequentes ocorreram na floresta primária nativa (59%) ou na formação primária alterada (18%). Os contatos restantes foram obtidos em ecótones onde um dos ambientes componentes era sempre uma formação florestal (tab. I). Tabela I. Registros de Pipile jacutinga Spix, em diferentes habitats, no Parque Estadual de Carlos Botelho, São Paulo, Brasil. (FPN, Floresta Primária Nativa: fácie vegetacional original sem alterações; FPA, Floresta Primária Alterada: fácie vegetacional original com mínima alteração; FS, Floresta Secundária: remanescente de Floresta Primária de onde foram retirados indivíduos dos vários estratos; C, Capoeiräo: vegetação subsequente à capoeira, de aspecto arbustivo com indivíduos arbóreos de até 5m de altura; Ca, Capoeira: vegetação oriunda do abandono de local desmatado, com predominância de compostas e gramíneas, aspecto arbustivo, com altura de até 3m.). Habitat Nº de contatos % de contatos FPN 19 59,4 FPA 6 18,8 Ecótone FPN X FPA 3 9,4 Ecótone FPN X FS 2 6,2 Ecótone FS X € 1 Sal Ecótone FS X Ca 1 3 O período de maior frequência de indivíduos contatados (75%) foi entre março- maio (outono), época de abundância de frutos e bagas, coincidindo com o término da frutificação do palmito Euterpe edulis Martius (Palmae) e o auge da frutificação da erva- de-anta Psychotria sp. (Rubiaceae). Já o período de menor fregiiência (1%) foi nos meses de junho-agosto (inverno). Neste período, pesquisadores residentes no parque informa- ram sobre contatos fregüentes com jacutingas na área sudeste do parque (Perímetro de Sete Barras) onde o palmito ainda frutificava. Ao que tudo indica, parece ocorrer o deslocamento dos bandos acompanhando a frutificação de seus alimentos preferenciais, também citado por SICK (1985); e, somente com o prosseguimento dos estudos em áreas de menor altitude, tal hipótese poderá ser confirmada. | Constituição dos bandos. Os 32 contatos com P. jacutinga dizem respeito tanto a indivíduos isolados quanto em grupos de até seis indivíduos, sendo grupos de dois IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 29-32, 2 mar. 1994 Observações sobre Pipile jacutinga... 31 exemplares o mais frequente com 12 registros (37%). Na seqiiência, os contatos mais frequentes foram com indivíduos isolados (28%) os quais tiveram sua maior incidência entre março-maio e setembro-novembro, coincidindo com a época em que se realizaram contatos com pares isolados. Os grupos formados por quatro indivíduos, relativamente comuns, corresponderam a sete dos contatos (21%). Destes, quatro foram efetuados com grupos formados por dois adultos e dois imaturos. Os grupos formados por dois adultos e um número variável de imaturos (1 a 3), denominados de grupos familiares, foram encontrados de dezembro a maio. Grupos maiores, um com cinco indivíduos e outro com seis, foram observados em maio. Itens alimentares. SICK (1970) relata o consumo de Virola bicuiba Schott (Myristicaceae), Lecythis pisonis Cambessedes (Lecythidaceae), Byrbicuiba sp. (Myristicaceae) e Geonoma sp. (Palmae) por Crax blumenbachii Spix (Cracidae), comentando que tambem säo apreciados por Penelope superciliaris Temminck (Cracidae) e Pipile jacutinga. TEIXEIRA & ANTAS (1981) relatam uma dieta para P. jacutinga composta por frutos de Siparuna sp. (Monimiaceae), Myrceugenia sp. (Myrtaceae), Erythroxilum sp. (Erythroxylaceae), Croton sp. (Euphorbiaceae) e Byrsonima sp. (Malpighiaceae). Constatou-se a utilização de cinco 1tens alimentares por P. jacutinga: Eugenia sp. (Myrtaceae) foi a mais frequente com 14 registros (60%) seguida por Euterpe edulis (17%) e Psychotria sp. (13%) e, em análise de fezes, obtivemos sementes de duas espécies não identificadas num total de 23 observações de forrageamento. Vigias do parque apontam o consumo de Psidium sp. (Myrtaceae), Cecropia sp. (Moraceae), Ficus sp. (Moraceae) e Campomanesia sp. (Myrtaceae). Na época de frutificação do palmito, cujo auge na área estudada ocorre de dezembro a janeiro, as jacutingas apresentam uma preferência a este alimento, embora existissem outras plantas em frutificação como algumas espécies de Myrtaceae. Comportamento alimentar. Observou-se que a espécie forrageia em locais onde haja frutos em abundância, fregüentando o local até praticamente exaurir aquela fonte de alimento, movimentando-se pela árvore aos saltos a procura de frutos preferencialmente maduros. Quando em grupo familiar geralmente o macho posiciona-se, em pé, num estrato superior ao grupo que se alimenta e, nessa posição, mantém postura de alerta. Após a alimentação os indivíduos realizam a limpeza das penas (“preening”) ou repousam em intervalos que podem variar de minutos a horas, quando então voltam a se alimentar. Este repouso pode corresponder a um período para digerir o alimento. Enquanto forrageiam, é comum vocalizarem, emitindo piados baixos e constantes - psiiu - que lembram a voz de Crax fasciolata Spix (Cracidae). Limpeza e repouso. As jacutingas intercalam períodos de repouso com forrageamento. Um indivíduo isolado, observado por nove horas seguidas, dispendeu sete horas para o repouso e limpeza das penas. O repouso pode ser em pé ou deitado sobre os tarsos. Quando empoleirado, com o corpo apoiado sobre os tarsos fletidos, há pelo menos três posturas diferentes: (1) corpo deitado sobre o tarso com a linha da cauda acompanhando o eixo longitudinal do corpo; a cabeça e o pescoço em postura normal como quando em movimento, não descansando sobre o dorso, - provavelmente em estado de vigília; (2) corpo deitado sobre o tarso com a linha da cauda em posição flexionada para baixo, formando ângulo com o eixo do corpo; o pescoço dobrado em “S” apoiado sobre o dorso com a cabeça voltada para a frente - repouso em estado de atenção, numa atitude menos rigorosa que a anterior; (3) corpo e cauda na mesma posição que a anterior, porém com o pescoço dobrado para trás e apoiado sobre o dorso; a cabeça oculta pelas escapulares - repouso. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (76): 29-32, 2 mar. 1994 32 PACCAGNELLA et al. Após o período de repouso observamos a limpeza das penas ou o cuidado com a plumagem, em diversas ocasiões, estando a ave quase imóvel. A limpeza inicia-se pelo peito, asas, flanco, axilas e alto dorso. Com o auxílio do bico ajusta a plumagem de si mesma ou a de outros indivíduos, como pode ser observado em uma ocasião quando um adulto realizou a limpeza em um filhote pousado ao seu lado (“allopreening”). Movimentação. O vôo consiste de deslocamentos curtos, raramente longos, através dos estratos superior e intermediário das florestas. Em uma oportunidade observamos a movimentação de um grupo familiar em uma segiiência de vôos curtos, onde o macho seguia sempre a frente, sendo acompanhado pela fêmea e imaturos que alternavam suas respectivas posições entre sı. Observou-se também um grupo de cinco indivíduos que se deslocavam em fila sem modificar suas posições, sendo que um só prosseguia adiante quando o anterior abandonava seu posto, em movimento semelhante ao efetuado pelos tucanos (Ramphastidae) (SICK, 1985). Em torno da fonte alimentar ou quando persegui- da por outra ave, a jacutinga promove pequenos vôos de no máximo 20 m, entre um pouso e outro. Quando na árvore em que forrageira, caminha pelos ramos ou locomove-se aos saltos, podendo usar as asas para dar maior impulso. A Jacutinga tem hábitos predominantemente arborícolas, o que não a impede de descer ao solo quando em fuga ou para forragear, conforme foi observado em duas oportunidades. Algumas manifestações de inquietude em relação ao observador foram anotadas, como o abrir e fechar das retrizes, o movimento rápido da cabeça para os lados ou a ocultação entre a ramagem da árvore. Tais posturas ocorrem por curtos períodos, e geralmente as jacutingas mostraram não se importar com a presença humana ou barulho. Esta característica facilita sua caça e captura, que aliada à descaracterização e vulnerabilidade dos ambientes preferenciais da espécie, comprometem sua preservação. Agradecimentos. A Stuart Strahl (Wildlife Conservation International/ New York Zoological Society), pelo auxílio financeiro para a execução deste estudo. Ao Instituto Florestal de São Paulo, pela oportunidade de trabalho na área do parque. Ao Engº Agr. Bento Vieira de Moura Netto, diretor do P.E. de Carlos Botelho pelo apoio a nossas atividades. A Sérgio D. Arruda, Karina L. Oliveira, Teresa C. Margarido, Sandra B. Mikich, Alexandre B. Bonaldo e Osvaldo de Carvalho Jr. pela participação nas fases de campo. A Pedro Luis R. de Moraes pelas informações fornecidas e aos revisores anônimos pela leitura crítica e sugestões ao manuscrito. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DELACOUR, J. & AMADON, D. 1973. Curassows and Related Birds. New York Am. Mus. Nat. Hist. 247 p. SICK, H. 1970. Notes on Brazilian Cracidae. Condor, Lawrence, 72: 106-108. — . 1985. Ornitologia Brasileira. Uma introdução. Brasília, Universidade de Brasília. 827 p. TEIXEIRA, D. M. & ANTAS, P. T.Z. 1981. Notes on endangered Brazilian Cracidae. In: MEMORIAS PRIMER SIMPOSIO INTERNACIONAL DE LA FAMILIA CRACIDAE. Univ. Nac. Aut. de México. Fac. de Med. Vet. y Zootec., Morelos., 176-186 p. VELOSO, H. P. & GOES-FILHO, L. 1982. Fitogeografia Brasileira, classificação fisionômico-ecológica da vegetação Neotropical. Boletim Técnico. Projeto RADAMBRASIL. Sér. Vegetação, Salvador, 1:1-80. Recebido em 15.04.1993; aceito em 12.07.1993. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 29-32, 2 mar. 1994 THE GENUS EUCATOPS (COLEOPTERA, CHOLEVIDAE, EUCATOPINAE) - DESCRIPTION OF NEW SPECIES AND SYSTEMATIC REMARKS Pedro Gnaspini ! ABSTRACT Two new species are described: Eucatops (Eucatops) obtusus, from Brazilian Amazonia, and Eucatops (Sphaerocatops) ovalis, from Argentina. Male and female genitalia of Eucatops (Eucatops) formicetorum (Bruch) are described for the first time. Female spermathecae and the highly modified male genitalia reinforce the hypothesis that Eucatopini and Ptomaphagini should not be considered in the same subfamily, as traditionally used. A key to the species of Eucatops is given. KEYWORDS. Coleoptera, Cholevidae, Eucatopinae, taxonomy, new species. INTRODUCTION The genus Eucatops Portevin, 1903 has ten described species, recorded to South America. The monotypic tribe Eucatopini is generally grouped with the Ptomaphagini into the subfamily Eucatopinae (JEANNEL, 1936). The characters adopted to consider these tribes in the same subfamily are: 1) presence of a comb of spines on the tibiae; 2) aedeagus without tegmen, parameres directly inserted on the median lobe; 3) internal sac with a strong flagellum. PERREAU (1989) considered as characteristic of Eucatopini and Ptomaphagini one particular type of spermathecae, which he called “type 2”. In this type, the spermduct is progressively wider, and its transition with the spermatheca is difficult to ensure. However, it is premature to consider, without a cladistic analysis, the presence of a comb of spines on the tibiae as an apomorphy to Eucatopini plus Ptomaphagini, since this feature occurs in the same or in different ways in several genera of the Staphylinoidea. On the other hand, the aedeagus of Eucatops is too modified. Its features are quite different from the other genera of Cholevidae and polarizations are not easy to ascertain. Hence, reduction of the tegmen in Eucatopini and Ptomaphagini might be homoplasic. This is reinforced by the fact that in Ptomaphagini the basal blade is absent, while in the Eucatopini it is strongly developped. 1. Departamento de Zoologia, Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo, Cx. Postal 20520, 01452-990, São Paulo, SP, Brasil. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 33-42, 2 mar. 1994 34 GNASPINI The Eucatopini and the Ptomaphagini were considered as separate subfamilies only recently (NEWTON & THAYER, 1992). Two new species of Eucatops are herein described; the spermathecae of E. formicetorum (Bruch) and E. obtusus sp. n. are illustrated, in order to contribute to the knowledge of the genus and to clarify its systematic position. MATERIAL AND METHOD The material was deposited in the “Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo” (MZSP); “Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia” (INPA), and “Museo Argentino de Ciencias Naturales Bernardino Rivadavia” (MACN). To dissect the genitalia, the specimens were boiled in water for from five to ten minutes. Some pieces with much adhered matter were maintained for a few minutes in hot KOH at 10%. Eucatops (Eucatops) obtusus sp. n. (Figs. 1-9) Holotype, male (MZSP). Type locality and data: BRASIL. Amazonas, WWF- INPA Reserve km 41 (90km NE from Manaus), 05.1.1991, A. Henderson & R. Pardini leg., in inflorescences of Bactris acanthocarpa (sample 24b). 1 male and 2 female paratypes (MZSP) and 1 female paratype (INPA) with same data. Despription. Lenght: 2.1-2.4 mm; width: 1.1-1.3mm. Winged. Color dark brown. Eyes large. Antennae normal (fig. 4), reaching base of elytra when laid back. Proportions between lenght of each segment and that of the Istrespectivelly from 2ndto 11th: 0.8, 0.6, 0.45, 0.45, 0.4, 0.65, 0.25, 0.5, 0.5, 1.0. Proportions between lenght and width of each segment of the club, from 7th to 11th, respectively: 1.0, 0.45, 0.7, 0.65, 1.35. Pronotum (fig. 1) with shallow punctures closely distributed, not forming strigae, transverse, widest at base, 1.75 times as wide as long; posterior angles acute, posterior margin sinuate. Elytra (fig. 1) regularly rounded, together 1.15 times as long as wide; widest at 1/4 the lenght from the base; with transverse strigae, densely punctate; apex rounded. Metathoracic wings fully developed. Protibia margins subparallel, protibia slightly wider towards tip, with a comb of spines in the inner margin (fig. 3). Male protarsi (fig. 3) expanded; Ist segment 0.75 times as wide as the maximum width of tibia. Proportions between lenght and width of each segment, from Ist to 5th, respectively: 1.4, 1.15, 1.4, 1.75, 5.1. Mesotibia curved in both sexes. Metatibia straight in both sexes; male metafemur unarmed. Aedeagus (figs. 5-6) short, subtriangular, apex obtuse with several punctures along the apical margin; basal blade long and subparallel, rounded at base; flagellum strong and somewhat indistinct within several strong acessory pieces. Parameres straight, bearing 13 setae along ventral margin. Genital segment subcylindrical, 1.8 times as long as wide, with several setae in the inner ventral margin (figs. 7-8). Female spermathecae simple, globular (fig. 9). Etymology. The name is derived from the shape of the aedeagus, which bears a blunt tip, not acute as in the other species. Remarks. The species is quite different from the others of the subgenus and easyly IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 33-42, 2 mar. 1994. The genus Eucatops... 35 recognized by the rounded apical margin of elytra (subtruncate in the other species); male protarsi somewhat slender, first four tarsomeres expanded, but not so expanded as in the other species; apex of aedeagus blunt, not acute as in the other species. Besides, it is winged, while the others are wingless. Eucatops (Eucatops) formicetorum (Bruch, 1918) (Figs. 10 -16) Acanthocatops formicetorum BRUCH 1918: 194-195. Eucatops (Eucatops) formicetorum; JEANNEL 1936: 50, 52. Material examined. Lectotype male (here designated) (MACN); ARGENTINA. Prov. Cordoba: Alta Gracia, from Camponotus (Myrmotrix) rufipes F.nests, C. Bruchleg. 4 males and 2 females paralectotypes, with same data. This species was described by BRUCH (1918) and revised by JEANNEL (1936). The male genitalia and female spermatheca are described and illustrated herein for the first time. Description of genitalia. Aedeagus (figs. 10-11) elongate, triangular, dorsal valve with sinuate lateral margins, almost twice as long as the ventral valve; basal blade long and subparallel, with base concavous; flagellum strong and shorter than the basal blade. Parameres flattened and expanded posteriorly, bearing 8-11 small setae on the ventral posterior surface (figs. 12-13). Genital segment (figs. 14-15) subcylindrical, narrowed posteriorly, with several setae in the posterior margin of the lateral lobes; with two pairs of strongly sclerotized carinae - one pair short, dorsally located at posterior half, and one pair long located along ventral inner margin of the lateral lobes, and with an acute projection at the posterior ending: with two lateral flat projections anteriorly. Female spermathecae simple, globular, with a thickening on the wall opposite to the insertion of the duct (fig. 16). Eucatops (Sphaerocatops) ovalis sp. n. (Figs. 17 - 23) Holotype, male (MACN). Type locality and data: ARGENTINA, Loreto, Exp. St., Misiones, Dr. A. Ogloblin leg., from Pheidole nest. Description. Lenght: 2.4mm; widht: 1.7mm. Winged. Convex. Color dark reddish brown. Eyes large. Antennae normal (fig. 19), reaching base of elytra when laid back. Proportions between lenght of each segment and that of the Ist respectivelly from 2nd to Lith: 0.85, 0.75, 0.5, 0.55, 0.5, 0.7, 0.4, 0.65, 0.65, 1.5. Proportions between lenght and width of each segment of the club, from 7 th to 11 th, respectively: 1.05, 0.45, 0.65, 0.6, 1.5. Pronotum (fig. 17) smooth, brilliant, transverse, widest at base, 2.2 times as wide as long; posterior angles rounded. Elytra (fig. 17) regularly rounded, together as long as wide; widest at 1/6 the lenght from the base; smooth and brilliant. Head, pronotum and elytra densely covered by long setae, not forming strigae. Protibia margins subparallel, protibia slightly wides towards tip, with a loose comb of spines in the inner margin (fig. 18). Male protarsi (fig. 18) expanded; Ist segment almost as wide as the maximum width IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (76): 33-42, 2 mar. 1994 36 GNASPINI of tibia. Proportions between lenght and width of each segment, from Ist to 5th, respectively: 1.1, 1.1, 1.5, 1.6, 4.3. Mesotibia curved (fig. 17). Metatibia straight, with apical spur longer than first tarsomere; metafemur unarmed. Aedeagus (fig. 20) triangu- lar, somewhat longer than wide; basal blade long and subparallel, rounded at base; flagellum strong. Parameres straight, bearing 12 setae along ventral margin (fig. 21). Genital segment (figs. 22, 23) trapezoidal in lateral view, subparallel margins in dorsal view slightly narrowing posteriorly; with several setae in the posterior margin of the lateral lobes; with two lateral flat projections anteriorly. Etymology. The name is derived from the oval body, much more pronounced than in the other species of the subgenus. Remarks. This species is much smaller than the others of the subgenus and has the metatibial spur longer than first tarsomere, disagreeing with the original description of the subgenus. However, the absence ofelytral strigae permits the inclusion of this new species in the subgenus Sphaerocatops. Key to the subgenera and species of Eucatops Portevin, 1903. Modified from JEANNEL's key (1936), to include the species described by SZYMCZAKOWSKI (1961, 1963) and the new species. Data on previously described species were gathered from the literature. je Elytra with dense punctures aligned and forming strigae (Eucatops s. str.).. 2 Elytra with dense punctures not forming strigae (Sphaerocatops Portevin, ) LUD a N RE ee Beer sn HelrbetscBöonsacnonaoacc: te ish 10 2 (AU): First metatarsomere shorter than second and third together. Metatibia straight im both'sexes. (Argentina, Brasil Pera) ...................22 200 NEE 3) First metatarsomere as long as second and third together. Metatibia curved in males. (Bolivia, Pem).............e....u00enne nao sudo cad see EEE 7 3.2): Apical margin of elytra rounded. First protarsomere in males narrower than tibial tip. Lenght 2.1-2.4mm. (Brasil/Amazonas) ..... E. (E.) obtusus sp. n. Apical margin of elytra subtruncate. First protarsomere in males wider or as wide as tibial tip ....u.....00000 Reese nnanenene san e 4 4 (3). Meso - and metatibiae with fine spines along external margin; tibiae not spiny. Brownish brilliant, pubescense rare. Pronotum strongly campaniform, narrower than elytra, which are very thick and very convex. Aedeagus with basal blade well developped, very wide and very long; internal sac shorter than basal blade, flagellum short and strong, acessory pieces strong. Parameres slender, with four setae. Lenght 3.0mm. (Peru) ............ PER ea Dra a RE ob a cad E. (E.) oblongus Portevin, 1903 External margin of all tibiae with strong and erect spines; tibiae spiny. Sides of pronotum rounded, pronotum as wide as elytra .................uuuessssnnenenennn- 5 5 (4). Male metafemora unarmed. Oblong, brown, dull; pubescence long and dense. Aedeagus with basal blade wider at base, internal sac long as basal blade, flagellum very long, flagelliform, acessory pieces strong. Lenght 2.5mm. (Brasil/Santa Catarina) E. (E.) inermis Jeannel, 1936 Male metafemora armed with a long horizontal apophysis, perpendicularly inserted in the median portion of the posterior margin ......................... 6 6 (5). Femoral apophysis wider at apex and slightly curved inwards. Globular, IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 33-42, 2 mar. 1994. The genus Eucatops... 37, brownish brilliant, pubescence long and dense. Elytra not attenuated to apex, which is blunt. Aedeagus with basal blade narrow, internal sac as long as basal blade, flagellum strong but elongate, bent; acessory pieces somewhat developped. Parameres with seven setae at the ventral margin. Lenght 1.8-2.4mm. (Brasil/Santa Catarina, São Paulo) ............................ BETHEREHLNEN EN. 8, NIEREN ir, E. (E.) glabricollis (Reitter, 1884) Femoral apophysis attenuated at apex and curved outwards. Same general shape as the former species, but with elytra more attenuated at apex. Aedeagus with basal blade narrow and with base concavous. Parameres laminate, with 8-11 small setae at the ventral surface. Genital segment with two pairs of strongly sclerotized carinae. Lenght 2.5-2.7mm. (Argentina) ee a Rà E RR E. (E.) formicetorum (Bruch, 1918) 2). Meso - and metatibiae spiny, spines strong and erect. Metatibial spur longer EDARBITSELArsOmer ea EN RER 8 Meso - and metatibia not spiny. Metatibial spur not longer than first tarsomere BR BER IE el Habedd cad da ae ALERT de EURO 6 4 PERA RR PRP APESAR CO PRN A 9 8 (7). Black, pronotum as wide as elytra, strongly campaniform; elytra thick. 8th antenomere as long as wide. Flagellum of internal sac indistinct within strong acessory pieces. Parameres thin, with two long apical setae and four setae on ventral margin. Lenght 4.0-4.2mm. (Bolivia) .......................... sciccloba dó ER E. (E.) curvipes Portevin, 1903 (type species) Brown, very convex, pronotum campaniform, narrower than elytra. 8th antenomere twice as wide as long. Flagellum of internal sac very slender andılone, tilitorm. Eenghe 2 ImmIBenu) sao. seneer aci sogess ocnbiopagonoccjeioo EEE NM RR a en CA: E. (E.) filifer Szymczakowski, 1961. IN): 8th antenomere twice as wide as long. Aedeagus with internal sac as long as basal blade; flagellum distinct, very long and slender, acessory pieces well developped. Parameres lamelate, bearing 5-6 setae at the ventral margin. Lenght 2.8mm. (Bolivia) ....................... E. (E.) rufescens Portevin, 1903 8th antenomere almost as long as wide. Aedeagus similar to the former but with flagellum thicker and acessory pieces stronger. Lenght 3.5mm. (Bolivia) LR A o Sea Ra E doa la E. (E.) grouvellei Portevin, 1903 10 (1). Winged, oval, brilliant. Apical margin of elytra only slightly rounded. Metatibial spur longer than first tarsomere. Lenght 2.4mm. (Argentina) assa dói dd ER RE AS A CA RAR RAT EAAESERRENERE E. (S.) ovalis sp. n. Wingless. Apical margin of elytra regularly rounded. Metatibial spur shorter EnambiinstitarsomerekA ra. res 11 11 (10). Reddish brown brilliant, subglobular. Posterior margin of pronotum sinuate. Elytra very convex. Aedeagus with parameres long, flatened at apex, bearing a dozen of setae at ventral and apical margins. Lenght 4.0-4.2mm. Bolvie) 22. .Baa Na E. (S.) haemorrhoidalis Portevin, 1903. Dark brown, oval. Posterior margin of pronotum not sinuate. Elytra regularly convex. Aedeagus with parameres short and slender, shorter than aedeagus, not flatened at apex, bearing about sevem setae at the ventral apical mar- eınsbenscht4 22mm: Brasil/Sao Paulo) ....csoecesrscesrerasevopasiodnsuenanconeococasiess POR MO asi ecenasio E.(S.) brevistylis Szymczakowski, 1963 IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 33-42, 2 mar. 1994 38 GNASPINI Systematic Remarks Female spermathecae (figs. 9, 16) of Eucatops (at least s. str.) is simple and globular, which might be considered plesiomorphic. They could not be considered as Perreau's “type 2”, because the insertion of the spermduct in the spermatheca is clear. On the other hand, male genitalia of Eucatopini is apomorphic and strongly modified when compared whith other cholevids, as already stated. The shape and structure of the aedeagus, the parameres and the basal blade are quite different from that of Ptomaphagini, and, hence, the absence of a tegmen in both tribes seems to be homoplasic, and should not be used to group these tribes together. Hence, Eucatopini should be considered a separate subfamily from the Ptomaphagini, as in NEWTON & THAYER's (1992) catalog. The Eucatopinae might be an ancient branch in the Cholevidae phylogeny, which maintained a plesiomorphic female genitalia, while acquired a very modified male genitalia, which is undoubtedly apomorphic. However, only a better knowledge of some groups within the family, specially of the female and male genitalia, would improve the knowledge of its phylogenetic relationships. Checklist of Eucatops species with respective occurences. Besides the type-locality, when another locality is given, the reference of the new locality is given between parenthesis. Eucatops Portevin, 1903 Eucatops (s. str.) Portevin, 1903 j E. (E.) curvipes Portevin, 1903 (type species ) - Bolivia: Cochabamba. E. (E.) filifer Szymczakowski, 1961 - Peru: Cuzco: Marcapata. (in the original paper, it was described as Eocatops (Eocatops) filifer, clearly a typographical error). E.(E.) formicetorum (Bruch, 1918) (Acanthocatops) - Argentina: Cordoba: Alta Gracia. E.(E.) glabricollis (Reitter, 1884) (Dissochaetus) - Brasil: Santa Catarina: | Blumenau; Brasil (= E. ater Portevin, 1903) (JEANNEL, 1936); Brasil: São Paulo: São Paulo (SZYMCZAKOWSKI, 1963). E. (E.) grouvellei Portevin, 1903 - Bolivia: Cochabamba: Cochabamba; Peru: Cuzco: Marcapata. E. (E.) inermis Jeannel, 1936 - Brasil: Santa Catarina: Blumenau. E. (E.) oblongus Portevin, 1903 - Peru: Cuzco: Marcapata. E. (E.) obtusus sp. n. - Brasil: Amazonas: Manaus. E. (E.) rufescens Portevin, 1903 - Bolivia: Cochabamba: Cochabamba. Sphaerocatops Portevin, 1907 (= Spathosternum Portevin, 1903 non Spathosternum Krauss, 1877 - Orthoptera, Acridiidae) E. (S.) brevistylis Szymczakowski, 1963 - Brasil: São Paulo: São Paulo. E. (S.) haemorrhoidalis Portevin, 1903 (type species) - Bolivia: Cochabamba: Cochabamba. E. (S.) ovalis sp.n. - Argentina : Misiones: Loreto. | | IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (76): 33-42, 2 mar. 1994. | The genus Eucatops... 39 Acknowledgments. To Dr. S.A. Vanin (IBUSP) for the critical review of the manuscript; R. Pardini (IBUSP) and Dr. A.O. Bachman (MACN) for sending me material for study from their collections. REFERENCES BRUCH, C. 1918. Nuevos huéspedes de hormigas. Physis, Buenos Aires, 4: 193-195. JEANNEL, R. 1936. Monographie des Catopidae. Mém. Mus. natl. Hist. nat., Paris, (n. s.), 1: 1-438. NEWTON, A. F. & THAYER,M.K. 1992. Current classification and family group names in Staphyliniformia (Coleoptera). Fieldiana (Zoology), Chicago, 67: 1-92. PERREAU, M. 1989. De la phylogénie des Cholevidae et des familles apparentées (Coleoptera, Cholevidae). Arch. Sci., Geneve, 39 (3): 579-590. SZYMCZAKOWSKI, W. 1961. Especes néotropicales nouvelles ou peu connues de la famille Catopidae (Coleoptera). Pol. Pismo ent., Warszawa, 31 (14): 139-163. 1963. Catopidae (Coleoptera) récoltés au Brésil par J. Mráz. Acta ent. Mus. nat. Pragae, Praha, 35: 667-680. Recebido em 17.05. 1993; aceito em 12.08.1993 IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 33-42, 2 mar. 1994 40 GNASPINI 5 6 7 8 Figs. 1-9. Eucatops (Eucatops) obtusus, 1-8, male. 1, habitus, dorsal view; 2, maxilary palp; 3, protarsus and protibia, dorsal view; 4, antenna; aedeagus: 5, dorsal view, 6, right lateral view; genital segment: 7, ventral view; 8, left lateral view; 9. female, spermatheca. Scale line A 0.5 mm, for fig. 1; scale line B 0.1 mm, for figs 2-8; scale line C 0.1 mm, for fig. 9. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (76): 33-42, 2 mar. 1994. The genus Eucatops... 41 Figs. 10 - 16. Eucatops (Eucatops) formicetorum, 10-15, male. 10, aedeagus, dorsal view, 11, same, left lateral view; 12, paramere, dorsal view; 13. same, lateral view; 14, genital segment, ventral view; 15, same, right lateral view; 16. female, spermatheca. Scale line 0.1 mm, for figs 10-15, and 0.05 mm, for fig. 16. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 33-42, 2 mar. 1994 42 GNASPINI Figs. 17- 23. Eucatops (Sphaerocatops) ovalis, male. 17, habitus, dorsal view; 18, protarsus and protibia, dorsal view; 19, antenna; 20, aedeagus, dorsal view, 21, paramere, lateral view; 22, genital segment, dorsal view; 23, same, right lateral view. Scale line A 0.5 mm, for fig. 17; scale line B 0.1 mm, for figs 18-23. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (76): 33-42, 2 mar. 1994. DESCRIPTION OF LARVA AND PUPA OF XYLOPHILUS OTHOIDES (FLEUTIAUX, 1899) (COLEOPTERA, EUCNEMIDAE, MELASINAE) Edson Possidônio Teixeira ! Sônia A. Casari-Chen *? ABSTRACT Larva and pupa of Xylophilus othoides (Fleutiaux, 1899) (COLEOPTERA, EUCNEMIDAE, MELASINAE) are described for the first time from material collected on decayed wood of Liriodendron tulipifera L. (Magnoliaceae), heavily infested by Pantophthalmus pictus (Wiedemann, 1821) (Diptera, Pantophthalmidae) at São Paulo, Brazil. The immature forms and the adult habitus, mandible and aedeagus are figured. The immature forms of this species are compared with the descriptions of Dirrhagofarsus lewisi (Fleut., 1901) and Fornax sp. Rhopalogaster sp. (Diptera, Asilidae) and Pteromalidae (Hymenoptera) are mentioned as predators. KEYWORDS. Host-plants, immature forms, predators, Xylophilus. INTRODUCTION The genus Xylophilus Mannerhein, 1823 contains nine species, distributed specially in Neartic and Paleartic regions, with one Neotropical species. Xylophilus othoides (Fleutiaux, 1899) from Brazil (Rio de Janeiro) was originally described in the genus Xylobius Latreille, 1834. SCHENKLING (1928) and BLACKWELDER (1944) cata- logued this species as X. orthoides. Among the American species of the family Eucnemidae with described the immature forms only Dirrhagofarsus lewisi (Fleutiaux, 1901) and Fornax sp. are known. MATERIAL AND METHODS Larvae and pupa of Xylophilus othoides were collected at “Instituto Florestal de Säo Paulo”, Säo Paulo, Brazil, on July 3rd, 1991, from a decayed trunk of Liriodendron tulipifera L. (Magnoliaceae), heavily infested by Pantophthalmus pictus ( Wiedemann, 1821) (Diptera, Pantophthalmidae), one of its favored host. The trunk was fresh and excessively moist, around a hundred per cent of humidity and had a characteristic fermentation odor. The material was escated about 10 mm into the sapwood. 1. Instituto Florestal, Cx. Postal 1322; 01059-970 São Paulo SP, Brasil. 2. Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo, Cx. Postal 7172, 01064-970 São Paulo SP, Brasil. 3. Bolsista do CNPq. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (76): 43-47, 2 mar. 1994 44 TEIXEIRA & CASARI - CHEN Samples of the sapwood, which size varied from 10 mm to 40 mm, were collected and kept in the wood cages (40 cm X 40 cm X 70 cm) covered by nylon and humidified periodically. On July 9th, two larvae were collected and fixed, another one had its location circumscribed with a magikink pen for observation of its development and the sapwood was kept in the cage. This larva pupated on july 25th and was fixed on July 30th. On August 12th, 1991, from the cage emerged twelve adults, five males and seven females. Two couples were separated and put back on the same sapwood inside the glass container. The remainder adults were kept inside of the wood cages, together with sapwood. From the remainder trunk kept in the wood cages, larvae, pupae and one adult of (?) Rhopalogaster sp. (Diptera, Asilidae) were collected and fixed. Besides the Asilidae, one specimen of an unidentified Hymenoptera (Pteromalidae) was also collected. We believe that the Asilidae and the Pteromalidae were predating the Eucnemidae larvae, considering that from the wood cages only Eucnemidae emerged. The reared material is deposited in the collection of “Instituto Florestal de São Paulo” (CEIF) (9 males, 5 females, 2 larvae, 1 pupa). Xylophilus othoides (Fleutiaux, 1899) The adult of X. othoides ( fig. 4) 1s characterized specially by the third antennal segment transverse, twice shorter than the second and wider than long; mandible and aedeagus (figs. 13-16). Mature larva (figs. 1-3, 7-12). Length: 13.5mm; width of prothorax: 1.0mm. Orthosomatic (figs. 1, 2). General coloration cream. Body cylindrical and somewhat depressed, apode, slightly sclerotized. Head and apex of abdomen brownish. Setae present only on the apex of nineth segment. Head prognathous, depressed, slightly embeded in the prothorax; ventral region (fig. 7) with a sclerotized lyre-shaped plate, punctate on 3/4 basal with two, elongate darker areas near anterior margin and, medially, a group of five small and rounded area; dorsally (fig. 8) with a sclerotized plate W- shaped, punctate, with two elongate darker spots near anterior margin, and medially, two small round areas. Anterior and lateroanterior margins serratulate; mouthparts not exposed. Epicranial suture absent. Nasal transverse (fig. 5), subtrapezoidal with anteri- or angles rounded; paranasal lobes well developed, slightly rounded. Mandibles (figs. 5, 6) stout, partially embeded in the cephalic capsule; lateral internal and basal margins rounded; two lateral external rounded teeth. Maxillae absent. Labium reduced, labial palp 2-segmented. Antennae (figs. 5,6) embeded in the head 2-segmented; first segment very elongate, with a distal cupuliform sensorial appendix, almost as long as the second segment and two distal small sensorial setae. Prothorax (figs. 1,2) dorsally and ventrally with two rugous sclerotized lateral plates, and a buff area between these sclerotizations, larger dorsally. Mesothorax dorsally with a transversal buff area with two small elliptical rugous sclerotized area fitted distally; ventrally presents three of these sclerotized rugous areas, being the median one larger. Metathorax with a transversal buff area and a median elliptical areole larger ventrally. Meso - and metathorax with a lateral pair of biforous spiracles (figs. 11, 12); on the left side the meso - and metathorax spiracles are the same size and smaller than the abdominal ones; on the right size the mesothoracic spiracles are bigger than the metathoracic ones and slightly larger than the abdominal ones. Abdominal segments I-VIII, each, with a buff band and an elliptical areola dorsally and ventrally, and a lateroanterior pair of biforous spiracles. Segment IX (figs. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (76): 43-47, 2. mar. 1994 | | | | Description of larva and pupa of Xylophilus othoides... 45 9, 10) rounded with distal short setae; ventrally with a median small elliptical areola and a vertical anal slit, surrounded by asperites as shown by fig. 9. Pupa (fig. 3). Length: 6.0 mm; width of prothorax: 2.0mm. General coloration cream. Head setous and partially visible from above. Prothorax setous, as long as wide (including the hind angle). Anterior pterotheca with some setae. Abdominal segments IN-VII, laterally with a tuff of setae; I-VIII with a longitudinal median ridge starting near the proximal margin but not reaching the distal margin of each segment; one proximal seta each side of ridge; VIII smaller than the others and with two distal spiniform projections; I-VIII with a pair of small spiracles; the first one, dorsal and larger than the others which are lateral. DISCUSSION Larvae of Xylophilus othoides were compared with Dirrhagofarsus lewisi (Fleu- tiaux, 1901) and Fornax sp. both American species, described, respectively, by FORD & SPILMAN (1979) and COSTA et al. (1988). The main differences observed were: epicranial suture and maxillae absent in Xylophilus and Dirrhagofarsus and present in Fornax; labial palp 3-segmented in Dirrhagofarsus and 2-segmented in the others; distal region of first antennal segment with a cupuliform sensorial appendix almost as long as the second segment and two small setae in Xylophilus, a cupuliform sensorial appendix longer than the second segment and one small sensorium in Fornax and only a thin sensorium in Dirrhagofarsus; the sclerotized plates on pro-, meso-and metathorax are different in the three genera; spiracles present on meso-and metathorax in Xylophilus and only in mesothorax in Dirrhagofarsus and Fornax. The observation of the two couples revealed that during the day, the inactive adults stayed hidden. The diurnal inactivity agrees with that observed by SPILMAN et al. (1979). Acknowledgements. To Carlos Campagner from Museu de Zoologia da Universidade de Säo Paulo (MZSP) for helping the identification of the Asilidae and to Sergio Ide (MZSP) for reading the manuscript. REFERENCES BLACKWELDER, R.E. 1944. Checklist of the Coleopterorus insects of Mexico, Central America, The West Indies and South America. Part 2. Bull. U.S. natn. Mus., Washington, 185: 275-280. COSTA, C.; VANIN, S. A. & CASARI-CHEN, S. A. 1988. Larvas de Coleoptera do Brasil. São Paulo, Museu de Zoologia da Universidade de Säo Paulo, 282p. FLEUTIAUX, E. 1899. Eucnemidae de la collection Fry. Annls. Soc. ent. Belg., Bruxelles, 43: 220-249. FORD, E. J. & SPILMAN, T. J. 1979. Biology and immature stages of Dirrhagofarsus lewisi, a species new to the United States (Coleoptera, Eucnemidae). Coleopts Bull., Massachusetts, 33 (1): 75-83. SCHENKLING, S. 1928. Coleopterorum Catalogus,.pars 96, Melasidae, v. 11, Berlim, W. Junk, 110p. Recebido em 17.05.1993; aceito em 26.07.1993. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (76): 43-47,2 mar. 1994 TEIXEIRA & CASARI - CHEN NEE SEE a a ia Figs. 1-6. Xylophylus othoides. Larva: 1, dorsal: 2, ventral; distal region of head: 5, dorsal; 6, ventral. Pupa: 3, dorsal. Adult: 4, dorsal. Figs. 1, 2; 3, 4; 5, 6; respectively to the same scale. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (76): 43-47, 2 mar. 1994 Description of larva and pupa of Xylophilus othoides... 47 Figs. 7-16. Xylophylus othoides. Larva: 7, 8, head (ventral, dorsal); 9, 10, VIII-IX abdominal segments (ventral, dorsal); 11, 12, mesothoracic spiracle (dorsal, ventral). Adult: 13, 14, mandible (ventral, dorsal); 15, 16, aedeagus (ventral, lateral). The figs. 7, 8; 9, 10; 11, 12; 13, 14; 15, 16 to the same scale. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (76): 43-47, 2 mar. 1994 MIRÍDEOS NEOTROPICAIS, CCCXCII: NOVOS GÊNEROS E ESPÉCIES DE GOIÁS, BRASIL (HEMIPTERA) José C. M. Carvalho "? Luiz A. A. Costa! ABSTRACT NEOTROPICAL MIRIDAE, CCCXCII: NEW GENERA AND SPECIES FROM GOIÁS, BRAZIL (HEMIPTERA). Two new genera and species of Miridae, from Campinaçu, Goiás, Brazil are described: Campinisca gen.n., C. goiana sp.n. (type species), Goianisca gen.n., G. genitalis sp.n. (type species). Drawings of habitus and male genitalia are given. KEYWORDS. Brazil, Herdoniini, Miridae, Mirini, new taxa. INTRODUÇÃO Dois gêneros e duas espécies novas das tribos Herdoniini e Mirini (Miridae, Mirinae) são descritos a partir de material coletado por Olmiro Roppa, em Campinagu, Goiás, Brasil. Os desenhos do habitus foram feitos por Maria Lilia Gomide da Silva e Paulo Roberto Nascimento. O material estudado pertence à coleção do Museu Nacio- nal, Rio de Janeiro (MNRJ) e coleção particular de J. C. M. Carvalho (JCMO). Campinisca gen. n. Espécie-tipo: Campinisca goiana sp. n. Mirinae, Herdoniini. Corpo alongado, provido de cerdas em sua superfície, liso. Cabeça curta e larga; olhos comprimidos, contiguos ao pronoto, verticalmente; loro saliente; segmento I do rostro muito longo e grosso, igual a hipofaringe; segmento I da antena mais ou menos com 12 cerdas erectas, tão longas ou mais longas que sua grossura, segmentos II a IV com pêlos muito curtos; rostro atingindo as coxas posterio- res. Pronoto com cerdas erectas, longas, colar presente, calos obsoletos, margem poste- rior reentrante no meio; mesoscuto largamente exposto, escutelo saliente, arredondado, deixando livre a base do escutelo, provido de cerdas longas. Hemiélitros também com cerdas longas, mais estreitos no meio, membrana biareolar. Lado inferior normal, femures com cerdas longas, tíbias com numerosos espinhos mais longos que largos, tarsos curtos. 1. Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Quinta da Boa Vista; 20940-040 Rio de Janeiro RJ, Brasil. 2. Pesquisador do CNPq. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 49-53, 2 mar. 1994 50 CARVALHO & COSTA Diagnose. Difere dos demais gêneros datribo (CARVALHO, 1974) pela pubescência erecta, pela conformação do escutelo e pelos hemiélitros mais estreitados no meio. Etimologia. O nome genérico é alusivo ao local de coleta, Campinaçu, Goiás. Campinisca goiana sp. n. (Figs. 1-6) Tipos. Holótipo G, Parátipo 2, Campinaçu, Goiás, Brasil, X. 1992, Roppa col., (holötipo, MNRJ, parátipo JCMC). Diagnose. Reconhecivel pelos pêlos do segmento I da antena, pela coloração e pela morfologia da genitália do macho. Descrição (medidas em mm). Corpo, comprimento 5,8; largura na porção mais estreita dos hemielitros 1,6. Cabeça: comprimento 0,4; largura 1,2; vértice 0,4. Antena: segmento I, comprimento 0,6; II, 2,8; III, 1,6; IV, 0,5. Pronoto: comprimento 0,8; largura na base 1,7. Cúneo: comprimento 0,7; largura na base 0,44 (holótipo). Coloração geral do corpo negro com áreas pálidas; cabeça clara malhada de negro, segmento I da antena malhado de marrom e pálido, segmento II-IV negro com anel basal pálido, clípeo pálido superiormente, jugo com mancha clara, mancha pálida atrás dos olhos; rostro negro (parte terminal não examinada). Pronoto negro com mancha clara mediana longitudinal, tendo no meio do disco faixa escura e pontos negros (4); mesoscuto descoberto, negro, escutelo da mesma cor. Hemiélitro negro, claro na base externa e base do cúneo, membrana fusca, manchada de claro com nervura maior clara. Lado inferior do corpo negro, mancha do colar e fendas coxais marcadas de claro, mesopleura com margem posterior pálida, últimos segmentos do abdome lateral- mente e pigóforo com anel pálido, fêmures com ápice e tibias palidos na base. Genitália: vésica (fig. 2) afilada para o ápice, com abertura genital secundária característica (fig. 4), porção terminal (fig. 3). Parâmero esquerdo (fig. 5) curvo, do lado dorsal na parte apical onde possui um espinho característico, pêlos curtos. Parâmero direito (fig. 6) retorcido. Fêmea: coloração do colar, pronoto e hemiélitros diferentes do macho, base e ápice dos hemiélitros pálidos, entremeados de negro, com duas manchas laterais apicais negras. Levemente maior que o macho. Etimologia. O nome específico lembra o local e o Estado onde o material tipo foi coletado. Goianisca gen. n. Espécie-tipo. Goianisca genitalis sp. n. Mirinae, Mirini. Corpo liso, com dois tipos de pubescência: pêlos adpressos, curtos e longos, erectos. Cabeça com olhos comprimidos, vértice estreito, com pêlos longos, fronte arredondada, provida de pêlos, clípeo meio elevado, loro saliente, parte anterior pequena; antena com segmento I cerca de metade do II, com pêlos erectos, II com pêlos curtos, III longo, quase do comprimento do II, IV cerca de metade do II. Pronoto com colar, calos baixos, duas setas anteriores e pêlos densos: mesoscuto exposto, escutelo elevado. Hemiélitros com embólio largo, cúneo duas vezes mais IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 49-53, 2 mar. 1994 Mirídeos neotropicais... 3 longo que largo na base. Lado inferior do corpo com peritrema ostiolar bem definido, femures III lisos, tibias III com espinhos quase tão longos quanto largos. Diagnose. Difere dos outros gêneros da tribo por ter o corpo com dois tipos de pubescência, escutelo alto, vértice estreito e olhos comprimidos. Etimologia. O nome genérico é alusivo ao Estado de Goiás, Brasil. Goianisca genitalis sp. n. (Figs. 7-10) Tipo. Holótipo S, Campinaçu, Goiás, Brasil, X. 1992, O. Roppa col., (MNRJ). Diagnose. Caracteriza-se pela cor, elevação do escutelo e pela morfologia da genitália do macho. Descrição (medidas em mm). Corpo, comprimento 5,4; largura 1,8. Cabeça: comprimento 0,4; largura 1,1; vértice 0,2. Antena: segmento I, comprimento 0,6; II, 1,8; HI, 1,1; IV, 0,6. Pronoto: comprimento 0,6; largura na base 1,7. Cúneo: compri- mento 0,9; largura na base 0,5 (holótipo). Coloração geral do corpo pardacento-escura, pronoto, escutelo e pernas com numerosos pontos brancos; cabeça com olhos grandes, comprimidos, ocupando toda região lateral da cabeça, vértice branco, fronte negra, clípeo com numerosos pontos brancos, jugo e loro (este último com ponto branco no meio) brancos, gula curta, com linha preta longitudinal; rostro claro, com linha longitudinal, epifaringe grande, atingin- do o meio das primeiras coxas; antena I preta com 5 ou 6 pontos brancos, II a IV unicolor, escura. Pronoto com colar branco no meio, tendo pontos também brancos de cada lado, disco escuro com numerosos pontos claros, sobretudo na margem posterior, mesoscuto com pontos claros de cada lado, escutelo escuro, com numerosos pontos claros, ápice escuro tendo dois pontos brancos de cada lado. Hemielitros pardacentos, embólio com pontos claros, ápice do cório internamente e cúneo (exceto margens) esbranquiçados; membrana fusca. Lado inferior do corpo negro, com mancha branca no clavo inferiormente, ápice da mesopleura e orifício ostiolar; coxas pálidas, negras na base, fêmures brancos na base, com pontos negros no ápice, tendo minúsculas manchas brancas, tíbias negras com dois anéis pálidos ou brancos. Genitália: vésica (fig. 8) com uma fileira de dentes no ápice, gonóporo secundário tipo Mirini, parâmero esquerdo (fig. 9) curvo, dilatado próximo do ápice, com uma fileira de espinhos no lobo subasal, que é bem formado. Parâmero direito (fig. 10) curvo na base, com três espinhos bem visíveis e uma fileira de dentes apicais. Etimologia. O nome específico é alusivo à genitália do macho. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CARVALHO, J. C. M. 1974. Neotropical Miridae, CLXXVIII: Studies on the tribe Herdoniini Distant. BVI. Key to the world genera (Hemiptera). Rev. Brasil. Biol., Rio de Janeiro, 33: 197-200 (Supl.). Recebido em 19.05.1993; aceito em 28.07.1993. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 49-53, 2 mar. 1994 52 CARVALHO & COSTA DO pn a pb De nenn nn nu. nn Figs. 1-6. Campinisca goiana sp. n., holótipo S . 1. habitus; 2. vésica; 3. cabeça da vésica; 4. abertura do gonopóro secundário; 5. parâmero esquerdo; 6. parâmero direito. | | | | | | | IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 49-53, 2 mar. 1994 Mirídeos neotropicais... 53 "4 100 um Figs. 7-10. Goianisca genitalis sp.n., holötipo S. 7. habitus; 8. vésica; 9. parâmero esquerdo; 10. parâmero direito. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (76): 49-53, 2 mar. 1994 | € je ) ” | 2 te o | w | pit À o El | Bol See e sr 1 h BT o N | ud NEOTIBILIS, UM NOVO GÊNERO DE PENTATOMINI (HETEROPTERA)! Jocélia Grazia >? Aline Barcellos >? ABSTRACT NEOTIBILIS, A NEW GENUS OF PENTATOMINI (HETEROPTERA). A new genus of Pentatomini is proposed to include seven species formerly belonging to Tibilis Stal (one of them revalidated), as well as seven new species. Neotibilis, gen. n., is divided in two subgenera - Neotibilis, s.str. and Laeviscutis, subg.n.. The first subgenus includes N.(N.) biguttata (Walker,1868), revalidated, (comb.n.), N.(N.) costaricensis, sp.n., N.(N.) fulvicornis (Walker,1867),(comb.n.,type species), N.(N.) mexicana, sp.n., N.(N.) panamensis, sp.n. and N.(N.) parva (Distant,1893),(comb.n.). Laeviscutis includes N.(L.) boliviana, sp.n., N.(L.) compascens (Bergroth,1914),(comb.n.), N.(L.) laeviventris (Bergroth,1914), (comb.n.), N.(L.) lata, sp.n., N.(L.) mourei, sp.n., N.(L.) oculata (Breddin,1914), (comb.n.), N.(L.) peruana, sp.n., and N.(L.) piceola (Walker,1868), (comb.n.). Illustrations, keys and maps of geographic distribution are provided. KEYWORDS: Neotibilis; Heteroptera; new taxa; genitalia. INTRODUÇÃO Na revisão do gênero Tibilis Stal,1860 (BARCELLOS & GRAZIA,1993), foi proposta a transferência das espécies T. fulvicornis (Walker,1867), T. parva (Distant,1893), T. compascens Bergroth,1914, T. laeviventris Bergroth,1914, T. oculata Breddin,1914 e T. piceola (Walker,1868) para um novo gênero, aqui descrito. O exame de exemplares recebidos por empréstimo possibilitou a descrição de sete novas espéci- es, distribuídas na América Central, região andina e norte da América do Sul, incluídas em Neotibilis, gen. n. Pelo padrão da morfologia da genitália de ambos os sexos, além da presença de calos nos ângulos basais do escutelo, foi possível separar as espécies em dois subgêneros - Neotibilis, s. str. e Laeviscutis, subg. n. Neotibilis (N.) biguttata (Walker,1868) foi retirada da sinonimia de T. fulvicornis (Walker,1867). 1. Parte da Dissertação de Mestrado da segunda autora, apresentada ao Curso de Pós-graduação em Ciências Biológicas, ênfase em Entomologia, Universidade Federal do Paraná. 2. Bolsista do CNPq. 3. Departamento de Zoologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Av. Paulo Gama, s/nº, 90046-900. Porto Alegre, RS. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (76): 55-94, 2 mar. 1994 56 GRAZIA & BARCELLOS MATERIAL E MÉTODOS Utilizou-se material das seguintes coleções: AMNH - American Museum of Natural History, New York; BMNH - British Museum (Natural History), London; CASC - California Academy of Sciences, San Francisco; CPCB - Centro de Pesquisas do Cacau, Belém; CPDC - Centro de Pesquisas do Cacau, Itabuna; DEIC - Institut für Pflanzenschutzforschung der Akademie der Landwirtschaftswissenschaften der DDR, Eberswalde; DZRS - Departamento de Zoologia, UFRGS, Porto Alegre; DZUP - Departamento de Zoologia, UFPR, Curitiba; HDEC - Colegäo particular de H. Dodge Engleman, PSC Box 806, APO Miami, FL, 34005, USA; INPA - Colecäo Sistemätica de Entomologia, Manaus; IZAV - Instituto de Zoologia Agricola, Maracay; LHRC - Coleção particular de L.H. Rolston, Department of Entomology, Louisiana State University, Baton Rouge, Louisiana, 70803 USA; MPEG - Museu Paraense Emilio Goeldi, Belém; MZSP - Museu de Zoologia, USP, Säo Paulo; QBUM - Museu Nacional, Rio de Janeiro; A metodologia adotada para exame, ilustragäo e descrigäo do material segue BARCELLOS & GRAZIA (1993). Medidas em milimetros. Neotibilis, gen. n. Espécie-tipo: Rhaphigaster fulvicornis Walker, 1867. Espécies de tamanho médio a grande. Corpo, na forma geral, ovalado a oval- alargado, moderadamente convexo dorso-ventralmente. Coloração da superfície dorsal de castanha a castanho-escura, quase negra; pontuações castanhas a negras, de tamanho, densidade e distribuição variáveis. : Cabeça com menos de 1,5 vezes o comprimento do pronoto; comprimento daregião anteocular cerca de um quarto da largura da cabeça ao nível dos olhos. Largura da cabeça ao nível dos olhos não ultrapassando a margem anterior do pronoto. Olhos salientes. Jugas ultrapassando o clípeo, contíguas anteriormente e de margens sinuosas. Pontuações mais frequentes nas jugas e em 1 + 1 faixas que envolvem os ocelos e se estendem em direção ântero-lateral. Antenas com coloração uniforme em todos os artículos ou com áreas claras e escuras; pontuações mais fregüentes nos dois primeiros artículos. Artículos antenais aumentando em comprimento do 1º ao 5º; 1º artículo nitidamente ultrapassando o ápice da cabeça. Búculas curtas, elevadas anteriormente, com o 1º artículo do rostro ultrapas- sando-as. Rostro não atingindo a ultrapassando as coxas médias. Pronoto trapezoidal; margens äntero-laterais lisas e retilíneas e margem anterior moderadamente côncava. Ângulos umerais de contorno arredondado, pouco salientes.Pontuações castanhas regular e grosseiramente distribuídas no disco do pronoto; áreas de maior densidade de pontuações junto à margem anterior e às margens ântero- laterais, lateralmente às cicatrizes. Margens ântero-laterais ocres ou avermelhadas com a borda ocre. Escutelo triangular, com ápice mais ou menos agudo, atingindo cerca da metade do 6º segmento abdominal. Ângulos ântero-laterais com ou sem 1 + 1 conspícuos calos amarelados; uma espécie com um calo amarelado no ápice do escutelo. Pontuações grosseiras regularmente distribuídas na superfície do escutelo. Angulo apical do cório agudo, de extremidade arredondada e ultrapassando o ápice do escutelo. Pontuações grosseiras e regularmente distribuídas. Manchas calosas de número e tamanho variáveis. Membrana com 9 a 12 veias longitudinais. Tórax ventral pontuado de castanho a negro; metasterno elevado em uma carena hexagonal, plana a marcadamente sulcada, formando um perfil contínuo com a carena do mesosterno, a qual se estende até entre as coxas anteriores. Margem posterior da carena IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 55-94, 2 mar. 1994. Neotibilis, um novo gênero... 57 metasternal escavada, onde se encaixa o espinho ou tubérculo abdominal. Peritrema ostiolar em ruga alongada, levemente curvada em direção anterior. Área evaporatória ocupando o mesoepímero e o metaepisterno, exceto em pequena área calosa junto à margem lateral externa do metaepisterno. Pernas de coloração ocre, com pontuações mais fregiientes e conspícuas nos fêmures. Pêlos mais concentrados nos tarsos; ventral e apicalmente nas tíbias. Tíbias com sulcos dorsais rasos. Abdome com coloração e densidade de pontuações variáveis. Tubérculo abdominal agudo presente no meio do 3º segmento. Espiráculos negros, elípticos. Ângulos póstero- laterais dos segmentos do conexivo pouco projetados, com pequeno espinho. Coloração e pontuações dos segmentos do conexivo variáveis. Genitália do macho: pigóforo quadrangular, rasa a amplamente aberto dorsalmente. Bordo dorsal sinuoso; ângulos póstero-laterais mais ou menos alargados, conforme a espécie, truncados ou arredondados apicalmente. X segmento ovalado, arredondado, ou trapezoidal. Parâmeros com padrão mais ou menos definido dentro de cada subgênero, com a face dorsal côncava. Bordo ventral dobrado medianamente recortado em “U” ou “V”, mais ou menos abertos. Em um plano mais interno, o bordo ventral forma 1 + 1 folhetos (um folheto único em N. (L.) lata) em abas ou aurículas de dimensões variáveis. Estes folhetos se continuam na superfície interna da parede ventral em pequenos processos, cuja forma é também variável; tais processos podem ser visíveis dorsalmente ou estar encobertos pelo X segmento. Phallus (fig.26): aparelho articular: placa basal com dois pares de conectivos dorsais - um par com processus capitati bem desenvolvidos em posição apical; outro par de posição basal, um de cada lado da membranblase. Phallotheca globosa, com grau de esclerotização e forma da margem dorso-apical variáveis entre os dois subgêneros. Conjuntiva ausente. Vésica em geral do mesmo tamanho da phalloteca, fendida ou com sulco mediano no ápice e curvada em direção póstero-dorsal. Presentes dois tipos de processo na vésica: o processus vesicae 1, único e esclerotinizado, que porta o ductus seminis distalis, e o processus vesicae 2, mais apical e membranoso, podendo ser único, duplo ou até quádruplo (em N. (N.) panamensis). Genitälia da fêmea: margem posterior do VII segmento retilínea a côncava na área que recobre os gonocoxitos 8. Gonocoxitos 8 com bordos suturais paralelos ou divergen- tes, justapostos ou não e bordos posteriores de forma variável. Laterotergitos 9 destituídos de espinho apical, não ou pouco ultrapassando a banda transversal que une os laterotergitos 8. Espiräculos dos laterotergitos 8 não encobertos. Ängulos póstero-laterais do VII segmento e ápices dos laterotergitos 8 com pequeno espinho. Gonocoxitos 9 fusionados, formando uma peça única trapezoidal cujos ângulos ântero-laterais se expandem em 1 + 1 braços de espessura, forma e comprimento variáveis. Margem anterior do gonocoxito 9 também apresentando variação interespecífica. Gonapófise 9 com espessamento da íntima vaginal de forma característica para cada espécie, e 1 + 1 espessamentos secundários em forma de anéis. Orificium receptaculi terminal ou subterminal. Ductus receptaculi variando em comprimento e espessura. Pars intermedialis com áreas mais esclerotizadas em extensão variável; em algumas espécies, apresenta uma porção globosa. Capsula seminalis com três projeções digitiformes de comprimentos variáveis. Distribuição: México (Chiapas), Costa Rica, Panamá (Panamá, Canal Zone, Chiriqui), IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (76): 55-94, 2 mar. 1994 58 GRAZIA & BARCELLOS Venezuela (Aragua, Bolívar), Guiana, Guiana Francesa, Colômbia (Magdalena), Brasil (Amapá, Pará, Amazonas, Rondônia, Mato Grosso), Peru (Huánuco, Loreto, Ucayali) e Bolívia (Beni, Cochabamba). Neotibilis é exclusivamente neotropical. O subgênero-tipo distribui-se da América Central até a região amazônica, não havendo registros na região andina. Já Laeviscutis, subg. n. não tem espécies registradas para a América Central e sua distribuição abrange a região Guiano-brasileira e a região oriental da Cordilheira dos Andes (figs. 112, 113). Sobrepondo-se os mapas de distribuição de Neotibilis com o de Tibilis Stal(BARCELLOS & GRAZIA,1993), verifica-se que apenas a região andina é comum aos dois gêneros. Entretanto, comparando-se a distribuição das espécies de Neotibilis, s. str. com a distribuição das de Tibilis, observa-se que elas são totalmente disjuntas. Diagnose diferencial: Neotibilis, gen. n. assemelha-se muito a Tibilis Stal,1860 diferindo deste, além do padrão da genitália, na forma da cabeça, com olhos salientes e comprimento da região anteocular cerca de 1/4 da largura da cabeça ao nível dos olhos. Em Tibilis, os olhos não são tão salientes e a região anteocular é cerca de 1/3 da largura dacabeça. Ainda que algumas espécies de Neotibilis tenham sido descritas em Brachystethus Laporte,1832 os dois gêneros diferem , tanto no padrão da genitália, especialmente na masculina, como também no tamanho, forma geral do corpo e forma da carena do metasterno. Em Brachystethus o tamanho é geralmente maior e o corpo mais alargado; a carena metasternal, de forma bulbosa, contrasta com a carena plana a sulcada de Neotibilis. Neotibilis distingue-se de Serdia Stal,1860, Paratibilis Ruckes,1960e Phalaecus Stal,1862 pelos mesmos caracteres apontados em BARCELLOS & GRAZIA (1993) para diferenciar Tibilis destes gêneros. Chave para os machos das espécies de Neotibilis. JE Com 1 + 1 calos amarelados nos ângulos ântero-laterais do escutelo. Ângulos látero-apicais da phallotheca expandidos em 1 + 1 abas. Processus ve- sicae 1 originando-se da base da vésica, junto ao ápice da phallotheca subgênero (Neotibilis) 2.2.2.2. ME ER 2 1% Com calos inconspicuos ou ausentes nos ängulos äntero-laterais do escutelo. Ängulos lätero-apicais da phallotheca näo expandidos. Processus ve- sicae 1 originando-se na porção mediana da vésica......................... subgênero (LaeviSCuiis) usas sanar 2 Lie Tas ESA as ASIA OUSAR SAS EEREEREEHER 7 DR Escutelo com conspícuo calo amarelado apical (fig.1).......................ee..e alo at A e N.(N.)fulvicornis 2) Eseutelo’destiturdorde ealono apiee nn... use na E RR 3 I Bordo ventral do pigöforo destituído de folhetos (fig. 7) .............. N.(N.) parva 3 Bordo ventral do pigöforo com conspícuos folhetos ....................22uues een 4 4. Processos da parede ventral do pigóforo encobertos pelo X segmento, em vis- tadonsal (ig rs) ar rn nn N.(N.) mexicana, sp. n. 4. Processos da parede ventral do pigóforo visíveis dorsalmente, não encobertos pelo Xısegmento an an Ei IR A ENEIDA 5 > Porção digitiforme dos parâmeros curta, não destacando-se especialmente da porção auricular (figs. 22-23). Processos da parede ventral do pigóforo IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (76): 55-94, 2 mar. 1994. Neotibilis, um novo gênero... 59 RE UNE 12. Ea e E ao ra eco e pr isa o dao N. (N.) panamensis, sp. n. Porção digitiforme dos parâmeros alongada. Processos de parede ventral do pisófororde formardiierente 1... En: 6 Processos da parede ventral do pigóforo de forma triangular, separados entre SMS ER e ISA E a CNM SU A CSA N.(N.) costaricensis, sp. n. Processos da parede ventral do pigóforo na forma de pequenas projeções alares unidas basalmente (figa) rn. N.(N.) biguttata Conexivo destituído de manchas claras; segmentos uniformemente escuros, exceto em fina faixa externa correspondente aos esternitos ...................... condado poa BEE q NR END Ca RE Rh. RR a RE PR 2 N.(L.)piceola Conexivo com manchas claras ocupando, em extensão variável, a porção me- diamardeicadase ame. RER da SO Soa da ano a 8 Bordo ventral do pigöforo em "U" aberto. Folheto do bordo ventral do pigö- foro em aba única (fig.62).Forma do corpo oval-alargada ........................ BRENNEN SEEN eines N.(L.) lata, sp.n. Bordo ventral do pigóforo em "V”. Folhetos do bordo ventral inconspicuos ou em 1 + 1 abas de forma e extensão variáveis. Forma do corpo ovalada Processos da parede ventral do pigóforo bem visíveis dorsalmente, em cons- pícuas projeções triangulares contíguas (fig.53) ............u00snennneeeneeenennn Rn nd Vi UE E PER DE PR PR N.(L.) boliviana, sp.n. Processos da parede ventral do pigóforo não visíveis dorsalmente, de forma dnrerentedadescritaracimar ht 2ER sou «E Sd aa ea 10 Folhetos do bordo ventral do pigóforo em abas rasas (fig.61)........................- OR RO A a ao aii N.(L.) compascens Folhetos do bordo ventral do pigóforo em abas moderada a amplamente de- senivio fic ais phases ra ie el el 11 Bordo ventral do pigöforo em "V" aberto (fig.65)......... N.(L.) peruana, sp.n. Bordo ventral do pigóforo com estreito "V" mediano............................... 12 Folhetos do bordo ventral do pigóforo em abas de contorno triangular (fig. 64). Processos da parede ventral do pigóforo em 2 + 2 pequenas cristas ER CHUR Be ve RAR ÃO e ROD UNR REPOR ES PRA O PRE N.(L.)oculata Folhetos do bordo ventral do pigóforo em abas de contorno arredondado (fig.63). Processos da parede ventral do pigóforo inconspicuos ............... RE NE HERR, N. (L.) mourei, sp. n. Chave para as fêmeas das espécies de Neotibilis l. ii. Com 1+1 calos amarelados nos ângulos äntero-laterais do escutelo. Gonocoxitos 8 com maior comprimento nunca junto ao bordo sutural, ou comprimento junto ao bordo sutural e comprimento mediano da placa equivalentes E an q O CRER A dg TO bt cadê (subgênero Neotibilis) ....... 2 Escutelo destituído de calos amarelados nos ângulos ântero-laterais. Gonocoxitos 8 com maior comprimento ao nível do ângulo sutural .................. (subgênero eU EDTA) E EIN DEN EEE EN INN NEN 6 IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (76): 55-94, 2 mar. 1994 60 Ip GRAZIA & BARCELLOS ib ae Mr Eee. nee FE Me N.(N.)fulvicornis Escuteloidestituido de calojno ápice sa as. rece o 3 Comprimento do gonocoxito 8, ao nivel mediano e ao nivel do bordo sutural, equivalentes (fig II ee N. (N.) biguttata Maior comprimento do gonocoxito 8 nunca junto do bordo sutural ............ 4 Laterotergitos 9 ultrapassando a banda transversal que une os laterotergitos SATO: AS EEE IE ee N. (N.) panamensis, sp.n. Laterotergitos 9 näo ultrapassando a banda transversal que une os laterotergitos Sen DER REN RL BE EN OEL EEE EEE 2 H20208000000600000000 5 Bordo posterior do gonocoxito 8 largamente arredondado no ápice (fig. 49) A aa a A a É o 1 A RER N N nesce N.(N.) parva Bordo posterior do gonocoxito 8 afilado apicalmente (fig. 47) ....................... ud AD dA e ER ER ee A N. (N.) mexicana, sp. n. Segmentosidoiconexivo/emiáreas clarasn seres N.(L.) piceola Segmentos do conexivo com áreas claras, formando faixa longitudinal contí nua ou interrompida si a... ae 7 Abdome liso, com raríssimas pontuações. Áreas claras do conexivo forman- do uma faixa contínua longitudinal, que ocupa quase a metade de cada Sesmento.ke ie N.(L.) laeviventris Abdome moderadamente pontuado de castanho. Areas claras do conexivo ocupando, em extensão variável, a porção mediana de cada segmento MER HIRL RR RER ER SE E DRE RIR ARTEN RER NA NEN E cc coco concocoonoscocd 8 Ängulos suturais dos gonocoxitos 8 rombos e escurecidos. Bordos posteriores dos gonocoxitos 8 convexos após os ângulos suturais (fig. 102) ............... BU TE REEL N RU SOnSonkeBoogde N.(L.) compascens Diferentes combinacoesidesearacteies 2. EEE 9 Forma do corpo oval-alargada. Ängulos suturais dos gonocoxitos 8 aguda- mente projetados formando um "bico", de extensão variável; bordos pos- teriores convexos após os ângulos suturais (fig. 104) ............................. dean daN Aa Ta A RIRRTALEU EIERN N.(L.) lata, sp. n. Forma do corpo ovalada. Ângulos suturais dos gonocoxitos 8 não aguda- mente projetados; bordos posteriores retilíneos após os ângulos suturais (Gisela ah iD E N.(L.)oculata Subgênero Neotibilis, s. str. Espécie-tipo: Rhaphigaster fulvicornis Walker, 1867 Forma geral do corpo ovalada, coloração da superfície dorsal castanha a castanho-escura. Escutelo com 1 + 1 conspícuos calos amarelados nos ângulos ântero- laterais. Em N. (N.) fulvicornis, também presente um calo amarelado apical. Carena metasternal plana a marcadamente sulcada longitudinalmente. Segmentos do conexivo com área clara ocupando a porção mediana, junto à margem lateral externa, de cada segmento. Areas claras nunca formando uma faixa contínua longitudinal ao longo de cada IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 55-94, 2 mar. 1994. Neotibilis, um novo gênero... 61 segmento. Abdome moderadamente pontuado de castanho-ferrugíneo a castanho-escuro. Genitália do macho: pigóforo raso a amplamente aberto em vista dorsal; ângulos póstero-laterais arredondados a truncados apicalmente, de largura variável. X segmento ovalado, arredondado ou trapezoidal. Parâmeros com duas partes morfologicamente distintas: uma basal, de forma auricular, e outra mais alongada e digitiforme, voltada para o X segmento. O comprimento da porção digitiforme varia entre as espécies. Bordo ventral em "U", cuja abertura varia nas diferentes espécies. Folhetos do bordo ventral desde inconspícuos até formando amplas aurículas. Processos da superfície interna da parede ventral do pigóforo de forma variável, visíveis desde o lado dorsal (exceto em N. (N.) parva e N. (N.) mexicana). Phallus: phallotheca fortemente esclerotizada, dificultando a visualização do ejaculatory reservoir. Margem apical da phallotheca, em vista dorsal, apresentando-se medianamente convexa, retilínea, rasa a profundamente escavada. Ângulos látero- apicais da phallotheca expandidos em 1 + 1 abas. Processus vesicae 1, de extensão variável, partindo da base da vésica, junto ao ápice da phallotheca. Processus vesicae 2 de forma, comprimento e grau de esclerotização variáveis interespecificamente, sendo normalmente duplos (quádruplos em N. (N.) panamensis). Genitália da fêmea: margem posterior do VII segmento ligeira a marcadamente côncavana área que recobre a base dos gonocoxitos 8. Bordos posteriores dos gonocoxitos 8 marcadamente sinuosos; maior comprimento dos gonocoxitos 8 nunca junto ao bordo sutural, com exceção de N. (N.) biguttata, onde os comprimentos mediano e ao nível do ângulo sutural são equivalentes. Margem anterior do gonocoxito 9 convexa medianamente. Braços do gonocoxito 9 mais ou menos espessados, divergentes ou convergentes apicalmente. Espessamento da íntima vaginal e espessamentos secundários da gonapófise 9 de forma variável. Pars intermedialis sem uma porção marcadamente globosa. Diagnose diferencial. O subgênero-tipo diferencia-se de Laeviscutis, subg. n. pela presença de calos amarelados conspícuos nos ângulos ântero-laterais do escutelo, além do padrão da genitália. Na genitália masculina, os ângulos látero-apicais da phallotheca expandidos em 1 + 1 abas e a origem do processus vesicae 1, junto à base da vésica, no subgênero-tipo, contrasta com a margem apical retilínea da phallotheca e a origem mais apical do processus vesicae 1 em Laeviscutis. Na genitália da fêmea, o maior comprimen- to dos gonocoxitos 8, em Laeviscutis, se dá ao nível do ângulo sutural, o que não ocorre nas fêmeas do subgênero-tipo. Neotibilis (Neotibilis) biguttata (Walker, 1868), comb. n. (Figs.2,8,14,15,26,33,39,45) Brachystethus biguttatus WALKER, 1868: 455-456; LETHIERRY & SEVERIN, 1893: 187. Localidade-tipo: região amazônica, Brasil. Holótipo: ©, com as etiquetas: a) Type; b) 62 57/ Braz; c) 8. Brachystethus biguttatus (BMNH). Coloração da superfície dorsal castanha. Antenas ocres, com pontuações castanho- ferrugíneas quase inconspícuas nos dois primeiros artículos. Rostro atingindo ou não as coxas médias. Margens ântero-laterais do pronoto ocres, bordeadas de castanho. Escutelo destituído de calo apical.Tórax, ventralmente, regularmente pontuado de IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 55-94, 2 mar. 1994 62 GRAZIA & BARCELLOS castanho a negro. Carena metasternal moderada a marcadamente sulcada. Pernas ocres a ocre-avermelhadas, com pontuações castanhas a castanho-ferrugíneas nos fêmures. Segmentos do conexivo com área clara ocupando de 1/3 à metade da área de cada segmento, na região mediana, junto à margem lateral externa. Macho. Medidas: comprimento total 12,44 (11,36 - 13,53) + 1,54; comprimento da cabeça 1,83 (1,72 - 1,95) + 0,16; largura da cabeça 2,40 (2,26 - 2,53) * 0,19; comprimento da região anteocular 0,58 (0,51 - 0,66) + 0,11; distância interocular 1,01 (0,97 - 1,05) + 0,05; largura do olho composto 0,70 (0,66 - 0,74) + 0,05; comprimento dos artículos antenais I - 1,15 (1,05 - 1,25) £# 0,14, I - 1,17 (1,05 - 1,29) + 0,16, HI - 1,79 (1,52 - 2,07) + 0,39, IV - 3,12, V - faltando; comprimento do pronoto 2,84 (2,72 - 2,96) + 0,17; largura do pronoto 6,76 (6,40 - 7,12) + 0,51; comprimento do escutelo 5,24 (4,88 - 5.60) + 0,51; largura do escutelo 4,12 (3,92 - 4,32) + 0,28; largura abdominal 6,76(6,32 - 7,20) * 0,62. Número de exemplares medidos: 2. Genitália: parâmeros com a porção digitiforme alongada (figs. 14,15). X segmento ovalado. Folhetos do bordo ventral do pigóforo de forma semi-auricular; processos da parede ventral em pequenas expansões alares, justapostas no 1/3 anterior (figs. 2,8). Margem dorso-apical da phallotheca moderadamente côncava. Processus vesicae 1 fino e alongado, em vista lateral ultrapassando nitidamente as abas da phallotheca e alcançan- do o 1/3 basal da vésica. Processus vesicae 2 conspícuos, cônicos, contíguos basalmente e divergentes apicalmente, onde se apresentam mais esclerotizados (figs 26,33, 39). Fêmea. Medidas: comprimento total 13,19; comprimento da cabeça 2,07; largura ' da cabeça 2,65; comprimento da região anteocular 0,58; distância interocular 0,97; largura do olho composto 0,86; comprimento dos artículos antenais I - 1,17, II - 1,33, III - 1,91, IV - 3,00, V - 2,89; comprimento do pronoto 2,88; largura do pronoto 6,96; comprimento do escutelo 5,60; largura do escutelo 4,24; largura abdominal 7,28. Número de exemplares medidos: 1. Genitália: gonocoxitos 8 com bordos suturais paralelos, divergindo apenas ao nível dos ângulos suturais, agudamente projetados. Bordos posteriores dos gonocoxitos 8 não marcadamente sinuosos, como nas demais espécies do subgênero, de maneira que os comprimentos do gonocoxito 8, ao nível do ângulo sutural e ao nível mediano, se equivalem. Laterotergitos 9 não ultrapassando a banda transversal que une os laterotergitos 8 (fig. 45). | Distribuição. BRASIL: Amapá, Rondônia. Material examinado. S - sem dados (AMNH). BRASIL: Amapá: &, Serra Lombard, Limão, 04-IX- 1961,J. & B. Bechyné (MPEG); Rondônia: 9, Jaru, 02-IX-1976, W. Benson (DZRS). Diagnose diferencial. N. (N.) biguttata difere das demais espécies do subgênero pela forma dos gonocoxitos 8, nas fêmeas, cujos comprimentos, ao nível mediano da placa e ao nível do bordo sutural, são equivalentes. Nos machos, a forma dos processos da parede ventral do pigóforo, em pequenas expansões alares, é distintiva em relação às outras espécies do subgênero. Observação. O exame dos tipos de N. (N.) fulvicornis e de N. (N.) biguttata, comparados a séries de machos e fêmeas de ambas as espécies, permitiu a revalidação desta última. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 55-94, 2 mar. 1994. Neotibilis, um novo gênero... 63 Neotibilis (Neotibilis) costaricensis, sp. n. (Figs. 3,9,16,17,27,34,40) Localidade-tipo: Costa Rica. Holótipo: 9, COSTA RICA, sem dados (AMNH), aqui designado. Coloração da superfície dorsal castanha. Antenas com o seguinte padrão de coloração: 1º, 2º e 3º artículos ocres com pontuações castanho-ferrugíneas que vão diminuindo de tamanho do 1º ao 3º artículo; 4º artículo castanho, exceto em pequeno anel basal, amarelado (5º artículo faltando no material examinado). Rostro alcançando as coxas médias. Margens ântero-laterais do pronoto ocres, com fina borda castanha. Ápice do escutelo destituído de calo. Tórax regularmente pontuado de castanho-escuro a negro na superfície ventral. Carena metasternal quase plana. Pernas ocres, com pontuações grosseiras castanho-ferrugíneas nos fêmures. Macho. Medidas: comprimento total 12,19; comprimento da cabeça 1,75; largura da cabeça 2,50; comprimento da região anteocular 0,51; distância interocular 1,05; largura do olho composto 0,70; comprimento dos artículos antenais I - 0,97, II - 1,21, II - 1,60, IV - 2,57, V - faltando; comprimento do pronoto 2,80; largura do pronoto 6,80; comprimento do escutelo 5,20; largura do escutelo 4,16; largura abdominal 6,96. Número de exemplares medidos: 1. Genitália: parâmeros com a porção digitiforme um pouco mais curta que em N. (N.) biguttata (figs. 16,17). X segmento arredondado. Folhetos do bordo ventral do pigóforo semi-auriculares; processos da parede ventral triangulares e separados entre si (figs. 3,9). Margem dorso-apical da phallotheca medianamente retilínea. Processus vesicae 1 alargado na base, levemente sinuoso e muito longo, projetando-se entre os processus vesicae 2; estes longos e membranosos, com ápices alongados e voltados em direção à phallotheca (figs. 27,34,40). Distribuição. COSTA RICA. Diagnose diferencial. Os processos da parede ventral do pigóforo, triangulares e separados entre sı, distinguem N. (N.) costaricensis das demais espécies do subgênero. Neotibilis (Neotibilis) fulvicornis (Walker, 1867), comb. n. (Figs. 1,4,10,18,19,28,29,35,41,46,50A,50B) Rhaphigaster fulvicornis WALKER, 1867: 361-362; LETHIERRY & SEVERIN, 1893:200. Brachystethus fulvicornis; DISTANT, 1900: 428; KIRKALDY, 1909: 152. Tibilis fulvicornis; ROLSTON, 1976: 7. Localidade-tipo: Ega, Parä, Brasil. Holótipo: 9, com as etiquetas: a) Type; b) 57 125/ Ega; c) 38. Rhaphigaster fulvicornis (BMNH). Coloração da superfície dorsal castanha. Antenas ocres, com finas pontuações castanho-ferrugíneas no 1º e 2º artículos. Rostro atingindo ou não as coxas médias. Margens ântero-laterais do pronoto ocre-avermelhadas, com fina borda castanha. Escutelo com conspícuo calo amarelado apical. Superfície ventral do tórax regularmente pontuada IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 55-94, 2 mar. 1994 64 GRAZIA & BARCELLOS de castanho-escuro. Carena metasternal marcadamente sulcada.Pernas ocres, com raras e pouco conspícuas pontuações ferrugíneas nos fêmures. Macho. Medidas: comprimento total 12,89 (12,52 - 13,36) + 0,37 ; comprimento da cabeça 1,79 (1,68 - 1,87) + 0,10; largura da cabeça 2,51 (2,46 - 2,57) + 0,05; comprimento da região anteocular 0,56 (0,55 - 0,58) + 0,02; distância interocular 1,11 (1,09 - 1,13) + 0,02; largura do olho composto 0,70; comprimento dos artículos antenais 1=1,25 (1,13-1,33) 20/10/11 1340/2155 140) 0/11 = 2/16 /0/08 2 DE IV - 3,39, V - 3,20; comprimento do pronoto 2,94 (2,72 - 3,04) + 0,15; largura do pronoto 6,98 (6,72 - 7,12) + 0,18; comprimento do escutelo 5,42 (5,20 - 5,60) + 0,18; largura do escutelo 4,22 (4,16 - 4,32) + 0,10; largura abdominal 7,22 (6,80 - 7,52) + 0,31. Número de exemplares medidos: 4. Genitália: parâmeros com porção digitiforme alongada (figs. 18,19). X segmento arredondado. Folhetos do bordo ventral do pigóforo bem desenvolvidos, em forma de aurículas; processos da parede ventral em 1 + 1 lingüetas, separadas entre si e perpendi- culares ao plano dorso-ventral (figs. 4, 10). Phallotheca apresentando uma notável variação intra-específica. Em alguns exemplares, a superfície dorsal da phalloteca é uniformemente convexa, a margem dorso-apical formando um "V” aberto; em outros, a superfície dorsal apresenta-se longitudinalmente deprimida na região mediana e a margem dorso-apical escavada em pequeno "U" mediano. Processus vesicae 1 curto, não ultrapassando as abas da phallotheca. Processus vesicae 2 conspícuos, predomi- nantemente membranosos, porém mais esclerotizados nos ápices, que são bifurcados e voltados em direção à phallotheca; o comprimento destes processos também varia ligeiramente dentro da espécie (figs. 28,29,35,41). Fêmea. Medidas: comprimento total 13,19 (12,69 - 13,53) + 0,37 ; comprimento da cabeça 1,79 (1,72 - 1,83) + 0,05; largura da cabeça 2,49 (2,42 - 2,53) + 0,04; comprimento da região anteocular 0,58; distância interocular 1,10 (1,05 - 1,13) + 0,03; largura do olho composto 0,71 (0,70 - 0,74) + 0,02; comprimento dos artículos antenais 1-1,19(1,09- 1,25) + 0,07, II - 1,29 (1,25 - 1,33) + 0,04, II - 2,07 (1,99 - 2,14) + 0,06, IV -3,10 (2,85 - 3,16) # 0,17; V - 3,10 (2,96 - 3,24) £ 0,19; comprimento do pronoto 2,94 (2,72 - 3,12) + 0,15; largura do pronoto 7,04 (6,88 - 7,12) + 0,11; comprimento do escutelo 5,57 (5,36 - 5,68) + 0,12; largura do escutelo 4,19 (4,08 - 4,32) + 0,10; largura abdominal 7,46 (7,20 - 7,68) + 0,19. Número de exemplares medidos: 5. Genitália: gonocoxitos 8 com bordos suturais contíguos, divergindo ligeiramente no 1/3 apical. Ápice dos gonocoxitos 8 atingindo o laterotergito 9 ou o limite entre este e o laterotergito 8. Laterotergitos 9 não a mal ultrapassando a banda transversal que une os laterotergitos 8 (fig. 46). Margem anterior do gonocoxito 9 moderadamente convexa; braços do gonocoxito 9 uniformemente espessados e de ápice arredondado, subparalelos e de comprimento igual ao comprimento mediano da placa. Espessamento da íntima vaginal alargado, truncado apicalmente; espessamentos secundários ovalados, separa- dos entre si. Porção do ductus receptaculi posterior à área vesicular pouco menor que a porção anterior à mesma área. Pars intermedialis com apenas um pequeno anel apical mais esclerotizado (figs. 50A,50B). Distribuição. BRASIL: Pará, Mato Grosso. Material examinado. BRASIL: Pará: S, 2, Belém, Utinga, 09.11.1977, M.F. Torres (MPEG); 9, Tucuruí, Rio Tocantins, 02.VII.1984, sem coletor (MPEG); 2 9, Tucuruí, 1.1979, M. Alvarenga (DZRS); 9, Aldeia Araçu, Una, 50km E Canindé, V.1963, B. Malkin (MZSP); 4, Canindé, R. Gurupi, IV.1963, Idem; 9, IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (76): 55-94, 2 mar. 1994. Neotibilis, um novo gênero... 65 Guajará, Mu. Anandeua, 01.1.1965, Apol. Souza (MPEG); Mato Grosso: ?, Sinop, 12º 31'N, 55° 37W, X- 1975, M. Alvarenga (AMNH). Diagnose diferencial. N. (N.) fulvicornis pode ser facilmente distinguida das demais espécies do subgênero pela presenca de um conspícuo calo amarelado no ápice do escutelo. Neotibilis (Neotibilis) mexicana, sp. n. (Figs. 5,11,20,21,30,36,42,47,51A,51B) Localidade-tipo: Ruínas de Bonampak, Chiapas, México. Holótipo: &S, MÉXICO, Chiapas, Ruínas de Bonampak, 03-1978, E. Barrera (AMNH), aqui designado. Superfície dorsal castanha. Antenas com os três primeiros artículos ocres, com finas pontuações castanho-ferrugíneas; 4º e 5º artículos castanhos, exceto 1/3 basal e pequena área apical do 5º artículo, ocre-amarelados. Rostro estendendo-se até as coxas médias. Margens ântero-laterais do pronoto ocre-avermelhadas, com borda castanho-escura. Escutelo destituído de calo apical, exceto em um exemplar, onde está presente um pequeno calo amarelado. Superfície ventral do tórax regularmente pontuada de castanho- ferrugíneo a negro. Carena metasternal moderadamente sulcada. Pernas com conspícuas pontuações castanho-ferrugíneas nos fêmures. Macho. Medidas: comprimento total 11,69; comprimento da cabeça 1,68; largura da cabeça 2,34; comprimento da região anteocular 0,51; distância interocular 1,01; largura do olho composto 0,70; comprimento dos artículos antenais - faltando; compri- mento do pronoto 2,64; largura do pronoto 6,48; comprimento do escutelo 5,12; largura do escutelo 4,00; largura abdominal 6,64. Número de exemplares medidos: 1. Genitália: parâmeros com porção digitiforme curta, não destacando-se especial- mente da porção auricular (figs. 20,21). X segmento ovalado. Folhetos do bordo ventral em semi-aurículas; processos da parede ventral em minúscula aba bissinuada, encobertos dorsalmente pelo X segmento (figs. 5,11). Margem dorso-apical da phalloteca convexa medianamente. Processus vesicae 1 curto, mal ultrapassando as abas da phallotheca em vista lateral. Processus vesicae 2 em 1 + 1 lobos membranosos, curtos e arredondados (figs. 30,36,42). Fêmea. Medidas: comprimento total 12,02 (11,52 - 12,52) + 0,70 ; comprimento da cabeça 1,77 (1,75 - 1,79) + 0,03; largura da cabeça 2,34 (2,30 - 2,38) + 0,05; comprimento da região anteocular 0,56 (0,51 - 0,62) + 0,08; distância interocular 1,07 (1,05 - 1,09) + 0,03; largura do olho composto 0,62 (0,58 - 0,66) + 0,05; comprimento dos artículos antenais I- 1,11 (1,05 - 1,17) + 0,08, II - 1,13, II - 1,52, IV - 2,42, V - 2,53; comprimento do pronoto 2,72 (2,64 - 2,80) + 0,11; largura do pronoto 6,52 (6,32 - 6,72) + 0,28; comprimento do escutelo 5,20 (5,04 - 5,36) + 0,22: largura do escutelo 4,00 (3,92 - 4,08) + 0,11; largura abdominal 6,68 (6,32 - 7,04) + 0,51. Número de exemplares medidos: 2. Genitälia: gonocoxitos 8 de bordos suturais paralelos; ápice dos gonocoxitos 8 atingindo os laterotergitos 8. Laterotergitos 9 não ultrapassando a banda transversal que une os laterotergitos 8 (fig. 47). Porção mediana da margem anterior do gonocoxito 9 marcadamente convexa. Braços do gonocoxito 9 uniformemente espessados, apicalmente arredondados e convergentes, de comprimento pouco menor que o comprimento mediano IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 55-94, 2 mar. 1994 66 GRAZIA & BARCELLOS da placa. Espessamento da íntima vaginal digitiforme; espessamentos secundários elípticos, unidos lätero-basalmente. Orificium receptaculi terminal. Ductus receptaculi cerca de 1,5 x mais longo anteriormente que posteriormente à área vesicular. Pars intermedialis com 1/3 apical mais esclerotizado (figs. SIA, 51B). Distribuição. MÉXICO: Chiapas. Material examinado. Parátipos: MEXICO, Chiapas: 9, Ruínas de Bonampak, 03-1978, E. Barrera (MCNZ); ?, 3200, 11,6 mi. n. Ocozocuautla, 10-13-VI-1966, Black light, George E. Ball. D.R. Whitehead collectors (AMNH). Diagnose diferencial. Os minúsculos processos da parede ventral do pigóforo, em combinação com a forma dos parämeros, de porção digitiforme curta e não destacada da porção auricular, permitem diferenciar N. (N.) mexicana das outras espécies do subgênero. Em relação às fêmeas, os gonoxitos 8 afilados apicalmente, em combinação com os espessamentos secundários elípticos, distinguem N.(N.) mexicana das demais espécies do subgênero-tipo. Neotibilis (Neotibilis) panamensis, sp. n. (Figs.6,12,22,23,31,37,43,48) Localidade-tipo: Cerro Azul, Província do Panamá. Panamá. Holótipo: S, PANAMA, Panamá: Cerro Azul, 29.V.1983,J. E. Wappes, (AMNH), aqui designado. | Superfície dorsal castanho-escura. Antenas com o seguinte padrão de coloração: 1º, 2° eo 1/4 basal do 3º artículo, ocres, com pontuações castanho-escuras; porção restante do 3º e 4º artículo castanho-escuros, exceto pequeno anel basal, ocre, assim como o 1/3 basal do 5º artículo; porção apical do 5º artículo castanho-claro a castanho-escuro. Rostro alcançando as coxas médias. Margens ântero-laterais do pronoto ocre-avermelhadas, com ou sem borda castanha. Escutelo destituído de calo no ápice. Tórax regularmente pontuado de castanho-escuro a negro na superfície ventral. Carena metasternal marcadamente sulcada. Pernas ocres, com conspícuas pontuações castanho-escuras nos fêmures. Macho. Medidas: comprimento total 13,03; comprimento da cabeça 1,83; largura da cabeça 2,57; comprimento da região anteocular 0,62; distância interocular 1,09; largura do olho composto 0,70; comprimento dos artículos antenais I - 0,25, II - 1,21, III - 2,14, IV 3,04, V - 3,08; comprimento do pronoto 2,88; largura do pronoto 6,96; comprimento do escutelo 5,44; largura do escutelo 4,16; largura abdominal 7,52. Número de exemplares medidos: 1. Genitália: parâmeros com a porção digitiforme curta, não se destacando especial- mente da porção auricular, à semelhança de N. (N.) mexicana (figs. 22, 23). X segmento trapezoidal. Folhetos do bordo ventral do pigóforo bem desenvolvidos, auriculares. Processos da parede ventral em 1 + 1 lingüetas, unidas na base (figs. 6, 12). Margem dorso- apical da phallotheca retilínea. Processus vesicae 1 não ultrapassando as abas da phallotheca. Processus vesicae 2 quádruplos: um par de processos mais afilados apicalmente e mais esclerotizados, outro par membranoso. (figs. 31,37,43). Fêmea. Medidas: comprimento total 13,69; comprimento da cabeça 1,83; largura da cabeça 2,65; comprimento da região anteocular 0,62; distância interocular 1,09; IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (76): 55-94, 2 mar. 1994. Neotibilis, um novo gênero... 67 largura do olho composto 0,78; comprimento dos artículos antenais I - 1,29, II - 1,29, Hi - 2,11, IV - 2,96, V - 3,04; comprimento do pronoto 3,04; largura do pronoto 7,20; comprimento do escutelo 5,84; largura do escutelo 4,32; largura abdominal 7,52. Número de exemplares medidos: 1. Genitália: gonocoxitos 8 de bordos suturais paralelos, não justapostos, e espessa- dos. Ápice dos gonocoxitos 8 atingindo os laterotergitos 9. Laterotergitos 9 pouco ultrapassando a banda transversal que une os laterotergitos 8 (fig. 48). Distribuição. PANAMÁ: Panamá. Material examinado. Parátipo ?, com os mesmos dados do holótipo (MCNZ). Diagnose diferencial. N. (N.) panamensis, como N. (N.) mexicana, possui os parâmeros com a porção digitiforme curta, caráter que as distingue das demais espécies do subgênero. Pode ser diferenciada de N. (N.) mexicana, nos machos, pelos processos da parede ventral do pigóforo, em conspicuas lingüetas, unidas na base; nas fêmeas, os laterotergitos 9 ultrapassando a banda transversal que une os gonocoxitos 8, juntamente com a forma do bordo posterior dos gonoxitos 8, largamente arredondada no ápice, distinguem estas duas espécies. Neotibilis (Neotibilis) parva (Distant, 1893), comb. n. (Figs. 7,13,24,25,32,38,44,49,52A,52B) Brachystethus parvus DISTANT, 1893: 342; Tab.xxi, fig. 23; LETHIERRY & SEVERIN, 1893: 187. Tibilis parva; RUCKES, 1960: 23-24; BECKER & GRAZIA-VIEIRA, 1971: 20; GRAZIA, 1984: 80. Localidade-tipo: David, Chiriqui, Panamä Lectötipo: S, com as etiquetas: a) Type; b) David, Chiriqui, Champion; c) B.C.A. Hem. 1, Brachystethus parvus; d) Tibilis parvulus (Dist.) det. H. Ruckes, 1960 (BMNH). Designado por Ruckes. Coloração da superfície dorsal castanha a castanho-escura. Antenas com os três primeiros artículos ocres, com pontuações castanhas; 4º artículo castanho, exceto peque- no anel basal e o 1/4 apical, ocre amarelados; 5º artículo amarelado no 1/3 basal e em pequena área apical, e castanho na porção restante. Rostro alcançando as coxas médias. Margens ântero-laterais do pronoto totalmente amareladas ou avermelhadas internamen- te e amareladas externamente, com ou sem borda externa castanha. Superfície torácica ventral regularmente pontuada de castanho a negro. Carena metasternal plana arasamente sulcada. Pernas ocres com conspícuas pontuações castanho-ferrugíneas nos fêmures. Macho. Medidas: comprimento total 11,84 (11,36 - 12,69) + 0,35 ; comprimento da cabeça 1,72 (1,56 - 1,87) + 0,08; largura da cabeça 2,41 (2,30 - 2,50) + 0,05; comprimento da região anteocular 0,53 (0,47 - 0,62) + 0,03; distância interocular 1,01(0,94 - 1,13) + 0,04; largura do olho composto 0,71 (0,66 - 0,78) + 0,03; comprimen- to dos artículos antenais I - 0,99 (0,66 - 1,13) + 0,10; II - 1,01 (0,90 - 1,13) + 0,06; III - 1,62 (1,48 - 1,79) + 0,07, TV - 2,49 (2,30 - 2,65) + 0,09, V - 2,50 (2,34 - 2,65) + 0,09, comprimento do pronoto 2,58 (2,32 - 2,88) + 0,13; largura do pronoto 6,42 (6,00 - 6,80) + 0,18; comprimento do escutelo 5,02 (4,80 - 5,44) + 0,14; largura do escutelo 3,98 (3,76 - 4,32) + 0,12; largura abdominal 6,59 (6,16 - 7,04) + 0,20. Número de exemplares medidos: 46. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 55-94, 2 mar. 1994 68 GRAZIA & BARCELLOS Genitália: parämeros com porção digitiforme alongada (figs. 24, 25). X segmento arredondado. Ângulos póstero-laterais do pigóforo bastante alargados; bordo ventral, medianamente, em estreito "U". Folhetos do bordo ventral do pigóforo inconspícuos e processos da parede ventral em minúscula aba bissinuada, encobertos pelo X segmento em vista dorsal (figs. 7, 13). Margem dorso-apical da phalloteca convexa medianamente. Processus vesicae 1 curto, mal ultrapassando as abas da phallotheca. Processus vesicae 2 em 1 + 1 cornos, mais esclerotizados que nas demais espécies do subgênero, contíguos basalmente e de ápices voltados em direção à phalloteca (figs. 32,38, 44). Fêmea. Medidas: comprimento total 12,19 (11,36 - 13,03) + 0,43 ; comprimento da cabeça 1,73 (1,64 - 1,87) + 0,07; largura da cabeça 2,44 (2,34 - 2,57) + 0,05; comprimento da região anteocular 0,54 (0,51 - 0,58) + 0,04; distância interocular 1,03 (0,94 - 1,09) + 0,03; largura do olho composto 0,70 (0,58 - 0,78) + 0,03; comprimento dos artículos antenais I - 1,01 (0,74 - 1,17) + 0,08, II - 1,03 (0,94 - 1,13) + 0,05, III - 1,60 (1,40.-:1,72) + 0,07, IV - 2,46 (2,26 - 2,65) * 0,09; V - 2,48 (2,30 - 2,65) + 0,07; comprimento do pronoto 2,63 (2,32 - 2,88) + 0,13; largura do pronoto 6,57 (6,16 - 6,88) + 0,21; comprimento do escutelo 5,15 (4,80 - 5,52) + 0,18; largura do escutelo 4,06 (3,76 - 4,40) + 0,15; largura abdominal 6,82 (6,40 - 7,20) + 0,20. Número de exemplares medidos: 39. Genitália: gonocoxitos 8 de bordos suturais paralelos a divergentes. Ápice dos gonocoxitos 8 atingindo o limite entre os laterotergitos 8 e os laterotergitos 9; estes não ultrapassando a banda que une os laterotergitos 8 (fig. 49). Margem anterior do gonocoxito 9 comleve convexidade mediana. Comprimento dos braços e comprimento mediano do gonocoxito 9 subiguais. Braços do gonocoxito 9 delgados, de ápices afilados e divergen- tes. Espessamento da íntima vaginal piriforme; espessamentos secundários em anéis de paredes espessadas e separados entre si. Orificium receptaculi de posição terminal. Ductus receptaculi, na porção posterior à área vesicular, pouco maior que o comprimento da porção anterior à mesma área. Pars intermedialis mais esclerotizada nos 3/4 basais (figs. 524, 52B). Distribuição. PANAMÁ: Canal Zone, Chiriqui; VENEZUELA: Aragua; CO- LÖMBIA: Magdalena; BRASIL: Pará. ) Material examinado. S, sem local, 1911, sem coletor, Distant Coll., 383 (BMNH); PANAMA. Canal Zone: &, Albrook Forest Site, Fort Clayton, 16-17.V.1968, R. Hutton, “black light trap”, Lot nº 197 (LHRC); 2, Barro Colorado Isl., 20.1V.1953, A. M. Nadler (AMNH); 2 S, Idem, 25.1V.1962, H. Ruckes (AMNH); 3 6, 22, Idem, 01.V.1962, Idem; 3 5, Idem, 23.1V.1962, Idem, “colleted on NSF Grant G 9830” (AMNH); 115,10 2, Idem, 25.1V.1962, Idem; 3 6, 19, Idem, 27.1V.1962, Idem; 69, Idem, 28.IV.1962, Idem; 2, Idem; 29.1V.1962, H. Ruckes, “colleted on NSF Grant G 9830” (AMNH); 2 £, Idem, 30.1V.1962, H. Ruckes (AMNH); £, Idem, 22.X.1962, Idem, “colleted on NSF Grant G 9830” (AMNH); 9, Idem, 16.11.1976, H. Wolda, “lights: Weir/SM- LIMP (HDEC); S, Idem, 14.XTI.1976, D. Engleman, “It. trap” (HDEC); 2, Cardenas Village, 17-18.V.1980, E. Riley e Le Doux (LHRC); S, Coco Solo Hosp., 10.V.1974, D. Engleman, “light trap” (HDEC); 6, Idem, 9º 21'N 79° 51'W, 16.V1.1972, Engleman (LHRC); &, Coco Solo Hosp., 04.V.1976, D. Engleman (HDEC); 9, 9, Ft. Gulick, 06.V.1977, Al Thurman, “at lights” (HDEC); 9, Pipeline Road, 07.VII.1976, D.Engleman (HDEC); 2 9,39, Idem, 17.VII.1976, Idem, “canopy sample”, Luehea seemanii sp., nº G6M/YL (HDEC); 2 6, 29, Gatun, Gatun Lake Lookout, 07.08.1V.1987, J. R. McDonald (LHRC); 2, S-9 Rd. 6 km SW of Gatun, 30.X11.1972, D. Engleman, Thomas F. Halstead Collection (CASC); Chiriqui: 2, Caldera, 1200 ft., 1911, Champion, Distant Coll., 383 (BMNH); 4 6, 1 9 Idem, sem data, Idem, B.C.A., Hem. I(BMNH); 6, Idem, sem data, Idem, Ex. Godman & Salvin (AMNH); S - David, 1911, Champion, Distant Coll., 383 (BMNH); 26, 19, Idem, B.C.A., Hem. 1 (BMNH); 9, 2, Panamá (B. C. 1.), 23.V.1957, F. Schrader, A75 e A8B2G (AMNH); VENEZUELA: Aragua: $, El Limon, 450m, 25.V.1966, F. Fernandez Y. (IZAV); COLÔMBIA: Magdalena: &, 11° 10'N, 76° IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (76): 55-94, 2 mar. 1994. Neotibilis, um novo gênero... 69 08'W, 800 m, IV.1973, M. Madison (LHRC); BRASIL: Pará: 2, Santarém, sem data, sem coletor, acc. 23739 (AMNH); 9, Tucuruí, rio Tocantins, 26-28.111.1984, Candal, armadilha Malaise (MPEG). Diagnose diferencial. A forma do bordo ventral do pigóforo, em "U" fechado, e os folhetos do bordo ventral, inconspícuos, permitem distinguir N. (N.) parva das demais espécies do subgênero. As fêmeas de N.(N.) parva podem ser distinguidas das fêmeas das outras espécies do subgênero pela seguinte combinação de caracteres: laterotergitos 9 não ultrapassando a banda que une os laterotergitos 8, bordo posterior dos gonocoxitos 8 largamente arredondado apicalmente e espessamentos secundários da gonapófise 9 em anéis de paredes espessadas, separados entre si. Subgênero Laeviscutis, subg. n. Espécie tipo: Tibilis oculata Breddin, 1914 Forma geral do corpo ovalada a oval-alargada; coloração geral castanha a castanho- escura, quase negra. Escutelo destituído ou com 1 + 1 calos inconspícuos nos ângulos äntero-laterais. Carena metasternal plana. Segmentos do conexivo com variado padrão de coloração; em algumas espécies, as áreas claras formam uma faixa contínua longitudinal ao longo da superfície lateral externa de cada segmento. Abdome quase liso, destituído de pontuações a moderadamente pontuado de castanho. Genitália do macho: pigóforo pouco aberto dorsalmente; ângulos póstero-laterais apicalmente arredondados. X segmento ovalado a trapezoidal. Parâmeros com o bordo apical alargado, arredondado a truncado, não formando um prolongamento digitiforme como no subgênero Neotibilis. Bordo ventral em "U" ou "V” abertos. Folhetos do bordo ventral em um lobo único, em 1 + 1 abas de extensão e forma variáveis, ou ainda inconspícuos. Processos da superfície interna da parede ventral do pigóforo encobertos pelo X segmento (exceto em N. (L.) boliviana eN. (L.) lata). Phallus: dimensões bastante variáveis entre as espécies. Phallotheca menos esclerotizada que nas espécies do subgênero Neotibilis; margem dorso-apical da phallotheca medianamente retilínea e ângulos látero-apicais não expandidos. Em algumas espécies, presente um sulco que percorre basalmente a superfície ventral da phallotheca. Vésica: processus vesicae 1, apresentando grande variação interespecífica quanto à forma e comprimento; processus vesicae 2 em lobos ou projeções membranosas, menos diagnósticos que no subgênero- tipo. Genitália da fêmea: margem posterior do VII segmento retilínea a côncava na área que recobre a base dos gonocoxitos 8. Bordos posteriores dos gonocoxitos 8 sinuosos; maior comprimento das placas sempre ao nível do ângulo sutural. Margem anterior do gonocoxito 9 levemente a marcadamente côncava, ou convexa medianamente. Braços do gonocoxito 9 divergentes apicalmente, com margens retilíneas a ligeiramente curvas. Espessamento da íntima vaginal e espessamentos secundários da gonapófise 9 de forma variável. Pars intermedialis, em algumas espécies, com uma porção globosa bem definida. Diagnose diferencial. As diferenças entre Laeviscutis subg. n. e o subgênero-tipo foram apontadas na diagnose diferencial deste último. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (76): 55-94, 2 mar. 1994 10 GRAZIA & BARCELLOS Neotibilis (Laeviscutis) boliviana, sp. n. (Figs. 53,60,67,68,81,88,95) Localidade-tipo: Rio Mamoré, Beni, Bolívia. Holótipo: &, BOLÍVIA, Beni, /IV Rio Mamoré, approx. 5 km NW mouth of Rio Grande, 4-VIII-1965, sem coletor, (AMNH), aqui designado. Forma geral ovalada; coloração da superfície dorsal castanho-escura. Antenas ocres, com pontuações castanhas nos dois primeiros artículos. Rostro mal atingindo as coxas médias. Margens ântero-laterais do pronoto ocre-avermelhadas, finamente bordeadas de castanho. Tórax, na superfície ventral, regularmente pontuado de castanho-ferrugíneo anegro. Pernas ocres, com pontuações castanho-ferrugineas mais fregüentes nos fêmures. Superfície ventral do abdome moderadamente pontuada de castanho-ferrugíneo. Seg- mentos do conexivo amarelados em pequena porção mediana, junto à margem lateral externa. Macho. Medidas: comprimento total 12,19; comprimento da cabeça 1,64; largura da cabeça 2,42: comprimento da região anteocular 0,58; distância interocular 0,97; largura do olho composto 0,70; comprimento dos artículos antenais I - 0,97, II - 1,09, HI - 1,72, IV - 2,50, V - 2,61; comprimento do pronoto 2,64; largura do pronoto 6,56; comprimento do escutelo 5,12; largura do escutelo 3,84; largura abdominal 6,88. Número de exemplares medidos: 1. Genitália: parâmeros figs. 67, 68. X segmento ovalado. Bordo ventral do pigóforo em "V" aberto. Folhetos do bordo ventral em amplas abas cujos ápices se dobram em direção dorsal. Processos da parede ventral do pigóforo em 1 + 1 conspícuas expansões triangulares contíguas, visíveis em vista dorsal (figs. 53, 60). Phallotheca destituída de sulco ventral. Processus vesicae 1, curto e digitiforme; processus vesicae 2 em 1 +1 lobos membranosos arredondados (figs. 81,88 e 95). Distribuição. BOLÍVIA: Beni. Diagnose diferencial. N. (L.) boliviana pode ser distinguida facilmente das demais espécies do subgênero pelos conspícuos processos da parede ventral do pigóforo, na forma de expansões triangulares contíguas. Neotibilis (Laeviscutis) compascens (Bergroth, 1914), comb. n. (Figs. 54,61,69,70,82,89,96,102,107A,107B) Tibilis compascens BERGROTH, 1914:436; BECKER & GRAZIA-VIEIRA, 1977:62. Localidade-tipo: Guiana Francesa. Tipos: não localizados. Bergroth baseou sua descrição em dois exemplares, macho e fêmea. Corpo ovalado; coloração da superfície dorsal castanha a castanho-escura. Ante- nas ocres a castanho-claras, com poucas pontuações castanho-ferrugíneas, mais frequen- tes no 1º artículo. Rostro não ou mal atingindo as coxas médias. Margens äntero-laterais do pronoto ocre-amareladas a ocre-avermelhadas. Superfície ventral do tórax uniforme e grosseiramente pontuada de castanho-escuro. Pernas ocres, com poucas pontuações castanho-ferrugíneas restritas aos fêmures. Abdome moderadamente pontuado na super- IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 55-94, 2 mar. 1994. ee —— — ——— — ZZ Neotibilis, um novo gênero... 71 fície ventral; pontuações grosseiras castanho-ferrugíneas. Segmentos do conexivo com o 1/3 mediano ocre-amarelado, junto à margem lateral externa. Macho. Medidas: comprimento total 11,27 (10,85 - 12,02) + 0,42 ; comprimento da cabeça 1,58 (1,44 - 1,75) + 0,12; largura da cabeça 2,18 (2,11 - 2,26) + 0,07; comprimento da região anteocular 0,53 (0,51 - 0,55) + 0,02; distância interocular 0,98 (0,94 - 1,01) + 0,03; largura do olho composto 0,60 (0,55 - 0,66) + 0,04, comprimento dos artículos antenais I - 0,91 (0,82 - 1,01) + 0,07, II - 1,09 (1,01 - 1,17) + 0,07, HI- 1,72 (1,48 - 2,34) + 0,36; IV - 2,44 (2,26 - 2,61) + 0,18; V - 2, 53; comprimento do pronoto 2,50 (2, 32 - 2,64) + 0,12; largura do pronoto 6,18 (6,00 - 6,48) + 0,22; comprimento do escutelo 4,88 (4,64 - 5,12) + 0,15; largura do escutelo 3,82 (3,68 - 4,00) + 0,12; largura abdominal 5,92 (5,76 - 6, 16) + 0,16. Número de exemplares medidos: 6. Genitália: parâmeros figs. 69,70. X segmento ovalado. Bordo ventral do pigóforo em "V" aberto, com estreito sulco mediano. Folhetos do bordo ventral pouco desenvol- vidos, em abas rasas. Processos da parede ventral do pigóforo encobertos pelo X segmento, em 2 + 2 pequenas estrias (figs. 54, 61). Phalloteca bem maior que a vésica, em vista lateral quase esférica, com diâmetro correspondendo ao dobro da largura da vésica; sulco ventral da phalloteca ausente. Processus vesicae 1 curto e processus vesicae 2 em 1 + 1 projeções membranosas divergentes (figs. 82,89, 96). Fêmea. Medidas: comprimento total 11,89 (11,52 - 12, 36)+ 0,30 ; comprimento da cabeça 1,63 (1,56 - 1,68) + 0,04; largura da cabeça 2,21 (2,11 - 2,30) + 0,07; comprimento da região anteocular 0,50 (0,47 - 0,55) + 0,02; distância interocular 0,99 (0,94 - 1,01) + 0,03; largura do olho composto 0,62 (0,58 - 0,70) + 0,04; comprimento dos artículos antenais I - 0,87 (0,78 - 0,94) + 0,05, II- 1,12 (1,05 - 1,17) + 0,03, WI - 1,46 56 164) E 010; IV -240(214-2,65) # 0,17; V - 2, 62 ( 2, 38 - 2,81) 0,16; comprimento do pronoto 2,55 (2,40 - 2,80)+ 0,12; largura do pronoto 6,29 (6,08 -6,72) +0,19; comprimento do escutelo 5,06 (4,88 - 5,36) + 0,15; largura do escutelo 3,82 (3,60 - 4,16)+ 0,15; largura abdominal 6,58 (6,40 - 6,88) + 0,18. Número de exemplares medidos: 10. Genitälia: bordo posterior do VII segmento retilineo na ärea que recobre a base dos gonocoxitos 8. Gonocoxitos 8 de bordos suturais paralelos e bordos posteriores convexos após os ângulos suturais. Ängulos suturais salientes, rombos e, na maioria dos exemplares examinados, escurecidos. Laterotergitos 9 pouco ultrapassando a banda transversal que une os laterotergitos 8 (fig. 102). Gonocoxito 9 com margem anterior marcadamente côncava. Braços do gonocoxito 9 curvos e alongados, com cerca do triplo do comprimento mediano da placa. Espessamento da íntima vaginal cônico; espessamentos secundários da gonapófise 9 ovalados e unidos entre si. Orificium receptaculi terminal. Ductus receptaculi cerca de 1,5x mais longo posteriormente que anteriormente à área vesicular. Pars intermedialis fortemente globosa medianamente, com os 3/4 basais mais esclerotizados (figs.107A, 107B). Distribuição. GUIANA FRANCESA; BRASIL: Pará, Rondônia, Mato Grosso; PERU: Huánuco; BOLÍVIA: Cochabamba. Material examinado. BRASIL: &, “Chapada”, IX, sem coletor, Acc. No. 2966, (AMNH); Pará: 9, Serra Norte, 28.1V.1984, Jarbas (MPEG); ?, Idem, Pojuca, 22.1.1985, P. Tadeu (MPEG); 2, Canindé, R. Gurupi, IV.1963, Malkin, (DZUP); ?, Bragantina, sem data, sem coletor, 585 (CPCB): 9, sem dados, 586 (CPCB); 2 9, sem dados (CPCB), Rondônia: I, Cacoal, V.1980, A.C. Mendes, 390 (CPCB); 2, Ji-Paraná, 12.VIII.1984, R.B. Neto (MPEG); Mato Grosso: 29, Chapada dos Guimarães, 27.X1.1983, Exc. Dep. Zool. UFPR (DZUP). PERU: IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 55-94, 2 mar. 1994 72 GRAZIA & BARCELLOS Huánuco: 2, Tingo Maria Huan, 23.X1.1946, Alt. 2200 ft., J. C. Pallister (AMNH); &, Pozuzo, sem data, sem coletor, E. P. Van Duzee Collection (CASC). BOLIVIA: 5, sem local, 1904, J. Steinbach, 311 (BMNH); Cochabamba: 9, Rio Cristal Mavu, 50 mi. NE Cochabamba, 06.X.1949, L. Pena (LHRC). Diagnose diferencial. N. (L.) compascens lembra superficialmente N. (L.) boliviana e N. (L.) oculata, podendo ser distinguida destas, entre outros caracteres, pelo menor desenvolvimento das abas do bordo ventral do pigóforo, além do maior tamanho da phallotheca em relação à vésica. As fêmeas desta espécie podem ser distinguidas das fêmeas de N.(L.) oculata e N.(L.) boliviana pela forma dos gonocoxitos 8, com ângulos suturais salientes, rombos,e, na maior parte dos exemplares, escurecidos. Observação. A citação de T. compascens para o Rio Grande do Sul, Brasil (LINK & GRAZIA, 1983; 1987) trata-se de erro. Neotibilis (Laeviscutis) laeviventris (Bergroth, 1914), comb. n. (Figs. 103,108) Tibilis laeviventris BERGROTH, 1914:435; BECKER & GRAZIA-VIEIRA, 1971:20; GRAZIA, 1984:80. Localidade-tipo: Guiana Francesa. Holótipo: ©, não localizado. Forma geral ovalada; coloração da superfície dorsal castanho-escura, quase negra. Antenas com o 1º artículo negro ventralmente; lado dorsal do 1º e demais artículos antenais ocres, com pontuações castanhas mais frequentes no 1º artículo. Rostro mal atingindo as coxas médias. Margens äntero-laterais do pronoto, em um dos exemplares, bordeadas de castanho. Superfície torácica ventral com pontuações castanho-ferrugíneas a castanho-escuras. Pernas ocres, com pontuações inconspícuas. Abdome com superfície ventral amarelada destituída ou com raríssimas pontuações. Conexivo com faixa clara longitudinal contínua, ocupando cerca da metade lateral externa de cada segmento. Fêmea. Medidas: comprimento total 13,03; comprimento da cabeça 1,83 (1,79 - 1,87) £ 0,05; largura da cabeça 2,44 (2,42 - 2,46) + 0,03; comprimento da região anteocular 0,53 (0,47 - 0,58) + 0,08; distância interocular 1,03 (0,97 - 1,09) * 0,08; largura do olho cornposto 0,68 (0,66- 0,70) + 0,03; comprimento dos artículos antenais I- 1,09 (1,05 - 1,13) + 0,05, II - 1,19 (1,13 - 1,25) + 0,08, II - 1,79 (1,75 - 1,83) £ 0,05; IV -2,69 (2,61 - 2,77) &0,11; V - 3,00 (2, 92 - 3,08)+.0,11; comprimento do pronoto 2,80 (2,72 -2,88)+0,11;largura do pronoto 6,96 (6,88 -7,04) + 0,11; comprimento do escutelo 5,52; largura do escutelo 4,24 (4,16 - 4,32)# 0,11; largura abdominal 6,92 (6,88 - 6,96) + 0,06. Número de exemplares medidos: 2. Genitália: margem posterior do VII segmento retilínea na área que recobre a base dos gonocoxitos 8, estes de bordos suturais justapostos, divergindo apicalmente. Bordos posteriores dos gonocoxitos 8, levemente convexos após os ângulos suturais. Laterotergitos 9 mal ultrapassando a banda transversal que une os laterotergitos 8 (fig. 103). Margem anterior do gonocoxito 9 com marcada convexidade mediana; braços do gonocoxito 9 retilíneos e alongados, com quase o dobro do comprimento mediano na placa. Espessamento da íntima vaginal cônico; espessamentos secundários da gonapófise 9 ovalados, separa- dos entre si, tendo sobre eles um terceiro espessamento, em forma de meia-lua. Orificium receptaculi subterminal; ductus receptaculi pouco mais longo anteriormente que IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 55-94, 2 mar. 1994. Neotibilis, um novo gênero... 73 posteriormente à área vesicular. Pars intermedialis sem uma porção globosa marcada e com 2/3 basais mais esclerotizados. Capsula seminalis com duas, das três projeções digitiformes, fusionadas basalmente (fig. 108). Distribuição. GUIANA FRANCESA; VENEZUELA: Bolívar; BRASIL: Rondônia. Material examinado. VENEZUELA: Bolívar: ?, Km 78, El Dorado, Santa Elena, 160m, 14.X1.1966, J. & B. Bechyné, E. Osuna (IZAV); BRASIL: Rondônia: 9, Vilhena, 20.11.1961, J. & B. Bechyné (MPEG). Diagnose diferencial. N. (L.) laeviventris distingue-se das demais espécies do subgênero por apresentar o abdome liso, destituído ou com pouquíssimas pontuações, bem como os segmentos do conexivo com uma faixa contínua amarelada, junto à margem lateral externa, ocupando cerca da metade de cada segmento. Neotibilis (Laeviscutis) lata, sp. n. (Figs. 55,62,71,72,83,90,97,104, 109) Localidade-tipo: Tefé, Amazonas, Brasil. Holótipo: 9, BRASIL, Amazonas, Teffé (Ega) 2º Trimestre 1879; M. de Mathan, Distant Coll. 1911-383, piceolus Walk. (BMNH), aqui designado. Forma geral ovalada a oval-alargada; coloração da superfície dorsal castanha a castanho-escura. Antenas ocres, o 1º e algumas vezes também o 2º artículo pontuados de castanho-escuro. Rostro não atingindo as coxas médias. Pronoto com margens ântero- laterais ocre-avermelhadas, em alguns exemplares, bordeadas de castanho. Tórax, na superfície ventral, moderada e irregularmente pontuado de castanho-ferrugíneo a casta- nho-escuro. Pernas ocres, com pontuações castanho-ferrugíneas nos fêmures. Abdome moderadamente pontuado de castanho-ferrugíneo; tamanho das pontuações variável. Segmentos do conexivo com áreas claras ocupando cerca de 1/3 mediano de cada segmento, junto à margem lateral externa. Macho. Medidas: comprimento total 13,58 (12,36 - 14,36) + 1,07; comprimento da cabeça 1,73 (1,56- 1,83) + 0,15; largura da cabeça 2,46 (2,26 - 2,57) + 0,17; comprimento da região anteocular 0,58 (0,55 - 0,62) + 0,04;distância interocular 1,00 (0,94 - 1,05) + 0,06; largura do olho composto 0,71 (0,66 - 0,74) + 0,04; comprimento dos artículos antenais I - 1,00 (0,82 - 1,09) + 0,16, II - 1,21 (1,17 - 1,25) + 0,04, HI - 1,90 (1,79 - 2,03) + 0,12, IV - faltando, V - faltando; comprimento do pronoto 3,02 (2,64 - 3,28) + 0,34; largura do pronoto 7,58 (6,48 - 8,24) + 0,95; comprimento do escutelo 5,74 (4,96 - 6,24) + 0,68; largura do escutelo 4,62 (4,00 - 5,04)+ 0,54; largura abdominal 7,34 (6,32 - 8,00) + 0,89. Número de exemplares medidos: 3. Genitália: parämerosfigs. 71,72. X segmento trapezoidal, mais alargado apicalmente. Bordo ventral do pigóforo em "U" aberto. Folhetos do bordo ventral em aba única. Processos da parede ventral em 1+1 pequenos dentes, visíveis dorsalmente (figs. 55, 62). Phallotheca destituída de sulco ventral. Processus vesicae 1 conspicuo, longo, mais alargado na base e com ápice truncado. Processus vesicae 2 em 2 + 2 projeções membranosas que convergem para o processus vesicae 1 (figs. 83,90,97). Fêmea. Medidas: comprimento total 12,77 (12,52 - 13,03)+ 0,28; comprimento da cabeça 1,77 (1,60- 1,91)+ 0,13; largura da cabeça 2,44 (2,22 -2,53)+ 0,14; comprimento da região anteocular 0,59 (0,55 - 0,62) + 0,04; distância interocular 0,98 (0,94 - 1,05) + 0,06, largura do olho composto 0,72 (0,66 - 0,74) + 0,04; comprimento dos artículos antenais I - 0,97 (0,90 - 1,05) + 0,06, II - 1,10 (1,01 - 1,21) + 0,08; III - 1,64 (1,48 - 1,79) IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (76): 55-94, 2 mar. 1994 74 GRAZIA & BARCELLOS + 0,13, IV - 1,95 (1,72 - 2,18) + 0,33; V - faltando; comprimento do pronoto 3,02 (2,80 - 3,36) + 0,24; largura do pronoto 7,18 (6,88 - 7,60) + 0,30; comprimento do escutelo 5,48 (5,28 - 5,76) + 0,24; largura do escutelo 4,36 (4,24 - 4,48) + 0,10; largura abdominal 7,16 (6,64 - 7,44) + 0,36. Número de exemplares medidos: 4. Genitália: margem posterior do VII segmento côncava na área que recobre a base dos gonocoxitos 8. Bordos suturais dos gonocoxitos 8 paralelos a ligeiramente divergen- tes; bordos posteriores dos gonocoxitos 8 ligeiramente convexos, quase retilíneos após os ângulos suturais. Ângulos suturais agudamente projetados, em extensão variável. Laterotergitos 9 não a mal ultrapassando a banda transversal que une os laterotergitos 8 (fig. 104). Gonocoxito 9 com margem anterior ligeiramente côncava e braços curvos com cerca de 1,5x o comprimento mediano da placa. Espessamento da íntima vaginal quadrangular; espessamentos secundários da gonapófise 9 em anéis irregulares, separa- dos entre si, e de paredes espessadas. Orificium receptaculi terminal. Ductus receptaculi mais espessado, com dupla parede no terço proximal da porção anterior à área vesicular. Porção anterior à área vesicular 1,5x o comprimento da porção posterior à mesma área. Pars intermedialis globosa medianamente e com os 2/3 basais mais esclerotizados (fig. 109). Distribuição. BRASIL: Amazonas, Pará. Material examinado. Parátipos: BRASIL 6,9, “Amaz”, sem data, sem coletor (BMNH); 2, “Braz”/6251, sem data e sem coletor (AMNH); Amazonas: 9, Teffé (Ega), IX.X.1879M. de Mathan, Distant Coll. 1911-383; (BMNH); Pará 9, Obidos, IX.1954, J. Brazilino, Coleção Campos Seabra (QBUM); 9, Santarém/5463, sem data e sem coletor, Brachystethus piceolus Walker's Catal. (MCNZ). Diagnose diferencial. N. (L.) lata pode ser distinguida das demais espécies do subgênero pela forma geral do corpo, oval-alargada. Difere ainda das demais espécies pelos folhetos do bordo ventral do pigóforo, em aba única, e pelos ângulos suturais dos gonocoxitos 8, agudamente projetados. Neotibilis (Laeviscutis) mourei, sp. n. (Figs. 56,63,73,74,84,91,98) Localidade-tipo: New River, Guiana. Holótipo: C', GUIANA, New River, 750 ft., 25.1.20.111.1938, C. A. Hudson; Brit. Mus. 1939-370 (BMNH), aqui designado. Forma geral ovalada; coloração da superfície dorsal castanho-escura. Antenas ocres; 1º artículo pontuado de castanho-escuro e 2º artículo com pontuações castanho- ferrugíneas pouco conspícuas. Rostro atingindo as coxas médias. Margens ântero-laterais do pronoto ocres, com fina borda castanha. Superfície ventral do tórax pontuada de castanho-ferrugíneo a castanho-escuro; pontuação mais densa e grosseira no protórax. Pernas ocres, fêmures com raras pontuações castanho-ferrugíneas. Superfície ventral do abdome com poucas pontuações castanho-ferrugíneas. Segmentos do conexivo com o 1/ 3 mediano junto à margem lateral externa, ocre, restante do segmento castanho-escuro. Macho. Medidas: comprimento total 13,03; comprimento da cabeça 1,75; largura da cabeça 2,46; comprimento da região anteocular 0,55; distância interocular 1,05; largura do olho composto 0,70; comprimento dos artículos antenais I - 0,86, II - 1,21, HI - 1,87, IV - 2,81, V - 2,92; comprimento do’ pronoto 2,80; largura do pronoto 7,04; IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 55-94, 2 mar. 1994. Neotibilis, um novo gênero... 75 comprimento do escutelo 5,68; largura do escutelo 4,40; largura abdominal 7,20. Número de exemplares medidos: 1. Genitälia: parâmeros figs. 73 , 74. X segmento trapezoidal. Bordo ventral do pigóforo em estreito”V” mediano. Folhetos do bordo ventral em abas de contorno arredondado, contíguas medianamente; processos da parede ventral do pigóforo inconspícuos (figs. 56, 63). Phallotheca destituída de sulco ventral. Processus vesicae 1 extraordinariamente desenvolvido, truncado no ápice e projetado paralelamente aos processus vesicae 2 em 1 + 1 projeções membranosas digitiformes (figs. 84,91, 98). - Distribuição. GUIANA. Diagnose diferencial. N. (L.) mourei assemelha-se, pelo padrão de coloração do conexivo, a N. (L.) boliviana, N. (L.) compascens e N. (L.) oculata, delas se distinguindo pela forma das abas do bordo ventral do pigóforo, de contorno arredondado e contíguas medianamente, bem como pelas maiores dimensões do phallus e especialmente pelo extraordinário desenvolvimento do processus vesicae 1. Observação. Esta espécie é dedicada ao Pe. Jesus Santiago Moure, pela sua grande contribuição à Entomologia Brasileira. Neotibilis (Laeviscutis) oculata (Breddin, 1914), comb. n. (Figs. 57,64,75,76,85,92,99,105,110) Tibilis oculata BREDDIN, 1914: 58. Localidade-tipo: Marcapata, Peru. Holótipo: Q, com as etiquetas: a) Peru, Marcapata; b) Tibilisoculatan. spec.; cc) coll. Breddin; d) Holotypus; e) Dei Eberswalde (DEIC). Forma geral ovalada; coloração da superfície dorsal castanha a castanho-escura. Antenas ocres; com poucas e diminutas pontuações castanho-ferrugíneas, mais frequen- tes no 1º artículo. Rostro atingindo as coxas médias. Pronoto com margens äntero-laterais ocre-amareladas a ocre-avermelhadas. Superfície torácica ventral moderadamente pon- tuada de castanho-escuro. Pernas ocres, com poucas pontuações castanho-ferrugíneas nos femures. Superfície ventral do abdome com poucas pontuações castanho-ferrugíneas. Area clara ocupando o 1/3 mediano, junto à margem lateral externa, de cada segmento do conexivo. Macho. Medidas: comprimento total 12,32 (11,36 - 13,53)+ 0,68; comprimento da cabeça 1,70 (1,60 - 1,87)+ 0,10; largura da cabeça 2,41 (2,26 - 2,57)+ 0,09; comprimento da região anteocular 0,52 (0,47 - 0,58) + 0,04; distância interocular 1,01 (0,90 - 1,05) + 0,05, largura do olho composto 0,69 (0,66 - 0,78) + 0,06; comprimento dos artículos antenais I - 1,01 (0,94 - 1,13) + 0,07, II - 1,19 (1,05 - 1,25) + 0,07; III - 1,76 (1,52 - 1,99) + 0,12, IV - 2,83 (2,57 - 3,08) + 0,14, V- 2,89 (2,69 - 3,08) + 0,15; comprimento do pronoto 2,63 (2,40 - 2,88)+ 0,15; largura do pronoto 6,67 (6,08 - 7,28) + 0,38; comprimento do escutelo 5,30 (4,80 - 5,84)+ 0,31; largura do escutelo 4,11 (3,92 - 4,40) * 0,19; largura abdominal 6,74 (5,92 - 7,52) + 0,61. Número de exemplares medidos: 10. Genitália: parâmeros figs. 75, 76. X segmento ovalado. Bordo ventral do pigóforo em estreito “V”, no meio. Folhetos do bordo ventral em amplas abas de contorno triangular. Processos da parede ventral do pigóforo pouco conspícuos, em 2 + 2 pequenas IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 55-94, 2 mar. 1994 16 GRAZIA & BARCELLOS cristas, ocultados pelo X segmento em vista dorsal (figs. 57, 64). Phallotheca sulcada ventralmente. Processus vesicae 1 curto, com ápice truncado. Processus vesicae 2 em um lobo membranoso sulcado medianamente (figs. 85, 92,99). Fêmea. Medidas: comprimento total 12,88 (11,86 - 13,86)t 0,52; comprimento da cabeça 1,71 (1,60- 1,83)+ 0,07; largura da cabeça 2,46 (2,34 - 2,53)+ 0,05; comprimento da região anteocular 0,52 (0,47 - 0,58) + 0,03; distância interocular 1,02 (0,97 - 1,05) + 0,03, largura do olho composto 0,72 (0,66 - 0,78) + 0,03; comprimento dos artículos antenais I - 0,96 (0,78 - 1,05) + 0,07, II - 1,20 (1,05 - 1,33) + 0,09; HI - 1,76 (1,48 - 2,26) + 0,20, IV - 2,80 (2,38 - 3,00) + 0,21.; V- 2,92 (2,81 - 3,12) + 0,12; comprimento do pronoto 2,78 (2,72 - 2,88)+ 0,06; largura do pronoto 6,86 (6,48 - 7,36)+ 0,24; compri- mento do escutelo 5,56 (5,12 - 5,92) + 0,26; largura do escutelo 4,19 (3,84 - 4,56)+ 0,18, largura abdominal 7,26 (6,88 - 7,68) + 0,29; Número de exemplares medidos: 13. Genitália: bordo posterior do VII segmento côncavo na área que recobre a base dos gonocoxitos 8. Gonocoxitos 8 com bordos suturais paralelos a ligeiramente divergentes e bordos posteriores retilíneos após os ângulos suturais; estes agudos apicalmente. Laterotergitos 9 não a mal ultrapassando a banda transversal que une os laterotergitos 8 (fig. 105). Margem anterior do gonocoxito 9 levemente côncava. Braços do gonocoxito 9 curvos com um pouco mais de 1,5x o comprimento mediano da placa. Espessamento da íntima vaginal digitiforme. Espessamentos secundários da gonapófise 9 ovalados, unidos lateralmente. Orificium receptaculi subterminal. Porção do ductus receptaculi anterior à área vesicular com aproximadamente a metade do comprimento da porção posterior à mesma área. Pars intermedialis globosa apicalmente e com maior esclerotização nos 3/ 4 basais (fig. 110). Distribuição. GUIANA; BRASIL: Amazonas, Pará, Mato Grosso; PERU: Loreto. Material examinado. GUIANA: 9, Essequibo R., 1° Falls, 14.X.1929, Oxf. Univ. Expedn, B. M., 1929- 485, 4035 (BMNH); Brasil: Pará: &, Serra Norte, Estrada do Manganês, 12-V-1984, Armadilha Suspensa nº 2 (2m), sem coletor (MPEG); 2, Obidos, 2º trimestre de 1878, M. de Mathan, Distant Coll., 1911-383 (BMNH); Amazonas; 6, Reserva Ducke, 04.X11.1978, Jorge Arias (INPA);9, Idem, 14.VI.1979, Idem; 9, Idem, 26 km NE Manaus, 06.X1.1978, J. Arias, N. Penny, armadilha de Malaise (INPA); &, Tapuruquara, Rio Negro, 26- 27.X1.1962,J. Bechyné (MZSP); S, Manaus, 24.V.1979,J. Arias (INPA); Mato Grosso: 26, 49, Sinop, II.1976, M. Alvarenga (AMNH); 3 9, Idem, Lat. 12º 31'& Long. 55º 37', X.1974, Idem; 2, Idem, X.1975, Idem; 2, 10º 25'S 5928 W, 17-22.111.1977, 300m, D. Engleman (LHRC); 9, 2, Vila Vera, 55º 30' long., 12º 46'lat., X.1973, M. Alvarenga (AMNH). Peru: 9, rio Santiago, 27.X1.1974, sem coletor, H. Bassler Collection, Acc. 33591 (AMNH); Loreto: 9, 20km from Ucayali on R. Calleria, Colonia Calleria, 10-30.1X.1961, Malkin (LHRC). Diagnose diferencial. N. (L.) oculata pode ser distinguida das demais espécies do subgênero, nas fêmeas, pela forma do bordo posterior dos gonocoxitos 8, retilíneo após o ângulo sutural. Esta espécie lembra superficialmente N. (L.) compascens eN. (L.) boliviana, diferindo destas, respectivamente, no maior desenvolvimento das abas do bordo ventral do pigóforo e nos processos da parede ventral do pigóforo, inconspícuos. Neotibilis (Laeviscutis) peruana, sp. n. (Figs. 58,65,77,78,86,93, 100) Localidade-tipo: Pucallpa, Ucayali, Peru. Holótipo: Q, PERU, Ucayali, Pucallpa, Rio Ucayali (200 Mtr.), sem data, Dirings, Coll. Dirings, 579. (MZSP), aqui designado. Forma geral ovalada; coloracäo da superficie dorsal castanha. Antenas ocres, com IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (76): 55-94, 2 mar. 1994. Neotibilis, um novo gênero... 1a pontuações castanho-ferrugineas mais concentradas no 1º artículo. Rostro atingindo as coxas médias. Margens ântero-laterais do pronoto ocre-avermelhadas.Tórax grosseira- mente pontuado de castanho na superfície ventral. Pernas ocres, com poucas pontuações castanho-ferrugíneas nos fêmures. Abdome ventralmente pontuado de castanho-ferrugíneo. Segmentos do conexivo com área clara formando uma faixa contínua e estreita junto à margem lateral externa de cada segmento, alargando-se na região do 1/3 mediano. Macho. Medidas: comprimento total 13,28 (13,19 - 13,36)+ 0,12; comprimento da cabeça 1,75 (1,72 - 1,79)+ 0,05; largura da cabeça 2,42; comprimento da região anteocular 0,58; distância interocular 1,03 (1,01 - 1,05) + 0,03, largura do olho composto 0,70; comprimento dos artículos antenais I - 1,03 (1,01 - 1,05) + 0,03, I - 1,25, III - 1,99, IV - 3,20, V - faltando; comprimento do pronoto 2,88; largura do pronoto 7,24 (7,20 - 7,28) + 0,06; comprimento do escutelo 5,80 (5,76 - 5,84) + 0,06, largura do escutelo 4,52 (4,48 - 4,56)+ 0,06; largura abdominal 7,52. Número de exemplares medidos: 2. Genitália: parâmeros figs. 77,78. X segmento alargado na base e cônico apicalmente. Bordo ventral do pigóforo em “V” aberto. Folhetos do bordo ventral em abas moderada- mente desenvolvidas; processos da parede ventral inconspícuos (figs. 58,65). Phallotheca sulcada ventralmente. Processus vesicae 1 curto, alargado na base e apicalmente truncado. Processus vesicae 2 em lobo único e membranoso (figs. 86,93, 100). Distribuição. PERU: Ucayali. Material examinado. Parátipo: S, Fronteira Peru-Brasil, 14.111. 1928, sem coletor, H. Bassler Collection, Acc. 33591 (AMNH). Diagnose diferencial. A forma do X segmento, alargado na base e cônico apicalmente, permite diferenciar N. (L.) peruana das outras espécies do subgênero. Neotibilis (Laeviscutis) piceola (Walker, 1868), comb. n. (Figs. 59,66,79,80,87,94,101,106,111A,111B) Brachystethus piceolus WALKER, 1868: 456; LETHIERRY & SEVERIN, 1893: 187; KIRKALDY, 1909: 152. Tibilis piceola; ROLSTON, 1976: 7. Localidade-tipo: Santar&m, Parä, Brasil. Lectötipo: Q, aqui designado, com as etiquetas: a) Type; b) Braz/6257; c) 10. Brachystethus piceolus (BMNH). Na descrição original, Walker baseia-se em dois exemplares, mas na coleção de tipos do BMNH consta apenas um exemplar de N. (L.)piceola. Forma geral ovalada; coloração da superfície dorsal castanha. Antenas com o 1º artículo negro ventralmente; superfície dorsal do 1º e demais artículos antenais ocres, com conspícuas pontuações castanho-escuras a negras nos dois primeiros artículos. Rostro não alcançando as coxas médias. Margens ântero-laterais do pronoto ocre- avermelhadas.Superfície torácica ventral pontuada de castanho-ferrugíneo. Pernas ocres com conspícuas pontuações castanho-escuras. Superfície ventral do abdome finamente pontuada de castanho-ferrugineo. Segmentos do conexivo destituídos de manchas claras, exceto em uma faixa muito fina junto à margem lateral externa, de cada segmento. Macho. Medidas: comprimento total 11,86; comprimento da cabeça 1,64; largura da cabeça 2,38; comprimento da região anteocular 0,51; distância interocular 0,97; IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 55-94, 2 mar. 1994 18 GRAZIA & BARCELLOS largura do olho composto 0,74; comprimento dos artículos antenais I - 0,97, II - 0,97, II - 1,60, IV - faltando, V - faltando; comprimento do pronoto 2,64; largura do pronoto 6,48; comprimento do escutelo 5,12; largura do escutelo 4,08; largura abdominal 6,56. Número de exemplares medidos: 1. Genitália: parâmeros figs. 79, 80. X segmento trapezoidal, mais estreito no ápice. Bordo ventral do pigóforo em “V” aberto. Folhetos do bordo ventral e processos da parede ventral inconspícuos (figs. 59, 66). Sulco ventral da phallotheca presente. Processus vesicae 1 longo e sinuoso, apicalmente truncado. Processus vesicae 2 em um lobo membranoso com reentrância mediana (figs. 87,94, 101). Fêmea. Medidas: comprimento total 12,52 (12,36 - 12,69)+ 0,23; comprimento da cabeça 1,65 (1,60 - 1,72)+ 0,06; largura da cabeça 2,34 (2,30 - 2,38) + 0,04, comprimento da região anteocular 0,57 (0,55 - 0,58) + 0,02, distância interocular 0,99 (0,97 - 1,01) + 0,02; largura do olho composto 0,69 (0,66 - 0,70) + 0,02, comprimento dos artículos antenais I - 0,95 (0,94 - 0,97) + 0,02, II - 0,96 (0,94 - 1,01) + 0,04, HI - 1,57 (1,52 - 1,64) + 0,06, IV - 2,20 (2,03 - 2,38) + 0,25; V - 2,53; comprimento do pronoto 2,66 (2,56 - 2,80)+ 0,12; largura do pronoto 6,72 (6,56 - 6,88) + 0,16; comprimento do escutelo 5,14 (4,88 - 5,36) + 0,24, largura do escutelo 4,10 (4,00 - 4,24) + 0,12; largura abdominal 6,84 (6,64 - 7,04) + 0,28. Número de exemplares medidos: 3. Genitália: margem posterior do VII segmento côncava na área que recobre a base dos gonocoxitos 8. Gonocoxitos 8 com bordos suturais justapostos, exceto no 1/3 apical. Bordos posteriores dos gonocoxitos 8 levemente sinuosos após os ângulos suturais. Laterotergitos 9 não ultrapassando a banda transversal que une os laterotergitos 8 (fig. 106). Margem anterior do gonocoxito 9 levemente côncava. Braços do gonocoxito 9 retilíneos, com quase o dobro do comprimento mediano da placa. Espessamento da íntima vaginal em cone alargado; espessamentos secundários em anéis irregulares, de paredes finas. Orificium receptaculi terminal. Ductus receptaculi cerca de 1,5x maior na porção anterior que na posterior à área vesicular. Pars intermedialis mais alargada medianamente, mas não formando uma porção globosa e com 2/3 basais mais esclerotizados (figs. 111A, EB): Distribuição. BRASIL: Pará, Mato Grosso. Material examinado. GC‘, “Amazon.”, sem data, Bates (BMNH); BRASIL: Mato Grosso: 2 2, Sinop, II - 1976, M. Alvarenga (AMNH); 2, Vila Vera, 12º 46 'lat., 55º 30'long., X-1973, sem coletor (AMNH). Diagnose diferencial. N. (L.) piceola pode ser facilmente distinguida das demais espécies do subgênero pelo padrão de coloração dos segmentos do conexivo, os quais são quase totalmente escuros, exceto em uma estreita faixa contínua junto à margem lateral externa de cada segmento. Agradecimentos. Aos curadores e/ou responsáveis pelas coleções - R. Schuh (AMNH), W. Dolling (BMNH), P. Amaud (CASC), N. Menezes (CPDC), A. Taeger (DEIC), R. Cavichioli (DZUP), H.D. Engleman (HDEC), E. Osuna (IZAV), L.H. Rolston (LHRC), W. Overal (MPEG), F. Val (MZSP), M. Monné (QBUM) e curadores do CPCB e INPA - pelo empréstimo do material. Ao CNPq, pela concessão de bolsa às autoras. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARCELLOS, A. & GRAZIA, J. 1993. Revisão de Tibilis Stal,1860 (Heteroptera, Pentatomidae,Pentatomini). An. Soc. ent. Brasil, Porto Alegre, 22 (1):183-208. BECKER, M. & GRAZIA-VIEIRA, J. 1971. Contribuição ao conhecimento da superfamília Pentatomoidea na Venezuela (Heteroptera). Iheringia, Ser. Zool., Porto Alegre (40): 3-26. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 55-94, 2 mar. 1994. Neotibilis, um novo gênero... 79 & ___. 1977. The Pentatomoidea (Heteroptera) colleted in French Guiana by the expedition of the Museum National d’Histoire Naturelle. Annls Soc. ent. Fr., Paris, 13 (1): 53-67. BERGROTH, E. 1914. Pentatomidae nouveaux de la Guyane Française. Annls Soc. ent. Fr., Paris, 83: 434- 437. BREDDIN, G. 1914. Neue oder wenig bekannte neotropische Hemiptera. Abh. senckenb. naturforsch. Ges. Frankfurt, 36 (1): 53-59. DISTANT, W. L. 1893. Insecta, Rhynchota: Hemiptera-Heteroptera, vol. I. In: GOODMAN & SALVIN (ed.), Biologia Centrali- Americana, London, xx + 462p. — . 1900. Rhynchotal notes IV: Heteroptera: Pentatominae (part). Ann. Mag. Nat. Hist.,London, 5 (7): 420- 435. GRAZIA,J. 1984. Pentatomini da Venezuela (Heteroptera, Pentatomidae), An. Soc. ent. Brasil, Porto Alegre, 13 (1): 71-81. KIRKALDY, G. W. 1909. Catalogue of the Hemiptera (Heteroptera) 1. Cimicidae. Berlin, Felix L. Dames, x1 +:392 p. LETHIERRY, L. & SEVERIN, G. 1893. Catalogue General des Hemipteres - Pentatomidae 1. Bruxelles, x + 286p. LINK, D. & GRAZIA, J. 1983. Pentatomideos capturados em armadilha luminosa, em Santa Maria, RS, Brasil. An. Soc. ent. Brasil, Jaboticabal, 12 (1):123-125. & ___. 1987. Pentatomídeos da região central do Rio Grande do Sul (Heteroptera). An. Soc. ent. Brasil, Porto Alegre, 16 (1): 115-129. ROLSTON, L. H. 1976. An evaluation of the generic assignment of some american Pentatomini (Hemiptera: Pentatomidae). JIN. Y. ent. Soc., New York, 84 (1): 2-8. RUCKES, H. 1960. New or little known Neotropical pentatomids (Heteroptera:Pentatomidae). Am. Mus. Novit., New York (1996): 1-27. WALKER, F. 1867. Catalogue of the specimens of Hemiptera-Heteroptera in the collection of the British Museum. Part 2. London, British Museum, p. 241-417. 1868. Catalogue of the specimens of Hemiptera-Heteroptera in the collection of the British Museum. Part 3. London, British Museum, p. 419-599. Recebido em 28.05.1993; aceito em 9.08.1993. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (76): 55-94, 2 mar. 1994 GRAZIA & BARCELLOS Fig. 1. Neotibilis (Neotibilis) fulvicornis (Walker, 1867). IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (76): 55-94, 2 mar. 1994. Neotibilis, um novo gênero... 81 Figs. 2-13. Pigöforo. Vista dorsal: 2, N.(N.) biguttata; 3, N.(N) costaricensis; 4, N.(N.) fulvicornis; 5, N.(N.) mexicana; 6, N.(N.) panamensis; 7, N(N.) parva. Vista ventral: 8, N.(N.) biguttata; 9, N.(N.) costaricensis; 10, N.(N.) fulvicornis; 11, N.(N.) mexicana; 12, N.(N.) panamensis; 13, N.(N.) parva: (bd = bordo dorsal; bv = bordo ventral; par = parâmero; x = X segmento). IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 55-94, 2 mar. 1994 82 GRAZIA & BARCELLOS lo O > 1 | do 22 23 imm Figs. 14-25. Parämero esquerdo, vistas dorsal e lateral-externa, respectivamente. 14, 15, N.(N.) biguttata; 16, 17,N.(N.) costaricensis; 18, 19, N.(N.) fulvicornis; 20, 21, N.(N.) mexicana; 22, 23, N.(N.) panamensis; 24, 25, N.(N.) parva. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (76): 55-94, 2 mar. 1994. Neotibilis, um novo gênero... 83 N N /) \ Figs. 26-38. Phallus. Vista dorsal: 26, N.(N.) biguttata; 27, N.(N.) costaricensis; 28,29, N.(N.) fulvicornis; 30, N.(N.) mexicana; 31, N.(N.) panamensis; 32, N.(N.) parva. Vista ventral: 33, N.(N.)biguttata; 34, N(N.) costaricensis; 35, N.(N.) fulvicornis; 36, N.(N.) mexicana; 37, N.(N.) panamensis; 38, N.(N.) parva. (cdl = conetivo dorsal 1; cd2 = conetivo dorsal 2; gs = gonoporo secundário; me = membranblase; pc = processus capitati; ph = phallotheca; plb = placa basal; prv1 = processus vesicae 1; prv2 = processus vesicae 2; v = vésica). IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 55-94, 2 mar. 1994 GRAZIA & BARCELLOS 84 Imm Figs. 39-44. Phallus, vista lateral: 39, N.(N.) biguttata; 40, N.(N.) costaricensis; 41, N.(N.) fulvicornis; 42, N.(N.) mexicana; 43, N.(N.) panamensis; 44, N.(N.) parva. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 55-94, 2 mar. 1994. Neotibilis, um novo gênero... 85 ne Figs. 45-49. Placas genitais, vista ventral. 45, N.(N.) biguttata; 46, N.(N.) fulvicornis; 47, N.(N.) mexicana; 48, N.(N.) panamensis; 49, N.(N.) parva. (gc8 = gonocoxito 8; gc9 = gonocoxito 9; la8 = laterotergito 8; la9 = laterotergito 9; VII = VII segmento; X = X segmento). IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (76): 55-94, 2 mar. 1994 86 GRAZIA & BARCELLOS Figs. 50-52. Laterotergitos 9, gonocoxito 9, gonapófise 9 e vias genitais ectodérmicas, em vista ventral. 504, N.(N.) fulvicornis; SIA, N.(N.) mexicana; 52A, N.(N.) parva. Porção final do ductus receptaculi, em vista dorsal. SOB, N.(N.) fulvicornis; 51B, N.(N.) mexicana; 52B, N.(N.) parva. (caa = crista anular anterior; cap = crista anular posterior; cs = capsula seminalis; dr = ductus receptaculi; eiv = espessamento da íntima vaginal; es = espessamento secundário da gonapófise 9; g9 = gonapófise 9; gc9 = gonocoxito 9; la9 = laterotergito 9; or = orificium receptaculi; pco = pars comunis; pi = pars intermedialis; x = X segmento). IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 55-94, 2 mar. 1994. Neotibilis, um novo gênero... 87 s, } \ x A = / / N BA IN tres atari an nn pa anne u ma o) mr? FE Figs. 53-66. Pigöforo. Vista dorsal: 53, N.(L.) boliviana; 54, N.(L.) compascens; 55, N.(L.) lata; 56, N.(L.) mourei; 57, N.(L.) oculata; 58, N.(L.) peruana; 59, N.(L.) piceola. Vista ventral: 60, N.(L.) boliviana; 61, N.(L.) compascens; 62, N.(L.) lata; 63, N.(L.) mourei; 64, N.(L.) oculata; 65, N.(L.) peruana 66, N.(L.) piceola. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (76): 55-94, 2 mar. 1994 88 GRAZIA & BARCELLOS imm Figs. 67-80. Parämero esquerdo, vistas dorsal e lateral-externa, respectivamente. 67,68, N.(L.) boliviana; 69,70, N.(L.) compascens; 71,72, N.(L.) lata; 73,74, N.(L.) mourei; 75,76, N.(L.) oculata; 77,78, N.(L.) peruana; 79,80, N.(L.) piceola. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (76): 55-94, 2 mar. 1994. Neotibilis, um novo gênero... 89 dl 92 imm Figs. 81-94. Phallus. Vista dorsal: 81, N.(L.) boliviana; 82, N.(L.) compascens; 83, N.(L.) lata; 84, N.(L.) mourei; 85, N.(L.) oculata; 86, N.(L.) peruana; 87, N.(L.) piceola. Vista ventral: 88, N.(L.) boliviana; 89, N.(L.) compascens; 90, N.(L.) lata; 91, N.(L.) mourei; 92, N.(L.) oculata; 93, N.(L.) peruana; 94, N.(L.) piceola. (cdl = conetivo dorsal 1; cd2 = conetivo dorsal 2; gs = gonoporo secundário; me = membranblase; pc = processus capitati; ph = phallotheca; plb = placa basal; prvl = processus vesicae 1; prv2 = processus vesicae 2; v = vésica). IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (76): 55-94, 2 mar. 1994 90 GRAZIA & BARCELLOS Figs. 95-101. Phallus, vista lateral. 95, N.(L.) boliviana; 96, N.(L.) compascens; 97, N.(L.) lata; 98, N.(L.) mourei; 99, N.(L.) oculata; 100, N.(L.) peruana; 101, N.(L.) piceola. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (76): 55-94, 2 mar. 1994. Neotibilis, um novo gênero... 91 Figs. 102-106. Placas genitais, vista ventral. 102, N.(L.) compascens; 103, N.(L.) laeviventris; 104, N.(L.) lata; 105, N.(L.) oculata; 106, N.(L.) piceola. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (76): 55-94, 2 mar. 1994 GRAZIA & BARCELLOS 92 Figs. 107-109. Laterotergitos 9, gonocoxito 9, gonapófise 9 e vias genitais ectodérmicas, vista ventral: 107A, N.(L.) compascens; 108, N.(L.) laeviventris; 109, N.(L.) lata. Porção final do ductus receptaculi, vista dorsal: 107B, N.(L.) compascens. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 55-94, 2 mar. 1994. 93 A +, UM novo genero... Neotibilis Figs 110-111. Laterotergitos 9, gonocoxito 9, gonapófise 9 e vias genitais ectodérmicas, vista ventral: 110, N.(L.) oculata; 111A,N.(L.) piceola. Porção final do ductus receptaculi, vista dorsal: 111B, N.(L.) piceola. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 55-94, 2 mar. 1994 94 GRAZIA & BARCELLOS * N. (N.) biguttata ) N. (N.) costaricensis sp. n. AN. (N.) fulvicornis ON. (N.) mexicana sp. n. VN. (N.) panamensis sp. n. “N. (N.) parva À N. (L.) boliviana sp. * N. (L.) compascens 30º + N. (L.) laeviventris x N. (I. )elatalep. n. n N. (L.) mourei sp. n. BN. (L.) oculata “N. (L.) peruana sp. n. oN. (L.) piceola 70° so 113 Figs. 112-113 - Distribuição geográfica das espécies: 112, Neotibilis (Neotibilis); 113,Neotibilis (Laeviscutis). IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 55-94, 2 mar. 1994. FORMAS IMATURAS DE DORCACERUS BARBATUS (OLIVIER, 1790) (COLEOPTERA, CERAMBYCIDAE, CERAMBYCINAE, TRACHYDERINI Luciano de A. Moura >? ABSTRACT THE IMMATURE STAGES OF DORCACERUS BARBATUS (OLIVIER, 1790) (COLEOPTERA, CERAMBYCIDAE, CERAMBYCINAE, TRACHYDERIND. Egg, larva and pupa of Dorcacerus barbatus (Olivier, 1790) are described and illustrated. Notes on host plants and habits of the species are added. KEYWORDS. Cerambycidae, Dorcacerus barbatus, immature stages, morphology. INTRODUÇÃO São poucas as informações sobre as formas imaturas de Dorcacerus barbatus. Apenas BONDAR (1912) fez uma caracterização sucinta da morfologia larval. Os demais trabalhos (BOSQ, 1942; DUFFY, 1960; SILVA et al., 1968) limitaram-se à citação de plantas-hospedeiras e de alguns dados referentes à biologia. Ovo, larva e pupa de Dorcacerus barbatus são descritos, acrescentando-se novos subsídios à morfologia e mencionando-se novas plantas-hospedeiras. MATERIAL E MÉTODOS O material estudado foi cedido por Ubirajara Ribeiro Martins, Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (posturas) e Fernando Meyer, Museu Anchieta (larvas, pupas e adultos) e encontra-se depositado no Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (MCNZ) e Museu Anchieta, Porto Alegre (MAPA). Os galhos infestados foram mantidos em laboratório, sendo parte das larvas e pupas fixadas em líquido de Pumpel's e os adultos emergidos conservados em seco. Asilustrações foram realizadas sob estereomicroscópio ZEISS equipado com câmara-clara. Mensurações das larvas e pupas foram obtidas através de paquímetro marca MITUTOYO. A terminologia adotada foi a utilizada por COSTA et al. (1988). 1. Museu de Ciências Naturais, Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Caixa Postal 1188, 90001-970 Porto Alegre RS, Brasil. 2. Bolsista de Aperfeiçoamento, FAPERGS (Proc. nº 92/60532-0). | | | | IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 95-100, 2 mar. 1994 96 MOURA RESULTADOS Ovo e postura. Ovo cilíndrico; cório brilhante, finamente reticulado e branco- leitoso homogêneo em toda superfície. Comprimento, 1,6mm e largura 0,9mm. As fêmeas ovipositam 3-4 ovos contíguos; as posturas (Ubirajara R. Martins, com. pessoal) são feitas sobre a casca da planta-hospedeira, cobertas e protegidas por fragmentos corticais raspados e acomodados sobre os ovos. Tais fragmentos são obtidos através da escova de pêlos radulares do urosternito VIII (MOURA & GALILEO, 1992). Material examinado. BRASIL. São Paulo: Itu (Faz. Pau d'Alho), 4 posturas, X. 1956, U. Martins col. (MCNZ). Larva (figs. 1-11). Forma cilíndrica, ortossomática, com altura pouco maior que a largura, exceto nos segmentos abdominais VIII e IX. Protórax e mesotórax os mais largos dos segmentos; os demais gradualmente mais estreitos. Cabeça (fig. 3) prognata, esclerotinizada, sub-retangular, margens laterais arredondadas, levemente deprimida e retraída no protórax. Lateralmente, sob as articulações, tuberosidades de consistência rígida. Um par de estemas. Genas pouco protuberantes. Sutura fronto-clipeal distinta. Clípeo reduzido, transverso e membranoso. 4 cerdas epistomais presentes. Hastes hipostomais (= sutura hipostomal , DUFFY, 1960; linha hipostomal, SVÁCHA & DANILEVSKY, 1987) curvadas para a região central, atingindo o terço anterior; hipóstoma sem rugosidades visíveis; metatentório (= ponte tentorial, DUFFY, 1960) estreito, membranoso, com a porção central dirigida para o interior do crânio. Antenas (fig. 2) tri-articuladas, sem processos suplementares; artículo basal longo, quase duas vezes o comprimento do 2º e envolvido até o nível do meio pela membrana basal; artículo médio mais longo que o apical, com duas cerdas laterais na porção distal; artículo apical delgado, portando uma cerda na extremidade. Forâmen antenal aberto entre duas tuberosidades. Peças bucais protraídas. Labro (fig. 11) pequeno, semi-circular, quase totalmente revestido por numerosas cerdas brilhantes e de comprimento desigual. Mandíbulas simétricas, robustas e fortemente esclerotinizadas, com o bordo cortante na extremidade, arredondado como goiva; ventralmente, na margem interna próxima ao ápice, uma região lisa e brilhante; um sulco desenvolvido no meio dividindo as porções basal e apical; rugosidades generalizadas concentradas principalmente na região centro- basal. Maxilas (fig. 4) membranosas, com fraca esclerotinização limitada à região do estipe; mala (= lobo maxilar, DUFFY, 1960) com ápice arredondado e várias cerdas na borda distal. Palpífero (= palpígero maxilar, SVÁCHA & DANILEVSKY, 1987) com cerdas maiores na face externa e uma fileira de cerdas menores dispostas transversalmente na região anterior da metade interna; palpos maxilares curtos, tri-articulados; artículos basal e mediano com comprimentos subiguais e cerdas curtas nas áreas laterais; artículo apical mais curto, com uma cerda na extremidade. Estipe transverso, com numerosas cerdas concentradas principalmente na borda externa. Cardo bem desenvolvido, subtrapezoidal. Lábio (fig. 5): mento transverso, com cerdas concentradas lateralmente na região mediana; submento curto e largo, com aproximadamente o dobro da largura do mento e um par de cerdas dispostas lateralmente; premento bilobado com cerdas próximo a margem anterior; palpos labiais biarticulados; lígula arredondada e revestida por cerdas. Protórax mais longo que o meso- e metatórax reunidos, com quatro manchas escuras transversais na região anterior; pronoto com a porção anterior de superfície irregular, IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 95-100, 2 mar. 1994. Formas imaturas de Dorcacerus barbatus... 97 dotado de cerdas esparsas; terço posterior glabro com rugas longitudinais; dobra posnotal reduzida; prosterno com presterno pubescente fundido ao eusterno glabro; eusternelo transversal, centralmente glabro, com as áreas laterais a partir das pernas protorácicas pubescentes. Mesotórax com um par de espiráculos laterais elípticos, grandes e esclerotinizados (fig. 1). Pernas (fig. 9) diminutas, subiguais e pouco esclerotinizadas, com cerca de 1,4 X o comprimento da antena; coxa transversa, curta; trocanter muito curto, com coroa de cerdas e comprimento cerca de 1/3 do fêmur; este subigual à tíbia, algo mais largo e com cerdas na borda anterior; tarsúngulo alongado, agudo, com a porção apical esclerotinizada. Abdômen com 10 segmentos visíveis dorsalmente, mais largos que longos: segmentos I-VII com ampola em forma de duas globulosidades microgranuladas (fig. 10), uma dorsal e uma ventral. Segmentos I-VIII (fig. 6) com um par de espiräculos laterais, elípticos e esclerotinizados. Tubérculos pleurais pouco protuberantes. Segmen- tos Ta X com cerdas dispostas principalmente próximas às regiões dorsal e ventral; pleuras dos segmentos VIII e IX com pequena expansão lateral; segmento X com três lobos distais. Abertura anal em forma de “Y” entre os três lobos. Dimensões em mm. comprimento, 36, 6-39, 4; maior largura, 8,8-10,0. Material examinado. BRASIL. Rio Grande do Sul: Porto Alegre, 5 exemplares, 11.X.1966, F. R. Meyer col., obtidos em tronco de Chorisia speciosa, Bombacaceae (paineira) (MAPA). Pupa (figs. 12-18). Cabeça com o vértice pouco visível dorsalmente. Tubérculos anteníferos projetados, globosos (C', fig. 14) ou subtriangulares (9, fig. 12). Fronte subquadrada, com uma depressão transversal junto à base das mandíbulas. Palpos labiais e maxilares com as articulações não demarcadas. Antenas, nas fêmeas, estendem-se até o 5º urotergito, onde se dobram ventralmente; o ápice atinge o nível do 1º urosternito; nos machos, atinge o escapo. Protórax cerca de 1,6 vezes mais largo que longo; margens laterais bituberculadas. Disco pronotal (fig. 15) convexo com dois tubérculos circulares na metade anterior e rugosidades transversais próximas à margem anterior. Mesonoto com estrias curtas transversais concentradas na linha mediana; escutelo com metade do comprimento do pronoto, o ápice quase alcança a margem posterior do mesonoto. Abdômen com os esternos glabros e inermes; urotergitos I-VI com numerosos espinhos pequenos, alguns dotados de cerdas; urotergito VII com numerosos espinhos desenvol- vidos direcionados para o centro do tergito; borda apical com uma fileira de espinhos longos dotados de cerda, interrompida medialmente (fig. 13); acima desta fileira, localiza- se um par de tubérculos paramedianos, cada um com um par de espinhos: um externo Inteiro e outro interno bifido; tergito VIII com pequena quantidade de espículos direcionados para a porção posterior; urosternito IX modificado e corrugado: nas fêmeas (fig. 17), no terço basal, duas formações globulares que portam as estruturas que provavelmente irão constituir os estilos e, nos machos (fig. 18), resumindo-se a uma formação membranosa. Espiráculos abdominais nas regiões pleurais corrugadas dos segmentos I-VII. Dimensões em mm. Comprimento total, 41,2 (5); 25,3-37,5 (2); maior largura (torax), 10,5 (©); 8,5-12,5 (9). Material examinado. BRASIL. Mato Grosso do Sul: Camapuã, | Se 792, 10.X.1967, F. Silberbauer col., obtidos em pau-pombo (Anacardiaceae) (MAPA). Discussão taxonômica. Comparando-se com as formas imaturas de Trachyderes descritas por DUFFY (1960), Dorcacerus barbatus difere: (1) na larva, pela ausência de placa esclerotinizada nas ampolas ventrais dos segmentos IV-VI e pelos tubérculos IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (76): 95-100, 2 mar. 1994 98 MOURA pleurais pouco protuberantes; (2) na pupa, os espiráculos e a distribuição dos espinhos nos tergitos abdominais VII e VIII apresentam padrão diferente. Observações. São relativamente poucos os registros sobre a biologia desta espécie, apesar da sua importância econômica. BONDAR (1912) mencionou que a larva se desenvolve no interior da madeira das joboticabeiras (Myrcia jaboticaba, Myrtaceae), broqueando os ramos e troncos em sentido longitudinal, fazendo de vez em quando pequenos orifícios para expelir serragem; o comprimento das galerias pode atingir um metro, causando muitas vezes a morte da árvore; quando a larva está desenvolvida, empupa-se em uma câmara de 4 a5cm de comprimento, obstruindo o furo com serragem e excrementos. BOSQ (1942) observou que “La larva ha sido encontrada talandro el tronco y las ramas de guyabo (Psidium guajava) en Concordia, Prov. de Entre Ríos”, Argentina. Além dos vegetais referidos acima, DUFFY (1960) citou, com base na literatura, várias plantas-hospedeiras: Citrus aurantium (laranjeira-azeda, Rutaceae); Prosopis nigra (Leguminosae); Myrciaria sp. (Myrtaceae) e Ficus carica (figueira, Moraceae). São registrados dois novos hospedeiros: paineira (Chorisia speciosa, Bombacaceae) e pau-pombo (provavelmente Tapirira sp., Anacardiaceae). Agradecimentos. Ao Prof. Fernando R. Meyer (Museu Anchieta, Porto Alegre), pelo empréstimo do material; ao Dr. Ubirajara R. Martins (Museu de Zoologia, USP) pela obtenção das posturas e pela leitura crítica. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BONDAR, G. 1912. Combate as pragas de nossos pomares. Chac Quint., São Paulo, 5 (3): 7-10. BOSQ, J. M. 1942. Segunda lista de Coleópteros de la Rep. Argentina danifios a la agricultura. Ing. Agron., Buenos Aires, 4: 49-63. COSTA, C.; VANIN, S.A. & CASARI-CHEN, S, A. 1988. Larvas de Coleoptera do Brasil. São Paulo. Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo. 282p. DUFFY, E. A.J. 1960. A monograph of the immature stages of Neotropical timber beetles. London. British Museum (Nat. Hist.). 327p. MOURA, L. de A. & GALILEO, M. H. M. 1992. Genitália masculina e feminina de Dorcacerus barbatus (Olivier, 1790) (Coleoptera, Cerambycidae, Cerambycinae, Trachyderini). Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre (72): 135-139. SILVA, A. G. D'ARAÚJO E et alii. 1968. Quarto Catálogo dos insetos que vivem nas plantas do Brasil; seus parasitos e predadores. Rio de Janeiro, Ministério da Agricultura, Laboratório Central de Patologia Vegetal. t.1, pt. 2, 622p. SVÁCHA, P. & DANILEVSKY, M. L. 1987. Cerambycoid larvae of Europe and Soviet Union (Coleoptera, Cerambycoidea). Part I. Acta Univ. Carol., Biol., Pragae, 30: 1-176. Recebido em 04.06.1993; aceito em 16.08.1993. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 95-100, 2 mar. 1994. Formas imaturas de Dorcacerus barbatus... 99 Figs. 1-11. Dorcacerus barbatus (Olivier, 1790), larva. 1, espiráculo mesotorácico; 2, antena; 3, cabeça, ventral; 4, maxila; 5, lábio; 6, larva, lateral; mandíbula: 7, dorsal; 8, ventral; 9, perna mesotorácica; 10, ampola do 3º tergo abdominal; 11, labro. Figs. 1,2,4,5,7-9,11; 3; 10, respectivamente na mesma escala, barra = Imm. Fig. 6, barra = 2mm. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 95-100, 2 mar. 1994 Figs. 12-18. Dorcacerus barbatus (Olivier, 1790), pupa. 12, cabeça 9, frontal; 13, espinho da fileira localizada na borda apical do urotergito VII; 14, cabeça d, frontal; 15, vista dorsal; 16, vista ventral; urosternito IX: 17, 9, 18, 0. Figs. 12; 14-16, na mesma escala, barra = 2mm. Figs. 13; 17-18, barra = Imm. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (76): 95-100, 2 mar. 1994. A SUBFAMÍLIA EUTICHURINAE NA REGIÃO NEOTROPICAL, COM A REVISAO DO GENERO EUTICHURUS SIMON, 1896 (ARANEAE, MITURGIDAE)! Alexandre B. Bonaldo ? ABSTRACT THE SUBFAMILY EUTICHURINAE IN THE NEOTROPICAL REGION, WITH THE REVISION OF THE GENUS EUTICHURUS SIMON, 1896 (ARANEAE, MITURGIDAE). The subfamily Eutichurinae is diagnosed and characterized. Eigth species of Eutichurus Simon, 1896 are redescribed: E. ferox Simon, 1896, type species; E. furcifer Kraus, 1955; E. lizeri Mello-Leitão, 1938; E. luridus Simon, 1896; E. ravidus Simon, 1896; E. sigillatus Chickering, 1937; E. putus O. Pickard-Cambridge, 1898; and E. tropicus (L. Koch, 1866). Fiveteen new species are described: E. arnoi, E. brescoviti, E. marquesae, and E. valderramai, all from Colombia; E. pallatanga from Ecuador; E. silvae from Ecuador and Peru; E. abiseo, E. cuzco, E. madre, E. manu, E. saylapampa, E. yalen and E. zarate, all from Peru; E. ibiuna and E. itamaraju from Brazil. Radulphius Keyserling, 1891 is characterized on the base of R. bicolor Keyserling, 1891, type species, and R. camacan n. sp., both from Brazil. Ericaella new genus is proposed for Eutichurus longipes Chickering, 1937, type species from Panama, and Ericaella samirian. sp. from Peru. The male of Eutichurus putus and the females of E. sigillatus, E. furcifer and Ericaella longipes, comb. n., are described for the first time. Lectotypes and paralectotypes are designated for Eutichurus ferox, E. ravidus and E. luridus. Three specific names are synonymyzed: Eutichurus birabeni Mello-Leitão, 1941 with E. lizeri Mello- Leitão, 1938; Eutichurus ecuadorensis Schmidt, 1971 with E. putus O. Pickard-Cambridge, 1898; Philisca pallida Mello-Leitão, 1943 with Eutichurus ravidus Simon, 1896. KEYWORDS. Eutichurus, Ericaella, Radulphius, Eutichurinae, Neotropical, Taxonomy. INTRODUÇÃO A família Miturgidae foi proposta por LEHTINEN (1967) para agrupar seis subfamílias: Amaurobioidinae, Eutichurinae, Machadoniinae, Miturginae, Tengellinae e Uliodoninae. PLATNICK (1974) incluiu Amaurobioididae na sinonímia de Anyphaenidae. WOLFF (1978) argumentou em favor da validade da família Tengellidae e GRISWOLD (1991) transferiu o gênero-tipo de Machadoniinae para a superfamília Lycosoidea, em insertae sedis. Assim, Miturgidae restringe-se atualmente à Uliodoninae, Miturginae e Eutichurinae. 1. Dissertação de Mestrado apresentada ao Curso de Pós-graduação em Ciências Biológicas, Zoologia, Universidade Federal do Paraná, Curitiba. 2. Museu de Ciências Naturais, Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, C. Postal 1188, CEP 90001-970, Porto Alegre, RS, Brasil. (Bolsista CAPES, Mestrado). IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 101-159, 2 mar. 1994 102 BONALDO Uliodoninae ocorre nas regiões Etiópica, Oriental e Australiana e comporta, em parte, aranhas cribeladas. Miturginae e Eutichurinae, ambas com representantes neotropicais, são compostas exclusivamente por aranhas ecribeladas, cujo artículo distal das fiandeiras posteriores é alongado. Nunca foram propostas diagnoses objetivas para as subfamílias de Miturgidae. Entretanto, Teminius insularis (Lucas, 1857), da Região Neotropical e Miturga agelenina Simon, 1909, da Região Australiana (Miturgidae, Miturginae, examinados), apresentam um conjunto de caracteres não compartilhado pelos integrantes de Eutichurinae: sulco torácico bem demarcado; ausência de tufos subungueais; tarso do palpo da fêmea cônico; unhas dos tarsos das pernas pouco pectinadas, com cerca de cinco dentes; e fiandeiras laterais anteriores separadas entre sí. Estas características limitam a composição atual da subfamília Eutichurinae. Aranhas do gênero Strotarchus Simon, 1888 (espécie-tipo, S. nebulosus Simon, 1888, holótipo fêmea de Presídio, México, examinado), incluídas por LEHTINEN (1967) em Eutichurinae, apresentam os caracteres arrolados acima, sendo aqui tentativamente consideradas integrantes de Miturginae. A confirmação da diagnose de Miturginae e da posição de Strotarchus, dependerão de estudos revisivos de táxons não neotropicais, tais como o gênero australiano Miturga Thorell, 1870. A subfamília Eutichurinae, estabelecida por LEHTINEN (1967), abrigava origi- nalmente, além de Strotarchus, outros quatro gêneros neotropicais: Eutichurus Simon, 1896, Faratyle Simon, 1896, Philisca Simon, 1884 e Radulphius Keyserling, 1891. BONALDO (1992) considerou Paratyle um sinônimo júnior objetivo de Teminius Keyserling, 1887. O gênero Philisca é um integrante da família Anyphaenidae (J. A. Kochalka, comunicação pessoal). Radulphius, estabelecido por KEY SERLING (1891), comporta atualmente ape- nas as espécies descritas por ocasião da proposição do gênero, R. bicolor, espécie-tipo e R. laticeps, ambas conhecidas somente por fêmeas coligidas no Rio de Janeiro, Brasil. O gênero Eutichurus foi proposto por SIMON (1896) para três espécies: E. luridus, do Pará, Brasil; E. ravidus, do Rio de Janeiro, Brasil; e E. ferox, das Províncias de Azuaz e Loja, Ecuador. SIMON (1897) designou E. ferox como espécie-tipo de Eutichurus e transferiu para este gênero sete espécies anteriormente vinculadas a Cheiracanthium L. Koch, 1839. Nos catálogos de ROEWER (1954) e BRIGNOLI (1983) constam dezenove nomes específicos em Eutichurus. Recentemente, BRESCOVIT & BONALDO (1992) transferiram E. brevipes (Keyserling, 1891) para Clubionoides Edwards, 1958 (Clubionidae). BONALDO & BRESCOVIT (1992) sinonimizaram Eutichurus frontalis Banks, 1909 com Cheiracanthium inclusum (Hentz, 1947) (Clubionidae) e transferiram C. tropicum L. Koch, 1866 para Eutichurus. Neste trabalho, a subfamília Eutichurinae é caracterizada com base em gêneros neotropicais. Apresentam-se a revisão do gênero Eutichurus, com vinte e três espécies, das quais quinze novas, a recaracterização do gênero Radulphius e a proposição de Ericaella gênero novo. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 101-159, 2 mar. 1994. e A subfamília Eutichurinae na Região Neotropical... 103 MATERIAL E MÉTODOS O material examinado pertence às seguintes instituições, com as respectivas siglas utilizadas no texto (nome dos curadores entre parênteses): AMNH, American Museum of Natural History, New York (N. I. Platnick); BMNH, The Natural History Museum, London (P. D. Hillyard); CAS, Californian Academy of Sciences, San Francisco (W. J. Pulawski); CPDC, Centro de Pesquisas do Cacau - CEPLAC, Itabuna (P. S. Terra); CRB, Coleção particular de Renner Baptista, São Paulo (R. Baptista); CLP, Coleção Aracnológica da Reserva Natural de La Planada, La Planada, (C. Valderrama A.); FMLT, Fundación Miguel Lillo, Instituto de Zoologia, San Miguel de Tucumán (Z. Tomsic); IBSP, Instituto Butantan, São Paulo (V. Von Eickstedt); IRSN, Institut Royal des Sciences Naturelles de Belgique, Bruxelles (L. Baert); MACN, Museo Argentino de Ciencias Naturales Bernardino Rivadavia, Buenos Aires (E. Maury); MCN, Museu de Ciências Naturais, Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre (E. H. Buckup); MCZ, Museum of Comparative Zoology, Cambridge, Mass. (H. W. Levi); MLP, Museo de La Plata, La Plata (R. Arrozpide); MNHN, Museum National de Histoire Naturelle, Paris (C. Rollard); MNRJ, Museu Nacional do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro (A. T. Costa); MUCV, Museo de Biologia, Universidad Central de Venezuela, Caracas, (G. Pereira); MUSM, Museo de Historia Natural, Universidad Nacional de San Marcos, Lima (D. Silva D.); MZSP, Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo, São Paulo (J. L. Leme); NHMW, Naturhistorisches Museum Wien, Wien (J. Grüber); SMF, Forschungsinstitut Senckenberg, Frankfurt (M. Grasshoff); UEBS, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Botucatü (H. Soares); ZMH, Universität Hamburg Zoologisches Institut und Zoologisches Museum, Hamburg (G. Rack). Mensurações. Todas as medidas são expressas em milímetros (mm). O comprimento total foi medido em vista dorsal, da borda do clípeo ao ápice do tubérculo anal, não incluindo as quelíceras e as fiandeiras. O comprimento e largura da carapaça e do abdômen representam os valores máximos no espécime. A altura do clípeo foi tomada em vista frontal, a partir da margem anterior da carapaça até a margem anterior dos olhos médios anteriores. A fila de olhos anteriores foi medida em vista dorsal e a dos posteriores, em vista frontal. O comprimento do quadrângulo ocular médio representa a distância entre a borda anterior dos olhos médios anteriores e a borda posterior dos olhos médios posteriores e foi mensurado em vista dorsal. As larguras anterior e posterior do quadrângulo referem-se a distância entre os olhos médios de cada fila, incluído o diâmetro destes olhos. A largura anterior foi mensurada em vista dorsal e a posterior em vista frontal. Os diâmetros oculares foram tomados com os olhos posicionados de perfil e medida apenas a distância entre as margens da córnea, excluindo a pigmentação escura circundante. As interdistâncias oculares foram tomadas em posição dorsal para os olhos anteriores e frontal para os posteriores. A interdistância entre os olhos laterais foi medida em vista dorsal. O comprimento das quelíceras foi mensurado em posição lateral e corresponde à distância entre a base do côndilo basal e a margem apical da quelícera, excluindo a garra. O comprimento e a largura do esterno representam os valores máximos no espécime. O comprimento dos artículos das pernas foi medido em vista lateral, na linha dorsal de cada artículo. O comprimento dos artículos das fiandeiras laterais posteriores foi tomado em posição lateral. Espinulação. O número e disposição dos espinhos das pernas são expressos de acordo com a notação de PETRUNKEVITCH (1925). Na descrição genérica de Eutichurus é fornecido o padrão de espinulação típico para o gênero, sendo que nas descrições de espécies figura apenas a espinulação divergente deste padrão. Nas descrições específicas de Ericaella e Radulphius, a espinulação é apresentada integralmente. Genitália. O palpo do macho foi expandido por imersão em solução aquosa de Hidróxido de Potássio (KOH) a 10%, em temperatura ambiente, por um período de 12 a 24 horas. Para exame das espermatecas, o epígino foi destacado do abdômen e examinado imerso em óleo de cravo. A terminologia das estruturas internas do epígino segue SIERWALD (1989). Nas ilustrações dos palpos e epíginos não foi representada a cobertura de pêlos. Abreviaturas utilizadas nas descrições: d, dorsal; FLP, fiandeiras laterais posteriores; OLA, olhos laterais anteriores; OLP, olhos laterais posteriores; OMA, olhos médios anteriores; OMP, olhos médios posteriores; p, prolateral; QOM, quadrângulo ocular médio; r, retrolateral; v, ventral. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 101-159, 2 mar. 1994 104 BONALDO Subfamília Eutichurinae Eutichurinae LEHTINEN, 1967: 321. Gênero-tipo, Eutichurus Simon, 1896. BRIGNOLI, 1983: 542. Diagnose. Sulco torácico reduzido ou ausente; tarsos com duas unhas pectinadas, com 10 a 15 dentes; tufos de pêlos subungueais densos; tarso do palpo da fêmea clavado; fiandeiras médias e laterais posteriores sem as fúsulas das glândulas cilíndricas; fiandeiras laterais anteriores contíguas; artículo distal das fiandeiras laterais posteriores cônico, longo, de comprimento maior que o do artículo proximal. Composição. Três gêneros na Região Neotropical: Eutichurus Simon, Radulphius Keyserling e Ericaella gen. n.. Caracterização. Aranhas araneomorfas, enteléginas, ecribeladas, de porte variá- vel, comprimento total (machos e fêmeas) 4,20 - 21,30. Carapaça oval, mais longa do que larga, com estreitamento cefálico pouco acentuado (figs. 1, 6, 7); declive posterior gradual (figs. 3, 5) ou abrupto (fig. 9); sulco torácico ausente ou reduzido a uma marca supeficial; oito olhos heterogêneos, em duas filas de quatro, ocupando quase toda a largura anterior da carapaça; fila dos olhos anteriores levemente procurva em vista frontal, fila dos olhos posteriores reta ou levemente procurva em vista dorsal. Chilum glabro e inteiro. Quelíceras maiores que a metade do comprimento da carapaça, geniculadas ou não, com côndilo basal conspícuo, geralmente mais robustas nas fêmeas (fig. 4, 9). Enditos paralelos ou levemente convergentes, mais longos que largos, de comprimento maior que a metade do comprimento do esterno (fig. 2), promargem apical densamente escopulada; sérrula com única fila de dentículos. Lábio livre, geralmente maior que a metade do comprimento dos enditos, com constrição lateral subproximal e ápice truncado (fig. 2). Esterno mais longo que largo ou tão longo quanto largo, escutiforme, com três pares de sígilas submarginais. Pernas prógradas, robustas (fig. 1) ou delgadas (fig. 5), todos os trocânteres fortemente entalhados; tarsos e metatarsos com uma fila dorsal de tricobótrias, com ou sem escópulas ventrais; tarsos das pernas com duas unhas, com 10 a 15 dentes delgados e longos em cada unha; tufos de pêlos subungueais densos; tarso do palpo da fêmea clavado, com uma unha, lisa ou pectinada. Abdômen ovalado, mais longo que largo (figs. 1, 6), com um par de pulmões foliáceos e um espiráculo traqueal contíguo às fiandeiras; cólulo reduzido a um aglome- rado de cerdas; seis fiandeiras; fiandeiras laterais anteriores cônicas, contíguas na base, segmento distal pequeno, truncado, com muitas fúsulas pequenas das glândulas piriformes, e duas fúsulas maiores da glândula ampular principal, próximas à margem interna; fiandeiras médias posteriores delgadas, com o mesmo comprimento das fiandeiras laterais anteriores, tubulares, uniarticuladas, com várias fúsulas pequenas das glândulas aciniformes e sem fúsulas das glândulas cilíndricas; fiandeiras laterais posteriores alongadas, biarticuladas, com o artículo distal cônico, geralmente flexuoso, de compri- mento maior que o do proximal (figs. 1, 2, 5, 6), com uma série de fúsulas das glândulas aciniformes, dispostas na face ventral do artículo distal e sem fúsulas das glândulas cilíndricas. Tubérculo anal bem desenvolvido. Palpo do macho. Fêmur com uma leve curvatura prolateral, patela não modificada. Tíbia com uma ou duas apófises; em Eutichurus, uma apófise tibial retrolateral (ATR) IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 101-159, 2 mar. 1994. A subfamília Eutichurinae na Região Neotropical... 105 simples (figs. 20, 38, 43, 56), bifida (figs. 32, 67, 76) ou trifida (figs. 86, 91); Radulphius com ATR simples (fig. 103); em Ericaella, ATR com um prolongamento laminar no äpice e apöfise tibial dorsal (ATD), subapical ou mediana, de orientagäo retrolateral (figs. 94, 98). Cimbio ovalado, de äpice geralmente escopulado; base escavada retrolateralmente em Eutichurus (figs. 34, 45) e Radulphius (fig. 103). Divisão basal do bulbo: pecíolo (figs. 11-13, 15, P) subtriangular, ocupando cerca de um quarto da área alveolar, fortemente esclerotinizado em Eutichurus e Radulphius. Hematódoca basal (figs. 10, 15, HB) bem desenvolvida. Subtégulo (figs. 10-15, ST) semicircular, largo prolateralmente, esclerotinizado, composto por dois anéis; Fundus (figs. 11-14, F) amplo, embutido no subtegulo. Divisão média do bulbo: hematódoca média (figs. 10, 14, HM) pouco desenvolvi- da. Tégulo (figs. 10-15, T) amplo, ovóide. Reservatório (figs. 10, 13-15, RE), de curso ao longo da parede do tégulo, penetrando no êmbolo em posição prolateral basal, submediana (Eutichurus e Ericaella) ou subapical (Radulphius). Apófise média, (figs. 10, 12, 14, AM), quando presente, de posição retrolateral subapical, articulada com o tégulo por uma membrana; em Eutichurus, AM curvada sobre si mesma, lisa (figs. 32, 65) ou esculpida (figs. 26, 29), simples (figs. 67, 86) ou com prolongamento na curvatura apical (figs. 20, PAM, 49); em E. lizeri Mello-Leitão, PAM pequeno, formando uma bifurcação com o ápice (fig. 40); em Radulphius, AM alongada, pouco curvada sobre si mesma (fig. 105). Condutor (figs. 10, 12, 14, C), quando presente, laminar, hialino, inserido apicalmente no tégulo (Eutichurus) ou de inserção retrolateral subapical (Radulphius), apoiando o ápice do êmbolo no bulbo não expandido. As espécies de Ericaella não apresentam apófise média e condutor. Em Radulphius, tégulo com uma projeção apical, aqui denominada fulcrum (fig. 15, FL), cuja margem prolateral forma uma calha que acolhe o êmbolo no bulbo não expandido (fig. 103). Divisão apical do bulbo: ducto ejaculatório (fig. 12, DE), em Eutichurus, fregüen- temente visível através da parede do êmbolo. Embolo (figs. 10-15, E) cônico (Eutichurus e Ericaella, figs. 19, 48, 75, 94), achatado (Eutichurus, fig. 26, 65, 84) ou filiforme (Radulphius, fig. 103); de inserção prolateral basal (Eutichurus e Ericaella, figs. 19, 48, 94), submediana (Eutichurus, fig. 22, 84) ou subapical (Radulphius, fig. 103); conecta- se ao tégulo por uma membrana embolar (fig. 11, ME) pouco desenvolvida, com exceção de Eutichurus abiseo sp. n., onde é fusionado ao tégulo (fig. 35). Algumas espécies de Eutichurus apresentam processo embolar (fig. 12, PE, 39, 58). Neste gênero, pode ocorrer uma pars pendula (fig. 12, PA), por onde passa o ducto ejaculatório, ligando o processo embolar ao ápice do êmbolo. Epígino. Margem anterior pouco demarcada (Eutichurus e Radulphius) ou distin- ta (Ericaella). Átrio (fig. 16, A) amplo, livre (Eutichurus e Radulphius) ou semi- encoberto por uma placa mediana (fig. 100, PM) (Ericaella); em Eutichurus, átrio côncavo (fig. 21) ou plano (figs. 59, 68). Eutichurus apresenta um par de lobos látero- anteriores (fig. 16, LA) subtriangulares, longos (figs. 21, 50) ou curtos (figs. 59, 68), geralmente projetados sobre o átrio; Ericaella e Radulphius não apresentam lobos látero-anteriores. Margem posterior do epígino, em Eutichurus, formada por um par de placas posteriores (fig. 16, PP), convexas, contíguas, separadas (figs. 24, 52, 68) ou parcialmente fusionadas (figs. 41, 92); em Radulphius, a margem posterior pode apre- sentar-se projetada posteriormente (vide KEYSERLING, 1891: 47 pr. 1, fig. 21); em Ericaella, a margem posterior é contínua, não projetada posteriormente. Aberturas de IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (76): 101-159, 2 mar. 1994 106 BONALDO fecundação (fig. 106, AF) provavelmente localizadas lateralmente, entre a margem anterior das placas posteriores e o átrio (Eutichurus); entre a margem anterior do epígino e o átrio (Ericaella); ou conspícuas, sobre o átrio, em posição lateral (Radulphius). Espermatecas. Internamente com duas espermatecas, compostas pela base (figs. 17, 18, 107, BE), geralmente globular, haste (figs. 18, 107, HE), em geral alongada, ápice (figs. 17, 18, 107, AE) frequentemente globular e ductos de fertilização (figs. 17, 18, 107, DF), inseridos na base da espermateca. Ductos copulatórios (fig. 107, DC) aparentemente fusionados à haste (Eutichurus e Ericaella) ou conspícuos, conectados ao ápice (Radulphius camacan sp. n.). Em Eutichurus, haste simples (figs. 69, 78) ou com projeção (fig. 81) e ápice globular (fig. 42, 69) ou clavado (fig. 83, 88); em E. zarate sp. n., espermatecas compactas, com haste e ápice reduzidos (fig. 55). Radulphius camacan sp. n. apresenta ápice reduzido (fig. 107). Em Ericaella, espermatecas situadas anterior- mente, com ápice ultrapassando a margem anterior do epígino, e ductos de fertilização e haste alongados (figs. 97, 101). História natural. Exemplares de Eutichurus ravidus Simon, 1896 foram coletados em arbustos, a cerca de um metro do solo. Refúgios de espécimes imaturos de Eutichurus foram encontrados na vegetação arbustiva, em Triunfo, Rio Grande do Sul, em abril de 1991. Cada refúgio consiste de uma folha seca, larga, com a face dorsal dobrada longitudinal ou transversalmente sobre si mesma, revestida internamente por seda, com abertura em uma das extremidades (M. A. L. Marques, comunicação pessoal). No material examinado, várias fêmeas de Eutichurus e Radulphius apresentaram o epígino tamponado por uma substância endurecida, escura. GRISWOLD (1991) e JOCQUE (1991) relatam a presença de tampões similares em Machadonia Lehtinen, 1967 (Lycosoidea) e Zodariidae respectivamente, sugerindo que esta substância é produzida pelo macho, após a cópula. Hábitos sinantrópicos são relatados em etiquetas do material examinado. Eutichurus silvae sp. n. e E. valderramai sp. n. foram coletados em habitações (Surco, Lima, Peru) e construções (La Planada, Narino, Colômbia), respec- tivamente. Na etiqueta de um lote do MACN, contendo um macho adulto de Eutichurus lizeri Mello-Leitão, coletado em habitação (Tanti, Córdoba, Argentina), consta “arafia causante de picadura com flictenas, placa livedóide, necrosys y malestar general en persona adulta”, sugerindo que o veneno desta espécie seja de ação proteolítica. SOUZA (1967), ao estudar os predadores da cigarrinha da cana-de-açúcar no estado do Rio de Janeiro, apresentou dados biológicos de espécimes identificados como Eutichurus ravidus Simon. O exame dos exemplares em questão revelou tratar-se de representantes da família Anyphaenidae. Distribuição. O gênero Eutichurus ocorre em grande parte das Américas do Sul e Central. De acordo com o material examinado, o limite setentrional deste gênero localiza-se em El Salvador e o limite meridional na Província de Buenos Aires, Argen- tina. Ericaella distribui-se do sul da América Central ao noroeste da América do Sul. Radulphius, a julgar pelos registros disponíveis até o momento, ocorre na região da Serra do Mar, Brasil. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 101-159, 2 mar. 1994. A subfamília Eutichurinae na Região Neotropical... 107 Chave para os gêneros neotropicais de Eutichurinae 1: Pernas robustas; comprimento do fêmur I ligeiramente maior que o compri- mento da carapaça; bulbo do palpo do macho com condutor hialino e apófise média (figs. 10, 14, 19, 103); epígino da fêmea sem placa mediana, com ou sem lobos ântero-laterais (figs. 16, 68, 102, 106) ................... D: Pernas delgadas; comprimento do fêmur I cerca de três vezes maior que o comprimento da carapaça (fig. 5); bulbo do palpo do macho sem conductor e sem apöfise média (figs. 13, 94, 98); epígino da fêmea com uma placa mediana munida de projeções posteriores (figs. 96, 100) .......................... ERR RR E A RR SRU DR RR iara bh Seia Ericaella gen. n 2 Bulbo do palpo do macho com fulcrum, êmbolo de inserção subapical (figs. 14, 15, 103); epígino da fêmea sem lobos ântero-laterais (figs. 102, 106) Rosalia arcade EREERLESUESEEFROSBBEREGE LEE.) e Radulphius Keyserling Bulbo do palpo do macho sem fulcrum, &mbolo de insergäo basal ou media- na (figs. 10- 12, 19, 65); epigino da fêmea com um par de lobos äntero- later a HESICHOEN IE AN ER RR AEI Eutichurus Simon Eutichurus Simon Eutichurus SIMON, 1896: 501; 1897: 88, 89 (descrição formal do gênero e designação da espécie-tipo, E. ferox Simon, 1896); PETRUNKEVITCH, 1911: 481; ROEWER, 1954: 518; BONNET, 1956: 1844; BRIGNOLI, 1983: 542; PLATNICK, 1989: 433. Eutychurus; PETRUNKEVITCH, 1928: 171 (lapsus). Diagnose. As espécies do gênero Eutichurus diferem das de Ericaella pelas pernas robustas; comprimento do fêmur I ligeiramente maior que o comprimento da carapaça: bulbo do palpo do macho com condutor hialino e apófise média (figs. 10, 12, 29, 38); epígino da fêmea com átrio livre, sem placa mediana (fig. 16, 46, 53). Diferem de Radulphius pelo palpo do macho sem fulcrum e êmbolo cônico ou achatado, de inserção prolateral (figs. 10-12, 19, 89); epígino da fêmea com um par de lobos ântero-laterais e um par de placas posteriores contíguas (figs. 16, 54, 68). Descrição. Comprimento total (machos e fêmeas) 6,50 - 21,30. Carapaça convexa, truncada na margem anterior, mais larga ao nível das coxas Ile III (fig. 1); região cefálica pouco mais alta que a torácica, declive posterior gradual (figs. 3, 4); sulco torácico ausente ou reduzido a uma marca superficial; clípeo com altura menor que um diâmetro dos OMA. Olhos: fila anterior levemente procurva em vista frontal, fila posterior reta em vista dorsal; QOM sub-retangular, mais largo que longo em vista dorsal, largura anterior ligeiramente menor que a posterior; OMA circulares, maiores que os demais; OLA ovais; OMP subcirculares, menores que os demais; OLP ovais; interdistâncias: OMA-OMA separa- dos por seu diâmetro ou menos; OMA-OLA por um a dois diâmetros dos OMA; OMP- OMP por aproximadamente seu diâmetro e meio; OMP-OLP por, no máximo, três diâmetros dos OMP; OLA-OLP contíguos, em cômoro. Quelíceras bem desenvolvidas, geniculadas, principalmente nas fêmeas, com côndilo basal conspícuo (figs. 3, 4). Enditos paralelos ou levemente divergentes, IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 101-159, 2 mar. 1994 108 BONALDO retromargem levemente côncava, ápice arredondado. Lábio mais longo que largo, de comprimento maior que a metade do comprimento dos enditos. Esterno mais longo que largo, de bordas pouco esclerotinizadas e de largura anterior menor que a largura mediana (fig. 2). Pernas robustas, pilosas, com pêlos castanhos longos e curtos; comprimento relativo variável, geralmente I,II,IV IH ou LIV IL HI, raramente I,II=IV Mou I=IV LH; metatarsos III e IV com tufos de cerdas negras ventro-distais; tarsos e metatarsos com escópulas ventrais, geralmente densas; tarso do palpo da fêmea com uma unha pectinada; espinulação padrão: I - fêmur dl-1, p0-1-1,r0, vO; tíbia dO, p0, r0, v2-2-2; metatarso dO, p0, r0, v2-2-1. II - fêmur dl-1, p0-1-1, r0,vO; tíbia dO, p0, r0, v2-2-2; metatarso dO, p0, TO, v2-2-1. II - fêmur dl-1, p0-1-1,r0-1-1, vO; tíbia dO, p1-1,r1-1, v2-2-2; metatarso do, pl-1-2, rl-1-2, v2-2-1. IV - fêmur dl-1, p0-1-1, r0-0-1, vO; tíbia dO, pl-1, rl-1, v2-2-2; metatarso dO, pl-1-2,r1-1-2, v2-2-1. Abdömen ovalado, densamente revestido por pêlos curtos, claros, e pêlos longos, castanhos. Palpo do macho com apófise tibial retrolateral subapical simples, bífida ou trífida; bulbo com apófise média retrolateral subapical; condutor laminar hialino, inserido apicalmente no tégulo; êmbolo de inserção prolateral basal ou mediana, cônico ou achatado, com ou sem processo embolar. Epígino com átrio amplo, livre; um par de lobos látero-anteriores sub-triangulares; margem posterior formada por um par de placas convexas, contíguas. Elenco. Vinte e três espécies, das quais quinze novas. Duas outras espécies, Eutichurus paucalensis (KEYSERLING, 1879) (holótipo fêmea, “Polska Academy Nauk”, não localizado, Prof. Dr. J. Proszynski, contato epistolar) e E. nigropilosus MELLO-LEITÃO, 1941a (holótipo macho, MNRJ, não localizado) não foram identificadas no material examinado e são aqui consideradas species inquirendae. Espécies mal posicionadas. As seguintes espécies devem ser excluídas de Eutichurus: E.monticola ROEWER, 1951 (holótipo macho, BMNH, não examinado) é provavelmen- te um integrante do gênero Radulphius. E. keyserlingi SIMON, 1897 (holótipo macho, BMNH, não examinado) é aparentemente um anifenídeo. E. auricomus (L. KOCH, 1866) (síntipos, 2 machos, BMNH, examinados); E. meridianus (L. KOCH, 1866) (holótipo macho, BMNH, examinado); e E. granadensis (KEY SERLING, 1891) (holótipo macho, BMNH, examinado) são representantes da família Anyphaenidae. Chave para as espécies de Eutichurus 1. Machos (exceto os de E.arnoi, E. madre, E. manu, E. marquesae, say- lapampa, E. tropicus e E. zarate, desconhecidos) ..............................- 2 Fêmeas (exceto as de E. abiseo, E. brescoviti, E. cuzco, E. ibiuna, E. palla- tanga e E: yalen, desconhecidas) 4... grass 2. 17 DACH)» Apófise tibial retrolateral simples, única (figs. 19, 29, 38, 48, 56, 64) ........ 3 Apöfise tibial retrolateral bífida ou trífida (figs. 34, 66, 76, 86, 91) ........... 1% 3 (2): Apófise tibial retrolateral tubercular, com uma pequena projeção apical (figs. I ID ERHMD tee. Ar ae SIE E. furcifer Kraus Apófise tibial retrolateral alongada ou curta e escavada (figs. 19, 29, 38, 48, 64). ae fa PR 4 IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 101-159, 2 mar. 1994. A subfamília Eutichurinae na Região Neotropical... 109 4(3). 5(4). 6(4). 7(6). 8(7). 9(8). 10(8). 11(10). 120). 1312). 14(13). 15(14). 16(12). Apófise tibial retrolateral curta, escavada (figs. 43, 48); apófise média com uma carena laminar longitudinal mediana (figs. 45, 49) ....................... 5 Apófise tibial retrolateral longa, não escavada; apófise média sem carena laminara(liesz1922.2629,35, 35 2)... mama ob Seelent 6 Embolo com um processo prolateral mediano (figs. 43-45)... RR dt o pe an E a ae Ad E. valderramai sp. n. Embolo, de ápice laminar, fusionado ao tégulo (figs. 35, 36) ........................ ensure IRRE RN ABEL... E. abiseo sp.n. Embolo de ápice agudo, conectado ao tégulo por uma membrana embolar (os DENT een ana 7 Embolo com um pequeno processo retrolateral subapical (figs. 62-64) .. oo LARA PE PENEIRA RAS DE SE E. ibiuna sp. n. Embolo sem processo (figs. 19, 22, 26) ou com um processo prolateral sub- incoranoldigsas O SINE ni oa Eee 8 Embolo com um processo prolateral submediano (figs. 30, 39) ................. 9 Embolo sem processo (figs. 19,22, 26) ....uunisiisiisisaaeceenesenaesatsatasteareeo 10 Apófise média fortemente esculpida, de ápice não bifurcado (figs. 29-31) Bo RER NEFFEN RP RT ER @U76OSPAnN! Apófise média não esculpida, de ápice bifurcado (figs. 38 - 40) ..................... sonoras posicao sara ENS Ec E RN 2 E E. lizeri Mello-Leitão Embolo achatado; apófise média com ranhuras transversais na margem pro- arenas 2628 er 2 ER ehe. E. yalen sp. n. Embolo cônico; apófise média sem ranhuras transversais (figs. 19, 22) ...... 11 Apófise tibial retrolateral afilando gradativamente desde a base; êmbolo de mseteagıbasalllties. 0/20) a. was ainioo nnbideao nda E.ferox sp. n. Apófise tibial retrolateral afilando abruptamente a partir do terço distal; êm- bolo de mserção mediana (figs. 22, 23) ...ecacensssesnnaremueannoa E. silvae sp. n. Apófise tibial retrolateral bífida (figs. 34, 67, 76) ............ 13 Apofisetibial’retrolateral tnfida (fies. 86, 91) ..unneecuecaseeenannensenenneenennen 16 Apófise tibial retrolateral fendida na metade apical; apófise média com um prolongamento mediano (figs. 32, 34) ....................... E. pallatanga sp. n. Apófise tibial retrolateral fendida próximo à base; apófise média sem pro- lonsamento, mediane, (fies. 0/1, 72,776) u... een nee 14 Embolo COnico sem processo, (figs. 75, TO)erennensseneresnnneee E. luridus Simon Embolo achatado, com processo prolateral (figs. 65, 70) ......................... 15 Processo embolar de ápice agudo; êmbolo de ápice orientado apicalmente (ps, COF6))) pscetea EP dA A RE RR RN E. ravidus Simon Processo embolar de ápice arredondado, êmbolo de ápice orientado prola- feraimente la re E. itamaraju sp.n. Apófise média de ápice alargado; êmbolo bífido (figs.. 89-91)....................... BERNER Ehe ei eninneninchnnenckinsckee E. putus O. Pickard-Cambridge Apöfise média de ápice afilado; êmbolo trífido (figs. 84 - 86) ....................... ee see SE AR RAR E. sigillatus Chickering IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (76): 101-159, 2 mar. 1994 110 QU): 18(17). 19(18). 20(19). ZU DON), 23022). 24(23). 25(24). 26(25). 22H)! OD), BONALDO Placas posteriores fusionadas, com sutura mediana longitudinal (figs. 41, 82, 875792). HL ROLE EDER RI EEE 18 Placas posteriores não fusionadas (figs. 21, 46, 59, 68) ............2222222220eeee. 2)l Lobos anteriores grandes; átrio mais longo que largo (figs. 41, 42)................ cool N ARE E E. lizeri Mello-Leitão Lobos anteriores pequenos; átrio tão longo quanto largo ou mais largo que longo (figs. 82,87, 12 rn I 19 Átrio mais largo que longo, com uma projeção mediana junto à sutura das placas posteriores; margem anterior das placas posteriores em forma de “W” (digs.87, 8 unhas ES da ÉS E. sigillatus Chickering Átrio tão longo quanto largo, sem projeção; margem anterior das placas pos- teriores reta ou levemente oblíqua (figs. 82, 92)... 20 Lobos anteriores projetados sobre o átrio; placas posteriores de margem ante- prorlevemente obliqual(iigsa288) Mes E. manu sp. n. Lobos anteriores não projetados sobre o átrio; placas posteriores de margem anteriorrela dies 92, Deren E. putus O. Pickard-Cambridge Lobos anteriores com cada margem interna escavada; placas posteriores constritas lateralmente (figs. 54, 55) ...............0uuuneeeeee E. zarate sp. n. Lobos anteriores com margem interna não escavada; placas posteriores não constnitas (figs.-21,46,:68, 79) anne. >» Lobos anteriores maiores ou pouco menores que as placas posteriores (figs. 21, 24, 46350, 52, DB)... Rn dana di sd PR 23 Lobos anteriores reduzidos, distintamente menores que as placas posteriores (Tigs: 59; 68;73, 71,19 80)... a EEE 28 Lobos anteriores afilados, de ápice agudo (fig. 52) ...... E. saylapampa sp. n. Lobos anteriores de outra forma (figs. 21, 24, 46, 50, 53) .............22220000000.- 24 Átrio subtriangular, proeminente entre os lobos anteriores (fig. 53) ............... Doda a N SEE EEE E. arnoi sp.n. Átrio de outra forma, não proeminente entre os lobos anteriores (figs. 21, 24, 46,50) en el ER 25 Átrio quadrangular, tão longo quanto largo; lobos anteriores truncados; (figs. AGA Dio Vara O TO a A E. tropicus (L. Koch) Átrio de outra forma, mais longo que largo; lobos anteriores arredondados (fig8:21,24, 0). 12 LEERE E 26 Lobos anteriores de äpice rugoso, fortemente esclerotinizado (figs. 50, 51) er o AEE U AD, E A E. valderramai sp. n. Lobos anteriores de ápice liso (figs! PDA ee Zi) Átrio plano anteriormente, com um sulco longitudinal posterior (figs. 24, 25) Me RE rage ata ba A 3dcao000as0cc E. silvae sp. n. ER a a ab O E. ferox sp. n. Placas posteriores com uma escavação lateral posterior em cada placa (fig. 3% OO EA, ee E. furcifer Kraus Placas posteriores sem escavações laterais posteriores (figs. 68, 77, 79, 80) dúddavobues Cortaniosaianidotodes quiseasedecosom pra HERE EEE Se SRD Dip ada 29 IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (76): 101-159, 2 mar. 1994. | A subfamília Eutichurinae na Região Neotropical... 111 228. Lobos anteriores projetados sobre o átrio (figs: 68, 73) »..............0222n0u 30 Lobos anteriores não projetados sobre o átrio (figs. 77, 79, 80) ................. 31 30 (29). Átrio tão longoiquanto largo (25108; 60) Fre er E. ravidus Simon Átrio mais longo que largo (figs. 73, 74)... E. itamaraju sp. n. 31 (29). Lobos anteriores projetados sobre as áreas laterais do epígino (figs. 80, 81) aco ava BEAN db dl SERA ne AP E ERR RS E. marquesae sp. n. Lobos anteriores projetados sobre as placas posteriores (figs. 77, 79) ....... 32 RSI Lobos anteriores afilados (figs. 77; 78) u... E. luridus Simon Iabosiamnieriorestmuncados (ig O cinema demo opsida sito aolago ne nedadoe E. madre sp. n. Eutichurus ferox Simon (Figs. 1-4, 19-21, 109) Eutichurus ferox SIMON, 1896: 502, síntipos macho e fêmea MNHN 8333, duas localidades: Cuenca, Provincia de Azuaz; Loja, Provincia de Loja, Equador, Gaujon col. (examinados, presente designação de lectótipo macho e paralectótipo fêmea); 1897: 88, 89, figs. 79, 86; F. O. PICKARD-CAMBRIDGE, 1899: 86, pr. 6, figs. 13, 13a-c, PETRUNKEVITCH, 1911: 481; BERLAND, 1913: 97; MELLO-LEITÃO, 1941b: 175; ROEWER, 1954: 518; BONNET, 1956: 1845. Diagnose. Machos de Eutichurus ferox diferem dos de E. silvae (figs. 22, 23) pelo êmbolo de inserção basal (fig. 19) e apófise tibial afilando gradativamente desde a base (fig. 20); fêmeas diferem de E. silvae (fig. 24) pelo átrio côncavo anteriormente, sem sulco longitudinal, com uma protuberância transversal junto as placas posteriores e pelos lobos anteriores mais longos que largos (fig. 21). Descrição. Macho (lectótipo). Carapaça castanha, avermelhada na região cefálica; quelíceras, enditos e lábio castanho-avermelhados; esterno e pernas castanho-claras; abdômen amarelo, densamente piloso. Comprimento total 20,00. Carapaça: comprimento 8,20, largura 6,40; clípeo, altura 0,22. Olhos: fila anterior 3,00, posterior, 2,70; QOM: comprimento 0,82, largura anterior 1,15, largura posterior 1,17; diâmetros: OMA 0,44, OLA 0,38, OMP 0,32, OLP 0,32; interdistäncias: OMA-OMA 0,35, OMA-OLA 0,50, OMP-OMP 0,57, OMP-OLP 0,89, OLA-OLP 0,22. Quelíceras: comprimento 4,00; retromargem com 4 dentes iguais; promargem com 3, segundo maior. Esterno: comprimento 4,45, largura 3,10. Abdômen: comprimento 9,60, largura 5,00. FLP: artículo proximal, comprimento 0,97; artículo distal, comprimento 1,62. Pernas: comprimento relativo I.II.IV.III; I - fêmur 8,60 / patela 4,00 / tíbia 8,30 / metatarso 9,00 / tarso 3,40 / total 33,30; II - 8,30 / 3,90 / 7,70 / 7,90 / 3,30 / 31,10; III - SUS 0 /5,70/6,00/2,50/ 24,60; IV - 8,40 / 3,50 / 7,20 / 8,30 / 3,30 / 30,70. Espinulação: I- tíbia vlp-2-2; metatarso v2-0-1. II- tíbia vlp-2-2; metatarso v2-1p- 1. HI - tíbia vlp-2-2; IV - tíbia p0-1. Palpo: comprimento da tíbia cerca de um terço do comprimento do címbio; apófise tibial retrolateral simples, alongada; apófise média com prolongamento; êmbolo cônico, delgado, sem processo. (figs. 19, 20). Fêmea (paralectótipo). Coloração como no macho, abdômen piloso. Comprimento total 21,30. Carapaça: comprimento 10,60, largura 7,70; clípeo, altura 0,27. Olhos: fila anterior 3,40, posterior 3,70; QOM: comprimento 0,97, largura anterior 1,32, largura IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 101-159, 2 mar. 1994 112 BONALDO posterior 1,37; diâmetros: OMA 0,42, OLA 0,40, OMP 0,37, OLP 0,32; interdistâncias: OMA-OMA 0,47, OMA-OLA 0,75, OMP-OMP 0,77, OMP-OLP 1,10, OLA-OLP 0,30. Quelíceras: comprimento 5,60; dentes como no macho. Esterno: comprimento 5,20, largura 3,90. Abdômen: comprimento 11,30, largura 7,20. FLP: artículo proximal, comprimento 1,05, artículo distal, comprimento 1,92. Pernas: comprimento relativo I.II.TV.II; I - fêmur 9,10 / patela 5,00 / tíbia 8,40 / metatarso 8,70 / tarso 3,50 / total 34,70; II - 8,80 / 4,60 / 8,10 / 7,80 / 3,20 / 32,50; III - 7,90 / 3,80 / 6,00 / 6,20 / 2,60 / 26,50; IV - 8,90 / 3,90 / 7,70 / 8,60 / 3,10 / 32,20. Espinulagäo: I - tíbia vlp-2-Ip; metatarso vlr-o-1. II-tibia vlp-2-2; metatarso v2-Ip- l. IIL- tibia pl-2, vlp-2-2. IV - tíbia p0-1. Epigino: ätrio subpentagonal, mais longo que largo; lobos anteriores mais longos que largos, de ápice arredondado; placas posteriores não fusionadas, sub-retangulares (as, 21). Distribuigäo geogräfica. Equador: Azuaz, Loja (fig. 109). Eutichurus silvae sp. n. Ceras O, MU O; 1722250) Holótipo. Macho, Lima (habitações), Peru, 03.VIII.1988, G. Saravia col. (MUSM). Etimologia. Homenagem a Diana Silva D., coletora de dois dos parátipos. Diagnose. Machos de Eutichurus silvae diferem dos de E. ferox (figs. 19, 20) pelo êmbolo de inserção mediana (fig. 22) e apófise tibial afilando abruptamente a partir do terço distal (fig. 23). Fêmeas diferem das de E. ferox (fig. 21) pelo átrio plano anteriormente, com um sulco longitudinal e pelas placas posteriores tão longas quanto largas (fig. 24). Descrição. Macho (holótipo). Carapaça castanho-avermelhada, mais escura na região torácica; quelíceras, enditos e lábio castanho-escuros; esterno castanho-claro, bordas mais escuras, pernas amarelas, metatarsos e tarsos castanhos; abdômen amarelo, densamente piloso. Comprimento total 15,20. Carapaça: comprimento 7,10, largura 5,40; clípeo, altura 0,25. Olhos: fila anterior 2,45, posterior 2,75; QOM: comprimento 0,72, largura anterior 1,12, largura posterior 1,12; diâmetros: OMA 0,45, OLA 0,35, OMP 0,27, OLP 0,30; interdistâncias: OMA-OMA 0,17, OMA-OLA 0,45, OMP-OMP 0,55, OMP-OLP 0,77, OLA-OLP 0,15. Quelíceras: comprimento 3,45; retromargem com 4 dentes subiguais; promargem com 3, segundo maior. Esterno: comprimento 3,45, largura 2,70. Abdômen: comprimento 8,50, largura 4,90. FLP: artículo proximal, comprimento 0,95; artículo distal, comprimento 1,20. “Pernas: comprimento relativo 1.II.IV.III; I - fêmur 7,20 / patela 3,20 / tíbia 6,70 / metatarso 7,60 /tarso 2,80 / total 27,50; II - 6,80/3,20/6,30/6,90/2,70/25,90; HI - 5,80 / 2,10 / 4,40 / 5,10 / 2,10 / 19,50; IV - 7,00 / 2,70 / 5,20 / 7,10 / 2,60 / 24,60. Espinulação: I- tíbia p0-0-1, v1p-2-2. II- tíbia p0-0-1, v1p-2-2. III-tibia v1p-2-2. IV - tíbia p0-1, v1p-2-2. Palpo: comprimento da tíbia cerca de um terço do comprimento do címbio; apófise tibial retrolateral simples, alongada; apófise média com prolongamento; êmbolo cônico, IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 101-159, 2 mar. 1994. A subfamília Eutichurinae na Região Neotropical... 113 delgado, sem processo (figs. 10, 11, 22, 23). Fêmea (parátipo). Coloração como no macho. Comprimento total 16,30. Carapaça: comprimento 6,70, largura 5,10; clípeo, altura 0,22. Olhos: fila anterior 2,50, posterior 2,80; QOM: comprimento 0,77, largura anterior 1,07, largura posterior 1,02; diâmetros: OMA 0,40, OLA 0,37, OMP 0,30, OLP 0,32; interdistâncias: OMA-OMA 0,32, OMA- OLA 0,42, OMP-OMP 0,47, OMP-OLP 0,77, OLA-OLP 0,17. Quelíceras: comprimento 3,35, dentes como no macho. Estero: comprimento 3,15, largura 2,65. Abdômen: comprimento 9,30, largura 5,80. FLP: artículo proximal, comprimento 0,75, artículo distal, comprimento 1,20. Pernas: comprimento relativo I.IV.II.HI; I - fêmur 5,50 / patela 2,70 / tíbia 4,90 / metatarso 5,20 /tarso 2,10 /total 20,40; I1-5,40/2,70/4,60/4,80/2,10/19,60; HI - 4,30 / 2,20 / 3,20 / 3,70 / 1,70 / 15,10; IV - 5,60 / 2,50 / 4,40 / 5,30 / 2,00 / 19,80. Espinulacäo: I - tíbia vlp-2-0. II - tíbia p0-1, v0-2-0. HI - tíbia v1p-2-0. IV - tíbia p0- 1, vlp-2-0. Epígino: átrio subpentagonal, mais longo que largo; lobos anteriores tão longos quanto largos, de ápice arredondado; placas posteriores não fusionadas, subquadradas; espermatecas de base prolongada anteriormente, haste curta e ápice arredondado (figs. 16, 17, 24,25). Variação. Comprimento: (10 machos) total 12,30 - 15,60; carapaça 5,40 - 7,70; fêmur I 6,30 - 7,80; (10 fêmeas) total 13,10 - 19,20; carapaça 5,70 - 7,80; fêmur I 4,90 - 6,60. A coloração da carapaça e das pernas varia do castanho-escuro ao amarelo. Retromargem das quelíceras com 3 ou 4 dentes. No epígino, a margem anterior das placas posteriores varia de sub-reta à oblíqua. Distribuição geográfica. Equador: Loja; Peru: Lambayeque, La Libertad, Lima (fig. 110). Material-tipo. Parátipos: PERU. Lambayeque: Chiclayo (10km ao Sul), 1 2, 19.11.1951, Ross & Michelbacher col. (CAS); Lima: Lima (Rio Chillón, corretura Anéon, km 26), 19, 07.IV.1984, D. Silva D. col. (MUSM); (Rio Chillón, Puente Pedra), 13, 14.VII.1984, D. Silva D. col. (MUSM); (San Borja), 19,01.111.1989, H. D. Macedo col. (MUSM); (Cidade Universitária), 19,03.VI.1982,R. Acero V. col.(MCN 22164, ex MUSM); Surco (habitações), 1S,1IX.1985,D. Valencia col. (MCN 22163, ex MUSM); Isla Dom Martin, 19,19, VI. 1955, M. Pena col. (CAS 078, Exline-Peck Collection). Material adicional. EQUADOR: Loja: Landagui (30km ao Sul de Loja), 19 , 1 jovem, 12. VII.1978, A. Roig col. (MACN); PERU. Hacienda Santa Elena (Rio Chunzon), 1 6, 22.X1.1955, W. Weyranch col. (CAS, Exline-Peck colletion); Huinco, 1 S&, 16.1V.1977, A. M. Esquerra col. (IBSP 4175). La Libertad: Chicama (Cartavio), 1 9, IX.1978, P. Hocking & G. Martinez col. (MUSM); Lima: Huacho, 1 9 (MNRJ); Callao, 15, VI1.1893, H. Rehberg col. (ZMH); 1 9, X1.1893, H. Rehberg col. (ZMH); Lima, 1 9 (FMLT); 1 9 sub-adulta, 06.X1.1957 (FMLT 1471); 1 9, 1 jovem (FMLT 1412); 45,2 2,W. Weyranch col., (CAS, Exline-Peck collection); 1 9, 25.X1.1987, C. Fox col. (MUSM); 1 9, 02.1.1987, R. Ramirez col. (MUSM); 1 9, 25.11.1954, F. Blancas col. (MUSM); (Barranco, Jardins), 1 9, 12.VII.1989, Enrique & Bedos col. (MUSM); (Cidade Universitária), 2 Q, 1 jovem, 03. IV.1982, R. Acero V. col. (MUSM); Surco (habitações), 19, IX.1985, D. Valencia col. (MUSM); Miraflores, 19, 19,23.IV.1967, Meneses col. (IBSP 2576); Mala, 12, 1 jovem, IV.1964, M. Guerovich col., (CAS 055, Exline-Peck collection); 1 9, IV.1964,M. Guerovich col., (CAS 048, Exline-Peck collection). IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 101-159, 2 mar. 1994 114 BONALDO Eutichurus yalen sp. n. (Figs. 26-28, 109) Holótipo. Macho, Yalen, Departamento de La Liberdad, Peru (2850 m.),D. Silva D. col. (MUSM). Etimologia. O nome específico é um substantivo referente à localidade-tipo. Diagnose. Machos de Eutichurus yalen diferem dos de E. cuzco (fig. 30) e E. lizeri (fig. 39) pelo êmbolo sem processo (fig. 27) e dos de E. pallatanga (fig. 32) pela apófise tibial simples, única (figs. 26, 28). Descrição. Macho (holótipo). Carapaça amarela, mais escura na região cefálica; quelíceras, enditos e lábio amarelo-escuros; esterno amarelo-claro, pernas amarelas, metatarsos e tarsos mais escuros; abdômen acinzentado. Comprimento total 11,40. Carapaça: comprimento 5,40, largura 4,30; clípeo, altura 0,17. Olhos: fila anterior 1,95, posterior 2,25; QOM: comprimento 0,65, largura anterior 0,77, largura posterior 0,87; diâmetros: OMA 0,27, OLA 0,32, OMP 0,22, OLP 0,27; interdistâncias: OMA-OMA 0,30, OMA-OLA 0,35, OMP-OMP 0,47, OMP-OLP 0,55, OLA-OLP 0,12. Quelíceras: comprimento 3,05; retromargem com 4 dentes subiguais; promargem com 3, segundo maior. Esterno: comprimento 2,65, largura 2,25. Abdômen: comprimento 6,00, largura 3,60. FLP: artículo proximal, comprimento 0,65; artículo distal, comprimento 0,95. Pernas: comprimento relativo I.IV.I.III; I - fêmur 4,90 / patela 2,40 / tíbia 4,50 / metatarso 4,80 / tarso 2,10 /total 18,70; II - 4,70/2,30/3,90/4,40/1,90/17,20; III - 4,20 / 1,90 / 3,00 / 3,50 / 1,50 / 14,10; IV - 5,20 / 2,10 / 4,20 / 4,90 / 1,90 / 18,30. Espinulagäo: I- tíbia vlp-2-1p. II - tíbia vlp-1p-0. HI - tíbia v1p-2-0. IV - tíbia p0-1. Palpo: tíbia pouco maior que o comprimento do címbio; apófise tibial retrolateral simples, alongada, afilando-se abruptamente no terço distal; apófise média com prolon- gamento de margem prolateral levemente ranhurada; êmbolo achatado, contíguo à parede tegular, sem processo (figs. 26-28). Variação. Comprimento: (parátipo) total 9,50; carapaça 5,00; fêmur I 4,55. No parátipo, as ranhuras da apófise média apresentam-se pouco conspícuas. Distribuição geográfica. Peru: La Liberdad (fig. 109). Material-tipo. Parátipo: PERU. La Liberdad: Manachacui Valley (Lower Lake) (3650m.), 19, VI. 1986, B. Roth col. (CAS). Eutichurus cuzco sp. n. (Figs. 29-31, 110) Holótipo. Macho, arredores de Cuzco, Cuzco, Peru, N. Jara M. col. (MUSM). Etimologia. O nome específico é um substantivo em referência à localidade-tipo. Diagnose. Machos de Eutichurus cuzco diferem dos de E. lizeri (figs. 38, 40) pela apófise média fortemente esculpida (figs. 29,31) e dos de E. yalen (fig. 27) pelo êmbolo com um processo prolateral mediano (fig. 30). Descrição. Macho (holótipo). Carapaça castanho-avermelhada, mais escura na região cefálica; quelíceras, enditos e lábio castanho-escuros; esterno e pernas amarelo- escuros, metatarsos e tarsos castanho-claros; abdômen amarelo-esbranquiçado. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 101-159, 2 mar. 1994. A subfamília Eutichurinae na Região Neotropical... 115 Comprimento total 14,70. Carapaça: comprimento 7,50, largura 5,80; clípeo, altura 0,30. Olhos: fila anterior 2,52, posterior 2,92; QOM: comprimento 0,55, largura anterior 0,97, largura posterior 1,07; diâmetros: OMA 0,37, OLA 0,37, OMP 0,27, OLP 0,30; interdistâncias: OMA-OMA 0,30, OMA-OLA 0,50, OMP-OMP 0,60, OMP-OLP 0,82, OLA-OLP 0,15. Quelíceras: comprimento 3,50; retromargem com 3 dentes subiguais; promargem com 4, terceiro maior. Esterno: comprimento 3,60, largura 2,80. Abdômen: comprimento 8,00, largura 5,20. FLP: artículo proximal, comprimento 0,60; artículo distal, comprimento 0,75. Pernas: comprimento relativo I.IV.ILIII; I - fêmur 6,50 / patela 3,20 / tíbia 6,30 / metatarso 6,60 / tarso 2,60 / total 25,20; II - 6,40 / 3,20 / 5,70 / 6,00 / 2,30 / 23,60; HI - 5,40 / 2,70 / 4,10 / 4,60 / 1,90 / 18,70; IV - 6,80 / 3,00 / 5,60 / 6,50 / 2,20 / 24,10. Espinulacäo: I- tíbia vlp-2-1p. I- tíbia vlp-lp-lp. III -tibia vlp-2-2. IV - tíbia pO- 1, v2-2-1p. Palpo: comprimento da tíbia cerca de um terço do comprimento do cimbio; apófise tibial retrolateral simples, alongada, de terço distal afilado e esclerotinizado; êmbolo achatado, com um curto processo prolateral mediano (figs. 29-31). Distribuição geográfica. Peru: Cuzco (fig. 110). Eutichurus pallatanga sp. n. (Figs. 32-34, 110) Holótipo. Macho, Riobamba (Camino Pallatanga, 30 Km N. de Pallatanga), Provincia Chimborazo, Equador, 24.1V.1982, A. Roig col. (MACN). Etimologia. O nome específico é um substantivo em alusão à localidade-tipo.. Diagnose. Machos de Eutichurus pallatanga diferem dos de E. cuzco (fig. 30) e E. lizeri (fig. 39) pelo êmbolo sem processo (fig. 33) e dos de E. yalen (fig. 28) pela apófise tibial bífida (fig. 32). Diferem de outras espécies com apófise tibial retrolateral bífida pela apófise média com prolongamento na curvatura apical (fig. 34). Descrição. Macho (holótipo). Carapaça castanha; quelíceras castanho-escuras; enditos e lábio castanhos, esterno amarelo-escuro, bordas areas pernas amarelas, metatarsos e tarsos castanho claros; abdömen cinzento. Comprimento total 14,00. Carapaga: comprimento 6,60, largura 5,30; clipeo, altura 0,32. Olhos: fila anterior 2,65, posterior 3,05; QOM: comprimento 0,70, largura anterior 1,02, largura posterior 1,15; diämetros: OMA 0,40, OLA 0,35, OMP 0,30, OLP 0,32; interdistäncias: OMA-OMA 0,32, OMA-OLA 0,50, OMP-OMP 0,60, OMP-OLP 0,80, OLA-OLP 0,17. Queliceras: comprimento 5,05; retromargem com 4 dentes iguais, separados; promargem com 3, segundo maior; face frontal escavada. Esterno: compri- mento 3,15, largura 2,75. Abdômen: comprimento 7,40, largura 4,40. FLP: artículo proximal, comprimento 0,70; artículo distal, comprimento 1,10. Pernas: comprimento relativo LIV ILIII; I - fêmur 6,00 / patela 2,80 / tíbia 5,80 / metatarso 6,60 / tarso 2,60 / total 23,80; II- 5,70 / 2,20 / 5,40 / 5,90 / 2,40 / 21,60; III - 2072307 3,70 / 4,40:/ 1,90 / 17,10; IV - 6,10 / 2,60 / 5,00 / 5,90 / 2,10 / 21,70. Espinulagäo: I- tíbia v1p-2-0; metatarso p0-1-0. II- tíbia p0-0-1, v0-1p-0. IH - tíbia vlp-2-2. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (76): 101-159, 2 mar. 1994 116 BONALDO Palpo: tíbia maior que a metade do comprimento do címbio; apófise tibial retrolateral bífida, de base alongada, fendida na metade apical; apófise média com prolongamento na curvatura apical; êmbolo achatado, sem processo (figs. 32 - 34). Variação. Comprimento: (3 machos) total 9,10 - 14,00; carapaça 4,30 - 6,60; fêmur I 3,80 - 6,00. Em um dos parátipos, a escavação frontal das quelíceras é pouco pronunciada. Distribuição geográfica. Equador: Pichincha, Chimborazo (fig. 110). Material-tipo. Parátipos: EQUADOR. Pichincha: Quito, Otovalo Road, 1 4, 22.1V.1942, Exline-Peck collection (CAS); Chimborazo: Riobamba (camino Pallatanga, 30km N. de Pallatanga), 1 S, 24.1V.1982, A. Roig col. (MCN 22165, ex MACN). Eutichurus abiseo sp. n. (Figs. 35-37, 109) Holötipo. Macho, Parque Nacional Abiseo (3300 m), Puerta del Monte, San Martin, Peru, 04.11.1988, D. Silva D. & A. Salirrosa col. (MUSM). Etimologia. O nome específico é um substantivo e refere-se à localidade-tipo. Diagnose. Machos de Eutichurus abiseo (fig. 37) diferem dos machos das demais espécies pelo êmbolo de ápice lamelar e de base larga, fusionada ao tégulo (figs. 35, 36). Descrição. Macho (holótipo). Carapaça amarela, levemente escurecida na região ocular; quelíceras, enditos e lábio castanhos; esterno amarelo, bordas castanhas; pernas amarelas, metatarsos mais escuros; abdômen cinza claro. “Comprimento total 13,00. Carapaça: comprimento 5,30, largura 4,10; clípeo, altura 0,17. Olhos: fila anterior 1,65, posterior 1,92; QOM: comprimento 0,57, largura anterior 0,77, largura posterior 0,75; diâmetros: OMA 0,32, OLA 0,30, OMP 0,20, OLP 0,27; interdistâncias: OMA-OMA 0,20, OMA-OLA 0,22, OMP-OMP 0,35, OMP-OLP 0,50, OLA-OLP 0,10. Quelíceras: comprimento 2,70; retromargem com 4 dentes iguais; promargem com 4, segundo maior. Esterno: comprimento 2,55, largura 2,20. Abdômen: comprimento 7,10, largura 4,60. FLP: artículo proximal, comprimento 0,62; artículo distal, comprimento 0,85. Pernas: comprimento relativo 1.II.IV.II; I - fêmur 6,10 / patela 2,30 / tíbia 5,60 / metatarso 6,40 / tarso 2,50 / total 22,90; II - 6,00/2,30/5,40/6,10/2,30/22,10; III - 5,20 / 1,90 / 4,00 / 4,80 / 2,00 / 17,90; IV - 6,10 / 2,00 / 5,10 / 6,30 / 2,20 / 21,70. Espinulação: I- tíbia pl-1,r0-1; metatarso p0-1-0. I-- tíbia pl-1, r0-1; metatarso p0-1-0. Palpo: comprimento da tibia maior que a metade do comprimento do cimbio; apófise tibial retrolateral simples, única; apöfise média com prolongamento; êmbolo de base amplamente fusionada ao tégulo e ápice lamelar, de orientação retrolateral (figs. 35 - 37). Distribuição geográfica. Peru: San Martin (fig. 109). IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 101-159, 2 mar. 1994. A subfamília Eutichurinae na Região Neotropical... 117 Eutichurus lizeri Mello-Leitão (Figs. 38 - 42, 110) Eutichurus lizeri MELLO-LEITÃO, 1938: 114, fig. 34, holótipo fêmea, Mendoza, Argentina, Lizer y Trelles col. (MNRJ, examinado); 1941b: 176; ROEWER, 1954: 518; BONNET, 1956: 1845. Eutichurus birabeni MELLO-LEITÃO, 1941b: 175, holótipo macho Cabana, Córdoba, Argentina, 1.1939, M. Birabén col. (MLP 14935, examinado); ROEWER, 1954: 518; ARROZPIDE, 1986: 17. Syn. n. Diagnose. Machos de Eutichurus lizeri diferem dos de E. pallatanga (fig. 34) pela apófise tibial simples (fig. 40) e dos de E. yalen (fig. 27) pelo êmbolo com um processo prolateral (fig. 39); diferem dos de E. cuzco (fig. 29) pela apófise média não esculpida, de ápice bifurcado (figs. 38, 40); fêmeas diferem das de E. saylapampa (fig. 52), E. valderramai (fig. 50) e E. arnoi (fig. 53) pelas placas posteriores fusionadas; diferem das fêmeas das espécies com placas posteriores fusionadas, pelos lobos anteriores grandes e pelo átrio estreito, mais longo que largo (fig. 41). Descrição. Macho (Alto Padilha, Jujuy, Argentina). Carapaça amarelo-escura, região cefálica mais escura; quelíceras, enditos e lábio castanho-avermelhados; esterno amarelo, bordas escuras; pernas amarelas, metatarsos e tarsos castanhos; abdômen amarelo. Comprimento total 12,80. Carapaça: comprimento 5,70, largura 4,70; clípeo, altura 0,22. Olhos: fila anterior 1,90, posterior 2,25; QOM: comprimento 0,65, largura anterior 0,80, largura posterior 0,90; diâmetros: OMA 0,30, OLA 0,30, OMP 0,22, OLP 0,25; interdistâncias: OMA-OMA 0,27, OMA-OLA 0,32, OMP-OMP 0,40, OMP-OLP 0,60, OLA-OLP 0,15. Quelíceras: comprimento 2,75; retromargem com 3 dentes iguais; promargem com 4, terceiro maior. Esterno: comprimento 3,00, largura 2,35. Abdômen: comprimento 7,30, largura 4,30. FLP: artículo proximal, comprimento 0,80; artículo distal, comprimento 1,20. Pernas: comprimento relativo I.II.IV.II. I - fêmur 6,30 / patela 2,70 / tíbia 6,00 / metatarso 6,80 / tarso 2,50 / total 24,30; II - 6,10 / 2,60 / 5,80 / 6,30 / 2,30 / 23,10; II - 5,10 / 2,30 / 4,00 / 4,90 / 1,90 / 18,20; TV - 6,30 / 2,40 / 5,20 / 6,20 / 2,10 / 22,20. Espinulagäo: I - tíbia p0-0-1. II - tíbia p0-0-1. Palpo: comprimento da tíbia cerca de um terço do comprimento do címbio; apófise tibial simples, de ápice truncado, com um prolongamento retrodorsal; tégulo com um prolongamento apical direcionado à bifurcação da apófise média; apófise média de base alongada e prolongamento pequeno; êmbolo achatado, com processo prolateral mediano (figs. 38-40). Fêmea (holótipo). Coloração como no macho. Comprimento total 13,10. Carapa- ça: comprimento 5,60, largura 4,40; clípeo, altura 0,20. Olhos: fila anterior 2,15, posterior 2,50; QOM: comprimento 0,62, largura anterior 0,92, largura posterior 0,97; diâmetros: OMA 0,35, OLA 0,27, OMP 0,22, OLP 0,27; interdistâncias: OMA-OMA 0,32, OMA-OLA 0,40, OMP-OMP 0,52, OMP-OLP 0,75, OLA-OLP 0,22. Quelíceras: comprimento 3,20; retromargem com 4 dentes, segundo e terceiro maiores; promargem como no macho. Esterno: comprimento 2,60, largura 2,20. Abdômen: comprimento 7,40, largura 4,70. FLP: artículo proximal, comprimento 0,85, artículo distal, compri- mento 1,10. Pernas: comprimento relativo I.IV.ILIII; I - fêmur 4,70 / patela 2,40 / tíbia 4,00 / IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 101-159, 2 mar. 1994 118 BONALDO metatarso 4,80 / tarso 1,80 / total 17,70; II - 4,60 / 2,30 / 3,70 / 4,30 / 1,60 / 16,50; II - 3,30 / 2,007 2,607 3307/14107 1280: IV - 4,907 2307 3,80 7490716072230: Espinulação: I-tibia p0-0-1,v1p-2-0. II-tibia v0-1p-0. IHI-tibia v1lp-1p-0. IV - tíbia po-1, v1p-2-0. Epígino: átrio estreito, mais longo que largo; lobos anteriores bem desenvolvidos; placas posteriores fusionadas, com uma sutura mediana e de margem anterior angulosa na linha da sutura; espermatecas com base e ápice pequenos, haste longa e sinuosa (figs. 41-42). Variação. Comprimento: (10 machos) total 8,20 - 14,50; carapaça 4,40 - 6,10; fêmur 14,20 - 6,40; (10 fêmeas) total 9,30 - 18,60; carapaça 4,40 - 7,20; fêmur I 3,40 - 5,80. A coloração da carapaça e das pernas varia do amarelo ao castanho-escuro. Retromargem das quelíceras com 3 ou 4 dentes; promargem com 2 ou 3. O ápice da apófise tibial varia de alongado e afilado à relativamente curto e truncado. Em algumas fêmeas, as placas posteriores apresentam depressões paralelas à sutura; o ápice dos lobos anteriores varia de truncado à arredondado. Distribuição geográfica Bolívia: Chuquisaca; Argentina: Jujuy, Formosa, Salta, Catamarca, Tucumán, La Rioja, Córdoba, San Luiz, Buenos Aires (fig. 110). Material adicional. BOLÍVIA: Chuquisaca: Monteagudo (1600 m), 16, 192,21-24 XIL.1984,L. E. Pena col. (AMNH); ARGENTINA. Jujuy: Tres Cruces (Caliegra, Ruta Provincial 83), 1 S', 29.1.1984, Lingua col. (MACN); Yala, 292, X.1967, E. Maurí col. (MACN 6021); (Laguna), 3 9,5 jovens, 30.X1.1981, E. Maurí col. (MACN); 5 9, 4 jovens, V.1983, Goloboff col. (MACN); 154,19, V.1983, Goloboff col. (MCN 22166, ex MACN); Deon, 19, 1 jovem, M. Birabén col. (MLP 14906); Alto Padilha, 19,2 92, 1949, Prosen col. (MLP); Banda de Los Perales, 19 , 1 jovem, M. Birabén col. (MLP); San Salvador de Jujuy, 1 9, 1.1966, E. Maurí col. (MACN); (30 milhas ao sul), 1 9, 04.11.1951, Ross & Michelbacher col. (CAS); Formosa: Pilaga (Estancia Guaymalen), 1 9, XI.1948, Martinez col. (MACN); Salta: Santa Maria, 1 2, VI.1947, Exc. A. G. Giai col. (MACN 2252); Agueray, 1 9, 10. XII. 1946, M. Birabén col. (FMLT 333); El Rei (Parque Nacional El Rey); 19,1. 1981, Goloboff col. (MACN); 16 ,5-15.XI1.1987, S. & J. Peck col. (AMNH); Rosario de Lerma (Valle), 192, V.1939, J. B. Aguerre col. (MACN 33433); Rosario de La Frontera, 1 9, Vellard col. (FMLT 117); Muraldol, 1 9, XI.1943, Golbach col. (FMLT 321); El Naranja, 1 4, 11.1944 (MLP); Talapampa, 1 9, 11.1949 (MACN); Catamarca: 1 9, 11.1958, M. E. Galiano col. (MACN); Cayajan (Los Angeles), 3 &, 11.1944, B. Selaffer col. (MLP); Esquina Grande, 19, 1 jovem, 17.VII.1950, exc. Cranwell-Navás col. (MACN 3393); La Vina, 1 9, 06.11.1986, Goloboff col. (MACN); (Entre La Vifia e La Cascata), 1 9, 7-11.1.1987, Goloboff-Samik col. (MACN); La Brea (10km ao sul de Catamarca), 1 9, 28.1.1986, Goloboff-Samik col. (MACN); Tucumán: Trancas (Tapia-Raco), 1 9, XI.1965, E. Bucher col. (FMLT 1281); San Miguel de Tucumán (Aconquija), 1 9, 18.VIII.1968, Wegraunt col. (FMLT); Taffi del Valle, 19, XI.1960, M. E. Galiano col. (MACN 5340); Horco Molle, 1 3, 1 jovem, XI.1960, M. E. Galiano col. (MACN 5341); 29, 1 jovem, XI-XI[.1959, D. H. Lossis col. (MACN); (Cerro San Javier), 1 9, 12. VII.1969, S. Tuck col. (FMLT 1354), 2 9, 11.1.1951, Ross & Michelbacher col. (CAS); La Rioja: Aminogasta (Ascha), 19, 19, 1947, C. Freyre col. (MACN 2162,2181); Professor Gomez, 1 9 (MACN 33431); Córdoba: El Sause, 1 2, 16.X.1970 (MACN); Santiago Temple, 1 9, II.1943, exc. H. Bario - R. Mariglia col. (MACN 1238); Tanti, 1 S, XI.1967, Jorg col. (MACN); Argüelia, 29, 1 jovem, XI[.1943, J. A. de Carlo col. (MACN 1946); Busque Alegre, 1 4, 1 jovem, IX.1981, Goloboff col. (MACN); Cabana, 1 6, 1 9, VII.1940, Birabén col. (MLP); Calamuchita, 1 9, XII.1940, J. M. Viana col. (MACN); 19, XII.1941, J. M. Viana col. (MACN 1898-1899); Villa Nueva, 1 3, (MLP 14939); San Luiz: Merlo, 2 9, 19, 1 jovem, XI.1985, Galiano-Miranda col. (MACN); Villa Elena, 3 9, 3 jovens, 10.X1.1982, E. Maury col. (MACN); Buenos Aires: Caseros, 1 2, 03.X.1946, W. Patridge col. (MACN); 1 9, 03.XI1.1946 (MACN); 19, 1 9, X.1947, W. Patridge col. (MACN); 1 6, 11.X1.1947 (MACN 98); (Herbário), 1 9, 23.V TH. 1947, W. Patridge col. (MACN); (etiqueta com procedência ilegível), 1 2, H. O. Jadera col. (FMLT 320); (sem procedência), 25 (MLP); 1 5, (MLP 792). f IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 101-159, 2 mar. 1994. A subfamília Eutichurinae na Região Neotropical... 119 Eutichurus brescoviti sp. n. (Figs. 43-45, 108) Holótipo. Macho, Sasaima, Cundinamarca, Colômbia (MNRJ 263). Etimologia. Homenagem ao aracnólogo Antônio Domingos Brescovit (MCN). Diagnose. Machos de Eutichurus brescoviti diferem dos de E. abiseo (fig. 37) e E. cuzco (fig. 31) pela apófise tibial curta, truncada e escavada (fig. 45); diferem dos de E. valderramai (figs. 48, 49) pelo distinto processo embolar, prolateral, mediano, e ápice do êmbolo afilando abruptamente a partir da metade distal (figs. 43, 44). Descrição. Macho (holótipo). Carapaça escura, castanho-avermelhada; queliceras, enditos e lábio castanho-escuros; esterno e pernas castanhos; abdômen amarelo. Comprimento total 17,10. Carapaça: comprimento 8,30, largura 6,40; clípeo, altura 0,30. Olhos: fila anterior 3,15, posterior 3,70; QOM: comprimento 0,90, largura anterior 1,27, largura posterior 1,35; diâmetros: OMA 0,42, OLA 0,42, OMP 0,32, OLP 0,37; interdistäncias: OMA-OMA 0,40, OMA-OLA 0,67, OMP-OMP 0,72, OMP- OLP 1,07, OLA-OLP 0,22. Quelíceras: comprimento 5,00; retromargem com 3 dentes grandes, iguais, separados; promargem com 3, segundo maior; fortemente geniculadas. Esterno: comprimento 3,90, largura 3,20. Abdômen: comprimento 9,30, largura 6,50. FLP: artículo proximal, comprimento 0,95; artículo distal, comprimento 1,80. Pernas: comprimento relativo desconhecido. I - fêmur 7,10 /patela 3,50 /tíbia 6,60 / metatarso 7,00 / tarso 2,80 / total 27,00; II- 6,60 / 3,20 / 6,00 / 6,50 / 2,60 / 24,90; III - 5,80 / 2,90 / 4,50 / 5,10 / 2,20 / 20,50; IV - 6,80 / 3,00 / 5,80 / 6,90 / ? (perdido) / ?. Espinulação: I- tíbia vlp-1p-0; metatarso v2-Ip-1. I - tíbia vlp-Ip-0. HI - tíbia rO- 1, v0-2-0; metatarso r0-1-2. IV - tíbia p0-1, vlp-2-0. Palpo: comprimento da tíbia pouco menor que o comprimento do címbio; apófise tibial retrolateral curta e escavada; tégulo esclerotinizado na região mediana; apófise média de prolongamento com uma carena longitudinal mediana; êmbolo largo na base, com processo prolateral mediano, escavado, e ápice afilado e achatado (figs. 43 - 45). Distribuição geográfica. Colômbia: Cundinamarca (fig. 108). Eutichurus tropicus (L. Koch) (Figs. 46, 47, 108) Cheiracanthium tropicum L. KOCH, 1866: 239, pr. X, fig. 155, sintipos, 2 fêmeas, Santa Fé de Bogotá, Cundinamarca, Colômbia, BMNH (examinados); BERTKAU, 1870: 108; ROEWER, 1954:489; BONNET, 1956: 1063. Eutichurus tropicus: BONALDO & BRESCOVIT, 1992: 738. Diagnose. Fêmeas de Eutichurus tropicus (fig. 46) diferem das de E. lizeri (fig. 41) pelas placas posteriores não fusionadas; diferem das de E. valderramai (fig. 50), E ferox (fig. 21) e E. silvae (fig. 24) pelo átrio quadrangular, tão longo quanto largo e pelos lobos anteriores truncados. Descrição. Fêmea (síntipo). Carapaça castanho-avermelhado; quelíceras negras, enditos e lábio castanho-avermelhados; esterno castanho-avermelhado, pernas amare- las, tarsos e metatarsos castanho-avermelhados; abdômen amarelo. Comprimento total 17,10. Carapaça: comprimento 8,80, largura 7,00; clípeo, IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (76): 101-159, 2 mar. 1994 120 BONALDO altura 0,25. Olhos: fila anterior 3,45, posterior, 4,00; QOM: comprimento 0,80, largura anterior 1,05, largura posterior 1,35; diâmetros: OMA 0,45, OLA 0,35, OMP 0,30, OLP 0,35; interdistâncias: OMA-OMA 0,35, OMA-OLA 0,75, OMP-OMP 0,80, OMP-OLP 1,30, OLA-OLP 0,35. Quelíceras: comprimento 4,95; retromargem com 4 dentes iguais, separados; promargem com 3, separados, segundo maior. Esterno: comprimento 4,00, largura 3,10. Abdômen: comprimento 8,70, largura 6,80. FLP: artículo proximal, com- primento 0,75; artículo distal, comprimento 0,80(?). Pernas: comprimento relativo I.IV.IL.II; I - fêmur 6,70 / patela 3,60 / tíbia 5,80 / metatarso 6,20 /tarso 2,70 /total 25,00; II - 6,60 / 3,50 / 5,60 / 5,90 / 2,60 / 24,20; HI - 5,80 / 2,90 / 4,20 / 4,60 / 2,10 / 19,60; IV - 6,80 / 3,20 / 5,50 / 6,50 / 2,50 / 24,50. Espinulação: I - tíbia v0-1p-0; metatarso v2-0-1. II - tíbia vO; metatarso v2-0-0. II - tíbia p0-1, r0-1, vO-1p-0; IV - tíbia pO, r0-1, vO-1r-0. Epígino: átrio amplo, quadrangular, côncavo; lobos anteriores truncados; placas posteriores mais longas que largas, de margem anterior reta. Espermatecas com ductos de fertilização largos, haste sinuosa e ápice pouco desenvolvido (figs. 46, 47). Variação. Comprimento: (síntipo) total 15,80; carapaça 7,70; fêmur I 6,10. Distribuição geográfica. Colômbia: Cundinamarca (fig. 108). Eutichurus valderramai sp. n. (Figs. 48-51, 109) Holótipo. Macho, Vale de Medellín, Antíoquia, Colômbia, IX-X.1962, B. Schneble col. (MCZ). Etimologia. Homenagem ao Prof. Carlos Valderramai A., coletor dos parátipos. Diagnose. Machos de Eutichurus valderramai diferem dos de E. silvae (fig. 23) e E. cuzco (fig. 31) pela apófise tibial curta, truncada e escavada (fig. 49); diferem dos de E. brescoviti (fig. 43) pelo êmbolo afilado, sem processo (fig. 48). Fêmeas diferem das de outras espécies do gênero pelos lobos anteriores de ápice rugoso e fortemente esclerotinizado (fig. 50). Descrição. Macho (holótipo). Carapaça castanho-avermelhada, mais escura na região ocular; quelíceras, enditos e lábio castanho-escuros; esterno castanho-avermelhado, bordas castanho-escuras; pernas amarelo escuras; abdômen amarelo. Comprimento total 15,10. Carapaça: comprimento 6,70, largura 5,40; clípeo, altura 0,25. Olhos: fila anterior 1,30, posterior 2,90; QOM: comprimento 0,80, largura anterior 1,22, largura posterior 1,20; diâmetros: OMA 0,45, OLA 0,40, OMP 0,35, OLP 0,37; interdistâncias: OMA-OMA 0,35, OMA-OLA 0,45, OMP-OMP 0,57, OMP-OLP 0,80, OLA-OLP 0,17. Quelíceras: comprimento 4,30; retromargem com 4 dentes subiguais; promargem com 3, segundo maior. Esterno: comprimento 3,30, largura 2,70. Abdômen: comprimento 8,40, largura 4,90. FLP: artículo proximal, comprimento 0,85; artículo distal, comprimento 1,30. Pernas: comprimento relativo I.IL.IV.II; I - fêmur 6,60 / patela 2,90 / tíbia 6,30 / metatarso 7,20 / tarso 2,80 / total 25,80; II - 6,50 / 2,80 / 6,00 / 6,90 / 2,60 / 24,80; II - 5,90 / 2,40 / 4,40 / 5,30 / 2,10 / 19,70; IV - 6,70 / 2,70 / 5,50 / 7,00 / 2,40 / 24,30. Espinulagäo: I - tíbia p0-0-1. II - tíbia p0-0-1. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 101-159, 2 mar. 1994. A subfamília Eutichurinae na Região Neotropical... 121 Palpo: comprimento da tíbia cerca de um terço do comprimento do címbio; apófise tibial retrolateral curta, escavada; tégulo esclerotinizado na região mediana; apófise média alongada, com prolongamento carenado; êmbolo delgado, sem processo (figs. 48, 49). Fêmea (parátipo). Coloração como no macho. Comprimento total 13,40. Carapa- ça: comprimento 6,00, largura 4,70; clípeo, altura 0,20. Olhos: fila anterior 1,15, posterior 2,55; QOM: comprimento 0,65, largura anterior 1,05, largura posterior 1,05; diâmetros: OMA 0,40, OLA 0,35, OMP 0,27, OLP 0,32; interdistâncias: OMA-OMA 0,30, OMA-OLA 0,37, OMP-OMP 0,50, OMP-OLP 0,65, OLA-OLP 0,15. Quelíceras: comprimento 3,05; dentes como no macho. Esterno: comprimento 2,80, largura 2,55. Abdômen: comprimento 8,20, largura 5,30. FLP: artículo proximal, comprimento 0,80, artículo distal, comprimento 1,15. Pernas: comprimento relativo I.I.IV.JI,; I - fêmur 5,80 / patela 2,90 / tíbia 5,00 / metatarso 5,20 / tarso 2,20 / total 21,10; II - 5,60 / 2,90 / 4,70 / 5,00 / 2,10 / 20,30; III - 4,60 / 2,10 / 3,50 / 3,90 / 1,80 / 15,90; IV - 5,60 / 2,40 / 4,40 / 5,40 / 1,90 / 19,70. Espinulação: I - tíbia v0-1p-0; metatarso v2-0-1. II - tíbia vO; metatarso v2-0-1. III - tíbia vO. IV - tíbia pO-1, v0-2-0. Epígino: átrio liso, mais longo que largo; lobos anteriores grandes, de ápice esclerotinizado; placas posteriores separadas, escavadas, de margem anterior reta; espermatecas de base reduzida e ápice desenvolvido, sobreposto à base (figs. 50, 51). Variação. Comprimento: (3 machos) total 12,10 - 15,10; carapaça 6,10 - 6,70; fêmur I 6,60 - 6,70; (2 fêmeas) total 13,40 - 14,60; carapaça 6,00 - 6,70; fêmur I 5,80 - 6,50. Distribuição geográfica. Colômbia: Antioquia, Narino (fig. 109). Material-tipo. Parátipos: COLÔMBIA. Narino: Ricaute (Reserva Nacional La Planada) (1750 m), 19, 29.11.1991, C. Valderrama A. col. (CLP); 19, 29.11.1991, C. Valderrama A. col. (CLP); 15, (em construções, 1750 m), 29.11.1991, C. Valderrama A. col. (MCN 24101); 1 9, (em construções, 1850m), 27.X1.1991, C. Valderrama A. col. (MCN 24102). Eutichurus saylapampa sp. n. (Figs. 52, 110) Holótipo. Fêmea, Paucartambo (Saylapampa) (3.800 m) (13° 25"S, 75° 40"0) Cuzco, Peru, 23.1X.1987, D. Silva D. col. (MUSM). Etimologia. O nome específico é um substantivo referente à localidade-tipo. Diagnose. Fêmeas de Eutichurus saylapampa (fig. 52) diferem das de E. lizeri (fig. 41) pelas placas posteriores não fusionadas; diferem das de E. ferox (fig. 21), E. silvae (fig. 24) e E. arnoi (fig. 53) pelos lobos anteriores afilados, de ápice agudo. Descrição. Fêmea (holótipo). Carapaça amarelo-escura, região ocular castanha; quelíceras, enditos e lábio castanho-escuros; esterno e pernas amarelos, metatarsos e tarsos castanho claros; abdômen amarelo-acinzentado. Comprimento total 12,60. Carapaça: comprimento 5,50, largura 4,30; clípeo, altura 0,17. Olhos: fila anterior 1,85, posterior 2,25; QOM: comprimento 0,60, largura anterior 0,77, largura posterior 0,87; diâmetros: OMA 0,27, OLA 0,27, OMP 0,22, OLP IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 101-159, 2 mar. 1994 22 BONALDO 0,22: interdistâncias: OMA-OMA 0,32, OMA-OLA 0,35, OMP-OMP 0,42, OMP-OLP 0,62, OLA-OLP 0,17. Quelíceras: comprimento 2,70; retromargem com 3 dentes subiguais, contíguos; promargem com 3, segundo maior. Esterno: comprimento 2,85, largura 2,20. Abdômen: comprimento 6,90, largura 4,90. FLP: artículo proximal, comprimento 0,50; artículo distal retraído. Pernas: comprimento relativo IV.LII.II; I - fêmur 4,50 / patela 2,30 / tíbia 3,90 / metatarso 4,10 / tarso 1,90 / total 16,70; II - 4,20 / 2,30 / 3,60 / 3,80 / 1,80 /15,70; HI - 3,90 /2,00/2,80/3,10/ 1,40 / 13,20; IV -4,70/2,30/4,00/4,70/1,70/17,40. Espinulação: I - tíbia vlp-2-0. II - tíbia v0-1p-0. HI - tíbia v1p-2-0. IV - tíbia p0-1, v1p-2-0. Epígino: átrio liso, subpentagonal; lobos anteriores grandes, de ápice agudo; placas posteriores escavadas (fig. 52). Distribuição Geográfica. Peru: Cuzco (fig. 110). Eutichurus arnoi sp. n. (Figs. 53, 108) Holótipo. Fêmea, San Piedro de La Serra (2.300 m), Sierra Nevada de Santa Marta, Santa Marta, Colômbia, XI.1974-1.1975, C.W.D. Gibson & R.J. Robins col. (MCZ H5113). Etimologia. Homenagem ao Prof. Dr. Amo Antonio Lise, pesquisador da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Diagnose. Fêmeas de Eutichurus arnoi (fig. 53) diferem das de E. lizeri (fig. 41) pelas placas posteriores não fusionadas; das de E. saylapampa (fig. 52) e E. valderramai (fig. 50) pelos lobos anteriores arredondados, de ápice liso e átrio subtriangular, proemi- nente entre os lobos anteriores. Descrição. Fêmea (holótipo). Carapaça castanho-avermelhada; quelíceras casta- nho-escuras; enditos e lábio castanho-avermelhados; esterno amarelo-escuro, bordas castanhas; pernas amarelo-escuras; abdômen amarelo-acinzentado. Comprimento total 15,60. Carapaça: comprimento 6,80, largura 5,30; clípeo, altura 0,27. Olhos: fila anterior 2,55, posterior 2,90; QOM: comprimento 0,62, largura anterior 1,05, largura posterior 1,12; diâmetros: OMA 0,40, OLA 0,40, OMP 0,30, OLP 0,35; interdistâncias: OMA-OMA 0,35, OMA-OLA 0,52, OMP-OMP 0,60, OMP-OLP 0,77, OLA-OLP 0,17. Quelíceras: comprimento 3,35; retromargem com 3 dentes iguais, contíguos; promargem com 3, segundo maior. Esterno: comprimento 3,15, largura 2,70. Abdômen: comprimento 9,10, largura 5,90. FLP: artículo proximal, comprimento 0,65; artículo distal, comprimento 0,85. Pernas: comprimento relativo I.II.IV.II; I - fêmur 5,70 / patela 2,70 / tíbia 5,10 / metatarso 5,50 / tarso 2,10 / total 21,10; II - 5,40 / 2,70 / 4,70 / 5,00 / 2,00 / 19,80; IH - 4,60 / 2,30 / 3,40 / 3,90 / 1,70 / 15,90; IV - 5,50 / 2,50 / 4,50 / 5,10 / 1,80 / 19,40. Espinulação: I- tíbia v0-1p-0; metatarso v2-0-1. II - tíbia vO; metatarso v2-1p-1. IH - tíbia v0-1p-0. IV - tíbia p0-1, v0-2-0. É Epígino: átrio subtriangular, com uma proeminência longitudinal mediana; lobos anteriores grandes, subcirculares; placas posteriores não fusionadas, de margem anterior oblíqua (fig. 53). IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 101-159, 2 mar. 1994. A subfamília Eutichurinae na Região Neotropical... 123 Distribuição geográfica. Colômbia: Santa Marta (fig. 110). Eutichurus zarate sp. n. (Figs. 54, 55, 109) Holótipo. Fêmea. Bosque de Zarate (Gigantón) (2860 m), Lima, Peru, 20.1V.1980, I. Franke col. (MUSM VF5093). Etimologia. O nome específico é um substantivo em referência à localidade-tipo. Diagnose. Fêmeas de Eutichurus zarate (fig. 54) diferem das outras espécies do gênero pelos lobos anteriores escavados na margem interna, de ápice digitiforme, e pelas placas posteriores constritas lateralmente. Descrição. Fêmea (holótipo). Carapaça amarela, região cefálica castanha; quelíceras e enditos castanhos; lábio castanho, mais claro no terço distal; esterno amarelo-claro, bordas mais escuras; pernas e abdômen amarelos. Comprimento total 10,80. Carapaça: comprimento 5,10, largura 3,90; clípeo, altura 0,17. Olhos: fila anterior 1,60, posterior 1,92; QOM: comprimento 0,45, largura anterior 0,67, largura posterior 0,72; diâmetros: OMA 0,25, OLA 0,25, OMP 0,20, OLP 0,22; interdistâncias: OMA-OMA 0,25, OMA-OLA 0,30, OMP-OMP 0,32, OMP-OLP 0,50, OLA-OLP 0,12. Quelíceras: comprimento 2,40; retromargem com 4 dentes, primeiro menor; promargem com 3, segundo maior. Esterno: comprimento 2,50, largura 2,10. Abdômen: comprimento 6,20, largura 4,40. FLP: artículo proximal, comprimento 0,75; artículo distal, comprimento 0,80. Pernas: comprimento relativo IV.L.I.II; I - fêmur 4,40 / patela 2,20 / tíbia 3,80 / metatarso 3,90 / tarso 1,80 / total 16,10; II - 4,10 / 2,20 / 3,40 / 3,70 / 1,50 / 14,90; II - 3,60 / 1,70 / 2,70 / 3,00 / 1,40 / 12,40; TV - 4,80 / 2,00 / 3,80 / 4,60 / 1,70 / 16,90. Espinulacäo: I- tíbia vlp-2-0. II- tíbia vO-1p-0. HI - tíbia vlp-2-0. IV - tíbia vlp-2-0. Epigino: ätrio mais longo que largo, subpentagonal; lobos anteriores bem desen- volvidos, com escavação mediana e ápice digitiforme; placas posteriores não fusionadas, constritas lateralmente; espermatecas compactas, de haste e ápice reduzidos (figs. 54,55). Variação. Comprimento: (parátipo) total 11,50; carapaça 5,50; fêmur I 4,70. Distribuição geográfica. Peru: Lima (fig. 109). Material-tipo. Parátipo: PERU. Lima: Bosque de Zarate (Gaturo) (2890m), 19 ,27.V11.1980, I. Franke col. (MCN 22183, ex MUSM). Eutichurus furcifer Kraus (Figs. 56-61, 108) Eutichurus furcifer KRAUS, 1955: 43, figs. 105-107, holótipo macho SMF 8667, Vulcan San Vicente, Finca (El Carmen) (1300 m. alt.), El Salvador, 30.VII.1952, Schuster col. (examinado); BRIGNOLI, 1983: 542. Diagnose. Machos de Eutichurus furcifer diferem dos de outras espécies de Eutichurus pela apófise tibial retrolateral tubercular, com uma pequena projeção apical (figs. 56, 57); fêmeas diferem das de E. ravidus (fig. 68) e E. itamaraju (fig. 73) por apresentarem escavações laterais na face posterior das placas posteriores (figs. 59, 60). Descrição. Macho (holótipo). Carapaça amarelo-escura, região cefálica castanha; IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 101-159, 2 mar. 1994 124 BONALDO quelíceras, enditos e lábio castanho-escuros; esterno amarelo, bordas castanhas; pernas amarelo-claras, tarsos e metatarsos mais escuros; abdômen amarelo-claro. Comprimento total 12,50. Carapaça: comprimento 5,90, largura 4,40; clípeo, altura 0,20. Olhos: fila anterior 2,30, posterior, 2,50; QOM: comprimento 0,57, largura anterior 1,02, largura posterior 1,05; diâmetros: OMA 0,42, OLA 0,42, OMP 0,30, OLP 0,32; interdistâncias: OMA-OMA 0,30, OMA-OLA 0,40, OMP-OMP 0,45, OMP-OLP 0,65, OLA-OLP 0,10. Quelíceras: comprimento 3,10; retromargem com 4 dentes subiguais; promargem com 4, terceiro maior, unido na base ao segundo. Esterno: comprimento 2,85, .Fllargura 2,40. Abdômen: comprimento 7,10, largura 3,70. FLP: artículo proximal, comprimento 0,75; artículo distal, comprimento 2,00. Pernas: comprimento relativo I.IV.II.HI; I - fêmur 6,50 / patela 2,55 / tíbia 6,30 / metatarso 7,50 / tarso 2,60 / total 25,45; II - 6,10 / 2,40 / 5,80 / 6,60 / 2,30 / 23,20; WI - 5,20 / 2,10 / 3,90 / 4,80 / 1,95 / 17,95; IV - 6,40 / 2,30 / 5,80 / 6,80 / 2,35 / 23,65. Espinulação: I- tíbia vlp-2-lp. II- tíbia v0-2-0. III - tíbia vO. IV - tíbia vO-2-0. Palpo: comprimento da tíbia cerca da metade do comprimento do címbio; apófise tibial retrolateral tubercular; apófise média sem prolongamento; êmbolo achatado, com um processo laminar prolateral subapical (figs. 56 - 58). Fêmea (San José, Costa Rica). Coloração como no macho. Comprimento total 13,20. Carapaça: comprimento 5,60, largura 4,50; clípeo, altura 0,15. Olhos: fila anterior 2,52, posterior 2,75; QOM: comprimento 0,75, largura anterior 1,02, largura posterior 1,079); diâmetros: OMA 0,37, OLA 0,35, OMP 0,27, OLP 0,27; interdistäncias: OMA- OMA 0,37, OMA-OLA 0,47, OMP-OMP 0,60(?) (OMP esquerdo teratolögico), OMP- OLP 0,70, OLA-OLP 0,15. Quelíceras: comprimento 3,05; dentes como no macho. Esterno: comprimento 2,70, largura 2,45. Abdômen: comprimento 8,10, largura 5,30. FLP: artículo proximal, comprimento 0,85, artículo distal, comprimento 2,10. Pernas: comprimento relativo 1.IV.IL.II; I - fêmur 5,00 / patela 2,30 / tíbia 4,50 / metatarso 5,00 / tarso 1,85 / total 18,65; 11- 4,75 / 2,35 / 4,00 /4,70/1,75/ 17,55; HI - 3,95 / 2,00 / 2,90 / 3,45 / 1,50 / 13,80; IV - 4,85 / 2,15 / 4,00 / 5,05 / 1,75 / 17,80. Espinulagäo: I- tíbia vlp-1p-0; metatarso v2-1p-1.II-tibia vO; metatarso v2-lp-1. IH - tíbia p0-1, r0, vO; metatarso r0-1-2, v2-1p-1. IV - tíbia pO-1, r0-1, vO; metatarso p0-1- 2, 10-1-2. Epígino: átrio liso, tão longo quanto largo; lobos anteriores reduzidos; placas posteriores não fusionadas, com escavação lateral na face posterior; espermatecas com base desenvolvida, rugosa, haste larga na região basal e ápice globular (figs. 59 - 61). Variação. Comprimento: (1 macho) total 9,50; carapaça 4,15; fêmur I 4,40. Distribuição geográfica.El Salvador: San Vicente; Costa Rica: Provincia de San José (fig. 108). Material adicional. COSTA RICA: San José: San Antonio de Escazu (1300m. alt.), 19,19, 1 jovem, 11.1981, W. Eberhard col. (MCZ). IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (76): 101-159, 2 mar. 1994. A subfamília Eutichurinae na Região Neotropical... 125 Eutichurus ibiuna sp. n. (Figs. 62-64, 110) Holótipo. Macho, Ibiúna (29°39' 20"S, 47º 13' 32"0), São Paulo, Brasil, [V.1975, J. Talarico col. (IBSP 2750/16268). Etimologia. O nome específico é um substantivo referente à localidade-tipo. Diagnose. Machos de Eutichurus ibiuna diferem dos de E. luridus (figs. 75, 76) pela apófise tibial retrolateral simples, (figs. 62, 64); diferem das outras espécies com apófise tibial simples pelo êmbolo com um processo retrolateral subapical (fig. 63). Descrição. Macho (holótipo). Carapaça amarelo-escura; quelíceras, enditos e lábio castanhos; esterno amarelo; pernas amarelas, com os tarsos e terço distal dos metatarsos escurecidos; abdômen acinzentado. Comprimento total 11,05. Carapaça: comprimento 5,05, largura 3,85; clípeo, altura 0,15. Olhos: fila anterior 2,05, posterior, 2,25; QOM: comprimento 0,60, largura anterior 0,90, largura posterior 0,95; diâmetros: OMA 0,35, OLA 0,30, OMP 0,22, OLP 0,25; interdistäncias: OMA-OMA 0,27, OMA-OLA 0,37, OMP-OMP 0,47, OMP-OLP 0,55, OLA-OLP 0,05. Quelíceras: comprimento 3,10; retromargem com 3 dentes iguais, separados; promargem com 4, terceiro maior. Esterno: comprimento 2,55, largura 1,95. Abdômen: comprimento 6,00, largura 3,00. FLP: artículo proximal, comprimento 0,70; artículo distal, comprimento 1,30. Pernas: comprimento total I.II=IV.III; I - fêmur 4,90 / patela 2,20 / tíbia 4,60 / metatarso 5,10 / tarso 2,10 / total 18,90; II - 4,80 / 2,10 / 4,20 / 4,70 / 1,90 / 17,70; III - 4,10 / 1,80 / 3,10 / 3,70 / 1,60 / 14,30; IV - 5,00 / 1,90 / 4,00 / 4,90 / 1,90 / 17,70. Espinulação: I - tíbia p0-0-1; metatarso p0-0-1. Palpo: tíbia tão longa quanto o címbio; apófise tibial retrolateral simples, de ápice rombo; apófise média sem prolongamento; êmbolo com um pequeno processo retrolateral subapical (figs. 62 - 64). Distribuição geográfica. Brasil: São Paulo (fig. 110). Eutichurus ravidus Simon (Figs. 12, 18, 65-69, 110) Eutichurus ravidus SIMON, 1896: 501, síntipos 3 machos, 1 fêmea, 1 jovem, MNHN 6958, Tijuca, Rio de Janeiro, Brasil (examinados, presente designação de lectótipo macho e paralectótipos 2 machos, 1 fêmea, 1 jovem); 1897: 84; PETRUNKEVITCH, 1911: 482; MELLO-LEITÃO, 1926: 4, fig. 1; ROEWER, 1954: 521; BONNET, 1956: 1846. Philisca pallida MELLO-LEITÃO, 1943: 219-220, fig. 46, holótipo jovem, MNRJ 42240, Rio Grande do Sul, Brasil, B. Rambo col. (examinado); ROEWER, 1954: 521. Syn. n. Diagnose. Machos de Eutichurus ravidus diferem dos de E. itamaraju (figs. 70,72) pelo ramo dorsal da apófise tibial retrolateral alargado, pelo processo embolar de ápice agudo e pela ponta do êmbolo orientada apicalmente (figs. 65, 67); fêmeas diferem das de E. itamaraju (fig. 73) pelo átrio amplo, tão longo quanto largo e placas posteriores arqueadas, com a margem anterior em forma de “U” (fig. 68). Descrição. Macho (lectótipo). Carapaça amarela; quelíceras castanho-escuras; enditos e lábio castanho-claros; esterno e pernas amarelos; abdômen amarelo- esbranquiçado. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 101-159, 2 mar. 1994 126 BONALDO Comprimento total 11,70. Carapaça: comprimento 5,25, largura 3,65; clipeo, altura 0,12. Olhos: fila anterior 1,90, posterior, 2,05; QOM: comprimento 0,70, largura anterior 0,90, largura posterior 1,00; diâmetros: OMA 0,32, OLA 0,30, OMP 0,27, OLP 0,30; interdistäncias: OMA-OMA 0,30, OMA-OLA 0,30, OMP-OMP 0,48, OMP-OLP 0,42, OLA-OLP 0,07. Quelíceras: comprimento 2,35; retromargem com 4 dentes iguais; promargem com 4 dentes, terceiro maior. Esterno: comprimento 2,35, largura 1,95. Abdômen: comprimento 6,60, largura 3,30. FLP: artículo proximal, comprimento 1,07; artículo distal, comprimento 1,95. Pernas: comprimento relativo LII.IV.III; I - fêmur 6,30 / patela 2,20 / tíbia 5,90 / metatarso 7,00 / tarso 2,25 / total 23,65; II - 5,90 / 2,20 / 5,75 / 6,60 / 2,10 / 22,55; HI - 5,15 / 1,85 / 3,95 / 4,85 / 1,80 / 17,60; IV - 6,10 / 2,05 / 5,10 / 6,70 / 2,10 / 22,05. Espinulação: I- tíbia p0-0-1, v2-2-1p. II - tíbia p0-1, v2-2-1p; metatarso p1-0, v2-1p- 1. HI - tíbia vlp-2-2. Palpo: comprimento da tíbia pouco maior que o comprimemto do címbio; apófise tibial retrolateral bífida, fendida próximo à base, ramo ventral de ápice agudo, ramo dorsal de ápice arredondado; apófise média sem prolongamento; êmbolo achatado, com um processo prolateral subapical, ligado ao ápice por uma pars pendula (figs. 12,65-67). Fêmea (paralectótipo). Coloração como no macho. Comprimento total 13,20. Carapaça: comprimento 5,25, largura 4,05; clípeo, altura 0,15. Olhos: fila anterior 2,35, posterior 2,70; QOM: comprimento 0,70, largura anterior 0,95, largura posterior 1,05; diâmetros: OMA 0,32, OLA 0,32, OMP 0,27, OLP 0,30; interdistâncias: OMA-OMA 0,32, OMA-OLA 0,40, OMP-OMP 0,57, OMP-OLP 0,55, OLA-OLP 0,10. Quelíceras: comprimento 2,70; dentes como no macho. Esterno: comprimento 2,50, largura 2,05. Abdômen: comprimento 8,00, largura 5,00. FLP: artículo proximal, comprimento 0,95, artículo distal, comprimento 2,25. Pernas: comprimento relativo L.ILIV.III; I - fêmur 4,85 / patela 2,25 / tíbia 4,24 / metatarso 4,95 / tarso 1,65 / total 17,95; II - 4,95 / 2,20 / 4,15 / 4,65 / 1,50 / 17,45; II - 3,95 / 1,80 / 2,80 / 3,30 / 1,35 / 13,20; IV - 4,75 / 1,95 / 3,85 / 5,05 / 1,60 / 17,20. Espinulagäo: I - tíbia v0-1p-0; metatarso v2-1p-1. II - tíbia v0-1p-0; metatarso v2-Ip- 1. III - tíbia r0-1, v0-1p-0; IV - tíbia p0-1, vO-2-0. Epígino: átrio grande, liso, tão longo quanto largo; lobos anteriores reduzidos, placas posteriores arqueadas, não fusionadas; espermatecas de base mais desenvolvida que o ápice, haste larga na região basal (figs. 18, 68, 69). Variação. Comprimento: (10 machos) total 9,80 - 12,40; carapaça 4,40 - 5,45; fêmur 15,60 - 6,40; (10 fêmeas) total 11,30 - 16,30; carapaça 5,35 - 6,30; fêmur 1 4,75 - 5,50. Retromargem das quelíceras com 4 ou 5 dentes. Em algumas fêmeas, o ápice dos lobos anteriores do epígino apresenta-se esclerotinizado.. Distribuição geográfica. Brasil: Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul. Paraguai: San Bernardino. Argentina: Missiones (fig. 110). Material adicional. BRASIL. Rio de Janeiro: Rio de Janeiro, 1 2, M. Rosa col. (MNRJ 58436); 19, X11.1986, R. Baptista col. (CRB 1411); Mangaratiba (Ilha Grande), 1 S, XI[.1985,R. Baptista col. (CRB 1119); Minas Gerais: Caxambu, 19 (MNRJ); São Paulo: Rio Claro, 19, XII.1942, Pe. F.S. Pereiracol. (MZSP 10776); Amparo (Monte Alegre, Fazenda Santa Maria), 1S 19, 18-19.XI1.1942, B. Soares col. (MZSP 11800); Botucatu (Fazenda Edgardia), 1 9, 01.X11.1987, LM.P. Rinaldi & L. C. Forti col. (UEBS 854); Mairiporã, 1 5, X1.1989, L. Borimecico col. (IBSP 4768); São Paulo, 1 2, X.1983, L.S.D. Ferreira col. (IBSP 3758); Barueri, 1 6, 10.1X.1960, K. Lenko col. (MZSP 10726); São Bernardo do Campo, 1 9, 20.X11.1927, R. Spitz col. (MZSP 11090); Rubião Júnior, 1 2, 14.XII.1966, J. C. de Jesus col. (MZSP 11799); Santo Antônio da Posse (Ressaca), IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 101-159, 2 mar. 1994. A subfamília Eutichurinae na Região Neotropical... 11227] 19, 1948, Canera col. (MZSP 2969); Rio Grande do Sul: Canela, 19, 1 jovem, 03.VIII.1965, A. A. Lise col. (MCN 0008); Novo Hamburgo; 1 9, 1 jovem, 27.VII.1982, C.J. Becker col. (MCN 11072); 1 9, 10.1X.1982, C. J. Becker col. (MCN 10940); São Leopoldo, 1 4, 17.1X.1982, C.J. Becker col. (MCN 10964); Montenegro, 19,19, 29.IX.1977, A. A. Lise col. (MCN 6636); 1 5, 03.1X.1977, H. Bischoff col. (MCN 7190); Triunfo, 1 9,20.X.1977, A. A. Lise col. (MCN 6959); 1 9, 24.X.1989, M.A.L. Marques col. (MCN 18828); PARAGUAI. San Bernardino: 19, 2 jovens, VII-IX.1908, Fiebreg col. (NHMW, Sammlung Reimoser); ARGENTINA. Missiones: Eldorado, 1 9, 01.IX-15.X1.1964, A. Kovacs col. (AMNH); Manuel Belgrano, 1 9, X1.1954 (MACN); Refúgio Pinalito, 1 9, X1.1954 (MACN); Santa Maria, 1 9, X1.1954 (MACN). Eutichurus itamaraju sp. n. (Figs. 70-74, 109) Holótipo. Macho, Fazenda Nossa Senhora das Neves, Itamaraju, Bahia, Brasil, 07.VII.1978, J.S. Santos col. (MCN 10649). Etimologia. O nome específico é um substantivo em referência à localidade-tipo. Diagnose. Machos de Eutichurus itamaraju diferem dos de E. ravidus (figs. 65,67) pelo ramo dorsal da apófise tibial retrolateral pouco alargado, pelo processo embolar de ápice arredondado e pela ponta do êmbolo orientada prolateralmente (figs. 70,72); fêmeas diferem das de E. ravidus (fig. 68) pelo átrio menor, mais longo que largo e placas posteriores obliquas, com margens internas em forma de “V” (fig. 73). Descrição. Macho (holótipo). Carapaça amarela; quelíceras castanhas; enditos, lábio e esterno castanho-claros; pernas amarelas; abdômen amarelo-claro. Comprimento total 9,40. Carapaça: comprimento 4,50, largura 3,35; clípeo, altura 0,10. Olhos: fila anterior 1,75, posterior, 1,85; QOM: comprimento 0,57, largura anterior 0,85, largura posterior 0,92; diâmetros: OMA 0,32, OLA 0,30, OMP 0,27, OLP 0,27; interdistâncias: OMA-OMA 0,25, OMA-OLA 0,25, OMP-OMP 0,37, OMP-OLP 0,37, OLA-OLP 0,07. Quelíceras: comprimento 1,85; retromargem com 4 dentes iguais, subcontíguos; promargem com 4, terceiro maior. Esterno: comprimento 2,05, largura 1,70. Abdômen: comprimento 4,85, largura 2,80. FLP: artículo proximal, comprimento 0,60; artículo distal, comprimento 1,15. Pernas: comprimento relativo I.IL.IV.III; I - fêmur 5,60 / patela 2,00 / tíbia 5,60 / metatarso 6,20 / tarso 1,90 / total 21,30; II - 5,60 / 1,90 / 5,30 / 6,10 / 1,90 / 20,80; III - 4,50 / 1,60 / 3,70 / 4,70 / 1,60 / 16,10; IV - 5,50 / 1,90 / 4,70 / 6,50 / 1,90 / 20,50. Espinulação: I - tíbia p0-0-1. II - tíbia pl-1; metatarso p0-1-0. III - tíbia vlp-2-2. Palpo: comprimento da tíbia pouco maior que o comprimento do címbio; apófise tibial retrolateral bífida, fendida próximo à base, ramo ventral de ápice agudo, ramo dorsal de ápice pouco alargado; apófise média sem prolongamento; êmbolo achatado, com um processo prolateral subapical, ligado ao ápice por uma pars pendula (figs. 70 - 72). Fêmea (parátipo). Coloração como no macho, exceto peças bucais castanho- escuras. Comprimento total 13,20. Carapaça: comprimento 5,70, largura 4,20; clípeo, altura 0,15. Olhos: fila anterior 2,50, posterior 2,70; QOM: comprimento 0,82, largura anterior 1,10, largura posterior 1,22; diâmetros: OMA ,40, OLA 0,30, OMP 0,30, OLP 0,35; interdistâncias: OMA-OMA 0,37, OMA-OLA 0,47, OMP-OMP 0,62, OMP-OLP 0,67, OLA-OLP 0,20. Quelíceras: comprimento 3,20; dentes como no macho. Esterno: comprimento 2,75, largura 2,30. Abdômen: comprimento 7,60, largura 4,70. FLP: artículo proximal, comprimento 0,95, artículo distal, comprimento 2,12. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 101-159, 2 mar. 1994 128 BONALDO Pernas: comprimento relativo L.ILIV.III; I - fêmur 5,20 / patela 2,30 / tíbia 4,70 / metatarso 5,20 / tarso 1,70 / total 19,10; II - 5,10/2,30/4,50/5,10/1,70/18,70; HI - 4,10 / 1,90 / 3,10 / 3,70 / 1,50 / 14,30; IV - 5,10 / 2,10 / 4,10 / 5,40 / 1,70 / 18,40. Espinulagäo: I - tíbia vlp-1p-0; metatarso v2-1p-1. II - tíbia vO-1p-0; metatarso v2-1p- 1. II - tíbia pl-1-1, vO-1p-0; IV - tíbia p0-1, v1-1-0. Epígino: átrio pequeno, liso, mais longo que largo; lobos anteriores reduzidos; placas posteriores obliquas, não fusionadas; espermatecas de base tão desenvolvida quanto o ápice, ductos de fertilização longos e curvos (figs. 73, 74). Variação. Comprimento: (5 machos) total 12,60 - 9,40; carapaça 4,40 - 5,00; fêmur 15,60 - 6,20; (3 fêmeas) total 13,20 - 10,50; carapaça 5,70 - 6,20; fêmur I 5,10 - 5,70. Retromargem das quelíceras com 4 ou 5 dentes; promargem de 4 a 6. Distribuição geográfica. Brasil: Bahia, Espírito Santo (fig. 109). Material-tipo. Parátipos: BRASIL. Bahia: Porto Seguro (Fazenda São José), 2S , 28.X1.1970 (MNRJ); Mucurí (Fazenda Martinica), 1 2, 12.X.1970 (MNRJ); (Fazenda Goiarema), 1 S, 14.1V.1979, A. C. Niella col. (MCN 10128). Material adicional: BRASIL. Bahia: Itamaraju, 1 S (MNRJ); Espírito Santo: Rio São José, 1 9, 13.1X.1942, B. Soares col. (MZSP 11687); Cariacica (Duas Bocas), 1 2, R. & A. Baptista col. (CRB 2658). Eutichurus luridus Simon (Figs. 75-78, 109) Eutichurus luridus SIMON, 1896: 501. Síntipos 1 macho, 2 fêmeas, MNHN 6104, “Le Pará” (Belém do Pará), Brasil (examinado, presente designação de lectótipo macho e paralectótipos 2 fêmeas); 1897: 84; PETRUNKEVITCH, 1911: 482; ROEWER, 1954: 519; BONNET, 1956: 1845. Diagnose. Machos de Eutichurus luridus diferem dos de E. ibiuna (fig. 64) pela apófise tibial retrolateral bífida; dos de E. ravidus (figs. 65, 67) e E. itamaraju (figs. 70, 72) pelo ramo dorsal da apófise tibial reduzido e êmbolo simples, sem processo (figs. 75, 76); fêmeas diferem das de E. ravidus (fig. 68) e E. itamaraju (fig. 73) pelos lobos anteriores projetados sobre as placas posteriores e átrio triangular, muito reduzido. Separam-se das de E. madre (fig. 79) pelos lobos anteriores alongados e afilados. (fig. 77). Descrição. Macho (lectótipo). Carapaça, quelíceras, enditos, lábio, esterno e pernas amarelos; abdômen esbranquiçado. Comprimento total 6,50. Carapaça: comprimento 2,35, largura 1,85; clípeo, altura 0,07. Olhos: fila anterior 0,95, posterior, 1,00; QOM: comprimento 0,45, largura anterior 0,52, largura posterior 0,52; diâmetros: OMA 0,22, OLA 0,22, OMP 0,15, OLP 0,15; interdistâncias: OMA-OMA 0,17, OMA-OLA 0,12, OMP-OMP 0,22, OMP-OLP 0,20, OLA-OLP 0,05. Quelíceras: comprimento 1,22; retromargem com 4 dentes iguais; promargem com 4, terceiro maior. Esterno: comprimento 1,32, largura 1,12. Abdômen: comprimento 3,95, largura 1,85. FLP: artículo proximal, comprimento 0,44; artículo distal, comprimento 0,92. Pernas: comprimento relativo LII.IV.HI; I - fêmur 3,70 / patela 1,10 / tíbia 3,65 / metatarso 4,00 / tarso 1,30 / total 13,75; II - 3,60 / 1,10 / 3,45 / 3,75 / 1,20 / 13,10; HI - 2,95 / 0,95 / 2,30 / 2,60%. 1,0511985: IV. = 3,607 /1120597. 310574 21.0722 OBA Espinulação: I - tíbia p0-1; metatarso v2-2-1p. II - metatarso v2-2-1p. HI - tíbia vlp- 2-2. IV - tíbia vlp-2-2. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 101-159, 2 mar. 1994. A subfamília Eutichurinae na Região Neotropical... 129 Palpo: comprimento da tíbia pouco maior que a metade do comprimento do címbio; apófise tibial retrolateral bífida, fendida próximo à base, ramo ventral longo, ramo dorsal curto, de ápice agudo; apófise média sem prolongamento; êmbolo simples, cônico, sem processo (figs. 75, 76). Fêmea (paralectótipo). Carapaça amarela, levemente escurecida na região cefálica; quelíceras, enditos e lábio castanhos; esterno amarelo, bordas castanhas; pernas amare- las; abdômen esbranquiçado. Comprimento total 10,60. Carapaça: comprimento 4,20, largura 3,10; clípeo, altura 0,07. Olhos: fila anterior 1,85, posterior 2,15; QOM: comprimento 0,52, largura anterior 0,80, largura posterior 0,87; diâmetros: OMA 0,30, OLA 0,27, OMP 0,22, OLP 0,22; interdistâncias: OMA-OMA 0,25, OMA-OLA 0,27, OMP-OMP 0,40, OMP-OLP 0,44, OLA-OLP 0,10. Quelíceras: comprimento 2,05; retromargem como no macho, promargem com 5 dentes, quarto maior. Esterno: comprimento 1,90, largura 1,60. Abdômen: comprimento 6,50, largura 4,20. FLP: artículo proximal, comprimento 0,70, artículo distal, comprimento 1,30. Pernas: comprimento relativo I.IV.IL.III, I - fêmur 3,85 / patela 1,65 / tíbia 3,60 / metatarso 4,05 / tarso 1,35 / total 14,50; II - 3,85 / 1,65 / 3,40 / 3,70 / 1,30 / 13,90; III - 3,10 / 1,45 / 2,50 / 3,40 / 1,10 / 11,55; IV - 3,90 / 1,55 / 3,30 / 4,10 / 1,35 / 14,20. Espinulação: I - tíbia v1p-2-0; metatarso v2-1p-1. II - tíbia v0-1p-0; metatarso v2-Ip-1. IH - tíbia v1p-1p-0. IV - tíbia vlp-1p-0. Epígino: átrio muito reduzido, triangular; lobos anteriores laminares, pequenos, projetados sobre as placas posteriores; placas posteriores grandes, bojudas, tão longas quanto largas; espermatecas de base e ápice de igual tamanho, haste longa e sinuosa (figs. 77, 78). Variação. Comprimento: (1 macho) total: 8,60; carapaça 3,60; fêmur I 4,90; (4 fêmeas) total 9,00 - 10,60; carapaça 4,10 - 4,35; fêmur I 3,85 - 4,10. Retromargem e promargem das quelíceras com 4 ou 5 dentes. Distribuição geográfica. Peru; Brasil: Pará; Bolívia: Beni (fig. 109). Material adicional. PERU: Avispas, 1 I, 20-30.1X.1962, L. Pefia col. (IRSN 23077). BRASIL. Pará: Carajás (Mata do Pojuca), 1 9, 2 jovens, VII.1988, LC.F. Alvarenga col. (MNRJ); BOLIVIA. Beni: Vila indígena Chacobo (Rio Benicito) (66º W, 12º 30'S), 1 9, 20.VI.1960 (AMNH). Eutichurus madre sp. n. (Figs. 79, 110) Holótipo. Fêmea, Zona Reservada Tambopata (Laguna Chica), Madre de Dios, Peru (290 m. alt.) (12º 50’S 69º 17'0), 01.V1.1988, D. Silva D. col. (MUSM). Etimologia. O nome específico é um substantivo e refere-se ao Departamento Madre de Dios, onde se localiza a Zona Reservada Tambopata, a localidade-tipo. Diagnose. Fêmeas de Eutichurus madre (fig. 79) diferem das de E. luridus (fig. 77) pelos lobos anteriores truncados e das de E. marquesae (fig. 80) e E. itamaraju (fig. 73) pelos lobos anteriores projetados sobre as placas posteriores. Descrição. Fêmea (holótipo). Carapaça amarela, região torácica castanha; quelíceras, enditos e lábio castanho-escuros; esterno amarelo, bordas castanhas; pernas amarelas, tarsos e região dostal dos metatarsos escurecidos, abdômen acinzentado. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 101-159, 2 mar. 1994 130 BONALDO Comprimento total 13,70. Carapaça: comprimento 5,60, largura 4,00; clípeo, altura 0,15. Olhos: fila anterior 2,20, posterior, 2,52; QOM: comprimento 0,65, largura anterior 0,97, largura posterior 1,02; diâmetros: OMA 0,40, OLA 0,32, OMP 0,30, OLP 0,30; interdistâncias: OMA-OMA 0,30, OMA-OLA 0,40, OMP-OMP 0,45, OMP-OLP 0,65, OLA-OLP 0,07. Quelíceras: comprimento 3,05; esquerda, retromargem com 4 dentes iguais, subcontíguos; promargem com 3, segundo maior; direita, retromargem com 3 dentes iguais, subcontíguos; promargem com 4, terceiro maior. Esterno: comprimento 2,55, largura 2,10. Abdômen: comprimento 7,90, largura 5,10. FLP: artículo proximal, comprimento 0,70; artículo distal, comprimento 1,35. Pernas: comprimento relativo I=IV.II.II; I - fêmur 4,60 / patela 2,20 / tíbia 4,05 / metatarso 4,40 / tarso 1,80 / total 17,05; II - 4,50 / 2,20 / 3,80 / 4,30 / 1,70 / 16,50; HI - 3,70 / 1,90/2,80:/03,30//01,507/ 13,207 IM 4,70 722107380 / 272 0203: Espinulação: I-tibia vlp-2-0; metatarso v2-0-1. II - tíbia v0-1p-0; metatarso v2-0-1. HI - tíbia v0=1p-0. IV - tíbia p0-1, v1p-2-0. Epígino: átrio triangular, muito reduzido; lobos anteriores projetados sobre as placas posteriores, laminares na porção anterior, formando um semicírculo distinto; placas posteriores pouco mais longas que largas (fig. 79). Distribuição geográfica. Peru: Madre de Dios (fig. 110). Eutichurus marquesae sp. n. (Figs. 80, 81, 108) Eutichurus auricomus; MELLO-LEITÃO, 1941a: 286 (identificação errônea). Eutichurus meridianus; MELLO-LEITAO, 1941a: 286 (identificação errônea). Holótipo. Fêmea, La Uvita, Santa Fé de Bogotá, Cundinamarca, Colômbia, I. N. Maria col. (MNRJ 152). Etimologia. Homenagem à Maria Aparecida de Leão Marques, aracnóloga do MCN. Diagnose. Fêmeas de E. marquesae (fig. 80) distinguem-se das de E. luridus (fig. 77) e E. madre (fig. 79) pelos lobos anteriores projetados sobre a área lateral do epígino e pelas placas posteriores muito mais longas que largas. Descrição. Fêmea (holótipo). Carapaça castanho-avermelhada, mais escura na região cefálica; quelíceras, enditos e lábio castanho-avermelhado-escuros; esterno casta- nho-claro, de bordas escuras; pernas e abdômen amarelos. Comprimento total 15,50. Carapaça: comprimento 7,10, largura 5,60; clípeo, altura 0,25. Olhos: fila anterior 3,10, posterior 3,40; QOM: comprimento 0,70, largura anterior 1,15, largura posterior 1,25; diâmetros: OMA 0,35, OLA 0,35, OMP 0,30, OLP 0,30; interdistâncias: OMA-OMA 0,45, OMA-OLA 0,75, OMP-OMP 0,70, OMP-OLP 0,97, OLA-OLP 0,20. Quelíceras: comprimento 4,40; retromargem com 4 dentes subiguais, promargem com 5, quarto maior. Esterno: comprimento 3,50, largura 3,00. Abdômen: comprimento 8,90, largura 6,00. FLP: artículo proximal, comprimento 0,95, artículo distal, comprimento 1,20. Pernas: comprimento relativo I=IV.IL. II; I - fêmur 5,40 / patela 2,80 / tíbia 4,80 / metatarso 5,20 / tarso 2,10 / total 20,30; II - 5,30 / 2,80 / 4,50 / 5,00 / 2,00 / 19,60; III - 4,50 / 2,50 / 3,40 / 3,90 / 1,70 / 16,00; IV - 5,70 / 2,70 / 4,50 / 5,40 / 2,00 / 20,30. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (76): 101-159, 2 mar. 1994. A subfamília Eutichurinae na Região Neotropical... 131 Espinulação: I - tíbia vlp-2-0; metatarso v2-0-1. II - tíbia v0-1p-0; metatarso v2-0-1. III - tíbia v1p-2-0. IV - tíbia v2-2-0. Epígino: átrio sub-retangular, duas vezes mais longo que largo; lobos anteriores laminares na porção anterior, projetados sobre as áreas laterais do epígino; placas posteriores mais longas que largas; espermatecas de haste com uma projeção mediana (figs. 80, 81). Variação. Comprimento: (parátipo) total 14,30; carapaça 5,60; fêmur I 4,80. Distribuição geográfica. Colômbia: Cundinamarca (fig. 108). Material-tipo. Parátipo. COLÔMBIA. Cundinamarca: Santa Fé de Bogotá, 1 2, LN. Maria col. (MCN 22404, Ex MNRJ). Eutichurus manu sp. n. (Figs. 82, 83, 109) Holótipo. Fêmea, Parque Nacional Manu (Cocha Cashu), Madre de Dios, Peru, VII-XI.1986, C. Mitchell col. (MUSM). Etimologia. O nome específico é um substantivo e refere-se à localidade-tipo. Diagnose. Fêmeas de Eutichurus manu (figs. 82, 83) diferem das de E. sigillatus (fig. 87) pelo átrio liso, sem projeção posterior mediana e das de E. putus (fig. 92) pelos lobos anteriores projetados sobre o átrio e pelas bordas internas das placas posteriores levemente oblíquas. Descrição. Fêmea (holótipo). Carapaça amarela; quelíceras, enditos e lábio castanho-claros; esterno e pernas amarelos; abdômen amarelo-acinzentado. Comprimento total 12,50. Carapaça: comprimento 4,75, largura 3,65; clípeo, altura 0,12. Olhos: fila anterior 2,05, posterior, 2,22; QOM: comprimento 0,67, largura anterior 0,87, largura posterior 1,00; diâmetros: OMA 0,30, OLA 0,27, OMP 0,25, OLP 0,27; interdistâncias: OMA-OMA 0,35, OMA-OLA 0,40, OMP-OMP 0,52, OMP-OLP 0,52, OLA-OLP 0,10. Quelíceras: comprimento 2,55; retromargem com 5 dentes subiguais; promargem com 6, quinto maior. Esterno: comprimento 2,20, largura 1,90. Abdômen: comprimento 8,00, largura 5,00. FLP: artículo proximal, comprimento 0,75; artículo distal, comprimento 1,70. Pernas: comprimento relativo I.II.IV.III; I - fêmur 4,85 / patela 1,85 / tíbia 4,35 / metatarso 4,55 /tarso 1,50 /total 17,10; 11-4,75/1,85/4,10/4,40/1,55/16,65; HI 091,95 /2,90 / 3,35 / 1,30 / 12,95; IV - 4,70 / 1,75 / 3,80 / 4,80 / 1,50 / 16,55. Espinulação: I-tibia v1p-2-0; metatarso v2-1p-1. II - tíbia vO-1p-0; metatarso v2-1p- 1. HI - tíbia p0-0-1, r0-0-1, v1p-1p-0. IV - tíbia p0-0-1, r0-0-1, v1p-2-0. Epígino: átrio tão longo quanto largo, lobos anteriores projetados sobre o átrio; placas posteriores, de margem anterior levemente oblíqua, fusionadas, com uma sutura mediana longitudinal; espermatecas com ápice clavado, muito desenvolvido (figs. 82, 83). Variação. Comprimento: (3 fêmeas) total 11,80 - 13,80; carapaça 4,75 - 5,25; fêmur I 4,75 - 4,85. Promargem das quelíceras com 5 ou 6 dentes. Distribuição geográfica. Peru: Huanuco, Madre de Dios (fig. 109). Material-tipo. Parátipos: PERU. Huanuco: Dantas - La molina, Quebrada Sapote (SO de Puerto Inca) “(09º 38'S, 75º 00'0) (270m. alt.), 19, 27.V.1987, D. Silva D. col. (MCN 22187, ex MUSM); Divisória, 1 9, 3- 23.X.1946, F. Woytkowski col. (AMNH). IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 101-159, 2 mar. 1994 182 BONALDO Eutichurus sigillatus Chickering (Figs. 84-88, 108) Eutichurus sigillatus CHICKERING, 1937: 32, 33, figs. 40, 69, 70, holótipo macho, MCZ B0072, Barro Colorado Island, Canal Zone, Panamá, 16.VI-15.VII.1934 (examinado); ROEWER, 1954: 519: BONNET, 1956: 1845. Diagnose. Machos de Eutichurus sigillatus diferem dos de E. putus (fig. 89) pela apófise média afilada apicalmente e pela ponta do êmbolo trífida (fig. 84); fêmeas diferem das de E. putus (fig. 92) e E. manu (fig. 82) pela borda anterior das placas posteriores em forma de “W” e pelo átrio com uma protuberância mediana posterior (fig. 87). Descrição. Macho (Ilha de Barro Colorado, Panamá). Carapaça castanho-clara; quelíceras, enditos e lábio castanhos; esterno amarelo, bordas castanhas; pernas casta- nho-claras; abdômen amarelo. Comprimento total 8,40. Carapaça: comprimento 3,80, largura 2,90; clípeo, altura 0,10. Olhos: fila anterior 1,52, posterior, 1,65; QOM: comprimento 0,50, largura anterior 0,77, largura posterior 0,80; diâmetros: OMA 0,30, OLA 0,22, OMP 0,25, OLP 0,25; interdistâncias: OMA-OMA 0,22, OMA-OLA 0,22, OMP-OMP 0,32, OMP-OLP 0,32, OLA-OLP 0,07. Quelíceras: comprimento 1,70; retromargem com 4 dentes subiguais, contíguos; promargem com 4, segundo e terceiro maiores. Esterno: comprimento 1,90, largura 1,55. Abdômen: comprimento 4,70, largura 2,30. FLP: artículo el compri- mento 0,60; articulo distal, comprimento 1,45. Pernas: comprimento relativo I.II.IV.II; I - fêmur 5,10 / patela 1,60 / tíbia 5,10 / metatarso 5,70 /tarso 1,80 /total 19,30; II - 5,00 / 1,60 /4,70/5,50/1,70/ 18,50; III - 4,20 / 1,50 / 3,40 / 4,20 / 1,40 / 14,70; IV - 5,10 / 1,60 / 4,30 / 5,70 / 1,60 / 18,30. Espinulagäo: I- tíbia p0-0-1; metatarso p1-0. II- tíbia pl-1; metatarso p1-0. III - tíbia vlp-2-2. IV - tíbia vlp-2-2. Palpo: tíbia tão longa quanto o címbio; apófise tibial retrolateral trífida, ramo mediano maior; apófise média, sem prolongamento, de ápice agudo; êmbolo achatado, trífido (figs. 84 - 86). Fêmea (Ilha de Barro Colorado, Panamá). Coloração como no macho. Comprimen- to total 11,00. Carapaça: comprimento 5,00, largura 3,80; clípeo, altura 0,12. Olhos: fila anterior 2,12, posterior 2,32; QOM: comprimento 0,55, largura anterior 0,92, largura posterior 1,00; diâmetros: OMA 0,32, OLA 0,27, OMP 0,22, OLP 0,25; interdistâncias: OMA-OMA 0,32, OMA-OLA 0,40, OMP-OMP 0,55, OMP-OLP 0,57, OLA-OLP 0,15. Quelíceras: comprimento 2,40; retromargem com 5 dentes subiguais, promargem com 5, quarto maior Esterno: comprimento 2,45, largura 2,05. Abdômen: comprimento 5,90, largura 3,10. FLP: artículo proximal, comprimento 0,80, artículo distal, comprimento LS: "Pernas: comprimento relativo I.I=IV. III; I - fêmur 4,60 / patela 1,90 / tíbia 4,00 / metatarso 4,30 / tarso 1,40 / total 16,20; II - 4,50 / 1,90 / 3,80 / 4,20 / 1,40 / 15,80; II - 3,70 / 1,60 / 2,70 / 3,40 / 1,20 / 12,60; IV - 4,50 / 1,70 / 3,60 / 4,70 / 1,30 / 15,80. Espinulação: I- tíbia vlp-2-0; metatarso v2-1p-1. II-tibia v0-1p-0; metatarso v2-1p- 1. II -tibia v0-1p-0. IV - tíbia r1-0, v1p-2-0; metatarso p1-0-2, r0-1-2, v 1r-2-1. Epígino: átrio pequeno, mais largo que longo; lobos anteriores pequenos; placas posteriores mais largas que longas, fusionadas, com uma sutura mediana longitudinal; IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 101-159, 2 mar. 1994. A subfamília Eutichurinae na Região Neotropical... 133 espermatecas com äpice clavado, desenvolvido (figs. 87, 88). Variação. Comprimento:(5 machos) total 7,80 -9,10; carapaça 3,60 - 3,80; fêmur I 4,80 - 5,40; (4 fêmeas) total 8,60 - 11,60; carapaça 4,50 - 5,70; fêmur I 4,00 - 4,90. Retromargem e promargem das quelíceras com 4 ou 5 dentes. Distribuição geográfica. Panamá: Zona do Canal (fig. 108). Material-tipo. Parátipo: PANAMÁ. Zona do canal: Ilha de Barro Colorado, 1 S, 16.VI-15.VII.1934, A. M. Chickering col. (MCZ). Material adicional: PANAMÁ. Zona do canal: Ilha de Barro Colorado, 19,19, 1 jovem, VI.1950 (MCZ); 2 6, V1.1950 (MCZ); 1 9, 07.VI1.1954 (MCZ); 1 5, 12.VH1.1954 (MCZ); 1 9, 06.11.1958 (MCZ); 1 6, 18.1V.1958 (MCZ) (todos coletados por A. M. Chickering). Eutichurus putus O. Pickard-Cambridge (Figs. 89-93, 109) Eutichurus putus O. PICKARD-CAMBRIDGE, 1898: 237, prancha 34, figs. 3, 3a-d, holötipo fêmea, Veraguas, Panamá, Boucard col. BMNH (examinado); F.O. PICKARD-CAMBRIDGE, 1899: 86; PETRUNKEVITCH, 1911: 482; 1925: 75; ROEWER, 1954: 519; BONNET, 1956: 1846. Eutichurus ecuadorensis SCHMIDT, 1971: 409, 410, fig. 14, holótipo fêmea, SMF 25763, “mit bananen aus Ekuador in Hamburg eingeschleppt” (examinado; epígino em lâmina de microscopia, não localizada, se- gundo Dr. M. Grasshoff, contato epistolar); BRIGNOLI, 1983: 542. Syn. n. Diagnose. Machos de Eutichurus putus diferem dos de E. sigillatus (fig. 84) pela apófise media alargada apicalmente e pela ponta do êmbolo bífida (fig. 89); fêmeas diferem das de E. sigillatus (fig. 87) pelo átrio liso, sem protuberância mediana posterior e das de E. manu (fig. 82) pelos lobos anteriores não projetados sobre o átrio e pela borda anterior das placas posteriores reta (figs. 92). Descrição. Macho (Ilha de Maracá, Roraima, Brasil). Carapaça amarela; quelíceras, enditos e lábio castanhos; esterno e pernas amarelos; abdômen amarelo-acinzentado. Comprimento total 10,00. Carapaça: comprimento 4,45, largura 3,35; clípeo, altura 0,07. Olhos: fila anterior 1,35, posterior 1,75; QOM: comprimento 0,50, largura anterior 0,85, largura posterior 0,87; diâmetros: OMA 0,32, OLA 0,22, OMP 0,22, OLP 0,25; interdistâncias: OMA-OMA 0,25, OMA-OLA 0,25, OMP-OMP 0,40, OMP-OLP 0,40, OLA-OLP 0,10. Quelíceras: comprimento 1,85; retromargem com 5 dentes subiguais; promargem com 3, segundo maior. Esterno: comprimento 2,10, largura 1,75. Abdômen: comprimento 5,80, largura 2,80. FLP: artículo proximal, comprimento 0,65; artículo distal, comprimento 1,50. Pernas: comprimento relativo I.IV IL; I - fêmur 6,20 / patela 1,95 / tíbia 6,20 / metatarso 7,40 /tarso 2,35 / total 24,10; II - 5,90 / 1,90 / 6,00 / 6,90 / 2,10 / 22,80; III RW 70/420/5,25/1,70/17,85; IV - 6,30 / 1,80 / 5,30 / 7,40 / 2,10 / 22,90. Espinulagäo: I- tíbia p0-0-1, v2-2-Ip. II - tíbia p0-0-1. III - tíbia vlp-2-2. Paipo: tíbia tão longa quanto o címbio; apófise tibial retrolateral trífida, ramo mediano maior; apófise média sem prolongamento, de ápice alargado; êmbolo achatado, bifido (figs. 89 - 91). Fêmea (Ilha de Barro Colorado, Panamá). Carapaça castanho-clara; quelíceras castanho-escuras; enditos e lábio castanhos; pernas amarelo-escuras; abdômen amare- lo-acinzentado. Comprimento total 11,60. Carapaça: comprimento 5,10, largura 3,80; clípeo, IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (76): 101-159, 2 mar. 1994 134 BONALDO altura 0,15. Olhos: fila anterior 2,35, posterior 2,55; QOM: comprimento 0,72, largura anterior 0,92, largura posterior 1,15; diâmetros: OMA 0,32, OLA 0,27, OMP 0,25, OLP 0,27; interdistäncias: OMA-OMA 0,35, OMA-OLA 0,50, OMP-OMP 0,62, OMP- OLP 0,65, OLA-OLP 0,15. Queliceras: comprimento 2,75; retromargem como no macho, promargem com 5 dentes, quarto maior. Esterno: comprimento 2,50, largura 2,15. Abdömen: comprimento 6,30, largura 4,00. FLP: articulo proximal, comprimento 0,80, articulo distal, comprimento 1,75. Pernas: I - fêmur 4,60 / patela 2,20 / tíbia 4,15 / metatarso 4,75 /tarso 1,65 / total 17,35; IM 4,507 2,157 3,83 /4.457 5537 16.502 1102375175 2 8070545288: 13,10; IV - 4,75 / 1,90 / 3,60 / 5,00 / 1,60 / 16,85. Espinulação: I - tíbia vlp-1p-0; metatarso v2-1p-1.II- tíbia v0-1p-0; metatarso v2-1p-1. III - tíbia v0-1p-0. IV - tíbia vlp-1p-0. Epígino: átrio tão longo quanto largo, lobos anteriores pouco desenvolvidos, placas posteriores mais largas que longas, fusionadas, com uma sutura mediana longitu- dinal; espermatecas com ápice não diferenciado da haste (figs 92, 93). Variação. Comprimento: (10 machos) total 7,60 - 10,40; carapaça 3,60 - 4,65; fêmur 15,15 - 6,20; (5 fêmeas) total 11,20 - 14,10; carapaça 4,80 - 5,70; fêmur I 4,45 - 4,95. Retromargem das quelíceras com 4 ou 5 dentes; promargem com de 3 a 5. Em alguns machos, o ramo dorsal da apófise média apresenta-se reduzido. Distribuição geográfica. Panamá: Zona do Canal; Colômbia: Valle del Cauca; Equador; Brasil: Roraima, Rondônia, Mato Grosso do Sul (fig. 109). Material adicional. PANAMÁ. Zona do canal: Ilha de Barro Colorado, 1 &, 30. VIL.1936 (MCZ); 19, 1 jovem, 7-20.11.1950 (MCZ); 13, VII.1950 (MCZ) 19, 20.VII.1954 (MCZ); 19,20. VII.1954 (MCZ); Estrada Chiva (Próximo a Pedro Miguel), 1, 23.VII.1954; 15, 1 2, 7-20.11.1950 (MCZ); 19,19, 16.VII. 1954 (MCZ), 19, 30.VII.1954 (MCZ) (todos coletados por A. M. Chickering); 1 &, sem procedência (MCZ); COLÔMBIA. Valle del Cauca: Cali, 1 S, 27.11.1973, W. Eberhard & H. W. Levi col. (MCZ); BRASIL. Roraima: Estação Ecológica de Maracá, Ilha de Maracä (Rio Uraricoera) 1 S, 13. V.1987, L. S. de Aquino col. (MCN 19316); 1 S, 1 jovem, 18-22.VII.1987, R. Gribel col. (MCN 19739). Rondônia: Mirante da Serra (Rio Ouro Preto), 19, X1.1983 (MNRJ). Mato Grosso do Sul: 260km N de Xavantina (12º 49'S, 51º 46 W), 1 6, II-11.1969, Xavante- Cachimbo Exp. (MCZ). Ericaella gen. n. Espécie tipo. Eutichurus longipes Chickering, 1937. Etimologia. O nome genérico, feminino, presta homenagem à Erica H. Buckup (MCN), em reconhecimento à sua contribuição ao desenvolvimento da aracnologia no sul do Brasil. Diagnose. Representantes de Ericaella ditinguem-se dos de Eutichurus e Radulphius pela seguinte combinação de caracteres: pernas delgadas, muito longas em relação ao corpo (comprimento do fêmur I cerca de três vezes o da carapaça) (fig. 5); tíbia do palpo do macho com duas apófises, uma retrolateral, outra dorsal (figs. 95, 99); bulbo simples, sem apófise média e sem condutor (figs. 13, 95, 99); epígino da fêmea de margem anterior conspícua e átrio semi-encoberto por uma placa mediana munida de projeções posteriores (figs. 96, 100). Descrição. Comprimento total (machos e fêmeas): 4.20 - 6.00. Carapaça pouco convexa, truncada na margem anterior, mais larga na região das coxas II (fig. 6); região iIHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (76): 101-159, 2 mar. 1994. A subfamília Eutichurinae na Região Neotropical... 135 cefálica pouco mais alta que a torácica, declive posterior gradual (fig. 5); sem sulco torácico; região torácica com uma banda escura longitudinal de cada lado (fig. 6); clípeo com altura menor que a metade do diâmetro dos OMA. Olhos: fila anterior levemente procurva em vista frontal; fila posterior levemente procurva em vista dorsal; QOM mais longo que largo, retangular; olhos sub-circulares, sub-iguais em tamanho, os anteriores ligeiramente maiores; interdistâncias: OMA-OMA separados por até um diâmetro e meio; OMA-OLA por aproximadamente um diâmetro dos OMA; OMP-OMP por até pouco mais de um diâmetro; OMP-OLP por até um diâmetro e meio dos OMP; OLA- OLP contíguos, em cômoro. Quelíceras longas, não geniculadas tanto em machos como em fêmeas, com côndilo basal conspícuo (fig. 5). Enditos paralelos, retromargem levemente côncava, ápice subquadrado. Lábio mais longo que largo, de comprimento pouco maior que a metade do comprimento dos enditos. Esterno tão largo quanto longo, de bordas pouco esclerotinizadas e de largura anterior subigual à largura mediana. Pernas longas e afiladas, com pêlos castanhos longos e curtos; comprimento relativo LIV IL III; metatarso Ille IV com tufos de cerdas ventro-distais ralos; metatarsos e tarsos sem escópulas ventrais; tarso do palpo da fêmea com uma unha não pectinada. Abdômen ovalado, pouco piloso, com pêlos negros e castanhos esparsos; com um par de faixas irregulares longitudinais dorso-laterais de pigmentação branca (figs. 5, 6). Palpo do macho com duas apófises tibiais, uma retrolateral, com um prolonga- mento laminar no ápice e outra dorsal, orientada retrolateralmente; bulbo sem apófise média e sem condutor, com ductos largos e êmbolo cônico, longo e afilado, sem processo, de inserção prolateral basal. Epígino com distinta margem anterior e átrio parcialmente encoberto por uma placa mediana. Elenco. Duas espécies: Ericaella longipes (Chickering) e E. samiria sp. n. Ericaella longipes (Chickering) comb. n. (Figs. 5, 6, 13, 94-97, 108) Eutichurus sp.; BANKS, 1929: 62, fig. 77. Fêmea, MCZ, Ilha de Barro Colorado, Zona do Canal, Panamá, 04.V111.1924, N. Banks col. (examinado). Eutichurus longipes CHICKERING, 1937: 30 - 32, figs. 39, 64, 67. Holótipo macho, MCZ B0071, Ilha de Barro Colorado, Zona do Canal, Panamá, 16.VI-15.VI1.1934, A. M. Chickering col. (examinado); ROEWER, 1954: 518; BONNET, 1956: 1845. Diagnose. Machos de Ericaella longipes diferem dos de E. samiria (fig. 98,99) pela apófise tibial dorsal pequena, afilada e reta (fig. 94, 95); fêmeas diferem das de E. samiria (fig. 100) pelo átrio mais largo que longo e placa mediana com um par de projeções látero- posteriores pequenas, não ultrapassando a margem do átrio (fig. 96). Descrição. Macho (Ilha de Barro Colorado, Panamá). Carapaça amarelo-clara, bandas laterais castanhas; quelíceras amarelas; enditos amarelo-claros; lábio amarelo; esterno e pernas amarelo-claros; abdômen acinzentado, com densa pigmentação branca. Comprimento total 4,25. Carapaça: comprimento 1,75, largura 1,45; clípeo, altura 0,05. Olhos: fila anterior 0,82, posterior, 0,87; QOM: comprimento 0,23, largura anterior 0,40, largura posterior 0,41; diâmetros: OMA 0,12, OLA 0,12, OMP 0,12, OLP 0,12: interdistâncias: OMA-OMA 0,18, OMA-OMP 0,13, OMP-OMP 0,17, OMP-OLP 0,16, IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 101-159, 2 mar. 1994 136 BONALDO OLA-OLP 0,03. Quelíceras: comprimento 1,07; retromargem com 5 dentes subiguais, separados; promargem com 3, o segundo maior. Esterno: comprimento 0,97, largura 0,97. Abdômen: comprimento 2,55, largura 1,15. FLP: artículo proximal, comprimento 0,37; artículo distal, comprimento 0,55. Pernas: I- fêmur 5,60 / patela 0,80 / tíbia 6,00 / metatarso 6,90 / tarso 2,10 / total 21,4; II- 3,90/0,70/3,85/4,30/1,20/13,95; 11-2,55/0,60/2,30/2,85/0,85/9,15; IV-3,80/0,65/3,70/4,95/1,15/14,25. Espinulação: I- fêmur dO, p0-1-0, r0, vO; tíbia dO, p0-1-0, r0-1-0, v0-2-0; metatarso dO, p0-1-0, r0-1-0, v2-0-1. II - fêmur dO, p0-1-0, TO, vO; tíbia dO, p0-1-0, r0-1-0, v0-2-0; metatarso dO, p0-1-0, r0-1-0, v2-2-1. IH - fêmur dO, p0, rO, vO; tíbia dO, p0, r0, vO; metatarso dO, p0-1-2, r0-1-2, v2-2-1. IV - fêmur dO, p0, TO, vO; tíbia dO, p0, rO, vO; metatarso dO, pl-1-2, rl-1-2, v2-2-1. Palpo: tíbia ligeiramente mais longa que o címbio, apófise tibial retrolateral com prolongamento laminar apical de orientação ventral, apófise tibial dorsal pequena e afilada, de inserção subapical; êmbolo cônico e afilado (figs. 13, 94, 95). Fêmea (mesma localidade). Coloração como no macho. Comprimento total 5,15. Carapaça: comprimento 2,05, largura 1,55; clípeo, altura 0,06. Olhos: fila anterior 0,92, posterior 0,97; QMO: comprimento 0,30, largura anterior 0,42, largura posterior 0,46; diâmetro: OMA 0,15, OLA 0,15, OMP 0,13, OLP 0,13; interdistâncias: OMA-OMA 0,18, OMA-OLA 0,18, OMP-OMP 0,20, OMP-OLP 0,20, OLA-OLP 0,03. Quelíceras: comprimento 1,07; dentes como no macho. Esterno: comprimento 1,07, largura 1,05. Abdômen: comprimento 3,10, largura 1,70. FLP: artículo proximal, comprimento 0,55, artículo distal, comprimento 0,85. Pernas: I - fêmur 4,75 / patela 0,85 / tíbia 5,20 / metatarso 6,10 / tarso 1,90 / total 18,8; 11-3,15/0,70/3,00/3,40/1,00/11,25; III - 2,20 / 0,65 / 1,85 / 2,40 / 0,75/ 7,85; IV - 3,10 /0,70 /2,75 / 3,80 / 0,95 / 11,30. Espinulação: I - fêmur dO, p0-1-0 r0, vO; tíbia dO, p0, r0, vO-2-0; metatarso dO, pO, r0, v2-0-1. II - fêmur dO, p0, rO, vO; tíbia dO, p0, rO, v0-2-0; metatarso dO, p0, r0-1-0, v2-1p-1. III - fêmur dO, p0, rO, vO; tíbia dO, p0, r0, vO; metatarso dO, p0-1-2, r0-1-2, v2-2-1. IV - fêmur dO, p0, r0, vO; tíbia dO, p0, rO, vO; metatarso dO, p0-1-2, r0-1-2, v2-2-1. Epígino: átrio mais largo que longo; placa mediana sem sutura longitudinal, pouco conspícua, com duas projeções; espermatecas próximas entre sí, de ápice globular, distinto (figs. 96, 97). Variação. Comprimento (10 machos) total 4,20 - 5,20; Carapaça 1,80 - 2,20; fêmur I 5,50 - 6,20; (10 fêmeas) total 4,35 - 5,75; carapaça 1,70 - 2,30; fêmur I 3,80 - 5,45. A coloração do corpo varia do amarelo-claro a amarelo-escuro. As bandas laterais da carapaça podem ser pouco conspícuas. A quantidade de pigmentação branca do abdômen também varia. A margem anterior do epígino varia de subquadrada a semi- circular. Distribuição geográfica. Panamá: Zona do Canal (fig. 108). Material adicional. PANAMÁ. Zona do Canal: Ilha de Barro Colorado, 1 &, 23-24.VIL.1936, (MCZ); 19,29,VI1.1936, (MCZ); 12,30-31.VI1.1936, (MCZ); 15,192, VII. 1936, (MCZ); 15,29,2. VHI.1936, (MCZ); 259, 14.VHI.1936, (MCZ); 19, 14.VII.1936, (MCZ); 25, 1 jovem, V1.1939, (MCZ); 15,19, VIL.1939, (MCZ); 19,19, VII.1939, (MCN 21882); 1 4, VI. 1950, (MCZ); 1 2, 11-20.VII.1950, (MCZ); 1 2, VIL.1950, (MCZ); 22,8.V11.1954, (MCZ) (todos coletados por A. M. Chickering); 19, 16.VII.1954, Drayton col., (MCZ); Anton (El Valle), 1 5, VIL1936, A.M. Chickering col. (MCZ). IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 101-159, 2 mar. 1994. A subfamília Eutichurinae na Região Neotropical... 137 Ericaella samiria sp. n. (Figs. 98-101, 110) Holótipo. Macho, Rio Samiria (05° 07'S, 75° 28'0), Departamento de Loreto, Peru, 15.V.1990, D. Silva col. (MUSM). Etimologia. O nome específico é um substantivo referente à localidade-tipo. Diagnose. Machos de Ericaella samiria diferem dos de E. longipes (figs. 94, 95) pela apófise tibial dorsal muito grande, de ápice curvado e dilatado (figs. 98, 99); fêmeas diferem das de E. longipes (fig. 96) pelo átrio mais longo que largo e placa mediana com dois pares de projeções posteriores, as do par anterior estendendo-se além das bordas laterais do átrio (fig. 100). Descrição. Macho (holótipo). Carapaça amarela, bandas laterais oliváceas; quelíceras amarelas; enditos, lábio, esterno e pernas amarelo-claros; abdômen cinza- amarelado, com pouca pigmentação branca. Comprimento total 5,30. Carapaça: comprimento 2,25, largura 1,75; clípeo, altura 0,06. Olhos: fila anterior 1,03, posterior 1,05; QOM: comprimento 0,32, largura anterior 0,53, largura posterior 0,53; diâmetros OMA 0,20, OLA 0,20, OMP 0,18, OLP 0,18; interdistâncias: OMA-OMA 0,16, OMA-OLA 0,17, OMP-OMP 0,17, OMP-OLP 0,18, OLA-OLP 0,01. Quelíceras: comprimento 1,27; retromargem com 5 dentes subiguais, primeiro e segundo separados, os demais contíguos; promargem com 3 dentes, o mediano maior. Esterno: comprimento 1,12, largura 1,12. Abdômen: comprimento 3,05, largura 1,30. FLA: artículo proximal, comprimento 0,37; artículo distal, compri- mento 1,07. Pernas: I - fêmur 5,60 / patela 0,90 / tíbia 5,90 / metatarso ? (perdido) / tarso ? (perdido) /total ?. II - 3,55 / 0,70 / 3,50 / 4,00 / 1,35 / 13,10. UI - 2,55 / 0,65 / 2,25 / 2,80 /0,95 / 9,20. IV - 3,40 / 0,80 / 3,10 /4,15 / 1,25 / 12,70. Espinulagäo: I - fêmur dO, pO- 1-0, rO, vO; tíbia dO, pO, rO, v0-2-0; metatarso dO, pO, rO, v2-0-0. II - fêmur dO, pO, rO, vO; tíbia dO, pO, r0, v0-2-0; metatarso dO, pO, rO, v2-2-1. II - fêmur dO, pO, rO, vO; tíbia dO, pO, rO, vO; metatarso dO, p0-1-2, r0-1-2, v2-2-1. IV - fêmur dO, pO, r0, vO; tíbia dO, pO, rO, vO; metatarso dO, p0-1-2, r0-1-2, v2-2-1. Palpo: tíbia mais curta que o cimbio, apófise tibial retrolateral com prolongamento laminar apical de orientação prolateral, apófise tibial dorsal grande, de ápice curvado e dilatado, de inserção mediana; êmbolo com uma constrição sub-basal (figs. 98, 99). Fêmea (parátipo). Coloração como no macho. Comprimento total 6,00. Carapaça: comprimento 2,35, largura 1,70; clípeo, altura 0,06. Olhos: fila anterior 1,12, posterior 1,13; QMO: comprimento 0,37, largura anterior 0,53, largura posterior 0,55; diâmetros: OMA 0,20, OLA 0,20, OMP 0,17, OLP 0,18; interdistâncias: OMA-OMA 0,21, OMA- OLA 0,18, OMP-OMP 0,23, OMP-OLP 0,23. OLA-OLP 0,02. Quelíceras: comprimen- to 1,27; retromargem com 5 dentes subiguais, contíguos; promargem como no macho. Esterno: comprimento 1,20, largura 1,20. Abdômen: comprimento 3,40, largura 2,05. FLP: artículo proximal, comprimento 0,40; artículo distal, comprimento 1,20. Pernas: comprimento I - fêmur 4,80 / patela 0,95 / tíbia 5,15 / metatarso 6,10 /tarso 2,35 / total 19,35. II - 3,15 / 0,85 / 3,05 / 3,55 / 1,30 / 11,90. III - 2,35 / 0,75 / 2,05 / 2,50 / 1,00 / 8,65. IV - 3,05 / 0,90 / 2,70 / 3,70 / 1,20 / 11,55. Espinulação: I - fêmur dO, pO-1- 0, r0, vO; tíbia dO, pO, rO, v0-2-0; metatarso dO, p0, r0, v2-0-0. II - fêmur dO, pO, rO, vO; tíbia dO, pO, rO, v0-2-0; metatarso dO, pO, rO, v2-2-1. IN - fêmur dO, pO, rO, vO; tíbia do, IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (76): 101-159, 2 mar. 1994 138 BONALDO pO, r0, vO; metatarso dO, p0-0-2, r0-0-2, v2-2-1. IV - fêmur dO, p0, rO, vO; tíbia dO, p0, r0, vO; metatarso dO, p0-0-2, r0-0-2, v2-2-1. Epígino: átrio mais longo que largo; placa mediana conspícua, com quatro proje- ções e uma sutura longitudinal; espermatecas separadas entre sí, ápice pouco diferenci- ado (figs. 100, 101). Variação. Comprimento (2 machos) total 5,30 - 5,40; carapaça 2,25 - 2,30; (3 fêmeas) total 5,70 - 6,00; carapaça 2,30 - 2,40; fêmur 14,80 - 4,95. A coloração do corpo, as bandas laterais da carapaça e a quantidade de pigmentação branca do abdômen variam como na espécie precedente. Distribuição geográfica. Peru: Loreto (fig. 110). Material-tipo. Parátipos: mesma localidade do holötipo, 1 &, 15.V.1990, D. Silva col., (MCN 21883); 1 S, 15.V.1990, M. Torres col., (MUSM); 2 9, (05º 12'S, 75° 20'0), 12-13.V.1990, D. Silva col., (MCN 21884; MUSM). Radulphius Keyserling Radulphius KEYSERLING, 1891: 47. SIMON, 1897: 131 (designação da espécie-tipo, R. bicolor Keyserling, 1891); PETRUNKEVITCH, 1911: 509; 1928: 176; ROEWER, 1954: 557; BONNET, 1956: 3846; BRIGNOLI, 1983: 543; PLATNICK, 1989: 433. Diagnose. As espécies do gênero Radulphius diferem das do gênero Ericaella por apresentarem pernas robustas; comprimento do fêmur I pouco maior que o comprimento da carapaça; bulbo do palpo do macho com condutor hialino e apófise média (figs. 14, 103); epígino da fêmea com átrio não encoberto por uma placa mediana (figs. 102, 106). Diferem das espécies do gênero Eutichurus por apresentar o bulbo do palpo do macho com fulcrum protegendo o &mbolo no palpo não expandido; êmbolo filiforme, de inserção subapical (figs. 15, 103); epígino da fêmea sem lobos äntero-laterais e margem posterior com uma invaginação mediana (figs. 102, 106). Descrição. Comprimento total (R. bicolor e R. camacan, machos e fêmeas) 5,50 - 10,70. Carapaça convexa, truncada na margem anterior, com maior largura na região das coxas II (fig. 7); região cefálica mais alta que a torácica, declive posterior abrupto, principalmente nas fêmeas (figs. 8, 9); sulco torácico reduzido, evidenciado apenas pelo colorido, mais conspícuo nos machos; clípeo com altura menor que um diâmetro dos OMA. Olhos: fila anterior levemente procurva em vista frontal; fila posterior reta em vista dorsal; QOM pouco mais largo que longo, retangular; olhos subcirculares, subiguais em tamanho; interdistâncias: OMA-OMA separados por até um diâmetro; OMA-OLA por até dois diâmetros dos OMA; OMP-OMP por até dois diâmetros; OMP-OLP por até três diâmetros e meio dos OMP; OLA-OLP contíguos, em cômoro. Quelíceras bem desenvolvidas, fortemente geniculadas nas fêmeas, pouco ou não geniculadas nos machos (figs. 8, 9); côndilo basal conspícuo. Enditos paralelos, retromargem reta, ápice subquadrado. Lábio mais longo que largo, de comprimento maior que a metade do comprimento dos enditos. Esterno mais longo que largo, de bordas pouco esclerotinizadas e de largura anterior menor que a largura mediana. Pernas robustas, com pêlos castanhos longose curtos; tarsos e metade distal dos metatarsos com escöpulas ventrais ralas; metatatarsos HI e IV com tufo de cerdas ventro- distais; tarso do palpo da fêmea com uma unha pectinada. Abdômen ovalado, piloso, com pelos curtos brancos e castanhos e pelos longos castanhos. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 101-159, 2 mar. 1994. A subfamília Eutichurinae na Região Neotropical... 139 Palpo do macho com apófise tibial retrolateral subapical simples; bulbo com apófise média de posição retrolateral mediana, alongada; condutor hialino, de posição prolateral subapical; fulcrum projetando-se do ápice do tégulo; êmbolo simples, filiforme, de in- serção prolateral subapical. Epígino com átrio amplo; aberturas de fecundação lateraias; margem posterior com uma invaginagäo mediana. Elenco. Três espécies: Radulphius bicolor Keyserling, R. laticeps Keyserling (não redescrita aqui) e R. camacan sp. n. Radulphius bicolor Keyserling (Figs. 102, 110) Radulphius bicolor KEYSERLING, 1891: 48, pr. 1, fig. 22, holótipo fêmea, Nova Friburgo, Rio de Janeiro, Brasil (BMNH, examinado); SIMON, 1897: 131; PETRUNKEVITCH, 1911: 509; ROEWER, 1954: 557; BONNET, 1956: 3846. Diagnose. Fêmeas de Radulphius bicolor (fig. 102) diferem das de R. laticeps (vide KEYSERLING, 1891: 47 pr. 1, fig. 21) pela margem posterior do epígino pouco projetada posteriormente e das de R. camacan (fig. 106) pelas escavações laterais no átrio. Descrição. Fêmea (holótipo). Carapaça, quelíceras, enditos e lábio castanho- claros, esterno amarelo, bordas castanhas, pernas amarelas, abdômen amarelo-claro. Comprimento total 10,70. Carapaça: comprimento 3,50, largura 2,85; clípeo, altura 0,12. Olhos: fila anterior 1,50, posterior, 1,72; QOM: comprimento 0,45, largura anterior 0,65, largura posterior 0,70; diâmetros: OMA 0,25, OLA 0,25, OMP 0,17, OLP 0,20; interdistâncias: OMA-OMA 0,25, OMA-OLA 0,25, OMP-OMP 0,37, OMP-OLP 0,47, OLA-OLP 0,10. Quelíceras: comprimento 2,30; retromargem com 8 dentes contíguos, sétimo e oitavo menores; promargem com 3, segundo maior. Esterno: comprimento 1,70, largura 1,55. Abdômen: comprimento 6,50, largura 4,10. FLP: artículo proximal, comprimento 0,55; artículo distal, comprimento 0,75. Pernas: comprimento relativo I.IV .IL.II; I - fêmur 3,50 /patela 1,35 / tíbia 3,30 / metatarso 3,50 / tarso 1,50 /total 13,15; II- 3,05 / 1,30 / 2,60 / 2,80 / 1,20 / 10,95; HI - BR 20 71,85 // 2,20. /:0,95 / 8,65; IV - 3,25 / 1,30/2,75/ 3,25 / 1,15 / 11,70. Espinulação: I - fêmur d1-1-0, p0-0-1-1, r0, vO; tíbia dO, pO, r0, v2-2-0; metatarso dO, p0, r0, v2-2-1p. II - fêmur d1-1-0, p0-0-1, r0, vO; tíbia dO, p0-1, r0, v1p-2-0; metatarso dO, p0, r0, v2-2-1p. HI - fêmur d1-1-0, p0-0-1, r0-0-1, vO; tíbia dO, pl-1,r1-1, vlp-1p-2; metatarso dO, pl-1-2, rl-1-2, v2-1p-1. IV - fêmur d1-1-0, p0-0-1, r0-0-1, vO; tíbia do, pl-1,rl-1, vlp-lr-2; metatarso dO, pl-1-2, rl-1-2, v2-2-1. Epígino: átrio amplo, aberturas de fecundação posicionadas em escavações late- Tais; margem posterior pouco projetada posteriormente (fig. 102). Distribuição geográfica. Brasil: Rio de Janeiro (fig. 110). IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 101-159, 2 mar. 1994 140 BONALDO Radulphius camacan sp. n. (Figs. 7-9, 14, 15, 103-107, 110) Holótipo. Macho, Fazenda Matiapã, Camacan, Bahia, Brasil, 16.X.1979, J. S. Santos col. (MCN 10866). Etimologia. O nome específico é um substantivo referente à localidade-tipo. Diagnose. Machos de Radulphius camacan podem ser reconhecidos pela apófise tibial retrolateral de ápice pontiagudo (fig. 103); fêmeas diferem das de R. laticeps (vide KEYSERLING, 1891: 47 pr. 1, fig. 21) pela margem posterior do epígino não projetada posteriormente e das de R. bicolor (fig. 102) pelo átrio não escavado lateralmente (fig. 106). Descrição. Macho (holótipo). Carapaça amarelo-escura; quelíceras, enditos e lábio castanhos; esterno amarelo; pernas amarelas, metade distal dos tarsos amarelo- escura; abdômen acinzentado. Comprimento total 6,70. Carapaça: comprimento 3,00, largura 2,30; clípeo, altura 0,12. Olhos: fila anterior 1,22, posterior 1,37; QOM: comprimento 0,35, largura anterior 0,52, largura posterior 0,55; diâmetros: OMA 0,20, OLA 0,20, OMP 0,15, OLP 0,17; interdistâncias: OMA-OMA 0,20, OMA-OLA 0,22, OMP-OMP 0,25, OMP-OLP 0,35, OLA-OLP 0,05. Quelíceras: comprimento 1,65; retromargem com 6 dentes subiguais; promargem com 3, segundo maior. Esterno: comprimento 1,52, largura 1,30. Abdômen: comprimento 3,30, largura 1,80. FLP: artículo proximal, comprimento 0,32; artículo distal, comprimento 0,52. | Pernas: comprimento relativo 1.IV .II.II; I - fêmur 2,90 / patela 1,10 / tíbia 2,90 / metatarso 3,10 / tarso 1,20 / total 11,20; II - 2,50 / 1,05 / 2,45 / 2,70 / 1,10 / 9,80; II - 2,20 / 0,95 / 1,70 / 2,15 / 0,80 / 7,80; IV - 2,65 / 1,05 / 2,50 / 3,10 / 1,05 / 10,35. Espinulacäo: I - fêmur dl-1, p0-0-2, r0, v0; tíbia dO, pl-1, r0-1, v2-2-2; metatarso dO, pl-1-1, rO-1-1, v2-2-2. II - fêmur dl-1, p0-1-2, r0, vO; tíbia dO, p1-1, r0-0-1, v2-2-2; metatarso dO, pl-1-1, r0-1-1, v2-2-1. HI - fêmur d1-1-0, p0-1-2, r0-1-2, vO; tíbia dO, pl- 1, rl-1, v2-1r-2; metatarso dO, pl-1-2, rl-1-2, v2-2-1. IV - fêmur dl-1, p0-1-2, r0-0-2, vO; tíbia dO, p1-1,r1-1, v2-1r-2; metatarso dO, pl-1-2, rl-1-2, v2-2-1. Palpo: tíbia de comprimento pouco maior que a metade do comprimento do cimbio, apófise tibial retrolateral simples, cônica; subtégulo com um lobo prolateral que, no bulbo não expandido, encaixa em uma reentrância correspondente no tégulo; apófise média alongada, com um prolongamento retrolateral subapical (figs. 14, 15, 103 - 105). Fêmea (parátipo). Carapaça castanha, quelíceras castanho escuras, enditos, lábio e esterno castanhos, pernas amarelas, tarsos amarelo-escuros, abdômen cinza claro. Comprimento total 7,10. Carapaça: comprimento 3,10, largura 2,50; clípeo, altura 0,15. Olhos: fila anterior 1,40, posterior 1,52; QOM: comprimento 0,37, largura anterior 0,57, largura posterior 0,60; diâmetros: OMA 0,20, OLA 0,20, OMP 0,17, OLP 0,17; interdistâncias: OMA-OMA 0,20, OMA-OLA 0,22, OMP-OMP 0,27, OMP-OLP 0,42, OLA-OLP 0,07. Quelíceras: comprimento 1,90; dentes como no macho. Esterno: comprimento 1,60, largura 1,45. Abdômen: comprimento 4,20, largura 2,60. FLP: artículo proximal, comprimento 0,45, artículo distal, comprimento 0,65. Pernas: comprimento relativo 1.IV.ILII; I - fêmur 2,70 / patela 1,20 / tíbia 2,50 / metatarso 2,75 / tarso 1,10 / total 10,25; II- 2,35 / 1,15 / 2,05 / 2,25 / 0,95 / 8,75, II - 2,00./ 1,05 / 1,45./.1,90 /.0,.30.777. 201872 2,65 [115/0225 / 2737093, A IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (76): 101-159, 2 mar. 1994. A subfamília Eutichurinae na Região Neotropical... 141 Espinulação: I - fêmur d1-1, p0-0-2, r0, vO; tíbia dO, p0, r0, v2-2-0. II - fêmur d1-1, pO- 0-2, r0, vO; tíbia dO, p0-0-1, r0, vO-1r-0; metatarso dO, pO, r0, v2-2-1. II - fêmur dl-1, p0-1-2,r 0-1-2 vO; tíbia dO, pl-1, r0, vlp-Ir-2; metatarso dO, p1-1-2,r1-1-2, v2-2-1. IV - fêmur dl-1, p0-1-1, r0-1-1, tíbia dO, pO-1, r1-1, v1p-2-2; metatarso dO, pl-1-2,rl-1-2, v2-2-1. Epígino: átrio amplo, aberturas de fecundação conspícuas; margem posterior do epígino não projetada posteriormente; ápice das espermatecas pouco diferenciado (figs. 106, 107). Variação. Comprimento: (10 machos) total 5,50 - 6,90; carapaça 2,40 - 3,10; fêmur 1 2,40 - 3,30; (6 fêmeas) total 6,30 - 7,50; carapaça 2,90 - 3,40; fêmur 12,50 - 2,80. Retromargem das quelíceras com 6 ou 7 dentes; promargem com 3 ou 4. Distribuição geográfica. Brasil: Bahia (fig. 110). Material-tipo. Parátipos: BRASIL. Bahia: Uruçuca (Fazenda Santa Tereza), 1 9, 06.X.1969 (MNRJ); Camacan (Fazenda Matiapä), 1 2, 16.X.1979,J. S. Santos col. (MCN 10865); 1 3, 16.X.1978,J. S. Santos col. (MCN 11316); Itamaraju (Fazenda Pau Brasil), 1 S, 23.V.1969 (MNRJ). Material adicional. BRASIL. Bahia: Gandu (Fazenda Mineiro) , 2 S, 1 jovem, 21.11.1970 (MNRJ); (Fazenda São Rafael), 1 9, 29.1.1971 (MNRJ); Juçarí (Fazenda São Francisco), 1 I, 20.XI1.1969 (MNRJ); Camacan, 2 & (MNRJ); (Fazenda Santa Úrsula), 1 2, 7 jovens, 05.11.1969 (MNRJ); (Fazenda Matiapä) 19, 16.X.1978,J. S. Santos col. (CPDC); Itamaraju, 19, X.1986, C. Vianna col. (CRB 1961); (Fazenda Pau Brasil), 1 9, 23.V.1969 (MNRJ); 1 6, 21.11.1971 (MNRJ). Agradecimentos. Ao Prof. Dr. Amo Antônio Lise, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, pela orientação na Dissertação de Mestrado. Ao Curso de Pós-graduação em Ciências Biológicas - Zoologia, Universidade Federal do Paraná, na pessoa da coordenadora, Dr? Setuko Masunari pela aceitação do projeto de Dissertação de Mestrado. Ao Museu de Ciências Naturais, Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, na pessoa da Diretora, Prof? Christina Gresele, pelo acolhimento no Núcleo de Invertebrados Superiores. Aos curadores das várias instituições que enviaram material. À Maria Aparecida de Leão Mar- ques, Antônio Domingos Brescovit (MCN) e Ricardo Pinto da Rocha (USP) pelo incentivo, sugestões e relevantes críticas. À Erica Helena Buckup (MCN) pelas valiosas sugestões e imprescindível assistência na elaboração deste trabalho. À Aderlene Inês de Lara, pelo apoio constante. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARROZPIDE, R. F. 1986. Catalogo de tipos de Arachnida (Araneae) del Museo de La Plata. Ser. Téc. Didáct. Mus. La Plata, La Plata, 12: 1 - 63. BANKS, N. 1929. Spiders from Panama. Bull. Mus. comp. Zool. Harv. Cambridge, Mass., 69: 3-96. BERLAND,L. 1913. Araigneés. In: Mission du Service Geographique de l’armee pour la mesure d’un arc du Méridien Equatorial en Amérique du Sud (1899 - 1906). Paris. Gauthier-Villaps v. 10, fasc. 1, p. 78 - 119. BERTKAU, P. 1870. Ueber den Bau und die Funktion der Oberkiefer bei den Spinnen und ihre Verschiedenheit nach Familien und Gattungen. Arch. Naturg., 36: 92-126. BONALDO, A. B. 1992. Novas sinonímias no gênero Teminius (Araneae, Miturgidae). Iheringia, Ser. Zool., Porto Alegre, (73): 113-115. BONALDO, A. B. & BRESCOVIT, A. D. 1992. As aranhas do gênero Cheiracanthium C. L. Koch, 1839 na Região Neotropical (Araneae, Clubionidae). Revta bras. Ent., São Paulo, 36 (4): 731 - 740. BONNET, P. 1956. Bibliographia araneorum. Toulouse, Ed. Douladoure, v. 2, pte. 2, p. 919 - 1926. BRESCOVIT A. D. & BONALDO, A. B. 1992. Gênero Clubionoides Edwards (Araneae, Clubionidae). Combinações novas e redescrição de quatro espécies neotropicais. Revta bras. Ent., São Paulo, 36 (3): 685 - 692. BRIGNOLI, P. M. 1983. A catalogue of the Araneae described between 1950 and 1981. Manchester, Manchester Acad. Press, 755p. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 101-159, 2 mar. 1994 142 BONALDO CHICKERING, A. M. 1937. The Clubionidae of Barro Colorado Island, Panama. Trans. Am. microsc. Soc., Lancaster, 56: 1 - 47. GRISWOLD, C. E. 1991. A revision and phylogenetic analysis of the spider genus Machadonia Lehtinen (Araneae, Lycosoidea). Ent. Scand., Copenhagen, 22 (3): 305 - 351. JOCQUE, R. 1991. A generic revision of the family Zodariidae (Araneae). Bull. Am. Mus. nat. Hist., New York, 201: 1-160. KEYSERLING, E. G. 1879. Neue Spinnen aus Amerika. Verh. Zool. bot. Ges. Wien, Wien, 29: 293 - 349. — . 1891. Die Spinnen Amerikas. Nürnberg, Verlag von Bauer, v. 3, p. 1-178. KOCH, L. 1866. Die Arachniden Familie der Drassiden. Nürnberg, Verlag von Lotbock, Bd. 6, 304p. KRAUS, O. 1955. Spinnen aus El Salvador (Arachnoidea, Araneae). Abh. Senckenb. naturforsch. Ges., Frankfurt, 493: 1 - 112. LEHTINEN, P. 1967. Classification of the cribellate spiders and some allied families, with notes on the evolution of the suborder Araneomorpha. Ann. Zool. Fenn., Helsinki, 4 (3):199 - 468. MELLO-LEITÃO, C. F. 1926. Algumas aranhas do Brasil meridional. Bolm Mus. nac., Rio de J., Rio de Janeiro, 2 (5): 1 - 18. — . 1938. Algunas araífias nuevas de la Argentina. Revta Mus. La Plata, N. Ser. Zool., La Plata, 1 (4): 89 - 118. — . 1941a. Catálogo das aranhas da Colômbia. Ann. Acad. bras. Sci., Rio de Janeiro, 8 (4): 233 - 300. — . 1941b. Las arafias de Córdoba, La Rioja, Catamarca, Tucumán, Salta e Jujuy colectadas por los profesores Birabén. Revta Mus. La Plata, N. Serie, Zool., La Plata, 12: 99-198. — . 1943. Catálogo das aranhas do Rio Grande do Sul. Archos. Mus. nac., Rio de J., Rio de Janeiro, 37: 150 - 245. PETRUNKEVITCH, A. 1911. A synonymic index-catalogue of spiders of North, Central and South America with all adjacent Islands Greenland, Bermuda, West Indies, Terra del Fuego, Galápagos, etc. Bull. Am. Mus. nat. Hist., New York, 29: 1 - 791. — |. 1925. Arachnida from Panama. Trans. Conn. Acad. Arts Sci., New Haven, 27: 51 - 248. — . 1928. Systema Aranearum. Trans. Conn. Acad. Arts Sci., New Haven, 29: 1 - 270. PICKARD-CAMBRIDGE, F.O. 1899. Arachnida-Araneida. In: Biologia Centrali- Americana. London, v.2, p. 41-88. PICKARD-CAMBRIDGE, O. 1898. Arachnida-Araneida. In: Biologia Centrali-Americana. London, vol. 1, p. 233-288. PLATNICK, N. I. 1974. The spiders family Anyphaenidae in America North of Mexico. Bull. Mus. comp. Zool., Cambridge, Mass., 146 (4): 205 - 266. — . 1989. Advances in Spider Taxonomy 1981 -1987. Manchester, Manchester Univ. Press. 673p. ROEWER, C. F. 1951. Neue namen eineger Araneen-Arten. Abh. naturw. Ver. Bremen, Bremen, 32: 437- 456. — . 1954. Katalog der Araneae von 1758 bis 1940, bzw. 1954. Bruxelles, Institut Royal des Sciences naturelles de Belgique, v. 2, abt.a,b. 1751p. SCHMIDT, G. E. W. 1971. Mit Bananen eingeschleppte Spinnen. Zool. Beitr., Berlin, 17: 387 - 433. SIERWALD, P., 1989. Morphology and Ontogeny of Female Copulatory Organs in American Pisauridae, with Special Reference to Homologous Features (Arachnida, Araneae ). Smithson. Contr. Zool., Washington, 484: 1-24. SIMON, E. 1896. Etudes arachnologiques 27º Mémoire. XLII. Descriptions d'espêces nouvelles de l'ordre des Araneae. Annls Soc. ent. Fr., Paris, 65: 465-510. — . 1897. Histoire Naturelle des Araignées. Librarie Encyclopédique de Roret, Paris, vol. 1, fasc. 1, 192p. SOUZA, H. D. 1967. As cigarrinhas da cana-de-açúcar e seu controle por inimigos naturais no estado do Rio de Janeiro. VII Reunião Latino-americana de Fitotecnia, Caracas, Venezuela; Divisão de assistên- cia à produção, Instituto de Açúcar e do Álcool, 19p. WOLFF, R. J. 1978. The cribellate genus Tengella (Araneae: Tengellidae?). J. Arachnol., Lubbock, 5 : 139 - 144. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (76): 101-159, 2 mar. 1994. A subfamília Eutichurinae na Região Neotropical... 143 Indice (nomes válidos em itálico) 3.235222, NC NUTS eco SE co BB oct REDE e de PR RR DE © o O O RD ARE 116 San. [Eee oa PR RR ORAR PERSEL HER 122 CETICISMO NV NaesendeNEEREEEEERE E DO O 108 Ro CONS) PU OT CASIÇE pasa AR ee EEE BE 139 SE RE, SNC MUS een ABA REA e O ROO o A 117 SECOM CON TS dps ERRA E NEE 3 DO RREO O O E 119 SENTO Do TOU DANOS eo RRRNSRRRDRN RENO cc A 140 SACO EDS esrenocic o E cht ERR a RR nn 4 O o SAR 114 “radares ad IS DD O O a 133 E GOO os Re RIR EHE, BE 134 EIN once none ee RR NR BE ER 20 ARE. AR 107 SENDE, [ERNNGNBDÄNS «soros nabo REAR NE RR RPE RESERINES FEN EHRE REN RO EBEN 111 Ener, ESCADAS ne RR PRINT RR SEHBER 123 EETICTCNSS CUPONS eo CORRER PERES PRE ERNNDIDDDT ADE COR DR 108 TEL ENO USE taco dE PRN E A RIR ORI een enneesee 125 E EERBIROND, EIS ee ADEREM DER WE) EURERRERUE SER O ORA SPA 127 EE RE DITO A VISÃO carr siie sara ooo piaieoo du dianida às neidado aura pautas cassE E iara co nennen oi apa nadas unsre 108 SE Eee NR TR NR RS RR 712 MEERE 17 ONIDET, ECON een er N CANUOBEUBERBRRS TEL: URRRRERSEDE ORG ER. 2. SEEREEEERER 135 “ines, Blei N SPPRIREREER 135 en. ECO Ge ee EL REALM... HOBBEDRSERE An: 6 ARRRRBERREREE 128 CE CDC NOS See RR EDP RRRRRRRR IE URAN SORRIR SR RR ORE — BO 129 Cai ENTE cisco bee A RR RED RR SRS UDN UR RR O NR 131 ER ESC TRES PARES RE RP DREAMS RDEDR O US O menden DN RU UR RD RR 130 CELT ETNIAS ae DR RPPN ND ERR E DO PN 108 Er ED UA PE oo RENDA A RS RR en henenenee 108 sb, EA OO IO RUE RR ER CR PE RE O PGR E RR RR 1 108 RR O ei SD A ocrismsoudrrs cmi diana ira cao eine aan o uvas Ega ana dada Se à eee tara aa alo 115 A ANS CA one APR ARREDORES E SE OD PDR 125 BE ISS PICO LINES: see ceres caos pss aco coucrarairad e suno noso sa sato dnaraah desu a sed cn sua ddda deva sacas assa aaa sosesica 108 I ERNEST ERS REA RR 1 5 PESEEEREESENECHIER 133 TÜR ea AUFTRETEN. 1, SUFRRNEREERERERELONENER., .:. BLRSUEFTERELERRENER 138 AND. EINREISE. HEHE: NR ARNS = CUBE 125 LE BIETE Sonnen ae RR RREO MRS >. PR 137 na, BRITEN ee RE e PRTUFEAERIFERRNERNE © 255 ICHEBERESEHEEREERHRNERETE > 135: EREBERERERE Za 2 Es ESCUDOS «co RE RPE RP PRDNENDRDDDD SEDES O OPINE SRD SR 132 Cos EE MS Be 5 E ANDAR RS ERECRARRTO An RE O O SER pi co te Cintos olá TÃO à 0 AS E RNA 1 rnestaänenene 119 CE ERIC NRO RR A RPA PSD NR O | AR, RR, A RR 119 Cs TEC BIO UI TA OR EAR NPR ER SR CRRDNNDRRS RES = PARREIRA 120 CC ECO A e a AU RR CE ANO SE 114 Re ee 2 ARE ERREI SENSE JO RS 123 Recebido em 16.04.1993; aceito em 31.08.1993. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 101-159, 2 mar. 1994 BONALDO Figs. 1 - 4. Eutichurus ferox Simon. Macho, corpo: 1, dorsal; 2, ventral; cefalotórax: 3, lateral. Fêmea, cefalotórax: 4, lateral. Todas as figuras na mesma escala. Barra = 2 mm. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (76): 101-159, 2 mar. 1994. A subfamília Eutichurinae na Região Neotropical... 145 Figs. 5-9. Ericaella longipes (Chickering). Macho, corpo: 5, lateral; 6, dorsal. Radulphius camacan sp. n. Macho, cefalotórax: 7, dorsal; 8, lateral. Fêmea, cefalotórax: 9, lateral. Figs. 7-9 respectivamente na mesma escala. Barra = 1 mm. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 101-159, 2 mar. 1994 146 BONALDO Figs. 10-18. Eutichurus silvae sp. n.. Macho, palpo expandido: 10, prolateral; 11, retrolateral. E. ravidus Simon. Macho, palpo expandido: 12, retrolateral. Ericaella longipes (Chickering). Macho, palpo expandido: 13, retrolateral. Radulphius camacan sp. n. Macho, palpo expandido: 14, prolateral; 15, retrolateral. Eutichurus silvae sp.n.. Fêmea, epígino: 16, ventral; 17, dorsal. E. ravidus Simon. Fêmea, epígino: 18, dorsal. Abreviaturas: A, átrio; AE, ápice da espermateca; AM, apófise média; BE, base da espermateca; C, condutor; DE, ducto ejaculatório; DF, ducto de fertilização; E. êmbolo; F, fundus; FL, fulerum; HB, hematodoca basal; HE, haste da espermateca; HM, hematodoca média; ME, membrana embolar; LA, lobo anterior; P, pecíolo; PA, pars pendula; PE, processo embolar; PP, placa posterior; RE, reservatório; ST, subtégulo; T, tégulo. Figs. 10, 11; 14, 15 respectivamente na mesma escala. Barra = 0,5 mm; fig. 13, 0,1 mm. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 101-159, 2 mar. 1994. A subfamília Eutichurinae na Região Neotropical... 147 Figs. 19 - 25. Eutichurus ferox Simon. Macho, palpo: 19, ventral; 20, retrolateral; fêmea, epígino: 21, ventral. E. silvae sp. n. Macho, palpo: 22, ventral; 23, retrolateral; fêmea, epígino: 24, ventral; 25, dorsal. Abreviatu- ras: ATR, apófise tibial retrolateral; PAM, prolongamento da apófise média. Figs. 19-21; 22-25 respectiva- mente na mesma escala. Barra = 1 mm. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 101-159, 2 mar. 1994 BONALDO Figs. 26 - 31. Eutichurus yalen sp. n. Macho: 26, palpo, ventral; 27, êmbolo, prolateral; 28, palpo, retrolateral. E. cuzco sp. n. Macho: 29, palpo ventral: 30, êmbolo, prolateral; 31, palpo, retrolateral. Figs. 26 - 28; 29 - 31 respectivamente na mesma escala. Barra = 0,5 mm. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (76): 101-159, 2 mar. 1994. A subfamília Eutichurinae na Região Neotropical... 149 Figs. 32 - 37. Eutichurus pallatanga sp. n. Macho: 32, palpo, ventral; 33, êmbolo, prolateral; 34, palpo, retrolateral. E. abiseo sp. n. Macho: 35, palpo, ventral; 36, êmbolo, prolateral; 37, palpo, retrolateral. Figs. 32 - 34; 35 - 37 respectivamente na mesma escala. Barra = 0,5 mm. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 101-159, 2 mar. 1994 150 BONALDO u 43 Figs. 38 - 47. Eutichurus lizeri Mello-Leitäo. Macho: 38, palpo, ventral; 39, &mbolo, prolateral; 40, palpo, retrolateral; femeä, epigino: 41, ventral; 42, dorsal. E. brescoviti sp. n. Macho: 43, palpo ventral; 44, &mbolo, prolateral; 45, palpo, retrolateral. E. tropicus (L. Koch). Fêmea, epígino: 46, ventral; 47, dorsal. Figs. 38 - 42; 43 - 45; 46, 47 respectivamente na mesma escala. Barra = 0,5 mm. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 101-159, 2 mar. 1994. a A subfamília Eutichurinae na Região Neotropical... 151 Figs. 48 - 55. Eutichurus valderramai sp. n. Macho, palpo: 48, ventral; 49, retrolateral; fêmea, epígino: 50, ventral; 51, dorsal. E. saylapampa sp. n. Fêmea, epígino: 52, ventral. E. arnoi sp. n. Fêmea, epígino: 53, ventral. E. zarate sp. n. Fêmea, epígino: 54, ventral; 55, dorsal. Figs. 48 - 51; 52 - 55 respectivamente na mesma escala. Barra = 0,5 mm. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 101-159, 2 mar. 1994 152 BONALDO Figs. 56-64. Eutichurus furcifer Kraus. Macho, palpo: 56, ventral; 57, retrolateral; 58, êmbolo, prolateral; fêmea, epígino: 59, ventral; 60, posterior; 61, dorsal. E. ibiuna sp. n. Macho: 62, palpo, ventral; 63, êmbolo, prolateral; 64, palpo, retrolateral. Figs. 56 - 59, 61; 62 - 64 respectivamente na mesma escala. Barra = 0,25 mm. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 101-159, 2 mar. 1994. A subfamília Eutichurinae na Região Neotropical... 153 Figs. 65 - 74. Eutichurus ravidus Simon. Macho: 65, palpo, ventral; 66, êmbolo, prolateral; 67, palpo, retrolateral; fêmea, epígino: 68, ventral; 69, dorsal. E. itamaraju sp. n. Macho: 70, palpo, ventral; 71, êmbolo, prolateral; 72, palpo, retrolateral; fêmea, epígino: 73, ventral; 74, dorsal. Todas as figuaras na mesma escala. Barra = 0,5 mm. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 101-159, 2 mar. 1994 154 BONALDO Figs. 75 - 83. Eutichurus luridus Simon. Macho, palpo: 75, ventral; 76, retrolateral; fêmea, epígino: 77, ven- tral; 78, dorsal. E. madre sp. n. Fêmea, epígino: 79, ventral. E. marquesae sp. n. Fêmea, epígino: 80, ventral; 81, dorsal. E. manu sp. n. Fêmea, epígino: 82, ventral; 83, dorsal. Figs. 75 - 78; 79 - 83 respectivamente na mesma escala. Barra = 0,25 mm. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 101-159, 2 mar. 1994. A subfamília Eutichurinae na Região Neotropical... 155 Figs. 84 - 93. Eutichurus sigillatus Chickering. Macho: 84, palpo, ventral; 85, êmbolo, prolateral; 86, palpo, retrolateral; fêmea, epígino: 87, ventral; 88, dorsal. E. putus O. Pickard-Cambridge. Macho: 89, palpo, ventral; 90, êmbolo, prolateral; 91, palpo, retrolateral; fêmea, epígino: 92, ventral; 93, dorsal. Figs. 84 - 88, 92, 93; 89 - 91 respectivamente na mesma escala. Barra = 0,25 mm. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 101-159, 2 mar. 1994 156 BONALDO Figs. 94 - 101. Ericaella longipes (Chickering). Macho, palpo: 94, ventral; 95, retrolateral; fêmea, epígino: 96, ventral; 97, dorsal. E. samiria sp. n. Macho, palpo: 98, ventral; 99, retrolateral; fêmea, epígino: 100, ventral; 101, dorsal. Abreviaturas: ATD, apófise tibial dorsal; ATR, apófise tibial retrolateral; PM, placa mediana. Figs. 94, 95, 98 - 101; 96, 97 respectivamente na mesma escala. Barra = 0,1 mm. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (76): 101-159, 2 mar. 1994. A subfamília Eutichurinae na Região Neotropical... 157 DE —< pe 107 Figs. 102 - 107. Radulphius bicolor Keyserling. Fêmea, epígino: 102, ventral. R. camacan sp. n. Macho, palpo: 103, ventral; 104, retrolateral; 105, prolateral; fêmea, epígino: 106, ventral; 107, dorsal. Abreviaturas: AE, ápice da espermateca; AF, abertura de fecundação; BE, base da espermateca; DC, ducto copulatório; DF, ducto de fertilização; HE, haste da espermateca. Todas as figuras na mesma escala. Barra = 0,25 mm. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 101-159, 2 mar. 1994 158 BONALDO En Ten t == = NE 100º 90º 80° 70° 60° 50° 40° 30° 20° Figs. 108, 109. Fig. 108, distribuição: Ericaella longipes (Chickering) ( :* ); Eutichurus arnoi sp. n. (0); E. brescoviti sp.n. (A); E. furcifer Kraus (MM); E. marquesae sp. n. (X ); E. sigillatus Chickering (®); E. tropicus (L. Koch) ( 4 ). Fig. 109, distribuição: Eutichurus abiseo sp. n. ( Jr); E. ferox Simon (0); E. itamaraju sp. n. (©); E. luridus Simon ( A ); E. manu sp. n. (A); E. putus O. Pickard-Cambridge (E); E. valderramai sp. n.( x ); E. yalensp.n. (0); E. zarate sp.n. (cs). IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 101-159, 2 mar. 1994. A subfamília Eutichurinae na Região Neotropical... 159 Fig. 110. Distribuição: Ericaella samiria sp. n. (B); Eutichurus cuzco sp.n. (O); E. ibiuna sp.n. (=); E. lizeri Mello-Leitão ( @ ); E. madre sp.n. (e ); E. pallatanga sp. n. (U); E.ravidus Simon (A ); E. saylapampa sp. n.( A); E. silvae sp. n. (WM); Radulphius bicolor Keyserling ( x ); R. camacan sp.n. (7). IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 101-159, 2 mar. 1994 ji AS i ni ; = & RL R er En a pa Ri : op rea tais Li DERA TERIA [UA 47 N é a N ri E ; e a aço Zu Ve Ed I 3 | o pe ima Even kim ae a y L a r E ; AR 2 E I a O > a Y ; ; j | mM: ê A % BR | 5 | € EN Bu, | ü f & + al ) >; & a ui á É 1, F 5 £ E A 7 ) 5 5 S \ E cs = = E 4 f > es Ki dy ) ee o em N Ne o 3 - EM E N kç f ap ç & 3 à E a u dec j Ê od zu N k N Yy o pl Es hs É fa s 47 > má 1 5 A 4 nr ê; IR h . a ul E ço tone de gu f panos 2. 2 A Rn hoo tora ara N, BEE sds TER Nr») mB E REPARE Bo wa ppa ME FER seo a E es o E A ap 1608 A = gre o | sis Er Ber FECUNDIDADE DE CYPHOCHARAX VOGA (HENSEL, 1869) NA LAGOA EMBOABA, RIO GRANDE DO SUL, BRASIL. (CHARACIFORMES, CURIMATIDAE) Sandra M. Hartz ! Alexandre G. Martins ? Alberto C. Peret ° ABSTRACT FECUNDITY OF CYPHOCHARAX VOGA (HENSEL, 1865) IN THE EMBOABA LAGOON, RIO GRANDE DO SUL, BRAZIL. (CHARACIFORMES, CURIMATIDAE). The absolute and relative fecundities of Cyphocharax voga (Hensel, 1869) in the Emboaba Lagoon, state of Rio Grande do Sul, Brazil were estimated for 1989/90 reproductive period. The average absolute fecundity was 74920 ovocytes. Fecundity is related to others parameters, such as length and weight. The best correlation was between fecundity and ovary weight. KEYWORDS. Fecundity, Cyphocharax, Curimatidae. INTRODUÇÃO Curimatidae constitui um grupo de peixes neotropicais que habita uma ampla variedade de sistemas aquáticos continentais, tendo sido revisada, filogeneticamente, por VARI (1989). Aspectos relativos à fecundidade de algumas espécies de Curimatidae são encon- trados em AZEVEDO et al. (1938), NOMURA & TAVEIRA (1979), NOMURA & HAYASHI (1980), TAPHORN & LILYESTROM (1983), CARVALHO (1984) e ROMAGOSA et al. (1984). Cyphocharax voga (Hensel, 1869), conhecida popularmente no Rio Grande do Sul como “birú”, distribui-se desde a bacia hidrográfica do rio Paraguai, baixo rio Paraná, até os sistemas hidrográficos de rios costeiros mais ao sul (VARI, 1988). Trata-se de espécie de importância econômica, sendo um produto de baixo custo. 1. Laboratório de Ictiologia, Dep. de Zoologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Av. Paulo Gama, s/nº. CEP: 90046-900 Porto Alegre, RS. 2. Bolsista de Iniciação Científica - FAPERGS. 3. Centro de Ecologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Av. Bento Gonçalves, 9500. CEP. 91501-970 - Porto Alegre, RS. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 161-165, 2 mar. 1994 162 HARTZ, MARTINS & PERET Segundo HARTZ (1991), C. voga é uma das espécies mais abundantes na Lagoa Emboaba. Apresenta um período reprodutivo longo (de setembro a abril), com desovas parceladas. O diâmetro médio dos ovócitos maduros foi estimado aproximadamente em 1025um, sendo que, nas fases subsequentes (semi-esgotado), surgem classes de ovócitos em torno de 950um. O objetivo é estimar as fecundidades absoluta e relativa de C. voga na Lagoa Emboaba, RS, correspondente ao período reprodutivo de 1989/90. MATERIAL E MÉTODOS Os exemplares foram capturados na Lagoa Emboaba (29º 57' e 29º 58' latitude S e 50º 12' e 50° 13' longitude W), município de Osório, RS, com redes de espera de malhas variando de 15 a 35mm entre-nós, durante os meses de julho/89 a outubro/90. De cada indivíduo foram tomadas as medidas de comprimento total (Lt), em mm, peso total e das gônadas (Wt e wg, respectivamente), em g. Das 385 fêmeas coletadas, foram selecionadas aquelas que se apresentavam no final do processo de maturação gonadal (estádio maduro). As gonädas foram colocadas em solução de Gilson modificada (VAZZOLER, 1982), permanecendo aí até a separação total dos ovócitos. Após este período foram lavadas e conservadas em álcool 70%. Com o auxílio de pipeta Stempel, foram feitas três subamostragens de 5ml cada, de um volume total de 250ml. Os ovöcitos, com diâmetro superior a 900um, foram contados com o auxílio de estereomicroscópio Zeiss. A fecundidade absoluta (F) foi estimada através do modelo: N= —- , onde: N= número total de ovócitos; n = número médio de ovócitos vitelinados obtidos nas subamostragens; V = volume total da solução; v = volume da subamostra. Os dados de fecundidade absoluta foram relacionados com o comprimento total, peso total e peso das gônadas, através do método dos mínimos quadrados, para a obtenção da fecundidade relativa. RESULTADOS A fecundidade absoluta (F), considerada como o número de ovócitos que pode ser eliminado por fêmea durante uma estação de desova, apresentou um valor médio de 74920 ovócitos, com valores mínimos e máximos de 44145 e 100130 ovócitos, respectivamente. As relações de F x Lt, Fx Wte F x wg (fecundidade relativa) são mostradas nas figuras 1-3, respectivamente. Constata-se que o número de ovócitos aumenta em função destas variáveis. A melhor função ajustante foi potencial para comprimento (tabela I) e linear para peso total e de gônada. Tabela I. Dados do ajuste da relação entre fecundidade absoluta (F) e comprimento total (Lt) para Cyphocharax voga na Lagoa Emboaba, Rio Grande do Sul, referente ao período reprodutivo de 1989/90. N = número de exemplares; Ax = amplitude da variável x logaritmizada (InLt); B = valor do coeficiente de regressão; A = valor da constante de regressão; r = coeficiente de correlação linear de Pearson. N Ax B A T FxLt 14 5,38 - 5,50 4,28 -12,17 0,66 IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (76): 161-165, 2 mar. 1994 Fecundidade de Cyphocharax voga... 163 DISCUSSÃO Comparando-se a fecundidade de C. voga com as de outros Curimatidae, verifica- se que esta espécie apresenta valores superiores à maioria, sendo superada apenas por Curimata (Potamorhina) pristigaster (= Potamorhina pristigaster (Steindachner, 1876)) estimada por CARVALHO (1984), variando entre 51330 e 667800 ovócitos. Segundo NIKOLSKY (1969), a fecundidade é um parâmetro altamente depen- dente do suprimento alimentar, o que pode resultar na diferença entre um período reprodutivo e outro. Está, também, relacionada ao tamanho de primeira maturação gonadal, longevidade e, em função inversa, ao cuidado de prole. C. voga parece não dispensar cuidados especiais às suas posturas, desovando parceladamente durante um período longo. Estes fatores muito provavelmente contribuem para sua alta fecundidade. Segundo BARBIERI (1989), em função de ser a estimativa de fecundidade em peixes com desova parcelada mais difícil, é conveniente estimar o total de ovócitos vitelinados (maduros e que estão em maturação) que será posto durante todo o período reprodutivo. Consideram-se, neste estudo, ovócitos com diâmetros superiores a 900um, o que garantiu não só a contagem daqueles que seriam depositados de momento, como também aqueles que seriam desovados subsegiientemente. Quanto à fecundidade relativa, BAGENAL & BRAUM (1978) e WOOTTON (1991) afirmaram que a relação típica entre o número de ovócitos vitelinados e variáveis como comprimento e peso é do tipo potencial ( y = ax”). Isto foi constatado para C. voga quanto ao comprimento total. Todavia, as funções que melhor se ajustaram às relações entre fecundidade e peso foram lineares. Os mesmos autores citados anteriormente consideraram que a tendência linear é resultante de uma baixa variação do tamanho dos peixes amostrados. Isto até pode ter ocorrido, pois a variação de comprimento total das fêmeas utilizadas para a contagem de ovócitos (218-245mm) foi pequena, uma vez que HARTZ (1991) estimou valores médios de primeira maturação gonadal em torno de 171mm para esta espécie. ROMAGOSA et al. (1984) encontraram uma grande varia- ção na fecundidade para exemplares de mesmo comprimento ou peso. Esta variação também foi encontrada para C. voga. WOTTON (1991) considerou como consegiiência da interação de fatores tanto genéticos quanto ambientais. Apesar desta variação, observou-se que a fecundidade de C. voga está mais relacionada ao peso das gônadas. Tal resultado também foi obtido por CARVALHO (1984) e ROMAGOSA et al. (1984). Agradecimentos. Profa. Leda A. Jardim pela leitura crítica do manuscrito e aos biólogos Clarice Fialho e Willy Bruschi Jr. pelo auxílio em campo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AZEVEDO, P. de; DIAS, M. V. & VIEIRA, B. B. 1938. Biologia do saguirú (Characidae, Curimatidae). Mems Inst. Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 4: 481-553. BAGENAL, T. & BRAUM, E. 1978. Eggs and early life history. In: BAGENAL, T. (ed). Methods for Assessment of Fish Production in Fresh Waters. Oxford, Blackwell Sc. Publ. p. 165-201. BARBIERI, G. 1989. Dinâmica da reprodução e crescimento de Hoplias malabaricus (Bloch, 1794) (Osteichthyes, Erythrinidae) da Represa do Monjolinho, São Carlos/SP. Revta bras. Zool., Curitiba, 6 (2): 225-233. CARVALHO, F. M. 1984. Aspectos biológicos e ecofisiolögicos de Curimata (Potamorhina) pristigaster, IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (76): 161-165, 2 mar. 1994 164 HARTZ, MARTINS & PERET um characoidei neotropico. Amazoniana, Manaus, 8(4): 525-539. HARTZ, S. M. 1991. Dinâmica populacional de Cyphocharax voga (Hensel, 1869) da Lagoa Emboaba, Osório, RS (Characiformes, Curimatidae). Porto Alegre, 133p. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 1991 (Não Publicado). NIKOLSKY, G. V. 1969. Theory of fish population dynamics. Edinburg, Oliverd & Boid. 323p. NOMURA, H. & HAY ASHI, C. 1980. Caracteres merísticos e biologia do saguirü, Curimatus gilberti (Quoy & Gaimard, 1824) do Rio Morgado (Matão, SP) (Osteichthyes, Curimatidae). Revta bras. Biol., Rio de Janeiro, 40(1): 165-176. NOMURA, H. & TAVEIRA, A.C.D. 1979. Biologia do saguirü, Curimatus elegans Steindachner, 1874 do Rio Mogi Guaçú, SP (Osteichthyes, Curimatidae). Revta bras. Biol., Rio de Janeiro, 39(2): 331-339. ROMAGOSA, E.; GODINHO, H. M. & NARAHARA, M. Y. 1984. Tipo de desova e fecundidade de Curimatus gilberti (Quoy & Gaimard, 1824) da Represa de Ponte Nova, Alto Tietê. Revta bras. Biol., Rio de Janeiro, 44(1): 1-8. TAPHORN, D. €. & LILYESTROM, G. 1983. La relacion peso-largo, fecundidad y dimorfismo sexual de Curimatus magdalenae (Pisces, Curimatidae) de la cuenca del Lago de Maracaibo, Venezuela. Mems soc. cienc. nat. La Salle. Caracas, 43(119): 29-37. VARI,R.P. 1988. The Curimatidae, a lowland neotropical fish family (Pisces: Characiformes); distribution, endemism and phylogenetic biogeography. In: Proceedings of a Workshop on Neotropical Distribution Patterns, Rio de Janeiro, Academia Brasileira de Ciências. p. 343-377. — . 1989. A phylogenetic study of the neotropical characiform family Curimatidae (Pisces: Ostariophysi). Smithson. Contrib. Zool., Washington, (471):1-71. VAZZOLER, A. E. A.M. 1982. Manual de métodos para estudos biológicos de populações de peixes. Reprodução e crescimento. Brasília, CNPq, Programa Nacional de Zoologia. 108p. WOOTTON, R.J. 1991. Ecology of Teleost Fishes. London, Chapman & Hall. 404p. Recebido em 30.09.1993: aceito em 18.11.1993 IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 161-165, 2 mar. 1994 Fecundidade de Cyphocharax voga... 165 no. ovócitos (x 1000) 1 0 -6 4.28 F=5,15x10 Lt 0 50 100 150 200 250 300 F=411,338Wt-17848,1 T=0,64 0 50 100 150 200 250 300 350 Wt(g) no. ovócitos (x 1000): 3 F=1896,35wg-10496,7 1=0,76 we(g) Figs. 1-3. Relações entre o número de ovócitos e as variáveis: 1. Comprimento total (Lt), 2. Peso total (Wt) e 3. Peso das gônadas (wg) paraCyphocharax voga (Hensel, 1869) na Lagoa Emboaba, Rio Grande do Sul, durante o período reprodutivo de 1989/90. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 161-165, 2 mar. 1994 or Je U F "= “ | 1 N Rs = A s \ i = 4 x , 5 À EX ] 3 rn x 1 A ER EN a A E r 3 Y 03 2 am | los e OD “ger Bu e ELA e, Phi , a 676 NOTA CIENTÍFICA 167 FIRST RECORD OF LAGENOPHRYS DISCOIDEA KELLICOTT (CILIOPHORA, PERITRICHA, LAGENOPHRYIDAE), ECTOCOMMENSAL OF ARGENTINIAN OSTRACODS ! KEYWORDS: Ciliates, epizoics, ostracods, Argentina. As a result of the analysis of benthic samples from San Miguel del Monte lagoon, Buenos Aires, Argentina, the presence of Lagenophrys discoidea Kellicott, 1887 as ectocommensal on Cyprinotus similis (Wierzejski, 1893) was recorded. This interesting peritrich species is mentioned for the first time in South America. This record agrees with CORLISS & BROUGH (1965) and CLAMP (1987) about the cosmopolitism of Lagenophrys species. All of them are ectocommensals associated with crustaceans. In South America they were mentioned attached to anomuran decapods (MOUCHET-BENNATI, 1932), amphipods (THOMSEN, 1945) and astacuran decapods (CLAMP, 1988). L. discoidea was always found fixed to ostracods. This species was registered in Canada, United States of America and under other names in Europe and China. CLAMP (1990) redescribed the species and established that L. labiata Wallengren, 1900 non Stokes 1887, L. wallengreni Abonyi, 1928 and Circolagenophrys entocytheris Jankowski, 1986 are their synonyms. Ostracods were taken during 1989 from bottom samples in San Miguel del Monte lagoon (Buenos Aires province). Samples were obtained with a modified Ekman grab and a modified suber sampler. Samples of preserved material are deposited in the Microfauna Laboratory of Institute of Limnology “Dr. Raúl A. Ringuelet”. The presence of ectocommensals on C. similis was very common in all sampling Occasions. Observations, illustrations and measurements (Table I) were made on living material according with NENNINGER (1948) and SOMMER (1951) criterion. Table 1. Measurements of Lagenophrys discoidea (n = 25). Mean SD: EV: Range (um) (um) % (um) Heigth of lorica ET +4.6 16.4 23.5-37.6 Length of lorica 74.00 + 6.8 92 62.4-94.0 Width of lorica 67.68 3.8 8.5 59.5-84.4 Length of lips 24.90 am Ile) 12 24.0-28.8 Length lorica/width lorica 1,09 + 0.08 1.3 1.0-1.4 1. Scientific Contribution nº 447 of Institute of Limnology “Dr. Raúl A. Ringuelet”. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 167-170, 2 mar. 1994 168 CLAPS & SAMPÓNS Lagenophrys discoidea Kellicott, 1887. (Figs. 1-4) The lorica is hemispherical and flattened, being nearly circular in dorsal view (figs. 1,3). The opening of the lorica (loricastome) is situated at one end of it (fig. 3). The lips of the loricastome are smooth and without proyections or indentations and oriented parallel to the transverse axis of the body (fig. 1). Ciliary crown protrudes through the loricastome. In the middle of the body, the macronucleus is C-shaped and is oriented on the long axis of the body (fig. 2). The single contractile vesicle is in the first third of the body. Biological aspects. Contrary to STILLER (1960) record who found L. discoidea in waters with high concentrations of oxygen, our specimens were found on probes of lagoon sediments with elevated concentrations of SH>. This condition agree with CLAMP (1990) opinion that cyprid ostracods from marshes and swamps are the most common hosts of this species. KEISER (1921) suggested that epizoics are associated with swimming ostracods forms rather than bottom ones. In accordance with this opinion, C. similis can be included into the former group because is a active swimmer (KAESTNER, 1970) collected always in the water upon sediments and no burrowing in the mud. KEISER (1921) pointed out that L. discoidea was found on the lateral surface of the ostracod carapace and never on its margins. We found both lateral and marginal locations in our material (fig. 4). Almost all of them showed the same orientation with their loricastomes pointed to the posterior margin of the host. This distribution pattern was also observed by WALKER & ROBERTS (1982) and CLAMP (1987). They pointed out that Lagenophrys species intentionally choose host areas swept by currents of high velocity. The number of epizoics attached to the host carapace is variable. WALLENGREN (1900) observed 15-20 specimens on a single individual. In our samples most of the adult host (males and females) showed an elevated number of peritrichs (x = 75 specimens/host). Density varied in relation to the size of the valves. In C. similis the left valve is larger than the right one. On the former we found 46 peritrichs and on the latter 32 as maximum values. This assumption is also valid for the ostracod larval stages. The epizoics appear after the third process of molting and never before. This fact can be attributed to the short period between molts in the three first larval stages and to the small size of their carapace. We often found 1-4 epizoics/host in several ostracods between the 4th and 8th larval stage. All of them had epizoics restricted only to the lateral surface of one or both valves. We must point out we have frequently observed some degenerate individuals (residual organism) (CLAMP, 1991) on free valves of a recent molt. They survives for a few hours with decreasing vitality. Besides, we examined other crustaceans present in the same samples (cyclopoid and harpacticoid copepods and cladocerans) and none of them showed L. discoidea. This fact emphasizes that this species is restricted to ostracods. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (76): 167-170, 2 mar. 1994. First record of Lagenophrys discoidea.... 169 Figs. 1-4. Lagenophrys discoidea: 1-3. general view (scale bar = 10um); 2. macronucleus (scale bar = 10 um); 4. epizoics localization on the host (scale bar = 100 um). IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (76): 167-170, 2 mar. 1994 170 CLAPS & SAMPÓNS REFERENCES CLAMP, J. C. 1987. Five new species of Lagenophrys (Ciliophora, Peritricha, Lagenophryidae) from the United States with observation on their development stages. J. Protozool., New York, 34 (4): 382-92. —. 1988. Lagenophrys anticthos n. sp. and L. aegleae Mouchet - Bennati, 1932 (Ciliophora, Peritricha, Lagenophryidae), ectocommensals of South American crustaceans. J. Protozool., New York, 35 (1): 164- —. 1990. Redescription of three species of Lagenophrys (Ciliophora: Peritricha: Lagenophryidae) and a new northamerican species of Lagenophrys from hypogean amphipods. Trans. Am. Microsc. Soc., Lawrence, 109 (1): 1-31. — . 1991. Revision of the Family Lagenophryidae Bütschli, 1889 and description of the Family Usconophryidae N. Fam. (Ciliophora, Peritricha). J. Protozool., New York, 38 (4): 355-77. CORLISS, J.O & BROUGH, I. M. 1965. A new species of Lagenophrys (Ciliata: Peritrichida) from the Jamaican crab Metopaulias depressus. Trans. Am. Microsc. Soc., Lawrence, 84 (1): 73-80. KAESTNER, A. 1970. Invertebrate Zoology. Vol. III Crustacea. New York, Interscience. 523p. KEISER, A. 1921. Die sessilen peritrichen Infusorien und Suctorien von Basel und Umgebung. Rev. Suis. Zool., Geneve, 28 (12): 221-41. MOUCHET-BENNATI, S. 1932. Sur la branchie d'Aeglea laevis (Latreille) et son parasite Lagenophrys aeglea nov. sp. C. r. Séanc. Soc. Biol., Paris, 109: 148-50. NENNINGER, U. 1948. Die Peritrichen der Umgebung von Erlangen mit besonderer Beriicksichtigung ihrer Wirtsspezifität. Zool. Jb. Abt. Syst. Oekol. Geogr. Tiere, Jena, 77: 169-266. SOMMER,G. 1951. Die peritriche Ciliaten des grossen Plöner Sees. Arch. Hydrobiol., Stuttgart, 44: 349-440. STILLER, J. 1960. Die limnologischen Verhältnisse des Naturschutzgebietes von Batoliget in Ungarn nebst Beschreibung einiger neuer Peritrichen-arten (Ciliata; Protozoa). Arch. Hydrobiol., Stuttgart, 56 (3): 186- 260. é THOMSEN, R. 1945. Sobre Lagenophrys lenticulata (Kellicott) (Protozoa, Ciliata). Com. zool. Mus. Hist. nat. Montev., Montevideo, 1 (23): 1-9. WALKER, M. H. & ROBERTS, E. 1982. The protozoan epizooites found on the gills of Gammarus pulex. Hydrobiol., Dordrecht, 88: 171-76. WALLENGREN, N. 1900. Ubersicht von der Gattung Lagenophrys. Biol. Zentralbl., Leipzig, 20: 358-63. MARÍA CRISTINA CLAPS & MARÍA RAQUEL SAMPÓNS. Instituto de Limnologia “Dr. Raúl A. Ringuelet”, Universidad Nacional de La Plata, Paseo del Bosque s/n, 1900 La Plata, República Argentina (CONICET). Recebido em 12.02.1992: aceito em 12.07.1993. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 167-170, 2 mar. 1994. 171 NECROLÓGIO Pedro Canísio Braun (19.11.1938 - 19.11.1992) PEDRO CANÍSIO BRAUN nasceu em Cruz Alta, RS, no dia dezenove de novembro de 1938, onde permaneceu em sua infância e grande parte da adolescência. Vindo para Porto Alegre, concluiu seu curso secundário no Colégio Estadual Júlio de Castilhos e, em 1960, ingressou na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, onde obteve os títulos de Bacharel e Licenciado em História Natural, no ano de 1963. Iniciou sua carreira científica em 1965, quando estagiou no Setor de Herpetologia do então Museu Rio-Grandense de Ciências Naturais, sob a orientação do Prof. Dr. Thales de Lema, onde despertou seu interesse pelo estudo dos anfíbios. Foi bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq (1972-1983) e ingressou como Técnico Superior Pesquisador, em 1975, no Museu de Ciências Naturais, Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, atuando no Núcleo de Vertebrados, sempre dedicado ao estudo da fauna anfibiológica do RS. Participou constantemente de viagens científicas de observação e coleta de material IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 171-173, 2 mar. 1994 Io) zoológico, tanto daquelas desenvolvidas em Projetos de Inventariamento da Fauna e Flora do Rio Grande do Sul, que envolviam os diferentes Núcleos de Pesquisa do Museu de Ciências Naturais, quanto daquelas que organizava com o objetivo específico de suas pesquisas. Colaborou, desta forma e por ter percorrido grande parte do Estado, em suas diferentes regiões fisiogeográficas, para o incremento de outras coleções científicas. Foi curador da coleção de anfíbios, tendo sido responsável por seu incremento, organização e incorporação ao Banco de Dados do Ambiente Natural (BDA), onde estão catalogados, atualmente, 13.404 exemplares. Como atividades de especialização e divulgação de seus trabalhos, participou de vários Cursos, Simpósios, Congressos e Seminários, proferindo palestras em várias oportunidades. Foi membro de várias associações profissionais e científicas, participando ativa- mente da Associação dos Naturalistas do Rio Grande do Sul, atual Associação Profissi- onal dos Biólogos do Rio Grande do Sul, como tesoureiro (1972/3) e como membro do Conselho Fiscal e Técnico (1976/1982). Paralelamente exerceu os cargos de Professor de Ciências Físicas e Biológicas, em diversas escolas públicas e particulares e de Perito Criminalístico da Secretaria da Segurança Pública. Como grande conhecedor de seu povo, usos e costumes, demonstrou toda a sensibilidade de sua alma através de sua poesia, onde cantou seu amor à Terra com a competência e criatividade que só os poetas sabem ter. Deixou publicados dois livros: “Prá ti Querência” e “Ao pé do fogo”, que certamente enriqueceram o acervo cultural gaúcho. Pedro Canísio Braun era filho de João Aloysio Braun e Euclydes Caetano Braun. Foi casado com a Bióloga Cristina Assunção Sirängelo Braun, que também se dedicou, por vários anos, à pesquisa de anfíbios e com a qual publicou em co-autoria 18 de seus trabalhos científicos. Deixou os filhos Adriana, Pedro e Aloísio e a neta Cristiane. Sua perda prematura deixou uma grande lacuna no meio científico e cultural gaúcho e principalmente uma grande saudade de seus amigos, os quais soube cativar, como poucos, durante a sua vida. TRABALHOS PUBLICADOS BRAUN,P.C. 1973. Nova espécie do gênero Proceratophrys Miranda-Ribeiro, 1920 do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. (Anura, Ceratophrynidae). Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (43) : 91-9. BRAUN,P.C. 1973. Nova espécie do gênero Melanophryniscus Gallardo, 1961 do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. (Anura, Brachycephalidae). Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (44) :3-13. BRAUN, P.C. 1973. Sobre uma postura de Caiman latirostris (Daudin, 1802) (Crocodilia, Alligatoridae). Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (44) : 50-4, nov. BRAUN, P. C. & BRAUN, C. A. S. 1974. Fauna da Fronteira Brasil-Uruguai. Lista dos anfíbios dos Departamentos de Artigas, Rivera e Cerro Largo. Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (45) : 34-49. BRAUN, P.C. & BRAUN, C.A.S. 1975. Sobre a ocorrência de Hyla berthae Barrio, 1962 no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil (Anura, Hylidae). Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (46): 19-24. BRAUN, P. C. & BRAUN, C. A. S. 1976. Contribuição ao estudo da fauna anfibiológica da Região Metropolitana (Grande Porto Alegre), Rio Grande do Sul, Brasil. Comun. Mus. Ciênc. PUCRS, Sér. Zool., Porto Alegre, (10/11) : 1-16. BRAUN, P.C. & BRAUN, C. A. S. 1976. Primeira ocorrência do gênero Crossodactylus Dumêril & Bibron, 1841 no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil, registrada através do encontro de Crossodactylus dispar A. Lutz, 1925. Comun. Mus. Ciênc. PUCRS, Ser. Zool., Porto Alegre, (10/11) : 17-24. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (76): 171-173, 2 mar. 1994. 173 BRAUN, P. C., BRAUN, C. A. S. colab. 1976. In: FUNDAÇÃO ZOOBOTÄNICA DO RIO GRANDE DO SUL. Preceituação ecológica para a preservação de recursos naturais da região da Grande Porto Alegre, Porto Alegre, Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul, Liv. Sulina, 153p., il., 8 gráf., 6 est., 2 mapas. (Publicação Avulsa FZB, 1). BRAUN,P.C.& BRAUN,C. A.S. 1977. Novaespécie de Hyla do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil (Anura, Hylidae). Revta. bras. Biol., Rio de Janeiro, 37 (4): 853-7. BRAUN, P.C. & BRAUN, C. A.S. 1977. Nova espécie de Physalaemus do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil (Anura, Leptodactylidae). Revta. bras. Biol., Rio de Janeiro, 37 (4) : 867-71. BRAUN, P.C. & BRAUN, C. A.S. 1977. O veneno dos sapos. Natureza em Revista, Porto Alegre, (3) : 28- 32. BRAUN, P.C. 1978. Ocorrência de Melanophryniscus stelzneri dorsalis (Mertens, 1933) no Estado de Santa Catarina, Brasil (Anura, Bufonidae). Iheringia, Ser. Zool., Porto Alegre, (51) : 39-41. BRAUN, P.C. 1978. Ocorrência de Hyla flavoguttata A. Lutz & B. Lutz, 1939 no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil (Anura, Hylidae). Iheringia, Ser. Zool., Porto Alegre, (51) : 43-4. BRAUN, P. C. & BRAUN, C. A.S. 1978. O canto dos sapos. Natureza em Revista, Porto Alegre, (5) : 10- To: BRAUN, P.C. & BRAUN,C.A.S. 1979. Sobre a ocorrência de Leptodactylus geminus Barrio, 1973 no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil (Anura, Leptodactylidae). Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (54): 3-6. BRAUN, P.C. & BRAUN, C. A.S. 1979. Novaespécie de Melanophryniscus Gallardo, 1961 do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil (Anura, Bufonidae). Iheringia, Ser. Zool., Porto Alegre, (54) : 7-16. BRAUN, P. C. & BRAUN, C. A. S. 1979. Presença de Dendrophryniscus brevipollicatus Espada, 1870 no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil (Anura, Bufonidae). Iheringia, Ser. Zool., Porto Alegre, (54) : 47-52, jan. BRAUN, P. C., BRAUN, C. A. S. & PINEDA, M.D.S. 1980. Observações sobre o comportamento alimentar de Ceratophrys ornata (Bell, 1843), em cativeiro. Revta. bras. Biol., Rio de Janeiro, 40 (2) : 401-3. BRAUN, €. A. S., BRAUN, P. C. & PINEDA,M. D.S. 1980. Porque preservar um banhado. Natureza em Revista, Porto Alegre, (7) : 6-9. BRAUN, P. C. & BRAUN, C. A.S. 1980. Lista prévia dos anfíbios do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Iheringia, Ser. Zool., Porto Alegre, (56) : 121-46. BRAUN, P.C. BRAUN, C. A. S. & PINEDA, M.D.S. 1981. Ocorrência de Physalaemus nanus (Boulenger, 1888) no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil (Anura, Leptodactylidae). Iheringia, Ser. Zool., Porto Alegre, (57) : 99-104. BRAUN, P. C. & BRAUN, C. A. S. 1981. Ocorrência de Hyla pinima Bokermann & Sazima, 1973 no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil (Anura, Hylidae). Iheringia, Ser. Zool. (57) : 113-8. BRAUN, P. C. 1982. Acidentes com veneno de sapos. In: Cartilha do Agricultor, I Capítulo: O Homem e a Família, 2º ed. Secretaria da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul. BRAUN,P.C. & BRAUN,C. A.S. 1987. Observações sobre o comportamento de Leptodactylus labyrinthicus (Spix, 1824) em cativeiro. Com. Mus. Ciênc. PUCRS, sér. Zool., Porto Alegre, (45) : 167-172. LEMA, T. de & BRAUN, P. C. Revta. bras. Zool., Rio de Janeiro, (no prelo). Moema Leitão de Araújo Maria Lúcia Machado Alves (Museu Ciências Naturais, Porto Alegre) IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 171-173, 2 mar. 1994 [S 3 ha u À EN o E = E | RE a A = ) f — ME 3 a r y à Re 7 Ny É y “o + as ' 3 4 Hi x o, (o 3 ur a URS = ir y EN z É € A j E à í me | TT dE R í x S o ae BIA y Ls f 3 E RC e . Ea 7 ] “=> “s à é 7 Er 75 = a 7 ( N j ı z e y 2 É Ei a é v 2 2 4 ne == KEN ü u ç 4 x 3 1] a / 7 ud 3 ty g ) en f = | , o Í = E) 32 e yu i E a, d = Au = Ei} ll 14% Ê + f ES = 1) ça j v ’ r 1 q j as 2 ira - EM 3 Kr E 3 7 E Ea EA À | na AH 4 a En ) ( at + ; 5 1 ORAR q À, N “ea RS: ” e IRRE e As ts do 1 > r Ng N À A | - 0 Bra com hi AR A j En a, i o ir Eds ) a ar o pOr ki) Er ie TER Se iu r j h 2 A \ 4 N" ie er cia Sen As a tas B. * ; E mi y au ä rey BR 4 sy us Pes nda e Meg RA a o h ie nd a di int Br doe a ca, Me 2 id (om 175 O periódico IHERINGIA, SÉRIE ZOOLOGIA editado pelo Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, destina-se a publicar trabalhos originais em Zoologia. E distribuído a Instituições congêneres em regime de permuta. Mediante entendimento prévio poderá ser enviada a cientistas e demais interessados. RECOMENDAÇÕES AOS AUTORES 1. Os manuscritos devem ser encaminhados com exclusividade ao Editor, em três vias, em forma definitiva, datilografados em papel ofício , em espaço duplo redigidos preferencialmente em português, inglês, espanhol ou francês. A correção gramatical é de inteira responsabilidade do(s) autor (es). 2. Os manuscritos, sempre que possível, devem compreender os seguintes tópicos: Título; Nome (s) do (s) Autor (es); Abstract (em inglês, inclusive o título do trabalho); Keywords (no máximo cinco); Introdução; Material e Métodos; Resultados e/ou Discussão; Conclusões; Agradecimentos e Referências Bibliográficas. A exceção do (s) nome (s) do (s) Autor (es), todos os demais elementos acima devem ser escritos em CAIXA ALTA. 3. Não usar notas de rodapé, exceto a da primeira página que deve conter o endereço completo do (s) autor (es). 4. Os nomes genéricos e específicos, ao serem citados pela primeira vez no texto, devem estar acompanhados do nome do autor e ano da publicação. 5. As referências citadas no texto devem ser feitas no seguinte modo: FONSECA (1987), (FONSECA, 1987), FONSECA (1987:54) ou (FONSECA, 1987:54). Trabalhos não publicados devem ser evitados. As referências bibliográ- ficas devem estar dispostas em ordem alfabética e cronológica, segundo as normas da ABNT, salvo o ano da publicação que deve seguir o nome do autor. As abreviaturas dos nomes de periódicos devem obedecer as normas do “World List of Scientific Periodicals”. Exemplos: SANTOS, E. 1952. Da ema ao beija-flor. 2.ed.rev. ampl. Rio de Janeiro, F. Briguiet. 335p. BERTSCHINGER, R. B. E. & THOMÉ, J.W. 1987. Contribuição à recaracterização de Phyllocaulis soleiformis (Orbigny, 1835) (Gastropoda, Veronicelidae). Revta bras. Zool., São Paulo, 4 (3): 215-233. 6. As ilustrações devem ser feitas preferencialmente a traço, com nanquim, em papel vegetal acompanhadas de escalas. As ilustrações (desenhos, fotografias, gráficos e mapas) devem ser tratadas como figuras e numeradas com algarismos arábicos seqiênciais; devem ser montadas em cartolina branca, proporcionais às dimensões (12cm x17cm) não ultrapassando o dobro, adotado o critério de rigorosa economia de espaço. A Comissão Editorial reserva-se o direito de efetuar alterações na montagem das pranchas ou solicitar nova montagem aos autores. As legendas devem ser datilografadas em folha (s) a parte. Ilustrações a cores devem ser combinadas previamente e seu custo fica a cargo do (s) autor (es). As tabelas devem permitir uma redução para um máximo de 12cm x17cm; devem ser numeradas com algarismos romanos e apresentar título conciso e claras explicações que permitam sua compreensão sem consultas ao texto. As figuras não devem ser incluídas no meio do texto e devem estar identificadas no verso. 7. A elaboração da listagem do material examinado deve dispor as localidades do Norte para o Sul e de Leste para Oeste e as siglas das instituições compostas de 4 letras segundo o modelo abaixo: Ex.: VENEZUELA. Sucre: San Antonio del Golfe, 5 Q, 08.V.1942, S. Karpinski col., (MNHN, 2547). PANAMÁ. Chiriqui: Bugaba (Volcan de Chiriqui), 3 Cm Q, 24.V1.1901, Champion col. (BMNH, 1901). BRASIL. Goiás: Jataí, (Fazenda Aceiro), 3 Ö ,15.X1.1915, C. Bueno Col. (MZSP, 4312); Paraná: Curitiba, 1 Q 10.X11.1925, F. Silveira col. (MNRJ); Rio Grande do Sul: Viamão, 5 Ö.17.X1.1943, S. Carvalho col. (MCNZ, 2147). 8. A seleção dos manuscritos far-se-á pela Comissão Redatorial após parecer de no mínimo dois referees. Alterações de pequena monta serão feitas pela própria Comissão. Alterações mais substanciais serão solicitadas aos autores, mediante a devolução dos originais, acompanhados das sugestões. As provas tipográficas não serão enviadas ao (s) autor (es), exceto em casos excepcionais. 9. Para cada artigo será fornecido, gratuitamente, um número fixo de 50 separatas, sem capa. Maria Helena M. Galileo COMISSÃO REDATORIAL Editora Erica H. Buckup (Presidente) Inga L. V. Mendes Maria H. M. Galileo ME ncia Alves ENDEREÇO PARA PERMUTA (Address for exchange) Maria Helena Bopp Miiller Editoração Fundação Zoobotânica do RS Caixa Postal 1188 90001-970 Porto Alegre, RS Brasil IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 169, 2 mar. 1994. 176 CONSULTORES CIENTÍFICOS ° Arno A. Lise, Instituto de Biociências, PUC-RS. Porto Alegre, RS. e Abel Lavorenti, Departamento de Zootecnia, ESALQ, Piracicaba, SP * Alfredo Langguth, Museu Nacional, Rio de Janeiro, RJ * Ana Maria Setúbal Vanin, Instituto Oceanográfico, USP, São Paulo, SP. * Angelo B. M. Machado, Departamento de Zoologia, UFMG, Belo Horizonte, MG ° Arnaldo €. dos S. Coelho, Museu Nacional, Rio de Janeiro, RJ º Carlos Emílio Benvenuti, Departamento de Biologia-Bentos, Rio Grande, RS * Carlos H. W. Flechtmann, Departamento de Biologia, ESALQ, Piracicaba, SP « Carlos Ribeiro Vilela, Departamento de Biologia, USP, São Paulo, SP * Carlos Roberto Brandão, Museu de Zoologia, USP, São Paulo, SP * Cleide Costa, Museu de Zoologia, USP, São Paulo, SP e Cesar Ades, Instituto de Psicologia, USP, São Paulo, SP « Dalton de Souza Amorim, FFCLRP, USP, Ribeirão Preto, SP e Dante Martins Teixeira, Museu Nacional, Rio de Janeiro, RJ e Diethardt A. Jebram, Instituto de Biociências, PUC-RS, Porto Alegre, RS º Dilma Solange Napp, Departamento de Zoologia, UFPR, Curitiba, PR * Edmundo Ferraz Nonato, Instituto Oceanogräfico USP, São Paulo, SP * Eduardo Bertoletti, CETESB, São Paulo, SP « Edwin O’Neill Willis, Instituto de Biociências, UNESP, Rio Claro, SP » Elenita G. Goldstein, Setor de Ensaios Biológicos, CETESB, São Paulo, SP * Eleonora Trajano, Instituto de Biociências, USP, São Paulo, SP » Elizabeth Höfling, Instituto de Biociências, USP, São Paulo, SP ° Erika Schlenz, Instituto de Biociências, USP, São Paulo, SP º Fernando da Costa Novaes, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, PA e Francisco M. de Souza Braga, Instituto de Biociências, UNESP, Rio Claro, SP ° German A. B. Mahecha, Instituto de Ciências Biológicas, UFMG, Belo Horizonte, MG « Gilberto Righi, Instituto de Biociências, USP, São Paulo, SP * Gustavo A. Schmidt de Melo, Museu de Zoologia, USP, São Paulo, SP º Heraldo A. Britski, Museu de Zoologia, USP, São Paulo, SP e Hilda de Souza Lima Mesquita, Instituto Oceanográfico, USP, São Paulo, SP º Jaime Loyola e Silva, Departamento de Zoologia, UFPR, Curitiba, PR e Janira Martins Costa, Museu Nacional, Rio de Janeiro, RJ e João M. F. Camargo, FFCLRP, USP, Ribeirão Preto, SP * João Oldair Menegheti, Museu de Ciências Naturais, FZB, Porto Alegre, RS » Jocélia Grazia, Inst. de Biociências UFRGS, Porto Alegre, RS « José Albertino Rafael, Coordenação de Pesq. em Entomologia, INPA, Manaus, AM * José Cândido de Melo Carvalho, Museu Nacional, Rio de Janeiro, RJ « José Felipe R. Amato, Instituto de Biologia, UFRRJ, Seropédica, RJ « José Henrique Guimarães, Inst. de Ciências Biomédicas, USP, São Paulo, SP « José Lima Figueiredo, Museu de Zoologia, USP, São Paulo, SP « José Luiz M. Leme, Museu de Zoologia, USP, São Paulo, SP « José Ricardo Cure, Departamento de Biologia/UFV, Viçosa, MG. « José W. Thomé, Instituto de Biociências, PUC-RS, Porto Alegre, RS « Julio Cesar Garavello, Depto. de Ciências Biológicas, UFSCar, São Carlos, SP * Liliana Forneris, Instituto de Biociências, USP, São Paulo, SP * Lindolpho Guimarães, Museu de Zoologia, USP, São Paulo, SP * Luiz Carlos B. Ferraz, ESALQ, Piracicaba, SP * Luiz Octávio M. Machado, Depto. de Zoologia, UNICAMP, Campinas, SP. * Luiz D. Vizotto, Instituto de Biociências, UNESP, São José do Rio Preto, SP * Luiz Roberto Tommasi, Instituto Oceanográfico, USP, São Paulo, SP * Maria Elena Galiano, Museu de C. Nat. “B. Rivadavia”, Buenos Aires, Argentina * Maria Júlia da Costa Belém, Museu Nacional, Rio de Janeiro, RJ * Marlene Sofia Arcifa, Faculdade de Ciências, USP, Ribeirão Preto, SP º Martin L. Christoffersen, Depto. de Sist. e Ecol., UFPB, João Pessoa, PB * Massuka Yamane Narahara, Instituto de Pesca, São Paulo, SP * Miriam Becker, Instituto de Biociências, UFRGS, Porto Alegre, RS * Miguel A. Monné, Museu Nacional, Rio de Janeiro, RJ e Miguel T. U. Rodrigues, Instituto de Biociências, USP, São Paulo, SP * Miguel Petrere Júnior, Instituto de Biociências UNESP, Rio Claro, SP * Nilton José Hebling, Instituto de Biociências, UNESP, Rio Claro, SP * Naércio Menezes, Museu de Zoologia, USP, São Paulo * Nelson Papavero, Instituto de Estudos Avançados, USP, São Paulo, SP * Osmar Domaneschi, Instituto de Biociências, USP, São Paulo, SP * Oswaldo L. Peixoto, Instituto de Biologia, UFRRJ, Seropédica, RJ * Paulo da Cunha Lana, Centro de Biologia Marinha, UFPR, Paranaguá, PR * Pedro Marcos Linardi, Instituto de Ciências Biológicas, UFMG, Belo Horizonte, MG * Petrônio Alves Coelho, Departamento de Oceanografia, UFPE, Joboatão, PE * Reimar Schaden, CNPq, Brasília, DF * Renato C. Marinoni, Departamento de Zoologia, UFPR, Curitiba, PR * Roberto B. Cavalcanti, Departamento de Biologia Animal, UnB, Brasília, DF * Roberto E. dos Reis, Museu de Ciências, PUC-RS, Porto Alegre, RS * Roberto Sassi, Núcleo de Pesquisas de Recursos do Mar, UFPB, João Pessoa, PB * Raúl Ugarte Moreno, Universidad de Valparaiso, Chile * Rubens Alves Cunha, Depto. de Matemática e Estatística, UNESP, Rio Claro, SP * Sérgio de Almeida Rodrigues, Instituto de Biociências, USP, São Paulo, SP * Sérgio Antônio Vanin, Instituto de Biociências, USP, São Paulo, SP Sônia Maria L. Garcia, Instituto de Biologia, UFRGS, Porto Alegre, RS * Suzana B. Amato, Instituto de Biologia, UFRRJ, Seropédica, RJ * Sylvia M, Lucas, Instituto Butantan, São Paulo, SP * Ubirajara R. Martins de Souza, Museu de Zoologia, USP, São Paulo, SP » Valdir A. Taddei, Instituto de Biociências, UNESP, São José do Rio Preto, SP. * Vinalto Graf, Departamento de Zoologia, UFPR, Curitiba, PR * Victor Py-Daniel, Coordenação de Pesquisas em Entomologia, INPA, Manaus, AM * Walter Narchi, Instituto de Biociências, USP, São Paulo, SP * Walter R. Terra, Instituto de Química, USP, São Paulo, SP * Werner Bokermann, Fundação Parque Zoológico de São Paulo, SP * Wladimir Lobato Paraense, Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, RJ. * Woodruf W. Benson, Departamento de Zoologia, UNICAMP, Campinas, SP IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (76): 170, 2 mar. 1994 a er fc u u! . OR Ei E) ra / r ' T a Frage a - e = 2 a x z 1 2 a, a Cl CeçdM no dá ‚au a o, tab Ação 7 Tm a N Az E > er pum Re Pe E A BL ISSN 0073-4721 Iheringia Série Zoologia CICCHINO, A.C. & CASTRO, D. DEL C. On Gyropus parvus parvus (Ewing, 1924) and Phtheiropoios rionegrensis MARCONDES-MACHADO, L.O. Biologia e comportamento de Tiaris fuliginosa fuliginosa (Wied, 1831) em LS LOS corso 1ER RR Sor (assar iiré jpó io sir acina qua dona gados eia po BERLRCHENEHEERAE-AORIERBEREER GASTAL,M. L. DE A. Densidade, razão sexual e dados biométricos de uma população de Ctenomys minutus Nehring, O COORD, cosperensenmasersro sosesessesssesesssrsersenionsensrerevssussicasseroinasasono coomedemesoscostusasada GASTAL, M.L. DE A. Sistemas de túneis e área de vida de Crenomys minutus Nehring, 1887 (Rodentia, Caviomorpha, o o SERES ND NAN EIN ENS ODE NI O MARQUES, R.V. & FABIÁN, M.E. Ciclo reprodutivo de Tadarida brasiliensis (1. Geoffroy, 1824) (Chiroptera, EEE on cone dean nos foston srs o dncoas ERA boia DD aan MARCONDES-MACHADO, L.O.; PARANHOS, 8.J. & BARROS, Y. DE M. Estratégias alimentares de aves na utilização de frutos de Ficus microcarpa (Moraceae) em uma área antröpica...uusssnssnsnsunsnensnuennnunnnnnnnnnnnnnennnnsennenn MELO, G.A.S. DE & CAMPOS JR., O. O gênero Ranilia H. Milne-Edwards, 1837 (Crustacea, Brachyura, Raninidae) O ENIO, 6 GOSCTIÇÃO de UMA NOVA CEDÉCIO....ussusmssessisessessesssescsscssrsesseonisessosesrenasnesesaciesuscoreemesussecaonesavasa MARTINS, U.R. & GALILEO, M.H.M. Novas espécies e notas sobre Cerambycidae e Disteniidae (Coleoptera) do E ES PEA SE A SE DESA ni DRA ARE SO BONINO,N. & BUSTOS, J.C. Peso y dimensiones del cuerpo y órganos internos de la liebre curopea, Lepus europaeus RE. Loporkiao) on ia Patagonia, ATEORNA,....accecssessssesessesessssescsssencscserersersessesssussesesassonaasacssnssesasenssensão GROSSER, K. M.; KOCH, W.R. & DRÜGG-HAHN, S. Ocorrência e distribuição de peixes na Estação Ecológica do u Do Ciraade do Sul, Brasil (Pisces, Teleostomi)......s assess esenesseesecesesecesessssesessosesssersscsacsncescecesssersneessonasões DAMBORENEA, M.C. Temnocefalos neotropicales: Temnocephala kingsleyae sp. n. y T. lutzi Monticelli, 1913 (Platyhelminthes, Temnocephalidea) comensales de crustaceos del Brasil......uuunssnsenssnnnnennnnnennonannnnnnnnsnnnnnnnnnnnnnn AMORIM, D. DE S. A new suprageneric classification of the Scatopsidae (Diptera: Psychodomorpha)........seeeeses. OHLWEILER, F. P. & LANZER, R. M. Morfologia de Gundlachia obliqua (Broderip & Sowerby, 1832) (Mollusca, ie et ee Terre ARAUJO, P.B. DE & BUCKUP, L. Novaespécie de Trichorhina Budde-Lund, 1908 (Crustacea, Isopoda, Platyarthridae) ROHLFS, C. & BELÉM, M. J. C. O gênero Zoanthus no Brasil. I. Caracterização e revisão anatômica de Zoanthus O ICE, COMER). snrssrsnsssssrsissisosenvassparcrassrscreacarerrniciscorenarenersóo ronco reset Terran Museu de Ciências Naturais Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul Programa de Apoio a Publicações Científicas MCT ®cnra BJFINEP FUNDAÇÃO ZOOBOTÄNICA DO RIO GRANDE DO SUL CGC 87.912.929/0001-75 - Supervisionada pela Secretaria da Agricultura e Abastecimento Governador do Estado Alceu Collares Secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento. Floriano Barbosa Isolan Presidente da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul José Willibaldo Thomé ' Diretor Superintendente James Silveira Pizarro Diretor Executivo do Museu de Ciências Naturais Christina Teixeira Guimarães Gresele Editor responsável: Maria Helena Mainieri Galileo Comissão redatorial: Erica H. Buckup (Presidente), Inga L. Veitenheimer- Mendes, Maria Aparecida de L. Marques, Maria Lúcia Machado Alves, Maria Helena M. Galileo. Colaborador: Luciano de Azevedo Moura Responsável pela distribuição: Maria Helena Bopp Miiller Assessores científicos e normas para publicação: vide Iheringia, Ser. Zool. (76): 175-176. BL ISSN 0073-4721 Iheringıa Série Zoologia A revista IHERINGIA, Sér. Zool. é editada pelo Museu de Ciências Naturais, órgão da Fundação Zoobotânica do Río Grande do Sul, entidade de direito privado, instituída pela Lei Estadual nº 6.497, de 20.12.72, supervisionada pela Secretaria de Estado da Agricultura e destina-se à divulgação de trabalhos científicos originais, inéditos, mantendo seções destinadas a notas prévias, resenhas bibliográficas e notícias de interesse resultantes de pesquisa em Zoologia Este número foi editado e impresso na gráfica Pallotti em setembro de 1994. Tiragem 600 exemplares. Endereço para doações, permutas e correspondência: Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul, Editoração, Cx. Postal 1188, CEP 90001-970 Porto Alegre, RS, BRASIL. Tel. (I BS SER aa (OS BS GS Ä Os artigos assinados säo de responsabilidade dos autores. E permitida a reproducäo total ou parcial dos artigos da Revista, desde que seja citada a fonte. Iheringia, Ser. Zoologia. v.1, 1957 - Porto Alegre, RS - Brasil, Museu de Ciências Naturais Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul 1957 - Semestral ISSN 0073-4721 1. Zoologia-Periödicos - Brasil. 2. Trabalhos cientificos - Zoologia - Brasil. I. Museu de Ciências Naturais, Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul CDU - 59 (05) Artigos publicados em Iheringia ser. Zoologia säo indexados por: Abstracts of Entomology, Apicultural Abstracts, Bioresearch Index, Biological Abstracts, Centre International de Documentation Arachnologique, Entomological Abstracts, The Zoological Record. Programa de Apoio a Publicagöes Cientificas MCT (Qenra EJFINEP ON GYROPUS PARVUS PARVUS (EWING, 1924) AND PHTHEIROPOIOS RIONEGRENSIS SP.N. (PHTHIRAPTERA, AMBLYCERA, GYROPIDAE), PARASITIC ON CTENOMYS HAIGI THOMAS, 1919 (MAMMALIA, RODENTIA, CTENOMYIDAE) Armando C. Cicchino ! Dolores del Carmen Castro ! ABSTRACT Phtheiropoios rionegrensis sp. n. is described from specimens collected off Ctenomys haigi, C. mendocinus and C. australis in Argentina. The male genitalia of Gyropus parvus parvus (Ewing, 1924) is redescribed. The sites of oviposition, the external architecture of the eggs, the “hatching organ” of the embryo and synoxenic occurrence throw the geographical ranges of their hosts are studied. KEYWORDS. Phtheiropoios, Gyropus, Ctenomys, eggs, synoxenia, Argentina. INTRODUCTION This paper deals with Amblycera (Insecta: Phthiraptera) parasitic on Ctenomys species (Mammalia: Rodentia: Ctenomyidae) from different localities of Mendoza and Rio Negro Provinces, Argentina. The relevant features of the imagoes of Gyropus parvus parvus (Ewing, 1924) and Phtheiropoios rionegrensis sp. n. (Gyropidae: Gyropinae) are Illustrated and described, as well as the chorionic external architecture, egg-laying sites on the rodent hosts and geographical ranges. MATERIAL AND METHODS Most of the adult specimens were obtained alive from different Ctenomys species, also trapped alive. A minor amount was taken from museum study skins housed at Museo de La Plata (MLPA), La’Plata, Buenos Aires, Argentina, which were used as a secondary source of lice only. Lice were fixed in ethanol-acetic 1:1 vol/vol mixture. Most of them were mounted on slides following the procedure described by CASTRO & CICCHINO (1978), using Eosin W as staining agent. The eggs were taken from the different Ctenomys species, killed with commercial ether, air-dried during two weeks, and then cleaned during 20-30 seconds in acetone 100% by means of an ultrasonic vibrator. After, they were mounted on several stubs in different positions, coated with gold-palladium in a Jeol vacuum metallizer, and subsequently examined with a Jeol T-100 Scanning Electron Microscope (SEM). Measurements: under the SEM, by means of the digital scale given authomatically at different magnifications. Under the light 1. Museo de La Plata, Paseo del Bosque s/n, 1900 La Plata, Buenos Aires, Argentina. (CONICET). IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (77): 3 - 14, 30 set. 1994 4 CICCHINO & CASTRO microscope, using an appropriate callibrated eyepiece. All measurements are given in micrometers (um). Pictures: for the SEM photographs a Kodak Verichrome Pan R VP 120 (ASA 125/22 DIN) film was used. Drawings were traced by means of a camera lucida. All SEM pictures were stored in an iconographic collection and were available from the authors. Gyropus parvus parvus (Ewing, 1924) (Figs. 1-3, 14-24, 31-35) General habitus of male and female matching those described by WERNECK (1936, 1948). For general remarks and hosts associations see CASTRO et al. (1987). Male genitalia typical, with a large and complicated penis (fig. 1), pseudopenis U-shaped (figs. 1,2), paramera long and curved outwardly, their tips extending beyond the basal plate. A lightly pigmented and poorly defined ventral plate (fig. 3) extends between the paramera, being difficult to see in whole-mounted specimens. Type host: Ctenomys magellanicus Bennett, 1835. Other hosts records (include previous records by EWING (1924), WERNECK (1936, 1948), CASTRO et al. (1987) and CASTRO & CICCHINO (1987) and those from the present study): Ctenomys mendocinus Philippi, 1869; C. talarum talarum Thomas, 1898; C. porteousi Thomas, 1916; C. australis Rusconi, 1934; C. sericeus J. A. Allen, 1903; C. opimus Wagner 1900 and Ctenomys sp. from Villa Mercedes, Argentina. Specimens examined. Numerous males, females and nymphs from the following Ctenomys species: C. opimus, Tilcara, Jujuy Province; C. mendocinus, Paramillos (Las Heras), Cerro Melön (Las Heras), La Punilla (Lujan) and Malargüe, Mendoza Province; Ctenomys sp., Villa Mercedes, San Luis Province; C. talarum talarum, Magdalena, Buenos Aires Province; C. australis, Necochea and Monte Hermoso, Buenos Aires Province; C. porteousi, Bonifacio (Guamini) and Chasicó (Villarino), Buenos Aires Province; and C. haigi, Trapalcó (Avellaneda), Rio Negro Province and El Maiten (Cushamen), Chubut Province. See figure 35. Phtheiropoios rionegrensis sp. n. (Figs. 4-7, 9, 12, 25-31, 33, 35) Male: general habitus and chaetotaxy much as for P. latipollicaris (Ewing, 1924) and P.forficulatus (Neumann, 1912), differing as follows: (1) from P. latipollicaris (figs. 8, 11): forficulae smaller and with a shorter “toe”, basal plate narrower (fig. 4), pseudopenis distinctly shaped (fig. 6), paramera shorter and structure of the penis (fig. 12). Female: reminiscent of P. latipollicaris, but with tendence to be noticeably smaller in all somatic dimensions. Type host: Ctenomys haigi Thomas, 1919. Other hosts: C. mendocinus and C. australis. Material examined. Holotype &, 14 & and 14 9 paratypes, all them from the type host, Trapalcó, Avellaneda, Río Negro Province, Argentina (MLPA). Other specimens: males, females and nymphs, collected off C. mendocinus from La Punilla (Dto. Luján), IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 3 - 14, 30 set. 1994 On Gyropus parvus parvus (Ewing, 1924) and... 5 El Chihuido and El Peralito (Dto. Malargiie), Mendoza Province (MLPA); off C. australis from Necochea, Buenos Aires Province (MLPA). Sites of oviposition. Gyropus p. parvus two dissimilar patterns of oviposition have been observed: (1) in isolated colonies in Ctenomys t. talarum - two individual hosts examined showing similar pattern (fig. 34) - the eggs are laid in the hairs of the ileosacral area; (2) when synoxenic with Phtheiropoios species the egg laying sites are displaced more peripherically (C. haigi, fig. 31) or around the ears and dorsum and venter of the forelegs (C. porteousi, fig. 32), or scattered over the abdominal surface (in some individuals of C. haigi, fig. 31), or combinations of the patterns described above (C. haigi and C. australis, figs. 31, 33). Phtheiropoios rionegrensis sp. n. in isolated colonies or when synoxenic with G. p. parvus, the eggs are unvariably laid in the hairs of the ileosacral area, sometimes extended to the pubian and perineal areas (figs. 31,33). External chorionic architecture of the eggs. The chorion of the eggs is formed wholly by the follicle cells of the polytrophic ovariola. After the deposition of the endochorionic layer over the vitelline cuticle, the exochorionic layer begins to be secreted. This layer, in many cases, is not produced uniformly, but is deposited more rapidly at the edges of the follicle cells than at their central area and, in consequence, some kinds of “pits”, deep areolae or areas appear in the chorionic surface opposite to each follicle cell. By this reason, the “pitted”, “fuzzy”, areolate or reticulate external surface of the egg is aresultofthe imprints ofthe follicle cells which produce it, as has been pointed out, among others, by BEAMENT (1946) for Hemiptera. The external features and measurements of the eggs of both species are very distinctive (table I). Two kinds of operculi are found, here typified as follows: (1) “dome- shaped operculum”, found in G. p. parvus (figs. 19, 20, 22), with an uniformly curved surface; (2) “capitate operculum”, found in P. rionegrensis sp. n. (figs. 25, 26, 28), characterized by its polar half much enlarged and produced, naming this enlargement “capitulum”. Hatching organ of the embryo. The hatching organ is a cuticular structure of the embryonic cuticle consisting in a basal and feebly sclerotized plate variously shaped, with anumber of spines, tubercles, lancets and/or lancet-shaped blades. The true function of these “bursters” is to tear the vitelline membrane (SYKES & WIGGLESWORTH, 1931; HINTON, 1977). The chorion is then broken along a preformed line of weakness called the abcission line by swallowing pressure generated by the embryo by pumping hemolymph forward by rythmic contractions of the abdomen, and by filling the tracheal system with air (CHAPMAN, 1969). As the embryonic cuticle 1s shed inmediately after hatching, itremains attached inside the amphora (SYKES & WIGGLESWORTH, 1931). The hatching organ of G. p. parvus and P. rionegrensis, sp. n., are very similar one another, and are essentially identical in shape and structure to that of P. tucumanus Cicchino, 1990 (CICCHINO, 1990): a bottle-like shaped and tiny pigmented plate having three well defined sets of spines, lancets or tubercles (figs. 15-18), here named: (1) apical teeth, and inconspicuous number of small tubercles, with or without a central stronger tubercle or spine, located at the bottom of the plate; (2) lateral teeth, long and slightly bent upward horn- like teeth placed laterally, and (3) central tooth, one short, strong and spine-like tooth placed at the top. > o: IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 3 - 14, 30 set. 1994 CICCHINO & CASTRO Table I: Measurements and distinctive features of the eggs of Gyropus parvus parvus (Ewing 1924) and Phtheiropoios rionegrensis, sp. n. ess size (pm) kind of operculum opercular callus number of air chambers position of the micropyla callus of the amphora kind of mesh of the amphora Gyropus p. parvus Length = 537-586 Width= 224-244 Dome-shaped, with rugose and “pitted” surface (figs. 19-22) Not produced (figs. 1491920722935) 13-16, clearly coales- cent with the opercu- lar callus (figs. 23, 24) Central (figs. 23, 24) Incipient, with finger- like outgrowth of various lengths (figs. 14, 20) Very thick, delimiting many small and nearly circular areolae (fig. 20) Phtheiropoios rionegrensis, sp. n Length= 634-683 Width= 293-317 Capitate, with smooth surface (figs. 25, 26, 28) Greatly produced outwardly (figs. 25, 26, 28, 29) 15-16, not definitely coalescent with the oper- cular callus (figs. 29,30) Excentric, displaced against the opercular wall (figs. 29, 30) Fully developed, delimiting a circumferential groove, and lacking projections of any kind (figs. 26, 28). With a slender appearance, delimiting large and almost isodiamentric exagonal areas (figs. 26, 27). Occurrence on the hosts. The term oligoxenic is here used in the sense originally proposed by SANDGROUND (1929), and the term synoxenic, erected by WENZEL et al. (1966), in a slightly modified sense in order to include not only two or more species in the same genus but two or more species belonging to two closely related genera, as undoubtly Gyropus and Phtheiropoios are. G.p. parvus is an ubiquitous, oligoxenic subspecies found in at least ten Ctenomys species, but future collections probably should enlarge considerably this number. Except for isolated colonies parasitic on C. t.: talarum (no other lice are known from this host), in most cases it is synoxenic. with one or even two Phtheiropoios species in the same individual host where may exists also an Eulinognathus species (Anoplura: Polyplacidae). Its hosts range from central Jujuy in Argentina south to Gregory Bay, Isla Grande de Tierra del Fuego in Chile: C. opimus, C. mendocinus. C. porteousi, C. australis, C. t. talarum, C. haigi,C.colburni,C. sericeus, C.magellanicus and Ctenomys sp. from Villa Mercedes, San Luis Province, Argentina (table II). P. rionegrensis, sp. n., show a different pattern. Taking into account the available data it seems to be an oligoxenic species restricted to the C. mendocinus and C. australis species complexes over a geographic arch ranging from northern Mendoza south to Rio IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (77): 3 - 14, 30 set. 1994 On Gyropus parvus parvus (Ewing, 1924) and... 7 Table II. Synoxenisms of Gyropus parvus parvus (Ewing. 1924) with Phtheiropoios or Eulinognathus species in different host and localities in Argentina and Chile. Necochea, Buenos Aires, Argentina Ctenomys porteousi Bonifacio, Guaminí Buenos Aires, Argentina Phtheiropoios forticulatus (Neumann, 1912) Phtheiropoios sp. (1) HOST AND LOCALITY SYNOXENIC WITH SOURCE OF INFORMATION Ctenomys colburni Phtheiropoios sp. (1) EWING (1924) Huanuluán, El Cuy, WERNECK (1948) Río Negro, Argentina Ctenomys opimus Phtheiropoios nematophallus new record Tilcara, (Wemeck, 1935) Jujuy, Argentina Ctenomys australis Phtheiropoios rionegrensis, sp.n. new record CASTRO et al. (1987) CASTRO & CICCHINO (1987) Present study Ctenomys porteousi Eulinognathus torquatus new record Chasicó, Villarino, (Castro, 1982) Buenos Aires, Argentina Ctenomys sp. Phtheiropoios sp. (1) new record Villa Mercedes, San Luis, Argentina Ctenomys mendocinus Phtheiropoios forficulatus new record Santa Rosa, (Neumann, 1912) Mendoza, Argentina Ctenomys haigi Phtheiropoios rionegrensis, sp. n. new record Trapalcó, Avellaneda, Río Negro, Argentina Ctenomys haigi Phtheiropoios sp. (1) new record El Maitén, Cushamen, Chubut, Argentina Ctenomys mendocinus Phtheiropoios forficulatus new record Las Heras, (Neumann, 1912) Mendoza, Argentina Ctenomys magellanicus Phtheiropoios pollicaris WERNECK (1948) Gregory Bay, (Ewing, 1924) Magallanes, Chile Phtheiropoios latipollicaris (Ewing, 1924) Ctenomys sericeus Phtheiropoios latipollicaris WERNECK (1948) Alto Río Chico, Santa Cruz, Argentina (1) These populations belong to the same species identified erroneously as P. latipollicaris (Ewing, 1924) by CASTRO et al. (1987) and by CASTRO & CICCHINO (1987) following somatic features provided by WERNECK (1948). IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (77): 3 - 14, 30 set. 1994 8 CICCHINO & CASTRO Negro and Buenos Aires Provinces in Argentina. This species is often synoxenic with P. forficulatus in at least two different localities in Mendoza and one in Buenos Aires Provinces, as well as with P. forficulatus and G. p. parvus at the same time in the latter locality. It is also synoxenic with G. p. parvus alone in at least one locality in north Rio Negro Province (fig. 35). Acknowledgments. To Diego Verzi, Departamento de Zoología Vertebrados, MLPA, who collected and generously loaned us specimens of Ctenomys haigi for lice collection, providing also the literature dealing with Ctenomyidae. To Lic. Rafael Urrejola, MLPA, for his special care in photographing the lice eggs under the SEM. REFERENCES BEAMENT, J. W. L. 1946. The formation and structure of the chorion of the egg in an hemipteran Rhodnius prolixus. Q. Jl. microsc. Sci., London, 87: 393-439. CASTRO, D. del. C. & CICCHINO, A. C. 1978. Contribuciön al conocimiento de los malófagos argentinos II. Sobre algunos Menoponidae de la avifauna bonaerense: Menacanthus eurysternus (Burm.) y Menacanthus pici (Denny) (Insecta-Mallophaga). Revta Soc. ent. Arg., Buenos Aires, 37 (1-4): 77-83. —. 1987. Lista referencial de los Anoplura y Mallophaga conocidos como paräsitos de mamíferos en la Argentina. Revta Soc. ent. Arg., Buenos Aires, 44 (1): 357-370. CASTRO, D. del C.; CICCHINO, A. C. & TORRES MURA, J.C. 1987. Estudio descriptivo y comparativo de Gyropus parvus (Mallophaga), paräsito de Roedores Octodontoideos. An. Mus. Hist. Nat. Valparaiso, Valparaiso, 18: 41-45. CHAPMAN,R.F. 1969. The Insects. Structure and Function. London, The English Universities, 819p. CICCHINO, A.C. 1990. A new species of the genus Phtheiropoios Eichler 1939 (Phthiraptera: Amblycera: Gyropidae) parasitic on Ctenomys tucumanus Thomas 1900 (Mammalia: Rodentia: Ctenomyidae). Spheniscus, Bahía Blanca, 8: 27-28. EWING, H.E. 1924. On the taxonomy, biology, and distribution of the bitin lice of the family Gyropidae. Proc. U. S. Nat. Mus., Washington D. C., 63 (20): 1-42. HINTON, H.E. 1977. Function of shell structures of the pig louse and how egg maintains a low equilibrium temperature in direct sunlight. J. Insect Physiol., London, 23: 785-800. SANDGROUND, J.H. 1929. A consideration on relation of host specificity of helminths and metazoan parasites to the phenomena of age resistance and acquired inmunity. Parasitology, Cambridge, 21: 227- 259: SYKES, E. K. & WIGGLESWORTH, V.L. 1931. Hatching of insecta from eggs and the appearance of air in the tracheal system. Q. Jl. microsc. Sci., London, 74: 165-192. WENZEL, R. L; TIPTON, V.J. & KIEWLICZ, A. 1966. The Streblid batflies of Panama (Diptera, Calypterae, Streblidae). In: WENZEL, R. L. & TIPTON, V.J. ed. Ectoparasites of Panama. Chicago, Field Museum of Natural History, p. 405-475. WERNECK, F. L. 1936. Contribuição ao conhecimento dos mallophagos encontrados nos mamíferos sul- americanos. Mems Inst. Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 31 (3): 391-589. — . 1948. Os Mallophagos de mammiferos. Parte I: Amblycera e Ischnocera (Philopteridae e parte de Trichodectidae). Rio de Janeiro, Ed. Revista Brasileira de Biologia, 243 p. Recebido em 06.01.1992: aceito em 24.11.1993. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 3 - 14, 30 set. 1994 On Gyropus parvus parvus (Ewing, 1924) and... 9 Figs. 1-7. Gyropus parvus parvus (Ewing, 1924), male genitalia: 1, dorsal view; 2, pseudopenis; 3, paramera and ventral plate. Phtheiropoios rionegrensis, sp. n., male genitalia: 4, dorsal view; 5, ventral view; 6, pseudopenis; 7, ventral sclerite. Figs. 1, 4, 5 and 2,3,6,7, same scale. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (77): 3 - 14, 30 set. 1994 10 CICCHINO & CASTRO a 1 Figs. 8-18. Male forficulae, including the extremes of variation (a-d): 8, Phtheiropoios latipollicaris (Ewing, 1924); 9, P. rionegrensis, sp. n.; 10, P. forficulatus (Neumann, 1912). Male penis, including the extremes of variation (a-c): 11, Phtheiropoios latipollicaris; 12, P. rionegrensis sp. n.; 13, P. forficulatus. Gyropus parvus parvus (Ewing, 1924): 14, upper portion of the amphora showing the finger-like outgrowth of the callus, lateral view; 15-18, hatching organ of the embryo; 15, 17, 18 frontal view 16, lateral view (a, apical teeth; c, central tooth; 1, lateral teeth). Figs. 8-10; 11-13; 14-18; same scale. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 3 - 14, 30 set. 1994 On Gyropus parvus parvus (Ewing, 1924) and... 11 Figs. 19-24. Gyropus parvus parvus (Ewing, 1924), egg: 19, lateral view, general (scale = 100 um); 20, upper portion of the amphora and lower part of the operculum (scale = 50 um); 21, opercular “pits” and rugose surface of the operculum (scale = 10 um); 22, operculum and upper portion of the amphora (polar view) (scale = 50 um); 23-24, lower portion of the operculum, polar view, showing and air chamber (fig. 23 scale = 10 um, 24 scale = 5 pm) (a, amphora; ach, air chamber; ca, callus of the amphora; co, callus of the operculum; ew, external wall of the air chamber; fp, finger-like outgrowths of the callus of the amphora; h, host hair; m, micropyla; op, operculum; s, spumaline). IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (77): 3 - 14, 30 set. 1994 12 CICCHINO & CASTRO Figs. 25-30. Phtheiropoios rionegrensis, sp. n., egg: 25, lateral view, general (scale = 100 um); 26, apical half of the egg, lateral (scale = 100 um); 27, exagonal mesh of the amphora (scale = 100 um); 28, operculum and upper portion of the amphora, polar view (scale = 100 pm); 29, lower portion of the operculum showing three air chambers (scale = 10 pm) (am, amphora; ach, air chamber; ca, callus of the amphora; co, callus of the operculum; cp, capitulum; ew, external wall of the air chamber; h, host hair; hm, exagonal mesh of the amphora; m, micropyla; op, operculum). IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (77): 3 - 14, 30 set. 1994 On Gyropus parvus parvus (Ewing, 1924) and... 13 Figs. 31-34. Sites of oviposition of Gyropus parvus parvus (Ewing, 1924) and Phtheiropoios rionegrensis, sp. n., in different Ctenomys species, in single infestation or when synoxenic with other Gyropidae: 31, Ctenomys haigi from Trapalcó, Rio Negro Province, five individuals; 32, C. porteousi from Bonifacio, Buenos Aires Province; 33, C. australis from Necochea, Buenos Aires Province, three individuals; 34, C. talarum talarum from Punta del Indio, Magdalena, Buenos Aires Province; one individual represented but two examined showing the same pattern. (D, dorsal view; V, ventral view of the host). IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (77): 3 - 14, 30 set. 1994 14 CICCHINO & CASTRO --- en IR \ ? N Fig. 35. Distribution and host known for Gyropus parvus parvus (Ewing, 1924) (@) and Phtheiropoios rionegrensis sp. n. (O), including their synoxenic occurrence (0). (1, Ctenomys opimus; 2, C. mendocinus; 3, C. t. talarum; 4, C. australis; 5, C. porteousi; 6, C. colburni; 7, C. haigi; 8. C. sericeus; 9, C. magellanicus; 10, Ctenomys sp. from Villa Mercedes, San Luis Province). IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (77): 3 - 14, 30 set. 1994 BIOLOGIA E COMPORTAMENTO DE TIARIS FULIGINOSA FULIGINOSA (WIED, 1831) EM CATIVEIRO (PASSERIFORMES, EMBERIZIDAE) Luiz Octávio Marcondes-Machado ! ABSTRACT BIOLOGY AND REPRODUCTIVE BEHAVIOUR OF TIARIS FULIGINOSA FULIGINOSA (WIED, 1831), IN CAPTIVITY (PASSERIFORMES, EMBERIZIDAE). Four couples of Tiaris fuliginosa fuliginosa (Wied, 1831) were observed in captivity over a period of 4 years. For the construction of the nests, dry leaves of Aristida sp. (Gramineae) and radicels of grass were supplied. The sequence of male and female behaviours leading towards nest construction are commented. Four different types of nest were observed and discussed. The number of the eggs laid varied between 2 and 4. The average size of the eggs was 1.70x1.32 cm and average weight, 1.54g. Incubation was by the female, and lasted 12 to 13 days. The nestlings were fed by both parents, that regurgitated seeds and insects. Excrements were removed from the nest by the female. After to nestlings left the nest (after 13 to 14 days), the female could present a distractive behaviour to predators (feigning injury). Fledgelings of two nests were emancipated on the 29th and 33rd day. Displays related to reproduction behaviour are described. KEYWORDS. Tiaris, reproduction, behaviour in captivity. INTRODUÇÃO O gênero Tiaris Swainson, 1827 (PAYNTER, 1970) é representado por quatro espécies na Região Neotropical; no Brasil, ocorre Tiaris fuliginosa fuliginosa (Wied, 1831), na região leste-meridional e centro-ocidental, incluindo os estados de Pernambu- co, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Mato Grosso. É conhecida popularmente por “cigarra-preta” (ANDRADE, 1982). T.f. fuliginosa habita formações abertas (SCHAUENSEE, 1970), assim como T. olivacea (Linnaeus, 1766), T. bicolor (Linnaeus, 1766). T. fuliginosa fumosa (Lawrence, 1874) ocorre somente em formações abertas (BLAKE, 1969; SKUTCH, 1954; BOND, 1961; HERKLOTS, 1969). RESTALL (1976) observou T. bicolor em arbustos de matas abertas. Em sequência ao estudo da biologia e do comportamento, na natureza e em cativeiro, de espécies da família Emberizidae (MARCONDES-MACHADO, 1974; 1982a, b, c; 1988 a, b, c) apresentam-se aspectos do comportamento reprodutivo e da biologia de T. f. fuliginosa. 1. Departamento de Zoologia, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Caixa Postal 6109, CEP: 13081-970, Campinas, SP, Brasil IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 15 - 23, 30 set. 1994 16 MARCONDES-MACHADO MATERIAL E MÉTODOS As observações foram realizadas, entre 1973 e 1977, em instalações existentes na Fundação Parque Zoológico de São Paulo, constituídas de três viveiros de 5,00x1,00x2,25m, e um de 2,50x1,00x2,25m. Nos viveiros, haviam arbustos de Buxus sempervirens L. (Buxaceae), Salvia splendens Ker-Gawl (Labiatae), Ligustrum sinensis Lour. (Oleraceae), além de touceiras de Reineckia sp. (Liliaceae). Foram observados quatro casais de T. f. fuliginosa, sem procedência exata, identificados por compara- ção com exemplares da coleção do Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo. Foram depositados na coleção do Museu de História Natural, Instituto de Biologia, Universidade Estadual de Campinas quatro exemplares (números 382, 383, 387, 413), dos 8 espécimens estudados. A alimentação fornecida constituiu-se de alpiste, Phalaris canariensis L. (Gramineae), painço, Setaria italica (L.) Beauv. (Gramineae) e de uma mistura de pão seco moído, leite, almeirão Chicorium intybus L. (Compositae) picado, Vitagold*, Gevral? e gema de ovo, casca de ovo de galinha sempre à disposição dos pássaros. Na época de cuidados aos filhotes, foram fornecidas larvas de Tenebrio molitor L., 1758 (Coleoptera, Tenebrionidae). Para a construção dos ninhos foram ofertadas raízes de capim-amargoso Digitaria insularis Mez. ex Ekman (Gramineae) e de capim-coloniäo Panicum maximum Jacg. (Gramineae) e folhas de capim-barba-de- bode Aristida sp. (Gramineae). RESULTADOS E DISCUSSÃO Nidificação. A fêmea de T. f. fuliginosa escolheu o local para o ninho, explorando as forquilhas existentes nos arbustos. Após apreender uma raiz de capim com o bico, a fêmea, sem estar acompanhada pelo macho, deslocou-se por um dos arbustos, parando junto a uma forquilha. Neste local, passou o material pelos ramos, por vezes enroscando a raiz. A fêmea podia, então, largá-la na forquilha ou retirá-la logo em seguida ou começar a trazer mais raízes que, com movimentos de rotação da cabeça, acabavam se enroscando na forquilha. Após a fêmea ter iniciado o ninho, o macho também passou a levar o material. Por vezes, a fêmea, depois de ter levado alguma raiz, ou mesmo sem o ter feito, permaneceu no ninho, ajeitando o material com o bico e com movimentos do corpo, dando assim forma a estrutura. A medida em que os pássaros trabalhavam na sua construção, o ninho adquiria a forma de um anel verticalmente disposto (fig. 1). Em seguida, a base do ninho progrediu mais, sendo os lados feitos por último. O teto era pressionado, constantemente, para cima com o bico ou com o dorso do corpo. Eventualmente, o macho entrava no ninho em construção, girando o corpo, ou empurrando com o bico alguns pontos da estrutura. Por vezes, enquanto a fêmea estava no interior do ninho, o macho levava o material até a entrada, onde o depositava, sendo então utilizado pela fêmea. Em T. olivacea, o macho é quem seleciona o local e inicia a construção, após o que, tanto ele como a fêmea, participam da construção do ninho, mas de forma independente (SKUTCH, 1954). O macho de T. f. fuliginosa voava, às vezes, com raízes no bico, ao redor do arbusto onde o ninho estava sendo construído e produzia um farfalhar com as asas. A fêmea, quando levava material, podia apresentar um “vôo freado” farfalhante. Segundo HERKLOTS (1969), o macho de T. bicolor omissa Jardine, 1847, quando está aninhando, também apresenta este tipo de vôo. O tamanho das raízes de capim, que foram fornecidas em pequenos maços presos à tela de arame ou espalhados pelo chão, era variável. Os pássaros costumavam levar as raízes mais longas (cerca de 15cm), uma de cada vez, e as mais curtas (cerca de 5cm), em IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (77): 15 - 23, 30 set. 1994 Biologia e comportamento de Tiaris f. fuliginosa... 17, pequenos feixes. O material utilizado na construgäo do ninho por T. olivacea, € constitu- ído de folhas de capim e talos de ervas daninhas, sendo forrado com inflorescências de capim (SKUTCH, 1854). T. bicolor omissa e T. fuliginosa fumosa utilizam folhas secas de capim, com um forro de capim mais fino (HERKLOTS, 1969). Em cativeiro, T. canora (Gmelin, 1789), utiliza talos de capim, fibras de coco, pêlos, penas e algodão (RUTGERS, 1970). O material fornecido, raízes de capim e folhas secas de capim-barba-de-bode, não diferiu muito do utilizado pelas outras espécies do gênero, possibilitando a construção do ninho. Não ocorreu forração do ninho, provavelmente devido ao fato de não haver material adequado a isto, disponível nos viveiros. As cigarras-negras apresentaram um padrão comportamental exploratório com relação ao material a ser levado para o ninho, movimentando-o, entre a mandíbula e a maxila, sendo que nesta operação, algum material podia cair. A maioria dos ninhos foi construída em arbustos e apenas um em touceira de Reineckia sp. Observou-se na Reserva de Vassununga, São Paulo, uma fêmea iniciando um ninho em arbustos no interior da mata. T. olivacea costuma utilizar touceiras de capim ou arbustos baixos (SKUTCH, 1954), não diferindo muito dos locais observados para T. „fuliginosa. Embora Reineckia sp. seja uma Liliaceae, muito se assemelha a uma pequena touceira de gramínea. | Formato dos ninhos. 1. Um dos casais confeccionou, em um arbusto de Buxus sempervirens (Buxaceae), um ninho globoso, acrescido de um tubo. Durante a constru- ção, a fêmea levava raízes de capim para o interior do ninho, passando pelo tubo. Após o ninho haver sido completado, o tubo não tinha mais comunicação com a câmara de incubação por causa da obstrução da metade proximal por raízes entrelaçadas. Na extremidade distal havia raízes com pontas livres, tornando a extremidade visível por entre as folhas de contorno do arbusto. Havia um orifício lateral com 4cm de diâmetro, por onde os pássaros entravam na câmara de incubação (fig. 2). A altura do solo, até a base do ninho, era de 53,5cm; até o teto, de 68cm; até o orifício do tubo, de 60cm e até o orifício da câmara de incubação, de 68cm. Na ocasião, o viveiro estava infestado de camundongos (Mus musculus L., 1758), inclusive, um morto dentro do ninho, sobre os ovos. SKUTCH (1954) relaciona entre os competidores naturais de T. olivacea, ratos silvestres que se utilizam de seus ninhos, ou utilizam materiais desses ninhos para construírem os seus próprios. MARCONDES-MACHADO (1974) destaca que a presença de uma entrada falsa pode ser uma estratégia adotada por T. f. fuliginosa como proteção contra camun- dongos. 2. Outro tipo de ninho, construído por dois casais, era globoso, formado por raízes de capim-amargoso e algumas folhas de dicotiledôneas, como parte da trama. Possuía dois orifícios de comunicação com a câmara de incubação, situados em lados opostos (fig. 3). O ninho media (em cm): diâmetro da entrada 4,9; profundidade 11,5; largura 7,6 e altura 9,6. O ninho de um dos casais possuía uma trama de raízes rala, deixando ver o interior; embora tivesse sido fornecido material em excesso. Não foi possível depreender qual sua utilidade; eventualmente poderia estar relacionada à proteção, facilitando o escape da fêmea, se algum predador entrasse por um dos orifícios. 3. Um terceiro tipo de ninho era globoso, sem tubo, com um orifício lateral ladeado ou não por uma pequena projeção de raízes, situado na metade superior (fig. 4), construído IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (77): 15 - 23, 30 set. 1994 18 MARCONDES-MACHADO de raizes de capim-amargoso e folhas secas de capim-barba-de-bode. Medidas de tr&s desses ninhos (em cm): diâmetro de entrada; 5, 6; 4,1; 5,4; profundidade, 9,2; 7,2; 7,5; largura, 7,4; 7,0; altura do ninho, 12,1; 17,8; 9,1; altura do solo até a base do ninho 56, 57; 64. Segundo SKUTCH (1954), o ninho construído por T. olivacea é uma estrutura ovóide, com seu eixo mais longo na vertical, podendo ser aproximadamente globoso, em alguns casos; existe um orifício circular situado lateralmente, próximo ao topo; o ninho possui em média 13cm de altura por 7,5cm de diâmetro transversal e o diâmetro do orifício é de 3cm. T. bicolor, T. canora e T. f. fumosa constroem ninhos semelhantes ao de T. olivacea, isto é, globoso, com um orifício lateral (BOND, 1961; HERKLOTS, 1969; RUTGERS, 1970; PENA, 1981), portanto, este tipo de ninho é o mais construído pelas espécies do gênero. 4. O ninho construído numa touceira de Reineckia sp. era globoso, com tubos ocos de comunicação, cuja entrada ficava na borda da touceira (fig. 5). O ninho media (em cm): diâmetro de entrada 4,7; profundidade 10,2; largura 7,3 e a altura 7,5. RESTALL (1976) observou ninhos de T. bicolor, ovais, com aproximadamente 20 a 25cm de comprimento, com a entrada formando um funil de 6,6 cm de comprimento, tendo de altura 15cm, não mencionando em que local era construído. Tudo indica que a projeção do orifício de entrada que deu origem ao tubo, fosse devido ao local onde foi construído o ninho e o tubo servisse para facilitar o acesso ao interior da câmara de incubação. Um mesmo casal pode construir mais de um tipo de ninho à cada nova postura. Assim, o casal 1 construiu ninhos dos tipos 2, 3, 4 e o casal 2 dos tipos 2 e 3. O casal 3 só construiu ninhos do tipo 3 e o casal 4 construiu um ninho apenas, do tipo 1. Uma característica comum a todos os tipos de ninho foi o formato globoso; houve variação, principalmente, quanto à forma e número de acessos à câmara de incubação. Não há evidências de que, o fato dos casais estarem em cativeiro, tenha modificado o padrão comportamental relacionado à construção do ninho, devido a não ter havido uma simplificação, nem uma interrupção em uma determinada fase de construção. Os ninhos divergiam do habitualmente encontrado para o gênero na maior complexidade da estrutura; dois dos quatro casais construíram mais de um tipo de ninho, além daquele considerado usual para o gênero. Também os ninhos de T. bicolor observados na natureza, apresentam variação; BOND (1961) os descreveu como tendo apenas um orifício de entrada, enquanto RESTALL (1976) observou a forma de um funil na entrada do ninho. Incubação e cuidados a prole. As posturas de T. f. fuliginosa iniciaram-se em outubro e prolongaram-se até maio. Foram obtidas 23 posturas. Os casais 1 e 2 que permaneceram mais tempo em observação realizaram respectivamente 13 (entre novem- bro/74 a maio/7'7) e 7 posturas (novembro/74 a novembro/85). Das 13 posturas do casal 1,9 obtiveram sucesso e das 7 posturas do casal 2, ocorreram nascimentos em 5. Para T. bicolor, na Venezuela, RESTALL (1976) registrou que o pico da estação reprodutiva ocorreu em outubro-novembro, embora possam ser vistos filhotes sendo alimentados em abril. Portanto, o período reprodutivo das duas espécies coincide. O número máximo de ovos por postura foi 4 (n= 14) e o mínimo 2 (n=2); ocorreram 7 posturas com 3 ovos. O número usual de ovos por postura, em T. olivacea, T. canora, T. bicolor, e T.f. fumosa, é de 3, podendo chegar, em T. olivacea e T. f. fumosa, a 4 ovos (SKUTCH, 1954; BOND, 1961; HERKLOTS, 1969). IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 15 - 23, 30 set. 1994 Biologia e comportamento de Tiaris f. fuliginosa... 19 Os ovos possuíam fundo branco, opaco, com pintas e manchas de duas tonalidades de castanho, levemente avermelhadas, mais densas no pólo mais largo e mais espaçadas no restante da superfície. T. olivacea apresenta ovos brancos, opacos, densamente salpicados com tonalidades de castanho e chocolate no pólo mais largo e parcamente na superfície restante; os ovos de T. f. fumosa são brancos, opacos, pintados e manchados com castanho ou castanho purpúreo de duas tonalidades, uma das quais tende ao violeta desbotado (SKUTCH, 1954). A cor dos ovos de T. bicolor omissa é semelhante à dos ovos desta última espécie, mas com as marcas mais pálidas (HERKLOTS, 1969). Portanto, a cor dos ovos e a distribuição das manchas e pintas são semelhantes, variando apenas quanto à tonalidade de castanho. Foram medidos (em cm) e pesados (em g) 9 ovos: comprimento, 1,65-1,75 (X, 1,70); largura, 1,29-1,42 (X, 1,32): peso, 1,43-1,62 (X, 1,54). Média das medidas de 10 ovos de T. olivacea: 16,8 x 12,8 mm (SKUTCH, 1954). Medida média dos ovos de T. b. omissa: de 18,1 x 13,9 mm (HERKLOTS, 1969). A incubação foi realizada apenas pela fêmea que, quando deixava o ninho, defecava e, em seguida, comia e bebia. Enquanto a fêmea estava no ninho, o macho cantava nas proximidades e comportava-se agressivamente em relação a outros pássaros de espécies diferentes. A fêmea de T. olivacea incuba sem assistência do macho (SKUTCH, 1954), fato que foi observado também em T. f. fuliginosa. O macho de um casal de T. olivacea (SKUTCH, 1974) também canta nas proximidades do ninho, enquanto a fêmea incuba. O comportamento agressivo observado nos machos de T. f. fuliginosa quando estão procriando, também foi observado em T. canora (RUTGERS, 1970). O período de incubação de T.f. fuliginosa foide 11 a 13 dias. O período de incubação médio encontrado em T. olivacea foi de 13 dias (n=7) (SKUTCH, 1954); em T. b. omissa foi de 12 dias (Goodwin, 1959 apud RUTGERS, 1970). De 81 ovos postos, nasceram 40 filhotes, portanto, 49,3% de eclosão. Os filhotes, ao nascerem, possuíam a pele escura e alguma penugem nas regiões occipital, superciliar e lombar. Quando deixam o ninho, os filhotes têm bico e as bordas rictais amarelos. Possuem a margem da maxila amarelo-vivo, e a mandíbula com as bordas amarelo-claras, contrastando com o palato que era vermelho. O macho e a fêmea alimentavam os filhotes. Os adultos prendiam as larvas entre as maxilas e a mandíbula e, com movimentos de abdução, esmagavam-nas em toda sua extensão, engolindo o conteúdo da larva, desprezando o exoesqueleto; e esse conteúdo era regurgitado na garganta dos filhotes. Tanto o macho quanto a fêmea podiam deslocar-se pelo chão pulando, girando a cabeça para os lados, aproximando-a do solo e, introduzindo o bico sob folhas secas, capturando pequenos invertebrados, que após engolidos eram levados aos filhotes. Em T. olivacea o macho e fêmea alimentam os filhotes, pousados no orifício de entrada do ninho (SKUTCH, 1954); como foi observado em T. f. fuliginosa. Quanto à alimentação de T. olivacea, SKUTCH (1954) sugere ser constituída apenas de sementes, e se houver insetos, estes devem ser muito pequenos e estariam misturados à massa de sementes que os pais regurgitavam na garganta dos filhotes; afirma que nunca observou o casal capturando insetos. Comportamento alimentar similar foi apresentado por T. f. Juliginosa, no qual insetos grandes como larvas de Tenebrio molitor tinham seu exoesqueleto desprezado, sendo apenas aproveitadas as partes moles e no caso de invertebrados pequenos, esses eram totalmente engolidos, o que dificultava a visualização IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (77): 15 - 23, 30 set. 1994 20 MARCONDES-MACHADO deste material quando era fornecido aos filhotes misturados à sementes. RUTGERS (1970) notou que um casal de T. olivacea quando estava com filhotes capturava pequenos coleópteros em frinchas. RESTALL (1976) observou T. bicolor forrageando sob folhas, provavelmente à cata de insetos, fazendo crer que alimentava os ninhegos com uma mistura de sementes e insetos. Os filhotes evacuavam próximo ao orifício de entrada. A fêmea apreendia as fezes com o bico, levando-as para longe do ninho, deixando-as cair. SKUTCH (1954) também observou, em T. olivacea, os pais carregando para fora do ninho as bolotas fecais dos filhotes. A fêmea, enquanto os filhotes ainda estavam no ninho, apresentava comportamento agonístico com relação a outra fêmea do viveiro vizinho, ficando na tela de separação com a cauda erguida e tremulando as asas. As vezes, o macho adotava esta postura e cantava. Os filhotes deixavam o ninho, em média, com 14 dias de idade (mínimo de 12 e máximo de 18 dias), já completamente empenados. Quando estavam por sair, ficavam pousados no orifício do ninho durante algum tempo (às vezes só saíam no dia seguinte) e, em seguida, voavam para um arbusto próximo. O ninho após ser abandonado pelos filhotes, apresentava-se com fezes em seu interior. Os filhotes de T. olivacea deixam o ninho com 12 a 15 dias (SKUTCH, 1954), e os de T. bicolor, com 12 dias (Goodwin, 1959 apud RUTGERS, 1970). Quando alguém se aproximava dos filhotes, após estes terem deixado o ninho, os pais ficavam voando próximos; às vezes, a fêmea pousava no chão e abria as asas, erguendo uma e abaixando a outra, parecendo estar com as asas feridas, apresentando o comportamento chamado de distração ou de “injúria-fingida”. Outra espécie da mesma família, Ammodramus humeralis (Bosc, 1792), também apresenta este padrão comportamental (MARCONDES-MACHADO, 1988), relacionado com a proteção dos filhotes. Os filhotes de duas ninhadas começaram a se alimentar sozinhos com 29 e 33 dias de vida respectivamente. Interação entre macho e fêmea. Na natureza, para a maioria das aves, os machos demarcam os territórios e posteriormente ocorre a chegada das fêmeas (PETTINGILL, 1971). Nos viveiros, os machos foram colocados antes das fêmeas, logo após a colocação da fêmea, o macho cantava, enquanto ela movia a cauda para os lados e tremia as asas sem as abaixar, só as abrindo um pouco para os lados. O macho apresentava postura de cortejamento, abaixando e tremendo as asas, ficando com a cauda um pouco erguida e cantando. A fêmea ficava ao redor do macho, movendo a cauda e o corpo para os lados. Afastava-se e depois voltava para junto do macho, que ficava sempre no mesmo lugar. O macho orientava a cabeça e o corpo sempre perpendicularmente à fêmea, dava bicadas, aparentemente leves, nos lados da cabeça da fêmea; quando cantava, estando a fêmea próxima, esticava o corpo para o alto. Podia ocorrer cortejamento alimentar, com o macho alimentando a fêmea, através de regurgitações sucessivas. A movimentação da cauda para os lados apresentada pela fêmea parece estar relacionada à situação de tensão. A tremulação das asas, pelo menos no macho, parece estar relacionada ao comportamento sexual, à semelhança de Sicalis luteola (Sparrman, 1789) quando em cortejamento de baixa intensidade (Hudson, 1892apud ARMSTRONG, 1965). O erguimento da cauda pode estar relacionado, tanto à fuga (no caso, um vôo IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (77): 15 - 23, 30 set. 1994 Biologia e comportamento de Tiaris f. fuliginosa... 21 inibido), como ao comportamento sexual, pois expõe a cloaca. O comportamento de esticar o corpo para o alto, enquanto canta, pode estar relacionado ao comportamento agressivo. E Portanto, quando do encontro entre o macho e a fêmea, ocorreram os três padrões comportamentais presentes no relacionamento quando dois pássaros eram colocados juntos. Ou seja, uma primeira fase na qual o indivíduo intruso era identificado como sendo um macho rival ou uma fêmea receptiva, seguida pela apresentação de padrões de fuga e sexual, de baixa intensidade. Após o casal já estar formado, podiam ocorrer novas exibições de cortejamento. Ocorria perseguição da fêmea pelo macho, que, às vezes, pairava sobre ela, com movimentos rápidos das asas, e emissão de um piado característico. Podia então advir a cópula, ou então a fêmea bicava o macho, que se afastava. Este padrão comportamental foi observado tanto na união como, também, durante a construção do ninho. O macho de T. olivacea corteja a fêmea mediante vibrações de suas asas expandidas e a fêmea pode vir a bicá-lo (SKUTCH, 1954); não foi relatado o erguimento da cauda como observado em T. f. fuliginosa. Na postura de solicitação, a fêmea de T. f. fuliginosa, inclinava a cabeça em direção ao dorso, ocasionando a aproximação da nuca com o dorso, erguia a cauda próxima à vertical e abaixava e tremia as asas. Quando o macho pairava sobre a fêmea, ela inclinava a cabeça mais para trás, encostando a nuca no dorso. Esta postura foi observada durante a fase de construção do ninho e, também, de cuidados à prole. Quando a fêmea estava em postura de solicitação, o macho podia às vezes, voar até ela e, após pairar sobre seu dorso algumas vezes, pousar colocando os pés na metade posterior do dorso, onde continuava a bater as asas ou segurar com o bico, algumas penas da coroa da fêmea. A fêmea inclinava a cabeça para trás, apontando o bico para cima, e erguia mais a cauda em um ângulo de, aproximadamente, 80º com a horizontal. O macho, pelo lado esquerdo da fêmea, contatava algumas vezes a cloaca com a da fêmea, enquanto abaixava a cauda. Podiam ocorrer cópulas seguidas, espaçadas de alguns minutos (em um dos casais ocorreram quatro cópulas no espaço de 15 minutos). Este padrão de compor- tamento foi também observado durante a fase de construção do ninho e de cuidados à prole. Agradecimentos. À Fundação Parque Zoológico de São Paulo, na gestão do Dr. Mário Autuori (in memoriam), que possibilitou o presente estudo. Ao Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo, por ter permitido consultar a sua coleção taxonômica e à biblioteca. A Rina Kátia Cortêz pela revisão do texto. A Gisela Y. Shimizu pela elaboração dos desenhos e ao Luíz Fernando R. Moreira Aguiar por havê-los retocado. À Fundação MB pelo apoio. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRADE, G. A. de 1982. Nomes populares das aves do Brasil. Belo Horizonte, SOM/IBDF. 95p. ARMSTRONG, E. A. 1965. Bird display and behaviour: An introduction to the study of bird psychology. New York, Dover. 431p. BLAKE, E. R. 1969. Birds of Mexico. A guide for field identification. Chicago, University of Chicago. 585p. BOND, J. 1961. Birds of the West Indies. Boston, Mifflin. 265p. HERKLOTS, G. A. C. 1969. The birds of Trinidad an Tobago. London, Collins. 287p. MARCONDES-MACHADO, L. O. 1974. Dados preliminares sobre o ninho de Tiaris fuliginosa (Aves, IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 15 - 23, 30 set. 1994 29 MARCONDES-MACHADO Emberizidae), em cativeiro. Ciên. Cult., São Paulo, 26 (7): 338-339. — . 1982a. Notas sobre a reprodução de Sporophila albogularis (Spix, 1825) (Passeriformes, Emberizidae) em cativeiro. Iheringia. Sér. Zool., Porto Alegre, (61): 81-89. — . 1982b. Relação do comprimento dos dias com a atividade reprodutiva em Sicalis flaveola (Linnaeus, 1766) (Passeriformes, Emberizidae). Bolm Zool., Univ. S. Paulo, São Paulo, (7): 223-233. — . 1982c. Poliginia em Sicalis flaveola brasiliensis (Gmelin, 1789) (Passeriformes, Emberizidae). Revta bras. Zool., São Paulo, 1 (1): 95-99. — . 19884. Comportamento reprodutivo de Volatina jacarina jacarina (Linnaeus, 1766) em cativeiro (Passeres, Emberizidae). Revta bras. Zool., São Paulo, 4 (4): 319-330. — . 1988b. Divisão de trabalho em cuidado à prole em Sicalis flaveola (Linnaeus, 1766) (Passeriformes, Emberizidae) em cativeiro. Revta bras. Zool., Curitiba, 5 (2): 201-208. — . 1988c. Biologia y conducta reprodutiva de Ammodramus humeralis (Bosc, 1792) (Passeriformes, Emberizidae). Hornero, Buenos Aires, 13: 71-74. PAYNTER,R.A.Jr., 1970. Subfamily Emberizinae, Buntings and American Sparrows. In. PAYNTER,R.A., Jr. & STORER, R. W. eds. Check list birds of the world. Cambridge, Mass., Mus. Comp. Zool., v. 13, p. 3-214. PENA, M.R. dela 1981. Notas nidobiológicas sobre corbatitas (Aves, Emberizidae). Segunda parte. História Natural, Corrientes, 2 (6): 45-48. PETTINGILL, O.S., Jr. 1971. Ornithology in laboratory and field. 4 ed., Minneapolis, Burgess. 524p. RESTALL, R. L. 1976. The black faced Grassquit (Tiaris bicolor). Avicult. Maq., London, 82: 151-159. RUTGERS, A. 1970. Encyclopédie de I'amateur d'oiseaux. Gorssel, Littera Scripta Manet., v. 3. 412p. SCHAUENSEE, R. M. 1970. A guide to the birds of South America. Edinburgh, Oliver & Boyd. 470p. SKUTCH, A. F. 1954. Life histories of Central American birds. Berkeley, Cooper Ornithological Society. 448p. Recebido em 31.01.1992; aprovado em 17.09.1993 IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 15 - 23, 30 set. 1994 Biologia e comportamento de Tiaris f. fuliginosa... 23 24 GT EE.DN As “a DDR N) Gl! 4 sl) DU q NS SR SAS SE: À > Ss ==54 S RN E GWS ZA Mi a A \ Im ww to NN N N N Fig. 1-5. Tiaris fuliginosa fuliginosa, ninho: 1, fase inicial da construção; 2, com entrada falsa (Tipo 1); 3, com duas entradas (Tipo 2); 4, com uma entrada lateral (Tipo 3); 5, com entrada em tubo (Tipo 4). IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (77): 15 - 23, 30 set. 1994 gt er | q Ta RR ” Geb in sd prin I desta pus! 1 llin iai f em T ecoa ra Jh Ber ar E Ng grade Fehl A pi N. DA voou 12 7 aà A En N k so; , = Ê = MM eve - ada A é m DENSIDADE, RAZÃO SEXUAL E DADOS BIOMÉTRICOS DE UMA POPULAÇÃO DE CTENOMYS MINUTUS NEHRING, 1887 (RODENTIA, CAVIOMORPHA, CTENOMYIDAE)! Maria Luiza de A. Gastal ? ABSTRACT DENSITY, SEX RATIO AND BIOMETRIC DATA FROM A CTENOMYS MINUTUS NEHRING, 1887 POPULATION (RODENTIA, CAVIOMORPHA, CTENOMYIDAE). A population of Ctenomys minutus Nehring, 1887, was studied at Tramandaí (50º13' W30º59'S), State of Rio Grande do Sul, Brazil, through 22 months of periodic live-trapping and non-systematic captures. Density was low (14 individuals/ha) and there was a predominance of philopatric adults and males. Males were significantly heavier and had incisives significantly wider than females. KEYWORDS. Ctenomys minutus, sex ratio, population density, sexual dimorphism. INTRODUÇÃO Os mamíferos subterrâneos passam a maior parte de suas vidas sob o solo, e, dentre eles, os fossoriais apresentam adaptações morfológicas para a escavação, construindo galerias (HILDEBRAND, 1974). Os mamíferos subterrâneos fossoriais estão represen- tados no Brasil pelo gênero Ctenomys Blainville, 1826. Herbívoro, alimenta-se de raízes e talos subterrâneos ou de porções de vegetais vizinhos às aberturas de seus túneis, que raramente abandona. Ctenomys minutus Nehring, 1887 habita regiões de solo arenoso da planície costeira do sul do país. Embora as características fossoriais confiram às populações do gênero Ctenomys aspectos de grande interesse ecológico, os trabalhos sobre sua ecologia são relativamente escassos, fato que se deve, principalmente, às dificuldades metodológicas de se trabalhar com organismos que se encontram quase permanentemente sob a superfície. A estimativa da densidade através de captura-marcação-recaptura fica dificultada, uma vez que seus sistemas de túneis, de natureza discreta e solitária, limitam a mistura dos indivíduos marcados com o resto da população (JAR VIS, 1973). PEARSON (1959) e PEARSON et al. (1968) obtiveram dados populacionais de C. peruanus Sanborn & Pearson, 1947, €. 1. Parte da dissertação de mestrado apresentada ao Curso de Pós-graduação em Ecologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Parcialmente financiada pelo CNPq. 2. Departamento de Biologia, Instituto de Biociências, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Av. Ipiranga, 6681, Prédio 12,90.610- 001, Porto Alegre, RS. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 25 - 33, 30 set. 1994 26 | GASTAL opimus Wagner, 1848, C.leucodon Waterhouse, 1848 eC. talarum Thomas, 1898 através de métodos que envolviam o sacrifício dos indivíduos estudados. TRAVI (1983) e BRETSCHNEIDER (1987) utilizaram, na Estação Ecológica do Taim, o método de captura-marcação-recaptura para estudar populações de Ctenomys torquatus Lichtenstein, 1830 e C.flamarioni Travi, 1981. Na Argentina, BUSCH et al. (1989), fizeram o mesmo para C. talarum. Apesar da escassez de trabalhos, as populações de Ctenomys constituem um excelente modelo para estudos relacionados à dispersão e densidade, dado o caráter descontínuo das populações dos mamíferos fossoriais em geral (NEVO, 1979). O presente trabalho visa identificar parâmetros populacionais de Ctenomys minutus. MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi realizado no Parque Histórico Marechal Manoel Luís Osório, município de Tramandaí, RS, (50º13'W30º59'S). Constitui-se num parque turístico de propriedade do III® Exército, também utilizado para a criação de cavalos e de gado. Possui grandes extensões de campos que costituem um ambiente adequado à manutenção de populações de Ctenomys minutus, ocorrendo esta espécie em relativa abundância. A área principal de estudo (denominada “area 1” compreendia 1 ha de campo de pastoreio, de 160m de comprimento e largura máxima de 70m (fig. 1). Uma faixa de árvores (predomínio de Psidium cattleyanum) era seguida por outra de dunas, cuja elevação era mais acentuada na porção nordeste da área. Nos 100 m iniciais de extensão, a sudoeste, o limite da duna era marcado por uma faixa de eucaliptos, seguida de campo. O relevo era plano, exceto pelas dunas baixas (altura máxima de 3m). No limite entre estas e o campo ocorria acumulação de água durante vários dias, após chuvas intensas. A vegetação herbácea estava constituída principalmente de Gramineae e Ciperaceae, com alguns afloramentos de areia. Esta área sofreu forte interferência humana em setembro de 1987 quando passou a ser preparada para campo de prática de pólo, com entrada de máquinas de terraplenagem e retirada de grande quantidade de areia das dunas, onde havia maior densidade de animais. . A área 2, distante 100m da área 1, media aproximadamente 300m?. Nela foram realizadas capturas objetivando a obtenção de dados adicionais sobre biometria e reprodução. O trabalho estendeu-se de julho de 1986 a fevereiro de 1988, num total de 13 saídas a campo. Destas, quatro corresponderam às campanhas de capturas na área 1. Estas quatro campanhas, realizadas em intervalos trimestrais (outubro de 1986, janeiro, maio e agosto de 1987), tiveram a duração de cinco dias, exceto a primeira, que durou quatro. Foram utilizadas 12 armadilhas Oneida-Victor nº 0, forradas com feltro, inseridas nas tocas onde se verificavam sinais de atividade e revisadas a intervalos de quinze minutos. Todos os pontos de captura das áreas 1 e 2 eram assinalados com estacas numeradas e mapeados. Nos meses de janeiro, maio e agosto de 1987 foram realizadas capturas na “área 2”. Nas demais saídas a campo, foram feitas capturas assistemáticas em pontos adjacentes e estas duas áreas, para a obtenção de dados biométricos e reprodutivos. Foram registrados os seguintes dados biométricos: peso, comprimento total, comprimento da cauda, largura dos incisivos superiores a nível da base e, nas fêmeas, diâmetro do abdômen. Todas as medidas foram obtidas com o animal anestesiado com éter. Animais capturados na mesma toca foram considerados como capturas múltiplas. O indivíduo era considerado pertencente à area 1 se todo ou parte de seu sistema de túneis estivesse nela contido (ANDERSEN & MACMAHON, 1981; BRETSCHNEIDER, 1987), e residente caso capturado nessa área em duas ou mais campanhas de captura. Para a comparação das médias, utilizou-se o teste t. Como as variâncias de pesos e larguras de incisivos foram diferentes, utilizou-se, neste caso, o teste para amostras independentes com variâncias diferentes, segundo SOKAL & ROHLF (1979). Para animais capturados mais de uma vez em um mesmo período de trabalho, foi considerada a média aritmética das medidas no período, exceto do peso. Em relação ao peso, considerou-se a primeira medida, que correspondeu à maior, com exceção de um caso. O estado reprodutivo pode ser registrado somente nas fêmeas, considerando variação notável de peso, condições de vagina e mama, ocorrência simultânea de animais em um mesmo sistema de túneis (BRETSCHNEIDER, 1987) e diâmetro do abdômen, e informações relativas aos animais extraídos de áreas adjacentes (presença de embriões ou fetos). Para machos, a determinação do estado reprodutivo não foi IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 25 - 33, 30 set. 1994 Densidade, razão sexual e dados biométricos... In possivel, uma vez que näo foi constatado nenhum individuo com testiculo em posigäo inguinal, mesmo em épocas em que algumas fêmeas encontravam-se receptivas. WEIR (1974), entretanto, assinala que machos de caviomorfos não apresentam período reprodutivo. Não foi registrada a ocorrência múltipla de machos e fêmeas adultas, embora isso obviamente ocorra. Como consequência, as observações sobre reprodução tiveram por base os dados relativos às fêmas adultas e aos machos e fêmeas jovens e subadultas (WILKS, 1963). Foram consideradas três classes de idade: jovem, subadulto e adulto (INGLES, 1951; WILKS, 1963; HOWARD & CHILDS, 1959 e BRETSCHNEIDER, 1987). As classes tiveram como base peso, estado reprodutivo, permanência ou não no sistema materno ou na área e os dados dos espécimes extraídos em setembro de 1987 e ficaram distribuídas em jovens: indivíduos ocupando o sistema materno, com até 111,8g (média entre o maior peso de indivíduo observado no interior do sistema materno e o menor peso de indivíduo ja em seu próprio sistema de túneis); subadultos: machos com mais de 111,8g e até 257g; fêmeas com peso superior a 111,8g e com até 166g (o limite superior adotado para machos, corresponde à média entre o menor peso de macho residente e o maior peso de macho não recapturado; para as fêmeas, corresponde ao peso do menor exemplar com indicação de maturidade sexual); adultos: machos com peso superior a 257g e fêmeas com peso superior a 166g. O tamanho da população foi calculado a partir de uma estimativa instantânea da densidade (BRETSCHNEIDER, 1987), que considerou os dados de janeiro de 1987, e correspondeu a todos os indivíduos que se sabia presentes na área neste mês. Em janeiro, além de se ter obtido o maior número absoluto de capturas, recapturaram-se todos os marcados na campanha anterior, com duas exceções (uma fêmea que não foi mais recapturada e um macho recapturado em maio e que podia, portanto, ser considerado presente em janeiro; seu peso em janeiro foi estimado como a média dos pesos em outubro e maio). Para o cálculo da área efetivamente ocupada, utilizada para a estimativa da densidade ecológica, traçou- se um polígono com o menor número de vértices possível, ligando os pontos mais externos de captura, da área 1, em janeiro de 1987 (fig. 1). A área resultante tem uma superfície de 3359,17m?, obtida através de planímetro. RESULTADOS E DISCUSSÃO Captura. Foram capturados e marcados, entre julho de 1986 e agosto de 1987, 30 animais, num total de 57 capturas e recapturas. Destes indivíduos, 24 pertenciam originalmente à área 1. O número médio de capturas por indivíduo foi de 1,83 para as duas áreas e de 2,38 para a área 1. Na área 1, desconsiderando-se as recapturas em uma mesma campanha, obteve-se o total de 40 capturas, nas quatro campanhas. O tempo total de exposição das armadilhas, nas duas áreas, foi de 1211,08 horas. Foram capturados 21 animais em áreas adjacentes, 11 dos quais foram sacrificados. Destes 21 animais, dois encontravam-se marcados. Recapturas e densidade. Os residentes correspondiam a 33% dos capturados. O índice total de recaptura foi de 40%. Entre os adultos, o índice de recaptura foi de 57,14%, enquanto que entre jovens e subadultos, este índice correspondeu a zero. As novas capturas superaram as recapturas nos dois primeiros períodos de trabalho. A partir de maio de 1987, as recapturas passaram a predominar (fig. 2), o que, somado ao fato de que a maioria das novas capturas era de jovens ou subadultos, permite supor que todos os adultos da área foram marcados. A densidade absoluta instantânea, em janeiro, foi de 14 indivíduos (4 machos adultos, 5 fêmeas adultas e 5 machos subadultos) em um hectare. A biomassa total era de 2972,7g, das quais 1153,3g correspondiam aos machos adultos, 1023,3g às fêmeas adultas e 796,1g aos subadultos. Os indivíduos do gênero Ctenomys ocorrem, via de regra, em terrenos arenosos bem drenados e porosos com vegetação rasteira, fato que está ligado à aeração das tocas (CONTRERAS, 1981; ABRAHAM, 1980). Com base nisso, obteve-se uma estimativa de IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (77): 25 - 33, 30 set. 1994 GASTAL 28 “(07x9) OU ovôroldxo “Louigy eum e aJuapuods21109) opeums> ojuod (+) Eau} epeimdeo 103 9puo 890} (O) :OydeuL opeimdro 103 9puo 890} ‘(@) -eunp a odureo anua ayrung ( - - - ) tepegimiad ware (P7) ) “porSojoo9 apepIsuop ep ojmojto op Bare ep um ( ) “pãpIe ap onbsoq “vg “sodipeono “a (SA epueueL]) OLIOSO SIN [SOUPIN TeWIIICIN OSLIOISIH onbreq ou epenyis “7 eaıg eu 7887 SULIVON snınumu s<&wou21) ap seınydea sep opdezipeooT ‘I "St L E E /, 7 / 77, 02 . À) Ä a à Ea ui 4 DL dl e AoA nn My a zo IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 25 - 33, 30 set. 1994 Densidade, razão sexual e dados biométricos... 29 densidade ecológica (ELTON, 1927). Aqui não foram incluídos o bosque de araçás e a zona de campo baixo, de solo mais compacto (exceto pela borda destes dois ambientes, por onde algumas tocas se estendiam, e onde foram realizadas capturas), obtendo-se assim uma densidade ecológica instantânea, no mês de janeiro, de 41,67 indivíduos por hectare. Estrutura etária. Dentre os 24 indivíduos capturados na área 1, 15 já eram adultos na primeira captura, 8 eram subadultos e somente um era jovem. Este último foi incluído entre os subadultos, em virtude do pequeno tamanho da amostra. Nas quatro campanhas de captura realizadas na área, o número de adultos excedeu o de subadultos e jovens (fig. 3), e nenhum subadulto foi recapturado no interior da área. A predominância de adultos parece ser fregüente para mamíferos fossoriais, pelo menos entre os residentes. PEARSON et al. (1968) e BUSCH et al. (1989) registraram o fato em C. talarum, e em outros mamíferos fossoriais das famílias Geomyidae e Rhyzomidae, foi detectado fato semelhante (INGLES, 1952; VAUGHAN, 1962; REIG, 1970; JARVIS, 1973; WILLIAMS & CAMERON, 1984). O fenômeno, bem como a não recaptura de subadultos, deve ser atribuído à forte territorialidade verificada entre os mamíferos fossoriais. A forte competição favorece a dispersão dos jovens poucos meses após seu nascimento, com os adultos permanecendo sedentários (NEVO, 1979; WILLIAMS & CAMERON, 1984). Existe também a hipótese de que haja maior sobrevivência entre os adultos, em função dos maiores riscos a que estão expostos os jovens na procura de território (HANSEN, 1962). Os quatro machos adultos capturados em outubro de 1986 foram recapturados ao longo de todo o período de trabalho, na mesma área da primeira captura, ocorrendo fato semelhante entre as fêmeas adultas (uma das quais capturada três vezes, e outras duas capturadas duas vezes.). Havia, circundando a área de trabalho, vários sistemas de túneis distantes uns dos outros (100-150m), num raio de 500m, onde foram feitas capturas não sistemáticas. Isto 40 40 20 20 a a ES Eca out jan mai ago ou Figs. 2-3. Diagrama de frequência relativa de Ctenomys minutus na área 1, de outubro de 1986 a agosto de 1987: 2,novas capturas Gi) ) erecapturas ( ); 3, conforme faixa etária: jovem e subadultos ( 5 ), adultos ( ES. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (77): 25 - 33, 30 set. 1994 30 GASTAL resultou na captura de dois indivíduos marcados. Estes indivíduos, um macho e uma fêmea, foram recapturados a distâncias de 185 e 200m dos pontos de suas primeiras capturas, respectivamente. A fêmea era adulta na primeira captura, mas não apresentava sinais de atividade reprodutiva. A cinco metros de seu ponto de recaptura (realizada um ano depois), foi apreendido um indivíduo jovem, que poderia estar ocupando o mesmo sistema de túneis. Quanto ao macho, jovem na primeira captura, era adulto na recaptura, sete meses mais tarde, ocupando um sistema próximo ao de uma fêmea adulta. A dispersão da fêmea pode ter sido consegiiência do distúrbio provocado pelas máquinas de terraplenagem, que diminuiu a disponibilidade de habitats e de alimento. Quanto ao macho, devia tratar-se de um subadulto forçado a migrar para uma área marginal, próxima à colônia. A dispersão dos dois animais parece ter envolvido deslocamento sobre a superfície, dadas a distância e o tipo de vegetação que se interpunha entre os pontos de captura e recaptura. A dispersão de jovens sobre a superfície já foi registrada em geomideos (VAUGHAN 1962; HOWARD & CHILDS 1959) eespalacídeos (NEVO, 1961), embora seja raramente observada entre os adultos. Os deslocamentos sobre a superfície devem contribuir para evitar excesso de endocruzamento (HOWELL, 1922), característico de populações tão filopátricas (NEVO, 1979). A aproximadamente 450m da área de estudo havia outra colônia, de proporções semelhantes à estudada. Entre esta e a colônia estudada, distribulam-se vários sistemas de túneis isolados, inclusive o da fêmea citada. A distância de 5m da toca desta fêmea, foi capturado, além do jovem, um macho adulto, indicando a possibilidade de fluxo de indivíduos entre as duas colônias. Este padrão de distribuição espacial assemelha-se ao proposto por HOWARD & CHILDS (1959) em geomídeos, com a existência de “habitats marginais” adequados a ocupação durante somente algumas estações e importantes para indivíduos jovens, ainda sem territórios. Foi registrado também em espalacídeos (HETH, 1989) e em C. talarum no Peru (PEARSON et al., 1968). Estes últimos autores verificaram também que a proporção de machos entre os imigrantes é sempre superior à das fêmeas, que são predominantes na população residente, apesar de menos numerosas entre os subadultos. A população de C. minutus aqui estudada parece apresentar comportamento semelhante, uma vez que os subadultos, além de apresentarem taxa de recaptura nula, tinham a razão sexual desviada em favor dos machos (ver discussão adiante). A população parece adequar-se ao “modelo de dispersão ótima” proposto por NEVO (1979), que assume a existência de uma estratégia ótima de divisão de prole em dispersantes e não dispersantes, maximizando sua “fitness” em curtas ou longas distân- cias. Já que populações de mamíferos fossoriais são do tipo “K” estrategistas, reguladas, (exceto quando há perturbações), a dispersão de subadultos excedentes deve complemen- tar a territorialidade e a mortalidade como mecanismos de regulação. Razão sexual. Levando-se em conta o número total de animais capturados na área 1, a razão sexual foi 1:1. Entretanto, observa-se um desvio em favor das fêmeas em três dos quatro períodos de trabalho (tab. I). O único período em que os machos predominam é o mês de janeiro, com seu número superando em 1,6 vezes o das fêmeas, desvio este responsável pelo equilíbrio encontrado na amostra total. O desvio em favor das fêmeas entre os adultos não desaparece em janeiro (tab. II). Também entre os residentes, as fêmeas eram mais numerosas, constituindo 63% da amostra; apenas 25% dos machos IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (77): 25 - 33, 30 set. 1994 Densidade, razão sexual e dados biométricos... 31 capturados eram residentes, enquanto que, entre as fêmeas, este índice correspondeu a 42%. A razão sexual de 1:1 é rara em mamíferos subterrâneos adultos (NEVO, 1979). Quando não há um favorecimento das fêmeas, verifica-se, pelo menos, uma tendência à diminuição do número de machos, à medida em que a coorte vai se tornando mais longeva, indicando maior mortalidade dos machos. (INGLES, 1952; HOWARD & CHILDS, 1959; VAUGHAN, 1962; REIG, 1970; PEARSON, 1959). Para C. talarum, há informa- ções divergentes (BUSCH et al, 1989; PEARSON et al., 1968). TALICE et al. (1973) verificaram, em C. torquatus, uma discrepância entre a razões sexuais de populações encontradas na natureza, e as criadas em laboratório. Para as primeiras, a razão sexual era de 1:2, enquanto que a razão registrada em laboratório era de 1:1, indicando maior mortalidade de machos, em condições naturais. A população estudada parece apresentar o mesmo tipo de padrão, uma vez que o mês de janeiro, quando a razão sexual estava desviada em favor dos machos, corresponde ao de mais significativa presença de jovens e subadultos na população. O desvio entre os adultos favorece fortemente as fêmeas. Dados Biométricos. Os machos eram significativamente mais pesados do que as fêmeas (machos: x = 289,52 + 20,57 g,n = 11; fêmeas: x= 213,29 + 36,243g, n=22; p. < 0,05) e seus incisivos foram significativamente mais largos (machos: x= 7,96 mm + 0,77mm; n = 11; fêmeas: x = 6,43 mm + 0,51 mm; p < 0,05). Não houve diferença significativa entre os comprimentos totais de machos e fêmeas adultas (machos: x= E SUemE= Oem n- 1 fêmeas: x= 25,11 em= 1,79 cm, n= 22; p> 0,05). PEARSON (1959) constatou que em Cl‘. opimus machos são significativamente maiores do que fêmeas. Este fato também foi observado por TRAVI (1983), em C. torquatus, por BRETSCHNEIDER (1987) em C. flamarioni e por PEARSON et al. (1968) em €. talarum. O padrão aqui registrado contribui para a generalização deste fato, em Ctenomys. A maior amplitude de peso e o maior coeficiente de variação observados para as fêmeas devem ser atribuídos à variação decorrente da pregnância. Tabela I. Razão sexual da população de Ctenomys minutus na área 1, individualizada por período (nº de machos/ nº de fêmeas na amostra, com porcentagem de machos em parênteses), incluindo todas as idades. Out/86 Jan/87 Mai/87 . Ag0/87 Recapturas — 2/4 (33,3) 2/3 (40,0) 2/3 (40,0) Novas capturas 3/6 (33,3) 6/1 (85,7) 1/3 (25,0) 2/2 (50,0) Combinados (% G ) 33,30 61,50 33,33 44,40 Tabela II. Razão sexual entre os adultos de Ctenomys minutus da área 1, individualizada por período (nº de machos na amostra / nº de fêmeas na amostra, com porcentagem de machos em parênteses). Out/86 Jan/87 Mai/87 Ago/87 Recapturas _ 2/4 (33,3) 2/3 (40,0) 2/3 (40,0) Novas capturas 3/6 (33,3) 1/1 (50,0) 0/2 (00,0) 0/2 (00,0) Combinados (% O ) 33,30 37,50 28,57 28,60 IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 25 - 33, 30 set. 1994 32 GASTAL Reprodução. As informações sobre o comportamento reprodutivo, embora indire- tas e menos sistemáticas, permitem-nos detectar alguns indicativos de períodos de reprodução. Em outubro de 1986 foi capturada uma fêmea com cicatriz vaginal e mamas desenvolvidas. Três meses mais tarde, em janeiro, foram capturados, na mesma área, dois subadultos, possivelmente seus filhos. Também em outubro registrou-se a ocorrência de fêmeas com abdômen bastante dilatado e mamas desenvolvidas, não tendo sido capturado nenhum jovem. Uma das fêmeas apresentava a vagina aberta, o que poderia se interpre- tado como sinal de parto recente (TALICE & MOSERA, 1959). Em outubro de 1987, uma das fêmeas apresentava uma redução de peso da ordem de 25% e do diâmetro do abdômen da ordem de 38%, encontrando-se acompanhada de pelo menos um subadulto, presumivelmente seu filho. Dentre os animais sacrificados em setembro de 1987, três das cinco fêmeas encontravam-se grávidas, o que indica estar este período associado à reprodução. Em janeiro foi verificada a maior concentração de subadultos (fig. 3), representando quase metade da população capturada, e indicando que estes devem corresponder à coorte nascida em torno de setembro-outubro. Agradecimentos. Ao CNPq, pela bolsa de estudos durante o curso e pelo auxílio concedido à orientadora deste trabalho, Prof? Dr? Lígia Krause (processo 408948/76.6/ZO/FV); aos colegas Ângela Gallinati, Cláudia Keller, Heloísa Loss, Jairo Zoche e Rosane Marques pela ajuda nos trabalhos de campo; ao comando do III° Regimento de Cavalaria do IIIº Exército pela cedência da área para a realização do trabalho. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABRAHAM, M.A. 1980. Fatores edaficos limitantes de la distribución del “tuco-tuco” de Magdalena (Ctenomys talarum). Ecologia, Santo Tomé, 4: 1-7. ANDERSEN, D.C. & MACMAHON, J.A. 1981. Population dynamics and bioenergetics of a fossorial herbivore, Thomomys talpoides (Rodentia: Geomyidae), in a spruce-fir sere. Ecol. Monogr., Durhan, 51 (2): 179-202. BRETSCHNEIDER, D.S. 1987. Alguns aspectos da biologia e ecologia de Ctenomys flamarioni Travi, 1981 (Rodentia, Ctenomyidae). Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. 89 p. [Não publicada] BUSCH, C.; MALIZIA, A.I.; SCAGLIA, O.A. & REIG, O. A. 1989. Spatial distribution and attributes of a population of Ctenomys talarum (Rodentia: Octodontidae). J. Mammal., Provo, 70 (1): 204-208. CONTRERAS, J.R. 1981. Eltunduque: un modelo de ajuste adaptativo. Laboratorio de Fauna Silvestre del TADIZA, Mendonza. Serie Científica, 21: 22-24. ELTON, C. 1927. Animal Ecology. London, Sidgwig & Jackson. 204p. HANSEN, R.M. 1962. Movements and survival of Thomomys talpoides in a Mima-Mound habitat. Ecology, New York, 43 (1): 151-154. - HETH,G. 1989. Burrow patterns of the mole rat Spalax ehrenbergi in two soil types (terra-rossa and rendzina) in Mount Carmel, Israel. J. Zool, London, 217: 39-56. HILDEBRAND, M. 1974. Digging; and locomotion without appendages. In: HILDEBRAND, M. Analysis of Vertebrate Structure. New York, John Wiley p. 517-541. HOWARD, W.E. & CHILDS, H.E. 1959. Ecology of pocket gophers with emphasis on Thomomys bottae mewa. Hilgardia, Berkeley, 29 (7): 277-358. HOWELL, A.B. 1922. Surface wanderings of fossorial mammals. J. Mammal., Baltimore, 3: 19-22. INGLES, L.G. 1951. Outline for ecological life history of pocket gophers and other fossorial mammals. Ecology, New York, 32 (3): 537-541. —. 1952. The ecology of the mountain pocket gopher, Thomomys monticola. Ecology, New York, 33 (1): 87- 95. JARVIS, J.V.M. 1973. The structure of a population of mole-rats, Tachyroryctes splendens (Rodentia: Rhizomyidae). J. Zool., London, 171:1-14. NEVO, E. 1961. Observations on Israeli populations of Spalax e. ehrenbergi Nehring 1898. J. Mammal., IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 25 - 33, 30 set. 1994 Densidade, razão sexual e dados biométricos... 33 Baltimore, 25: 127-144. — . 1979. Adaptative convergence and divergence of subterranean mammals. Ann. Rev. Ecol. Syst., Palo Alto, 10: 269-308. PEARSON, O.P. 1959. Biology of the subterranean rodents, Ctenomys, in Peru. Mems Mus. Hist. Nat. Javier Prado, Lima, 9:1-56. PEARSON, O.; BINSZTEIN, N.; BOIRY, L., et al. 1968. Estructura social, distribución espacial y composición por edades de uma población de tuco-tucos (Ctenomys talarum). Inv. Zool. Chilenas, Santiago, 13:47-80. REIG, O.A. 1970. Ecological notes on the fossorial octodont rodent Spalacopus cyanus (Molina). J. Mammal., Baltimore, 51 (3): 592-601. SOKAL, R.R. & ROHLF, J. 1979. Biometria: Principios y métodos en la investigación biolögica., Madrid, H. Blume. 832p. TALICE, R.V. & MOSERA, S.L. de 1959. El fenómeno de la apertura y del cerre de la vagina en Ctenomys torquatus. Revta Fac. Hum. Cienc. Univ. Rep. Uruguay, Montevideo, 44: 452-462. TALICE, R.V.; MOSERA, S.L. de & SPRECHMANN, A.M.S. de 1973. Problemas de captura y sobrevida en cautividad en Ctenomys torquatus. Rev. Biol. Uruguay, Montevideo, 1 (2): 121-128. TRAVI. V.H. 1983. Etologia de Ctenomys torquatus Lichtenstein, 1830 (Rodentia, Ctenomyidae) na Estação Ecológica do Taim, Rio Grande do Sul, Brasil. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. 75p. [Não publicada]. VAUGHAN, T.A. 1962. Reproduction in the plains pocket gopher in Colorado. J. Mammal., Baltimore, 43 (1): 1-13. WEIR, B.J. 1974. Reproductive characteristics of hystricomorph rodents. Symp. Zool. Soc. Lond., London, 34: 265-301. WILKS, B.J. 1963. Some aspects of ecology and population dynamics of the pocket gopher (Geomys bursarius) in southem Texas. Texas J. Sci., Austin, 15: 241-283. WILLIAMS, L.R. & CAMERON, G.N. 1984. Demography of dispersal in Attwater's pocket gopher (Geomys attwateri) J. Mammal., Baltimore, 65 (1): 67-75. Recebido em 07.10.1992; aceito em 02.09.1993 IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (77): 25 - 33, 30 set. 1994 5 a, Er: Ba ey 5) de 4 eig | pra “ ni nas, E EN ta o E | im mms er : pad PEST NE ab an ine rel ee PR | Sd ash ARS Ui AMAR CAES beit: STM a A a gás ö no intaniicao ques ny Mu re Ei | a HET EN ee MR , pas po 2, denis psdb ni re , De A des, e REU A, VAR E TETO Bi A MS et AA sda bp 4 14% in te are Tunes; HAUT A t+ Po Redor AD de A a » sm ale f i M k ! ME IM | , ; ww Stand aa ee pra ga CE MAS e ee nen: SE Sansa, vo j Dia SR e TD Er” ii ar der E is na JE: o e a og im safe 4 SISTEMAS DE TÚNEIS E ÁREA DE VIDA DE CTENOMYS MINUTUS NEHRING, 1887 (RODENTIA, CAVIOMORPHA, CTENOMYIDAE)! Maria Luiza de A. Gastal ? ABSTRACT TUNNELS SYSTEMS AND THE HOME RANGE OF CTENOMYS MINUTUS NEHRING, 1887 (RODENTIA, CAVIOMORPHA, CTENOMYIDAE). The tunnel structure and the home range of the fossorial rodent Ctenomys minutus Nehring, 1887, have been studied for a 23 months period, at Tramandaí, State of Rio Grande do Sul, Brazil. C. minutus is a solitary species, and the distribution of the tunnels is associated with the type of soil and vegetation, with no preferential direction for tunnel openings. Adults are philopatric, and males have larger home ranges than females. KEYWORDS. Ctenomys, fossorial, rodent, tunnel structure, home range. INTRODUÇÃO Os mamíferos fossoriais apresentam um conjunto de adaptações morfológicas e comportamentais para a escavação, que os possibilitam construir galerias e mantê-las em condições ambientais mais ou menos independentes do meio externo (HILDEBRAND, 1974; CONTRERAS, 1981). A maioria apresenta hábitos solitários. Para animais com tais características, torna-se necessário, o uso de métodos específicos para a estimativa de áreas de vida. Para vertebrados em geral, estes métodos são diversos (STICKEL, 1954), e baseiam-se, em sua maioria, no método do polígono (MOHR, 1947). Do ponto de vista conceitual, a distinção entre área de vida e território, proposta por BURT (1943) não se aplica às espécies solitárias fossoriais, que defendem ativamente seus sistemas de túneis exclusivos, onde desenvolvem suas atividades diárias (WILKS, 1963; NEVO, 1978). Ctenomys minutus Nehring, 1887, é um fossorial típico, permanecendo a maior parte do tempo no interior do sistema de túneis e alimentando-se basicamente de raízes e talos subterrâneos, ou de porções de vegetais vizinhos às aberturas de seus túneis. REIG (1970) refere-se à C. minutus como sendo uma espécie colonial. É uma das três espécies do gênero Ctenomys Blainville, 1826 assinaladas para o Rio Grande do Sul, habitando regiões de solos arenosos da planície costeira. O presente trabalho visou estudar a área de 1. Parte da dissertação de mestrado apresentada ao Curso de Pós-graduação em Ecologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Parcialmente financiado pelo Conselho Nacional do Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq. 2. Dep. de Biologia, Instituto de Biociências, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Av. Ipiranga, 6681, Prédio 12, 90.610- 001, Porto Alegre, RS. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (77): 35 - 44, 30 set. 1994 36 GASTAL vida e a estrutura de seus túneis, em uma população de Tramandaí, Rio Grande do Sul, Brasil. Diferentes metodologias foram utilizadas e são discutidas. MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi realizado no Parque Histórico Marechal Manoel Luís Osório, município de Tramandaí, RS, 125km ao norte de Porto Alegre (50º13'W-30º59'S). A área e o método de captura dos animais estão descritos em GASTAL (1994). Os dados relativos à área de vida e orientação de tocas foram obtidos em uma área de pastoreio de lha (que será citada como “área de marcação”, com referência ao fato de ter sido o local onde ocorreram os trabalhos de captura-marcação-recaptura) no período de julho de 1986 a fevereiro de 1988. Os trabalhos de captura-marcação-recaptura ocorreram em quatro campanhas de captura (outubro de 1986, Janeiro, maio e agosto de 1987), com duração de 5 dias cada, exceto a primeira, que durou quatro. À orientação das tocas foi obtida através de bússola, colocada sobre a saída do túnel, na direção em que este se abria. Foram obtidas as orientações de 41 tocas em outubro de 1986 e 51 em agosto de 1987. Do total, 92,26 correspondiam a tocas de animais marcados. O teste qui-quadrado de Raylegh (BATSCHELET, 1981) foi utilizado para verificar se as aberturas estavam uniformemente distribuídas na rosa-dos-ventos. As informações sobre a estrutura dos túneis foram obtidas a partir de quatro escavações. Três dos sistemas localizavam-se na área de marcação e o outro a cerca de 500m dela. Antes de se iniciar a escavação, seu ocupante era retirado e, a cada metro linear de escavação, eram medidos profundidade relativa a nível de assoalho (com um régua) e diâmetro (com compasso). Foram assinaladas ocorrências tais como câmaras, depósito de matéria vegetal, aclives ou declives abruptos, bem como as aberturas de saída e alimentação (PEARSON et al., 1968). Para a estimativa de área de vida, foram utilizados o comprimento dos túneis escavados, o metódo do polígono (MOHR, 1947) e a maior distância entre capturas sucessivas (WILLIAMS & BAKER, 1976). „Para o cálculo da área de vida através do método do polígono, consideraram-se somente os indivíduos cujo número de capturas fosse igual ou superior a três, todos eles adultos residentes na área de captura (GASTAL, 1994). Para tanto, mediu-se a área delimitada pelos pontos mais externos de captura de um mesmo animal (MOHR, 1947), utilizando-se a média de três medidas, obtidas com planímetro. Tal método, denomina- do método do polígono, tem como restrição o fato de que a área de vida do animal possivelmente se estenda além dos limites da área do polígono obtido. Como objeção adicional, nos mamíferos subterrâneos, argumenta-se que nem toda a área incluída no polígono corresponde efetivamente à área de vida do animal, o que provocaria, nestes casos, uma superestimativa da área de vida. No entanto, na medida em que os túneis são, na verdade, mais longos e apresentam mais ramificações laterais do que as normalmente detectadas, HOWARD & CHILDS (1959) consideram que essas duas fontes de erro anulam-se, aceitando-se o método para a estimativa da área de vida de mamíferos fossoriais. Também foi utilizado o método de WILLIAMS & BAKER (1976) para estimativa relativa de área de vida de roedores subterrâneos, que consiste na obtenção da distância máxima entre duas capturas consecutivas de um mesmo indivíduo, num período de 24 horas. O uso desse parâmetro baseia-se na suposição de que neste intervalo de tempo os animais não mudariam para uma nova área e escavariam um novo sistema de túneis. Para a comparação de médias, utilizou-se o teste t(SOKAL & ROHLF, 1979). RESULTADO E DISCUSSÃO Sistemas de túneis. Os túneis de C. minutus frequentemente encontravam-se em taludes de estradas, o que pode estar relacionado à proteção contra enchentes. Na área de marcação, concentravam-se em uma das encostas da duna, embora frequentemente se estendessem até o campo. Esta preferência por locais inclinados também foi registrada por JARVIS & SALE (1971) em três gêneros de Bathiergydae africanos. Foram constatadas saídas de alimentação e montículos, sensu PEARSON et al. (1968) e grupos de montículos, sensu REID et al. (1966). A inspeção visual indicou uma nítida preferência por ambientes abertos, o que deve estar relacionado à ventilação das tocas, coincidindo com o observado por CONTRERAS IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (77): 35 - 44, 30 set. 1994 Sistemas de túneis e área de vida em Ctenomys minutus... 37. (1970). Na área de marcação, a encosta ocupada era aquela desprovida de vegetação arbórea, voltada para o norte. Esta orientação não deve estar ligada a algum fator climático, uma vez que foram registradas várias tocas voltadas para sul, em locais próximos à área de trabalho. Todos os sistemas observados, em pontos diversos do Parque, ocorriam em locais desprovidos de vegetação fechada. As aberturas das tocas apresentaram uma distribuição uniforme ao longo da rosa- dos-ventos (X? calc= 7,9435; p > 0,05). Os mesmos valores foram analisados utilizando- se o teste de Raylegh (BATSCHELET, 1981), que também indicou serem as aberturas uniformemente distribuídas em torno do círculo (p< 0,05). Estes resultados diferem dos obtidos para outras populações do gênero Ctenomys, (PEARSON et al., 1968; ALTUNA, 1983). Frequentemente observavam-se, ao redor das aberturas e misturados à areia dos montículos, fezes e restos de matéria vegetal. Estes depósitos encontravam-se, muitas vezes, sob arbustos. INGLES (1951) registra o mesmo comportamento em geomídeos, atribuindo a ele a finalidade de escape de predação. Também os “conjuntos de montículos” (REID et al., 1966) foram freqientemente observados, indicando maior atividade escavatória. Dos quatro sistemas de túneis escavados, dois pertenciam a animais marcados (sistemas 3 e 4). Nas figuras 1-4 estão representados os sistemas escavados, cujas medidas aparecem na tabela 1. Tabela I. Medidas dos sistemas de túneis de Ctenomys minutus Nehring, 1887 no Parque Histórico Marechal Manoel Luis Osório, Tramandaí, Rio Grande do Sul de março a maio de 1987. (Nm = não marcada, s= desvio padrão). Sistema Indivíduo Sexo Data Profundidade Diâmetro Comprimento Comprimento média + s médio E s do túnel total (cm) (cm) principal (m) (m) 1 Nm 9 03/87 DS AEE 6,7#0,7 6,0 9,9 2 Nm Q 04/87 29,1#5,1 6,926 1,9 8,4 15,0 3 40 (O) 04/87 DI DEEAND 6,7+#0,7 6,6 11,4 4 3 S 05/87 26.182.163 8,2+0,6 10,4 19,6 O sistema número 2, pertencente a uma fêmea não marcada, localizava-se junto à área de um macho marcado. Este macho foi recapturado mais uma vez em dezembro de 1987, nesta mesma área. As escavações, entretanto, não levaram a nenhuma das tocas marcadas como pontos de captura para aquele macho, indicando que os sistemas, apesar de próximos, eram separados. Os sistemas de túneis estavam constituídos por um segmento mais longo, denomi- nado “túnel principal” por REICHMAN et al. (1982), cujo comprimento variou entre 6,0 e 10,4m de comprimento, e por várias ramificações laterais. As aberturas localizavam-se em curtas ramificações dos túneis laterais ou do túnel principal (fig. 1-4). A profundidade média dos túneis situou-se em torno de 25cm, e as maiores medidas de profundidade corresponderam a locais que se situavam sob dunas não significando, portanto, maior declividade. A profundidade do túnel parece ser um caráter altamente adaptativo, uma vez que, como assinala VLECK (1981), os túneis devem ser suficiente- IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (77): 35 - 44, 30 set. 1994 38 GASTAL mente rasos para possibilitar a obtenção de alimento mas com profundidade bastante para não desmoronar quando a terra seca. Embora não registrado nos sistemas escavados, em áreas de solo mais compactado observou-se que C. minutus cavava túneis laterais quase verticais. Nos locais de solo mais arenoso, os túneis laterais tinham uma inclinação suave. VLECK (1981) observou este fenômeno em Thomomys bottae, e o atribuiu ao fato de que solos mais compactos são mais facilmente empurrados para fora, na escavação. Igualmen- te, solos arenosos oferecem maiores dificuldades para oclusão de aberturas que não sejam horizontais. Frequentemente, eram observadas porções de túneis bloqueadas com matéria vegetal seca ou terra. No sistema número quatro estes bloqueios foram muito fregüentes e longos (fig. 4). Em somente um dos sistemas, pertencente a um macho, foi possível identificar com clareza um ninho. Constituía-se de uma porção bastante alargada de túnel, com grande quantidade de matéria vegetal seca. Nos demais sistemas, o ninho era menos evidente, constituindo-se de porções ligeiramente alargadas de túnel, onde também eram registra- dos vegetais secos, alimento e fezes. Area de vida. A população estudada em Tramandaí era constituída por indivíduos de hábitos solitários, o que nos permite considerar, para esta população, os conceitos de área de vida e território como sinônimos. As duas ocorrências de mais de um indivíduo em um mesmo túnel estavam claramente associadas a períodos reprodutivos. Considerou-se a área de vida de C. minutus como constituída de um sistema de túneis. Entretanto, HOWARD & CHILDS (1959) e BRETSCHNEIDER (1987) assina- lam que áreas adjacentes ao sistema de túnel de Thomomys bottae e C. flamarioni Travi, 1981 respectivamente, onde o animal coleta alimentos, poderiam ser incluídas em sua área de vida. Na tabela II estão representados os valores de área de vida mínima para sete exemplares adultos da área de marcação, capturados três ou mais vezes. O valor médio verificado foi de 99,2 + 88,1 m?. As áreas estão representadas na figura 5. Tabela II. Medidas de área de vida dos indivíduos residentes da população estudada de Ctenomys minutus Nehring, 1887 no Parque Histórico Marechal Manoel Luis Osório, município de Tramandaí, Rio Grande do Sul de outubro de 1986 a maio de 1987. Indivíduo Sexo Primeira Última Número de Área captura captura capturas (m?) 3 S 10/86 08/87 6 256,70 4 Q 10/86 08/87 4 32,50 5 E 10/86 08/87 5 154,50 10 Q 10/86 01/87 4 52,81 30 Q 10/86 05/87 6 17.85 40 ) 10/86 08/87 6 142,18 25 Q 05/87 08/87 4 38,21 Verifica-se uma notável amplitude no tamanho das áreas dos diferentes animais, que variam entre 17,8m? e 256,7m?, sendo o segundo valor 14,6 vezes maior do que o primeiro. Uma das razões para isto pode ser a irregularidade da distribuição do alimento IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 35 - 44, 30 set. 1994 Sistemas de túneis e área de vida em Ctenomys minutus... 39 no habitat. Em habitats ótimos, onde as condições de solo são relativamente uniformes, os territórios tendem a ser constantes em tamanho e distribuição, enquanto que territórios que abrangem mais de um tipo de vegetação, podem parecer maiores, porque partes deles não estão sendo utilizadas (MILLER, 1964). Na área de estudo, a vegetação encontrava- se irregularmente distribuída, sofrendo, inclusive, pressão de pastejo por parte de gado bovino ou ovino. Além disso, as porções situadas no campo, fora duna, apresentavam-se frequentemente alagadas, quando ocorriam chuvas fortes. WILLIAMS & BAKER (1976) assinalam que os movimentos fora da área de vida podem apresentar, na verdade, reutilização de porções de túneis bloqueadas. Outro fator que pode determinar esta grande amplitude é o tempo de ocupação de um sistema de túneis. Quanto maior for este tempo, mais probabilidade terá o sistema de ser longo. Some-se a isso o fato observado em Ctenomys talarum Thomas, 1898 (PEARSON et al., 1968) e Thomomys talpoides (REID et al., 1966) de que jovens dispersantes ocupam sistemas abandonados, o que aumenta consideravelmente o tempo que um mesmo sistema pode ser ocupado. Embora a amostra seja reduzida, pode-se observar uma tendência ao maior tamanho de área de vida entre os machos, o que corresponde ao padrão registrado em C. talarum, (BUSCH et al., 1989), alguns geomídeos (HOWARD & CHILDS), 1959; MILLER, 1964; REICHMAN et al., 1982) e espalacídeos (HETH, 1989). Essa tendência pode ser atribuída às maiores necessidades energéticas decorrentes do maior tamanho dos machos, ou, como sugerem HOWARD & CHILDS (1959), em T. bottae, à poligamia. Este pode ser o caso de C. minutus. A razão sexual favorecendo as fêmeas (GASTAL, 1994) e a distribuição espacial dos indivíduos residentes adultos reforçam essa hipótese. A maior distância observada entre duas capturas consecutivas, num mesmo dia, correspondeu a 1 im, para uma fêmea, em agosto de 1987. A maior distância observada entre capturas consecutivas, em um mesmo período de trabalho, foi de 15,5m, também para uma fêmea, num intervalo de 2 dias, no mesmo mês. Dentre os machos, a maior distância foi de 8,0m num intervalo de 1 dia, em janeiro de 1987. As distâncias médias entre as capturas individuais, para os residentes são: machos e fêmeas 10,17 +75m (n=75); machos 15,55 # 21m (n=21); fêmeas 8,50+5,55m (n=54). Para a obtenção destes valores, foram consideradas as recapturas em um mesmo período de trabalho. A distância média entre as capturas dos machos é significativamente maior do que a observada entre as fêmeas (p<0,05), reforçando a hipótese de que os machos apresentam maior área de vida. Nas figuras 6 e 7 estão representadas as capturas sucessivas de machos e fêmeas que tiveram suas áreas de vida estimadas. As setas indicam a segiiência em que estas foram realizadas. Percebe-se, em todos os animais, uma forte tendência à filopatria. Mesmo o macho 5, que apresentou um deslocamento de 27,5m entre as capturas de janeiro e agosto de 1987, foi capturado, mais tarde, em sua área original (deslocamento representado pela linha tracejada). Admitindo-se que no período correspondente a uma campanha de captura (5 dias) um animal não poderia, em princípio, cavar o suficiente para aumentar sua área de vida, calculou-se a distância média entre capturas individuais numa campanha, para os residentes (77,2 + 3,8m; n=15). A comparação deste valor com o da distância média entre as capturas individuais nas quatro campanhas (10,2 + 7,6m; n=70) foi, então, utilizada como uma estimativa da intensidade de utilização da área de vida, num único período, IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (77): 35 - 44, 30 set. 1994 40 GASTAL pelos indivíduos. No caso de segundo valor ser significativamente maior do que o primeiro, considera-se que havia uma porção de área de vida não utilizada, ou que tinha havido um aumento na área escavada, uma vez que cresceu a distância média entre as capturas individuais. A comparação entre as duas médias apontou uma diferença significativa entre os dois valores (p<0,05). Isto pode evidenciar um incremento na área utilizada pelos indivíduos ao longo do tempo. Este incremento poderia estar relacionado à irregularidade da distribuição da vegetação na área, bem como à competição imposta pelo gado e ao próprio distúrbio provocado pelos Ctenomys que se veriam forçados a cavar novas porções de túneis, apesar do gasto energético que isto representa. Entretanto, pode também significar simplesmente a reutilização de porções temporariamente abandonadas dos sistemas de túneis. Em ambos os casos, contudo, verifica-se que a área utilizada em um mesmo período é menor do que a ocupada durante o ano, com os animais tendendo a explorar, em certa época, porções reduzidas de seu território. Outro fato que pode determinar o aumento da distância média entre as capturas, ao longo do ano, são os deslocamentos com objetivo de acasalamento, que levariam alguns animais a ocupar, temporariamente, outros sistemas de túneis. CONCLUSÕES A população de Ctenomys minutus estava constituída por animais solitários, não permitindo a distinção entre os conceitos de área de vidae território, para esta espécie. Não ocorreu direção preferencial na abertura das tocas, estando sua aeração associada, fundamentalmente, a sua localização em áreas abertas que apresentavam alguma declividade. A estrutura dos túneis seguiu o modelo característico de outros mamíferos fossoriais, com um túnel principal e túneis secundários, laterais. Diferentes índices indicam que a área de vida dos machos tende a ser maior do que a das fêmeas, embora fatores tais como antigüidade do sistema possam determinar o tamanho da área ocupada pelos animais. Registrou-se, também, uma tendência à filopatria, entre os adultos residentes da população. Agradecimentos. Ao Conselho Nacional do Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pela bolsa de estudos durante o curso de mestrado e pelo auxílio concedido (processo 408948/76.6/ZO/FV); Andreas Kindell, Ângela Gallinati, Heloísa Loss, Jairo Zoche e Rosane Vera Marques pela ajuda nos trabalhos de campo; a Cláudia Keller, pelo auxílio nos trabalhos de campo e pela elaboração dos croquis de sistemas de túneis; a Raul Höfliger e José Eduardo Dorneles pela ajuda na elaboração dos mapas e croquis. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALTUNA, C.A. 1983. Sobre la estructura de las construcciones de Ctenomys pearsoni Lessa y Langguth 1983 (Rodentia, Octodontidae). Res. Com. Jorn. C. Nat., Montevideo, 3:72. BATSCHELET, E. 1981. Circular Statistics in Biology., London, Academic, 371p. BRETSCHNEIDER, D.S. 1987. Alguns aspectos da biologia e ecologia de Ctenomys flamarioni Travi, 1981 (Rodentia, Ctenomyidae). Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. 89p. [Não publicada]. BURT, W.H. 1943. Territoriality and home range concepts as applied to mammals. J. Mammal., Provo, 24 (3): 346-352. BUSCH, C.; MALIZIA, A.I.; SCAGLIA, O.A. & REIG, O.A. 1989. Spatial distribution and attributes of a population of Ctenomys talarum (Rodentia: Octodontidae). J. Mammal., Provo, 70 (1): 204-208. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 35 - 44, 30 set. 1994 Sistemas de túneis e área de vida em Ctenomys minutus... 41 CONTRERAS, J.R. 1970. Bases ecológicas para el control del tuco-tuco. Zool. Platense, La Plata, 1 (7): 37- 44. — . 1981. El tunduque: un modelo de ajuste adaptativo. Laboratorio de Fauna Silvestre del IADIZA, Mendonza, Serie Científica, 21: 22-24. GASTAL, M.L.A. 1994. Densidade, razão sexual e dados biométricos de uma população de Ctenomys minutus Nehring, 1887 (Rodentia, Caviomorpha, Ctenomyidae). Iheringia, sér. Zool., Porto Alegre (75): 25-33 HETH,G. 1989. Burrow patterns of the mole rat Spalax ehrenbergi in two soil types (terra-rossa and rendzina) in Mount Carmel, Israel. J. Zool., London, 217:39-56. HILDEBRAND, M. 1974. Digging; and locomotion without appendages. In: HILDEBRAND, M. Analysis of Vertebrate Structure. New York, John Wiley, p. 517-541. HOWARD, W.E. & CHILDS, H.E. 1959. Ecology of pocket gophers with emphasis on Thomomys bottae mewa. Hilgardia, Berkeley, 29 (7): 277-358. INGLES, L.G. 1951. Outline for ecological life history of pocket gophers and other fossorial mammals. Ecology, New York, 32 (3): 537-541. JARVIS, J.V.M. & SALE, J.B. 1971. Burrowing and burrow patterns of East-African mole-rats, Tachyoryctes, Heliophobius and Heterocephalus. J. Zool., London, 163: 451-479. MILLER, M.A. 1964. Ecology and distribution of pocket gophers (Geomyidae) in Colorado. Ecology, New York, 45 (2): 256-272. MOHR, C.O. 1947. Table of equivalent populations of North American small mammals. Amer. Midl. Nat., Notre Dame, 37: 223-249 NEVO, E. 1979. Adaptative convergence and divergence of subterranean mammals. Ann. Rev. Ecol. Syst., Palo Alto, 10: 269-308. PEARSON, O.: BINSZTEIN, N.; BOIRY, L.; et al. 1968. Estructura social, distribución espacial y composición por edades de una población de tuco-tucos (Ctenomys talarum). Inv. Zool. Chilenas, Santiago, 13:47-80. REICHMAN, O.J.; WHITMAM, T.G. & RUFFNER, G.A. 1982. Adaptative geometry of burrow spacing in two pocket gopher populations. Ecology, New York, 63 (3): 687-695. REID, V.H.; HANSEN, R.M. & WARD, A.L. 1966. Counting mounds and earth plugs to census mountain pocket gophers. J. Wildl. Mgmt., Lawrence, 30 (2): 327-334. REIG, O.A. 1970. Ecological notes on the fossorial octodont rodent Spalacopus cyanus (Molina). J. Mammal., Provo, 51 (3): 592-601. SOKAL, R.R. & ROHLEF, J. 1979. Biometria: Principios y métodos en la investigación biológica. Madrid, H. Blume. 832p. STICKEL, L. 1954. A comparision of certain methods of measuring ranges of small mammals. J. Mammal., Provo, 35 (1): 1-15. VLECK, D. 1981. Burrow structure and foraging costs in the fossorial rodent, Thomomys bottae. Oecologia, Berlim, 49: 391-396. WILKS, B.J. 1963. Some aspects of ecology and population dynamics of the pocket gopher (Geomys bursarius) in southern Texas. Texas J. Sci., Austin, 15: 241-283. WILLIAMS, S.L. & BAKER,R. J. 1976. Vagility and local movements of Pocket Gophers (Geomydae: Rodentia). Amer. Midl. Nat., Notre Dame, 96 (2): 303-316. Recebido em 14.10.1992; aceito em 24.09.1993 IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 35 - 44, 30 set. 1994 GASTAL Figs. 1-2. Sistemas de túneis de Ctenomys minutus. 1, Fêmea não marcada, fora da área de marcação (sistema 1); 2, fêmea marcada na área de marcação (sistema 2). Ge;saida do túnel; (s)câmara indefinida; N, ninho; medidas do túnel em cm: profundidade = número superior e diâmetro = número inferior). IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (77): 35 - 44, 30 set. 1994 Sistemas de túneis e área de vida em Ctenomys minutus... 43 280 sto 25 75 X pot 25 TA 83 N > PRLTIIL.- , 27 80 21 Yo ‘2 ão E À ERAS ij É E 25 O! 85 RE = 7 Ga) X Ed “Um 21 -’85 “ Mp 0) 88 7 meo 0 0,5 im Figs. 3-4. Sistemas de túneis de Ctenomys minutus. 3, Fêmea marcada na área de marcação (sistema 3); 4, macho marcado na área de marcação (sistema 4). ( N ANN ), obstrução de areia; ( EEE ) obstrução de palha e areia: : o saída de túnel; N, ninho; medidas do túnel em cm: profundidade = número superior; diâmetro = número inferior). IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (77): 35 - 44, 30 set. 1994 44 GASTAL E CD 9% Figs. 5-7. Ctenomys minutus. 5, Áreas de vida de indivíduos na área de marcação; 6, sequência de capturas dos machos residentes; 7. segiiência de capturas das fêmeas residentes (E, eucalipto; BA, bosque de araçás; ----, limite de área alterada; >>, deslocamento durante o período de trabalho; ->->--, deslocamento posterior a agosto de 1987; O, primeira captura; os números dentro das figuras representam os indivíduos marcados). IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (77): 35 - 44, 30 set. 1994 CICLO REPRODUTIVO DE TADARIDA BRASILIENSIS (I. GEOFFROY, 1824) (CHIROPTERA, MOLOSSIDAE) EM PORTO ALEGRE, BRASIL Rosane V. Marques ! Marta E. Fabian ? ABSTRACT REPRODUCTIVE CYCLE OF TADARIDA BRASILIENSIS (I. GEOFFROY, 1824) (CHIROPTERA, MOLOSSIDAE) IN PORTO ALEGRE, BRAZIL. The reproductive cycle of Tadarida brasiliensis (I. Geoffroy, 1824) from urban environment in Porto Alegre, south of Brazil (30º 01'S; 51º 13'W) was studied during 1987- 1990 years. Weekly or fortnightly captures were made during a 12 months period. Gonads conditions of males and females was assessed using histological techniques. This species shows a monoestric and monotocous reproductive pattern. Males show spermatozoids in the epididymis only from July to September, and the highest percentage of fertile males occurs in the latter month. Females show developed Graafian follicles in August and during September, the first pregnant females were observed at the beginning of the gestation period. The parturitions occur between the last two weeks of November and the first two weeks of December (at the end of Spring). Only the right side of the female's reproductive system is functional. Lactation period continues until January or the beginning of February. KEYWORDS. Tadarida brasiliensis, Molossidae, Chiroptera, reproductive cycles. INTRODUÇÃO Tadarida brasiliensis (I. Geoffroy, 1824) apresenta ampla distribuição geográfica, estendendo-se do sul dos Estados Unidos até o Chile e Argentina, incluindo também o Caribe. Estudos sobre a reprodução destes morcegos foram realizados principalmente com as populações ocorrentes nos Estados Unidos e México. CAGLE (1950), TWENTE (1956) eGLASS (1958) observaram no Texas (EUA), em Kansas (EUA) e em Oklahoma (EUA), respectivamente, o nascimento de filhotes durante os meses de primavera e verão, fins de junho e início de julho. Segundo DAVIS et al. (1962) estes morcegos acasalam- se no inverno, enquanto a população está residindo em regiões de baixa latitude, havendo apenas um ciclo reprodutivo anual, sendo que todas as fêmeas que se dirigem para o norte do Texas na primavera, dão à luz anualmente e a gravidez ocorre sempre no corno direito do útero. COCKRUM (1969) identificou diferentes tipos de colônias desta espécie: colônias maternidade, com fêmeas adultas e filhotes; abrigos transitórios nos períodos de migração, que ocorrem antes e após a reprodução e abrigos de inverno com machos 1. Laboratório de Mastozoologia, Museu de Ciências, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Av. Ipiranga 6681. Caixa Postal 1429. CEP 90.619-900. Porto Alegre, RS, Brasil. 2. Departamento de Zoologia, Instituto de Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Av. Paulo Gama s/nº CEP 90.040-060. Porto Alegre, RS, Brasil. (Bolsista do CNPq, proc. nº 305.363/87/-5/ZO/FV). IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 45 - 56, 30 set. 1994 AG MARQUES & FABIÁN reprodutivamente ativos e fêmeas com características vaginais que identificam sinais de cópula recente. Características biológicas de populações de T. brasiliensis que ocorrem no Brasil são pouco conhecidas. SANTOS (1978) constatou que estes morcegos apresen- tam época de reprodução de outubro a dezembro, nas regiões de São Leopoldo e Canela, Rio Grande do Sul. WIMSATT & TRAPIDO (1952), BURNS & CRESPO (1975) e ANCIAUX-DE-FA VEAUX (1978) demonstraram que morcegos de uma mesma espécie podem apresentar diferentes características reprodutivas conforme a latitude que habitam, deste modo, o presente trabalho visa ampliar os conhecimentos sobre aspectos da biologia de T. brasiliensis ocorrente no extremo sul do Brasil. MATERIAL E MÉTODOS O trabalho de observação e captura de morcegos foi efetuado no período de setembro de 1987 a dezembro de 1988, na área urbana de Porto Alegre, Brasil (30º 01'S, 51º 13'W). Com base em dados de temperatura e precipitação mensais de 30 anos (1960-1989), obtidos no 8º Distrito de Meteorologia, em Porto Alegre, foi possível elaborar um diagrama climático para a região. Os meses de novembro a março apresentam médias de temperatura acima de 20°C, enquanto que de junho a agosto (inverno), as temperaturas médias ficam abaixo de 15°C. A temperatura média anual é de 19°C. As chuvas ocorrem durante o ano todo, sendo mais freqüentes de junho a setembro, geralmente não ultrapassando 150mm mensais. A precipitação anual atinge 1332,4mm. A altitude é de 10m. As coletas foram realizadas no período da manhã, semanalmente, porém, durante o inverno (junho a agosto de 1988) foram quinzenais, devido ao reduzido número de indivíduos das colônias. Os abrigos visitados foram telhados de casas e edifícios, caixas de persianas de apartamento e poço de elevador, num total de 18 locais diferentes. Os exemplares adultos foram mortos em recipiente com algodão e éter, medidos, pesados, fixados em formol a 10% e conservados em álcool a 70%, conforme TADDEI (1973). Na análise das gônadas foi verificada a condição abdominal ou escrotal dos testículos nos machos, retirados o epidídimo e o testículo esquerdo, medido no sentido do comprimento. Nas fêmeas foi observado o grau de desenvolvimento do abdômen e das mamas e retirados o útero, ovidutos e ovários. As gônadas foram processadas histologicamente de acordo com WIMSATT & TRAPIDO (1952). Através do estágio de desenvolvimento das gônodas foram definidas as seguintes categorias: 1. machos em fase reprodutiva inativa: ausência de divisões celulares nos túbulos seminíferos e de espermatozóides no epidídimo; 2. machos em fase reprodutiva intermediária: presença de divisões celulares nos túbulos seminíferos e ausência de espermatozóides no epidídimo; 3. machos em fase reprodutiva ativa: presença de espermatozóides no epidídimo; 4. machos jovens: com testículos pequenos e sem divisões celulares ou espermatozóides. Nas fêmeas, foi observado o estágio de desenvolvimento dos folículos ovarianos (primários, secundários ou vesiculares) e a presença de embrião no interior do útero (gravidez) ou restos de tecido embrionário no útero (sinal de parto recente). As fêmeas foram consideradas jovens quando apresentavam útero pouco desenvolvido. Os exemplares estudados, 247 fêmeas e 209 machos, encontram-se depositados no Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. Para a análise das médias dos pesos corporais de machos e fêmeas com tamanho corporal de adultos, ao longo do ano, foi utilizada Análise de Variância de um fator. O método S (Teste de Scheffé, segundo GUILFORD & FLUCHTER, 1973) foi utilizado para a constatação de diferenças de pesos corporais ao longo do ano. As relações entre peso corporal, comprimento do antebraço, comprimento do testículo e estado reprodutivo dos machos foram determinadas através do Coeficiente de Correlação de Pearson. Testes t de Student foram utilizados para avaliação da significância dos resultados obtidos com a Análise de Variância e Correlação de Pearson (COSTA-NETO, 1977). RESULTADOS E DISCUSSÃO Condição reprodutiva dos machos. O peso corporal de 193 machos de T. brasiliensis foi determinado (tab. I) e a Análise de Variäncia indica diferenças significativas entre as médias mensais. Abril é o mês em que os pesos corporais dos indivíduos encontram-se IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 45 - 56, 30 set. 1994 Ciclo reprodutivo de Tadarida brasiliensis ... 47 mais elevados, enquanto em junho apresentam-se mais baixos. Para os diversos meses, no período de novembro de 1987 a outubro de 1988, obteve-se como razão F=9,401 ea soma dos quadrados intragrupos = 134,489, sendo considerada uma razão F significativa. Tabela I. Médias e desvios-padröes dos pesos corporais de machos de Tadarida brasiliensis no período de novembro de 1987 a outubro de 1988, em Porto Alegre, RS, Brasil. (n= número de indivíduos; DP = desvio padrão). Mês n Média DP Mínimo Máximo Nov 3 12,18 0,2363 12,00 12745 Dez 3 11,78 0,5718 11,10 12,50 Jan 22 122 0,8961 9,50 13,00 Fev 8 10,77 0,7305 10,00 12,00 Mar DAT 11,79 0,9491 9,50 14,00 Abr 23 12,43 1,0259 10,50 15,00 Mai 13 11,70 1,2052 10,00 14,00 Jun 35 10,49 0,6085 9,00 12,00 Jul 19 11,31 1,0302 10,00 13,00 Ago 11 11,71 0,8288 10,50 13,00 Set 19 11,80 0,4967 11,00 13,00 Out 8 12,48 0,8839 11,30 13,90 A análise dos dados indica haver diferenças significativas entre os meses de abril em relação a janeiro, fevereiro e junho e os de junho em relação a março, abril, setembro e outubro (tab. II). Para um nível de significância de 0,05, o valor de t de tabela é 4,437. Tabela II. Matriz de valores obtidos com o teste de Scheffé. Comparação de médias dos pesos corporais de 193 machos de Tadarida brasiliensis obtidos de novembro/1987 a outubro/1988 em Porto Alegre, Brasil. (* Valores de Scheffé que evidenciam diferenças significativas). Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov 0,64 1,80 2,41 0,74 -0,48 0,86 3,26 1,62 0,85 0,725 0.=-0:52 Dez 200205 -0,03 -1,54 0,16 3,13 1,07 015 "+ #=0:03: | =144 Jan 18277 -2,28 -4,70* -1,59 3,13 033277215118 2 essa Fev -2,93 -4,69* 241 0,84 -1,49 -2,33 -2,82 “3,97 Mar -2,62 0,29 5,89* 1,85 0,27 -0,03 -2,00 Abr 243 841* 4,19 2,30 2,38: 0.15 Mai 4,34 1,26 -0,01 -0,03 -2,02 Jun 23,39 » 4,09... =5,32* 5,91% Jul 120 73, =-323º 194 Ago -0,28 -1,89 Set Out T. brasiliensis é uma espécie migratória, havendo estudos sobre seus deslocamen- tos no hemisfério norte (COCKRUM, 1969). Na região de Porto Alegre, os indivíduos desta espécie estão presentes em grande número durante os meses de verão, diminuindo sua freqiiência sensivelmente, nos meses de inverno, razão pela qual MARQUES (1991) supõe que a espécie também realize movimentos migratórios no hemisfério sul. Abril é o mês em que a atividade de abandono dos abrigos de verão está no auge, podendo haver IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (77): 45 - 56, 30 set. 1994 48 MARQUES & FABIÁN relação entre o aparecimento dos maiores pesos corporais dos machos e esta atividade. Os animais adquirem maior peso corporal durante o verão, quando a abundância de alimento disponível (insetos) é maior (FABIÁN et al., 1990). Os morcegos que atingem peso corporal elevado têm condições de abandonar o abrigo. Aqueles que permanecem nos abrigos durante o inverno possivelmente sejam os que não conseguiram atingir o peso adequado para o deslocamento. No mês de junho, quando o número de indivíduos que permanece no abrigo durante o inverno se estabiliza, o peso dos animais é mais baixo. Em fevereiro (verão), as médias mais baixas de peso corporal verificadas devem-se ao fato do recrutamento de jovens com tamanho corporal de adultos. O'SHEA (1976) constatou que em T. brasiliensis, nas cavernas do Arizona (EUA), a quantidade de tecido adiposo é mais elevada em março e abril, após os animais terem completado sua migração para o norte e, em geral, menor durante a primavera e verão e, principalmente em setembro (outono) na época da migração para o sul. No entanto, o autor relacionou o baixo peso corporal de muitos animais nesta época, à inclusão de indivíduos jovens, recrutados à população. Nenhum dos machos examinados apresentou a condição escrotada dos testículos, independentemente do seu tamanho, estado reprodutivo ou época do ano. SINGWI & LALL (1983) também encontraram testículos não escrotados em exemplares reprodutivamente ativos de Rhinopoma kinneari (Wroughton). O comprimento do testículo esquerdo foi medido em 173 indivíduos (tab. III). Os maiores valores ocorreram de abril a setembro. A média mais baixa (3,04 mm) ocorreu em fevereiro, provavelmente devido ao número de indivíduos jovens com tamanho corporal semelhante aos adultos recrutados à população somente nessa época do ano. A média de comprimento dos testículos inativos foi de 3,98mm. Para os testículos em fase reprodutiva intermediária, a média dos comprimentos foi de 4,/3mm. Em fase reprodutivamente ativa, a média de comprimento de 5,61mm. Para um nível de significância de 0,05, o teste t demonstrou haver diferenças significativas para o comprimento dos testículos nas diferentes fases reprodutivas. Tabela III. Médias e desvios-padrões dos comprimentos dos testículos de Tadarida brasiliensis no período de novembro de 1987 a outubro de 1988, em Porto Alegre, RS, Brasil. (n=número de indivíduos; DP= desvio padrão.) Mês n Média DP Mínimo Máximo Nov 1 3,65 0,0000 3,65 3,65 Dez 5 3,47 0,3701 3,05 3,95 Jan 11 3,61 0,6252 2,70 4,35 Fev 8 3,03 0,4130 2,65 4,00 - Mar 20 4,39 1,0604 2,40 6,00 Abr 23 4,82 0,9891 2,70 6,05 Mai 13 4,71 1,3379 3,00 6,60 Jun 35 4,62 1,5549 2,60 6,50 Jul 19 4,65 1,7293 2,90 122130, 30 Ago 11 5,33 1,5325 290. 7,00 Set 19 4,86 0,7151 3,30. 6,60 Out 8 4,12 0,4528 3,70 4,90 O coeficiente de Pearson, calculado para o peso corporal e comprimento dos IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 45 - 56, 30 set. 1994 Ciclo reprodutivo de Tadarida brasiliensis ... 49 testículos, demonstrou haver uma correlação positiva de média intensidade, com r=0,44. Isto provavelmente esteja relacionado ao fato dos indivíduos jovens, com menor peso, apresentarem os menores testículos. Essa correlação não se verifica entre o comprimento do antebraço e o tamanho dos testículos (r = 0,01), pois os indivíduos jovens, em seu primeiro ano de vida e ainda com testículos pequenos, apresentam tamanho corporal de adultos. A correlação mais alta foi verificada entre o comprimento do testículo e seu estado reprodutivo, com r = 0,71. Testículos maiores em animais em fase sexualmente ativa também foram observa- dos em outros molossídeos por KRUTZSCH (1955) em T. mexicana, no sul da Califórnia; por MARQUES (1989) em Molossus ater Geoffroy, 1805, na Amazônia (Brasil) e por FABIÁN & MARQUES (1989) em M. molossus (Pallas, 1766), no Ceará (Brasil). Esta caraterística foi verificada em algumas espécies de Verpertilionidae como Miniopterus schreibersii (Kuhl, 1956), na Austrália (DWYER, 1963), Tylonycteris pachypus Temminck, 1840 eT.robustula Thomas, 1915,na Malasia(MEDWAY, 1972), Pipistrellus nanus, na África do Sul (LAVAL & LAVAL, 1977) e também em Macrotus californicus Baird, 1858 (Phyllostomidae) no sudoeste dos EUA. Os testículos em fase de espermatogênese e de armazenamento de espermatozóides nos epidídimos, em geral, apresentam maiores proporções do que os testículos inativos de machos adultos e, principalmente, de indivíduos jovens ainda imaturos. Os machos de T. brasiliensis estudados encontravam-se reprodutivamente inativos de outubro a junho (fig. 4), o que é constatado pela ausência de espermatozóides nos epidídimos. De março a julho são constatadas divisões meióticas nos túbulos seminíferos demonstrando que, nesse período, o organismo dos machos inicia sua preparação para a reprodução. De julho a setembro há um aumento gradual na proporção de machos cujos epidídimos apresentam espermatozóides, sendo que a porcentagem máxima de indivídu- os com espermatozóides nos epidídimos foi de 92,3% no mês de setembro. Em outubro não foi constatada a presença de espermatozóides. Há uma nítida estacionalidade reprodutiva. Em agosto e setembro os machos estão aptos a fecundarem as fêmeas devido à estocagem de espermatozóides nos epidídimos. A ausência de espermatozóides nos epididimos dos machos no mês de outubro, permitiu concluir que as cópulas devem ocorrer no máximo até o mês de setembro, isto é, final do inverno e início da primavera. DAVIS et al. (1962) estudando T. brasiliensis no sudoeste dos EUA e México, também verificaram a ocorrência de machos férteis no fim do inverno e início da primavera. SHERMAN (1937), trabalhando com T. brasiliensis na Florida, EUA, observou que a época de atividade sexual dos machos é em fevereiro e março (inverno). Segundo COCKRUM (1955) estes morcegos apresentam espermatozóides no trato reprodutivo dos machos, de fins de janeiro até meados de abril, não sendo estocados por muito tempo nos epidídimos e a fase reprodutiva das fêmeas ocorreria em um período pouco maior do que cinco semanas, de fevereiro a março. Outras espécies de molossídeos que vivem em ambientes da região tropical como T. (Chaerephon) hindei em Uganda (MARSHALL & CORBET, 1959) ou M. molossus no Ceará, Brasil (FABIÁN & MARQUES, 1989) podem apresentar espermatozóides nos epidídimos em qualquer época do ano. Condição reprodutiva das fêmeas. O peso corporal mais elevado, num total de 237 fêmeas, ocorreu em novembro; em fevereiro, junho e julho verificaram-se os menores valores. Na comparação entre as médias de peso corporal observa-se que as maiores IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 45 - 56, 30 set. 1994 50 MARQUES & FABIAN diferenças estão em novembro em relação aos demais meses (tab. IV). Os resultados da Análise de Variância e Testes de Scheffe (tab. V) demonstram diferenças significativas entre as médias dos pesos corporais de fêmeas coletadas nos meses de novembro e outubro em relação aos de fevereiro, março, junho e julho. Tabela IV. Médias e desvio-padrões dos pesos corporais de fêmeas de Tadarida brasiliensis no período de outubro de 1987 a setembro de 1988, em Porto Alegre, RS, Brasil. (n= número de indivíduos; DP= desvio padrão) Mês n Média DP Mínimo ' Máximo Out 33 13,39 0,5757 11,90 14,30 Nov 42 14,82 1,2847 12,30 16,70 Dez 24 12,71 1,1119 10,10 15,60 Jan 43 1232 1,1040 10,00 14,50 Fev 19 11,21 0,8379 10,00 13,30 Mar 20 11,95 1,0486 10,50 15,00 Abr 4 13:25 1,5546 11,50 15,00 Mai 13) 10973 1,6023 10,00 15,00 Jun 17 11,26 0,8860 9,50 13,00 Jul 8 11,06 0,8210 10,00 12,00 Ago 5 12,80 0,8515 12,00 14,20 Set 9 12,63 1,0954 11,20 14,20 Analisando o peso corporal das fêmeas e seu estado reprodutivo, foi possível notar, como seria esperado, um aumento progressivo nas médias dos pesos corporais das fêmeas, 12, 12g para as não grávidas, 13,37g para aquelas em estágio inicial de gravidez e 15,24g para grávidas em estágio avançado. As diferenças dos valores médios do peso corporal das fêmeas, entre os três estágios, foram estatisticamente significativas, para um nível de significância de 0,05. Tabela V. Matriz de valores obtidos com o teste de Scheffé. Comparação de médias dos pesos corporais de 237 fêmeas de Tadarida brasiliensis, no período de outubro/1987 a setembro/1988, em Porto Alegre, Brasil. (* Valores de Scheffé que evidenciam diferenças significativas). Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out SS E DB 4,29 1.088 aqui 025 1,88 6.6427 535307. Zar Nov 1.682 MOS BE DIOS 2 6,15 * 11,55. 7 I EB EIS Dez 1,42 456° 236 0,92 20.047 427 37,8 7206EE020 Jan 3,78 1.307 1,64 1,197 346 3,067 72.09357.078 Fev -2,15 -346 -3,94 -0,15 0,33 -250 -3,28 Mar -2,21 -2,04 1,94 1,987 21558721559 Abr 0.892 5990838 0,63 0,96 Mai 3,71 346 "COMO Jun 0,44- 2,81 -3,10 Jul -2,84 -3,01 Ago 0,28 Set Em outubro, todas as fêmeas examinadas encontravam-se grávidas, portanto com um peso corporal quase padronizado, conforme o pequeno desvio padrão demonstrado. Em novembro, a média dos pesos corporais foi superior à do mês anterior porém, a variação IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 45 - 56, 30 set. 1994 Ciclo reprodutivo de Tadarida brasiliensis ... 51 do desvio padrão deveu-se ao fato de terem sido pesadas fêmeas que já haviam dado à luz e fêmeas grávidas (tab. IV). Os pesos corporais mais baixos foram registrados em junho e julho, quando os abrigos foram abandonados pela maioria dos morcegos e também em fevereiro, quando muitos indivíduos eram jovens fêmeas recrutadas à população, já com aparência semelhante à das adultas, mas ainda não tendo o mesmo peso corporal. Outro motivo para o baixo peso corporal apresentado pelas fêmeas em fevereiro, seria o desgaste sofrido por elas no período de amamentação dos filhotes, fato constatado em laboratório por KRUTZSCH & SULKIN (1958) em populações de T. brasiliensis que ocorrem nos Estados Unidos e México. As fêmeas de T. brasiliensis apresentam útero bicorne. Em cada gravidez é originado apenas em embrião que se desenvolve no corno uterino direito. Fêmeas não grávidas apresentam os cornos uterinos de tamanho diferente, sendo o direito maior, especialmene em fêmeas que já tenham engravidado alguma vez (fig. 2). Da mesma forma, o ovário direito mostra-se mais desenvolvido que o esquerdo, em todos os estágios, numa proporção de aproximadamente três a quatro vezes o tamanho do esquerdo, especialmente em fêmeas adultas (figs. 1-3). O ovário esquerdo não chega a desenvolver folículos vesiculares, apresentando, em geral, folículos primários e, menos fregüentemente, folículos secundários. A maior parte do ovário esquerdo é formado por tecido intersticial, podendo constituir sua quase totalidade. No estado de gravidez apenas o ovário direito apresenta corpo lúteo. As fêmeas estudadas apresentam características anatômicas e funcionais de seu aparelho reprodutor que se adaptam ao padrão molossídeo, de dominância anatômica e funcional unilateral (WIMSATT, 1979). Este padrão unilateral também foi verificado em M.molossus do Ceará, por FABIÁN & MARQUES (1989) eemT. australis (Gray, 1838), por KITCHENER & HUDSON (1982). As fêmeas de T. brasiliensis, aqui estudadas, foram encontradas grávidas de setembro a dezembro, período que corresponde à primavera (fig. 5). Em setembro, muitas fêmeas grávidas ainda conservavam folículos vesiculares no ovário direito. Em outubro (fig. 6), todas as fêmeas amostradas apresentaram-se grávidas. Em novembro, enquanto a maioria permanece grávida, algumas fêmeas apresentaram sinais de parto recente, isto é, útero desenvolvido, sem feto, com aspecto externo dilatado e enrugado devido à musculatura não ter regredido ao seu estado normal, bem como com restos de material embrionário em seu interior. Dentre as fêmeas com parto recente encontraram-se indivíduos cujos ovários apresentaram folículos primários, folículos secundários ou folículos vesiculares, indicando, neste último caso, um provável estro pós-parto (fig. 7). No entanto, o fato dos machos estarem em período de inatividade sexual pode explicar a ausência de uma segunda gravidez. Em dezembro, poucas fêmeas ainda se encontravam grávidas, a maioria já tendo parido e a análise dos ovários mostrou diversos estágios de amadurecimento dos folículos, inclusive com folículos vesiculares. Contudo, houve maior freqüencia de presença apenas de folículos primários. Em janeiro puderam ser observadas ainda fêmeas com sinais de parto recente, mas a maioria não apresentou mais estes sinais. Nos meses subsegüentes houve a tendência de as fêmeas apresentarem folículos vesiculares no ovário direito e, em agosto, todas as fêmeas apresentaram folículos desenvolvidos. Quanto à presença somente de folículos primários, foram observadas fêmeas nesta condição em janeiro e somente uma em fevereiro e outra em IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (77): 45 - 56, 30 set. 1994 52 MARQUES & FABIÁN maio, demonstrando a tendência de amadurecimento dos folículos na quase totalidade das fêmeas. As mamas começaram seu desenvolvimento em outubro, quando as fêmeas estavam grávidas, permanecendo desenvolvidas até o mês de janeiro, quando começaram a regredir. FLEMING et al. (1972), WILSON (1973) e WILLIG (1985) classificaram os padrões reprodutivos encontrados em morcegos em quatro grupos principais, entre os quais monoestria sazonal, o verificado em T. brasiliensis no sul do Brasil. Através dos dados obtidos é possível presumir que as cópulas ocorrem em setembro, época em que tanto as fêmeas apresentam folículos vesiculares, quanto os machos espermatozóides nos epidídimos. A partir de outubro os machos não apresentam esta condição reprodutiva e as fêmeas estão na quase totalidade grávidas. O período de gravidez estende-se até novembro ou início de dezembro e a maioria dos partos ocorre em uma grande sincronia, em aproximadamente duas semanas. O padrão reprodutivo de uma espécie tende a uma adaptação aos recursos alimen- tares disponíveis no ambiente. As fases de gravidez, amamentação e recrutamento dos jovens à população são aquelas em que há maior necessidade de recursos energéticos. Em regiões próximas aos paralelos 30º Norte e Sul, as atividades reprodutivas e de cuidado com a prole de T. brasiliensis ocorrem nas épocas de primavera e verão, quando há maior abundância de insetos. O estudo de populações de T. brasiliensis em regiões mais próximas ao Equador poderia demonstrar possíveis diferenças no comportameno reprodutivo dessas populações, visto que espécies como Desmodus rotundus (E. Geoffroy, 1810) (WIMSATT & TRAPIDO, 1952 e BURNS & CRESPO, 1975), Myotis adversus, (DWYER, 1970) e Tadarida angorsei, (ANCIAUX-DE-FA VEAUX, 1978) apresentam diferenças nos padrões reprodutivos em diferentes latitudes. CONCLUSÕES 1. T. brasiliensis, no sul do Brasil, apresenta um estro por ano (monoestria). 2. Os machos apresentam espermatozóides nos epidídimos no período de julho a setembro, permanecendo sexualmente ativos somente nesta época. 3. O período de gravidez estende-se de fins de setembro a fins de novembro ou início de dezembro. 4. A grande maioria dos partos ocorre durante duas semanas, entre o final de novembro e o início de dezembro. 5. Somente um filhote é gerado em cada gestação. 6. Apenas o lado direito do aparelho reprodutor das fêmeas é funcional. 7. O período de nascimento e de amamentação dos filhotes coincide com a época mais quente do ano que apresenta maior abundância de alimento (insetos). Agradecimentos. A Sandra Hartz e Mauro Rosenau do Museu de Ciências Naturais, Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul pelo auxílio no trabalho de campo; aos professores Carlos Pinnet e Fernando Lang da Silveira, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, pela orientação na análise estatística e ao CNPq e CAPES pela concessão das bolsas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANCIAUX-DE-FAVEAUX, M. 1978. Annual cycles of reproduction in the cavernicoles chiropterans from Shaba (Southeast Zaire) and from Rwanda. Mammalia, Paris, 42 (4): 453-490. BURNS, R.J. & CRESPO, R.F. 1975. Notes on local movement and reproduction of vampire bats in Colima, IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 45 - 56, 30 set. 1994 Ciclo reprodutivo de Tadarida brasiliensis ... 53 Mexico. Southwest. Nat., San Marcos, 19 (4): 446-449. CAGLE, F.R. 1950. A Texas colony of bats Tadarida mexicana. J. Mammal., Shippensburg, 31 (4): 400-402. COCKRUM, E.L. 1955. Reproduction in North American bats. Trans. Kans. Acad. Sci., Lawrence, 58 (4): 487-511. . 1969. Migration in the guano bat Tadarida brasiliensis. Misc. Publ. Mus. Nat. Hist. Univ. Kans., Lawrence, 51: 303-336. COSTA-NETO, P.L.O. 1977. Estatistica. Säo Paulo, ed. Blücher 264p. DAVIS, R.B.; HERREID, C.F. & SHORT, H.L. 1962. Mexican free-tailed bats in Texas. Ecol. Monogr., Tempe, 32 (4): 311-346. DWYER, P.D. 1963. The breeding biology of Miniopterus schreibersii blepotis (Temminck) (Chiroptera) in north-eastern New South Wales. Aust. J. Zool., East Melbourne, 11 (2): 219-240. — —_. 1970. Latitude and breeding season in a polyestrus species of Myotis. J. Mammal., Shippensburg, 51 (2): 405-410. FABIAN, M.E.; HARTZ, S.M. & ARIGONY, T.H.A. 1990. Alimentação de Tadarida brasiliensis (Geoffroy, 1824) na Regiäo Urbana de Porto Alegre, RS, Brasil (Chiroptera, Molossidae). Revta bras. Biol., Rio de Janeiro, 50 (2): 387-392. FABIÁN, M.E. & MARQUES, R.V. 1989. Contribuição ao conhecimento da biologia reprodutiva de Molossus molossus (Pallas 1766) (Chiroptera, Molossidae). Revta bras. Zool., Curitiba, 6 (4): 603-610. FLEMING, T.H.; HOOPER, E.T. & WILSON, D.E. 1972. Three Central American bat communities: structure, reproductive cycles, and movement patterns. Ecology, Tempe, 53 (4): 555-569. GLASS, B.P. 1958. Returns of Mexican free-tail bats banded in Oklahoma. J. Mammal., Shippensburg, 39 (3): 435-437. GUILFORD, J.P. & FLUCHTER, B. 1973. Fundamental Statistics in Psychology and Education. 5 ed. New York, McGraw-Hill. 546p. KITCHENER, D.J. & HUDSON, C.J. 1982. Reproduction in the female white-striped mastiff bat, Tadarida australis (Molossidae). Aust. J. Zool., East Melbourne, 30 (1): 1-14. KRUTZSCH, P. H. 1955. Observations on the Mexican free-tailed bat, Tadarida mexicana. J. Mammal., Shippensburg, 36 (2): 236-242. KRUTZCH, P.H. & SULKIN, S.E. 1958. The laboratory care of the mexican free-tailed bat. J. Mammal., Shippensburg, 39 (2): 262-265. LAVAL, R.K. & LAVAL, M.L. 1977. Reproduction and behavior of the African banana bat, Pipistrellus nanus. J. Mammal., Shippensburg, 58 (3): 403-410. MARQUES, R.V. 1991. Ciclo reprodutivo e aspectos do comportamento de Tadarida brasiliensis brasiliensis (1. Geoffroy, 1824) - Chiroptera, Molossidae - em ambiente urbano na região de Porto Alegre, RS, Brasil. Dissertação de Mestrado, Instituto de Biociências, Pontifícia Universidade Católica do RS. Porto Alegre. IX + 110p. [Não publicada]. MARQUES. S.A. 1986. Activity cycle, feeding and reproduction of Molossus ater (Chiroptera: Molossidae) in Brazil. Biol. Mus. Pará. Emilio Goeldi: Zool., Belém, 2 (2): 159-180. MARSHALL, A.J. & CORBET, P.S. 1959. The breeding of equatorial vertebrates; reproduction of the bat Chaerephon hindei Thomas, at latitude 0º 26' N. Proc. Zool. Soc. London, Oxford, 132 (4): 607-616. MEDWAY, L. 1972. Reproductive cycles of the flat-headed bats Tylonycteris pachypus and T. robustula (Chiroptera: Vespertilionidae) in a humid equatorial environment. J. Linn. Soc. London. Zool., London, 31. (1):33-61. O'SHEA, T.J. 1976. Fat content in migratory central Arizona Brazilian free-tailed bat, Tadarida brasiliensis (Molossidae). Southwest. Nat., San Marcos, 21 (3): 321-326. SANTOS, A.B. 1978. Identificacäo e dados bio-ecolögicos dos quiröpteros do Vale do Rio dos Sinos e arredores. Estudos Leopoldenses, Säo Leopoldo, 13 (45): 75-126. SHERMAN, H. B. 1937. Breeding habits of the free-tailed bat. J. Mammal., Shippensburg, 18 (2): 176-187. SINGWI, M.S. & LALL, S.B. 1983. Spermatogenesis in the nonscrotal bat, Rhinopoma kinneari Wroughton (Microchiroptera, Mammalia). Acta. anat., Basel, 116 (2): 136-145. TADDEI, V.A. 1973. Chave para determinação de quirópteros brasileiros. Boletim de Ciências, n. 1. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras. São José do Rio Preto. 72p. TWENTE, J.W. 1956. Ecological observations on a colony of Tadarida mexicana. J. Mammal., Shippensburg, 37 (1): 42-47. WILLIG, M.R. 1985. Reproductive patterns of bats from Caatingas and Cerrado biomes in northeast Brazil. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 45 - 56, 30 set. 1994 54 MARQUES & FABIAN J. Mammal. Shippensburg, 66 (4): 668-681. WILSON, D.E. 1973. Reproduction in Neotropical bats. Periodicum Biologorum, Zagreb, 75: 215-217. WIMSATT, W.A. 1979. Reproductive asymetry and unilateral pregnancy in Chiroptera. J. Reprod. Fertil., Cambridge, 56: 345-357. WIMSATT, W.A & TRAPIDO, H. 1952. Reproduction and the female reproductive cycle in the tropical American vampire bat, Desmodus rotundus murinus. Amer. J. Anat., New York, 91 (3): 415-445. Recebido em 10.05.1993; aceito em 19.08.1993. Figs. 1-3. Tadarida brasiliensis. Aparelho reprodutor de fêmeas: 1, jovem (MCN 2205); 2, adulta não grávida (MCN 2207); 3, grávida (MCN 1803); (ovário: a, esquerdo, b, direito; oviduto: c, esquerdo, d, direito; como uterino: e, esquerdo; f, direito; vagina; g). IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (77): 45 - 56, 30 set. 1994 Ciclo reprodutivo de Tadarida brasiliensis ... 55 25 - - en, Es Ausencia de > Divisves celu, Espermatozoides É =. FI TE E ER espermatozoi- Tares nos tu- ho epidídimo des bulos semini- feros DO ELOS nn nn nn na saem ans m vo) = E io o DER - » = (= .—_ 10 I = 2 © 2 i i i i 1 à i i i i i i i E i i 1 i i i i r H AA ANIS AA ANN INN ER IN ES JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ a *º: ículos Primários ZZ sa Folículos secundarios 1 2 = DS Cria in tee o Zm]Foliculos —=vesiculares = o) © Nº de > [0 >) EEE E SE ES | indivíduos NI JAN FEV MAR ABR M JUL AGO SET OUT NOV. DEZ NO NE N A Õ Figs. 4-5. Tadarida brasiliensis, janeiro a dezembro de 1988, Porto Alegre, Brasil. 4, Estado reprodutivo de machos. 5, Condições dos folículos ovarianos das fêmeas não grávidas. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (77): 45 - 56, 30 set. 1994 SG MARQUES & FABIÁN 35 Presença de, Ausência de r GG e folículos Ffolfculos 2.NeBlellEaras Vest CularSS 30 26 individuos 20 de 15 Nº 10 Eira G É 2 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ 14 Folículos vesiculares e >> e mm Foliculos GA *oliculos primarios secundarios 1 2 Eee: 1 OÖ ONE TENILGERERN IE CELERON DOENTE NATION END Dameiusris sos a 8 © de indivíduos > 2 2. 1 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Figs. 6-7. Tadarida brasiliensis. Condições dos folículos ovarianos das fêmeas: 6, grávidas; 7, com parto recente; de janeiro a dezembro de 1988, Porto Alegre, Brasil. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 45 - 56, 30 set. 1994 ESTRATÉGIAS ALIMENTARES DE AVES NA UTILIZAÇÃO DE FRUTOS DE FICUS MICROCARPA (MORACEAE) EM UMA AREA ANTROPICA Luiz Octavio Marcondes-Machado ! Sandra Jammal Paranhos ? Yara de Melo Barros ? ABSTRACT FEEDING STRATEGIES OF BIRDS UTILIZING FRUITS OF FICUS MICROCARPA (MORACEAE) IN AN ANTHROPIC AREA. Birds of 23 species were observed feeding on fruits of Ficus microcarpa L. J. between June 1991 to February 1992 in Pirassununga, State of São Paulo, Brazil. The role of its fruits as a feeding resources for birds in anthropic environments is analyzed. KEYWORDS. Frugivory, Ficus, birds, behavior. INTRODUÇÃO As espécies do gênero Ficus L. (Moraceae) distribuem-se sobretudo nas regiões tropicais, embora algumas alcancem áreas subtropicais. No Brasil, este gênero é represen- tado por 73 espécies nativas e 16 espécies exóticas (CARAUTA, 1989). Os frutos produzidos por plantas do gênero Ficus têm uma importante participação na alimentação das aves, principalmente quando outros recursos alternativos são escassos (LAMBERT, 1989), uma vez que algumas espécies podem produzir frutos em qualquer época do ano (MCKEY, 1989). Todavia, segundo LAMBERT (1989), as espécies asiáticas apresentam baixo valor nutricional. Em ambientes antrópicos, a disponibilidade de frutos silvestres pode ser muito baixa, o que aumenta a importância relativa de frutos produzidos por plantas introduzidas, que passam a ter grande importância como fonte de alimento, inclusive para aves migratórias que podem ser beneficiadas com a disponibilidade de recursos de habitats abertos (SLUD, 1960). MCKEY (1989) alerta para o fato de que espécies do gênero Ficus, introduzidas em habitats fora de sua área de origem, podem, algumas vezes, tornar-se pragas e necessitar de controle, como está acontecendo com Ficus microcarpa L.J. (Moraceae) nas Bermu- 1. Departamento de Zoologia da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Caixa Postal 6109. CEP. 13081-970. Campinas, SP - Brasil 2. Pós-graduação em Zoologia, Universidade Estadual Paulista (UNESP) - Campus de Rio Claro. Caixa Postal. CEP: 13081-951. Rio Claro, SP - Brasil. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (77): 57 - 62, 30 set. 1994 58 M. - MACHADO; PARANHOS & BARROS das. Dentre as espécies exóticas de Ficus encontradas no Brasil, F. microcarpa destaca- se como a mais cultivada (CARAUTA, 1989). Esta espécie vegetal é originária da Ásia, tendo sido introduzida no Brasil para fins ornamentais. Apresenta frutos imaturos vermelhos e frutos maduros castanho-escuros, demonstrando assim o fenômeno denomi- nado (“fruit-flag”) fruto-chamariz (STILES, 1982). Com a constante perturbação dos ambientes naturais e com a introdução de plantas exóticas em áreas urbanas e semi-urbanas, uma nova situação vem sendo criada para as aves, que encontram novas fontes de recursos alimentares nestes locais. O trabalho enfoca esta situação, procurando avaliar, através do levantamento taxonômico e comportamental, qual seria a importância de Ficus microcarpa para as aves da região estudada. MATERIAL E MÉTODOS As observações foram realizadas no Campus da Universidade de São Paulo, no município de Pirassununga São Paulo, Brasil (21°59'S e 47233 W), a uma altitude de 674m. A área total tem cerca de 2314 ha, sendo aproximadamente 35% ocupados por áreas de vegetação natural (cerrado e matas ciliares) e cerca de 45% ocupados por culturas, pastagens e construções. Durante 16 dias, num total de 17h, foram observadas três árvores de F. microcarpa em frutificação, de junho de 1991 a fevereiro de 1992. Estas árvores estavam localizadas em áreas com alto grau de perturbação antrópica e apresentavam, concomitantemente, frutos em diferentes estágios de maturação durante todo o período de estudo. Foram observados os padrões comportamentais adotados pelas diferentes espécies de aves quando se alimentavam de frutos, para posterior comparação com os conceitos apresentados por MOERMOND & DENSLOW (1985): Colher (“Picking”): as aves apreendem o fruto próximo ao poleiro, sem estender seu corpo ou assumir uma posição especial; Alcançar (“Reaching”): as aves estendem seus corpos para cima ou para baixo do poleiro; Pendurar (“Hanging”): o corpo inteiro e as pernas da ave estão sob o poleiro, com a face ventral para cima; Adejar (“Hovering”): a ave pára no ar em frente ao fruto, enquanto bate as asas; Estolar (“Stalling”): a ave pára brevemente em frente ao fruto, usando um ângulo de ataque das asas muito inclinado, permitindo-lhe descer lentamente e parar exatamente em frente ou abaixo do fruto. RESULTADOS Foram observadas 23 espécies de aves alimentando-se de frutos de F. microcarpa, as quais estão listadas (tabela I), seguindo a nomenclatura adotada por OLIVERIO- PINTO (1944; 1978), com modificações de MEYER-DE-SCHAUENSEE (1970), e com indicação das estratégias alimentares, segundo classificação proposta por MOERMOND & DENSLOW (1985). Comportamento Alimentar. (1) Adejar (“Hovering”): Muscivora tyrannus e Elaenia flavogaster foram observadas pairando em frente a um fruto maduro, que arrancam com o bico, pousando e engolindo o fruto inteiro. (2) Estolar (“Stalling”): Tyrannus melancholicus, Myiodynastes maculatus e Pitangus sulphuratus voam de um galho próximo até o fruto maduro, apreendem-no com o bico, arrancam-no e vão pousar no mesmo ou em outro galho próximo. (3) Colher (“Picking”): cerca de 5 indivíduos de Columba picazuro chegam às árvores, ao nascer do dia, pousam no alto da copa, arrancam e engolem os frutos próximos, aparentemente tanto maduros como imaturos. Crotophaga ani foi observada forrageando IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 57 - 62, 30 set. 1994 Estratégias alimentares de aves... 59 Tabela I. Tipos de estratégias alimentares encontradas nas aves observadas se alimentando de F. microcarpa no Campus da Universidade de São Paulo, Pirassununga, São Paulo, Brasil, de junho de 1991 a fevereiro de 1992. AVES Adejar Estolar Colher Alcançar Pendurar Columbidae Columba picazuro Temminck, 1813 x Columbina talpacoti (Temminck, 1811) Psittacidae Brotogeris versicolurus (Müller, 1776) Forpus xanthopterygius (Spix, 1824) Cuculidae Crotophaga ani Linnaeus, 1758 X Picidae Chrysoptilus melanochlorus (Gmelin, 1788) Leuconerpes candidus (Otto, 1796) Tyrannidae Muscivora tyrannus (Linnaeus, 1766) X Tyrannus melancholicus Vieillot, 1819 Myiodynastes maculatus (Müller, 1776) Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766) Elaenia flavogaster (Tunberg, 1822) X Corvidae Cyanocorax cristatellus (Temminck, 1823) Mimidae Mimus saturninus (Lichtenstein, 1823) Turdidae Turdus amaurochalinus Cabanis, 1851 Turdus leucomelas Vieillot, 1818 Thraupidae Euphonia chlorotica Sclater, 1886 Tangara cayana (Linnaeus, 1766) Thraupis sayaca (Linnaeus, 1766) X Thraupis palmarum (Wied, 1821) Nemosia pileata (Boddaert, 1783) X Fringillidae Zonothrichia capensis (Müller, 1776) Ploceidae Passer domesticus (Linnaeus, 1758) rs” ix Ko Se x rs” << u Dib por sobre as folhas, arrancando frutos e engolindo-os inteiros. Cyanocorax cristatellus e Mimus saturninus pousam no alto da copa, engolindo frutos maduros inteiros. Thraupis palmarum só foi observada mascando e engolindo pedaços arrancados dos frutos. Zonotrichia capensis, após forragear por entre os ramos, arranca um fruto maduro, masca e engole. Passer domesticus alimenta-se de frutos maduros e imaturos que encontra nos galhos; arranca pedaços que masca e engole. (4) Alcancar (“Reaching”): Forpus xanthopterygius e Brotogeris versicolurus pousam em bandos nas copas das árvores, alimentando-se tanto de frutos maduros como de imaturos; mascam o fruto deixando cair a polpae a casca, comendo apenas as sementes, que algumas vezes são partidas com a ponta do bico. Chrysoptilus melanochlorus percorre a ramagem da parte mais baixa da periferia da copa, pegando frutos maduros na IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 57 - 62, 30 set. 1994 60 M. - MACHADO; PARANHOS & BARROS ponta de ramos finos e engolindo-os inteiros. Grupos de Leuconerpes candidus, apro- ximadamente quatro indivíduos, alimentam-se de frutos maduros localizados em galhos finos na periferia da copa. Euphonia chlorotica e Tangara cayana alimentam-se tanto de frutos maduros como de imaturos. Mascam comendo a polpa e a semente, deixando cair a casca. (5) Espécies que apresentam mais de um tipo de comportamento alimentar. Thraupis sayaca alimenta-se de frutos maduros e imaturos; apresenta os comportamentos de estolar ou de colher, arrancando pedaços que são mascados e engolidos, ou arranca o fruto Inteiro e voa com ele no bico para longe ou para o interior das árvores; às vezes, pousa invertida no galho, com a região ventral voltada para cima, arrancando e mascando pedaços do fruto (pendurar). Nemosia pileata forrageia por entre os ramos, coletando os frutos maduros que engole inteiros (colher); pode também apanhar o fruto em vôo (estolar), indo comê-lo pousada em um galho. Turdus leucomelas e T. amaurochalinus visitam a copa, tanto no seu interior como na periferia; embora tentem arrancar frutos imaturos, parecem conseguir arrancar e engolir apenas frutos maduros (colher). Indiví- duos das duas espécies foram observados apanhando frutos com o comportamento de (adejar). Foram vistos encontros agressivos entre as duas espécies, sendo T. leucomelas suplantado por T. amaurochalinus. Além destas aves que se alimentam dos frutos, Columbina talpacoti, Zonotrichia capensis e P. domesticus alimentam-se de sementes espalhadas pelo solo, sob a copa das árvores. DISCUSSÃO A presença, relativamente abundante, de uma espécie de Ficus, de origem asiática, em áreas antrópicas, possibilita a discussão do papel dos frutos produzidos por plantas ornamentais introduzidas na alimentação de aves em ambientes perturbados, onde provavelmente as mudanças causadas pela agricultura afetam a disponibilidade e distri- buição de alimentos. Muitas espécies de Ficus têm sido plantadas como árvores ornamentais em diversas regiões tropicais e subtropicais. Eram consideradas introduções sem risco, pois não ocorriam as vespas polinizadoras, resultando que as sementes produzidas eram sempre estéreis. Contudo, a vespa específica terminou por chegar casualmene às regiões onde já existia uma população de árvores adultas instalada, o que pode propiciar uma grande dispersão de sementes viáveis por aves, sendo F. microcarpa uma das espécies invasoras que poderia ameaçar o equilíbrio em florestas naturais (MCKEY, 1989). Segundo Figueiredo (comunicação pessoal), a vespa Eupristina (Parapristina) verticillata (Waterston, 1921), responsável pela polinização de F. microcarpa, chegou ao Brasil na década de 90, o que explica o recente aparecimento de sementes viáveis e de árvores jovens em borda de matas. Espécies de Ficus nativas podem tornar-se abundantes, em florestas secundárias e pastagens (MCKEY, 1989). Também, as aves observadas alimentando-se dos frutos de F. microcarpa são, em sua maioria, espécies encontradas em regiões perturbadas, como matas secundárias ou pastagens, tornando-se potenciais e eficientes dispersores desta espécie introduzida. Embora F. microcarpa possa competir com a vegetação nativa, para várias espécies de aves seria uma grande contribuição ao aumento de recursos alimentares IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 57 - 62, 30 set. 1994 Estratégias alimentares de aves... 61 em áreas perturbadas. As figueiras, de um modo geral, devido à oferta de recursos alimentares que proporcionam, podem ser consideradas importantes para a manutenção da diversidade biológica em florestas tropicais (MCKEY, 1989). Inclusive, são de grande importância, não só para frugívoros especialistas, como para aquelas espécies de aves que as utilizam em alguma estação (MCKEY, 1989). Em seu ambiente de origem, F. microcarpa é visitada por frugívoros especializados (LAMBERT, 1989), enquanto que, em áreas neotropicais, são principalmente os frugívoros generalistas que se alimentam de frutos de plantas deste gênero (SNOW, 1981). No entanto, MOERMOND & DENSLOW (1985) consideram que uma subdivisão dos frugívoros em especialistas e generalistas estaria sujeita à contradições e inconsistências. C.melanochloros e L. candidus, representantes de uma família caracteristicamente insetívora (EISENMANN 1961), foram observadas alimentando-se de F. microcarpa confirmando a presença de hábito frugívoro nestas espécies. As espécies da família Tyrannidae empregaram os métodos de adejar e estolar (MOERMOND & DENSLOW, 1985) para obter os frutos de F. microcarpa. Estes métodos são funcionalmente equivalentes ao de (“sally gleans”) colher em investida, empregado na captura de insetos (FITZPATRICK, 1980), o que pode significar um mesmo padrão corportamental inato na obtenção de itens alimentares diversos. No sistema evolutivo ave-planta, as aves que se alimentam de frutos promovem, através da dispersão, um aumento do número de árvores e consequentemente de produção de frutos, diminuindo a competição interespecifica e permitindo que várias espécies ornitológicas possam se utilizar desse recurso (MORTON, 1973). No entanto, algumas aves se alimentam de frutos para obter as sementes neles contidas, não contribuindo, portanto, para o desenvolvimento evolutivo da relação ave-planta (SNOW, 1971; MORTON, 1973). Segundo JANZEN (1971), a predação de sementes pode ser benéfica em alguns casos, equilibrando o número de indivíduos e, assim, evitando a competição entre espécies vegetais. Incluindo neste grupo de predadores de sementes estão os psitácidas, que trituram e digerem as sementes (JANZEN, 1981; JORDANO, 1983). No caso observado, tanto F. xanthopterygius, quanto B. versicolurus, predam as sementes de frutos maduros e destroem os frutos imaturos. Todas as outras aves registradas engolem pedaços da polpa com sementes, as quais são pequenas, o que representa uma estratégia da planta para assegurar a dispersão e oferecer proteção contra predação (JANZEN, 1971; 1983). Desta forma, há alimento para os dispersores e uma maior eficiência do processo, pois haverá mais sementes ingeridas (TREJO-PÉREZ, 1976), o que aumenta a probabilidade de que as mesmas sejam eliminadas junto com as fezes, em locais favoráveis à germinação como troncos, fendas em pedras e construções abandonadas. A abundância de recursos alimentares oferecida por F. microcarpa é provavelmen- te o fator responsável pelo reduzido número de aves que apresentam reações agonisticas, conforme constatado por LECK (1972) com outros táxons. Os poucos encontros agres- sivos observados se deram entre espécies do mesmo gênero. Um fenômeno interessante que ocorre na frutificação de F. microcarpa é o do fruto- chamariz, quando os frutos imaturos apresentam uma coloração ornitocórica e vão amadurecendo aos poucos. Devido à presença de grande quantidade de frutos imaturos ornitocóricos conspícuos, é mantida uma guilda de aves frugívoras, o que provavelmente garante a dispersão das sementes dos frutos que vão amadurecendo ao longo do ano IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (77): 57 - 62, 30 set. 1994 62 M. - MACHADO; PARANHOS & BARROS (STILES, 1982), mesmo que certos predadores de sementes e frugívoros destruam alguns dos frutos imaturos. Agradecimentos. Ao CNPq pelas bolsas referentes aos processos 300323/81-6 e 820670/87-1. Ao Dr. Pedro Eduardo de Felício, DD. Prefeito do Campus da Universidade de São Paulo de Pirassununga, e ao Engº Florestal, Pedro Pacheco, cujo apoio revelou-se fundamental para realização do trabalho. À Maria Martha Argel de Oliveira e ao Dr. Wesley Rodrigues Silva pelas sugestões. À Rina Kátia Cortez pela revisão do texto e ao Augusto João Piratelli pelo auxílio com o computador. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CARAUTA, J.P.P. 1989. Ficus (Moraceae) no Brasil: Conservação e Taxonomia. Albertoa, Rio de Janeiro, 2 (1): 1-365 EISENMANN, E. 1961. Favorite foods of Neotropical birds: flying termites and Cecropia catkins. Ar Washington, 78: 636-638. FITZPATRICK, J.W. 1980. Foraging behavior of Neotropical Tyrant Flycatchers. Condor, Kansas, 82: 13- II. JANZEN, D.H. 1971. Seed predation by animals. Ann. Rev. Ecol. Syst., Palo Alto, 2: 465-492. —. 1981. Ficus ovalis seed predation by an Orange-chinned Parakeet (Brotogeris jugularis) in Costa Rica. Auk, Washington 98: 841-844. — . 1983. Dispersal of seeds by vertebrate guts. In: FUTUYMA, D. J. & SLATKIN, M., eds. Coevolution. Sunderland, Sinauer, p. 232-262. JORDANO, P. 1983. Fig-seed predation and dispersal by birds. Biotropica, Washington, 15 (1): 38-41. LAMBERT, F. 1989. Fig-eating by birds in a Malaysian lowland rain forest. J. Trop. Ecol. Cambridge, 5: 401-412. LECK, C.F. 1972. The impact of some North American migrants at fruiting trees in Panama. Auk, Washington, 89: 842-850. MCKEY, D. 1989. Population biology of figs: applications for conservation. Experientia, Basel, 45: 661-673. MEYER-DE-SCHAUENSEE, R. 1970. A guide to the birds of South America. Wynnewood, Pennsylvania, Livinston, 470p. MOERMOND, T.C. & DENSLOW,J.S. 1985. Nesta pica avian frugivores: patterns of behavior, morphology and nutrition, with consequences for fruit selection. Ornithological Monographis, Washington, D.C., 36: 865-897. MORTON, E. S. 1973. On the evolutionary advantages and disadvantages of fruit eating in tropical birds. Am. Nat., Chicago, 107 (953); 8-22. OLIVÉRIO-PINTO, O.M. 1944. Catálogo das aves do Brasil. São Paulo, Depto. Zoologia Sec. Agric., pt 2, p- 700. — . 1978. Novo catálogo das aves do Brasil. São Paulo, s.e. pt 1, p. 446. SLUD, P. 1960. The birds of Jinca “La Selva”, Costa Rica: a tropical wet forest locality. Bull. Amer. Mus. Nat. Hist., New York, 121: 144. SNOW, D.W. 1971. Evolutionary aspects of fruit-eating by birds. Ibis, London, 113: 194-202. — . 1981. Tropical frugivorous birds and their food plants: a world survey. Biotropica, Washington, 13: 1- 14. STILES, E.W. 1982. Fruit flags: two hypothesis. Am. Nat., Chicago, 120 (4): 500-509. TREJO-PERES, L. 1976. Diseminaciön de semillas por aves en “Los Tuxtlas”. In: GOMEZ-COMPA, A.; VASQUEZ-YANES, C.; AMO-RODRIGUES, S. & BUTANDA-CEVERA, A. eds. Regeneración de Selvas. Mexico, Continental, 676p. Recebido em 04.06.1993; aceito em 28.12.1993. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 57 - 62, 30 set. 1994 O GÊNERO RANILIA H. MILNE-EDWARDS, 1837 (CRUSTACEA, j BRACHYURA, RANINIDAE) NO LITORAL BRASILEIRO, E DESCRICAO DE UMA NOVA ESPECIE Gustavo Augusto S. de Melo !º Oswaldo Campos Júnior ** ABSTRACT THE GENUS RANILIA H. MILNE-EDWARDS, 1837 (CRUSTACEA, BRACHYURA, RANINIDAE) IN THE BRAZILIAN COAST, AND DESCRIPTION OF A NEW SPECIES. Three species of the genus Ranilia were studied: R. constricta (A. Milne-Edwards, 1880), widely distributed along the Brazilian coast; R. muricata H. Milne-Edwards, 1837 (R. saldanhai Rodrigues-da-Costa, 1970, herein synonymized with R. muricata); and R. guinotae, a new species from Santos, São Paulo. A key to the Brazilian species of Ranilia is provided. KEYWORDS. Taxonomy, Brachyura, Ranilia, new species, distribution. INTRODUÇÃO O gênero Ranilia foi estabelecido por H. MILNE-EDWARDS (1837), tendo como espécie-tipo R. muricata. HAAN (1841) erige o gênero Notopus, para N. dorsipes Haan, 1841; A. MILNE-EDWARDS (1880) propõe o gênero Raninops, com base em Raninops constrictus. FAXON (1893) descreve R. fornicata, confirmando o gênero de A. MILNE- EDWARDS (1880), mas FAXON (1895) afirma: “This genus hardly seems to be satisfatorily separated from Notopus Haan...” comentando que Raninops e Notopus poderiam constituir único gênero. A. MILNE-EDWARDS & BOUVIER (1923) assumi- ram que tanto Notopus como Raninops estariam melhor posicionados em Ranilia, o que foi confirmado por RATHBUN (1937). SERENE & UMALI (1970) dividiram os Raninidae em duas subfamílias: Ranininae e Notopinae, incluindo na última o gênero Ranilia. No entanto, SAKAI (1976) revalidou Notopus, com base na espécie-tipo N. dorsipes, não seguido aqui. As primeiras citações do gênero para a costa brasileira foram elaboradas por RODRIGUES-DA-COSTA (1970), ao descrever Ranilia saldanhai e por GOMES- CORREA (1970). 1. Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo, C.P. 7172, CEP 01064-970, São Paulo, SP, Brasil. 2. Departamento de Zoologia, Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo, Curso de Pós-graduação. C.P. 20520, CEP 01452-990 São Paulo SP, Brasil. 3. Bolsista do CNPq. 4. Bolsista da CAPES IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 63 - 75, 30 set. 1994 64 MELO & CAMPOS JR. Foi examinado material coletado nas expedições dos navios oceanográficos “Prof. W. Besnard” e “Alm. Saldanha”, ao longo da costa brasileira e depositado nas coleções carcinológicas do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZSP), Museu Nacional do Rio de Janeiro (MNRJ), Departamento de Oceanografia da Universidade Federal de Pernambuco (DOUP) e Smithsonian Institution (USNM). Ranilia H. Milne-Edwards, 1837 Ranilia H. MILNE-EDWARDS, 1837: 195 (espécie-tipo: Ranilia muricata); A. MILNE-EDWARDS & BOUVIER, 1923: 300; RATHBUN, 1937: 17; GARTH, 1946: 345; MONOD, 1956: 47; SAKAI, 1965: 2; WILLIAMS, 1965: 142; 1984: 265; GUINOT, 1966: 251 (distribuição); RODRIGUES-DA-COSTA, 1970: 33; GOMES-CORRÊA, 1970: 2; SERENE & UMALI, 1970: 31; POWERS, 1977: 24; GOEKE, 1980: 146; MANNING & HOLTHUIS, 1981: 7; ABELE & KIM, 1986: 455 (chave); DAVIE & SHORT, 1989: 171. Notopus HAAN, 1841: 138 (espécie-tipo: Notopus dorsipes Haan, 1841). A. MILNE - EDWARDS & BOUVIER, IEIAHEINE Raninops A. MILNE-EDWARDS, 1880: 34 (espécie-tipo: Raninops constrictus A. Milne-Edwards, 1880); A. MILNE-EDWARDS & BOUVIER, 1923: 302. Diagnose. Carapaça oval ou suboval. Margem fronto-orbital maior do que a metade da maior largura da carapaça. Órbitas não visíveis em vista dorsal, formando juntas um “V” invertido a partir da região ventral do rostro. Olhos longos e grandes. Antenas dirigidas para a frente, com artículo basal um tanto dilatado mesialmente. Terceiros maxilípedes com meropodito mais longo do que o isquiopodito. Esterno linear entre as segundas patas ambulatórias, e com um hexágono entre terceiro e quarto pares de patas. Último par de patas não tão reduzido quanto nos demais Podotremata. Gonópodo 1 reto, com região distal cônica; canal espermático sem sutura marginal ligando os lobos, servindo de guia para o gonópodo 2 (modificado de WILLIAMS, 1984). Distribuição. Atlântico ocidental, Atlântico oriental, Pacífico oriental e Indo- Pacífico. Ocorre em profundidades que variam de 20 a 336 metros, junto a fundos arenosos, coralíneos e rochosos. Composição. Três espécies: R. muricata, R. constricta, R. guinotae sp. n. Chave para as espécies brasileiras do gênero Ranilia ie Palma com espinho na margem superior (fig. 12). Margens laterais do rostro granuladas. Metade anterior da carapaca ligeiramente convexa, sem forma de telhadosdlig.. 24)... enter R. muricata H. Milne-Edwards IE Palma sem espinho na margem superior (figs. 4,19). Margens laterais do rostro lisas. Metade anterior da carapaça em forma de telhado (fig. 23)...........................- 2 2 (1). Margem supra-orbital com três dentes cônicos (fig. 1). Margem superior do tostko Isa... Mer ee pa R. constricta (A. Milne-Edwards) 2: Margem supra-orbital sem dentes cönicos (fig. 16). Margem superior do rostro sulcada......ns ee R. guinotae sp.n. Ranilia constricta (A. Milne-Edwards, 1880) (Figs. 1-8) Raninops constrictus A. MILNE-EDWARDS, 1880: 35 (holötipo sem sexo determinado, Sombrero, Florida Reefs, W. Stimpson col., Museum National d'Histoire Naturelle Paris, não examinado). IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 63 - 75, 30 set. 1994 O gênero Ranilia ... 65 Notopus (Raninoides?) atlanticus STUDER, 1883: 17, pr. 1, figs. 5a, b. (síntipos, Ilha Ascenção, Zoologisches Museum, Berlin, não examinados). Ranilia constricta; A. MILNE-EDWARDS & BOUVIER, 1923: 302, pr. 1, figs. 11-13, pr. 3, figs. 2-5; RATHBUN, 1937: 20, pr. 4, fig. 5, pr. 5, figs. 1-2; GOMES-CORRÊA, 1970: 2, est. I, figs. 1-10, est. II, figs. 11-18; PEQUEGNAT, 1970: 180; FONSECA, 1970: 47 (lista); COELHO & RAMOS, 1972: 178; POWERS, 1977: 24; RODRIGUEZ, 1980: 247 (comentário); MANNING & HOLTHUIS, 1981: 7, figs. 1- 2; WILLIAMS, 1984: 265, figs. 196a, b; SOTO, 1985: 485 (lista); 1986: 7; ABELE & KIM, 1986: 455 (chave), figs. bc; COELHO; RAMOS-PORTO & MELO, 1989: 26 (lista); MELO; VELOSO & OLIVEI- RA, 1989: 3; WERDING & MULLER, 1990: 217, figs. 5a, b. Notopus atlanticus; GURNEY, 1939: 103 (lista). Ranilia atlantica; MONOD, 1956: 47, 631, figs. 17-18; LONGHURST, 1958: 87; ROSSIGNOL, 1962: 113 (lista); GOMES-CORREA, 1970: 5 (discussäo). Descrição. Carapaça suboval (fig. 1), com regiões pouco pronunciadas. Superfície dorsal finamente pontuada em toda a sua extensão. Margens ântero-laterais subparalelas e póstero-laterais convergentes (fig. 1). Maior largura da carapaça entre os espinhos ântero-laterais. Metade anterior da carapaça em forma de telhado (fig. 23). Margem póstero-lateral em alto relevo. Rostro relativamente longo e pontiagudo, dirigido ligeira- mente para baixo (fig. 3), ultrapassando as primeiras projeções da margem supra-ocular. Esta, oblíqua, granulada e pilosa em toda a sua extensão, com três dentes cônicos dirigidos para a frente, e forte reentrância em forma de “V” entre os dois primeiros dentes, mais próxima do segundo (fig. 3). Região pterogostomial totalmente pilosa e com ornamentos em alto relevo, seguindo paralelamente à margem inferior e terminando junto ao quadro bucal, na altura da linha divisória entre meropodito e isquiopodito do terceiro maxilípede. Olhos com pedünculos achatados dorso-ventralmente e longos, ultrapassando o terceiro espinho da margem supra-ocular, alcançando o ângulo ântero-lateral da carapaça (fig. 3). Córneas nítidas e semi-transparentes. Pedúnculo basal da antena alargado, com margem superior perlada. Primeiro segmento móvel mais estreito do que o anterior e com margens superior e inferior pilosas. Segundo segmento móvel mais delgado, seguido de um flagelo multiarticulado, mas relativamente curto. Antênula curta, encaixada longitudinalmente. Terceiro maxilípede, com isquiopodito pouco mais curto do que o meropodito, e com sinus longitudinal, em forma de “U” na margem distal. Meropodito com superfície coberta por cerdas curtas e com pequena sutura perto da extremidade distal interna. Exopodito curto e grosso, ultrapassando a divisão ísquio-meral do endopodito (fig. 2). Quelípodos fortes, ornados por linhas transversais pilosas. Mero robusto, com margens paralelas, margem distal denticulada e com forte espinho. Carpo relativamente longo, com margem anterior lisa e margem superior distal externa com forte espinho. Palma extremamente alta, com linha pilosa paralela à margem inferior, e com margem superior curta e denticulada. Margem distal da palma com dentículos rasos e justapostos. Dedo móvel longo, curvo e dirigido para baixo, com duas protuberâncias em sua parte mediana; extremidade do dedo móvel alcançando o último dentículo (dedo fixo) (fig. 4). Primeiro par de patas ambulatórias com mero pouco mais longo do que o carpo, cuja margem distal é bem mais larga do que a proximal. Própodo quase circular, com projeção inferior que se liga ao carpo. Dátilo liso, em forma de espátula e côncavo em sua face interna (fig. 5). Segundo par de patas ambulatórias com mero sub-retangular. Carpo com margem distal pilosa e bem mais larga do que a proximal. Própodo com margem inferior IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (77): 63 - 75, 30 set. 1994 66 MELO & CAMPOS JR. sinuosa e bem mais longa do que a superior. Dátilo alongado, triangular e com um dos lados ultrapassando a inserção com própodo; face inferior com pequenas concavidades que acompanham as margens. Terceiro par de patas ambulatörias com mero e carpo subiguais. Carpo com margem superior com longa e forte projeção na extremidade distal. Própodo extremamente curto, com margem superior sinuosa e com ambas as margens convergindo para uma extremidade arredondada. Quarto par de patas ambulatórias com mero pouco mais longo do que o ísquio e com margem externa superior erodida. Carpo com margem distal inferior bem mais larga do que a proximal e com margem superior curta, pronunciada e com face distal bem maior do que a proximal. Própodo subgloboso, com margem superior bem pronunciada. Inserção do própodo na metade inferior da margem distal superior do carpo. Dátilo longo, com margem superior sinuosa e inferior quase reta. Abdome da fêmea mais largo do que o do macho (figs. 7, 8). Primeiro somito em forma de trapézio, com margens laterais côncavas. Segundo somito mais largo do que o anterior e com margens divergentes nos dois primeiros terços e paralelas no último. Terceiro, quarto e quinto somitos subiguais, todos com um pequeno tufo de cerdas de cada lado da região mediana. Sexto somito mais largo do que os anteriores, com margens laterais convexas, envolvendo o primeiro terço do telson, que é pequeno, subtriangular e com ângulos arredondados (fig. 7). Esterno sinuoso, convergente e piloso. Primeiro esternito bem mais largo do que os demais, com expansão alada que o limita com os quelípodos, e com uma projeção arredondada na margem superior. Segundo, terceiro e quarto esternitos sugeridos por linhas transversais de pontos. Último esternito mais longo do que os demais. Distribuição. Atlântico ocidental: Florida, Golfo do México, Antilhas, Colômbia, Venezuela e Brasil (Amapá, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul). Atlântico oriental: Ilha de Ascensão e do Senegal até o Congo. Habitat. Ocorre em profundidades que variam de 20 a 336 metros, junto a fundos arenosos, coralíneos e rochosos. Material examinado. BRASIL. Amapá: “Alm. Saldanha”, est. 2499, 72m, 1 S (DOUP); “Alm. Saldanha”, Pesca Norte I, est. 01, 2 Q (DOUP); GEOMAR II, est. 212, 114-115m, 1 O (DOUP). Pará: Boca do Rio Amazonas, 02°34'S: 47°54'W, 45m, 1 O (MNRJ.. Pernambuco: Projeto Pesca II, 2 Q (DOUP). Alagoas: Maceió, 1 O (MZSP, 9335). Sergipe: Ponta de Guaratiba, 40m, 1 OS (MNRJ.. Espírito Santo: sem localidade, 60m, 1 G (MNRJ, 793). Rio de Janeiro: Projeto Ilha Grande, est. 269, 30m, 1 Q (MZSP, 2875); Projeto Arraial do Cabo, est. 05,45m, 1 SG (MZSP, 9015); Projeto GEO-COSTA RIO II, est. 172, 1 C' (MZSP, 9904); Ilha de Cabo Frio, 1 O (MNRIJ, 794); Ilha do Pai, 16,1 Q (MNRJ, 795); Cabo de São Tomé, est. II, 50m, 1 + (MZSP, 3375); Projeto Cabo Frio, est. 04, 1 O (MZSP, 8241); Projeto Cabo Frio, est. 04, 2 o (MZSP, 8263); “Alm. Saldanha”, est. CF-D5, 75m, 1 O (MZSP, 8343); Projeto Ilha Grande, est. 52, 36m, 1 O (MZSP, 9201); GEO- COSTA RIO II, est. 04, 1 O (MZSP, 10.000). São Paulo: Ilha do Bom Abrigo, 1 GS (MZSP, 10.895); Baia de Santos, 1 O, 1 Q (MZSP, 9422); Lage de Santos, 2 O (MZSP, 4227). Paraná: Operação Sueste III, est. 6377, 25º11'S: 47º13'W, 29m, 1 O (MZSP, 11.427). Rio Grande do Sul: Projeto GEDIP, est. 457, 112m, 1 O (MZSP, 3376); Projeto GEDIP, est. 396, 115m, 2 Q (MZSP, 6106). Observações. A. MILNE-EDWARDS & BOUVIER (1923: 301) citaram a locali- dade-tipo de R. constricta “au large de Sombrero”, como sendo nas Antilhas. No entanto, RATHBUN (1937: 20) afirma que William Stimpson, coletor da espécie, teria feito várias coletas na Florida, incluindo Sombrero (Florida Reefs), mas nunca coletou na Ilha de Sombrero, leste da Virgin Islands. Segundo GOMES-CORREA (1970), os exemplares de R. constricta do litoral IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (77): 63 - 75, 30 set. 1994 O gênero Ranilia ... 67 brasileiro concordam com a descrição e figuras de A. MILNE-EDWARDS & BOUVIER (1923: pr. 1,fig. 11, pr.3, fig. 2), mas não com o exemplar da Baia Honda (Cuba) estudado e figurado por RATHBUN (1937: 20, pr. 5, figs. 1,2), que pertenceria a uma outra espécie, pois apresenta a carapaça mais estreita anteriormente, sem carena mediana nítida e sem os destacados espinhos na margem supra-ocular, característicos de R. constricta. No entanto, MANNING & HOLTHUIS (1981), em trabalho sobre os Brachyura da África Ocidental, compararam os exemplares de R. constricta coletados pelo “Pillsbury” em Annobon (África), com exemplares americanos, incluindo o de Baia Honda, Cuba (USNM, 48642) figurado por RATHBUN (1937) e que GOMES-CORREA achou ser uma espécie diferente, além de compará-los, também, com os síntipos de R. atlantica da Ilha Ascensão. Não encontraram nenhuma diferença significante entre os exemplares examinados, permanecendo, então, todos eles sob R. constricta. Ranilia muricata H. Milne-Edwards, 1837 (Figs. 9-15) Ranilia muricata H. MILNE-EDWARDS, 1837: 196 (holótipo sem sexo determinado, localidade-tipo desco- nhecida, Muséum National d'Histoire Naturelle, Paris, não examinado); GIBBES, 1850: 23; KINGSLEY, 1878: 325; RATHBUN, 1937: 18, pr. 3, figs. 3-6, pr. 4, figs. 1-4; WILLIAMS, 1965: 142; 1984: 266, fig. 197; ABELE & KIM, 1986: 457, fig. 1, p. 40 (checklist). Raninops stimpsoni A. MILNE-EDWARDS, 1880: 35 (holótipo, western Florida, “Bache” col., 24.04.1882, Museum of Comparative Zoology, não examinado). Ranilia stimpsoni; A. MILNE-EDWARDS & BOUVIER, 1923: 303, pr. 1, fig. 14, pr. 2, fig. 6, pr. 3, figs. 6-9 (comb.n.). Ranilia saldanhai RODRIGUES-DA-COSTA, 1970: 33, fig. 1 (holótipo O (erroneamente citado como O), Pernambuco, MZSP, 8223, examinado); GOMES-CORRÊA, 1970: 5; GOECKE, 1980: 146 (discussäo); WERDING & MULLER, 1990: 209. Syn.n. Descrição. Carapaça oval, sem a característica forma de telhado no primeiro terço (fig. 24). Margens ântero-laterais paralelas e póstero-laterais sinuosas, convergentes e com linha em alto relevo em toda a sua extensão, que se continua por uma linha na região pterigostomial. Carapaça totalmente coberta por pequenas linhas transversais pilosas, mais pronunciadas na região anterior. Rostro longo, com pequenos grânulos laterais e no mesmo plano das projeções adjacentes, e com um sinus em forma de “U” separando-o dessas projeções (figs. 9, 11). Margem supra-ocular com 3 fortes dentes dirigidos para a frente (fig. 11) e com linha de pequenos espinhos obtusos entre eles. Reentrância da margem supra-ocular bem pronunciada e situada entre os dois primeiros espinhos. Forte espinho situado no ângulo ântero-lateral da carapaça (fig. 9). Olhos com pedúnculos chegando, apenas, ao nível do último espinho da margem supra-ocular, não alcançando o espinho do ângulo ântero-lateral (fig. 11). Córneas nítidas e transparentes. Pedúnculo basal da antena extremamente alargado, com margem superior perlada. Primeiro segmento móvel da antena mais estreito do que o segmento basal. Segundo segmento móvel mais delgado e com linha de cerdas na face interna. Antênulas curtas e dispostas longitudinalmente. Terceiro maxilípede com isquiopodito pouco mais curto do que o meropodito, com superfície lisa mas apresentando linha oblíqua pilosa, além de uma reentrância em forma de “V” na margem distal. Meropodito um tanto convergente e com pequena reentrância IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (77): 63 - 75, 30 set. 1994 68 MELO & CAMPOS JR. próxima da extremidade distal interna. Exopodito curto e grosso, com tufo de longas cerdas em sua projeção posterior. Margem distal do exopodito com projeção posterior que ultrapassa a divisão ísquio-meral do endopodito (fig. 10). Quelípodos curtos, isoquelados, achatados lateralmente e ornados por linhas curtas, transversais e longitudinais, em todos os seus segmentos (fig. 12). Mero robusto, com margens paralelas, sendo a superior pilosa, e margem distal denticulada. Carpo relativa- mente longo, com margem superior fortemente denticulada e com espinho agudo na extremidade distal. Palma com margem inferior sinuosa e pronunciada, terminando em forte espinho na extremidade distal, que com o dedo móvel forma uma subquela. Margem superior da palma convexa, pilosa e com um forte dente subdistal. Margem distal da palma, entre o dente da margem inferior e a base do dedo móvel, com uma crista portando 3 pequenas elevações. Dedo móvel curvo, sem projeções na face cortante e com face superior com linha de cerdas na metade proximal. Primeiro par de patas ambulatórias com mero pouco mais longo do que o carpo, cuja margem distal é bem mais larga do que a proximal. Própodo com margem superior convexa e com projeção inferior que se liga ao carpo, além de uma concavidade pilosa perto da margem superior externa. Dátilo liso, espatular, com margem inferior convexa e superior ligeiramente sinuosa. Segundo par de patas ambulatórias com mero sub- retangular, bem mais longo do que o carpo, com margens superior convexa e inferior côncava. Carpo com margem distal mais larga do que a proximal e com margem superior convexa. Própodo com margem inferior sinuosa e bem mais longa do que a superior. Dátilo triangular, com um dos lados ultrapassando bastante a inserção com o própodo. Terceiro par de patas com mero e carpo subiguais. Carpo com margem superior apresentando longa e forte projeção na extremidade distal inferior. Própodo curto, com margem superior laminada e convexa. Dátilo com margens inferior sinuosa e superior arredondada. Quarto par de patas com todos os segmentos com faces superior e inferior dotadas de longas cerdas. Ísquio sub-retangular, pouco mais longo do que o mero e com margens superior e inferior retas. Mero pouco mais largo do que o isquio. Carpo com margem distal mais larga do que a proximal e margem superior arredondada. Própodo subgloboso, inserindo-se na metade inferior da margem distal do carpo. Dátilo com margem superior quase reta. Esterno com linhas transversais de pequenos tufos de cerdas que sugerem as separações dos esternitos. Placa anterior mediana com margens laterais arredondadas e margem superior sinuosa, fracamente perlada e com linha de cerdas curtas em toda sua extensão. Primeiro esternito bem mais largo do que os demais, apresentando de cada lado uma expansão triangular. Margens do último esternito totalmente cobertas de cerdas. Abdome do macho (fig. 15) com margem pilosa em todos os somitos, e também no telson, onde as cerdas são mais curtas. Primeiro somito em forma de trapézio, com margens laterais côncavas. Segundo somito um pouco mais longo do que o primeiro e com margens laterais convexas. Terceiro, quarto e quinto somitos subiguais, tendo o quarto e quinto um tufo de cerdas de cada lado da linha mediana. Sexto somito com menor largura, mas pouco mais longo que os três anteriores, apresentando, também, pequeno tufo de cerdas em cada lado da linha mediana. Telson bem pequeno, em forma de triângulo equilátero com os ângulos arredondados. Abdome da fêmea mais largo do que o do macho, mas similar quanto aos somitos. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 63 - 75, 30 set. 1994 O gênero Ranilia ... 69 Distribuição. Atlântico ocidental: Carolina do Norte até o Golfo do México, Caribe, Colômbia e Brasil (Pernambuco). Habitat. Encontrada em fundos de rocha e conchas ou confinada no interior do substrato. Também em águas profundas. Material examinado. ESTADOS UNIDOS. Florida, Pensacola, 30°26'N: 87º12'W, 45 (USNM, 5231); BRASIL. Pernambuco: Recife, 07°55'S: 34º48'W, NOc. “Alm. Saldanha”, 26-60m, holótipo S de R. saldanhai (MZSP, 8223). Observações. Enquanto GOMES-CORREA (1970) tratou R. saldanhai como uma espécie válida, outros autores (GOECKE, 1980; WERDING & MULLER, 1990) chama- vam a atenção para sua semelhança com R. muricata. WERDING & MULLER (op. cit.) questionaram a validade de R. saldanhai, assinalando: “A comparison between the two species may proove them to be synonyms”. Realmente, com o exame de material americano de R. muricata (USNM, 5231), chega-se à conclusão que os caracteres diferenciais entre as duas espécies estão dentro do gradiente de variação de R. muricata. Este fato nos leva a considerar R. saldanhai como sinônimo júnior de R. muricata, que pela primeira vez é citada para o litoral brasileiro. Quando RODRIGUES-DA-COSTA (1970) descreveu R. saldanhai, indicou o holótipo como fêmea. Com o exame do material-tipo (MZSP, 8223), constatamos tratar- se, na realidade, de um macho. Segundo RODRIGUES-DA-COSTA (op. cit.), as diferenças existentes entre R. saldanhai e R. muricata poderiam ser devidas ao maior desenvolvimento do exemplar brasileiro. No entanto, parece tratar-se de diferenças referentes ao dimorfismo sexual. Ranilia guinotae sp. n. (Figs. 16-22) Diagnose. Metade anterior da carapaça em forma de telhado. Margem supra-ocular sem dentes distintos dirigidos para a frente. Olhos extremamente longos, ocupando toda a extensão da órbita. Margem superior da palma inerme. Descrição. Carapaça suboval, com metade anterior em forma de telhado. Margens laterais subparalelas na metade anterior e convergindo na metade posterior (fig. 16). Margem posterior pouco mais larga do que a fronte. Um forte espinho localizado no ângulo formado pela margem lateral da carapaça e a margem supra-ocular. Carapaça fortemente pontuada, principalmente na região fronto-orbital e junto às margens laterais. Olhos com pedúnculos extremamente longos (fig. 18). Pedúnculo basal da antena alargado, ocupando toda a extensão inferior da margem fronto-orbital, e demais segmen- tos mais estreitos. Margem supra-ocular sem dentes distintos dirigidos para a frente (fig. 18). Terceiro maxilípede com isquiopodito e meropodito longos e subiguais. Exopodito curto, ultrapassando ligeiramente a linha divisória entre o isquiopodito e meropodito (fig. 17). Quelipodos curtos, com pequenas linhas em todos os segmentos. Mero largo, com margem superior em forma de crista lisa. Carpo um pouco menor do que o mero e alargado distalmente. Palma bastante alta, com margem posterior ocupando metade do carpo, margem inferior lisa e sinuosa e margem superior curta e inerme. Margem distal da palma IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 63 - 75, 30 set. 1994 70 MELO & CAMPOS JR. (em forma de dedo fixo) com pequenos tufos de cerdas em ambos os lados, além de vários dentículos rasos e justapostos na face cortante. Dedo móvel curvo, afilado e dirigido para baixo, com duas protuberâncias na parte mediana da face cortante, e com extremidade distal alcançando o dedo fixo (dentículo) (fig. 19). Segunda pata ambulatória com mero um pouco mais longo do que o carpo que apresenta margem superior arredondada e metade anterior mais larga do que a posterior. Própodo com margem inferior bastante sinuosa e mais longa do que a margem superior. Dätilo foliäceo (fig. 20). Demais patas ambulatórias faltando. Esterno longo, apresentando na margem superior do primeiro esternito uma placa subtriangular com os ângulos arredondados. Esternitos com separações sugeridas por pontuações pilosas. Margens laterais do conjunto de esternitos, junto à inserção com os quelípodos, pilosas. Abdome do macho, com todos os somitos subiguais e com margens laterais convergentes e côncavas. Primeiro somito com margens laterais retas. Segundo somito com margens convexas. Terceiro, quarto e quinto somitos livres. Sexto somito mais longo do que os três anteriores. Telson subtriangular, com ângulos arredondados (fig. 22). Medidas do holótipo (mm): comprimento da carapaça 15,2: largura da carapaça 10,9; comprimento do pedúnculo ocular + córnea 6,0; comprimento do rostro 1,0; quelípodo: comprimento do mero, 4,0; comprimento do carpo 3,0; comprimento do própodo 6,0; comprimento do dedo móvel 5,0; segunda pata ambulatória: comprimento do mero 4,0; comprimento do própodo 3,5; comprimento do dátilo 3,0. Etimologia. Espécie dedicada à Mme. Daniele Guinot, do “Museum National d' Histoire Naturelle”, Paris, pela sua contribuição ao estudo dos Brachyura. | Material examinado. BRASIL. Sao Paulo: Santos, conteúdo estomacal de Diplectrum formosum (Pisces: Serranidae), holótipo O (MZSP, 10.932); idem, parátipo OG (MZSP, 11.106). Observações. R. guinotae sp. n. diferencia-se das demais espécies brasileiras do gênero, por ser a única a não apresentar dentes cônicos na margem supra-orbital e ter a margem superior do rostro sulcada e não lisa. Distingue-se, ainda, de R. muricata, pela ausência de espinho na margem superior da palma, por apresentar sulco na face superior do rostro e pela maior convexidade da metade da carapaça. Agradecimentos. Ao Dr. Petrônio Alves Coelho (DOUP) e Dra. Margarida Gomes-Corrêa (MNRJ), pela permissão de examinar as coleções e ao Dr. Rafael Lemaitre (USNM) pelo empréstimo de material. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABELE, L.G. & KIM, W. 1986. An illustrated guide to the marine decapod crustaceans of Florida. Tallahassee, State of Florida Department of Environmental Regulation (Technical Series, v. 8, nº 1, part 1), Florida State University. 126 p. COELHO, P.A. & RAMOS, M.A. 1972. A constituição e a distribuição da fauna de decápodos do litoral leste da América do Sul entre as latitudes de 5°N e 35ºS. Trabs Oceanogr. Univ. Fed. Pernambuco, Recife, 13: 133-236. COELHO, P. A.; RAMOS-PORTO, M. & MELO,G.A.S. 1989. Crustáceos decápodos do Estado de Alagoas. An. Soc. Nordest. Zool., Maceió, 3 (3): 21-34. DAVIE, P.J.F. & SHORT, J.W. 1989. Deepwater Brachyura (Crustacea: Decapoda) from southern Queensland, Australia with descriptions of four new species. Mem. Qd. Mus., Brisbane, 27 (2): 157-187. FAXON. W. 1893. Preliminary description of new species of Crustacea. Reports on the dredging operations off the West Coast of Central America to the Galapagos, to the West Coast of Mexico, and in the Gulf of IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 63 - 75, 30 set. 1994 O gênero Ranilia ... 71 California, in charge of Alexander Agassiz, carried on by the U.S. Fish Commission Steamer “Albatross”, during 1891, Lieut. Commander Z. L. Tanner, U.S.N., Commanding, VI. Bull. Mus. comp. Zool. Harv., Cambridge, 24 (7): 149-220. — . 1895. The Stalk-Eyed Crustacea. Reports on an Exploration off West Coast of Mexico, Central and South America, and off the Galapagos Islands, in charge of Alexander Agassiz, by the U.S. Fish Commission Steamer “Albatross”, during 1891, Lieut-Commander Z.L. Tanner, U.S.N., Commanding, XV. Mem. Mus. comp. Zool. Harv., Cambridge, 18: 1-292. FONSECA, N.C. 1970. Lista de Crustaceos del Peru (Decapoda y Stomatopoda). Inst. Mar. Peru, Callao, 35: 1-95. GARTH, J.S. 1946. Littoral brachyuran fauna of the Galapagos Archipelago. Allan Hanc. Pac. Exped., Los Angeles, 5 (10): 341-601. GIBBES, L.R. 1850. On the carcinological collections of the United States. Proc. Amer. Ass. Adv. Sci., Philadelphia, 3: 167-201. GOEKE, G.D. 1980. Range extensions of six western Atlantic frog crabs (Brachyura: Gymnopleura: Raninidae) with notes on the taxonomic status of Lyreidus bairdii. Proc. Biol. Soc. Wash., Washington, 93 (1): 145-152. GOMES-CORRÉA, M.M. 1970. Crustáceos braquiúros brasileiros da Família Raninidae (Decapoda: Brachyura). Bolm Mus. nac. Rio de J., Zool., Rio de Janeiro, 276: 1-21. GUINOT, D. 1966. La faune carcinologique (Crustacea: Brachyura) de l’Ocean Indien Occidental et de la Mer Rouge. Catalogue, remarques, biogeographiques et bibliographie. Mém. Inst. Fondam. Afr. Noire, Dakar, 77: 238-352. GURNEY,R. 1939. Bibliography of the larvae of Decapod Crustacea. London, The Ray Society. 123p. HAAN, W. de 1841. Crustacea. In: P.F. VON SIEBOLD. Fauna Japonica sive Descriptio Animalium, quae in Itinere per Japoniam, Jussu et Auspiciis Superiorum, qui summum in India batava Imperium Tenent, Suscepto, Annis 1823-1830 Collegit, Notis, Observationibus et Adumbrationibus Ilustravit, Lugduni-Batavorum. i,-xvil, 1-XxXxX1, Ix-xvi, p. 1-243, prs. A-J, L-Q, 1-55. KINGSLEY, J.S. 1878. List of decapod Crustacea of the Atlantic coast, whose range embraces Fort Macon. Proc. Acad. Sci. Philadelphia, Philadelphia, 30: 316-330. LONGHURST, A.R. 1958. An ecological survey of the West African Marine Benthos. Colon. Off. Fisher. Publ., London, 11: 1-102. MANNING, R.B. & HOLTHUIS, L.B. 1981. West African Brachyuran Crabs (Crustacea: Decapoda). Smiths. Contr. Zool., Washington, 306: 1-379. MELO, G.A.S.; VELOSO, V.G. & OLIVEIRA, M.C. 1989. A fauna de Brachyura (Crustacea: Decapoda) do litoral do Estado do Paraná. Lista preliminar. Neritica, Pontal do Sul, 4 (1/2): 1-31. MILNE-EDWARDS, A. 1880. Études préliminaires sur les Crustacés. Premiere partiel In: Reports on the results of dredging under the supervision of Alexander Agassiz, in the Gulf of Mexico, and the Caribbean Sea, 1877, 78, 79, by the U.S. Coast Survey Steamer “Blake”, Lieut-Commander J. R. Bartlett, U.S.N. and Commanding. Bull. Mus. Comp. Zool. Harv., Cambridge, 8 (1): 1-68. MILNE-EDWARDS, A. & BOUVIER, E.L. 1923. Les Porcellanides et des Brachyures. In: Reports on results of dredging, under the supervision of Alexander Agassiz, in the Gulf of Mexico (1877-78), in the Caribbean Sea (1878-79), and along the Atlantic Coast of the United States (1880), by the U. S. Coast Survey Steamer “Blake” Lieut-Com. C. D. Sigsbee, U.S.N.; and Commander J. R. Bartlett, U.S.N., Commanding XVIII. Mem. Mus. Comp. Zool. Harv., Cambridge, 47 (4): 281-395. MILNE-EDWARDS, H. 1837. Histoire naturelle des Crustacés comprenant l'anatomie, la physiologie et la classification de ces animaux. v. 2, Paris. 532 p. MONOD, T. 1956. Hippidea et Brachyura ouest africains. Mém. Inst. Franc. Afr. Noire, Dakar, 45: 1-674. PEQUEGNAT, L.W. 1970. Deep-water Brachyuran crabs. In: PEQUEGNAT, W.E & CHACE Jr., F. ed. Contributions on the Biology of the Gulf of Mexico, Texas A & M Univ. Oceanogr. Stud., Houston, 1: 171-204. POWERS, L.M. 1977. A catalogue and bibliography to the crabs (Brachyura) of the Gulf of Mexico. Contr. Mar. Sci., Port Aransas, 20 (Supl.): 1-190. RATHBUN, M.J. 1937. The Oxystomatous and allied crabs of America. Bull. U.S. Nat. Mus., Washington, 166: 1-278. RODRIGUES-DA-COSTA, H. 1970. Ocorrência do gênero Ranilia Milne-Edwards no Brasil. Descrição de Ranilia saldanhai sp.n. (Brachyura: Gymnopleura). Atas Soc. Biol. Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 13 (1/ 2): 33-34. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (77): 63 - 75, 30 set. 1994 7 MELO & CAMPOS JR. RODRIGUEZ, G. 1980. Los Crustaceos Decapodos de Venezuela. Caracas, Instituto Venezoelano de Investigaciones Científicas. 494p. ROSSIGNOL, M. 1962. Catalogue des Crustacés Décapodes Brachyoures, Anomoures et Macroures littoraux en collection au centre d'Oceanographie de Pointe-Noire. Trav. Centr. Oceanogr. Pointe-Noire, Pointe- Notre, 2: 111-138. SAKAI,T. 1965. The crabs of Sagami Bay. Tokyo, Kodansha. 206 p. — . 1976. Crabs of Japan and adjacent seas. Tokyo, Kodansha. 773 p. SERENE, R. & UMALI, A.F. 1970. The family Raninidae and other new and rare species of brachyuran decapods from the Phillipines and adjacent regions. Phil. J. Sci., Manila, 99 (1/2): 21-105. SOTO,L.A. 1985. Distributional patterns of deep-water brachyuran crabs in the Straits of Florida. J. Crust. Biol., Lawrence, 5 (3): 480-499. — . 1986. Deep-water brachyuran crabs of the Straits of Florida (Crustacea: Decapoda). An. Inst. Cienc. Mar. Limnol. Univ. Natl. Auton. Mexico, Mexico, 13 (1): 1-68. STUDER, T. 1883. Verzeichniss der wahrend der Reise S. M. S. Gazelle and der Westkuste von Afrika, Ascension und dem Cap der guten Hoffnung gesammelten Crustaceen. Abh. K. Preuss. Akad. Wiss., Berlin, 2: 1-32. WERDING, B. & MULLER, H.G. 1990. Frog crabs of the coast of N-Colombia (Crustacea: Decapoda: Raninidae). Senckenb. Biol., Frankfurt, 70 (1/3): 209-219. WILLIAMS, A.B. 1965. Marine Decapod Crustaceans of the Carolinas. Fish. Bull., Washington, 65 (1): 1- 298. — . 1984. Shrimps, lobsters and crabs of the Atlantic coast of the eastern United States, Maine to Florida. Washington, Smithsonian Inst. 550p. Recebido em 24.06.1993; aceito em 16.12.1993 IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 63 - 75, 30 set. 1994 O) O gênero Ranilia ... 7 ——— — ru Figs. 1-8. Ranilia constricta (A. Milne-Edwards, 1880): 1, carapaça, vista dorsal; 2, terceiro maxilipede; 3, margem orbital, vista lateral; 4, quelípodo; 5, primeira pata ambulatória; 6, gonópodos 1 e 2; 7, abdome da fêmea; 8, abdome do macho. Escalas: 2mm (figs. 6-8), ômm (figs. 1-5). IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 63 - 75, 30 set. 1994 74 MELO & CAMPOS JR. Figs. 9-15. Ranilia muricata H. Milne-Edwards, 1837: 9, carapaça, vista dorsal; 10, terceiro maxilípede; 11, margem orbital, vista lateral; 12, quelípodo; 13, primeira pata ambulatória; 14, gonópodos 1 e 2; 15, abdome do macho. Escalas: 2mm (figs. 14, 15), 5mm (figs. 9-13). IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (77): 63 - 75, 30 set. 1994 O gênero Ranilia ... 75 Figs. 16-24. Ranilia guinotae sp. n., holótipo: 16, carapaça, vista dorsal; 17, terceiro maxilípede; 18, margem orbital, vista lateral; 19, quelípodo; 20, primeira pata ambulatória; 21. gonópodos 1 e 2; 22, abdome do macho; Desenho esquemático da secção da metade anterior da carapaça: 23, forma de telhado (R. constricta e R. guinotae); 24, forma convexa (R. muricata). Escalas: 2mm (figs. 17, 21, 22), Smm (figs. 16,18-20). IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (77): 63 - 75, 30 set. 1994 A A ! - " á E» f a ; RES 7 e 5 } a E 1 E he a ar I. ) ö y ne 2 m cos Mi, bo pu era sp pi 14% mi safe Pk Pe Bl ll dela A RR Na a E ca gi MW u en 8) ‘ sb Mm ini f N Ü we te Ii 1 hen | ra 1 1 Ne ehe Pi NOVAS ESPÉCIES E NOTAS SOBRE CERAMBYCIDAE E DISTENIIDAE (COLEOPTERA) DO ESTADO DO TOCANTINS, BRASIL Ubirajara R. Martins '* Maria Helena M. Galileo ** ABSTRACT NEW SPECIES AND NOTES ON CERAMBYCIDAE AND DISTENIIDAE (COLEOPTERA) FROM THE STATE OF TOCANTINS, BRAZIL. New species described from the State of Tocantins, Brazil: Cerambycidae: Ceralocyna margareteae (Cerambycinae, Trachyderini, Ancylocerina); Hippopsis mourai (Lamiinae, Agapanthiini); Disteniidae: Paracometes ericae (Disteniini). Notes on Sorelia Lane, 1965 and S. cervina Lane, 1965 (Lamiinae, Acanthoderini) are added. KEYWORDS. Cerambycidae, Coleoptera, Disteniidae, new species, Tocantins. INTRODUÇÃO Sob o patrocínio da Universidade do Tocantins (Centro Universitário de Porto Nacional) e da Secretaria do Desenvolvimento Social (Fundação Natureza do Tocantins - NATURATINS), realizou-se expedição de coleta, em novembro de 1992, nas regiões de Porto Nacional e Palmas, envolvendo equipe do Museu de Ciências Naturais, Porto Alegre e do Museu de Zoologia, São Paulo. Em Porto Nacional, coletas diurnas (guarda-chuva entomológico) e noturnas (à luz) efetivaram-se principalmente na “Chácara Inferno” que dista ca. Skm do centro da cidade. Foram exploradas: (1) mata de baixada entremeada de buritis e (2) estreita mata- galeria. Em Palmas, as coletas, pelos mesmos métodos, realizaram-se na Reserva Ecológi- ca da Serra do Lajeado (Fazenda Céu), situada a ca. 25km do centro da cidade, primordialmente em mata de altitude circundada por cerrado. Observações sobre meio físico, uso da terra, cartografia dos habitats faunísticos e análise dos povoamentos de vertebrados e zoneamento ambiental dessa Reserva foram publicados por MIRANDA et al. (1992). 1. Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo, C.P. 7172, 01064-970 São Paulo SP, Brasil. 2. Museu de Ciências Naturais, Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, C.P. 1188, 90001-970 Porto Alegre RS, Brasil. 3. Pesquisador do CNPq. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (77): 77- 82, 30 set. 1994 18 MARTINS & GALILEO Dentre o material coligido, 33 espécies de Cerambycidae e uma de Disteniidae, constatamos três espécies inéditas, descritas a seguir. O material foi depositado no Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZSP) e no Museu de Ciências Naturais, Porto Alegre (MCNZ). Ceralocyna margareteae, sp. n. 92. Tegumento preto; os dois terços anteriores dos élitros (exceto úmeros) e o abdômen, vermelho-escuros. Todo corpo com pêlos amarelados, eretos. Cabeça muito densa e profundamente pontuada. Antenas glabras, atingem aproximadamente o meio dos élitros. Antenômeros III a IX deprimidos; X e XI fusionados. Protórax com os lados regularmente arredondados, sem depressões. Pronoto regularmente convexo, densa e profundamente pontuado. Pontuação das partes laterais do protórax e do prosterno semelhantes à do pronoto. Élitros profunda e densamente pontuados; os pontos, na metade anterior, organizados em quatro fileiras longitudinais na região dorsal. Metasterno com pontos grandes e esparsos. Urosternito I com o dobro do comprimento do II, com pontos rasos e esparsos. Espinho interno do ápice dos metafêmures com o dobro do comprimento do pedicelo; espinho do ápice dos mesofêmures tão longo quanto o pedicelo. Dimensões, em mm, holótipo 2. Comprimento total, 8,4; comprimento do protórax, 2,1; maior largura do protórax, 1,5; comprimento do élitro, 5,5; largura umeral, 1,6. Material-tipo. BRASIL. Tocantins: Palmas (Serra do Lajeado, Fazenda Céu), holótipo 2, 20.X1.1992, Expedição MCN-MZSP col. (MZSP). Discussão. Estão assinaladas para o Brasil as seguintes espécies do gênero Ceralocyna: C. militaris (Gounelle, 1911) - Goiás, Minas Gerais; C. nigricollis (Gounelle, 1911) - Goiás; C. nicricornis (Gounelle, 1911) - Goiás, Bahia, Minas Gerais; C. seticornis (Bates, 1870) - Pará; C. terminata (Buquet, 1854) - Santa Catarina. C. margareteae, sp. n., distingue-se de C. nigricornis por apresentar os lados do protórax regularmente arredondados, sem depressões notáveis, como também ocorre nas demais espécies brasileiras. Contudo, em C. terminata e em C. militaris o protórax é inteiramente vermelho e em C. margareteae totalmente preto. A nova espécie distingue- se de C. nigricollis pelo protórax unicolor; pelos élitros enegrecidos nos dois terços apicais; pelos fêmures inteiramente pretos e pela face ventral dos segmentos torácicos, preta. Difere de C. seticornis, segundo a resumida descrição original (BATES, 1870: 418), pela cabeça preta e fêmures inteiramente pretos; em C. seticornis a cabeça e as bases dos fêmures são vermelhas. O nome específico é uma homenagem à bióloga Ana Margarete R. M. Ferreira, da NATURATINS, por ter viabilizado a expedição e pelas incontáveis atenções dispensa- das. Hippopsis mourai, sp. n. S. Tegumento castanho-avermelhado. Pubescência acinzentada recobre a fronte, os lados da cabeça, o protórax, forma faixas longitudinais: duas no occipício, quatro no IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 77- 82, 30 set. 1994 Novas espécies e notas sobre Cerambycidae... 79 prótorax e três em cada élitro (as duas dorsais fundidas antes do ápice); e na face ventral, mais concentrada numa faixa longitudinal paralela aos lados do metasterno. Lobos oculares superiores com cinco fileiras de omatídios, tão distantes entre si quanto a largura de um lobo. Cabeça e pronoto fina e densamente pontuados. Pontuação elitral mais grossa e profunda na fileira junto à margem sutural. Extremidades elitrais forte- mente oblíquas no lado interno, prolongadas em espinho moderadamente longo no lado externo. Metafêmures sem entalhe basal. Metatíbias e metatarsömeros I e II acentuada- mente intumescidos. Urosternito I com área central elíptica recoberta por pêlos sedosos dirigidos para o centro ( como em H. pubiventris Galileo & Martins, 1988). 9. Metafêmures, metatíbias e metatarsos não intumescidos. Pubescência do urosternito I também dirigida para a área central mas sem constituir área elíptica diferenciada; lados dos urosternitos densamente pubescentes. Dimensões, em mm, respectivamente J/?. Comprimento total 10,2/10,6; compri- mento do protórax, 1,7/1,8; maior largura do protórax, 1,3/1,3; comprimento do élitro, 7,4/7,6; largura umeral, 1,8/1,8. Material-tipo. BRASIL. Tocantins: Porto Nacional (Chácara Inferno), holótipo O (MZSP), 11.X1.1992, parátipo Q (MCNZ), 12.X1.1992, Exp. MCN-MZSP col., à luz. Discussão. Pelo padrão da pubescência do urosternito I, Hippopsis mourai, sp.n., enquadra-se no grupo pubiventris (GALILEO & MARTINS, 1988: 187), que reúne três espécies: H. minima Galileo & Martins, 1988, H. pubiventris Galileo & Martins, 1988 e H. densepunctata Breuning, 1940. Machos de H. mourai distinguem-se daqueles de A. minima pelos metafêmures sem recorte basal. Pelos lobos oculares superiores tão distantes entre si quanto a largura de um lobo, assemelha-se a H. pubiventris e distingue- se de H. densepunctata. H. mourai difere de H. pubiventris: pelo pronoto fina e densamente pontuado; pelas extremidades elitrais oblíquas no lado interno e prolonga- das em espinho no lado externo, pelos lados da cabeça inteiramente pubescentes e pelo metatarsömero I mais longo que o II+III reunidos. Em H. pubiventris o pronoto é esparsamente pontuado, as extremidades elitrais são de per si acuminadas, os lados da cabeça possuem faixa glabra abaixo dos lobos oculares e o metatarsômero I é tão longo quanto II+III reunidos. O epíteto é um preito de amizade a Luciano de Azevedo Moura, integrante ativo e dedicado da expedição ao Tocantins. Sorelia Lane, 1965 Sorelia Lane, 1965: 301. Gênero estabelecido por LANE (1965) para S. cervina e originalmente comparado com Oreodera A. -Serville, 1835; espécie-tipo, O. glauca (Linnaeus, 1758). S. cervina reúne caracteres diversos dos de O. glauca (aliás, como grande número IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (77): 77- 82, 30 set. 1994 80 MARTINS & GALILEO de espécies incluídas em Oreodera). Sorelia cervina Lane, 1965 (Fig. 1) Sorelia cervina Lane, 1965: 301. Originalmente descrita da Guiana Francesa. Registramos a espécie para o Tocantins e aproveitamos a oportunidade para figurá-la. Material examinado. BRASIL. Tocantins: Palmas (Serra do Lajeado, Fazenda Céu), GS, 16.X1.1992, Expedição MCN/MZSP col. (MZSP). Paracometes ericae, sp. n. (Fig. 2) 5. Cabeça e pronoto pretos com ligeiro reflexo esverdeado-metálico. Antenas e pernas pretas (exceto trocanteres e base dos fêmures, amarelados). Élitros pretos com leve reflexo violáceo; bases amarelo-alaranjadas em aproximadamente um oitavo do comprimento. Último artículo do palpo maxilar com pequena projeção aguda no lado externo do ápice. Lobos oculares superiores tão distantes entre si quanto o diâmetro da base do escapo. Occipício moderadamente pontuado. Antenas atingem a extremidade dos élitros aproximadamente no ápice do antenömero VII. Escapo nitidamente clavado no ápice, fina e densamente pontuado nos dois terços basais. Pronoto com área centro- longitudinal e gibosidades laterais pontuadas. Élitros densa e fortemente pontuados na metade basal; extremidades regularmente arredondadas. Lados do metasterno fina e densamente pontuados. Urosternitos grosseira e densamente pontuados. Ápice dos metafêmures atinge aproximadamente o meio do urosternito III. Face ventral, exceto centro-posterior do metasterno, com pubescência esbranquiçada. Área centro-posterior lisa do metasterno com leve sulco longitudinal. Dimensões, em mm, holótipo JS. Comprimento total, 10,1; comprimento do protórax, 1,6; maior largura do protórax, 1,8; comprimento do élitro, 6,9; largura umeral, Dal: Material-tipo. BRASIL. Tocantins: Palmas (Serra do Lajeado, Fazenda Céu), holótipo O, 17.XI.1992, Exp. MCN/MZSP col. (MZSP). Discussão. De acordo com a chave para identificação das espécies do gênero Paracometes (VILLIERS, 1958), P. ericae, sp. n., assemelha-se a P. acutipennis (Buquet, 1851), P. peruvianus Villiers, 1958 e P. flavoviridis Vilhers, 1958, por apresentar élitros bicolores com as extremidades regularmente arredondadas e pernas escuras. Difere de P. acutipennis e de P. peruvianus pela forma do escapo, que nestas espécies é subcilíndrico. Distingue-se de P. flavoviridis, não examinada, pela ausência de coloração verde-metálica brilhante e pelas protuberâncias laterais do pronoto pontu- adas. O nome específico é uma homenagem à aracnóloga Erica H. Buckup, integrante muito ativa da expedição ao Tocantins. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 77- 82, 30 set. 1994 Novas espécies e notas sobre Cerambycidae... 81 Agradecimentos. À Fundação Natureza do Tocantins - NATURATINS - Palmas e ao Centro Universitário de Porto Nacional - UNITINS - pelo apoio financeiro; aos professores Ana Margarete R. M. Ferreira e Joseano Carvalho Dourado pela viabilização e coordenação da expedição; aos demais professores da UNITINS e dirigentes e funcionários da NATURATINS pelas atenções recebidas; ao Pe. J. Hauser pela permissão de utilizar o laboratório de fotografias do Instituto de Planárias, Universidade Vale Rio dos Sinos, São Leopoldo e à Terezinha Helsel de Oliveira pela elaboração das fotografias; a Miguel A. Monné pelas informações sobre Sorelia. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BATES, H. W. 1870. Contributions to an insect fauna of the Amazon Valley (Coleoptera: Cerambycidae). Trans. Ent. Soc. London, London, 1870: 243-335; 391-444. GALILEO, M. H. M. & U. R. MARTINS. 1988. Notas sobre Agapanthiini (Coleoptera, Cerambycidae, Lamiinae). II. Hippopsis do grupo pubiventris. Revta bras. Ent., São Paulo, 32(2): 187-190. LANE, F. 1965. Cerambycoidea Neotropica Nova (Coleoptera). VI. Stud. Ent., Petrópolis, 8(1/4): 269-336. MIRANDA, J. R.; MANTOVANI, L. E.; SANTOS. R. Z. dos; et al. 1992. Mapeamento Ecológico da Reserva da Serra do Lajeado (TO). Campinas, EMBRAPA/NMA Naturatins, 68p. VILLIERS, A. 1958. Révision du genre Paracometes Villiers. Rev. Franç. Ent., Paris, 25: 43-56. Recebido em 18.08.1993; aceito em 11.11.1993 IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 77- 82, 30 set. 1994 MARTINS & GALILEO 82 ‚ sp. n., holötipo O, 2, Paracometes ericae na Lane, ©); ia cervin Figs. 1-2. 1, Sorel IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 77- 82, 30 set. 1994 PESO Y DIMENSIONES DEL CUERPO Y ÓRGANOS INTERNOS DE LA LIEBRE EUROPEA, LEPUS EUROPAEUS (LAGOMORPHA, LEPORIDAE) EN LA PATAGONIA, ARGENTINA Never Bonino'! José Carlos Bustos! ABSTRACT WEIGHT AND DIMENSIONS OF BODY AND INTERNAL ORGANS OF THE EUROPEAN HARE, LEPUS EUROPAEUS (LAGOMORPHA, LEPORIDAE) IN PATAGONIA, ARGENTINA. A comparative study of body and internal organs weights and external measurements of males and females in the European hare, Lepus europaeus Pallas, 1778, were analyzed and discussed. Monthly samples totalling 264 hares were collected in Bariloche, northwestern Patagonia (Argentina), between March 1985 and May 1986. Females hares were heavier than males ones, but only juvenile and adult age classes showed significant differences between sexes. Average body weight for adult females was 3573g and for males 3307g. External measurements indicated that the females were larger than males in all age classes; only total lenght was significantly longer in adult females. The internal organs of females were heavier than males but there were no significant differences between sexes in any age class. KEYWORDS. Lagomorpha, European hare, body weights, organ weights, sexual dimorphism. INTRODUCCIÓN La liebre europea Lepus europaeus Pallas, 17778 fue introducida en la Argentina a fines del siglo pasado y actualmente se encuentra distribuída en todo el país, com excepción de Tierra del Fuego y algunos sectores del noroeste argentino (GRIGERA & RAPOPORT, 1983, ANGERMANN et al., 1990). El desarrollo exitoso de esta especie en los más variados ambientes, tanto de nuestro país como del mundo, se debió a un conjunto de adaptaciones entre las que se destacan sus características reproductivas y flexibilidad en la selección de hábitat (KREBS, 1978; MCNAB, 1980; FLUX et al., 1990). Elobjetivo de este trabajo fue determinar algunos parámetros físicos (peso corporal y longitud del cuerpo, cola, orejas y patas traseras), tendientes a establecer el grado de desarrollo alcanzado por esta especie en la región y la existencia o no de dimorfismo sexual. Además, se registró el peso absoluto y relativo de algunos órganos internos de importancia ya sea como indicadores fisiológicos o en el diagnóstico de casos patológicos. 1. Instituto Nacional de Tecnología Agropecuaria, EEA Bariloche, Casilla de Correo 277, 8400 Bariloche, Argentina. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (77): 83 - 88, 30 set. 1994 84 BONINO & BUSTOS MATERIALES Y MÉTODOS El estudio se realizó en Estancia El Cöndor, 15km al Este de Bariloche (latitud 41º 10'S y longitud 71º05'0), provincia de Río Negro, Argentina. La región presenta una altitud media de 819m sobre el nível del mar y un clima mediterráneo frío; para el período 1936-1988 la precipitación promedio anual fue 690mm mientras que la temperatura media del mes más cálido (Enero) fue 12,8°C y la del mes más frío (Julio) fue 1,3°C (BUSTOS & ROCCHI, 1993). El área de estudio corresponde a la Provincia Fitogeográfica Patagónica (CABRERA, 1971). El tipo de vegetación predominante es una estepa graminosa constituída principalmente por Stipa speciosa v. major Parodi, 1960 y Festuca pallescens Parodi, 1953 con una participación variable de arbustos entre los que se destaca Mulinum spinosum Persoon, 1805. En los valles aparecen praderas higrófilas compuestas principalmente de Poa pratensis Linné, 1753, Taraxacum officinalis Weber in Wieggers, 1780, Juncus balticus Wildenow, 1809, Trifolium repens Lamarck, 1778 y Hordeum comosum Presl, 1830. Se obtuvo una muestra total de 264 liebres las cuales fueron capturadas en cacerías mensuales realizadas entre Marzo de 1985 y Mayo de 1986. Parte de este material se encuentra depositado en la Estación Experimental Agropecuaria Bariloche dependiente del Instituto Nacional de Tecnología Agropecuaria. La captura se realizó con armas de fuego y de los ejemplares se obtuvo la siguiente información: sexo; peso corporal (PC); longitud del cuerpo (LC), en ventral desde el hocico hasta el ano; longitud de la cola vertebral (CV), desde el ano hasta la última vértebra caudal; longitud promedio de las orejas (LO), desde la escotadura más profunda situada en la base de la oreja hasta la punta de la misma; longitud promedio de las patas traseras (PT), desde el extremo proximal del tarso hasta la una del dedo más largo; peso de órganos internos (corazón, hígado, rinones y bazo). La edad de los indivíduos se estimó con base en el peso de los cristalinos (LORD, 1959; CABON- RACZYNSKA & RACZYNSKI, 1972) y para determinar las clases de edad se siguió el criterio establecido por AMAYA et al. (1979) para liebres de la zona, según el siguiente peso seco: clase infantil < 234,9mg; clase juvenil 235 - 279,9mg; clase adulta > 280mg. Se utilizó una balanza con una precisiön de 1g para el peso del cuerpo y de 0,01g para el peso de los örganos internos. Las medidas en milímetros del cuerpo (LC, CV, LO y PT) se obtuvieron con una cinta métrica. Los resultados correspondientes al peso y medidas corporales de las liebres se expresaron a través de los estadísticos descriptivos usuales, promedio (x), desviación estándar (DE) y coeficiente de variación (CV). La variación entre sexos y clases de edad en los parámetros estudiados se estimó a través del análisis de la varianza a un nivel de significancia del 5% (SOKAL & ROHLF, 1987). RESULTADOS Y DISCUSIÓN Del total de ejemplares cazados, 125 fueron hembras (47%) y 139 machos (53%), es decir, la proporción de sexos del total de la muestra fue 1,1:1 a favor de los machos. Esto concuerda con lo registrado para la misma especie en otras áreas del país (AMAYA et al., 1983; PARISTI et al., 1992). Estudios realizados en diferentes países de Europa mostraron un ligero predominio de hembras en la proporción de sexos (RACZYNSKI, 1964; JEZIERSKI, 1965; PIELOWSKI, 1969). Aunque mínimas, estas diferencias a favor de uno u otro sexo pudieron deberse al tamafio de muestra, época de muestreo o efecto diferencial de captura. Respecto a la proporción de edades del total de individuos, 136 fueron infantiles (51%), 58 juveniles (22%) y 70 adultos (27%). En las variaciones relativas de las tres clases de edad a lo largo del período de muestreo (fig. 1), se observó que las clases con capacidad reproductiva (juveniles y adultos) predominaron en el período Agosto- Diciembre, coincidentemente con la época reproductiva de la especie en el área (BRANDANT et al., 1977). A partir de Diciembre y hasta Julio predominó la clase infantil como consecuencia del aporte de individuos a la población durante la época reproductiva. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (77): 83 - 88, 30 set. 1994 Peso y dimensiones del cuerpo... 85 100 80 60 % 40 20 A N 0 ES Abr May Jun Jul Ago Set Oct Nov Dic Ene Feb Mar Abr May J9es» = lo 986 —&- Infantil = Juvenil #- Adulta Fig. 1. Proporciones de las tres clases de edad de la liebre europea, Lepus europaeus Pallas, 1778 entre Marzo de 1985 y Mayo de 1986 en la Patagonia, Argentina. Las hembras fueron más pesadas que los machos en las tres clases de edad, aunque de manera significativa solo en las clases juvenil y adulta (P<0,05, respectivamente). El peso corporal promedio de los indivíduos adultos fue 3573g para las hembras y 3307g para los machos (tabla 1). Tabla I. Peso corporal promedio (g) por clase de edad y sexo de la liebre europea, Lepus europaeus Pallas, 1778, en la Patagonia, Argentina, período Marzo 1985 a Mayo 1986. (n, número de indivíduos, X, promedio, CV, coeficiente de variación). Machos Hembras n x CV n x CV Infantiles 76 2643 24,1 60 2816 19,2 Juveniles 24 angel 9,5 34 3482 12,6 Adultos 39 3307 6,3 31 3919 7,8 El peso corporal mäximo correspondiö a una hembra adulta de 4280g, mientras que el minimo peso lo presentö un macho infantil de 1411g. En poblaciones de liebres de la provincia de Santa Cruz (latitud 50°S), AMAYA et al. (1983) también encontraron que las hembras adultas fueron significativamente más pesadas que los machos de la misma edad (4053g y 3667g, respectivamente). Otro tanto IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 83 - 88, 30 set. 1994 86 BONINO & BUSTOS ocurrió con DIETRICH (1981) en la provincia de Buenos Aires (latitud 37ºS), quien determinó una diferencia significativa de peso en favor de las hembras (3825g y 3542g, respectivamente). En Nueva Zelandia, FLUX (1967) encontró diferencias significativas en el peso corporal de hembras y machos de liebre europea (3750g y 3300g, respectivamente). VOLF (1960) trabajando con la misma especie en Alemania no encontró diferencias significativas en el peso de cien machos (3,77kg) y cien hembras (3,71kg); tampoco las encontró REYNOLDS (1952), en tesis no publicada, trabajando en Canadá, donde los machos pesaron, 4,15kg y las hembras 4,18kg. En cuatro especies del género Lepus Linnaeus, 1758, las hembras fueron significativamente más pesadas que los machos: L. californicus Gray, 1837 (BRONSON, 1958; LECHLEITNER, 1959), L. americanus Erxleben, 1777 (NEWSON & DEVOS, 1964), L. towsendii Bachman, 1839 (KLINE, 1963) y L. timidus scoticus Hilzheimer, 1906 (FLUX, 1962, en tesis no publicada). Sin embargo, las poblaciones de algunas especies no mostraron dimorfismo sexual en el peso corporal, por ejemplo L. californicus y L. alleni Mearns, 1890 en Arizona, EUA (Vorhies & Taylor, 1933 apud FLUX, 1967) y L. americanus en Alberta, Canadá (ROWAN & KEITH, 1959). Según FLUX (1967) y PIELOWSKI (1971) la diferencia de peso en favor de las hembras estaría relacionada a una mayor supervivencia de estas últimas lo cual influiría en los resultados. Sin embargo, PETRUSEWICS (1970) afirma que generalmente el porcentaje de hembras longevas en la población es muy pequefio, por lo que no influiría en los resultados. Esto último concuerda con lo observado en este trabajo, además de que las diferencias significativas de peso en favor de las hembras no solo las observamos en la clase adulta sino también en la clase juvenil. Por lo tanto, las diferencias de peso corporal entre machos y hembras halladas en este estudio podrían ser atribuídas a un dimorfismo sexual, el cual no se manifiesta sino hasta que los animales alcanzan la edad juvenil. La gran variación en el peso corporal de la clase infantil, se debe a que esta clase de edad agrupa a indivíduos en plena etapa de crecimiento. A medida que aumenta la edad la variación disminuye hasta alcanzar los valores más bajos en la clase adulta cuyos individuos mayormente han completado su desarrollo (tabla 1). Con respecto a las variables morfométricas consideradas, en todos los casos las hembras fueron más grandes que los machos. Esto se repitió en las tres clases de edad, aunque solo en la clase adulta y en el largo del cuerpo (tabla II), la diferencia a favor de las hembras fue significativa (P<0,05). Tabia II. Longitud promedio (mm) del cuerpo (LC), cola (CV), orejas (LO) y patas traseras (PT) de liebres adultas, Lepus europaeus Pallas, 1778, en la Patagonia, Argentina, período Marzo 1985 a Mayo de 1986 (X, promedio, DE, desviación estándar). Machos (n=39) Hembras (n=31) X + DE Rango X + DE Rango LC (mm) 458 + 16 348-456 468 + 17 411-496 CV (mm) 79+9 62-98 dar 7 66-95 LO (mm) ie 110-129 ar] 116-130 PT (mm) 143 + 38 135-151 144 + 36 137-152 IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 83 - 88, 30 set. 1994 Peso y dimensiones del cuerpo... 87 Respecto al peso de los órganos internos, las hembras adultas presentaron un mayor peso promedio que los machos en todos los órganos considerados, aunque en ningún caso la diferencia fue significativa. Algo similar ocurrió entre hembras y machos de las clases infantil y juvenil, respectivamente (tabla III). Tabla III. Peso promedio (g) del corazón, rifiones, hígado y bazo correspondientes a indivíduos infantiles, juveniles y adultos de liebre europea, Lepus europaeus Pallas, 1778, en la Patagonia, Argentina, período Marzo 1985 a Mayo 1986 (n, número de indivíduos, x, promedio, DE, desviación estándar). Corazón Rifiones Hígado Bazo X + DE XE DE X + DE XE DE Machos infantiles (n=75) 254+8 [3855274 58,7 073202 Hembras infantiles (n=60) 26,2 # 5,9 B19=E39 (OS jn eo) 0,76 * 0,2 Machos juveniles (n=24) 30,9#3,7 14,9+1,9 GA SED 0,91 #0,3 Hembras juveniles (n=34) 33,4 44,1 157/22 TAS 0,93*0,2 Machos adultos (n= 39) So gare | 16,9 £1,1 7421 10:6 0,76 * 0,2 Hembras adultos (n= 31) 33-238 (6 amo) 09) TARDE 119 FOREO01 Uno de los ejemplares cazados fue descartado por presentar el higado parasitado por Fasciola sp. (SUAREZ, com. pers.). Se trató de un macho de la clase infantil con un peso corporal de 2721g y cuyo hígado pesö 105,3g, es decir un 79% más que el promedio correspondiente a su clase de edad (tabla III). REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMAYA, J.; ALSINA, M.G. & BRANDANL A. 1979. Ecología de la liebre europea. II: Reproducciön y peso corporal de una población de S.C. de Bariloche. Bariloche, Instituto Nacional de Tecnología Agropecuaria, EEA Bariloche. 36p. AMAYA, J.; BONINO, N.; CLARKE, R. et. al. 1983. Informe preliminar sobre la situación actual de la liebre europea Lepus europaeus en la provincia de Santa Cruz. Bariloche, Instituto Nacional de Tecnología Agropecuaria, EEA Bariloche. 30 p. ARGERMANN, R.; FLUX, J.E.; CHAPMAN, J.A. et. al. 1990. Lagomorph classification. Ch. 2. In: CHAPMAN,J.A. & FLUX, J.E. (ed). Rabbits, hares and pikas: status survey and conservation action plan. Gland, IUCN. 168p. BRANDANI, A.; ALSINA, M.G. & AMAYA,J. 1977. Ecología de la liebre europea. I: Estimadores de edad y estructura de una poblaciön de S.C. de Bariloche. Physis, Buenos Aires, 36 (92): 305-320. BRONSON, F.H. 1958. Notes on body sizes of black-tailed jackrabbits. Trans. Kans. Acad. Sci., Kansas, 61: 109. BUSTOS, J.C. & ROCCHI, V.C. 1993. Caracterización termopluviometrica de veinte estaciones meteorológicas de Rio Negro y Neuquen. Bariloche, Instituto Nacional de Tecnología Agropecuaria, EEA Bariloche. Área Agrometeorología, Comunicación Técnica 1. 43p. CABON-RACZYNSKA,K. & RACZYNSKI, J. 1972. Methods for determination of age in the european hare. Acta Theriol., Warszawa, 19 (5): 69-80. CABRERA, A.L. 1971. Fitogeografia de la República Argentina. Boln Soc. Argent. Bot., Buenos Aires, 14 (1-2): 1-42. DIETRICH, U. 1981. Das schicksal des europäischen Feldhasen Lepus europaeus in Argentinien. Göttingen, 89p. Diplomarbeit vorgelet. Inst. für Wildbiologie und Jagdkunde. FLUX, J.E. 1962. The ecology of the Scottish mountain hare Lepus timidus scoticus Hilzheimer. 209p. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 83 - 88, 30 set. 1994 88 BONINO & BUSTOS Ph.D. thesis, Univ. Aberdeen. (No publicada). — . 1967. Reproduction and body weights of the hare Lepus europaeus in New Zealand. New Zealand J. Sci., Wellington, 10: 357-401. FLUX, J.E.; DUTHIE, A.G.; ROBINSON, T.J. etal. 1990. Exotics populations. Ch. 13. In: CHAPMAN,J.A. & FLUX, J.E. (ed). Rabbits, hares and pikas: status survey and conservation action plan. Gland, IUCN, 168p. GRIGERA, D.E. & RAPOPORT, E.H. 1983. Status and distribution of the european hare in South America. J. Mammal., Lawrence, 64 (1): 163-166. JEZIERSKI, W. 1965. Studies on the European hare.VII: Changes in the some elements of the structure and size of populations. Acta Theriol., Warszawa, 10 (2): 11-25. KLINE, P.D. 1963. Notes on the biology of the jackrabbits in Iowa. Proc. Iowa Acad. Sci., Iowa, 70: 196-204. KREBS, C.J. 1978. Ecology: the experimental analysis of distribution and abundance. New York, Harper & Row. 678p. LEICHLEITNER, R.R. 1959. Sex-ratio, age classes and reproduction of the black-tailed jackrabbits. J. Mammal., Lawrence, 40: 63-81. LORD, R.D. 1959. The lens as an indicator of age in cottontail rabbits. J. Wildl. Manage., Menasha, 23 (3): 358-360. MCNASB, B.K. 1980. Foods habits, energetics, and the population biology of mammals. Am. Nat., New York, 116: 106-124. NEWSON, R. & DE VOS, A. 1964. Population structure and body weights of snowshoe hares on Manitoulin Island, Canada. Can. J. Zool., Ottawa, 42: 975-986. PARISL R.G.; RE, I.; ALBOUY,M. et. al. 1992. Estudio poblacional de la liebre europea Lepus europaeus. Buenos Aires. Ministerio de Asuntos Agrarios y Pesca, Depto. de Fauna Silvestre. Informe Técnico, 23p. PETRUSEWICS, Z. 1970. Dinamics and production of the hare population in Poland. Acta Theriol., Warszawa. 15 (16): 413-445. PIELOWSKI, Z. 1969. Sex ratio and weight of hares in Poland. Acta Theriol., Warszawa, 14 (8): 119-131. — . 1971. The individual growth curve of the hare. Acta Theriol., Warszawa, 16 (5): 79-88. RACZYNSKI,J. 1964. Studies on the European hare. V: Reproduction. Acta Theriol., Warszawa, 9 (19): 305- 332: REYNOLDS, J.K. 1952. The biology of european hare Lepus europaeus in Southwestern Ontario. Ph.D. thesis. Univ. Western Ontario, Ontario. (No publicada). ROWAN, W. & KEITH, L.B. 1959. Monthly weights of snowshoe hares from North Central Alberta. J. Mammal., Lawrence, 40: 221-226. SOKAL, R.R. & ROHLF, F.J. 1987. Biometry. New York, Freeman. 859p. VOLE, J. 1960. Geschlechtsunterschide beim Feldhasen Lepus europaeus. Saugetierk. Mitt., Berlin, 8: 199- lo Recebido em 19.08.1993: aceito em 23.12.1993 IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 83 - 88, 30 set. 1994 OCORRÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO DE PEIXES NA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DO TAIM, RIO GRANDE DO SUL, BRASIL (PISCES, TELEOSTOMI) Karin Martha Grosser ! Walter Rudolf Koch !? Sílvia Drügg-Hahn ! ABSTRACT OCCURENCE AND DISTRIBUTION OF FISHES IN THE TAIM ECOLOGICAL STATION, RIO GRANDE DO SUL, BRAZIL (PISCES, TELEOSTOMD. Data about specific composition and distribution of fish communities in the Taim Ecological Station, localized between lagoa Mirim and lagoa Mangueira and the Atlantic Ocean in Rio Grande do Sul State, Brazil, are provided. A list of 51 species collected at 19 stations is presented, including first records for the area: Hyphessobrycon anisitsi (Eigenmann, 1907) (Characidae), Gymnotus carapo Linnaeus, 1758 (Gymnotidae) and Mugil platanus Guenther, 1880 (Mugilidae). KEYWORDS. Teleostomi, Neotropical, freshwater, fishes, records. INTRODUÇÃO Localizada no extremo sul do litoral do Estado do Rio Grande do Sul (32°32'- 32º50"S e 52°23'-52°32’O), a Estação Ecológica do Taim (EET), ocupa aproximadamente 33815 ha entre as lagoas Mirim e Mangueira e o oceano Atlântico, abrangendo parte dos municípios de Rio Grande e Santa Vitória do Palmar (fig. 1). Em 1978 foi tombada como de utilidade pública. A comunicação entre a lagoa Mangueira e a lagoa Mirim, através do arroio Taim, que servia como desaguadouro das águas do banhado, foi interrompida em 1950. O banhado desempenhava um importante papel no controle natural do fluxo de água entre estes ambientes, o que atualmente é feito através de um sistema de comportas e canais de Irrigação. As primeiras contribuições a respeito dos peixes da região consistem na descrição de Microlepidogaster taimensis feita por BUCKUP (1981) e de Rineloricaria longicauda por REIS (1983). BUCKUP & MALABARBA (1983) elaboraram a primeira lista de peixes da área, 1. Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. Caixa Postal 1188. CEP 90001-970 Porto Alegre, RS. 2. Bolsista do CNPq. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 89 - 98, 30 set. 1994 90 GROSSER, KOCH & DRÜGG-HAHN tendo registrado 53 espécies. Também foi descrita tendo como localidade-tipo a EET: Heptapterus sympterygius por BUCKUP (1988), citada em nível genérico por BUCKUP & MALABARBA (1983). MALABARBA (1989), em sua lista comentada de peixes do sistema da laguna dos Patos, Rio Grande do Sul, inclui as espécies relacionadas pelos autores citados anteriormente. Entre os estudos dos ambientes aquáticos realizados na área, SCHÄFER et al. (1980) analisaram a variação diária de oxigênio dissolvido em lagoas do banhado do Taim, relacionando-a com a morfologia, grau de desenvolvimento das biocenoses e condições hidrológicas de cada ambiente, além da exposição aos ventos. SCHÄFER (1988; 1992) divulgou conclusões sobre o estado trófico das lagoas costeiras do Rio Grande do Sul. No trabalho, são fornecidos dados acerca da composição específica das comunida- des de peixes encontradas nos diferentes tipos de ambientes estudados, podendo servir de subsídio para a futura elaboração do zoneamento e plano de manejo da EET. MATERIAL E MÉTODOS Foram realizadas seis expedições para captura de peixes: em setembro e novembro de 1985 e janeiro, março, setembro e novembro de 1986, totalizando 29 dias de trabalho em campo. Foram explorados 52 pontos (fig.1), distribuídos em 19 ambientes (estações de amostragem) tais como arroios, canais de drenagem, lagoas, poças temporárias e porções dos banhados do Albardão e do Taim. A caracterização dos ambientes quanto às macrófitas aquáticas foi feita com base em IRGANG et al. (1984). Na captura de peixes, feita durante o dia e à noite, empregaram-se vários tipos de equipamentos: a) redes- de-emalhar, simples ou feiticeiras (3 panos), com malhas variando entre 4,0cm e 8,0cm de entrenós; b) tarrafas; c) puçá, conforme descrito em GROSSER & DRUGG-HAHN (1981) e d) linhas-de-espera com anzóis de tamanhos variados. As amostras de peixes encontram-se depositadas na coleção do Museu de Ciências Naturais, Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (MCN/FZB), Porto Alegre. Os dados de coleta e taxonômicos estão cadastrados no Banco de Dados do Ambiente Natural do Rio Grande do Sul (BDA, MCN/FZB). RESULTADOS E DISCUSSÃO Caracterização dos ambientes. De relevo bastante plano e situada a apenas alguns metros acima do nível do mar, a EET caracteriza-se pela existência de uma extensa área de banhados, além de lagoas, arroios, canais e poças. De modo geral, esses ambientes possuem substrato areno-lodoso e são marginados por gramíneas (Panicum elephantipes Nees e Zizaniopsis bonariensis Balansa & Poitrasson) e juncos (Juncus spp.). Dentre as macrófitas aquáticas predominam espécies flutuantes (Pistia stratiotes Linnaeus, Salvinia spp., Eichhornia spp., Nymphoides indica (Linnaeus) Kuntze), submersas (Egeria densa Planchone Ceratophyllum demersum Linnaeus) e emergentes (Myriophyllum brasiliense Cambessedes e juncos). Apenas na lagoa do Nicola e na porção final dos arroios da Estiva e do Taim não foi observada a presença de vegetação aquática. Foram obtidas 1316 amostras de peixes, totalizando 3662 exemplares. Na tabela I estão listadas as 51 espécies encontradas e seus respectivos nomes vulgares e na tabela II constam as espécies capturadas em cada estação, ordenadas segundo sua frequência de ocorrência. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 89 - 98, 30 set. 1994 Ocorrência e distribuição de Peixes na... 91 Tabela I. Espécies de peixes registradas na Estação Ecológica do Taim, RS, Brasil nos meses de setembro e novembro de 1985 e janeiro, março, setembro e novembro de 1986. Família Espécie Nomes vulgares CLUPEIDAE Platanichthys platana (Regan, 1917) - lambari, sardinha CURIMATIDAE Cyphocharax voga (Hensel, 1870) - biru ERYTHRINIDAE Hoplias malabaricus (Bloch, 1794) - traíra CHARACIDAE Astyanax alburnus (Hensel, 1870) - lambari A. bimaculatus (Linnaeus, 1758) - Jambari A. eigenmanniorum (Cope, 1894) - lambari A. fasciatus (Cuvier, 1819) - Jambari Bryconamericus iheringi (Boulenger, 1887) - lambari Characidium rachovi (Regan, 1912) Charax stenopterus (Cope, 1894) - lambari Cheirodon ibicuhiensis Eigenmann, 1915 - lambari C. interruptus (Jenyns, 1842) - lambari Hyphessobrycon anisitsi (Eigenmann, 1907) - lambari H. bifasciatus Ellis, 1911 - Jambari H. boulengeri (Eigenmann, 1907) - Jambari H. luetkeni (Boulenger, 1887) - Jambari H. meridionalis Ringuelet, Miquelarena & Menni, 1978 - lambari Macropsobrycon uruguayanae Eigenmann, 1915 - lambari Mimagoniates inequalis (Eigenmann, 1911) - lambari Oligosarcus jenynsi (Günther, 1864) - tambicu, branca O. robustus Menezes, 1969 - tambicu, branca Pseudocorynopoma doriae Perugia, 1891 - lambari PIMELODIDAE Heptapterus sympterygius Buckup, 1988 - jundiá-cobra Microglanis cottoides (Boulenger, 1891) - bagrino Parapimelodus nigribarbis (Boulenger, 1889) - mandi Pimelodella laticeps australis Eigenmann, 1917 - mandi Pimelodus maculatus Lacépêde, 1803 - pintado Rhamdia sp. - jundiá ASPREDINIDAE Dysichthys iheringi (Boulenger, 1891) TRICHOMYCTERIDAE Homodiaetus vazferreirae Devincenzi, 1939 CALLICHTHYIDAE Callichthys callichthys (Linnaeus, 1758) - tamboatá, cascudo Corydoras paleatus (Jenyns, 1842) LORICARIIDAE Hypostomus commersoni Valenciennes, 1840 - cascudo Microlepidogaster taimensis Buckup, 1981 - limpa-fundo Loricariichthys anus (Valenciennes, 1840) - cascudo-viola, viola Rineloricaria longicauda Reis, 1983 - cascudo-viola,viola GYMNOTIDAE Gymnotus carapo Linnaeus, 1758 - tuvira ANABLEPIDAE Jenynsia lineata (Jenyns, 1842) - barrigudinho POECILIDAE Cnesterodon decemmaculatus (Jenyns, 1842) - barrigudinho Phalloceros caudimaculatus (Hensel, 1868) - barrigudinho ATHERINIDAE Odontesthes bonariensis (Valenciennes, 1835) - peixe-rei O. humensis De Buen, 1953 - peixe-rei O. retropinnis (De Buen, 1953) - peixe-rei MUGILIDADE Mugil platanus Günther, 1880 - tainha SYNBRANCHIDAE Synbranchus marmoratus Bloch, 1795 - muçum CICHLIDAE Cichlasoma facetum (Jenyns, 1842) - carä Crenicichla lepidota Heckel, 1840 - Joaninha, mixola C. punctata Hensel, 1870 - joaninha, mixola Geophagus brasiliensis (Quoy & Gaimard, 1824) - carä Gymnogeophagus gymnogenys (Hensel, 1870) - carä G. rhabdotus (Hensel, 1870) - carä IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 89 - 98, 30 set. 1994 92 GROSSER, KOCH & DRÜGG-HAHN Tabela II - Espécies ícticas na Estação Ecológica do Taim, RS, segundo fregiiência de ocorrência nas estações de amostragem (% de exemplares da espécie considerada em relação ao total de exemplares capturados): a>20%; b, 20% - 10%; c, 10% - 5%; x<5%; N= número de estações em que a espécie foi capturada. Estações: 1, arroio Taim; 2, canal do arroio Taim; 3, canal oeste; 4, canal leste; 5, canal do Jacaré; 6, canal Sarita; 7, arroio da Estiva; 8, canal da Estiva; 9, arroio dos Negreiros; 10, canais da Fazenda Santa Marta; 11, Fazenda Caçapava - lagoa Mangueira; 12, Fazenda Santa Marta - lagoa Mangueira; 13, lagoa do Jacaré; 14, lagoa do Nicola; 15, banhado do Albardão; 16, banhado do Taim; 17, campo alagado; 18, poças do arroio Taim; 19, poças da Fazenda Caçapava. Espécie ARROIOS e CANAIS NO — (am) [EN fr Jenynsia lineata Phalloceros caudimaculatus Characidium rachovi Cnesterodon decemmaculatus Cheirodon interruptus Corydoras paleatus Cyphocharax voga Astyanax fasciatus Hyphessobrycon luetkeni E Oligosarcus jenynsi Hyphessobrycon bifasciatus Microlepidogaster taimensis Hoplias malabaricus Cichlasoma facetum Gimnogeophagus gymnogenys Cheirodon ibicuhiensis Rhamdia sp. Charax stenopterus Hyphessobrycon boulengeri Hyphessobrycon meridionalis Heptapterus sympterygius Microglanis cottoides Rineloricaria longicauda Oligosarcus robustus Dysichthys iheringi Loricariichthys anus Crenicichla lepidota Astyanax alburnus Synbranchus marmoratus Platanichthys platana Astyanax eigenmanniorum Pimelodella laticeps australis Geophagus brasiliensis Astyanax bimaculatus Macropsobrycon uruguayanae Pseudocorynopoma doriae Parapimelodus nigribarbis Pimelodus maculatus Hypostomus commersoni Crenicichla punctata Hyphessobrycon anisitsi Mimagoniates inequalis x b x Mugil platanus Bryconamericus iheringi Cc pe ao co. coı ” xx 2x OGIA xoxı»x a cz cz NS OOo x 0 |00 (e) OX x ox ARE Odo Dx x “an x» oo Dr ur Er Er Eee XX TA ODIN pá eo o E XXX KK KK KK DK KB OK MO KH KM O OO pá Pq AMAR za O XX Col os o o u Er [ai (e) Mx O x x > nm N MM KK KK KK KK DK DA KK Sc Com (e) Pei IN NR NEN KON KON EN RES OS cos XxX pq XxX XxX x pá XXX XXX PS » Pq ” osx » x» Dr Eur Eu I El or u Eee ai Pq e ox bei IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 89 - 98, 30 set. 1994 b Ora eEnNHNEE ORE x x m m x = Ei ee SG x SG x a a b b Feto o ra c nz ao x x xx» LAGOAS BANHADOS POCAS 23774 15 16 MaNSMOEN a be aa, b 16 b 16 b 14 a x 15 13 x 13 x. Clio 12 x 11 11 11 10 e DIO) 8 X4 46 8 REES 8 8 7 x 7 U 7 6 x 6 6 5) 5 5 4 4 4 4 4 4 4 3 3 3 2) Cont... Ocorrência e distribuição de Peixes na... 93 Tabela II. continuação Espécie ARROIOS e CANAIS LAGOAS BANHADOS POÇAS RSRS 60 870890 ISA ISIS IN Gymnotus carapo x x 2 Odontesthes bonariensis X X 2 Odontesthes humensis X X 2 Gymnogeophagus rhabdotus ER 2 Homodiaetus vazferreirae x 1 Callichthys callichthys x 1 Odontesthes retropinnis x Nº de espécies/ estação ai TAS Bio 2O 1682072 TS o SI sr 52 Total de exemplares/estação 469 111 584 406 143 154 165 35 23 333 218 236 202 49 19 156 155 29 17 3662 No canal oeste foram constatadas 46 espécies de peixes, o que corresponde a cerca de 90% do total registrado na EET durante o estudo. Destacaram-se pelo maior número de exemplares Hyphessobrycon luetkeni, Jenynsia lineata, Phalloceros caudimaculatus, Microlepidogaster taimensis, Cheirodon ibicuhiensis e Macropsobrycon uruguayanae. No canal leste foram registradas 31 espécies, representando 61% dos táxons encontrados na área total. Destas, destacam-se pela maior fregiiência: P. caudimaculatus, Hyphessobrycon luetkeni, Characidium rachovi, Cnesterodon decemmaculatus, Cichlasoma facetum, Hyphessobrycon bifasciatus e J. lineata. No arroio Taim foram constatadas 41 espécies, 80% das registradas na EET, predominando J. lineata, P. caudimaculatus, H. luetkeni, Corydoras paleatus e Cyphocharax voga. No canal ao norte do arroio Taim foram coligidas 19 espécies de peixes (37% do total registrado na Estação) que também foram encontradas no arroio Taim. Houve predomínio de J. lineata e Cnesterodon decemmaculatus, sendo também registradas com certa frequência Cyphocharax voga, Characidium rachovi, P. caudimaculatus, Astyanax fasciatus e Oligosarcus robustus. Nas poças localizadas nas imediações do arroio Taim foram registradas J. lineata, C. paleatus, Hoplias malabaricus, Dysichthys iheringi e Synbranchus marmoratus. A lagoa do Nicola, segundo SCHÄFER (1992) inclui-se no grupo das lagoas rasas, eutróficas, quase exclusivamente limitadas por carbonatos, devido a altas concentrações de fósforo e onde o volume de oxigênio é determinado principalmente pela produção e consumo biológico. Foram registradas 17 espécies, representando 33% do total da Estação, sendo as mais comuns Cheirodon interruptus, Astyanax alburnus, Cheirodon ibicuhiensis e Corydoras paleatus. No arroio da Estiva foram constatadas 20 espécies de peixes (39% do total registrado na EET) com a predominância de Hyphessobrycon luetkeni, J. lineata, P. caudimaculatus, Characidium rachovi, Hyphessobrycon boulengerie Corydoras paleatus. Uma ampla área de campo adjacente ao arroio da Estiva é periodicamente alagada na estação chuvosa. Neste ambiente foram capturados exemplares de 18 espécies (35% do total da área da Estação), destacando-se pelo maior número de indivíduos P. caudimaculatus, A. fasciatus,J.lineata, Microglanis cottoides,C. voga, Microlepidogaster taimensis e O. robustus. No canal ao norte da estrada da Estiva, próximo à lagoa das Flores, foram IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 89 - 98, 30 set. 1994 94 GROSSER, KOCH & DRUGG-HAHN constatadas 7 espécies, perfazendo 14% do total, sendo J. lineata, Characidium rachovi, Cnesterodon decemmaculatus, Cichlasoma facetum e Gymnogeophagus gymnogenys as mais representativas. No canal do Jacaré registra-se a presença de 20 espécies (39% do total da Estação). Os peixes mais comuns foram Cnesterodon decemmaculatus, P. caudimaculatus, J. lineata, Characidium rachovi e H. luetkeni. A lagoa do Jacaré é classificada por SCHAFER (1992) como uma lagoa rasa e eutrófica tal como a lagoa do Nicola. Registraram-se 27 espécies (53% do total da EET), sendo as mais capturadas Hoplias malabaricus, J. lineata, Cichlasoma facetum, Hyphessobrycon luetkeni, Oligosarcus jenynsi e Cnesterodon decemmaculatus. No canal Sarita foram registradas 16 espécies, que correspondem a 31% do total da EET. Observou-se nítido predomínio de C. decemmaculatus sobre. as demais espécies, mas com frequência também foram coligidas Mimagoniates inequalis, P. caudimaculatus, H. luetkeni e J. lineata. No banhado do Taim as coletas permitiram o registro de 21 espécies (41% do total da EET). H. luetkeni, Characidium rachovi, Cnesterodon decemmaculatus, J. lineata e Charax stenopterus foram capturados em maior número de exemplares. No arroio dos Negreiros foram encontradas 5 espécies, representando 10 % do total da EET. As espécies com maior número de indivíduos foram Cnesterodon decemmaculatus, P. caudimaculatus e Cheirodon ibicuhiensis. No banhado do Albardão foram obtidas apenas 4 espécies (8% do total da Estação): J. lineata e P. caudimaculatus foram as mais abundantes, seguidas de C. rachovi. Na Fazenda Caçapava foram feitas coletas na lagoa Mangueira e em 4 poças. Na lagoa Mangueira foram coligidos representantes de 21 espécies (41% do total da Estação), destacando-se C. decemmaculatus, J. lineata e P. caudimaculatus. Nas poças, doze espécies foram registradas (24% do total na EET) sendo as mais comuns P. caudimaculatus, J. lineata, Characidium rachovi, Cheirodon interruptus, Cnesterodon decemmaculatus e H. bifasciatus. Na Fazenda Santa Marta houve coletas na lagoa Mangueira e em alguns canais de irrigação. Na lagoa, foram constatadas 25 espécies (49% do total da Estação), dentre as quais o maior número de exemplares correspondeu a C. decemmaculatus, O. jenynsi, A. fasciatus, H. luetkeni e J. lineata. Vinte e sete espécies foram obtidas nos três canais, correspondendo a 53% do total da EET. Com maior fregiiência destacaram-se Platanichthys platana, A. fasciatus, H. bifasciatus, Cheirodon ibicuhiensis, Corydoras paleatus, Cheirodon interruptus e P. caudimaculatus. Na EET, também foi constatada a presença de indivíduos jovens de várias espécies a partir do mês de setembro, quando ocorre a comunicação entre os distintos ambientes, Já que se trata da época das chuvas e consegüentes alagamentos (tab. II). A análise dos dados obtidos com relação à ictiofauna mostra que das 53 espécies de peixes referidas por BUCKUP & MALABARBA (1983) e BUCKUP (1988) para a EET, cinconão foram agora encontradas: Hypopomus aff. brevirostris, Cynolebias melanotaenia, Cynolebias sp., Aequidens portalegrensis (= Cichlasoma portalegrense) e Gobionellus shufeldti, provavelmente devido a diferenças dos locais e épocas de captura. Hyphessobrycon anisitsi (Eigenmann, 1907), Gymnotus carapo Linnaeus, 1758 e Mugil platanus Giinther, 1880 são registradas pela primeira vez no Taim. H. anisitsi, encontrada no arroio Taim e nos canais leste e oeste, foi descrita tendo como localidade- IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 89 - 98, 30 set. 1994 Ocorrência e distribuição de Peixes na... 95 Tabela III. Ocorrência de peixes jovens na Estação Ecológica do Taim, RS, Brasil. 1, arroio Taim; 2, canal leste; 3, banhado do Taim; 4, campo alagado; 5, Fazenda Caçapava - lagoa Mangueira; 6, canais da Fazenda Caçapava; 7, poças da Fazenda Caçapava; 8, canal oeste; 9, Fazenda Santa Maria - lagoa Mangueira. Primavera (set/nov) Verão (jan/mar) Espécie TEBAS RA: 33,0 À GRE BO, Cyphocharax voga X Characidium rachovi x Charax stenopterus X Oligosarcus jenynsi ED Kıax O. robustus Ku XOREX Rhamdia sp. x x x X Hypostomus commersoni KR ER Odontesthes spp. x tipo Villa Rica, Paraguai. MALABARBA (1989) inclui a espécie em sua lista de peixes do sistema da laguna dos Patos, elaborada basicamente a partir de citações de ocorrências feitas por outros autores; contudo, para AH. anisitsi é referida apenas a descrição original da espécie. Espécie considerada de ampla distribuição geográfica, Gymnotus carapo, captura- da no canal oeste e na lagoa Mangueira na Fazenda Santa Marta, tem como localidade- tipo a América do Sul. MALABARBA (1989) menciona vários autores que registraram a espécie (referida por ele como Gymnotus aff. carapo) no sistema da laguna dos Patos, no qual está incluída a região do Taim. Apesar disso, não existe nenhuma referência específica para esta área. Três exemplares de tainha (Mugil platanus) foram capturados no arroio Taim, no canal oeste e na lagoa do Jacaré. Esta é uma das três espécies de Mugilidae ocorrentes no litoral sulbrasileiro, sendo de grande importância econômica na pesca artesanal. Trata-se de um peixe eurialino que, segundo MENEZES (1983), pode ser encontrado desde o Rio de Janeiro até a Argentina. Diversos autores relatam a desova desta espécie nas costas marinhas e consideram os ambientes estuarinos, tais como a laguna dos Patos e a região de Tramandaí, como área de alimentação e crescimento de pós-larvas e juvenis durante os primeiros anos de vida (CHAO et al., 1982; 1985; SILVA, 1982; VIEIRA & SCALABRIN, 1991). Os exemplares, capturados em novembro de 1985 e janeiro de 1986, medem entre 31,6 e 34,2cm de comprimento padrão e pesam entre 735 e 775g. Segundo MENEZES (1983), a espécie pode atingir Im de comprimento e 6kg de peso. Com relação ao estágio de desenvolvimento gonadal, verificou-se que eram fêmeas em maturação, segundo a classificação de VAZZOLER (1981). SILVA (1982), em estudos realizados na região de Tramandaí, Rio Grande do Sul, determinou que o comprimento médio em que ocorre a primeira maturação de M. platanus (referida erroneamente como Mugil liza Valenciennes, 1836, segundo MENEZES, 1983) é de 31,4cm, sendo que gônadas em maturação foram encontradas na primavera e no verão. Por outro lado, CHAO et al. (1985) registram que a desova da tainha ocorre em abril-maio. BUCKUP & MALABARBA (1983) já haviam mencionado a ocorrência de M. platanus na região, contudo com base apenas em informações de pescadores. Sua presença, agora compro- vada, provavelmente decorre de migrações desde a laguna dos Patos que se comunica com IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (77): 89 - 98, 30 set. 1994 96 GROSSER, KOCH & DRÜGG-HAHN a lagoa Mirim através do canal de São Gonçalo, atingindo então o arroio Taim e os demais ambientes. Não se conhece nada acerca do comportamento destes peixes na área, inclusive sobre seu retorno ao oceano para a desova. Jenynsia lineata, Phalloceros caudimaculatus e Cnesterodon decemmaculatus foram frequentes em quase todos os ambientes. A explicação para a ocorrência destas espécies em grande número nas amostras colhidas decorre do hábito destes peixes viverem em cardumes, junto às margens e em meio à vegetação, onde foram facilmente capturados com o puçá. Characidium rachovi também está amplamente distribuída na região do Taim, tendo ocorrido em 16 estações. Dentre os Characidae, as espécies mais comuns nos ambientes foram Cheirodon interruptus, Hyphessobrycon luetkeni, Hyphessobrycon bifasciatus, Astyanax fasciatus e Oligosarcus jenynsi. Entre os peixes de maior tamanho existentes na área, e por conseguinte de relativa importância econômica, destaca-se a traíra (Hoplias malabaricus), encontrada principalmente nas lagoas do Jacaré e Mangueira, no arroio Taim e no canal oeste. O jundiá (Rhamdia sp.) foi encontrado em 10 estações, sendo de importância na pesca artesanal, devido ao seu tamanho e abundância. Com relação a esta espécie, dada a dificuldade de se obter sua determinação correta, por pertencer a um grupo ainda pouco estudado e com espécies mal definidas, preferiu-se manter a denominação de Rhamdia sp. embora MALABARBA (1989) cite a espécie do Taim como sendo Rhamdia aff. quelen (Quoy & Gaimard, 1824). Algumas das espécies registradas no Taim ocorreram em pequeno número de exemplares e apresentam uma distribuição bastante restrita. Homodiaetus vazferreirae foi constatada pela presença de um único indivíduo na lagoa do Nicola e Odontesthes retropinnis foi registrada apenas na lagoa Mangueira, na Fazenda Santa Marta. Somente um exemplar de Callichthys callichthys foi capturado no canal leste, o que confirma o registro de BUCKUP & MALABARBA (1983) como sendo uma espécie rara na região. Bryconamericus iheringi ocorreu nos canais leste e oeste, porém em pequeno número. Segundo BUCKUP & MALABARBA (1983) esta espécie é abundante em áreas adjacentes à EET, ocorrendo em ambientes de fundo arenoso e sem vegetação. Mimagoniates inequalis foi muito frequente no canal Sarita, embora tenham sido registrados alguns exemplares no canal leste e no arroio da Estiva. Platanichthys platana foi uma das espécies mais comuns nos canais da Fazenda Santa Marta, juntamente com Astyanax fasciatus e Hyphessobrycon bifasciatus. Astyanax alburnus, Cheirodon interruptus e Cheirodon ibicuhiensis foram as espécies predominantes na lagoa do Nicola. Segundo MALABARBA (1983) Astyanax alburnus é encontrada geralmente em margens arenosas de rios e lagoas ou em arroios de fundo de areia com vegetação esparsa ou ausente. BUCKUP (1981) associa Microlepidogaster taimensis com o aguapé-de-baraço (Eichhornia azurea Kunt, Pontederiaceae) que cresce nas margens dos canais e, na ausência destas, fixa-se em gramíneas ou tipo semelhante de vegetação aquática submersa. Tal comportamento também foi verificado neste estudo. | Também constatou-se a preferência de Heptapterus sympterygius por habitats com a presença de macrófitas aquáticas conforme sugerido por BUCKUP (1988). Conclui-se, portanto, que na Estação Ecológica do Taim, até o presente, são conhecidas 56 espécies de peixes. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 89 - 98, 30 set. 1994 Ocorrência e distribuição de Peixes na... 97 Agradecimentos. À Financiadora de Estudos e Projetos - FINEP, pelo apoio financeiro. À Secretaria Especial de Meio Ambiente - SEMA (atual Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA), pelo apoio logístico. A L. R. Malabarba do Museu de Ciências da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e M. Benvenutti da Fundação Universidade do Rio Grande pela identificação taxonômica de algumas espécies. A N. R. Madeira, F.J.M. de F. Lima e €. S. Marros do MCN/ FZB, pelo auxílio nos trabalhos em campo e laboratório. A R.C.Vieira e L. de A. Moura do MCN/FZB pela leitura crítica e sugestões dadas ao manuscrito. A E.C. Abreu pela arte-final do mapa. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BUCKUP, P.A. 1981. Microlepidogaster taimensis sp.n., novo Hypoptopomatinae da Estação Ecológica do Taim, Rio Grande do Sul, Brasil (Ostariophysi, Loricariidae). Iheringia, Ser. Zool., Porto Alegre, (60):19-31. —. 1988. The genus Heptapterus (Teleostei, Pimelodidae) in southern Brazil and Uruguay, with the description of a new species. Copeia, Ann Arbor, (3):641-53. BUCKUP, P.A. & MALABARBA, L.R. 1983. A list of the fishes of the Taim Ecological Station, Rio Grande do Sul, Brazil. Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (63):103-13. CHAO, N.L.; PEREIRA, L.E. & VIEIRA, J.P. 1985. Estuarine fish community of the dos Patos Lagoon, Brazil. A baseline study. In: YANEZ-ARANCIBIA, A. ed. 1985. Fish Community Ecology in Estuaries and Coastal Lagoons: Towards an Ecosystem Integration. 654p. DR (R) UNAM Press, Mexico. cap.20, p. 429-50. CHAO, L.N.; PEREIRA, L.E.; VIEIRA,J.P.; etal. 1982. Relação preliminar dos peixes estuarinos e marinhos da Lagoa dos Patos e região costeira adjacente, Rio Grande do Sul, Brasil. Atlântica, Rio Grande, 5:67-75. GROSSER, K.M. & DRÜGG-HAHN, S. 1981. Ictiofauna da Lagoa Negra, Parque Estadual de Itapuã, município de Viamão, Rio Grande do Sul, Brasil. Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (59):45-64. IRGANG, B.A.; PEDRALLI, G. & WAECHTER, J.L. 1984. Macrófitos aquáticos da Estação Ecológica do Taim, Rio Grande do Sul, Brasil. Roessléria, Porto Alegre, 6 (1):395-404. MALABARBA, L.R. 1983. Redescrição e discussão da posição taxonômica de Astyanax hasemani Eigenmann, 1914 (Teleostei, Characidae). Comun. Mus. Ciênc. PUCRS, Porto Alegre, (29):177-199. MALABARBA, L.R. 1989. Histórico sistemático e lista comentada das espécies de peixes de água doce do sistema da laguna dos Patos, Rio Grande do Sul, Brasil. Comun. Mus. Ciênc. PUCRS, série Zoologia, Porto Alegre, 2 (8):107-179. MENEZES, N.A. 1983. Guia prático para conhecimento e identificação de tainhas e paratis (Pisces, Mugilidae) do litoral brasileiro. Revta bras. Zool., São Paulo, 2 (1):1-12. REIS, R.E. 1983. Rineloricaria longicauda e Rineloricaria quadrensis, duas novas espécies de Loricariinae do sul do Brasil (Pisces, Siluriformes, Loricariidae). Iheringia, Porto Alegre, Sér. Zool., (62):61-80. SCHÄFER, A. 1988. Tipificação ecológica das lagoas costeiras no Rio Grande do Sul, Brasil. Acta Limnol. Brasil., São Carlos, 2:29-55. SCHÄFER, A. 1992. Ecological characteristics of the coastal lakes in southern Brazil: a synthesis. Acta Limnol. Brasil., São Carlos, 4:111-22. SCHÄFER, A.; ARAUJO, M.E.; PINEDA, M.D.S.; et al. 1980. Estudo comparativo da variação diária de oxigênio em lagoas do banhado do Taim, RS. NIDECO, Porto Alegre, série Taim, (4):5-38. SILVA, C.P. da. 1982. Ocorrência, distribuição e abundância de peixes na região estuarina de Tramandaí, Rio Grande do Sul. Atlântica, Rio Grande, 5:49-66. VAZZOLER, A.E.A. de M. 1981. Manual de métodos para estudos biológicos de populações de peixes; Reprodução e crescimento. Brasília, CNPq. Programa Nacional de Zoologia, 106p. VIEIRA, J.P. & SCALABRIN,C. 1991. Migração reprodutiva da “tainha” (Mugil platanus Günther, 1980) no sul do Brasil. Atlântica, Rio Grande, 13 (1):131-41. Recebido em 03.09.1993; aceito em 06.01.1994 IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 89 - 98, 30 set. 1994 98 GROSSER, KOCH & DRÜGG-HAHN CANAL DA ESTIVA LAGOA MIRIM LEGENDA e PONTODE COLETA -—— RODOVIA ESTRADA SECUNDÁRIA —— DELIMITAÇÃO DA ESTAÇÃO o MP CASADOIBAMA ESCALA. |.150.000 Q 2 4 9 Km FONTE:SEMA-CECO/UFRGS-FZB A.FINAL: EDUARDO C. ABREU BANHADO DO TAIM nee FAZ. CAÇAPAVA E Te O) n ” POÇAS FAZ. SANTA MARTA LAGOA MANGUEIRA Fig. 1 - Localização da Estação Ecológica do Taim, Rio Grande do Sul, Brasil, com a indicação dos pontos de coleta. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 89 - 98, 30 set. 1994 TEMNOCEFALOS NEOTROPICALES: TEMNOCEPHALA KINGSLEYAE SP.N. Y T. LUTZI MONTICELLI, 1913 (PLATYHELMINTHES, TEMNOCEPHALIDEA) COMENSALES DE CRUSTACEOS DE BRASIL Maria Cristina Damborenea! ABSTRACT NEOTROPICAL TEMNOCEPHALANS: TEMNOCEPHALA KINGSLEYAE SP. N. AND T. LUTZI MONTICELLI, 1913 (PLATYHELMINTHES, TEMNOCEPHALIDEA) COMMENSALS ON CRUSTACEANS FROM BRAZIL. Two species of Temnocephala Blanchard, 1849 are reported from the external surface of crustaceans from Brazil: Temnocephala lutzi Monticelli, 1913, found on Sylviocarcinus pictus (H. Milne-Edwards, 1853) (Trichodactylidae), previously known from Trichodactylus petropolitanus Göldi, 1886 and Temnocephala kingsleyae sp. n., found on the surface of Kingsleya ytupora Magalhães, 1985. This is the first temnocephalan species found on Pseudothelphusidae from Brazil. KEYWORDS. Temnocephala, Platyhelminthes, commensal, crustaceans, Brazil. INTRODUCCIÓN El género Temnocephala Blanchard, 1849 tiene distribución notogeica y es ectocomensal de crustáceos de las familias Aeglidae, Trichodactylidae, Pseudothelphusidae, Parastacidae y Cambaridae, de quelonios Chelidae y Emydidae, de moluscos de la familia Ampullariidae y de hemípteros Belostomatidae. Son muy frecuentes en América del Sur y Central. Desde México hasta la Argentina se han descrito dieciocho especies, de las cuales nueve fueron halladas en territorio brasilefo y compendiadas por PEREIRA & CUOCOLO (1940; 1941) y PEREZ-GONZALEZ (1949). El objetivo de la presente contribución es dar a conocer una nueva entidad del género y mencionar el hallazgo de Temnocephala lutzi Monticelli, 1913 en Sylviocarcinus pictus (Milne-Edwards, 1853), de la que se conoce solamente una cita posterior a su descripción original (PEREIRA & CUOCOLO, 1941). Se ha tenido la oportunidad de estudiar especímenes provenientes del Estado de Amazonas y del Estado de Amapá, Brasil. 1. Departamento Científico Zoología Invertebrados, Facultad de Ciencias Naturales y Museo. Paseo del Bosque s/nº, 1900 La Plata, Argentina. (Investigador del CONICET). IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (77): 99 - 105, 30 set. 1994 100 DAMBORENEA MATERIAL Y METODOS Se examinaron tres lotes de temnocéfalos, dos fueron hallados sobre la superficie corporal de Sylviocarcinus pictus (Trichodactylidae); el primero con 84 ejemplares provenientes del Rio Negro, Estado de Amazonas, Brasil. De ellos 10 fueron tefidos in toto con carmín clorhídrico y 2 refijados en Bouin, embebidos en parafina, cortados y tefidos con hematoxilina-eosina y con tricrómico de Mallory. El segundo lote proveniente del Rio Amapá Grande, Estado de Amapá, Brasil, cuenta con 3 especímenes, de los cuales 2 fueron tefiidos con carmin clorhídrico y montados in toto. El tercer lote procede de Kingsleya ytupora Magalhães, 1985 (Pseudothelphusidae) del Rio Araguari, Estado de Amapá, cuenta con 32 especímenes de los cuales 15 fueron montados in toto y dos refijados y seccionados. Se siguieron las técnicas sefialadas para el primer lote. Todos los especímenes fueron muertos junto con sus hospedadores, conservados en alcohol y levemente comprimidos entre láminas antes de la coloración. Los dibujos fueron realizados con cámara clara. Las medidas se dan en milímetros y se calculó la media (x) y desvío estándar (DS). El material estudiado pertenece a la colección Sistemática de Invertebrados del Instituto Nacional de Pesquisas de Amazonia, Brasil (INPA) y parte fue depositado en la Colección Helmintológica del Museo de Ciencias Naturales de La Plata, Argentina (MLPA) y en la Coleção Helmintológica, Fundação Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, Brasil, (FIOC). Temnocephala lutzi Monticelli, 1913 (Figs. 1-3) Temnocephala lutzi MONTICELLI, 1913: 7-8, fig. 1; PEREIRA & CUOCOLO, 1941: 117-8, figs. 9-10, 21. Descripciön. De forma oval aplanada. Longitud total (excluyendo los tentäculos) entre 1,63 y 2,34 (X=2,05; DS=0,237; n=12) y ancho máximo entre 1,11 y 1,69 (X=1,34; DS=0,154; n=12). Disco adhesivo (DA, fig. 1) pedunculado, subterminal de 0,31 a 0,50 de diámetro menor (X=0,38; DS=0,062; n=12) y 0,47 a 0,81 de diámetro mayor (X=0,64; DS=0,088; n=12). La boca, ventral, en el tercio anterior, conduce a una faringe (F, fig. 1) doliforme de 0,24 a 0,59 de ancho por 0,26 a 0,61 de largo y ésta a un intestino (I, fig. 1), sacciforme amplio y septado. Existen cuatro testículos, el par anterior (TA, fig. 1), de 0,075 a 0,237 de ancho y 0,101 a 0,290 de largo, es lateral y externo al intestino; el par posterior (TP, figs. 1, 3), de 0,094 a 0,316 de ancho por 0,150 a 0,395 de largo, es más central. Cada testículo anterior está unido al posterior por un corto conducto intertesticular. Canales deferentes (CD, fig. 3) parten de la cara interna de cada testículo posterior. La vesícula seminal (VS, fig. 3) piriforme fue observada sólo en algunos ejemplares. El bulbo prostático (BP, fig. 3) es de 0,05 a 0,12 de ancho por 0,07 a 0,18 de largo. El estilete peniano (figs. 2; E, fig. 3) es cilíndrico con extremidad distal curva en ángulo recto, dilatada levemente y con pequenisimas espinas. Su longitud total es 0,103-0,138 (X=0,124; DS=0,009; n=12); su base proximal 0,034-0,046 (x=0,038; DS=0,003; n=12) y la distal 0,009-0,019 (X=0,014; DS=0,003; n=12). Ovario globoide (O, fig. 3) de 0,48 a 0,11 de diámetro. Útero (U, fig. 3) largo y musculoso. “Vesícula resorbiens” (VR, fig. 3) de 0,094 a 0,177 de ancho por 0,079a 0,117 de largo. Los folículos vitelinos (GV, fig. 1) se distribuyen dorsal y ventralmente al saco intestinal. Discusión. Temnocephala lutzi ha sido hallada unicamente en Brasil asociada a Trichodactylidae. El material aquí estudiado coincide con la redescripción de PEREIRA & CUOCOLO (1941). La longitud total considerando los tentáculos es algo menor, varía IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 99 - 105, 30 set. 1994 Temnocefalos neotropicales... 101 entre 1,89 y 2,74 (X=2,39; DS=0,275; n=12) mientras que en el material examinado por PEREIRA & CUOCOLO (1941) varía entre 2,29 y 2,95 mm. Lo mismo sucede al considerar la longitud total del estilete peniano que, en el material aquí analizado, varía entre 0,10 y 0,14 mientras que PEREIRA & CUOCOLO (1941) le otorgan una longitud de 0,13-0,14 mm. A la fecha se han hallado seis temnocéfalos comensales de Trichodactylidae (PEREIRA & CUOCOLO, 1941; DIONI, 1967): Temnocephala lanei Pereira & Cuocolo, 1941; T. lutzi; T. microdactyla Monticelh, 1913; T. pignalberiae Dioni, 1967; T. santafesina Dioni, 1967; T. travassosfilhoi Pereira & Cuocolo, 1941. Entre ellos T. lutzi tiene como especie más cercana a T. pignalberiae, hallada sobre Sylviocarcinus pictus y Dilocarcinus (D.) pagei Stimpson, 1861. Ambas pertenecen al grupo de los temnocéfalos caracterizado por tener estilete peniano corto (PEREIRA & CUOCOLO, 1941), siendo eldeT.pignalberiae recto, más corto (X=0,08Imm) (DAMBORENEA, 1992), terminado en una pequefia dilatación sin espinas. Las espinas distales del estilete peniano de T. lutzi son evidentes y la pared del bulbo prostático es musculosa, pero sin alcanzar el desarrollo propio de T. pignalberiae. Esta es la primera cita para la especie como comensal de Sylviocarcinus pictus conocida anteriormente sólo para Trichodactylus petropolitanus Göldi, 1886 (PEREIRA & CUOCOLO, 1941). Hospedador y localización. Sylviocarcinus pictus, sobre la superficie corporal. Distribución geográfica. Bairro Pinheiros, São Paulo; Piracicaba ( São Paulo) (PEREIRA & CUOCOLO, 1941) y Rio Negro ( Amazonas) y Rio Amapá Grande (Amapá). Material examinado. Ejemplares provenientes de Sylviocarcinus pictus (Trichodactylidae) colectados en: BRASIL. Amazonas: Rio Negro, Lago do Prato, Arquipélago das Anavilhanas, 12 ejemplares, 13.1V.92, Célio Magalhães col., (INPA y MLPA, 2224); Amapá: Rio Amapá Grande, cachoeira Grande, 2 ejemplares, 26.VIII.92, Célio Magalhães col. (INPA y MILPA, 2225). Temnocephala kingsleyae sp. n. (Figs. 4-6) Descripción. Forma oval, aplanada. Extremo anterior con cinco tentáculos digitiformes. Longitud total (excluyendo los tentáculos) de 1,65 a 1,94(X=1,84; DS=0,086; n=14). Ancho máximo de 0,97 a 2,15 (X=1,33; DS=0,299; n=14). Disco adhesivo pedunculado (DA, fig. 4), subterminal, ventral; diámetro menor de 0,20 y 0,33 (X=0,28; DS=0,036; n=14) y mayor de 0,41 a 0,55 (X=0,49; DS=0,043; n=14). Boca pequefia, ventral, próxima al extremo anterior. Faringe doliforme (F, fig. 4), fuertemente muscular, de 0,33 a 0,41 de ancho y 0,25 a 0,36 de largo conduce a un intestino (I, fig. 4) sacciforme amplio que ocupa la porciön media del cuerpo. Septos musculares dividen al saco intestinal. La región posterior del intestino muestra una invaginaciön amplia donde se ubica la “vesícula resorbiens”. El sistema reproductor es el característico del género con excepción de una “vesícula intermedia” (VI, fig. 6) ubicada en la unión entre la “vesícula resorbiens” y el ootipo (VR, OO, fig. 6). Esta vesícula se halló siempre cargada de espermatozoides. Dos pares de testículos laterales. El anterior (TA, figs. 4,6), lateral al saco digestivo oval y alargado, de 0,09-0,25 por 0,21-0,34; comunica a través de un corto conducto con IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 99 - 105, 30 set. 1994 102 DAMBORENEA el par posterior (TP, figs. 4, 6). Este último, por debajo y más próximo a la línea media que el anterior, es oval, de mayor tamano (0,18-0,27 por 0,26-0,38). Un conducto deferente (CD, fig. 6) de recorrido ascendente parte de la región media e interna del par posterior. Los conductos deferentes de cada lado se ensanchan y se unen a la vesícula seminal (VS, fig. 6). Esta es piriforme, de paredes musculares y desemboca en el bulbo prostático (BP, fig. 6), oval alargado (0,08-0,14 por 0,02-0,29), de paredes también musculares. La vesícula seminal y el bulbo prostático están rodeados por abundante secreción prostática eosinöfila. Pequenos conductos celulares de las células prostáticas atraviesan las paredes del bulbo volcando su secreción al interior. Las células productoras de la secreción son posteriores al complejo genital. Estilete peniano (fig. 5; E, fig. 6), izquierdo, cónico de 0,12-0,18 de longitud total (X=0,160; DS=0,018; n=14). Ancho basal de 0,048 a 0,067 (X=0,058; DS=0,005; n=14) y distal de 0,010 a 0,014 (x=0,012; DS=0,001; n=14). En la región apical se diferencian dos zonas: proximal de crenulaciones y distal levemente dilatada en ampolla con varias hileras de espinas (aproximadamente 12). La longitud de la zona que lleva espinas es de 0,022 a 0,026 (X=0,023; DS=0,002; n=14); el ancho proximal de la ampolla de 0,014 a 0,019 (X=0,017; DS=0,001; n=14) y el diámetro mayor de la ampolla de 0,019 a 0,023 (x=0,021; DS=0,001; n=14). El estilete peniano se abre en el atrio genital comün. Ovario dorsal (O, fig. 6), derecho, posterior al intestino, mide 0,04-0,12 por 0,06- 0,12. Un oviducto corto lo conecta con un pequefio ootipo (OO, fig. 6) que también recoge un conducto vitelínico común. Una “vesícula resorbiens” (VR, fig. 6) semiesférica de 0,10-0,22 por 0,15-0,29 conecta por su cara inferior y lateral a una “vesícula intermedia” (VI, fig. 6), semiesferica (0,05-0,11 por 0,06-0,10) cargada de espermatozoides. Entre ambas vesículas existe una gran diferencia de tamano, la pared de la “vesícula resorbiens” es sincitial, sin musculatura propia, mientras que la de la “vesícula intermedia” es muscular, de mayor desarrollo y constitución semejante a la pared del ootipo. La vesícula intermedia, se une por un estrecho conducto al ootipo. No se observaron receptáculos seminales como expansiones del ootipo. El útero (U, fig. 6) con un fuerte esfinter muscular de 0,048 a 0,094 de diámetro, desciende desde el ootipo al atrio genital * común, triangular, que asciende al poro genital, donde convergen los conductos de las células secretoras cementantes. Glándulas vitelinas ramificadas (GV, fig. 4), de gran desarrollo rodean al saco digestivo. Glándulas tentaculares localizadas a cada lado del intestino. El sistema excretor y nervioso es semejante a lo descripto como característico del género. Diagnosis. T. kingsleyae sp. n. difiere de las otras especies del género por poseer el siguiente conjunto de caracteres: estilete peniano con pequefia dilatación distal, varias hileras de espinas y fuertes crenulaciones. Posee además de la “ vesícula resorbiens” otra “vesícula intermedia” que relaciona a la anterior con el ootipo. Esta es menor y además sus paredes musculosas difieren de la típica constitución histológica observada en la “vesícula resorbiens”. T. kingsleyae es más semejante a T. iheringi Haswell, 1893 y a T. rochensis Ponce de León, 1979, ambas comensales de Pomacea canaliculata (Lamark, 1822). T. kingsleyae tiene estilete peniano semejante al de T. rochensis aunque más corto y recto, con la zona portadora de espinas más desarrollada y espinas más cortas. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 99 - 105, 30 set. 1994 Temnocefalos neotropicales... 103 Discusión. Hasta la fecha se han registrado tres especies de temnocéfalos comensales de Pseudothelphusidae: T. brevicornis Monticelli, 1889 (CABALLERO & CERECERO, 1951) (más frecuente en quelonios); T. mexicana Vayssiere, 1898 (LAMOTHE- ARGUMEDO, 1968) (también encontrada sobre Procambarus digueti (Bouvier, 1897) Cambaridae, Crustacea) y T. costarricensis Lamothe-Argumedo, 1974 (LAMOTHE- ARGUMEDO, 1974). Temnocephala rochensis posee “vesícula resorbiens” doble (PONCE-DE-LEON, 1979): una pequenia ventral, en comunicación con el oviducto a través del receptáculo seminal y con una “vesícula accesoria” de mayores dimensiones. La histología de ambas vesículas es idéntica (PONCE-DE-LEON, 1979). En T. kingsleyae se observan dos vesículas, aunque no se trata de una “vesícula resorbiens” doble. No se visualizaron receptáculos seminales. La “vesícula intermedia” podría cumprir la función de éstos últimos. Hospedador y localizaciön. Kingsleya ytupora Magalhães, 1985, sobre la superficie corporal. Distribución geográfica. Rio Araguarí, Amapá, Brasil. Material examinado. Ejemplares provenientes de K. ytupora (Pseudothelphusidae) colectado en: BRASIL. Amapá: Rio Araguari, pedra do Marcírio, aproximadamente a 4 hs montante de Porto Grande, 17 ejemplares, 22.VIII.92, Célio Magalhães col. (INPA, PLATY-210 (holotipo), PLATY-211 (7 paratipos); MLPA, 2226 (6 paratipos) y FIOC (2 paratipos). Agradecimientos. A los Doctores Célio Magalhães y Georgina Bond por enviarme el material para el estudio, y a la Dra. C. Sutton por la lectura crítica del manuscrito y sus acertados consejos. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS CABALLERO, E. y C. & CERECERO, D.M.C. 1951. Presencia de Temnocephala brevicornis Monticelli, 1889 en crustáceos venezolanos. Rev. Med. Vet. Paras., Caracas, 10 (1-4):111-117. DAMBORENEA, M. C. 1992. Especies de Temnocephala (Platyhelminthes, Temnocephalidea) de crustáceos y moluscos de la Argentina. Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (72):3-21. DIONI, W. 1967. Temnocephalas argentinas. III. T. pignalberiae y T. santafesina novas species de Trichodactylidae del Paraná medio. Acta Zool. Lilloana, San Miguel del Tucumán, 23:349-360. LAMOTHE-ARGUMEDO, R. 1968. Redescripción de Temnocephala mexicana Vayssiere, 1898, ectocomensal de crustáceos mexicanos. An. Inst. Univ. Nal. Autón. México, Ser. Zool., México, 39 (1):1-12. — . 1974. Algunas consideraciones sobre el género Temnocephala, Blanchard, 1849, y descripción de una especie nueva de Costa Rica. An. Inst. Univ. Nal. Autón. México, Ser. Zool., Mexico, 45 (1):31-38. MONTICELLI, F.S. 1913. Brevi communicazioni sulle Temnocefale. Boll. Soc. Nat., ser. 3, Napoli, C. R. des Séances, 26:7-8. MORETTO, H.J.A. & DURQUET, J. 1977. El sistema reproductor en Temnocephala jheringi Haswell, 1893 (Temnocephaloidea), epibionte de Pomacea canaliculata (Scott, 1957) (Mollusca). Physis B, Buenos Aires, 37 (93):75-88. PEREIRA, €C. & CUOCOLO, R. 1940. Contribuição para o conhecimento da morfologia, bionomia e ecologia de “Temnocephala brevicornis Monticelli, 1889”. Arq. Inst. Biol., São Paulo, 11:367-398. — . 1941. Estudos sobre “Temnocephalidae Monticelli, 1899”, com estabelecimento de dois novos gêneros australianos e descrição de duas novas espécies neotrópicas. Arq. Inst. biol., São Paulo, 12:101-127. PEREZ-GONZALES, M. D. 1949. Sobre a digestão e a respiração das Temnocephalas (Temnocephala bresslaui, spec. nov.). Bolm Fac. Fil. Cienc. Letras Univ. São Paulo, Zool., São Paulo, 14:277-324. PONCE-DE-LEON,R. 1979. Especies americanas de Temnocephalidea Benham (Platyhelmintha), I. Descripción de Temnocephala rochensis n. sp. de la cámara paleal de Pomacea canaliculata (Lamark). Rev. Biol. Uruguay, Montevideo, 7 (1):39-48. Recebido em 10.09.1993; aceito em 08.12.1993 IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (77): 99 - 105, 30 set. 1994 104 DAMBORENEA 0,5 mm 0,05 mm \N AN AN N pt IN Figs. 1-3. Temnocephala lutzi Monticelli, 1913. 1, aspecto general en vista dorsal; 2, estilete peniano; 3, detalle del sistema genital. (BP, bulbo prostático; CD, conducto deferente; DA, disco adhesivo; E, estilete peniano; F, faringe: GV, glándulas vitelinas; I, intestino; O, ovario; OO, ootipo; P, poro genital; TA, testículo anterior; TP, testículo posterior; U, útero; VR, “vesícula resorbiens”; VS, vesícula seminal). IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (77): 99 - 105, 30 set. 1994 Temnocefalos neotropicales... 105 u 0,5mm 0,05mm Figs. 4-6. Temnocephala kingsleyae sp. n. 4, aspecto general en vista dorsal; 5, estilete peniano; 6, detalle del sistema genital. (BP, bulbo prostático; CD, conducto deferente; DA, disco adhesivo; DV, ducto vitelino; E, estilete peniano: F, faringe; GV, glándulas vitelinas; I, intestino; O, ovario; OO, ootipo; P, poro genital; TA, testículo anterior; TP, testículo posterior; U, útero; VI, “vesícula intermedia”; VR, “vesícula resorbien”; VS, vesícula seminal). IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 99 - 105, 30 set. 1994 h np | er do aapsRnas A NEW SUPRAGENERIC CLASSIFICATION OF THE SCATOPSIDAE (DIPTERA: PSYCHODOMORPHA)! Dalton de Souza Amorim? ABSTRACT The suprageneric classification of the Scatopsidae is revisited. A new classification for the group is proposed, based on the phylogenetic relationships between the genera of the family. All four recognized subfamilies are maintained. Anapausini trib.n. is proposed for Anapausis Enderlein, 1912 in the Psectrosciarinae. The tribe Colobostematini trib. n. is proposed for the genera Ferneiella Cook, 1985, Cookella Freeman, 1985, Holoplagia Enderlein, 1912, Borneoscatopse Freeman, 1985, Lumpuria Edwards, 1928, and Colobostema Enderlein, 1926, up to now placed in the Scatopsini. The concept of Scatopsini is restricted to the genera Scatopse Geoffroy, 1762, Apiloscatopse Cook, 1974, Reichertella Enderlein, 1912, and Pharsoreichertella Cook, 1974. Generic rank is proposed to Pharsoreichertella Cook, originally considered a subgenus of Reichertella. In the Rhegmoclematini, Diamphidicina subtrib.nov. is erected for Diamphidicus Cook, 1972; Parascatopsina subtrib.n. is erected for Parascatopse Cook, 1955, Rhegmoclemina Enderlein, 1936, Austroclemina Cook, 1972, stat.n., and Neorhegmoclemina Cook, 1955, stat.n. These last two genera were included up to now as subgenera of Rhegmoclemina. The subtribe Rhegmoclematina is restricted to Rhegmoclema Enderlein, 1912, Aldrovandiella Enderlein, 1912, and Parmaferia Cook, 1976. Aldrovandiella is revalidated. The phylogenetic relationships among the subfamilies, tribes, subtribes and genera in the classification are indicated through a sequenciation system. The systematics of the genus Rhexoza Enderlein, 1936 still presents a number of problems affecting the whole tribe Swammerdamellini. Diagnoses are proposed for the new taxa. KEYWORDS. Diptera, Psychodomorpha, Scatopsidae, systematics, classification. INTRODUCTION The Scatopsidae had the family category proposed by NEWMAN (1834), as “Scatopsites”. The genera now maintained in Synneuridae (= Canthyloscelidae; =Corynoscelidae; =Hyperoscelidae; Hyperoscelididae) were placed in Scatopsidae until ENDERLEIN (1936) propose their inclusion in the subfamilies Synneurinae and Corynoscelinae of his family Corynoscelidae, earlier (ENDERLEIN, 1912) considered a subfamily of Scatopsidae, Corynoscelinae. At the end of the 40's, the classification of the Scatopsidae included the subfamilies Aspistinae, erected by RONDANI (1840) for Aspistes, and Scatopsinae itself. More recently, Prof. Edwin F. Cook published a long list of papers revising the systematics of the family, describing species of all biogeographical regions, revising types and studying in considerable detail the morphology of the male and female terminalia of the group. COOK (1963) proposed a suprageneric classification for the 1. Partially produced under FAPESP grant 93/0954-9 2. Depto. de Biologia, FFCLRP, Universidade de São Paulo, Av. Bandeirantes 3900, 14040-901 Ribeirão Preto, SP, Brasil. Researcher of the CNPq. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (77): 107 - 112, 30 set. 1994 108 AMORIM group based on his previous studies of the family. He maintained the family-rank for “Hyperoscelidae” (COOK, 1963) and accepted Rondani's subfamily Aspistinae, adding to the Scatopsidae the subfamilies Psectrosciarinae and Ectaetiinae. In the subfamily Scatopsinae, COOK (1963) proposed the tribes Rhegmoclematini and Swammerdamellini. His classification for the family was maintained since then, except for minor changes on the placement of some genera (see COOK, 1981). COOK (1963) based his classification on an extensive morphological knowledge of the group, but there was no hypothesis for the phylogenetic relationships among the genera of the Scatopsidae. In my Master's unpublished thesis (AMORIM, 1982b) I made a phylogenetic analysis of the Scatopsidae of the world, which resulted in a cladogram for the genera of the family based on 412 characters of head, thorax, wing, legs, abdomen, and male terminalia. The need of the new names on papers including systematic problems in the family (Sabrosky, in litt.; Haenni & Vaillant, in litt.) encouraged me to publish the classification in a paper apart, before the whole revison of the group, with about 200 figures of the adult morphology, in addition to an analysis of the female terminalia, is ready to be published. A new suprageneric, phylogenetic classification for the Scatopsidae has been proposed, which differs from that of COOK (1963) on some aspects. A new tribe is proposed for the Scatopsinae, with the restriction of the concept of the Scatopsini, and subtribes are added for the Rhegmoclematini. In the Psectrosciarinae, the genera are placed in separate tribes, one of them erected herein. The knowledge about the phylogenetic interrelationships among the subfamilies, tribes and genera, not present in the earlier classifications, is expressed in the classification below. Generic status is proposed to Pharsoreichertella, established by COOK (1974) as a subgenus of Reichertella. The systematics of the Swammerdamellini presents a number of difficulties, especially concerning the large genus Rhexoza. COOK (1975, 1978) partially solved this problem stating that Coboldia actually belongs to the Swammerdamellini (COOK, 1975) and creating new genera - Quateiella and Akorhexoza - for species that were earlier placed in Rhexoza. The genera Pararhexosa and Abrhexosa were proposed by FREEMAN (1985) for species previously assigned to Rhexoza. In fact, even after the erection of these new genera, the species included in Rhexoza compose a non-monophyletic assemblage inside the Swammerdamellini. A complete resolution of the systematics of the Swammerdamellini can be solved only with the erection of new genera in the tribe, the redefinition of some genera and the reassessment of the species. The genus Rhexoza 1s indicated as a merophyletic arrangement (“Rhexoza”) and for the time being the relationships among the genera in the Swammerdamellini is not proposed. The genus Aldrovandiella Enderlein, considered a junior synonym of Rhegmoclema Enderlein by COOK (1955), is herein revalidated. Phylogenetic classification of the Scatopsidae The following plylogenetic classification uses the sequencing convention of NELSON (1972), the incertae sedis convention of WILEY (1979) for taxa of doubtful position in the phylogeny, the square bracket convention of CHRISTOFFERSEN (1988) for redundant nominal taxa, and the group+ artifact of AMORIM (1982a) proposed for unnamed inclusive taxa in sequenced classifications. The definition of the new taxa IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 107 - 112, 30 set. 1994 A new suprageneric classification of Scatopsidae... proposed is given below. Scatopsidae Newman, 1834 Aspistinae Rondani, 1840 Aspistes Meigen, 1818 Arthria Kirby, 1837 Ectaetiinae Enderlein, 1936 Ectaetia Enderlein, 1912 Psectrosciarinae Cook, 1963 Anapausini, trib. n. [Anapausis Enderlein, 1912] Psectrosciarini Cook, 1963 [Psectrosciara Kieffer, 1911] Scatopsinae Newman, 1834 Rhegmoclematini Cook, 1955 Diamphidicina, subtrib.n. [Diamphidicus Cook, 1971] Rhegmoclematina Cook, 1955 Parmaferia Cook, 1976 Aldrovandiella Enderlein, 1912, revalid. Rhegmoclema Enderlein, 1912 Parascatopsina, subtrib. n. Parascatopse Cook, 1955 Rhegmoclemina Enderlein, 1936 Austroclemina Cook, 1971, stat. n. Neorhegmoclemina Cook, 1955, stat. n. Scatopsini Newman, 1834 Scatopsini, incertae sedis, Scatopse brevipalpis Cook, 1956 Scatopse Geoffroy, 1762 Apiloscatopse Cook, 1974 Reichertella Enderlein, 1912 Pharsoreichertella Cook, 1974, stat. n. Colobostematini, trib.n. Ferneiella Cook in Freeman, 1985 Holoplagia Enderlein, 1912 Cookella Freeman, 1985 Borneoscatopse Freeman, 1990 Colobostema Enderlein, 1926 Lumpuria Edwards, 1928 Swammerdamellini Cook, 1972 Pararhexosa Freeman, 1990, sedis mutabilis Swammerdamella Enderlein, 1912, sedis mutabilis Coboldia Melander, 1916, sedis mutabilis “Rhexoza” Enderlein, 1936, sedis mutabilis Hawomersleya Cook, 1971, sedis mutabilis Akorhexoza Cook, 1978, sedis mutabilis Quateiella Cook, 1975, sedis mutabilis Abrhexosa Freeman, 1990, sedis mutabilis 109 IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (77): 107 - 112, 30 set. 1994 110 AMORIM Psectrosciarinae Cook, 1963 Anapausini, trib.n. The genus Anapausis is the only member of the tribe at this time. This is a rather large genus, including species with different morphology that could eventually be divided into formal groups. Differently from the Psectrosciarini, the dorsal half of the epimeron Lis short. The male sternite 6 in the ground-plan of the genus has a deep incision almost dividing the sclerite into a pair of plates, a rather odd shape for sternite 6. The females present two rather striking features on the terminalia: the spiracles of 8 (lost in many members of the family) are near each other mesally on the tergite and the sternum 9 produces internally a pair of rounded, distinctive lobes. The male terminalia presents a number of very striking modifications. The tergum 8 is distinctly developed and sclerotized, fused to the tergite 9 and projected latero-posteriorly to the anus and the aedeagus has in virtually all species a “pseudopenis” projecting ventrally. Scatopsinae Newman, 1834 Rhegmoclematini Cook, 1955 Diamphidicina, subtrib.n. This subtribe includes a single genus, Diamphidicina, with two known species, D. australis Cook, 1971 and D. chilensis Amorim, 1989. The genus is very different from the remaining Rhegmoclematini species. The diagnostic features of the tribe are the presence of a short, typically shaped fork of M, the presence of a yellowish scutellum, setulae irregularly arranged on flagellomeres, no setae on posterior wing veins nor on wing membrane, and the absence of setae on the posterior half of the epimeron II. In D. australis, the females have the anal opening displaced anteriorly to the mid of the sintergal 8+9 plate and the cercus-like plates of tergum 10 fused to the sintergal 8+9 plate. The gonocoxites are ventrally fused to the sternum 9, which is well produced in both known species. | Parascatopsina, subtrib.n. Generic rank is herein given to Neorhegmoclemina and Austroclemina, included by COOK (1971) as subgenera ofRhegmoclemina. These three genera sum with Parascatopse to compose this new subtribe. The species of the group are usually smaller than those of Rhegmoclematina, particularly those of Parascatopse, which are minute. The diagnosis of the subtribe includes the following features: no setae on posterior wing membrane nor on veins M, M, M, M,., and CuA , extensive coverture of microtrichia on pleural thoracic sclerites, a group of setae on the post-pronotal area, the second and third coxae present vertical incision on its dorsal margin due to a weaker sclerotization. In the Rhegmoclematina are kept the genera Rhegmoclema, Aldrovandiella, and Parmaferia. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 107 - 112, 30 set. 1994 A new suprageneric classification of Scatopsidae... A Colobostematini, trib. n. The genera in this tribe were previously included in the Scatopsini (see COOK, 1974). It includes the genera Ferneiella, Holoplagia, Colobostema, as well as Lumpuria Edwards (= Villoscatopse Cook), and the genera proposed by FREEMAN (1985, 1990), Cookella and Borneoscatopse. These groups are rather poorly represented in the Neotropical region and Ihave not been able to examine specimens of Lumpuria and of Borneoscatopse. The diagnosis proposed here may be subject to revision. Particularly, the position of Borneoscatopse must be considered provisional. Most species have the thorax rather short, about as long as wide and show the wing rather densely microtrichiose. The antepronotum and the scutum are rather densely covered with microtrichia in all genera except Ferneiella. Acknowledgments. I am deeply indebted to Dr. Curtis Sabrosky, who made important corrections on the text, especially on dates and correct spellings of the latinized forms of the new names. Jean-Paul Haenni made some useful comments on this manuscript and on that on the phylogeny of the Scatopsidae that influenced this paper. REFERENCES AMORIM, D. S. 1982a. Classificação por segiienciação: Uma proposta para a denominação dos ramos retardados. Revta bras. Zool., São Paulo, 1 (1): 1-9. — .1982b. Sistemática Filogenética dos Scatopsidae (Diptera: Oligoneura: Bibionomorpha). São Paulo, Tese de Mestrado, Universidade de São Paulo [unpublished]. CHRISTOFFERSEN, M.L. 1988. Genealogy and phylogenetic classification of the world Crangonidae (Crustacea, Caridea), with a new species and new records for the southwestern Atlantic. Revta nord. Biol., João Pessoa, 6 (1): 43-59. COOK, E.F. 1955. A contribution toward a monograph of family Scatopsidae (Diptera). 1. A revision of the genus Rhegmoclema Enderlein (=Aldrovandiella Enderlein) with particular reference to the North American species. Ann. ent. Soc. Am., Lanham, 48: 240-251. . 1963. Family Scatopsidae. In: Connecticut State Geological and Natural History Survey. Guide to the insects of Connecticut, pt. 6. The Diptera or true flies, fasc. 8. Bull. Geol. Surv., Connect. 93: 1-37. — . 1971. The Australian Scatopsidae (Diptera). Austr. J. Zool., Suppl., East Melbourne, 8: 1-90. — — . 1974. A synopsis of the Scatopsidae of the Palaearctic. 3. The Scatopsini. J. nat. Hist., London, 8 (1): 61-100. . 1975. A reconsideration of the Nearctic Rhexoza (Diptera: Scatopsidae). Pan-Pacific Ent., San Francisco, 51: 62-75. . 1978. A new genus and five new species of Scatopsidae from California, Mexico, El Salvador and Peru. Pan-Pacific Ent., San Francisco, 54: 31-37. ——. 1981. 20. Scatopsidae, pp. 313-319. In: McALPINE, J.E. et alii (coords.). Manual of Nearctic Diptera. Vol. 1. Ottawa, Research Branch, Agriculture Canada Monograph 27. ENDERLEIN, G. 1912. Zur Kenntnis der Zygophthalmen. Über die Gruppierung der Sciariden und Scatopsiden. Zool. Anz., Jena, 40: 261-282. ——. 1926. Zur Kenntnis der Scatopsiden. Zool. Anz., Jena, 68: 137-142. ——. 1936. Diptera (Zweiflügler). In: Tierwelt Mitteleuropas 6: Insekten, Berlin, 3: 1-259. FREEMAN, P. 1985. Scatopsidae. In: FREEMAN, P & R.P. LANE, Bibionid and scatopsid flies - Diptera Bibionidae and Scatopsidae. Handbk. Ident. Br. Insects, 9 (7). London, Royal Entomological Society of London, p. 20-48, 54-74. . 1990. Redescription of seven Oriental species of Scatopsidae (Diptera) described by F.W. Edwards in the genus Scatopse. Entomol. monthl. Mag., London, 126: 9-19. NELSON, G. 1972. Phylogenetic relationship and classification. Syst. Zool., Lawrence, 21 (2): 227-231. NEWMAN, E. 1834. Attempted division of the British Insects into natural Orders. Entom. Magaz. London, IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 107 - 112, 30 set. 1994 112 AMORIM 2: 379-441. RONDANI, C. 1840. Sopra alcuni nuovi generi di insetti ditteri per servire alla Dipterologia Italiana. Parma, Donati. WILEY, E.O. 1979. An annotated Linnean hierarchy, with comments on natural taxa and competing systems. Syst. Zool., Lawrence, 28 (2): 308-337. Recebido em 13.09.1993; aceito em 05.11.1993 IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (77): 107 - 112, 30 set. 1994 MORFOLOGIA DE GUNDLACHIA OBLIQUA (BRODERIP & SOWERBY, 1832) (MOLLUSCA, GASTROPODA, ANCYLIDAE)! Fernanda Pires Ohlweiler ? Rosane Maria Lanzer > ABSTRACT MORPHOLOGY OF GUNDLACHIA OBLIQUA (BRODERIP & SOWERBY, 1832) (MOLLUSCA, GASTROPODA, ANCYLIDAE). A study on the morphology of Gundlachia obliqua (Broderip & Sowerby, 1832) from specimens collected in Quaraí, State of Rio Grande do Sul, Brazil and in Chile is presented. A histological study of the reproductive system is reported. The anterior adductor muscles, the seminal vesicle and the copulatory organ are considered diagnostic of G. obliqua. KEYWORDS. Morphology, Gundlachia obliqua, Ancylidae, Gastropoda. INTRODUÇÃO Na América do Sul os Ancylidae estão representados pelos gêneros Gundlachia Pfeiffer, 1849, Ferrissia Walker, 1903, Laevapex Walker, 1903 e Burnupia Walker, 1912 (PILSBRY, 1924; KLEEREKOPER, 1955; HUBENDICK, 1964, 1967; LANZER, 1989, 1991; SANTOS, 1989) Os característicos apontados por HUBENDICK (1964) para diferenciar o gênero Gundlachia dos demais gêneros da família Ancylidae são as pseudobrânquias, o sistema reno-pericardial e o órgão copulador com longo flagelo glandular, destituído de pênis e ultra-pênis. Os gêneros Poeyia Bourguignat, 1852, Hebetancylus Pilsbry, 1913, Uncancylus Pilsbry, 1913, e Anisancylus Pilsbry, 1924 são considerados, por HUBENDICK (1964), sinônimos de Gundlachia. Gundlachia obliqua (Broderip & Sowerby, 1832) tem como localidade-tipo rios do 1. Parte da dissertação de Mestrado, do autor sênior em Zoologia, Pós-graduação em Biociências, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil. 2. Museu de Ciências Naturais, Fundação Zoobotância do Rio Grande do Sul, C.P. 1188,90001-970, Porto Alegre, RS, Brasil. Bolsista da FAPERGS (Proc. nº 93/60123-9). 3. Institut für Gewasserokologie Und Plannung, Keltenweg 39, 66125, Saarbrucken, Alemanha. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (77): 113 - 127, 30 set. 1994 114 OHLWEILER & LANZER Chile. A diagnose, fornecida por BRODERIP & SOWERBY (1832), consta apenas de uma precária descrição da concha. ORBIGNY (1835), CLESSIN (1882), BIESE (1948), FIGUEIRAS (1964), FERNANDEZ (1981) e LANZER (1989) caracterizam G. obliqua com relação à morfologia da concha. Além da descrição da concha, ORBIGNY (1837), GAY (1844) e HUBENDICK (1967) apresentam apenas algumas características da morfologia externa do animal. O presente trabalho objetiva um estudo da morfologia externa e interna das partes moles de G. obliqua, especialmente do sistema reprodutor, através de cortes histológicos, a fim de ampliar seus caracteres diagnósticos. MATERIAL E MÉTODOS Foram examinados 512 espécimens de G. obliqua, incluídos na coleção malacolögica do Museu de Ciências Naturais, Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (MCN) procedentes de: BRASIL. Rio Grande do Sul: Quaraí. (Arroio do Chapéu, Coxilha São Rafael, Cerro do Chapéu, Estância São Roberto) 29-30. VI.90 (MCN 32869); 24-27.V.91 (MCN 32873); CHILE. Concepción: rio Itata, 20.XI.90 (MCN 32870); Quilhota: Estero San Pedro, 20.X1.90 (MCN 32871); Estero San Isidro, 20.XI.90 (MCN 32874); Santiago: rio Clarillo, 23.11.91 (MCN 32872). Os espécimens foram anestesiados com Thinembutal e fixados em formol 10%. No estudo do sistema excretor e parte do sistema circulatório, clarificou-se o manto, passando sobre o mesmo uma mecha de algodão embebido em hipoclorito de sódio diluído em água destilada (1:1). Os corantes utilizados foram o azul de | metileno para o sistema nervoso e a alizarina vermelha para os demais sistemas. Foram realizados cortes histológicos longitudinais e transversais do sistema reprodutor, de 10 um de espessura, em micrötomo Reichert- Jung modelo 1130-biocut e corados com hematoxilina de Harris e eosina. Os desenhos foram efetuados sob estereomicroscópio Wild M5, equipado com câmara lúcida. Os cortes histológicos foram analisados ao microscópio Wild Leitz. As fotomicrografias foram obtidas ao microscópio Zeiss-Axioplan. RESULTADOS E DISCUSSÃO Morfologia externa. O corpo acompanha o formato da concha. Encontra-se recoberto pelo manto, exceto parte dos tentáculos, cabeça e pé. Pigmentação do manto homogênea, do marrom ao preto (fig. 1), assemelha-se à de G. crequi (Bavay, 1904) referida por LANZER (1990). Este padrão de pigmentação difere daquele de G. moricandi (Orbigny, 1837), G. concentrica (Orbigny, 1835), G. radiata (Guilding, 1828) e G. ticaga (Marcus & Marcus, 1962) (MARCUS & MARCUS, 1962; HUBENDICK, 1964, 1967; HARRISON, 1983; LANZER & VEITENHEIMER-MENDES, 1985; LANZER, 1989). Há uma banda livre de pigmentos em torno da borda do manto de G. obliqua (fig. 1), denominada de moldura por ORBIGNY (1837) e GAY (1844). Esta banda é também mencionada para G. concentricae G. crequi (LANZER & VEITENHEIMER-MENDES, 1985; LANZER, 1990). A face dorsal do pé e da cabeça e os dois tentáculos apresentam uma pigmentação constituída de pequenos pontos escuros (figs. 1,2). As áreas dos músculos adutores da concha-anterior esquerdo, anterior direito e o posterior esquerdo- são observadas na superfície dorsal do manto, podendo apresentar ou não pontuações escuras (figs. 1,5). Os dois músculos anteriores apresentam as áreas musculares alongadas, distingüindo-se das de G. moricandi (HUBENDICK, 1964; LANZER, 1989) e de G. ticaga (MARCUS & MARCUS, 1962: 253, fig. 19), que são arredondadas. O músculo posterior esquerdo possui a área muscular com forma alongada ou arredondada. Em G. obliqua, frequentemente, existe um epitélio adesivo triangular entre os músculos adutores IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (77): 113 - 127, 30 set. 1994 Morfologia de Gundlachia obliqua... 115 anteriores (figs. 1,5). Este epitélio é constatado também em G. crequi, Ferrissia gentilis Lanzer, 1991 e em algumas espécies de Burnupia e Laevapex (BURCH, 1962, LANZER, 1990, 1991). A cabeça contém a boca ventralmente. Os dois tentáculos, localizados um a cada lado da região ântero-dorsal da cabeça, são longos, cilíndricos e com a extremidade arredondada (figs. 1,2). Na base de cada tentáculo há um pequeno olho séssil (figs. 1,2). Na base dorsal dos tentáculos observa-se uma pequena protuberância denominada lóbulo tentacular (fig. 2). O pé (fig. 2) situa-se ventralmente à massa visceral. A parte anterior do pé é larga estreitando-se em direção à extremidade posterior. No lado esquerdo do corpo, há cinco aberturas: palial, anal, excretora, feminina e masculina. Na cavidade palial encontram-se as duas pseudobrânquias, o poro excretor e a papila anal. O poro genital feminino (fig. 2) situa-se sob a extremidade anterior das pseudobrânquias. O poro genital masculino (fig. 2) localiza-se junto à base do tentáculo esquerdo, próximo ao lóbulo tentacular. O osfrádio (fig. 2), uma pequena depressão esférica, situa-se na face ventral do manto, próximo ao músculo adutor anterior esquerdo e à região distal do rim. Sistema digestivo. Boca ântero-ventral, em forma de fenda vertical, delimitada anteriormente pela mandíbula, e lateralmente, por um “lábio”; segue a cavidade bucal, que contém a rádula e a mandíbula. Glândulas salivares (fig. 3) longas, prendem-se à região dorsal do bulbo bucal, uma de cada lado do esôfago, não passando pelo interior do anel nervoso central; fusionadas na extremidade posterior, assemelham-se às de G. concentrica, G. crequi, G. radiata e G. ticaga, bem como às de Laevapex fuscus (Adams, 1841) e de algumas espécies de Ferrissia (BASCH, 1959; MARCUS & MARCUS, 1962; JUBENDICK, 1955, 1964; HARRY & HUBENDICK, 1964; BROWN, 1967; LANZER, 1991). Diferem de F. tarda (Say, 1830) que não possui as glândulas salivares fusionadas (HOFF, 1940). O saco radular (fig. 3) situa-se na região posterior do bulbo bucal. N cavidade bucal continua o esôfago, que atravessa o anel nervoso, constituindo-se de um tubo delgado, com uma dilatação na região posterior denominada papo, do qual segue o estômago, muscular e de coloração rosada, que é dividido nas regiões anterior e posterior (figs. 3,4). Entre estas regiões há uma área de tecido muscular bem desenvolvida, que constitui a moela (figs. 3,4). O estômago contém em seu interior pequenos grãos de areia. Glândula digestiva (fig. 4) volumosa, envolve a alça intestinal, formada por vários ácinos. Ocupa grande parte da massa visceral e está distribuída no lado direito do corpo, no sentido ântero-posterior. O ceco, pequeno divertículo do vestíbulo da glândula digestiva, e o ducto da glândula digestiva podem desembocar tanto na extremidade posterior do estômago como entre a região posterior e a moela (fig. 4). G. obliqua apresenta um ducto da glândula digestiva e um ceco, assim como G. concentrica, G. moricandi, G. radiata, G. ticaga, B. ingae Lanzer, 1991 e algumas espécies de Laevapex e Ferrissia (HOFF, 1940; BASCH, 1959; MARCUS & MARCUS, 1962; HARRY & HUBENDICK, 1964, HUBENDICK, 1964; BROWN, 1967; SANTOS, 1989; LANZER, 1991). Difere de F. gentilis que possui dois ductos da glândula digestiva (LANZER, 1991). Intestino em forma de longo tubo, forma uma alça em torno da região posterior do estômago e moela (fig. 3). O reto acompanha a base das pseudobrânquias, abrindo-se através da papila anal, na extremidade anterior da pseudobrânquia dorsal (figs. 2,3). Sistema Muscular. Constituído, principalmente, pelos três músculos adutores da concha: dois anteriores, esquerdo e direito, e um posterior esquerdo (figs. 1,5). O músculo anterior esquerdo estende-se transversalmente na região anterior do corpo, e o músculo IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 113 - 127, 30 set. 1994 116 OHLWEILER & LANZER anterior direito alonga-se, normalmente, até a região látero-mediana do corpo. Difere de G. concentrica e G. crequi, nas quais o músculo anterior direito estende-se transversal- mente apenas na região anterior do corpo (LANZER & VEITENHEIMER-MENDES, 1985; LANZER, 1990). Em G. radiata o músculo anterior direito apresenta a forma de um “V” invertido (HARRISON, 1983). O músculo posterior esquerdo, cuja área muscular pode ser alongada ou arredondada, não mostra diferença em relação as outras espécies conhecidas de Gundlachia. Os músculos adutores são formados por fibras musculares paralelas, que correm no sentido longitudinal, do teto do manto à face interna do pé (fig. 5). Da base dos músculos anteriores partem dois feixes de fibras musculares que se ligam à região ântero-ventral do bulbo bucal. Pé formado por massa muscular, separada da cabeça por um sulco transversal. O órgão copulador apresenta os músculos protrator e retrator (fig. 14). Sistema Excretor. Rim em serpentina, no lado esquerdo do corpo, na face ventral do manto, entre o músculo anterior e o posterior (fig. 6); região proximal (figs. 6,7) dilatada e ligada à cavidade pericárdica através do poro reno-pericardial; região distal (fig. 6) delgada, abre-se posteriormente à região proximal através do poro excretor, junto à face ventral do manto; curvado em sua base, o que dá ao órgão um aspecto subtriangular. O sistema excretor de G. obliqua difere daquele apresentado por F. burnupi (Walker, 1912), F. gentilis e F. tarda, nas quais a base do rim é reta (HOFF, 1940: 228, fig. 3; BROWN, 1967: 160, Fig. 8; LANZER, 1991: 708, fig.6). Sistema Circulatório. O coração (fig. 7) ocupa posição dorsal, na cavidade pericárdica logo atrás do músculo anterior esquerdo. A cavidade pericárdica liga-se à porção anterior da região proximal do rim através do poro reno-pericardial (fig. 7). A aurícula localiza- se abaixo do ventrículo, comunicando-se com este através da válvula aurículo-ventricular (figs. 7,8). Posteriormente, o ventrículo continua por uma pequena aorta (fig. 8), que passa sobre a região da alça intestinal. A aorta divide-se em uma artéria cefálica e uma artéria visceral. A artéria cefálica (fig. 8) passa entre o estômago e a alça intestinal, sofrendo duas ramificações, que seguem em direção à região anterior do animal. A artéria visceral (fig. 8) passa sobre o estômago e divide-se em dois ramos, um seguindo para o lado direito e o outro em direção à região posterior do animal. A Membrana de André é uma extensão da região posterior da cavidade pericárdica e do assoalho da cavidade palial, fixando-se na base do músculo anterior direito. Trata-se de uma estrutura estreita, delgada e localizada transversalmente na região anterior da cavidade do corpo, passando sobre os órgãos do sistema reprodutor. Esta membrana está presente também em G. radiata, G. ticaga, L. fuscus, F. burnupi e F. tarda (HOFF, 1940; BASCH, 1959; MARCUS & MARCUS, 1962; HARRY & HUBENDICK, 1964; BROWN, 1967). No sistema circulatório não são encontradas diferenças entre as espécies da família, das quais se conhece a morfologia interna. Sistema nervoso. Concentra-se na região-posterior do bulbo bucal, sendo formado por nove gânglios (fig. 9): dois bucais (gb), dois cerebrais (gc), dois parietais (gpd, gpe), dois pediosos (gp) e um visceral (gv). Os gânglios cerebrais, pediosos e o parietal esquerdo formam um anel ao redor do esôfago. Gânglios bucais (fig. 9, gb), triangulares, localizados na região dorsal do bulbo bucal, um de cada lado do esôfago, unidos entre si por longa e delgada comissura, que passa por baixo do esôfago. Na comissura bucal (cb), próximo a cada gânglio bucal, observa-se um pequeno nervo (ner), que se liga à região IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (77): 113 - 127, 30 set. 1994 Morfologia de Gundlachia obliqua... 117 dorsal do bulbo bucal, o qual é constatado também em L. fuscus por BASCH (1959). Anteriormente a cada gânglio bucal, parte o nervo salivar (ns), que se liga à face ventral de cada glândula salivar. Internamente ao nervo salivar encontra-se o nervo esofagial (ne) que se une lateralmente ao esôfago. Daregiäo látero-posterior de cada gänglio bucal, parte o nervo buco-lateral (nbl) e o conectivo buco-cerebral (cbc). Os nervos buco-laterais seguem em direção anterior, até a região oral. Os conectivos buco-cerebrais, longos e delgados, ligam os gânglios bucais aos gânglios cerebrais. Os gânglios cerebrais (fig. 9, gc), localizados próximos à região posterior do bulbo bucal e dispostos um a cada lado do esôfago, estão interligados por uma espessa comissura, que passa sobre o esôfago. Na região dorso-lateral dos gânglios cerebrais, observa-se o nervo tentacular (nt), que inerva os tentáculos e o nervo óptico (no), que atua sobre os olhos. Estes dois nervos apresentam uma base comum junto ao gânglio cerebral, separando-se logo em seguida. Na face ventro-lateral dos gânglios cerebrais, observa-se uma dilatação, da qual partem os nervos cefálico externo (nce) e cefálico interno (nci). Estes nervos terminam na região frontal do bulbo bucal. Os gânglios cerebrais ligam-se aos gânglios pediosos e aos parietais através de quatro curtos conectivos (co). Há dois longos e delgados conectivos (cbc) que conectam os gânglios cerebrais aos bucais. Os gânglios pós-tentaculares, presentes em G. ticaga, não foram observados em G. obliqua. O gânglio visceral (fig. 9, gv), localizado a esquerda do esôfago, entre os gânglios parietais esquerdo e direito, é ímpar, ovalado, podendo ser um pouco alongado; da região lateral esquerda parte o nervo ventro-palial (nvp), que passa pela base do músculo anterior esquerdo, seguindo a parede lateral esquerda do manto em direção à região posterior, e o nervo genital (ng), que se liga ao sistema reprodutor, próximo à vagina. O gänglio visceral une-se aos parietais através de dois conectivos. Conectivo (co) que liga o gânglio visceral ao gânglio parietal direito apresenta-se espesso, passando sob o esôfago. Gânglio parietal esquerdo (fig. 9, gpe), arredondado, localiza-se à esquerda do esôfago, entre o gânglio cerebral esquerdo e o gânglio visceral; da região lateral parte o nervo palial esquerdo (np), que se insere na região do músculo anterior esquerdo. O gânglio parietal esquerdo une-se aos gânglios cerebral esquerdo, pedioso esquerdo e visceral, através de três curtos conectivos (co). Gânglio parietal direito (fig. 9, gpd), alongado, localiza-se no lado direito do esôfago, entre o gânglio cerebral direito e o visceral; da região lateral parte o nervo palial anterior direito (npa), que inerva o músculo anterior direito, e o nervo palial posterior direito (npd), que passa próximo à base do músculo anterior direito, em direção posterior do corpo. O gânglio parietal direito une-se aos gânglios visceral, cerebral direito e pedioso direito, através de três conectivos (co). Os dois gânglios pleurais e o visceral acessório, citados por MARCUS & MARCUS (1962) para G. ticaga não são encontrados em G. obliqua. O gânglio visceral desta última espécie corresponde ao gânglio abdominal de G. ticaga. Em G. crequi, segundo HUBENDICK (1955), há dois gânglios pleurais, sendo o esquerdo dividido por um sulco, que indica uma possível fusão deste com o gânglio visceral esquerdo. Em G. obliqua ao invés dos gânglios pleurais, observa-se a presença do gânglio parietal esquerdo e do gânglio visceral. Os gânglios pediosos (fig. 9, gp), localizados sob o esôfago, estão unidos por uma curta comissura. Entre os gânglios pediosos existe um espesso e curto nervo que se liga à porção posterior do bulbo bucal. Os estatocistos (e) encontram-se na superfície ântero-ventral dos gânglios pediosos, diferindo de F. tarda, L. fuscus e G. ticaga que apresentam os mesmos localizados na face dorsal dos gânglios pedioso (HOFF, 1940; BASCH, 1959; MARCUS & MARCUS, 1962). BROWN (1967) IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 113 - 127, 30 set. 1994 118 OHLWEILER & LANZER observa os estatocistos de F. burnupi na superfície lätero-mediana dos gânglios pediosos. Em G.obligua, próximo a cada estatocisto, observa-se o nervo pedioso superior (nps), que inerva o pé na região anterior. Da região lateral de cada gânglio pedioso saem os nervos pedioso anterior (na) e pedioso posterior externo (npe), que se direcionam para a base dos músculos anteriores. Na região póstero-mediana dos gânglios pediosos, encontra-se o nervo pedioso posterior interno (npi), que se dirige para a região posterior do pé. Os gânglios pediosos ligam-se aos parietais e cerebrais através de quatro curtos concectivos (co). Sistema respiratório. Cavidade palial reduzida, triangular, localizada no lado esquerdo, entre o manto e a parede do corpo, estendendo-se entre os músculos anterior e posterior; segue para a direita, a partir da borda do manto, indo em direção ao interior do corpo, fazendo limite com o pericárdio. G. obligua possui duas pseudobrânquias, uma dorsal e outra ventral (fig. 2), o que é comum a G. ticaga, G. radiata, G. moricandi e G. concentrica (MARCUS & MARCUS, 1962, HARRY & HUBENDICK, 1964; HUBENDICK, 1964, HARRISON, 1983; LANZER & VEITENHEIMER-MENDES, 1985). Pseudobrânquias, triangulares, suspensas na parede do corpo, com uma base comum, junto da qual corre o reto que se abre na extremidade anterior da pseudobrânquia dorsal, através da papila anal; podem apresentar-se pigmentadas e são irregularmente pregueadas; a dorsal é menor com uma a duas pregas e a ventral, três a quatro pregas. Sistema reprodutor. Ovotestis (fig. 11), glândula semi-esférica, localizadana região posterior da massa visceral, encoberta pela glândula digestiva, constitui-se de 20 a 21 lóbulos, que desembocam em um átrio situado na face ventral do ovotestis. As células germinativas femininas encontram-se na região apical do ovotestis, enquanto que as células germinativas masculinas situam-se sob as femininas (fig. 15). O ducto hermafrodita (figs. 10,11) é um tubo delgado, apresentando em sua região mediana a vesícula seminal. Parte do átrio, terminando na região do “carrefour”. O ducto hermafrodita (fig. 16) é constituído por epitélio simples cilíndrico, com células ciliadas. É revestido externamente por tecido muscular, sendo que as células epiteliais descansam sobre uma delgada camada de tecido conjuntivo. A vesícula seminal (figs. 10, 11, 18), ocupa uma área relativamente grande ao longo da região mediana do ducto hermafrodita, sendo constituída de divertículos. Apresenta epitélio de revestimento com uma membrana constituída de tecido conjuntivo. Observaram-se massas de espermatozóides no interior da vesícula seminal. Em G. ticaga a vesícula seminal constitui-se de um enrolamento do ducto hermafrodita (MARCUS & MARCUS, 1962). HUBENDICK (1964) menciona ser a vesícula seminal de G. moricandi formada por arredondadas bolsas do ducto hermafrodita. Observa-se que a vesícula seminal de G. moricandi (HUBENDICK, 1964: 35, fig. 212) difere de G. obliqua por concentrar-se em uma restrita área do ducto hermafrodita. A vesícula seminal de G. radiata, descrita por HUBENDICK (1964: 31, fig. 104), assemelha-se à de G. obliqua, mas parece ser bem mais volumosa do que a da espécie em estudo. O “carrefour” é aregião onde desemboca o ducto hermafrodita, dando-se a separação deste no oviducto e espermioducto (fig. 10). A bolsa de fertilização (fig. 10) é uma estrutura pequena e esférica, que se encontra associada ao “carrefour”. Conecta-se anteriormente com o útero através do oviducto e, posteriormente, com a glândula do albume, por um pequeno e delgado ducto. Bolsa de fertilização (fig. 20) constituída por epitélio simples cúbico com células ciliadas, o qual descansa sobre tecido conjuntivo. Espermioducto (fig. 10) IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 113 - 127, 30 set. 1994 Morfologia de Gundlachia obliqua... 119 formado por epitélio glandular, é um tubo curto e largo, que parte do “carrefour”, chega à próstata, continuando-se pelo ducto deferente. Próstata (figs. 11, 17) localizada junto à região mediana do assoalho da cavidade do corpo e parte sobre o útero; órgão glandular com células secretoras altas e entre a região apical de algumas células secretoras constata- se células com formações apicais; com seis a oito lóbulos. HUBENDICK (1964), registra sete lóbulos para G. radiata como constatado para a maioria dos espécimens examinados. O ducto deferente (figs. 11,14) parte da face ventral da próstata, terminando no órgão copulador, mais precisamente na extremidade proximal da bainha; longo, delgado (fig. 21) constituído por epitélio simples cúbico com células ciliadas e envolvido, externamen- te, por tecido muscular. Entre o epitélio e o tecido muscular observa-se tecido conjuntivo. O órgão copulador é uma estrutura alongada e cilíndrica, localizada na região anterior esquerda, dorso-posteriormente ao bulbo bucal, exteriorizando-se no lado esquerdo do corpo, através do poro genital masculino. O órgão copulador apresenta flagelo, bainha, ducto ejaculatório e prepúcio (figs. 11, 12, 14). Flagelo (figs. 12,14) parte da extremidade proximal da bainha, longo, com extremidade livre dilatada, apresenta em seu interior um ducto, formado por epitélio glandular (fig. 19) revestido externamente por tecido muscular. Observam-se dois tipos de células glandulares no flagelo (células secretoras de proteínas e células mucosas) sobre uma delgada camada de tecido conjuntivo. O ducto deferente e o flagelo unem-se na extremidade proximal da bainha, formando o ducto ejaculatório, que se abre na cavidade do prepúcio através de uma projeção tubular (fig. 12). Esta projeção tubular constitui-se em uma prolongação da extremidade distal da parede do ducto ejaculatório e da junção da bainha com o prepúcio. Em G. concentrica, o ducto ejaculatório abre-se na cavidade do prepúcio através de uma ponta evertida (HUBENDICK, 1964; MIQUEL, 1988: 129, fig. 1). Esta ponta evertida assemelha-se à projeção tubular do órgão copulador de G. obligua. Em G. moricandi, HUBENDICK (1964) menciona na extremidade do ducto ejaculatório, uma espécie de ultra-pênis funcional. Observa-se que o ultra-pênis, figurado por HUBENDICK (1964: 35, fig. 123), prolonga-se para a cavidade do prepúcio assemelhando-se à prolongação tubular de G. obliqua. O ducto ejaculatório de G. ticaga e G. crequi abre-se na cavidade do prepúcio através de uma papila (HUBENDICK, 1955; MARCUS & MARCUS, 1962). A projeção tubular não é referida, por HUBENDICK (1964), para G. radiata. Verifica-se um espaço entre a bainha e a parede do ducto ejaculatório de G. obliqua, o qual é observado também em G. concentrica por HUBENDICK (1964) e MIQUEL (1988). Este espaço encontra- se ausente em G. moricandi, G. crequi e G. radiata (HUBENDICK, 1955, 1964). A parede interna do ducto ejaculatório apresenta ondulações (fig. 22). A partir da região mediana do ducto, verifica-se uma diminuição destas ondulações, as quais desaparecem nas proximidades da projeção tubular. O ducto ejaculatório (fig. 22) está formado por epitélio simples cilíndrico e revestido por tecido muscular. Entre o epitélio e o tecido muscular observa-se tecido conjuntivo. A projeção tubular (fig. 23) é constituída por epitélio simples cúbico. A bainha (figs. 12,22) é muscular e envolve o ducto ejaculatório. Encontra-se unida ao ducto deferente e ao flagelo, em sua extremidade proximal, e ao prepúcio, na extremidade distal. O prepúcio (figs. 12, 24) é formado por epitélio simples cilíndrico com células ciliadas. Neste epitélio observa-se a presença de células mucosas. O prepúcio é bastante rico em tecido conjuntivo, está envolvido externamente por uma delgada camada de tecido muscular e apresenta ondulações na face interna da parede. O prepúcio envolve parcialmente a bainha e forma uma cavidade contendo uma abertura na IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 113 - 127, 30 set. 1994 120 OHLWEILER & LANZER extremidade distal. O sarcobelo (figs. 12, 23) é a região do prepúcio situada junto à terminação distal da bainha e envolve a projeção tubular, pela qual se abre o ducto ejaculatório. Nesta região do prepúcio não foram observados cílios. A parede do prepúcio apresenta, externamente, os músculos protrator e retrator (fig. 14). O oviducto (figs. 10, 13, 25) é um tubo curto e alargado que parte do “carrefour”, abrindo-se no útero, sendo formado por epitélio de revestimento, com células ciliadas. Observa-se a presença de células secretoras. Glândula do albume (fig. 11), localizada posteriormente ao útero, ovalada, composta por vários ácinos, liga-se, anteriormente, à bolsa de fertilização através de um curto e delgado ducto; epitélio glandular com células secretoras de proteínas e glóbulos de galactógeno (fig. 26). Utero alongado, compreende a região anterior, glândula nidamental e região dorso-posterior (figs. 10, 11, 13); região anterior (fig. 27) formada por epitélio de revestimento com células ciliadas; com células secretoras de proteínas e células mucosas espalhadas no epitélio. Nesta região observa-se tecido conjuntivo. A região dorso-posterior (fig. 13) do útero liga-se ao oviducto em sua porção posterior direita. Esta região é constituída por epitélio de revestimento com células ciliadas e apresenta células secretoras (fig. 28). A porção posterior esquerda desta região é alongada, formando uma prolongação tubular (figs. 10, 11, 13) de extremidade dilatada. Esta prolongação tubular é formada por epitélio simples cilíndrico com células ciliadas, que descansam sobre o tecido conjuntivo (fig. 29). Parte da glândula nidamental (figs. 10, 11, 13) situa-se sobre a região anterior do útero e parte sob a região dorso-posterior do útero, comunicando-se com o oviducto em sua porção posterior direita. A glândula nidamental (fig. 30) é formada por epitélio de revestimento com células ciliadas, no qual há células secretoras de proteínas e células mucosas. Nesta região do útero observa-se que algumas células secretoras de proteínas apresentam uma secreção que se cora de vermelho. Os cílios presentes na glândula nidamental são bem menores que na região anterior do útero. A bolsa da copulação (figs. 10, 11), pequena e esférica, liga-se à vagina através de um longo ducto. Este ducto abre-se na extremidade da vagina, próximo a abertura genital feminina. Bolsa da copulação (fig. 27) formada por epitélio pseudoestratificado com células ciliadas; com ducto (fig. 31) constituído por epitélio simples cilíndrico com células ciliadas; tanto a bolsa da copulação como o ducto são envolvidos externamente por uma delgada camada de tecido muscular; entre a camada muscular e o epitélio existe tecido conjuntivo. Vagina (figs. 10, 11), tubular, é uma prolongação da região anterior do útero; possui a extremidade alargada, abrindo-se para o exterior através do poro genital feminino; formada por epitélio simples cilíndrico (fig. 32) com células ciliadas e revestida, externamente, por tecido muscular; entre o tecido muscular e o epitélio observa-se tecido conjuntivo. Agradecimentos. Ao Dr. Josef Hauser, Instituto de Pesquisas de Planárias, Universidade do Vale do Rio dos Sinos e à Professora Eni Peinado Vinolo, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, pela orientação na análise histológica. A Dra. Inga Ludmila Veitenheimer Mendes, Museu de Ciências Naturais, Fundação Zoobotância do Rio Grande do Sul, pela revisão do trabalho. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BASCH, P.F. 1959. The anatomy of Laevapex fuscus, a freshwater limpet (Gastropoda: Pulmonata). Misc. Publs. Mus. Zool. Univ. Mich., Ann Arbor, (108): 5-54. BIESE, W.A. 1948. Revision de los moluscos terrestres y de agua dulce provistos de concha do Chile. Boln IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 113 - 127, 30 set. 1994 Morfologia de Gundlachia obliqua... 121 Mus. Nac. Hist. Nat. Chile, Santiago, 24: 217-239. BRODERIP, W.J. & SOWERBY, G.B. 1832. Caracters of new species of Mollusca and conchifera collected by Mr. Cuming. Proc. Comm. Sci. Corresp. Zool. Soc. Lond., London, 2: 202. BROWN, D. 1967. The anatomy and relationships of a South African Ferrissia (Basommatophora: Ancylidae). Malacologia, Ann Arbor, 6 (1/2): 155-174. BURCH, J.B. 1962. Notes on classification of freshwater limpet. Bull. Am. Malac. Un., Louisville, 29: 8-9. CLESSIN, S. 1882. Die Familien der Ancylien. In: MARTINI, C. (Ed). Systematisches conchylien-Cabinet. Nürnberg, Bawer & Baspe. 1 (6): 56-65. FERNANDEZ, D. 1981. Molluscos Gasteropodos: Ancylidae. In: RINGUELET,R. A. (Ed.). Fauna de agua dulce de la republica Argentina. Buenos Aires, FECIC, 15 (7): 101-114. FIGUEIRAS, A. 1964. La malacofauna dulceagüicola del Uruguay. Com. Soc. Malac. Urug., Montevideo, 1 (7): 188-190. GAY,C. 1844. Historia física y política do Chile. Paris, 8: 131-133 HARRISON, A. D. 1983. Identity of Ferrissia irrorata and Gundlachia radiata, Guiliding's species of Ancylidae from St. Vincent., W. I. (Gastropoda: Pulmonata). Arch. Molluskenk., Frankfurt, 113 (1/6): 7-15. HARRY, HW. & HUBENDICK, B. 1964. The freshwater Pulmonata Mollusca of Puerto Rico. Göteborgs K. Vetensk. O. Vitterh. Samh. Handl., Göteborg, 9 (5): 60-72. HOFF, C. C. 1940. Anatomy of the Ancylidae snail Ferrissia tarda (Say). Trans. Am. Microsc. Soc., Lancaster, 59 (2): 224-242. HUBENDICK, B. 1955. The anatomy of the Gastropoda: The Percy Sladen trust expedition to lake Titicaca. Trans. Linn. Soc. Lond., London, 1 (3): 317-320. — . 1964. Studies on Ancylidae: the subgroups. Meddn. Göteborgs Mus. Zool. Avd., Göteborg, 137: 1-72. —. 1967. Studies on Ancylidae: the Australian, Pacifc- and Neotropical formgroups. Acta R. Soc. Sci. Lit. Gothoburgensis: ser. zool., Göteborg, 1:5-51. KLEEREKOPER, H. 1955. Limnlogical observations in northeastern Rio Grande do Sul, Brasil. Arch. Hydrobiol., Stuttgart, 50 (3/4): 553-567. LANZER, R. M. 1989. Verbreitungsbestimmende faktoren und systematik südbrasilianischer süsswassermollusken. Saarbrüken, Univ. Saarlandes, 327p. — . 1990. Rasterelektronenmikroskopische Untersuchungen an Gundlachia crequi (Bavay, 1904) (Basommatophora: Ancylidae). Arch. Molluskenk, Frankfurt, 119 (4/6): 205-217. —. 1991. Duas novas espécies de Ancylidae (Gastropoda: Basommatophora) para o sul do Brasil. Revta bras. Biol., Rio de Janeiro, 51 (4): 703 - 719. LANZER, R.M. & VEITENHEIMER-MENDES, I. L. 1985. Aspectos morfológicos e biológicos de uma população de Gundlachia concentrica (d'Orbigny, 1835) (Mollusca, Ancylidae) de um açude do sul do Brasil. Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (65): 41-56. MARCUS, Ev. & MARCUS, Er. 1962. On the Uncancylus ticagus. Bolm Fac. Ciênc. Let. Univ. S. Paulo: sér. zool., São Paulo, (24): 217-245. MIQUEL, S. E. 1988. Estudio anatomohistologico del complejo peniano de dos especies de Gundlachia Pfeiffer, 1849 (Mollusca, Pulmonata, Ancylidae). Mems Soc. Cienc. nat. La Sale, Caracas, 48 (129): 127- 131. ORBIGNY,A.D.d'. 1835. Synopsis terrestrium et fluviatlium molluscorum, in suo per America meridionalem itinere, ab. A. d'Orbigny collectorum. Mag. Zool., Paris, 5 (61/62): 1-44. — . 1837. Mollusques. In: Voyage dans I'Amerique méridionale. Paris: Bertrand, 5 (3): 330-388. PILSBRY, H. A. 1924. South American land and freshwater mollusks: Notes and descriptions. II. The South American genera of Ancylidae. Proc. Acad. nat. Sci. Philad., Philadelphia, 76: 54-59. SANTOS, S.B. dos. 1989. On the morphology of Laevapex vazi n. sp. from Brasil (Mollusca: Pulmonata: Basommatophora: Ancylidae). Mems Inst. Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 84 (4): 467-473. Recebido em 24.09.1993; aceito em 07.12.1993. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 113 - 127, 30 set. 1994 122 OHLWEILER & LANZER oo 0,5 mm Figs. 1-4. Gundlachia obliqua. 1, vista dorsal; 2, vista lateral esquerda; 3, vista geral do sistema digestivo; 4, vista parcial do sistema digestivo. (bl banda do manto livre de pigmentação, bu bulbo bucal, cab cabeça, ce ceco, dg ducto da glândula digestiva, ea epitélio adesivo, eso esôfago, gd glândula digestiva, gs glândulas salivares, in intestino, It lóbulo tentacular, ma manto, mad músculo anterior direito, mae músculo anterior esquerdo, mo moela, mpe músculo posterior esquerdo, ol olho, osf osfrádio, p pé, pa papo, pan papila anal, pdo pseudobränquia dorsal, pgf poro genital feminino, pgm poro genital masculino, pve pseudobrânquia ventral, rae região anterior do estômago, rdr região distal do rim, re reto, rpe região posterior do estômago, sr saco radular, te tentáculo). IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 113 - 127, 30 set. 1994 Morfologia de Gundlachia obliqua... 123 0,5 mm Figs. 5-9. Gundlachia obliqua. 5, diagrama dos músculos adutores; 6, sistema excretor visto por transparência através do manto clarificado; 7, vista dorsal do sistema reno-pericardial; 8, diagrama do coração e artérias; 9, vista ventral do sistema nervoso. (ac artéria cefálica, ao aorta, au aurícula, av artéria visceral, cb comissura bucal, cbc conectivo buco-cerebral, co conectivo, cp cavidade pericárdica, e estatocísto, ea epitélio adesivo, fi face interna do pé, fm fibras musculares, gb gânglio bucal, gc gänglio cerebral, gp gänglio pedioso, gpd gânglio parietal direito, gpe gânglio parietal esquerdo, gv gânglio visceral, mad músculo anterior direito, mae músculo anterior esquerdo, mpe músculo posterior esquerdo, na nervo pedioso anterior, nbl nervo buco-cerebral, nce nervo cefálico externo, nci nervo cefálico interno, ne nervo esofagial, ner nervo da comissura bucal, ng nervo genital, no nervo óptico, np nervo palial esquerdo, npa nervo palial anterior direito, npd nervo palial posterior direito, npe nervo pedioso posterior externo, npi nervo pedioso posterior interno, nps nervo pedioso superior, ns nervo salivar, nt nervo tentacular, nvp nervo ventro palial, pe poro excretor, prp poro reno pericardial, rac ramificações da artéria cefálica, rav ramos da artéria visceral, rdr região distal do rim, rpr região proximal do rim, vav válvula auriculo-ventricular, ve ventrículo). IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (77): 113 - 127, 30 set. 1994 124 OHLWEILER & LANZER = =. Figs. 10-14. Gundlachia obliqua. 10-11, sistema reprodutor; 12, corte longitudinal do órgão copulador; 13, vista dorsal do útero; 14, órgão copulador. (at átrio, ba bainha, bc bolsa da copulação, bf bolsa de fertilização, ca carrefour, dbg ducto de ligação entre a bolsa de fertilização e a glândula do albume, dc ducto, dd ducto deferente, de ducto ejaculatório, df ducto do flagelo, dh ducto hermafrodita, dpu região dorso-posterior do útero, esp espermioducto, fl flagelo, ga glândula do albume, gn glândula nidamental, mp músculo protrator, mr músculo retrator, ovi oviducto, ovo ovotestis, pr prepúcio, pro próstata, prt projeção tubular, pt prolongação tubular, rau região anterior do útero, sa sarcobelo, vag vagina, vs vesícula seminal). IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 113 - 127, 30 set. 1994 Morfologia de Gundlachia obliqua... 125 | Sum | Figs. 15-20. Gundlachia obliqua. 15, corte longitudinal do ovotestis; 16, corte transversal do ducto hermafrodita; 17, corte longitudinal da próstata; 18, corte transversal da vesícula seminal; 19, corte longitudinal do flagelo; 20, corte longitudinal da bolsa de fertilização. (BFE bolsa de fertilização, C célula com formação apical, CIcílios, CM célula mucosa, CS célula secretora, CSP célula secretora de proteína, EC epitélio simples cúbico, ER epitélio de revestimento, ESC epitélio simples cilíndrico, GF células germinativas femininas, GM células germinativas masculinas, ME massa de espermatozóides, TC tecido conjuntivo, TM tecido muscular. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (77): 113 - 127, 30 set. 1994 126 OHLWEILER & LANZER Figs. 21-26. Gundlachia obliqua. 21, corte transversal do ducto deferente; corte longitudinal: 22, do ducto ejaculatório; 23, do sarcobelo e projeção tubular; 24, do prepúcio; 25, do oviducto; 26, da glândula do albume. (B bainha, DEJ ducto ejaculatório, ES espaço, G glóbulo de galactógeno, O ondulações, PJ projeção tubular, S. sarcobelo). IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 113 - 127, 30 set. 1994 Morfologia de Gundlachia obliqua... 127 En 27 Figs. 27-32. Gundlachia obliqua. Corte longitudinal: 27, da região anterior do útero e da bolsa da copulação; 28, da região dorso-posterior do útero; 29, da prolongação tubular; 30, da glândula nidamental; 31, do ducto da bolsa da copulação; 32, da vagina. (BCO bolsa da copulação, EP epitélio pseudoestratificado, RA região anterior do útero). IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (77): 113 - 127, 30 set. 1994 E Ec [7 a nahen rau Rs spt de en PE ee NOVA ESPÉCIE DE TRICHORHINA BUDDE-LUND, 1908 (CRUSTACEA, ISOPODA, PLATYARTHRIDAE) DO SUL DO BRASIL Paula Beatriz de Araujo! Ludwig Buckup !? ABSTRACT NEW SPECIES OF TRICHORHINA BUDDE-LUND, 1908 (CRUSTACEA, ISOPODA, PLATYARTHRIDAE) FROM SOUTHERN BRAZIL. Trichorhina acuta sp. n. is described from Santa Catarina and Rio Grande do Sul States, Brazil. KEYWORDS. Isopoda, Oniscidea, Trichorhina acuta sp. n., Southern Brazil. INTRODUÇÃO No contexto dos trabalhos de inventariamento da fauna de Isopoda no Brasil meridional foram realizadas campanhas de coleta nos Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O material coletado encontra-se depositado no Setor de Carcinologia do Departamento de Zoologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Parte dos lotes foi estudada por ARAUJO (1992). A análise detalhada de espécimens revelou a existência de uma espécie ainda não descrita do gênero Trichorhina Budde-Lund, 1908. SOUZA-KURY (1993) descreve duas novas espécies de Trichorhina, ambas do nordeste brasileiro. Estas descrições, juntamente com a maior parte dos registros de ocorrência do gênero encontrados na literatura, confirmam as informações sobre a distribuição tropical do mesmo. No entanto, a descrição de uma nova espécie do sul do Brasil sugere que a diversidade específica do grupo nesta região possa estar ainda incompletamente conhecida. SOUZA-KURY (1991) registra apenas Trichorhina brasiliensis Andersson, 1960 e T. argentina Vandel, 1963, de Santa Catarina e da Argentina, respectivamente, como ocorrentes no espaço meridional da América do Sul. 1. Departamento de Zoologia, Instituto de Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Av. Paulo Gama, 40, CEP 90040-060, Porto Alegre, RS. Brasil. 2. Pesquisador do CNPq. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (77): 129 - 134, 30 set. 1994 130 ARAUJO & BUCKUP Trichorhina acuta, sp.n. (Figs. 1-12) Holótipo Q, BRASIL, Santa Catarina, Pouso Redondo (27º15'S, 49º 57'W), pátio de residência, em amontoado de folhas varridas com frutas em decomposição e sob tijolos, 18.V.1991, P.B. Araujo e F.M. Bento col. (UFRGS, 01876H). Parátipos: 42 9, 3 Q ovígeras (UFRGS, 01876P) com os mesmos dados do holótipo. Material adicional. BRASIL, Santa Catarina: Itapoá, Balneário Uirapuru, praia, linha de maré alta, sob tronco, 1 o! ovígera 08.X.1990, P.B. Araujo col. (UFRGS, 01882); São Bonifácio, pátio de residência, 2 Q, 16.V.1991., P.B. Araujo e F.M. Bento cols. (UFRGS, 01878); Rio Grande do Sul: Nhu-Porä, jardim de residência, 3 Q,30 ovígeras, 04.11.1991, P.B. Araujo col. (UFRGS, 1880); Fontoura Xavier, pátio de residência, sob tijolo, pedra e madeira, 1 Q, 2Q ovígeras, 01.11.1991. P.B. Araujo col. (UFRGS 01879); São Vicente do Sul, pátio de residência, 53 Q, 50 Q ovigeras, 05. II. 1991, P.B. Araujo col. (UFRGS, 01877); Pantano Grande, terreno baldio, sob pedra, 1 fêmea, 06.11.91, P.B. Araujo col. (UFRGS, 01881). Diagnose. Olhos com 4 omatídios negros, antena sem crista ou quilha (fig. 6), pereionitos I-Vli com um nódulo lateral de base simples (fig. 3) em cada lado, artículo distal do palpo do maxilipodo com 2-3 cerdas no ápice (fig. 10), telso triangular com a porção distal alongada formando uma ponta cuja face dorsal apresenta-se suavemente escavada. Descrição. Medidas (maior espécime): comprimento, 4,0mm; largura, 1,5mm. Coloração: pigmento amarelo e castanho no dorso, podendo variar de claro a escuro; às vezes o castanho apresenta-se muito fraco, quase imperceptível; o abdome é geralmente a região mais escurecida; urópodos amarelados; olhos negros. Caracteres gerais: cabeça pouco envolvida pelo pereionito I, cujas bordas anteriores podem atingir a altura dos olhos; lobos laterais aparentes. Olhos com 4 omatídios. Abdome estreitando-se gradualmente a partir do limite posterior do tórax; epimeros III a V pronunciados, com as pontas dirigidas para trás. Telso triangular, com as margens laterais côncavas; porção distal alongada, formando uma ponta cuja face dorsal apresenta- se suavemente escavada; pode atingir a metade do comprimento dos exópodos e encobrir os endópodos ou deixar visível somente a porção apical dos últimos. Tegumento: superfície corporal lisa, com placas semi-circulares, coberta com cerdas escamosas estriadas grandes, intercaladas com menores, em forma de leque (fig. 2). Nódulos laterais com base simples (fig. 3), 1 em cada lado dos pereionitos; posição das coordenadas b/c e d/c como na figura 4; as distâncias b (distância do nódulo com relação a margem posterior do pereionito) e d (distância do nódulo com relação a margem lateral do pereionito) são semelhantes em todos os pereionitos, sendo possível atribuir ao parâmetro c (comprimento total do pereionito) a variação apresentada no gráfico. Apêndices: artículo distal da antênula com 7-8 estetascos (fig. 5). Antena (fig. 6) sem crista ou quilha; segundo artículo do flagelo, inteiro. Quando estendida para trás, a antena atinge a margem posterior do pereionito I. Mandíbula direita com 2 penicílios no processo incisor e 6 no molar (fig. 7); esquerda com 3 penicílios no processo incisor e seis no molar (fig. 8). Exito da maxílula com 3+4 (2 fendidos) dentes (fig. 9). Endito do maxílipodo com 2 dentes diminutos na borda distal, sendo que esta se apresenta com contorno irregular; palpo com 2-3 cerdas longas no ápice do artículo distal (fig. 10). Pereiópodos 1-7 sem modificações (fig. 11). IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 129 - 134, 30 set. 1994 Nova espécie de Trichorhina... 131 Etimologia. O adjetivo específico acuta refere-se ao aspecto característico da área apical do telso. Discussão. Trichorhina acuta, sp.n., assemelha-se às espécies que apresentam olhos com 4 omatídios. No entanto, diferencia-se do grupo pelo exito da maxílula com 7 dentes (9 em T. hospes Silvestri, 1918 e 8 em T. vandeli Rioja, 1955 e T. silvestrii Arcangeli, 1935), por não apresentar relevos longitudinais no mesoepistoma, que é característica de T. gianelli Arcangeli, 1929, por não apresentar bastonetes na mandíbula esquerda (presentes em T. silvestrii), cabeça sem bulbosidade (com bulbosidade em 7. minima Schmalfuss & Ferrara, 1978) e antena sem estetascos (com estetascos em T. vandeli). Agradecimentos. As pesquisas sobre os isópodos terrestres aqui referidas foram realizadas com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS), Processo nº 395-90. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARAUJO, P.B. 1992. Isópodos terrestres do Brasil meridional (Crustacea, Oniscidea). Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 215p. Tese de Mestrado - Zoologia. [Não publicada]. SOUZA-KURY, L.A. 1991. Sistemática das espécies brasileiras oceladas e Trichorhina Budde-Lund, 1980 (Crustacea, Isopoda, Oniscidea). Universidade Santa Úrsula, Rio de Janeiro. 125p. Tese de mestrado - Zoologia. [Não publicada]. — . 1993. Notes on Trichorhina I. Two new species from Northeastern Brazil (Isopoda, Oniscidea, Platyarthridae). Revue suisse Zool., Genebra, 100 (1): 197-210. Recebido em 11.10.1993; aceito em 04.01.1994 IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (77): 129 - 134, 30 set. 1994 182 ARAUJO & BUCKUP 4 fera 7 Pos e a ps m, 4 A, er: Fà VAN) mn EO Da QD + Ep N ER BEE ne TESTEN an Dahn Is ER EN ú b/c d/c Figs. 1-6. Trichorhina acuta, sp. n. 1, fêmea (holótipo), vista dorsal; 2, cerda escamosa; 3, nódulo lateral; 4, posição dos nódulos laterais com relação às margens dos pereionitos I-VII: b/c (margem posterior), d/c (margem lateral); 5, antênula; 6, antena. Escalas: fig. 1, 0,5mm; figs. 2-3, 0,025mm; figs. 5, 0,05mm; fig. 6, 0,Imm. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (77): 129 - 134, 30 set. 1994 Nova espécie de Trichorhina... É; © E a\ Es ES Q N W —— Nº e AN NR N E A ANG ES EA SN EA AN À NU O | UN Figs. 7-11. Trichorhina acuta, sp. n. 7, mandibula direita; 8, mandibula esquerda; 9, exito da maxílula; 10, maxilípodo; 11, pereiópodo 1. Escalas: figs. 7-10, 0,05mm; fig. 11, 0,imm. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (77): 129 - 134, 30 set. 1994 134 ARAUJO & BUCKUP A RGE NT N A OCEANO ATLANTICO URUGUAI ES | 50° Fig. 12. Registros de Trichorhina acuta, sp. n., em Santa Catarina (SC) e Rio Grande do Sul (RS). 1. Balneário Uirapuru, Itapoá; 2. Pouso Redondo; 3. São Bonifácio; 4. Nhu-Porä; 5. Fontoura Xavier; 6. São Vicente do Sul; 7. Pantano Grande. IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (77): 129 - 134, 30 set. 1994 O GÊNERO ZOANTHUS NO BRASIL. I. CARACTERIZAÇÃO E REVISÃO ANATÔMICA DE ZOANTHUS SOCIATUS (CNIDARIA, ZOANTHINARIA, ZOANTHIDAE) Clarisse Rohlfs !2 Maria Júlia C. Belém!? ABSTRACT THE GENUS ZOANTHUS IN BRAZIL. I. CHARACTERIZATION AND ANATOMICAL REVISION OF ZOANTHUS SOCIATUS (CNIDARIA, ZOANTHINARIA, ZOANTHIDAE). Generic characters of Zoanthus Cuvier, 1800 are discussed. Zoanthus sociatus (Ellis, 1767) is studied, including its morphology, microanatomy, histology and cnidae. Z. sociatus never forms a continuous sheet over the substrate. The upper short sphincter has few mesogloeal lacunae; the digestive-excretory zone of the macrosepts is narrow, short and typical of the species. Cnidae: Spirocysts, holothrics, b-rhabdoids, p-rhabdoids A. KEYWORDS. Cnidaria, Zoanthinaria, Zoanthus sociatus, morphoanatomy, Brazil. INTRODUÇÃO Os Zoanthidae são animais comumente encontrados em costões rochosos e em poças de maré, nas regiões coralíneas, onde algumas espécies constituem grandes populações. Apesar de sua ampla distribuição no litoral brasileiro e ilhas oceânicas, raros foram os trabalhos publicados sobre espécies que ocorrem em nossas águas. Palythoa braziliensis Heider, 1895 foi citada para o Brasil por PAX & MULLER (1957); SEBENS (1977) registrou a ocorrência de Zoanthus sociatus (Ellis, 1767) em São Sebastião, SP, em trabalho sobre nutrição de zoantídeos, mas com dúvidas sobre sua correta identifica- ção. KELECON & SOLÉ-CAVA (1983) apresentaram sérios erros na identificação das espécies. Iniciamos a divulgação do resultado do estudo das espécies de Zoanthus ocorrentes no Brasil, com a caracterização de Z. sociatus. MATERIAL E MÉTODOS O material examinado compreendeu um total de 51 lotes do Museu Nacional (MNRJ). sendo 9 deles cedidos pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Foi ainda examinada uma colônia pertencente ao 1. Caixa Postal 24030. CEP 20522-970 Rio de Janeiro, RJ. 2 2. Bolsista de Mestrado, CNPq, do Curso de Pós-graduação do Museu Nacional, UFRJ (1983-85). 3. Bolsista de pesquisa do CNPq e professora aposentada (UFRJ). IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 135 - 144, 30 set. 1994 136 ROHLFS & BELÉM National Museum of Natural History (USNM), Washington. O material brasileiro foi coletado em poças de maré, costões rochosos e recifes, com ou sem mergulho livre, em profundidades inferiores a 10m. Foram coletadas colônias inteiras aderidas a pedras soltas ou fragmentos do substrato, quebrando os mesmos quando necessário. Algumas colônias foram mantidas vivas em aquário com filtro biológico e iluminadas com lâmpadas Gro-Lux. Foi utilizada, para a anestesia, uma solução isotônica de cloreto de magnésio (MgC1,.6H,O); e dois tipos de fixadores: (1) Susa de Heidenhain (PANTIN, 1948) nos exemplares destinados à histologia, e (2) formalina a 10% para o exame da morfologia externa e interna, estudo do cnidoma e inclusão na coleção. As cores foram registradas de acordo com o código de cores de KÜPPERS (1979). Os caracteres microanatômicos e histológicos foram determinados através de cortes seriados, longitudinais e transversais, com espessura entre 6 e 7 pm, corados com tricrômico de Mallory (PANTIN, 1948), tricrômico de Gomori e Hematoxilina de Ehrlich contracorada com eosina agiiosa. As ilustrações foram feitas em microscópio com auxílio de câmara clara e as medidas, obtidas com ocular micrométrica. A nomenclatura utilizada para os nematocistos é a de SCHMIDT (1972, 1974). Zoanthus Cuvier, 1800 Zoanthus Cuvier, 1800, tab. 9 (apud NEAVE, 1940: 703); CUVIER, 1817: 53; LE-SUEUR, 1817: 176; HADDON & SHACKLETON, 1890: 675; 1891: 629; PAX, 1916: 235-236; SEIFERT, 1928: 435-436; WALSH, 1967: 2: HERBERTS, 1976: 37. Zoantha LAMARCK, 1801: 2; 1836: 77; BOSC, 1802: 42. Zoanthidae braquinêmicos sem incrustações na parede do corpo, com epiderme descontínua no escapo, esfíncter mesogleal duplo, sistema de canais mesogleais muito desenvolvido e cenênquima estolonar fino (HADDON & SHACKLETON, 1890). Alguns aspectos microanatômicos e histológicos são constantes em todas as espécies do gênero: (1) no escápulo, a epiderme é contínua e colunar; no escapo, epiderme descontínua e aprofundada nos canais mesogleais, onde estão os núcleos das células ectodérmicas e nematocistos holótricos (figs. 4, 7, b); (2) o escapo dos pólipos contém material estranho aderido (especialmente diatomáceas) e sempre apresenta subcutícula, caracterizada por expansões mesogleais que ligam a cutícula à epiderme descontínua, mais desenvolvida na parte inferior; (3) mesogléia homogênea, com muitas fibrilas musculares, canais com células granulares acidófilas e muitos grânulos de pigmento, localizados na borda ectodérmica. Espécie tipo: Zoanthus sociatus (Ellis, 1767), por monotipia (CUVIER, 1817: 53, nota de rodapé I). Zoanthus sociatus (Ellis, 1767) (Figs. 1-12) Actinia sociata ELLIS, 1767: 436 [pro parte]; ELLIS & SOLANDER, 1786: 5 [pro parte]. Zoantha sociata; LAMARCK, 1801:2 [pro parte). Zoantha elisii BOSC, 1802: 42. Zoanthus sociata; LE-SUEUR, 1817: 176. Zoanthus elisii; LAMOUROUX, 1821: 54; LAMARCK, 1836: 77. Zoanthus socialis BLAINVILLE, 1830: 350; 1834: 328; MCMURRICH, 1889: 62-63. Zoanthus sociatus; EHRENBERG, 1834: 380; VERRILL, 1864: 56; 1900: 561-566; 1907: 289-291; GRAY, 1867: 234; HADDON & SHACKLETON, 1890: 676; 1891: 616, 620-623, 626, 629; HADDON & DUERDEN, 1896: 142; MCMURRICH, 1896: 189; 1898: 242; 1899: 391-395, 398, 401-402; 1905: 13-16; DUERDEN, 1900a: 334-336; 1900b: 187-193; PAX, 1916: 237-244; SEIFERT, 1928: 449-450; WALSH, 1967: 30-31. Zoanthus (Rhyzanthus) sociatus; ANDRES, 1883: 542. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 135 - 144, 30 set. 1994 O gênero Zoanthus... 137 Diagnose. Colônias com pólipos alongados, frequentemente afilados no sentido da base pela qual se encadeiam, formando colônias com algumas centenas de indivíduos, interligados por estolões entrelaçados. Tentáculos filiformes, em número de 48 a 57. Mesentérios variando de 42 a 57. Esfíncter superior com poucas cavidades e o inferior, alongado, com muitas cavidades de vários tamanhos. Zona digestivo-excretora reta, no terço superior dos macrocnêmios. Apenas um canal basal nos mesentérios perfeitos. Descrição. Aspectos externos da colônia e dos pólipos. Colônia formada por pólipos que surgem por brotamento de um cenênquima incrustante. Este é representado por um entrelaçado de estolões em forma de fita, podendo ser lamelar, mas nunca formando uma massa contínua sobre o substrato. Pólipos ligeiramente afastados uns dos outros (fig.1), alongados e fregüentemente afilados no sentido basal, com coluna lisa e sem incrustações, mas tendo no escapo material estranho aderido. Em material fixado, altura de 3,0 a 32,0mm e diâmetro da coluna, de 2,0 a 8,/0mm. O brotamento ocorre na base dos pólipos. Tentáculos grandes e filiformes, dispostos em dois ciclos. Escápulo curto, com sulcos que se alternam com os tentáculos externos e continuam até certa altura do escapo, onde podem ser vistas as linhas de inserção dos mesentérios. Boca situada numa pequena elevação do disco oral, com as linhas de inserção dos mesentérios aparentes. Coloração não muito variável - região proximal do escapo cinza-azulada (Nºº C% Aº9); região distal cinza quase bege (NººC!º A*º): região próxima aos tentáculos no disco oral verde-azulada (NC? AS): perístoma verde (NºC% A): tentáculos cinza-claro- esverdeados (NºC% A): boca verde-claro-amarelada (NºC'“ºAº?). Anatomia interna. Faringe muito curta, com o sifonóglifo não muito evidente (figs. 2,3,1). Mesentérios estreitos; macroseptos, no terço ou metade superior (conforme o grau de distensão), com zona digestivo-excretora distinta do restante do mesentério pelo acúmulo de zooxantelas picnóticas e com uma coloração que varia do bege ou cinza-claro ao cinza-escuro quase preto (fig.2,3, zde). Filamento reto em toda a extensão dos macroseptos. Gônadas, quando presentes, nos macrocnêmios e semelhantes a contas brancas de um cordão (fig. 3, go), entre a zona digestivo-excretora e o filamento, podendo se estender ao longo de todo o mesentério. Banda ciliada do filamento, logo abaixo da faringe, arqueada e esbranquiçada, à qual se segue imediatamente a zona digestivo- excretora. Microanatomia e histologia. Tentáculos (em número de 48 a 57) com epiderme colunar simples, sem cutícula e subcutícula, com holótricos e espirocistos em maior concentração nas extremidades; grãos de pigmento estão presentes na borda da mesogléia, próximos à musculatura ectodérmica, que aparece em pequenas pregas mesogleais; mesogléia muito fina, sem inclusão de células ectodérmicas; gastroderme sem nematocistos e com grande concentração de zooxantelas. Disco oral com epiderme mais estreita que a dos tentáculos, com raros nematocistos e células granulares na borda mesogleal; músculos ecto- e endodérmicos fracamente desenvolvidos. Faringe com ectoderme ricamente provida de células glandulares acidófilas e mucosas, com nematocistos (fig. 8); sifonóglifo estreito e com grande número de células com cílios muito longos; sua epiderme continua na banda ciliada do filamento, constitu- indo a “ectoderme refletida” (MCMURRICH, 1899) (figs. 9, 10, e). Coluna com epiderme e mesogléia típicas do gênero (figs. 4, 7). A mesogléia é mais IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (77): 135 - 144, 30 set. 1994 138 ROHLFS & BELÉM larga na região de ambos os esfíncteres (figs. 5,6) e fortemente constricta no sulco escapular. Gastroderme estreita e repleta de zooxantelas. Musculatura endodérmica da coluna representada por uma delicada camada circular. Esfíncter mesogleal duplo típico do gênero, sendo o superior contido em poucas cavidades distintas e o inferior, alongado, em muitas lacunas de vários tamanhos (figs. 5, 6). Septos mesentéricos com arranjo braquicnêmico típico, em número de 42 a 57, conectados com a parede corporal apenas através de uma pequena haste, que se dilata na extremidade livre. Filamento mesentérico conspícuo na borda livre dos macrocnêmios. A mesogléia, fina ramificação partindo da coluna, se dilata para permitir a passagem de um único canal basal, oval (fig. 11, cb). O lado voltado para a endocele é levemente pregueado para suportar o músculo retrator (figs. 9-11, mr), que segue até o filamento. Os músculos parietobasilares e transversais (figs. 9-11, mpb, mt) estão no lado voltado para aexocele. A mesogléia segue até a extremidade dos macrocnêmios, terminando bifurcada na região do filamento que contém o trato cnidoglandular (fig. 10, tgc), não se bifurcando onde está presente apenas o trato ciliado (fig. 9). Gastroderme com zooxantelas (Gymnodinium sp.) em maior concentração no lado voltado para as endoceles. Na zona digestivo-excretora, há um grande acúmulo de zooxantelas picnóticas, em diferentes graus de degeneração (fig. 11). Foram observadas apenas gônodas femininas. Cnidoma: espirocistos, holótricos, b-rabdóides, p-rabdóides A. Distribuição e dimensões (em micrômetros) dos nematocistos e espirocistos (fig. 12). Escapo: holótricos (abundantes) 14,2 (12,0-16,0) x 5,9 (4,8-6,4); b-rabdóides (raros) 16,8 (16,0-17,6) x 2,4. Tentáculos: holótricos (abundantes) 14,8 (11,2-15,2) x 6,1 (5,6- 7,2); espirocistos (raros) 10,8 (9,6-12,0) x 1,8 (1,6-2,0). Faringe: b-rabdóides (raros) 19,2 (17,6-20,8) x 3,6 (3,2-4,0); p-rabdóides A (raros) 13,4 x 4,8; holótricos (abundantes) 14,7 (12,0-17,6) x 6,7 (5,6-8,8). Habitat. Z. sociatus ocorre do médio (poças de maré) ao infralitoral. As colônias grandes se fixam em substrato bastante variável: blocos rochosos, pedras soltas, conchas de moluscos, esqueletos de madreporários e de Millepora spp. Distribuição geográfica. Dominica (ELLIS, 1767; HADDON & SHACKLETON, 891); Guadalupe (LE-SUEUR, 1817; HADDON & SHACKLETON, 1891; PAX, 1916); Bahamas (MCMURRICH, 1889, 1896; HADDON & SHACKLETON, 1891; PAX, 1916); Bermudas (VERRILL, 1900; PAX, 1916); Jamaica (DUERDEN, 1900a; PAX; 1916; KARLSON, 1981); Porto Rico (PAX, 1916); Barbados (HADDON & SHACKLETON, 1891); Haiti (PAX, 1916); Panamá (FADLALLAH et. al. 1984). Brasil: litoral do Ceará a São Paulo, arquipélago de Abrolhos e ilhas oceânicas (Rocas e Fernando de Noronha). Material examinado. PORTO RICO. Mayaguez: Steamer “Fish Hawk”, Puerto Rico Expedition 1898- 1899, USNM 22117. BRASIL. Ceará: Ceará-Mirim, 21.VIII.82, M.L. Christoffersen col., MNRJ 0943 (ex- UFPB C56). Rio Grande do Norte: Baía Formosa, 18.VIII.82, M.L. Christofersen col., MNRJ 0949 (ex-UFPB C 60); Timbaú do Sul, 19.VIII.82, M.L. Christoffersen col., MNRJ 0951 (ex-UFPB C 68); Atol das Rocas, 21.1I- 13.11.82, C.B. Castro col., MNRJ 0527-0531; Arquipélago de Fernando de Noronha, 11-25.V1.86, D.O. Pires & C.B. Castro col., MNRJ 0920, 0921, 0923. Paraíba: Baía da Traição, 20.1.77, M.J.C. Belém col., MNRJ 0302; Pernambuco: Olinda, 16.11.80, M.J.C. Belém & E. Mayal col., MNRJ 0301; Jaboatão, 2.X1.82, M.L. Christoffersen col., MNRJ 0950 (ex-UFPB C 69); Recife da Piedade, 2.X1.82, M.L. Christoffersen col., MNRJ 0947 (ex-UFPB C 24); Tamandaré, 14.X.81, P.M.D. col., MNRJ 0948 (ex-UFPB C43). Alagoas: Maceió, recife IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 135 - 144, 30 set. 1994 O gênero Zoanthus... 139 da Pajugara, 30.1.83, P.S. Young & M.L. Christoffersen col., MNRJ 0944 (ex-UFPB C29); Barreiras, 21.11.83, P.S. Young & M.L. Christoffersen col., MNRJ 0946 (ex-UFPB C39); Cocuripe, 26.1.83, P.S. Young & M.L. Christoffersen col., MNRJ 0953 (ex-UFPB C66). Bahia: Abrolhos, Pedra Lixa, 19.IV.81, C.B. Castro col., MNRJ 0300. Espírito Santo: Santa Cruz, 20.VII.81, C. Rohlfs col., MNRJ 0327, 0523, 0525, 0647; 10.1.79, N.C. Salgado col., MNRJ 0958; Guarapari, Três Ilhas, 17.VII.71, C. Rohlfs col., MNRJ 0524; Praia das Castanheiras, 16.VII.81,C. Rohlfs col., MNRJ 0521; Anchieta, 19.VII.81, C. Rohlfs col., MNRJ 0322; Meaípe, 27.X.80, P.S.Y oung col., MNRJ 0304, 0954; Piúma, Ilha dos Gambás, 26.1V.86, D.O. Pires, I.C. Santos & S.M. Pinto col., MNRJ 0907; Ilha do Francês, 27.IV.87, IC. Santos col., MNRJ 0909, 0913; Ilha dos Cabritos, 27. 1V.86, D.O. Pires, I.C. Santos & S.M. Pinto col., MNRJ 0914, 0915. Rio de Janeiro: Arraial do Cabo, praia do Forno, 18.11.80, C. Rohlfs col., MNRJ 0283; 12.VII.80, C. Rohlfs col., MNRJ 0287; 30.VII.81, C. Rohlfs col., MNRJ 0298; 28.X1.82, C. Rohlfs col., MNRJ 0522; Ilha de Itacuruçá, 25.11.82, M.R.V. Mattos col., MNRJ 0952; Angra dos Reis, Ilha do Cavaco, 25.V1.79, R. Novelli col., MNRJ 0284; 1.111.79, N.C. Salgado, C. Rohlfs & C.B. Castro col., MNRJ 0290; 24-25.V1.79, N.C. Salgado col., MNRJ 0291-0292; 31.11.79, N.C. Salgado, C. Rohlfs & C.B. Castro col., MNRJ 0293; Ilha Grande, Enseada do Abraão, 26.11.79, M.J.C. Belém col., MNRJ 0295; Ilha do Macedo, 28.11.86, S.M. Pinto & I.C. Santos col., MNRJ 0939; Parati, 26.1V.86, C.B. Castro & C.C. Ratto col., MNRJ 0905, 0941. São Paulo: São Sebastião, 13.11.80, C. Rohlfs & E.M. Mayal col., MNRJ 0296; 9.11.85, A. E. Migotto col., MNRJ 0667. Discussão. A diversidade dos mecanismos nutritivos nos Zoanthidae parece estar relacionada com as diferenças de extensão, localização e aspecto da zona digestivo- excretora dos mesentérios. Observando-a em diferentes espécies de Zoanthus, brasileiras ou não, verificou-se que seu tamanho e aspecto variam de espécie para espécie, constituindo então um caráter específico, utilizado como tal neste trabalho. SEIFERT (1928) utilizou o cnidoma como caráter específico para Zoanthus, separando as espécies em três grupos distintos, de acordo com a distribuição dos diferentes tipos de pólipo, especialmente nos tentáculos; Z. sociatus foi colocado no grupo das espécies sem espirocistos nos tentáculos. CARLGREN (1954) também utilizou a presença ou ausência de espirocistos para diferenciar as várias espécies da África do Sul e HERBERTS (1972) utilizou-se do sistema de SEIFERT (1928), tanto para Zoanthus quanto para Palythoa. Comparando-se o cnidoma de Z. sociatus com o registrado por SEIFERT (1928) e SCHMIDT (1974) para o gênero, observaram-se algumas diferenças. Os exemplares estudados de Z. sociatus apresentavam espirocistos, embora muito raros, principalmente na extremidade dos tentáculos. As diferenças encontradas podem resultar dos diferentes recursos ou métodos utilizados para o estudo do cnidoma, com cápsulas muitas vezes tão pequenas e raras em Zoanthinaria. No caso de SEIFERT (1928), também do estado do material examinado pelo autor. Durante este estudo, só foram encontradas colônias femininas. KARLSON (1981) e FADLALLAH et al. (1984), porém, encontraram colônias masculinas e hermafroditas protóginas de Z. sociatus, respectivamente na Jamaica e nas Ilhas Galetas, Panamá. Agradecimentos. Ao Dr. Frederick Bayer, UNMN; ao Dr. Martin L. Christoffersen e ao Dr. Paulo Secchin Young, UFPB, pelo empréstimo e doação de material. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRES, A. 1883. Le Attinie. Atti. Accad. naz. Lincei Memorie, Roma, 14: 211-673. BLAINVILLE, H.M.D. de 1830. Zoophytes. Dict. Sciences Nat., Paris, 59: 350-351. — . 1834. Manuel d'Actinologie ou de Zoophytologie. Paris, F.G. Levrault, v. 1, 341 p. BOSC, L. 1802. Histoire Naturelle de Vers. Suite a Buffon. Paris, Castel, 42p. CARLGREN, O. 1954. Actiniaria and Zoantharia from South and West Australia,with comments upon some Actiniaria from New Zealand. Ark. Zool., Stokholm, 6 (34): 571-595. CUVIER,G .C.L.D. 1817. Le régne animal distribué d'aprés son organization, pour servir de base a IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 135 - 144, 30 set. 1994 140 ROHLFS & BELÉM l'histoire naturelle des animaux et d'introduction a I'anatomie comparée. Paris, Deterville. v.4, 110p. DUERDEN, J. E. 1900a. Report on the Actinians of Puerto Rico. Bull. U. S. Fish Comm., Washington, 20 (2): 323-374. — . 1900b. Jamaican Actiniarian. Part II - Stichodactylinae and Zoantheae. Sci. Trans. R. Dublin soc., Dublin, MICO) IBSE2 05 EHRENBERSG, C. G. 1834. Beiträge zur physiologischen Kentniss der Corallenthiere im allgemeinen, und besonders des rothen Meeres, nebst einem Versuche zur physiologischen Systematik derselben. Abh. K. Preuss. Akad. Wiss., Berlin, 1834: 225-380. ELLIS,J. 1767. An account ofthe Actinia sociata or clustered Animal Flower, lately found on the sea coasts... Phil. Trans. R. Soc., London, 57 (2): 428-437. ELLIS, J. & SOLANDER, D. 1786. The natural history of many curious and uncommon zoophytes, collected from various parts of the globe by the late John Ellis... systematically arranged and described by the late Daniel Solander... London, White & Son 208p. FADLALLAH, Y.H.; KARLSON, R.H. & SEBENS,K.P. 1984. A comparative study of sexual reproduction in three species of Panamian zoanthids (Coelenterata: Anthozoa). Bull. mar. Sci., Coral Gables, 35 (1): 80- 89. GRAY, J.E. 1867. Notes on Zoanthinae with the description of some new genera. Proc. zool. Soc. Lond., London, 15: 233-240. HADDON, A. C. & DUERDEN, J. E. 1896. On some Actiniaria from Australia and other districts. Scient. Trans. R. Dublin Soc., Dublin, 6: 139-164. HADDON, A.C. & SHACKLETON, A.M. 1890. Reports on the zoological collection made in Torres Straits by Professor A. C. Haddon, 1888-1889. Actiniae: 1 - Zoantheae. Scient. Trans. R. Dublin Soc., Dublin, 4 (2): 673-701. — . 1891. Revision of the Britihs Actiniae. Part II. The Zoantheae. Trans. R. Irish Acad., Dublin, 4: 609-672. HERBERTS,C. 1972. Etude systematique de quelques Zoanthaires temperes et tropicaux. Tethys, Marseille, 3: 69-156. | — . 1976. Sur trois Zoanthaires nouveaux por Tuléar, Madagascar. Beaufortia, Amsterdam, 25 (320): 33-47. KARLSON, R.H. 1981. Reproductive patterns in Zoanthus spp from Discovery Bay, Jamaica. Proc. 4th Int. Coral reef Symp., Manilla, 2: 699-704. KELECON,A. & SOLÉ-CAVA, A.M. 1983. Studies on Brazilian marine invertebrates. IX. Comparative study of zoanthid sterols. 1. The genus Zoanthus. Mems Inst. Butantan, Säo Paulo, 44/45: 451-462. KÜPPERS, H. 1979. Atlas de los colores. Barcelona, Blume, 161p. LAMARCK, J.B.P. de M. de. 1801. Systême des Animaux sans vertebres, ou tableau general des classes, des ordres et des genres de ces animaux... Paris, M.N.H.N., 432 + 402 p. — . 1836. Histoire naturelle des animaux sans vertebres. 2 °”°.ed., Paris, 683p. LAMOUROUX, J.V.F. 1821. Exposition metodique des genres de l'ordre des polypiers, avec leur description et celles des especes... Paris, M. veuve Agasse, 115p. LE-SUEUR, C.A. 1817. Observation on several species of the genus Actinia... J. Acad. nat. Sci. Philad., Philadelphia, 1: 149-154, 169-189. MCMURRICH, J.P. 1889. The Actiniaria of the Bahama Islands. W.I.J. Morph., Boston, 3 (1): 1-80. — . 1896. Notes on some Actinians from the Bahamas islands, collected by the late Dr. Northrop. Ann. N.Y. Acad. Sci., New York, 10 (4-5): 181-194. — . 1898. Report on the Actiniaria collected by the Bahama Expedition of the state University of Iowa, 1893. Bull. Labs. nat. Hist. St. Univ., Iowa, 4: 225-249. — . 1899. Contribution on the morphology of the Actinozoa. V. The mesenterial filaments in Zoanthus sociatus (Ellis). Trans. R. Can. Inst., Toronto, 6: 387-404. — . 1905. A revision of the Duchassaing & Michelotti Actinian types in the Museum of Natural History, Turin, Boll. Musei Zool. Anat. Comp. R. Univ. Torino, Torino, 20 (494): 1-23. NEAVE, S.A. (ed.) 1940. Nomenclator Zoologicus. London. The Zoological Society of London, v. 4 758p. PANTIN, C.F.A. 1948. Notes on microscopical technique for zoologists. Cambridge, University. 77p. PAX, F. 1916. Studien an Westindischen Actinien. Zool. Jb., Jena, Suppl. 12 (2): 157-330. PAX, F. & MULLER, I. 1957. Zoantharien aus Viet-Nam. Mém. Mus. Natn. Hist. nat., Paris, (A) 16 (1): 1- 40. SCHMIDT, H. 1972. Prodromus zu einer Monographie der Mediterranen Aktinien. Zoologica, Stuttgart, 42 (12): 1-46. —. 1974. On the evolution of Anthozoa. Proc. 2nd. Int. Coral Reef Symp., Brisbaine, 1: 533-560. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 135 - 144, 30 set. 1994 O gênero Zoanthus... 141 SEBENS, K.P. 1977. Autotrophic and heterotrophic nutrition of coral reef Zoanthids. Proc. 3rd. Int. Coral Reef Symp., Miami, 1977: 397-404. SEIFERT, R. 1928. Die nesselkapseln der Zoantharien und ihre differential diagnostische Bedeutung. Zool. Jb., Jena, 55 (5-6): 419-500. VERRILL, A.E. 1864. List of Polyps and Corals sent by the Museum of Comparative Zoology to other Institutions in exchange, with annotations. Bull. Mus. Comp. Zool., Harvard, 1 (3): 29-60. — . 1900. Additions to the Anthozoa and Hydrozoa of the Bermudas. Trans. Conn. Acad. Arts Sci., New Haven, 10: 551-572. — . 1907. The Bermuda islands. part V - An account of the coral reefs. Trans. Conn. Acad. Arts Sci., New Haven, 12: 204-348. WALSH, G.E. 1967. An annotated bibliography of the families Zoanthidae, Epizoanthidae and Parazoanthidae (Coelenterata, Zoantharia). Tech. Rep., Honolulu, 13: 1-77. Recebido em 29.03.1993; aceito em 03.02.1994 Fig. 1. Colönia de Zoanthus sociatus (Ellis, 1767), fotografada em aquärio. Barra= 1,0cm. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 135 - 144, 30 set. 1994 142 ROHLFS & BELÉM Figs. 2-6. Zoanthus sociatus (Ellis, 1767). 2-3, esquemas da anatomia interna, em corte longitudinal: 2, MNRJ 0283, de Arraial do Cabo, RJ, bem distendido; 3, USNM 22117, contraído; 4, sistema de canais em parte do escapo, corte longitudinal; 5-6, esfincter duplo, em corte longitudinal: 5, USNM 22117; 6, MNRJ 0283; (b, boca; ce, núcleos de células epidérmicas; cp, escápulo; cpg, células com pigmento; d, disco oral; e, epiderme; ei, esfíncter inferior; es, esfíncter superior; f, faringe: fl, filamento; fm, fibras musculares; g, gastroderme; go, gônadas; m, mesogléia;n, nematocistos, rc, região ciliada; sbc, subcuticula; sc, escapo; sem, sistema de canais mesogleais; si, septo imperfeito; sp, septo perfeito; zde, zona digestivo-excretora. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 135 - 144, 30 set. 1994 O gênero Zoanthus... 143 Figs. 7-8. Zoanthus sociatus (Ellis, 1767). 7, corte longitudinal passando pelo sulco escapular, com a epiderme de características colunares; 8, corte transversal da faringe (a, amebócitos; c, cutícula; cg, células glandulares; cm, canais mesogleais; cs, células suporte; e, epiderme; es, esfíncter superior; f, faringe; g, gastroderme; gl, glândulas; gsa, glândulas de secreção acidófila; gsm, glândulas mucosas; m, mesogléia; n, nematocistos; z, zooxantelas). IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (77): 135 - 144, 30 set. 1994 144 ROHLFS & BELÉM Figs. 9-12. Zoanthus sociatus (Ellis, 1767). 9-11, cortes transversais do filamento, em diferentes alturas: 9, logo abaixo da faringe, apenas com o trato ciliado; 10, em nível mais inferior, com trato cnidoglandular e uma zona de tecido intermediário; 11, zona digestivo-excretora e botão cnidoglandular; 12, cnidoma: 1-2, tentáculos; 3- 4, escapo; 5-7, faringe; 8-9, filamento; 1, 3, 5, 8, holótricos; 2, espirocistos; 4, 6, 9, b-rabdóides; 7, p-rabdóides A; (bcg, botão cnidoglandular; cb, canal basal; e, epiderme refletida; g, gastroderme; ge, glândulas enzimáticas; gm, glândulas mucosas; m, mesogléia; mpb, músculo parietobasilar; mr, músculo retator; mt, músculo transversal; n, nematocistos; nce, núcleos das células epidérmicas; tcg, trato cnidoglandular; zde, zona digestivo- excretora, repleta de zooxantelas picnóticas. IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (77): 135 - 144, 30 set. 1994 BL ISSN 0073-4721 Iheringia Série Zoologia DARRIGRAN, G. Distribución de tres especies del género Heleobia Stimpson, 1865 (Gastropoda, Hydrobiidae) en ei litoral argentino del rio de La Plata y arroyos afluentes .............csssessessesesssrseersessersecescrrsrosesoreresasessenneseassass ESTECONDO, S.; CODÖN, S.M. & CASANAVE, E. Histologfa del tracto digestivo de Chaetophractus villosus (Desmarest, 1804) y C. vellerosus (Gray, 1865) (Mammalia, Dasypodidae) .....unnsnsssssnssnonnnnnnnnnnennnenn nano nn LEME, J.L.M. & INDRUSIAK, L.F. Anatomia e consideragöes sobre Megalobulimus proclivis (Martens, 1888) essen einer rlächdeihe nee A SIS PERETTI, A.V. Structure and function of the hemispermatophore and spermatophore of Bothriurus flavidus RR ND. END cprsacosssasesspeseceirasaasessnssoraseonserssvarceriassonsersisinesardesvevasidors cure psaçsuacanssos GALILEO, M.H.M. & MARTINS, U.R. Novas espécies neotropicais da tribo Agapanthiini (Coleoptera, ee ER a RE BE NHL NER PRICE No CORRER SUDO RE- BRD CERIRSRN, UPAR DE ROSA, I. de L. Comparative osteology of the family Creediidae (Perciformes, Trachinoidei), with comments on the aaa A RAE EANES ADO URI NE NS ERON A VOOS PER RN RESID NOR NR e ONIKI, Y. Trochiliphagus austini sp.n. (Mallophaga, Trochiloecetidae) from Amazilia candida (Aves, Trochilidae) ER EDER RENAN DEREN PSD AESA ND AP SR SE PETTIGROSSO, R.E.; CAZZANIGA, N.J. & ROSA, M.R. de S. The giant psammophilous ciliate Avelia martinicensis (Ciliophora, Protoheterotrichida) in Guanabara bay, Brazil, with taxonomic and nomeclatural notes .......... TIDON-SKLORZ, R. & SENE, F. de M. Fauna of Drosophila (Diptera, Drosophilidae) in the northern area of the “Cadeia do Espinhaço”, states of Minas Gerais and Bahia, Brazil: biogeographical and ecological aspects ..... WILLIS, E. O. Black versus white waterbird colonies (Aves) in the Bolivian-Brazilian Pantanal... VANIN, S.A.; COSTA, C. & GIANUCA, N.M. Larvae of Neotropical Coleoptera XXI: Description of immatures and ecology of Efflagitatus freudei Pacheco, 1973 (Dryopoidea, Heteroceridae) .....uusnennesnnnsennennnennnnnnnnnnnnnne COSTA, €.; VANIN, S.A. & IDE, S. Larvae of Neotropical Coleoptera XXII. Description of adults and immatures of Lagrioida nortoni sp.n., and Bionomics (Coleoptera, Tenebrionoidea, Anthicidae) ...uunsunssssnennsnenennneenn BONALDO, A.B. & BUCKUP, E.H. Revisão do gênero Radulphius (Araneae, Miturgidae, Eutichurinae) ............ DADON, J.R. & MAGALDI, N.H. Mesoscale distribution of Thecosomata (Gastropoda) in the Brazil-Malvinas confluence compared with simultaneous satellite images of surface temperature ....unsnesnnsnssnsnnnonennennenennenannnnnnnnn MARTINS, UR, & GALILEO, M.H.M. Notas e descrições em Desmiphorini (Coleoptera, Cerambycidae) .......... FRANCINI, F.; GRISOLIA, €.S. & PELUSO, F.O. Biologia comportamental de juveniles de Lystrophis dorbignyi ço PARADA SERRO DERA SD AD ERHRENR Museu de Ciências Naturais Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul Programa de Apoio a Publicações Científicas MCT ®cnrg EJFINEP MUSEU DE CIÊNCIAS NATURAIS órgão da FUNDAÇÃO ZOOBOTÂNICA DO RIO GRANDE DO SUL CGC 87.912.929/0001-75 - Supervisionada pela Secretaria da Agricultura e Abastecimento Governador do Estado Antônio Britto Secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento Cézar Schirmer Presidente da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul José Willibaldo Thomé Diretor Superintendente James Silveira Pizarro Diretor Executivo do Museu de Ciências Naturais Christina Teixeira Guimarães Gresele Editor responsável: Maria Helena Mainieri Galileo Comissão redatorial: Erica H. Buckup (Presidente), Inga L. Veitenheimer- Mendes, Maria Aparecida de L. Marques, Maria Lúcia Machado Alves, Maria Helena M. Galileo. Colaborador: Luciano de Azevedo Moura Apoio técnico: Mônica Maria Mondt Responsável pela distribuição: Maria Helena Bopp Miiller Assessores científicos e normas para publicação: vide Iheringia, Sér. Zool. (76): 175-176. BL ISSN 0073-4721 lheringia Série Zoologia A revista IHERINGIA, Sér. Zool. é editada pelo Museu de Ciências Naturais, órgão da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, entidade de direito privado, instituída pela Lei Estadual nº 6.497, de 20.12.72, supervisionada pela Secretaria de Estado da Agricultura e destina-se à divulgação de trabalhos científicos originais, inéditos, mantendo seções destinadas a notas prévias, resenhas bibliográficas e notícias de interesse resultantes de pesquisa em Zoologia Este número foi editado e impresso na gráfica Pallotti em fevereiro de 1995. Tiragem 600 exemplares. Endereço para doações, permutas e correspondência: Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Editoração, Cx. Postal 1188, CEP 90001-970 Porto Alegre, RS, BRASIL. Tel. (051) 336.1511; Fax (051) 336.1778 Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores. É permitida a reprodução total ou parcial dos artigos da Revista, desde que seja citada a fonte. Iheringia, Sér. Zoologia. v.1, 1957 - Porto Alegre, RS - Brasil, Museu de Ciências Naturais Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul 1957 - Semestral ISSN 0073-4721 1. Zoologia-Periódicos - Brasil. 2. Trabalhos científicos - Zoologia - Brasil. I. Museu de Ciências Naturais, Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul CDU - 59 (05) Artigos publicados em Iheringia sér. Zoologia são indexados por: Abstracts of Entomology, Apicultural Abstracts, Bioresearch Index, Biological Abstracts, Centre International de Documentation Arachnologique, Entomological Abstracts, The Zoological Record. Programa de Apoio a Publicações Científicas MCT ®cnra BJFINEP DISTRIBUCIÓN DE TRES ESPECIES DEL GÉNERO HELEOBIA STIMPSON, 1865 (GASTROPODA, HYDROBIIDAE) EN EL LITORAL ARGENTINO DEL RIO DE LA PLATA Y ARROYOS AFLUENTES Gustavo Darrigran "? ABSTRACT DISTRIBUTION OF THREE SPECIES OF HELEOBIA STIMPSON, 1865 (GASTROPODA, HYDROBIIDAE) IN THE ARGENTINE LITTORAL OF THE RIO DE LA PLATA AND AFFLUENT STREAMS. The distribution patterns of three species of Heleobia Stimpson, 1865 were analyzed. Two environments were considered: the argentine littoral of the Rio de la Plata and its affluent streams. Twenty- seven localities were sampled: fourteen along the Rio de la Plata littoral and thirteen along its affluent streams. Heleobia piscium (Orbigny, 1835) and H. australis (Orbigny, 1835) were found only in the Rio de la Plata littoral. The relationships between the distribution of these two species and the salinity gradients of the Rio de la Plata are commented. H. parchappei (Orbigny, 1835) was found only in the studied streams. H. piscium is more tolerant to different ranges of salinity than the other species studied. KEYWORDS. Heleobia, distribution, Rio de la Plata, streams, salinity. INTRODUCCIÓN Las especies del género Heleobia Stimpson, 1865 se distribuyen en la Región 'Neotropical y, en la Región Neartica, en la costa atlântica de los Estados Unidos de Norteamérica (GAILLARD & CASTELLANOS, 1976; GIUSTI & PEZZOLI, 1984). GAILLARD (1973) menciona Heleobia piscium (Orbigny, 1835) para el Rio de la Plata, hallando distintas “formas ecológicas” de acuerdo al impacto antropogénico sufrido por el ambiente que ocupan, y H. parchappei (Orbigny, 1835) en los arroyos de la Provincia de Buenos Aires. El Rio de la Plata es un ambiente con una importante variación temporo-espacial de la concentración salina de sus aguas (RINGUELET, 1962). En el presente trabajo se analiza la distribución del género Heleobia en el litoral argentino del Rio de la Plata y en los arroyos afluentes al mismo. 1, Depto. Cientifico Zoologia Invertebrados. Museo de La Plata. Paseo del Bosque s/n. 1900 La Plata. República Argentina. 2. Investigador del CONICET (Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas, R. Argentina). | Iheringia, Ser. Zool., Porto Alegre, (78): 3 - 8, 2 mar. 1995 4 DARRIGRAN MATERIAL Y MÉTODOS Fueron relevadas 13 estaciones de muestreo en arroyos afluentes al Rio de la Plata y, durante las bajas mareas, 14 estaciones sobre el litoral rioplatense (fig. 1). Estas últimas se seleccionaron considerando la zonación del Rio de la Plata propuesta por Urien (fide BOLTOVSKOY & LENA, 1974) el cual lo divide entres zonas: zona Fluvial-interna (dulceacuicola), zona Fluvial-intermedia (con variación en la concentración salina de 0,5%o a 25%o) y zona Fluvio-marina (con una variación de 25% a 30%o). Se consideró ademas el tipo de sustrato de los ambientes muestreado (tabla I) y la frecuencia de las distintas especies de Heleobia que se colectaron en cada sustrato (fig. 2). Sobre el litoral rioplatense se realizó un muestreo uniforme (transectas perpendiculares a la línea de costa), salvo en los sustratos tipo piedras, donde no se aplicó ninguna metodologia de muestreo. Se tomo entre 25 a 30 muestras en cada estación. En sustrato blando se utilizó un muestreador cilindrico de 0,07m? de superficie. Debido a la capacidad de estos gasterópodos de quedar recubiertos por el sedimento en este tipo de sustrato, se aplica el cilindro hasta una profundidad de 0,15m. En tosca, se utilizó un marco de 0,25m? de superficie. En ambos tipos de sustratos se usó un tamiz de Imm de malla. En los arroyos se tomaron muestras, en los distintos sustratos existentes, sin la aplicación de ninguna metodologia de muestreo. En cada estación de muestreo y en cada sustrato considerado se calculó la frecuencia (F) de aparición de cada especie mediante la formula F=(m/M). 100 donde m: el número de muestras en que aparece la especie considerada y M: el número total de muestras. En las estaciones de muestreo en donde se aplicó una metodologia de muestreo, se calculó la densidad media de las especies de Heleobia encontradas, segun la formula D=[X(n/a)]/M; donde n: número de indivíduos por muestra, a: superficie del muestreador, M: número total de muestras. El material colectado fue depositado en la colección malacológica del Museo de La Plata, R. Argentina, con los respectivos números: H. piscium (5033, 5034 y 5036-5042); A. australis (5035) y A. parchappei (5027- 5032). RESULTADOS Y DISCUSIÓN | En los ambientes relevados se hallaron tres especies del género Heleobia: H. | piscium, H. australis y H. parchappei. Las mismas se encontraron sobre tres sustratos (fig. | 2): duro (piedras y toscas), blando (arena, limo y limo-arcilloso) y vegetación. Enellitoral | del Rio de la Plata, las especies se hallan con mayor frecuencia sobre sustrato duro (50%) | y sobre sustrato blando (43%), siendo solamente del 13% la frecuencia sobre vegetación. | Enlos arroyos, la mayor frecuencia se registra sobre sustratos duros (30%) siendo del20% | y 13% la frecuencia en vegetación y sustrato blando respectivamente. En los arroyos que | presentan cauces limosos, no se registra la presencia de Heleobia, salvo en los que | presentan vegetación disponible como sustrato. | De acuerdo con el sustrato y estaciones consideradas (tab. I), en el litoral del Río de | la Plata, se encuentran dos especies, H. piscium y H. australis, cuya distribución | geográfica no se superpone. H. australis se circunscribe a la zona mäs salobre del Rio | muestreada (estación XIV, Punta Piedras), mientras que H. piscium se localiza en el resto | del litoral rioplatense (desde la estación Ia la XIII), siendo la especie de mayor frecuencia | (71%). En los arroyos se halló solamente A. parchappei, con una frecuencia del 69%. La | misma nunca se colectó en el litoral del Rio, aún cuando en una de las estaciones (estación | 2, Arroyo La Matilde) se registró su presencia hasta los 100-150 metros antes de la, desembocadura del arroyo en el Rio de la Plata. En un ambiente estuarial, el factor ecológico más importante es el tenor salino de: sus aguas, el cual determina el patrón de distribución y la densidad de los organismos | (MARGALEF, 1984; ROBINEAU, 1987), y por lo tanto de los moluscos que habitan | dicho ambiente (CHOMENKO & SCHAFER, 1984; SPRECHMANN, 1978). Can | O EO Pipe im SA Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (78): 3 - 8, 2 mar. 1995 Distribución de tres especies del género Heleobia ... 5 Tabla I. Especies del género Heleobia halladas en cada uno de las estaciones de muestreo en el litoral argentino del Rio de la Plata y en los arroyos afluentes. X, presencia; — ausencia; ( ), datos de densidad media. ESTACIONES DE MUESTREO SUSTRATO H.piscium H. australis H. parchappei (1) Isla Martin Garcia piedra X —— — (I) ' Balneario Anchorena tosca (62) — — (II) Baln. Quilmes arena/piedra (8221) — — (IV) Baln. Hudson arena/vegetaciön (29) —— — (V) Baln. Punta Lara arena/piedra X — — (VI) Baln. Palo Blanco arena/piedra — — — (VII) Baln. Bagliardi piedra X — — (VII) Baln. Municipal arena/piedra — — — (IX) Baln. La Balandra arena (6) — — (X) Baln. Punta Blanca arena/vegetación (2280) — — (XI) Baln. Atalaya arena/piedra (222) — — (XI) Baln. Magdalena arena (398) — — (XII) Baln. Punta Indio arena (10) — — (XIV) Punta Piedras tosca/limo-arcilloso — (42) — frecuencia (%) n 7 0 (1) | Arroyo San Felipe tosca/piedras — — X (2) Arroyo La Matilde limo — — (3) Arroyo Villoldo limo — -— — (4) Arroyo sin nombre limo — — — (5) Arroyo sin nombre limo — — — (6) Arroyo sin nombre tosca/grava — — X (7) | Arroyo sin nombre tosca/grava — — X (8) Arroyo sin nombre tosca/grava — — X (9) Arroyo sin nombre limo/vegetación — — X (10) Arroyo Primera Estanci limo/vegetaciön — — X (11) Arroyo El Destino limo/piedras — — X (12) Arroyo Morales limo — == — (13) Arroyo sin nombre limo/vegetación -— — X frecuencia (%) 0 0 69 | & SCHAFER (1985) observan que el patrón de distribución de los moluscos dulceacuicolas de las lagunas costeras del sur de Brasil, no responde a barreras geográficas, sino a barreras ecológicas asociadas a áreas de variación de la concentración salina. CHERRIL & JAMES (1985), sobre la base de muestreos realizados en diferentes cuerpos de agua de Inglaterra (rios, arroyos y albuferas), consideran a la salinidad como el principal factor que determina la distribución de los Hydrobiidae. CHOMENKO & SCHÄFER (1984) ' sugieren que las especies del género Heleobia pueden ser utilizadas como bioindicadores | de la variación salina de los cuerpos de agua continentales. En el caso del Rio de la Plata, la concentración salina determinaria la distribución de las especies de Heleobia. H. australis solo se halló en la estación XIV (Punta Piedras). Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (78): 3 - 8, 2 mar. 1995 6 DARRIGRAN Buenos Aires República Argentina e 11000.000 (F%) u vegetacidn 3 D sustrato duro (piedras/tosca) 2 10 sustrato blando (arena /lımo) Río Arroyos | I, Litoral de la isla Martin Garcia; II, Balneario Anchorena; III, Baln. Quilmes; IV, Baln. Hudson; V, Baln. Punta Lara; | VI, Baln. Palo Blanco; VII, Baln. Bagliardi; VII, Baln. Municipal; IX, Baln. La Balandra; X, Baln. Punta Blanca; N XI, Baln. Atalaya; XII, Baln. Magdalena; XIII, Baln. Punta Indio; XIV, Punta Piedras. Arroyos afluentes al Rio de | la Plata (1 a 13, partido de Magdalena, Provincia de Buenos Aires): 1, Arroyo San Felipe; 2, Arroyo La Matilde; 3, | Arroyo Villoldo; 4 a 9, arroyos sin nombre; 10, Arroyo Primera Estancia; 11, Arroyo El Destino; 12, Arroyo Morales; | 13, arroyo sin nombre. A a C, zonas del Rio de la Plata propuestas por Urien (fide BOLTOVSKOY & LENA, 1974). A, zona Fluvial-interna. B, zona Fluvial-intermedia. C, zona Fluvio-marina. 2. Frecuencia de tres especies. Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (78): 3 - 8, 2 mar. 1995 pe Distribuciön de tres especies del género Heleobia ... 7 AGUIRRE (1988) la menciona, ademäs, para Bahia Samborombön. Estas äreas correspondem a la zona Fluvio-marina del Rio. Distintos autores (SCARABINO et al., 1975; BEMVENUTI etal., 1978; SPRECHMANN, 1978; CHOMENKO & SCHÄFER, 1984; AGUIRRE, 1988), consideran a H. australis como especie estuarial o mixohalina. Por su parte A. piscium se encuentra en el resto del litoral, zonas intermedia e interna, siendo su límite mäs austral la estación XIII (Balneario Punta Indio). Si bien GAILLARD & CASTELLANOS (1976) consideran que H. piscium es una especie dulceacuicola, el presente trabajo la sefiala tambien como una especie lo suficientemente eurihalina como para estar presente en las zonas Fluvial-interna (salinidad < 0,5%o) y Fluvial-intermedia (variaciön de salinidad entre 0,5%o y 25%o) del Rio de la Plata. Considerando la capacidad de H. piscium de adaptarse a distintas concentraciones salinas, como así también a la mayoria de los sustratos existentes en los cuerpos de aguas continentales, la distribución de esta especie deberia extenderse tambien a los arroyos afluentes al Rio de la Plata, lo cual no fué registrado en los muestreos mencionados en el presente trabajo. H. parchappei no se hallö en el litoral argentino del Rio de la Plata, ni aún en la zona Fluvial-interna del mismo. FENCHEL (1975) afirma que el patrón de distribución actual de los Hydrobiidae es el resultado de la interacciön entre selecciön de habitat, migraciön y colonizaciön, competencia, otras interacciones bióticas y extinciones. Si bien, y en concordancia con lo expresado por este autor, son variadas y complejas las interacciones que se establecen entre las especies consideradas y los restantes componentes bióticos y abióticos del ecosistema acuático, la evaluación de estas interacciones deberia realizarse a través de futuras experiencias de campo (según REISE, 1985) y laboratório. Agradecimientos. A la Dra. Stella Martin (Museo de La Plata) por la determinación de las espécies de Heleobia. A la Dra. Fernanda Lopez Armengol (Museo de La Plata) por su valioso aporte sobre las cuestiones nomenclatoriales referidas al género Heleobia. A la Dra. Claudia Bremec (INIDEP) por el material sedido de H. australis y al Dr. Cristian Ituarte (Museo de La Plata) por la lectura critica del manuscrito. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGUIRRE, M. 1988. Moluscos bentônico marinos pleistoceno-holoceno, en el noreste de la provincia de Buenos Aires. 634p. Tesis Doctoral. Facultad de Ciencias Naturales y Museo, La Plata [No publicada]. BEMVENUTI, C.; CAPITOLI, R. & GIANUCA, N. 1978. Estudos de ecologia bentônica na região estuarial da Lagoa dos Patos. II Distribuição quantitativa do macrobentos infralitoral. Atlântica, Rio Grande, 3: 23- 32. BOLTOVSKOY, E. & LENA, H. 1974. Tecamebas del Rio de la Plata. Serv. Hidrog. Naval., Buenos Aires, 660: 1-32. CHERRILL, A.J. & JAMES, R. 1985. The distribution and habitat preferences of four species of Hydrobiidae in East Anglia. J. Conch., London, 32: 123-133. CHOMENKO, L. & SCHAFER, A. 1984. Interpretação de distribuição do gênero Littoridina (Hydrobiidae) nas lagoas costeiras do Rio Grande do Sul, Brasil. Amazoniana, Kiel, 9(1): 127-146. FENCHEL, T. 1975. Factors determining the distribution patterns of mud snails (Hydrobiidae). Oecologia, Berlin, 20: 1-17. GAILLARD, C. 1973. Las formas ecológicas de Littoridina piscium (D'Orbigny, 1835) (Moll., Hydrobiidae). Neotropica, La Plata, 19(60): 147-151. GAILLARD, C. & CASTELLANOS, Z. 1976. Mollusca Gasteropoda Hydrobiidae. In: RINGUELET,R. A. Fauna de Agua Dulce de la República Argentina. Buenos Aires, FECIC, v. 15, fasc. 2, 40p. Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (78): 3 - 8, 2 mar. 1995 8 DARRIGRAN GIUSTI, F. & PEZZOLI, E. 1984. Notulae malacologicae, XXIX - Gli Hydrobiidae salmastridelle acque costieri italiane: primi cenni sulla sistematica del gruppo e sui caratter distintivi delle singole morfospecie. | Lavori S.I.M., Milano, 21: 117-148. LANZER, R. & SCHÄFFER, A. 1985. Padrões de distribuição de moluscos dulceaquicolas nas lagoas costeiras do sul do Brasil. Revta bras. Biol., Rio de Janeiro, 45 (4): 535-545. MARGALEF, R. 1984. Limnologia. Barcelona, Omega. 1010p. REISE, K. 1985. Tidal flat ecology. An experimental approach to species interaction. Munich, Springer- Verlag, v.54, 191p. RINGUELET, R. 1962. Ecologia Acuätica Continental. Buenos Aires. Eudeba, 138p. ROBINEAU, B. 1987. Caracterisation des peuplements macrosoobenthiques de I'stuaire de la Loire. Vie Milieu, Paris, 37(2): 67-76. SCARABINO, V.; MAYTIA, S. & CACHES, M. 1975. Carta bionómica litoral del Departamento de Montevideo. I. Niveles superiores del sistema litoral. Com. Soc. Malac. Urug., Montevideo, 4(29): 117- 126. SPRECHMANN, P. 1978. The paleoecology and paleogeography of the uruguayan coastal area during the neogene and cuaternary. Zitteliana, Munich, 4:3-72. Recebido em 01.07.1993; aceito em 30.01.1994. Iheringia, Ser. Zool., Porto Alegre, (78): 3 - 8, 2 mar. 1995 .—"—————— Dome HISTOLOGIA DEL TRACTO DIGESTIVO DE CHAETOPHRACTUS VILLOSUS (DESMAREST, 1804) Y C. VELLEROSUS (GRAY, 1865) (MAMMALIA, DASYPODIDAE) Silvia Estecondo ! Stella Maris Codón ! Emma Casanave ! ABSTRACT HISTOLOGY OF THE DIGESTIVE TRACT OF CHAETOPHRACTUS VILLOSUS (DESMAREST, 1804) AND C. VELLEROSUS (GRAY, 1865) (MAMMALIA, DASYPODIDAE). The histology of the digestive tract of the armadillos Chaetophractus villosus (Desmarest, 1804) and C. vellerosus (Gray, 1865) was studied. In general, it appears similar to that described for monogastric mammals. At the transition to the large intestine from the small intestine there is a caecum. The pancreas of C. vellerosus presents islets of Langerhans with irregular shape; in C. villosus they are round. Both species have submaxillary, parotid and sublingual glands. The submaxillary glands are histologically divisible into two well-marked regions. The presence of a sallivary bladder is remarkable. KEYWORDS. Dasypodidae, Chaetophractus, digestive tract, histology. INTRODUCCIÓN Los dasypódidos (armadillos) son mamíferos Xenarthros autóctonos de Sud América. Unicos representantes vivientes del Orden Cingulata, se extienden desde el Sur de Estados Unidos hasta el Estrecho de Magallanes (WETZEL, 1982). Existen por lo menos veinte especies conocidas vulgarmente como mulitas, piches, matacos, tatúes, quirquinchos y peludos (WETZEL, 1982; 1985 a, b). Su alimentación es variada y según las especies, puede ser omnivora o insectivora. La información disponible sobre la morfologia y particularmente, sobre la histologia del tracto digestivo de los armadillos, es escasa e incompleta (GRASSÉ, 1955; CUBA- CAPARO, 1979). No hay antecedentes referidos al género Chaetophractus Fitzinger, 1871. 1. Laboratorio de Histologia Animal, Departamento de Biologia, Universidad Nacional del Sur. San Juan 670. (8000). Bahia Blanca, República Argentina. Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (78): 9 - 18, 2 mar. 1995 10 ESTECONDO: CODÓN & CASANAVE En este trabajo se describe la histologia del aparato digestivo y glândulas anexas de dos especies del género Chaetophractus: C. villosus (Desmarest, 1804) yC. vellerosus (Gray, 1865). MATERIAL Y MÉTODOS Se utilizaron animales adultos de ambos sexos, capturados a una distancia de 15-20km de Bahía Blanca, provincia de Buenos Aires, Argentina; se eutanasiaron con tiopental sódico intraperitoneal y se perfundieron con Bouin, previo lavado con solución fisiológica heparinizada. El material fue deshidratado e incluido en parafina y se realizaron cortes de 5 um de espesor. Se utilizaron técnicas generales de coloración como hematoxilina-eosina, tricrómico de Masson, Azán de Heidenhein y reacción del ácido peryódico de Schiff. Las preparaciones están depositadas en el Laboratorio de Histologia Animal de la Universidad Nacional del Sur, Bahía Blanca. RESULTADOS Orofaringe con epitelio estratificado plano no queratinizado; corion con acinos mixtos; no existe muscular de la mucosa. Esófago con una túnica mucosa con pliegues longitudinales; epitelio (e, fig. 1) igual que el de la orofaringe, pero se diferencia por ser de mayor espesor; corion (c) con tejido conectivo denso; muscular de la mucosa (mm), no existe en el pasaje faringe- esófago, comienza a.evidenciarse hacia el tercio medio y está formada exclusivamente por fibras musculares lisas de diposición longitudinal; submucosa (sm), de tejido conectivo laxo muy vascularizado, con glândulas mucosas (gm) y nódulos linfáticos, penetra en los pliegues de la mucosa. Conductos de las glândulas mucosas, de epitelio simple cúbico, desembocan en la luz del órgano. Los nódulos linfáticos pueden atravesar la muscular de la mucosa e invadir el corion; túnica muscular formada por dos capas, una interna circular y una externa longitudinal, ambas de músculo estriado; hacia la parte posterior del órgano comienzan a entremezclarse fibras musculares lisas. Cerca del pasaje esöfago-estömago ambas capas son de músculo liso; la capa interna circular es la primera en cambiar; adventicia de tejido conectivo laxo muy vascularizado, revestida por epitelio plano simple. Mucosa del estómago con pliegues longitudinales, más abundantes hacia la parte posterior del órgano. El epitelio del esófago cambia bruscamente a epitelio cilíndrico simple con una diferenciación mucosa apical (fig. 2). El corion (c, fig. 4) de tejido conectivo laxo está ocupado en su totalidad por glândulas gástricas que son de tipo tubular simple. Se reconocen tres clases: (1) cardiales | (ge, fig. 2), restringidas a la primera porción del estômago (es), bajas, formadas por células mucosas; (2) corpofúndicas (figs. 3, 4) bajas en el fondo del estômago y hacia el | | "| | | | piloro, altas en el cuerpo. Con cuatro tipos celulares; células superficiales (s), cilíndricas | altas con borde mucoso PAS positivo, con núcleos ovales de cromatina laxa, y uno o dos | nucléolos; células mucosas del cuello (m), basófilas, más bajas que las superficiales, se | ubican en el cuello entre las células parietales; mucus distribuido en todo el citoplasma y | núcleo de posición basal; células principales, cuboideas, con el citoplasma basófilo, basofilia más intensa en la parte basal de la célula, núcleo oval o redondeado y de posición basal, presentando la cromatina en grânulos gruesos, abundantes en el fondo de Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (78): 9 - 18, 2 mar. 1995 { | | | | —————— Histologia del tracto digestivo de Chaetophractus villosus... 11 las gländulas; células parietales (p) poligonales, grandes, citoplasma con gränulos acidöfilos, núcleo central, con cromatina de gränulos gruesos ubicados principalmente sobre la cara interna de la carioteca, con uno o dos nucléolos; más abundantes en la mitad superior, pero se encuentran distribuidas en toda la glândula entre los otros tipos celulares; (3) pilóricas (gp, fig. 5), bajas, formadas por células mucosas, se encuentram en la porciön final del estômago. Muscular de la mucosa formada, en el pasaje esöfago-estömago, por una sola capa longitudinal de músculo liso; luego aparece la interna circular, también de músculo liso, que penetra entre las glândulas; hacia la parte posterior del estômago ambas capas se hacen más gruesas: submucosa de tejido conectivo laxo muy vascularizado, penetra en los pliegues de la mucosa; muscular formada por dos capas de fibras musculares lisas, la interna circular muy ancha y la externa longitudinal; entre ambas capas se observa tejido conectivo con vasos sanguíneos, nervios y ganglios del plexo de Aüerbach; hacia el final del estômago, túnica muscular muy prominente; serosa de tejido conectivo laxo recubierto por mesotelio. En el pasaje estömago-intestino hay un estrechamiento y un esfinter muscular, el piloro. Intestino delgado con pliegues y vellosidades; los pliegues abarcan las túnicas mucosa y submucosa; las vellosidades son proyecciones de la mucosa; glândulas de Lieberkühn (fig. 6) entre las vellosidades, ambas recubiertas por epitelio cilíndrico simple con chapa estriada y células caliciformes, estas últimas aumentan en número hacia el ciego. Hay abundantes linfocitos infiltrados en el epitelio. En las glândulas de Lieberkühn se observan además células cilíndricas relativamente indiferenciadas, muchas en mitosis y hacia el fondo de las criptas, células de Paneth (pa, fig. 7) (piramidales, con núcleo desplazado hacia la base y con grânulos eosinófilos en el citoplasma). Corion de tejido conectivo laxo, escaso, ubicändose entre las glândulas y por debajo de ellas; con nódulos linfáticos más abundantes hacia el ciego. Muscular de la mucosa, de fibras musculares lisas, formada por una capa interna circular y una externa longitudinal: interna circular delgada y envia fibras que penetran entre las glândulas y en las vellosidades; externa longitudinal es discontinua al principio y luego se hace continua; esta disposición se mantiene en el resto del tracto digestivo. Submucosa de tejido conectivo laxo muy vascularizado con nódulos linfáticos y abun- dantes linfocitos; se observan ganglios del plexo de Meissner; túnica muscular delgada y de disposición típica. Serosa, de tejido conectivo laxo, recubierta por mesotelio. Duodeno y yeyuno-ileon distintos. Duodeno con vellosidades cortas y en la submucosa abundantes glândulas de Brunner. Yeyuno-ileon con vellosidades más largas y delgadas, haciendose más bajas y anchas hacia el ciego. Se observa mayor cantidad de células caliciformes y no hay glándulas de Brunner. El pasaje intestino delgado-ciego es bien visible. Macroscópicamente se observa un estrechamiento que se corresponde histológicamente con un esfinter muscular. Por otra parte cambia brusca- mente el aspecto de la mucosa ya que desaparecen las vellosidades. Ciego (fig. 8) no diferenciado del intestino grueso (fig.9); esfinter muscular no observado; ambos órganos presentan pliegues de la mucosa y submucosa. En el intestino grueso de C. vellerosus hay mayor cantidad de pliegues. Epitelio cilíndrico simple con chapa estriada y células caliciformes. En el ciego se observan menor cantidad de células caliciformes que en la porción final del intestino delgado; estas células van en aumento hacia el recto. Criptas de Lieberkühn muy profundas y formadas casi exclusivamente Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (78): 9 - 18, 2 mar. 1995 12 ESTECONDO: CODÓN & CASANAVE por células caliciformes. Corion de tejido conectivo laxo ubicado entre las criptas de Lieberkiihn. Nódulos linfáticos y abundantes linfocitos. Las capas muscular de la mucosa, submucosa, muscular y serosa presentan disposición característica. En el pasaje intestino grueso-recto existen pliegues transversales de mucosa y submucosa. Recto semejante al intestino grueso, con la excepción de la túnica muscular cuya capa longitudinal externa es mäs gruesa que la circular interna. En el pasaje recto- conducto anal el epitelio cambia abruptamente a epitelio estratificado plano no queratinizado. Este espitelio se queratiniza a cierta distancia del pasaje. El higado (fig. 10), vesícula biliar y la porciön exócrina del pâncreas responden a la estructura histológica típica de mamiferos. Los islotes de Langerhans (1) se caracterizan por ser escasos y redondeados en C. villosus (fig. 11). En C. vellerosus presentan tamafio y forma muy irregular; pueden ser alargados, más o menos redondeados o formar cordones (fig. 12). Las glândulas salivales son pares y de grandes dimensiones. Morfológicamente se distinguen parótidas, submaxilares y sublinguales. Se destaca la presencia de un reservorio salival relacionado con la glândula submaxilar. Todas son glândulas túbulo alveolares compuestas. Están rodeadas por una gruesa cápsula de tejido conectivo denso que envia tabiques hacia el interior dividiendolas en lóbulos y lobulillos. La parótida está constitu- ida por acinos de tipo serosos, PAS positivos, (fig. 13). En la submaxilar se distinguem dos zonas (fig. 14), la anterior (za) formada por acinos mixtos y acinos serosos. Los acinos mixtos se caracterizan por semilunas serosas grandes. La pórcion mucosa del acino reacciona débilmente con PAS. La zona posterior (zp) está formada por acinos mixtos y escasos acinos serosos. En los acinos mixtos las semilunas serosas son pequenas, predominando la parte mucosa que es fuertemente PAS positiva. La glândula sublingual es una glândula predominantemente mucosa. Reservorio salival (fig. 15) tapizado por epitelio simple (e); debajo del mismo hay tejido conectivo laxo (cl) y una gruesa capa de músculo estriado esquelético (me). DISCUSIÓN Los tubos digestivos de C. villosus y C. vellerosus presentan gran similitud estructural. Sus características corresponden básicamente a la disposición típica de mamiferos. Se destaca un ciego que constituye la porción inicial del intestino grueso; un esfinter, que lo separa claramente del intestino delgado y sugiere su importancia funcional como probable etapa de retraso del flujo intestinal. A diferencia de lo descripto para Dasypus hybridus (Desmarest, 1804) por CUBA- CAPARO (1979), en Chaetophractus no se observan vellosidades ni en el ciego ni en el intestino grueso; las glândulas del ciego son en D. hybridus semejantes a las de la región cardial gástrica y en Chaetophractus el ciego es histolögicamente semejante al intestino grueso. mano CUBA-CAPARO (1979) no indica la chapa estriada en el epitelio de las vellosidades y de las glândulas de Lieberkühn del intestino delgado de D. hybridus. La misma es claramente visible en Chaetophractus. Llama la atención la diferencia morfológica que presenta el pâncreas en ambas especies. C. vellerosus posee islotes irregulares en forma y tamafio, coincidiendo con lo descripto para D. septemcinctus (Linnaeus, 1758) por RIET-CORREA et al., (1965). C. Iheringia, Ser. Zool., Porto Alegre, (78): 9 - 18, 2 mar. 1995 Histologia del tracto digestivo de Chaetophractus villosus... 13 Figs. 1-3. Chaetophractus villosus (Desmarest, 1804): 1, esófago, sección transversal (Masson). C. vellerosus (Gray, 1865): 2, pasaje esöfago-estömago (Masson); 3, gländulas corpofúndicas altas del estômago (Hematoxilina-Eosina); (c, corion; e, epitelio; es, esófago; gc, glándulas cardiales; gm, glándulas mucosas; mm, muscular de la mucosa; p, células parietales; s, células superficiales; sm, submucosa). Barra: 60 um. Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (78): 9 - 18, 2 mar. 1995 14 ESTECONDO; CODÓN & CASANAVE Figs.4-6. Chaetophractus villosus: 4, mitad superior de las glândulas corpofúndicas (PAS). C. vellerosus: 5, glándulas pilóricas del estômago (Masson); 6, vista general de la mucosa del intestino delgado (Masson); (c, corion; gp, glándulas pilóricas; m, células mucosas del cuello; p, células parietales). Barra: fig. 4, 35 um; figs. 5 y 6, 60 um. Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (78): 9 - 18, 2 mar. 1995 Histologia del tracto digestivo de Chaetophractus villosus... 15 Figs. 7-9. Chaetophractus villosus: 7, fondo de las glândulas de Lieberkühn (Masson); 8, vista general de la mucosa del ciego (Masson); 9, vista general de la mucosa y submucosa del intestino grueso (Masson); (c, corion; e, epitelio; mm, muscular de la mucosa; pa, células de Paneth; sm, submucosa). Barra: 60 um. Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (78): 9 - 18, 2 mar. 1995 16 ESTECONDO; CODÓN & CASANAVE Figs. 10-12. Chaetophractus vellerosus: 10, higado (Masson); 12, pâncreas (Hematoxilina-Eosina). C. villosus: | 11, pâncreas (Hematoxilina-Eosina); (i, islote de Langerhans; k, espacio Kiernan; v, vena central del lobulillo). Barra: 60 um. Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (78): 9 - 18, 2 mar. 1995 Histologia del tracto digestivo de Chaetophractus villosus... 117) Figs. 13-15. Chaetophractus vellerosus: 13, glândula parótida (Masson). C. villosus: 14, glândula submaxilar ' (Hematoxilina-Eosina); 15, reservorio salival (Masson). (cl, tejido conectivo laxo; e, epitelio; me, músculo estriado; za, zona anterior; zp, zona posterior). Barra: fig. 13, 100 um; figs. 14 y 15, 60 um. Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (78): 9 - 18, 2 mar. 1995 18 ESTECONDO; CODÓN & CASANAVE villosus presenta islotes redondeados siendo semejante al de D. hybridus (CUBA- CAPARO, 1979). Es una característica propia de los armadillos poseer un reservorio salival (POUCHET, 1868; BURNE, 1901 y FAHRENHOLZ, 1937). SHACKLEFORD (1963), lo describe en Dasypus novemcinctus (Linnaeus, 175 8) y FAVA-DE-MORAES (1965), en Cabassus loricatus (Pelzeln, 1883) y D. novemcinctus. La pared del reservorio está formada principalmente por músculo estriado esquelético. La saliva podria acumularse en este reservorio y ser usada a voluntad en determinadas situaciones fisiológicas que requieran mayor cantidad de saliva. En Dasypus novemcinctus la glândula submaxilar está compuesta por dos lóbulos que difierem histoquimicamente (SHACKLEFORD, 1963) y ultraestructuralmente (RUBY & CANNING, 1978). En las especies en estudio la glândula submaxilar posee dos zonas histológicamente diferentes, siendo la parte posterior predominantemente mucosa. Los acinos mucosos de la zona anterior poseen distinta afinidad tintorial que los de la zona posterior. Esto sugiere que existe alguna diferencia en el producto de secreción elaborado por ambas porciones. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS BURNE, R. H. 1901. A contribution to the myology and visceral anatomy of Chlamyphorus truncatus. J. Zool., London, 1: 104-121. CUBA-CAPARO, A. 1979. Atlas de histologia del armadillo de 7-bandas Dasypus hybridus. Buenos Aires, Centro Panamericano de Zoonosis, OPS/OMS. 166p. FAHRENHOLZ, C. 1937. Drüsen der Mundhöle. p. 115-210. In: BOLK, L. et al. Handbuch der vergleichenden Anatomie der Wirbeltiere. Berlin, Urban & Schwarzenberg. v. 3. | FAVA-DE-MORAES, F. 1965. Alguns dados morfológicos associados ao estudo histoquímico dos | polissacarídeos em glândulas salivares de animais pertencentes às seguintes ordens: Marsupialia, Chiroptera, | Primates, Edentata, Lagomorpha, Rodentia, Carnivora e Artiodactyla (Mammalia). Revta Fac. Odont. Univ. S. Paulo, Säo Paulo, 3 (2): 233-290. GRASSE,P.P. 1955. Ordre des Edentes. p. 1182-1266. In: GRASSÉ, P. P. (ed.) Traité de Zoologie. Paris, Masson. v. 17. POUCHET, G. 1868. Des conditions anatomiques de la fonction salivaire sous-maxillaire chez les Edentes. C.r. hebd. Seanc. Acad. Sci., Paris, 66: 670-673. | RIET-CORREA, P.; MARQUES, M. & HAASE, H. 1965. Pancreas extractable insulin and islets structure of | the armadillo Dasypus septemcinctus. Revta bras. Biol., Rio de Janeiro, 25 (3): 249-252. I RUBY, J. R. & CANNING, H. B. 1978. Ultrastructure of the acinar cells in the submandibular gland of the || nine-banded armadillo. J. Morph., Philadelphia, 155: 1-18. | | SHACKLEFORD, J. M. 1963. The salivary glands and salivary bladder of the nine-banded armadillo. Anat. | Rec., Philadelphia, 145 (4): 513-519. WETZEL, R.M. 1982. Systematics, distribution, ecology and conservation of South American edentates. p. | 345-375. In: Mammalian Biology in South America. Pittsburg, Univ. Pittsburg Special Publication || Pymatuning Lab. of Ecology. v. 6. | ——. 1985a. The identification and distribution of recent Xenarthra (=Edentata). p. 5-21. In: MONTGOMERY, | G. G. ed. The evolution and ecology of Armadillos Sloths and Vermilinguas. Washington, | Smithsonian Institution. | — . 1985b. Taxonomy and distribution of armadillos, Dasypodidae. p. 23-46. In: MONTGOMERY, G. G. | ed. The evolution and ecology of Armadillos Sloths and Vermilinguas. Washington, Smithsonian || Institution. | Recebido em 08.11.1993; aceito em 04.02.1994. Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (78): 9 - 18, 2 mar. 1995 ANATOMIA E CONSIDERAÇÕES SOBRE MEGALOBULIMUS PROCLIVIS (MARTENS, 1888) (GASTROPODA, MEGALOBULIMIDAE) José L. M. Leme !* Leocädia F. Indrusiak ? ABSTRACT ANATOMY AND CONSIDERATIONS ON MEGALOBULIMUS PROCLIVIS (MARTENS, 1888) (GASTROPODA, MEGALOBULIMIDAE). An anatomical description of the structures of the free mantle edge, the roof ofthe pulmonary cavity, the gut and the genital apparatus of Megalobulimus proclivis (Martens, 1888) are given. Some considerations are made on geographical distribution, type locality and type material. KEYWORDS. Anatomy, Gastropoda, Megalobulimidae, Neotropical, Pulmonata. INTRODUÇÃO Megalobulimus proclivis (Martens, 1888), como a grande maioria das espécies de gastrópodes terrestres brasileiros, é conhecida apenas por descrição conquiliológica. Esta espécie apresenta problema com relação ao material-tipo, pelo fato de MARTENS (1868) ter identificado um exemplar procedente de Rödersberg, Rio Grande do Sul, enviado por R. Hensel, como Bulimus cf. lacunosus Orbigny, 1835, espécie com distribuição restrita aos Andes. MARTENS (1888), estudando material procedente da “Província de Rio Grande do Sul”, remetido por v. Heimburg, reconheceu seu erro de identificação e descreveu uma nova espécie, a qual denominou Bulimus proclivis e comparou-a com Bulimus ovatus (Müller, 1774). CLESSIN (1888), com base em um exemplar enviado por R. v. Ihering, procedente de Taguara (= Taquara) Rio Grande do Sul, descreveu uma nova espécie, Bulimus iheringi. Ihering conservou um exemplar, no Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo registrado como MZSP 1309 junto com um manuscrito em alemão informando que se trata da mesma espécie identificada e publicada por v. Martens como B. lacunosus. PILSBRY (1895-1896) reconheceu a identidade das duas espécies, transferindo-as para “O gênero Strophocheilus Spix, 1827. Posteriormente (1901-1902: 122) confirmou sua “Identificação e publicou a figura de Strophocheilus iheringi (Clessin, 1888), com base “numa fotografia enviada por H. v. Ihering. BEQUAERT (1948) estabeleceu a sinonimia ' com a prioridade de S. (Megalobulimus) proclivis e informou a localização do holótipo | 1, Museu de Zoologia e Departamento de Zoologia do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo, C. P. 7172, CEP 01064-970, São Paulo, | Brasil. | 2. Universidade Federal de Santa Maria, Faixa de Camobi, km 9 - Campus Universitärio - Camobi, CEP 97119-900, Santa Maria, Rio Grande do | Sul, Brasil. 3. Bolsista do CNPq (Processo nº 306231/88-3) | Iheringia, Ser. Zool., Porto Alegre, (78): 19 - 27, 2 mar . 1995 | | | E | | 20 LEME & INDRUSIAK dessa espécie no Museu de Berlim; de um topótipo procedente de “Taquara do Mundo Novo” do Rio Grande do Sul, no Museu de História Natural de Chicago; e de um possível outro topótipo no Museu da Universidade de Michigan. Com referência ao destino do tipo B. iheringi disse desconhecer. MORRETES (1949) registrou Strophocheilus proclivis nas localidades Taquara do Mundo Novo, RS e floresta virgem junto à Rödersberg, Santa Catarina (S. lacunosus) [sie]. Em 1952, elevouMegalobulimus Miller, 1878 a gênero e propôs outros subgêneros, entre os quais Phaiopharus, onde colocou M. proclivis. MORRETES (1953) manteve a denominação Megalobulimus (Phaiopharus) proclivis procedente de “Taquara do Novo Mundo”, Rio Grande do Sul, sem fazer menção a “Rödersberg.” Segundo o Dr. Telmo Lauro Müller, diretor do Museu Histórico “Visconde de São Leopoldo”, o termo “Rödersberg” pode ser associado a “Reutersberg”, Morro Reuter, localizado a 35km de São Leopoldo, na BR 116, entre Porto Alegre e Gramado. Segundo informação do Prof. J. W. Thomé, o Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul não conseguiu identificar “Rödersberg” no RS, embora no mapa de HENSEL (1867) conste “Rödersberg” entre São Leopoldo e Nova Petrópolis, sugerindo, mesmo, se tratar | do Morro Reuter, naquela ocasião mata virgem, hoje município independente. Pelo | exposto, pode-se admitir que o material aqui estudado habita pelo menos a vizinhança da | localidade-tipo de M. proclivis. | LEME (1973), discutindo o status de família para as espécies do gênero | Megalobulimus, não encontrou elementos anatômicos e argumentação suficiente para | aceitar o subgênero Phaiopharus e outros propostos por Morretes e listou M. proclivis | entre as espécies de Megalobulimus. | O status de família proposto por LEME (1973) tem sido refutado por alguns | pesquisadores europeus atuais, principalmente aqueles que, levados pela necessidade de | interpretação filogenética, sem possuir um embasamento profundo sobre a anatomia dos | Megalobulimidae, estabeleceram interpretações equivocadas sobre espécies neotropicais | dos Strophocheiloidea. Tais dados anatômicos serão discutidos no final do trabalho. MATERIAL E MÉTODOS O material estudado inclui topótipo de Bulimus iheringi (fig. 4), depositado no Museu de | Zoologia, Universidade de São Paulo (MZSP 1309) e assinalado com um disco azul por H. von Ihering, | como em todo seu material-tipo; um exemplar jovem completo (fig. 1) e duas conchas vazias (figs. 2,3) | coletadas no Parque do Caracol, Município de Canela, Rio Grande do Sul, por R. S. K. Saalfeld, em | 26.V.1974, depositados no Museu de Ciências Naturais, Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. 2 (MCNZ 3804). E Graças à colaboração do Prof. Dr. J. W. Thomé, pudemos examinar duas fotografias, efetuadas | no “Zoologisches Museum Berlin”, do holótipo de M. proclivis, em vistas ventral e dorsal, com dois. | rótulos originais, em um deles constando Bulimuscef. lacunosus Orbigny, Rödersberg, Sul do Brasile no | outro Strophocheilus (Borus) ef. lacunosus Orbigny, Ródersberg, Brasilien, Hensel. | Os trabalhos anatômicos foram realizados com base em único exemplar semiadulto disponível! (MCNZ 3804). O plano de dissecção, a terminologia e as abreviaturas seguem os trabalhos de LEME, | 1973, e em parte, o de SCOTT (1939), que apresenta o mais amplo estudo anatômico sobre uma espécie | do gênero Megalobulimus. As estruturas do aparelho genital não apresentam caracteres seguros para | a diagnose específica, devido ao estado de pré-maturação do exemplar examinado. As estruturas da | borda livre do manto, da cavidade pulmonar e do sistema digestivo, por independerem da maturidade | sexual, são aqui considerados como de plena utilização na identificação específica. 7 Os caracteres conquiliolögicos estão limitados aos da diagnose específica proposta por BEQUAERT (1948) e pelas medidas dos exemplares examinados. | Iheringia, Ser. Zool., Porto Alegre, (78): 19 - 27, 2 mar . 1995 Anatomia e considerações sobre Megalobulimus proclivis... 21 Megalobulimus proclivis (Martens, 1888) (Figs. 1-19) Bulimus lacunosus; MARTENS, 1868: 177-8, non Orbigny, 1835. Bulimus proclivis MARTENS, 1888: 64-5. “Rödersberg” (=Morro Reuter), Rio Grande do Sul; holótipo no Zoologisches Museum Berlin. Bulimus (Borus) iheringi CLESSIN, 1888: 167-8, holótipo “Taguara” (= Taquara), Rio Grande do Sul, Brasil, não localizado. Strophocheilus (Borus) proclivis; PILSBRY, 1895-1896: 195. Strophocheilus (Borus) iheringi; PILSBRY, 1901-1902: 122. Strophocheilus (Megalobulimus) proclivis;, BEQUAERT, 1948: 166. Strophocheilus proclivis; MORRETES, 1949:141. Megalobulimus (Phaiopharus) proclivis; MORRETES, 1952: 113; 1953:66. Megalobulimus proclivis; LEME, 1973: 333. Diagnose. Pela escultura nepiönica, assemelha-se aMegalobulimus granulosus (Rang, 1831), diferindo por apresentar costelas ligeiramente mais fortes e mais juntas. Concha fusiforme alongada, espira ligeiramente mais atenuada que a base. Volta corporal estreita, não entumescida em forma de fundo de saco, a esquerda da base. Abertura semi-eliptica, columela aproximadamente reta e oblíqua. Pela forma do rim, pela relação volumétrica reno-pericárdica, pela presença de apêndice vaginal e pela relação de comprimento entre o pênis e o epifalo, M. proclivis pode ser associada à M. oblongus (Müller, 1774) e espécies afins; diferindo de M. ovatus (Müller, 1774) e afins. M. proclivis distingue-se pela presença de conspicua papila basal no lábio interno do pneumóstoma (pli), larga cinta muscular envolvendo o vaso subcolar (cin) e o estômago constituído por duas túnicas musculares, diferenciadas em incisão longitudinal (fig. 12). Figs. 1-4. Conchas de Megalobulimus proclivis:1-3, Parque do Caracol, Canela, RS (MCNZ 3804); 1, subadulto dissecado; 2, 3 conchas vazias; 4, Taquara, RS, topótipo (MZSP 1309). Barra = 2cm. Iheringia, Ser. Zool., Porto Alegre, (78): 19 - 27, 2 mar . 1995 29 LEME & INDRUSIAK Medidas, em mm, das conchas de exemplares adultos (a = comprimento total; b = diâmetro maior; c = diâmetro menor; d = eixo maior da abertura; e = eixo menor da abertura, maior distância perpendicular ao eixo maior; f = número de voltas). MCNZ 3804: (a) 82,0, (b) 35,5, (c) 31,5, (d) 40,5, (e) 20,5, (f) 5,5; MCNZ 3804: (a) 91,0, (b) 38,0, (c) 35,5, (d) 39,0, (e) 21,0, (f) 5,5; MZSP 1309: (a) 93,5, (b) 43,0, (c) 36,5, (d) 47,0, (e) 22.0.0585 Descrigäo anatömica. Regiäo palial. Labio interno da borda do manto (lim, figs. 5, 6, 10, 11) longo e flexuoso, partindo do pneumöstoma e atingindo a extremidade oposta do colar do manto. Lábio interno do pneumóstoma (lip, figs. 5, 10, 11) forte, com a borda superior sinuosa e a inferior com uma conspicua papila basal de forma arredondada (pli, figs. 10, 11). Cavidade pulmonar curta, porém ampla, e apresentando fortes rugas de acomodação (enr, figs. 5, 6, 10, 11); superfície respiratória limitada a uma condensação de fortes vasos obliquos, intensamente anastomosados junto à região do pneumöstoma, separada do mesmo pelo septo pulmonar (sep, fig. 11) que também margeia uma zona adretal mais anastomosada, sem apresentar vasos contínuos, que por sua vez é margeada por uma elevada crista marginal da goteira urinária (cri, fig. 11); o restante da superfície do manto é percorrido por poucos e delicadissimos vasos longitudinais com ramificações tênues, difusas e dificilmente evidenciadas; vaso subcolar (vac, fig. 6) encerrado no interior de uma forte e larga cinta muscular, cujo eixo maior acompanha o sentido da borda do manto (cim, figs. 5, 6); porção livre do vaso subcolar, adretal (par, figs. 10, 11), em forma de uma calibrosa corda, liga-se à crista marginal da goteira urinária e à porção terminal do reto, próximo ao ânus. Pericárdio oblíquo, quase tão longo quanto o rim, que é alongado, de contorno irregular, com extremidade distal volumosa e arredondada, e um nefróstoma (nef, figs. 5, 9) situado no primeiro terço da parede lateral livre. Sistema digestivo. Tubo digestivo com repartições fortes e externamente bem | delimitadas; esôfago, com a porção mediana (pme, fig. 7) em forma de pera nitidamente | diferenciada da anterior e da posterior, todas com superficie interna forrada apenas por | dobras longitudinais; ducto da glândula digestiva anterior (dga, figs. 7, 8) localizado a | considerável distância do limite basal do estômago que é muito forte, inteiramente | musculoso, formado por duas capas perfeitamente diferenciadas em secção e forrado por | fortes e uniformes dobras longitudinais (fig. 12). Ducto da glândula posterior (dgp, figs. | 8, 12) localizado na metade da face ventral do estômago. Tiflossole (tif, fig. 12) único, | inicia-se no ducto da glândula digestiva posterior e termina a uma curta distância da | válvula pré-retal (vpr, fig. 9), na região do pericárdio. Sistema genital. A condição de submaturidade sexual evidenciada pela fragilidade | da concha e pela ausência do rebordo do lábio externo, é confirmada pelo isolamento dos | lóbulos do ovotestis (ovt, fig. 19), pelo pequeno volume da glândula de albume (gal, figs. | 14, 17) em relação ao saco glandular anexo (sga) e pelo pequeno desenvolvimento do | espermoviduto (esp, fig. 14). Oviduto livre volumoso e tão longo quanto a vagina (ovl, | figs. 14, 16); apêndice vaginal (designado por SCOTT (1939) de saco do dardo) (sad, figs. | 14, 16), longo; ducto deferente cruza diagonalmente o oviduto livre antes de acompanhar | longitudinalmente a vagina (cad, fig. 15) e antes de ser envolvido pelas bainhas vaginal | (bav) e peniana (bai); epifalo (epf) quase tão longo quanto o pênis, dotado de um forte e | calibroso flagelo (fla). Músculo retrator peniano tem inserção apical e se espalha pela || cabeça do epifalo (mrp, figs. 13, 14). Pênis pouco diferenciado externamente e interna- | mente dotado de pilastras longitudinais (pil, fig. 13) aparentemente uniforme. Iheringia, Ser. Zool., Porto Alegre, (78): 19 - 27, 2 mar .. 1995 Anatomia e considerações sobre Megalobulimus proclivis... 23 lem Figs.5-9. Megalobulimus proclivis (MCNZ 3804): 5, teto da cavidade pulmonar e borda livre do manto; 6, detalhe da região oposta ao pneumóstoma; 7, porção inicial e mediana do tubo digestivo; 8, detalhe da região do estômago, mostrando a posição do ducto das glândulas digestivas; 9, teto da cavidade pulmonar, detalhe da região renopericárdica: ain, alça intestinal; au, aurícula; bur, bulbo radular; cim, cinta muscular; dga, ducto da glândula digestiva anterior; dgp, ducto da glândula digestiva posterior; enr, enrugamento do teto da cavidade pulmonar; est, estômago; frd, fragmento do diafragma; frt, fragmento do tegumento externo; gda, glândula digestiva anterior; gls, glândula salivar; int, intestino; lem, lábio externo da borda do manto; lim, lábio interno da borda do manto; lip, lábio interno do pneumóstoma; mrr, músculo retrator radular; nef, nefróstoma; pae, porção anterior do esôfago; per, perióstraco; pme, porção mediana do esôfago; pne, pneumóstoma; ppe, porção posterior do esôfago; ret, reto; rim, rim; sep, septo pulmonar; sue, sulco urinário extemo; vac, vaso subcolar; ven, ventrículo; vpr, válvula pré-retal. Escalas: 10mm, figs. 5, 6, 9; 4mm, fig. 7; 2mm, fig. 8. Iheringia, Ser. Zool., Porto Alegre, (78): 19 - 27, 2 mar . 1995 24 LEME & INDRUSIAK enr Sep | 11 gur Figs. 10-13. Megalobulimus proclivis (MCNZ 3804): 10, 11, teto da cavidade pulmonar; detalhe da ärea respiratória na região do pneumóstoma, respectivamente, antes e depois da abertura e rebatimento do lábio | interno do pneumóstoma; 12, detalhe da distribuição da musculatura interna do estômago; 13, detalhe da ! estrutura interna da região apical do complexo peniano; an, ânus; cri, crista marginal da goteira urinária; dgp, | ducto da glândula digestiva posterior; enr, enrugamento do teto da cavidade pulmonar; epf, epífalo; est, | estômago; frt, fragmento do tegumento externo; gur, goteira urinária; int, intestino; lem, lábio externo da borda | do manto; lim, lábio interno da borda do manto; lin, linhas de incisão; lip, lábio interno do pneumóstoma; mrp, | músculo retrator peniano; ost, ostiolo do epifalo; pap, porção apical do pênis; par, porção adretal do vaso | subcolar; pil, pilastras penianas; pli, papila marginal do lábio interno do pneumóstoma; pne, pneumóstoma; ret, | reto; sep, septo pulmonar; sue, sulco urinário externo; tif, tiflossole intestinal. Escalas: 10mm, figs. 10, 11; 2mm, | figs. 12, 13. Iheringia, Ser. Zool., Porto Alegre, (78): 19 - 27, 2 mar . 1995 Anatomia e considerações sobre Megalobulimus proclivis... 25 epf esp Figs. 14-19. Megalobulimus proclivis (MCNZ 3804): vista dorsal da sisterna genital; 15, 18, detalhe da regiäo basal do aparelho copulador, vista ventral; 16, detalhe da regiäo mediana do ramo hermafrodita da sisterna genital, vista ventral; 17, detalhe, em vista de perfil, da regiäo superior do ramo hermafrodita da sisterna genital; 19, vista ventral do ovotestis: aor, aorta; bai, bainha peniana; bav, bainha vaginal; cad, ducto deferente; cbc, corpo “da bursa copulatória; dbc, ducto da bursa copulatória; dpr, dobras prostáticas; duh, ducto hermafrodita; epf, “epífalo; esp, espermoviduto; fla, flagelo; frt, fragmento do tegumento externo; gal, glândula de albumina; mrp, “músculo retrator peniano; ovl, oviduto livre; ovt, ovotestis; pap, porção apical do pênis; pbp, porção basal do pênis; sad, apêndice vaginal (saco do dardo segundo SCOTT, 1939); sga, saco glandular anexo; tal, talon; vag, vagina. Escalas: 4mm, fig. 14; 2mm, figs. 15-19. Iheringia, Ser. Zool., Porto Alegre, (78): 19 - 27, 2 mar . 1995 26 LEME & INDRUSIAK DISCUSSÃO O confronto entre as medidas obtidas do topótipo (MZSP 1309) e as do material descrito por CLESSIN (1888) como B. iheringi: 90mm de comprimento, 43mm de diâmetro e 44mm de comprimento da abertura, invalida a hipótese de considerá-lo como o holótipo desaparecido. Pode-se apenas admitir que Ihering teria conservado consigo um exemplar da espécie aqui estudada. Considerando as controvérsias apresentadas pela teoria de REGONDAUD (1964), segundo a qual a cavidade respiratória dos Pulmonata seria uma nova formação e não uma simples transformação progressiva da cavidade palial dos Prosobranchia, e que estaria representada apenas pela região do pneumóstoma, é de se estranhar que os autores modernos, principalmente aqueles que elaboram árvores filogenéticas hipotéticas, base- ados apenas em dados de literatura e não em observações anatômicas pessoais, não | tenham dedicado qualquer atenção às estruturas da borda livre do manto e do teto da cavidade pulmonar. Por entender que, aceitando tanto a teoria antiga que acreditava na fusão da borda do manto com o tegumento da região nucal, para o fechamento da cavidade palial, no sentido de permitir respiração aérea, quanto a teoria de Régondaud, | acreditamos ser indispensável o estudo das estruturas evidenciadas, tanto fora da | cavidade, quanto aquela distribuída pelo teto da cavidade. | O detalhamento das estruturas dispostas na região do pneumóstoma e da borda | livre do manto visa fornecer subsídios para o conhecimento das sinapomorfias que | definam os grupos em continuação a LEME & ZAGO (1992), as quais TILLIER (1989: | 71) confessa não conhecer. | Este posicionamento concorda com as conclusöes de BIELER (1992: 330) quanto | à necessidade de cada vez mais se basear em trabalhos monográficos e em metodologias | avançadas para o embasamento da taxonomia dos Pulmonata. | TILLIER (1989: 71), não considerando a família Megalobulimidae, emite um | conceito de parentesco entre os gêneros Strophocheilus e Dorcasia Gray, 1838 que | estaria correto, como demonstrou LEME (1975) se Megalobulimus e Strophocheilus | fossem considerados como representantes de famílias distintas como prôpos LEME | MUS) | TILLIER (1989) não concordou com o arranjo sistemático de BOSS (1982) que | também colocou Megalobulimus em Megalobulimidae, embora, baseado em compila- | ções. NORDSIECK (1992) também não aceitou a família Megalobulimidae. q Ao contrário de Tillier, entendemos que a mais importante lacuna para a interpre- | tação da filogenia dos Pulmonata não é a falta de conhecimento sobre a família || Megaspiridae, mas a falta de informações sobre as relações morfológicas entre as | | famílias Megalobulimidae e Strophocheilidae. | Defende-se a inclusão de M. proclivis na familia Megalobulimidae por apresentar: | | septo pulmonar desenvolvido, separando no teto da cavidade pulmonar uma área | excretora da área essencialmente respiratória; presença de franja bucal desenvolvida; | presença da válvula pré-retal na alça intestinal contígua ao pericárdio; estômago volumo- so com limites bem definidos; rim com nefróstoma simples, sem qualquer proteção, | localizado na parede lateral livre, a meio caminho entre a extremidade anterior e a caudal, | e presença de glândula genital assessória no trajeto do espermoviduto. | Iheringia, Ser. Zool., Porto Alegre, (78): 19 - 27, 2 mar . 1995 | Anatomia e considerações sobre Megalobulimus proclivis... 27 REFERENCIAS BIBLIOGRÄFICAS BEQUAERT, J. C. 1948. Monograph of the Strophocheilidae, a Neotropical family of terrestrial Mollusks. Bull. Mus. comp. Zool. Harv., Cambridge, Mass., 100 (1): 3-210. BIELER, R. 1992. Gastropod phylogeny and systematics. A. Rev. Ecol. Syst., Palo Alto, 23: 311-38. BOSS, K.J. 1982. Mollusca. In: PARKER, S. P. ed. Synopsis and classification of living organisms. New York, McGraw-Hill, v. 2. p. 945-1166. CLESSIN, S. 1888. Binnemollusken aus Süedbrasilien. Malakozool. Bl., (NF) Cassel, 10 (2): 165-174. LEME, J. L. M. 1973. Anatomy and systematics of the Neotropical Strophocheiloidea (Gastropoda, Pulmonata) with the description of a new family. Arq. Zool. Est. S. Paulo, São Paulo, 23 (5): 295-337. LEME, J. L. M. & ZAGO, D. A. 1992. Aspectos histolögicos da borda livre do manto de Scutalus (Aposcutalus) atlanticus Dutra & Leme, 1985, com uma complementação de diagnose específica (Gastropoda, Bulimulidae). Pap. Avuls Zool., São Paulo, 38 (2): 9-15. MARTENS, E. V. 1968. Ueber Suedbrasilische land-und süesswasser Mollusken. Malakozool. Bl., Cassel, 15: 169-217. —. 1888. Zwei neue Schneckenarten. SB. ges. naturf. Freunde Berl., Berlin, 1888 (4): 64-65. MORRETES, F. L. 1949. Ensaio de Catálogo dos Moluscos do Brasil. Arq. Mus. parana., Curitiba, 7: 5-216. —. 1952. Novas espécies brasileiras da família Strophocheilidae. Arq. Zool. Est. São Paulo, São Paulo,8 (4): 109-126. —. 1953. Adenda e corrigenda ao ensaio de catálogo dos Moluscos do Brasil. Arq. Mus. parana., Curitiba, 10: 37-76. NORDSIECK, H. 1992. Phylogeny and system of the Pulmonata (Gastropoda). Arch. Molluskenk., Frankfurt, 121 (1/6): 31-52. PILSBRY, H. A. 1895-1896. Manual of Conchology structural and systematic. Pulmonata. 2 Série. Philadelphia, Academic of Natural Science, Conchological Section. v. 10, 212p. —. 1901-1902. Manual of Conchology structural and systematic. Pulmonata. 2 Série. Philadelphia, Academic of Natural Science, Conchological Section. v. 14, 301p. REGONDAUD, J. 1964. Origine embryonnaire de la cavité pulmonaire de Lymnaea stagnalis. Considérations particulieres sur la morphologénêsse de la Commissure viscérale. Bull. biol. Fr. Belg., Paris, 98: 433-471. SCOTT, M.I.H. 1939. Estudio anatömico del Borus Strophocheilus lorentzianus (Doer.) (Mol. Pulm.). Revta Mus. La Plata, Nueva Serie Sec. Zool., La Plata, 1: 217-278. TILLIER, S. 1989. Comparative morphology, phylogeny and classification of land snails and slugs (Gastropoda: Pulmonata: Stylommatophora). Malacologia, Ann Arbor, 30 (1-2): 1-303. Recebido em 09. 11.1993; aceito em 07.03.1994 | | | | \ Iheringia, Ser. Zool., Porto Alegre, (78): 19 - 27, 2 mar . 1995 o I 3 2 ” A ; = R ae Nr ndo ánlive NA 3 a e ende dar io rim k wu ı R é pn a ma = Fra DE CHA DIA 5 an ‘ ES É i 4 : 5 : ER N 4 ê x z 8 h REN . E : 2 “ RSA sat ! HE N Ba u + ö Zul = ; are “fo ente reRDiraçÕEE: DE trama: é Ri & à | ” cg RK. ee ü o a Er | ; anpe rn ic o Rio oia ART O ; I ; Streich STRUCTURE AND FUNCTION OF THE HEMISPERMATOPHORE AND SPERMATOPHORE OF BOTHRIURUS FLAVIDUS KRAEPELIN, 1910 (SCORPIONES, BOTHRIURIDA E)! Alfredo Vicente Peretti ? ABSTRACT The morphology and functioning of the spermatophore of Bothriurus flavidus Kraepelin, 1910 are studied. Comparisons were made between 16 hemispermatophores, nine pre-insemination spermatophores and eigth post-insemination spermatophores. The similarities and differences between the spermatophores of this and other species of genus Bothriurus Peters, 1861 are established. Previous studies on bothriurid spermatophores are discussed. The associated behaviours to process capsular ejection and the following expulsion of sperm into female are added. KEYWORDS. Spermatophore, Bothriurus flavidus, sperm transfer, Argentina. INTRODUCTION One reason for a thorough examination of scorpion spermatophores is based upon the fact that this order probably represents an ancestral group in the evolution of the arachnids sperm transfer mechanisms (ALEXANDER, 1964; THOMAS & ZEH, 1984). The analysis of the different morphological and/or functional types of spermatophores, in each family, contributes to the knowledge of basic patterns, as well as to the specific features exclusive to each “type”. ANGERMANN (1955, 1957) working on Chactidae, ALEXANDER (1957) on Scorpionidae, and ROSIN & SHULOV (1963) on Diplocentridae, among others, have established the bases for such studies on spermatophores of “lameliform” type (nomenclature after FRANCKE, 1979). The spermatophores of the family Bothriuridae have scarcely been studied. Previous studies have focussed either on the morphology (SAN-MARTIN & GAMBARDELLA, 1967; MAURY, 1975) or on the mechanism by which they 1. Part of Doctoral Thesis, Facultad de Ciencias Exactas, Físicas y Naturales, Universidad Nacional de Córdoba, Argentina. 2. Cátedra Diversidad Animal I. Facultad de Ciencias Exactas, Físicas y Naturales. Universidad Nacional de Córdoba. Av. Vélez Sarsfield 299, 5000 Córdoba, Argentina. (CONICET). Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (78): 29-37, 2 mar. 1995 30 PERETTI transfer sperm. MAURY (1968) studied the function of a spermatophore of Urophonius iheringi Pocock, 1893; ACOSTA (1989) and PERETTI (1992) of Bothriurus bonariensis (C.L. Koch, 1843), a species that had been partially analyzed by ZOLESSI (1956). The spermatophore of Bothriurus flavidus Kraepelin, 1910 has been previously described by ABALOS & HOMINAL (1974), based on partially everted spermatophores. The objective is to describe the morphology of the hemispermatophore and spermatophore in B. flavidus as well as its functioning in order to provide a future comparative study of spermatophores of the family Bothriuridae. MATERIAL AND METHODS Sixteen hemispermatophores were studied, as well as nine preinsemination spermatophores and eight post-insemination ones, produced by 20 males of B. flavidus. The specimens were collected in December 1990 and 1991 near Sierra de la Ventana, province of Buenos Aires, Argentina. The hemispermatophores were dissected from the paraxial organs, the membranous structures of the male genital system which contains them. Appropriately cleaned of all covering tissues, they were preserved in 80º ethyl alcohol. The spermatophores were removed from the substratum before or after the sperm transfer, and then stored with the specimens as the hemispermatophores, deposited in the Cátedra Diversidad Animal I, Universidad Nacional de Córdoba, Argentina. The nomenclature proposed for the spermatophore of B. bonariensis by PERETTI (1992) is followed. When pointing out distal-proximal, dorsal-ventral and internal-external direction, the actual position of the organs in the male body in taken into account. A total of 18 mating behaviours was observed in December 1990, January and December 1991, and January 1992, in a 60x50x15cm arena. The substratum consisted of soil provided with 5-60mm, diameter stones and pieces of wood or tree barks. The observation was related and recorded in cassettes tapes. Many representatives parts of the | mating were filmed. For more details of this methodology see PERETTI (1991). The abbreviations | used here deriving from the spanish names of the structures. RESULTS Hemispermatophore (figs. 1-9). Light chestnut colour, weakly sclerotized | and very translucent. Lamina (LA) shorter than the trunk (TR), visibly inclined | towards dorsal (figs. 1,2). Crest (CR) well developed with a transversal wall (PT) | either near its proximal limit or rising from the base (fig. 6). Dorsal edge (FD) | long, occupying the middle and distal part of the lamina. Brief dorsal fold (RD), | poorly developed, enlarged towards distal end. Ventral fold (RV) is continued in | the trunk, marking the boundaries of semicircular depression (DS) (fig. 4), and | reaches to the disto-external region of the capsule (CA), finishing in an acute | point. | The external and internal capsular invaginated sheets (A, B), of regular | development, internally pointed slightly towards ventral (fig. 5). The capsular | lobe (LC) wide, with slightly undulated borders, and somewhat concave at its | ventral face (figs. 7,9). The distal end of this lobe parallels in position and length | the extreme of the capsular sheet “A” (figs. 3,5). The capsular concavity (CC), | slight, and placed nearly in the middle of the internal sheet (figs. 5,7). The trunk | | wide, but gradually narrowed towards the proximal end. Capsular flexure (FC) | I I || Iheringia, Ser. Zool., Porto Alegre, (78): 29-37, 2 mar. 1995 Structure and function of the hemispermatophore and spermatophore of Bothriurus... 31 mild, which delimits a flat truncal convexity (CT) (figs. 4, 8). Pedal flexure (FP) thin and pedicel (PE) oval. Pre-insemination spermatophore (figs. 10-12). The spermatophore remarkably translucent, makes it possible to observe clearly the sperm stored in the trunk as this region acquires a yellowish-white tone. The dorsal edge of the lamina noticeably well developed (fig. 10). The capsular lobes included in the capsular aperture (AC); only the distal tips can be seen from the outside. Both lobes remain attached by a thin layer of adhesive substance. These lobes (in relation to their orientation in the hemispermatophore) experimented a half torsion towards dorsal upon their external face, resulting in their concave surfaces being oriented to the external side. The trunk litte stylized, somewhat amphora-shaped in dorsal view; wider at the truncal flexure (FT) level (fig. 10). The pedicel (PE) fixed to the substratum (fig. 11) by a cement, which is translucent when deposited and slightly amber when solidified. Post-insemination spermatophore (figs. 13-16). The capsule, evaginated, like a semicollapsed cone (figs. 13,15), bears a rounded foramen (FO) at its tip (figs. 13, 15, 16). The capsular lobes (LC) remain generally held together (fig. 14), now oriented towards the proximal aspect and resting on the back of trunk, showing their slightly concave surfaces. Due to the weak consistency of the spermatophore, the trunk is completely collapsed ventro-dorsally. This is particularly true at truncal flexure level (fig. 13), where it usually remains pressed by the lamina, either forming an angle of 45° or recovering a position similar to the original condition (figs. 13-16). After the process of sperm transfer, the spermatophore generally recovers its original orientation to the substrate. Functioning mechanism and associated behaviours. Once the male deposited the spermatophore, what takes 1 min 31s + 5.3s (N=11), the positioning of the female above the spermatophore is carried out. In this moment, she has her genital opening uncovered (fig. 17). During this behaviour the palpal chelae of the female were still grasped by the male, as it was during the whole previous courtship. At the same time the male grasped with its chelicera the region around the female mouth. The approximation becomes more slowly, till the dorsal surface of the spermatophore lamina fits between the female’s coxae, and the capsular lobes lightly penetrate her genital opening. Then the male releases the chelae of its partner and holds her second pair of legs with his palps, near by the femur-tibia joint. Here starts the behavioural unit called “Action on the spermatophore” (AE) (fig. 18) which takes Imin 20s + 6.8s (N=10). This unit is guided and conducted by the male, which supports the extreme of his metasoma on the substratum (a stone for example). The male pushes the female backwards and downwards, causing in this way the bending of the spermatophore, while at the same time, part of the trunk and the lamina enter her genital opening. If this is successfully performed, the complete capsular evertion and the ejection of the total sperm contents, both occuring in the inner of the female genital tract, will be produced. Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (78): 29-37, 2 mar. 1995 32 PERETTI Figs. 1-9. Bothriurus flavidusKraepelin, 1910; Left hemispermatophore: 1, external face. 2, internal face. Detail of the capsular region: 3, dorsal face; 4, external face; 5, internal face; 6, dorsal face of the lamina. Detail of the | capsular lobe: 7, dorsal view; 8, ventro-internal view; 9, ventro-external view (in these drawings the capsular sheet B is not complete). Abbreviations: A, external capsular sheet; AC, capsular aperture; B, internal capsular. sheet; CA, capsule; CC, capsular concavity; CR, crest; CT, truncal convexity; DS, semicircular depression; FC, capsular flexure; FD, dorsal edge; FP, pedal flexure; FT, truncal flexure; LA, lamina; LC, capsular lobe; PEÍ | pedicel; PT, transversal wallofthe crest; RD, dorsal fold; RV, ventral fold; STL, laminar-trunk suture; TR, trunk. Scale lines= Imm. | Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (78): 29-37, 2 mar. 1995 Structure and function of the hemispermatophore and spermatophore of Bothriurus... 33 Figs. 10-16. Bothriurus flavidus Kraepelin, 1910. Spermatophore; pre-insemination condition: 10, right view; 11, dorsal view; 12, dorsal view of capsular region. Post-insemination condition: 13, right view; 14, dorsal view; 15, dorsal view of capsular region; 16, distal view of capsular region. Abbreviations: A, external capsular sheet; AC, capsular aperture; B, internal capsular sheet; CA, capsule; CR, crest; DS, semicircular depression; FD, dorsal edge; FO, foramen; FP, pedal flexure; FT, truncal flexure; LA, lamina; LC, capsular lobe; PE, pedicel; PT, transversal wall of the crest; RD, dorsal fold; SC, cement-like substance; Sub, fragment of substratum; TR, trunk. Scale lines = Imm. Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (78): 29-37, 2 mar. 1995 34 PERETTI , Figs. 17-18. Bothriurus flavidus Kraepelin, 1910. Sequence of using of the spermatophore: 17, positioning of, the female over the just deposited spermatophore by the male; 18, behavioural unit action on the spermatophore | (AE); 19, attempt to mutual stinging after AE is finished (the female is still penetrated by the spermatophore);)! 20, taking and eating of the post-insemination spermatophore by the female. | Iheringia, Ser. Zool., Porto Alegre, (78): 29-37, 2 mar. 1995 Structure and function of the hemispermatophore and spermatophore of Bothriurus... 35 During AE unit the body of the male shows a series of curvatures (fig. 18), just like when the spermatophore is deposited: mesosoma convex to dorsal and metasoma convex to ventral. This is due to the pressure performed by the male. The female lays more downwards and backwards on the spermatophore, without showing its body significative curvatures. Once the flexion of the spermatophore reaches a maximum and the sperm transfer is finished, the body of the male relaxes. In this way he stops to push his partner, and at the same time the cited flexion of the spermatophore diminishes. At this point the unit is concluded, althought the female keeps on beeing penetrated a few seconds by the empty spermatophore. After AE, one of the partners, generally the male, try to sting the other, causing it to respond in the same way (fig. 19). The male releases the female and moves quickly away while the female normally - 73% (8/11) - remains in the same place, and eats the post-insemination spermatophore (fig. 20). The female exhibits sometimes an early attempt to sting, either while offering resistance to be placed on the spermatophore - 16% (2/12) - or before AE is finished - 33% (4/12). This causes that the male releases the female, leaving the sequence incomplete. In other circumstances the AE unit is partially or defectively performed, without producing an adequate capsular evertion of the spermatophore, with little (10- 30% ) or no ejection of sperm. Very often those difficulties arise when performing AE on substratum which for example do not provide suitable supporting points for the male’s metasoma. DISCUSSION The general morphology of hemispermatophores and pre-and post-insemi- nation spermatophores of B. flavidus show close similarities to the structural type “Which 1s also observable in other species of the same genus (Acosta, personal communication), such as B. prospicuus Mello-Leitão, 1934, B. burmeisteri Krae- ‚pelin, 1834, B. bucherli San Martin, 1963, B. voyati Maury, 1973, and B. rochensis San Martín, 1965. These species exhibit, however, clear differences in their ‚external morphology (MAURY, 1973; Acosta, personal communication). | The formerly mentioned species shares lamina with long dorsal edge, marked crest, slightly developed dorsal fold, and spatula-like capsular lobes, which hardly appear visible outside the capsular aperture. These are general similarities, but several differences of minor magnitude also exist, for example, the size in the shape of the lobes and the presence or absence of spines and apophyses in the ‚distal-external border of the capsule. These differences could have some relation to a mechanism of interspecific reproductive isolation at the level of sperm transfer (PERETTI, 1992). | The spermatophores in this group of species are easily distinguishable from “other forms of spermatophores in the genus Bothriurus, such as B. bonariensis, recently studied by ACOSTA (1989) and PERETTI (1992). Compared with the 'spermatophore of B. flavidus and allied species, that of B. bonariensis has a lamina with a short dorsal edge, small crests and well developed dorsal foid and | Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (78): 29-37, 2 mar. 1995 36 PERETTI capsular lobes. According to this, the spermatophore of B. flavidus and related species constitute one of the most prominent “fundamental models” within Bothriurus (MAURY, 1980). ABALOS & HOMINAL (1974) studied specimens of B. flavidus from the “Pampa de Achala” province of Córdoba, Argentina. Although slight differences between the populations occur in spermatophore morphology as exomorphology (MAURY, 1973; ACOSTA, 1989), it is evident that the authors described the spermatophore in the pre-insemination condition, although its capsule was indeed partially evaginated. This fact was first noticed by ACOSTA (1989), who correctly illustrates an pre-insemination spermatophore. It might be pointed out that the functioning mechanism of the spermatophore of B. flavidus follows the same pattern of B. bonariensis, which has been analyzed in detail (PERETTI, 1992), and the rest of the family Bothriuridae. However, the AE unit takes longer in B. bonariensis (5-6 min). According to the observed behavioural and morphological features, it is deduced that in Bothriuridae the capsular evertion occurs because of the pressure performed by the female body on the lamina, when pushed by the male. This‘ bending of the spermatophore at the trunk flexion determines an internal pressure : of the sperm content, causing the whole invaginated structures to unfold through | the capsular opening, and the sperm to ooze through the newly formed foramen. . This aspect was analyzed by PERETTI (1992), confirmating that the pressure on | the lamina in order to cause the evertion of the capsule should be conducted! towards proximal and ventral, that is a bidirectional force, with a more important horizontal component; one of the two directions alone is not enough. The difference between AE unit duration of B. flavidus and B. bonariensis! may be due to the distinct consistences of the respective spermatophores, as the‘ ones of B. bonariensis show a strongly sclerotization. This affects noticeably the: time needed to pressure on the lamina, as to get the whole evagination of the: whole capsule and the complete ejection of the sperm. Although the capsular region in Bothriuridae shows greater capsular complexity than in the rest of the families with “lameliform” spermatophore (MAURY, 1980), and its way of! eversion seems more elaborated too, the ethological pattern of AE could be! basically similar (FRANCKE, 1979; POLIS & SISSOM, 1990; BENTON, 1993) in! the sense that all of them might show (ANGERMANN, 1955 MLIST: ALEXAN- | DER, 1957) a functioning of “lever” type. Acknowledgments. To Dr. Luis E. Acosta (Universidad Nacional de Córdoba, Argentina), Dr | Emilio A. Maury (Museo Argentino de Ciencias Naturales, Buenos Aires), Dr. Tim Benton (University) of East Anglia, England), Dr. W. David Sissom (West Texas A&M University, USA), Dr. Wilson, Lourenço (Université Pierre et Marie Curie, France) and two anonymous reviewers for their assa comments on the methodology and content as well as their help with the english text. Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (78): 29-37, 2 mar. 1995 Structure and function of the hemispermatophore and spermatophore of Bothriurus... 37, REFERENCES ABALOS, J.W. & HOMINAL,H. 1974. La transferencia espermätica en Bothiurus flavidus Kraepelin, 1910 (Bothriuridae, Scorpiones). Acta Zool. Lill., Tucumän, 31 (5): 47-56. ACOSTA, L. E. 1989. La fauna de escorpiones y opiliones (Arachnida) de la provincia de Córdoba. 333p. Ph. D. thesis. Facultad de Ciências Exactas, Físicas y Naturales, Universidad Nacional de Córdoba. [Unpublished]. ALEXANDER, A.J. 1957. The courtship and mating of the scorpion Opisthophthalmus latimanus. Proc. Zool. Soc. London, London, 128 (4): 529-544. ALEXANDER, R. D. 1964. The evolution of mating behavior in arthropods. In: HIGHANM, K.C., ed. Insect Reproduction. London, Symp. R. Entomol. Soc. Lond., nº 2. p. 78-94. ANGERMANN, H. 1955. Indirekte Spermatophoreniibertragung bei Euscorpius italicus Hbst. (Scorpiones, Chactidae). Naturwissenschaften, Berlin, 42: 303. ——. 1957. Uber Verhalten, Spermatophorenbildung und Sinnes Physiologie vonEuscorpius italicus Hbst. und verwandten Arten (Scorpiones, Chactidae). Z. Teripsychol., Berlin, 14: 276-302. BENTON, T. G. 1993. The courtship behaviour of Euscorpius flavicaudis. Bull. Br. arachnol. Soc., London, 9 (5): 137-141. FRANCKE, O. F. 1979. Spermatophores of some North American Scorpiones. J. Arachnol., Texas, 7: 19-32. MAURY, E. A. 1968. Aportes al conocimiento de los escorpiones en la República Argentina. I. Observaciones biológicas sobre Urophonius brachycentrus (Thorell, 1877) (Bothriuridae). Physis, Buenos Aires, 27 (75): 407-418. — . 1973. Los escorpiones de los sistemas serranos de la provincia de Buenos Aires. Physis, C, Buenos Aires, 32 (85): 351-371. —. 1975. La estructura del espermatóforo en el género Brachistosternus (Scorpiones, Bothriuridae). Physis, C, Buenos Aires, 34 (89): 179-182. — . 1980. Usefulness of the hemispermatophore in the systematics of the scorpion family Bothriuridae. Proc. 8th Int. Arachnol. Congr., Wien, Wien, p. 335-339. PERETTI, A.V. 1991. Comportamiento de apareamiento de Zabius fuscus (Thorell) (Buthidae, Scorpiones). Boln Soc. Biol. Concepción, Concepción, 62: 123-146. — . 1992. Elespermatóforo de Bothriurus bonariensis (C. L. Koch, 1843) (Scorpiones, Bothriuridae): morfologia y funcionamiento. Boln Soc. Biol. Concepción, Concepción, 63: 157-167. POLIS, G. A. & SISSOM, W. D. 1990. Life history. In: POLIS, G. A., ed. The Biology of Scorpions. Stanford, Stanford University, p. 162-223. ROSIN, R. & SHULOV, A. 1963. Studies on the scorpion Nebo hierochonticus. Proc. Zool. Soc. | London, London, 140: 547-575. SAN-MARTIN, P. R. & GAMBARDELLA, L. A. de 1967. Descripción del espermatöforo de | Bothriurus bucherli San Martín, 1963 (Scorpiones, Bothriuridae). Revta Soc. ent. Argent., Buenos | Aires, 29 (1-4): 17-20. | THOMAS, R. H. & ZEH, D. W. 1984. Sperm transfer and utilisation strategies in arachnids; | | ecological and morphological constraints. In: SMITH, R. L., ed. Sperm competition and the evolution of animal mating systems. New York, Academic. p. 179- Bi. ' ZOLESSI, L.C. de 1956. Observaciones sobre el comportamiento sexual de Bothriurus bonariensis || (Koch) (Scorpiones, Bothriuridae). Nota preliminar. Fac. agronom. Montevideo, Montevideo, 35: 13-10. | | Recebido em 19.10.1993; aceito em 01.03.1994. | Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (78): 29-37, 2 mar. 1995 a a gi Inn ER ir 3 a . | BE ) j À “xs o | ae. y* Tá e q j N ac a 4 ni TO! MH FADE , ii AT \ jo j I T „3 + u : E : 3 4 o PE, f ! ré SEE; 1 na Did A dr qa > é RU a Tan, x + am a 5 ida sa Era à SS PRESTE UR Vide! are om ME a HI o E: Dir ta dd! E VE : E ? ae re Be ET a EHER: Eita 4 NES . E AIG: ra AB ; | =] \ 2. ET NAS T | pus ) SEE f = io Ss E VT Mod rn ARM € “4 E ) 455,18 } x 14 g i 3 } £ 2 q >» É Sat ER) Ms PN | Er Kira iR Es { # à Fee ea — A © 1 Es i f pa, j > [ . As \ Mo dy Eu PA ERA y BIST ZHRE Kr MED Sé A Sinto eg od e É. f . E z: + 3 “23 ç > em À E tura A $ 2 E TT CE TO I EIS GA IE La À HUSTEN E REAR SMA TIS Hr A , ; : É E ss À asda 2 r E EPE Ne # et UEHR, x » Ê : ; | | » pasta; opa ar ; ú ni foi e Si , tio abe Suba 568 io orale IEA AR Ast grrrker aaa inzige ro WM zmsieta ba de as 237 vl - pira ator! bia, Ti tas Ea a 4 x A - ar 4 x = } 5! é + f 4 4 y SR N Sr wet as Brett U e à = re } y 2 E a Va 5 ee > E a 2 RR aa TERN re NOVAS ESPÉCIES NEOTROPICAIS DA TRIBO AGAPANTHIINI (COLEOPTERA, CERAMBYCIDAE) Maria Helena M. Galileo !º Ubirajara R. Martins *º ABSTRACT NEW NEOTROPICAL SPECIES OF THE TRIBE AGAPANTHIINI (COLEOPTERA, CERAMBYCIDAE). New species described: Hippopsis ocularis from Bolivia; Zipoetopsis dissimilis from Ecuador and Grammopsoides picta from Peru. KEYWORDS. Agapanthiini, Cerambycidae, Coleoptera, Lamiinae, Neotropical. INTRODUÇÃO Ao estudarmos material de Agapanthiini pertencente ao “Canadian Museum of Nature”, Ottawa (CMNC) e ao revisarmos exemplares pertencentes ao Museu de Zoologia (MZSP) foram constatadas novas espécies dos gêneros Zipoetopsis Breuning, 1950; Hippopsis Lepeletier & A. - Serville, 1825 e Grammopsoides Breuning, 1940. Zipoetopsis dissimilis, sp. n. (Fig. 1) S. Tegumento avermelhado. Pubescência esbranquiçada na cabeça (na face “ dorsal pouco mais concentrada em duas faixas largas, divergentes); no pronoto “mais concentrada para os lados, constitui faixa nos lados do protórax; nos élitros * pouco concentrada em toda superfície, não chega a constituir faixas longitudinais; na face ventral está concentrada nos metepimeros. Cabeça fina e densamente pontuada. Lobos oculares inferiores arredonda- dos, tão longos quanto as genas; lobos superiores ausentes. Escapo cilíndrico, atinge a orla posterior do protórax; pêlos internos aproximadamente tão longos quanto a largura do artículo. Pronoto fina e densamente pontuado. Extremidades elitrais acuminadas. Metatrocanteres densamente pilosos no lado posterior. 1. Museu de Ciências Naturais, Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Caixa Postal 1188, 90001-970 Porto Alegre RS, Brasil. 2. Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo, Caixa Postal 7172, 01064-970 São Paulo SP, Brasil. 3. Pesquisador do CNPq. Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (78): 39 - 43, 2 mar. 1995 40 GALILEO & MARTINS Metafêmures (fig. 1) intumescidos; face posterior densamente pilosa. Metatíbias cilíndricas, intumescidas. Urosternito I (fig. 1) com depressão losangular brilhante que ocupa quase toda região central; margem lateral da depressão projetada ao nível do meio. ©. Faixas de pubescência esbranquiçada da cabeça, do protórax e dos élitros mais evidentes. Metatrocanteres, metafêmures, metatíbias e urosternito I não modificados. Dimensões, em mm, respectivamente S/9. Comprimento total, 7,2/10,1; comprimento do protórax, 1,2/1,7; maior largura do protórax, 1,0/1,3; comprimen- to do élitro, 5,1/7,5; largura umeral, 1,2/1,8. Material-tipo. EQUADOR. Guayas: Playas (35km NNE, 10m, “xeric shrubs”), holótipo &, 24. VII. 1976, S. & J. Peck col. (CMCN). El Oro: Pinas/ Zaruma, parátipo 9, VIII. 1977, L. Pefa col. (MZSP). Discussão. Zipoetopsis até o momento continha a espécie-tipo, Z. unicolor Breuning, 1950, originalmente descrita de San Bernardino, Paraguai, que não examinamos. BREUNING (1962) redescreveu o gênero e a espécie-tipo; menci- onou que os lobos oculares inferiores têm o dobro do comprimento das genas. Os . lobos oculares inferiores em Z. dissimilis são, nos dois sexos, tão longos quanto as | genas, caráter que permite distinguí-la de Z. unicolor. | Os metafêmures e o primeiro urosternito do macho de Z. dissimilis (fig. 1) | apresentam modificações semelhantes àquelas dos machos das espécies de | Hippopsis do grupo solangeae. Estes caracteres não foram mencionados por | BREUNING (1950; 1962) na caracterização de Z. unicolor. Hippopsis ocularis, sp. n. (Figs. 2-3) ©. Tegumento castanho-escuro. Pubescência amarelada, (1) na cabeça: fronte, faixa larga, nos lados, atrás dos olhos; duas faixas divergentes no dorso; (2) no protórax: | cinco faixas longitudinais (duas a cada lado e uma no meio do pronoto); (3) escutelo; (4) | em cada élitro: três faixas longitudinai ] inicia- | se ao nível do quarto anterior e alcança o ápice; a segunda começa junto ao úmero, alcança | a extremidade e funde-se com a sutural ao nível do quinto apical; a terceira junto à margem | externa; (5) na face ventral: metade superior dos mesepisternos; metepisternos; mais | esparsa, nos lados do metasterno, não contígua à sutura metasterno-metepisternal; no lado | dos urosternitos, ladeada internamente por área longitudinal escura. | Lobos oculares inferiores com o dobro do comprimento das genas; lobos oculares | superiores (fig. 2) com seis fileiras de omatídios, contíguos à sutura coronal. Pronoto | grosseiramente pontuado, sem rugas transversais. Extremidades elitrais (fig. 3) cortadas ' em curva com projeção aguda no lado interno e espinho largo no lado externo. Face ventral do corpo esparsamente pontuada. | Dimensões, em mm, do holótipo 2. Comprimento total, 9,5: comprimento do protórax, 1,4: maior largura do protórax, 1,1; comprimento do elitro, 6,7; largura. umeral, 15: \ Iheringia, Ser. Zool., Porto Alegre, (78): 39 - 43, 2 mar. 1995 Novas espécies neotropicais da tribo Agapanthiini... 41 Material-tipo. BOLÍVIA. Cochabamba: Vila Tunari, holótipo 2, 10- 25.X1.1992, G. Arriagada col. (MZSP). Discussão. H. ocularis pertence ao grupo truncatella (GALILEO & MARTINS, 1988) pelas extremidades elitrais entalhadas, pronoto sem rugas transversais e pêlos dos flagelômeros basais curtos e retos. Dentre as espécies deste grupo assemelha-se a H. quinquelineata Aurivillius, 1920 e a H. truncatella Bates, 1866 pelas faixas elitrais amareladas que atingem as extremidades. Em H. ocularis o protórax apresenta cinco faixas longitudinais de pubescência amarelada e o padrão de colorido elitral é como o de H. quinquelineata. Separa-se desta espécie: menores dimensões; lobos oculares superiores (fig. 2) subcontíguos; pêlos dos antenômeros basais tão longos quanto à largura dos artículos; extremidades dos élitros (fig. 3) com entalhe curvo mais estreito do que em A. quinquemaculata (fig. 4). \ EM 1-4. Zipoetopsis dissimilis, sp. n., S: 1, pernas posteriores e urosternitos. Hippopsis ocularis, sp. n., 9: 2, “cabeça, dorsal; 3, extremidades elitrais. H. quinquelineata Aurivillius, 1920: 4, extremidades elitrais. Barras = Imm. Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (78): 39 - 43, 2 mar. 1995 42 GALILEO & MARTINS Grammopsoides picta, sp. n. (Fig. 5) S. Tegumento avermelhado: cabeça, escapo, protórax, face ventral do corpo e fêmures. Flagelômeros, tíbias e tarsos, amarelados. Élitros avermelhados na base e amarelados para o ápice, salpicados por pequenas manchas glabras de tegumento castanho-avermelhado. Pubescência amarelada ou branco-amarelada, mais concentrada em três faixas pronotais (uma central, duas laterais); nos élitros os pêlos têm orientação diferente, com os ápices dirigidos para as manchas glabras; pubescência densa na face ventral. Fig. 5. Grammopsoides picta, sp. n., holótipo S. Comprimento, 15,5mm. R. B. Francini foto. Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (78): 39 - 43, 2 mar. 1995 1 Novas espécies neotropicais da tribo Agapanthiini... 43 Fronte pontuada. Lobos oculares inferiores com metade do comprimento das genas; lobos superiores estreitos (três fileiras de omatídios), muito distantes. Antenas (fig. 5) atingem o ápice elitral na ponta do antenômero IV. Escapo densa e longamente piloso na face ventral, com clava apical esbelta. Flagelômeros basais com pêlos longos e abundan- tes no lado inferior. Pronoto com uma gibosidade pouco pronunciada a cada lado do terço anterior. Lados do protórax com tubérculo subacuminado ao nível do meio. Extremidades elitrais emarginadas e oblíquas no lado interno, desarmadas no ângulo sutural e espinho- sas no lado externo; o espinho curvo para o lado interno. Metafêmures longos, atingem o sexto apical dos élitros. Protíbias bissinuosas. Mesotíbias sem sulco. ©. Antenas atingem as extremidades elitrais na extremidades do antenömero VI. Metafêmures mais curtos, alcançam a borda posterior do urosternito III. Dimensões, em mm, respectivamente S/?. Comprimento total, 13,3/15,5-19,4; comprimento do protórax, 1,9/2,0-2,5; maior largura do protórax, 2,1/2,4-3,1; comprimento do élitro, 10,0/11,4-14,9; largura umeral, 3,0/3,7-4,9. Material-tipo. PERU. Lima: O. Huarochiri (1550m), holótipoS, 16.V1.1972, D. Ojeda P. col. (MZSP). Q. Chinche (1500m), 2 parätipos®, 16.V1.1972, D. Ojeda P. col. (MZSP). Discussão. Grammopsoides picta difere de G. tenuicornis (Casey, 1913): colorido geral, principalmente dos élitros salpicados por manchas glabras casta- nho-avermelhadas; artículos basais das antenas densamente pilosos e pronoto com duas calosidades ao nível do terço anterior. Em G. tenuicornis: cabeça, protórax e élitros pretos; artículos basais das antenas com pêlos curtos, esparsos e pronoto sem calosidades. Agradecimento. Ao Dr. Ronaldo B. Francini (MZSP) pela execução da fotografia. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BREUNING, S. 1950. Nouveaux Lamiaires du Musée de Genes (Col. Cerambycidae). Ann. Mus. Stor. Nat., Genova, 64: 170-201. — . 1962. Revision des Agapanthiini Muls. américains (Col. Cerambycidae). Pesquisas, Zool., Porto Alegre, 13: 1-48. GALILEO, M. H. M. & MARTINS, U. R. 1988. Notas sobre Agapanthiini (Coleoptera, Cerambycidae, Lamiinae). V. Revisão do gênero Hippopsis Lepeletier & A. - Serville, 1825. Revta bras. Ent., São Paulo, 32 (2): 199-207. Recebido em 22.11.1993; aceito em 04.01.1994. Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (78): 39 - 43, 2 mar. 1995 odinr ab ziasiqeane We | CEI MEDO à Soria ur COMPARATIVE OSTEOLOGY OF THE FAMILY CREEDIIDA E (PERCIFORMES, TRACHINOIDED, WITH COMMENTS ON THE MONOPHYLY OF THE GROUP! Ierec& de Lucena Rosa ? ABSTRACT A comparative osteological study of the crediid genera Schizochirus Waite, 1904, Creedia Ogilby, 1898, Limnichthys Waite, 1904, Tewara Griffin. 1933, Crystallodytes Fowler, 1923 and Chalixodytes Schultz, 1943 reveals new characters of taxonomic significance for the group, such as dentary bone not completely toothed, lower arm of posttemporal not reaching skull, anterior tip of urohyal on second or third basibranchial and posterior tip of ectopterygoid reaching posterior margin of orbit. KEYWORDS. Perciformes, Trachinoidei, Creediidae, osteology. INTRODUCTION The family Creediidae presently includes seven genera and 16 nominal species of marine fishes commonly known, due to their burrowing habits, as sandburrowers. They are small, reaching a maximum length of 86mm. Creediids occur in tropical and subtropical areas of the Indian and Pacific oceans, mostly in shallow water, over sandy or gravel bottoms. Three of the creedid genera, Schizochirus Waite, 1904 (type-species, S. insolens Waite, 1904), Apodocreedia Beaufort, 1948 (type-species A. vanderhorsti) and Tewara Griffin, 1933 (type-species T. cranwellae Griffin, 1933) are respectively, restricted to Australia, Southeast Africa and New Zealand. Creedia Ogilby, 1898 [type-species C. clathrisquamis Ogilby, 1898 = C. haswelli (Ramsay, 1881)] is _ found primarily in Australia but one of its species occurs in Japan; Crystallodytes Fowler, 1923 (type-species C. cookei Fowler, 1923) is distributed in the Central | Pacific and Easter Island. The two remaining genera, Limnichthys Waite, 1904 ' (type-species L. fasciatus Waite, 1904) and Chalixodytes Schultz, 1943 (type- | species C. tauensis Schultz, 1943) are widely distributed in the Indo-West Pacific. | 1. Part ofthe author's Ph.D. thesis, presented at the University of Alberta, Canada. 2. Universidade Federal da Paraíba CCEN Depto. Sistemática e Ecologia 58059-900 - João Pessoa, Paraíba - Brasil. Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (78): 45-66, 2 mar. 1995 46 ROSA Members of the family are easily recognized by having a fleshy tip on the upper jaw which extends beyond the lower jaw, cirri bordering the lower jaw, lateral line (at least posteriorly) running near the ventral profile, and lateral line scales with a posteriorly expanded central lobe. Monophyly of the group has been suggested by NELSON (1985) and confirmed by ROSA (1993, unpublished Ph. D. thesis). This paper encompasses a description of the osteology of Creedia haswelli (Ramsay, 1881) and compares that species with representatives of the remaining credud genera. Illustrations are provided for the osteological features of this species and of Limnichthys fasciatus. The two aforementioned species have been chosen because they have been thought to comprise “separate lineages” of creediids (NELSON, 1985), and have been used by some authors to divide creediids into two subfamilies or families. Some information on the comparative osteology of creediids can be found in GOSLINE (1963) and NELSON (1985); however, the following account represents the first detailed comparative study of the entire skeleton of representatives of all creediid genera. Also, previous to this study, some parts of the skeleton of crediids hadnot beenillustrated (e.g. branchialarches, ventral side of the skull). Illustrations are provided for the various regions of the skeleton of Creedia haswelli (based on AMS I. 9002) and Limnichthys fasciatus (based on UAMZ uncatalogued, Awakominato, Chiba, Japan). MATERIAL AND METHODS Osteological characters were obtained mainly from cleared and stained (C + S) specimens (TAYLOR & VAN DYKE, 1985); not all specimens were cleared and stained and, in some cases, they had only been stained for bone. Because of the limited number of cleared and stained specimens available for some species, radiographs, taken by using a “Torrex 150 Radiographic - Fluoroscopic System” X-ray machine were also used. Drawings were prepared with the aid of a drawing tube attached to a Wild M5 stereomicroscope. Illustrations of C. haswelli and L. fasciatus were based respectively on AMS II. 9002 and UAMZ uncatalogued, Awakominato, Chiba, Japan. Institutional abbreviations follow LEVITONet al. (1985). Osteological nomenclature follows ROJO (1991). The osteological description follows the style used for the Uranoscopidae by PIETSCH (1989). The following abbreviations are used in the figures of the osteological characters: An, Angular; APP, Ascending process of premaxilla; APt, Anal fin pteryiophore; Ar, Articular; B1-4; Basibranchials 1-4; Bh, Basihyal; Bo, Basioccipital; Br, Branchiostegal rays; C1-5, Ceratobranchials 1-5; Ch, Ceratohyal; CI, Cleithrum; Co, Corcaoid; CV, Caudalvertebra;D, Dentary;DPt, Dorsalfin pterygiophore;E1-4, Epibranchials 1-4;Ect, Ectopterygoid; Eh, Epihyal; Epi, Epiotic; Ep1-2, Epurals 1-2; ER, Epipleural Ribs; Ex, Exoccipital; Es, Extrascapular; F, Frontal; H1-3, Hypobranchials 1-3; Hh, Hypohyals; Hp, Hypurals, HS, Haemal spine; Hyo, Hyomandibular; I2-3, Infraorbitals 2-3, I2-4, Infraorbitals 2-4; In, Intercalar; Io, Interopercle; L, Lacrymal; LE, Lateral ethmoid; Me, Mesethmoid; MPP, Maxillary process of premaxilla, Ms, | Mesopterygoid; Mt, Metapterygoid; Mx, Maxilla; NS, Neural spine; ©, Opercle; P2,3,4, | | Precaudal vertebra; Pmx, Premaxilla; Po, Preopercle; Pr, Prootic; PSp, Pelvic spur; Pt, Pterotic; Ptt, | Pharyngobranchials 2,3 and 4;Pa, Parietal;Pal, Palatine;Pas, Parasphenoid;PcR, Pectoralradials;PcV, Posttemporal; PvR, Pelvic fin rays; PvS, Pelvic fin spine; Q, Quadrate;Sc, Scapula; Sel, Supracleithrum; So, Subopercle; Soc, Supraoccipital; Sp, Sphenotic; Sym, Symplectic; Uh, Urohyal; Vom, Vomer. Iheringia, Ser. Zool., Porto Alegre, (78): 45-66, 2 mar. 1995 | 4 Comparative osteology of the family Creediidae... 47 RESULTS Skull (figs. 1, 2, 4 - 6). The skull of C. haswelli is elongate and narrow, its maximum width (the distance between the pterotics) contained 2-2.5 times in its length. The interorbital area is very narrow, its least width contained ca. 15-16 times in the maximum distance between the pterotics. Most of skull elements, posterior to infraorbital area (both on the dorsal and ventral surfaces), overlap with their adjacent bones. The bones are smooth, covered by a layer of skin, and virtually devoid of crests. There are five relatively large orifices (the median one elliptic-shaped, the lateral ones rounded) on te anterodorsal surface of the frontals. The remaining genera have a less elongate and posteriorly wider skull, its maximum width (at the level of the pterotics) contained 1.5-2 times in its length. In Schizochirus each frontal has one shallow, median orifice on the anterodorsal surface, one laterally placed, and two smaller ones on the anterolateral corner (posterior to the orbits). Two elliptic pores are present at the posterior tip of the interorbital bridge. Limnichthys has one or two rounded pores on the interorbital region (more posteriorly placed than the one in Schizochirus); each frontal also bears an anterolateral, rounded orifice (posterior to the orbit). In Tewara, each frontal has a comparatively large, rounded median orifice, and an anterolateral one about half the size of the median one. Each frontal bone of Crystallodytes has a median orifice (posterior to the orbit) and a slightly smaller one on the anterolateral surface. In Chalixodytes the orifices are similar to the ones found in Crystallodytes, but the median one is about the same size as the lateral one. In Apodocreedia, there are two anterolateral pores on each frontal, and a median one, at the level of the posterior margin of the orbit; the median pore is reduced in size, being ca. three times smaller than the lateral ones. Ethmoid Region (figs. 1, 2,9, 12). The vomer has a broadened head with a rounded anterior margin and atapered posterior strut; each side ofthe posteroventral margin of the head has a pointed posteriorly directed projection. The vomer abuts the head of the maxillae anteroventrally, the palatines lateroventrally, the lateral ethmoids dorsolaterally, and the mesethmoid dorsally. Posteriorly, the vomer is firmly attached to the parasphenoid. The posterolateral margin of the vomerine ' head bears 2-4 small canine-like teeth. The mesethmoid is rounded anteriorly, with , a median protrusion on its dorsal surface; posteriorly, the bone is tapered, its tip | being inserted between the anterior end of the frontals. Dorsomedially the mesethmoid bears a longitudinal, narrow ridge on the posterior half of the bone, its posterior tip lying between the anterior end of the frontals. Dorsolaterally, the mesethmoid supports the nasal; ventrally it is firmly attached to the head of the | vomer. The lateral ethmoids delimit the anterior margin of the orbits; each has moderately broad lateral projections about one third the length of the nasal, a median circular foramen and a posterior sharp tripartite process. Each lateral ethmoid contacts the mesethmoid medially, the lacrymal laterally, the palatine ventrolaterally, the mesopterygoid posteroventrally andthe frontal posterodorsally. The nasals are elongate and tubular; each has an expanded triangular anterior end and extends from the anterior tip of the frontal to the head of the maxilla. They are Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (78): 45-66, 2 mar. 1995 48 ROSA supported by connective tissue, and loosely connected to the mesethmoid medially, the lateral ethmoid posterolaterally and the vomer and palatine ventrally. The ethmoid region of C. haswelli differs from the one found in the other genera as follows: in Schizochirus the anterior margin of the vomerine head is blunt; laterally it is slightly concave and bears a cluster of conical teeth. The lateral ethmoid foramen is larger, the nasals have a rounded tip and bear a lateral flange. The mesethmoid is similar in shape, but the posterodorsal projection is smaller. The nasals greatly vary in shape among creediid genera: they are somewhat J- shaped (in Limnichthtysand Crytallodytes) crescent-shaped (in Tewara), L-shaped (in Chalixodytes) and S-shaped (in Apodocreedia). The anterior tip of the nasal is rounded or slightly rounded in the aforementioned genera. Limnichthys, Chalixodytes, Crystallodytes and Apodocreedia lack the posteriorly directed vomerine projection, and all but Tewara possess a posterolateral projection on the dorsal surface of the vomer, (smallest in Apodocreedia) where the teeth are located. The number of vomerine teeth is usually low in creediids (betweentwoand six teeth), but some specimens of Limnichthys fasciatus can have more than ten. Orbital Region. (figs. 1,2, 7,10, 13, 17). Each orbit is delimited by the lateral ethmoid anteriorly,thefrontalmidandposterodorsally,theparasphenoid ventrally, the sphenotic posteroventrally; the laminar mesopterygoid shelf forms the floor of the orbit. Two sclerotic ossicles support the eyeball; a basisphenoid is absent. The frontals are narrow anteriorly and expanded laterally behind the orbits; they make up approximately 50% ofthe dorsal surface oftheskull. Anteriorly each frontal has a forked tip, which meets the posterior end of a nasal bone and contacts the posterior end of the respective lateral ethmoid. Posterodorsally (behind the orbit) | the frontals partially overlap the parietals, supraocciptal, and sphenotics. Posteroventrally, the frontals contact a medially directed flange of the sphenotics. Immediately before the point where the frontals fan out, there is a single dorsal interorbital pore; the anterior margin of the broadened portion of the frontals has a ventrally directed shelf, which delimits the posterior margin of the orbit; two large dorsal pores are present on the broadened base of each frontal. The parasphenoid is elongate, narrow anteriorly, broadened medially and tapered posteriorly. . Midposteriorly each side has a wing which contacts the prootic and pterosphenoid| | dorsolaterally; posteriorly, the parasphenoid partially, overlaps the prootic and | basioccipital. Midventrally, cachside of the parasphenoid bears a pointed anteriorly | directed process, at the base of the parasphenoid wing. Each infraorbital series: consist of four canal bones: the lacrymal is the largest and somewhat triangular, | anteriorly it articulates with the lateral ethmoid and partially covers the head of the: maxilla; posteriorly, it has a short projection which loosely contacts the second! infraorbital; the second infraorbital is elongate and tube-like; posteriorly, it is: firmly attached to the third infraorbital; the third infraorbital is approximately of: the same length as the second one along the orbital margin, but it possesses a ventral laminar shelf. A small, incomplete ring-like fourth infraorbital is firmly' attached to the sphenotic. The sphenotics are paired canal bones, firmly attached: to the anterolateral surface of skull. Ventrally they bear a large flange wii overlaps the part of the parasphenoid ascending wing. | Iheringia, Ser. Zool., Porto Alegre, (78): 45-66, 2 mar. 1995 Comparative osteology of the family Creediidae... 49 In the other creediid genera the frontals do not bear an anterior shelf, and its anterior end is not forked or slightly forked; in Schizochirus each frontal bears two pores anterolaterally and two midanteriorly. There are two poresin the interorbital area of Schizochirus and some Limnichthys. The anteriorly directed pointed projection ofthe parasphenoidis shorter inLimnichthys, Tewara andCrystallodytes. The infraorbital series of Schizochirus considerably differs from the one found in C. haswelli and remaining creediids: the lacrymal has a transverse median groove and lacks the posteroventral projection; the second infraorbital is squarish, the third lacks the ventral shelf, the fourth is larger, cone-shaped and more loosely attached (the fourth infraorbita! is also cone-shaped in Limnichthys and Tewara). In Limnichthys, Tewara, Chalixodytes, Crystallodytes and Apodocreedia the second infraorbital is smaller than in C. haswelli. Otic Region (figs. 1, 2, 4,5). The parietals are widely separated from one another, and form part of the dorsolateral surface of the skull. Anteriorly each is overlapped by the frontal; medially they overlap the supraoccipital; laterally each contacts the pterotic, and posteriorly the epiotic. The epiotics are widely separated from one another, and form part of the posterodorsal surface of the skull. Each epiotic contacts the parietals anteriorly, the supraoccipital medially, and the pterotic laterally; each epiotic has a shallow recess where the dorsal arm of the posttemporal attaches. The supraoccipital forms the dorsomedial area of the skull and bears a very small median crest on its posterior surface. The supraoccipital is overlapped by the frontals anteriorly and by the parietals laterally; it contacts the epiotics posterolaterally and slightly touches the suture along the anterior margin of the exocciptal posteriorly. Each prootic is relatively large and has a median foramen. It comprises approximately one half of the lateroventral surface of the skull; it overlaps the parasphenoid anteriorly and medially; it is overlapped by the intercalar posteriorly; it also contacts the pterotic and sphenotic laterally. The posterior margin of the prootic comes very close to the anterior margin of the basiocciptal but there is no contact. The sphenotics are adjacent to the anterolateral surface of the skull; dorsally each sphenotic partially overlaps the frontal and parietal; ventrally each barely contacts the parasphenoid wing and prootic; posteroventrally the sphenotic contacts the prootic. The anterior head of the hyomandibula tightly fits into a notch located at the point of contact between the sphenotic and prootic. The pterotics are the posteriormost bones on the lateral surface of the skull; dorsally each has a canal-like structure that meets the canal of the lateralextrascapular;in lateral view, each contacts the sphenoticanterodorsally, slightly touches the parietals and contacts the outer margin of the epiotic medially; ‚each pterotic also contacts the prootic, is partially overlapped by the intercalar ventrally, and contacts the exocciptal posteriorly. Each intercalar is roughly square in shape, and most of its flattened surface covers the adjacent bones. Anteriorly it partially overlaps the prootic, laterally the pterotic, and midposteriorly the basioccipital. A central area of the intercalar receives the ligament that connects the short ventral arm of the posttemporal to the skull. | Main differences: the degree of overlap between the supraocciptal and the ‚parietals is markedly increased in Crystallodytes; the supraocciptal crest is reduced | | | | | | Iheringia, Ser. Zool., Porto Alegre, (78): 45-66, 2 mar. 1995 | 50 ROSA to a stub in Chalixodytes and is more triangular and pointed in Crystallodytes. Basicranial Region (figs. 2, 5). The basiocciptal is roughly fan-shaped and forms the midposterior portion of the ventral surface of the skull. Anteriorly its broadened margin partially overlaps the parasphenoid; dorsally it meets the exocciptals; laterally it partially overlaps the intercalar; posteriorly the tapered basiocciptal provides the articular surface for the first vertebra. The exocciptals lie immediately dorsal to the posterior portion of the basiocciptal; in ventral view, each has a circular foramen on its outer margin. The exoccipitals contact the pterotic andintercalar anteriorly; dorsally they contact the epiotic. In Limnichthys, Chalixodytes and Crystalodytes the midanterior margin of the basioccipital is notched; in the other genera it is like it is in C. haswelli. Jaws (figs. 3, 6,8, 9). The premaxillae are elongate, their heads being widely separated from one another; each premaxilla has an elongate posteriorly directed ascending process which extends slightly beyond the anterior margin of the mesethmoid; the tip of the ascending process lies on a relatively large, roughly squarish cartilaginous area. Each premaxilla also has a conspicuous rounded articular process and a maxillary process (postmaxillary process of PIETSCH, 1989). The maxillary process is relatively narrow and convex in dorsal profile. A cluster of approximately four to six large, canine-like teeth is present on the base of the articular process of each premaxilla; ca. 10-12 canine-like teeth, slightly smaller than the ones on the base of the articular process, are present along each maxillary process. The maxillae are rod-like, with an expanded head and a broadened forked posterior tip. The maxillary head has two anteriorly directed. projections, which tightly articulate with the premaxillary articular process laterally and medially. Each maxilla also contacts the respective palatine anteriorly, the. lacrymal dorsally, and the premaxilla posteroventrally; the anterior tip of the nasal. bones contacts the maxillary head laterally. The forked, posterior tip of the maxilla | extends to the level of the second infraorbital. The dentaries are arrow-shaped, , toothed, with and anterodorsal knob. The dorsal arm of the dentary is slightly; smaller than the ventral one, and has a dorsally directed process on its posterior tip. The outer surface of each dentary has 2-3 pores anteroventrally and a shallow,, relatively large pit anterodorsally. Each dentary bears approximately 25-31 canine-. like teeth; no teeth on symphysis or posterior portion of dentary. The articulars' consist of an anteriorly directed pointed process which fits between the arms of the! dentary, a dorsal anteriorly directed pointed projection, a ventral shelf, and a! posterodorsal projection, which receives the quadrate. Each articular has aí membranous moderately splintered area along its ventral margin. The angulars are‘ relatively small, tightly fitted between the posterior tip ofthe articular, the anterior) margin of the interopercle and the ventral tip of the preopercle. | Main differences: teeth are absent from the base of articular process of the premaxilla in all other creediid genera except Schizochirus (present in all Creedia! species). Heads of the premaxillae are separated from one another inSchizochirus,| and, to a lesser degree, in Limnichthys; in the remaining genera the premaxillary| heads meet medially. The ascending processes of the premaxillae are fused| Iheringia, Ser. Zool., Porto Alegre, (78): 45-66, 2 mar. 1995 Comparative osteology of the family Creediidae... 51 together in Apodocreedia. The posterior end of the maxilla is not forked in the other creediids, except for Schizochirus. The process on the articular bone is slightly smaller in Limnichthys and Tewara, reduced to a stubin Apodocreedia and absent in Crystallodytes and Chalixodytes. The maxillary process is absent in the other genera, except for Schizochirus. There are more teeth on each premaxilla (between 23 and 50) and usually more teeth on the dentary (between 20 and 45) in the remaining genera. Palatine Arch (figs. 7,9, 10, 12). Each palatine is an elongate, curved bone; anteriorly it is tapered and posteriorly itisbroadened, with a forked tip. It contacts the head of the respective maxilla anteriorly, is firmly attached to vomerine head projections midanteriorly, to the lateralethmoid medially and to the mesopterygoid posteriorly. The anterior tip of the ectopterygoid lies in the angle formed by the forked posterior end of the palatine. About 6 or 7 small canine-like teeth are present on the posterior half of the palatine (palatine teeth were absent in one of the cleared and stained specimens). The ectopterygoids are rod-like with a fan- shaped tip. Anteriorly each ectopterygoid attaches to the outer arm of the forked posterior end of the palatine; posteroventrally its small triangular tip is firmly attached to the lower corner of the metapterygoid and barely touches the upper corner of the quadrate along its anterior margin. The ectoperygoid does not make contact with any other bones. The mesopterygoids are elongate, laminar, somewhat concave, with a forked anterior end, and a slightly upturned tapered tip; they ‚support the eyeballs ventrally and posteriorly. Each mesopterygoid is firmly “attached to the posterior projection of the vomer anteriorly, contacts the lateral ethmoid anterodorsally and the palatine laterally. The median and posterior regions of the mesopterygoids do not contact any bones. The metapterygoids are ‚relatively large, somewhat triangular and with a small transversal crest on the | dorsal surface; each metaperygoid contacts the hyomandibula posterodorsally and the ectopterygoid anteriorly. The ventral margin of each mesopterygoid closely | approaches the dorsal margin of the quadrate, but the two bones only contact ‚through a narrow posterodorsal projection of the quadrate. The remaining of the dorsal surface of the quadrate and the ventral surface of the metapterygoid are separated by cartilage. | Main differences: the palatine is without teeth and without a forked posterior end i in the other genera, except for Schizochirus. In Crystallodytes the palatine 'bears two crests;Schizochirus has one medial crest; the head of the palatine ismore perpendicular to the shaft of the bone in the other creediid genera. The jmetapterygoid crest is absent in Schizochirus, and it is most pronounced in Tewara ‚and Limnichthys; the mesopterygoid tip is more upturned, partially enclosing the posterior margin of eyeball in Limnichthys, Tewara and Chalixodytes; in Crystallodytes and Apodocreedia it extends farther up and projects onto the dorsal surface of the orbit. The triangular tip of the ectopterygoid is larger in all genera, especially i in Schizochirus; the ectopterygoid rod is wider in Schizochirus. There is “less contact between the ectopterygoids and the palatines in the remaining genera, except for Schizochirus. E Hyoid Arch (figs. 3,6, 24-26, 28-30). Each hyomandibulaisroughly rectangular an ti ue | Iheringia, Ser. Zool., Porto Alegre, (78): 45-66, 2 mar. 1995 32 ROSA and has three distinct heads along its dorsal margin; the anteriormost head ventrally bears a canal and tightly articulates with the sphenotic and pterotic; the median head tightly articulates with the pterotic and the posterior one tightly fits in an articular fossa on the anteroventral surface of the opercle. Ventrally each hyomandibula is partially overlapped by the metapterygoid; posteriorly it partially covers the preopercle. The sympletics are somewhat elongate and triangular and tightly fitted into the inner surface of the quadrate. Dorsally each is separated from the hyomandibula by cartilage; posteriorly each partially overlaps the lower corner of the metapterygoid. The quadrates are triangular, with an elongate, dorsally directed posterior projection. Each contacts a small area of the metapterygoid dorsally, the articular ventrally and the sympletic midventrally. Each quadrate barely touches the ectopterygoid anteriorly, and abuts the preopercle posteriorly. Each hypohyal consists of a dorsal and a ventral element. The dorsal one is a somewhat triangular cap which lies on top of the larger ventral element; it contacts the basihyal midanteriorly and the basibranchial 1 midposteriorly. The ventral hypohyal has an elongate posteriorly directed projection which is firmly attached to the ceratohyal; medially the bone contacts the basibranchial 1. The ceratohyals are elongate, slightly broadened on both ends, and have a small projection midventrally. Anteriorly each contacts the ventral hypohyal and it is separated from the dorsal hypohyal by cartilage. Ventrally each ceratohyal supports five branchiostegal rays; posteriorly each is attached to the epihyal via an elongate | projection. The triangular epihyals contact the ceratohyal anteriorly and the interhyal posterodorsally; the posterior end of each epihyal tightly fits into a | depression on the inner surface of the interopercle. Each epihyal supports two | branchiostegal rays anteroventrally. The interhyals are dorsally directed relatively | small and narrow bones; anteriorly each articulates with a small depression at the | tip of the epihyal; each interhyal also contacts the inner surface of the interopercle | medially and the preopercle posteriorly. There are seven branchiostegal rays | attached via their anterior heads to the ceratohyal and epihyal. The first three are | attached to the anteroventral suface of the ceratohyal; the fourth is ventrolaterally | placed; it lies on a groove at the base of the ventral projection of the ceratohyal; | branchiostegalray 5 is ventrolaterally placed on the posterior end ofthe ceratohyal. | Branchiostegal rays 6-7 are attached to the ventrolateral surface of the epihyal. The first two branchiostegal rays are slightly smaller than the other ones. The basihyal is thin and elongate, with a small cartilage attached to its anterior end. Posterolaterally the basihyal contacts the dorsal hypohyals. Posteriorly it contacts: the basibranchial 2 via cartilage. The urohyal is rod-like anteriorly, laterally; _ compressed and dorsoventrally expanded posteriorly. It extends from the level of | second basibranchial to slightly beyond the anterior end of the ceratobranchial 5.) The urohyal contacts two bones: anteroventrally its head articulates with the} anterior end of the basibranchial 2 via small lateral projections. Anterodorsally it || is attached to the left and right hypohyals via a ligament. Main differences: in Schizochirus, the branchiostegal rays are wider, and the urohyal is anterolaterally expanded; the basihyal is posteriorly wider inf: Limnichthys, Tewara and Schizochirus. The urohyal is anteriorly forked in Limnichthys, Tewara, Crystallodytes and Chalixodytes, and has a laterallyii Iheringia, Ser. Zool., Porto Alegre, (78): 45-66, 2 mar. 1995 Comparative osteology of the family Creediidae... 33 expanded head in Apodocreedia. It is shorter in Limnichthys and Tewara, and dorsoventrally expanded in those two genera and Schizochirus; in Crystallodytes and Apodocreedia the urohyal is tapered posteriorly. The anterior tip of that bone lies on the anterior end of basibranchial 2 in Schizochirus and Limnichthys, on the mid-portion of basibranchial 2 in Tewara, and on the posterior end of basibranchial 2 in Crystallodytes and Chalixodytes. In Apodocreedia, it lies on the anterior tip of basibranchial 3. In Limnichthys, hypobranchial 3 bears two anterolateral projections. The hypohyals of Crystallodytes and Chalixodytes are reduced in size. There are six branchiostegal rays on the ceratohyal and one on the epihyal in Crystallodytes, Chalixodytes and Apodocreedia. Opercular apparatus (figs. 3, 6). The bones of the opecular region of C. haswelli are thin and unsculptered; most of them are splintered along their free margins. The preopercle is a narrow, crescent-shaped bone, tightly fitted between the quadrate, metapterygoid and hyomandibula (along the anterior margin) and the interopercle and subopercle (along the posterior margin). Its dorsal surface bears a canal which is part of the acoustico-lateralis system. Some parts of the free margin of the preopercle are very faintly splintered. Each interopercle is roughly triangular; its ventral margin being the widest. It articulates anteriorly with the posterior margin of the preopercle, dorsally with the lower corner of the opercle and posteriorly with the anterior margin of the subopercle. The anterior margin of the interopercle has a very shallow notch, which receives the angular bone; its lower half is splintered. The subopercles are roughly rectangular, with a slightly concave anterior margin, which attaches to the posteroventral margin of the opercle. Anteroventrally each contacts the interopercle. Ca. 2/3 of the surface of the subopercles is splintered. The opercles are triangular, their anterior margin the widest. Each contacts the preopercle anteriorly, the interopercle anteroventrally, and the subopercle ventrally. An articular fossa, which receives one head of the hyomandibula, is anteriorly placed on the ventral surface of the opercle. The free margin of the opercle is entire. Main differences: the free margin of the preopercle of the remaining genera “has no splintering (except in Schizochirus); the opercle is smaller in Apodocreedia ‚and Crystallodytes and it is splintered in the former genera and in one of species of Crystallodytes (some splintering ofthe opercle was observed in a few C+S specimens of Limnichthys polyactis Nelson, 1978 and L. fasciatus). The interopercular ante- |rior notch is more pronounced in the remaining genera (except for Schizochirus). | | Branchial Arches (figs. 23, 27). The four basibranchials consist of three bony | and one cartilaginous elements, separated from each other via cartilage. ‚Basibranchial1 isthe shortest ofthe three bony elements; its anterior endis wedged between the posterior ends of the basihyal and hypobranchial 1; basibranchial 2 is ‚hour-glass shaped and slightly larger than basibranchial 1; basibranchial 3 is ‚narrow and elongate; its tip lies between the hypobranchials 3. Basibranchial 4 is ja small, cartilaginous element situated between the anterior tips of ceratobranchials 3 and 4. There are three pairs of hypobranchials: hypobranchial one is the largest; ‚midanteriorly each contacts the anterior end of the basibranchial 2; posteriorly it | Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (78): 45-66, 2 mar. 1995 54 ROSA is separated from the ceratobranchial 1 by cartilage. Hypobranchials 2 are about half the size of hypobranchial 1; anteriorly each is separated from the tip of the basibranchial 2 by cartilage; posteriorly it is separated from the anterior end of the ceratobranchial 2 by cartilage. Hypobranchials 3 are the smallest in the series; midanteriorly they contact the posterior end of the basibranchial 3; posteriorly they are separated from the ceratobranchial 3 by cartilage. There are five pairs of ceratobranchials: ceratobranchials 1-4 are elongate, approximately of the same size, and articulate with their respective hypobranchials and epibranchials. Ceratohyals 5 are slightly smaller than ceratohyal 1-4 and bear about 3-4 rows of conical teeth on their antero and middorsal surface. The four pairs of epibranchials attachto their corresponding ceratobranchials; epibranchials 1 and2 approximately of the same size, have a medial process and articulate respectively with the anterior and posterior ends of the pharingobranchials 2. Epibranchials 3 are anteriorly | broadened, smaller than the preceding ones and have a small process on its upper corner. Anteriorly each epibranchial 3 contacts pharingobranchials 3 and 4; epibranchials 4 are slightly longer and narrower than the others; anteriorly each articulates with pharyngobranchial 4. Pharyngobranchial 1 is absent; . pharingobranchials 2 are relatively small toothed plates, which medially articulate with a projection of pharyngobranchial 3; pharyngobranchials 3 are the largest | elements of the series, and bear numerous teeth along most of its surface, but none — one the lateral projection; each articulates with the epibranchials 2 and 3. Pharyngobranchials 4 are about the same size as pharyngobranchial 2 and also | bear conical teeth; each articulates with epibranchials 3 and 4. Toothplates with | several conicalsharp teeth are present along the inner surface ofeach ceratobranchial 1, outer and inner surfaces of ceratobranchials 2 and 3, and outer surface of | ceratobranchials 4. The inner surface of hypobranchial 1 and the outer surface of | hypobranchial 2 bear two small plates, similar to the ones found along the inner | surface of ceratobranchials 1. Each epibranchial 1 bears two small plates with spiny teeth along their ventral surface; epibranchials 2 have a combination of larger, | more flatenned plates and a few smaller ones along their dorsal surface; a single | small plate is present along their ventral surface. Epibranchials 3 have larger | flatenned plates along their outer and inner surfaces; they also bear a few smaller | plates along their dorsal and ventral surfaces. Each epibranchial 4 bears a small | plate along its inner surface. The outer surface of hypobranchials 1 and | ceratobranchials 1 bear gill rakers, shaped as large flattened plates with short | conical teeth. | Main differences: in Schizochirus, there is an incomplete row of enlarged | teeth on the inner margin of ceratobranchial 5, the teeth on pharyngobranchials are | larger and hypobranchial3 islarger, witha more prominent dorsolateral projection. | The conspicuous dorsolateral projection is also found in Limnichthys and Tewara. Inthe remaining genera, that projection begins to expand downward (Crystallodytes) | and becomes much curved down (Chalixodytes and Apodocreedia). In Tewara | there are less teeth on pharyngobranchial 3 and there is less contact between | hypobranchial and brasibranchial 3. In Chalixodytes, Crystallodytes and Apodocreedia, the contact between hypobranchial and basibranchial 3 is further | diminished, most markedly in Apodocreedia. The three latter genera also have a | Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (78): 45-66, 2 mar. 1995 Comparative osteology of the family Creediidae... 55 more cartilaginous basibranchial 3 than the other creediids. Axial skeleton (figs. 15, 18, 31,34). There are 41-43 vertebrae (excluding the urostyle), the first 14-16 being precaudal; the first caudal vertebra has amuch larger haemalspine than the last precaudal. The neural spines of most vertebrae are of the same length, except for the one on the penultimate vertebra, which is much shorter than the preceding ones. Haemal spines become noticeable around vertebrae 8 or 9, and become greatly enlarged around vertebrae 15-17; the last haemal spine is wider than the preceding ones. 29-33 epipleural ribs are present from vertebrae 1; pleural ribs are absent. The first 15-17 ribs have a slightly expanded head, are ventrally directed and larger than the following ones. The remaining ribs get progressively smaller and more posteriorly directed; most ribs are placed on the midline of the respective vertebrae; the last 3-4 ribs are greatly reduced in size. The only autogenous element of the hypural plates is the parahypural, the other elements being fused. A hypurapophysis is absent. Two relatively elongate epurals are present, the epural 1 being the smallest; uroneurals are absent. There are eight or nine branched caudal rays. There are 38 vertebrae in the clear and stained specimen of Schizochirus. NELSON (1985) gives a range of 36-41, including the urostyle (J.S. NELSON, personal communication), the first 14 with wider neural spines; there are 12 precaudal vertebrae in that genus, its haemal spines longer, interdigitating with 1/ 4 - 1/2 of pterygiophores. There are 28 ribs, starting from vertebra one, most of them placed low on the vertebrae. First 13 ribs wider, all posteriorly directed. Nine branched caudal rays are found in Schizochirus. In Limnichthys, there are 37 to 45 vertebrae, 21-27 spine-like ribs, without expanded head, the ones on caudal region smaller; 14-16 precaudal vertebrae are presente, the caudal vertebrae bear an anteroventral projection. The two to five last neural spines are squarish, not spike- like, and the last neural spine is not reduced; the two to six last haemal spines laterally expanded. There are eight branched caudal rays and one or two epurals in Limnichthys. Tewara has 50-53 vertebrae (NELSON, 1985 gives a range of 49- 55), 14 being precaudal. The 21-22 ribs are spine-like, the four to five last neural spines are squarish, last neural spine not reduced; the four to five last haemalspines laterally expanded; the caudal vertebrae bear an anteroventral projection. Eight branched caudal rays and one epural are present. There are 50-58 vertebrae in “Crystallodytes (NELSON, 1985 gives a range of 48- 60), 24-25 being precaudal; the - caudal vertebrae bear an anteroventral projection. The 45 ribs are spine-like, the ' haemal spines are shorter, and the last neural spine not reduced; eight branched | caudal rays and one epural are found in Crystallodytes. Chalixodytes possesses 56- ' 59 vertebrae, 23-24 being precaudal; the caudal vertebrae bear an anteroventral projection; the 23 ribs are spine-like, the last neural spine is not reduced, and the | haemal spines are shorter. Eight branched caudal rays and one epural are present in that genus. | There are 55-58 vertebrae in Apodocreedia, of which 23 are precaudal; ‚ anteroventrally, the vertebrae bear a process, similar ot the one found in ‚ Crystallodytes, Limnichthys, Tewara and Chalixodytes. The 41 to 42 ribs are spine- ‚ like, the four to six anteriormost neural spines are wider; there are eight branched | | Iheringia, Ser. Zool., Porto Alegre, (78): 45-66, 2 mar. 1995 | À 56 ROSA caudal rays and one reduced epural in Apodocreedia. In this genus, the dorsal and ventral hypural plates are partially fused together. Dorsal and Anal Fins (figs. 32,33,35,36). There are 12-15 dorsal pterygiophores with two elements (except for the last one which only has the proximal element) and supporting one unbranched ray; the first dorsal pterygiophore is inserted between neural spines 21 and 22; in two clear and stained specimens, it bears a dorsal anteriorly directed crest; the remaining dorsal pterygiophores are elongate with an expanded head. The ventral end of each proximal element of the dorsal pterygiophores interdigitates with approximately 1/2-1/3 of the length of the respective neural spine. The dorsalrays are biserial, segmented and approximately of the same length, except for the last one, which is much smaller. The anal fin consists of 23 or 24 unbranched rays, supported by 22 or 23 pterygiophores (the first anal pterygiophore bears two ventral projections and supports two rays); there are four anal pterygiophores anterior to the firstcaudal vertebra. Allanal pterygiophores but the last one consist of two elements (only the proximal element is present on the last one); all pterygiophores opposite the caudal vertebrae interdigitate with approximately 1/3-1/4 of the respective haemal spines. The anal rays are of the same length, except for the last one, which is much smaller. | Main differences: Schizochirus has 20 dorsal pterygiophores, the first one | with laminar flanges both anteriorly and posteriorly to the main axis of the | proximal pterygiophore; the next 16 pterygiophores only have the posterior flange, | the last three do not bear flanges. The medial element of the dorsal pterygiophore | has an anteriorly directed projection which tightly fits between the anterior tips of | the rays. The first dorsal pterygiophore is inserted between neural spines 14 and 15; | all pterygiophores interdigitate with 1/4-1/3 of the length of the neural spines. The | anal fin consists of 20 (in the C+S specimen) biserial, segmented branched rays, | supported by 19 pterygiophores. All pterygiophores but the first one have flanges | anterior and posterior to the main axis of the proximal element; the flanges become | progressively smaller caudad; the anterior ones are flattened ventrally andarticulate | with the dorsal surface of the medial element of all but the last anal pterygiophore | (which only possesses the proximal element). All anal pterygiophores interdigitate | with 1/3-1/2 of the length of the respective haemal spines. The first four anal | pterygiophores strongly converge to the last precaudal vertebra. There are 20-33 | dorsal pterygiophores in Limnichthys, the first one being inserted between neural | spines 11 and 12 or 13 and 14; it bears two small anteriorly directed stubs. The anal | fin consists of 22-34 rays, supported by 21-33 pterygiophores; the first 6-7 | pterygiophores slightly converge to the last precaudal vertebra. The dorsal fin of | Tewarahas 34-36 pterygiophores; the first one is inserted between neural spines 13 | and 14 and bears a small stub. The anal fin consists of 36-39 rays supported by 35- . 38 pterygiophores. The first six anal pterygiophores slightly converge to the last | precaudal vertebra.Crystallodytes has 30-39 dorsal pterygiophores, cachsupporting | one ray. The first pterygiophore is inserted between neural spines 16 and 17. Interdigitation between neural spines and dorsal pterygiophores mostly around | vertebrae 45-48; after that point, the pterygiophores barely reach the neural | spines. The anal fin consists of 35-40 rays, supported by 34-39 pterygiophores. In | Iheringia, Ser. Zool., Porto Alegre, (78): 45 - 66, 2 mar. 1995 Comparative osteology of the family Creediidae... 37 Chalixodytes there are 35-40 dorsal pterygiophores. The first one is inserted between neural spines 17 and 18; the anal fin consists of 36-40 rays, supported by 35-39 pterygiophores. The interdigitation between neural and haemal spines and respective pterygiophores is limited to the tips ofthose elements or interdigitation does not occur. Apodocreedia has 35-39 dorsal fin rays; the first pterygiophore is inserted between neural spines 14 and 15 or 16 and 17; the anal fin consists of 32- 36 rays, supported by 31-35 pterygiophores. Both dorsal and anal pterygiophores are positioned more horizontally than in the other genera and only around vertebrae 39-41 a very limited interditation occurs between those elements and their respective neural and haemal spines. Pectoral and Pelvic Girdles and Fins (figs. 14, 16, 19-22). Each posttemporal is a flat, canal bone, with two dorsal anteriorly directed processes, which attach the pectoral girdle to the skull. The dorsal process is wider and larger than the ventral one; it attaches to the posterodorsal surface ofthe epiotic. The ventral arm is about 2/3 the length ofthe dorsal one and connects the intercalar via ligament. Anteriorly each posttemporal contacts the posterior end of the extrascapular canal. The posterior end of each posttemporal is partially overlapped by the supracleithrum. Each supracleithrum is a flat elongate bone which partially overlaps and firmly attaches to the dorsal surface of the cleithral ridge. The cleithra are somewhat L- shaped with a ridge along their outer surface; the dorsal end of each cleithrum has three spines: two are covered by the respective supracleithrum; the third is the smallest, posteriorly directed; ventrally, it contacts the scapula near the scapular foramen. A very small and narrow postcleithrum is loosely attached to the ventral surface of the radials. Each scapula and coracoid attach to the cleithral shelf; posteriorly each scapula is fused to radial 1, which supports 4-5 pectoral fin rays. Midanteriorly each scapula bears a relatively small foramen, not covered by the cleithrum. The coracoids are separated from the cleithrum by cartilage; both ends of each coracoid attaches to the cleithrum, but a smallmedian area does not contact that bone. Posteriorly the coracoids are fused to three radials, which support 8-10 “pectoral fin rays. The four radials are partially fused to one another and to the respective scapula and coracoid, except for the third one, which is separated from the coracoid via cartilage. The basipterygia are separated from each other, are concave and form a bowl-shaped pelvis. Each basipterygium contacts the pectoral girdle via an anterolateral flange which is firmly attached to a ventrally directed cleithral projection. Laterally the basipterygia bear an anteroposterior shelf which ‚possesses a small medially directed spine (pelvic spur) at its tip. The anterior | margins of the basipterygia are joined by cartilage; a small cartilage joins the two basipterygia midposteriorly. One spine and four unbranched rays articulate with ‚the posterior margin of each basipterygium. | In Schizochirusthe ventral arm of posttemporal is about 1/2 the length ofthe ‚dorsal one; the cleithra are less L-shaped (i.e, straighter), the cleithral dorsal spines are less developed, the ventral spine being the largest; there are two postcleithra, the upper one rectangle- shaped, the lower one broader dorsally and tapered ventrally; the scapular foramen is larger, reaching the ventral surface of that bone; the radials are more separated from one another, 1 1/2 radials are fused to the scapula, the remaining half of the second radial only attaches to the third radial; Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (78): 45-66, 2 mar. 1995 58 ROSA radials 1 and 2 support nine pectoral rays; the coracoid does not contact the third radial, but is fused to the fourth one; radials 3 and 4 support seven pectoralrays. The uppermost pectoralray is splintlike and unbranched, the upper rays are shorter and narrower than the middle ones; most rays are branched and markely segmented. The basipterygia are larger, with the anterior margins meeting medially; a posteriorly directed process is present midposteriorly. One spine and five branched rays articulate with each basipterygium. The pelvic spur is more robust but shorter. The lower arm of the posttemporal ofLimnichthys isca. 1/2-2/3 the length of dorsal one. The contact between coracoid and cleithrum is reduced, the contact being made via a sharp process (in some specimens, the process is absent); five to six rays articulate with the coracoid, seven to nine with the scapula; postcleithra are absent. The basipterygia of L. polyactis possess a posteriorly directed process, which is not found in the other species of Limnichthys. A squarish projection connects the cleithrum to the respective basipterygium in L. polyactis and L. rendahli Parrott, . 1958; the pelvic spur is longest in L. fasciatus. In L. nitidus Smith, 1958, its is usually wider than in L. fasciatus, and longer than the one found in L. polyactis and L. rendahli. One spine and five rays articulate with each basipterygium. In Tewara, the ventral arm of the posttemporal is ca. 1/3 the lenght of the upper one. The orifice between the coracoid and cleithrum is slightly larger; six rays articulate with radials 3 and 4; six articulate with radials 1 and 2; the cleithral shelf is confined to | the upper half of that bone. As in C. haswelli, the pelvic spur is small; the | basipterygia posteriorly bear a process. One spine and five rays articulate witheach | basipterygium. The ventral arm of the posttemporal of Crystallodytes is about 1/3 | the lenght of the dorsal one; the scapular foramen is concealed by the cleithral shelf, | the area separating the coracoid from the cleithrum is smaller; six rays articulate | with radials 3 and 4, eight with radials 1 and 2. The cleithral shelf is confined to the | upper half of that bone. The pelvic spurs are large and meet medially. One spine | and five rays articulate with each basipterygium. In Chalixodytes, the ventral arm | of the posttemporal is about 1/3 the length of the dorsal one; five rays articulate | with radials 3 and 4, seven with radials 1 and 2. The area separating the cleithrum from the coracoid is slightly larger. The cleithral shelf is confined to the upper half | of that bone. One spine and four rays articulate with each basipterygium. The pelvic spur are larger and meet medially. The lower half of the supracleithrum is wide, the upper half tapered. The ventral arm of the posttemporalofApodocreedia | is about 1/4 the length of the dorsal one. The degree of fusion between the | cleithrum and coracoid and between the radial is greater; the cleithral shelf is | rudimentary, confined to upper fourth of the bone. In this genus, the pectoral | | radials my overlap one another and the pelvic fin is absent. 1 DISCUSSION GOSLINE (1963) described severalosteologicalcharactersfor Crystallodytes | cookei Fowler, 1923, some of which have been re-interpreted by NELSON (1985) | assynapomorphies for the Creediidae. NELSON (1985), indicated that “the family | Creediidae is a relative compact group whose species are quite distinct from all | other families currently recognized in the heterogeneous suborder Trachinoidei” and suggested the monophyly of the group, based on a list of characters” most of | Iheringia, Ser. Zool., Porto Alegre, (78): 45-66, 2 mar. 1995 I) Comparative osteology of the family Creediidae... 59 which probably derived, relative to other trachinoid groups”. Our examination of the osteological characters of creediids has brought about new characters (described above) which can separate members of the Creediidae from other trachinoids. These are: dentary bone not completely toothed, anterior tip ofurohyal lying on second or third basibranchial and posterior tip of mesopterygoid reaching posterior margin of skull. ROSA (1993), in a cladistic analysis of the Creediidae, has used these characters to support the monophyly of the group. Regarding the creedid genera, Schizochirus can be characterized by the lacrymal with a median transverse groove, a large lateral flange on nasal bone (a smallflange observedin Hemerocoetes Valenciennes, 1837) and anal pterygiophores with lateral flanges. NELSON (1985) mentioned that postcleithra were absent on creediids, exceptfor Schizochirus; however, a rudimentary postcleithrum is present at least in Creedia haswelli (we could not be conclusive about this character in the other Creedia species). Creedia can be defined by the presence of less than 19 rays on dorsal fin and of a small projection on posterior end of lacrymal. Apodocreedia can be characterized by: pectoral rays completely overlapping each other, hypural plates completely fused and pelvic fin absent; Chalixodytes possesses a distally tapered supracleithrum, unique among creediids. No osteological characters exclusive to Crystallodytes were found. However, this genus can be characterized by having body scales only along lateral line (NELSON, 1985). Limnichthys is a poorly defined genus (ROSA, 1993), characterized by intermediate stages of first dorsal pterygiophore condition (with two stubs) and of ascending process of premaxillae (almost meeting medially). Tewara can be characterized by having the central frontal pore much larger than lateral ones. However, the boundaries between this genus and Limnichthys are not well defined, and should be further examined. Acknowledgments. To my thesis supervisor, Dr. Joseph S. Nelson (University of Alberta, Canada) for all his help and encouragment; to Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), for providing financial support to this study (20.0819-87.9-Z0). REFERENCES GOSLINE, W.A. 1963. Notes on the osteology and systematic position of Hypoptychus dybowski Steindachner and other elongate perciform fishes, Pac. Sci., Honolulu, 17 (1): 90-101. LEVITON, A.E.; GIBBS, R.H.JR.;HEAL, E. & DAWSON,C.E. 1985. Standards in Herpetology and Icthyology: part I. Standard Symbolic codes for institutional resource collections in Herpetology and Ichthyology. Copeia, Lawrence, (3): 802-832. NELSON, J.S. 1985. On the interrelationships of the genera of Creediidae (Perciformes: Trachinoidei). Japan. J. Ichthyol., Tokyo, 32(3): 283-293. | PIETSCH, T.W. 1989. Phylogenetic relationships of trachinoid fishes of the family Uranoscopidae. Copeia, Lawrence, (2): 253-303. ROJO, A.L. 1991. Dictionary of evolutionary fish osteology. Florida, CRC Press, 273p. | ROSA,I.L.1993.Systematic study ofthe family Creediidae (Perciformes: Trachinoidei).Canada, 185p., \ | | Ph.D. thesis. University of Alberta [Unpublished]. TAYLOR, W.R. & VAN DYKE, G.C. 1985. Revised procedures for staining and clearing small fishes and other vertebrates for bone and cartilage study. Cybium, Paris, 9(2): 107-119. | | Recebido em 26.10.1993; aceito em, 12.05.1994. |] | | I Iheringia, Ser. Zool., Porto Alegre, (78): 45-66, 2 mar. 1995 60 ROSA Figs. 1-3. 1, Skull of Creedia haswelli, dorsal view; 2, ventral view; 3, jaws, suspensorium and | opercular apparatus; left lateral view. An, Angular; APP, Ascending Process of Premaxilla; Ar, | Articular; Bo, Basioccipital; D, Dentary; Ect, Ectopterygoid; Epi, Epiotic; Ex, Exoccipital; F, | Frontal; Hyo, Hyomandibular; In, Intercalar; Io, Interopercle; LE, Lateral Ethmoid; Me, Mesethmoid; | Mt, Metapterygoid; Mx, Maxilla; O, Opercle; Pa, Parietal; Pas, Parasphenoid; Pmx, Premaxilla; | Po, Preopercle; Pr, Prootic; Pt, Pterotic; Q, Quadrate; So, Subopercle; Soc, Supraoccipital; Sp, | Sphenotic; Sym, Sympletic; Vom, Vomer; Bar = Imm. | Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (78): 45-66, 2 mar. 1995 Comparative osteology of the family Creediidae... 61 Figs. 4-6. 4, Skull of Limnichthys fasciatus, dorsal view; 5, ventral view; 6, jaws, suspensorium and opercular apparatus; left lateral view. An, Angular; APP, Ascending Process of Premaxilla; Ar, Articular; Bo, Basioccipital; D, Dentary; Ect, Ectopterygoid; Epi, Epiotic; Ex, Exoccipital; F, Frontal; Hyo, Hyomandibular; In, Intercalar; Io, Interopercle; LE, Lateral Ethmoid; Me, Mesethmoid; Mt, Metapterygoid; Mx, Maxilla; O, Opercle; Pa, Parietal; Pas, Parasphenoid; Pmx, Premaxilla; Po, Preopercle; Pr, Prootic; Pt, Pterotic; Q, Quadrate; So, Subopercle; Soc, Supraoccipital; Sp, Sphenotic; Sym, Sympletic; Vom, Vomer. Bar = Imm. Iheringia, Ser. Zool., Porto Alegre, (78): 45-66, 2 mar. 1995 62 ROSA Pmx = | 11 Figs. 7-12. Creedia haswelli: 7, dorsal view of anterior region of skull showing infraorbital series and mesopterygoid position; 8, upper jaw, dorsal view; 9, detail of the vomer and some bones | of the suspensorium, dorsal view. Limnichthys fasciatus: 10, dorsal view of anterior region of skul | showing infraorbital series and mesopterygoid position; 11, upper jaw, dorsal view; 12, detail | of the vomer and some bones of the suspensorium, dorsal view. APP, Ascending process of | premaxilla; Ect, Ectopterygoid; F, Frontal; I 2-3, Infraorbitals 2-3; L, Lacrymal; LE, Lateral | Ethmoid; Me, Mesethmoid; MPP, Maxillary process of premaxilla; Ms, Mesopterygoid; Mx, | Maxilla; Pal, Palatine; Pmx, Premaxilla; Vom, Vomer. Bar = 1 mm. | Iheringia, Ser. Zool., Porto Alegre, (78): 45-66, 2 mar. 1995 Comparative osteology of the family Creediidae... 63 Figs. 13-18. Creedia haswelli: 13, left lateral view of the infraorbital series; 14, part of the pectoral girdle, lateral view; 15, part of the axial skeleton, lateral view. Limnichthys fasciatus: 16, part of the pectoral girdle, lateral view; 17, left lateral view of the infraorbital series; 18, part of the axial '* Skeleton, lateral view. APt, Anal fin pterygiophore; Cl, Cleithrum; CV, Caudal; DPt, Dorsal fin | pterygiophore; ER, Epipleural ribs; Es, Extrascapular; I 2-4, Infraorbitals 2-4; L, Lacrymal; PcV, Precaudal | vertebra; Ptt, Posttemporal; Sc, Scapula; Scl, Supracleithrum. Bar = Imm. | | Iheringia, Ser. Zool., Porto Alegre, (78): 45-66, 2 mar. 1995 BI 64 ROSA Scl / EEE S ee. o & 6 9 06,0 O D 19 ese SEE 000000 ogwae.!“ Cl Ss I Co 22 Figs. 19-22. 19, Pectoral skeleton of Creedia haswelli, lateral view; 20, Pelvic skeleton of Limnichthys fasciatus, ' ventral view; 21, Pelvic skeleton of C. haswelli; 22, Pectoral skeleton of L. fasciatus. Cl, Cleithrum; Co, | Coracoid; PcR, Pectoral radials; PSp, Pelvic spur; PvR, Pelvic fin rays; PvS, Pelvic fin spine; Sc, Scapula; Scl, | Supracleithrum. Bar = Imm. | Iheringia, Ser. Zool., Porto Alegre, (78): 45-66, 2 mar. 1995 Comparative osteology of the family Creediidae... 65 Bh Bh B1-4 é Ih Eh a To | Figs. 23-30 Creedia haswelli: 23, branchial arches, left side, dorsal view of ventral surface. Epibranchials and | pharingobranchialsunfolded and shown in ventral view; 24, urohyal, lateral view; 25, diagrammatic representation | of anterior end of urohyal, showing its position with respect to basibranchial; 26, diagrammatic representation ‚ofthe hyoid apparatus. Limnichthys fasciatus: 27, branchial arches, left side, dorsal view of ventral surface. Epibranchials and pharingobranchials unfolded and shown in ventral view; 28, diagrammatic representation of anterior end of urohyal, showing its position with respect to basibranchial; 29, urohyal, lateral view; 30, | diagrammatic representation of the hyoid apparaturs. B1-4 - Basibranchials 1-4; Bh, Basihyal; Br, Branchiostegal 'rays; Ch, Ceratohyal; C1-5, Ceratobranchials 1-5; El-4, Epibranchials 1-4; Eh, Epihyal; H1-3, Hypobranchials 1-3; Hh, Hypohyals; P2, P3, P4, Pharingobranchials 2,3 and 4; Uh, Urohyal. Bar = Imm. Iheringia, Ser. Zool., Porto Alegre, (78): 45-66, 2 mar. 1995 66 ROSA DPt \ SS ng | | | | | | | NS, Neural spine. Bar = Imm. Iheringia, Ser. Zool., Porto Alegre, (78): 45 - 66, 2 mar. 1995 TROCHILIPHAGUS AUSTINI SP. N. (MALLOPHAGA, TROCHILOECETIDAE) FROM AMAZILIA CANDIDA (AVES, TROCHILIDAE) OF BELIZE, WITH BIOLOGICAL NOTES Yoshika Oniki ! ABSTRACT Trochiliphagus austini sp. n. (Mallophaga, Trochiloecetidae) is described from Amazilia candida (Bourcier & Mulsant, 1846) (Aves, Trochilidae) from Belize. While Trochiloecetes species feed on blood and stay on the neck, Trochiliphagus species have empty digestive tracts, maybe imbibing fluids and wander agilely on the body. KEYWORDS. Mallophaga, Trochiliphagus austini, Amazilia candida, Trochilidae, Belize. INTRODUCTION | Although lice to the genus Trochiliphagus Carriker, 1960 (Mallophaga, ' Trochiloecetidae) are large and conspicuous on hummingbirds (Aves, Trochilidae) | few specimens have been collected because they escape detection unless one is | looking specifically for them. | Members of this genus are like those of the genus Ricinus DeGeer, 1778 ' (Ricinidae), except that mouth parts are modified as a stylet for piercing (CLAY, | 1949; CARRIKER, 1960). However, Trochiliphagus differs from Trochiloecetes ' Paine & Mann, 1913, another genus of lice also found on hummingbirds, in the shape of the head and body. While checking lice in the collection of the Florida State Collection of ' Arthropods, Division of Plant Industry (FSCA, DPI), in Gainesville, Florida, ‚USA, I found a slide with one female of a new Trochiliphagus species, here described. 1. Departamento de Zoologia, UNESP, Caixa Postal 199, 13506-900 Rio Claro, SP, Brasil. (Pesquisador Associado, Bolsista do CNPq). Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (78): 67 - 71, 2 mar. 1995 68 ONIKI Trochiliphagus austini sp. n. (Fig. 1) Host. Amazilia candida (Bourcier & Mulsant, 1846). Holotype. Female from Cayo District, British Honduras (presently Belize), 14. IV. 1928, collected by Oliver L. Austin Jr.; mounted in Canada balsam on an unnumbered slide, which remains in the FSCA. Derivatio nominis. Trochiliphagus austinisp. n. is named in honor of the late Dr. Oliver L. Austin Jr. for his extensive contributions to the field of ornithology. Diagnosis. The genus Trochiliphagus contains 11 species and T. austinisp.n. differs from them in the following characteristics: a medium-sized species (3.0imm long), falling into section B of CARRIKER's (1960) classification of total body lenght (not less than 3.00 or more than 3.40mm). Sides of prothorax rounded. Sternal plate bell-shaped with lateral basal tips ending in sharp angles. Frons slightly convex. Description. Chaetotaxy, as used here, follows NELSON's (1972) system for species in the genus Ricinus. I assume that all Ricinoidea are similar in their general morphology and therefore transpose Nelson's system to the Trochilipha- gidae. On this basis, I describe T. austini sp. n. as follows. Head prognathous and subconical, somewhat depressed at the sides of the temples. Frons truncate with parallel lateral margins. Temples triangular. Only the antennal nodi present; maxillary palpi straight. Setae d1, d2, and d3 present on head. The gular plate thin and bell-shaped with 4 X 5 setae on lateral extensions. Terminal abdominal segment of the female as in fig. 1. Pleural nodi not heavily pigmented, being gold colored. Labium with 11 pairs of setae plus a very long pair. Measurements in millimeters. Total length 3.01; greatest width 0.94; head length 0.62 (measured along the midline of the head from the tip of the frons to the dorsoposterior margin of the occiput); head width 0.56; head index 111.41 (the ratio of head width to head length times 100); prothoracic length 0.36; prothoracic width 0.51 and distance between prosternals 0.051. Remarks on the bird host. The genus Amaziliacomprises 30 species(MEYER- DE-SCHAUENSEE, 1970; AMERICAN ORNITHOLOGISTS UNION, 1983). CARRIKER (1960) described Trochiliphagus jimenezi Carriker, 1903 from Amazilia t. tzacatl (de la Llave, 1833) from Juan Vinas, Costa Rica, and Trochiloecetes simplex Carriker, 1960 from Amazilia amazilia caeruleigularis | Carriker, 1933; he mentions other species of Trochiloecetes from A. fimbriata | nigricauda (Elliot, 1878), A. lactea bartletti (Gould, 1866), and A. tobaci caurensis | (Berlepsch & Hartert, 1902). Amazilia amada the White-bellied Emerald, was first described as Trochiuäl candidus in 1846 from Cobän, Guatemala. It is resident from San Luis Potosi and northern Veracruz south along the Gulf-Caribbean slope of Middle America to | Honduras and both slopes of Nicaragua; it probably is only a vagrant in Costa Rica (south to Osa Peninsula) (AMERICAN ORNITHOLOGISTS UNION, | 1983). The species inhabits the humid forest edge, open woodland, brushy areas | | and plantations of tropical and subtropical lowlands. Iheringia, Ser. Zool., Porto Alegre, (78): 67 - 71,2 mar. 1995 r I Trochiliphagus austini sp. n. (Mallophaga... | Fig. 1. Trochiliphagus austini sp. n., holotype female, left side, dorsal view; right side, ventral view. | Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (78): 67 - 71, 2 mar. 1995 een... _ 69 70 ONIKI Biology of Trochiliphagus and Trochiloecetes. It is possible to distinguish Trochiloecetes from Trochiliphagus by behavior and use of different niches on the hummingbird host. Trochiloecetes naevius described by ONIKI & EMERSON (1982), for instance, is found mainly next to eggs on the back of the neck of the host (Ramphodon naevius Dumont, 1818). When infestation is high, eggs and adults also occur on the side and front of the neck. Trochiliphagus on the same or other hosts appear to occur in small numbers, as noted by Carriker (1960, personal observation), and to wander through the host plumage. They can move quickly among body feathers, so that spotting and catching them by the browsing- the-feathers method is difficult. The body is ventrally concave, and corrugations on the sternites make fast movement easier. They never flee to rectrices or remiges when birds are handled or when one is trying to pick them up with forceps. Numbers of Trochiliphagus on hosts are very small when compared to numbers of Trochiloecetes. In Ramphodon naevius, where adult and young Trochiloecetes naevius stay next to eggs or in the surrounding feathers of the neck, those feathers tend to be weakened, perhaps by the weight, and fall easily when the bird is handled. Many hummingbirds that had eggs and lice had lost some neck feathers, whereas others without lice and eggs had strong feathers that did not come out easily. The genera Trochiliphagus and Trochiloecetes, as pointed out by CARRIKER (1960), are similar to Ricinus in general shape and structure of the head, thorax and abdomen, but mouth parts are of the piercing-sucking type. The mandibles form a minute stylet with a cone-shaped, rounded tip. CLAY (1949) reported differences in mouthparts of Trochiloecetes and Ricinus. To substantiate Clay's suspicion that Trochiloecetes feed on blood, most of the specimens I collected were engorged with blood, which made clearing with KOH difficult in preparing slides, while some of the tergites were swollen and turned ventrally. I often had to cut open the ventral side of the louse to remove clots of blood cells instead of dissolving out the stomach contents as in other lice. Feeding habits of Trochiloecetes and Trochiliphagus must differ, because I never found the blood clots in the latter. On the contrary, the transparent digestive tract always seemed empty. NELSON (1972) thought that lice collected from museum specimens had empty digestive tracts because they had time to digest food before they died. . Specimens of Trochiliphagus I collected were immediately placed in alcohol 70%, | with no time to digest food, their mouth parts suggest that they may be fluid | feeders, perhaps on plasma or lymph as well as blood. Systematic Position. When erecting his genus Trochiliphagus, CARRIKER | (1960) simultaneously named the family Trochiliphagidae, including also the | genus Trochiloecetes. As EICHLER (1962) has shown, the name Trochiliphagidae | 1s Invalid on nomeclatural grounds and therefore was replaced by Trochiloecetidae. | It forms, together with the Ricinidae, the superfamily Ricinoidea. | Acknowledgements. To Dr. Howard V. Weems Jr. and Mr. Harold A. Denmark for making the | FSCA (DPI) collection of lice available for studies; also, Dr. David G. Young and Jerry F. Butler, plus | his assistants, Diana Simon and Debbie Boyd (all Department of Entomology and Nematology of the | University of Florida, Gainesville) for advice and generous logistical help. Dr. Kary C. Emerson | (deceased), Bernard C. Nelson (deceased) and Dr. Wolfdrietrich Eichler and an anonymous reviewer | kindly criticized and corrected the manuscript. | Iheringia, Ser. Zool., Porto Alegre, (78): 67 - 71,2 mar. 1995 E Trochiliphagus austini sp. n. (Mallophaga... 71 REFERENCES CITED AMERICAN ORNITHOLOGISTS UNION. 1983. Check list of North American Birds. 6th ed. Lawrence, Allen Press. 877p. CARRIKER JR., M. A. 1960. Studies in Neotropical Mallophaga, XVII: a new family (Trochiliphagidae) and a new genus of the lice of hummingbirds. Proc. U. S. Nat. Mus., Washing- ton, 112 (3438): 307-342. CLAY,T. 1949. Piercing mouth-parts in the biting lice (Mallophaga). Nature, London, (4171): 617. EICHLER, W. 1962. Die Problemstellung des Phylogenetischen Parallelismus zwischen Parasit und Wirt nach ihrem gegenwartigen Stand unter besonderer Berucksichtigung der Mallophagen. Wiadom. Parazytol., Wroclaw, 8: 285-296. MEYER-DE-SCHAUENSEE, R. 1970. A guide to the birds of South America. Wynnewood, Livingston Publ. 470p. NELSON, B.C. 1972. A revision of the New World species of Ricinus (Mallophaga) occurring on Passeriformes (Aves). Univ. California Publ. Entomol., Berkeley, 68: 1-130. ONIKI, Y. & EMERSON,K.C. 1982. A new species of Trochiloecetes (Mallophaga: Ricinidae) from the Saw-billed Hermit, Ramphodon naevius (Dumont) (Apodiformes: Trochilidae). Revta bras. Biol., Rio de Janeiro, 42 (1): 85-87. Recebido em 5.11.1993; aceito em 16.06.1994 Iheringia, Ser. Zool., Porto Alegre, (78): 67 - 71,2 mar. 1995 ) 5 RR ' h H E X = A E A it es ! A . ER saga Ra? BIST N - ne e 2 u en a a VEIT RER: nein Seuchen Pein five do io MERO Kronach Un; It is possi Td A, á as FAR Rs b bs Bio. bei mam A, alo na fail Ars? EaRT AL A dir ê ANA Jo je Amineinrd N EE, di near da à Dr ad AO Abrir AS dt une a ni om E Her age y Re A yon bite nintendo Si ab Sun‘ ong bi Gs u ir 237 o Wal O PM Ne ER por pi A a saurer hi ala BREIT E pa Es TO dose! ah AJ a Iris mal 10159 ES q fio de ai bag al Ban zul 2% Kap ide Pes peito ipa A nie NE areas er Q 186 UM, a, a ff E Ep EA j Di ns Pe Má Edo Elba 4 da ES 5 u 2. A + - - r se rer nisi RUE e a E A ap a TRUE IN NR niry o ls anta RV anna na pe RR era hol wars ho ren y x E = Somond. Blu stmolitá dA Jo, ‚ee > 1 ta a Ense; ns gu < ti É gue I8 RE LERE A E A à sa sil Hat du Eds 1) Dat APTO Mera phodon nara ee er % srl i und nt ) (cathet | mechas by the W | and ft Zn : ; : e B Aa mas LESS and à Nica = wi e: \ " E] F ARE = A , Fi { re I f Fx r er é nn 1} h N = E Y 4 1 > a vun « 7 "achtet tos TERA CMT : veith blond. which made die aring with . 1 ’ 4 v i } : vi allen n aaa 2 Ê j 1 o VE À t ; hi, E q RE. ; . im ja ar 7 dy Fora ; ir E g é À N vv ar N rn , e; ih Ed : f irre Fe Track HLER (1%62)b a - $ 2 dé té ADA Fr TE E wen v ndo RAD » » 4) Es ! a D. ! a a ET) já Heath nat ne É as vol far stud a RR od, E Dark so Young é gn no en k | Sims ur 4 tr ebbie Bo yo ® ta Depart Est, of Emomoleg Fe o Boa? vaia vi da i us à log Eotical a Bi. E o ITR cio R Eifirt; Ei Genie ville) for ads SE an: Ei nega) b L = ae ee Bernaril C. Nelkon (deceased) and Dr, oito ich per | ANY and carserted ale prin N ; THE GIANT PSAMMOPHILOUS CILIATE AVELIA MARTINICENSIS (CILIOPHORA, PROTOHETEROTRICHIDA) IN GUANABARA BAY, BRAZIL, WITH TAXONOMIC AND NOMENCLATURAL NOTES Rosa E. Pettigrosso ' Néstor J. Cazzaniga !? Milden Rodrigues de Santa Rosa’ ABSTRACT Avelia martinicensis (Nouzarêde, 1975), endemic to the Caribbean island of Martinique, is recorded from Guanabara Bay, Rio de Janeiro, Brazil, extending its range over more than 35 degrees of latitude. The organisms were studied by optical (protargol staining) and both scanning and transmission electronic microscopy. The general morphology and the ultrastructure ofthe nuclear apparatus and the somatic and peribuccal systems of myonemes are in accordance with the original description. Several nomenclatural emendations and changes are made. The specimens have been found in samples offine sand with high content oforganic matter, in an area which shows great variations in temperature and salinity. KEYWORDS. Karyorelictophora, systematics, Avelia, nomenclature, distribution. INTRODUCTION Giant psammophilous ciliates form part of the interstitial fauna inhabiting the capillary spaces between sand particles in the superficial layers of marine littorals. They are microporal fauna (FAURE-FREMIET, 1950) and have several common adaptive characteristics, such as a strong thigmotactism, a slender sharp body and a system of | microfilaments — the myonemes — which render them capable of remarkable cell _ contraction. Most studies on this group deal with European, North American or African * specimens (DRAGESCO & DRAGESCO- KERNÉIS, 1986; HARTWIG, 1980). Reports “on South American specimens are very scarce (KATTAR, 1970). | The systematic position of Avelia has undergone change and remains rather | controversial. There are also some nomenclatural difficulties, which are discussed in this | paper. | | 1. Departamento de Biologia, Universidad Nacional del Sur, 8000 Bahia Blanca, Argentina. 1 2. Member of the Researcher Career of the Comisión de Investigaciones Científicas de la Provincia de Buenos Aires, Argentina. 3 i . Instituto de Microbiologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Cidade Universitária, P. O. Box 6804, CEP 21949, Rio de Janeiro, RJ, Brazil. (Researcher of the Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, CNPq, Brazil). Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (78): 73 - 83, 2 mar. 1995 74 PETTIGROSSO; CAZZANIGA & ROSA Avelia martinicensis (Nouzaréde, 1975) has hitherto been regarded as endemic to Martinique. This paper refers to its discovery 35° of latitude further south, in Guanabara Bay, Rio de Janeiro, Brazil (22° 53'S, 47° 17'W). The study area. The beach where the samples were collected supports strong evaporation due to insolation, especially during summer, producing an increase in salinity. The abundantrainfall and the large volume of freshwater flowing out from rivers cause abrupt reductions in the level of salinity. PARANHOS & MAYR (1993) studied the seasonal temperature and salinity variations in Guanabara Bay; our collection site is near sampling point 7 of that paper. There is a great influx of organic matter in Guanabara Bay, originating in the mangrove areas and caused by anthropogenic activity, including the spread of untreated sewage. HAGLER & MENDONÇA-HAGLER (1981) and HAGLER et al. (1986) informed on organic pollution and microbial indicators in Rio de Janeiro; our collection site is between the sampling points 5 and 6 of these studies. The sand in the samples was partially darkened, reduced, with a hydrosulphuric smell which is characteristic of the environments inhabited by the giant psammophilous ciliates (NOUZAREDE, 1975). MATERIAL AND METHODS Samples were gathered from an unnamed sandy beach on the north coast of the “Ilha do Fundão”, in the neighbourhood of the “Instituto de Microbiologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro”, during low tide, which occurred between 8 AM and 4 PM from mid-summer to the end of autumn 1989 (February to September). The sand was collected by dragging manual dredges with a capacity of 250ml over a small area down to a depth of Scm within the sediment. The living samples were kept in the laboratory at room temperature and the ciliates were sorted by hand picking with micropipettes. These ciliates contract rapidly in the face of mechanical or chemical stimuli. It was thus necessary to apply a pretreatment with an anaesthetic solution to avoid excessive contraction during fixation. The ciliates were left in a solution of 20 mM EGTA and 3 mM MgsSO, in sea water for approximately 10 minutes, until they had reached a similar size to that shown when they were active. EGTA is a chelating agent of Ca**, which is the ion producing the myoneme contraction when liberated as a response to stimuli; Mg** contributes to the relaxation (HU ANG & PITELKA, 1973; SLEIGH & PITELKA, 1974; HALLER, 1977). Afterwards, the anaesthetic solution was replaced by the fixing solution. This | pretreatment was used for both optical and electronic microscopy. Optical microscopy: the protargol | staining technique was employed (TUFFRAU, 1967), using glutaraldehyde 12.5% (V/V) in a sodium | cacodylate buffer as a first fixing solution. Electronic microscopy: fixation was carried out using | glutaraldehyde 12.5% (V/V) and osmium tetroxide 1% (W/V) during 30 minutes at room temperature. The specimens were then washed three times in a sodium cacodylate buffer and preembedded in agar | blocks, which were dehydrated by an ethanolseries ofincreasing concentration. Embedding was carried | out using EPON 812; polymerization ran for 48 hours at 60º C. The specimens were sectioned with a | diamond knife in a LKB 2088 Ultratome V ultramicrotome, and contrasted with uranile acetate in | alcohol solution and lead citrate. A Philips EM 301 transmission electron microscope and a JEOL 25SII | scanning electron microscope were used for the observations and photomicrographs. | SEM stubs and TEM material were deposited at the “Laboratório de Microscopia Eletrônica, | Instituto de Microbiologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro”, Brazil. Protargolstainedslidesare | housed at the “Laboratorio de Ecología Acuática, Departamento de Biología, Universidad Nacional | Sur”, Argentina. Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (78): 73 - 83, 2 mar. 1995 The giant psammophilous ciliate Avelia martinicensis... 75 RESULTS Subphylum KARYORELICTOPHORA Puytorac, Grain, Legendre & Dévaux, 1984. Class PROTOHETEROTRICHEA Puytorac, Grain & Mignot, 1987. Order PROTOHETEROTRICHIDA Nouzarêde, 1977. Family AVELIIDAE Puytorac, Grain & Mignot, 1987. Avelia Nouzarede, 1977 Avela NOUZAREDE, 1975: 625-627. Type species by original designation Avela martinicense Nouzarede, 1975: Avelia NOUZAREDE, 1977: 4. Replacement name for Avela, preoccupied in the Lepidoptera by Walker, 1856. The gender of generic name is feminine (genus dedicated to Prof. Avel with the addition of the suffix-ia). Avelia martinicensis (Nouzarede, 1975) (Figs. 1-12) Avela martinicense NOUZAREDE, 1975: 627. Incorrect specific spelling due to incorrectness of the adjectival termination. Avelia martinicenseNOUZAREDE, 1977: 39-40; SMALL & LYNN, 1985: 427; DRAGESCO & DRAGESCO- KERNEIS, 1986: 215: Description. A typical psammophilous ciliate, nematomorph, of great size, more than 2mm long when fully extended, dark brown in colour, extremely contractile(figs.1,2). The sharp anterior region is differentiated from the rest ofthe cell; fore ending like a curved bill. Small buccal aperture, 0.025-0.030mm long, lying ventrally in this anterior region (fig. 3). The wider medial region bears the nuclear apparatus formed by a single, oval to triangular micronucleus between two semispherical to broadly reniform macronuclear masses (figs. 5, 6). Acute posterior region (fig. 4). Uniform somatic ciliature. There are about 60-70 kineties inthe medial body region and their number decreases to the fore and back. Nematodesmata easily visible on the sides of the anterior region (fig. 3). The right peribuccal ciliary field more developed than the left one and composed of regularly disposed rows of 6- 7 kinetosomas. The longitudinal kineties show the characteristic double kinetosomas, and are separated by interkinetic ridges containing 2 or 3 longitudinal myonemes each. | They are underlaid by transversal myonemes. Sections of the cortex from three ‚different planes (figs. 7-9) illustrate the relative position of the longitudinal and transversal myonemes. Beneath the latter a large number of subcortical, round to oval mitochondria. The endoplasmic mitochondria are more elongated and have | acuminate endings (fig. 12). | Buccal aperture (fig. 10) encircled by a system of peribuccal myonemes (fig. 11), forming a strong sphincter. The circumoral kinety could not be seen on our 'TÊM sections. | Micronucleus long and oval, lying between the macronuclei (fig. 12). The latter contain a macronuclear spherule, and are surrounded by a thickened coat. | Previously known distribution. Martinique, West Indies. Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (78): 73 - 83, 2 mar. 1995 16 PETTIGROSSO; CAZZANIGA & ROSA Figs. 1-6. Avelia martinicensis (Nouzarede, 1975) from Guanabara Bay, Brazil. 1, 2, general appearance; 3, | detail of the mouth in the anterior part; 4, somatic kineties in the posterior end; 5, 6, nuclear apparatus. (m, mouth; n, nematodesmata). Bars: 1,2 = 200 um; 3-6 = 20 um. Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (78): 73 - 83, 2 mar. 1995 The giant psammophilous ciliate Avelia martinicensis... 77 _ Figs. 7-9. Avelia martinicensis (Nouzarede, 1975) from Guanabara Bay, Brazil. 7, tangential and slightly oblique | Section of the cortex; 8, transveral section of the cortex; 9, sagittal section of the cortex. (cm, cortical mitochondria; dk, series of double kinetosomas in the basis of a kinety between the longitudinal myonemes; Im, '* longitudinal myonemes running along interkinetic ridges; tm, transversal myonemes). Bars = 3 um. | | | | Iheringia, Ser. Zool., Porto Alegre, (78): 73 - 83, 2 mar. 1995 | 78 PETTIGROSSO; CAZZANIGA & ROSA Figs. 10-12. Avelia martinicensis (Nouzarêde, 1975) from Guanabara Bay, Brazil. 10, SEM photomicrograph of the mouth; 11, frontal section of the peribuccal myoneme sphincter (TEM photomicrograph); 12, TEM, photomicrograph of thenuclear apparatus. (em, endoplasmic mitochondria; Ma, macronucleus; mi, micronucleus;, ms, macronuclear spherule). Bars = 5 um. Iheringia, Ser. Zool., Porto Alegre, (78): 73 - 83, 2 mar. 1995 The giant psammophilous ciliate Avelia martinicensis... 79 Examined material. BRAZIL. Rio de Janeiro: Ilha do Fundão. About 60 living specimens, II- IX.1989, of which 20 are in TEM cut grides; 10 in SEM stubs, and 15 in protargol stained slides. DISCUSSION The nominal species of Avelia. NOUZAREDE (1975) recognized three species within the genus: A. martinicensis Nouz., 1975, A. arcachonensis Nouz., 1975 and A. gigas (Dragesco, 1960). A. martinicensis is differentiated from A. arcachonensis only on the basis of geographic location and their general external appearance. The latter species was described as “apparently very rare”, its anterior part is more cylindrical, and perhapsitissomewhat smaller. NOUZAREDE (1975,1977) stated A. martinicensis can reach 3mm long when completely extended, and A. arcachonensis can exceed 2mm in lenght: the size difference does not appear to be significant. Overall aspect and size may be considered imprecise and subjective criteria, in view of the extremely contractile nature of these forms. Both species clearly differ from A. gigas in the structure of the nuclear apparatus. The specimens from Guanabara Bay do not show significant differences with respect to previous descriptions of A. martinicensis. Our protargol slides and electron micrographs are in general agreement with those already published (NOUZAREDE, 1975, 1977). The number of somatic kineties (60-70in the medial region) is a little higher than that indicated for the specimens from Martinique (“une cinquantaine” according to NOUZAREDE, 1975) and the micronucleus is longer than that illustrated previously. The rest of the features, both structural and ultrastructural, are identical and convince us that the species is the very same as 4. martinicensis. Taxonomic history and systematic position of the genus. Based on ciliates from France and the West Indies, NOUZAREDE (1975) established the genus Avela as pertaining to family Geleiidae Kahl, 1933. The characteristics distinguishing this genus from Geleia Kahl, 1933 are the form and structure of the buccal apparatus, which lies in the anterior region and is proportionally small, and the presence of peribuccal myonemes, which are absent in Geleia. A circumoral kinety was also described. The peribuccal sphincter prevents the anterior part of the animal from transforming into a “fisherman's basket”, which is typical of the behaviour of Geleia (NOUZAREDE, 1975). Two years later, NOUZAREDE (1977) changed the generic name to Avelia, because Avela fell in homonymy with Avela Walker, 1856 (Lepidoptera). The “significant Nouzarêde's monograph appearedin a publication “for the year 1976,” “butin actuality it was not available in print until into the next year, 1977 (J. O. ' Corliss, in littera). Legally and nomenclaturally, the work cannot be cited before “the date at which it really was printed-and-distributed. The genus Geleia is divided into two groups, on the basis of the size of the '* specimens, their ability to twist themselves, and above all the disposition ofthe two | peribuccal ciliary fields: the G. orbis group shows a main regular peribuccal ciliary ' field on the right, and an anarchical smaller ciliary field on the left; whereas the G. ir group has the main regular field on the left (NOUZAREDE, 1977). The Iheringia, Ser. Zool., Porto Alegre, (78): 73 - 83, 2 mar. 1995 80 PETTIGROSSO; CAZZANIGA & ROSA genus Avelia has the main peribuccal ciliary field on the right, as in the first group. A new order was proposed for the Geleiidae (NOUZAREDE, 1977): Protoheterotrichida, within the subphylum Polyhymenophora, but there is by no means consensusregarding the systematic position of Avelia and Geleia. CORLISS (1979) did not accept the order Protoheterotrichida, considering it to be a junior synonym of the order Karyorelictida Corliss, 1974, in which he includes the Geleiidae. On the basis of the study ofthe cortical fibrillar structures, SMALL & LYNN (1981, 1985) consider this group as a new class, Karyorelictea Corliss, 1974, within the subphylum Postciliodesmatophora Gerassimova & Seravin, 1976. In the phenetic classification of PUYTORAC et al. (1984), the Geleiidae are included within subphylum Hymenophora, class Spirotrichea, order Heterotrichida, suborder Protoheterotrichina, thus placing them far removed from the Karyorelicta, which they consider a class within a new subphylum, Karyorelictophora Corliss, 1974. DRAGESCO & DRAGESCO-KERNÉIS (1986) recognize the validity of the genera Geleia and Avelia but do not agree with NOUZAREDE's (1975, 1977) diagnostic characteristics. They donotregard the peribuccal sphincter ofmyonemes as a generic difference but emphasize the position of the main ciliary field, redefining Aveliaas having the main peribuccal ciliary field on the right and Geleia as being its mirror image. Consequently they transfer Geleia orbis Fauré-Fremiet, 1950 to Avelia and suggest that the same should be done with the other species of the orbis group. DRAGESCO & DRAGESCO-KERNÉIS (1986) classify the Geleiidae with the order Karyorelictida as an incertae sedis group, and stress the need for further studies on the infraciliature in view of the lack of this information in most taxa. PUYTORAC etal. (1987) alsoinclude Avelia and Geleia withthe Karyorelicta (as a subphylum assigned to “Corliss, 1974”) in the class Protoheterotricha that they attribute to NOUZAREDE (1977), on the basis of the order Protoheterotrichida Nouzarêde. However, they now differentiate between two monotypic families: the Geleidae [sic] Kahl, 1933 and the Avelidae [sic] Nouzarêde, 1977 (erratum pro PUYTORAC et al., 1987). In the diagnosis of Avelia, PUYTORAC etal. (1987) note the presence ofthe peribuccal myoneme sphincter and the position ofthe main peribuccal ciliary field on the right, formed by numerous segments of juxtaposed kineties, the left ciliary field being “relatively anarchical” and formed by shortsegments of 2-4 kinetosomes. We agree with the importance of the peribuccal sphincter in defining the genus. It is a constant and well-defined structure and, as stressed by NOUZAREDE (1975), | gives rise to special etho-ecological consequences affecting the feeding strategy of | Avelia. The latter is not therefore a mere mirror image of Geleia, as attempted by DRAGESCO & DRAGESCO-KERNÉIS (1986). We are not aware to the transference of G. orbis to the genus Avelia, since in this species there are none of the peribuccal myonemes (NOUZAREDE, 1977) so typicali in our specimens. The | mouth of G. orbis is longer than that of any Avelia species, even if the contraction | | of the material (DRAGESCO & DRAGESCO-KERNEIS, 1986) is taken into | account. Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (78): 73 - 83, 2 mar. 1995 The giant psammophilous ciliate Avelia martinicensis... 81 We tentatively adopt here the classification accorded by PUYTORAC et al. (1987), until such time as a more stable classification is arrived at. Notes on authorship and nomenclature. Itiscommon practice in the changing systematics of the Ciliophora to propose assigning authorship of new suprafamiliar taxa to the person who proposed a taxon of lower rank. Though controversial, this procedure is made possible by the fact that only infraordinal names come under the jurisdiction of the International Code. We agree with CORLISS'(1979) remarks on the need for caution in adopting this procedure, because if a taxon is shifted to an entirely different level [as in the case of the order Karyorelictina Corliss, 1974, which is regarded as a class by SMALL & LYNN (1981, 1985), or a subphylum by PUYTORAC etal. (1987), but still retaining the authorship of Corliss], the change becomes not only nomenclatural but taxonomical, and the concept of the original author is completely distorted. We conclude that 1f the most recent classifications are accepted — and we tentatively do accept them — then it would be highly convenient to adopt the following combinations for the higher taxa, using the proper authorships and dates: Subphylum Karyorelictophora Puytorac et al., 1984, Class Protoheterotrichea Puytorac et al., 1987, Order Protoheterotrichida Nouzarêde, 1977. In the Aveliidae the monotypic nature of the new family in no way makes it permissible to attribute its name to the genus' author, especially since NOUZAREDE (1975, 1977) expressly stated that Avelia pertains to the Geleiidae. Within the family group it is imperative that authorship be respected; the only circumstance under which a taxon can be attributed to another author is that foreseenin the Principle of Coordination (articles 36 and 37 o£ INTERNATIONAL COMMISSION ON ZOOLOGICAL NOMENCLATURE (1985). The only cor- rect combination for the family name is therefore: Aveliidae Puytorac et al., 1987. The nomenclatural act of replacing the generic name Avela by Avelia (NOUZAREDE, 1977) was not emendation, but a proposal to provide a replacement name (nomen novum) due to homonymy (article 60a of the Code). ' For this reason the new name has its own author and date — Avelia Nouzarêde, | 1977 —, and parentheses are to be used when the author's name of Avelia | martinicensis (Nouz., 1975) and A. arcachonensis (Nouz., 1975) are cited. NOUZAREDE (1977) himself overlooked this and omitted the parentheses. | DRAGESCO & DRAGESCO- KERNÉIS (1986) wrongly attributed the name | Avelia to NOUZAREDE (1975). | As for specificnames, Geleiaand Avelia are feminine names under article 30b | of the International Code, but Nouzarêde used some neuter names that are | incorrect original spellings (articles 31b and 32c). In order to achieve harmony as ‚regards gender they should be corrected (article 32d[ii]) as follows: Geleia ‚ arcachonensis Nouzarêde, 1965, Avelia arcachonensis (Nouzarêde, 1975), Geleia martinicensis (Nouzarêde, 1977) and Avelia martinicensis (Nouzarêde, 1975). | It is worth notingtthat ifthe suggested transferring ofthe Geleia orbis group to ‚the genus Avelia (DRAGESCO & DRAGESCO-KERNEIS, 1986) were to be "accepted, which is not the case in this paper, then the two pairs of specific names mentioned in the previous paragraph would become secondary homonyms (articles ‚53c and 57c of the Code), making it necessary to propose replacement names for Iheringia, Ser. Zool., Porto Alegre, (78): 73 - 83, 2 mar. 1995 82 PETTIGROSSO; CAZZANIGA & ROSA A. arcachonensis (Nouz., 1975) and G. martinicensis (Nouz., 1977).Recommendation 5a in Appendix D ofthe Code is precisely intended to avoid this kind ofnomenclatural problems. The need to undertake so many nomenclatural changes and emendations, from the subphylum to the specific level, is indicative of the need to pay more attention to internationally adopted principles in order to achieve a greater stability and universality of scientific names. Nomenclature is a serious tool dealing with the names of an astonishing world of biodiversity, and is still the best way of communicating dynamic ideas on the classification and relationships of living things. Biogeography. As mentioned previously, the main argument for the validity of A. arcachonensis seems to be a biogeographical one. Free-living phagotrophic protists are usually believed to have a cosmopolitan distribution. This viewpoint has been controverted and, in the case of the species dealt with here, NOUZAREDE (1977) stated that A. martinicensis counts among those species restricted to certain geographical areas, viz. endemic to Martinique. The finding of A. martinicensis in Guanabara Bay contradicts the hypothesis of its endemism in Martinique. The species shows a remarkable morphological uniformity over more than 35 degrees of latitude and appears to be a very conservative form. The subtle differences between A. martinicensis and A. arcachonensis lead one to the conclusion that there are no significant difference between the Avelia specimens from Arcachon and Martinique, and either they are conspecific, or they are vicariant remnants of a very conservative taxon which was widely distributed along the Pangaean coasts. Though ciliates have many means of dispersing over great distances, Avelia's littoral distribution, and their remarkable thigmotactism and adherence to sand advocate against a transoceanic dispersalistic explanation for their present distribution. Avelia martinicensis was present in Guanabara Bay throughout the sampling period (February-September 1989), although in less density during the coldest months. The beaches where our samples were gathered are characterized by strong temperature and salinity variations, abundant influx of organic matter and reduced. sediments with formation of sulphur. These conditions are favourable to the development of Geleiidae populations and in particular to Geleia and Avelia populations in Arcachon and Martinique (NOUZAREDE, 1975, 1977). Our’ findings on Avelia martinicensis agree with the hypothesis that protozoan species‘ in coastal seas are widely distributed, and that the same or sibling species occur in similar habitats everywhere (FENCHEL, 1987). | Acknowledgements. The senior author isindebted to Dr. María E. Fonseca for kindly authorizing | access to the facilities at the “Laboratório de Microscopia Eletrônica, Instituto de Microbiologia | (Universidade Federal do Rio de Janeiro)”, and to Veniceo Feio da Veiga for his valuable help in the | preparation of the biological material. To Dr. John O. Corliss (International Commission on Zoological | Nomenclature) for the encouragement and his very constructive criticisms on the manuscript. | Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (78): 73 - 83, 2 mar. 1995 The giant psammophilous ciliate Avelia martinicensis... 83 REFERENCES CORLISS,J. O. 1979. The ciliated Protozoa. Characterization, classification and guide to the literature. 2. ed. Oxford, Pergamon, 455p. DRAGESCO, J. & DRAGESCO-KERNEIS, A. 1986. Ciliés libres de l'’Afrique intertropicale. Paris, Institut Frangais de Recherche scientifique pour le Developpement en Cooperation. Eds. O.R.S.T.O.M, Collection Faune Tropicale, v. 26, 559p. FAURÉ-FREMIET, E. 1950. Ecologie des ciliés psammophiles littoraux. Bull. biol. Fr. Belg., Paris, 84: 35- 13: FENCHEL, T.M. 1987. Ecology of Protozoa. The Biology of free-living phagotrophic protists. Madison, Science Tech Publishers, 197p. HAGLER, A.N. & MENDONÇA-HAGLER,L.C. 1981. Yeasts from marine and estuary waters with different levels of pollution in the State of Rio de Janeiro, Brazil. Appl. Environm. Microbiol., Washington, 41: 173-178. HAGLER, A. N.; MENDONCA-HAGLER, L. C.; SANTOS, E. A.; FARAGE, S.; SILVA FILHO, J. B. & SCHRANK, A. 1986. Microbial pollution indicators in Brazilian tropical and subtropical marine surface waters. Sci. Total Environm., Amsterdam, 58: 151-160. HALLER, G. de. 1977. Quelques aspects de l'organisation et du fonctionnement des structures contractiles chez les Protozoaires. Année biol., Paris, 16: 241-258. HARTWIG, E. 1980. A bibliography of the interstitial Ciliates (Protozoa): 1926-1979. Arch. Protistenk., Jena, 123: 422-438. HUANG, B. & PITELKA, D.R. 1973. The contractile process in the ciliate, Stentor coeruleus. I. The role of microtubules and filaments. J. Cell Biol., New York, 57: 704-727. INTERNATIONAL COMMISSION ON ZOOLOGICAL NOMENCLATURE. 1985. International Code of Zoological Nomenclature, third edition adopted by the XX General Assembly of the International Union of Biological Sciences. London, International Trust for Zoological Nomenclature, 338p. KATTAR,R.M. 1970. Estudo dos Protozoários ciliados psammófilos do litoral brasileiro. Bolm Zool. Biol. Mar., Nova Série, São Paulo, 27: 123-206. NOUZAREDE, M. 1975. Sur un nouveau genre de Protozoaires ciliés géants mésopsammiques appartenant à la famille des Geleidae (Kahl). C. R. Acad. Sci., série D, Paris, 280: 625-628. —. 1976 [1977]. Cytologie fonctionnelle et morphologie expérimentale de quelques protozoaires ciliés mésopsammiques géants de la famille des Geleiidae (Kahl). Bull. Stn biol. Arcachon, nouv. ser., Suppl., Arcachon, 28: 1-315. PARANHOS, R. & MAYR, L. M. 1993. Seasonal patterns of temperature and salinity in Guanabara Bay, Brazil. Fresenius Environ. Bull., Basel, 2: 647-652. PUYTORAC, P. de; GRAIN, J.; LEGENDRE, P. & DEVAUX, J. 1984. Essai d'application de l'analyse | phénétique à la classification du phylum Ciliophora. J. Protozool., Lawrence, 31(4): 496-507. PUYTORAC, P. de; GRAIN, J. & MIGNOT, J.-P. 1987. Précis de Protozoologie. Paris, Boubée, 580p. SLEIGH, M. A. & PITELKA, D.R. 1974. Processes of contractility in protozoa. Actual. Protistol., Aubiere, | 1: 293-306. | SMALL, E. B. & LYNN, D. H. 1981. A new macrosystem for the phylum Ciliophora Doflein, 1901. | BioSystems, Limerick, 14: 387-401. Be 1985. Phylum Ciliophora Doflein, 1901. In: LEE, J.J.; HUTNER, S.H. & BOVEE, E.C. (ed.). An | illustrated guide to the Protozoa. Lawrence, Society of Protozoologists, p. 393-575. ‚, TUFFRAU,M. 1967. Perfectionnements et pratique de la technique d'impregnation au protargol des infusoires cilies. Protistologica, Paris, 3(1): 91-98. Iheringia, Ser. Zool., Porto Alegre, (78): 73 - 83, 2 mar. 1995 ia 5 no vinis m RN ne EL both ne dr Be ee okansinsistNour.1975)and up O au PRESA EN. as qi sbigo ba note Menta moltevisodsando pano ‚4 batalha Eu Bi ag o. Kir ça v A ç a “ í al pio a j ERA a " PINS = ri Sim DESTA . EM Mi abe Bee U ty N Mala eh har ? HR Pope 4 É E E E iai as: des tear É, ear ca Ee se nd he [% q ga Po 7.10 Hu ; ini La DEVO TERES To PS ai, ni Fe é N, 4 ed er BERNER ERRA Re 2 - pias a, a Á I us ze 1MHES D EI DE ET a OT Eta Meta tom e pad f e Eneas é à: 3 LATA AM O Ak q ee DE AL DRA ir E ui i : a j » OM N Eni ; o ido + E ue Era RU pros u ERBE: DM u: ak a ee ” vs sis ÃO VE a e Lai io ACH PAL RARE CHR tr Ri | ILS O! 8 VELY CONSEHV ZUNG (IEL INI aC A nesse tata hi nO pot old Ag meme ; Le Re T Ant ÃO MBA N Ch ta) ie ‚Head rent ar dry pn E altar ih ? * À our Bau { A - Los = TE 27 123 Eres er A ny is or Me A tl a ra Na Knabe an: Sit 1 3 K , E 18745 A a RE arco O AE E O eme nmis cu Sentember 1089), HRROLDHO rea | LEAVE. I HNO Arge GOMA fu AR 4 IH. id Hand BERN lab: ET BET OBA m a el Fe três DS Ra CUP po ui smÁ de IE à) asi A, A aro ® E Be a ADE-ORH tb) IE. Boss 3.003 ato ab IH ASP ae us abater Ga 378° ya TE A Pr, ee rer ehe H 53% N a LO ee que au NERIERATRT vi . SEIO 1 1 4 4 LAU Dot re E a an per | eeTp eb pP dE q pé k x AS x nt e $ dim der a, SSHLITER jan rat | LE NT Borg Viral Be eb Beet ICH dy isa gras o AREA RE ER sierinermenis. The sentor aufior ish detido Dr Marta Ei Fon A sd = per KA e di Es ta ES mM uch, grates e j aê 4855 2 FAUNA OF DROSOPHILA (DIPTERA, DROSOPHILIDAE) IN THE NORTHERN AREA OF THE “CADEIA DO ESPINHAÇO”, STATES OF MINAS GERAIS AND BAHIA, BRAZIL: BIOGEOGRAPHICAL AND ECOLOGICAL ASPECTS Rosana Tidon-Sklorz ! Fábio de Melo Sene ? ABSTRACT Drosophila fauna from the northem area of the “Cadeia do Espinhaço”, Brazil is described based on data from 33,985 individuals belonging to 23 species. A total of 28, 796 adults were collected with baits and 5,189 cactophilic individuals were collected at immature stages in cactus species along with the cladode of the host cactus. The occurrence of each species is discussed in biogeographical and ecological terms. It is the first record of the larvae breeding site for both, the endemic South American species and the introduced species. KEYWORDS. “Cadeia do Espinhaço”, highlands, biodiversity, Drosophila spp. INTRODUCTION The “Cadeia do Espinhaço” is formed from an area of terrain aproximately 1,000km long and between 50 and 100km broad, and i is upwards of 800m above sea level. Its southernmost limit is the “Serra do Ouro Branco”, south ofthe city of Ouro Preto, in Minas Gerais (MG), Brazil; it runs northwards into the state of Bahia (BA), and forms the watershed of the tributaries of the right bank of the São Francisco River, which flows to the Atlantic (MOREIRA, 1965). This mountainous area has for the most part shallow sandy soils with rocky outcrops (JOLY, 1970). The structure of the “Cadeia do Espinhaço” “is Pre-Cambrian (ABREU, 1984). The predominant vegetation is rocky fields (GIULIETTI & PIRANI, 1988) with areas of “cerrados” and “caatingas” (brushwood), and near the river, marshes and woods. | 1, Departamento de Biologia, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo - Av. Bandeirantes, 3900, | 14040-030 Ribeirão Preto, SP, Brasil. | 2. Departamento de Genética, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo - Av. Bandeirantes, 3900, 14049-900 Ribeirão | Preto, SP, Brasil. | Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (78): 85 - 94, 2 mar. 1995 Ce 86 TIDON-SKLORZ & SENE The results of collections carried out in the northern area of “Cadeia do Espinhaço” are discussed in this work, continuing the inventory ofDrosophila species found in South America (DOBZHANSKY & PAVAN, 1943; PAVAN & CUNHA, 1947; PAVAN, 1959; SENE et al., 1980; VAL et al., 1981; VILELA et al., 1983; TIDON-SKLORZ et al., 1994). MATERIAL AND METHODS The sites and dates ofthe collections are summarized in table I. All the sample points are in high altitude grasslands, the majority with intermediate characteristics between rocky fields, caatingas and cerrados. Table I. Locations of the Drosophila collections carried out in the northern area of the “Cadeia do Espinhaço” (BA = Bahia; MG = Minas Gerais). All collections were made in 1990 during August, except for the D54 (in February). code localities altitude (m) type of collection D54 Grão Mogol, MG 930 adults and cacti D63 Mucugê, BA 970 adults and cacti D64 Andaraí, BA 300 adults D65 Bonito, BA * adults and cacti D66 9km W Morro do Chapéu, BA 1,1120 adults and cacti D67 20km W Morro do Chapéu, BA 900 adults and cacti D68 Cafarnaum, BA 800 adults D69 28km W Morro do Chapéu, BA 750 adults and cacti D71 Morro do Chapéu, BA 1,350 adults and cacti D72 10km S Morro do Chapéu, BA 1,180 adults D70 30km S Morro do Chapéu, BA é cacti D73 Cachoeira do Ferro Doido, + cacti 28km S Morro do Chapéu, BA *. not measured The imagoes were attracted with fermented bananas or oranges in plastic recipients hung on branches or placed among rocks (SENE et al., 1981). The adult flies were captured with entomological nets, put in glass jars with culture medium and taken live to the laboratory, where they were identified. Thelarvae were collectedin decaying cactuscladodes. In the laboratory, the cladodes were putinterraria with sand on the bottom and a fine net lid. The emerging flies were taken out with a suction pump. Conspicuous species were identified using keys (FREIRE-MAIA & PAVAN, 1949; FROTA- PESSOA, 1954), descriptions (DOBZHANSKY & PAVAN,1943;PAVAN& CUNHA, 1947;PAVAN, 1950), and the males of cryptic species were identified by the analysis of the terminalia (MAGALHÃES & BJÖRNBERG, 1957; VAL, 1982; VILELA, 1983; VILELA & BÄCHLI, 1990). Samples of the materials are deposited in the Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZSP). RESULTS AND DISCUSSION The results of the identification of the 28,796 imagoes collected with baits are | shown in table II. Some species, of which only females were found, are shown as | unidentified for lack of diagnostic characteristics, which are exclusive to males in | the majority of the Drosophila species from the Neotropical region. | | Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (78): 85 - 94, 2 mar. 1995 o. am go e —— Fauna of Drosophila... 87 The results of the identification of the 5,189 individuals hatched in the laboratory from the cactus cladodes are shown in table III. The use of cladodes as a breeding site has already been recorded for the species of the buzzatii cluster, which are D. borborema, D. buzzatii and the polytypic species D. serido (PEREI- RA et al., 1983). This is the first record of this substrate as the breeding site for several other species. Twenty-three species were recognized among the 33,985 flies collected in the northern region of the “Cadeia do Espinhaço” (see tables I, II and appendix), six being introduced and seventeen native to the morphoclimatic areas of South America. Table II. Number of adult individuals collected in the northern area of the Espinhaço Range, in 1990, by species or species group of Drosophila. group species D54 D63 D64 D65 D66 D67 D68 DEI D71 D72 TOTAL annulimana unidentified 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 cardini D. cardini 6,710 907 396 71 6 6 9 0 0 9 8,114 D.polymorpha 37 0 0 0 0 0 0 0 0 0 37 guarani D. ornatifrons 0 18 0 0 1 0 0 0 9 3 31 immigrans D. immigrans 0 2 2 14 0 0 1 0 1 0 20 repleta D.borborema 143 2 0 0 0 0 0 0 0 0 145 D. buzzatii 18 0 0 0 0 0 9 0 0 27 D. hydei 1,855 14 9 18 0 0 8 288 27 366 2,585 D. mercatorum 1,165 704 90 490 141 286 568 0 0 0 4,044 D. serido 0 23 44 8.441135 20 19 5 043225 279 D. serido-type C 577 40 0 0 0 0 0 0 48 29 694 tripunctata D.mediopunctata O 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 melanogaster D. malerkotliana 322 4 48 0 2 0 0 0 0 0 376 D. simulans 3,4100 41,844. 1734691271 ,81 3273.10, 273,5 2,293, 693 34 168 11,389 saltans D. prosaltans 0 14 20 5 1 0 1 3 0 8 52 D. sturtevanti 214 0 0 0 0 0 0 0 0 0 214 willistoni | D.capricorni 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 D. nebulosa 19 42 2 0 7 0 4 4 8 0 86 unidentified 30 9 2 2 0 0 3 0 0 0 46 Ungrouped D. busckii 16 0 0 0 3 0 0 0 0 0 19 D. impudica 0 67 8 0 0 0 2 0 0 0 77 D. latifasciaeformis 344 0 5 0 0 0 0 0 0 0 349 D.pallidipennis 197 2 0 1 0 0 1 0 0 1 202 Unidentified 0 0 1.2.1.0 040 1 0 4 0 6 TOTAL 15,719 3,693 1,318 2,422 406 585 2,910 1,002 132 609 28,796 Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (78): 85 - 94, 2 mar. 1995 88 TIDON-SKLORZ & SENE Table III. Number of individuals, belonging to genus Drosophila hatched in the laboratory from cladodes collected in the “Cadeia do Espinhago”, in 1990. group species D54 D63 D65 D66 D67 D69 D71 D70 D73 TOTAL repleta D. hydei 4 0 3) 0 0 0 0 0 0 7 D. mercatorum 18 Sl? 5 0 0 0 0 0 186 D. nigricruria 5 0 0 0 0 0 0 0 0 3 D. rosinae 0 17 0 0 0 0 0 0 0 17 buzzatii* 2,166 179 0 45 28 0 32 75 53 2,578 melanogaster D.malerkotliana 58 0 0 0 0 0 0 0 0 58 D. simulans 5 2, 0 0 0 0 0, 002292 saltans D. sturtevanti 13 0 1 0 0 0 0 0 0 14 willistoni D. nebulosa 0 0 0 0 0 9 0 G 0 9 Ungrouped D.latifasciaeformis 23 0 0 0 0 0 0 0 0 25 TOTAL 29290 BSS 2801 50 28 9 32 75 53 5,189 *. D. buzzatii, D. borborema, D. serido and D. serido-C type were identified from the “buzzatii cluster”. Some considerations about each of the species collected are presented below, in alphabetical order according to the group to which they belong to. The subgenera are ordered in the text according to their relative importance to the neotropics (Drosophila, Sophophora, Dorsilopha, and Scaptodrosophila). Subgenus Drosophila The cardini group. This group includes 16 species, 8 of which are endemic to the Caribbean (HEED & RUSSELL, 1971). Two species belonging to this group were detected in the northern region of the “Cadeia do Espinhaço”. D. cardini was collected at nearly all the sites visited, confirming the affinity of the species with open vegetation (SENE et al., 1980; TIDON-SKLORZ et al., 1994). This species represented 42.7% of collected adults in the county of Grão Mogol, in the state of Minas Gerais (MG). D. polymorpha made up roughly 0.1% of adults captured in the wild. It is found mainly in forests and its distribution appears to be limited by dry conditions (PAVAN, 1959; SENE et al., 1980). The guarani group. D. ornatifrons E D. guarani, synonym in VILELA & BACHLI, 1990) represented about 0.1% of the adults collected. Ithas been collected from the “Serra do Cipó”, which is the first record outside the Atlantic forest (TIDON- SKLORZ et al., 1994), the only morphoclimatic region where it had been found previously (SENE et al., 1980). The immigrans group. Drosophila immigrans is an introduced and cosmopolitan species, the only one in this group which occurs in the Neotropical region. This species had been previously collected in association with man and in areas of “cerrados” and forests and was never recorded in the “caatingas” or dunes (SENE et al., 1980). In the northern region of the “Cadeia do Espinhaço” it was found at low frequency (0.1%). Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (78): 85 - 94, 2 mar. 1995 | | Fauna of Drosophila... 89 The repleta group. This group, comprising 91 species, is the largest in the Neotropical region (VILELA & BACHLI, 1990). Eight species from this group were collected in the “Cadeia do Espinhaço”. Two (D. rosinae and D. nigricruria) are represented only by laboratory-hatched individuals from decaying cactus. D. borborema is considered an endemic species of the “caatinga” (VILELA et al., 1983) where is it fairly common, and made up 0.5% of the collected adults. Of the 145 adults of this species captured in the wild 143 came from Grão Mogol (MG) and are the first record of this species south of the State of Bahia (BA), outside the characteristic “caatinga” environment. D. buzzatii is a cactophilic species, probably originated in the Argentinean chaco, and introduced to different continents. Only 27 adults were found in almost 30,000 adults captured in the wild, of which 1,145 belonged to the buzzatii cluster. This data confirmed early findings (VILELA et al., 1983; BARKER etal., 1985; FIGUEIREDO & SENE, 1992), showing this species to be rare outside the Chaco, where is it fairly common (VILELA et al., 1980). D. hydei represented 9% of the adults captured in the wild, most from the county of Grão Mogol, MG. The opportunism ofthis cosmopolitan species, usually associated with urban environments, isemphasized with this first record ofD. hydei in cactus. The species probably originated in Mexico. D. mercatorum accounted for 14% of adults captured in the wild, and 3.6% of those hatched from decaying cactus in the laboratory. It is a generalist species and hatching from cacti is part of its opportunist strategy. It is found in different phytogeographic formations, frequently in the “cerrados” but not in the Atlantic forest (VILELA et al., 1983). | D. nigricruria was collected at low frequency in the “cerrados”, leading VILELA et al. (1983) to suggest that it might not be a true cactophilic species. More recently, this species was recorded in forests in the interior of Säo Paulo (TIDON-SKLORZ & SENE, 1992) and Minas Gerais states (TIDON-SKLORZ et al., 1994). The present work recorded the hatching of three individuals of this species from cacti, indicating that D. nigricruria may have an affinity for cacti although being more plentiful forests. D. rosinae, in spite of belonging to the subgroup fasciola which prefers a forest habitat, had already been found in the “caatingas” (VILELA et al., 1983). “No adult of this species was captured in the wild and the seventeen individuals “identified in this work emerged from the cladodes of decaying cacti brought from ' Mucugê, BA (D63). This is the first record of the breeding site for this species and ‚it is the second species of the fasciola subgroup to be associated with cactus (the ‚first was D. onca, SENE et al., 1977). These ecological affinities of breeding site reinforce the phylogenetic connection betweenthis predominantly forestsubgroup ‚and the mulleri subgroup formed by dry area and semi desert cactophilic species | (WASSERMAN, 1962, 1982; THROCKMORTON, 1975). | D. serido is a cactophilic species of wide and fragmented distribution, mainly ‚occurringin the “caatingas” and along sand bars, and absent in the‘ “cerrados”. The | differentiation observed in D. serido has been studied by SENE et al. (1982, 1988). ' They suggest that this is a polytypic species and that some of its populations seem 'to be reproductively isolated from others. This species made up 0. 97% of the flies } “collected in this area. | | Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (78): 85 - 94, 2 mar. 1995 | 90 TIDON-SKLORZ & SENE D. serido-Ctype (type C aedeagus carrier, SILVA & SENE, 1991), described as a new species in TIDON-SKLORZ & SENE (in press), represented 2.41% of the collected flies. The distribution of this new species is apparently restricted to high fields in the “Cadeia do Espinhaço”. It also hatched from cactus. The tripunctata group. Includes 56 nominal species (VILELA, 1992) which are quite abundant in forest environments, absent in the “caatingas” and present at low frequencies in the “cerrados” and dunes (SENE et al., 1980). Only one male of this group, from species D. mediopunctata, was found. Ungrouped species. D. impudica (=D. para, synonymin VILELA &BÄCHLI, 1990) is found in various morphoclimatic areas in South America, but always in small numbers. This species accounted for 0.3% of collected adults, most from Mucugê (Bahia). D. pallidipennis represented only 0.7% ofthe collected flies. This species is present in various types of environments, but has always been collected at low frequencies. Subgenus Sophophora The melanogaster group. With ca. 160 species described and probably of Southeast Asian origin, this group includes 5 species which were introduced into several regions of the world and became cosmopolitan or subcosmopolitan (LEMEUNIER et al., 1986; TODA, 1991). Two of them were collected in the northem area of the “Cadeia do Espinhaço”. The invasive and opportunist characteristics of these species were demonstrated by the presence of their larvae in neotropical cactus cladodes. D. malerkotliana is a recently introduced species in Brazil (VAL & SENE, 1980), widely distributed in areas of open vegetation including the southern area of the “Cadeia do Espinhaço” (TIDON-SKLORZ et al., 1994). This species represented 1.3% of the adults captured in the wild, and was also found ducto imagoes which hatched from the cladodes taken to the laboratory. D. simulans was the most frequently collected species in the northem area of the “Cadeia do Espinhaço”, making up 39.6% of collected adults and 44.2% of the laboratory hatched from decaying cactus. Of the introduced species, it is the best adapted to the different phytogeographic regions in the neotropical areas. It is more common, however, in open areas (PERONDINI et al., 1979). The saltans group. This group is made up of 21 species according to VAL et al. (1981). Two were found in the northern area of the “Cadeia do Espinhaço”. According to | PAVAN (1959), these flies present marked seasonal variation and are very sensitive to collection techniques, as also confirmed by SENE et al. (1981). D. prosaltans represented 0.2% of the collected adults. Although it occurs in | different morphoclimatic domains, and generally at low frequencies, it is a species with | greater affinity to the “cerrados” (SENE et al., 1980). D. sturtevanti accounted for 0.7% of adult individuals captured in the wild ando. 3% | of those hatched from cladodes in the laboratory. It is a species of wide distribution | occurring in practically all phytogeographic formations from Mexico to Brazil, including | the Caribbean. However, it is more frequent in the “cerrados” (SENE et al., 1980). The willistoni group. This practically neotropical group includes 23 species | according VAL et al. (1981). Only 2 of them were identified at species level in the Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (78): 85 - 94, 2 mar, 1995 | ! |) | ny Fauna of Drosophila... 91 northem area of the “Cadeia do Espinhaço”, in addition to an unknown number of cryptic species of the willistoni subgroup. D. capricorni was represented by only one individual. This species is mainly found in forest regions (SENE et al., 1980), but it had been recorded before in the southem area of the “Cadeia do Espinhaço” (TIDON-SKLORZ et al., 1994). D. nebulosa is found mainly in the cerrados, where it is the most common species. Eighty-six individuals representing 0.3% ofthe adults captured in the wild were recorded. Nine of the imagoes hatched in the laboratory from cactus belonged to this species. This is the first record of this breeding site for D. nebulosa. Flies from the willistoni subgroup (D. willistoni, D. paulistorum, D. equinoxialis e D. tropicalis) werenotidentified atthe level ofspecies, and correspondto the “unidentified” category of the willistoni group. They are cryptic and represent 0.2% of the total of adults captured in the wild. TIDON-SKLORZ et al. (1994) recorded the presence of this group in the “Serra do Cipó”, at a frequency of 8.0%. According to the literature (SENE et al., 1980; TIDON-SKLORZ & SENE, 1992), low humidity may be a limiting factor for the species of this subgroup. It is likely that at least two species are present: D. paulistorum and D. willistoni. Subgenus Dorsilopha According to TODA (1986), the subgenus Dorsilopha is of eastern origin and consists of 3 species, one of which, D. busckii, has become cosmopolitan. In Brazil, this introduced species is seldom encountered in natural environments and its distribution is limited to open formations and to areas modified by man. D. busckii was present in our collections at low frequencies (0.1% ). Subgenus Scaptodrosophila D. latifasciaeformis is an introduced species (SENE et al., 1980) and its frequency among the adults collected in the northern area of the “Cadeia do Espinhaço” was 1.2%. This was the first time this species was found associated with cactus, representing 0.4% of the laboratory hatched individuals. Although absent in the south of Brazil, it is a widely distributed species in various types of vegetation. CONCLUSIONS D. serido - C type was the only endemism established (TIDON- -SKLORZ & 'SENE, in press), although the fauna is rich in relation to the size of the researched “area. | Theintroduced species (D. busckii, D. hydei, D. immigrans, D. latifaciaeformis, D. malerkotlianae D. simulans) comprised 26% of the total number of species and | 50% ofthe individuals collected. They began to appear in this area after the arrival ‚of man, altering the composition of the Drosophila fauna in the region. Native fauna is mainly made up of species with greater affinity for “cerrados” and | ac “caatingas”. Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (78): 85 - 94, 2 mar. 1995 92 TIDON-SKLORZ & SENE Among the six introduced species found, four were observed hatching from decomposed cacti. Of the 17 native species, only nine emerged from the cladodes and at least four of them are considered cactophilic (D. borborema, D. buzzatii, D. serido and D. serido-C type). This reinforces the hypothesis that the introduced species are more generalist, pre-adapted to exploit the available resources in the invaded environment. This is the first record of the breeding site of larvae for D. rosinae, D. nigricruria and D. hydei, belonging to the repleta group. It is also the first breeding record of the introduced species in South American cacti. Acknowledgments. To N.M. Diniz; P. R. Epifânio; J.L. Julio; M.H. Manfrin; F.C. Nather; E.A. Baruque; A.C. Sene and F.M. Sklorz, for several different reasons. This work was supported by Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) and Universidade de São Paulo (USP). REFERENCES ABREU,A.A. 1984. O planalto de Diamantina: um setor da Serra do Espinhaço em Minas Gerais. Orientação, São Paulo, 5: 75-79. BARKER, J. S. F.; SENE, F. M.; EAST, P. D. & PEREIRA,M. A.Q.R. 1985. Allozyme and Chromosomal Polymorphism of Drosophila buzzatii in Brazil and Argentina. Genetica, Gravenhage, 67: 161-170. DOBZHANSKY, T. H. & PAVAN, C. 1943. Studies on Brazilian Species of Drosophila. Bolm Fac. Filos. Ciênc. Univ. S. Paulo, Biol. Geral, São Paulo, 36(4): 7-72. FIGUEIREDO, V. L. C. & SENE, F. M. 1992. Chromosomal Variability in Brazilian Populations of Drosophila buzzatii (Diptera, Drosophilidae). Revta bras. Biol., Rio de Janeiro, 52(4): 600-608. FREIRE-MAIA, N. & PAVAN, C. 1949. Introdução ao estudo da drosófila. Cultus, São Paulo, 1(5): 3-66. FROTA-PESSOA, O. 1954. Revision of the tripunctata group of Drosophila with description of fifteen new species (Drosophilidae, Diptera). Arq. Mus. parana., Curitiba, 10: 253-304. GIULIETTI, A.M. & PIRANI,J.R. 1988. Patterns of geographical distribution of some plant species from the Espinhaço Range, Minas Gerais and Bahia, Brazil. In: VANZOLINI, P. E. & HEYER, W. R. eds. Proceedings of a Workshop on Neotropical distribution patterns, Rio de Janeiro. p. 39-70. HEED, W.B. & RUSSEL,J.S. 1971. Phylogeny and population structure in island and continental species of the cardini group of Drosophila studied by inversion analysis. Univ. Tex. Publs, Austin, 7103: 91- ng JOLY, A.B. 1970. Conhega a vegetagäo brasileira. Säo Paulo, Poligono/EDUSP. 777p. LEMEUNIER, F.; DAVID, J. R.; TSACAS, L. & ASHBURNER,M. 1986. The melanogaster species group. In: ASHBURNER, M.; CARSON, H. L. & THOMPSON, J. N. eds. The Genetics and Biology of Drosophila. London, Pe v.3e, p. 148-256. MAGALHÃES, L. E. & BJÖRNBERG, A.J.S. 1957. Estudo da genitalia masculina de Drosophila do grupo saltans (Diptera). Revta bras. Biol., Rio de Janeiro, 17: 435-450. MOREIRA, A.N. 1965. Relevo. In: IBGE ed. Geografia do Brasil, grande região leste. Rio de Janeiro. v. 5, p. 5-54. PAVAN,C. 1950. Espécies Brasileiras deDrosophilall. Bolm Fac. Filos. Ciênc. Univ. S. Paulo, Biol. Geral, Säo Paulo, 111(8): 1-37. —. 1959. Relações entre populações naturais deDrosophila e o meio ambiente. Bolm Fac. Filos. Ciênc. Univ. S. Paulo, Biol. Geral, São Paulo, 221(11): 1-81. PAVAN, C. & CUNHA, A. B. da. 1947. Espécies Brasileiras de Drosophila. Bolm Fac. Filos. Ciênc. Univ. S. Paulo, Biol. Geral, São Paulo, 86(7): 20-64. PEREIRA, M. A. Q. R.; VILELA, C. R. & SENE, F.M. 1983. Notes on breeding and feeding sites of some species of the repleta group of the Genus Drosophila (Diptera, Drosophilidae). Ciên. Cult., São Paulo, 35(9): 1313-1319. PERONDINI, A. L. P.; SENE, F.M. & MORI, L. 1979. The pattern and polymorphism of some Drosophila simulans esterases in Brazil. Egypt. J. Genet. Cytol., Alexandria, 8: 263-268. Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (78): 85 - 94, 2 mar. 1995 Fauna of Drosophila... 93 SENE, F. M.; PEREIRA, M. A. Q. R. & VILELA, C. R. 1982. Evolutionary aspects of cactus breeding Drosophila species in South America. In: BARKER,J.S.F. & STARMER, W. T. eds. Ecological Genetics and Evolution: the cactus-yeast Drosophila model system. Sydney, Academic. p. 97-106. — . 1988. Contrasting Patterns of Differentiation Inferred from Traditional Genetic Markers in the Process of Speciation. Pacif. Sci., Honolulu, 42(1-2): 81-88. SENE, F. M.; PEREIRA,M. A.Q.R.; VILELA,C.R. & BIZZO,N. M. V. 1981. Influence of different ways to set baits for collection of Drosophila flies in three natural environments. Drosoph. Inf. Serv., Cold Spring, 56: 118-121. SENE, F. M.; VAL, F. C.; VILELA, C. R. & PEREIRA, M. A. Q. R. 1980. Preliminary data on the geographical distribution of Drosophila species within morphoclimatic domains of Brazil. Papeis Avulsos Zool., Säo Paulo, 33(22): 315-326. SENE, F. M.; PAGANELLI, C. H. M.; PEDROSO, L. G.; GARCIA, E. & PALOMBO, C.R. 1977. Local Natural de Criação de Drosophila onca, Dobzhansky e Pavan, 1943. Ciên. Cult., S. Paulo, 29: 716. SILVA, A. F. G. & SENE, F.M. 1991. Morphological Geographic Variability in Drosophila serido (Diptera, Drosophilidäe). Revta bras. Ent., São Paulo, 35(2): 455-468. TIDON-SKLORZ, R. & SENE, F. M. 1992. Vertical and Temporal Distribution of Drosophila (Diptera, Drosophilidae) species in a wooded area in the state of São Paulo, Brazil. Revta bras. Biol., Rio de Janeiro, 52(2): 311-317. — . Drosophila seriema: a new member of the Drosophila serido superspecies taxon. An. Entomol. Soc. Amer., Maryland, 88, in press. TIDON-SKLORZ, R.; VILELA, C. R; SENE, F.M. & PEREIRA,M. A.Q.R. 1994. The genus Drosophila in the Serra do Cipó. Revta bras. Ent., São Paulo, 38 (3): in press. TODA, M. J. 1986. Drosophilidae (Diptera) in Burma. I. The subgenus Dorsilopha Sturtevant of the genus Drosophila with descriptions of two new species. Kontyú, Tokyo, 54(2): 282-290. —. 1991. Drosophilidae (Diptera) in Myanmar (Burma). VII. The Drosophila melanogaster species group, excepting the D. montium species-subgroup. Oriental Insects, Delhi, 25: 69-94. THROCKMORTON,L.H. 1975. The phylogeny, ecology and geography of Drosophila. In: KING,R.C. ed. Handbook of Genetics. New York, Plenun v. 3, p. 421-469. VAL,F.C. 1982. The male genitalia of some neotropical Drosophila. Notes and illustrations. Papéis Avulsos Zool., Säo Paulo, 34(27): 309-347. VAL,F.C. & SENE,F.M. 1980. A newly introduced Drosophila species in Brazil. Papéis Avulsos Zool., São Paulo, 33(19): 293-298. VAL, F. C.; VILELA, C. R. & MARQUES, M. D. 1981. Drosophilidae of the Neotropical Region. In: ASHBURNER, M.; CARSON, H. L. & THOMPSON, J.N. eds. The Genetics and Biology of Drosophila. London, Academic. v. 3a, p. 123-168. VILELA, C.R. 1983. A Revision of the Drosophila repleta species group (Diptera, Drosophilidae). Revta bras. Ent., São Paulo, 27(1): 1-114. — . 1992. The Drosophila tripunctata species group (Diptera, Drosophilidae). Revta bras. Ent., São Paulo, 36(1): 197-221. VILELA, C. R. & BÄCHLI, G. 1990. Taxonomic studies on Neotropical species of seven genera of Drosophilidae (Diptera). Mitt. Schweiz. ent. Ges., Schaffhausen, 63(Suppl.): 1-332. VILELA,C.R.; PEREIRA,M.A.Q.R. &SENE,F.M. 1983. Preliminary data on the geographical distribution of Drosophila species within morphoclimatic domains of Brazil. II. The repleta group. Ciênc. Cult., São Paulo, 35 (1): 66-70. VILELA, C.R.; SENE,F.M. & PEREIRA,M.A.Q.R. 1980. OntheDrosophila fauna ofchaco and east slopes of the Andes in Argentina. Revta bras. Biol., Rio de Janeiro, 40(4): 837-841. WASSERMAN, M. 1962. Cytological studies of the repleta group of the genus Drosophila: the fasciola subgroup. Univ. Tex. Publs, Austin, 6205: 119-134. — . 1982. Evolution of the repleta group. In: ASHBURNER, M., CARSON, H. L. & THOMPSON, J. N. eds. The Genetics and Biology of Drosophila. London, Academic. v. 3b, p. 61-139. Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (78): 85 - 94, 2 mar. 1995 94 TIDON-SKLORZ & SENE Appendix List of Drosophila species mentioned in the text. Drosophila Fallen, 1823 cardini group D. cardini Sturtevant, 1916 D. polymorpha Dobzhansky & Pavan, 1943 guarani group D. ornatifrons Duda, 1927 (=D. guarani Dobzhansky & Pavan, 1943) immigrans group D. immigrans Sturtevant, 1921 repleta group D. borborema Vilela & Sene, 1977 D. buzzatii Patterson & Wheeler, 1942 D. hydei Sturtevant, 1921 D. mercatorum Patterson & Wheeler, 1942 D. nigricruria Patterson & Mainland, 1943 D. rosinae Vilela, 1983 D. serido Vilela & Sene, 1977 tripunctata group D. mediopunctata Dobzhansky & Pavan, 1943 melanogaster group D. malerkotliana Parshad & Paika, 1964 D. simulans Sturtevant, 1919 saltans group D. prosaltans Duda, 1927 D. sturtevanti Duda, 1927 willistoni group D. capricorni Dobzhansky & Pavan, 1943 D. nebulosa Sturtevant, 1916 willistoni subgroup D. equinoxialis Dobzhansky, 1946 D. paulistorum Dobzhansky & Pavan, 1943 D. tropicalis Burla & Cunha, 1949 D. willistoni Sturtevant, 1916 Ungrouped D. busckii Coquillett, 1910 D. impudica Duda, 1927 (= D. para Pavan & Burla, 1950) D. latifasciaeformis Duda, 1940 D. pallidipennis Dobzhansky & Pavan, 1943 Recebido em 22.12.1993; aceito em 11.07.1994 Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (78): 85 - 94, 2 mar. 1995 BLACK VERSUS WHITE WATERBIRD COLONIES (AVES) IN THE BOLIVIAN-BRAZILIAN PANTANAL Edwin O. Willis! ABSTRACT White waterbirds form nest colonies in winter (July-September) with low water levels in the Bolivian-Brazilian “Pantanal”, dark-colored species separate colonies earlier in the fall as waters recede. This phenomenon of white versus black “viveiros” (nurseries), which has entered into local folklore, is probably due to white nesting waterbirds using conspicuous plumage to locate others, fishing communally at drying pools in winter, while inconspicuous dark birds fish best separately in deeper receding waters or next to vegetation earlier in the fall. KEYWORDS. Anhingas, colonial waterbirds, cormorants, herons, storks. INTRODUCTION In the swampy “Pantanal” along the Paraguay River in eastern Bolivia and the states of Mato Grosso and Mato Grosso do Sul, Brazil, herons and other waterbirds regularly form two types of colonies, which local residents call “vivei- ros pretos” [black nurseries or colonies] and “viveiros brancos” [white colonies] (YAMASHITA & VALLE, 1990). Black colonies include cormorants Phalacrocorax brasilianus (Gmelin, 1789), anhingas Anhinga anhinga (Linnaeus, 1766), and the dark-colored herons Ardea cocoi Linnaeus, 1766, and Nycticorax nycticorax (Linnaeus, 1758). White colonies are of spoonbills Platalea aiaia Linnaeus, 1758, storks Mycteria americana Linnaeus, 1758, and egrets Egretta alba (Linnaeus, 1758). Here I propose an ecological explanation for this phenomenon, which is so frequent as to have entered into the local vocabulary. RESULTS AND DISCUSSION As detailed by YAMASHITA & VALLE (1990), black colonies form early, April-August, as floodwaters start receding from wide swamps along the river. ‚ White colonies form later, June-October, at the yearly low point of flooding. It | | 1. Departamento de Zoologia, Universidade Estadual Paulista, Caixa Postal 199, 13.506-900 Rio Claro, SP, Brazil. Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (78): 95 - 97, 2 mar. 1995 96 WILLIS seems likely that colony timing in the Pantanal is related to well-known color- linked foraging specializations in colonial waterbirds, namely that white birds attract others to dense fish populations in drying pools in the open, while dark species either forage in deeper water or next to vegetation (KUSHLAN, 1977). Colonial waterbirds tend to nest at a time of year of prey abundance, as do most species of birds. Most of the above Pantanal species eat fish, which are common all year in tropical regions. Indeed, it has been suggested (REICHHOLYF, 1975) that the contrast between heron and stork abundance and rarity of ducks and geese (Anatidae) in the tropics is due to the fact that ectothermic fish eat the water vegetation that endothermic anatids eat in more temperate zones. While this shift could also be caused by greater nest predation on noncolonial anatids in the tropics, fish are certainly numerous in summer months in the Pantanal, but would be scattered and relatively unavailable to colonial waterbirds. At any rate, few waterbirds nest in the summer in this region. As floodwaters recede, fish are concentrated and become more available to birds, especially as the last pools of water dry up one after another in winter months from July on. In these months, as tourists know well, thousands of waterbirds flock to the pools, notably conspicuous white or pink species. Flocks of white waterbirds at drying pools are well known over the world. M. americana is known (KAHL, 1964) to benefit from group activity at pools, where many feet stir the mud and water into a soupy broth and fish dash blindly about, touching the sensitive bare heads or bills of the storks and being captured by rapid bill-snap reflexes. Various egrets and spoonbills join in the activity, flying together with the storks to a new pool after exhausting the fishes in the first one. Tests show that waterbirds are attracted to white models(KUSHLAN, 1976). It is commonly suggested that white colors arise specifically to facilitate grouping at abundant sources of food, perhaps to confuse raptors or other predators, confuse fish or other prey, aid kin birds, or attract future mates or colonial companions. White color could be less conspicuous to certain fish in open water, but this seems less likely here than on the open ocean; inland cormorants are mostly dark, but fish in open water. White or pink plumage is also conspicuous to any predator, but less dangerous at drying pools fairly far from vegetation than it would be next to vegetation. | In the Florida Everglades, often considered a southern nearctic counterpart of the Pantanal, dark-colored waterbirds often are present at drying pools, but leave when the pools dry to the point that flocks of white species move in (KUSHLAN, 1976). Thus, availability of food to a dark-colored waterbirds is likely to be reduced by white competitors at the peak months of drying, while in | floodwater months fish are at first too rare and later too scattered to provida much food for colonies. Dark colonial freshwater birds in the Pantanal and elsewhere in the tropics | fish in relatively open water (cormorants) or along the edges of vegetation | (anhingas, herons). White color in these places could scare off fish or give them | the impression of an open or hot site to be avoided; some herons shade an area | with outspread wings to attract fish. In the Pantanal, one would thus expect dark waterbirds to nest April- | Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (78): 95 - 97, 2 mar. 1995 Black versus white waterbird colonies... 97 August as floodwaters are receding, with water deep and next to border vegetation, but concentrating new generations of fish to some extent. White species nest later, at the months of their separate but similar peaks of food availability. It seems likely that the black versus white colony phenomenon is not restricted to the Mato Grosso Pantanal, although this may be one of the few places where it is so regular and conspicuous as to have entered into local lore. NOVAES (1974) records large young already in July in northeastern Brazil for Anhinga anhinga and Ardea cocoi, with Egretta alba still in the middle of nesting. Where winters are too cool to dry up river systems, colonial waterbirds have to nest in the summer, and the black/white phenomenon might be less noted, although N. nycticorax is an early nester almost everywhere. REFERENCES KAHL, M. P.Jr. 1964. Food ecology of the Wood Stork (Mycteria americana) in Florida. Ecol. Monogr., Durham, 34:97-117. KUSHLAN, J. A. 1976. Wading bird predation in a seasonally fluctuating pond. Auk., Lawrence, 93: 464-476. ——. 1977. The significance of plumage colour in the formation of feeding aggregations of Ciconiiformes. Ibis., London, 119: 361-364. NOVAES, F.C. 1974. Ornitologia do Território do Amapá. Publ. Avulsas Museu Goeldi, Belém, 25: 1-121. REICHHOLF, J. 1975. Biogeographie un Okologie der Wasservogel im subtropischen Südamerika. Anz om. Ges Bayern, Miinchen, 14: 1-69. YAMASHITA, C. & VALLE,M. P. de. 1990. Sobre ninhais de aves do Pantanal do município de Poconé, Mato Grosso, Brasil. Vida Silvestre Neotropical, Caracas, 2: 59-63. | | 1 | ‚Recebido em 16.02.1994; aceito em 07.07.1994. Iheringia, Ser. Zool., Porto Alegre, (78): 95 - 97, 2 mar. 1995 ma “poe «Asinoloo brichatey 4 cmi ic pd) IE RT pa ai la 4 eq pag ção dom e, een Orq 1 botei ei a a 5 je ' NEIL ZENGUBE sinal LEN úniipia ten? shhwnghibanchnand zone o A deter ar Br ans Sega cida akuchiedering! rat iract OUROS BUOPIT cs e Horno que reedição isa TV ne BR ao A ejmratts HISRA ia‘ ET Erlen il af ie san dsomhik deren '&loasouık gishfli goi nie dr ui AB: KUREN tee bora a 1 101 erh ne has ee PERA or Stay is Ei qi kön oo RL: sr Se dr urbane 5hilt eonl o Zus N hin pa elis ec EE ; E SEN Fast a RR DE a : a r 7 a E 4 t HE We , dE baga À Em fe É W 203 EO Br 7. Eu j j EI Pre 5 ag ei, putos 2 pe re Fan ih AN # y a a ig ines ais print non. NE. a u ee ai #1 A É ii Di Emis IB Br o { “ can) or. FI O8 plane AAA! Big io > be avoi ded o: + fish. as LARVAE OF NEOTROPICAL COLEOPTERA XXI: DESCRIPTION OF IMMATURES AND ECOLOGY OF EFFLAGITATUS FREUDEI PACHECO, 1973 (DRYOPOIDEA, HETEROCERIDAE) Sergio A. Vanin! Cleide Costa ** Norton M. Gianuca ° ABSTRACT Immatures of Efflagitatus freudei Pacheco, 1973, a southern South American species, known from Uruguay and Brazil (Rio Grande do Sul and Säo Paulo), are described and illustrated for the first time. A redescription of the adult is presented. Larvae and adults burrow tunnels just beneath the surface in the upper supralittoral region of sandy beaches. KEYWORDS. Coleoptera larva, Dryopoidea, Efflagitatus freudei, Heteroceridae. INTRODUCTION The Heteroceridae, accordingto LAWRENCE (1991:404), “is a small family about 15 genera and 300 species worldwide, except for New Zealand”. There are a few papers dealing with the biology, ecology and descriptions ofimmatures of this family. The three best works on this subject are GWYNN-SILVEY (1935) who described the immatures of Heterocerus auromicans = Centuriatus auromicans (Kiesenwetter, 1851), from the USA, PIERRE (1945) characterizing the larva of Heterocerus aragonicus Kiesenwetter, 1850, from Europe, and KAUFMANN & STANSLY (1979) who studied the bionomics of the Neartic Neoheterocerus _ pallidus (Say, 1823). E — The genus Efflagitatus Pacheco, 1964 with 13 known species occurs mainly in the Neotropical Region, from Florida (USA) to Argentina. Biological data and “Ammatures were unknown up to date. 1, Departamento de Zoologia, Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo, C.P. 20520; 01317-970, São Paulo, SP, Brasil. 2. Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo, C.P. 7172; 01064-970, São Paulo, SP, Brasil. 3. Departamento de Oceanografia, Fundação Universidade do Rio Grande, C.P. 474; 96201-900, Rio Grande, RS, Brasil. 4. Researcher CNPq; with aid from FAPESP (Proc. nº 91/4932-4). Iheringia, Ser. Zool., Porto Alegre, (78): 99 - 112, 2 mar. 1995 100 VANIN; COSTA & GIANUCA MATERIAL AND TECHNICS Eggs, larvae, pupae and adults of Efflagitatus freudei Pacheco, 1973, were collected in the beaches of Cassino, Rio Grande, Rio Grande do Sul and of Pernambuco, Guarujá, São Paulo, Brazil and are deposited in the Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo (MZSP). Larvae were mounted in metal stubs,coated with gold, and examined at the “Laboratório de Microscopia Eletrônica, Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo”, with a scanning Electron Microscope (SEM) Zeiss, Model DSM 940, working at 10 Kv. Efflagitatus freudei Pacheco, 1973 (Figs.1-33) Efflagitatus freudeiPACHECO, 1973: 13, figs. 1-9. Male holotype from Torres, State of Rio Grande do Sul, Brazil, in the Zoologische Staatssammlung Entomologische Abteilung, Miinchen. Mature larva (figs. 10-33). Length 7.0 mm; larger width: 0,9 mm. Head and thorax slightly dorso-ventrally flattened, abdominal segments cylindrical, general appearance campodeiform. Dorsal surface of head and dorsal plates on body, dark-brown with vestiture of short and long setae; head, thorax and the fourth first abdominal segments with denser short setae; abdominal segments fifth to ninth with longer bristly setae; tenth segment small, ventral, pygopod-like. Head (figs.19,20) broad, protracted and prognathous, slightly dorso-ventrally flattened, covered by dense small setae and a few longer setae. Epicranial suture present, epicranial stem absent, frontal arms U-shaped. Endocarina absent. Five stemmata on each side, forming a group of four placed more dorso-laterally, separated from the remaining stemma ventrally located; lens well developed. Frontoclypeal suture present; clypeus small, membranous with a basal row of 15 setae; labrum free, transverse (fig. 21), outer margin rounded, densely hairy,distal region not pigmented. Epipharynx (fig. 22), densely asperate except on longitudi- nal median area, anterior median area with a group of micro sensilla. Mandibles (figs. 18, 25-29) symmetrical, bidentate at apex; mesal region concave (fig. 26) with two lateral rows of projected translucent spines bearing small tubercles between them (fig. 28); forming a pseudomola, divided into three regions (figs. 27-29) and bearing a long, stout seta at its base (figs. 18, 29). Antennae (figs. 15, 24) 3 segmented, very short, second segment bearing a large, flattened sensorium, longer than reduced third segment. Ventral mouthparts retracted, densely hairy (fig. 20). Maxilla with elongate stipites separated at base, cardo small, triangular, at base; maxillary palp 3-segmented (fig. 13), galea broad with long apical setae, lacinia elongate and fixed. Labium with prementum small; ligula short and broad;! mentum elongate, sides parallel; postmentum small, quadrangular; labial palps' very small, two-segmented. Hypopharyngeal sclerome absent, hypopharyngeal, bracon weakly sclerotized (fig. 14). Hypostomal rods present. Ventral epicranial' ridges present. Gula present, with one pair of small basal setae, on each side. | Prothorax (figs. 10, 12) with dorsal plate well developed, covered densely by thin hairs and primary long setae on margins; median suture present, connecting with U-shaped epicranial suture anteriorad, recognized by its light coloration; pleural region (fig. 12) membranous, smooth, except for one small, transverse. | | | | | Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (78): 99 - 112, 2 mar. 1995 Larvae of Neotropical Coleoptera XXI... 101 hairy plate near procoxae; sternite membranous, smooth, except for one anterior median rounded, small plate with three setae and a group of small setae on each side of this spot; hypopleurum well developed, free on anterior third and projected toward ventral epicranial region. Mesothorax (figs. 10, 12): dorsal plate slightly smaller than prothorax, covered by dense thin hairs and scattered long primary setae; median suture present connecting with that of the prothorax; pleural region with two small, transverse hairy plates near meso-coxae. Metathorax (figs. 10, 12) dorsal plate similar to mesothorax; median suture very short connecting with that of the mesothorax; pleural region with two small setae in an anterior rounded spot, and two small transverse hairy plates near meta-coxae. Legs (figs. 16, 17) 5- segmented, slightly longer from anterior to posterior. Anterior leg fossorial, stout; trochanter and femur densely covered by short and long hairs; tibia with very stout, spatulate setae; tarsungulus broad with a distinct tubercle bearing 1 spatulate seta. Median and posterior legs similiar to the anterior one, but less fossorial, slightly elongate, tarsunguli slender, tubercles less distinct and setae less spatulate. ‚Abdomen (figs. 10-12); abdominal segment I with a rounded, projected, lateral lobe; segments I-IV with several small scattered setae and a few longer; segments V-IX with variable number of longer setae and a few short ones; segment IX with rounded apex; segment X the smallest, ventral, pygopod-like and with short marginal setae. Spiracles (figs. 32,33): mesothoracic spiracle irregular-oval; abdominal spiracles 1-8 “annular”, with an elongate expansion of the peritreme; spiracular opening elliptical, covered by a thin (finely cribrate?) membrane. Remarks. It is quite difficult to compare the larvae of E. freudei with the known heterocerid larvae, due to the fact that the descriptions are scarce in diagnostic characters. There are a few characters that were misunderstood by former authors and merit to be commented. We considered the concave mesal region of the mandibles with two lateral rows of projected translucent spines bearing small tubercles between them, forming a pseudomola divided into three regions and with a long, stout seta at its base. We do not agree to consider the mandibular spines as a retinaculum, neither the basal seta as a 2-articulated process, as stated by PIERRE (1945). Although the hypopharyngeal sclerome is absent, a weakly sclerotized hypopharyngeal bracon 1s present. Since BÓVING & CRAIGHEAD (1931) the heterocerid spiracles are said “to be cribriform, of a unique type. We did several preparations to study the * spiracles with a scanning Electron Microscope, and in all of them the cribrate plate _ was not evidenced, even under a magnification of 10.000 times. The spiracles have an elongate expansion of the peritreme, and an elliptical spiracular opening, covered by a thin membrane. Pupa (fig. 23). Length 3.8mm. Elongate-oval, whitish, exarate. Densely hairy, with short and long bristly, brownish setae. Head not visible from above. Pronotum transverse, about 2.2 times as wide as long; anterior margin very arched. Pterothecae hairy, closely apressed to body, extended posterioriy to third abdominal segment. Legs glabrous. Abdominal segments I to 7 with a transverse row of 6 long setae: ' segment 8 with2 long setae; lastabdominal segment with a pair ofapical projections. Iheringia, Ser. Zool., Porto Alegre, (78): 99 - 112, 2 mar. 1995 102 “- VANIN; COSTA & GIANUCA Adult (figs. 1-9). Length 3.4-4.2mm; width 1.2-1.5mm. Color. Head dark brown, antennae yellowish-brown, darkened in apical third or half. Pronotum dark brown, with a narrow margin yellowish-brown. Elytra creamy-yellow to yellowish-brown, with dark brown marks, very variable in shape; in some specimens, elytral pattern blurred, marks diffusely limited. Head with abundant whitish setiform hairs. Labrum (fig.3) with 6 long setiform setae; anterior margin of hypopharynx bearing 8 spatulate sensillae. Antennae (fig.4). Mandible (fig.5) broad, about 1,5 x as long as wide; outer margin with 11 longer setae and 7 smaller and slender, inserted among the anterior ones; incisive area of inner margin with 2 teeth; prostheca notch well defined. Maxilla (fig. 2), galearounded, with a dense brush of curved setiform hairs. Labium (fig. 6). Thorax. Pronotum pubescent, hairs whitish, setiform, longer near anterior and posterior angles. Elytra about 1,5 x as long as wide, bearing very short, whitish, recumbent setae. Protibiae with 8 stout spines, meso-and metatibiae with 7 stout spines. Underside. Post-mesocoxal lines absent. Stridulatory ridge well defined, anterior grooves easily visible under stereomicroscope (50 x). Male genitalia (figs. 7-9) well sclerotized specially lateral arms of phallobase; parameres well defined; endophallus bearing a well sclerotized, slender, dark sclerite, Y-shaped at apex. Sexual dimorphism. Males much shorter and more compact than females. Material examined. BRAZIL. São Paulo: Guarujá, Pernambuco beach, 245 eggs; 565 larvae; 59 pupae and 343 adults associated together, Exp. MZSP col., 08.X1.1993 (MZSP); 13 adults, 18 larvae, R. Shimizu col., 5.1V.1993 (MZSP). Rio Grande do Sul: Rio Grande, 28km S. Cassino beach, 04 larvae, N.Gianuca col., 01-02.111.1987 (MZSP); 18 adults, 17.X.1989 (MZSP); 71 larvae, Ol pupa and 26 adults, 08. VIII-26.X11.1990 (MZSP); 63 eggs, 52 larvae, 07 pupae, 104 adults, 08.VII-20.X1.1992 (MZSP); 47 first instar larvae and 147 adults, Exp. MZSP col., 8-14.1X.1992 (MZSP); 14 adults, Exp. MZSP col., 12- 16.1V.1993 (MZSP). Remarks. The Brazilian specimens, from Rio Grande, RS and Guarujá, SP, agree very well with Pacheco’s descriptions of the species. The structure of the male genitalia is extremely similar (figs. 7-9). In our illustration of the lateral view of the male genitalia (fig. 7) can be seen the sclerite of the endophallus, bifid at apex, not reported in the original description. Bionomics and Ecological Data. Bionomics and ecological observations | were conducted in the extensive southern Brazilian beach of Cassino (32° 14ºS, 52º | 10’W) and complementarily, in the beach of Guarujá (24º 00°S, 46º 22º W). | It was found that the distribution of E.freudei is restricted to the upper part | of the evenly sloping sandy beaches. There, on the borders of freshwater streams, | that dram marshes and ponds located behind the coastal dunes, these insecis | construct very characteristic tunnels just beneath the surface of the sand (fig. 34). | During rainy periods their distribution can extend to the supratidal zone and other | | parts of the beach saturated with freshwater. In the dry season, when the waterin the streams begins to drop, they concentrate in the few remaining moist sands. | | However, these heterocerids avoid saltwater and, on occasions, when the complete | j beach is covered by stormy seas, the adult population migrates to wet slacks | protected from wave action by the foredunes. | Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (78): 99 - 112, 2 mar. 1995 \ — eee dn Larvae of Neotropical Coleoptera XXI... 103 Adults and larvae appear to feed upon organic detritus and microscopic psammic algae and associated protozoans that inhabit the top layer ofthe substrate. Samples taken in places where the highest population densities were found, revealed the presence of large numbers of different species of algae. The dominant forms were the diatoms Navicula capitata, Caloneis brevis, Mastogloia exigua, Hantzschia virgata, Petroneis humerosa, Navicula spp., Diploneissp., Nitzschiasp., and the blue-green Oscillatoria nigroviridis. The same samples contained a great number of protozoans, with a clear dominance of microporal ciliates. In that area where the heterocerids burrow their galleries, the amount of organic detritus, bacteria diatoms and other algae may form a sort of film that often binds the surface particles together and can give peculiar colours to the sand. In Cassino beach, quantitative samples collected from October, 1989 to October, 1990, have shown that adults and immatures abound throughout the year. Adult densities varied between a minimum of 16 organisms per square meter in the dryer zones and a maximum of 162 org.m? near a stream. Observations in the beach of Guarujá, revealed the occurrence of 60 egg clusters, 28 pupae and 40 recently emerged imagos per square meter. The eggs are laid at depths varying from 15 to 30mm and remain together forming typical clusters containing 18 to 32 eggs, with an average of 24,5 per cluster. Although mating was not observed, reproduction seems to take place almost continuously, resultingin the production ofseveral generations per year. Nocturnal flights, that could be related with the reproductive habits of the species, were recorded in some warm and calm nights. In two occasions, during the Spring, many specimens were collected at night in pitfall traps located more than 30m away from a stream. During the collections in Cassino beach, it was noticed that, when the sand is disturbed the insects start to run and several fly away. Sometimes specimens fallin the water, from where they can fly again directly from the surface. Those that remain for a few seconds are immediately eaten by voracious small fishes. While hidden in their tunnels, the main predators are shorebirds such as Charadrius collaris, Calidris fuscicollis and Pluvialis dominica, which probe the sand with their bills to catch them. In daylight, during Spring and Summer, the tiger-beetles, Cicindela patagonica bergiana, were seen in great numbers preying upon the heterocerids. Nocturnal predators are represented by the sand toad Bufo arenarum arenarum and the frog Leptodactylus ocellatus, whose stomach contents revealed many specimens. Yet in Cassino beach, adults and immatures of other fossorial species are found together with E. freudei, constituting a sort of burrowing assemblage characteristic of a limited area around the streams. The most conspicuous are Paracymus rufocinctus (Hydrophilidae), Neotridactylus carbonelli(Tridactylidae) and Bembidion sp. (Carabidae). Further common insects in that assemblage, but whose distribution was found to extend to dryer areas beyond the borders of the streams, are Bledius bonariensis and B. microcephalus (Staphylinidae) and Schizogenius costiceps (Carabidae). Discussion. The available information regarding the biology and ecology of the 15 genera and about 300 worldwide known species of heterocerids is very Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (78): 99 - 112, 2 mar. 1995 104 VANIN; COSTA & GIANUCA scarce, but different authors agree on their preference to burrow in damp sands and mud flats on the shores of fresh and brackish streams, rivers, lakes and ponds. Two of the most important biological studies ever published appear to be that of GWYNN-SILVEY (1935), who described the life-history of Centuriatus auromicans in the Great Lakes region of USA and that of KAUFMANN & STANSLY (1979) who studied the bionomics of Neoheterocerus pallidus in the sandy floodplain of South Canadian River, Oklahoma. Present findings on the egg laying of E. freudei can be compared with the observations of GWYNN- SILVEY (1935). In E. freudei, eggs are laid at depths from 15 to 30mm in clusters containing an average of 24.5 eggs each, whilst in C. auromicans they are laid 25mm beneath the surface varying in number from 10 to 30 per cluster. There isno agreement among authors regarding the feeding habits. GWYNN- SILVEY (op. cit.) has observed adults feeding on phytoplankton that wasdeposited on the shores, but never on zooplankton or other animal life of any kind. PACHECO (1964) speculates that members of this family, both larvae and adults, are predators of the accompanying fauna. GREEN (1968) mentions that in European estuaries adults and larvae of the genus Heterocerus appear to be detritus and algal feeders. PACHECO (1978), in a review of the North American species, mentions that most adults feed on zooplankton, but some are omnivorous. KAUFMANN & STANSLY (1979) observed the larvae N. pallidus indiscrimi- nately consuming soft mud during the construction of their galleries, adding that “the food of the adults does not differ from that of larvae”. LAWRENCE (1991) believes that the heterocerids “ingest quantities of substrate from which they extract algae, diatoms and other organic material”. Current observations in southern Brazilian beaches, suggest that E. freudei feeds mainly upon organic detritus, psammic and phytoplanktonic diatoms, deposited on the upper beach, and the associated protozoans. No previous observations were reported on the predators of heterocerids, apart from the records of BRO-LARSEN (1936), quoted by GREEN (1968), informing that in Denmark the larvae of Dyschirius feeds on the eggs of Heterocerus. Based on this information, it would be possible to speculate that a - similar predation could take place in Cassino beach, with the eggs of E. freudei being taken by the larvae of the carabids Schizogenus costiceps and Bembidion sp. Quantitative data are algo very scarce in the literature, but the highest population densities recorded during this study (162 m?) were nearly 10 times higher than the average observedby GWYNN-SILVEY (1935) duringthe summer of 1929. Acknowledgments. This work would have not been possible without the cooperation of “Depar- tamento de Oceanografia, Fundagäo Universidade do Rio Grande (FURG)”, providing us with laboratory facilities and vehicles to conduct the field research. The identification of the microscopic psammic algae was carried out by M.Sc. Marinês Garcia-Baptista “Departamento de Botânica, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)”. We thank Mr. Gilnei Alves da Costa (FURG), the jeep-driver during the field trips, who also helped us to collect the heterocerids. We thank Dr. | Roberto Shimizu (Departamento de Ecologia, Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo) for the donation of several specimens from Guarujá, SP, used in this study; and, to Ricardo Pinto da Rocha for helping us with the SEM operation and also for the accompanying photographs. The research was supported in part by FAPESP (Proc. nº 91/4932-4). Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (78): 99 - 112, 2 mar. 1995 JOS” 27 aan a Larvae of Neotropical Coleoptera XXI... 105 Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (78): 99 - 112, 2 mar. 1995 106 VANIN; COSTA & GIANUCA AG RES NS WEz N CA AEE z o u | | | | | ie‘ | | | | | [ | I, | | | Figs. 2-9. Efflagitatus freudei, male from Rio Grande, RS: 2, maxilla; 3, labrum; 4, antenna; 5, left mandible | dorsal; 6, labium; 7-9, aedeagus (lateral, dorsal and ventral, respectively). Figs. 2-6; 7-9, respectively, in the sam E j | | ! scale. | | Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (78): 99 - 112, 2 mar. 1995 Larvae of Neotropical Coleoptera XXI... 107 | | Figs. 10-12. Efflagitatus freudei, mature larva from Guarujá, SP (dorsal, ventral and lateral, respectively). Iheringia, Ser. Zool., Porto Alegre, (78): 99 - 112, 2 mar. 1995 = 108 VANIN; COSTA & GIANUCA = = MIN NA PI he | |] | | | | | | IR | \ 4 ! Figs. 13-18. Efflagitatus freudei, mature larva from Guaruja, SP: 13, maxilla and labrum; 14, hypopharynx; 15, anterirta; 16, median leg; 17, anterior leg; 18, left mandible, dorsal. Figs. 13-14; 16-17, respectively, in the same, | | |! | E scale. | | | Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (78): 99 - 112, 2 mar. 1995 | 1 | } | ) Larvae of Neotropical Coleoptera XXI... 109 Figs. 19-23. Efflagitatus freudei. 19-22, mature larva from Guarujá, SP: 19-20, head (dorsal and ventral); 21, labrum; 22, epipharynx. 23, Pupa (dorsal). Figs. 19-20; 21-22, respectively, in the same scale. Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (78): 99 - 112, 2 mar. 1995 110 -VANIN; COSTA & GIANUCA latero-frontal view, showing the large flattened sensorium, line = Sum; 25, leftmandible, ventral, line = 50um; 26, left mandible, latero-mesal view, showing concave pseudomola, line = 401m; 27, detail ofupper region of pseudomola, line = 10um; 28, detail of median region of pseudomola, line = 10um; 29, detail of posterior | region of pseudomola, line = 10pum. Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (78): 99 - 112, 2 mar. 1995 Larvae of Neotropical Coleoptera XXI... 111 Figs. 30-34. Efflagitatus freudei.Mature larva from Guarujá, SP, scanning electron micrographs: 30, tarsungulus of anterior leg, line = 201m; 31, tarsungulus of median leg, line = 50um; 32, abdominal spiracle 6, line = 5mm; 33, abdominal spiracle 3, line = Sum. 34. Tunnels of adults at Cassino beach, Rio Grande, RS. at pra Iheringia, Ser. Zool., Porto Alegre, (78): 99 - 112, 2 mar. 1995 12 VANIN; COSTA & GIANUCA REFERENCES BÖVING, A.G. & CRAIGHEAD, F.C. 1930-1931. Illustrated synopsis of the principal larval forms of the order Coleoptera. Entomologica am. (N. Série), New York, 11(1-4):1-351. BRO-LARSEN, E. 1936. Biologische studien über die tunnelgrabenden Käfer auf Skallingen. Vidensk. Meddrdansk. naturh. Foren, Copenhagen, 100:1-231. GREEN, J. 1968. The biology of estuarine animals. London, Sidwick & Jackson. 401. p. GWYNN-SILVEY, J.K. 1935. An investigation of the burrowing inner-beach insects of some fresh- water lakes. Pap. Mich. Acad. Sc., Ann. Arbor, 21:655-696. LAWRENCE, J.F. 1991. Order Coleoptera.In: STEHR, F.M., ed. Immature Insects. Dubuque, Kendall/ Hunt. v.2, p.144-658. KAUFMANN, T. & STANSLY, P. 1979. Bionomics of Neoheterocerus pallidus Say (Coleoptera: Heteroceridae) in Oklahoma. J. Kans. ent. Soc., Oklahoma, 52(3):565-577. PACHECO, F.M. 1964. Sistematica, filogenia y distribuciön de los Heteroceridos de America (Coleoptera: Heteroceridae). Monografias del Colegio de Post-Graduados, nº 1, Escuela Nacional de Agricultu- ra, Chapingo, 1:1-155. — 1973. Tres nuevas especies suramericanas de Efflagitatus Pacheco (Heteroceridae: Coleoptera). Agronomia sulriogr., Porto Alegre, 9(10):11-18. — . 1978. A catalog of the Coleoptera of America north of Mexico. Family: Heteroceridae. United States department of Agriculture, Agriculture Handbook, Washington, n. 529-547, 8 p. PIERRE, F. 1945. Lalarve d’Heterocerus aragonicusKiesw. etson milieu biologique (Col. Heteroceridae). Revue fr. Ent., Paris, 12:166-174. Recebido em 08.04.1994; aceito em 04.08.1994. Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, (78): 99 - 112, 2 mar. 1995 LARVAE OF NEOTROPICAL COLEOPTERA XXII. DESCRIPTION OF ADULTS AND IMMATURES OF LAGRIOIDA NORTONI SP. N., AND BIONOMICS (COLEOPTERA, TENEBRIONOIDEA, ANTHICIDAE) Cleide Costa !*º Sergio A. Vanin * Sergio Ide *º ABSTRACT Immatures and adults of Lagrioida nortoni sp. n., are described from sand dunes at Praia do Cassino, Rio Grande, Rio Grande do Sul, Brazil. Adults were collected on leaves of Panicum racemosum Spr. and Spartina ciliata Kunth (Gramineae) and the immatures were taken in the roots and stems of the same plants. The life-cycle was completed from adults maintained and reared in the laboratory. KEYWORDS. Anthicidae, Coleoptera larva, Lagrioida, Panicum, Spartina. INTRODUCTION The genus Lagrioida Fairmaire & Germain, 1860 was proposed for two new Chilean species: Lagrioida obscurella and L. rufula. PASCOE (1876) described ZI. brouni from New Zealand and CHAMPION (1895), L. australis from Tasmania. BLAIR (1928: 29) and BLACKWELDER (1945: 493) included the genus Lagrioida under Pythidae, Lacconotinae, Batodiini, Batodiina. CROWSON (1967) pointed out the difficulties in stablishing the systematic position of Lagrioida in the Heteromera and placed it in his new family Cononotidae along with Cononotus LeConte, 1851 and "Agnathus Germar, 1825. ABDULLAH & ABDULLAH (1968) included Lagrioida in “the Anthicidae, Eurygeniinae, Lagrioidini. ABDULLAH (1974) removed Lagrioida “from Eurygeniinae and placed it in Lagrioidinae, Lagrioidini along with Cononotini | (genera Cononotus and Agnathus) in the Anthicidae. MAMAEV (1976) described the ‚ larva of Agnathus decoratus (Germar, 1818) and removed the genus from Lagrioidinae ' (Anthicidae) to Pedilidae. DOY EN (1979) described the larva of Cononotus bryanti Van | Dyke, 1939 and transferred the genus from Lagrioidinae (Anthicidae) to Pedilidae. The ' Lagrioidini sensu ABDULLAH (1974) remains in the Anthicidae with only the genus ‚ Lagrioida. | 1. Support FAPESP (grant nº 91/4932-4) | 2. Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo, Caixa Postal 7172, 01064-970 São Paulo SP, Brazil. | 3. Researcher CNPq. | 4. Departamento de Zoologia, Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo, Caixa Postal 20520, 01452-990 São Paulo SP, Brazil. | | Iheringia, Ser. Zool., Porto Alegre, (78): 113 -126, 2 mar. 1995 | 114 COSTA; VANIN & IDE Immatures of the genus Lagrioida were undescribed up to date. The distribution of this genus in South America is now expanded with the record of a new species, Lagrioida nortoni, from Rio Grande do Sul, Brazil. The material examined (9 eggs, 54 young larvae, 11 mature larvae, 3 pupae, 866, 69 ©) is deposited in the following collections: Australian National Insect Collection, Commonwealth Scientific and Industrial Research Organization, Canberra (ANIC); Museu de Ciências Naturais, Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre (MCNZ); Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo, São Paulo (MZSP). Lagrioida nortoni sp. n. (Figs. 1-43) Type material. Holotype G (adult). “BRASIL,Rio Grande do Sul: Rio Grande, Praia do Cassino, dunas, sobre Panicum racemosum, 16.1V.1993, Exp. MZSP col.” (MZSP). Paratypes: same data as holotype, “28 km Sul, dunas primárias, associados às folhas e espiguilhas de Panicum racemosum”, 07.X1.1990, N. M. Gianuca col., 66, (MZSP); “associados às espiguilhas de Panicum racemosum”, 14.X1.1990, N. M. Gianuca col., 146, 49 (MZSP); “associados às espiguilhas de Spartina ciliata”, 30.X1.1992, N. M. Gianuca col., 1S, 19 (MCNZ), 286,299 (MZSP); “dunas, sobre Panicum racemosum”, 13.1V.1993, Exp. MZSP col., 2 mature larvae, 1 pupa, | 19 (MZSP); 16.1V.1993, Exp. MZUSP col., 2 RD (ANIC), 3 mature larvae, 2 pupae, 28 S, 189 (MZSP); “dunas primárias, em folhas de Panicum racemosum”, 28.1V.1993, N. M. Gianuca col., 4 mature larvae (MZSP); “15 km Sul, dunas primárias, associados às espiguilhas dePanicum racemosum”,22.N .1993,N.M. Gianucacol., 2 mature larvae (MZSP). Other examined material (not paratypes, some specimens dismembered in ethanol and/or slide mounted). . Same data as holotype, “28 km Sul, dunas primárias, associados às folhas e espiguilhas de Panicum racemosum”, ‚ 07.X1.1990, N. M. Gianuca col., 3 ? (MZSP); “associados às espiguilhas de Panicum racemosum”, N. M. . Gianuca col., 39 (MZSP); “associados às folhas e espiguilhas de Spartina ciliata, 30.X1.1992, N. M. Gianuca | col., 6 PY (MZSP); “dunas, sobre Panicum racemosum”, 13.IV.1993, Exp. MZUSP col., 1 © (MZSP); 16.1V.1993, Exp. MZ, col., 9 eggs, 13 young larvae, 7