PHYSICA: 4. Parecer sobre o «Novo instrumento de sondagens» do sr. Henrique de Lima e Cunha — por Adriano Augusto de: Ping: Vidal. cs ss | Novo instrumento de sondagens — por Henri- que de Lima e Cunha “cc vo pec... voo vor 0 o cio e BoTANICA: 4. Apontamentos para o estudo da Flora Portugueza — pelo Gonde de Ficalho (continuado do num. xx11) ZOOLOGIA: 1. Études sur les insectes d'Angola qui se trouvent au Muséum de Lisbonne — par |" Abbé de Marseul et Dr. Manuel Paulino de Oliveira ........... 2. Diagnoses de duas especies novas de «Francolius» —par J. V. Barboza du Bocage “co vo nn. q a 0 0 + 13 25 37 e , PHYSICA À, Parecer sobre o «Novo instrumento para sondagens» | do sr. Henrique de Lima e Cunha * POR ADRIANO AUGUSTO DE PINA VIDAL 4.—A topographia submarina, muito pouco conhecida ainda, in- teressa não só ao geologo, como ao engenheiro encarregado dos traba- lhos maritimos, principalmente quando se trata do relevo do terreno a distancias limitadas das costas. O estabelecimento dos cabos transatlanticos, que permittiram tro- car a palavra atravês do mar entre continentes múito afastados, exigiu porém o conhecimento mais perfeito do fundo do Oceano, e conduziu notaveis officiaes de marinha a aperfeiçoarem os meios de Br primitivos e imperfeitissimos. A sondagem maritima tem dois fins distinctos: 4.º medir a pro- fundidade do mar; 2.º trazer à superficie amostras das camadas soli- das do fundo. O sr. Lima e Cunha apenas se oceupou do primeiro, unico que - apresenta serias difficuldades. Nós faremos o mesmo n'uma breve re- senha dos diversos systemas de sondagens, com a qual precedemos a analyse de que fomos encarregados. 2.— Podem classificar-se em dois grupos os processos de sonda- gem executados e propostos; compreendendo no primeiro grupo todos aquelles que medem directamente as profundidades, e no segundo aquel- les nos quaes, por diversos meios, mais ou menos rigorosos, se procu- rou dispensar aquella medição. 1 Este parecer foi approvado e mandado imprimir em sessão de 4.º classe de 23 de janeiro de 1879. JORN. DE SCIENC. MATH, PHYS. E NAT. N. XXV. 1 2 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS 3.— O systema primitivo de sondagem consistia em lançar no fundo uma grande bola ligada a um fio ou arame forte, que se desen- rolava de um cylindro. Admittia-se que o peso tinha descançado no fundo, quando o cylindro cessava de girar; porém provavelmente ti- nha-o feito muito antes, e o fio continuava a desenrolar-se actuado pelas correntes inferiores. Demais o navio podia ser arrastado por cor- rentes superiores, dando assim ao cabo uma direcção obliqua; final- mente, este cabo actuado por duas correntes sobrepostas de sentidos contrarios podia curvar-se em 5. k.— Estes inconvenientes remediaram-se em parte em diversos ap- parelhos, pertencentes ainda ao primeiro grupo. Quasi todas as gran- des sondagens americanas foram feitas com o apparelho de Brooke, official de marinha dos Estados Unidos. O apparelho de Brooke consta de uma bala de 64, pesando 30 kilogrammas, atravessada de um lado a outro por um canal cylindrico, no qual passa livremente uma haste de ferro AB, fig. 1: esta haste tem inferiormente uma cavidade cylindrica onde se introduz cebo, e na parte superior é articulada com duas peças terminadas em forquilhas. PHYSICAS E NATURAES 3 Estas peças estão ligadas ao cabo como indica a figura, e nas forqui- lhas entram argolas, em que terminam dois fios de ferro, presos a um disco furado, collocado na parte inferior da bala. Com esta disposição, em quanto o systema está suspenso, as peças de forquilha conservam-se levantadas supportando a bala; porém logo que a haste AB toca no fundo, o peso da bala faz inverter a posição das peças de forquilha, fig. 2, e a bala torna-se livre. Para evitar o incommodo e a dificuldade de medir o comprimento da 'porção desenrolada do cabo, lembrou deduzir a profundidade do tempo gasto pelo peso em chegar ao fundo, recorrendo a tabellas pre- viamente construidas. Este systema foi aperfeiçoado, addicionando ao apparelho um mo- linete A, fig. 3, o qual communica o movimento a diversos ponteiros D, por meio de um parafuso sem fim B, rodas dentadas C, e seus carretes indicados na fig. 4, que representa parte do apparelho em muito maior escala. O movimento em sentido contrario é impedido com um escapo, de modo que o molinete gira quando o appareiho desce, e fica preso quando sobe. h JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS As rodas e os seus ponteiros estão fechadas numa caixa com tampa E, fig. à. 5.— Imaginou-se tambem applicar a electricidade às sondagens, dispondo as coisas de modo que na occasião de o peso tocar o fundo se fechasse uma corrente, encarregada de activar um electro-iman, cuja armadura, sendo attraida, prendesse um carrete, impedindo que se soltasse mais fio. O apparelho, proposto pelo sr. Hedouin, consta de uma especie de torno, fig. 5, no qual se enrola um cabo formado de dois fios per- Fig. 5 feitamente isolados um do outro. As extremidades dos fios, Be €, correspondentes à parte enrolada do cabo, estão separadas, atraves- sam o eixo do torno e communicam com os polos de uma pilha: as outras extremidades D, tão proximas como o estão os fios em toda a extensão do cabo, apesar do isolamento, ligam-se ao peso, que é dis- posto de uma maneira especial. Consta o peso de duas partes, como se vê representado na fig. 6; sendo uma d'eilas D E ligada invariavelmente ao cabo, e a outra F sus- pensa da primeira por uma bolça flexivel G e uma haste metallica. Os dois fios estão descobertos na parte inferior; porém a bolça im- permeavel não deixa penetrar a agua. À parte F é a primeira a assen- PHYSICAS E NATURAES 5 tar no fundo; depois desce a outra; os fios tocam n'uma peça metal- lica, fechando o circuito da pilha. N'este circuito está o electro-iman, fig. 7, que attraindo o escapo MN, prende a roda P ligada ao eixo do carrete, impedindo assim a continuação do movimento do torno. Ni ER A Fig. 6 D'este modo o cabo não pode continuar a desenrolar-se, e resta apenas medir a porção desenrolada, o que é muito facil. 6.— Como especie de transição entre os 'apparelhos dos dois gru- pos, mencionaremos, mais pela originalidade da idéa do que pelo rigor dos resultados da sua applicação, o bathometro de Siemens, inventado por occasião do assentamento dos cabos submarinos, nas aguas pro- fundas. Este apparelho é destinado para dar a profundidade da agua do mar, sem mergulhar nella, e conservando-se sempre suspenso na tolda do navio. Funda-se em que a attracção terrestre sobre os corpos collo- cados à superficie, sendo proporcional à densidade das camadas do globo, deve ser maior sobre as partes solidas do que sobre as liquidas, visto que a densidade da agua do mar é proximamente 1,026, em quanto que a da crusta solida do globo é de 2,75; por conseguinte à super- ficie do mar a attracção será tanto maior quanto menor for a profundi- dade do liquido. Assim pois, um corpo sustido por uma mola deter- minará nella differenças de tensões, das quaes se poderá deduzir a pro- fundidade da agua. 6 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS O apparelho de Siemens, fig. 8, consta es- sencialmente de uma comprida columna mercu- rial, contida n'um tubo de cobre ligado em am- bas as extremidades a grandes tinas pouco pro- fandas, sendo a inferior fechada com uma folha de aço semelhante à que se emprega nos baro- metros aneroides. O peso d9 mercurio é equi- librado no centro d'aquella folha pela força elas- tica de boas molas espiraes de aço, de extensão vertical egual à altura da columna mercurial. As variações da pressão atmospherica não influem nas indicações do instrumento, por isso que aquella pressão exerce-se em baixo e em cima. O tubo é adeigaçado superiormente, para que os movimentos do navio não produzam os- cillação muito apreciavel no mercurio. Uma sus- pensão de Cardan, collocada acima do centro de gravidade do instrumento, permitte que este tome sempre a posição sensivelmente vertical. Tudo se reduz pois a medir as variações de comprimento das molas d'aço. Faz-se isto com uma corrente electrica, estabelecida entre a extremidade de um parafuso micrometrico e n o centro da base da tina inferior. O passo do Fig. 8 parafuso e as divisões da sua circumferencia são taes que cada divisão representa a variação da gravidade devida a uma differença de profundidade egual a uma braça. Tem-se empregado ultimamente um systema de leitura muito mais simples, addicionando ao instrumento na parte superior um tubo de vidro espiral, communicando com o mercurio por meio da agua. Às variações do nivel da agua dão, por uma graduação especial, a mu- dança da profundidade do Oceano. Apesar dos serviços que este instrumento presta aos maritimos, indicando-lhes immediatamente a passagem de um alto fundo para um baixo, ou vice-versa, elle não pode substituir com rigor as sondas, que dão uma distancia vertical, em quanto que o bathometro de Sie- mens, influido por todas as rochas do fundo, dá apenas a profundi- dade média nas proximidades do ponto acima do qual fluctua o navio com o instrumento: todavia alguns resultados obtidos com elle, e com- parados aos de uma sonda ordinaria. não se afastam muito da verdade. TONE PHYSICAS E NATURAES 7 7.— Os apparelhos do segundo grupo, a que pertence o novo in- strumento do sr. Lima e Cunha, devem como os do primeiro ser leva- dos ao fundo do mar; porém elles não medem directamente a profun- didade, e apenas registram, por diversos artifícios, a pressão maxima a que foram submettidos. Esta idéa não é nova: teve-a ha vinte annos o professor Colladon ; foi aproveitada ha poucos annos pelo dr. Fol, e no anno findo pelos srs. Lima e Cunha e Thompson. O apparelho imaginado pelo sr. Colladon era um simples tubo thermometrico com o reservatorio cheio de agua, e a haste cheia de mercurio. O apparelho proposto pelo sr. Fol é um pequeno balão de vidro, fig. 9, cheio de agua ou de ether, em communicação por uma Fig. 9 abertura quasi capillar com um pequeno reservatorio contendo mercu- rio. Este liquido deve attingir aquelia abertura capillar, ou o extremo da haste do thermometro, se nos referirmos ao apparelho de Colladon, na temperatura presumivei da agua no fundo, e recebe directamente na parte superior a pressão d'esta agua. Assim, quanto maior for esta pressão mais se comprimirá o liquido do balão e maior será a porção de mercurio recebido n'elle: o peso deste liquido mede por conseguinte a pressão maxima que sofireu o instrumento. 8 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Diz o dr. Fol que na profundidade de 4260 metros a quantidade de mercurio que passaria para um recipiente contendo um litro d'agua seria de 19,5 centimetros cubicos. Empregando o elher, que é mais com- pressivel e tem menor coefficiente de dilatação, a cosspressão n'aquella mesma profundidade seria de 44 centimetros cubicos. Estes apparelhos, ainda não experimentados segundo cremos, são bastante simples, mas exigem muitas correcções: é preciso attender à compressibilidade do vidro e do mercurio, assim como à temperatura do fundo, que se obtem com thermometros registradores ligados à sonda. 8.-—0 apparelho ! imaginado pelo capitão Lima e Cunha é um vaso conico de metal, que se suspende pelo vertice, e cuja base é cri- vada de orifícios para deixar entrar a agua do mar. No eixo do cone existe uma vareta de prata, que se enegrece à superficie mergulhando-a em acido nitrico, a fim de se formar uma tenue camada de nitrato de prata. O apparelho está cheio de ar na pressão de uma «tmosphera; por conseguinte à proporção que desce na agua este liquido entra pe- los orifícios do fundo, comprimindo o ar, e ataca o nitrato de prata que converte em chloreto. Conhece-se a altura maxima a que subiu a agua salgada, dentro do apparelho, pela côr branca da parte atacada da vareta. É certo que esta côr do chloreto de prata formado pela reacção da agua salgada, torna-se roxa depois de algum tempo de exposição à luz; mas ainda se destingue bem da côr negra do resto da vareta. D'este modo a porção da vareta ainda enegrecida, representa o eixo do cone recto a que foi reduzido o volume do ar na pressão do fundo, e serve para calcular por uma formula simples esta pressão e por tanto a profundidade. Designando por Ve Ho volume e altura do dito e por V' e H' o volume e altura do cone, a que foi reduzido o ar, e advertindo que os volumes de cones semelhantes estão entre si como os cubos das linhas homologas, tem-se suppondo o apparelho convenientemente lastrado, para que se conserve sempre vertical. ! Este apparelho, assim como a memoria do inventor, foi apresentado à 1.º classe da Academia Real das Sciencias, pelo fallecido socio de merito, o sr. Daniel Augusto da Silva, em sessão de 2 de maio de 1878. RR O... PHYSICAS E NATURAES 9 Admittindo, segundo a lei de Mariotte, que os volumes Ve V' da mesma massa de ar estão na razão inversa das pressões, avaliando as pressões em atmospheras, e representando por P a pressão no fundo 2 mar, é = V PER (2) por conseguinte Pale 140 H3 cc... 9 0 06 (3) Representando por 4 a altura da columna d'agua do mar, corres- pondente à pressão da atmosphera, tem-se, na profundidade X que se procura, Xqat p= Ra) Substituindo este valor na formula (3) vem afinal por tanto Esta é a formula que dá a profundidade: comprehende-se bem que se pode dispensar o calculo, tendo previamente construido uma tabella de correspondencia entre os valores de X e os de H, visto que A e H são constantes. A altura a que a agua salgada subiu no interior do cone tem, em cada experiencia, o valor de H— H. Para que o instrumento conserve a posição vertical, como se sup- poz na deducção da formula, emprega o auctor dois pesos ou lastros separados e suspensos da base do cone por tres anneis n'ella collocados, e ainda recorre ao uso de uma boia superior ao annel de suspensão do apparelho. Finalmente, sendo insufficientes estas disposições quando se preten- da, o maximo rigor nos resultados, que comporta este genero de me- dição, lembra o sr. Lima e Cunha substituir o arame de prata por um 10 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS segundo cone de folha de prata ou de folha de cobre prateada, concen- trico com o apparelho e com toda a-altura d'elle, porém de menor base e ligado à tampa movel. Sendo a superficie convexa d'este segundo cone enegrecida pela immersão no acido nitrico, é claro que a altura attingida pela agua salgada ficará registrada como o era na vareta por uma reacção chimica, sendo o limite superior da reacção um circulo ou uma ellipse, conforme o instrumento se tiver ou não conservado na posição vertical. Tudo se reduz depois, para usar da formula ou das ta- bellas, a calcular directamente o volume reduzido do ar, ou a determi- nar 0 volume do cone recto equivalente ao cone obliquo indicado so- bre a superficie da folha de prata. 9. — Antes de fazermos a critica do apparelho do sr. Lim a e Cunha devemos notar que muito depois delle ter sido apresentado tivemos conhecimento de um outro fundado no mesmo principio, e imaginado pelo sr. W. Thompson, posteriormente, segundo cremos, ao invento do nosso compatriota. O apparelho de Thompson é um tubo de crystal cheio de agua, fechado superiormente e aberto na parte inferior, que é preparada com prussiato roxo de potassio: o tubo está metido em outro de cobre, fe- chado em baixo e aberto em cima, contendo sulfato de ferro. A pressão externa obriga este sal a subir no lubo de vidro; os dois saes reagem e a coloração azul de Prussia indica a altura a que a agua subiu, altura medida n'uma escala graduada annexa ao instrumento. 10. — Resta-nos fazer a analyse do apparelho do sr. Henrique de Lima e Cunha. Pondo de parte algumas difficuldades puramente praticas, que o auctor certamente vencerá, e algumas das quaes elle resolveu Já, te- mos que observar, n'esta tão engenhosa concepção do nosso compa- . triota e antigo condiscipulo, o seguinte: 1.º A lei de Mariotte não pode ser applicada com confiança; por- que a temperatura correspondente aos volumes Ve V' não é a mesma, e deve offerecer grandes differenças. E possivel todavia fazer a correc- ção respectiva, visto que se conhece hoje meio bastante perfeito de re- gular a temperatura da agua em qualquer profundidade do Oceano. A formula (4) subsiste ainda; porém a formula (2) deve ser mo- dificada do modo seguinte : Sendo tet' as temperaturas da superficie e do fundo, e « o coef- ficiente de dilatação do ar, o volume V' na temperatura t do volume PHYSICAS E NATURAES 14 V será V[1-+«a (t—t)]; por tanto a equação (2) deve ser substituida pela seguinte P V 4 vilre(—s)) e substituindo por o seu valor dado pela equação (1) tem-se afinal H: HS [ro(t—t!) | A por tanto : H3 A=A|—-———— — — 1 ........ asa (5) Para avaliarmos a influencia d'esta correcção fizemos o calculo . H - 7 . para diversos valores de RE e suppozemos, o que não será muito longe da verdade, 4==10"!, e i—1/'==10º2. O coefficiente « é como se sabe egual a 0,00366, valor do coefficiente de dilatação do ar em vo- lume variavel e pressão constante. O quadro seguinte indica os resultados. a GS SO, PR io e PAD Asi Mil Ops o cpa 3 CRE A ADO ao Ba As O va SRD 10 A Sos OSO cin cs 607 , 23 E o-008 an Aa Joc. 44 E aba a a RO 2035 75 To abro ob PA OBA aa SEA) ole Co ia e 121 toe a a (Da HO2O ada 181 E ee MasQu MZ ao 258 o NO e pr 9990! BT a BR) 10 sr. Lima e Cunha adoptou o valor 10,065. Nós despresamos a frac- ção apenas n'este calculo, para facilidade Gas operações. 2 Este valor de t — t! varia um pouco com a profundidade, mas para esta apreciação basta considerar um valor médio. Assim, se suppozermos aa 1,a formula (4) da X==0, que é a verdade, e a formula (5) dá X=— 37,53. O resultado negativo mostra bem que os da- dos da questão foram mal estabelecidos; porém se na mesma formula substi- tuimos 4 — t==0, achamos ainda X==0. 12 JORNAL DI SCIENCIAS MATHEMATICAS As differenças crescem muto no seu valor absoluto, mas decres- RAN ul cem um pouco em relação ao valor de X correcto desde + até oq * Para os valores do quadro. É certo que o valor do coefficiente de dilatação « depende um pouco da pressão, porém a correcção seria muito difficil de fazer e não teria grande importancia. A applicação da formula (5) exige por tanto que o instrumento seja acompanhado de um thermometro registrador da temperatura do fundo. As tabellas feitas devem ser duas entradas: uma para os valores de HW, e outra para os de i—r'. 2.º Em rigor a temperatura t' não deve ser a do fundo do mar, mas a do ar fortemente comprimido dentro do apparelho. D'esta com- pressão resulta aquecimento; porém attendendo a que o apparelho tem paredes metallicas delgadas, pode suppor-se que o ar adquirirá no fim de pouco tempo a temperatura ambiente, e assim torna-se inutil a cor- recção, que apontamos, a qual seria todavia das mais faceis de fazer. 3.º É preciso attender tambem ao effeito da compressão sobre o apparelho, o qual deve diminuir de capacidade no fundo do mar. Esta correcção depende do valor da pressão P, que não se conhece, mas que se pode determinar aproximadamente em primeiro logar, sem fazer a correcção. 4.º O valor de À não é constante, depende evidentemente da den- sidade das camadas do Oceano, densidade variavel com a temperatura, que se pode medir, e com a pressão, que é desconhecida. Como porém estas medidas não são susceptiveis de grande rigor, pode tomar-se para A um valor médio, previamente calculado. 11. — Concluindo, somos de parecer, apesar das reflexões que fize- mos, que o apparelho do sr. Lima e Cunha não é inferior aos outros, que pretendem medir a profundidade pela pressão, visto que todos el- les apresentam as mesmas difficuldades e exigem correcções identicas; porém o apparelho novo é sem duvida muito mais simples e menos exposto a desarranjos. É pois ju-to e conveniente que se torne publica a idéa do auctor, mandando a Academia publicar o seu manuscripto. Lisboa 23 de janeiro de 1879. PHYSICAS E NATURAES 13 Novo instrumento para sondagens POR HENRIQUE DE LIMA E CUNHA A sondagem do mar em grandes profundidades, ou em logares atravessados por correntes rapidas, não pode ser exacta pelo modo or- dinario, pois que a linha de sonda, pela maior ou menor obliquidade ou curvatura que necessariamente deve experimentar, não é egual à vertical comprehendida entre a superficie do mar e o fundo. Recorrendo aos effeitos da pressão da agua sobre o ar contido em um reservatorio é possivel atingir maior grau de exactidão, pela me- dição exacta de volume minimo a que o ar é reduzido pela pressão. O apparelho adiante descripto satisfaz às condições necessarias para que seja facil e exacta a medição do volume minimo a que, em uma determinada sondagem, é reduzido o volume total e conhecido do ar contido no apparelho. Consiste o instrumento em um cone recto de iolha de cobre, tendo a base fechada por uma tampa do mesmo metal, que se liga ao cone por meio de uma roses, a fim de poder ser removida quando for neces- sario. À tampa ou base movel do con3 tem seis pequenos orifícios de um millimetro de diametro, que permiitem o ingresso da agua do mar no interior do apparelho, e na face superior sustenta um arame de prata pura de dois millimetros de diametro, soldado no centro da tampa, e que, erguendo-se perpendicularmente a esta, occupa o eixo do cone. A figura 1 representa o instruriento e a figura 2 a tampa separada deste. 14 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS | | | | | Nena IR e | | ' Es SE q N === 1 ! ESSES Retna cena Fig. 1 Fig. 2 Para collocar o instrumento em estado de funccionar oxyda-se o arame de prata, molhando-o com acido azotico, do que resulta ficar coberto por uma tenue camada de azotato de prata. Roscada a tampa na base do cone e suspenso este pelo annel ou argola que tem na parte superior ou vertice do cone, como o indica a figura 4, lastra-se em seguida por meio da addição de dois pesos ou lastros separadas, e suspensos da base do cone pelos tres anneis collo- cados no perimetro exterior da base do mesmo, conforme indica a fi- gura 3, collocando além disto uma pequena boia acima do annel de suspensão, a fim de que o apparelho conserve sempre a posição verti- cal e della não seja desviado facilmente, ainda depois de ter o lastro inferior tocado no fundo. Logo que o apparelho se lança no mar e começa a descer, a agua salgada penetra pelos orifícios da base do cone, e sobe no interior do instrumento a uma altura que depende da pressão, e por tanto da pro. PHYSICAS E NATURAES undidade a que o instrumento desceu. A agua sal- gada reage sobre a tenue camada de azotato de prata que cobre o arame collocado no eixo do cone, tor. nando-o perfeitamente branco pela producção do chloreto de prata em toda a extensão immergida. Retirado o instrumento do mar examina-se o ara. me de prata, que indica pela extensão que se acha embranquecida a altura que a agua atlingiu no in. terior do cone, e da qual se conclue a profundidade a que o instrumento desceu. Deve notar-se que a côr branca do chloreto de prata formado pela reac ção da agua salgada, se muda em côr violeta depois de algum tempo de exposição à luz; mas fica ainda perfeitamente distincto o nivel alcançado pela agua no interior do cone. As formulas pelas quaes se determina a profun- didade em funcção da altura do cone recto, occu - pado pelo ar comprimido, são simples. Posto que a densidade da agua do mar seja va- riavel, computa-se em 10”,675 a altura da columna de agua do mar equivalente à pressão de uma atmo- sphera. Chamando 4 a este valor, ou âquelle que, em sondagens rigorosas, se deduzir da densidade do mar no local das sondagens, teremos que, à pro- fundidade P, a pressão avaliada em uma columna de agua salgada expressa em metros será Chamando H à altura ou eixo do cone recto que con- stitue no instrumento o reservatorio de ar e H' a al- tura ou eixo do cone recto occupado pelo ar com- primido na profundidade P teremos psp: q Ate 7 ou HS:HB:: AAA P 15 16 JORNAL DE SCIÊENCIAS MATHEMATICAS sendo estas proporções estabelecidas attendendo a que os dois cones rectos, sendo semelhantes estão entre si como os cubos das linhas ho- mologas, e que os volumes do ar contido no instrumento estão entre si na razão inversa das pressões. D'aquella proporção se deduz: 3 A H' = mean FE A+P e no caso de ser A==10",065 teremos: Fi ERRO AV ORA H=H V 10,065 10,065 + P Esta equação permitte-nos a construcção de uma tabella ou de uma escala que facilita extremamente o uso do instrumento, pois re- tirado o apparelho do mar confronta-se rapidamente o arame de prata com a escala, lendo-se logo a profundidade correspondente à extensão sobre a qual reagiu a agua salgada embranquecendo o arame, e que tem por expressão: H— H' Como a tampa é roscada na base do cone facilmente se remove para examinar 0 arame, e querendo continuar a sondagem limpa-se o arame com um panno grosso, e molha-se de novo com acido azotico. As vantagens d'este instrumento são: 1.º servir para sondagens successivas limpando o arame e molhando-o de novo com acido azo- tico ou, querendo maior rapidez, usando de duas tampas com os res- pectivos àrames, para que um se prepare em quanto o outro está func- cionando no instrumento; 2.º ser muito singela a sua construcção por actuar como registrador a propria agua do mar, notando-se que O azo- tato de prata é o unico sal, sobre o qual a agua do mar reage prom- ptamente produzindo-se assim um signal ou vestígio distincto; 3.º per- mittir, pela fórma conica do reservatorio do ar que o instrumento seja applicavel a sondagens de profundidades mui diversas, e até as maxi- mas profundidades do Oceano, o que não seria exequivel com um re- servatorio cylindrico; 4.º permittirem os pequenos orifícios da base a entrada da agua sem que se produzam movimentos bruscos que torna- riam inexastas as indicações do instrumento. Para melhor se apreciarem as variações das alturas marcadas no arame de prata em differentes profundidades, apresentam-se os seguin- tes resultados da applicação da formula. PHYSICAS E NATURAES 47 A+P a um modelo construido para experiencias e no qual o eixo H tinha a extensão de 5197,26. Profundidades Valores de H — H' em milli- em metros metrcs, isto é, alturas da agua no interior do cone DeRose do apoio jo ci Rojo apala O) ep elit a o oba io 66,3 O A AR 106,6 DSP o cg o eéeios PAN fp 136,1 SO) e a DEDE Cao Puente ra ... 158,6 ED aj EPE DO AO Rd, 176,7 DD SR ee ro O 191,7 E e O PRE Da a 204,2 BO SE o o Pra O esto ro. 215,0 A Edo O CS SA PRE je da Da co 224,5 E QDO dltlatiajo oia o atoito, agia efa pod ca ba 233,0 Do É QE CE O BRR ERA o ore É iG o 240,5 GONII. E SAN AR 246,9 (Db 259,4 TD ER A SRD 299,14 Cs o bo Bio De E O la RA Aveia Ds Cá ». 264,3 SONS BUS Pd RR ARA o Ca 269,1 ER DD AO ae GR Aba ONA o O SA bao aa 273,9 SONS a NI E AME Le sato o 271,2 ERAS od o eso E GL ADRAÇ R 281,6 OO Eta Sd e 285,3 PAULO EM PR E ARRUDA DE a DA A A a 330,6 ROO DERA RE So a dn h07,2 AQOORDE SS O a A Rae o 430,4 SOON SR Mo da ARNO aos oe afalta ção h47,3 É evidente que o emprego do apparelho descripto, suppõe que o eixo do cone se conserva vertical, não só durante a descida mas prin- cipaimente depois de chegar ao fundo do mar. Parece que o emprego de dois lastros separados e de uma boia collocada acima do annel de suspensão, garantem sufficientemente a posição vertical ao instrumento, JORN. DE SCIENC. MATII. PHYS. E NAT.— N. XXV 2 18 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS como mostra a figura 3; mas nos casos em que for necessario ter e maxima confiança nas indicações do instrumento, podemos obter por uma ligeira modificação um instrumento mais perfeito. A modificação consiste simplesmente em substitnir ao arame de prata um cone recto de folha de prata ou de folha de cobre prateada pelo galvanismo, concentrico ao que forma o corpo do apparelho e com egual altura, ligado pela base à tampa movel como mostra a figura 4. ER) sa, - = Rs Rana mem e el meré mm Fig. 4. A superficie convexa d'esta pyramide conica é molhada com acido azotico, ficando assim coberta com uma ligeira camada de azotato de prata. Deve advertir-se que o interior d'este cone deve egualmente com- municar pela base com a agua, para que não seja esmagado pela pres- são, para o que a tampa terá dois orifícios na parte que corresponde à base d'este cone. immergido o apparelho na agua do mar a parte convexa do cone interior ficará branca, pela producção do chloreto de prata, na parte que for tocada pela agua salgada, sendo o limite superior deste ves- tigio um circulo 01 uma ellipse, conforme o eixo do instrumento se tiver ou não conservado vertical. Como para calcular a profundidade, é apenas necessario saber o volume primitivo do ar contido no instrumento, reduz-se o problema ou a determinar directamente este volume, ou a buscar o volume do cone recto equivalente ao cone obliquo, indicado sobre a superficie da folha de prata, para em seguida se usar da formula PHYSICAS E NATURAES 19 H=m/À A+P ou das tabellas ou escalas calculadas. Um ou ontro processo é tanto mais facil, quanto é possivel con- servar sem alteração as superfícies marcadas pela agua do mar, e sul- meitel-as opportunamente a medição rigorosa. Quer se empregue sim- plesmente o arame collocado no eixo do core ou um cone concentrico, as dimensões mais convenientes do reservatorio de ar ou cone exterior são; meio metro de altura e angulo das geratrizes 30º. Quando o in- strumento tiver um cone concentrico interno, terá este a mesma altura e o angulo das geratrizes será de 18º, como indica a figura 4. Quando porém se tiver em vista sondar as grandes profundidades occeanicas, convirá empregar uma pyramide conica de maiores dimensões. Por uliimo deve notar-se que, suspendendo o lastro inferior por meio de uma tesoura, disposta de modo que o abandonasse ao tocar o fundo, o apparelho voltaria à superíicie, dispensando a linha ou fio de suspensão. Lisboa 3 de abril de 1878. 2() JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS 2. Sobre a deducção da formula que dá a densidade dos solidos e dos liquidos POR CARLOS AUGUSTO MORAES DE ALMEIDA 1.—Nos tratados de physica apresenta-se a formula P À P D=[ d+» (1— Ro diko a) para calcular a densidade dos solidos e liquidos na temperatura zero, sendo P(1—:), P'(1—=) os pesos apparentes de volumes eguaes do corpo e da agua na temperatura da experiencia, de p as densidades da agua e do ar em relação à agua tomada a 4º, : o coefficiente da corre- ção nos pesos padrões, devida à impulsão do ar, e k o coefficiente mé- dio de dilatação da substancia a que se refere a densidade. Tres methodos se costumam empregar para achar os valores de PeP': o da balança hydrostatica, o do frasco e o dos areometros de volume constante e peso variavel. —Em cada um d'elles ha manipula- ções diversas, que os physicos representam por formulas, das quaes se deduz a expressão (1). Este methodo de deducção não é o mais simples. O nosso fim, com a publicação d'este trabalho, é demonstrar que as formulas I p AE x(1 =) Eipo SA (a) X(d—-)=PAS).... cu. (b) nas quaes X e X' representam os pesos, no vacuo, de volumes eguaes do corpo e da agua a 4º, traduzem perfeitamente as operações emprega- PHYSICAS E NATURAES 24 das na determinação da densidade, por qualquer dos tres methodos ge- raes, resultando daqui maior uniformidade na demonstração, e mais facilidade por tanto para aquelies que precisam estudar estas questões. Observaremos ainda que nas formulas (a) e (b) não attendemos à correcção de temperatura feita no corpo cuja densidade se quer calcu- lar; porque tratamos primeiro de achar a densidade na temperatura da experiencia, da qual, como é sabido, facilmente se obtem depois o valor da densidade na temperatura zero. — 2.—As equações (a) e (b) são as que se empregam para calcular o peso de um corpo no vacuo; por tanto bastará demonstrar que as coi- sas se passam como se se pretendesse, com uma balança ordinaria, cal- cular no vacuo o peso de um corpo, solido ou liquido. Ora sendo D, = é claro que se D, se refere a um corpo so- lido, é necessario achar o seu verdadeiro peso no vacuo; e não ha du- vida por tanto que para ter X devemos estabelecer a equação (a), por que em qualquer dos methodos se procede sempre como n'uma pesagem ordinaria. — Na determinação de X' as coisas não se passam do mesmo modo; porque não se opera como nas pesagens ordinarias: a mesma reflexão devemos fazer a respeito do valor de X, quando se opera com um liquido. — Tratemos pois de justificar a equação (b), que nos fornece o valor de X',e a equação (a) que nos dá o valor de X suppondo neste ultimo caso que nos referimos aos liquidos. 3.— Densidade dos solidos — Empregando a balança hydro- statica, o corpo solido, depois de tarado com os pesos padrões, mer- gulha-se em agua na temperatura da experiencia, e a balança desequi- libra-se; porque o solido passa do ar, aonde estava, para a agua, que sendo mais densa exerce maior impulsão; e por tanto sendo P' os pe- sos necessarios para restabelecer o equilibrio, P'(A —.) não representa o peso do volume d'agua deslocado, mas este peso diminuindo do de egual volume de ar. — Sendo pois X'o peso d'agua a 4º deslocada pelo corpo, é X'd o peso d'agua na temperatura de experiencia e X'p o peso de egual volume de ar; por tanto temos X(d—p=P' (4) donde se tira o valor de X”. Para ter a densidade d'um solido pelo methodo do frasco, intro- duz-se n'este, previamente cheio d'agua, o solido; tira-se liquido até res- tabelecer o nivel primitivo, e collocam-se na balança os pesos P' neces- 92 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS sarios para fazer a tara. É evidente que P/(A —<) não representa o peso da agua deslocada pelo corpo, mas sim a diferença entre este peso e 0 de egual volume de ar; porque o corpo passando do ar para a agua, dei- xou de deslocar o primeiro fluido para deslocar o segundo. —A equação Zed 1) (e) é ainda a que se deve empregar para calcular Xº. ; Finalmente, com o areometro do volume constante acontece ainda o mesmo; porque, collocando no prato superior os pesos P”, neces- sarios para que o nivel d'agua chegue ao traço marcado no instru- mento, depois de ter passado o solido da parte superior para a infe- rior, é evidente que P'(4 —.) não representa o peso da agua deslocada, porque o peso do corpo augmentou de X'p por deixar de estar mer- gulhado no ar. — À equação (b) é pois ainda verdadeira. 4. — Densidade dos liquidos. —O methodo da balança hydro- statica consiste em tomar primeiro um solido, não atacado pelo li- quido cuja densidade se quer conhecer, mergulhando-o depois succes- sivamente n'elle e na agua. — Sendo P e P' os pesos necessarios para | restabelecer o equilibrio, é claro, pelas razões apresentadas, quando se tratou de achar o peso d'agua a 4.º na determinação da densidade dos solidos por este mesmo methodo, que P(1—<) e P'(i —<) não repre- sentam o peso de liquido e da agua deslocada pelo corpo, mas que sendo X e X' estes pesos, deve ser e x(1—E)=P ao Y(d—p=P'(—s) Com o frasco dá-se ainda o mesmo; porque enchendo-o succes- sivamente do liquido e da agua, e designando por Pe P'os pesos ne- cessarios para restabelecer o equilibrio, os valores P(i—:), P(A —e), não representam os pesos dos volumes eguaes d'aquelles liquidos, porque o frasco estava primitivamente cheio de ar, e deixou de o estar quando se encheu com qualquer dos dois liquidos. — Devemos pois estabelecer ainda as equações (a) e (b), para ter os valores de Xe X'. Para medir a densidade de um liquido, com um areometro de vo- lume constante, pesa-se primeiro o areometro, e sejam A os pesos pa- urões collocados na balança para equilibrar o areometro. Mergulha-se PHYSICAS E NATURAES 23 em seguida successivamente este instrumento no liquido e na agua é collocam-se no prato superior os pesos P, P' necessarios para que o ni- vel dos dois líquidos chegue ao traço marcado na haste. É claro que (A+ P) (4--c) e(A+ P' (A —,) representam a força com que o instrumento, sobrecarregado nos dois casos e mergulhado no ar, tende a cair. — Nestas circumstancias, sendo introduzido no li- quido e na agua, deixa de deslocar um volume de ar egual ao do in- strumento até ao traço; por tanto para estar em equilibrio é necessario que o peso do liquido e o da agua deslocada pelo areometro seja egual res- pectivamente a (A + P) (1 —:) ou (A + P) (4 —:) mais o peso do ar desiocado pelo areometro até ao traço, o que equivale a escrever X (1-L)=(4+2) (As) f X(d—-p)=(A+ P) (A —e) sendo Xe X' os pesos do liquido e da agua deslocada pelo apparelho. -- Estas equações são analogas às equações (a) e (b), nas quaes Pe P se substituiram por A+ Pe A+ P'. 4. — Analysando todos os casos vemos que as equações (a) e (b) devem estabelecer-se sempre para determinar X e X',—Mas sendo X à Ds Suns TE representando por D, a densiúade na temperatura de expe- riencia, tem-se, dividindo ordenadamente as equações (a) e (b), De (Din). P Di(d-p) P d'onde se tira P np D,= pf +p(1—S) e como D,=D, (14+4-kt) sendo k o coefficiente médio de dilatação do corpo a que se refere a densidade, tem-se afinal p ERA D=[ d+ (155) Jdro 2h JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS 6. —Em conclusão, julgamos o methodo de deducção da formula anterior muito mais simples do que o adoptado por differentes auctores, tendo a vantagem de tornar esta materia mais comprehensivel pelos principiantes no estudo desta doutrina. PHYSICAS E NATURAES 25 BOTANICA os == > = = É. Apontamentos para o estudo da Flora Portugueza PELO CONDE DE FICALHO SCROPHULARIACERE Lindl. Trib, 1. PERSONATAE Wk. et Lee. (Continuado do num. XXIT) VI ANTIRRRINUM Tourn. Inst. 4. A. Orontium L. sp. p. 860! Bth. in DC. Prodr. X, p. 390! Wk. et Lge. Prodr. Fl. Hisp. H, p. 581. Weiw. hb. n. n. 77, 78 et 79 (547 FI. Alg.) B. grand:furum Chav. mon. p. 90, t. 4. — Antirrhinum calyei- num imk.; Brot. Fl. Lus. 1, p. 200 et Phyt. Lus. p. 117, t. 167! Hofím. et Lk. Fl. Port. p. 262, t. 52. Weiw. b.n. n. 80, 81, 82 et 83 (5348 FI. Alg.) In arvis, inter s getes, frequens:—fórma typica pr. Olis., Queluz, Aju- da (Welw.!)- trans Tagum pr. Coina (Welw.!): in Alg. pr. Foro (Weiw.!)—v rietas B. in Lusit. boreali (Lk.!); pr. Coimbra (Brot.!); pr. Olisip. (É cot.!) serra de Monsanto, Ajuda (Welw.!); pr. Faro Welw.!) O Iaj.-Aug. (v. v.) Hab. sp. in Europa fere tota, 26 JORNAL DE SCIÊNCIAS MATHEMATICAS 2. A. meouanihum Hoffm. et Lk. |. c. p. 264, t. 5i! Wk. et Lge. 1. c. p. 982 !— À meionanthum Brot. Phyt. Lus. p. 4145, t. 426!—A molle Brot. FI. Lus. 1, p. 199, non L. In Lusitania boreali: ad ripas Durii pr. Porto (Brot.! Lk.!). 2 Maj.- ALE Am) Hab. sp. in Hispania (Gallecia). d. À. latifolium DC. Fl. Fr. V, p. 441; Bth. |. c. p. 2914; Wk. et Lge. 1 co pu 962. B purpurascens Bib. | c.— A. majus Brot. Fl. Lus. T, p. 199, pr. parte. — À. latifoiium Hoffm. et Lk. 1. c. p. 259, t. 50. — Brot. Phyt. Lus. p. 413, t. 125.— A. Linkianum Bss. Diagn. ser. II, n. 3, p. 160. Welw. bb. n. n. 34, 85. 86, 87 et 88. Ad muros, rupes, sepes, et non-nunquam inter segetes frequens: pr. Coimbra ad Fonte das Lagrimas (Welsr.!): serra de Cintra ; pr. 8. Pedro (Welw.!), pr. Collares (Welw.!), pr. Olisip. undi- que frequens (Brot.! Lk.! Welw.!) 2£ Apr.-Jul. (v. v.) [HERVA BEZERRA. | y ambiguem nob — A. ambiguum Lge. Pug. p. 37; Wk. el Lge. Prodr. Fl. Hisp. II, p. 582.— A. majus Brot. FI. lus. 1. c. quoad var. corollis pallide luteis? Welw. hb. n. n. 39 et 90. Ad muros vetustos: pr. Serra da Estrella, Valhelas, Covilhã, Pi- nhei (Brot.?) serra da Estrella pr. Manteigas (Welw.!) 2f Aug. (V. 8.) ' o cirrhigerum nob.—A. cirrhigerum Welw. in sched. hb. Seh. Polyt. n. 590. —ramis secundaris intortis, cirrhiformis, plan- tas vicinas amplectens. Welw. hb. n. n. 94, 92 (590) et 93. In rupibus humidis, umbrosis de serra de Monsanto (Daveau!): in du- metis maritimis inter Sines et Villa Nova de Mil Fontes. (Welw.!) 2t Apr.-Jul. (v. v.) Hab. sp. in Gallia meridionali, Hisp., Sabaudia, Helvetia. Obs. O A. majis não se encontra no nosso paiz, que eu saiba. À forma, mais frequente em voita de Lisboa, é a variedade pur- prrascens do A. latifolium. Esta variedade é intermédia às duas especies majus e laiifolism, de modo que o ilustre Cha- vannes a julgou uma fórma hybrida. O sr. Boissier conside- rou esta fórma bastante distincta para constituir uma especie PAYSIGAS E NATURAES 2 particular o seu A. Linkianium, opinião que me não parece acceitavel. Em quanto à variedade ambiguum, devo dizer que a esta- beleci muito em duvida e provisoriamente. Aigumas plantas, encontradas por Welwitsch na serra da Estrella, concordam com a diagnose do 4. ambiguum, de Lange, planta colhida na Castella, proximo ao Escurial; mas nem o exame das plan- tas, nem a leitura da diagnose levam, me parece, a admittir uma especie dislincta, e unicamente uma variedade que se- ria intermédia aos À. meonanthum, e latifolium. Conservei a esta variedade o nome, dado por Lange à especie. Citei as plantas mencionadas por Brotero, como a variedade de corollas amarellas pallidas do 4. majus, guiado unicamente pelas in- dicações da localidade. Nas notas manuscriptas do hervario, Welwitsch fórma uma “especie a que dá o nome de À, cirrhigerum, caracterisada uni- camente pela disposição dos ramos laferaes, alongados, e for- mando gavinhas. Mais recentemente o sr. Daveau, coiligindo plantas para o hervario da Escola, encontrou a mesma fórma na serra de Monsanto. Não a julgo especie distincta, nem talvez mesmo variedade bem definida. Creio que nos logares humidos e assombrados, a planta crescendo mais, e mais debil, - toma essa fôrma semi-scandente. Seria pois uma simples va- riação cevida à habitação. No emtanto deixo-a mencionada como variedade, provisoriamente. Trib. 1. PLANIFLORAÉE Wk. et Lge. VE. DIGITALIS L. Gen. PI. 4. D. purpurea L. sp. p. 867; Bth. 1. c. p. 451! Wk. et Lge. 1. c. p. 589! 8 tomentosa Wbb. It. Hisp. p. 25— D. purpurea Brot. Fl. Lu I, p. 200. —D. purpurea tomentosa Brot. Phyt. Lus. p. 159, ft. 149.—D. tomentosa iiviim. et Lk. |. c. p. 220, t. 29. Welw. hh. n..n. 93 (103 Fi. Alg.), 94 et 95. [94] . 28 JORNAL DE SCIÊENCIAS MATHEMATICAS In dumetis, sylvis montanis, locis umbrosis elevatis Lusitaniae: pr. Cia et Sabugueiro (Welw.!): Monte Junto (Lk.!): serra de Cintra (Lk.! Wbb.! Welw.!): Grandola (Lk.!); in Alg.; serra de Monchi- que (Welw.! Veig.) O v. 2 Maj.-Aug. (v. v.) [HERVA DEDAL, DE- DALEIRA. | Hab. sp. in Europa fere tota. Obs. Além da D. tomentosa, que não é mais que uma fórma da D. purpurea, como muito bem sentiu Brotero, os auctores da Flore Portuguaise citam a D. purpurea, proveniente de sementes colhidas no Algarve. Talvez à cultura se devesse al- guma variação que aproximou a planta ao typo da especie. Os nossos exempiares, que provém de Monchique, apresentam os caracteres de desenvolvimento e pubescencia particulares à variedade tomentosa. 2. D. Thapsi L. sp. p. 867; Bth. 1. c.! Wk. et Lge. 1. c. p. 590! Brot. Fl. Lus. I, p. 200 et Phyt. Lus. p. 161, t. 150! Hoffm. et Lk. lc. p. 223, t. 30! Welw. hb. n. n. 96 et 97. In dumetis glareosis montosis Beirae: inter Lamego et Vizeu (Brot.! Lk.!): pr. Valle Bom (Welw.!): ad ripas arenosas Mundae (Brot.! Lk.!): in convallibus circa Herminium (Brot.!); pr. Céa, Mantei- gas, Sabugueiro (Welw.!) 2L Maj.-Jul. (v. s.) Hab. sp. in Hispania, ins. Balearicis. VII. SIBTHORPIA L. Gen. PL. S. Europaca L. sp. p. 880: Bih. 1. c. p. 427! Wk. et Lge. 1. c. p. 5921 Brot. Fl. Lus. 1, p. 203! Hoffm. et Lk. 1. c. p. 296. Welw. hb. n. n. 98 et 99. In locis umbrosis, humicis, ad rupes, fontes in editoribus Lus.: In- eramnia, Transmontai:a et Beira (Brot.!): serra de Cintra (Brot.! Welw.!): in Alg. serre de Monchique (Welw.!) 2 Jun.-Sept. (v. s.) Hab. etiam in Hisp. occidentali, Gallia occidentali, Anglia. PHYSICAS E NATUR/ES 20 IX. VERONICA L. Gen. PI. Sect. 1. Omphalospora Bess. Enym. Pl. Volhyn. 1. V. hederacfolia L. sp. p. 19; Bth. in DC. Prodr. X, p. 488! Wk. et Lge. 1. c. p. 594! Brot. Fl. Lus. 1, p. 14! Hoffm. et Lk. 1. c. p. 2931 In arvis Lusit. borealis et mediae (Lk.): pr. Coimbra (Brot.!): rarior in locis elevatis Lusit. australis: pr. Monchique (Lk.!) O Febr.- Apr. (n. v.) Hab. sp. in Europa tota. 2. V. agrestis L. sp. p. 18; Bth. 1. c. p. 4871 Wk. et Lge. 1. e. p. 994! Brot. Fl. lus. E, p. 14! Hofim. et Lk. |. c. p. 2914. Welw. hb. n. n. 100 et 101. In arvis, hortis, freguens (Lk.! Brot.!): Cintra, Oeiras, Tapada d Ajuda (Welw.!) O Febr.-Apr. (v. v.) Hab. sp. in Europa fere tota et Afr. boreali. à. V. Tournefortii Gmel. Fl. Bad. 1, p. 39 (anno 1804);—V. Persica Poir. Dict. VII, p. 542; Wk. et Lge. |. c. p. 595!—V. Buxhau- mii Ten. Fl. neap. 1, p. 7, t. 14; Bth. in DC. Prodr. X, p. 487; Welw. in Sched. hb. Sch. Polyt. Welw. hb. n. n. 102, 108. In arvis cuitis, hortis pr. Olisip. (Welw.!) O Febr.-Maj. (v. s.) Hab. sp. in Europa media et australi, Afr. boreali, Oriente. k, V. triphyllos L. sp. p. 19; Bth. À. c. p. 487! Wk. et Lge. 1.c. p. 996! Brot. 1. c. p. 14! Hoffm. et Lk. 1. c. p. 294! In Lusitania boreali: in arvis pr. Chaves et Valle de Nogueira in prov. Transmontana (Lk.!) O Mart.-Maj. (n. v.) Hab. sp. in Europa fere tota. 30 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Sect. II. Veronicastrum Bth. 5. V. arvensis L. sp. p. 18; Bth. 1. c. p. 483! Wk. et Lge. 1. c. p. 596! Brot. 1. G. .p.. 14; Hofim. et Lk. 1..c. p. 292. Welw. hb. n. n. 104 et 105 (559 FI. Alg.) In Lusit. fere tota, frequens in arvis et hortis: Cintra, Porcalhota, Oeiras, Queluz, Odivelias (Welw.!): in Alg. pr. Faro (Welw.!) O Mart.-Jun. (v. v.) Hab. in Europa tota ei Africa boreali. 6. V. peregrina L. sp. p. 20; Bth; |. c. p. 482! Wk. et [ge Lic: 597! Welw. hb. n. n. 106. in cultis neglectis, ad vias pr. Queluz (Welw.!: in hortis Olisip. spontanea (Welw.!) O Apr.-Jun. (v. 8.) | Hab. sp. in America et hinc inde in Europ? vercsimiliter al- - lata. 7. V. serpillifolia L. sp. p. 15; Bth. 1. c. p. 482! Wi. et Lge. 1. c. p. 597! Brot. Fl. Lus. I, p. 13; Hofim. et Lk. 1. c. p. 284. in pratis, ad sepes Lusit. borealis; Miranda (Brot.!): pr. Porio (Brot.! Lk.!); Louzã (Brot.!) 2º Maj.—Jul. (n. v.) Hab. sp. in omni Europa. Sect. III. Pleuroboiriys Fries. 8. V. Tencriim L. sp. p. 16; Bth. 1. c. p. 469! Wk. et Lge. 1. c. 600! Brot. FI. Lus. E, p. 13?—V. Lusitana Brot. Phyt. Lus. p. t. 89?—V. micrantha Hofim. et Lk. 1. c. p. 286, t. 57? Welw. hb. n. n. 107. in locis umbrosis pr. Coimbra, sed non frequens (Lk.!): ibid. pre- sertim pr. Convento de Santo Antonio (Brot.!) 2L Maj.—Jun. (v. 8.) Hab. sp. in Europa media et austral. Obs. À synonymia dada acima é bastante duvidosa, e exige al- gumas palavras de explicação. Brotero quando redigiu a Flora, distinguiu sem hesitar a V. Teucrium e a V. Chamaedrys. Noiou, é verdade, que a fórma portugueza da Teucrium era p. 8 6) PHYSICAS E NATURAES 31 uma variedade singular, porém as differenças que menciona: os caules ascendentes, o habito lanuginoso, as corollas bran- cas, ou talvez rosadas encontram-se na V. Teucrium, que é uma especie variavel, de synonymia muito confusa. (Veja-se Bth. DC. Prodr. X, p. 469. e Walpers. Repert. HI p. 351, 352, 353.) Advirta-se ainda, que a Brotero não escapou a dif- ferença no numero de lacinias do calice, como se vê da nota em que se refere à razão pela qual Scopoli não deveria ter reunido em uma só as duas especies Teucriun e Chamae- drays. Os auctores da Flore Portugaise fizeram da V. Teucrium de Brotero uma especie nova, a V.micrantha, e indicam como prin- cipal distincção, relativamente a V. laiifoia e afíins, quer di- zer à Teucrium, o calice quadrifido. Levado sem duvida pelo desenho do calice e por esta afiirmação, reuniu o illustre Ben- tham a V. micrantha à V. Chamaedrys. (Prodr. X, p. 474.) Na phytographia Brotero aeceitou a especie da Flore Portu- caise, dando-lhe o nome de Lusitana. Na sua figura, eviden- temente copiada da taboa 57 de Flore Portugaise, o calice tem quatro lacinias; mas, nas obsarvações finaes, diz que tema cinço, sendo a quinta minima; qier dizer, descreve exacta- mente o calice da V. Teucrium. () exemplar que tem c her- vario, infelizmente sem indicação de localidade, o que raris- simas vezes succede com os exemplares de Welwiisch, con- corda exactamente com as estampas da V. micrantha, mas tem o calice com cinco lacinias. Por todos estes motivos, & julgando ter havido imperfeito exame do calice pelos auctores da Flore, aproximei a sua planta da V. Tewcriwm afastando-a do grupo das tetrasepalas. 9. V. Chamaedrys E. sp. p. 17; Bth. |. c. p. 474 (excl. syn. quoad pl. lusit.); Wk. et Lge. 1. c. p. 602! Brot. Fl. Lus. 1, p. 44! Hofim. et Lk. 1. c. p. 288! In locis herbosis, ad rivulos Lusit. borealis: pr. Braganca et Rabal, ad marg. Sabor (Lk.!) 2€ Maj.-Jun. (n. v.) Hab. sp. in Europa fere tota. 10. V. officinalis L. sp. p. 14! Bth. |. c. p. 4721 Wk. et Lge. 1. c. p. 602! Brot. Fl. Lus. I, p. 42! Hoffm. et Lk. 1. c. p. 285. Welw. hb. n. n. 108, 109. 32 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMA TICAS In sylvis montanis Lusit. borealis: serra do Gerez (Lk.!): ibid. ex Caldas do Gerez usque ad Poríella do Homem (Welw.!): Miranda (Brot.!): in montosis Beirae; serra da Louzã (Brot.!) 21 Maj.-Jul. (V. S.) [ VERONICA. ) Hab. sp. in Europa tota. 44. V. scutellata L. sp. p. 16; Bth. 1. c. p. 475! Wr. et Lge. 1. c. p. 603! Brot. Fl. Lus. II, p. 484. In locis inundatis, ad stagna et fluviorum marginos Lusit. borealis : pr. Moimenta (Brot.!) 2f Maj.-Jul. (n. v.) Hab. sp. in Europa fere tota. 12. V. Anagallis L. sp. p. 16; Bth. 1. c. p. 467! Wk. et Lge 1. c. p. 604! Brot. ). c. 1, p. 13! Hofim. et Lk. 1. c. p. 290! Welw. hb. n. n. 110 et 4114 (157 FI. Alg.) In focis, ad fontes et rivulos Lusit. mediae et australis: Coimbra (Brot.!); Cabeça de Montachique (Welw.!): ex Collares ad Cintra Welw.!):; pr. Olisip (Lk.!): in Alg. Monchique, Foia, pr. Olhão (Welw.!) O vel 2 Maj.-Aug. (v. v.) Hab. sp. in Europa, Afr. boreali, Arabia, Sibiria. 43. V. anagalloides Guss. pl. rar. p. 5, t. 3; Bth. ). c. p. 468! Wk. et Lge. |. c. p. 604. Welw. hb. n. n. 112. fn uliginosis breve dumetosis Lusit. mediae: Cabeça de Montachigue Welw.) O Jun.-Aug. (v. s.) Hab. sp. in Hispania, Gallia et Italia. Obs. Deve considerar-se uma simples variedade da precedente. 14. V. Beccabunga L. sp. p. 46; Bth. 1. c.! Wk. et Lge. 1. c.! Brot. FI. Lus. E, p. 43! Hoffm. et Lk. 1. c. p. 289. Ad rivulos in Lusit. boreali: Serra do Marão, inter Campeã ei Peso da Regua (Brot.! Lk.!) 2 Maj.-Jul. (n. v.) Hab. sp. in Europa, Asia temperata et Africa boreali. PHYSICAS E NATURAES 33 Trib. III. GALEATAE Wk. et Lge. X. MELAMPYRUM L. Gen. PI. M. pratense L. sp. p. 843; Bth. 1. c. p. 983! Wk. et Lge. 1. c. p. 606! Brot. 1. c. p. 187! Hoffm. et Lk. 1. c. p. 309. Welw hb. n. n. 113. In nemorosis montanis Lusit. Dorealis: serra do Gerez (Brot.! Lk.!); serra do Marão pr. Campeã (Brot.! Lk.!); Covide (Brot.!): serra da Estrella (Brot.! Lk.!) O Maj-Aug. (v. 8.) Hab. sp. in omni Europa. XI. PEDICULARIS L. Gen. PI. 4. P. sylvatica L. sp. p. 845! Bth. 1. c. p. 567! Wk. et Lge. 1. c. p. 608! Brot. Fl. Lus. I, p. 188 pr. parte; Hoífm. et Lk. 1. c. p. 307. In loeis umbrosis, humidis Lusit. borealis: in Duriminia (Lk.!): pr. Porto (Brot.!); Coimbra (Brot.!); O v. 2£ Maj.-Jun. (n. v.) Hab. sp. in Europa tota. 2. P. Lusitanica Hoffm. et Lk. Fl. Port. p. 306, t. 61! Wk. et Lge. 1. cp 009 Broi-l co pr parte: Welw. hb. n. n. 114 et 115. In dumetosis humidis, pinetis umbrosis, ad rivulos Lusit. mediae et australis: Cacharias (Dav.!); Cintra (Brot.! Lk.! Wbb.! Welw.!): tr. Tagum; Arrentella (Welw.); Comporta (Welw.!):; Alcacer do Sal (Lk.!); in ulicetis uliginosis ex Sines usque ad riv. Odesseixe (Welw.!) O vel 27 Mart.-Maj. (v. v.) Hab. sp. in Hispania. Obs. Não vi exemplares, do norte do paiz, da legitima P. sylva- co segundo Link, e não pude comparal-os com os do cen- tro e do meio-dia, mas não julgo que a P. Lusitanica seja JORN. DE SCIENG. MATH, PHYS. E NAT.== N. XXY. 3 34 -JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS bem distincta, e unicamente a tenho por uma variedade au- stral mais desenvolvida da P. sylvatica. Os exemplares de Cacharias são, em alguns caracteres, intermédios às duas fór- mas. Não querendo porem, n'este trabalho rapido, alterar, sem razão forte, as especies admittidas, deixo as duas men- cionadas, até mais demorado exame. O celebre botanico Bentham, dá no Prodromus a P. Lusita- nica, como synonymo da P. palwstris, e isto pelo exame de exem- plares de Welwitsch. Creio haver nesta aproximação um en- gano. Todos os exemplares de Welwitsch que possue o her- vario, colhidos nas localidades mencionadas, pertencem à fôrma lusitanica da P. sylvatica. Os caules ramificados desde a base, os calices com cinco dentes, sendo um pequeno e quasi in- teiro, e outros caracteres, não deixam duvida. XII. RHINANTEUS L. Gen. PI. R. major Ehrh. Beitr. VI, p. 144; Bth. 1. c. p. 557! Wk. et Lge. 1. c p. 611! —R. cristagalli L.; Brot. FI. Lus. T, p. 186! Hofim. et Lk. Ldespo 297º In pratis humidis pr. PAR unico loco observato. (Lk.! Brot. 1) O Maj.-Jun. (n. v. Hab. sp. in fere Europa. XII. EUFRAGIA! Griseb. Spic. Fl. Rumel. 4. E. viscosa Bth. in DC. Prodr. X, p. 543! Wk. et Lge. 1. c. p. 612! —Bartsia viscosa L.—Rhinantus viscosus Brot. FI. Lus. I, p. 1871 — Lasiopera viscosa Hoffm. et Lk. 1. c. p. 301. Welw. hb. n. n. 116 et 4117 (441 FI. Alg.) In uliginosis, ericetis humidis Lusit. mediae et australis, passim: pr. ! Julgo perfeitamente justa a opinião dos illustres Bentham e Hooker, reu- nindo os quatro generos seguintes no genero Bartsia de Linneo; no entanto deixei-os distinctos, para tornar este trabalho miais facilmente comparavel com as floras de paizes visinhos. PHYSICAS E NATURAES 39 Conimbricam (Brot.!): pr. Cacem (Welw.!); pr. Olisip. (Lk.!) Lu- miar (Welw.!): in Algarb.; in pratis salsis ad oceanum pr. Faro ct pr. Sagres (Welw.!) O Maj.-Jul. (v. 5.) Hab. quoque in Hisp., Angl., Hibern., Gall., Ital., Graec., Afric. boreali, Canariis. 2. E. latifolia Griseb. |. c. p. 414! Bth. 1. c. p. 543! Wk. et Lge. 1. c. p. 613!-—Euphrasia latifolia L.; Brot. Fl. Lus. I, p. 184!—Bartsia latifolia Hoffm. et Lk. 1. c. p. 305!-—Bartsia purpurea Duby Bot. Gall. p. 354! | Welw. hb. n. n. 418 In pascuis siccis, locis graminosis Lusit. mediae.: pr. Conimbricam ad convento de Santa Thereza (Brot.!): ad serra de Monte-Mór in Ex- trem. (Welw.!): pr. Olisip. (Lk.!): trans Tagum pr. Amora (Welw,!) “O Apr.-Jul. (v. 8.) Hab. in Hispania, Europa mediterr., Afr. boreali, Asia minore, Caucaso. XIV. TRIXAGO Stev. mem. Mosq. VI. Tr. apula Stev. 1. c. p. 4! Bth. 1. c. p. 543! Wk. et Lge. 1. c. p. 643! Bartsia trixago L.;—Lasiopera rhinantina Hoffm. et Lk. 1. c. p. 299, L. 58! a lutea. Ege. 1. c.— Rhinantus trixago L.; Brot. FI. Lus. 1, p. 186 et Phyt. p. 154, t. 146! Welw. hh. n. n. 4119 et 120 (655 Fi. Alg.) B versicolor. Lge. ]. c.— Rhinantas versicolor. Willd.; Brot. El. Lus: |. c. et Phyt..D. 942, d. 441 Welw. hb. n. n. 1214 et 122 (480 FI. Alg.) In dumetis siccis arenosis, collinis calcareis Lus. mediae et australis: & pr. Conimbricam (Brot.!); pr. Rio Maior (Brot.!); pr. Olisiponem (Brot.! Lk.!); Tapada de Queluz, Serra de Monsanto et Tapada da Ajuda (Welw.!): in Alg. pr. Moncarrapaxo et ad cabo de S. Vi- cente (Welw.!): var. «; praia das Maçans et cabo da Roca (Welv.!): Cintra (Brot.): pr. Olisiponem (Brot.! Lk.!): trans Tagum cabo de Espichel (Brot.!): in Algarb. pr. Sagres et cabo de S. Vicente (Welw.!). O Apr.-Jul. (v. v.) Hab. sp. in Hispania, Europa mediterr., Canariis. RE: 36 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS XV. BARTSIA L. Gen. PI. (excl. sp.) B. aspera (Brot.) Ball Spic. Fl. mar. p. 602!--B. spicata Bth. in DC. Prodr. X, p. 544, pr. parte!— Euphrasia aspera Brot. Fl. Lus. I, p. 185 et Phyt. Lus. p. 109, t. 223:— Lasiopera aspera Hoffm. et Lk. 1. c. p. 302, t. 59. — Odontites aspera. Bss. Voy. Esp. p. h73. Welw. hb. n. n. 123 et 124. in rupestribus, locis petrosis praecipue calcareis Lusit. mediae: in- ter Buareos et Cantanhede (Brot.!): ad radices Monte Junto (Brot.!) pr. Cercal in dumetis (Welw.!): serra de Cintra (Welw.!): serra da Arrabida (Brot.! Welw.!): in pinetis sparsis ex as Vendas us- que ad rad. serra da Arrabida (Welw.!) 2º Jun.-Aug. (v. s.) Hab. sp. in Africa boreali. Obs. Planta muito semelhante, mas sem duvida distincia da B. spicata Ram.; Bth. in DC. Prodr. X, p. 554, a qual habita os Pyrineos. XVI. ODONTITES Hall. m Pers. Syn. 4. 0. tenuifolia G. Don Gen. Syst. IV, p. 611! Bth. 1. c. p. 549! Wk. et Lge. 1. c. p. 615!-Euphrasia linifolia Brot. Fl. Lus. I, p. 185, non Linn.:— Euphrasia tenuifolia Brot. Phyt. Lus. p. 111, t. 124. —Lasiopera tenuifolia Hoffm. et Lk. 1. c. p. 303, tr 60! Welw. hb. n. n. 125 et 126. In ericetis, dumetis, collibus asperis Lus. borealis et mediae: pr. Vi- seu (Brot. Lk.!): Cantanhede et Monte-Mór ad Mund. (Brot. Lk.!): pr. Caldas da Rainha (Welw.!): trans Tagum; Caparica (Brot.!): ex Fornos usque ad Azeitão (Welw.!) O Jun.-Aug. (v. s.) Hab. quoque in Hispania. 2. 0. viscosa Rchb. Fl. Germ. exc. p. 360! Blh. 1. c. p. 561! Wk. et Lge. 1. c. p. 616!— Euphrasia viscosa L. mant. non Brot.! Welw. hb. n. n. 127 In colhbus calcareis de serra da Arrabida (Welw.!) O Jul-Sept. (V. S.) Hab. quoque in Hisp., Gall. austr., Pedem., Helvet., Africa bo- reali. PHYSICAS E NATURAES 37 LOOLOGIA 1. Eludes sur les insectes d'Angola qui se trouvent au Muséum National de Lisbonne Depuis longtemps je connaissais les riches collections d'insectes de PAfrique appartenant au muséum de Lisbonne, envoyées par Welwitsch, Anchieta et Bayão. Je regrettais que des collections recueillies dans ces régions lointaines, en partie presqu'inconnues, et devant renfermer plu- sieurs espêces nouvelles, ne fussent pas étudiées. Le directeur de la section zoologique du muséum, mon ami Bar- boza du Bocage ne pouvait pas s'en charger, sans préjudice pour Vétude des vertébrês, qui, depuis longtemps, est son occupation habituelle. Voici pourquoi il m'a invité à faire déterminer ou à déterminer moi-même ces collections. Três flattê de cette invitation et animé du vif désir de pouvoir em- ployer tous mes efíorts à faire connaitre les richesses entomologiques des posséssions portugaises, je Pai acceptée volontiers comptant plu- tôt sur ma bonne volontê que sur mes connaissances pour remplir une st difficile mission. J'ai cru que mieux que personne, chez nous, je pour- rais faire déterminer ces collections car je suis en relation avec les en- tomologistes les plus distingués. Tl faut néanmoins excepter les Lépi- doptêres que mon ami Mr. Antonio Augusto de Carvalho Monteiro con- nait três bien et dont il pourrait mieux qui personne s'en charger. Heu- reusement il a bien voulu nous aider à cet êgard. Je suis content de pouvoir profiter cette occasion pour déclarer que nous avons en Portu- gal un lépidoptérologiste qui est au premier rang. Quoique Mr. Mon- 38 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS teiro n'ait pas encore publié le résultat de ses études, il a déja ter- miné la description de plusieurs espéces remarquables avec les dessins qu'il a fait lui même. Sa collection renferme un grand nombre dºespêces, et est particulitrement remarquable par les espêces inédites du Brésil, et par la préparation irréprochable des exemplaires. Pour mettre de Vordre dans le chemin à suivre pour déterminer les espeéces, J'ai séparê d'avance les insectes des différentes familles dont plusieurs ont été envoyées deja à différents entomologistes, et j'ai déter- miné moi même un grand nombre d'espêces. Ne désirant pas retarder la publication du catalogue de la plupart des collections, j'ai mis de côté les espêces douteuses, qui seront étu- diées plus tard. Autrement il faudrait trop attendre avant de pouvoir faire connaitre les richesses que renferment les collections du muséum de Lisbonne. J'ai acquis un grand nombre de publications sur les insectes de VAfrique, mais si J'eusse pu obtenir tout ce qu'on a publié sur la faune entomologique de cette rêgion encore peu étudiée, il fandrait en- core attendre longtemps pour bien déterminer toutes les espêces. Je dois ajouter encore que, pour ne pas retarder la publication que je vais commencer, Vordre naturel des familles ne sera pas suivi, et je les ferai paraitre au fur et à mesure qu'elles seront étudiées. Dans la disposition des genres je suivrai le catalogue de MM. le Dr. Gemmin- ger et Baron de Harold. MANUEL PAULINO DE OLIVEIRA. PHYSICAS E NATURAES 39 1 Fam. MISTERIDAE PAR MM. LABBÉ DE MARSEUL ET DR. PAULINO DE OLIVEIRA 1. Hololepta alligans, Mars. Sp. n. Long. 9, larg. 5 mill. Elliptique, oblong, plan, lisse. Front marqué de 2 stries sur une ligne transverse. Pronotum largement exhaussé avec les angies ob- tus, bordé d'une fine strie marginale três interrompue de chaque coté, accompagnée d'une latérale plus forte rapprochée, cessant de- vant les yeux, bordée en dedans de points peu semés. Elytres avec um fort sillon sub huméral, attênué on un peu raccourci devant ef derriêre; épipleures bisillonnées et sans points; 4.º strie dorsale entiêre droite avec une courie humérale et deux dorsales inégales à la base et un petit appendice au bout. Propygidium entouré de gros points espacés, pygidium densément et fortement criblé. Men- ton plan échancré au bout; prosternum court arrondi en devant. Jambes antérieures dentées, postérieures armées de dents aigus sur Parête supérieure lisse sur Vinférieure. Vient prês du lamina doit se rapprocher du scissoma qui n'a pas de stries frontales et du caffra qui est un Lioderma. Angola (Welwitsch.) 2, Hololepta arcifera, Mars. Marseul, An. Soc. Ent. Fr. 1853, p. 159, pl. 4, fig. 47. Angola (Welwitsch). 3. Blacodes caffer, Er. Marseul, An. Soc. Ent. Fr. 1860, p. 848, pl. 15, vi, fig. 1. Angola (Welwitsch). 40 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS 4. Macrosternus Lafertei, Mars. Marseul, An. Soc. Ent. Fr. 1853 p. 243, pl. 6, vm, fig. 4. Angola (Welwitsch). « Apobletes Migneauxi, Mars. Marseul, An. Soc. Ent. Fr. 1860, p. 855, pl. 15, x, fig. 2. Angola (Welwiisch). Gr 6. Platysoma Alexandri, Mars. Marseul, Abeille 1, 1864, p. 304. Golungo-Alto (Welwitsch). 7. Pachycroerus viridis, Mars. Marseul, An. Soc. Ent. Fr. 1853, p. 452, pl. 14, fig. 4. Angola (Welwitsch). | 8. Pachycroerus histeroides, Mars. Marseul, An. Soc. Ent. Fr. 1853, p. 154, pl. 14, fig. 3. Angola (Welwitsch). 9. Pachyeroerus facetus, Mars. Marseul, An. Soc. Ent. Fr. 1861, p. 145, pl. 4, fig. 2. Angola (Welwitsch). 10. Pachycroerus cyanescens, Er. d o Pe Marseul, An. Soc. Ent. E Angola (Welwitsch). ". 1853, p. 458, pl. 14, x1r, fig. 7. 14. Phelister circulifrons, Mars. Marseul, An. Soc. Ent. Angola (Welwitsch). ES! = . 4861, p. 165, pl. 14, xum, fig. 6. 12. Hister caffer, Er. Marseul, An. Soc. Ent. Fr. 1854, p. 188, pl. 6, fig. 10. severus Fúhr. Boh. Ins. Caffr. 1, p. 531. Angola (Welwitsch). 13. Hister nigrita, Er. Marseul, An. Soc. Ent. Fr. 1854, p. 186, pl. 6, fig. 8. Caffer Fúihr. Boh. Ins. caffr. 1, p. 5314. 15. h6. 17. PHYSICAS E NATURAES h4 Humbe (Anchieta). Angola (Welwitsch). Var. (avec les elytres d'un rouge foncé). Angola (Welwitsch). - Hister striolatus, Mars. Marseul, An. Soc. Ent. Fr. 1854, p. 200, pl. 6, fig. 24. Angola (Welwitsch). Hister ovatulus, Mars. Marseul, An. Soc. Ent. Fr. 1854, p. 228, pl. 7, fig. 44. Huilla (Anchieta). Angola (Welwitsch). Hister conformis, Er. Marseul, An. Soc. Ent. Fr. 1854, p. 249, pl. 7, fig. 57. Angola (Welwitsch). Hister amphystrius, Mars. (Sp. n.) Long. 3,8, larg. 2,5 mill. Oblong-ovale, peu convexe, noir luisant; antennes, pattes et ex- trémité des êlytres brunes. Tête petite pointillée, entourée d'un fort sillon arrêté par un rebord êlevé à angle rentrant derritre Vépistome, mandibules arquées, creusées et rebordées. Pronotum rétréci et exhaussé en arc par devant avec les angles obtus. Strie marginale fine interrompue derriêre la lête, 2 latérales, externe courte et fai- ble, interne forte et entitre réjoignant celle du cotê opposé. Ecusson três petit canaliculé, stries fortes, à peine crenelées postérieure- ment; subhumérale interne appendiculée au bout antéricure, 1—3 dorsales entiéres parallêles, 4-—5 raccourcies vers le milieu, sutu- rale beauconp plus longue; fossete éêpipleurale trisillonnée. Pygi- dium convexe ponctué et pointillê ainsi que le propygidium, Me- sosternum rebordé un peu sinué. Pattes courtes, jambes antérieu- res élargies et 4 dentées, postérieures ciliées. Plus petit que le scissifrons sans canalicule frontale, pygidium plus distinctement pontné, à 5.º strie dorsale plus longue, à subhu- merale appendiculée et jambes antérieures 4 dentées. Le petit appendice dont la subhumérale interne est accompagnée à son extrémité antérieure, devrait faire rentrer cette espêce dans la section suivante; mais il est si petit que je n'en ai tenu compte -h9 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS comme dans le 14 striatwus le bimaculatus et quelques autres; c'est une pure anomalie. Angola (Welwitsch). 48. Triballus agrestis, Mars. Marseul, An. Soc. Ent. Fr. 1855, p. 155, pl. 9, xxx1, fig. 4. Angola (Welwitsch). 19. Saprinus semipunciatas, F. Marseul, An. Soc. Ent. Fr. 1855, p. 377, pl. 16, fig. 20. Angola (Welwitsch). 20. Saprinus bicolor, F. Marseul, An. Soc. Ent. Fr. 1855, p. 439, pl. 17, fig. 66. Angola (Welwitsch). 24. Saprinus cruciatus, F. Marseul, An. Soc. Ent. Fr. 1855, p. 354, pl. 16, fig. 1. Angola (Welwitsch). 22. Saprinus perinterruptus, Mars. Marseul, An. Soc. Ent. Fr. 1855, p. 359, pl. 40, fig. 5. Angola (Welwitsch). 23. Saprinus apricarius, Er. Marseul, An. Soc. Ent. Fr. 1855, p. 725, pl. 20, xxxvim, fig. 158. Angola (Welwitsch). 2h. Saprinus arcolatus, Fahr. Bohemman. Ins. Caffr. 1, pag. 542. Marseul, An. Soc. Ent. Fr. 1855, p. 447, pl. 48, fig. 72. Angola (Welwitsch). 25. Saprinus harmonicus, Mars. Marseul, Berl. Ent. Zeit. 1861, p. 291. Angola (Welwitsch). 26. Abroeus cyclouotus. Mars. Marseul, An. Soc. Ent. Fr. 1856, p. 584, pl. 14, xLr, fig. 2, Angola (Welwitsch). PHYSICAS E NATURAES ha 27. Abroeus setulosus, Fabr. Bohemman Ins. Caffr. 1, pag. 547. Marseul, An. Soc. Ent. Fr. 1862, p. 690, pl. 4, £, fig. 2. Angola (Welwitsch). E. Fam. CANTRARIDAR PAR MB. L ABBÉ DE MARSEUL 28. Coryna posthuma, Mars. Marseul, Mon. p. 243, pl. vr, fig. 6. Humbe. Huilla (Anchieta). Loanda. Bengo (Welwitsch). 29. Mylabris tricolor, Gerst. Peters, Reise nach Mossambique, 1862, p. 297, pl. 17, fig. 14. Marseul, Mon. p. 39, pl. Iv, fig. 4. Dans les nombreux individus du muséum de Lisbonne, la tache rouge postérieure s'êtend du bord extérieur des êlytres jusqu'à la suture. Rarement un point jaune est placé sur la partie antérieure de la bande rouge. ff Humbe (Anchieta). 30. Mylabris transversalis, Mars. Marseul, Mon. pag. 40 pl. 4 fig. 2". “ Herero (Dr. Peters). 314. Mylabris oculata, Thunb. Castelnau, Hist. nat. 11, pag. 269. Marseul, Mon. p. 42, pl. 4, fig. 9. Angola (Welwitsch). Humbe (Anchieta). Var. Moujleti, Mars. Marseul, Mon. p. 44. kh JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Huilla (Lobo d'Avila). Caconda (Anchieta). Bihê (Capello et Ivens). Var. Ophthalmica, Mars. ' Benguela, Capangombe (Anchieta). On trouve encore une variétê remarquable dans laquelle la ta- che jaune de la partie supérieure et antérieure des élytres est réu- nie avec la premiére bande vers la suture ou vers le milieu. Angola (Welwitsch).. Humbe (Anchieta). 32. Hylabris dicincta, Bert. Marseul, Mon. p. 48, pl. 1v, fig. 7', bizonata Gerst. Peters Rei- se. 1862, p. 298, pl. 17, fig. 15. Herero (Dr. Peters). Varieté avec deux taches dans la partie antérieure des élytres. Angola (Welwitsch). Capangombe (Anchieta). 33. Mylabris lactimala, Mars. (Sp. n.) Long. 30, larg. 9 mill. Allongê, convexe, noir luisant, garni de longs poils noirs unidres- sêés, rares, courts et caduques sur les élytres, des toufies de poils jaunes sous la tête. Tête irigone, ponctuée pea convexe, avec une ligne lisse mêédiane, carinê par derriére avec les angles arrondis, separée de Vépistome par un sillon droit; yeux grands convexes, exhaussés; labre transverse sinué. Antennes jaunes avec les deux prémiers articles noirs, tige des machoires concave d'un blanc de lait, palpes maxillaires menues dun testacé pále avec une tache brune sur le dernier article, long, étroit et tronquê au bout, men- ton brun, hexagone bi-impressioné, palpes labiaux à dernier arti- cle mince ettrês large. Prothorax oblongue de la larguer de la tête, attenué, etranglé en avant, densement ponctuê, avec deux impres- sions sur la ligne mediane, une au milieu et une autre plus pro- fonde prês de la base et une petité gibbosité sur les côtés avant le milieu, bord basal en arc un peu relevê et mince. Ecusson en arc, densêment ponctué, aciculé. Elytres droites en devant avec les épaules rondes et saillantes, élargies par derriére elevées en toit, arrondies au bout, finement 4 nervêes, d'un noir foncier, pon- ctuation serrée, aciculée, taches jaunes à points écartés, tacho sub- PHYSICAS E NATURAES h5 humérale courte et étroite, postocutellaire ronde, prês de la su- ture, fascies larges et entiêres, 1.º avant le milieu, droite au bord antérieur, sinuée au postérieur, elargie vers la suture, 2.º aux 2/3, prêsque aussi large, faiblement sinuée devant et derriére, un peu plus étroite en dehors. á Fascies et dessins de dicincta, il sen distingue, outre la cou- leur lactée et la forme concave de la machoire que je n'ai vue dans aucune autre espéce du groupe, par la présence de deux taches basales et la largeur de la fascie postérieure. Humbe (Lobo d'Avila). 34. Mylabris myops, Chev. Guer. Icon. 1844, p. 133, pl. 35, fig. 4. Marseul, Mon. p. 44, pl. iv, fig. 4º. Variété distincte par ses antennes moins épaissies en dehors, ar- ticle 3 plus long que 4, 5.º roux, 6-10 en tranches coniques sub égales, dernier pyriforme en pointe mousse; par la tête inégale à points plus forts, le prothorax creusé de nombreuses fossettes dont deux antéricures profondes, une de chaque côté avec gros points serrês rugueux; par les taches des êlytres moins sinués et par la disparition de la tache ronde basale, Cap noir (Welwitsch). 35. Mylabris bifasciata, 01. Oliv. Ent. 11, Gen. 47, p. 5, pl. 1, fig. 10. Castelnau, Hist. nat. 11, p. 270. Marseul, Mon. p. 52, pl. 1v, fig. 9. Angola (Welwitsch). 306. Mylabris opacula, Mars. (Sp. n.) Long. 35, larg. 12 mill. Cette espêce présente tout aspect de la bifusciata, mais elle est plus large, moins convexe, d'un noir bien plus mat, à ponctuation bien plus fine et plus serrée, la villositê noire est courte, droite sur le prothorax couchée sur les êlytres, les points des taches plus petits, les nervures peu apparentes, avec une tache jaune intrahu- mérale arrondie, prês de la base et du calus et êgalement distante de Ja suture, subhumérale est nulle, la fascie antérieure est três étroite largement sinuée, placée au tiers, entitre ainsi que la pos- térieure, qui est plus large, placée aux 2/3, un peu plus étroite en 16 37. 38. 39. JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS dehors, unisinuée en devant et bisinuée en arriêre. Les pattes an- térieures sont pubescentes de jaune en dedans. Duque de Bragança. Bihé (Capello et ivens). Mylabris liquida Er. Wiegm. Arch. fir. naturg. 1843 p. 255. Marseul, Mon. pag. 57, pl. Iv, fig. 11". Presque tous les individus ont la bande basale des élytres inter- rompue au calas huméral le 2.º article des antennes noir et le der- nier article des palpes maxillaires noir avec une petite tache rouge. Cebinda (Anchieta). : Angola (Welwitsch). Mylabris hybrida, Mars. Marseul, Mon. pag. 58, pl. 4, fig. 121 Quelques fois les deux taches postérieurs des élytres sont reu- nies et forment une deuxiéme bande transverse. Capangombe (Anchieta). Mylabris discrepens, Mars. (Sp. n.) Long. 20, larg. 8 mil. Allongé noir luisant à peine finement pubescent, élytres à 3 fas- cies noires aiternant avec 3 autres testacées. Tête grosse élargie et tronquêe par derriere, renflée derritre les yeux, converte de points inégalement fins et serrés, front plan, avec une bande lon- gitudinale lisse au milieu; yeux renflês incisés au bord antérieur; epistome transverse, pointillé, renflé en devant; labre bilobê, an- tennes courtes épaissies vers le bout, rousses, sauf les deux pre- miers articles, 1.” court, assez épais; 2.º petit arrondi, Pun et Pautre noir, 3.º à peine plus long et égal au suivant, 4-10 en tran- che conique plus large que longue, dernier pyriforme. Prothorax presque plus large que long, rétréci et étranglê en devant avec le bord renflé, dilaté en bosse au milieu des côtês et de la largeur de la tête, convexe sur le dos avec une impression au milieu, bord de la base presque droit, mince, réflechi. Ecus- son ponctuê, rugueux, en arc oblong. Elytres plus larges à la base et 5 fois plus longues que le prothorax, épaules saillantes, limi- tées en dedans par une profonde impression, peu convexes élar- gies peu à peu et largement arrondies au bout, densêment poin- PHYSICAS E NATURAES h7 tillées ruguleuses, surtont sur le fond noir, distinctement et fine- ment 4 nervées, ornées de 2 taches basales en dehors et en de- dans du calus huméral, qui se prolongent souvent sur le bord la- téral et sutural et même au milieu jusqu'a la fascie transverse anté- médiane et alors la fascie fonciêre est réduite à 2 taches rondes noires; une deuxiême fascie commence au tiers et est plus ou moins sinueuse ainsi que la premitre. Pattes assez robustes et peu allon- gées. Rarement les 2 premiêrs articles des antennes sont rougeátres; malgré cette anomalie je n'ose pas former une nouvelle espéce, car il y en a pour le reste une parfaite identité. Le dessin des élytres et la couleur des antennes le rapprocherait du dubiosa, mais il sen distingue par la texture des eiytres, les antennes à articles plus courts, la forme moins convexe, etc. Loanda (Welwitsch). 40. Mylabris carinifrons, Mars. (Sp. n.) Long. 142 larg. & mill. Etroit allongé subparalléle à peine élargie par derriêre, noir peu luisant, garni d'une pubescence grise assez épaisse en dessous. Tête peu élargie par derriêre, et peu renflée derriêre les yeux qui sont gros renfles, subsinués en devant, front plan, densément pon- etuê, longé au milieu d'une carêne lisse, bifurquée en devant; êpis- tome transverse ainsi que le labre antennes raiteignant pas les élytres, noires, 1.º article assez épais, 2.º court en bouton, 3.º ob- conique, deux fois plus long, 3-10 courts, transverses serrés den- tellés en dedans, graduellement élargies, dernier pyriforme. Pro- thorax oblong rétréci en devant êtranglé derriêre le bord, arrondi sur les côtés et plus étroit que la tête; presque droit à la base avec le rebord mince et réfléchi, faiblement canaliculé au milieu dans sa derniére moitié, densément pointillê sur toute la surface. Écusson transverse ponctué. Élytres plus larges à la base et 5 fois plus longues que le prothorax, épaules marquées, arrondies, ex- trémité en arc, pointillées chagrinées, presque uniformement sur toute la surface, finement pubescentes de gris, noires ornées d'une grande tache jaune couvrant la moitiê antérieure, sans atteindre la suture, bisinuée à son bord postérieur, présentant une série de taches três vagues, qui indiquent dans les individus typiques une bande longitudinale descendant du calus humeral, 2.º d'une fascie transverse ondulée étroite en dehors, couvrant presque le bord 48 JOURNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS sutural, 3.º d'une tache arrondie subapicale. Pattes menues et peu allongées. Ressemble vaguement au palliata, auprês du quel il se place. Angola (Welwitsch). h4. Milabris palliata, Mars. Marseul, Mon. p. 72, pl. Iv, fig. 214”. Humbe (Anchieta). h2. Mylabris Paulinoi, Mars. (Sp. n.) Long. 15, larg. 5 mill. Oblong, assez large, peu convexe noir, assez luisant, vêtu d'une pubescence jaune soyeuse; antennes rousses, sauf le 1.º article; elytres avec leur moitiê antérieure jaune roux, sauf une tache tri- angulaire sur le calus huméral et deux taches rouges sang placées côte à côte aux 2/3. Tête large, tronquêe droit par derriére avec les angles postoculaires renflés, plane densément poncetuée avec une ligne êtroite lisse elevée au milieu, êpistome bien separé par un sillon droit, petit; labre bilobé; yeux renflés, grands, peu sinuês en devant. Prothoras oblongue de la largeur de la tête, rétréci et étranglê en devant, densêment ponctué longé au milieu d'une ligne elevé lisse, creusé dans son milieu d'un court sillon, un peu ren- flê en bosse sur les côtés, marge basale tranchante un peu relevée, peu arquée. Écusson en demicercle. Élytres plus larges à la base et quatre fois plus longues que le prothorax avec [êpaule arron- die renflée, peu convexes élargies postéricurement arrondies au bout, três densément ponctuées ruguleuses, points forts et peu ser- rês sur les parties colorées; trois nervures bien visibles sauf à la partie postérieure. Une grande tache jaune roux couvre presque toute la premiére moitié et son bord postérieur subsinué est un peu oblique; la couleur noire forme une bande longitudinale qui descend de la base sur le calus huméral et se recourbe en dedans en formant un coude, vers les 2/3 on voit deux petites taches rou- ges de sang, rondes non en relief et placées côte à côte. Pattes menues et longues. Un seul individu d'Angola (Welwitsch). 43. Mylabris bifucata, Mars. (Sp. n.) Long. 15, larg. 5 mill. Oblong, subparalléle, peu convexe, noir assez luisant, vêtu d'une PHYSICAS E NATURAES h9 pubescence grise soyeuse, plus fournie et plus longue en dessous. Antennes rousses, menues à la base, 1.” article assez long, 2.º plus court, Pun et Pautre noirs. Tête large, tronquée à la base avec les angles postoculaires renflês, peu prolongée, plane dense- ment ponctuêe, longée d'une fine ligne lisse dans son milieu, épis- tome separê du front par une ligne transverse peu nettement tra- cée; labre bilobé; yeux grands, renflés etroitement incisêés en de- vant. Prothorax oblong, densément ponctué, atténuê et étranglé en devant, dilaté en bosse sur les côtés, marqué dans la longueur d”une fine carêne, interrompue au milieu par une petite impression, bord basal en courbe, subsinuê, relevé et mince. Ecusson en demi-cercle. Élytres plus larges à la base et quatre fois plus longues que Je pro- thorax, calus huméral élevê arrondi, subparalléles sur les côtés et arrondies au bont, densément pointillées, ruguleuses, à nervures insensibles; ornées de deux taches et d'une fascie transverse jaune pale en relief, bordées de rouille, de deux taches postérieures rouge de sang ni rebordêes ni en relief; les deux taches antérieures tou- chent au bord basal, Vexterne oblongue s'appuie contre le calus, Vinterne est subarrondie et placée entre Vépaule et Vécusson, les points y sont assez fins et fort espacés; la fascie transverse pla- cêe un peu avant le milieu est étroite, entiêre, à points plus forts et plus serrés, un peu inclinée vers la suture, sinuée. largement à son bord antérieure et faiblement bisinuée au postérieur; les deux taches postérieures rouges placées au 2/3 sur la même ligne transverse, les points y sont gros et assez serrés. Pattes grêles et allongées. “Ha quelque analogie avec le Paulimoi. Capangombe (Anchieta). 2 h4, Mylabris gamicola, Mars. Mars. Mon. pag. 76, pl. Iv, fig. 29' Humbe (Anchieta). hô. Mylabris lanigera, Mars. (Sp. n.) Long. 17, larg. 5. mill. Allongé subcylindrique, noir, garni d'une pubescence jaune soyeuse épaisse et longue surtout sur la partie antérieure du corps et en dessous, qui ne laisse pas apercevoir la sculpture. Tête oblon- gue, tronquêée droit par derriêre, avec les angles postoculaires três renflês; front plan, longê d”une carêne médiane lisse; yeux grands JORN. DE SCIENC. MATH. PHYS. E NAT— N. XXV. dh 50 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS bombés, faiblement sinués en devant; 1-4 articles des antennes (les seuls qui existent dans Vexemplaire du muséum de Lisbonne) noirs luisants, 1.º court épais, garni de longs cils noirs, 2.º court en bouton, 3.º obconique plus long que le 4.º Prothorax allongêé, rétrêci et êtranglé en devant; bord basal peu arqué. Écusson en demi-cercle. Elyires plus larges à la base et 4 fois plus longues que le prothorax, subparallêles sur les côtés, coupées droit à la base avec le calus humêral saillant, arrondies au bout; densément rugueuses pointillées, à pubescence couchêe, ornées d'une tache oblongue intra-humérale et d'une étroite bordure jaune le long de la marge latérale, régulitre de la base jusqu'àã Pextrémite, un peu êlargie aux */,, s eloignant de la marge, et se recourbant avant la suture et rallite par Vextrémité avec une tache de la même cou- leur. Pattes médianes assez longues. Présente Paspect de Burmeisteri, mais plus grande, distincte par sa longue pubescence laineuse jaune, "absence de dessins sur le dos des élytres, et le 3.º article des antennes noir. Angola (Welwitsch). 46. Mylabris bissexguitata, Mars. (Sp. n.) Long. 15, larg. 5 mill. Allongé subcylindrique, noir assez luisant, vêtu d'une pubescence grise soyeuse, antennes rousses sauf les deux premiers articles, ély- tres ornées de 6 taches jaune pále placées par paires, les unes la- térales, les autres suturales. Tête large trigone, plane, densément ponctuée, carénulée au milieu, angles postoculaires renflés, épis- tome separê du front par une ligne droite, labre transverse sub- bilobê; yeux réniformes bombés, grands. Antennes atteignant pres- que les élytres, menues à la base, médiocrement épaissies en de- hors, 1.º article assez long, peu épais, 2.º court, 3-5 obconiques à peu prês de même longueur, 6-10 en tranche conique, transverses, serrês subégaux en épaisseur, dernier un peu plus longue conique. Prothorax oblongue légêrement convexe, densément ponctué, avec une petite ligne médiane, partie êlevée partie enfoncée, rêtréci, sub- étranglé en devant subparallêle par derriêre, avec les bossettes peu renflées, bord basal, en courbe large, tranchant. Écusson pointillé arrondi au bout. Élytres un peu plus larges à la base et quatre fois plus longues que le prothorax, avec 'épaule elevée arrondie, sub- cylindriques un peu élargies par derriêre et arrondies au bout, ner-= = vures fines à peine visibles à la base, densément pointillées, chagri- PHYSICAS E NATURAES 51 nées: taches à points fort écartês, basales placées Pune sur Pépaule, oblongue, le long de la marge, Vautre trigone en dedans du calus humêéral, medianes placées obliquement un peu avant le milieu, ex- terne transverse appuyée contre le bord marginal, interne ronde adossée à la suture, postérieures placées aux 2/3, disposées de la même façon: Pattes assez longues et peu épaisses. Vient pres de vestita au quel 11 ressemble beaucoup, mais les êlytres au lieu de 4 paires de taches jaunes nen ont que 2, et sont disposées obliquement mais en sens inverse. Humbe (Anchieta). 47. Mylabris tristriguitata, Mars. (Sp. n.) Long. 14-20, larg. 5-7 mill. Oblong, peu convexe, élargi par derriére, noir luisant, pubes- cent de gris et de noir. Antennes rousses, avec les deux premi- ers articles noirs, élytres ornées de trois rangées transverses de taches jaunes; premitre basale, deuxiême avant le milieu, troisiême aux 2/3. Tête large, tronquée postéricurement avec les angles pos- toculaires renflês, plane sur le front,- densement ponctuée, longée d'une petite ligne lisse élevée; separe de Vépistome par une strie droite; labre transverse arrondi latéralement; yeux grands, con- vexes, étroitement entaillêés en devant. Antennes dépassant Pépaule 4.º article court épais, 2.º petit, arrondi, 3.º à peine si long que le 4.º, courts, les suivants allant en s'êpaississant, peu à peu plus transverses, dernier court ovoide à pointe mousse. Prothorax un peu plus large- que long, densément ponctué rétréci et étranglé en devant, bosses latérales peu saillantes, entre eiles on remarque un petit enfoncement médian précêdé d'une petite élévation flan- quêe de chaque côté d'un calus lisse; bord basale aminci un peu relevê, à peine arqué, marquê au deyant de Vécusson d'une petite impression. Ecusson en demicercle. Elytres plus larges à la base et quatre íois plus longues que le prothorax faiblement convexes, épaules largement arrondies et peu élevées, élargies postérieure- ment et arrondies au bout, densément pointillées chagrinées, ner- yures à peine sensibles; taches jaunes à gros points épars, anté- rieure prês de la base oblongue, externe plus grande sous le calus huméral, 2.º touchant presque le bord basal, três rapprochée de Pinterne gui est plus descendue; médianes ovales, 1.º accolée au bord lateral, ohlongue, les deux autres plus petites, transverses ; postéricures inégales, suturale la plus grande quelques fois di- Ka 52 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS viste en deux, 2.º três petite, arrondie postérieure. Pattes allon- gêes. Cette espêce doit être placée dans le voisinage de la précêdente, reconnaissable au dessin des élytres. Loanda (Wetwitsch). 48. Mylabris dentata, 01. Tortuosa, Er. Wiegman, Arch. 1843, 1, p. 256. Marseul, Mon. p. 136, pl. v, fig. 52º. Humbe, Cabinda (Anchieta). Icolo, Loanda (Welwitsch). Dans la collection de Welwitsch se trouvent quelques individus avec les élytres d'une couleur jaune orange, les bandes noires plus étroites et avec la partie postérieure de la 3.º bande interrompue laissant un petit point noir vers Vextrémité des élytres. 49. Mylabris holosericea, Klug. Marseul Mon. p. 142, pl. v, fig. 56". Loanda (Welwitsch). 50. Mylabris rufitarsis, Mars. (Sp. n.) Long. 13-16, larg. 3-5 mill. Allongê, faiblement convexe, noir, luisant, garni de longs poils jaunes. Elytres ornées de taches jaunes et rarement d'un rouge de sang ou plus pâle, ainsi que les tarses. Tête courte élargie par der- ritre, renflée et lisse derriére les yeux, qui sont renflés et incisés au bord antérieur, plane sur le front marquée de gros points épars et hérissée de longs poils noirs au milieu de la pubescence jaune; épis- tome bien séparê du front, arquê; labre bilobé. Antennes médiocre- ment longues menues, renflées en masse au bout, 1.º article êpais et court, 2.º plus petit et plus court encore, garni Pun et Vautre de longs cils jaunes, les suivants obconiques oblongs, 3.º plus long que le 4.º, 7-10 serrês graduellement épaissis et transverses, der- nier ovoide aussi long que les deux précêdents ensemble. Protho- rax un peu plus large que long de la largeur de la tête, etranglé et rétréci en devant, renflé sur les côtés, à points inégaux et assez forts, sillonné au milieu dans sa moitié postérieure, bord basal pres- que droit mince et relevé. Écusson carré. Elytres plus Jarges à la base et 4!/3 fois plus longues que le prothorax, calus huméral ar- rondi et assez saillant, un peu élargies par derriêre et arrondies au PHYSICAS E NATURAES 55 bout; nervures peu distinctes, densément pointillées, ruguleuses, points des taches plus écartés. Ornées d'une bordure qui suit le bord latéral de la base à Pextrémité en s'élargissant au niveau des taches dorsales, à Vangle apical quitte le bord en formant un coude pour se diriger vers la suture quelle n'atteint pas, 2.º d'une bande longitudinale qui descend de la base, presque droit, sur le milieu de Vélytre en s'arrondissant au bout sans atíeindre le milieu ; 3.º de deux taches transverses, [une aprês le milieu, Pautre aux */; contre le bord sutural, Vexterne semble vouloir rejoindre la bordure mar- ginale. Pattes médiocres peu épaisses, tarses roux. Ressemble beaucoup à Vhorosericea par le coloris, la vestiture et le dessin des élytres; il sen distingue par la couleur rouge des tarses et la forme des deux taches qui restent presque toujours isolées de la bordure latérale. Huilla (Anchieta). Loanda (Welwitisch). d1. Mylabris bicincta, Mars. Marseul, Mon. p. 161, pl. v, fig. 60”. Loanda (Welwitsch). 92. Mylabris Jacob, Mars. Long. 17, larg. 6 mill. Noir, oblong, assez large, densêément vêtu-d'une pubescence cou- chée, condensée en dessous, sur le prothorax et Vécusson, noir as- sez luisant, antennes et palpes rouge-brun, élytres entourées d'une large bande rouge sang, ornées de deux taches basales et de deux fascies transverses jaune roux un peu en relief. Tête arrondie, trans- » Verse, à peine convexe, densément ponctuée, avec une courte ca- rêne lisse au milieu, front séparé de Vépistome par une strie droite; yeux gros renflés, à peine sinuês en devant; labre transverse ar- rondi aux angles; palpes maxillaires menus, avec les articles mar- quês d'une tache noire. Antennes n'atteignant pas les élytres, me- nues à la base, 4.º article allongé, 2.º en bouton aussi épais que le 1.º, un et Vautre noirs, 3-5 obconiques, luisants, les suivants fortement épaissis en tranches coniques courtes, serrés dernier py- riforme. Prothorax plus large que long, peu convexe densément ponctué, égal, base faiblement arquée, bossettes peu saillantes, briê- vement rêtréci en devant. Ecusson ponctué subogival. Élytres plus larges à la base et à fois plus longues que le prothorax, assez con- 5h JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS vexes, élargies postéricurement, arrondies au bout, finement tri- nervêes, fort densêément pointillées, taches ct fascies jaune rouge, plus nettement ponctuées. Tache basale, grande, unie à celle du cótê opposé, entamant largement Pécusson, subhumerale oblongue, se confondant avec la bordure, fascie antéricure oblique trisinuêe, assez large, postérieure étroite, trisinuée, transverse, un peu aprês le milieu, une et Vautre entiêre. Pattes grêles, ongles incourbes rouges. Plus grand et plus fort que tincta dont il a Vaspect, il sen dis- tingue au premier abord par la pubescence plus longue et d'un jaune doré, la largeur de la tache antérieure, Pobliquité de la fas- cie antérieure et le coloris rougêatre. Capangombe (Anchieta). Loanda (Welwitsch). 93. Mylabris serricornis, Gers. Peters, Reise, 1862, p. 300, pl. 18, fig. 4. Marseul, Mon. p. 188, pl. v, fig. 69”. Humbe (Anchieta). Loanda, Huilla (Welwitsch). 94. Mylabris phelopsis, Mars. (Sp. n.) Long. 14. larg. 5 mill. Allongé, subparalléle peu convexe, noir, un peu luisant, élytres jaunes ornées de trois fascies noires opaques. Tête large. transverse, plane, subimpressionêe sur le front, tronquêe et peu avancée der- riêre les yeux avec les angles ronds, assez fortement ponctuée, bien separée de Vepistome; labre à peine sinué au bout, dernier article des palpes maxillaires subcylindrique oblong; yeux gros saillants incisé au bord supero-antérieure ; antennes courtes assez fortement renflées en dehors, 1.º article obconique oblong, 2.º court en bou- ton, 3.º subcylindrique plus long que le suivant, 4-10 en triangle à angle interne peu avancé, serrés et graduellement épaissis, der- nier pyriforme terminé en pointe. Prothorax court de la largeur de la tête, fortement ponctué rugueux, rétréci en avant déprimê inégal sur le dos, hérissé de noir. Ecusson arrondi aciculê ragueux avec une carênule lisse. Élytres arrondies à Vépaule depuis la base du prothorax, subparalléles, un peu êlargies postêrieurement, ar- rondies au bout avec Vangle sutural marqué, finement nervées, densément criblés ponctuées, fascies noires plus finement rugueu- PHYSICAS E NATURAES 55 ses mattes à poils noirs couchés plus serrês que dans le fond jaune, antérieure, au tiers, transverse, racourcie en dedans et en dehors, 2.º aprês le milieu, sinuée devant et derritre, complete ainsi que la postérieure, cette derniére subapicale, bisinuée en devant en arc par derrire. La teinte et le dessin, sont ceux du 4 fasciata Thumb, mais ce n'est qu'une apparence trompeuse, qu'une comparaison attentive des élytres fait bien vite reconnaitre. Angola (Welwitsch). 55. Mylabris Bohemanni, Mars. Marseul, Mon. p. 198, pl. v, fig. 69. Capangombe (Anchieta). 56. Mylabris exclamationis, Mars. Marseul, Mon. p. 202, pl. v, fig. 72. Angola, Bengo (Welwitsch). 57. Mylabris trispila, Mars. (Sp. n.) Long. 14, larg. 5 mill. Allongê peu convexe, noir mat, avec les élytres ornées de deux bandes longitudinales, suivies chacune d'une tache ronde et d'une transverse apicale jaunes, vêtu d'une pubescence jaune longue et soyeuse en dessous, três courte en dessus, Tête courte et large, tronquêe par derritre avec les angles renflés mais peu prolongés, plane sur le vertex, front un peu concave à carênule lisse, densé- ment ponctuée, épistome coupé carrêment, labre en demi hexagone; yeux reniformes, entaillés en devant, le lobe supéricur beaucoup plus petit que Vinférieur; palpes maxillaires menues, à dernier ar- ticle mince, allongé, tronqué droit au bout; antennes assez larges, épaisses, courbées, 1.º article gros ei assez long, 2.º court en bou- ton, les suivants en triangle court, Vangle interne fortement pro- longé en lobe, dernier ovoide sinué. Prothorax court, transverse peu convexe subégal, densément pointillê ruguleux avec une três fine et courte carêne munie d'une strie au milieu, dilaté arrondi en bosse au tiers antérieur sur les côtés et lã aussi large que la tête, fort rêtréci en devant, à peine attenué vers la base, qui est presque droite, mince, avec les angles obtus. Écusson rugueux, lobê. Elytres plus larges à la base et quatre fois plus longues que le prothorax, épaules arrondies mais saillantes, paralléles sar les 56 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS côtés, arrondies chacune au bout, densément pointillées ruguleu- ses, à points plus forts et plus écartês sur les taches flaves; bande intrahumérale droite mais atténuée et atteignant le tiers posté- rieur, marginale semblable et aussi longue; deux taches placées transversalment les suivent, Vinterne ronde Vexterne en demicer- cle sur le bord latéral, enfin une ovalaire occupe le bord apical. Pattes allongées, menues noires. Cette espéce ressemble beaucoup à la trifurca. Huilla (Anchieta). Loanda (Welwitsch). 58. Mylabris bilincata, Mars. (Sp. n.) Long 11, larg 3,6 mill. Allongé subdéprimé; peu élargi postérieurement, noir, luisant surtout en dessous, garni de longs poils jaunátres, deux bandes jaune roux, étroites, paraliêles, Yune contre le bord latéral, inter- rompue vers le bout, Vautre le long de la suture, droites et rac- courcies un peu avant Vextrémité, qui est ornée d'une apicale ova- laire. Tête peu convexe, ponctuée avec une ligne êlevêe lisse au milieu, coupée droit par derriêre, mais peu prolongée derrigre les yeux avec les angles peu renflés, épistome transverse, séparé du front, labre bitobê; yeux renflés étroitement incisé au bord an- térieur. Antennes atteignant la base du prothorax, graduellement épaissies en dehors, 4.º article court assez épais, 2.º court, cilié de noir ainsi que le 1.º, 3.º obconique oblong, les suivants en trans che de cones plus larges que longs, serrés, avec Vangle interne peu saillant dernier pyriforme court. Prothorax oblong, faiblemeni convexes, densément ponctué, rétréci et étranglé en devant, ren- flé un peu sur les côtés, bord basal droit, sinuê, relevé. Ecusson subarrondi, creusé. Elytres coupées droit et plus larges à la-base' avec les épaules saillantes en bosse, et 5 fois plus long que le pro- thorax, arrondies au bout densêment ponctuées, ruguleuses, Dan- des jaunes à points forts, assez serrés, tache Apa à points fort épais. Pattes menues, frangêês. On dirait un trifurca, dont la bande suturale est prolongée, droite et presque égale, dépourvu au bout de tache renflée, avec les nervures moins marquées, ou encore un bivittata avec une ta- che apicale. Angola (Welwitsch). PHYSICAS E NATURAES 517 99. Mylabris atrochalybea, Mars. (Sp. n.) Long 12, larg. 4,5 mill. Oblong, subcylindrique, noir luisant avec les élytres d'un noir bleu foncé, mat, garni de longs poils jaunes soyeux, plus courts et couchés sur les élytres, deux bandes une subhumérale VPautre juxtasuturale, deux paires de taches alternes d'un jaune pále. Tête tronquée par derritre, avec les angles postoculaires médiocres, peu prolongée, plane densément ponctuée, longée dans son milieu d'un espace lisse, irrégulier; épistome séparé par une ligne fine, labre bilobê, creusé; yeux renflés, étroitement sinués en devant. Anten- nes menues, assez longues, renflées seulement au bout, 1.º article oblong, peu épais, 2.º court, tous deux ciliés de noir, 3.º plus long que le 4.º, à peine élargis au bout ainsi que le 5.º, les suivants en tranche conique, courts et plus larges successivemont, dernier ovoide avec pointe mousse, de la longeur des trois précédents en- semble. Prothorax de la longeur de la tête presque aussi long que large, rétréci et étranglé en devant, renflé en bosse sur les cô- tes, densément ponctué, finement sillonné dans son milicu. Ecus- son en demicercle. Elytres plus larges à la base avec Vépaule sail- lante et 4!/2 fois plus longues que le prothorax, un peu élargies postéricurement, arrondies au bout, densêment nervées; ornées de deux bandes longitudinales, jaunes à points forts, peu serrés, Vune sur le bord latéral descend jusqu'au tiers, Vautre intrahumé- ral acuminée prês du milieu et rejoint par fois la tache qui la suit; de quatre taches de même couleur dont deux triangulaires acco- lêes à la marge latérale, Pune vers le miliceu, Pautre aux 2/3 et 2 ovales transverses qui correspondent aux extrêmes et sont un peu plus bas. Pattes grêles et assez longues. Cette espéce doit être placée en tête des dorcatoma avant Paf- finis, dont les élytres d'une couleur noire bleu foncée présentent un dessin tout différent. Huilla (Lobo Avila). Loanda (Welwitsch). * 60. Mylabris Benguelana Mars. Long. 14, larg. 4,5 mill. Oblong, convexe, assez large noir, beaucoup plus luisant en des- sous qu'en dessus, garnies de poils noirs fins peu serrés ; trois séries transverses de taches jaunes subarrondies (3,9,2). Tête ar- 58 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS rondie assez convexe, ponctuée avec un espace lisse au milieu du front, coupée presque droit et peu prolongée par derriére, angles postoculaires peu renflés; yeux renflés, un peu incisés en devant; épistome séparê par une faible ligne, transverse ainsi que le labre. Antennes atteignant la base du prothorax, três menues à la base, 4.º article long peu épais, 2.º petit en bouton, 3.º plus long que le 4.º, 3-6 presque aussi larges que longs, les suivants formant une assez forte massue serrée, arrondie au bout, le dernier sem- ble formé de deux articles soudés comme cela a leu dans presque tous les Decatoma, et laisse quelques doutes pour quelques espê- ces, mais la structure de la massue devra prêvaloir en ce cas sur le nombre des articles. Prothorax plus large que long, rêtréci et étranglé en devant, dilaté en bosse sur les côtés, un peu convexe sur le dos, avec une conrte strie médiane et une impression anti- scutellaire, densêément ponctuée, bord basal mince un peu élevé, à peine .arqué. Écusson en demicercle, anguleux pointillé. Élytres plus larges à la base, avec le calus huméral assez saillant et arron- di, et 44/a fois plus longues que le prothorax, élargies par derriêre et arrondies au bout, densément pointillées ruguleuses sans ner- vures visibles, taches jaunes à points êcartés, les trois de la série antérieure sont placées en arc, subhumérale touchant à la base et à la marge latérale, scutellaire arrondie aussi prês du bord -basal que de la suture; intermêdiaire plus petite et plus êloignée de la base, celles de la 2.º série, avant le milieu, forment avec celles du côté opposé un arc de 6 taches dont les deux extrémes sont appuyées contre la marge et les suturales sont plus rondes, les deux de la 3.º série sont placées aux 3/, en ligne transverse, latérale oblongue, suturale arrondie. Pattes assez longues. Voisine de 4 quitata, dont il se distingue bien par le nombre et la disposition des taches des élytres. Angola (Welwitsch). Benguela (Anchiefa). 61. Mylabris omega, Mars. Marseul, Mon. p. 225, pl. vr, (11), fig. 41. Huilla (Anchieta). Loanda (Welwitsch). 62. Mylabris decorata, Er. Wiegman, Arch. fur. naturg. p. 256. 63. 64. 65. 66. PHYSICAS E NATURAES 59 Marseul, Mon. p. 230, pl. vt, (1) fig. 14. Huilla (Anchieta). Loanda (Welwitsch). “Mylabris chrysomelina, Er. Wiegman, Arch. fur. naturg. 1843, p. 258. Marseul, Mon. p. 269, pl. vr, (1v) fig. 6. Loanda, Bengo (Welwitsch). Mossamedes (Anchieta). etica rufa, E”. Fab. El. 1, p. 78. Lacord. Gen. Col. v, p. 672, not. 2, pl. 59, fig. 4, 5. La couleur varie extremement. Angola (Anchieta, Welwitsch). Cantharis maculifrons, Mek. An. Soc. Ent. Fr. 1875, p. 458, 8. Angola (Welwitsch). Humbe (Anchieta). Cantharis notifrons, Mars. (Sp. n.) * Long. 22, larg. 6 mill. Allongé, convexe, noir, peu luisant, finement pointillé, ruguleux, vêtu d'une courte et fine pubescence grise, elytres brunes, anten- nes, palpes, bord antérieur de Vépistome et une petite tache linéaire sur le front d'un roux testacé. Tete grande, peu convexe, renflée et projétée par derritre, sinuée à la nuque, finement canaliculée ; yeux médiocres subrêniformes; épistome court, bien séparé du front: labre profondement incisé; palpes maxillaires à dernier ar- ticle sécuriforme êétroit. Antennes longues, menues filiformes, de- passant le milieu des élytres, 2.º article de !/, plus court que le 3.º. Prothorax presque carré, plus étroit que la tête, peu convexe, dilatêé en bosse au tiers sur les côtêés, rétréci brusquement en de- vant, subparellêle quoique un peu retréci par derriêre, rebord ba- sal êtroit, droit, impressionê au devant de Pécussou qui est petit et étroit. Elytres plus larges à la base avec les épaules légêrement marquées, 5 à 6 fois plus longues que le prothorax, un peu élar- gies postéricurement, arrondies au bout, ligne blanche dorsale peu visible. Pattes antéricures garnies en dedans de poils jaunes lui- sants, posterieurs de poils noirs. 60 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Ressemble un peu à vestita; sa forme moins étroite, sa tête plus grosse et noire, ses antennes plus menues, le distinguent abon- damment, sans parler de beaucoup d'autres caractêres. Humbe (Anchieta). 67. Cantharis Buqueti, Mok. Meeklin 1875, p. 453, 5. Humbe (Anchieta). 68. Cantharis subrugulosa, Mek. Moeklin 1875, p. 456, 6. Humbe (Anchieta). “69. Cantharis seminitens, Mars. (Sp. n.) Long. 25, larg. 4, 5. Três allongé, subcylindrique noir ou bleu noir trés luisant avec les elytres bleues, ternes, pubescence três fine à peine visible. Tête arrondie peu avancée en arriére, peu convexe, un peu élevée au milieu du front, couverte de gros points peu serrês; yeux renifor- mes trés grands: épistome bien séparé du front; labre assez lon- gue, Dilobé canaliculé à la base, densément ponctué; dernier arti- cle des palpes maxillaires un peu securiforme. Antennes longues atteignant les 2/3 des élytres, filiformes, articles longs cylindriques, subégaux, 2.º conique court. Prothorax allongé, plus étroit que la tête, largement courbê sur les côtés, peu convexe attênué en de- vant, creusé au devant du bord apical, droit et finement rebordê à la base, marqué d'une profonde fossette antéscutellaire parsêmé inégalement de points, écartés par places. Ecusson en triangle al- longé, à pointe mousse, creusé d'un point. Elytres beaucoup plus larges à la base avec les calus huméraux ronds saillants, 5 fois plus longues que le prothorax, paralleles, arrondies au bout, fine- ment et três densément ruguleuses, nervures fines peu distinctes. Pattes grêles et três allongées. Doit être três voisin du chalybea Er. qui m'est inconnu. Angola (Welwitsch). 70. Cantharis fulvicollis, Wester. Humbe (Anchieta). PHYSICAS E NATURAES 61 74. Cantharis hemicrania, Mars. (Sp. n.) Long. 10-15, larg. 4-5, 5 mill. Assez allongé subcylindrique, un peu élargi, postérieurement, noir entitrement couvert d'une fine et courte pubescence blanchá- tre couchée; dessus de la tête rouge pále sauf le bord antérieur. Tête convexe, largement arrondie alutacée et ponctuée, finement canaliculée dans son milieu, tronquée droit en devant et séparée de Vepistome par un rebord élevê sur les angles du quel a Jieu Vinsertion des antennes; labre transverse êlargi en devant avec les angles arrondis; palpes maxillaires courts, à articles larges et tri- angulaires; yeux oblongs assez grands. Antennes n'atteignant pas le milicu des élytres, filiformes, 1.º article obconique épais, 2.º petit de même forme et couri, les suivants subégaux assez longs, linéaires. Prothorax un peu plus large que la tête, subtransverse fortement rétreci en devant ei un peu obliquement par derrire, coupé droit et finement rebordé à la base, faiblement canaliculé dans son milicu, densêment ponctuê, ruguleux. Ecusson terminé par un lobe étroit. Elytres plus larges à la base avec les épaules peu saillantes et 4 fois plus longues que le prothorax, assez con- vexes, arrondies au bout, finement pointillées ruguleuses. Pattes assez fortes, peu allongees. Voisin du canescens mais plus petit et surtout plus large, tête plus arrondie et plus convexe par derriére. Angola (Welwitsch). 72. Cantaris cinctifrons, Mars. (Sp. n.) Long. 11, larg. 4 mill. Tellement voisin du prêcêdent qu'il suffit d'une courte descri- ption comparative. Tête plus grosse renflée, élargie par derriére, rouge seulement dans sou pourtour et présentant une grande tache centrale noire, de la forme d'un coeur renversé. Antennes encore plus courtes, avec les 3 premiers articles rougeatres en grande partie en des- sus. Prothorax plus court et plus large, les élytres moins allongées et moins paralléles. En général la pubescence est plus longue et plus fournie. Humbe (Anchieta). 73. Cantharis strigida, Mars. (Sp. n.) o Long. 15, larg. 5 mill. Oblong, large, peu convexe, densément garni d'une courte pu- 62 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS bescence couchée gris jaunátre, cachant le fond noir, si ce n'est en dessous. Tête grande bombée élargie par derritre, coupée droit à la nuque, avec les angles post-oculaires renflés arrondis, densé- ment et ruguleusement ponctuée, ocellte, noire mais bordée de rouge sang, jusqu'aux yeux, la bordure rouge antérieure remonte en pointe sur la canalicule médiane et prêsente de chaque côte au- dessus de Vinsertion antennaire une plaque lisse luisante, la bor- dure postérieure trés large sur les angles se rétrécit au milieu de sorte que Vespace noir médian affecte vaguement la forme d'un eour renversé, un peu comme dans le cinctifrons; êpistome large et court, rugueux-ponctuê, coupê droit et etroitement bordé de roux, ainsi que le labre qui est bilobé; yeux longs, peu saillants, bisinués au bord antérieur; palpes maxillaires assez longs et assez épais, articles en triangle, dernier arrondi au bout. Antennes cour- tes menues, attenuées vers le bout, 1.7 article obconique allongê, rougeatre en dedans, 2.º obconique, court, rouge brun à la base, 3.º deux fois plus long, 4.º de moitié plus court que le 3.º, égal aux suivants assez serrês cylindriques. Prothorax transverse plus étroit que la tête, peu convexe, Drusquement rétréci en devant, coupé droit et finement rébordê à la base, canaliculé dans son milicu, densément pointillé, ruguleux. Ecusson rétréci en lobe au bout. Elytres bien plus larges à la base avec les épaules un peu renflées, et 5 fois plus longues que le prothorax, faiblement élar- gies, arrondies séparément au bout et avec son angle sutural ren- trant profond, pointillées comme le prothorax, marge latéral, su- ture et une étroite ligne dorsale blanche bien dessinées. Pattes médiocres. Ressemble à Poculata par le dessin et la forme, mais il est plus épais, la pubescence plus jaunátre, la tête est plus bom- bée, rouge sur uue plus grande étendue, la bande blanche des elytres plus mince. Angola (Welwitsch). 74. Sybaris flaveola, Mars. (Sp. n.) Long. 13, larg. 3 mill. Três allongé, étroit, paralléle, luisant, garni d'une pubescence jaunátre, corps noir à Vexception de la partie postérieur de Pab- domen, yeux, antennes, palpes, genoux et tarses qui sont bruns. Tête trigone, arrondie et projetée par derriére, plane, et même creusée au milieu du front, ponctute; yeux grands renflês, subre- niformes; épistome transverse bien séparé du front; labre large PHYSICAS E NATURAES 63 subsinué; palpes maxillaires à dernier article en triangle long, tron- qué obliquement. Antennes menues, filiformes atteignant les 3/4 des elytres; 1.º article peu allongê renflé, 2.º court, 3-10 longs, subégaux, dernier plus long acuminé. Prothorax oblong, plus étroit que la tête, peu convexe attenué en avant, à points épars, faible- ment canaliculé dans son milieu, avec une impression triangulaire au devant de Vécusson, bord postéricur presque droit, relevé. Écusson densément pointillê, rétréci en un lobe arrondi. Élytres plus larges à la base et 5 fois plus longues que le prothorax, avec le calus humeral elevê, coupées droit en devant, parallêles sur les cótés, arrondies séparêément au bout, faiblement pointilleés et mar- quées de três faibles nervures. Pattes allongées menues. Angola (Welwitsch). 19. Sybaris picta, Mars. (Sp. n.) Long. 44, larg. 2 mill. Três allongé, étroit, paralléle, luisant, garni d'une pubescence blanche, noir, prothorax jaune orange, êlytres jaune paille, ornées de 3 taches noires. Tête oblongue, renflée et projetée à la nuque, élevée sur le milieu entre les yeux et impressionée derriére, points assez forts inégalement placés, yeux grands bombés réniformes, peu distants sur le front; épistome transverse bien séparê du front; labre élargi en devant et subsinué au bout; dernier article des pal- pes maxillaires ovale tronquê; 4.º article des antennes renflé, as- sez long, 2.º petit, 3.º assez long en triangle. Prothorax três al- longé, étroit, subcylindrique, attênuê en devant à partir du milieu, ápeine rétréci vers la base, qui est droite avec le rebord fin et re- levê, points rares, une courte canalicule aprés le milieu et une im- pression transverse antescutellaire. Ecusson lanceolé, à pointe ar- rondie, densêment pointillé. Elytres plus larges à la base avec le calus huméral renflê et 5 fois plus longues que le prothorax, pa- ralleles, peu convexes, arrondies séparément au bout, pointillées, " subridêes, à nervures três obsoletes, ornées d'une tache noire qui occupe toute la base et se prolonge sar la suture plus que sur Vé- paule, d'une autre ovale élargie postérieurement vers le milieu, plus prês de la suture que du bord latéral, et d'une troisiéme sur le bord apical, grande et triangulaire en devant. Pattes médiocres, cuisses assez épaisses, éperons roux ferrugineux. Humbe (Anchieta). 64 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS 76. ?Criolis hilaris, Mars. (Sp. n.) Long. 14, larg. 4,5 mill. Oblong, assez large, peu convexe, noir, assez luisant, três fine- ment et lêgêrement pubescent; renflement postoculaire, prothorax excepté une ombre brune au milieu, les 2/2 antérieurs des élytres, le pourtour de Vabdomen et les jambes d'un jaune rouge clair, parties de la bouche en dessous jaune pále. Tête en triangle legê- rement convexe, tronquêée droit et três elargie par derriére, avec les angles fortement renflés, couverte de gros points rugueux, ser- rês longée dans son milieu d'une étroite ligne en relief lisse; yeux assez saillants coupés droit par derriêre et assez fortement exhaus- sés en devant; épistome transverse court, nettement séparé du front; labre court cilié, peu sinué au bout; mandibules larges, concaves, courbées en une pointe acerée tranchantes en dedans; máchoires à lobe externe allongé, frangé; palpes de 4 articles. 2 et 3 obconiques subégaux, dernier ovale tronqué; menton presque carré coupé droit en devant, bi-impressioné. Antennes longues, insérées au devant des yeux, fortes, dépassant le milien des ély- tres, 4.” article obconique, épais, assez court, 2.º de même forme, plus petit et plus court que le 3.º, celui-ci un peu plus court que les suivants, qui sont subégaux et tous en triangle assez long, den- tés en dedans, 11.º et dernier fusiforme pas plus long que le 10.º. Prothorax fort transverse, un peu plus large que la tête, peu con- vexe, sinué au milieu du bord antérieur avec les angles arrondis, dilatê en bosse sur les côtés, rétréci par derriêre avec la base à peine arquée, finement rebordée avec les angles arrondis, longé dans son milieu d'une carênule lisse, suivie d'un enfoncement, trans- versalement creusé au milieu, ce qui fait paraitre le pourtour re- levé en bourrelet; ponctuation forte, condensée au fond de Pim- pression. Écusson brun, grand, lanceolé, creusé terminé en pointe obtuse, éparsêément ponctuê. Elytres un peu plus larges à la base avec les épaules un peu saillantes et arrondies, subparalléles, ar- rondies au bout, un peu dehiscentes à la suture, dépassant Pabdo- men, finement et densément ruguleuses avec 3 nervures bien mar- quées s'évanouissant par derriére. Pattes médiocres, cuisses anté- rieures peu épaisses, intermêdiaires un peu plus, postérieures plus “Courtes et fortement ovales, et mousses au bout; jambes peu al- longées, êlargies à Vextrêmitê et biéperonnêes, tarses bien plus longs que les jambes, articles à peu prês de même longeur, ongles PHYSICAS E NATURAES 65 à deux divisions peu courbées, supérieure pectinée, inferieure três mince. Angola (Welwitsch). Cette espeêce dont nous avons détaillê les caractêres a tout le facies des criolis de Mulsant, on y retrouve la plupart de ses ca- ractêres gênériques, la structure de la tête, des yeux, des parties de la bouche, la disposition des êlytres les proportions des pattes etc., mais la forme du prothorax est fort différente et les antennes au lieu d'être filiformes sont pectinées. Il ne doit donc pas entrer dans ce genre à moins d'en modifier la formule essentiellement. Il se rapproche aussi beaucoup du genre Ctenopus que je ne connais que par la description et la mauvaise figure de Fischer; mais il à les yeux êchancrês les antennes serrés, à 3.º article plus petit que le 4.º et les suivants égaux et les élytres peu dehiscentes. Cet insecte devra donc former un nouveau genre voisin du genre criolis, au quel on pourrait donner le nom de Co- rioligiton (Coriolis et yertay volsin). 77. Nemognatha annulicornis, Mars. (Sp. n.) Long. 16, larg. 5 mill. Allongé peu convexe, peu luisant, garni d'une courte pubescence grise, peu fournie, d'un jaune roux, palpes, extremité des mandi- bules, antennes sauf la base des articles et pattes, sauf la plus grande partie des cuisses d'un brun noir. Tête trigone, convexe sur le front, comme tronquêe arrondie et peu avancêe par der- riére, ponctuée, marquée au milieu d'une large impression au de- vant des yeux et d'une autre étroite sur la nuque; yeux grands re- niformes, bombés, se rejoignant presque en dessus; épistome bien séparê de front, attênué en devant oblong, subarrondi au bout, der- nier article des palpes maxillaires long, subcylindrique, tronqué au bout. Antennes menues, filiformes de la longueur des elytres, 4.º” article courbe, assez long, peu épais, 2.º presque de la même longueur, 3.º moins longue que le 4.º, dernier acuminé, tous noirs avec Pextrême pointe jaune, ce qui les fait paraitre annulés. Pro- thorax, oblong dêéprimé, presque de la longeur de la tête, à points assez forts et assez nombreux, attênué en devant, un peu courbé au milieu des côtés, un peu plus large à la base avec le rebord droit un peu relevé, canalicule médiane peu visible, mais terminé par un enfoncement au devant de Vécusson. Ecusson lanceolé ar- rondi au bout, densément pointillé. Élytres beaucoup plus larges JORN. DE SCIENC. MATH. PHYS. E NAT. N. XXY. 5 66 JOURNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS à la base avec le calus renflé, peu convexes, un peu élargies pos- térigurement et arrondies au bout, finement et densêément pointil- lées, ruguleuses, nervures peu visibles, Pattes assez longues et me- nues, de la couleur du corps, sauf les genoux, les jambes et les tarses. Angola (Welwitsch). 78. Nemognatha ciconia, Mars. (Sp. n.) Long. 12, larg. 4,5 mill. Oblong, peu convexe, etroit et peu allongé à sa moitié anté- rieure, êlargi aux êlytres, jaune roux clair, três luisant, à pubes- cence à peine visible, yeux, antennes moins les deux premiers ar-= ticles, bout des mandibules et deux grandes taches sur les élytres noires, labre et tarses bruns. Tête allongée, à peine élargie par derritre, ou elle est subtronquêe avec les angles marqués, légêre- ment convexe, converte de gros points plus serrés en devant, lon= gte entre les yeux par nne ligne en relief courte, yeux grands, transverses, fortement sinués, placês vers le milieu des côtés; épis- tome transverse, pointillê, bien séparé du front, dont le bord an- téricur est brunatre; labre carré brun, dernier article des palpes rembruni; Antennes assez épaisses, linéaires, dépassant la base des êlytres, 4.º article renflé au bout courbe, assez long, 2.º court, Yun et Vautre de la couleur du corps, luisants; les suivants d'un noir mat en triangle long, presque égaux entre eux, dernier en pointe obtuse. Prothorax allongé étroit, peu convexe, ponctuê à peu prês aussi long que la tête, atténué en devant, élargi vers la base, qui est coupêe droit et etroitement rebordée, marqnée en avant et en arriêre de faibles impressions. Ecusson densément pon- ctuê rugueux, trilobé, creusé sur le lobe postérieur. Élytres beau= coup plus larges à la base et 2 4/2 fois plus longues que le pro- thorax, épaules saillants, attênuées par derriére et terminées en pointe obtuse, finement 4 nervêes, ponctuées, plus distinctement en avant, finement et ruguleusement par derriêre, ornées chacun de deux grandes taches noires, basale occupant le tiers antérieur, couvrant la suture mais n'atteignant ni le bord basal ni le latéral; apical oecupant le tiers postérieur. Pattes médianes densément pointillées. ; Mossamedes (Anchieta). DX PHYSICAS E NATURAES 67 79. Nemognatha scapularis, Mars. (Sp. D.) Long. 44, larg. 4 mill. Oblong, moitié anterieure du corps, allongée étroite et attênuée en devant, moitié postérieure large, assez convexe, élargie par der- rigre, d'un jaune roussãtre assez clair, Iuisant, pubescence jaunâtre peu visible en dessus, élytres noires et jaunes, yeux, antennes, pal- pes, extrémitê des jambes, tarses et poitrine d'un noir brun. Tête allongée, attenuée en devant, un peu convexe, fortement ponctuée, avec une ligne médiane longitudinale lisse peu réguliere, renflée à la nuque, bord postérieur sinuê de chaque coté avec les angles postoculaires bien marquês, yeux grands, fortement réniformes, peu convexes, placés au milieu sur les cotés; épistome bien séparé du front, peu êlargi; labre oblong élargi et coupé droit au bout ; dernier article des palpes maxillaires long cylindrique tronqué. An- tennes atteignant le milieu du corps, assez épaisses 14.7 article épaissi au bout, courbé, roux à la base, luisant, 2.º court assez luisant, les suivants assez longs, êgaux entre eux noir mat rugu- leux, dernier ovale acuminê. Prothorax plus long que la tête, atte- nué de la base au bout, peu convexe égal, parsemê de points écar- tés, longé dans son milieu d'une ligne fine, peu enfoncée. Ecus- son densément ponctué, rétréci par derritre en un lobe assez long. Elytres beaucoup plus larges à la base avec les épaules assez sail- lants, élargies par derriére, arrondies en dehors au bout avec Pan- gle sutural marqué, d'un jaune un peu roussátre au bord basal et au tiers postérieur, noir sur le reste, ponctué rugueux ; fortement sur la tache noire; nervures assez fortes antéricurement. Pattes densêment pointillées, hanches en grande partie, extrémité des jambes et tarses d'un brun noir, ainsi que le milieu de la poitrine. Angola (Welwitsch). 68 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS 2. Diagnoses de duas especies novas de «Francolius» POR J. V. BARBOZA DU BOCAGE Numa collecção d'aves da costa do Loango, ao norte do Zaire, que o nosso amigo o sr. Bouvier acaba de nos enviar, se nos de- pararam 3 exemplares de duas especies dos gen. Francolinus e Piernistes, que nos são absolutamente desconhecidas e nos parecem ineditas. Vamos aqui publicar as suas diagnoses succintas, dando- lhes os nomes dos dois exploradores d'aquella interessante região, a quem já muito deve a sciencia. Francolius Petiti. à. Supra olivascente-fuscus; pileo unicolore; dorso aliisque fusco variis et tenuissime vermiculatis; colli postici et lateralis plumis macula scapali fusciori marginibusque pallidioribus; subtus pal- lidior, abdomine medio dilute fuscescente, plumis omnibus sca- pis marginibusque obscurioribus; gula albicante; remigibus di- lute olivascente-fuscis; rectricibus obscurioribus. Rostro pedibus- que (ut videtur) aurantiaco-rubentibus. L. t. 340 m.; alae 185 m.: caudae 98 m.; rostri 30 m.; tarsi 55 m. 2. Minor: dorso fulvo nigroque laete variegato; tectricibus cau- dae et rectricibus fulvo nigroque fasciatis. Rostro pedibusque ut in mare. L. t. 310 m.; alae 160 m.; caudae 76 jm.; rostri 25 m.; tarsi 50 m. Habit. Landana (num. 1598 et 1600, MM. Petit et Lucan). Pternistes Lucani. 2. juv. Similis P. Cranchii, sed diversus: pectore abdomineque maculis fuscis scapalibus nullis; regione ophthalmica, gula, ros- tro pedibusque laete rubris. L. t. 300 m.; alae 1475 m.; cau- dae 66 m.; rostri 21 m.; tarsi 50 m. Habit. Landana (num. 1574, MM. Petit et Lucan). “E /4S er 1 O ; . 65 | J82 CC JW TEA EEE | ) JORNAL | c 5 DE SCIEN CIAS MATHEMATICAS PHYSICAS E NATURAES ê - publicado sob os auspícios DA ACADEMIA REAL DAS SLIENCIAS DE LISBOA NUM. XXVE — NOVEMBRO DE 1879 GOS SEG LISBOA TYPOGRAPHIA DA ACADEMIA 1879 & NEAR RE Nasa NEN NT ONES Ni ENSINA NI A NETBEANS Na NEN 17 Non 3 SN a SNS NS NE TN TS a Na a Na TN Na NT a E e TN 7 NT a NaN ER TN NE NILDO NET AE NNE NEN a Na NNE Na Ne te » BoTANICA : 4. Apontamentos para o estudo da Flora Portugueza — peloiConde de Ricalho 69 ZOOLOGIA : 1. Subsidios para a Fauna das possessões portugue- zas d'Africa occidental — por J. V. Barboza du Bogages «tese eqato one eres aPoRade C E open RR EE 85 2. Reptiles et batraciens nouveaux d'Angola— par J. Vo BanbozaidunBoc ame RR a PRM 27] 3. Aves das possessões portuguezes d'Africa ainiilire tal—por J. V. Barboza du Bocage... ........ 400 GEOLOGIA. 1. Correspondance relative à la classification des schis- tes siluriens à Néreites découverts dans le sud du Portugal — par Joaquim Filippe Nery Delgado .. 103 2. Fosseis das bacias Lerciarias marinas do Tejo, do Sado e do Algarve—por J. €. Berkeley Cotter. 112 VARIEDADES. 1. Uma questão dos cursos d'agua naturaes — por João Fagundo das Sin CR 123 Ee PHYSICAS E NATURAES 69 BOTANICA AQ — 1. Apontamentos para o estudo da Elora Portugueza PELO CONDE DE FICALHO ROSACEAE Juss. Subordo I. POMACEAE Bartl. Trib. I. CAPSULIFERAE Wk. et Lge. Prodr. Fl. Hisp. II, 192. I CYDONA Tourn. Inst. 632. 1. €. vulgaris Pers. Syn. 11, 40; DC. Prodr. nm, 638! Wk. et Lge. 1. c.! — Pyrus Cydonia L.; Brot. Fl. Lus. 1, 330! Welw. !* hb. n. n. 128. 1No herbario de Welwitsch 'acham-se hoje incorporadas muitas plantas “colligidas em recentes herborisações, feitas, sob minha direcção, pelos srs. J, Daveau e A. R. da Cunha. Os numeros citados não se referem pois exclusiva. mente ás collecções de Welwitsch, mas em geral ao herbario Lusitano. De resto na indicação da localidade menciono sempre o collector. Todas as plantas no- vamente colligidas, assim como as do antigo herbario passaram scb os meus olhos. Ás localidades das plantas que eu observei, accrescentei algumas da- das sob diversas auctoridades, como são: as extraidas da Flora de Brotero, e de outros livros: algumas de notas manuscriptas de Welwitsch, faltando em certos casos a planta no herbario: outras finalmente de notas relativas a plan- tas existentes no herhario de Coimbra, provenientes de herborisações, feitas no norte do paiz, as quaes me foram communicadas pelo dr. Julio Henriques, a quem agradeço a sua valiosa coadjuvação. JORN. DE SCIENC. MATH. PHYS. E NAT.— N. XXVI. 6 70 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS In dumetis, ad sepes Lusitaniae, subspontanea et verisimiliter indi- gena: Cintra, Cascaes, Queluz (Welw.!). Colitur per omnem fere Lusitaniam. 5 Apr.-Maj. (v. V.).— [MARMELEIRO |]. Hab. in reg. mediterranea. In oriente certê indigena. IH. PYRUS L. Gen. 626. Sect. 1. Pyrophorum DC. Prodr. 1, 633. 4. P. communis L. sp. 686; DC. 1. c.! Wk. et Lge. 1. c. 1931! Brot. 1. c928] Welw. hb. n. n. 129. Stirps silvestris, spinosa, saepe fruticosa occurrit subspontanea vel spontanea ad sepes, in dumetis, pagos Lusitaniae: serra do Gerez (J. Henriques); pr. Bragança (J. Henr.); pr. Porto ad sinistram Durii (Welw.!); in Transtagana (Brot.): pr. Santo André, Gran- dola (Welw.!). 5 Apr.—-Maj.— [PEREIRA BRAVA, in Transtagana PE- REIRO ). Hab. in Europa media et australi. Obs. —Os exemplares do Douro pertencem à variedade pyras- ter (Wall., DC. Prodr. 1, 634). Do Alemtejo não temos por emquanto exemplares. Sect. IN. Malus DC. 1. c.! 2. P. Malus L. sp. 686; DC. 1. c.! Wk. et Lge. 1. c. 193! Brot. 1. c. 329!-— Malus communis Desf.; Bss. Fl. Or. nm, 656! Stirps silvestris in dumetis montosis Lusit. borealis: Navalheira pr. Bragança (Brot.); Manteigas ad serra da Estrella (Brot.). Stirps hortensis, inermis, ubique culta. 5 Apr.—Maj. (V. v. c.)— [MACEIRA, MACEIRA BRAVA). Hab. in Europa media et australi. II. SORBUS L. Gen. 633. 1. S. domestica L. sp. 684; Wk. et Lge. 1. c. 194! Brot. 1. c. 298!— Pyrus Sorbus Gaertn.; DC. Prodr. m, 637! PHYSICAS E NATURAES 74 Culta et verisimiliter subspontanea in montosis Lusitaniae. 5 Maj.= Jun. (v. v. c.)— [SORVEIRA]. Hab. in montibus Europs australis, et Africae borealis. 2. S. aucuparia L. sp. 685; Wk. et Lge. 1. c.! Brot. 1. c.!—Pyrus au- cuparia Gaertn.; DC. À. c.! In dumetis montosis Lus. borealis: subalpinis sylvaticis de serra do Gerez (Brot., J. Henriques); serra da Estrella (Brot.); ibid. supra Sabugueiro et ad basim de Cantaro Gordo (Welw.!) é Maj.-Jun. (n. v.)— [TRAMAZEIRA, CORNOGODINHO |. Hab. in omni Europa, Sibiria, Dahuria. 3. 8. torminalis Crtz. Fl. Austr. 85! Wk. et Lge. 1. c. 185! Bss. Fl, Or. 11, 659! Crataegus torminalis L. sp. 681! Brot. Fl. Lus. n, 636! In nemoribus mont. Lusit. borealis: Cabeça de S. Bartholomeu ad serra de Rebordãos (J. Henr.); serra da Navalheira (Hoffm. ex Brot.); serra do Gerez pr. Portella do Homem (Welw.). 9 Apr.- Maj. (n. v.) Hab. in Europa boreali et media. h. S. Aria Crtz. 1. c.! Wk. et Lge. 1. c. 195!-—Crataegus Aria « L.; Brot. |. c.!—Pyrus Aria Ehrh.; DC. 1. c.! In rupestribus sylvaticis et subalpinis de serra do Gerez (Brot.); pr. Guarda, Trancoso, Covilhã (J. Henr.). 5 Maj.-Jun. (n. v.) —[Mos- TAGEIRO). Hab. in Europa tota. IV. AMELANGHIER Lindl. Tr. Linn. Soc, XHE, 1409. 1. A. vulgaris Mnch. Meth. 682; Wk. et Lge. 1. c. 196! DC. 1. c. 6321 —Mespilus Amelanchier L.; Brot. 1. c. 327! In dumetis, rupestribus, sylvaticis montosis Lus. borealis: serra do Gerez (Brot., J. Henriques); ad ripas Sabor pr. Bragança (3. Henr.). à Maj. (n. v.) Hab. in Europa media et australi, Afr. boreali. [+] Ea 72 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Trib. IX. DRUPIFERAE Wk. et Lge. Prodr. Fl. Hisp. HI, 196. V. MESPILUS L. Gen. 625. 4. M. Germanica L. sp. 684; Wk. et Lge. 1. c. 197! DC. 1. c. 633! Brot. Fl. Lus. m, 327! Welw. hb. n. n. 130 (153 FI. Alg.). Culta in hortis, interdum ad sepes subspontanea occurrit: Beira bo- reali (Brot.): in Alg. pr. Monchique ad oras castanetorum (Welw.!). à Maj. (v. v. €.)— [NESPEREIRA]. Hab. sp. in Oriente; in Europa media et australi, subspontanea. VI. GRATABGUS L. Gen. 622. 4. C. Azarolus E. sp. 683; Wk. et Lge. 1. c. 198! DC. |. c. 629! Brot. 1.76.290] Colitur in hortis. à Maj. (v. v. G.)— [AZAROLA, AZAROLEIRO). Hab. sp. in Oriente. 2. GC. monogyna Jacu. Fl. Austr. im, 50, t. 292, f. 1; Wk. et Lge. 1. c. 199! Bss. Fl. Or. n, 664!-—C. oxyacantha 2 L.; C. oxyacan- tha à monostyla DC. 1. c. 628! Brot. 1. c. 290 in observationes. Welw. hb. n. n. 131 (75, FI. Alg.). In dumetis, nemoribus Lusitaniae (Brot.): pr. Monchique frequens (Welw.!). O (Y. 8.) — [PIRLITEIRO]. Hab. in Europa tota, Africa boreali, India. d. €. Oxvacantha L. sp. 683; Wk. et Lge. 1. c.! Bss. 1. c.! Brot. 1. c.! Welw. hb. n. n. 132. In dumetis Lus. mediae et australis cum precedente: pr. Conimbri- cam (Brot.): Monte Junto pr. Otta (Welw.!); pr. Olisip. (Brot.); Bellas (Welw.D: tr. Tagum pr. Coina et Azeitão (Welw.!). 5 Apr.-Maj. (v. s.)— [PIRLITEIRO). Hab. in Europa media et australi, Africa boreali. PHYSICAS E NATURAES 73 Subordo II. SANGUISORBEAE 'Torr. et Gr. Fl. Am. bor. II, 428. VII. ALCHEMILLA L. Gen. 169. Sect. 1. Eualchemilla Coss. Germ. Par. 2, ed. 583. 4. A, vulgaris L. sp. 178; Wk. et Lge. 1. c. 200! DC. Prodr. nm, 589! Brot. Fl. Lus. 1, 159! In montosis umbrosis Lusitaniae: Cintra (Brot.?). 2( Maj.-Aug. (n. v.)— [PÉ DE LEÃO ex Brol.). Hab. in Europa tota, Sibiria, Groenlandia. Obs. —Não possuimos esta planta, que nas recentes herborisa- ções se não tem encontrado. De mais a indicação de Brotero é muito duvidosa e por tanto incerta a sua existencia em Por- tugal. 2, A. alpina L. sp. 179; Wk. et Lge. 1. c. 201! DC. 1. c.! Bss. FIL. Or. w, 730! Welw. hb. n. n. 133. Ad rupes editissimis de Cantaro Delgado in serra da Estrella (Welw. !). 2f Maj.-Aug. (v. 8.) Hab. in alpibus Europae borealis et mediae. Obs. — A existencia d'esta bonita planta, não havia sido indicada por emquanto em Portugal, e parece ser uma das caracteris- ticas da flora subalpina da serra da Estrella. Sect. II. Aphanes Coss. Germ. 1. c.! 3. A. arvensis Scop Fl. Carn. 1, 1145! Wk. et Lge. 1. c.! DC.1. c. 590! — Aphanes arvensis L. sp. 179!-— Alchemilla Aphanes Brot. Fl. Lus. 1, 159. In arvis et agris sabulosis circa Conimbricam, frequens (Brot.!) O Maj.-Jun. (n. v.) Hab. in Europa media et australi, Africa boreali. 14 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS h. A. microcarpa Bss. Reut. Diag. n. 19; Wk. et Lga. 1. c. 2021 Welw. hb. n. n. 134. In herbidis macris, locis arenosis Lusitaniae medi et australis: pr. Cintra et Collares (Welw.!); Tapada da Ajuda (Welw.!): in Alg.; in editioribus de serra de Foia (Welw.!) O Apr.-Jun. (v. s.) Hab. in Hispania et Gallia. Obs. — Não pude comparar os nossos exemplares com outros desta especie, nem com exemplares da precedente, provenien- tes de Portugal; concordam bem com a diagnose de A. mi- crocarpa, e assim os deixo designados atê mais demorado exame. É dificil saber se Brotero na Flora se refere a esta ou à precedente especie: de. À. cornucopicides R. Sch, Syst. 111, 471; Wk. et Lge. 1. c. 2021 In arvis Lusitaniae borealis: pr. Bragança (J. Henr.) O Mart.-Jul. (n. v.). Hab. quoque in Hispania. VIII. POTERIUM L. Gen. 1069, Sect. I. Pimpinelloides Spach. Rev. Pot. Ann. Sc. nat. V (1846), 33. 4. P. dictyocarpum Spach. |. c. 34! Wk. et Lge. 1. c. 203! Gren. et Godr. Fl. de Fr. I, 562!—P. Sanguisorba L. (ex part.) et plur. auct.; Brot. | aesi(ex parti): - Welw. hb. n. n. 135. In pratis pr. Cintra (Welw.!) 2( (v. S.)— [PIMPINELLA MENOR]. Hab. in Europa tota. Obs. — Apenas um exemplar me parece pertencer a esta espe- cie, ainda assim os fructos imperfeitos deixam-me alguma duvida. Sob a designação de P. sanguisorba, Brotero referiu-se | sem duvida à especie seguinte, que é vulgar e substitue nos climas meridionaes esta especie mais frequente na Europa média. 2. P. Magnolii Spach. 1. c. 38! Wk. et Lge. 1. c. 2051 Gren. et Godr. Il. c. 563!-—P. Sanguisorba Brot. 1. c.! Welw. hb. n. n. 136, 136.º (941. FI. Algo). PHYSICAS E NATURAES 15 In locis graminosis, glareosis Lusitaniae: pr. Cta (sine flore et fructo Welw.?): pr. Olisip. Casal do Lumiar (Dav.!): in Alg. pr. Villa Nova de Portimão (Welw.!) Maj.-Jun. 2f (v. v.)—[PIMPINELLA ME- NOR). Hab. in Hispania et Gallia australi, Madera, Canariis et Africa boreali. Obs. — Welwitsch referiu os seus exemplares ao P. polygamum Waldst. et Kit., isto é, ao P. muricatum de Spach, porém os caracteres do fructo não concordam com aqueila mas sim com esta especie. As azas não são inteiras, mas profundamente sinuadas. Esta especie é considerada distincta da seguinte por Spach, e por Willkomm ; incluo na seguinte um exemplar em que as azas são obsoletas, e a superficie do fructo toda fa- veolada. Julgo porém que a distincção entre as duas é diffi- cil de estabelecer. 3. P. verrucosum Ehrbg. Ind. Hort. Ber. 1829; Spach. 1. c. 39! Wk. enlisemlNes! Welw. hb. n. n. 137. In graminosis de Monte Gordo pr. Villa Franca (Cunha!) 2 Maj- Jun. (v. v.)— [PIMPINELLA MENOR]. Hab. in Hispania, Africa boreali, Oriente. h. P. multicaule Bss. et Reut. Pug. 44! Wk. et Lge. 1. c. 204! Welw. hb. n. n. 138. In locis arenosis, aridis Lusit. mediae et australis: Monte Junto us- que ad cacumine (Dav. !); Cabeça de Montachique (Welw.!); Monte Gordo (Cunha !): tr. Tagum, serra da Arrabida et de S. Luiz (Dav.!), pinetis arenosis inter Setubal et Alcacer (Welw.!): in Alg. serra de Foia, cabo de S. Vicente (Welw.!) 2 Apr.-Jun. (v. v.) Hab. quoque in Hispania. Obs. —Esta especie é, pelo seu porte, bem distincta das prece- dentes; porém, quanto posso julgar, pouco distincta da se- guinte. à. P. rupicolum Bss. et Reut. 1. c. 45! Wk. et Lge. 1. c.! Welw. hb. n. n. 139. In rupestribus: pr. S. Pedro ad serra de Cintra (Welw.!): tr. Ta- gum, serra da Arrabida (Welw.!) 24 Apr.-Maj. (v. 8.) Hab. quoque in Hispania. 76 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS 6. P. Spachianum Coss. Not. pl. Crit. 108! Wk. et Lge. 1. c. 205! In Algarbiis, serra de Monchique (Bourg. ex Willkomm). 2 (n. v.) Hab. quoque in Hispania. Obs. — Esta especie é absolutamente desconhecida para mim, e fica mencionada sob a auctoridade do seu illustre creador. Sect. II. Agrimonioides Spach. 1. c. 40! 7. P. agrimonioides L. Hort. Ups. 288; Spach. 1. c.! Wk. et Lge. 1. c. 206!-—P. hybridum L.; Brot. Fl. Lus. TI, 297! Welw. hb. n. n. 140. In locis humidis, arenosis, dumetis Lusit. mediae et australis: pr. Conimbricam (Brot.!): tr. Tagum, costa de Caparica (Dav. !): in Alg., serra de Monchique (Welw.! Bourg. ex Wk.) 2 Maj.-Juns (V. S.)— [AGRIMONIA BASTARDA |. Hab. quoque in Hispania. IX. AGRIHONIA L. Gen. 607. 1. A. Eupatoria L. sp. 643! Wk. et Lge. 1. c. 207! Brot. 1. c. 4921 Welw. hb. n. n. 141. In ruderatis, ad vias, sepes, muros Lusitaniae: pr. Conimbricam (Brot.!); Collares, Cascaes (Welw.!): tr. Tagum ad serra da Ar- rabida (Welw.!): in Alg. pr. Banhos de Monchique ad rivulos (Welw.! E. da Veiga.) 2. Maj.-Aug. (V. v.)—[AGRIMONIA |. Hab. in omni Europa. PHYSICAS E NATURAES 7h Subordo III. ROSACEAE Wk. et Lge. l e. 207 (pr. fam.). Trib. I. ROSEAE DC. Prodr. II, 596. X. ROSA L. Gen. 631. Sect. T. Synstylae Wk. et Lge. 1. c. 209. 1. R. sempervirens L. sp. 704; Wk. et Lge. 1. c.!—R. scandens Brot. Fl. Lus. II, 341. B scandens Wk. 1. c.! y microphylla DC. Hort. Monsp. 138. Welw. hb. n. n. 142 et 143. Ad sepes, vias, in dumetis Lusitaniae mediae: pr. Conimbricam et alibi in Beira boreali (Brot.!): ad sepes inter Gercal et Alemquer (Dav.!), inter Alemquer et Castanheira (Welw.!): ad oras Tagi, Cevadeira pr. Villa Franca (Cunha !); Friellas (Welw.!): var. y pr. Alverca (Dav.!), Bellas (Welw.!) 2£ Jun.-Jul. (v. s.)— [ROSEIRA BRAVA). Hab. in Europa australi et Africa boreali. Sect. II. Caninae Wk. 1. c. 213! 2. R. canina L. sp. 704; Wk. et Lge. 1. c.! Gren. et Godr. 1. c. 557! Brot. 1. c. 340! Welw. hb. n. n. 144. Ad sepes, dumetis Lusitaniae: Beira boreali (Brot.); Algueidão pr. Azambuja (Cunhal); Friellas (Welw.!): in Transtagana pr. Aguas de Mouro (Welw.!): Monchique (E. da Veiga) 2 Jun.-Jul. (v. s.) —[ROSA DE CÃO, SILVA MACHA). Hab. in omni Europa, Oriente. Obs. — Alguns exemplares pertencem à variedade andegavensis 18 JOURNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS e outros, segundo creiu, à hirtella. É necessario porêm reu- nir maior copia de exemplares, para os comparar e distinguir bem as variedades. Sect. II. Rubiginosae Wk. 1. c. 245! h. R. rubiginosa L. Mant. 564; Wk. et Lge. 1. c. 216! Brot. 1. c. 3414! In dumetis pr. Porto et alibi in Lusitania boreali (Brot.). 2/ Maj.—Jun. (D. v.) Hab. in Europa, Asia minore, Oriente. Obs. —A existencia d'esta especie é muito problematica, e fica mencionada até ulteriores observações. Trib. II. RUBEAE Lge. Pug. IV, 146. XI. RUBUS L. Gen. 632. Sect. I. Idaei Godr. in F). de Fr. I, 551. 4. R. idaeus L. Fl. Suec. 2. ed. p. 172; Gren. e Godr. 1. c.! Wk. et Lge. 1. c. 2191 Brot. 1. c. 347! Colitur in hortis. 5 (v. v. c.)— [FRANBOEZA ]. Hab. in Europa omni, in australiore subalpinus. Sect. II. Fruticosi Godron. 1. c. 537. 2. R. discolor Weihe et Nees, Rub. 46, t. 20; Wk. et Lge. 1. c. 220! Gren. et Godr. 1. c. 546!—R. fruticosus Sm. Engl. bot. t. 715; Brot. 1. c. 347! Welw. hb. 145, 146, 147. In sepibus, dumetisque frequens videtur per totam Lusitaniam: ad sepes in campis pr. Tagi vulgo lezirias; Azambuja et Villa Franca (Cunha!): pr. Belem, (Cunha!): Piedade, Caramujo (Welw. !): in Alg. pr. Tavira et pr. Fuzeta (Welw.!) à Jun.-Aug. (v. v.) —[syL- VA, SARÇA). j Hab. in Europa omni australiore, Africa boreali, Canariis. Obs. —O verdadeiro R. fruticosus distincto, além de outros ca- PHYSICAS E NATURAES 79 racteres, pelos calices verdes, marginados de branco, emquanto que os d'esta especie são todos esbranquiçados, não o vi em Portugal; Willkomm tambem o não observou em Hespanha. O R. discolor, frequente na Europa media e região mediterra- nea, estendendo-se até à Africa do norte, parece-me ser a es- pecie mais vulgar no nosso paiz. No entanto será necessario reunir maior copia de exemplares, que de certo indicarão a existencia de mais especies ou variedades. O R. fruticosus de Brotero abrange sem duvida esta e a seguinte especie. 3. R. thyrsoideus Wimm. Fl. von Schl. 131; Gren. et Godr. 1. c. 547! Wk et Lge. 1. c. 219! Welw, hb. n. n. 149. Ad sepes, dumetis Lusit. mediae: serra de Cintra in decliviis versus Cascaes, pr. Malveira (Welw.!); Estoril (Welw.!) 5 Maj.-Jun. (v. S.)— [SYLVA). ; 7 Hab. in Europa occidentali, media et australi. Obs. —Os nossos exemplares parecem-me escassamente distin- ctos da especie precedente, e carecem de comparação com ou- tros exemplares, observados vivos. h. R. Caesius L. Fl, suec. ed. 2, 4172; Gren. et Godr. 1. c. 537! Wk. et Lge. 1. c. 223! Brot. 1. c. 347! Welw. hb. n. n. 150. In montosis Lusit. borealis: Gerez (Brot.!) ibidem in locis elevatis, umbrosis pr. Villar da Veiga, cum Pruno lusitanico, et Ilice aqui- folio (Welw.!) $ Apr.-Oct. (v. S.) Hab. in omni Europa. Obs. — O nosso exemplár pertence à variedade vestitus. Trib. NI. FRAGARIAE Lge Pug. IV, 144. XII. FRAGARIA L. Gen. 633. 1. F. vesca L. sp. 709 (excl. var.); Wk. et Lge. 1. c. 224! Brot. 1. c. 3491 In umbrosis, sylvaticis montosis Lusitaniae: serra de Cintra (Welw.!) 2 Jun.-Jul. (v. s.)—[MORANGUEIRO BRAVO]. Hab. in Europa omni. 80 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS XIII. POTENTILIA L. Gen. 634. Sect. I. Laterales Dôll. Fl. rhen. 769. - 4. P. montana Brot. FI. Lus. II, 350! —P. splendens Ramond in DC. FI. Fr. IV, 468; Wk. et Lge. |. c. 228! Welw. hb. n. n. 152. In graminosis montosis Lusit. borealis: pr. Cabeceira de Basto (J. Henr.); inter Semide et Miranda (Brot.!); serra do Pilar pr. Porto (dr. Scauler ex Welw.!) 2f Apr.-Jun. (v. s.) Hab. quoque in Hispania, Gallia, et Thuringia. Obs. —A nossa planta é sem duvida a descripta por Brotero, e parece-nos ser identica a P. splendens de Ramond, à qual a deixamos reunida, conservando a designação mais antiga do nosso auctor 2. P. reptans L. sp. 714! Wk. et Lge. 1. c. 229! Bss. Fl. Or. II, 7231 Brot. 1. c. 350! Welw. hb. n. n. 153. In pratis, locis humidis, ad vias, ripas Lusit. mediae et australis: Valla do Lezirão pr. Azambuja (Cunha!); Alverca (Dav.!); Ca- cem, Rio de Mouro, Ramalhão (Welw.!): tr. Tagum pr. Calhariz (Welw.!) 2 Maj.-Jul. (v. v.)— [cinco EM RAMA). Hab. in omni Europa et Africa boreali. 3. P. Tormentilha Sibth. Fl. Oxon. 162; Wk. et Lge. 1. c. 233!-—Tor- mentilha erecta L. sp. 716! Brot. 1. c. 352! Welw. hb. n. n, 154, 155. In nemoribus, dumetis humidis, uliginosis Lusitaniae mediae: in pinetis pr. Cacharias (Dav.!); Cintra (Welw.!): tr. Tagum in uli- ginosis pr. Amora (Welw.!): forma nana in turfosis ad Lagoa do CGantaro Gordo in serra da Estrella inter Sphagna, cum Drosera rotundifolia (Welw.!) 2f Maj.-Jun. (v. Ss.) — [SETE EM RAMA]. Hab. in Europa media et australi. Obs. Os dois exemplares imperfeitos da serra da Estrella pare- cem pertencer a uma variedade, bem distincta pelas dimen- ções exiguas de todas as suas partes, se não a uma especie separada; será necessario observar exemplares frescos e mais completos para o decidir. PHYSICAS E NATURAES 81 Sect. II. Terminales Dóll. 1. c. 722. k. P. rupestris L. sp. 714! DC. Prodr. II, 583! Wk. et Lge. 1. c. 234! Brot. 1. c. 350. In locis rupestribus Lusit. borealis: pr. Melgaço (Hoffmansegg ex Brot.!) 2 Jun.-Jul. (n. v.) Hab. in Europa media et australi. Trib. IV. DRYADEAEÉE Lge. Prodr. Fl. Hisp. II. 283%. XIV. GEUM L. Gen. 636. 1. 6. urbanum L. sp. 716! Wk. et Lge. 1. c.! Brot. 1. c. 354! In castanetis pr. Manteigas et alibi in nemorosis montosis circa serra da Estreila (Brot.) 2 Maj.-Jul. (n. v.)—[HERVA BENTA, SANA- MUNDA, CARYOPHILLADA |. e Hab. in Europa omni, Sibiria, Afr. Doreali. 2. 6. silvaticum Pourr. Act. Tol. ex DC. Fl. Fr. V, 544; Wk. et Lge. |. c. 238! DC. Prodr. 1, 552! Bss. Voy. Bot. Esp. 201!-G. bi- florum Brot. FJ. Lus. II, 353 et Phyt. Lus. 196 t. 80. Welw. hb. n. n. 156. In pascuis, dumosis montosis Lusit. mediae : pr. Conimbricam (Brot.!) : pinetis pr. Cacharias (Dav.!); Monte Junio (Welw. !): serra de Cin- tra frequens (Welw.!); tr. Tagum ad serra de S. Luiz (Welw.!). 2f Maj.-Jul. (v. v.) Hab. in Hispania et Pyren. gallicis. Obs. — Seguindo a opinião do Prodromus e a de Boissier, ex= pressa na viagem em Hespanha, consideramos a especie de Bro- tero, como identica à precedentemente descripta pelo abbade Pourret. 82 JORNAL DE SCIÊENCIAS MATHEMATICAS Trib. V. SPIREAE DC. Prodr. II, ó41. XV. SPIRARA L. Gen. 630. 1. S. Filipendula L. sp. 702; Wk. et Lge. 1. c. 241! DC. 1. c. 5461 Brot. 1. c. 395! k Welw. hb. n. n. 157. In pratis, locis graminosis humidis Lusitaniae borealis et mediae: Beira boreali et pr. serra da Eslrella (Brot.!): Caldas, Otia, Alem- quer (Welw.!): Torres Vedras (Brot. Welw.!) 2º Maj.-Jul. (v. Ss.) — [FILIPENDULA). Hab. in omni Europa. 2. 8. Ulmaria L. sp. 702; Wk. et Lge. 1. c.! DC. 1. c. 5451 Brot.1. c.! In uliginosis, udis, ad fluvios Transmontanae borealis (Brot.) 2 Jun.- Jul. (n. v.)— [HERVA ULMEIRA |]. Hab. in Europa tota. 3. 8. flabellata Bertol. ex C. Koch. in Gart. 1854, 410; Lge. Pug. IV, 1431 Wk. et Lge. 1. c. 242! S. crenata Brot. FI. Lus. II, 336, non L. In montosis pr. Bragança (Brot.) 2 Maj.-Jun. Hab. quoque in Hispania et Italia. Obs. —A aproximação feita no Prodromus Florae Hispanicae, entre a especie de Brotero e a de Bertoloni, é forçosamente sujeita a muitas duvidas, em vista da curta diagnose de Bro- tero. Fica mencionada aqui essa aproximação como assumpto de futuras indagações. Subordo IV. AMYGDALACEAE G. Don. XVI. AMYGDALUS L. Gen. 619. 4. A. communis L. sp. 677; Wk. et Lge. |. c. 242! Brot. 1. c. 2491 Culta per omnem Lusitaniam. 4 Jan.-Febr. (v. v. c.) — [AMENDOFIRA]. Hab. sp. in Oriente, culta per omnem zonam mediterraneam et Europ. mediam. É PHYSICAS E NATURAES 83 XVII PERSICA Tourn. Inst. tab. 400. 4. P. vulgaris Mill. Dict. III, 465; Wk. et Lge. 1. c. 2431!— Amygda- lus Persica L.; Brot. |. c.! Culta per omnem Lusitaniam. & Mart.-Apr. (v. v. c.)— [PECEGUEIRO]. Hab. sp. in Persia; culta in Europa media et australi. XVII. PRUNUS L. Gen. 620. Sect. I. Armeniaca Tourn. Inst. 623. 4. P. Armeniaca L. sp. 679; Wk. et Lge. 1. c.! Brot. 1. c. 250! Ar- meniaca vulgaris Lamk. Culta per omnem Lusitaniam. 4 Febr.-Mart. (v. v. c.)— [DAMASQUEIRO, ALBRICOQUEIRO ). Hab. sp. in Armenia, culta in Europa media et australi. Sect. II. Pruni-genuinae Koch. Syn. 2. P.domestica L. sp. 680; Wk. et Lge. 1. c. 244! DC. Prodr. II, 5331 Brot. 1. ec. 250! Culta per omnem Lusitaniam. 5 Mart.-Apr. (v. v. G.)— [AMEIXIEIRA OU ABRUNHEIRO MANSO]. Hab. sp. in Oriente, subspontanea in reg. mediterranea, culta in omni fere Europa. 3. P. spinosa L. sp. 681; Wk. et Lge. 1. c. 245! DC. |. c. 352! Brot. 1. c. 2511 Welw. hb. n. n. 158. In dumetis, ad sepes. Lusitaniae: pr. Cercal (Welw.); Queluz (Welw.!); Lumiar (Welw.): in Alg., Monchique (E. da Veig.). 5 Mart.-Apr. (v. S.)—[AMEIXIEIRA OU ABRUNHEIRO BRAVO!|. Hab. in Europa omni. Sect. II. Cerasus Tovrn. Inst. 625. k. P. Cerasus L. sp. 679; Wk. et Lge. |. c. 245! Gren. et Godr. 1. c. - 515! Brot. |. c.!—Cerasus Caproniana DC. Prodr. H, 536. Culta per omnem Lusitaniam. 5 Mart.-Apr. (v. v. Cc.) — [GiNJEIRA |. 84 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Hab. sponte in Oriente, in Europa media spontanea facta. 5. P. avium. L. sp. 680; Wk. et Lge. 1. c.! Brot. 1. c. 252!-—Cerasus avium Mnch.; DC. 1. c. 535! « silvestris Ser. ap. DC. 1. c.! (8 duracina (Cerasus duracina DC. 1. c. 535!) y juliana (C. juliana DC. 1. c. 536!) Var. « colitur in Beira boreali et subspontanea facta. Var: B et y coluntur per omnem fere Lusitaniam. & (v. v. c.)—[a cE- REJEIRA DAS CEREJAS PRETAS MEUDAS. [2 CEREJEIRA. ) CEREJEIRA DE CEREJAS PRETAS |. Hab. « sponte in Europa media et australi, Africa boreali. Sect. IV. Padus Koch. Syn. 6. P. Padus L. sp. 677; Wk. et Lge. |. c. 246! Brot. |. c.!—Cerasus Padus DC. 1. c. 539! Welw. hb. n. n. 159. In nemoribus, dumetis montosis Lusit. borealis: ad ripas Sabor pr. Bragança (Brot.!): serra do Gerez (Welw.): Manteigas ad serra da Estrella (Brot.!) 5 Maj.-Jun. (V. s.)—[PADO, AZEREIRO DOS DAM- NADOS). Hab. in Europa omni. 7. P. Lusitanica L. sp. 678; Brot. 1. c.!—Cerasus Lusitanica DC. 1. c. 540! Welw. hb. n. n. 160. In sylvaticis Lusit. borealis: Gerez (Brot. Webb): serra da Estrella (Brot.): serra de Cintra subspontanea (Welw.!) à Apr.-Maj. (v. s.) — [AZEREIRO |. 8. P. Lauro cerasus L. sp. 678! Wk. et Lge. 1. c.!-—Cerasus lauro ce- rasus DC. 1. c.! Welw. hb. n. n. 161. Culta et subspontanea ad serra de Cintra versus Collares (Welw.!) 9 (V. V.) Hab. sponte in Oriente. PHYSICAS E NATURAES 85 JOOLOGIA ESA e 1. Subsídios para a Fauna das possessões portuguezas d'Africa oceidental POR J. V. BARBOZA DU BOCAGE Queremos hoje deixar consignados aqui, os resultados do exame rapido que podémos fazer de algumas collecções recebidas da ilha de S. Thomé, e de varias localidades do sertão d'Angola. Devemos a primeira d'estas collecções ao sr. Custodio de Borja, distincto official da nossa armada e secretario geral do governo de S. Thomé e Principe, a quem muito folgamos de poder prestar um tes- temunho do nosso reconhecimento por tão valioso donativo. Os productos zoologicos do sertão d'Angola foram colligidos pe- los nossos intrepidos exploradores, os srs. Capello e Ivens, e por elles remettidos das duas estações donde poderam pôr-se em communicação com o littoral, durante o percurso da exploração em que vão prose- guindo. Do Bihé recebemos em agosto de 1878 a primeira remessa, que comprehende os objectos colhidos em muitas das localidades que haviam visitado desde o começo da exploração até abril do mesmo anno; a segunda remessa, que deu entrada no Museu de Lisboa em 16 d'abril ultimo, contém os resultados das suas investigações zoolo- gicas desde o Bihé até o sertão de Cassange, onde se achavam em de- zembro do anno passado, depois de haverem reconhecido o curso do Quango desde os planaltos do Quidco até áquelle ponto. Nesta breve resenha fazemos unicamente menção dos exempla- res de mammiferos, aves e reptis que encontrâmos; passamos em claro os peixes e crustaceos, que se acham tambem representados, porque nos faltam as precisas habilitações para os determinar, e já não temos a quem confiar este arduo encargo. O Museu de Lisboa deplora a perda do habii JORN. DE SCIENC. MATH. PHYS. E NAT.— N. XXVI, 7 86 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS t naturalista, o sr. Felix de Brito Capello, que se dedicara tão proveitosa- mente desde muitos annos ao estudo d'estes ramos da zoologia, e pro- vara por trabalhos justamente estimados dos especialistas a sua rara competencia. Tambem ficam de reserva alguns insectos, os quaes mais tarde serão incluidos na publicação que, com o auxilio de diversos colla- boradores e sob a direcção do nosso erudito entomologista o sr. dr. Ma- nuel Paulino d'Oliveira, já começou a sair a lume. Vamos dar separadamente a enumeração das especies encontradas na ilha de S. Thomé, no sertão de Benguella até ao Bihê, e na região inexplorada do Bihé ao Cassange, comprehendida entre os parallelos 10 a 43 S. e os meridianos 16 a 19. E. de Greenwisch. L ILHA DE S. THOME I. Aves 1. Chrysococcyx smaragdineus. (Sw.) «Nome indig. Oussobó» A avaliar pelo numero de exemplares que recebemos desta es- pecie, deve ali ser abundante. 2. Corythornis caeruleocephala. (Gm.) «Nome indig. Conobia» Terpsiphone atrochalybea. (Thoms.) Oito exemplares, dos quaes dois são machos adultos e os outros femeas ou machos- em primeira plumagem; um d'estes estã na transição para a plumagem de adulto. Parece-nos conveniente repetir aqui a indicação summaria que já démos em outro logar dos caracteres da femea, a qual não en- contramos descripta em parte alguma, nem mesmo no 4.º volume do excellente «Catologae of the Birds in the British Museum» re- centemente publicado pelo nosso amigo o sr. Bowiler Sharpe: 9. Supra cimamomeo-rufa, pileo subcristato chalybeo-nigro, tor- que nuchalh et capitis luteribus cinerascentibus; sublus cinerascente- alba, abdomine rufescente, tectricibus caudae inferioribus rufis; re- ciricibus fuscis, secundariis et tertiariis rufo-marginatis; rectraci- PHYSICAS E NATURAES 87 bus rufis, versus apicem fusco-adumbratis; rostro pallido, apice nigro; pedibus nigricantibus. L. t. 150 m.; al. 76 m.; caudac 83 m.; rostri 12 m.; tarsi 181. 4. Foudia erythrops. Hartl. Dois machos e uma femea. 5. Symplectes Sancti-Thomae. Hartl. Um exemplar. 6. Estrelda astrild. (Linn). «N. indig. Tueli» Dois exemplares. 7. Vidua principalis. (Linn). Dois exemplares. 8. Ardea airicapilla. Afz. «N. indig. Tjonzo.» Um exemplar novo. “e. FReptis e Amphibios Comprehendem tão sómente exemplares de 3 especies de ophi- dios e de um amphibio cecilioide, que tivemos occasião ha annos de descrever. São: 4. Philothamnus irregularis. (Leach.) «N. indig. Sud-Sud.» Parecem pertencer a esta especie os exemplares que ros offe- receu o sr. C. de Borja; porém a sua exacta determinação espe- cifica carece de mais detido exame. 2. Boedon quadrilineatum. Dum. e Bibr. «N. indig. Dgita.» 3. Naja-haje. Pertencem todos os exemplares à variedade migra, a qual parece 1 V. Bocage, Ornithologie d' Angola, pag. 194, nota. sil *% A 88 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS encontrar-se abundantemente em S. Thomé; é conhecida dos colo- nos pelo nome de Cobra negra. k. Syphonops thomensis. Bocage. É conhecido pelo nome de cobra-bóbó. Encontra-se debaixo das folhas seccas, nas estrumeiras etc. Não parece raro. IL. SERTÃO DE ANGOLA, DE BENGUELLA AO BIHÉ 1. Mammiferos 1. Sorex, sp.? «Colhido nas proximidades do Rio Cubango. N. vulgar Onhunga. 2. Heliophobius argenteo-cinereus. Peters. Dois exemplares: um de Caconda, outro do Bihé. Os indigenas d'aquella localidade chamam-lhe Oneta, e os d'esta Oguim. Vive debaixo da terra, onde se alimenta das raizes das arvores; os in- digenas comem-o. *&. KReptis À. Chameleo dilepis. Hall. Um exemplar de Caconda, onde é vulgar. 2. Agama armata. Peters. Dois exemplares tambem de Caconda. 3. Agama planiceps. Peters. | Um exemplar das proximidades dô rio Calae. &. Bumeces reticulatus. Peters. Um exemplar sem indicação de procedencia. S. Euprepes binotatus. Bocage. Um exemplar de grandes dimensões de Caconda. PHYSICAS E NATURAES 89 6. Boedon quadrilineatum. D. et B. Colhido no Bihé. 7. Naja Anchietae. Nov. sp. Um exemplar de Caconda, identico a outro da mesma localidade, que haviamos recebido precedentemente do sr. Anchieta. 8. Echidna arietans. (Merr.) Dois exemplares, um do rio Calae, outro colhido n'uma iihota do rio Cabindango. Chamam-lhe os indigenas Buta. 3. Amphibios 9. Dactylethra Mulleri. Peters. Um exemplar do Dombe. Nome indigena Chimboto. 10, Rana ornatissima. Bocage. Nov. sp. Um exemplar do Bihé. 11. Phrynobatrachus natalensis. (Smith.) Dois exemplares do Bihé. 12. Hyperolius citrinus. Gúnther. Do Bihé. 13. Hyperolius huillensis. Bocage. Do Bihé. 14. Bufo guineensis. Schleg.? Um exemplar novo do Bihé. | Esta remessa comprehende tambem alguns exemplares de peixes dos rios Cuito e Calae, e crustaceos da mesma procedencia, bem como um pequeno numero de myriapodos e molluscos colhidos durante o tra- jecto. 90 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS II. SERTÃO DE ANGOLA, DO BIHE AO CASSANGE I. Mammiferos 1. Galago Monteiri, Bartlet, Proc. Z. S. London 1868, p. p. 2314, pl. 28. Na collecção remettida pelos nossos exploradores Capello e Ivens encontramos um exemplar d'esta especie, que já se achava repre- sentada no Museu de Lisboa por diversos specimens provenientes d'outros pontos do sertão de Angola. Nem todos concordam exa- ctamente nas côres com o exemplar typo, que o sr. Monteiro re- mettera vivo para Londres em 1863 e ali fôra descripto pelo sr. Bartlet: dois exemplares de Caconda, que devemos ao sr. Anchieta, teem o pêllo de um cinzento mais puro; os outros são mais tintos de fulvo, por ser esta côr a extremidade dos pellos. Os indigenas de Caconda dão a esta especie o nome de Bobo, segundo nos diz, o sr. Anchieta; na etiqueta do exemplar remettido pelos srs. Ca- pello e Ivens vem indicado o nome indigena Tchicafo. 2. Galago senegalensis. Geoff. Saint-Hillaire. Um exemplar macho. O seu nome indigena é Catoto. Esta e a precedente são os unicos Lemurideos que até ao pre- sente temos recebido de Angola. Os outros exemplares que já ti- nhamos de G, senegalensis são todos de Caconda, onde lhe dão o nome de Nóno. 3. Vesperus minutus. Temm.? Um exemplar em alcool, e em mau estado de conservação. 4. Kerivoula argentata. Tomes, Proc. Z. S. London 1861, p. 32. Uma femea, cujos caracteres parecem concordar com os que o sr. Tomes attribue a esta especie, salvas as dimensões que são in- feriores às mencionadas por este auctor. No seu excellente cata- logo dos Chiropteros do Museu Britannico o sr. Dobson inclina-se a que a K. argentata possa ser unicamente um individuo muito adulto ou uma raça local de maior estatura da K. lanosa, que vive na costa sueste d'Africa, do Zambeze ao Cabo. O seu nome indi- gena no sertão d'Angola é Cafuenfuco. PHYSICAS E NATURAES 914 à. Herpestes melanurus. (Fraser)? H. fulvescente-rufus nigro punciulatus, capite supra, dorso me- dio caudaque rubiginosis, abdomine et artubus unicoloribus ochra- ceo-rufis; cauda fere corporis longitudinem aequante, apice late ni- gro. L. t. 530 m.; corporis cum capite 280 m.; caudae 250 m. Assemelha-se na conformação geral, e algum tanto nas côres, ao Cynictis melanura, Martin, representado na estampa 9.º da Zoolo- gia Typica de Fraser, que é hoje considerado como um verda- deiro Herpestes com 5 dedos nos membros anteriores e posteriores; porém faltando-nos exemplar authentico desta especie com que pos- Samos comparar o nosso, não podemos affirmar que lhe seja iden- tico. Neste, a parte superior da cabeça, o dorso e a cauda, mor- mente do meio para a extremidade até a porção terminal negra, são de um ruivo ardente, avermelhado, que não vejo indicado nas descripções que pude consultar do H. melanurus, e de que não dá a menor idéa a estampa citada de Fraser. Já ha annos nos ti- nha mandado do rio Chumba, no sertão de Mossamedes, o sr. An- chieta outro exemplor de Herpestes, que tambem nos parece pro- ximo do H. melanurus e do presente exemplar; mas differe de ambos por ter a cauda sensivelmente mais comprida do que o corpo (tronco e cabeça reunidos) e pela muito maior extensão da côr negra na extremidade da cauda; além d'isso a sua côr é de um ruivo mais baço e pardacento, e n'este particular concorda me- lhor com a figura publicada por Fraser do H. melanuraus. 6. Myoxus (Graphiurus) murinus. Desm. Um só exemplar identico a outros que já tinhamos do Duque de Bragança e Caconda, determinados pelo professor Peters de Berlim. V. Jorn. Acad. Sc. Lisboa num. x, 1870, p. 126. Dizem-nos os srs. Capello e Ivens que esta especie se encontra nas cavidades de arvores velhas, e é conhecida dos indigenas pelo nome de Cafuenho. 99 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS SS. Aves . Seops capensis. Smith. «N. indig. Cáculo. Olhos amarellos. Come ratos e outros ani- maes pequenos.» Concorda perfeitamente nos caracteres com os exemplares que temos de outras localidades de Angola. V. Orn. de Angola p. 60. - Pionias fuscicollis. (Kuhl.) «N. indig. Tchiguangue. Olhos amarellos. Come sementes.» D'esta especie encontrada por Andersson ao norte da terra dos Damaras, temos exemplares obtidos pelo sr. Anchieta em Quillen- gues e no Humbe. - Pionias Meyerii. (Rúpp.) «N. indig. Cuique.» Dos dois exemplares que recebemos, um vem marcado como do Cassange. Parece ser esta a localidade d'Africa occidental mais proxima do equador, onde até ao presente esta especie tem sido observada. | +. Dendrobates namaquus. (Licht.) «N. indig. Mangula. Olhos vermelhos.» Exemplares d'esta especie que o sr. Anchieta nos tem mandado de outros pontos do sertão de Angola, trazem nas etiquetas um nome indigena um pouco differente, Bangula em vez de Mangula, o qual é indistinctamente applicado a outras especies de pica-paus. - Merops hirundinaceus. Vieill. «N. indig. Mutico. Olhos vermelhos. Vive perto dos rios, e ali- menta-se de insectos e outros animaes inferiores.» Esta especie que Monteiro encontrara em Benguella, foi obser- vada no Humbe pelo sr. Anchieta. . Centropus monachus. Rúpp. «N. indig. Mucouco.» PHYSICAS E NATURAES 93 7. Caprimulgus Shelleyi. Bocage. «N. indig. Huicumbamba. Olhos pretos. Come insectos.» Contém um só exemplar d'esta especie interessante, a collecção dos srs. Capeilo e Ivens. Com quanto deixe a desejar o seu estado de conservação, não nos resta a menor duvida ácerca da sua iden- tidade com os exemplares de Caconda que consideramos represen- tantes de uma especie inédita. V. Jorn. Acad. Sc. Lisboa, num. xxIv, 1878, p. 266. ; 8. Bradyornis murinus. Hartl. «N. indig. Césso. Olhos pretos.» 9. Bradyornis diabolicus. Sharpe. «N. indig. Mungange.» 10. Dicrurus divaricatus. «N. indig. Mungange. Olhos castanho-claro. » 14. Fiscus Capelli. Nov. sp. F. collari simillimus, vir minor, spatio ante-oculara albo. L. £. 220 m.; alae 92 m.; caudae 118 m.; rostri 16 m.; tarsi 25 m. Vieram apenas dois exemplares d'esta especie, um adulto com a cauda incompleta, reduzida às duas pennas intermediarias, e ou- tro completo sem indicação de sexo como o primeiro, em plumagem de joven. Nºeste, em logar da malha branca entre a base do bico e o olho, de cada lado da cabeça, vê-se já bem distincta uma ma- lha de um cinzento amarellado. Dedicamos esta especie a um dos intrepidos exploradores a que devemos esta valiosa remessa, o sr. Hermenegildo Capello. Estes dois exemplares foram colhidos em Cassange e trazem no- mes diferentes: o novo Quiquecuria, o adulto Quimbimbe. 12. Prionops Retzii. Wahlb. «N. indig. Céella. Olhos côr de canario.» 13. Meristes olivaceus. Vieill. «N. indig. Muango, Olhos amarellos.» 44. Picnonotas tricolor. Hartl. «N. indig. Tumba-cambungo.» 94 15. 16. 17. 18. 19. 20. 21. 22. 2). JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Crateropus Hartlaubi. Bocage. «N. indig. Geque. Olhos vermelhos.» Turdus strepitans. Smith.? «N. indig. Quissocola-lõa. Olhos castanhos. Come insectos. Veiu um exemplar adulto. Comparado com outros specimens do T. strepitans de diversas procedencias, notamos-lhe as seguintes dif- ferenças: é sensivelmente mais pequeno; as regiões inferiores são de um branco puro sem a menor tinta de ruivo ou de fulvo; as malhas que lhe cobrem o pescoço, peito e parte do abdomen, são maiores do que as do T. sirepitans, são mais confluentes e esten- dem-se mais pela parte inferior do abdomen. Turdus Iybonianus. Smith. »N. indig. Quissomda. Olhos pretos.» Monticola brevipes. Waterh. «N. indig. Tchicamba. Olhos castanhos. Come fructos e inse- ctos.» Myrmecocichla nigra. Vieill. Dois exemplares, macho e femea; esta côr de café e sem drago- nas brancas. »N. indig. Munhamba.» Pholidauges Verreauxi. Bocage. «N. indig. Quicé.» Lamprocolius acuticaudus. Bocage. «N. indig. Gonve. Olhos vermelhos. Come fructos.» Passer diffusus. Smith. «N. indig. Mussuesso. Treron calva. (Temm.) «N. indig. Bunzo. Olhos cinzentos. Come fructos.» « Francolinus Schlegeli. Heugl. «N. indig. Cambango. Olhos castanhos. Vive no matto.» PHYSICAS E NATURAES 95 E a primeira vez que recebemos esta especie ainda hoje rara nas collecções da Europa; é tambem o primeiro exemplo da sua captura em tanta proximidade da costa occidental. Era considerada até aqui como propria de uma região assaz limitada da Africa cen- tral, onde a descobriu o celebre naturalista Von Heuglin. A pri- meira descripção della foi publicada por este auctor em 1863 no Jornal de Cabanis. (V. Jorn. f. Ornith. 1863 p. 275, e Hengl. Orn. N. O. Afr. p. 898, tab. xxx). 25. Ardea rufiventris. Sundev. «N. indig. Bouda. Iris com dois circulos concentricos, um in- terno amarello, outro externo vermelho. Vive nos rios e alimen- ta-se de peixe.» 26. Ardeola minuta. «N. indig. Cassoucua. Iris côr de canario.» 27. Eobivanellus lateralis. (Smith.) «N. indig. Macó. Iris amarello claro, palpebras côr de canario, a membrana que está por diante dos olhos no terço superior ver- melho e o resto amarello. Encontra-se nos logares pantanosos e vive dos animaes que encontra ali.» 3. Feptis e amphibios 4. Monitor saurus. Laurenti. «N. indig. Sangoé. rio Loando.» 2. Stellio atricollis. (Smith.) «N. indig. Tchico. Vive nas arvores. Come insectos. » 3. Euprepes Ivensi. Nov. sp. «N. indig. Muntamlandonga. rio Loango. » k. Euprepes Bayonii. Bocage. «Sertão de Cassange.» 5. Onychocephalus angolensis. Bocage. «N. indig. Chico-chico. Sertão de Cassange. Vive na terra.» 96 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS 6. Limnophis bicolor. Giúnther. «N. indig. Muzuzo. Rio Loando.» 7. Leptodira rufescens. Gúnther. »N. indig. Quitandagila. Sertão de Cassange. 8. Rhagerrhis tritaeniatus. Gunther. «N. indig. Calombolo. Dizem que é venenosa.» 9. Philothamnus heterolepidota. Gunther. «N. indig. Calumberembe.» 10. Bucephalus typus. Smith. Var D. Smith. HI. S. Af. Zool. Reptiles, tab. xr. «N. indig. Quilengo-lengo. Tida por venenosa.» 44. CGausus rhombeatns. Dun. & Bibr. «N. indig. Quibolo-bolo. Venenosa. » 12. Dactylethra Mulleri. Peters. «N. indig. Tchiula.» PHYSICAS E NATURAES 97 2. Reptiles et batraciens nouveaux d'Angola PAR J. V. BARBOZA DU BOCAGE 1. Euprepes Ivensi. Nova sp. Corps à forme cyclotetragone, allongé; membres relativement courts; queue três longue. Tête petite, à museau court et conique. Na- sales en contact, triangulaires, la narine s'ouvrant prês de Vangle su- périeur; supéro-nasales étroites, également en contact et s'articulant par Pextrêmité opposée à une freno-nasale, qui vient s'appuyer sur la premiere labiale; deux frénales, Pantéricure carrée, la postérieure pen- tagonale et plus grande; internasale triangulaire à bord antérieur arron- di, en contact par ses bords postérigurs avec les freno-nasales; cel- les-ci de forme pentagonale et s'articulant à la frontale, qui est de forme hexagonale et bien développée; deux fronto-parietales distinctes, à peu- prês de la forme et de la grandeur des fronto-nasales; inter-parietale en forme de fer de lance, séparant complétement les deux parietales. Rostrale emboitant Pextrémité du museau et prêsentant en dessus deux bords concaves qui reçoivent les nasales; 7 labiales supérieures, les & premiêres quadrangulaires, la 5.º située au dessous de [ceil, plus haute et plus allongêée que les précedentes et superposée à la 4.º par un court prolongement de son bord antérieur, les 6.º et 7.º de forme plus irré- guligre. Ouverture auriculaire garnie à son bord antérieur de 3 lobules pointus. Paupiêre inférieure êcailleuse présentant au centre un petit dis- que transparent. Scutelles digitales carénées, les êcailles des paumes et des plantes des pieds lêgêrement tuberculeuses. 32 rangs d'écailles sur le tronc; celles du dos à trois carênes três distinctes et rapprochêes, celles des flancs lisses. é Dimensions. Le plus grand de nos individus porte une queue de 98 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS nouvelle formation assez courte; deux autres plus jeunes Pont, au con- traire, assez longue. Voici les dimensions d'un de ces individus: Longueur totale 290 millim.; corp 90 m.; queue 200 m.; tête 45 m.; memb. ant. 21 m.; memb. post. 30 m. Coloration. En dessus et sur les côtés d'un noir-olivátre, marqué de 5 raies longitudinales jaunes; Pune, plus large, occupant le milieu du dos, de la nuque à la base de la queue, et deux de chaque côtê, dont la supérieure suit la ligne qui sêpare le dos des flancs, et Vinfé- rieure s'étend de Pouverture auriculaire au tiers postérieur de la queue. En dessous d'un bleu clair uniforme. Habitat. Nos trois individus nous ont été envoyés du Bihé, dans Pintéricur de Benguella por M. M. Capello et Ivens pendant le cours de leur voyage d'exploration du Quango. D'aprês nos hardis voya- geurs, Vespece y est connue sous le nom de Muntambandonga. 2. Naja Anchicíae. ?Naja haje, L. var. viridis, Poters, Monatsb. k. Akad. Berlin, mai 1873, p. 441, tab. 1, fig. 1. , Tête courte; rostrale triangulaire fortement rabatue sur le devant du museau et séparant presque entiérement les naso-frontales; un cer- cle complet autour de Peeil formê par une sus-orbitaire, une pré-orbi- taire, deux post-orbitaires et trois ou quatre sous-orbitaires; 7 labiales supérieures, dont la troisiême s'articule par son bord supérieur à la pré-orbitaire; temporales 1+2. 17 rangêes d'écailles lisses sur le mi- lieu du tronc. Plaques abdominales 191 ; anale simple: 54 paires de sous- caudales. Dimensions. Longueur totale 80 centimétres; queue 14 centim. Coloration. En dessus d'une teinte brun-olivâtre, plus foncêe sur les bords des écailles; en dessous jaunátre, variê de taches brunes. Un large collier noir ou brun-foncê sur le cou à une petite distance de la tête. M. d'Anchieta nous envoya de Caconda, il y a quelque temps, deux individus de celte curieuse espêce, qui nous semble bien distincte de la Naja haje d'aprês VPécaillure de la tête. Les indigênes de Caconda Pappelent Turulangila. 3. Rana ornatissima. De la grandeur à peu-prês de notre R. temporaria d'Europe. Tête aussi longue que large, à museau légérement prominent; langue large, êctancrêe en arriére; deux groups de dents vomériennes silués à Pan- PHYSICAS E NATURAES 99 gle interne des ouvertures postérieures des narines et séparês par un intervalle; narines à égale distance de Vextrémité du museau et de Pceil; tympan distinct, inféricur en diamêtre à Vouverture oculaire; pas de parotides ni de plis glanduleux sur le dos; peau finement granuleuse en dessus et en dessous; membres postérieurs et orteils modérement longs, ceux-ci reunis à la base par une petite palmure; le 4.º orteil beau- coup plus long que le 3.º et le 5.º, qui sont égaux; un tubercule sai- llant et aplati au bord interne du metatarse. Dimensions. Longueur de la tête 23 millim.; du tronc 45 m.; du memb. ant. 33 m.; du memb. post. 98 m. Coloration. Tl est difficile de bien faire saisir, autrement que par une figure, le systême de coloration assez compliquê, de cette belle es- péce. Sur la tête, le dos, la partie moyenne des flancs et la face supê- rieure des jambes rêgne une teinte d'un vert-clair que le séjour dans Val- cool tend à changer en gris de plomb; les flancs, une partie de la face latérale de la tête et le bord externe des extrêmités sont d'un rose-li- las; les régions inférieures sont d'un jaune-verdâtre, qui prend sur anus, la face postêrieure des cuisses et la face interne des jambes un ton plus vif et ocracê. Des taches nombreuses, variées et symêtriques, d'un noir profond se montrent sur le dos et les flancs, à la face dorsale des mem- bres et sur la gorge; telles sont: une large bande partant de Vextré- mité du museau, traversant Vceil et terminant sur Pangle de la machoire aprês avoir contourné le tympan, qui est aussi noir; deux taches allon- gées formant chêvron sur le milieu du dos derriére la tête, suivies plus en arrigre d'une autre paire de taches allongées; des taches variées sur les flancs; des taches et des bandes transversales sur les membres; enfin sur la gorge une tache allongée, au centre, et deux de chaque côté forment un dessin três caractéristique. Les paumes et les plantes des pieds noirâtres. à Habitat. L'individu unique que nous possédons de cette espêce a été recuilli au Bihé por MM. Capello et Ivens. 100 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS à. Aves das possessões portuguezas d'Africa occidental POR J. V. BARBOZA DU BOCAGE DECIMA GITAVA LISTA Recebemos pelo ultimo paquete uma pequena collecção de aves do sr. Anchieta, resultado de uma breve exploração de Novo Redondo. No seu regresso de Loanda a Benguella demorou-se algumas semanas em Novo Redondo o nosso intrepido explorador durante o mez de fe- vereiro do corrente anno; e de Benguella d'onde nos escreve a 18 de abril, tencionava em breves dias dirigir-se novamente a Quillengues para d'ahi seguir a Caconda e a0 sertão do Nano. Ha muito a esperar da exploração methodica e demorada d'estas ultimas localidades, que teem sabido recompensar as diligencias e fadigas do nosso zeloso naturalista com profusa copia de especies interessantes e novas. Temos conseguido até aqui publicar as listas das aves que nos são remettidas pelo sr. Anchieta à medida que as suas remessas dão en- trada no Museu de Lisboa. Não temos porém podido proceder do mesmo modo com relação aos outros productos zoologicos, que em grande quantidade se teem ido accumulando sem que d'elles tenhamos dado no- ticia circumstanciada. São, com effeito, não menos importantes que a nossa collecção ornithologica d'Angola as collecções de mammiferos, re- ptis e amphibios, crustaceos, insectos, que vamos conservando cuida- dosamente sem que nos caiba no tempo de que dispomos estudal-os e descrevel-os. Esperamos comtudo que em breve, quando tivermos ul- timado a publicação da nossa Ornithologia d' Angola, nos poderemos en- tregar ao estudo de uma parte d'aquellas interessantes collecções, e com- pletar assim os trabalhos que circumstancias inperiosas nos teem for- çado por vezes a interromper e protrair. Cê PHYSICAS E NATURAES 101 « Psittacula roseicollis. Vieiil, 2. Iris castanho, bico corneo esverdeado, tarso côr de terra. Abun- dante em Novo Redondo. - Merops erythropterus. Gm. Iris vermelho. Vive de insectos. Novo Redondo. « Ispidina picta. Bôdd. 9. Iris castanho. Tarso encarnado claro. Vôa curto, pousa em ramos pouco elevados e não se afasta das aguas; é menos abun- dante do que a especie seguinte, que tem habitos mais terrestres. Novo Redondo. Haleyon senegalensis. (L.) Iris castanho. Come insectos e peixes pequenos. Novo Redondo. . Centropus superciliosus. Hemp. & Etr. Iris côr de bago de romã. Tarso côr de ardosia. Ouve-se cantar como o Cuco em todos os logares arborisados e humidos de Novo Redondo. . Caprimuigus Fossei. Verr. Come insectos. É abundante, mas dificil de caçar porque vôa quando já é escuro, e pousado confunde-se com o chão. Novo Re- dondo. - Nectarinia gutturalis. L. Abundante. Novo Redondo. . Nectarinia bifasciata. Shaw. Muito menos abundante que a antecedente. Pousa e vôa baixo de arbusto em arbusto. Novo Redondo. . Hirundo rustica. L. Vulgar. Novo Redondo. 10. Terpsiphone cristata. (L.) Não é rara. Novo Redondo. (94) JORN. DE SCIENC. MATH. PHYS. E NAT.—N. XXVI, 102 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS 14. 13. 14. Drymoica, sp.? g. Iris pardo. Bico pardo escuro superiormente com a mandi= bula mais clara. Tarso levemente arroxado. Come insectos. Novo Reaondo. É maior do que a D. Swanzii, à qual se assemelha nas côres, tendo-as comtudo menos vivas e mais acinzentadas. Crêmos que de- verá tambem approximar-se da D. luteralis, mas não possuindo exemplares d'esta especie não podemos dizer com segurança se lhe é ou não identica. Tem 12 pennas na cauda. - Hyphantornis cincta. Cass. Iris amarello; tarso pardacento. Abundantissimo; faz numerosos ninhos na mesma arvore. Novo Redondo. Hyphantornis xanthops. Hartl. Vulgar. Novo Redondo. Turtur semitorquata. Rúpp. 2. Iris castanho com um circulo encarnado. Espaço periophthal- mico e tarso roxos. Não é abundante. Novo Redondo. « Cursorius senegalensis. Licht. 2. Iris castanho. Bico preto com a base de mandibula côr de canna sujo. Tarso gridelim esbranquicado. Come termitas e ver= mes. Encontra-se pela Dorda d'agua, d'onde se afasta para logares seccos. Novo Redondo. . Fotanus canescens. Gm. Iris castanho. Tarso esverdeado. É mais maritimo que fluvial; Novo Redonilo « Actitis hypoleucus. (L.) à. Iris castanho. Muito vulgar. Encontra-se por toda a parte; mesmo dentro dos quintaes nas proximidades das habitações. Novo Redondo. PHYSICAS E NATURAES 103 GEOLOGIA —E a tm 1. Correspondance relative à la classilication des schistes siluriens à Néreites découveris dans le sud du Portugal | La récente découverte faite à Barrancos, dans la province d'Alemtejo, d'une faune et d'une flore jusqu'ici inconnues dans la Pêninsule, qui re- présentent dans le Portugal un faciês spécial du terrain silurien sem- blable à celui des dépôts du même àge formês dans les mers paléozoi= ques du nord de FEurope, a servi de thême anx lettres suivantes adres- sées à M. le Dr. Reinhard Richter de Saalfeld et à M. le Dr. Ferdinand Roemer, professeur de minéralogie à Vuniversité de Breslau. Cette dé- couverte a précisé en outre la classification que j'avais faite auparavant des schistes fossiliféres de S.-Domingos dans ce systême palêozoique. Un iravail étendu sur cet important snjet étant en voie de prépa- ration, mais Pimpression devant attendre peui-être quelques mois encore, il m'a paru convenable de faire connaitre dês ce moment cette découn- verte, en publiant la sasdite correspondance, afin que les savants puis- sent juger immédiatement de sa valeur scientifique. Cette publication me parait d'autant plus nécessaire que M. le Prof. Roemer ayan! bien voulu insérer en 1876 dans le Bulletin de la Société géologique de PAllemagne (Zeitschrift der deuwischen grologischen Gesellschaft) wn extrait et une analyse succinte du mémoire sur le même sujet que J'eu Vhonneur de présenter à cette époque à notre Académie des sciences, nia la classification que j'avais proposée des schistes à Néreites de S.-Do- mingos dans le systême silurien, les regardant alors comme une divi- sion inférieure du carbonifére inféricure, ou Culm. Se 104 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Lisbonne, le 12 janvier, 1879. Monsieur le Dr. Reinhard Richter, à Saalfeld. Thuringe. Monsieur. Je vous remercie infiniment de votre honorée lettre du 24 novem- bre, et des aimables paroles, dont vous avez bien voulu m'honorer pour la part que j'ai eue dans le relevé de la carté géologique du Portugal, que M. Ribeiro et moi avons eu [honneur de vous offrir. Je vous re- mercie de même de lhonneur que vous me faites, en me demandant mon humble opinion sur les doctrines exposées par M. Kayser dans le remar- quable ouvrage que vous m'annoncez, et dont Je n'avais point connais- sance. : Bien que ce ne soit qu'aprês avoir lu cet onvrage que je pourrai peut-être émettre une opinion tant soit pea fondée par rapport aux couches à Néreites que [on trouve dans le sad du Portugal, je crois pourtant de mon devoir de vous exposer mes vues dês ce moment, quoiqu'elles puissent être modifiées par cette lecture. Depuis longtemps je suis disposé à rajeunir notablement mes schis- tes à Néreites par rapport à la classification que j'en ai faite dans la Notice publiée à ce sujet, bien que je ne sois pas arrivé précisêément aux mêmes conclusions que M. Kayser, dont vous avez bien voula m'in- former. Il y a deux ans jai écrit les lignes qui suivent à M. le profes- seur Ferdinand Roemer de Breslau: «... Je dois avouer que la lecture que j'ai pu faire du magnifique ouvraze de MM. les professeurs de Dresde et de Gera (Ueber ein Aequi- valent der takonischen Schiefer Nordamerika's im Deutschland) m'a ras- surê involontairement dans ma premiêre opinion notablement ébranlée par votre nouvelle affirmation du placement des coaches à Néreites de S.-Domingos dans la partie inféricure du Culm. Je suis vraiment étonné des profondes analogies que Ion découvre dans des dépôts formês en des iocalitês aussi éloignées que la Thuringe et le sud du Portugal. Autant que je puis en juger par la lecture il ne m'est point permis de douter de ce rapprochement: les principaux fossiles, aussi bien que les rapports stratigraphiques et (ce qui m'étonne le plus) la direction gé- nérale des couches, c'est-à-dire du principal soulêvement qui les a dis- loquêes (E. S. E. à W. N. W.), sont en parfaite harmonie dans tes deux pays, ce qui dévoile sans doute une liaison des plus intimes entre les formations paléozoiques du nord de PAllemagne et celles de la province PHYSICAS E NATURAES 105 d'Alemtejo, et dont on ne pourrait pas facilement rendre compte, ce me semble, en supposant que ces dépôts ont été formés dans des mers différentes et à des époques diverses. Tl faudrait donc prouver aupara- vant que la formation taconique de Saxe appartienne aussi au Culm, pour que je puisse logiquement repousser ma premiêre classification, J'ignore si l'on a dêmontrê cela: dans le cas affirmatif, je me rangerai volontiers à votre avis, qui tranche d'ailleurs nettement une grande dif- ficulté, celle qui a rapport aux caractêres et à la distribution du ter- rain silurien dans mon pays et peut-être dans PEspagne. «En attendant, jose appeler encore une fois votre attention sur la découverte en Portugal des deux espéces d'Annélides (Phyllodocites Jacksoni et Nereites Locmisii, ou une forme rapprochée de celle-ci) três caractéristiques des schistes de Wurzbach, aussi bien que des schistes taconiques de Waterville (Maine); et sur Vexistence d'une autre forme ramifiée, qui ne peut pas se rapporter aux Néreites, pas même aux An- nélides, mais qui trouve bien sa place auprês des Graptolites, comme M. Barrande Pa reconnu, ce qui est une nouvelle preuve, je le crois, en faveur de mon hypothêse. «Je n'oublie pas cependant que la premiêre espêce nommêée, Phyllo- docites Jacksoni, dont on peut à peine révoquer en doute Vexistence dans les schistes de S.-Domingos, est comprise par M. le Dr. Richter de Saalfeld, dans sa liste des fossiles du silurien supérieur (Nereiten- schichten). M. Richter lui-même a eu Vextrême obligeance de m'offrir ses remarquables publications sur la Thuringe (Zeitschr. der Deutsch. geol. Gesellschaft, 1865-1875) en appelant spécialement mon attention sur la partie supérieure de sa «Obersilurische Formation» qui devrait donc comprendre les couches à Néreites de S.-Domingos. Cependant pour expliquer raisonnablement la différence de caraetêres pêtrographiques et les relations siratigraphiques de nos formations paléozoiques, il est encore plus difficile d'admettre la supposition de M. Richter que celle qui rapporte au Culm les schistes de S.-Domingos. Jadmettrais plutôt que ce groupe de couches s'était formé durant la période de migration des espêces siluriennes des mers de la grande zone septentrionale vers les mers de la zone centrale de "Europe, appartenant par conséquent à la partie supérieure de la division silurienne inférieure, c'est-á-dire à Phorison des colonies de la Bohême (et du Portugal)... «Quoiqu'il en soit je ne puis pas abandonner gratuitement la sup- position, que les schistes à Néreites de S.-Domingos se soient formês dans les mers de la zone paléozoique du nord, comme ceux de Wurz- bach, auxquels ils doivent correspondre, attendu que je ne connais 106 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS jusqu'à ce moment aucun fait prouvant Vapparition de ces fossiles dans les dépôts paléozoiques du centre, ou du midi de Europe. L'existence des colonies dans le bassin silurien du Bussaco (au nord de Coimbre), qui appartient sans doute au même systême de mers que les divers lambeaux du terrain silurien en Espagne, rend au contraire três pro- bable la supposition qu'il y eut autrefois une communication plus ou moins directe, peut-être temporaire, entre ce bassin et les mers silu- riennes du nord de PEurope. La preuve en est fournie par quelques espéces, nommément des Cystidês (Echinospherites aurantium, elce) qui habitêrent ces mers, et qui firent à cette époque sporadiquement leur apparition dans les colonies du Bussaco. Par ce motif il ne me semble pas illogique, ni même improbable d'admetire [existence d'une barritre de granit et de schistes azoiques, formant la séparation entre les mers siluriennes à-caractêres normausx, et celles d'ou provinrent les espéces coloniales, d'autant plus que Vexistence du terrain silurien proprement dit dans le versant sud de la sierra Morena n'est pas établie d'une maniêre positive. Cette barriêre pourrait donc se prolon- ger vers le couchant, en traversant PAlemtejo, puisque nous avons dê- couvert que les couches siluriennes du Portugal s'amincissent succes- sivement vers le sud, en disparaissant tout-à-fait sur la ligne de partage des eaux du Tage et du Guadiana. Un peu au nord, prês de Portale- gre, ces couches sont représentées tout simplement par les quartzites à Bilobites de la base de Vétage D, et par un affleurement de courte étendue des ampélites à Graptolites priodon, qui marquent probable- ment une petite colonie comme celles du Bussaco...» Voilã mes idées d'il y a deux ans; elles ne se sont que três peu modifiées depuis cette époque, et sont encore fortifites par la décou- verte d'un nouveau gisement fossilifére à Barrancos (quelques lieues au nord de S.-Domingos), ou ['on a trouvé, ce me semble, un vrai repré- sentant des colonies siluriennes da Bussaco dans la même formation de schistes qui renferme aussi les Néreites. Ce que je vois aujourd'hui c'est qu'il existe en Portugal une série de dépôts immédiatement superposês aux couches à Graptolites (soitl'ho- rizon des colonies de Bohême, soit V'êtage E) qui contient de nombr ;u- ses impressions de fossiles vêgétaux, ainsi que des Annélides; elle mar- que la période d'existence des Néreites dans cette région, et peut vrai- semblablement se rapporter au silurien supérieur, comme vous Vavez démontré le premier, ou peut-être mieux encore au groupe de passage entre le silurien supérieur et Vinférieur (silurien moyen de quelques géologues). PHYSICAS E NATURAES 107 Je crois que Pon ne peut pas mettre en doute que les étages si- luriens F, G, H de la Bohême, avec toute la richesse de leur faune, sont un dépôt tout-à-fait local et vraiment exceptionnel; mais un arrêt de la sêdimentation dans le reste de "Europe ne pouvant pas être admis, il est plausible de considérer ces êtages-lã comme correspondant. du moins en partie, au grês à Spirifer du Rhin, c'est-a-dire à la partie inférieure du terrain dévonien. On arrive de même à ce résultat par la lecture de V"ouvrage de M. Barrande (Colonies, 11), surtout des conclu- sions qu'il obtient (p. 315) en étudiant les connexions entre les êtages supérieurs du silurien de la Bohême et les dépôts dévoniens d'antres pays. Cela montrerait tout simplement que les conditions d'existence propres à la conservation et au développement de la faune troisiême silurienne se maintenaient dans le bassin de la Bohême tandis qu'elles avaient changé dans des contrées en dehors de cette région privilégice, ou les faunes dévoniennes commencêrent à peupler les mers. Le fait três singulier, que ces dernitres phases de la faune silurienne de la Bohême ne se trouvent représentées dans aucune autre localitê, du moins aussi nettement spécifiées, pourrait même faire supposer qu'elles ne caractérisent pas une formation indépendante et antérieure au dévonien inférieur du Rhin. Mais quelle est vraiment Pépoque oú se sont déposé ces forma- tions, en les supposant synchroniques? Cor ment devrons-nous appeler ces deux faciês de la même zone stratigraphique? Vos remarquables travaux sur la Thuringe, ceux de MM. Geinitz et Liebe sur la principauté de Reuss, ceux de M. Barrande sur la Bohême, et peut-être les quelques observations que j ai faites en Portugal, semblent s'accorder pour faire comprendre dans le silurien cette formation su- périeure à Néreites. Pour ma part je suis bien disposé à regarder les couches à Spirifers à grandes ailes comme un faciês spécial de cette for- mation, représentant toutefois un horizon bien supérieur à celui des Né- reites. C'est du moins ce que j'ai observê dans la serra de Portalegre, la seule localité ou existe en Portugal le dévonien inférieur, dont les fossiles sont séparés des ampélites à Graptolites par une puissante sé- rie de couches ou Pon a pas réussi encore à découvrir la moindre trace de fossiles soit animaux soit végêtaux. Veuillez excuser, Monsieur, la longueur de cette lettre, que je n'ai hasardé à vous écrire que dans le but de répondre à votre appe!, et sans la moindre prétention d'avoir résolu le problême dont il s'agit. Je prépare en ce moment un travail dans lequel je développerai ces idées, et auquel je joindrai une série de planches pour faire connaitre dans. 108 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS le monde scientifique le précieux trésor paléontologique tout récemment découvert à Barrancos, et qui pourra peut-être répandre quelque lu- miére sur la question débattue. Pai toutefois d'autres devoirs à rem- plir, ce qui m'empéchera de présenter mon travail aussi promptement que je le désirerais. Agréez, Monsieur, Vexpression de ma profonde reconnaissance et de mes sentiments les plus distingués. Votre três dévoué serviteur Joaquim Filippe Nery Delgado. Lisbonne, le 8 avril, 1879. Monsieur le Dr. Ferdinand Roemer. Três honoré Professeur. Je viens aujourd'hui vous remercier en mon nom et de la part de M. Ribeiro, de la nouvelle preuve d'amabilitê que vous venez de nous donner en présentant la carte géologique du Portugal à la «Société si- lésienne pour Vinstruction du pays», et en Paccompagnant de termes si flatteurs pour nous. Depuis longtemps je devais une réponse à votre derniêre lettre, qui m'est parvenue lorsque je voyageais dans la province de Huelva avec M. Gonzalo y Tarin, de la Commission de la carte géologique de VEspagne, qui a fait Vétude de cette province. Notre but était de nous mettre d'accord sur la délimitation des formations paléozoiques recon- nues dans les deux pays. Comme elles ne furent pas étudiées d'aprês le même plan, il se présenta nne certaine discordance dans les limites tracées sur la carte géologique du Portugal et sur celle de la susdite province espagnole. Dans cette excursion nous fúmes assez heureux pour découvrir prês d'Encinasola quelques espêces de Graptolithes, d'ailleurs assez abon- dantes, dans des ampélites, que M. Tarin a bien voulu m'indiquer, et qu'il avait deja observé auparavant sans qu'il eut la chance d'y trouver des fossiles. Cette trouvaille fut pour moi de la plus grande valeur, parce quelle me fit reconnaitre en Portugal, dans les environs de Barrancos, un gisement fossilifêre três riche, ce qui établit encore un lien de plus entre nos formations paléozoiques et celles de la Thuringe; démontrant PHYSICAS E NATURAES 109 en même temps que nos couches à Néreites de PAlemtejo appartiennent à la partie supérieure du silurien, ou mieux encore au silurien moyen, comme je le soupçonnais depuis longtemps. J'ai réussi à séparer déja une trentaine d'espéces, tant d'animaux que de végêtaux, dont la plu- part ou presque toutes sont représentées dans les ouvrages d'Emmons, Hall, et de MM. Geinitz et Richter, bref par les auteurs qui ont dê- crit le taconique. Mais je n'ai pas rencontré votre Archeocyathus, bien que les calcaires ne manquent pas absolument dans cet endroit. La découverte des couches à Néreites à S.-Domingos a gagné ainsi une nouvelle importance, parce que à mon avis il ne peut y avoir de doute sur la correspondance de ces couches avec celles de Barrancos, ou cette faune si riche a été découverte. Je m'occupe à présent de faire reproduire par la photographie les meilleurs exemplaires de fossiles, que j'ai obtenu. J'en ferai ensuite la description, qui devra être accompagnée de quelques considérations qui me semblent d'une certaine importance pour la classification définitive des terrains paléozoiques de notre Péninsule. Jai eu le bonheur de faire dernigrement la connaissance de votre ami M. le Prof. Karl von Seebach, qui m'a parlé souvent de vous avec la considération et le respect qui vous sont dús, et que je suis moi- même fier de vous témoigner. Il est parti depuis quelques semaines pour VItalie et la Suisse, et en ce moment est peut-être déjà arrivê dans votre pays, en apportant le résultat des observations intéressantes qu'il a faites dans VAlgarve. Je prends la liberté de vous envoyer sous bande un exemplaire du rapport que jai présenté à mon chef M. le Directeur des travaux géodésiques du royaume au sujet de mon voyage dans PEspagne. Vous y rencontrerez en peu de mots mes derniêres idées sur nos terrains paléozoiques, et Vindication que jai dú faire de votre heureuse classi- fication de VAÁrcheocyathus. Veuillez, Monsieur le Professeur, agréer toujours Vexpression de ma reconnaissance et de la haute considêration avec laquelle j'ai "hon- neur d'être Votre três dévoué serviteur Joaquim Filippe Nery Delgado. 140 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Lisbonne, le 10 aoút, 1879. Monsieur le Dr. Reinhard Richter, à Saalfeld. Monsieur Je viens de recevoir votre nouvelle notice sur le diluvium de la Thuringe, et je m'empresse de vous remercier de cet envoi, qui m/in- téresse beaucoup, car je vais reprendre dans peu de jours Pexploration des grottes de Césareda, dont le depôót inférieur renferme des restes d'animaux, disparus du pays, même de la Péninsule, et appartenant vraisemblabiement aussi à [époque quaternaire. J'ai passé une partie du mois de mai à Barrancos (Alemtejo), et je suis vraiment charmé de la richesse inattendue de la faune de ce petit “lambeau silurien. Une soixantaine de formes diiférentes bien déterminables, qui y fu- rent trouvées, ne contiennent pas moins d'une trentaine d'espêces de Graptolites et d'une douzaine d'espêces de végétaux. Je peux les dis- tribuer dans des niveaux fossiliféres distincts, au nombre de six, Pun caractérisê surtout par Pabondance de restes de végêtaux et des im- pressions d'Annélides, les autres caraclérisés principalement par de certaines espéces de Graptolites, mais représentant tous ensemble une même formation géologique, qui est à n'en pas douter votre Obersilurische Formation. Nous avons aussi découvert à Barrancos un horizon de calcaires, ainsi que vous avez un en Thuringe, mais il est supérieur aux couches à Phyllodocites et Néreites, dont il est séparé par un groupe de schistes avec des noyaux siliceux et ferrugineux ou j'ai rencontrê quelques espêces caractéristiques des colonies de Bussaco (Cardiola in- terrupta, G. siriata, Monograptus priodon, M. colonus, Diplograptus pristis, etc., et une glabelle de Dalmanites três voisine de D. Phillipsi). Les fossiles se trouvent aussi bien dans les noyaux siliceux, que dans des lits de même nature subordonnês au schiste. Je m'occupe à présent de faire reproduire les meilleurs exemplai- res par un procédé nouveau de phototypie pour en faire ensuite la des- cription. Je donnerai pour chacun Vindication précise de la place ou il a étê trouvê; et ] accompagnerai en outre mon travail d'une petite carte indiquant ces différents points afin que les savants puissent juger de Pexactitude de mes observations. Ce travail est três étendu, et je ne peux pas m'en occuper exclusivement, comme je désirerais, ayant à ma charge d'autres besognes qui m'en distraient à chaque pas, et qui PHYSICAS E NATURAES qi4 m'absorbent la meilleure partie de mon temps. Je crois cependant que ce travail aura une certaine importance, du moins pour la démonstra- tion des anciennes liaisons que je soupçonnais avoir existé autrefois entre cette partie méridionale du Portugal et la Thuringe, et vraisemblable- ment aussi avec VAngleterre et les Etats-Unis d'Amêérique, tandis que les provinces du centre et du nord du royaume faisaient partie de la grande zone silurienne de "Europe centrale. Veuillez agréer, Monsieur le Professeur, avec mes sincêres remer- ciments Vassurance de ma considération distinguêe. Votre três dévoué Joaquim Filippe Nery Delgado. 1142 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS 2. Fosseis das bacias lerciarias marinas do Tejo, do Sado e do Algarve POR J. CG. BERKELEY COTTER Quando no outono passado foi a Paris o nosso illustre geologo o sr. Carlos Ribeiro, officialmente incumbido de representar Portugal no Congresso geologico e nas conferencias de Anthropologia e Archeolo- gia prehistorica então realisadas n'aquella capital, encargo de que se des- empenhou, como é notorio, com tanto credito para o paiz, teve occa- sião de travar relações com o antigo presidente da Sociedade geologica de França e actual collaborador na grande carta geologica d'aquelle paiz, M. R. Tournouvêr, e de convencionar a permutação de collecções de fos- seis terciarios de Portugal, por outras de fosseis da bacia do Garona, de cujo estado este sabio se occupava. Ora, é sabido de todos os que se dedicam ao estudo geologico de qualquer terreno sedimentar, que à paleontologia se deve o melhor au- xilio para a solução das questões stratigraphicas. Talvez, diz o Prof. Page na sua Philosophy of Geology, o maior es- tadio vencido pela geologia moderna seja devido à preferencia dada ao criterio paleontologico sobre o que respeita aos caracteres lithologicos das formações sedimentares, sendo a classificação d'estas formações pe- los restos organicos, muito mais segura do que pela facies petrogra- phica das rochas que as compõem. Se falta o apoio dos dados paleontologicos, é difficil em muitos casos, senão impossivel, a determinação da edade de certas formações ; mas existindo taes dados, é indispensavel possuir a descripção e repre- sentação graphica das especies caracteristicas das regiões reputadas classicas pelos estudos de naturalistas celebres, ou melhor ainda, pos- PHYSICAS E NATURAES 113 suir as collecções typicas d'esses restos, para com mais segurança se chegar a conclusões definidas no estudo que se pretenda fazer. A manifesta conventencia de preencher grandes lacunas nas col- lecções da Secção dos Trabalhos Geologicos, e o profundo convenci- mento do proveito que resultaria de semelhantes collecções-typos, so- bretudo classificadas por paleontologistas abalisados, determinou o sr. Carlos Ribeiro a encarregar-nos de apartar e classificar uma primeira serie de fosseis terciarios marinos das bacias do Tejo, do Sado e do Algarve, para ser enviada para troca a M. Tournouêr. Posto que pouco competentes para executar esta tarefa de modo cabal, gostosamente a aceitâmos, por nos proporcionar ensejo de au- gmentar os meios de estudo do estabelecimento scientifico onde servi- mos, e especialmente de resolver por essa fórma muitas duvidas sobre a classificação de numerosos exemplares ainda por determinar. Encetando correspondencia com M. Tournouêr, e enviando-lhe de- pois da inevitavel demora, que outros serviços occasionaram, a collec- ção que haviamos preparado em duplicado, recebemos delle a confir- mação da promessa feita em Paris ao sr. Carlos Ribeiro, de enviar à Sec- ção Geologica uma collecção de fosseis terciarios marinos do sudoeste da França, logo que as suas occupações lh'o permittissem, e bem assim de fazer, como lhe haviamos pedido, as correcções que o exame dos nossos fosseis lhe suggerisse; o que anciosamente aguardamos. A lista que segue é, com ligeiras modificações, a da colecção que organisâmos. Estão nella incluidas muitas especies indeterminadas, o que não deve estranhar-se, attenta a data relativamente recente dos nossos estudos n'este ramo, e o mau estado de conservação de grande parte dos exemplares, que são representados por moldes, às vezes de difficlima classificação. Devemos advertir que a presente lista está longe de representar a riqueza da fauna terciaria marina do nosso territorio; contamos porém fazer-lhe successivas addições, à medida que os nossos estudos forem progredindo, e as collecções da Secção Geologica se forem enriquecendo com novas colheitas. Esforçâmo-nos quanto possivel em ser rigorosos no presente tra- balho, para o qual nos servimos de muitas obras especiaes, taes como as de Brocchi, Basterot, Philippi, Abich, Michelotti, Deshayes, etc., e nomeadamente da monumental obra de Hórnes, Die Fossilen Mollus- ken des Terticer-Beckens von Wien, da Descripção dos Gasteropodes ter- ciarios de Portugal, infelizmente incompleta, publicada pelo illustre pro- fessor de geologia e mineralogia da Escola Polytechnica, e antigo mem- 114 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS bro director da Commissão Geologica, sr. F. A. Pereira da Costa, e das listas de James Smith publicadas no Quarterly Journal of the Geolo- qical Societay. Cumpre-nos expressar em especial, com reconhecimento sincero, o muito que devemos ao nosso illustrado chefe o sr. Carlos Ribeiro pe- los seus judiciosos conselhos, e o muito que aproveitâmos com as listas dos fosseis de varios córtes do terreno terciario estudados pelo nosso col- lega o sr. Nery Delgado, a quem valiosissimos escriptos, principalmente sobre os terrenos paleozoicos, tem grangeado fóra e dentro do paiz me- recida reputação. Recebam os nossos respeitaveis amigos os mais cordeaes e since- ros agradecimentos. PRIMEIRA LISTA CIRRIPEDES 1. Balanus tintinnabulom. Lam. — Manatega, Almada. b9 - Balanus. sp. ind. — Cacella. GASTEROPODES - Conus fusco-cingulatus. Bronn.—Cacella. Co pa . Conus Mercati. Brocc.— Cacella. - Conus Dujardini. Desh.— Cacella. (spo Aa . Conus Broteri. Costa. — Cacella. »1 - Conus subraristriatus. Costa. (6. fusco-cingulatus (partim) Bronn, in Hôrnes)—Cacella. Go Conus Eschewegi. Costa. — Cacella. (dao) - Conus splendens. Costa. —Cacella. i 14. Conus, varias especies ind. —Covalinho, Olho de Boi, Ginjal, Mutella. “ 12. Ancillaria glandiformis. Lam. — Cacella, Mutella. So . Conus Tarbellianus? Grat.—Cacella. 13. Marginella Slephaniae. Costa. — Cacella. PHYSICAS E NATURAES « Marginella miliacea. Lam. — Cacella. - Ringicula buccinea. Desh. in Hôrnes.— Cacella, Mutella. « Voluta rarispina. Lam. — Carnide. « Mitra fusiformis. Brocc. — Cacella. . Columbella nassoides. Bell. in Hôórnes. — Cacella. - Columbella nassoides? Bell. in Hórnes.— Cacella. « Columbella Borsoni? Bell. — Cacella. . Columbella semicaudata. Bronn.— Cacella. . Columbella curta. Bell. — Cacella. . Terebra fuscata. Brocc. — Mutella, Cacella. . Terebra sp. ind. — Cacella. - Buccinum Caronis. Brongn.—Cacella. . Buccinum costulatum. Brocc. — Mutella. . Buccinum baccatum. Sow. in Smith. — Porto Brandão. . Buccinum prismaticum? Brocc.— Cacella. 99. Buccinum turbineilus. Brocc.— Cacella. . Buccinum semistriatum. Brocc.— Cacella. « Buccinum polygonum. Brocc.— Cacella. Buccinum conglobatissimum. Costa. — Cacella. . Buccinum mutabile. Linn.— Cacella. « Buccinum atlanticam? Mayer. — Cacella. . Buccinum Rhostorni. Partsch.— Adiça. .« Nassa pusio. Sow. in Smith. — Mutella. . Nassa pseudo-clathrata. Micht.— Mutella. - Dolium denticulatum. Desh. — Cacella. - Cassis saburon. Lam. — Cacella. . Cassidaria echinophora. Lam. — Cacella. h4. Murex brandaris. Linn. — Mutella. - Murex Vindobonensis. Hórn. — Mntella. - Murex tfrunculus, Linn.— Mutella. 1145 116 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS kh. Murex lingua-bovis. Bast. — Carnide. 45. Murex aquitanicus? Grat.— Porto Brandão. h6. Pyrula rusticula. Bast. — Cacella. 47. Pyrula cingulata. Bronn.— Cacella. h8. Fasciolaria Tarbelliana. Grat. — Cacella. h9. Cancellaria varicosa. Brocc.— Cacella, Mutella. 50. Cancellaria calcarata? Brocc.— Mutella. 91. Cancellaria Westiana. Grat.— Cacella. 52. Pleurotoma Gervaisi. Vezian, in Costa. — Xabregas. Mutella. 54. Pleurotoma granulato-cincta. Múnst. — Cacela. à3. Plearotoma harpuia? Brocc. 55. Pleurotoma plicatella? Jan. — Mutella. 56. Pleurotoma submarginata? Bon. — Mutella. 57. Pleurotoma sp. ind. — Adiça. d8. Cerithium scabrum. Oliv. — Cacella. 59. Cerithium liguitarum. Eichw.— Carnide. 60. Cerithium Duboisi. Hórn.— Carnide. 61. Cerittium sp. ind. — Carnide, Cacella. 62. Turritelia terebralis. Lam. — Fonte Santa, Forno de Tijolo. 63. Turritella turris. Bast. — Rego. 64. Turritelia turris? juv. Bast.— Mutella. 65. Turritelia Archimedis. Var. Brongn. — Rego. 66. Turritella Adiçana. Costa. — Adicça. 67. Turritella Almadensis. Costa. — Sacavem. (7. cathedralis. Brongn.) 68. Turriíclia Almadensis. Costa. — Sacavem., (T. mutobilis Sow., in Smith.) 69. Turritella sp. ind.— Mutella. 70. Adeorbis tricarinatus. Wood. — Mutelia. 74. Adeordbis Woodi. Hórn. — Mutella. PHYSICAS E NATURAES 1147 72. Xenophora Deshayesi. Micht. in Hórnes.— Mutella. 73. Trochus patulus? Brocc.—Cacella. 74. Trochus sp. ind. — Cacella. 75. Solarium simplex. Bronn.— Forno de Tijolo. 76. Scalaria clathratula. Turton. — Adiça. | 77. Scalaria sp. ind. — Adiça. 78. Vermetus, duas especies ind. — Porto Brandão, Forno de Tijolo. 79. Turbonilla gracilis. Brocc.— Mutella. 80. Acteon tornatilis. Linn. — Mutella. 81. Acteon semistriatus. Fér. in Hórnes.— Mutella. 82. Sigaretus haliotoideus. Linn.— Cacella. 83. Natica millepunctata. Lam. — Cacella, Porto Brandão. 84. Natica millepunctata juv. — Cacella, Porto Brandão. 85. Natica redempta. Micht. — Mutella. 86. Natica Josephinia. Risso. — Cacella. (N. olla. Marcel de Serres.) 87. Natica perpusilla? Sow. in Smith. — Mutella. 88. Eulima subulata. Don. — Mutella. 89. Bulla lignaria. Linn.— Adiça. 90. Bulla convoluta. Brocc.— Mutella. 914. Calyptrea Chinensis. Linn.— Cacella. 92. Calyptrea deformis. Lam. —Cacella. 93. Dentalium incurvum? Ren. — Mutella. 94. Vaginella depressa. Daud.— Mutella. JORN. DE SCIENC. MATH. PHYS. E NAT N, XXVI. 9 118 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS ACEPHALOS. 95. Clavagella sp. ind. — Mutella. 96. Gastrochena sp. ind.—Mutella. 67. Solen vagina? Linn.— Carnide. 98. Psammosolen strigilatus. Linn.— Adiça. 99. Psammosolen coarctatus. Gmel. — Adiça. 100. Panopxa Menardi, Desh.— Adiça. 104. Panopara sp. ind. — Adiça, Cacella, Forno de Tijolo. 102. Panopxa sp. ind. — Cacella. 103. Tugonia anatina. Gmel. — Adiça. 104, Corbula gibba. Olivi.— Mutella. (C. nucleus. Lam.) 105. Pholadomya alpina. Math. — Costa do Picagallo. (Pholas altior. Sow. in Smith.) 106. Nezra cuspidata. Olivi.— Cacella. 107. Thracia pubescens. Pult. — Mutella, Forno do Tijolo. 108. Lutraria oblonga. Chem. — Adiça, Cacella. 109. Lutraria latissima. Desh. — Mntella, Cacella. 110. Mactra triangula. Ren. — Adiça. 444. Fragilia fragilis. Linn. — Adiça. 1142. Tellina strigosa. Gmel. — Mutella, Adiça. 413. Tellina depressa. Gmel. — Cscella. 414. Tellina tenuis. Costa. — Cacella. 415. Tellina donacina? Linn.— À liça. 116. Tellina sp. n. segundo Desi.— Cacella. (T. planata? Var. Linn.) 147. Teilina sp. ind. — Mutella. PHYSICAS E NATURAES . Tellina sp. ind. — Cacella. . Tellina sp. ind. — Adiça. Psammobia sp. ind.-—Cacella. Tapes vetula. Bast. —Adiça. . Tapes sp. ind. —Adiça. . Venus umbonaria. Lam. — Cacella. . Venus islancoides. Lam. — Adiça, Mutella. . Venus plicata. Gmel. — Cacella. « Venus multilamella. Lam. — Cacella. . Venus, duas especies ind. —Adiça. « Venus sp. ind. —Adiça, Cacella. .« Dosinia exoleta. Linn.— Cacella. . Dosinia Adansoni. Phil. — Cacella. .« Cytherea Duboisi. Andrz. —Cacella. . Cytherea sp. n. segundo Desh.—Cacella. - Cytherea, duas especies ind. Cacella. . Cardium discrepans. Bast.— Cacella. ). Cardium hians. Brocc.—Mutella, Adiça. . Cardium fragile. Brocc.— Adiça. . Cardium papillosum. Poli. — Mutella, Rego. . Cardium echinatum ? Brug.— Carnide. . Cardium sp. ind. — Adiça. . Lucina transversa. Bronn.— Mutella. - Lucina ornata. Ag. — Rego. . Lucina borealis. Linn. — Cacella. .- Lucina miocenica. Micht. — Mutella. « Lucina spinifera. Mont. — Rego. - Lucina multilamellata. Desh.— Mutella. - Lucina sp. ind. —Adiça. - Diplodonta rotundata. Mont. — Cacella. 119 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS . Diplodonta sp. ind. —Carnide. « Diplodonta sp. ind. — Cacella. . Cardita Jouanneti. Bast.— Adiça, Cacella. . Cardita sp. ind. — Prazeres. - Nucula sp. ind. —Mutella. « Nucula sp. ind. —Cacella. . Leda fragilis. Chem. in Hórnes.— Adiça. - Leda sp. ind. —Mutella. . Pectunculus pilosus. Linn.— Adiça, Rego. - Pectunculus sp. ind. —Cacella. « Arca Fichteli. Desh. — Cacella, Adiça. (A. Helvetica. Mayer) . Arca Fichteli? var. Desh.— Cacella. . Arca Turonica. Duj. — Adiça. « Arca diluvii. Lam. — Cacella, Mutella. (A. subrostrata. Sow.) . Arca umbonata. Lam. — Azeitão. . Arca barbata? Linn.— Azeitão. « Arca sp. n.—Cacella. . Arca sp. ind. —Mutella. . Arca sp. ind. —Adicça. - Mytilus sp. ind.— Mutella. - Pinna. sp. ind. — Adiça, Porto Brandão. « Avicula phalenacea. Lam. — Forno de Tijolo. - Avicula tarentina? Lam. — Cacella. .- Pecten solarium. Lam. — Manatega. . Pecten dubius. Brocc.— Rego, Albufeira. . Pecten substriatus. d'Orb. —Manatega. . Pecten varius. Linn. — Manatega. ». Pecten subimbricatus. Munst. Prazeres. PHYSICAS E NATURAES 1214 176. Pecten imbricatus. Goldf. — Prazeres. 177. Pecten convexo-costatus? Abich.— Forno do Tijolo. 178. Pecten Pandora. Desh. — Manatega. 179. Pecten pictus? Goldf. — Porto Brandão. 180. Peeten Beudanti. Bast. — Porto Brandão. 181. Pecten varius. Linn.— Pragal. 182. Pecten acuticostatus. Sow. in Smith. — Chellas. 183. Pecten expansus. Sow. in Smith. — Manatega. 184. Pecten fraterculus. Sow. in Smith. — Rego. 185. Pecten Josslingii. Eichw.— Foz da Fonte. 186. Pecten Josslingii. Var. Ievis.— Foz da Fonte. 187. Pecten tenuisulcatus. Sow. in Smith. — Mutella, Portinho d'Arrabida. 188. Pecten conjux. Sow. in Smith. — Campo Pequeno. 189. Pecten sp. n. segundo Desh. — Adiça, 190. Pecten sp. ind.—Mutella. 1914. Pecten sp. ind. —Rego. 192. Spondylus crassicosta. Lam. — Manatega. 193. Ostrea digitalina. Dub. — Mutella, Porto Brandão. 194. Ostrea crassicostata. Sow.— Cabeço da Serra Larga, Portinho d'Ar-= rabida. 195. Ostrea crassissima. Lam. — Campo Grande, Porto Brandão. 196. Ostrea fimbriata. Grat.— Prazeres. 197. Ostrea sp. ind. — Portinho d'Arrabida. 198. Anomia porrecta. Partsch. — Alverca. (A. costata. Broce.) 199. Anomia ephippium. Wood. — Mutella. (A. costata. Brocc. in Hôrnes.) 129 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS / ECHINODERMES 200. Spatangus. sp. — Fonte da Pipa. 201. Echinolampas.—Foz da Fonte. 202. Clypeaster.— Torre de S. Julião. 203. Scutella. — Foz da Fonte. FORAMINIFEROS . Varias formas. h9 [em) [el PHYSICAS E NATURAES - 423 VARIEDADES 1, Uma questão dos cursos d'agua naturaes POR JOÃO FAGUNDO DA SILVA Indagação do comprimento do remanso produzido num curso de agua por um dente, ou esporão insubmersivel, partindo da margem per= pendicularmente a ella e avançando para o meio da corrente. Quando uma corrente d'agua (principalmente das naturaes) descendo no seu leito tortuoso ataca uma das suas margens concavas, ameaçando com os desabamentos d'esta os terrenos contiguos do interior, com pre- Juizo dos proprietarios respectivos e sem proveito dos visinhos frontei- ros, que só ganham na frente da sua propriedade um areial esteril, a obra, que a experiencia sancciona como a mais proficua para sair d'este estado inconveniente de coisas, é a construcção d'um dente ou esporão, que, partindo da margem atacada, se prolongue para o meio da corrente, desviando esta dos terrenos em via de desabamento e proporcionando- lhes uma porção de agua em quietação quasi perfeita, ou com uma cor- rente inversa da que os corroia, mas, em todo o caso, de velocidade muito reduzida e incapaz de continuar a promover os referidos desabamentos. Tendo pois logar a queda successiva das terras n'um comprimento mais ou menos importante da margem atacada, convém determinar à priori qual o comprimento, em que é necessario fazer avançar o esporão desde a margem para o leito da corrente, para que o remanso por elle produzido abranja toda a zona atacada pela agua. A determinação à priori do comprimento da construcção pode ainda servir para estudar a questão economica da conveniencia d'um só espo- rão em certo ponto da margem, ou de mais de um esporão, para conse- guir a protecção desejada numa mesma extensão. 1924 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS É pois evidentissima a utilidade deste estudo para quem se tenha occupado do regimen dos rios, e que sabe quão frequentes são as ve- zes, em que a resolução d'este problema se offerece ao engenheiro en- carregado de trabalhos nos rios. Quando os cursos d'agua são artificiaes, as circumstancias que de- terminam a corrozão d'uma margem e o avanço da outra para o leito . não resultam senão dos defeitos do projecto de construcção, isto é, do mau estudo que precedeu a determinação das posições das linhas dos perfis longitudinal e transversal, bem como da directriz. Se o encarre- gado do projecto deu à linha do perfil longitudinal inclinações que não estão em harmonia com a cohesão e peso especifico dos terrenos, que o curso de agua tem de atravessar; se não projectou os taludes com as inclinações exigidas pela natureza das terras, se as curvas de concor- dancia foram traçadas com raios, que não vão em harmonia com a ve- locidade, que a corrente deve tomar no leito e margens, inevitavelmente hão de avançar porções d'uma das margens à custa da corrozão de por- ções fronteiras da opposta, e o remedio mais eficaz é fazer correcções na posição das differentes linhas do curso d'agua, para conseguir um re- gimen conveniente, sendo os esporões ou outros artifícios, permitta-se a expressão, remendos de panno velho ou novo, que se rasgam por si ou rasgam a obra em que foram deitados. Infelizmente uma economia mal entendida, e outras vezes peor pen- sada, faz com que se adoptem expedientes que não servem, senão par gastar inutilmente dinheiro. D'antes no nosso paiz, e por ventura ainda hoje (para não ser isso apanagio exclusivo de eras menos illustradas), entendia-se sem grande discurso scientifico que se devia abrir uma valla para qualquer fim, e em seguida verificava-se, a muito fartar, se a agua podia ter saída na foz da projectada valla; se a agua tinha saída e ao mesmo tempo havia dinheiro para se poder remover o volume de terra que se calculava (quando se calculava) para que a valla tivesse um certo perfil transversal, resul- tante d'uma apreciação ligeira do volume d'agua a descarregar, sem mais averiguação technica das linhas que a construcção devia ter, abria-se, a referida valla, que, raras vezes, deixava de ficar defeituosa para o mo- vimento do fluido. D'aqui resultam os frequentes exemplos de cursos d'agua artifi- ciaes, que uns não podem conter toda a agua que tem de correr por elles, outros se entulham todos os annos com enorme quantidade d'areias, que fazem com que as despezas de conservação representem um capital muito superior ao da construcção, outros finalmente em que é necessario an- PHYSICAS E NATURAES 125 dar constantemente a fortificar uma das margens e a destruir os acres- cidos da outra. No. pequeno estudo de que nos estamos occupando não queremos, repetimos, procurar remedio para os effeitos da ignorancia theorica e pratica dos constructores de leitos de cursos d'agua; queremos só fa- cilitar o estudo dos projectos da vnica obra que serve, nos cursos de agua naturaes, para desviar d'uma das margens a corrozão que tenha lo- gar com prejuizo do regimen do rio. Antes porém da resolução do problema da determinação do com- primento, no sentido do eixo da corrente, do remanso produzido pela construcção de um esporão, analysemos uma outra questão que nos pa- rece indispensavel como lema d'aquelle problema. Quando se faz a descarga dum liquido por uma abertura praticada na parede d'um vaso, cujo nivel se conserva constante, a velocidade theo- rica é representada pela expressão /2gh, na qual h designa a carga acima do centro de figura da abertura; a velocidade effeciiva é sem- pre uma fracção da theorica e, por tanto, chamando-lhe V, a sua ex- pressão toma sempre a fórma V=kV 29h, sendo k uma fracção maior ou menor e cuja grandeza depende de muitas circumstancias, que é inutil enumerar aqui. Representando pois graphicamente o enunciado d'este facto pode- mos dizer que sendo /29h o comprimento d'uma recta ED, fig. 4, A 4 $ Fig. obliqua ao plano da secção vertical AB, passando pelas arestas da aber- tura, será kV 29h a projecção CD desta linha sobre uma perpendicu- 126 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS lar a esse plano; e por tanto chamando à a distancia C E dos pês da obli- qua e da perpendicular e « o angulo formado pelas duas velocidades será d==ky 29h tang «. A este angulo formado pelas duas velocidades, para simplificação da exposição que vamos fazer, chamaremos angulo » € como po- o 8 de contracção da veia fluida. Temos pois tang UN 0-1 (6 Vanga demos fazer sempre , 8 k 2h Postos estes principios, vejamos a analogia que pode ter a veia fluida que corre n'um rio com as veias fluidas que se descarregam por aber- turas praticadas em vasos contendo agua, mantida em uma altura con- stante. Evidentemente, se praticarmos uma abertura nºuma parede verti- cal d'um vaso de modo tal que a veia fluida se não contraia, nem na soleira, nem nas paredes verticaes da abertura, e munirmos esta abertura d'um canal €, fig. 2, cujo fundo seja o prolongamento da superficie da Fig. 2 soleira da abertura e as paredes verticaes sejam o prolongamento das faces lateraes d'essa abertura, teremos, em miniatura, um bocado de leito dum rio cuja velocidade d'agua será dada pela expressão k'V/ 29h re- presentando k” a contracção da veia na parede horisontal superior da abertura. Este valor k'/ 29h sendo a velocidade média dos filetes fluidos, quando não tem logar a contracção da veia, nem na soleira, nem nas paredes verticaes é um valor representativo da velocidade média d'um curso d'agua. Com effeito, nos grandes cursos d'agua a velocidade média apro- xima-se, segundo Prony, de 0,8 da velocidade à superficie e, segundo o que temos observado no Tejo, a velocidade média é pouco superior a 0,7 chamando » a velocidade à superficie. PHYSICAS E NATURAES 127 Por outro lado, segundo as experiencias de Lesbros, quando a con- tracção da veia só tem logar no bordo horisontal superior duma aber- tura, k' tem o valor 0,715, se as cargas são pequenas, isto é, quando h é proximo de 0",2 e por tanto quando as alturas devidas à velocidade são maiores que aquellas a que são devidas as velocidades d'um rio comprehendidas entre 0",6 e 17,4. Em resumo, a velocidade média 0,715/29h dos filetes fluidos de uma veia liquida contraida na parte superior é sensivelmente identica à velocidade média 0,8 v, segundo Prony, ou 0,75 v segundo nos pa- rece. Se as experiencias de Lesbros fossem feitas com cargas inferiores a 07,19 é possivel que se chegasse a obter para o coefficiente de V2 gh um valor k'==0,75. Do que fica exposto, parece não poder haver duvida em equipa- rar um grande curso d'agua a um pequeno jacto d'agua obtido artificial- mente. Quando pois construirmos um esporão, a partir d'um ponto dºuma linha de margem recta e perpendicularmente a ella, podemos, sem he- sitação, dizer que vamos promover a contracção d'uma veia fluida em uma das paredes lateraes da abertura por onde ella sae, e assim ficar- nos-ha uma veia contraída n'uma parede vertical e com a contracção annulada na soleira e n'uma das paredes lateraes. É exactamente como se a descarga se fizesse de um vaso como o indicado na fig. 3. Fig. 3 O quadro deduzido das experiencias de Lesbros, acima menciona- das, que serve para a indagação do coefíiciente que devemos introduzir é o seguinte: 128 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS ALTURAS DAS ABERTURAS VALORES DE A on,2 0m,05 07,03 om,01 02,010 ; 0,432 0,186 0,569 0u,015 5 0,45 0,516 0,590 0,020 ; 0,483 0,539 0,607 0,030 0,493 0,522 0,573 0,634 0,040 0,502 0,550 0,595 0,651 02,050 0,509 0,570 0,609 0,662 02,060 0,515 0,58% 0,617 0,670 0,070 0,520 0,593 0.621 0,676 0m,080 0,525 0,601 0.624 0,680 0,090 0,530 0,606 0,626 0,682 0u,100 0,534 0,609 0,627 0,685 02,200 0,562 0,623 0,635 0,688 02,300 0,577 0,627 0,637 0,684 0,400 0,586 0.629 0,638 0,581 07,800 0,591 0,630 0.638 0,678 10,000 0.601 0,633 0,638 0,674 9m 000 0,604 0,631 0,636 0,659 37,000 0,602 0,628 0,634 0,636 Da observação d'este quadro conclue-se: primeiro que os coeffi- cientes decrescem com a diminuição do valor de h; segundo que ainda decrescem com o augmento da altura da abertura. Parece pois que se suppozermos que para uma abertura, que varie desde 0”",5 d'altura até 27,0 e sobre a qual actue uma carga h, compre- hendida entre 0”,02 e 0”,1 a qual dará velocidades comprehendidas en- tre 07,626 e 17,401, se deve adoptar o coeficiente 0,4 estaremos muito em harmonia com o estudo do quadro acima. Em virtude dos principios postos tendo nós um esporão c, fig. 4, e um comprimento de remanso / do lado de juzante, sendo |==c tang « 1 : = ; como tanga = ox Será a expressão que dá o comprimento d'esse 3 +U remanso PHYSICAS E NATURAES 199 Esta expressão mostra que o comprimento do remanso é directa- mente proporcional ao comprimento do esporão e inversamente propor- cional à velocidade do curso d'agua, o que evidentemente deve aconte- Fig. 4 cer. Além d'isso fazendo variar v desde 0,7 até 17,4 acha-se que 0 re- manso de juzante varia desde 1,7 c até 3",5c, o que se harmonisa um pouco com as indicações praticas que reputam os remansos entire 2,5 e 3,0 expressos em funcção do comprimento dos esporões. 130 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Para determinarmos o comprimento do remanso do lado de mon- tante observaremos um phenomeno que se passa do lado de juzante do esporão. Para que o remanso se estenda no comprimento 1, fig. 4, desde o ponto E até ao ponto D, é necessario que um filete fluido encostado à margem e à superficie do liquido esteja n'uma linha horisontal: por- tanto a differença de nivel entre o ponto Be o ponto E é egual à dif- ferença entre o ponto Be o ponto D. Chamando fa inclinação dos filetes fluidos no sentido da corrente do rio e chamando 1' a inclinação ao longo do esporão e do lado de ju: zante d'elle teremos 11=cT'. Z> ho pes EPE cai A q E 3 a E tr ER EN fe k E PHYSICAS E NATURAES 131 Por outro lado, para que a montante haja remanso é necessario que se verifique tambem a condição de ser AEXI=cT' chamando IT" a inclinação da agua ao longo do esporão do lado de montante. Mas nenhuma razão ha para que 1” seja maior ou menor do que Y, por con- sequencia sendo egual será tambem AE ==. É de resto o que tenho verificado para esporões sensivelmente per- pendiculares à margem. Tratemos agora de esporões obliquos, que são os mais commu- mente empregados. N'este genero de construcções penso que se deve fazer na formula, deduzida para avaliar o comprimento do remanso do lado do juzante, a seguinte modificação. Em logar de introduzirmos c como o compri- mento real do esporão devemos considerar c como a projecção do com- primento do esporão sobre uma perpendicular baixada sempre da ponta d'elle sobre a margem, quando recta, ou sobre uma normal à margem, quando curva. Junto a um esporão obliquo, qualquer molecula fluida existente do lado de montante, ainda que seja no ponto de inserção do esporão com a margem, está em plano horisontal superior âquelle em que existe ou- tra molecula encostada à testa do esporão e situada na mesma camada fluida. D'aqui resulta que, embora com reduzida velocidade, se hão de dirigir filetes fluidos de € para À fig. 5, como de facto a nossa expe- riencia o confirma. Conclue-se de tudo isto que nos esporões obliquos não só o re- manso do lado de juzante é inferior ao dos rectos, mas mesmo o re- manso do lado de montante é nullo, e por tanto taes esporões devem ser completamente proscriptos. Em conclusão, a formula que dá o comprimento total do remanso produzido por um esporão perpendicular à margem é e tratando-se d'um esporão obliquo, como se vê na fig. 5, deve ser 4 = quo + M, 132 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS sendo M a projecção do eixo do esporão sobre a margem que elle deve defender e c a projecção do comprimento do esporão sobre a linha que passa por 4 perpendicular ou normal à margem. Março: de 1879. PREÇO DESTE NUM. — 500 rs. Acha-se à venda:— Na imprensa da Academia Lisboa — LIVRARIA BERTRAND & €.º SUCCESSORES CARVALHO & 6.º Coimbra — LIVRARIA ACADEMICA ; Braga — LIVRARIA INTERNACIONAL DE E. CHARDRON e VADE DD ESSO AN ND E A E A correspondencia deve ser dirigida, franca de porte, à Redacção do Jornal de Sciencias Mathematicas, Phy- sicas e Naturaes, na Academia Real das Sciencias de Lis- boa, rua do Arco (a Jesus). | ( ED = — a à ta Ooo. 4 | 65 ac qd | 382 765,65 E e SOLENCIAS MATHEMATICAS PANSICAS E NATURAES publicado sob os auspícios | DA ACADEMIA NEML DAS SCIENCIAS OE LISBOA NUM. XXVII. — FEVEREIRO DE 1880 LISBOA TYPOGRAPHIA DA ACADEMIA INDEX ZOOLOGIA : 4. Aves da Zambezia e do Transvaal, colligidas pelo major Serpa Pinto—por J. V. Barboza du Bo- 2. Études sur les insectes d'Angola qui se tronvent au Muséum National de Lisbonne—par M. M. Joly Bourgeois et M. Paulino d'Oliveira ........... 3. Notice sur une nouvelle espêce du genre Rhyncho- cyon, Peters —par J. V. Barboza du Bocage... PHysicA: 1. Sobre um novo commutador automatico das velas electricas— por Adriano Augusto de Pina Vidal. 2. Sobre a velocidade de propagação das chammas — por Francisco da Fonseca Benevides........ BIBLIOGRAPHIA : 1. Ueber cine Vogelsammlung aus Malange in Angola, eingesandt von dem Reisenden Otto Schutt. Bear- beitet von dr. Ant. Reichenow.............. 2. E. Oustalet. Catalogue méthodique des oiseaux re- cueillis pár M. Marche, dans son voyage sur EO GOQUe = cria Dus clas Pa de cafe oa ta 184 PHYSICAS E NATURAES 133 LOOLOGIA 1. Aves da Lambezia e do Transvaal, colligidas pelo major Serpa Pinto POR J. V. BARBOZA DU BOCAGE Publicamos em seguida uma lista de 40 especies representadas n'uma collecção de aves que nos trouxe o major Serpa Pinto da sua re- cente viagem através do continente africano, que tão justa gloria lhe conquistou no conceito de todas as pessoas competentes e imparciaes. Muito maior copia de specimens ornithologicos colligira o nosso ce- lebre explorador, a despeito das vicissitudes e perigos da sua ousada e trabalhosa excursão ; porém, carecendo dos meios indispensaveis para a boa preparação dos exemplares e obrigado a conserval-os em carne, apenas preservados insufficientemente pela applicação de acido phenico, foram estes os unicos que conseguiu salvar, graças assim mesmo à coad- juvação que lhe prestou em Pretoria o sr. Thurner. É mui digna de menção a rara habilidade de que o sr. Thurner deu provas, extraindo as pelles destes exemplares em condições de poderem figurar numa collecção ornithologica. Das 40 especies de que consta esta lista, 38 foram colligidas no territorio de Luchuma, vasta e interessante região do alto Zambeze, na confluencia do Quando com este rio, proxima das celebres cataractas de Victoria. Nenhuma dºellas é inedita, e são quasi todas communs aos sertões de Mossamedes e Benguella, tão proveitosamente explorados pelo gr. Anchieta. Exceptuam-se apenas: —Halcyon albiventris, Scop.; Zosterops virens, Sundev.; Mirafra rufipilea, Vieill. 4. Microglaux perlata, (Vieill.) Um exemplar adulto. Bico amarello-esverdeado ; olhos amarel- los. JORN. DE SCIENC. MATH. PHYS. E NAT. N. XXVII. 10 134 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS 2. Coracias caudata, Linn. Tres exemplares adultos e um novo. À etiqueta deste ultimo traz as seguintes indicações: «olhos e bico pretos, pês cinzentos.» 3. Coracias garrula, L. Um só exemplar. h. Merops bullockoides, Sm. Dois exemplares adultos. Bico e pés pretos, olhos amarellos. Come insectos. 5. Merops cyanostictus, Cab. Dois exemplares adultos. Iris vermelho escuro; bico e pês ne- gros. Vive d'insectos e do nectar das flores. Transvaal; Rio Ma- rico, affluente do Limpópo. [Estes 2 exemplares concordam perfeitamente com os numero- sos specimens que temos de Angola; mas comparando uns e ou- tros com 2 exemplares de procedencia authentica, um do Nilo Branco, outro de Accra (Africa oceidental), notamos que é effecti- vamente n'estes ultimos mais estreita a faxa subterminal negra da cauda, e bem assim a faxa da mesma côr da extremidade das pen- nas secundarias da aza, Por estes caracteres, devem referir-se os exemplares de Angola e os do sr. Serpa Pinto à nova fôrma espe- cifica recentemente descripta pelo dr. Cabanis]. 6. Haleyon albiventris, Scop. Um exemplar adulto. Bico e pés vermelhos; iris azul-escuro. Vive na proximidade da agua e alimenta-se de peixe. 7. Haleyon chelicutensis, Stanley. Um exemplar adulto. Olhos esverdeados; mandibula na base en- carnada, o resto do bico escuro; pês côr de casca de laranja. Anda sempre nas margens dos rios. 8. Corithornis cyanostigma, Rúpp. Um exemplar quasi adulto. Bico e pés vermelhos, a base da maxilla mais escura. Vive proximo d'agua. [Na extremidade das coberturas das azas são ainda bem distin- ctas as malhas de azul de cobalto ou e UML NG 926 Y E» ÁTIONAL MUSÉ HISTORIA DA LINHA DE DEMARCAÇÃO QUE REPARTIA O MUNDO ENTRE PORTUGAL E CASTELLA É uma curiosa historia a da repartição do mundo entre Portugal e Hes- panha, por um meridiano traçado a 370 leguas a oeste das ilhas de Cabo Verde. Quando em 1436 a navegação dos portuguezes chegara já ao Rio do Ouro, uma bulla de Eugeniorv dizia que, para satisfazer ao que por el-rei D. Duarte lhe fôra pedido, o pontifice concedera lettras apostolicas d'aquellas «quae cruciata vulgariter nuncupantur, et similiter certas insulas Canariue, quas ab infideli- bus pessideri, et in quibus nullum Principem Christianum jus habere aut prae- tendere asserebas, tibi per alias nostras litteras dedimus in conquestam, prout in ipsis litteris Jatius continetur:» mas como depois D. João, rei de Castella e Leão, se queixasse de que os seus interesses haviam sido prejudicados, pois que esperava fazer a conquista das terras d'Africa e das ditas ilhas, o papa, não querendo offender os interesses, quer do rei de Portugal, quer do rei de Castella «sed conquestam dumtaxat tibi concedere, et prohibitionem tolerare, si et in quantum nemo alter et in praefatis insulis aliquod jus competere prae- tenderet» exhorta D. Duarte a que examine, com prudente deliberação e ma- duro conselho, as lettras apostolicas, e nada intente que redunde em prejuizo dos direitos do rei de Castella, e possa levantar futuros conflictos. (Levy, Bul- larium, tom. 1, pag. 19). Esta, que saibamos, foi a primeira vez em que o papa interveiu nas questões entre os reis de Portugal e os de Castella, a respeito dos descobrimentos e conquistas das duas coroas. À intervenção do papa con- cedendo e tirando terras e povos aos soberanos independentes, resultava de prin- cipios que n'aquelles tempos eram geralmente reconhecidos, embora na sua applicação encontrassem muitas vezes tenaz resistencia. O papa Urbano 1, já em 1092, concedia de sua propria auctoridade a Corsega ao bispo de Piza. Em JORN. DE SCIENC. MATH. PHYS. E NAT. N. XXVIII. 14 i 98 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS 1156, concedia Adriano 1v a Hibernia ao rei de Inglaterra, e na bulla de con- cessão dizia: «Sane Hiberniam, et omnes insulas, quae documenta christianae fidei ceperunt, ad jus B. Petri, et Ecclesiae Romanae, quod tua regia nobilitas ipsa cognoscit, non este dubium pertinere.» À theoria em que se fundava esta doutrina, encontra-se exposta n'um escripto dirigido ao imperador Carlos v, pelo bacharel Enciso, o auctor da Suma de geografia que em Sevilha se pu- blicou em 1320. Enciso recorda ao imperador, que em 1512 se haviam reunido em Burgos muitos mestres theologos dominicanos e franciscanos, e com elles muitos bispos e letirados, para resolverem ácerca do direito dos christãos a pos- suir indios, direito que os dominicanos da ilha Hespanhola contestavam em suas prégações. A douta congregação resolveu que se podia proseguir na con- quista das terras novamente descoberias reduzindo à escravidão os idolatras que as oceupavam. Em 1513, estando uma armada a partir para a terra firme, vie- ram de novo os frades dominicanos «a estorval-o, dizendo que o rei não podia mandar conquistar os indios.» Houve nova conferencia de theologos em Valla- dolid, e ahi Enciso defendeu o que elle chama os direitos de Sua Alteza. Eis em resumo a argumentação de Enciso. A Abraham e a seus descendentes deu Deus a terra de Promissão, habitada e possuida por idolatras, que adoravam o diabo e blasphemavam de Deus. Nºesta terra viveram Abraham, Isaac seu filho, e seu neto Jacob; até Jacob, suas mulheres, e seus doze filhos e seus netos irem para o Esypto. Estiveram os descendentes de Jacob setenta annos no Egypto, dºonde os tirou Moysés, conduzindo-os à terra da Promissão, que conquistaram a ferro e fogo, lançando no captiveiro quantos escaparam à morie. «E tudo isto se fez pela vontade de Deus, porque eram idolatras.» Exposta esta alegação, prose- gue Enciso, direi que «tendo nós o papa em logar de Deus, e elle, como Senhor universal, havendo dado as terras das Indias que possuiam idolatras, ao rei catholico, para que plantasse n'ellas o nome de Deus e a nossa fé, o rei muito, justamente pedia mandar requerer a estes indios idolatras que lhe entregas- sem a terra, pois o papa lh'a dera, e se a não quizessam dar, lhes podia fazer a guerra, e tomar-lh'a à força e ainda por cima matal-os e prendel-os, e dar como escravos os que fossem presos, como Jusué fizera aos da terra da Promis- são.» Depois de muito altercar, e em vista da argumentação de Enciso, vieram n'isto que elle dizia os theologos todos que compunham a catholica assembléa. O bispo de Osma, porém, não concordava com esta doutrina, e allegava em fa- vor dos indios o ser o dominio e posse que elles tinham de suas terras de jure gentium ; mas a sua opinião foi tida «por leviana e sem fundamento.» (Coll. de Docwm. Ired. del Arch. de Ind., tom. 1, pag. 441). À bulla de Eugenio Iv à D. Duarte, de 1430, recebeu definitiva confirmação nos capitulos addicionaes ao tratado de 44314, assignados em Toledo no anno de 1480. Estipula-se ahi por parte dos reis de Castella, não perturbarem de nenhum modo os reis de Por- tugal «na posse ou quasi posse em que estão em todos os tratos, terras, resgates da Guiné com suas minas de oiro, e quaesquer outras ilhas, costas, terras, descobertas, ou por descobrir, achadas ou por achar, ilhas da Madeira, Porto- Santo e Deserta, e todas as ilhas dos Açores, e ilhas das Flores, e assim as ilhas PHYSICAS E NATURAES 199 de Cabo Verde, e todas as ilhas que agora tem descobertas, e quaesquer outras ilhas que se acharem ou concorrerem das ilhas de Canaria para baixo contra Guiné, porque tudo o que está achado, e se achar, conquistar ou descobrir nos ditos termos, além do que já é achado, occupado, e descoberto, fica aos ditos reis, e principe de Portugal, e seus reinos, tirando só as ilhas de Canaria, Lan- carote, Palma, Forteventura, a Gomera, o Ferro, a Graciosa, a Gran-Canaria, Tenerife e todas as outras ilhas da Canaria, ganhadas ou por ganhar, as quaes ficam aos reinos de Castella.» O rei de Portugal e o principe seu filho promet- teram não perturbar a posse ou quasi posse que os reis de Castella tinham nas ilhas de Canaria, acima citadas. (Soares da Silva, Mem. de D. João 1, tom. 1v, pas. 330 a 336). Tinham então os portuguezes estendido as suas navegações até ao cabo de Santa Catharina. O pensamento de demandar as terras do oriente, donde vinham as especiarias, dominava sempre o espirito dos navegadores portuguezes, como o prova bem a bulla de & de janeiro de 4454, dada pelo papa Nicolau v. Diz o papa que lhe chegára a noticia dos esforços feitos pelo in- fante D. Henrique para a propagação da fé, e destruição dos perfidos sarrace- nos, e de que «cum olim ad ipsius Infantis pervenisset notitiam, quod nun- quam vel saltem a memoria hominum non consuevisset per hujusmodi Ocea- num mare versus meridionales, et orientales plagas navigari, iludque nobis oceiduis adeo foret incognitum, ut nullam de partium illarum gentibus certam notitiam haberemus, credens se maximum in hoc Deo praestare obsequium, si ejus opera, et industria mare ipsum usque ad Indos, qui Christi nomen colere di- cuntur, navigabile feret... regia tamen semper auctoritate munitus, a viginti quinque annis citra, exercitum ex dictorum regnorum gentibus, maximis cum laboribus, periculis, et expensis, in velocissimis navibus, caravellas nuncu pa- tis, ad perquirendum mare, et províncias maritimas versus meridionales par- tes, et Polum Antarcticum, annis singulis fere miltere non cessavit:» concede 0 papa ao rei de Portugal o já conquistado cipsum que conquestam, quam a ca- pitibus de Bojador et de Nam, usque per totam Guincam, et ultra versus illam meridionalem plagam extendi harum serie declaramus, etiam ad ipsos Alfon- sum Regem, et suecessores suos, ac Infantem, et non ad aliquos alios spectasse, et perlinuisse, ac in perpetuum spectare et pertinere de jure.» (Levy, Bulla- riwm, tom. 1, pag. 31). Poucos annos depois de approvados os capitulos addi- cionaes ao tratado de paz, e confirmados por bulla do papa -Sixto Iv em 1481 (Bull. tom. 1, pag. 47), chegava a Lisboa, de volia da sua primeira viagem às Indias occidentaes, Christovão Colombo. Este successo fez com que D. João ir jul- gasse em risco 0 descobrimento e conquista da India pelos portuguezes, para O qual havia largo tempo se andava preparando. Seis annos antes, em 1486, Bar- tholomeu Dias dobrara o Cabo Tormentoso, ao qual D. João 1 pozera, na espe- rança de poder brevemente navegar até às opulentas regiões do Oriente, o nome de Cabo da Boa Esperança. No anno seguinte de 1487, quasi seguro já de que a india não ficava longe do termo da navegação dos portuguezes, mandara por terra a percorrer a Índia e a Ethiopia a Pedro da Covilhã e Afionso de Paiva, homens ambos muito sabedores dos costumes e linguas do Oriente: e emquanto 14 x o 200 JORNAL DE SICENCIAS MATHEMATICAS por esta e por outras vias esperava alcançar certas informações do que tanto desejava saber, dispunha a armada que havia de ir ao descobrimento da India pelo Cabo da Boa Esperança. Foi n'esta conjunctura que Colombo aportou a Lis- boa, acossado por um temporal. (Antonio Galvão, Tratado, ed. da Hack. Soc., pag. 77 e 83.— Barros, Dec. 1, liv. m, cap. 1v, v e xr. — Rezende, Chron. de D. João 11, cap. covt). Antes de entrar ao serviço de Castella, tinha Colombo pro- posto a D. João 1 ir em busca do caminho da India pelo oeste: os estudos cos- mographicos que fizera durante os seus primeiros annos, e os conhecimentos que adquiriu e observações que teve occasião de fazer, desde 1470 até 1484, em. Portugal, onde casou, e na ilha do Porto-Santo, firmaram-lhe no espirito a con- vicção de que navegando a oeste, se poderia chegar em pouco tempo à ilha de Cypango, ao Cathayo, às ilhas das especiarias, ao paiz, emfim, das maravi- lhas que descreveu Marco Paulo. «E vendo elle (Colombo), diz João de Barros (Dec. 1, liv. mr, cap. xt), que el-rei D. João ordinariamente mandava descobrir a costa de Africa com intenção de per ella ir ter à India, como era homem La- tino, e curioso em as cousas da Geografia, e lia per Marco Paulo, que fallava moderadamente das cousas orientaes do reino Cathayo, e assi da grande ilha Cipango, veio a fantaziar que per este mar oceano occidental se podia navegar tanto, té que fossem dar nesta ilha Cypango, e em outras terras incognitas.» O proprio Colombo, no prologo ou carta dirigida aos reis catholicos, que precede a relação da sua primeira viagem às Indias occidentaes, diz o seguinte: «... por la informacion que yo habia dado a vuestras Altezas de las tierras de India, y de un Principe que es Ilamado Gran Can... vuestras Altezas... pensaron de enviarme à mi Cristobal Colon à las dichas partidas de India para ver los di- chos principes, y los pueblos y tierras...» Coll. de los viaj. y descub. Fer. Na- varrete, tom. 1, pag. 153 e 154). Em carta que de Lisboa escrevia a Luiz de Santangel, por oecasião da sua arribada, dizia elle: «Quando yo llegue a la Juana segui yo la costa della al poniente y la falle tan grande que pense que seria tierra firma la prouincia de Catayo.» (Leters of Chris. Colombo. Hack. Soc., pag. 2). Esta illusão que Colombo conservou por largos annos, provinha das opiniões que vogavam entre os geographos antes de conhecido o novo mundo. Lançando os olhos para o Globo de Behaim, reproduzido pelo dr. Ghillany, na sua memoria sobre este notavel cosmographo, vê-se que em 1492, data inscripta sobre o globo, e que é tambem a da primeira viagem de Colombo, se julgava existirem no hemispherio norte, e a oeste da Europa e Africa, além dos Aço- res, Canarias e ilhas de Cabo Verde, as tradicionaes ilhas Antillia e de São Brandão, assim como a grande ilha de «Cipango» descripta por Marco Paulo. Mais a oeste da ilha de Cypango estão traçadas as numerosas ilhas onde, se- gundo Marco Paulo, se produzem as especiarias e abundam pedras preciosas e minas de oiro. Passadas estas ilhas chega-se logo ao Cathayo e às regiões das maravilhas que no seu livro descreve o celebre viajante veneziano. (Dr. Ghil- lany. Geschichte des Seefahrers ritter M. Behaim.— Murr, Hist. dipl. du cheo. port. M. Behaim. — The book of ser Marco Paulo, by Henr. Yule, vol. 1, liv. mr, cap. 11, pag. 199 e cap. 1y, pag. 209, ed. de 1871). As opiniões geographicas PHYSICAS E NATURAES 201 de Behaim, que representa um eminente papel na kistoria dos progressos da navegação em Portugal, onde viveu alguns annos ao mesmo tempo que Co- lombo, não podiam deixar de influir na empresa a que este, com tão grande risco, se aventurou. Behaim contribuiu para a construcção do astrolabio ada- ptado à navegação, proximamente por 1480, e pouco depois Colombo propoz a D. João m o seu projecto de descobrimento da ilha Cy pango e reino Catayo na- vegando pelo oeste. Segundo a historia que Fernando Colombo escreveu do al- mirante seu pae, este occupou-se algum tempo em Lisboa a traçar cartas que vendig; e entre os livros que especialmente estudava contam-se os de Marco Paulo e João de Mandeville (Wash. Irving. Vie de Colombo, tom. 1, pag. 39, ed. de Par. 1864): ora sobre o Globo de Behaim de 1492, lê-se que, além da parte delle traçada, segundo Ptolomeu, ha uma parte traçada segundo «Marco Paulo que, de Veneza, viajou no Oriente, no anno de 1250, assim como segundo o que o respeitavel doutor e cavalheiro João de Mandeville disse, em 1322.» As- sim pois a conformidade de opiniões e de estudos entre Colombo e Behaim é evidente. Estas eram tambem as idéas que actuavam no animo de D. João 11 quando, ao ter noticia da chegada de Colombo a Lisboa «proceres in consilium vocat, quid im praesentia decernendum foret, agitaturos.» (Telles da Silva. De rebus gestis Joun. 1, pag. 364). Já em 1474 o rei de Portugal mandara consul- tar Paulo Toscanelli, um astronomo e cosmographo florentino, celebre n'aquelle tempo, sobre viagem ás Indias pelo oeste; como se vê da copia da carta deste ao conego de Lisboa Fernando Martins, que se acha n'uma carta que poste- riormente escreveu a Colombo, consultando-o este sobre a sua ousada empresa. (Fern. Colombo. Historia do Almirante, cap. vm). Não é pois para admirar que a nova da viagem do almirante de Castella causasse grande magua a D. João Im, e grande regosijo aos reis catholicos. Nem um nem outros pensavam que Colombo acabava de descobrir um novo mundo, mas sim que havia devassado pelo oeste o caminho das Indias, que os portuguezes trabalhavam havia muitos annos para achar, circumnavegando a Africa. Para levantar uma barreira aos navegadores portuguezes e aos das outras nações, que os não deixasse penetrar nos mares e ilhas por Colombo descobertas, os reis catholicos recorreram ao papa Alexandre vr. (Prescott. Hist. de Fern. et d'Isab., tom. 11, pag. 250, ed. de 1862, Paris). Por duas bullas de 4 de maio de 1493, cincoenta dias depois de entrar o almirante no porto de Saltes, o papa satisfazia os desejos dos reis de Castella e Leão. Uma das bullas concede, a estes e seus descendentes, as ter- ras firmes, ilhas remotas e incognitas, descobertas e por descobrir, para as par- tes occidentaes e mar oceano, com os mesmos privilegios, immunidades, gra- ças e liberdades anteriormente concedidas aos reis de Portugal nas partes dºAfrica, Guiné e Mina de Oiro. À outra bulla da mesma data confirma a con- cessão, e manda traçar uma linha «a polo Arctico, scilicet Septentrione ad po- lum antarcticum, scilicet Meridiem sive texrae firmae et insulae inventae et in- veniendae sint versus Indiam, aut versus aliam quamcunque partem, quae li- nea distet a qualibet insularum, quae vulgariter nuncupatur de los Azores et Cabo Verde, centum leucis versus occidentem et Meridiem.» (Levy, Bullarium, 2092 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS tom. 1, pag. 270 a 273). D. João m tratou logo de preparar uma armada para ir contra aquellas nartes do oceidente, a tomar o passo aos castelhanos; mas, com negociações e delongas, os reis catholicos o impediram até Christovão Co- lombo partir segunda vez para proseguir nos seus descobrimentos. Para dar às concessões de Roma uma fórma mais definida, de accordo com os interesses das duas rações, reuniram-se a 7 de junho de 1494 em Torde- sillas os delegados do rei de Portugal com os dos soberanos de Castella e Leão, a fim de lançarem as bases de um tratado que as circumstancias tornavam ne- - cessario para se não quebrar a paz. No celebre tratado de Tordesillas estabele- ceu-se que «se haga, e sehale por el dicho mar Oceano una raya, ó linea de- recha de polo a polo; convien a saber, del polo artico, al pelo antartico, que es de Norte a Sul, la qual raya, ó linea se aya de dar, e de derecha, como dicho es, a irecientas e setenta legoas de las yslas del CaboVerde, hasia la parte del Po- niente, por grados 6 por otra manera, como mejor y mas presto se pueda dar, de manera que no sean más...»,etodas as terras firmes ou ilhas. descobertas ou por descobrir que ficarem a levante da raia fiquem ao rei de Portugal e seus successores, e tudo mais ao rei e rainha de Castella, Aragão, etc. Para mais seguramente se lançar a linha de demarcação, concordaram os negocia- dores em que dentro de dez mezes os seus constituintes mandassem «dós 6 qua- tro caravelas, convien a saber, una ó dós de cada parte, ó mas ó menos, segund se acordarem por las dichas partes que son necessarias, las quales para el di- cho tiempo sean juntas en la ysla de la Gran Canaria: y enbien en elias cada una de las dichas partes, personas, asy pilotos como astrologos, e marineros, e qualesquier otras personas, que convengan, pero que sean tantos de una parte como de otra. ... los quales dichos navios, todos juntamente continuen su ca- mino a las dichas yslas del Cabo-Verde, e desde alli tomaran su rota derecha al Poniente hasta las dichas trecientas e setenta leguas, medidas como las dichas personas, que asy fueren, acordaren que se deven medir, sin prejuicio de las di- chas partes, y alli donde se acabaren, se haga el punto, e senal que convenga, por grados de Soló de Norte, e por singradura de legoas, ó como méjor se podieren concordar. La qual dicha raya seiialen, desde el dicho polo artico al dicho polo antartico, que es de Norte a Sul, como dicho es, y aquello que seiialaren lo es- erivan, e firmen de sus nombres las dichas personas», e se a raia encontrar al- guma ilha ou terra firme, acrescenta o tratado, ali se levante um signal ou torre, e assim por diante outros signaes ou torres ao longo da dita raia. A pedido de D. Manuel o papa Julio 1 sanecionou com a sua auctoridade o tratado de Tor- desillas, por uma bulla de 24 de janeiro de 1506: isto prova só por si que as infracções do tratado eram frequentes, porque de outro modo a bulla de Julio mr, doze annos depois do tratado, seria desnecessaria. À linha de demarcação nunca fora traçada, não só por que o não desejavam nem hespanhoes ném por- tuguezes, mas porque os meios de que dispunha a sciencia de então, não per- mittiam determinar precisamente as distancias em longitude, e as medidas, e grande parte das regiões da terra, eram ainda desconhecidas. Ainda no tratado de limites entre as possessões de Portugal e de Hespanha na America, assignado PHYSICAS E NATURAES 203 em Madrid em 1750, se diz que o referido tratado se negociou no intento «de tirar todos os pretextos e alhbanar os embaraços, que possão ao diante alterar (a amisade entre as duas nações), e particularmente os que se podem offerecer com o motivo dos limites das duas coroas, cujas conquistas se tem adiantado com incerteza e duvida por se não haverem averiguado até gora os verdadeiros limites daquelles dominios, ou a paragem donde se ha de imaginar a linha divi- soria, que havia de ser o principio inalteravel da demarcação de cada coroa.» Depois do tratado de Tordesillas as expedições, tanto portuguezas como caste- lhanas, em transgressão dºeste, tiveram logar com frequencia. O Esmeraldo de Duarte Pacheco, da-nos noticia da que suppomos ser a mais antiga dessas via- gens. O nobre caracter de Duarte Pacheco, e o facto de ser o seu livro dirigido a D. Manuel, que ordenara a expedição, não nos deixa duvida sobre a verdade do facto, apesar dos auctores até hoje, que saibamos, a elle se não referirem. Eis o trecho do Esmeraldo, a que nos referimos: «bem abenturado. Principe (fala a el-rei D. Manuel), temos sabido e visto como no terceiro anno de vosso reynado do hano de nosso Senhor de mil e quatro centos e noventa e oito, donde nos vossa alteza mandou descobrir ha parte oucidental passando alem ha grandeza do mar ociano honde ha hachada e navegada huma tam grande terra firme com muitas e grandes ilhas ajacentes a eila, que se estende a setenta graaos de ladeza da linha equinocial contra o polo artico, e posto que seja asaz fora (fria?) he grandemente pouorada, e do mesmo circulo equinocial torna ou- tra vez e vay alem de vinte e oito graaos e meo de ladeza contra ho pollo an- tartico e tanto se dilata sua grandeza e corre com muita longura que de huma parte nem da outra nom foi visto nem sabido ho fim e cabo della, pello qual segundo ha hordem que leua he certo que vay em circoyto per toda a redon- deza, assim que temos sabido que das prayas e costa do mar destes reynos de Portugal e do promontorio de finis terra e de qualquer outro lugar da Europa e d'Africa e d'Ásia, atravesando alem todo o oceano direitamente ha oucidente ou ha loest segundo hordem de marinharia por trinta e seis grazos de longura que serom seis centas e quarenta e oito Jeguas de caminho, contando ha dezouto le- guas por graao e ha lugaares algum tanto mais longe he hachada esta terra nom nauegada pellos nauios de Vossa Alteza e por vosso r9andado e licença os dos vossos vassalos e naturaes, i findo por esta costa sobredita do mesmo circulo equinosial em diante per vinte e oyto graaos de ladeza contra o pollo antra- tico he hachado nella muito e fino brasil com outras muitas cousas de que os nauios nestes reynos vem grandemente carregados.» (Duarte Pacheco, Esmeratdo, liv. 1, cap. x, fl. 6. Mss. da B. N.) Com risco mesmo de alongar demasiada- mente esta nota, parece-nos conveniente publicar na integra o curioso trecho do Esmeralilo, que prova ter tido Jogar em 1488 a primeira expedição dos por- tuguezes 4 America, e haver-se annos depois estabelecido um commercio irre- gular para as regiões do Brasil. Em 1300 partiu Pedro Alvares Cabral para a India, indo primeiro ás ilhas Canarias, e navegando depois a loeste até ver terra da America e ancorar em Porto Seguro (Dam. de Goes, Chr. de D. Ma- nuel, part. 1, cap. 55); e Jogo no anno seguinte mandava B. Manuel um men- 204 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS sageiro a Sevilha para solicitar Americo Vespucio a acompanhar a expedição portugueza que ia a descobrir as terras do Brasil (Navarrete, Col. de los Via. tom. 1, pag. 264). Ao passo que se emprehendiam estas viagens, pártia de Lis- boa no começo do verão de 1500, João Vaz Corte Real a «descubrir terras pera banda do norte, porque pera do Sul tinham já outros descuberto muitas» e des- cobriu «huma terra que por ser muito fresca e de grandes arvoredos, como 0 sam todas as que jazem pera quella banda, lhe pos nome terra verde.» (Dam. de Goes, Chr. de D. Manuel, part. 1, cap. 76). O respeito pela bulla de Ale- xandre vi e pelo tratado de Tordesillas não era maior em Castella do que em Portugal. Nºuma exposição mandada pelo rei de Castella ao de Portugal em 1513, queixa-se aquelle das infracções praticadas pelos portuguezes contra a demarcação, e de que, sob color de ir ao Brasil, alguns navios saidos de Por- tugal, iam à então chamada Castella do Ouro, fóra da demarcação portugueza e ao mesmo tempo, diz a referida exposição, que alguns subditos do rei de Cas- tella haviam sido justiçados por mandado de D. João n, em consequencia de ha- verem tocado no que ao dito rei pertencia, e egualmente se mandou fazer jus- tiça em Portugal de Diogo de Lepe e seus companheiros de que muitos morre- ram no carcere. (Mss. do Arch. Nac. Corp. Chron., part. mr, Maç. 5, doe. 24). A 40 d'agosto de 1519 partiu Fernão de Magalhães para a sua ousada viagem em busca da passagem para o paiz das especiarias pelo sul, encontrando o es- treito que já vira traçado numa carta que possuia D. Manuel: e ainda que este facto tem sido contestado, o que é certo é que elle é affirmado por A. Pigaffeta que acompanhou Magalhães na sua viagem, attribuindo a carta a Behaim, que elle chama como os portuguezes Martim de Bohemia (Pigaffeta, Primo viag. etc., pag. 36, ed. de Milão, 1530), assim como é certo tambem que o estreito a que se deu o nome de Magalhães, está traçado no Globo de Schoener de Nu- remberg, datado de 1520 (Murr. Hist. de M. Behaim, pag. 47.— Ghillany, ob. c., copia do Gl. de Schoener). O compatriota de Behaim não podia conhecer os resultados da viagem de Magalhães, que só em 28 de novembro de 1520 pas- sou o estreifo (Pig. ob. e., liv. 1, pag. 43). Em 6 de setembro de 1522 entrou em S. Lucar a nau Victoria, resto des- trocado da expedição de Fernão de Magalhães, e um anno depois, Pedro Cor- rêa eo dr. João de Faria, expunham em Burgos a Carlos v as queixas de D. João mm, defendendo o direito de propriedade e à posse dos portuguezes nas ilhas de Maluco. Em resultado desta negociação, chegou-se ao accordo de no- mear cada um dos soberanos tres lettrados, tres astrologos, tres pilotos e ma- rinheiros, os quaes juntando-se na raia de Portugal e Hespanha, decidiriam «cujo é o dito Maluco, e em cuja demarcação cáe e assi sobre a possissom delle.» Pondo de parte o que respeita à disputa entre os lettrados, que não chegaram a accordo algum, daremos apenas ligeira noticia ácerca da questão que immediatamente interessa a demarcação. Tratava-se de determinar por onde devia ser lançado o meridiano posto como limite entre os denominados direitos de Portugal e de Hes- panha: era uma questão grave que os cosmographos não sabiam resolver, e em que às difficuldades da sciencia se juntavam as que cada uma das partes levan- PHYSICAS E NATURAES 205 tava voluntariamente, a fim de alargar o limite dos seus descobrimentos e con- quistas, e ficar senhor das ilhas das especiarias. Todos os documentos d'aquelle “tempo provam quanto era vago e incompleto o conhecimento da terra. Muitos homens mais ou menos notaveis se occupavam em desenhar cartas, e em traçar espheras terrestres ou pomas; os viajantes tratavam de acrescentar ou corrigir as cartas de marear existentes com o fructo dos seus descobrimentos : a exacti- dão porém, estava longe de se poder alcançar, e muitas vezes interesses politicos faziam alterar a verdade. Em 14518 o licenciado Alonso de Cuaco escrevia de Santo Domingo ao imperador, fallando da demarcação, feita «por certas linhas imaginarias que se não tiraram, por que ainda que enviaram certos pilotos para fazer uma demarcação, e assentar estas linhas e pontos donde haviam de estar, como esta seja divisão de longitudes em que os pilotos não sabem coisa alguma nem intendem não poderam nem souberam fazer coisa certa, e a=i voltaram sem fazer nada». (Coll. de Docum. d'arch. d' Indias, vol. 1, pag. 296). Sobre o negocio da demarcação mandou o duque de Bragança, que muito se occupava de cosmographia, seus apontamentos a D. João mr. Nºesses aponta- mentos affirma o duque que se não pode a demarcação fazer pelas cartas, por- que estas «tem falcidades por mil maneiras; e huma he faleidade, que neilas se nom pode emendar por ninhia maneira, nem ainda polla que Symon Fernan- dez diz que achou, a meu ver, por a differença que ha hi de plano a esperico, donde nem somente ha hi falcidade nos circullos menores, mas desta falcidade dos circullos menores resulta gram falsidade no circullo mayor, como se mostra por experiencia na Poma, pelo papel da Costa, que o duque fez dês do Estreito até o Cabo de Guardafui, donde resulta emfim da falsidade no circullo mayor asentada a Costa na Poma.» À estas falsidades acrescem muitas outras, de modo «que cllas mesmas antre si são diformes as mais dellas» e não pode ser menos «que o que se faz por estimativa de muitos, cada um julga segundo a sua, as- senta, e emenda, e correge como lhe apraz»: e mais adiante diz «e como nisto da longura nom se possa dar nenhiia regra certa por estimativa, deixão-no es- tar assy, como está alé que as couzas se determinem por arte do Ceo, c dos Eclipsis e conjucção, que nom se podem negar.» «Polas Pomas não se pode fa- zer demarcação, porque as Pomas são feitas a beneplacito, accrescenta o duque, e nom por esperiencia e saem de fonte turba.» Quanto ao modo de medir, e de- terminar a linha de demarcação, opina o duque o seguinte: «Quando se hou- vesse de medir o mundo, e polas leguas, o qual estã provado ser falço, avia-se de medir todo ao redor, e nom por huiia só parte, a saber, navegando-se pola nossa navegação certos navios, e pola navegação, que o Emperador agora achou do seu Estreito, por honde foy Magalhães, outros certos navios: então ajuntan- do-se huiis com outros lá no cabo, estimarião o que cada huú tivesse andado, e assy se poderia partir, postoque, como acima dito he, a estimação he cousa tão enganosa, e se deve de insistir nas cousas de demonstração, que não tem con- tradição.» Em quanto ao traçado completo do meridiano da partilha, por um e ou- tro hemispherio, concluem os apontamentos do duque, assim: «E ainda se nom º 206 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS pode fazer a demarcação verdadeiramente indo ao Levante, sem primeiro se fazer a demarcação do Ponente, que nas Capitulações faz menção, e feita aly po- las esperiencias, com que se deve fazer, daly resulta a se iazer a do Levante, porque mal se poderá fazer a do Levante sem seer verificado o ponto da do Po- nente, segundo se ha de partir pola metade.» (Mss. do Arch. Nac. Apontamen- tos, etc. Gav. 18, maç. 5, num. 3). Em resultado d'estas e d'outras prévias consultas, D. João im, no regi- mento que em 24 de março de 1524 deu aos seus delegados na raia, diz:, «Os astrologos e marinheiros, que enviamos para o caso da propriedade e juizo dela, e da demarcação pelo que está capitulado pelas primeiras capi- tulações, e pela verdade, segundo suas sciencias e consciencias estan assen- jados que por nenhum modo se pode fazer a demarcação, salvo tomados lá e cà os eclipses da lua, e posto que hajam de praticar no modo, asi pellas cartas de marear, como pelas pomas, esta é a verdadeira e final determina- ção em que am d'assentar. e asi parece que de necessario se ham de assen- tar os de lá, se com malicia outra cousa nom fizerem. (Miss. do Arch. Nac., Lembranças sobre o que praticariam, etc. Gav. 18, maç. 6, num. 7). Nas con- ferencias em Badajoz e Elvas levantaram-se grandes dissidencias. Às cartas por uns e outros apresentadas continham grandes divergencias na longitude e Ja- titude das terras. As ilhas de Cabo Verde, logar d'onde devia partir a medição das 370 leguas até à linha de demarcação, não estavam assentes na.carta que primeiro apresentaram os castelhanos, e acerca da ilha que havia de ser to- mada como ponto de partida da medição, mostrou-se o mais completo desac- cordo. Os delegados de cada paiz queriam, em conformidade com as suas opi- niões geographicas, lançar a linha divisoria de modo que as Malucas ficassem comprehendidas no hemispherio que pertencesse ao seu soberano. Á vista dºisto os delegados de Portugal declararam: «Cartas de marear nom serem es- trumento pera se por elias setuarem as terras, porque cada uma parte que as manda fazer as ordena a seu prazer, e asy fezeram vossas merces (os delegados de Castella) que ontem trouxeram pella manhãa huma carta sem teer as ylhas do cabo verde e a tarde a trouxeram com as ditas ylhas mais ocidentaes de que bam de estar.» Com effeito na carta dos delegados a ilha de Santantam «de- morava com o dito cabo (Cabo de Santo Agostinho) norte sul menos um graao que esta mais oriental a dita ylha, e dista o cabo verde do cabo de S. Agostinho vinte cinco graaos por rota direita.» Não havia mais concordancia nas Pomas que de um e outro lado se apresentaram, nem a situação das terras, tanto em lon- gitude como em latitude era menos cheia de erros. Os deputados portuguezes, em consequencia disto, requereram que buscassem uns e outros processo mais seguro e verdadeiro para fazer a demarcação, propondo os portuguezes quatro “maneiras de fazer a medição. «A primeira, em terra per distancias de lua, com alguma esirella fixa conhecida; e a segunda per tomar per distancias de sole de lua em seus certos ocasos, e esta mesma em terra, que tever seu orizonte so= bre a agua; e a terceira per algum grado sem alguum signal do ceo pera mar e terra. Item: a quarta pera Eclipsis lunares.» Os delegados do imperador não Sim PHYSICAS E NATURAES ZU aeceitaram estas propostas nem a prorogação do praso para à resolução da pen- dencia porque, diziam elles, seria «buscar maneiras de gastar tempo em balde » E a conferencia na raia dissolveu-se sem nada resolver. (Mss. do Arch. Nac. Gav. 18, diversos maços). Repetiram-se as expedições de Portugal e Castella para as terras que, segundo a demarcação, pertenciam á outra potencia, e d'ali nasceram conflictos e queixas, que levaram D. João mra comprar ao imperador o direito que este dizia ter sobre Maluco, por 350:000 ducados de oiro, lançan- do-se uma linha do norte ao sul, distante de Maluco 17º equinociaes, ou 297 !/, leguas, dando 17 !/, leguas ao grau equinocial; passando a linha pelas ilhas das Velas e S. Thomé, que os portuguezes diziam haver descoberto havia pouco n'aqueiles mares, a nordeste quarta de leste das Mulucas. A rata para a demar- cação não foi traçada, nem medida a distancia das 370 leguas à oeste das ilhas de Caho Verde, porque, como B. João im dizia ao seu embaixador Antonio de Azevedo, tratando da negociação para a compra de Maluco «ainda que houvesse concerto no numero dos grãos, sempre averia duvida onde caya a dita nume- ração de graaos, por ser a medida de Leste a Oeste, como acima se contem, que foi a dificuldade de Maluco.» (Mss. do Arch. Nac. Carta de D. João ma Anto- nio d' Azevedo em 15 de sept. ac 1528. Gav. 18). LX SOBRE O DESCOBRIMENTO E CONQUISTA DAS ILHAS CANARIAS Com razão diz D. João de Castro que os auctores antigos pouco sabiam ácerca das Canarias. À estas ilhas chamavam elles as Afortunadas, e por muito tempo as tiveram como a mansão dos bemaventurados, sem bem saberem onde esta= vam situadas. Da incerteza que n'isto havia entre os antigos temos uma prova no modo porque Plinio falla das ilhas do mar Atlantico (Gorgonas, Flesperidas, Purpurarias ete.): Adeoque omnia circa haec incerta sunt, ut Statius Sebosus a Gor gonum insulis pracnavigatione Atlantis dierum XE ad Hisperidum insulas cur- sum prodiderit, ab is ad Hesperu ceras unius. Nec Mauritanie insularum certtor fama est. Paucas modo constat esse ex adverso Autololum, a Juba repertas in qui- bus Getulicam purpuram tingere instituerat. (Hist. Nat. de Plinio, tom. 1, liv. v1, cap. 96, pag. 348 da ediç. de Paris. 1741). Para os escriptores gregos e ro- manos as Afortunadas não eram um paiz conhecido, onde se podia ir, mas ape- nas um paiz mystico, que entrava no seu systema theologico, e onde ninguem tinha ainda chegado. (Mem. de Costa de Macedo: Em que se pertende provar que os Árabes não conheceram as Canarias antes dos portuguezes. Mem. da Acad. * 208 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS das Science. de Lisboa. 2.º ser. vol. 1, par. 2.º? pag. 37 e seguintes). O primeiro conhecimento positivo das Afortunadas foi devido a Juba, que as mandou ex- plorar. Juba de Fortunatis ita inquisivit, diz Plinio (Hist. Nat. liv. vr, cap. 37, pag. 348). Que os arabes não conheceram as Canarias senão pelo que d'ellas diziam os auctores antigos, parece-nos cabalmente provado na Memoria de Cesta de Macedo, acima citada. Se a viagem dos Maghrurinos, que Edrisi conta que partiram de Lisboa para saberem o que continha o Oceano, existiu, o que pa- rece fóra de duvida é que não foram ás Canarias. Ponderando as particularida- des da viagem, Costa de Macedo põe em duvida, ou antes nega, que ella exis- tisse. Mr. d'Avezac é de uma opinião contraria. Edrisi conta que uns certos Maghrurinos, todos parentes, equiparam um navio em Lisboa, e partiram com vento leste, navegando assim por onze dias. Encontrando um mar encapellado, cheio de recifes e de monstros, mal alumiado do sol e exhalando um cheiro fe- tido, mudaram de rumo e caminharam para o sul, até que, ao cabo de doze dias, deram com uma ilha a que chamaram dos Carneiros, pelos muitos que ali havia, mas cuja carne por amarga não se podia comer. Navegaram mais doze dias com vento sul e abordaram a uma ilha povoada e cultivada. Ahi fo- ram feitos prisioneiros e levados a uma cidade à beira mar. Da prisão foram os Maghrurinos mettidos numa barca, com os olhos vendados; e depois de tres dias de viagem lançados n'uma terra de Berberes, donde voltaram a Lisboa. Ácerca dºesta viagem diz mr. d"Avezac: que onze dias para oeste de Lisboa, e d'ali doze dias para o sul devia leval-os à Madeira, que deve ser a ilha de El- Ghanam ou El-Aghnam, sendo esta ultima palavra o plural da primeira que significa «gado miudo.» O nome El-Aghnam tem uma notavel parecença no som com o nome italiano da ilha Legname, que se encontra, como se pode ver, nos mappas anteriores aos descobrimentos portuguezes, e de que o nome de Madeira é simples tradueção. E accrescenta mr. d'Avezac que o nome Ghanam ou Aghanam pode neste caso significar «rebanhos de cabras» (citado por mr. Major no seu excellente livro The life of Prince Henry, cap. vim, pag. 149, edi- ção de 1868). Ptolomeu não descreve senão seis ilhas Afortunadas. Pouco sabia elle d'es- tas ilhas. Pelos nomes que lhes dá e pela posição relativa que oceupam na sua geographia, pode julgar-se que não conhecia o que Plinio dissera do itinerario seguido pelos enviados de Juba. Quanto à inexactidão de Ptolomeu na deter- minação da latitude, ninguem della se pode admirar dada a cireumstancia que fica notada. Ja Pedro Nunes disse, fallando das cartas de marear «Ptolomeu ve- via em Alexandria, trabalhava por ter verdadeyras enformações: ao menos do Levante e das partes mais vezinhas: ho que em seu tempo era descuberto da costa de Guiné: era pouco: e ysso muyto falsamente: porque tinha mais noticia do Sartão: que das costas: porque se nauegava pouco pelo mar Oceano.» (P. Nu- nes, Tratado em defensão da carta de marear, ete.) Nºum notavel commentario ao periplo de Hannon, feito em Veneza por um piloto portuguez, do qual dá no- ticia Ramusio (Ram. Delle Navigationi, ete. Vol. 1, fl. 123 ver., edição de 1550), “Jê-se o seguinte: «. .. et anchor che Pisola Cerne (segundo o piloto portuguez cilha PHYSICAS E NATURAES 209 d'Argim»), sia posta da Ptolomeo in 25 gradi, et Argin sia in 20. si conosce ma- nifestamente, che li gradi di detto auttore sono stati variati da coloro, che tras- crissero il libro, come ne gli gradi delle isole fortunate: le quali si sa certo esser le Ganarie, conciosia cosa che tutti gli serittori le mettano vicine alla Maurita- ni, et sono in 27. et 28 gradi.» Esta opinião do piloto a que Ramusio se refere, deve ser da mesma época proximamente que o roteiro de D. João de Castro. Quanto a pôr Ptolomeu «estas ilhas bemaventuradas debaixo de um meridiano», isso prova ainda o quanto elle as conhecia pouco. Quanto a jazerem parte das seis ilhas de Cabo Verde debaixo de um meridiano, é isso um engano do auctor do Roteiro. Ácerea da longitude das Canarias indicada por Ptolomeu, diz Gosselin (Recher. sur la géogr. des anciens, tom. 1, pag. 158): «Les íles Fortunées sont, dans toutes nos éditions latines, et dans la plupart des manuscrits grees ou la- tins, sous un même méridien à un degré de longitude. Nous pensons que c'est une erreur que les copistes ont introduite dans Je texte de Ptolémée. Cet au- teur plaçait les Fortunées au terme le plus oecidental de la terre connue; il fal- lait donc que les plus reculées dans Fouest fussent, selon lui, sous le premier meridien; sans quoi toutes les longitudes de ses tables seraient fausses. Nous avons dailleurs à Pappui de notre opiniqn le texte grec des editions, qui fixe quatre de ces iles à zero de longitude, c'est-à-dire sous le premier méridien, et deux seulement à un degré moins à Vouest.» D. João de Castro era um homem de notavel ilustração, e comtudo igno- Tava a historia do novo descobrimento e da conquista das Canarias. Desde o tempo de Juba nenhuma noticia certa houve das Canarias, até que teve logar a expedi- ção mandada áquellas ilhas por D. Affonso 1y em 1341. Verdade é, que de uma expedição de genovezes em 1291 fallam os auctores, Pedro d'Abano, Foglietta e Petrarca; mas d'essa expedição não houve mais noticia. Pelos documentos pu- blicados nos annal di geogr. e di siatist., tom. 1, pag. 296, por Grabert de Hamso, parece ter havido outra expedição genoveza dez annos antes d'aquella, que egualmente se perdeu. Da viagem ás Canarias mandada fazer por D. Affonso Iv existem incontestaveis documentos. Uma carta de el-rei ao papa Clemente vr, quando este lhe pedia soccorresse o principe D. Luiz de Hespanha, conhecido pelo nome de D. Luiz de la Cerda, a quem dera o senhorio das ilhas Afortuna- das com o titulo de Principe da Fortuna, diz: «...cum reverentia respondemus, quod praedictarum insularum fuerunt prius nostri reguicolae inventores.» E mais adiante accrescenta: «...gentes nostras et naves aliquas allwc missimus, ad il- lius patrine conditionem explorandum: quae addictas insulas accedentes, tum ho- mines quam animalia et res alias per violentiam occuparunt, et ad nostra regna cum ingenti gaudio apportarunt.» A verdade da allegação de Affonso 1v ao papa na carta que lhe dirigiu em 1345, acha-se completamente provada por um do- cumento publicado por Sebastião Ciamp! em Florença no anno de 1827. Este documento é um apontamento autographo de Bocaccio, que tem por titulo De Canaria et de insulis reliquis ultra Hispamam in oceano moviter repertis. Con- ta-se ali a historia de uma exploração feita em 1341 ás Canarias por mandado de D. Affonso 1v, e cuja noticia chegou a Bocaccio por cartas de mercadores flo- 2140 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS rentinos estabelecidos em Sevilha. A expedição compunha-se de dois navios com os necessarios viveres, e uma embarcação pequena bem armada: commanda- va-a Angiolino del Teggia de Corbizzi, florentino, e era piloto Niccóloso da Reco, genovez. (Hist. Nat. des Hles CGanaries, par Webb et Berthelot, tom. 1. part. 1, pag. 23). Depois da expedição mandada pelo rei de Portugal, alguns navios, le- vados pelos acasos da navegação ou por intuitos de rapina, foram às Canarias. D'algumas d'essas incursões se conservou memoria. Nos primeiros tempos do reinado de D. João 1, foi às Canarias um navio portuguez, acossado pelo tempo, segundo conta Diogo Gomez, um dos navegadores que foram ao descobrimento d'Africa mandados pelo infante D. Henrique. Diz elle, fallando do descobrimento das Camarias: «Audivi ego Dioguo Gomez de Sintria, quod quaedam caravelae de armata regis Johannis Portugaliae, quae iverant contra Seracenos ad Africam cum vento contrario, quae tormento non potuerunt resistere, cucurrerunt et vi- derunt quasdam insulas. Qui gavisi sunt de terra, et putantes illic invenire ali- quod refrigerium de illo tormento iverunt ad insulam unam, quae nunc vocatur Lançarote, et invenerunt cam non populatam. Et putabant omnes alias insulas esse non populatas, cessante vero tormento venerunt Portugaliam narrantes haec regi, et sic fama magna exivit per totam Hispaniam de insulis inventis in mari oceano oceidentis ultra: Gades insulam, quae est in mari-atlantico.» (De insulis et peregrinatione Lusitunorum, copia do mss. de Valentim Fernandes Alemão da bibliotheca de Munich, pertencente á livraria d'el-rei o sr. D. Luiz). Em 14092 João de Bethencourt, nobre normando, deixa a sua paíria, e com uma ex- pedição pouco numerosa, parte n'um navio para as Canarias, a fim de as con- quistar. Que motivos levaram o nobre fidalgo'da Normandia a emprehender a conquista das Canarias? Os capellães de Bethencourt, na sua chronica da expe- dição dizem: « Jean de Bethencourt, cheuallier, né du royaume de France, eut entreprins ce voyage Y Phoneur de Dieu, et au soustenement et aceroissement de nostre foy, es parties meridiennes, en certaines Ísles qui sont sur velle bande, qui se dient les Isles de Canare, habitées de gens mescreans de diuerses loix et de divers langages, dont la grand'Canare est vne des milleures et des plus principales et mieux peuplées de gens et de uiures, et de toutes autres choses.» (Le Canarien. Works issued by The Halklwyt Society, pag. 1). Quando, depois de sair a ultima vez das Canarias, o senhor de Bethencourt foi, com carta do rei de Hespanha, a Roma pedir um bispo para as ilhas que conquistára, 9 papa per- guntou-lhe «comment son courage luy mouvoit d'aller si loing côme du pays de France? Ledit Seigneur luy respondit tellement que le Pape estoit si content, que tant plus il Poyoit et plus ayse estoit.» Segundo mr. d'Avezae diz no seu estudo importante e erudito sobre as ilhas da Africa, publicado no Univers Pat- toresque, n'uma inquirição a que mandara proceder em 1476 a rainha Isabel de astella ácerca dos direitos dos varios pretendentes à posse das Canarias, for- malmente se declara que João de Bethenconrt tinha em Normandia tido infor- mações a respeito d'estas ilhas, dadas por dois aventureiros francezes, que to- maram parte nas incursões n'ellas feitas por um hespanhol chamado Alvaro Be- cerra. Diogo Gomez, acima citado, diz, fallando do cavalheiro de Bethencourt, PHYSICAS E NATURAES 9414 o seguinte: «Nobilis quidam ex regno Franciae magnae progeniei nomine Mis- ser Johan de Betingkor leprosus propter verecundiam suoruma nobilium vendi- dit omnia bona sua, accipiensque uxorem et familiam suam venit ad regnum Castellae ad civitatem Hispalim seu Sevilla, et remansit ibi per aliquod tempus. Et audiens famam istarum insularum, quod essent dispopulatae, dicebat inter se, quod in nulla parte mundi posset melius et magis sine veracundia vivere quam in insullis iltis, quod non essent populatae.» Pela chronica da conquista escripta pelos capellães de Bethencourt, vê-se que o nobre normando trouxe comsigo até Cadix sua mulher, a dama de Bethencourt, mas nunca a levou às Canarias. «Quand ledit sieur de Bethencourt partit de VIsle Lancelot (para fa- zer menagem das ilhas e pedir socorro ao rei de Castella), c'estoit son intention d'aller iusque en France et ramener Madame de Bethencourt, car àl Vavoit fait venir auec luy iusques au port de Calix, et elle ne passa point ledit port de Ca- lix et incontinent qu'il eust fait hammage au Roy il fit ramener madite Dame sa femme en Normandie.» (Canarien, cap. xxvi, pag. 48). Que as ilhas Canarias eram boa presa para um aventureiro ambicioso, sabia-o necessariamente João de Bethencouri, porque ao sair de França já trazia comsigo um interprete (tru- chement) natural das Canarias, e sobrinho de certo homem poderoso chamado Asche, que ambicionava Ser rei da ilha de Lançerote. (Canarien, cap. xxx, pag. 914). A mesma chronica falla de um chamado Augeron, da Gomeira, que o rei de Hespanha D. Henrique, marido da rainha D. Catharina, deu ao senhor de Be- thencourt em Aragão «dés deuant qu'i! vint à la conqueste» e que lhe servia de interprete. Este interprete era irmão do rei da ilha de Ferro: «et estoit iceluy Augeron irere da roy de ceste isle.» (Canarien, cap. Lxxxv1, pag. 184). Quando João de Bethencourt emprehendeu a sua viagem ás Canarias não podia haver esquecido em França a bulla pela qual o papa Clemente vt, concedera o reino das Canarias a D. Luiz de espanha, conde de Talmond, nem as infructuosas tentativas do inletiz Principe da Fortuna. A expedição com que João de Be- thencouri partiu de França para ir conquistar as Canarias era composta de gente 'collecticia, gascões e normandos. Logo em Cadix o descontentamento de uns, os receios e às inirigas de outros, foram causa de que muitos não quizessem acompanhar o senhor de Bethencourt até ao termo da sua viagem. Chegada a expedição á ilha de Lançerote, subiu de ponto a desordem que lavrava entre os companheiros de João de Bethencourt, e este resolveu ir a Hespanha pedir soccorro e dar obediencia ao rei. Merece -notar-se o que, segundo a chronica da conquista, o rei disse ao cavalleiro normando-quando este se lhe apresen- tou: «Le roy que "ouyt parler fut fort ioyeux, et dit qu'il fust le bien venu, etle prisa fort d'auoir si bon et honneste vouloir de venir de si loin, comme le Royaume de France, conquer et aquerir. honeur. Et disoit ainsi le Roy: N luy vient d'vn bon courage, de vouloir venir me faire hômage d'une chose qui est, aims! que ve peux entendre, plus de deux cens licues d'icy, et de quoy ie m'owys oneques parler.» D'es- tas palavras do rei de Hespanha, e dos factos que as precederam, pode, me pa- rece, concluir-se que a primeira intenção de Bethencourt não foi dar preito e ho- menagem das ilhas nem ao rei de Hespanha nem ao rei de França; mas que as 9149 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS circumstancias a isso 0 forçaram. Confirma-se ainda esta opinião pelo desgosto que Gadifer de la Salle mostrou ao saber que Bethencourt prestara obediencia ao rei de Hespanha; desgosto que terminou por Gadifer abandonar as Canarias e voltar para França. Quando João de Bethencourt deixou em 1405 as Canarias, para nunca mais voltar, entregou 0 governo das já conquistadas e confiou o em- prehendimento de novas conquistas a seu sobrinho Maciot de Bethencourt. É longa para uma nota a historia de todas as peripecias por que passou o governo e conquista das Canarias; basta-nos dizer que, entre as coroas de Portugal e de Hespanha, por muitos annos se debateu a qual dºellas cabia o direito de acabar a conquista e exercer soberania sobre essas ilhas. Segundo diz Azurara, em 1424 mandou o infante D. Henrique uma «frota, em que levava dous mil e quinhen- tos homêes, e cxx cavallos» commandada por D. Fernando de Castro, a fim de conquistar as ilhas de Palma, (Grã-Canaria e Teneriffe, as quaes, segundo o auctor da Chronica de Guiné «des do começo do mundo nunca forom conquis- tadas.» Mas o receio de que faltassem os mantimentos fez com que a conquista se não realisasse. (Azur. Chr. de G., cap. LxxIx). As reclamações d'el-rei de Castella obrigaram o infante a não proseguir no seu intento de conquistar à8 Canarias, até que, em 1447, alcançada do infante D. Pedro, então regente do reino, uma carta prohibindo «a todollos naturaaes destes reynos que nhui to- masse atrevimento de ir a as ilhas de Canarea fazer guerra, nem trautar de mercadarya, sem mandado do dicto infante» D. Henrique mandou a Lançerote. caquelle nobre cavalleiro Antam Gonsalvez, o qual em seu nome foe tomar a posse da dicta ilha, onde esteve por alguiis tempos.» (Azur. Ob. cit., cap. LRVº.) Pelo tratado entre Portugal e Hespanha de 1479, assentou-se que as Canarias ficariam pertencendo à corôa de Castella: e desde então os castelhanos enviaram successivas expedições com o fim de levar a cabo a conquista, e assegurar de vez a posse d'aquellas ferteis ilhas: o que por fim se realisou com a submissão de Teneriffe em 1496. A era que falta no manuscripto do Roteiro é pois a de 1496. (Sobre a conquista das Canarias, veja-se: Noticias de la Historia general de las Islas de Canarea, por Viera y Clavijo. Tom. 1., liv. 7.º, 8.º e 9.º) IHI SOBRE AS ILHAS DE CABO VERDE O conhecimento que os navegadores portuguezes tinham dos auctores an- tigos, especialmente de Ptolomeu e de Plinio, em todos os seus eseriptos se re- vela. Buscavam elles pôr de accordo o que os antigos escreveram da Costa d'Africa com os modernos descobrimentos; vemos disto provas no que D. João de Castro diz aqui ácerca de Cabo Verde e das ilhas que deste cabo tiraram ] * PHYSICAS E NATURAES 2143 o nome, e anteriormente disse ácerca das Ilhas Canarias. A opinião emittida pelo auctor do Roteiro, não parece estar de accordo com a que se encontra no Esmeraldo de Duarte Pacheco, escripto nos primeiros annos do seculo xvr. Antigamente, diz Duarte Pacheco, o Cabo Verde chamava-se Asperido Promon- torio, e as ilhas «que 100 leguas em mar delle estam, tambem naquella anti- guidade foram denominadas asperidas» e cita, para o provar, Plinio, liv. vz, cap. 31 (Esmeraldo, cap. 28, fl. 48, mss. cit.). O que os antigos sabiam da costa oceidental da Africa é por tal modo vago e incerto, que poucas noções geographicas seguras se podem colher nos auctores, ainda nos que mais parti- cularmente se occuparam do assumpto. Qual fosse a situação do Hesperion ce- ras ou Hesperiwmn cornu, ou Cornu extrema, que parece ser tudo proximamente o mesmo, não se pode bem determinar; longe disso. Plínio diz: «Sita est Aethiopia ab oriente hiberno ad occidentem hibernum. Meridiano cardine sil- vae ebeno maxime virent; à media ejus parte imminens mari mons excelsus, aeternis ardet ignibus, Theon ochema dictus Graecis: a quo navigatio quatridui ad promontorium, quod Hesperion ceras vocatur, confine Africae juxta Aethio- pas Hesperios.» (Hist. Nat., liv. vr, sec. xxxv). No capitulo xxxX1, sec. XXXVI, O mesmo Plinio diz: «Polibius in extrema Mauritania contra montem Atlantem a terra stadia oeto abesse prodidit Cernem. Ne pos Cornelius ex adverso maxime Carthaginis a continente passus mille: non ampliorem cireuitu duobus milli- bus. Tradiiur et alia insula contra montem Atlantem, et ipsa Atlantis appel- lata. Ab ea quinque dierum navigatione solitudines ad Acthiopus Hesperios, et promontorium, quod vocavimus Hesperion ceras, inde primum circumagente se terrarum fronte in occasum, ac mare Atlanticum contra hoc quoque promon- torium Gorgades insulae narrantur, Gorgonum quondam domus bidui naviga- tione distantes a continente, ut tradit Xenophon'Lampsacenus.» Destas indi- cações de Plinio, ácerea da posição do promontorio que os antigos denomina- vam Hesperion ceras, nada se pode concluir senão que o proprio Plinio estava longe de ter ideas claras a tal respeito. Dois são os logares geographicos toma- dos como pontos de referencia para se determinar a posição do Hesperion ceras na costa occidental d'Africa: o monte denominado «Theon ochema» ou «Carro dos Deuses» e a ilha Cerne. No celebre periplo da viagem que Hannon fez na era de 570 ant. de Christo, — viagem que foi por seculos o fundamento dos co- nhecimentos que, gregos e romanos, possuiam ácerca da costa occidental da Africa, — encontram-se sobre a ilha Cerne e o monte «Theon ochema» infor- mações que teem dado origem a numerosos commentarios. Depois de transpor as Columnas de Hercules e estabelecer na costa d'Africa diversas colonias, Hannon chegou ao rio Lixos. Qual seja este rio, é um dos pontos em que os commentadores não estão de accordo. Uns querem que seja o rio de Larache ; outros o rio de Marrocos, o Tensift; outros, emfim, pensam, e é esta a opinião hoje mais seguida e a mesma que se encontra no commentario do piloto por- tuguez, citado no primeiro volume de Ramusio, que o rio de que falla o peri- plo, é o rio Suse, ao sul do cabo de Gué. (Gosselin, Rech. sur la Geog. des Anc., vol. 1, pag. 75.—Heeren, Hist. Rescar, vol. 1, appendix, pag. 494. — JORN. DE SCIENC. MATH. PHYS. E NAT.==N. XXVIII. 15 244 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Ram., vol. 1, fl. 123, ed. de 1550. — Major, The Lif. of Pr. Henr., pag. 94.) Passado o rio Lixos, navegou Hannon ao sul por uma costa deserta; depois a leste. Ao fundo de uma bahia, encontrou uma ilha pequena a que poz o nome de Cerne (in qua habitatores reliquimus et Cernem nominavimus). Onde era esta ilha Cerne, situada ao sul do rio Lixos, proximo de terra, no fundo de uma bahia, com um circuito apenas de cinco estadios, e onde Hannon esta- beleceu a ultima colonia de carthaginezes? Nºeste ponto levantaram-se entre os geographos dificuldades não menos graves do que em relação ao Lixos. Gosselin suppõe que ilha Cerne é a que actualmente se chama Fidalla, a 33º !/, de lat. N. Heeren põe a ilha em 31º !/, ou 30º 1/,, isto é, proximo do Moga- doiro ou de Santa Cruz. Vivien de St. Martin, citado por Major, julga que o nome de Cerne'foi posto à actual ilha de Berne, que se encontra na bacia ma- ritima que os navegadores portuguezes chamaram o Rio do Ouro. O piloto por- tuguez de que falla Ramusio, pensa que Cerne era uma das ilhas de Arguin, onde a costa faz uma curva para o levante: e esta é tambem, com pequena differença, a opinião de Rennel, o qual situa Cerne a 20º de lat. N. De todas estas, a opinião mais plausivel e a que melhor condiz com as indicações que. se encontram no periplo, é a que identifica a ilha Cerne com a moderna Herne. Desta ilha, como observa Heeren, começaram as viagens de exploração propria- mente ditas; pois que até ali Hannon foi estabelecendo colonias em diversos lo- gares da costa, sendo a ultima colonia a que fundou na ilha de Cerne. Duas foram as viagens de Hannon da ilha de Cerne para o sul: uma que se alongou aié um largo rio que parece haver sido o Senegal: à segunda que desceu muito mais ao sul, e que especialmente merece a nossa attenção. Depois de doze dias de viagem para o sul de Cerne, Hannon encontrou um monte coberto de arvo- res que exhalavam suave perfume; concordando os commentadores, e com ra- zão, em que esse monte não podia ser senão o Cabo Verde. Transposto o cabo, abriu-se diante do ousado navegador uma immensa bacia formada pela costa; a breve indicação que se encontra no periplo, deixa-nos na convicção de que se refere ao vasto braço de mar, onde vem lançar as suas aguas o rio Gambia. Depois de mais alguns dias de viagem chegaram á grande bahia que os inter- pretes disseram ser o «Hesperion Ceras.» Aqui se encontra uma ilha grande na qual ha um lago de agua salgada. Navegando ainda por um paiz onde o ca- lor era incomportavel, e em que tudo lhe parecia estar ardendo, descobriu Hannon um monte coroado de fogo que se erguia até ao ceo: era o Carro dos Deuses, o «Theon ochema.» Tres dias depois de sulcar torrentes de fogo, che- gou ao «Notu ceras» bahia ao fundo da qual havia uma ilha na fórma seme- lhante à anterior, e habitada por selvagens, a maior parte mulheres, com o corpo coberto de hirtos cabellos. Fallando das Gorgonas, e alludindo a esta parte da viagem de Hannon, diz Plinio: «Penetravit in eas Hanno Poenorum Imperator, prodidit que hirta feminarum corpora, viros perniciiate evasisse: duarunque Gorgonum cutes argumenti etmirandi gratia in Junonis templo posuit, specta- tas usque ad Carihaginem captam.» O Carro dos Deuses, deve, segundo os commentadores, estar situado mais ou menos perto do Equador, o que é con- PHYSICAS E NATURAES “ta sequencia da maneira porque elles apreciam a extensão da viagem do nave- gador carthaginez. Em quanto Gosselin vê o limite dessa viagem no cabo de Não, Rennel alonga-a até à Serra Leôa. O piloto portuguez já citado, formulou primeiro a opinião de que o celebre « Theon ochema» era a Serra Leda: os commentadores modernos, pela sua maior parte, concordam com esta maneira de vêr. Sobre qual fosse a ilha donde Hannon trouxe as duas pelles de Gorgo- nas ou gorilhas, ha tambem desacordo entre os commentadores do periplo. Esta ilha no parecer do piloto portuguez é a de Fernando Pó: o sr. Major ado- pta a opinião de que é a ilha hoje chamada Scherborough. O que fica dito basta para mostrar que o Cabo Verde não é, como opina o Roteiro, o hesperu ceras de Plinio, nem as ilhas de Cabo Verde são as Gorgonas, Verdade é, que o Roteiro diz tambem que o hesperu ceras poderia ser a ponta da Serra Leõa; mas não lhe parece acceitavel esta opinião, por causa da situação geographica das Gorgonas relativamente ás Fortunadas. Lançando, porém, os olhos para o que escreve Plinio, todas as difficuldades desapparecem ; pois se reconhece que elle, como os antigos geographos, nada sabia de positivo ácerca das ilhas Hes- peridas, das Gorgonas, e, em geral, das ilhas do Atlantico. Depois de dizer das Gorgonas o que acima citamos, Plinio prosegue: «Adeoque omnia circa haec incerta sunt, ut Statius Sebosus a Gorgonum insulis praenavigatione Atlantis dierum xL, ad Hesperidum insulas cursum prodiderit, ab iis ad Hesperu ceras unius. Nec Mauritaniae insularum certior fama est. Paucas modo constai esse ex adverso Autololum, a Juba repertas, in quibus Gaetulicam purpuram tin- gere instituerat.» O que fica dito mostra bem que o Hesperion Ceras de Plinio não era o Cabo Verde, e que das Gorgonas nada se sabia. O estudo comparado dos mappas e dos escriptos dos cosmographos, anteriores ao descobrimento das ilhas de Cabo Verde pelos portuguezes, mostra evidentemente que dºestas ilhas nada se sabia, até então, e que os cosmographos não faziam mais do que con- servar, mal definidas e vagas, as tradições da antiguidade. IV SOBRE O RIO DO OURO E O RIO GRANDE A QUE SE REFERE D. JOÃO DE CASTRO Determinar a que rio o auetor se refere, e a que dá o nome de Rio Grande, não é facil. Se seguirmos o roteiro da costa occidental da Africa, escripto nos primeiros annos do xvi seculo por Duarte Pacheco, acharemos que tinha o nome de Rio Grande um rio que fica ao sul do Cabo Roxo, para além do rio de S. Domingos, e que dista 7 leguas do dito cabo. «Nom lhe foi posto este nome (de 15 + 2146 * JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Rio Grande) por ser mayor nem tamanho como os Rios de Canagua e Gambia, mas porque tem a boca muito grande de sete ou oito leguas de largura, com 5 ou 6 ilhas na dita boca.» (Esmeraldo, cap. 30, fl. 44.) Estas ilhas chamam-se de Buam (Idem). Ao Cabo Roxo dá o livro de Duarte Pacheco 12º de lat. No mappa de Juan de la Cosa de 1500, acha-se o Rio Grande ao sul do Cabo Roxo, proximamente na situação que lhe dá o Esmeraldo. No globo de Martin Behaim, que parece datar de 1492 (Murr. Histoire de Mart. Beh. Paris, 1802, pag. 103) acha-se já o Rio Grande situado do mesmo modo e na mesma posição geogra- phica. No Portulano do piloto portuguez Francisco Rodrigues, que é proxima- mente da época em que teve logar a viagem de D. João de Castro, encontramos egualmente o Rio Grande ao sul do Cabo Roxo, e à sua embocadura desenha- das as ilhas de que no Esmeraldo se falla (Atlas do visconde de Santarem). Não é pois do que ainda hoje se chama Rio Grande na costa da Senegambia, por 14º 30 de lat., que o roteiro falla. A posição do navio quando se fez a consulta dos pilotos, era ao sul das Canarias por 24º '/, de lat. e n'esta situação o rio mais proximo na costa d'Africa é o chamado Rio do Ouro; este porém não teve nunca, nem lhe cabe o nome de Rio Grande. «The River Ouro is very shallow, and has only a short course in the midst of the sands of the desert. It is properly am inlet of the sea.» (The West coast of Africa. Hydrographic Office. Washington, 1873, part. 1, pag. 58). O Esmeraldo, que é a melhor descripção da costa oceidental d'Africa que nos principios do seculo xvr se escreveu, da ao Rio do Ouro 24º de lat., e acerescenta que a terra do cabo Bojador até ali, e ainda 100 leguas mais além, é sem arvoredo nem herva, deserta, salvo em alguns logares. Quem quizer entrar no Rio do Ouro, diz Duarte Pacheco, poderá ir em E. quarta de SE. ao longo da terra de barlavento, que fica à mão esquerda e achará tres e meia a quatro braças de preamar e a maré de NE. e SO.: guarde-se da parte do S. à mão direita à entrada, porque tudo é baixo; e tanto que for por elle acima quazi uma legua até junto com uma ilha que está no meio pode pousar em tres e meia braças, em bom fundo limpo. Este rio corre por dentro da terra quatro a cinco leguas, e não se encontra agua doce, saivo em agosto e setembro quando chove de trovoada. Este rio foi descoberto por Affonso Gonçalves Baldaya e por Gil Eannes: ali «fizeram um salto e captivaram seis alarves, homens honrados, os quaes se resgataram por dez escravos negros, e por um pouco de ouro em pó, os quaes negros e ouro foi o primeiro que daquellas partes ao infante trouveram, e por isto poseram nome « este rio o Rio do Ouro (Esmeraldo, cap. 23, fl. 3%. Mss. da Bibl. Nac.) A narração de Azurara não concorda com a de Duarte Pacheco, pois que Azurara conta que Affonso Gonçalves não voltara contente da sua via- gem «porque nom filhara algiúu daqueles Mouros» e apezar de ir mais adiante até ao porio da Gallee, tornou paraPortugal «sem poder aver certo conhecimento se aquelles homêes eram Mouros, ou gentios, nem que vida tratavam, ou ma- neira de viver tinham» (Chr. de Gui., cap. 10, pag. 65). Só cinco annos mais tarde, em 1441, é que o infante D. Henrique mandou Antam Gonçalves a «car- regar de coirama e azeite, daquelles lobos marinhos de que já fallamos» (Idem, cap. xir, pag. 70). Foi n'esta viagem que os portuguezes fizeram alguns capii- PHYSICAS E NATURAES 947 vos, entre os quaes havia tres que, depois de estarem em Portugal, instante- mente pediam para se resgatarem. Levados por Antam Gonçalves ao Rio do Ouro, este recebeu «dez negros antre Mouros e Mouras, de terras desvairadas, seendo trautador antre elles hu Martym Fernandes, que era Alfaqueque do In- fante.... E a allem dos negros que Antam Gllz recebeo daquela rendiçom, ouve ouro em poo, ainda que pouco fosse, etc.» (Idem, cap. xvt, pag. 97). Fal- lando deste rio, e narrando a historia do seu descobrimento e do resgate que n'elle teve logar, Diogo Gomez diz: «Etiam narraverunt ill quod cum barca intraverunt fluvium, qui vocatur nunc Ryo Douro, etc.» (Mss. de Valentim Fer- nandez já cit.) Era pois este rio ou antes este golfo conhecido e estudado pelos pilotos portuguezes ; o seu nome de Rio do Ouro fora-lhe dado logo pelos primei- ros descobridores, e nunca foi conhecido, que saibamos, pelo nome de Rio Grande. Não pode pois explicar-se o erro de D. João de Castro senão pela confusão que por muito tempo reinou entre o rio, a que os portuguezes pozeram o nome de Rio do Ouro e outro rio que se suppunha ser um braço do Nilo que vinha desembo- car no mar Atlantico, o qual em tempo anterior aos descobrimentos portuguezes se designou tambem com identico nome. A opinião dos antigos geographos dava ao Nilo dois braços, um que corria para o Mediterraneo, atravessando o Egy- pto, outro que, transpondo vastissimos desertos arenosos, lançava as aguas no Atlantico a oeste da Africa. Aristoteles já falla do rio Chremetes como de um dos mais importantes da Africa, cujas nascentes eram na mesma serra de onde saía 0 Nilo. Plinio tambem assegura que um braço do Nilo busca a costa ocei- dental da Africa. Esta asserção dos antigos escriptores passou para os livros dos geographos arabes, os quaes por longos annos reproduziram nos seus mappas, e repetiram nos seus escriptos a opinião dos antigos. Ao Nilo de oeste, ou Nilo dos Negros chamavam tambem Nilo Gana ou Ganah. O visconde de Santarem observa que a theoria dos antigos, da existencia de uma corrente do Nilo de leste a oeste, sobreviveu aos descobrimentos e obser- vações dos portuguezes: assim, em cartas publicadas durante os primeiros trinta annos do seculo xvr apparece ainda um extenso rio, que a partir do centro da Africa vem até à costa oceidental, e é considerado como um braço do Nilo (vis- conde de Santarem. Es.-sur V Hist. de la osm., tom. 1, pag. 205 e 275 e Ailas). No seculo anterior encontra-se geralmente traçado nos mappas esse rio, e n' al- guns com a denominação de Niger e n'outros de Palolus, Rio d'Oro e Vadamel. No mappa-mundo de Ricardo de Haldington, conservado na cathedral de Herefort, o qual representa bem as idéas geographicas no fim do seculo xr, vê-se tra- cado parallelamente á costa da Africa e sem communicação com o oceano, um largo rio terminado por dois lagos, .com o nome de Nilus Fluvius: proximo do lago oecidental que termina o Nilus lê-se «Hic grandes formice auream sericam arenas.» (Possuímos uma copia photographica d'este mappa). No mappa de Ma- rino Sanuto de 1320 reproduzido no Atlas do visconde de Santarem, um grande rio vem do centro do continente africano terminar ao oceidente no Atlantico ; este rio não tem nome, mas é claramente o Nigris de Ptolomeu, ou Nilo ocei- dental dos geographos. O portulano da biblhiotheca Laurenciana de Florença, 9218 “JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS de 1351, tem tambem dois rios immensos. que parece nascerem da mesma, ser- rania, um que caminha para leste e depois se curva para o norte, indo lançar as suas aguas no Mediterranco, outro que toma a direcção de leste a oeste e vem ao mar Atlantico: ao lado deste lê-se no mappa: «lhe coligitur aureum.» No portulano dos irmãos Pizzigani de Veneza vê-se, um pouco ao sul das Cana- rias, um rio, com o nome de Palolus, que nasce de um grande lago e atravessa depois desertos arenosos: no meio do seu curso o rio bifurca-se formando uma ilha onde se diz que se colhe oiro (R. H. Major. Lif. of Pr. Hen., copia do Portulano Lawrenciano, pag. 107 e 142). Na famosa carta Catalã de 1375 acha-se desenhada uma barca um: pouco ao sul do cabo: Bojador, acompanhada de uma inscripção em catalão, em que se diz que em 1346 um certo Jayme Ferrer fôra em busca do Rio do Ouro: «Partich luxer dê. Jac. Ferer, per anar al riu de Por»: um documento encontrado nos archivos de Genova por Hemso confirma o facto e à data. É pois evidente, como muito bem diz o sr. Major (The Cana- rian, pag. 104 nota), que em 1346 foi uma expedição em busca do Rio do Ouro cuja posição não era conhecida, mas de cuja existencia a população mercantil do Mediterraneo estava iníormada. Esse rio, segundo o documento descoberto por Hemso, não só se chamava Rio do Ouro, mas tambem era denominado, pela sua grande extensão, Vedamel, ou na opinião do sr. Major Vedanill, o que significa «rio Nilo.» (Vide a Carta Catala, no Atlas do visconde de Santarem.) Um mappa-mundi anterior a 4440, que existe no Museu Borgia e que o vis- conde de Santarem reproduziu no seu AÁilas, mostra a Lybia interior cortada por um grande rio de leste a oeste, no extremo do qual, junto do mar, se lê «Flu- vius aureus hic habet vu leucas latitudine.» Na carta de Mecia de Viladestes que se encontrou na Cariuxa de Val de Christo perto de Segovia, e que tem a data de 1413, tambem está traçado um rio do ouro. Esta carta é evidente- mente tirada do mappa catalão de que acima fallâmos, com algumas alterações relativamente pouco importantes: ha porém a notar que se estende a carta de Viladestes mais para o sul do cabo Bojador do que a carta catalã, e que a uma disiancia proximamente egual a metade da que vae do mesmo cabo ao estreito de Gibraltar é a ioz do «Riu de lor» que se estende para o interior d'Africa em linha recta. (Comparar a Carta Catalã com a Carta de Mecia de Viladeste re- produzida na nova edição do Canarien publicado por G. Gravier, Rouen, 1874). Tambem quasi seguindo uma linha recta de leste a oeste atravessa a Africa, para se lançar no Atlantico em frente das Canarias, um rio que, segundo as idéas geographicas de Andrea Bianco, traçadas n'um portulano em 1436, nasce nos remotos estados do Preste João. O monumento geographico mais notavel que se conhece do seculo xy é o mappa-mundi de Fra Mauro, o cosmographus incomparabilis, como n'uma medalha, cunhada em sua honra, lhe chamavam os seus contemporaneos. N'este mappa-mundo, de que por ordem de Affonso v veiu de Veneza para Portugal um exemplar em 1459, estão desenhados alguns rios que, partindo de nascentes mais ou menos remotas, vem lançar as suas aguas num grande lago. D'este lago saem dois rios, os quaes em linhas ligeiramente ondulosas e proximamente parallelas, caminham de leste à oeste até ao mar: PHYSICAS E NATURAES 249 um se chama o rio Mas, outro o Canal daloro: entre ambos está escripto «Inne larena de questi do fiume se trova oro de paiola»; mais proximo do mar lê-se anda «Qui se racoce oro»: finalmente junto do mar uma inseripção diz «Terra de Palmear.» Para fazer uma apreciação justa das idéas cosmographicas com que foi traçada esta parte do mappa de Fra Mauro, deve attender-se a que elle diz n'uma imscripção, em que trata das nascentes destes rios, ou antes d'este grande rio com dois braços, o seguinte: «che questo rio sia uno ramo del nilo 10 affermo, perche se trova queli simili animal che se trova nel nilo.» Para Fra Mauro o grande rio que na direcção de leste a oeste vinha dar ao Atlan- tico era um ramo do Nilo, e n'elle se colhia ouro; por isso dava a um dos seus breços o nome de canal del oro. A mesma opinião tinha o infante D. Henri- - que e os portuguezes que descobriram o rio Senegal ou Ganaga. Na chronica de Azurara conta-se que o infante dissera aos que foram na expedição que des- cobriu o rio Senegal «que despois da vista daquelas arvores (arvores altas, prin- cipalmente duas palmeiras que anteriormente havia observado Dinis Dyaz pas- sado o Sahará «terra de Zaara»), pouco mais de xx legoas, esguardassem pollo dictoryo, porque assy o aprendera elle per alguiis daquelles Azenegues que tinha cativos»: e este rio, à que os nossos chamavam Canaga era 0 rjo Nillo, como pelos signaes, por elles observados, se conhecia. A existencia das palmeiras, como signal da proximidade do rio, palmeiras marcadas nas antigas cartas, deu provavelmente origem à designação de-cTerra de Palmear» que se lê no mappa de Fra Mauro. Ácerca deste ryo Nilo faz Azurara uma dissertação, para pro- var que é o proprio Nilo de que fallam os antigos auctores. Bem se vê do que temos dito, que as antigas tradições geographicas foram conservadas pelos geo- graphos da Edade média; e que o antigo Nilo de oeste pouco a pouco passou à chamar-se Rio do Ouro, sem que ao certo se podesse saber qual era a sua verda- deira posição. O Rio do Ouro dos mappas a que nos referimos, anteriores ao meado do seculo xy, não é o braço de mar a que os nossos navegadores de- ram o nome de Rio do Ouro, pelo motivo que dissemos. Fra Mauro, que co- nhecia os descobrimentos dos portuguezes, distingue no seu mappa-mundo o Rio do Ouro (Reodor), do grande rio, a um dos braços do qual chamou Canal del Oro. A confusão, porém, entre o Rio do Ouro dos portuguezes e o rio dos cosmogra- phos da Edade média, braço do Nilo em que se achava o ouro e que atravessava a Africa de leste a oeste, por muito tempo persistiu, e ainda nos primeiros an- nos do seculo xvr esta confusão era manifesta n'algumas cartas da África, como faz notar o visconde de Santarem. Como a idéa da existencia do Rio do Ouro veiu aos geographos, antes da descoberta dos portuguezes explica-o claramente mr. R. H. Major no seu livro sobre o infante D. Henrique (The Life of Prince Henry, cap. vir, pag. 114). 991) JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS ? vV SOBRE A ARTE DE NAVEGAÇÃO NOS SECULOS XV E XVI Os methodos de determinar a latitude e longitude do logar em que o àa- vio se encontrava, eram, nos seculos xv e xvr, buscados com ardor, não só pe- los que de navegação se oceupavam, senão d'aquelles que se davam ao estudo das mathematicas. Principalmente em Portugal e na Hespanha eram os assum- ptos, que se referem à navegação, estudados com affinco, sob os auspícios e im- mediata protecção dos monarchas e principes. Como diz Azurara (Chronica de Guiné, cap. Iv, pag. 20) a casa do infante D. Henrique «foe hiiu geeral acolhi- mento de todollos boôs do reyno, e muyto mais dos estrangeiros, cuja grande fama fasia acrescentar muyto em suas despesas; ca comunalmente se acharam em sua presença desvairadas naçoões de gentes tam afastadas de nosso Ijuso, que casy todos o avyam por maravilha.» O paço do infante em Sagres era (uma escola de estudos e applicações mathematicas, e hum Seminario de Geographos,* de Astronomos, e de Nauticos, que davão luz aquelles tempos.» (Memorigs His- toricas sobre alguns mathematicos, ete., por Antonio Ribeiro dos Santos/Memo- rias de litteratura portugueza, tom. var, pag. 155). Em 1431 0 infante D. Hen- rique fez doação à universidade, então estabelecida em Lisboa, de umas casas para ahi se lerem as seiencias que então eram approvadas. Destinoy o infante as casas para a lição das artes liberaes que eram sete: grammatica, logica, rhe- torica, arithmetica, musica, geometria, e astrologia (Historia dos Estabelecimen- tos scientificos, etc., por José Silvestre Ribeiro, tom. 1, pag. 444). Por este tempo já eram de uso geral na navegação, a agulha e a carta de marear, pois que o infante, querendo mandar Gil Eannes em 1433 a descobrir terras além do cabo Bojador, dizia-lhe: cem verdade eu me maravilho, qua maginaçom foe aquesta que todos filhaaes, de hiia cousa de tam pequena certidom, ca se ainda estas cousas que se dizem tevessem algiia auctoridade, por pouca que fosse, nom vos darya tamanha culpa, mas queroesme dizer que por openyom de quatro ma- reantes, os quaaes como som tirados da carreira de Frandes, ou de algius ou- tros portos pera que comumente navegam, nom sabem mais teer agulha nem carta pera marear, ete. (Chronica de Guiné, cap. 1x, pag. 57). Apesar porém da agulha de marear ser usada geralmente pelos navegantes era comtudo certo que estes não ousavam senão difficilmente afastar-se das costas, e engolfar-se no oceano. A viagem de João de Bethencourt, partindo da Rochella em 1402 em busca das Canarias, mostra bem qual era o modo de navegar d'aquella época. Partiu Bethencourt «avecques trés bon nauire, et suffisamment garny de gens et de vituailles, et de toutes les choses qui leur estoient necessaires pour leur voiage. Et devoient tenir le chemin de Belle Isle, mais au passer de Pille de Ré, ils eurent vent contraire, et addresserent leur voye en Espaigne, et ar- PHYSICAS E NATURAES 291 riuerent au port de Viuieres (Vivero)»... «Adonc se parti de lá led. Bethen- court, auecques lui mess* Gadifler de la Salle, et autres gentilz homes, et vin- drent à la Coulongne (Corunha)»... «Et mons.” de Bethencourt et sa compa- gnie prindrent leur chemin, et quant ils eurent doublé le .cap de Finiterre, ils suiuirent Ja cotiere de Portugal iusques au cap de Saint Vicent, puis reploye- rent, et tindrent le chemin de Stuille, etarriuerentau port de Calis (Cadix)c.. «Et aprês se partirent du port de Calyx, et se myrent en haute mer, et furent trois iours en bonnasse, sans aduancer leur chemin se pou non, et puis s'addressa le temps, et furent en chincq iours au port de Visle Gracieuse». (Le Canarien, etc. publié d'aprês le manuscrit original, par Gabriel Gravier. Rouen, 187%, pag. 5, 7 e 9). D'outras navegações falla Navarrete na sua Historia da Navega- ção, taes como a do conde de Buelna, D. Pedro Nio de Cartagena, para Sevi- lha em 1403 «sin embargo de que ya usaba de la aguja y cartas nauticas» e a dos embaixadores de Henrique mr de Castella ao Gran Tamerlão, nas quaes se seguiram timidamente as costas, sem nunca dºellas se afastarem. (Disertacion sobre la Historia de la Navegacion de Navarrete, pag. 71). As cartas de marear eram tambem usadas n'este tempo, ainda que fosse grande a sua imperfeição, por não estarem determinadas convenientemente as posições geographicas dos logares n'ellas marcados. Depois do que ácerca da invenção das cartas de ma- rear, attribuida por alguns escriptores ao infante D. Henrique, escreveu na sua importante obra mr. R. Henry Major e do que anteriormente escrevera Navarrete (Major. The life of Prince Henry, pag. 53 e seguintes: Navarrete, ob. cit., pag. 85 e seg.), não pode ficar duvida de que não é do illustre principe essa inven- ção. Diz Barros, fallando da industria e prudencia que o infante teve nos des- cobrimentos: «pera este descubrimento mandou vir da Ilha de Malhorca hum Mestre Jacome, bomem mui docto na arte de navegar, que fasia cartas, e instru- mentos, o qual lhe custou muito pelo trazer a este Reyno pera ensinar sua scien- cia aos officiaes Portuguezes daquelle mester.» Vê-se pois que a arte de traçar cartas de marear estava já muito adiantada em Malhorca, e se praticava em Por- tugal antes das expedições mandadas pelo infante a descobrir a costa d'Africa. O infante «mandou acrecentar na carta de marear» os novos descobrimemtos, diz Azurara; e ajunta: «E he de saber que o que se sabya em certo da costa do mar grande eram vjº leguas, e som acresentadas sobre ellas estas iiij: L; e o que se mosirava no mapamundy, quanto ao desta costa, nom era verdade, ca o nom pintavam senon a aventura; mas esto que agora he posto nas cartas, foe cousa vista por olho, segundo ja tendes ouvido.» Este foi o aprofeiçoamento que o in- fante fez nas cartas de marear. Já no seculo xr Raymundo Lullio tratando da arte de navegar diz: «Videmos marinarios se dirigere per stellam polarem» (Lul- lio De contemplatione, cap. 447, num. 13): e n'outra obra falla claramente da carta, do compasso, da agulha, da estrella do mar (Navarrete, ob. cit., pag. 70). As necessidades da navegação crescendo cada dia com a extensão dos novos des- cobrimentos, tornavam cada vez mais necessario determinar no alto mar o ponto em que se encontravam os navegantes, para poderem com menos risco dirigir a sua derrota. À este respeito diz Barros (Dec. 1, liv. 1v, cap. 1). «Pero depois HRS “Sd JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS que elles (os mareantes) quizeram navegar 0 descoberto, perdendo a vista da costa, e engolfando-se no pego do mar, conheceram quantos enganos recebiam na estimativa e juizo das sangraduras, que segundo seu modo em vinte e qua- tro horas davam de caminho ao navio, assi por razão das correntes, como d'ou- tros segredos, que o mar tem, da qual verdade de caminho a altura he mui certo mostrador.» Era preciso determinar a altura ou latitude no mar, e care- ciam-se para isso de instrumentos faceis de manusear, e de taboas de declinação do sol. Regtomontano, guiado pelos escriptos de Ptolomeu e querendo apre- feiçoar as observações astronomicas, construiu um Jeteoroskopi semelhante ao de que usara o astronomo de Alexandria. Da fórma e uso do seu Me:eoroskopio falla Regiomontano numa epistola dirigida ao cardeal Bessarião, patriarcha de Constantinopola, a qual se lê no ffm da edição de 1533 da Introductio geogra- prica de Ped. Apiano. Regiomontano aperfeiçoou tambem o astrolabio, con- struindo-o de metal, de modo a poder suspender-se e conservar a posição ver- tical. Na bibliotheca da cidade de Nuremberg exisiem astrolabios da propria oficina de Regiomontano. Na memoria sobre Martin Behain (Martim de Bohe- mia dos escriptores portuguezes) pelo dr. . W. Ghillany, encontra-se a pag. 40, copia dum d'esses curiosos astrolabios datado de 1468. Raymunda Lulho já nos fins do seculo xi, descreve na sua arte de navegar um instrumento (astrolabio) com o qual se podia no mar alto determinar as horas da noite ob- servando as estrellas. Quando Vasco da Gama dobrou o cabo de Boa Esperança, encontrou naus de arabes em que havia agulhas de marear, a que o auctor do Roteiro (Rot. da Viag. de Vasco da Gama, pag. -8) chama genoiscas (genove- zas) e quadrantes e cartas de marear. A verd-de porém é que o astrolabio con- struído por fórma que nas observações dos navegantes se podesse usar, é devido ao zelo com que D. João 1 promoveu os progressos da navegação. Este principe, para alcançar a simplificação ou invenção de instrumentos e methodos destina- dos às observações cosmographicas, formou um conselho ou sociedade de sabios, entre os quaes se encontravam o bispo de Ceuta Diogo Ortiz, o bispo de Viseu Calçadilha, os medicos José e Rodrigo, e Martin Behain, estrangeiro celebre, natural de Nuremberg, que conhecia os trabalhos scientificos e os novos instru= mentos de Regiomontano, de quem, ao que parece, fôra discipulo. Foram Mar- tin Behain e os dois medicos d'el-rei, José e Rodrigo, os encarregados de con- struir um astrolabio para os navegadores. Martim Behain, como discipulo de Re- -giomontano, e conhecedor do astrolabio de metal por este inventado, mais do que os outros dois contribuiu para facilitar e tornar commum o emprego do astrolabio para determinar a latitude no mar. Barros diz ácerca do astrolabio o seguinte: «E porque em este Reyno de Portugal se achou o primeiro delle em u navegação não será estranho deste logar dizermos quando, e per quem foi achado...» «em tempo del-Rey D. João o Segundo foi por elle encomendado este negocio a Mestre Rodrigo, e a Mestre Josepe Judeo, ambos seus medicos, e a um Martim de Boemia natural daquellas partes, o qual se gloreava ser dis- cipulo de Joanne de Monte Regio, affamado Astronomo entre os professores dºesta sciencia, os quaes acháram esta maneira de navegar per altura do Sol, PRYSICAS E NATURAES 2 de que fizeram suas taboadas pera declinação delle, como se ora usa entre os navegantes, já mais apuradamente do que começou, em que serviam estes gran- des astrolabios de pao» (Barros, dec. 1, liv. 1v, cap. 11). E fallando da viagem de Vasco da Gama no mesmo capitulo citado, Barros diz: «E a primeira terra que tomou, antes de chegar ao Cabo de Boa Esperança, foi a baia, a que ora chamam de Sancta Helena, havendo cinco mezes que era partido de Lisboa, onde sahio em terra por fazer aguada, e assi tomar a altura do sol; porque como do uso do asirolabio pera aquelle mister da navegação, havia pouco tempo que os ma- reantes deste Reyno se aproveitavam, e Os navios eram pequenos, não confiava muito de a tomar dentro nelles por causa do seu arfar. Principalmente com um astrolabio de pão de tres palmos de diametro, o qual armavam em tres páos à ma- neira de cabrea por melhor segurar a linha Solar, e mais verificada e destincia- mente poderem saber a verdadeira altura d'aquelle lugar; posto que levassem: outros de lutão mais pequenos, tão rusticamente começou esta arte, que tanto fructo tem dado ao navegar.» Em 1473 appareceram em Nuremberg as famo- sas ephemerides de Regiomontano, muito procuradas pelos navegadores, e onde se encontrava calculado. o logar do sol e dos outros corpos celestes do anno de 147% até 1506. Para a determinação da altura do sol pelo astrolabio e uso das taboas de declinação, era preciso fazer a observação com o astrolabio ao meio dia exacto: e era facil prever os contratempos que cada dia podiam surgir, e tornar difficil senão impossivel a observação; além da difficuidade de determi- nar a maxima altura do sol sobre o horisonte, pela dificuldade de ter a hora verdadeira. Sobre isto diz o dr. Pedro Nunes no seu tratado já anteriormente citado (Tratado que o Dr. Pero Nunez, cosmographo del Rei nos. sr. fez em de- fensam da carta ete.): «Porque a cousa mais necessaria e mais proveitosa pã a navegação: e o principal fundamêto della: he o conhecimento da altura do polo sobre o horizonte: ou distancia do circulo equinosial que he o mesmo: e os an- tigos autores não nos deixarão escripto como se isto podese alcançar somente ao meio dia que he conta muy certa e sem falencia: mas que não basta princi- palmente pera as viagês compridas: nas qes muitas vezes acôtece encobrir se o sol ao meio dia: e dahi a poucas oras amostrarsenos muito craro. Determiney eu despoys de ter estudado nas seiencias mathematicas e cosmographia: inque- rir modo ;; que podesemos em todo têpo que ouuer sol: assi no mar como na terra: saber em que altura do polo estamos: e mediãte a diuina bôdade per muy fasiles principios o alcancey. E vindo ao servico do muito escrarecido e muito excelête principe o Infante Dô Anrique: pera o instruir nas sciencias mathematicas : lhe fiz disso figura e demonstração em plano: E despois no anno de 1533 em Euora: dey a el Rey nosso senhor o regimento escripto em hiãa fo- lha de papel: e per ante sua alteza tomey a altura do polo da dita cidade ja tarde: pouco têpo antes do sol posto: e achey q era 38 graos e quasi hit terço.» Eis como Pedro Nunes descreve os instrumentos e modo de observação. «E por- que nenhiia cousa s: pode alcançar em Astrologia e cosmographia: se não pro- supondo a noticia doutras cousas ja sabidas que se tomão por fundamento: as quaes se ainda quisesemos resoluer nos principios donde nacerão : necessaria- 29h JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS mente jriamos parar em estromentos. Por tanto se queremos saber a altura do pollo assi no mar «como na terra: em todo tempo que ouuer sol: necessario nos será fazer outro tanto. E porã não vejo cousa que no mar possamos leuar: que sendo indiferente a todalas alturas do polo: nos possamos della mais aprouei- tar q da agulha q representa ho horizôte em toda parte: e estrolabio e globo que representa o vniuerso e ho regimento da declinação do sol que he comi a todal- las as alturas. Por tanto ajudandome destas cousas per fundamento juntamente ed a demonstração mathematica darey dous modos 7 que a altura do polo se possa alcançar. E sera o primeiro presupõdo que a agulha vay justa ao polo sem nordestear nê norestear. Mas o segundo sera ajudâdome toda via da agulha se estamos no mar. É isto quer ella nordestee quer norestee: e posto que não sai= bamos se faz mudança: ou se ha non faz q he não ter meridiano: antes y esta arte que darey poderemos saber se nordestea quer norestea: e per quãtos graos se aparta do verdadeiro meridiano. Pera as quaes cousas teremos hiia lamina circular de algiãa materia solida e de conforme grossura q com ho tempo nã faça mudança: e sera boa de Jatão como sam as do estrolabio assi planas: mas mais grossas graduaremos o circulo em 360 partes e lançarlheemos seus diame- tros q ho repartão em quartas: e no centro poremos hi estilo perpêdicular so- bre a mesma lamina pa nos amostrar pera q parte vão as sombras: e em qual- quer dos semidiametros em igual distâcia do centro e da circiiferencia: faremos sobre hii pôto hii pequeno circulo que se cauara quanto baste: pera que em- baixo em outro centro q responde ao de cima: sobre q se fez o pegêno circulo q se cxuou possa andar liuremente hã agulha como a dos relogios acustuma- dos e pela mesma arte sera feito este peqêno circulo e acabado com seu espe- lho encima: mas a agulha sera mais comprida e mais sotil e per baixo della jar a linha q responde ao diametro do circulo grâde que se graduou: per modo que delle não discrepe cousa algiãa: e porque nos ha de ser necessario enderen- car esta agulha sobre a dita linha justamente: pera mais justificaçam poremos dous põtos pretos nas paredes desta caixa da agulha em dereito do seu diame-. tro pera que tenho endereçado a agulha a estes pôtos saibamos de certo que esta dereita com os diametros do circulo pegêno e do grâde q ambos vã per dereito. Nas costas desta lamina defronte do centro encastoaremos hum pião grande e pesado laurado a torno: pera que metendo a dita lamina nas balanças e caxa da agulha acostumada: fique sojugada por causa do peso e não saya do ouliuel: e as baliças seram torneadas e de eyxos dobrados e muy liures: e se sem em- bargo de ho assi fazermos: acharmos que a lamina não fica ao ouliuel acrecen- tarlheemos pella parte de dentro algum peso onde comprir para que finalmente nos fique perfeitamente ouliuelada: porque nam sendo assi não nos serue. E por tanto se parecer milhor que esta lamina se pendure per algia arte que fi- que dereita he a mesma tenção: posto que a que se fez pera sua Alteza de Mar- fil: com as balanças torneadas e de eyxos dobrados: era tam prima que nenhiãa cousa discrepava tendo mais de hum palmo de diametro. Teremos mais hum globo perfeitamente redondo e de tal grandeza que os graos sejam manifestos e quanto mayor tanto milhor. Nã he necessario aver nelle mais que hã circulo PHYSICAS E NATURAES 295 grade graduado que representara ho horizôte: e outro que represente ao me- ridiano: tera seus eyxos nos polos do horizonte: e auera hu meridiano de latão : dentro do qual tera o globo mouimento sobre os polos do horizôte. E porque ho vso destes estromêtos he pera situarmos ho sol neste globo em respeito de nosso zenit como elle esta no ceo: ao têpo que queremos tomar a altura do polo: fa- remos isto per esta arte. Poremos ho estromento da agulha ao sol: e andaremos com ella ate que a agulha fique dereita com os pontos que estara sobre ho seu diametro: e notaremos por quãtos graos se aparta a sombra da linha do meyo dia: e pello estrolabio saberemos per quantos graos esta o sol alçado sobre ho horizonte. Tomaremos entam ho globo que não he necessario que seja ao sol: e contaremos pello horizonte: começando do encontro do meridiano os graos da sombra: e moueremos ho globo ate pormos ho fim da conta no meridiano so- bre que se faz ho movimento pello qual meridiano assi situado cemeçãdo do encôtro do horizonte q he o põto onde acabou a côta dos graos da sombra: cô- taremos os graos da altura do sol q achamos no estrolabio e no fim poremos pôto: o ql representara o sol: e assi ficara situado & respeito de nosso zenit no globo como no ceo. E queredo saber qnta seja a altura do polo pa mais crara- mête pcedermos: porey todalas côtingencias: e sera a primeira estâdo o sol na banda do norte que he ter declinação setentrional: e nos rumos do sul e seguir- seham as outras. Esta ho sol nos rumos da bãda do sul: seguese pello septimo documento (corollario de principios geometricos que o auctor anteriormente es- tabeleceu) que estamos antre ho sol e o polo do norte: tomaremos com o com- paso ho que ha do sol ao polo: que he o que fica de noueta: tirando a declina- “ção: e têdo situado ho sol no globo pello modo sobredito: farei circulo sobre o ponto do sol: pera a parte onde o angulo que se faz no zenit he obtuso: a qual he pera ho norte: eo pôto onde cortar ao meridiano do globo: sera ho lugar do polo: e tirando este arco que ha entre o zenite ho polo de nouenta: ficara a al- tura sobre ho horizonte.» Este é o methodo proposto por Pedro Nunes, e que D. João de Castro fora encarregado de experimentar. by EN Gs JORNAL DE SICENCIAS MATHEMATICAS LOOLOGIA 1, Notice sur une nouvelle espêce africaine du genre «Loracias» PAR ' J. V. BARBOZA DU BOCAGE, Je viens de rencontrer dans le dernier envoi d'oiseaux de M. d'An- chieta un individa d'une espéce inédite du genre Coracias. La conformation Loute spêciale de ses rectrices latérales ne per- met pas de la confordre avec ses congénêres. Quoique ces rectrices n'aient pas encore atteint leur complet développement, on reconnait par- faitement que leur portion terminale est três étroite, et au lieu de termi- ner en pointe, comme cela arrive constamment chez les autres espêces de Coracias à longues rectrices latérales, elles présentent à Vextrêmité une dilatation spatuliforme ou en raquette de forme en peu irreguliere. Notre individu ressemble surtout à €. abyssinica quant anx cou- leurs du dos et des parties inférieures, mais plusieurs détails de colo- ration le séparent complétement de cette espêce: le dessus de la tête et du cou est d'un roux teint de vert-olivâtre; les petites couvertures des ailes sont d'un bleu d'outre-mer, mais les moyennes et grandes couvertures ressemblent au dos; les plumes du pollex et les couver- tures des primaires, d'an bleu d'aigue marine chez C. abyssinica, prê- sentent une belle teinte bleu outre-mer; une bande noire nuancée de bleu outre-mer se trouve sur la portion terminale des rémiges primai- res et sécondaires chez les deux espêces, mais elle est sensiblement plus étroite chez la nouvelle espêce. Les diffêrences que nous prêsente la coloration de la queue ne sont pas moins importantes: les deux re-. PHYSICAS E NATURAES 27 ctrices médianes sont d'un noir foncê; la paire immédiate porte sur les bords internes et à Vextrêmité une large bordure noire, le reste de la penne étant d'un bleu outre-mer, à Pexception d'une tache bleue d'ai- gue marine sur le bord externe; sur les trois paires suivantes cette der- niére couleur occupe de plus en plus une plus grande étendue, de sorte que la 5.º paire est bleue d'aigue marine avec une tache oblique noir et bleu outre-mer à Vextrêmité; enfin les rectrices latéraies, êtroites et noires à leur portion terminals, comme chez C. abyssinica. C. caudata tc., portent à Pextrêmité une dilatation en forme de spatule. Voici la diagnose de la nouvelle espêce: -Coracias dispar ó. Supra dilute cinnamomea, subtus thalassina; capite col- loque olivaceo adumbralis; fronie et supercaiis late albis; tectricibais minoribus ala ei primariarum, uropugto teciricibusque caudae su- percoribus wliramarims; tecirecibus.alae, medius majoribusque, sca- pularibus et terharis dorso concoloribus; remigibus thalassinis, la- tissime uliramarino-nigro terminais, 1.º ei 2.º pogonio externo ultramarinis; rectricibus'duabus medias migris; duabus sequentibus ultramarimis, margine interno et apice nipris, pogonio externo ma- cula irregulari thalassina; extumis elongatis, versus apicem angus- tatis, apice ipso dilatato, spatuliforme: religus thalassims, parte apical: ultramarino-mgra. Rostro nigro; pat pallide fusces- centibus; inde fusca. L. t. 880 mm.; alae 167 mm.; caudae 150 mm.:; tarsi 23 mm, rostri (culm.) 33 mm. Chez notre individu Vextrêmitê des rectrices latérales dépasse à peine le milieu de la queue; mais en nous appuyant sur des faiis bien connus d'analogie, nous sommes persuadé qu'eiles dépasseraient de beauconp les autres rectrices si elles avaient atteint leur devé- loppement normal. La livrêe de cette individa, tué en décembre 1879 à Caconda, dans Vintéricur de Benguella, n'est peut-être pas la réprêsentation exacte du plumage déffinitif de Pespêce; la présence d'une teinte bleu outre-mer sur les bords de quelques unes des couvertures moyennes de Vaile, d'un roux-camelle, nous porte à supposer que la tache alaire bleue doit occuper une aire plus étendue. Suivant M. d'Anchieta cette espêce serait rare à Caconda. Parmi les oiseaux que notre infatigable voyageur vient de nous expédier de cette intéressante localité, se trouvent plusieurs espéces recemment décrites par nous de cette même provenance et d'au- 228 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS tres plus anciennement connues, mais rencontrées pour la prémiêre fois dans les limites géographiques des possessions portugaises d'Angola. Nous nous bornons à citer pour le moment:— Hylypsor- nis Salvadori, Sylvietta ruficapilla, Eremomela flaviventris, Tricho- lais pulchra, Agithalus flavifrons, Prodotiscus regulus, Cosme- tornis vexillarius, Lanius Souzae, Nectarinia Oustaleti, Nect. An- chietae, Pentheiria Horiluubi, Sharpia angolensis, Spizaetus belli- COSUS. PHYSICAS E NATURAES 999 2. Aves das possessões portuguezas d'Africa occidental POR d. V. BARBOZA DU BOCAGE DECEMA NONA LISTA sequernervremenera mare verem me As duas ultimas remessas do sr. Anchieta conteem 126 exemplares de aves colligidas em Caconda, durante os ultimos quatro mezes de 1879 e em janeiro do corrente anno. Na presente lista menciono as especies que encontrei representadas e consegui determinar, as quaes perfazem o numero de 98. São assombrosos os resultados das investigações zoologicas do nosso esforçado naturalista, limitados a uma região muito circumseripta, como é o territorio de Caconda; serã difficil encontrar outra localidade que em eguaes condições de extensão recompense tão generosamente as fadigas e sacrificios do explorador. Nas nossas vastas possessões d'Angola, pelo menos, nenhum outro ponto, dos já visitados pelo sr. Anchieta. nos tem fornecido tão abundante copia d'especies inéditas ou novas com relação áquella área geographica. Graças ao sr. Anchieta, podemos accrescentar à fauna onithologica d'Angola mais 7 especies, a saber: Coracias dispar, Prodotiscus regu- lus, Eremomela faviventris, Egithalus flavifrons, Drymoica superciliosa, Anthus Raalteni, Hyprantornis temporalis. Da C. dispar démos, pelo maior interesse que offerece, uma breve noticia em separado. 4. Melierax polyzonus. (Rúpp). 5 > . É ENO Fi . é joven. Iris amarello pouco vivo. N. indig. Lupamba. Veem à po- voação para rapinar; muitas vezes andam juntos aos pares. JORN. DE SCIENC. MATH. PHYS. E NAT. —N. XXVIII. 16 230 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS 2. Buteo desertorum. Daud. 2. Iris côr de café claro, labio amarello esverdeado, bico corneo escuro, pés de côr da cêra. Tinha no estomago gafanhotos. N. indig. Quigualula. 3. Aquila Wahlbergi. Sundv. é jov. Iris castanho, cêra e labio amarello claro esverdeado, pés da côr da cêra, bico corneo escuro. O estomago continha pen- nas de aves. N. indig. Gungo. ho Spizaêtus Dellicosus. (Daud.) ó e g. Os olhos do primeiro são côr de oiro, os da segunda par- dos. Em ambos o bico é corneo, mais escuro na base, a cêra d'um esverdeado sujo. Tarso côr de terra, mas os dedos d'um esverdeado sujo. N. indig. Gunga. Habitam as florestas distan- tes do povoado, recolhem-se e nidificam nas arvores mais ele- vadas; veem pairar sobre as «povoações e arrebatam muita vez pequenos mammiferos. [Estes dois exemplares teem as regiões inferiores inteiramente bran- cas, sem vestígio algum das malhas escuras que cobrem a parte inferior da garganta e peito nos adultos). 5. Asturinula monogrammica. (Temm.) à. Iris rôxo terra vivo, bico preto; cêra, labios e parte posterior da mandibula encarnados; tarso d'um vermelho alaranjado. N. indig. Calupamba. Encontrei-lhe no estomago gafanhotos. Faz o ninho em reconcavos ou cavidades superficiaes das arvores. Mostra-se isolado; paira e vôa muito rapido; ao passar sobre os cercados, mesmo em presença de gente, agarra a creação nova. 6. Circaetus cinereus. Veill. à. Iris amarello. N. indig. Gongaiolombo. Costumes semelhantes aos do Spizaitus. De dia paira algumas vezes sobre as povoa- ções, mas julgo que caça principalmente de noite. 7. Milvus aegyptius. (Gm.) à. Iris côr de avelã; bico amarello claro sujo; tarso amarello. N. indig. Bimbi. E nos districtos que tenho percorrido a ave de rapina mais vulgar e mais constante; faz mais estrago nas ca- PHYSICAS | NATURAES 231 poeiras que todas as outras juntas. A, femea tem os olhos cas- tanhos. . 8. Falco biarmicus. Temm. d. Iris castanho; bico escuro, amarellado na base; cêra dum ama- - rello vivo bem como os pés; palpebras amarellas levemente es- verdeadas. N. indig. Lupamba. Tinha no estomago restos de ter- mitas e de outros insectos. Pouco abundante. 9. CGerchneis vespertina. (Linn.) Varios exemplares dos dois sexos e de differentes edades. Iris cas- tanho escuro: cêra e palpebras d'um vermelho alaranjado, mais desmaiado na femea; tarso côr de laranja. São essencialmente insectivoros. Encontrel-lhes sempre no estomago restos de in- sectos de diversas ordens. N. indig. Chicungonvapia, pela ana- logia que teem os gyros muito demorados que fazem nos ares à semelhança das andorinhas, a que chamam Mapia. Conser- vam-se porém a maior altura do que estas. Este anno passaram por Caconda numerosissimos bandos d'esta especie e das duas seguintes, cobrindo !itteralmente as arvores do matio em que poi- savam. 10. Cerchneis Dickersoni. (Sclat.) d. Iris castanho; palpebra, cêra e base do bico d'aum amarello sujo: tarso côr de milho. Encontrei-lhe no estomago insectos e semen- tes. | 14. CGerchneis rupicola. (Daud.) 9. Iris castanho; bico escuro, mais claro para a base; tarso ama- rello. Vive d'insectos. N. indig. Chicungo-miapia. 12. Scops capensis. Smith. 9: Iris côr de oiro. N. indig. Ungololo. Vive em mattos sombrios na proximidade de ribeiros: recolhe-se nos reconcavos das ar- vores. Este gentio tem-no em conta de ave de mau agoiro. No estomago tinha formigas e gafanhotos. 13. Seops lencotis. Temm. Sexo não determinado. Iris amarello, bico corneo mais escuro para 16 232 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS a ponta. No estomago coleopteros. N. indig. Caxucoxuco. Vive pelas mattas densas proximo dos rios; recolhe-se nas cavidades dos rochedos. 14. Dendrobates namaquus. (Licht.) 2. Iris côr de vinho, bico pardo escuro; tarso côr de lodo. N. indig. Manguna (carpinteiro) applicado geralmente a todos os pica-paus. - [O nome indigena indicado pelo sr. Anchieta n'outras localidades é um pouco differente: os exemplares da Capangombe e Humbe trazem nas etiquetas o nome indigena Bangula. Toda a diffe- rença parece estar no modo porque é pronunciado]. 15. Dendrobates Hartlaubi. (Math.)? 2. Iris pardo escuro. N. indig. Manguna. 16. Campethera Bennetti. (Smith.) de. Iris rôxo sujo; tarso côr de lôdo. Come formigas. [Assemelha-se aos exemplares que temos de varias localidades do sertão d' Angola; são porém n'elle mais pronunciados do que em nenhum outro os riscos transversaes pardos e brancos das cober- turas superiores da cauda, caracter em que se pretende apoiar a separação d'esta especie da C. capricorai). 17. Campethera Brucei. (Malh.) à e 9. Iris rôxo terra, mais claro na femea, pés d'um pardo es- verdeado. Encontrei-lhes no estomago coleopteros e formigas. N. indig. Manguna. [Differem estes exemplares de outros que temos referido a esta especie, procedentes de varios pontos d'Angola, em terem pe- quenas malhas amarelladas, e não riscas transversaes, nas pen- nas do dorso, achando-se estas malhas situadas sobre as hastes das pennas. À garganta e face inferior do pescoço são negras com malhas brancas nas margens de algumas das pennas. Não me parecem ainda bem claramente definidos os caracteres da C. Brucei e de outras especies que muito se lhe aproximam]. t 18. Coracias dispar. Bocage. Iris pardo claro, bico preto, pês d'um esverdeado sujo. Come co- 19. 20. 21. 22. 23, PHYSICAS E NATURAES 233 leopteros. N. indig. Hóbia. Vive nas mattas proximo d'agua. É raro em Caconda. [Depois de impressa a nossa descripção da €. dispar, encontrámos no resumo da sessão de 20 de janeiro ultimo da Sociedade Zoo- logica de Londres, que fôra lida uma communicação do sr. Ro- Jand Trimen ácerca de uma nova especie de Coracias do Zam- beze, a que elle se propõe dar o nome de €. spatulata, em con- sequencia de ter uma cauda comprida e espatulada. Com quanto estas indicações sejam insufficientes, parece-me comtudo, em at- tenção unicamente ao nome, que a €. spatulata pode muito bem ser identica à nossa €. dispar.) Eurystomus afer. (Lath.) à. Iris castanho; bico amarello; tarso cinzento esverdeado. N. in- dig. Kohohia (que significa Soba ou chefe). Tinha no estomago restos de uma especie de Julwus. É muito raro. Merops cyanostictus. Cab. N. indig. Lengue. Come insectos. Andam em pequenos bandos ou isoladamente; pousam a descoberto em ramos baixos; nunca se avistam dentro da folhagem. Merops bullockoides. Smith. N. indig. Lengue. Come insectos. É raro; muito desconfiado; pousa em ramos descobertos, mas altos. Apparece em bandos pouco numerosos e pousam afastados uns dos outros. Halcyon semicaerulea. (Forsk.) é. Iris castanho; bico vermelho roseo, tarso encarnado claro. N. indig. Sungo-angulwri ou Nangulula. Come gafanhotos. Encon- tra-se nos mattos em terreno secco, sómente regado pelas chu- vas; aninha no chão nas tócas dos Orycteropos. E raro. Trachyphonus cafer. (Vieill.) à. Iris pardo, bico esverdeado claro, mais escuro para a ponta; tarso gridelim. Vôa pouco, mesmo quando foge afasta-se para pequenas distancias; cansa depressa; os indigenas agarram-no correndo até o cansar, e por isso lhe chamam Dumbo (pouco esperto, parvo). Come sementes. 23% JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS 24. Stactolaema Anchietae. Boc. É frugivoro. Deixa-se aproximar; é das aves mais mansas e vul- gares em Caconda. 25. Tockus pallidirostris. Finsch & Hartl. à. Iris castanho avermelhado: bico amarello sujo com laivos mais escuros. O estomago tinha restos d'insectos. 26. Upupa africana. Bechst. à. Íris castanho, tarso gridelim. No estomago encontrei larvas de coleopteros. N. indig. Miuipui. O canto desta ave é prognos- tico de chuva. A poupa africana vae buscar milho aos logares onde os indigenas o teem debulhado; e chega a cair em arma- dilhas de lousa, que disparam quando se mexe no milho que teem por baixo. O facto desta ave levar porções de milho para deposiiar em cavidades espaçosas dos ninhos das termitas, ser- lhe-ha de grande proveito como insectivoro por ser um meio in- fallivel de attrair as termitas; além de que, falhando estas, terá um curcullionideo por cada grão até ao ultimo, como succede sempre que se não consegue.pôr o milho ao abrigo d'estes inse- ctos. 27. Irrisor cyanomelas. (Vieill.) ô. Iris castanho. N. indig. Xicocomela. 28. Corythaix Livingstoni. Gray. à. Iris pardo avermelhado; carunculas palpebraes encarnadas; bico rôxo terra vivo, tarso preto. N. indig. Anduba. Alimenta-se de fructos. Vive pelas sombras de mattos fechados na proximidade agua. Tem um canto semelhante à voz de alguns Cynocepha- los pequenos. 29. Cuculus gularis. Steph. à. Iris pardo, mais escuro junto à circumferencia interna. Bico d'um amarello alaranjado sujo na base, escuro do meio para a ponta. N. indig. Kiriamacocolo (de Kiíria, comer, é macocolo, lagartixa). Canto semelhante ao do Cuco da Europa, porém mais fraco. 30. Cuculus clamosus. Lath. d. Iris castanho claro com um annel interno preto, Pico pardo an- 31. J2. dd. 36. 37. PHYSICAS E NATURAES 235 negrado; tarso escuro. Alimenta-se d'insectos. N. indig. Canhon- gue. O canto dºelle é a repetição da syllaba hui, hui, mas quando o espantam imita o cacarejar da gallinha. Estas duas especies de Cuco encontram-se nas mattas geralmente nas arvores altas.. Crysococeyx Hlaasi. (Steph.) 9.-Iris castanho. É raro. Prodotiscus regulus. Sundev. K. Vet. Akad. Forh. Stockl. 18530 p. 109. à. Iris castanho, bico preto, tarso côr de ardosia. No estomago achei insectos. Pouco abundante. Encontra-se nos mattos de ter- reno secco. [Recebemos um só exemplar d'esta especie rara, (n.º 2934), de cujo habitat Wahlberg, que a descobriu, dá por unicas indica- ções: «E caffraria inferiori el superiori, sylvatica»). Caprimulgus rufigeza. Smith. &. Iris castanho. - Caprimuigus Sbelleyi. Bocage. ó. Iris castanho, rebordo das palpebras amarello sujo, bico preto, tarso pardo. Tinha no estomago dipteros e sementes. N. indig. Ximbamba, como o antecedente. ). Cosmetornis vexiilarius. Gould. à. Iris castanho, rebordo das palpebras amarello sujo, tarso pardo avermelhado. Come dipteros. Os caprimulgos são mais abundan- tes do que este; os costumes são identicos. [Recebemos 2 exemplares machos d'esta especie, de que sómente possuiamos outros dois, um colhido pelo sr. Anchieta na Biballa e outro trazido pelo sr. Schiútt da sua viagem ao sertão de Ma- lange. | Anthreptes Longmarii. Less. Varios exemplares dos 2 sexos e jovens. Come insectos e fruclos. Nectarinia amethystina. (Shaw.) Varios exemplares. Abundante. Tinham no estomago insectos e pollen, e o mesmo encontrei nos exemplares das outras especies que ,examinei. 236 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS 38 Nectarinia Anchietae. Bocage. Rara. Varios exemplares. [Os exemplares d'esta especie, e bem as- sim os da N. Oustaleti e N. venusta, que veem marcados como femeas, são perfeitamente identicos nas côres aos machos adul- tos. O sr. Anchieta chama a nossa attenção para esta circumstan- cia notavel, que lhe causára tambem estranheza]. 39. N. gutturalis. (Linn.) N. indig. Xinjonjo. Abundante. 40. E. Oustaleti. Bocage. Rara. Varios exemplares. 44. Nectarinea sp? Não é vulgar. [E a especie que julgáâmos identica à N. tacazze, mas que o sr. Shelley considera distincta d'esta. A sua descripção e figura de- verão ser publicados brevemente na magnifica monographia que este zeloso ornithologista consagra a esta familia. Recebemos desta vez cinco exemplares, dos quaes um é femea, mas o sr. Anchieta diz-nos que esta especie é rara em Caconda]. 42. N. intermedia. Bocage, Jorn. Acad. Sc. Lisboa, num. xxmr, p. 210. Rara. h3. N. vennsta. (Shaw.) O estomago de todos os individuos que examinei desta e de ou- tras especies continha insectos. Esta especie é das menos com- muns. A N. guituralis e a N. amethystina são as mais vulgares; a N. chalcea a mais rara de todas. k4. N. chalcea. Hartl. Muito rara. 45. Hirundo nigro-rufa. Bocage, Jorn. Acad. Sc. Lisboa, num. xxH, Pp. [Dois exemplares, ó e 9, que vem juntar-se na nova collecção ao typo da especie. Os dois exemplares não apresentam differenças apreciaveis nas côres). 46. Hirundo demidiata. Sundv. “ g PHYSICAS E NATURAES 231 47. H. Monteiri. Hartl. à e 2. No estomago de amhos os exemplares encontrei formigas. 48. Hirundo puella. Temm. Esta e a antecedente são as mais selvagens; mas todas se asso- ciam nos giros aerios em que parecem recreiar-se. A todas as andorinhas dão os indigenas o nome de Miapia. 49. Cotyle cincta. Bodd. ó e 9. Come coleopteros e formigas. É a primeira vez que a vejo em Caconda. A H. demidiata encontra-se em todo o anno. 50. Elminia albicauda. Bocage, Jorn. Acad. Sc. Lisboa, num. xx1r, p. 159 Tres machos e uma femea. Iris castanho escuro em ambos os sexos. Parece abundante; chilram muito sobre os sycomoros, abrindo as azas e erguendo a cauda, em procura dos insectos de que vivem. 54. Hyliota violacea. Verr.? à. e 9. Raro. [Temos hoje uma série de exemplares identicos ao que primeiro mencionámos sob esta designação, tambem remettido pelo sr. Anchieta de Caconda]. N'aquelle exemplar affigurou-se-nos vêr o uropygium da côr do dor- so, quando temos verificado em todos os outros que as pennas desta região são brancas e cinzentas, com as extremidades ape- nas de um negro azulado. Inclinamo-nos pois a que pertençam à É. jlavigastra, Sw.; mas não queremos pronunciar-nos decisi- vamente a tal respeito, em quanto não obtivermos exemplares authenticos da H. flavigasitra e outros da especie do Gabão (H. violacea) com que possamos comparar os nossos. 52. Therpsiphone sp.? [Mais 4 exemplares, um dos quaes femea, da especie que referia- mos à T. perspicillata (T. cristata, Fisch. & Hartl.), mas que nos parecem ser especificamente distinctas della. Teem todos o crissum e as subcaudaes brancas, e, com quanto sejam nos ma- chos as duas pennas caudaes bastante desenvolvidas, as pennas da cabeça teem simplesmente na parte superior desta, tenues “reflexos de um azul metalico. 238 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Foram todos capturados no mez de setembro de 1879. Diz-nos o sr. Anchieta que foram abundantes em Caconda n'aquelle anno, que não são espantadiços e se encontram saltando de ramo em ramo pelas moitas e pelos arvoredos). 53. Batis molitor. Sharpe.. Duas femeas. Iris amarelo com um circulo externo castanho. N. indig. Bindabalamba. Andam em bandos pouco numerosos. O canto é semelhante ao grasnar da rã. Voam para as pontas das grandes arvores. mas juígo que criam nºs ramos baixos. 54. Muscicapa Finschi. Bocage, Jorn. Acad. Se. Lisboa, num. xx1v. p. 257. à. Íris castanho, bico pardo escuro, pês côr de ardosia. No esto- mago coleopteros e termitas. Encontra-se na ramagem das ar- vores a distancia dos ribeiros. Não é muito espantadiço, affir- ma-se detidamente em quem se lhe aproxima. [Vieram alguns exemplares de individuos novos com a primeira plumagem va- riegada de fulvo]. 95. Muscicapa grisola. Linn. à. Iris castanho, tarso pardo. Come coleopteros. 56. Muscicapa (Aisconax) mizima. Heugl. Orn. N.O. Afr. p. 435. à. Iris castanho, bico escuro, esbranquiçado nas margens e base da mandibula, tarso pardo escuro. Come coleopteros. N. indig. Cangologolo. [Aproxima-se este exemplar nas dimensões e côres muito mais da Alseonax minima, Heugl., do que da Muscicapa adusta, Boiê, (==M. fuscula, Sundev.). à qual todavia Finsch. e Harilaub re- ferem aquella especie. As dimensões do nosso exemplar são: Comp. total 120 mm. : aza 67 mm.; cauda 47 mm.; bico (culm.) 10 mm.; tarso 13 mm. Estas dimensões tambem não estão longe das da A. epulata (Cass.) e À. fantisiensis, Sharpe; porém nºes- tas a côr da plumagem, segundo as descripções que temos à visit, é de um cinzento azulado mui diverso do pardo levemente . acinzentado do nosso exemplar). 57. Bradyornis murinus. Hartl. & Finsch. 2. Iris castanho, bico corngo escuro, tarso pardo escuro. O esto- mago continha sementes de capim. N. indig. Kiria-lonhe (kiria, come, lonhe, moscas). PHYSICAS E NATURAES 239 98. Lanius Souzae. Bocage. Jorn. Acad. Sc. Lisboa, num. xxmr, p. 213. N. indig. Numbotue. Prefere os mattos de terrenos seccos. Fica muito tempo immovel; é pouco espantadiço e muito corajoso, ataca e faz fugir aves de rapina grandes; tem particular anti- pathia aos corvos, que persegue. Mostra-se Isolado. [Esta especie acha-se representada na nossa collecção de Angola por 10 individuos de ambos os sexos, porém infelizmente ne- nhum d'elles nos parece achar-se na phase deffinitiva da sua plumagem; aquelles mesmo que temos por mais adultos conser- vam alguns caracteres de transicção, taes como as coberturas das azas riscadas transversalmente de pardo sobre um fundo ruivo e as pennas médias da cauda com eguaes riscas transver- Saes mais ou menos apparentes. Tomando por termo de comparação as mudanças successivas da plumagem nos Lantideos, e particularmente nos generos Fiscus e Enneocionus, quer-nos parecer que 0 L. Souzae Geve asseme- lhar-se no seu estado perfeito ao Enneocionus collurio, tendo como este as coberturas das azas de um ruivo uniforme, mas distinguindo-se bem d'elle pela larga faixa branca que lhe formam sobre a aza as escapulares e tambem pelo branco quasi puro, apenas levemente tinto de fulvo ou de cinzento, das regiões in- feriores. A disposição da cauda e conformação dos recirices con- cordam melhor com o que se observa no genero Pisces. As proporções das azas e cauda, as primeiras relativamente curtas e arredondadas, a segunda bastante comprida e com as rectrices deseguaes no tamanho, concorrem para estabelecer entre este novo typo e o genero Fiscus uma mais estreita affinidade. No L. Sousae a 1.º penna da aza é egual à metade da 3.º, a qual excede a 2.º em 7 a 8 millimetros; a 4.º é egual à 3.º, e estas duas são as mais compridas. O mesmo se observa do F. colla- ris. No E. collurio a 4.º penna da aza é muito mais estreita e curta, tendo apenas um terço do comprimento da 3.º; esta excede a 2.º em 4 millimetros tão sómente. e ê sensivelmente mais com- prida do que a 4.º Na femea a faixa ocular é d'um castanho escuro, em vez de preto, como tambem sucecêde no E. collurio.) 59. Nilaus affinis. Bocage. - Iris castanho ucs dois sexos, e o tarso côr de ardosia. Pouco abun- 240) JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS dante. Os exemplares que examinei tinham insectos no estoma- go, principalmente termitas e coleopteros. 60. Dryoscopus cubla. (Shaw.) 61 65 66 N. indig. Nondolo. Commum. . Prionops talacoma. Smith. Não é raro. Prionops Retzi. Wahlb. à. Iris amarello, carunculas palpebraes côr de coral, bico côr de laranja, tarso encarnado coral. N. indig. Etuadanjamba. É raro em Caconda. Tanto esta especie como a precedente acode muita vez ao reclamo do caçador de Antilopes. « Oriolus notatus. Peters. “DN. indig. Ungulogombia. Come fructos e insectos. - Pyenonotus tricolor. Hartl. Iris castanho escuro. Come fructos. - Turdus Iybonianus. Smith. Iris côr de azeitona d'Elvas, tarso pardo escuro. N. indig. Quiçan- da-ambunge (Quiçanda esgaravatar, ambunge termitas). Vôa muito pouco para as arvores, anda muito pelo chão à caça de termi- tas; é muito manso. « Myrmecocichla nigra. (Vieill.) 5 e 9. Iris pardo escuro. N. indig. Xiconte. É raro. Recolhe-se e cria em boracos subterraneos, aproveitando-se muita vez das to- cas dos Orycteropos ou dos ninhos das termitas. É notavel quanto resistem ao chumbo. . Saxicola Falkensteni. Cab. ó e 2. Iris castanho. Tinham no estomago coleopteros. Encontra- se no matto distante dos ribeiros. É raro. [Temos 6 exemplares de Caconda, dos dois sexos, e podémos com- paral-os com dois spécimens do Transvaal colligidas por M. Lu- cas. Os nossos teem côres mais claras, onde predomina mais 0 cinzento; as regiões inferiores principalmente diferem bastante: nos exemplares do Transvaal são de uma côr quasi uniforme, PHYSICAS E NATURAES 241 pardo claro tinto fortemente de ruivo; nos de Caconda a gar- ganta e a parte central do abdomen são de um branco puro e O resto cinzento, mais vivo no peito. Estes caracteres parecem ser tambem os do exemplar trazido por Falkenstein de Loanda, que serviu de typo ao dr. Cabanis para a sua Sax. Falkenstein, (V. Journ. fur Ornith. 1875, p. 235; ibid. 1877, p. 30), e são tambem os de dois exemplares de Loanda e Benguella, que des- crevemos na nossa «Ornithologie d"Angola», p. 272, sob a de- nominação de S. Galtoni. A menor largura da faixa terminal da cauda, a que o dr. Cabanis tambem recorre como caracter dif- ferencial da sua especie, é que nos parece de mui diminuta im- portancia, pois que varia consideravelmente nos exemplares, que temos à vista das mesmas procedencias]. 67. Drymoica superciliosa. Swains. à. Iris amarello, bico preto, annel palpebral pardo escuro, pés es- branquiçados tintos de ferruginoso. Come insectos. N. indig. Caninguine. Vulgar pelos arbustos e pelas moitas de capim. 68. Eremomela flaviventris. Sundev. à. Iris côr de café claro, bico corneo escuro, mais claro na base da mandibula, pés côr de ardosia. N. indig. Lucondoanjobo. Vulgar nas moitas e arbustos baixos. Come insectos. 69. Tricholais pulchra. Bocage. Um é e duas 9. Iris amarello, mais vivo no &; tarso pardo. N. Canopo. Come insectos. Pouco abundante. 70. Sylvietta ruficapilla. Bocage. à. Iris pardo-arruivado. N. indig. Gomacaxaca. Come insectos. Encontra-se pelo chão ou nas figueiras altas. Não abunda; anda em pequenos bandos de 3 ou 4. [O nosso exemplar typo, que traz na etiqueta o signal de à, e ou- tros marcados como g, teem uma malha semicircular ruiva na parte inferior da garganta, cujas extremidades vão unir-se ao capuz ruivo que cobre a cabeça e a região temporal; porém em outros individuos este caracter falta completamente. Não sendo característico do sexo, podel-o-ha ser da edade. Tambem nota- mos que umas vezes a garganta é de um branco acinzentado uniforme, outras vezes distinctamente malhada de escuro]. 249 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS 74. Egithalus flavifrons. Cass. 9. Iris castanho: bico escuro, pardo-arroxado, mais claro nas mar- gens: tarso côr de zinco. N. indig. Canopo. Vive pelos mattos, em arbustos pequenos, em terreno secco. Muito raro. Come in- sectos. [Este specimen, cujo estado de conservação deixa bastante a de- sejar, tem as côres menos vivas do que o typc da especie des- eripto e representado por Cassin (Proc. Acad. Philad. 1855, p. 324: ibid. 1858, pl. 1, fig. 2): assim a região frontal não é ama- rella, mas branca tinta de amarelo, a plumagem do dorso e azas é de um pardo claro apenas lavado de amarello esverdeado; todas as regiões inferiores de um branco sujo sem vestigios de amarello. Nas dimensões ha perfeita concordancia com os da es- pecie a que o referimos. Estas differenças de côres parece-me que se podem atiribuir à diferença de sexo, além de que o aspecto do exemplar indica ser individuo novo). 12. Parus niger. Vieill. d eg. N. indig. Xinaquenene. Come insectos. Vive nos mattos € aproxima-se do povoado; cria nos reconcavos das arvores ou nos ninhos das termitas. Abundante. 73. Parus afer. Gm. ó. Fris castanho, Larso cinzento escuro. N. indig. Xitiaguenene. Não . cria, como a antecedente, nos ninhos de termitas.. 14. Parns rufiventris. Bocage. ó. ris amarello, tarso pardo escuro tinto de ardosia. Tão abun- dante como as outras duas especies, com às quaes anda asso- ciado. mas tambem não cria nos ninhos de termitas. 15. Losterops senegalensis. Bp. ó e 9. Iris castanho, bico corneo escuro, tarso pardo tirando para côr de ardosia. N. indig. Canopo. Come insectos. Não abunda. 76. Hylypsornis Salvadori. Bocage. ô. Iris castanho. Come insectos. N. indig. Camungluquira. Julgo que aproveita as tocas dos pica-paus para se recolher e aninhar. PHYSICAS E NATURAES 243 77. Anthus Raalteni. Temm. 2. Iris castanho, tarso côr de folha secca. Come termitas. [Confrontando este exemplar com um spécimen de Zanzibar, que nos foi recentemente offerecido pelo sr. Shelley, achamos- lhes uma grande concordancia nos caracteres; a unica differença apreciavel que notamos é ser no nosso o bico um pouco mais curto |. 78. Anthus sp? ? Anrihus leucophrys, Reichenow, Mitth. Afrik. Gesellsch. 1, p. 6. é e 9. Iris castanho, bico corneo escuro com a base da mandibula mais clara, tarso côr de folha secca. Come termitas. (Estes exemplares assemelham-se a outros da mesma procedencia que referimos ao À. erythronotus. Difierem porém em terem as regiões inferiores menos tintas de ruivo e a parte média do abdomen e sub-caudaes quasi brancas, e mais particularmente na pintura das 2 pennas exteriores da cauda, ambas com as barbas exteriores de um branco arruivado e com uma malha trian- gular da mesma côr na porção terminal das barbas internas; a haste é branca na penna mais exterior e parda na immediata. Nos ou- tros exemplares referidos ao 4. erythronotus a penna lateral. da cauda tem as barbas externas e a extremidade de um branco arruivado, e na penna immediata ha apenas uma margem d'esta mesma côr nas bárbas externas. Serão estes exemplares iden- ticos a outros da costa de Loango que os srs. Sharpe e Bouvier mencionam sob a denominação de A. pyrrhonvtus, e o dr. Rei- chenow considera identicos ao A. Gouldi? (NV. Sharpe et Bou- vier, Bull. 29, France mn, p. 477; Reichenow, Journ. f. Orn. 1877, p. 30). As especies africanas do genero Anthus estão ca- recendo de uma revisão, que ponha termo à muita obscuridade e confusão que reina actualmente]. 19. Pbolydauges Verreauxi. Bocage. Iris amarello vivo nos 2 sexos. N. indig. Donga. Encontrei no es- tomago dos exemplares que examinei, fructos, sementes e tam- bem formigas. É raro em Caconda, muito vivo e difficil de ca- car. Recolhe-se e cria em tocas de arvores; raras vezes vem ao chão. 92h4 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS 80. Hyphantornis xanthops. Hartl. S. Iris amarello. Come sementes e insectos. Muito abundante; an- dam associados com outras especies. N. indig. Tialala. 814. Hyphantornis nigriceps. Layard. E ó. Iris côr de laranja. N. indig. Tialala. 82. Hyphantornis temporalis. Nov. sp. à. Supra olivaceo-flavescens, plumis medio fuscis, subtus flavissi- mus; pileo aureo-flavo; loris; genis et regione parotica circum- scripta olivaceo-fuscis; uropygio et teciricibus caudae superiora- bus magis flavescentibus; scapularibus, teciricibus alae remigi- busque secundariis fuscis, late virescente-flavo marginatis; pri- mariis fuscis, pogonio externo stricte virescente marginatis, apice obscurivribas ; cauda pallide olivaceo-fusca, marguubus re- ciricum flavidioribus; rostro elongato-conico, nigro; pedibus di- lute rubente-fuscis; iride flavo. Long. tot. 155. mm.; alae 87 mm.; caudae 53 mm.; rostri 17 mm.; tarsi 24 mim. Re um unico exemplar d'esta especie que nos parece iné- dita. Assemelha-se na disposição das córes ao H. Guerim, Gray (=H. melanotis, Guer. nec Lafresn): porém o amarello da ca- beça e das regiões inferiores é muito mais vivo do que nºesta especie. 83. Sycobius rubriceps. Sundev. Quatro exemplares: tres ó e uma 9. Iris pardo-arroxado; bico ver- melho alaranjado. Come sementes e insectos. N. indig. Saca. [O & adulto, quando a plumagem attinge a sua maior perfeição, tem como o S. melanotis, Lafresn, o lorum, faces, região tem- poral e mento de uma côr negra mui pronunciada; nas costas e região interscapular é malhado de negro e de vermelho-alaran- jado sobre um fundo cinzento. Em todos os nossos exemplares porém as pennas das azas é as suas coberturas teem as margens debruadas de amarello e não de vermelho, como succede no S. melanotis. Este é pois O ca- racter differencial de mais valia que auctorisa a separação das duas especies. Na 9 a cabeça ê tinta superior e lateralmente de um amarello de ócca sobre um fundo pardo-acinzentado, que domina nas regiões superiores; as regiões inferiores são bran- PHYSICAS E NATURAES 245 breadas de cinzento na garganta e peito, onde ha tambem alguns toques de amarello. O bico ê côr de laranja]. 84. Sharpia angolensis. Bocage. Um exemplar de sexo indeterminado. Tris castanho. Tinha formi- gas no estomago. N. indig. Sole. E raro. Caçado num arbusto fechado e baixo distante de ribeiras. 85. Chera progne. (Bodd.) à. Iris castanho escuro. Come sementes. N. indig. Quicengo. Vive pela borda d'agua nas varzeas. Pouco abundante em Caconda. 86. Pentbetria Bocagei. Sharpe, Jorn. Acad. Sc. Lisboa, num. xxrv, p. 258. Dois é e uma 9, todos novos. Abundante ; mostra-se em bandos nu- merosos. 87. Penthetria Hartlaubi. Bocage, Jorn. Acad. Sc. Lisboa, num. xx1v, p. 259 é novo. Iris castanho. Come sementes e insectos. N. indig. Quin- dembere. Abundante. [Este individuo é muito semelhante nas côres à P. Bocagei nas mesmas condições de plumagem. Além de serem maiores as suas “dimensões, é facil distinguil-o d'esta especie pela ausencia da malha côr de canella que se observa na aza da P. Bocagei logo por baixo da malha caracteristica côr de laranja, sendo esta for- mada pelas pequenas coberturas e aquella pelas coberturas mê- dias e grandes. Na P. Bocagei a margem inferior da grande malha côr de laranja é tinta de fulvo, mas as grandes cobertu- ras da aza são pretos marginados de fulvo]. 88. Xanthodira flavigula. Sundeyv. 9. Iris côr de azeitona d'Elvas. N. indig. Gungu. Come insectos e sementes. 89. Poliospiza tristriata. Rúpp. à. Iris castanho. N. indig. Swe-Sue. Encontra-se proximo d'agua; abundante. 90. Crithagra flaviventris. Gm. Iris castanho; bico superiormente pardo esverdeado, a mandibula côr de canna sujo; tarsos pardos. Come formigas. N. indig. JORN. DE SCIENC. MATH. PHYS. E NAT.— N, XXVIII. 17 246 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Tialala. Vive em bandos pouco numerosos na proximidade dos ribeiros. 94. Fringillaria Cabanisi. Reichenow. à e 9. Iris castanho. Encontrei-lhe no estomago insectos e areia. N. indig. Bendalabamba. Abundante; faz o ninho nos ramos baixos das arvores e arbustos. 92. Fringillaria flaviventris. Vieill. 2. N. indig. Bendalabamba. Abundante. 93. Numida corcnata. Gray. à. Iris castanho; porção nua da face e garganta azul-cinzento; bico corneo; capacete amarellado claro; cera e extremidade das ca- runculas infra-orbitarias vermelho pouco vivo; tarso castanho. N. indig. Hanga. No estomago insectos e milho. Não é abun- dante, vive nas serras e mattos, e vem aos arimos nos mezes de junho e julho, época das colheitas do feijão e milho. PHYSICAS E NATURAES 9h7 MATHEMATICA À. Generalisação da serie de Lagrange POR F. GOMES TEIXEIRA (Professor na Universidade de Coimbra) É bem conhecida a formula de Lagrange, que serve para desen- volver em serie ordenada segundo as potencias de x uma funcção u, quando u=f[(0), cy=t+ x (9). Na presente memoria vamos dar uma formula mais geral do que a de Lagrange, que serve para desenvolver em serie ordenada segundo as potencias de x uma funcção wu, quando u==f (y) 2 ; n | (4) Pino e re tato fo) Voltamos sobre esta doutrina de que nos oceupâmos já no num. 20 d'este jornal, porque um erro de calculo fez que ahi dessemos como geral o que se applica só à funcção de que tratou Lagrange. A derivação da segunda das equações [1] dá dy n—4 (A al o toa o) 17» 248 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS 2 n dy +lar' (MASzç (M+...taç' (y) |-= 1 2 n da dy ui NR nu t+[2s Otro +. too | d'onde se deduz Eua 9 mia 2 =| AOS +. na 2) [a que se podo escrever o | B) Babi s fio q)] cesso devendo no sommatorio à ter todos os valores desde a unidade até 22. Mas du du dy dt | du dy de dydz” dt dy dt logo du du Eds ED E 240 | PRO [8] ou, fazendo i—4 0=—3 E e (9 | doi ans E DE [4] £ du du TS [em dt Cc... ecc quo... 000. [5] Derivando esta equação, e attendendo a (2), vem d? u deu du /d0 dO dy =— 64+— (—1y— dr? ideidt Tr dt (is TT dy e) du Pu du do dy do dt de "dt dy dt PHYSICAS E NATURAES Sia iu da OO Sd dx di? dt dg dy dt ou du in ga mo | du do 6] FIRE, dt dt “ dx 0... ....... [ Derivando (6) resulta do mesmo modo du du do d? o | dO | d3 u d dt dz du dº0 ET a O dad UA] Depois, vem | du, | epa du os [8º] lee, 869] a dt E du d30 dead ds Do mesmo modo se formam as derivadas seguintes. 249 Em geral, vem pois, designado por 0", 0”, 0'”, etc., as derivadas de O relativamente a x, ! du? m P q i—A a) 226 (9) (0 (9)... Sa E (0)"(0r (om) | RE] a da dt e por tanto | 5 cn om... | du d dt? Ra a ) a—l dx dt + “-a—l dt du/. do d Pesado Rm o seloge é = RR (0) (0 .... 250 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS du. (do! de oo! TRA UND | a— o 8 (8! gn A d [en + dt 0 09 E TEA IO dt du do! dg! a q | Q ——— o. on, ECON e MORRA dt ou n4+Lom p a i aaa O (0) (0)... | du s dl dt % a da dt m a— e 0) (o | up a—l dt —1 | maio NO COM (om... | +m a—1 dt —4 | mio o (0) (0) (or Mais | d dt O DR dt Comparando esta formula com a formula (8), vê-se que cada ter- mo de (8) dá uma somma de termos que se formam delle tirando uma PHYSICAS E NATURAES 9514 unidade ao expoente de cada factor 4, 0, 9!, 0!!, etc., e juntando-o ao do seguinte, e dando por coefficiente ao termo o expoente quo foi di- minuido. Em quanto à ordem da derivada relativa a t que entra em cada termo, ella é inferior de uma unidade à somma dos expoentes de 0, 6”, ra d? 9”, etc., no termo. Com effeito, isto tem logar para ns e pela for- eh mula (9) vê-se que a ordem de cada derivada augmenta, na passagem a—1 [1) d u du i de mas Pala o de uma unidade hem como a somma dos expoentes dx dx de 9, 0º, 8", etc. Temos pois, attendendo a que as derivadas de 0 da ordem n em diante são nullas, a formula seguinte : — DI É dedo em..." | a A dz dt onde o Z se refere a todos os valores de x, 2, y, etc., que satisfazem à equação a«at2B+-3y-H... +nh=1 e onde b é dado pela formula btHi=atB+y+...+A Vamos determinar o coefficiente 4. Para isso faremos 2 (=p ()=.. .==p (9), 1 Sia n i b+4 a n À du d “() (5 : dy dy K ufee E ) da da? n + da mas encontra-se no Calculo Differencial de M. Bertrand a formula se- guinte, que dá a derivada de ordem i de « quando u==f(y), y==Y (x): e virá 92592 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS (23) =| DE Ras 2 Rae dx dy 2 2) ARS n À dy R Rh Rs À sendo a+2aBt+sy+...tInl=i, «tBtytocti=b+I=p; logo, comparando com a precedente, vem 4, e depois substituindo-o na formula geral do Y (n—1) ) alo o o (0) ...(8 | ) b du dt ê [4 6 À da 1.2...0><1.2...B><...><1.2...)><(1.2) (4.2.9) (1020500) Temos assim a expressão geral da derivada de « relativamente a x, Para achar agora o desenvolvimento de wu em serie ordenada se- gundo as potencias de x, temos de applicar a formula de Maclaurin d2u (LS ap Es q2 4 x3 RUE + (q) ErE2 5 (e) + 2. alia e e por tanto os coefficientes são dados pelas formulas precedentes fa- zendo ahi x==0. Para isso vem primeiro du u==f(t), y=, Rai (1). Depois as formulas — o=q()+2xoa(p)+...tnr q(y) PHYSICAS E NATURAES n—2 U=293 (9) +8.2nga (+ ee dn(n Do o (9) “0.00 0 00 0 0 2 0 0 0 0000 0 0 0 0 0 00 00 0 00 00 0 4 v 0 q 0 69 (n—4) =n(n—D(n—2)...2.19 (y) (m) 9 = dão = 0nbp Web Me oro das (n—4) (n) — (n-1) É) == (0 (40 alo 6 ao ao Mo eo == aro o =0 Por tanto du (5) = 0.910) 2 df) (o, (8) du (== did ai o! pu ero-(o o:(20)] ale (2, (0,0 | de ae dt + 67 (0) . 9, (8) Em geral | b He À j Joia [rig DG) Soo 1) | pa du O b da /0 a e O DE Sae a pa Ra UI 253 25% JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Vem pois a formula b e À Ê a|riego (9.1) 8) | 1 2 n E TT O 1.2...0><1.2...B><...><1.2.. dt | u=[(0+er D+... + que contém como caso muito particular a formula conhecida de La- - grange. Goimbra. Dezembro de 1879. eb | En PHYSICAS E NATURAES o " REYSICA SEE E=——— É. Parecer âcerca do Bleropholometro electrico do se. Virgilio Machado. N1.7º Ex.”º Sr. —A Primeira Classe da Academia Real das Sciencias enviou-me um officio, em data de 19 do corrente, acompanhando vma "memoria do sr. Virgilio Machado sobre um novo apparelho, denominado microphotometro electrico, destinado a medir a intensidade relativa das luzes, afim de eu emittir parecer. Nessa conformidade devolvo o manus- cripto, com as considerações que agora se me offerecem sobre o inte- ressante instrumento de que elle trata. É o novo photometro. como o faz notar o seu anctor. fundado: 1.º, na propriedade que tem o selenio de apresentar à passagem da corrente electrica resistencias variaveis, segundo a intensidade da luz que sobre elle incide; 2.º, na sensibilidade do teléphono. que. para pequenas varia- ções de intensidade de correntes, pelas alterações que experimenta no seu magnetismo, dá origem a vibrações de uma lamina de ferro que faz de armadura, produzindo-se sons mais ou menos intensos; 3.º, na facul- dade que teem os corpos vibrantes de inscreverem elles proprios gra- phicamente o seu movimento vibratorio, quando se lhes adapta um esty- lete que encosta a uma superficie movel revestida” de negro de fumo. Segundo a disposição imaginada pelo sr. Virgilio Machado a luz actua sobre o selenio, o qual faz parte de um circuito em que tambem se acha uma pequena pilha e o fio inductor de uma bobine; o fio indu- zido d'esta bobine communica com o fio do teléphono, cuja lamina vi- brante é armada de uma ponta que encosta a uma placa movel reves- tida de negro de fumo. A acção da luz sobre o selenio, augmentando a resistencia do circuito, diminue a intensidade da corrente da pilha, bem como o magnetismo do ferro da bobine, desenvolvendo-se por tanto no fio induzido da mesma bobine uma corrente de inducção directa, a 256 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS qual, alterando o estado magnetico do teléphono, produz na lamina vi- brações que se inscrevem na apparelho registador. Como se vê pelo exposto, a combinação imaginada pelo auctor as- senta em factos perfeitamente verificados. O principio fundamental, a propriedade que tem o selenio de ser sensivel á lwz. pela resistencia que apresenta à passagem da corrente electrica, já tinha despertado a idéa, a Siemens e a outros, de o empregar como photometro, pelos effeitos produzidos no galvanometro; e n'esse sentido varias tentativas teem sido feitas, posto que ainda os resultados não tenham sido com- pletamente satisfatorios. Não foi porém aos effeitos galvanometricos que recorreu o auctor do microphomeiro electrico; a resistencia provocada pela acção da luz sobre o selenio foi, como se disse, aproveitada pelo sr. Virgilio Machado para desenvolver correntes de inducção que, lan- cadas no teléphono devem produzir e inscrever o movimento da lamina vibrante. Sobre a sensibilidade do teléphono são concordes as experiencias; é verdade que se fracas correntes produzem facilmente movimentos so- noros, não se encontra a mesma facilidade em fazer produzir a essas fracas correntes outros effeitos physicos; assim teem sido enormes as difficuldades para obter que essas correntes façam fanccionar um pequeno relai, que permitta a substituição das fracas correntes por outras mais energicas, que por sua vez podessem reproduzir os sons com maior intensidade. Uma das difficuldades a vencer é obter a delicada inscripção gra- phica das vibrações, de um modo bem visivel, nitido e exacto, que per- mitta a sua facil e rigorosa medição, e por tanto a avaliação da intensi- dade da luz, causa indirecta d'aquelle movimento. Parece-me muito engenhosa a idéa de introduzir no teléphono as correntes de inducção desenvolvidas pelas variações das correntes vol- taicas inductoras, originadas pelas resistencias provocadas pela acção da luz sobre o selenio. A experiencia dirá se taes variações são sufficiente- mente intensas para, com pequenas differenças de intensidade de luz, produzirem no teléphono effeitos sensiveis e susceptiveis de medição. Ha tambem a observar que sendo instantaneas as correntes de induc- ção, para obter effeitos continuos é preciso repetir a acção inductora, o que exige, como é sabido, o emprego de um rheotomo nos apparelhos de inducção. Em quanto à questão levantada pelo illustre auctor da memoria, sobre a vaantagem que poderia talvez haver, fazendo actuar as corren- tes inductoras pela superficie interna de um cylindro de ferro ôco, no PHYSICAS E NATURAIS om caso de ser possivel obter-se então a magnetisação, julgo que não ha- veria vantagem alguma em dispor de tal modo o systema de inducção; porque a acção magnetica das correntes forçosamente ficaria prejudicada, pois que, além de ser mais fraca, não envolvendo a massa do ferro, O comprimento que se poderia dar à espiral magnetisadora contida dentro do cylindro de ferro seria muito limitado, o que ainda tornaria menos efficaz a acção das correntes inductoras. Em corroboração do exposto citarei aqui uma experiencia que fiz, ha poucos dias, a este respeito: tomei um frasco electro-iman, composto de um-cylindro ôco de ferro tendo 0,10 de comprimento, 0",02 de diametro exterior, 07,015 de diame- tro interior, coberto por uma espiral de fio de cobre isolado de 07,00075 de diametro e 15 metros de comprimento ; passei esta espiral para dentro do eylindro de ferro, fiz nella passar a corrente de 4 elementos de Ban- sen, e não observei vestígio algum de magnetismo, quer aproximando substancias magneticas quer examinando a acção da agulha magnetica, manifestando-se bem assim a differença da acção da corrente, segundo corre pelas superficies externa ou interna de um cylindro de ferro ôco. Julgo pois bem disposto o systema do apparelho de inducção pr'mei- ramente descripto pelo inventor. Concluirei dizendo que me parece summamente engenhosa a con- cepção do auctor, e muito digna de ser tomada em consideração pela classe; em quanto ao valor pratico do instrumento, só as experiencias poderão dizer até onde chega, devendo esperar-se, com a maior con- fiança, da consummada habilidade dos artistas de Berlim, tudo quanto possa dar a delicada e florescente industria dos instrumentos de preci- são.—-Deus guarde a V. Ex?.— Lisboa 26 de maio de 1880.—IIl.=º Ex.7º Sr. José Maria Latino Coelho. —Secretario geral da Academia Real das Sciencias. Fraxcisco DA Fonseca BENEVIDES. Descripção do apparelho Virgilio Machado tem a honra de apresentar à illustre Academia Real das Sciencias, de Lisboa, a descripção d'um novo apparelho de sua invenção, destinado a avaliar, com o maximo rigor, a intensidade relativa de todas as Inzes. O auctor, por este motivo e porque emprega a electricidade dynamica, no mesmo apparelho, denomina-o o Micropho- tometro electrico. Este vae ser construido nos laboratorios do illustre physico de Bere 28 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS lira o sr. Siemens, mas antes disso quiz o auctor apresentar a sua descripção à sabia Academia, para que nos annaes “d'esta ella fique re- gistrada. ; Lendo o que mais modernamente se tem escripto sobre as nofa- veis applicações da electricidade, teve o auctor dºe-ta memoria uma occasião de saber que o selenio disfructa à notavel propriedade de of- ferecer diversas resistencias, à passagem da electricidade dynamica, atravez da sua massa, conforme a quantidade de luz, que sobre elle incide. D'ahi concluin que um tal metalloide seria applicavel à con- strucção d'um photometro, se houvesse um meio de medir rigorosamente as mais pequenas variações de resistencia, que no circuito em que estiver collocado o selenio a luz determina, ao incidir sobre este cor- p». Era essa a maior dificuldade, para resolver praticamente a appli- cação da variavel resistencia do selenio. | Todos sabem que os galvanometros, por mais sensiveis que se- jam, carecem d'instantaneidade nas suas indicações, principalmente pela difficuldade de fazer sair a agulha da inercia; sabe-se mais que o telephone é pelo menos 200 vezes mais sensivel às correntes electricas do que nenhum outro galvanoscopio, por mais perfeito que este seja. “ncontra-se pois no telephone um meio uti! de avaliar as resis- tencias electricas, pelos sons que ellas lhe determinam, quando intro- duzidas no seu circuito; tendo porém o cuidado de adaptar à sua la- mina um esfylete assentando sobre uma placa movel coberta de negro de fumo, para que elle assim possa registrar as suas vibrações. quan- do estas se quicerem inscriptas. Seria este um modo directo e já muiio sensivel de medir as re- sistencias; mas o auctor tornou-o mais perfeito, ampliando ao mesmo tempo os seus effeitos, recorrendo a um processo indirecto que con- siste no seguinte : E Entre o selenio e o teléphone no microph-tometro. de que se tra- ta,. colloca-se um systema d'inducção constituido por uma bobina ex- terna ou induzida, ligada aos fios do teléphone, e uma bobina inferna ou inductora em relação com os polos d'uma pilha em cujo circuito se encontra o selenio. É claro, e este principio não tinha sido ainda apro- veitado, que uma resistencia determinada repentinamente n'um cir- cuito inductor determinará sempre uma corrente no systema induzido; pois representa para com este o mesmo elfeit» que o afistamento do systema inductor, o que, como todos sabem, é origem d'uma corrente induzida. Ainda, para tornar mais notaveis os eífeitos d'esta causa de inducção, pode o systema electrico ser constituido a contar de fóra para PHYSICAS-E NATURAES 259 dentro por uma bobina que será a induzida, por uma outra que será a inductora, tendo esta para eixo uma barra de ferro macio, disposição de cuja vantagem a razão é obvia. O que em ultima analyse se passa. no systema d'inducção assim constituido é o seguinte: A resistencia determinada no circuito inductor pela incidencia de uma luz sobre o selenio é causa de enfraquecimento da corrente que vem d'uma pilha para o mesmo circuito inductor; o enfraquecimento da energia electrica d'este ultimo produz uma diminuição na potencia magnetica da barra de ferro, que elle anima. Destes dois effeitos som- mados, (d'um lado 6 enfranquecimento do circuito ! e do outro a dimi- uuição da potencia magnetica da barra de ferro), por serem simulta- neos e rapidos, resulta uma corrente no circuito induzido, que imme- diatamente se traduz, por sons, no teléphone, podendo este pela sua lamina vibrante inscrevel-os, como acima fica dito. Parece ser esta a maneira mais rigorosa de medir as mais insigni- ficantes variações de resistencia, que n'um circuito electrico se deter- minem. Talvez que o systema d'inducção se podesse dispor de modo que em vez de ser a bobina inductora a envolvente da barra de ferro ma- cio, fosse a envolvida (sendo esta ultima cylindrica e Ôôca) se já se ti- vesse verificado que é possivel a magnetisação d'uma barra de ferro fazendo passar a correnie magnelisante pela sua superficie interna e não pela externa, como é uso fazer-se. Se a magnelisação n'estas cir- cumstancias fôr possivel, poder-se-ha, empregando o principio de Hal- dut, com a mesma massa de ferro obter um iman mais poderoso. O iman que era envolvido pela bobina inductora passando agora a envolvel-a tendo mais superficie deveria (se a magnelisação se faz pelo mesmo modo), ser mais energico. O auctor d'esta memoria soube, depois de ter imaginado o appa- relho acima descripto, que o sr. Siemens se tinha lembrado d'applicar à medição da intensidade da luz a notavel propriedade do selenio. Não estranhou que tal tivesse succedido, porque a idéa é tão simples que facilmente occorreria a qualquer individuo, lidando com estes estudos ; pelo contrario, achando naturalissimo este encontro d'invenções, rego- sijou-se de ligar, por este facio, o seu humilde nome ao do illusire physico de Berlim. Quem porém souber qual foi o processo emprega- do, pelo sr. Siemens. para medir a rasistencia electrica, (um simples 1 Inductor. 260 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS galvanometro, cuja agulha se aproximava de zero) virá bem quanto dif- ferente é o invento agora apresentado, que, partindo da mesma base, ou por outra tendo o mesmo fundamento, o applica duma maneira mais propria a dar ao apparelho descripto a maior sensibilidade possi- vel. É pela maneira porque no microphotometro de Virgilio Machado se medem as minimas variações de resistencia electrica, que reside to- da a novidade de invento. Assenta n'uma lei exacta, hoje estabelecida por Adams e que o inventor não suppunha tão exacta quanto rigorosa, ao imaginar o seu microphotometro; este apparelho é perfeitamente exequivel e brevemente terá a sancção da pratica. A lei estabelecida por Adams é a seguinte: As resistencias determinadas no selenio pela incidencia dºuma luz, são directamente proporcionaes ás raizes quadradas do poder illumi- nante. O ter sido a idéa fundamental d'este photometro apresentada por Siemens, não significa que o microphotometro descripto não seja muito differente do apparelho imaginado por aquelle auctor: factos seme- lhantes teem succedido, por exemplo na telegraphia. O apparelho estã inventado. Que tenha a applicação pratica, é o que de certo conseguirá o illustre physico allemão. Lisboa, 7 de maio de 1880. VirciLio MAcHADO. INDICE DOS ARTIGOS CONTIDOS NO SETIMO VOLUME Num. XXV.—MAIO DE 1879 PAG. Parecer sobre o «Novo instrumento de sondagens» do sr. Henrique de Lima e Cunha — por Adriano Augusto de Pina Vidal............. 1 Novo instrumento de sondagens—por Henrique de Lima e Cunha....... 13 Sobre a dedueção da formula que dá a densidade dos solidos e dos liqui- dos —por Carlos Augusto Moraes de Almeida ................... 20 Apontamentos para o estudo da Flora Portugueza— pelo conde de Ficalho Ceontinmadoido num een) SA as OLD q, captar raia crept 25 Études sur les insectes d'Angola qui se trouvent au Muséum de Lisbonne — par Pabbé de Marseul et dr. Manuel Paulino de Oliveira ....... 37 Diagnoses de duas especies novas de «Francolius» — par J. V. Barboza du Bocagel an po E O E Dl Rà Ur EA Soo RB Gu BD O AC pro DE 68 Num. XXVI—NOVEMBRO DE 1879 Apontamentos para o estudo da Flora Portugueza— pelo conde de Ficalho. 69 Subsidios para'a Fauna das possessões portuguezas d'Africa occidental = PORRA Barboza dulBocager Mi a 85 Reptiles et batraciens nouveaux d'Angola— par J. V. Barboza du Bucage. 97 Aves das possessões a dica occidental— por J. V. Barboza dulBocager Ma O SO Shao est alaç 100 Eorrespondance relative à la classification des schistes siluriens à Néreites découverts dans le sud du Portugal— par Joaquim Filippe Nery Del- SA OO qe RU DR Ao APARADOR NO OST ENT 4 9 a ao o tora O 103 Fosseis das bacias terciarias marinas do Tejo, do Sado e do Algarve— por JHC Berkeley Coiterk Sao So o Nao 112 Uma questão dos cursos d'agua naturaes— por João Fagundo da Silva... 123 JORN. DE SCIENC. MATH. PHYS. E NAT.—N. XXVIII. 18 Num. XXVII. — FEVEREIRO DE 1880 PAG. Aves da Zambezia e do Transvaal, colligidas pelo major Serpa Pinto— por 3. V: Barboza du Bocage sARNANEDE MS. o fo rato 133 Études sur les insectes d' Angola qui se trouvent au Muséum National de Lisbonne-—- par M. M. Joly Bourgeois et M. Paulino d'Oliveira..... 142 Notice sur une nouvelle espêce du Fente Rbynchocyon, Peters— par J. V. Barboza du Bocage... RR 159 Sobre um novo commutador automatico das velas electricas— por Adriano Augusto de' Pina Vidal is. Sa o oo jo do o e 162 Sobre a velocidade da propagação das chammas-- por Francisco da Fon- seca Benevides E ce ERRA 166 Ueber eine Vogelsammlung aus Malange in Angola, eingesandt von dem Reisenden Otto Schutt. Bearbeitet von dr. Ant. Reichenow........ 184 E. Oustelet. Catalogue méthodique des oiseaux recueillis par M. Marche, dans son voyage sur BOsooues E e ER RE 192 Num. XXVIII. —MAIO DE 1880 Algumas notas ao roteiro da viagem da India por D. João de Castro... .. 197 Notice sur une nouvelle espêce africaine du genre «Coracias»— par J. V. Barboza “du Bocage... tri pr Lo TRA 226 Aves das possessões portuguezas d'Africa occidental — por J. V. Barboza du Bocage ..... aba db Tala ja alta fo DER aa pa EA A 229 Generalisação da serie de Lagrange — por F. Gomes Teixeira... ........ 247 Parecer ácerca do Microphotometro electrico do sr. Virgilio Machado.... 255 MATHEMATICA 1. Theoria geral das combinações com repetição POR L. P. DA MOTTA PEGADO 1.— Chamam-se arranjos com repetição de m objectos differentes tomados n a n a todos os grupos de n objectos eguaes ou deseguaes, que com elles se podem formar colocando-os em qualquer ordem e por todos os modos possiveis. A repetição é total ou parcial conforme todos os m objectos, ou sómente alguns podem figurar mais de uma vez nos diversos arranjos. Nos arranjos sem repetição o numero n de objectos de cada grupo não pode exceder o numero m de todos os objectos dados; nos arranjos com repetição qualquer destes dois numeros pode indifferentemente ser egual, ou superior ao outro. Os arranjos dos tres objectos a, b e c com repetição de a e b to- mados2a2,3a3et4a4 são ab, ac, be, ba, ca, cb, aa, bb abc, acb, bac, bca, cab, cha; aab, aba, baa, aac, aca, caa, bba, bab, abb, bbc, bcb, cbb; aaa,bbb, aabc, aacb, acab, caab, abac, abea, acha, caba, baac, baca, bcaa, cha a bbac, bbea, beba, cbba, babe, bach, beab, cbab, abbe, abcb, acbb, cabb; aaab, aaba, abaa, baaa, aaac, aaca, acaa, caa bbba, bbab, babb, abbb, bbbe, bbeb, bebb, chhi cid EU117777> aaaa, bbbb JUL 161926 * 2.— Chamam-se combinações com repetição de m ob) E differ en- ss tes tomados n a n a todos os grupos de n objectos eguaes ou A! MuSE JORN. DE SCIENC. MATH. PHYS. E NAT.— N. XXIX. 1 2 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS que com elles se podem formar collocando-os de todas as maneiras possiveis, e de sorte que dois grupos quaesquer diffiram entre si pelo menos por um objecto. A repetição dos objectos pode ser total ou parcial. Nas combinações com repetição o numero n de objectos de cada grupo, pode ser egual, superior ou inferior ao numero total m dos ob- jectos. Nas combinações sem repetição nunca é n>m. As combinações 2 a 2, 3a 3, 4 a 4 dos objectos a, be c com re- petição dos dois primeiros são ab, ac, bc, aa, bb. abc, aab, aac, bba, bbc, aaa, bbb. aabc, bbac, aaab, aaac, bbba, bbbe, aaaa, bbbb 3.— Para formarmos com dois objectos differentes a e b os arran- jos «4 6 a «-+6, em cada um dos quaes o objecto a entre « vezes é b entre 6 vezes, começaremos por substituir os 6 objectos eguaes a b por os objectos b, b, b,...bg e, depois de termos formados todos os arranjos entre estes e os « objectos eguaes a a, substituiremos por b cada um dos objectos b, Db, b,.. bp. Os arranjos, em que entram estes objectos, obteem-se formando primeiro um grupo com os « objectos eguaes a a, collocando depois 0 objecto b, em todas as «--1 posições, que elie pode occupar neste grupo, depois o objecto b, em todas as posições possiveis em cada um dos grupos resultantes e assim successivamente até estar collocado o objecto be É claro, que, procedendo d'este modo, obteremos («+ 1)(e+2)(2-+3).. (240) arranjos compostos de «a + 6 objectos, sendo « eguaes a a. Desiguando, em geral, por P,o producto 1.2.3...«, poderemos substituir o producto anterior por a+6 P o [4 Dispondo estes arranjos todos em diversas linhas horisontaes de PHYSICAS E NATURAES 3 sorte que estejam na mesma linha todos os que differirem uns dos ou- tros sômente nas posições relativas dos objectos b, b, b,.. .b; reconhe- ceremos que o numero de arranjos collocados em cada linha horisontal é Pç e portanto que o numero das linhas será ie P «Pe A Substituindo por um só objecto b os objectos b, b, b,...bp, tor- nar-se-hão identicos todos os arranjos dispostos na mesma linha hori- sontal e bastará por consequencia conservar em cada linha só um ar- ranjo para se terem todos os arranjos possiveis, em que o objecto a en- tra « vezes e o objecto b 6 vezes. O numero total d'estes arranjos dif- ferentes é por conseguinte egual ao numero de linhas horisontaes pelas quaes tinhamos distribuido os arranjos, antes da introducção do objecto 2 b. Usando do symbolo | 4 rel, para designarmos o numero de ar- ranjos de 2 objectos assim constituidos será h Car ERR Esta formula não deixa de ser verdadeira no caso de ser 6=1. h.— Os arranjos a + 6+ y a «+6 + y formados com tres objectos a, b e c, de modo que em cada um entre o primeiro « vezes, o segundo é vezes e o ultimo y vezes, obtem-se analogamente formando os arran- jos «+-6 a «--6 com « objectos eguaes a a e 6 objectos eguaes a b e substituindo c pelos objectos c, €, C,...C,. Tomando um d'esses arranjos, collocando n'elle o objecto c, em todos os logares possiveis, depois collocando em cada um dos arranjos resultantes o objecto c, em todas as posições possiveis e proseguindo assim até se haver empregado o ultimo objecto C, e, repetindo a mesma operação para cada um dos arranjos «a 4-6 a « 4-6, teem-se todos os ar- ranjos que é possivel formar de sorte que em cada um entre o objecto a a vezes, 0 objecto b 6 vezes e uma vez cada um dos objectos €, CG, C...0y. O numero total d'estes arranjos é evidentemente + [e P q (x 4-6 (a 642)... .(a 4649) saio Lx h JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS ou jabQNL a PIE RER Estes arranjos podem tambem distribuir-se por diversas linhas ho- risontaes, em cada uma das quaes sómente estejam os que diffiram uns dos outros apenas na colocação dos objectos c, c, c;...C,. Cada linha, horisontal conterá então P, arranjos e o numero total dellas será Ba Ga P..P.eP, Substituindo cada um dos objectos c, c, c,...cy por c, deixarão de ser distinctos os arranjos, que estiverem na mesma linha horisontal, e reconhecer-se-ha que o numero total de arranjos differentes, em que o objecto a figura « vezes, o objecto b & vezes e o objecto c vezes é egual ao numero de linhas horisontaes. Empregando uma notação ana- loga à de que nos servimos, quando os objectos eram dois, teremos a eu Hd Ea Cain EUR PatPgP, Esta formula é verdadeira tambem no caso de ser y=4. 5.— Discorrendo do mesmo modo no caso, em que se dá qual- quer numero r de objectos, para serem todos repetidos, será Ip 7 De tolo] E (1) Suppondo que é A==1 a equação precedente transforma-se em 'A f HS Pe hoo ini IPONPE CARR que é a expressão, que representa o numero de arranjos que se podem formar com w objectos, quando em cada arranjo um determinado ob- jecto entra só uma vez e os outros entram a, 6,...vezes. Assim o nu- mero de arranjos formados com quatro objectos a, b, c e d, em cada um dos quaes o objecto a entra 2 vezes, o objecto b entra 4 vezes, c 3 vezes e d uma vez é PHYSICAS E NATURAES 5 A on E a 2+4 +3+1 14 PoP,P,P, A mesma formula (1) continua a ser exacta, quando todos, ou al- guns dos numeros «, 6,...A são eguaes a 1. No caso de ser ou r(r—D)(r—D..d(r—r+tD)=1.2.3...r 6.— Tratemos agora dos arranjos formados com m objectos a, b, Cc... .l, t, Us. - -Z grupando-os n a n, de modo que em cada arranjo os r objectos a, b, c,.. .l entrem respectivamente «, 6, y,...À vezes. Para obtermos estes arranjos formaremos com os primeiros r ob- jectos os arranjos «--6----:+)A a «+-6+ ---à collocando em cada um «, 6, y...A vezes respectivamente os objectos a, b, c,...l e com os m—r objectos restantes formaremos todas as combinações ou pro- ductos differentesn— a—6— -::-— )an— «—6 —--:—), Tomando um dos arranjos e collocando n'elle em todos os logares possiveis 0 primeiro objecto d'um dos productos differentes, procedendo depois do mesmo modo com cada um dos objectos ds mesmo producto em rela- ção a todos os arranjos, que successivamente forem apparecendo, te- remos (e +66 +49): (02 +64... 4Apn—a6—...—) arranjos differentes uns dos outros pela collocação de um, ou mais dos objectos, que entravam na composição do producto, de que nos servimos. Combinando o mesmo producto com cada um dos arranjos, que - formâmos com objectos repetidos, achamos novos arranjos, que differem dos primeiros pela distribuição dos r objectos repetidos. O numero de todos estes arranjos é evidentemente. Es [RO RR “PDA D( ++ A+ n 6 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS ou P n P,oPecooP, Finalmente applicando a todos os productos differentes ou combina- ções o mesmo processo que applicâmos áquelle, que escolhemos, acha- mos todos os arranjos que é possivel fazer com os m objectos n a n repe- tindo um desses r objectos « vezes, outra 6 vezes, etc. Representando por mM . [ A | o numero d'estes arranjos, tem-se É Z a, 6 pro le lolà (4) mania? RD RD Pp 2 n A PPP, & 6 À (2) SAN ou 4) op RA e n p P.oPçcooP Spa MDA a E 6 À (3) 416; atol O numero de arranjos que se podem formar com os objectos a, bec4a4, repetindo o objecto a duas vezes, calcula-se, pois, por uma das duas formulas precedentes (2 ou 3) fazendo m==3, n=4, «a=2, r=1, 6€=y=...==)==0 e suppondo em geral, P, == 1. Acha-se assim 3 o ES =p QI? 1 2 As formulas (2) e (3) subsistem, quando todos, ou sómente alguns dos numercs «, 6,..A são eguaes a 14. Suppondo que todos elles são eguaes a 1 acha-se a | PHYSICAS E NATURAES ou ES ip on gun (1) AE BO Por meio d'esta formula podemos calcular o numero de arranjos n a n sem repetição formados com m objectos, de sorte que cada um dos arranjos contenha r objectos designados. Querendo, por exemplo saber, com os 5 objectos a, b, c, d, e, quantos arranjos sem repetição 3 a 3 se podem formar, entrando em cada um os objectos a e b, recorre- remos à formula precedente, que, n'este caso, se reduz a 5 5) [4 |=P,50,,—18 a 7.— Temos supposto no $ precedente, que em cada arranjo en- tram todos os r objectos repetidos, quando, porém, basta, que em cada um d'elles entrem p d'aquelles r objectos, empregaremos a formula, que vamos deduzir. Sejam a, b, c,...l os r objectos repetidos e « o numero de ve- zes que o primeiro objecto a pode entrar n'um arranjo, 8, y,..A os nu- meros analogos relativamente aos outros objectos b, c,.. .l. Formemos com os r objectos todas as combinações p a p, que re- presentaremos por abe...,bcd..., etc. É evidente que n'uns arran- jos entrarão os objectos a, b, c,... da primeira combinação tomados respectivamente «, É, y... vezes, n'outros os objectos b, c, d,... da segunda combinação figurarão 6, y, 0,... vezes e assim successivamente. Para conhecermos, quantos são os arranjos compostos de « objectos eguaes a a, 6 objectos eguaes a b, etc., começaremos por formar com estes objectos repetidos todos os arranjos possiveis, cujo numero é Prey PaoPgs Pro e formaremos depois com os m-—r não repetidos todas as combina- ções ou productos differentesn — a — 6-—y... an—a—68-—y—... Escrevendo em todos os logares possiveis n'um d'aquelles arran- jos com repetição, e em todos os que successivamente resultarem delle, 8 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS cada um dos objectos, que entram n'uma das combinações, que formá- mos com os m—r objectos, teremos («+68 +y+...+D(e+4+6fy4.. + BD..n arranjos. Procedendo do mesmo modo com qualquer dos arranjos com- binado com cada um dos productos differentes, obteem-se todos os ar- ranjos, em que estão repetidos os objectos reunidos na combinação MS P n >G RT Pao PesPçoo n—a—-B-y—... Applicando o mesmo discurso à combinação bcd... acha-se que OS arranjos em que entram os objectos b, c, d,... repetidos, são em numero P a ERA ENA Poe. Prec. DRA Z Semelhantemente se acha o numero de arranjos correspondentes a todas as outras combinações dos r objectos tomados p a p. Som- mando todos estes numeros, teem-se a expressão RR E n—a—6—-y—... n—6—y—S—... px| PP sR REST ter (8) que designa a totalidade dos arranjos n a n, com repetição de p dos r objectos, não podendo cada um d'estes w objectos entrar em cada ar- ranjo senão um determinado numero de vezes. O numero de termos 9 E 7 tp d'esta expressão é C. » s 8.— Quando todos os objectos repetidos entram o mesmo numero de vezes n' em cada arranjo, isto é, quando Go = . == n' a formula (5) transforma-se em r NONE f Px 6, rs DO (Pa) PHYSICAS E NATURAES 9 que se reduz a Pl Goa (6) quando n'==14. Esta formula dá o numero de arranjos sem repetição de m objectos tomados n a n, em cada um dos quaes entram p obje- ctos quaesquer tirados de r designados. 9. -— Mudando na formula (2) r em p acha-se [4] a == Gata RE (8) n E PioPocoeP, Do SS ca) ES DA dando a cada uma das lettras «, 6,...A todos os valores inteiros não inferiores a 2, que fazem a«atêt...ti= ou pts nm, E CA DeCS: PP; + etc. (9) PHYSICAS E NATURAES 13 que tem por termo geral DO ai) m e je fe e Co Pr “da A Me A O 4) n Pao Pçs Pço oo, designando p o numero de termos precedentes. Formando com os m termos d'um polynomio a+-b+c+... to- dos os arranjos n a n com repetição de cada um d'elles, tratando como factores os termos do polynomio, que estão reunidos no mesmo arranjo, e sommando os productos resultantes, obtem-se o desenvolvimento da potencia n do polynomio. Suppondo que é o polynomio reduz-se a m, e cada um dos arranjos torna-se egual a 4. A somma dos arranjos é então egual ao numero de arranjos n a n que se podem fazer com m objectos repetidos. Tem-se, pois, m = [4]. (10) Comparando as formulas (9) e (10) obtem-se a seguinte proprie- dade notavel das combinações sem repetição m—1 nom m Eua Mm —- A + GP. RN m— 2 1ºCp do a (11) Rir pus: 5 12.— Dos arranjos com repetição de m objectos n a n passa-se fa- cilmente para as combinações ou productos differentes n a n com re- petição. Suppondo, com efíeito, que estão formados os arranjos basta sub- stituir por um só todos os arranjos compostos dos mesmos objectos, e que apenas se distinguem uns dos outros pelas posições occupadas por elles, para se terem evidentemente os productos differentes 2 a n com repetição. 14 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Imaginemos, pois, que temos todos os arranjos n a n que é pos- sivel formar com m objectos, de sorte que em cada um entrem r ob- jectos designados, e que destes 7 objectos o primeiro, por exemplo, seja tomado « vezes, o segundo é vezes, etc. Dispondo todos estes arranjos em diversas linhas horisontaes, de modo que fiquem-em cada linha todos os que forem compostos dos mesmos objectos e que os que pertencerem a linhas diversas diffiram pela natureza d'am ou mais objectos, teremos evidentemente tantas Ii- nhas horisontaes, quantas as combinações n a n, que se podem fazer com m objectos repetindo r pelo modo acima indicado. E como cada uma das linhas horisontaes tem (S 6) Pp n PESprapi arranjos, segue-se que basta dividir a formula (2) por esta fracção para se obter o numero [ | FER GA RE (12) de combinações de m objectos n a n com a condição de 7 dºaquelles objectos estarem repetidos em todas ellas. N'esta formula podem suppôr-se eguaes a 1 quaesquer dos nume- ros «, 2,...). Se todos elles o forem ter-se-ha [e | avr ' (13) 44, E é claro que esta egualdade designa quantas das combinações n a n, que se podem formar com m objectos, contém 1 d'esses objectos sem repetição. Procedendo analogamente com os termos da formula (5) achare- mos a seguinte expressão FA m—r EO = reto... (14) n—a—6—-y—... n—6—y—S pela qual determinaremos, quantas das combinações x a x formadas com PHYSICAS E NATURAES 15 m objectos, contém p objectos quaesquer de r previamente designados, suppondo que essas combinações são taes, que nenhum dos p objectos possa entrar n'uma dºellas, sem estar repetido um numero determinado de vezes. Se este numero fôr o mesmo para todos os p objectos, isto é, se fôr pi AS sp ho pad a expressão precedente transformar-se-ha em "c Saio 2 n—mn!' p que, para n'==1 se reduz à formula fo dio (45) 2z Uoamav A que, como é sabido, designa quantas das combinações n an feitas com m objectos sem repetição conteem p objectos quaesquer escolhidos en= tre r previamente indicados. 13.— Substituindo na formula (12) r por p, dando a «a, 6,... À va- lores inteiros não inferiores a 2 que satisfaçam à condição «+66 +... +ti Citi > CR sd CATAR n 1 n— à 2 n—a—6 3 n—a—6—y N'esta formula 1 designa, quantos são os objectos d'onde hão de ser tirados os que podem ser repetidos. O segundo termo exprime o numero de combinações, que contém um qualquer dos r objectos 2, 3,... « Vezes, O terceiro o numero de combinações em que dois quaes- quer dos r objectos entram 2, 3, 4... vezes, e finalmente o terceiro ter- mo representa o numero de combinações, que comprehendem tres ob- jectos repetidos. 14.— Suppondo que sómente um objecto pode ser repetido, todos os numeros «, 6, y,.., À excepto um são nullos e.a formula (17) re- duz-se a mM mM 3 | m—1 | e] =" 186 > C n n 1 n— & 1 ou pu m m—1 m—1l m—1 C C++ cc 6 7 a 56 n n—2 n—3 0 PHYSICAS E NATURAES 17 e finalmente, se advertirmos que é, ma m—1 m—1 m—1 n n n—1 0 teremos Sendo « CNCarnadONCIaRO ico ereus o co peno pao da ACD 4 »: laranjas Soda eg Vo a Pa a VE AN SD E] » amanelloNintens o sro ea ra ap Sia RO » | amarello Claro. ses to eia pe polo Roe ERA aaa NT, ON > - amarelo. Canaria) tes care pars ra nena ha Vo go ei 41 > Verdelclana rege rea PPA RP E RA G PERRRNE E | DAR 7] RO O E (0 POA a ANTES SD AS da NRRAR io (é | » -AZUIMESCUrO Sh Sis a aid o al AE op 10 D) roxo (diminuição instantanea) ............. 9 & Vê-se que os resultados d'estas experiencias se approximam mais dos de Werner Siemens, do que das observações de Mercadier na ac- ção das differentes regiões do espectro sobre o selénio do photóphono. Com effeito, resulta das minhas experiencias, bem como das de Siemens, que a luz roxa actua sobre o selênio e produz effeitos sensiveis no gal- vanometro, emquanto que, nas experiencias emprehendidas com o pho- tóphono, Mercadier não obteve producção alguma de sons pela acção dos raios roxos do espectro; mas são as radiações violetas ou roxas as que PHYSICAS E NATURAES 19 menor desvio produziram no galvanometro:; como se vê no quadro aci- ma foram os vidros de côres roxa, azul escuro, encarnado e amarello intensos, os que mais diminuiram a acção da luz sobre o selénio; e os que menos influiram sobre o abaixamento do galvanometro foram 9s de côres claras, amarello e encarnado fracos, verde e azul claros. Os que produziram effeitos mais rapidos foram os vidros roxo, azul escuro e amarello intenso; a acção do roxo, especialmente, foi verdadeiramente instantanea. É para notar , que o vidro fosco branco, não produziu di- minuição visivel no desvio do galvanometro, o que indica ser insignifi- cante o effeito da absorpção pela massa, e que a diminuição observada, . pela interposição das chapas de vidro córadas no trajecto das ondas lu- minosas, era devida especialmente à absorpção das luzes de differentes córes. 80 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS 2. Estudo da reiracção da luz homogenca nos prismas POR C. A. MORAES D ALMEIDA 4.—O estudo .que vamos fazer não constitue um trabalho origi= nal. Em differentes tratados de physica encontram-se, com mais ou menos desenvolvimento, as questões sobre que versa este artigo. Nota- se porém n'elles falta de clareza; porque tratando de deduzir formulas “geraes, consideram sempre o prisma formado d'uma substancia mais refrangente que o meio exterior, e suppõem a luz incidindo n'uma das suas faces abaixo da normal; e posto que algumas vezes se refiram a outros casos, não o fazem comtudo d'um modo explicito. Com o fim de evitar estes inconvenientes, tendo além disto em vista não só apresen- tar formulas geraes, como tambem esclarecer alguns pontos e desen- volver outros, reunimos n'este artigo o que julgâmos mais util aos que encetam o estudo d'esta parte importante da optica geometrica. 2.-— Formulas dos prismas. — Os prismas podem ser formados duma substancia mais refrangente que o meio em que se acham mergulhados (geralmente o ar), ou de uma substancia menos refrangente. Consideremos os primeiros. — Nºeste caso chamaremos à e 2! os an= gulos formados peia normal com os raios incidentes e emergentes, e r, r! os formados no interior do prisma, correspondentes aos primei- ros, a fim de ser sempre sen 1 sena! Sei sen r sen 7! 1 Antes de deduzir as formulas façamos as seguintes convenções: 1.º Os angulos à e à! contam-se positivamente da normal para a base do prisma, e negativamente em sentido contrario. Os angulos r e 7! contam-se positivamente da normal para o vertice e negativamente da normal para a base; PHYSICAS E NATURAES 81 2.º O angulo de desvio, que se representa por d, considera-se po- sitivo quando se conta do prolongamento do raio incidente para a base do prisma, e negativo quando se conta em sentido contrario. Supponhamos primeiro, fig. 4, um raio OD incidindo na face AB Fig. 1 abaixo da normal DM. Sendo n o indice relativo da substancia de que o prisma é formado, em relação ao meio em que elle se acha, tem-se sene ni Sen ans ci a pra (A) Ea sena! == misenn iii ri (2) “Como o angulo refrangente 4 é egual a EGM, e este a r+r', tem-se e Do triangulo DHE tira-se, por ser LHF=d, d=HDE A HED=i—r + ils! ou As quatro equações antecedentes constituem as formulas dos prismas. Estando o raio OD acima da normal, os angulos i e r, em virtude das convenções feitas, são negativos, e portanto tem-se, em vez das formulas (3) e (4), 82 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS d'onde se conclue que d é positivo, por ser, como adiante se verá, (4) t—i>>r! —r; portanto o raio emergente aproxima-se da base do prisma, qualquer que seja a posição do raio incidente a respeito da normal. Estas formulas podem demonstrar-se directamente, fig. 2. Fig. 2 Assim, no triangulo DE G tem-se pl A! ou A=r'—r e dos triangulos ENH e DNE tira-se d=i!— HNE=i—[i—r+r'] ou E RA Tratemos agora de prismas menos refrangentes que o meio ex- terior. Os angulos de refracção formados no interior destes prismas são maiores que os de incidencia correspondentes, e por isso chamaremos à, 4! aos primeiros, e r, r! aos segundos, a fim de se ter ainda sen à sena! | sen Tr sen 7! Suppondo primeiramente o raio OD, fig. 3, abaixo da normal, tem-se, como no primeiro caso, PHYSICAS E NATURAES 83 Aee a O Ma) ER AMRS) Fig. 3 Façamos agora as seguintes convenções: 4.º Contemos os angulos 7 e 7! positivamente da normal para a base do prisma, e negativamente em sentido contrario; e os angulos i e i! positivamente da normal para o verlice e negativamente da nor- mal para a base; 2.º Consideremos positivo d quando se conta do prolongamento do raio incidente para o vertice do prisma, e negativo quando se conta em sentido contrario. Suppondo o raio acima da normal, ter-se-ha pois ab A O o 6 dr ado a sr) o que se pode verificar directamente; e como (4) d é positivo, o raio emergente desvia-se, no prisma menos Repana ate: que o meio exterior, sempre para o lado do vertice. Notemos ainda que, sendo À pequeno, pode EF, figs. 1 e 3, estar acima da normal, e então nas formulas 3, 4, 7 e 8, devem considerar-se negativos os angulos à e 7. O angulo d conserva-se porém positivo, por ser n'esta hypothese d==i—i'— (r-—r"); e como dissemos é i—i'>>r—r'. 3.—Valor de d em funcção de nn. 1.º— Prisma mais refrangente que o meio exterior. Suppondo o angulo do prisma muito pequeno, e sensivelmente perpendicular ao seu plano bissector o raio incidente, são muito peque- 84 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS nos os angulos 2, 1, à', 7, e podem portanto tomar-se os arcos pelos senos; tem-se pois : sen 1==n 7 sen 1” :' sen 41/==n 7! sen 4º ou i==n"T i=nr' D'estas duas formulas tira-se i4-i'==n A. Substituindo este valor na formula (4), porque n'este caso o raio incidente está evidentemente abaixo da normal, tem-se dn A AEE AD DA RO CU 2.º Prisma menos refrangente que o meio exterior. As duas equa- ções antecedentes dão co o (rn) e como é A==i +41 vem A=n (r4-r); substituindo na formula (8), tem-se n—i A o d=4— SD >A(1-) >A dias a n n k.— Desvio minimo. 1.º— Prisma mais refrangente que o meio exterior. Sommando e subtraindo as duas formulas seni==nsenr seni'==n sen?! vem sen il seni'==n(senr + sent?) seni— seni'==n (senr — sen 1!) PHYSICAS E NATURAES ou + o á 1— a! rr! r—r! sen —— c0s —— ==n sen cos 2 2 2 Z oi(a) i—a! ia r—r! rr! sen —— cos —— ==nsen —— cos 2 2 2 2 mas d=i-I—A e A=r4r' estando o raio abaixo do normal; e d=!—i— A A=r'—r estando 0 raio acima; logo no primeiro caso é o ALd A 2 sen == Sen — BRR Udo 2 2 x ii! (b) cos —s e no segundo rr! cos —— se at S E E É (c) n—— =n8en>—X————— eve : 2 2 a ita! cos 2 85 Estas duas formulas reduzem-se à primeira, fazendo negativos os angulos i e 7, quando se referem ao segundo. caso. Considerando em especial a formula (b), reconhece-se que o mi- nimo de d corresponde ao minimo de por ser A constante, e e portanto 86 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS e como o minimo do primeiro membro da formula (b) coincide com o de vejamos quando é minimo este quebrado. Com o fim de evitar quanto possivel o calculo diferencial podemos proceder d'este modo. Por ser sent sen?! sent— sen 1! seny seny” senr—sen?! é, suppondo, por ex., ii sen i—sen à/>-sen r—sen 7 ou i— à 2-3! r—r! rr! 2sen—— cos—— D>2 sen —— cos — 2 2 = 2 Ada e por ser ei! rr! COS —5— sen 3 ou i—iiDr—r! D'esta desegualdade resulta — q! r—g! cos cos 2 o 2 ou | dB 2 . Ni B- | t— cos = Fazendo n'este quebrado i==i' e portanto r==r', elle torna-se egual à unidade. Logo o minimo de d corresponde a i==i'. PHYSICAS E NATURAES 87 Para tornar minimo o angulo d na formula (c) é necessario tornar minimo rr! 2 ii! cos cos O calculo demonstra porém que não ha valor de à que torne minimo aquelle angulo. De feito, derivando em relação a à a formula d=i'—i—A tem-se ded da! ; E e portanto di! ART Da a(o) no caso do maximo ou do minimo. Das formulas sen i=-=nsenr; seni'=nsenr!; A=r'—r tira-se Cos 1 n Cos dr -j di! , dr! dy' dr To r—>— cosl— = ncosr!'—— — = —— di” d Be dado e portanto da! cos 7! cos i di cosrcosi! A condição anterior (d) reduz-se pois a cos r! cos é cos r cos é! ou 88 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS o que se verifica apenas para i==i'; porque sendo ?' 51, por ex., tem-se A GELO A : : : sen -—--— SN —— cos 1 cos 1! cos ti — cos q! 2 2 cosr cost” cosr—cosr! — r'—r rAr' Sent=19 61 2 2 e por ser cos 2 a E cos + ê U—i g'—r sen TIBIR << sen 2 ou U—iLr—r o que é absurdo, como já vimos. Do mesmo modo se demonstra que não pode ser i>>1'; logo é i==i'. A formula 4==r'—r mostra porém que não pode ser i==? ou =="; logo, quando o raio está acima da normal, o valor de d varia sempre no mesmo sentido, e não tem portanto nem maximo nem mi- nimo. 2.º— Prisma menos refrangente que o meio exierior. Nºesta hypothese tem-se para os raios abaixo da normal A= ii | d=A—(r'+r) e para Os raios acima 7 A=i—i dA (ms portanto tira-se das formulas (a) no primeiro caso ii! ALE RA MN O sen 2 a SEM een ru aaa (e) cos 5) e no segundo 29! > BR RA oa O 15 Es Seu (61) PHYSICAS E NATURAES 89 Na primeira formula o minimo d corresponde ao maximo de A—d 2 ou de rena 2 por ser A—d nr! ú Ri a e portanto ao maximo de Eos 2 Pd a e em virtude do que temos dito é t—a! 2 cos — É 2 cos SoM para 4 differente de i'. O maximo verifica-se portanto ainda para ==”. Procedendo como anteriormente, mostra o calculo que deve ser i==i para d ser maximo ou minimo, quando o raio está acima da nor- mal; e como esta condição é absurda por ser A==t'—:, segue-se que neste caso não ha maximo nem minimo. Fazendo i==: nas formulas (b) e (e) vem A Sen gq RS gere rras le (43) A—d 1 Ra Sel mouici ne cross (14) das quaes se tira o minimo valor de d. J0RN. DE SCIENC. MAT. PHYS. E NAT.—N. XXX. 90 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Este minimo realisa-se evidentemente no raio incidente para o qual o refracto correspondente é perpendicular à bissectriz do angulo refrangente do prisma; porque sendo i==i' ou r==r'é, fig. 1, AD=A E. A condição i==i" do desvio minimo é realisavel; porque fazendo incidir normalmente um raio de luz sobre a face d'um prisma, tem-se i==0 ou r==0, e portanto r'==A, sendo o prisma d'uma substancia mais refrangente que o meio exterior, por ser A==r+-r'; e no caso contra- rio i/==4, por ser então 4A==: + 1!. Fazendo em seguida mover o prisma de modo que o vertice se afaste do raio de luz, é claro que ter au- gmentam, e que à e r' diminuem, e haverá portanto uma posição para a qual r será egual a 1! ou i==1. Para concluir isto mesmo experimentalmente, introduz-se por um orifício praticado na parede d'nma camara escura um feixe de raios solares, e marca-se a posição em que se projecta na parede opposta; ine tersecta-se em seguida o feixe e toma-se nota da nova posição da ima- gem do orifício. Fazendo depois mover o prisma sempre no mesmo sentido em torno d'um eixo parallelo às suas arestas, reconhece-se que a imagem se aproxima successivamente do ponto marcado na parede, até uma posição da qual se afasta depois. O prisma tem attingido então a posição correspondente ao desvio minimo, e é facil reconhecer que os feixes incidente e emergente são egualmente inclinados sobre as suas faces. 5.-—Condição da emergencia dos prismas. Os prismas empregam-se umas vezes para desviarem a luz de modo que incidindo na face AB, fig. 1, saia pela face AC; outras vezes com o fim de fazerem sair os raios pela face BC reflectindo-se total- mente em A€. Assim, suppondo por exemplo um prisma de vidro cuja secção principal seja um triangulo rectangulo isosceles, ABC, fig. 4, como E Fig. 4 o angulo limite para o vidro é proximamente 42º, um raio O D normal 1 No estudo do desvio minimo não considerâmos o caso do raio emergente PHYSICAS E NATURAES 914 à face AB reflecte-se totalmente em AC, por ser 0 angulo ODN==BAC==45º superior ao angulo limite. O raio reflexo DO, fazendo com AC um angulo de 45º, incide nor- malmente sobre BC e emerge portanto sem se desviar, concluindo-se daqui que o prisma funcciona como um espelho AC inclinado de 45º sobre o raio de luz incidente. Vejamos agora quaes as condições de emergencia na face AC, fig. À, suppondo apenas o prisma mais refrangente que o meio exterior; por que aliás todos os raios que tiverem entrado sairão necessariamente, por passarem dum meio menos refrangente para outro que o é mais. Para maís clareza do que vamos dizer notemos primeiro, que sendo Fig. 5 AB a linha de intersecção da superficie do papel com a de separação de dois meios, dos quaes o superior ê menos refrangente que o inferior; NN' a normal áquella linha, existente no plano do papel,e LON' ou L'ON' o amgulo limite; dentro do cone gerado por LO, movendo-se em torno de NN, existem todos os raios que incidindo em O caminham do meio superior para o inferior, ficando no angulo LON' os que no plano do papel incidem em O à direita da normal NO, e no angulo L' ON' os que incidem à esquerda da mesma normal; e dentro do cone cujo vertice é o ponto 0, situado abaixo de AB, devem existir os raios de luz que, partindo d'aquelle ponto, e incidindo na superficie de sepa- ração de dois meios, podem emergir no meio superior. A primeira parte não precisa ser aqui justificada; a segunda é evidénte, porque imaginando um raio 00' fóra do cone gerado pela estar acima da normal, porque sendo então ou d=i—i!'— A ou d=A—(r—r), conclue-se facilmente, procedendo como no caso do raio incidente acima da normal, que, variando 4, estas duas funcções variam sempre no mesmo sentido. 7x 992 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS geratriz LO, e tirando a normal MM, fórma-se o angulo M 0'0=0'0NDLON d'onde se conclue que o raio 00'não pode emergir no meio superior. Seja agora BAC, fig. 6, a secção recta dum prisma, conduzida pelo ponto 1 de incidencia do raio, e n "aquelle ponto tirem-se as rectas IE e ID respectivamente perpendiculares às faces AB e a AC; suppondo , j à a À al ||| IE Fig. 6 F'IE egual ao angulo limite, e fazendo mover em torno de IE a recta IF, obtem-se o cone F'1G' dentro do qual existem todos os raios, que, incidindo em 1, passam do meio exterior para o interior do prisma; suppondo DIG tambem egual áquelle angulo, e fazendo mover TG em torno de ID, fórma-se outro cone FIG dentro do qual devem existir todos os raios, que, partindo de 1, podem emergir no meio exterior. Con- clue-se portanto que é preciso que estes cones se intersectem para ha- ver raios que entrando em T possam sahir na face AC; não deve por- tanto ser DIE>>2L;e como DIE=-Á, segue-se que para haver emer- gencia na face AC é necessario que o angulo refrangente do prisma não seja maior que o dobro do angulo limite da sua substancia. O angulo li- mite do vidro sendo proximamente 42º, basta que o angulo refrangente seja egual a 90º para não haver emergencia de raio algum. Sendo A=2L, é DIE=-2L; as rectas 1F' e IG coincidem; os dois cones tornam-se por tanto tangentes, e a geratriz de contacto IF, exis- tente evidentemente no plano da secção recta ABC, representa o raio refracto correspondente ao unico raio incidente que pode emergir na face AC, o qual é evidentemente c que rasa a superficie AB caminhando de B para 1. Suppondo que A diminue, diminue egualmente o angulo DIE; os dois cones passam de tangentes a secantes; a recta IG aproxi- ma-se de 1G', e por conseguinte maior é o numero de raios que inci- dindo no ponto 7 podem emergir na face AC. PHYSICAS E NATURAES 93 As rectas IG e IE são distinctas emquanto é A>L; e por ser GIE=DIE-—DIG ou GIE=A-L, segue-se que A—L representa o angulo de refracção correspondente ao ul- timo raio incidente, a contar da base do prisma, que pode emergir na face AC. Suppondo A==L, IG coincide com TE; ID com LF'; o angulo GIE reduz-se a zero, e portanto o ultimo raio incidente que pode emergir é o normal à face AB no ponto 1. Para este valor de A emergem pois já todos os raios incidentes em I comprehendidos na parte LIB. Sendo A2L é r>L, o que é - absurdo; quer isto dizer que não ha raio emergente. N'este estudo supposemos sempre o prisma mais refrangente que o meio onde se acha, pois aliás já dissemos que todos os raios que entram podem sair; e não considerâmos o caso do raio emergente estar acima da normal, o que pode dar-se, para certos valores de à, quando é muito pequeno o angulo do prisma, porque sendo então A=r—r' qu r==A+r', é, para aquelles valores de 1, 7'.9054" Humbe (Anchieta); Duque de Bragança (Bayão). Humbe, Boiivar, Gen. nov. OEdipodae Latr. (Stãl, Recens.) affine; differre videtur fronte con- vexa, carinis lateralibus arcuatis, costa plana, leevissime elevata, vertice maxime declivi; antennis angustissimis; pronoti crista alta, antice declivi, integra, sulco postico non intersecta, lobulis defle- xis subtus antice sinuatis, postice rotundatis; femoribus posticis latis, compressis, carina superiori ante medium latissima, pos- tice angustata sed non sinuata, vix dentata, tarsis posticis bre- vioribus, artículo primo tertio longiori. 40. Humbe pachytyloide, Bolivar, sp. nov. 9. Ochraceo-flavescens; capite thoraceque punctatis, unicolori- bus; occipite leevi, carina minuta abbreviata instructo; pronoti crista compressa, indistincte rugulosa, margine antice producta, postice angulata, apice subrotundato; elytris abdomine tertia parte longio- ribus, corpore concoloribus, tertio apicali dilutioribus; alis fascia angusta abbreviata marginali rufa, opaca, disco interno flavo, fas- cia arcuata fusca, apice hyalinis; femoribus posticis intus nigris, ante apicem annulo flavo, tibiis sanguineis, spinis apice nigris. 118 JORNAL DE SCIENCIAS MATHMEMATICAS hA. 42, 43. 4h. h5. 46. Long: Conporis: . Sta no ate tone ftamo a Sa Ra NR Ro ND DO (DROGA Sos mono oca ssa sena basado das 0”,009 DO elyimOn o SEMED DT NAO RAD 02,033 Dl fem Aposto Maio Sr SN 02,018 Humbe (Anchieta). Acrotylus angulatus, Stál. Acrotylus angulatus, Stál, Bidrag. till sódr. Afr. Orth. Fauna, p. 52. Mossamedes, Humbe (Anchieta). Gryllotalpa africana, Paliss. de Beauv. Gryllotalpa africana, Palissot de Beauv. Ins. d'Afr. et d'Amer. 229, Orth. Pl. 1, c, fig. 6. | Biballa (Anchieta); Duque de Bragança (Bayão). Brachytrypus membranaceus, Drury. Gryllus membranaceus, Drury, Illustr. 1, 81., tb. 43, fig. 2. Brachytrypus membranaceus, Saussure, Mel. Orth. Gryll. p. 286, fig 12,3: Mossamedes, Humbe (Anchieta); Angola (Welwitsch). Liogryllus morio, Fabr. Acheta morio, Fabricius, Spec. Ins. 1, 359. Liogryllus morio, Saussure, Mél. Orth. Gryll. p, 304. Humbe (Anchieta); Duque de Bragança (Bayão). Liogryllus bimaculatus, De Geer. Gryllus bimaculatus, De Geer, Mém. Lus. Iv, 521, tb., 43, fig. h. 9. Gryllus capensis, Fabricius, Spec. Ins. 1, 354. Liogryllus bimaculatus, Saussure, Mel. v, p. 307. Mossamedes, Capangombe (Anchieta); Duque de Bragança (Bayão). Pardalota versicolor, Brunner. Pardalota versicolor, Brunner, v. Wattenwyl, Mon. der Phan. p. 134, fig. 30. Cabinda (Anchieta). PHYSICAS E NATURAES 119 47. Conocephalus pungens, Schaum. Conocephalus pungens, Schaum, Reise v. Mossamb. Ins. p, 127, Baton A Angola (Bayão). 48. Enyalius obuncus, Bolivar, Sp. nov. 2. Griseo-flavescens; capite rugoso-punctato, verticis spina va- lida lata, triangulari, antennarum apicem articuli primi superanti, apice ipso nigro; pronoto grosse punctato, antice truncato, postice latissime rotundato, utrinque fascia nigra, processo laterali antico- antice spina valida subrecurva nigra, postice spina parva triangu- lari; disco ntrinque unispinoso, lobulis deflexis antice inermibus, pone coxas anticas spina valida, margine postica subreflexa spinis novem armata, quarum tribus externis majusculis, sequenti parva, media minuta; coxis anticis unispinosis, tibiis intus prope basim macula nigra, subtus in utroque margine quadrispinosis; tibiarum posticarum carina interna dimidio apicali spinis numerosis, minu- tis; carina externa medio unispinosa et prope apicem trispinosa; abdomine supra fusco, oviscapto brevi, valvulis superioribus latis, apice profunde emarginatis, angulis inferioribus superioribus lon- gioribus, curvatis et acutis; valvulis inferioribus angustis, rectis, acu- tis, lamina subanali triangulari, subemarginata. fm (BOTO) e e PE E e DA A DIDO RONCAR Sao RI oro cretino tio 001 DE Iemdor anticORmmnEs pa ao no sait OM 009 » DOS o dp DA RO RD A Mossamedes (Anchieta); Humbe (Anchieta); Angola (Welwitsch). E. dimidiato Stãl, affinis; sed spina verticis longiuscula, recta; pronoti processo laterali antico haud recurvo, obliquo, sub-ascen- denti, lobulis deflexis antice inermibus, coxis unispinosis, tibiisque posticis forma haud consueta dispositis differt. 120 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS 2. Aves das possessões portuguezas d'Africa occidental POR J. V. BARBOZA DU BOCAGE VIGESIMA PRIMEIRA LISTA A actual remessa do sr. Anchieta expedida de Caconda no pri- meiro de fevereiro d'este anno, é a menos avultada e interessante de quantas temos dali recebido nestes ultimos tempos. A extraordinaria falta de chuvas que ali tem havido explica a ausencia das aves, e em geral de todo o genero de animaes durante os ultimos mezes de 1880 e principios de 1881. Ainda assim, encontramos varios exemplares cuja acquisição temos por valiosa, e nas informações que ácerca d'algumas especies nos dá o sr. Anchieta, deparam-se-nos indicações assaz interes- santes e que transcreveremos fielmente. 1. Melierax polyzenus, (Rúpp). «Nome indigena Lupamba. Tenho observado que assobia repeti- das vezes vôando ou pousado: o cacarejar (ki... ki... ki...) que tambem lhe é proprio, parece-me que sómente se ouve no tempo em que cria. Frequente em Caconda.» Um & adulto. 2. Aturinula monogrammica, (Temm.) «Chamam-lhe tambem Lupamba. É das aves de rapina de vôo mais rapido. Frequentemente vôa baixo percorrendo distancias con- sideraveis, mas tambem se eleva bastante alto, onde paira por pouco tempo. No estomago do exemplar 9 que remetto encontrei gafanhotos.» Uma femea adulta. PHYSICAS E NATURAES 4124 >. Milvus aegyptius. Gm. «N. ind. Bimbi. É a ave de rapina mais abundante nos distri- ctos de Benguella e Mossamedes; desapparece porém desde o prin- cipio até ao meiado das chuvas. Paira em todas as alturas piando repetidas vezes. Faz por si só mais estragos na creação de aves domesticas do que todas as outras rapinas: juntas. Frequentissimo nas povoações. Nos mattos paira sobre a caça morta, indicação muitas vezes aproveitavel.» Um & adulto. k. Cerchneis vespertina. (Linn.) «Iris castanho, palpebras d'um alaranjado sujo, bico côr d'ar- dosia, amarello para a base, pés côr de laranja. Come gafanhotos, N. ind. Quicungomia-pia. Parece ser exclusivamente insectivoro. Os grandes bandos apparecem em Caconda nos tempos das queimadas, agosto e setembro; no resto do anno encontra-se um ou outro iso lados.» Um exemplar sem designação de sexo. d. Buteo augur. Rúpp. «N. ind. Gorga. Pouco abundante e difficil de caçar.» Este exemplar, rm macho imperfeitamente adulto, é o primeiro que recebemos de Caconda; os outros que nos mandou ha tempos o sr. Anchieta são de Capangombe e da Huilla. 6. Falco biarmicus. Tem. «Tão raro e difficil de caçar como o precedente.» Uma femea nova. 7. Pionias Meyeri. (Rúpp.) «N. ind. Xiquengue. Todo o anno se encontram; mas durante 0 tempo em que se criam os milhos, de fevereiro a maio, apparecem em grandes bandos, infestando os arimos, acompanhados de bandos de rôlas, que parecem seguil-os para aproveitarem os restos do milho que elles deixam cair pelo chão.» Um exemplar adulto sem designação de sexo. 8. Coracias caudata. Linn. «N. ind. Hóbia. Está muito tempo pousado n'um ramo a espiar os insectos, que caça no vôo; d'ali se eleva verticalmente cantando, JOBN. DE SCIENC. MATH. PHYS E NAT.—N. XXX. 9 129 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS e deixa-se depois cair tam rapidamente como se se abandonasse ao proprio pêso, volvendo a occupar a posição que abandonara. Nisto se assemelham aos Merops. São bastante desconfiados.» Um & adulto. 9. Coracias spatulata. Trimen. Um exemplar de sexo indeterminado e em plumagem de transic- ção. Faltam-lhe as pennas lateraes e caracteristicas da cauda. 1O. Eurystomus afer. (Lath.) «Estas especies de Coraciidae concorrem durante as queimadas a caçar principalmente gafanhotos.» Dois d. 114. Ceryle maxima. (Pall.) «Rara; encontra-se isolada, percorrendo as margens dos ribeiros guarnecidas de arvoredos densos.» Uma femea adulta. 12. Haleyon pallidiventris, Cab. Journ. f. Orn. 1880 p. 349. «Pés e bico vermelhos; iris castanho. N. ind. Sungo-anglivi (sungo, ir, e amglivi, porco) por fazer o ninho nas excavações do Phacocherrus. Pouco frequente; vive tanto pelos arvoredos das mar- gens dos ribeiros como em bosques bastante afastados. Pousa en- tre folhagem espessa. Pouco espantadiço e facil de caçar, quando se encontra.» Uma 2 imperfeitamente adulta. Todos os exemplares que possuimos de diversas localidades de Angola (Benguella, Gambos, Caconda, Humbe), referidos por nós atê aqui ao H. semicoerulea, differem sensivelmente dos exempla- res desta especie que existem no Museu de Lisboa, provenientes uns da Abyssinia, outros da Africa occidental (Goréa): nos exem- plares de Angola, mesmo nos mais adultos e em melhor estado de plumagem, nunca a côr ruiva do ventre é tão viva e tão pro- xima à côr de castanho como nos exemplares das ontras proceden- cias, e tambem n'aquelles a côr azul das azas e canda em vez de ser comparavel ao azul de cobalto, como succede n'estes, appro- xima-se mais do azul-ultramarino. São estes os caracteres de colo” rido em que se auctorisou o dr. Cabanis para referir um exemplar de Angola a uma especie distincta da H. semi-coerulaca. Quanto a ser na H. pallidiventris menos forte e mais curto o bico, assim 0 ve- rificâmos nos nossos exemplares, quando os comparamos a um spê- cimen da Abyssinia; mas já não succede o mesmo confrontando-os PHYSICAS E NATURAES 123 com varios exemplares da Goréa; n'estes o bico tem sensivelmente as mesmas dimensões. É muito de presumir que um exemplar d'Ondonga, ali colhido por Andersson, e representado pelo sr. Sharpe na est. 64 da sua Monogr. Alcedinidae, seja um exemplar novo da H. pallidiventris, em tudo semelhante a alguns dos nossos exemplares do Humbe e Gambos. A H. palkdiventris parece substitur no sudoeste dAfrica a H. semicoerulea, propria da Africa oriental e occidental. 43. Tockus pallidirostris. Finsch & Hartl. «N. ind. Sumbiriri. É a especie de Tockus mais vulgar em Cas conda. Poucas vezes acontece avistar-se um sem que em arvore proxima estejam 2, 3 ou 4. Percorrem os troncos procurando in- sectos ou reptis pequenos; em 2 dos exemplares que remetto en- contrei no estomago restos de Cameleão, no terceiro larvas de Le- pidopteros. Quando o surprehendem, vôa para a summidade das arvores mais altas antes de fugir, como que para reconhecer o pe- rigo. O seu canto habitual consiste apenas em pios; porém cacareja no tempo em que cria.» Trez exemplares: dois é e uma 9. 44. Irrisor cyanomelas. (Vieill.) «N. ind. Xicocomela. Tenho notado que esta especie, bastante desconfiada, costuma associar-se unicamente ao Dicrurus divarica- tus; sempre que se encontra o T. cyonomelas, na mesma ou em arvore proxima se vê o Dicrurus. Esta associação já se não dá com o I. erythrorhynchus.» Um à adulto. 15. Coceystes afer. (Leach.) «q. Iris castanho, pés côr de ardosia. Come coleopteros. Não o conhecem os pretos de Caconda.» É o segundo exemplar que recebemos d'esta localidade; do ou- tro um macho adulto, fizemos menção na nossa 16.º Lista, Jorn. Ac. Sc. Lisboa num. xxum, 1878, p. 195 16. Cypselus aequetorialis. Múll. «É menos abundante do que as andorinhas, a que anda muitas vezes associado.» Um ex. sem designação de sexo. 47. Nectarinia intermedia. Bocage. Dois exemplares, ambos machos, sem o menor vestigio de azul d'aço nas coberturas superiores da cauda. 9+ 124 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS 48. Nectarinia venusta. Shaw. Um & adulto. 49. Crateropus Jardinei. Smith? 20. 24. 22. 25. 2h, 25. 26. «N. ind. Gangairo. Vulgar em Caconda.» Um & adulto. É possivel que seja antes o €. hypostictus, Reich. & Cab.; mas a brevissima descripção que publicaram estes auctores (Journ. f. Orn. 1877 p. 103) não me fornece indicações suficientes. Este e outros exemplares d'esta especie, de Caconda, assemelham-se em dimensões e côres a um exemplar de Damara-Land que nos man- dou ha tempos o nosso amigo Sharpe sob a designação de €. Jar- dinei. Não temos infelizmente nenhum exemplar d'esta especie. Monticola brevipes. Waterh. «N. ind. Ungundo. Frequenta mattos mais ou menos afastados dos ribeiros, e por isso é conhecido como Ungundo do matto.» Uma femea. Oriolus larvatus. Licht. «N. ind. Angologombia. » Um & adulto. Fiscus collaris. (Linn.) «N. ind. Undolo.» Uma femea. Prionops Retzi. Wahlb. «N. ind. Etuajambo. Encontram-se em pequenos bandos; pouco abundantes.» Uma 9 nova. N Pholidauges Verreauxi. Bocage. «N. ind. Donga.» Dois d. Corvus scapulatas. Daud. «N. ind. Xiquamango. Abunda mais nas povoações do que o €. capensis; este em Caconda encontra-se de ordinario pelos mat- tos e margens dos ribeiros nos primeiros mezes depois das quei- madas.» Um &. Euplectes minor. Sundev. «N. ind. Quicengo.» Dois é. PHYSICAS E NATURAES 125 27. Penthetria Bocagei. Sharpe. «N. ind. Quicengo. Come sementes.» Um & adulto. 28. Sharpia angolensis. Bocage. «Encontrei-lhe cêra no estomago. Pouco abundante em Caconda. Trepa como os Dendrobates, e suspende-se como as Nectarinias,» Um exemplar sem designação de sexo. 29, Vidua principalis. (L.) «N. ind. Colundo cobrindiondio.» Dois exemplares à. do 30. Pternistes rubricollis. Gm. «N. ind. Unguari.» Uma femea. 31. Ciconia alba. Briss. «N. ind. Suaim. Raro em Caconda; caçado nas planícies enchar- cadas de Cotape.» Uma femea. É o primeiro exemplar d'esta es- pecie encontrado em Angola. Andersson cita-a como vulgar no lago Ngami e mostrando-se tambem em Andonga e na parte septen- trional do paiz dos Damaray, porêm o sr. Anchieta nunca nol-o mandou do Humbe, onde era mais de guppÕr que ella podesse ser encontrada. 32. Rhynchaea capensis. (L.) «N. ind. Cangombo, palavra que significa pastor de bois, e que esta ave merece por frequentar os curraes, onde esgravata à pro- cura de insectos. Não é abundante em Caconda.» Um exemplar &. 33. Bubulcus ibis. (L.) «N. ind. Nhangue. Acompanha os bois no pasto caçando os ga- fanhotos que estes fazem levantar. Apparecem em pequenos ban- dos.» Um exemplar 5. 34. Botaurus Sturmi. (Wagl.) «N. ind. Dombuero. Come peixe. Frequenta as margens dos ri- beiros distantes das povoações e as largas planicies encharcadas.» Um &$ adulto. 126 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS à. Nota sobre a synonymia de alguns saurios da Nova Caledonia POR J. V. BARBOZA DU BOCAGE! Em 1873 publiquei n'este jornal as diagnoses de alguns saurios da Nova Caledonia, que me haviam sido offerecidos por M. Aubry Lecomte, dos quaes não encontrara menção algnma n'um breve artigo de M. H. Jonan, publicado nas memorias da Sociedade de sciencias naturaes de Cherbourg, ácerca dos animaes observados n'aquella interessante re- gião. Ignorava n'aquella época que poucos mezes antes saira à luz, nas memorias da Sociedade Linneana da Normandia, um catalogo dos reptis de Nova Caledonia, onde se encontram effectivamente quasi todas as es- pecies que eu justificadamente dera por inéditas. Mais recentemente, em 1878, M. Sauvage? imprimiu no Bulletin da Sociedade Philomatica de Paris uma nota ácerca das osgas da Nova Caledonia, na qual tratou de restabelecer a synonymia dos saurios des- criptos por M. Bavay e por mim; e quasi pela mesma época M. Bou- lenger * descreveu, com a denominação de Chameleonurus trachycepha- 1 Bocage, Geckotiens nouveaux ou peu connus de la Nouvelle Calédonse et Sauriens nouveauz de la Nouvelle Calédonie, Jorn. Acad. Sc. Lisboa, Iv, 1873, pp. 201 e 228. 2 Jonan, Animaux observês à la Nouvelle Calédonie, Mem. Soc. Sc. Nat. Chera bourg, 1x, 1863, p. 101. 3 Sauvage, Geckotiens de la N. Calédonie, Bull. Soc. Phil. Paris, 1878, ex- trait, p. 3. * Boulenger, Bull. Soc. Zool. France, m, 1878, p. 68, pl. 2; ibid. 1v, 1880, p. 141. ) PHYSICAS |: NATURAES 197 lus nma das especies que M. Bavay e eu haviamos descripto com outras denominações. Para ter completa a bibliographia que se refere à fauna herpetolo- gica de Nova Caledonia falta-me citar o professor Peters !, que em 1865 publicou a diagnose de um saurio, Ligosoma nigrofasciatum, e de um opbidio, Anoplodipsas viridis. ambos da citada procedencin, e M. Gui- chenot?, que revelou a existencia de uma fórma singularissima no grupo das osgas, o Correlophus ciliatus. “ Aproveitando-me agora de todos estes subsidios, examinei nova- mente os exemplares da Nova Caledonia que existem no museu de Lis- boa, e vou expor concisamente o que se me offerece ácerca dos seus ca- racteres e synonimia. 4. Rhacodactylus Leachianus. Platydaciylus Leachianus, Cuv., Regn. Anim. 2, p. 54; Bavay, Cat. rept. N. Caled. p. 3. Rhacodaciylus Leachianus, Bocage, Jorn. Acad. Sc. Lisboa, Iv, p. 201. Os dois exemplares da nossa collecção pertencem effectivamente a esta especie, que abunda na Nova Caledonia. 2. Rhacodactylus Aubryanus, Boc. loc. cit. p. 202. O exemplar que eu considerei distincto do Rh. Leachianus, dif- fere com effeito dos 2 especimens d'esta ultima especie, com que pude comparal-o, pela circumstancia de ter a cabeça revestida su- periormente, não de escamas polyedricas regulares, similhantes na fórma e dimensões, levemente convexas no centro e por vezes ca- rinadas, mas sim de granulações pequenissimas, pela maior parte, e irregulares. A não ser na extremidade do focinho, onde se encon= tram algumas escamas mais distinctas e tambem irregulares na fôrma, e com excepção das placas que circundam as narinas, algu- mas das quaes são tambem substituídas por granulações, todo o revestimento desta parte da cabeça apresenta um aspecto granu- loso bastante caracteristico. Não ê impossivel comtudo que esta disposição especial, que consiste n'uma extrema subdivisão das es- camas da cabeça, constitua apenas um caso particular de anoma- lia, e que este exemplar deva ser referido ao Rh. Leachinnus. Fica dependente de novas observações a resolução d'esta duvida. 1 Peters, Monatsb. Akad. Wissensch., Berlin, 1869, pp. 435 et 442. 2 Guichenot, Mem. Sc. Nat. Cherbourg, xu, 1866, p. 248, pl. vm. 128 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS 5. Chameleonurus chahoua. Platydactilus chahoua, Bavay. toc. cit. p. 3. Rhacodactylus trachyrhynchus, Boc. loc. cit. p. 203. Platydactylus (Rhacodactylus) chahoua, Sauvage, Bull. Soc. Phi- lom, Paris, 1878. (Extrail) p. 6, Chameleonurus trachycephalus, Boulenger, Bull. Soc. Zool, Fran- ce. 11, 1878, p. 68, pl. 2. Não pode haver a menor duvida de que o Plat. chnhoua, Bavay, é identico ao nosso Rhacodactylus trachyrhynchus; para O reco- nhecer bastará confrontar a diagnose que publiquei desta especie com a descripção mais. extensa e complela de M. Bavay. Não ha, é certo, perfeita concordancia em alguns pormenores, taes como 0. numero das placas labiaes ou das que cercam as narinas, porém essas discordancias não vão alêm das variantes individuaes, que to- dos os herpetologistas estão costumados a notar em muitas espe- cles, muito particularmente n'este grupo de saurios. M. Boulenger, tendo tido recentemente occasião de observar 2 exemplares d'esta especie no museu de Bruxellas, considerou iné- dita a especie e julgou tambem dever estabelecer para ella um ge- nero novo, que tem por caracter principal a circamstancia, por elle descoberta. de ter a cauda prehensil. Mais tarde o mesmo auctor reconheceu, graças a M. Sanvage, que o seu Ch. trachycephalus era identico ao !lpt. chahoua e ao Rh. trachyrynchus; mas por essa occasião estranha com alguma severidade que eu referisse este animal ao genero Rhacodactylus, Fitzinger, quando este genero tem, como é bem sabido, por caracteres principaes a existencia de pregas cutaneas aos lados do corpo e membros e de palmuras nas extremidades, caracteres estes que o mesmo auctor não encontrara nos 2 exemplares que examinou. É certo que a particularidade de ser a cauda prehensil n'esta es- pecie me escapou a mim, como escapon tambem a M. Bavay e a M. Sauvage; e devo accrescentar que, no exemplar que tenho diante de mim, não encontro indicios bem pronunciados do em- prego que M. Boulenger attribuz ao appendice caudal, nem a fi- gura publicada por este auctor nos dá provas incontestaveis de ser a cauda prehensil. Em outra especie da Nova Caledonia, o nosso tA prehensibilidade da cauda não se manifesta claramente no nosso exem- plar, nem se deprehende tambem da maneira porque está representado este ap- pendice na fig. publicada por M. Boulenger. PHYSICAS E NATURAES 129 Ceratolophus hexaceros (Plat. auriculatus, Bavay), a cauda apre- senta, nos dois exemplares do museu de Lisboa, indícios ainda mais pronunciados de ser prehensil. Não contesto comtudo que a af- firmativa de M. Boulenger possa ser exacta. Diz M. Boulenger: «M. Barboza, en faisant de son trachyrhyn- chus un Rhacodactylus, a êvidemment méconnu les caractéres sur lesquels repose ce genre». Esta censura alcança tambem M, Sau- vage, que refere esta especie ao genero ou sub-genero Rhacoda- ciylus. Vejamos se é merecida, Pertende M. Boulenger que os pês d'este animal não são palma- dos (dois libres, sub-égaux de), e que não tem as pregas cuta- neas que se encontram no Rhacodaciylus Leachianus s em outras especies (cótés du tronc et du cou plus ou moins plissés, mais de- pourvus de lobes cutanés). Cumpre antes de tudo averiguar se as observações de M. Boulenger são rigorosamente verdadeiras. M. Bavay encontrou semi-palmados (à demi-palmés) os dedos dos exemplares que vio; M. Sauvage diz que a palmura vae ape- nas até um terço dos dedos (doigts palmês dans un tiers seule- lement) no exemplar do museu de Paris; no exemplar do museu de Lisboa ha palmuras bem distinctas e exactamente como as des- creve M. Sauvage. A figura publicada por M. Boulenger é n'este ponto tão inexacta como a sua descripção. Das pregas cutaneas diz M. Bavay o seguinte: «Un leger pli de la peau se remarque sur chaque branche du maszillaire inférieur ; il se continue sur les cótés du cou et sous les pattes antérieures, comme sur le Plat. Leachianus; mais il est moins prononcê en avant, presque nul en arriêre, ou il ne se prolonge pas sur Pavant- bras. Sur les flancs, le pli est faible, et il ne devient pas três con- sidérable sur les pattes postérieures, qu'il borde de chaque côté ; il ne se prolonge pas sur la queue.» O nosso exemplar apresenta, além das pregas cutaneas do pes- coço, descriptas pelos dois auctores precedentemente citados, uma prega longitudinal de cada lado do corpo, muito bem indicada, que pela regularidade e symetria da sua disposição nos pareceu, e parece, dever existir realmente no animal vivo, como tambem M. Bavay acreditou. N'um dos nossos exemplares do Plat. Lea- chianus, que temos diante de nós, as pregas cutaneas dos flancos não apresentam vestígios mais pronunciados da sua existencia. O estado de conservação de um e outro exemplar deixam muito a desejar. 130 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Será prudente esperar por exemplares em melhor estado do que os que até agora teem sido examinados, para se poder affirmar se o Chameleonurus chahoua tem uma prega cutanea regular e syme- trica de cada lado do corpo, ou apenas algumas pregas irregula- res, como quer M. Boulenger. h. Ceratolophus auriculatus. Platydaciylus auriculatus, Bavay, loc. cit. p. 6. Ceratolophus hexaceros, Bocage, loc. cit. p. 205. Platydaciylus (Ceratolophus) auriculatus, Sauvage. loc. cit. p. 7. Os dois exemplares que descrevi sob a denominação de Cera- tolophus hexaceros devem incontestavelmente referir-se à especie a que M. Bavay chama Plat. auriculatus. Egual concordancia apre- sentam em seus caracteres os dois exemplares descriptos por M. Sauvage. A fórma arredondada que se nota na cauda desta especie e a circumstancia de estar nos nossos dois specimens distinctamente enrolada na extremidade levam-me a conjecturar que é prebensil. Eis mais uma especie n'este grupo de saurios dotada d'este cara- cter excepcional, que se poderá acrescentar às trez citadas por M. Boulenger (Bull. Soc. Zool. France 1v, 1880, p. 142). à. Lepidodactylus crepuscularis. Platydactylus crepuscularis, Bavay, loc. cit. p. 8. Lepidodactylus neocaledonicus, Bocage, loc. cit. p. 206. Plat. (Lepidodaciylus) crepuscularis, Sauvage, loc. cit. p. 9. Todos os que teem examinado esta especie a comparam com o L. lugubris (Dum. & Bib.). M. Sauvage accentua bem as differen- ças que ha entre as duas especies, dizendo cue as granulações da pelle são ainda mais pequenas no L. crepuscularis, e que a pre- sença de uma glandula por detraz da orelha e a particularidade de ter o pescoço mais bem definido o distinguem da outra especie. 7. Lioscincus Steindachneri. Lioscincus Steindachneri, Boc. loc. cit. p. 228. M. Sauvage presume que possa ser o Lygosoma arborum, Ba- vay*. Para se reconhecer porem que o exemplar que eu descrevi sob aquella denominação não pode ser referido a esta especie, bastará observar que elle tem a fronto-parietal simples e uma só *Sauvage loc. cit. p. 4. PHYSICAS E NATURAES 134 frenal ao passo que no L. arborum a fronto-parietal é dupla e ha duas frenaes bastante desenvolvidas. Por esses caracteres, e ainda pela presença de uma freno-nasal e pelo numero das series longi- tudinaes d'escamas, o Lioscincus Strindachneri aproxima-se mais do L. tricolor, Vieillard, conforme se acha descripto por Bavay. Nas dimensões porem não concordam, pois que Bavay attribue a esta especie apenas 14 centimetros de comprimento total, em quanto que o exemplar que possuimos tem perto de 20 centimetros. É ainda digno de notar-se, que n'este a nasal tem o orifício da narina junto do angulo anterior-inferior, e parece dividida em duas porções por um sulco completo; e além d'isso encontro apenas duas freno- orbitarias sobrepostas em logar das tres que menciona M. Bavay. Por estas considerações não me parece que o L. Steindachneri seja identico ao L. tricolor; mas talvez haja razão para o incluir no ge- nero Lygosoma, associando-o às especies que teem, como elle, uma freno-nasal. 8. Lygosoma nigro-fasciolatum. L. nigro-fasciolatum, Peters, Monatib. Atz. Wiers. Berlin 1869 p. 495. L. Deplanchei, Bocage, Jorn. Acad. Sc. Lisboa 1v, 1873, p. 229. ?L. arborum, Bavay, loc. cit. p. 19. Os exemplares do Museu de Lisboa concordam Amo em seus caracteres com a descripção publicada pelo dr. Peters do L. nigro-fasciolatum. Tambem me parece que o L. arborum não é distincto d'esta especie, embora M. Bavay lhe dê um numero um pouco inferior de series longitudinaes d'escamas, 36 em vez de 39, e comquanto não exista nos nossos exemplares um sulco pos- terior à narina na placa nasal, que este auctor considera como po- dendo servir, conjunctamente com a forma das unhas, para caracte- risar um sub-genero distincto. A perfeita concordancia que se dá nas dimensões e côres dos nossos exemplores com as dos descri- ptos por M. Bavay, e bem assim o numero e conformação geral das placas cephalicas, favorecem a minha conjectura de que per- tencem à mesma especie. 9. Tropidoscincus variabilis. Tropidolepisma variablis, Bavay, loc. cit. p. 26. Tropidoscincus Aubryanus, Bocage, loc. cit. p. 230. Tropidoscincus variabilis, Sauvage, loc. cit. p. 4. 132 JORNAL DE SCIENCIAS MATHMEMATICAS A descripção d'esta especie por M. Bavay é exacta. Apenas nota- rei que nos dois exemplares, que tenho à vista, conto 32 series lon- gitudinaes de escamas, em vez de 34 series, que encontrára aquelle auctor. Nas córes, o exemplar joven differe consideravelmente do adulto, como muito bem observára M. Bavay. Além das especies precedentemente indicadas, a collecção de saurios da Nova Caledonia, que nos offerecera em 1868 M. Aubry Lecomte, contem um exemplar joven da Grammatophora barbata, Kaup. O frasco que contêm este exemplar traz uma etiquetia onde se lê: «Nouvelle-Caledonie, C. Deplanche.» Esta especie não vem mencionada em nenhum dos escriptos an- teriormente publicados ácerca dos reptis da Nova Caledonia; e por isso julgo opportuno apontal-a aqui. PHYSICAS E NATURAES 133 4, Liste de quelques espêces de poissons d'eau douce de Vintéricur d'Angola, PAR ANTONIO ROBERTO PEREIRA GUIMARÃES Aide-naturaliste au Muséum de Lisbonne Ces poissons, déposés au Muséum de Lisbonne, et envoyês par les intrépides officiers de la marine portugaise, MM. H. Brito Capello et Roberto Ivens, pendant leur voyage d'exploration en Afrique de 1877 à 1880, ont été recueillis dans la région comprise entre les 40º et 43º deégrés de latitude Sud, et les 16º et 19º degrés de longitude Est, Green= wich. Fam. LABYRINTHICI Genus (Ctenopoma, Peters 1. Ctenopoma multispinis, Peters. Gthr. Cat. Fishes Brit. Mus. vol. m1 p. 373. Peters, Mossamb. Flussfiche p. 16. Gibr., Ann. & Mag. Nat. Hist. vol. xx p. 110. 2 spécimens. a.— Longueur totale.. .... ORI OR DOA Peg 1O cent. b— » » 134 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Fam. CHROMIDAR Genus Chromis, Cuv. 9. Chromis mossambicus, Peters. Gthr. Cat. Fishes Brit. Mus. vol. Iv p. 268. 2 spécimens. q: Dongueunito alert Saia fo 8 cent. == » » os %Sccccc. cc coco cocos. 8,8 » 3. Chromis Sparrmanni, Smith. Gthr. Cat. Fishes Brit. Mus. vol. Iv p. 269. La diagnose publiée par M. le D.” Gunther s'accorde parfaite- ment avec notre spécimen, à une exception prês; nous avons trouvé dans la nageoire dorsale 15 rayons épineux au lieu de 14. 1 spécimen. Longueur totale........ SeIsaE Sta Gio 8,8 cent. Genus Hemichromis, Peters, 4, Hemichromis robustus, Glhr. Proc. Zool. Soc. 1864, p. 312. 1 spécimen. 8 ' Eongueur: totale = 4.4 Jo cao Moe apego at opa er RE 8,2 cent. d. Hemichromis angolensis, Steind. Mem. Ac. Sc. Lisboa 1865. “8 1 spécimen. Longueuritotale- isa. oc joraroro a je oia pena ro na Sado 9 cent. Habitat. Rio Quanza. Les indigénes Pappelent Moaca. PHYSICAS E NATURAES 135 Fam. SILURIDAE Genus (larias, Gronov. 6. Clarias anguillaris. Linn. Gthr. Cat. Fishes Brit. Mus. vol. v p. 14. 2 spécimens. Glam HOngueur totale: . iii escapado 20 . cent. b— » » Habitat. Rio Cuito. Nom vulgaire Ebande. Fam. MORHYRID E Genus Mormyrus, Gthr. 7. Mormyrus Lhuysi, Steind. Steindachner, SB. Ak. Wien, 1870, Lx1, pp. 553, tab. 2, fig. 3, Senegal. Notre spêcimen ressemble si fort au Mormyrus Lhwysi, Steind., que nous sommes porté à croire qu'il appartient à la même espê- ce. Les détails de conformation, les dimensions relatives et le sys- teme de coloration sont les mêmes; mais chez notre individu le nombre des rayons des nageoires et des écailles de la ligne laterale sont P—40, D—25, A—33, L. lat. 59, au lieu de P—l4, D—20, A —28, L. lat. 48, nombres trouvés par Mr. le Dr. Steindachner dans un spécimen du Senegal. Longueur totale Ce poisson est connu dans le pays sous le nom de Dembe. 136 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Fam. CYPRINIDA Genus Barbus, Gthr. 8. Barbus Kessleri, Steind. Gihr. Cat. Fishes Brit. Mus. vol. vm p. 107. 1 spécimen. Longueur de la pointe du museau à Porigine de la caudale..... Ba Da dep pa 9,7 cent. I nous reste encore à decrire quatre spécimens, un du genre Ctenopoma, et trois du genre Barbus, mais nous attendons pour cela des êlements de comparaison, que nous receyrons prochainement. PHYSICAS E NATURAES 137 MATHEMATICA O = = 4. Nota sobre um problema de geometria 1 POR F. DA PONTE HORTA Probl.—Dadas tres rectas em um plano, conduzir uma secante n'uma direcção dada de modo que as partes interceptadas tenham uma razão tambem dada. Este problema, com ser de mui facil resolução, não é por isso de menos interesse, porque por meio d'elle se obteem os centros ou raios osculadores das curvas descriptas epicycloidalmente, ou mais garalmente, das curvas — logar geometrico dos pontos d'uma recta movel, que corre por cima de duas curvas dadas, cujas distancias a uma e a outra, con- tadas sobre a mesma recta, conservam uma razão constante, Mechanica de Mr. Bour, pag. 52, 58. Sol. —Se as tres rectas dadas offerecerem as suas tres intersecções nos limites do desenho, proceder-se-ha do seguinte modo: Sejam a, a', d (fig. 1) as tres intersecções das rectas dadas; tira- remos por um d'estes pontos, v. gr. d, a recta dg parallela à secante pedida, na qual marcaremos os segmentos eg e eg' taes que seja =, sendo À a razão dada; e tirandosdepois as rectas, ga, ga', g' a, g'a! ob- ter-se-hão quatro intersecções com as rectas dadas, x, x!, y, y' pelas quaes devem passar as secantes pedidas. Ha pois quatro soluções. À demonstração vê-se immediatamente da figura. Posto esta resolução podesse ter lembrado immediatamente, não nos succedeu assim, e a deduzimos pelo processo ensinado por Chasles, em sua geometria superior, para determinar o quarto ponto de uma divi- são anharmonica dada, quando se conhecem tres de seus pontos. JORN. DE SCIENC. MATH. PHYS E NAT.—N. XXX. 10 138 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Com efeito, suppondo ser «c uma das soluções pedidas, será logo temos pois uma razão anharmonica conhecida entre os quatro pontos a, a',e, c de que se dão os tres a, a',e e se procura o ponto c. Observaremos agora que os seis pontos a, a'; b, b';c, c' formam uma involução. Com elfeito tem-se as quatro razões anharmonicas eguaes ac. ac ae, qe. ae ae ale. ae dE GE EN o A A ip ae ae ac ac ab ab ab! ab das quaes a 1.º e 2.º dão a ceae a'esac ce a'e.ac aca e! PHYSICAS E NATURAES 139 d'onde ES ae aca == Eno tetea eai - pego Sado (2) a!e GC. e qe abeab! o o ani e logo abeab! aca Iô a'b.a'b' aca! c'! que é uma das relações de involução, na qual o ponto e é duplo. Se ag fôr parallelo a da! o ponto c ira para o infinito, e será en- tão c' o ponto central da involução, dando logar às egualdades 7 4) ciaca=c'b.c'b'==c'e N'este caso, a formula (2) converte-se em O segmento aa! devide harmonicamente os dois cb, c'b'. Com effeito, tem-se entre a 1.2 e 3.º das egualdades (1), tornando explicito o signal da 3.º, aceac ac.a!b ale. ac acab” d'onde ca! ba! — , —— a 1º ca ba do mesmo modo se conclue entre a 2.º e 4.º cla, bla O e bs cla! ba! logo se ag fôr parallela a da!, uma das soluções passará pelo meio de aq. 10 x 140 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Tambem se demonstra a involução dos seis pontos a, a!; b, b!; 0,0! pelas propriedades das divisões homographicas do seguinte modo: Os dois feixes a dea'c, adeac são homographicos, visto que os seus raios concorrem dois a dois nos mesmos pontos da recta 99; e por conseguinte cortados pela recta cc!, offerecem as duas divisões anhar- monicas eguaes q, e, ',€'; à',e,a,c; e logo os cinco pontos a, a!; c, C'; e formam uma involução de que é duplo o ponto e. Se tomarmos os vertices 9 e 9 teremos os dois feixes egualmente- homographicos y'g'deb' e yg' deb, logo são homographicas as duas di- visões a', a,e, b'ea,a!,e,b, e por conseguinte os cinco pontos a, a; b, b';e formam outra involução, de que é tambem duplo o ponto e. Estão pois em involução os tres systemas de dois pontos a, a'; b, b'; c,c!. Reconhece-se tambem que o segundo ponto duplo / está na inter-. secção das rectas 73! e aa'; ou tambem na intersecção das rectas qq! e aa!; logo as tres rectas aa, xx! e yy' concorrem no mesmo ponto. Prova-se de modo semelhante qne tambem concorre no mesmo ponto a recta hh'. O ponto central pode obter-se projectando x, parallelamente a aq, sobre 99', e tirando d'esta projecção uma recta passando por x! até en- contrar a recta aa!; ou projectando 2” e unindo esta projecção com o ponto x. Este processo dá logar à solução do seguinte problema: Dados tres pontos sobre uma recta a, e, a', fig. 2, achar um quarto AS A PS dl O t A Na VA É | BA A Á A ta 1 E t PHYSICAS E NATURAES 4141 ponto c', tal que, a razão de suas distancias ao 1.º e 3.º, seja egual ao quadrado da razão das distancias do 2.º aos mesmos 1.º e 3.º. Sol. — Sobre a recta a a! construiremos um triangulo qualquer ada'; tiraremos por a uma recta parallela a da! até encontrar de no ponto g; d'este ponto tiráremos a recta ga”, a qual determinará o ponto 2. Fi- “nalmente a recta x'c', tirada parallelamente a dg nos dará o ponto pe- dido c. A demonstração directa d'esta construcção é a seguinte milena Cilegil ale de ae aco de” d'onde k eg a!ceale mM de ac.a!c!? é como eg ae de ca! será 2 ae ac! FEET [pm ate E Se o ponto e estiver fóra da recta aa', se fôr por ex. o ponto d, construiremos o angulo ada, cuja bissectriz cortará a recta aa! no ponto e, e completaremos a construcção como se os pontos dados fos- sem a, a”, e. Mas sendo então eguaes os dois angulos ade, ade a cir- cumferencia descripta por e e d tendo o respectivo centro na recta aa! offerecerá outra intersecção f, que é o ponto conjugado harmonico de e relativamente ao segmento aa”, logo = fa / ea c'a DSUIARE TR TENGO) fa ea Za e por conseguinte c', ponto central do segmento ef, corresponde ao mesmo tempo às duas disposições rectilineas a, e, a'; a, q, f. Nesta mesma figura, visto ser c' o ponto central da involução, será tambem j ; ca.ca=ce. 142 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS D'esta e da relação antecedente deduz-se ainda, prescindindo do ' signal, cia ea ea! c'e Se aga'd fi, 1 fôr um parallelogrammo, os pontos c e c! cairão no infinito, e os dois b e b'no ponto e, onde coincidirão estas duas soluções. Succede sempre o reunirem-se duas soluções no ponto e, logo que fôr d==+ 1: mas então as soluções c e c” confundir-se-hão egualmente, visto que o segmento aa” divide harmonicamente os dois cb e c'b', e logo a coincidencia dos dois pontos b e b' envolve a dos pontos c e c'. A construcção de Savary para a determinação do raio osculador da epicycloide coincide exactamenfe com a que apresentamos. Os pon- tos de encontro das tres transversaes são d, a, a', (fig. 3), mas como já do ar os centros dos circulos de rolamento) obtem-se c ponto q interseptando a recta ed, que é tirada pelo vertice x parallelamente à secante pedida, com a recta og conduzida por o parallelamente a a'a. Logo unindo o ponto q com a, que é outro vertice do triangulo das transversaes, ob- tem-se o ponto pedido x, centro osculador da epicycloide descripta pelo ponto M. se tem em uma das transversaes a razão dada À (em que o ga são M -....a a -- O mesmo processo applicado à ellipse conduz a tirar pelo ponto M, (fig. 4), uma parallela a a a”; pelo ponto d uma perpendicular a Ma, a qual interseptará a anterior no ponto g e finalmente a tirar a recta ga, para logo se obter o centro osculador x relativo ao ponto M. PHYSICAS E NATURAES 143 Duo was ; ZÀ REPRlE/ O processo geral aproveita ainda quando ha duas intersecções das transversaes nos limites do quadro, podendo obter-se duas soluções. Se houver uma só intersecção nos limites do desenho, poderemos obter uma ou duas soluções do modo simples que vamos indicar: Sejam as tres rectas dadas ad, ae, xy, (fig. 5). Tiraremos a secante dg, sobre a qual tomaremos os segmentos : de : i À eg==e9', taes que E unindo depois os pontos g e g' com a inter- secção a, obteremos as duas soluções ha, h'y. Não havendo intersecção alguma, procederemos como se houvesse uma, tirando a transversal dg, e tomando por segmento determinado aquelle que estiver comprehendido entre as rectas dadas, cujo concurso deva ser o mais proximo por ex., 4 e B; marcaremos os segmentos eg e eg',e liraremos por g e g' rectas em direcção a concorrerem na in- tersecção das rectas A e B. Poderemos obter estas direcções pelo pro- 144 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS cesso do polo e polar relativamente a um angulo, como se vêna fig. 6, em que a ordem do traçado das linhas se acha designado por sua nu- meração. | PREÇO DESTE NUM. — 500 rs. Acha-se à venda:— Na imprensa da Academia Lisboa — LIVRARIA BERTRAND & €.º SUCCESSORES CARVALHO & €.º Coimbra — LIVRARIA ACADEMICA | Braga — LIVRARIA INTERNACIONAL DE E. CHARDRON A correspondencia deve ser dirigida, franca de porte, ER Redacção do Jornal de Sciencias Mathematicas, Phy-. sSicas e Naturaes, na Academia Real das Sciencias de Lis- boa, rua do Arco (a Jesus). Fa Sa ERA JORNAL e SCIENCIAS MATHEMATICAS PHYSICAS E NATURAES 7 ACADEMIA REAL DAS SCIENCIAS DE LISBOA INDEX MATHEMATICA : 1. Des lignes isogoniques au seiziême siêcle—par J. de rAndrade MONDO ar dee gate ça pen om RE 145 ZOOLOGIA: 1. Les Myriapodes i"Afrique au Museum de Lisbonne ==) DB) 10 SOMOS MWMMIDAD Goo go dos spo cosvass 177 2. Hymenoptêres d'Angola— par M. O. Radoszkovsky. 197 3. Description d'un nouveau poisson du Portugal —par vo lit LPPeNTO (CONORTESD O Spa bo ds vedados De 2 h. Insectes de Vintérigur d'Angola—par Albert Girard. 225 “ BiBLIOGRAPHIA: J. V. Barboza du Bocage, «Ornithologie d'Angola», Pa EIN ilolelilooe So va cansa ra RETA Pp O 232 PHYSICAS E NATURAES ; 145 MATHEMATICA (E —— - 1. Des lignes isogoniques au seiziéme siécle PAR * DE ANDRADE CORVO Pendant son premier voyage de découverte aux Indes occidentales, Christophe Colomb a observê le 13 septembre 1492, étant à deux cents lieues à Pouest du méridien de Vile du Fer, que la vaziation des aiguil- les avait changé d'est à Pouest, c'est-à-dire que les aiguilles «s'inclinaient un peu à norouest!.» En réfléchissant sur cette observation dans Phis- toire de son troisitme voyage, le grand navigateur disait ce qui suit: aQuand je navigais de VEspagne aux Indes, j'ai trouvé, cent lieues à Pouest des Açores, de três grands changements dans le ciel et dans les étoiles, dans la température de Pair et dans les eaux de la mer. Jai mis Je plus grand soin à expérimenter tout cela. Jai trouvé que du septen- trion à Vauster, une fois dépassées les susdites cent lieues au delà des iles, les aiguilles de navigation, que jusqu'alors s'inclinaient au nordest, s'inclinaient désormais un quart de vent entier, en arrivant à cette ligne?. » Le phénomêne de la déclinaison des aiguilles venait d'être réconnu, et en- core Vexistence d'une ligne prês des Açores dans laquelle il nºy avait pas aucune déclinaison. Homboldt attribue aux chinois la connaissance de la déclinaison magnétique de Vaiguille et ajoute que les navigateurs indiens, malais et arabes sont allés chercher à la Chine la connaissance de ce phénomêne qui se trouve déja indiqué par Andrea Bianco en 14362. Et cependant c'est à la fin du 15º siêcle que la variation de Paiguille commença à aitirer attention des navigateurs. Livio Sanuto, 1 Collecion de los viajes coordonnée par Navarrete tom. 1, pag. 160. 2 Idem, pag. 42. 3 Cosmos tomo Iv, pag. 62 de la trad. fran. J0RN. DE SCIENC. MATH. PHYS. E NAT.—N. XXXI. 4 146 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS en se rapportant aux informations de Guido Gianetti, qui était à la cour d'Angleterre au commencement du 16º siêcle, raconte que Sebas- tien Cabot a été celui qui a découvert le secret de la variation de Vaiguille, et que celle-ci était difftrente, selon les divers lieux de la terre!. La ligne sans variation, qu'on croyait être au méridien, passait, selon Cabot. à 1140 milles à louest de [File des Flores?. Sebastien Cabot, au moment de mourir, était persuadé qu'il avait reçu la révéla- tion divine d'une méthode nouvelle et infaillible pour dêterminer la lon- gitude, mais qu'il ne lui était pas permis de la découvrir à personne?. La détermination de la longitude sur mer, ce que plusieurs appellaient le «point-fixe» et d'autres la «navigation lest-ouest», était un des problê- mes dont la solution présentait plus de difficultés, et tel le considérait André de Saint-Martin, un des compagnons de Fernando de Magalhães, pendant son célêbre voyage en 1519. Antonio Pigafetta, un autre des compagnons de Magalhães, qui a écrit Vhistoire de ce voyage et Va of- ferte à Charles y em 1522, nous informe que le célêbre navigateur con- naissait le phénomêne de la déclinaison de Vaiguille, quoiqu'il Vattri- buait faussement au peu d'intensité,de VPattraction magnêtique dans Phémisphêre austral*. Dans son Traité de la navigation Antonio Piga- fetta, propose comme moyen de déterminer la longitude la déclinai- son de Vaiguille magnétique. Il croyait qu'il existait au ciel un point un repos vers lequel Vaiguille si dirigeait toujours. Ce point était situéê au nord, et à peu-prês dans la direction du méridien de Tenerife, qui 1 «Fu di tal secreto il reconoscitore, qual egli palesó poi al serenissim o Re d'Inghilterra, presso al quale (come poi da altri intesi) esso Gianetti allhora honoratissimo si ritrova; et egli dimostró insieme, quanta fusse questa distanza, e che non appareva in ciascun luogo la medesima» Lib. prim. fl. 2. edaNtota nella qualé (carta da navigare) si riconosce il luogo del detto * meridiano esser per miglia cento e dieci lontano verso Occidente dalla Isola detta Fiori di quelle pur delli Azori» cité à pag. 178 de Memoirs of Sebastian Cabot. Londres 1832. 3 The remarquable life of Sebastian Cabot par Nicholls, ch. 10, pag. 186. 4 La nostra calamita volgeasi sempre al polo artico, deviando pero alcun poco dal punto del setentrione. Ció ben sapeva il nostro capitano generale e perció quando ei veleggiando in mezzo al mare egli domando à tutti i piloti ai quali giã indicato aveva il punto à cui doveano tendere per cual camino puntas- sero nelle loro carte: riposer tutti che puntevano al luogo da lui ordinato: e egli disse che puntavano falsi e che conveniva ajutar Pago calamitato, il quale in tal posizione non era attrato con tanta forza quanto lo e-dalla sua parte, ciô é nel hemisphero boreale.» Navigazione intorno al globo, Pigafetta, pag. 46. PHYSICAS E NATURAES 147 était considéré à cause de cela comme le premier méridien. En par- tant de cette hypothêse Pigafetta supposait que la déclizaison de Pai- guille indiquait partout la longitude !. Pedro Nunes, esprit éclairê, ma- thêmaticien distingué et-observateur sans prejugés, montre clairement dans son Tratado em defensam da carta de marear le peu de valeur des observations magnétiques, non seulement parceque Je phénomêne de la variation était mal connu, mais aussi par Vimperfection des instruments et des méthodes qu'on employait de son temps. «Pour ce qui se rap- porte à la déviation des aiguilles à nordest ou à norouest, dit Pedro Nunes, je tiens pour chose certaine qu'elles ne se tournent pas vers le pôle, parceque jamais je n'ai vu dans ce pays une aiguille sans décli- naison vers le nordest. En ce qui touche la quantité de cette variation, quoique les pilotes Vaffirment três fermement, je ne les croit pas, parce que quelques uns disent que la déclinaison est três grande, et d'autres qu'elle est três petite aux mêmes places. Il est bien possible que quelques aiguilles fassent plus de différence que d'autres, mais là-dessus ils ne peu- vent pas savoir la vérité par le moyen qu'ils emploient et qui n'est au- tre que la détermination à simple vue du rapport angulaire entre Pai- guille et une étoile, car, outre que Vétoile est presque toujours en dé- hors du méridien, il faut tenir compte que dans action de tourner la bussole, pour déterminer Vangle, on peut se tromper Dbeaucoup, et on ne peut pas vérifier ceci au moyen d'une étoile, mais seulement au moyen du soleil?.» Malgré les observations de Pedro Nunes, Popinion 1 La bussola pud somministrare un methodo ancor piú facile per trovare la longitudine del luogo in cui tu stai. Si sa che la bussola ossia Tago calami- tato, che in essa sta dirigese a un dato punto per la tendenza che ha la calamita al polo. La ragione di questa tendenza si é perche la calamita non trova in cielo altro luogo in riposo fuor che il polo; et percid a quello s'indirizza. É questa una spiegazione del fenomeno che io propongo; e la credo vera, fincchê Pesperienza non ci faccia conoscere qualche spiegazione meglior.» Tratato di navigazione di Pigafetta, sub finem, Nav. intorno al globo. 2 Tratado em defensam da carta de marear, Pedro Nunes, Lisboa, 1537. «Ácerca do nordestear e norestear das agulhas, diz Pedro Nunes, tenho por certo que ellas não demandam ho polo, porque nam vi agulha que nesta terra não nordestease. Na quantidade do nordestear posto que os pilotos ho afir- mam muito não ihes dou credito, porque his dizem que nordestea muito, e ou- tros que pouco, em hiíis mesmos logares. Bem pode ser que hiias façam mais dif- ferença que as outras ; mas elles não podem saber a verdade disto, pela arte que dizem que para isso tem, a qual he bornearem com a vista a agulha com a es- trela; porque, além da estrela andão ho mais tempo fora do meridiano, no bor- Max 148 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS de ceux qui croyaient que la variation de Vaiguille pouvait servir à dé- terminer la longitude, continua à se maintenir dans [esprit des naviga- teurs. Pendant son voyage de Lisbonne à Gôa D. João de Castro observa avec le plus grand soin la variation de Paiguille, en faisant usage des méthodes et des instruments proposés par Pedro Nunes, et nous voyons dans son Roteiro que le grand capitaine et grand navigateur remarqua que «la variation des aiguilles ne correspond point à la différence des méridiens.» Ce fait qui résulta des observations de D. João de Castro, ne pouvait moins que d'exercer une certaine influence sur la fausse théorie de la détermination des longitudes par la variation des aiguil- les, ou plutôt du rapport entre les méridiens géographiques et ce qu'on appelait alors les «méridiens magnétiques. » Cependant dans le Breve compendio de esfera y de la arte de na- vegar de Martin Cortez publié en 1551, nous trouvons reproduite de nouveau Vopinion de Pigafetta. Cortez dit: «pour qu'on puisse com- prendre les differences que les aiguilles présentent à Végard du pôle, on doit imaginer (en êtant sur le méridien oú les aiguilles se tournent vers le pôle) un point au-dessous du pôle du monde, et que ce point soit en dehors de tous ies ciels, contenus sous le premier mobile; lequel point ou partie du ciel possêde la vertu attractive sur le fer touçhé par Vaimant correspondante à cette partie du ciel qu'on suppose en dehors de tous les ciels qui sont mis en mouvement par le premier mobile, parceque si on imaginait dans un des ciels mis en mouvement, que le point attractif se déplaçait de même en accompagnant le premier mobile, Vaiguille accomplirait le même mouvement en vingt quatre heures. Ce- pendant on ne voit pas ceci. Par conséquent ce point n'est pas dans les ciels mobiles, et il n'est pas non plus au pôle, parceque si cela êtait, Vaiguille ne se tournerait ni vers le norouest ni vers le nordest. Conséquemment la cause de la déclinaison au norouest et au nordest. la cause de Véloignement de Vaiguille du pôle du monde est, qu'étant sur le dit méridien, le point d'attraction et le pôle sont dans ce même méridien, et Vaiguille, se tournant vers ce point, se tourne directement vers le pôle, et s'éloignant de ce méridien vers le levant (comme le monde est rond) le pôle du monde lui restera à gauche, et le point ou réside la vertu attractive sera à main droite (vers le vent nordest) et la distance paraitra d'autant plus grande qu'on marchera vers le levant, jusqu'á ce near cabe muito engano, e não se pode isto verificar bem por estrela senão pelo sol.» (3) PHYSICAS E NATURAES 149 qu'on arrivera à 90º, ou sur la plus grande déclinaison vers le nordest. En dépassant cette limite il nous paraitra que Paiguille va se rap- prochant du point attractif et de la ligne méridienne, et que Vaiguille va corrigeant successivement sa déclinaison vers le nordest, jusqu'a ce qu'elle se dirige dans la direction du meéridien, à la partie opposée de celle par ou elle a commencé.» Et Cortez finit le chapitre ou il se occupe de la variation de Vaiguille, en disant: «Vopinion de quelques marins est que le méridien ou les aiguilles pointent vers le pôle passe par Pile de S.*º Maria, et d'autres Cena! qu'il passe par Pile de Corvo aux Açores!» Des opinions analogues ont persisté pendant tout le 16me siêcle. Ainsi nous voyons que Pedro Menendez d'Avilez, qui commandait les galéons espagnols en 1584, proposait une méthode pour connaitre le chemin fait à la mer dºest à Fouest, laquelle avait pour base la varia- tion de Paiguille magnétique. Menendez croyait que Vaiguille avait un méridien fixe, et que sa va- riation maximum ne dépassait jamais la sixiême partie d'un cadrant de 1 «Para entendimiento destas diferencias que las agujas difieren del polo hase de imaginar (estando en el meridiano de las agujas seiialan el polo) vm punto baxo dl polo del miido y esto fuera de todos los cielos contenidos baxo del primer mobile. El qual punto o parte del cielo tiene vna virtud attractiua q aitahe a si el fierro tocado cô la parte d'la piedra ymã correspondigte a aílla cierta pte del-cielo imaginado fuera d'todos los cielos mouidos del pmer mobile: porã si en qualq'er d'ios cielos mouidos se imaginase mouerse ya el píito at- traetiuo al mouimigto del p'mer mobile, y por consiguiête el aguja haria el mesmo mouimiêto en veinte y tro horas: no se vee asi: luego este piíto no esta elos cielos mouibles, ni tá poco enl polo, porã si enl estuuiesse, el aguja no nord'stearia ni noruestearia:: luego la causa d'l nordestear y noruestear, o apar- tarse d'l polo dl míído a que estando efil dicho meridiano, el punto attractiuo y el polo estan en aquel mismó meridiano, y sefialãdo el aguja el punto, senala d'rechamête el polo: y caminâdo d'agle mismo meridiâno al leuãte (como el miúdo sea rutôdo) vase quedando el polo del míído a la mano ysquierda: y el piúto de la virtud attractiua no estara a la mano direcha (q es fazia el vigto nor- d'este) y quanto mas al leuante caminaremos mayor nos parescera la distancia hasia Ilegar a nouenta grados y alli sera Jo que mas nordesteara: y pasando de alli mas adelante, nos parescera que se va allegando el punto attractiuo a la linea meridiana: y al tanto yra el aguja emendando el nordestear hasta tornar al mismo meridiano, en la parte opposita de do començaron etc.» «Es opinion d'algunos marineros que el meridiano (do enseiam las agujas el polo) pasa por la ysla dºsanta maria, y otros por la ysla del cuervo en los azores.» (1) 4150 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS la rose des vents. L'ordre de cette variation étant connue tant vers Pest que vers Pouest du méridien fise, un pouvait arriver selon lui à la dé- termination de la longitude ?. Gilbert dans son intéressant livre De magnete publié en 1600, en par- lant du pôle magnêtique dit: «mais Fexperience enseigne qu'il nºy a pas de pôle certain ou de terme fixe sur la terre. pour la variation?. Et il. afirme ensuite que de même que Paimant s'inclinait au paravant vers Vorient ou Voccident, de même Parc de la variation reste à la même place et à la même région, soit sur la mer, soit sur le continent; et ainsi il sera perpétuellement inaltérable s'il n'arrive la destruction d'un con- tinent ou la ruine des terres, telle que celle de la région Atlantide, dont Platon et les anciens nous ont conservé le souvenir3. Pendant tout le 17ºme sitcle, plusieurs méthodes ont été inventées, afin de déterminer la longitude géographique par la variation de Vaiguilte; et cette erreur a dominê non seulement Vesprit des faiseurs de projects les plus hardis “etles plus ignorants, mais encore Vesprit des hommes les plus éclairês et qui mieux connaissaient Part de la navigation, devant être nommé entre autres, le cosmographe portugais, Antonio de Mariz Carneiro, qui a écrit le Regimento de Pilotos, lequel Carneiro était tellement passionê de cette question, qu'on Vappelait par raillerie, monsicwr P Aigualle fixe. Les problêmes de la navigation étaient à cette époque-lã le sujet prin- cipal de Pétude de tous ceux qui s'interessaient aux progrês économiques et scientifiques des peuples civilisês de PEurope, surtcut en Portugal et en Espagne. Jean de Barros en parlant de Fernando de Magalhães nous dit qu'il était: «toujours occupé des pilotes, des cartes de navigation, de la longitude de Vest-ouest, sujets qui ont perdu plus de portugais igno- rants, qu'ils ont réussi à appeller Pattention des savants, puisque nous ne connaissons aucun qui s'en ait sérieusement occupé*.» Ceci confirme ! Memorias sobre a longitude, por Navarete na Collecion de documentos ineditos para la historia de Espaíia, tom. xxr. 2... «sed experiencia docet nullum certum esse polum, aut terminum in tellure pro variatione fixvm.» Liv. rv, cap. 1, pag. 152. 3 «Ut olim inclinaverit versus orientem aut occidentem; ita etiam nunc arcus variationis idem manet in eodem loco et regione, sive fuerit in mari aut continente, et ita erit in perpetuum immutabilis, nisi magna fuerit continentis dissolutio et interitus terrarum, qualis fuit Atlantidis regionis, de qua Plato et veteres commemorant.» Liv. 1v, cap. mr, pag. 159. 4 «sempre andava com Pilotos, cartas de marear, e altura de leste, oeste; materia que tem lançado a perder mais portuguezes ignorantes, do que são ga- nhados os doutos per ella, pois ainda não vimos algum que o pozesse em efleito.» Decada mr, cap. 8. PHYSICAS E NATURAES 151 ce que nous venons de dire. En présence de ces opinions et des espé- rances que les navigateurs avaient conçu sur Pexacte détermination des méridiens géographiques au moyen de la variation de Paiguille, on con- coit facilement Pinterêt qu'on attachait à connaitre la valeur et le sens de la déclinaison magnétique à chaque point de la terre. Malheu- reusement les aiguilles dont ont faisait usage elaient três défectuenses, la maniêre de les aimanter três irréguliêre, et ses propriétés magnéti- ques peu sures. Elles n'avaient pas de bonnes graduations, n'étaient pas suffisamment mobiles et à tout cela il faut ajonter, que dans quel- ques unes de ces aiguilles la fleur de lis qu'indiquait le nord ne répon- dait exactement à la pointe de Vaiguille. Outre cela Vinvincible difficulté de déterminer exactement les lon- gitudes, qu'on connaissait à peine par Vestimative trompeuse de la mar- che du navire; Pidée même que la variation-de Paiguille donnait ou pouvait donner la longitude, et Vignorance absolue oú on était que les lignes isogoniques changeaient de position; tout cela rend três peu digne de confiance les observations de déclinaison qu'on trouve dans les Rotei- ros du 16ºme siêcle. Cependant ces observations sont nombreuses sur- tout par rapport à VAtlantique et à [Océan Indien, et nous pouvons nous en servir pour avoir une idée avec une certaine approximation des lignes isogoniques au 16ºmº siêcle. Toutes ces observations ne peuvent être considérées que comme simples indications, dont nous pouvons nous servir pour connaitre la position approximative des lignes isogoniques. L'imperfection des in- struments et des mêthodes, qui servaient à determiner les latitudes, et surtout les longitudes, le manque de perfection dans la fabrication des aiguilles et le peu de connaissance qu'on avait alors des lois du magnê- tisme, tout répand une três grande incertitude sur les observations des navigateurs et doit nous porter à mettre en doute Vexactitude absolue des nombres qu'on trouve inscrirs aux Roteiros. Tous les écrivains se copiaient entre eux, et comme ils ne fixent prêécisément la date des observations, et comme la déclinaison varie aux mêmes lieux avec le temps, cette circonstance vient augmenter encore pour nous Vincertitude de ces observations. Nous avons cependant tachê de réunir le plus grand nombre possible de ces observations, en les coordonant appro- ximativement par les dates, et en tâchant de les réduire à des points géographiques déterminés. Le résultat de ce travail se trouve à la fin du présent mémoire. 1592 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS La supposition du rapport existant entre la variation de Paiguille et la longitude prévalut cependant pendant de longues années et donna licu aux nombreuses observations citées par nous. On a crut d'abord qu'à chaque méridien géographique correspondait un méridien magné- tique, mais cette hypothêse ne put résister longtemps aux nombreuses observations des pilotes. Cependant, même à Vépoque du voyage de Castro, cette opinion n'était pas encore totalement abandonnée. Plu- sicurs années aprês, quand Gilbert publia son ouvrage, ce savant crut nécêssaire d'insister sur la non-concordance des méridiens terrestres et des lignes d'égale déclinaison *. Le secret de Cabot occupa longtemps imagination des navigateurs et des cosmographes, jusqu'à ce qu'on vint à reconnaitre qu'au même leu géographique la déclinaison varie avec le temps, de même on avait reconnu auparavant qu'au même méridien terrestre on ne trou- vait pas toujours la même déclinaison. | Humboldt dit qu'Alonso de Santa Cruz?, «dessina en 1530, un siê- cle et demi par conséquent avant Halley, la premiêre carte générale des variations, dressée, à la véritê, d'aprês des matériaux fort incom- plets.» Se rapportant à une époque postérieure, le pêre Kircher dans son traité du Magnes? raconte que de son temps on attribuait au pêre Chris- tovão Burro une certaine invention pour connaitre la longitude au moyen de Vaiguille magnétique, et que cette invention burriana aspirait à un prix de 500:000 ducats promis par le roi d'Espagne. L'invention con- sistait selon Kircher «à tracer sur une carte géographique, faite dans ce but, les variations magnétiques observées aux divers points de la terre, et à tracer des lignes par les points d'égale déclinaison auquels ils donnaient le nom de points chalyboclitiques. ! Tamen variatio variis modis incerta semper est. Tam propter longitudi- nem quam Jatitudinem, et propter accessum versus terras magnas, terraema- | rumque eminentiarum magis prevalentium habitudinem; nec meridiani ali- cujus regulam sequitur quemadmodum antea demonstravimus. Ob. cit. pag. 167. 2? Cosmos tom. Iv, pag. 64. * Magnes de A. Kicher, liv. 1, prob, vr, pag. 443 ediç. de 1643. PHYSICAS E NATURAES 153 Ce Christovão Burro, dont parle Kircher, ne peut être autre que le jésuite Christovão Bruno, lequel en 1628 a écrit à Lisbonne un livre sous le titre de Arte de Navegar, livre ou il s'occupe largement de la maniêre de déterminer le chemin en mer, dans la direction de Vest à Pouest. A ce même auteur fait allusion Humboldt en lui conservant ce même nom de Burro au lieu de Bruno. Le pêre Bruno fit Vessai d'une carte des lignes d'égale déclinaison, dévançant ainsi, à peu prês d'un demi siécle, Pêssai analogue de Pillustre Halley. Parmi les ms. de VAca- dêmie Royale des Sciences de Lisbonne on tronve certaines instructions données par le pere Christovão aux pilotes portugais et espagnols, ou Pon voit consignês par lui même les principes qui ont servi de fondê- ment aux tracés de la carte de la navigation de Pest à [ouest, et qui mon- trent êgalement la position que prenait de son temps Vaiguille en cer- tains lieux géographiques!. Les instructions du pêre Bruno étaient desti- nées à rectifier les lignes d'égale déclinaison, qu'il avait tracé sur la carte. Le pêre voulait savoir «si Paiguille varie dans une certaine pro- portion selon ce qui convient à cette science, tant par rapport aux mar- cos, ce que veut dire, les lignes ou Paiguille est fixe, dans la veritable direction nord-sud, que dans Péloignement de cette direction, que Vai- guille présente en s'écartant des marcos, de telle maniêre qu'elle mon- - tre avec une certaine uniformitê une variation d'autant plus grand qu'elle est plus éloignée des marcos. Tout ceci se trouve consigné dans la nou- velle carte de naviguer qui a été faite par mon ordre.» Le pêre vou- lait connaitre les résultats de son nouvel instrument destinê à observer la déclinaison et auquel il donnait le nom de fizumbrio. De la carte tra- cée par lui, le pêre Bruno nous donne notice dans les termes suivants: «nous avons tracê de nouveau des marcos partagés en dégrés d'une cer- taine mesure, marcos sur lesquels nous disons que Vaiguille doit être; nous trouvons que vers eux concourent les directions des variations observêes jusqua présent par Vicente Rodrigues et ses disciples, et en- core parce que dans un de ces marcos, lequel passe à Pouest de Flores, se trouvent tous les points ou Vexpérience des pilotes montre que Vai- guille se tient fixe. Il parait donc que la raison nous montre deux cho- ses: dabord que Vaiguille ne doit être fixe dans une ligne quelconque correspondanté au méridien de la carte, en coupant Péquateur à angle 1 Regimento que o P. Christovam Bruno da Comp. de Jesus, por ordem de S. M., dá aos pilotos das nãos da India para fazerem as experiencias sobre a in- venção de navegar de leste a oeste, Mss. da Acad. Real das Seienc., que perten- ceram ao marquez de Castello Melhor. 154 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS droit (comme on le supposait jusqu'à présent, ce qui a rendu im possi- ble la connaissançe de la proportion de la variation de Paiguille) mais dans une autre ligne plus rapprochée de la direction du nord-nordest au sud-sudest. En second lieu, ce qui doit être certain aussi, le raison- nement nous montre que la graduation, que nous avons tracê sur les marcos doit être bonne, parce que malgré la différence des dégrês d'un marco à Vautre, et sur le même marco, du nord au sud, tous les dêgrês du côtê séptentrional sont êgaux entre eux, et de même ceux du côté aus- tral, ce qui est suffisant pour que la proportion soit égale. Dans un li- vre que je compte publier sur cette matitre je donnerai les raison de tout cela. Nous ajontons dans notre carte Vindication de la plus grande difference de longitude, ou de la longueur dans la direction de Pest à Pouest qu'on trouve aux côtes du cap de Bonne Espérance, et qui n'est | pas indiquée dans les cartes ordinaires; et nous trouvons la preuve de cela dans les expériences que jai faites, moi et mes compagnons en allant et en revenant de I Inde. Nous ayant arrété là en face de la terre, assez longtemps, et avant parcouru la côte três lentement sur le bátiment S. Thomé dans notre retour, nous avons observê tous à cette occasion, que cette partie de VAfrique est bien plus large, que ce qu'on voit dans les cartes...» Le pêre Bruno avait une telle confiance dans la variation réguliêre des aiguilles, qu'il comptait sur cela pour corriger les cartes maritimes, que Vexpérience montrait chaque jour aux navigateurs être inexactes, sur- tout par rapport aux longitudes. La maniére pratique qu'il recommar- dait aux pilotes pour obtenir cette correction était celle-ci: «Pour que nous sachions en mer le point ou se trouve notre bátiment, il nous suf- fit de prendre avec le compas sur le marco correspondant aux parages ou on navigue autant de dégrês que ceux de la variation nordest ou norouest de Vaiguille; et nous prendrons la mesure en partant de Véqua- teur vers le nord et vers le sud, selon le bâtiment est au nord ou au sud, en conservant le compas ainsi ouvert, nous fixerons une de ses pointes sur le marco, à Vhauteur du paralléle oú le batiment se trouve; et avec Vautre pointe dans la direction de Vest ou de Fouest nous trou- verons sur le parallêle le point ou nous nous trouvuns.» IH y a quatre marcos ou lignes sans déclinaison, selon les instruc- tions du pére Bruno: 4.º celui qui passe prês des Açores et qui coupe les terres au Pérou et au Brésil; 2.º celui qui passe par le cap des Ai- guilles; 3.º celui qui traverse la Pedra Branca; 4.º celui qui passe par Acapulco. Ces instructions parlent aussi d'autres variations qui servaient de point de repêre au pêre Bruno. PHYSICAS E NATURAES 155 En parlant de Lisbonne pour I'Inde orientale la déclinaison mazxi- - mum à nordest était dans VAtlantique de 22º 4/2. En dépassant le cap de Bonne Espérance et en navigant à Goa, au dedans de Pile de S. Lou- renço (Madagascar) le plus haut dégrê de déclinaison se trouvait être à la latitude de Gôa, deux cents lieues à Pest de la pointe de Vile Socotora. En navigant en dehors du Madagascar la plus haute déclinaison de Vai- guille à norouest êtait de 22º 4/0. Trois cents ligues à Vest de Vile de Tristão da Cunha la déclinaison était de 4º lest et de lã au Cap de Bonne Espéranse se comptaient à peu prés 50 à 60 lieues. En vue de File de Diogo Rodrigues Paiguille avait une déclinaison de 20º ouest. Le pere €. Bruno croyait, de même que Cabot et Rn autres, avoir decouvert un grand secret; et voici la raison qui le détermine à re- commender aux pilotes, à la fin de ses instructions: «par de bonnes rai- sons tous les pilotes sont enjoints sous serment de tenir tout ceci en se- cret de ne pas le communiquer à qui que ce soit, ni en faire une copie. Et si un cas de danger fait craindre que ces papiers puissent tomber aux mains de "ennemi, on doit les jeter à la mer, les instructions, la carte et Vinstrument respectif.» Rappellons en peu de mots les faits de magnétisme actuellement connus. On peut considérer le globe terrestre comme divisé en deux ré- gions. L'une, dans laquelle Pextrêmitê nord de Paiguille au lieu de se diriger vers le pôle décline vers Pest, formant ainsi un angle avec le méridien géographique. L'autre ou Vangle existe aussi, mais la décli- naison au lieu d'être à Vest est à Pouest. A présent la région ou Vai- guille décline à Iouest (noroestéa comme disaient les anciens pilotes portugais) est la plus étroite des deux, et se trouve sur VAtlantique, le continent africain et la mer des Indes. La région ou Paiguille décline e Vest (nordestéa selon les pilotes portugais) est la plus large et se trouve au Pacifique. Partout ou va générallement la navigation la dêclinai- son dépasse à peine 30º. Prês des pôles magnêtiques seulement, se trouvent des angles plus grands. Dans des aires géographiques de peu d'étendue, prês du pôle arctique, par ex. ces angles vont de 0º à 180º. Halley au 17º=º siécle, aprês une profonde observation des faits êmit Vopinion «que le globe terrestre est un grand aimant ayant quatre pô- 156 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS les ou points d'action; deux prês de chacun des pôles de Péquateur et qu'aux parties du monde adjacentes à chacun des pôles magnétiques, Vaiguille est dirigée selon cette disposition: les pôles les plus rappro- chêés dominant sur ceux qui sont les plus éloignés.» Cette idêe des quatre centres d'action ou pôles se trouve aujourd'hui confirmêe, et Villustre Sir E. Sabine reconnait qu'il y a deux systêmes de magnétisme sur le globe, un desquels a une origine terrestre et [autre une origine cos- mique. Sir E. Sabine attribue au systême terrestre, produit par in- duction, en conséquence de Vaction cosmique «le phênomêne des chan-. gements séculaires et des cycles magnétiques qui doivent son origine à Vaction du changement séculaire» parce que le systéme auquel il se rapporte a un mouvement «de translation progressive.» Halley attribue les changements séculaires, qui s'observent dans le magnétisme terrestre, au mouvement des pôles qu'il croyait exister, prês des deux pôles de la terre. Hansteen aux prémiêres annêées de ce siecle suivait les mêmes idées, et il cherchait à determiner la position géographique et les périodes probables des révolutions de ce double systême de pôles ou points d'attraction autour des pôles de la terre. Cette computation le porta à atiribuer au pôte magnêtique de PAméri- que du nord une période de révolution de 4740 années et au pôle plus faible qui se trouve aujourd'hui en Sibérie une révolution de 860 an- nêes. L'état magnétique du globe varie incéssemment, ce qu'on peut re- connaitre par les changements qui présentent les trois élêments qui se manifestent dans Vaction magnétique: la déclinaison, Vinclinaison, et Pin- tensité. Se basant sur les observations, dont il pouvait disposer, Halley es- saya de tracer sur la carte les lignes d'égale variation, comme Pavait fait avant lui Santa Cruz et le pêre Bruno. Nous avons cru qu'il y aurait de Vinterêt à faire un essai de la distribution probable des lignes iso- goniques au xvr siêcle, en profitant de toutes les observations de dê- clinaison, qui se trouvent éparses dans les mss. des navigateurs portu- gais du xv et xvr siécle. Les observations des modernes montrent clairement que les change- ments de la déclinaison de Vaiguille ne sont point les mêmes partout et ne se réalisent point avec la même rapidité. Ainsi dans Vaire comprise entre la baie d'Hudson et le cap Nord de VEurope et du cap Horn à Pouest de YAustralie la pointe nord de Vaiguille décline successivement à Pouest à raison de 8' à 10' par an; et du méridien du cap Nord à 130º long. E, Vaiguille décline à Vest, PHYSICAS E NATURAES 157 et de là à la baie d'Hudson elle se" conserve à peu prês stationaire. Á Vhêmisphêre sud, de lextrêmitê ouest de VAustralie au cap Horn, la déclinaison de Vaiguille est à Vest, à raison maximum de 7' par an. Ce qui se passe aujourd'hui se passait également il y a trois siécles, seu- lement les lieux de la terre ou les phénomeênes se réalisaient et leur marche étaient três différenis. Ce qui fixe avant tout notre attention c'est que sur Pocéan Atlan- tique et sur une grande partie du Pacifique, la déclinaison êtait à Vest, et sur POcéan Indien elle était à Vouest. Les changements annuels de la déclinaison ne se faisaient dans la même proportion partout. Pour le réconnaitre il suffit de jeter un coup d'ceil sur les lignes qu'indiquent la marche de la déclinaison dans trois villes dont les méridiens sont três rapprochés, Lisbonne, Paris et Londres, depuis le xvi jusqu'au x1x siécle (pl. 1). Le manque de parallelisme entre ces lignes laisse bien voir que la déclinaison ne change pas en égale proportion, même dans des lieux três rapprochês du même hémispheêre. En géênéral ont peut dire par rapport à la déclinaison de Vaiguille au xvi siécle, que dans Vhémisphêre nord et sur PAtlantique elle chan- geait en raison de 9' à 10º par an, et qu'à Vhêmisphêre sud, ce change- ment était de 3 à 5'. Ce qu'il y a de plus remarquable dans les phé- nomênes de la declinaison magnétique d'il y a trois sitcles, c'est Pexis- tence d'une ligne sans déclinaison à Pouest des Açores, ligne au del de laquelle Colomb trouva que la déclinaison tournait à Pouest. En comparant soigneusement toutes les observations on trouve que la ligne ayant la déclinaison 0º, formait une courbe presque illiptique semblable à celle que prêsente actuellement la ligne sans déclinaison qui se trouve autour du pôle secondaire, qui s'observe maintenant dans PAsie Orien- tale. Les lignes d'égale déclinaison à Pouest, qui se trouvaient dans la même aire étaient des courbes placées de même à Vintérieur de la ligne sans déclinaison, qui a été observêe par Colomb et Cabot dans leurs célê- bres voyages. Si nous faisons attention à Vinaltérabilitê de la déclinaison observée à Lisbonne au xvz siécle, pendant plusieurs années, nous serons portes à croire que la déclinaison — lorsque le pôle qui se trouve aujour- dhui en Asie se trouvait prês des Açores —était presque stationaire à Pest de la ligne de 0º, ainsi que la déclinaison Pest maintenant entre 130º long. E et la baise d'Hudson. Hansteen calculant sur les donnêes dont il pouvait disposer trouva, que le point d'attraction ou le pôle Sibérien, dont nous venons de parler, prêsente un mouvement d'est à Pouest et qu'il faudra une période de 860 années pour qu'il décrive un grand cercle autour du pôle terrestre. Si ce pôle qui se trouve aujour- 158 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS d'hui à "Orient de PAsie n'est, selon notre opinion, que celui qu'au xvr siêcle se trouvait à Pouest des Açores, nous pouvons trouver dans ce fait la confirmation des calculs d'Hansteen. En effet si cela était ainsi le dé- placement du pôle aurait une étendu de 170º à 180º de Vest à Pouest en 400 années. En suivant cette marche il lui faudrait pour revenir à sa position primitive à Vouest des Açores une période à peu prês égale à celle qui a êté calculée par Hansteen. Pour rendre plus clair le ré- sultat de Vétude que j'ai faite sur la déclinaison magnétique, selon les observations des pilotes portuguais du xvr siêcle, jai cru qu'il seraif utile de présenter Vessai d'une carte ou on puisse voir la position de quel- ques lignes isogoniques à cette époque (pl. 2). La comparaison de ces lignes avec la position actuelle des courbes d'égale déclinaison (pl. 3) peut offrir quelque intérêt aux savants qui s'occupent de Vétude des phénomênes du magnétisme terrestre. Roteiro de Lisboa a Goa por D. João de Castro (1538) Lat. N. 38º 42! —Long. 0. G. 9º8 —Decl. 7º30' E. Lat. N. 29º 20' —Long. O. 18º —Decl. 5º 30' E. Lat. N. 26º —Long. O. 47º —Decl. 6º E. Lat. N. 12º 30' —Long. O. 20º —Decl. 5º30' E. BatoNçaado —Long. O. 42º —Decl. 5º 45 E. Lat. S. 8º 40' —Long. O. | 14º —Decl. 10º 30' E. Lat. S. 7º30' —Long. O. 24º — Decl. 414º E. Lat. S. 14º —Long. O. 23º —Decl. 44º E. Lat. S. 18º —Long. O. 36º — Decl. 14º 30! E. Lat. S. 20º —Long. O. 34º — Decl. 12º 30' E. Lat. S. 30º —Long. O. 42º — Decl. 19º 30" a 20º E. Lat. S. 31º 30 —Long. O. 9º 30" a 10º— Decl. 19º 30" E. Lat. S. 35º 10! —Long. O. 44º —Decl. 15º 50' E. Lat. S. 35º —Long. E. 43º — Decl. 10º E. Lat. S. 34º —Long. E. 25º30 —Decl. 4º30' E. Lat. S. 33º —Long. E. 28º —Decl. 0º E. Lat. S..32º —Long. E. 28º —Decl. 0º E. Lat. S. 32º —Long. E. 32º —Decd. 4º 25 O. Lat. S. 30º —Long. E. 33ºa 34 —Ded. 5 O. Laris dare —Long. E. 34º —Decl. 5º O. Lat. S. 15º Eat iS Do Lat. 9º 30' Lat. Ze Lat: Lat: Lat. Lat. 6º Lat. 7º 20 EatiNÊ: 7 Lat. N. 8º Lat. N. 114º Lat. N. 14º 20' Lat. N. 45º 30' 2º 50! kº AZ ia 2 nto 1º 25 PHYSICAS E NATURAES —Long. E. G. 44º — Long. — Long. — Long. — Long. — Long. —Long. — Long. spPRDpEODERDESR hhº h5º h6º 54º 52º 59o. 55º 56º 60º 61º a 62º 65º Zur 13º —Decl. 6º 45! — Decl. 6º — Decl. 6º 15 — Decl. 7º 45 — Dec. 7º 30! —Decl. 8º 15 — Decl. 8º 45 — Decl. 10º —Decl. 9º 30 — Decl. 10º — Decl. 10º — Decl. 40º — Decl. 40º — Decl. 45º Roteiro da Costa da India por D. João de Castro (1538) Lat. N. 19º 20! Lat. N. 47º50' Lat. N. 19º 20! Lat. N. 49º 50 —Long. E. G. 73º —Long. E. 73º —Long. E. 73º —Long. E. 73º — Decl. 42º 30' —Decl. 44º — Decl. 10º 15 —Decl. 12º Roteiro do mar Roxo por D. João de Castro (1541) Lat. N. 13º 45/ Lat. N. 19º Lat. N. 19º 40! Lat. N. 22º Lat. N. 24º 40! Roteiro da carreira da India por Vicente Rodrigues [1572 (?)] Lat. N. 38º 42' Lat. N. 4º Lat. S. 8º 30! Lat. S. 18º Lat. S. 18º Lat: 5: 39º —Long — Long —Long —Long HE. E. —Long. E. E. . E. G. 51º 30! 38º 37º 57º 35º —Long. O. G. 9º 8 —Lons. O. —Lons. 0. —Long. 0. —Long. O. —Long. O. 29º 27º 31º 38º 48º —Decl. 8º — Decl. — Decl. — Decl. —Decl. —Decl. 7º 30' — Decl. 7º 30' — Decl. 44º —Decl. 14º —Decl. 114º —Decl. 49º SS 00 PDD SD0000 S000 ososo Ed fi po to ti pol é 159 160 JORNAL DE SCIENCIAS MATHMEMATICAS Lat. S. 33º —Long. O. 42º — Decl. 16º 30' E. Lat. S. 35º —Long. O. 43º —Decl. 4º E. Lat. S. 33º —Long. E. 24º 30! — Decl. 0º E. Lat. S. 34º —Long. E. 26º —Decl. 3º 0. Lat. S. 26º 30 —Long. E. 33º —Decl. 6º O. Lat. S. 24º —Long. E. 36º — Decl. 10º 0. Lat. S. 35º a22ºLong. E. 39º — Decl. 14º Oy. Lat. S. 21º a24ºLong. E. 42º — Decl. 13º O. Lat. S. 15º — Long. E. 414º — Decl. 11º 0: Lat. S.; 6º —Long. E. 51º a 52ºDecd. 15º 0. Lat. N. 10º al2º-—Long. E. 54º —Decl. 17º 0. Lat. S. 26º —Long. E. 45º —Decl. 17º O. Lat! 20º —Long. E. 63º —Decl. 20º 0. Lat. 46º —Long. E. 58º —Decl. 18º 0. Tato: —Long. 13º — Decl. 16º 30! 0. Roteiro da carreira da India por Gaspar Reimão (1598) Lat. N. 38º 42 —Long. E. G. 9º 8 — o E. Lat. N. 145º a30ºLong. E. 145º a 20º— 5º ag ONES Lat. N. 5º —Long. E. 40º — ho E. BatiS o —Long. E. 30º —Decl. 9º E. Lat. S. 18º —Long. E. 31º — Decl. 14º E. Lat. S. 35º —Long. E. 20º — Decl. 18º E. Lat. S. 32º a33ºLong. E. 45º —Decl. 15º E. Lat. S. 35º —Long. E. 15º —Decl. 3º E. Lat. S. 35º —Long. E. 20º —Decl. 0º E; Lat. S. 34º —Long. E. 26º —Decl. 3º O. Lat. S. 27º 30! —Long. E. 33º —Decl. 6º O. Lat. S. 25º —Long. E. 34º —Decl. 8º O. Lat. S. 25º a30º—Long. E. 35º30' —Decl. 9º O. Lat. S. 20º 3 —Long. E. 38º. — Decl. 10º O. Lat. N. 25º —Long. E. 3930! —Decl. 11º O. Lat. N. 24º a 24ºLong. E. 42º — Decl. 13º 0. Lat. N. 21º a24º-Long. E. 44º — Decl. 14º 0. Lat. N. 12º —Long. E. 43º —Decl. 12º 0. Lat. NH 6º —Long. E. 51º a 52ºDecl. 14º 0. Lat. N. 40º —Long. E. 5 — Decl. 17º 0. Barra de; Goa SER aba ci SEO O coa 15º Cochim. sro td CGA ado o pioto RO o pe OE 45º Lat. N. 10º —Long. E. G. 73º — Decl. 16º eo E Lat. S. 16º 30 —Long. E. 59º a 60º—Decl. 48º Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat: Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Eat: Lat. Eat. Lat. Eat Lat. Lat. Lat. Lat. Eat Lat. Lat. Lat. Lat. PHAYSICAS E NATURAES S. 20º —Long. E. G. 63º — Decl. 20º O. S. 20º " —Long. E. 65º — Decl. 22º O. 26º —Long. E. 45º — Decl, 45º O. 34º 30! —Long. E. 22º30' —Decl. 4º 30 16º —Long. E. TIN —Decl. 6º E. N. 18º —Long. O. 29º —Decl. 5º O. N. 30º —Long. O. 32º 30' —Decl. 091 N. 32º —Long. O. 34º — Del. 2º Or Sauer PRA ad E D'ahi para o cabo da Roca vae NE. agulha até 7º Long. 0. Roteiro de Aleixo da Motta que navegou por trinta e cinco annos (1588 a 1623) N. 28º 30! —Long. O. G. 17º —Decd. 5º E. N. 45º a20ºLong. O. 20º —Decl. 4º as2 E, N. 49º a20ºLong. O. 20º —Decl. 6º E. NH 20 va do Long. O. Am —Decl. 3º E. IN Ze —Long. O. 26º —Decl. 6º E. vo — Long. mais p.º O. —Decl. 7º E. S. 17º a48ºLong. O. 20º — Decl. 43º E. Sé eo —Long. O. A» — Decl. 14º E. SH20º —Long. O. 29º — Decl. 14º 30 E. S. 35º a36º—Long. O. 18º a 19º—Decl. 49º E. S. 50º —Long. O. 12º -—Decl. 12º E. S. 33º —Long. O. 12º — Decl. 15º E. S. 35º a 36ºLong. E. 48º30' — Decl. 4º E. S. 34º 30! —Long. E. 49 — Decl. 15º E. S. 59º —Long. E. 20º —Decl. 0º S. 34º 30 —Long. E. 24º 30! —Decel. 4º 30! O. S. 34º 45 —Long. E. 22º30! —Decl. 3º O. S. 34º —Long. E. | 26º —Decl. 5º O. S. 33º —Long. E. 28º 30' —Decl. 7º 0. S. 32º —Long. E. 32º —Decl. 8º 30! O. S. 28º —Long. E. 35º —Decl 10º Õ. 3. 25º —Long. E. 37º — Decl. 12º O. Ss. 25º —Long. E. 43º —Deel. 15º O. S. 20º —Long. E. 43º — Decl. 14º 45! O. 1 Para N-N-E. até ás Flores continua uma linha com a variação de 0º. 2 Até 14º N. (derrota ENE.) vae crescendo a variação e chega a 19º largos. 3 D'aqui para Goa vae diminuindo a variação e em Goa é de 16º escassos. JORN. DE SCIENC. MATH. PHYS. E NAT.—N. XXXI. 12 162 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Lat. :S- 47º —Long. E. G. 42º — Decl. 13º 30! O. Dat —Long. E. 41º —Decl. 13º O. Lat. S. 22º —Long. E. 39º 30 — Decl. 43º 0. Lat. S. 22º —Long. E. 38º — Decl. 12º 0. Lat. S. 22º —Long. E. 44º a 42º-Decl. 14º 0. Lat. 8. 20º —Long. E. 35º —Deel. 12º 0. Lat. S. 15º —Long. E. 44º — Decl. 14º O. Lat. S. 12º —lLong. E. 43º — Decl. 43º 30 0. Lat. S. 14º —Long. E. 44º — Decl. 10º 0. Lat. S. 6º 30 —Long. E. 40º —Deel. 14º nO: Lat. N. 3º 30! —Long. E. 47º — Decl. 47º 0. Lat. N. 12º 30! —Long. E. 53º — Decl. 48º O. Lat. N. 45º 30 —Long. E. 74º 30 — Decl. 16º O. Lat. S. 20º —Lonsg. E. 36º — Decl. 12º 0. Lars 20? —Long. E. 4hº —Decl. 14º 40' O. Lat. S. 12º —Long. E. 44º — Decl. 11º O. Lat. 0º —Long. B. 46º — Decl. 4hº1 O. Lat. N. 13º — —Long, E. 57º 30 — Decl. 19º? O. Barra: de Goa scr pe 15º 30 O. Lat. S. 16º —Long. E. G. 61º — Decl. 24º O. Lat. S. 16º —Long. E. 58º: — Decl. 49º 30' 0. Lat. S. 20º —Long. E. 63º — Decl. 22º O. Lat. S. 20º 30! —Long. E. 68º — Decl. 22º 30! 0. Lat. S. 10º 30' —Long. E. 55 — Decl. 20º 30' O. LatiSs ho —Long. E. 40º —Deel. 11º 20' O. Lat. S. 4º “Long. E. maior —Decl. 18º O. "LS. 9 —Long. E. 54º —Decl. 18º O. Lat. S. 10º —Long. E. 42º30 — Peel, 40% O. Lat. S. 0º —Long. E. 44º30' — Decl. 13º O. Lat. S. 5º —Long. E. 41º — Decl. 114º 45! 0. Lat. S. 6º —Long. E. 40º —Decd. 44º 0. Lat. S. 8º —Long. E. 40º — Decl. 40º 45 O. Lat. S. 0º —Long. E. 45º a46º —Decl. 12º a43º0. Lat. S. 12º —Long. E. 42º —Decl. 12º O. Lat. S. 22º —Long. E. 44º a 42º Decl. 14º 30' O. Lat. S. 22º —Long. E. 42º akh3º —Decl. 44º a 145º 0. Lat.N. 9º onça. TO —Decl. 48º a 19º 0. fat So 17º —Long. E. 614º — Decl. 21º 30' 0. Lat. S. 17º —Long. E. 59º — Decl. 49º 30' O. Lat. S. 20º —Long. E. 63º — Decl. 22º O. * Mis a 0.5º a 6º de declinação E. Para E. d'aquelle meridiano vae a declinação diminuiido vagarosamente. D'ali para o cabo das agulhas vae diminuindo a declinação. PHYSICAS E NATURAES 163 Lat. S. 20º — Long. E. G. 65º — Decl. 22º 30 O. Lat. S. 20º - —Long. E. 51º —Decl. 18º O. Lat. S. 27º —Long. E. 32º —Decl. 5º 0. Lat. S. 34º 30 —Long. E. 22º30' —Decl. 3º 30 O. Lat. S. 35º —Long. E. 21º —Decl. 2º 0. Lat. 36º —Long. E. 20º —Decl. 0º 0. Lat. S. 33º 30' —Long. E. 49º. — Decl. 40º E. Lat. S. 34º 30 — Long. E. 48 —Decl. 4º 20! E. Lat. S. 16º — Long. O. 5º —Decl. 7º 30 E. Lat. S. 16º. —Long. 0. 6º — Decl. 8º E. Lat. S. 16º —Long. E. 14º — Decl. 3º E. Eatiss 92 —Long. E. 42º —Decl. 4º E. Lat. S. 6º30' —Long. O. 14º —Decl. 7º E. Lato NÉ 17º —Long. 27º a 28ºDecl. 6º E, Lat. N. 30º —Long. 24º a25ºDecl. 4º a 5º E. Lat. N. 30º —Long.: 28º a29º-Deel. 1º a 2 E. Lat. N. 34º “—Long. 35º —Decl. 0º E. Lat. N. 39º —Long. 31º — Decl. 3º 30' E. Diziam os roteiros antigos que pela lat. 30º e navegando para NE ao Fayal, a agulha marcava sempre 0º e no Fayal era tambem 0º. Anvista doiCabo daiRota ... seco 8º Lat. N. 38º —Long. O. G. 9º —Decl. 4º 30 E. No Porto de Angola NE a 4º dºahi para Pernambuco vae crescendo a mes- ma declinação até 19º long. e d'ahi para a linha vae multiplicando (augmen- tando) até. BN 9 tons 0.6 30º —Ded. 9º E. D'ahi começa a diminuir a variação, e à vista de Pernambuco : Eat SS? —Long. O. G. 36º — Decl. 7º 40! E Lat. S. 16º —Long. O. 12º —Decl. 3º E. Lar. N. 13º a d4-Long. O. 20º — Decl. 12º 30 E. Lat. N. 12º 59! —Jong. O. 40º — Decl. 40º E Da Eguinoxial para o sul, indo 5º a 6º afastado da costa do Brasil, vae crescendo a declinação até aos 22º 30 lat. S. e d'ahi para Léste vae diminuindo eté ao cabo das Agulhas onde é nulla a declinação. Lat. (9% —Long. O. G. 25º —Decl. 6º E. Lat. 0º —Long. O. 27º —Decl. 7º E. 164 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Das ilhas de Tristão da Cunha para o Cabo da Boa Esperança diminue a declinação um grau por 29 leguas de marcha do navio. O Padre Kircher no seu importante livro sobre o magnetismo, publicado em 1643, traz numerosas observações sobre a variação magnetica, referidas a épocas differentes e feitas por pilotos de varias nações, incluindo os portugue- zes. Pode fixar-se, aproximadamente, como limite do tempo em que as obser- vações foram realisadas os annos decorridos de 1330 a 1640. Kircher (observações feitas enire 1530 e 1640) 7 Lat. N. 38º 46' —Long. 0. G. 13º — Decl. 6º 5 E. Lat Ned —Long. 0. 9º —Decl. 5º 38! E. Lat. N. 37º —Long. 0. 25º — Decl. 2º 20! E. Lat. N. 38º 30! —Long. 0. 29º — Decl. 3º 45 E. Lat. N. 39º 30! —Long.0. 27º — Decl. 0º Lat. N. 39º 30 —Long.0. 32º —Deel. 0º Lat. N. 39º30/ a 40º-—Long. 0. 31º —Decl. 4º 0. Lat. N. 39º 30 —Long. O. 40º —Deci. 2º 0. Lat. N. 39º 30 —Long. 0. 31º — Decl. 5º 37! O. Lat. N. 40º —Long. O... 43º —Decl. 3º 30! O. Lat. N. 38º —Long. OU. 28º —Decl. 4º 30' 0. Lat. N. 32º —Long. O. 47º 30 — Decl. 5º 37 E. Lat. N. 30º —Long. O. 45º —Decl. 4º 37! E. Lat. N. 30º —Long. O. 416º —Dec!. 5º 37! E. Lai. N. 28º —Long. O. 47º —Decl. 5º 20! E. Lat. N. 30º —Long. O. 30º a33º—Decl. 0º Lat. N. 33º ion OO O —Decl. 0º Lat. N. 33º —Long. 0. 8º —Decl. 2º 40! E. Lat. N. 44º —Long. O. . 18º —Decl. 4º E. Lat. N. 14º —Long. O. 40º ==llecl! 15º:38/ E. Lat. N. 14º —Long. O. 24º — Decl. 3º 45/ E. Lat. N. 0º —Long. 0. 5º — Decl. 5º E. Eat NC AS —Long. 0. 61º — Decl. 0º Eat NS do —Long. O. 64º —Decl. 0º Lat. N. 17º 30! —Long. O. 65º —Decl. 0º Lat. N. 18º 30' —Long. O. 66º —Decl. 8º 0. Lai. Nº 13º —Long. O. 61º —Decl. 4º O. PHYSICAS E NATURAES 165 Lat. N. 16º —Long. 0. G. 61º 30! —Decl. 4º (D; Lat. N. 11º —Long. 0. 75º —Decl. 7º 36 O. Lat. N. 27º —Long. O. 410º —Deel. 45º (05 Lat. N. 22º —Long. O. 8430 —Decl. 3º 0. Eat NS 25º —Long. O. 81º —Decl. 3º 0. Lat. N. 32º —Long. 0. 73º —Decl. 10º O. Lat. N. 46º, —Long. O. 53º —Decl. 6º 0. Eat NS —Long. O. 43º —Decl. 6º O. Lat. S. 9º —Long. 0. 35º -—Decl. 7º E. Dat SG 9 —Long. O. 29º - a 30º-Decl. 11º E. Lat Sy hº —Long. 0. 33º —Decl. 3º 45! E. Lat. S. 20º —Long. O... 22º —Decl. 12º E. Lat. S. 18º —Long. O. 24º 23! —Decl. 70º 30º | Lat. S. 20º —Long. O. 30º — Decl. 13º E. Lat S437º —Long. O. 42º —Decl. 19º E. Lat. S. 18º —Long. O. 43º — —Deel. 43º E. Lat. S: 18º —Long. 0. 6º — Decl. 114º E. Lat. S. 48º —Long. O. 66º —Decl. 5º | E: Lat. S. 53º —Long. O. 68º —Deel. 5º 30! E. Patsss DA —Long. O. 70º —Decl. 5º E. Lat. S. 33º —Long. E. 48º —Dael. 0º Lat. S. 36º —Long. O. 49º —Decl. 0º Lat. S. 35º —Long. O. 20º —Deel. 0º Lat. S. 35º —Long. O. 26º —Decl. 0º Lat. S. 25º —Long. O. 36º —Decl. 7º 30! O: Lat. S. 17º —Long. O. 41º - —Decl. 45º O. Pais Ss: 45º —Long. E. h4º — Decl. 192º 0. Bati Sa 07º —Long. E. 39º — —Ded. 10º 0. Eat So 6º —Long. E. 3º —Decl. 13º 0. Lat. N. 114ºa 12º —Long. E. 514º —Decl. 8º 0. Lat. N. 12º —Long. E. h3º —Decl. 5º O. Lat. N. 24º 30! —Long. E. 37º — Decl. ' 0º Lat. N. 25º —Long. E. 3% — Decl. 0º Lat. N. 33º 30' —Long. E. 35º 30 —Decl. 2º 35! E. Lal. N. 15º 50 —Long. E. 73º 45! — Decl. 17º 0. Lat. S. 14º 30 —Long. O. 43º — Decl. 143º O. Eat. S:/23º 20/ —Long. O. 43º — Decl. 15º 0. Lat. S: 269 —Long. O. 46º —Dee!. 8º 30 O. Lat. S. 30º — Long. h0º —Decl. 14º 0. Lat. S. 16º —Long. O. G. 50º —Decl. 20º a 25º O: Lat. S: 10º —Long. O. 60º — Decl. 15º 0. Eat 54 19º 40/ —Long. O. 63º —Decl. 2º . 0. EatoiNE o 4º —Long. O. 72º —Decl. 47º E. Lat. N. 10º —Long. 0. E. 76º —Decl. 43º - 466 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Lat. S. 10º —Long. O. G. 70º —Deel. 17º Lat. N. 9º —Long. O. 80º — Decl. 15º 30' Lat. N. 5º —Long. O. 95º “ —Ded. 2º Lat.N. 7º30'a 8º—Long: O. 95º —Decl. 8º Lat. Nº 8º —Long. O. 106º — Decl. 5º Lat.N. 7º 30! —Long. O. 114º — Decl. 2º 30' Lat Nd o — Long. O. 140º —Decl. 0º Lat. N. 23º — Long. O. 113º 30" —Decl. 1º 30! Lat. N. 28º 30! —Long. O. 41143º 30 —Decl. 0º Lat. N. 36º —Long. O. 140º —Decl. 8º Lat. S. 4º —Long. O. 154º — Decl. 4º Lat. N. 65º —Long. O. - 60º — Decl. 50º Lat. N. 76º —Long. E. 60º — Decl. 22º 30' Lat. N. 76º —Long. E. 54º — Decl. 26º Lat. N. 73º —Long. E. 52º — Decl. 314º Lat. N. 70º —Long. E. 60º Decl me Lat. N. 68º —Long. E. 54º —Decd. 3º 30 Lat. N. 74º —Long. E. - 26º —Decl. 4º Lat. N. 55º — Long. O. 2º 30! —Decl. 12º Lat. N. 51º —Long. O. hº 30! —Deel. 9º Lat. N. 52º — Long. O. 5º —Decl. 9º 30! Lat. N 51º30' —Long. 0º — Decl. 14º 30 Lat. N. 50º 30º —Long. E. 5º 30! — Decl. 10º Lat. N. 50º 30! —Long. 0. 5º —Decl. 8º Lat. N. 52º — Long. 0. 8º — Decl. 10º Lat. N. 47º —Long. O. 23º — Decl. 4º Lat. N. 55º —Long. O. 23º a 30º—Dcel. 0º Lat. N. 60º —Long. 0. 35 a 36º-Decl. 10º Lat. N. 46º —Long. O. 53º —Decl. 8º Lat. N. 34º 30 —Long. O. 60º — Decl. 2º Lat. N. 43º —Long. O. 9º —Decl. 8º 30! Lat. N. 39º —Long. O. 75 —Deel. 12º Observações de João Feliero, publicadas por Kircher Lat. N. 16º 50' —Long. O. G. 47º 50' —Decl. 2º 40! Lat. N. 45º 46" —Long. O. 47º 22! —Decl. 5º 15 Lat. S. 17º 39 —Long. O. 47º33 — Decl. 9º 30º Lai. S. 20º 14! —Long. O. 47º 7 — Decl. 14º 27' - Lat. S. 22º56/ - Long. O. | 16º 10 — Decl. 43º Lat. S. 9º 50! —Long. O. 15º38 —Decl. 6º 40 Lat. S. 7º —Long. O. 45º 4 —Decl. 5º RR RRE = coopoocoHccoccos HEHE EROOS SRRRRaS , Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lai. Lat. e Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. S. 25º 34! N. 4º 50 S. 33º 44! S. 40º S. 4º40' S. 25º 41 Sa Se ptel Sa! S: 4030 Soro 6! SE 4997)! N. 9º 36! N. 14º 30! N. 29º 45! SRA DD S. 14º 50! N. 2º 54 N. 19º 24' N. 0º 20! S. 0:40 N. 2º 8 S.33º 44! S. 23º 30! N.52º 8 NE 2096! N. 38º 55! S290, 2 N. 6º 44 7º 49! . 29º 46/ hº 40 7º 39! 31049! 3º 49 35º 40! 8º 15 46º 50! S. 30º 42! Sao N. 49º 9 S. 8º ul N. 50º 10 S. 34º 20! S. 3º Z AAA AA: PHYSICAS E NATURAES O. G. 14º 50 — Long. — Long. — Long. —Long. —Long. — Long. —Long. — Long. — Long. — Long. — Long. — Long. — Long. — Long. —Long. — Long. —Long. — Long. —Long. — Long. — Long: — Long. — Long. —Long. — Long. — Long. — Long. —Long. —Long. — Long. —Long Du —Long. —Long. —Lons. o —Long. — Long. (o) —Long. — Long. — Long. —Long. —Long. (>) — Long. — Long. — Long. ODODODOCOOCDODODOODOODOCODOSVOOCOCOCOvoSDooHOoo 14º 30 13º 15/ 12º 52! 12º 48! 12º 42! 12º 31º 12º 25! 42º 19 12º 12º 12º 12º 12º 44º 55' 14º 30! 14º 30 14º 20! 1º 10º 35/ 10º 31 10º 45! 10º 40 9º 58! 9º 55! 9º 40! GP! 8º 30 8º 50! 8º 20! 8º 8º bia 7º 35 7º 44! 7º 6º 40! 6º 20' 5º 55 5º 38! hº 18! 3º 1º 55! 1º 52! —Decl. —Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. —Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. —Decl: — Decl. —Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. *—Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. —Deel. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Deel. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. —Decl. — Decl. — Decl. — Decl. 14º 5º 50 12º 34 7º 5º 20! 15º 20! 7º dk! qu e! 6º 5º 7º 25! 5º 10 2º h5! 6º 13º 30 11º Ko 5º 39! hº 45/ hº nO! ho 17! 13º 20! 13º 414º hº 40 10º 15º 15 2º 45 2º 30! 6º 39! 5º 30 2º 35! 6º 16 3º 30 7º 40 7 10 8º 12º 30' 6º 8º 50' 6º 15! 9o 1º 25! 12º opa BRDNSASAANRESRONGNSASARApRRnSNARARÇAES 168 Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat: Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Nat Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. EA, AA Un UA vo TA ta ta tn tn a qa a a A in en a tn A no: . 54º 24! 33º 31 45º 16º 16º 24! 50º 40' 17º 20" 18º 20' 34º 46! 20º SUL St a She 9 SJ ay 26º 45! 28º 26! Sh0.27! 34043! 27º 36] 36º 35º 20 158 8º 30! Oba 290 98! 37º 60! - 14º 20! SAY - 32º 36! 37º 25! 39º 30! . 18º 16' - 12º 48! Mes 9º 25! - ho S4º S4º 45! 32º SH h! 32º 45! 59º 42! 34º DE SCIENCIAS MATHEMATICAS JORNAL —Long. 0. G. 4º 40! —Long. O. ! — Long. E. pos —Long. E. 2º 46! —Long. E. 3º 45! — Long. É. hº 32! —Long. E. hº 50! —Long. E. 5º 35 e bono e —Long. E. 9º. 8! —Long. E. 9º 40! —long. E. 43º 4 —Long. E. 45º30' —Long. E. 47º40' —Long. E. 48º 6 —tong. E. 48º40 —Long. E. 24º 2! — Long. E. 214º36' —Long. E. 23º —Long. O. 3045 -—Long. O. 29045 —Long.0. 28º49 —Long. 0. 28º 40' —Long. O. 27º40' —Long. O. 25º50' =—Long. O. 25º 3 —Long. O. 24056 —Long. O. 24048 —Long. O. 2º 40 —Long. O. 24º28 —Long. O. 24º 44 —Long. O. 2045 —Long. O. 20º35 —Long. O. 20º22 —Long. O. 20º43 —Long. O. 18º30' —Long. O. 48º30 —Long. E. 23º57 —Long. E. 25º 6 —Long. E. 25º 43 —Long. E. 26º 22! —Long. E. 26º 54 —Long. E. 27º 27! —Long. E. 28º 6 —Deel. — Decl — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. —Decl. —Deecl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl A —Decl. —Deci. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. —Decl. — Decl. — Decl. —Decl. —Decl. —D el. —Decl. — Decl. —Deel. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. —Decl. — Decl. — Decl. —Decl. 12º 10! 14º 30 10º 45/ 6º 5º 30' 5º 20' 6º 30! 5º 15 5º 40 8º 30 5º 5º 3º 2º 20' 1º 40! o 0º 45/ 0º 25! 0 5 hº hº 3º 40! 3º 50! 3º 10 32 20 3º 30! 3º 45! 3º 3º 45! 3º 50! 3º 30 hº 3º 3º 45' 3º 3º 45 ho 1º 40! 0º 46' 0º 30! 0º 46' 1º 40 1º 45 1º 45 OPo Loo CnnaRERSaNRRRSNSpERPRRSNNARpRRnaaaREnE E Lat. Lat: Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat: Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat: Lat. Tai Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat: Lat. Lat. Lat. 3h 35º - 36º 16' 74º 40! 55º 20! 35º 50! 56º 15/ 37º 35! 35º 6 37º 56º 35º 5)! 3Hº 35º 214” 35º 15 S5º 45! 30º 35º 45' 36º 48! 51º 27º 42! 32º 20! 25º 4h! 17º ht! 24º 50! 19º 20 52º 47! 14º 50' 24º, 5! 29 20º 39! 16º 6 24º 50' 32h40 25º H'! 28º 5º 34º nO! 28º - 44º 30! 5º 12º 54º. 5 9fo . Dã 0 & PHYSICAS E NATURAES —Long. E. G. 28º 26! —Long. — Long. — Lone. —Long. — Long. —Long. — Long. o —Long. —Long. om os o —Long. — Long. —Long. — Long. — Long. — Long. = Long. —Long. —Long. —Long. — Long. —Long. — Long. - —Long. —Long.' —Long. —Long. —Long. —Long. — Long. —Long. —Long. — Long. — Long. —Long. —Long. —Long. — Long. —Long. —Long. —Long. “—Long. —Long. E. E. BRoBpRERSERPnREnSSEnRDDANSNÇESE sa Simas 28º 30/ 99º 9 929º 20! 30º 4h! 34º 35! 32º 60)! 39º 9 39º 39 340 5 34º 59! 33º 5 35º 48! 36º 5! 39º 17! nO 32 n2º 3º 30' 3º 30' n6º 3 h6º 8! h7º 40! h7o 44! h7º 97 h7º 56! 8º 40! 48º 44! n8º 30! n9º 8 n9º 5 9º 40! k9º 47! h9º 37! 50º 40! 51º 51º 96! 51º 49! 51º 46! 53º 40! 53º 30! 54º 43/ 56º 18/ 56º 59 58º 42! — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. —Deecl. — Decl. — Decl. —Decl. — Decl. — Decl. —Deci. — Decl. — Decl. — Decl. —Deel. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. —Decl. — Decl. — Decl. — Decl. —Decl. — Decl. —Decl. —Decl. — Decl. —DBeel. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl: —bDeel. —Decl. —Deucl. —Decl. 1º 45! Do 5º 20! 90 hº 30! 4º 45' 5º 45! 6º 50! 6º 30! Jo 8º 20 8º 8º. 9 14º 13º 13º 15º 14º 30! 16º 15º 16º 30' 15º 40! 12º 30' 15º 20' 15º 7 16º 44º 15º 40' 45º 30 13º 30 122150] 140 18º 30' 45º 29 47º 40 14º 5 19º; 4! 16 15º Ê 1º 22º 50! 21º 14º Ay SD POPSOSOSODOCC (Sm qm or eae! . pm, a . . > 404 170 Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Nat: Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lat. Lai. Lat. Zun2unnnZrnAnZnnnAnAnnÁnn A An A AAA AAA An Ana Amam 94º - 32º 20/ 31º 3º 48 - 31º 50! 32º 6º 50º 50' 14º 20! 13º 45! 73º 20/ 10º 20' 12º 15º 45)! 30º 10! 69º 30 30º 13º 18! 12º 45 26º 24! 26º 53! 12º 45/ 26º 20! 25º 43! 73º 39! 25º 42! 13º 6 19º 20' 24º 37! 23º 43! 13º 22" 23º 32º 13º 42! 22º 50! 19º 27 14º 40 16º 48 20º 56/ 15º 25! 15º 14º 10 19º 56 15º 30' 13º JORNAL — Long. —Long. — Long. — Long. — Long. — Long. — Long. — Long. — Long. —Long. —Long. —Long. -—Long. — Long. — Long. — Long. —Long. — Long. — Long. — Long. —Long. — Long. — Long. —Long. — Long. —Long. — Long. —Long. — Long. —Long. —Long. — Long. —Long. — Long. — Long. — Long. — Long. —Long. —Long. — Long. — Long. —Long. — Long. —Long. DE SCIENCIAS MATHEMATICAS pEpopAsSpSonpRADRSSSpnpRpEnsrhopoSDERSananNnaaE 59º 23! 60º 6 60º 44! 60º 55! 62º 29' 63º 35! 63º 44! 65º 47! 66º 12! 66º 15! 66º 20' 67º 43! 68º 6! 68º 15! 63º 26' 68º 59 68º 52! 70º 22! 73º 22! 73º 51 74º 20! 75º 8 75º 25! 75º 38! 75º 50! RO aNE 76º 47! 76º 50! 7 OE 77º h0! 78º 29! 78º 50! 80º 4! 80º 34º S0º 40 92º 23" 82º 55! 83º 40! 84º 25! 84º 28! SDpana! 86º 10 86º 50! 88º — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Deel . — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl — Decl. 22º 30' 23º 22º 50! 15º 40 23º 30 23º 15/ 16º 30! 25º 22 4 7º 18º 25º 970 18º 18º 30 24º 50! 24º 30/ 24º 19º 40! 20º 553! 24º 20! 22º 20º 30 21º 48 23º 30! 33º 21º 50" 20º 10' 220 alo 20º 40 19º 20 18º 22º 17º 40! 16º 307 16º 20' 19º 30 15º 20! 14º 35! 16º 17º 30 15º 40' 15º 30! DPODDOSSDSDSDOILSODOOSODCOSDOSDDSDICOSDSSPSDODOSODODO PHYSICAS E NATURAES Let. N. 19º 56! —Long. E. 88º 10 — Decl. 16º 36/ 0. Lat. S. 13º 33! —Long. E. 88º 28! —Deel. 13º 0. Lat. S. 11º 27! —Long. E. 90º 15 — Decl. 14º 40/ 0. Lat. N. 49º 5 —Long. E. 90º 20' — Decl. 15º O. Lat. S. 10º 32/ —Long. E. 91º 10 — Decl. 14º 0. Lat. N. 5º5/ —Long. E. 92º 25 — Decl. 13º 40/ O. Lat. S. 48º 5 —Long. E. 92º 50 — Decl. 13º 0. Lat. S. 8º30! —Long. E. 95º 43 —Decl. 9º 47! 0. Lat. S. 17º 10' —Long. E. 9º 5 — Decl. 12º DA Lat. S. 8º —Long. E. 9443 — Decl, 9º 16 O. Lat. S. 6º59 —Long. E. G. 95º 40! — Decl, 8º 40! 0. Lat. S. 6942 —Long. E. 96º 4 —Decl. 8º 0. Lat. N. 5º 42 —Long. E. 95º 50! —Deel. 114º O. Lat. S. 15º 2! —Long. E. 96º 25 — Decl. 10º 30/ O. Lat. S. 6º 24 —Long. E. 97º 35 — Decl. 7º 33! O. Lat. S. 6º 26 —Long. E. 98º 20 —Deel. 6º 40' 0. Lat. S. 14º 12! —Long. E. 99º 29! — Decl. 9º 30! O. Pato 20 —Long. E. 101º 143! —Decl. 8º O. Lat. S. 12º 57! —Long. E. 403º 49 — Decl. 7º 30' O. Lat. S. 0º 10! —Long. E. 105º 33! —Decl. 5º 45! 0. Eaton 1053 —Long. E. 407º 40 —Decl, 5º 45º O. Lat. S. 9º 40 —Long. E. 107º 50' — Decl. 5º 0. Lat. N. 3º —Long. E. 409º 4 —Decl. 4º 0. Lat. S. 7º26' —Long. E. 109º 5". —Deci. 4º 30' O. Lat.N. 4º 9 — Long. E. 440º 23! —Decl. 4º O. Lat. S. 3º 46 — Long. E. 440º 40 — Decl. 4º 45! O. Estes 0926! —Long. E. AMº 9 —Decl. hº O. Lat. S. 12º 57! —Long. E. 112º 49! —Deel. 7º 30! O. Lat. N. 4º36' —Long. E. 423º 30 —Decl. 3º 30! O. Lat. S' 8040! — Long. E. 172º 50' — Decl. 4º 30! O. Lat. N. 77º 42! —Long. O. 33º 40 — Decl. 27º 0. Lat. N. 37º —Long. O. 32º140' —Deel. 0º 0. Observações diversas feitas, aproximadamente um seculo depois das viagens de D. João de Castro e citadas por Kircier. Lat. N. 38º 38! —Long. 0.6. 9º 8 —Decl. 7º 30! E. Lat. N. 38º30/ — Long. O 7º 5! —Decl. 6º 12' E. Lat. N. 40º 15 —Long. 0. 8º 45 —Decl., 6º 3 E. Lat. N. 40º 35! —Long. 0. 3º 45! — Decl. 5º E. Lat. N. 48º 50! —Long. E 2º 20! —Decl. 3º E. Lat. N. 47º 20 —Long. E. 40 —Deel. 4º 50' E. 174 1/2 Lat. N. 47º 8 Lat. N. 47º 20! Lat. N. 45º 46! Lat. N. 45º 40 Lat. N. 43º 58 Lat. N. 44º 40! Lit. N.43º35 Lat. N. 43º 20! Lat. N. 44º 40' Lat. N. 43º30 Lat. N. 43º 40! Lat. N. 45º 20! Lat. N. 44º 24'! Lat. N. 45º 30' Lat. N. 45º 10 Lat. N. 44º 30' Lat iNuss Lat. N. 44º 40' Lat. N. 45º 25 Lat. N. 41º 45 Lat. N. 43º 40' Lat. N. 43º 25! Lat. N. 40º 45/ Lat. N. 40º 6 Lat. N. 39º 25' Lat. N. 38º 40' Lat. N. 38º 15 Eat. No35255/ Lat. N. 38º 8 Lat. N. 37º 47' Lat. Nº 37º 5 Lat. N. 54º 30! Lat. N. 51º 43! Lat. N. 50º 40' Lat. N. 51º 5 Lato NH52º 20: Bat NS 52048! Lat. N. 51º 45' Lat. N. 49º 45/ Lat. N. 50º 55! Latin) Lat. N. 50º Lat. N. 50º Lat. N. 50º33' JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS -—Long. — Long. —Long. — Long. — Long. —Lonsg. —Long. — Long. —Long. — Long. —Long. —Long. —Long. — Long. — Long. —Long. —Long. —Long. — Long. — Lone. c — Lone. o — Long. — Long. “ono: c — Long. (9) — Long. <—Long. —Lones. —Lont. —Lone. — Tone. * c — Long. — Lone. — Long. da e ( eBEEGpRaRRAPSpAROpASDBEEADERRASEEA Lso ASPAS 5º 30! 6 5 hº 50! hº ho! hº 50! hº 10 hº 33 5º 10/ 6º 20' 5º 22! 1º 20". 8% 5! 8º 52! 940 10º 45 44º 20 14º 30 16º 20' 12º 207 12º 30! 44º 20' 13º 35! 44º 45' 15º 20' 46º. 5 15º 55' 15º 30' 14º 30! 13º 48! 15º 45045! 0º hº 25! hº h92! 3º 45! hº 50! hº 30! hº 40! 6º 40 7º 8º 50" 9º 40 8º 145 9º 40! — Decl. — Decl. —Dec!. —Decl. — Decl. — Degsl. — Decl. —Decl. = Decl. — Decl. — Decl. —Deci. —Decl. — Decl. —Deel. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Dec). — Decl 5 — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Deel, — Decl. — Decl. — Decl, — Decl. — Decl. — Deel. — Decl. — Decl. — Decl. 44º oº 14! 5º hº 30! 3º 40! 4º 30! 3º 30 3º 35! 2º h0! 2º 40 2º 30' 2º 26' 5º 5º 30! 2º 30! 0º 30! 3º 5º 50! 5º 5º 3º 6º 30! ho 0º 30! 2º 43! 2º 30 2º nO! On 0º so 3º hº 30" POLDPOSSSDSSCSOSSSSDSSODCSSDODLDCSSDOBMEEEAHEES Lat. N. 49º 45 —Long. E. 9º 55 —Decl. 5º 45/ Lat. N. 49º 28! —Long. E. Mº 5 —Decl. 8º Lat. N. 49º 25 —Long. E. 8º 40 —PDecl. 6º 40 Lat. N. 48º 45! —Long. E. 14º 25 —Decl. 4º 30 Lat. N. 48º 5 —Long. E. 12! —Decl. 4º 26! Lat. N. 50º 5 —Long. E. 14º 25! —Decl. 5º 50! Lat. N. 49º 95 —Long. E. 47º20' —Decl. 2º 30" Lat. N. 48º 12! —Long. E. 16º22 —Decl. 0º Lai. N. 47º 5 —Long. E. 15º25 —Decl. 2º Lat. N. 55º —Long. E. 25º — Dec. 3º Lat. N. 44º —Long. E. 29º —Decl. 0º Lat. N. 36º 20' —Long. E. 37º —Decl. 3º Lat. N. 31º 14 —Long. E. 30º —Deel. 5º 45 Lat. N. 15º 30 —Long. E. 73º4% —Decl. 17º Lat. N. 18º 30 —Long. E. 8h 15 —Decl. 12º Lat. N. 23º —Long. E. 118º143' — Decl. 0º Baton 220142" —Long. E. 1143º35' —DBecl. 4º 30! Observações mandadas de Goa pelo P. Martini em 1640, publicadas por Kircher no fim da sua obra. Eai So? —Long. O. G. 27º — Decl. 14º Lat. S. 20º —Long. O. 25º a30-Decl. 43º Hat S: 18? —Long. 0. 31º — Decl. 14º Lat. ? —Long. O. 42º 148 — Decl. 16º 30' Lat. S. 35º —Long. E. 14º — Decl. 4º Lat. S. 35º —Long. E. 214º — Decl. 0º Lat. S. 35º — Long. E. 26º —Decl. 3º Lat. S. 33º —Long. E. 33º —Decl. 6º Lat. S. 50º —Long. E. 36º — Decl 10º Lat. S. 24º —lLong. O. 39º — Decl. 414º 20! Lat. S. 24º a 22º-Long. O. 43º — Decl. 45º 30' Eat NAO —Long. O. 54º —Decl. 17º Lai. N. 15º 30 —Long. E. 73º 49! —Decl. 15º Lat. N. 20º —Long. O. 160º —Decl. 16º Lat. N. 13º —Long. O. 145º —Decl. 11º 15 Lat. N. 10º —Long. O. 86º —Decl. 7º Lat. N. 30º —Long. O. 85º —Deel. 10º Lat. N. 35º —Long. O. 85º —Decl, 10º 3 Lat. S. 54º —Long. O. 126º —Decl. 5º Lat. S. 50º —Long. O. 85º —Deel. 5º Lat. N. 10º —Long. O. 85 —Decl. 2º 30' PHYSICAS E NATURAES FERE S +. oBROCoORRERSERHE 174 Lat. N. Lat. N. Lat. N. Lat Nº Lat. N. Lat. Nº Lat. N. Lat. N. Baton! Lat. N. Lat. N. Lat'Nº Lat. N. Lat. N. lat NE LatoiNA Lat. N. Lat. N. Latis- Lat. N. Lat. S. Lat. N. Natas: Datos: Latas: LatiS: Lat. Lat. 'S: Lat. S. Lat. S. LatNE Lat. N. Lat. S: Lat. N. atas: Bat. NÉ Laisa Lat, Ss? Lat. S. Lat. S. Lat. S. Lat. S. Lat. S. Datos: 10º 65º 90 60º 75º 65º 68º 9º 33º 54º 39º 46º 9º 10º 14º 39º h4º 44º 4º 9o 25º h2º 10º 9º 7º kº 0º 25º 23º 18º 18º kº 29º 10º o1º 8º 29º 34º 8º Ao 91º 15º 15º 20º JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS —Long. — Long. —Long. — Long. — Long. —Long. — Long. —Long. —Long. —Long. — Long. —Long. — Long. —Long. —Long. —Long. —Long. —Long. — Long. —Long. —Long. — Long. — Long. —Long. — Long. — Long. —Long. — Long. —Long. — Long. — Long. S — Long. — Long. — Long. —Long. — Long. — Long. — Long. —Long. — Long. — Long. o —Long. — Long. — Long. < O. G. 78º 75º 70º 11º 69º 67º 07º 69º 65º 65º 65º 65º 61º 60º 57º 55º 49º h9º h4º hho h3º 38º 36º 36º 59º 35º 54º 32º 51º 28º 24º 24º 24º 21º 20º à ER 13º 13º 10º 10º e hº kº DOODODODODSODOIDOCOSODOOSDOSODSODOSCSCOODO 0º — Decl. — Decl ; —Deel. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl —D: el o — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl o — Decl. — Deel . — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. ' — Decl. — Decl. — Decl — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Decl. — Doel. — Decl. — Decl — Decl. — Doel. — Decl — Decl. — Decl. 0º 30º 1º 30! 10º 553º 6º 208 30º 2º 59! 5º 30 6º 30! 16º hº 36! 15º 52! 12º 15! 1º 15! 1º 30/ 2º 39 13º hº 15º 15 AS! 6º 7º 40! - 18º 40! 7º 30" 5o 10 oº 38! REPpERpSROSRnAERSnDnEnRAnnAnpNNSCOREENSOCORDOCORO PHYSICAS E NATURAES 175 Lat. S. 32º —Long. G. 0º —Decl. 45º 20' E. Lat. S. 37º —Long. 0º — Decl. 17º 5 E. Lat. S. 37º — Long: 0º — Decl. 48º 3 E. Lat. S. 33º —Long. E. 5º — Decl. 47º E. Lat. S. 33º —Long. E. 40º — Decl. 8º 50 E. Lat. S. 21º —Long. E. 414º — Decl. 2º 50 Da Lat. S. 23º —Long. E. 414º — Decl. 2º 50! E. Lat. S. 24º —Long. E. 43º —Decl. 4º 8 E. Lat. S. 32º —Long. E. 24º —Deel. 0º 30' E. Lat. 8. 33º —Long. E. 21º —Deel. 1º 50/ E. Lat. S. 35º —Long. E. 21º — Decl. 2º E. Lat. S 37º —Long. E. 25º — Decl. 0º 15 0. Lat. S. 35º —Long. E. 27º —Decl. 3º 5 O. Lat. S. 36º —Long. E. 29º —Decl. 0º Lat. S. =3º 40 — Long. E. 40º — Decl. 7º 40! 0. Lat. S. 29º — Long. E. 47º — Decl. 14º 15 O. Lat. S. 28º —Long. E. 50º — Decl. 15º 25 O. Lat. N. 78º —Long. E. 50º — Deel. 26º O. Lat. N. 79º —Long. F. 53º — Decl. 47º O. Lat. N. à3º —Long. F. 53º —Dec. 5º 15 0. Eaio 527º —Long. E. 55º — Decl. 17º 40! O. BaceNe MR O Tonsi E 60 — Decl. 0º 15' O. Lat. S. 4º —Long. E. 60º — Decl. 43º O. Lai. N. 4º — Long. E. 83º — Decl. 47º O. Lat. N. 5º —Long. E. 87º — Decl. 15º 30 O. Lat. N. 4º —Long. E. 99º —Decl. 6º 30' O. Taboa das variações publicadas por Ed. Halley Local Long. Lat. Anno Variação Lorndresa a e ia assa 0 O —51º32º —14622— 6º Q' E. Pácis aa Ro a RS a 2º 25! E.—A8º 51! N.—1640— 3. 0' E. Lambungo- css A ram 13º So 94/N.— 1672202500: Copenhaoiaers NOR aa opta 12º 53 E. —55º 41 N.—1640— 14º30' E. Damisici rota senso RS oo 19º E-Se23N.—A6D)— 7º 0'0. Mi peltena ci o o ho E —A3 37 N.—A6,4A— 4º 40) 0. 176 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS TES a ARO hº 25! O.— 48º 23! N. —1680— 1º45/ 0. LRXOS CE RAD ADA 43º E. —41º 50'N.—1681— 5º O: DEDO O dBjo do quo pláipio als orla 4º 20" 0.— 43º 30 N.— 1680— 1º20' 0. Bahia de Hudson4 57º 40' 0. — Sl 9ºN.—1668—19º 145 0. Estreito de Hudson ............ 97º 0.61 N.— 1668-2930 0. Bahia de Bafin..... EDMAR A 80º 0.—78º N.—l6ioó—57º 0. No bass 50º 0. —38º40'N.—4682— 7º30' 0. Noam Soo Pas a 31º 30" 0. —43º 50 N.—-1682— 5º 30/ 0. No nana o a RR h2ºº O0.—21º N.—A1678— 0º40' E. Cabo de Santo Agostinho....... 35230 0.— 8º 5. 1670— 5º30' E, Cabo Frio...... E RARA 44º 40 0.— 22º 40 3. 1670—12º140' E. No mar: fóra do Rio da Prata... 53” 039308. — 1670—20º 30 E. A leste: entrada do estreito de Ma- galhaes Un 15º q -55º. S.— 1670-1440" E, Valdir Ra a a 73º 0.—-40º. S.-—1670— 8140 E. Cabodas Aculhas! Rs 16º30 E. — 34º 30 8. 1622— 2º 0. NO Aa! o) ss VAR CU SR 1º E —330 58. —1675— 0º f Nona are e RAM 20º 00-34 S.-— 1675-140 30/B:; No dar No o do Ra ANA o O. — 2h S.—1675—10º30' E. Santa Helena ti 630 0.—16º S.—1677— 0º40' E. AS CER ÇÃO SU). At UR 1130 0.-< 79508 1678 Cenas Toba” a So kh E.—12º 145 S.— 1675—19º30' 0. Mombaça e 40º E—hb o S.-— 1675-160. SOCOLOLA o tia tee ER RR 56º E.—12º30'N.—1674—17º OQ. Adeniso o LA h7º30' E.— 43º N.— 1467415" 0. DiogorRodrigues MET 61º 0 E.—20º Ss. —1676-—20º 30" 0. No mas e o pe A 64º30 E. — 0º — 1676—15º.30' 0. INOMA afonso o e Im ah S.— 16760—24º 0. Bombaim s e 712230! E 19º Nº 1676-1208 0008 Cabo; Comonima 76º E— 8º 15/N.—1680-— 8º48/0. Ballasone!se 4 a Re 87º, E.—21º30N.—1680— 8º20/ 0; HorteiderS Jorses 80º E.—13º15/N.-—1680— 8º 100. Ponta oestesde Java! Nat 104º E — 6240! 8. 1676 574000: Non RM 58% E 99% US 106775" 2708000 WhatdeSS Dano Mi 72º E-d8 S.— 167723300: Van Diemens: o en 14920 E.— 492º 95! 5.— 1642— 0º Nova: Zelandia 1708 Es a 50 S.—1642— 9º. E. Nova Zelandia 169º 30' E —34º35' 8.— 1642— 8º 40' E. lha de Rotterdam no mar do sul. 184º E. Em 15! S.— 1649=" 6º 200 Pã Nova GG uane 19º E— 430S.-—1642— 8º45' E Ponta oeste da Nova Guiné....... 126º E.— 0726 8.— 1643 530" Ei 9 oz tos PNR ars ydniboy VA ep EE RR e A aidA Id Aa UA e 2039 IV 77294 Fa GA f7I9 Aa Ape, A ope IMOP NOVE NV 0PHO di Dn vi EA X PP pop na ae de ERA De arcando vê efa, desde cão para mora fz Declina veste. Co Edi LOM. Declira, o Ff s o, ó (> Ro ; Mosvceha dx ceclinação env Visboa Sacise Londres desde o seen XV] Seculo 1500 4 1600 Seculo 1600 a fio sSeczito ITOOU ISO Secudo SCCO ALI 13] = LO ja Lisboa. — 1 15 20] 25 Lrbhograpkra-R ato M de Versla 60 7 / Ê ão + Decliraação [/4 4 2 E, Declina ras aro Dum. Mad pa AJaa Hinhasde » aopuad declinação( lisuhao Aogon Leaá) » MO SEC dilhograpiia —R doM deVento, 60. Dect; ZrruçÃão EO assa ' Decliração 1/4 Fi ril a YV IRAM AMA 7 HACLA Decht Decir, E iahand ae ] equal moxiação e Aeelimação ( ahacd | 1sogomicas ) 1 87 . Variação leste. Variação oeste, 1 o Re 1 1 'M : nu 1 1 1 hi v LE : y () v ES N A 4 ; g ) g | 30 É ab 4 4 ' eo” Variaçã SEADE RARE 1bº 20 | Variação leste. E 20 ae dq Me mb SO" ar 30º 20º 1beDdora0tE Declinação E. Variação oesle Lilhographia-R do M de Vera to 60 ç o Declinação 0 PHYSICAS |; NATURAES 1717 LOOLOGIA E —— 4. Les Myriapodes d'Afrique au Museum de Lisbonne PAR F. SANTOS MATTOZO Professeur de Zoologie à VÉcole Polytechnique (PREMIBRE LISTE) - Deux Spirostreptus recueillis par MM. Capello et Ivens, pendant leur voyage d'exploration en Afrique, appellêrent mon attention sur Pétude des Myriapodes de ce continent, conservés au Museum de Lis- bonne. Dans cette premiêre liste, outre quelques espêces douteuses, se comprenent quelques unes nouvelles, ou du moins três peu connues. Le nombre des exemplaires de celles-ci et leur bon êtat de conserva- tion me permettant de constater qu'elles ne sont pas identiques à celles décrites jusqu'à présent, je n'hesite pas à leur donner des noms nou- veaux. Pour celles, dont le mauvais état des individus conservês à no- tre Museum, m'a rendu impossible une semblable verification, je pré- sente les doutes que j'ai a leur égard, tâchant toujours d'indiquer aux- quelles des formes connues, les caracteristiques dont le contrôle m'a été possible, semblent les rattacher. | Que personne ne me prête la pensée de vouloir donner à ce tra- vail une importance qu'il est bien loin de mériter; et si jose le pré- senter, c'est que j'ai pensé qu'il serait, quoique imparfait, bien accueilli par tous ceux qui savent combien est encore peu avancê Vétude de ces animaux, et qu'il ne faut négliger aucun renseignement pouvant venir en aide à une révision, três à désirer, des Myriapodes. JORN. DE SCIENG. MAT. PHYS. E NAT.—N. XXXI. 13 178 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS CHILOPODES (Cuvier) - Scolopendra (Geer); Syngnata (Latreille) Gnatogena Chilopoda (Brandt) I HOLOTARSES (Brandt) (Rec. de mém. rel. à Pord. des Ins. myr., pag. 26.) 1 SCOLOPENDRIDES (Neuwport) (Trans. Linn. Soc. London, tom. xrx, pag. 275 et 374) A SCOLOPENDRIDES MORSICANTES (Walcknaer et Gervais) (Hist. Nat. des Ins. apt., tom. Iv, pag. 243 et 250) scolopendra. Linn., partim; Newport: Trans. Linn. Soc. London, tom. xix, pag. 275. 1. Se. angulipes, Newport: Ann. and mag. of nat. hist., tom. xx, pag. 97. Walcknaer et Ger= vais: Hist. Nat. des Ins. apt., tom. 1v, pag. 270. Sc. mossambicus et brachyopoda!, dr. W. Peters: Natwurw. Reise nach Mossambique, pag. 257 e 249, pl. xxxm, fig. 1e 2. ! Sc. procedentis (mossambicus) similis, dentibus labialibus ternis vel quaternis, pedibus postremis brevioribus (Dr. W. Peters, loc. c., pag. 259). PHYSICAS E NATURAES 179 Sc. carinipes!, A. Humbert. et H. de Saussure: Rev. et mag. de Zool. Méneville, 2.º sér., tom. xrr, pag. 20h. ? Sc. tuberculidens, Newport: Ann. and mag. of nat. hist., tom. xur, pag. 97; Walcknaer et Ger- vais: Hist Nat. des Ins. apt., tom. Iv, pag 267. Cette derniére designation spécifique est donnée par Newport à des formes dans lesquelles, selon Ger vais (1. c.), la dent mandibulaire est pourvue d'un tubercule aigu à sa base que je n'ai pu voir dans aucun des exemplaires de le Sc. angulipes; et le premier segment des pieds posterieurs, dans celle-ci, court large et terminé à son angle postero-interne par une épine quadrifide, est long et étroit dans le Sc. tuberculidens, et Vépine quinquefide. Moçambique, M. V. M. da Silva, 1869. Biballa, M. Anchieta, 1868. Coroca (fleuve), M. Anchieta, 1869. Espêce de la section des Parvidentées, A) de Newport. C. von der Decken donne encore comme identiques (Reise Ost. Afrika, pag. 521) au Sc. angulipes: les Sc. morsitans, Egypte, (Sc. Savigngyii, Walcknaer et Gervais: Hist. Nat. des Ins. apt. tom. Iv, pag. 258); varia (2); platypoides, Brésil, (Sc. cingulata de Wal- cknaer et Gervais, loc. c., pag. 255); trigrina, Inde; Leachii, Afri- que Occ. et Fabricii, Afrique, de Newport (Trans. Linn. Soc. Lon- don, tom. XIX, pag. 378 et 381); et les Sc. plaiypus, Cuba, Saint- | Domingue et Jamaica et limbata, dont on ignore la patrie, de Brandt (Rec. de mém. rel. à Vord. des ms. myr., pag. 91). Toutes ces espéces ayant dix dents? (Walckn. et Gerv., loc. c., pag. 258, 255 1... labio utrinque 3 vel & dentato ete., (H. de Saussure, loc. c., pag. 204). Je n'ai vu jusqu'à présent aucun exemplaire des Sc. brachyopoda et ca- rinipes, mais je doute qu'ã Pégard des dents, il nºy ait lã un malentendu. Le nombre de celles-ci est un des caractêres des plus constants; et j'ai eu main- tes fois occasion d'observer, en d'autres espêces, qu'on serait facilement enduit en erreur si on n'apportait grand soin à leur examen: três petites ou assez rudimentaires elles échappent au. premier coup d'ceil, et souvent il faut même bien chercher une ou autre qui, adossée à sa voisine, s'est presque confondue avec elle, ou s'y tient cachée derriêre. “2 Les denis sont, de tous les caractêres spécifiques des Scolopendres, coux qui offrent plus de constance. Les épines qui arment les quisses des pieds de 13 x 180 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS et 281; 265, 262, 280, 288), semblent se rapprocher d'avantage, les autres caractêres concordant, du Sc. Savignyi (V. num. 2), le Sc. Leachi exceptê. En effet, par la description que Newport fait de ce dernier, et qu'il dit reposer sur le Sc. morsitans de Leach (Walckn. et Gerv., loc. c. pag. 262) on ne peut pas les distinguer aisement d'avec le Sc. audax de Gerv. (idem, pag. 288) ni d'avec le Sc. subspinipis de Brandt (idem pag. 283, Brandt; Rec. de mem. rel. à Vord. des Ins. myr. pag. 53) três semblable au Sc. Haanii de Brandt, (idem pag. 268; idem pag. 59) et au Sc. morsitans de Latreille (Nouv. dici. V'hist. nat., tom. xxx, pag. 393), tous, à mon avis, des vrais Sc. subspinipes (V. num. 4) de Leach (Zool. misc., tom. ur, pag. 41) et de Gerv. (Hist. nat. des Ins. apt., tom. Iv, pag. 262). 2. Sc. cingulata, Newport: Ann. and mag. of nat. hist., tom. xr, pag. 9. Walcknaer et Gervais: Hist. Nat. des Ins. apt. tom. 1v, pag. 256. Espêce comprise dans les Parvidentées, B, a) de Newport. Moçambique. Malgré le bidenté de la face inféricur du premier segment des pieds postérieurs et malgré les dix dents labiales, la forme des cuisses de la derniêre pair de paítes et la configuration gênérale du corps de la Sc. subspinipes et cingulata sont si différentes, dans les individus que jai étudié, appartenant à ces deux formes selon Leach et Newport, que j hesite à en faire une seule espêce. 3. Sc. Savignyi, Newport: Trans. Linn. Soc. London, tom. x1x, pag. 398; Walcknaer et Ger- vais: Hist. Nat. des Ins. apt., tom. Iv, pag. 258. derriêre «n'affectent pas toujonrs la même disposition dans tous les individus de la même espéce» et dans us même individu le nombre en diffêre quelque fois aussi entre les deux pieds. «Une variation analogue nous est offerte par les antennes» dont malgré les patientes recherches de Walcknaer aidé par Lucas (Walck. et Gerv., loc. c., pag. 585) on ne peut tirer que des indications auxi- liaires. Je nºoublie pas, cependant, que les carácteres spécifiques des Scolo- pendres doivent être recherchés, si on ne veut pas s'égarer au milieu des ressemblances de couleur et de forme de tous les Myriapodes de ce genre, dans les variations secondaires qui peuvent affecter presque toutes les parties de leur corps. PHYSICAS E NATURAES 181 Gervais (loc. c.) décrit ainsi cette espêce: «Tête, mandibules et lêvre jaune orangê, bord postérieur des segments vert foncê; dix dents, courtes, obtuses; segment basilaire des pieds de derriére grêle, aplati, à cinqg épines à son bord interne, la derniêre allon- gée et quadrifide.» Cette diagnose étant fort incomplête, j'ai pensé qu'il serait util d'ajouter ici la description, aussi détaillée que pos- sible, des formes qui je crois devoir se comprendre sous cette dé- signation. Habitus et couleur du Sc. cingulata: tête, pieds et antennes de couleur fauve pále, fauve rougeátre, ou jaune orangé plus ou moins foncé; segments brun fauve ou fauve verdátre, bordés de vert foncé, marginés, avec deux stries supérieures et deux inférieures sub- curvilignes, à peu prês continues. Dernier segment roussátre clair. Dix dents noires, courtes, obtuses. Tête en ovale, antennes à 20 articles. Pieds de derriére roussátres, aplatis en dessus; le second article marginé bilatera- lement; le premier anguleux, marginé à sa face supérieure, avec cing dents, au bord supero-interne, les quatre derniêres petites, noires au sommet, la postérieure plus forte, quadrifide; convexe a sa face inférieure, à neuf petites dents généralement sur trois sé- ries de trois. Appendices latéraux de anus coupés presque trans- versalement, le bord postérieur échancré au milieu à angle interne aigu, saillant, surmontê par un faisceau de quatre ou cing petites épines. Squame préanale plus longue que large à bord postérieur arrondi et plus étroit que Vantérieur. Les dimensions des exemplaires qui nous avons observês étant três différentes j'en donne ici le minimum et le maximum. Longueur totale du corps..... 07,06 à 07,14 Plus grande largeur......... - 0,005 à 0,01 Pieds de derriêre...... PO O ,012 à O ,0214 Leimanticlecam no e Sh - 0,004 à O ,007 Antenness RM ro MR ao Pa ON OO ar QU022 Comprise par Newport dans sa division des Parvidentées, B, a). Gambos, M. Anchieta, 1872, Moçambique, M. Cabral, 1868. Mossamedes, M. Graça, 1872. Humbe, M. Anchieta. Dondo, M. Bayão. 182 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Cette espéce, comme on vient de le voir par la description ci-des- sus, a beaucoup des caractéres des Sc. Brandtiana, P. Gervais, platypus, Brandt, (Cuba, Saint-Domingues), platypodes, Newport (Brésil), limbata, Brandt, (patrie?), marginata Say., (Georgie, Flo- ride) (Walcknaer et Gervais, Hist. Nat. des Ins. apt. tom. Iv, pag. 262, 280, 281, 288 et 276) (V. num. 4) toutes três raprochées du Sc. cingulata, Latreille, (Europe) (idem; pag. 255). Et si, par Pensemble de leurs caractéristiques, elles peuvent se distinguer les unes des autres, ce ne sera pas toujours chose facile guidé par les seules descriptions. Brandt, par exemple, doute si le Sc. platypus n'est pas le Sc. Brandiiana ou le Sc. marginata; et Ger- vais, quoique n'ayant pas vu le type de la description de Brandt, croit qu'en effet il ne differe pas du Brandtiana (Walcknaer et Gervais, Hist. Nat. des Ins. apt., tom. Iv, pag. 280). Pour tout cela je suis porté à croire qu'une comparaison, que malheureuse- ment je ne suis pas à même de pouvoir faire, des formes qui ont servi de base à Vétablissement de ces espéces, en reduirait de beau- coup le nombre: les caractéres différentiels qu'on leur assignent étant de nature a y faire voir plutôt des variétés, que des vérita- bles espêces. Je ne peut rien dire au sujet des Sc. plamidens et infesia de Kock (Reise Ost. Afrika, pag. 522) donnés par G. von der Dacken comme de la même espêce que les Sc. platypus etc., parce que je ne connais pas les descriptions de Koch. h. Se. subspinipes, Leach: Zool. misc,, tom. mm, pag. 41, Gervais; Ann. Soc. Entom. de France, 2.º sér., tom. 11, Bul., pag. 22, Walcknaer et Gervais; Hist. Nat. des Ins. apt. tom. 1v, pag. 262, num. 18, GC. von der Dacken's: Reise Ost. Afrika, pag. 52, num. 16. Sc. septemspinosa (Java) Brandt: Rec. de mém. rel. à Vord. des Ins. myr., pag. 391, num. 30, Wal- cknaer et Gervais: Hist. Nat. des Ins. apt., tom. Iv, pag. 269, num. 40. Sc. Gervasii (Afrique) Newport: Trans. Linn. Soc. London, tom. xrx, pag. 390, num. 27. Newport a donné cette désignation, le considérant comme une espece distincte de celle de Leach, à un Scolopendre décrit par Ger- vais (Ann. Sc. Nat. 2.º sér., tom. xI1x, pag. 390, n.º 27) sous PHYSICAS E NATURAES 183 le nom de Sc. subspinipes et dont les caractéres concordent, selon ce dernier entemologiste, avec ceux assignés à Vindividu type de la description de Leach. Sc. Leachi (Afrique occidentale), Ceylonensis (Ceylan), placec (Brésil), fiava (Ceylan?) de Newport: Trans. Linn. Soc. London, tom. x1x, pag. 382, 390 (num. 27 et 26), 392, Walcknaer et Gervais: Hist. Nat. des Ins. apt., tom. 1y, pag 262, 267, 281 et 268. Sc. audasx (Antilles), Gervais: Ann. Soc. Nat., 2.º sêr., tom. vir, pag. 50, Walcknaer et Gervais: loc. c., page 282, num. 74. Sc. Haanii (Java), Brandt: Rec. de mém. rel. à Vord. des ins. myr., pag. 59, Walcknaer et Ger- vais: loc. c., pag. 268. Sc. morsitans, Latreille: Nouv. Dict. de Hist. Nat., tom. xxx, pag. 393, Leach. (Zool. misc.), fide Newport: Ann. and mag. of nat hist., 3.º sér., tom. xur, pag. 97. Selon C. von der Decken (Reise Ost. Afrika, pag. 521) sont encore de la même espêce les Sc. mactans, furruginea et sulphurea de Koch, dont je ne connais pas la description. Espéce des Parvidentées, B, b) de Newport. S. Thomé, M. C. Borja, 1879. B SCOLOPENDRIDES CRIBIFERES (Walcknaer et Gervais) (Hist. Nat. des Ins. apt., tom. 1v, pag. 243 et 24h) Hleterostoma. Newport: Trans. Linn. Soc. London, tom. xix, pag. 275 et 410. Dacetum, Koch. in C. von der Dacken: Reise Ost. Afrika, pag. 520. 5. H. trigonopoda, Newport: Trans. Linn. Soc. London, tom. xix, pag. 413, Walcknaer et Gervais; Hist. Nat. des Ins. apt., tom. 1v, pag. 245. 184 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Scolopendra trigonopoda, Leach: Zool. misc.; tom. nr, pag. 36, Gervais: Ann. Soc. Entom., France, 2.º sér. 184k, tom. 1, Bull., pag. 22. H. Newporti, Lucas: Arch. Entom.; tom. 11, pag. 444. Moçambique, M. Cabral, 1868. Copangombe, M. Anchieta, 1870. 6. H. fasciatum, Newport: Trans. Linn. Soc. London, tom. xrx, pag. 415. Walcknaer et Ger- vais: Hist. Nat. des Ins. apt., tom. Iv, pag. 246. Angola, M. Anchieta, (1862). On ignore la patrie de Vindividu décrit par Newport. 2 GEOPHILIDES (Leach) (Trans. Linn. Soc. London, tom. XI) Geophilina sen polypoda (Brandt) (Rec. de mém. rel. à Pord. des Ins. myr., pag. 27) Geophilus. Leach: Trans. Linn. Soc. London; tom. xr, pag. 185, P. Gervais: Ann. Soc. Nat., 2.º sér.; pag. 52, Newport: Proced. Zool. Soc. London, 1842; pag. 177. 7. 6. bilineatus, Dr. W. Peters: Maturw, Reise nach Mossambique; pag. 531, pl. xxx1, fig. 4. Zaire, M. Anchieta. » Biballa, M. Anchieta, 1868. PHYSICAS E NATURAES 185 E] SCHIZOTARSES (Brandt) (Rec. de mém. relat. à Pord. des Ins. myr., pag. 26) Inaequipedes (Latreille) (Fam. nat. regn. anim., pag. 327) Scutigerides (P. Gervais) (Ann. Sc. Nat., 2.º sér., tom. vir, pag. 48 et 3.º sér., tom. 11, pag. 75) Cermalides (Leach) (Trans. Linn. Soc. London, tom. xr 1812) Scutigera. Lamarck: Syst. des anim. sans vert., pag. 182. (1801). Cermatia, Jlliger: Fauna Etrusca (in Walcknaer et Gervais, pag. 215). Newport, Trans. Linn. Soc. London, tom. xix, pag. 352. 8. S. (dubia?) Les caractêres possibles d'observer dans Pexemplaire que j'ai sous les yeux, s'accordent si complétement avec la description don- nêe par Gervais (Hist. Nat. des Ins. apt.; tom. Iv, pag. 221) de le S. serratipes, que Von serait tenté de Pinscrire sous cette designa- tion spécifique. Je crois cependant que ce doit être une autre es- pêce, quoique le mauvais état du seul exemplaire conservé à notre Museum me laisse quelques doutes. Faute des éléments nécessai- res pour faire une diagnose différencielle, je ne puis qu'assurer, que, s'il y a là une autre espêce, elle sera três voisine de la ser- ratipes. Cabo Verde, M. Ferreira Borges. 186 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS CHILOGNATES (Latreille) Jules (Geer) Sugentia et Gnalhogena Chilognata (Brandt) Diplopoda (Blainville et P. Gervais) I POLYDESMIDES (J. E. Gray) (in Jones (Walckn. et Gerv.) Cyc. of anat. and Plys., tom. nr, pag. 546) Monozonia (Brandt) (Bull. Nat. Moscou, tom. 11, pag. 36) strongylosoma. Brandt: Bull. Nat. Moscou, tom. vt, pag. 205. Polydemes luloides, P. Gervais: Ann. Sc. Nat., tom. vir, pag. 45. Triposoma, Koch.: Erichson's Arch., 1845, pag. 180. 9. St. aculeatum, Dr. W. Peters: Naturw. Reise nach Mossambique, 1862, pag. 532, pl. xxxir, fig. 5. Uilla, Anchieta 1871 Eurydesmus. H. de Saussure (W. Peters): Ess. d'une faune de myr. de Mexique, 1860, pag. 77. 10. E. mossambicus, Dr. W. Peters: Naturw. Reise nach Mossambique, 1862, pag. 533, pl. xxxirr, fig. 6. Polydesmus du grupe 5.º de Walchnaer et Gervais: Hist. Nat. des Ins. apt., tom. Iv, pag. 95. Mossambique, M. Cabral, 1868. Duque de Bragança, M. Bayão. PHYSICAS E NATURAES 187 Polydesmus. Latreille: Hist. Nat. des Ins. et des Grust., tom. vn, pag. 77. 44. P. cafferodes, (n. s.) (nobis) (fig. 3). L'examen comparatif de la description donnée par P. Gervais (Hist. 'Nat. des Ins. apt.; tom. Iv, pag. 99, N.) de Vexemplaire existant au British Museum et êetiquité Coromus caffer avec sept individus conservés au Museum de Lisbonne, me portent à croire que ceux-ci, sans doute de vrais Polydesmides, groupe auquel Ger- vais rattache aussi le Coromus, doivent être classés dans une es- pêce três rapprochée de celle de exemplaire du British Museum. En voiei la description: Corps déprimê, couleur brique foncé, surface des anneaux légé- -rement bombée, marquée, dans sa partie postérieure, de deux ran- * gées transversales de petits tubercules plats, et, dans quelques for- mes, d'une troisitême rangée antérieure, sensible surtout dans les an- neaux du milieu du corps. Carênes allongêes, tetragones, aliformes, presque horizontales, intervallées entre elles, sauf les six ou sept antérieures qui s'imbriquent: les anneaux se rapprochant en avant. Les points repugnatoires s'ouvrent à la partie supérieure d'un re- bord courbe, saillant, épaissi qui limite latéralement les carênes. L'angle antérieur de celles-ci est arrondi, le postérieur droit ou três peu obtus. Antennes assez longues, jaunátres. Pattes, brun fauve, dépassant bilatéralement de beaucoup les carênes. L'anneau préanal se termine en spatule êtroite dépassant Panus; de chaque côtê du bord postérieur deux dents petites, émoussées. Ecaille in- féricure similunaire tridentée, les dents sub-coniques, fortes. Eongueur totale o 07,07 Largeur au milieu du corp...... ... 0,041 ANTENNES. o ss O UE Ra 0.0 Pattesm ma Do us pude io) Dito Ra a 0,041 à O ,012 Cette espéce se distingue: Du Polydesmus afer, Newport (Ann. and. mag. of nat. hist., tom. xur, pag. 266), P. Gervais (Hist. Nat. des Ins. apt., tom. Iv, pag. 99), par la couleur des pattes et le manque des trois rangées transversales de petits tubercules. Du P. Gray, Newport (ib.), Gervais (ib.), par ce que celui-ci a le corps lisse et brun et le rebord marginal des carênes sinueux. 188 JORNAL DE SCINCIASE MATHEMATICAS La conformation de Vanneau préanal Péloigne enfin de toutes ces formes, même de celle que je crois en être la plus voisine: le Go- romus (Polydesmus) caffer. Polydesme du grupe 3.º de Walcknaer et Gervais: Hist. Nat. des Ins. apt. tom. Iv, pag. 95. Cabinda, M. Anchieta, 1864. Quango, MM.Capello et Ivens. 1 IULIDES (Latreille) (Hist. nat. des Ins. et Crust., tom. vir, pag. 569) (Walcknaer et Gervais: Hist. Nat. des Ins. apt., tom. Iv, pag. 123) Trizonia (Brandt) (Rec. de mém. rel. à I'ord. des Ins. myr., pag. 97 et 70) spirosteptus. Brandt: Rec. de mém. rel. à Vord. des Ins. myr., pag. 91 et suiv. Iulus de Walcknaer et Gervais: Hist. Nat. des Ins. apt., tom. Iv, pag. 128, 197 et suiv. 12. Sp. gigas, Dr. W. Peters: Naturw. Reise nach Mossambique, pag. 536, pl. xxiv, fig. 1 et 2. Division 1; Nodopyge, Subdivision II, c., Brandt: Rec. etc. : pag. M et suiv. et 184. Benguella, M. Anchieta. Cabinda, M. Anchieta, 1864. 13. Sp. Bocagi, (n. sp.) (nobis). (Fig. 2et 2 a.) Três semblable au S. gigas. Corps assez fort, brusquement at- tenué en arriêre, conique obtus. Face três convexe entre les an- tennes, glabre, exceptê prês de la lêvre ou elle est un peu ru- gueuse; celle-ci échancrée, les angles à sommets arrondis, quatre ponctuations au-dessus des trois dents médianes. Les yeux en sept lignes rangées à peu prês en quart de cercle, PHYSICAS E NATURAES 189 la convexitê tournée en dessus et en dedans. Sillon longitudinal du front faible, aboutissant, entre les aires oculaires, à une forte im- “pression circulaire, qui, par le bombé de la face au niveau des antennes, semble se prolonger transversalement. Capuchon tétra- gone à angle antérieur et postérieur presque droits, marginé et épaissi à son bord antérieur, avec deux plis curvilignes bilateraux;; lisse au dessus, ou on voit toujours à la ligne médiane une impres- sion plus ou moins prononcêe. 61 anneaux croissant du premier au doeme qu 56ºme, le plus grand de tous, les suivants devenant gra- duelement plus petits. Les deux tiers antérieurs de chaque anneau sont striés circulairement, les moitiés inférieures laterales ont des - Taibles stries longitudinales, seules visibles à leur tiers postérieur. Anneau préanal triangulaire, sans ligne transverse, mais, dans quel- ques individus avec une impression médiane semblable à celle de la partie supérieure du capuchon. Valves latérales de Vanus légêre- ment convexes, à bord postérieur saillant et surpassant en dessus le sommet de Vanneau préanal. Écaille préanale inférieure triangu- laire, les côtêés à convexité tournée en arriêre. Les deux tiers an- térieurs des anneaux olivátre clair; le tiers postérieur, le capuchon, Vanneau préanal, les valves et Vécaille brun olivátre, bordés de roux. Pieds, antennes et face, jaune paille terne. Un trait noir três fin et continu parcourt longitudinalement la partie dorsale du corps, depuis le bord postéricur du capuchon jusqu'au dernier anneau avant le préanal. Points repugnatoires noirs, s'ouvrant au dessous de la ligne médiane latérale. E onsueuriolales SU ipa e 07,45 2 segmento iu ne Vento 0007 diam. transv............ 0,009 53tme segment. . diam. Venta Sn O OA diana transe er nus 0 ,014 TENS OS AE O ,008 Pattess its is an E «. O ,0065 Division I, Nodopyge, Subdivision II, b, Brandt. Rec. de mém. rel. à Vord. des Ins. myr., pag. 94 et suiv. Je dédie cette espéce à Mr. le Dr. Bocage, le savant zoologiste portugais. Benguella, M. Anchieta. Benguella, M. H. Capello. 190 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS 44. Sp. validus, Brandt: Rec. de mém. relat. à Vord. des Ins. myr., pag. 104. hulus validus, Walknaer et Gervais: Hist. Nat. des Ins. apt , tom. Iv, pag. 159. Ou une forme três rapprochée de celle-ci. Les antennes et les pieds de Vexemplaire que j'ai sous les yeux, et dont les autres ca- ractéres s'accordent d'ailleurs parfaitement avec la description de Gervais (loc. c.), sont noires à leur base et roux brun aux extré- mités. Division 1, Nodopyge, Subdivision II, b, Brandt, Rec. etc., pag. 91 et suiv. et 184. Moçambique. 15. Sp. gongôlo, (n. sp.) (nobis). (Fig. 1,1 a, 1 D.) q Corps rétrécit aprês la tête, conique obtus à sa partie posté- rieure. Section transversale circulaire, excepté en arriêre oú elle est ovale. Face glabre, subdeprimêe au-dessus de Vinsertion des antennes. Levre supérieure échancrée en angle presque droit, mon- trant cinq ponctuations. Aires oculaires en triangie curviligne ; yeux en six rangées. Strie longitudinale du front três faible. Les antennes, ramenées en arriêre, arrivent au troisiême anneau; les articles décroissent du premier au dernier, celui-ci peu distinct. Bouclier tétragone bilatéralement, Pangle antérieur três saillant en avant, épaissi et aigu à sommet arrondi, le postérieur obtus; mar- giné, striê, marquê de quatre plis curvilignes et quelquefois d'une ou deux impressions: une en dessus, autre en dessous du plis su- périeur. 96 paires de pattes; 51 a 53 anneausz, le cinquiêéme et le sixiême, dans les máles, plus larges que tous les autres. Partie dorsale et postérieure des anneaux lisse et luisante, separée de Vantérieure faiblement marquée de stries circulaires, par une plus profonde; partie latérale et inférieure striée à sa seconde moitié, les stries longitudinales et extrêmement fines. Segment préanal en capuchon, n'atteignant pas par son bord postero-superieur épaissi les valves anales, avec une ou deux impressions transverses, Pan- térieur toujours plus prononcée. Les valves anales, médiocre- ment convexes, se terminent en crête saillante. Ecaille préanal in- féricure triangulaire à sommet arrondi et renflé, avec une ligne PHYSICAS E NATURAES 1914 transverse. Roux marron à la partie antérieure des anneaux, choco- lat foncé avec une fine bordure plus claire à la partie postérieure et au capuchon. Antennes et pieds roux plus foncés à leur base, de- venant bruns aprês une longue immersion dans Valcool. La partie inférieure des deux avant-derniers articles des pieds pourvue d'une caroncule blanche. Face de la même couleur que les antennes; front brun; bord labial ferrugineux. Le plus grand de ces Spirostreptus que Pon conserve au Mu- seum de Lisbonne, provenant du Dondo, mesure: Longueur totale...... ETRRB ORSON 07,2 diam. vert..... O ,013 PPC eme á ) | 2 En arriêre (10% an. av. le préan.).. nois QUA Eni avant (MOSS an: apre capo) 0,01 JT) OO oJe RED ea O A a AN O ,0414 babtes is io, DRT AS RENO MUNDO 0 ,0M Les autres exemplaires sont bien plus petits. En voici les dimensions moyennes: Bonguenrstotale e a oreo NI AO 0",43 Diametre au milieu du corps........ da JO 0,01 Battoss o pasa «. 0,007 Amtennes o a Red O ,0075 C'estun spirostreptus de la division 1, Nodopyge, Subdivision IT, c, “de Brandt: Rec. de mém. rel. ix Vord. des Ins. myr., pag. 91 et suiv. et pag. 184. Des espêces d'Afrique bien connues, Pon ne pourrait, confondre avec celle que je viens de décrire que: Dus Boveanus (Gervais: Ann. Sc. Nat., 2.º sér., tom. vir, pag. 46 et Walcknaer et Gervais: loc. c., pag. 151). Il sen dis- tingue par la forme et les ponctuations de la lêvre, la configura- tion du bonclier et de Pécaille préanale inférieure; Le S. Guerinii qu'en éloigne la teinte (Brandt: Recueil, pag. 106 et Walcknaer et Gervais: loc. c., pag. 152) générale et le nombre des pattes, ainsi que le manque des plis du bouclier ; Le S. annulatipes (Newport: Ann. and. of Nat. Hist. 3. sér., 1992 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS pag. 270 et Walcknaer et Gervais Julus, loc. c.: pag. 164), dont la description, même fort incomplête de Newport, suffit pour ne pas les confondre: le S. gongólo n'ayant pas les pieds marquês de lar- ges anneaux de couleur chair. Jai préferé, à toute autre désignation spécifique, le nom par lequel cet animal est connu des indigênes; les caractêres spécifi- ques étant difficiles à bien saisir, ce sera encore un moyen de le reconnaitre. Dondo, M. Bayão (1884). Bihé, M. Capello et Ivens (1880). Loanda (lit.) M. le dr. Welwitsch. Angola, M. Bayão. Moçambique, M. Cabral, 1868. 16. Sp. medius, (n. sp.) (nobis). (Fig. 5,5 4,5 b,5.) Corps allongé, cylindrique, três peu attenué en arrire, à section transversale circulaire. Face três large, rugueuse, finement pon- ctuée, avec deux impressions transversales en arc de cercle, une en dessus, Vautre en dessous de Vespace inter-antennaires. Lêvre supérieure médiocrement êchancrée en angle três obtus; montrant deux séries de ponctuations superposées: Vinférieure contournant le bord labial, la supérieure, à quatre ponctuations médianes seulement, paralléle à la premitre. Antennes três petites: rame- nées en arriêre elles touchent par leur dernitre article, três peu dis- tinct, la partie antérieure du second anneau. Bouclier tetragone; avances bilatérales assez étroites; marginê à son bord antérieur et inférieur ; angle antérieur aigu fait saillie en dessous, Vangle pos- térieur est obtus et arrondi; quatre ou cinq plis curvilignes et quel- ques impressions peu prononcées, une exceptée, la plus superieure, que limite des deux côtês les parties latérales du bouclier, fort convexes. Aires oculaires foliformes; yeux en huit rangées. 138 paires de pattes; 70 a 71 anneaux, decroissant du second au dixiê- me, les suivants se maintenant tous égaux entre eux et à celui-ci, jusqu'au quatriême avant le préanal, d'ouú ils dêcroissent de nouveau gr aduellement. La moitié postérieure de chacun des anneaux, plus épaissie, est séparée de Pantérieure, transversalement striée, par une impression circulaire três prononcée; les parties latérales et postérieures montrent de fines stries, n'atteignant pas les points repugnatoires, onverts dans la ligne latero-médiane. Segment préa- nal à bord postérieur droit, surpassé en dessus par les crêtes des PHVSICAS E NATURAES 193 valves anales. Celles-ci peu convexes se cachent inféricurement sous Vécaille préanal semilunaire et renflée. La partie antérieure de tous les anneaux marron foncé, la postérieure d'un noir luisant bordée de brun, ainsi que le capuchon et les valves anales. Face, antennes et pieds brun fauve. Longueur totale........ ER EN AD ERA (Da) Diametre am milicu dalcorps e aos soros dr O ,0M Amtennes! Mode. DE E A RAR 1: 421,01,008 paltesmes Su op ab DA do a fan hs oita a 5 O ,009 Spirostreptus de la division TI, Nodopyge, subdivision II, c, de Brandt. Cette espêce fait, à mon avis, la transition du Sp. gongólo, Nob. au Sp. javanicus, Brandt, (Rec. de mém. rel. à Vord. des Ins. myr., pag. 92. Tules de Java, Walcknaer et Gervais, Hist. Nat. des Ins. apt., tom. Iv. pag. 167) avec lesauelles elle peut être con- fondue au premier abord. Celui-ci s'en distingue, cependant, par le manque des deux séries de ponctuations du bord de la levre su- périeure et par la configuration de Panneau préanal: le Sp. pavani- cus appartenant à la division T, subdivision TI, a, de Brandt, le Sp. medius aussi Nodopyge, mais de la subdivision EF, c. Le Sp. gorgólo sen sépare par la forme du corps, par la configuration du bouclier, dont Vangle antérieur s'avance horisontalement et non pas vertica- lement, par Véchancrure labiale plus profonde et en angle pres- que droit, et enfin par Vabsence aussi des deux séries de pon- ctuations. Dondo, M. Bayão, 1874. 17. Sp. ocreatus, (n. sp.) (nobis). (Fig. 4, 4a, 4 Db, 4 c.) ! Corps grêle, cylindrique, à section transversale circulaire, rê- tréci du 5*me au 9ºme segment, lêgérement attenué en arriêre. Face glabre avec une élévation quadrangulaire, déprimée dans le sens de la bissectrice de Vangle supérieur, dont le sofamet est au milieu des antennes. Bord de la lêvre supérieure presque droit, à deux ponctuations médianes, antennes petites: ramenées en ar- riére elles arrivent au bord postérieur du second segment; le der- nier article seul visible à la loupe. Aires oculaires trigones, le côté externe presque en ligne droite. La forme du boucler est JORN. DE SCIENC. MAT. PHYS. E NAT. —N. XXXI. 14 194 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS caractéristique. Le bord antérieur marginé se continue inférieu- rement avec un pli curviligne, qui, aprês avoir côtoyé le bord in-: férieur, va se perdre à la partie postérieure du bouclier. Ces lignes limitent une surface tétragone, à Vangle antérieur de laquelle prend naissance un prolongement en forme de lancette. Un autre pli interne suit le contour du premier. Je ne pourrais donner une idée plus exacte de la forme si originale de ce bouclier, qu'en le com- parant à une botte dont la pointe serait dirigée du côté de la face.. 90 paires de pattes; 54 à 56 segmenis. La moitié postérieure des anneaux, plissée longitudinalement en dessus, est bilatéraiement mar- quée de três fines stries jusqu'au niveau des points repugnatoires, ouveris un peu supérieurement à la ligne medio-latérale. Des stries circulaires fines bordent la partie antérieure des segments, qu'une plus profonde sépare de la postérieure. Segment penultiême mu- croné sur le milieu de son bord postérieur, dépassant les valves anales. Ecaille préanale inféricure subtrigone à angle postêrieur épaissi. Segments noir-cerise bordés de brun; pieds et antennes brun pále. Longueuridotale a: dE apo ARO O Diamereanimilicaidal corps a O ,006 AM TeNNES ço oh hero ate ratio oi a date PRE Nato Pa RAMO O ,0066 Bailes) pera os der co aa a o Oo O ,007 Spirosireptus de la division T, Nodopyge, subdivision 1. Brandt: Rec. de mém. rel. à Vord. des Ins. myr., pag. M et suiv. pag. 184. Quilo (fl.) Anchieta, 1865. 18. Sp. pachysoma, Brandt: Rec. de mém. rel. à Vord. des Ins. myr., pag. 95. Jules pachysome, Walcknaer et Gervais: Hisi. Nat. des Ins. apt., tom. Iv, pag. 59. S pirosirepius, division I, Nodopyge, subdivision T, b, Brandt, Rec. etc., pag. 95 et suiv. et pag. 184. Moçambique. PHYSICAS E NATURAES 195 19. 5. flavo-taeniatus, Brandt: Rec. de mém. vel. à Vord. des Ins. myr., pag. MA. Tule à bandes jaunes, Walcknaer et Gervais: Hist. Nat. des Ins. apt., tom. 1v, pag. 161. Spirostreptus, division IF, Odontopyge, Brandt: Rec. etc., pag. 187. Huilla, M. Anchieta, 1871. spirobulus. Brandt: Rec. de mém. vel. às Vord. des Ins. myr., pag. 114. Tulus de Walcknaer et Gervais: Hist. Nat. des Ins. apt., tom. Iv, pag. 137. 20. 8. crassicolis, Dr. W. Peters: Naturw. Reise nach Mossambique, pag. 548, pl. xxxiv, fig. 8. Je crois cette espêce três raprochée de celle nommée par Newport (Ann. and mag. of nat. hist., 3 Sér., tom. XXXIN, pag. 268) Spiro- bolus pulvillatus et par Walcknaer et Gervais (Hist. Nat. des Ins. apt., tom. 1v, pag. 153) Tulus a coussin ou T. pulvillatus, pour qu'on puisse bien les distinguer par le simple contrôle des cara- ctêres présentés par les formes de Vespêce du dr. W. Peters avec la description de Newport et de Gervais. La seale différence que jai pu observer entre les caractêres pré- sentés par les individus que jai sous les yeux, et que j assure, sans crainte de me tromper, être des S. crassicolis et ceux qui distinguent Vespêce de Newport, c'est que, dans le S. pulvillatus, les angles de la partie labtale sont aigus, et que dans nos exem- plaires, ainsi que les décrit M. le dr. W. Peters, ils sont à sommets arrondis. IL faut cependant ne pas oublier que Newport en a fait la description d'aprês un seul exemplaire mâle du British Museum. Moçambique. Benguella, M. Anchieta. Duque de Bragança, M. Bayão. Lisbonne, octobre 1881. INtesa A. ho 183 Explications de la planche , A Spirostreptus gongôlo: (1) Tête, antenne, bouclier et premiers segments vus le profil (grossis) --- (1 a) Tête vue de face et montrant les quatre ponctuations dela lêvre supérieure, et la forme des aires oculaires. — (1h) Segments posterieurs vus en dessus: configuration de Panneau préanal supérieur et des valves anales. - Sp. Bocagi (grossi): (2) Tête vue de face, montrant la forme des aires oculaires, les rides de la face, les ponctuations et les siries de la lêvre supéricure—(2 a) Bouclier vu de profil. - Poliydesmus cufferode (grossi): (3) Derniers anneaux vus en dessous, pour faire comprendre la configuration de anneau préanal et de Pécaille inférieure. f - Sp. ocreatus (grossi) : (4) Tête vue de face. On y peut voir Vélévation quadrangulaire du milieu de la face et les ponctuactions de la lêvre su- périeure.— (4 a) Bouclier vu de profil —(4 b) Les trois derniers anneaux vus én dessus, pour montrer la forme de 'anneau préanal. — (Ac) Forme des aires oculaires. . Sp. medius (grossi): (5) Levre supérieure avee les deux séries de pon- ctuations.— (5 a) Bouclier vu de profil. — (5 b) Les trois derniers se- gments: forme des valves anales.— (5 c) Forme des aires oculaires. ERRATA LIN. AU LIBU DE: LISEZ: 17 €. von der Decken... (Rei- M. le dr. A. Gerstacker... se Ost.etc.. ..) (Baron €. von der Dee- ken's: Reise Ost. ete.... 22 (Reise Ost. ete.).... par (Baron €. von der Dec- €. von der Dacken ken's: Reise Ost. etc.)... par M. le dr. À. Gersta- cker 18 C. von der Decken (Reise M. le dr. A. Gerstecker Ost. etc.) (Baron €C. von der Dec- ken's: Reise Ost. ete.) Mpoltoro Sex. fo = h9 PHYSICAS E NATURAES 2. Ilymenoptêres PAR M. O. RADOSZKOVSKY - Polyrhachis laboriosus, Smith. Cat. Brit. Mus. Iv, pag. 72. Angola (Welwitsch). - Polyrhachis setulosus, Smith. - Angola (Welwitsch). .« Camponotus angolensis, Smith. Angola (Welwitsch). - Echophylla virescens, F. Fab. Sp. ins. 1, p. 488. Smit. Proc. Lin. Soc. 1860 p. 101. Angola (Welwitsch). « Megaloponera fotens, F. Fab. Ent. Syst. 11, p. 354. Angola (Welwitsch). « Crematogaster nitidus, Smith. Angola (Welwitsch). 197 198 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS 7. Paltothyreus pestelentia, Smith. Cat. Brit. Mus. ví, p. 92. Angola (Welwitsch). 8. Heptacondylus eumonoides, Gerst. Peters, Reis. Moz. v, p. 514. Angola (Welwitsch). 9. Dorylus atricens, Schuck. An. Nat. Hist. 1840, p. 328. Angola (Welwitsch). ÃO. Enictus unicolor, Smith. Angola (Welwitsch). 44. Apis Adamsoni, Latr. Angola (Welwitsch). 12. Anthophora flavicollis, Gerst. Peters, Reis. Moz. v, p. 445. Angola (Welwitsch). 13. Anthophora zonata, F. Fab. Piez. p. 331. Angola (Welwitsch). 14. Antophora atriceps, Nov. sp. &. Nigra; capite thoraceque fulvescento-hirtis, abdominis segmentis 3º- 6º albo-fasciatis; alis fumato-violaceis. Long. 18. mill. Noir. Chaperon noir sans tache; tête couverte de poils jaunes clairs, ceux de la face sont presque blancs. Thorax couvert de poils fauve-ferrugineux. Premier segment de abdomen à sa base garni de poils fau- ves, le reste nu, sur le bord du 3º, 4º, 5º et 6º segments larges bandes de poils blancs, courts et couchés, "anus noir. Pattes anté- rieures garnies de poils blanchâtres. Ailes enfumées avec faibles reflets violacés. Angola (Welwitsch). PHYSICAS E NATURAES 199 15. Anthophora nubica, Lep. Lep. Hym. 1, p. 35. Angola (Welwitsch). 16. Anthophora atrocincta, Lep. Lep. Hym. 1, p. 35. Angola (Welwitsch). 47. Anthopbora eoncinna, Klug. Symb. Phys. p. 50. Angola (Welwitsch). 18. Anthophora 4-fasciata, De Vill. De Vill. Ent. im, p. 319. Angola (Welwitsch). 19. Xylocopa mixta, Sp. Nov. 9. Nigra; capite thoraceque rufo hirtis. Alis obscure violaceis. Long. 30 mill. Tête et corselet entitrement couverts de poils roux; le bord du chaperon en ligne droite; mandibules fortes, larges. Abdomen noir, luisant, nu, faiblement ponctué; anus garni de poils roux. Pattes noires couvertes de poils noirs, excepté les pieds antérieurs qui en dessous sont garnis de poils roux. Ailes três foncées avec un reflet fortement violacé. Huilla (Anchieta). 20. Xylocopa obscurata, Smith. Cat. Brit. Mus. 1, p. 347. Huiila (Anchieta). Angola (Welwitsch). 21. Xylocopa flavilabris, Sm. Trans. Ent. Soc. 1879, p. 263. Angola (Welwitsch). 22. Xylocopa combusta, Sm. Cat. Brit. Mus. 1, p. 350. Angola (Welwitsch). 200 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS 23. Xylocopa africana, F. Fab. Ent. Syst. 1, p. 319. Angola (Welwitsch). 2h. Xylocopa inconstans, Smith. Trans. Ent. Soc. 1874, p. 364. Humbe (Anchieta). 25. Xylocopa albiceps, F. Fab. Syst. Piez. p. 341. Angola (Anchieta, Welwitsch). 26. Xylocopa calens, Lep. Lep. Hym. n, p. 196. Humbe (Anchieta). Angola (Welwitsch). 27. Xylocopa angolensis, Smt. Trans. Ent. Soc. 1874, p. 264. Angola (Welwitsch). 28. Xylocopa olivacea, F. Fab. Ent. Syst. m, p. 319. 29. Xylocopa rufitarsis, Lep. Lep. Hym. 1, p. 161. Angola (Welwitsch). 30. Xylocopa hottentota, Smt. Cat. Brit. Mus. 1, p. 349. Angola (Welwitsch). 31. Nomia vulpina, Gerst. Pet. Reis. Moz. v, p. 459. Angola (Welwitsch). é PHYSICAS E NATURAES 2014 32. Megachile colocera, Smt. Cat. Brit. Mus. 1, p. 161. Angola (Welwitsch). 33. Megachile pallida, Nov. sp. 9. Nigra; vertice, facie pallido pilosis; abdominis segmentis omni- bus pallide-luteo fasciatis, scopa lutea; alis subfuscatis. Long. 144 mill. Tête noire, couverte de poils páles; les mandibules d'une forme ordinaire, quadridentes, la derniêre dent presque effacée. * Corselet noir, glabre, finement ponctué, couvert de poils páles jaunes; la poitrine garnie de poils blanchãtres. Abdomen noir, luisant, premier segment couvert entitrement, et les segments suivants portant de larges bandes de poils jaunes páles. En dessous la brosse de poils jaunátres. Pattes noires, gar- nies de poils jaunátres. Ailes transparentes, leur bout enfumé. Angola (Weiwitsch). 34. Megachile decemsignata, Nov. sp. 9. Nigra; facie thoraceque fulvo-griseo pilosis, abdomine glabro se- gmentis ommbus utrinque macula albida, scopa rufa. Alis fusco- violaceis. Long. 12 mill. Tête noire, sur le vertex faiblement variolé, la face converte de poils fauves; chaperon chagrinêé, son bord faiblement evidê, por- tant au milieu une caréne longitudinale et une autre horisontale sur la hauteur de la base des antennes; les mandibules quadriden- “tées dont les premiêres deux dents fortes, et les deux suivantes três emoussées. | Thorax finement ponctué et garni de poils roussátres sur le dos et de poils gris sur les côtés. Abdomen noir, luisant; de chaque côté de ses cing segments on volt une tache blanche. En dessous une brosse de poils roussátres. Ailes enfumées avec un reflet violacêe. Angola (Welwitsch). 35. Megachile unifasciata, Nov. sp. 9. Nigra; vertice thoraceque fulvo pilosis, abdominis segmenfi primi fascia basali albida, scopa rufa, apice nigro. Long. 45 mill. 202 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS 36. 37. 38. 39. 0. h1. h2. Tête noire, garnie de poils roux; les mandibules fortes et lar- ges, quasridentées, la premiére dent grande, les suivantes petites et inégales; chaperon bombé au milieu. Corselet couvert de poils roux. Abdomen noir, presque nu, lui- sant, seulement son premier segment est couvert de poils blancs jaunátres. En dessous la brosse noire avec son milieu roussâtre. Pattes noires garnies de poils roussátres qui dans certaines dire- ction se changent en poils dorês. Ailes faiblement enfumées. Angola (Welwitsch). Megachile abdominalis, Sm. Cat. Brit. Mus. 1, p: 169. Mossamedes (Anchieta). Megachile chrysomela, Gerst. Pet. Reis. Moz. v, p. 457. Angola (Welwitsch). Megachile discolor, Sm. Cat. Brit. Mus. 1, p. 157. Angola (Welwitsch). Megachile denticulata, Reich. et Fairm. Gal. Voy. Abys. m, p. 458. Angola (Welwitsch). Crocisa abyssinica, Rad. Hor. Ent. Soc. xm, p. 125. Angola (Welwitsch). Crocisa scutellaris, F. Fab. Ent. Syst. 1, p. 346. Angola (Welwitsch). Euaspis abdominale, F. Fab. Ent. Syst. 1, p. 245. Mossamedes (Anchieta). Angola (Welwitsch). 43. Ah. h5. 46. h7. h8. 49. 50. õ1. PHYSICAS E NATURAES Synagris dentata, Sauss. Mon. Guep. Sol. 80, 2. Angola (Welwitsch). Synagris emarginata, Sauss. Mon. Guep. Sol. 87, 12 &. Angola (Welwitsch). Synagris Abyssinica, Guer. Voy. Abys. de Lefeb. vi, p. 360. Angola (Welwitsch). Synagris cornuta, F. Fab. Syst. Ent. 393, 7. Angola (Welwitsch). Eumenes Lepeiletieri, Sauss. Mon. Guep. Sol. 49, 24. Mossamedes, Humbe, Capangombe (Anchieta). Angola (Welwitsch). Eumenes fenestratus, Sauss. Mon. Guep. Sol. 53,35. Capangombe (Anchieta). Angola (Welwitsch). Eumenes tinctor, Christ. Christ. Hym. 341, pl. 31, fig. 1. Angola (Welwitsch). Belonogaster rufipennis, De Geer. De Geer. Mem. Ins. vm, p. 614, pl. 45, fig. 10. Capangombe (Anchieta). Belonogaster griseus, F. Fab. Sys. Ent. 372, 43. Humbe (Anchieta). Angola (Welwitsch). 203 904 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS 52. Icaria guttatipennis, Sauss. Mon. Guep. Sol. 40, 19. Angola (Welwitsch). 53. Icaria maculata, Nov. sp. d Nigra; capite, epimera, metathorace, pedibus, abdominiz segmen- tis 1.º, 4.º, 5.º, anoque ferrugineis. Alis hyalinis apice fusco-macu- latis. Long. 44 mill. Tête rousse, garnie d'un duvet argentê. Corselet, avec les pattes, roux; mésothorax noir; métathorax garni d'un duvet argentê. Abdomen noir, garni d'un duvet argenté; le premier, le qua- triême et le cinquitme segments et Vanus ferrugineux. Ailes transparentes, sur leur extremitê une tache foncêe. Angola (Welwitsch). 94. Odynerus angolensis, Nov. sp. 9. Rufus; mesothorace nigro, abdomine fasciis luteis trinotato. Alis lutescentibus. Long. 17 mill. Chaperon pyriforme, bombé au bout, bidenté. Post-ecusson faiblement hilobê; métathorax rugueux. Insecte ferrugineux; les bouts des antennes, le mésothorax et la base du deuxiême segment abdominal, noirs. Chacun des trois se- gmenis abdominaux porte une bande jaune. Ailes transparentes faiblement jaunâtres, violacées au bout. Angola (Welwitsch). | 55. Odynerus obscurus, Nov. sp. d. Niger; clypeo luteo, prothorace, metathorace pedibusque ferru- gineis. Alis fuscis. Long. 13 mill. Tête noire; chaperon, tache entre les antennes, mandibules, ta- ches derriêre les yeux roux. Corselet noir; prothorax, écailles, métathorax et pattes ferrugi- neux. PHYSICAS E NATURAES 205 Abdomen noir campanulé, ayant deux taches rousses sur le pre- mier segment. Ailes enfumées. Angola (Welwitsch). 56. Odynerus Humbei, Nov. sp. 9. 51. 58. 59. 60. 61. Niger; clypeo, prothorace, scutello, metathorace, segmento primo abdominali pedibusque ferrugineis; abdominis fasciis luteis duabus. Alis fuscis. Long. 9 mill. “Tête noire; chaperon, mandibules, la moitié des antennes, une tache entre les antennes, [espace derriére les yeux roux. Chaperon longitudinalement strié et faiblement echancré au bout. Corselet noir; prothorax, écusson, écailles et métathorax roux, ce dernier est arrondi et partagé en deux parties par une profonde suture médiane. Abdomen noir; son premier segment et deux taches sur le se- cond segment roux; premier segment portant une bande mince et le denxiéme une large bande jaune, êchancrês, Ailes enfumées, demi-transparentes. Angola (Welwitsch). Odynerus bellatulus, Sauss. Mon. Guep. Sol. Sup. 243. Angola (Welwitsch). Rhynchium fallax, Sauss. Mon. Guep. Sol. Sup. 176, 63. (Angola (Welwitsch). Rhynchium synagroides, Sauss. Mon. Guep. Sol. Sup. 103,1. Angola (Welwitsch). Rhynchium histrionicum, Sauss. Angola (Welwitsch). Rhynchium ferrugineum, Nov. sp. 5. Capite, thorace, segmento primo abdominali exparte ferrugineis, 206 JORNAL DE SCIÊENCIAS MATHEMATICAS clypeo fronteque luteis; mesothorace abdomineque nigris pallide fas- ciatis; pedibus antennisque ferrugineis. Alis basi lutescentibus, apice coeruleis. Long. 10 mill. Tête noire; chaperon pyriforme bidenté, chaperon et une tache triangulaire au-dessous des antennes jaunes; mandibnles, antennes, deux taches dans les échancrures des yeux, espace derriêre les yeux, ferrugineux. Corselet noir, variolé; prothorax, écailles, êcusson, post-écus- son, métalhorax ferrugineux; de chaque côté du métathorax on voit une petite dent. Abdomen noir; son premier segment presque entigrement et une tache de chaque côté du deuxiême segment ferrugineux; les bords de tous les segments portent de minces bandes d'une cou- leur jaune pâle. Paítes ferrugineuses. Ailes jaunátres à la base, avec leur moitié externe violette. Angola (Welwitsch). 62. Rhynchium holosericeum, Nov. sp. 9. Nigrum; capite, prothorace, scutello pedibusquie ferrugineis; abdo- mine holosericeo. Alis basi lutescentibus, apice coeruleis. Long. 47 mill. Tête ferruginense; une tache sur le vertex et les bouts des man- dibules noirs, chaperon rugueux fortement echancré, labre jaune. Corselet noir, rugueux; prothorax et êcusson ferrugineux, post- êcusson mince un peu rêlevé; métathorax concave avec une sutare médiane, les bords tranchants, formant de chaque côté un angle spiniforme. Abdomen noir, couvert de poils três courts, gris, soyeux, ces poils forment sur le bord de tous les segments de três minces bandes. Pattes ferrugineuses. Ailes jaunátres à la base avec leur moitiê externe violette. Cette espêce se rapproche beaucoup du R. mullispinosum, Sauss. Angola (Welwitsch). 63. Rhynchium rufiventre, Nov. sp. 9. Capite, thoraceque sanguineis, mesothorace nigro, abdomine pe- dibusque rufis. Alis subhyalinis. Long. 14 mill. Tête rouge, variolé; chaperon pyriforme, bidenté au bout. PHYSICAS E NATURAES 207 Corselet rouge, avec le dos du mésothorax noir; métathorax con- cave avec une suture médiane, ses bords tranchants, hérissés de chaque côté de dents. Abdomen et pattes jaunes ferrugineuses. Ailes transparentes, jaunátres, dans la cellule radiale une tache foncée. Angola (Welwitsch). 64. Rhynchium radiale, Sauss. Mon. Guep. Sol. Sup. 177,67 Angola (Welwitsch). 65. Philanthus sicarius, Smt. 9. Cat. Brit. Mus. Iv, p. 472. “ Huilla (Anchieta). 66. Lestiphorus africanus, Nov. sp. 9. Niger; clypeo, antennis subtus, segmento secundo abdominali fascia emarginata magna, pedibusque exparte luteis, ano rufo. Alis subfumatis, apice fusco-maculato. Long. 45 mill. Tête noire; chaperon et les antennes en dessous jaunes. Corselet noir, garni d'un duvet gris; prothorax et les écailles ferrugineuses. Abdomen noir, mat; le deuxiême segment porte une bande jau- ne, três large, occupant presque tout ce segment; cette bande en haut et en bas est echancrée au milieu; anus ferrugineux. Pat- tes noires avec leur tibia en dessous et les tarses totalement jau- nes. : Ailes médiocrement enfumées avec leurs cellules radiales três foncés. Angola (Welwitsch). 67. Bembex A Lat. Gen. Crust. et Ins. rv, 98,8. Angola (Welwitsch). 68. Bembex diversipennis, Smt. Angola (Welwitsch). 208 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS 69. Bembex oculata, Jurine. Jarine, Hym. 175, pl. 10, gen. 16. Angola (Welwitsch). 70. Stizus ruficorne, Latr. Latr. Nouv. Dict. d'Hist. Nat. 1.º éd. Angola (Welwitsch). 71. Stizus niger, Nov. sp. 9. Totus ater; alis nigro-violaceis, apice hyalineis. Long. 27 mill. Er Entiêrement noir. Il ressemble beaucoup à S. concolor, Eversm., et il différe de de celui-lã: 1.º par la forme de son chaperon qui n'a pas son bord si for- tement échancrê; 2.º son labrum est pourvu au milieu d'une forte. caréne; 3.º la carêne en dessous de son premier segment abdo- minal n'est pas si fortement carênée et ne se termine pas par une dent comme chez S. concolor; 4.º le deuxiême segment sousventrale posséde un grand espace mat comme couvert de poussiêre, ou petits poils, tandis que chez S. concolor cette partie de Vabdomen est tout à faii glabre; 5.º les ailes qui dans les deux espéces sont três foncêes avec un fort reflet violacé, chez S. niger ont leur bord externe transparent. Angola (Welwitsch). 12. Sphex luteifrons, n. sp. 9. Niger; clypeo, facieque tota pallidis, luteo pilosis; metathorace strigoso pallido hirsuto, post scutello bituberculato, pedibus poste- rioribus rufis. Alis hyalinis apice fusco maculatis. Long. 28 mill. Tête noire; chaperon et la face jusqu'au vertex jaune pále, gar- nie de poils jaunâtres; mandibules fortes et épaisses. Corselet noir; écusson ayant une fossete au milieu, post-êcusson bituberculé, élevé; métathorax réguliêrement et obliquement trans- versal strié, couvert de poils longs jaunátres páles; des poils pa- reils sont dispersês sur toute la poitrine. Abdomen noir mat; son petiole couvert de poils courts, couchês, PHYSICAS E NATURAES 209 blancs. Pattes noires, excepté les pieds postérieures dont les cuis- ses et tibias sont d'une couleur ferrugineuse. Ailes transparentes; leur bout faiblement enfamê, avec une ta- che plus foncée-au bout de la cellule radiale. Angola (Welwitsch). 73. Sphex vagus, Nov. sp. 5. Aterrimus; capite thoraceque nigro pilosis. Alis fuscis apice hya- linis. Long. 214 mill. Três noir. Le bord du chaperon échancrê au milieu. La tête et le corselet en dessus et en dessous couverts de poils noirs assez longs et épais; autant, qu'on peut voir sous la poilure, le métatho- rax finement rugeux. Abdomen lisse. Ailes fortement enfumées à leur base et plus transparentes vers leur bont, et dans les ailes postérieures leur bout est tout à fait transparent. Cette espéce se reconnait facilement des autres espéces entitre- ment noires comme par exemple S. desertorum, Evers (antracina, Cert), S. argentaia, Dahl., S. subfusca, Dahl., par: 1) son chape- ron qui est convert de poils noirs, tandis que chez les autres es- peces on voit sur le chaperon des poils gris ou argentés; 2) sa tête et corselet sont complétement couverts de poils noirs; 3) par la couleur três foncée de la base de ses ailes. Angola (Welwitsch). 74. Sphex desertorum, Evers. Faun. Hym. Volg. Vral. 42. Angola (Welwitsch). 75. Sphex argentata, Dahl. Dahl. Hym. Eur. 3, p. 25. Mossamedes (Anchieta). Angola (Welwitsch). 76. Sphex cyanescens, Nov. sp. à. Ater; abdomine cyaneo-virescenti. Alis obscuris, subcyaneo mi- cantibus. Long. 23. mill. JORN. DE SCIENC. MAT. PHYS. E NAT.— N. XXKI. 15 240 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Tête et corselet noirs veloutés; chaperon et mandibules ferru- gineux. Abdomen d'une couleur bleu foncée qui tire au vert. Ailes três foncêes avec un reflet métalique verdátre violacé. Humbe (Anchieta). 77. Sphex pelopeiformis, Dahl. Dahl. Hym. Eur. 1, p. 497. Angola (Welwitsch). 78. Harpactopus tyrannus, Lat. Cat. Brit. Mus. Iv, p. 264. Angola (Welwitsch). 79. Ampulex purpurea, West. v. compressa, F. Fab. Ent. Syst. 1, p. 370. 80. Enodia albisecta, Lep. Lep. Enclycl. Meth. x, p. 462,2. 81. Tachytes capitalis, 9. Niger; capite, mesothorace aureo sericeis; antennis pedibus ans terioribus rufis. Alis fuscis violascentibus. Long. 214 mill. Tête, prothorax et le dos du mésothorax couverts de poils pe- tits, couris, soyeux, d'une couleur jaúune dorée; mandibules, les an- tennes et les pieds antérieurs ferrugineux; le reste noir. Abdomen noir, luisant, nu. Ailes enfumées, avec un reflet violacé. Angola (Welwitsch). 82. Tachytes hemorrhoidales, F. Fab. Syst. Prez. 198,55 Angola (Welwitsch). 83. Tachytes agilis, Smith. Cai. Brit. Mus., 1v, p. 301. Angola (Welwitsch). 84. 85. 86. 87. 88. 89. 90. 91. 92, 98. PHYSICAS E NATURAES “Tachytes atrox, Smt. Angola (Welwitsch). Tachytes etrusca, Rossi. Rossi, Faun. Etrus. 11, 98,900, pl. 6, f. 14. Angola (Welwitsch). Tachytes obscura, V. Angola (Welwitsch). Ammophila eyanipennis, Lep. Lep. Hym. m, p. 370. Angola (Welwitsch). Ammophila lugubris, Gerst. Peters, Reis. Moz., p. 480. Angola (Welwitsch). n Pelopeus spirifex, L. Lin. Syst. Nat. 1, p. 942,9. Mossamedes (Anchieta). Angola Welwitsch). Pelopeus chalybeus, Smt. Cat. Brit. Mus. Iv, p. 229. Angola (Welwitsch). Proneus maxiliaris, Lat. Latr. Gen. Crust. et Ins. Iv, p. 56. Mossamedes (Anchieta). Huilla (Lobo d'Avila). Mygnimia vindex, Smt. Cat. Brit. Mus. mr, p. 186. Humbe (Anchieta). Angola (Welwitsch). Pompilus africanus, Nov. sp. 9. 2114 Niger, plnmbeo-sericeus; pronoto lineola lutea, antennis pedi- busque ferrugineis. Alis sordide hyalinis limbo apicali saturatius fumatis. 15 + 2192 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Noir, tout le corps couvert d'un duvet court, couché, cendré. La face et le chaperon garnis de poils blanchátres, les mandibu- les et les antennes ferrugineux. Sur le bord postérieur du prothorax une bande jaune qui des- cend jusqu'aux écailles, qui sont aussi jaunes. Les bords du premier et deuxiême segments abdominaux por- tent une bande brune foncée de poils courts, couchês. Pattes, exce- pté leurs hanches, ferrugineuses. Ailes transparentes avec leur bout noirátre. Angola (Welwitsch). 94. Pompilus carinatus, Nov. sp. d. Niger; clypeo inter antennas producto in carinam; pronoto li- neola lutea, metathorace argenteo pilosis. Alis subfuscis apice fu- matis. Long. i2 mill. Noir, opaque. Chaperon petit triangulaire; le prolongement de son sommet forme une carêne verticale, longue, êlevée, rentrant entre les antennes; deux taches sur le chaperon, le dos de la ca- | rêne et les orbites des yeux d'une couleur jaune. É Une ligne jaune sur le bord postérieur du prothorax; mêta- thorax garni de poils argentées. Sur les hanches on voit un duvet de poils três courts argentês. Les ailes transparentes avec leur bout fortement enfumêé. Angola (Welwitsch). 95. Pompilus Tamasieri, Guer. Voy. Abyss. vi, p. 355. Humbe (Anchieta). Angola (Welwitsch). 96. Pompilus amanus, Klug. Sym. Phys. 25. Angola (Welwitsch). 97. Pompilus morosus, Smt. Cat. Brit. Mus. mr, p. 140. Angola (Welwitsch). 98. PHYSICAS E NATURAES 243 Pompilus ruficinctus, Smt. Cat. Brit. Muss. mr, p. 141. Angola (Welwitsch). ) 99. Pompilus mixtus, Nov. sp. 9. 100. 104. 102. Niger; capite, pronoto, mesothorace, scutello, pedibus apiceque abdominis fulvis. Alis subfuscis. Long. 12 mill. Tête entigre avec ses antennes, prothorax, le dos du mésotho- rax, écusson, post-écusson, écailles et les pieds avec leurs hanches d'une couleur claire ferrugineuse. Chaperon bombé à borá arrondi. Métathorax faiblement strié. Les trois premiers segments abdominaux noirs, lisses; les deux derniers et Vanus en dessus et en dessous ferrugineux. Les ailes faiblement enfamées; la veine cubitale des ailes pos- térieures touche à Vorigine de la cellule anale. Angola (Welwitsch). Priocnemis atropos, Smt. Cat. Brit. Mus. mm, p. 186. Angola (Welwitsch). Priocnemis incertus, Rad. ? Angola (Welwitsch). Priocnemis Anchiete, Nov. sp. 9. Niger; clypeo, antennis pedibusque ferrugineis. Alis nigro vio- laceis. Long. 30 mill. Tête noire, chaperon bombé, son bord êchancrê; chaperon et les antennes jaunes, face ferrugineuse. Corselet noir, velouté, métathorax transversalement striê; les écailles noires avec une bordure ferrugineuse. Abdomen noir, lisse et poli; "anus garni de poils brunátres, le dernier arceau ventral ferrugineux. Les pattes ferrugineuses, leurs hanches noires. Les ailes três foncées avec un reflet violet. Angola (Welwitsch). - Mk JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS 103. Geropales bifasciata, Nov. sp. 9. Nigra; capite, antennis, pronoto, mesothorace, scutello, abdomine exparte pedibusque ferrugineis; pronoti lineola, abdominis fasciis duabus luteis. Alae hyalinae, limbo apicali fumato. Long. 7 mil. Tête ferrugineuse; une grande tache noire sur le vertex, cha- peron jaune. ; Thorax noir; prothorax, mêsothorax, écailles et écusson ferru- gineux; le prothorax à son bord postérieur porte une bande jaune. Abdomen ferrugineux, excepté le premier et la plus grande par- tie du deuxiême segment qui sont noirs. Premier et deuxiême seg-. ments portent chacun ure bande jaune; Panus est aussi jaune. Pattes ferrugineuses, excepté leurs hanches qui sont noires. Ailes transparentes, avec leur bout noirátre. Angola (Welwitsch). 104. Terreola Schiodtei, Dahl. Dahl. Hym. Eur. m, p. 489. Angola (Welwitsch). 105. Pepsis rnficeps, Lep. Lep. Hym. im, p. 489. Angola (Welwitsch). 106. Pepsis unifasciata, Nov. sp. d. 9. Nigra opaca; abdominis segmento secundo superne fascia emar- ginata lutea. Alis nigro-violaceis. Long. 9 13 mill., é 18 mill. Noir, opaque. Le bord du chaperon faiblement évidé, ce bord et la base des mandibules ferrugineuses. Le dos du deuxiême segment abdominal presque entiêrement occupé par une bande jaune de paille avec son bord inférieure échancré au milieu. Ailes três foncées avec un reflet violet. Angola (Welwitsch). 107. Scolia affinis, Guer. Voy. Cog. Zool. n1, part. 2, p. 254. Angola (Welwitsch). PHYSICAS E NATURAES 2145 108. Scolia nigrita, F. Fab. Sp. Ins. 1, p. 452. Angola (Welwitsch). 109. Scolia castanea, Smt. Angola (Welwitsch). 110. Discolia Oliveirii, Nov. sp. 9. Nigra pilosa; capite et antennis ferrugineis. Alis nigro-viola- ceis. Long. 32 mil. Noire. Tête ferrugineux foncê, vertex noir, lisse, luisant, man- dibules recourbées de la longeur de la tête, les antennes excepté à la base ferruginenses. Thorax densement ponctué. Abdomen glabre, faiblement ponctuê, tous les segments abdo- minaux ayant une épaisse bordure de poils noirs. Ailes noires à reflets violets. Cette espéce se rapproche de S. hottenínta, Sauss., mais elle est deux fois plus grande. Angola (Welwitsch). 14. Mutilla aureopicta, Nov. sp. 9. Nigra: capite parvo, thorace ferrugineo, abdominis segmento secundo maculis quinque rotundis, quarto quintoque macula sab- quadrata aureo-rubris. Long. 140 mill. Tête petite, moins large que le thorax, noire; veriex roussátre, foncê, parsemê de poils fins dorés, le reste de la tête est garni de poils longs blanchátres. Corselet élargi au milieu, rétréci par derriêre, rugueux, d'un couleur ferrugineuse, son dos parsemé de poils fins dorées. Abdomen subsessile velouté, noir; premier segment três petit, le deuxiême porte sur son dos prês de la base une grande tache “ronde et vers le bord postérieur quatre taches rondes réunies en une seule bande, les deux taches du milieu sont plus grandes que celles des côtés; une tache continue sur les segments restants; toutes ces taches sont formées de poils fins, courts et couchés d'un ç a | 216 JORNAL DE SDIENCIAS MATHEMATICAS couleur dorée. En dessous du deuxiême et troisiéme segments des poils dorées. Pattes noires garnies de poils blanchâtres. Angola (Welwitsch). 1142. Mutilla Humbei, Nov. sp. 9. Nigra; capite coriaceo, thorace obscure ferrugineo, coriaceo-va- rioloso, abdomine nigro variolo-striato, segmenti primi maculis basalibus duabus, tertii fascia interrupta albo-pilosis. Long. 10 mill. Tête noire, coriacée. Corselet carré, rouge foncê, son dos profondement variolé. Abdomen subsessile, noir; son premier segment garni de poils blanchatres, longs, il porte sur son bord postêrieur deux taches obliquement elliptiques de poils couris Dblanchátres, le dos du deuxiéme segment variolé longitudinalement, le troisiême segment porte une bande de poils blancs interrompue au milieu. En des- sous les trois derniers segments garnis de poils longs blanchãtres. Pattes noires parsemêées de poils blanchátres. Angola (Welwitsch). 1143. Butilla Anchieta, Nov. sp. 9. Nigra; capite varioloso rugoso, thorace elongato profunde ine- qualiter varioloso, abdomine varioloso, segmenti primi fascia, tertii- que fascia lata interruptis, albidis. Long. 18 mil). Tête noire; moins large que le thorax, variolé-raugueux, sur le milicu du vertex une carêne longitudinale. Corselet noir, presque carré, un peu rétréci par derriêre, pro- fondement variolé, portant de chaque côtê trois tubercules en pointe, celui du milieu plus grand. Abdomen noir, allongé; premier segment couvert de poils noirs exceptê son bord postérieur, qui porte une bande de poils blancs interrompue au milieu; le dos du deuxitme segment presque nu, variolé, troisiême portant une bande de poils blancs, les restants garnis de poils noirs. En dessous tous les segments garnis de poils longs blanchátres. Pattes noires à poils blanchátres. Humbe (Anchieta). PHYSICAS E NATURAES 247 114. Mutilla conferata, Nov. sp. 2. 1145. Nigra; capite thoraceque variolosis, abdominis segmento secando macula rotundata basali, fascia dentata dorsali, segmentis quarto quintoque macula, aureo-pilosis. Long. 17 mill. Tête noire, plus petite que le thorax, variolé. Corselet noir, profondement variolê, rêtréci par derriêre, par- semé de poils longs noirs. Abdomen noir, velouté; premier segment petiolé, deuxiême seg- ment rabouteux, portant au milieu vers sa base une tache ronde et sur son bord postérieur une large bande êchancrée, formant trois dents arrondies de poils dorés; on voit pareille tache sur le dos du quatriême et cinquitme segments. Abdomen parsemé de poils longs, noirs et blanc d'argent, les derniers sont plus abondanis. Pattes richement garnis de poils argentês, leurs hanches de prê- férence. Je dois ajouter ici, que quoique cet unique exemplaire ne soit pas frais, un remarque encore sur le vertex de la tête le reste d'une tache et sur la partie antérieure du corselet le reste d'une bande de poils argentés. Humbe (Anchieta). Mntilla tripunctata, Nov. sp. 9. Nigra; capite thoraceque variolosis; abdomine atro-holosericeo, segmenti primi macula apicali parva, secundi macolis tribus trans- verse disposilis, tertii fascia interrupta albido-flavis. Long. 14 mill. Tête noire, rabouteuse, de la largeur du thorax. Corselet noir, carrê, deux fois plus long que large, profonde- ment scrobiculê. Abdomen subsessile, noir, velouté; sur le bord postérieur du premier segment une petite tache de poils blancs, deuxiême seg- ment (autant qu'on peut voir) foveolé, avec trois taches rondes en ligne horizontale sur son dos, troisiême avec une bande inter- rompue au milieu de poils blancs. Pattes noires parsemées de poils argentés. Cette espéce se rapproche beaucoup de M. Tettensis, Gerst., décrit dans Reis. n. Mossamb. v, p. 488, pl. 31, fig. 7, Angola (Welwitsch). 2148 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS 116. Mutilla cuneata, Nov. sp. 9. Nigra;-thorace rufo, profunde inequaliter scrobiculato; abdomine atro-holosericeo, segmentis primo tertioque fasciis, secundo ma- cula triangulata aureo-pilosis. Long. 10 mill. Tête petite, noire, rabouteuse, une petite tache brio rouge sur le vertex. Corselet presque carré, rouge, profondement et inêégalement serobiculê. a Abdomen subsessile, noir, couvert de poils noirs, couchês et as- sez longs; le premier et troisiême segments portent une três large bande, le deuxiême pourva d'une mince bande élargie au milieu en forme d'un grande triangle de poils dorés. En dessous les bords des segments ciliés et les pattes garnis de poils d'une couleur blan- chátre sale. Angola (Welwitsch). 1147. Mutilla notata, Lep. Lep. Hym. im, p. 600. Angola (Welwitsch). 118. Mutilla mephitis, Smt. Cat. Brit. Mus. ir, p. 24. Angola (Welwitsch). 119. Mutilla atropos, Smt. Cat. Brit. Mus. mr, p. 22. Angola (Welwitsch). 120. Mutilla Phythia, Smt. Cat. Brit. Mus. 111, p. 18. Angola (Welwitsch). 4214. Stilbum splendidum, F. Fab. Ent. Syst. n, p. 238. Angola (Anchieta, Welwitsch). 122. Chrysis laeta, Dreege. Dahl. Hym. Eur. 1, p. 224. Angola (Welwitsch). PHYSICAS E NATURAES 9249 123. Chrysis nobilis, Klug. Symb. Phys. pl. 45, f. 2. Humbe (Anchieta). 124. Chrysis Oliveirii, Nov. sp. (32). Magna; caput et thorax virescentes confertim profande scro- bicutati, cavitas facialis profunda subplaniuscula, superne margi- nata; abdominis viridi-cyanei subtiliter scrobicutati, segmentum 3 cyaneo-viride concaviusculum margine immersum; ano sexden- tato, dentibus apicalibus 4, mediis acute triangularibus, 2 externis majoribus obtusis. Alis subfumatis. Long. 10 mill. Tête verte, densément scrobiculé; cavité faciale profonde, cha- grinée, garnie de poils blancs; sa marge supérieure relevée, ar- quée; trois premiers articles des antennes vertes. Thorax vert, profondement et densément scrobiculé; post-écus- son relevé, les dents latérales du metanotum fortes, triangulaires. Deux premiers segments abdominaux verts, avec un reflet bleu, régulitrement scrobiculés; troisiéme segmenrt faiblement concave, sa marge anteapicale épaisse; points de la série profonds, leur nombre quinze, le bord de ce segment sexdenté; les quatre dents internes égales, triangulaires, aiguês. Ailes enfumées. Cette espêce par son aspect, par le nombre et la forme de ses dents apicales, se rapproche beaucoup de Ch. violacea (Dahll. p. 317); mais Ch. violacea difíêre de notre espêce par: 1) sa couleur qui est d'une couleur bleu violacée, 2) par sa cavité faciale qui est peu relevêe et en ligne droite, 3) par son post-êcusson qui n'est pas re- levé et un peu arrondi, 4) par les dents latérales du metanotum qui sont plus petites et emoussées, 5) par la fine ponctuation du deuxiêéme et du troisiême segments, 6) par ses ailes qui sont pres- que transparentes, 7) par sa taille qui est plus petite. Angola (Welwitsch). 125. Chrysis angolensis, Nov. sp. (33). Magna; caput virescens, punctato reticulatum, cavitas facialis subprofunda superne marginata, margine cohaerente cum area se- micirculari stemma anticum excipiente; thorax profunde scrobicu- latus, cyaneo-viridis; abdominis segmento 4.º viridi, 2.º cyaneo- 220 126. 127. 128. 129. JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS viridi, 3.º cyaneo concaviusculo immerso; ano quadridentato, den- tes inequales, externi acutis spinoideis, centralibus triangularibus. Alis fumatis. Long. 10 mill. Tête verte, scrobiculé-réticulé; cavité faciale nue, chagrinée, sa marge supérieure est rélevée; à Pextrêmité de cette marge abouti une carêne en arc demicirculaire, qui s'étend sur le vertex et en- toure la premiére ocelle. Chaperon petit échancrê au milieu. Thorax grossiêrement serobiculé, prothorax vert, mésoithorax bleu verdátre. la moitiê de son compartiment interne bleu foncé; post-écusson réticulé bleu, les dents latérales du metanotum fortes et d'une couleur verte. Abdomen régulitrement scrobiculé; son premier segment vert; la base du second verte, le reste de ce segment bleu verdátre et vers Vextrêmité bleu portant sur son dos une faible carêne; troisie- me segment bleu violacé, faiblement concave, sa marge anteapicale épaisse, points de la série assez grands et profonds, leur nombre | huit; le bord de ce segment inégalement quadridente, les dents externes aiguês et placées à Vextrêmité du bord, les deux dents du milieu sont três rapprochées et triangulaires. Alles enfumées. Angola (Welwitsch). Chrysis lyncea, F. Fab. Ent. Syst. 11, p. 240. Angola (Welwitsch). ' Osprynchotus flavipes, Lep. Lep. Hym. iv, p. 1358. Angola (Welwitsch). Ophion mercator, F. Fab. Syst. Piez.; p. 139. Angola (Welwitsch). Bracon bicolor, Lep. Lep. Hym. 1v, p. 412. Angola (Welwitsch). PHYSICAS E NATURAES 130. Bracon flagrata, Gerst. Pet. Reis. Moz. v, p. 521. Angola (Welwitsch). 431. Bracon jacosus, Gerst. Pet. Reis. Moz. v, p. 525. Angola (Welwitsch). 221 222 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS à. Description d'un nouveau poissor du Portugal Fam. PRISTIPOMATIDAE Genus. Pseudo-Helotes Corps oblong, couvert d'écailles pectinées. Tete ecailleuse; ceil de grandeur moyenne; ouverture de la bou- che moyenne; pas de dents au vomer, ni aux palatins. Dans cha- que machoire une large bande de dents villiformes et au devant une seule rangée de dents formées par un cone basilaire tronqué et un autre cone superposé. Appareil branchial: opercule avec une épine; préopercule den- telé; sept rayons branchiostêges. Nageoires: dorsale ayant douze aiguillons; anale à trois épines. Pseudo-Helotes Guntheri, Capello. 12 5) 15 D = Ag L. lat. 140. L. tranSV.g Corps oblong, sa hauteur égale la longueur de la tête, laquelle est comprise quatre fois et un cinquitme dans la longueur totale. L'espace interorbitaire bombé a une fois et demi le diamêtre de Poeil. L'opercule est couvert d'écailles plus petites que celles du corps; il porte au bord postérieur une plaque triangulaire et une petite épine. Le préopercule est garni d'écailles plus petites que celles de Fopercule; il est dentelé au bord montant. Le museau est obtus. Les ouvertures des narines sont voisines Pune de Fau- PHYSICAS E NATURAES oa tre et dans Punique spécimen que notre Muséum posséde elles sont deformées, mais il me semble que Porifice postérieur est elliptique et d'un tiers plus long que [antérieur, qui est à peu prês circu- laire; elles sont plus rapprochées de Vorbite que du bout du museau. La bouche est protractile. Les lêvres sont charnues et avec des plis transversaux. La machoire supéricure est un peu plus avancée que la mandibule; elles sont Pune et Pautre garnies d'une large bande de dents villiformes et au devant il y a une rangée de dents for- mées chacune par deux cones, un basilaire tronquê et un autre su- perposé comme on voit dans la figure ci-aprês. di a Dent de "Helotes Dent du Pseudo-Helotes comme on la décrit. grossie. La ligne latérale est placée presque au tiers de la hauteur du corps; elle suit le profil du dos et se continue directement sur le tronçon de la queue. Il y a cent-dix écailles dans une rangée lon- gitudinale, et quarante dans une rangée transversale, dont quinze au-dessus de la ligne latérale. Les êcailles sont três finement pe- ctinées. De chaque côté du dos, un repli cutané couvert d'écailles forme le bord d'un sillon, dans lequel la dorsale peut se coucher; cette nageoire est três-longue, elle commence en avant des pectorales et se porte en arriére plus loin que Panale; elle compte douze rayons épineux et dix-sept rayons mous; la longueur de la portion molle égale celle de la partie épineuse jusqu'à la quatriême épine. L'anale prend naissance sous le quatriême rayon mou de la dorsale; elle a trois épines dont la troisiême est plus longue que les autres; sa portion molle est composée de huit rayons; elle est plus haute que la nageoire n'est longue. La caudale est fourchue; le lobe supé- rieur est plus développé que Pinférieur; le nombre des rayons est de dix-sept, sans compter les petits rayons basilaires en dessus comme en dessous. Les pectorales mesurent un peu moins du cin- quiême de la longueur totale; elles ont quinze rayons. Enfin les ventrales sont placées en arritre des pectorales; on y compte une épine ei cinq rayons branchus. On m'a dit que ce poisson ressemblait par les couleurs au Po- lyprion cernium. Les pêcheurs, qui Vont vu à Setubal lui donnê- t 99h JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAR rent le nom vulgaire de cette espêce, «Cherne», avec laquelle ils la le confondaient. Cela me fait croire que ce poisson est três rare. Le Muséum possêde un seul spécimen. É Longueur totale 78 cent. Habitat: — Setubal. Feu naturaliste Felix de Brito Capello, dont la mort prématurêe doit être déplorée par tous ceux qui s'occupent de Zoologie, a ap- porté au Muséum de Lisbonne, en octobre de 1877, ce poisson recueilli par lui à Setubal pendant sa derniêre excursion zoologique. La maladie cérébrale dont il est mort, ne lui permettait plus alors de s'appliquer assidúment à ses études favorites. Cependant nous avons trouvé quel- ques notes écrites par lui pendant les rares moments lucides que lui laissait sa terrible maladie. C'est d'aprês ces renseignements que nous avons décrit ce poisson, dédié par lui même à Mr. le Dr. Gunther. Comme on voit, je ne mets ici mon nom que pour avoir la respon- sabilitê de la rêdaction, et je profite de cette occasion pour rappeller aux lecteurs, que j'écris dans une langue étrangêre. L'aide naturaliste A. R. PEREIRA GUIMARÃES PHIYSICAS E NATURAES 995 4. Insectes de Hintérieur d'Angola ALBERT GIRARD MM. Capello et Ivens nous ayant chargé d'étudier quelques insec- tes recueillis par eux dans la région comprise entre les 10º et 143º dé- grês de latitude Sud, et les 16º et 19º dégrês de longitude Est, Greenwich, nous allons en donner la liste. M. Paulino d Oliveira, qui s'occupe depuis longtemps et d'une fa- con si remarquable de la faune coléoptérologique de nos possessions portugaises, ayant déja êtudié une partie des coléoptêres, on compren- dra facilement pourquoi nous ne nous sommes pas chargês de cet Ordre. ; HYMENOPTERES Apida 4. Apis Adansonii, Latr. Apis Adansonii, Latreille, Ann. du Mus. d'Hist. Nat. v, p. 172, n.%. 6. Apis scutellata, Lepelletier, Hist. Nat. d. Hym. 1, p. 404. Apis mellifica, var. Gerst. Insekt. v. Mossamb. p. 439. a—c. JORN. DE SCIENC. MAT. PHYS. E NAT.— N.º XXXI. 16 296 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS 2. Anthophora flavicollis, Gerst. Anthophora flavicollis, Gerst. Insekt. v. Mossamb. p. 445, pl. XIX, fio. 5: a—g long. corp. 15 mill. feto) . Anthophora atrocincta, Lep. Anthophora atrocincta, Lepell. Hist. Nat. d. Hym. 1, p. 35. dl. ú [a .« Xylocopa nigrita, Fab. Xylocopa nigrita, Lep. Hist. Nat. d. Hym. 1, p. 179 (9). — Gerst. Reis. in Ost. Afr. p. 314. a—p. - Xylocopa combusta, Smith. (E Xylocopa combusta, Smith, Cat. Hym. Ins. p. 350. O. (=p) - Xylocopa inconstans? Smith. Nous ne possédons pas la description de cette espêce. L'exem- plaire recueilli par MM Capello et Ivens differe d'un autre, envoyé par M. de Anchieta au M. seum, et déterminé sous ce nom, en ce que le: poils des côtês et de la partie postérieure du corselet, ainsi que du premier segment de l'abdomen, sont jaunes. a—g long. corp. 33 mill. | 7. Xylocopa calens, Lep. Xylocopa calens, Lep. Hist. Nat. d. Hym. 1, p. 196 (9). a—o. Vespide 8. Eumenes tinctor, Christ. Eumenes Savignyi, Guérin, Icon. reg. animal, pl. 72, fig. 4. Eumenes tinctor, Gerst. Reis. in Ost. Afr. p. 321. a. 9. Belonogaster sp? q. 10. ER 13. 14. 15. 16. à he PHYSICAS E NATURAES 99% Crabronida Hemipepsis vindex, Smith. Mygnimia vindex, Smith, Cat. Hym. Ins. m, p. 186. (9) Hemipepsis vindex, Gerst. Reis. in Ost. Afr. p. 327. a— 9. long. corp. 37 mill. Priocnemis sp? a—o. .« Ammophila ferrugineipes, Lep. Ammophila ferrugineipes, Lep. Hist. Nat. d. Hym. m1, p. 383 (9). a—o. Scolia cyanea, Lep. Scolia cyanea, Lep. Hist. Nat. d.Hym. m, p. 525 (8). — Gerst. Insekt. v. Mossamb. p. 494. a—o. Formicida Paltothyreus pestelentia, Smith. . O. Ponera sp? be. Formica maculata, Fabr. Formica maculata, Lep. Hist. Nat. d. Hym. 1, p. 215.— Gerst. Insekt. v. Mossamb. p. 509. A. Chrysidida Stilbum splendidum, Fab. Stilbum splendidum, Lep. Hist. Nat. d. Hym. 1v, p. 15.—Gerst. Insekt. v. Mossamb. p. 519. a—o. long. corp. 44 mill. - 16 « 298 JORNAL DE SDIENCIAS MATHEMATICAS DIPTERES' Tabanida 1. Tabanus exclamationis, Sp. nov. 2. Três voisin du Tabanus longitudinalis, Loew. (Insekt. von Mossamb. p. 2). Tête Dlanche; yeux bronzês à facettes três pe- tites, intervalle entre eux large, à caliositês rouges, en forme de !; face bordée de poils blancs inférieurement; trompe brune, pal- pes blancs, antennes roses, 1º et 2”º article garnis de poils blancs et prolongés superieurement en une pointe noire (le 3”º manque à tous les exemplaires); thorax rose en dessus, avec quatre lignes noires três rapprochées faisant presque disparaitre le fond, en des- sous d'une teinte Dleuátre; abdomen aussi long que la tête et le corselet réunis, conique, commençant à diminuer au 3”º segment, jaune, glabre, une bande latérale brune, mince, commençant au 2Mº qu 37º segment, une ligne dorsale brune occupant un tiers de la largeur, ayant au miliecu et à chaque segment une tache dorsale triangulaire blanche, à angle tourné en avant; au 27º se- gment celte tache est bordée de noir, elle est nulle sur le premier et le dernier; il est à remarquer, que tandis que la couleur du fond s'eclaircit vers Vextrémitê, les bandes s'obscurcissent, ce qui fait que le dernier segment est presque noir; ventre jaune à bords latéraux blanchátres, milicu des deux derniers segments noir; cuisses grises, avec quelques poils blancs surtout vers la base; tibias rouges; tarses noirs en dessus, rouges en dessous; ailes hyalines, nervures brunes, costale noire. Long: icorp.MERE ava RL apa Der 16 à 47 mill. Enverg...... DERA es RR dk» a—c. 2 ! Les lépidoptêres sont seulement représentés par quelques fourreaux de chenilles, appartenant.à la famille Psychidea. TIs sont formés par une agglomé- ration de fines branches, disposées longitudinalement, et servant d'enveloppe à “un cocon de soie, ou se trouve la chenille. Monteiro dans son ouvrage sur Angola en donne une figure exacte. (Vid. Angola and the river Congo, by J. J. Monteiro, London 1875, vol. m, p. 295, pl. xvt, fig. de gauche.) PHYSICAS E NATURAES 290 Nous avons cru d'abord, que nos exemplaires se rapportaient au T. longitudinalis, Loew.; mais en lisant attentiverment la descrip- tion, il nous semble, si nous [avons bien comprise, que le des- sin du thorax et de [abdomen est complêtement different ainsi que la couleur générale, ce qui nous parait suffisant pour séparer les deux espêces. - NEVROPTERES Myrmeléonida: 1. Palpares eaffer? Burm. Un seul exemplaire endommagé. ORTHOPTERES M. D. Ignacio Bolivar, qui a publié il y a peu une étude remar- quable sur les Orthoptêres d'Angola, qui se trouvent au Muséum de Lisbonne, a étudiê en même temps ceux rapportés par MM. Capello et Ivens; nous ne faisons ici que transcrire de ce travail 4. 1. Camoensia insignis, Bolivar, sp. nov. Jorn. Sc. Math. Phys. Nat.-vum. xxx, p. 111, n.º 18. Quango (Capello & Ivens). 2. Acridium tataricum, Linn. Acridium tataricum, Bolivar, loc. cit. p. 112, n.º 22. Quango (Capello & Ivens!). 1 (Vid. Jorn. Sc. Math. Phys. Nat. num. xxx, pag. 107.) 230 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS HEMIPTERES Hétéroptera 4. Spherocoris pecilus, Dallas. Sphxrocoris poecilus, Dallas, List of Hemipt. tn in the coll. of the Brit. Mus. 1, p. 9. q. d. bo . Cenomorpha nervosa, Dallas. Caenomorpha nervosa, Dallas, loc. cit. 1, p. 192. a—d. 3. Phyllocephala plicata, Reiche et Fairm. Phyllocephala plicata, Reiche et Faimaire, voy. en Abyss. 1, p. 447 Atl. Zool. pl. 29 fig. 2 io h. Petascellis, sp? a—b. 5. Mictis heteropus, Latr. Mictis heteropus, Schaum, Insekt. v. Mossamb. p. 41. a—b. b—o. 6. Platymeris guttatipennis, Stal. Platymeris guttatipennis, Stal. Ofvers. Vetensk. Akad. Fórhandl. Xvi, p. 188, a. 7. Acanthaspis sp? A. 8. Appasus sp? a. 9. Laceotrephes grossus, Fab. Nepa grossa. Amy. et Serv. Hist. Nat. d. Hém. p. 440. Ob. PHÍSICAS | NATURAES 251 - ÀO. Laccotrephes brachialis, Gerst. Laccotrephes brachialis, Gerst. Reis. in Ost. Afr. p. 422. a—c. “44. Belostoma Algeriense, Duf. Belostoma Algeriense, Dufour, Mém. Soc. Roy. d. Scienc. de Liége, v, p. 186, pl. L | Hydrocyrius herculeus, Gerst. Reis. in Ost. Afr. p. 425. Long. tot... ea NARA PAD a a 65 mill. ano ui a om» Dede HOMOPTERA “4. Platypleura capensis, Linn. Platypleura capensis, Amyot et Serv. Hist. Nat. d. Hém. p. 466, num. 2. Walker, List of Homopt. Ins. Brit. Mus. 1, p. 3. a— é. b—s. 2. Platypleura sp? a—c 6. d— 9. BIBLIOGRAPHIA d. Y. Barboza du Bocage. — ORNITHOLOGIE D'ANGOLA, 2.º par- lie, 1884. Esta 2.º parte completa a obra, que fica formando um volume de perto de 600 paginas de impressão com 10 estampas coloridas, devidas ao habil pincel de Keulemans. Aproxima-se de 700 o numero das aves observadas até hoje n'aquella parte do continente africano que é geralmente conhecida pelo nome de Angola, e aquelle algarismo é apenas inferior ao que representava em 1857 a totalidade das especies de toda a Africa oceidental. O que sabemos hoje da ornithologia d"Angola devemol-o quasi exelusiva- mente aos recentes trabalhos de investigação, intelligente e laboriosa, com que se teem illustrado alguns, poucos, humens dedicados à sciencia; e entre esses cabe de certo o primeiro logar a José de Anchieta, que tem consagrado durante os ultimos 15 annos todos os seus cuidados e actividade a uma das mais proveito- sas explorações de que temos noticia. Ascendem a perto de 4:000 os exempla- res de aves colligidos por José de Anchieta, independentemente dos numerosos . spécimens de mammiferos, reptis, peixes, articulados, molluscos, com que tem enriquecido o Museu de Lisboa. As collecções ornithologicas remettidas por José de Anchieta serviram portanto de fundamento quasi exclusivo à publica- ção de que damos noticia, e comprehendem não menos de 500 especies, das quaes 50, proximamente, novas para à seiencia. CS io aê | c | ) o | er PREÇO D'ESTE NUM. — 600 rs. — Acha-se à venda :— Na imprensa da Academia Liboa — LIVRARIA BERTRAND & €.º SUCCESSORES CARVALHO & 6.º Coimbra — LIVRARIA ACADEMICA Braga — LIVRARIA INTERNACIONAL DE E. CHARDRON RAT TRL TNT Ta TA TN A correspondencia deve ser dirigida; franca de porte, à Redacção do Jornal de Sciencias Mathematicas, Phy- sicas e Naturaes, na Academia Real das Sciencias de Lis- boa, rua do Arco (a Jesus). — ee O 2 co (se = == Es PIYSICAS E NATURAES publicado sob os auspícios “ADEMA REM DAS SNC E LISBOA NUM. XXXIL—MARÇO DE 1392 2 ) mas] soatà “ NV Á - Q)s e (NA ERR EN aà E ENS ENO EEN E EITA DGE TERES 9 EN RITO RO DO CEP ED EI CEDO SERES OPERAR TEN DEI EA RN EN EEN ko N “ | | | 4 o Do | = NS a - -— , q 4 4 | em qm PNSNSNLS LN LONDON LTNAL NL TRA NSTNA NS TN NL NS NES NS NES NEL Ns CT PE a A 10 St ida ) | 3 ) A ar a E Cri cr TD UT , | a DALLA | BorANICA : 1. Notes phytostatiques. Aperçu sur la végêtation de VAlemtejo et de VAlgarve—par J. Daveau .... ASTRONOMIA : 1. Observações meridianas do grande cometa 1884 HI feitas no real observatorio astronomico dê Lisboa (Ajuda) por REA Oom JOOLOGIA : 4. Noticia ácerca de alguns reptis d'Angôche que exis- tem no Museu Nacional de Lisboa —por J. V. Banbozanda Bocager TR 2, Aves das possessões portuguezas d"Africa occiden- tal—por J. V. Barboza du Bocage ........... 3. Reptiles rares ou noúveaux d'Angola—par J. V. Barboza da Bocage e 4. Viquesnelia atlantica, Morelet et Drouet — por Ar- FROTA DO TRA O MO 8 TS NO E LE A a diet ale fogo 2355 281 305 PHYSICAS E NATURAES 233 BOTANICA Meu caro Bocage Recebi do sr. J. Daveau, que fôra enviado ao Algarve em traba- lhos de exploração botanica do paiz, a noticia, que lhe enviu, porque me parece interessante, e conveniente publical-a no Jornal da nossa Academia. Contém uma enumeração rapida de todas as especies obser- vadas no Alemtejo, que apenas atravessou, e mais detida das colhidas no Algarve onde se demorou um pouco mais, juntando-lhe indicações rigorosas sobre as localidades em que taes especies foram observadas. Estas noticias offerecem interesse, porque reunem materiaes para a redacção definitiva da nossa Flora, onde — como hoje se exige em taes trabalhos — se fixem, com o maximo rigor, as áreas habitadas pelas differentes especies. De todas as especies mencionadas, existem exemplares nos e barios do Museu, havendo portanto os documentos necessarios, para na revisão definitiva confirmar ou rectificar as determinações hoje feitas pelo sr. Daveau, algumas das quaes eu tive occasião de verificar, e que devem ser quasi todas exactas. Não tive tempo de passar pela vista todos os exemplares, com que agora se enriqueceu o herbario, e não posso examinar aqui todas as - especies interessantes, e não poucas novas para a nossa Flora, que en- tre elles existem. Devo no emtanto dizer alguma coisa sobre as plantas pertencentes às familias cuja enumeração publiquei n'este Jornal, e que me levam a fazer addições ou correcções ao que disse na época da pu- blicação. O Thymus algarbiensis, Lge., que eu havia mencionado na fé de Lange, como habitando proximo a Lagos, onde o havia encontrado Bourgeau, foi agora colhido tambem proximo a Lagos, em N.s. da JONR. DE SCIENC. MATH. PHYS. E NAT.—N. XXXII. 17 9234 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS a Luz, e Espiche, ficando assim confirmada aquella indicação, e enrique- cendo-se o herbario com esta especie que não possuia. Ás Salvie enumeradas, é necessario accrescentar a Salvia viridis, Desf., colhida em S.”º Estevão, proximo a Tavira. Nem Brotero a men- ciona, nem Welwitsch a havia encontrado, e é portanto uma acquisição para a nossa Flora. Entre as Scrophularinece, devemos dizer que a Linaria amethystea, Hoffm. et Lk., que não possuiamos no herbario foi depois observada por mim proximo a Serpa, pelo sr. Daveau nos arredores de Grandola, e agora no Algarve, onde Willkomm já indicava a sua existencia. De todas estas localidades temos exemplares no herbario. A verdadeira Linaria linogrisea Hofim. et Lk., foi encontrada em Albufeira, Espiche e Catalão. No Algarve a encontraram Brotero, Link e depois Willkomm; mas Welwitsch não a viu, e, não existindo nos herbarios não a tinha eu visto: tambem quando redigi a noticia sobre esta familia. Hesito agora em considerar correcta a opinião de Willkomm que a reune à L. bipartita, Vent. e que acceitei, quando não tendo a planta não tinha meios de verificação. Portanto deixando sob o nome de L. bipartita, a planta da Serra da Estrella então mencionada, deve- mos inscrever mais a L. linogrisea. Devo ainda mencionar, como novo para a nossa Flora o Antirrhi- num Barreheri, Bor., que o sr. Daveau colheu na Charneca entre Loulé e Ator. | Não são poucas —em outras familias — as especies novas para à Flora, e não existentes até hoje no herbario, que fazem parte dos resul- tados das recentes herborisações; mas não posso examinal-as agora, e a seu tempo serão mencionadas. Como vê foi fructuosa à exploração do sr. Daveau, e interessante a noticia que d'ella nos dá. Lisboa junho de 18814. De V. Conde de Ficalho PHYSICAS E NATURAES 235 1. NOTES PHYTOSTATIQUES Aperçu sur la végétation de FAlemtejo et de FAlgarve Chargê par M. le Comte de Ficalho de faire une excursion bota- nique en Algarve, nous partimes de Lisbonne le 14 avril, accompagnês de deux amis: M. Paul Choffat, géologue distingué dont la réputation n'est plus à faire, et M. Alexandre Girard qui commence la sienne, dans les différentes branches de Pentomologie. L'exploration de VAlgarve, depuis Villa Real de S.'º Antonio jus- qu'au cap S. Vicente et ensuite la Serra de Monchique, tel était le ca- dre de notre excursion. Il nous eút évidemment fallu plusieurs mois pour remplir rigoureusement ce programme et explorer fructueusement cet intéressant pays, mais les quelques journées dont nous disposions, furent encore diminuées par le mauvais temps. Des pluiss torrentielies survinrent vers le milicu de notre excursion et grossirent les riviêres de telle façon, qu'il nous fallut tronquer la fin de notre itinéraire, c'est- a-dire, renoncer à visiter les régions les plus intéressantes du pays, Monchique, Sagres et le cap S. Vicente. Nous réussimes cependant a explorer les localités situées entre Villa Real et Lagos, en passant par Tavira, S. Braz d'Alportel, Faro, Loulé, Albufeira, Silves et Villa -Nova de Portimão. C'est le résultat de cette excursion botanique que nous allons essayer de décrire. Laissant à une plume plus autorisée et surtout plus habile, la description du magnifique et fertile pays que nous traversons, nous nous bornerons à signaler les plantes observées par nous-mêmes dans Pordre successif de leur découverte, en notant aussi rigoureusement que pos- sible leurs localitês respectives. Notre récit est divisé en 2 parties: 4.º VAlemtejo, 2.º VAlgarve. Le premier de ces paragraphes sera forcêment três-incomplet; il est le 17. 236 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS résumé de notes prises au vol durant le trajet en chemin de fer, de- puis Pinhal Novo jusqu'à Beja et Mertola. Nous avons pensé qu'il ne se- rait pas sans intérêt, de noter entre autres les plantes arbustives qui concourrent à former les mattos et les charnecas de cette région, au point de vue de la distribution géographique des espéces du genre Cis- tus et même des autres genres arbustifs, tels que Arbutus, Phillyrea, etc. Telies sont les raisons qui nous ont poussé à faire cette ébauche fori incomplête. Les notes et êchantillons recueillis, ont été révisés par nous à Paide de Pherbier, déja fort important, que possêde le Musée National de Lis- bonne, la Flore portugaise de Brotero, celle d'Espagne de Willkomm et Lange, enfin les fascicules déja parus du travail de M. le Comte de Ficalho sur la Flore portugaise; nous ont tonr à tour aidés pour arriver à la détermination de nos espêces. Enfin, nous avons noté d'un point de doute (2), celles qui ne nous ont pas paru s'identifier complêtement avec la description des auteurs et pour la détermination exacte des- quelles nous avons manqué d'élêments de comparaison. PHYSICAS E NATURAES 21 ALEMTEJO Dans PAlemtejo, la zone infertile occupée par les charnecas com- mence vers Pinhal Novo, et s'êtend à peu prês sans interruption jusqu'auprês d'Alvito. Quelques points intermédiaires reçoivent ce- pendant quelques cultures, surtout aux environs de Vendas Novas et de Casa Branca. Les environs de Beja et de Serpa contrastent singuliêrement avec ces sortes de steppes; d'immenses espaces ara- bles se couvrent de cultures céréales, qui alternent avec d'abon- dantes forêts de chênes-liêge et surtout d'oliviers et de chênes à glands doux, dont les dessous se trouvent également soumis à des cultures périodiques. La région cultivée se prolonge à peu prês jus- qu'a la riviêre Terges, puis les charnecas rêapparaissent et se con- tinuent jusqu'à VAlgarve, sauf une dizaine de kilomêtres autour de Mertola et la vallée fertilisée par la riviere Vascão. Ces limites s'ac- cordent assez bien du reste avec la constitution géologique du sol: à Pinhal Novo, nous sommes en plein sables tertiaires, qui do- minent dans toute cette région à plusieurs lieues à la ronde; à Ven- das Novas, les sables se trouvent fertilisés par des dépôts tourbeux formês par quelques ruisseaux. Un peu avant Casa Branca, les schis- tes paléozoiques dêcomposés offrent un aliment suffisant à la végé- tation; il en est de même aux environs de Beja et de Serpa, ou ces schistes se irouvent recouverts par d'excellentes terres. Les roches schisteuses reparaissent ensuite sur tout le parcours du Guadiana, depuis Mertola jusqu'auprês de Castro-Marim en Algarve. En quittant Pembranchement de Pinhal Novo, le Genista triacans= thos Brot., et PUleas Welwitschianus Planch., tiennent le premier rang parmi les plantes de la charneca; puis le Lavandula Stoechas L., envahit les espaces laissês découverts par les genêts et les ajoncs. Un peu plus loin, apparaissent quelques touffes de Cistus salvifo- lius L., etquelques exemplaires encore disséminês de Cistus ladani- ferus L., à pétales maculés. La végêtation herbacée, est reprêsentée autant que J'en puis juger par le Tolpis barbata, Geertn., PEchium plantagineum L., aux grandes corolles bleues; enfin, dépassant le 238 “ JORNAL DE SCÍIENCIAS MATHEMATICAR matto en hauteur, et s'avançant jusque sur les talus du chemin de fer, le Macrochloa arenaria Koch., aux longues et gracieuses pa- ane En dépassant Poceirão, nous voyons apparaitre VErica umbel- lata, L. puis Vintéressant Linum angustifolium Huds. (L. agreste, Brot.) Ce lin, si commun en Portugal, a été retrouvê dans les ha- bitations lacusires de la Suisse et serait, suivant le professeur O. Heer!, Vespêce type de laquelle est sorti le lin aujourd"hui cul- tivé (L. usitatissimum L.). À peine a-t-on le temps de noter dans un marais à droite, le Ranunculus ophioglossifolius, Vil!. puis la charneca revêt un autre aspect dú à la présence du Cistus hatimi- folius, L., comme espece dominante. Bientôt, VHehanthemum Tuberaria, Mill., H. guttatun, Mill., Paronychia cymosa, Lamk, Lithospermum prosiratum, Lois., Li- naria spartea, Hoffm., s'ajoutent aux plantes herbacées déja ci- tées, puis le Cistus Ladaniferus, L. à pêtales sans macgules ne tarde pas à dominer et à substituer totalement la forme à pétales ma- culés signalée prês de Pinhal Novo. Nous avions remarquê. depuis cette derniêre station, quelques touífes de couleur cendrée assez disséminées le long du trajet, mais que la vitesse du train nous avait empêché de déterminer exactement. Nous reconnúmes bientôt PUles (Stauracanihus) spartivides, Webb.) déja en fructification fort avancée, três-commun dans cette partie de VAlemtejo, ou il s'êtend à Vouest et au sud vers Coina, Calhariz, Palmella, Setubal, Alcacer, etc. Nous signalerons prês de Pegões: Daphne Gnidium, L. Phillyrea angustifolia, L., Helianthemum Libanotis, Pers. (Cistus Libamotis, L.) Le Simethis planifotia, Gren et Godr., charmante liliacée, forme de jolis tapis blancs piquetês de place en place par les fleurs jau- nes du Lepidophorum repandum, DC. Notons rapidement: Cistus lasianthus, Lamk., Buplevrum fruticosum, L., Pistacia Lentiscus, L., Erica umbellata, L., Quercus coccifera, L., Erica Scoparia, L., Arbutus Unedo, L., qui se trouvent vite remplacés par le Gistus | Ladaniferus, L., à pêtales maculés. Cette dernitre espêce devient de telle façon prépondérante, qu'elle chasse tout autre vêgétation et concourt à elle seule à la formation du mato. Laissant derriére elle la station de Montemor, la voie ferrée tra- 1 Voir Vexcellente traduction de la Géographie a de Baker, par le Dr. Julio Augusto Henriques, pag. 95. PHYSICAS E NATURAES 239 verse divers afiluents du R. Sado dont les bords disparaissent sous une abondante végétation de Pteris Aquilina, L. D'immenses plai- nes pierreuses, en grande partie peuplées d'Asphodelus ramosus, L. de Lavandula Siechas, L., remplacent alors les taillis de cistes qui réapparaissent aux environs de Vianna. Le terrain de plus en plus maigre ne permet pas à cet arbrisseau, qui est la forme à fleurs sans macules du C. Ladaniferus, L., de prendre de grandes dimensions, il reste petit et rabougri. On dépasse bientôt Vianna, Villa Nova, Alvito, accompagné par les Crepis intybacea, Brot, Anchusa italica, Retz., Brassica cxyrrhina, Coss., Lavandula Stoe- chas, L., qui croissent sur le talus du chemin de fer concurrement avec Iris Sisyrinchium, L., 1. Xiphium, L., Linum angustifolium, Huds., Galaciites tomentosa, Moench, Cerinthe major, L. et Linaria amethystina, H. et Link. puis nous atteignons Beja. Aprês avoir récolté le Diplotaxis catholica DG. sur la place ou stationne la diligence de Mertola, nous partons pour cette derniêre ville. En route notre carnet s'enrichit des espêces suivantes: — Sur le bord de la route: Thapsia garganica, L.— (disséminé). Cachrys Morisonii, Al. — (três-commun). Cynoglossum clandesiinum, Desf.— (assez comun). Allium roseum, L.— (três-répandu). Trifolium tomentosum, L.— (excessivement répandu). » suffocaium, L.— (excessivement répandu). Onobrychis eriophora, Desv.— (disséminé). Hebanthemum guttatum, Mill.-— (excessivement répandu). Iris Sisyrinchium, L.— (commun). Cerinthe major, L.— (commun). Carex fasciculata, Willd.— (três-distant). Phlomis purpurea, L.— (três-abondant). Cistus hirsutus, Lamk.— (três-abondant). » — monspeliensis, L.— (três-abondant). » Ladaniferus, L. (pêt. mac.)— três-abondant). Phaca betica, L.— (assez distant). Dans les moissons: Muscari comosum, Mill. — (répandu). Centaurea pullata, L.— (commun). 240 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Convolvulus tricolor, L.— (três-commun). Allium magicum, Brot.— (disséminé). Anchusa italica, Retz.— (três-répandu). Des cultures de Linum usitatissimum, L. occupent le fond des vallées, là ou les pluies ont amassé un peu de terre végétale. Enfin nous arrivons à Mertola, si celebre par ses antiquités, Mertola, qu'à notre grand regret nous devons quitter le lendemain matin, pour prendre le vapeur qui descend le Guadiana jusqu'à Villa Real de Santo Antonio. PHYSICAS E NATURAES 944 ALGARVE Autant Vaspect de la partie de PAlemtejo que nous venons de traverser parait désolé, autant celui de PAlgarve est enchanteur. De Villa Real à Tavira, surtout depuis S. Bartholomeu, des vignes luxuriantes, des vergers à perte de vue composés de figuiers et d'amandiers, auxquels vient s'ajouter le feuillage sombre du carou- bier, des moissons magnifiques, tout concourt à faire sentir au touriste le contraste entre les deux provinces. L'Algarve elle-même pourrait se diviser en plusieurs régions bien distinctes. La région sud ou littoral proprement dit, qui forme une bande d'une moyenne de 5 kilom. de largeur parfaitement cultivée, três-riche en cérêa- les, vignes, figuiers, amandiers, bibaciers et autres arbres fruitiers; la région montagneuse, qui borne [PAlgarve au nord et que nous n'avons pu visiter; enfin la région intermédiaire à ces deux limites, qui est formée de calcaires; elle est un peu plus ingrate, les char- necas y sont assez fréquentes, les caroubiers (Ceratonia Siliqua, L.) y dominent ainsi que les figuiers (Ficus Carica, L.), enfin on y cultive suivant la nature du sol, des lupins ou tremoço (Lupinus Termis, Forsk) des pois chiches ou grão de bico (Cicer arietinum, L.) du mais, etc. A peine débarqués à Villa Real de Santo Antonio, nous prenons tout d'abord la direction de Castro Marim, puis inclinons ensuite vers ouest pour nous rapprocher de la route de Tavira. Les sa- bles d'alluvions que nous traversons au sortir de la ville contien- nent quelques plantes inconnues aux sables analogues des environs de Lisbonne. La Pinardia anisocephala, Cass, (Chrysanthemum vis- cosum, Desf.) attire tout d'abord notre attention. Quoiquelle nºait pas encore êté rencontrée en Portugal, Willkomm et Lange (Prodr. fl. Hispan.) Vindiquent à Algesiras dans le sud de PEspagne; la présence de cette plante en cette localité est donc suffisamment justifiée. Nous notons ensuite Hypecoum procumbens, L., Ononis Picardi, Boiss, Carduus arenarius, Desf.; puis les plantes com- munes des sables du littoral: 249 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Malcolmia littorea, RBr.— (assez commun). Lavaiera sylvestris, Brot.— (répandu). Corduus acanthoides, Koch. — (répandu). Silene nicensis, Ail. — (três-commun). Corrigiola litioralis, L.— (três-commun). Senecio gallicus, Vill.— (abondant). Sonchus tenerrimus, L.— (assez distant). Trifolium spumoswmn, L.— (rêpandu). Diplotasxis catholica, DO. — (répandu). Nous franchissons ensuite quelques marais salês qui nous donnent: Buplevrum aristatum, Bartl.— (assez rare). Sphonopus Gouani, Trin.— (excessivement abondant). Melilotus sulcata, Desf. — (abondant). Podospermum laciniatum, DC. — (abondant). Asteriscus aquaticus, Moench.— (abondant). Plantago Coronopus, É. y integrata, Gren et Godr.-(abondant). Salicornia hervaceo, L.— (abondant). » fruticosa, L.— (abondant). Juncus hybrid's, Brot. — (abondant). Frankenia pulverulenta, L.— (abondant). Phalaris minor, Retz.— (dissêminé). Nous abordons enfin le calcaire et sa flore si riche. La char- neca est composée en grande partie par les Cistus monspeliensis, L.. €. hirsutus, Lamk, C. crispus, L., €. salvifohus, L., au milieu desquels se détachent d'une façon remarquable de nombreux buis- sons en pleine floraison de Genista algarbiensis, Brot. (G. hirsuta, Vahl.) Les autres plantes de la charneca sont: Lathyrus sphoericus, Retz.— (peu abondant). » angelatus, L.— (peu abondant). Ormenis mista, DC.— (commun). Nonea migricans, DC. — (dissêminé). Echium plantagineum, L.— (répandu). Anacyclus radiatus, Lois. — (commun). Hedypnois polymorpha, DC. — (commun). Iris Sisyrinciium, L.— (commun). PHYSICAS E NATURAES 2h3 C'est à environ 3 kilom. de la pyramide géodésique de Cabeça, prês de la quinta de Sobral, que nous vimes les premiers palmiers nains! (Chamaerops humulis, L.); ils ne cessêrent ensuite de nous accompagner dans toute la traversée de VAlgarve, en devenant d'une fréquence extraordinaire aux environs de Lagos. On sait que ce palmier est la base d'une importante industrie du pays et qu'on en fabrique des objeis três divers. Autour des palmiers, nous recueiliimes: Helianthemum ledifolium, Willd.— (irês-répandu). » mtermedim, Thib. — (três-répandu). Jasione, Sp?-— (assez rare). Lotus microcarpus, Brot.— (peu commun;). Hedypnois tubceforamis, Ten. — (rêpandu), Nonea nigricans, DG.-— (disséminê). Atractylis cancellata, L.— (abondant). Asiragalus pentaglottis, L.— (abondant). » epigiottis, L.— (assez disséminê). » Buceras, Willd.— (rare). Anthylhs teiraphylla, L.— (répandu). Fedia Cornucopiae, L.— (três-commun). Euphorbia rubra, Cav.— (excessivement rare). Plantago albicans, L.— (commun). Trifolium suffocatum, L.— (commun).. Geranium molle, L.—(peu abondant). Le Calhitriche stagnalis, Scop., fiotte à la surface d'une flaque d'eau, et le Bulhardia Vaillanti, DC., croit dans une partie plus: desséchée. Dans les blês prês de S. Bartholomeu, nous récoltons: Torilis nodosa, Gaertn.— (três-commun). Caucalis leptophylla, L.-— (assez répandu). Ornithogalumn narbonense, L.— (peu répandu). Muscari comosum, Mill. — (disséminé). Reseda ramosissima, Poir (2?) — (assez rare). Aristolochia longa, L.— (assez commun). 1 Dans une herborisation récente, nous avons rencontré ce palmier beaucoup plus au nord, dans PEstramadure, aux environs de Setubal. 9244 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Antirrhinum Orontium, L.— (commun). Cynoglossum pictum, Ait.— (peu commun). En se rapprochant de Tavira, quand on a dépassé N. S. da Con- ceição, on peut récolter à gauche de la route le Mercurialis tomen- tosa, L. &. et 9.: dans les champs en friche, le Bunias Erucago, DC. enfin, parsemés le long de la route jusqu'à Tavira, Teucrium pseudo Chamepytis, L. et Elcoselinum Lagasca, Boiss. Cette derniêre plante est signalée par Bourgeau aux environs de Lagos, je Py re- trouvai ainsi qu'aux environs de Faro et de Loulé. Nous partons de Tavira le 43 au matin pour marcher vers Pouest dans la direction de S. Braz d'Alportel. Auprês de S. Estevão, quelques charnecas divisées par la route sont oceupées par le Cistus monspeliensis, L., Ceratonia Siliqua, L., Rhamnus oleoides, L., Pistacia Lentiscus, L., Quercus coccifera, L. parsemés de quelques Chamerops humilis, L., Ulex argenteus, Welw, Phlomis purpurea, L. et P. Lychnitis, L. Dans les fissures des rochers, croit le Poterium multicaule, B. et Reut et le Cachrys Morisoni, All, qui parait remplacer ici le Ca- chrys sicula, L. si commun aux environs de Lisbonne. Notons en- core, dans la même charneca: Gladiolus segetum, Gawl.— (assez rare). Anthyllis tetraphylla, L.— (commun). Thymus mastichina, L.— (peu commun). » — capitatus, L.-— (commun). Scandia Pecten-Veneris, L.— (três-commun). Scorpiurus subvillosa, L.— (três-commun). Jasminum frutescens, L.— (commun). Cistus crispus, L.— (commun). Thapsia transtagana, Brot.— (répandu). Micromeria greca, Bnth.— (répandu). Asphodelus fistulosus, L.— (peu commun). Lithospermum prostraium, Lois.— (répandu). Phaca beetica, L.— (sporadique). Cynoglossum pictum, Ait.— (assez répandu). AND clandestinum, Desf.— (assez commun). En suivant les côtés de la route, notre boite s'ouvrit de nou- veau pour recevoir: Hippocrepis unisiliquosa, L. et son congénêre H. ciliata, Willd.; plus loin le Salvia viridis, Desf. et dans une PHYSICAS E NATURAES 2h45 jachêre en contre bas de la route, Convolvulus siculus, L. et quel- qu'autres plantes énumérées ci-aprês: Erodium Botrys, Willd.— (rare). » malacoides, Willd. — (commun). Asperula hirsuta, Desf.— (assez disséminé). Fedia Cornucopice, L.— (três-commun). Plantago lanceolata, L.— (répandu). Anagallis latifolia, L.— (três-commun). » phoenicea, Lamk.— (commun). Trifoum Cherlera, L.— (três-rêépandu). » stellatum, L.—(três-répandu). » lappaceum, L. — (três-répandu). Planiago Serraria, L.— (disséminé). Sherardia arvensis, L.— (excessivement commun). Anchusa italica, Retz. — (sporadique). Cerinthe major, L.— (commuu). Asparagus acutifolius, L.— (rare). Un peu plus loin sur une éminence, Fumana viscida, Spch., Phagnalon rupesire, Ten., Andropogon hirtus, L. Silene bipartita, Desf., Ranunculus choerophyllus, L. et deux orobanches, Vune croissant sur le Medicago orbiculata, AN. (Orobanche foetida, Desf. Vautre sur PInula viscosa, L. (O. minor, Sutt.) Dans une flaque formée par un filet d'eau qui suinte de la montagne, nous trou- vons un calhtriche à feuilles três-larges qui pourrait bien n'être qu'une forme du Callitriche stagnalis, Scop.; sur les terrains avoi- sinants, ncus récoltons Euphorbia pubescens, EL. et le Reseda cris- pata, Link. Bientót apparait le modeste hameau de Santa Catharina da Fonte do Bispo. Nous trouvons lá au bord d'un ruisseau: Scilla peruviana, L.— (abondant). Achillea Ageratum, L.— (peu commun). Poeonia Broteru, Boiss.— (rare). Scrophularia mellifera. Vahl.— (assez abondant). Stachys germanica, L.— (commun). Sur les rives du rio Arseca, couvertes de Nerium Oleander, L. nous trouvons le Scrophularia canina, L. var. pimnatifida, Brot. 216 : JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Eo redescendant le lendemain vers Je sud dans la direction de Faro, nous notons tout d'abord sur les côtés de la route. Theligonum Cynocrambe, L.— (commun). Allium roseum, !.— (répandu). Helianthemum ledifolium, Willd. —(três-répandu). » intermedium, Thib.— (três-répandu). Vinca major, L.— (commun). Salvia lusitanica, Poir.—(commun). Nonea nigricans, DC.— (peu commun). Urospermum picroides, Desf.— (répandu). Siachys hirta, L.— (abondant). Geranium rotundifolum, L.— (três-abondant). Salvia verbenacoides, Brot.— (commun). Notobasis syriaca, Cass. — (abondant). Helminthia lusitanica, Welw.— (dissêminé). Dans les charnecas: Sarothamnus grandiflorus, Webb. ?— (rare). Orobanche foetida, Desf. — (peu commun). (Sur le Scorpiwrus subvillosa, L.) Ulex argenteus, Welw.— (assez répandu). Daphne Gnidium, L.— (três-commun). Paeoma Broteri, Boiss.— (assez rare). Lavaníula Stoechas, L.— (três-rêpandu). Ásphodelus ramosus, L.— (três-commun). Dans les blés et champs en jachêres: Anchusa italica, Retz. — (disséminé). Carduncellus coeruleus, Presl.— (assez commun). Anthyllis tetraphylla, L.— três-commun). Fedia Cornucopice, L.— (três-répandu). Nous trouvons en abondance le Linaria hirta, Moench, (L. al- garbiensis, Welw.) à gauche dans un champ silico-calcaire dépen- dant d'une immense plaine en culture; puis sur le bord de la route, !Inula revoluta, Hofim. et Link, et PErythrea maritima, Pers. Aprês quelques heures de séjour à Faro, nous reprenons notre PHYSICAS E NATURAES 9h7 course vers le N. O. dans la direction de Loulé. En quittant Faro, " les haies et le bord de la route nous donnent: Amygdalus communis, L.— (peu abondant). Asparagus albus, L.— (commun). » acutifolius, L.— (rare). Umbilicus pendulinus, DC. — (assez rare). Papaver hybridum, L.— (commun). Notobasis syriaca, Cass. — (três-répandu). Galacties tomentosa, DC. — (três-commun). Erodium malacoides, Willd.-— (três-commun). Anacyclus radiatus, Lois. — (commun). Punica Granatum, L.— (peu commun). Pistacia Lentiscus, L.— (três-répanda). Cynara Cardunculus, L.— (peu répandu). Oxalis cernua, dacg., flor. dupl.— (três-abondant). Inula revoluta, Lk. et Hofim.— (assez rare). » odora, L.— (peu commun). Dans -une jachére à droite de la route, en plein terrain siliceux, on trouve à côté d'un champ entiêrement couverf de Biscutella auriculata, L. une curieuse Orobanche, le Phelippea Mutelli, B. et Reut, parasite sur le Galium saccharatum, All.; nous nous di- rigeons ensuite sur un bois de pins, Pinus maritima, Ait, qui pa- raissait nous annoncer une ample récolte. Nous y trouvons effecti- vement un ciste tout à fait méridional, le C. Bourgeanus, Coss, plante ayant le facies du C. Libanotis, L., mais plus élevê, à fleurs blanches et en différant sensiblement par une série de caractêres bien tranchés. Nous avons rencontré de nouveau cette plante remarqua- ble prês d'Albufeira et dans la charneca de Catalão prês Lagos, mais três-disséminée. Une autre plante, PArmeria pimfolia, Roem et Schultz, est également répandue à profusion dans ce bois de pins, dans lequel on trouve encore les plantes suivantes: Ornithogalum nanum, Gawl. — (três-dissêminé). Ulex (Nepa) Escayracii, Webb. — (abondant). Ormenis mixta, DC. — (três-abondant). Leucoium trichophyllum, Schousb.— (assez rare). Cistus crispus, L.— (commun). » halimifolius, L.— (três-commun). 248 JORNAL DE SCIÊENCIAS MATHEMATICAS Cistus Libanotis, L.— (rare). Festuca hybrida, Brot.— (excessivement commun). Helianthemum guttatum, Mill. — (commun). . Tolpis barbata, Gaertn. — (assez commun). Anthyllis lotoides, L.— (commun). Plantago Bellardi, AN. — (commun). Dépassant S. João da Venda, nous atteignons le calcaire, avec la voie ferrée, futur chemin de fer de PAlgarve. Nous retrouvons là bien des plantes qui nous sont familiêres et que nous avons bien des fois récoltées sur les collines calcaires des environs de Lisbonne. Citons: Convolvulus arvensis, L.— (três-commun). AD altheoides, L.— (três-commun). Atractylis gunnifera, Desf.— (dissêminé). Salvia verbenacoides, Brot.— (dissêminê). Carduncellus coeruleus, Presl. — (disséminé). AcRillea Ageratum, L.— (disséminé). Scorpiurus subvillosa, L.— (commun). Thymus capitatus, L.— (assez commun). Muscari comosum, Mill. — (assez rare). Phagnalon saxatile, Cass. — (rêpandu). » rupestre, Ten. — (répandu). Lithospermum apulum, Vahl.— (commun). Cynara humilis, L.— assez commun). Rapisirum rugosum, All. — (répandu). Daucus crinitus, Desf.— (assez rare). Plantago serraria, L.— (commun). » Coronopus, L.— (commun). Thapsia villosa; L.— (peu commun). Micromeria greca, Bnth.— (répandu). Cistus albidus, L.— (commun). Asphodelus fistulosus, L.— (commun). Phlomis Lychmitis, E.— (commun). Et quelques autres plantes méridionales, telles que Atractylis cancellata, L., Plantago albicans, L., ce dernier: três-abondant PHYSICAS E NATURAES 249 partout; Asparagus acutifolius, L., Euphorbia serrata, L. Nous atteignons ensuite de maigres charnecas composées en grande partie de Chamerops humilis, L., Phlomis purpurea, L. et Pista- cia Lentiscus, L., três-nains. Ces derniers, relativement assez éle- vês dans le centre du Portugal, forment ici des buissons qui ne. dé- passent pas un mêtre de hauteur. Nous recueillons et notons dans le même endroit: Anthemis aurea, Brot.— (abondant). Euphorbia piericosca, Brot. — (abondant). Dorycnium suffruticosum, Vil. — (assez rare). Micropus supinus, L.— (três-rare). Scorpiurus vermucula, L.— (peu commun). Cynoglossum clandestinum, Desf.— (disséminé). Fedia Cornucopiae, L.— (commun). Medicago minima, Lamk.— (commun). Trigonella monspeliaca, L.— (peu abondant). Asiragalus epiglottis, L.— (assez rare). Lithospermum aprlum, Vahl. — (répandu). Trifotum scabrum, L.— (assez commun). » nov. sp. — (assez rare) 1. Jobservai êgalement dans cette jachêre plusieurs exemplaires de Thymus mastichina, colorés en pourpre noirpar un Cynips qui attaque les jeunes pousses. Nous recueillons aussi sur les haies du chemin prês Alfarrobeira, petite localité qui se trouve à environ 3 kil. de Loulé: Aristolochia glauca, Desf., Clematis Flammula, L. (2) Jasminum frutescens, L., Rhammnus lycioides, L., Fuphorbia serrata, L.etla Coronilla juncea, L. dont nous nºavons trouvé que quelques individus sur les haies à gauche de la route. Dans un champ égale- ment à gauche: Vicia vestita, Boiss, Orlaya platycarpos, Koch, Nigella damascena, L. et Micromeria greca, Bnth, qui suivant le dire d'un paysan, serait efficacement employê comme sudorifique, dans les cas de laryngite ou d'autres maladies des voies respira- toires. ! Cette espéce a été récemment décrite par Mr. le Comte de Ficalho sous le nom de Trifolium Broteri. (Voy. Apontamentos para o estudo da flora portu- queza. Leguminosae: gen. Trifolium, sect. Lagopus.) JORN. DE SCIENC. MATH. PHYS. E NAT.— N. XXKII. 18 290 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Nous trouvons un peu plus loin en nous rapprochant de Loulé, un seul et unique exemplaire du Matthiola tricuspidata, RBr. Le Ceterach ofhcinarum, Willd, croit dans le mur de soutênement de la route, avec le Fumaria agraria, Lagasc. Enfin, aux portes mê- nes de Loulé, dans une haie à droite Eleoselinun Lagascae, Boiss., Prasium majus, L., Aristolochia glauca, L., et Osyris lanceolata, Hochst. Nous réservant de partir seulement le 17 pour Silves, nous rê- solúmes de consacrer la journée du 46 à parcourir les environs de Loulé, qui sont charmants et três accidentês. 7 Le Trifolium resupinatum, L. forme un gracieux tapis parsemé de capitules roses, sur les bords des ruisseaux d'eau vive qui s'échappent de toute part ei dans lesquels croissent Sisymbrium Nasturtium, L. et Veronica Anagallis, E. Les environs sont calcaires. A 2 Kilomêtres au N.-E., une loca- lité appelée «Barreiras Brancas», nous offrit une ample moisson de plantes intéressantes. Dans une charneca ou les Quercus Tex, L. três-nains et les Phlomis purpurea, L. formaient le fond de la vê- gétation, nous recueillimes: Euphorbia verrucosa, Lamk., Sideritis angustifoha, Lamk., Salvia lusitanica, Poir, Thaymus mastichina, L. et Cachrys Morisoni, All., tandis que la colline qui se trouve à 300” de là nous donnaii: Centranthus Calcitrapa, L.— (abondant). Chrysanthemum coronarium, L.— (três-abondant). » segetum, L.— (três-abondant). Fedia Cornucopiae, L.— (três-abondant). Aristolochia glauca, Brot.— (peu commun). Potentilla reptans, L.— (commun). Rhagadiolus stellatus, Gaertn.— (abondant). Origanum virens, Hoffm. et Link. — (abondant). Buphtalmum spinosum, L.— (abondant). -Lithospermum apulum, Vahl. — (abondant). Teucrium pseudo Chamepytis, L.— (abondant). Cynoglossum pictum, Ait.— (abondant). Lagurus ovatus, L.— (abondant). Trifolium lappaceum, L.— (abondant). Nous rentrons à Loulé afin de prendre plus au nord et d'explorer les abords de la route qui passe par Ator, Salir, et se dirige sur PHYSICAS E NATURAES 954 - Almodovar. Immédiatement au sortir de la vilie, dans un fossé rempli de Borrago officinalis, L. var. flor. alb., nous trouvons le Scrophularia mellifera, Vahl. que nous n'avions pas revu depuis Fonte do Bispo prês S. Braz d'Alportel. Nous continuons notre route en négligeant le Teucrium pseudo-Chamcepytis, L., déja.plu- sieurs fois rencontré et nous arrivons à une vaste charneca qui re- célait quelques bonnes plantes. Nous y trouvâmes en effet: Scandix australis, L., Plumbago europea, L., mais pas encore en fleur, Cy- noglossum cheirifolium, L. Brotero indique cette derniêre plante en- tre Mertola et Alcoutim; Welwitsch ne parait pas lavoir rencon- trêe, quoiqu'elle soit relativement commune vers Espiche, Catalão et surtout sur la route de Bensafrim à Lagos, ou nous avons pu Pob- server en nombre. Des fissures des rochers, s'êlance PAntirrhinum Barrelieri, Duf. et VIris Xiphium, L., croit en grande quantité dans cette charneca qui est située 3 kilom. avant Ator. Nous y rêcoltons en outre: Ranunculus gramineus, L.— (assez commun). Asperula arvensis, L.— (três-abondant). Cistus monspeliensis, L.— (commun). Polypodium vulgare, L.— (assez rare). Cytinus Hypocistis, L.— (assez commun). Ulex argenteus, Welw.—(assez commun). Scandia Pecten-Veneris, L.— (três-abondant). Lithospermum, apulum, Vahl.— (commun)* » prostratum, Lois. — (peu abondant). Anchusa rtalica, Retz.— (dissêminé). Gladiolus segetum, Gawl. — (disséminê). Euphorbia retusa, Roth. — (três-commun). Le 17, nous nous dirigeâmes sur Silves en passant par Boli- queime, Albufeira, Algoz et Guia. Des plaines assez fertiles sont couvertes de cultures de blés, de mais, et de féves, dans lesquelles croit en abondance le Chrysanthemum coronariwm, L., à ligules blan- ches; puis dans les endroits incultes, comme par exemple sur le bord de la route et dans les fossês, on trouve: Thapsia villosa, L.— (commun). Lavandula Stechas, L.— (três-abondant). 18x 959 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Helminthia lusitanica, Welw.—(rare). Kentrophyllum, lanatum, DC. — (abondant). Genista algarbiensis, Brot.-— (disséminé). Paronychia argentea, Lamk.— (répandu). Echium plantagineum, L.— (commun). Fumaria agraria, Lagasc. — (abondant). Nous dépassons Boliqueime et ses cultures de tremoço (Lupi- nus Termis, Forsk) et de pois chiches (Gicer arietinum, L.) qui poussent admirablement dans ces sables d'alluvions. Au bord de la route croissent de belles touffes dºAnchusa granatensis, Boiss, de Cistus Bourgeanus, Coss. déja signalé prês de Faro et de Tha- psia garganica, L. Tl est remarquable que cette plante si intéres- sante au point de vue médical n'ait été ni citée par Brótero, ni ren- contrée par Welwitsch. Boliqueime est la 4”º localitê que nous lui connaissons en Portugal. On la trouve en effet dans Vest: à Evora et prês d'Aldea da Serra, dans la Serra d'Ossa, qui parait être aussi sa limite septentrionale; on la retrouve ensuite plus au sud, quoique se maintenant à Vest, entre Beja et Mertola et nous avons de nou- veau rencontrê ce Thapsia croissant en abondance auprês de Serpa, dans une excursion botanique aux alentours de cette ville, ou nous eúmes Vhonneur d'accompagner M. le Comte de Ficalho. Les autres plantes récoltées ou observées prês d'Albufeira sont les suivantes: Ruta bracteosa, DG. — clairsemê. Rubia splendens, L. et Hofim.— (peu abondant). Urospermum picroides, Dest. — (abondant). Echium tuberculatum, Link. — (cornmun). Nepeia iuberosa, L.— (assez commun). Lavatera sylvestris. Brot.— (commun). Thapsia villosa, L., var. laiifolia. — (peu commun). Helianthemum guitatum, Milk. — (abondant). » Libanoiis, Pers. — (assez-rare). Astrocarpus Clusii, Gay. — (commun). Cistus crispus, L.— (commun). » monspeliensis, L.— (commun). » — albidus, L.— (commun). » salvifolius, L.—(commun). Ulex argenteus, Welw.—(sporadique). PHYSICAS E NATURAES 953 Quercus coccifera, L.— (répandu). Inula revoluta, H. & Link. — (rare). Leucoium trichophyllum, Schousb.— (commun). Nonea nigricans, DC. — (rêpandu). Sinapis alba, L.— (três-abondant). Enfin la Linaria linogrisea, Hotfm. & Link. (L. bipartita, Willk. & Lge, Fl. hisp. IL, pag. 563, non Willd.) En arrivant à Silves, notre premier soin fut daller visiter le vieux château maure; nous eúmes la satisfaction de cueillir dans ses ruines le Picridium tingitanum, Dest. Les collines qui entourent Silves ont une végêtation assez dif- férente suivant leur orientation; le calcaire se trouve à Vest, au sud et à Iouest, tandis que le nord et nord-ouest sont schisteux. A Pouest et à environ 1 kilomêtre de la ville est un petit mamelon calcaire sur lequel nous recueillimes Salvia Selarea, L., Ononis Natrix, L., Helianthemum intermediwm, Thib., H. cegyptiatum, Mill. et queiques pieds encore non fleuris de Cachrys sicula, L. Environ 500 mêtres plus au nóôrd, les schistes paléozoiques ap- paraissent, et avec eux une flore toute différente. Le Castus la- daniferus, L., y domine entremêlé de Genista Welawitschii, Spach et de quelques autres plantes, parmi lesquelles nous citerons : Paronychia echinata, Lamk.—(assez commun). Astrocarpus Clusii, Gay. — (abondant). Bromus madritensis, L.— (commun). Malva hispanica, L.— (abondant). Linaria amethystina, EH. & Link. — (commun). Linum angustifolhum, Euds.— (três-abondant). Carlina sulphurea, Desf.— (três-abondant). Lotus microcarpus, Brot.— (assez rare). Anthylhs lotoides, L.— (commun). Echinops strigosus, L.— (assez rare). Euphorbia exigua, L.— (commun). Lamarkia aurea, Moench.— (commun). Picridium vulgare, Desf. — (commun). Onobrychis sp ?— (rare). E » eriophora, Desv.— (assez rare). E Hehanthemum plantagineum, Pers. — (assez rare). 29% JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Helichrysum serotinum, Boiss.— (commun). Rumex scutatus, L.— (assez rare). Et le Bourgeca humilis, Cosson. Nous trouvâmes également sur le bord d'un petit ruisseau, le Nepeta granatensis, Boiss? non en- core fleuri. Pointant vers lest, nous allons escalader une colline en plein calcaire, mais avant d'y arriver notons PIris germanica, L. dans les fonds marécageux etle Trifolium maritimium, Huds. Sur la col- line elle-mêéme, Cistus monspeliensis, L., Quercus Hex, L., Jum- perus phoenicea, L., Astragalus pentaglottis, L. et VHedysarum capitatum, Dest. Dans la charneca que traverse la route qui con- duit à Lagoa, au sud de Silves, nous retrouvons Plumbago europea, L., Osyris alba, L., Gladiolus segetum, Gawl., Tulipa Clusiana, DC. et Muscari botryoides, DC. Le lendemain: 19, nous nous embarquâmes sur la riviêre de Sil- ves pour nous rendre à Villa Nova de Portimão située à son em- bouchure. Pendant que le courant du fleuve nous emporte, passons en revue la végêtation de ses rives. Ici les gamaria gallica, L. remplacent les lauriers roses, alternant de temps à autre avec le feuillage blanchátre de VAtriples Halimus, L.; à un certain mo- ment, les rives se dégarnissent, s'abaissent et laissent voir un ma- rais entitrement couvert d'Iris pseudo-Acorus, L. Le Smyrnium Olusatrum, L. sy montre également dans les lieux émergês. Les roches à fleur d'eau qui apparaissent à cet endroit (distant d'en- viron 6 kilom. de Portimão), sont couvertes de Fucus vesiculosus; les marées se font sentir du reste jusqu'à Silves. En arrivant-prês de Portimão, à la hauteur de Mexelhoerinho, on peut distinguer sur les rives des quantités de Phelipea tinctoria, Brot., qui crois- sent en parasites sur les Salicornia dont le rivage est couvert. Désirant nous rendre le même jour à Lagos, nous ne faizons que traverser Villa Nova de Portimão, une des villes les plus im- portantes de "Algarve. Le port, formê par Pestuaire du rio de Sil- ves est magnifique; un pont remarquable relie les deux rives du fleuve vers la partie supérieure de la ville. Les murs et les toits de Portimão sont couverts d'une abon- dante végétation de Sisymbrium Trio, L. Nous n'y avons pas ob- servê le Diplotaxis virgata, DG. si commun sur les toits de Lis- bonne. Nous partons rapidement pour Lagos ou nous devons arriver le PHYSICAS E NATURAES Rs soir même; c'est à peine si nous avons le temps de récolter sur les haies: Prasium majus, L., Rubus discolor, Weihe, Aliyssum maritimum, Lamk., Ranunculus bullatus, L., três-abondant mais depuis longtemps défleuri, et un magnifique Fumaria qui suspend aux ronces de la haie ses festons blanes et roses. Dans un marais salê prês Odiaxere, le Statice ferulacea, L. et Frankenia pulveru- lenta, L., croissent avec leur cortége habituel dºArenaria marina, Roth., Statice Limonium, L., S. auriculefolia, Vahl. Les environs de Lagos, entigrement calcaires, développent aux yeux du botaniste une flore magnifique. De Lagos a N.º S.º da Luz, la route s'élêve doucement, encaissée entre deux haies qui sem- blent à Penvi nous offrir leurs productions. Prês de Pendroit appelé «Pedras Assadas», nous récoltons: | Lonicera implesxa, Ait.— (assez fréquent) Phlomis purpurea, L.— (três-commun).. Asparagus clbus, L.— (peu commun). Eleoselinum Lagascae, Boiss.— (rare). Asperula hirsuta, Desf.— (assez répandu). Clematis Flammula, L.— (frêquent). Anacamptis pyramidalis, Rich. — (dissêéminé). Serapias Lingua, L.— (rare). Bryonia divica, L.— (commun). Teucrium Haenslerii, Boiss. — (commun). Aetheorhiza bulbosa, Cass. — (três-répandu). Laserpitium gummiferum, Desf.— (assez rare). Prasium majus, E. — (três-répandu). Rubia splendens, H. & Link. — (commun). Melica ramosa, Vill.— (commun). Dactylis glomerata, L., B australis, Willk.— (fréquent). oo » y juncinella, Boiss.— (frequent). Bromus Lloydianus, Gren. & Godr.— (rare). Artemísia arborescens, L.— (assez rêpandu)). Rhamnus Alaternus, L.— (commun). » Iycioides, L.— (commun). Daphne Gnidium, L.— (commun). Osyris lanceolata, Hoscht.— (assez frêquent). Et nombre d'autres plus vulgaires qu'il serait fastidieux d'énu- merer ici. 256 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Lagos est déja à 4 ou 5 kilom. en arriére, lorsque tout à coup à un détour, le sentier se rétrécit et plonge brusquement; on se trouve en présence de la mer et d'un horison à perte de vue. A nos pieds, comme blotti au bord de la mer, le modeste hameau de N.º S.º da Luz qui donne son nom à la vallée. Un vieux château en partie écroulé mais dont la tour principale se trouve encore debout, ajoute à Vharmonie du tableau. En descendant dans la vallée, entre les vignes qui s'accrochent aux flancs du cotteau, nous recueillons, Calendula algarbiensis, (2) Boiss, Centaurea Verutum, L. (?) non encore fleuri et le Thymus algarbiensis, Lange (Pug. mr, pag. 5, 1. albicans, Coss.) qui parait être três distinct du T. albicans, H. & Link. (Fl. portug. pag. 124, tab. 41), par ses capitules 2-3 fois plus gros, par ses feuilles pe- tiolées et non subsessiles, enfin par la forme et la grandeur de son calice. Dans les fentes des rochers maritimes nous trouvons: Statice echivides, L.— (répandu). Asteriscus maritimus, Gaertn.— (três-répandu). Medicago littoralis, Rhode. — (peu commun). Plantago Coronopus; L.— (três-commun). Statice ferulacea, L.— (assez répandu). » auriculacfolia, Vahl.— (rare). Crithmum maritimum, L.— (três-commun). Astragalus boeticus, L.— (rare). Le but de la journée du 214 était d'aller à Bemsafrim en passant par Espiche. Laissant aux archéologues ces deux villages si riches en documents arabes de fonte nature, nous allons essayer d'en analyser les environs au point de vue botanique. D'immenses char- necas existent autour d'Espiche, et s étendent jusqu'à Catalão et Bensafrim. Nous retrouvâmes de nouveau três-abondamment le Thymus algarbiensis, Lange, tout prês d'Espiche, puis de chaque côté de la route: Cerinthe major, L. var purpurascens, Boiss.— (commun). Cachrys Morisoni, All. —(sporadique). Adonis antummnalis, L.— (assez commun). PHYSICAS E NATURAES 957 Avena setifoha, Brot.— (commun). Ornithogalum narbonense, L.— (três-commun). Laserpitium gummiferum, Desf. — (assez rare). Erythraea Centaurium, Pers. — (fréquent). Centaurea pullata, L.— (commun). Beta maritima, L.— (três-commun). Erodium romanum, Wild. — (três-commun). Ulex argenteus, Welw.— (assez commun). En approchant de Catalão, le terrain change subitement, nous nous retrouvons dans les sables quartzeux et nos récoltes rap- pellent à peu dºexceptions pres, la flore particulitre à cette par- tie de la rive gauche du Tage oú ces sables dominent. Ce sont: Arrhenatherum bulbosum, Beauv.— (commun). Ornithopus ebracieatus, Brot. — (três-commun). Ormenis mixta, DC. — (répandu). Lavandula Stoechas, L.— (três-répandu). Euphorbia boetica, Boiss.— (assez commun). Linaria linogrisea, H. & Link. — (excessivement commun). » juncea, Desf.—(três-répandu). Erica Calluna, L.— (abondant). Briza major, L.— (excessivement répandu). Gladíolus Reuteri, Boiss. — (commun). Avena setifolia, Brot.— (assez commun). Aira flexuosa, L.— (assez commun). Tulipa Clusiana, L.— (assez rare). Erodium primulaceum, Welw.— (commun). » Botrys, Wild. — (commun). Lupinus Termis, Forsk.— (rare). Genista triacanthos, Brot.— (três-rêpandu). Phaca boetica, L.— (peu commun). Cistus crispus, L.— (abondant). » salvifolius, L.— (abondant). » halimifolius, L.— (abondant). » Libanotis, L.— (abondant). » Bourgeanus, Coss.— (peu abondant). Hehanthemum guitatum, Mill. — (três-commun). 258 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Astrocarpus Clusti, Gay. — (três-répandu). Plantago Bellardi, Ait. — (três-abondant). Sedum fruticulosum, Brot.— (commun). Inula viscosa, L.— (abondant). » odora, L.— (abondant). Ulex argenteus, Welw.—(disséminé). Ulex (Nepa) lurida, Webb. — (rare). Trifolium angustifoium, L.— (excessivement conta) Nous dépassons Catalão, vaste lande de sable transformée en vi- gnoble, pour nous jeter dans la charneca ou nous retrouvons en abondance avec le terrain argilo-calcaire les Cistus monspelhensis, L. et €. Ladaniferus, L Notons encore: Valeriana tuberosa, L.— (commun). Scorzonera aristata, Ram. (?)— (assez commun). - Muscari botryoides, DC. — (assez abondant). » — comosum, Mill. — (assez abondant). Thapsia villosa, L.— (três-commun). Cynoglossum cheirifolium, L.— (disséminê). Anthyllis tetraphylla, L.— (commun). » Vulneraria, L., var. Dillenii. — (répandu). Astragalus pentaglottis, L.— (commun). Campanula Rapunculus, L., var. racemosa. (C. virgata, Welw).)— (peu répandu). - Anemone palmata, L. fl. alb.— (commun). Scandia australis, L.-—excessivement répandu). » —Pecten Veneris, L.— (excessivement répandu). Asperula arvensis, L.— (excessivement répandu). Euphorbia exigua, L., var. retusa, Roth.— (três-commun). Plantago Psyllium, L.— (três-commun). Lotus microcarpus, Brot.— (assez rare). Torilis heterophylla, Guss.— (disséminé). Serratula pinnatifida, Poir.— (disséminé). Siipa tenacissima, L.— (abondant). Chamaerops humilis, L.— (três-abondant). Thapsia villosa, L.— (excessivement commun). Nigella arvensis, L.— (répandu). PHYSICAS E NATURAES 259 En escaladant une parois de rochers d'à peu prês 300 pieds de hauteur, nous trouvons Ranunculus choerophyllos, L. Gram- mitis leptophylla, Sw., Anacamptis pyramidalis, Rich., Polypodium vulgare, L., Ferula communis, L., puis nous reprenons le chemin de Lagos, non sans'récolter de nouveau VAnchusa granatensis, Boiss, Euphorbia seticornis, Poir. (Brot.), Cynoglossum cheirifo- hum, L. três-abondant et Sinapis alba, L. qui pousse avec une telle vigueur, qu'il borde la route d'une haie de 2”,50 de hauteur. La rivitre qui va de Bensafrim à Lagos est encaissée entre des massifs irréguliers de collines entigrement couvertes à cette saison par les ombelles jaunes du Thapsia villosa, L., aprês avoir noté cette derniére plante nous rentrons à Lagos. Environ 12 jours se sont écoulés depuis notre départ de Lis- bonne,- temps laborieusement rempli et trop rapidement écoulé, car en dépit de nos efforts, nous n'avons pu qu'efileurer la flore de ce beau pays. Une des particularités qui nous ont le plus frappé en Algarve, c'est "absence absolue des grands Ulex de VExtramadure. En effet, a part CUleax argenteus, Welw., dont la taille rabougrie et buisson- neuse dépasse rarement 0,50 à 0,60 centim., et les Ulex Escayracii, Webb. et U. luridus, (Webb) encore plus réduits dans leurs pro- portions, nous n'avons rencontré aucune autre espêce de ce genre. Les Genista Welwitschii, Spach., et G. Tournefortir, Spach. (G. germanica, Brot, non L.), qui croissent si abondamment sur les collines calcaires des environs de Lisbonne, à Monsanto, Bellas, Alverca, Alhandra, Torres Vedras et plus au sud dans la Serra d'Arrabida, sont ici remplacés par les Genista algarbiensis, Brot. et G. lanuginosa, Spach., cependant nous en rencontrâmes quel- ques pieds à Vouest de Silves sur la limite des schistes paléozoi- 260 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS ques. Quant au G. lanuginosa, Spach., il remonte dans PAlemtejo le long des rives du Guadiana, et nous Pavons rencontré abon- damment au sud dEvora, sur la droite de la route de Vianna, oú il forme une véritable charneca. » Nous ne voulons pas terminer ce petit aperçu sans présenter nos remerciments à Mr. Fernando Galvão, agent consulaire de plusieurs nations européennes, que notre bonne étoile nous avait fait ren- contrer à Mertola. Mr. F. Galvão avait été 40 ans auparavant le compagnon de Welwitsch dans ses excursions à travers | Algarve. En témoignant ici de nos sentiments de gratitude, nous sommes également Vinterprête de nos deux compagnons et amis. ] J. Daveau, Lisbonne juin 1881. PHYSICAS E NATURAES 2614 CATALOGUE METHODIQUE DES ESPÉCES CITÉES Ranunculaces Clematis Flammula, L.— Route de Faro à Loulé; haies de Lagos et N.º S.º da Luz. Anemone palmaia, L.— Charneca de Catalão à Bensafrim. Adonis autumnalis, L.— Charneca d'Espiche. Ranunculus bullatus, L.— Villa Nova de Portimão. » cphioglossifonus, L.— Poceirão. » Sardous, Brot.—Loulé (Bord des ruisseaux). 2 gramineus, L.— Charneca de Loulé à Ator. » palustris, Smith. — Loulé, Santa Catharina da Fonte do Bispo. » choerophylhus, L.— Bensafrim, Fonte do Bispo. » repens, L.— Beja, Mertola. Nigella arvensis, L.— Moissons prês Loulé et Ator. ». damascena, L.— Catalão, Bensafrim, Loulé, S. joão da Venda. Peonia Broteri, Boiss.—De S. Braz à Faro (Charnecas), Santa Catharina da Fonte do Bispo. Papaveraces Papaver hybridum, L.— Route de Faro à S. João da Venda. Hypecowm procumbers, L.— Sables maritimes à V. Real de Santo Antonio. 262 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Fumariacer Fumaria agraria, Lag. —Haies de Villa Nova de Portimão, Odiaxerê, Lagos, Faro, Albufeira. » Vaillanto, Lois. —Pyramide de Cabeça, preês Villa Real de Santo Antonio. Resedacer Astrocarpus Clusii, Gay.— Charneca d'Espiche prês Catalão, Guia, Silves. Reseda ramosissima, Poir.— Fonte do Bispo, Tavira, S. Braz d'Alportel. » — crispata, Link. — Moissons de S. Bartholomeu. Crucifera Matihiola tricuspidata, RBr.— Route de S. João da Venda à Loulé. Alyssum collinum, Brot.— Guia, Albufeira. » maritimum, Lamk.— Odiaxere, (bord des routes). Biscutella auriculata, L.—Jachêres entre Faro et S. João da Venda. Malcolmia littorea, RBr.— Villa Real de Santo Antonio, (Sables maritimes). Sisymbrium Nasturtium, L.— Ruisseaux de Loulé. » Trio, L.— Toits et murs des maisons à a Nova de Portimão. Sinapis alba, L.— Silves, Guia, Bensafrim, (bord des routes). Diplotaxis catholica, DE. — Villa Real de Santo Antonio, Beja. Brassica oxyrrhina, Coss.— Silves, Beja, Alvito, Cuba. Rapistrum rugosum, AW.— S. João da Venda à Loulé. Bunias Erucago, DC.—N. S. da Conceição prês Tavira. PHYSICAS E NATURAES 263 Cistinex Cistus crispus, L.— S. Estevão prês Tavira, Albufeira, Espiche, Catalão, Faro. » salvifolius, L.— Espiche, Catalão, Albufeira. » ladaniferus, L.— Catalão, Vianna, Villanova. » » , L. (pét. mac.)— Silves, Pegões, Montemor. » mestsaba ao, L.—Beja, Mertola, Albufeira, Tavira, Villa Real de Santo Antonio. » hirsutus, Lamk.— Beja, Mertola, Villa Real de Santo An- * tonio. » albidus, L.—S. João da Venda, Loulé, Albufeira. » Bourgeanus, Coss.— Albufeira, S. João da Venda, Es- piche. » Libanotis, L.— Espiche, Catalão, S. João da Venda. Fumana viscida, Spach.— Loulé, Tavira, Faro, S. Braz. Helianthemum guitatum, Mill. — Pocerão, Albufeira, Espiche, Beja. » Tuberaria, DC. — Pocerão. » plantagineum, Pers. — Silves. » — intermedium, Thib.— Silves, Villa Real, s. Braz, Faro. Frankeniaces Frankenia levis, L.— Odiaxere. » pulverulenta, L.— Odiaxere. Caryophylles Silene niceensis, All.— Villa Real de Santo Antonio. » nocturna, L.—S. Estevão, Tavira. » bipartita, Desf.— Fonte do Bispo, Tavira, S. Braz d'Al- portel. » lusitanica, L.— Lagos. Spergula arvensis, L.— Catalão, Espiche. Cerastium glomeratum, Thuill. — Tavira, Lagos, Loulé. 264 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Lineg Linum usitatissimum, L.— Mertola, Beja (cultivé). » augusiifolium, Huds.—S. Estevão, Silves, Vianna, Al- vito, Pocerão. » sirictum, Villa Real de Santo Antonio. R Malvacem Malva hispanica, L.— Silves. Lavatera sylvestris, Brot.— Albufeira, V. R. de Santo Antonio. Hypericinea Hypericum tomentosum, L.— Espiche. » cilintum, Lamk. — Fonte do Bispo. Rutaceg Ruta montana, L.— Albufeira, Guia. » bracteota, DC.— Lagos, Albufeira, N. S. da Luz. Rhamnea Rhamnus Alaternus, L.— Lagos, N. S. da Luz. » oleoides, L.—S. Estevão, Tavira. » lycioides, L.— S. João da Venda, Loulé, Lagos, N. S. da Luz. Terebinthaces - Rhus Coriaria, L.— Portimão. Pistacia Lentiscus, L.—Faro, S.-João da Venda, Loulé, S. Es- tevão, Tavira, Pegões. PHYSICAS E NATURAES 265 Leguminose Ulex argenteus, Welw.—S. Braz, Faro, S. Estevão, Silves, Loulé, Ator, Albufeira, Espiche, Catalão. » (Siauracanthus) spartivides, Webb. — Pegões. » (Nepa) luridus, Webb. —Espiche, Catalão, S. João da Venda. Genista algarbiensis, Brot.— Villa Real de Santo Antonio, Silves, Loulé, Albufeira, Espiche, S. Braz, Rives du Guadiana. Genista Welawiischii, Spach.?— Silves. » triacanthos, Brot.— Catalão, Pegões. Cytisus grandiflorus, DC.?— Espiche, Catalão, S. Braz dºAlpor- tel et Faro. Ononis Picardii, Boiss.— Villa Real de Santo Antonio. » reclinata, L.— Silves. » Natria, L.— Silves. Anthyllis tetraphylla, L.— Catalão, S. Braz, Faro, Villa Real de Santo Antonio, S. Estevão, Tavira, Silves. » Vulneraria, E. var.; (A. Dillenii, Schultz). — Catalão. » lotoides, L.— Silves, Faro, S. João da Venda. Medicago Gerardi, Wild. —N. S. da Luz. » minima, L. S. João da Venda, Loulê. » orbiculata, Fonte do Bispo. Trigonella monspelhiaca, L.—S. João da Venda, Lagos, Loulé, Villa Real de Santo Antonio. Melilotus sulcata, Desf.-— Marais de Villa Real de Santo Antonio. Trifolium scabrum, L.— Loulé, Villa Real de Santo Antonio. » angustifolum, L.— Espiche, Catalão. » lappacewm, L.— Loulé (Barreiras Brancas), S. Estevão. ) Broteroi, de Ficalho, (sp. nov.)—S. João da Venda, Loulé. » tomentosum, L.—N. S. da Conceição pr. Tavira; Beja, Mertola. » spumosum, L.— Villa Real de Santo Antonio. » resupinatum, L.— Loulé. » suffocatum, L.— Beja, Mertola, Faro, Guia, Vilia Real de Santo Antonio. » stelatum, L.— Fonte do Bispo, S. Estevão, Tavira. JORN. DE SCIENC. MATH. PHYS. E NAT-—N. XXXII. 19 266 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Trifolium Cherleri, L.—S. Estevão, Tavira. » maritimum, Huds.— Silves. Dorycniwum suffruticosum, Vill.— Loulé, S. João da Venda. Lotus microcarpus, Brot.— Silves, Villa Real de Santo Antonio. Phaça betica, L.—S. Estevão, Tavira, Catalão, Beja, Mertola. Astragalus pentaglotiis, L.— Catalão, Silves, Villa Real. » boticus, L.—N. S. da Luz pr. Lagos. » Buceras, Willd.— Villa Real de Santo Antonio, Silves. Scorpiwrus subvillosa, L.—S. Estevão, Tavira, S. João da Venda, Loulé, Espiche, Catalão. » vermicula, L.—sS. João da Venda, Loulé. Coronilla juncea, L.— de S. João da Venda à Loulé. Hippocrepis unisiliquosa, L.— Tavira, S. Estevão. » cihata, Willd.— Tavira, S. Estevão. Arthrolobium ebracteatum, DC.— Espiche. Hedysarum capitatum, Dest. — Silves. Onobrychis eriophora, Desv.— Silves. » (sp. nov.) — Silves. Vicia vestita, Boiss.—S. João da Venda, Loulé. » peregrina, L.—S. João da Venda, Faro. » sativa, L.— Villa Real de Santo Antonio. Lalhyrus angulatus, L.—Vllla Real de Santo Antonio. » sphoericus, Retz.— Villa Real de Santo Antonio. Lupinus angustifolius, L.— Espiche, Catalão. » Termis, Forsk.— Silves. » hirsutus, L.— Silves. Ceratonia Siliqua, L.— Tavira, S. Estevão. Rosacex Amygdalus communis, L.— Loulé à Faro et tout VAlgarve. Rubus discolor, Weihe.— Odiaxere. Potentilla reptans, L.— Loulé (Barreiras Brancas). Poterium multicaule, Boiss. et Reut.—sS. Estevão, Tavira, Fonte do Bispo. » sp. (?)—de S. João à Loulé. PHYSICAS E NATURAES | 9267 Halorages Callitriche stagnalis, Scop.— Villa Real de Santo Antonio. » sp.?— Santa Catharina, Fonte do Bispo. Tamariscineg Tamariz galliça, L.— Riviêre de Silves. (ranatex Punica Granatum, L.— Faro, S. João da Venda. Cucurbitaceg Bryonia dioica, Jacg.— Lagos. Ecballium Elaterium, Rich. —Villa Nova de Portimão, Silves. Crassulaces j sl Umbilicus pendulinus, DC. — Loulê, Ator, Faro. Bulliardia Vaillantii, DC.— Villa Real de Santo Antonio. Sedum album, L.— Loulé, Faro. » fruticulosum, Brot.— Loulé, Espiche, Catalão. » dEscayrakii, Welw.— Loulé, Ator. Paronychiea Corrigiola littoralis, L.— Silves, Villa Real de Santo Antonio. Nlecebrum echinatum, Poir.— Silves. Paronychia argentea, Lamk.— Espiche, Loulé, Albufeira. 4, 49 268 JORNAL DB SCIBNCIAS MATHEMATICAS Umbellifere Eryngium corniculatum, Lamk.— Marais à 6 kilom. de Villa Real de Santo Antonio. » campestre, L.-—S. Bartholomeu pr. Tavira. - Sison segetum, L.— Bensafrim. Buplevrum arisiatum, Bartl. —Villa Real de Santo Antonio. » fruticosum, L. Pegões. Crithmum maritimum, L.— Lagos, Nossa Senhora da Luz. Ferula communis, L.— Bensafrim. Thapsia villosa, L.— Collines de Bensafrim à Lagos, Albufeira, Guia, Loulé, S. João da Venda, Espiche. » transtagana, Brot.— Catalão, Albufeira. » — garganica, L. Beja, Mertola, Albufeira. Elcoselinum Lagascae, Boiss.— Nossa Senhora da Conceição pr. Tavira, Loulé, Lagos. Laserpitium gummiferum, Desf.— Espiche, Catalão, Lagos. Daucus muricatus, L.— Loulé, Ator. » — Carota, L.— Barreiras Brancas pr. Loulé. » crinitus, Desf. (D. meifolius, Brot.) —S. João da Venda, Loulé. E Torylis nodosa, Gaertn. — Tavira, S. Bartholomeu. » heterophylla, Guss.— Bensafrim. Caucalis leptophylla, L.— S. Bartholomeu pr. Tavira. Scandia pecten-Veneris, L.— Catalão, Bensafrim, Loulé, Ator, S. Estevão. Ê » australis, L.— Catalão, Bensafrim, Loulé, Ator. Cachrys Morisoni, AN. — Loulé, Beja, Mertola, Espiche, Tavira, Fonte do Bispo, S. Braz. » . sicula, L.— Silves. Smyrnium Olusatrum, L.— Lagos, Nossa Senhora da Luz, Riv. de Silves. PHYSICAS E NATURAES 269 Caprifoliaces Lonicera implexa, Ait.— Pedras Assadas pr. Lagos, Loulé, Odia- xere. Rubiacem Vaillantia muralis, L.— SS. Estevão, Tavira, Silves, Lagos. » hispida, L.—S. Estevão, Tavira, Silves, Lagos. Rubia splendens, Hofim. & Link. — Albufeira, Silves, Loulé. Galium divaricatum, Lamk.— Silves. Asperula hirsuta, Desf.-—- Lagos, Nossa Senhora da Luz, Tavira. » arvensis, L.— Loulé, Ator, Bensafrim. Sherardia arvensis, L.— Albufeira, Guia, Tavira. Valerianeg Valeriana tuberosa, L.— Catalão, Espiche. Centranthus Calcitrapa, Dufr.—Loule, Barreiras Brancas, Lagos. Fedia Cornucopic, L.— Loulé, Tavira, Faro, S. Braz, Villa Real. Valerianella microcarpa, Lois.— Silves, Villa Real. » discoidea, Lois.— Lagos, Silves. Compositer' Micropus supinus, L.— S. João da Venda, Loulé. Filago germanica, L.— Espiche. Phagnalon saxatile, Cass. —Loulé, S. João da Venda. » rupestre, DC.—Fonte do Bispo. Helichrysum serotinum, Boiss. & Reut.— Guia, Silves. Inula viscosa, L.— Albufeira, Guia. » revoluta, Hoffm. & Link. —Espiche, Catalão, Loulé, Faro. » odora, L.— Faro et S. João da Venda. Asteriscus maritimus, Moench. —N. Senhora da Luz pr. Lagos. 270 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Asteriscus aquaticus, Moench.—Villa Real de Santo Antonio, Espiche. Pallenis spinosa, Cass. — Loulé, Barreiras Brancas. Achillea Ageratum, L.— Loulé, S. João da Venda, Fonte do Bispo. Anthemis aurea, Brot.—S. João da eh Louló. Ormenis mixta, DC. — Espiche, Catalão, S. João da Venda, Villa Real, Silves. Maruta Cotula, DC.— Bensafrim. Anacyclus radiatus, Lois. — Faro, S. João da Venda, Villa Real. Lepidophorum repandum, DC.— Loulé, Silves, Pegões. Chrysanthemum viscosum, Desf.-—-Route de Villa Real à Castro Marim. D coronarium, L.—Loulê, Albufeira. Artemisia arborescens, L.— Lagos, Nossa Senhora da Luz. Senecio gallicus, Vill.—Villa Real de Santo Antonio. Calendula malaccitana, Boiss.— Tavira, Faro, Bensafrim. » algarbiensis, Boiss.— Val da Luz. » tomentosa, Desf.— Bensafrim. Echinops strigosus, L.— Silves. Carlina sulphurea, Desf.— Silves. Airaciylis gumnifera, L.—sS. João da Venda pr. Esto » cancellata, L.— Villa Real, S. Braz, S. João da Venda. Notobasis syriaca, Cass.—Faro, S. Braz d'Alportel. Carduus acanthoides. L.— Villa Real de Santo Antonio, Silves. » arenarius, Desf.— Villa Real de Santo Antonio. Cynara Cardunculus, L.—Faro, S. João da Venda. » — Scolymus, L.-— Charneca de Catalão. » humilis, L—Loulé, S. João da Venda, Silves. Galactites tomentosa, Moench.-— Vianna, Alvito, Faro, S. João da Venda. Serratula pinnatifida, Poir.— Catalão, Nossa Senhora da Luz. Microlonchus salmanticus, DE.— Loulé. Centaurea Calcitrapa, L.— Espiche. » pullata, L.— Catalão, Beja, Mertola. » Verutum, L. (?)— Nossa Senhora da Luz. Kentrophyllum lanatum, DC.— Loulé, Valle da Luz. Carduncellus coeruleus, DC. — Loulé, S. Braz d'Alportel, Ta- vira. Tolpis barbata, Gaertn.— Faro, S. João da Venda, Loulé, Silves, PHYSICAS E NATURAES 2714 Rhagadiolis stelatus, Gaertn.— Loulé, Barreiras Brancas, S. João da Venda. Hedypnois clavata, Ten.— Catalão, Espiche, Villa*Real de Santo Antonio, Guia. » polymorpha, DC.— Villa Real de Santo Antonio. Crepis (Aetheorhiza) bulbosa, Cass.— Lagos. Helminthia lusitanica, Welw.—S. Braz, Fero, Loulé. “Hypocheris radicata, L.— Catalão, Bensafrim. Andryala laxifiora, DC. (?)— Fonte do Bispo. Sonchus tenerrimus, L.—NVilla Real de Santo Antonio. Picridium tingitanum, Desf.-— Castello de Silves. » vulgare, Desf.— Dans les schistes à Silves. Scorzonera arisiata, Ram. (?)-— Catalão. Urospermum picroides, DC.--S. Braz d'Alportel, Faro, Albu- feira. Podospermum laciniatum, DC.— Bensafrim, Lagos. Campanulaces Jasione moniana, L. (?)-— Villa Real de Santo Antonio, Silves, Catalão. ; Campanula Rapunculwus, L., var. racemosa.-— Catalão, Bensa- frim, Espiche. Ericacer Arbustus Unedo, L.— Pegões. Calluna vulgaris, Salisb.— Catalão, Espiche. Erica umbellata, L.— Pegões, Pecerão. » — scoparia, L.— Pegões, Pocerão. Primulacem Anagallis arvensis, L.—S. Braz, Tavira, Faro. » phoenicea, Lamk.—S. Braz, Tavira, Faro. » latifolia, L.— Tavira, S. Estevão. 2792 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Oleaces Phylliroea angusiifoha, L.— Pegões. Jasminex Jasminum frutescens, L.— Barreiras Brancas, Loulé, Tavira, Lagos. - Apocynem Vinca major, L.— Se Braz, Faro, Tavira, S. Estevão. Nerium Oleander, L— Loulé, Silves, S. Braz, Tavira. - Gentianem Erythroea Centaurium, Pers. — Espiche. » maritima, Pers.—Faro, Tavira. Convolvulacem Convolvulus altheoides, L.— Espiche, S. João, Loulé. ;» siculus, L.— Tavira, S. Estevão. » - tricolor, L.— Beja, Mertola. Borraginex Cerinthe major, L., var. purpurascens, Boiss.—Beja, Mertola, Vianna, Tavira, Espiche. Echium plantagineum, L.— Loulé, Albufeira, Villa Real. » — tuberculatum, Link. — Albufeira. Nonea nigricans, DC.— Faro, S. Braz, Villa Real, Guia, Tavira. Borrago officinalis, L.— Loulé. &y PHYSICAS E NATURAES paro) Anchusa granatensis, Boiss.— Bensafrim, Albufeira, Lagos, Bo- liqueime. » —italica, Retz.— Loulé, Ator, Tavira, S. Braz, Beja, Mer- tola, Vianna, Alvito, etc. Lithospermum prostratum, Lois.— Loulé, Ator, S. Estevão, Ta- vira. D apulum, Vahl.— Loulé, Ator, S. Braz, Tavira. » arvense, L.— Nossa Senhora da Conceição p. Ta- vira. Cynoglossum pictum, Ait-—Loulé, Tavira, S. Estevão, Barrei- ras Brancas. » cheirifolium, L.— Catalão, Bensafrim, Loulé, Ator. » - clandestinum, Desf.—Beja, Mertola, S. Estevão, Ta- vira, Loulé, S. João da Venda. Solanacex Lycium sp.?-— Lagos, T Favira, Nossa Senhora da Luz. Serophularinea Linaria amethystina, Link. & Hofim.— Silves. » —hirta, Moench.—Faro. » linogrisea, Hofim & Link.— Espiche, Catalão, Guia, Al- bufeira. - » juncea, Desf.—Loulé, S. João da ento. Antirrhinum Orontium, L.— Tavira. » Barrelieri, Duf.—Loulé, Ator. Scrophularia mellifera, Nahl.—Loulê, Santa Catharina, Fonte do Bispo. » canina, L., var. pinnatifida, Brot.-—Rio Asseca prês Fonte do Bispo. Veronica Anagallis, L.— Loulé, Barreiras Brancas, Espiche. Bartsia Trixago, L.—Loulê, Lagos. 274 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Orobanchex - Phelippea Mutelli, Reut.—Faro, S. João da Venda. » tinctoria, Brot.—Lagos, Villa Nova de Portimão. Orobanche Eryngii, Vauch.— Tavira, S. Bartholomeu. » minor, Sutt.— Guia. » macrosepala, Schultz. — Fonte do Bispo. » — foetida, Desf.—sS. Braz, Faro, S. Estevão, Silves. Verbenaceg Verbena-supina, L.— Silves. Labial Lavandula Stoechas, L. Co Catalão, S. Braz, Faro, done: Albufeira, Vianna, Alvito. Origanum virens, H. & Link. — Loulé, Barreiras Brancas. Thymus algarbiensis, Lge.— Nossa Senhora da Luz. » mastichina, L.— Loulé, S. Braz d'Alportel, S. Estevão. » capitatus, L.—sS. João, Loulé, S. Estevão. Micromeria graeca, Bnth.—Loulé, S. Estevão, S. João da Venda. Salvia lusitanica, Poir.—Faro, Loulé, Barreiras Brancas. » — verbenacoides, Brot.—S. Braz, Tavira. » viridis, Desf.—sS. Estevão, Tavira. » Sclarea, L— Silves. Sideritis angustifolia, Lamk.-— Loulé, Barreiras Brancas. Nepeta tuberosa, L.— Albufeira. » multibracteata, H. & Link. — Silves. Marrubium vulgare, L.— Villa Real de Santo Antonio. Siachys arvensis, L.-—Loulê, Barreiras Brancas. » —hirta, L.—Fonte do Bispo, Tavira Faro. » — germanica, L.-— Fonte do Bispo. Phlomis Lychnitis, L.—S. João da Venda, Loulé, Tavira. » purpurea, L.—Beja, Mertola, Loulé. PHYSICAS E NATURAES 275 Teucrium pseudo Chamepytis, L.-—Loulé, Ator, Tavira, Lagos. » Haensleri, Boiss.— Lagos. Prasium majus, L.— Loulé, Lagos, Nossa Senhora da Luz. Plumbaginea Statice ferulacea, L.— Odiaxere, Nossa Senhora da Luz. » —echioides, L.— Nossa Senhora da Luz. » auriculefoha, Vahl.—Nossa Senhora da Luz. Armeria pinifolia, Roem. & Schultz. —sS. João da Venda, Faro. Plumbago europaea, L.— Loulé, Silves. Plantfaginem Plantago Serraria, L.—sS. Estevão, Tavira, S. João da Venda. » Psyllium, L.—S. Estevão, Catalão, Bensafrim, Villa Real. | » Bellardi, Ait.— Espiche, Catalão, S. João da Venda. » Coronopus, L.— Nossa Senhora da Luz. » » var. integrata, Gr. & Godr.— Villa Real de Santo Antonio. » lanceolata, L.—Barreiras Brancas, Tavira. » albicans, L.—S. João da Venda, Tavira, Loulé, Faro. Salsolaces Beta maritima, L.— Espiche, Catalão. Atriples Halimus, L.—Villa Nova de Portimão. Salicornia fruticosa, L.-—Villa Nova de Portimão. Polygonex Emeax spinosus, Neck.— Nossa Senhora da Luz. Rumea scutatus, L.— Silves. 276 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Pymelez Daphne Gnidium, L.—Loulé, Lagos, Nossa Senhora da Luz, ' S. Braz, Faro, Pegões. Santalacem Osyris alba, L.— Silves. » lanceolata, Hochst.—S. João da Venda, Loulé, Lagos. Aristolochica Aristolochia longa, L.—S. Bartholomeu, Tavira. » glauca, Desf.—Barreiras Brancas, Loulé, Faro. Euphorbiacer Euphorbia rubra, Cav.—Villa Real de Santo Antonio. » helioscopia, L.— Espiche, Catalão. »" pterococca, Rrot.—Espiche, Catalão, S. João, Loulé, Ator. » boetica, Boiss. (E. trinervia, Boiss.)— Espiche, Ca- talão. » exigua, L., var. retusa, Roth. — Silves, Catalão, S. Jãoo da Venda. ) verrucosa, Lamk. —Loulé, Ator, Barreiras Brancas. » serrata, L.— Loulé, Ator, S. João da Venda. » pubescens, Desf.— Fonte do Bispo. » biumbellata, Poir.-——S. João da Venda pr. Faro. » seticonis, Poir. (Brot.)— Bensafrim, Lagos Mercurialis tomentosá, L.— Tavira, Nossa Senhora da Conceição » elliptica, Lamk.— Albufeira, Guia. » ambigua, L.— Lagos, Loulé, Tavira, Faro. PHYSICAS E NATURAES TA Cytinez Cytinus hypocistis, L.— Loulé, Ator. Urticeg Theligonium Cynocrambe, L.—S. Braz, Faro, Tavira, S. João da Venda. Cupulifera Quercus lex, L.—S. Estevão, Silves, Loulê. » — coceifera, L.— Albufeira, Guia, S. Estevão, Pegões. Salicineg Salix sp.— Bensafrim. Coniferx - Juniperus phocnicea, L.— Silves. Pinus maritima, Ait.— Faro. Orchides Serapias Lingua, L.— Lagos. Ophrys lutea, Cav.— Catalão. Anacamptis pyramidalis, Rich.— Bensafrim, Lagos. Iridea Leucoium trichophyllum, Schousb.— Faro, Albufeira, Guia. S. João da Venda. 278 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Iris pseudo Acorus, L.-—Riviére de Silves. » Sisyrinchium, L.— Villa Real de Santo Antonio, Vianna, Alvito, Beja, Mertola. » Xiphium, L.— Loulé, Silves, Vianna, Alvito. » germanica, L.— Silves. Gladiolus segetum, Gawl.-——Loulé, Ator, Lagos, Nossa Senhora da Luz, Espiche, Catalão, Tavira. » Reuteri, Boiss.— Catalão, Silves. Liliaces Tulipa Clusiana, DC.— Espiche, Catalão, Silves.' Asphodelus ramosus, L.—Faro, S. João da Venda, Montemor, Vianna. | » fistulosus, L.—Faro, Tavira, Loulê, Silves. Simethis planifolia, Gren & Godr.— Pegões. Allium roseum, L.—Beja, Mertola, Faro, S. Bartholomeu. » » var. viviparum, .— Faro. » magicum, Brot.—Beja, Mertola. Ê Ornithogalum nanum, Gawl.—Pinhal de S. João da Venda, Faro. » narbonense, L.— Tavira, Espiche. Scilla peruviana, L.— Fonte do Bispo, S. Braz, Faro. Muscari botryoides, DC.-—Catalão, Silves, Lagoa. » — comosum, L.—sS. João, Loulé, S. Bartholomeu, Tavira, Catalão. Asparagus albus, L.— Portimão, Lagos, Faro. » acutifolius, L.—S. João da Venda, Loulé, Faro, Tavira. ij Palmeg Chamaerops humilis, L.—S. João da Venda, Villa Real de Santo Antonio, Lagos et tout Algarve. PHYSICAS E NATURAES 2779 Junces Juncus hybridus, Brot.—Villa Real de Santo Antonio. Oyperacem Carex glauca, L.—Fonte do Bispo. » hybrida, Brot.—Espiche, Nossa Senhora da Luz. Graminacem Siipa tenacissima, L.— Catalão. Macrochloa arenaria, Knth.— Pegões. Phalaris minor, Retz.— Villa Real de Santo Antonio. Andropogon hirtus, L.— Fonte do Bispo. Hordeum murinum, L.— Espiche. Bromus madritensis, L.— Silves. » tectorum, L.—Loulê, S. João da Venda. » Lyodianus, Godr.— Lagos. Lamarkia aurea, Moench.— Silves. Festuca hybrida, Brot.—Faro. » tigida, L.— Silves. Sphoenopus Gouani, Trin.— Villa Real de Santo Antonio. Dactylis glomerata, L., B australis, Willk.— Lagos. » » L., y juncinella, Boiss.— Lagos. Koeleria phloeoides, Pers. —sS. João, Loulé. Briza maxima, L.— Catalão, Espiche. Avena setifolia, Brot.— Espiche, Catalão. Arrhenatherum avenaceum, P. Beauv.— Espiche. Aira flexuosa, L.— Espiche, Catalão. Agrostis interrupta, L.— Espiche. 280 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Filicineg Polypodium vulgare, L.—Loule, Bensafrim. Grammitis leptophylla, Sw.— Bensafrim. Ceterach officinarum, Willd.— Bensafrim, Lagos, Loulé. Pteris Aquilina, L.— Montemor, Vianna. PHYSICAS E NATURAES 981 ASTRONOMIA 1. Observações meridianas do grande cometa 4884 HH feitas no real observatorio astronomico de Lisboa (Ajuda). a) POR F. A. OOM O grande cometa 1881 HI, (Tebbutt-Gould-Cruls!) foi visto, pela primeira vez, do real Observatorio astronomico de Lisboa, na madru- gada do dia 24 de junho peio sr. Cesar Augusto de Campos Rodrigues, subdirector do Observatorio; não começaram, porém, senão no dia 27 as observações meridianas d'aquelle astro, porque sô nº'esse dia começou elle a ser visivel na sua culminação inferior. “Empregaram-se nessas observações o circulo meridiano e o instru- mento de passagens transportavel, ambos construidos em Hamburgo nas officinas de Repsold. | O circulo meridiano tem uma excellente objectiva de Merz, com 0",135 de abertura livre e 12,95 de distancia focal, e tres oculares amplificando 103, 147 e 212 vezes. Os circulos, cujo diametro na gra- duação é de 02,99, são divididos, um em arcos de 10/e o outro de 2º. A leitura d'este circulo effectua-se por meio de quatro micrometros, nos quaes podem apreciar-se decimos de segundo. Como apparelhos auxi- liares tem aquelle instrumento um nivel de suspensão, apparelho de inversão, horizonte de mercurio para a observação do nadir, um colli- mador, e uma mira meridiana, que tambem serve de collimador, cuja lente tem 149",3 de distancia focal. | O instrumento de passagens transportavel tem objectiva tambem 1 O cometa foi descoberto pelo sr. John Tebbutt, director do Observatorio de Windsor de Nova Galles do Sul, no dia 22 de maio; pelo dr. B. A. Gould, director do Observatorio de Cordoba da Republica Argentina, no dia 25; e pelo sr. L. Cruls, subdirector do Observatorio do Rio de Janeiro no dia 28 do mes- mo mez. JORN. DE SCIENC. MATH. PHYS. E NAT.— N. XXKII. 20 282 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS de Merz, com 02,069 de abertura livre e 0", 75 de distancia focal, e tres oculares amplificando 57, 73 e 111 vezes. O oculo deste instru- mento é angular, estando o prisma de reflexão situado a meio do eixo horizontal. Um apparelho de inversão, que faz parte do instrumento, facilita de tal modo a operação de inverter o eixo horizontal e com elle o oculo e o nivel —o qual está permanentemente suspendido nos mu- nhões — que é possivel completar essa operação em menos de 25 se- gundos, e observar nas duas posições do instrumento a passagem me- ridiana de qualquer astro; conseguindo-se assim tornar as observações rigorosamente independentes dos erros instrumentaes, que mudam dé signal com a inversão indicada. Os erros de azimuth e de collimação determinam-se com o auxilio de uma mira meridiana cuja lente tem 142",6 de distancia focal. Na determinação das ascensões rectas do cometa empregou-se 0 methodo chronographico. Basêam-se estas ascensões rectas nas de es- trellas do catalogo «Mittlere und scheinbare Oerter von 539 Sternen», culminando ao sul do zenith do observatorio. As observações de declinação foram feitas em relação ao nadir, correctas dos erros dos micrometros e reduzidas com as refracções de Pulkova e com a latitude 38º 42! 30",9. No calculo de log. p A== logarithmo do coefficiente parallactico, adoptou-se o valor da parallaxe solar v==8",85. As observações foram reduzidas pelos proprios observadores e as reducções convenientemente verificadas, em geral por meio de opera- ções em duplicado, no que prestou valioso auxilio o sr. Joaquim Pa- tricio Ferreira, primeiro tenente da armada, que ha pouco concluiu no Observatorio o tirocinio astronomico que a lei exige, como habilitação, aos engenheiros hydrographos. Os resultados das observações e, conjuntamente, as annotações dos observadores, ericontram-se consignadas nos seguintes quadros, para esclarecimento dos quaes apenas será necessario mencionar que 1 re- presenta o erro provavel da passagem do cometa por um fio, deduzido das passagens observadas em cada dia, e, portanto, 7 cos O esse erro provavel em tempo do equador. A média dos valores de r cos à, relativos às differentes estrellas que se empregaram na determinação das assenções rectas do cometa, e deduzidos das passagens dessas estrellas, observadas em cada dia, é nas observações feitas com o circulo meridiano = ++ 05,037 e nas do instrumento de passagens transportavel = ++ 08,040. PHYSICAS E NATURAES 283 Observações do cometa 1881.H, feitas com o circulo meridiano de Repsold pelo sr. Cesar Augusto de Campos Rodrigues | Tempo médio | SE . | s | E = à Ê Sica Data dona « app. S.8 | 7 cos. D) 3 app. = [Eê Observatorio E Ea 1881 | | Jun. 28/11» 30» 058] 5h 58m 525,83 99) 32 40,3 1 40 23,9 1 45 37,3 Wu 52 51,6 17 Ok 19 |+ 05,283] 63º 43! 481,3 10,9974] 242 5 29,98] 292 0,031] 65 51 38 ,4/0,9927| » 2 727] 48 0,066] 70 17 50 ,3/0,9226] » 30 48,15] UM 0,084] 72 9 20 ,0/0,9175| » h0 29,96] 49 0,043] 73 47 57 ,8/0,9125| » 17 54,62] 292 0,037] 77 38 M 8/0899] » 12 30 47,1] 7 32 47,72] 992 0,112] 78 36 16 ,4/0,8956| » 12 40 20,8] 7 48 49,69] 3 E Ono, ON q9923 6 Jul. 6 6 6 7 7 1 12 53 30,5] 8 5 58,92] 22 0,049) 80 8 -0,1/08894| » 8 8 9 9 9 9 co 00 1 SD CO hO fm fem h9 24 224] 24 | 0,044] 80 43 3 308870] » 42 49,52] 22 | 0,046] 81 4 34 8/0,8849| » 2 3,60) 22 | 0,083] 81 34 7/3]08883] » 13/13 53 3 21 27,99) 29 0,117) 81 51 21 ,6/0,8820] » 14/14 8 17,5 hO 10,47] 22 0,080) 82 3 43,7/0,8810] » 15/14 23 4,9 59 26,81] 22 0,156] 82 11 52 ,7/0,8804| » 16/44 37 42,0/10 47 32,82] 22 | 0,097] 82 16 19 3]0,8801] » 17/14 50 26,9/10 34 46,42] 49 | 0,044] 82 47 37 1/0,8800| » 24/15 33 10,1] 33 22,83] 24 | 0,104) 82 4 2 4/0,8813] » 22/15 4 48,4]44 45 29,11] 49 | 0,068] 81 53 16 ,5/0,8818| 147 23/15 48 324/11 56 40,51] 22 | 0,156] 81 44 42 8]0,8825] » 24/15 54 54,5)12 7 0,52] 22] 0,063] 81 35 %M 210,8832] 212 25/16 O 314/12 16 34,92] 22 | 0,140] 84 25 39 ,0/0,8839] » 26/16 5 27,3/12 25 28,18] 22] 0,149] 84 45 31 ,4/0,8846] » “27/16 9 46,842 33 44,88] 22 | 0,046] 81 5 10 ,9]0,8854| 147 29/16 16 47,312 48 39,66] 21 | 0,099] 80 44 3 110,8869| » 30/16 49 37,4/12 55 26,89] 22 | 0,035] 80 33 27 5108876] « 31/16 22 .5,0[13 4 54,44] 24 | 0,086] 80 22 51 ,8]0,8884| » NOTAS. — Jun. 28 Fios illuminados; imagem fraquissima; observação de muito pouca confiança. a >» 29 Observação muito boa. Jul. 7 Muito vento; imagem má; observação pouco precisa. » 15 Através de nuvens; imagem muito fraca; observação muito duvidosa. » 47 Imagem fraca; observação satisfatoria. » 24 Muito vento; imagem fraca; observação má. > 23 Imagem muito diffusa. » 25 Neblina; imagem fraquissima e esbatida. » 26 Imagem muito fraca mas soffrivelmente definida. » 29 Imagem fraquissima; observação de muito pouca confiança. » 30 Imagem fraca mas muito boa; nucleo concentrado; boa observação. >» 31 Imagem muito fraca; campo illuminado pelo erepusculo. 284 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Í 1 Observações do cometa 1881 III feitas com o instrumento de passagens transportavel pelo sr. José Augusto Alves do Rio [e2] : e) Tempomédio Ss E olSo Data do «app. I|S&lrcosS|ES| SE Notas Observatorio SiS Elsa A PRI 1881 Jun. 27/11» 28m 25,5) oh 527 575,74] 40 |-+05,308] 4414 |O e E/Imagem muito má, ven- to desabrido. 299414 32 60,3] 6 5 29,42] 46 | 0,064 » E |Imagem excellente. Jul. 414 40 23,7] 6 21 7,26/10/ 0,144] » [0eE 244 45 37,0) 6 30 17,93] 44 | 0,199] » » 612 147 21,87 147 54,15] 16 | 0,089] » (0) 7/12 28 15,7) 7 32 h6 4 16 | 0,153] » » [Imagem muito má. 812 60 19,6) 7 48 48,85] 5 | 0,112] » » 9142 53: 29,48 5 57,12] 44 | 0407] » 0 ec E 1013 7 34,88 24 4,63] 15] 0,031] » » 44/13 22 23,4) 8 42 49,28] 44 | 0,103] » » 1283 37 37,9]/9 2 2,46 1h | 0,120] » » [Imagem muito má. 43113 53 1,6/9 24 25,65] 8) 0,142] » » 14h 8 16,99 40 39,94] 15 | 0,087] » | » 15/14 23 1,7] 9 59 23,73] 42] 0,260) » | » [Imagem muito má, nu- vens. 16/44 37 12,210 47 33,09] 15] 0,047] » » |Imagem boa. A7/Ã4A 50 25,810 3h 45,42] 1h | 0,116] » » 9415 83 9,941 33 22,42) 43 | 0,198] » » [Imagem muito ondulanes te e muito fraca. 92145 h1 19,041 45 29,83] 10 | 0,129] » » 94145 Bh 52,912 6 59,04] 43 | 0,126] 73 | » 25146 O 28,912 16 32,47] 8) 0,117] 141] » [Imagem fraquissima. 26/16 5 26,012 25 26,96] 12] 0,193] » » “ (Imagem fraquissima. 9716 9 kh 6142 33 42,82] 145 0,187] « » [Imagem boa. PHYSICAS E NATURAES 285 O tempo, geralmente nublado e ventoso, correu mau para as ob- servações; estando, em muitas das passagens do cometa, expostos os instrumentos a fortes rajadas de vento, que dê certo muito prejudicaram a exactidão dos resultados, e sendo poucos os dias em que se apresen- tou uma boa imagem d'aquelle astro. 286 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS LO00OLÓOGIA SE E — 1, Notícia ácerea de alguns reptis d'Angóche que existem no Museu Nacional de Lishoa POR J. V. BARBOZA DU BOCAGE O sr. Alfredo Cró Brandão de Castro Ferreri offereceu-me ha dias para o Museu de Lisboa, uma pequena, mas interessante, collecção de reptis que colhera em Angôche, na provincia de Moçambique, durante o tempo que ali exerceu as funcções de governador. Muito teria a lucrar o Museu de Lisboa, se o exemplo dado por este e por mais alguns funccionarios do Ultramar servisse de incentivo a que todos os imitassem; e seria muito para desejar que todos se convencessem de que são sempre bem acolhidas, pelo muito que po- dem aproveitar à sciencia, quaesquer remessas de productos naturaes das nossas possessões do Ultramar, por pouco numerosos que sejam e por vulgares que pareçam ser os objectos de que se compõem. A nossa provincia de Moçambique é uma das regiões do continente africano melhor conhecidas sob o ponto de vista das suas producções naturaes, graças a um dos mais intelligentes e ousados exploradores africanos, o dr. Peters, que durante alguns annos se consagrou à in-: vestigação e estudo da Fauna e Flora d'aquella vasta possessão. Á grande obra onde se acham consignados os resultados de tão proficua explo- ração, falta porém ainda a parte relativa aos reptis, a qual deve comtudo sair brevemente a lume; existe apenas, publicada em 1862 nas Actas da Academia das Sciencias de Berlim, uma concisa relação das especies . de reptis encontradas pelo dr. Peters nos diversos pontos que percorreu, e é a essa lista de especies que temos de referir-nos em nossas apre- ciações. Com quanto conste apenas de 13 especies, representadas por 17 PHYSICAS E NATURAES 987 exemplares, a collecção de reptis offerecida pelo sr. Ferreri, a circum- stancia de serem authenticas de Angóche, localidade que não vem ci- tada no trabalho do dr. Peters, é por si só uma recommendação. Ac- cresce ainda que, dessas 13 especies, à não haviam sido anteriormente observadas em Moçambique, o que torna a offerta do sr. Ferreri muito mais valiosa. Fazemos preceder de um asterisco os nomes das especies que não tinham ainda sido encontradas em Moçambique. Saurii ' 1. Herpetosaura arenicola. Herpetosaura arenicola, Peters, Monatsb. Bona Akad. Wissench. 1854, p. 619. D'este curioso genero, descoberto pelo dr. Peters em Inhambane e Lourenço Marques, contém a collecção do sr. Ferreri um exem- plar adulto em perfeito estado de conservação. 2. Acontias niger. Acontias niger, Peters, loc. cit., p. 619. Varios exemplares dºesta especie, que o dr. Peters parece haver encontrado unicamente em Inhambane. O seu habitat é pois muito mais extenso; deve ser vulgar em Angóche. Ophidii 3. Python natalensis. Python natalensis, Smith., Il. S. Afr. Zool. Rept., pl: 9; Peters, loc. cit., p. 621. Encontrada pelo dr. Peters na uia de a em Caba- ceira e em Boror. * 288 JORNAL DE SCIÊNCIAS MATHEMATICAS h. Coronella olivacea, Coronella olivacea, Peters, loc. cit., p. 622. O dr. Peters dá-a como proveniente de Tette. Temol-a porém recebido de outros pontos da provincia de Moçambique e cabe mencionar ainda Angóche. *5. Uriechis capensis. Uriechis capensis, Smith, Ml. S. Afr. Zool. Rept. App., p. 16; Jan., Iconogr. Oph., livrais. 15., pl. 1, fig. 5. O dr. Peters menciona duas outras especies d'este genero, U. nigriceps e U. lunulatus, ambas de Teite (loc. cit., p. 623). O nosso exemplar d'Angôche pertence realmente ao U. capensis. *6. Prosymna fronfalis. Temnorhynchus frontalis, Peters, Monatsb. Berlin Akad. Wis- sench. 1867, p. 235, pl. fig. 1 et 2; P. frontalis, Bocage, Jorn. Acad. Sc. Lisboa, Iv, p. 217. Ao descrever esta especie o dr. Peters considerou identicos 2 exemplares, ambos provenientes do paiz dos Damaras, que diffe- rem comtudo entre si pelo numero e desenvolvimento das placas internasaes, grande e simples em um, muito reduzidas, duplas e affastadas entre si no outro. O nosso exemplar de Angôche é n'este particular intermediario áqueiles, pois que tem 2 placas in- ternasaes distinctas, porém em contacto, oceupando exactamente a posição da placa internasal unica. Em que elle differe mais do exemplar adulto descripto pelo dr. Peters é em ter a cauda sen- sivelmente mais curta e revestida inferiormente, não de 50 pares de placas subcaudaes, mas apenas de 25 pares; ha n'elle duas post-oculares. A esta mesma especie parecem pertencer tres exemplares de Bi- bala e Mossamedes, que ha muito existem no Museu de Lisboa, com quanto não concordem perfeitamente nem com o exemplar adulto descripto e representado por Peters, nem com o nosso specimen de Angôche: differem d'aquelle no comprimento da cauda e no nu- mero das subcaudaes, no que estão de accordo com este, e dis- tinguem-se de ambos por terem uma post-ocular unica. O-dr. Peters teve o cuidado de notar que n'um dos exemplares typicos da espe- cie havia duas post-oculares de um lado e uma só do outro. Ed PHYSICAS E NATURAES 289 - x 7. Dasypeltis scabra. Coluber scaber, Linm. Syst. Nat. 1, p. 384. Um exemplar com as malhas negras da cabeça e dorso mui pro- nunciadas. 8. Bucephalus capensis, var. viridis. Bucephalus: viridis, Smith., Il. S. Afr. Zool. Rept., pl. 3; Bu- cephalus capensis, Peters, loc. cit., p. 623. D'esta especie, que não é rara em Angola e atê parece ser com- mum em Caconda, d'onde nos teem mandado varios exemplares o sr. Anchieta, temos agora um exemplar d'Angóche. O dr. Peters encontrou o B. capensis em Cabaceira, Tette e Boror, na Zam- bezia. no Crotaphopeltis rufescens. Crotaphopeltis rufescens, Peters, loc. cit., p. 624. “ Tete é a unica localidade citada pelo dr. Peters. * 140. Philothamnus punctatus. Ph. punciatus, Peters, Monatsb. Berlin Akad. Wissensch. 1866, | p. 889; Peters, v. d. Deck. Reis. Rept.. p. 16, tab. 1, fg. A, B, €; Ahactula Kirkii, Gúnth. Ann. & Mag. Nat. Hist. 1868, p. 424.: O nosso exemplar de Angóche tem as escamas da cabeça dispos-: tas exactamente como as do specimen representado na fig. €., do dr. Peters; as côres são tambem as indicadas pelo sabio director do Museu de Berlim. Os exemplares provenientes da viagem de von der Decken, e bem assim o descripto pelo dr. Gunther sob a denominação de Ahaetula Kirkii, eram provenientes de Zanzibar. 41. Naja nigricollis. N. nigricollis, Reinhdt., Beskr. nogle nye Slangearter, p. 269, tab. m, fig. 5-7; N. mossambica, Peters, loc. cit., p. 625. Tette e Senna, na Zambezia, são as localidades indicadas pelo dr. Peters. Esta especie tem um extenso habitat: o exemplar que serviu de typo a Reinhardt havia sido colligido na costa da Guiné; de varios pontos de Angola temos no Museu de Lisboa exempla- res remettidos pelo nosso explorador Anchieta. Ha perfeita con- cordancia nos caracteres de todos, qualquer que seja a sua pro- veniencia. “ 290 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS - 12. Atractaspis Bibroni. A. Bibroni, Smith, Il. S. Afr. Zool. Rept., pl. 73. Peters, loc. cit., p. 625. O dr. Peters cita esta especie pela haver encontrado em Mos- simbôa, no 114.º parallelo sul. x 13. Causus (Heterophis) resimus. Heterophis resimus, Peters, Monatsb. Berlin Akad. Wissensch. 1862, p. 276, fig. 4; Causus rostratus, Gúnth. Ann. & Mag. Nat. Huit. 1863, p. 16. O exemplar descripto pelo dr. Peters em 1862 foi trazido de Sennaar pelos viajantes von Barnim e dr. Hartmann. Outro exem- plar colhido em Ugôgo por Speke serviu de typo à descripção que o dr. Ginther publicou, um anno mais tarde, da mesma especie sob a designação de €. rostratus. As côres do exemplar de An- gôche concordam com as do descripto pelo dr. Giinther. PHYSICAS E NATURAES o E 9. Aves das possessões portuguezas d'Africa ocidental POR J. V. BARBOZA DU BOCAGE VIGESSIMA SEGUNDA LISTA Recebemos, ha pouco tempo, do sr. Anchieta, uma remessa de aves colligidas em Benguella durante uma curta visita que o nosso zeloso explorador fez âquella localidade, com o fim de se abastecer dos recur- sos indispensaveis para uma extensa excursão, que projecta fazer, ao Bihé e terras dos Ganguellas. Consta esta remessa apenas de 36 especies, porém nellas se com- prehendem algumas que não haviam ainda sido encontradas n'aquella localidade ou que se não achavam representadas no Museu de Lisboa. Os nomes d'essas especies vão precedidos na nossa lista de um aste- risco (x). Cumpre mencionar especialmente, entre os exemplares que rece- bemos pela primeira vez de Benguella, o Tockus Monteirii, o Aedon poena e a Saxicola Schlegehi. Do primeiro vieram-nos agora seis exemplares dos dois sexos, o que confirma a noticia que já tinhamos de que é com- mum n'aquella localidade. Tambem não pode duvidar-se de que o Ae- don poena habita a região littoral, pelo menos, até ao parallelo de Ben- guella. Da projectada excursão ao sertão do Bihê e paiz do Nano espera- mos os melhores resultados. Oxalá que ao nosso explorador, cuja saude se acha bastante deteriorada por 16 annos de residencia n'aquellas re- giões mortiferas, não faltem as forças necessarias para levar a cabo tão ousado emprehendimento! "204 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS x 4. Melierax polyzonus. | Bocage, Orn. d'Angola, p. 12. Um exemplar novo. Olhos de um amarello tostados Chamam-lhe ali os indigenas Cahahula, como no Humbe; o nome indigena em Caconda é Lupamba. x 2. Melierax gabar. - Bocage, Orn. d'Angola, p. 15. Um exemplar novo. Iris amarello tostado. N. ind. Cachiriaco- colo. Não é raro. 3. Dendrobates fulviscapus. Dend. cardinalis, Bocage, Orn. d'Angola, p. 76; Picus flavisca- pus, Monteiro, Proc. Z. S. Lond., 1865, p. 96. x*4. Campethera Brucei? “Um exemplar & n.º 3442, Referimol-o em duvida a esta especie, até que possamos estudar melhor os exemplares que possuimos de diversas localidades de Angola e se acham provisoriamente in- seriptos sob aquella denominação. Parece-nos que nestes exempla- res, e em concordancia com a diversa procedencia de cada um; ha a discriminar fórmas que se não ajustam perfeitamente em to- dos os caracteres. Para chegar a resultados seguros, seria indis- pensavel assentar primeiro nos caracteres especificos de algumas especies quê teem curso legal com os nomes de C. Brucei, €. Abingtoni, C.-Smithi e C. chrysura, mas àcerca de cujas diagno- ses differenciaes não reina o melhor accordo. Faltam-nos por em quanto, infelizmente, os elementos necessarios para emprehender semelhante estudo. 5. Pogonorhynchus leucomelas. Bocage, Orn. d'Angola, p. 107; Monteiro, Proc. Z. S. Lond., 1865, p. 95. Abundante. N. ind. Cangongo: Encontra-se muita vez pousado nas arvores das ruas. O estomago contém ordinariamente formigas. * 6. Tockus Monteirii. Bocage, op. cit., p. 121; Monteiro, op. cit., p. 91. Abundante no littoral. Iris castanho nos dois sexos; o vermelho | PHYSICAS E NATURAES 293 do bico varia de intensidade, sendo de um vermelho roxo-terra nos adultos e vermelho açafroado nos novos. Alimenta-se de fo- lhas, de insectos e atê de peixes. É a primeira vez que recebemos de Angola exemplares comple- tos desta especie. 7. Tockus flavirostris. y Bocage, op. cit., p. 117; T. elegans, Monteiro, op. cti. p, 91. Não é raro. Encontra-se pelas arvores da cidade de Benguella nos logares menos frequentados. N. ind. Lumbiriri. Come reptis e insectos. 8. Irrisor eyanomelas. Bocage, op. cit., p. 127; Monteiro, op. cit., p. 94. Não é abundante. Come insectos. N. ind. Xicocomela, o mesmo que em Caconda. 9. Sehizorhis concolor. Bocage, op. eit., p. 134; Monteiro. op. cit. p. 92. Abundante. Vive em pequenas associações, raras vezes apparece isolado. Come fructos. N. ind. Guere. 410. Indicator Sparrmani. Bocage, op. cit., p. 195. Raro. N. ind. Sole, pelo qual é tambem conhecido dos pretos de Caconda. 14. Centropus snperciliosus. Bocage, op. cit., p. 150; Monteiro, op. cit., p. 9M. Abundante nas proximidades.da cidade, principalmente no matio do Cavaco. N. ind. Mucuço. Come gafanhotos. 12, Colius castanonotus. Bocage, op. cit., p. 129. Uma femea. Abundante nos mattos e tambem nas arvores da cidade. Iris cinzento-azulado, N. ind. Mukendekende. Vive de se- mentes. x 13. Bradyornis sp.? Semelhante nas côres à B. mariquensis, Smith., porém muito - 2a JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS maior do que esta, como poderá julgar-se pelas seguintes dimen- sões: €. t. 200 mm.; da aza 106 mm.; da cauda 80 mm.; do bico 16 mm.; do tarso 36 mm. Concorda na estatura com a Saxicola infuscata, Smith., a qual Monteiro cita no numero das aves que colligira em Benguella (Mon- teiro, loc. cit., p. 94). Não temos infelizmente no Museu de Lisboa exemplar algum d'esta especie, que Seebohm considera, com razão segundo cremos, como devendo ser incluida no genero Bradyornis; e por isso hesitamos em nos pronunciar pela sua identidade atten- dendo às côres, que parecem differentes, se a figura publicada-por - Smith é correcta. 14. Dierurus divaricatus. Bocage, op. cit.. p. 211; D. musicus, Monteiro, op. cit., p. 93. Abunda no matto e pelas arvores da cidade; pousa tambem nos telhados e muros. Tem um grito notavel com que avisa as outras aves da approximação das aves de rapina. N. ind. Xeiganja. *15. Fiscus subcoronatus. Bocage, op. cit., p. 247. Uma femea. Raro. x 16. Chlorophoneus sulphureipectus. Becage, op. cit., p. 234. Pouco frequente. 17. Eurocephalus anguitimens. Bocage, op. cit., p. 218; Monteiro, op. cit., p. 93. Abundante. Alimenta-se de insectos. * 18. Prionops talacoma. Bocage, op. cit., p. 224. 19. Dryoscopus major. Bocage, op. cit., p. 228; D. guitatus, Monteiro, op. cit., p. 98. Frequente nos mattos de Benguella. *20. Criniger Naviventris. Bocage, op. cit., p. 245. o em Benguella até nas arvores das ruas mais frequen- tadas. PHYSICAS E NATURAES 295 24. Crateropus gymnogenys. Bocage, op. cit., p. 253; Monteiro, op. cit., p. 93. Vulgar nos mattos de Benguella; em pequenos bandos, poucas vezes isolado. N. ind. Gangaira, imitativo do canto. x22. Cossypha subrufescens. Bocage, Proc. Z. S. London 1869, p. 436; id. Orn. de Angola, App., p. 552; €. Heuglini, Bocage nec Hartl., Orn. d'Angola, p. 258. Mais abundante em Benguella do qne em Caconda, onde se en- contra exclusivamente na proximidade dos ribeiros; em Benguella apparecem em toda a parte, proximo ou longe d'agua. +23. Saxicola Schlegelii. Wahlb. Vet. Ak. Fórh. 1855, p. 213; Myrmecocichla cinerea, Seebohm, Cat. B. Brit. Mus. v, p. 368. Dois exemplares, 6. e 9. Vulgar tanto no matto como nos logares mais frequentados de Benguella. Seebohm considera esta especie identica à S. cinerea, Vieill. (V. Cat. B. Brit. Mus. v, p. 358). Blanford e Dresser, porém, man- tém a separação das duas especies sem que comtudo fique facil, em vista das descripções que publicam de uma e outra especie, apreciar as differenças em que se auctorisa uma tal separação (V. Blanf. & Dress. Proc. Z. S. London, 1874, p. 225 e 236). Incli- namo-nos à opinião de Seebohm. x24. Aedon poena. Smith, Ill. S. Afr. Zool. Aves, pl. Um só exemplar, n.º 3427, sem indicação de sexo. Abundante nos mattos baixos, pouco frequente na cidade.. É a primeira vez que encontramos esta especie nas remessas do sr. Anchieta. O nosso amigo Sharpe fez em tempo menção de um exemplar colhido por Sala em Catumbella, proximo de Benguella, notando comtudo que esse exemplar apresentava nas côres algu- mas differenças comparativamente com outros individuos do paiz dos Damaras. Eguaes reparos nos suggere a comparação do nosso especimer de Benguella com outro do Transwaal, que nos foi offe- 296 x95. JORNAL DE SCIENGIAS MATHEMATICAS recido pelo sr. Shelley. Com effeito, o exemplar de Benguella tem as côres menos vivas que o do Transwaal; m'aquelle domina mais o cinzento na cabeça e dorso, sendo apenas 0 uropygio e as co- berturas da cauda francamente ruivas, e ainda assim de um ruivo menos vivo. Nas regiões inferiores a differença de côr é ainda mais accentuada, pois que n'aquelle exemplar a garganta, o ventre e as coberturas inferiores da cauda são brancas, sendo tintas de ruivo claro o peito e os flancos, em quanto que n'este reina uma côr ruiva uniforme em toda a superficie inferior do corpo, à excepção unicamente da garganta, que é de um branco lavado de falvo. Mais observamos ainda que nos dois pares intermediarios de rectrizes o espaço terminal negro é muito menor no spécimen de Benguella, occupando a côr negra apenas o quinto ou quarto de toda a exten- são d'estas pennas. Se se reconhecer que estas differenças são permanentes poderão servir para caracterisar duas raças locaes.' | O dr. Cabanis considerou ultimamente distinctos do Aedon leu- cophrys alguns exemplares de Angola que pôde examinar; igno- ramos a proveniencia exacta d'elles. A nova especie, a que M. Ca- banis deu o nome de Aedon (Thamnobia) munda, distinguir-se-hia principalmente d'aquella pela ausencia de estrias escuras no peito e lados do ventre, bem pronunciadas no Aedon leucophrys da Africa austral. Os exemplares de Angola que temos referido ao AÁedon leucophrys são provenientes do Humbe, nas margens do Cunene, e de Caconda, 3 graus mais ao norte. N'uns e n'outros, as estrias do peito e flancos são com effeito menos accentuadas e numerosas de que nos exemplares da Africa austral que existem no Museu de Lisboa; porém os exemplares do Humbe approxi- mam-se já bastante d'estes com relação a esta particularidade, em quanto que n'alguns de Caconda as estrias se acham bastante apa- gadas. Os individuos de Humbe estabelecem pois a transição na- tural dos de Caconda para os do Natal e Transwaal, que temos pre- sentes. A estatura dos exemplares de Angola não nos parece por modo algum inferior à d'estes ultimos, como quer M. Cabanis. (V. Journ. f. Orn. 1880, p. 419.) Sylrietta rufescens. Bocage, op. cit. p. 281. Frequente no matto e dentro da cidade; procura de preferencia os arbustos. Iris cor de telha. N. ind. Gomacaxaca. PHYSICAS E NATURAES 297 26. Dilophus carunculatns. Bocage, op. cit. p. 302; Monteiro, op. cit. p. 93. Uma femea nova. Vulgar. N. ind. Xicenjo. x 27. 0Ena capensis. Bocage, op. cit. p. 362. Vulgar mesmo nas ruas de Benguella. N. ind. Cambobo. x928. Pternistes rubricollis. Bocage, op. cit. p. 400. Vulgar nos mattos, mesmo proximo da cidade. N. ind. Unguari. m. x29. Cursorius bisignatus. Bocage, op. cit. p. 422; Monteiro, op. cit. p. 90. Um macho incompletamente adulto n.º 3418. Iris castanho, bico castanho-escuro, pés esbranquiçados côr de pellica. Vulgar em Benguella pelas ruas menos frequentadas. x30. Agialitis pecuarius. Bocage, op. cit. p. 492. Abundante; encontra-se mesmo nas ruas e quintaes da cidade, Come insectos. *34. Botaurus Sturmi, " Bocage, op. cit. p. 447 Não é raro nos charcos do leito do Cavaco. 32. Herodias garzetta. Bocage, op. cit. p. 443; Monteiro, op. cit. p. 89 Vulgar. Apparece às vezes em bandos de mais de dez; acom- panham os bois no pasto e os antilopes no matto. Come gafanho- tos. 33. Laomedontia carunculata. Bocage, op. cit. p. 456; Monteiro, Angola e Congo, II, p. 203. * 3, Phoenicopterus minor. Bocage, op. cit. p. 490. | Uma femea nova. Come peixes. Morta no littoral em um pan- tano do Cavaco; pertencia a um bando numeroso. JORN. DE SCIENC. MATH. PHYS. E NAT.—N. XXXII. 4 « 298 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS x 35. Sterna cantiaca. Bocage, op. cit. p. 512. Abundante. Morto no littoral. x 36. Sterna maxima. Bocage, op. cit. p. 509. Um excellente Rea adulto, em plumagem de verão, com o signal de femea, n.º 3456. É o primeiro exemplar que jevbamos d'esta especie em plu- magem de verão. Vem confirmar a exactidão com que referimos à St. maxima, e não à St. Bergir, dois exemplares em plumagem de inverno recebidos de Loanda (V. Bocage, Orn. d'Angola, p. 509). PHYSICAS E NATURAES 3299 3. Repliles rares ou nouveaux d'Angola PAR J. V. BARBOZA DU BOCAGE “ Sauriens 4. Dumerilia Bayonii, Bocage, Jorn. Acad. Sc. Lisboa, 1, p. 63 (1866). La premiére description de cette espêce a été faite d'aprês un “individa en mauvais état de conservation, dont la tête surtout était fort endommagêe et depouillée des plaques qui la recouvrent. Ainsi il nous a semblé alors que la narine se trouvait dans une seule pla- que, lã nasale, tandis qu'elle est réellement placée entre 4 plaques, la rostrale, la 1.º labiale supérieure, la supéro-nasale et une na- sale petite. L'examen de deux individus rapportês, dans le temps d'Angola par Welwitsch, sans aucune indication précise de la lo- calité ou ils auraient été récueillis, nous permet de retablir la ca racteristique du genre et de Vespêce, et nous amene en même temps à reconnaitre que le Scincodipus congicus de Peters (Mona- tsb. Ak. Berlin, 1875, p. 551, pl. fig. 4 à 5) est absolument iden- tique à notre Dumerihia Bayonii. Caractêres gênériques: Museau aminci en coin; narines situées entre 4 plaques, la rostrale, la 1.º labiale, la supéro-nasale, et une nasale petite; yeux petits, paupiêre inférieure squammeuse; ouver- - tures auriculaires três petites, triangulaires; pas de membres an- térieurs; membres postérieurs médiocres, en forme de stilets simples et aplatis; queue conique, ayant un peu plus de 4/3 de la longueur totale, à pointe légérement obtuse ; écailles lisses et lui- santes. Caract. spécifiques: Rostrale grande à bord libre tranchant, à bord supérieur concave; nasale petite: supéro-nasales allongées, 21 + 300 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS contigues; internasale fort large, cordiforme; pas de fronto-nasa- les; frontale grande, plus large et échancrêe en arriêre; interpa- riétale triangulaire avec la pointe tournée en arriêre; pariétales êtroi- tes et longues; une frénale allongée; deux frêno-oculaires; 5 su- praciliaires et 2 post-orbitaires; 7 labiales supérieures, dont la 4.º concourt à former Vorifice de la narine et la 4.º forme la partie inféricure de Forbite; mentale petite, suivie de chaque côtê de 7 labiales inféricures; une sous-mentale grande, pentagonale, en con- tact avec la mentale et les 2 premiêres sous-labiales, les autres sous-labiales bordées de 4 grandes plaques quadrangulaires. Squam- mes préanales inégales, celles du milieu les plus grandes; 20 à 22 rangs longitudinaux d'écailles lisses. Dimensions du plus grand de nos individus: Long. tot. 0”, 12 ds tête 07,0085; queue 07,043: memb. post. 07,005. Coloration: D'un roux-olivátre, plus clair sur les flancs et les parties inféricures avec un grand nombre de lignes foncées paral- leles, occupant le centre de chaque rangée longitudinale d'écailles, plus éffacées sur le dessous du corps et de la queue. Chez Pun de nos individus les écailles du dos présentent une bordure plus foncée, assez dislincte. Habitat: Le plus ancien de nos individus nous a été envoyê en 1865 par M. Bayão, qui Vavait récueilli à Loanda dans le fort du Penedo sous VPaffut d'un canon. Deux autres individus faisaient partie d'une petite collection de reptiles rapportée d'Angola par Welwitsch; ils ne portent aucune indication précise de leur pro- venance. L'individu décrit par Peters en 1875 sous le nom de Scincodi- pus congicus a été recueilli à Chinchonxo (côte de Loango) au nord du Zaire. Ophidiens 2. Ophirhina Anchietae, (Nov. gen., nov. sp. Coronellidae). Caract. gênér.: Tête courte et bombée supérieurement, à mu- seau saillant; corps un peu comprimé; queue courte et arrondie; rostrale épaisse, à Dords latéraux parallêles, fortement repliée sur le museau, rappellant par sa disposition la rostrale du Lythorhyn- chus diadema (Peters, Monatab. Ak. Berlin, 1762, p. 272); narine placée entre 2 nasales; 2 internasales, en partie séparées par ['ex- PHYSICAS E NATURAES 3014 trêmité de la rostrale; une frénale; une prê et trois post-oculai- res; anale et sous-caudales divisées; 25 rangs décailles lisses sur le milieu du tronc. Yeux médiocres à pupille ronde. Dents lisses, les deux derniêres plus grandes. Caract. spécifiques: La rostrale ne sépare qu'incomplétement les internasales; celles-ci et les préfrontales à peu prês de la même forme, les préfrontales se rabattant un peu sur la région frénale ; frontale hexagonale, plus étroite en arritre, à bords latéraux con- caves, présentant en avant un angle obtus et en arriêre un angle aigu, qui s'insinue entre les pariétales; celles-ci formant presque un triangle rectangle à angle antérieur-interne tronqué pour don- ner accês à Pextrêmité postéricure de la frontale; une sus-orbitaire plus étroite en avant; une pré-oculaire, qui s'articule supérieure- ment à la pré-frontale et à la sus-orbitaire; trois post-orbitaires, dont Vinférieure est la plus grande; cinq temporales en deux rangs, 243; sept labiales supérieures, la 1.º en contact avec la nasale an- térieure, la 2.º touchant aux 2 nasales et à la frénale, la 3.º en rapport avec le frénale et la prê-orbitaire, la 4.º formant le bord inférieure de Porbite, la 5.º touchant à la 3.º post-orbitaire et à la temporale inférieure du 1.7 rang, la 6.º à cette même plaque et à la temporale inférieure du 2.º rang, enfin la 7.º en rapport seu- lement avec celle-ci; plaque mentonniêre petite, triangulaire, en- clavée dans la 1.º paire des sous-labiales. Celles-ci au nombre de 1 ou 12, les 6 prêmiêres en contact avec les sous-mentales, dont celles de la 2.º paire sont beaucoup plus courtes. 25 rangées lon- gitudinales d'écailles lisses. Gastrostéges 187; anale divisée; uros- téges 56 paires. | Dimensions du plus fort de nos individus: Long. tot. 07,390; tête 0",018; quene 0,068; grosseur du tronc 07,015. Coloration: Sur un fond brun-olivátre en dessus, blanchátre en dessous, ce serpent est varié sur le dos et les flanes de bandes transversales noirátres, marquêée d'une tache três distincte blanche de chaque côtê sur Vunion de leur portion dorsale plus large et rhomboidale, à leur portion latérale, plus étroite; ces taches blan- ches couvrent en générale trois écailles et ont la forme d'un triangle. Ce même dessin se prolonge sur la premiêre moitié de la queue, mais devient moins distinct vers Pextrêémité de cet ap- pendice. Le dessus de la tête présente trois lignes noires diver- gentes en arriére, Iune centrale occupant la suture des pariéta- les, les autres coupant obliquement ces 2 plaques; les autres 302 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS plaques du dessus et des cótés de la tête sont en gênéral bor- dées de noir; un trait noir, plus distinct, s'étend derritre Peeil sur les temporales jusqu'aux derniéres labiales inférieures; une tache semblable à celles du dos couvre la nuque et se prolonge sur les côtés du cou. Le dessous du corps et de la queue est orné sur un fond jaunátre de taches noires de forme irrégulitre, dont les principales forment deux series parallêles. Habitat: Tous les individus que nous possédons de cette curieuse espêce nous viennent de Caconda, dans Vintérieur de Benguella, par M. d'Anchieta. Chez Pun de ces individus, quelques unes des sous-caudales sont simples. Chez tous, le systéme de coloration est absolument identique. 3. Philothamnus thomensis, nov. sp. Caract. spécifiques: Tête distincte du corps, déprimée, à mu- seau allongé et étroit; corps élancé; queue assez longue, dépas- sant la moitié de la longueur du tronc. 9 labiales supérieures, dont les 4.º, 5.º et 6.º font partie de Porbite, la 9.º à peine plus basse que la 8.º; temporales 1-+1-++, présentant rarement des anomalies; frênale étroite et longue;-frontale large dans son tiers antérieur, puis étroite et à bords paralléles; 6 sous-labiales en contac avec les sous-mentales. Plaques abdominales, fortement ca- rênées, 210 à 212; anale divisée; 169 à 171 paires de sous-cau- dales. Coloration: En dessus et sur les flane d'une teinte gênérale vert- olivátre avec les bords des écailles plus foncês; pas de petites ta- ches blanches; dessous du tronc et de la queue d'un vert pále uniforme, une ligne brune sur les carênes latérales des plaques abominales; la tête gn dessus tirant au brun pále; la région frê- nale nuançé de noiratre; les lêvres et la gorge jaunátres. Dimensions: Le plus grand de nos individus a 0?,90 de longueur totale; la têie 07,016; le tronc 07,55; la queue 0",33. Habitat: L'ile de S. Thomé, d'ou nous avons reçu plusieurs in- dividus. La conformation de la tête, le nombre et la disposition des tem- porales, le nombre assez élevé des plaques abdominales et, sur- tout, des sous-caudales, la longueur proportionelle de la queue donnent à cette espêce une physionomie toute particuliêre et ne permettent pas de la confondre avec ses congênéres d'Afrique. PHYSICAS E NATURAES 303 4. Elapsoidea semi-annulata, nov. sp. Le nombre et la disposition des plaques de la tête concordent bien avec ce que "on observe chez PE. Guntherii. Nous remar- quons cependant que les pré-frontales ne descendent pas au con- tact de la 3.º labiale, comme cela arrive généralement chez cette es- pêce. Les pariétales sont plus étroites et plus allongées. 13 rangs longitudinaux d'écailles sur le tronc, comme c'est aussi le cas de PE. Gunthera, mais un nombre inférieur de plaques sous-abdo- minales et sous-caudales; 143 pour les premiêres au lieu de 153 à 155, et 19 paires des secondes au lieu de 23 à 25. Le corps de Vespece nouvelle est sensiblement plus court et plus trapu; mais c'est surtout sous le rapport des couleurs qu'on ne peut pas les confondre. L'E. semi-annulata est blanche avec une serie de demi-anneaux d'un noir profond, plus larges que les in- tervalles qui les séparent, et terminant de chaque côté sur les bords latéraux des sous-abdominales et des sous-caudales; ces demi- anneaux s'étendent depuis la nuque jusqu'à prês de Vextrêmité de la queue, en diminuant graduellement de largeur. La tête est en- titrement blanche, à "exception d'un êtroit cercle orbitaire noir formê par les bords des plaques qui entourent Peeil: le dessous du corps et Pextrémité de la queue sont, aussi bien que les inter- valles des demi-anneaux noirs, d'un blanc pur. Nous avons reçu, il y a peu de temps, de Caconda par M. d'An- chieta un seul individu de cette espêce. d. Bufo funcreus, Bocage (Jorn. Acad. Sc. Lisboa, 1, p. 77). Cette espêce ne se trouve pas comprise dans la liste des Cra:- pauds des regions pallaearctique et éthiopienne publiêe par M. Bou- lenger dans les Proceed. Z. S. London, 1880, p. 545, et cependant il nous semble qu'elle ne mérite pas cette exclusion. . Voici le résumé de ses principaux caractéres: Tête assez dépri- mée à museau légerement saillant; espace inter-orbitaire concave; tympan médiocre, ellyptique; narines situées un peu plus prês du bout du museau que de Veeil; parotides en ovale allongée, plus étroites en arriére, paralléles, assez rapprochées de Yorbite par leur extrémité antéricure; membres relativement courts; doigts minces avec une seule rangée de tubercules sous-articulaires, le 1.º plus gros et plus long que le 2.º: orteils courts, réunis à la base par une courte palmure et avec une seule rangée de tubercules 304 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS sous-articulaires; pas de glande muqueuse à la jambe; pas de pli cutané sur le bord interne du tarse, à sa place une ligne saillante de petits tubercules épineux plus ou moins confluents. Dessus du, corps et flancs couverts de grosses granulations et de tubercules hemispheriques épineux; régions inférieures également couvertes de grosses granulations; la peau des membres prêsentant le même . aspect que celle du corps. Coloration générale noirátre ou brun-foncê, plus pále en dessous, avec des points ou des taches irregulitres jaunátres (blanches aprês un long séjour dans Falcool), plus nombreuses en dessous. Quel- ques individus portent une grande tache triangulare jaunáire, bor- dée en arriére de noir, sur la face supérieure de la tête, une ligne étroite jaune sur le milieu du dos, de la nuque à proximité de Vanus et, de chaque côté de cette ligne, quelques taches irréguliê- res noires séparées par des espaces plus clairs, d'une teinte gris- jaunátre. Dimensions: De Vextrêmité du museau a Vanus 07,045; tête 0,013; diamêtre du tympan 07,0025; longueur de la parotide 0”,010; membre antérieur 0”,028; longueur de la main jusqu'a - Vextrêmite du 3.º doigt 07,010; membre postérieur 07,060; jambe 0º,015; pied jusqu'a Vextrémité du 4.º orteil 07,029. Habitat: Duque de Bragança et Caconda. Cette espêce se rappruche par les caractéres de son tégument du B. tuberosus, Gthr. et du B. taitanus, Peters; mais Vexistence d'un tympan distinct suífit à la distinguer de celui-ci, et la forme aplatie de la tête et du museau, la disposition des parotides, les propor- tions des membres et le systême de coloration la séparent netie- ment du B. tuberosus. O e sd ne o GO a PHYSICAS E NATURAES 305 k. Viquesnelia aflantica, Morelet et Drouet POR ARRUDA FURTADO A historia do gen. Viguesnelia está sufficientemente conhecida, mas não será inutil repetil-a. Deshayes estabeleceu-o sobre rudimentos fos- seis achados na Romelia. D'Archiac descobriu outro representante fossil nos Pyrineos. À unica especie viva que se conhece, alêm da especie açoriana que faz o objecto do estudo presente, é a Viguesnelia Dussu- “múieri, Fischer, encontrada na Índia. Não me foi possivel obter a memoria de Fischer sobre a especie “indiana; mas a ausencia da menor descripção do animal nos varios Manuaes de Conchyologia que tratam da concha, leva-me a crer que “a anatomia do gen. Viquesnelia é por este trabalho conhecida pela pri- meira vez. Diminue a satisfação com que apresento estes factos novos na sciencia, a desagradavel necessidade de criticar de certo modo os trabalhos precedentes de Morelet e Drouet. É pena que estes naturalis- tas, habeis observadores e escriptores conscienciosos sobre tantos outros pontos, deixassem completamente por estudar um animal que, empre- gando a sua propria qualificação, é «sans contredit le plus curieux de tous les mollusques açoréens.» Os sr. Morelet e Drouet observaram o animal da Viguesnelia sem dissecção, e o primeiro destes naturalistas diz: «Malheureusement, dans le cours du voyage, le petit nombre de spécimens que nous avions récueillis s'est égaré, en sorte que je ne puis rien ajouter à la descri- ption des formes extérieures que j'ai donnée plus haut.» Morelet, como verdadeiro conchyologista, descreve minuciosamente a concha, mas não a figurou; o animal, depois de sabermos que se perdeu na viagem, apparece desenhado por Lackerbauer «ad. nat.» ! 306 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS As descripções dos dois auctores differem notavelmente, o que é inexplicavel, depois de vermos que ambos collaboraram na sua desco- berta e nomenclatura, e que a memoria de Drouet!, ainda que pos- teriormente publicada, não se pode basear em novos materiaes, pois que uma segunda exploração do archipelago não foi feita e que os exemplares da primeira se perderam. Comtudo a descripção do sr. Drouet é mais conforme. A figura dada por Morelet é pouco exacta. Fam. Limacidee, Gray. - Gen. Viquesnelia, Deshayes. Couraça larga, submediana. Cauda muito comprimida. Orificio res= piratorio na parte posterior direita da couraça. Glandula caudal mu- cosa nulla. Maxilla sem estrias nem caneluras; o seu bordo livre fórma um angulo recto reintrante. Radula muito complexa. Orificio reprodu-= ctor abaixo e um pouco atraz do tentaculo superior direito. Capreo- lus—?. Flagellum nullo. Saco do dardo nullo. Appendices vaginaes re- presentados por uma espessura glandulosa circumdando a vagina. Sper- matheca existente. Concha rudimentar, occulta na couraça, oval, de- primida com um rudimento de espira. Viquesnelia atlantica, Mor. e Dr. (Hist. Nat. des Açores, 1860, pag. 130, pl.1, fig. 1.) Animal longo de 25 mill., largo de 3 mill., allongado, comprimido posteriormente, mais estreito para o meio atraz do manto, tuberculo- rugoso, de uma côr de chocolate com gradações individuaes. Couraça inteira, marcando com o seu bordo posterior os dois quintos poste- riores do corpo, e quasi tão longa como a cauda na completa extensão do animal, arredondada anteriormente, gibbosa por efeito da concha cujo logar é indicado por uma mancha avermelhada, finamente chagri- nada e em alguns individuos com largas manchas azuladas. Pescoço formando pouco mais ou menos */; do comprimento total, grosso, ar- redondado, com uma curvatura longitudinal, estreito para diante, não: excedido pelos bordos do pé, com largos tuberculos e dois sulcos lon- 1 Elements de la Faune Açoréenne, 1861. PHYSICAS E NATURAES 307 gitudinaes que se estendem até à base dos tentaculos; ladeiam exter- namente estes dois sulcos duas filas de grossos tuberculos oblongos quadrilateraes; a côr é avermelhada, mais escura nos lados, aonde se combina com a côr geral do animal, brilhante superiormente e com duas series de largas manchas amarelladas que se espalham sobre as filas de tuberculos. Plano locomotor estreito, com os bordos paralle- los, bi-sulcato e de uma côr geral de bistre ou sepia. Cauda muito comprimida e elevada, intersectada de sulcos obliquos de modo a apre- sentar um campo de losangos ou hexagonos elevados como pequenos, escudos; cada um d'elles tem muitas eminencias pretas e brilhantes que, vistas com uma lente poderosa, fazem lembrar olhos de aranhas. Ás vezes, quando o animal começa a sua marcha, a cauda eleva-se recur- vada de um modo insolito. Tentaculos, os superiores separados na base, fortemente divergentes, longos como 2/3 do comprimento do pescoço, insensivelmente cylindro-conicos, chagrinados, escuros, quasi opacos; tuberculos terminaes pouco distinctos, truncados superiormente; olhos indistinctos, pretos; os tentaculos inferiores tem !/, do comprimento dos superiores e são coloridos de vermelho. Fronte subvertical, arredon- dada, largamente tuberculada. Systema digestivo. — Sacco buccal muito longo (tão longo como o estomago), pyriforme, muito musculoso. Bocca distincta e, quando fechada, mais semelhante ao 'T do que ao Y. Maxilla com o bordo li- vre formando um angulo recto reintrante, o que se implanta nas car- nes é quasi semi-circular; a maxilla é amarellada e transparente, sem estrias nem caneluras, mas com suturas de crescimento visiveis. Lin- gua forte, ponteaguda, profundamente concava, a sua bainha, clavi- forme e inclinada para baixo, é muito saliente. Radula formada de den- tes fortes conicos ou levemente deprimidos, dispostos em 50 series transversaes formando accentos circumflexos abertos para diante, e tendo cada uma cerca de 30 dentes. g:sophago com 4/3 do comprimento do estomago, alargando gradualmente para este. Estomago curvado, fusi- forme, 2 vezes tão largo como o esophago, amarellado e com listras lon- gitudinaes mais opacas, as quaes indicam rugosidades internas. Intestino formando pouco mais ou menos a metade do tubo digestivo, de marcha simples, desenhando um N. Glandulas salivares largamente desenvol- vidas, applicadas sobre o !/, anterior do estomago, inteiramente sepa- radas uma da outra, brancas, lobadas. Figado bastante desenvolvido, bilobado; o lôbo maximo para a esquerda curvando a sua extremidade anterior sobre o meio do estomago e a posterior em volta da glanduta hermaphrodita; o lôbo menor ápplicado por baixo do intestino, enviando E A IDE 2 De A E Sand". 308 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS um lobulo a cada uma das suas anças e terminando-se ao longo do re- cto. A côr do figado é clara, brilhante, tendo por base o vermelho de Veneza e o alaranjado. Elle adhere fortemente à base do estomago e à primeira porção do intestino. Systema reproductor. — Glandula hermaphrodita muito volu- mosa, pyriforme, com 5 a 6 lobos, cada um dos quaes é formado por 10 a 15 acinios; côr lactea. À glandula aloja-se na concavidade formada pela extremidade posterior do lebo maximo do figado, e adhere-lhe le- vemente:; é mesmo inteiramente solta em alguns individuos. O seu ca- nal é pouco sinuoso, duas vezes tão longo como a glandula e de dia- metro uniforme. Glandula albuminipara desegualmente bilobada, pos- teriormente convexa, excavada anteriormente aonde se aloja o canal efferente, lobulada, transversal. Oviducto, a sua porção prostatica larga, sinuosa, branca, translucida; a sua origem na glandula albuminipara não é terminal. A porção infraprostatica é muito recurvada e constitue . perto da metade do oviducto. Spermatheca espherica, ligada à parte anterior de dilatação uterina. Vestibulo tão longo como o oviducto (abstraindo das eircumvoluções deste ultimo), às vezes apenas do- brado, outras recurvado. Penis curto, deprimido, inserido no meio do vestibulo, bifido, de uma côr suave amarello-rosea; o canal deferente vasa-se no lobo mais saliente, que é o anterior. Concha. — Nada tenho que accrescentar à descripção do sr. Mo- relet, que é a seguinte: «T. ancyliformis, oblonga, planata, rugosiuscula, tongitudinaliter costulata, fulvescens; spira brevis, lateralis, postica, apice albido.» Obs. —Não encontrei a Viquesnelia atlantica nos jardins de Ponta Delgada aonde ella é indicada pelos srs. Morelet e Drouet. Os speci- mens sobre que é escripta esta memoria proveem de uma excursão feita em 31 de outubro de 1880 às montanhas visinhas das 7 Cidades, junto dos aqueductos chamados «Muro do Carvão» e «Muro das 9 Janellas», e foram encontradas debaixo de pedras e de tufos revirados de Sphagnum. Exemplares colhidos em maio do mesmo anno tinham a glandula albu- minipara tão atrophiada, que foi preciso esperar para a época do cio a fim de poder completar o estudo dos orgãos reproductores. Em maio a spermatheca estava tambem atrophiada e escapou às minhas primei- ras pesquizas. Furtado. del. Mirtem Bros.bth. ] e Elsa cuido PR E EXPLICAÇÃO DA ESTAMPA Fig. 1 e 2.— Animal de tamanho natural. » 3.— Posição insolita da cauda ao começar a marcha. » 4. — Extremidade da cauda muito augmentada. » 5,6e 7.—Porções mediana, terminal e lateral da radula, augmentadas. » 8.— Maxilla, augmentada. » 9.— Orgãos reproductores. kg glandula hermaphrodita; e canal efferente; alb glandula albuminipara; od oviducto (porção prost.); od” ovidu- eto (porção infraprost.); sp spermatheca; vd canal deferente; pe penis; v vestibulo. » 10 14.— Concha, augmentada. INDICE DOS ARTIGOS CONTIDOS NO VII VOLUME Num. XXIX —DEZEMBRO DE 1880 * PAG. Theoria geral das combinações com repetição —por L. P. da Motta Pe- GEN Doo oa 0 SA sdANS OR mnbio Quero dE Goa Pd onnada ns no Soo co add Études sur les insectes del "Afrique que se trouvent au Museum National de Lisbonne, Fam. Gicincelidae et Carabidae — par M. J. Putzeys..... Mélanges ornithologiques — par J. V. Barboza du Bocage............. Aves das possessões portuguezas d'Africa occidental, vigessima lista — por To Voabarhoza; du Bocage. do nana aja ata aja e ao aaa Aves de Bolama e da Ilha do Principe — por J. V. Barboza du Bocage... Num. XXX — JUNHO DE 1881 Sobre a acção da luz sobre o O Francisco da Fonseca Bene- des a O gado poa ob Lopo (6) Soto ya 1 Sr aro ara va a Estudo da refracção da luz mano nos prismas — por C. A. Moraes CR Ime dan eg AS Ro a SID O JR Balança densimetrica para solidos, liquidos e gazes, sem o emprego de pe- sos—=poriNireiho/Machado fi a o aa Études sur les insectes d' Angola qui se trouvent au Museum Nationale de Lisbonne, Orthoptéres — par D. Ignacio Bolivar................. Aves das possessões portuguezas d'Africa occidental — por J. V. Barboza AUBocage sr: tah oicho cos tato ata aaa ca Tofu Laval afora Pee RE ESP a Ee ; PAG. Nota sobre a synonymia de alguns saurios da Nova Caledonia— por J. V. Barboza du Bocage, .'.'... io colo je elojas e oie ato oe oa - 126 Liste de quelques espêces de poissons d'eau douce de Enio d'Angola par Antonio Roberto Pereira Guimarães. ,..........ceeesoecero 133 Nota sobre um problema de geometria—por F. da Ponte Horta........ 137 Num. XXXI— DEZEMBRO DE 1881 Des lignes isogoniques au seiziême siêcle— par J. de Andrade Corvo. ... 145 Les Myriapodes d'Afrique au Museum de Lisbonne— par F. Santos Mattozo. 177 Hymenoptêres d'Angola— par M. O. Radoszkovsky............ Eb “497 Description d'un nouveau poisson du Portugal —par A. R. Pereira Gui- INaLÃes. ato cao o petafedo io jo elo det (06 a Tio to ato ol Lo Pale e 222 Insectes de Pintérieur d'Angola — par Albert Girard. ................. 225 J. V. Barboza du Bocage, asno d'Angola», 2.º partie, 1881.... 232 Num. XXXI—MARÇO DE 1882 Notes phytostatiques. Aperçu sur la végétation de I"Alemtejo et de "Algarve a Dar do Daveaus io AA a ado anca 255 Observações meridianas do grande cometa 1881 III feitas no real observa- torio astronomico de Lisboa (Ajuda). —por F. A. Oom........... 281 Noticia ácerca de alguns reptis d'Angôche que existem no Museu Nacional de Lisboa — por J. V. Barboza du Bocage. ..........ccecceceecs 286 Aves das possessões portuguezas d'Africa occidental— por J. V. Barboza du Bocage: : Spec tn ato eialone penosa do cao fo o o oo o (od do Ra a ATT 291 Reptiles rares ou nouveaux d' Angola— par J. V. Barboza du Bocage.... 299 Viquesnelia atlantica, Morelet et Drouet— por Arruda Furiado........ 505 “ o : ( ( ) , 5 ) SN e J = ) PREÇO DESTE NUM. — 500 rs. 5 ) ) » Q Acha-se à venda:— Na imprensa da Academia Lisboa — LIVRARIA BERTRAND & €.º SUCCESSORES CARVALHO & €.º Coimbra — LIVRARIA ACADEMICA Braga — LIVRARIA INTERNACIONAL DE E. CHARDBRON ç ) LENIN STR NL NINA L EA apo Q A correspondencia deve ser dirigida, franca de porte, à , Redacção do Jornal de Sciencias Mathematicas, Phy- * -Sicas e Naturaes, na Academia Real das Sciencias de Lis- ? boa, rua do Arco (a Jesus). ) Ç 4 ( k 9 RAE DE — f ó Ç ç O À ) b > is 6 a ANDES RENNES Ne DA RD NR ND CNA NS NA ANS LNLS NS LINDOS NS CL DL es e o) q 5 PINSICAS E NATURAES publicado sob 0s auspícios 9 OGIENCIAS DE LISBOA NUM. XXXIV.— DEZEMBRO DE 1882 ACADEMIA REAL DU ) S INDEX ZOOLOGIA : 1. Observações ácerca de algumas aves d'Angola — por Jo Vo Banboza, di Bocage. el io na CiS ana 2. Aves das possessões portuguezas da Africa oceiden- tal —por J. V. Barboza du Bocage.......... 3. Description d'un nouveau poisson de Vintérieur d'An-. gola— par Antomo Roberto Pereira Guimarães. . h. Contributions pour la faune du Portugal — par F. Maltozo Santos ui ni Sa a 5. Sur Videntité de «Cynniris Erikssoni», Trimen, et «Nectarinia Ludovicensis», Rose V. Bar- boza du BOCAGE: ab dis io Na o jo fai a dao to o act fa 6. Une variété nouvelle de Lepidoptêre—par 4. 4. de Carvalho Monteiro PHYSICA : 1. Manometro de ar comprimido—por Virgilio Ma- 65 80 85 88 105 107 Dacia é G Cos DEDE E / LING LR SIL LL at (6 Pe ta y 2 &o É 2 ) JORINA IT, SCIENCIAS MATHEMATICAS PHYSICAS E NATURAES | publicado sob os auspícios ACADEMIA REAL DAS SCIENCIAS DE LISBOA TOMO IX Inks > BEFEMÉRO-DE 1882 — DEZEMBRO DE 4883 LISBOA VENTA PENSE NEI SN ANINSNIN DINIS NI TINL NS INTE 1) ZA O NINLNZNANS INN NL ANN LNLS NL LN LNLS SDL N TYPOGRAPHIA DA ACADEMIA € / | 1884 ) PA Lao Es Es ENTE EN ENA NS NS TESS Se NAN NH ENG EN EN E NE NES NR NR NANà NEN e =r RA DS L/R a Na E A NES NA a EN E Na A a Na a Na ça EN Na NS NS Na ET a TE TENS NE E ES EN: a JORNAL SCIENCIAS MATHEMATICAS PHYSICAS E NATURAES JORNAL SCIÊNCIAS MATHEMATICAS PIHYSICAS E NATURAES = a PUBLICADO SOB OS AUSPICIOS DA ACADEMIA REAE DAS SOLBNOIAS DE LISBOA TOMOIX / , É a LER r" Vit A E Bo % S MBUEMBRO DE 1882-DEZEMBRO DE 1883 LISBOA TYPOGRAPHIA DA ACADEMIA 1884 ct, Po”. ta, EEE Ea pets + CRE, Acha-se à Send na imprensa da Academia ; Lisboa — LIVRARIA BERTRAND & €.º SUCCESSORES CARVALHO Coimbra — LIVRARIA ACADEMICA | Et — LIVRARIA INTERNACIONAL DE E. salto A correspondencia deve ser dirigida, franca de por te, do Redacção do Jornal de Sciencias Mathematicas, Ph: sicas e Naturaes, na Academia Real das Sciencias de Lis- ) boa, rua do Arco (a Jesus). - LOOLÓGIA SESI E——— 1. Observações âcerca de algumas aves Angola POR J. Y. BARBOZA DU BOCAGE Melierax Mechowi, Cab. Cab. Journ. f. Orn. 1882, p. 229. M. Cabanis designa com esta nova denominação, considerando-o especie distincta, o Melierax d' Angola, cujos caracteres: differenciaes, em. relação à fôrma mais commum do M. polyzonus d' Africa oriental, já nós haviamos tambem summariamente indicado na nossa Ornithologie d' An= gola. Se se comparam com effeito os exemplares provenientes de diver- sos pontos d'Angola, os quaes ascendem hoje a mais de 12 na nossa collecção, com os exemplares d"Africa oriental que melhor se adaptam ao typo tido por mais authentico do M. polyzonus, deparam-se-nos ar- gumentos sufficientes em favor da sua separação. Assim, a fórma mais commum do M. polyzonus tem côres mais claras; o cinzento que n'ella domina não tem o tom de schisto, e apenas na cabeça e dorso escurece mais atirando para pardo, mais ou menos carregado. Nas coberturas das azas e pennas secundarias são sempre distinctos os pontos e os tra- ços brancos e escuros, que formam nesta parte da aza uma vermicu- lação delicada. Emfim, nas pennas lateraes da cauda as faixas brancas são bastante largas, sobretudo a faixa terminal. A estes caracteres se contrapõem os dos spécimens colligidos até hoje em Angola. A côr fundamental dºelles é de um cinzento-schistaceo “uniforme, mais carregado no dorso e cabeça, um pouco mais claro no peito e azas. Nºestas não se encontra o menor vestigio de pontos e tra= ços brancos e cinzentos; coberturas e penas secundarias são uniforme- mente tintas de cinzento. As faixas brancas da cauda são constantemente mais estreitas. JORN. DE SCJENC, MATH. PHYS. E NAT. N. XXXIV. 5 66 ; JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Entre os exemplares, porém, do M. polyzonus que existem no Mu- seu de Lisboa provenientes da Africa oriental, alguns ha que à primeira vista parecem estabelecer pelos caracteres que apresentam a transição de um para outro typo. Um exemplar da Abyssinia offerecido em 1855 pelo Museu de Paris, outro comprado em 1859 à casa Verreaux e cuja etiqueta traz por indicação de patria a Nubia, ambos são de um cinzento muito proximo na intensidade, senão identico, aos dos spécimens de Angola, e teem tambem, principalmente o segundo, as riscas brancas da cauda estreitas como as do M. Mechowi. No exemplar da Abyssinia ainda se vêem distinctamente pontos e strias brancas nas coberturas das azas; porém no exemplar da Nubia apenas uns vestigios mui pouco apparentes recordam este desenho caracteristico. Cumpre porém notar que a côr mais escura da cabeça e dorso, nos dois exemplares de que nos estamos occupando, apresenta um tom pardo escuro, diverso da côr cinzento-annegrado que domina nº'aquellas regiões em todos os nossos exemplares d'Angola. Quando apontâmos pela primeira vez as diferenças que encontra- vamos nos exemplares de Angola com relação aos individuos d'Africa oriental existentes no Museu de Lisboa, possuiamos apenas 3 exem- plares d'aquella proveniencia, dois de Caconda e um do Humbe; hesi- tâmos, por isso, em estabelecer uma especie nova, tomando para fun- damento d'ella caracteres que bem poderiam exprimir differenças pro- venientes da edade. Hoje porém o crescido numero de exemplares que temos recebido de Caconda, localidade provavelmente não mui distante d'aquella onde fóra colligido por von Mechow o spécimen descripto por M. Cabanis, auctorisa-nos a ser mais ousados. Parece-nos que a côr cinzenta escura sem mescla de pardo no alto da cabeça e dorso, e a ausencia de pon- tos e vermiculações brancas ou cinzentas claras, nas coberturas das azas e pennas secundarias, caracterisam sufficientemente os exemplares de Angola. Entre os nossos exemplares ha individuos jovens. N'estes as côres assemelham-se no desenho às dos individuos novos do M. polyzonus, mas são tambem muito mais intensas. No M. polyzonus, conforme te- mos observado, as côres pardas que caracterisam este estado de plu- magem, não tomam no peito e nas riscas do abdomen um tom ruivo ou mesmo avermelhado, como succede mui pronunciadamente nos exem- plares dºAngola que temos à vista. Os exemplares marcados como machos são sensivelmente mais pe- quenos do que os que trazem o signal de femeas; ha geralmente de PHYSICAS E NATURAES 67 uns para outros uma differença de 3 a 4 centimetros no comprimento total, de 2 a 3 centimetros no comprimento da aza e de 2 centimetros no da cauda. Um exemplar que o sr. Anchieta nos mandou em 1875 do Humbe, nas margens do rio Cunene, é perfeitamente identico aos de Caconda. Isto leva-nos a presumir que o Melierax encontrado por Andersson no territorio do Ovampo, em Elephant's Vley, pertencerá talvez ao M. Me- chowi. (V. Gurney, in Anderss. B. Damara-Land.) Como este exemplar se encontra hoje no Museu de Norwich, será facil verificar se nos enga- namos ou não. Não nos dá o dr. Cabanis a proveniencia exacta do exemplar ou exemplares do Melierax Mechowi que pôde examinar; diz-nos apenas que faziam parte de uma collecção de aves trazida de Angola pelo via- jante von Mechow. A omissão da proveniencia precisa e rigorosa dos exemplares que se mencionam ou descrevem é sempre muito para lastimar; mas com relação áquella parte assãs vasta do continente africano que se designa geralmente pelo nome de Angola tem graves inconvenientes, pois que variando immensamente as condições climatericas das zonas que se suc- cedem parallelamente à costa, como já observara Welwitsch, dizer ape- nas que uma especie vive em Angola ou em Benguella, é occultar in= dicações extremamente interessantes e decisivas para a definitiva de- “marcação das subdivisões zoologicas da grande região ethiopica. Se se disser apenas que vivem em Angola o Melierax Mechowi, a Sharpia angolensis, o Parus rufiventris, o Hylypsornis Salvadori, a Coracias spa- tulata etc., fica-se apenas sabendo que estas aves se encontram no ex- tenso territorio que demora entre a foz do Zaire e a foz do Cunene; se porém se disser que aquellas especies e outras muitas mais se encon- tram não no littoral, mas unicamente a uma notavel distancia da costa em localidades cuja altitude ascende a mais de 900 metros, e são por assim dizer os pontos avançados do grande planalto do centro d'Africa, n'esse caso fornecer-se-ha à geographia zoologica elementos de estudo extremamente proveitosos. E quando se haja verificado que na costa oriental se encontram tambem as mesmas especies em altitudes eleva- das, e em localidades que formam a orla do planalto central por aquelle lado, a nossa conjectura de que o planalto central deverá constituir uma sub-região distincta achar-se-ha plenamente confirmada. Pionias Ruppellii, Gray. Os exemplares qne possuimos de tres localidades de Angola, Quil- D+ 68 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS ' lengues, Capangombe e Humbe, comprehendem fórmas distinctas por variantes nas côres da plumagem, que se distribuem naturalmente por h grupos. A. Côr geral da plumagem de um pardo escuro bronzeado, salvo nos lados da cabeça onde domina um cinzento prateado; extensas dra- gonas amarellas e calções de um amarello-alaranjado; uropygio, baixo ventre e coberturas superiores e inferiores da cauda de um azul de cobalto, as pennas d'estas regiões pardo-escuro na base. Condizem es- tes exemplares perfeitamente com a figura publicada recentemente pelo sr. Sclater nos Proc. Z. S. L. 1882, pl. xLmr; veem todos marcados pelo sr. Anchieta comos femeas (4 exemplares). B. Concordam com os precedentes na côr geral da plumagem; tem como elles dragonas amarellas e calções amarello-alaranjado; porém o uropygio, 0 baixo ventre e as coberturas da cauda são, em vez de azues, da côr do dorso e ventre, observando-se apenas n'algumas das cober- turas da cauda uma estreita orlã azul mais ou menos perceptivel. D'este typo, primitivamente representado por Gray (Proc. Z. S. L. 1848, pl. v), temos tres exemplares todos marcados pelo sr. Anchieta como ma- chos. | C. A côr geral da plumagem é mais clara e atirando mais para acinzentado, as pennas com margens mais claras; nenhum vestígio de dragonas, nem de calções amarellos, porém as pennas do uropygio e do baixo ventre e as coberturas da cauda largamente marginadas de azul. Dois exemplares, um macho e outro femea. | D. Côr geral da plumagem como as do grupo €, à excepção do dorso que é por partes mais escuro; um começo de dragonas amarel- las, na dobra da aza e calções tambem amarelos, d'um amarello egual ao das dragonas; uropygio e coberturas superiores e inferiores da cauda distinctamente orladas de azul. Um exemplar com a marca de macho. Ao typo 4 e B pertenesem exemplares remeitidos pelo sr. Anchieta de Quillengues, Capangombe e Humbe; os exemplares do typo € são um do Capangombe, outro de Humbe; o exemplar do typo D é de Capangombe. O exame d'estes exemplares conduz-nos a acceitar como muito pro- vavel a opinião ultimamente sustentada pelo sr. Sclater, de que n'esta especie o azul no uropygio e coberturas da cauda é caracteristico não do macho, como antigamente se presumia, e ainda recentemente sup- punha o sr. Reichenow, mas sim da femea. No artigo que consagrâmos a esta especie na nossa Ornithologie d" Angola, artigo que o sr. Sclater se esqueceu de consultar, haviamo- - PHYSICAS E NATURAES 69 nos contentado de verificar que varios individuos que traziam a indi- cação de machos não tinham aquellas regiões tintas de azul, ao passo que outros com este caracter bem manifesto traziam a marca de femeas; e como estes factos concordavam perfeitamente com os resultados das observações feitos por Andersson em Damara-Land, chegaramos assim às mesmas conclusões que aquelle distincto naturalista e viajante; isto é: julgâmos poder concluir, como elle, a identidade de plumagem nos 2 sexos, attribuindo à influencia da edade ou da estação a presença ou ausencia da côr azul no uropygio e coberturas da cauda. Hoje porém esta perfeita concordancia das observações feitas em Londres no Laboratorio da Sociedade Zoologica e citadas pelo sr. Scla- ter (Proc. Z. S. L. 1882, p. 557) com as indicações que nos fornecem os exemplares remettidos de Angola pelo sr. Anchieta, auctorisa-nos a adoptar como mais provavel a interpretação suggerida pelo sabio se- - Cretario d'aquella Sociedade. Andersson cita nos seguintes termos exemplares encontrados por elle em Damara-Land com os caracteres dos do nosso gruppo €: «and I have also specimens in which the blue is present both above and be- low, but which have none of the usual orange-yellow on the elbow or on the thigh, but only on the under wing-coverts. Whether or not these variations are merely occidental, I have been unable to decide.» Para nós os exemplares descriptos por Andersson, identicos a dois que temos na nossa collecção, um macho e outro femea, são simples- mente individuos novos; o aspecto geral da plumagem, a côr mais clara e acinzentada na cabeça, dorso e peito, indicam-nos que não são adul- tos; a sua maior concordancia com os caracteres de plumagem da fe- mea, fal-os entrar na regra geral das especies ornithologicas com sexos diversamente caracterisados. A presença das dragonas amarellas e dos calções de um amarello alaranjado é caracter indicativo do estado adulto, commum aos dois se- xos. O nosso exemplar unico do gruppo D é um macho em plumagem de transição com umas dragonas amarellas pouco desenvolvidas, com calções tambem amarellos mas ainda não alaranjados, e com margens azues bem distinctas nas pennas do uropygio e coberturas da cauda. Com o progresso da edade deveria n'elle ir necessariamente desap- parecendo o azul n'estas regiões, ao passó que a côr amarella iria alas- trando e cobrindo uma maior porção das pequenas coberturas da aza, e a côr amarella dos calções tomaria o tom alaranjado proprio do adulto. Nem deve esquecer tambem que n'este exemplar a côr da cabeça, dorso e partes inferiores se conserva mais clara e acinzentada do que nos 70 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS adultos, porém já vae escurecendo por partes no dorso, o que confirma por certo a nossa interpretação. Neocichla gutturalis, (Bocage). O unico exemplar conhecido d'esta especie fôra mandado pelo sr, Anchieta da Huwilla em 1874. Descrevemol-o e fizemol-o representar na «Ornithologie d'Angola» p. 253, pl. 1, fig. 14. Nunca mais lograra aquelle nosso infatigavel explorador encontral-o, até que ultimamente em uma excursão ao rio Cuce e origens do Quango conseguiu 3 exem- plares, um macho e duas femeas. Parece-nos portanto ser um dos ha- bitantes do planalto central d'Africa, e temos a favor d'esta conjectura a noticia que acaba de nos dar o nosso amigo Dr. Hartlaub, de que fôra encontrada pelo viajante italiano Biba nas immediações do Lago Tanga- nika. No Cuce não deve ser raro, não só porque durante uma breve de= mora ali conseguiu o sr. Anchieta tres exemplares, mas tambem por- que nos aponta o nome porque é conhecido dos indigenas, Xiau-Xiau, indicio certo de que estaciona por aquelles sitios ou que os frequenta regular é periodicamente. O macho não differe nas côres da femea. É apenas um pouco mais pequeno do que ellas. A plumagem do novo, que o dr. Hartlaub nos diz ser muito curiosa, é-nos desconhecida. Bradyornis ater, Sundev.? Melaenornis ater, Bocage, «Orn. d'Angola» p. 208; Bradyornis diabolicus, Bocage, Jorn. Acad. Se. Lisb. vi, p. 270. Na nossa «Ornithologie d'Angola» referimos ao Bradyormis ater, Sundey., dois exemplares de Angola, um de Kúulo nas margens do Cu- nene, outro de Caconda, unicos que então possuiamos. Recebemos depois mais exemplares de Caconda, e comparando-os com a descripção do B. diabolicus, especie que o sr. Sharpe recente- mente estabelecera no vol. 1v do Catalogo das Aves do Museu Britannico, pareceu-nos que os caracteres dos nossos exemplares condiziam melhor com os attribuidos a esta nova especie, e a ella os referimos. Mais tarde o sr. Gurney teve occasião de examinar o exemplar de Damara-Land, typo do B. diabolicus, Sharpe; confrontou-o com outro do Transvaal, representante genuino do B. ater, e concluiu pelos con- siderar da mesma especie, d'onde resultaria a necessidade de eliminar o B. diabolicus (Ibis, 1879, p. 402). Com esta opinião parece confor- mar-se agora o sr. Sharpe (Birds of South Afr. by Layard, p. 405). Um exemplar que encontramos na ultima remessa que o sr. An- PHYSICAS E NATURAES 71 chieta nos faz de Caconda chama novamente a nossa attenção para este assumpto. Temos presentes dois exemplares authenticos do B. ater, um de Durban, outro de Eland-Post, e com elles comparâmos 6 exemplares de Angola, um do Kiulo, os outros de Caconda;'aquelle traz o signal de femea, estes comprehendem 3 machos adultos, uma femea adulta e uma femea nova com a plumagem de um pardo escuro variegada de pequenas malhas fulvas na extremidade das pennas. Em dimensões os nossos exemplares de Angola são superiores aos 2 da Africa austral, como bem se julgará pela tabella que damos em seguida. Nas côres não notamos differenças sensiveis, com quanto se possa talvez dizer que os reflexos metallicos são mais accentuados nos spécimens de Angola independentemente do sexo. No que porém estes differem muito notavelmente é na conforma= ção da cauda, a qual, além de levemente furcada, tem as pennas lateraes com a extremidade encurvada para fóra (divaricata), recordando assim a disposição especial da cauda dos Dicrurus musicus, divaricatus, etc. Que os exemplares de Damara-Land tem dimensões superiores aos da Africa austral-oriental, dizem-nos varios auctores e mui designada- mente Finsch e Hartlaub (Vôg. Ort. Afr. p. 321); n'este ponto concor- dam com os de Angola. Não sabemos porém se a cauda tem n'elles a fôrma que observamos nos nossos. Do que fica dito apenas queremos concluir que não podemos dar ainda a questão como resolvida. Não nos parece liquido que os spéci- mens de Angola, os de Damara-Land e os da Africa austral-oriental per- tençam a uma só especie. Eis as dimensões dos exemplares que examinâmos: a. Durban (Shelley)... :... Aza 109. Cauda 92. tarso 24 nO. GaBland:Port (Anchieta! . ss im OS oia OB Di BB c. 2 Kiulo (Anchieta). ..... DADE ei D Oi 4523 d. é Caconda (Anchieta). ... » 149. » 103. » 24 eso io » SN Ro A O o ROS o 23 Baisp: » 443. mu O2 o pus DIAS Siliio 98. » 23 fsóna DADA ls 9. gjuv. Caconda (Anchieta). Dicrurus divaricatus, Licht. Os representantes africanos do gen. Dicrurus differem entre si na estatura, nas dimensões do bico, nos reflexos metallicos da plumagem, o, JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS que tomam ora um tom d'aço esverdeado, ora atiram mais para vio- laceo, na disposição mais ou menos pronunciadamente furcada da cauda. Destacam-se duas fórmas mais singularmente distinctas: uma é 0 D. musicus ou D. assimilis de alguns auctores, da Africa austral; a outra é o D. modestus da Ilha do Principe. É facil tarefa o distinguil-as. Temos presentes varios exemplares de uma e outra, e todos nos estão mostrando na opposição dos caracteres, que acima ficam expostos, diffe- renças de conformação e coloração que não consentem confundil-as. A uma e outra especie, pois que assim lhes podemos chamar sem receio, se podem referir sem duvida spécimens, que tambem temos presentes, de varias localidades da Africa occidental e oriental, porém é certo que não ha entre elles e os exemplares typicos d'aquellas duas especies uma perfeita concordancia de caracteres. Assim todos os nossos exemplares de Angola referem-se melhor pelo colorido e pela disposição da cauda ao D. musicus; e no emtanto não lhe são identicos nas dimensões, que não alcançam os d'aquelles, e distinguem-se claramente pelo bico que é mais curto e delgado. Não temos exemplares da Africa occidental, e designadamente da Senegam- bia; porém pelo que nos dizem os auctores das dimensões dos speci- mens d'esta procedencia, não nos parece demasiada ousadia affirmar que os nossos individuos de Angola representam com effeito o D. da- varicatus, Licht. Fazem parte tambem da nossa collecção exemplares do Congo, de Denkera, e ainda dois spécimens do Rio Pangani, na Africa oriental, que parecem manter com o D. modestus as mesmas relações de appros ximação que vimos de notar nos nossos exemplares de Angola para com o D. musicus. São mais pequenos e teem um bico mais curto é delgado ; no mais assemelham-se-lhes inteiramente. É a esta fórma que o nosso amigo J. Verreaux dera o nome de D. coracinus. Figura-se-nos que a sciencia ganha em exactidão e clareza sem- pre que possa usar de expressões que por si mesmas excluem duvidas e hesitações. Se referirmos os nossos exemplares d'Angola ao D. di- varicatus, os exemplares do Congo ao D. coracinus, toda a gente nos comprehenderá. Se os chamarmos porém D. musicus e D. modestus, não se ficará formando uma idéa sufficientemente exacta dos caracteres que realmente nos apresentam. Querem que sejam antes variedades ou raças geographicas? Não nos parece que valha a pena discordar d'este alvitre, mas sempre quizeramos que nos dissessem qual é a especie primordial a que devem subordinar-se as pretendidas raças e varie- dades. PHYSICAS E NATURAES 73 Thelephonus Anchietae, Bocage. Shelley, Birds from Southern Africa, Proc. Z. S. L. 1881, p. 579. Julgámos em tempo poder estabelecer esta especie em vista dos caracteres que nos apresentava um exemplar adulto de Ambacca, os quaes não concordavam inteiramente com os attribuidos ao T. minutus, Hartl. Depois, quando escrevemos a «Ornithologie d'Angola», mudâmos de parecer, porque a confrontação d'aquelle exemplar e de outros exem- plares novos de Angola com alguns da costa de Loango, que eram com razão referidos ao T. minutus, nos induzia a crêr que as differenças que tomáramos por especificas podiam muito bem ser unicamente de- vidas à influencia do sexo e da edade. Ultimamente o sr. Shelley referiu ao nosso T. Anchietae exem- plares d'Africa oriental (Lamo) enviados pelo dr. Kirk, declarando-o «uma boa especie, realmente distincto do T. minutus pela ausencia de malhas negras nas scapulares do macho adulto, as quaes se encontram todavia, porém assás reduzidas em dimensões, na femea. (Shelley, Birds. from Eastern Africa, Proc. Z. S. L. 1881, p. 579) É certo que no nosso macho adulto de Ambacca não ha vestígios alguns de côr negra nas scapulares, assim como tambem ha nelle com- pleta ausencia de faixa supraciliar branca. N'uma femea de Pungo-An- dongo é que se encontram malhas centraes negras não sómente nas scapulares, mas tambem nas pennas secundarias e até em algumas pen- nas da parte superior do dorso; é n'ella tambem distincta a faixa su- praciliar de um branco sujo. Em dois exemplares da Costa de Loango, que temos presentes, um designado como macho, outro sem designação de sexo, observamos grandes malhas centraes negras nas scapulares; porém n'um as malhas negras do dorso já teem desapparecido e a largura das malhas centraes negras nas pennas secundarias é sensivelmente menor; em ambos é dis- tincta uma estreita faixa supraciliar branca. A côr negra domina ainda mais no dorso e azas de um terceiro exemplar da costa de Loango que “tem toda a apparencia de joven; n'este a parte superior da cabeça, que é de um negro baço, tem o centro malhado de branco e a faixa supra- ciliar branca é bastante larga. Procurando interpretar pela confrontação de todos estes exempla- res as mudanças que a edade vae imprimindo nas côres da plumagem, parece-nos que o desapparecimento gradual da côr negra no dorso e azas e a substituição do branco por negro na cabeça até à total extin- 7h JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS ção da faixa supraciliar, definem as phases successivas do metachroma- tismo até se chegar áquella que compete à plumagem definitiva, a qual se acha bem representada no nosso macho adulto de Ambacca, e nos exemplares do mesmo sexo de Lamo observados pelo sr. Shelley. Como confirmação d'esta nossa conjectura, temos a convicção que resulta para nós da comparação dos exemplares de Loango com o de Ambacca: este é evidentemente um exemplar perfeitamente adulto, um macho velho; aquelles parecem-nos, embora adultos, não terem attin= gido ainda a ultima e definitiva phase da plumagem. ; Em conclusão persistimos em duvidar que o nosso T. Anchietae, de Angola e d'Africa oriental, seja realmente distincto do T. minutus da Costa do Oiro e do territorio ao norte do Zaire. Em 1876 os srs. Sharpe e Bouvier diziam o seguinte: «Nous avons souvent pensé que o T. Anchietae, Bocage, n'êtait qu'un sexe du T. minutus, parceque, dans tous les envois de VAfrique occidentale, nous avons toujours reçu ensemble les deux espêces.» (Bull; S. Zool. France 1, p. 308) Parece dever-se inferir d'aqui que os srs. Sharpe e Bouvier encontraram em diversas remessas d”Africa occiden- tal, conjuntamente com exemplares do T. minutus, tal como o descre- vera Hartlaub, exemplares com os caracteres do T. Anchietae, isto é, sem faixa supraciliar branca e com o dorso e as scapulares destituidas de malhas negras. Sendo assim, haveria em favor da nossa opinião pro- vas inteiramente decisivas. Notaremos ainda que o exemplar descripto por Hartlaub parece achar-se n'uma phase de plumagem mais atrazada do que dois dos nos- sos exemplares de Loango. As expressões «dorso medio longitudina- liter nigro variegato; tertiariis et tectricibus majoribus in medio longi- tudinaliter nigricantibus» confirmam esta nossa asserção. Custa-nos de certo termos de recusar a paternidade a uma especie da nossa lavra; mas o amor da verdade impõe-nos esse sacrifício. Sharpia angolensis, Bocage. Bocage, Jorn. Ac. Sc. Lisboa, t. vI, pp. 258 e 275; ibid. t. vm, p. 245; ibid. t. vim, p. 67; Orn. d'Angola, App. p. 558. O ultimo exemplar d'esta especie que recebemos de Caconda dif- fere de todos os outros, em ter as partes superior e lateraes da cabeça e collo de um pardo acinzentado claro, com uma risca supraciliar inde- cisa e a região auricular de um branco sujo, em vez de serem todas estas partes de um pardo annegrado sem o menor indicio de faixa su- praciliar, conforme se observa em todos os outros exemplares prove- PHYSICAS E NATURAES To nientes da mesma localidade. Não traz aquelle exemplar indicação al- guma de sexo; quanto às differenças que apresenta consideramol-as unicamente devidas à edade, e proprias de uma phase de transição ou de um estado imperfeito de plumagem. Confirma esta maneira de ver a circumstancia de haver já na parte anterior do vertice algumas pen- nas com a côr escura definitiva. N'uma lista de aves d'Africa oriental que publicou este anno o sr. Shelley no «Zbis», vem mencionada uma segunda especie do gen. Shar- pia, a Sharpia Ayresi. com a competente diagnose e figura de um ma- cho. Este exemplar fôra colligido pelo bem conhecido explorador o sr. Ayres no rio Tatin, a 21º 25! de latitude austral e 27º 55' de longitude, no paiz dos Matabeles. Comparando a figura publicada pelo sr. Shelley com os nossos exemplares da Sh. angolensis, notamos uma differença muito sensivel na fórma e dimensões do bico, que é n'estes considera- velmente mais delgado. A julgar unicamente pela figura da Sh. Ayresi, está-nos parecendo que ss approxima muito mais do Sycobius mela- notis e S. rubriceps do que da especie de Caconda. (V. Shelley-Birds from South-Eastern Africa, Ibis 1882, p. 353, pl. vi, fig. 2) Reproduzimos aqui o desenho da cabeça da Sh. Ayresi, copiado da figura citada de Shelley, em confronto com o desenho da cabeça da Sh. angolensis para que melhor se possa avaliar a differença que apon- tâmos. Sharpia Ayresi Sharpia angolensis Urobrachya Mechowi, Cab. Cab. Journ. f. Orn. 1882, p. 122. Urobrachya Bocagei, Sharpe, Cat. Afr. B., p. 63. O dr. Cabanis admitte quatro especies que considera bem caracte- risadas pela côr diferente da malha das azas, ora vermelha, ora de um 76 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS amarello alaranjado, e pela extensão diferente da côr de castanha nas coberturas das primarias e grandes coberturas das azas. Reproduzimos textualmente a sua clave: A. com dragonas vermelhas 4. Urobrachya axillaris, (Sm.) Coberturas das primarias e grandes coberturas das azas apenas . marginadas de côr de castanha. Habit.: Região oriental da Africa austral, territorio de Karsan, Natal, Moçambique. 2. Urobrachya phoenicea, (Heugl.) U. zanzibarica, Shelley. Coberturas das primarias e grandes coberturas das azas quasi inteiramente côr de castanha. Habit.: Africa oriental e região do nordeste. B. com dragonas amarellas. 3. Urobraçhya Mechowi, Cab. Coberturas das primarias inteiramente côr de castanha, grandes coberturas da aza quasi inteiramente côr de castanha. Habit.: Angola. k. Urobrachia affinis, Cab. Coberturas das primarias pretas, grandes coberturas da aza ape- nas marejadas de côr de castanha. Habitat desconhecido. Temos na colleeção do Museu apenas dois exemplares com drago- - nas vermelhas, um dos quaes de Lamo, proveniente das collecções en- viadas pelo dr. Kirk ao nosso amigo o sr. Shelley, e por conseguinte um dos typos da sua U. zanzibarica, que o dr. Cabanis refere à U. phoenicea de Heuglin. O outro exemplar trazido antigamente do Cabo | da Boa Esperança pelo dr. L. J. Moniz foi, juntamente com outras aves da Africa austral, offerecido por este nosso compatriota a el-rei o sr. D. Pedro v, e veiu incorporar-se com a preciosa collecção ornitholo- gica organisada por este illustrado principe no Museu Nacional. Com- parando estes exemplares, não lhes encontramos na verdade bem pro- nunciadas as differenças na disposição da côr de castanha sobre as co- PHYSICAS E NATURAES 17 berturas das primarias e grandes coberturas das azas em que assenta a separação da U. zanzibarica ou phoenicea; no entanto 2 exemplares apenas são elementos escassos de comparação, e por isso abstemo-nos de nos pronunciar a tal respeito. Quanto à Urobrachya de Angola que o dr. Cabanis menciona sob uma denominação nova, U. Mechowi, essa parece-nos inquestionavel- mente uma boa especie e ha muito tempo que somos d'esta opinião. A U. Mechowi é a especie citada e brevemente descripta pelo sr. Bow- dler Sharpe no seu Catalogo das aves africanas, p. 63, sob a designação de U. Bocagei; e com este mesmo nome figura esta especie na nossa Ornithologie d' Angola, p. 345. A 4.º especie, U. affinis, da qual o dr. Cabanis ignora o habitat, tambem se acha representada no Museu de Lisboa por um unico exem- plar, de procedencia desconhecida, cujos caracteres nos parecem con- cordar absolutamente com os apontados pelo dr. Cabanis. Este nosso exemplar apresenta vestigios de ter vivido em captiveiro e, segundo va- gas recordações, foi entregue completo e fresco ao preparador que lhe extraiu a pelle e o armou. Faz tambem parte da collecção ornitholo- gica de el-rei D. Pedro v. As localidades de Angola donde temos recebido a Urobrachya Bo- -cagei são: ao norte do Quanza, Duque de Bragança e Columbo; ao sul do Quanza, a Huilla e Caconda. O exemplar ou exemplares colligidos por von Mechow, que o dr. Cabanis cita, são provavelmente de Cassange ou da região do Quango, que pelos caracteres da sua fauna ornithologica não parece differen- ciar-se muito de Caconda. Fringillaria major, Cab. Journ. f. Orn. 1880, p. 349, tab. 11, fig. 2; F. Cabinisi, Bocage nec Reichenow. A especie que descrevemos a pag. 273 da «Ornithologie d'Angola» sob a denominação de Fringillaria Cabanisi não é esta, mas sim a F. major, Cabanis (Journ. f. Orn. 1880, p. 349, tab. 11, fig. 2). Já tivemos occa- sião de o dizer na mesma «Ornithologie d'Angola» no Appendice a p. 559. Observa porém o sr. Shelley, n'uma sua recente publicação, que um exemplar de Caconda, que lhe enviaramos não concorda perfeitamente com a fig. citada de Cabanis, pois a faixa central do vertice da cabeça é n'aquelle branca, emquanto que nºesta é cinzenta, e as pennas do manto, em vez de terem margens mais claras que deem áquella parte um aspecto escamoso, teem malhas centraes mais allongadas que se estendem até às extremidades das pennas. 78 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Não duvidamos que no exemplar de Caconda examinado pelo sr. Shelley haja na cabeça uma faixa central branca; no emtanto podemos affiançar que nos exemplares machos de Caconda que temos à vista ha uma faixa mal deffinida no vertice da cabeça cuja côr cinzenta clara não desdiz da que se encontra representada na figura de Cabanis, a não ser que n'esta apparece uma faixa muito distincta, e n'aquelles é, como dissemos, mal definida. Tambem nos machos adultos de Caconda da nossa collecção, a pin- tura das pennas do manto não nos parece afastar-se sensivelmente da que nos depara a figura de Cabanis. Agora nos exemplares marcados como femeas, todos de dimensões inferiores aos que veem designados como machos, é que observamos algumas particularidades dignas de menção. As pennas da face superior da cabeça são orladas de castanho, como as do dorso; em dois exem- plares não existe vestigio algum de faixa central, n'um terceiro spéci- men avistam-se apenas a meio do vertice algumas strias brancas; a faixa transversal branca superior da aza, que nos machos é bastante larga, nas femeas é proporcionalmente mais estreita; as strias escuras das pen- nas do manto são mais estreitas e vão até quasi à margem da penna. N'um espécimen novo não se encontram as duas faixas transver- saes da aza, sendo as coberturas d'esta marginadas de ruivo. Todas as regiões superiores, incluindo a face superior da cabeça, são fortemente striadas de pardo escuro sobre um fundo ruivo acastanhado; a faixa supraciliar é de um ruivo claro; as faces lateraes da cabeça de um pardo claro uniforme. As regiões inferiores de um branco levemente tinto de amarello, salvos os flancos onde domina o cinzento, apresentam strias muito estreitas pardas na garganta e peito, as quaes cobrem apenas as hastes das pennas. Daremos as dimensões de um dos nossos exemplares machos, para preencher a lacuna que se nota na diagnose da especie pelo dr. Ca- banis. Compr. tot. 180 mm.; aza 9 mm.; cauda 75 mm.; bico 14 mm.; tarso 22 mm. Considera o sr. Shelley distineta da F. major, comquanto muito proximo della, uma Fringillaria que recebeu da Africa oriental (Mam= boio) e a que impôz o nome de F. orientalis (Shelley, B. from Eastern Africa, Proc. Z. S. L. 1882, p. 308). Este novo typo distinguir-se-hia da F. major por lhe ser inferior em tamanho, por ter o bico e os mem- bros um pouco mais compridos e mais reforçados, e tambem porque tanto a faixa supraciliar como a faixa central do vertice são mais lar- gas e mais pronunciadas. PHYSICAS E NATURAES 79 Ha pois conhecidas tres fórmas, muito semelhantes entre si, com um habitat distincto: a F. Cabanisi, de Camarões; a F. major, de An- gola; e a F. orientalis, de Mamboio. Parece comtudo haver mais es- treitas relações de affinidade entre a F. major e a F. orientalis, do que entre qualquer d'estas e a F. Cabanisi, a qual, a ser correcta a figura publicada no Journ. f. Orn. de Cabanis, apresenta no tom diverso do colorido do dorso e azas, na maior extensão do espaço branco na gar- ganta, na ausencia total de qualquer faixa clara no vertice da cabeça e ainda na inferioridade das dimensões, um conjuncto de caracteres diffe- renciaes de uma certa importancia. Da F. flaviventris (Vieill), que tambem se encontra em Angola e frequenta até as 'mesmas localidades que a F. major, é que todas as tres especies mencionadas se distinguem perfeitamente; porém n'um artigo publicado ha pouco pelo dr. Hartlaub àcerca de algumas espe- cies novas do Nilo-superior, encontra-se menção de uma Fringillaria muito proxima da flaviventris, à qual o sabio ornithologista allemão chama F. Forbesi. Transcreveremos aqui a breve diagnose d'esta es- pecie. F. faviventri, Vieill. simillima, sed minor, gastraeo pure flavissi- mo, fasciis vel maculis alaribus albis nullis. (V. Journ. f. Orn. 1882, p. 3924.) 80 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS 9, Aves das possessões portuguezas da Africa occidental POR Je V. BARBOZA DU BOCAGE VIGESIMA QUARTA LISTA Na ultima remessa do sr. Anchieta encontro, além de muitas aves de Caconda, algumas do rio Cuce, resultados de uma breve excursão realisada ultimamente pelo nosso habil explorador. Recentes occurren- cias, a morte de sóbas e a invasão de uma epidemia de bexigas, não lhe permittiram realisar ainda a viagem aos Ganguellas, para a qual se acha ha muito apercebido. São 51 as especies d'esta remessa, que vamos succintamente enu- merar. 1. Melierax Mechowi, Cab. Journ. f. Orn., 1882, p. 229. M. polyzonus, Bocage, Orn. d'Angola, p. 12. Dois exemplares é e 9; N. indig. Nhamahuii. 2. Buteo desertorum, (Daud.) 3. Asturinula monogrammica, (Temm.) Uma femea; N. indig. Calupamba. 4. Pionias Meyeri, (Rúpp.) Dois exemplares, um macho adulto e uma femea. Nºesta, as dra- gonas amarellas que completam a plumagem do adulto, co- meçam apenas a manifestar-se. A plumagem dos 2 sexos é identica. N. indig. Xiquengue. d. Dendrobates fulviscapus. O mais abundante dos Pêtos de Caconda. N. indig. Bangula. 10. 14. 12. 13. 14. PHYSICAS E NATURAES 81 .« Coracias naevia, Daud. .- Merops hirundinaceus, Vieill. Um casal. N. indig. Lengue. . Ceryle rudis, (Linn.) Uma femea do Rio Cuce. . Ceryle maxima, (Pall.) Uma femea do Rio Cuce. Pogonorhynchus torquatus, (Dum.) Vulgar em Caconda. N. indig. Mutue. Stactolaema Anchietae, (Bocage). Vulgar, mas não tanto como o precedente. N. indig. Mutue. Indicator major, Steph. Indicator minor, Steph. Raros, tanto este como o precedente. Ambos conhecidos dos in- digenas pelo nome de Sole. Upupa africana, Bechst. Um exemplar. adulto sem indicação de sexo. N. indig. Mupui. - Caprimulgus rufigena, Smith. Tres exemplares. N. indig. Lumbamba. - Nectarinia amethystina, (Shaw.) .« Nectarinia chloropygia, Jardine. . Ceblepyris pectoralis, (Jard. & Selb.) Uma femea. - Bradyornis ater, Sund.? Uma femea. Andam em bandos, associados quasi sempre com os Dicrurus e, como estes, crepusculares. - Bradyornis murinus, Finsch & Hortl. Um casal. . Dicrurus divaricatus, Licht. Abundante. Nutrem-se de insectos, principalmente coleópteros e orthópteros. JORN.. DE SCIENC. MATH. PHYS. E NAT.— N.º XXXIV. 6 82 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS 22 « Fiscus collaris, (Linn.) Dois exemplares adultos do Rio Cuce. 3. Nilaus affinis, Bocage. Um macho adulto. 24. Prionops talacoma, Smith. Nutre-se de insectos. N. indig. Etue. 25. Prionops Retzi, Wablb. 28. 29. 35. SL. é aduito. N. indig. Etuejamba. . Telephonus erythropterus, (Shaw.) « Dryoscopus neglectus, Bocage. à adulto. Do Rio Cuce. Cratexopus Hartlaubi, Bocage. Vulgar nos mattos e dentro das povoações, frequente nas hortas contiguas às habitações. N. indig. Gangaira. Neocichla gutturalis, Bocage. Tres exemplares, um ó e duas 9, do Rio Cuce. O unico exem- plar que possuiamos, unico tambem até agora nos Museus da Europa, fôra morto na Huilla em 1881 pelo sr. Anchieta. . Cossypha barbata, Finsch & Harth. Dois exemplares, ô e 9. N. indig. Lecerequete. . Turdus strepitans, Smith. N. indig. Pandaxocoxoco. « Turdus Jibonyanus, Smith. N. indig. Quiçandambugi. Monticola brevipes, Waterh. N. indig. Gundo. Tambem veiu um exemplar do Guce. Saxicola pileata, (Gna.) Pouco vulgar. Vive em descampados; cria em buracos no chão. Quando avista aves de rapina vae logo esconder-se nas tocas, onde pode ser colhido à mão. N. indig. Canomba ou Nomba. 5. Melocichla mentalis, Fras. Não é raro; vive por entre a folhagem proximo de agua. N. in- dig. Xiuca. 36. 97. 38. 39. 41. h2. hd. 0/78 h5. h6. h7. h8. 40. PHYSICAS E NATURAES 83 Tricholais pulchra, Bocage. N. indig. Canopo. Motacilla vidua, Sundev. Uma 9 do R. Cuce. Corvus capensis, Licht. Vulgar, mórmente no tempo das chuvas. N. indig. Quiquamanga. Lamprocolius acuticaudus, Bocage. Vulgar em Caconda. N. indig. Xionjo. Pholidauges Verreauxi, Bocage. Vulgar. É uma das aves que mais frequentam os cercados e ar- vores dentro das libatas, conservando-se tranquila mente pou- sada ainda nas occasiões de maior bulicio. N. indig. Donga. Sharpia angolensis, Bocage. Rara. Facil de caçar, porque quando se espanta foge para dis- tancias muito curtas. Vidua principalis, Linn. Não é rara pelos cercados e dentro da povoação. N. indig. Ca- lumbocobindiongio. Pytelia afra, Gm. Xanthodira flavigula, Sundev. Frequenta mais os terrenos cultivados; pousa habitualmente nas arvores altas e despidas. N. indig. Sué-sué. Fringiliaria major, Cab. Não é rara. N. indig. Bindalabamba. Mirafra nigricans, (Sundev.) Rara. Vive proximo d'agua e vem esgaravatar nos curraes. Turtur semitorquatus, Rúpp. Vulgar-e estacionaria em Caconda. Poucas vezes se encontra em bandos; de ordinario aos pares. N. indig. Cuti. Numida coronata, Gray. Palpebras e face d'um azul esbranquiçado; carunculas e pescoço azulados; cêra encarnado-escuro; bico avermelhado na base, d'um castanho-esverdeado sujo para a extremidade. Vulgar. 6 x 84 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Mesmo dentro de casa se sentem cantar nos mattos proximos. Abundam nas florestas distantes, d'onde de manhã e ao cair da tarde partem em bandos à procura da agua da chuva, que se conserva em depressões nas vastas superficies horisontaes das rochas de gneiss. N. indig. Hanga. h9. Pternistes rubricollis, Lath. Vulgar. N. indig. Unguari. DO. Ciconia Abdimii, Licht. D'arribação. Apparece em Caconda na força das chuvas em ban- dos numerosos, pousando juntos na mesma arvore ou em ar- vores proximas. Pouco tempo depois tornam para as margens dos grandes rios, onde sempre se conservam alguns. N. in- dig. Luaim. he Po ) o] Io o Laropius Docagii je NOV (E. Girard. del PHYSICAS E NATURAES 85 à. Description d'un nouveau poisson de Fintéricur dAngola PAR ANTONIO ROBERTO PEREIRA GUIMARÃES (Aide-naturaliste au Muséum de Lisbonne) Fam. SILURIDAE Genus Rutropius, Mull et Trosch Eutropius Bocagii, sp. n. B. 10 D. 5 P. LV. 6 A. 55. Cette espêce est tout-à-fait semblable à PE. niloticus, et bien aussi elle offre avec PE. Adansonii, les rapports les plus frappants, mais se- lon Pautoritêé si incontestable de M. le Dr. Steindachner!, la máchoire supérieure est plus allongée que Vinférieure chez VE. Adansonit, tan- dis que dans le poisson, dont nous allons parler, la mandibule dépasse Pintermaxillaire, ce qui le distingue nettement, et le rapproche de VE. depressirostris. Le corps est comprimé jurqu'à Vinsertion des pectorales; la tête un peu déprimée, Vest plus encore en avant. La hauteur entre la dorsale et les ventrales est comprise 4 7/9 fois dans la longueur totale, ou quatre fois dans longueur jusqu'à la base de la caudale. La longueur de la tête est quatre fois et demie dans la lon- gueur du corps, la caudale non comprise, elle est aussi large que sa longueur sans le museau. Lºceil nous semble ovale, son plus grand diamêtre fait le cinquiême 1 Sitzungsb. Akad. Wiss. Wien., Cl. 1x Bd. 1, Abth. 1870, p. 985, taf. v. 80 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS de la longueur de la tête; espace interorbitaire est de trois diamêtres et un tiérs. La crête occipitale arrive jusqu'à la fourche, qui est à Vorigine de la dorsale, et elle forme une lisiêre d'un millimêtre de largeur, tandis que chez VE. niloticus elle est de deux millimêtres et demi. L'ouverture de la bouche est assez grande et oblique, la mâchoire inférieure avance un peu plus que Vautre, et toutes les deux ont une bande de dents en cardes fines; il y en a derriêre la bande supérieure une autre de la même largeur, qui appartient au vomer et aux pala- tins. | Les orifices antérieures des narines sont prês de la lêvre supé- rieure, et séparés Vun de Vautre du double de leur distance à la co- missure; les postérieurs sont plus grands, ovales, moins éloignés un de Vautre et plus proches du bord supérieur de la bouche que de celui de Vorbite; à leur bord antérieur se trouve le barbillon nasal, três-grêle et plus petit que le diamêtre de Voeil. Les barbillons maxillaires sont un peu plus forts et plus longs, mais ils n'atteignent pas la base de la pectorale; les barbillons sous- mandibulaires postéricurs sont plus courts d'un tiers environ, et les antérieurs, plus en dedans, ont la même mesure que ceux des narines. La membrane branchiostêge est soutenue par dix rayons; Vouver- ture intérieure, en arriêre du quatriême arc de Vappareil hyoidien est large; les ares branchiaux sont garnis à leur bord interne d'appendices en forme de stylets, tournés vers la bouche, ceux des deux premiers ares sont dans un seul rang et ceux du troisitme et quatriême arc sont plus courts et en deux séries. Les os pharyngiens sont hérissês de pe- tites denis en velours. Les pseudobranchies ne sont pas visibles. La dorsale, assez courte, est reportée en avant des ventrales; en- tre cette nageoire et la crête occipitale se voit au travers de la peau une petite fourche, laquelle est à peine plus longue que large, tandis que chez PE. niloticus eile est de moitié plus longue que large; et chez PE. depressirostris elle est plus large que longue; dans cette fourche s'articule un petit os, qui est proprement le premier rayon de la dor- sale, mais qui parait peu au dehors; le premier rayon apparent, os- seux, est dentelê au bord postérieur, il est cassé dans Vindividu, que nous avons sous les yeux; les autres six rayons de cette nageoire sont branchus. L'adipeuse est petite, elle laisse, entre elle et la caudale, un espace du septiême de la longueur totale, et elle est éloignée d'une dis- tance êgale à deux diamêtres de Vceil, de la verticale menée par la base du dernier rayon de Panale. Les pectorales, quand elles sont tournées PHYSICAS E NATURAES 87 en arriêre, dépassent Vorigine de la dorsale, mais elles n'atteignent pas la base des ventrales; leur premier rayon est ossifiê, et barbelé dans une partie de son étendue au bord interne, il y en a dix autres rayons branchus; derriêre Paisselle de la pectorale, et sous la pointe saillante du coracoidien, se trouve un trou, assez visible à la loupe. Les ventra- les s'étendant jusqu'a Vanale, font les trois cinquiêmes des pectorales, elles ont chacune six rayons, dont Vextérieur est simple et les autres branchus. La longueur de la base de Vanale, peut-être aussi variable que chez VE. Adansonii, mesure la moitié de la distance, entre le cen- tre de Peeil et la racine de la queue; les rayons antérieurs un peu plus longs, ont à peu prês la longueunr du museau; cette nageoire est re- couverte, jusqu'aux trois quarts de sa hauteur, par une peau riche en graisse, et on y compte cinquante trois rayons. La caudale est fourchue, ses lobes sont pointus, le supérieur étant plus développé que Vinférieur, elle a quinze rayons branchus, plus ans ques autres basilaires en des- sus et en dessous. La ligne latérale prend naissance à Vangle supérieur de Popercule, et se prolonge en ligne presque droite jusqu'à la racine de la caudale. Une couleur gris roux rêgne sur la partie supérieure de Vanimal, qui d'ailleurs est parsemée de points noirátres, distribuês irrégulitrement; sur les côtés et au ventre il est argenté; on voit une tache brune au commencement de la ligne latérale. Les nageoires, dorsale, caudale, anale et la face interne des pectorales sont pointillées de brun noir. Cette description est faite d'aprês un individu de 215 millimêtres, envoyé du Dondo (Quanza fl.) par M. Pinheiro Bayão en 1869. Nous avons choisi pour Vespêce le nom du savant directeur de la Section Zoologique du Muséum de Lisbonne, pour lui laisser ici un té- moignage public de notre estime et reconnaissance. 88 JORNAL DE SCIÊENCIAS MATHEMA TICAS- 4. Contributions pour la faune du Portugal PAR F. MATTOZO SANTOS Professeur de Zoologie à "École Polytechnique -«-.. Only an idea, only a feeling :— what is Dev. La note que je publie aujourd'hui et celles qui se suivront, se rap- portent à des animaux recueillis par moi dans deux excursions faites en Portugal. Dans la premiére je me proposais tout au plus de saisir d'une maniêre générale le facies de la faune des plus grandes altitudes de la Serra da Estrella; dans la seconde je recherchais particuliérement des Reptiles, des Myriapodes et des Arachnides en vue de completer un travail que je dois faire paraitre prochainement sur les Reptiles du Por- tugal, et de me procurer des exemplaires pour Vêétude que je poursuis depuis quelques mois de "Arachnologie de notre pays. Mon court séjour à la Serra da Estrella ne ma plus permis que de recueillir les animaux que je trouvais chemin faisant; et lê but que je me proposais dans la seconde excursion me detournait, par le soin que j;apportais à la recolte des individus des ordres ci-dessus indiquées, de la poursuite et recherche d'autres formes. Pourtant je ne les ai pas méprisées et J'ai fait de mon mieux pour recueillir le plus grand nombre d'exemplaires zoologiques. Ces listes comprendront et ceux-ci et ceux pris à Serra da Estrella. Elles ne seront donc que de bien modestes contributions pour la faune portugaise, la mise en ordre de quelques notes éparses; ordre d'ailleurs bien arbitraire puisque les différents groupes zootaxiques, y paraitront au fur et à mésure que d'autres travails plus pressants me laisseront le loisir de rédiger ces notes. PHYSICAS E NATURAES 89 Je dois à Vaide três-obligeante de MM. le Dr. M. Paulino d'Oli- veira, A. A. de Carvalho Monteiro, A. R. Pereira Guimarães et A. A. Girard, à qui je proteste ici ma reconnaissance, de pouvoir commencer dês à présent la publication de ce travail; et aux deux premiers je leur remercie en plus Vaimable dedicacé d'une espéce et d'une variété nou- velles qu'ils ont bien voulu se charger de décrire: — Platynus Maitozi ; Saiyrus Actaeus, V. Maitozi. A tous ceux qui dans mes excursions m'ont puissament aidé de leurs conseils et renseignements je prie d'agréer les expressions de ma gratitude; mais je dois, et je me fais un plaisir, d'espécialiser le nom de M. le comte de Podentes, chez qui jai trouvé toujours Paccueil de la plus obligeante hospitalité. La, entouré de tous les égards et de tous les soins qui peuvent inspirer une amabilité inépuisable et une gé- nérosité sans pareil, j ai vite oublié les désagréments de longues et par- fois pénibles marches faites en pas assez bonnes conditions de santé. Je confesse donc ici et cette dette de gratitude et Vimpossibilité d'être jamais à même de pouvoir m'en acquitter. Désireux de rendre ce travail accessible à tous ceux à qui un pa- reil sujet pouvait intéresser, je [ai écrit en français. Qu'on n'oublie pas que j'écris dans une langue qui n'est pas la mienne. Lisbonne, décembre 1882. JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Ê NOTES ENTOMOLOGIQUES | ORTHOPTERES 1 PSEUDO-NEUVROPTERES Amphybiotiques Fam. ODONATA En portugais: Tira-olhos; Libellulas Agrionidse Gen. CALOPTERYX 1. OC. virgo Libellula virgo—L. Syst. Nat., xr, 2, p. 904. Calopteria virgo —De Selys-Longchamps(1840); Mon. des Libell. dº Eur ., p. 128; Rev. des Odonates ou Libell. dEuwr., p. 13%, cum synon. A. E. Pictet: Synop. Nevropt. d'Esp., p. 27. R. MeLachlan: Notes on the entomology of Portugal (Ent. Month. Mag., t. xvm), p. 105. Race meridional. De Selys: Rev. p. 138. Cette espêce, citée pour la premiêre fois comme du Portugal par M. R. McLachlan (1. c.), d'aprês un individu encore peu dévelopé recueilli PHYSICAS E NATURAES 94 à Serra da Estrella au mois de juin, habite surtout le nord du pays. Pas commune. Je Vai prise à: Serra da Estrella, Aôut, (Covão das Vaccas; Ribeira Alva 1395 m.) Coimbra, Aôut, (Ribeira de Cosêlhas.) 2. O. splendens “Libellula splendens — Harris (1776); An expos. of english ins., t. xxx, f. Let 3. Calopteryx splendens — De Selys-Longchamps (1850); Rev. des Odonates ou Libeil. d'Eur., p. 198; cum synon. A. E. Pictet: Synop. Nevropt. d'Esp., p. 127. R. McLachlan: Notes on the entom. of Portugal (Ent. Month. Mag., t. xvit) p. 105. à Var. Xantostoma. (Race méridional) Cette même variété a été déja citée par M. R. McLachlan comme ayant été trouvée dans le Portugal, à S. Marcos da Serra, au mois de mai. J'en ai pris des exemplaires à: Batalha, Aôut. Condeixa, Aôut, Septembre, en grand nombre. 3. O. hocemorrhoidalis Agrion homorrhoidalis—Vander Linden (1825); Mon. Libell. Euwr., p. 94. Calopteryx homorrhoidalis — De Selys-Longcham ps (1840); Mon. Libell. dEur., p. 135; Rev. des Odonates d' Eur. p. 1414 et 388; cum synon. A. E. Pictet: Syn. Nevropt. d'Esp., p. 28. R. MeLachlan: Notes on the ent. of Portugal (Ent. Mont. Mag., v. xvil) p. 105. Cette espece est signalée du Portugal dans la liste des Odonates de la Peninsule Ibérique de Selys (1. c., p. 279). ! Toutes les espéces indiquées par M. R. McLachlan ont été cueillies en Portugal par M. Rey. A. E. Eaton. 92 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Jai recueilli des exemplaires à: Serra da Estrella, Aôut (Ribeira d'Alva, 1395 m.). Batalha et route de Batalha à Leiria, Adut. Leiria, Aôut. Condeixa, Adut et Septembre, três nombreuse. Les individus de la Serra da Estrella et quelques-uns de Condeixa semblent faire la transition de la race climatique du midi de la France à la race plus mériodinale: le sommet des 4 ailes du mãle étant d'une nuance presque semblable à la couleur foncée du milieu de VPaile. Jai aussi des exemplaires pris à Condeixa prêsentant franchement les cara- cttres de la race du midi de la France. Gen. LESTES Lestes—Leach: Zool. Miscellany, London, 1814-1817, h. LL. viridis Agrion viridis— Vander Linden (1825): Mon. Libell. Ewr., p. 36. Lestes viridis— De Selys-Longchamps (1840): Mon. Libell. d'Ewr., p. 137; Rev. des Odonates ou Libell. d'Eur., 148; cum synon. A, E. Pictet: Syn. Nevropt dEsp., p. 28. Citée déja du Portugal par M. de Selys. J'ai pris cette espece à: Serra da Estrella, Aôut (S. Romão 589 m.; Costa da Baleia). à. L. nympha Lestes nympha — De Selys-Longchamps (1840): Mon. Libell. dºEwr., note, p. 144; Rev. des Odonates ou Libell. d'Eur., p 151; cum synon. A. E. Pictet: Syn. Nevropt. d' Esp., p. 29. Indiquée d'Espagne par M. de Selys et y cueillie par M. Ed. Pictet. Pas encore indiquée du Portugal, ou je Vai prise à: Serra da Estrella, Adut (Lagôa Redonda, 1496 m.; Covão das La- pas). PHYSICAS E NATURAES 93 6. L. virens Agrion virens— De Charpentier (1840): Libellulince Europe, p. 142. Lestes virens— Hagen (1846): Die Netsfhiger Preussens (Preussische Pro- vincialen Bletter, juillet, n.º 4). De Selys — Longchamps: Rev. des Odonates ou Libell. d'Eur., p. 156; cum synon. A. E. Pictet: Synop. Nevropt. PEsp., p. 30. Cette espéce a été citée de Portugal par M. de Charpentier. M. de Selys la cite aussi (1. c., p. 158), mais il ne la signale pas au nombre des Odonates du Portugal, dans la liste de p. 279. Je Vai trouvée à: Serra da Estrella, Adut (Costa da Baleia). 7. L. fusca Agrion fuscum —NVander Linden (1825): Mon. Libell. Eur., p. 37. Lestes fusca — De Rambur (1842): Hist. Nat. des Ins. Nevropt., p. 253. De Selys. Longchamps: Rev. des Odonates, ou Libell. d'Eur., p. 1614; cum synon. A. E. Pictet: Synop. Nevropt. dEsp., p. 31. Indiquée comme habitant PEspagne par M. de Selys, et y trouvée par M. Pictet, elle n'avait été pas encore citée du Portugal. J'ai recueilli cette espéce à: Condeixa, Aôut. Gen. PLATYCNEMIS Platycnemis — Charpentier: Libellulinae Europe. 8. P. latipes Platycnemis latipes— Rambur (1842): Hist. Nat. des Ins. Nevropt., p. 242. 94 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS De Selys — Longchamps: Rev. des Odonates ou Libell. dºEwr., p. 166; cum synon. A. E. Pictet: Synopt. Nevropt. d' Esp., p. 32. Selon M. de Selys cette espece a été déja trouvée en Portugal par M. Hoffmansegg. Cest "Agrion alba NATE, )! de ce dernier. Jai pris cette espéce à: Batalha, Aôut. Route de Alcobaça à Aljubarrota, Aôdut, commune. Route de Batalha à Leiria, Aôut. Gen. AGRION Agrion— Fabricius: Entom. syst. emendata et aucta. 9. A. minium Libelluta miniwm — Harris (1776): An expos. ofenglish ins., tab. 29, f. 2. Agrion minium — De Charpentier (1840): Libell. Euwr., p. 1406. De Selys — Longchamps: Rev. des Odonates ou Libell. d' Euwr., p. 178; cum synon. A. E. Pictet: Synop. Nevropt. d' Esp., p. 34. Pyrrhosoma minium —R. McLachlan: Notes on the entom. of Portugal. (Ent. Mont. Mag., t. xvir) p. 106. Cette espêce a été indiquée pour la premiêre fois du Portugal par M. R. McLachlan sur des exemplaires des versants de Picote et de la Ponte da Morcella. J'en ai des individus pris par moi-même à: Serra da Estrella, Aôut (Lagôa Redonda, 1496 m.). 10. A. tenellum Libellula tenella — De Villers. Agrion tenellum —De Selys-Longchamps (1850): Rev. des Odonates ou “Libell. d'Ewr., p. 180; cum synon. A. E. Pictet: Synop. Nevropt. VEsp., p. 35. ! Hoilmansegg: Muss. bor. Ila confondu sous la même dee na om alba — le P. Tetipes Ramb. et le P. pennipes, Pallas. PHYSICAS E NATURAES 95 Elle n'avait été pas encore indiquée comme habitant le Portugal. Je Vai trouvée à: ; Condeixa, Aôdut et Septembre. 41. A. Graellsii Agrion Graellsii— De Rambur (1842): Hist. Nat. Ins. Nevrop., p. 275. De Selys — Longchamps: Rev. des Odonates ou Libell. d'Eur., p. 185; cum synon. A. E. Pictet: Synop. Nevropt. PEsp., p. 35. Ischnura Graellsi—R. McLachlan: Notes on the entom. of Portugal (Ent. Mont. Mag., t. xvu) p. 105. De Selys cite cette espêce comme habitant le Portugal dºaprês des exemplaires pris dans notre pays par Hoffmansegg, et par lui nommés Agrion coneum; mais qui sont réeilement des 4. tenellum. J'ai cueilli cette espêce à: Serra da Estrella, Adut (Lagôa Redonda, 1490 m.). Bataiha et route de Batalha à Leiria, Aut. Condeixa, Aôut. 12. A. cyathygerum Agrion cyathygerum — De Charpentier (1840): Libell. Eur., p. 163. De Selys-Longchamps: Rev. des Odonates ou Libell. d'Eur., p. 205; cum synon. A. E. Pictet: Synop. Nevrotp. d'Esp., p. 36. M. De Selys n'a pas compris cette espêce dans la liste des Odo- nates de la Pêninsule ibérique (1. c.; p. 297) oú d'ailleurs il mentione PA. hastulatum. Tl la cite cependant comme dEspagne, p. 209, suppo- sant être celle qu'il avait d'abord pris pour cette derniêre-lã dans la coliection de M. Robyns; ce que serait confirmé par le fait que M. Pictet n'a pas trouvé en Espagne VA. hastulatum et y a rencontré VA. cyathygerum. Pas encore indiquée du Portugal. Je Vai prise à: Serra da Estrella, Aôut (Lagôa Redonda, 1494 m.). 96 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS 13. A. Lindenii Agrion Lindenii—De Selys-Longchamps (1840): Mon. des Libell, d' Bur., p. 137; Rev. des Odonates ou Lúbell. d'Eur., p. 225; cum synon. A. E. Pictet: Synop. Nevropt. d'Esp., p. 28. R. McLachlan: Notes on the entom. of Portugal (Ent. Mont. Mag., t. xvm) p. 106. M. De Selys ne cite cette espêce du Portugal (1. c., p. 279, liste) ou elle a été -prise par M. Rev. Eaton, d'aprês M. R. McLachlan, à Al- deia das Naves, au mois de mai; et aux environs de Lisbonne au mois avril. J'ai recueilli cette espêce à: Condeixa, Aôut. Aeschninse Gen. GOMPHUS Gomphus —Leach: Zoological Miscellany, London, 1814-1847. 14. G. forcipatus Libellula forcipata—L.: Syst. Nat., xi, 2, p. 903. Gomphus forcipatus — De Selys-Longchamps (1840): Rev. des Odonates ou Libell. d'Eur., p. 98, 384; cum synon. A. E. Pictet: Syn. Nevropt. d'Esp., p. 40. Onychogomphus forcipatus— R. McLachlan: Notes on the entom. of Por- tugal (Entom. Month. Mag., t. xvir) p. 104. Cette espêce, déja mentionnée par M. de Selys (1. c. p. 279) comme habitant le Portugal, est aussi citéc par M. McLachlan d'aprês des in- dividus pris à S. Marcos da Serra, mai; et à la Ponte da Morcella, juin. Je Vai prise à: Condeixa, Aôut. PHYSICAS E NATURAES 97 Gen. CORDULEGASTER Cordulegaster — Leach. : Entomological Miscellany, London, 1814-1817. 15. C:; annulatus Aeschna annulata — Latreille (1802): Hist. Nat. des Crust. et des Insect., xi, p. 6. Cordulegastes annulatus —Leach: Zool. Mist., 1814-1817. De Selys — Longehamps: Rer. des Odonates ou Libell. d'Eur., p. 104, 308; cum synon. A. E. Pictet: Syn. Nevropt d'Espagne, p. 41. R. McLachlan: Notes on the entom. of Portugal (Entom. Month. Mag., t. xvi) p. 105. Indiquée pour la premiére fois comme de la faune du Portugal par M. R. McLachlan, qui cite des individus recueillis à Cêa et à Sallamonde, au mois de juin. J'ai pris cette espêce à: Condeixa, Aôut, en nombre. Gen. ANAX Anaz— Leach: Zoological Miscellamy, London, 1814-1817. 16. A. formosus Aeschna formosus — Vander Linden (1825): Monogr. Libell. d' Ewr., p. 20. Ana formosa — De Selys-Longchamps (1840): Mon. des Libell. d'Eur., p. 117; Rev. des Odonates ou Libell. d'Bur., p. 110; cum synon. A. E. Pictet: Syn. Nevropt. d'Esp., p. 42. Dêéja citée par MM. de Charpentier et de Selys comme du Portugal. J'en ai des exemplaires pris à: Coimbra (Ribeira de Cosêlhas), Aôdut. JORN. DE SCIENC. MATH. PHYS. E NAT.— N.º XXXIV. 7/ 98 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Gen. AESCHNA Aeschna — Fabricius: Entom. syst. emendata et aucta. 17. Ae. juncea Libellula juncea —L.: Syst. Nat. Aeschna juncea — De Selys-Longchamps (1840) : Mon. des Libell. dEwr., n.º 4, (description inexacte); Rev. des Odonates ou Lúbell. d' Ewr., p. 116; cum synon. La trouvaille de cette espêce en Portugal est un fait três intéres- sant. En effet M. de Selys (Rev., p. 118) dit: «On ne la trouve pas plus au nord qu'Upsal, pas plus au midi que la Suisse, V Autriche; à Vest, elle atteint les frontiêres de "Europe; mais à Vouest elle ne dépasse pas la Belgique ni VAngleterre»; et il la signale (1. c., p. 280) comme une des espêces caractéristiques de VPorient. Jusqu'ici, personne, que je sache, ne a indiquée comme apparte- nant à la faune de la Péninsule Ibérique. Toutefois son existence en Por- tugal n'est, du moins pour le moment, douteuse ; "exemplaire, auquel je me rapporte, ayant été cueilli par moi-même. Je crois cependant que son habitat dans notre pays doit être três limité et alpin. Serra da Estrella, Adut (Ribeira d'Alva, 1397 m.). 18. Ae. Irene Aeschna Irene — Fonscolombe (1838): Ann. Soc. Entom., vit, p. 93. De Selys-Longchamps: Rev. des Odonates ou Libell. d'Eur., p. 192. R. McLachlan: Notes on the entom. of Portugal (Entom. Mont. Mag., t. xvi) p. 105. M. R. McLachlan, le premier qui ait fait mention d'un exemplaire de cette espêce trouvé en Portugal, à Algualva, route de Cintra, au mois de mai, dit: «A very interesting addition to the fauna of the Iberian Peninsula. This spicies is the sole European representative of an otherwise group of forms.» En effet cette espêce, qui habite Europe méridionale, PHYSICAS E NATURAES 99 et semble ne s'élever plus au nord que Mans (France), a un type exoti- que se raprochant un peu par les ailes du genre Gynacantha (Amêéri- que, Java, Bornéo). J'ai pris un individu à: Condeixa, Aôut. Libellulidse Gen. LIBELLULA Libellula —L.: Syst. Nat. S.-Gen. Libellula p. d. Libellula— Charpentier (1840): Libelluline Europe. 19. E. coerulenscens Libellula corulenscens — Fabricius (1798) : Entom. syst. ; Suppl.; p. 285. De Selys-Longchamps: Rev. des Odonates ou Libell. d' Eur., p. 22; cum synon. A. E. Pictet: Syn. Nevropt dºEsp., p. 47. Selon M. de Selys elle a étê prise en Portugal par M. Hoffman segg (L. Glauca?). Je Vai prise à: Route de Aljubarrota à Batalha, Aôut. Condeixa, Adut, en assez grand nombre. S.-Gen. Diplax Diplaz—De Charpentier : Libellulinae Europe. Tx 100 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS | D. flaveola Libellula flaveola — L.: Syst. Nat. De Selys-Longchamps: Rev. des Odonates ou Libell. d' Ewr., p. 33; cum synon. A. E. Pictet: Syn. Nevropt. dEsp., p. 49. Var. Luteola. C'est à cette variété que M. de Selys pense devoir se rapporter la L. luteola prise par M. Hofimansegg en Portugal et déposée au Muséum de Berlin. Il Vavait aussi crue d'abord, d'aprês un exemplaire de Ma- drid, une espece distincte «mais ayant reçu des Pyrenées un second exemplaire qui se rapproche de la vraie flaveole par les pieds» il doute «que soit autre chose qu'une race locale. » Je Pai cueillie à: Serra da Estrella, Adut (Lagôa comprida, 1527 m.). 24. D. Fonscolombii Libellula fonscolombii — De Selys-Longchamps (1840): Monogr. Libell. dEur., p. 49; Rev. des Odonates on Libell. d'Eur., p. 37; cum synon. A. E. Pictet: Syn. Nevropt. dEsp., p. 49. Cette espêce est, selon M. Ed. Pictet, citée dEspagne par M. de Selys dans sa Monogr. de Libellulides, p. 50; il la comprend cependant avec doute-(?)- dans la liste de la Rev. des Odonates de la Peminsule Ibérique, p. 279. MM. de Rambur et Pictet affirment |y avoir trouvêe. Jusqu'ici elle n'avait pas encore été citée du Portugal. “ Je Vai prise à: Serra da Estrella, Adut (Lagôa redonda 1490 m.; Lagôa com- prida 1530 m.; Costa da Baleia). 992. D. meridionalis Libellula meridionalis—De Selys-Longchamps (1814): Revue Zoologaque 3 Rev. des Odonates ou Libell. dEur., p. 39; cum synon. A. E. Pictet: Syn. Nevropt dºEsp., p. 49. PHYSICAS E NATURAES 41014 Cette espêce a été cueillie en Espagne par M. Rambur (L. hybrida: Hist. Nat. Ins. Nevropt., p. 101) et par M. Ed. Pictet. J'en ai pris des individus en Portugal, d'oú elle n'avait pas encore êté citée, à: Serra da Estrella, Aôut (Lagôa comprida, 1532 m.). Le nombre des Odonates habitant le Portugal a été élevé à 30 par Paddition de 10 espéces, indiquées par M. R. McLachlan, aux 20 si- gnalées par M. de Selys!. A prêsent je peux encore ajouter à ce nom- bre 7 autres espêces trouvées par moi dans notre pays et dont on nºavait pas encore fait mention. Ainsi le nombre connu des Odonates de la faune portugaise se trouve, pour le moment, être de 37. Le tableau ci joint, comprenant, outre la distribution géographique de ces 37 espêéces, Vindication de celles de ces Libellules qui vivent en Algérie et dans FAsie mineure, permettra de juger de Pextension de son habitat. En s'aidant des deux récapitulations, dont je le fais suivre et qui le résument, je crois qu'on sera à même de pouvoir d'un coup d'ceil se faire une idée assez juste de la zoochorographie comparée de notre faune pseudo-nevroptérologique, par rapport à la grande famille des Odona- tes. Dans le tableau synoptique de la distribution geographique je meis devant chaque espêce le nom de celui qui le premier [a indiquée en Portugal. 1 |] faut ajouter aux espêces portugaises signalées par Selys dans la liste p. 279 (Rev. des Odon.) les 2 espêces indiquées p. 396 (id.) et la L. virens, p. 158 (id.). 102 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS TABLEAU SYNOPTIQUE De la distribution géographique des «Odonates» du Portugal Abreviations: — (º) espéces d'Occ. qu'on trouve en Angleterre — (") rare — (1) lo- cale — (=) méridionale. ESSES EuroPE EspcES E É E Edo Ê seas eee BIEls|s|E|S]S Slalêlalol AB=. sm Segundo a lei de Mariotte, e se o mercurio não fosse pesado ter- se-hia Sos () Ora se considerarmos a pressão correspondente à columna de mer- A C curio E ter-se-ha 2P+ E (8) PHYSICAS E NATURAES 1143 > (0) Pq É c Isto significa que para reduzir a > o volume do ar existente no sl tubo fig. 3, é preciso não só exercer a pressão de 2 atmospheras 2P sobre . E : AMO ; o nivel do mercurio na capsula, mas tambem a pressão on equivalente à altura de mercurio que equilibra essa pressão e se eleva no tubo para reduzir a metade o volume de ar. Quando o volume do ar estivesse reduzido a o a pressão equi- valente seria expressa da seguinte fôrma: 2 (6) pon a ta di (7) Á reducção do volume = corresponderia a seguinte expressão. 3 (c) (o 4) JORN. DE SCIENC. MATH. PHYS. E NAT.— N.º XXXIV. 114 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS E em geral quando o comprimento do tubo occupado pelo ar fôr €), UN) achar-se-ha (e) õ nP ne mana ar (9) Estabelecamos agora qual deva ser o comprimento x occupado pelo ar no manometro e que corresponda à pressão n P. Segundo a lei de Mariotte teremos n—4 Ê nP+ n ER (é nP (o) ) n ou (nr ! 0) E =nPa n d'onde Pet(n— 1)? =——— nº P ou c (n— 1) c? Esta formula muito simples exprime o comprimento do tubo ma- nometrico desde o vertice do tubo até ao nivel interior do mercurio, oceupado pelo ar sob uma pressão qualquer n P. Supponho P==760 millimetros. A formula (9) parece ser a mais simples de todas as que se teem apresentado para a graduação dos manometros de ar comprimido. Com- parando-as haverá logo occasião de o verificar. A expressão (q) nos permitte tambem estabelecer a difierença x'—a de comprimentos correspondentes a duas pressões de valores consecutivos nP e (n—1) P. Sejam Ano (n— 1) c? à Diga nºP (9) PHYSICAS E NATURAES 115 Subtrahindo a equação (.) da equação (4) virá 6 c? ii n-— MO pie poi CE P Ee gg Querendo attender a que o mercurio desce na capsula para subir no tubo manometrico, e que por consequencia o nivel primitivo, desde o qual até ao vertice do tubo se conta o comprimento d'este, se des- loca ter-se-ha de contar no tubo e em columna de mercurio mais esse deslocamento. Quando os niveis interna e externamente ao tubo coincidiam, 0 zero estava no ponto indicado na figura. Em virtude d'uma pressão qualquer nP o mercurio subiu até 50 por exemplo dentro do tubo, deve ter des- cido na capsula duma porção NM fig. 4, que estará para com a altura 50c como 72 quadrado do raio do tubo está para Rê—»? quadrado do raio da capsula menos quadrado do raio do tubo (para ter a secção da capsula na porção exterior ao tubo). 8x 116 JORNAL DÊ SCIENCIAS MATHEMATICAS NN r2 50 c Re—r? 2 Á relação — poder-se-ha chamar R. Fazendo reilexões perfeitamente identicas ás que estabelecemos no principio chegamos à expressão ap Sem) RO dee n ou Co in n 1) nP+ e para a pressão n P estabeleceremos em virtude da lei de Mariotte [h n P “no = = E ca nP+ — (ERR Ee] nPr=cP+ > cAFR— N n nºPa=nicP4-(n—1) (1+R)c? Rs nºPe4-(n— 1) (1+R) e? E ne c (n—1) (A+R) € E no E nº P Agora confrontando a formula (9) com as formulas apresentadas nos tratados de physica, poder-se-ha reconhecer qual entre todas é a mais simples e dá por isso mais promptamente o valor de x. As formulas estabelecidas n'este trabalho são: sem correcção com correcção c (n— 1) e? c (n—1) (1+R)c T=>— +Dlwl— e g=— + LE nº P n nºP PHYSICAS E NATURAES 1147 Jamin faz o calculo procurando a quantidade x de mercurio ele- vado no tubo, e attende logo à variabilidade de nivel do mercurio na - capsula. A quantidade y de que o mercurio baixa na capsula é expressa na formula: 2 e representando —— E k | 760 * Rr? a equação final é = ln + kh VR] «==columna de mereurio. h==760 millimetros. n==numero de pressões ou atmospheras, Só convém para x o valor correspondente à raiz negativa. Daguin procura tambem conhecer a altura a que o mercurio se eleva no tubo, Estabelece a formula correcta RO —s so LUA) + E VIU) + nf A TT 41) (1 76)] k==Relação entre as secções do tubo e da capsula. |== Comprimento total do tubo. n==numero d'atmospheras. É o valor correspondente ao signal-— do radical o unico que con- vem. Boutan e Almeida determinam a altura x a que o mercurio se eleva no tubo e estabelecem as seguintes formulas Ando Vd—a H)2-+41H 2 |= comprimento do tubo. n==numero d'atmospheras. H=760. 118 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS e com a correcção que deriva d'attender-se ao abaixamento do nivel do mercurio na capsula estabelece [H=(l—a) [(nH—a (A +r)] r==relação das secções da capsula e do tubo. Desains não attende ao deslocamento do nivel do mercurio na ca- psula e estabelece (MAH (20H (150,76) — + 2 E JON Ia an Ganot calcula a altura do mercurio elevado no tubo; primeiramente suppondo fixo o nivel na capsula chega às formulas (FA) AV (FHh2— 4h (F— 76) |— 7 9 PAD V(PRI Sah (P 76) soe o O, dl x! A segunda formula é a unica que satisfaz a questão. F==pressão d'um numero qualquer d'atmospheras cujo effeito se pre- tende conhecer no manometro. h==volume do tubo occupado pelo ar interior à pressão de 76 cen- timetras. Fazendo as correcções a que nos temos referido dá o seguinte valor. po (Rtr)a 16 id R? h—a R==raio da capsula. r==raio do tubo. f=tensão do ar no tubo à pressão F. Fernet calcula os comprimentos do tubo ocenpados pelo ar às dif- ferentes pressões. == 16: H==Pressão que se estuda==n h. «==volume d'ar correspondente a H. PHYSICAS E NATURAES 1149 o] Jam A raiz negativa não convem à solução. Fazendo as correcções de niveis virá Ses + (11 E ano Equação de que a raiz positiva é a que convém ao problema. Do confronto ficará decedido qual é a mais simples de todas as formulas. A formula geral (y) mostra uma particularidade muito interessante: Os manometros d'ar comprimido podem ser empregados na determi- “nação da densidade dos liquidos. Havendo dois manometros encerrando liquidos differentes, estes sob a influencia da mesma pressão subirão a alturas differentes. Estabeleceu-se a formula (e) ap (n—1)c? 46 es no nº P Substituindo o mercurio no manometro por um outro liquido d vezes menos denso do que elle o gs do ar existente no tubo ficaria reduzido a (n— e 4 n OS DR x! == ou ou. 1 nibainilio TE TRE Lo nP(ng—o) — (n—le te — nP(na'—e) 2 Oz 120 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Com o fim de determinar a densidade dos liquidos, por meio do manometro d'ar comprimido, não se pode empregar um só apparelho, é preciso conjunctamente um manometro de mercurio sujeito à mesma pressão para indicar o valor desta. Dever-se-hão pois empregar dois tubos mergulhados nas suas res- pectivas capsulas. Estas hão de ser envolvidas por um cylindro com- mum no interior do qual se move um embolo. Uma das capsulas conterá mercurio e a outra o liquido de que se quer conhecer a densidade. A pressão exercida pelo embolo sobre o ar contido no cylindro, e por tanto sobre os liquidos contidos nas ao fará subir estes li- quidos nos tubos a alturas differentes. Attendendo à formula anterior ou compara as alturas, poder- se-ha deduzir a relação das densidades do mercurio e do liquido em questão, e que pode ser expressa pela formula d ni— d' ng! —c d==densidade do mercurio. d'== densidade do outro liquido. a ==comprimento occupado pelo ar no caso do mercurio. x'==para 0 outro liquido. Ao lado da balança hydrostatica, do areometro de Fahrenheit, do methodo do frasco, dos vasos communicantes, do novo densimetro de Virgilio Machado e da balança densimetrica, o methodo manometrico po- derá ser empregado para determinar a densidade dos liquidos. Se não é pratico é pelo menos muito curioso sob o ponto de vista especulativo. Alguns pontos relativos às correcções rigorosas dos niveis na ca- psula e no tubo farão objecto de outra memoria. Queluz, 6 de abril de 1882. PREÇO DESTE NUM. — 400 rs. Acha-se à venda:— Na imprensa da Academia Lisboa — LIVRARIA BERTRAND & C.º SUCCESSORES CARVALHO & C.? Coimbra — LIVRARIA ACADEMICA Braga — LIVRARIA INTERNACIONAL DE E. CHARDRON A correspondencia deve ser dirigida, franca de porte, à Redacção do Jornal de Sciencias Mathematicas, Phy- sicas e Naturaes, na Academia Real das Sciencias de Lis- boa, rua do Arco (a Jesus). p ad ) s Z CSM ed JORNAL | | HF cw exe ÉS I | SOIEN CIAS MATHENATICAS: | O MISCASE NATURAIS blicado sob. 0s auspícios ER A ACADEMIA REAL DAS SCIENDIS DE LISBOA NUM. XXXV.—MAIO DE 18385 LISBOA TYPOGRAPHIA DA ACADEMIA 1883 Ro INDEX ZOOLOGIA : 4. Contribuitions à la faune malacologique du Portu- “ gal—par José da Silva e Castro ....... ERR CHIMICA: 1. Les laboratoires et [enseignement pratique de la chimie—par R. D. Silva....ccccc... cc... EA COMMUNICAÇÕES DA SECÇÃO DOS TRABALHOS GEOLOGICOS : 1. Considerações ácerca dos estudos geologicos em Portugal —por J. F. Nery Delgado... ........ 2. Anomalias opticas de crystaes tesseraes — por Al- jredo iBen:Saudes. cs Citado ns HYycIENE: 1. Parecer ácerca da nota do Sr. D. Antonio d'Al- meida, intitulada «Remedio preventivo contra o impaludismo» —por A. M. Barbosa.......... Remedio preventivo contra o impaludismo — por D. Antonio de Almeida. ...... ce... Rectificação à «Memoria ácerca da constituição da gly- cerina em alcool propylico normal» inserida no numero xxxm do Jornal de Sciencias Mathema- ticas Physicas e Naturaes, de Lisboa — por Ro- berto Duarte Sumare Ne as ci ae ro or ra E 124 153 159 172 202 206 PHYSICAS E NATURAFRS 124 ZOOLOGIA 1, Contributions à la faune malacologique du Portugal PAR | JOSE DA SILVA E CASTRO $1 Anodontes du Portugal Les anodontes, que nous allons signaler ou décrire, sont, d'aprês Pétat de nos connaissances actuelles, au nombre de 29 espêéces de 13 groupes différents. Bien que ce nombre paraisse élevé, nous sommes convaincus que ce chifire sera doublé dans quelques années d'ici, lors- que notre pays, qui n'a jamais été exploré en conscience, sera mieux étudié au point de vue malacologique. Voici le tableau des anodontes portugaises: VENTRICOSIANA. Anodonta gallica, Bourguignai. — Henriquesi, sp. nov. — — Charpyi, Dupuy. — fragillima, var. acyrta, Bowurquignat. CyGNZANA. — Paulinoi, sp. nov. — oblonga, Miltet. — ranarum, Morelet. JORN. DE SCIENC. MATH. PHYS. E NAT. N.º XXXV. 9 1929 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS REGULARISIANA. MACILENTIANA. PoNDEROSIANA. PLATTENICIANA. LUSITANIANA. WESTERLUNDIANA. AREALIANA. SPENGLERIANA. PICARDIANA. LETOURNEUXIANA. MILLETIANA. Anodonta regularis, Morelet. subregularis, sp. nov. Silvai, Bourguignat. Giraldesi, sp. nov. Alleniana, id. macilenta, Morelet. embiella, Hagenmiiller. Bofilliana, Bourguignat. Machadoiana, sp. nov. Capelloiana, id. Bocageana, sp. nov. lusitana, Morelet. Carvalhoi, sp. nov. tamegana, id. Mengoiana, sp. nov. Barbosana, id. specialis, id. codopsis, Servain. Wenceslai, sp. nov. Rosai, sp. nov. Ribeiroiana, sp. nov. Lusoiana, sp. nov. PHYSICAS E NATURAES 123 Venfricosiana Anodonta gallica, Bourguignat, mater. moll. acéph. syst. Eu- rop. 1, p. 123, 1881. Échantillons bien caractérisés recueillis dans les fossés (Vallas) de Foja, prês de Montemor, vallée du Mondego. Anodonta Henriquesi, Castro. Cette espêce, voisine de la gallica, est caractérisér par une crois- sance à siries sensiblement ellipsoides; par une convéxité bien régulitre, três accusée, et dont le maximum assez rapproché des sommeis est moins distant da bord antérieur que de Vextrêmité rostrale; par son arête dorsale três êmoussée et un tant so peu arquée-concave; par sa région antérieure décurrente à la base; et par son bord inférieur bien cintré- convesxe jusquau rostre; d'ou il résulte que ce rostre semble, par suite de la convêxitê inférieure, lêgêrement remontant. L'Henriquesi differe de la gallica: Par sa taille moindre; par sa convexitê exactement bombée regu- ligre des sommets à la base de la perpendiculaire, et dont le maximum est plus distant du rostre que du bord antérieur (chez la gallica le maximum est à égale distance des extrêmités antérieure et postérieure; de plus cette convêxité ofire, dans sa partie antérieure, une sorte de méplan-convexe due à Vinfluence de la sinuosité du bord inférieur, qui se fait sentir jusque là); par ces lignes d'accroissement bien cintrées tout en étant un peu ellipsoides (ces lignes chez la gallica sont de forme toute différente); par son arête dorsale un tant soit peu cintrée-concave, non saillante; par sa région antérieure assez fortement décurrente à la base, ce qui n'a pas lieu chez la gallica; par son bord inférieur, non sinué mais exactement convexe-arrondi dans toute son étendue (celui de la gallica est rectiligne avec une légêre sinuosité médiane); etc., etc. Long. max..... anotada MN ad E ATOR Ad 135 mill. Haut as lt SRU A dad AB Pop Epaiss. max. (à 33 des sommets, 80 du ros- tre, 54 du bord antérieur, 43 de Vangle postéro-dorsal et dela base dela perpend.). 47 » o % 124 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Long. de la crête ligam. dors. des sommets à Vangle postéro-dorsal..... Ms sro up nl, Distance de cet angle au rostre............ 59 » Corde apico-rostrale. .......... E ato er SARRO O CANO Haut: de la perpendiculaine- CR RR 70» Dist. de la perpend. au bord antérieur..... 41 » » du même point de la perpend. au ros- Ren ci à alo roi fest so e TO ooo fa tao ea PN AN RO LA TUR E » enfin de la base de la perpend. à Pangle postéro-dorsale se ea carro en o oie CEPIS E D'aprês ces mesures, on remarquera que le maximum de la hau- teur ne coincide pas avec la perpendiculare, il se trouve situé à 34 mill. en arriére de cette ligne. Chez la galhca la hauteur maximum est la même que celle de la perpendiculaire, bien que cette hauteur soit prise presque au niveau de Vangle postéro-dorsale, à 55 mill. en arritre de la perpendiculaire. Ce caractêre résulte du parallélisme sur une assez grande longueur des bords supérieur et inféricur. Chez VIHenriquesi, par suite de la décurrance antérieure et de la convexité du bord infé- riéur, il n'y a pas Pombre de parallélisme. Coqg. à valves assez épaisses, pourvue d'un três faible entrebaille- ment s'étendant depuis le sommet de la région antérieure jusqu'à la moitié du contour inférieur. Bord supérieur réctiligne jusqu'à Vangle postéro-dorsal, (qui est três obtus émoussé), puis ofirant une descente un tant soit peu concave jusqu'au rostre. Région antéricure peu développée, arrondie et décur- rente. Bord inféricur régulitrement arqué-cintré jusqu'au rostre. Ré- gion postérieure plus du double plus allongée que Pantérieure, s'amin- cissant réguligrement et se terminant par une partie rostrale obtuse, arrondie, un tant soit peu subtroncatulée et ofirant une tendance plu- tôt remontante qu'horisontale (ce caractêre est du à la convexité du bord inférieur). Sommets convexes, três obtus, non saillants (excoriés). Arête dor- sale non proéêminente, três émoussée laissant percevoir néamoins deux légers sillons, qui viennent aboutir à.la partie supérieure du rostre. Crête dorsale exigue, non amincie, ni ailée. Stries d'accroissement subellipsoides, convexes dans le sens du contour inférieur, plus ou moins saillantes, çã et là liratiformes, feuille- tées seulement vers le rostre et sur la région de la crête dorsale. Epi- derme d'un marron noir-olivâtre avec des zones plus foncées et passant PHYSICAS E NATURAES 125 à une teinte marron-rougeátre vers les sommets. Intérieur d'une nacre blanche-jaunacée peu irisée. Ligaments: antéro-interne filiforme; postérieur fort, saillant. Lu- . nule allongée, subtriangulaire. Cette anodonte, que nous nous faisons un plaisir de dédier à no- tre ami le savant professeur, directeur du Jardin Botanique de Coim- bre, le dr. Julio A. Henriques, a été recueillie dans la vallée du Mon- dego dans les vallas de Foja. Anodonta Charpyi, Dupuy, in DonranienAt. mater. moll. aceph. syst. Europ. 1, p. 127, 1881. Echantillons peu abondants et assez mal caractérisées. Vallas de Foja. Anodonta fragillima, var. acyrta, Bourguignat, mater. moll. acéph. syst. Europ. 1, p. 150, 1881. Du Mondego aux environs de Coimbre, ou elle a été découverte par notre ami J. M. Rosa de Carvalho, et des Vallas de Foja. Nous n'avons pu obtenir jusqu'à prêsent que des individus non adultes et peu typiques. E Cyonwana Anrodonta Paulinoi, Castro. Petite espéce remarquable par sa forme allongée, à bords supérieur et inféricur presque parallêles, et, par sa convexité à eégale distance des extrémités antérieure et postérieure, et à peu prês centrale entre les sommets, "angle postéro-dorsal et la base de la perpendiculaire. E on Sn a 92 mil. Elena Anna bieo ar 6 RDI pa 474» Épaiss. max. (à 29 des sommets, 46 du ros- tre et du bord antérieur, 26 de VPangle postéro-dorsal et 28 de la base de la per- penais da E Sd E» Long. de la crête ligam. dors. des sommets a Panolemostero-dornsalbm 32 FEM 38º» Dist. de! cer anele law rosire! es RR | Ri 126 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Corde apico-rostrale......... esteio CIMO fas 72. mill. Haut. de la perpendiculaire.............. 45.» Dist. de la perpend. au bord antérieur.... 28 » » du même point de la perpend. au ros- re SPpesfefo bre qto Epi EO ator arte do Ato 65 » » enfin, de la base de la perpend. à [an- gle postéro-dorsal................. Do ut On remarquera que, chez cette anodonte, la longueur de la crête dorsale est presque aussi êtendue que celle de Vangle au rostre. Coq. allongée, relativement bien ventrue, à valves assez minces ofirant seulement un três faible entrebaillement dans son contour an- téro-inférieur. Bord supérieur réctiligne jusqu'à Vangle, puis descendant ensuite sur le rostre en présentant, d'abord une légêre concavité, ensuite un contour convexe três prononcé. Région antérieure réguligrement arron- die. Bord inférieur faiblement arquê, remontant à son extrémité vers le rostre. Region postérieure allongée, augmentant fort peu en hauteur, prês de deux fois et demie plus longue que Pantérieure, allant en s'atté- nuant à partir du niveau de Fangle postéro dorsal en un rostre arron- di, obtus et sensiblement inféricur, bien que regardant dans le sens “ horisontal. Sommets (excoriés) relativement ventrus et assez saillants. Arête dorsale confondue dans la convexitê, sans marque apparente qu'une large radiation d'un vert-noir três foncê. Crête comprimée. Stries lisses sur la partie ventrale, feuilletêes sur tout le reste des valves, notamment en avant. Epiderme sombre, peu brillant, d'un ton batard jaunacé tirant sur le vert-livide, plus clair vers les sommets, et plus foncé vers les contours, surtout sur les régions de la crête et de Varête, ou il prend un ton d'un noir-vert três intense. Nacre intérieure irisée d'un ton blanc-bleuacé. Ligaments: antéro-interne filiforme; postérieur médiocre, à moitié symphynoté. Lunule étroite, allongée. Charniêre ondulée, à région car- dinale nulle, absorvée par le ligament antéro-interne. Cette espêce, dédiée à notre ami le dr. M. Paulino d'Oliveira, vit dans la Leça, prês de Porto. Anodonta oblonga, Millet, in Mem. soc. agric. Angers 4, (3º livr. 1833), p. 242, pl. xm, fig. 1, et Bourguignat, mater. moll. acéph, 1, p. 146, 18814. py PHYSICAS E NATURAES 127 Vallée du Mondego. Nous Pavons reçu des vallas do Rol et des vallas de Foja. Anodonta ranarum, Morelet, moll. Port., p. 104, pl. xr, fig. 2, 1845. Affluents de la Guadiana, entre Mertola et Castro-Verde, (Morelet). Regularisiana Les anodontes de ce groupe, qui, jusqu'ã présent, semblent spé- ciales au Poriugal, sont au nombre de cinq. Ces espêces sont, toutes, recouvertes d'un épiderme brillant, d'une belle teinte noire tirant tantôt sur le rouge tantôt sur le vert-olivátre. Les valves, ordinairement assez épaisses en avant, offrent un entrebaillement sensiblement ouvert sur toute Vétendue du contour antérieur. Nous avons placé ces espéces dans un groupe à part, parce que toutes, bien que distinctes les unes des autres, ont un air de parenté qu'on ne saurait méconnaitre. C'est êgalement Pavis de notre savant ami M. Bourguignat, que nous avons consultê à ce sujet, quoique jadis en 1881, alors qu'il ne connaissait pas nos séries portugaises, il est placé la regularis dans le groupe des ventricosiana. Anodonta regularis, Morelet, Moll. Port. p. 100, pl. x, 1845. M. Morelet signale cette espece dans les marais formés par la Ta- mega pres de Chaves. Bien que nous ayons reçu des environs de cette localité des quantitês d'anodontes, nous n'avons pu découvrir une seule regularis parmi elles; en revanche, nous Vavons trouvée en abondance dans la vallée du Mondego, ou elle vit dans les vallas de Foja. La regularis possede un épiderme brillant d'un beau noir-rougeá- tre. Cette coloration est três bien re udue sur la planche x de Vouvrage de M. Morelet, qui, malgrê cela, das sa description, lui attribue une coloration noire: verdátre. Anodonta subregularis, Cast, ro. Pour faire bien comprendre les c; iractêres qui distinguent cette nouvelle forme de la regularis, nous so mmes forcés de rappeler, en guelques mots, ceux de Vespêce de M. à forelet. D'aprês la description et Ja figure à '€ la regulanis, cette espêce 128 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS s d'une taille de 100 à 125 mill. de longueur, sur 66 de hauteur (la fi- gure accuse 116 de long. sur 64 de haut.), est caractérisée par une forme ovale-oblongue, à bords supérieur et inférieur réguliêrement et presque aussi convexes l'un que Pautre. Les sommets, três antérieurs, sont três obtus, d'une protubérance arrondie peu accentuée; enfin, Varête dorsale (que M. Morelet appelle carêne transversale) est si obtuse, qu'elle se confond dans la convexité générale, convexitê bien réguliêre. Chez la forme, que nous distinguons sous le nom de subregularis, la coquille est de taille plus grande (long. 145, haut. 71, épaiss. 49 mill.); les valves sont plus pésantes et notablement plus épaisses en avant, avec un entrebaillement plus ouvert. Mais les caractêres différentiels tes plus saillants sont les suivants: 1.º le bord supérieur est plus rectiligne; 2.º Varête dorsale est fortement prononcée, surtout sur la région “ombonale, ou Von remarque même un sillon supérieur qui la limite de celle de la crête dorsale, qui est un peu plus dilatée et sensiblement comprimée. | 3.º les sommets moins antérieurs, plus médians, sont três renflés et bien protubérants. Ce renflement des sommeis done à la région ombonale une convexité tres forte, tout différente de celle de la regu- laris. Chez cette anodonte, le maximum de la convexité, est presque central, et cette convexité à partir du point maximum, s'attênue en dos d'âne d'une façon obtuse et d'une maniêre presque aussi réguliêre vers tous ses contours. Chez notre subregularis, par suite de la protubé- rance des sommets et du grand renflement de la région ombonale, le maximum se trouve assez voisin des sommets. Il résulte de là que ja convexité descend sur tout le contour supérieur d'une façon plus brus- que, et sur tout le contour inférieur d'une maniêre *moins rapide, par cela même que la distance du bord inférieur au point maximum est plus grande. Cette modification dans la convexité, par suite du renflement des sommets, qui sont plus médians, apporte, chez cette espéce, un tel changement dans son aspect, que nous nous croyons suffisamment au- torisês à la distinguer sous un nom spêcial, suivant les principes de la nouvelle methode. La subregularis vit dans la vallée du Mondego, dans les vallas de Foja. Anodonta Silvai, Bourguignat, 1882. Cette anodonte, à laquelle M. Bourguignat a bien voulu attribuer PHYSICAS E NATURAES 129 un de mes noms, provient du Mondego prês de Coimbre. Elle est três dissemblable des deux précédentes. Les sommets, moins obtus, sont un peu plus proêminents; son arête dorsale est fortement accentuée; la région de la crête est plus développée et sensiblement comprimêée, notamment vers Vangle postéro- dorsal: la convexité n'est pas réguliêre, elle se fait sentir principalement vers la ligne de Varête, et son maximum se trouve assez rapproché des sommets (30 mill.) et de angle postéro-dorsal (33 mill.); nêamoins, cette convexité ne descend pas d'une façon brusque sur le contour su- périeur, par suite du développement de la crête. Les valves, chez cette espêce, sont relativement pésantes, épais- ses, surtout en avant, et offrent deux entrebaillements, dont Fun três ouvert sur tout le contour anterieur, et Vautre entre le rostre et Vangle postéro-dorsal. Nous connaissons de cette espêce, une variété maxima, êgalement du Mondego, qui atteint 156 mill. de longueur sur 86 de hauteur et ô2 d'épaisseur, mais la forme la plus constante offre les proportions suivants: Long. max.. REZA OT RE co a 127 mil. Haut. max.. E BR UNO A AR TR Épaiss. max. 30 des sommets, 71 a rOS- tre, 58 du bord antér., 33 de Fangle pos- téro-dorsal, et 42 de la base de la per- pend.) stage pl do DR O DS ppa yo Long. de la crête ligam. qe des sommets à Vangle postéro-dorsal............ ERES DO AS O) Biste-dercel! anglenamirostres us Longos 3,4:60410» Conde; apico-rostrales 4. suaiaa ima sitio nl OB Haut. del la perpend. Lc Apso ro ARO lead Dist. de la perpend. au bord antér......... 414 » » du même point de la perpend. au rostre. 86 » e» enfin, de la base de la perpend. à Pangle postero: dorsal a ae 14º» Bord supêérieur légêrement incliné rectiligne, puis, à partir de Van- gle, descendant presque en ligne droite sur le rostre. Région antérieure assez développée, bien ronde. Bord inférieur subconvexe descendant jusqu'au niveau de la verticale tirée de Pextrêmité du ligament, puis légêrement convexe-ascendant en remontant vers le rostre. Région pos- 130 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS téricure (un peu plus de deux fois plus longue que Vantérieure) allant en se dilatant en hauteur jusqu'au niveau de Vangle, puis s'attênuant pour se terminer par un rostre obtus, arrondi (néamoins un tant soit peu subanguleux), et assez inférieur. Sommets (excoriês) ventrus, peu saillants, malgré tout assez bom- bês. Arête dorsale prononcée vers les sommets, puis se confondant peu à peu dans la convexité, et ne se laissant plus percevoir que par une zone verte foncée, limitée par deux obscurs sillons, dont Pun aboutit à la partie inférieure du rostre, et Pautre à sa partie supérieure. Crête dorsale comprimée et recouvrant le ligament. Stries attênuées sur la convexitê, plus ou moins saillantes vers les contours, oú elles deviennent feuilletées. Epiderme brillant, d'un marron-olivâtre ou terre de sienne-brulée, passant au rouge-brique sur les sommets, et dêcorê, en outre, de radiations vertes, peu accentuêes, sauf sur la régiun supéro-postérieure, ou elles deviennent fort larges et três foncées. Intérieur d'une nacre blanche irisée. Ligaments: antéro-interne volumineux; posiéricur médiocre et sym- phynotêé. Eunule petite allongée, à contonr mal défini. Charniêre ondu- lée, assez puissante, avec une saillie lamelliforme à la région cardinale. Ancdonta Giraldesi, Castro. Cette espêce, que, dans le premier moment, nous avions placée parmi les Pepressianga, en raison de sa forme aplatie, est, néamoins, une coquiile qui, par sa coloration et "ensemble général de ses signes distinctifs, doit rentrer dans le groupe de la regularis. La Giraldesi est une anodonte três brillante, d'une belle coloration, d'une forme oblongue relativement aplatie, à convexitê comprimée, ce- pendant réguliêre, et, offrant deux entrebaillements bien ouverts, s'êten- dant Pun sur tout le contour antérieur, autre entre le rostre et Pan- gle postéro-dorsal. Chez cette espêce, comme chez les précédentes, les valves sont sensiblement plus épaisses en avant qu'en arriêre. Long: max fa E SA ato a tob oo o APRE Ja REDOR MD. e RR 2 COMBA O 5 Epaiss. max. (á 29 des sommets, 61 du ros- tre, 55 du bord antérieur, 28 de VPangle postéro-dorsal, et 44 de la base de la per- pendajia cas RO e a aieia (o SERIO PHYSICAS E NATURAES 131 Long. de la crête ligam. dors. des sommets à Vangle postéro-dorsal......... Ee CR RO ado Dist. de cet angle au rostre........ ERES dd » Gorde apico-rostrale; aaja uia na asilo E 89 » Hanto dela perpendis PANRIRI 60 » Dist. de la perpend. au bord antérieur..... 37 » » du même pointde la perpend. au rostre. 79 » » enfin, de la base de la perpend. à Van- sie! postero-dorsal. «1. UA na 68 » Bord supérieur rectiligne un tant soit peu incliné jusqu'à Vangle, puis descendant en ligne droite sur le rostre. Région antérieure arron- die, décurrente. Bord inférieur réguligrement cintrê dans toute son étendue. Région postérieure, un peu plus de deux fois plus longue que Vantérieure, s'attênuant réguligrement en une partie rostrale arrondie, assez exigiie. Sommets (excoriés) obtus, faiblement ventrus. Arête dorsale con- fondue dans la convexitê ne se laissant percevoir que par deux belles bandes d'un vert-noirátre. Crête dorsale comprimêe, recouvrant le li- gament. Stries émoussêes sur Ja région centrale, plus fortes vers les con- tours, ou elles deviennent feuilletées. Epiderme três brillant, d'une sa- perbe coloration, d'abord marron-rougeátre aux sommets, puis d'un marron-brunátre vers la partie centrale avec une large zone concentri- que d'un beau vert-noir, enfin, vers les contours, den jaune foncé sil- loné de zones plus claires. Intérieur d'une nacre blanche un peu matte antérieurement, bien irisée postérieurement avec des taches livides. Ligaments: antéro-interne três-allongê, filiforme; postéricur sym- phynoté, péu volumineux. Lunule allongée, subquadrangulaire. Char- niêre légêrement ondulée, à régions: cardinale nulle, laterale encrassée. La Giraldesi, que nous dédions à M. le Dr. Albino Giraldes a été recueillie dans le Mondego. Anodonta Alleniana, Castro. Cette espêce à laquelle nous attribuons le nom de notre savant et honorê ami M. Eduardo A. Allen, est une forme écourtée, à région pos- térieure peu développée, puisqu'elle ne dépasse pas deux fois Vanté- rieure, et, relativement, três haute (58 miil.) pour sa longuear (94 mill.) ce qui lui donne un aspect oval-subarrondi. 139 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Les valves sont minces, sauf en avant et surtout vers le bord an- téro-palléal, ou elles sont três-épaisses. Extérieurement, cette espêce offre la riche coloration de toutes les Regularisiana; intéricurement, elle est nacrée d'une belle nuance violacée. Les entrebaillements sont fort pen entrouverts. C'est sans contredit, la forme du groupe, ou ils sont le moins accentuês. Long. max. oo DA Na e ore feia 94 mill. Elaut. max Nas a E o ES) 0) tre et du bord antérieur, 25 de Pangle pos- téro-dorsal, et 39 de la base de la perpend.). 32.» Long. de la crêie ligam. dors. des sommets à Vangle, postéro-dorsal. 5. « sie esse jota cio CURI Dist. de;cet angle; au rostre.. aja dei AREA O Conde apico-rostrale: Ce Pe» Haut. delas perpendicalaires ais. ei ao DDD Dist. de la perpend. au bord antér......... 33.» » du même point de la perpend. au rostre. 63 » » enfin, de la base de la perpend. à [Pan- ale; postéro-doncali do área je dotes o) ao jistono tono Do el E DO Bord supérieur faiblement arquê jusqu'à Vangle, puis descendant d'une façon à peu prês rectiligne jusqu'au rostre. Rêgion antérieure re- lativement peu haute, fortement décurrente à la base. Bord inférieur descendant, tout en étant réguligrement convexe, jusqu'au niveau de la ligne (à 22 mill. en arriêre de la perpend.) de la plus grande hau- teur, ensuite s'arrondissant en remontant vers le rostre. Région posté- rieure três dêveloppée en hauteur, par contre três écourtée, n'êgalant pas deux fois la longueur de Vantérieure, terminêe par une large partie rostrale três obtuse, de forme ovalaire. Sommets (excoriês) três obtus, peu renflés. Crête dorsale non pro- noncée, confondue dans la déclivité de la convexité sur la région de la crête, qui se trouve un peu comprimée vers Pangle postéro-dorsal. Stries três fines sur la région ombonale, devenant ensuite de plus en plus fortes, et finissant par se montrer feuilletées vers les contours. Epiderme brillant, d'une belle teinte noire-rougeátre, avec des zones verdâtres ou d'un ton jaune três foncé. Intérieur d'une belle nacre vio- lacée, avec des taches livides vers les sommets. Ligaments: antéro-interne lamelleux, três mince, se terminant brus- “e PHYSICAS E NATURAES 133 quement un peu en arriêre des crochets; postéricur presque entiérement symphynoté, assez délicat. Lunule allongée. Régions: latérale de la char- niêre robuste, cardinale nulle. Cette anodonte vit aux environs de Chaves dans la Tamega. Macilentiana A Pexception de deux espêces, les telmeca et maganica, qui vien- nent d'étre découvertes par M. le Dr. Georges Servain aux environs de Francfort, toutes les autres de ce groupe sont du centre hispanique, d'ou elles ont rayonnê aussi bien au sud de la France que dans le nord de PAfrique. Ces espêces sont: submacilenta (France et Espagne); Castropsis et Penchinati (France); Martorelh, viriata, melinia et Castroi (Espagne); enfim embia, embielia et Lucasi (Algérie). En Portugal, les Macilentiana sont représentées d'abord par le type du groupe, ensuite par une forme algérienne. Anodonta macilenta, Morelet, moll. Port. p. 102, pl. xt, fig. 1, 1845. Abondante à 4 kilometres de Coimbre, dans la Valla da Geria, plaine du Mondego (Morelet). Anodonta embiella, Hagenmiiller, mss. 1881. Cette espêce se distingue de Vembia, figurée dans la Malacologie do VAlgérie (tome 2, pl. xxv, fig. 1-4), par sa taille moindre, par sa forme moins allongée, même un tant soit peu subquadrangulaire, par sa convexité moins forte dans toute la région ombonale, par sa hauteur relativement grande (60 à 65 mill.) comparée à sa longueur (115 á 120 mill.), par sa région postérieure três êcourtée, par ses sommets moins bombêés, plus obtus, etc. | Chez Vembiella, la région de la crête, assez comprimêe, est três développée; le bord supérieur est rectiligne jusqu'à Vangle postéro-dor- sal, qui est bien accusé, et, à partir de cet angle, le contour descend d'une façon brusque et d'une maniêre rectiligne sur le rostre, qui est tout-à-fait inférieur. Chez Vembia (type fig. 1 de la pl. xxv), le bord supérieur forme: une courbe irrégulitre des sommets au rostre. L'embiella, que M. le Dr. Hagenmiiller à découvert dans le lac Oubeira, prês de la Calle (Algérie), vit, en Portugal, aux environs de Coimbre, oú elle a été recueillie par M. Rosa de Carvalho. & 134 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Ponderosiana Les trois Ponderosiana, jusqu'à présent connues dans notre pays, sont de médiocre taille: une se rapproche par sa forme três bombée de la Mabili, les deux autres de la Gueretini. Anocdonta Bofilliana, Bourguignat, in sched. 1882. Cette espêce, remarquable par la forte convexité des valves, no- tamment sur toute la région ombonale et même médiane, ainsi que par ses sommets volumineux proêninents et três ventrus, est une forme de taille moyenne, oblongue dans un sens-obliquement descendant. Ses valves d'une teinte sombre, sont fortement entrebaillées sur toute Véten- due des contours antérieur et inférieur, et entre le rostre et Pangle Bos: téro-dorsal. Long imaxo a Sa abafado Sn bin Haut: Ia xe tsas eo A AT CARO d4 > Epaiss. max. (à 24 des sommets, 47 du bord antérieur et du rostre, 26 de Vangle pos- téro-dorsal, et 35 de la base de la per- pend.) é feito ja fo ola [2 (o) a ato foto secas as ds. leao RR) Long. de la crête ligam. dors. des sand à Hanple mostero-dorsalit is A So Dist: de celanoleramw rostreise a SN Ay RD Corderapico-rostraler ss Ms à A SPartabRo 70 » Haut» dela perpendiculares e ou» Dist. de la perpend. au bord antér........ 35 » du même point de la perpend. au ros- À ERR ED RA DRE RAD Da cr 59 » » enfin, de Ta base de la perpend. à Van- oie: postero-dorsali tal Ms CR E (o D'aprês ces mesures, on remarquera que le maximum de la con- vexité (relativement excessive (37 mill.) pour la longueur), est juste à égale distance des extrêmitês antérieure et postérieure, et également presque aussi distant des sommets que de Pangle postéro-dorsal. Bord supérieur subrectiligne incliné jusqu'àã Pangle, puis, à partir de ce point, descendant d'une façon recto-oblique sur le rostre. Région PHYSICAS E NATURAIS 135 antérieure bien développée, arrondie, légêrement décurrente à la base. Bord inférieur faiblement convexe-descendant, et parallêle avec le su- périeur sur une êtendue de 29 mill. à partir de la perpendiculaire. Ré- gion postérieure peu allongée, un peu plus d'une fois et demie plus longue que Pantérieure, n'augmentant pas en hauteur, mais s'attênuant, à partir de Vextremité du ligament postérieur, pour se terminer par un rostre .obtus, arrondi et inférieur. Sommets (excoriês) três bombés, proéminents et três ventrus. Arête dorsale excessivement obtuse. Crête peu développée, légêrement comprimée vers angle. Stries émoussées sur toute la région ombonale, et se feuilletant de plus en plus aux abords des contovrs. Epiderme brillant, d'une belle teinte noire avec quelques zones ochracées ou verdátres. Intérieur d'une nacre bien irisée, d'un ton orangé, sauf vers Je bord palléal, ou elle est notablement épaisse. Ligaments: antéro interne lamelleux, absorbant toute la région car- dinale; postérieur fort, épais et saillant. Lunule allongée, peu pronon- . Goo. Cette anodonte que notre ami M, J. R. Bourguignat a désiré dé- dier au savant malacologiste de Barcelone, Bofill y Poch, vit dans la Tamega, prês de Chaves, ou elle semble assez rare. Anodonta Machadoiana, Castro. Espêce de forme ovoide-oblongue, à contour obtus, à valves três convexes, dont le maximum de la convexité est bien central. Chez la Bofilliana, bien que la convexitê soit à égale distance des extrêmités antérieure et postérieure, elle est plus rapprochée du bord supérieur que de Vinférieur. De plus, chez notre nouvelle espêce, les sommets, tout en étant ventrus, sont moins proéminents et moins renflés que ceux de la pré- cédente. L'angle postéro-dorsal est nul. La partie rostrale, plus large- ment arrondie, est moins inférieure. La région postérieure, à peine in- clinée descendante, s'allonge plutôt dans le sens transversal. Longsimax E sa Ra EAN OO UE Elauito nai aan io REM ça forca PO ORE Epaiss. max. (à 36 des sommets, 55 du ros- tre, 59 du bord antérieur; et 34 de Van- gle postéro-dorsal et de la base de la perpendi) RR nao E EAR 46 pr 136 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Long. de la crête ligam. dors. des sommets à Vangle: posteno:dorsalía oiofei to à fetono Ca O Dist. de cet: angle au rostreç. oe pio oa DB Corde apico-rostrale...... Sal etolta gh SUN 0 pa UNO ED DD Haut. de la perpendiculaire........ Sat o to UNO Dist. de la perpend. au bord antérieur.... 43 » » du même point de la perpend. au ros- LEG usaça jo o o ta a Cana O SRA O CAT AO Oo » enfin, de la base de la eai à Van- gle postéro-dorsal...... BRA deva a tao atteto MO DD Bord supérieur fortement arquê d'une façon réguliére dans toute son étendue. Région anterieure arrondie, relativement peu haute, mais, ên revanche, assez longue. Bord inféricur convexe tout en etant un tant soit peu descendant jusqu'à 27 mill. en arritre de la perpendi- culaire. puis remontant par une courbe parfaite vers le rostre. Région postérieure prês de deux fois plus longue que Vantérieure, allant en au- gmentant sensiblement en hauteur (ce qui n'a pas lieu chez la Bofil- liana), pour s'attênuer, à partir de 27 mill. en arriêre de la perpendi- culaire, en une large partie rostrale arrondie et três obtuse. Sommets (excoriés) três obtus, renflés. Arête dorsale tres émous- sée, confondue dans la convexité. Crête presque nulle. Stries fines sur Ja région ombonale, puis peu à peu accentuées et de plus en plus feuilletées aux abords des contours, ou le feuilletage est si serrê que les valves deviennent ternes et comme rugueuses. Epi- derme brillant seulement vers les sommets, prenant ensuite un ton mat d'une teinte noire uniforme tirant sur le rouge. a d'une belle nacre blanche, épaisse vers le contour antérieur, et asse z mince sur la partie postérieure, ou elle devient si irisée, quelle o, as Cclats me- talliques d'un beau vert-bleuátre. Ligamenis: antéro-interne, robuste, lamelleux, occupant toute Vépaisseur de la région cardinale; postéricur épais, assez court et à moitié recouvert, Cette espéce, qui a été découverte dans la Tamega prês de Cha- ves, est dédiée au savant botaniste portugais C. M. Gomes Machado. Anodonta Capelloiana, Castro. Cette anodonte, êgalement à contours três obtus, est une espêce une forme ovalaire dans une direction un peu moins transversale que ta précédente, mais au contraire assez sensiblement descendante. Ses PHYSICAS E NATURAES 137 “bords supérieur et inférieur, três convexes, sont aussi arqués Pun que Pautre. Sa convexité, régulitre, offre également un maximum presque central. Ses sommets sont plus obtus, moins renflés et fort peu proé- minents. La région ombonale est notablement moins ventrue que celle de la Machadoiana. La région postérieure m'augmente pas en hauteur en arriére de la perpendiculaire. La partie rostrale, tout en étant três émoussée et três obtuse, est, malgrê tout, moins largement arrondie et présente un semblant de rostre mieux défini. La région de la crête dorsale est plus étendue que celle de la Machadoiana, par contre, la distance de Vangle au rostre est moindre. En somme, cette anodonte est une espêce ovalaire (peu allongée), três haute pour sa longueur, à sommets três émoussés. à contours obtus presque partout subárrondis, à convexité régulitre (avec un maximum presque central) offrant des courbures à peu prês similaires sur toute Vétendue de sa circonférence. Eos ra aee DS ileso os: Eautainas e e So Po Mate di PE Gun» Epaiss. max. (à 35 des sommets, 56 du rostre 54 du bord antérieur, 35 de langle pos- téro-dorsal, et 37 de la base de la per- pendipr aa EA PE o DA Oo Long. de la crête ligam. dors. des msi à Hansleiposteéro-dorsal (Aa DS Dist dercelanole: aurosirenm mao E O Conde apico postrale ri Br Haut de la perpendiculaire.......... E O id Dist. de la perpend. au bord antér...... OD » du même point de la perpend. au ros- [RCR Ga os RUIDO a a SA aço SRI AD » enfin de la base de la perpend. à Fangle | postéro-dorsal....... Sp TO Bord supêrieur bien arquê-convexe, néanmoins à convexité un peu plus accentuée à partir de Vangle. Région antérieure exactement ronde. Bord inférieur régulitrement convexe. Région postérieure três obtuse, pas tout-à-fait deux fois aussi allongée que Pantérieure, s'attênuant en. une partie rostrale subarrondie. Sommets (excoriés) três obtu3, peu proéminents et médiocrement ventrus. Arête dorsale mal définie. Crête nulle. JORN. DE SCIENC. MATH. PHYS. E NAT.— N.º XXXV. 10 138 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Stries três prononcêes, três feuilletêes vers les contours. Epiderme brillant, d'un beau noir. Nacre intérieure assez épaisse, d'une belle teinte blanche, bien irisée. Ligaments: antéro-interne délicat, se poursuivant três loin en ar-= riêre des crochets; postéricur robuste et saillant. Lunule grande et trian= gulaire. Nous dédions cette anodonte, qui provient également de la Tamega, au savant ictyologiste portugais Felix de Brito Capello. Platteniciana Les espêces de ce groupe (Plattenica, Balatonça, Tihanyca, Tis- soti, Hydatina et aquatica) ont toutes étê trouvées par M. le Dr. Geor- ges Servain dans le grand lac Balaton, en Hongrie. Derniérement ce même malacologiste en a déconvert deux autres (Morini et ocnera) aux environs de Francfort. Dans notre pays, ce groupe est répresenté par Vesptce suivante: Anodonte Bocageana, Castro. Parmi les Platteniciana, ce sont les Tissoti et hydatina qui ofirent le plus de rapport avec notre nouvelle anodonte, qui, malgrê quelques signes de ressemblance, n'en demeure pas moins une espêce distinvte. Les franges de Vimpression palléale sont excessivement peu pro- noncées, néanmoins elles sont percéptibles. Cette impression palléale, de même que chez toutes les Platteniciana, est três distante du contour inférieur. Cette distance est méme si grande que ce caractére frappe de suite les regards. La Bocageana ne posséde qu'un seul entrebaillement assez ouvert entre Vangle postéro-dorsal et le rostre. Lions axe fu oo O SO a E Hawt:fmaxe o PRN LS a abafado OA POREM RA Epaiss. max. (à 20; des ne 394 du rostre, 39 du bord antérieur, 21 de ane gle postéro-dorsal, et 28 de la base de la perpenal) so lo ns Long. de la crête ligam. dors. des Summa à Vangle postéro-dorsal .. = 10/0000 280/00 PHYSICAS E NATURAES 139 Dist. de cet angle au rostre.............. 38 » Corde apico-rostrale..... SR A E LE Sep Haut. de la perpendiculaire...... EDP ES Dist. de la perpend. au bord ano 205 1» » du même point de la perpend. au ros- TCU Di ne TS a AR, O) » » enfin de la base de la o, à ie gleipostero- dorsal. crio o Gp D'aprês ces mensurations, on remarquera: que la convexitê, à égale distance (sauf ; mill.) entre le bord antérieur et le rostre, est plus rap- prochée des sommets et de Yangle postéro-dorsal que de la base de la perpendiculaire; enfin, que la hauteur maximum est três grande (46 mill.) pour sa longueur (77 mill.). Il résulte de ces caractêres que cette es- pêce, relativement três haute, est une forme ovalaire peu allongêe, et offre une convexité assez réguliêre, sauf entre arête dorsale et la crête, ou la convexité descend presque à pic. Bord supérieur lêégêrement arquê avec une dépression à Vextré- mité du ligament, puis descendant sur le rostre par un contour d'abord concave, ensuite convexe. Région antérieure bien développée, arrondie et dêcurrente à ia base. Bord inférieur convexe-descendant, puis remon- tant à son extrémité. Région postérieure, relativement courte (un peu plus d'une fois et demie plus longue que Vantérieure), allant en augmen- tant en hauteur jusqu'au niveau de la verticale tirée de Vextrêmité du ligament, s'attênuant ensuite, surtout: supérieurement, en un rostre obtus, subtroncatulé et inférieur. Sommets ventrus, paraissant três ridés, malgrê Pexcoriation. Arête dorsale accentuée, limitée à sa partie supérieure dans toute sa longueur par un sillon assez prononcê, qui la sépare de la région de la crête dorsale, qui est sensiblement comprimée. Stries d"aceroissement émoussées, ca et là plus saillantes, feuilletées seulement le long des contours. Epiderme brillant, d'un jaune-brique sur les sorimets, puis d'un brun-marror, avec une large zone verte sur la région ventrate, enfin, d'un jaune-olivâire vers les contours. Nacre intérieure três épaisse entre le bord inféricur'et Vimpression palléale, d'une teinte blanche iriste, avec un ton jaune-livide vers la région des sommets. Ligaments: antéro-interne feuilletê, filiforme; postéricur médiocre, a moitié symphynoté. Lunule allongée. irrégulitre. Charnitre simple, notablement épaisse. 10 s 140) JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Cette espêce, que nous dédions à M. Barboza du Bocage, vit aux environs de Coimbre, ou elle a êté découverte par M. Rosa de Car- valho. Lusitaniana Anodonta lusitana, Morelet, Moll. Port. p. 103, pl. xm, fig. 4, 1845. Affluents de la Guadiana, entre Mertola et Castro Verde, (Morelet). Westerlundiana Anodonta Carvalhoi, Castro. Cette anodonte qui ne peut être rapprochée que de loin des ny- cterina et ervica, est três remarquable par son arête dorsale três ven= true, fortement accentuée dans toute son étendue. C'est une forme oblongue dans une direction obliquement descendante de gauche à droite, à valves assez minces (souvent corrodées, comme chez les êchantillons de la Tamega), à peine entrebaillêes vers le contour antéro inférieur. Haut. max entro toledo root fee RA 56 » Epaiss. max. (à 28 des sommets, 47 du ros- tre, 49 du bord antérieur, 22 de Vangle postéro-dorsal, 32 de la base de la per- pendi)iea orago sta Ro o ni REDE Sh» Long. de la crête ligam. dors. des sommets à Vangle postéro-dorsal.......... ate sen SE RED Dist. de cet angle au TOStre. ..eie jose io copa 49 » Condejapico-rostrale:S cio tr 16 » Haut. de la perpendiculaire. ............. 51º » Dist. de la perpend. au bord antér......... 31 » » du même point de la perpend. au ros- ERC eai PR O A ado VMA SU SN A Sr 65 » » enfin de la base de la perpend. à Vangle postéro-dorsalet eis papos pre NR 55 >» PHYSICAS E NATURAES 1414 Bord supêérieur, légêrement arquê jusqu'à Vangle, puis descendant rapidement sur le rostre. Région antérieure arrondie, décurrente à la base. Bord inférieur faiblement convexe-descendant jusqu'a son extré- mité, ou il remonte par une courbe arrondie sur le rostre. Région pos- téricure un peu plus de deux fois plus longue que Vantérieure, oblon- gue dans une direction descendante, s'attênuant en une partie rostrale inférieure, regardant en bas et largement arrondie. Sommets ventrus (excoriês), assez proéminents, regardant sensi- blement en avant. Arête dorsale três saillante, surtout à la région ven- trale. Crête peu développée. Stries d'accroissement três délicates sur la convéxité, plus pronon- cées vers les contours, ou elles paraissent três feuilletées. Epiderme d'un beau brillant, d'une coloration jaunacée, radiée postérieurement de rayons verts passant au noir-vert-bouteille sv; toute la région située entre Varête et la crête dorsale. Intérieur d'une nacre blanche-bleuacée, assez irisée. . Ligaments: antero-interne robuste, bien lamelleux; postérieur mé- diocre, à peine symphynoté. Lunule três petite, subtriangulaire. Char- niêre ondulée, subtuberculiforme à la région cardinale, qui est presque nulle. Habite la Leça prês de Porto, ainsi que la Tamega prês de Mon- dim. Cette anodonte, à laquelle nous sommes heureux d'attribuer le nom de notre ancien ami José Maria Rosa de Carvalho, vient d'être décou- verte, en France, par le malacologiste Pechaud, dans riviére de Beau- replet prês de Saint Saulge (Niêvre). Anodonta tamegana, Castro. Espêce de médiocre taille, três haute pour sa longueur, de forme - êcourtée-ovalaire, à région postérieure inclinée-descendante, et à val- ves minces, toujours três corrodées, d'une teinte sombre, três peu en- trebaillées vers la base antéro-inférieure et entre Pangle et le rostre. E on A aee o DN RD aço 5 Ze Eautemax ss CEAR A DPS CNBB DAE QU REL JOÃO Epaiss. max. (à 16 des sommets, 46 du ros- tre, 36 du bord antérieur, 18 de Vangle postéro-dorsal, et 34 de la base de la perpend. ks usei dona ro eb tora ro va dae E O 1492 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Long. de la crête ligam. dors. des sommets à Vangle postéro-dorsal.............. 26 mill. Dist: ;de cet anolejau rosire-. Eloi are ofo nt op ARO Corde apico-rostrale........... ava oraepo a fo ça ad O EO Haut. de la perpendiculaire...... scg fo cioto Sea AE D Dist. de la perpend. au bord antérieur..... 28 » » du même point de la perpend. au rostre. 52 » » enfin de la base de la perpend. à Van- gle postéro-dorsal..... DERERLRP ad ASA D Le maximum de la convexité est três rapprochê des sommets et - de Vangle postéro-dorsal. La longueur de la crête est remarquablement courte, puisqu'elle n'a que 26 mill. Chez cette espêce, Parête est bien moins saillante que chez la Carvalhoi, et la descente entre Varête et la crête est bien moins brusque. Bord supérieur parfaitement arqué, presque rectiligne jusqu'a Fan- sle, puis recto-descendant sur le rostre. Région antérieure bien arron- die, fort peu décurrente à la base. Bord inféricur convexe dans une direction un peu descendante. Région postérieure n'atteignant pas deux fois la longueur de Vantérieure, écourtée, augmentant un tant soit peu en hauteur jusqu'à 19 mill. en arriêre de la perpendiculaire, et se ter- minant par une partie rostrale subtroncatulée, tout-a-fait inféricure. "Sommets (toujours três rongês) obtus, peu ventrus. Arête dorsale peu renílée, limitée par deux sillons émoussês, divergeant des sommets au rostre. Crête petite, faiblement comprimée. Stries assez grossieres, três feuilletées vers les contours. Epiderme peu brillant, d'une teinte marron-noirátre, avec quelques rayons plus ou moins verdátres. Intérieur d'une nacre bien irisée sur le bord pal- léal, mais marquée de taches jaunes ou livides vers le centre. Ligaments: antéro-interne lamelleux, assez volumineux, absorbant toute la cardinale; postérieur gros et court. Lunule petite, triangulaire. Cette anodonte vit aux environs de Mondim dans la Tamega. PHYSICAS E NATURAES 1h3 Arealiana Anodonta Mengoiana, Castro. Cette anodonte, de forme ovalaire-arrondie, à contours obtus, pos- séde des valves três faiblement entrebaillées à la base de la région an- térieure, et entre le rostre et Pangle. La convexité, qui est réguliêre, a son maximum peu distant du contour supérieur. Con os axe A SAO ali aa SS CM: Lo EN TO Da 4 » Epaiss. max. (à 19 des sommets et de Vangle postéro-dorsal, à 47 du rostre, 42 du bord antérieur et 39 de la base de la per- pendio E a a 35.» Long. de la crête ligam. dors. des sommeis alrans leipostero-dorsal mm FATO) Pistidercer anste am rostnesc. An» Corde apico rostrale........... OD ud Haut. de la perpendiculaire........... LDO Dist. de la perpend. au bord antérieur..... 31 » » du même point de la perpend. au ros- LEMA BR a SN OD D » enfin de la base de la perpend. à Van- gleipostero-donsal ME DDR Bord supêrieur faiblement arquê jusqu'à Pangle, qui est émoussé, puis présentant un contour descendant faiblement convexe. Région an- térieure bien arrondie, néanmoins un peu décurrente à la base. Bord inférieur convexe jusqu'à 23 mill. en arriêre de la perpendiculaire, en- suite s'arrondissant en remontant vers le rostre. Région postérieure êcourtée, subarrondie, un peu plus d'une fois plus longue que Panté- rieure, s'attênuant en une partie rostrale obtuse, un tant soit peu sub- anguleuse ei assez inférieure. Sommets (excoriés) obtus, ventrus, passablement saillants. Arête dorsale accentuée vers la région ombonale, ensuite confondue dans la convexité. Crête peu développée, faiblement comprimêe vers Vangle. 144 | JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Stries émoussées, assez grossitres, légêrement feuilletées vers les contours. Epiderme d'un marron noirâtre avec quelques zones concen- triques moins foncées. Intéricur d'une nacre blanchátre, bien irisée avec une tache livide-jaunacée, plus ou moins prononcée vers les som- meís. Ligaments: antéro-interne robuste et relativement volumineux; pos- férieur peu saillant, à moitié recouvert. Lunule exigúe, triangulaire. Cette espêce, à laquelle nous donnons le nom du regrettê malaco- logiste portugais J. da Silva Mengo, vit dans la Tamega, prês de Chaves. Anodonta Barbosana, Castro. Cette coquille, à laquelle nous attribaons le nom de notre savant ami le dr. J. V. Barbosa du Bocage, se distingue de la precédente: par sa taille moindre; par ses valves plus minces, plus fortement en- trebaillées, et relativement moins convexes; par sa région postérieure terminée par un rostre moins obtus et plus inférieur; par ses sommets plus obtus, presque êcrasés et non saillants, par consêquent par sa ré- gion ombonale non ventrue. Chez la Barbosana, la convexité, au tieu - d'être, comme chez la Mengoiana, peu distante des sommets et de Van- gle postéro-dorsal, se trouve plus vers le centre; Varête dorsale, bien qu'êgalement obtuse, est mieux définie; enfin, Vinclination de la con- vexité, entre elle et la crête, est aussi plus réguliêre et moins brusque que celle de la Mengoiana. Long. imaxs0 o. e RR ao 68 mill. Elano max. ma EA O h51» Epaiss. max. (à 20 des sommets, 36; du ros- tre, 321 du bord antérieur, 21 de Van- gle postéro-dorsal, et 27 de la base de laiperpendo) Dto ID Long. de la crête ligam. dors. des sommets à Vangle postéro-dorsal............. DMA Dist. de cet angle au rostre........x.... dh» Corde apico-rostrale........ AURRENE RRAR À Bo Haut. de la perpendiculaire. .......... RSA Dist. de la perpend. au bord antérieur.... 25 » » du même point de la perpend. au ros- » enfin de la base de la perpend. à Pan- gle postéro-dorsal........ MR ERENEREIRRRE 5) Ur) PHYSICAS E NATURAES 145 Bord supérieur bien arqué jusqu'à Vangle, puis descendant en une ligne convexe sur le rostre. Région antêrieure arrondie. Bord inférieur réguliêrement três convexe dans toute son étendue. Région postérieure prês de deux fois plus longue que Pantérieure, augmentant fort peu en hauteur jusqu'à 13 mill. en arriêre de la perpendiculaire, puis s'atté- nuant assez brusquement en une partie rostrale inférieure, un tant soit peu aigúe. e ; Sommets (corrodês) écrasês, três obtus, à peine ventrus. Arête dorsale três obtuse, néanmoins assez nettement définie. Crête médio- crement développée, légérement comprimée. Stries émoussées, faiblement feuilletées vers les contours. Epiderme brillant, d'un noir-olivátre. Intérieur d'une belle nacre blanche bien irisée. Ligaments: antéro-interne três en avant, délicat et se terminant brusquement un peu en arritre des crochets; postérieur assez saillant, à moitié recouvert. Lunule triangulaire. Vit, avec la précédente, dans la Tamega prês de Chaves. Anodonta specialis, Castro. Cette espêce, une des plus singuliêres de ce groupe, est três re- marquable par sa forme subarrondie ou plutôt obtusêment subtriangu- laire, et par sa région postérieure tout-à-fait écourtée, comme tronquée. Cette région est si peu étendue, qu'elle n'est guêre plus grande que Vantérieure. Long. MELO o alas gia :s Do Modo dreld.o Sa Bi OA DUE 63 » Hautimaxde Ed A ERRA 1 no Epaiss. max. q 19 des anta et de Van- gle postéro-dorsal, 33 du rostre et du bord antérieur, et 28 de la base de la perpendajer BRO SR O PERNAS LO DO “Long. de la crête ligam. dors. des Sonae aPansle postero-dorsals.. ii 25» Pistfdercetramolerau rosinel 33º» Cordemapico-rostrales Si Ss q oso Hautide lar perpendiculamer Nasa Dist. de la perpend au bord antérieur..... 26; » » du même point de la perpend. au ros- trem e ia dali AA SS DD 0) à » enfin de h base de la perpend. à Van- gle- postéro-dorsal. + a sunt o 2043) Do 146 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS D'aprês ces mesures, on remarquera que le maximum de la con- vexité est à égale distance des bords antérieur et postérieur, et aussi rapproché des sommets que de Fangle postéro-dorsal. Nous appellerons encore Pattention sur la grande hauteur de cette anodonte (45 mill.), relativement à son peu de longueur (63 mill.). Bord supérieur arqué jusqu'ã Vangle, puis descendant brusque- ment presque à pic, tout en ofirant néanmoins un contour légêrement convexe. Région antérieure bien développée, arrondie et fortement dê- currente à la base. Bord inférieur convexe, três descendant. Région postérieure un peu plus d'une fois plus longne que Vantérieure, exces- sivement encourtée dans le sens de la longueur, augmentant insensia blement en hauteur jusqu'au niveau de Vextrêmité du ligament posté- rieur, puis, à partir de là, s atténuant presque Prisguca en un ros- tre obtus, tout-i-fait inférieur. Sommets (excoriês) três obtus, comme écrasés, peu ventrus. Arête dorsale confondue dans la convexité, définie cependant par la présence d'un sillon obsolête. Crête três courte, faiblement comprimée. Stries assez grossiêres, peu saillantes, feuilletées vers les contours. Epiderme brillant, d'une teinte marron-foncée. Intérieur d'une nacre - blanche irisée. Ligaments: antéro-interne filiforme, três allongê; postérieur sail- lant, court, à moitiêé symphynoté. Lunule petite, triangulaire. Charniêre légêrement ondulée. La Tamega aux environs de Chaves. Rare. Anodonta codopsis, Servain, Hist. moll. acéph., Francfort, p. d3, 1882. Nous venons de retrouver, également dans la Tamega, cette petite espece que le dr. Georges Servain a découverte en Allemagne. Spensleriana Anodonta Wenceslai, Castro. Cette anodonte, qui rappelle beaucoup par Vensemble gênéral de ses caractêres, ainsi que par sa physionomie, les trasymenica et mere- triz du lac de Perouse, en Italie, est une belle espêce subovale, ventrue, ornée des plus riches couleurs. Ses valves, minces, sont faiblement en- trebaillées en dessous de Pangle et sur toute Vétendue du bord infé- PHYSICAS E NATURAES 147 rieur. Ses sommets, gros, ventrus, sont bien proêminents. La convexité se trouve accusée surtout sur la région de VParête dorsale. Long: max RU A RAND a 80 mill. Flauta evo EPE GA Deo Butaa Lad) Epaiss. max. (à 30 des sommets, 41 du ros- -. tre et du bord antérieur, 22 de Vangle postéro-dorsal, et 31 de la base de la perpendojos do Sao) Long. de la crête ligam. dors. des sommets à Fangle postéro-dorsal........ ME QUO Distiideicel anelcrau'rostre UMa a 39/11) Corde apico-rostrale.......... DG ME Haut. de la perpendiculaire......... SR QU Dist. de la perpend. au bord antérieur..... 29 » » du même point de la perpend. au ros- ? Ene an RAND TO ORAR ARE LE » » enfin, de la base de la perpend. à Van- ele postéro-dorsal. Justa Lais o DO perto Bord supérieur régulicrement convexe dans toute sont étendue, par suite de Veffacement complet de Vangle postéro-dorsal, et offrant seulement un peu au dessus du rostre un petit retrait concave. Région antérieure peu hante, arrondie et décurrente à la base. Bord inférieur arquê-descendant jusqu'au niveau de la ligne de la plus grande hauteur, ensuite s'arrondissant en remontant vers le rostre. Region postérieure pas tout-à-fait deux fois plus longue que Vantérieure, angmentant fai- blement jusqu'à 20 mill. en arriêre de la perpendiculaire, puis allant en s'attênuant en un rostre inféricur, obtus et troncatulé. Sommets (excoriés) gros, ventrus, proêminents, sur lesquels on aperçoit, malgré Pexcoriation, de fortes rides transversales. Aréte dor- sale renflêe dans toute son étendue, tout en restant confondue dans la convexité, dont Vinclination, en cet endroit, descend brusquement sur la crête, qui est presque nulle, Stries fines sur la région ombonale, assez fortes et un peut feuil- letées vers les contours. Epiderme três brillant, nuancé d'un belle teinte jaune, avec des zones ochracêes, et interrompue par des radiations ver- tes. Intéricur d'une nacre blanche-orangée, bien irisée. 148 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Ligaments: antéro-interne fibreux, três allongé; postéricwr court, presque entiêrement recouvert. Lunule allongée. Cette espêce, que nous dêdions à M. le Dr. Wenceslau de Lima, vit dans la Tamega aux environs de Chaves, ou elle parait fort rare. Picardiana: Anodonta Rosai, Castro. Cette anodonte ovalaire du gronpe des Picardiana, caractérisêe par une convexité bien réguliêre, dont le maximum est, pour ainsi dire, à égale distance des sommets, de Pangle postêro-dorsal et de la base de la perpendiculaire, possede des valves minces, légêres, baillantes seu- lement en arritre entre le rostre et Pangle postéro-dorsal. Longiimar. ERR O ETR apela NAO RATE Hautsmax-. san Mci peitraniia d aiS . h3 » Epaiss. max. (à 21 des sommets, 40 du ros- tre, 35 du bord antérieur, 22 de Vangle postéro-dorsal et de la base de la per- pend.).. So E o AD RANA Long. de la créte ligam. dors. des ominCis à Pangle postéro-dorsal..... so salas SiS AD dom Distide cetianeleraninostrepr Ea 38º » Corderapico-rostrales a as gh Pb JAR Haut. de la/ perpendiculaire. .. 2... DRE EA O PR) Dist. de la perpend. au bord antérieur..... 28 » » du même point de la perpend. au ros- Lren tita dont fd ARA RS RR CURE : h8 » » enfin de la base de la perpend. à ne postêro-dorsal.. .... 2.0.0... RV Su ES bNuo Bord supérieur légêrement arqué jusqu'à Vangle postéro-dorsal, puis descendant d'une façon rectiligne sur le rostre, qu'il atteint en s'arrondissant. Région antérieure três dêveloppêe, arrondie, décurrente à la base. Bord inférieur arquê-descendant jusqu'au niveau d'une ver- tical tombant de Vangle postéro-dorsal, puis remontant, en s'arrondis- sant vers le rostre. Région postérieure une fois et demie seulement plus PHYSICAS E NATURAES 149 longue que Vantérieure, allant en augmentant en hauteur jusqu'au ni- veau de Vangle postéro-dorsal, pour s'attênuer ensuite sous la forme d'une large partie rostrale arrondie et três obtuse. Sommets ridés, non saillants comme écrasés, bien que toute “la région ombonale soit bombée-ventrue. Arête dorsale nulle, confondue dans la convexité. Crête courte, peu comprimée, se terminant à [an- gle postéro-dorsal, qui est fort obtus. Stries reguliêres, peu prononcées sur la région ventrale, devenant ensuite, vers les contours, de plus en plus accentuées, même saillantes, et faiblement feuilletées. Epiderme d'une teinte jaune-olivâtre (jaune-rou- geátre vers les sommets) offrant des zones tantôt claires, tantôt foncées, et des radiations vertes vers la partie postérieure. Intérieur d'un blanc bleuatre irisé. Ligaments: antéro-interne médiocre; postérieur à moitiê symphy- noté. Lunule subtriangulaire. Cet acéphale, que nous dédions à notre ami J. M. Rosa de Car- valho, a été découverte par cet infatigable explorateur dans la Valla de Geria. Nous Pavons, nous même retrouvée dans les Vallas de Foja. Letourneuxiana Anodonta Ribeiroiana, Castro. Cette nouvelle espéce, qui provient du Sado, appartient à un groupe d'anodontes, qui n'a pas encore été constaté dans VEurope propremeni diútte, au groupe des anod. Letourneuxi et numidica A Algérie. Ce groupe doit prendre place dans la methode prês de celui des Milletiana, parce que toutes les formes de ce groupe ont une tendance à affecter un con- tour plus ou moins subcirculaire. Cette anodonte oblongue-êcourtêe, ayant une propension à la forme circulaire, remarquable par sa grande hauteur (73 mill.) et par son épaisseur relativement médiocre, est une belle coquille, à valves, ri- chement colorées, assez épaisses, et entrebaillées seulement entre le rostre et Vangle postéro-dorsal. 150 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS: Long. Max. da tj a clara ode a DRT A dao RA Haut max PEA PA Mn OS Epaiss. max. (à 30 des sommets, 65 du ros- tre, 59 du hord antérieur, 344 de Van- gle postéro-dorsal, et 46 de la base de la perpend)i soa Ro GU 7 Long. de la crête ligam. dors. des suma à Vangle postéro-dorsal.. E Dist. de cet angle à la partie e a ros- treta BR A ea MC 59 » Corde apico-rostralé-. Sua BPN) Haut. de la perpendiculaire.......... FRA e Dist. de la perpend. au bord antérieur..... 47 » » du même point de la perpend. au ros- LÁ ME UA GA PPA RR INSERE ES SR PAN - Mil » enfin de la base de la perpend. à Tee gle postéro-dorsal........... Mao 7D » Bord supérieur faiblement arqué jusqu'ã Fangle postéro-dorsal, puis, à partir de cet angle, descendant sous un contour un peu con- cave jusqu'au rostre, qui est troncatulé. Région antérieure três déve- loppée, arrondie, décurrente à la base, et offrant à sa partie supérieure (en avant des crochets) un contour presque rectiligne jusqu'au point ou commence le ligament antéro-interne. Bord inférieur bien convexe dans toute sont étendue. Région postérieure êcourtée, uu peu plus d'une fois et demie plus longue que Vantéricure, (ce qui est peu), augmentant insensiblement en hauteur jusqu'à 12 mill. en arriêre de la perpendi- culaire, puis, à partir de là, allani en s'atténuant, surtout par le haut pour se terminer par un large rostre inférieur troncatulé. Sommets petits, peu saillants, médiocrement bombés, três délica- tement striolês. Arête dorsale peu accentuée sur la région ombonale, mais offrant, en arrivant vers la partie postérieure, deux légers sillons fortement teintés et un tant soit peu subanguleux, qui vont aboutir, en divergeant, aux extrémités supéricure et inférieure du rostre. Crête três exigue, sensiblement comprimée vers Vangle postéro-dorsal. Stries três réguliêres (en forme de petites costulations emoussées) jusqu'à moitié de la région ventrale, puis irrégulitres, grossiêres et feuilletées dans toute la rêgion des contours. Epiderme brillant, d'une belle teinte marron-rougâtre avec des nuances par fois plus claires, par . fois ou olivâtres ou noires. Nacre intérieure blanche bien irisée. PHYSICAS E NATURAES 151 Ligaments: antéro-interne lamelleux, mince, surtout antérieur, et se prolongeant fort peu en arritre des crochets; postéricur assez court, robuste, saillant et se terminant par une lunule subtriangulaire. Char- niére nulle à la région cardinale, mais três épaisse au contraire à la la- térale. M. Morelet a signalé du Sado (et non Sadão) une anodonte ana- tina. Notre nouvelle espêce serait peut-être celle que Morelet a fausse- ment nommée anatina? Nous donnons à cette coquille le nom du savant géologue portu- gais Carlos Ribeiro. Milletiana Anodonta Lusoiana, Castro. Cette espêce, que nous classons dans lê groupe des Milletiana, est une belle coquille ventrue, ovalaire, bien arrondie au contour pal- léal, à valves d'une couleur verte foncée et entrebaillées seulement au dessous de Pangle. Lona maes ha a E 80 mill. Elas MaX e aa a a OQ Epaiss. max. (à 21 des sommets, et GE Pan- gle postéro-dorsal, h3 du rostre, 39 du bord antérieur, et 32 de la base de la perpend.). 30 » Long. de la crête ligam. dors. des sommets à Vangle postêro-dorsal... .c.... BORA UE Nero UR, Dist. de cet angle: au rostre.. uso CRS ou) Corde apico-rostrale....... a a E 62 » Haut della perpendiculares ns AG» Dist. de la perpend. au bord antér......... 26; » » du même point de la perpend. au rostre. 55 » enfin, de la base de la perpend. à Van- gleipostéro=dornsall Mn BN ML DADAS, ND Bord supérieur rectiligne jusqu'a Vangle, puis offrant un contour descendant, légêrement concave. Région antérieur exigúe, três peu haute, comme étranglée, dêcurrente à la base. Bord inférieure três arquê des- cendant, notablement convexe au niveau du maximum de la hauteur 1592 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS (à 23 mill. en arritre de la perpendiculaire), puis remontant vers le rostre. Région postérieure un peu plus de deux fois plus longue que Vantérieure dans une direction légêrement déclive, augmentant (par suite de la grande convexité du bord palléal) en hauteur, jusqu'à 23 mill. en arriére de la perpendiculaire, ensuite s'attênuant en un rostre un peu inférieur, obtus, bien qu'un tant soit peu aigu. Sommets gros, émoussês, quoique ventrus et assez proêminents. Arête dorsale convexe, néamoins peu distincte de la convexité, cepen- dant limitée par deux sillons divergeants três obsolêtes. Crête assez développée, comprimée vers Pangle. Stries peu saillantes, feuilletées, vers les contours. Epiderme bril- lant, d'une belle teinte verte foncée, avec des radiations jaunâtres. In- térieur d'une nacre blanche irisée. Ligaments: antéro-interne court, filiforme, postérieur peu saillant, symphynotêé. Lunule développée, subtriangulaire-allongée. Cette anodonte, que nous dédions à M. A. Luso da Silva, vit aux environs de Chaves dans la Tamega. PHYSICAS E NATURAES 153 OHIMICA === O 1, Les laboraloires et Fenseigrement pratique de la chimie LETTRE ADRESSÉE A M.J. B. DUMAS de VAcadémie Française, secrétaire perpétuel de "Académie des Sciences, fondateur et président du conseil de perfectionnement de VÉcole Central des Arts et Manufactures PAR R. D. SILVA Membre correspondant de I' Académie Royale des Sciences de Lisbonne, chef des travaux d'analyse chimique à VÉcole Central des Arts et Manufactures, professeur de chimie à PÉcole Municipal de physique et de chimie industrielles de la ville de Paris Monsieur et três vêneêré Maitre. En raison de la haute importance que vous attachez à toutes les questions relatives à Venseignement de la chimie, vous m'avez écouté avec une extrême bienveillance, lorsque, de retour de mon dernier voya- ge en Allemagne, je vous ai raconté ce que j'ai observê, en visitant un certain nombre de laboratoires de chimie, et notamment ce que jai cherché à apprendre dans Pun de ces êtablissements, celui de Puniver- sitê d'Heidelberg, ou son illnsire directeur, Monsieur le professeur Bunsen, m'a fait Vinsigne honneur de m'accorder Phospitalité. Vous avez cru qu'il serait intéressant d'exposer, par écrit, ce que javais pris la libertê de vous communiquer verbalement. Jobéis à votre désir, non sans crainte et sans hésitation: en effet, le voyage que J'ai entrepris cette année, comme tous ceux que j'ai faits depuis plusieurs années déja, ont été le résultat d'une initiative toute JORN. DE SCIENC. MATH. PHYS. E NAT.— N.º XXXV. E! 154 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS personnelle: je voulais surtout m'éclairer moi même et faire tourner au profit de Venseignement dont j'ai [honneur d'être chargé depuis neuf ans à VÉcole Centrale, les observations recueilles par moi dans les Universitês ou dans les Écoles polytechniques d'Allemagne et d'An- gleterre. Outre ma déférence à votre honorable invitation, une raison puis- sante encore me sollicitait à faire part au public de tout ce que j'avais vu. Je trouvais ainsi Foccasion de témoigner ma vive reconnaissance aux savants qui, à Aix-la-Chapelle, à Bonn, à Wiesbaden, à Stuttgart et ailleurs, ont bien voulu me faire visiter leurs établissements ou m'admeitre à travailler dans leurs laboratoires. Parti de Paris au commencement de Juillet 1882, pour me rendre à Heidelberg, je pris la route de la Belgique et du Rhin, pour voir sur mon passage les laboratoires de PUniversité de Liêge, de VÉcole Po- lytechnique d'Aix-la-Chapelle, de Université de Bonn, de Wiesbaden, de VÉcole Polytechnique de Darmstadt, avant d'arriver à Heidelberg, ou jai été assez heureux pour travailler pendant plus d'un mois. Dans mon prêcédent voyage en Allemagne, au mois d'octobre de Vannée 1881, Javais déja visitê les laboratoires des Ecoles polytechni- ques de Carlsruhe et de Stuttgart; il y a quelques années j'avais vu les grands laboratoires de Leipzig, ceux de Góttingen, les laboratoires de Stockolm et de Copenhague; j'avais visité aussi les laboratoires de South-Kensington, à Londres, ainsi que la remarquable École de chimie de M. le professeur Roscoe, à Owens College, à Manchester. Deja la plupart de ces laboratoires ont été décrits dans le rapport adressê, en 1870, par M. Wurtz, au ministre de Vinstruction publique. Ceux qui ont été créés dans ces derniers années, tels que celui d' Aix-la-Chapelle, se trouvent décrits dans PEncyclopedie chimique de M. Frêémy. Fante de compétence pour traiter les questions de constru- ction, d'appropriations et autres, je me bornerai à considerer ces éta- blissements au point de vue de [enseignement que Pon y donne. Cet ensignement, tel que je Vai va pratiquer, tel que expérience me le fait concevoir, exige de vastes locaux, des aménagements et des instailations qu'il est interessant d'indiquer. En effet, si pour les recher- ches scientifiques «le temps n'est plus oú un Schéclle pouvait accom- plir tant et de si grandes découvertes avec quelques produits et quel- ques fioles qu'il tirait de son humble officine!»: de même pour Vexpo- ! Ad. Wurtz, Les hautes études praltiques dans les universités allemandes, Paris, 1870. PHYSICAS E NATURAES 155 sition, il ne serait plus possible à un Berzelius d'enseigner la chimie dans une chambre munie de deux tables en bois de sapin, et n'ayant guére d'autres produits que quelques réatifs, d'autres ustensiles qu'une Jampe à alcool, un chalumeau et quelques creusets !. Comme laboratoire pouvant répondre à toutes les exigences de VPenseignement chimique actuel, sans réclamer un êtablissement comme Pincomparable Palais consacré à la chimie à Aix-la-Chapelle, je choisi- rais une serie de laboratoires construits à Vimitation de ceux de Owens College, à Manchester. L'espace, la lumiére, Pair y sont à profusion. Dispositifs pour les plus grandes opérations, comme pour les plus dé- licates; appareils pour les hautes températures, moufles, fourneaux à vent, niches à évaporation, trompes de tous les systêmes, étuves chauf- fées par la vapeur. tout y est disposê avec une prévoyance admirable et dans les proportions qui conviennent à une grande École de chimie proprement dite, qui conviendraient même à une École, comme notre École Centrale des Arts et Manufactures, ou Vétude de la chimie ne forme qu'une branche d'enseigaement. Dans ce vaste ensemble, on établirait des départements consacrês à la pratique des principales préparations, au travail des analyses qua- litatives et quantitatives, à la purification des produits destinés à Vana- lyse, enfin à un três grand nombre d'analyses industrielles, au nombre desquelles il faut comprendre des analyses des produits agricoles. Un modêle du genre est Vexcellente Ecole de Wiesbaden dirigée par M. le professeur Fresenius. Je I'ai visité en grand détail grace à Vobligeace de M. le Br. Heinrich Fresenius. Par cette richesse de moyens d'action, il est facile de juger quelle somme de travail exigerait un enseignement qui repondrait à toutes ces branches d'êtude; mais, comme le but que se proposent d'abord un grand nombre de praticanis ou étudiants ne comporte pas les pa- plications industrielles de la chimie, il y a licu d'examiner des labora- toires plus spécialement destinés à Venseignement des parties funda- mentales de la science. ; Le laboratoire de M. le professeur Bunsen, à Heidelberg, est le type des établissements de ce genre. Ayant eu la bonne fortune d'y travailler pendant plus d'un mois, lors de mon dernier voyage en Allemagne, jai peut être le droit de m'arreter un peu sur Venseignement de cette Ecole si justement célêbre. 1 Weehler. Jugend-Erinnerungen eines chemikers, Berichte der dents. chem. Gesellschafizu, Berlin, 1875. 11 « 156 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Les élêves ou praticants de ce laboratoire, au nombre de environ 70, peuvent être repartis en trois catégories: éleves commençants qui se livrent à la pratique de Panalyse qualitative et des préparations, praticants qui font des analyses quantitatives, analyses de gaz et ana- lyses volumêtriques; enfin, praticants devenus chimistes, qui poursui- vent des recherches originales. |. Cette instruction pratique n'exige pas moins de cinq à six semes- tres, ou environ trois années scolaires. Mais, assez souvent les êtudiants chimistes des universités allemandes consacrent un temps plus consi- dérable à Iêtude de la chimie pratique; et, alors, ils frequentent en- core d'autres laboratoires, soit pour y suivre des études différentes, tel- les que celles relatives à la chimie organique, soit pour acquerir de nouvelles mêthodes de travail propres à d'autres maitres. Quoique dans le laboratoire de Heidelberg il y ait trois assistanis, le professeur-directeur suit les travaux de tous ses élêves, tout en fai- sant sept leçons d'amphithéatre par semaine dont deux le samedi. ly traite Vhistoire générale des métalloides et des métaux, et Panalyse qua- litative dans son ensemble et dans ses plus hautes gênéralitês. L'ana- lyse quantitative y est presque exclusivement étudiée au point de vue pratique. Auteur de nombreuses méthodes d'analyses, y compris Panalyse spectrale, dont la découverte a immortalisé son nom, M. le professeur Bunsen a fait établir dans ses laboratoires les dispositifs necessaires à la pratique de ces méthodes. J'en donnerai un seul exemple. Aprês avoir imaginé la lampe à gaz, qui porte son nom et qui donne au chimiste le plus commode moyen de chaufíage qui est jamais existé, le professeur Bunsen analysa les différentes parties de cette flam- me. Dans une certaine zône, prise sur un plan perpendiculaire à Vaxe de la lampe, il a trouvé que cette flamme possêde des propriétés ré- ductrices, des propriétés oxydantes et son pouvoir calorifique maximum. Les propriétês reéductrices sont situées dans [enveloppe interne du noyau obscur de la flamme et les propriétês oxydantes dans les bords de Pen- veloppe externe de cette môme zône. Si donc on choisit un petit sup- port, absorbant peu de chaleur et à Paide du quel on puisse porter des essais à ces différentes parties de la flamme, on pourra y produire les efíets que Pon réalise avec les flammes du chalumeau. C'est ce que [expérience a montrê. Les supports dont il est question sont des fils de platine três fins, à Vextremité desquels ont fait des perles. Dans ces perles, on dissout des substances métalliques qui, étant PHYSICAS E NATURAES 157 réduites ou oxydées, communiquent à ces perles les couleurs qui les caracterisent. Au dessus de la rêgion, ou se trouve la zône des proprités rédu- ctrices et oxydantes, apparait une pointe un peu êéclairante, mais non fuligineuse, si Pon diminue Paccês de Pair, en tournant tant soit peu la virole, qui peut fermer les ouvertures inférieures de la lampe. Cette pointe un peu éclairante, qui possêde des propriétês réductrices três énergiques, est la zône de réduction supérieure. Que Von y porte, dans un petit faisceau d'amiante, une parcelle d'un mélange de sulfure d'ar- sénic et de sulfure d'antimoine, et que Ton place, en même temps três peu au delà de Vextremite de la famme, le fond d'une capsule de porce- laine, vernie à Vextérieur et remplie d'eau froide; sur le fond de la ca- psule se déposera une couche três mince et invisible. Que on y porte, avec une baguette, une goutte d'une dissolution nentre d'azotate d'argent, et que Von y dirige vn courant d'air un peu chargê de vapeur d'ammonia- que, alors se produira une pellicule d'un jaune citron d'arsénite d'argent. Si Pon continue ensuite à diriger, sur cette pellicule jaune, un courant de vapeur d'ammoniaque, ou dissoudra Parsénite d'argent et on fera ap- paraitre la tache noire qui caractérise Pantimoine. Voilã des résultats que difficilement pourraient être obtenus à Paide du chalumeau. Cependant, tout ceci ne detrône pas encore Vantique instrument si cher à Berzelius. En effet, ou sont les rêductions que Pon execute sur le charbon? Nous allons voir comment y supplée le génie de Pillustre professeur de Heidelberg. M, Bunsen prend un bois d'alumette et le plonge dans une dissolution três concentrée de crystaux de carbonate de soude; il des- seche cette allumette à la flamme du gaz, la plonge de nouveau dans la même dissolution, et, cette fois, la carbonise jusqu'au tiers de sa longueur. Sur ce petit baton de charbon, empregné de carbonate de soude, il met une parcelle de substance métallique convenablement pré- parée et la porte alors dans cette partie plus chaude de la flamme, que ai mertionnée plus haut. Lã, il y a rêduction complête et production de globules ou de parcelles mêtaltiques, qui se pretent merveilleuse- ment à un examen ultérieur aussi facile que précis. Cette fois, voilã le chalumeau tout à fait remplacê. Cette méthode si délicate et si êlêgante est susceptible d'être fort géênéralisée; et dans ces essais dits préliminaires, si importants pour les analyses qualitati- ves, elle permet au chimiste d'acquérir des données nombreuses sur la nature de la substance que [on examine et cela d'une maniêre aussi certaine, aussi facile que rapide: C'est un résultat que Fon obtiendrait difficilement au moyen du chalumeau. 158 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Il est bon de consigner encore un progrês três réel introduit par le professeur Bunsen dans une autre direction d'idées. Tout le monde sait combien longues, combién laborieuses sont la plupart des opéra- tions ordinaires de la chimie et notamment celles qui se rapport à Vana- lyse quantitative. Dans ces nouveaux laboratoires tout est disposé pour que le praticant effectue le maximum de travail, ou, ce que revient au même, qu'il dépense le minimum de temps. En effet, dans la plupart de nos laboratoires on met une demie-journée, au moins, pour rêussir a peine à bien laver un precipité d'hydrate de fer ou d'alumine. C'est une opération que [on execute en une heure à VPaide de Vappareil à succion dit trompe d'eau inventé par M. le professeur Bunsen. Et-il necessaire de dire, que la partie du laboratoire de Heidelberg consacrée à Vanalyse quantitative, est pourvue d'un grand nombre de ces trompes d'eau três puissantes et que chaque élêve trouve à sa place un de ces appareils à faible succion pour les filtrations ordinaires. En terminant cette ênumération rapide de tout ce que jai vu, je ne puis omettre la mention spéciale d'un fait important qui ressort de Pensemble de mes observations: c'est la prédominence constante de Venseignement pratique sur Penseignement théorique. IL faut signaler ce fait d'une maniére toute particuliêre, à Vattention de ceux qui sont appelés à diriger en France [Penseignement des scinnees. Cette préfé- rence pour les travaux de laboratoire se remarque dans tous les éta- blissements ou Pon enseigne la chimie, en Allemagne comme en An- gleterre; [exposition orale ne vient que comme complément de cette instruction par les yeux et par Vexpérience. Je me suis éfforcê de montrer, dans les lignes qui précédent com- ment Venseignement pratique de la chimie est cultivé dans les deux pays que j'ai visités plus particuligrement; j'ai tirê de cette étude quel- ques conclusions sur la méthode qui m'a paru convenir à la direction des travaux pratiques, en insistant sur la prépondérance qu'il faut leur accorder dans Fetude générale de la chimie proprement -dite. Toutes ces considérations ne sont, au fond, que la conséquence d'un grand désir, que Jai d'apprendre et aussi expression d'un res- pect profond pour les hommes êminents, qui savent descendre des sphê- res supérieurs, ou leur génie les a placês, pour instruire ceux qui veu- lent s'êclairer, fideles à ce noble sentiment que la science est pour les esprits êlevés une commune patrie. Paris, septembre 1882. PHYSICAS E NATURAES 159 COMMONICAÇÕES DA SBOÇÃO DOS TRABALHOS GROLOGICUS Considerações cerca dos estudos seologicos em Portugal 3 “+ POR J. F. NERY DELGADO Como prefacio à serie de noticias que serão publicadas neste Jornal com o titulo geral que precede, julgo opportuno dizer algumas palavras sobre o estado actual dos estudos geologicos entre nós, enu- merando succintamente os que foram feitos sob a direcção do ilustre geologo Carlos Ribeiro, apresentando ao mesmo tempo a indicação dos trabalhos que falta executar e a minha opinião sobre a ordem a seguir-se para o futuro n'esses trabalhos. Antes porém de entrar no assumpto, é conveniente expor algumas considerações geraes sobre o andamento dos serviços geologicos n'outros paizes, comparando-o com o que teem seguido em Portugal. Se considerarmos de um modo geral os progressos dos estudos geologicos nas diversas nações da Europa, onde elles teem adquirido maior desenvolvimento, é facil distinguir, apesar das differenças devidas às cireumstancias especiaes de cada paiz, os quatro seguintes periodos: 1.º De estudos monographicos isolados, mais ou menos desenvol- vidos, concernentes a diversas partes do seu territorio. 2.º Da utilisação desses estudos por um ou mais observadores ou por um estabelecimento scientifico, que os collige e os toma para base da descripção succinta do paiz e da fado. de uma carta geologica em pequena escala. | 160 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS 3.º Da creação de um instituto geologico, ou de uma commissão especial encarregada de coordenar e unificar os trabalhos feitos isola- damente e de imprimir-lhes a conveniente direcção. A descripção mi- nuciosa do paiz faz-se então sob um plano uniforme e constroe-se uma carta geologica em escala que comporta já bastantes esclarecimen- tos (!/100000 OU */80000). 4.º Da formação de cartas em grande escala (de 4/50000 a !/10000) nas quaes todos os pormenores relativos ás applicações technicas ou agri- colas podem introduzir-se. Estando ainda relativamente atrazados os estudos geologicos em Portugal, e sendo diminuto o numero das pessoas que até agora entre nós se teem a elles entregado, a classificação que acabamos de fazer não lhe pode ser rigorosamente applicavel. Pode comtudo dizer-se que Portugal terminou o segundo periodo com a publicação da carta geo- logica na escala 4/500000, é que nos podemos considerar habilitados para encetar a publicação de cartas geologicas em maior escala. Deve porém observar-se que o esboço de carta geologica geral do reino, que a Secção geologica publicou ha seis annos, não foi considerado pelos seus auctores como a expressão rigorosa da constituição geognostica do nosso territorio: pelo contrario, muitos pontos obscuros ha que decifrar, e mesmo importantes correcções podem já n'ella introduzir-se, com os estudos que se teem feito posteriormente à sua publicação, cor- recções e duvidas que haviam de ser apontadas na descripção geolo- gica geral do paiz, que o fallecido chefe Carlos Ribeiro e eu proje- clavamos fazer como explicação d'aquella carta. Diversas considerações porém nos impediram de levar este projecto a execução, dominando em primeiro logar a consideração de que é muito preferivel retardar a vulgarisação de conhecimentos scientificos a correr o risco de propagar idêas erroneas, que tendo uma vez circulado no publico, é muito difficil depois destruir. Podemos pois considerar o estudo geologico de Portugal como tendo entrado no seu terceiro periodo. Examinemos agora quaes são os conhecimentos adquiridos, apre- ciando imparcialmente o seu valor actual, e pondo de parte, como não existente para o nosso objecto, tudo o que só tenha valor historico. É inutil mencionar os trabalhos anteriores a Sharpe, que deve con- siderar-se como o fundador da geologia stratigraphica em Portugal, posto que os seus escriptos, exceptuando as descripções paleontologi- cas, pela maior parte só possam hoje considerar-se pelo seu valor na historia da sciencia. PHYSICAS E NATURAES i61 É porém a Carlos Ribeiro que realmente compete a gloria de ter primeiro reconhecido a verdadeira successão dos terrenos componentes do nosso territorio, e de lhes ter fixado a edade em varias noticias que precedem os seus relatorios sobre minas, redigidos de 1853 a 1857, isto é, antes da organisação da Commissão geologica. Os serviços geologicos, creados por decreto de 34 de agosto de 1852, só foram definitivamente organisados por decreto de 8 de agosto de 1857. É pois relativamente longo o periodo decorrido desde a sua organisação, mas sujeitos a varias vicissitudes, e carecendo em quasi todo este periodo dos necessarios meios de desenvolvimento, não adquiriram o incremento que, porventura, na opinião de algumas pessoas, seria dado esperar-se. Desde a sua organisação em 1857 a Commissão geologica (com- posta unicamente de tres vogaes, dois com a classificação de directores e um adjunto, e só durante alguns annos tendo mais um adjunto para os estudos chimicos) teve que luctar com difficuldades muito maiores do que qualquer dos estabelecimentos analogos de outros paizes. À au- sencia quasi completa de trabalhos anteriores satisfazendo às necessida- des scientificas da época, ha que accrescentar a carencia absoluta de bi- bliothecas e de museus geologicos, e sobretudo a falta de um pessoal formado sob a direcção de outros geologos, e por conseguinte podendo aproveitar-se da experiencia adquirida pelos seus predecessores. Estas poucas palavras bastam para mostrar que só à custa de mui- tos esforços a Commissão geologica pôde alcançar os resultados a que chegou. Os estudos geologicos não são de tal natureza que possam apres- Sar-se sem se correr o risco de commetter grandes erros: são estudos muito demorados, e que exigem que as observações e os materiaes se- Jam recolhidos e classificados pouco a pouco, até que se tenham suffi- cientemente completado, para que se possam tirar d'elles resultados se- guros. Dissolvida a Commissão geologica em fevereiro de 1868, continua- ram os estudos de que ella se occupava a cargo de dois dos seus an- tigos vogaes (um dos directores e o geologo adjunto): porém em de- zembro do mesmo anno estes estudos receberam uma nova organisa- ção, e os materiaes reunidos para a sua execução, nomeadamente as collecções lithologicas e paleontologicas adquiridas no paiz, e as collec- ções estrangeiras, que serviam de termos de comparação para o estu- do, passaram para outro estabelecimento scientifico, onde ainda hoje se acham. D'este modo a actual Secção geologica, organisada em 18 de dezembro de 1869, e que veiu a succeder à antiga Commissão geo- 162 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS logica, achou-se de facto desprovida dos elementos de estudo que a sua predecessora havia formado, e viu-se portanto forçada a recomeçar to- dos os trabalhos, quasi como se nada se houvesse feito até aquella época. Além d'isso tendo um pessoal scientifico assás exiguo, e ainda distrai- do grande parte do tempo em commissões estranhas aos estudos geolo- gicos propriamente ditos, era impossivel que os trabalhos avançassem quanto convinha e era para desejar. São muitos e importantissimos os trabalhos de que a Secção geo- logica tem que occupar-se, uns a continuação de trabalhos já começa- dos, e outros inteiramente novos. Faremos simplesmente a enumera- ção dos principaes e mais urgentemente reclamados na ordem em que julgo devem ser executados. 4.º Examinar os limites stratigraphicos propostos para a carta geologica internacional da Europa, e que hão de ser discutidos na pro- xima reunião da commisssão da carta em Zurich no mez de agosto do corrente anno. 2.º Corrigir os limites dos differentes terrenos na carta geologica geral do reino publicada em 1876, e redigir uma descripção succinta que lhe sirva de explicação. 3.º Preparar os materiaes para a descripção monographica das dif- ferentes partes do nosso territorio sob o ponto de vista stratigraphico e geotechtonico. Para este fim deverá estudar-se cada systema geolo- gico em separado e publicar-se-hão monographias especiaes, que com- prehenderio não só a descripção physica do solo em toda a extensão que os differentes systemas abrangem, mas tambem a descripção paleon- tologica. Simultaneamente, ou logo que o estudo stratigraphico dos dif- ferentes systemas o permittir, far-se-ha a publicação das folhas da carta chorographica, coloridas geologicamente e que comporão a nossa carta geologica em grande escala. Ao mesmo tempo que se executarem estes differentes trabalhos, continuar-se-ha a classificação dos materiaes já colligidos e dos que se forem obtendo, encorporando-os nas collecções respectivas da Secção geo- logica. Além d'isso convém ir reunindo e preparando desde já, pouco a pouco, os elementos que hão de servir para a descripção geologica ge- ral do paiz, aproveitando-se para esse fim, até onde for possivel, os co- piosos materiaes deixados pelo fallecido chefe Carlos Ribeiro. Não deve esquecer tambem que além dos trabalhos que tenho men- cionado, ha ainda que proseguir os estudos de anthropologia e archeo- PHYSICAS E NATURAES 163 logia prehistoricas concernentes às épocas terciaria e quaternaria, estu- dos que são tambem do dominio da geologia. Enfim, convirá aproveitar opportunamente os elementos que houver para o estudo geologico das nossas ilhas e possessões ultramarinas, al- gumas das quaes como os Açores, Madeira e Cabo Verde, teem já sido objecto de estudo para distinctos geologos estrangeiros. Apresentado mesmo com esta generalidade, vê-se que é vastissimo o quadro dos trabalhos que a Secção geologica tem de executar, para que Portugal se approxime das nações onde a geologia tem feito maio- res progressos; todavia com o emprego dos necessarios meios, não será impossivel desempenhar a tarefa. Antes de examinar os differentes systemas geologicos que compõem o solo de Portugal, mencionando em relação a cada um d'elles o que ha feito e o que falta fazer para o seu completo conhecimento, é con- veniente expor ainda a maneira como entendo que devem elaborar-se as monographias especiaes, que devem preceder ou acompanhar à exe- cução da carta geologica na escala !/100000. Os institutos geologicos creados pelo Estado teem por objecto prin- cipal fazer avançar o conhecimento geologico do paiz a que pertencem; e não devem desviar-se da marcha geral para se dedicarem a estudos “ especiaes, senão quando estes estudos forem indispensaveis áquelle fim. Deixam pois os estudos dos pormenores aos observadores locaes, prin- cipalmente aos professores de geologia das universidades e estabeleci- mentos de instrucção superior, ou encarregam mesmo observadores estranhos ao instituto, d'estes estudos, que podem ter uma importan- cia scientifica muito grande, e não obstante exercerem apenas uma in- fluencia secundaria sobre o progresso geral do conhecimento do paiz. Às considerações que precedem são applicaveis tanto às publicações stra- tigraphicas como às publicações paleontologicas, que necessariamente devem acompanhar as primeiras. Com referencia ao pessoal empregado n'estes estudos, convém es- tabelecer como principio a admissão de cooperadores estranhos à Sec- ção geologica para a execução de muitos dos estudos que lhe estão in- cumbidos. Esta pratica está auctorisada pelos institutos geologicos de muitos paizes, mesmo os mais adiantados na sciencia, os quaes teem buscado não só o auxilio de geologos não pertencentes a esses institu- tos, mas tambem de especialistas de nacionalidades difíerentes da sua. Não seria difficil citar exemplos da Allemanha, da Austria, da França, da Inglaterra. da Italia, da Suissa, dos Estados-Unidos e de outros pal- 164 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS zes que abonam aquella pratica, sobretudo pelo que respeita a certos ramos da paleontologia, para os quaes não existem no mundo senão um ou raros especialistas, a quem por isso os mais eminentes geolo- gos se comprazem em recorrer. O chefe da Secção meu predecessor tinha aliás seguido este ca- minho, e o instituto geologico portuguez conta já nomes illustres entre os collaboradores estranhos ao seu gremio, taes como Bernardino Gomes, Heer, Choffat, Suess, Fontannes, Tournouêr, Mac-Pherson, Gaudry, Des- hayes, de Loriol, e ainda outros que lhe teem prestado auxilios valio- sos. Os trabalhos dos tres primeiros sabios foram publicados respe- ctivamente pela antiga Commissão geologica e pela Secção geologica: os dos quatro seguintes foram publicados pelos proprios auctores; final- mente os trabalhos dos outros sabios não deram motivo a publicações especiaes, mas foram utilisados no corpo de publicações feitas pelos geologos da Secção. Será bom acrescentar que em Portugal esta pratica tem sido tam- bem seguida pelos illustres professores dos outros ramos da historia natural, a zoologia e a botanica, os quaes teem sentido a necessidade de recorrer a zoologos e a botanicos estrangeiros; necessidade na ver- dade maior para o nosso paiz do que para qualquer outro da Europa, em virtude do isolamento em que fatalmente nos colloca a nossa st- tuação geographica. Um ponto importante a estabelecer é qual a lingua em que a Sec- ção geologica deve fazer as suas publicações. Para se assentar na escolha que convêm fazer, deve observar-se que as publicações geologicas especiaes não interessam sómente ao nu- mero maior ou menor de leitores que encontram no paiz da sua publi- cação; velo contrario utilisam a todos os geologos espalhados pelas di- versas partes do mundo. É pois indispensavel fazer estas publicações n'uma lingua conhecida do maior numero d'elles. É sabido que o latim esteve a ponto de tornar-se a lingua scien- tifica universal, e em historia natural é ainda hoje adoptada principal- mente para a caracteristica, e algumas vezes para a descripção das es- pecies; todavia, tendo sido pouco a pouco abandonada, forçoso é esco- lher algumas das linguas vivas mais em voga, o allemão, o inglez ou 0 francez. Nas nossas especiaes circumstancias parece não ser difficil a esco- lha. Pode affoitamente dizer-se que em Portugal todas as pessoas no caso de comprehenderem uma descripção geologica, tão facilmente a comprehenderão escripta em francez como no idioma patrio; o mesmo PHYSICAS E NATURAES 165 não poderá dizer-se a respeito das outrás duas linguas. Acresce porém ainda, que o francez é hoje a lingua official dos congressos scientificos na Europa, e foi mesmo proclamada a sua adopção para o futuro con- gresso geologico em Berlin; além d'isso é tambem em francez que se tem feito a maior parte das publicações portuguezas sobre geologia; por todos os motivos a lingua franceza deve pois ser a preferida. Bem entendido que esta regra da adopção do francez para as publicações geologicas não deve ser tomada strictamente à letra; assumptos haverá, que sendo para nós de aito interesse, aos geologos estrangeiros offereçam apenas um interesse secundario; n'esse caso a publicação deverá fazer-se na nossa lingua, e um extracto d'ella em francez bastará para a tornar co- nhecida lá fôra; devendo epplicar-se esta regra mesmo aos trabalhos já publicados em portuguez pela Secção geologica. Reciprocamente, para vulgarisar entre os nossos conterraneos os conhecimentos adquiridos sobre a geologia de Portugal, convirá publicar um resumo em portu- guez de cada memoria que se publicar em lingua franceza, mais ou menos extenso segundo a sua importancia. Estes resumos e varias ou- tras publicações de menor tomo, não merecendo o nome de memorias, deverão constituir a serie, que pela obsequiosa deferencia da 1.º classe da Academia Real das Sciencias, aqui encetamos, recebendo cada uma o seu numero de ordem para poderem depois reunir-se. As cartas geologicas que se publicarem deverão ser acompanhadas de uma descripção succinta, escripta com o fim mais pratico possivel e de modo a poder ser comprehendida pelo maior numero de pessoas. Todas as particularidades estranhas a este fim, todas as discussões scien- tificas deverão banir-se de semelhantes descripções: pelo contrario ellas devem encerrar dados geraes ácerca do aproveitamento dos terrenos representados, tanto sob o ponto de vista technico como agricola, uti- lisando-se para esse fim todos os esclarecimentos que se poderem obter. Estas descripções poderão além d'isso conter as figuras dos fosseis mais caracteristicos das formações sedimentares que abrangem, com a indicação das principaes localidades onde se encontram, a fim de fami- liarisar os menos versados na sciencia com este ramo da historia natu- ral, e desenvolver o gosto por este genero de estudos; e serão publi- cadas e postas à venda pelo preço mais baixo possivel. O que acima se disse ácerca da lingua que deve adoptar-se nas publicações, não se applica de nenhum modo às cartas geologicas, as quaes só devem conter indicações e legendas no nosso idioma. Postos estes esclarecimentos, passaremos ao exame dos differentes 166 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS systemas que constituem o solo de Portugal, indicando para cada um os estudos que ha feitos e os que falta executar. Systema archaico (azoico ou precambiano). — Existe em Portugal uma extensa serie de rochas paleozoicas que tem sido reco- nhecida com mais ou menos individuação em todo o paiz, mas que não é possivel ainda referir aos differentes systemas que teem sido determi- nados n'outros paizes da Europa e da America. A existencia do systema archaico é todavia indubitavel tanto no norte como no sul do nosso paiz, e varias referencias a este systema se encontram na minha memoria sobre o siluriano do Baixo-Alem- tejo, bem como n'um esboço incompletissimo de descripção dos ter- renos paleozoicos que publiquei na Revista das obras publicas e mi- nas, 1870. Para que se possa estabelecer o quadro de classificação, e se deli- mitem os diversos andares d'este systema nas differentes folhas da carta chorographica, é preciso repetir ainda as observações no campo, colhendo-se simultaneamente os dados para a sua descripção desen- volvida. Systema cambriano.—U que acabo de dizer do systema ar- chaico pode egualmente applicar-se ao systema cambriano, cujo limite superior é facil de traçar-se em consequencia do contraste de caracteres lithologicos das suas rochas com as do systema siluriano que se lhe so- brepõe, mas cujo limite inferior, pelo contrario, está por determinar. Falta além d'isso descobrir n'este systema a fauna primordial, que já se conhece de tres ou quatro pontos diversos em Hespanha, e tambem traçar as divisões que devem n'elle fazer-se. Systema siluriano. — Este systema está reconhecido em muitos pontos do paiz, mas ainda imperfeitamente estudado, a não ser no Bus- saco e na grande faxa de Barrancos a Extremoz, onde se verificou a existencia dos dois andares inferior e superior (faunas 2.º e 3.º de Bar- rande) e onde se conhece além d'isso a successão geral dos differentes grupos de camadas. Muito provavelmente este systema virá a descobrir-se no sudoeste do Alemtejo, achando-se actualmente confundido na grande mancha do culm. Os dados mais ou menos importantes adquiridos sobre este sys- tema consistem no seguinte: Trabalhos publicados para o estudo stratigraphico do siluriano do Bussaco por Carlos Ribeiro e Sharpe, e do Alemtejo por Delgado. PHTSICAS E NA'TURAES 167 Listas de fosseis por Sharpe e Delgado. Em preparação: Descripção da faxa silnriana de Barrancos, quasi terminada e acompanhada de 32 estampas representando os fosseis ob- tidos n'esta localidade. Descripção dos Trilobites começada, mas forgadamente interrom- pida com a reforma do serviço geologico em 1868. Systema devoniano. — Tem-se reconhecido a sua existencia ape- nas num ponto, na serra de Portalegre, onde é representado pela di- visão inferior (camadas de Spirifer), mas está ainda muito imperfeita- mente estudado. * Carbonifero inferior. — Esta secção mostra-se com grande des- envolvimento no Baixo-Alemlejo e na região da serra do Algarve, com os caracteres do culm da Allemanha. Os seus caracteres lithologicos geraes foram apontados na minha memoria sobre o siluriano do Alemtejo; porém as suas relações strati- graphicas com os terrenos contiguos e os seus limites superior e infe- rior estão ainda por determinar. A fauna do culm portuguez é pobre e ainda estã por estudar. Carbonifero superior. — Reconhecida a sua existencia no Douro, Bussaco e Moinho d'Ordem (proximo a Alcacer do Sal); falta procural-o nas immediações de Mação, onde se suppõe que tambem existe. O estudo stratigraphico d'esta divisão do systema carbonifero está ainda por fazer, como o dos systemas precedentes. A deseripção da flora foi feita pelo dr. Bernardino Antonio Gomes, mas carece de importantes correcções segundo Stur. Devem tambem cltar-se as observações ácerca d'esta descripção pelos professores H. B. Geiniiz e Oswald Heer. Grés de edade incerta. — Entre o carbonifero do Bussaco e os grês que formam a parte a mais inferior do jurassico, acham-se grês possantes que representam talvez o permiano e o trias. Tudo o que se sabe a este respeito consiste na presença de 3 especies de plantas na parte superior dos grês. Estas plantas, determinadas pelo professor Heer, pertencem provavelmente ao andar rethiense (tecto do trias ou base do jurassico). Ao norte do Tejo estes grés formam uma faxa exten- dendo-se de Thomar a Aveiro. Grés semelhantes a estes existem tam- bem no Algarve, formando uma faxa estreita e irregular em todo o com- primento da provincia, mas não está provado que sejam da mesma edade que os primeiros. Trias.— Ao norte do Tejo este systema só poderá ser representado na serie de grés que acabo de mencionar. Pelo contrario no Algarve pa- 168 JURNAL DE SCIÊNCIAS MATHEMATICAS rece demonstrada a sua existencia, porque os grês são acompanhados de calcareos fossiliferos, onde o Barão de Seebach (o mallogrado geologo que visitou esta região em 1878, fallecendo pouco tempo depois sem ter dado a publico o resultado da sua viagem) descobriu algumas es- pecies que considerava triasicas. Em todo o caso estas camadas não são conhecidas senão por algumas linhas peblicadas por Neumayr no Newes Jalrbuch quando dá noticia da memoria do professor Choffat sobre o systema jurassico de Portugal. Systema jurassico.— Este systema fórma quatro manchas distin- ctas separadas umas das outras. Uma d'ellas estende-se com algumas interrupções desde Cintra até Aveiro. A segunda abrange a serra da Ar- rabida. A terceira comprehende S. Thiago de Cacem e o Cabo de Sines. A quarta occupa uma grande extensão do Algarve. A Secção geologica publicou já a descripção stratigraphica das partes inferior e média d'este systema compreendidas na primeira man- cha; a descripção da parte superior está muito adiantada e a da mans cha da serra da Arrabida está terminada. Estes trabalhos foram feitos pelo professor Choffat. Quanto ao estudo paleontologico foram já descriptos e figurados por Sharpe e Suess algumas das especies novas, e o dr. Oswald Heer descreveu e figurou as especies de vegetaes jurassicos que existem nas colleeções da Secção. Os limites dos diversos andares estão em parte traçados nas folhas chorographicas n.º 15, 19, 20, 23, 24, 27 e 28. Systema cretaceo.— A stratigraphia d'este systema só é co- nhecida por duas noticias summarias de Carlos Ribeiro relativas aos su- burbios de Lisboa. A fauna é-o em mui pequena parte pelos trabalhos de Sharpe publicados no Quarterly Journal da Sociedade geologica de Londres, onde elle figurou e descreveu varias especies novas. A flora, que se acha bem representada nas colleeções da Secção pelas colheitas feitas nos suburbios de Bellas, ê conhecida pela descri- pção que d'ella fez o professor Heer. Os limites das duas divisões d'este systema estão em parte traça- dos nas mesmas folhas que os limites dos andares jurassicos. Formação basaltica.— Existe entre os papeis do antigo chefe Carlos Ribeiro uma descripção incompleta d'estes depositos sob o ponto de vista stratigraphico. Além d'isso alguns exemplares de rochas foram estudados ao microscopio por Mac-Pherson. Os marnes intercalados na base d'esta formação eruptiva conteem al- guns fosseis terrestres que foram descriptos e publicados por Tournouêr. PHYSICAS E NATURAES 169 Os limites da formação acham-se traçados nas folhas chorographi- cas n.º 20, 23, 24 e 27. Systema terciario. — A slratigraphia d'este systema é ainda im- perfeitamente conhecida apesar de diversas publicações, as mais im- portantes d'ellas de Carlos Ribeiro. A fauna marina é em parte conhecida pela descripção, quasi ter- minada, dos gasteropodes pelo professor Pereira da Costa; pela lista das principaes especies de molluscos existentes na Secção geologica publicada por Berkeley Cotter, e pela descripção de varias especies novas por G. Sowerby e por Fontannes. Algumas especies da fauna terrestre foram determinadas por Gau- dry. com o fim de fixar a edade dos depositos onde estão encerrados os silex lascados descobertos por Carlos Ribeiro, e que parecem provar a existencia de um ser intelligente na época terciaria. A flora foi descripta por Heer. As collecções da Secção conteem grande cópia de fosseis, que po- derão servir de base à descripção paleontologica, mas não dispensando novas colheitas. Os limites do systema estão traçados nas folhas chorographicas n.º 23, 24, 27 e 28, mas carecem de algumas correcções. Systema quaternario. Serie pleistocenica.—É conhecida pelas publicações de Carlos Ribeiro no Boletim da Sociedade Geolo- gica de França, pela descripção do deposito inferior das grutas de Cesareda e de Peniche por Delgado, e pela descripção dos depositos superficiaes da bacia do Douro por Frederico de Vasconcellos. A fauna terrestre é parcialmente conhecida, mas falta figurar e des- crever os numerosos exemplares que possuimos. A fauna marina é porventura representada pelas especies obtidas nos lodos dos antigos leitos dos nossos rios e de varios pontos do li- toral, mas falta ainda descrevel-as. Serie moderna. --Os phenomenos deste periodo, taes como os movimentos seculares do solo, a marcha das dunas, etc., estão ainda por estudar. Massas eruptivas.— Não fallando das rochas vulcanicas dos ar- chipelagos dos Açores e da Madeira, possantes massas eruptivas se ob- servam em quasi todo o nosso territorio. À excepção dos basaltos, a que já acima se alludiu, mencionando-os na ordem chrenologica, 0 co- nhecimento das diversas massas eruptivas quasi não passa das indica- ções que contém a carta geologica. As collecções da Secção comprehen- dem entretanto numerosos exemplares de diversas proveniencias, mas JORN. DE SCIENC. MATH. PHYS. E NAT.— N.º XXXV. 12 170 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS um estudo petrographico serio não foi ainda começado. Sobre este par- ticular as publicações reduzem-se ao estudo da foymite, feito por varios gevlogos estrangeiros, e a uma noticia recente do professor Choffat so- bre as erupções de ophite e de teschenite em Portugal, acompanhada da descripção d'estas rochas por Mac-Pherson. Estudos anthropologicos.— Além dos dados anthropologicos mencionados anteriormente, que se referem às eras terciaria e quater- naria, a antiga Commissão geologica e a actual Secção geologica fizeram estudos anthropologicos e ethnographicos das edades neolithica e pos- teriores, e apresentaram varias publicações de 1865 a 1880. Estas pu- blicações referem-se especialmente aos Kjokkenmoeddings do valle do Tejo proximo de Mugem; aos dolmens ou antas espalhadas pelas va- rias provincias do reino; ao deposito superior das grutas de Cesareda e de Peniche, e a varias estações e monumentos prehistoricos. Além d'isso devem aqui consignar-se diversas memorias e noticias, que appa- recerão no volume do Compte-rendu da 9.º sessão do Congresso anthro- pologico realisado em Lisboa em 1880, o qual estã a imprimir-se. Cartas geologicas. — Alêm do reconhecimento geral feito sobre a carta geographica do reino na escala 4/s00000 é publicada em 1876, ha bastante trabalho executado sobre varias folhas da carta-chorogra- phica, que não pode ser immediatamente aproveitado para a publica- ção das mesmas cartas, mas que todavia muito o facilita. As folhas chorographicas das visinhanças de Lisboa (23, 24, 27 e 28) foram coloridas geologicamente pelo coronel Carlos Ribeiro. Tendo sido feita a delimitação dos andares antes que a sua composição stra- tigraphica fosse suflicientemente conhecida; resultou d'ahi que os limi- tes traçados exigem uma revisão parcial, e n'alguns pontos mesmo com- pleta. Não obstante, o trabalho já feito n'estas folhas representa muito mais do que o que n'ellas falta para fazer. O professor Choffat indicou sobre as mesmas folhas os limites das divisões do systema jurassico, baseando-se em parte sobre os grupos petrographicos que o antigo chefe da Secção havia distinguido, e em parte sobre as suas proprias observações. A folha 49 e uma parte das folhas 13 e 20 foram por mim coloridas geologicamente, e tambem teem de sofirer uma seme- lhante revisão. Na folha 20 o professor Choffat lançou algumas obser- vações relativas às serras de Monte Junto e dos Candieiros. Resumem-se a isto os dados que possuimos para a organisação da carta geologica de Portugal em grande escala. Acrescentarei que para certos pontos extraordinariamente compli- cados, a escala da carta chorographica não basta, e que será necessa- PHYSICAS E NATURAES 171 rio empregar cartas em escala dupla, ou ainda maior, que terão de levantar-se opportunamente. Do que fica dito julgo poder bem deprehender-se, que os estudos geologicos de Portugal, embora num estado relativamente pouco adian- tado. quando se comparam com os das nações que caminham na van- guarda dos progressos scientificos, podem todavia entrar facilmente n'uma phase de rapido desenvolvimento quando se aproveitem os ele- mentos que ha preparados, sujeitando-os ao plano de trabalhos que n'uma das paginas anteriores muito ligeiramente deixo esbocado. Resumindo: pode dizer-se que possuimos um conhecimento geolo- gico geral do paiz, mas que os estudos especiaes estão quasi inteira- mente por fazer; e só estes estudos poderão servir de base segura à carta geologica, dando-lhe o grau de precisão necessario para que della se tirem todas as vantagens que os estudos geologicos offerecem. Po- demos comtudo desaffrontadamente dizer que não é pouco o que se tem feito em relação ao tempo decorrido, e às contrariedades de varios generos que estes estudos soffreram até ha bem pouco tempo; e tenho tanto maior prazer em consignar esta declaração, porquanto a gloria d'este resultado cabe ao illustre chefe que me precedeu no logar que ora occupo. Lisboa, março de 1883. 172 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS 8! Anomalias opticas de erystaes Lesseraes POR ALFREDO BEN-SAUDE PRIMEIRA PARTE ANALCIME Il. INTRODUCÇÃO Depois de pouco a pouco se estabelecer a theoria dos phenome- nos que determinam as substancias crystallisadas sobre a luz, admit- tiu-se que todo o corpo crystallisado no systema tesseral não altera um “ feixe de luz polarisada que o atravesse. Brewster, um dos fundadores da optica CERStAo ER observa, porém, não ser esta regra absolutamente exacta, pois que ha um numero consideravel de substancias, pertencendo geometricamente ao systema tesseral, que apresentam phenomenos de polarisação chromatica; phe- nomenos todavia differentes dos caracteristicos dos outros systemas crystallinos! já anteriormente por elle reconhecidos?. A analcime pertence a esta notavel classe de crystaes que, apre- sentando exteriormente fórmas tesseraes perfeitamente determinadas, exercem uma acção bastante perceptivel sobre a luz polarisada. Estando este grupo de crystaes, relativamente às propriedades opti- . 1 Um resumo dos importantes trabalhos de Brewster encontra-se no seu livro: A Treatise on Optics, 1858. 2 ()n the connexion between the Primitive Forms of crystals and the num- ber of their Axes of Double Refraction. Mem. of the Wernerian Society, 1824, ur, 50, 337. PHYSICAS E NATURAES 173 cas, em contradicção com a theoria geralmente adoptada, designaram-se estas por anomalias opticas. As propriedades anomalas da analcime foram descobertas por Brewster em 181481, que deu d'ellas uma descripção mais extensa em 18222, Segundo Brewster são compostos os crystaes icositetraedricos de vinte e quatro elementos opticamente distinctos, divididos entre si por planos parallelos às faces do dodecaedro rhomboidal; existindo entre os elementos opticos zonas, que não alteram a luz polarisada, e a que elle dá o nome de planes of no double refraction. Existe segundo este auctor uma interessante relação entre a intensi- dade da refracção para um logar dado no crystal e a distancia dºeste lo- gar aos planos inactivos, relação que Brewster exprime do seguinte modo (para uma lamina cortada parallelamente à face do cubo e limitada pe- las arestas lateraes do icositetraedro): Seja Ta côr de um ponto qual- quer P, Pr=-D a sua distancia à zona inactiva tomada parallelamente a um dos eixos rhombicos contidos na lamina. Achar-se-hia, segundo Brewster, a côr t de um ponto p cuja distan- cia fosse p g==d, admittindo que a lamina do crystal tem egual espes- sura em ambos os logares, pela formula: Uma lamina tirada do centro do crystal parallelamente à face do cubo, e limitada pelas 8 arestas lateraes do icositetraedro, mostra-se for- mada de 4 sectores opticos, apresentando-se os sectores oppostos como se a refracção fosse produzida por tensão e a sua direcção coincidisse com cada um dos eixos rhombicos, que atravessam dois sectores op- postos. Brewster considerou, como um dos factos mais importantes por elle descobertos, a existencia da variabilidade da refracção não só na lamina do crystal considerada como um todo, mas tambem em cada um dos sectores opticos de que ella se compõe. O mesmo sabio notou que não se pode deixar de reconhecer a se- 1 Philosoph. Transact, 1818, p. 225. 2 On a new species of double refraction accompanying a remarkable stru- cture in the mineral called Analcime, Read 7t jan. 1822. Transact. of the Roy. “Soc. of Edinburgh, vol. x, 1824. 174 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS melhança destes phenomenos com os que apresentam laminas de vidro temperado, existindo tambem nestas logares sem refracção, e outros para os quaes a intensidade da birefrangencia é mais ou menos conside- ravel conforme a posição d'estes logares na lamina de vidro. Taes phe- nomenos são comtudo differentes, porque a lamina do crystal apresenta as mesmas figuras, côres etc., ainda que se lhe altere a sua fórma exte- rior; em quanto que laminas de vidro temperado mudam momentanea- mente os prenomenos que apresentam com qualquer modificação que soffram na sua fórma exterior. Uma maior analogia reconheceu elle entre os phenomenos da analê cime e os que apresentam colloides endurecidos. Os phenomenos opti- cos d'estas ultimas substancias não variam, ainda que se lhes mude a fôrma que as limita. Pareceu-lhe provavel existir certa correlação entre as proprieda- des opticas e a propriedade que este mineral tem de mui difficilmente se tornar electrico pela fricção. Esta propriedade determinou Haúy a dar-lhe o nome de analcime. | Uma explicação dos phenomenos anomalos foi dada por Biot em 18441. Na sua extensa e conhecida memoria, sobre as propriedades ano- malas que apresentam certos crystaes, Biot tambem admittiu que, em geral, existe a propriedade de birefrangencia propria aos crystaes, sendo, porém, exemptos d'ella, todas as substancias crystallisadas no systema tesseral. A acção d'estas ultimas deve ser considerada como devida à uma constituição lamellar, produzindo esta effeitos analogos aos que mostra uma pilha de laminas isotropes quando um raio de luz pola- risada a atravessa obliquamente. Assim deve distinguir-se, segundo Biot, a birefrangencia consequente da estructura molecular, e a que é produ- zida pela constituição lamellar. Estudando a analcime reconheceu Biot a acção d'esta substancia sobre a luz polarisada; mas, por falta de material proprio, não verificou as observações de Brewster acima mencionadas; creu portanto poder concluir que Paction de ces cristaux sur la lumitre polarisée n'est point moleculaire, mais provient du groupement de certaines portions de leur masse ayant des dimensions sensibles, opinião que Brewster rejei- tou por não estar de accordo com os factos por elle observados (Optics, 1853, pag. 279). 1 Mémoire sur la polarisation lamellaire—lu à "Académie des Sciences le 31 mai 1841, etc. PHYSICAS E NATURAES 175 Em 1855 publicou Marbach'! os seus estudos sobre algumas sub- stancias que mostram a chamada po'arisação lamellar. Este observador admittiu tambem a hypothese da constituição lamellar dos mesmos cor- pos; modificou-a porém, um pouco, admiltindo mais que no acto da crystallisação se produzem tensões nas diversas camadas, apresentando aquellas que teem uma tensão mais energica, uma acção mais intensa sobre a luz polarisada. Com esta modificação da hypothese de Biot creu Marbach dar a razão por que as substancias anomalas mudam a intensidade da refracção de um-logar para outro. A explicação de Marbach foi em parte confirmada por Reusch* em 1867, o qual demonstrou experimentalmente que a tensão admittida por Marbach existe com effeito; fazendo ver que applicando-se em certas direcções uma” pressão mechanica ao alumen birefrangente po- de-se destruir, em quanto dura a pressão, a acção d'elle sobre a luz polarisada. Attendendo, porém, a que muitos corpos, que apresentam taes phenomenos, não mostram nenhum indício de estructura lamel- lar, e que muitos d'elles, exactamente nas partes mais homogeneas é que mostram a acção mais energica sobre a luz, deduziu Reusch ser desnecessario admittir a hypothese de Biot, e que basta, para explicar as anomalias, admittir que os crystaes anomalos adquirem durante a sua formação um estado de tensão, que lhes dá a propriedade de serem bi- refrangentes como 0 são crystaes isotropes quando comprimidos. Estudos recentes teem demonstrado a existencia desta tensão n'ou- tras substancias anomalas, e foram principalmente os importantes tra- balhos de F. Klocke? e C. Klein*, que mais claramente a comprovaram nos-crystaes de alumen, de boracite e de granada; provando egualmente a insufficiencia da hypothese de Biot para estes corpos. Por nossa parte podêmos juntar algumas observações ás destes ! Poggendorf's Annalen, 1855, vol. 94, pag. 412, etc. 2 » » 1867, vol. 132, pag. 443, ete. 3 Neues Jahrbuch fiir Mincralogie, etc. 1880, vol. 1, pag. 53. » » » » 1881, vol. do pas. 249. 4 Neues Jahrbuch fiúir Mineralogie, etc. 2880, vol. 11, pag. 290. » » » » 1881, vol. 1, pag. 299. » » » » 1883, vol. 1, pag. 87. 5 Ben-Saude. Nachrichten der k. Gesellschaft der Wissenschaften, Góôttin- gen: Sitzung vom Stem Miirz 1884. N. Jahrbuch fir Mineralogie, ete., vol. 1, 1882. Ueber den Perowskite (gekrônte Preisschrift). Góttingen, 1882. N. Jahrbuch fiir Mineralogie, etc., vol. 1, 1883, p. 165. 176 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS mineralogistas sobre as anomalias da analcime (das quaes mais ampla- mente aqui trataremos), da perowskite e do sal commum. Em 1868 apresentou Des-Cloiseaux! observações sobre a analcime, chamando tambem a attenção sobre a sua analogia com as que se ve- rificam no vidro temperado (como tinha feito Brewster), mas sem tirar conclusão algama d'ellas. Em 1875, escrevendo Hirschwald? sobre as propriedades opticas e geometricas da leucite tambem tratou da analcime (de Sales! na Bo- hemia), cuja acção sobre a luz verificou. Devido aos trabalhos de G. vom Rathê é considerada a leucite, por uma grande parte dos minera- logistas, como pertencendo ao systema tetragonal. Hirschwald, combatendo esta opinião, apresentou observações bas- tante notaveis, confirmadas em parte pelos estudos mais recentes. Em 1876 observou Schrauf* pequenas differenças entre os angulos observados em crystaes de analcime (de Friedeck na Bohemia) e os Lheo- ricamente deduzidos; estas pequenas irregularidades são comtudo pro- prias a todas as substancias que teem as faces constituidas como a anal- cime, e não auctorisam a consideral-a pertencente ao systema rhombico para o que Schrauf se mostrara inclinado. Esta consequencia parece fun- damentada; pois que se encontram crystaes cujas grandezas angulares não differem das theoricamente deduzidas. Do que fica dito vê-se que a maior parte dos auctores, que trata- ram a questão interessante das anomalias opticas, as consideraram pro- duzidas ou pela constituição lamellar ou por uma dilatação ou contrac- ção, que sofírem os crystaes durante o seu crescimento. Foi só em 1876 que Mallardº apresentou uma theoria completa- mente diversa do que até áquella época se admittia para a. explicação dos phenomenos anomalos. Mallard considera os crystaes geometrica- mente tesseraes, que apresentam phenomenos de polarisação, compos- tos de individuos de symetria inferior (de algum dos outros systemas), os quaes, juntando-se por leis de hemitropia mais ou menos compli- cadas, constituem um individuo complexo de symetria superior à do systema de crystallisação dos individuos componentes. A hypothese de Mallard é de certo modo a inversão das hypothe- ! Mémoires de P Académie des Sciences, tome xvrit, 1808, p. 515. 2 Mineralog. petrograph. Mittheilungen, von G. Tschermak, 1875, p. 227. 3 Monalsterichte der Berliner Ahademie, August, 1872. * Anzeiger der K. K. Akademe der Wissench. Wien, 1876, vir. * Annales des Mines, T. x, 1876. Explications des phénomênes optiques anomaux, etc. “.— PHYSICAS E NATURAES 177 ses anteriores, que tinham por fim explicar as anomalias opticas; pois, considerando-se antes d'elle a fórma crystallina como um dos mais importantes criterios para a determinação do systema crystallogra- phico, e procurando-se explicar os phenomenos opticos anomalos de uma maneira ou d'outra, e, por assim dizer, fazendo excepção à regra, considera Mallard estes phenomenos como mais importantes e determi- nativos para as substancias anomalas, e a fôrma crytallographica como mais ou menos casual. Este trabalho, em que Mallard apresentou uma quantidade con- sideravel de observações originaes, que nos mostraram quão vulgar é o que d'antes se considerava como excepção, chamou toda a attenção dos mineralogistas, e deu impulso a estudos como o presente; pois que, sendo a sua hypothese verdadeira, veriamos atacadas as leis fundamentaes da crystallographia, sacrificando-se os fundamentos d'esta sciencia para poder explicar um pequeno grupo de phenomenos irre- conciliavel com aquelles, e cuja natureza era ainda imperfeitamente conhecida. Era por isso necessario, antes de admittir a hypothese de Mallard, sujeital-a a uma critica severa. Um exemplo concreto dará uma idéa mais justa do modo como Mallard explica estes phenomenos. Considera elle a analcime composta de tres individuos tetragonaes quasi cubicos, cujos eixos principaes (que seriam eguaes à unidade) estão dispostos segundo as tres din ensões do espaço. Estes individuos limitam-se mutuamente por planos diagonaes do cubo, contendo em si os eixos rhombicos e rhomboedricos do sys- tema tesseral. No correr d'estas linhas tentarei contribuir para a demonstração de que a hypothese de Mallard não satisfaz de modo algum à explicação dos phenomenos anomalos. Sem duvidar do valor determinativo das propriedades opticas dos crystaes dos outros systemas, não devemos admittir a identidade d'es- tas com as que apresentam as substancias cubicas, por serem taes pro- priedades, como já reconhecia Brewster, diversas das que apresentam aquellas subtancias cujo systema de crystallisação não é o tesseral. Mallard baseou a sua explicação relativamente à analcime, no facto das laminas parallelas à face do octaedro mostrarem uma divisão em tres sectores opticamente distinctos. Os limites destes sectores deve- riam juntar o centro da lamina triangular com os angulos, e não, como desenhou Mallard, com o meio das arestas que a limitam *. Fig. 29, est: 2, 1e: 178 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS A. von Lasaulx !, estudando as propriedades da picranalcime?, che- gou à conclusão de que este mineral era formado pela jJuxtaposição de in- dividuos triclinicos ou monoclinicos; mais tarde? concluiu das suas ob- servações em crystaes do Etna e das ilhas Cyclopes, que as proprieda- des opticas da analcime são devidas a uma tensão nos crystaes, e que os crystaes cubiformes d'estas localidades são formados de doze py- ramides opticamente distinctas, tendo por base as faces do dodecae- dro. Com quanto, de accordo com v. Lasaulx, consideremos a analcime - como pertencente ao systema cubico, as nossas observações differem consideravelmente das suas; e, quando adiante as descrevermos, pro- curaremos occasião de apontar estas divergencias, especialmente no que diz respeito à divisão dos crystaes em diversas partes opticas. A. de Schulten?, descrevendo crystaes icositetraedricos de analcime obtidos artificialmente, dá a noticia de serem estes formados de 4 in- dividuos dê caracter uniaxial (rhomboedrico); havendo coincidencia das faces oP (100) com as faces apparentes do O (441) (que não se acha desenvolvido nos crystaes). A sua explicação é analoga a algumas propostas por Mallard, e com- pletamente de accordo com a sua hypothese; e as difficuldades geome- tricas, que se apresentam admittindo-a, já foram brevemente apontadas por €. Klein quando apreciou esse trabalho. Em dezembro de 1882 teve o sr. Fouqué, do Instituto, a bondade de me mostrar em Paris as preparações originaes de Schulten, verificando eu serem os phenomenos, que estas apresentam, identicos aos que se observam em alguns dos crystaes paturaes adiante descriptos*, ainda que muito menos intensos; sendo por consequencia a asserção deste sabio necessariamente baseada numa observação imperfeita. Nos crystaes na- turaes nada se encontra que, nem levemente, a possa confirmar. ! Neves Jahrbuch fiir Mineralogie, 1878, p. 514. ? Segundo Bamberger, Pigs à analcime, contendo vestigios Hg magne- sia. (Zeutschrift f. VE, » 92, 1881) 3 Der Aetna de assi von Waltershausen, publicado por A. v. Lasaulx, 1880, vol. 2, pag. 509, etc., assim como Zeitsohrift fir Krystallographie de P. Groth, vol. v, 1881, pag. 330, etc. * Sur la reproduction artificielle de Panalcime. Comptes rendus de PAcadé- mie, 1881, sem. 7, x, n.º 25, pag. 1493. 5 Neues Jahrbuch fiir Mineralogie, etc., 1881, vol. 1, pag. 26 e 27 (Refe- rate). 8 O sr. C. Klein que os estudou mais minuciosamente, teve a bondade de me PHYSICAS E NATURAES 179 Arzruni e Koch! chegaram a uma conclusão identica à nossa no que diz respeito ao systema da analcime, conservando este mineral, não obstante a sua birefrangencia, no systema cubico. Para a explicação da birefrangencia das substancias cubicas ano- malas, admittem que nas direcções das tres qualidades de eixos do sys- tema tesseral, existem certas diversidades de densidade, e que são ellas que produzem os effeitos opticos. A constituição dos crystaes theoricamente deduzida d'esta hypo- these não é, porém, sempre conciliavel com a observação. Mais adiante indicaremos em que differem as nossas observações das que apresen- taram estes auctores. Concordamos com elles em attribuir a refracção d'estes crystaes a irregularidades de densidade; mas demonstraremos que não estão em relação com estas os eixos crystallographicos. Bertrand, na noticia que dá no Boletim da Sociedade Mineralogica de França?, das suas observações sobre crystaes de analcime do Monte Catini na Toscana e de Lang-Sev no Arendal diz serem um pouco de- formadas as imagens caracteristicas dos crystaes uniaxiaes com refrac- ção negativa, quando observados, segundo a aresta do cubo, em luz polarisada convergente. O mesmo auctor confirma a theoria de Mallard. Se, porém, nos * baseassemos sómente nas suas observações, não nos seria possivel de- duzir a verdadeira natureza dos phenomenos. | De Schulten? obteve crystaes icositetraedricos sem vestigios de birefrangencia, repetindo as suas experiencias para a reproducção ar- tificial da analcime, em circumstancias diversas das que nas primeiras concorreram, observação que confirmou as nossas conclusões anterior- mente formuladas. Tschermak no seu compendio de Mineralogia (pag. 93, fasciculo 1, 1881) inclue a analcime no seu grupo de crystaes mimeticos (os que, segundo Mallard e outros auctores, são compostos de individuos ele- mentares de symetria inferior); emquanto que, tratando das suas pro- priedades opticas (pag. 196, fasciculo 11) a classifica entre as substan- cias que apresentam birefrangencia anomala, não obstante lhe parecer provavel pertencer ella aos individuos mimeticos. communicar a confirmação d'esta observação pelo que respeita aos crystaes ar- tificiaes de Schulten. 1 Zeitschrift fiir Krystallographie etc., vol. 11, 1881. 2 14881, tom. Iv pag. 62. 3 Bul. de la Société Mineralog. de France, t. v, p, 7-9, assim como Neues Jahrbuch fiir Mineralogie, etc. 197 e 198 (Referate). 180 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Para concluir a revista dos mais importantes trabalhos sobre esta materia, que completaram os nossos conhecimentos a seu respeito, resta-nos citar o notavel trabalho sobre a granada, de C. Klein. Demonstra este mineralogista não estarem em dependencia, como admittiu Mallard, a constituição chimica e as propriedades opticas d'este mineral, e fornece-nos promenores interessantissimos, até agora des- conhecidos, com relação às anomalias opticas d'elle; e, para a explicação dos phenomenos anomalos em geral, admitte (baseando-se em parte so- bre experiencias nossas com gelatina?) de accordo com Reusch? que, durante a passagem da materia do estado de dissolução para o crystal- lino, se deve suppor ter havido um intervallo em que a substancia teve a faculdade de se contrair como as gelatinosas, produzindo esta con- tracção a tensão, que daria causa à Direfrangencia. A maior parte das observações aqui apresentadas sobre os pheno- menos opticos da analcime já as publicâmos no Neuwes Jahrbuch fir Mineralogie, etc., 1882, vol. 1, p. 41 etc. Cingimos-nos, então, á descripção das observações e a apontar quaes as consequencias mais directas com relação ao systema da anal- cime. O benevolo acolhimento que encontrámos, faz-nos crêr que não será inutil reimprimil-as aqui, accrescentando algumas observações e rectificando outras, visto que n'estes ultimos tempos a questão das ano- malias tem despertado vivamente o interesse: dos mineralogistas e crys- tallographos. A esta parte já publicada juntamos uma segunda, em que apresen- tamos alguns elementos para a theoria d'essas anomalias, procurando ao mesmo tempo demonstrar, que pelo menos para alguns crystaes artifi- 1 Nachrichten der k. Gesellschaft der Wissensch. Góttingen, n.º 16, 1882 e Neues Jahrbuch fiir Mineralogie, 1883, vol. 1, p. 87. 2 Neues Jahrbuch fiir Mineralogte, 1882, vol. 1, p. 68, ete. 3 Poggendorf's Annalen, 1867, vol. 132, pag. 6214 e 922. * Zeitschrift fir Krystallographie, etc., vol. vir, 1883, p. 104, etc. E. Dana. 3º Appendir to the 5 edition of Dana's Mineralogy, 1882, pag. Ix, Bibliography e pag. 6. v. Kokscharow fez-nos a honra de transcrever litteralmente uma grande PHYSICAS E NATURAES 181 ciaes, que a birefrangencia anomala é o producto de influencias estranhas à força crystallisante. O desejo de tornarmos perfeitamente comprehen- sivel a segunda, e nova, parte do nosso trabalho, foi o que principal- mente nos levou a publicar em portuguez os resultados da anterior in- vestigação sobre a analcime. Diligenciámos sempre basear-nos em observações ou experiencias, proprias ou d'outros auctores, e evitar o mais possivel dados hypothe- ticos. É talvez temeridade nossa procurar contribuir para a explicação destes complicados phenomenos que, ségundo nos parece, não foram ainda satisfactoriamente explicados pelas auctoridades da sciencia; mas tendo de interromper esta ordem de estudos, por tempo indefinido, pa- receu-nos conveniente deixar registrados os resultados a que a nossa investigação nos levara, pensando que, entre os factos que observâmos, alguns ha que lançam nova luz sobre a questão. As localidades dos crystaes estudados são as seguintes!: Duingen (Hannover), Andreasberg (Harz), Val de Fassa, Aussig (Bohemia), Mon- tecchio Maggiore (Vicenza), Etna, ilhas Cyclopes, Palagonia, Antrim (Irlanda), Foya (Algarve). Usámos quasi sempre do microscopio apropriado a estudos minera- logicos, disposto de maneira qre, para a observação de laminas pouco activas, se podesse collocar entre a occular e o analysador uma lamina de gesso de espessura conveniente para dar ao campo do microscopio a côr do roxo de 1.º ordem de Newton; applicando, excepto nos casos que vão mencionados, objectivas de pouco augmento. Ao illustre professor o sr. C. Klein, sob a especial direcção de quem tivemos a fortuna de estudar a mineralogia durante alguns an- nos, devemos a iniciação n'esta importante questão das anomalias: se no presente trabalho houver coisa de alguma valia, isso deve attri- buir-se à proficuidade do ensino de tão distincto mestre. parte do nosso trabalho na sua importantissima obra Materialien zur Mine- ralogie Russlands, vol. 11, pag. 325, etc. Bulletin de la Société Mineralogique de France, vol. v, pag. 27, 1882, etc. 1 Devemos a maior parte do material de estudo ao sr. €. Klein, que teve a bondade de nol-o fornecer das amplas colleeções da Universidade de Góttingen, e os crystaes de Andreasberg ao sr. v. Groddeck Clausthal. 182 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS H. ESTUDO DAS PROPRIEDADES CRYSTALLOGRAPHICAS E OPTICAS DA ANALCIME 1. Irregularidades da superficie dos crystacs e medição dos angulos diedros Conforme o testemunho dos auctores que estudaram este mine- ral, são as suas faces pouco apropriadas à medição exacta dos angulos que formam entre si. ! As faces do cubo, nos crystaes em que esta fôrma domina, posto que mostrem um brilho intenso, desviam-se ás vezes um pouco do plano perfeito, e apresentam irregularidades e elevações conicas mais ou menos perceptiveis. Em alguns casos levantam-se sobre estas faces pyramides muitissimo baixas, cujas faces teem a posição das de um ico- sitetraedro e resultam do agrupamento diversamente regular das eleva- | ções conicas acima mencionadas. Geralmente, porém, os elementos co- nicos não estão dispostos de tal maneira que simulem as faces de um icositetraedro com grandes indices. As faces do 202 (241) são menos imperfeitas do que as do cubo, mostrando aquellas, às vezes, elevações e depressões circulares, que se assemelham a systemas de ondas como as que se produzem na super- ficie de um liquido. Nos crystaes em que predomina o icositetraedro, encontram-se re- gularmente distribuidas pela superficie, systemas de estrias como as re- presentadas na figura 30. Os crystaes de Duingen, de Val de Fassa e de Andreasberg apresentam esta estriação às vezes bastante determi- nada, a qual se pode observar melhor quando se colloca o crystal no goniometro, e se faz reflectir luz artificial na face que se deseja es- tudar. ' Deve notar-se que esta estriação não é apropriada a dar-nos es- clarecimentos sobre o systema crystallino da analcime, por isso que não apresenta relação alguma com a estruciura interna destes. crystaes. Voltaremos a este ponto quando descrevermos os phenomenos observados em placas parallelas à face do 202 (211). Se n'estas placas ha um limite entre duas partes opticas distinctas, a estriação atravessa este limite sem o menor desvio. Na figura 30 está representado o li- mite das partes opticas por uma linha pontuada. PHYSICAS E NATURAES 183 Ás imperfeições das faces, que, pelo seu brilho, à primeira vista, parecem apropriadas à medição goniometrica é que devem ser attri- buidas as pequenas differenças entre os angulos observados e os cal- culados. Arzruni e Koch obtiveram angulos, cujas diferenças são inferio- res às que obtive. Foi só n'um pequeno crystal de Andreasberg que ob- servei sobre a aresta octaedrica do 202 (2141) exactamente o angulo exigido pela theoria: 131º49'. Em um exemplar da Palagonia, em que domina o 202 (211), obser- vei um mOn (Aki) bisellando as arestas mais curtas do icositetraedro. Estas facetas são todavia arredondadas e muito estreitas, de modo que não foi possivel determinar o seu symbolo crystallographico. &. Estudo optico Laminas de crystaes das ilhas Cyclopes e do Etna que teem o cubo por fórma dominante a, Laminas parallelas à face do «o 000 (400). Uma lamina tirada da superficie do crystal parallelamente à ace do cubo, observada ao microscopio com os prismas de Nicol cruzados, produz uma acção nulla ou quasi inapreciavel. | Uma lamina tirada do centro do crystal apparece dividida em quatro sectores separados por zonas parallelas às suas diagonaes, como nas figu- ras 1 e 2. Na posição em que as arestas da lamina fazem angulos de 45º com os planos de polarisação dos nicols, observa-se a maxima in- tensidade das côres. As zonas limitrophes dos sectores são quasi ou totalmente inactivas, apparecendo assim os quatro sectores activos separados pcr uma cruz negra, formada pelas mencionadas zonas. A posição em que os braços da cruz coincidem com os planos de polarisação do instrumento, é aquella em que os phenomenos chromaticos são mais intensos. À esta posição chamaremos posição diagonal. | Observa-se mais uma parte inactiva no meio dºalgumas laminas paralleias à face do cubo, formando, ainda que pouco determinada- mente, um quadrado, cujos lados fazem angulos de 45º com os limites da lamina (fig. 3); algirmmas se encontram, porém, cujos limites são pa- 184 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS rallelos aos limites exteriores da lamina, como primeiramente obser- varam Mallard e v. Lasaulx (fig. 4). Ás vezes encontram-se na mesma lamina os dois limites combinados, tendo assim a parte inactiva no meio da lamina a fórma de um octogono mais ou menos regular. Os braços da cruz escura, que divide os secto- res activos, são ou sensivelmente rectilineos ou irregularmente curvos. Á maneira que as laminas se vão aproximando das faces do cubo, cresce gradualmente a parte central inactiva até os sectores e a cruz desapparecerem quando a lamina voincide com a face do cubo. Arzruni e Koch! não poderam confirmar esta observação já feita por Mallard e von Lasaulx; comtudo, em todos os crystaes bem forma- dos, que n'este sentido estudâmos, podémos verifical-a. Os dois pri- meiros auctores dizem haver partes isotropes no meio dos crystaes; todavia as paries centraes não são verdadeiramente isotropes, por isso que, inclinando a lamina para ser atravessada obliquamente pela luz polarisada, esta é decomposta; o que não aconteceria se fossem total- mente exemptas de birefrangencia. A intensidade da refracção é a maior parte das vezes differente para os diversos pontos dos sectores, sendo geralmente de uma refrac- ção mais energica os mais visinhos das faces exteriores do crystal: nos pontos mais affastados d'essas faces diminue a intensidade de modo que em preparações muito delgadas só se observa a refracção na zona exterior. As extincções dos 4 sectores (quando a lamina é simplesmente li- mitada pelas faces do cubo) são parallelas aos seus limites peripheri- cos: não faltam, comtudo, excepções a esta regra, especialmente na zona de mais intensa acção?, onde se observam os maiores desvios do parallelismo com aquelles limites. Em preparações que são limitadas tanto por elementos do co 0 00 (100) como pelos de 202 (211) apparecem, além dos sectores descri- ptos, que confinam com as faces do cubo, outros correspondentes às do 2092 (241). A grandeza dos sectores é dependente da extensão dos limites crys- tallographicos. Se as faces do cubo estão bastante desenvolvidas, são tambem grandes os sectores exteriormente limitados por ellas; se os elementos do 202 (211) augmentam em extensão crescem com elles os sectores opticos que limitam estes elementos. ! Loc. cit. pag. 486. 2 As partes mais activas das laminas estão mais sombreadas nas figuras. PHYSICAS E NATURAES 185 Uma lamina preparada de um crystal da combinação «o O oo (400) e 202 (241) parallela à face do cubo, e atravessando oito faces do 202 (241) apresenta a configuração optica desenhada na fig. 6, na qual as partes marcadas com | correspondem ao icositetraedro e as marcadas com w ao cubo. Todas estas propriedades ficam mais distinctas, môrmente pelo que respeita à divisão em sectores opticos, quando se introduz uma lamina de gesso a córar o campo do microscopio de roxo de 4.º ordem. Ap- parecem então os sectores com côres vivas, tomando os diametralmente oppostos córes eguaes. Os sectores da lamina sobre os quaes passa 0 eixo de menor elas- ticidade do gesso, apresentam-se córados de amarello e de azul na di- recção perpendicular à do mesmo eixo!. As laminas são por isso como o alumen? de uma birefrangencia negativa. A parte central quasi inactiva apresenta-se mais ou menos egual- mente córada de roxo de 4.º ordem, observando-se comtudo algumas - manchas e estreitas faxas irregulares amarellas e azues, mas de inten- sidade diminuta. O verdadeiro limite dos sectores é uma zona estreita, que se estende longitudinalmente sobre os braços da cruz: sem a la- mina de gesso interposta, este limite não apparece bastante claro. Os braços da cruz, assim divididos segundo a sua extensão, tomam as cô- res correspondentes dos sectores a que pertencem. Podem-se distinguir geralmente em cada sector tres zonas de inten- sidade differente no colorido (na refracção): uma, que é geralmente a mais activa, junto do limite exterior do sector; outra, contigua ao seu li- mite interno que apresenta as côres mais desvanecidas, e a terceira, de uma intensidade média, situada entre estas duas. As linhas limites dirigem-se diagonalmente, ainda quando o crystal por um desequilibrio no seu desenvolvimento faça com que a lamina te- nha a fórma de um rectangulo em vez de um quadrado, dando assim causa a que os limites dos sectores (limites das macles de Mallard) se cruzem sob diversos angulos. D'aqui se deduz a impossibilidade de conside- rar estas linhas como a projecção de planos crystallographicos deier= minados, communs aos (suppostos) individuos componentes. Nas laminas, limitadas por um lado pela superficie natural do crys- tal, observam-se dois systemas de pequenas fendas, que se cruzam per- t As partes amarellas estão representadas nas figuras por campos pontua- dos; as azues por campos estriados; as de roxo de 4.º ordem ficaram em branco. 2 F. Klocke, N. Jahrbuch fir Mineralogie, etc., 1880, vol. 1, p. 33.: JORN, DE SCIENC. MATH. PHYS. E NAT N.º XXXY. 13 4186 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS pendicularmente, sendo estas parallelas aos limites das faces. Veja-se fig. 6 em que a lamina é limitada pela aresta de combinação do 202 (211) é 00 0 00 (400). Estas fendas são superficiaes e desapparecem descendo com o tubo do microscopio: não podem por isso ser consideradas como correspon- dentes a uma verdadeira clivagem. As fendas mais distinctas rodeam mais ou menos regula ona 0 centro inactivo e ligam o polygono central com os angulos periphericos. Estas ultimas fendas, como as superficiaes acima descriptas, mostram ha- ver uma dependencia manifesta entre a sua posição e a fórma da lamina (fig. 3). Não apresentando uma lamina taes fendas facil é produzil-as aque- cendo-a, para depois a resfriar repentinamente (E. Cohen, Neues Jahr- buch fiir Mineralogie etc., 1879, p. 866). Os diversos systemas, tanto das fendas superficiaes como das internas, encontram-se mais vulgar- mente nos maiores crystaes, coincidindo as ultimas descriptas com os limites dos sectores (fig. 3). Em luz polarisada convergente encontram-se, na parte central, lo- gares que apresentam uma cruz negra, a qual para alguns d'estes e du- rante a revolução do porta-objecto, se transforma em dois rames d'hy- perbole mais ou menos distinctos. Passando da parte central aos secto- res de birefrangencia mais determinada, e empregando luz muito con- vergente (objectivas 7 e 9 Harlnack), observam-se dois ramos d'hyper- hole nos logares mais homogeneos e activos, os quaes, na posição da extineção completa, se transformam n'uma cruz. Em todos os logares do mesmo sector apparecem os dois ramos d'hyperbole approximada- mente na mesma posição, e movem-se apparentemente no sentido in- verso ao movimento rotatorio do porta-objecto. Não se devem confundir com os phenomenos que se observam em luz convergente, os de aspecto muito semelhante mas de natureza diversa, que nos mostram as laminas em luz polarisada parailela: — faxas escuras com movimento em egual sentido ao do porta-objecto, mas com dupla velocidade angular. Klocke! observou estas faxas no alu- men, e von Lasaulx foi o primeiro que indicou a sua existencia na analcime. O centro de rotação d'estas faxas negras é sempre fixo num lo- gar da lamina, e desloca-se quando movemos esta; o que se não dá com os ramos de hyperbole anteriormente descriptos. comparaveis ás ! Loc. cit., pag. 488, fig. 1. PHYSICAS E NATURAES 187 figuras mais ou menos deformadas, que se observam em luz polari- sada convergente, com laminas cortadas parallelamente ao pinacoide basico de crystaes uniaxiaes. As faxas negras com ponto de rotação fixo são identicas às que se observam em laminas de vidro temperado, ou de substancias colloi- des transparentes contrahidas. Não foi possivel encontrar preparações parallelas à face do cubo, que mostrassem a estructura que descrevem Arzruni e Koch! (dividi- das em 8 sectores). A existencia de uma tal estructura é duvidosa, pelo menos nos crystaes das localidades acima indicadas. b, Laminas parallelas á face do O (411). Estas laminas na sua fórma mais simples são triangulares, e mostram-se em luz polarisada compostas de tres sectores, correndo as linhas limites do centro da lamina para os seus angulos (fig. 7). Sendo a preparação tirada mais do interior do crystal, de modo que atravesse as seis faces do cubo, observam-se tambem seis secto- res. Os lados maiores do hexagono limitam os maiores sectores; os mais curtos limitam os sectores menos desenvolvidos (fig. 9). “Sendo limitada a preparação por tres faces do cubo e seis do ico- sitetraedro, apparece ella constituida como na fig. 10, apresentando tambem junto a cada elemento do icositetraedro um sector optico. As placas da posição descripta, não sendo tiradas do centro do crystal, mostram um triangulo interno concentriço ao seu limite ex- terior (fig. 10). Os limites desta figura interior são muitas vezes pouco distin- ctos, e teem por isso escapado a anteriores observadores. Nas melho- res preparações observa-se que o triangulo interno é dividido em tres sectores opticos. Se a fórma da lamina não é perfeitamente triangu- lar, mas corresponde à fig. 40, tambem o polygono interior tende a apresentar limites semelhantes. Este polygono interno augmenta à medida que aproximamos o corte das arestas de combinação do co 0 co (400) é 202 (241), e domina ex- clusivamente quando a lamina é limitada pelas tres faces do icosite- traedro, que despontam o angulo solido do cubo. A figura interna mos- 1 Loc. cit., pag. 62. 13+ 188 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS tra-se, ainda que pouco distinctamente, dividida em tantos sectores quantos os lados que a limitam . Á medida que o corte se approxima do centro do crystal diminue a figura central, e desapparece totalmente quando a lamina é tirada do centro. As laminas talhadas parallelamente à face do O (411), que attin- gem o centro do crystal e são da fórma dum hexagono regular, mos- tram-se formadas de seis sectores opticos com extincções parallelas aos limites; (a fig. 11 representa uma das melhores preparações). Em todas as preparações representadas nas figuras 7 a 14 são as extineções parallelas aos elementos do cubo, não faltando porém ca- sos em que estas se desviam consideravelmente da posição indicada. O caracter da birefrangencia n'estas laminas é tambem identico ao dos crystaes de alumen. Raras vezes, mas sempre em preparações proximas da superficie dos crystaes, se encontra uma outra divisão menos distincta, combi- nada com a anteriormente descripta. Esta divisão corre do centro da lamina para o meio dos lados da mesma. A presença d'estes limites parece alterar a direcção das extincções; pelo menos as preparações em que se observa esta divisão apresentam a maxima divergencia (fig. 12). São estes limites secundarios que Mallard descreve e representa na sua fig. 29, est. 2. Em preparados espessos tirados da superficie de crystaes, e nos fragmentos que trazem as faces do icositetraedro, apparece às vezes, se é que estes mostram uma constituição regular, a divisão de Mal- lard. Adelgaçando mais estes fragmentos parallelamente à face do octae- dro, desapparece esta ultima divisão total ou quasi totalmente; e pre- domina a que acima descrevemos, estendendo-se do centro de gravi- dade da placa para os seus angulos. A raridade com que apparece esta - divisão, que nunca observei predominante, leva a crer que a obser- vação de Mallard representada na sua figura, não deve ser considerada caracteristica para estas preparações. Em luz convergente observa-se, nos sectores das laminas octae- dricas (fig. 8), uma barra escura com movimento contrario à rotação do porta-objecto: pode-se por isso, com a reserva necessaria n'este caso em que faltam os outros caracteres, fallar da apparição de um 1 Devido à pequena differença na birefrangencia da figura interior, e a das partes opticas que a rodeiam, é ás vezes difficil observar estes limites. PHYSICAS E NATURAES 189 eixo optico em posição obliqua sobre cada sector £, como os de crystaes biaxiaes; mas não se deve esquecer que em laminas de crystaes unia- xiaes, cortadas parallelamente à face de uma pyramide qualquer, po- dem apparecer figuras bastante semelhantes, quando acontecer, como aqui, ser a birefrangencia fraca. Tambem se observam faxas escuras em luz parallela, como já acima descrevemos para as preparações parallelas à face do cubo. Collocando uma preparação octaedrica por tal modo no microsco- pio, que o meio della, isto é, o ponto em que se juntam os tres secto- res (fig. 7 e 8), esteja no centro do campo do instrumento, observa-se, girando com a mesa deste, uma faxa da fórma de um pincel, com a parte mais larga voltada para o exterior, e cujo centro de rotação coincide quasi sempre com o da lamina, correndo a faxa escura egualmente pelos tres sectores. Estas faxas escuras lembram, como dissémos, as que mostram o vidro temperado, as laminas de gelatina contrahida, e outros corpos amorphos que sofirem ou soffreram uma pressão qualquer. c, Laminas parallelas a co O (410). No caso mais regular são compostas as preparações dodecaedri- cas de oito partes opticas, quando teém a fórma e posição das figuras 13 a 15. A cada face collocada acima do corte corresponde um elemento optico: a cada aresta um limite. As partes opticas limitadas pelas faces do cubo estão marcadas nas figuras com 10, as limitadas pelas do ico- sitetraedro com 1. As figuras 13 a 18 são desenhadas na posição normal: na posi- ção diagonal estas mesmas laminas apresentam a maior intensidade nas côres. Desenvolvendo-se no crystal as faces do 202 (241), de modo que comecem a apparecer as arestas mais longas d'esta fórma, observa-se na lamina uma estructura correspondente (fig. 13). Sendo o cubo pouco desenvolvido pode-se cortar uma preparação parallela a co O (440), limitada totalmente ou quasi totalmente, pelas fa- ces do icositetraedro com a fôrma de um rhombo. Estas laminas rhom- boidaes são compostas de quatro sectores opticos, limitados segundo 1 Ben-Saude, loc. cit. 190 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS as diagonaes do rhombo (figuras 15 a 47); desapparecendo por este desenvolvimento as partes w correspondentes às faces do cubo, e des- envolvendo-se mais as | do icositetraedro (fig. 14, 15, 16, 17 e 18). Não se encontram frequentemente laminas com estructura tão dis- tincta como a desenhada nas figuras 13 e 14; em quanto que são fa- ceis de obter as das figuras 16, 17 e 18. Observa-se esta transformação. successiva da disposição optica, cor- respondente à transformação exterior do crystal, em individuos dum mesmo exemplar. Quando uma preparação atravessa o centro do crys- tal, observa-se tambem que de cada um dos seus lados partem se- ctores opticos, que se juntam no interior. As extincções dos sectores limitados pelos elementos do cubo, correm parallelas a estes: as dos limitados por elementos icositetrae- dicos afastam-se mais ou menos d'essa direcção. Em luz convergente observam-se nos diversos sectores barras es- curas pouco distinctas, como as que observâmos nas laminas parallelas às faces do cubo e octaedro, e referiveis talvez a eixos opticos. d, Laminas parallelas face do 202 (244). As preparações parallelas a estas faces são geralmente homoge- neas, e quasi sem acção. Se mostram uma birefrangencia apreciavel, as extincções fazem-se em geral parallelamente ás diagonaes do del- toide, e nunca se apresentam formadas pelo conjuncto regular de se- ctores opticos, ainda que às vezes appareçam constituidas de porções birefrangentes irregularmente dispostas. Esta observação sobre a estructura das laminas parallelas à face do 202 (244), tambem não concorda com a de Arzruni e Koch: basean- do-se esta minha asserção sobre o estudo de muitas placas. Do estudo das laminas de individuos em que predomina o cubo em combinação com o icositetraedro, deduz-se que a estructura optica, que attribue v. Lasaulx a estes crystaes, não pode ser a verdadeira. A homogeneidade das laminas superiores do cubo; a figura concen- PHYSICAS E NATURAES 194 trica das laminas octaedricas; assim como a constituição optica das do- decaedricas, não reconhecidas por este auctor, mostram claramente a inadmissibilidade de tal estructura. Laminas de orystaes icositetraedricos de Duingen, Andreasberg, Val de Fassa, Aussig, Antrim, Palagonia, Montecchio Maggiori e (raras vezes) das ilhas Oyclopes e da Foya. Tendo todos os crystaes d'estas proveniencias o mesmo desenvol- mento crystallographico, e visto termos já observado haver certa cor- relação entre as fórmas crystallographicas e a configuração optica dos crystaes de analcime, era de suppor encontral-os com egual estructura. Esta supposição verificou-se com efeito; e vamos descrever si- multaneamente os crystaes de todas as sobreditas localidades. a, Laminas parallelas à face do «o O 00 (400). As preparações parallelas a uma face do cubo, se são obtidas de crystaes regularmente desenvolvidos, e se atravessam só as faces ter- minaes do icositetraedro, teem a fórma de um quadrado, cujos lados fazem angulos de 45º com as arestas do cubo inscripto. Em luz pola- risada apparecem formadas por quatro sectores opticos, que apresen- tam a maior intensidade nas suas côres quando as linhas limites dos sectores fazem angulos de 45º com os planos de polarisação dos nicols. As extincções são geralmente parallelas aos limites exteriores, mas encontram-se frequentemente variações d'estas direcções. Em quanto que os crystaes cubiformes mostram, como vimos, refracção negativa, ha um pequeno numero de crystaes icositetraedricos para os quaes esta é positiva. Uma lamina do interior do crystal, parallela á face do cubo, limi- tada por oito faces do icositetraedro 202 (241), tem a fórma de um octo- gono com angulos de 126º 52' e 443º 8'. As linhas rectas, que unem os vertices dos angulos menos obtusos, coincidem em direcção com a dos eixos principaes; as que ligam os mais obtusos, com a dos eixos rhom- bicos. A lamina fica d'este modo dividida em oito partes opticas (fig. 19 e 20). 1992 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Na posição em que a direcção dos eixos principaes coincide com os planos de polarisação dos prismas de Nicol, apparece toda a lamina escurecida. Mas como não são parallelas as extincções em todos os oito sectores, a preparação não se apresenta absolutamente escura. Girando 3º a 5º para a direita ou para a esquerda (fig. 19), ap- parecem, dos oito sectores que compõem a placa, alternativamente qua- tro escuros e quatro córados. Continuando a rotação, até que a bisse- ctriz do angulo menos obtuso fórme com os planos de polarisação an- gulos de 45º, apparecem intensamente coradas as partes dos sectores mais proximas das diagonaes parallelas aos eixos principaes, em quanto que do centro para os angulos mais obtusos (143º 8 se dirigem zonas quasi inactivas, formando uma cruz escura entre os campos de cores vivas (fig. 20). . Quanto mais distante d'estas zonas escuras está um logar na la- mina, tanto mais intensa é a sua côr, que attinge a maxima intensidade da birefrangencia na immediata proximidade dos angulos menos obtusos do octogono. São estas propriedades que Brewster tentou exprimir pela for- mula mencionada (veja-se Introducção, pag. 173), que pode servir para dar uma idéa da distribuição da intensidade da birefrangencia n'estas laminas, mas que não exprime rigorosamente o que na natureza se observa. Não só se percebe uma diminuição na intensidade da refracção em direcção prependicular aos elementos do icositetraedro, mas tam- bem na direcção do lado do octogono, e no sentido do vertice do an- gulo de 126º 52! para o de 143º 8'. Nos oito sectores em luz convergente, empregando objectivas de forte augmento, observam-se barras escuras; mas devido à fraqueza da refracção e à pequena espessura das preparações (0,1 a 0,12 de mm.), são muito pouco distinctas para poderem ser devidamente estu- dadas. Laminas de crystaes muito pequenos mostram às vezes no centro uma porção quasi ou totalmente inactiva. Como já notâmos, conhecia Brewster quasi tudo o que diz res- peito a estes phenomenos; mas na sua descripção e desenho ha con- fusão entre os angulos mais e os menos obtusos, apparecendo a cruz escura n'uma posição que differe da verdadeira em 45º1. As propriedades opticas da picranalcime, descriptas por v. La- ! No seu Treatise on Optics, 1853, pag. 278, encontra-se isto rectificado. PHYSICAS E NATURAES 193 saulx !, são bastante semelhantes às que mostram as placas aqui des- criptas. Se se observam laminas tiradas proximo da superficie do crystal, essas mostram, em luz polarisada- convergente, phenomenos que lem- bram os de crystaes Dbiaxiaes, mas muito pouco distinctos para um es- tudo perfeito. Uma preparação mais espessa apresentou-nos uma figura seme- lhante às correspondentes a um eixo optico dos crystaes uniaxiaes com caracter negativo de refracção, mas sem as curvas caracteristicas co- loridas. b, Laminas paralelas à face do O (444). Os cortes d'esta direcção, sendo superficiaes são limitados por tres faces do icositetraedro 202 (211), teem uma fórma triangular e mos- tram-se divididos em tres sectores. As extincções são parallelas aos limites exteriores. Laminas cortadas mais proximo do centro do crystal apparecem formadas como está representado nas fig. 21 a 23. Do centro d'estas laminas correm para os angulos obtusos os li- mites dos tres sectores que a compõe. As suas extincções estão indi- cadas nas figuras 21 e 22. Ás vezes apparecem as divisões dos sectores sômente na parte ex- terior da lamina, desapparecendo pouco a pouco para o centro da mes- ma, que é então quasi ou totalmente isotrope. Nºoutras faz-se esta di- minuição de maneira que para O interior vão apparecendo faxas que- bradas com a convexidade para o centro da preparação, e são tanto menos intensamente córadas quanto mais proximas estão do centro da lamina. (fig. 22). As partes da preparação, que no crystal estavam proximas dos angulos solidos mais agudos, são as que mais energicamente decompõem a luz polarisada. Estas preparações parallelas à face do octaedro de crystaes icosite- traedricos mostram os phenomenos mais interessantes da analcime; e são tanto melhor definidas na sua constituição optica quanto menores são os crystaes d'onde se tiram, não obstante ser a refracção n'estes crystaes mais fraca do que em outros maiores. O diametro das melho- res preparações é de 1,5 a 2 millimetros. Em luz convergente observa-se aqui, mais claramente do que em 1 Neues Jahrbuch fr Mineralogie, 1878, pag. 513, ete. 194 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS outras preparações, ramos escuros de hyperbole, com a posição dese- nhada na fig. 23. Muitas vezes encontra-se n'estas preparações uma parte central unirefrangente, o que leva a concluir que o crystal no começo da sua formação era isotrope. c, Laminas parallelas à face do o O (410). Cortando-se as preparações abaixo das duas arestas sobrepostas à do octaedro inscripto, limitam-se estas só por quatro faces do 202 (244) (figuras 17 e 18), e ficam com a fórma de um rhombo. Quando as faces collocadas por cima do corte são irregularmente desenvolvidas; isto é, quando em logar de um angulo solido apparece uma aresta, tambem em luz polarisada se observa na preparação, uma irregularidade correspondente à aresta formada pelo desequilibrio no desenvolvimento do crystal: irregularidade que produz mais um limite optico (fig. 18). Se os limites opticos estão collocados parallelamente aos planos de polarisação dos nicols cruzados, apparecem os quatro sectores quasi totalmente escuros; mas a maxima escuridão sómente se produz de cada vez, para dois sectores oppostos fazendo as suas extincções peque- nos angulos com as diagonaes do rhombo. São vulgares os casos em que as extincções são irregulares e <6 desviam mais ou menos consideravelmente do parallelismo com as dia- gonaes (fig. 24). Estas preparações de fórma rhombica são identicas às que se tiram de crystaes em que domina o cubo, mas que são sômente limitadas por quatro faces do 202 (241). d, Laminas parallelas á face do 202 (2414). Quando estas laminas são tiradas de crystaes bem formados mos- tram-se homogeneas e quasi ou totalmente inactivas: se proveem de crystaes deformados, cujas faces não são já deltoides, apparecem por- ções irregulares mais ou menos consideraveis e com acção energica sobre a luz polarisada. Nunca podémos observar uma regularidade na coordenação das partes activas da preparação. Nos casos em que apparecem porções activas estão estas quasi PHYSICAS E NATURAES 195 sempre collocadas nas proximidades do angulo mais agudo do deltoide, as suas extincções são geralmente parallelas às diagonaes da face. Em luz convergente não se observam phenomenos sufficientemente determinados. | S. Figuras produzidas por corrosão É sabido que, expondo as faces de uma substancia crystallisada à acção de outra que a decomponha não muito energicamente, as pri- meiras manifestações do ataque evidenciam-se em pequenas figuras polyedricas mais ou menos regulares, com uma symetria determinada e correspondendo à symetria da face sobre a qual se produziram. Admiítindo haver esta absoluta correlação entre as figuras de cor- rosão e a symetria da face, é claro que, em casos em que outro me- thodo de determinação da symetria e valor crystallographico não dêem resultados absolutamente decisivos, o estudo d'estas figuras pode-nos dar esclarecimento sobre a symetria e valor relativo das diversas fa- ces que compõem uma fórma crystallographica qualquer, e assim pro- porcionar a determinação do systema a que essa fórma pertence. Já por outra occasião notâmos ! que se nos afigura que os corpos crystallisados que mostram as anomalias opticas (o que segundo o nosso modo de ver é expressão de uma anomalia na disposição das densida- des), poderiam talvez apresentar figuras de corrosão em certa relação com taes anomalias, e que ha effectivamente o na que em parte confirmam esta supposição. Expozemos à acção do acido chlorhydrico muito diluído prepara- ções cortadas dos crystaes de analcime parallelamente às faces do cubo, do octaedro e do dodecaedro. Nunca se produziram figuras cuja fórma fosse bem determinada para se poder, da sua symetria, tirar conclusões relativamente à das faces. A applicação de uma mistura de acidos chlorhydrico e sulfurico, em diversas proporções, teve egual resultado negativo. Todavia pro- duziram-se figuras que, por outras circumstancias, despertam bastante interesse. 1 Ueber den Perowskit, pag. 26. 196 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS As faces naturaes, expostas à acção dos acidos, são atacadas irre- gularmente. As figuras a que se refere a descripção que segue, são obti- das em laminas do interior dos crystaes. Uma lamina parallela à face do cubo, exposta à acção do acido, ap- parece primeiramente coberta de cavidades mais ou menos regular- mente circulares, segundo estão isoladas ou em contacto (fig. 25); em- quanto que nas partes mais proximas do bordo da lamina, assim como no centro della, se observam grupos de outras cavidades conicas com egual posição nas partes opticas eguaes. Na fig. 26 está reproduzido um grupo d'estas figuras de corrosão com o augmento de 800 diame- tros. No interior da lamina apparecem ellas em posição vertical, e com a sua base circular. As figuras conicas estão collocadas mais profundamente do que as cavidades que primeiro apparecem sobre a lamina. Obtivemos algum esclarecimento sobre a natureza d'estas cavida- des, examinando uma lamina parallela á face do octaedro, e cujos dois lados foram egualmente expostos à acção do acido. Nas superficies su- perior e inferior da lamina estão as pontas das figuras inclinadas para 0 interior d'esta; o que se observa bem elevando ou abaixando o tubo do instrumento. As figuras conicas são muito numerosas no bordo exterior e no centro dos sectores, em quanto que nas proximidades dos limites opti- cos diminue o seu numero. Estas cavidades conicas são interessantes, porque indicam a direc- ção em que os crystaes são mais atacaveis: em que a materia é menos densa. Preparações expostas algum tempo à acção do acido são menos atacados nas partes mais proximas das arestas do crystal do que no meio das faces. PHYSICAS E NATURAES 197 4. Influencia do calor sobre as propriedades opticas A applicação do calor ao estudo das propriedades anomalas foi feita, e pela primeira vez, por €. Klein! na boracite. Consiste o methodo em aquecer a preparação a estudar, cujas propriedades são previa- mente estabelecidas, para que depois de exposta ao calor se possa ve- rificar se houve alguma alteração na sua constituição optica; isto é, se pela acção do calor variaram os seus limites opticos, a intensidade da birefrangencia, etc. Applicando-se este methodo à analcime observam-se algumas ainda que fracas transformações opticas. Laminas parallelas à face do c0 0 00 (100) de crystaes cubiformes, mostram que a porção quasi inactiva do centro da lamina perde da sua grandeza, desenvolvendo-se ao mesmo tempo os quatro sectores opti- cos que a rodeiam. Uma lamina, com a configuração da figura 2, apre- senta-se, depois de aquecida, identica à figura 4, tornando-se as côres um pouco mais vivas do que eram. Nas experiencias melhor succedidas desapparece completamente a parte central quasi inactiva, mostrando quasi todas as preparações augmento na intensidade da refracção. É necessario para bem observar as pequenas mudanças, que o calor faz sofrer a estas laminas, humedecel-as ou collocal-as em balsamo do Canadá depois de aquecidas. Laminas parallelas à face do O (441) sofirem as mesmas alterações. Se correspondem à figura 10, (veja-se pag. 187) apparece o triangulo concentrico com refracção um pouco mais viva, o que facilita a sua observação: Se são cortadas de crystaes icositetraedricos, apresentando só no bordo da lamina uma refracção perceptivel, apparece a parte ir- terior d'ella, depois de aquecida, dividida em tres sectores opticos; isto é, uma preparação como representa a figura 22, transforma-se, pela acção do calor, n'outra como a desenhada na figura 24. A intensidade da refracção, em laminas parallelas à face do dode- caedro, augmenta egualmente pela acção do calor. As extincções, assim como as barras escuras em luz polarisada, conservam-se inalteradas. “4 Nachrichten von der K. Gessellschaft der Wissenschaften, etc., Góttingen, 6 de fevereiro de 18814. Neues Jahrb. fiir Mineralogie, 1881, vol. 1, pag. 248. 198 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Partes primitivamente inactivas mostram, depois de aquecidas, as mes- mas extincções do que as outras primitivamente anisotropes. Desnecessario é notar-se que não deve o calor transpôr o limite em que a substancia perde a translucidez, decompondo-se. &. Consequencias das cbservações e imitações das anomalias por meio de corpos de gelatina ondurecida O estudo das laminas acima descriptas revela que os crystaes d'analcime são birefrangentes, e compostos de um certo numero de par- tes opticas distinctas. O cubo-icositetraedro é formado de trinta partes componentes; em quanto que o icositetraedro sômente tem vinte e quatro. A forma das partes opticas depende direciamente dos elementos ex- teriores dos crystaes: desapparecem partes opticas desapparecendo faces no crystal. A sua composição pode formular-se do modo seguinte: cada uma das faces do crystal é base duma pyramide central; cada uma destas pyramides é elemento optico do crystal; e a cada uma das arestas corres- ponde wm limite optico interior +. Preparações cortadas parallelamente à base de uma d'estas pyra- mides e tiradas da superficie, são absolutamente ou quasi absoluta- mente inactivas; cortadas em outra qualquer direcção mostram-se bi- reirangentes. As fig. 31 a 33 apresentam os schemas das transformações que soffrem os elementos opticos com a mudança da forma do crystal, in- dicando as linhas pontuadas, que vão dos vertices dos angulos solidos ao centro do crystal, as arestas das pyramides de que devemos consi- derar constituídos opticamente os crystaes d'analcime. Devido todavia à pequena intensidade da refracção, os phenome- nos observados em luz convergente são tão pouco distinctos que, se 1A constituição da granada estudada recentemente por C. Klein poder--se hia, ao que nos parece, exprimir egualmente pela mesma formula. Vide, Jahrd. fir Mineralogie, 1883, pag. 87. etc. PHYSICAS E NATURAES 199 n'elles só nos fundassemos, não alcançariamos resultado satisfactorio. Algumas observações, feitas em laminas parallellas à face do cubo e à do octaedro, parecem indicar uma uniaxia das pyramides opticas tendo por base a face do cubo; em quanto que as pyramides limitadas pelas faces do icositetraedro como não nos mostraram figura alguma distin- cta em luz convergente, usando nós de placas delgadas, não é facil de- terminar qual o seu caracter optico. A avaliar pela posição das extinc- ções estas pyramides deviam ser opticamente monoclinicas (fig. 19 e 21). O facto de crystaes pequenos se apresentarem quasi sempre exem- ptos de fendas, ao passo que succede o contrario nos maiores; a di- minuição e augmento da intensidade da refracção nos diversos campos opticos; as variações na direcção das extincções nos mesmos, e as pe- quenas alterações, que lhes faz soffrer a acção do calor, mc stram-nos cla- ramente a impossibilidade de admittir a hypothese de Mallard, que con- sidera a analcime um conjuncto de individuos de symetria inferior. Se a admiitissemos, por um instante, complicar-se-hia consideravel- mente a explicação dos phenomenos; visto que as propriedades acima mencionadas, assim como a variação constante que se dá no que Mal- lard considera individuos componentes sempre que varia a fórma exte- rior do crystal, seriam factos irreconciliaveis com as noções theoricas e empiricas que temos dos agrupamentos de individuos gemeos. Aban- donemos, por isso, tal hypothese para examinar mos mais uma das pro- postas para a explicação dos phenomenos aqui tratados. Arzruni e Koch, conservando como dissémos, para a analcime o systema tesseral, admittem que as anomalias são provavelmente de- vidas às diversas densidades dos crystaes cubicos nas direcções das tres qualidades d'eixos do crystal. A disposição das partes opticas, que desta hypolhese deduzem estes auctores, não corresponde, como in- dicâmos, às observações aqui expostas; nem por tal hypothese se po- deria explicar o facto acima notado de variarem as propriedades opti- cas do crystal quando a fôrma varia: lei que lhes era desconhecida. A hypothese de Arzruni e Koch não pode, por estas e outras ra- z0es, ser admittida para a explicação das anomalias em geral. Em quanto que estas considerações nos mostram não ser possivel a explicação dos phenomenos em questão pelas hypotheses propostas, a presença de numerosas fenlas nos vrystaes de diversas localidades, parece revelar a verdadeira causa da birefrangencia: a causa desta é tambem o que produz as fenlas, como adiante demonsiraremos. Vamos descrever umas experiencias feitas com gelatina, que nos parece terem certa importancia, por mostrarem que podemos imitar 200 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS quasi completamente as proprieda des opticas das substancias anomala s do systema cubico, empregando para isso substancias amorphas. É ha muito tempo conhecido (Brewster, 1814) que colloides en- durecidos apresentam phenomenos de polarisação. Já Brewster obser= vara a grande semelhança dºelles com os da analeime. Sabe-se tambem que, entre a estructura optica de laminas de gelatina endurecida e a fôrma das mesmas laminas, ha uma certa dependencia. Por isto era de esperar que modelos de crystaes fundidos de gelatina deveriam egual- mente apresentar uma dependencia entre as suas propriedades opti- cas e os seus limites crystallographicos. Para averiguar esta supposi- ção fizemos de gesso fórmas negativas de crystaes, nas quaes se intro- duziu gelatina, para assim se obter os modelos desejados. Depois de postos a seccar durante dois ou tres dias podémos passar ao seu es- tudo optico. Os modelos de gelatina representavam o cubo, o octaedro, o do- decaedro e o icositetraedro +. | As laminas dos modelos de gelatina, destinadas ao estudo opti- co, foram cortadas com uma faça bem afiada parallelamente à face de 0 O co (400), O (114) € 00 0 (440), e para evitar um endurecimento maior destas laminas, que poderia alterar a fórma da figura de polarisação, produzida pela contracção do modelo inteiro, foram immediatamente “mergulhados em balsamo do Canadá. Estas laminas apresentam phenomenos analogos aos dos crystaes com fórmas eguaes aos respectivos modelos. Não sómente se dividem, assim como as de crystaes anomalos, em sectores; mas mosiram tambem as mesmas extincções; e, em preparações apropriadas, eixos opticos com uma posição analoga aos que se observam em verdadeiras laminas de erysiaes. Nas fig. 27 e 28 estão representadas duas laminas de gelatina cor- tadas do cubo parallelamente a uma face d'esta fórma. A fig. 29 repre- senta uma lamina cortada d'um modelo do octaedro parallelamente à 1 Na occasião em que faziamos estas experiencias estudava Klocke, inde- pendentemente de nós, a mesma substancia em laminas; e descobriu nºellas, como nós nos nossos modelos, eixos opticos e mais phenomenos muito seme- lhantes aos dos crystaes anomalos, veja-se: Klocke, Berichte úber die Verhand- lungen der naturforschenden Gesellschaft zu Freiburg. vu, À, 1881. Ben-Saude. Nachrichten der Gesellschaft der Wissenschafien zu Gôttingen. Sitzung von Stem Mãrz 1881. Eram-nos então desconhecidas as observações sobre esta materia de W. Steeg (Poggendorf"s Annalen 1860, vol. im1) e de Bertin (Amnales de chim. ei phys. t. xv, 1878), que tinham feito observações semelhantes às de Klocks. PHYSICAS E NATURAES 2(M face O (411). É desnecessario dizer que não reconhecemos analogia en- tre o colloide e o crystal anomalo de systema cubico, senão no que diz respeito à sua birefrangencia. Os modelos do cubo mostram em luz polarisada uma configura- ção como a dos crystaes d'alumen! e sal commum de egual fôrma; os octaedricos as propriedades da senarmontite 2 e do alumen limitados por O (111): modelos dodecaedricos apresentam-se opticamente constituídos como certos crystaes de granada com fórmas identicas, e finalmente os icositetraedricos são semelhantes aos crystaes de analcime que aca- bamos de descrever. Em luz polarisada quasi se não pode distinguir uma lamina de - gelatina, produzida do modo como indicâmos, de uma verdadeira la- mina crystallina. Baseando-nos n'estas observações, e nas que mostram indubitavel- mente que a configuração optica da analcime varia com a mudança dos elementos exteriores, parece licito admittir que, para a producção dos phenomenos opticos, foram esses elementos exteriores d'uma importai- cia capital; e considerando tambem que alguns limites opticos não são constantes para todas as temperaturas, que varia com estas a imtensi- dade da refracção, e que alguns individuos contem partes isotropes, de- vemos concluir: que a birefrangencia destes erystaes não é devida a uma disposição molecular constante, mas sim a um desvio mais ow menos ener- gico das moleculas crystallinas da posição normal. Sendo as propriedades opticas variaveis não nos é permittido ba- sear n'ellas a determinação do systema de crystallisação; só nos resta para esta determinação a fórma exterior, que nos indica, com toda a evidencia, pertencerem os crystaes desta subsiancia ao systema tesseral. (Continua) ! Kloeke Joc. cit. pag. 72. * Mallard Joc. cit. pag. 108 e Grosse-Bohle, Zeitschrift fis Mristallographio ele. 1880, vol. v, pag. 222. K JCRN. DE SCIENC. MATH. PHYS. E NAT— N.º XXXV. 14 902 “JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS HYGIENE so Sea à. Parecer ácerca da nota do Sr. D. Antonio d'Almeida, intitulada : Remedio preventivo contra o impaludismo Encarregado pelo nosso Presidente de dar parecer sobre a nota do sr. D. Antonio d'Almeida, destinada a publicar-se no Jornal da 1.º classe da nossa Academia, venho dar cumprimento a esta commissão. A nota do sr. D. Antonio d'Almeida tem por titulo: Remedio pre- ventivo contra o impaludismo. Nos terrenos encharcados, nos tractos de terra sem cultura, muito humidos ou incompletamente cobertos d'agua, nas localidades onde ha emfim agua estagnada sobre terreno lodoso com materias organicas em fermentação, estão realisadas as condições do pantano. Nas estações quentes o pantano dá effluvios nocivos aos animaes, às plantas não aquaticas, e especialmente ao homem, constituindo o im- paludismo que se revela por febres intermittentes e continuas, denomi- nadas tambem febres palustres, miasmaticas, telluricas, malaria, in- fecção palustre, intoxicação tellurica, por accidentes perniciosos, por febres larvadas e pela cachexia palustre. Para as manifestações do impaludismo não é necessaria a existen- cia de pantano propriamente dito, mas simplesmente as tres seguintes condições: terra, calor e humidade. A bordo de navios no alto mar não se desenvolvem febres miasmaticas; estas doenças não se manifestam egualmente nas regiões polares; nos paizes tropicaes, tendo desappare- cido quando o solo secca, só reapparecem depois d'alguns dias de chuva; e manifestam-se depois de simples movimentos de terra com humidade e calor. Os effluvios pantanosos, em que a chimica revela o hydrogenio carbonado, o hydrogenio phosphorado, o acido carbonico e ainda o hy- drogenio sulfurado, resultante da decomposição dos sulfatos pelas ma- PHYSICAS E NATURAES 203 terras organicas quando a agua salgada se junta à agua doce realisando o pantano mixto, não são especialmente nocivos por esses agentes chi- micos, mas por fermentos figurados, por seres vivos, pertencentes aos confins dos mundos vegetal e animal —microbios especiaes, como teem sido demonstrados para muitas doenças infectuosas pelos admiraveis tra- balhos de Pasteur. Constituem elles as particulas solidas do miasma pa- lustre que os ventos podem transportar a distancia, e são a parte mais pezada dos effluvios paludosos, cuja influencia não se manifesta além de certas elevações, facto até observado na mesma habitação, em que os moradores do rez do chão são mais affectados do que os dos anda- res superiores. Desde muito tempo se tem pretendido determinar qual o agente figurado que introduzido no sangue effectua o impaludismo. Salisbury suppunha-o um vegetal parasita, uma alga do genero palmella — alga gemiasma, que encontrára na saliva dos doentes acommettidos das fe- bres paludosas. Mais tarde Balestra e outros naturalistas, descobriram em identiços doentes a existencia de bacterias, que Eklund descreveu com o nome de Lymnophysalis hyalina, Laozi e Terrigi com o de Ba- cieridium brunneum, e mais recentemente Klebs, de Pragua, e Tomasi Crudelli, de Roma, em 1879, com o de Bacillus malariae. Estes dois observadores chegaram a produzir febres intermittentes em coelhos, nos quaes inocularam liquidos contendo os microbios colhi- dos nos pantanos. A existencia do microbio dl impaludismo foi ainda mais recente- mente posta fóra de duvida pelo professor Laveran, em uma memoria apresentada à Academia de Medicina de Paris, Nature parasitaire des accidents de Vimpaludisme, escripta em 18814, e publicada na Revue scientifique de 29 de abril de 1882, pag. 527, na qual se evidenceia a descoberia do microbio do impaludismo, que descreve e figura em to- dos os seus detalhes, segundo os repetidos exames microscopicos a que procedeu no sangue dos febricitantes. Tiveram plena confirmação as observações do professor da Escola de Medicina de Val-de-Grace, nas do Dr. Richard feitas no sangue dos doentes de febres palustres na Algeria, de q e fez communicação à Academia das Sciencias de Paris em 10 de fey reiro do anno passado (1882). Estes agentes do impaludismo invadem os globulos rubros do san- gue, e desenvolvem-se n'elles apresentando-se na fórma de elementos pi- gmentados esphericos (esporulos) e de filamentos moveis ou microbios, em pleno desenvolvimento com as dimensões de 8 a 9 mm., sobretudo 14 x 204 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS abundantes nos casos graves no principio e durante os accessos das fe- bres. Estes microbios desapparecem sob a acção da medicação quinica, e uma fraca solução de sulfato de quinina as mata rapidamente no campo do microscopio. É na existencia d'estes agentes do impaludismo e na acção toxica do enxoíre sobre organismos parasitarios analogos, que se funda o tra- tamento prophylactico do impaludismo exposto pelo Sr. D. Antonio d'Almeida, que parece ter a confirmação da sua utilidade no desappa- recimento das febres palustres em localidades onde havia arrozaes e as suas consequencias morbidas, com a descoberta e exploração de uma solfatara, reapparecendo as febres logo que a mina deixou de produ- zir enxofre, para desapparecerem novamente quando se descobriu e explorou outra mina sulfurea distante da primeira, como foi observado na Sicilia pelo engenheiro Pasquier, citado pelo auctor. No nosso paiz, nas Caldas da Rainha, onde as emanações sulfureas são constantes, não são raras nos mezes mais quentes do verão as fe- bres intermittentes, algumas bastante graves. Este facto, que merece ser estudado, não é de certo favoravel à hypothese do tratamento pre- ventivo das febres lacustres proposto pelo Sr. D. Antonio d'Almeida. Consiste este tratamento em trazer nas localidades pantanosas, de “dia e de noite, um pouco de flor de enxofre aromatisado na bocca e nas fossas nasaes, e no uso interno e diario do mesmo remedio em dóses não purgantes. Por estes meios o sulfureto alcalino formado pela dissolução do enxofre na saliva e no muco nasal, tornaria inertes os esporulos do bacil- lus malariae, que penetrassem no organismo pela respiração; e a pe- quena quantidade de sulfureto diariamente ingerida, dissolvendo-se no sangue, tornaria este liquido refractario à intoxicação paludosa e à in- vasão dos microbios infectuosos. Pede e muito rasoavelmente o Sr. D. Antonio d'Almeida que a experiencia e a observação dos homens competentes, resolva esta ques- tão, de summa importancia para a humanidade, e que se estenda além da malaria ao estudo das epidemias de variola e de outras doenças in- fectuosas que varias vezes teem flagellado o nosso paiz. Até agora o que é mais gerai e mais fundadamente considerado como tratamento prophylactico do impaludismo consiste, além de pre- venir as inundações dos campos, e de fazer desapparecer os pantanos pela cultara apropriada, pela drenagem do solo etc., em não habitar as partes mais baixas das regiões palusíres, evitar a acção do relento da ma- nha. que é essencialmente perigosa, à insolação, as fadigas de todo o PHYSICAS E NATURAES 205 genero, só usar agua potavel previamente fervida, e emfim tomar quo- tidianamente vinho de quina, ou melhor 2 a 3 decigr. de sulfato de qui- nina, o agente reconhecidamente toxico do microbio do impaludismo, como tem sido verificado pelos medicos das nossas possessões ultra- marinas onde grassam as febres pantanosas. O trabalho do Sr. D. Antonio d'Almeida. destinado a alcançar os mesmos resultados com um agente menos custoso do que o quinino, ainda que de applicação menos pratica, é digno de todo o elogio, em um cavalheiro cuja profissão não é a medicina, por se destinar à pro- phylaxia de doenças muito communs no nosso paiz, e nas nossas colo- nias. Deve por isso ser generalisado, e merece certamente as honras da sua publicação em o nosso Jornal. Sala das sessões da 1.º classe da Academia Real das Sciencias de Lisboa, 19 de abril de 1883. A. M. Barposa 206 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Remedio preventivo contra o impaludismo POR D. ANTONIO DE ALMEIDA As febres intermittentes as menos esporadicas, encontram-se em todos os paizes pantanosos desde o Equador até 45º de latitude norte e sul; são sem duvida devidas à influencia deleterea dos pantanos, pois em toda parte onde uma porção de agua estagnada cobre uma terra lodosa carregada de materias organicas, desenvolvem-se febres de um caracter tanto mais grave quanto mais elevada é a temperatura da lo- calidade. O cholera asiatico nasce nas margens do Ganges, a peste desenvol- ve-se espontaneamente no delta do Nilo; no Brasil a febre amarella está em permanencia, os typhos e as desenterias reinam nas terras baixas da Costa d'Africa. O dr. Léon Gigot tendo feito passar uma corrente lenta de ar at- mospherico de diversas localidades, mais ou menos paludosas, por um tubo curvo contendo acido sulphurico, ennegreceu o acido e a analyse microscopica do liquido escurecido pela materia organica, revelou a existencia de substancias organisadas na atmosphera dos pantanos, cons- tando principalmente de fragmentos de vegetaes, de insectos e de ani- maes infusorios. Estas substancias são levantadas ao ar pela evapora- ção, e levadas a distancias indeterminadas pelos ventos e pelos nevoei- ros. Lancini demonstrou que a sua acção maxima fazia-se sentir depois do sol posto, por que estas materias mais pezadas que o ar caiam arrastadas pelo orvalho. O homem infelizmente não se pode acclimar às emanações palu- dosas, antes pelo contrario, um ataque anterior predispõe para novos ataques; Léon Collin affirma que na guarnição de Argel, sobre mil ho- mens não era raro haver de 1500 até 2000 casos annuaes de febres intermittentes. PHYSICAS E NATURAES 207 Depois dos admiraveis trabalhos de Pasteur sobre os microbios, geradores das molestias infecciosas, como o typho recorrente, a variola, o carbunculo, etc., os hygienistas procuraram descobrir o agente da fe- bre intermittente. O dr. Salisbury attribuia as intermittentes a uma alga do genero palmella, que encontrava sempre na saliva dos febricitantes. Em 1879 Klebs e Tomassi Crudeli apresentaram uma memoria em que declaravam ter inoculado as febres intermittentes com todos os seus caracteres a uns coelhos, injectando-lhes debaixo da pelle a agua de lavagem das terras das localidades sujeitas à malaria. No liquido, os experimentadores acharam esporulos de fórma ovoi- de, desenvolvendo filamentos compridos dotados de movimentos inde- pendentes. Marchiafava na Italia examinando repetidas vezes o sangue dos doentes logo depois da morte paludosa, achou umas vezes os esporulos sómente, outras vezes o bacillus malarice adulto descripto por Klebs. M. Laveran lente de medicina dirigiu em 23 de novembro de 1880 uma memoria à Academia de Medicina de Paris, declarando que tinha descoberto um parasita especial no sangue dos doentes de febre palu- dosa, cuja descripção é identica ao bacillus de Marchiafava, ao qual elle dá o nome de oscilla malarice por causa da oscillação rapida dos fila- mentos. Em uma memoria sobre o parasita do impaludismo, M. Eugêne Richard medico do exercito francez na provincia de Argel, diz que o veneno paludoso não pode ser de natureza chimica, porque o veneno chimico tem acção immediata, e uma vez acabados os phenomenos to- xicos é mister ingerir novas dóses para reproduzir os mesmos effeitos. O agente paludoso pelo contrario, semelhante às molestias para- sitarias as mais authenticamente caracterisadas, como o typho recorrente, o carbunculo etc., não faz sentir a sua acção senão depois de um certo lapso de tempo de incubação. Uma vez infectado o individuo, embora se aífaste do logar da inoculação, leva comsigo o germen, que muito tempo depois reproduzirá indefinidamente a molestia por uma serie de auto-infecções. O parasita vive à custa dos globulos do sangue que destroe; é o mesmo nos doentes de todos os paizes, nos de Roma como nos de Ar- gel, de Tunis ou da China, e nunca se encontrou no sangue dos doentes affectados de outras molestias. O sulfato de quinino tem sobre eile uma acção toxica. Os accessos febris parecem devidos à grande quantidade de bacil- 208 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS los adultos que, movendo-se no sangue e fixando-se sobre os seus glo- bulos, morrem pelo calor da febre que excitaram, attribuindo-se os pe- riodos ao tempo necessario aos esporulos, quando o sangue voltou à temperatura normal, para pullularem de novo e produzir novo accesso O facto, é que depois da febre não se encontra o bacillo em movimento, mas unicamente os esporulos inertes, de modo que pela observação microscopica, pode o facultativo discriminar o intoxicamento paludoso de outras febres complicadas, e até certo ponto prevenir novo accesso administrando a tempo o quinino. O parasita do impaludismo é pois um facto geralmente admittido na sciencia, cuja descoberta faz esperar que breve se achará o remedio preventivo do envenenamento lacustre. Com effeito, o celebre geologo francez M. d'Abbadie declara que na Ethiopia, onde existem febres inter- mittentes até ao cume das montanhas, os caçadores de elephantes, para evitar as sezões accendem, ao sol posto, fogueiras onde queimam enxo- fre, e despidos offerecem todo o corpo ás emanações sulfurosas. Diz o engenheiro Pasquier que na Sicilia, em sitio onde existiam arrozaes accompanhados das competentes sezões, descobriu-se uma sol- fatara. Á proporção que se foi desenvolvendo a mina, as febres foram desapparecendo doôs logares visinhos até acabarem de todo. Tendo po- rém cessado a exploração n'aquelle logar voltaram as intermittentes, e abrindo-se nova solfatara distante da primeira desappareceram as in- termittentes n'esta segunda localidade, onde antes da exploração exis- tiam com abundancia. D'estes factos não se pode deixar de concluir, que o pó de enxo- fre suspenso na atmosphera neutralisou o veneno paludoso, para os ha- bitantes visinhos das solfataras em exploração. Se procurarmos a explicação do phenomeno, veremos que o enxo- fre puro, insoluvel e insipido, não exerce acção nenhuma tópica sobre os orgãos que estão em contacto com elle, que diluído em liquido al- calino transforma-se pouco e pouco em sulfureto soluvel, que o mesmo acontece na bocca com o contacto da saliva e nas fossas nasaes com O contacto do muco do nariz, que soluvel nas materias albuminoides estã apto para penetrar na circulação, que esta acção simplesmente exci- tante para o homem e para os animaes, torna-se nociva e toxica para os seres inferiores, taes os vermes intestinaes, os microbios infecciosos e os parasitas dos vegetaes. É provavel que o pó de enxofre suspenso na atmosphera das sol- fataras, aspirado pelos operarios e pelos habitantes da visinhança, . formassem sulfuretos alcalinos nas vias respiraiorias, os quaes feris- PHYSICAS E NATURAES 209 sem de inercia os esporulos do bacillus malarice ao penetrar no orga- nismo. Se não é possivel destruirmos o bacillus malaric no terreno, nem tão pouco purificarmos a atmosphera dos pantanos, nem mesmo im- primirmos ao nosso sangue uma especie de mutismo contra as fermen- tações anormaes, porque sendo de 5 ou 6 kilogrammas a massa san- guinea de um adulto, deveriamos injectar na circulação uma grande dóse de enxofre, que com a continuação poderia modificar a composição do nosso sangue; talvez possamos trazendo de dia e de noite um pouco de ilôr de enxofre aromatisado na Dbocca e nas fossas nasaes, e tomando diariamente dóses não purgativas de flôr de enxofre, collocarmo-nos nas mesmas condições que os habitantes circumyisinhos das solfataras, sem que entre na circulação uma grande quantidade de enxofre. Os sulfuretos alcalinos formados pela dissolução do enxofre na sa- liva e no muco do nariz, tornariam inertes os esporulos que penetras- sem no nosso organismo pela respiração, ao passo que a pequena quan- tidade de sulfureto diariamente ingerida no estomago, dissolvendo-se na albumina do sangue, tornal-o-hia refractario à intoxicação paludosa e à invasão dos microbios infectantes. A experiencia sómente poderá sanccionar esta ordem de idéas, mas o problema da inercia dos microbios endemicos e epidemicos, é de uma tão grande importancia para a humanidade inteira; que não hesitamos em pedir aos homens da sciencia: promovam o estudo da questão, tanto em relação à malaria, como às epidemias de variola e outras infectuo- sas que varias vezes tem flagellado o nosso paiz. Lisboa em 20 de fevereiro de 1883. (CYNV N/ na JORN. DE SCIENC. MATH. PHYS. E NAT. N.º RXNIVO i4 xx 2140 | JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Rectificação à «Memoria ácerca da constituição do ether glycerico e da transfora mação da alycerina em alcool propylico normal» inserida no numero XXXII do Jornai de Seiencias Mathematicas Physicas e Naturaes, de Lishoa, por Roberto Duarte Silva. Em logar das linhas 34 a pagina 59 até pagina 60, linha 6, de- ve-se ler: «Pouco tempo depois da publicação da Memoria do Dr. Lourenço, hydrogenando a acetona, M. Friedel descobria um alcool da formula CºHº0, difierente do aicool propylico de fermentação, que era então o unico conhecido d'esta formula, ao qual elle deu o nome de alcool isopropylico. «A transformação preconisada pelo Dr. Lourenço parece ter sido effectuada por um chimico allemão H. L. Buff, que obteve não o alcool propylico propriamente dito, mas sim o alcool isopropylico.» Ben Saude / AG UNA SG Yu Den Saude CE) Fi q 2. PREÇO D'ESTE NUM. — 600 rs. Acha-se à venda:— Na imprensa da Academia Lisboa — LIVRARIA BERTRAND & C.º SUCORSSORES CARVALHO & e. e Coimbra — LIVRARIA ACADEMICA - Braga — LIVRARIA INTERNACIONAL DE E. CHARDRON | E A correspondencia deve ser dirigida, franca de porte, à Redacção do Jornal de Sciencias Mathematicas, Phy-= sicas e Naturaes, na Academia Real das Sciencias de Lis- boa, rua do Arco (a Jesus). SCIENCIAS MATHEMATICAS PMNSICAS E NATURE publicado sob os auspicios DA ADEMA REAL DAS SDS DE LSHDA — NUM. XXXVI — DEZEMBRO DE 1885 LISBOA - TYPOGRAPHIA DA ACADEMIA INDEX MATHEMATICA : 4. Sur les formes binaires à plusieurs séries de va- riables —par le dr. €. le Paige.............. 2144 COMMUNICAÇÕES DA SECÇÃO DOS TRABALHOS GEOLOGICOS : Anomalias opticas de crystaes tesseraes (continuação) — por Alfredo Ben-Saude.........ecccsccrees 227 ZOOLOGIA : 1, Contributions pour la faune du Portugal (suite) — par F.' Mattoso Santos... . cantei eae 242 PHYSICAS E NATURAES 9414 MATHEMATICA 4. Sur les formes binaires à plusieurs séries de variables PAR LE DR. C. LE PAIGE Professeur de géométrie à YUniversité de Liege Nous nous proposons, dans cette Note, de faire connaitre quelques propriétês relatives aux formes plurilinéaires et spécialement aux ex- pressions canoniques de ces formes; nous y ajouterons quelques inter- prétations géométriques concernant un systême de formes bilinéaires. Tout d'abord, nous ne croyons pas inutile, pour ce qui regarde le premier point, Pobjet de ces recherches. Il est bien vrai, comme le fait judicieusement observer M. Salmon, que le progrês des méthodes analytiques, en permettant de traiter les fonctions sous leur forme gê- nêrale, a restreint Pavantage d'une forme simple. Néanmoins, cette réduction offre, en elle-même, une propriété im- portante des formes considérées: de plus, et tous ceux qui ont eu, non pas à lire seulement, mais à calculer des formules à Paide de la nota- tion symbolique le savent, cette notation conduit souvent à des calculs d'une longueur três-pênible et que de légeres erreurs rendent souvent inutiles ou illusoires. Cette difficultê, déja bien grande pour les formes binaires à une seule série de variables, s'aggrave encore lorsque la for- me en possêde plusieurs séries. On nous permettra donc de croire qu'à ce double point de vue, la recherche des formes canoniques n'a pas perdu toute importance. Mais Vexpression forme canoniqne n'a pas, ainsi que Pa fait obser- ver Villustre géomêtre, M. Kronecker, un sens parfaitement dêterminé. JORN. DE SCJENC. MATH. PHYS. E NaT.— N.º XXXVI. 15 21492 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Ainsi, tandis que M. Sylvester regarde ax by cz comme transformée canonique de la forme la plus générale du cin- quiêéme ordre, M. Hermite, dans ses recherches si profondes sur Véqua- tion du cinquitme degré, emploie la forme O, 2, VÊ, VE, vi, (00, 9) [expression canonique difftre, par suite, selon le point de vue auquel on se place pour y parvenir et le but spécial auquel on se pro- pose de "employer. Comme nous Pavons dit en commençant, c'est surtout la théorie des formes à plusieurs séries de variables qui nous a préoccupé et Vapplication de cette théorie à des questions géométriques; c'est par cette voie que nous avons été conduit aux considérations que nous al- lons exposer. | On nous permettra de reprendre d'un peu haut la question qui nous occupe. Tout le monde sait que pour réduire la forme cubique 3 2 2 SEL Sn a % 3a, 1% 430,0 +00 —0,D =... à son expression canonique £3 3 by + As Eos il faut employer, comme nouvelles variables £,, E, les facteurs linéaires du hessien =—(ab)'a,b.. Par suite, il est utile de connaitre la signification géométrique des êquations Or une triple interprétation peut en être donnêe. PHYSICAS E NATURAES 2143 D'abord, si nous considérons Pinvolution! Z sont les points neutres de cette involution. Ensuite, supposons que Von cherche le premier groupe polaire d'un point y,, % par rapport aux points on trouve 2 2 2 2 vilã, + 20,2,% + 0,4) À gola, 9, + 20,%,%, + 0,9%) —0 Or, il est facile de vérifier que si y, %, est Pun des deux points le groupe polaire sera formé de Pautre point et vice-versã. En d'autres termes, soient n, n' les deux points représentés par h;=o0, et a, b, c les points donnês par a? —0. La premiére polaire de n, par rapport à q, b, c passe par nº. Enfin si (7, Ya) est un des points, 7º, la premiere polaire se com- posera de deux pointes coincidanis avec Vautre. Ce sont, parmi les nombreuses propriétés géométriques des cinq points reprêsentéês par 1 Pour ces dénominations et notations, voir, par exemple, nos Essais de géométrie supéricure du troisiême ordre, ou un mémoire qui paraitra prochai- nement dans le Jornal de sciencias mathematicas de notre savant collêgue, M. Gomes Teixeira. 15+ 2144 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS celles que Ion peut, le plus facilement, employer à un point de vue général. Nous pouvons observer cependant que la premiére n'est pas ap- plicable aux formes de degré pair. La seconde conduit immédiatement, par exemple, à la rêduction de la quadrique binaire as à la forme %o é Td & Employons la même méthode pour la quartique a. Soient &,, &; &, &, deux poinis jouissant de la propriété indiquêe, nous aurons simultanément les deux êquations : A (açt, + 3a; eita Baçk, 6, a, 6) HE (a ty 3 tta+3a, 6 + a)=0 E (ao by + 0489) 1-3 E, Ely 6, + 0g8) + 36, a (a,6, + 0385) + E (t+ a, )=0 Eliminant £,, E entre ces deux équations nous trouvons, comme résultant sab, 3 (0,5, 4,69) 3 (ab, a) ata, apt att atira Matas 0 0 o apt + a abas 0 0 0 atit+a atit+al Par la nature même des données de la question, il est évident que cette expression est un covariant de a;: par conséquent, il suffira de calculer le coefficient de la plus haute puissance de 4. On trouve ainsi 34 Ja, a, Ao ia 0450 =ay(—20;+3a,m,a,—aja,). PHYSICAS E NATURAES 9245 Le covariant écrit plus haut est donc égal à Epa F, T étant le covariant sextique de la forme donnée. L'un des facteurs est la forme elle-même, Vautre le canonisant. On retrouve ainsi, par une autre voie, la solution ordinaire. Le procêdé de formation du covariant étant ainsi indique, nous pouvons écrire immédiatement son premier terme dans le cas des quin- tiques, par exemple. Nous trouvons a tha, 6a, ba, a, ER a pOr Ti OO O 0 =aq3 (agua)! — alan — 4 aya;+ 3 ab) | o 4 0 08 0:0 G mu Par suite le canonisant, pour cette forme sera sue ou f=ô, H=(abúib, S=(ab'a,b,. Maintenant, il est facile de voir quelle sera Pexpression réduite, si Pon prend pour nouvelles variables celles qui sont données par un des groupes de deux points jouissant de la propriété qui vient d'être indiquêe. On fera disparaitre le second terme et Vavant-dernier. Comme on le voit, la méthode s'applique aux formes de degrés quelconques, aussi bien pairs qu'impairs. Sauf pour les ordres 2, 3, 4, on obtiendra, il est vrai, une rédu- ction moindre que par les méthodes ordinaires: cependant, comme il n'y a qu'un terme de plus dans ces expressions que dans celles dont on fait usage ordinairement, Pinconvénient n'est pas fort grand. 216 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS En gêénéral, le covariant auquel on parviendra sera du degrê (n— 1) (n — 2). — 1 (n—2 IN existera, en gênéral, dando a groupes de deux points tels que le premier groupe polaire de lun contiendra Vautre et récipro- quement. Chacun de ces groupes donnera une substitution linéaire qui fera disparaitre le second et l'avant-dernier termes de la forme. Outre les avantages que cette forme canonique peut présenter pour les expressions contenant une seule série de variables, elle est importante parce qu'elle s'applique aux formes binaires contenant plu- sieurs séries de variables. Nous allons consacrer à cet examen le paragraphe suivant de ce travail. IH. Soit d'abord la forme bilinéaire. pe fo minto f=a,0, = 0 Yi Mg Ya Ay To) oa o Ha, Des considérations géométriques excessivement simples montrent. qu'on peut Vécrire f =“ 844 TH Stoa Ba Na: Nous ne nous arrêterons pas à ce premier point. Soit encore la forme trilinéaire pa Pers | a f=a,0,0",=L0,0Y,%p ou les indices i, k, |, peuvent prendre les valeurs 4 et 2. Nous avons fait voir que cette forme possêde les invariants et covariants suivants : f=a,0,0",; s,=(a'0) (a! aa a, rs ADI. g,=(a"«") (aa) a, “ 1,== (0) (a! «')a!! a”. PHYSICAS E NATURAES 24 7 K=(a' a) (ao (a A)a, Ato AU. A=(a'b)(c' d'(u” b') (e! d") (ad) (be), liés par la relation Il en résulte immédiatement, si Ion suppose que —=UjUlg; G, ==0, Do, ==, Wa que Pon doit avoir = Vi WyT %ooa Ug Va Wo Pour que la substitution soit possible, il faut évidemment que A soit different de zéro. La forme quadrilinéaire ponêo Pra DAS ema [A LA Ad f=a,0,4 ;1 17 0,0,D Dl=... jouit également d'une propriété analogue. - Parmi ses covariants doublement quadratiques ou biquadriques, nous mentionnerons les suivants : (ab)(a'b)a! bra br”, 1) (ab) (aba ba" ,b”, 2) (ab) (a baba", 3) (aba! ba, bar br, 4) (ab) (aba ba! b”. 5) (a” (a baba! db, 6) On peut, comme on le voit à Vinspection de ce tableau, décompo- ser ces six formes en quatre groupes de trois: 2148 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS DD, 2), 1); 1,8). D) 5 2), 09); O REDE dans chacun de ces groupes figure la même variable au carrê. Les trois formes, composant un groupe, peuvent être regardées comme les trois covariants quadratiques o d'une forme trilinéaire. Nous avons démontré que les trois covariants a ont même discri minant *. | IH en résulte immédiatement que si nous regardons chacune des formes 1) à 6), comme simplement quadratique et si nous formons son discriminant, nous obtenons en tout douze formes biquadratiques, éga- les trois à trois. Ces quatre covariants sont les suivants: L ==(a"b') (a b'D (e! d)(c dy (a! d)(b' cha b.c.d,; M, (a! bi (ab)(e" d" (cd) (a dr Da dc d NE = (ab)(cd)(a'b')(c' d) (a a) (bd crda! bro! dr; P'=(a'b) (c'd' (a! d') (cd! (ad) (bo) al De dr, Ces covariants jouent un rôle important dans la théorie des for- mes quadrilinéaires 2. En effet, imaginons la forme biquadrique q=a, a — %4 LAoth + 2 Ag Uy Va + Aa fa J+- E 20,7) Agi 2 Ay Yi Yo Ara wa ]+ + A ut 24% + Ag a |. Cette forme a deux covariants du quatriême degré (abel (apfai bi. ! Voir Atti dell Accademia pontificia de” Nuovi Lincei, t. XLXXV. CIO RO ato cry; dp109: PHYSICAS E NATURAES 249 Or nous avons fait voir! que la double substitution linéaire qui ramêne ces deux covariants à leur forme canonique fait disparaitre, si on Papplique à la forme q, les termes A,,, Ao» Ay» Ay Par conséquent, si nous employons la quadruple SAbstitulioa li- néaire qui ramêne les quatre covariants 4 h h 4 E M,, V, Bo à leurs formes canoniques, les six formes 1) à 6) subiront la rédu- ction qui vient d'être indiquée. Mais d'un autre côté, il est visible que les six covariants biqua- driques ne peuvent avoir cette forme que si f elle-même est réduite à Ca Ly Yy Z4 UT (Mio Ly Y Za ata o ZU + Mag Dy Ya 24 Ud F My Do Yy Za Uy + Moo Ly Va Za UT Aagga 0a Va 24 Uo) + Ooaga Da Va Za Ua- Comme on le voit, nous avons fait disparaitre ainsi les quatre ter- mes qui suivent le premier et les quatre qui précêdent le dernier. De la même maniére, dans la forme à cinq séries de variables, on pourra faire disparaitre les cing termes qui suivent le premier et les cinq termes qui précêdent le dernier. Nous avons donc bien là une forme canonique analogue à celle qui à été donnée pour les formes binaires. Nous rappellerons encore une propriété des quatre covariants a fa a. Ê 3 - M,, VÊ, P,, qui nous sera utile dans ce qui va suivre. Si nous employons la forme canonique de f, nous aurons évidem- ment. e, Pa 2 L,= 40,44 Mg22 Mo Mao Ly TH E 0o209 Tao4 Vagsa To poy Da a poa M = 4 A Uyoa oo Togo A + 40,232 Vo044 Vaga Mo04 Vo RA A 4 va: ; 4 N, = My Vou Vora Vara 24 at 4 (29229 M 422 M224 Vagos 22 2 p 42 É o ja 14 LR UI + À Goa20 My122 Vora Vagsa Us a pula. 1 Ibid., p. 424. 290) JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Or une simple vérification montre que ces quatre formes ont les mêmes invariants ? et j, par suite le même invariant absolu. II. —Les formes binaires bilinéaires, trilinéaires, quadrilinéaires jouissent d'une autre propriété importante que nous allons démontrer et qui est d'une grande utilité dans les applications géométriques: c'est de pouvoir être ramenées à une forme symétrique à Pégard des diffê- rentes séries de variables. Pour la forme bilinéaire, la démonstration géométrique est telle- ment simple qu'il est presqu'inutile de s'y arrêter. Une forme bilinéaire pouvant être représentée par trois groupes. de deux points, concevons que sur deux droites X, Y on ait trois cou- ples 7,7,%, Y Yo Ya: Les Jonctions 9,%, LU DoYy Vols LYp YaXp> se coupent en trois points situés en ligne droite. Il suffira de proje- ter les deux séries %,%,%,, 4,Y,Y d'un point de cette droite, sur une droite quelconque, pour avoir sur cette derniêre deux ponctuelles symétriques: on obtient ainsi la double substitution linéaire permettant d'effectuer la substitution et cela d'une infinité de maniéres. Pour la forme trilinéaire, la démonstration est également fort simple. Nous avons vu que Fon peut toujours ramener la forme trilinéaire,. dont Vinvariant A est différent de zéro, à la forme XT Yu 84 T Sosa Ta Va Za: Nous supposons que les trois équations. 40, 0,0, =), aient respectivement pour racines Amo . / Som Si Sho Sab Roo jar alors la forme employée plus haut est, explicitement, (DS 00 (V 4 —S 4a (24 — 8229) + Magal —S 009) (WS Ja) (24 —S 929) Mais les trois formes ont un même discriminant. PHYSICAS E NATURAES 9294 On pourra donc les transformer linéairement de telle façon qu'elle deviennent identiques entre elles. Si Pon a a Aa RA Jr fatal pa tal) 984 = 84,8 la forme devient symétrique. On peut toujours effectuer géométriquement la transformation d'une forme trilinéaire non symétrique en une forme symétrique, ou, ce qui revient au-même, passer d'une homographie du troisitême ordre dia c é 3 et du second rang H, à une involution 7. En effet, une homographie HE est caractérisée par sept ternes d'elements, points ou plans. Imaginons trois droites X, Y, Z, axes de trois faisceaux et conce-- vons les sept ternes de plans. ; 2Byys o RaPhpas cs &; DB, y;> les plans « passant par X, les plans 8 par Y, les plans y par Z. Cela posé, soit S le point ou se coupent les plans «, 8,y,. Par S menons trois droites SÃX, SY, SZ,. Sur ces droites les plans des faisceaux X, Y, Z marquent six ter- meste im Co 2.6) Or, il existe une surface de la seconde classe Z, tangente aux trois plans X, SY, Y,SZ, Z,SX, et aux six plans E, n,6.. ; Alors la propriété suivante des surfaces de la seconde classe, que. nous avons fait connaitre naguére!, permet d'effectuer la transforma-- tion. Soient «, B, y trois plans tangents d'une surface de la seconde clas- se Z,, S leur intersection. «, B, y déterminent trois points de contact ABC situês dans un plan =. Les intersections de = avec les droites (By), (ya), (a /B) sont trois points A', B, €. ABC, A'B'C' sont deux triangles homologiques dont nous désigne- rons Vaxe d'homologie par 1. Les intersections des plans tangents de Z, avec les droits (By), (ya), (a B) forment trois ponciuelles dont les jonctions avec 1 appartiennent à 3 : une To. 2 opala JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Pour la forme quadrilinéaire, nous ferons usage du théorême énoncé à propos des quatre covariants Es M,, N, é Pe. Ces quatre covariants ayant les mêmes invariants i et j, ont même rapport anharmonique. Par suite, il est possible d'effectuer quatre substitutions linéaires de telle façon que les quatre covariants deviennent identiques. Or cette identité ne pourra avoir lieu que si la forme quadrili- néaire devient symétrique. Nous espérons pouvoir revenir un jour sur ce dernier point qu'il nous suífit de signaler aujourd"hui. Ces propriétés nous paraissent offrir un certain intérêt, parce qu'il est possible de traiter les homographies du second, du troisiême ei du quatriême ordre à Vaide des involutions de ces ordres. Or, nous avons, dans des travaux antérieurs, résolu les principales questions re- latives aux involutions cubiques et biquadratiques, et nous espérons pouvoir faire connaitre bientôt ces recherches dans Vimportant Jour- nal de M. Gomes Teixeira, Journal qui contribue fortement à répandre en Portugal la connaissance de toutes les méthodes dont les mathê- matiques s'enrichissent chaque jour. IV.— Comme nous [avons dit en commençant, nous terminerons ce travail par quelques remarques sur le systême de plusieurs formes bilinéaires. Dans un intéressant mémoire, inserêé au tome xx du Journal de Battaglini, M. le dr. C. Peano, assistant de calcul infinitésimal à PUni- versité de Turin, a étudié, au point de vue algébrique, le systéme de plusieurs formes binaires bilinéaires. Il n'a pas cherché à donner la représentation géométrique de ce systême, représentation qui nous semble assez curieuse pour mériter d'être examinée. Je me bornerai à considérer trois formes h=b,b',=B,B,=.... h=00,=N4=S 1 Atti del Accademia de” Nouvi Lincei, t. xxxvi. PHYSICAS E NATURAES 223 Les formes invariantes de ce systéme sont les suivantes: fo fo fo Dp=(0b)a,b, Dyg=(00)0,0,, Dyg=(b'C)D,c,; Ap ==(aD) vb; A=(00) 0,0 Ag=(DOD,C,; A (00) (0) (f, fo» Ap =(0b)(a'b, ete. | 0=(Dio» a) (Ago By Chacune de ces formes êgalée à zéro, correspond, par suite, à une propriété invariante des homographies définies par les égalités 1=0. ,=0, ,=0. Le seul covariant qui peut offrir quelque difficulté est 0. D'une maniêre explicite, ce covariant est Toa — XY) — XY Ty Egalê à zéro, il représente une homographie dont nous pouvons chercher la relation avec les trois homographies f,=0, ==, f,==0. Employons un triangle dont les côtes sont représentês par 23 DE EU, Gu ADA Des faisceaux de rayons, issus de deux des sommets, peuvent être reprêsentês par ZA4—,y=0; 2 Y%y—Yy, B=0. 224 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Si Von assujettit ces rayons à satisfaire à la condition 0==0, leur intersection décrira une conique dont Véquation est By —y —aB ay 4 UI) ly og P= = ( by by ba Dos Cy Cro Ca Co Une transformation três-simple va nous conduire à Vinterpréta- tion de 000. Multiplions la 1º, la 3"* etla 4”"* colonne par y, y, y et ajoutons y la 2º colonne successivement multiplite par 8, — af, «, nous au- rons 0 Er 0 0 07 MaB Ma Ay P — Ma XB ay + Mg Py = : 2 Ovi ORa e ba ba = Dig ND Da Cy te Cao pena Og y eco a D'oú | Guy MB Gay y—muaB Ooo ya & INoj == bay + bob bay —bpaf boa y + Dig 2 CY OB CGy—C4B Cy FO En multipliant la seconde colonne par 2 et y ajoutant la 1º et la 3"* respectivement multipliées par « et 2, nous aurons 7 HUB 20,70% B Gay Ma 2Py=|bay Tt dab 2buy+Dyx da Day bis 47 CB 207% TCB Coy C& PHYSICAS E NATURAES PARA Sous cette forme, nous remarquons aisément que le SEO mem- bre est le Jacobien des trois coniques auiy+tagBatasy +asBy=0, buayHbaBal-day + baBy=o0, cu4y + Ca Ba +tCyy + ta By=0 Ce Jacobien est donc formé, comme on devait s'y attendre, de la droite y==0, et de la conique P==6. Il est facile maintenant de donner une interprétation de la rela- tion 9=-0. Les trois homographies ,=0, 0, ,=0. déterminent trois coniques. Or, si nous imaginons trois coniques quelconques C,=0, 0,=0, 01,==0, ces coniques, prises deux à deux, ont trois triangles conjugués dont les sommets appartiennent à la Jacobienne du réseau Non a Acluellement, nous avons trois coniques que, pour abréger, nous désignerons par A=—0, ,=0, 6=0. Ces coniques, outre leurs deux points communs A, B ont deux à deux les points communs Ao By Ag Big; Ao Bos Il résulte de Pinterprétation, donnée plus haut, de P=0, que les couples de rayons 226 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS AA DMD AB DA a AA,» BB,; AB,» BA,; A Aa» BB; AB BA; sont six couples de "homographie 0 ==0. Au surplus, il n'est pas nécessaire de faire usage des coniques f,=0, A=0, f,=0, pour definir ces couples de rayons. En effet AA,,, 4B,, par exemple, sont représentés par le cova- riant BA, BB, par Nous voyons que 9 est un combinant du systême: par suite, il sera possible de trouver tous les couples de Phomographie 0==0. Liêge, le 15 féyrier 1885. PHYSICAS E NATURAES RT) COMMUNICAÇÕES DA SECÇÃO DOS TRABALHOS GROLOGICOS Anomalias opticas de crystaes tesseraes POR ALFREDO BEN-SAUDE SEGUNDA PARTE CONTRIBUIÇÕES PARA A THEORIA DAS ANOMALIAS OPTICAS 1. Irregularidades de estructura A theoria optica ensina-nos que a luz se propaga em um crystal tesseral como n'uma substancia amorpha, e que por isso um raio de luz polarisada o atravessa sem soffrer a minima alteração, além da re- fracção ordinaria!. Mas verificando-se que alguns crystaes, cujas fór- mas pertencem ao systema cubico, apresentam phenomenos de pola- risação chromatica, ha só, admittindo a exactidão da theoria, duas hy- potheses possiveis para a explicação destes factos: ou suppor com Mallard que estes crystaes, não obstante as suas propriedades geome- tricas não são tesseraes, mas compostos de um conjuncto de individuos gemeos pertencentes a systemas para os quaes a Direfrangencia é propriedade caracteristica, e produzindo, pela repetição da hemitropia, uma symetria pseudo-tesseral; ou admittir que os crystaes anomalos de fórma tesseral são realmente pertencentes ao systema cubico, tendo uma disposição molecular anormal?. 1 Excepto em crystaes tetartoedricos, do systema tesseral, os quaes desviam o plano de polarisação sem decomporem o raio de luz polarisada. 2 Abstrahimos da hypothese da polarisação lamellar de Biot, em que se admitte a isotropia das lamellas componentes, a qual não explica a grande maioria dos factos observados. JORN. DE SCJENC. MATH. PHYS. E NAT N.º XXXVI. 16 298 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Esta ultima hypothese que verificimos estudando a analcime foi principalmente sustentada por Ed. Jannettaz!. F. Klocke e €. Klein 2. Tratando da analcime demonstrâmos que a fôrma das partes opti- camente distincias, que compõem os crystaes d'esta substancia e que correspondem aos individuos elementares de Mallord, variam de accordo com a fórma exterior do crystal, e que a intensidade da birefrangencia é variavel desde zero até um maximo, etc. A estes factos que, como vimos, estão em perfeita contradieção com a hypothese do professor da Escola de Minas de Paris, accrescem outros egualmente eloquentes, observados em muitas outras substancias, formando um conjuncto de argumentos ponderosos contra o seu modo de ver; e como aquelle illustre sabio não tentou refutar a maioria d'el- les, devemos considerar como provada a insufficiencia da sua hypothese. Por outro lado, vamos apresentar mais alguns argumentos que confir- mam a segunda hypothese acima formulada, e que além d'isso de- monstram que, continuando a admittir-se a theoria geralmente estabele- cida, expurgando-a do seu caracter exclusivo e applicando-a no sentido dessa segunda hypothese, os factos que se observam não estão em desaccordo com uma e outra. Na formulação da theoria optica dos crystaes, admittiu-se o crys- tal idealmente perfeito, abstrahindo de todas as influencias que pos- sam produzir uma estructura menos regular nos individuos crystalli- nos e impedir por consequencia que as propriedades de taes indivi- duos correspondam às que a theoria exige. E n'esta circumstancia que se deve, segundo nós, procurar a causa da incongruencia da theoria com a observação no que respeita a birefrangencia dos crystaes cu- bicos. Todos sabem que os productos de crystallisação só raras vezes cor- respondem perfeitamente ás exigencias da crystallographia, e que n'elles se encontram às vezes irregularidades que só se podem expli- car por desvios na posição das moleculas crystallinas, mas o que veiu mais perfeitamente demonstrar que realmente são muito vulgares essas irregularidades da estructura interna dos crystaes, foram os trabalhos experimentaes de Lehmann sobre a crystallisação de diversas substan- cias. ! Bulletin de la Société Mineralogique de France, t. 1, pag. 124 et t. im, pag. 20. 2 Loc, cit. PHYSICAS E NATURAES 299 N'uma importante memoria! sobre o crescimento dos crystaes, de- monstrou este crystallographo que se se alteram as condições de crystallisação normal, ou accelerando esta, ou augmentando a viscosi- dade da solução, ou diminuindo a solubilidade da substancia no meio, manifestam-se irregularidades nos productos de crystallisação, as quaes consistem: 1.º em imperfeições da fórma exterior, 2.º em alterações da estructura interna dos crystaes. Ás irregularidades do primeiro grupo pertencem os crystaes ca- vernosos, em que só se desenvolvem as partes proximas das arestas, em quanto que as do segundo grupo se manifestam por tensões rela- tivamente enormes, que obrigam os crystaes à dobrarem-se, enrolla- rem-se e até despedaçarem-se; desenvolvendo um crystal ao partir-se, ás vezes, a força necessaria para fazer mover outro, relativamente gran- de, que lhe esteja proximo. Estas tensões variam de accordo com as diversas faces que vão apparecendo no crystal microscopico. Phenomenos semelhantes foram observados pelo auctor citado em quasi todas as numerosas substancias que teve occasião de estudar; seguindo ao microscopio o processo de crystallisação durante as suas diversas phases e variando rapidamente por uma disposição engenhosa as condições de crystallisação? para melhor poder estudar os effeitos que taes mudanças exercem sobre os crystaes. Por outro lado demonstrou R. Brauns? n'um trabalho recente que as irregularidades de estructura que produzem os phenomenos de po- larisação do alumen, do nitrato de chumbo e do nitrato de baryo, an- teriormente descriptos por Klocke*, são devidos a misturas isomor- phicas e que os crystaes d'estas substancias quando chimicamente pu- ros são totalmente isotropes. Desde o momento que nos é tão cabalmente. demonstrado que po- dem effectivamente dar-se irregularidades na estructura do crystal (quer causadas por influencias do meio, quer por misturas isomorphicas ou por outra qualquer influencia desconhecida) e sabendo nós que o crystal isotrope se torna rapidamente birefrangente alterando-se-lhe a sua es- 1 Ueber das Wachsthum der Krystalle, Zeitchrift fiir Krystallographie, etc. 1877, pag. 452, etc. 2 Lehmann descreve estes phenomenos em 22 substancias diversas; exem- plos dos que mais claramente as apresentam são nitrato de baryo, hydrochinon, bichromato de potassio etc. 3 Neues Jahrbuch fiir Mineralogie, etc. 1883, vol. 1, pag. 102. CEDO) » » » 1830, vol. 1, pag. 53 etc. e pag. 158; 1881, vol. 1, pag. 204; 1881, vol. Ir, pag. 249. 16 + 230 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS tructura interna, por pouco que seja!, não nos devemos admirar, visto existir indubitavelmente uma intima correlação entre a estructura dos crystaes e as suas propriedades physicas, que em certos casos se nos apresentem individuos cujas propriedades opticas não concordem com a theoria?. Ha um facto que claramente caracterisa a birefrangencia dos crystaes cubicos como produzida por uma irregularidade da estru- ctura interna — é a sua variabilidade. A maior parte dos corpos anomalos do systema cubico teem re- presentantes quasi ou totalmente unirefrangentes; o que evidencia que a causa que produziu a irregularidade molecular variou consideravel- mente para a formação do crystal activo e inactivo da mesma espe- cie. A analcime tem os seus representantes unirefrangentes nos crys- taes obtidos artificialmente por de Schulten; em quanto que os de bo- racite obtidos por L. Bourgeois só exercem uma acção pouco pronun- ciada sobre a luz polarisada?. O alumen é tambem representado por individuos artificiaes uni- refrangentes, em quanto que a granada, o sal commum: etc., teem re- 1 O) sal commum por exemplo torna-se immediatamente birefrangente se sofire a menor percussão ou pressão etc. 2 À hypothese de Mallard seria só então necessaria se não soubessemos que o reticulo crystallino pode soffrer alterações sem que a substancia mude de systema de crystallisação. 3 O Sr. Dr. L. Bourgeois de Paris, teve a bondade de nos communicar esta importante observação inedita, e julgamos dever transcrever o que este habil mi- neralogista nos escreve sobre o assumpto: «On évaporait ensemble à sec des chlorures de magnésium,.de sodium et d'ammonium; puis poussant au rouge on avait une masse fondue dans laquelle on projetait des fragments de verre de borax. Laissant aussitôt refroidir et reprennant par "eau on recueillait des crys- taux de boracite toujours accompagnés d'un borate de Mg O en aiguilles ortho- rhombiques. On se débarrasse de ce dernier par une digestion prolongée dans HCl] concentré, froid. La boracite en tétraêdres de 0,1”"” environ, est transpa- rente. Elle agit légêrement sur la lumiêre polarisée avec division en secteurs. La teinte de polarisation nest pas modifie par un chauffage à 200º. «Le rendement de Popération est três irrégulier, il ne faut pas prolonge la fusion, car on détruirait la boracite et on n'aurait que du borate de Mg Or en aiguilles.....» Cumprimos o agradavel dever de agradecer ao nosso intelligente collega da Sociedade Mineralogica de França a amabilidade com que nos permittiu publicassemos aqui a sua importante observação. PHYSICAS E NATURAFS 931 presentantes unirefrangentes entre os individuos naturaes e artifi- ciaes 1. | Ha porém casos, como no alumen, na granada, etc., em que no mesmo crystal se encontram zonas unirefrangentes alternando com outras de birefrangencia mais ou menos energica, o que faz parecer absurda a admissão de um dimorphismo das substancias birefrangente e unirefrangente, se tal se quizesse admittir. D'esta circumstancia só- mente se deduz que a influencia modificadora variou consideravel- mente, mesmo durante a formação do crystal, entre zero e um ma- ximo. D'estas considerações que acabamos de expor deduz-se a possi- bilidade da birefrangencia do crystal cubico, mas não foi ainda devida- mente explicada a semelhança dos phenomenos com os que apresen- tam os crystaes dos outros systemas de crystallisação. A explicação das anomalias opticas deve por consequencia, con- sistir nas respostas às seguintes interrogações: 1.º Qual a causa modificadora, variavel na sua intensidade que produz a irregularidade da estructura? 2.º Qual o modo porque se dá essa irregularidade para que se produzam phenomenos opticos semelhantes aos dos crystaes de syste- mas de crystallisação para os quaes a birefrangencia ê propriedade ca- racteristica? À primeira tem sido assumpto de larga discussão. Da segunda trataremos num dos capitulos que se seguem, partindo da hypothese que os crystaes de fórma cubica dotados de birefrangencia anomala são effectivamente tesseraes como a analcime, a granada, etc. 2. Interpretação da existencia de esqueletos em alguns crystaes anomalos Em alguns dos crystaes anomalos, mais bem estudados, encon- tram-se zonas physicamente diversas do resto da sua materia. A anal- cime apresenta-as pouco distinctas, mas que ainda assim se manifes- tam por uma maior densidade do que a do resto da substancia de que são formados os sectores opticos, o que se verifica por serem as par- 1 A melanite artificial de F. Fouqué et M. Lévy é unirefrangente. Bul. Soc. Min. de France, 1880, p. 108. 232 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS tes do crystal mais proximas das arestas menos attacaveis do que as do centro das faces. Identicas zonas se observam tambem na boracite de um modo que nada deixa a desejar; mostrando, segundo C. Klein, os crystaes de- compostos um esqueleto muito menos atacavel, que liga as arestas do crystal com o seu centro. Concluido o ataque, e extrahida a substancia alterada, produzem-se cavidades pyramidaes correspondentes às faces do crystal, separadas entre si pelas paredes do esqueleto, e que corres- pondem na sua posição aos limites das partes opticas que compõem o crystal. Isto demonstra um augmento de densidade nas zonas limitrophes dos sectores, que não obstante ser imperceptivel no estado não alte- rado, se tornam evidentes logo que o crystal começa a decompor-se. O alumen apresenta-se tambem atravessado de zonas isotropes. A existencia destes esqueletos diversos do resto do crystal, foi já reconhecida pelos diversos auctores que estudaram estes corpos. Segundo a hypothese de Mallard deveriam considerar-se os limi- tes opticos simplesmente como os planos de geminação dos seus indi- viduos componentes, sem que por esta hypothese fique explicada a ra- zão da sua maior densidade nos crystaes acima mencionados, em quanto que €. Klein! no seu bello estudo attribue-lhes um papel importante na producção dos phenomenos opticos da boracite em crystaes dodecaedri- cos e cubicos, admittindo uma formação antecipada do esqueleto e um crescimento anormal do resto da materia pelo facto de se ir elevando a temperatura do meio à maneira que vae crystallisando a substancia. F. Klocke reconhece a sua existencia no alumen e na apophyllite, sendo este ultimo mineral um notavel representante das anomalias opticas do systema telragonal e mostrando tambem a materia que fôrma o es- queleto uma maior densidade do que a do resto que fôrma os secto- res opticos. Não se deu porém ainda o devido valor ao facto da differença de posição d'estas zonas, segundo a diversa fôrma que limita exterior- mente o crystal anomalo. Às paredes do esqueleto em todas as mencionadas substancias ligam invariavelmente as arestas do crystal com o centro do mesmo. À sua fórma e posição são identicas às das paredes dos esqueletos que se pro- duzem por crystallisação imperfeita; nos quaes, em vez de faces ap- parecem cavidades pyramidaes. * Neues Jahrbuch fiir Mineralogie 1880, vol. m, p. 247. PHYSICAS E NATURAES 233 A posição d'estas paredes corresponde às direcções em que a força crystallisante exerce uma acção mais energica; na direcção da menor intensidade da força crystallisante o crystal cresceu com uma densidade menor do que a do crystal isotrope o que por si só explica uma actividade optica. | 3. Deducção das propriedades opticas Depois de se ter reconhecido que a acção optica dos crystaes cubicos deve ser procurada numa irreguridade da disposição molle- cular tentou-se averiguar, com relação a um crystal normal, a natureza das differenciações da densidade que possam produzir effeitos opticos analogos aos que se observam n'estes crystaes. A hypothese por meio da qual se tem explicado mais satisfatoriamente os phenomenos de bi- refrangencia dos crystaes cubicos foi proposta por Reusch e tem sido sustentada por mineralogistas allemães que mais minuciosamente teem estudado as anomalias opticas. Esta hypothese consiste em admittir para os crystaes activos do systema cubico uma tensão tangencial ás suas faces produzida por uma contracção que se suppõe soffrer o crystal no intervallo em que a materia passa do estado liquido para o estado crystallino; mas esta hypothese, posto que explique a existencia da birefrangencia nos crys- taes que segundo a theoria deveriam ser isotropes, tem um defeito ca- pital, pois obriga-nos a admittir contracções em corpos crystallinos exactamente como as que se dão algumas vezes com os colloides; con- servando-se comtudo certas partes, por exemplo as zonas às vezes iso- tropes do esqueleto, sem que n'ellas se dê a supposta contracção. Por estas razões procuraremos outro modo de explicar os pheno- menos abstraindo da hypothese de Reusch. Mesmo que ella fosse a preferivel não deixa de ter interesse o facto de se poderem explicar, como vamos ver, os phenomenos opticos sem o seu auxilio, ganhando alguns novos pontos de vista. No capitulo antecedente vimos que se observam em certos crystaes phenomenos que nos levam a concluir haver uma diminuição da den- sidade nas direcções em que o crescimento do crystal é menos ener- gico e parece-nos, visto ter-se feito esta observação em diversos cor- pos, devermos admittir que esta particularidade é propria aos crystaes anomalos em geral. Baseando-nos n'este facto e admittindo a sua generalidade ser- 9234 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS nos-ha possivel explicar os phenomenos opticos da maioria dos crys- taes anomalos e procuraremos demonstrar que as observações feitas em diversos corpos se podem facilmente reunir para deduzir a lei geral que determina a constituição optica das diversas fórmas do systema cubico formados de sectores opticos. Antes de analisarmos quaes os efeitos opticos que deve produ- gir uma diminuição da densidade na direcção de menor crescimento . com relação a esta direcção no crystal isotrope, consideremos as ac- ções opticas que mostram corpos translucidos, primitivamente isotro- pes, quando em certas direcções se lhes augmenta ou diminue a den- sidade. - É bem conhecido que quando um crystal isotrope soffre uma pres- são ou dilatação deseguaes torna-se birefrangente; e que o mesmo suc- cede aos corpos amorphos translucidos quando por qualquer modo lhes alteramos as densidades. Brewster foi o primeiro que fez taes experien- cias com estes corpos obtendo resultados notaveis. Por exemplo se uma mistura de cera (2/3) e resina (4/3) sofire uma pressão em um só sentido apresenta segundo este sabio exa- ctamente os phenomenos uniaxiaes coincidindo a direcção do eixo optico com a direcção da pressão!, e já €. Klein invocou esta experiencia quando procurou explicar a birefrangencia da boracite conservando para esta substancia o systema cubico. Repetindo nós as mesmas experien- cias além de confirmarmos completamente os resultados de Brewster encontrámos mais, que a mesma mistura apresenta os phenomenos dos crystaes biaxiaes, quando se lhe faz soffrer além d'uma pressão vertical tambem uma lateral. Observa-se o mesmo, ainda que menos claramente, em outras substancias amorphas como sabão translucido, gomma arabica, gelatina e, segundo Klocke, em vidro temperado 2. Parece-nos pois natural que um erystal cubico cuja disposição molecular esteja alterada, mas sem que essa alteração seja produzida artificialmente pelos meios de que dispomos, não só seja birefrangente como atraz notâmos, mas tambem nos apresente em luz convergente as figuras caracteristicas dos eixos opticos, podendo os phenomenos que elle apresenta ser semelhantes aos dos corpos uniaxiaes e biaxiaes sem comtudo serem com elles identicos. Os primeiros são produzidos por uma disposição mollecular mais ou menos regularmente alterada, os ! Phil. Transac. 1815. Opties. pag. 244. * Berichte iúber die Verhandlungen der naturforschenden Gesellschaftzu Freiburgi B vim, 1, pag. 5. PHYSICAS E NATURAES 235 segundos são a consequencia necessaria duma disposição mollecular normal. Posto isto indaguemos à priori que phenomenos opticos se de- vem encontrar em çcrystaes cubicos cuja densidade na direcção de maior crescimento seja menor do que no crystal normalmente formado, admissão a que acima nos referimos e diversas vezes confirmada pela observação. A direcção da diminuição da densidade será para o cubo, octaedro e dodecaedro prependicular ás faces d'estas tres fórmas; para os mais corpos holoedricos desviar-se-ha a direcção da menor densidade mais ou menos da normal das faces. Para simplicidade consideraremos por emquanto sómente a porção de materia crystallina comprehendida entre a face exterior do crystal e o seu centro (as pyramides opticas que con- stituem os crystaes anomalos são geralmente assim limitadas). Cubo. — Sabemos que a face do cubo é atravessada perpendicular- mente por 4 planos de symetria; e que as projecções d'estes planos sobre esta face correspondem a 4 eixos crystallographicos, 2 principaes e 2 diagonaes. Estes 4 planos de symetria teem egual valor aos que atravessam verticalmente o pynacoide d'um crystal do systema tetrago- nal; e sendo a symetria geometrica resultado da symetria interna, a disposição mollecular parallelamente a estas duas faces é por conse- quencia analoga. Diminuindo a densidade na direcção do eixo da pyramide, que tem por base a face do cubo, temos n'esta pyramide uma disposição semelhante, com relação às suas densidades, à d'um crystal do systema tetragonal, correspondendo a face do cubo à face o P (001) tetragonal. N'estas circumstancias será o ellipsoide optico n'esta porção do crystal não uma esphera, como exige a theoria, mas sim um ellipsoide de ro- tação coincidindo o seu eixo de rotação com a linha perpendicular à face do cubo. Em laminas da superficie cortadas parallelamente a esta face d'um crystal assim alterado, não se observará em luz polarisada parallela acção alguma, emquanto que em luz convergente mostrará a saida do eixo optico unico coincidindo com a perpendicular da face. É isto o que se observa, como vimos, em laminas cortadas paral- lelamente às faces do cubo da analcime, phenomenos que, devido à fra- queza da birefrangencia da substancia, são geralmente muito pouco de- terminados. Octaedro.— Applicando os mesmos raciocinios chegaremos à con- clusão que em laminas superficiaes parallelas à face do octaedro (e do tetraedro), por ser a sua symetria analoga à d'um pynacoide rhomboe- 236 — JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS drico não devemos observar em luz parallela acção alguma em quanto que em luz convergente encontraremos a saida dºum eixo optico quando na direcção perpendicular às faces desta fórma a densidade diminuir do modo que acima admittimos. O ellipsoide optico será tambem um ellipsoide de rotação. É efiectivamente o que se observa com admiravel clareza na gra- nada crystallisada em octaedros ! (e na eulytine em tetraedros ?). Dodecaedro.—É sabido que a symetria da face do dodecaedro é identica à de um pynacoide do systema rhombico. Dado o caso de ser a densidade na direcção perpendicular a esta face, menor do que deveria apresentar o crystal inalterado (isotrope), é a disposição das densidades na pyramide optica que tem esta face por base, semelhante à de um crystal do systema rhombico coincidindo as duas diagonaes da face com dois eixos do ellipsoide optico e a perpen- dicular com o terceiro. Em luz polarisada parallela devemos por consequencia observar em placas da superficie do crystal, segundo esta face as direcções de maior extincção coincidindo com as diagonaes da mesma. Em luz con- vergente e no caso em que a perpendicular da face corresponda à bis- sectriz aguda, observaremos a saida de dois eixos opticos coincidindo o seu plano com uma das diagonaes da face do dodecaedro. Effectiva- mente observam-se estes phenomenos com a maxima clareza em crys- taes dodecaedricos de boracite em que o plano dos eixos opticos coin- cide com o plano determinado pela perpendicular à face e a sua dia- gonal mais longa *. Em laminas superficiaes de pyramides que teem por base uma face monosymetrica tirada em sentido parallelo a essa base devemos encon- trar propriedades opticas semelhantes ás d'uma lamina parallela a uma face d'um crystal monoclinico da zona o P (001) para co Pco (400). Em luz polarisada parallela, veremos que a direcção da maxima extinc- ção coincidindo com a diagonal symetrica da face e em luz conver- gente, se observarmos a saida dos eixos opticos, coincidirá o seu plano com o plano de symetria da pyramide ou será perpendicular a este. 1C. Klein, Optische Studien am Granat, Neues Jahrbuch fiir Mineralogie, 1883, vol. 1, pag. 117. 2 Bertrand, Bulletin de la Société Mineralogique, 1881 pag. 63. 3€. Klein, Ueber den Boracit Neues Jahrbuch fiir Mineralogie 1880, vol. 1, pag. 225. PHYSICAS E NATURAES 257 Assim teremos um ellipsoide cor tres eixos de elasticidade di- versa coincidindo um com a perpendicular ao plano de symetria da pyramide e os outros dois situados n'esse plano. Icositetraedro.— Está d'accordo com esta deducção o observar-se em laminas de granada!, tiradas da superficie do crystal parallemente às faces do 202 (214) a saida de 2 eixos opticos; sendo o plano d'elles perpendicular à diagonal symetrica da face. E variavel o angulo dos eixos opticos os quaes se approximam algumas vezes um do outro a ponto de apparecer a lamina quasi uniaxial. Laminas d'analcime parallelas a esta face são quasi absolutamente inactivas: se apresentam phenomenos de polarisação estes não estão em desaccordo com a deducção anterior. As outras faces monosymetricas do systema cubico não foram ainda estudadas e correspondem às m.O (hhl) e co On (hko). Se o nosso ra- ciocinio tem sido justo deveriam encontrar-se as suas propriedades opticas em relação com a diagonal symetrica da face. — Hexakisociaedro. — Tambem as faces asymetricas do mOn (hkl) con- firmam perfeitamente a nossa deducção, na granada, por exemplo; mostrando as partes opticas por ellas limitadas, as propriedades de crystaes triclinicos?, isto é, uma posição desorientada dos tres eixos de elasticidade, não havendo correlação alguma entre os limites e dia- gonaes da face com a posição: do plano dos eixos opticos. Pelo que fica dito vê-se que nos é possivel deduzir as proprieda- des opticas das pyramides de que se compõem certos crystaes de estru- ctura analoga à da analcime, admittindo simplesmente uma densidade menor que a normal no crystal isotrope na direeção de menor cresci- mento. Do que sabemos hoje da constituição optica dos crystaes com- postos de pyramides simples? analogos à analcime, granada etc.. de- duz-se que as propriedades opticas das partes componentes dependem direciamente da symetria das faces que as limitam exteriormente, e seria facil continuar a deduceção para todas as mais fórmas possiveis do sys- tema cubico. Repetimos que estas propriedades pela variabilidade da sua in- tensidade: etc. differem muito das que se observam em individuos que 1 Klein, Optische Studien am Granat, pag. 87 etc. 2 Ibid. 3 Adiante veremos qual a constituição a que chamaremos de pyramide com- posta. 238 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS realmente crystallisam em systemas menos symetricos. Se as pyramides opticas que compõem os crystaes anomalos fossem na realidade indi- viduos elementares pertencentes aos diversos systemas de crystallisa- ção, sendo um crystal limitado por um grupo de faces de diversas sy- metrias, as pyramides opticas d'este crystal teriam entre si diverso ca- racter optico e deveriamos admittir que a mesma substancia teve a fa- culdade de crysialhisar nas mesmas circumsiancias e na mesma occasito em diversos systemas de erystallisação. É ocioso insistir na impossibili- dade d'esta hypothese que teriamos necessariamente de admittir se considerassemos verdadeira a hypothese de Mallard +. Os crystaes anomalos, que parecem mostrar mais claramente a existencia d'um esqueleto physicamente diverso do resto da substancia apresentam uma structura optica diversa da que acabamos de deduzir, consistindo cada uma das pyramides de tantas partes opticas elemenia- res quantos são os lados da face que lhes serve de base, constituição que se poderia explicar do seguinte modo: As pyramides que compõem es- tes crystaes são situadas entre as paredes do esqueleto cuja densidade é maior do que a das partes opticas entre ellas contidas. Estando po- rém estas materialmente ligadas às paredes do esqueleto, é forçoso ad- mittir que a densidade das pyramides augmenta nas proximidades das mesmas paredes. Se pela deducção anterior chegámos a concluir que uma pyramide que tendo, por exemplo, por base a face do octaedro deve ser uniaxial, esta conclusão não vale em rigor senão para 0 eixo central da pyra-= mide. Nas zonas limitrophes d'esta fazem então sentir-se as influencias de duas differenciações na densidade, uma perpendicular à face do octaedro, e outra lateral. Encontraremos n'ellas em cortes superficiaes parallelos à face do O (441) segundo o que dissemos (experiencia com cera e resina) phenomenos biaxiaes emquanto que a linha central da pyramide se pode conservar uniaxial. Observa-se este phenomeno no nitrato de chumbo que é uniaxial no meio da face octaedrica e biaxial nos seus bordos 2. Finalmente, se a influencia das zonas mais densas for maior ainda é claro que a parte uniaxial se reduzirá a um unico ponto 1 No seu estudo sobre a granada o sr. Klein já chamou a attenção para O facto de ser este mineral composto de partes pertencentes (opticamente) a di- versos systemas e indicou a contradicção em que se acham as suas observações com o modo de ver de Mallard e de Bertrand. 2 Klocke. Axenbilder im convergenten Licht bei Alaun, Bleinitrat gepres- PHYSICAS E NATURAES ER, e pode então não observar-se parte alguma uniaxial, e apparecerá por consequencia o octaedro dividido em 24 partes opticas biaxiaes, (mono- clinicas); o cubo de 24 (monoclinicas); o dodecaedro de 48 (triclinicos); complicando-se assim a structura optica das fórmas simples pela in- fluencia das paredes do esqueleto ! (pyramides compostas). Exemplos desta constituição 2 seriam para o cubo o sal commum, a sylvine e o alumen em crystaes cubiformes ; para o octaedro, o alu- men, a senarmontité e o nitrato de baryo; para o dodecaedro a gra- nada (9). A harmonia que existe entre as deducções e muitos factos obser- vados leva-nos a esperar que futuras observações confirmarão o nosso modo de ver, ainda que não seja possivel explicar todos os factos até hoje observados e que se devem attribuir às anomalias opticas. 4. Tensões Como vimos é a disposição das densidades nos crystaes cubicos anomalos diversa do que deve theoricamente ser nos crystaes normaes, e mais ou menos semelhantes á que se encontra em crystaes de syste- mas uniaxiaes e Diaxiaes. As dilatações e contracções devem estar em relação directa com tal disposição anormal das densidades e serem di- versas das que teem logar n'um crystal isotrope; portanto se se obser- var um crystal anomalo a uma temperatura differente da da sua for- mação é de esperar que se apresentem indicios de tensão; e que esta possa chegar a produzir a separação material das paries opticas se as dilatações ou contracções irregulares excederem o maximo da elastici- dade. Mas tambem o simples crescimento do crystal tende a produzir stem Gelatine und rasch gekiihltem Glase. Berichte der naturforschenden Gesel- Ischaft zu Freiburg. 1. B. Marz. 81. 1 C. Klein explica esta structura admittindo que no caso em que se ob- serva, a base da pyramide não é uma unica face como parece, mas é formada de tantas faces quantas são as arestas que limitam a base e tendo essas faces secundarias indices crystallographicos muito proximos dos da face apparente (vide Granat, pag. 155) o que é perfeitamente applicavel à granada porque se observa effectivamente nºesta substancia ser muitas vezes o dodecaedro appa- rente um hexakisoctaedro muito proximo do dodecaedro. Então seria esta estru- ctura um caso especial da que deduzimos com relação às fórmas simples cujas faces são monosymetricas ou asymetricas. 2 À structura dos modellos de gelatina que descrevemos é muitissimo pro- ximo da destes corpos. 244) JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS tensões, visto que a sua densidade na direcção do menor crescimento | é menor do que no crystal normal, isto é, a inateria nesta direcção augmenta proporcionalmente de volume à maneira que cresce o crys- tal, o que por si só augmenta a tendencia de se separarem material- mente as pyramides opticas nas direcções que ligam as arestas do crys- tal com o centro do mesmo!. As fendas que descrevemos na analcime só se explicam por essas tensões: O alumen, que mostra actividade optica apresenta nos seus crys- taes fendas interiores que são tanto mais vulgares quanto mais ener- gica é a birefrangencia?; de crystaes de boracite de Segeberg, se- gundo €. Klein, não é possivel cortar preparações perfeitas para o es- tudo optico, porque se partem como pingos de vidro temperado, tal é o seu estado de tensão. O diamante” tambem algumas vezes mostra estas tensões; mas a substancia que mostra taes fendas mais regular- mente coordenadas, como indicou Bertrandº e €. Klein, é a granada. Ha muito que foi reconhecida a existencia destas tensões, e a sua relação com a actividade dos. crystaes anomalos foi averiguada por Klocke. ; Do que fica exposto devemos concluir que a actividade optica não é resultado directo da tensão, como alguns auctores e nós mesmos an- teriormente admittimos; mas é, como aquela, consequencia do cres- cimento imperfeito dos crystaes; isto é, de uma disposição das mole- culas crystallinas menos regular do que no crystal normal. . 5. Anomalias nos outros systemas de crystallisação As anomalias opticas dos crystaes são, como já notou C. Klein, naturalmente mais visiveis nos crystaes cubicos, por serem estes, no ! Contracções e dilatações podem e devem dar causa a pequenas differen- ças angulares em fórmas limitadas por faces monosymetricas e asymetricas. Será esta a causa das diffsrenças angulares da leucite? 2? Klocke; Neues Jahwrb. fiir Mineralogie, 1880, vol. 1, pag. 74. Brauns, ibid. 1883, vol. 1, pag. 102. 3 Ueher den Boracit, ibid. 1880, vol- 1, pag. 241. 4 E. Cohen, Súdafrikanische Diamantfelder, Metz. 1883, pag. 16. * Bulletin de la Soc. Min. de France, vol. Iv, pag. 12, ete. PHYSICAS E NATURAES | seu estado normal, isotropes; de modo que a mais leve alteração mo- lecular se nos manifesta logo pela acção que exercem sobre a luz po- larisada. Nos outros systemas cuja disposição molecular normal produz, por si só, a birefrangencia caracteristica, as propriedades anomalas são menos faceis de averiguar. A birefrangencia anomala combina-se nestes crystaes com a ca- racteristica do systema de crystallisação; e modifica esta mais ou me- nos, sem que nos seja sempre possivel isolar os dois phenomenos. As anomalias opticas são porém bem porcepiivéls ainda nos crystaes dos systemas uniaxiaes. A apophyllite! por exemplo é às vezes biaxial sendo a bissectriz aguda perpendicular ou quasi perpendicular à face o P (001) do crystal; e augmentando o angulo dos eixos opticos à maneira que nos aproxima- mos dos limites exteriores da lamina. À vesuvianite tambem: apresenta phenomenos analogos. Do systema hexagonal citaremos a beryll e a apatite. Tambem nos systemas rhombico e ondeRiico se observam phe- nomenos anômalos. No rhombico o topazio apresenta-nos algumas ve- zes uma divisão em sectores opticos e no monoclinico um corpo or- ganico que descreve Rinne2, mostra phenomenos que pertencem eviden- temente às anomalias opticas. Não é ainda conhecido caso algum no systema triclinico. Parece-nos muito provavel que nos muitos casos em que se ob- serva uma inconstancia nas propriedades opticas de certos crystaes estes devam algumas vezes, essa inconstancia às causas que produzem a anomalia optica, isto é, à crystallisação imperfeita. (Continua) 1 Klocke, loc. cit., pag. 9. 2 Inaugural Dissertation, Góttingen 1883. 92h49 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS ZOOLOGIA ET RSS es 4. Contributions pour la faune du Portugal PAR F. MATTOZO SANTOS Professeur de Zoologie à VÉcole Polytechnique Ustlça only an idea, only a feeling :— what is Dev. (Suite?) 2 DERMAPTERES Fam. FORFICULA RLZE Gen. FORFICULA Forficula—L. Syst. Nat. En portugais: Bichas cadellas; Rapas. 23. F'. auricularia Forficula auriculuria—L.: Syst. nat., xur, &, p. 208. D.S. Bolivar: Syn. de los Ortopt. de Esp. y Port. (Ann. de la Soc. Esp. de Hist. Nat., t. v), p. 106. Var. Macrolabia. Cette espêce est indiquée par M. Bolivar comme se trouvant à Coimbra?. Outre les exemplaires que j'ai recueillis à Alcobaça, j'en ai ! Voir le N.º xxxrv. 2 Toutes les espêces que je dis ici être mentionnées par M. Bolivar comme venant du Portugal ont été prises dans notre pays par mon ami M. le Dr. M. Paulino d'Oliveira, entomologiste distingué. PHYSICAS E NATURAES 943 vu, deux autres, pris à Lisbonne par M. Lima e Lemos, appartenant aussi à la même variété. Alcobaça, Aoút. Lisbonne, (L. et Lemos), Avril. 3 ORTHOPTERES s. st. Fam. BLATTIDAZ Filodromines Gen. LOBOPTERA Loboptera — Brunner von Watenwyl (1865): Nouo. syst. des Blattaires. 24. E. dicipiens Blatta dicipiens— E. F. Germar (1817): Reise nach Dalmatien, p. 249. Blatta limbata— T. de Charpentier (1825): Hore entomologice, p. 77. Loboptera dicipiens— Brunner von Watenwyl (1865): Nouv. syst. Blatt. p: 80. D. I. Bolivar: Syn. de los Ortópt. de Esp. y Port. (Ann. de la Soc. Esp. de Hist. Nat. t. v) p. 125, cum syn. hujus et L. limbata. D'aprês M. Bolivar, cette espéce se trouve à Coimbra. Elle avait été déja citée par Charpentier comme étant du Portugal, sous la dê- signation spécifique de B. limbata. Je n'en ai vu qu'un seul exemplaire en três mauvais état de conservation. Alfeite, (J. A. de Souza). JORN. DE SCJENC. MATH. PHYS. E NAT.— N.º XXXVI. 17 244. JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Periplanetines Gen. PERIPLANETA Periplaneta—H. Burmeister (1838): Handbuch der Entomologie. En portugais: Baratas; Carochas 1 25. P. (Stylopyga) orientalis Blata orientais —L.: Faun. Suec., p. 234. Periplaneta orientalis—L. H. Fischer (1853): Orthoptera europea, t. vit, po 14. Periplaneta (Stylopyga) orientalis—D. I, Bolivar: Syn. de los una de Esp. y Port. (1. HedEo: 127. Três commune dans tout le pays. Elle habite lintérieur des mai- sons ou, par sa qualité d'omnivore, elle s'attaque a tout ce qu'elle peut ronger, rendant ainsi sa présence três nuisible. J'ai vu cette espêce dans toutes les localitês que j'ai visitées dans mes excursions, et tou- jours en grand nombre. 26. P. americana Blatta americana —L.: Syst. nat. xm, &, p. 2042. Periplaneta americana —L. H. Fischer (1853): Orthopt. europea, t. vu, p. 116. D. 1. Bolivar: Syn. de los Ortópt. de Esp. y Port. (1. e.), p. 128. Cette espêce, originaire de VAmérique méridionale, a été répan- due par la navigation dans toutes les autres parties du monde. J'en possede un grand nombre d'exemplaires, pris à Lisbonne, qui m'ont été donnés par mon élêve M. Esteves da Fonseca. Comme sa con- génere ci-dessus elle se trouve dans les habitations; et je crois qu'on doit la rencontrer presque dans toutes nos villes du littoral. Lisbonne, (Est. da Fonseca), Juillet. ! Cette derniére designation s'applique spécialement à la P. orientalis. PHYSICAS E NATURAES 245 Fam. MANTID 25 Mantines Gen. MANTIS Mantis —L.: Systema nature. 27. M. religiosa Mantis religiosa —L.: Syst. nat. xmr, &, p. 2050. Audinet Serville: Hist. nat. des ins. Orthopt. p. 193, cum sym. D. I. Bolivar: Syn. de los Ortópt. de Esp. y Port., (1. c.), p. 265. En portugais: Louva-deus Le plus grande nombre de M. religiosa, que jai recueilli dans notre pays, sont vert clair à reflets bleuâátre. J'en possêde cependant un exemplaire jaune paille, et des individus de la Beira-alta couleur marron foncê. Quelques uns, pris à Ajuda et à Condeixa, sont brun roussâtre uniforme, variété commune dans le midi de la France, et que Je tiens pour celle que Fabricius a décrite sous le nom de M. siriaia (Fab.: Entom syst,. t. 11, p. 20, n.º 30). La pupille de la face interne des cuisses des membres antérieurs, dans un des individus recueillis à Condeixa, est remplacée par deux pe- tits points blanes jaunâtres, moins nettement séparés dans la patte gau- che et placés transversalement. Du reste, il faut le dire, il y en a des exemplaires provenant d'Ajuda, d'une nuance parfaitement égale à celle de ceux-lã, qui ont cette pupille ronde, et d'autres qui n'en ont point. Cet une espéce três commune en Portugal; oú "on trouve, aussi en grand nombre, la variété M. sancta Fab., de couleur verte três claire et avec la tache noire de la base des cuisses antérieures pupillée de blanc. Ajuda (L. e Lemos et M. de Sousa), Juillet, Octobre et Novembre. Belem (id.) Aoút et Septembre. Rives du Vouga (L. e Lemos). Campo-maior, Octobre. 17 x 2h6 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Serra da Estrella, (1520 m.), Aoút. Var. Striata, Fab. Ajuda. Condeixa, Septembre. Var. Sancta, Fab. Beira-alta, rives du Vouga, (L. e Lemos). Alfeite, (M. de Sousa, Septembre, Belem, (L. e Lemos), Aoút. Condeixa, Aoút. Gen. AMELES Ameles— H. Burmeister (1832): Handbuch der Entomologie. 28. A. Picteti Paramelis Picteti—H. de Saussure (1869): Mitt der Schweitz, ent, Ges- selch, u1, p. 72. Amelis Picteti—H. de Sausurre (1870) Melanges orthoptérologiques, 3.ms f. (Mantides) p. 251. D. I. Bolivar: Syn. de los Ortópt. de Esp. y Port. (1. c.), p. 268, cum syn. Je ne connais de cette espêce que deux individus, é et 9; et je ne la crois pas três commune dans notre pays. Ajuda (L. e Lemos), Mai. Gen. IRIS Iris—H. de Saussure (1870): Mélanges orthoptérologiques, 3.78 f, 29. IX. oratoria Mantis oratoria—L.: Mus. Ludivice Ulrico regine. p. 115. Audinet Serville: Hist. nat. des ins. Orthopt., p. 195, cum syn. PHYSICAS E NATURAES 92h47 Iris oratoria—H. de Saussure (1872): Ess. d'un syst. de Mantides (Mitt . der Schw.), p. 64. D. I. Bolivar: Syn. de los Ortópt. de Esp. y Port., (1. e.) p. 270. Cette espêce n'est pas trés commune en Portugal. M. Bolivar la mentionne comme recueillic à Coimbra et à Cedaes. Je n'en possêde qu'un seul individu é pris à Condeixa, mais j'en ai vu d'autres dans les collections de MM. L. e Lemos et M. de Sousa. Condeixa, Aoút. Ajuda (L. e Lemos), Aoút et Septembre. Algês (id.), Aout. Tavira (M. de Sousa), Septembre. Empusines Gen. EMPUSA Empusa—llleger: Verzeichniss der Kifer Preussens von Kugelaan. 30. E. egena Empusa egana—T. de Charpentier (1841): in Germar Zeitschrift. fiir die Entom., um, p. 297, 298. D. I. Bolivar: Syn. de los Ortópt. de Esp. wy Port. (1. c.), p. 272, cum syn. Jai recueilli à la Serra da Estrella an individu 2 dans les buis- sons qui environnent la Lagôa Redonda (1496 m. d'alt.). Outre les lo- calités que j'indique ci-dessous, on rencontre aussi cette Empuse à Coimbra, d'aprês M. Bolivar. Serra da Estrella (Lagôa Redonda: 1496 m.), Aoút. Algés et Ajuda (L. e Lemos), Mai et Aoút. 248 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Fam. ACRIDIDAS Fimantines Gen. PYRGOMORPHA Pyrgomorpha (sous-gen.) Audinet Serville (1839): Histoire naturelle des insectes Orthoptêres. Pyrgomorpha (gen.)—L. H. Fischer (1853): Orthoptera europea. 31. P. rosea Truxalis rosea—T. Charpentier (1825): Horwe ntomologice, t. m, p. 128, &. Pyrgomorpha rosea—L. H. Fischer (1853): Orthop. eur., p. 304. D. I. Bolivar: Syn. de los Ortópt. de Esp. y Port. ema de la Soc. Esp. de Hist. nat., t. v), p. 283, cum syn. Je n'ai examiné de cette espêce qu'un seul individu appartenant à la collection de M. L. e Lemos. Elle avait déjá été indiquée comme faisant partie de notre faune par Charpentier (1. c.) Caparica (L. e Lemos), Juin. Acridines En portugais: Gafanhotos; Saltões Gen. ACRIDIUM Acridium — Audinet Serville (1839): Histoire naturelle des insectes Ortho- ptêres. 32. A. segyptium Gryllus (Locusta) egyptium —L.: Mus. Lud. Ur. reg., p. 138. Acridium egyptium— Ch. Staal (1873): Recensio Orthopterum, À.º pt., p. 65. - D. I. Bolivar: Syn. de los Ortópt. de Esp. y Port. (1. c.), p. 29%, cum syn. PHYSICAS E NATURAES 249 On la rencontre dans notre pays sur les arbres, et un peu partout; mais jamais des individus assemblés, même en petit nombre. Condeixa, Aoút. Alfeite, Novembre. Lisbonne, Févyrier. 33. A. (Schistocerca) peregrinum Acridium peregrinum — Olivier: Voyage dans Vemp. Ottoman, 1, p. 426. Acridium (Schistocerca) peregrinum — D. I. Bolivar: Syn. de los Ortópt. de Esp. y Port. (1. c.), p. 295. Cet Acridium a un habitat d'une grande extension et ses migra- tions le portent três loin. Selon Olivier (1. c.) on le rencontrerait dans toute la région occidentale sud de VAsie. Dans FAfrique cette espêce a été trouvée depuis le désert de Sahara et le Sénegal jusqu'àã la Médi- térranée. En Portugal, oú ces criquets s accouplent et ou ils sont assez communs, on ne les rencontre cependant qu'isolés. Var. Du nord d'Afrique. Condeixa, Aoút. Var. Indienne. Lisbonne, Novembre. Gen. CALOPTENUS Caloptenus—H. Burmeister (1838): Handbuch der Entomologre. dt. O. italicus Grylius (Locusta) italicus —L.: Syst. nat., xmr, &, p. 2077. Caloptenus italicus—H. Burmeister: Hand. der Ent., p. 699. D. I. Bolivar: Syn. de los Ortópt. de Esp. y Port. (1. c.), p. 296; cum syn. Cette espêce est três abondante en Portugal. A Condeixa, par exemple, on peut en prendre des individus par centaines. Son dévelop- pement exagéré se restreignant, pourtant à des localités circonscrites, 250 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS les degáts produits par ce Caloptenus sont ainsi trés limités, et n'ont jamais atteint jusqu'à présent, dans la Péninsule, les proportions d'un véritable fléau. Serra da Estrella, un peu partout, Aoút. “ Alcobaça, Aoút. Batalha, Aoút. Leiria, Aoút. Condeixa, Aoút et Septembre. Beira-alta, rives du Vouga, (L. e Lemos). Var. Marginellus, Serv. Serra da Estrella, Aoút. Condeixa, Septembre. Beira-alta, rives du Dão et du Vouga, (L. e Lemos). Alfeite (L. et Lemos et M. de Souza), Mai. Truxalines Gen. ACRIDA Acrida (Gryllus) —L.: Syst. nat. 3d. A. nasuta Gryllus (Acrida) nasuta—L.: Syst. nat. xi, &, p. 2056. Truxallis nasuta — Andinet Serville : Hist. nat. des ins. orthopt. p. 580; cum syn. Acrida nasuta — D. J. Bolivar; Syn. de los Ortopt. de Esp. y Port. (Ann. de la Soc. Esp. de Hist. nat., t. v), p. 309. Quoique habitant dans presque tout le pays il n'est pas três vul- gaire de rencontrer cet Acridium en Portugal. Il a, relativement à PEu- rope, un habitat méridional; et on Pa pris aussi au Sénégal, au Cap de Bonne Espérance et aux Indes. M. Bolivar le cite comme se trouvant à Evora et à Beja. Algarve (Judice dos Santos). Alfeite (M. de Souza), Juillet et Aoút. PHYSICAS E NATURAFS 251 Gen. PARACINEMA Paracinema —L. H. Fischer (1853); Orthopt. europ. 36. P. tricolor Gryllus tricolor — Carl. P. Thunberg (1815); Mem. Acad. Pet., 5, p. 245. Paracinema tricolor — Ch. Staal (1873); Rencens. Orthopt., pt. 1.º, p. 103. D. I. Bolivar: Syn. de los Ortopt. de Esp. y Port. (1. c.), p. 3º 1; cum syn. Cité comme étant du Portugal par Charpentier (Gryllus bisigna- tus: Hor. entom. p. 133) et par M. Bolivar (Coimbra). Commun dans notre pays dans les licux humides. Route de Batalha à Leiria, Aotit. Rives du Dão et dans presque toute la Beira-alta, (L. e Lemos). Gen. GOMPHOGERUS Gomphocerus — Carl. P. Thunberg (1781); Dissertatio entomologica, no- vie species sistens. 37. Gr. (Stenobothrus) nigro-=maculatus Acridium nigro-maculatum — Herrich-Schãffer (1835); Nomenclator en- tomogicus (Verzeichaiss der Eur. Ins.), p. 10, 14. Gomphocerus (Stenobothrus) nigro-maculatus — D. I. Bolivar (1876): Syn. de los Ortópt. de Esp. y Port. (1. c.), p. 329. Pas commun. Il n'avait pas encore êté mentionné comme appar- tenant à notre faune. . Serra da Estrella (Acampamento 1850 m.), Aoút. 252 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS 38. Gr. (Omocestus) Raymondi (?) Stenobothrus Raymondi — Yersin (1863): Descript. de deux Orthopt. nouv. d' Eur. (Ann. de la Soc. ent. de Fr., &.º S., t. 1), p. 284. Gomphocerus (Stenobothrus) Raymondi —D. I. Bolivar: Syn. de los Or- tópt. de Esp. y Port. (1. e.), p. 328. Gomphocerus (Omocestus) Raymondi — D.I. Bolivar (1878): Tab. syn. specierumg eneris Gomphoeeri ; et Catal. Orthopt. Europe et confinium (Ann. de la Soc. Esp. d'Hist. nat., t. vu), p. 427 et 460, 19. : J'indique cette espêce d'aprês un seul exemplaire, sur Videntité du que! j'ai des doutes à cause de son mauvais état de conservation. Serra da Estrella, Aoút. 39. Gr. (Chorthippus) biguttulus Gryllus (Locusta) byguttulus — L.: Syst. nat., x, 4, p. 2008. Gomphocerus (Stenobothrus) biguttulus —D. I. Bolivar: Syn. de los Or- tópt. de Esp. y Port. (1. c., t. v), p. 331; cum syn. Gomphocerus (Chortippus) biguttulus — D. I. Bolivar (1878) : Tab. syn. sp. gen. Gomph. et Cat. Orth. Eur. et conf. (1. c., t. vn), p. 428 et 460, 26. Pas encore cité comme étant du Portugal. Il a un habitat assez étendu dans la Péninsule. On le trouve surtout dans les prairies. Condeixa, Aoút. Var. Bicolor. Alfeite. h0. Gr. (Chorthippus) apicalis Acridium apicalis— Herrich Schãffer (1835): Nom. entom. (Verzeiche der Eur. Ins.), p. 10, 16. Gomphocerus (Stenobothrus) apicalis — D. I. Bolivar: Syn. de los Ortópte de Esp. y Port. (1. e., t. v), p. 333; cum syn. Gomphocerus (Chorthippus) apicalis--D. I. Bolivar (1878): Tab. syn. PHYSICAS E NATURAES 253 sp. gen. Gomph.; et Cat. Orth. Eur. et conf. (1. c., t. vir), p. 428 et 460, 27. On le trouve à Coimbra d'aprês M. Bolivar. Condeixa, Aoút. Leiria, Aoút. 414. G+. (Chorthippus) parallelus Gryllus parallelus— S. V. Lettersted (1821): Orthoptera Suecia, p. 90. Gomphocerus (Stenobothrus) pratorum —D. I. Bolivar: Syn. de los Or- tópt. de Esp. y Port. (1. c., t. v), p. 335; cum syn. Gomphocerus (Chorthippus) parallelus — D. I. Bolivar (1878): Tab. syn. sp. gen. Gomph.; et Gat. Orth. Eur. et conf. (1. c., t. vm), p. 429 (G. pra- torum) et p. 460, 30. Il n'avait pas encore été indiquê comme se trouvant en Portugal. Serra da Estrella, Aoút. * Gr. (Chorthippus) declivus Acridium declivus — Brisout de Berneville (1848): Ann. de la Soc. en- tom. de France, p. 420. Gromphocerus (Stenobothrus) declhvus —D. I. Bolivar: Syn. de los Or- tópt..de Esp. y Port. (1. c., t. v), p. 397; cum syn. Gomphocerus (Chorthippus) ea I. Bolivar: Tab. syn. sp. gen. Gomph.; et Cat. Orth. Eur. et conf. (I. c., t. vu), p. 429 et 460, 32. La presque totalité des individus de cette espéce que j'ai examinê sont couleur jaune paille; un seul, pris aux environs de Condeixa (Cova da Judia), est gris foncê. M. Bolivar cite des exemplaires provenant de Coimbra. Condeixa, Septembre. Alfeite. h3. Gr. (Chorthippus) jucundus Stenobothrus gucundus — L. H. Fischer (1853): Orthopt. enropea, p. 315. Gomphocerus (Stenobothrus) jucundus — D. I. Bolivar: Syn. de los Or- tópt. de Esp. y Port. (1. c., t. v), p. 339. 954 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Gomphocerus (Chorthippus) jucundus —D. I. Bolivar: Tab. syn. sp. gen. Gomph ;. et Cat. Orth. Eur. et conf. (1. c., t. vu), p. 429 et 460, 34. On n'avait pas encore mentionné cette espêce comme habitant no- tre pays. Serra da Estrella, (Zezere fl. 724 m.), Aoút. Penacova, Aoút. Gen. STAURONOTUS Stauronotus —L. H. Fischer; Orthoptera europea. kh. St. maroccanus Gryllus maroccanus — Carl. P. Thunberg (1815): Mem. Acad. St. Pét., 5, p. 244. R Stauronotus maroccanus — D. 1. Bolivar (1876): Syn. de los Ortópt. de Esp. y Port. (Ann. de la Soc. Esp. d'Hist. nat., t. v), p. 3941; cum. syn. M. Bolivar dit se rapporter à cette espêce tous les renseigne- ments qu'il a pu obtenir sur la Langusta qui, dans ces derniêres années, a produit de si grands ravages dans le centre et dans le midi de la Pêninsule. Cette espêce indigêne en Portugal, oú elle passe inaperçue, devrait altirer Vattention de tous par les terribles méfaits que son brusque développement peut produire. Je Vai rencontré à la Serra da Estrella en assez grand nombre. Elle est lã confinée maintenant dans Paire ou végêie le Nardus striacta, laquelle environne presque partout une zone stérile, n'étendant pas au delà ses excursions puisque rien ne Py invite. Mais, lorsque "avancement des cultures sur les hauteurs lui of- frira une nourriture plus abondante, il est bien à craindre de la voir se développer et descendre dans la plaine; quoique certainement, pour que des individus de cette espece se présentent en assez grand nom- bre pour être considerés comme un véritable fléau, il leur faut encore d'autres causes qu'une d'alimentation suffisante. En effet, je les ai reên- contré à Condeixa, dans les prairies qui bordent la route de Batalha à PHYSICAS E NATURAES 235 Leiria et dans les environs de Lisbonne, oú ils trouvent partout une nourriture abondante et facile, sans que jaie entendu sen plaindre, et je n'en ai rencontrê que des individus isolés. Serra da Estrella (Un peu partout: 'sur le Plateau de PAcam- pamento, assemblés en grand nombre; dans les parties plus basses, des individns isolés), Aoút. Batalha et route de Batalha à Leiria, Aoút. Condeixa, Septembre. Lisbonne, Juillet. Gen. ARCYPTERA o Arcyptera (sous-gen) — Audinet Serville (1839): Histoire naturelle des in= sectes Orthoptêres. Acyptera (gen.)— T. J. Fieber (1853): Synopsis der Europáischen Ortho- pteren (Lotos, t. mn et Iv). a 45. A. lavicosta Stetheophyma flavicosta—L. H. Fischer (1853): Orthopt. europ., p. 359. Arcyptera flavicosta—D. I. Bolivar: Syn. de los Ortópt. de Esp. y Port. (1. c., t. v), pag. 345, cum syn. Pas encore indiquê comme habitant le Portugal. Troia. Beira-alta. Lisbonne. Alfeite. Gen. EPACROMIA Epacromia— L. H. Fischer (1853): Orthoptera europea. h6. E. thalassina Gryllus thalassina—J. Chr. Fabricius (1794): Entomologia systematica, 1, p. 57. 9256 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Epacromia thalassina—D. I. Bolivar: Syn. de los Ortópt. de Esp. e Port. (1. c., t. v), Pp. 347; cum syn. D'aprês M. Bolivar, cette espêce se rencontre à Coimbra et dans les montagnes du Gerez. Alfeite (M. de Souza). Rives du Dão (L. e Lemos). 47, E. strepens Acridium strepens—P. A. Latreille (1802-5): Hist.mat. des Crustacês et des Ins., xi, p. 156. Epacromia strepens — Brunner in litt., cité par D. I. Bolivar: Syn. de los Ortópt. de Esp. y Port. (1. c., t. v), p. 948. Cette espêce, assez commune en Portugal, n'avait pas encore été comprise dans notre faune orthoptérologique. Serra da Estrella, Aoút. Alcobaça, Aoút. Aljubarrota, Aoút. Route de Batalha à Leiria, Aoút. Condeixa, Aoút. Coimbra. Alfeite (J. A. de Souza), Novembre. Algés (L. e Lemos), Mars. Belem (id.), Aoút. Lisbonne (id.), Juillet. Rives du Dão (id.) PHYSICAS E NATURAES 27 Edipodines Gen. PACHYTYLUS Pachytylus—F. J. Fieber (1853): Synopsis der Europiischen Orthopteren (Lotos, t. mt et Iv). 48. P. cinerascens Gryllus cinerascens —J. Chr. Fabricius (1792): Entom. syst., p. 59. Pachytiylus cinerascens— L. H. Fischer (1853): Orthopt. cur., p. 395. D. I. Bolivar: Syn. de los Ortópt. de Esp. y Port. (1. c.;t. v), p. 355; cum syn. M. Bolivar dit qu'on trouve cette espêce à Coimbra. Ribeira de Santar (L. e Lemos). Lisbonne (id.) Environs de Lisbonne (Alves de Sá). Cadaval. 49. P. (Aedaleus) nigro-fasciatus Acridium nigro-fasciatus— Ch. de Geer (1872-78): Mem. pour servir à Phist. des Ins. Mem. 3º, p. 493. Pachytylus mgro-fasciatus —L. H. Fischer (1853): Orthopt. eur., p. 397. D. I. Bolivar: Syn. de los Ortóp. de Esp. y Port. (1. e.,t. v), p. 396; cum syn. Pachyiylus (Aedalens) nigro-faciatus —D. 1. Bolivar (1878): Cat. Orthopt. - Eur. et conf. (Ann. de la Soc. Esp. d'Hist. nat., t. 7), p. 459, 3. Jusqu'à présent cette espêce n'avait pas été mentionnée comme ha- bitant notre pays. Penacova, Aolt. Environs de Lisbonne (Alves de Sã). Queluz (L. e Lemos), Juillet. 258 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Gen. CTYPHIPPUS Ctyphippus —F'. J. Fieber (1853): Synopsis der europúischen Orthopteremn, (Lotos, t. ut). 50. coerulescens Gryllus (Locusta) carulescens —L.: Syst. nat,, xi, &, p. 2077. “Edipodu (Ctyphippus) cerulescens —F. J. Fieber (1853): Syn. der eur. Orth. (1. c.), p. 23. Ciyphippus crulescens — D. I. Bolivar: Syn. de los Ortópt. de Esp. y Port. (1. c., t. v), p. 358. Cette espêéce est três commune en Portugal; on la rencontre par- tout et presque toujours en grand nombre. M. Bolivar la cite comme lui ayant été envoyée de Coimbra. Serra da Estrella, partout, Aoút. Alcobaça, Aolt. Aljubarrota, Aoút. Batalha, Aoút. Leiria, Aoút. Condeixa, Juillet, Aoút et Septembre. Zambujal, Juillet. Penacova, Aolt. Alfeite, Novembre. Beira-alta, partont, (L. e Lemos). Lisbonne et environs, jusqu'à Décembre. 54. O. assumptio, s-sp. n. Ctyphippus assumptio —mihi. Cette forme prêsente un caractêre si constant et si saisissable qui Péloigne du €C. Corulescens, que si je ne me háte pas d'en faire une espêce nouvelle, je ne peux non plus la considérer comme-une simple variété accidentelle. Je la crois une race tout à fait dêtachée de sa souche et en pleine et stable possession de son caractêre acquis. En PHYSICAS E NATURAES ' 259 effet, quoiqu'on trouve des individus de cette sous-espêce, vivant côte à côte avec des individus de Pespêce type, et presque en aussi grand nombre que ceux-ci, je n'en ai jamais rencontrê aucun chez le quel la partie blanc mãt des ailes fât teintée de bleu. Jai vu certainement maints exemplaires appartenant au €. corulescens, ayant les ailes à peine nuancées de bleu et seulement à la base; mais alors le reste de Paile jusqu'à la bande noiratre est hyalin, et non pas de ce blanc opa- que, quelquefois dºailleurs à reflets jaunâtres ou rougeátres — jamais bleuátres —, qui caractérise ma sous-espêce. Cette absence de formes de transition, relativement à la couleur des ailes, me porterait à ins- crire ici les Ctyphippus auxquels je me rapporte comme une espêce nouvelle, si le facies et la présence de tous les autres caractêres spé- cifiques du €. corulescens, ne me faisaient y voir une forme qui, trop bien définie pour une variétê, ne Vest pas encore assez pour une es- pêce. C'est pour cela que je la laisse au rang d'une sous-espêce, la nommant — 6. assumptio (du latin — assumpiio : action de prendre), pour avoir êté le premier insecte que j'aie pris dans mon excursion aux montagnes de la Estrella. J'indique ensuite les caractéres qui distinguent le C. assumptio du €. corulescens. Généralemant plus petite et plus svelte que VPespêce type, et de couleur moins foncée: blond, tout-au-plus brun roussatre. Bandes trans- versales des élytres blanc jaunátre ou jaune roussátre. Ailes à peine translucides; blanc mãt ou gris perle uni dans le plus grand nombre d'exemplaires: dans quelques uns cependant lêgêrement nuancées de jaune ou de rougeâtre, mais jamais de bleu ou de bleu teintê de rose comme dans Vespêce type. Tibias jaune paille ou marron clair, avec des anneaux plus foncés, quelquefois obliterés, limitant une bande annulaire claire. Articulations fêmuro-tibiales noires ou marron foncé. “Cette sous-espêce se rencontre du nord au sud de notre pays, et dans toutes les altitudes, depuis le niveau de la mer jusqu'au Plateau de FAcampamento, dans les montagnes de la Estrella, ou j'en ai recueilh un grand nombre d'exemplaires. Serra da Estrella (Manteigas, 718 m.; Acampamento, 1850 m.:; S. Romão, 589 m.; route de Covilhã a Unhaes, 650 m.) Penacova. Alfeite. Rives du Vouga e du Dão (L. e Lemos): Vizeu et dans toute la Beira-alta (L. e Lemos). Lisbonne et environs (Alves de Sá). JORN. DE SCIENCG. MATH. PHYS. E NAT.— N.º XXXVI. 18 260 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Gen. SPHINCTONOTUS Sphinctonotus—F. J. Fieber (1853-54): Synopsis der europiischen Ortho- pteren (Lotos, t. Im et Iv). L. H. Fischer (1853): Orthoptera europea. 52. Sph. azurescens “Edipoda azurescens — Rambur (1838): Faun. entom. de P Andalousie, t. 11, p. 83. Sphinctonotus azurescens —D. 1. Bolivar: Syn. de los Ortópt. de Esp. y Port. (Ann. de la Soc. Esp. de Hist. nat., t, v), p. 301. Les exemplaires que je possêéde de cette espéce présentent une coloration blanchátre, surtout sur les côtês de la tête et du prothorax. D'aprês M. Bolivar, on le rencontre à Coimbra. Leiria, Aoút. ' Condeixa, Aoút. Alfeite. Lishonne et environs (Alves de Sá). Gen. ACROTYLUS Acrotylus—F. J. Fieber (1853-54): Synopsis der enropiiischen Orthopteren “(Lotos, t. um et 1v). às. Acr. patruelis Gryllus patruelis— Sturm, Herrich Schaffer, in Panzer, Faun. ins. Germ. cont., fase. 157; &. Acrotylus patruelis —Brunner von Wattenwyl, in litt, cité par D. I. Boli- var: Syn. de los Ortópt. de Esp. y Port. (1. c., t. v), p. 369. On le trouve en grand nombre dans VAlfeite. M. Bolivar dit qu'on le rencontre à Monchique et à Cedaes. Serra da Estrella (Zezere fl., prês de Manteigas, 730 m.), Aoút. Alfeite. PHYSICAS E NATURAES 261 Tetigines Gen. TETTIX Tettir—T. de Charpentier: Germar Zeitsch. 54. HW. meridionalis Tettix meridionalis— P. Rambur (1838): Faun. entom. de P Andalousie, t. 1, p. 65. Tettio subulata (ex parte) Var. meridinalis. —L. H. Fischer (1853): Or- thopt. eur., p. 421, 422. Tettir meridionalis —D. |. Bolivar: Syn. de los Ortópt. de Esp. y Port.; (L.-c., t. v), p. 569. Pas encore cité comme étant du Portugal, ou on le trouve fré- «quemment, mais jamais en grand nombre, pres des eaux et dans les lieux três humides. Route de Batalha à Leiria, Aoút. Condeixa, Aout. Fam. LACUSTIDA E En portugais: Ralos piloforines Gen. PYCNOGASTER Pycnogaster—M. de la P. Graells (1851): Description de algunos ans. nuev. pertencientes à la fawn. cent. de Esp. (Mem. de la R. Acad. de Gienc. de Madrid, t. 1, 3.º S. Gienc. nai. t. 1, p. 2.º) 18% 262 JORNAL DE SCIENCIAS MALHEMATICAS 55. P. jugicola Pycnogaster jugicola—M. de la P. Graells (1851): Desc. de alg. ins. nuev. (Lic plc is D. I. Bolivar: Syn. de los Ortópt. de Esp. y Port. (Amn. de la Soc. Esp de Hist. nat., t. vi), p. 262. Jai pris à Serra da Estrella un individu 9 de cette espêce dont la forme du prothorax ressemble à celle figurée par M. Bolivar dans la p!. um, fig. 2.b (1. c.). Comme les individus de Navarredonda, le P. ju- gicola que j'ai rapporté des montagnes de la Estrella a les carênes la- térales divergeant en arrire, et três êchancrées aux points traver- sés par le sillon antérieur, le quel est en ligne courbe avec la conca- vité en avant. Dans un autre exemplaire du même sexe pris dans la même localité et à la même époque par M. Marrecas Ferreira, capi- tame du génie et professeur à la Escola do Exercito, mon collêgue dans la Commission scientifique dexploration nommée par la Société de Geographie de Lisbonne, la plus grande largeur du prothorax est au niveau du sillon postérieur; et la carêne médiane est encore un peu plus elevée, tout-à-fait en arritre, que celle de Vexemplaire ci-dessus. Serra da Estrella, Aoút. 56. P. inermis Bradyporus inermis —P. Rambur (1878): Faun. entom. de P Andal., io p. 57. Pycnogaster inermis — D. I. Bolivar (1878): Syn de los Ortópt. de dm Yy Port. (1. c., t. v1,) p. 269. A moins que ce ne soit — par la coloration et par Péchancrure du bord postérieur du prothorax, qui est anguleuse dans cette espêce et arrondie dans le P. jugicola,— et aussi par la dilatation antérieure des lo- bes latéraux du pronote dans le P. inermis, je ne trouve pas d'autres différences dans ces deux espêces. Mais tout cela sont des caractêres fort relatifs, surtout si "on se rappelle que la forme du prothorax du P. jugicola est três variable. PHYSICAS E NATURAES 263 Si Von ne fait pas attention à la couleur, qui du reste peut être la même pour les deux formes, Vindividu du P. inermis que je possede “se confond, à sy méprendre, avec le dernier individu que je men- tionne dans Vespêce antérieure: les differences dans la configuration du prothorax seul devenant saisissables aprês un minutieux examen com- paratif. Cadaval (P. Guimarães). Gen. EPHIPPIGER | Ephippiger —P. A. Latreille (1825): Familles naturelles du rêgne animal ediia 57. Eph. (Platystolus) surcularis Epphipiger surcularis—D. I. Bolivar (1877): Syn. de los Ortópt. de Esp. y Port. (1. c., t. vi), p. 273. Ephippiger (Platystolus) surcularis—D. I. Bolivar (1878): Gat. Orthopt. Eur. et conf. (Ann. de la Soc. Esp. dHist. nat., t. vi), p. 468, 41. Tous les caractêres indiqués dans la description de M. Bolivar se trouvent dans les deux exemplaires que je possêde, provenant de Troia, exceptê les petites dents qui surmontent la carêne abdominale prês des bords postérieurs des segments. Comme j'ai pu cependant en saisir des vestiges, surtout dans les deux derniers segments; et que ce sont de vieux exemplaires mal soignês et recueillis depuis longtemps, je n'hésite pas à assurer que cette espêce se trouve dans notre pays, ou elle n'avait pas encore été citée, et ou elle n'est certainement pas vulgaire. Troia. - 98. Eph. (Steropleurus) selliger Barbitus selliger—'T. de Charpentier (1825): Hore entom., p. 99. Ephippiger selliger—D. I. Bolivar (1877): Syn. de los Ortópt. de Esp. y Port. (1. e., t. vi), p. 281; cum. syn. Ephippiger (Steropleurus) selliger —D. I. Bolivar (1878): Cat. Orthópt. Eur. et conf. (1. c., t. vi), p. 467, 29. 964 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Charpentier indique cette espéce comme étant du Portugal; et M. Bolivar dit qu'elle se trouve à Monchique. Serra da Estrella (prês de ' Acampamento, 1800 m.), Aoút. Beira-alta (L. e Lemos). 99. Eph. (Steropleurns) Perezii Ephippiger Perezii—D. I. Bolivar (1877): Syn. de los Ortópt. de Esp. y Port. (1. c., t. vi), p. 282. Epipphiger (Steropleurus) Perezii—D. I. Bolivar (1878): Cat. Orthopt. Eur. et conf. (1. e., t. vn), p. 467, 28. Cette espêce connue à Huesca (Espagne) sous le nom de Pantin- gana, y fait assez de degáts dans les vignobles. Quoique ayant parcouru dans mes excursions une région ou il y a beaucoup de vignes je n'ai jamais entendu parler de ses dommages. D'ailleurs je ne la crois pas três commune en Portugal. Route dº Alcobaça a Aljubarrota, Aoút. Condeixa, Septembre. 60. E ph. limbatus Ephippigera limbata—L. H. Fischer (1853): Ort. eur., p. 216. Ephippiger descoidalis— D. 1. Bolivar: Syn. de los Or o de Esp. y Port. (1. c., t. vi), p. 299; cum syn. Eligpiçe limbatus —D. I. Bolivar: Cat. Orthort. Eur. et conf. (1. c.,t vit), p. 467, 43; cum syn. Fieber donne cette espêce comme venant du Portugal; et je Pin- dique ici d'aprês un individu q que j'ai vu dans la collection du M. L. e Lemos. Queluz (L. e Lemos), Juillet. PHYSICAS E NATURAFS 265 Gen. ODONTURA Odontura—P. Rambur (1841): Faune entomologique de P Andalousie, t. 11. 61. O. aspericauda Odontura aspericauda—P. Rambur (1841): Faun. ento. de V And., t. 11, p. 47. D. I. Bolivar: Syn. de los Ortópt. de Esp. y Port. (1. c., t. vi), p. 309. Pas encore mentionnée comme étant du Portugal. Lisbonne (environs) (Alves de Sá). Gen. PHANOPTERA Phonoptera — Audinet Serville (1831): Annales des Sciences natwrelles. 62. P. quadripunctata Phanoptera quadripunctata — Brunner von Wattenwy] (1878): Monographie der Phaneropteriden, p. 2142. D. I. Bolivar: Syn. des Ortópt. de Esp. y Port. (corr. y add.; Ann. de la Soc. Esp. d'Hist. nat., t. vm), p. 98. Je crois que cette espêce est indiquée ici pour la premiêre fois comme appartenant à notre faune; les exemplaires recueillis en Portu- gal par M. le dr. M. Paulino d'Oliveira, et cités par M. Bolivar, appar- tenant à la Ph. nana. Du moins ce dernier entomologiste distingué, n'a pas compris dans ses «Correciones y addiciones» (1. c.), au sujet de la Ph. quadripunciata, les citations faites du Portugal de la Ph. nana dans la «Synopsis.» Condeixa, Aoút et Septembre. Lisbonne (environs) (Alves de Sá). Ribeira de Santar (L. e Lemos). S. Pedro do Sul et rives du Vouga (id.) 266 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Locustines Gen. CONOCEPHALUS Conocephalus — Carl. P. Thunberg (1812): Mem. de V Acad. des Sci. de St. Pétersbourg. 63. O. mandibularis Locusta mandibularis —T. Charpentier (1825): Flora entom., p. 106. Conocephalus mandibularis — Audinet Serville (1839): Hist. nat. des ins. Orthopt., p. 5214. D. I. Bolivar: Sym. de los Ortópt. de Esp. y Port. (Ann. de la Soc. Esp. dA" Hist. nat., t. vi), p. 320. Charpentier avait deja mentionné ce Conocephalus, le seul qui habite la Peninsule, comme appartenant à notre faune. Dans tous les exemplaires que jai pu examiner jusqu'á présent, les élytres dé- passent Voviscapte d'un sixiême de leur extension. Batalha, Aoút. Leiria, Aoút. Condeixa, Aoút. Beira-alta (L. e Lemos). Gen. DECTICUS Decticus — Audinet Serville (1831): Rev. meth. des ins. de Vordre des Or-= thoptêres (Ann. des Sc. nat. ; Zoologie, t. xx). 64. D. albifrons Locusta albifrons—J. Chr. Fabricius (1794): Entom. Syst., 1, p. 44. Decticus albifrons — Audinet Serville (1839): Hist. nat. des ins. Orthopt., p. 486. D. 1. Bolivar: Syn. de los Ortópt. de Esp. y Port. (1. c., t. vi), p. 928. PHYSICAS E NATURAES 267 C'est VOrthoptêre dont le chant soit le plus aigu et le plus inten- se. On le rencontre dans les bois sur les petits arbustes, préférant les terrains secs. M. Bolivar le cite comme se rencontrant à Coimbra. Algarve. Lisbonne (environs) (Alves de Sa). Gen. PLATYCLEIS Platycleis —F. J. Fieber (1854) : Synopsis der europiúischen Orthopteren, (Lotos). 65. P. griseus Locusta grisea—J. Chr. Fabricius (1794): Ent. syst., 11, p. 41. Platycleis griseus — D. I. Bolivar: Syn. de los Ortópi. de Esp. y Port., (1. C., É. VI), p. 329. Selon M. Bolivar cette espêce habite surtout le nord de la Pénin- sule. Elle n'avait pas encore été trouvée en Portugal. Beira-alta (rives du Dão) (L. e Lemos). Gen. PTEROLOPIS Pterolepis — P. Rambur (1838): Faune entomologique de V Andalousie. P. spinibrachia Pierolepis spinibrachia —L. H. Fischer (1853): Orthopt. eur., p. 258. D. I. Bolivar: Syn. de los Ortópt. de Esp. y Port. (1. c., t. vi), p. 337. Les exemplaires sur lesquels a été faite la description de Fischer provenaient du Portugal. Il habite de préférence le nord de notre pays, dans les lieux ou la végétation est peu abondante. Serra da Estrella, Aoút. Beira-alta (L. e Lemos). 268 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Gen. LOCUSTA Locusta—J. Chr. Fabricius (1794): Entomologia syst. 67. L. viridissima Gryllus (Tettigonia) viridissima—L.: Syst. nat., xm1, &, p. 2067. Locusta viridissima—J. Chr. Fabricius (1794): Ent. syst., 11, p. 4. D. I. Bolivar: Syn. de los Ortópt. de Esp. y Port. (1. e., t, vi), p. 345. - Assez commun en Portugal. Beira-alta (rives du Dão) (L. e Lemos). Lisbonne (environs) (Alves de Sá). Fam. GRYLIDAE En portugais: Grillos Gryllines Gen. PLATYBLEMUS Platiblemus — Audinet Serville (1831): Rev. meth. des ins. de Vordre des Orthoptêres (Ann. des Sc. nat. ; Zoologie, t. xx). 68. P. lusitanicus Platyblemus lusitanicus — Audinet Serville (1839): Hist. nat. des ins. Ore thopt., p. 354. D. I. Bolivar: Syn. de los Ortópt. de Esp. y Port. (Ann. de la Soc. Esp. de Hist. nat., t. vin), p. 75. Cette espêce n'est pas rare dans notre pays. Selon M. Bolivar elle habite à Coimbra. Cadaval. Alfeite (J. de Souza), Juin. PHYSICAS E NATURAES 269 Gen. LIOGRYLLOS Liogryllus—H. de Saussure (1877): Melanges orthoptérologiques ; 5º fasc. (Grylhdes). 69. EL. bimaculatus Gryllus bimaculatus —Ch. de Geer (1773): Mem. p. servir iu hist. des Ins. ; Mem. 3º- p. 521. D. I. Bolivar: Syn. de los Ortópt. de Esp. y Port. (1. e., t. vi), p. 97; cum syn. Liogryllus bimaculatas —D. I. Bolivar (1878): Cat. Orthopt. Eur. et conf. (Ann. de la Soc. Esp. d'Hist. nat., t. vi), p. 462, 2. Tous les exemplaires que j'ai vus de cette espéce ont les ailes en laniêre. Dans ceux de Troia et de PAlgarve, surtout dans ces derniers, elles sont três courtes, mais dépassent cependant les élytres. Troia. - Cadaval. Algarve. Gen. GRYLLODES Gryllodes—H. de Saussure (1877): Mélanges orthopterologiques, 5º fase. (Gryllides). Gr. pipiens Gryllus— L. Dufour (1820): Ann. gén. des sc. phys., Bruxelles; t. vi, p. 315. D. 1. Bolivar: Syn. de los Ortopt. de Esp. y Port. (1. c., t. vi), p. 97. Gryllodes pipiens —D. I, Bolivar (1878); Cat. Orthopt. Eur. et conf. (1. e.) p. 463,5. Ce Gryllide n'avait pas encore été citê comme se trouvant dans notre pays. Pas rare. Serra da Estrella, Aoút. Alfeite, Décembre. Condeixa, Septembre. PS eo 270 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Gryllotalpines Gen. GRYLLOTALPA Gryllotalpa— P. A. Latreille (1807): Genera Crustacorum et Insectorum. 10. &. vulgaris Gryllotalpa vulgaris —P. A. Latreille (1807): Gen. Crust. et Ins., nr, p. 95. D. 1. Bolivar: Syn. de los Ortópt. de Esp. y Port. (1, c., t. vir), p. 85; cume sym. En portugais: Grillo topeirinho Cette espêce est três commune dans toute "Europe. Àssa (Intr. in Oryctographian et Zoologiam Aragonie) Vappelle—pestis hortorum, à cause des degãts qu'elle produit dans les potagers, dans les jardins et même dans les champs de blé. Animal essentiellement fossoyeur, il se creuse des galeries sous la terre en s'aidant de ses puissantes paítes; et sattaque principalement aux racines. Cependant il n'a pas une ali- mentation exclusivement végétale, ne dédaignant les substances anima-. les quand elles se trouvent à sa portée. Algarve (Judice dos Santos). Cadaval. Beira-alta (L. e Lemos). Le nombre des espêces de Dermoptêres et d'Orthoptêres p. d. du Portugal se trouve élévê à 84 par Vaddition que je fais dans cette note de 23 esnêces aux 61 deja indiquées. Comme pour les Pseudo-Nevroptêres j'ai resumé, dans le tableau cijoint, la distribuition géographique, en Europe et dans les régions limitrophes, des espêces de notre faune appartenant aux deux sous- ordres dont je m'occupe ici. PHYSICAS E NATURAES 4 TABLEAU SYNOPTIQUE De la distribution gêographique des Dermaptêres et Orthoptêres s. st. du Portugal Abreviations: — (?) boréale — (º) centrale — (=) méridionale — (º) occidentale (à) Algérie— (M) Méditerranée — (1) locale. PÉNINSULE InpiQUÉES Espices ET VARIÉTÉS a E poa TA ilglols EN PORTUGAL E Ss PAR a) E EM alm|lB ld |a 1 Labidura riparia.... cc... * | *] % | % D. I. Bolivar. Alia pia minor * | *| *|— | — ID. I. Bolivar o portcula nujcolis- no * | *x|— || — IL. H. "ischer. h » auricularia : Mc. | *| *| *|—| — |D.I Bolivar. (a) V. macrolabia «Ve j—|— | — ô Chelidura setulosa!......... | x |— |— |— | — |F.J. Fieber O Ectobia lapponica....... cc HR | % | %*|/— | — ID. T. Bolivar. vi DR OO NUCLVEN TIRAS E ii cio aeiou * [x |[*2)— | — |F. J. Fieber. 8 » Cro nolan aee nato o aa oo O O ae CR a aU IDT Bolivar: 9 Aphlebia virgulata....... ce) *|—|— | — | — |D. I. Bolivar? 10 Loboptera dicipiens.......... e en a li ID. U Bolivar: 11 Periplaneta americanas...... x | x) * | * | x |F.S. Mattozo. 12 » (Stylopyga) orien- | falis o xi x | x |—| x |D.I Bolivar. 13 Mantis religiosa..........cc.j * | *| *|— | — |D. E Bolivar. (a) V. striata el—|—|— | — (b) V. sancia o SD) Semi | or ro 14 Ameles Spallanzani... ......d x | * [42] — | — |F. de Charpentier 15 pi Picten. 1 e it |E: S. Mattozo: To irisdoratoria se us | x [x |42]— | — ID. IL Bolivar 1 mpusa ecena a * | x |[x2]|*)| — ID. I Bolivar 18 Bacillus gallicus..... DRA * | * [*m| — | — |F. de Charpentier 19 Pyrgomorpha rosea........| * | * [xm| — | — |F. de Charpentier 20 Pamphagus tibialist......... *|— |— |— | — |F.J. Fieber. 21 Acridium egyptium.......... * | x | * |x)| — ID. I Bolivar. 22 » (Schistocerca) perigri- TENDDIOA a RD * |[— | xP |xm|P.S Mattozo. (a) V. nord d' Afrique ej—|— |. |— (b) V. indienne el—|—|— |. 23 Caloptenus italicus.......... * | *|— | x) | — |D. I. Bolivar (a) V. marginellus . o mio 2h Euprepocneumis littoralis....) x | *x|— |— |— |F.T. Fieber 25 Platyphyma Giorne........| * | x |x2) — | — |D. L Bolivar 1 Mentionnée par Fieber dans sa Synopeis sous la designation de «F. Setulosa>. Selon M. Bolivar - cette espêce doit appartenir, au genre «Chelidura» d'aprês le lieu ou Fieber la place; la description de celui-ci étant si brêve, qu'il est impossible d'y reconnaitre même le genre auquel elle doit se rapporter. . 2 Recueillie en Portugal par €. van Volxem. 3 C'est une espeéce cosmopolite. 4 Espêce três vaguement caractériste par Fieber. 979, [DDD TTT———— ——— EspecEs ET VARIÉTÉS ORA Cria Masutaçã ente 27 Paracinema tricolor......... 8 Gomphocerus (Stenobothrus) nigro-maculatus............. Gomphocerus (Stenobothrus) mmelanOpienas: Mofo ate to sacado ato Gomphocerus (Omocestus) Ray- TNQNAI Es eo o ee ea RE Gomphocerus (Omocestus) sti- CUPIDO Sa VA Bla bis Dao Gomphocerus (Chorthippus) ru- PEDE SSI ca or ja Pote No crer po JE Gomyphocerus (Chorthippus) bi- guitulust dio se e V. bicolor Gomyphocerus parallelus ato es fre ) Gomphocerus Dino atas area o Lendas RP Gomphocerus apicalisaA. 14. ALE sósia ee PE Gomphocerus decliyus povo jarepa go tio GER Gomphocerus Jucundust to Moises or DE Stauronotus maroccanus....: Arcyptera flavicosta.......... Steteophyma grossum........ Epacromia thalassina... ...... h3 » StTepens: ss elo jt Pachytylus cinerascens....... hõ » (OEdaleos) nigro- fassciatus) MY md jeges cu ses TO a Ctyphippus variabilis........ h7 » coprulescens.. 48 » assumptio (s. spo). ERR CuGna tus coerulans.. 50 azurescens . Arona CNSUDIRLGUS!A - retecallos ser 2 » patruelis. ..'s:.|. === Cueulliger) Perez. tese a ereto dt Tettix subulata A Eee cui Pag 097» MRNbipunciata,. rent rare bote DOR E nodulosa fare) SO UNE ETO NAS pe à8 Pycnogaster cuculatus. ...... 59 » Jugicola........ 60 » mermis PÉNINSULE Portugal Hespagne * exlxlrxsxex xa | x % CSS ACT ESS TES S T JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS COMME SE TROUVANT mm cmg roles le eo) Mes) as SaoVPPSV=aFaa vavpHDa DO Sa EEE IT InDIQUÉES EN PORTUGAL PAR « É. Bolivar « de Charpentier - S Mattozo. . de Charpentier -S Mattozo. - 1. Bolivar . 1. Bolivar . S Mattozo. -S Mattozo. .- de Charpentier . 1. Bolivar I. Bolivar .S Mattozo. - de Charpentier S Mattozo. . Bolivar . Bolivar Mattozo. . Bolivar fi (0 free fem S Mattozo. de Charpentier von Heyden -S Mattozo. de Charpentier - Bolivar - Bolivar . Bolivar - Bolivar . Bolivar . Bolivar . Fieber - Mattozo. TD Coml free foco jose fe fuma fer « de Charpentier S. Mattozo. S. Mattozo. PHYSICAS E NATURAES 273 =———mm"—""—"mímíããõãõãõãhmníste—————————————— PÉNINSULE InDIQUÉES . . COMME SE TROUVANT EspÉcES ET VARIÉTÉS ee a MUDADO DD EO SL e PAR = o) [as 4 er BIS IA| » » et centrale...... 2 o » » etiboréalel id 1 ci) » seulement en Portugal et en Espagne......... ela Lei — » » seulement en Portugal...... a 84 Ont été trouvées: — des 25 espêces indiquêées danst oute PEurope, enAiriques 6 seulement dans VAfrique boréale..... 1 » » VAlgérie; ojia/iolje Vo feio (oj(o “alia 1 8 — des 22 de VEurope méridionale, dans |V Afrique borgalez Ss. SiS 2 — des 5 de "Europe méditerranée, dans VAfrique méditerranée;........ k h — des 22 de V'Espagne et du Portugal, dans A iriqueboréales so h seulement entAloênec Fan 5 —des 7 du Portugal, enmAlcenie nn RA a 1 ! Une de ces espêces se trouve aussi dans la Dalmatie. (V. notes au tab. ci-contre). INDICE DOS ARTIGOS CONTIDOS NO NONO VOLUME Num. XXXIII — JULHO DE 1882 Notice sur les espéces du genre «Philothamnus» qui se trouvent au Mu- séum de Lisbonne — par J. V. Barboza du Bocage. .............. Aves das possessões portuguezas da Africa occidental. Vigesima terceira Istari pond No Barboza; duiBocage . cn o o cri ata E tapado Liste des mammifêres envoyés de Eaconda «Angola» — par M. d' Anchieta. Lista dos peixes da Ilha da Madeira, Açores e das possessões portuguezas “ dºAfrica, que existem no museu de Lisboa. Supplemento. — por An- tonio Roberto Pereira Guimarães..... Se Bic Crato A RR A PR Études sur les insectes d'Angola qui se trouvent au Muséum National de Lisbonne — par Manuel Páulino de Olivema ic. E OE Memoria ácerca da constituição do ether glycerico e da transformação da glycerina em alcool propylico normal — por Roberto Duarte da Silva. Memoria sobre a acção do acido iodhidrico sobre o chloroiodeto de propy- lena e sobre o chloreto de isopropyla — por Roberto Duarte da Silva. Num. XXXIV — DEZEMBRO DE 1882 Observações ácerca de algumas aves d'Angola— por J. V. Barboza du Bo- CARR RS Rs a o DO Saio UP NOR SA, Aves das possessões portuguezas da Africa oceidental — por J. V. Barboza Up Ocager de sora asia DNS SULA RO US a o Description d'un nouveau poisson de Fintérieur d'Angola — par Antonio Roberto ibereira 'Guimardes Contribution pour la faune du Portugal — par F. Mattozo Santos. ...... Sur Videntité de «Cynniris Erikssoni», Trimen, et «Nectarinia Ludovi- censis», Bocage —par J. V. Barboza du Bocage................. Une variété nouvelle de Lepidoptêre — par A. A. Carvalho Monteiro.... Manometro de ar comprimido — por Virgilio Machado. ............... JORN. DE SCIENC. MATH. PHYS. E NAT.— N. XXXVI. 19 dá 61 65 80 Num. XXXV — MAIO DE 1883 ' PAG. Contribuitions à la faune malacologique du Portugal — par José da Silva 6 Castro ciais cla cia nto lo alo cio a Foo oro ota! RO RRR cf oi po RA 124 Les laboratoires et l'enseignement pratique de la chimie— par R. D Silva Solo nro ii Era O A O 153 Considerações ácerca dos estudos geologicos em Portugal — por J. F. Nery Delgado Sa rn also ro é Sia SO a Ra joio o OO Anomalias opticas de erystaes (listra por Alíredo Ben-Saude ...... 172 Parecer ácerca da nota do sr. D. Antonio d'Almeida, intitulada «Remedio preventivo contra o impaludismo — por A. M. Barbosa ........... 202 Remedio preventivo contra o impaludismo — por D. António d'Almeida. 206 Rectificação à «Memoria ácerca da constituição da glycerina em alcool propylico normal» inserida no numero xxxrrr do Jornal de Sciencias Mathematicas Physicas e Naturaes, de Lisboa — por Roberto Duarte daisilvalies a PASS SD Soc o STR 210 Num. XXXVI — DEZEMBRO DE 1883 Sur les formes binaires à plusieurs séries de variables — par le dr. €. le DalgO. os cn 8 to a arado Sho Sutra o 8 o o ato FO ARA Fa RR 244 Anomalias opticas de crystaes tesseraes (continuação) — por Alfredo Ben- Pe PAD UR SA Doo oe 227 Contributions pour la faune du Portugal (suite) — par F. Mattozo Santos. 242 a (7 Li ly Ate ua Ny arm E a 505.469 Jornal no. ge sciencia 36. Dec. 2 as mathematica 1885. | -] | | | | Acha-se à venda:— Na imprensa da Academia “Coimbra — LIVRARIA ACADEMICA “Praga — LIVRARIA INTERNACIONAL DE É. CHARDRON A correspondencia deve ser dirigida, franca de Redacção do Jornal de Sciencias Mathematicas, sicas e Naturaes, na Academia Real das Sciencia boa, rua do Arco (a Jesus). |