V %.. ^ -hib^Fl ■■ m 'W- ^vW.fM &• \ti^ NDIC/=\DOR DE MÂDIií Vi D U lUíll mn líik TEIS DO BK^A-SIUi POR Eurico Teixeira da Fonseca Bacharel em Sciencias iuridícas e Saoiaes pela FasuliiaiJe de Qireito de São Paulc Superintendente, addido, da extincta Typographia do KtinístBrio da Ae^iculiura. j^-' -> RIO -jDE Jj^nSTEIIcO Officinas Graphicas VILLAs-BOAS k C. — Bua 7 de Setembro, 225 192S3 •'^ ND!CP\DOR DE MÂDIAS E PLANTAS 1 DO BE^J^SIU. POR Eurico Teixeira da Fonseca Saciíarel sm Sciencias iurídicss e Scciaes peia íscaldade de Direito de São Fa Superintendenis, addiiSo, h extintta Typcgrspliia do illjnisterio da Agricultura. Officiuas Graphicas VILLAS-BOAS UMfí EXPLICAÇÃO MTAr, que communica uma linda cor amarella e um gosto especifico aos alimentos. E' muito empregada na fabricação de m.acarrão, letria, pão e outros comestiveis, mas seu em- prego therapeutico é muito restricto. Convém não confundir com o nome de açafrão do matto — Escobedia scabrifolia R. e P. fam. das Scrophala- riaceas, cujas propriedades são as mesmas de outras espé- cies. — Do Ceará á Bahia. CEDRELA GUYANENSIS J.. C. odoraía Linn. Fam. das Meliaceas Assim se conhece o cedro no Amazonas e Pará, onde attinge de 25 a 30 metroiS de altura, com 21^,0 a y^p de diâmetro. Devido ,á sua enorme corpulência cáe e as cor- rentes dos grandes rios arrastam-no, destruindo pontes em sua passagem. Ha as variedades : acafã amarello, acajú branco, acajú ferro, acajú selvagem. EMPREGOS : a madeira tem applicações nas constni- cções civis, navaes, marcenaria, dando boas taboas para soalhos, forros, portas e ripas. — Amazonas — Pará. fíCFíPÚ VOUACAPOUA AMERICANA Aubl.. Andiía Aubietii • Benth.. Fam. das Leguminosas, sub-fam. das Cesalpineas Arvores de grande porte, gigantes mesmo, chamadas Teka das florestas americanas; são de terra firme, raras no Amazonas, frequentes no Pará, de casca lisa, cinzento-escura, tendo a superficie com escavações, mais ou menos pro- nunciadas. o duramen é pardo-escuro, mais pesado que a agua, mas seus poros (vasos ) são bastante largos e numerosos e se destacam, com o tecido que os acompanha, por sua cor mais clara nos cortes longiíudinaes. Lenho rijo, resistente, incorruptivel e de bello aspecto, rachando-se, porém, facilmente, o que lhe empresta um defeito notável, Conhecem-se as variedades : A. amare/lo, A. pixunat A. preto, A. pucumâ, e uacapú. EMPREGOS : nas construcções navaes, quilhas, so- brequilhas, cavernames de embarcações, vigamentos, bal- drames, freixaes, linhas, dormentes dos melhores, esteios, pernasmancas, taboas para soalho, moveis. As cercas de acapú duram muitos annos e a madeira mesmo enterrada ou em contacto com a agua doce ou sal- gada tem duração secular; não ha insecto que a ataque. — Amazonas — Pará. flCflPURí^nPi WULSCLAEGELIA Mart., Calipea spec. Fam. das Rutoceas. Campsiandra laurifolia Benth., Omphalobium Lambertii. Fam. das Leguminosas, sub-fam. das Cesalpineas Espécies cuja madeixa rija e de excepcional belleza, serve para construcções civis, moirões, esteios, obras inter- nas, marcenaria e fornece fibras das suas cascas. Estas e as folhas têem applicações therapeuticas. — Amazonas — Pará — Bahia — Rio de Janeiro. fíCFiRlCOnRÍI MINQUARTIA GUYANENSIS Aubl. Fam. das Oíacaceas Arvore, cujo tionco, com superfície muito irregular e profundamente esburacada, vai de 6 a i6 metros de altura, com 2'",o a 2"', 8o na maior circumferencia. Duramen muito denso e resistente, de côr pardo-avermelhada, é dos mais estimados por sua incorruptibilidade, principalmente para esteios de casas rústicas. Conhece-se também por acary, acary coaram acariquãra^ a. do igapó, a. da várzea, acary uba, acariúba. EMPREGOS : obras internas, expostas, immersas e enterradas. Fornece tinta cor de azeitona. — Amazonas — Pará. FiGClTa eFi\7FihbO LUHEA DIVARICATA Mart.. L. grandifiora Mart.. L. ochrophylia Mart., L. paniculata A\arí., L. speciosa Wiíld. Fam. das Tiliaceas ) As varias espécies deste género são conhecidas com aquelle nome vulgar ou, por corruptela, como soita cavallo, salta cavalLo, ou iratinguy { arvore que dá f ructo secco ), papéa guassú, e se lhe conhece a variedade a. c. branco^ de qualidade inferior e galhos mais flexiveis. São arA'ores frondosas e de bello aspecto, com folhas grandes, ovaes, claras; fructo lenhoso, comprimido, dividido em 5 lojas. A copa abrange grande espaço, projectando uma sombra extraordinária. Reproducção por sementes. Dá tron- co de IO a 12 metros de comprimento e 0^,80 de grossura. O duramen de cor esbranquiçada, com manchas escu- ras e fibras revezadas, fornece madeira leve, que não racha facilmente. « PESO ESPECIFICO : 855 R, 640 H, 555 ( Annuario do dr. Graciano, de Porto Alegre, j "^ EMPREGOS : obras internas, vigamentos de forros, esquadrias, palmilhas de sapatos, tamancos, armação de lombilhos, sellins, escovas, cadeiras, coronhas de armas, cangas de boi, marcenaria, canoas, etc. Com os galhos^ muito flexiveis se fazem, armações de cangalhas, chicotes, donde lhe vem o nome. A casca com muito tannino tem applicações therapeu- ticas contra tumores arthriticos, diarrhéas e leucorrhéas e serve para coríume e pasta de papel. Parece que o primitivo nome é acoita cavallns, porque á sombra de sua coroa frondosa se acoitam os cavallos e _ 8 — outros animaes, para se livrarem do sol ardente, ou sob a trança de ramas e galhos se poupam á inclemência das chuvas. — Rio de Janeiro ao Rio Grande do Sul — Minas Geraes — Matto Grosso. eDERno ASTRONIUM COMMUNE Jacq. Fam. das Anacardiaceas - Arvore de grande desenvolvimento e bello aspecto, dando tronco de 8 a i6 metnois de alto e 0^,60 e o"i,8o de grossura. Duramen de cor pardo-avermelhada ou vermelho-cla- ra, com manchas escuras, formando ondeado bellissimo, desapparecendo quasi com o envernizamento. Tecido oom- pacio, poros quasi invisiveis. Fibras regulares. E' madeira rara e de lei. Conhece-se por aderno verdadeiro ou preto. PESO ESPECIFICO : 876 R, 868—1051 DV. 942 M.V. RESISTÊNCIA : ao esmagamento sem determinação da carga 701 DV ; á flexão 6k.38o M.V. Astronium Concinnam SCHOTT., mesma familia. Varia um pouco a cor do cerne, sendo vermelho-cla- ra com Tianchas esbranquiçadas; fibras grossas e muito regulares. E' conhecido por aderno vermelho. PESO ESPECIFICO : 818 H. Qualquer das espécies é conhecida por chibatan, iiba- tan, gibatão, ubatão, gonçalo alves, jubaião. EMPREGOS : ambas as espécies são empregadas em obras externas, expostas, logares seccos, traves, freichaes, barrotes, taboados, portaes, esteios, marcenaria, torno, dor- mentes. O aderno preto serve, entretanto, e mais para constru- cção civil e naval, obras hydraulicas. — De Alagoas ao Pa- raná. — 9 — flGonifl PLUMERIA LANCIFOLIA Mull. Arg. Fam. das Apocynaceas Empregada em chá contra as inflammações dos ová- rios, útero, cólicas uterinas ou dysmenorrhéa, suspensãoi ou difficu]dades das regras. A casca é purgativa e febrí- fuga. Usa-se para combater a.s lymphagites, adenites, ma- lária, amenorrhéa; é o mais poderoso emmenagogo para regularizar a menstruação. Na adenite, infectuosa ou bu- bão, sua acção é immediata, sem haver necessidade de cha- mar o operador. Peckolt descobriu nesta planta o alcalóide — agoniadina. — Rio de Janeiro^, Minas Geraes e Espirito Santo. flGRiflO NASTURTIUM OFFICINALE R. Br. Fam. das Cruciferas Planta comestível, especialmente cráa, em salada; contem iodo, pelo que é muito reoommendada. Vive nagua. Confundem-na com a cicuta aquática. AGRIÃO DO PARÁ. Spilanthes oleracea Linn., da fam. das Compostas. Excitante e folhas comiveis. E' também chamado jambúaçú, jambú-rana. — O primeiro em todo Brasil; o segundo, no Pará. amm\ THEVETIA AHOVAI Linn. Fam. das Apocynaceas Com este nome, no Rio Grande do Sul, é arvore que dâ um tronco aproveitável, com 28 metros de alto por o"i,6o de diâmetro. A arvore que ha no Ceará com o mesmo nome ou agahy, aguais ou cascaveieira, é tingui de leite. E' emeti- oo^cathartica. Dá fructos que são venenosos, bem como o sueco lactescente. — Do Amazonas ao Ceará. 10 flíPim MANIHOT PALMATA Mdl.^Àrg. Fam. das Euphorbiaceas ♦ ■' Planta muito cultivada entre nós, parecendo-se com a mandioca ( Manihot iitilissima PHOHL., da mesma fami- lia ), da qual se comem as raízes tuberif içadas, que forne- cem 20 a 30 0/0 de fécula. Servem as raizes, também, para forragem, mesmo cruas. — Todo o Brasil. flíPO APIUM AUSTRALE Thonars. Apium graveolens Unn. Fam. das Umbelliferas Plantas empregadas com fins culinários, e usam-se muito, cruas, em salada ou não. Têem applicações therapeu- ticas. — Todo Brasil. fíbGODêO GOSSYPIUM ARBOREUM Linn.. G. barbadense Unn.. G. herbaceum Linn.. G. hirsutum Linn.. G. peruvianum Cav. Fam. das Malvaceas Muitas são as espécies cultivadas entre nós, e desse producto fazemos larga exportação, sendo outro tanto em- pregado na industria de tecidos. Alem de sua fibra têxtil, de alto valor, dão 20 a 30 o/o de oleo industrial nas semen- tes, o qual é empregado na fabricação de sabão, na lubrifi- cação e na illuminação, e entra de mistura com o azeite de oliveira que importamos. Dos residuos das amêndoas se fazem tortas que servem para alimentação do gado — Todo o Brasil. 11 ALGODOEIRO DO CPimPO COCHLOSPERMA INSIGNE St.-Hi!. Fam. das Bixaceas E' também conhecido por periquiteira, algodão cravo^ samauma do igapó, bataá de corvOy rhuibarbo, porque a raiz é empregada como a do rhuibarbo medicinal, sendo também usada como resolvente e com utilidade nas inflam- rnações intestinaes. As sementes dão óleo. — Do Amazonas a Pernambuco — S. Paulo — Goyaz — Minas Geraes. flhCflÇUZ PERIANDRA DULCIS Mart. Fam. das Leguminosas, sub-fam. das Papilionaceas Tem acção sobre os bronchios nas catarrhaes, usand»- se como baias e também nas inflammações de garganta — Quasi todo Brasil. flbECRim PITHECOLOBIUM sp. Fam. das Leguminosas, sub-fam. das Mimosas Arvore de grande desenvolvimento e muito frondosa; casca fina e grossa; folhas miúdas e esbranquiçadas e muito semelhantes ás do alecrim que se cultiva em jardins; flores miúdas, brancas e em cachos; fructo grande, com- prido e fino. Dá tronco de 4 a 5 metros de comprimento e o™,2o a o"\3o de grossura. Cerne de côr roxo-escura, quasi preto com manchas; fibras direitas, claras e muito resistentes. PESO ESPECIFICO : 985 H. EMPREGOS : Obras externas, logares húmidos; mar- cenaria; envernizado, torna-se de beilo aspecto; bengalas resistentes, balaustres, eixos e raios de rodas. — 12 — A arvore presta-se para arborisação de ruas, como ise vê icm Campinas^ S. Paulo. — São Paulo, principalmente no Oeste. fíhECRim HETEROTHALAMU5 BRUNIOIDES Less. Fam. das Compostas Planta febrífuga. — Rio de Janeiro — S. Paulo. flhECRim BRflTO LANTANA MICROPHYLLA Mart. Fam, das Verbenaeeas: Hypericum laxiusculum St.-Hil. Fam. das Guttiferas A primeira espécie fornece folhas que contêem óleo essencial, próprio para perfumaria e que são empregadas na medicina. Seus fructos têem, também', utilidades thera- peuticas, e applicam-se contra o veneno das cobras. A segunda, arvore de 1 1 metros de alto, fornece ma- deira de lei, que se emprega em bengalas, marcenaria de luxo e carpintaria, durando pouco exposta ao tempo. — De Alagoas ao Rio Grande do Sul. flbECRim DO íílflTTO BACHARIS MACRODONTA D. C. (B. de dentes grandes). Fam. das Compostas Arbusto bonito, empregado medicinalmente como ex- citante, em banhos; nos rheumatismos, e outras affecções internas. Cresce nos logares de terras trançadas. E* a Cacalia frutescens Velloso. Chama-se no Piauhy alecrim do campo e com as mes- mas utilidades. — Do Piauhy á Bahia. — 13 — FihGflROBLR PROSOPIS JULIFLORA D. C. P. aigarobiila Grieseb. Mimosa julifiora Swartz. Fam. das Leguminosas, sub-fam. das Mimosas Fornecem madeira de lei, própria para construcçâo civil e marcenaria. Conhecidas também por algarobo. A casca contendo tannino, presta-se para o cortume. Os frucíos dão bebidas vinosas. — Rio Grande do Sul e Mat- to Grosso. ^bbíimfínDfl ALLAMANDA CATHARTICA Linn. Fam. das Apocynaceas Purgativa e appiicada contra moléstia da pelle, sendo, também, venenosa. — Quasi todos os Estados. flbfílECEGfí PROTIUM BRASILIENSc Eng.. P. elegans Engl. P. hepíaphylíum Aubl.. P. iciceribr, March.. Icica icicariba D. C. Pistacia lentiscus Linn.. Bursera balsamifera Pers. Fam. das Burseraceas Todas as espécies desta família são úteis ou utilisaveis pela riqueza do bálsamo e resinas empregadas na medicina e nas industrias. De uma sá,e o almíscar e a reúna elemi}, da P. icicariba e da P. guyaneitse, o ínsenso das egrejas;, sendo conhecido por insenso de Brasil ou brasileiro. Sy- nonymia vulgar : alniecegueira, icica ou icicariba e ubi- racica. EMPREGOS : dão madeira para construcçâo civil, carpintaria e marcenaria. A casca exsuda uma resina bran- ca, transparente, balsâmica, que tem varias applicaç|ôes medicinaes ( nas affecções bronchicas ) e industriaes, nos calafetes. Os fructos são comiveis em doce e as sementes _ 14 — fornecem olco succedaneo do azeite de oliveira. — Do Ama- zonas ao Espirito Santo, Minas Geraes, Paraná, Rio Grande do Sul. HANCORNIA AMAPÁ Huber. Fam. das Apocynaceas Arvore de tronca direito e alto^ copa formada de ga- lhos não dependentes, espécie bem distincta, produzindo látex, que conhecido por leite de amapâ^ é vendido como borracha de mangabeira, e tem, alem disso, applicações me- dicinaes, como no tratamento externo das ulceras, feridas, etc. A madeira é branca, com. emprego em obras internas, carpintaria e construcçáo civil. Dá um fructo muito apreciado, com polpa encarnada, refrigerante e que substitue a sorva. Faz-se conserva dos frutos — Amazonas, Pará. flfDflREhhinõO SYMPLOCOS sp. Fam. das Symplocaceas As symplocaceas têem 46 espécies conhecidas no Bra- sil. Sua principal utilidade está nas madeiras regulares que fornecem. Em algumas se têem encontrado princípios medicamentosos. O tronco regula de 10 a f2 metros de alto e on^jSo a inijO de grossura. Cerne de côr amarello-escura, muito egual, fibras finas e dispostas regularmente. EMPREGOS : Obras externas, taboados, logares sec- cos, marcenaria, torno, construcçáo naval. As folhas são empregadas para tingir de amarello. Um amarellinho que vegeta em Cananéa é a Canella Paula Teixeira, mas só appl içado em obras internas. (Huas- car Pereira). — São Paulo. — 15 — fídlílREbhinOO Dfl SERRA GALIPEA CUSPARIA De Cand., G. alba. Fatn. das Rutaceas Tónica, excitante, anti-dysenterica e febrífuga. Cha- ma-se também angustura verdadeira. — Pará, Ceará íimPiRIbRO TERMÍNALIA AUSTRALIS Chamb. Fam. das Combreíaceas Arvore que fornece madeira durável e que resiste ao tempo, de cor amarella e mais pesada do que a agua, pre- stando-se para obras de marcenaria, recebendo um bonito polimento, e para cavernas de embarcações Produz uma resina semelhante á gomma arábica. A casca é tannifera e emprega-se nos cortumes. PESO ESPECIFICO : 922 — Rio Grande do Sul. fímmXIElRfl SyhVESTRE Planta contendo tannino, sendo empregada, commum- raente, para lavagem das chagas atonicas. — Ceará. flíílEnDOElRfl TERiMINALIA CATAPPA Linn. Fam das Combretaceas E' uma arvore grande, que dá fructos arredondados e comprimidos, amarellos ou róseos. Sua maior utilidade está no uso que delia se faz para arborização, posto tenha o inconveniente de em certa época do anno ( julho-agosto, no Rio de Janeiro ) perder as folhas. Os fructos, de que as crianças gostam muito, produzem camará de sangue. As sementes produzem óleo egual ao de azeitona e que nâo rança, usado em emulsões peitoraes. E' também chamada 'ichapéo de soh, em razão da conformação, da copa. — 16 — Dá madeira de superior qualidade, branca, dura e usada no fabrico de caixas e em pequenas obras de marce- naria. PESO ESPECIFICO : 780 H. — Todo o Brasil flmEDDOim ARACHI5 HYPOGEAE Linn. e A. prostrata Benth. Fam. das Leguminosas, sub-fam. das Papilionaceas Por todo Brasil se encontra esta planta, por causa de suas sementes muito apreciadas, cruas, assadas, para con- feitaria e doces diversos. Popularmente chamado rnendobí ou mandobí, forne- cem suas sementes 30 a 40 0/0 de óleo, que tem vários empregos. — Todo o Brasil. fímoRfl RUBUS ROSAEFOLIUS Smiíh. Fam. das Rosáceas Arbusto, cujos fructos se comem. Também chamada franboeza. — Nos climas frios do Brasil. flmOREIRíl MORUS ALBA Linn.. Morus nigra Linn. Fam. das Moraceas Alem dos fructos agradáveis, as folhas servem para a criação de bicho de seda. — Quasi todo o Brasil. POTALIA AMARA Aub!. e P. resinifera Mart. Fam. das Loganiaceas Plantas anti-syphilitica; e empregadas nas ophtalmias; porém, venenosas em doses altas. — Amazonas. 17 fíneny SYMPHONIA GLOBULIFERA Linn. F.° Fam. das GutUferas Arvore de 8 a 17 metros de altura e o'",8o a l"i,o de grossura, também chamada ananim^ ou anani, iianany oanany. Produz um laíéx empregado na industria, sob a forma e nome de brêo de anany e que os índios empregam e a que dão o nome de oanany e põem nas flexas, como ceról e brêo. E' também empregado na medicina em fumigações contra cephalalgia. A madeira tem applicações na construcção civil e naval. — Amazonas e Pará. flnauERÁ LICANÍA MACROPHYLLA Benth. Fam. dos Rosáceas Arvore de 1 1 metros de alto, muito frondosa, com tronco de 0^,80 a i^,'io de grossura. Também anaiiirâ. Serve para construcção civil, naval, carpintaria, car- voaria. As cascas, em infusão, sião applicadas, externamente, no tratamento das ulceras. Dos fructos se faz conserva. — Amazonas, Pará. nnfiuinGPí CASEARIA OVATA Wiild. Fam. das Flacourtiaceas A casca é amarga, tónica; e como as folhas são anti- rheumaticas; os fructos são diuréticos. — Amazonas. fínDá PI55Ú JQHANNESIA PRINGEPS Ve!l. Fam. das Euphorbiaceas Arvore de bom porte, grande desenvolvimento, cresci- mento rápido, de bella apparencia, muito copada, folhas grandes em palmas, nas pontas dos galhos. Produz um fructo bi-capsular com duas amêndoas, que fornecem um óleo empregado da industria e na medicina, como purga- tivo muito enérgico. - 18 — No campo, empregam-se as próprias sementes, assa- das, reduzidas a pó, como enérgico purgante para os ani- maes. Esse mesmo óleo pode ser empregado para as pes- soas, na dose de lo a 12 grammas. Convenientemente pre- parado, serve para illuminação. O tronco regula de 4 a 6 metros de alto e o'",40 a oni,6o de grossura. O cerne é completamente branco, rara e ligeiramente propendendo para o amarellado, muito leve e poroso, fibras revesadas. PESO ESPECIFICO : 494 H. E' conhecido também por andâuassá, andauassorú, fracta de cotia, purga dogentio^ indayassú, inguassú, coco de purga, jructa de arara, purga dos paulistas, fracto de purga, cotieira, comandú-assá, cumandau-assú. Serv^e para combater febres malignas e moléstias agu- das da pelle. EMPREGOS : Obras internas, taboas de forro, janga- gas, canoas, embarcações varias, caixões, palitos para phos- phoros, pasta para papel, moirões de cerca. Regula a producção de óleo medicinal em -^j 0/0. — Commum no Brasil. fíinDIROBfl GARAPA GUYANENSIS Aubl. Fam. das Meliaceas. Syn. : Garapa latifoiia Willd., Persoonia guareoides Willd.. Xylocarpus Garapa Spreng. Esta família é representada no Brasil por 130 espé- cies, sendo esta uma das mais bellas arvores do Ama- zonas, onde é conhecida, também, por carapa, carapinha, angiroba, yandiroba, jandiroba, nhandiroba. O tronco varia de 8 metros a 16 de alto e 2 a 3 me- tros de diâmetro. A madeira é de lei, mais pesada do que a do cedro, mas também fácil de ser trabalhada, própria para caixilhos, moveis, pequenas con.strucções na- vaes, civis, palitos para phosphoros, vergas, gurupés, mas- — 19 — treação. E' de um vermelho acinzentado, bastante escuro, rachando, porém, muito facilmente pelo que se usa em re- goas, ripas, bengalas, etc. O tecido lenhoso contem um principio amargo, que o preserva dos insectos nocivos. A casca é ante-febril e vermifuga, contendo um principio activo, alcalino, a que Robinet deu o nome de carapina. As folhas e também as cascas são empregadas em cozimentos nas affecções chronicas da pelle, assim como nas ulceras, impigens, etc. As sementes são ricas em óleo fixo, 36 0/0, 70 o/q, se- gundo outros, amarello, cor de âmbar, quando purificado e de cheiro sui generis, a que chamam azeite de andiroba, muito amargo, o que lhe valeu o nome indígena de yandy- oleo e rob-amargo. Este óleo é empregado na i Ilumina- ção, dando excellente luz, no que talvez não seja excedido por nenhum outro de egual procedência. Cozido e applica- do sobre o ferrio,, (dá a este o brilho de verniz e impede a ferrugem. E' empregado em medicina, não só como desobstru- ente nos enfartes do figado e do baço, como tambeim, quente, nas feridas, para evitar o tétano. As sementes servem ainda para engorda de porcos. Faz-se uso do azeite no fabrico de sabão ordinário e para afugentar os mosquitos^ sendo isso uso velho 'dos indígenas que com elle esfregavam o corpo. PESO ESPECIFICO : 719. VARIEDADES : Andiroba branca^ A. da várzea, A. férrea, A. rana, A. vermelha. Todas empregadas em con- strucções civis e navaes. — Amazonas e outros Estados, sendo abundante no Pará. flílGEblCfl DO mflTTO GUETTARDA ANGÉLICA Mart. Fam. das Rubiaceas Fornece madeira que se emprega em construcçáo civil e naval, marcenaria, tomo, quilhas, sobrequilhas, ta- boados. — 20 — Não é atacada por insectos e resiste mais nas con- struções navaes que o quercus, carvalho da Europa. A ca? ca e as raízes teem applicações therapeuticas. — Do Piauhy ^ Bahia e Minas. fínGEhlCfl DO PflRfl DICORYNÍA PÀRAENSíS Benth, Fam. das Leguminosas, sub-fam. das Caesalpineas Madeira, cujo peso especifico é 86i, sendo empregada em carpintaria, dormentes, construcção civil, marcenaria. — Pará. fíneEbicó ARISTOLOCHÍA CYMBIFERA Mart. Fam. das Arisíolochiaceas A raiz é tónica, amarga, ante -palustre. Serve para febres palustres, excitações nervosas, flatulências, tendo as mesmas applicações da quina ou quinino. Na cachexia palustre seu effeito é sempre proveitoso. O uso constante desta planta previne o impaludismo e torna o organismo resistente pela sua acção sobre o órgão digestivo, au- gmentando seu poder assimilador. E' também conhecido por jarrinha, cassaã, mil ho- mens, papo de peru, cipó mata cobras. — Ceará, Rio Grande do Norte, Parahyba até o Sul. fínGEhim MACHAERIUM HETEROPTENIM Fr. AH. Fam. das Leguminosas, sub-fam, das Caesalpineas Tronco de 1 1 a 12 metros de comprimento e 2 a 3 '^/g na maior circumferencia. Dá madeira de lei, de cerne resistente, que se emprega em obras internas, immersas € construcção navaL O pó da serragem, internamente e — 21 ~ em pequenas doses é empregado como anthelmintico; em maiores, é drástico poderoso. VARS. : a. aracury^ a. coração de negro., a. da vár- zea, a. vermelho. — Do Amazonas á S. Caíharina, Mi- nas Geraes. ANDIRA ANTHELMINTICA Benth. Fam. das Leguminosas. sub-fam. das Papilionaceas. Syn. : Andira ormosioides Beníh.. Lumbricidia anthelminíica Vel., Geoffrea vermífuga St.-Hil. Arvore copada, excelsa, de grande desenvolvimento, de cerne amarello, em tronco, que, ás vezes, attinge 40 metros de comprimento e 3^^,50 de circumferencia. As folhas são lustrosas, fructo grande, alongado, verde peren- ne. As cascas têem um cheiro desagradável e gosto adoci- cado. Syn. vulgar : angelim amargo, aracui, andira yba, pau de morcego, morcegiisira., aracuim. PESO ESPECIFICO : 638 R, 912, 954, 1087 D. V., 898, 1058 M.M., 717 D. N., 809 H., 948B. C. RESISTÊNCIA : ao esmagamento, com carga perpen- dicular ás fibras 141; parallela 684 B. C, 494; 3em deter- minação 684 D. V., 398 a 1 .007 ks. por 0^2 M. M.. EMPREGOS : obras internas, taboado, construcção naval, canoas, construcção civil, obras externas, postes, esteios, carroceria, tanoaria. O guzano não ataca esta ma- deira. As cascas e as folhas têem propriedades purgativas drásticas eméticas e narcóticas ; em dose elevada, toxicas produzem vómitos violentos. Os fructos são vermífugos. O pó da serragem do cerne produz cegueira, cura impigens e é ichtyotoxico. — Do Amazonas a S. Paulo. íinGEhim BRíinco ^ PTEROGYNE NITEN5 Tull. Fam. das Leguminosas E' arvore que pouco se desenvolve, dando troncos de 6 a 8 metros de alto e om^óo de grossura. — 22 — As folhas são pequenas, em g-alhos esparsos, lisas, duplas no mesmo nó; flores brancas, miúdas e em cacho; fructo miúdo e comprido, semelhante ao do amendoim^ pelo que tem, também, este nome. O cerne é de côr esbranquiçada, uniforme; fibras finas, amarelladas. EMPREGOS : Carroceria, logares secos, taboado. — São Paulo. flnGEhim coco ANDIRA STIPULACEA Benth. Fam. das Leguminosas, sub-fam. das Papiiionaceas. Syn. : Lumbriidia legalis Vell. E' conhecido, também, por iirarema muyrárema. PESO ESPECIFICO : 851 M. V. e 782 H.. RESISTÊNCIA : Ao esmagamento, com carga per- pendicular ás fibras 185; parallela, 626; sem determina- ção 648 D. V., 986 M. M.. EMPREGOS : Construcção civil e naval, obras ex- postas, esteios, postes, dormentes de i.^ qualidade, car- roceria, tanoaria e carpintaria. E' menos durável que o a. amargoso. A casca tem propriedades vermífugas, mas venenosa, em alta dose. > As sementes dão óleo para illuminação e fins indus- triaes. — Vários Estados. flnGEbim DE ESPinõo ANDIRA SPINULOSA Mart. Fam das Leguminosas, sub-fam. das Papiiionaceas Syn. : Geoffroya spinulosa Mart. Madeira para carpintaria, construcção civil, obras ex- postas. As sementes e as cascas são ante-febris. — Rio de Janeiro e S. Paulo. — 23 — finGEhim DO CflíDPO ANDIRA vermífuga Marí. e Benth. Fam. das Leguminosas, sub-fam. cias Papilionaceas Ancore de 5 a 7 'metros de alto, dando madeira para construcções civis. As sementes e as cascas têem proprie- dades medicinaes. — Minas Geraes. flnGEbim DOCE ANDIRA FRAXINIFOLIA Benth, Fam. das Leguminosas. sub-fam. das Papilionaceas. Syn. ; Andira araroba Macedo, Skolemora pernambucensis Arr. Cam. Tem o nome vulgar de angelim araroba, ybirarema. Arvore de pouco desenvolvimento, fructo' duplo oval ou com uma só amêndoa, passando a amarello, quando maduro. PESO ESPECIFICO : 923 H. EMPREGOS : construcção civil e os usos do anterior. O pó de araroba ou de Goa cujas utilidades medicas são bem conhecidas é extraído desta arvore. Contem a chry- sarobina, que pela acção do tempo, se transforma dm acido chrysophanico. Esse pó produz cegueira e é icthyo- toxico. O fructo produz óleo, conhecido por óleo de ara- roba.—Do Pará a S. Paulo, Santa Catharina. í^nGEhlfD mORCEGUEIRfl ANDIRA INERMIS H. B. K. Fam. das Luguminosas. sub-fam. das Papilionaceas. Syn. ; Andira acuminata Benth, Andira grandifiora Guili. Perr. Fornece madeira para carpintaria, construcção civil, marcenaria, obras externas e internas. A casca e as semen- tes são empregadas como anthelminticas. — Amazonas e Pará. 24 flnGEhim PEDRA ANDÍRA SPECTABILIS Sa!d. Fam. das Leguminosas, sub-fam. das Papilionaceas, Syn. : Ferreirea spectabiles. Cha- mado lambem : Angelim amargoso de folha larga. Fr. Ali, E' uma espécie de grande desenvolvimento, de flores rajadas com 5 dentes, dando um fructo^ que é uma vagemi com polpa branca e uma amêndoa carnosa. Tem o cerne mais escuro e mais pesado que o a. tímar- ^OSOi, RESISTÊNCIA : Ao esmagamento, com carga perpen- dicular as fibras — 722 BC; sem determinação 648 EC. EMPREGOS : Construcçao naval, civil, canoas, dor- mentes de i.a qualidade, obras externas e internas. Diz- se que fornece, também, pó de araroba. — Do Pará p^oi Espirito Santo, Minas, São^ Paulo. piDGEbim PEnimfl ANDIRA PISONIS Mart. Fera. das Leguminosas, sub-fam. das Papilionaceas Madeira para marcenaria de luxo, obras de egreja,. portaes e portas de edifícios sumptuosos. Também chamado a. pintado. — São Paulo. fíDGEhim R05PI PLATYCIAMUS REGNELLU Benth. Fam. das Leguminosas. sub-fam. das Papilionaceas Arvore de regular desenvolvimento, copada, com ra- mos tortuosos, cobertos de fuligem parda; fructos raros, carnosos, ovaes, cinzentos, quando nãoi maduros; casca grossa, esbranquiçada ou acinzentada, muito fendida e muito amargosa; flores roxas, miúdas e em cachos; fo- lhas grandes, lanceoladas, face verde-escura e dorsoi ver- de-claro, com nervuras apparentes e pello no dorsoL Conhecido também, pelos nomes de pereira amarella e pereira vermelha, ( S. Paulo ) e sob os synonimos de pau — 25 — quente, pau pereira, pereira, cambará de bilro, ou camará de bilrOy mangalô, catagaá, folha larga. Tronco de 8 a lo metros de alto e o'",8o a P'^,o de diâmetro. Cerne de côr amarella ou vermelho vivo, muito uni- forme e resistente; fibras grossas e dispostas em symetria, em corte transversal. PESO í:SPECIFICO : 663 R., 1058 M. M., 670 H. RESISTÊNCIA : Ao esmagamento, com carga per- ])endicular ás fibras 141; pararella 670; a flexão 5 ,700 M.V.. EMPREGOS : esteios, postes, vigas, marcenaria, obras externas, logares húmidos, carroceria, segeria, tanoaria, construcção civil e naval, taboado grosso, obras internas. Não se presta a grandes desdobramentos. A casca é usada contra febres. — Amazonas, Pará, do Espirito Santo a São Paulo, Minas Geraes. ANDÍRA RETUSA H. B. K. Fam. das Leguminosas, sub-fam. das Papilionaceas. Syn. : Andira oblonga Beníh, Arv'ore de 5 a 7 metros, chamada também Andira uchif andiroba jareua, e, ás vezes, assaca, o que é erro de investigadores, pois no Pará não ha confusão. Apenas o ha com a morcegiieira, por muito se parecerem. A casca é adstringente. A madeira tem as mesmas utilidades dos outros an- geiins. — Amazonas, Pará, Minas, Bahia, Pernambuco e Piauhy. FlDGEbOnifl ANGELONIA INTEGERRIMA Spr. Fam. das Scrophuiariaceas Planta com propriedades anti-espasmodicas, estoma- chicas e aromáticas. Fornece óleo, com usos industriaes. — São Paulo, Paraná. — 26 — flOGICO PIPTADENIA COLUBRINA Benth.. P. rigida Benth. Fam. das Leguminosas, sub-fam. das Papilionaceas Os angicos são arvores de grande desenvolvimento,, galhosas, e pouco frondosas; tronco recto; dando fructo que é uma vagem pequena e chata, com sementes peque- nas. O cerne é amarelip. a -paç-.do esxsôrò, cem manchas claras; fibras grossas e revezadas, PESO ESPECIFICO : entre os limites de ^J"^ e 1052 para as suas espécies. RESISTÊNCIA : P. colubrina — Ao esmagamento com carga perpendicular ás fibras : 502; paraiiela 626; sem determinação 755. Conhece-se sob as denominações de angico coco, an- gico escure^ ou curupay, sendo: a P. rigida chamada angico verdadeiro, e a outra — a. branco. EMPREGOS : A madeira das duas espécies, dura e durável, resistente ao tempo e mais pesada do que a agua, serve para construcções civis e navaes, obras de marce- ria, e nas que se exijam resistência, mobílias, quilhas de embarcações, esteios, postes, obras expostas, logares seccos, i.a qualidade, taboado, vigamento, obras inter- nas; dormentes de 2.^ qualidade. A casca é amarga, adstringente, usada em banhos na leucorrhéa, ulceras, affecções do peito, e no cortume, pelo tannino que contem, na proporção de 40 0/0. As fo- lhas são applicadas como tópico ou de infusão para con- tusões e feridas. Fornece uma resina semelhante á gom- ma arábica, que é empregada em xaropes, nas bronchites ,6 como poderoso preservativo e medicamento contra o co- queluche; gosa de propriedades bechicas e passa por ser aproveitável no tratamento das hemoptyses. O angico do Ceará faz lembrar o mogno da Jamaica pela cor do lenho, não lhe sendo inferior, embora mais pesado, nem ao paa setim. No Piauhy se conhece o angico preto, para mezas, sofás, cadeiras, etc, — Do Amazonas ao Paraná. - 27 — flniLEIRfl . INDIGOFERA ANIL Linn. Fam. das Leguminosas, sub-fam. das Papiloraceas Muitas espécies de Indigoferas são de valor, por- que do sueco das folhas se extráe o aonhecido principio corante anil ou Índigo, objecto de oommercio e indus- trial A raiz é medicinal. A Indigofera tinctoria cresce espontaneamente no Ceará, sobretudo no Amazonas, Pernambuco, Espirito San- to, Minas Geraes, Rio de Janeiro, fínih TREPADOR CISSU5 TINCTORIA Mart.. C. sicyoides Linn.. Vitis Sicyoides Baker. Fam. das Vitaceas Conhecidas, também., por tinta dos gentios a herva e o fructo produzem bella tinta azul. — Do Ceará ao Rio de Janeiro. fininGfl MONTRICHARDIA LINIFERA Schott.. M. arborescens Schott., Arum Liniferum Arr. Cam., A. erborescens Plum.. Philodendron arboreum Kuníh., P. bipinnatifidum Schott. Fám. das Araceas Conhecidas, também, por aninga-assú ou aninga uba, crescem nos alagadiços. As experiências ultimamente fei- tas em Londres com a M. arborescens provaram que esta planta pôde fornecer pasta para papel, aliás, não m.uito branco. Dá, comtudo, fibras excellentes para o fabrico de cordas, redes e tecidos finos, como lenços. Dá, tam- bém, cinzas muito ricas em potassa. A var. Aninga para — Diffenbachia ficta SCHOTT., fornece sueco cáustico sendo empregada como planta or- namental. — Amazonas, Pará, Sergipe, Alagoas, Bahia, Es- pirito Santo, Rio de Janeiro. 28 flPflZEÍRO ' EPERUA FALCATA Aubl. Fam. das Leguminosas, sub-fam. das Caesalpineas Dá boa madeira, sendo, também, oleoginosa, pró- pria para construcção civil, carpintaria e marcenaria. Chamado espadeira, vouapa ou eperú. — Amazonas, Pará. flPERTfl RUfíO PIPER ADUNCUM Linn. x^^am. das Piperaceas Tem folhas, fructos e raizes adstringentes, estimu- lantes e diuréticos. São empregados no tratamento de affecções do útero ( prolapso ) e nas ulceras, flores bran- cas, hemorrhoides e internamente nas gonorrhéas, catarrho da bexiga e congestão do figado. E' também chamado matico falso. — Bahia, Rio de Janeiro. piPiRPinefl MOURIRIA APIRANGA Spruce. Fam. das Mellastomaceas Arvore pequena, dando madeira dura. Chama-se bois de fer na Guyana Franceza. ~ Amazo- nas, Pará. PIPOGlTHGUflRfl ESENBECKIA INTERMÉDIA Mart. Fam. dar Ruíaceas As cascas são tónicas. — S. Paulo, Matto Grosso. flPOZEÍTlH Applicado internamente como ante-syphilitico. — Pará, Maranhão. 29 flPOI UROSTIGMÂ N MPiMAEFOLIUM Miq. Ficus sub, gen. Urostigma. Fam. das Artocarpaceas Arvore de copa larga, com tronco grotesco, dando madeira que se emprega em caixões, carpintaria, e outras obras ligeiras. A casca produz látex que contêm borracha. As folhas e as raizes têem usos medicinaes. — Ama- zonas e Pará. apuimm STRYCHN05 ROUHAMON Beniii. Fam. das Loganiaceas Tem applicações em obras pequenas e internas. Da essência se tira strychinina — Amazonas e Pará. flPURLIOy ALIBERTIA EDULIS A. Rich.. A. sorbilis Hub. Fam. das Rubiaceas Dão fructos comestiveis, de que se faz conserva. Não são de duramen branco e só servem para industria rural São também conhecidos por apiirahy^ aapurahy, pu- rui. — Pará. 05 ARAÇAZEIROS pertencem ao género Psidium. Fam. das Myrtaceas Conforme a zona onde vegetam, os araçazeiros apre- sentam dimensões variáveis e offerecem usos diversos. Se aqui são arvores pouco frondosas, alli attingem grandes proporções; em geral, muito se approximam. Têem caule irregular e casca parda muito fina, excepto a var. araçatabá que é muito galhosa e tem a casca rugosa e esverdeada. Offerecem troncos aproveitáveis de 4 a 6 metros de com- ~ 30 - primento e mais 01^,30 a o™,6o de grossura. O cerne é de cor amarello-escura e pardo-escura; fibras muito regulares e unidas. Vars. : araçá branco ou araçazinho; araçá da praia, ~ Psidium liétorale RADDI ; araçá do campo ou araçáy — Psidium araçá RADDI ; araçá felpudo — Psidium inca- nescens MART.; araçá do matto — Psidium. sp.^ araçá do Pará — Britoa acida BERG. ; araçá piranga — Psidium sylvestre ; araçá. pomba^ araçarana ou afaçandivá, ou árá- çáuva ou goiaba rana (Psidium acutangula MART.) ara- çá vermelho ou araçá coroa — Psidium variabile BERG. PESO ESPECIFICO : araçá da praia— 1 021 R.,997 D. V., 952 CD., ii8q Viotti. RESISTÊNCIA : a. da praia — ao esmagamento, com carga perpendicular ás fibras 168 CP,; parallela 416 C P. ; sem determinação 735 D. V. ; a flexão ,365 C. P, EMPREGOS : em geral a madeira é dura e mais pesada do que a agua, prestando-se aos mais variados usos; como: cabos de ferramentas, obras de torneiro, construcção civil; em todas as obras que exijam elasticidade e dureza, com- pativeis com as dimensões da madeira, remos, pás, vasos de madeira, estacas, paus de cerca, obras externas, vigas^ esteios, Jogares húmidos, taboado grosso. Mais se notam os araçazeiros por seus fructos : jo araçá da praia dá fructos pyriformes, de côr citrina, mui- to molles quando maduros, m-ais ácidos do que doces; p araçá do Pará d'á fructos grandes, amarellos, cheios de polpa muito acida, só, empregados em doce; o mais apre- ciado é o araçá coroa, variando muito de tamanho, sendo que os melhores são côr citrina e polpa branca. Encontra-se ainda ao sul de S. Pauloi a madeira deno»^ mnaida araçápeva e duas variedades de araçáraná, de con- clia^ e branco — , sendo o de concha uma arvore copada de casca lisa, vermelha, folhas redondas e o outro de es- branquiçada, com estrias vermelhas. As folhas de todas as espécies são adstringentes le têem applicações em medicina e no cortume, bem como as cascas. — 2,1 — Com o nome de araçâ do brejo se conhece a Poso^ / queria leucantha BARB. RODR., fam. das RU BI AC E AS. — Conforme a espécie, todo o Brasil. flRlrlPflBflCn SPIGELIA ANTHELMIA Linn. Fam. das Loganiaceas A planta inteira é empregada contra vermes intes- tinaes, sendo, porém, venenoia em doses altas. — Do Ama- zonas á Bahia. flRflp^Ry VOUAPA ACACIAEFOLIA (Beníh.) Baill. Macrolobium acaciaefolium Benth. Fam. das Leguminosas, sub-fam. das Caesalpineas Dão madeira para construcções civis, caixões, pe- ças de uso domestico. Também chamados aranary. — Do Amazonas ao Rio Grande do Norte, especialmente no Maranhão. flRflPflSSO Madeira empregada em apparelhamentos, mobílias, forro?;, obras internas. Adquire bello envernizamento. — Amazonas, Pará, S, Paulo. flRPIPlRflCíl PIPTADENIA MACROCARPA Benth. Fam. das Leguminosas, sub-fam. das Mimosas Passa por ser a madeira mais própria para obras dentro d'agua, pela sua duração; é empregada nas cons- trucções civis, obras internas, marcenaria e lenha. Produz também a resina medicinal e serve para jo cortume. E' o angico do Ceará. — Ceará, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. — 32 — flRflPOCfl RAPUTIA MAGNIFICA Engl. Fam. das Rutaceas Arvore de regular crescimento, dando um fructo que c uma capsula com 5 loculos, oblongos^ com duas semen- tes sub-globosas. Conhece-se por guataysipoca, pau ama- rello, arapoca amarellay dando tronco aproveitável de 6 a 8 'metros de comprimento e 0,50 (de grossura. Duramen de côr amarello-clara, muito egual; fibras esbranquiçadas, fi- nas e pouco apparentes. PESO ESPECIFICO: 1,210 R, 1,021 D. N., 719, 810 H. EMPREGOS — madeira de lei para obras externas, esteios, postes, vigas, logares húmidos ; marcenaria, segeria, torno; dormentes de 2.» qualidade, durando 9 annos. A casca amarga é útil nas febres palustres e dispie- psias e é ichtyotoxica e um poderoso tónico. A var. Arapoca branca — Raputia alhaNEES eMART .y tem as mesmas applicações. — Da Bahia a S. Paulo, Mi- nas Geraes. flRílPOCfl VERmehõíl GALIPEA RUBRA (?) Fam. das Rutaceas Madeira de cerne vermelho, tecido compacto; ser- vindo para construcções civis, obras internas. PESO ESPECIFICO : 1021. RESISTÊNCIA : 675. — Espirito Santo, Rio de Ja- neiro, São Paulo. ARílRPlCflnGfi Arvore de 9 metros de alto, bem vertical, dando ma- deira para construcções civis. Também appellidada ara- Tochanga. — Pará. 33 amm cipo E' lima planta trepadeira, flexível e forte, que nas- ce no cimo da castanheira e forma como um tronco lenhoso em redor da mesma arvore. Corta-se um gommo do cipó e apara-se o liquido, que corre copiosamente: é limpido, crystallino e extin- guindo a sede, é, também, diurético. flRflRflCUBfl Madeira para construcções civis. — Pará. PlRflRflCUREIRfl Tendo, também, o nome de arrebenta machado, dá madeira para construcção civil. — Rio de Janeiro. ARARflíTlBlLI Arvore de ii a I5 metros de alto, com i*",50 a 2^,0 de grossura; fornecendo madeira para construcções civis. — Amazonas, Pará, Bahia e Rio de Janeiro. PITHECOLOBIUM CAULIFLORUM. Mart. Fam. das Leguminosas, sub-familia das Mimosas Madeira para construcções civis. — Pará. flRflRflnimiú Madeira para construcções civis. — Pará. ÁRflRfl TUCUPÉ PARKIA OPPOSITIFOLIA SPRUCE. Fam. das Leguminosas, sub-fam. das Mimosas Também chamado arara tucupy, tem a casca ad- stringente e tannifera. — Amazonas, Pará e Rio Grande do Norte. — 34 — flCFIREUfl SICHINGIA TINCTORIA (H. B. K.) Schum. Fam. das Rubiaceas Arvore pequena, cuja casca fornece matéria corante vermelha ou purpúrea. fíRflRIBfl CENTROLOBIUM R0BU5TUM Mart. Fam. das Leguminosas, sub-fam. das Papilionaceas Arvore excelsa, de grande desenvolvimento e muito frondosa, de bello aspecto, dando fructos grandes, eriça- dos de longos espinhos finos, Reproduz-se facilmente por semente e é de crescimento muito rápido. Conhece-se o araribá amarello ou grande ou pota- mujúf araribá branco, ( no Paraná ) , araribá rosa ou iriribá, araribá vermelho ou carijó ( Centrolobium tomentosum BENTH. ) araribá piranga ou caámirim, araribá tinga ou caáguassú ( no Paraná ). Tronco, em geral, de 8 a 12 metros de alto e 0^,80 a in^,o de grossura. Cerne duro, notável por sua durabilidade, de côr amarella, ou rosa, roxo ou vermelho, com veios dessas cores e superficialmente machetado de tons mais claros; tecido compacto, fibras finas e revezadas. PESO ESPECIFICO: a. amarello ~%^2, 880 R., 891. 850 D. V., 764 G. P., 698 H. ; a. branco — 724 B. C. ; a. rosa — 870, 797 D. V. ; 870, 926 M. M., 705 B.;705E.C.; a. vermelho— 971, 999 R., 850 D. V.; 700 H. RESISTÊNCIA: a. amarello — ao esmagamento com carga perpendicular ás fibras 207 M. M. ; 199 G. P. ; pa- rallela — 317 M. M. ; 605 G. P. ; a flexão — 4.960 M. N. ; 1322 G. P. ; a. rosa — ao esmagamento com carga perpen- dicular ás fibras — 229 M. M, ; parallela 620; a flexão — 1.322; sem determinação — 7I8 M. N.; 718 E. C. ; a. vermelho — ao esmagamento com carga perpendicular 327; parallela — 538, sem determinação 450; a flexão — 1.217. — 35 — EMPREGOS : excellente madeira de lei para cons- trucções civis, esteios, vigas, obras externas, expostas, per- manecendo inalteradas por muito tempo, quando enterra- da, construcções navaes, marcenaria, tanoaria, mastros de navios, canoas, dormentes, portas, moirões, mobilias, soa- lho. Queima com brilhante chamma, difficil de aj)ag"ar, pelo que é servida como archotes. Dá matéria corante. — Bahia a Santa Catharina e Minas Geraes. ARARUTA ' MARANTA ARUNDINACEA Linn . da Fam. das Marantaceas Os rhizomas desta planta fornecem uma fécula finis- sima, muito estimada para mingaus, eminentemente alimen- tícia. — Quasi todo o Brasil. ARARU\7A Arvore da fam, das Leguminosas, de casca lisa, e fina, com pequena copa, não dando madeira (!e lei. Conhecem-se as variedades : a. branca, a. ama- rella e a. vermelha. A branca é inferior á vermelha. Tronco de 4 a 5 metros de comprimento e o"',40 a cnjóo de grossura. Cerne de cor amarella ou avermelhado- clara, com manchas, pouco compacto, fibras regulares. PESO ESPECIFICO : a.branca — y^ó H.; a. ver- melha— 720, 820 H. RESISTÊNCIA : a. vermelha — ao esmagamento com carga perpendicular ás fibras — 1I5 G. P. ; parallela, 404 G. P. ; a flexão — 121 7 G. P. EMPREGOS : obras internas, taboas de forro e iissoa- Iho, caixas, tanoaria, cercas. A a. branca só se usa no preparo de jacas, esteiras, etc, — S. Paulo. ARATICUm Família das ANONACEAS, género ANONA e ROL- LINIA. Esta família é relativamente rica em espécies úteis, havendo dentre estas algumas dando excellentes — 36 — fructos. Coiihecem-se as \ ariedades : araHciim alvadio-Rol- linea exalbida VELL., araticum pedra-Anona spec, ara- ticum do brejo ou do mangue ou cortiça ou niiilolô ou maçã de cobra ou panan- Anona paludosa AUBL., ou Anona palustris LINN., araticum do matto ou araticum do cam- po ou apê-Anona sylvestris VELL.y Rollinia sylvastica MART., araticum de espinho ou dOi río-Anona spines- cens MART.y araticum grande-Anona dioica ST. tilL. O araticum dá fructos pequenos lisos, polposos, de gosto agradav^el e tidos por vermifugos, com cheiro de queijo podre. As folhas são medicinaes. A raiz é esponjosa e muito leve, pelo que é empre- gada para bóias de redes, rolhas, e serve para afiador de navalhas, podendo substituir a cortiça européa. A madeira dá taboas para forro, caixoteria, arcos de barril, de penei- ras, carpinteria. As cascas podem servir para a industria de papel. — Do Amazonas ao Paraná. flRflXlXÁ Dá madeira branca, própria para o fabrico de palitos para phosphoros. E' uma arvore de lo metros de alto, caule recto, copa alta, galhosa. O fructo é uma castanha comivel, com 4 lojas. — S. Paulo. ARCO DE PlPfl ERYTHROXYLUM PULCHRUM St. Hil. Fam. das Erythroxllaceas No Brasil só ha esse género dessa familia, com 100 espécies A maia importante — E. coca^ por conter o alca- lóide cocaina, vive no Peru, tendo o nome vulgar de cuca, coca, ipadá. A espécie acima é madeira rara. E' arvore com ramos lisos, folhas largamente pecioladas, oblongas ou ellipíi- cas, agudas: fructos pequenos, vermelhos. Conhece-se também por Sobragy, sobrazíl. — 37 — O tronco é bastante duro e compacto e a madeira mais pesada do que a agua, é assaz estimada, principal- mente pela cor vermelha. Cerne compacto. PESO ESPECIFICO: 1071 R., I171 M. M., 1071 Saldanha. RESISTÊNCIA : ao esmagamento, com carga perpen- dicular ás fibras 538 M. M. ; parallela 538 M. M. EMPREGOS : é madeira de lei para esteios, Jogares húmidos, tanoaria, carroceria, obras internas, marcenaria, dormentes de 2.^ qualidade, construcções civis, pasta para papel. — Da Bahia a S. Paulo, Minas Geraes. AROEIRA As aroeiras estão compreendidas em três géneros da família das ANACARDIACEAS : lithraea, sckinus e as- tronium, a qual conta 7 géneros e 37 espécies. São arvores que variam de porte, dando madeira de maior ou menor resistência e cujas partes componentes têem as mesmas applicações e idênticos usos; de 6 a 11 metros de alto, havendo algumas espécies que alcançam muito maior altura, e outras, menor. O duramen é de côr amarelio-escura a vermelha, com manchas mais escuras, compacto e em algumas espécies de uma rigidez férrea. São, também, chamadas aguará yba uaçá, corneiba, friicto da rapoza, orindeúva, arindeúvo, irundeúba urindâva, aroei- rinha, pimenteira do Peru. Conhecem-se as variedades : a. branca, ou da capoeira — Lythraea Aroeirinha ENGL., Schinus moUeoides VELL.; a. de Minas ou vermelha ou do campo — Schinus macronu- lata MART., S. terebinthifolius RADDI ; a. molU — Schinus molle Linn.. A A. rhoifolia Engl. é o Schinus aroeira de Velloso, var. Sellowana ENGL. Schinus dedicado ao naturalista Sellow. Em alguns Estados, é o gonçalo alves — astronium fraxinilifolium SCHOTT ou astronium graveolens Jacq. — - 38 — PESO ESPECIFICO . 121 9 D. V.; I250, 1232, 1267 H. RESISTÊNCIA : ao esmagamento, sem determinação da carga: 1.095 E. C. EMPREGOS : madeira dura e durável, conforme a espécie; fornece dormentes de i.^ qualidade, esteios, moi- rões, postes, vigas, logares húmidos, marcenaria, torno, adquirindo belleza com o envernizamento; construcções civis, cercas, curraes, com duração secular, quando enter- rada. Porque se curve, serve para cavername de embarca- ções. E' assaz pesada. Os fructos, drupas globosas, são diuréticas, fabrican- do-se com elles no Chile uma bebida fermentada que se chama Chicha. A casca, adstringente, rica em tannino, serve para cortume e tinturaria, dando a "cor vermelha, fixa e é appli- cada contra rheumatismo e o cholera, o mesmo se dando com os fructos. Toda a arvore é anti-febril. As folhas frescas ou socadas têem applicações thera- peuticas, nas feridas, ulceras, e nas affecções dos bron- chios e larynge. A casca exsuda uma matéria resinosa, aromática e balsâmica, conhecida no Amazonas com o nome de resina de molle ou mastic americain; applica-se em emplastros nos resfriamentos rheumaticos, dores arthriticas com ato- nia e distensão dos tendões. Os pescadores empregam-na para fortalecer os fios das redes, tornando-os mais ou menos encerados. A resina que sáe dos peciolos do Schinus molle^ quando cortados e atirados nagua, o faz com tal impetuosi- dade que lhes imprime movimento. As flores branco-amarellas, aromáticas, offerecem um principio resinoso, que contém uma pequena parte de óleo volátil que lhe dá o aroma. Das folhas e flores, quando frescas se faz agua para toucador. Conta o Visconde de Taunay que a aroeira, por sua madeira resistente, representou papel importante em _ 39 — uma ponte por occasião da passagem do Exercito Brasi- leiío, na retirada da Laguna. O aguara, yba uaçú do Paragiiay e Matto Grosso é um Schinus que Parodi {de Buenos Aires) diz ser o therebin- ihifolius^ tónico, adstringente, excitante. E', sem duvida, o Schinus anti-atíhriticm MART., que é ante-rheumatico, ante nevrálgico, usado em banhos. — Do Piauhy ao Rio Grande do Sul, Minas Geraes e Goyaz. AROEIRA DO SERTÃO ASTRONIUM ORINDEUVA Fr.. Ali.. A. urundeuva Engl. Fam. das Anacardiaceas Conhece-se por aroeira preta — Myracrodriion Urun- deuva F R. ALL. ou Scfiinus antharthriiicus FR. ALL.t Schinus tentiformis MART.. No Paraguay é chamada urnn- dey pita ou urandey yba. A aroreira do sertãa é arvore de grande altura, che- gando a alcançar, ás vezes, mais de 20 metros, com os ra- mos novos pelludos, abundante no Paraná, em serra acima. Tronco de 6 a 8 metros de alto e 011,40 a 0^,60 de diâmetro. Duramen de côr pardo-clara ou escura, ou arroxea- da, com veios brancos, superficie machetada, fibras muito grossas e muito revezadas. O do norte é quasi preto. A madeira é imputrescivel sobre a serra, muito rija e pesada, capaz de supportar grandes pressões. Quando está secca, é muito difficilmeníe trabalhada, cegando as ferramentas. PESO ESPECIFICO : 1.055 G. P., 1.278 H. RESISTÊNCIA : ao esmagamento, com carga perpen- dicular 263 G. P. ; parallela — 661 G. P.; a flexão — 1.055 G. P. EMPREGOS : obras expostas ás intempéries, cons- trucção civil, marcenaria, carpinteria, esteios, postes loga- res húmidos ,vigas, taboado, dormentes. Não se presta a desdobramentos. Tem a casca medicinal, servindo, tam- bém, para o cortume. — 40 — Dá-sc o extracto da casca, como adstringente e o cosí- mcnto em banhos nas ulceras atonicas e de máo caracter. Torna-se paiticularmente bella, quando envernizada. Diz Huascar Pereira que é a primeira das madeiras paulis- tas para obras hydrauJicas. — Rio de Janeiro, S. Paulo, Goyaz, Minas Geraes e Matto Grosso. ARROZ ORYZA SATIVA Linn. Fam. das Graminaceas Hoje, o Brasil é grande productor de arroz, sendo bem apreciável na balança do commercio internacional sua exportação. — Todo o Brasil. ARRUDA BRAUfl RUTA MONTANA Clus. R. GRAVEOLENS Linn. Fam. das Rutaceas Tem também o nomie de a. seluagem, a. do matto. As folhas e as raizes são anti-espamodicas. — Piauhy. ARRUDA DO CAOIPO HYPERICUM TERETÍUSCULUM A. St.-Hil. Fam. das Hypericaceas Aromática e emmenagoga, excitante. — S. Paulo e Paraná. - ARTBmiSIA artemísia VULGARIS Linn. Fam. das Compostas As folhas e as summidades contêem uma diminuta parte de essência e de um principio acre : empregam -se como emmenagogo e anti-histerico. O pó da artemísia é recommendado contra a epilepsia. E' conhecida, também, por arte mija e flor de São João. — Rio de Janeiro e Minas Geraes. - 41 — flRUflRElÚ Madeira para construcções civis. — Pará. çmimm ICHNOSIPHON ARUMÀN (Aubl.) Kche. e I. simplex Hub. Fam. das Marantaceas Do caule se exíráe material para cestos, esteiras, peneiras e obras a trançar. Com os mesmos fins se conhece a var. ariiman ou uarunian-açú. — /. obliquiis KCHE. — Amazonas e Pará. flRUORE DOS VIÍ13flnTE5 RAVENALA MADAGASCARIEN5IS J. F. Gmel. Fam. das .Musaceas Apontada como reservatório d'agua, que se aggflo- mera nas bainhas de suas folhas. — Rio de janeiro (Jardim Botânico ). flSSPICÚ HURA CREPITANS Linn. Fam. das Euphorbiaceas O assacú é uma arvore colossal, cuja madeira é em'- pregada em construcções civis, obras internas, taboas para forro e soalho, sendo, comtudo, pouco empregada, porque é venenosa. Com o látex é que os índios envenenam suas flechas. Tem, todavia, o laiex utilidade therapeutica. E' um leite pardacento e um pouco avermelhado, muito cáus- tico, irritante, chamado veneno vegetal^ produzindo, até, ulceras na pelle, destruindo os tecidos. Mata immediata- mente, tomado em alta dose. Em pequena dose é vomi^ tivOj purgativo, e até anthelinintico. E' ichtyotoxico. fem applicações na veterinária. Sob a denominação de assacú se encxDntram as espécies Parkia multijuga BENTH., Apuleia molaris SPRIJCK. — 42 — Fam. das LEGUMINOSAS, sub-fam. das PAPILiONA- CEAS. O assacú é também chamado uassacú, catáuà, areeiro. — Amazonas e Pará. PI55fl5y EUTERPE EDULIS Mart. Fam. das Palmaceas Do fructo desta palmeira, quando maduro e fresco^, fazem uma beberagem muito usada no Pará; quando secco, é empregado para fabricação de óleo de assahy, ligeira- mente amargo, fixo e de côr escura. Var. assahy de terra firme — Euterpe longispathacea BARB. RODR. Assahy do alto Amazonas — Eufcrpe precatória MART. Tem, também, o nome de yuyu chouta. — Amazonas e Pará. flSSPi PEiXE BOEMERIA CAUDATA Swaríz. Fam. das Urticaceas Arbusto, dando fibras excellentes, sedosas, resisten- tes, podendo rivalizar com o cânhamo. Tem applicações em curativo das hemorrhoidas. — Quasi todos os Estados, principalmente Espirito Santo. flSSUCÍIRÁ Arvore armada de muitos espinhos, que dizem ser venenosos. Entrando no corpo, quebra-se, produzindo gran- des feridas. E' um arbusto das margens do rio Purús, talvez com as propriedades da quina. 43 — fíSTEPI Madeira própria para carros, vehiculos de toda espé- cie nas zonas ruraes. — Rio Grande do Sul. ANONA SQUAMOSA Linn. Fam. das Anonaceas Mais conhecida por seus fructos, que são muito apre- ciados. Em alguns Estados é também chamado fruta de conde, pinha,, anona. — Pará, Rio de Janeiro. fllflíTlBO Madeira de cor uniforme amarella, própria para obras internas, construcção civil. — Goyaz flTíHÍBfí GUAREA TUBERCULATA Vell. Fam. das MeHaceas PESO ESPECIFICO : 642. EMPREGOS : dá madeira para carpintaria e marce- naria. A casca é medicinal. — Rio e S. Paulo. PITIRIBÁ ECHWEÍLERA Sp. Fam. das Lecythidaceas Madeira para construcção civil, também appellidada a. jabuti, ateriba, envira, atereúna, jatereúa, atereúa, ten- do as variedades amarello e preto. — Pará e Maranhão. flTURIfl DREPANOCARPUS LUNATUS Mey. Fam. das Leguminosas, sub-fam. das Papilionaceas E' um arbusto succedaneo da altéa. — Pará. _ 44 — flÚlBfl y MYROXYLON DIGYNUM (Benth.) O. Ktze. Fam. das Flacourtiaceas A casca é adstringente. — Do Pará á Bahia. flTOREÍÍlOTEmO PITHECOLOBIUM AVAREMOTEMO Mart. Fam. das Leguminosas, sub-fam. das Mimosas Emprega-se em construcção civil. A casca, contendo tannino, serve para o cortume. E' toxica em alta dose. E' conhecido, também, por brincos de sagui, ou, por corruptela, sauin. — Rio de Janeiro. flUEbOZ V EUPHORBIA ENTHEURODOXA Linn. Fam. das Euphorbiaceas E' um arbusto de Pernambuco, cujo sueco é irritante e cáustico como o de muitas euphorbiaceas. Na qualidade de resolutivo, o leite do aveloz tem sido empregado nos casos de carcinomas e epitheliomas benignos. flypipflníi EUPATORIUM TRIPLINERVE VahI. Fam. das Compostas Planta com propriedades adstringentes, estomachicas, tónicas. E' empregada no tratamento de escorbuto. — Ama- zonas e Pará. POSOQUERIA PALULTRIS Mart. Fam. das Rubiaceas Arvore de pequeno desenvolvimento, dando madeira para bengalas, marcenaria, torno. Chamado, também, ayamârn. — Rio de Janeiro e S. Paulo. — 45 — flZBDinoa OXALIS BAHIENSIS Prog.. O. comiculalo Linn. var. stricta Sav. Fam. das Oxalidaceas O sueco das folhas é utilisado contra as febres^ em clysteres, dando o melhor resultado. Serve, também, nos casos de angina. As folhas sáo comiveis, contendo acido oxalico. Aazedinfia do campo — Oxalis hirsutissima MART. e ZUCC. é planta comivel em salada, tendo o mesmo uso therapeutíco; a Oxalis oxyptera PROG. é empregada em febres de mau caracter e na \'eterinaria. — Quasi todo o Brasil. flZElTOnfl BRPI\7fl RAPANEA FERRUGINEA (R. e P.) Mez. Fam. das ^ Myrsinaceas Grande arvore, de cujos fructos se extráe óleo fino que não só serve para pintura, como para o fabrico de sa- bão. Chamada, também, azeitona do matto. — Alagoas, Bahia e Matto Grosso. BflBflSSO ^ ORBíGNIA MARTIANA Bar. Rodr. Fam. das Palmaceas Uma das mais bellas palmeiras, a mais grandiosa, tal- vez; de I 5 a 20 metros de alto e caule de 40 a 50 centms. de diâmetro. Tem synonymia vulgar de agiiaçú, hagiiassút guaguaçú, uaiíaçúi oãussú, buassú. EMPREGOS : as folhas servem para cobertura de casas; delicadamente fendidas, para chapéos, bolsas, es- teirinhas; cestos, peneiras, esteiras. Os fructo.s, que servem para defumação da seringa, fornecem manteiga, aproveitada pelas populações pobres. A importância, porém, da arvore reside no óleo do coco, o qual tem todas as applicações do da Bahia ou «da praia), em sabonetes finos, perfumaria, lubrificação de ~ 4f. — apparclhos íinos, culinária. K' oleo fino, unctoso e ligeira- mente amareliado. — Amazonas, Pará, Maranhão e Matto Grosso. BABOSA BRAnCfl CORDIA SUPERBA Cham. Fam. das Cordiaceas Dá madeira para carpintaria, marcenaria, obras inter- nas. O fructo é comivel. — Rio de Janeiro, Minas e São Paulo. BflCflBíI . OENOCARPUS DISTICHUS Mart. Fam. das Palmaceas O fructo desta palmeira dá oleo, fixo, côr verde clara e de gosto agradável. Serve para illuminação e usos culinários, substituindo o de oliveira. Do fructo preparam os indígenas do Pará a bebera- gem semelhante á do assahy, usada por quasi todas as clas- sesj beberagem oleosa, mas mui saborosa e alimenticia. A seiva ferventada é empregada como vinagre. Var. : bacabinha ou bacaba — OE. mitior MART.y OE. multicaiUis SPRUCE, mais commum que o ungurany. Fructos menores que os deste e maiores que os da bacaba. EMPREGOS : servem para esteios de casas, cercas, ripas, etc. Com aquelle nome, ou bataá ou batyú é conhecida uma madeira no Paraná, e em outros logares, é bacaba ou batia, cabeçudo ou coqueiro azedo. — Amazonas, Pará, Paraná, Santa Catharina, Rio Grande do Sul, Goyaz, Minas Geraes e São Paulo. BACCmUKÁ V SIDEROXYLON VA5TUM Fr. AU. Fam. das Sapotaceas Arvore de lo metros de alto. dando madeira branca que dura pouco, quando exposta ao tempo. A casca exsuda um látex, que tem varias applicações. Conhece-se, também, por bacamiçá —Bahia. 47 BfíCUPRRy RHEEDIA MACROPHYLLA (Mart.) Planch. & Triana. R. acuminaía PI. & Tr., R. gardneriana PI. & Tr., R. brasiliensis PI. & Tr. Fam. das Guttiferas Bacupary é abreviatura de bacury e pary, cerca, isto é, bacury de cerca. Arvore bonita, pyramidal, de fructos pequenos, de casca amarella-citrina, assemeihando-se a um bacury em miniatura, não sendo, porém, tão saborosos e sendo mais ácidos. E' cochecido, também, por mucury, mociiry. EMPREGOS : construcção civil, marcenaria, carpin- teria. Em Alagoas é considerada madeira de qualidade inferior. A casca, que se emprega no cortume e as semen- tes, fornecem resina e óleo aproveitáveis. Com o nome de bacury e laranjinha do canifjO encon- tramos uma das espécies de Salada — Salada campestris 'X''ALP. da fam. das HYPPOCRATACEAS, dando fructos comiveis. Cita Huascar Pereira um bacupary — Erythroxylum . . . fam. das Erythroxylaceas^ empregado em obras internas, togares seccos, 2. a qualidade. O fructo contém sueco corro- sivo.— Do Amazonas ao Rio Grande do Sul e S. Paulo. BflCURy PLATONIA INSÍGNIS Mart. Fam. das Guttiferas Bella arvore, de 17 a 22 metros de altura, dando fruc- ctos do tamanho de uma laranja; casca amarello-citrina com a massa das sementes que dividem o fructo em bagos, que é a parte que se come, muito alva. E' mui doce e acidulado e de gosto assaz agradável. Em quasi todos os fructos se encontra um bago, sem semente, vulgarmente chamado «filho», que é o mais apreciado. Come-se cru ou em compota. Conhecido, também, por pacuriuva, bocory. - 48 — U cerne é peaado, de tecido rijo e resiste á humidade. VARIEDADES : b. \ennelho, b. de folha meada (cerne branco), b. de folha larga (cerne amarello"), EMPREGOS : Fornece madeira dura e forte para construcção civil e naval, com vantagem em soalhos, mo- veis, taboado, forros. Das sementes se tira óleo, 6 «/o, e da casca, resina, em- pregada em veterinária, e que contém gutta percha. Pro- duz estopa para calafeto. — Do Amazonas á Bahia, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. BAGACEIRA BAGASSA GUIANENSIS Aubl. Fam. das Artocarpaceas Dá matéria corante e fructos comiveis, adstring-en- tes. — Amazonas e Pará. BPlGfl Dfl PRflIfl COCOLOBA CORDIFOLIA Missn. Fam das Polygonaceas Planta tannifera. — Amazonas, Pará e Bahia. BPIGUflSSÚ Fornece madeira de côr branca, própria para caixo- teria; sendo envernizada, torna-se bella. E', também, conhecida por caágiiassú e cedro branco. Em Caminhoá não se encontra esta arvore e sim caa- guassú (do Paraguay) e que é o caá-na, ilex^ com que se falsifica o ilex par aguar yensis. — São Paulo e Santa Catharina. BflinOPl DE ESPADA ACANTHINOPHYLLUM STREPITANS Fr. Ali. Fam. das Moraceas Dá matéria corante amarella. — Rio de Janeiro, 49 BflhflTO MIMUSOPS BALATA Gaertn.. M. bidentata D.C. Fem. das Sapotaceas E' madeira estimada que tem o nome de bullet-wood, na Guyana Ingleza, balata, na Franceza e paárde flesh, em iSurinam. E' semelhante á da maçaranduba commum ; porém, um pouco mais avermelhada, ás vezes, mesmo, vermelha leiscura. EMPREGOS : construcções navaes, dormentes, car- pinteria, marcenaria. O látex da casca é gutta- percha ou balata, como se conhece na industria e no commercio. O fructo é comivel e as folhas .são medicinaes. — Amazonas e Pará. BflhSfl OCHROAAA LAGOPUS Sw. Fam. das Bombaceas Os fructos fornecem exceli ente paina, muito aprecia- da para enchimentos de travesseiros, almofadas, etc. BflhSflmO MYROXYLON PERUIFERUM. Myroxylon loluiferum A. Rich., Toluiferum balsamum Linn. Fam. das Leguminosas, sub-fam. das Papilionaceas Arvore com tronco aproveitável de ii a I3 metros de alto e I a I V2 *^^ grossura. O cerne é rijo e vermelho. Dá uma resina de aroma característico, a qual augmenta o poder combustível da madeira e contém um óleo essen- cial, sendo conhecidas por benjoim na Parahyba e bálsamo de cheiro eterna em Sergipe, A serragem é sempre procurada para a extracção do principio aromático. E' o bálsamo do Peru. — 50 — Usa-se o cosimento das folhas com fins therapeuticos. — De Pernambuco á Bahia, Minas Geraes. BanauEim MUSA paradisíaca Li«n.. M. sapentium. Fam. das Musaceas As fibras dos troncos e dos pecioJos das folhas é a substancia que se aproveita no fabrico de cordas, papel e actualmente produzem seda vegetal muito apreciada na fabricação de meias, que são vendidas, até, como de seda animal. Muito conhecida por seus fructos. A seiva extrahida do caule tem sido empregada com franco successo na tuber- culose, fraqueza pulmonar, gastro enterite, diarrhéas. — Todo o Brasil. BflnnnEiRinõfl do íhatto HELICONIA BIAHAI. Swartz., H. episcopalis Vell.. H. brasiiiensis Hook. Além de ornamentaes, estas espécies produzem fibras aproveitáveis. — Da Bahia ao Paraná. BflRBfl DE 17Eh50 TILLANDSIA USNEOIDES Linn. Fam. das Bromeliaceas E' vegetal epidendro, também chamado barba de pau e vivendo sobre grande variedade de plantas e no qual ultimamente tem sido encontrado um acido resinoso com o aroma característico da cumarina. Por sua elasticidade, forma uma crina vegetal superior própria para enchimento de colchões, travesseiros, sellins, almofadas e para acondi- cionamento. Submettidas a um banho com agua a ferver e descascadas depois, desprende-se todo o tecido cortical, persistindo a parte lenhosa em filamentos escuros e cylin- dricos intrincadamente enovelados. — Todo o Brasil. 51 ~ B^RBflSCO BUDDLEIA BRASILiENSIS Jacq. Fam. das Loganiaceas Tanto as folhas, como as flores são emollientes, cal- mantes, sudoríficas, e empregadas contra affecções do peito. — São Paulo. BflRBflTimflO STRYPHNODENDRON BARBATIMAM Mart. Fam. das Leguminosas, sub-fam. das Mimosas Arvore de mais de 5 metros de alto, caule tortuoso, casca áspera e rugosa, o fructo é uma vagem, dando se- mentes grossas e carnosas. E* conhecido, também, por uabatímó, barba de tiniam^ casca de virgindade ou da mo- cidade. O nome indígena ybá timo, que passou a bar- batimão, quer dizer ancore que aperta, isto é, adstringente. VARIEDADES : 5. polyphyllum MART., 5. rotun- difolium MART. , S. obovatum BENTH., S. macrosfachyiini PE PP., S. floribundum BENTH.. O tronco aproveitável alcança 4 metros de compri- mento com 0^,40 a o"'j6o de grossura. PESO ESPECIFICO : 1304 M. M., 1045 R., I275 D. V., 1304 D. N. RESISTÊNCIA : ao esmagamento, com carga perpen- dicular ás fibras 361 M. M. ; parallela 675 M. M. ; sem determinação 1015. EMPREGOS : boa madeira para marcenaria, torno, obras internas, logares húmidos, não se presta para taboa- do, nem para grande desdobramento. A casca é adstringente, a mais rica em alta porcenta- gem de tannino, 25 o/o, empregada no cortume. EUa e as fo- lhas são empregadas em banhos, como tónicos, e também applicadas contra feridas malignas, ulceras, hérnias, he- morrhagias e contra diarrheas em homens e animaes, e nas ophthalmias chronicas, affecções escorbulicas e em lavagens vaginaes para corrigir as irritações. A casca em infusão produz tinta vermelha. — Todos os Estados do Brasil. 52 BPlRDPinPI LAPPA TOMENTOSA Linn., Artium Lappa Linn. Fam. das Campostas Planta muiío commum, medicinal, empregando-se a raiz, que é muito amarga, como diaphoretico, diurético, nas affecções chronicas da pelle e nas rheumaticas e escrophu- losas. O sueco das raízes com óleo de amêndoas faz cicatri- sar ulceras. Também chamado herva dos tinhosos, pegamaco. — Diversos Estados. BflRDfl05in50 PLEGERINA UMBROSI5SIMA Arr. Cam. Fam. das Rosáceas A plegerina de Arruda Camará applica-se ás espécies oiticica ou catingueira do norte; não sabemos se bardão- sinho é synonymia de oiticica; o é, porém, de catinga de bode. E* estimulante, sudorifico. Serve para resfriamento e influenza^ e é considerada a melhor planta para curar grippes e dores pelo corpo. O género Plegerina, ARRUDA CAMARÁ ou Plera- gina STEUD ainda é incerto, refere Lôfgreny e é adoptado por HOOKER e JAKSON, do Jardim de Kew, por ser o mais antigo. Dá madeira para construcção civil, obras internas. — Alagoas. BfíRIRIÇÔ LANSBERGIA CATHARTÍCA Klaíí.. Trimezia Caracasano De Vriese. Fam. das Iridaceas Ambas têem effeitos purgativos, sendo a segunda, também, appellidada rhuibarbo do campo. — Rio de Janeiro, Bahia e São Paulo. 53 BflTPlTO DÇ\ PRflIR IPOMOEA marítima Brown. I. liíoralis Choisy. I. pes-caprae Sweet. Fam. das Convolvulaceas Também salsa da praia, pé de caâra, com raiz tuberosa, dando fécula e resina purgativa. As folhas são forrageiras, emoliientes e empregadas contra o rheumatismo. — Amazonas, Pernambuco e Rio de Janeiro. BílTRTe D5 PURGA OPERCULINA CONVOLVULUS Manso. Fam. das Convolvulaceas E' uma trepadeira muito commum no Brasil. Purgante enérgico e depurativo útil nas moléstias da pelle. Sua álcool atura é feita com a planta fresca e é uma preparação enérgica e activa. Contém resina e gomma ou amido, muito empregado no Norte nas moléstias uterinas, metrites, metrorrhagias, dysmenorrliéa. Essa gomma é chamada tapioca de purga ou gomma de batata, com 4 «/o de resina drástica. — Do Maranhão a São Paido. BATOTA DO CAÍÍIPO GESNERA ALAGOPHYLLA Marí. Fam. das Gesneriaceas Emprega-se a raiz como tónico. — Rio Grande do Sul. BATOTO DOCE IPOMOEA BATATAS Lam. Fam. das Convolvulaceas Seus tubérculos são alimentares e comidos assados, cosidos, fritos, servindo para doces de varias qualidades. As folhas, e também, as batatas (tubérculos) são forragens. Colhe-se duas vezes por anno. — Todo o Brasil. 54 BfíTflTR inGhEZfl SOLANUA'\ TUBEROSUM Linn. Fam. das Solanaceas Até bem pouco tempo importávamos de Portugal a batata ingleza, embora oriunda da America; hoje, culti- vamol-a e até exportamos. Tem largo consumo no paiz, e é dado como forrag'eira. — Todo o Brasil. Beimnoíi do cflmpo MOREA APHYLLA Manso, Polia bonariensis Tenore. Fam. das Iridaceas Tem também o nome de vareta e é muito usada contra a bouba e as affecções syphiliticas. A parte em- pregada é o bulbo secco, reduzido a pó, misturado com leite, na dose de 2 a 4 grammas. — Pernambuco, Bahia, Aíinas Geraes e São Paulo. BflTinefl EUGENIA Sp. Fam. das Myrtaceas Planta pequena, fina, também conhecida por nbatinga, vatinga, assobio, abundante nos Estados do Sul, dando tronco de 6 a 10 metros de comprido e c^jóo a o™,8o de diâmetro, com cerne branco quando cortado, tornando-se vermelho pela acção do ar atmospherico. PESO ESPECIFICO : 981 G., 880 R., 1054 D. V. EMPREGOS : construcção civil, eixos de carros, varas usadas nas embarcações, remos, canoas, varaes de carro, obras internas, vigamentos, moirões, dormentes de 3.=* qualidade, caibros, enchimentos. As folhas são ricas em tannino e empregadas no cortu- me. — Amazonas, Pará, Alagoas, São Paulo ao Rio Grende do Sul ort BRTlPUTá GOMPHIA PARVIFLORA De Cand. Ochna jabotapilta Vell, Ouratea parviflora Bai!!. Fam. das Ochnaceas Encontra-se abundantemente em todos os taboleiros do Rio Grande do Norte; tem pouco crescimento e a ma- deira não se presta para obras. Também chamado jabotá- pita. No sarcocarpo do fructo se encontram as sementes de que se extráe óleo. Quando maduro o fructo, apresenta uma cor encarnada muito viva e as sementes ficam ama- rellas e rajadas de preto e é neste estado que são colhidas e delia se separam com facilidade as sementes, que não se prestam á alimentação. O óleo tem applicações medicinaes nos rheumatismos, ulcera, no útero, erupções da pelle, queimaduras. Usa-se também no preparo do peixe a frigir. O chá das folhas serve nas digestões difficeis. — Rio Grande do Norte, Pernambuco e São Paulo. 3flLinib5fl VANILLA AROMÁTICA Sw.. V. planifolia Andr.. V. parvifolia Barb-Rodr.. V. pompona Schieda, da iam. das Orchidaceas Os fructos fornecem o extracto tão conhecido em con- feitaria e perfumaria, com o nome de vanitlina. As orchidaceas teem poucas espécies úteis ao homem. — Quasi todo o Brasil. STATICE BRASILIENSIS Boiss. Fam. das Plumbagincas As plumbag-ineas são arbustos ou hervas com folhas simples, inteiras ou fendidas (exóticas), alternas, herbá- ceas e approximadas, em roseta. Geralmente, a epiderme tem glândulas que secretam agua ou sál. A distribuição — So- das espécies é quasi sobre todas as zonas; sendo cosmopo- litas os géneros pliitnbaga e statice. Além de serem as espécies destes géneros, ás vezes, cultivadas, por suas flores; nada mais consta das proprie- dades nesta família. A raiz é um adstringente poderoso, diunetico, anti-sy- philitica. ^ Empregado nas moléstias onde ha necessidade de adstringentes, nas diarrhéas, dysenterias, leucorrhéas. E' conhecido, também, por guaycurú. Com este nome se conhece ainda a Borreria centratoides Cham. e Sch., da fam. as Rubiaceas. — De São Paulo ao Rio Grande do Sul. BE130 DE mOÇPI BUMELIA Sp. Fam. das Sapotaceas Arvore de i f a I3 metros de alto, dando madeira pró- pria para todas as construcções, carpinteria, marcenaria, portas, vigas, tornos; dura 30 annos enterrada e 60, abri- gada. — Bahia. BEbDROEGR PORTUL.ACA OLERACEA Linn. Fam. das Portulacaceas As folhas são muito apreciadas, criias em salada, ou preparadas ao fogo. — Todo o Brasil. BEn30im STYRAX OFFICINALE Linn.. St. Benzoin Dryand. St. nervosum D. C. 5. ferrugineum Nees e Mart. Fam. das Styracaceas E' sobretudo, a resina aromática que torna conheci- das as styracaceas, a qual tem vários empregos nas perfu- marias, e na composição dos incensos. Uma vez ferida a arvore, pelo ponto ferido principia- rá a correr a resina, que naquella espécie é a que dá o afamado benjoim. — 57 ~ As espécies brasileiras SL reticulata, Si. ferruginea, camporum, Pamphilia áurea fornecem a estoraque que é um benjoim menos precioso. A resina do benjoim é de sabor doce, aromático, agradável a principio, tornando-se logo amargo; tem cheiro muito suave, porém, activo. E' poderoso estimulante, tó- nico e anti-septico. A madeira aproveitável serve para construcções ci- vis e obras internas. E' o bálsamo em Alagoas. — Centro e leste do Brasil, existindo em grande abundância no termo da Bahia For- mosa. BETOniCPI BETONICA OFFICINALI5 Linn. Fam. das Lamiaceas Estimulante, aromática, acre e amarga. A raiz é emeto-catliartica, diurética e emmenagoga; dá matéria corante. Também bctonia. — Ceará. BÍBIRÚ NECTANDRA RODIEI R. Schomb. Fem. das Lauraceas PESO ESPECIFICO : 1.060. EMPREGOS : construcção naval e marcenaria. A casca tem applicações therapeuticas. Os fructos contém um alcalóide — bebeerina. — Do Amazonas ao Ceará. BICUBlBfl MYRISTICA BICUHYBA Schott . M. officinalis Mart.. M. sebifcra 5w. Virola surinamensis (Rol.) Warm.. V. sebifera Aubl. Fam. das Myrislicaceas As myristicaceas são todas arvores ou arbustos le- nhosos, com folhas mais ou menos coriaceas, distichas, penninervadas, sem bainha e sem estipulas, que habitam somente mattas virgens. — 5S — Os géneros brasileiros são virola, iryanthera, ostea- phleiím, compsoneura^ dialyanthera. Quasi todas as espécies desta família são utilisadas por causa do óleo contido nas sementes, como das da virola bicuiba, no Brasil, tão empregadas pelos caçadores^, que se servem delias como velas,, cortando-as e accendendo na eíxtremidade cortada. São, em geral, arvores de 20 metros, mais ou menos, de altura, com i a 2 metros de diâmetro, copadas, arre- dondadas, com muitos galhos, fazendo enorme fronde; flo- res unisexuaes; o fructo é uma noz com uma só semente. Conhecidas por ocuba, ucuaba, arvore de sebo, urucu- ba, bicuhyba assa, bucuáva, baraiiga, e com as variedades — Bicuiba ou Ucuuba branca^ Bicuiba ou Ucuuba da matta, Bicuiba ou Ucuuba %*ermelha. Tronco utilizável, de 10 a 12 metros, de om,6o a c^jSo de grossura. O cerne, não muito resistente, de côr branca, rapi- mente avermelhece, quando exposto ao ar. PESO ESPECIFICO : 770 R., 570 D. N. EMPREGOS : construcções civis, caibros, vigamen- tos, taboados, obras internas, é fácil de ser trabalhada, adquire bello aspecto, envernizada, e é de longa duração. O óleo, em grande porcentagem, 70 0/0 que delle se extráe é empregado contra dores rheumaticas, asthma^ tumores nas articulações e vermes intestinaes, nas molés- tias de pelle, nas erysipelas, nas hemorrhoides. O sueco que corre da casca da bicuhiba vermelha, quando ferida, chama-se sangue de bicuiba. E' empregado topicamente contra hemorrhoides, contra a hemorrhagia dos mamilos, e as cólicas. Nas ulceras e feridas chronicas auxilia sua cicatrizarão. Combate as hemoptises, diarrhéas e qualquer hemorrhagia. Na hoemeopathia c muito empre- gada com o nome de «sanguinis»; é bom remédio para estancar o sangue por sua acção altamente adstringente. A alcoolatura é a preparação de mais confiança e de maior valor medicinal. E' muito útil nas cólicas do estômago e intestinaes e como tónico e restaurador das forças. E* - 59 — um estimulante do cérebro, avivando a memoria e a in- telligencia; grandemente adstringente; combate a dysen- teria, enterites chronicas (diarrhéas) hemorrhagias internas. O óleo é mais propriamente uma adiposera, concreta, de côr branca, bastante inflammavel. O fructo accende, dando luz muito clara, 40 a 70 0/0, mais ou menos, de óleo para velas e sabão; é diamado^ até «sebo vegetal W e muito empregado nos accessos asthma- ticos, na flatulência, debilidade do estômago e mau há- lito. A noz moscada da Myristica fragans é um exceli ente condimento, além de empregado em medicina como exci- tante poderoso nas digestões laboriosas; goza, também, de propriedades narcóticas. Seu arillo ou macis constitue a parte mais aromática. As sementes da virola sebifera são applicadas para fabricar velas, sabão. E' também conhecida por bictthjba a Plumeria phagoe- denica, das Apocynaceas. — Amazonas, S. Paulo e Rio de Janeiro. BIÍTIBÍI, HERyMINIERA ELAPHROXYLON Guill.. et Perr. Fam. das Leguminosas, sub-fam. das Papiiionaceas Arvore africana, cultivada no Brasil, de lenho branco, muito molle e leve. Dá madeira que se emprega em cons- trucção de jangadas. Quasi todo o anno está coberta de flores amarellas que lhe dão um bello aspecto. BIRIBfl ROLLINIA aff. ORTHOPETALA A. D. C. Duguetia marcgraviana Mart., Fam. das Anonaceas Arvore de 17 a 20 metros de alto, linheira, própria para construcções civis e navaes, mastros, esteios, obras internas, canoas, caixões, taboado de forro, jangadas, mon- — 60 — tarias, pasta para papel; fornece embira, bôa estopa; dá excellentes archotes. Dá fructos grandes, de casca amarella, espinhosa, nnuito apreciados pela polpa branca, adocicada. Da casca se extráe seiva applicada como bálsamo nas feridas por golpe. A primeira, conhecida também por biriba do Pará^ jaca de pobre, sendo indifferente biriba ou biribá. PESO ESPECIFICO : b. do Pará— i^io. RESISTÊNCIA: ao esmagamento — b. do Pará — 974. — Do Amazonas ao Rio de Janeiro. BIRIBíl RíinR DUGUETIA SPIXIANA Marí. Fam. das Anonaceas Dá madeira para caixoteria, taboas de forro, jan- gadas e matéria prima para papel. Fructo comivel. — Amazonas. BOflí noiíE IPOMOEA BONANOX Linn. Fam. das Convolvulaceas Toda a planta é anti-rheumatica. — Do Amazonas ao Estado do Rio. BOCUVfl Arvore de caule direito, dando muitos galhos espar- sos; fructos compridos, pretos, com veios amarellos e muito oleosos. Tronco de 8 a 10 metros de alto e om^óo a i'",o de grossura. Duramen de côr amarello-escura, com manchas avermelhadas ; fibras grossas. PESO ESPECIFICO : 875 H. EMPREGOS : forros, esquadrias, obras internas. Tem o inconveniente de empenar muito. O fructo, mesmo sem seccar, accende, dando multo bôa luz. — São Paulo. 61 BOíTiBnnHssfí CARLUDOVICA PALMATA Ruiz e Pavon. Fam. das Cyclanlhaceas Esta pequena planta confunde-se com uma palmeira,, sendo chamada em Vanezuela palmeira de cogoUo ou luca- tiva; não é, todavia, uma palmeira, como se vê acima. Co- Ihem-se tão somente os grelos novos ou folhas do centro, com as quaes se fazem chapéos quasi eguaes aos chamados Panamá, mas raras vezes de tecido tão fino ou tão bem fabricados como os Guayaquil e Colômbia. Dessas cyclanthaceas se conhecem uma vinte espécies no Brasil. A espécie Carludovlca Gnrdneru fornece também pa- lha para chapéos. — Amazonas e Pará. Bom noíTiE Tronco de 8 a ii metros de alto e \^,o a i"\50 de grossura. Duramen muito denso, pesado, de côr esverdeado escura, amarello ondeado de preto, semelhante ao bacuri. E' excessivamente rijo e resistente e difficil de ser perfu- rado. Emprega-se em construcções civis e navaes, marcena- ria, cercas. Não se lhe conhece nome scientifico. — Parahyba e Alagoas. BORDflO DE \7Eb50 Da fam. das Leguminosas, sub-fam. das Mimosas E' empregada contra ophtalmias. — Rio Grande do Norte, Pernambuco e Alagoas. BORRPÍGEm BRí^yfl HELIOPHYTUM INDICUM D. C. Fam. das Borraginacees O cosimento das folhas é empregado nas moléstias da pelle. — Quasi todo o Brasil. — 62 — BO550 MANICARIA SACCIFERA Garín. Fam. das Palmaceas Preciosa palmeira da Ama2onia, ciando bôa fibra para vassouras e escovas e para cordas. Suas grandes espatha^ são formadas de um tecido compacto, flexivel e resistente, que se presta para vestimentas, chapéos, barretes. As fo- lhas servem para cobertura de casas. Conhece-se também por uouçã, uovaçá, baçú. — Ama- zonas e Pará. BRfíço DE mono SOLANUM MARTII Steudt. Fam. das Solanaceas As folhas são diuréticas. Conhecido, também, por Panacéa. — Espirito Santo e Minas Geraes. n Reco5y Arvore de grande desenvolvimento, com as variedades b. amarelLo, b de pedra^ b. vermelho, e sob as denomina- ções de baracuhy, garacuhy, graciihy e guaracuhy, dando troncos aproveitáveis de lo a 12 metros de comprimento e om,6o a om,8o de grossura. O cerne é de côr amarello-clara a vermelho-escura; fibras miúdas, unidas e direitas, excepto na var. pedra. PESO ESPECIFICO : b. vermelho — ^\2 H.; b. de pedra — j?>c) H. ; b. vermelho — 813 H. EMPREGOS : esteios, vigas, obras externas, Joga- res seccos. Não se presta a grande desdobramento. — São Paulo. BRÍinQUlh50 5EBASTIANIA KLOTZSCHIANA Mull. Arg. Fam. das Euphorbiaceas Arvore que attinge a grande altura, com V2 nietro de diâmetro, dando madeira leve e rija, que se presta par- — 63 — ticularmente para o fabrico de carvão, podendo servir para caibros, cabos de ferramenta. Não resiste ao tempo. PESO ESPECIFICO: 643 G. — Do Amazonas ao Rio Grande do Sul. BRÍlSfl ViVa CALYPTRANTHES GRANDIFOLIA Berg. Fam. das Mvrtac eas Produz fructos apreciados. — Rio de Janeiro e São Paulo. BRflOnfl MELANOXYLON BRAUNIA Schott. Fam. das Legumi- nosas, sub-fam. das Caesalpineas E' uma arvore magesíosa, de grande desenvolvimento, indo além de 11 metros de altura, com 0^,80 a l^^io de grossura, muito copada, dando excellente madeira de lei, quasi tão duradoura como o jacarandá, sendo o cerne muito duro e compacto e de um vermelho escuro, quasi negro, donde o nome g-enerico e o vulgar indígena. Conliecida, também, por 7núiráúna, guiraiítia, graúna, guaraúna, garaúna, crauna, baraúna, perovauna^ maria preta. O nome vulgar mairaána, isto é, pau preto, tem sido muito adulterado, chegando-se a braúnia, que é o nome scientifico, e que, diz Barb. Rodr. já nada significa. PESOESPECIFICO : 867, 943, 936, 983, 11 24 R., II 24 M. M., 10.60 E. C, 990 Rainsville, 1134, 11 93 D.V., 1036 H. RESISTÊNCIA : ao esmagamento, com carga perpen- dicular ás fibras 449 M. M. ; parallela 802 M. M. ; sem determinação 818 N. EMPREGOS : madeira de lei para esteios, estacas, postes, vigamentos dos grandes edifícios, iogares húmidos, taboado grosso, peças de carros, marcenaria, carroceria, dormentes de primeira qualidade, durando 1 1 annos. — 64 — Produz boa tinta para tecidos e a casca, adstringente, tem applicações no cortumc. Perfurando-se o tronco até o âmago corre um liquido escuro adstringente que tem uma acção especial sobre os intestinos, curando as diarrhéas e dysenterias simples ou infectuosas. Tem acção prompta e decisiva na diarrhéa dos tuberculosos, nas hemorrhagias uterinas, nas hemopti- ses, e sobre os vasos constrictores. — De Pernambuco a S. Paulo e Minas Geraes. BRÊDO AMARANTUS SPINOSUS Linn. Fam. dos Amaraníaceos As folhas são utilisadas na alimentação. — Ceará. BRÊO PROTIUM DUCKEÍ Hub.. Crepidospermum rhoifolium (Benth.) Tr. e PI. Fam. das Burseraceas Arvores que com o mesmo nome vulgar abundam no Amazonas, mais conhecidas pela resina do que pela madeira, com um tronco de 6 a 1 1 metros de alto e o"i,66 na maior circumferencia. A resina, branca e perfeitamente dúctil, serve para velas, sendo conhecida no commercio com o nome de Elemi. A madeira, serve, entretanto, para obras internas, sendo a arvore chamada arvore de brêo ou pau de brêo. — Amazonas, Pará e Alagoas. BRinCOS DE PRinCEZfl FUCHSIA INTEGRIFOLIA Camb., F. montana Camb. Fam. das Oenotheraceas Fornecem matéria corante preta, quando reunido o sueco das folhas e ramos a um sal de ferro solúvel. —Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Geraes. — 65 — BROCfl Madeira conhecida no Maranhão com este nome e va- riedades assú e mirim. Não será o tapa-ijípa, leguminosa, cujas estipulas, transformadas em espinhos, servem para brocar toneis ? BUC5inf5fl LUFFA OPERCULATA Cogn.. L. aegypciaca Mill. Fam. das Cucurbitaceas Hydragogas. A polpa dos fructos é irritante e cáus- tica, sendo, comtudo, empregada na hydropisia e moléstias hepáticas ; as sementes, como depnrativ^o, e contra darthros. Os fructos seccos servem para esponjas de banho. Conhecidas, também, por cabactnha, bucha paulista, bucha dos paulistas^ purga de João Paes. — Do Amazo- nas a São Paulo. BURfinoEm LUCUA/^A GLYCIPHLAEA Mart.. Syn., ChrysophyHum glycipheum Casaraíti. C. Buranhem Riedel. Fam. das Sapolacess Desta familia tem o Brasil 13 géneros com mais de 90 espécies. Arvores de grande desenvolvimento, com tron- co grosso, fornecendo boa matéria prima, madeira de pri- meira qualidade, que serve para marcenaria, carpinteria, torno, carruagens, remos. Conhecidas também por ibíracem, casca doce, bacomyxá, pau doce, guaranhem. As cascas são anti-febris e servem para o cortume, fornecendo cerca de 40 «o de cortim. Já houve larga expor- tação do extracto das cascas, sob o nome de monesia^ indi- cado nos casos em que se reclamam adstringentes, hemos- taticos. Externamente empregada nas ulceras cutâneas, nas ophtalmias purulentas, na estomatite, bemorrhoidas, fistu- las do anus. — Do Amazonas ao Rio de janeiro. — 66 — BURÍTy MAURITIA VINIFERA Mart.. Fam. das Palmaceas Elegante palmeira, elevada, direita, de casca grossa e rija, também conhecida por bority, merity, miirity, mu- ruty, sendo o cerne um miolo quasi semelhante ás escovas de coco. Das fibras das folhas, quando ainda fechadas se fazem cordas, linhas, redes, chapéos, cestas, esteiras teci- dos grosseiros. Os fructos dão óleo e servem para defu- mação da seringa, na falta do urucury. Das colónias france- zas são exportados os caroços dos fructos com o nome de marfim vegetal. Da polpa do fructo se faz uma bebida semelhante á do assahy e um vinho muito apreciado. — Amazonas, Paiá e Piauhy. Arvore que dá o pau buxo, com 8 a 14 metros de alto e om;8o a i^,^o de grossura. Tem emprego na construcção civil, naval e marcena- ria. Em Alagoas dá-se-lhe o nome de bucho de veado. — Amazonas, Pará, Alagoas, Bahia e Rio de Janeiro. EUPHORBIA SERPENS A. B. K., var. radicans Engelm. Fam. das Euphorbiaceas Folhas diuréticas e úteis no tratamento das ulceras. — Bahia, Espirito Santo e Rio de Janeiro. zm mm PITHECOLOBIUM SANGUINEUM Benth. Fam. das Leguminosas, sub-fam. das Mimosas Arvore que excede 6 metros de altura, dando madeira que é uma das mais empregadas no fabrico de carros, car- — 67 — roças, engenhos, construcção civil, por sua dureza e elasti- cidade. Var. : c. i. vermelho, com abundância no Paraná. PESO ESPECIFICO : 824. RESISTÊNCIA ; ao esmagamento 546 ks. por cm^ São Paulo e Paraná. cflâ mi ILEX AMARA Parodi. Fam. das Aquifoliaceas As folhas são amargas, e por se parecerem com as do mate verdadeiro, com ellas falsificam aquelle producto. — Paraná, Santa Catharina e Minas Geraes. CHÁPIÁ . DORSTENIA BRASILIEN5IS Lam.. D. bryoniafolia Mart.. D. multifornis Miq. Fam. das Artocarpaceas Também conhecida por contra herva, cayapiá, cara- ptd, capa homem, é planta medicinal ; diurética, excitante enérgico, diaphoretico poderoso. E' empregada, também, na atonia do canal digestivo, na chlorose, febres, diarrhéas chroricas e dysenterias, e em cosi mentos para regularizar a menstruação. A raiz é emmenagoga, expectorante e diaphoretica. Compara-se sua acção com a da serpentária. mmzEiRO . STIFFTIA PÀRVIFLORA Don. Fam. das Compostas Fornece madeira inferior para caixoteria, moirões, cer- cas. E" uma arvore de pequeno desenvolvimento, dando um fructo, que é uma cabaça pequena dura. E' chamada em S. Paulo cabaunha. — Rio de Janeiro e S. Paulo. 68 - CPIBEhbO DE riEGRO CONNARUS SUBEROSUS Planch. Fam. das Connaraceas Madeira de lei eraprej^fada na carpintaria, marcenaria de luxo, construcção civil, obras de torno. A casca é medi- cinal. — Goyaz, Minas Ccraes, S. Paulo e Paraná. CPIBEbhO DE DEGRO ^ ERYTHROXYLON TORTUOSUM Marí. Fam. das Erythroxylaceas Madeira para carpinteria, marcenaria, obras externas, construcção civil. A casca serve no cortume e na industria. — Goyaz, Matto Grosso e S. Paulo. CflBEhhUDÍl EUGENIA CABELLUDA Kj., E. tomcníosa Cambess. Phyllocalyx tomeníosus Berg. Fem. das Myrtaceas Dá fructos amarellos, pelludos e comiveis. E', tam- bém, chamada cabelludinha. — Rio de Janeiro e S. Paulo. cflBOPinifln TARIRÍ CAMBOITA Eng!. Fam. das Simarubaceas Arvore de 30 a 40 metros de altura, de forma pyra- midal, de tronco muito duro, o que lhe valeu o nome : «caábo»-tronco e «antã»-duro. Dá madeira de lei para carpinteria e marcenaria. Também caáboantã, Ka''iboantã. — Rio de Janeiro. CflBREÚyPI MYROCARPUS FASTíGIATUS Fr. A!i. Fam. das Leguminosas, sub-fam. das Papilionaceas Arvore que se destaca no meio dos outros vegetaes, na floresta, tendo os galhos muito verdcaes; casca grossa e rugosa, fructo chato, pequeno, com uma ou duas sementes, — 69 — pericarpo é coberto de elevações irregulares cheias de uma resina, a principio fluida e depois concreta, conhecida por caburé icica, de cheiro desagradável e forte. Tronco de IO a 12 metros de alto e 0^,80 a 0,^1 de diâmetro; cer- ne de cor amarello-pardo-escura ou vermelho carregado^ com manchas claras no sentido das fibras. De cheiro agra- dável. Cabreúva é corruptela de cahoré yba, que significa caboré, — coruja — e yba-fructo, ou arvore que serve de esconderijo dos caborés ou caurés. E', também, conhecido por caboreiba, óleo pardo^ óleo de caboréhyba, cabriúna^ cabriúva, cabirãva, cabiruna, caburé, cabiúva, caboréhyha, cabruhé , caboré, tendo as variedades cabreúva amarella, parda, vermelha. PESO ESPECIFICO : c. amarella — 973 R, 997 D. N., 961 D. V. ; c. vermelha — 1027 H., 977 G. P. RESISTÊNCIA : sem determinação da variedade — ao esmagamento : com carga perpendicalar ás fibras — 525 G. P., 449 M. M.; parallela 619 G. P., 758 M. M. ; sem determinação da direcção da carga — 719 D. V. ; á flexão — 1426 G. P. EMPREGOS : boa madeira, por sua duração muito apreciada para peça de resistência, construcção civil, mar- cenaria commum e de luxo, segeria, carroceria, vigas, es- teios, pinos de rodas, pranchões; peças expostas ao tem- po; ferramentas de carpinteria, cepos, eixos de carros, moirões, bengalas. A cabreúva fornece óleo empregado contra o rheuma- tismo e dissolvido em álcool, em feridas e contusões e contra dores de peito. — Da Bahia ao Rio Grande do Sul, particularmente em S. Paulo. THEOBKOMA CACAO Linn. Fam. das Sterculiaceas Planta, cujo producto é universalmente conhecido. E' das sementes aromáticas e oleosas, que se extráe o «chocolate», a «manteiga de cacáo», sendo que esta tem — 70 - grandes applicações medicinaes. As sementes contêm o principir. activo. — a thcobromina e dão 49 0/0 de ol.eo medicinal e alimentício. — Amazonas, Pará, iMaranhão, Piauhy. Bahia e Rio de Janeiro. CflCáO SEhVÇ\GE(U PACHIRA AQUÁTICA Aubl. Carolinca Princeps Linn. Fam. das Bombaceas Ai-vore cultivada no norte do Brasil, dando fructos cujas sementes se comem assadas ou cozidas, e madeira bôa própria para jangadas, bóias, cochos, gamelas. O fructo fornece fibras macias, pelo que se chama á arvore /'ít/w^ <^^ cuba, embiruçú. — Amazonas e Pará. ç Arvore que dá uma madeira, de cerne cor amarello- clara, com manchas mais escuras. Var. : c. de espinho. PESO ESPECIFICO : 807 R., 612 H. EMPREGOS : mobilias, esquadrias, torno, obras ex- ternas. A raiz recebe bem o verniz, tornando-se bella, e com os usos que suas dimensões permittirem nas mesmas peças. — S. Paulo e Paraná. CFiETÉ GR^nOE CANNA LATIFOLIA Roscoe. Fam. das Zingiberaceas Também chamado herva dos ferido^^ no Norte, empre- ga-se o cosimento das cascas da raiz fresca como diapho- retico e diurético. CPiFÉ BRfíl70 GUAREA sp. Farn. das Meliaceas Arvore de pequeno desenvolvimento, tendo folhas semelhantes ás de café commum, fructos redondos, ver- — 71 — melhos e pequenos; casca lisa. O tronco regula 3 a 4 metros de alto e 0^30 a 0^,40 de grossura. EMPREGOS : obras internas, cabos de ferramentas e de diversas obras de carpinteria. As folhas são empre- gadas contra o veneno ophidico. — Paraná. CfíFÉ DO BRflSlb COUSSAREA BIFLORA Mull.. Arg. Fam. das Rubiaceas Arbusto que se parece com o café commum, donde lhe veio o nome vulgar. Não tem utilidade, a não ser a botânica ou a ornamental. — Rio de Janeiro e Minas Ge^ raes. CfiFERPirifí TACHIA GUYANEN5IS Aubl. Fam. das Gentianaceas Tónico e febrifugo muito enérgico e de effeitos admi- ráveis. As raizes são empregadas contra febres intermitten- tes : é um succedaneo da quina. — Amazonas. eílGFiiTElRR STENOCALYX DYSENTERICUS Berg. Fam. das Myríaceas Arvore semelhante á pitangueira, dando madeira para pequenas obras internas, moirões, carvão, lenha. Os fructos são comiveis e anti-dysentericos; e sujeitos á fermentação, dão álcool. — Goyaz e S. Paulo. cpiinGH Arvore que excede de 10 metros de alto, com 0^1,60 de diâmetro. Dá madeira bastante dura e de grande elasticidade, sendo applicada em carros, carroças, eixos, etc, e em peças que exijam aqueila propriedade. — Paraná. 72 CflIXETfl TABEBUIA CASSINOIDES P. D. C. T. leucocalyx Vell.. T. leucanlha Gom.. T. oblusifolia Bur., Bignonia uliginosa Gomez. Fam. das Bignoniaceas Arvores que dão troncos aproveitáveis, de 8 a lo metros de alto e 0^1,80 de grossura. O cerne é de côr branca uniforme ou ligeiramente avermelhada, com veios ag- parentes; fibras grossas, direitas. Conhece-se, também, por pau de tamanco, pau para- hyba, malacacheta, cacheia, pau viola, cortiça, tayavevuíá, tabebuia, e com as variedades caixeta vermelha^ c. branca. PESO ESPECIFICO : sem determinação 459, 502 R, EMPREGOS : caixoteria, carpinteria, taboas de forro, obras internas, remos, instrumentos de corda, viola, violão, palitos para phosphoros; não racha exposta ao sol, nem empena. Serve para canoas, e pequenas embarcações. O espesso tecido saboroso da casca e a raiz produzem cor- tiça, que substitue a da Europa. A raiz serve para com- bater as enterites chronicas e catarrho intestinal, diarrhéas e dysenterias; augmenta o appetite, facilita as digestões, cura a anemia, e a chlorose. — Rio de Janeiro e S. Paulo. Género SPONDIAS. Fam. das Anacardiaceas Cajá manga ou iapcryha do sertão — Spondias dulcis FORSI. Arvore que varia de altura; galhos espalhados. Tem a madeira usos diversos e os troncos são empregados em trabalhos rústicos, por serem muito vivazes. E' mais apreciada pelos fructos, que são grandes, oblongos ou arre- dondados, amarello-esverdeados por fora, com uma pol- pa succulenta amarella e doce. E' um fructo agradável, mas não se lhe deve morder o caroço, que é espinhoso e acido. Com o sueco se preparam refrigerantes e sorvetes. As cascas são aromáticas, eméticas e adstringentes e seu cozimento é empregado nas diarrhéas, dysenterias e ble- — 73 — morrhagias. O decote das flores é útil nas ophtalmias e la- ringites. Cajã-assú ou taperibá-assú — Spondias macrocarpa ENGL., (S. de fructos grandes j. Arvore não tão grande como a espécie precedente, com ramos avermelhados e felpudos. E' também conhecido por acayã-assú,acayá-uassú, cajú-uaçú, munguegue na Africa. A madeira tem os mes- mos usos que a anterior, e também era peças de carpin- teria e marcenaria. A casca adstringente e amarga serve para curar cólicas, diarrhéas e dysenterias. Cajâ-mirim — Spondias lutea UNN. Arvore que chega a attingir mais de 25 metros de alto, como se verifica no Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Dá fructos peque- nos, de cheiro e sueco agradáveis, com os quaes se preparam sorvetes e refrigerantes, applicados ás febres. As cascas aromáticas são eméticas e adstringentes. Seu cozimento tónico e estimulante é empregado nas diarrhéas, vómitos espasmódicos, cólicas, dysenterias, blenorrhagias. O decoto das flores é útil nas ophtalmias e laringites. Bebida aromática, com a propriedade de levantar as for- ças de qualquer organismo enfraquecido, por isso entre os Índios é tida como planta sagrada. E' um poderoso tónico do coração, fazendo cessar as palpitações. Tem os nomes vulgares de cajá pequeno, akayáiniri. — Do Amazonas á Bahia e Rio de janeiro. CÍIjÚ ANACARDIUM OCCIDENTALE Lmn. Fam. das Anacrirdeaceas Arvore geralmente grande, mais conhecida e apreciada por seus fructos que por sua madeira. Os fructos têm uma castanha exterior que os liga ao galho ; são de forma de coração, o que valeu o nome á familia — ana — semelhante e — cordia — coração. Ha diversas variedades de côr, for- ma e gosto. Ha os vermelhos ovaes ou pyriformes e os alon- gados, os amarellos, ovaes e os amarellos esbranquiçados, compridos. o fructo, quando ainda novo, isto é, a castanha é chamado pelos Índios matar y, palavra que vem de ma por yba — írncío — e turi, e d'ahi também o nome de chuvas de matury, isto é, chuvas que caem quando o cajueiro pelas castanhas verdes annuncia o tempo das fructas. São as chuvas de outubro (Barb. Rodr. ) E' também conhecido por caju manso, acajú, cajueiro^ acajou, acajaiba. A madeira de um rosec com ondulações de chamalote, é empregada em obras de marcenaria e toma bello aspecto, recebendo bem o verniz. Quando queimada, dão suas cinzas muita potassa. A casca serve para o cortume. No pericarpo do fructo dá 28 % de óleo cáustico que é empregado na medicina e na amêndoa, 21 0/0 de óleo combustível. CFi3ú DO campo ANACARDIUM HUMILE Adarf.. A. pumilum St.-Hil. Também chamado onacarãiuiii anão, caju rasteiro, cajú-y, cresce nos campos de Minas Geraes e tem algumas applicações em obras internas. A casca serve para cortu- me; as castanhas dão óleo cáustico, que se usa no curativo de moléstias da pelle. Cn3ll \iO mPíTTO ANACARDIUM GíGANTEUM Hand. E' uma das maiores arvores das mattas amazonicas, onde também se chama cajá-assú. Não tem grandes usos; são somente comiveis os fructos, e as cascas tem applica- ções medicinaes. CASTANHAS DE CAJU. — São muito saborosas, verdes, g-uizando-as ou assaiido-as. Assadas, descascadas e cobertas de assucar, são usadas como confeitos e melho- res de sabor que as amêndoas. A casca da castanha é energicamente cáustica, bem como o oleo que delia se extráe e dessa propriedade — 75 — lhes nascem diversas applicações. A resina ou gomma que exsuda a arvore é semelhante á gomma ara.bica; empre- ga-se therapeuticamente nas hemoptyses e em todas as mo- léstias que exigem principios gommosos. VINHO DE CAJU OU CAYUINA. - E' muito co- nhecido, não só por ser agradável, como por suas pro- priedades medicinaes. Facilita a digestão e é anti-febril ; applicado na desobstrucção do baço. Suas propriedades depurativas do sangue, bem como dos próprios fructos, são bem reconhecidas. — Os cajueiros vegetam em todo Brasil, CURATELLA AMERICANA Linn. Fam. das Dilieniaceas Esta familia oompõe-se de plantas arborescentes, ar- bustivas e cipós, sendo suas folhas muito differenciadas, geralmente simples, duras, silicosas, ásperas ou com indu- mento peloso. Seu fructo é secco, capsula simples ou dupla, dehiscente pela sutura ventrical. Todas espécies desta familia são lenhosas, esseccial mente tropicaes; o Brasil conta 4 géneros e 52 espécies. E' conhecido, também, por sobro, cajá silvestre, caim- bé, cambaiba. Tronco de 8 a 1 1 metros de comprimento e l°^,o a iin,40 de grossura. Fornece Tiadeira para obras internas, carpiníeria, mar- cenaria, bons paus curvos para cavername de pequenas embarcações. E' aproveitada especialmente, pelos vaquei- ros para differentes usos. Substitue a faia, por ser leve e não offerecer o corte de qualquer modo que seja feito, differença no ondeado e limpidez. O cerne é branco, ligeiramente roxo ou roxo-roseo; sujeito ao bicho. Produz muita resina, que é applicada na preparação da colla para evitar que os vermes ataquem as encadernações. — 76 — A folha é tannifera, sendo empregada como iixa, por ser áspera, em virtude do acido silicico que contém, mesmo depois de seccas. — Pará, Bahia, Minas e Matto Grosso. Arvore, cuja madeira c applicada em mastros, ver- gas, gurupés. — Alagoas. mbunm ARISTOLOCHIA BRASILÍEN51S Mart. Faro. das Aristolochiaceas As cascas são amargas, tónicas, empregadas no trata- mento da anemia, opilação, fraqueza geral, inappetencia, tonteiras e prisões de ventre. — Rio de Janeiro e Minas Geraes. QçimamiTíPãio Dá madeira própria para construcção civil e marce- naria. — Amazonas. CflíHfíiPÚ PHYSALIS PUBESCEN5 Linn. Fam. das Solanaceas E' planta herbácea, cuja raiz, em decoto, tem appli- cações nos casos de hydropisia, com effeitos maravilhosos, nas moléstias de ouvidos; as folhas são diuréticas, com effeitos nas affecções da bexiga e na ictericia, Fructos Gomiveis. — Piauhy. cfímflRflDínoíi VERBENA CHAMOEDRIFOLIA Juss. Fam. das Verbenaceas Planta febrifuga. — De São Paulo ao Rio Grande do Sul. — 77 — JUSSIOEA SCABRA Vell. substituído na Floro Brasileira por J. octonervia Linn. Planta abundante de acido tannico, de sorte que, liga- da a sal de ferro, produz tinta preta. — Bahia, Rio de Janeiro, Minas Geraes e Rio Grande do Sul. CfííDPíSSflRi 'GARAPA PYRAMIDATA? Signum pro cislis sacchari Marl. Arvore que, algumas vezes, passa de 14 metros de alto, fornecendo madeira resistente, própria para taboados e construcção de casas. Abrigada, dura 20 annos, quando não atacada pela humidade. Também cuniaçary. Fornece um látex rosado, viscoso e elástico, utilizado na caça dos passarinhos. — Alagoas e Bahia. CílíTlBl Arvore de mais de 17 metros de alto, própria para cai- xoteria e taboado. — Bahia. CflíílBOflTíí MACHOERIUM ANGUSTIFOLIUM Vog. Fam. das Leguminosas, sub-fam. dfls Paptlionaceas Arvore de tronco grosso, exsudando a casca quando ferida, uma gomma vermelha, de lenho molle, composta de camadas concêntricas. xA casca contem espinhos, di- reitos e aos pares, que não são mais que estipulas, tor- nando-se lenhosos. E' chamado também mosquiteito, e em alguns logare?^ lhe dão o nome fanhoso de camboatan ou camboatã. - 78 — A madeira serve para obras internas, moirões, esteios, marcenaria, lenha e carvão. Varias espécies de simaraba^ fam. das símarubaceas, preconizadas contra mordeduras de cobras e dores estoma- chaes, são conhecidas por camboata ou cambooían, manipá^ — Sul do Brasil. cfímBOPiTfín CUPANIA VERNALI5 Camb. Fam. das Sapindaceas Madeira um tanto dura, que não resiste ao tempo. Emprega-se em obras de marcenaria, adquirindo tacil- mente o polimento, moirões, esteios, lenha e carvão. — Sul tío Brasil. cHmBucá MYRCIARIA PLICATO-COSTATA Berg. Fam. das .Myríaceas Arvore alta, muito conhecida por seus saborosos fru- ctos. A madeira tem applicações em cercas, esteios, tra- vessas. A casca é adstringente, servindo para coi-tume. — Rio de Janeiro e Minas Geraes. cfiííiBnoy EUGENIA CRENATA Vel!.. E. tendia D. C. Myrcia spheorocarpa D. C., Myrtus tenella Mart., Fam. das Myríaceas Arvore de pequeno desenvolvimento, caufe recto, as- seimelhando-se muito á jaboticabeira, dando um pequeno fructo, esbranquiçado, doce e de sabor assaz agradável. Conhece-se por cabuhy, cabuhy pitanga, camboim, cambu^y da restinga, cambuhy da praia e com as variedades c. ama- rello, de cachorro, roxo, vermelho. PESO ESPECIFICO : E. crenata ou cambuhy verda- deiro —6j2 R., 772 D. V., 696 H. ; M. sphoerocarpa 955. RESISTÊNCIA : E. crenafa~ãO esmagamento com carga perpendicular ás fibras 273; parallela 449; sem de- terminação 580 D. V. — 79 — EMPREGOS : madeira rija e dura para obras de marce- naria, esteios, moirões, caibros, lenha, car^^ão, obras ex- ternas, logares seccos, formas de sapatos, dormentes de i.a qualidade, durando lo annos, torno, vehiculos. Não é madeira de lei. — De Pernambuco ao Rio Grande do Sul. •/ camBU5y umõfíTico ENTEROLOBÍUM LUTESCENS Fr. Ali. Fam. das Leguminosas, sub.-fam. das Mimosas Arvore de grande porte, 33 metros de alto, ás vezes, e 7 metros de circumferencia no tronco, de cerne amarello egual á do vinhatico, dando excellente madeira para con- strucção civil, naval, marcenaria, recebendo bem o verniz. A casca contem tannino. E' uma das magestosas arvores da Bahia. PESO ESPECIFICO : 672 — Bahia e Espirito Santo. cflmuRin5fl Madeira empregada em construcção civil, sendo a casca da planta usada como emmenagogo. — Maranhão. cflmussim Arvore frondosa, de cerne negro e rijo, com ondas de veios mais claros. Emprega-se em construcção civil, na- val marcenaria. — Parahyba. Géneros NECTANDRA e OCOTEA. Fam. das Lauraceas Mais de 300 espécies povoam o solo brasileiro. Além das preciosas madeiras que fornecem as canellas, são nota- reis por suas especiarias. E* numerosa a quantidade de madeiras, que, embora não pertencentes áquella família, são conhecidas pelo — 80 — nome de canelia ; todas têem cheiro característico, rigra- davel, excepto a canelia puaníe, e um brilho assetinado no tecido lenhoso. Quasi todas têem usos medicinaes, n»»- tando-se o chá que se faz com a casca e as folhas nas ali ec- ções súbitas do apparelho respiratório. As canellas habitam o Brasil inteiro, posto que variem de nome em vários Estados, e devendo-se notar que umas se agrupam em uns, mais do que em outros. CíinEhbFI nÇÍIFRÃO Tronco de 8 a lo meti os de alto, e o'",8o a i^,o de grossura. Cerne de cor amarella ou avermelhada, com veios ligeiramente brancos, fibras irregulares em camadas dis- ti netas. PESO ESPECIFICO : 675 G. P., 701 H. RESISTÊNCIA : a flexão 665 G. P. EMPREGOS : madeira para mobilias, obras internas. Não c madeira de lei. CflnEhhR fimflREhhfl NECTANDRA RÍGIDA Necs. N. NITÍDULA Nees e Mart Tronco de 8 a 10 metros de alto, o'n,8o a i"i,20 de grossura. Cerne, de cor amarelio-escura, com tons dourados; fibras muito direitas e regulares. PESO ESPECIFICO : 560 G. P., 744 D. N., M. M. RESISTÊNCIA : ao esmagamento com carga perpen- dicular — 31 7 M. M. ; parallela — 582 M. M. EMPREGOS : obras externas, logares húmidos, dor- mentes de segunda qualidade. — Vive em maior numero no Sul. 81 NECTANDRA ROBUSTA Lõff. e Evc. Fam. das Lauraceas E' espécie de maiores dimensões que as outras, al- cançando, ás vezes, 25 metros de altura ; tronco aprovei- tável de mais de 12 metros de alto, e i '11,20 de grossura.^ Arvore frondosa. Cerne de côr branca, assetinado, offerecendo bellis- sima superficie ao envernisamento. E' também chamada canella grande e canella bas- tarda. PESO ESPECIFICO : 758 R., 697 G. P., 758 S., D. V. RESISTÊNCIA : ao esmagamento com carga perpen- dicular 225 G. P. ; parallela 380 G. P. ; a flexão — 776 G. P. EMPREGOS : obras internas, marcenaria, muito apro- priada para vasilhame por não dar cheiro, nem côr ao que guarda. No Paraná é considerada madeira de inferior quali- dade. — Em maior numero no Sul. WINTERANIA CANELLA Linn.. Caneiia alba Murr.. Nectandra ieucothyrsus Meissn.. N. negrianlha Meissn. Fam. das Lauraceas Tronco de 7 a 8 metros de alto e om,7o de grossura. Cerne de côr branca ou ligeiramente amarella; fibras muito regulares e grossas; leve, mas forte. PESO ESPECIFICO : 636 G. P. RESISTÊNCIA : ao esmagamento, com carga perpen- dicular 196 G. P. ; parallela — 324 G. P. ; a flexão — 747 G. R EMPREGOS : caixoteria, taboados, obras internas, jugos, caibros; é de inferior qualidade. Serve em Santa Catharina para quilhas de pequenas embarcações. — Em — 82 — maior numero no Sul, onde também é conhecida po/r canelta do brejo. Com o nome de canella branca se conhece também a canella alba SEWART. Fam. das MELIACEAS. cnnEbhfl cíiPiTflo mcR NECTANDRA MYRIANTHA Meissn. Fam. das Lauraceas Tronco de 4 a 8 metros de alto, com on^^o a 0^,60 de grossura. Cerne de côr pardo-escura^ quasi preta, com man- chas amarellas, fibras grossas, regulares e direitas ; duríssimo. Esta espécie no momento de ser trabalhada, exhala um cheiro insupportavel, donde lhe veio o nome de cãtiella de máo cheiro ou puante. Também se conhece por caneLlão. PESO ESPECIFICO : 912 R., 880 H., 730 D. N., 735 B. C, E. C. RESISTÊNCIA : ao esmagamento com carga perpen- dicular 407 B. C, sem determinação da carga, 402 D. V., E. C. ESPREGOS : obras externas, logares húmidos, es- teios, postes, taboados, dormentes de i.a, durando 10 annos, poleame. — Fixou-se mais na Bahia, Espirito Santo, Rio de Janeiro. CnnEhbH CEDRO Pertence á fam. das Lauraceas PESO ESPECIFICO : 582 M. M., D. V. Madeira de i.a qualidade para obras internas, taboado, marcenaria, carpinteria. CflnEhbfl DE UEfíDO ACTINOSTEMON LANCEOLATUS Sald. Gam. Fam. das Euphorbiaceas Arvore de 7 a 10 metros de alto e 0^,50 a oi",6o de diâmetro, com pequeno desenvolvimento e leitosa, de cerne branco, com manchas. — 83 — PESO ESPECIFICO : 907 R. EMPREGOS : obras internas, cabos de ferramenta, poleame, sendo madeira inferior. A raiz é medicinal e aromática. — Amazonas, Pará, Maranhão, Bahia, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul. Tronco de 6 a 8 metros de alto e o"', 40 a c^jóo de grossura. Cerne de côr amarella desmaiada com tons asseti- nados. PESO ESPECIFICO : 711 D. V., 11 58 B. C. RESISTÊNCIA : ao esmagamento com carga perpen- dicular ás fibras 141 M. M. ; parallela: 405 M. M., 847 B. C. EMPREGOS : os mesmos da canella capitão mar, embora inferior. — Mais no Rio de Janeiro. CÁSSIA MARÇANAHYBA Fr. A\\. Fam. das Leguminosas Tronco de 6 a 8 metros de alto e oni,6o a o't^,7o de grossura. Cerne de côr pardo-escura com marchetamentos de tons mais claros; fibras muito regulares. E' também conhecida por tapanahumá. PESO ESPECIFICO : 628—903 R., 722 M. M. RESISTÊNCIA : ao esmagamento, com carga ÍDerpen- dicular ás fibras 162 M. M. ; parallela 405 M. M. EMPREGOS : mobílias, taboados, obras internas, i.* qualidade. — Rio de Janeiro. CnnEbhFl PPIRDÍ^ NECTANDRA AMARA iWeissn. Fam. das Lauraceas Arvore de grandes dimensões, com cerne de côr pardo-escura com manchas mais claras, douradas e aver- — 84 mdhadas; fibras muito irregulares e mais escuras que o cerne. E' também chamada catiella ^^oyaba, canella preta^ canella do brejo, canella amargosa^ louro preto,, louro aniarcroso, surinêa^ pau de Santa Anua. PESO ESPECIFICO : 609 D. N., 735 H., 764 G. P., 800 R., 863 — 991 D. V., E. C, 885 B. C, 963 M. M. RESISTÊNCIA : ao esmagamento, com carga perpen- dicular ás fibras — 273 M. M., 189 G. P. ; parallela 758 M. M., 425 G. P. ; sem determinarão da carga : 534 D. V. ; a flexão 112 G. P. EMPREGOS : obras no interior dos edifícios, forros, caixetas, cepos para tamancos, taboados, pranchões, cons- trucções navaes, obras externas, dormentes de i.a qua- lidade, durando 1 1 annos. As cascas são empregadas com proveito nas diarrhéas chronicas, cólicas do ventre e nas dyspepsias, enterites. — Mais no Rio de Janeiro, Minas e Paraná. cíinEhbíi PimEnTfi Cerne de cor pardo-escura, com veios mais claros, tons amarellados, fibras muito regulares e direitas. PESO ESPECIFICO : 760 G. EMPREGOS : os mesmos da canella capitão mór, posto que inferior. — Mais em Santa Catharina. CÍÍDEhhfí PRETÍI NECTANDRA MOLLIS Nees. N. villosum Nees e Mart. Fam. dís Lciuraceas Tronco de 8 a lo metros de alto e o'^,6o a 0^,80 de grossura. Cerne de côr preta brilhante; quando cortada, offe- rece a côr pardo-escura com manchas pretas; fibras irre- gulares. E' também chamada canella prego. E' a mais pesa- da de todas as canellas; resiste muito ao tempo, sendo --- 85 — muitas vezes confundida com a canella burra, da qual se distingue, ^oorcm, pelo cheiro agradável e veios cor de café. PESO ESPECIFICO : 702—914 R., T},-] M. V., 848— 912 D. N., 892—780 D. V., 948 M. M., 780— 9Ó0 E.C., 880, 755 H., %-j-j B. C. RESISTÊNCIA : ao esmagamento com carga perpen- dicular 361 M. M. ; parallela 538 M. M. ; sem determinação 676 D. V. ; a flexão 4. k. 620. EMPREGOS : é a que mais se emprega nas cons- trucções por sua qualidade : obras internas, soalhos, vi- gamentos, obras ao ar, taboado excellente, dormentes du- rando 12 annos, esteios, toda obra em que se exijam resis- tência e longa duração. CflnEbhfl SPíniFi PESO ESPECIFICO : 738 M. M., 587—653 R., 597 G. P., 738 D. N. RESISTÊNCIA : ao esmagamento com carga perpen- dicular 97 M. M. ; parallela 472 M. M. ; a flexão 830 G. P. EMPREGOS : obras internas, segunda qualidade. O nome pretende indicar as qualidades superiores da espécie, quanto á applicação da casca e das folhas na the- rapeutica. CPinEhhfl SflSSÍIFRflZ OCOTEA SA5SAFRAZ Meissn. O. pretiosa Meissn. Ocotca indecord (Meissn.) ScholL Fam. das Lauraceas Grande arvore aromática, com tronco de 6 a 8 metros de alto, c com o"i,6o de grossura. Cerne de côr pardo-clara e pardo muito escuro, com manchas mais escuras e tons dourados, ou amarello esver- deado com veios escuros; tecido poroso, cheio de massa parda, fibras muito finas e em camadas regulares. PESO ESPECIFICO : 866—1082 R., 1082— 1048 Rainsville, 1021— 1185 D- V., 866 D. N., 1102 M. M., 900 H., 1080 B. C. — 86 — RESISTÊNCIA : ao esmagamento com carga perpen- dicular 405 M. M., paraiíela 670 M. M.; sem determinação 772 D. V. EMPREGOS : excellente madeira para toda espécie de construcções quer immersas, quer ao ar; dormentes du- rando 1 1 annos ; bella para apainelamento e mobilias de luxo. E' também chamada a i.a canella funcho, louro sas- safraz, anhu-ba-peabya. —Dsi Baliia ao Rio Grande do Sul, Minas Geraes e Goyaz. An^-ore, cujo tronco aproveitável vae de 8 a 12 metros de alto, .e om,6o >a 0^,80 de grossura. PESO ESPECIFICO : 675 G .P. RESISTÊNCIA : ao esmagamento com carga perpien- dicular ás fibras 296 G. P.; a flexão 702 G. P. EMPREGOS : esteios, postes, iogares húmidos, dor- mentes de i.a qualidade, durando 10 annos, não se presta a desdobramento. Dá bôa tinta encarnada, sendo a raiz adstringente e anti-febril. — Rio Grande do Sul. Em Pernambuco e Alagoas, com o nome de canelleira^ existe uma arvore frondosa e grande, cuja casca dá a ca- nella. Com o nome de canellínha, também se encontra uma arvore de canella. Desta ha ainda a canellínha parda, de menores dimensões que a canellínha grande, que attin- ge 12 metros de altura e i^^o de diâmetro, vegetando todas no Paraná. Além das citadas, ha ainda pelos Estados madeiras com o nome de canella, como: Canella caixeta. — Rio de Janeiro. Canella cheirosa — Minas Geraes. Canella de cheiro — Rio de Janeiro. Canella de folha meada. — Rio Grande do Sul. Canella de garça (Trichanthcra gigante a ti. B. K. — ACANTHACEÁ) — Pará. — 87 — Canella de sebo — Santa Catharina e Paraná. Caneíla de velha (Cassipouren sp. RHIZOPHORA- CEAJ — Pará. Caneíla de velho (MELASTOMACEA) — Pará. Canella fedorenta — Rio de Janeiro. Canella jacua — Rio de Janeiro. Canella íaoeana. Canella loura — Santa Catharina. Canella mirim. — Santa Catharina. Canella mulatinha — Rio de Janeiro. » Canella óleo — Rio de Janeiro. Canella prauxe — Rio de Janeiro. Canella sylvestre — Ceará (Parece ser a sassafraz ). cíinGERFinPi CABRALEA CANGERANA Sald. Gam. Fam. das Meliaceas Uma das mais úteis arvores da flora brasileira, fron- dosa e de grande desenvolvimento, dando fructos em forma de cajá, oval, rugoso, comivel, Conhecem-se as variedades c. amarella e c. vermelha e ainda com as denominações de cajarana, canjarana^ cánhe- rana, cajarana. Tronco de 8 a 15 metros de alto e of",6o a 1^1,20 de grossura. Cerne de côr amarello-escura, ou arroxeado, ou ver- melho, muito duro; fibras finas e rectas; tecido compacto. PESO ESPECIFICO: a c. amarella — 6^0 H. ; a c vermelha ~JS3, 768 R., 824 D. N., 768D. V., 864 E.C. ; 693 H. RESISTÊNCIA : c. vermelha — ao esmagamento com carga perpendicular yij M. M. ; parallela 449 M. M. ; sem determinação 546 D. V. EMPREGOS : construcção civil e naval, canoas, ta- boado de soalho e forro, moveis, esculptura, marcenaria, torno, esteios, logares húmidos; obras de talho, bolandeiras e rodas de engenho. ~ 88 — A casca é amarga e usada como anti-febril, sendo ella e as folhas empregadas no cortume. — Da Bahia ao Rio Grande do Sul, Minas Geraes. emiuma CHIOCOCA DENSIFLORA Mart. Fam. das Rubinccas O arbusto que fornece raízes aproveitáveis no Ceará é assim conhecido, mas é um vegetal muito diverso da verdadeira ca nina na ou cainca das pharmacias. A verdadeira é chiococa racemosa jACQ. E' drástica e diurética, empregada contra as hydro- písias e opilações, sendo a raiz anti-syphilitica e applicada nas dores rheumaticas. — Do Ceará á Bahia. Arvore de medianas dimensões, cuja madeira é em- pregada em cercas. Var. c. niolle, c. vermelha. — Paraná. cflnnpi DE fissucfiR 5ACCHARUM CAYENNENSE Benth. c. 5. officinarum Linn. Fam. das Graminaceas Muitas são as variedades que se cultivam no Brasil, principalmente para o fabrico do assucar e do álcool. Da canna se obtêm melaço, vulgarmente chamado melado, aguardente, assucares diversos, alem de serem aproveitadas suas folhas e o bagaço para fins diversos. — Todo o Brasil. zmw9i DE mflCFico COSTUS SPIRALIS Roscoe. C. cylindricus Jacq.. C. brasiliensis K. Schumann. Fam. das Zingiberaceas Também conhecidas por caniia do brejo e canna do matto; serve a infusão de suas hastes nas affecções dos — 89 — rins e bexiga. O sueco dos colmos velhos e o das folhas são poderosos diuréticos, usados nas gonorrhcas. As folhas têem applicações industriaes. — Rio de Ja- neiro, Minas Geraes, S. Paulo, Paraná, a i.^; a 2.'», no Amazonas e Pará. QÇ\nm DO BRE30 COSTUS 5PICATUS Linn. Fam. das Zingiberaceas E' também conhecida com o nome de canna roxa do brejo, jacuocanga, e ubá-caia, no norte. O sueco das hastels é poderoso diurético, muito empre- gado nas gonorrhéas, leucorrhéas. O rhyzoma, com as mes- mas propriedades, é, também, diaphoretico. Fornece fibras para fins industriaes. — Pará, Espirito Santo e Rio de Janeiro. mm\<à DO RIO V COSTUS ÍGNENS Brcwn. Fam. dos Zingiberaceas Com o nome, também, de canna do matto, tem tanto o sueco como a decocção dos rhyzomas muito diuréticos. — Espirito Santo e Rio de Janeiro. cflnna FisTUba CÁSSIA FERRUGINEA Schrad. Fam. das Leguminosas, sub-fam. das Caesalpineas Ancore de grande desenvolvimento, asiática, perfei- tamente acclimada entre nós, bellissima, quando se cobre de flores róseas, carregada de fructos semelhantes a espada, cujas sementes são envolvidas em uma polpa escura e lusidia, de cheiro enjoativo e adocicado. Também canna frista. Tronco de 8 a lo metros de alto, o^óo a on^.So de grossura. Cerne de côr amarello-clara, com manchas mais escuras; fibras grossas em camadas regulares, fornecendo madeira molle e branca. ~ 90 — PESO ESPFXIFICO : 1232 H., 848 R. EMPREGOS : apezar de pouco empregada, por causa de sua porosidade, usa-se em obras externas, esteios, vi- gas, não se prestando a desdobramento. Torna-se bella após envernizamento. Serve para rodapés, durando lo annos. A polpa do fructo é purgativa e emolliente. A casca é usada no cortume, dando ao couro a côr clara. A raiz é anti-febril. As folhas pisadas e misturadas com sumo de Limão dão um poderoso antidoto ao veneno ophidico. — Do Amazonas ao Rio Grande do Sul, Matto Grosso. cflnoÉ Arvore dos terrenos salgados do Ceará e cujo tronco adquire uma grossura extraordinária. Tem poucos usoiS a não ser lenha, caixilhos. Confunde-se com a sucupira de Pernambuco. censFinçfío de bEiíE JATROPHA URENS Linn. Fam. das Euphorbiaceas Planta que encostada á pelle, produz ardor e comi- chão, como a urtiga. As sementes contêem 31 0/0 de óleo laxativo, que pôde substituir o rícino. Também chamada queimadeira, pinha. — Bahia, Es- pirito Santo, Rio de Janeiro, S. Paulo, Minas Geraes e Goyaz. CfinUDO DE PITO CARPOTROCHE BRASÍLIENSIS Endl. Fam. das Flacourtiaceas Arvore que attinge 20 metros de alto, sendo o fructo uma capsula parda, cheia de sementes, dando 50 a 60 0/0 de óleo, de gosto vinoso^ adocicado, muito procurado pelos roedores, donde o nome de fructa de cotia^ ao qual se juntam os de pau de cachimbo, pelo emprego que tem em virtude do desapparecimento do tecido medular e pau — 91 — de anjo, canudeiro, canudo^ sapucmnha. E' antes arvore de ornamentação, com cerne de cor pardo-escura, com manchas pretas. O dr. Theodoro Peckolt extraiu desta planta um principio orgânico — carpotrochine. EMPREGOS : construcção civil, carpinteria, esteios, logares seccos, sem outra applicação devido ao oco do cerne. A casca é anti-febril e empregada no cortume. O óleo que se extráe das sementes, alem das applicações therapeuticas contra solitária ou tenia, rheumatismos e topicamente nas affecções cutâneas, como darthros, ecze- mas, impigens, sariia, serve na veterinária. E' rara a mo- léstia de pelle que resiste á acção parasitaria da sapucai- nha. Por canudo de pito se conhece a Mabea fistuUfera MART., da fam. das EUPHGRBIACEAS, cujas cascas são adstringentes e amargas, febrifugas. — Da Bahia a S. Paulo e Minas Geraes. CflPfíROSfl LUDWIGIA CAPAROSA BaiU.. L. scabra Baill.. Oenothera mollissima Linn., Jussioea caparosa Camb., J. laran- teana Camb. Fam. das Oenoíheraceas A casca das varias espécies contêem 20 a 25 0/0 de tannino, e theina^ pelo que são usadas como chá; servindo, também, para tingir de preto. Emprega-se nas dysenterias. Conhecida também por herva caparosa, e negreira a /. laranteana, e ca porosa do campo a Neea theífera CErsted, das Nycthaginaceas. — Do Paraná ao Ceará, Minas Geraes, Bahia e Goyaz. CílPEBfl Fam. das Menispermaceas Arbusto, cujas raizes são empregadas na cura das hy- dropisias e moléstias uterinas. As folhas são desobstruentes e a casca é remédio peitoral. — 92 — Também conhecida por caâpéna. — Amazonas e Ala- goas. CflPEC5En6Uy CROTON FLORIBUNDUS Spr. Fam. das Euphorbiaceas Arvore tortuosa, pequena, de liber vermeJho e fibro- so; casca fina. Tronco de 4 metros de alto e 0^,30 a o'",4o de grossura. Cerne de cor branca ou amarella, fibras escuras, irre- gulares e pouco resistentes. EMPREGOS : obras internas, forros, esteios, postes. Fornece resina, sendo as folhas medicinaes, cathar- ticas; a casca serve para o cortume, e o fructo é tónico. — Rio de Janeiro, S. Paulo e Minas Geraes. CflPifl Arvore grande e grossa, que se emprega para o fabri- co de carvão. — Paraná. cfíPiKim MOLLINEDiA SCHOTTIANA D. C. Fam. das Moriniaceas Madeira elástica e maileavel própria para arcos de barricaí5 e de peneiras. — Rio de Janeiro e São Paulo. CflPCRCROCa MYRSINE MARGINATA Hk. e Am.. M. umbellata Mart.. M. gardneriana D. C, M. ovalifolia Mio.. M. parvifolia A. D. C.. Rapanea umbellaía (Mart) Mez. Fam. das Myrsinaceas As myrsinaceas são arbustos ou ar\^ores, alcançanuio, algumas vezes, 18 metros de alto, havendo no Brasil 6 gé- neros e pouco mais de 106 espécies. As folhas são alternas, em geral, coriaceas, simples, inteiras, sem estipulas, em regra com^míaíos schinogenos, resinifero], lenhosos sem- — 93 — pre, sendo o fructo uma drupa indehiscente. Não se lhes conhecem propriedades a não ser o emprego da madeira das espécies arborescentes, mas só para lenha, obras inter- nas, carvão, porque quebra muito e é sem resistência. A casca é tannifera. A var. c. branca — Rapanea parviflora (A. D. C.) Mez, tem as mesmas propriedades. — De Alagoas ao Rio Gran- de do Sul. GRRfí DíOSCOREA HEPTANEURA VeU. Fam. das Dioscoreaceas E' a batata em forma de raiz que se come, cosida ou assada e muito apreciada. — Rio de Janeiro, Minas Ge- raes e S. Paulo. CflRflGUflTíí BROMELIA CARATAS Linn.. B. fasíuosa Lindl. Fam. das Bromeliaceas As folhas são fibras resistentes, sedosas, que têem diversos usos. Com o nome de caraguatá falso se conhece o Eryn- gium paniculatum Cav., da fam. das Umbelliferas, diuré- tica. — Do Pará ao Paraná, Matto Grosso. CFÍRÍIIPÉ LICANIA MICROCARPA Hk. í.. L. myrisíicoides Benth.. L. uíilis (Hook. f.) Friísch., L. floribunda Benth.. Moquiíea utilis Hook. f. Fam. das Rosáceas Queimando os Índios a casca destas espécies, addicio- nam os residuos á argila para o fabrico de seus utensílios, como panellas, potes, alguidares, taxos de torrar farinha, bacias, os quaes adquirem consistência, em virtude da- queiles residuos. Também chamada caripé, canida. A madeira emprega-se em carpinteria, construcções civis, servindo a casca para o cortume. As sementes têem utilidades medicinaes. — 94 — Var. : caripé rana — Licania micrantha Miq., L. tu- riuva CHAM. e SCHLECT, Hirtella tentaculata POEPP., Moqailea turiuva HOOK F., da mesma família e, mais ou menos, idênticos usos. — Amazonas e Pará. CÍIRfi3UR0 BIGNONIA CHÍCA Humbl, substiíuido na Flora Brasileira por Arrabides chica Veib. Fam. das Bignoniaceas E' um arbusto, cuja seiva dá tinta carmezim, chama- da — vermelhãx) americano — . As folhas têem virtudes es- timadas, ciomo anti-diarrhéicas, e são úteis na dysenteria e contra as ulceras e imípigens, e dão tinta vermelha arro- xeada. Conhecido, também, por carajirú, caápiranga. — Ama- zonas, Pará e Ceará. QçimmBOM AVERRHOA CARAMBOLA Linn. Fam. das Oxaiidaceas Peguena arvore, copada, de galhos flexiveis, dando fructos com cinco ângulos longitudinaes muito agliidos, amarellos, quando maduros; muito apreciados, crus ou em doce. O sueco acido dos fructos tira manchas de tinta e de ferrugem em tecidos, assim como limpa metal. Chama-se lambem camerunga, nome importado de Benguela. — Em iodos os Estados. MAURITÍA ACULEATA Marí.. M. carana Walloce. M. armata Mart. Fam. das Palmaceas Palmeira beíla, delgada, de mediana estatura, com espinhos venenosos Dá fructos em cachos grandes, e delles se faz beberagem egual á da assahy e também compotas. Empregam-se as fibras das folhas novas no fabrico de redes e cordas. As folhas são empregadas na cobertura — 95 — de casas, e os coquilhos substituem os de urucury na de- fumação da seringa. Var. caranay ou irapahy — Lepidocariam enneaphy- lum BARB. ROO R. — Arnsizonãs e Pará. CflRFiníí OROPHOMA CARANA Wallace. Fam. das Palmaceas Palmeira que os Índios chamam — tinamolú — e que dá excellente fibra para cordoalha e muito empregada no fabrico de redes. — Amazonas e Pará. CflRflPIC50 TRIUMPHETA LONGICOMA St. Hil.. T. semitriloba Linn.. T. rhomboidea Jacq. Fam. das Tiliaceas Plantas de caule erecto e pubescente, crescendo entre as gramíneas. O cosimento das folhas é recommendado nos banhos, em leucorrhéas e em injecções nas blenor- rhagias. São mucilaginosas e adstringentes, desobstruentes e anti-escorbuticas, empregadas, também, na icterícia e no curativo das feridas. Produz o caule fibras longas, sedosas e resistentes, com applicações na tecelagem e industria de papel. Com a denominação de carrapicho ou amor do campo se conhece o Desmodium triflorum D. C, utilizada como forragem. Ainda sob a mesma denominação ou picão ou herva picão se conhecem Bidetis tridentatus; picão commum Bi- dens graveolens; picão de flor grande — Cosmos suljiireo, das Compostas, usados como diuréticos, e empregados nas cólicas do figado, bexiga, descongestionante. Com o nome de carapícho grande se conhece o Ar- ctium minas SCHK-, das Compostas, e que fornece fibras no caule; e com o de carapicho rasteiro ou mata pasto ou picão da praia o Acanthospermum xanthoide D. C.,tam- - 96 — bem das Compostas, com as folhas tónicas e anti-blenorrha- gicas. Chamam indistinctamcnte carapicho ou carrapicho. — De Amazonas a S. Paulo. CflRnflOBfl COPERNICIA CERIFERA Mart.. Corypha cerifera Arr. Cam. Fam. das Palmaceas E' uma palmeira de porte altivo e elegante, sem esti- pe, alcançando, ás vezes, (6 metros de aitura e com um diâmetro de mais ou menos 30 a 50 centimetros. E', talvez, o mais útil vegetal da flora brasileira : ARVORE PARA TUDO. Não sem razão Humboldt chamára-lhe arvore da vida, pois que pôde o homem, com ella só, construir sua morada, mobilal-a, illuminal-a, aiimentar-se, vestir-se e curar-se; delia obtém assucar e álcool; com ella sustenta ainda o gado e a criação. Nenhum outro vegetal foi aquinhoado com tantas bondades, e quando, depois das mais rigorosas seccas, se transformam os campos do Ceará em áridos desertos, cobertos por esqueletos de animaes, cujos resí- duos são agitados pelas aves carnivoras, e pelos caburés, lá apparece, verdejante o maior prodígio do reino vegetal : a carnãubeira resiste e em breve florescerá. Tem um préstimo inestimável, pois que se lhe conhecem mais de 40 utilidades. Entretanto, de seus productos o mais importante é a cera, posto que as fibras da palmeira sejam de grandte valor. E' da folha que se extráe o producto, um pó ou massa glutinosa. Lascam-se as palmas e se põem ao sol para murchar; depois de três ou quatro dias, batem-se em logar resguardado do vento, caindo, então, um pó muito alvo que, derretido, produz cera amarella, rija e vidrenta, que é muito applicada no fabrico de velas. Cada palmeira fornece, em media, por anno, 100 folhas próprias para cera, produzindo ik,8oo de cera, alcançando, ás vezes, mais. A analyse feita por Levy deu o seguinte resultado : carbono 80,36; hydrogenio 13,07; oxygenio 6,04 a 6,57. Fervida com 3/4 de seu peso de acido azotico dá acido pricrico. Presta-se para o enceramento de moveis. A palha dá um sai e um alcali, muito empregado este no fabrico do sabão. Do tronco, a que chamam olho ou palmito é que se extráe a farinha e a gomma, parecida cam sagú, usados nos tempos de fome no Ceará. Fora dessa época o palmito é dado ao gado. A farinha produz opilação; a gomma é bella e saborosa, mas é indigesta. Serve como polvilho nos engommados. Obíem-se do palmito uma substancia saccharina ou glucosa, que pela fermentação produz uma bebida agra- dável. O fructo da carnaúba é redondo, do tamanho de uma avelã ou de uma noz, negro, quando maduro, de polpa adocicada e envolto por um pericarpio coriaceo e luzidio, é alimenticio, oleoso e comivel. Do fructo se extráe uma espécie de farinha ou maizena e também um liquido emulsivo e bastante alvo, a que cha- mam le;ite e que tem os mesmos usos que o coco da Bahia. Seccas as sementes ou amêndoas, torrefactas e pulveri- sadas, em infusão, embora de sabor desagradável, servem para falsificação de café. Da folha secca se fazem esteiras, chapéos, cestos, balaios, açafates, abanos, cabazes e vassouras. As fibras do tronco da carnaubeira, quando no estado de madureza, são pretas, rijas, difficeis de quebrar, entrelaçadas entre si e unidas por uma substancia medular muito dura e es- branquiçada, servindo para o fabrico de um fio forte com que fazem cordas e redes. A folha, cardada, constitue uma esplendida crina vegetal. As hastes, quando novas, são comidas pelo gado. O gommo terminal oonstitue um pal- mito mui saboroso. E' o tho a- palmiste, dos francezes; o cobbaje pafm ou palmyr dos inglezes. — 98 — A raiz é considerada mais enérgica que a salsaparri- lha, e Baillon lhe reconhece essa qualidade. A madeira ou o tronco da carnaubeira, em ripas, se emprega em obras de estuque. I^olida, produz effeitos de grande belleza, em virtude de sua cor amarello-averme- Ihada, esculpida de veios negros, servindo para marce- naria, bengalas. Resiste á putrefacção mergulhada em agua salgada, pelo que se presta admiravelmente para obras immersas. Fazem-se com ella instrumentos de musica, tubois e bombas, por ser muito rija a parte exterior, podendo-se brocar com facilidade as fibras do interior; a rigidez da parte exterior dá longa duração a essas bombas. A substancia molle e fibrosa da parte interior do talo das folhas substitue a cortiça. — Desde o Maranhão á Bahia; cultivada em quasi todos os Estados, e em Matto Grosso onde tem o nome de coqueiro carandá ou caran- dahy. CPIRDE DE 17flCCfl ROUPALA ELEGAN5 Schott. Fam. das Proteaceas Dos 50 géneros, com 960 espécies que constituem esta familia, apenas 3 géneros com 30 espécies são brasileiros. São arvores, quasi sempre, com indumento ferruginoso, de cor vermelha que se extende ao lenho, em seguida ao corte, o que justifica o nome; não se apresenta com belleza no Estado do Rio, onde é conhecida por ciitucaheinyCutu- caem^ caxi-caem, carvalho catucaeni. Cerne de côr vermelho-escura, ou branco com mar- chetamento amarellado e frisos pretos; fibras e vasos espessos, irregulares e grossos, que dão á madeira o as- pecto de renda, pelas ondulações que forma o tecido, e por sua rigidez se attribue o facto de não cortarem os cutucahés em taboas finas. PESO ESPECIFICO : 858, 11 24 R., 674 H. RESISTÊNCIA : ao esmagamento, sem determinação da direcção da carga 332 k., á flexão, 695. — 99 — EMPREGOS : madeira de i.a qualidade para viga- mento, construcção civil, moveis, marcenaria, torno, apa- neilamentos, obras internas, construcção naval, no sul ; no Estado do Rio, porém, em certas obras mediocres no interior das casas. — Espirito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo. CfíROÁ BILBERGIA VARIEGATA Schulí ou Bromelia variegata Arr. Cam.. substiíuida na Flora Brasileira por Neoglaziovia variegata Mez. Esta planta abunda no valle do S. Francisco e nas partes arenosas de littoral e do sertão da Bahia ao Ceará. Também chamada caroatá. Dá fibras e cellulose. CnROBPÍ JACARANDÁ CAROBA (Vell.) D. C. J. copaia Don.. J. micrantha Cham., J. procera Spreng., J. puberula Cham., J. semiserrata Cham.. Bignonia procera W., Kardeiestris syphilitica. Tecoma caraiba Mart. Fam. das Bignoniaceas Desta familia, 51 géneros, com 570 espécies perten- cem á flora do Brasil, onde existe a maioria das bignonias e dos tecomas. A caroba é arvore alta, sendo-o bastante no Sul, dando excellente madeira, de cor branco-ama- rella. Também chamada carova, carobinha, caraúba, co- paia, carobuçú, cambota pequena, caroba-assú, caroba do matto, caroba roxa e parapará. Em Goyaz substitue toda a folhagem por uma copa admirável de flores azul-celestes. PESO ESPECIFICO : 570 G. EMPREGOS : construcção civil, naval, obras internas, ripas, carpintaria, caixoteria, esteios, baldrames, rodas d'agua e cabos de moinhos; dormentes. A casca e as folhas e os renovos e a taiz têem effeitos depurativos do sangue, tendo sido empregados na cholera. — 100 — A caroba de flor verde, tamibem chamada cinco folhas^ (Amazonas, S. Paulo, Rio de Janeiro j — Cibistax anti-sy- philitica MARX., tem applicações eguaes e de resultados comprovados. A caroba do matto confunde-se muitas ve- zes com marupá. A caroba paulistana — jacarandá oxy- phylla CfiAMB.y tem as mesmas applicações. Convém notar que o género jacarandá nada tem com a madeira chamada jacarandá ( palissandre dos fran- cezes), que vem das espécies de Dalbergia e Machaerium. — Todo o Brasil, sendo muito importante no Estado do Rio. CFÍROBinOfl JACARANDÁ' DECURRENS Cham.. J. rufa Manso J. subrhombea D. C. Fam. das Bignoniaceas Toda a planta é depurativo enérgico,, com grande effeito sobre fendas e ulceras. — Rio de Janeiro, S. Paulo e Paraná. CííRQLIE5fl Do género BACCHARíS. Fam. das Compostas A vitilidade da carqueja está nas propriedades amar- gas, tendo quasi as mesmas da losna. E' tónica e anthel- mintica, empregada em cosimento, extracto e pó. A carqueja amarga é Bacharis genistelloides PERS. , ou a B. triptera MA.RT., ou Cocalia decciírens VEL.L. Substitue, ás vezes, o lúpulo na fabricação das cervejas. A c. nieuda ou B. articulata PERS., é tónica, anti-fe- bril e anti-dispeptica. A B. palmifolia dá tinta amarella. — Quasi todo o Brasil. CRRRfíPflTinSO Arvore grande, grossa e sem tortuosidade. A madeira é elástica e rija, empregada em mastros de navios, construcções civis e navaes. — Paraná. 101 CARRASCO Madeira para cercas e obras caseiras. — Alagoas. CARORO BRFI170 PHYTOLACCA THYRSIFLORA FenzI. Fam. das Phytocalaceas Dá fructos que têem acção purgativa, e fornecem matéria corante. A planta pôde ser comida, depois de cosida. — Da Bahia a S. Paulo. CflRURO DE SAPO OXALIS MARTIANA Zucc. Fam. das Oxalidaceas Empregada contra a angina. — Do Pará á Bahia. CflRyflb50 No Paraná e no Rio Grande do Sul é cultivada esta planta exótica, sendo que no primeiro desses Estados é conhecida por Quercus llex, adquirindo vastas dimensões, com mais de 20 metros de altura e o^,jo de diâmetro Dá madeira rija em extremo, de bello aspecto pelas ondulações do tecido. Emprega-se na marcenaria, construcção civil e na- val. Os fructos — bolotas — substituem, torradas e socadas, o café commum. cflRTObBO nAcionnh RHOPALA BRASILIENSíS Pohl.. R. tomentosa Pohl. Fam. das Proíeaceas Arvore, dando madeira avermelhada, com ondula- ções amarelladas e riscos pretos. O duram en é pouco com- pacto. PESO ESPECIFICO : 534 G. P. ; 674 H., 11 24 R. — 102 — RESISTÊNCIA : ao esmagamento com carga perpen- dicular ás fibras 104 G. P. ; parallela 336 G. P. ; sem de- terminação 332 G. P. ; á flexão 314 G. P. EMPREGOS : marcenaria, torno, constriicção civil e naval, eixos; carpiníeria, prestando-se bem para apai- nelamentos. Conhecem-se carvalho amarello, escuro e vermelho. — De S. Paulo ao Rio Grande do Sul. ' mRVOElRO FARAMEA CAMPANULARIS Mull. cl'Arg. Fam. das Rubiaceas e Miconia Irianoei Cogn. Fam. das Melastomaceas Dão madeira para obras internas, carvão e lenha. — Minas Geraes e S. Paulo. msmima Arvore de 13 metros de alto, cuja madeira é empre- gada em construcções. E' usada nas febres intermiítentes e de máo caracter. — Bahia. DRIMYS WINTERII Forst. var. granaíensis Eichl. Fam. das Magnoliaceas As magnoliaceas são arvores ou arbustos, sempre lenhosos. Dos 9 géneros com 70 espécies que a consti- tuem, dous géneros — Talauma e Drimys são represen- tados no Brasil por varias espécies. A madeira de quasi todas é considerada bôa para construcções, A casca das espécies de Drimys com o nome supra ou casca de W in- ter, capororoca, melambo, orelha (Tanta é um excellente estimulante e estomachico, muito recommendado contra o escorbuto. A rasura em infusão é empregada nas dys- pepsias, nas más digestões, inappetencia, cólica, bocca amarga, gastralgia ou peso ou dôr de estômago, insomnias, A madeira de espécie acima é empregada em obras internas, caixoteria, caixilhos. — Quasi todo o Brasil. — 103 — CflSCfl PRECIOSA MESPILODAPHNE PRETIOSA N. e Mart. Aniba canelilla Mez. Fam. das Lauracess Arvore que attinge grandes proporções, com um diâ- metro no tronco, de o'",8o, dando uma das mais duras madeiras do Pará e quasi incorruptivel O cerne é pardo-escuro e pesado, sendo toda a arvore aromática como o cravo do matío ou do Maranhão. Em- prega-se em marcenaria e cai pintaria. E' conhecido também por pereirorâ ou pau precioso. A casca é no Orenoco denominada canelilla^ contendo muito oleo aromático, e com o lenho e as sementes são utilisadas na medicina com vantagem contra perturba- ções do systema nervoso, hydropisias, syphilis, flores bran- cas, etc. As sementes raladas tem applicação contra dysen- terias. Ao parentesco da c. preciosa e, talvez, ao mesmo género, pertence uma outra madeira cheirosa, a celebre macaca poranga. — Amazonas e Pará. Cfl5Tfln5fl DO PARÁ BERTHOLLETIA EXCELSA H. B. K. Fam. das Lecythidaceas E' desta arvore que se colhe e exporta a afamada «castanha do Pará», ou do Maranhão, primitivamente, de largo consumo no exterior. E' uma das mais altas arvores do valle do Amazonas, a rainha das florestas do Pará, onde attinge dimensões colos- saes, vivendo, ás vezes, vida social, formando os castanliaes, como a araucária, no Paraná, os pinheiraes. E' chamada também castanheiro do Maranhão, jiiirá- tukâj nhã, tocar y, yiiva, tucury, tacoary, nhã. Tronco de 17 a 22 metros de alto de i a i V2 "^ maior circumferencia. — 104 — Cerne sufficientemente resistente para obras externas, expostas ao tempo e immersas, construcções navaes, ta- boado. A semente do trucío, ou ouriço, que contem ordinaria- mente 20 castanhas, come-se crua ou assada, fazendo-se com eila doce ou confeito. Extráe-se-lhe um leite que se emprega como o de côcOj produzindo, pelos meios próprios, um o!eo fino, na proporção de 67 "/o am.arello-claro, transparente, de cheiro agradável e gosto próprio de fructo quando novo e fresco, que se emprega como condimento na arte culi- ria ; substituindo a banha de porco, o azeite de oliveira; como óleo para cabello, servindo, também para o fabrico de sabão branco duro e luz. Da arvore se extráe estopa muito boa, que é empre- gada no calafeto das embarcações. Na medicina domestica fazem uso do chá da estopa do castanheiro nas moléstias chronicas do figado, Dizem que as castanhas produzem effeitos benéficos nas catarrhaes. — Amazonas e Pará. .' Cfí5Tfín5Fi Da mSTMhlPi CASTANOSPERMUM AUSTRALE A. Cunn. Fam. das Leguminosas Bella arvore de 12 a 15 metros de altura com cachos de flores amarello- açafroado. As sementes são tenras e comem-se assadas. msTama de mfícflco COROUPIT A GUYANENSIS Aubl. Fam. das Lecythidaceas Dá madeira de lei para qualquer construcção in- terna, sendo os frucíos comiveis. Sob a mesma denomiíiaçáo^ e mais ou menos com as mesmas appiicações se contam a Coroupita subsessilis PILG., C. snrincDnensís AIART., da mesma familia. — Amazonas e Pará. — 105 — Cfl5Tfln5Fl DO PPIRÍÍ STERCULIA CHICHA' St. Hil. Fam. das Sterculiaccas Arvore, com fructo, cujas sementes se comem cozi- das. Muitos confundem esta bella arv^ore com a cas- tanha, intitulada, do Pará — Bertholletia excelsa. Os indigenas chamam-lhe chichâ e é conhecida, tam- bém, por castanha ã^ Africa. A madeira serve para caixoteria, molduras, palitos para phosphoros. Das sementes se extráe óleo para as in- dustrias, i E' um perfeito succedaneo da KoLa acuminata ou Sier- culia. — Do Amazonas ao Espirito Santo e Goyaz. CflTflGUÁ METRODOREA PUBESCENS St. Hil. Fam. das Rutaceas Arvore que dá um tronco aproveitável de 6 a 8 metros de comprido e 0^,40 a om<,8o de grossura. O cerne é de côr branca, uniforme, com veios aver- melhados. Não é madeira de lei e se conhecem as varieda- des c. branco e c. rajada e sob a denominação de larcm- geira do matto ou limoeiro do matto. PESO ESPECIFICO : iioo H. EMPREGOS : obras internas, madeiramento de casas. Não se presta a desdobramento. — Minas Geraes, Rio de Janeiro e S. Paulo, CflTlGUA TRICHILIA CATIGUA' A. Juss. Fam. das Meliaceas Arvore de grande desenvolvimento, dando tronco apro- veitável de 4 a 5 metros de comprimento e 0^,50 aom,6o de grossura. Cerne de côr amarello-clara ou avermelhada, com manchas brancas; fibras muito grossas e revezadas, não muito duro e fácil de rachar. — 106 — Var. c. graúdo c c. meudo. Também chamado catin- gou, caatigoáj caatígua, caadquá. PESO ESPECIFICO : 688 H. EMPREGOS : obras externas em geral, madeiramen- to, marcenaria, postes, logares seccos; dormentes de 2.^ qualidade; lenha, carroceria, eixos. A casca produz tinta vermelho-clara, e sua infusão é aconselhada contra rheumatismo; é amarga, tónica em dose pequena; purgativa, maior. — De S. Paulo ao Rio Grande. cmnGUEiRfl LINHAREA TINCTORIA Àrr. Cam. Fam. das Lauraceas Arvore dando tronco de 8 a 1 1 metros de alto e i,^o a i'^,40 de grossura. Cerne rijo e vermelho. Chama-se catingueira, porque cresce frondosa nas caatingas, logares de derrubadas e terras cançadas. EMPREGOS : construcção civil e naval, servindo a casca para tinturaria dando tinta vermelha. — Ceará e Parahyba. CflTinGUEIRO CAESALPINIA GARDNERIANA Benth., C porcina Mart. Fam. das Leguminosas, sub-fam. das Caesalpineas Arvores ornamentaes com um tronco de mais de um metro de diâmetro e de estatura regular. O lenho é amarello e compacto. EMPREGOS : obras civis e navaes, marcenaria, tra- ves para construcção. A casca fornece tinta amarella e tem applicações therapeuticas. — Pará e Alagoas. CflTUílBfl - ERYTHROXYLON sp. Fam. das Erythroxyiaceas Arvore, cujas cascas e folhas são estimulantes nevros- thenicas, empregadas como medicamento tónico, em vi- nho, como excitante, e aphrodjsiaco. — 107 — A Anemopaegma mirandwn MART., fam. das Bigno- niaceas é também chamada catuaba. — Ceará, Bahia e Mi- nas Geraes. CflTUCfl5Em RHOPALA GLABRATA. Fam. das Proteaceas Arvore de regular desenvolvimento, casca amarella, áspera, com duramen de côr amarella clara ou averme- lhada, com manchas brancas. PESO ESPECIFICO: 858, 11 24 R., I033 M. M.; 949, 980 D.V., 864 M.V., 967 D. N., 1047 G. P., 703 H. RESISTÊNCIA : ao esmagamento com carga perpen- dicular ás fibras 350 M. M. ; parallela 472 M. M. ; sem deter- minação 472 D. V., á flexão 1.382 G. P. EMPJREGOS : marcenaria, torno, forros, caixilhos, vi- gamentos, obras internas, canoas, taboados, mobilias, dor- mentes de 2. a qualidade, obras immersas. A casca serve para cortume. — S. Paulo. CflUflSSÚ COCCOLOBA LATIFOLIA Lam. Fam. das Polygonaceas Pequena arvore da região littoral do Pará, fornecendo madeira para arcos de pipas, barricas, peneiras; dura e in- corruptivel, — Amazonas e Pará. CflUC50 CASTILLOA ELÁSTICA Cerv. Fam. das Aríocarpaceas Arvore de 12 a 20 metros de alto e o'n,6o a i'",2o de diâmetro, fornecendo um látex, que contem borracha, cons- tituindo producto de exportação da Amazónia. Os fructos Qontêem sementes que fornecem 1 6 0/0 de óleo. — Amazonas, Pará, Maranhão, Matto Grosso e Goyai. — 108 — cpiunfl ILEX OVALIFOLIA Bompl.. I. pseudo buxus Reiss. Fam. das Aquifoliaceas Arvores que produzem folhas muito parecidas com as de Ile.x. parãguaryensis (mate ou herva mate) e que por esse motivo são misturadas com estas, falsificando o bom pro- ducto, desvalorisando e depreciando o principal artigo de exportação do Paraná. Contem muito tannino, sendo a casca empregada no cortume. As madeiras são empregadas em construcções civis, forros, caixões, obras de carpinteria. — Paraná, Santa Ca- tharina e Rio Grande do Sul. CflURÉ Arvore de 6 a 9 metros de alto e o'",40 a 0^^,70 de grossura. Dá madeira para construcção civil. — Amazonas e Pará. Cfl\7flC0 DE GUREÍTl Arvore de 11 a 13 metros de alto, fornecendo madeira própria para esteios, vigas, freciíaes. Dura lo annos exposta ao tempo e 40, abrigada. — Bahia. CflXlÓ Arvore, cujas folhas, em infusão nagua quente, são applicadas nos tratamentos internos contra catarrhos. — Pará. cflzufiRinfl CASUAKINA EQUISITIFOLIA Linn. F°, C. indica Reiss. Fam. das Cazuarinaceas Arvores bastante altas, finas, flexiveis, assemelhando- se ao cypreste. O cerne é pardo-claro, com veios e man- — 109 — chás muito regulares^ tornando-se bello depois de enver- nizado. EMPREGOS -— mobílias, obras internas, apainelamen- tos, construcção naval. O córtex e os ramos fornecem tanni- no. Em medicina é dada como adstringente na cholerina, nas diarrhéas chronicas. — Rio de Janeiro, S. Paulo e Minas Geraes. CEDRO CABRALEA LAEVIS D. C. C. fissilis Vellc C. Glaziovii C. D.C., C. brasiliensis Vell. Fam. das Meiiaceas A flora brasileira conta 5 géneros e 130 espécies desta familia. Conhecem-se as variedades: cedro amarello, cedro branco ou c. batata, ou capiúva, c. da várzea, ou do rio, ou vermelho, c. do Amazonas ou aromático, cedro rosa, cedri- nho, var. do c. do rio. Com pequenas variantes, o cedro é arvore de rápido desenvolvimento, de fácil plantação, mesmo de galho me- dra. Attinge completo desenvolvimento, dando corte aos 1 5 annos. A plantação systematica do c. vermelho é de gran- des vantagens para terrenos sem valor. Da fam. das Meiia- ceas é na Amazónia a cedrella o género mais importante. Com este nome — cedro — é cultivada entre nós, como planta ornamental, a Moringa pterygosperma, da fam. das MORINGACEAS, nativa das índias orientaes. São três espécies, todas, arvores. Essa é planta ornamental, ao passo que na índia se lhe extráe um óleo que tem a grande bondade de nunca se tornar rançoso. Medra no Rio Grande do Sul uma outra variedade, mais approximada da cabralea, como em Goyaz, onde o cedro, também chamado caydrana é a cabralea laevis C.DC, da mesma fam. E' pouco abundante em Alagoas, e não toma grandes proporções. Abunda no Ceará. — 110 — o cedro, em geral, dá um tronco util, de lo a 15 e até 22 metros de altura, com 0^,80 a 1^,20 de diâmetro e até 2 ^/2 na maior circumferencia. O cerne, conforme a espécie^ é róseo, aromático e resi- noso, rijo; no c. branco^ menos rijo que nos outros, macio e aromático, também; amarellado ou vermelho-claro, ondea- do, com manchas mais claras ; fibras finas, direitas. A casca é porosa e as raizes são de notável comprimento. PESO ESPECIFICO : c. batata ou amarello — 460; c. branco — 437 R., 582 G. P., 378, 380 H., c. rosa — 437 R., 467, c. vermeliio — 515, 714 R., 723 D. N., 522 M. M., 625, 628, 640 H. RESISTÊNCIA : c. vermelho — ao esmagamento coim carga perpendicular 97 M. M. ; parallela 361 M. M. ; sem determinação, 467 D. V. EMPREGOS : conforme a espécie e a zona, assim o emprego da madeira dos cedros, sendo notável em alguns logares mais leve que a agua. E' usado em construcções civis e navaes, mobilias, mastreação, marcenaria, obras in- ternas, taboado, caixilhos janellas, madeiramento, caixa para charuto, soalhos, forros, venezianas, obras de talho, filetes, cornijas e molduras de wagions, esculpturas, obras expostas, immersas, dormentes. De valor especial para a marcenaria é a parte basal do tronco, com as sapopemas, chamadas raiz de cedro, que mostra um tecido mais compacto, um tanto grosseiro, e veios bem pronunciados. Emprega-se em jangadas e já no Pará é mais usada para marcenaria, sendo fácil de tra- balhar, leve, durável e refractavel ao cupim. No Amazonas, o c. várzea é conhecido por sapupema de cedro, sendo melhor madeira para lanchas, botes, etc. A var. do rio dura 20 anno5 dentro dagua, e abrigada, mais de 80. Todo cedro recebe um polimento bonito As varias espécies de cedro, alem das bellas e boas madeiras têem as cascas com vários usos, como as que dão tinta, tannino; outras são adstringentes e hemeticas. A raiz e a seiva são vomitivas. — 111 — A var. cedrinho tem apenas a madeira com textura mais fina e emprega-se em obras mais delicadas. A rasura do cedro rosa em infusão serve para lavar ulceras e feridas, collocando-se pannos molhados sobre as mesmas. Nas orchites dá muito bom resultado, usada a casca em cozimento. O cedro, com os seus vários appellidos, vive em todo o 3rasil. CEniflUREPl v^ DEIANIRA NERVOSA Cham. e Schl.. Schubleria tenuifolia Don. Fam. das Gentianaceas Plantas amargas, febrifugas, tónicas, usadas como auxiliares da quina nas febres intermittentes. Quasi sem- pre em forma de tisana. — Do Amaz-onas a S. Paulo, Goyaz, Minas Geraes, conforme a espécie. CERE3EIRfl EUGENIA EDULIS Vell., Myrcia laevigata Berg. Fam. das Myrtaceas Fornecem madeira para cabos de ferramentas, lanças, caibros, lenha, carvão. Os fructos são comiveis. A primeira tem o peso especifico de 981, e é mais conhecida por cereja do Rio Grande. Sob a denominação de CEREGEIRA dá o Sr. H. Pereira uma leguminosa, «Myrcianthus edulis BERC^y de cerne vermelho-claro, compacto, peso especifico de 706 H., servindo para obras de torno, recebendo envernizamento;, e tendo effeitos medicinaes como calmante, contendo a casca e as folhas acido prussico. Na fam. das Malpighiaceas, com o nome de cerejeira^ encontramos a Matpighia Coe cif era LINN., cujos fructos são comiveis, adstringentes e empregados contra os des- arranjos intestinaes. — A ultima em quasi todo o Brasil e as primeiras de S. Paulo ao Rio Grande do Sul. -- 112 — C5fl Dfl TERRA BUDDLEIA sp. Fam. das Loganiaccas E' applicado internamente contra moléstias nervosas, debilidade de estômago e dysmenorrhéas. — Maranhão. aM DE PEDESTRE LIPPIA P5EUD0-THEA Cham. Fam. das Verbenaceas Folhas estimulantes, peitoraes e anti-rheumaticas. Usa- se como o chá da índia. — S. Paulo e Minas Geraes. C5ÍÍ minEiRO ECHINODORU5 MACROPHILLUS (Kunth) Micheli Planta, de que se faz chá, de uso proveitoso na cura do rheumatismo, arthritismo, moléstias da pelle, syphilis, e engorgitamento do figado. Extingue as dores rheuma- ticas, nevralgias, aformoseia a pelle, eliminando-lhe qual- quer erupção, combate o excesso de acido urioo, depura o sangue, descongestiona o figado. E' reconhecido depurativo especifico do arthritismo, prevenindo a arterio-sclerose. Os edemas das pernas e as infiltrações generalisadas, as ne- phrites agudas cedem facilmente com o chá mineiro. E' uma bebida agradável, útil para qualquer dôr no corpo, indisposição geral, erupções cutâneas, syphilis, etc. Tem também o nome de chapéo de couro. — MXndLS. C5flGPI5 CAESÀLPINIA PULCHERRIMA Sw. Fam. das Leguminosas. sub-fam. das Caesalpineas As folhas têem propriedades purgativas, emmenago- gas, abortivas c anti-febris; a raiz é venenosa, posto que febrifuga. Também chamada barba de barata. — Bahia. — 113 _ C5flRRUfl PEQUEnfl BACCHARIS TRIDENTATA Vahl. Fam. das Compostas Planta febrífuga e diurética. — Minas Geraes e Matto Grosso. C51BUI Madeira para construcção civil e marcenaria. — Ama- zonas. C51FRE DE VEHDO Parasita — poderoso remédio contra mordedura de cobras, usado interna e externamente. — Bahia e Goyaz. C5ihcfl y EUPATORIUM DENDROIDES Spr. Fam. das Compostas Adstringente, estomachica e tónica. — Do Rio Grande do Norte a Minas Geraes e Goyaz. C50RflO SALIX BABYLONICA Lum. Fam. das Salicaceas Arvore de 8 a 1 1 metros de alto e Im^io a Ij^^jSo de grossura. Cerne da cor da do angico, bastante rijo. Emprega-se a madeira em construcção civil, naval, mar- cenaria. Produz resina semelhante na côr e nas applica- ções á do angico. — Paiahyba. C5UmBEIR0 Madeira para construcção civil. — Pará. CICUTA CICUTA MACULATA Linn., Conium maculatum Linn. Fam. das Umbelliferas São plantas anti-cancerosas e escrophulosas, e muito venenosas. — Todo o Brasil. — 114 ~ cinnflmomo MELIA AZEDARACH Linn. Fam. das Meliaceas E' um género emigrado da índia, dando uma arvore elegante, que produz fructo ovóide, que não se come passando por purgativo, emético e venenoso, donde o nome árabe azedarech, planta malfazeja. E' chamado também arvore santa e lyrio da índia e jasmim de soldado na Bahia. Excellente para avenidas e parques. A madeira é relativamente molle e leve, sendo empregada na marcenaria, caixas de carros, no fabrico de caixas de phosphoros, e sendo sonora, em alguns in- strumentos de musica, pianos, órgãos. Prudentemente usada, a casca amarga é purgativa e anthelmintica; a raiz é amarga, nauseabunda; é consi- derada como abortiva; em altas doses, toxica. As folhas seccas, sobre tumores, operam o amadure- cimento destes. Dão 49,83 0/0 de óleo. — Do Rio de Janeiro ao Rio Grande do Sul. CIPflUBfl Os fructos têem filamentos que quando seccos se assemelham aos da seda. — Ceará. CIPÓ As mattas do Brasil possuem copia immensa de cipós, quasi todos muito úteis pelos diversos e variados empregos a que se prestam. Uns servem para atar; ou- tros, para artefactos e de muitos se tiram filamentos e fibras com que se fabricam chapéos, esteiras, cestos e te- cidos, e muitos delles têem acção therapeutica de alto valor. — 115 — CIPÓ flb50 SEGUIERIA AMERICANA Linn.. ou S. floribunda Benth. Fam. das Phytolacaceos Empregado contra moléstias rheumaticas; as folhas são diuréticas. — S. Paulo e Paraná. CIPÓ flhmECEGfl v^ MIKANIA SETIGERA Sch. Bib. Fam. das Compostas A haste e as folhas são aromáticas, empregadas em banhos no rheumatismoi, nas nevralgias e paralysiaç V CIPÓ flZOUGUE APODANTHERA SMILACIFOLIA Cogn. Fam. das Cucurbitaceas A raiz é depurativa; especifico nas affecções cutâ- neas, até de fundo syphilitico; combate os darthros, ecze- mas. Em Minas Geraes é chamado cota, raiz de cota e con^derado o melhor remédio contra rheumatismo. E' também chamado catingueira. CIPÓ BflBIRUTfl o extracto das folhas é empregado contra ulceras, usado em infusão. CIPÓ CflBEhbUDO WILLUGHBOEA HIRSUTíSSIMA (D.C.) O. Kuntze Poderoso diurético, com acção sobre a perda de al- bumina pelas urinas. Nos casos de albuminúria simples e passageira é de effeito proveitoso, fazendo cessar a albu- nina promptam.ente. E' também chamado guaco cabelludo. — 116 — CIPÓ CflBOCbO DAVILLA RUGOSA Poir. Fam. das Diliiniaceas Planta vulgar nas capoeiras e alqueives, empregada como tónico e adstringente e as folhas em cozimentos nas orchites e nas inchações das pernas. A raiz é purgativa. A planta contem tannino. E' também chamado sambaibinha, cipó carijó^ miiv- raqueteca, çambaiba, folha de lixa. — Bahia, Minas Ge- raes. Espirito Santo, Rio de Janeiro, Santa Catharina. CIPÓ cflmflRÃo Serve para curativo de feridas e golpes. E' muito apreciado para bengalas. CIPÓ CflPflDOR ECHITES PELTATA Vell. Fam. das Apocynaceas Por sua grande adstringência é usado no tratamento das orchites. CIPÓ mm 5omEm EUPATORIUM AYAPANA Vent. Fam. das Compostas Usado nas adenites escrotaes e tal acção tem que pôde determinar a atrophia. CIPÓ C5UmB0 CUSCUTA AMERICANA Linn.. C. umbellata H. B. K.. C. incurvata Piq.. C racemosa Mart., C. tinctoria Mart. Fam. das Convolvulaceas Este género é parasitário e suas espécies são verda- deiras pragas principalmente para as leguminosas, como a alfafa, que é uma das mais perseguidas. O Brasil possue 17 espécies. E' empregado nas he- moptises e moléstias do peito, inflammações das glan- — 117 — dulas, nas diarrhéas; é diurético e anti-phlogistico. E' usadOj também, nas dores uterinas, provocando a menstrua- ção. O cipó chumbo é, também, chamado cipó dourado, fios d^ovos. — Do Amazonas ao Paraná, Minas Geraes e Goyaz. CIPÔ-CIOCl Assim conhecido no Amazonas. Applica-se na medi- cina, no tratamento externo contra a caspa, e suppõe-se também próprio no de dores de cabeça. CIPÓ COBRA CISSAMPELOS GLABERRIMA St. Hil. Fam. das Menispermaceas Raiz tónica, estomachica, febrifuga e útil nas morde- duras de cobra. —Do Rio de Janeiro ao Paraná, Minas Geraes e Matto Grosso. CIPÓ CRflUO TYNNANTHUS FASCICULATU5 Miers., T. clegans Miers. Fam. das Bignoniaceas Excitante e estomacal, próprio para dyspepsias. Aphrodisiaco, em estado fresco. CIPÓ CRUZ CHIOCOCCA BRACHIATA R. e P. Fam. das Rubiaceas E' diurético e purgativo, hydragogo, emmenagogo; anti-darthroso e anti-asthmatico. E' venenoso. — Quasi todo o Brasil, — 118 — CIPÓ D'flGUPl OU CRUZEIRO E' anti-rheumaticiO poderoso; emprega-se nas palpi- tações do coração; excitações nervosas, nevralgias rheu- maticas e como tónico. ClPÔ FhORflO BAUHINIA PULCHELLA Benth. Fam. das Leguminosas Emprega-se em embutidos de marcenaria e adornos, pela belleza dos desenhos. E' adstringente e tannifero. — Minas Geraes, Bahia e Piauhy. CIPÓ DE imBÊ PHILODENDRON IMBE Schott. Fam. das Arcideaceas Planta epidendra, cujas raizes adventicias servem para amarrilho natural de cercas, fardos, etc. e cujas folhas fres- cas e piladas contêem um sueco acre sendo empregadas no curativo das ulceras. O cozimento do caule e folhas, em banho, no rheumatismo e nas orchites; a infusão das folhas e raiz nas hydropisias; o pó da raiz é vesicatório. Também chamado imbê, ambê. — Todo o Brasil, es- pecialmente o Sul. ClPÔ mflTfl Pflu CLUSIA GRANDIFLORA Splitg., C. insignis Marí. Fam. das Guttiferas Planta ornamental, mas assim denominada, porque sendo no principio epiphyta, emitte raizes que descem até o solo e destas raizes saem outras lateraes que enlaçam a arvore que lhes serve de abrigo, apertando-a até inter- ceptar a seiva, causando-lhe a morte. A clusia rósea JACQ., que na Guyana Franceza tem o nome de figuier maudit é o peior. — 119 — CIPÓ mih ROdiEns ARISTOLOCHIA CYMBIFERA Mart.. A. brasiliensis Mart. e Zuc. A. Burchelli Masters, A. chamissonis Duch., A. crenata Mart., A. labiosa Ker., A. macrura Gomez, A. triangularis Cham. e Schiect. Fam. das Aristolochiaceas Plantas trepadeiras cujas raizes têem applicações eguaes á quina e abutua. São amargas, com propriedades es- tomachicas, e usadas contra febres adynamicas, nas ulceras, nas blenorrhagias, leucorrhéas. O mil homens é também chamado jarrinhUy orelha de onça. As raizes são tónicas, anti-scepticas, diuréticas, empregadas com successo nas dyspepsias, febres typhicas, prostração geral. Quasi todas as espécies desta famiiia contêem na raiz um óleo essencial, uma resina amarga e uma substancia extractiva picante, cuja acção sobre o organismo animal é bastante activa e irritante, razão por- que grande numero das espécies tem sido preconizada contra mordeduras de cobras, feridas provenientes de es- pinhos e folhas envenenadas; mas sua efficacia está de- monstrada quanto ás mordeduras de cobras. — Amazonas á Bahia, Minas Geraes, Rio de Janeiro e S. Paulo. CIPÓ DE Pflinfl TRIGONIA PANNICULATA Warm. Fam. das Vochysiaceas Fornece paina para fins domésticos. CIPÓ DE POITÁ ADENOCALYMMA FAVEOLATUM Bur. Fam. das Bignoniaceas Empregado em cercas e obras trançadas. CIPÓ DE SflPO ARAUJIA SERICIFERA Brot. Fam. das Asclepiadaceas Fornece fibras resistentes e sedosas. E' venenoso. — Rio de Janeiro. — 120 — ClPÔ DE SEDfl Uma das asclepiadaceas sarmentosas. Dá excellente paina e muito bôa fibra. — Minas Geraes. ClPÔ sumfl ANCHIETEA SALUTARIS St.-Hil. Fam. das Violáceas As violáceas quasi confundem suas propriedades the- rapeuticas com as da ipecacuanha, sendo que varias de suas espécies são, até, chamadas poaias brancas. O cipó suma tem o caule suberoso e brancacento; é purgativo, e, em alta dose, vomitivo. Emprega-se a raiz, com cheiro de couve, muito succulenta, emquanto fresca, com uma elevada porcentagem de amido, que, ex- traído puro, oonstitue um excellente purgante. O gosto não é desagradável; ligeiramente picante. Este vegetal tem as mais reconhecidas propriedades therapeuticas para as dermatoses. Assim o eczema húmido ou secco, os dár- thros, sobretudo a furunculose, erythemas, crosta láctea tão commum nas crianças tenras, feridas, ulceras, pannos no rosto ou ptyriasis, ou qualquer erupção da pelle, mesmo quando ella se torna áspera, lixosa, ás vezes fendidasi, cobertas de impigens, cravos, são facilmente curadas com o xarope de suma, cozimento ou alcoolatura. A acção do cipó suma extende-se ás mucosas, com- batendo suas irritações, como a pharingite, as adenopaj- thias, a surdez, a coryza, ozenas, anginas tonsillaris, con- junctivites, dilatação do canal lagrimai, otorrhéa. Póde-se consideral-o como o iodureto de potássio vegetal, sem os inconvenientes dos compostos de mercúrio, arsénico, etc. E' também chamado piriguára, piragáia^ piriguaya, nomes provindos do termo indigena pereiuar, que significa o que serve para a pelle de pirei e huar ou guar. — Todo o Brasil, CIQUlRlU\7fl Madeira para construcções civis. — Pará. * _ 121 — ChfíRflIBfl CORDIA CALOCEPHALA Cham.. C. insignis Cham. Fam. das Cordiaceas A primeira dá madeira para carpinteria, obras inter- nas, a segunda tem fructos comiveis, doces, mucilagino- sos. — Da Bahia a S. Paulo. Qomo ERYTHROXYLON OVATUM Cav. Fam. das Eryíhroxylaceas Madeira de lei, mais pesada do que a agua, resiste ao tempo; cerne vermelho e resistente. PESO ESPECIFICO : 1165. EMPREGOS : é uma das melhores madeiras para obras de torno e de resistência, cavilhas de navio, esteios, dormentes, caibros, etc, confundindo-se com a maçaran- duba. — Alagoas, Bahia e Rio Grande do Sul. COCO DP! BflBlfl COCOS NUCIFERA Linn. Fam. das Palmaceas E' uma das mais vantajosas plantas da flora brasileira, sendo todas suas partes úteis, conhecida também por coco da praia As raizes são tidas como anti-ophidicas. A haste ou espique produz madeira para vários misteres, boa cinza para sabãx) e o broto terminal é um palmito muito apreciado. As folhas servem para cobertura de casa, pos- suindo fibras delicadas e resistentes. As nervuras dos folio- los prestam-se ao fabrico de escovas, e o peciolo, alem de produzir cinza rica em potássio, serve para remos. Da inflorescencia, quando ainda em botão, se extráe uma seiva muito abundante e nutritiva, contendo 14,60 «/o de assucar. A parte mais importante da arvore é o coco ou fructo. O envoltório ou casca tem muitas utilidades; a ~ 122 — agua do coco, applicações medicinaes, além de ser refri- gerante. O leite do ooco, isto é, o suco do albumen tem acção contra vermes intestinaes, especialrruente a tenia. A parte mais importante do coco e o coprh, que cada um produz na proporção de loo a 500 grammas, contendo óleo entre 54 a 66 0/0. O óleo serve para fins culinários, sabões, sabonetes, óleos de toilette; presta-se para fabricações pharmaceu- ticas, para illuminação, fabrico de velas e é excellente lubrificante. O coprah fornece ainda uma manteiga de excellente qualidade, conhecida por vegetalina. E' manteiga resis- tente, agradável, sadia e de fácil assimilação, comparável á manteiga de origem animai. — Todo o Brasil, principal- mente no littoral COEIRfinfí CESTRUM BRACTEATUM Lk. e Otío.. C. calycinum Wilid., C. corymbosum Sch!., C. euanthes Schl., C laevigatum Schl. C. parqui Hérif, C. pauciflorum Nees e C. poeppigu Steudt. Fam. des Solanaceas Conhecidas, também, por caerana, cuírana^ cheiraria, coirana^ goirana. As folhas são emollientes, anti-espasmodicas, calman- tes, anti-hemorrhoidarias. Os fructos contêm matéria co- rante. — Bahia, Minas Geraes, Rio de Janeiro, S. Paulo, Rio Grande do Sul. C0EnTRlh50 XANTHOXYLON HYEMALE St.-Hil. Fam. das Rutaceas Arvore de grandes dimensões, dando madeira relati- vamente bôa, quando secca, de côr amarella e empregada nas construcções urbanas, na marcenaria, carvoaria, mo fabrico de carros, resistindo ao tempo. A serragem da madeira é medicinal. — Paraná. — 123 — COffiFinDflTUBfl HIRTELLA BRACTE4TA Mart.. H. Mertiana Hk. Fam. das Rosáceas Têm casca muito tannifera, empregada no cortume, e com usos therapeuticos. — Amazonas, Pará e Ceará. CCmUÍDBÁ Arvore de mais de 1 1 metros de alto^ própria paira construcções civis e navaes, durando 40 annos ao abrigo. — Bahia. eonouRO BROSIMUM CONDURÚ Fr. Al!., B. paraense Hub. Fam. das Moraceas O valor económico desta familia é muito grande pelo avultado numero de espécies úteis que contem. São arvores que vegetam no Pará, fornecendo borra- cha de qualidade inferior e do tronco se destaca o lindo tecido lenhoso, de cor amarei !o-carregada, que tanto vale para moveis e marchetaria. Tronco de ii a I3 metros de alto e om^8o a i»n,io de diâmetro. Também chamadas condurú de sangue. O cerne é rijo e vermelho. EMPREGOS : construcção civil, naval, marcenaria, poleame. O condurú das ilhas tem o âmago mais encarnado. — Pará, Rio Grande do Norte e Bahia. conGonõH VILLARESIA MUCRONÀTA R. e P. Ilex affinis Gardn.. Ilex conocarpa Reiss. Fam. das Aquifoliaceas No Sul são indistinctamente — congonha, cujas folhas se parecem com as do mate verdadeiro. — Ilex pãraguary- ensis, servindo para falsificação deste producto, desva- — 124 — lorisando-o e depreciando-o. As folhas são, entretanto, diuréticas. A segunda é conhecida por c. de Goyaz, e a terceira, c. dos campos. Em Minas Geraes se dá também o nome de congonha^ empregando-se-a, como se fosse herva mate ás espécies symplocos caparoensis, S. lanceolaia e S. varíabilis fam. das SYMPLOCACEAS. — Paraná ao Rio Grande do Sul, Mi- nas Geraes e Goyaz. conGonoíi do GEniio RUDGEA VIBURNIOIDES Benth. Fam. das Rubiaceas Folhas anti-rheumaticas e anti-syphjliticas. — S. Paulo. COniRíl COBRfí ■ ^GIPHILA SALUTARIS H. B. K. Fam. das Verbenaceas Diz-se que as folhas são contra-veneno de cobras. — Amazonas a S. Paulo. C0Pfl5yBfl COPAHYBA LANGSDORFII Desf., C. Martii Hayne. Fam. das Leguminosas, sub-fam. das Caesalpinas Arvores bastante conhecidas pelo óleo que produzem, por incisão na casca, dando tronco aproveitável, de lo metros de comprimento e om;6o a oi",8o de diametroj o cerne é de côr v^ermelho-clara, resistente, com veios escuros. Syn. vulgar: pau d^oleo, óleo de copahyba, copahy, copahuva, cupaúb^ii óleo de copahuva, óleo vermelho de copahyba, copíába ou copiava, gupiuba, amarante ou copa- hyba bracteafa, iherizina, caburé-iba, distinguindo-se ainda da primeira espécie a copahyba parda e a vermelha. PESO ESPECIFICO : c. parda — 830 D. N., 751, 766 R., 1078 D. V., E. C, 844 H., 830 S.; c. vermelha — 832 R. — 125 — RESISTÊNCIA : ao esmagamento, sem determinação da carga, qualquer — 888 D. V. EMPREGOS : madeira de lei que se deixa traba- lhar facilmente para marcenaria, carroceria, torno, oon- strucção civil e naval, mastros de navios, obras internas, expostas e immersas, para embutidos, moveis, cornijas, fi- letes e molduras em wagons de estradas de ferro, taboado para soalhos, esteios de casas. Seu grande valor reside no oieo que produz, 8o esgajhada, casca amarella, lisa que se desfaz em grandes escamas. PESO ESPECIFICO : 955. RESISTÊNCIA : ao esmagamento com carga perpen- dicular 494; parallela 560. EMPREGOS : esteios, obras externas, logares húmi- dos, cabos de ferramentas. Os fructos servem para doces, e são comidos crus. As cascas e as folhas são adstringen- tes e empregadas em banhos, em chás para diarrhéas e desarranjos dos intestinos. — Todo o Brasil. GOIflBElRPl PRETO AMAJOUA EDULÍS Aub!. Fam. das Rubiaceas Dá fructos que são comiveis e muito apreciados. — Amazonas e Pará. GOnÇfíbO flíbUES ASTRONIUM FRAXÍNIFOLIUM Schott. Fam. das Anacardiaceas Arvore alta, copada, caule recto, casca lisa; resinosa e de aspecto ferruginoso. Também conhecida por chibatan, ]ubatão, abatan, aroeira do campo, giiarabú ou guarabú rajado, no Brasil, quebra hacha, em Venezuela. Tronco de 8 a 10 metros de alto e ofn,6o a i"',o de diâmetro. Cerne de cor pardo-clara, com manchas ondu- ladas pretas e brilhantes, muito regulares, longitudinaes ou avermelhadas com v^eios claro-escuros e vermelhos; tecido compacto. PESO ESPECIFICO: 857, 1185 R., 855, 983, D. V., 1.049 D- N-, 940 H. — 155 — RESISTÊNCIA : ao esmagamento sem determinação da carga — 6i8 D. V. EMPREGOS : uma das mais bellas madeiras do Bra- sil, primorosa para moveis de luxo, não só pela linda côr, como por conservar bem o verniz, marchetaria, obras de talho, torno, obras externas, civis, esteios, vigas, pran- chões, dormentes de primeira qualidade, durando lo annos, obras navaes. E' incorruptível, enterrada. Produz resina therebentinacea, medicinal. A casca contem tannino, serzdo empregada no cor- tume. Os fructos dão 5 0/0 de óleo escuro, cáustico, quando empregado puro e é de grande effeito nas moléstias para- sitarias da pelle. Com as mesmas applicações, prestando-se, porém, muito mais á marcenaria de luxo, e com o mesmo peso es- pecifico se conhece outra espécie — Astroniiim graveolens ^AC<^. — Do Amazonas a S. Paulo e Minas Geraes. GORflnfí TífílBÓ CAMPTOSEAiA PÍNNATUM Beníh. Fam, das Leguminosas. sub-fam. das Papilionaceas Goraná é, apud Baxb. Rodr., oorruptella de iiaraná, Du guaraná. Chama-se também timbó de raiz. E' uma trepadeira ou liand ou cipó., de casca e raiz amargas e nauseantes, com flores róseas, apresentando o aspecto da Erythrinia corallodendron. As raizes têem pro- priedadas toxicas e são applicadas contra os peixes, para apanhal-os ; também se usam em banhos contra sarnas e dar- thros. Contêem ellas um alcalóide — piscidina — , seme- lhante á pieroio.xina, que tem acção sobre animaes de sangue frio. Muito empregada nas nevralgias faciaes, coqueluche e insomnias. E' a Jamaica dogwood, da Jamaica e bois enivranty da Martinica. — Amazonas e Matto Grosso. 156 GOROROBA Madeira empregada em construcção civil ; resiste mui- to á liumidade e é usada também para gamelas e obras semelhantes, mastros e taboado. — Maranhão e Alagoas. GRfíOUBÚ Madeira empregada em construcções civis, particular- mente em obras no interior. — Enterrada, conserva-se em perfeito estado por muitos annos. — Rio Grande do Norte. GRflííifl DPI PRam STENOTAPHRUM GLABRUM Trin.. 5. americanum Schrank. Fam. das Graminaceas A raiz é emolliente e refrigerante Emprega-ss em gramados, nos jardins do Rio de Janeiro. E' própria das praias marítimas. — Todo o Brasil. GRÍIO DE GFibhO LUCUMA TORTA D.C. Fam. das Sapotaceas Madeira empregada em construcção civil, carpinte- ria e marcenaria. Da casca verte um látex que é gutta percha. O fructo é ccmestivel. — Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Geraes. GRÃO DE GflhbO CELTI5 GLYCICARPA Mart. Fam. das Ulmaceas Fructos comiveis, a casca tannifera, madeira para esculptura e carvão para pólvora. Também chamado gurupiá. — Do Ceará á Parahjba e Minas Geraes. — 157 — GRflPíflPLin5fl APULEIA PRAECOX Mart. Fam. das Leguminosas, sub-fam. das Caesalpineas E' grande arvore, uma das maiores das nossas flores- tas, ás vezes, mais de 40 metros de alto, pouco galhosa e muito frondosa, robusta, erecta; flores roxas, grandes; fructo verde, grande e espherico. A florescência antecede o apparecimentc das folhas. Conhece-se, também, por garapa, garap ca punha, guru- pid, gramiamunha, e com a var. garapa amarella. Fornece bôa madeira de lei, pesada, muito resistente, que não racha facilmente, com tronco direito, de 8 a 10 metros de alto e o'",6o a 0^,80 de diâmetro, chegando, ás vezes, a i%o. Cerne duro, de côr amarello-clara, muito egual. PESO ESPECIFICO : 773, 967 R., 839 M. V., 11 89 D. V., 829 937 D. N., 843, 866 E. C, 878 H. RESISTÊNCIA : ao esmagamento com carga perpen- dicular ás fibras 317 M. M., parallela — 449 M. M,, sem determinação 860 D. N., a flexão 6ks. 080 M. V. EMPREGOS : construcção naval e civil, obras inter- nas, obras de torneiro, vigamentos, marcenaria, esteios, pranchões, obras expostas, dormentes de primeira quali- dade com duração de 1 1 annos, eixos de carretas, cylindros para moendas. A casca é tannifera. — De Alagoas ao Rio Grande do Sul e Minas Geraes. GRnUflTÁ BROMELIA KARATAS Linn. Fam. das Bromeliaceas Produz um fructo comivel, (porém, mais empregado na medicina como emolliente e peitoral, diurético e descon- gestionante do figado. Augtnenta as urinas, tornando-as cla- ras e sem deposito. — 15S — Tem sido empregado com resultado nas affecções pulmonares, bronchites, tuberculose. Cura, também, a co- queluche. Também appellidado caraoatá. E' planta de bellas fibras. — Quasi todo o littoral. GRP!\7OTé DE TIÍIGIR BILBERGIA TINCTORIA Mart. Fam. das Bromdiaceas Dá (matéria cora.níe amarella. — Ceará, Alagoas, Es- pirito Santo, Minas Geraes e Rio de Janeiro. 6RÍI\7IÔhíl ANONA MURICATA Linn. Fam. das Anonaceas Arvore pequena, dando grandes fructos, muito polpo- sos, Gom a casca verde e ouriçada de espinhos. O cosimento das folhas é sudorifico. Chama-se também guanabano^ sappadille. E' magni- fica para sorvetes. — Pará. 6R£n51TÍDGPI Arvore de grandes dimensões, com diâmetro de \'^,^o dando madeira rija, bastante usada na carpinteria e marce- naria. — Paraná. GROSSflOy MOLDENHAUERA FLORÍBUNDA Schrad.. M. speciosa Fr. Ali. Fam. das Leguminosas, sub-fam. das Caesalpineas Arvores dando tronco de 8 a lo metros de alto e 0^,50 a Qn^jóo de diâmetro, de cerne amarello-claro com manchas, ou pardo com veios ellipticos mais escuros. Co- nhecidas, também, por giiarassahy, goroçãhy. PESO ESPECIFICO : 712 R., 865 D. N. RESISTÊNCIA : ao esmagamento com carga perpen- dicular 273 M. M. ; parallela 582 MM.; sem determina- ção 538 D. V. — 159 — A var. g. azeite tem por peso especifico : 723, 865 R., 866 M. M., 807, 1099 E.V., S09 E. C; 865 D. N., sendo superior ao outro, e dando dormentes que duram 12 ar.nos. EMPREGOS : construcção civil e naval, obras exter- nas, vigas, esteios, postes, logares húmidos. A casca de ambos é medicinal e empregada em cortume. — Da Bahia a S. Paulo. 6RUERI Madeira para construcção civil e marcenaria. En- terrada, dura longo tempo. Serve para travejamento, por- taes e outras obras. — Rio Grande do Norte. GRUmflRim DE PEDRA Madeira amarella, pouco porosa, substituindo o buxo da Europa e servindo para bengalas, xylographia e caixas finas. — Bahia, Espirito Santo, Rio de Janeiro. ^ GRumiKíimfl EUGENIA BRA5ILIEN5Í5 Camb. Fam. das Myríaceas Arvore de regular desenvolvimento, com poucos ga- lhos e pouco frondosa. Conhecem-se gr. branca, gr. vermelha, e sob os syno- nymos de gurumichaba, gurumiçava, gurumixameira, gru- mixaba. Dá um fructo agradável e muito apreciado. Tronco com duramen branco ou amarellado, com malhas amarelladas, fibras finas, contorcidas e fracas. PESO ESPECIFICO : gr. branca, — 670 H. ; gr. ver- melha—6j 2. G. P., 719 H. RESISTÊNCIA : gr. vermelha— 2iO esmagamento com carga perpendicular 327 G. P. ; a flexão 890 G. P. EMPREGOS . caixoteria, carpinteria, moveis ordiná- rios e forros. —Do Rio Grande do Norte ao Rio de Ja- neiro. — 160 — GUflBDÚ EUGENIA GUABIJU Berg. Fam. das Myrtaceas Dá madeira para cx)nstrucção civil, cabos de ferra- mentas, carA^ão e lenha. O fructo é comivel. Também chamado guabira, guassã, guajaraky da vár- zea. — Rio Grande do SuL GUflBIROBfl CAMPOMANESIA COERULEA Berg.. C. cyanea.. C. reticulata Berg., C. rufa Berg., C. salvioelia Berg.. Britoa rugosa Berg. Fam. das Myrtaceas Arvores que fornecem madeira rija e de grande elas- ticidade, cerne branco e resistente. Produzem um' fructo amarello, pequeno, comivel e agradável. PESO ESPECIFICO : 747 D. V. RESISTÊNCIA : ao esmagamento, sem determina- ção da carga — 61 1 D. V. EMPREGOS : construcção civil, carros, caixas_, fer- ramentas, marcenaria, esteios, moirões, lenha, carvão. A casca serve para o cortume. — Da Parahyba ao Paraná. > LUCUMA sp. Fam. das Sapotaceas Arvore delgada, de caule recto, de casca fina e bran- ca, dando um fructo grande, perfumoso, macio e co- mivel Fornece madeira leve € resistente, que serve para obras internas, construcções navaes, remos de botes, mas- tros, etc. — S. Paulo. — 161 — GUflCO MIKANIA AMARA Bert.. M. guaco Humb. e Bompl. Fam. das Compostas Expectorantes e estimulantes. Úteis nas bronchites e tosses, nas ulceras e placas mucosas da lingua e lábios. — Todo o Brasil. GUflIflCO GUAIACUM OFFICINALE Linn. Fam. das Zigophylaceas Arvore altaneira, de casca pardo-esverdeada, forne- cendo madeira dura, muito resinosa e aromática e de sabor acre. A resina que sáe da arvore e a serragem da madeira empregam-se como balsâmicos e contra a syphilis, rheuma- tismo, affecções cutâneas, blenorrhéas, gotta, etc. Contem um principio activo — guaiacina. E' o antigo signiim vitae ou o pau Brasil, como, a principio, fora conhecido na Europa. E' também chamado pau santo. — Sul COCCOLOBA UVIFERA Linn. e Spi. Fam. das Pclygonaceas Fructos comiveis, úteis contra as diarrhéas e leucor- rhéas. Madeira para carvão. — Amazonas. GUfl3flRÁ CHRYSOPHYLLUM EXCELSUM Hub. Fam. das Sapotaceas Produz madeira muito dura, que se emprega na construcção de casas, em esteios, travessas, etc. Var. g. amaiello, g. branco, g. camurim, g. ferro, g. membeca, g. paca, g. tuira, g. íhimotheu (ou iimbótéua, que é o verdadeiro nome), g. vermelho. O nome indígena por que é conhecido é — uayará ou oajará. — Amazonas e Pará. — 162 — CHRYSOBALANUS ICACO Linn. Fam. das Rosáceas Também conhecido por abajeni\ ajuru\ najurw, uayu- ra\ goajuro, giiagcrii\ oageru' guara/uba, í^uajard verme- lho, icãco, casca de virigindade. Os fructos, a principiío róseos, e depois roxo- negros, são comiveis; não estando bem maduros, são adstringentes, como o são a casca e a.- folhas, que se em- pregam em therapeutica e nas redes de pescar para as tor- nar fortes. Tem sementes oleaginosa,'s, sendo denomina^ das em alguns logares ameixa alglodão. O nome indígena uayurú quer dizer — fructa ama.- rella e negra — Amazonas, Pará, Pernambuco, Bahia e S. Paulo. GUÍ]3U\7IRfí[ PATAGONULA AMERICANA Linn. Farr,. das Borraginaceas Esta família conta no Bra,s'iil 9 géneros e perto de 160 espécies, sendo que antigamente se consideravam muitas de suas espécies como medicinaes e ainda hoje varias são empregadas na therapeutica popular; mas analyses e ex- periências posteriores têem demonstrado que nada valem, com excepção da raiz da Alkanna tinctoria. Também chamada guarapuvim. A madeira da guajuvira é de lei, forte e durável, re- sistindo perfeitamente ao tempo; fácil de rachar. PESO ESPECIFICO : 808 G. EMPREGOS : Presta-se para construcçôes civis, na- vaes, poleames, carros, dormentes, obras de marcenaria, cabos de ferramentas, coronhas d'armas; recebe bonito polimento. — De S. Paulo ao Rio Grande do Sul. GUflmiRim Arvore de pequeno desenvolvimento, de que se conhe- cem as variedades: g. vermelho, g. preto, g. ferro, g. guassú e g. lanceia. 16 o Tronco de 4 a 6 metros de alto e o'",40 de diâmetro. PESO ESPECIFICO : g. ferro — 753 R. ; g. guassú — 802 H. EMPREGOS : o g". vermelho e o preto dão madeira rija, crescendo em todo o Paraná, onde é empregada nas construcções urbanas; os outros servem p^ara cercas, du- rando pouco se coUocados inteiros; o g. ferro dá dormen- tes de segunda qualidade, e o g. lanceta só serve para lenha. Dão corte aos 5 annos. — S. Paulo, Paraná e Santa Catharina. GALIPEA JASMINIFLORA St. HiL Fam. das Rutaceas Fornece madeira que se emprega em obras internas e caixoteria. Também chamada guaruba, angiistura, qua- ruba, três folhas do matto. — Do Rio de Janeiro á Santa Catharina e Minas Geraes. GUÁmiXÍRfí ALMEIDEA LONGIFOLIA St. Hil. Fam. das Rutaceas Arvore pequena, com 6 a 8 metros de altura, forne- cendo madeira para obras internas, lenha, servindo para torno e peças curvas. Também chamada guambixira. — Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Geraes. GunnFinDi CALOPHYLLUM BRASILIENSE St. Hi!. Fam. das Guttiferas Bonita arvore, alcançando, ás vezes, mais de 18 me- tros de alto, copada, frondosa, de casca grossa, parda, de lenho denso e uniforme. Conhecem-se as variedades g. am^rello^ g. cedro-, g. piolhOy g. vermelho, g. carvalho, g. curvado, g. de leite e pelos nomes de jacareuba, inglez, landy, Landim, otandint, — 164 — olandy, olandi, lantim, golandim, guíandin, olaiidy-carva- IhOy landim-carvalho, jacaré-yba, ira yandy, sendo este o verdadeiro nome indígena, significando fracta oleosa. Em Sergipe, é landy do brejo ou jacareuba. Tronco de 6 a 8 metros de comprimento, com oni,6o a Qm^go de diâmetro. Duramen de côr avermelhada, muito uniforme, fi- bras finas e direitas. Pequenas differenças de côr e veios entre as variedades. No Paraná, onde, seja pela importância do lenho, seja pelas cascas em virtude da resina delia exsudada (amarella, aromática e amargiosa) é madeira muito procura- da, apresentando, ás vezes, o tronco superior a 20 metros de comprimento. PESO ESPECIFICO : 753, 802 R., 635 D. V. RESISTÊNCIA : ao esmagamento sem determinação da carga 44 D. V. EMPREGOS : oonstruoção naval e civil, mastros du- ráveis, obras externas, marcenaria, carpinteria, obras in- ternas. A resina ou leite tem applicações medicinaes. — Do Amazonas ao Rio Grande do SuL GLíflPRRl Dá madeira de lei para construcções, alcançando, ás vezes, 50 palmos de alto, e sendo, também conhecida por guaparim. — Santa Catharina. ^ GUÍÍPEBfl LUCUMA LAURIFOLIA D. C, Guapeba laurifolia Gomcz. Fam. das Sapotaceas Grande arvore, de cerne de côr amarellada, ou bran- ca de palha, escura, com fibras revezadas e ásperas, teci- do compacto e resistente. Dá fructo carnoso, vermelho, e muito apreciado por seu sabor, parecendo-se com o cambucá. Mesmo maduro, tem leite, como o abio. — 165 — Também conhecido por guapeva, que quer dizer: fructa chata, andirobu, nhadiroba. PESO ESPECIFICO : 758 G. P. RESISTÊNCIA : ao esmagamento com carga perpen- dicular 128 G. P., 361 M. M.; parallela, 468 G. P., 714 M. M. EMPREGOS : construcção civil, madeiramento de obras internas, logares seccos, taboados, baldrames. As sementes do fructo são ricas em óleo e o látex que sáe da arvore contem borracha. — Espirito Santo, Rio de Janeiro, S. Paulo e Minas Geraes. G0PIPER017Ú SCHIZOLOBIUM EXCEL5UM Vog. Fam. das Leguminosas, sub-fam. das Caesalpineas Arvore de ornamentação, de grande desenvolvimento e altura, formando grande copa, tronco recto e grosso, galhos direitos, altos, folhas muito miúdas e em palmas, grandes, flores amarellas ; o fructo é uma vagem chata, com uma semente escura, dura; casca pardo-clara muito lisa. Conhece-se também com os nomes de baciiriivú, bacu- /ubá, antes bacuriby, e timbaúba, pau de canoa. Troncos de 10 a 12 metros de comprimento e o'",6o a 1^,0 de diâmetro. PESO ESPECIFICO : 302 H. EMPREGOS : obras internas, caixas, forros, taboado, logares húmidos, canoas. A casca serve para o cortume. — Bahia, Rio de Ja- neiro, Minas Geraes, S. Paulo e Rio Grande do Sul. GliflPEUíl FnVILLEA TKILOBATA Linn. Fam. das Curcubiíaceas Trepadeira que dá sementes amargas, oleosas, tóni- cas, e estomachicas, e em dose alta, eméticas e preconi- sadas na ictericia e inflammações do figado, nas dyspe- psias, flatulências, inércia do estômago e prisão de ventre. — 166 — O sumo das folhas emprega-se contra mordedura de cor bras. O óleo ou azeite das sementes é purgativo e usado em fricções na erysipela, imipigem e mordedura de cobras, e pôde servir para illuminação. E' também chamado castanha de Ou^re, jandiroba, cipó de jaboíy, fava de S. Ignacio (falsa), pois a verdadeira fava é Strychnos amara LINN., Sfrychnos nux vomica, das Loganiaceas. As sementes são tidas como febrífugas e indicadas contra os venenos de cobra, da mandioca, na noz-vomica e da 'cicuta. — S. Paulo, Minas Geraes, Rio de Janeiro, Goyaz e Pernambuco. . GUflPORíinGfl MARLIERA TOMENTOSA Camb. Fam. das Myrtaceas Arbusto grande, dando fructo de tamanho regular, roxo-negro, doce. Madeira para cabos de ferramentas, instrumentos agrí- colas, obras internas, carvão e lenha. Os frucíos são comiveis e a casca é medicinal. — De S. Paulo ao Rio Grande do Sul, GMPm Arvore, dando madeira para marcenaria, vigamentos a coberto do tempo. Encontra-se no iittoral e em serra acima no Paraná. 60flPU5I Planta trepadeira, com propriedades tónicas. A raiz, crua ou assada no rescaldo, ralada e depois exprimida, para servir o liquido nas primeiras 24 horas, é emprega- da com muita vantagem nas ophtalmias chronicas. —Ama- zonas. — 167 — wmpM PELTOGYNE CONFERTIFLORA Benth.. P. discoior Vog. Fam. das Leguminosas, sub-fam. das Caesalpineas Arvores de grande desenvolvimento e porte, dando tronco de 8 a IO metros de comprimento e om^óo a o'n,8o de diâmetro, cora cerne de cor roxo-clara ou roxo-escura uniforme, fibras finas, de muita duração. A madeira da segunda espécie, logo depois de cortada tem a cor esver- deada, que passa pouco a pouco a roxo, exposta ao ar, pro»- priedade que lhe valeu a determinação discoior — de duas cores. Conhecem-se as variedades g. branco, g. preto, g. rajada, roxinho, (Rio de Janeiro), guarubú^ guaruhú nmOr relia, amararde, pau roxo, barabú, gancalo alves (sem ser o verdadeiro). Guarabú é uma adulteração do tupy ntiiyra by, isto é, pau alto, excelso. PESO ESPECÍFICO : g. branco— 1017, 1284 R., 855, 983, E, C, 935 Rainsville; g. preto — 1164 R., 1004, 1052 D. V., 1045 M. V., 635, íGoo D. N., 1052 M. M. RESISTÊNCIA : g. branco — ao esmagamento sem de- terminação da carga 6í8 E. C. ; g. preto — ao esmagamento com carga perpendicular 538 M. M. ; parallela 755 M. M. ; sem determinação 685 D. V. EMPREGOS : bôa madeira, resistente e elástica para construcção civil e naval, marcenaria, vigamentos, bar- rotes, cabos de ferramentas, frechaes, raios e nós de rodas de carro, peças de grande resistência, obras externas, logares húmidos, dormentes de segunda qualidade, du- rando 9 annos. Produz resina medicinal com o cheiro e as mesmas applicações que a terebintina, e fornece tinta vermelha e tannino. — De Alagoas a São Paulo. mmmxzçí Arvore alta, com folhas compridas e casca escura; dando fructo parecido com a pitanga e comivel. — 168 — Fornece madeira branca com manchas vermelhas, que se presta para obras internas. — S. Paulo. TERMINALIA ACUMINATA Fr. Ali. Fam. das Combreíaceas Arvore grande, com duramen amarello, com tons dourados, dando flores pequenas e em racemo, com pe- dúnculo anguloso e pubescente, e fructos coriaceos, com uma semente, com três azas longitudinaes. Esta espécie é a que Fr. AU. denominara Vicentía acuminata. O nome giiarajuba é corruptela de muyrayiiba., isto é, pau amarello. Chama-se em Santa Caíharina guarajuva. PESO ESPECIFICO : 789. RESISTÊNCIA : ao esmagamento 725. EMPREGOS : construcção civil e naval, peças de en- genho, carpinteria, torno e tinturaria. — Do Amazonas á Santa Catharina. GOfiRPinÁ PAULLINÍA CUPANA H. B. K.. P. sorbilis Mart. Fam. das Sapindaceas Dos fructos deste cipó se faz uma massa gommo-resi- nosa, que se applica na medicina, no tratamento interno contra dysenterias e febres intermittentes. Os indios usam do arillo vermelho dos fructos para tingir os dentes. Co- lhidos os fructos ainda não bem maduros e tratados com agua, tiram-lhe a parte carnosa, reservando as sementes para serem torradas e trituradas em pilões até reduzirem- nas a pó, que é depois transformado com agua em massa sufficientemente consistente para ser moldada, sendo final- mente esta cozida em fornos próprios, e assim dessas se- mentes, de mistura com cacáo, farinha de mandioca se faz um producto m.uito conhecido no commercio. E' um confortante, digestivo, estimulante. E' também chamado pelos indígenas uaranái cupaiia. — Matto Grosso e Amazonas. — 169 — ESENBECKIA LEIOCARPA Engl. Fam. das Rutaceas Arvore pequena, cauJe recto e esguio; folhas grandes e redondas. Conhece-se sob a denominação de pau duro, 'yuaratan de quará-a-rvove e aníã-íortt. Tronco de 4 a ó metros de alto e om,4o a ©"1,50 de diâmetro. Duramen de cor amarella, uniforme, com fibras muito longas e grossas marchetadas de dourado brilhante, decido compacto. PESO ESPECIFICO : 968 G. P., 1098 H RESISTÊNCIA : ao esmagamento com carga perpen- dicular 176 G. P. ; paralleia 672 G. P. ; a flexão 1640 G. P. EMPREGOS : esteios, estivas, moirões, cercas, loga- res húmidos, dormentes. Deve ser sempre empregada a rachada por durar mais c enterrada, dura muito. — Rio de Janeiro, Minas Geraes e São Paulo. GUflRflPlClCfl ^ LUCUMA sp. Fam. das Sapoíaceas Emprega-se na marcenaria. — Santa Catharina. GUPIRÍIPERÊ WEINMANNIA HIRTA Mart. Fam. das Saxifragaceas Arvore de mediano porte, conhecida em Santa Catha- rina por guaraparê da miada. Produz madeira para obras, mas não é de qualidade superior. — Paraná. GUflRflPIRflnGfl Arvore tortuosa, dando madeira rija, própria para construcções civis, cabos de ferramentas, torno. — Paraná. 170 GUflRflRIBfl GUARARIBEA GNYANEN5IS Aubl. Fam. das Bormbaceas Serve para bóias, canoas, coxos, gamelas, moldu- ras. — Amazonas e Pará. GUflRflTfllfl Estomacal que combate o peso no estômago e cólicas intestinaes. Faz ter appetite e boa digestão, evita gazes, tonteiras e dores de cabeça. E' muito útil nos vómitos e diarrhéas das crianças. — Rio de Janeiro. GUfíRIROBfl COCOS OLERACEA Mart. Fam. das Palmaceas Produz óleo ou azeite para condimento e luz. — Alagoas. GUARITA Arvore de grande desenvolvimento, dando tronco de 8 aio metros de comprimento e 011,50 a 0^,60 de diâmetro. Duramen de cor vermelho-clara ou ligeiramente roxa, com manchas pretas pronunciadas; fibras finas. Conhecem-se as variedades g. roxo e g. vermelho. PESO ESPECIFICO : g. roxo— 974 G. P., 961 H. RESISTÊNCIA : g. vermelho— ao esmagamento com carga perpendicular 283; parallela 681 G. P. ; a flexão 1271 G. P. EMPREGOS : marcenaria, torno, obras externas, lo- gares húmidos. Bellissima madeira para envernizamento. — S. Paulo. GUflRIÚBfl OLMEDIA ERYTHRORHIZA Hub. Fam. das Moraceas Tronco de 13 a 15 metros de alto e o, '"80 a i%70 de grossura. Dá madeira de cor amarello-escura ou par- dacenta, de tecido resistente, compacto, mostrando, em — 171 — corte longitudinal, bellos veios ondulados de cor mais escura. E' de longa duração e empregada em obras immer- sas, quer expostas ao tempo. Serve na tinturaria. Também conhecido por guarijuba. — Amazonas, Pará e. Bahia. GURSSflTUnGíl CASEARIA SYLVESTRÍS Sw. Fam. das Flacourtiaceas São relativamente diminutos os préstimos desta gran- de família, pois que até mesmo as propriedades medici- naes com que se as louvavam, são fracas, como, por exem- plo, as varias espécies de Casearia que com os nomes de língua de teia, vassatunga, apiá-acanoçú, pioya, fruda de sahyra, pau ou herva de lagarto e petumba tiveram grande renome na cura das mordeduras de cobras. E' uma arvore de estatura mediana, com as variedades g. branca, g. grande, g. preta, sendo esta a mais alta e a mais apreciada. EMPREGOS : carpinteria, construcção civil, marce- naria, carros, torno. Do tronco exsuda uma resina que se assemelha muito ao âmbar. — Paraná. GOflTflmBÚ ASPIDOSPERMA MACROCARPON Mart. Fam das Apocynaceas Arvore de grande desenvolvimento^ alcançando de i8 a 20 metros de alto, com o'n,6o a o«,8o de diâmetro, caule recto, sem engrossar muito, poucos galhos, folhas grandes oblongas, fructo grande com duas lojas; casca lisa; madeira de tecido compacto, sem poros. Tronco de 10 metros de comprimento, com duramen de cor amarello-clara ou vermelha com manchas mais claras, fibras rectas e finas. Parece-se muito com a peroba graúda, com a qual é fácil confundir-se. Conhecem-se as variedades : g. amarello, g. vermelho, g. mamona, (Santa Catharina), g. legitimo, g. resina. — 172 — PESO ESPECIFICO : g. amarello — 779 G. P. ; g. ver- melho—jâ^j G. P., 855 H., 871. O Grémio Polytechnico de S. Paulo Huascar Pereira) dá 791 para o g. legitimo. RESISTÊNCIA : g. amarello — ao esmagamento, com carga perpendicular 147 G. P. ; parallela, 529 G. P, ; a flexão 1426 G. P. ; g. vermelho~a:o esmagamento com carga perpendicular 124 G. P., parallela 421 G. P. ; a flexão 798 G. P. O Grémio Polytechnico de S. Paulo (ibi- dem) dá a resistência de g. legitimo — ao esmagamento com carga perpendicular 147, parallela 540, a flexão, 1209. EMPREGOS : construcção naval e civil, dormentes, xylographia, cabos de ferramentas, bengalas, marcenaria, recebe perfeitamente o verniz, tomando um polimento mui- to bonito e assemelhando-se ao maimore. — São Paulo, Paraná e Santa Catharina. OCOTEA ARECHAVALETAE Mez. Fam. das Lauraceas PESO ESPECIFICO : 510. EMPREGOS : caixoteria,. carpinteria, carros^ e obras internas. — Rio Grande do Sul. GUfiyRFinfl TABERNOEMONTANA LAETA Mart. Fam. das Apocynaceas Arvore pequena ou arbusto, não indo além de 8 me- tros de alto, caule geralmente tortuoso; dando madeira que serve para cepa para tamancos, colheres, cuias, e, algu- mas vezes, caibros, vigotas, taboas para caixões, obras internas, servindo, também, para lenha e carvão. A casca exsuda látex abundante, que deve conter gutta percha. E' também chamada : café do niatio^ esperta, leiteira^ pau de colher. — Espirito Santo, Rio de Janeiro, S. Paulo e Minas Geraes. — 173 — CECROPIA CONCOLOR W. Fam. das Euphorbiaceas RUPRECHTIA SALICIFOLIA Mey. Fam. das Polygonaceas A primeira é arvore alta, esguia,, copada, dando fruc- tos pequenos, verdes, casca fina, e fornecendo madeira muito flexível. Tronco de 6 a 8 metros de comprimento e om,6o a om,8o de diâmetro. PESO ESPECIFICO : 1.145 H., para qualquer delias. EMPREGOS : mobilias, torno, obras internas, cabos de ferramentas, obras expostas ao tempo, marcenaria, le- nha e car\'ão; bella superficie para envernizamento. — De S. Paulo ao Rio Grande do Sul. GuinÉ PETIVERIA ALLIACEA Linn. Fam. das Phytolaccaceas E' estimulante, usada nas paralysias, no rheumatismo, na inchação das pernas, no beri-beri ; é abortivo enérgico. Em altas doses pôde causar até a morte. Conhecida também por pipi, herva pípU mucuracaâ (Amazonas, Pará). Não se deve confundir com a Anona acutiflora MART., que se chama pau de Guiné. — Em quasi todo o Brasil. 5ER\7fl flnD0Rín5fl / EUPMORBIA BRASILIENSIS Lam.. E. coecorum Marl.. E. pilulifera Linn. Fam. das Euphorbiaceas São empregadas no tratamento das ophthalmias. — Do Amazonas a S. Paulo. 5ER\7Í1 BOTflO ECLIPTA ALBA Hassk. Fam. das Compostas E' também conhecida por lanceta. O sueco é empre- gado contra veneno de cobra. O cosimento de toda a planta^ em banhos, serve no curativo do eczema e das feridas. 174 5ER\7fl CAPITÃO HYDKOCOTYLE BARBAR055A Cham.. H. callicephala Cham., H. leucocephala Cham., var. obtusiloba Urb.. H. ranunculoides Linn. F?, vars. H. umbellata Linn. F?, H. verti- ciiiaía Thumb. Fam. das Umbclliferas Raiz diurética, com acção sobre o figado; vomitiva, em altas doses. E' planta que cresce entre o agrião e que em alguns legares chamam de cicuta. — Quasi todo o Brasil. 5ER17fl CIDREIRA LIPPIA GEMINATA H. B. K. Fam. das Verbenaceas As folhas, em chá, são calmantes, estomachicas. — Todo o Brasil. 5ER17fl DFI UIDA HEIMIA 5ALICIFOLIA Lk. e Otto. Fam. das Lythraceas Tem propriedades anti-syphiliticas e sudorificas; em- pregada contra sarna. — De S. Paulo ao Rio Grande do Sul. BERVfl DE BÍC50 POLYGONUM ACRE H. B. K. Fam. das Polygonaceas Diurética, estimulante, vermifuga, fornecendo um óleo essencial, e por isso é usada para afugentar insectos no- civos. Também conhecida por acataya, persicaria, pimenta (Vagaa^ pajamarioba. — Amazonas, Matto Grosso e Rio de Janeiro. 5ERra DE C5UmB0 CASSYTHA AMERICANA Nees.. C. filiformis Linn. Fam. das Lauraceas Empregada como hemostatica. — Amazonas. — 175 — 5ERUPI DE LAGARTO ' TOURNEFORTIA LAEVIGATA Lam. Fam. das Borraginaceas ^ CASEARIA ACUMINATA Wall.. C. brasiliensis Eichl. Fam. das Samydaceas Passam por anti-syphiliticas e anti-hydropicas. — Do Amazonas a S. Paulo. 5ER17fI DE RATO HAMELIA PATENS Jacq., Palicurea densiflora Mart.. Psychoíria chloroíica Miill Arg.. P. discolor Hub., P. marcgravii Spr., P. ruellioefolia Mlill. Arg.. Rebulnium noxium Schum. Fam. das Rubiaceas São consideradas ricas em espécies toxicas, e a A marcgravií é vantajosamente utilisada para matar ratos. Passando por terem acção enérgica sobre o rim e a pelie, causam graves perturbações, entretanto, pelo que são em- pregadas apenas em veterinária. A ultima em substituição á Rabia noxia ST. HIL., vegeta em Goyaz e fornece tinta vermelha. — Ceará, Bailia, Minas e S. Paulo. 5ERra DE SnnTFI íílFIRIfl CHENOPODIUM AMBR0SICIDE5 Linn. Fam. das Chenopodiaceas Contem um ol.eo essencial e por isso é empregada para afugentar pulgas e persevejos. E' empregada com vantagem para matar vermes intes- tinaes. — Todo o Brasil. 5ERVA DE 5. jOÇíO AGERATUM CONYZOIDES Linn. Fam. das Compostas Conhecida, também, por mentrasio, catinga de barrão, é amarga, aromática, útil nas febres malignas. Internamente e em banhos é vantajosa no rheumatismo agudo e chronico, e a alcoolaíura serve para fricções e — 176 — internamente em cólicas do ventre. Bom medicamento para catarrho da bexiga. — Da Bahia a S. Paulo, Minas Geraes e Goyaz. 5ERVPÍ DE SflPO BEGÓNIA PLATANIFOLIÀ Grah. Fam. das Begoniaceas Planta diurética e anti-thermica, ornamental, raiz adstringente, —Rio de Janeiro, Minas Geraes e S. Paulo. 5ERra DE sammm BEGÓNIA HIRTELLA Lk. Fam. das Begoniaceas Planta diurética, empregada contra catarrho da bexi- , ga, diarrhéa, contendo as folhas soda. — Do Ama- zonas ao Rio Grande do Norte. BERUfl DE SOhDflDO HEDIOSMUM BRA5ILIEN5IS Mart. Fam. das Chloranthaceas Empregada contra dores de estômago, febres e dores de cabeça. —Minas Geraes e Espirito Santo. 5ERyn DOCE PIMPINELLA ANISUM Linn. Fam. das Umbelliferas Planta útil na arte culinária, nas confeitarias, e de grande proveito, em ch'í, nas perturbações gástricas. Chamada também funcho, aniz. — Quasi todo o Brasil. 5ER\7fl DOS CflRPíniElROS KÍVINA HUMILIS Linn. Fam. das Phytolacaceas Além de propriedades therapeuticas, aliás secundarias, os fructos desta espécie vegetal contêem forte matéria corante e inócua, razão pela qua! é empregada para tingir vinhos, doces, e até se usa nos tecidos. — Da Ba- hia a S. Paulo. — 117 — BERUfí 3flRflRPICfl DRACONTIUM ASPERUM C. Kock. Fam. das Araceas Raizes grossas e tuberosas, contendo um principio cáustico, altamente toxico, empregado contra mordedura de cobras. — S. Paulo. 5ERUfl mFiCfl5É LEONURUS SIBIRICU5 Linn. Fam. das Labiadas Amarga, aromática e estomacal, empregada no trata- mento de vómitos, embaraços gástricos, gastro-enterites, grippe. — Estado do Rio de Janeiro. 5ER\7fl mOURfl SOLANUM NIGRUM Linn. Fam. das Solanaceas Adstringente, anti-espasmodica, emolliente, narcótica, sedativa. Em grande quantidade é venenosa. Emprega-se nas inflammações, affecções cutâneas, rheumatismo, leu- corrhéa. — De S. Paulo ao Rio Grande do Sul. 5ERUfl P0mBin5fl PHYLLANTHUS DIFFUSUS MUll. Arg.. P. acutifolius Spreng.. P. lathyroides Miill. Arg. Fam. das Euphorblaceas São conhecidas, também, por quebra pedra, e são todas plantas diuréticas. O sueco dos frucíos e sementes é usado na diabetes ou urinas doces. A infusão das plantas é empregada no curativo da gonorrhéa. — Rio de Janeiro, Mina3 Geraes e S. Paulo. 5ER\7fl SfinTfl BACCHARIS VULNERARIA Baker. Fam. das Compostas Folhas anti-herpeticas, anti-cancerosas, empregadas com vantagem na lavagem das ulceras e feridas. — São Paulo. — 178 — ^ 5ER\7fl SlhUinfl POLYPODIUM VACCINIFOLIUM Langd. e Fischer. Toda a planta é usada, em infusíio, ou cosimento nos escarrhos de sangue. E' também conhecida por herva Thereza. 5ER\7fl TOSTÃO BOERHAVIA HIRSUTA Willd. Fam. das Nycíaginaceas As raizes são empregadas como diuréticas e desob- struentes nas moléstias dos rins e do fígado, e nas febres intermittentes, de fundo palustre. Conhecida, também, por tangaraca, pega pinto, bredo do porco. — Todo o Brasil. 5CRTEhfl . PELTODON RADICANS Pohl. Fam. das Labiadas E' anti-espasmodica, anti-herpetica, anti-syphilitica, ser- vindo também como condimento. E' chamada no Pará — paracary e no Rio de Janeiro — herva do br ante — Do Rio de Janeiro ao Rio Grande do Sul. BORTEhfl DE CflíIlPC PELTODON LONGIPES St. Hil. Fam. das Labiadas Planta emmenagoga, empregada, também, na perfu- maria, por fornecer óleo essencial. — Sul do Brasil. 50RTEbfl PimEnTPI MENTHA PIPERITA Linn. Fam. das Labiadas Aromática, com emprego na medicina popular, em forma de chá, e na arte culinária. — Todo o Brasil. — 179 — 5Ufly-5Ufl55-5fíP0TE Fam. das Síerculiaceas Arvore mais possante de terra firme do Amazonas, vegetando na proximidade da Cordilheira dos Andes, dando um fructo gfande com o nome acima. IflUflRfl ICÍCPI Produz uma resina applicada na medicina, externa- mente contra dores de cabeça. Usa-se, aspirando o fumo resultante de sua combustão e também ap^plicando-se ás fontes. — Amazonas. IBíIPOCflBfl ALLAMANDA DONIANA Míill. Arg. Fam. das Apocynaceas Esta, como a .4. schoitii-, A. violácea e A. pubescetis, é planta do ornamentação, sendo que são também consi- deradas toxicas e drásticas. — Maranhão e Piauhy. ÍCflCORÉ-CflTinGfl ARDISIA 5EMI-CRENATA Mart. Fam. das Myrcinaceas Fructos comivei.s, posto que não muito saborosos; casca refrigerante. — Amazonas. imBPiúBfí CECROPIA ADENOPS Marl. C obtusa Trec, C. palmeta WiUd., C. pelíaía Linn. Fam. das Artocarpaceas Arvore de madeira esbranquiçada, secca e leve, con- tendo, tanto no interior dos ramos, como no tronco, uma massa molle, côr de chocolate, que, extendida em panno, applica-se com vantagem sobre as feridas cancerosas. Com as folhas e rebentos se prepara um xarope usado contra a tosse, a tuberculose, e do sueco um medica- mento anti-gonorrheico. As folhas seccas servem de lixa. — 180 — As fibras das cascas dos ramos mais novos, muito resis- tentes, dão cordas e pasta para papel. Da casca se extráe um sueco anti -febril. A madeira serve para carvão, para pólvora, pasta para papel e lenha. Conhece-se, também, por ambaúba, ambaúba, imbaú- ba, sapucaia, embaúba, inibahyba, ambahyba e arvore da preguiça. — Todo o Brasil. POUROUMA ACUMINATA Mart.. P. bicolor Mart. e P. cecropioefolia Mart. Fam. das Artocarpaceas Arvores, cuja madeira serve para carvão e lenha. Os fructos, parecidos com a uva, são comiveis e com elles se faz bebida vinosa. — Do Amazonas ao Piauhy e Bahia. líTlBUZEIRO SPONDIAS PURPÚREA Linn. Fam. das Anacardeaceas Arvore alta, produzindo frnrto., que contêem uma substancia doce e acida, agradável, fornecendo madeira leve empregada no fabrico de caixões e em obras internas. Também chamado ambuzeiro, umbuzeiro. Os fructos são comiveis e de seu sueco, com assucar e leite, se faz na Bahia a imbuzada, muito apreciada. Tan- to os fructos, como as tubaras que se formam nas raizes são dadas aos febricitantes, como desalterantes, refrige- rantes; o cosimento das cascas é empregado em affecções da córnea; e as cascas servem para o cortume, dando tam- bém tinta roxa. Ainda por ímbazeiro se conhecem o Spondias venu- losa MART., S. daicis FORST. (ou cajá manga, ou tape- rybá do sertão) 5. macrocarpa ENGL. ('ou taperybá assú, cajá assú), 5. myrobalanus VELL., que têem todas, mais ou menos, o? mesmos usos e applicaçòes. — Do Amazonas á Bahia. — 181 — imBIRUSSÚ BOMBAX GRACILIPES Schum.. B. longifiorum Schum.. B. pentaphyllum Vell.. B. pubescens Mart. e Zucc, B. stenope- talum Schum. Fam. das Bombaceas Fornecem madeira excessivamente molle e leve, em- pregada na factura de canoas, jangadas, cochos, gamelas, cuias, bóias, molduras. O tecido filamentoso da casca é usado no fabrico de cordas grosseiras e no preparo de es- topa para caiafetos. A.s sementes do fructo são envolvi- das por uma lã sedosa, finissima, que serve para travessei- ros, almofadas e dão 25 a 30 0/0 de oieo semelhante ao do amendoim. As fibras fornecem uma coUulose pura que deve substituir o algodão no fabrico de algodão pól- vora.— Espirito Santo, Rio de Janeiro e S. Paulo. MAXIMILIANA REGIA Mart. Fam. das Palmaceas O fructo desta palmeira, na falta do unicury, serve para defumar a borracha. Os foliolos da planta ainda não abertos servem para o fabrico de esteiras, cestos, e chapéos grossos e a epider- me dura e lisa do peciolo das folhas para peneiras, cestas, etc. Das gigantescas espathas se servem como se fossem carros, carregando-as de pedras, terra, fardos e arrastan- do-as por animaes. Conhece-se também por inayá, inala. — Amazonas, Pará, Maranhão, Matto Grosso. infl3FiRflnfl QUARARIBEA GUYANENSIS Aubl. Fam. das Bombaceas Emprcga-se em construcções civis. — Amazonas e Pará. . inflíTlBU QUiSSfíUfl CARAIPA INSIDIOSA Barb. Rodr. Fam.dasTernstroeminaceas Madeira empregada na carpinteria e marcenaria. Ou inambú quiçaua. — Amazonas e Pará. — 182 — inflmui Louro ituimui é o nome vulgar no Amazonas, fre- quente nos igarapés. Também inamuhy. O emprego do duramen limita-.se a obras internas. — Amazonas. ^ innyacpi MAXIMILIANA spec Fam. das Palmaceas E' palmeira mais aita que a inajá, com os mesmos préstimos. — Amazonas e Pará, inDflyfl ATTALEA HUMILIS Mart. Fam. das Paimaceas Tem o aspecto geral da piassaba da Bahia. Das folhas se extráe material para chapéos, redes, cordas. Dos cocos se extráe 40 0/0 de óleo ou azeite, que tem applicações industriaes e culinárias, podendo substituir o de amêndoas doces para todas as applicações. — Amazo- nas, Pará, Bahia, S. Paulo e Minas Geraes. inFfíhhlUEh GOMPHRENA POHLII Moq. Fam. das Aruaraníaceas Passa por ser utii nas affecçoes do apparelho respi- ratório. — S. Paulo e Minas Geraes. Fam. das Leguminosas, sub-fam. das Mimosas Varias são as espécies, todas dando madeira para obras internas, caixoteria, carpinteria, lenha, carvão, contendo a casca 10 a 20 0/0 de tannino, conforme a espécie. Citam-se : /. bahiensis BENTH., I. mimosa, ou /. de quatro folhas, ou /. aniarelUh ou do Rio, e em Pernambuco e Alagoas Ingá-hi, I. jagifoUa WILLD., I. caixão, /. Iiefero- — 183 — phylla WILLD., ou l. tetraphylla MÂRT., ou /. mimosa ie- traphylla WILLD.J.ingoides WI LLD.J .leptanta BENTH ., I. nobilis WILLD., /. setifera DC, /. sputia Hiimb. e Bonpl., /. subnuda SALZAÍ., I. thtibaiidiana DC.t /. uruguayensis HK. e ARN.; Ingâ-assú — /. cinnamomea Spruce, Ingá- chichi— L alba WILLD.; Ingá cipó—L edalis MART.; Ingá doce — /. affinis DC; Ingá ferradura — /. sessUis MART.; Ingá mirim ou bordada — /. maiginaía WILLD.; ou Mimosa Burgoni AUBL.; Ingarana — /. disUcha BENTH.; Ingá amargosa — Swarzia elegans Schoít.; I. boi — Swarzioi Flemmingi Raddi.; I . bravo — Calíiandta Peckolti BENTH.; I. doce da serra — 7. barbata BENTH.; /. opeapiiba — Ingá maritiwM BENTH. i-^Grimault e Hervê preparam com as cascas um extracto hydro-alcoolico comparável, pela adstringência, cor e pro- priedade ao extracto de ratanhia. — Conforme a espécie, todo 9 Brasil. \Y\m\m flmflREhhfl Arvore de ii a i2 metros de alto, com i^,jo de grossura. Muito semelhante ás sapucaias e com as mesmas applicações. Enterrada, dura i6 annos e ao tempo, 6o. Empregada em construcções civis e navaes. — Bahia. inRflmE DIOSCOREA ILLUSTRATA Hort. e D. piperifolia Willd. Fam. das Dioscoreaceas Folhas emoUientes; as «batatas» são alimentares para o homem e para os animaes, especialmente para os suinos. — Todo o Brasil. IPflDÚ ERYTHROXYLUM CATARACTARUM Spr. Fam. das Erythroxylaceas Arbusto do Amazonas, que substitue o verdadeiro Ipadú, que é o cuca ou coca do Perii, notável por fornecer — 184 — o alcalóide cocaína e a hygrina, mas suas propriedaldes não são tão enérgicas. Esta espécie é uma pequena arvore muito ramalha- da e copada. Os índios servem-se da coca, reduzindo as folhas a pó, que toma uma côr verde, e só, ou misturada com a Ihecta, cinzas, do grello da imbauba (Cecropia) ou do chcnopodiíim quinoa W ., mascam esse pó, o que lhes faz crer que se alimentam, pois lhes tira o appetite e reduz o estômago ao estado de inércia. — Amazonas. IPÊ Os ipês pertencem ás LEGUMINOSAS, ás BIGNO- NIACEAS e ás BORRAGINACEAS. A's BIGNONIACEAS : IPE AMARE LLO — Tecôma chrisotricha MART., IPE PRETO, com as variedades — Tecôma impetiginosa MART., TABACO— Tecônta pedicel- lata BUR. e SCMUM, BÓIA ou BRANCO — Tecôma subvernlcosa P. \D. C. e a sub-variedade Tecôma murlcata, e ainda: Tecôma ochracea CHAM. ou IPE AMARELLO; Tecôma florescens Tecôma arallacea P. D. C. ou IPE DO CAMPO; IPE UNA --Tecôma curiaUs FR. ALL. A' LEGUMINOSAS, sub-fam. das CAESALPINEAS : IPE DE FOLHA MEU DA ou alpé ~~ Macrolobliim chrysos- tachlum BENTH; IPE VERDADEIRO — Macroloblum hy- menceoides WILLD., M. blfoUam AUBL.; IPE RANA — Criidya pubescens SPRUCE. Ainda outro que no sul se conhece por ipc branco e que vem da Patagonuía americana, da fam. das BORRAGI- NACEAS, e que no norte é representado pela Paiagoniila bahiense. Sob outras denominações ainda encontramos os ipês, como: Ipê bica (Bahia e Rio de Janeiro); ipê cascudo ;ipê da terra firme; ipê da várzea; Ipê do campo (Rio de Ja- neiro); ipê jabotlá ou folha roxa; ipê mirim (Bahia, Rio de Janeiro, Minas); Ipê roxo; Ipê aba. Ipê quer dizer, em guarany, cascudo. No norte de S. Paulo se chamam aos ipês— piavas. — 185 — Em geral, arvore de mais de 1 1 metros de alto, o«",5o a i™,o de diâmetro, pouco galhosa e com galhos al- tos, folhas grandes e flores abundantíssimas, cobrindo to- talmente a arvore e chamando a attenção pela belleza da florescência. O ipê amarello, o roxo, o tabaco dão troncos de 7 a 9 metros, e o^jóo a o"i,8o de diâmetro. Os outros dão-n'o menor. O ipê amarello, o ipê cascudo, o ipê do campo são de côr amarello-clara ou esbranquiçada, com folhas meu- das e regulares. Os outros têem côr escura, manchados e fibras grossas e revezadas com falhas no duramen. PESO ESPECIFICO : ipê amarello— 856 R., 880 H. ; ipê cascudo — 870 H. ; ipê do campo — 819 G. P., 997 H,, 785 R., 728; ipê tabaco— 962, 1164 R., 1086 D. N., 1023 G. P., 882 M. V., lori D. V., 1099 H. ; ipê una — 1046 R., 785 D.V. RESISTÊNCIA : ipê amarello — ao esmagamento, com carga perpendicular 361 ; parallela, 802 ; ipê do campo, a flexão 1063 G. P. ; ipê roxo — ao esmagamento, sem de- terminação da carga 728 D. V.; ipê tabaco — ao esmagamen- to, com carga perpendicular ás fibras 582; parallela, 711, sem determinação, 885; a flexão 7ki6o M. N., 1834 G. P. ; ipê una — ao esmagamento, com carga perpendicular 449; parallela, 626, sem determinação 728 D.V. EMPREGOS : carroceria, tanoaria, esteios, postes, bengalas, bodoque, logares húmidos, obras externas; o ipê tabaco dá dormentes de primeira qualidade, durando IJ annos; o ipê una, de segunda, durando 9 annos, dão todos raios de rodas, massas de carretas, e servem em oonstrucções civis e navaes. O liber do ipê tabaco serve para papel de cigarro e é de applicação medicinal contra anginas. Têem casca adstringente e medicinal, applicada con- tra a syphilis e ulceras sypliiliticas. A rasura do ipê nagua morna ou mesmo fria, serve para gargarejar contra as inflammações da garganta, an- ginas, rouquidão, pharingite e feridas na bocca. — 186 — O ipê, que abunda no Paraná, alcança grande altura, e seu lenho, mais pesado que a agua, é empregado em engenhos e outras obras, navaes, civis, resistindo ao tem- po, bem como no torno, mas não adquire bôa côr com o verniz. Serve também para dormentes e obras immersas. E' o ipê roxo, do Estado do Rio de Janeiro, ou ipê de flores roxas ou ipê preto. Este tem excel lente lenho., '':'i^!?^ No norte é o pau d' arco preto, servindo para obras immersas, estivas, dormentes, sendo preferido o ipè tabaco por não ter acido silicico nos vasos e fibras. Em Santa Catharina prefere os terrenos baixos e hú- midos, onde attinge a altura de 8o palmos. No Rio Grande do Sul se encontra o ipê ou piúna, Te- conia araliacea P. D. C, pertencente ás BIGNONIACEAS. O IPE RANA tem o duramen muito menos resistente e de menos duração que o do IPE VERDADEIRO e por isso seu emprego se limita a obras internas e marcena- ria. — Os ipês são encontrados em todo o Brasil. ÍPÊ BOlfl 5PARATTOSPERMA VERNICOSUM Buv. e Schum. Fam. das Bignonieceas Arvore pequena, dando madeira branco-amarellada, muito leve, fibras rectas, brilhantes, macias, servindo para carpinteria, obras internas, caixoteria, construcção naval. Não é atacada pelo guzano. A casca é isuberosa e irregular- mente fendida, contendo tanninq, e útil para a cura de ulce- ras da garganta, estomatite e affecções syphiliticas, rheu- maticas e da bexiga. E' também chamado caroba branca, cinco chagas, ipê batata, ipê branco e tem a synonymia scientifica seguinte: Bignonia leucantho VELL., B. subvernicosa P. DC, Sparaf- tosperma leucanthum K- SC/i., S. lithontripiiciim MART., Spathodea vernicosa CHAM., Teconia subvernicosa P. DC. — Espirito Santo, Minas Geraes e Rio de Janeiro. — 187 — IPECflCUfln5fl PSYCHOTRIA (Uragoga) Ipecacuanha Baill. ou Psychotria , Ipecacuanha Stokis, Cephalis Ipecacuanha Rich. Fam. das Rubiaceas Com os nomes de poaia, ou simplesmente ipeca, poaia preta, das boticas, ipecacuanha amarella, verdadeira ou legitima, pipaconha, papaconha é um dos vegetaes mais úteis do Brasil, tendo também o nome de raiz do Brasil, como é conhecida no estrangeiro, distinguindo-se as varie- dades escura e parda. E' o mais Ipoderoso dos vomitivos, tirando esse effeito de principio activo, alcalóide, denominado emetina. Alem dos casos de applicação typica, é usada nas moléstias ga?tro-intestinaes, na dyspepsia atonica, diarrhéas e sobre- tudo nas dysenterias tropicaes. No norte se encontra a /. preta — Psychotria emética L.imi., conhecida, também, por /. esfriada preta, estriada maior, com as variedades — viioleta, molle ou pallida, de acção menos enérgica. Em Minas e Estado do Rio de Janeiro vegeta a poaia do campo — Richardsonia scabra DC, ou Richardia scabra Linn, também conhecida por poaia branca e ipecacuanha ondulada. No sul viceja a Borreria poma DC. ou Spermacoce poaia ST. — Hl L. Por poaia do campo se conhece a Borreria verficíllata MEYER, também chamada cordão de frade e vassourinha e a Borreria capitaia DC.^ ou da praia no valle do Parahyba, assim como em S. Paulo a Diodea polymorpha Cham. Entre as Violáceas, com o nome de poaia do campo, da praia, poaia branca, purga do campo — Hybanthus ipeca- cuanha BAILL. ou lonidium ipecacuanha VENT. Entre as Polygalaceasy com o nome de poaia do campo, viceja em S. Paulo a Polygala angalata DC, cujas raizes são eméticas. Tem os mesmos effeitqs physiologicos a — 188 — Polygala paniculata LINN., de Minas e Bahia, e o Timutií — Polygaia Timoutou AUBL. da Amazónia — Rio de Ja- neiro, S. Paulo, Minas Geraes, Goyaz, Amazonas, Matto Grosso, Bahia, Espirito Santo. IRl ASTROCARYUM AYRl Mart. Fam. das Palmaceas E' palmeira que dá um tronco muito japreciado; co- nhecido por coco de iri, e cuja semente dá óleo ou azeite aproveitável. A madeira preta, serve para bengalas, esteios, moirões. A raiz é um poderoso remédio para combater as flores brancas e outros corrimentos, bem assim certas af- fecções uterinas. E' também chamada airy e brejaúba. — Pará, Bahia e Rio de Janeiro. iTflsy Arvore de 5 a 7 metros de alto, com o"^,6o a o™,8o de grossura. Duramen branco e fraco. Emprega-se apenas em cai- xas. — Parahyba. ITOíílBfl Arvore de 19 a 24 metros de alto, e 2 a 3 metros de grossura. Emprega-se em construcção civil e naval. Var. Ham- bá preto, com os mesmos usos. — Pará. ITflPICORO Arvore de grande crescimento, dando madeira, de lei, de muita duração, resistente e própria para obras de qualquer natureza. As cinzas são utilizadas no fabrico de sabão. Var. Itapiciiruúnhot cujas raizes são empregadas, em infusão, nas blenorrhagias. — Alagoas, Sergipe, Bahia. — 189 — iTflPiunfl CALLISTENE MAJOR Marí. Fam. das Vochysiaceas Madeira empregada em carpintaria, carvoaria, lenha, obras internas. A casca é medicinal e fornece matéria corante. — Goyaz e Minas Geraes. ITOTlBn Madeira empregada em construcção civil e naval. Var. /. branca^ I. preta. — Pará. ITflUA GNETUM NODIFLORUM Brogn. Fam. das Gneíaceas E' um cipó, de cujo fructo se extráe fécula egual na apparencia e nas propriedades á da araruta. Também cha- mado ituá. — Pará. ITOÚBfl OCOTEA MEGAPHYLLA Meissn.. Silvia itaúba Pax. Fam. das Lauraceas Arvore, com duramen olivaceo-amarello, ou preto, te- cido rijo. PESO ESPECIFICO: ocotea~io67. RESISTÊNCIA : ocotea — ao esmagamento, sem de- terminação 923 R. Vars. : I. amarella (a espécie mais próxima é a Silvia tiavalium FR. ALL. — o tapinhoã); /. pinlma ou pintada ( attinge proporções colossaes ) ; /. preta (miadeira mais preta); /. vermelha, J. bahiana. EMPREGOS : madeira excellente para construcções civis, esteios, obras expostas, marcenaria, carpinteria, con- strucção naval, principalmente para cascos, por ser mais leve do que a agua. Não apodrece, mesmo exposta. A I. amarella e a preta têem as applicaçôes da acapú, pelo valor da madeira. — Amazonas, Pará e Maranhão. — 190 — nmBRmm SWEETIA NITENS Benth., Osmosia excelsa Spruce. Fam. das Leguminosas, sub-fam. das Papilionaceas Madeira para construcção civil, esteios, lenha, moi- rões, também chamadas itabuarana, iiaburana. -- Amazo- nas e Pará. ITO DIALIUM DIVARICATUM VahI. Fam. das Leguminosas, sub-fam. das Caesalpineas Madeira empregada em construcção civil, esteios, pe- ças de resistência, obras hydraulicas. A polpa das sementes é comivel e a casca é medici- nal. — Norte do BrasiL PILOCARPUS PINNATIFOLIUS Linn. Fam. das Rutaceas Com suas companheiras em espécies o Selloanus ENGL. e o pauciflúriís A. Michely os jaborandys verdadei- ros são plantas diaphoreticas, diuréticas, contendo um prin- cipio activo — pilocarpina. Na fam. das Piperaceas^ encontramos no género Pi- PER vários jaborandys, gozando das mesmas proprieda- des que aquelle das Rutaceas e contendo o mesmo princi- pio activo crystalisavel e associado a uma resina. O jaborandy do matto — Ottonia atiizum SPRENG., é usado nas paralysias, beribéri, cólicas intestinaes e do figado, dores de dentes, e é excitante e sudorífico, e cura blenorrheas. — De Pernambuco ao Paraná. ANIS05PERMA PASSIFLORA Manso. Fam. das Cucurbitaceas Conhecido em Minas por fava de S. Ignacio; no Rio de Janeiro por cipotá, 'castanha de bugre ; no Espirito Santo por castanha mineira e em S. Paulo por guapeba, é na Bahia uma andiroba ou andirova. — 191 — As sementes fornecem grande porcentagem de óleo amargoso, purgativo na dose de 2 a 4 grammas de uma só vez, servindo, além disso, para tratamento das dyspe- psias. Descongestiona o figado, cura a icterícia, atonia g'astro-intestinal e outras |)erturbações secretoras do appa- relho digestivo; é urn suocedaneo do calomelanos. E' esse óleo empregado, também, na illuminação. — Da Ba- hia a S. Paulo e Minas Geraes. ^ABOTICflBPI MYRCIARIA JABOTICABA Berg., M. cauliflora Berg. Fam. das Myrtaceas Mais conhecidas por seus fructos que por sua madeira. E' das myrtaceas talvez a mais bella arvore, cujos fructos são saborosos, carregando-se delles desde o tronco e até das raizes até os ramos. Arvores de caules rectos, cascas lisas, descascando. EMPREGOS : a madeira tem applicações para barro- tes, vigamentos, obras internas, esteios, cercas. — Minas Geraes, Rio de Janeiro e S. Paulo. 3flBUTy ERISMA CALCARATUM (Linck) Warm. Fam. das Vochysiaceas Arvore, de cujos fructos se faz conserva, e cujo dura- men tem qualidades apreciáveis. E' também chamado jubaia, jabuty-pê, jabuty-apê, ja- buty page, jaboiy; jahuty - puitã. — Amazonas, Pará, Ba- hia e Rio de Janeiro. ARTOCARPUS INTEGRIFOLIA Linn., A. brasiliensis Com. Fam. das Aríocarpaceas Comquanto exótica, a jaqueira é commum no Brasil e além de fornecer madeira com applicações nas constru- cções civil e naval, na marcenaria e carpinteria, produz — 192 — fructos deliciosos. Não serve para esteios, porque verga muito. Comem-se as sementes, cozidas ou assadas ; são saborosas. A casca da raiz é medicinal. Ha duas varieda- des: jaca dura^ jaca molle. Família das Leguminosas, sub-fam. das Papilionaceas Variedades : /'. bico de pato — Machaerium acuUfolium VOG e M. discolor VOG. /. branco — Platypodium elegans VOG. J. de espinho — Machaerium leucopteriim VOG. J. do Pará—Dalbergia Spruceana BENTH. J. preto — Machaerium incorruptibile FR. ALL. e M. legale BENTH. J. roxo — Machaerium firmam BENTH. J. tan — Machaerium Mleniani BENTH. J. violeta— Machaerium violaceum VOG. Machaerium villosum VOG. Tronco de 8 a lo me- tros de alto e 0^,50 a orn,6o de grossura, madeira de côr esbranquiçada com manchas pardas e encarnadas; fibras muito finas e revezadas. PESO ESPECIFICO : 946 H. EMPREGOS : construcção civil, esteios, vigas, obras externas, logares húmidos, marcenaria de luxo, peças de resistência, carpinteria. A casca serve para cortume. — Rio de Janeiro e Minas Geraes. JACARANDÁ' BICO DE PATO — Machaerium acutifolium Vog., M. discolor Vog. Arvore de grande desenvolvimento, muito galhosa e frondosa; caule recto; casca fina e arrepiada; folhas eguaes e compridas, espinhos chatos, grandes nos galhos novos. Produz um fructo pequeno, contorcido, parecido com o bico do pato. E' conhecido, também, por guaxinibi, ou guarimbi, que significa pato. — Rio de Janeiro e Minas Geraes. — 193 — JACARANDÁ' BRANCO — Platypodium elegans Vog. Dá toros de 6 a 8 metros de comprimento com om^óo a oin,8o de diâmetro, com cerne de cor pardo-clara, com manchas pardas; muito finas. PESO ESPECIFICO : 760 H. — Minas Geraes. JACARANDÁ' CABIUNA — Dalbergia nigra Fr. Ali. Anore de grande desenvolvimento, galhosa, de folhas pinnadas, com foliolos numerosos, pequenos, pelludos in- feriormente e com racemos axillares; o caule liso, é ge- ralmente tortuoso. Conhece-se por cabiima, jacarandá pre- tOy camboriíina, cabiuva, caá-biuna e caboré, no Paraná e pelas variedades : cabiiina amarella^ c. preta, c. parda. O tronco tem de 10 a 12 metros de alto e 0^,60 a í™,o de diâmetro., Duramen de cor pardo-escura, algu- mas vezes quasi preto, ou com veios amarellos ou pretos, ou mesmo cor preta baça, com veios pretos brilhantes; fibras muito regulares e finas, tecido compacto. PESO ESPECIFICO : 872, 815, 919 R., 919 M. M., 877 H., 987 B. C. RESISTÊNCIA : ao esmagamento com carga perpen- dicular ás fibras — 516 M. M. ; parallela — 449 M. M. ; sem determinação — 791 . EMPREGOS : mobilias de luxo, pianos e tudo em que se queira madeira resistente de longa duração e in- corruptivel. Os francezes importam-na do Brasil, dão-lhe o nome de palissandre e laminando-a finamente cobrem com as folhas os moveis e pianos que exportam. JACARANDÁ' DE ESPINHO — Machaerium leucopterum Vog. Boa madeira para construc^ão civil, obras interiores, marcenaria, carpinteria, — Do Rio de Janeiro á Santa Ca- tharina. _ 194 — '^ JACARANDÁ' PRETO — Machaerium incorruptibile Fr. Ali., M. legale Benth. Arvore de madeira compacta e de longa duração, escura ou preta, brilhante, com manchas pardas, de notá- vel consistência, servindo para obras immersas, esteios dentro d'agua ou da terra, dormentes, postes, peças de resistência, tomo, moveis, construcções civis e navaes, hy- draulicas. E' também chamado pau preto no Rio Grande do Norte. PESO ESPECIFICO: 815 a 1142 R., 818 B. C, 961 H. RESISTÊNCIA: 791.— Do Maranhão a S. Paulo. JACARANDÁ- ROXO OU PIRANGA — Machaerium firmum Benth. Arvore alta, menor que o j.-tan, duramen duro; vio- leta escura ou roxa, com veios amarellado-pretos. PESO ESPECIFICO : 900 a 1,123 R- RESISTÊNCIA : ao esmagamento, sem determinação da carga — 1.073. EMPREGOS : construcções civis, barrotes, linhas, es- teios, postes, torno, pianos, marcenaria, carpinteria. ~ Rio de Janeiro e S. Paulo. JACARANDÁ' TAN OU ROSA — Machaerium Allemeni Benth.. M. scleroxylon Fr. Ali., M. lanatum Tull Arvores das mais importantes essenciaes florestaes do Brasil, admiradas jpor todo mundo para as mais colossaes obras de engenharia e de pouco vulgar compacidade, de côr vermelha com veios escuros e ondulações. PESO ESPECIFICO: 994, 1.027 R-, 1234 M. M., II 43, 1142 D. V., 1218, 1234 D. N., II 90 H., I.I42 B. C. RESISTÊNCIA : ao esmagamento com carga perpen- dicular ás fibras— 494 M. M., parallela; 670 M. M. ; sem determinação — 1.043 D. V. EMPREGOS : madeira eterna, não apodrece, nem é atacada por insectos, quer enterrada, quer dentro d'agua. — 195 — O lenho é duro oomo o ferro. E' applicado em obras hy- draulicas, civis, navaes, em tudo que se queira, sendo, porém, duríssima. Este jacarandá é também chamado /. grande, j. ver- melho, ptiitan, bagre. — Do Alagoas a S. Paulo. JACARANDÁ' VIOLETA — Machaerium violaceum Fr. Ali. Duramen de côr roxa, quasi preta, tecido compacto. PESO ESPECIFICO : 1055, 1299 R., 1064, 104ÓD. V., 1.055 -B- c. RESISTÊNCIA : ao esmagamento, sem determinaçãxD da carga — 1043 D. V. E' uma das mais apreciadas madeiras para moveis, porque depois de envernizada, fica inegualavel. 3fíCflRÉ ENTEROLOBIUM MONJOLO Mart.. ou Piptadenia Communis Benth. Fam. das Leguminosas, sub-fam. das Mimosa* Arvore de regular desenvolvimento, caule tortuoso, pouco frondosa, casca escura e fina e toda serrilhada de espinhos, redondos, grossos e duros, dispostos em series, dando-lhe a feição do jacaiéy do que lhe valeu o nome. Folhas meudas e em palma, fibras pouco apparentes; o fru- cto é uma vagem comprida, com 6 caroços. E' também chamado monjolo^ por que é muito conhe- cido, manlolo, monjoleiro, camoeteiro, serrero-, jacaréúba, jacaréhyba. PESO ESPECIFICO : 994 H. EMPREGOS : dá boa madeira de duramen branco, compacto, para construcção, esteios, cercas, postes, le- gares húmidos, obras de solidez e duração, obras internas, taboado de forro, carvão e lenha, não resiste longo tempo exposta. A casca serve para o cortume; a infusão desta e da,s folhas é empregada contra hemoptises. — Amazonas, Pará, Bahia, S. Paulo e Minas Geraes. — 19b — 3flCflRÉ DO mílTTO CYBIANTUS DETEKGENS Mart. Fam. das Myrsinaceas Emprega-se a madeira em vigotas, caibros, obras in- ternas de pequena resistência, lenha, carvão. A casca tem applicaçôes medicinaes. As diversas espécies arborescentes desta familia são conhecidas pelo nome genérico caapororoca. Var. : J. muirú (Amazonas), J. catinga (Bahia). — Do Ceará a S. Paulo. 3flCflTFICá Dá látex que tem applicaçôes medicinaes. — Amazo- nas. 3FICmRR0 MICONIA BRASILIENSIS Tr., M. Candolleana Tr. e M. theaezans Cogn.. M. prasina D. C. Tibouchina mutabilis Cogn., Fam. das Melastomaceas As madeiras das arvores desta familia têem pouco vaior, ao passo que ella é enorme. O único emprego que poderia favorecer a industria era o do aproveitamento das matérias corantes contidas em quasi todas as bagas carnosas, principalmente a côr violeta, a preta e a azul. São empregadas para esse fim, tanto no Brasil, como na índia. As folhas da Miconia theaezans são empregadas no Peru e na Bolívia para substituir o chá da índia. Já é commum nas florestas do Brasil, e também cha- mado jaguatirão. PESO ESPECIFICO : ó6o H. EMPREGOS : com quanto não seja madeira de lei, ainda assim se emprega em caibros, esteios, pvostes, loga- res seccos. — Da Bahia a S. Paulo. — 197 — DESMONCHUS MACROACANTHUS Mart.. D. oxyacaníhus Mart., D. polyacanthus Mart. Fam. das Palmaceas Bellas palmeiras trepadeiras, grandes, pouco grossas, e espinhosas, de cujos talos, partidos, mais ou menos del- gado|f se extráe magnifica seda vegetal, com muita r^ppli- cação no norte. Dos fructos se faz conserva. — Amazonas, Pará e Rio de Janeiro. 3fIC0TUPÉ PACHYRRHYZU5 ANGULATU5 Rich.. Fam. das Leguminosas, sub-fam. das Papiiionaceas Produz uns tubérculos que, quando novos, são fariná- ceos e contêem muito polvilho. Comem-se crus ou cozidos, como estes, e ralados, em doces, posto que passem por no- civos. Também chamado — jacatapé. — Minas Geraes e Pa- raná. 3fíGUÍlRfl fflORO CORDIA GRANDIFOLIA D. C. Fam. das Cordiaceas Madeira empregada em carpinteria, construcção civil, obras internas. O fructo é comivei. — De Pernambuco a S. Paulo. ^FibflPfí DIPLADENÍA ILLUSTRIS MiiU. Arg. Fam. das Apocynaceas Todas as espécies deste género, assim conhecidas, ou como rosas do campo são purgativas e consideradas venenosas para o gado, sendo também conhecidas por batata de purga, ipií (Minas), purga de Amaro Leite (Goyazj, purga do campo. A raiz, tuberosa, fusiforme, cheia de sueco lactescen- te e resinoso é também purgativa. — 198 — 3aMPão JATROPHA OPIFERA Mart.. J. Lacerti Silva Manso Conhecido, também, com os nomes de raiz de lagarto^ cabeça de negro ou raiz de teá. A raiz de qualquer das espécies é purgativa e deriva- tiva.--- Ceará, Goyaz, Minas Geraes e S. Paulo. 3flbflPin5íl IPOMOEA SINUATA Orlega. Fam. das Convolvulaceas E' purgativa, posto que supposta venenosa, devendo relacionar-se ás do nome genérico de radix jalapae. — Bahia, Rio de Janeiro e S. Paulo. 3flmBEIR0 JAMBOSA AQUEA D. C. J. Malaccensis D. C. J. vulgaris D. C, J. formosa G. Don. Fam. das Myrtaceas A /. aquea é o jambo branco, é o menos apreciável, já pelo porte da arv^ore, já pelos fructos, que são peque- nos, brancos e luzentos, inodoros, aquosos, insípidos; o /. malaccensis é o jambo encarnado^ que é uma bonita arvore de forma pyramidal e muito copada; o /. vulgaris é o jambo amarellOy rosa, da índia. A madeira tem poucos préstimos; apenas em alguns domésticos e pequenas obras de carpinteria. — Diversos Es- tados. 3flmEhflO SYZYGIUM JAMBOLANUM D. C. Fam. das Myrtaceas Chama-se, também, jambolão, jalão. Ancore grande, muito conhecida por seus fructos roxo- negros, que as crianças muito apreciam. Própria para alamedas de parques. — Rio de Janeiro e S. Paulo. — 199 — Arvore de ó a 9 metros de alto, com i — i ^/o de grossura. Dá madeira para construcção civil e naval, própria para coronhas d'armas. — Maranhão. PLUMERSIA DRÁSTICA Marí. Fam. das Apocynaceas Arvore de 6 a 9 metros de alto, cuja madeira é em- pregada em taboados, tamancos, obras internas, caixote- ria, carpinteria e remos. A semente é empregada na cura das hérnias, e a casca no tratamento da syphiiis, do rheumatismo, e lem appli- caçQes na tinturaria, dando côr vermelha. Chama-se no Piauhy pau de leite. — Pará, Maranhão, Piauhy, Bahia e Minas Geraes. 3PinGFÍDfl APEIBA TIBOURBON Aub!. (Apeiba conhecida na Guyana Franceza por tibourbon. Fam. das Tilieceas Arvore de 8 a 13 metros de alto, de lenho muito es- ponjoso e leve, dando fructos muito espinhosos, compri- midos e deprimidos no centro, sendo os espinhos de um verde azeitona. A casca desta arvore fornece fibras para cordoalha no norte, donde o nome de embira branca, e a madeira por muito leve, é empregada em todo norte para o fabrico de jangadas, donde o nome de jangadeirat pau de jangada. Var. -.jangada branca — Heliocarpus americanus LINN.j v da mesma familia, empregada em obras internas. — Ama- zonas a S. Paulo e Rio. E' uma arvore, que fornece madeira de côr verme- lha, com fibras grossas e apparentes. PESO ESPECIFICO : 1.200 H. — 200 — EMPREGOS : esteios, postes, logares húmidos, obras externas, primeira qualidade. (H. P.) — S. Paulo. 3çipç\m EUPATORIUM AYAPANA, E. triplinerve VahI. Fam. das Compostas A tintura desta herva é sudorífica, estomachica, e alexiteria; empregada contra febres, grippe, suppressões de transpiração, bronchites. E' a verdadeira patakera e também conhecida por uyapana. — Amazonas e Pará. 3flPflRflnDUBfl E' arvore, cujas cascas são applicadas contra dores rheumaticas. — Alagoas. 3R?EmT\m SMILAX BRASILIENSIS Spr., 5. campestris Griseb.. S. cordatoovato Peers., 5. japicanga Criseb., S. lapacca Willd., S. montana Griset)., S. nítida Griseb., 5. oíficinalis Humb. e Bomp!.. S.' papyiacea Poir., S. procera Griseb., 5. pruinosa Griseb., 5. rufaceus Griseb., S. scaiaris Griseb., S. syphilitica Humb. e Bompl., S.^syringoides Griseb. Fam. das Liliaceas As raizes são sudorificas, anti-syphiliticas, e anti-rheu- maticas, anti-herpeticas. Conhecem-se, também, por ]upicanga, inhapecanga , salsa do campo. — Rio de Janeiro. 3flRfICfITIÁ JARACATIA DODECAPHYLLA A. D.C., J. digitaía Poepp. Fam. das Caricaceas Produz leite que tem applicações nas anemias; os fructos são comiveis, sendo apreciados em compotas e doces de calda. As camadas do tecido fibro-vascular são aproveitadas para a industria. — Amazonas, Pernambuco e da Bahia ao Rio Grande do Sul. — 201 — 3mam CHYTROMA JARAUA Hub. Fam. das Lecythidaceâs Arvore de fructos grandes e sementes também gran- des e globosas, dando madeira para dormentes e viga- mentos de casas, coronhas d'armas, obras internas. — Ama- zonas e Pará. PÍTHECOLOBIUM LATIFOLIUM Benth. Fam. das Leguminosas, sub-íam. das Mimosas Dá madeira para construcção civil, carpinteria, obras internas. E' conhecida também por jarandiíia. São também conhecidas por jarandeua as espécies : Allophyllus amazonicus RADEK-, das SAPINDACEAS ; Luehea cymulo^sa SPRUCE, das TILIACEAS ; Malonetia Tamaquarina A. DC, das APOCYNACEAS; Cybianthits pendulifloriis MART., das MY RS IN AC E AS. — Amazonas e Pará. ^ílRinPl PHYTELEPHAS MACROCARPA Ruiz e Pav. Fam. das Palmaceas E' o marfim vegetai. Também chamada Varina. — Amazonas. 3fíTÍI5y HYMENOEA CHAPADENSIS Barb. Rod.. H. correana Baib. Rod.. H. courbari! Linn.. H. microphylla Barb. Rod., H. oblongifolia Huber. H. sUlbocarpa Hayn., H. stinocarpa Mart.. H. microcarpa Huber, H. parvifolia Huber, Fam. das Leguminosas, sub-fam. das Caesalpineas A variedade da classificação scientifica corre pare- lhas com a synonymia vulgar; assim é que a^ mesmas arvores têem os nomes iseguintes, pelos quaes são conheci- das nas circumscripções do paiz : jaéobáy jutahy, jiínhy, — 202 — giiahy^ jaiahy-yba, jutaiiha, jiiahyba, jatobahy, olco í/" jatahy, jaía.hy peba, jatahy vermelho, jetahy, jiiiahy pororoca (Amazonas), jutahy mirimy jitahy preto (Alagoas), jutahy de enviía (Amazonas), jatahy assú (Amazonas), jatobá roxo. E' planta muito conhecida e de grande valor pela re- sina que mana de suas cascas, e que serve com grande efficacia á economia humana. Essa resina é um liquido amarello e transparente, a que dão o nome de seiva de jatahy ou de jatobá, de resina de jatobcu ou jatahy cica, reúna copal. E' uma exsudação da seiva descendente loca- lisada no âmago da madeira, depois dos processos natu- raes no organismo da planta. Encontra-se de ordinário crystallisada enterrada nas proximidades das raízes, em pequenos pedaços, de forma espherica ou em grandes massas cobertas de terra. Sua fractura é brilhante e tem cheiro aromático. Usa-se em pó, na dose de uma gramma misturada em uma gema de ovo. A seiva de jatobá serve para tratar da cystite chro- nica, dor na micção, retenção de urina, prdstatiíe, ble- norrhagia, bronchite chronica, actuando como um balsâ- mico. Nas creanças fracas faz prodígios. Possue todas as propriedades-tonica, estomacal, e expectorante ; estimula as digestões, fortifica o organismo. Usa-se tomar a seiva quando liquida em agua com assucar, como refrigerante. EMPREGOS : dá madeira forte e procurada para mo- endas de engenhos, rodas e eixos de carros, soalhos, es- teios, portas, mezas, filetes e cornija de wagons de estrada de ferro, cavername de embarcações, vigamentos, obras externas. PESO ESPECIFICO : H. Stilbocarpa—Z^o, 908 D. N., 944 G. P., 904 Dumonteil, 910 B. C, 982, 1067 H. ; H. Stigtwcarpa — ^S7 R-. 857, 860 D. N., 850 M. M., I902 G. P.; jatahy peba—Z-.'] M. V'., 900 H. ; jatahy , vermelho— 1000 D. N., 937 H.; jatahy roA-o— 825, 908 E.C. RESISTÊNCIA : H. stilbocarpa — ao esmagamento, com carga perpendicular ás fibras — 626 M. M., 270 G. P. ; — 203 — parallela— 758 M. M., 612 G. P.; sem determinação ~ 814 D. V. ; a flexão — 1325 G. P. ; H. stignocarpa — ao esmaga- mento com carga perpendicular ás fibras — 249 G. P. ; pa- rallela— 560 G. P. ; a flexão — 131 5 G. P. ; jatahy peba-— a flexão 5 ks 500 M. V. ; jatahy roxo— ao esmagamento, sem determinação 841 E. C. A casca é adstringente, contendo tannino, pelo que é empregada no cortume. Convém notar que o nome de resina copal não é dado exclusivamente á do gen. Hymenoea ; outras ha, como a da Dammara ovata, resina do Kaori, da Oceania; Gal- boiírtia copahyfera^ Gomma copal amarella da Africa; Hymenoea verrucosa gomma copal de Mandoforo, de Africa. JATAHY RANA. Crudya parhoa DC., Cynometra Spraceana BENTM.^ mesma fam. Madeira e mais partes componentes com as mesmas applicações do jatahy. — Todo o Brasil. ASTROCARYUM JAUARY Mart. Fam. das Palmaceas Palmeira commum na Amazónia, onde vive em gran- des touceiras, com troncos espinhosissimos, sempre ele- gantes. Dos foliolos se. extraem fibras que se empregam em redes, boas cordas, etc. Os cocos da espécie supra, como de todas as palmeiras, produzem óleo. — Amazonas e Pará. jEQOIRÍOBH SOLANUM JUCERI Mart. Fam. das Solímaceas Também chamada por gequiriGbc.^ juceri, jí-qacri. Pas- sa por calmante e diurética. — Rio de Janeiro e S. Paulo. 304 3EQUITIBfl COURATAKI ESTRELLENSI5 Raddi, C. iegalis Mart. Fam. das Lecythidaceas Os jequitibás são arvores gigantescas, alcançando 40 metros de altura e 3 de circumferencia no tronco. E' das arvores das florestas do Brasil a mais elegante. Os pró- prios Índios, quando lhes deram o nome yigibybâ, que se transformou em jequitibás enalteceram sua grandeza, caracterisando assim yig-ánvo, rijo, teso, ybi tronco di- reito e yba arvore, isto é, de tronco duro e direito. Distinguem-se três qualidades, pelos respectivos du- ramens. Jequitibá branco — cerne branco, com veios cinzentos, fibras salientes, tecido frouxo e macio. Jequitibá vermelho ou rosa — cerne vermelho-rosa, leve, tecido frouxo e sem rigidez. Lenho leve e poroso, que se assemelha ao cedro. Também conhecido por jecuiba ou ygibibá. Jequitibá amarello — cerne de côr amarella, muito egual, fibras finas e direitas. PESO ESPECIFICO : j. branco — 691 R., 566 G. P., Ó16 H.; j. vermelho ~ 691 R., 669 D. N., 665 G. P., 631 PI. RESISTÊNCIA : j. branco — ao esmagamento com carga perpendicular [65 G. P. ; parallela 375 G. P., a fle- xão 134 G. P. ; j. vermelho — ao esmagamento, com carga perpendicular ás fibras 165 G. P. ; parallela 396 G. P., a flexão 938 G. P. EMPREGOS : taboas de forro, soalho, obras internas, esquadrias, caixas, canoas, mastreação, caixinhas de phos- phoros. Lemos alhures que, ás vezes, só um tronco de jequitibá pôde fornecer mais de 8 toneladas métricas de madeira, A casca é adstringente enérgico e medicinal. Serve para tratar de flores brancas ou leuoorrhea, em banhos e moléstias do útero, e em gargarejos nas anginas. -- 205 -- Fornece matéria prima para estopa» cordoalha, papel. De Alagoas a S. PaulO;, Minas Geraes, COCOS COMMOSA Marí. Fam. das Palmaceas Coqueiro, também chamado jeribá, baba de boi. Dos cocos se extráe óleo, que é, em Alagoas, denominado — azeite de dentro, empregado na culinária. — Do Rio Grande do Norte ao do Sul. 3ETICUCÚ IPOMOEA HEDERACEA Jacq.. Fam. das Convolvulaceas A raiz é purgativa, fornecendo uma fécula, ou tapioca de parga^ que é drástica. Também chamado jetucú — S. Paulo e Mina^ Geraes. 3I55fíRfl[ EUTERPE OLERACEA Mart. Fam. das Palmaceas Conhece-se também por jussára ou gissára ; uissára ou assahi. E' coqueiro de grande desenvolvimento e muito fron- doso, que se emprega em esteios, e fornece ripas, de pri- meira qualidade. — Amazonas, Pará, Rio de Janeiro e S. Pai-iJo. 30flO CORREÍfí Arvore muito tortuosa, de regular desenvolvimento, parecida com o jequitibá, folhas meudas e arredondadas; galhos muito flexiveis. Conhece-se também por chico piresy perobinha do campo, piava do campo. Tronco de 6 a 8 metros de alto e o'",40 a 0^,60 de diâmetro. Emprega-se a madeira em esteios, postes, logares seccos, cangas de boi. — S. Paulo. 206 30ã0 Dfl COSTA Planta trepadeira empregada em chá, ou alcoolatura contra qualquer contusão ou dor, tombo, traumatismo, tendo a raiz effeitos promptos no rheumatismo, erupções cutâneas, affecções uterinas, como cólicas, corrimentos, me- trites. Conhecida no Espirito Santo por curatombo. — Minas Geraes e Espirito Santo, 30m OlOhhE ^ PI50NÍA TOMENTOSA Casar. Fam. das Nyctaginaceas Arvore de ii metros de alto, dando madeira própria para caixões, obras internas e externas de pouca resistên- cia, cabos de ferramentas e lenha. — Do Amazonas á Ba- hia, S. Paulo, Minas Geraes e Goyaz. 30flZEiR0 iZIZIPHUS JOAZEIRO Mart.. Z. Gardnerii. Fam. das Rhamnaceas Arvores altas, dos sertões do Ceará, onde, mesmo aos rigores de secca, se conservam sempre verdes, pro- duzindo bôa sombra. O gado alimenta-se de suas folhas. Os fructos comem-se e pela semelhança que têm appa- rentemente com o jaú ( Solanum balbiúi )y o vulgo lhe dá aquelfe nome. Dá madeira para construcção civil, marcenaria e car- pinteria. As cinzas da madeira empregam-se na decoada do sabão e os fructos têem quasi as mesmas propriedades da jujuba. Serve o entrecasco como sabão e para curar chagas. As cascas que são amargas e adstringentes empregam- se, por ser úteis, nas febres palustres. Nestas arvores se pode criar o insecto que produz a gomma lacca. — Piauhy, Ceará, Alagoas, Bahia e Minas. — 207 — 3ómiRim RAPANEA OVALIFQLIA (Miq.). Mez. Fam. das Myrsinaceas Madeira empregada em caibros, carvão, lenha e pe- quenas obras internas. O fructo é comivel. — S. Paulo. 30RR0-3CRR0 v^ THEVETIA NERIIFOLIA Juss. Fam. das Apocynaceas Planta de ornamentação, dando um sueco ou látex venenoso. — Amazonas e Pará. SOLANUM BALBISII Dun., Solanum paniculatum Linn., Solanum toxicarium Rich., ou S. síramonifolium Jacq.. Physalis angulaía Linn., Physalis brasiliensis Sendt. Fam. das Solanaceas Fructos comiveis, assemelhando-se aos do joazeiro. Planta diurética. O jud ti ou arrebenta cavalío — Solanum horridiim DUN., é toxico, bem como o stramoni/olium. As raspas do primeiro substituem o sabão; empre- gam-nas como preservativo contra a caspa e nas obsíru- cções do figado e no catarrho vesical. Seu fructo e. peitoral e usa-se como a jujuba. — Do Amazonas ao Rio de Janeiro, S. Paulo e Minas Geraes. ZIZYPHU5 VULGARIS Lam., Z. saliva Gaertn.. Z. jujuba Lam. Fam. das Rhamnaceas Madeira empregada em construcções civis e a casca contém uma matéria corante. Também conhecida por fu- juúba. — Pará. 208 3UmBEBfl CEREUS VARIABILIS Pfeiff.. Eam.. das Cactaceas Dá fructos saborosos, que se comem. — Rio de Ja- neiro. 9 CYPERUS ESCULENTUS Gonan.. C. rotundus Linn., C. isculeníus Linn.. Fam. das Cyperaceas Producto com que se falsifica o café. — Piauhy. 3umo JUNCUS SELLOWIANUS Kunth. Fam. das Juncaceas Não são grandes as propriedades da espécie^ mas seu caule é muito resistente e fornece material para obras tran- çadas, e cestos, esteiras, tendo uma medulla macia que tem diversos usos. — Rio de Janeiro ao Rio Grande do Sul. 3UnDIÁ Arvore de 6 a 9 metros de alto e i a i V2 ^^ gros- sura. Duramen rijo, duro, de côr amarello-escura, E' em- pregado em construcçã,o civil e naval. Lasca muito. — Ma- ranhão. 3UPfíTy KAPHIA TAEDIGERA Mart. Fam. das Palmaceas Dos fructos se fazem conservas; o óleo que elles for- necem é como o do dendê, fixo, vermelho e amargo, e emprega-se no fabrico do sabão. — Amazonas e Pará. 3UREmfl BMUm PITHECOLOBIUM DIVERSIFOLIUM Benth. Fam. das Leguminosas, sub-fam. das Mimosas Madeira para carpinteria, marcenaria e construcções, E' também conhecida por arvore de macaco^ porque este animal é ávido pelos fructos desta arvore. — 209 — Madeira dura em Pithecclobium Schomburghii Benth e P. parvifclium Benth. — Do Ceará á Bahia. 3UREmR PRETA ^ ACÁCIA JUREMA Mart. Fam. das Leguminosas, sub-fam. das Mimosas Tronco de 6 a 8 metros de alto e i 1/2 de grossura. Duramen forte, variando a côr. Applica-se em construcções civis e navaes, obras internas, cercas, lenha, cabos de fer- ramentas. A seiva é adstringente, servindo como tinta para marcar roupa; passam as sementes por toxicas e inebriantes. A casca amarga e adstringente tem usos de narcótico, contendo de 8 a 1 5 0/0 de tannino. — Pará, Rio Grande do Norte, Parahyba, Alagoas, Bahia. SOLANUM PANICULATUM Linn.. S. insidiosum Mart.. 5. pycnanthemum Mart. Fam. das Soianaceas Muito conhecidas na medicina popular, que lhe em- prega os f ructos, a raiz e as folhas contra a icterícia, con- gestão do figado, syphilis e febres, dyspepsias atonicas, diabetes. Conhecidas, também, por juripeba^ jubeba, ju- vena. — Espirito Santo, Minas Geraes e Rio de Janeiro. SOLANUM JURIPEBA Rich. Fam. das Solonaceas Os fructos passam por medicinaes. — Amazonas, Pajrá, Maranhão e Goyaz. 3U\7EnÊ Arvore de pequenas dimensões, dando madeira para esteios e cercas; a casca é adstringente, empregando-se contra mordeduras de cobras e também na blenorrhagia chronica. ~ 210 — Dá matéria corante. Distinguem-se a amarella q a. de espinho. Também se conhece por juvevê. — Paraná. RUMEX CRI5PUS Linn. Fam. das Polygonaceas Como de varias espécies deste género, as folhas desta empregam-se em saladas. As raízes ou rhizomas têem effeito purgativo. — Quasi todos os Estados. QUALEA RÓSEA Aubl. Fam. das Vochysiaceas Madeira para canoas, cochos, forros, gamellas e obras internas. — Ama2onas e Pará. hflGRimn DE nCSSfl 5En50Rfl COIX LAGRIMA Linn. Fam. das Graminaceas Planta que vegeta em todo o Brasil. A raiz, em infu- são, é um poderoso diurético. Além' de adorno, as inflores- cencias seccas produzem uma farinha que é empregada no fabrico de 'mingaus, pães, biscoutos. Tem também o nome de Lagrima de Santa Maria no Amazonas. — Brasil inteiro. h9m\Rmç{ Arvore de 8 a 9 metros de alto, dando madeira com utilidade nas construcções abrigadas. O tronco exsuda uma resina amarella e elástica. — Bahia. hm.mm da terra CITRUS AURANTIUM Linn.. sub-sp. Amara Linn. Fam. das Aurentiaceas E' também conhecida por laranja amarga^ laranja azeda. — 211 — Empregam-se as folhas, em chás, para perturbações do apparelho digestivo, como sudorifico, e do epicarpo se faz delicioso doce. Em S. Paulo, onde se conhece por /. azeda, seu sueco substitue o vinagie, como condimento. — Quasi todo o Brasil. CASSIPOUREA GUYANENSIS Aubl. Fam. das Rhyzophoraceas Serve para lenha e carvão. A casca tem utilidades no cortume. — Amazonas e Pará. bílRfínGin5fí DO CPilUPO ^ SALACIA CAMPESTRIS Walp. Fam. das Hyppocrataceas As Hippocrataceas são vegetaes lenhosos, arbustos e cipós Têm-se descoberto conductos de borracha tias folhas e n-i própria madeira de algumas. Corn ires géneros, dous são brasileiros, com 6o espécies. Os fructos são coniiveis. — Da Bahia até S. Paulo. hFIRflnGlD5e DO mBTTO >* XANTHOXYLON MONOGYNUM St.-Hll. Fam. das Rutaceas Conhecida no Espirito Santo por quina de copinho e quina peruana, sendo empregada nas dyspepsias e cólicas intestinaes. A raiz que é a parte usada, tem a côr amarella e muito amarga. Auxilia a digestão, evita os gazes ou flatu- lências e combate as cólicas do estômago e intestinos. —De Alagoas ao Espirito Santo. hlCORflDfl Arvore de n a 14 metros de alto. e i a 2 metros de grossura, servindo a madeira para consírucções civis e na- vaes. — Bahia, Rio de Janeiro, Minas, Santa Catharina. — 312 — himãO DO ÍDÍITTO BASANACANTHA SPINOSA var. polyantha Schum. Fam. das Rubiaceas Arvore pouco elevada, ornamental, dando tronco de 3 a 4 1/2 metros, e om,8o a i'^,o de grossura. Conhecida também por fructa de cachorro, limoeiro bravo, jasmim do matto, mororó. Duramen branco, mas rijo, lasca muito. Serve para construcção civil, cabos de ferramentas, colheres, pás pequenas, forros, carvão e lenha. As folhas empregam-se na distillação nas pharmacias e perfumarias — Do Amazonas ao Rio Grande do SuL bimfloRfínn Arvore de 8 a 14 metros de alto, e i a i V2 ^^ cir- cumferencia. Duramen bastante resistente. Serve a madeira para obras internas e marcenaria. — Amazonas e Pará. h\mos\mo ACANTHOCLADU5 BRASILIENSIS Klotzsch. Fam. das Polygalaceas Madeira para construcção civil, marcenaria Folhas hiedicinaes. — S. Paulo. himOEíRO MERTENCIA UTILIS Fr. Ali. Fam. das Ulmaceas Emprega-se a madeira em esteios, obras de marcena- ria, de carpinteria. Toda a planta é medicinal. — Do Ma- ranhão a S. Paulo. himOElRO BRflTO SIPARUNA BRASILIEN5IS D.C., S. cuyabana D.C. S. apiosyce D. C. Fam. das Monimiaceas Não offerece grande notoriedade esta familia, cujas espécies não têem fama notável. Quasi todas uacionaes. — 313 — se conhecem por «cidreira do matto», e suas folhas são usa- das commummente em infusão, como calmante, e no rhe- matismo, nas cólicas, nevralgias, engorgitamento do figado. Chama-se também ao limoeiro bravo : limoeiro do níatto, negramina. — São Paulo, Minas Geraes e Rio de Janeiro. binGlia DE TUCFínO ERYNGINUM PKI5TIS Cham. Fam. das Umbelliferas Planta, cujas folhas e raízes são amargas, emprega- das como diuréticas, e contra ulceras da garganta. — S. Paulo e Minas até Rio Grande do Sul. LinGun DE vmm CHAPTALIA INTEGRIFOLIA Baker, C. nutans Hemsley. Leria nutans D. C, Tussilago nutans Linn. Fam. das Compostas A planta e as raízes são empregadas nas febres, bron- chites, tosses, e como tónicas e desobsíruentes. Entram na composição de muitos preparados indígenas para combater febres typhicas. No Ceará se conhecem por amor do cam- po, e em muitos outros logares, tapyra-peoku. Também sob a denominação de lingua de vacca -;e conhece o Tallnum patens Willd., da fam. das Portulaca- ceas, e cujas folhas são comiveis. — Todos os Estados. hinoo LINUM USíTATISSIMUM Linn. Fam. das Linaceas Planta celebre por suas fibras ineguaiaveis, assim como pelo óleo de suas sementes tão empregado therapeuíi- camente sob o nome de óleo de linhaça. — Rio Grande do Sul. blRÍO AMARYLLÍS REGINAE Linn. Fam. das Amaryliidaceas O suoco da raiz bulbosa é acre, de acção drástica e diu- rética. E' planta ornamental. 214 hIRIO BRflnCO > ALLOPHIA SELLOWIANA K!alt. Fam. das Iridaceas V LILIUM CANDIDUM Linn. Fam. das Liliaceas Plantas de jardim, passando os rhizonias por abortivos, — Quasi todos os Estados. hIRlO DO BRE30 HEDYCHIUM COKONARIUM Kohne. Fam. das Zingiberaceas Planta aromática, espontânea dos terrenos húmidos e alagadiços, ornamental, também chamada lagrima de moça^ lirío de Petrópolis^ de belleza no porte, flores ricas de cores, com rhizomas dos quaes se extráe um farello nutri- tivo para forragem e ainda um bom polvilho empregado na perfumaria. A maceração das folhas e hastes produz estopa de boa qualidade para tecelagem, tapeçaria, cordoalha e dnda material para o fabrico de papel; cerca de 48 0/0 de cellu- Lose. — Do Rio de Janeiro á Minas, Rio Grande do Sul. hlRIO DO mflTTO ' CYPELLA CRUBA Leuberl. Fam. das Iridaceas A cebolla é bdm purgativo; útil no tratamento da ictericia. hOsnH.^ ARTF.MISÍA ABSINTHIUM Linn. Fam. das Compostas Conhecida por absinthio ou acintro fornece folhas e sumidades floridas com applicações íherapeuticas. hOLÍCO ■ PLUMBAGO SCANDENS Linn. Fam. das Plumbaginaceas A raiz contem um principio acre e vesicante e, por isso, é revulsivo enérgico. Muiío conhecida em quasi todo o Brasil, tem, também, os nomes de queimadeira, caapo- - 215 ~ monga, herva do diabo, e as suas raizes e folhas são em- pregadas em cataplasmas e emplastros, como revulsivos, nas pernas, nos casos de ataques de cabeça. São úteis na desobstrucção do figado. — Quasi todo o Brasil. hOURO Numerosíssimas são as madeiras que se designam ge- nericamente por louro, com addição de qualquer nome especifico. São arvores de grande desenvolvimento, com diversas espécies nas famílias das CORDIACEAS e das LAURA- CEAS. O nome vulgar genérico das representantes das Lau- raceas no Amazonas é louro; no sul o nome louro é appli- cado ás espécies CORDIA, sendo o nome genérico das LAURACEAS — canella. O duramen, em geral, de cor amarello-clara, com manchas escuras; fibras meudas e revezadas. r/ CORDIA HYPOLEUCA D.C. Fam. das Cordiaceas Arvore de lo a 13 metros de alto, e rni,8o a 2^1,0 de grossura. Madeira de lei no Rio Grande do Sul, uma das mais apreciadas, resistindo ao tempo, empregada era construcções civil e naval, obras hydraulicas, esteios, postes, caixilhos, tanoaria, obras de marcenaria, especialmente para as de luxo, carpinteria. PESO ESPECIFICO : 717. RESISTÊNCIA : sem determinação — 619. — Amazo- nas, Paraná, Santa Caíharina e Rio Grande do Sul. PLEUROTHYRIUM MÀCRANTHUM Nees. Fam. das Lauraceas E' o louro abacate, próprio para obras internas, carpin- teria, caixoteria. As folhas toem propriedades medicinaes. — Amazonas e Pará. — 216 — CORDIA ALLIADORA Cham. Fam. das Cordiaceas CRYPTOCARIA LUTCOLA. Fam. das Lauraceas E' o louro amarello, de grandes dimensões, vicejando em todo Paraná, com rápido crescimento, empregado em construcções civil e naval, canoas, remos, obras internas, assoalho, caixilhos, forros e carpiníeria. PESO ESPECIFICO : 908 a 923, 521, 530 R., 590 H. RESISTÊNCIA : ao esmagamento, sem determinação da carga— 422, 681 D. V. — Amazonas, Pará, Bahia, Rio de Janeiro, S. Paulo e Paraná. NECTANDRA ANGUSTIFOLÍA Nees. Fam. das Lauraceas E' o louro brancoy próprio para obras internas, car- pinteria, marcenaria. — Pará, Ceará e Matto Grosso. NECTANDRA AMAZONUM Nees. Fam. das Lauraceas E' o louro da várzea^ do iga,pó ou da beira, próprio para obras internas, carpiníeria e caixoteria. — Amazonas. NECTANDRA POLYPHYLLA Nees. Fam. das Lauraceas E' o louro da folha larga, que dá madeira para con- strucção civil, marcenaria, obras internas, carpinteria. — Amazonas. OCOTEA GUYANENSIS Aubl. Fam. das Lauraceas E' o louro tamanco, louro do Amazonas, medicinal, sendo a madeira empregada em construcção civil, obras in- ternas, marcenaria e carpinteria. E' tambeçi chamado louro branco. — Amazonas e Pará. CORDIA EXCELSA D. C. Fam. das Cordiaceas Louro pardo ou vinheiro (este nome em S. Paulo). Com rápido crescimento, como o Cordia alliadora, serve, também, para construcção naval, obras internas, marcenaria, carpinteria, PESO ESPECIFICO : 908 G. P. — 217 — RESISTÊNCIA : ao esmagamento, com carga perpen- dicular I20 G. P. ; parallela, 422 G. P., a flexão 908 G. P. — Rio de Janeiro, S. Paulo, Paraná, Santa Catharina a Minas Geraes. Ainda sob as denominações seguintes encontramos os louros: canella (Pará e Bahia), cachoeira (Pará), cascudo (Parahyba), cedro (Alagoas), cheiroso (S, Paulo), chumbo (Amazonas e Pará), commum (Amazonas), congonha (Pa- rá), cumaru (Pará), de baga (Bahia), de cheiro (Pará e Parahyba), de casca preta (Bahia), do campo (Bahia), faia (Pará), pimenta (Ocotca cana'icalata MEZ^ da fam. das Lauraceas, Pará), xaxy (Pará), folhão (Bahia), gen- giva (Bahia), giboia (Bahia), pederneira (Pará), passari- nho (Pará), preto (Pará, Maranhão, Parahyba, Pernambuco, Alagoas, Espirito Santo, São Paulo e Santa Catharina), rosa (Amazonas, onde é também chamado — abacatirana) sabão (Bahia), sassafraz (Bahia, tachy (Pará, Maranhão), íamancão (Ocoteu aff. acutangula MEZ, da fam. das Lau- raceas, Pará), verdadeiro (Alagoas), Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul), vermelho (Pará e Bahia), virote (Bahia). bOUUEIRfl CYCLOLOBIUM sp. Fam. das Leguminosas AiVore de pequeno desenvolvimento, dando tronco de Saio metros de alto, e 0^,60 de diâmetro; o fructo é uma vagem curta e chata. Duramen de côr vermellio clara egual, fibras grossas e revessas, apresentando desenhos quando apparelhada a madeira. PESO ESPECIFICO : 1057 H. EMPREGOS : marcenaria de luxo, esteios, obras in- ternas, primeira qualidade. -— S. Paulo. bUPlihO HUMULUS LUPULUS Linn. Fam. das Cannaboideas Fornece matéria prima para cervqja. — Rio Grande do Sul e Paraná, 218 mfícíicpi-ncfln THEOBROMA MICROCARPUM Mart. Fam. das Sterculiaceas Fornece fructos, cujas sementes são alimentares, em- pregadas, algumas vezes, em logar de cação, Thcobroma 'Cacáo. E' conhecida, também, por Macaca cacau. — Ama- zonas, mflCíicpiúBfl PLATYMISCIUM DUCKEI Hub. Fam. das Leguminosas sub-fam. das Papilionaceas Cresce em abundância no Pará e fornece uma das mais bellas madeiras do alto Amazonas, alcançando, ás vezes, mais de 20 metros de alto e 0^1,80 a i,'"30 de gros- pura. Duramen > erme!ho-pardo, com veios de côr mais escura, de bello effeito e deixando-se trabalhar facilmente. Recebe um bonito polimento, sendo empregada em con- strucções civis e navaes, marcenaria. PESO ESPECIFICO : 957. Var. : macacauba commum, m. da matta, m. da várzea — P. paraense Hub., m. preta, m. branca. — Amazonas e Pará. mflC?!5UBfl ACROCOMIA SCLEROCARPA Marí. Fam. das Palmaceas E' também conhecida por macaiba, macahiba-, mucajáy macajuba, mocaiiba, macaiiba, macajá^ coqueiro de catarrho. Tronco de 4 a 7 metros de comprimento e oin,6o a 0,^80 de grossura. Fornece fibras em seus foliolos, que constituem um linho de côr esverdeada, fino, macio, e muito forte, idên- tico ao tucum, e empregado em linhas de pescar, cordas muito fortes, cordões, tecidos de redes. — 219 — A amêndoa ou castanha, isto é, a semente provida de espesso albumen, possuc cerca de 6o o/o de óleo superior muito próprio para a industria e alimentação, serve para o fabrico do sabão, e, purificado, para sabonete. — Do Maranhão ao Rio de Janeiro e Minas Geraes. mfíCfíQUEIRO GUAREA FRANCAVILLANA C D.C. e G. multiflcra Juss Fam. das Meliaceas Dá madeira para caixoteria carpinteria e obras inter- nas. — S. Paulo. mncPiRflnDUBfí Sob o nome vulgar de maçarandtiba ha diversas espé- cies florestaes, pertencentes á fam. das SAPOTACEASy e cujos fructos são semelhantes, mas a verdadeira ou que se suppõe tal é uma arvore muito alta, de terra firme, gigan- tesca, alcançando, ás vezes, 50 metros de alto e i V2 ^ 3 metros de diâmetro, muito desenvolvida e copada, de caule em linha recta, apresentando na parte superior uma bella coroa de ramagens, dominando todas as arvores da floresta, o que não impede que entre as outras que se não suppõem verdadeiras se destaquem muitas, como a prima inter pares. A casca do tronco é cinzenta, fendida longitudinal- mente; o duramen é resistente, pesado, muito duro, rijo e homogéneo, de côr pardo-avermelhada ou vermelho car- regado. Descriptas por Freire Allemão se conhecem : Mimusops elata (vars. vermelha, rosa, rajada), Mi- musops triflora, de Ceará; e Chrysophyílum fomeniosum^ também do Ceará, onde é, também, conhecida por ínquery, e a que, segundo Th. Pekolt, é a verdadeira — Mimusops excelsa, sendo esta conhecida no Amazonas e no Pará por muirapiranga. Na serra do Mar, no Espirito Santo e Rio de Janeiro, ha uma espécie que tem o nome de Lucuma procera — 330 — MART.t da qual se distinguem a rajad\a e a branca, alcan- çando, também, a Bahia, onde se conhece por apraiá ou ap\araiú. Mas sob estas denominações scientificas, tem os nomes vulgares de maçarandaba branca ou chauá, no nor- te, que é seu «habitat». A Mimusops elata FR. ALL. temi as folhas amarellas por baixo; a M. amazonica HUB., as tem verdes de ambos os lados. PESO ESPECIFICO : maç. amarella — 729 H.; maç. de leite — 902 H., 971 G. P.; maç. vermelha — 1079 E. C, I ! 02 M. M.. RESISTÊNCIA : ao esmagamento, com carga perpen- dicular ás fibras — maç. de leite — 191 G. P.; parallela — 506 G. P., a flexão — 1 305 G. P. ; maç. vermelha — sem' determinação — 769 E. C. EMPREGOS : madeira das melhores e mais procura- das para a construcção de casas, dormentes, cabos de in- strumentos, raios de rodas, canoas, obras hydraulicas, im- mersas e expostas, esteios, postes, carpinteria, cavilhas, bengalas; resiste á acção destruidora do tempo e da agua; é de fácil polimento e dá as melhores ripas para cobertas de casas. Seus fructos encerram uma polpa saborosa. O leite, gomma ou resina, que se extráe da casca, li- quida, combinada com algum cosimento emolliente ou pei- toral é applicado internamente com fins therapeuticos, como o é, externamente, em emplastros. Essa resina é gutta-percha e serve como colla e cala- feto, sendo encontrada com o nome de balata do commercio. No Pará, e Amazonas usam desse leite como alimento f o tomam misturado com café ou chá; por sua utilidade a ar\'^ore é chamada ao sopé da Cordilheira dos Andes— /?fl/o de vaca. Ainda combinado com estes ingredientes, o leite da maçaranduba presta-se para o tabrico de muitos artefactos. A casca da arvore contem tannino, pelo que serve para o cortume. — Do Amazonas á Santa Catharsna, Minas Ge- raeis e Matto Grosso. — 221 — ACHYROCLINE SATUREI0IDE5 D. C. Fam. das Compostas Aromática, fornete material com que se enchem tra- vesseiros, colchões e acolchoados de qualquer espécie, E' também conhecida por tnarcella, niacelM do campo, falsa camomilla. Egletes viscosa LESS. — amarga, estomachica e anti- diarrhéica, usada em chá nos embaraços gástricos. E' tam^ bem chamada losna do matto. — Todo o Brasil. fHHCEbbÁ BRíinCfl ' GOMPHRENA JUBATA Moq. Fam. das Amaraníaceas As espécies do mesmo género — officinalis e grandiílora — conhecidas pelo nome de upara tudo do campoy\ têem em- prego na medicina popular, o que se dá com a jubata, cujas raízes tuberosas são empregadas como purgativo. E' tida como forrageira, mas talvez isto lhe aconteça pelo facto de resistir mais á inclemência do ternpo e ser assim aproveitada pelo gado faminto, na occasião das seccas. — Ceará e Parahyba. m^CIEIRíl DE BOI SYDEROXYLON RUGOSUM Roem. e Sch. (Chrysophyllum rugosun Sw.) Fam. das Sapotaceas Produz fructos comestíveis, posto que não tenham sabor delicado; o lenho é precioso para construcções e obras de marcineiro; além disto a planta fornece abundante gutta percha e tem a casca adstringjente. — Aímazonas. ÍTlflCUCÚ LICANIA HETEROMORPHA Benth. Fam. das Rosáceas E' também chamado macaca; na Bahia leitinho^ ou pau macaco e no Amazonas mace de fogo. Tronco de 13 metros de alto e 0^,40 a 0^,80 de diâmetro. — 322 — Dá madeira resistente para obras internas, marcenaria. Exposta 10 tempo, dura i8 annos. Queima facilmente com bôa chamma, servindo de archote. Do fructo ovóide se sxtráe um óleo ou substancia re- sinosa que se applica em pintura. E' com infusão da entre- casca que os Índios dão uma espécie de mordente nas cuias, sobre a qual assentam as tintas. São também conhecidas por macucú : Macubea guya- nensis AUBL., Couepia divaricata HUB., C. var. ztriciias- cuia HUB., Licanía glabra MART.-, Hirtella americana AUBL.r da mesma familia, e mais llex macoiicoiia PERS.y da fam. das Aquifoliaceas. — Amazonas, Pará e Bahia. mflbEITElRfl ' EUPHORBIA PAPILL05A St.-Hil. Fam. das Euphorblaceas Conhecida no Sul do Brasil por aquelle nome, é em- pregada como anti-febril e anti-syphilitica. — De S. Paulo ao Rio Grande do Sul. íDflbDflDO Madeira para moirões de curraes e outras obras dentro dagua. — Alagoas. mnhTO BRflncflí SIDA CORDIFOLIA Linn. Fam. das Malvacea» Folhas com effeitos calmantes, usadas na blenorrhagia. — Quasi todo o BrasiL mflbTO DO campo - KIELMEYERA SPECIOSA St.-Hil. Fam. das Guttiferas Madeira para construcções civil e internas e lenha. A casca fornece resina amarella medicinal. — Bahia, Espi- rito Santo, Rio de Janeiro, Goyaz e S. Paulo. — 223 — r mamfí de cflDEhbfl ZANTHOXYLUM SUBSERRATA Engl. Fam. das Rutaceas Dá madeira muito leve, sem duramen, de côr amarella, que desbota, quando exposta á luz. Serve para cabos de ferramentas, de enxada, de foice, ripas, remos. Também mamica. de cadella. — Rio Grande do Sul e Minas Geraes, mflfíifio CARICA DIGITATA Poepp.. C. papaya Linn. Fam. das Caricaceas Planta muito conhecida por seus fructos, que alem de saborosos fornecem a celebre papai na, substancia pepto- nizante e que é o leite da entrecasca, com applicações nas dyspepsias. As sementes, mastigadas, têem effeito sobre os ver- mes intestinaes. — De Pernambuco a S. Paulo, Minas Ge- raes e Goyaz. íHfímonpi RICINUS COMMUNIS Linn.. R. sanguineus Hort. Fam. das Euphorbiaceas No Brasil ha essas duas espécies, predominando à primeira, que se chama também mamona branca^ mamonei- ra, carrapateira-, palma Christi. Planta de grande vanta- gem industrial e medicinal, pelo azeite que produzem suas sementes. E' empregado esse azeite diversamente preparado, nas pharmacias, com o nome de óleo de ricinoi universalmente conhecido, como lubrificante, na illuminação, combustível, condimento. Dá matéria prima para sabão. O óleo varia de 45 a 47 o/o do peso da semente fresca do commercio, e como lubrificante, comparado com os óleos mineraes, apresenta uma economia de 30 a 35 o/o, e ^té 50 0/0, ~ 234 — Os resíduos das sementes, após deixarem o óleo, ser- vem para forragem e adubo. E' industria que tem produ- zido grandes resultados entre nós. Possue boa fibra em sua zona liberiana e as folhas servem de alimento ao bicho de seda indígena — Atta- cans riciniis. — Todo o Brasil. PACHIRA (Carolinea) princeps Linn., Pachira aquática Aub!. Fam. das Bombaceas E' arvore que vegeta á margem dos rios, dando flo- res encarnada e branca e fructo semelhante ao do ciipuãs- sá. O alburno do tronco e dos ramos offerece uma espé- cie de estopa bastante forte, com que se fabricam cord.is, servindo, também para calafeto. A madeira de tecido mais frouxo do que o das sutríau- maSy serve para canoas, cochos, gamellas. Os fructos são comiveis e conhecidos por castanhas das Guyanas ou cas- tanhas do Maranhão. Chama-se, também, marnaurana. — Amazonas e Pará. BRUNFELSIA HOPEANA Benth. Fam. das Solanaceas E' planta ornamental e medicinal, com flores aromá- ticas, a princípio roxas e depois brancas. Tem a raiz impregnada de um principio amargo e enjoativo que esti- mula a garganta, sendo applicada contra diversas molés- tias, como diaphoretica, diurética, vomitiva e sobretudo como purificadora do sangue, donde lhe vem o nome de mercúrio vegetal ou dos pobres. Muito usado na syphilis, rheumatismo e como poderoso excitante do systema lym- phatico. De preferencia se empregam as raízes. Provoca o aborto (está visto que se outras círcumstancias o favore- cerem). Em alta dose é venenosa. E' também empregada contra mordeduras de cobras e o extracto das folhas é empregado por algumas tribus de índios para envenenar — 225 ~ as flexas. — Amazonas, Pará, Rio Grande do Norte, Bahia, Rio de Janeiro e Minas. Madeira para oonstrucções civis. — Pará. mnnDfíCíiRú ' CEREUS HILDEMANNIANUS K. Sch.. C. peruvianus Mill.. C. giganíeus. Fam. das Cactaceas Come-se c caule, sem casca, ao natural ou assado, em época de seccas, servindo, também, para forragem, desalterando o gado. Tem applicações no tratamento do escorbuto e affe- cções bronchiaes. As raizes feculentas são procuradas nas grandes sec« cas. — Do Piauhy ao Rio de Janeiro. mnnDHRfiyÊ CALLIANDRA TWEEDIEI Benth. Fam. das Leguminosas. sub-fam. das Mimosas Madeira para cabos de ferramentas e instrumentos agrícolas, carpinteria, construcção civil, peças de resis- tência. As flores dão tinta preta e vermelha. Conhecido, também, por quebra-foice. — Sul do Brasil. mmmom MANIHOT UTILÍSSIMA Pohl. Fam. das Euphorbiaceas E' enorme a quantidade de espécies cultivadas no Brasil, distinguindo-se, porém, a m. brava q a m. mansa, sendo aquella venenosa. Das raizes tuberif içadas, com cerca de 40 o/q de fécula, se fazem as farinhas, conhecidas por farinha de mandioca, farinha de pau, ou d^ãgaa do Pará, farinha de — 226 — suruhy. Fazem-se também doces com as raízes e massas diversas para alimentação. E' píant.M forrageira. Hoje é notável a exportação da farinha. — Todo o BrasiL mfínDIOQUEIRfl DIDYMOPANAX LONGEPETIOLATUM March. Fam. das Araliaceas Arvore de grande desenvolvimento, dando tronco de 6 a 8 metros de alto e o™,6o a 0^,80 de diâmetro, Duramen de côr branca com marcheíamento transversal :ís fibras grossas e direitas. E' também chamada cedro preto no Amazonas, man- dioca^ canella mandioca. PESO ESPECIFICO : 750 H., 843 G. P. EMPREGOS : caixas e palitos para phosphoros, tar boas de forro, obras internas. Offerece bellissima super- fície para envernizamento. — Pará e S. Paulo. mflnD!0Quin5fí[ do cflfiipo ZEYHERA MENTANA Mart. Fam. das Bignoniaceas A casca e a raiz são empregadas nas affecções syphi- liticas e cutâneas. As folhas são venenosas. Também co- nhecida por bolsa de pastor. — Po Rio Grande do Norte até S. Paulo e Minas Geraes. íTjflnGflBEÍRfl HANCORNIA SPECIOSA Gomez. Fam. das Apocynaceas Arvore pequena, mais conhecida por seus fructos e pelo producto de seu latsx; regula 4 a 7 metros de alto, com o"i,2o a oi«,6o de grossura, sendo que attinge maio- res proporções na Parahyba. * Vars. : m. de Goyaz — H. Gardnerã MIERS. é a mesma espécie, m. de Minas — H. Lundu DC; mangabinha do ~ 227 — norte ou mangaba brava — H. minor MU LL. Arg. ; m, ovo; m, rana — H. pubescens NEES e MART. Duramen vermelho e muito rijo. EMPREGOS : construcção civil e naval, rodas e po- leame, marcenaria, peças de resistência, O producto principal é o laÍ3x que dá borracha, co- nhecida por borracha de mangabeira. Esse latex^ de matiz azulado, tem a densidade de 0,908, é inócuo e até aconselhado internamente contra affecções pulmonares e em applicações tópicas nas mo- léstias herpeticas. Varia de 57 a 80 o/q o teor da borracha no látex. O fructo chamado mangaba, serve para conservas e doces. — Do Amazonas a S. Paulo, Minas Geraes, Matto Grosso e Goyaz. mmm m príiir CLUSIA FLUMINENSI5 Tr. e Pi. Fam. das Gutllferas Grande arvore com raizes adventicias, de folhas gros- sas e duras, obovaes, dando madeira para vigotas, caibros e lenha. A casca exsuda resina e serve para o cortume, conten- do perto de 17 o/q de tannino. Chama-se também abano. — Rio de Janeiro e Santa Catharina (restingas). mmmw PERALTEA ERYTHRYNCEFOLIA Mart. Fam. das Leguminosas Arvore de i8 a 20 metros de alto, com o'",8o do diâmetro. Duramen vermelho, tecido poroso e pouco pesado. PESO ESPECIFICO : 808 R., 745. EMPREGOS : construcções civis, obras immersas, sen- do de duração longa. — 228 ~ mnnGEiRonfl ORIGANUM MAJORANA Linn. Fam. das Labiadas Excitante e sudorífica. No Ceará se encontra a m. do campo — Glechon spatulata BENTH., com as mesmas pro- priedades. — Todo o Brasil. menGUE Todas as espécies desta fam. fornecem boa madeira, tendo, ao mesmo tempo, bastante tanniferas as cascas. Ar- vore pequena, individuo dos mangaes, que formam' o fácies da vegetação dos mangueaes no extremo norte da costa do Brasil. São os mais ím'portantes : MANGUE BRANCO. — La- guncularia remosa GART., Conocarpas racemosa Linn., C. erecta Linn., Fam. das Combretaceas. Arvore de 6 a 7 metros de aJto, conhecida, também, por siriába e ratimbó, tinteira. Emprega-se em construcções civis, traves, caibros, vi- gotas, moirões, lenha., carvão. A casca contem 14 0/0 de tannino, e 13 0/0^ as folhas, servindo tudo para o cortume. O verdadeiro ratimbó tem, entretanto, a particulari- dade de ser tortuoso, prestando-se para cavername de em- barcações. MANGUE A.MARELLO. — Cassiponrea macrophylla D. C. ( do Amazonas e Pará ) ; Bragueira gymnorhiza (de S. Paulo) e o MANGUE DA V^klK. ~ Soev ola plumieri Vahl. (Cabo Frio). MANGUE DO BREJO. — Eugenia nítida Camb., da fam. das Myrtaceas (do Rio e Santa Catharina). MANGUE CANOE. — Cresce, também, longe das aguas salgadas, em terrenos enxutos, tendo, ás vezes, 4,'"40 de grossura. MANGUE DA MATTA.— Egual á manipueira ; serve para caibros, apenas. MANGUE SAPATEIRO ou VERMELHO. — Rhyzo- phora mangle Linn., R. var. racemio^a G. F. W. AíEY. Fam. das Rhyzophoraceas. — 229 — Arvore de ii metros de alto; a de maior valor pelo teor do cortim. Esta espécie, também chamada mangara- beira^ ratimbó, contem 5 vezes miais tannino que a casca do cai"vaIho. A casca produz 31 0/0, os fructos 16 0/0, e tanto uma como as outras, servem para o cortume. Tinge de ver- melho. Emprega-se a madeira em construcções civis, e ser- ve para lenha. — Toda costa do Brasil. mflnGUEíRe , MANGIFERA INDICA Linn. Fam. das Anacardiaceas Arvore fructifera muito conhecida, cujos fructos são apreciadíssimos, fornecendo madeira inferior, empregada era obras internas, com 693 de peso especifico. O fructo tem os nomes vulgares de mangai mangoi amra e pulem em javanez. — Todo o Brasil. mfíniçcBíi MANIHOT GLAZIOVÍI Mull. d'Arg. Fam. das Euphorblaceas Arvore de 10 a 15 metros de alto e om,2o a on»j5o de diâmetro. Todos os órgãos desta planta contêem acido cyanidri- co em pequena proporção. Apezar disso, o gado come-ihe as folhas. As raizes criam tubérculos que se constituem depó- sitos de tapioca, nutritiva ; a amêndoa comivel e das sementes é agradável, contem óleo, que serve para o fa- brico de sabão. O residuo das amêndoas serve para o gado. No Piauhy é chamada mandwcn brava. — Do Ceará á Bahia. flnfiníPUBiRn Serve unicamente para caibros, sendo, ás vezes, gros- sa de mais. — Alagoas. __ 230 — Arvore de 6 a 9 metros de alto, com ij^^o a i,'"30 de grossura. Também conhecida por manjuba ou manguba. Emprega-se em construcções civis e navaes. — Mara- nhão. menoPÊ Madeira para construcções civis. — Pará. mão DE onçfi MARCGRAVIA CORIACEA Vahl. Fam. das Marcgraviaceas O caule e as folhas são empregadas contra o rheu- matismo e o defluxo. — Anria2onas e Pará. mflPflRPISUBPI MIMUSOPS PARAENSE Hub. Fam. das Sapoíaceas Arvore de grande tamanho, de 8 a 14 metros de e mais e o'",8o a ini,8o de grossura. EMPREGOS : construcções civis e navaes, carpinte- ria, muito procurada para combustivel nas lanchas e vapo- res dos rios do Amazonas. Distingue-se da maçarandiiba pelas folhas, flores e fructos menores. Também indicada por M. maparajiiba HUB. A casca exsuda leite, que contem gutta percha. — Ama- zonas, Pará e Bahia. mflPEROÁ BASILOXYLON REX Schum. Fam. das Sterculiaceas Arvore grande e alta, caule recto, casca adstringente, madeira de tecido compacto, resistente, com as mesmas applicações da unha d^antãy com a qual se parece. Fornece pasta para papel. -~ 231 -- E' chamado também farinha seccoy pau rei. — Espirite Santo e Rio de Janeiro. PASSIFLORA COCCÍNEA Aubl.. P. coerdea. P. edulis Sims., P. laurifolia Linn., P. capsuiaris Linn.. P. quadrangularis. P. maíiformis. P. suberosa Linn.. P. alata Ait., P. mucronata Linn.. P. rubra Linn. Fam. das Passif!oracea.s Os fructos são comiveis, havendo grandes e pequenos, appellidados — maracujá, guaçú e mirim. Ha duvidas quan- to a possíveis propriedades medicinaes. As flores são apre- ciadas. — Conforme a espécie, em todos os Estados. BACTRíS MAJOR Jacq.. Bactris infestans Mart. Fam. das Palmaceas E' uma bactris semelhante á pupunha^ mas um pouco menor, dando fructos roxos e um pouco parecidos com a uva. Tem também o nome de Inchaay^ e de seu tronco muito duro ( xtráem os Índios suas lanças. Os folíolos dão fibras com que se fazem alguns teci- dos, cordas, redes e vassouras. — Pará. mílRfíl71b5fl MÍRABILIS JALAPA Linn. Fam. das Nyoíaginaceas As raízes são purgativas; as folhas empregam-se para resolver tumores. — Da Bahia ao Rio de Janeiro. íDFiRG^RlDfí TIBOUCHINA ÁSPERA Aub!. Fam. das Melasíomaceas As flores são empregadas na medicina popular. Planta ornamental. — Amazonas e Pará. — 232 — mfíRIÍl íílOhhE PI50NIA INERMIS Jacq. Fam. dos Nyctaginaceas Arvore de pequenas dimensões, fornecendo madeira molle. A casca é adstringente e empregada com bom resultado na cura das dyspepsias. As cinzas da arvore são apioveitadas no fabrico do sa- bão. — Paraná. Gilibertia cuneata MARCH. Fam. das Araliaceas, Fornece madeira para forros, caixões e habita o Sul do Brasil e Minas. No Rio Grande do Sul dão-lhe, tambemv o nome de maria preta e baraúna.. mmm pereírpí POSOQUERIA MACROCARPU5 Max. Fam. das Rubiaceas Madeira para bengalas, marcenaria e tomo. — Rio de Janeiro e S. Paulo. mmm preto BLANCHETIA HETEROTRíCHA D. C. Fam. das Compostas CORDIA CURASSAVICA Roem et SchuU. Fam. das Cordiaceas VITEX POLYGAMA Cham. Fam. das Verbenaceas As folhas e flores da primeira são feedativas e bec- chicas. A segunda fornece madeira para carpinteria e mar- cenaria; a terceira, para construcção civil, obras expostas e internas, carpinteria. Em Goyaz dão este nome á braúna e á que é maria preta em outros logares, o nome de pau carvalho. — Ama- zonas, Pará, Bahia, Alagoas, S. Paulo, Goyaz e Minas Ge- raes. mPiRiBá Madeira para construoçôes civis. — Pará, — 233 — mflRimflRi CÁSSIA LEIANDRA Benth. Fam. das Leguminosas. ^■ sub-fam. das Caesalpineas Bonita arvore que se cobre de racemos de flores ama- rello-ouro. A madeira é empregada em obras internas, marcenaria. A polpa das sementes é comivel^ tendo applicações therapeuticas, como laxativas. A casca contem tannino. — Amazonas, Bahia, Rio de Janeiro e Minas Geraes. mPIRlRIÇÔ SISYRINCHIUM GALAXIOIDES Gomes. Fam. das Iridaccas Também conhecido por mor i: iço, capim rei, baririçô, batatinha amarella tem raiz tuberosa, de ligeiro sabor ado- cicado, usada como purgativo. As tuberas seccas, em pó, são laxativas. E' purgante commum usado no interior. — Minas Geraes, Espirito Santo. mflRmP3UBí=i Madeira empregada só na construcçáo de casas. — Alagoas, mflRíTlEhFIDfl BRflra AMAJOUA GUIANEN5I5 Aubl. Fam. das Rubiaceas Fornece madeira para carpintaria em obras internas. — Do Amazonas a S. Paulo. m^RmEbinso do cnmpo ALIBERTIA SESSILIS Schum.. Thieleodoxa lanceoiaía Cham. Fam. das Rubiaceas Apenas são comiveis os fructos saborosos. — Do Piau- hy a S. Paulo e Minas. 334 ÍTlFIRmEbO DO CRtTlPO PLENCKIA POPULNEA Reiss.. Fam. das Celostraceas Madeira para carpinteria e marcenaria. Também chamado marmeleiro do campo. — S. Paulo e Minas Geraes. mflRfllEhO DO mflTTO PRUNUS SPHOEROCARPA 5w. Fam. das Rosáceas Madeira para caibros, moirões, cabos de ferramentas e de instrumentos agricolas e lenha. Tem também, o nome de marmelo bravoi virará. — Quasi todo o Brasil. (DflRUPfl SIMARUBA OFFICINALIS D.C.. 5. amara Aubi. Fam. das Simarubaceas Esta familia é bastante rica em matérias extractivas, tónicas e estomachaes. O nome marupá ou marapauba é dado, também, a outras madeiras brancas, que não pertencem a esta fami- lia, ex. : jacarandá copaiã e Didymopanax morotoionli sen- do também conhecido por mariibá. Arvore de crescimento rápido e grandes dimensões. A madeira é branca e empregada em forros de casas, cai- xões, obras internas, marcenaria, taboado, soalho. E' fácil de se deixar trabalhar e é de boa conservação ao abrigo da humidade, não sendo atacada pelo cupim, por causa de seu gosto amargt». As raizes e a casca têem empregos medicinaes: a infusão da casca, nos casos hemorrhoidarios, como refri- gerantes, e nos de dysenterias e dores de estômago re- beldes. A casca, ralada, é um bom cicatrizante. PESO ESPECIFICO : 548. Var. : m. ntiri., marupahy. — Amazonas e Pará. — 235 — mflTfl FOÍTIE PAULLINIA sp. Fam. das Sapindaceas CORDIA SELLOWIANA Cham. Fam. das Cordiaceas Ha differentes plantas com este Qome em Pernambuco: uma euphorbiacea, do género Jatropha, outra que Pinto chama em seu diccionario botanioD Paullinia ?dalis. Emprega-se a madeira de qualquer delias em carpin- teria, marcenaria, obras internas. Fructos comiveis, — Per- nambuco e S. Paulo. mflTá-mflTfl LECYTHI5 CORIACEA D. C Fam. das Lecythidaceas Arvore elevada, sendo a madeira empregada em obras civis e hydraulicas, principalmente esteios de pontes e de trapiches; dormentes, obras externas e internas. As sementes fornecem óleo industrial. Da casca se extráe estopa que não differe da do cas- tanheiro. — Do Amazonas á Bahia. ÍTlPlTfl 0b50 PACHYSTROMA ILICIFOLIA Miill. d'Arg. Fam. das Euphorbiaceas Madeira branca, bastante compacta para construcção civil, obras internas, marcenaria, torno, carpinteria. Presta- se para xylographia A fumaça da palha, quando queimada, produz inflammação nos olhos. Também são conhecidas por maia olho^ Ophthatmo blapton nvacrophyllum, da fam. das Euphorbiaceas e Pon- teria gardneriana RADLK., fam. das Sapotaceas. — Sul do Brasil, Minas Geraes. mPlTfl PflSTO CÁSSIA BI-CAPSULARIS Linn. Fam. das Leguminosas, sub-fam. das Caesalpineas Grande arbusto, de flores amarello-ouro, também cha- mado Kaa-Kyra, caquerfi, dormideira^ útil na cura dos dar- — 236 — thros e herpes, sendo as folhas empregadas como purgati- vo, a raiz tónica, amarga e anti-febril. Emprega-se a madeira em obras internas e caixoteria. — Norte do Brasil. CLUSIA ALBA Choisy. Fam. das Guttiferas -^ Madeira para carpinteria e obras internas. A casca exsuda resina amarga e aromática, utilisada na medicina. — Amazonas. ILEX PARAGUARYEN5IS St-Hil. Fam. das Aquifoliaceas^ E' arvore de que se extraem as folhas, com as quaes se faz a apreciada e universalmente conhecida bebida — mate ou chá de mate. -— Paraná, Santa Catharina, Rio Grande do Sul e Matto Giosso. mpiúBPi Planta de 3 a 7 metros de alto e c^jSo a i,'"30 de grossura, fornecendo madeira com empregos na marce- naria. — Amazonas, Pará e Bahia. ÍTlEimEnDRO V HY0SCYAMU5 NÍGER Linn. Fam. das Solanaceas / As folhas fornecem matéria corante e o alcalóide — hyoscyamina — narcótico e venenoso. A raiz é emética. — Rio de Janeiro. mEio Madeira rara Serve para mastros de barcaças. — Ala- goas. mEhflO CflBOChO SICANA odorífera Naud. Fam. das Cucurbitaceas Fructo comivel, posto que não muito saboroso, — Bahia e Espirito Santo. — 237 — mEhflO DE 5. CflETPinO MOMORDICA CHARANTIA Linn. Fam. das Cucurbitaceas Com o nome, também, de herva de S. Caetano, é planta reptante e ornamental, dando fructos que passam por ver- mífugos, combatem as febres pa'ustres, cólicas do ventre e a influenza e úteis na cura do gogo das aves domesticas. As fibras caulinas são empregadas para enchimento de selins e almofadas dos gargueiros, dando pasta para papel, e com as folhas servem para branquear a roupa, por causa da potassa que contêem. — Rio de Janeiro, Minas Geraes e S. Paulo. (TlEnDCCfl Applica-se como diurética e refrigerante. — Pará. fTlEnTRflSTO AGERATUM CONYZOIDES Linn. Fam. das Compostas Aromática, diaphoretica, anti-espasmodica, applicada nas cólicas intestinaes. — Da Bahia a S. Paulo, Minas Geraes e Goyaz. (IlEnTRflSTO GIIPI55Ú HYPTIS SUAVEOLENS Poit. Fam. das Labiadas A planta é sudorifica, anti-espasmodica e útil na cura da gotta. — Da Bahia a S. Paulo, Mina3 Geraes e Goyaz. ÍTIERCURIO DO CflíTlPO ERYTHROXYLON SUBEROSUM St.-Hil. Fam. das Erythroxylaceas Grande arbusto, de caule nodoso e encorticado, donde o nome de sessenta e doiSy referencia aos nós, com folhas ovaes, obovaes ou oboval-oblongas, coriaceas, com flores em fascículos, brancas e com fructos pequenos, ovaes, vermelho-alaranjados. -^^ 238 — Tem os nomes vulgares de sessenta e dois e gallinha choca. Fornece madeira para carpinteria, marcenaria; a casca fornece matéria corante vermelha e é adstringente, ser- vindo para o cortume e com usos medicinaes. Diz-se que os fructos impedem á gallinha o choco. — Da Bahia a S. Paulo, Minas Geraes e Matto Grosso. mERCURIO DOS POBRES WILBRANDIA VERTICILLATA Cogn.. ou W. Riedeli Schum. Fam. das Cucurbitaceas Tem raizes amargas, depurativas, applicadas contra a syphilis. E' também chamado azoague do Brasil^ azou- gue dos pobres. — Espirito Santo, Minas Geraes e São Paulo. íTlERinDIBfl TERMINALIA BRASILIENSIS Camb. Fam. das Combretaceas Arvore grande e bonita, dando bôa madeira para oon- strucção naval, taboado para fundo de embarcação, car- pinteria, marcenaria, esteios e dormentes. Var. : m. bagre — T. januarensis DC. Os mesmos usos. — Da Bahia a S. Paulo, Minas Geraes e Goyaz. mERinDIBfl ROSfl LAFOENSIA GLYPTOCARPA Koehne. Fam. das Lythraceas Também chamada morindiba, merendiba, mirindiva, Tronco de 8 a lo metros de comprimento, 0^,50 a om,6o de diâmetro, duramen de côr pardo-clara com veios amarellos. PESO ESPECIFICO: 987 D. V., 831 M.M.; 601, 931 R. RESISTÊNCIA : ao esmagamento com carga perpen- dicular ás fibras 317 M. M. ; parallela 484; sem determi- nação 718 D. V. — 239 — EMPREGOS : madeira para construcção civil e naval, obras internas e expostas, dormentes, marcenaria e car- pinteria. Fornece matéria corante violeta. — Da Bahia a São Paulo. miGUEb PinTODO Arvore de elevada altura; dando madeira para con- strucção civil. — Paraná, mib50 COZIDO PRETO LICANIA INC ANA Aubl. Fam. das Rosáceas Arvore grande, de tolhas polymorphas, luzentes e, quan- do novas, sedosas por baixo, com um tronco de 6 a 8 me- tros de alto e 0^1,50 a om^óo de diâmetro. Duramen de côr amarella, tendo pequenas falhas. PESO ESPECIFICO : 823 D. N., 971 H. RESISTÊNCIA : ao esmagamento com carga perpen- dicular ás fibras 317; parallela 714; sem determinação Ó86 D.V. EMPREGOS : madeira de lei para construcções civis, marcenaria, obras internas e externas, logares seccos, ta- boado de segunda qualidade. A casca fornece tannino e os fructos comem-se. — Amazonas, Pará, Rio de Janeiro e São Paulo. mociTfloyBPi ZOLLERNIA ÍLICIFOLIA Vog. Fam. das Leguminosas, sub-fam. das Swartziaceas Arvore muito copada, própria para alamedas, com tronco de 10 a (2 mettos de alto e om^óo a otn,8o de diâ- metro. Duramen escuio com veios ainda mais escuros e ás vezes pretos e achamalotados. Conhecem-se as variedades : m. parda^ m. preta (Z. nigra FR. ALL.)^ m. de feiíe, m. cravo, m. vermelho, e — 240 — sob as synonymias de moçalahyba, missuíahyba, maçata- hyba e maxitahybat em Sergipe. PESO ESPECIFICO : m parda - 1754 R., 1265 D. V. ; m. preta — 958, 1041 R,, 813, 1232 D. N. ; rri, vermelha — - 1418 M. V., 131 8 D.V., 1237 M. M., 1000 H. RESISTÊNCIA : ao esmagamento com carga perpen- dicular—m. vermelha — 572 M. M.; parallela — 780 M. M. sem determinação 1057 D. V. ; a flexão 8k74o M. V. EMPREGOS : madeira de lei muito dura para obras hydraulicas, construcções civis, marcenaria, carpinteria, vi- gas, esteios, postes, logares húmidos, dormentes de ter- ceira qualidade, durando 8 annos. A casca é adstringente, contendo tannino. Os fructos são comiveis, '' Da raiz se extráe tinta vermelha. Com o mesmo nome, e dando madeira para carpinteria, marcenaria e obras internas se conhece a Swartzia crocea BENTH.f da mesma família. — De Alagoas a S. Paulo. mOGnO BPISTflRDO Arvore grande, exótica, cultivada entre nós e que attin- ge 80 pés com um diâmetro de 8, notável pela folhagem verde-negro, própria para alamedas, Dá madeira para obras hydraulicas e para falcas de canoas. — Diversos Estados. mohoo . SCHINUS (DUVAUA) DEPENDEN5 Ortega. Fam. das Anacardiaceas Madeira para carvão, lenha e moirões. — Rio Grande do Sul e Goyaz. monoÉ Serve para madeiramentos de casas. — Rio Grande do Norte. — 241 — moQUBfn Arbusto, cujas folhas, em infusão, têem effeitos the- rapeuticos contra dores do estômago. Chama-se também pau de moquem. — Amazonas e Pará. mOREIRfl . BAGASSA GUYANEN5I5 Aubl. Fam. das Moraceas Arvore de 5 a 1 1 metros de alto, com i a 1 V2 "^^" tros de grossura, dando fructos alimentares e adstringentes. Conhecida também por íatujiba., bagaceira e m. de espinho. Emprega-se nas construcções civis, e fornece matéria corante. — Amazonas, Pará, Sergipe e Rio de Janeiro. moRonGfl PHILODENDRON spec. Fam. das Aroideaccas Nas raizes se forma um cipó excellente para amarrar balsas e para obras de vime. — Amazonas. mORORÔ - BAUHINIA FORTIFICADA Linck. Fam. das Leguminosas, sub-fam. das Caesalpineas Arvore alta, esgalhada, prestando-se para ornamenta- ção e dando madeira própria para caibros, moirões, car- vão e lenha. As folhas são usadas no tratamento da diabete. As cascas da raiz são muito diuréticas e curam as blenor- rhagias; as cascas do tronco são tónicas e estimulantes usadas na tuberculose e anemias e são adstringentes, for- necendo também boas fibras para cordas fortes, Conhece-se também com os nomes de pata de boiy pata de vacca, unha de boi, unha de vacca. Por mororô^ se conhece, também, a Bauhinia pulchella BENTH., da mes- ma familia, adstringente e emética. — Amazonas, Pará, Rio de Janeiro e S. Paulo. — 242 — mOROTOTÔ DIDYMOPANAX MOROTOTONI (Aubl). Deains e Planch. Fam. das Araliaceas Arvore grande, de madeira branca muito leve e, ás vezes, dada como marupá. Chamam-n'a, também, muiratotó, morotó^ também, parapará, nome que é ainda dado a ou- tras arvores de madeira branca, como jacarandá copaia, Cordia tetiandra^ etc. Var. : m. da várzea. Vegetam no Amazonas. Com o nome de Panax cornumlaiay é, no Pará, uma arvore de 8 a i6 metros de alto, com tronco de o"%40 a cn^óo de grossura e com empregos em construcções civis, — Pará. muflnzfl Arvore de 8 a ( i metros de alto, dando madeira pouco durável, exposta ao tempo, mas que se conserva 20 annos aas construcções abrigadas. — Bahia. mUCEREnGUE Arvore de 5 a 7 metros de alto, dando madeira que se emprega em construcções, resistindo á humidade, du- rando, enterrada, cerca de 20 annos. — Bahia. Arvore de 11 metros de alto e v^,jo de grossura no tronco. Emprega-se nas construcções civis. O fructo produz óleo fino que serve para illuminacão e é proveitoso na cura das ulceras. Dá madeira de duração media. — Bahia. — 243 — mucuGÊ COUMA rígida Muli. Arg.. C. mocugé J. Caminhoá. Fam. das Apocynaceas Arvore de 1 1 metros de alto, fructifera. Dá madeira para taboado e ripas, sendo pouco durável. Produz látex. — Bahia. mucunfl MUCUNA URENS De Cand.. Dolichos urens Linn.. Mucunã pruriens De Cand., Dolichos pruriens Linn. Fam. das Leguminosas, sub-fam. das Papilionaceas Trepadeiras dando vagens ou favas, cobertas com uma pelle, que tocando o corpo, produz comichão. Servem para o preparo de farinha, que se utilisa como alimento nas fo- mes das grandes seccas. E' toxica e anti-syphilitica. For- necem fibras que ser\ em para cordas. Também conhecidas por mucunan cipó^ pó de mico, olhos de burro, cabeça de frade — Quasi todo o BrasiL mUlRflCflBfl Madeira para construcções civis. — Pará. muiRflçpicflCPí cpinGfl Madeira para construcções civis. — Amazonas. muiRflC5imBÉ EMMOTUM FAGIFOLIUM Desv. Fam. das Icacinoceas Arvore pequena, atntes própria para combustivel. Também muyrachimbé, marachimbé . — Amazonas e Pará. — 244 — -. CENTROLOBIUM PARAENSE Tui.. Sald. Fam. das Leguminosas, sub-fam. das Dalbergias Uma das mais importantes da Amazónia, alcançando i8 metros de alto, e tronco de o'n,5o a o"',6o de diâ- metro. A bella e immensa folhagem faz com que essa ar- vore sobresáia ás que a cercam. Madeira esplendida, pintada, duramen amarello vivo, ou avermelhado, com veios vermelho-- ou pardo-escuros. PESO ESPECIFICO : 1040. EMPREGOS : serve para construcções civis, carpin- teria, marcenaria, bengalas, obras externas, internas, hy- draulicas. E' também chamado pau rainha e algumas vezes ba- racutiára, muirapinima e muiracotlara. E* superior ao an- gico do Ceará, pau setim do Amazonas, sob qualquer ponto de vista. — Amazonas, Pará e Bahia. mUlRflCUTFICfl SWARTZIA DUCKEI Hub.. S. acuminata Willd. Fam. das Leguminosas, sub-fam. das Caesalpineas Madeira para construcções civis, carpinteria, esteios, lenha, moirões, remos. A casca serve para o cortume. Também conhecida por paracutaca. — Amazonas e Pará. mUIRíí5flUflRfl Madeira para construcções civis. Também muyrayauá- ra, muerajaura. — Pará. mUlRfl3U55flRfí[ ASPIDOSPERMA DUCKEÍ Hub. Fam. das Apocynaceas Madeira para carpinteria, construcções civis, obras ex- ternas e internas. — Amazonas e Pará. — 245 ~ miiiRnpinimfl BROSIMUM DISCOLOR Schott. Fam. das Moraceas Uma das madeiras mais finas da região amazonica. Excessivamente compacta e pesada. Sua principaj notorie- dade pi ovem de sua cor encarnada com pintas bem dis- tinctas e, muitas vezes, um pouco mais claras no centro, imitando, assim, a pelle da maracajá ou de certas co- bras. I O duramen da côr do chocolate, com manchas pretas, imitando a tartaruga, é, aliás, extremamente reduzido, pois do centro paia a periferia tem de 4 até 10 centimetiosy diâmetro do albumen 14 centimetros ; alburno de 10 até 20 centimetros; casca i centimetro. E' conhecida por bois de lettre ou leitre moucheiê^ pelos francezes; snake wood ou letter wood-> pelos inglezes; Buchstabenholz ou Tigerholz, pelos allemães; e pau tar- taruga^ ou também macacauba, ou pau rainha, pau pintada^ maria preta^ pau santo. PESO ESPECIFICO : 1240 a 1358. RESISTÊNCIA : ao esmagamento — 1155 ks. porcm^.. EMPREGOS : construcçáo civil, naval, marcenaria, molduras, portas, objectos de luxo, especialmente bengalas e réguas. Produz fructos comiveis. — Amazonas e Pará. mUIRflPIRflDGfl BROSIMUM ACUTIFOLIUM Hub.. Fam. das Moraceas Arvore notável, de 18 a 20 metros de alto e í'",3o a iin,8o de diâmetro, e, ás vezes, mais, muito semelhante a certas variedades inferiores do muirapinima, com du- ramen vermelho-escuio. quasi roxos tecido resistente e pe- sado. PESO ESPECIFICO : 1257. RESISTÊNCIA : ao esmagamento — 1080. EMPREGOS : madeira de primeira qualidade para obras civis e navaes, dormentes, obras internas e externas. ~ 246 — Dá látex de que se extráe gutta percha; os fructos comiveis. — Amazonas, Pará e Maranhão. mUlRflPlRIRICfl Madeira para construcções civis, dando boas taboas para forro. — Pará. muiRflPiTflnGfl Madeira para construcções civis. — Pará. muiRflPixiunfl Arvore de 8 a lo metros de alto, com oni,40 a ora,8o de grossura, dando madeira para construcções civis e mar- cenaria. — Amazonas e Pará. muíRHPUHmR PTYCHOPETALUM OLACOIDES Benth. Fam. das Olacaceas Também marapuama, murapuama. Passa por analeptica, semelhante á kola, excitante e aphrodisiaco. E' emprega- do contra as paralysias. — Amazonas e Pará. mUlRííTflUÁ EUXYLOPHORA PARAEN5IS Hub. Fam. das Rutaccas An/^ore grande de terra firme do Amazonas, de 13 a 18 metros de alto e im,o a 2,"io de grossura. Dá madeira excellente, muito homogénea, de uma bella côr amarello- clara. O nome indigena indica pau amarello e é conhecido por mirautauá^ moratauá. EMPREGOS : soalhos, alternada com acapú, sendo comparável ao pau setim ; postes, mezas, moveis de luxo,, oonstrucção civil e naval, marcenaria. Fornece um prin- cipio corante amarello. — Amazonas e Pará. — 247 — muiRflTinGfl OLMEDIA aff. CALOPHYLLA Poepp.. O. obliqua Hub.. O. caloneura Hub. Fam. das Moraceas A muiratinga, como tal chamada, é arvore grande, a mais importante sob o ponto de vista physionomico : talvez a mais alta do Baixo Amazonas. O nome muiratin- ga ou pau branco é usado paia diversas arvores da várzea amazonica e cujos galhos inferiores caem á moda dos galhos cadentes da «castilloa». Produz madeira para co- chos, colheres, gamellas, e outros utensílios interiores. Da casca se extráe látex, ou liquido leitoso, que se applica externamente iio tratamento das dores rheumaticas, incha- ções ou contusõesí. Usada na preparação das tintas para tecidos. E' notável a Perebea Lecoiniei HUB.^ da mesma família e cujos fructos são devorados por alguns animaes, inclusive as tartarugas, e cuja madeira fornece pasta para papel e carvão para pólvora. — Amazonas e Pará. mUlRííOBFI y/ QUALEA sp. Huber. Fam. das Vochysiaceas Fornece madeira aproveitável para construcções civis e navaes. — Amazonas e Pará. rnubunGú ERYTHRINA COKALLODENDRON Linn.. E. mulungú Mart. Fam. das Leguminosas, sub-fam. das Papilionaceas Também chamado murungá, molungú, sanandã, sanan- duva. As cascas são appiicadas, (X>zidas, em banhos contra a excitação do systema nervoso, nas insomnias e na tosse rebelde, na reducção dos bubões syphiliticos o como emol- lientes nos abcessos de origem dentaria, nas infíammações do figado e do baço, provenientes de febres intermittentes. E' um narcótico que não offerece os inconvenientes de outros, como o ópio, p^or exemplo. — Do Amazonas ao Ceará e Pernambuco. — 248 — BOMBAX MUNGUBA Mart. e Zucc. Fam. das Bombaceas Grande arvore de tronco grosso, casca verde e viscosa, possante, sem, comtudo, attingir a sumaumeira, capsulas vermelhas, cheias de paina fina, pardacenta, também — monguba. Duplamente útil: pela importância do liber e pelos filamentos que envolvem as sementes, que é paina, de brilho sedoso e amaiello-escuro. Tirada a casca, é macerada dentro dagua, por espaço de 2 a 3 semanas, ao fim do qual tempo, as fibras se destacam; lavadas e seccas ao sol, são empregadas no fabrico de cordas. A madeira serve para bóias, canoas, cochos, moldu- ras. — Amazonas e Pará. miinpiQUERfl Produz seiva, como a da seringueira, e á qual attri- buem as mesmas piopriedades chimicas. — Amazonas e Pará. mURflPflÚBfl Madeira para construcçáo civil, naval, marcenaria. Também chamada muyrapayaba^ marupauba. — Ama- zonas. Madeira para construcções civis. Talvez muyraçâcaca. — Paiá. mURERÚ CABOMBA AQUÁTICA Aubl.. C. piauhycnsis Gaerdn. Fam. das Nymphaeaceas Plantas ornamentaes de folhas adstringentes, que são empregadas contra as dysenterias e as hemorrhoidas. Co- nhecem-se, também, por morurê. — 249 — . Eichhornia crassipes (MART.) SOLMS. Fam. das PONTEDERIACEAS. As pontederiaceas são plantas aquáticas natantes, al- gumas com raizes pendentes e outras fixas, com rhizomas e raizes adventícias sempre nos nós do eixo. São ricas em crystaes de acido oxalico. Desenvol- vem-se tanto que chegam, ás vezes, a interceptar vários cursos d'agua. Entre nós, não é raro que massas desta espécie, que acompanham as enchentes dos rios, cheguem a causar a derrubada de pontes de madeira que encon- tram no caminho. Desta espécie se extráe um leite, a que chamam mer- cúrio vegetaU de cor vermelha, empregado como estimu- lante activo e enérgico dos systemas muscular e nervoso, como depurativo e poderoso anti-syphilitico. — Conforme a espécie. — Do Amazonas a S. Paulo muRicy BYRSONIMA VERBA5CIF0LIA Rid.. Syn.: Malpighia verbascifolia Linn. Fam. das Malpighiaceas Arvore pequena, tortuosa, de casca muito adstringen- te, contendo 20 0/0 de tannino. Em infusão, fornece tinta gommosa, vermelha, O lenho tem poucas applicações í obras internas, mar- cenaria, carpinteria. Também chamado muricy guasstU mu- recy, pau de curtir, maruchy^ barecy, murixl, miuiábãf douradinha falsa. Vars. : muricy miudo^ ou da matta, ou das capoeiras 1 — Byrsonima lancifolia JUSS.) que embora com tecido mais firme do que o da maçaranduba, confunde-se com ella algumas vezes e dá boas cançoeiras e tem as mesmas applicações daquella; muricy pitanga ou pitanga, ou mu- ricy aaçií, — Byrsonima crassifolia H. B. K-> de peso espe- cifico de 670, e cuja madeira serve para carpinteria, :on- strucção civil, lenha, marcenaria, obras internas, contendo a casca 20 0/0 de tannino, e matéria corante; tendo por sy- nonymia : Malpighia crassifolia Linn., M. lanceolata Poir., -- 250 — M. montana Spreng, M. moureiba Aubl., M. rhopalaeíolia Spreng., M. rufa Poir. Muricy verme.ho — Byrsonima amazonica GRISEB., B. intermédia /USS., B. lucidola HUB., com fructos comiveis; murecy pinima — Byrsonima crysophylla H. B. Kt B. sericea D. C, B. crispa JUSS.í B. dispar GRISEB., cuja madeira é aproveitada para obras internas. Dão matéria co- rante e contêem tannino. Fructos comiveis. Conhece-se ainda por muricy aniareUo a Cássia verru- cosa BENTH.i da fam. das Leguminosas, sub-fam. das Caesajpineas, empregada como tónica. E' adstringente. — Conforme a espécie, do Amazonas a S. Paulo e Matto Grosso, muRiRy MOURIRI GUIANENSIS Aubl. Fam. das Melastomaceas Madeira dura, conhecida por uriry^ bois de fer na Guyana Franceza, sendo a casca muito adstringente. — Amazonas e Pará. ' mURTfl COUTAREA HEXANDRA Schum. Fam. das Rubiaceas Emprega-se a casca, como succedaneo da quina, nas febres. E' conhecida também por marta do matto. — Do Amazonas a S. Paulo. miJRú CANNA AURANTIACA Hort.. Canna glauca Linn. Fam. das Cannaceas Plantas ornamcntaes, fornecendo fibras textis e cellu- lose; o cozimento das folhas frescas é diurético. Chamam-se também chiquichiquí, caeté. — Amazonas, Pará, Alagoas, Ba- hia, Minas Geraes, Rio de Janeiro e Espirito Santo. ASTROCARYÚM MURUMURN Marí. Fam. das Palmaceas Palmeira espinhosa que de longe se conhece pelas suas grandes folhas regularmente pinnadas e brancas por baixo. Os frucíos, que servem de alimento aos suínos, empregam-se, também na defumação da seringa. — Ama- zonas. mURUPlTfl SAPIUM LANCEOLATUM Hub. Fam. das Euphorbiaceas Arvore de 25 metros de alto, e d"^,8o a i,"^o de diâ- metro, fornecendo borracha. O látex, d^ que se extrae esta, applica-se contra ulceras, picadas de arraias e nos engorgitamentos glandulares. — Amazonas e Pará. CLEOME GIGANTEA Linn.. C. splnosa Linn., C. penta- phylla Linn. Fam. das Capparidaceas Desta fam, o Brasil conta 30 espécies em 3 géneros. As espécies de Cieome^ denominadas mucambê ou tio- çambê^ ou sete marias, passam por vulnerarias na thera- peutica indigen-?, no rheumatismo, nas paralysias, nas go- norrhéas e leucorrhéas e na reducção das orchites. — Quasi todo o Brasil. muTamBfi GUAZUMA ULMIFOLIA Lam. Fam. das Sterculiaceas Arvore de bom desenvolvimento, com duramen bran- co, pouco durável, têxtil, folhas a'imentares, fructo muci- laginoso e medicinal. Extráem-se-lhe do liber fibras tena- zes para cordas, servindo a casca como desobstruente. Emprega-se a madeira para coronhas de armas, tanoa- ria, pipas, barris, tinas, toneis, caixões. Chamado também p sebastião (Varriida ''-. Paulo), pau rosado, ou csgo machado; brasilianisches isenholz entre Allemães, e tuUpwood, entre os Inglezes. PESO ESPECÍFICO : Í031 Claudel, 894, 900 D. N., . 79 D. V., 766, 894, 900 R. — 280 — EMPREGOS : marcenaria de luxo, torno, obras ex- ternas, logares húmidos. E" fácil de ser rachada. Pro- duz tinta vermelha. — Da Bahia í\ S. Paulo. pm Rosfí ^ ANIBA (Ocolea) PARVIFLORA Mez. Fam. das Lauraceas Fornece madeira aromática própria para carpinteria, marcenaria. Em forma de pó de serragem ou cavacos, tem um cheiro bastante activo e muito agradável, lembrando a essência de rosas. — Amazonas e Maranhão. PflU ROXO PELTOGYNE DEN5IFLORA Spruce. P. venosa Benth.. P. paraensis Hub. nov. sp. Fam. das Leguminosas, sub-fam. das Caesaipineas Arvores de tronco grosso, fornecendo madeira, que, apezar de não ser muito pesada e se deixar trabalhar muito facilmente, é bastante rija e própria para carroceria, marcenaria de luxo, por causa de sua bella côr, que de vermelho arroxeado claro passa, pouco a pouco, ao contacto do ar e da luz ao roxo escuro, semelhante ao guarabií, dando, também, matéria corante. Em Goyaz piau roxo é guarabú — Peltogyne guarabú Fr. Ali. e em outros logares — roxinho. — Amazonas, Pará, Alagoas, Bahia, Rio de Janeiro, S. Paulo e Goyaz. pflu spínio ZOLLERNIA PARAENSIS Hub. Fam. das Leguminosas. sub-fcim. das Caesaipineas Arx^ore altaneira, tronco cylindrico e casca pardacento- ciara e escamosa. Duramen relativamente grande, desta- cando-se nitidamente do alburno ligeiramente amarellado e também bastante denso. Segundo a edade da arvore, a côr do cerne varia, um poucio, do pardo-claro ao quasi- preto. Aqui e acolá apparecem, ás vezes, manchas pretas, semelhantes ás da miiirapinimm do que acontece que, por vezes, lhe dêem esse nome. Dá um fructo em forma de capsula pouco carnudo, globuloso, raramente. Dá madei-' — 281 — ra extremamente dura, muito resinosa, aromática, e de sabor acre. E' considerada a melhor no Rio Grande do Norte pela generalidade de seu empreg;o, rigidez e dura- ção, quer nas obras hydraulicas, quer nas immersas. Em Alagoas confundem-n'a com o jacarandá-tan. EMPREGOS : construcçáo civil, naval, carpinteria, obras de luxo, molduras, bengalas, objectos torneados. Recebe bello polimento. E', também, chamado, em Minas Geraes e Goyaz — pau de S. José. — Do Amazonas ao Rio de Janeiro, Goyaz e Minas Geraes. PflU SETim ASPIDOSPERMA EBURNEUM Fr. Ali. Fam. das Apocynaceas Arvore alta, dando tronco de 6 a 8 metros de alto e o%8o de diâmetro. Duramen de cor amarello-clara, muito uniforme, te- cido compacto, fibras direitas e finas, poros invisíveis. PESO ESPECIFICO : 729 H., 836. RESISTÊNCIA : ao esmagamento com carga perpen- dicular 405; parallela 714. Chamado também pequiá, ou piquiú marfim e em alguns logares — gaatambil ou pau. de lanho. EMPREGOS : marcenaria, moveis e objectos de luxo, torno, caixas para jóias, apainelamentos, encrustações, mar- chetaria, cabos de ferramentas, camas, mezas e cadeiras. E' madeira rara; muito macia, recebendo bello poli- mento— Amazonas, Pará, Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo. PfíU TEDTO ADENANTHERA PAVONINA Linn. Fam. das Leguminosas. sub-fam. das Mimosas Arvore que dá fructos longos que pela dehiscencia enroscam as válvulas e lançam as sementes que são muito duras, vermelhas e muito lustrosas. Chama-se, também. tevio carolina. As folhas são empregadas em banhos contra rheu- matismo. As sementes são procuradas para «jogo de tento» e os Índios f?zen. com ellas seus oollares, o que esrá actualmente introduzido na sociedade civilisada. — Amazo- nas e Rio de Janeiro. Pm TERRA QUALEA CORDATA Spreng.. Q. densiflora Warm., Q. grandiflora Mart., Q. jundiahy Warm., Q. muUiflora Mart. Fam. das Vochysiaceas Esta familia, essencialmente sul-americana, tem seu centro vegetativo no Brasil, onde vive a maioria das es- pécies, das loo que formam os cinco géneros, que são: salvertia, vochysia, calUstIiene, qualea e erisma. ' Madeira muito estimada para obras externas, canoas, obras internas, carpinteria. Fornece matéria corante ver- melha. — Do Amazonas a S. Paulo, Goyaz e Minas Geraes. PflLI VÍOhETR Arvore que dá tronco apnoveitavel, com 537 metros de comprimento e 0^,40 a 0^,60 de grossura. Duramen de cor violeta, lenho muito falhado por meio de veias falsas. Emprega-se em marcenaria. — Rio Grande do Norte e Parahyba. mW ZEBRA CONNARUS LAMBERTII. Fam. das Connaraceas Como todas as da famiilia, esta é lenhosa, fornecendo boa madeira para construcção civil e obras internas. PflKlUBR IRIARTEA EXORRHIZA Mart.. I. orbigniana Mart. Fam. das Palmaceas Palmeiras que occupam maior zona na Amazónia. As ripas da madeira peripherica do tronco servem para soa- lho, forro de barracas, barracões de seringueiros. — 283 — Var. : p. barriguda — /. ventricosa MART.j da qual PC fazem arpões e fisgas para peixes e pequenos botes e montarias; p. mirim ou paxiubiníia ~\. setigera Mart., de que os Índios fazem sarabatanas. A barriguda é, também, chamada — tarapoto,' haacraona. — Amazonas e Pará. PnKIOBflRfíní! TOVOMITA TRIFLORA Hub. Fam. das Guttiferas Madeira para carvão, lenh^ e obras internas. Var.: p. miada — T. brasiliensis (Al.) WELP.^ mesma fam. Serve para carpiníeria, construcção civil, e também obras externas. — Amazonas. P5!T0 DE POíUm GUAREA SILVAE Flveretí. Fam. des Meliaceas Dá madeira muito resistente; duramen de cor branca, uniforme, com emprego em cangas de boi e peças sujeitas a esforços violentos, marcenaria, torno, envernizamento. A casca serve para cortume. — São Paulo e Minas Geraes. PEPinO DO ÍDATTO . AMBELLANIA ACIDA Aubl. Fam. das Apocynaceas Pequena arvore, fructo amarello, parecendo um cacau pequeno, comivel. Cortando-o, seu tecido compacto e carnoso, deixa cor- rer gottas de leite branco bastante pegajoso. A cavidade do fructo dividida em dous compartimentos, contem nu- merosas sementes pretas. Para comer a fructa, bate-se com um pau até ficar molle, e isso se faz sob pretexto de conter menos leite. Os caboclos usam-n'o como excellente remé- dio contra a tosse. — Amazonas e Pará. — 284 — PEREIRO PÊRA BAILLONIANA Mlill. Arg.. P. ferruginea Mull. Arg.. P. glabrata Baiil. Fam. das Euphorbiaceas Arvores frondosas, dando tronco de 6 a 8 metros de alto e o"^,8o a i"^,o de grossura, duramen amarello com veios róseos, que lhe dão um bello aspecto. A.s fo- lhas são venenosas. Dão madeira para lenha e obras inter- nas e marcenaria. Produzem uma espécie de cera, aprovei- tável para velas. Os animaes, comendo as folhas ficam tinguizados, com timpanismio, tremuras pelo corpo, aca- bando pelo morrer. — Do Pará a S. Paulo. PEROBPI ASPIDOSPERMA DASYCARPON A. D. C. A. Gomesiana A. D. C. A. Hilarianum Múll. Arg.. A. peroba Fr. Ali., A. polyneuron Mlill. Arg. Fam. das Apocynaceas Arvores conpulentas, esguias, pouco copadas, de casca rugosa, adstringente, tornando-se notáveis nas mattas pela magestade de seu porte, ás vezes, alcançando mais de 30 metros de alto; têem um bello lenho, estimado pela flexibilidade e duração. Conhece-se peroba graúda amarella, p. g. branca ou /;. poça, p. g. pardo ou p. parda, p. g. rosa, p. g. verme- lha-, p. rajada, p. revessa, ou do campo, p. tremida, p. rosa. Tronco, em geral, de 12 a 15 metros de comprimento, c om,8o a in\20 de diâmetro; o duramen apresenta vra- riadas cores com veios e manchas mais escuras, tendo ^ p. preto veios pretos muito pronunciados; fibras grossas; p. de campo — tronco de 6 a 8 metros de comprido e ora,6o a oni,8o de diâmetro, duramen de cor amarella ou avermelhada uniforme; fibras finas e direitas; p. gr. bran- ca ou póca — 8 aio metros de alto e oni,6o a 0^,80 de diâmetro; p. rajada — de 10 a 12 metros de comj3rido e orn,6o a o"i,8o de diâmetro, duramen de côr v^ermelha clara, com grandes manchas pretas, fibras finas e revê- — 285 — zadas; p. revessa. — 8 a to metros de tronco no compri- mento e om^So de diâmetro, duramen de côr amarella ou parda com veios escuros, fibras finas, escuras, muito revezadas, formando nós e contorcendo-se em varias di- recções; p. tremida — 6 a 8 metros de alto e om^óo a om,8o de diâmetro, duramen de côr amarella com man- chas mais claras, quasi douradas, fibras finas e onduladas. PESO ESPECIFICO: p. gr. amarella — 794 D.V., 770 G. P.; p. gr. parda — 838 R., 856 D.V., 836 M. M., 868 D. N.; p. gr. rosa — 8i37, 943 R-, 929 D. V., E. C, 999 G. P. ; p. gr, vermelha — 871, 986 R., 780 H. ; p. póca — 739 R., 783 G. P., 680 H.; p. rajada — 788 R., 780 H. ; p. revessa — 773, i.oí8 R., 852 D. V. ; p. tremida — 785 H. RESISTÊNCIA : p. gr. amarella — ao esmagamento com carga perpendicular ás fibras 290 M. M. ; parallela 449 M. M. ; sem determinação 668 D. V. ; á flexão 1 17 G. P. ; p. gr. parda — ■ ao esmagamento com carga perpendicular ás fibras 317; parallela 494 M. M. ; sem determinação 607 D. V. ; p. gr. rosa — ao esmagamento com carga per- pendicular 449 M. M. ; parallela 604 M. M. ; sem deter- minação 804 D. V. ; á flexão 116 G. P. ; p. revessa — ao es- magamento sem determinação 663 D. V. ' EMPREGOS : constituem as perobas inestimável ri- queza do reino vegetal e applicadas ás industrias um ele- mento de progresso nas oonstrucções de toda espécie : nas internas e externas, civis e navaes, militares; servem para esteios, postes, taboas, dormentes, com duração de mais de 10 annos, mobílias, marcenaria, vigas, portaes, carros de estrada de ferro, carris de toda espécie, escadas, canoas, wagons, de carga ou qualquer obra que exija du- ração e belleza de lenho; são refractárias aos insectos; adquirem mais realce envernizadas. São a madeira mais empregada em tudo no interior das casas. E' poderoso medicamento contra impaludismo agudo e chronico; sua acção é egual á da própria resina, sem irritar o estorna- gq e sem produzir surdez e contem um principio a perobina. A casca é amarga, tónica e febrífuga. — Do Ceará á Santa Catharina e Govaz. 286 PEROBPi mmm SAPOTA GONOCARPA Marí. e Eichl. Fam. das Sapotaceas Dá madeira excellente para soalhos e obras de marce- naria e carpinteria. Chama-se também peroba branca de Camposy (Caminhoá) p. de CantãgaUo. — Rio de Janeiro. PEROBPi miRim SWEETIA BRACHYSTACHYA Benth. Fam. das Leguminosas. sub-fam. das Papilionaceas Madeira de côr vermelha, com mianchas mais escuras; fibras finas, claras, muito revezadas. Também chamada peroba meada. PESO ESPECIFICO : 833 G. P., 75° H. RESISTÊNCIA : ao esmagamento com carga perpen- dicular ás fibras 131 G. P. ; parallela 492 G. P. ; á flexão 927 G. P. EMPREGOS : madeira para esteios, postes, logares húmidos; taboado grosso; dormentes; carpinteria, lenha e carvão. — São Paulo. PEROBinõPI SWEETIA ELEGANS Benth. Fam. das Leguminosas, sub-fam. das Papihonaceas Madeira de côr amarello-clara, com manchas brancas apagadas e avermelhadas; fibras muito finas e direitas. Serve para esteios, vigas, postes, logares húmidos; não se prestando a desdobramento. — S. Paulo e Matto Grosso. PETiniiúfl Arvore de 17 a 22 metros de alto e r ^/g a 2^,20 de grossura. Emprega-se em oonstrucções civis. — Mara- nhão. — 287 — ti PETUnirl PETUNIA VIOLÁCEA Lindl.. (vermelha). P. nyctaginiflora Juss. (branca). Fam. das Solanaceas. São ambas narcóticas, mas venenosas. São, também, ornameniaes. — São Paulo. pmssava LEOPOLDINIA PIASSABA Wallace. Attalea funifera Mart. Fam. das Palmaceas Palmeiras muito apreciadas pelo producto, com que se fazem vassouras, ditas de phassava. O espique presta-se ao fabrico de boas bengalas e cabos de chapéo de sol. As folhas servem para cobertura de casas e seu limbo produz boa fibra para cordas, etc. Uma excressencia membranosa que se forma na base das folhas e que as envolve, adquirindo grande desen- volvimentc é que dá valor ás espécies. Esse snvolucro das folhas, depois de algum tempo se fende em seu eixo longitudinal, isolando-se as fibras que acabem por offe- recer a tão conhecida piassava, com que se fabricam vas- souras, capachos, etc. Os fructos das duas esipecies fornecem óleo ou azeite. A «Leopoldinia» vive no Amazonas; e a «Attalea» na Ba- hia. Pic5uníi EUGENIA GLOMERATA Spreng. Fam. das Myrtaceas Madeira para pequenas obras, carvão, lenha e moirões. — Amazonas e Pará. pimenTO COMARIM — Capsicum baccatum Linn., MALAGUETA — Capsicum frutesceus Willd.. PIMENTINHA — Capsicum microcarpum D. C. Fam. das Solanaceas Fructos muito conhecidos, usados como condimento, excitante, revulsivos, como sinapismos. — Todo o BrasiL 288 PiniEnTO Dfl TERRPI XYLOPIA LANGSDORFIANNA St. Hil. e Tui. Fam. das Anonaceas Madeira para obras internas, carpinteria, caixoteria. A casca fornece material para cordoaria. — S. Paulo. PinC5iR!C0T0 Madeira para construcção civil, marcenaria, carpin- taria e obras internas. — Do Amazonas a S. Paulo. pinDflõyBfl XYLOPIA SERICEA St. Hii.. X. brasiiiensis Veli.. X. grandiflora St. Hit., X. frutescens Aubl., X. emarginala Mart.. Rollinia emarginata Schl.. Aberemoa lanceolaía (St. Hil.) Warm., Guatteria Villosissima. Fam. das Anonaceas Arvores que se encontram com o nome acima são de grande altura, esguias com ramos horizontaes, folhas lan- ceoladas, flores brancas, grandes. Cerne branco, pouco re- sistente. Conhecem-se: p. preta-, p. verdadeira, p. branca, e pelas synonymias de pindahyvay pindMiva, píndaliuba, ou embira de caçador, pau anzol. EMPREGOS : em geral, madeira para obras internas, caixas, carpinteria, cabos de utensilios agrários, enxadas, vassouras, cepas para tamancos. Os fructos contêem se- mentes, de sabor apimentado, aromáticos, podendo ser empregados como condimento e excitante e carminativo, dando, também, óleo. São chamadas pimenta do sertão, pimenta do maíto. A casca fornece matéria para cordoalha. — De Ala- goas á Santa Catharina. PinDOBfl ATTALEA COMPTA Mart. Fam. das Palmaceas Com as folhas se fazem chapéos, redes, capotes, cor- das. As amêndoas produzem 40 a 50 0/0 de óleo, levemente amarellado, sabor agradável e peso especifico de 0,909 — 289 — E' óleo que pôde substituir o de amêndoas doces. — De Amazonas á Bahia, Rio de Janeiro. pin5flo DUGUETIA BRACTEOSA Mart. Fam. das Anonaceas Arvore de 9 a n metros de alto, de media duração, fornecendo madeira para construcções civis e navaes, obras internas, carpinteria e caixoteria. Os fructos são comi- veis. — Bahia, Rio de Janeiro e S. Paulo, PinOflO DE PUR6Í1 JATROPHA CURCA5 Llnn. Fam. das Euphorbiaceas Arbusto de 3 a 5 metros de alto, dando fructos que fornecem óleo de boa qualidade, que pode ser gazeifi- cado para i Iluminação e servir como lubrificante, como o de mamona. As sementes são purgativas e sua seiva substitue a cumaté na transformação da cuia pitinga ou cuia pintada. E' também chamado pinhão do Paragaay-, niendobi guaçú, pinhão de cerca, e isto porque as plan- tas são empregadas na formação de cercas. — Amazonas e Pará. pinoflo míinso Arvore que dizem ser uma espécie de croton. A se- mente é usada como purgante nos casos de pleurizes e espasmos; também — effeitos hemeticos. — Ceará. pin5EiRin5o PODOCARPU5 LAMBERTII Kloízch. P. scllowii Kotzch. Fam. das Taxaceas Madeira para canoas, carpinteria, construcção civil, marcenaria, mastros de embarcações, torno. Também pi- nheiro bravo. — Rio de Janeiro, S. Paulo e Paraná. 290 ^ Pin5ElRin50 D'íl6Ufl MYRIOPHYLLUM BRASILIENSE Camb. Fam. das Halorrhagaceas E' planta aquática, ornamental, com propriedades ad- stringentes. — Rio de Janeiro, S. Paulo, Minas Geraes. Pin5B!R0 ARAUCÁRIA BRASILIANA A. Rich. Lamb. Fam. das Coniferas E' o afamado pinheiro ou pinho do Paraná. Este v^egetal cresce expontaneamente entre os paral- lelos 25 a 30 de latitude sul; dve no Rio Grande do Sul e vae até Barbaoena; serve de ornamento ás florestas de Santa Catharina, Paraná e S. Paulo. Alcança, ás vezes, 33 metros de alto e im^So de diâmetro. As matérias resinosas que contem esta arvore, que constituem o sangue dessas gig^antes são abundantíssi- mas, e, póde-se dizer, da mesmia naturesa que as resinas do pinho europêo. O alcatrão, o brêo, o pixe, o pez de Borgonha e to- dos os productos que se extraem dessas matérias, compen- sariam largamente os capitães que se empregassem na ex- ploração desse vegetal E' arvore de casca grossa, esponjosa, queimando facil- mente, talvez devido á resina que contem, e com pioder calorifico considerável; as cinzas provenientes da queima da casca contêem muita potassa, que é empregada no fabrico do sabão; a cortiça verde da casca serve para de- fender dos rigores do inverno nos fogões e os nós que saem da base dos ramos, como a revestidura do tronco produzem excellente carvão, preferido e quasi equipara- do ao de pedra, pela duraçã/O da combustão. Produz uma resina aromática, substituta da tereben- tina dos pins e sapins europêos. — 291 — As sementes conhecidas pelo nome de pinhões são, quando cosidas, de um sabor agradável, produzem uma fécula alva e fina como a da mandioca, um amido, visto ser o pinhão todo, a excepção do embryão, composto desse principio nutritivo, não contendo senão uma diminuta parte dagua. O pinhão da araucária é egual ao do pinheiro da Euro- pa. E' tão grande a sua producção que os estabelecimentos agrícolas têem nos pinhões um grande auxilio para a alimentação e ceva de porcos. PESO ESPECIFICO : 530 G. EMPREGOS : A madeira da ^araucária é iTri*ais pesada e mais bonita que a dos pinhos da Europa e do Canadá; tal- vez melhor para as construcções navaes, mastros, vergas e gurupés. Magnifica para obras civis e resiste á humidade, para as de torneiro, que reúnem a utilidade á belleza da cor avermelhada, semelhante á do Gonçalo alves e Coronilha. Emprega-se na marcenaria, tornando-se bella pelo enverni- zamento, em virtude de seus veios róseos, roxos, verme- lhos; produzindo um apreciado chamaiote. Dá taboas para Boalho e forro. Corltiba deve o nome á abundância do pinheiro, visto significar em lingua indígena muito pinhão : cwAí-pilihão e tuva^ donde /'/^«-muito. — Sul do Brasil, particularmente, Paraná. PinOElRO DO BRE30 TALAUMA DÚBIA Eichl. e T. ovata St. Hil. ^ Fam. das Magnoliaceas Madeira para canoas, construcção civil, caixoteria, car- pinteria, obras internas. As flores fornecem óleo essencial para perfumaria e a casca tem applicações therapeuticas. — Sul do Brasil, Minas Geraes. — 292 — PlPiRlOCfl CYPERUS LONGUS Baker. C. tuberosus Boj.. C. stolo- niferus Retz. Fam. das Cyperaceas icam-se as batatas das plantas em tratamento externo contra constipações, febres e dores do ventre, ralando-as e fazendo cosimento do pó em vinagre usando deste em fricções. — Amazonas e Paraná. PlQUlfl CARYOCAR BRASILIENSIS St. Hil.. C. villosum (Aubl.) Pers. Fam. das Caryocaraceas Arvores de grande desenvolvimento, muitio tortuosas, fornecendo uma das madeiras mais importantes, e que, ape- zar de bastante porosa, é muito forte e resistente, por causa de suas fibras flexuosas e entrecruzadas. Dão tronco de 6 a 8 metros de comprimento e om^óo a om^8o de diâ- metro. Duramen de côr amarello-assetinada ou amarello- escura, muito forte, uniforme. Conhecem-se por pequiy pe- quiãi p\etiá. PESO ESPECIFICO : 785 R., 835 M. M., 893, D. V., 838 H. RESISTÊNCIA : ao esmagamento, com carga perpen- dicular 273 M. M. ; parallela — 626 M. M. ; sem determi- nação 621 D. V. Vars. : pequiú-CLSsíh p. bravo, p. cedro, p. tanhá, p. preto, p. rosa, p. eté, p. commum ou verdadeiro, p. uai, piquiá-ratia ou falso — Caryocar edule Cas., C. glabrun Prs., com as mesmas applicações. EMPREGOS : construcção civil, naval, remos, mar- cenaria, torno, envernizamento, esteios, logares húmidos, dormentes, casco de canoas, cavername, pilões. A casca e a polpa do fructo produzem tinta. Do fru- to se extráe óleo que se emprega como condimento e serve para illuminação. E' purgativo. — Do Amazonas ao Rio Grande do Sul. — 293 — PlRflnDUBíl xA-rvore de \y metros de alto e i'«,8o de grossura, dando madeira para construcções civis e navaes, viga- mentos, sendo de regular duração. A variedade pirandubinha tem os mesmos usos. — Bahia. PITfllCfl Madeira para construcções civis, sendo também conhe- cida por potaica ou pataica. Produz uma resina appelli- dada pitaicica. — Amazonas e Pará, PiTfíDGfl STENOCALYX SULCATUS Berg. Fam. das Myrtaceas Planta das restingas, mas que cultivada, chega a ser bonita arvore. As folhas aromáticas, balsâmicas, contêm um óleo essencial e são empregadas em chá, contra febres, gri- ppes, influenza, affecções do figado, dysenterias. Os fructos são acri doces, apreciados. Pitanga meada — Myrcia r abelha CAMB.; Pitanga tu- ba— Eugenia edulis K]-i dão fructos comestíveis; Pitanga de cachorro — Calyptranthes obscura, '/). C, fornece madeira para carpinteria, carvão lenha, marcenaria, moirões; Pitanga preta — Eugenia ligustrina WÍLLID., fornece madeira para cabos de ferramentas, lenha e moirões. — Todos os Estados PITEiRn FOURCROYA GIGANTEA Vent. Fam. das Amaryllidaceas As folhas desta planta fornecem fibras com dois me- tros, mais ou menos, de comprimento, sedosas, fortes, com grande applicação na industria e no fabrico do pa pel. E' uma grande fonte de renda. — 294 — A meduia do pedúnculo floral fornece o que se cha- ma pita, que serve para rolhas, afiadores de navalhas e utensílios para pescaria. A planta é, também, chamada, pita caroatá-assú, co- roatá, cânhamo da Maiiricla. — Todo o Brasil. PiTOmBElRfl • SAPINDUS ESCULENTUS A. St. Hil. ou Talisia esculenta Radik., T. cerasina Radlk. Fam. das Sapindaceas Emfprega-se a madeira em caixoteria, car{:)interia, obras internas e civis. Os fructos são comiveis. Também é pitom- ba e gmo de gallo no Riio de Janeiro. — Do Pará a São Paulo. PlTLfíUBÍI CASEARIA PARVIFOLIA Willd. Fam. das Flacourtiacees A casca serve para lavagem de ulceras; as folhas .sào empregadas no rheumatismo — Bahia, Rio de Ja- neiro e Minas Geraes. pionfl ^ TECOMA ARALIACEA P. D. C. Fam. das Bignoniaceas Arvore deslegante, fina, com muitos galhos, dando fructo preto, redondo. Tronco de 4 a 5 metros de alto e o'",4o a o"', 50 de diâmetro. Duramen de cor branca, muito egual, fibras direitas. PESO ESPECIFICO: 11 43 H., 957 E. C. EMPREGOS : construcção civil, naval, obras hydrau- iicas e expostas, carpinteria, marcenaria, tanoaria, esteios, moirões, postes, Logares húmidos, dormentes de primeira qualidade. Diz Huascar Pereira que em Iguape ha uma ma- deira a que denominam piútm e que tem veios roxos e é bellissima para envernizamento. — Do Pará a São Paulo e Goyaz. -- 295 — PlÚWi BIGNONIA LONGIFLORA Vdl. Fam. das Bignoniacees Arvore muito alta, galliosa e frondosa, dando tron- co de 8 a lo metros de comprimento, e o'",6o a o^^So de diâmetro. Duramen de cor pardo-escura com manchas mais pretas, fibras grossas e em camadas regulares. PESO ESPECIFICO: 1046 H. EMPREGOS : construcção civil e naval, esteios, vi- gas, postes, obras externas, hydraulicas e expostas, dor- mentes, peças resistentes, marcenaria e carpintaria. A cas- ca tem appli cação medica. — Do Pará a São Paulo. PlKIRICíl LEANDRA CURASSANA Cogn.. L. scabra D.C. Fam. das Meiastomaceas Madeira para carpinteria, construcção civil, obras ex- postas, logares iseccos. Com o mesmo nome vulgar se conhece a Clidenia hirta DON .^ da mesma fam. e cujos fructos são comi- veis. — Rio de Janeiro, Minas Geraes e São Paulo. PiKURim NECTANDRA PICHYRY major et minor Nees. Fam. das Lauraceas Também conhecido por pixorim-, pixori, piixori^ pa- xiry, pichurim. Madeira para construcção civil, naval, carpinteria, mar- cenaria. Produz uma grande noz que encerra duas amên- doas, que são as sementes, (fava pixurim) e que são apiplicadas em pó contra dores do estômago, diarrhéas, dysenterias, leuoorrhéas, e como condimento ou especia- ria — Amazonas e Pará. — 296 — PÓ DE RESPOSTA Tónico e aphrodisiaoo. — Bahia. P0E30 < MENTHA PULEGIUM Linn. Fam. das Labiadas Planta applicada medicinalmente como peitoral, sudo- rífica, bechica, antheimintica. — Do Rio de Janeiro ao Rio Grande do Sul. powmhçi POLYGALA ANGULATA D. C.. P. paniculata Linn. P. Timoutou Aubi. Fam. das Polygalaceas Sob a denominação genérica de poaia do campos ti- muti, têem as raizes medicinaes, empregadas como ex- pectoTante, eméticas, substituindo a ipeca ou poaya. — Rio de Janeiro, S. Paulo, Matto Grosso. PORenGfíBfl CORDIA SALÍCIFOLIA Cham. Fam. das Cordiaceas Em infusão e, mesmo, com o nomie de chá de bugre, oonsíitue uma bebida agradável, tónica e excessivamente diurética, tendo acção tónica sobre o coração e circulação e (produzindo um bem-estar geral, actividade cerebral, ef- feitos úteis e necessários aos desmemoriados, aos que se cançam nos trabalhos. A analyse revelou oito grammas de cafeina e 8o de matérias extractivas amargas, insiptidas e saccharinas, para mil grammas de folhas ligeiramente torradas. E' muito útil aos obesos, aos barrigudos, aos de pernas inchadas, não permittindo os depósitos adiposos e gordu- rosos. Para o dr. Monteiro da Silva é uma Rubiacea, com as propriedades supra. Outros chamam-lhe — laranjeira do matto. — Minas Gearaes, Goyaz e Bahia. — 297 — POROROCFÍ CLUSIÀ VOLUBILIS Humb.. Bonpl. e Kunth. Fam. das Guttiferas Madeira para construcção civii. — Pará, Sergipe e Paraná. PRlfflfll7ERfí IPOMOEA QUAMOCLIT Linn. Fam. das Convolvulaceas As folhas servem contra o rheumatismo e a escrophu- lose. — Bahia, Rio de Janeiro, S. Paulo e Goyaz. punó - URERA PUNU Wedd. U. aurantiaca Wedd. Fam. das Urticaceas Plantas diuréticas, fornecendo fibras para fins indus- triaes. — São Paulo, Goyaz e Matto Grosso. pupunspi GUILIELMA SPECIOSA Mart. Fam. das Palmaceas Var. : p. vermelha (G. coccina BARB. RODR.), n. amarella (G. sp. var. flava BARB. RODR.J, p. brava (P. rnicrocarpa HUB.), sendo que esta espécie se distingue das outras pelo tronco coberto de espinhos pretos, folhas verdes de um verde escuro e pelos fructos encarnados e redondos muito mais pequenos. Crescem espontaneamente no Pará. Os Índios fazem do fructo uma aguardente — a cachi- ry. O fructo, cosido nao-ua e sal é alimento. Dá óleo usado como condimento e subsíitue o de oliveira. Estudada e classificada por Barboza Rodrigues se en- contra a pupunfm-rana — Cocos speciosa. — Amazonas e Pará. — 298 — pyRy RHYNCHOSPORA CEPHALOTES VahI.. Scirpus riparius Presl. Fam. das Cyperaceas As folhas, ou palha, como lhes chamam, servem para esteiras, capas de garrafa, garrafões e alguns outros miste- res,— Rio de Janeiío, Espirito Sajito e Minas Geraes. QUflRBSmfí TIBOUCHINA MUTABILIS Cogn. Fam. das Melastomaceas Arvore pequena, de terra firme, regular desenvolvi- mento, ornamental, galhos finos, pouòo frondosa. Também chamada flor de maio, flor de quaresma, cuipeúrta. Duramen pardacento, fibras finas e rectas, dando bella superfície para envernizamento. E' refractário aos inse- ctos. PESO JESPECIFICO : 985 H. EMPREGOS : Só é applicavel a caixas, taboas de forro e obras internas. — Rio de Janeiro, S. Paulo e Mi- nas Geraes. QUílRiÓBíI ERÍSMA UNCINATUM Warm. Fam. das Vochysiaceas Madeira para construcções civis. Também chamada cachimbo de jaboty ou cuariába. — Pará. QUflROBPÍ VOCHYSIA VISMIAEFOLIA Spruce. V. paraensis Hub.. V. grandis Marl. Fam. das Vochysiaceas As quarubas têem madeira leve, própria para canoas, caixoteria, taboas, bastante pioroisa, e de fibra grossa, de cor vermelha ou esbranquiçada. E' de conservação me- diocre e por issio é pouco procuradja e estimada. Coariãbú é a synonymia de qiiaruba. — Amiazonas e Pará. — 299 QllfíSSifl QUASSIA AMAKA Linn. Fam. das Simarubaceas Arvore de 5 a 6 metros de alto, oom casca cinzenta, com os ramos novos avermelhados e também chamada pau amargoso. Vivendo em muitos Estados é abundante nas mattas de serra acima no Paraná. A madeira, branco-aver- melhada, é empregada em obras internas, carpinteria, cai- xoteria, fazendo-se delia copos, que transmittem á agua a propriedade e o gosto próprio. Contem um alcalóide — quassina — muito empregado nas dyspepsias, gastro-interites, principalmente na atonia. As flores são toxicas, principalmente para insectos. Com o nome, também, de quassia se encontra Stry- clitios macro acanthos Prog. fam. das Loganiaceas, e cuja raiz é estomachica. — Amazonas, Pará e Paraná. QUfíXinDUBfl UROSTIGMA PERTUSUM Miq. Fam. das Moraceas Arvore colossal, cujo látex que exuda o tronco é empregado comio vermifugo, mas com cuidado, por ser irritante e cáustico. E' também chamada cuaximguba-> ga- meleira, guaximguba. — Amazonas e Pará. QUEBRnC50 LOXOPTERIGIUM LORENTZIÍ Grieseb. Fam. das Anacardiaceas Madeira para construoção civil e naval, dormentes, esteios, lenha, marcenaria, moirões, obras expostas. A casca e o lenho servem para o cortume e tintura- ria. — Matto Grosso. QUEBRfí ' FOICE CALLIANDRA BICOLOR Benth. Fam. das Leguminosas, sub-fam. das Mimosas Madeira para construcções civis, cabos de ferramen- tas, carpinteria, marcenaria^ peças de resistência. — Norte do Brasil. 300 QUERy Arvore de 17 metros de alto e 2, "140 de grossura, dando madeira dura ao lavrar, de duração media e ser- vindo a todas as oonstrucções, taboados, mastros de bar- caças, marcenaria. Var. ; query guarda flexas — que tem a folha menor que a precedente, mas com as mesmas applicações. Tam- bém giiriri. — Alagoas e Bahia. QOIhOmBObPi As folhas são alimentícias, quando cozidas; cruas, tem sabor herbáceo. Também lobo-lobo. — Minas Geraes. Qoine A flora brasileira é rica em plantas que se tornaram conhecidas com esse nome, pelo emprego que têem suas folhas, cascas e raizes contra febres. Entre ellas : Quina-Colletia cruciata GILL. e HK-^ da fam. das RHAMNACEAS, dando madeira e casca tónicas e íe- brifugas. Qaina-Solanum pseudo-quina ST.-HIL.y ou Solanum Pseiido-ciúna SPRENG.y da fam. das SOLANACEAS, dan- do madeira para carvão e lenha e a casca medicinal. R. cujabensis WEDD., R. Bergeniatia WEDD., R. f ir mula WEDD., R. macro ene mia WEDD. Quina da serra • Remijia ferruginea Dd tendo por ' synonymia Cinchona ferruginea ST.-HI L. Quina de Vellozo — Remijia Vellozii DC. Quina de Remijo — Remijia Hilarii DC. Quina do campo — Hortia brasiliana VAUD.-> da iam. das RUTACEAS. A casca tem propriedades amargas e febrifugas. — Minas Geraes. Quina do campo — Strychnos pseudo — quina ST.-HLí., da fam. das SOLANACEAS, dando casca tebrifuga, útil nas affeoções hepáticas e do baço, não contendo strychnina. — Minas Geraes, Goyaz e Matto Grosso. Quina do matto — Esembeckia febrífuga A, JUSS.i ou Evodia febrifuga ST.-HI L., da fam. das RUTACEAS. Arvo- re que se assemelha á laranjeira commum, pelo que tem também o nome de laranjeira do matto, dando madeira de cor branca, com o peso especifico de 1706 R. e loio H., sendo empregada em marcenaria, torno, colheres e vasi- lhame. Envernizada, adquire bello aspecto. A casca é reco- nhecida como succedaneo da quina verdadeira. — Rio de Janeiro, Minas Geraes e S. Paulo. Quina do Rio — Landenbergia hexandrã KLOTSCH.i tendo por synonymia Buena hexandrã POHL, Cascarílla hexandrã WEDD., da fam. das RUBIACEAS, dando ma- deira para carpinteria, carvão, construcções civis, esteios, lenha, moirões, e casca tónica e amarga. Também conhe- cida por quina do Brasil. — Rio de Janeiro, Minas Geraes e São Paulo. — 302 Quina do Rio Gratide do Sul — Discaria febrijuga MART., da fam. das RHAMNACEASy dando madeira jpara obras internas, carvão, lenha e a casca com as applicações referidas. E fornece matéria corante vermelha. — Rio Grande do Sul. QUíRITIPiGÍI Arvore de ir a [3 metros de alto e i— i^So de grossura. Duramen vermelho e rijo:, sendo a madeira empregada em construcção naval, civil e marcenaria. — Rio Grande do Norte e Parahyba. ReBC DE TOCfinO VOCHYSIA OPPUGNÀTA Warm. Fam. das Vochysiaceas Madeira para canoas, construcção civil, lenha e obras internas. — Rio de Janeiro. RflíZ DE 5. 30ã0 Arbusto conhecido por [rudta de S. João, cujo duramen é amarello. Emprega-se na tinturaria e na marcenaria, do mesmo modo que o sândalo. — Paraná. RfiilZ DO PADRE SfíbERÍTlfl GOMPHRENA 0FFICINALI5 Mart. Fam. das Amarantaceas A raiz é empregada nos casos de enterites e diarrhéas, febres; é amarga e tónica. Conhecida por p\ara tudo. — S. ^aulo e Minas Geraes. RflTOín5fl OU mimma KRAMERIA TRIANDRA Ruiz et Pav. Fam. das Leguminosas. sub-fam. das Caesalpineas A casca e a raiz são fortemente adstringentes e tó- nicas; sendo empregadas no cortume. A K- (t^rgentea Mart. é do Norte, tendo o nome de R. do Pará. Por I\. tomentosa St. Hil., se conhece R. da terra. — Do Piauhy ao Paraná, Minas Geraes e Goyaz. 303 RínC5Ã0 SY5YMBRIUM OFFICINALE Scop. Fam. das Cruciferas Applicada no tratamento do ejoorbuto e das entermi- dades da bexiga e dos pulmões. — Quasi todo o Brasil. ROfílFi PÚNICA GRANATUM Linn. Fam. das Punicaccas A pellicula exterior d,o fructo contém uma matéria que mancha a pelle (^om uma nódoa preta, seimelhante á que resulta do contacto do pericarpo cóm as fazendas de algodão, da linho, seda, etc. Esta piarte do fructn ront"''^! 'annino, sendo as semen- tes aliimentares, A casca da raiz e do tronco e as flores gozara de pro'- priedades medicinaes: vermífugas, adstringentes. Var. R. rasieira — P. narta L. — Todo o Brasil. ROrnPE GíBflO BUMELIA SARTORUM Mart. Fam. das Sapotaceas Tanto esta espécie, como sua \^ar. latifolia^ fornece preciosa casca adstringente e madeira muito procurada para construcções diversas, bem como para obras de marcena- ria e torneiro. — Do Piauhy á Bahia. ROSCfl HELIETERES OVATA Lam. Fam. das Sterculiaceas Madeira para moirões e lenha. A casca tem applica- Çíão no fabrico do papel e as raizes, applicações therapeu- ticas. Também chamada saca rolha. — Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Geraes. RUI\7in5fl RELBUNIUM HIRTUM Schum.. R. hypocarpum Hemsley. Fam. das Rubiaceas E' planta muito delicada, muito ramosa, que cresce pelos campos, pela beira das mattas, com os ramos muito entrelaçados, mais ou menos pelludos, que tomam bonito — 304 — aspecto, quando estão cobertos de fructos, que são peque- nos e de u'm amarello-vermelho. As raizes das duas espécies fornecem matéria corante vermelha e amarella, respectivamente. Tem também o nome de ruivinha do cantpo e cipó de sapo. — Minas Geraes e Rio Grande. SflBOfíRíinfí Arvore de 6 a íi metros de alto, com o, '"8o a r"',3o de grossura, dando madeira para marcenaria. — Amazonas, Pará e Bahia. SeBOBIRO SAPINDUS DIVARICATUS Willden e Cambess. 5. saponaria Linn. Fam. das Sapindaceas Arvores regulares, dando madeira que pôde servir para construcção civil, carpintaria, obras externas, cabos de ferramentas, enxós, machados, foices, estacas e paus de cerca. Aicasça e as raizes são amargas, adstringentes, tónicas; as sementes servem piara botões; dão óleo para illumina- ção, e pulverisadas, são ictyotoxicas, ou como se diz oo norte, servem para Unguizar ou entigaizar os peixes. Pro- duzem fructos, chamados — tingui-cap\eta, que, esmagados e esfregados nagua, produzem da casca polposa muita es- puma e são usados como sabão, donde os nomes vulgares — sabonete, sabão de soldado, pau de sabão, saboneteiro, e entre os Índios — ybaró. — Amazonas, Pará, Alagoas e Rio de Janeiro. SPIBUSUEÍRO SAMBUCUS AUSTRALIS Cham. e Schl.. S. nigra. Linn. Fam. das Caprifoiiaceas A infusão das flores é sudorífica; as folhas da mes- ma forma, são diuréticas, laxativas e, em dose maior, pur- gativas; a entre-casca é purgativa e vomitiva, sendo, entre- tanto, de temer dose elevada. O decocío das raiezs é pur- gativo-hytíragogo. As bagas devem ser mais activas. Co- — 305 — nhecido por «sureau» entre os francezes; ' «Holunder» en- tre os allemães; «edler» ou «boretree», entre os ingtlezes. — Da Bahia ao Sul. 5flCflRCb5Fi HELICTERES SACAROLHA 5t. Hil. Fam. das Sterculiaceas Fornece fibras e pasta para papel^ sendo a raiz anti- syphilitica. E' muito adstringente. Também chamada piarafuso e rosquinha do campo, de- vido a forma helicoidal de seu fructo, — Rio de Janeiro, S. Paulo, Minas Geraes e Goyaz, SPiGUPiRfíGy , COLUBRINA RUFA Reiss. Fam. das Rhamnaceas Arvore de caule recto, com poucos galhos, que se espalham muito em cima; casca fina e lisa; flor amarella, fructo redondo. Conhecido por sobragy, sobrasil. Tronco de 8 a lo metros de alto, e o">,6o a o™,8o de diâmetro. Duramen de cor amarella ou vermelho-clara com manchas vermelhas mais pronunciadas. PESO ESPECIFICO: 826 D. V., 843 E. C, 1000 H. RESISTÊNCIA: ao esmagamento, sem determinação — 812 D.V. EMPREGOS : boa madeira de lei para construcção civil, carroceria, marcenaria, esteios, postes, obras exter- nas, dormentes que duram [2 annos. — Rio de Janeiro e São Paulo. SfíhGlIEíRO SALIX elegantíssima Koch.. S. humboldíiana Kunth. Fam. das Salicaceas As salicaceas são arbustivas, até arborescentes, de lenho molle, leve, aproveitado para lenhotes e especialmen- te para caibros, e moveis, obras internas, marcenaria, car- pinteria, caixoteria e lenha. A infusão dos renovos e das folhas tenras é tónica, febrífuga e rica em «Saliciíxa». Conhecido também por salso ou chorão. — Rio Grande do 6ul. >06 SflhGlIEIRO DO maiTo BELANGERA GLABRA Camb.. B. tomentoso Camb. Fam. das Cunoniaceas Madeira para canoas, carpinteria, obras internas. A casca tem applicações no cortume. — Matto Grosso, Mi- nas Geraes, S. Paulo e Paraná. iSMILAX SALSAPARILLA Linn. Fam. das Liliaceas Planta depurativa por excellencia, superior á Herreria Salmparill^ Mart., da mesma família, e aos mil compos- tos mineraes que estragam o organismo.. Tem raizes sudo- ríficas e anti-rheumaíicas. — Do Rio Grande do Norte a São Paulo. sflmflííiBPiíH PTERIDIUM AQUILINUM (Linn.). Kuhn. Fam. das Poiypodiaceas Planta vantajosamente emipiregada no tratamento de rheumatísmo, sem os inconvenientes dos ioduretos e sali- cylatos. Emprega-se o cozimento da folha e dos ramos. O rhízoma é e^mpregado contra eczemas, darthos e ou- tras erupções cutâneas, e serve para pão. — Todo o Brasil. SemBAlBinSF! DAVILLA MARTII Eichl. Fam. das Dilleniaceas A casca é adstringente, fornecendo matéria corante preta, e é applicada nos casos de orchiíes agudas. — Do Píauhy a São Paulo, Goyaz e Minas Geraes. SPínGUE DE DRAGO . CROTON SALUTARIS Casar. Fam. das Euphorbiaccas Planta que dá uma resina vermelha, parecendo coalhos de sangue secco, empregada em medicina como poderoso hemostatico e tónico. E' também chamado — sangue de paUy sangue dragão. — 307 — Ainda com o mesmo mome são apontadas : Pterocarpus Draco LINN., da fam. das LEGUMINOSAS; Croton paullr nianus MULL.ARG., das EUPHORBIACEAS, — Amazonas, Pará, Rio de Janeiro, Minas Geraes, São Paulo e Paraná. SFinGUE DE URUBU Arvore que fornece óptima madeira para marcenaria. — Alagoas. SflnTR RlTfi A casca é rica em íannino e serve para o cortume. — Rio Grande do Sul. SAPATinnO DO DlflBO ^"' PEDILANTHUS TITHYMALOIDES Poit. Fam. das Euphorbiaceas Anti-syphilitica e cáustica. — Diversos Estados. 5F1PÉ ANDROPOGON (.^natherum) BICORNIS (P. Beauv.) Linn. Fam. das Graminaceas Sob a denominação de capim sapé^ tem a raiz diu- rética enérgica, dissolvente, sudorífica. E' empregada nas febres biliosas, no beribéri e fornece matéria prima para o fabrico de papel. O verdadeiro nome é «Sapé macho» — Imperata Caudata Trin. — Todo o Brasil. SflPOPEfnBfl ASPIDOSPERMA EXCELSUM Benth. Fam. das Apocynaceas Madeira para construcçãc naval, civil, remos. — Ama- zonas, Rio de Janeiro e São Paulo, SflPCTfl PRETA i/" LUCUMA MAAAMOSA Gaertn. Fam. das Sapotaceas Fructos agradáveis, quando bem maduros. Casca verde e a polpa côr de chocolate escuro. Boa madeira de lei, negra. — Rio de Janeiro. ^' — 308 — SflPOTE ^ MATISIA CORDATA H. B. K. Fam. das Bombaceas Os fructos são saborosos e apreciados, cozidos; pro- duzem óleo. — Amazonas. sepoTi ACHRAS SAPOTA Linn. Fam. das Sapoíaceas Fructos deliciosos e muito apreciados, havendo de polpa de côr branca e escura, oblongo e espherico. Aproveitada a madeira, serve para seges, carros, moi- nhos de pequenos engenhos, lanças, de carros e varaes. Chama-se sapotiiha, no Maranhão. — Rio de Janeiro. ' SflPOCfliíl Género LECYTHíS, Fam. das Lecythidaceas Aa sapucaias são arvores altas, algumas colossaes, cas- ca grossa, fendida, dando fructo grande, coriaceo, cónico, abrindo-se na parte superior como se tivesse tampa, e cujas sementes, ou amêndoas, conhecidas por castanha de sapu- caia, são comiveis e mesmo apreciadas. Essas sementes dão óleo alimenticio e industrial, ser- vindo de combustivel. A emulsão das amêndoas é anti- syphilitica. Sapucaia quer dizer em lingua tupy — gallinha; é ca- nari-macaque ou marmíte de singe na Guyana Franceza; Kakeralli ou monkey-poti na G. Ingleza. O duramen é branco ou pardo amarellado caracteris- tico ou com manchas ou veios vermelhos, muito duro, fi- bras direitas, grossas e muito apparentes. VARIEDADES : Lecythis amazonum MART., L. ovata CAMB. e L. pohlií MART.; L. lanceolata POIR ou s. branca; L. ollaría PISO ou s. grande vermelha; L. angastifolía ENDL. ou 5. Mnirim. PESO ESPECIFICO: — 3. branca— 927 H., 1267, 1079, 1066, 893 D. V., 817, 827 R.; s. vermelha— 956 H., 1077, 'iioo D. N., 1038, 956 D. V., 992, 1077 R. — 309 — RESISTÊNCIA: — s. branca — ao esmagamento, sem determinação da carga —658 D. V. ; s. vermelha — com car- ga perpendiculai ás fibras — 347 ; parallela 648 ; sem deter- minação 729 D. V. . EMPREGOS : das diversas espécies — construcção ci- vil, naval, obras immersas, raios de rodas, varaes de car- ros, e carroças, quilhas e cavernames, reprezas d'agua, esteios, dormentes, bengalas; madeira incorruptivei em con- tacto com o terreno. As folhas liberianas dão estopa e folhas para cigarros e servem para cordas. Do liber se extráe tinta preta. Usam da agua conservada na caçamba, depois de deixar as semen- tes, para hygiene do rosto. Deposita-se a agua na cuia, e 24 horas depois, já tendo adquirido uma cor vermelha pôde ser usada, lavando-se com elln o rosto diversas ve- zes por dia sem enxugar. Com este processo curam-se pannos, cravos, impigens, ficando a pelle macia, corada e sem manchas. Esta mesma agua de maceração e que se diz útil nas diarrhéas, dysenteriajs e gastro-enterites communs na primeira infância, não pôde ter taes propriedades, porque já estando em decomposiçãjo produzirá outros males. — Do Amazonas ao Rio de Janeiro. 5P:Pl]\7PI PLATYMISCIUM sp. Fam. das Leguminosas Arvore alta, frondosa, de casca lisa, flores muito pe- quenas, fructo-vagem. Emprega-se em obras internas, sen- do inferior. — São Paulo. SEBASTIANIA ANGU5TIFOLIA Mull. Arg.. Phyliantus salicifolius Baill. ou Glochidion salicifolium Mull, Ar. Fam. das Euphorbiaceas Madeira para lenha e pequenas obras de carpinteria, casca tannifera. Também Sarandim. PESO ESPECIFICO : 5. angustifolia — 460. — Rio Grande do Sul. - 310 — NECTANDRÀ CYMBARUM Nees. Fam. das Lauraceas Arvore de mais de 30 metros de alto, de cuja casca e lenho se extráe óleo, volátil, de um amarello brilhante e de cheiro activo e agradável, emprega-se como resol- vente e para combater affecções rheumaticas e como es- timtilante e depurativo. Na medicina e nas artes, substi- tue a therebentina. A casca, de sabor amargo, e cheiro agradável, usa-se, em infusão contra a debilidade dos órgãos digestivos. O lenho é duro e de cheiro também agradável, com emprego no fabrico de canoas. Var. s. amarello, s. preto, s. rajado. — Amazonas Pará Minas Geraes, Paraná e Santa Catharina. KALANCHOE BRA5ILIENSIS Camb.. Fam. das Crassulaceas As folhas espremidas tem applicações tópicas nas friei- ras e queimaduras. Applicam-se espalmadas nos frontaes, como as do café, para as dores de cabeça. E' também ornamental pelas suas lindas flores ama- rello-plurpureas. — Da Bahia a São Paulo. SEnriE CÁSSIA CATHARTICÀ Mart.. Fam. das Leguminosas, sub-fam. das Caesalpineas Não só dessa espécie com a denominação de se tine do campo, como das c. acutifoUa, DELIRE e angustilolia VAHL.y são empregadas as folhas como laxativo, brando e suave, em infusão; a raiz é tónica, amiarga e anti-febril. As sementes torradas substituem o café. — Minas Geraes, São Paulo e Rio de Janeiro. 111 MINOSA PUDICA Linn. Fam. dos Leguminosas, sub-fam. das Mimosas Com o nome de juquery, malícia de mulher^ tamisem fornece raizes que se empreg-am no tratamento das angi- nas, granulações da pharynge, ulceras cancerosas, abces- sos, arthrites supuradas e moléstias do útero, e em emplas- tro, como revulsivio, vantajosamente nos engorgitamentos chronicos do figado, adenites inguinaes e axillares. Como seu nome indica é uma planta muito sensivei ; tocando-se-lhe nas folhas, estas se retraem sobre si mesmas, f" á noite dormem. — Brasil. SBRinGLIElRe Seringueiras são espécies da fám. das Euphorbia^ceas, habitantes da zona equatorial, fornecedoras de seringa^ bor- racha, gomma elástica. Entretanto, não é privativa desta fam. o fornecimento de tal matéria prima; muitas espécies de outras famílias são lactescentes, contendo um látex que contem o mesmo producto com variantes propriedades. Em geral, o látex tem a apparencia do leite animal, substi- tuindo-o até como alimento, tal se dá com a maçaranduba e o paLo de uacca, dos peruanos, Brosimum galactodendron D. DON.^ das URTICACEAS, tal o valor do seu producto equiparado ao leite de vacca. Destaca-se desta iam. o gen. HEVEA, posto que seja considerado synonymia o nome Siphonia elasticai de PERS., o que muitos repellem As varias espécies são: Hevea Spruceana MULL. ARG., H. apiculata BAIL., H. betithíana MULL.ARG., H. brasiliensís MULL. ARG., H. cuneata HUB., H. da- ckei HUB., H. liUea MULL. ARG., H. minar HEMSLEY, H. micro phy lia ULE., ti. ri gidi folia MULL. ARG. Como se verá, no correr deste livro, fornecem borra- cha o tapará, a compita, murupita, seringarana. Assim tam- bém, a Excoe caria bi-grandulosa var. lanceolata MULL. IRG.f citada na Flora Brasileira, de Martius. Essas euphor- — 313 — biaceas fornecem látex que contem borracha, contundi- da e misturada com a das Heveas. E' para notar, da mesma familia, a Manihot, Glazlovii MULL. ARG.1 conhecida por Maniçoba do Ceará. Entre as Urticaceas-, temos a Cmtilloa elástica^ e a Castiloa Ulei WARB., fornecedora de borracha, inti- tulada Caucho; a Giameleira ou figueira bravãi cupú-açã, do Norte, Urostigma dolíaria M!G. ou Ficas doUaria. Das Apocynaceasi destacam-se a Mangabeira, tian- cornia speciosa Gomez, H. minvr, MULL.ARG., ti. maxí- miliana A. DC, H. Imidii A. DC, H. GARDNERII MIE RS., a Mangabinlia, a mangaba ovo, que parece ser a li. specio^ Sã Gomez, habitante do Espirito Santo, Minas Geraes e São Paulo. As Landolphias, Sorveira, Couma utilis MULL. ARG., a Plameria phagedenica MART. ou sacaybw-> ou sucimba. Entre as Sapotaceas — a maçar andaba-Mimusops elata FR. ALL., a Lucurma prócer a MART., ou maçarandaba vermelha; a Guapeba ou Gaapeva-Lucama laurifolia ALF. DE CAND. Muitas outras plantas ha lactescentes, que produzem borracha, bastando, porém, as já enumeradas para vermos a enorme riqueza vegetal que existe em nossas florestas. SETE CflSflCflS V BRITOA SELLOWIANA Berg. Fam. das Myríaceas Arvore elegante, cujo tromco é coberto por uma casca que tem o Liber acamado em 7 folhas, donde lhe veio o nome popular. Dá madeira para carpinteria, carvão e lenha. Os fru- ctos, amarellos, de tamanho regular, são saborosos. A casca serve para o cortume. — Minas Geraes e S. Paulo. SETE CfíSCOS Dá madeira para taboado, sendo muito semelhante ao pau d^ole^o. A entre casca em pó ou em cozimento serve para o curativo de oLceras. — Alagoas. SETE Sí^nGRIflS SYMPLOCOS PARVIFLORA Benth.. S. pubescens Klotsch. Fam. das Symplocaceas Dão madeira para obras internas, cangalhas, lombi- Ihos, caixoteria, carpinteria. As folhas e as cascas da raiz são adstringentes, medicinaes, poderosos anti-febris, sen- do provável que contenham os alcalóides colluterino e lo- turidino. A S. platyphylla MART. tem a casca da raiz com as mesmas , propriedades. — De S. Paulo ao Rio Grande do Sul.- SETE SíinGRIfíS CUPHEA BALSAMONA Cham. e Schlt.. C ingrata Cham. e Schlt. Fam. das Lythraceas Folhas e casca sudoríficas, anti-syphi líticas, diapho- reticas e e'mpregadas nas febres intermittentes. — De São Paulo ao Rio Grande do Sul. ■ SETE sencRies DECLIEUXIA CORDIGERA Mart. e Zucc. Farri. das Rubiaceas Tem folhas e laizes febrifugas. — São Paulo e Minas Geraes, SimflO DORÍDE Arvore de pequenas dimensões, dando madeira de te- cido fino e de uma bella cor, servindo para pequenas obras de marcenaria. — Paraná. SIPOQUIRn BIGNONIA spc. Fam. das Bignoniaceas As raizes desta planta servem corno vomitivo, ralan- do-as e macerando-as nagua, aproveitando, pbr fim, o pó que deposita. — Amazonas. — 314 — SíRiUBfl AVICENNIA nítida Jacq.. A. íomentosa Jacq. Fam. das Verbenaceas Também ciriuba, seriha. Individuo da formação dos mangaes, penetrando mais longe, ao longo dos rios, dando madeira que se aproveita em oonstrucção naval, carpinteria, bôa lenha e construcçâo Ciivil. PESO ESPECIFICO: II 14. As folhas são tanniferas e serve'm para o cortume. — Toda a costa do Brasil. SOBRflSib RUSTIA FORMOSA Kioísch. Fam. das Rubiaceas Também conhecido por sobragy, fructa de vombo^ só- bria jú, sobra já. PESO ESPECIFICO: 934. Emprega-se em construcçâo civil, dormentes ^ esteios. — DiO Rio de Janeiro ao Sul e Minas. SOBREIRO PITHECOLOBIUM LUZORIUM Benth. Fam. das Leguminosas, sub-fam. das Mimosas O nome sobreira, dado a esta espécie, vem da casca pardajcenta e suberosa que se assemelha á do sobro ou cortiça. PESO (ESPECIFICO: 702 a 871. Emprega-se a madeira em construcçâo civil, obras internas, marcenaria e carpinteria. — Rio de Janeiro e São Paukx. SOBRO MYRSINE LACTA A. D. C. M. capororoca Casar. Fam. das Myrsinaccas A arvore de 13 metros de alto e im^7o de grossura. Dá madeira clara com traços escuros parallelos, empregada nas oonstrucções abrigadas. — olo — Chamada, também, Capororoco em Goyaz. — Maranhão, Alagoas e Bahia. SObDfínEhhfl D'PiGUfí LIMNANTHEMUM HUMBOLDTIANUM Griesb. Fam. das Gcntianaceas Planta pequena, rasteira, amiarga, anti-dyspeptica, fe- brífuga, tónica, vermífuga. Folhas forrageiras. — Amazonas e Pará. SOhTEIRfl Arvore de ii a 14 metros de alto, cuja madeira tem aípplícações nas construcções civis, durando 10 annos ex- posta ao tempo e 40, abrigada. — Bahia. SOmBRfí DE TOURO ACANTHOSYRIS SPINE5CENS Griesb.. lodina rhombifoUa Hook. e Arn. Fam. das Saníalaceas * MAYTENUS ILICIFOLIA Mart. Fam. das Celastraceas Madeira para obras internas, construoção civil, car- pinteria. As folhas da primeira espécie tem applicações the- rapeuticas e os fructos são comíveis. — Rio Grande do Sui 50R0CPÍ SOROCEA ILICIFOLIA Miq. Fam. das Moraceas Madeira para caixoteria, carpinteria, obras internas. O látex da casca é tido por venenoso. — Rio Grande do Sul. SORTO COUMA GUYANENSIS Aubl.. C. utilis Mull. Arg.. C. macrocarpa Barb. Rodr. Fam. das Apocynaceas Bôa madeira para obras, construoção civil, marcena- ria, carpinteria. Os fructos são excellentes, grandes, re- frigerantes, com o nome de Sorva. O látex é alimento e — 316 — contem borracha, sendo empregado nas moléstias do pei- to, sendo, também, utilisado oomo verniz. A macrocarpa é cumã-assâ. A sorveira ou cumã (C. Utilis) é unia fructa deliciosa e a sua arvore é beilissima piara parques e arborisaçp,» de ruas'. Conhece-se por SORVA BRAVA — Pyriís Aucuparia EH RH. — Sorbus aucuparia L/NN., da fam. das ROSÁ- CEAS. Dá fructo globuloso, róseo, escarlate na maturidade. SORVA MANSA — Pyrus ou sorbus domestica. Espécie de pêra, adstringente, só adocicada quando madura de mais. Dá madeira forte, para ferramentas de carpinteria. — Amazonas e Pará. smam CHUQUIRAGUA SPINESCEN5 Baker e C. tomentosa Baker. C. paniculaía D, Don. Fam. das Compostas Madeira para caibros, lenha, moirões. — Rio de Ja- neiro e Rio Grande do Sul. smmm ELEPHANTOPUS APICATUS Juss.. E. clongatus Griesb.. E. micropappus Less. Fam. das Compostas Diaphoreticas e febrifugas, anti-syphiliticas, — Do Cea- rá á Alagoas e São Paulo. SUCUPIRe BOWDICHIA NÍTIDA Spruce. B. virgilioides H. B. K. Fam. das Leguminosas, sub-fam. das Mimosas Grande arvore, colossal mesmo, de ramificação di- chotoma, galhosa e froindosa; galhos muito irregtilares em tamanho e forma, assim oomio as folhas de grande diversi- dade; casca manchada e muito fendida e irregular. — 317 — Conhece-se por sicupira^ sibipira, sapupira, sepipira, sebepira, sacapira, sepepira, e pelas variedades — sucupira amarella, s. açú, s. (Vagua, s. branca, s. mirim, s. parda, s. da vargea. Dá troncc apriOiveitavel de 8 a lo metros de alto e cijóo a G^,%<ò de diâmetro. Duramen de côr parda, uni- forme, resistente e de longa duração; fibras inuito finas duras e irregulares. EMPREGOS : construcções civis, navaes, hydraulicas, pprtaladas, vigas, caibros, obras enterradas, immersas, ex- postas, internas, dormentes, esteios, postes, torno, marce- naria, cai^interia, peças de resistência, de engenho, ta- boado, quilhas de embarcações. A simirkn dá dormentes de primeira qualidade, duran- do 1 1 annos, A casca, bem como as sementes, desta arvore, é tónica, efficaz nas moléstias syphiliticas, ulceras, feridas, anemias, anti-rheumatica, e anti-diabetica; sua tintura é diaphoretica, e por conter grande dose de tannino é empregada no cor- tume. As sementeis torradas como o café, são excitantes do systema limlphatico. Junto á raiz da arvore brotam uns tubérculos, deno- rfiinados batatas de sucupira, nos quaes residem toda a acção activa da planta, representada por um alcalóide, a que Peckolt, que o extraiu, deu o nome de sacupifana, que é depurativo por excellencia. Deitam-se quatro colheres de sementes em uma gar- rafa de aguardente de canna, deixa-se em maceração por IO dias, depois côa-se e toma-se V2 cálix ás refeição. E'- um especifico para a pelle. PESO ESPECIFICO : s. açú — 944 D. V. ; s. mirim — 995 R., 1064 E. C, rii6 D. V. RESISTÊNCIA : s. açú — ao esmagamento, com carga perpendicular 317 M. M. ; parallela 648 M. M., sem deter- minação 824 D. V. ; s. mirim — ao esmagamento sem deter- minação da carga 930 D. V. — Do Amazonas a S. PauloL 318 SUCUÚBfl PLUMERIA PHAGEDAENICA Mart.. P. sucuúba Spruce. P. aff. fallax. Mui!. Arg. Fam. das Apocynaceas Também conhecida por sucuba, snciiyba-, sucuiba^ uciiuba, sebiú-uva. Produzem latepc que contem borracha e com o qual falsificam a bor racha de mangabeira. O leite tem applicações internas contra vermes intes- tinaes e topicamente nas ulceras sórdidas, nos impetigos e verrugas, bem como em emplastros nas dores das aiticu- Lações. — Amazonas, Pará e Alagoas. ERYTHRINA GLAUCA Willd. Fam. das Leguminosas, sub-fam. das Papilionaceas Conhecido, também, por ca,piíào do matto, João carto, machoco, bico de arara/feijão bravo,' íomtce raizes que gjo- zam de justa reputação como enérgico anti-rheumatico. Têem ellas um gosto picante, são brancas e contêem' gtande quantidade de amido. Em grande dose, são purgativas. Podem Ser ;usadas em decocção ou em chá. A madeira serre para gamelas, taboas de forro, calhas. — Minas Geraes e São Paulo. summmçí CEIBA PENTANDRA Gartn.. C. sumaúma Schura.. Eriodendron Sumaúma Mart.. E. anfracíuosum D. C Fam. das Bombaceas Arvores altas, das mais grossas, senão maiores do valle do Amazonas, tanto que os Índios lhes deram o nome de mai das arvores, alcançando mais de 30 metros de alto e mais de i no diâmetro. Conhecem-se por cyyba, ntacmayn, dos chinezes, e sob a synonymia de s. de macaco, porque os macacos lhes devoram os fructos. — 319 — Nesses fructos se encontra uma felpa^, de extrema brancura, semelhante ao algodoeiro^ outra cousa senão pãina, cujos fins são conhecidos. As fibras dessa paina se podem fiar, com o nome de Kapoc^ e supportam um' peso 35 vezes superior a seu peso, o que a torna aprovei- tável para salva vidas. E' também a,proveitavel para o fabrico de papel. Em alguns logares a arvore se chama também bar- riguda, por engrossar o tronco, adquirindo a configuração de uma pipa. Tem o endosperma oleifero e a raiz resolve abcessos. — Do Amazonas a São Paulo. SURlIPlGy Tronco de 5 a 7 metros de alto e 0^,60 a o'",8o de grossura. Duramen vermelho esbranquiçado, servindo toda a madeira para esteios, caibros e construcções civis. — Rio Grande do Norte e Parahyba. 511RUCUCÚ PIPTADENIA BRUNCÍFERA Benth. Fam. das Leguminosas. sub-fam. das Mimosas Madeira para construcção civil, obras externas e in- ternas, carpinteria, marcenaria, esteios, moirões, carvão e lenha. — Do Piauhy á Bahia. TflBflCflRflDPl POLYGONUM HISPIDUM H. B. K. Fam. das Polygonaceas Planta que fornece matéria corante. — Amazonas. TABOCA BÀMBU5A GUADUA H. B. K.. Guadua angustifolia Kunth. Guadua macrostachya Rupr. Fam. das Graminaceas Emprega-se «m cestos, balaios, obras trançadas. A ul- tima é boa forragem. — Amazonas. — 320 — Tmúa CYPERUS GIGANTEU5 VahI.. ou Papyrus radiatus Schrad. Fam. das Cyperaceas F^ornece materiaJ para o fabrico de papel, e é muito empregado em esteiras. E' também chamado pery-pery, capim de esteira, piri- pyry. — Estados littoraes. TflBÚfl TYPHA DOMINGUENSIS Pers., T. latifolia Linn. Fam. das Typhaceas Fornece «palha» para esteiras, cadeiras, obras trança- das. E' também chamadia paina de flexay pairm do brejo (Minas), (tabebuya), partasana. O rhizoma é nutritivo, saboroso, de amylo abundante, muito usado para substituir o palmito. — Estados littoraes. TOC5y PTEROCARPUS ANCYLOCALYX Benth.. Fam. das Leguminosas, sub-fam. das Papilionaceas ; Tachygalia panniculata Aubl.. T. macrostachya Hub., sub-fam. das Caesalpineas ; Triplaris surinamensis Cham., T. schom- burgiana Benth. Fam. das Pologonaceas Todas estas espécies, com a denominação vulgar aci- ma dão nuadeira para obras internas, caibros, lenha, con- struoçáo civil^ marcenaria, carpinteria, e são tam^bem co- checidas por tachyzeiro, taxi, tangãratia. — Amazonas, Pará e Maranhão. TfllOBPI XANTHOSOMA VIOLACEUM Schott. Fam. das Aroideaceas Planta comivel, especialmente como forragem. Dá 35 o/o de matéria prima para industria de papel. As folhas dão precioso acepipe, para a meza. Com ca- marões e pimenta, é das mezas da Bahia e Rio. O rhizoma é Inhame de Tayoba. — AmazonaiS e Rio de Janjeiro. — 321 — TfllPOCfl Arvore die 8 a 9 metros de alto, empregada sua madei- ra em telhado e forro de casa. Dura pouco tempo exposta ao tempo. Var. : iaipoca pinho. — Bahia, TflfílflCOnRÉ CARAIPA PARAENSIS Hub.. C. fasciculata Camb. Fam. das Guttiferas Arvore de 8 a 13 metros de alto, com i^jO a 2"»,20 de grossura, dando sementes de que se extráe óleo, que se emprega externamente no curativo das herpes, sarnas, nos rheumatismos e nas curubas, que se chamam vulgar- mente coceiras, comichões. Também chamado tãtnaquaré iamacoari e tamaquaré moura. Madeira empregada em construcções civis, navaes e obras internas, carpinteria, marcenaria, taboado. Var.: tamaquaré miúdo — C^aipa minor liUB.-> dan- do óleo com as mesmas applicações therapeuticas. E' appellidado no Maranhão — tamaquarembo. — Ama- zonas, Pará e Bahia. TfímFinDUÁ As raizes desta planta são applicadas no tratamento das feridas syphiliticas. — Bahia. TflmflnQUEiRfíí FAGARA RHOIFOLIA Engl. Fam. das Rutaceas Arvore que adquire grandes dimensões, semelhantes ao genipapo, com tubérculos espinhosos no tronco, dan- do madeira muito branca e fácil de ser trabalhada. Dura- men pouco resistente Emprega-se em marcenaria, taman- cos, colheres. Chamado tembetarú, nome que é dado, também, á Fagara tingoassuiba (St. Hil. ) da mesma tam. — 322 — O louro tamanco (Ocotea Guyanensis Aubl. Lauracea), é também chamado no Pará — imnanqueira. — Amazonas, Pará e Bahia. TOíílfinQUEIRO AEGIPHILA SELLOWIANA Cham.. A. lushnathi Sch. Fam. das Verbenaceas Madeira para obras internas, cepos para escovas, ta- mancos, carpinteria, caixoteria. — Rio de Janeiro, S. Paulo Minas Geraes. TemflRínDO TAMARINDUS INDICA Linn. Fam. das Leguminosas, sub-fam. das Caesalpineas Arvore de 6 a ir metros de alto, com c^jSo a \"',30 de grossura, dando madeira, com o peso especifico de 793, empregada para cavernas de pequenas embarcações e fa- brico de carros, construcção civil e marcenaria. A polpa do fructo (vagem) é empregada para «refrescos»; é laxativa. — Todo o Brasil. TfímBORlh ENTEROLOBIUM TIMBOUVA Mart.. E. glaucescens Mart. Fam. das Leguminosas, sub-fam. das Mimosas Arvore de grande desenvolvimento, muito frondosa, casca fina, lisa, pardacenta, dando fructo que é uma vagem, preta, em forma de orelha, com sementes muito meudas. E' uma das mais altas e frondosas de S. Paulo. Conhece-se também por chimbóy ximbóy tambory^ tam- bor, tamburil, (imbauva, timbouva, timbó-yba, timborana, timbaiba-i kambú-namby, pãkará, orelha de negro. Tronco de 10 a 12 metros de alto, com i'n^20 a i'",30 de diâmetro, dando madeira leve, mas resistente ao tempo, sendo fácil de rachar. PESO ESPECIFICO: 373 G. P., 531 H., 349 G. RESISTÊNCIA: a flexão 531 G. P. EMPREGOS : construcção civil, taboas de forro e de esquadrias, tulhas para café, soalhos, cochos, gamelas, — 323 — carpinteria, lenha. As taboas são boas conservadoras de calor e têem as mesmas applicações do cedro vermelho. Produz uma resina fortemente emética, muito Venenosa e por isso não deve deixal-a em contacto com o que se te- nha a comer ou beber. A casica e as folhas são ichtyotoxicas, adstringentes, e as sementes passam por venenosas. O lenho contem um principio — sap^onina. — De São Paulo ao Rio Grande do Sul. TPimUUBUCfl Madeira para construcções civis. — Pará. TflnsflGEm PLANTAGO tomentosa Lam.? Fam. das Plantaginaceas O cozimento das folhas, adstringentes, é muito em- pregado para gargarejos, nas affecções da laringe. Tam- bém tanchagem. — Todo o Brasil. TfíPlÁ CRÀTAEVA TAPIA Linn. Fam. das Capparidaceas Madeira para caixoteria, carpinteria, obras internas. A caseia e as folhas têem applicações medicinaes. Os fructos são comiveis. PESO ESPECIFICO: 370. A Acalypha macrosíachya MU LL. ARG.e Alchornea pycnagyne MuU. Arg., das Euphorbiaceas ou tapiá-guassú, e A. iriplinervia MU LL. ARG. var. nepioralis Pax. Hoffn. ou iapiá-guassú brancOy temi as mesmas applicações. — Do Ceará ao Rio Grande do Sul e Minas Geraes. TAPICURU Arvore de 13 a 15 metros de alto, com i™,o a i",8o de diâmetro. Madeira para construcções civis, marcenaria. — Sergipe e Alagoas. 324 TflPinõofl SYLVIA NAVALIUM Fr. Ali. Fam. das Scrophulariaceas Arvore de 1 8 a 20 metros de alto, com ©"^^So a i^ijO de diâmetro, dando tronco aproveitável de 8 a 12' metros de alto e o'",6o a o^So de diâmetro. Durameii de côr parda com veios e manchas escuras, fibras meudas e pouco revezadas, tecido compacto. PESO ESPECIFICO: 731 R., 996, 997 "D. V., 859, 844 M.M., 864 H. RESISTÊNCIA : ao esmagamento, com carga perpen- dicular 185 M. M. ; parallela, 648; sem determinação 698 D. V. ; a flexão 4k,920 M. V. EMPREGOS: obras civis, navaes, hydraulicas; resis- te á humidade; tanoaria, carroceria, esteios, vigas, taboas, marcenaria, carpinteria, obras externas, toneis, pipas, bar- ris; embarcações, soalhos, portaladas, esquadrias, dormen- tes que duram 12 annos. A casca é adstringente. — Da Bahia a São Paulo. Tç\p\QU\mm E' o lenho de um cipó grande e de tecido compacto, de que se fazem bengalas, com a grossura de i a 1^/2 palmos. Também chamado taqiiiherana, taquiplranga, tapi- kirana. — Maranhão. TílPURÚ SAPIUM BIGLANDULOSUM Mull. Arg. Fam. das Euphorbiaceas E* arvore que dá borracha, menos conhecida, ape- zar de ter, talvez, um papel não sem valor na producção total da seringa da Amazonas. Tapurú, significa bichinho, o que «come o centro da espiga (pau)», porque a arvore é habitada por uma multidão de brocas, as mesmas que atacam as Heveas. — 325 — Sapium biglandiilosum var. hamxUam MULL. ARG.^ que foi ultimamente descripta e figurada por HEMSLEY como espécie nova, sob o nome de Sapium Poeppigii. Não ha experiências do látex desta espécie. Tapará de terra firme — ^ arvore que alcança 25 me- tros de alto, e o^So a i^^p de diâmetro. A casca dá um leite espesso que se transforma em uma resina, da qual os indigenas usam no calafeto. Tapurú da várzea — o único interessante. Alcança as mesmas dimensões do outro: tronco direito, mas nem sempre cylindrico, casca cinzento-esbranquiçada, bastante fina e madeira tenra. Emitte raizes possantes : o eixo prin- cipal, enterra-se perpendicularmente, com raizes secunda- rias, algumas, até, com 12 cms. de diâmetro. O leite do tapurú é misturado com o da Hevea. Perto do Pará cha£mam-n'o murupiía, ou cunipita Sapium aucuparíwm JACQ.-> ou Excae caria bíglandu- losa var. aucuparia MULL. ARG.i tendo o noime vulgar de burra leiteira. E' arvore da qual se aproveita o latex, as folhas, o tronco, e as raizes. Seu crescimento não excede de 5 me- tros. Os raínos e galhos têem> ordinariamente, grande desenvolvimento; a folhagem verde-escura, lustrosa, asse- meiha-se á das gameleiras. No verão despe-se das tolhas. O latex é tão forte que a passagem de alguém por perto, na correnteza do vento que açoitou a arvore, produz as- saduras na pelle e nas partes queimadas jamais nascem cabellos. E' isto corrente em Fernando de Noronha, onde ha desta espécie. E' madeira empregada como combustível e ao queimar exhala vapiores fétidos e que offendem os olhos. Este tapurú é também chamado arvore da burra O tapurú em geral tem o nome de leiteira, pau lei- teiro, e segundo U LE é o mesmo murupita e seringarana. EMPREGOS : madeira para vigotas, caixas, obras in- ternas, taboado, caibros, lenha, carvão, mastros de barca- ças. Verga, mas não quebra, nem lasca. — Amazonas, Pará, Maranhão, Ceará, Parahyba, São Paulo, Santa Catharina e Minas Geraes. — 326 — ■^ TfíQlIfíRfl CHUSQUEA GAUDICHAUDII Kunth.. Merosíachys speciosa Spr. Fam. das Graminaceas Empregam-se em cercas, cercados, cestos, gaiolas, la- tadas para plantas trepadeiras, obras trançadas. — Da Ba- hia ao Rio Grande do Sul. Tmmmçú GUADUA 5UPERBA Hub. Fam. das Graminaceas São os bambus de maior comprimento, com as mesmas e outras applicações da taquara. Serve para escadas, tran- çadas pa.ra construcção de casas ruraes. — Amazonas, Pará, Rio de Janeiro e São Paulo. TfíRflRfínGPI Arvore de ii a 14 metros de alto, própria para remos e oonstrucções de pouca importância; as folhas serveini de lixa para obras de madeiras. — Bahia. WRTmnm Dá toros de pequenas dimensões, pelo que só se em- prega a madeira para bengalas e quinquilharias. — Piauhy. TfíRUmfí Pertence ao género VITEX. Fam. das Verbenoceas Família que conta mais de 100 espécies, tendo a região amazonica seis. Arvore de pequeno desenvolvimen- to, frondosa e galhosa, folhas largas, redondas e muito ásperas; fructos meudos, pretos e comiveis. E' uma das úteis verbenaceas da flora brasileira. Tarumã tuira ou mameira — Viíex flavens H. B. K.; » frondoso — Viíex orinocetisis var. amazonica (H. B. K.) HUB., — 327 — Turuvtã do campo — Vitcx Duckei HUB.^ » sylvestre ou do matto — Vitex triflora tiUB.i » cheiroso — Vitex odorata HUB.i » do alagado ou do igapó — Vitex cymosa HUB., » de espinho — Citharexylon barbinerve Cham. Tronco aproveitável de 6 a 8 metros de alto, e c^óo a on',80 de diâmetro. PESO ESPECIFICO: V. montevidensi-, 771 D. V. RESISTÊNCIA: ao esmagamento sem determinação da carga — 599 D, V. Só o t. frondoso é uma arvore bastante desenvolvida, sobresaindo com sua copa em forma de cupola larga por cima das outras arvores, O t. tuira é uma espécie mais modesta, mas também arborescente. As outras espécies são arbustivas. EMPREGOS : obras externas, togares húmidos, esteios, moirões, postes, carroceria, mobílias, dormentes de pri- meira qualidade, durando 1 1 annos. O fructo, mucilaginoso, comivel, produz óleo medi- cinal, applicado contra dores rheumaticas. As raizes, çrct cozimento, são empregadas nas affecções syphiliticas. — Amazonas, Pará, Matto Grosso, Rio Grande do Sul, Paraná e S. Paulo. MACLURA AFF1NI5 Miq.. M. tinctoria D. Don. Fam. das Urtlcaceas Conhecem-se também por taiajiba-> taiaúba, tajuba^ tor jiba, taáva, taiwva\, pau de fogo, e variedades t. amarella, t. roxa, t. rana. A m. affinis é a tafajúba de espinho; a m. brasiliensis liNDL.t é a tatá juba do brejo. Em Sergipe chama-se amoreira; em Pernambuco, es-pí- nheiro branco e espinheiro bravo, com os nomes vulgares de tatajobai taitai-y, iatarema, jataúba. — 328 — Arvores de pequeno desenvolvimento, tortuosas, cas- ca fina com espinhos, de i8 metros de alto, e i a 2 de grossura, dando fructo v^erde como amora; duramen ama- rello-escuro, com veios, fibras finas e reveâadas. PESO ESPECIFICO: 860 G. P., 957 H. RESISTÊNCIA: ao esmagamento, sem determinação da carga — 918 a 968; a flexão — 1468 G. P. EMPREGOS : construcções civis, navaes, marcenaria, peças de resistência, dormentes, esteios, portas, torno, obras expostas, logares seícoos. carpinteria. Da casca se extráe matéria corante amarella; as folhas liberianas dão estopa. — Do Amazonas ao Rio Grande do Sul. TOTflPIRIRlCPI Arvore fructifera de pouco mais de lo metros de alto, dando madeira para construcções civis, sendo os fru- ctos comiveis. — Pará. TflTÚ EUGENIA AXILLARIS Vell., Eug. supraaxiilaris Spring. Fam. das Myríaceas Arvore de pequeno desenvolvimento, galhos tortuo- sos, casca grossa, parda, enrugada, dando tronco de 8 a 10 metros de alto, e o™,6o a oni,8o de diâmetro. Duramen de côr amarello-escura, ou parda, com veios; tecido com- pacto e resistente. PESO ESPECIFICO: 943 R., 1025 H. RESISTÊNCIA : ao esmagamento, com carga perpen- dicular 295, parallela, 449, EMPREGOS : obras internas, externas, em agua sal- gada, não sendo atacada pelo guzano, esteios, dormentes, vigamentos. Sua durabilidade é extraordinária e resiste muito ao machado — Espirito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo. 329 TfíUflRy COURATARI TAUARY (Mart.) Berg. Fam. das Lccythidaceas Arvore muito alta, com sapopemas que attingem até 4 metros e mais de altura. Tem o nome vulgar de pau d^arco, junipá, xurú. PESO ESPECIFICO: 1208. EMPREGOS : construcções civis^ aaval, carpinteria, A entrecasca deixa-se laminar finamente, dando morta- lhas para cigarros. — Amazonas, Pará e Maranhão. TEíTlBETORá ESENBECKIA (Metrodorea) nigra St. Hil., Zantho-xylum chilopeone Mart. Fam. das Rutaceas Madeiras para construcções civis, obras internas, ce- pos para tamancos, carpinteria — Da Bahia ao Paraná. TlfDBÉ ATELEIA GLAZIOVIANA Baill. Fam. das Leguminosas, sub-fam. das Papilionaceas Madeira para construcção civil, obras internas, lenha, carpinteria. — Rio Grande do Sul. TIÍTIBÔ ^ PAULLINIA CARPOPODEA Camb.. P. grandiflora Camb. Fam. das Sapindaceas São cipós grossos, cuja madeira serve para barricas e arcos das fnesmas. — Rio de Janeiro e Minas Geraes. TlfTJBÓ PAULLINIA PINNATA Linn.. Serjania curassavica Radik. S. fuscifolia Radlk, S. grandiflora Camb.. 5. lethalis St. Hil. Fam. das Sapindaceas As folhas e as raizes sãc mui venenosas, ichtN^^otoxicas^ Os índios servem-se delias, pilando-as até as reduzirem a estopa e immergindo-as nos rios as aguas ficam log^ — 330 ~ esbranquiçadas e os peixes que por ellas passam, são to- mados de tonteira e morrem pouco depois. Peckolt desço- briu-lhe um alcalóide — timboina. — Do Pará ao Rio Gran- de do Sul, conforme a espécie, TinGLIí^SSIBn ZANTHOXYLON SPINOSUM Linn.. Tingoassiba A. st. Hil. Fam. das Ruíaceas A casca é tónica, amarga e carminativa. Serve para cólicas de estômago e intestino. — Rio de Janeiro e São Pauk). TIOGUI CRPÊTfl " SERJANIA spc. Fam. das Sapindaccas Com o nome, também, de tímbó peba, é planta icthyo- toxica. — Ceará. TinTElRfl COCCOLOBA EXCELSA Benth. Fam. das Polygonaceas Planta que fornece matéria corante. — Amazonas e Pará. ^ TiniUREíRÍI GALPHIMIA BRASILIENSIS Juss. Fam. das Malpighiaccas Arbusto de folhas ovaes, com flores amarellas em racemos, própria para ornamentação. E' também chamada resedá amarello ou quaró. As folhas são adstringentes, passando por emetico-catharticas. — Do Pará ao Rio Gran- de do Sul. Tipuflnfl TIPUANA SPECIOSA Benth. Fam. das Leguminosas, sub-fam. das Papilionaceas Madeira para carpinteria, marcenaria. Diz-se que a fumaça desta planta, quando em combustão, cega. A raia é feculenta e resinosa. Tem como synonymo — Machaerium Tipu Benth. — Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. — 331 — TÓRfl CÁSSIA TORA Linn. Fam. das Leguminosas, sub-fam. das Caesalpineas Planta purgativa. — Amazonas, Pará, Maranhão e Matto Grosso. TRIPPi DE GPIhhinOfl DALBERGIA GRACILES Benth. Fam. das Leguminosas, sub-fam. das Papilionaceas Fornece madeira para carpinteria, construcção civil, marcenaria, obras externas. A casca tem applicações the- rapeuticas. — Do Ceará á Parahyba. Tueom BACTRIS SETOSA Mart. Fam. das Palmaceas Palmeira de tronco cheio de espinhos e sem ramo al- gum, dte 4 a 7 metros de alto, fornecendo madeira muito forte e da qual se fazem varetas, guardas de peneiras, bengalas, flechas. Conhecido por coco de tiicam, ticum. A cordoalha fabricada com as fibras extraidas das fo- lhas é superior á do linho ou cânhamo, tanto por sua fle^ xibilidade natural e resistência, como pela duração, ain- da mesmo exposta ao tempo. As fibras prestam-se á mais delicada fiação, embora um pouco mais escuras, que as do linho verde glauco. Empregam-se muito em redes e linhas de pescar, por ser o fio mais resistente á agua do mar. Os fructos são comiveis e produzem óleo. Também conhecido por coco de Natal, no Rio, porque justamente por essa épopa é que os seus fructos estão madu- ixie. — Em qviasi todo o Brasil. TucLimm ASTROCARYUM TUCUMA Mart. Fam. das Palmaceas Palmeira que produz cachos de cocos amareilos e ver- melhos. As fibras extraidas dos foliolos ainda não desen- volvidos e inferiores ás do tucum servem para o fabrico — 332 — de cordas; os foliolos são aproveitados na factura de es- teiras, chapéos, abanos, cestas, balaios e outros objectos domésticos. Os caroços dos fructos desta palmeira, também chama- da tucumazeiro são excessivamente duros e empregados piara fazer anneis, ponteiras, castões de bengalas e outros pe- quenos artefactos. A polpa do fructo bem maduro é alimen- ticia e agradável ao paladar; dá azeite grosseiro, muito semelhante ao chamado azeite de palma e um óleo fino próprio para illuminaçáo e outros usos industriaes — Pará. TucumFin - íiçú A mais notável das palmeiras desta familia. Ao con- trario das outras espécies que nascem em toucas e crés-' cem á pouca altura, esta eleva-se, ás */ezes, a mais de 30 metros e cresce solitária. Delia se extráe um óleo ex- cellente e a agua dos cocos, sendo verdes, tem proprieda- des ophtalmicas. E' o Asiro€aryum Princeps BARB. RODR. Como TuciLníãy são conhecidos todos os asirocaryum (a); e os Tucú ou Tycú-> das Bactris. — Amazonas e Pará. TOPinflíTlBOUR HELIANTHUS TUBER0SU5 Linn. Fam. das Compostas Hortaliça co'm o nolme commum de tupitiambôy forra- geira, com tubérculos comiveis. — Diversos Estados. TURURy LECYTHIS spc. Fam. das Lecythidaceas Arvore magestosa, da qual se extraem fibras, que for- mam um quasi panno natural. Esta estopa serve para calafeto e para o fabrico de cordoalha. Dá, também, seiva. — Amazonas e Pará. — 333 — TURy LICANIA spc. Fam. das Rosáceas Desta arvore, chamada, também, turyzeiro, de 2 me- tros de circumferencia e 22 de alto, se extráe estopa própria para o calafeto de embarcações. — Amazonas e Pará. mm ^ CHRYSOPHYLLUM RAMIFLORUM A. D. C. Ecclinusa ramifiora Mart. Fam. das Sapotaceas Madeira para construcção civil, obras internas, car- pinteria, canoas, remos. Da casca se extráe látex, que con- tem gutta percha. — Pará, S. Paulo e Santa Catharina As folhas são applicadas internamente no tratamento do rheumatismo, syphilis e desarranjos estomacaes. E' con- tra veneno de cobra e outros animaes. — Amazonas. uflissimpi URENA LOBATA Cav. Fam. das Malvaceas Também conhecida por guaxima^ gimxunia, uassima, uàcima, guaxima roxa, malvaisco sylvestre. O nome in- digena por que é indicada — Y bax ama — sigrúíicsí planta e corda. E' mais conhecida por guaxima e em Pernambuco por carrapicho. Também se conhecem por este nome : Uaissima da praia — Hibiscus tiliaceiís ST.-HIL. Outra é a Triumphe- ta seimiÁtriloba Lamk., a que mais pertence o nome de carrapicho. As fibras das cascas destas espécies servem para ati- lhos, cordas, estopa, tecidos, substituindo a ']uia no fa- brico de saccos para café. O caule, desprovido da cas<:a<> serve para rabo de foguetes. — Do Pará a S. Paulo. UfiPt NYMPHAEA AMAZONUM Mart. e Zucc. Fam. das Nymphaeaceas Tem flores aromáticas, que produzem óleo essencial para uso na perfumaria; as folhas são applicadas no tra- tamento de ulceras. O nome indigena quer dizer o que nasce chato. — Amazonas, Pará, Ceará, Rio de Janeiro, S. Paulo e Paraná. OflPÉ VICTORIA REGIA Lindl., Syn. Victoria Crupiana Orbigny Fam. das Nymphaeaceas E' a celebre planta aquática que tem as enormes fo- lhas, alcançando, ás vezes^ 2 metros de circumferencia, leml forma de taboleiro, e que produz lindas flores, tann- be'm enormes. A.s sementes fornecem uma fécula comivel. Tem o nome indigena de uapé-jaçaná (forno ou prato das jaçanãs, porque estas aves vivem pousadas sobre as folhas, alimentando-se da plantaj. E' uma das maravilhas do reino vegetal. — Amazonas e Matto Grosso. ufípuy FICUS FAGIFOLIA Miq. Fam. das Moraceas Dá látex que é usado no tratamento das ophtalmias, como resolvente. — Amazonas. UflRlUfl Fam. das Marantaceas Arbusto grande, produzindo fructos comiveis, de que. se fazem conservas. — Pará. UflXIUÁ SACCOGLOTTIS GUYANENSIS Benth. Fam. das Humiriaceas Arv^ore grande, dando madeira de tecido comp^icto para construoção civil, marcenaria. Dos fructos se faz con- serva muito apreciada. — 335 — Tem, também, os nomes vulgares de iiacliuáy achuá, atachiiá-> panirá. — Pará e Maranhão. uBim GEONOMA PANICULIGERA Mart. Fam. das Palmaceas Palmeira cujas folhas servem para cobrir choupanas, forros de balaios, e de cujo espique se extráe material para bengalas. A var. Ubim-açú — Geonoma máxima Kunth., tem as mesmas applicações. — Amazonas e Pará. ucflRixino E' empregado internamente contra as hemorrhoidas. E' chamado, também, tajá. — Amazonas. UC5I SACCOGLOTTIS UCHI Hub.. S. cuspidata Uub. Fam. das Humiriaceas Arvores bastante altas, servindo para construcção ci- vil, naval, carpinteria, marcenaria. O fructo é comivel/ delle se faz conserva e sua polpa produz azeite para illu- minação. A casca é adstringente, com applicações thera- p.euticas. — Pará. UmfíRflÚBFI Madeira para construcções civis. — Pará. UfDflRy PORAQUEIBA SERICEA Tui.. P. guyanensis Aubl. Fam. das Icacinaceas Arvores de regular tamanho, dando madeira pardo- avermelhada, bastante densa e rija e ao mesmo tempo» leve, de fibra levemente flexuosa, aproveitável para mar- cenaria, tamancos, cavername de embarcações. Dão fru- cto amarello ou roxo, conforme a espécie, com ix)lpa óleo- '> '^ /* sa, produzindo tinta. A madeira tem applicação em con- striicção civil, carpinteria, obras internas e serve para le- nha. — Amazonas e Pará. umflRyRflnfl COUEPIA SUBCORDATA Benth. Fam. das Rosáceas Arvore copada, produzindo muita sombra servindo para alamedas e fornecendo madeira para carpmteria, carvão, esteios, lenha e moirões. Algumas alamedas de Manáos são arborizadas com esta espécie vegetal. — Do Amazo- nas ao Ceará. IIÍHBÚ PHYTOLACCA DIOICA Linn. Fam. das Phytolaccaceas Madeira para caixoteria e quando queimada suas cin- zas dã-o potassa. Os fructos são comiveis e nutritivos. A casca da raiz é medicinal. — De S. Paulo ao Rio Grande do Sul. umiRy HUMIRIA BALSAMIFERA Pers. Fam. das Humiriaccas Arvore de ii a i6 metros de alto, de casca cheirosa^ com duramen vermelho, homogéneo, muito duro, dando madeira para obras internas, construcções civis, e navaes. A casca fornece um óleo, aromático, empregado em per- fumaria e medicina, contra dores de estômago e adstrin- gente poderoso, nos banhos. Em certa época do anno a arvore expelle óleo aromatisando o ar em de redor. Os fructos são comiveis. Na Guyana Franceza chamam-no bois rouge tisne e na Inglaterra bastard bullet-wood. A Humiria floribiinda MÁRT., fornece madeira para construcções naval e civil, esteios, carpinteria, lenha, com o peso especifico de 8i8. A casca é aromática, dando o bálsamo de humiry com applicações therapeuticas. — Ama- zonas e Pará. — 337 — umiRyRflnfl QUALEA RETUSA Spruce. Fam. das Vochysiaceas Madeira para caixoteria, canoas, carpinteria, constru- cção civil, naval. Com peso especifico de 8i8. — Amazonas e Pará. un5fl DE mjo ACÁCIA PANICULATA Willd. Fam. das Leguminosas. ;sub-fam. das Mimosas As folhas são empregadas contra o rheumatismo e ne- vralgias.— Do Amazonas a São Paulo e Minas Geraes. uRmam Planta que se emprega em medicina contra as dysen- terias dos paizes quentes. — Amazonas. URTíGfl BRPinCfl URTICA URENS Linn. Fam. das Urticaceas Diurética, empregado o sueco nas blenorrhagias, nas paralysias, nas hemoptysis, por causa da grande dose de tannino. A infusão das sementes usa-se na incontinência; da urina. O cozimento das folhas frescas contêem acido fórmico que em contacto com a pelle produz sensação de calor e vai até a vesicação. E' também chamada urfigã da miúda ou urtiga quei- madeira. As urtigas no Norte são conhecidas por cansaçãoi que se não deve confundir com o cansação de leite — Euphor- bía uretis. São também plantas textis. — Bahia e sertões dos Estados do Norte. URTIGA BRflUPl URERA ARMIGERA Miq.. Urera baccifera Gaudich. Fam. das Urticaceas E' especial da flora paranaense, também, chamada^, urtiga vermelha, dando fibra aproveitável, sedosa e resis- — 338 — tente, inferior, porém, á urtiga branca (Bauhinin ninai) da Ásia. A infusão das folhas frescas é diurética, bem como o cozimento das raizes. — Do Rio de Janeiro ao Paraná. URTIGflO URERA SUBPELTATÀ Miq.. Urera alceaefolia Gaudich. Fam. das Urticaceas Da casca se faz extracto ou chá para o tratamento das affecções pulmonares, fornecendo a planta matéria para fabrico de papel, sendo ainda forrageira. — São Paulo e Paraná. URUBU Qm ARISTOLOCHIA TRILOBATA Linn. Fam das Aristolochiaceas Raiz tónica, amarga, diurética e febrífuga. Passa par abortiva. — Pará. URUCÚ BIXA ORELLANA Linn. Fam. das Bixaceas Uma das plantas mais conhecidas pelo emprego que têem seus fructos, como condimento. Com a polpa das seg- mentes, de cheiro esquisito, os Índios se pintam, não só para se fazerem bonitos, como para evitarem os mosquitos. A madeira é leve e empregada pelos índios para tirar fogio. Também é chamada achioie e açafroa, na Bahia. Passa por anti-febril a m|assa do urucú e as sementes são estomachicas ; a raiz, dizem, é digestiva. A nov. spec. Hub, é arvore de i o a 15 metros de alto, tronco de 20 a 30 cms. de grossura. Esta espécie bení distincta do género Bixa, considerado até aqui como mo- notypioo, é um dos endemismos interessantes das mattas do Pará. — Todo o Brasil. URUCURflnfl HIERONYMA ALCHORNIOIDES Fr. Ali. Fam. das Euphorbiaceas Arvore de bello aspecto, duramen de cor amarello^- clara, muito egual ou arroxeada, com manchas averme- lhadas; fibras finas. — 339 — Conhecida por iirucurana de leite, com a variedade urucurana-mirim ou de prego. PESO ESPECIFICO: 851, 1034 D. N., Mello, 867, 1090 D. V., 707, 779 R. ; urucurana-mirim —^â^g, 939 R. RESISTÊNCIA : ao esmagamento, com car^a perpen- dicular ás fibras 185; parallela 494; sem determinação — 851 D V. EMPREGOS : carroceria, esteios, postes, logares hú- midos, marcenaria, vigas, obras em agua salgada; dor- mentes de primeira qualidade. Produz matéria corante roxa e resinosa, com applicações therapeuticas. — Rio de Janeiro e S. Paulo. uRLicuRnnfl SLOANEA DENTATA Linn. Fam. das Eiaeocarpaceas Familia essencialmente tropical, vivendo em dois cen- tros vegetativos — um no Brasil, com o género Sloanea e outro no Japão com o género Elaeocarpus. Conta toda 7 géneros, com cerca de 120 espécies, havendo no Brasil só dois Sloanea e Muntingia com 36 es- pécies. A madeira é quasi toda sem emprego, porque só a Aristotelia maqui-, no Chi li, tem fructos comiveis e madeira muito bonita. No Amazonas ha a espécie acima. URUCURflnfl CROTON URUCURANA Baill. Fam. dos Euphorbiaeeos Madeira para construcções civis, obras internas, mar- cenaria, carpinteria, construcção naval, obras externas, es- teios, dormentes, carroceria, obras hydraulicas, canoas, mon- tarias, tinturaria. A casca serve para o cortume. PESO ESPECIFICO: 851 a 1090 R. RESISTÊNCIA : ao esmagamento com carga perpen- dicular ás fibras 185; parallela — 494; sem determinação — 851. — Da Bahia ao Rio Grande do Sul. -" 340 — URUCURy ATTALEA EXCELSA Mart. Fam. das Palmaceas Palmeira de 20 a 30 metros de alto, dando fructos em grandes cachos, comiveis, alimenticios ; fornece fibras pre- ciosas para chapéos, esteiras e azeite para illuminação. Conhece-se por oariciirii uricury e em Pernambuco é ari- óurê. Os cocos servem para defumação da borracha, sen- do os melhores, por causa do creosoto, que se desprende com o fumo. — Amazonas, Pará e Pernambuco. U\7Á Madeira dura e forte, mas não resiste exposta ao tem- po; racha facilmente. E' empregada em obras que requerem resistência. — Rio Grande do Sul, EUGENIA ARRABIDEA Berg.. E. Uvalha Comb. Fam. das Myrtaceas Piruetas saborosas, acidas, e acido-adocicadas, pró- prias para o fabrico de sorvetes. Ha de dous tamanhos, sendo, também, chamadas uvalha^ em S. Paulo e abaia, no Pará. — Minas Geraes, S. Paulo e Pará. UaSSOURfl DODONOEA VISCOSA Jacq. Fam. das Sapindaceas Arvore de pequeno desenvolvimento, produzindo le- nho pardo, escuro, veiado e manchado de preto, fibras muito eguaes, direitas. Emprega-se em obras internas e externas, moirões, taboado, carvão e lenha. — Em todo o Brasil, 341 \7EhfímE MACROSIPHONIA VELAME Mui!. d'Arg. Fom. das Apocynaceas A deciocção da^ raizes é reputada depurativa e anti- syphilitica. Planta de ornamentação. — De S. Paulo ao Rio Grande do Sul, Goyaz e Minas Geraes. yEhrifDE DO GPimPO CROTON CAMPESTRIS St. Hil. Fam. das Euphorbiaceas Produz um polvilho muito usado para cicatrizar feri- das de mau caracter e bem assim, internamente, contra veneno de cobra. Toda a planta é depurativa, anti-syphi- litica, anti-darthrosa, anti-rheumatica; muito recommenda- da nas moléstias de pelle, eczemas, e engorgitameaitos) dos ganglios. A raiz é purgativa, sudorífica, diurética. As folhas resolvem as adenites inguinaes e as escrophulosas. — Ceará, Alagoas e Paraná. \7EhhUDin5P. GUETTARDA URUGUENSIS Cham. e Schl. Fam. das Rubiaceas Madeira para caibros, lenha, moirões; o fructo é comi- vel. — Da Bahia ao Rio Grande do Sul. UmflGRElRfl HIBISCUS BIFURCATU5 Roxb. Fam. das Malvaceas Fornece fibra considerada egual ou superior ao câ- nhamo e é chamada, também, caruru azedo, fatifan. As folhas são comiveis. — Do littoral do Pará e Pernambuco, Fernando de Noronha a S. Paulo. 342 uinoíiTico Família das Leguminosas, sub-fam. das Mimosas Enterolobiam ellipticum BENTH. PESO ESPECIFICO: 482, 613 K., 574 M. V., 705, 662, 663 M. M. RESISTÊNCIA : ao esmagamento, com carga perpen- dicular ás fibras; 86 M. M. ; parallela 317 M. M. ; sem' determinação — 570 D. V. Serve para construcção naval, mobílias de luxo, tor- no, esquadrias, marcenaria, carpinteria, obras externas, ta- boas de forro. Vinhatico anmrello — ECHIROSPERMUM BALTHA- ZÂRII FR. ALL. Duramen amarello, com veios escuros. PESO ESPECIFICO: 613 a 667. RESISTÊNCIA: ao esmagamento, com carga perpen- dicular 545; parallela 317; sem determinação 545 a 570. E' própria para tecidos de luxo, cornijas, filetes e molduras. Não desmerece tão rapidamente como o mogno da Jamaica; não se torna escuro pela acção da luz como aquelle, que chega a adquirir a côr sombria do jacarandá preto. Vinhatico de algodão ou vinhatico orelha de macaco. PESO ESPECIFICO: 460 R., 567 B. C. Vinliatico de boi ou vinhatico testa de boi. PESO ESPECIFICO: 757 R., 663 D. V., 595 B. C, 718 H. Vinliatico de espinho PITHECOLOBIUM TORTUM MART. Arvore pequena, espinhos axillares, solitários ou gé- meos, servindo a madeira para obras internas. E* de lei, para cabos de ferramentas, marcenaria e torno. Vinhatico do cantpo - PLATHYMENIA RETICU LA- TA BENTH. Vinhatico do matio — ACÁCIA MALEOLENS MART. Serve para construcção civil e marcenaria. - 343 — UiSGOElRO- PARKIA PÊNDULA Benth. Fem. das Leguminosas, sub-fam. das Mimosas Arvore de lenho branco, tecido frouxo, leve, com pouco uso, além do que se faz para o fabrico de caixasj de assucar e para taboado. A casca serve no cortume, por conter regular porcentagem de tannino. Das vagens ma- duras se extráe uma espécie de gomma viscosa, de que se usa para apanhar passarinhos. E*, também, chamado muyrarena ou murariena. — Pará, Alagoas e Sergipe. \ New York Botanical Garden Library QK98.4 .T42 gen Teixeira da Fonseca/Indicador de madeira 3 5185 00095 0624 ''^%^} ^ New York Botanical Garden Library 3 5185 00232 5684 ^if •«Anrr 'O^-.j' •^WPttf ^11