cm SciELO 10 11 12 13 14 SciELO cm ♦A ; BOLET1M DO MUSEU PARAENSE 0 IIISTORIA NATURAL E ETIINOGRAPIIIA TOMO 1 (FASCICULOS 1—4) 1894 1890 PAR A— Brazil TYPOCrRAl’IIIA DK ALI-'RKDO SILV^ & (V Pra(a Viscondc Rio Branco, n." u .SciELO ) 10 11 12 13 14 V INDICE Q) TOMO I PARTE ADMIN 1 ST RAT IV A : Documehtos relatives ao Museu Paraetisc ejn sua phase antiga: I) Diseurso pronunciado por Jos6 Verissimo, Director Gcral da Inslrucgao Publics, cm 13 de Maio.dc 189G P or occasiao dc’ so iilaugurar o Museu. 1 — 8 Tl) Jtclatorio sobre o anterior estado do Museu. 10 — 22 III) D. S. Ferreira Penna. Noticia biograpliica por Jose Verissimo...... 5 ^ — 73 Documcntos rclativos ao Museu Paradise t in situ nova phase: 1 ) Carta circular do actual Director . 3 _ , 0 II) Regulamcnto do Museu i’araense (Decrcto dc 2 deju- lho de 1894 ). . 22 27 III ) Instrucfdes sobre 6 modo de colligir productos da na- tureza para o Museu Pavacnse. j. 74 —84 ‘ ' ' | 239 — 25O IV) Oliicio ao e do Sr. Iiarao de Marajd. 84_88 V) Relalorio (1804) apresentado ao Sr. Govcrnador do ICsIado, Dr. l.auro Sodre.. 217 _ 239 VI) Rcgimento interno do Museu Pnraense (D.rreto 124 de 28 dc Set. 1895). 331 — cm 5 SciELO 9 10 11 12 13 I m Her PARTE SCIENTT K 1 CA : , A) ZOOLOC.IA ! ) Estudos arachnologicds rclativos ao Brazil. I) Rcvisao ilas Tcrritelarias brazileiras polo Dr. E. A. Gocldi.. . )3 — 39 11 ) Breve tindcia acerca ile id grins vermes intcrcssantcs do Brazil pelo Dr. E. A. Gocldi. io — 44 ill ) A fauna das lormigas do Brazil pelo Dr. Augusto Enrol 89 — 143’ IV) Os myriapodos do Brazil pelo Dr. E. A. Gocldi..... 157 — 167 V ) A cigana ( Opistbcicomus cristatus), resenba ormlbolo- logica pelo Dr. E. A. Gocldi. 167 — 184 VI) Os hospcdcs das I'ormigas c termites ( c cupim » ) no Brazil por Ericli Wasmami S. 1 . . .. . . 273— 324 VII) Contornos para a Avifauna do I’ara, conformc o mate- rial dc Nation r, Wallace c I.ayard, comp, pelo Dr. E. A. Gocldi.. 336 — 355 VIII ) A lamia do I’ara pelo Dr. Kr. Dahl (wrsao annotada com observaebos critical do Dr. E. A. Gocldi . 357 — 375 IX) Os simius | macacos | da Amazonia por Alfred R. Wallace (vcrsiTo annotada). . . 375 — 381 X) Lanccar dc ollios sobre a fauna dos Roptis do Brazil pelo Dr. E. A. Gocldi . 402 — 432 XI ) A Ecpidosiren paradox.! descobcrta 11a Ilha dc Marajn, pelo Dr. E. A. Gocldi . . . 433 — 44 2 B) BOTANICA I ) Contrilmii;ao a gengraphla bolanica do littoral da Guyana entre o Amazonas e o Rio Oyapock pelo Dr. Jacques Huber.. 381 402 II) A flora das saprophytes do I'ara pelo Dr. j. llub’cr.. 432 — 435 C) <;KOI. on 1 a I) A gcologia do I'ara por Cb. I''. I bu tt ( re-impressilo ). 257 — 273 II ) As cannulas fossiliferas mais antigas da Amazonia pelo Dr. Ered. Ivatzer. 436 — 438 D) AHCIIKOI.OI 1 IA 1: KltlNOUHAl'lltA 1 ) Archcologin e Etlinoyrapliia no Brazil por D. S. Fer¬ reira I’enna. 28—31 E) VIAI'.ENS I) Garlas ineditas-d'- I.ouis Agassiz. 166 — 150 II ) < d)srrvai,'o‘'s c inipres-iVs durante a viagem costrira do Rio dc Janeiro an I’ara peln Dr K. A . Gocldi .... 44 — 59 I cm 5 SciEL0 9 10 11 12 13 14 Illriicc F; BIOORAPHIAS I) D. S. Ferreira Penna. Noticia biographita por Jose Verissimo. II) Johannes von Natterer. I’elo Dr. E. A. Goeldi 57 — 73 , 191 — 217 BIBI-IOGRAP 1 HA — 1 ) C. Schiehtel, del Amazoncnstrom pag. 185. - 2 ) Atlas portatil por 'Justus Perthes pag. 185 3)/’. Vogel, Reisen in Matto-Grosso pag. 186 — 4) F,. Jltismann Kritisches Vcrzeichniss dor myrmekoplrileu und ter- miphilen Arthropoden pag. 187 — 5) el. AR'Err, Rrasilische Pil/.blumeti pag. 325 — 0 ) A. MHHcr, Protobasidiomycelen pag. 325 -7 )_/. Verissimo, A pesca na Amazonia pag. 32b —8 ) //. Merer, !logon uwl Pfeil in Central-brasllien |iag. 328 — 9) /’. Ehrenreieh, liinteilung und Vcrbreitung dcr Volkerstilmmc Iltasiliens pag. 328 — 10) Ehrenreieh, Ueber einige aeltcrc Rildnixsc suedmuerik. India, ner. pag. 329- 11) /’. Ehrenreieh ' Rcitriige zitr Volkcrkunde Brasilicns pag. 329 12) P. Taubert, lleitriige zur Kenntniss der Flora dcs centralbrasiliauischen Sta- ates Goyaz pag. 443- 13) //. Sehene/e, Rrasitianische I ’leridophyten pag, 443. ILLUSTRACOES 1 ) Retrato do Sr. Dr. l.auro So.br. Governador do I’arti e crcador do Museu l’araensc. VIII) Mappa oxplicativo das localidades unde ate bojc forum on- contrados uxcniplares de l.cpidosircn. II) Retrato de 1 ). S. Ferreira Penna. Ill ) Opisthncoinus cristatus, 1 ciganae, lilhotc e ovos. IV) Retrato de Johannes von Natterer...;. V ) Lepidosircn paradoxn... VI) Hoxpedes de Ibrmigas c termites. VII) Unia pnisagem de I’odoslemaceas (Mourcra lluviatilis ) 400 242 28li 56 184 188' cm 2 3 z 9 10 11 12 BOLETIM MUSEU PARAENSE HISTORIA NATURAL E ETHNOGRAPIIIA PREFACIO Sem pretenqoes grandiosas c projectos, que se perdem na altura das nuvens, apresenta-se, hojc, o nosso Bolctim, pela primeira vcz, a porta do recinto, ondc se opqra o movimento scientifico e litcerario intcrnacional. Ja do f6ra vemos a sala repleta de gente illustre c avistamos innu- meros vultos de sabios e obreiros preclaros, de nomc feito e reputaqao universal, vetustecidos no officio c com per- feita pratica d’esta vida. Quasi nos ofifusca o formigar fe- bril que ha la dentro; mas, descobrimos tambem logo, numerosas physionomias, de m$s ha rnuito conhecidas, tantos amigos pessoaes, que sorricm amigavclmente e com gestos nos convidam a entrar c collaborar. Despimo-nos do acanhamento natural cm semelhantcs occasibes, toma- mos coragcm e pcdimos respeitosamente o ingresso n’esta assemblea. Novos, como somos, assentamo-nos n'um dos lugares vasios ao fim da mesa. Qual e o nosso programm a ? Seriamente trabalhar no desenvolvimento das scien- cias naturaes e da ethnologia do Para c da Amazonia cm cm SciELO 10 11 II I’mficio particular, do Brazil e do continents americanoem geraL Perguntarao do quo modo pensamos sahir-nos de seme- lhante tarcfa. Publicarenios trabalhos originaes, realisados aqui por nds c por collegas, que cstao em contacto comnosco. Kstudaremos igualmente o <]uc tom sido fcito de bom antes de nos, em rela^ao ao campo de trabalho assim circumscripto, fiscalisando o que sc vac fazer fora, longe d’aqui, em outras partes do mundo, por naturalis- tas com qucm ainda nao travamos relacoes. Descobrindo uma on outra cousa mais antiga, de incontestavel valor e.que talvez nao tenha achado a devida vulgarisaq'ao entre nds, tratarcmos de tirar do pb do esquecimento, procu- rando ser justo com todos c prestar-lhes uma modesta homenagem, embora posthuma em tantos cases. Tratare- mos de reunir, condenSar e colligir material parso no -tempo e na litteratura do outros povos, sempre com o fun o intento do fazer aproximar a epoclia cm quo sera pos- sivel urn balance mais ou monos exacto dos conliecimen- tos actual's sobro a Amazonia, o delimitar a somrha do que ja 6 conhecido da quo fica ainda por sc investigar. Procuraremos preencher lacunas o chamar para ellas a attengSo publica. Para nao fazormos promessas, quo finalmento talvez so mostrassem praticamcnte irrcalisavcis, o Jioktim do Mu- scu Paradise nao toma compromisso algum sobro a pe- riodicidado do sou apparccimento. O futuro nos dara a experienoia do quo caroccmos. Os intervallos sorao logi- camonte doterminados polo tempo quo nos deixarem as outras occupancies musoares o polo material quo nos affluir. Quanto a esto segundo ponto, os leitores nao devom lor receio do qu«> n fio/etirn tenha talvez uma existencia cm SciELO 10 11 12 13 Pro facia in ephemera. Porque P — Isto 6 urn pequeno segredo nosso; deixem-nos guardal-o por ora e contentem-se com a nossa garantia verbal. Sera mais facil faltar-nos o tempo para a rcdaccao e esgotar-se o « nenms rerum » para a publi- cac^ao, que o material. La na Europa e em outras parted do mundo havera, talvez, quern lastime que o Boh tint nao se publique em outra lingua mais conliecida. O assumj)to e serio. Mas, depois dc madura reflexUo, achamos (pie o Boletim, como producto brazileiro, deve sahir com -a sua roupa nacional. Nos dirao ([uc o Japao, tao progressista, publica em Eranccz e Inglcz; mas n6s apontamos, do nosso lado, para os Russos, os l lungaros, os Dinamarquezes, os Suecos e os Allemaes, que, cada vez mais, mostram a tendencia modcrna de publicar obras de sciencias no seu idioma nacional. (J brancez, o Italiano, o llespanhol nos enten- dera sem muita difficuldadc e em todo o mais, raro sera o naturalista, que nao saiba tanto do latim e de qualquer lingua romana, para que a leitura do nosso Boletim, n’a- quillo (pie o possa interessar, lhe seja positivamente impossivcl. Bcl6m do Para (Brazil), 1 dejulho de 1894. A R 1C DACCA ( > cm 2 3 z 5 10 11 12 13 cm SciELO 10 11 12 13 >EH8LIOTECAOV 4 C,D if PARTE ADMINISTRATIVA I DISCURSO PRONUNCIADO FOR JOS& VERISSIMO, DIRECTOR GERAL DA INSTRIJCflAO PUBLICA, PERANTE O GOVERNA- DOR DO ESTADO, CAPITAO-TENENTE BACELf.AR PINTO GUEDES, POR OCCASlAO DF. SE IXAUGURAR O MUSEU, RES- TAURADO EM 13 DE MAIO DE 1891. (*) Sr. Governador: Com a sua sincera boa vontade. e sen nunca dcsmentido interesse por quanto a instrucijclo popular concernia, o Sr. Dr. Justo Chermont, nao esqueceu uni estabelecimento quo havendo custado a antiga provincia do Para, sonmuis nao mesquinbas, quasi vein a desapparecer complctamento apes uma vida ingloria, obscura c inutil. Esse estabelecimento e o que digna-se V. Ex .- 1 a reins- tallar hoje, completando assim a obra benemerita por aquelle vosso antecessor iniciada, e o Museu Paraense. Como 11m outro estabelecimento dc instruct; ?to, a Biblio¬ theca publica, o Museu Paraense eleven arrastar cssa vida mesquinha e sem utilidade ate quasi extinguir-se, m\o so a mal avisada economia, antes ridicula parcimonia das adminis¬ trates cjue nao lhes concederam os meios indispensaveis a uma prestadia existencia (>. tambem ao erro do contiarem- n’os a individuos por via ele regra escassamente habilitados para dirigirem-n’os. Esperantos que o rcstaurado Museu, como a restaurada Bibliotheca, escaparao agora a esses males e que, providos dc meios sufficients e capazmente dirigidos, justifiquem a sua rc'staurarito e honrem a idea patriotica que levou aquelle administrador a tental-a. (') nota DA redaci.Xo. - Estc discurso, s que a cada passo c stao chamando a attenepao dos scientist”.:-; do inundo inteiro. N’esta parte da America passou-se, senhores, um d’esscs dramas obscqnditos e osqi ivos as investigates ainda dos mais s; ‘gazes cstudiosos que vem so passando no seio da 1-1 u- manidade desdc que ella surgio de sens principios obscures ' <• impcnetravcis. N’esta regiao, ru<;as cuja origom so ignora, cuja liliarao so dcsconhcco, cilja historia se nao sabe, exis- tiram, viveram. lqctaram, deixando vestigios quo lancpun a cada. passo a duvida, a liesitaca'io, a contradict", no Campo das investigates scientilicas, creando e destruindo na an- thropologia c ■ na ethnographia, hypotheses e genoralisa- c;Oes. Quern sabe, senhores, si aqui n;V> esta a chave do um dos enigmas mais excitantes da curiosidade scicntifica d’ostcs tempos: a ori gem do homem americano? Quern sabe si os wounds de Maraca n do Marajd, cujo "estudo nao foi ainda com todo o rigor scicntifico feito, cjiicmh nos diz que o mui- raki/un, os rcstos da maravilhosa cernmica d’essa gen to apo- cm 2 3 L 5 10 11 12 13 14 Disctivsn sobvn n Muaeu'cm 18V1 nas sabida, tuio nos dara um dia urn elemento importante a soluqao d’essc problcma? Para que um Museu, porem, possa a todos cstes fins sa- tisfazcr, b indispensavel que nao seja mera accumulagao de ratidades, mais on monos curiosas, com mais on menos gosto arranjadas, sinao lima colloc^ao e um ropositorio, systema- ticatnente disposto o scientificamento classilicado. Tal qual esta o restaurado Museu Paraense, nfio obstante a prova quo da do zolo e habilidade do digno preparador oncarrogado do sua installagfio e conscrvatao, mlo corres¬ ponds ainda ao fim quo 6 o sou e quo em loves tragos dos- crcvi. Esso fim, porem, pbde ser facilmente alcuncado, desde' que nao csmoreQa no govorno o desejo do levantar c con- servar dignamente osta util institugao. Como elomento da instrucrao popular, um Museu b ama ■ !• pientc, instructiva e intercssante, para falar a ling agem pedagogica, liqrfio do coisas. Pare, que realmente o seja, n.to sc dispensa tambem o arranjo systomatico das cell echoes, a cbissifica<;ao rigorosa dos objectos dando aos'visj tes ao mesmo tempo uma nocjao exacta, clara o prccisa do cada coisa oxposta c da classe a que pertence, o sou nome, a sua utilidadc, a sua origom ou qualquer outro elemento neccs- sario ao sou conhocimonto. O primeiro trabalho esta feito o bom foito -posso dizel-o sem immodestia pois a parte que n’elle five foi apenas a do intoresse que me cumpria ter. Xilo devemos, entretanto, Hear n’isto. fnstallado, arranjado, cumpre organisal-o com systema, com methods, com sciencia, sem o que, por mais bollo que seja a vista, lica inutil para a intelligencia. Ao povo, de quern b o para quoin b, cumpre amparal-o o auxilial-o, com a sua frequencia, com o sen intoresse, com os seus donatives. Nao temos duvida que o fara e que, alcampmdo a impor- tancia d’este institute, lhe traga com a prova do seu intc- resse intelligente, a. generosidade do suas dadivas. Desde muito que penso e digo que nao basta produzir borracha, e praz-me repetil-o em um novo rogimem. Nenhuma nacao nenhum povo vivo sinao pelas manifes¬ toes da sua actividade espiritual, A mais commercial nacao do mundo, a Inglaterra, nao pOo no Westminster, no sou glorioso Pantheon, sinao os reprosentantes do seu ■ ospirito, da sua intelligencia e da sua for<;a moral. I loje reabre-se uma boa escola: quo seja provoitosa de¬ em SciELO 10 11 12 13 8 Carlu-Circular vem scr os nossos \-otos e para quo seja devem convergir os nossos esforgos. Coni vcnia do S. Exl o SI". Governador do Estado, esta reinstallado o Muscu Paraensc. ]I V III ." 10 Sr. Ten ho a honra T ABE 1 .EC 1 MKNIO QUK SIC PROI’OE Ol’SKRVAR, COLLKl'CiOXAR, DHTKRMIXAR 1 C TOR- MAR CQNlIK( IDOS OS oBjlCUTi >S DA NATUREZA IXDUiKNA. Prcslard igualmen/e toda a at ten {'do ao RAMQ ETIINO- (iRAi'Hico, vis/o que se trata de region altaiucnte intcrcssanlc u'estr sen lido. A Zoologia e a Botanica sobretudo- sciencias m in has prcdilectas — promettan forncccr urn campo de traba- Iho cxtraordinaruvucutc opulento c a preencher as lacunas scicnti/icas, ' deixadas par investigadares e viajantes coma Humboldt, Wallace, Bales, Martins, Spix, Xattcrcr, Agassiz e outros, estard no alto do men programma de trabalho. Co - gita-se serianiente na KUNDAQAo de modest A EstacAo bio¬ logic a no Amazonas com uma filial fora, na costa allantica (talvez cm Braga Ufa) e o esludo intensive de problemas que tcnliani a/guma connexdo directa com a economia social (coma par exentp/o o da fauna icht/iyologica do - In/azonas e da costa) c urn postnlado que desde o priucipio se inipde pela sita importaucia intrinscca. Estou fir me in elite resolvido a cultivar e a fazer reverter cm bcncficio do novo Instituto, que me < r cou/iado, todas as mul/iplas relafoes am/gave/s que particularmente tenho tid¬ em 5 SciEL0 9 10 11 12 13 14 10 Ikdaturio lira do air agora cum Muse its estrangeiros c cspccialistas cm todas as paries do mini do. Q/icstdcs c prollcnias que dizem respeito ds scicncias uaturacs do Amazonas figurardo d’ora cm diantc no primeiro piano da minim actividade, c lido dcs- cuidarci dc mcio a/gum que sc me (figure corno a propria do para tornar o Muscu do Para uma iustituigdo, ondc serdo rcccbidos c dados com o maior prazer /ados os inci/amcnlQS scicn/i/icos cm prcvcHo do interior coma do Exterior. Pcfo o auxiUo dos mens correspondenles n'es/e cm pen ho. e princi¬ pal me ate rogo o favor da remessa benevolo do material tit- t era rio, que ten ha qiiatqucr panto de con facto com o men fu- turo campo. de trabntho, coma, cm scgttnda liuha, de tndo aqitillo que lenha alguma reinedo com am dos raiuos da his- torin natural do Brazil e da America do Sul no sen tide mats ampto. C/aro <’ que os Srs. Correspondeutes rccebcrdo cm permit ta os trabalhos .que o A fuse it for p/ibt/cando. Com subida rsfi/na e consideraedo de V: .S'." A/t." Crf° e Ven.''" r - r-DK. KMII,TO AUGUSTO GOKt.DI. Rierde Janeiro, 22 de Margo de iScqq. 111 Kelatorio sobro o eslado do Museu Paraense APRKSKNTADO A S. EXl !» SR. I)R. (iOVI KNADOR DO KSTADO DO (’AKA, I’KI.O DR. EMILIO AUGUSTO GOKI.DI II. T.VDI RE¬ CTOR DO MICSMO MUSEU. Sr. (lovcrnndor: Tenlio ;i honra’de apre.sentar. a V. ]£x. : * um suednto relatorio sobre o estadn cm cpie encontroi 0 Museu Paraense no momento de assumir o cargo de Director do mosmo ostaholocimento. Acompanha-o, como annexe, um inventario do mesmo Museu, levantado pouco tempo antes por ineu antecessor immediato, o ,Sr. Dr. R;iymund<> Porto, Director interino. Saude e fraternidade. DR. KM 11.10 AUGUSTO goki.di. a ) — Collocgoos zoologicas MAMMIFEROS.—Constatei a plares tie maiumiferos empalliados existenci a de (u I'xom- se este termo tiver ra- cm 1 SciELO 10 11 12 13 14 Iti'ln Inrin I I zao do scr applicado a maioria d’ollos- sernlo a distribuigao sobrc as divcrsas familias a soguinte: a) Simiae (macacos). Total 10 exemplarcs: Afycetcs 3 Cubits 1 Nyctipilhccus 3 — 1 la pale 3. b) Chiroptera (morcegos). Total 1 exemplar: Phyllastama. c) Carnivora (carniceiros). Total to exemplarcs: Cam's 1 -Nasita 3 - Galictis 2 In tis 2 — Procyon 2. tl ) Rodentia (roedores). Total 8 exemplarcs: Dasyprocla 4— -Ccrso/abcs 1 Mas 1 Ilydrochocrus 2. c) Ungulata (Ungulados). Total 4 exemplarcs: Ccrvus 3 — Dicotylcs 1. f) Edentata ( Desdentados). Total ’4 exemplarcs: Brady - pus 9 Mynnrcoph'tya 7 Dasypns 8. g) Marsupialia ( Marsupiaesj. Total 2 exemplarcs: l)i- delp/iys 2. AVES.—Vcriliquc'i a existcncia dc go exemplarcs d<\ avos empalhadas, sendo a proporgao numerlca entro as divcrsas familias a soguinte: a) Rrptatores ( Rapinciros). Total 23 exemplarcs: Dittr- nos 20 ' — Nocturnes 3. b) Scansores (Trepadores). Total 5 exemplarcs: Psit/aci 2- Picul at' 1 Raniphastidac 1 Cuculidac 1. c) Scansoroides Total 6 exemplarcs: Capriinu/gidac \ -Alcedinidae 3. d) Passeres Total g exemplarcs: Iclcridac, Tyraunidae, Co/ingidaet. c) Gallinae (Gallinaceos). Total ,5 exemplarcs: Cracidac, Opisthocomus. 'f) Grallatores. 'Total 30 exemplarcs: Ardcidac, Platalci- daCy Ciconiidae. gj Natatores. Total 12 exemplarcs : Analidac, Pclrcani- dac, Podiccpidac. REPTIS. — Achei diminuta quantidadc do exemplarcs empalhados pcrtenccntes a_ esta classe dc vertebrados, -o to¬ tal importa apenas cm sete ospecimcns, a saber: a) Cro cod ilia 2. b) Sauna 2. cJ Clie Ionia 3. AMPHIBIOS. — I'.specimens preparados d’esta classe iu\o os ha ate agora no Museu Paraense. hxistem alguns (muito poucos), conservados cm alcool (Hylidae , I Ilufonidae). PEIXES. — Pcixcs preparados so existem 5: 2 Pirarucus (Vastres), 2 Diodon, 1 Siluroido (Tlypostomaj. cm 2 3 z 5 10 11 12 13 14 12 lieluforio Quanto aos mammiferos e de accroscentar quc alem dos exemplares empalhados, cxistc um certo numero de pelles, 2 do ontga pintada, i de on cuidado o conteudo dos 21 quadros, nos quaes so achava guardada a collect, Ao entomologica. O resultado e o seguinte: l)e espe¬ cimens, t|ue ainda serilo aproveitaveis no futuro, existem rc- lativamente as diversas ordens: 1 ) 5 ig Colcoptcros (besouros) a saber: 11 .5 Ccrambycidrs. 1 05 Lamdlkorniac. 1 o liuprcstidar. 140 Curculiouidar. 73 Ch ryso m rlidue. 1 7 Elatcridac. 3 Tcnclrionidac. 40 Iirotylidac. 2 3 z 5 10 11 12 13 14 Bdalorio 13 16 Espccimcns pcrtcncentes a divcrsas familias. II) 8 Hymenoptcros (Abclhas, marimbondos). III) 16 Lepidoptcros (Borboletas). IV) 3 Orthoptcros (Gafanhotos, Baratas). V) 3 Hcmiptcros (Cigarras). Jncluio-so no total acima declarado ainda i Myriapodo (Centopeia) e i Arachnido (Aranha). Tudo o mais e im- pre.stavel para o Museu; pode, porem ainda scrvir conio ma¬ terial demonstrative para um estabelecimento de ensino, cm falta de cousa melhor. Este resto a eliminar-se e constituido do seguinte modo: 246 Coleoptcros. 88 Lepidoptcros. 32 Orthoptcros. 69 Hcmiptcros. 42 I hymenopteros. 26 Diptcros, accrescentando-se ainda 4 Arachnidos e 1 Myriapodo. Temos, portanto, dentro da collocgao total com 1.052 (1.059) especimens, logo uma deploravel scisao em duas par¬ tes, uma aproveitavel com 594 (551) exemplares e uma para eliminar-se com 503 (508) exemplares, csta ultima importan- do quasi em 50 po (lo total. Uma comparagao dos dados acima indicado etisina tambem, que a proporqao mutua, re- lativamente as divcrsas ordens, so fica de algum modo sa- tisfactorio em rclagilo aos Coleoptcros (1,19) aproveitaveis contra 246 a eliminar, ao passo que nas outras ordens a proporq&o e realmente calamitosa devendo-se eliminar (ou porque desde o principio nao foram devidamente preparados ou porque estragaram-se posteriormente), por exemplo, entre os Lepidoptcros (Borboletas), perto de 80 entre os Or- thopteros pc>rto de 60 % e assim por diante. E quasi ocioso, dizer-se, que nenhum objccto entomologico possuia lctreiro, indicando nome ou provenicncia. Resumirei o men julgamcnto sobre as collecqOes zoolo- gicas aqui existentes do seguinte modo: a) Numericamentc ellas estito em opposi^'ao directa com a proverbial riqueza faunistica do Amazonas. S&O simples- mente pobres e muito dcficientcs. b) Taxidermicamente ellas nio satisfazem de modo al- cm 2 3 z 5 9 10 11 12 13 11 Iklalorio gum. A maioria sao velhos alcaides e muitos est&o ate abaixo do toda o qualquer critica (mammiferos, passaros). c) Systematicamente nem vestigios so descobre de uma seria tentativa de determinar c classificar os diversos obje- ctos e o que so le nos lettrciros do certos vertebrados sao geralmento verdadciros tlescalabros, indignos da dcscripyao do edificio. Muitas ordons da fauna amazonica nao sao representadas nem sequer por um modesto prlncipio c o que h i no Museu da ■ nossa fauna esta etn tal estado, quo a substituiyao so torna urgentissima. Pouco lia. o isto ainda pouco presta. E princi- piar-se do novo! b) — Colloc?6es botanicas Como o inventario deraonstra, as colloceoos botanicas li- mitam-so, na sua cssoncia, a uma poquona seric do amostras de madeiras. Outra cousa nao ha, falta tanto um horbario, como qualquer outra collecyao do fructas, IlnTos, etc., om Os¬ tade socco ou consorvado om alcool. hi, por conseguintc, um lado, ate agora, por assim dizor, ainda n;1o cultivado o roprosontado no Musou Paraense. c .)— CollocQoes minoralogicas o geologicas Existo um principle do uma collccyln relativa a ostos ra¬ llies do scioncias naturaos. Porem pouco o. Os espccimcns mincralogicos sao evidentemfcnto 11a maioria do origem exo¬ tica, pari a Amazonia, o.tambem polo sou aspecto uniformo e as diminutas dimensions logo trahem o sou caracter de collect,Ao do amostras cotnpradas no estrangeiro. O quo ha- rolativamento a gcologia c*. o que algum acaso forncccu - colloco.’lo methodica nao 6. A improssao goral quo so obtom logo a primeira vista o quo eyidentoinente osto lado do .Mu¬ sou 1‘araonso tom side complotarnento dosamparado ate agora, quo nunca gosou do tratamento o desonvoleimento, quo vm ospcci dista 11a materia U10 poderia disponsar, imprimindo-lhe uma fcig&o profissional, o nflo a do more dilettante como olla so obsorva agora. cm 5 SciEL0 9 10 11 12 13 14 liclalorio d )—Collecgoes etlmologicas O que positivampnte mais me surprehendeu, quando as- sum! a direepao d’este Museu, foi o chaos existente n’esta.scc- pao. A collecp.ao o pequena, mas desde muito orientado sobre os diversos factores, que contribuiram para redUzil-a as di- mensOcs modestEsi.nas do hojc, cu nao tcria me preoccupado com'estc ponto. Mas encontrar talvcz umas 150 flqchas, perto dc uma duzia dc arcos, alem de maraeas, remos, enfeites de pennas, collares, machados de pedra, etc., tudo sem letrciro, nem indicaeao alguma do proveniencia? Into e mais quo fu- nesto e quasi disperta a suspeQao que houve quern tivesse um intcresse especial de produzit- intoncionalmente esto es- tado chaotico, velfudo-se do conhecimonto da circumstancia, que objectos ethnogruphicos de origem incorta pouco ou nenham valor pnssuem. Accentuo particularmente esta observapfio deveras des- agradavcl. Vejo-me obrigado cm pro! da probidade scienti- fica (que o Museu Paraense devera observar como estrfeta norma do conducta nao so cm relag&o as scicncias naturaes, como mui particular mente tambem no terrono da cthnolo- gia Amazonica) a encostar a maioria d’estes instrumentos de indios, ou a degradal-os a um uso meramente ornamental e principiar de novo. Toremos dc colleccionar nos mesmos e desde ja seja ar- chivado aqui um appello ao patriotismo do povo do Para, de auxiliar-nos cfficazmentc cm precncher quanto antes uma la¬ cuna no nosso Museu que amea^a tornar-se quasi uma ver- gonlia publica. E duro, reconhecer, quo teremos de crear collccQbes mesmo n’esta secpilo e quo nem se cncontram no Museu, por assitn dizer, bases solidas e fidedignas para um principio! Quantp ;i archeologia e anthropologia ■ o mesmo aspecto de pauperismo. IJns cacos de igacabas aqui, uns fragmentos de craneos acola, por assitn dizer nada de inteiro, dc enm- pleto, nenhuma serin de objectos da mesma natureza, que desse o direito dc empregar o termo de collect,'fto. Ora, e publico e notorio quantas collecgoes bellas e ricas tern sido desenterradas de ccrtas localidades do solo paraense inui- tas vezes com o auxilio official -material que se cspalhou sobre a terra intcira, formando preciosos ornamentos ate cm Museus longinquos. Nao menos sabido 6 o modo pelo qual cm 2 3 z 5 9 10 11 12 13 10 Relalorio o Museu Nacional, do Rio de'Janeiro, enriqueceu-se, ainda nao ha muitos annos, as expensas incontestaveis do Museu Paraense, com avultado numero de objectos preciosos oriun- dos de Marajo e de outros pontos da Amazonia, lcvando a dirdctoria, a titulo de emprestimo > c com o prctexto do dar maiores dimensoes a uma tal Exposiqao anthropologica l a realisar-se na Capital Brazilcira,' o quinhao maior do que do bom havia aqui no Para, coIIccqOcs representando o suor do rosto e o trabalho indefesso do hornens da estatura de urn Ferreira Penna! Nada voltou, nada foi dado cm troca e natural e, que no Rio de Janeiro a recorda<;fto d’aquella di- vida de honra contrahida hojo ja e tao pallida, que amanha talvez seja completamente extincta. Ficaremos decididamente so com aquelle recibo i na mfto com o valor de uma r )— Outras collocQoes Existent, no Museu Paraense, certas outras collecqfles, quo nao tern relagJlo alguma dirccta com as sciencias naturaes, a saber: uma colloc\ao numismatica (sobre a qual informa o inventario annexo do men antecessor), armas de fogo, pentes de tartaruga, uma vitrine com jornaes antigos, notas antigas (verdadeiras r falsas), inscriptions, tabellas explicati- vas sobre a rcceita publica do Estado do Para em annos anteriorcs, certo numero de quadros da familia ex-imperial, evidentemente removidos das repartitions publicas no mo- mento da transformaciio do Brazil em Republica. Proponho e insisto na separacflo d’estas collec^bes do Museu reorganisado, comindo cjue o futuro Instituto con¬ serve estrictamente o caracter de estabelccimento para a cultura das sciencias naturaes e da ethnologist amazonicas. Aquellas collect,'Oes, das cjuaes eu desejo ver-ine livre quanto antes, poderiam perfeitamento formar o principio de um Gabinete llistorico , do orgatiisacflo independente e talvez a cargo de uma sociedade de Estudos Paraenscs, seeeito his- torica, ampliatido-se e augmentando-se ellas, com o tempo, com livros, documentOs, mappas, objectos antigos, etc , que se rclacionassem, de qualquer modo, com o passado recente, on, o mais remoto da I listeria do Bara e do valle do Amazo¬ nas. Ouso aventar esta idea, que crearia uma institut'd} nova nelo so util e interessante, como certamente sympathica ao publico Paraense o teria a manifesta vantagem de dar um cm 5 SciEL0 9 10 11 12 13 14 Rdalorxo 17 destine e future conveniente a cortas collecgOes de actual Museu, que cu nSo posso deixar de considerar come incom- pativeis com o caracter e o espirito do novo Museu. Quanto aos animaes vivos que actualtnente se acham guardados no Museu (com certo incommodo de natureza administrativa, visto que o anti go Rcgulamento nao prove verba para esta cventualidade), poderiam estes passar para urn Jardim Zoologico cm contact) com o future Museu. /)— Mobilia do Musou e material de coiiservapao .V mobilia do Museu e o material de conscrvagao sao pe- quenos, mas satisfaziam em relagaoao diminuto numero dns objectos ate agora existentes. O espago vasio, poreni, que se nota em diversos armarios com mammiferos e passaros, nos quadros parietaes que contem a cnlleceao entomologica, e manifesto testemunho do pouco zelo quo havia em augmen- tar estas collecgOes, que evidentemente conservaram-se du¬ rante annos ja em phase completamentc estacionaria. Nao so notam accrescimos recentes. A mobilia ja existente podera ser aproveitada, mas nao chegara de longe para as necessidades do Museu reorgani- sado. K precise cogitar-se quanto antes na acquisigiio de ar- nuirios e vitrines apropriadas e espagosas para as collecgdes a expdr-se aO publico. < ) material de conscrvagao carece de urgente reforma radical. Ja quasi rule ha mais nada de aproyeitavel (neni alcool, ncm vidros, nem drogas, etc.), e e provavel que mesmo nunca o Museu Paraense possuisso este material tao bem escolhido e completo, para poder corresponds a todas as necessidades que se fazem sentir nas diversas seegoes de um bom Museu cm pleno andamento. Dos apparelhos de caga e pesca nao ha mais um objccto, que nao carega de concertos. g) — Bibliotheca Uma bibliotheca propria do Museu nao existe e isto constitue certamente um dos melhores criterios para se julgar do sen estado actual. Como ha de se determiner objectos de historia natural sem obras systematicas ? O Museu Paraense deve ter sua bibliotheca, e ate uma niuito boa sobre sciencias naturaes c ethnologia, especial- mente em relagao a tudo quo diz respeito a Amazonia. 2— (uOL. DO MUS. rAnAClTSK) cm 2 3 z 5 9 10 11 12 13 Rclatorio h) — Edificio I Como so sabe, o Muscu compOc-se dc um edificio con- tcndo as collecpOes c um appendice atraz, servindo do «sala de dissec^flo . O primeiro e dc aspecto sympathico, mas as suas dimensOes exteriores trahem logo, quo nfio sc trata dc outra cousa senao dc um Muscu cm miniatura, dc um mero Gabinetc . Nao permitte augmcntar ncin pelos fundos, ncm vcrticalmcnte por um segundo andar, nem lateralmcnte, havcndo valiosas razees tanto dc ordcm esth 'tica como dc ordem architcctonica contra qualqucr das cventualidadcs enu- mcr ulas. Convcnci-me, tanibem dosde logo, que o estado de con- servacao deixa a dcsejar, havcndo gotteiras c os telliados no- cessitando do concertos. Poderia o actual edificio do Muscu servir no future como Gabinetc llistorico , na forma acima estipulada, mas n;io serve, absolutamcnte para o Muscu re- organi-ado. hi precise a mudanca, quanto antes, para um edi¬ ficio apropriado quo permitta o descnvolvimcnto c augmento das Collcc(;Ocs, polo monos para um ccrto humcro da annos o quo dc talvcz tambem oceasiao para organizar-se certos annexes dcsejaveis, como por exemplo um modcsto Jardim Zoologico c um pequeno Ilerto botanico. i) — Possoal 1 ♦ Serei succinto n’esto ponto. 15 preciso que liaja mcnos administradorcs e mais trabalhadores! 15 precise que o Mu¬ se u ccssc de scr lima re partisan publica proprianicnte dit i e sc torn.' antes uma officina scientifica -7 tenia sit verbo ! Ti- rar o centre do gravida do do terrene administrative e p 61 -o, onde dove scr poste, no terrene da scicncia, iste censiitue, a men ver, um dos mais importantes factorcs a pondcrar-se na orguiiisacao do fi.tiro Muscu Paraense. Maxima simpli- licacae cm tedas as suas rel.u;oes administrativas cm prol do verdadeiro fun c destine do estabelecimento eis minha prin¬ cipal rocommendaeao, que fa<;o baseando-me na ampla ex- periencia adquirida algures! 5 SciEL0 9 10 11 12 13 14 cm Relalorio j) — Regulamento O regulamento ate agora vigente e simplesmente inapro- veitavel, tanto no- geral como nos pormcnorcs. Nao contcsto, quo certamente olio so originou em boas intengOes, mas nao monos certo e, quo a sua roducgao deixa perceber copipleta inexpcriencia da organisarilo de Museus em outras partes do nnmdo, e quo. clla nos causa a mcsma impressclo c[uo so sento no folhear um codigo legislative medieval, n, fazer-se outro, moldado sobre bases melhor assentes e adaptadas as nccessidados do um Museu no pq dos buns estabelecimontos congoneres, qual o deseja vor creado aqui no Para um Go- verno tao amigo do progresso material e intellectual do sua terra natal. Pouco edificante 6 o quadro descortinado n’estas linhas, do estado, cm quo achoi o Museu Paraense no momento do assumir a dirccgfio. Fui franco c leal na apreciac.no, c nao tratoi de encobrir cousas, que n’uma Republica porteneem ao fdro popular. A minha critica nao tern nada de tendencial; so m\o posso louvar de um lado, tambem uao censuro do outro lado com a simples intengSo do desfa/.or a obra dos mens ante- ccssoros. Desejo vor o Museu Paraense grande o digno do s('ti nome, respoitado nos circtilos sciontificos n coni o papel que lhe compete no cortamcn intemacional em prol dos bens iiltcllectuaes da humanidade. O meu julgamento sobre o estado actual do Museu Pa¬ raense mo e um vordadeiro consolo sabol-o de antemfto- nSo surprohendera muito V. Ex.". V. Ex." foi quoin com a muior franquoza, tinha ja formulado uma opiniao idontica nas cartas a mini dirigidas antes da minha vinda o com perfeita lealdado tinha-me esbogado a ardua tarefa que mo esperava com a reorgan isagflo. Sr. Governador, V. F.x." nao mo tinha encarregado for- malmonto da rodaegao do prosente rolatorio. J ulgo, porum. que V. Ex." nutria este desejo como cousa que ostava sub- ontondida e portanto nao procisava do ordem exjiressa. Alcm d’osta argumentagao, parecia-me sor de -interes.se o vatitagem geracs, origir uma cspecie de marco separative cm 2 3 z 5 9 10 11 12 13 20 Anncxo entre o passado e futuro do Museu — marco vLsivel e quo consto para todo o tempo. — Saude e fraternidadc. A S. Ex. 1 o Sr. Dr. Lauro Sodre, Dig. 1 * 0 Governador do Estado do Para. Belem, 28 do Junho de 1894. O Director do Museu Paracnsc, DR. EMILIO AUGUSTO GOEEDI ANNEXO r - RELAf AO DOS OBJECTOS EXISTENTES NO MUSEU 1'AKAENSE Zoologia. —27 peixos tie (lifferent.es (‘species eonservados ein aleool, 105 reptis dive.rsos eonservados ein aleool, 8 ernstaeeos eonservados cm aleool, s reptis vivos entre os quaes aehn-se tun euorine siieuriju me- dindo i’> metros do ooinprimonto sol ire 20 eenti metros de largnra, 21 qiiadms eontendo cm cxhibit/Ao in sect os de difforentes faniilias, 2 qua- dros coin vistas, 20 ossos de eetaeeos e culms grandesaninines,28ovos do diversas aves, SO lives empallmdas, I vitrino grande eontendo cm exjiosiedo inniiinera' eonehns, 10 fraseos eontendo cm cOnservavAo fdtos - do di versos aniline . 2 tuyuyt'is vivos, 1 eabeya de poise gnrijulia, 1 jaenre-assi'i empalhado, 1 dijo tinga, 2 peitos de jaeare, 1 gnviilo real pegando ulna pregiiit.M, audios einpalhados, 2 peixe espinhos, I grande unlia do tatu-a-sii, I ilitn de tuinandiia-liandeira, I dente de elepliante, 2 pedaeos de dilo polidos, 1 garras de gnviilo emu unlins, 1 inoreego braneii, 1 liieiqe papo de jielieano, 1 cnixn eontendo olhos do passaros e do liiebos, 2 jariiriiarus enipalliados, sendo tun grande o inn peoueno, di) (|uadrtipedes o quadronianos empallindos, 1 qtieixada de peixe, 2 eas,is grand os de formigas, It espinlias de peixe, serras de estiadartes, sendo :> jieqiienas e grandes, 5 pedagos do chifivs de vein (os, 7 en¬ voi ra (le \ i ado eonipletas. ninlios do japiiin, 0 polios do giboia, e 1 pirarueu grande eonservado ein aleool. Mineralogia. 2 vitrines grandes eontendo minoraes diversas, 2 ditas |k? i|ueiias, 1(1 eaixas peqiienns eontendo aniostras mineralogieiis, 824 mineral's diversos, oomo sejant: agatlias, topasios. 1 lirystaos, fru¬ gal on ton de qunrtzo e pedaeos de mitras roehas into elassifieados, 5 xy- lolitlies, I zoolithos, I fragnieiito do aerolitlio, o 7 aniostras de al- J 11111 i 11 i 11 in. Botanica, -oS aniostras de diversas madeiras renos, II raizes exo- liens, iintnveis pda exqtiisitiee da forma, 1 ouriyo de ehnrfl, 1 roda de ntadeirtt eontendo tuna inseripeAo, I gallio do nrvoro eontendo 11111 ni- nho do passarinlio. Anthropolojjia. — I urna fiiiicniria eontendo ossada Inimana, 11 po- daeos de unias Inner,irias (igaealns) 1 niilo de in mu ia egypeia. Artefactos indigenas. 170 annas indigenas, entre as quaes temos Anncxo 21 1 escudo do madeira, 7 arcos, 7 ehupos, 6 lam,"is, 7 tacapes, 1 uba com 8 remos. Objectos de uso indigena. — 1 maraea do fnictas, 1 memby, 1 maraea, de buzios, .'i tomatias de barro, 1 dito do algodao, 5 urupes, 28 macha- dos de pedra, 1 masso do flexas orvadas, 3 adheres indigonas, 1 ar- eliote, 32 enfeites do ponnas de ave, 7 enfeites do missangas, 3 ditos do fruetiaims, tambem 1 collar peipieno feito do coco, 2 pentes de pa- xiiiba, 4 cuias de barro pintados, 1 sceptre de madeira cm teeidode pa¬ llia, 2 adornos do pallia do eontas e de pedras, 3 bnstos bmnanos, traba- lho imii tnseo, 3 vases do barro pintados, 1 pete, idem, I baoias, idem. I baeia e urn jarro de madeira, 1 eesto teeido de pallia, 3 rales de ma¬ deira com pedras engastados, 1 dito pequeno, 1 paneUa de barro con- tonde veneno eurari, e 1 eesto teeido do tallas. Numismatica. 1.72 moedas do bronze e cobro de differentes paizos, 177 moedas de junta das quaes 48 dosapparccei’am, 7 moedas do-ouro, 21 moedas de nickel, 1 medallia representando a allianpa do Ilrazil aos Estados-Unidos da America (1830), 1 medallia (10 de Jnnho de 1880) eomuiemorativa do tricenlenario do Canales, 1 medallia idem da Kxpo- sipiio de Paris (1880). 1 medallia idem do Ministerio das Finaupas Fran- eezas (178!)). I medallia idem da Torre Eiffel, 1 medallia do premia de npplicapilo, eonoedida pola, sociedade liittoratura, Seiene.ias e Lett ms--, 1 medallia eommemorativa da liberdade dos servos da Russia. 1 eaneta e penna do ouro com que o Dr. Jose Pnes de Carvalho assignou a Cons- tituipAo do Kstado do I’ara, 1 nota brazileira do lOOJOUl), 2 notas brazi- leiras do 2OS000 (1833-1837), 1 dita de 28000 do Kstado do Amazonas, 1 dita de 700 reis do niesmo Estatlo (1891), 1 dita brazileira de 1$000 (1830), 1 dita do Paraguay do 7 pesos, 3 ditas Argontinns do diversos pesos. Objectos historicos. — 1 balaustro da eaina do Mai ilia do liireeo, (i armas do combate do Caeoalinho. 1 livro de aetas do Club Repiiblicano dos Aeademieos do Recife, 2 patentes in i 1 ita res, 7 eonhecimentos do tempo de I). Joilo IV, resposta do tuna carta oseripta a Francisco do Souza, Ooutinho, 1 eoroa do jiedra brazileira. 0bjecto3 diversos. I taboea do rede, 22 fragmentos de igapabas, 2 nnjos dourados, obra de madeira. 1 par de oastipaos obra antiga, 1 I eopo de vidro. I grande espora, 1 tigella e pires do louea antiga, 1 eo- pinlio ehinez, 8 pentes de tartaruga cm perfeito estado e 2 ijnebrados, 1 arbusto jietrifieado, 2 eaixinhas do madeira, I eavoira de onen, 1 dita de poreo, 2 ditas do jacare, 1 casco grande de tatu-assu. 2 linguas do pirarueu. 2 taquaris, 1 paltteiro de madeira. 1 esiianador de rabo de euaty, 1 ernz de madeira. 1 avacapa, 2 frueteiias feitas de eOeo, 1 lata do sardinbas eonservadas, 7 pratos com differentes fructas tambem eon- servadas. 1 busio de barro. 1 bengala com o gastao de um dento do onea. 1 eharilo do barro com 3 eliiearas e pires, 1 baeamarte peitoncente aos indios do Tocantins. I panelia de pedra ( Minas denies ), I urupema, 1 par do eliarlotes teeido do pallia, 2 mangas para eandioiro teeido do pallia, 3 bolpas teeido de pallia, I esteira idem, 2 dentes do animaes anti-diluvianos, 1 pyrnmido do pedra. Moyeis e objectos de uso. 8 \ itrines grandos eontendo cm expo- sipflo diversos animaes, 1 grande vitrino sestavada com artefact os indi- genas, 2 grandos vitrincs com mineral's, 2 ditas monores, 1 armario com artofaclos indigenas, 1 vitrino com moedas, 1 dita com notas do diversos paizes, 1 vitrino para numismatica, 1 vitrino coin pontes do tartaruga, 1 dita com amostras do vegetaes, I eaixas de madeira, 1 armario com o arehivo, I mesa do Director, I dita do Portent), 1 car- cm 2 3 z 5 9 10 11 12 13 Ilrgnlammlo mrthodica da Amazonia cm especial o da America cm ger, 1 0) dito /! /f’/im sorvir/i igualmcntc do moio do publi- c r.'io sobro quostbes da historia, niarcha o dosonvolvimento do Mrscu. Art i«5 n C'0111 o desetivolvimento ulterior do Musou, podcr.i haver uma oulra publicaoao, do formato mai r o illus- tr.uia c m ost unpas, com a donominat.'ao do Manorial; do Masai Paraense , A rt 10 " A rodacoito d'ostas revistas ficara a cargo do Director o do possoal scientilico. Art 17." -A distribui;ilo sera gratuita o no arbitrio do Dirccte.r. CAPITULO VI Das nomcatjOcs c substitutes Art. 1H. 0 Todo o pcssoal do Musou, excopto os serven- tos, siT.t nomoado ou contractatlo polo (iovornndor, modianto prep sta do Director, sobfotudo no quo diz respoito ao pos- soal srientifico o preparations. A t. u; M Para ' os cargos scientifieos, que'r por nomca- o.lo tjuor per contractu, sio conditjAos: i.° tor cursado aca- detnias 011 umvorsiilados ondo o otislno das scioncias naturaos occupo um lugar notoriamontc procmincnto; 2 ." tor ostudos aproiundados sobro a sua ospoci.ilidado o, so for possivol, traballms originaos; 4." tor probiihule sdentilica. Art. 20."- O Director, no oqso tie impotlimonto sera subs- tituido, mi parte ad ministrati va polo Sub-director o 11a parte sciontilica po|o chcfo do soc<;Ao quo olio dmignar. Art. 21" Os ( holes do socoAo sorAo substitnidos tins polos • nitron, iittondondo a affinidado nnitun das difTorentos soc^Oos. .SciELO ) 10 11 12 13 14 Ilcyulainculo do Muscu I’amenhc 11 DISPOSI9OES GERAES Art. 22" K exprossamcntc prohibido a todos os cntpre- gados do Musou negociar, isto e, vendor objectos de I Iisto- ria Natural r do Ktlinologia, assim como accoitar ineumben- cias particularos com o lito do lucres materiacs e pessoaes. Art. 23.”- Com o fim do obstar o nocivo osfacellanipnto litterario, o Muscu Paraonse cotisidera, como principio domi- nantc do sou program 111a do truballio 0 suprema regra na escolha das suas relaroes cxtorlorcs, auxiliar efficazmonte (por corrcspondencias, publicaeOes, remessas do colleccocs), os cspecialistus, corporates, Museus, quo torhem parte na Flora Uraziliensis do Martius o sous succossoros, na Fauna P.raziliensis do Goeldi c outros o em outras obras collcctivas congeneros, quo tern por fim a explora^Ho methodica e ra- cional do Brazil 0 da America do Sul qu aquellos, quo do qualqucr outra mancira, doom uma garantia sufficient pda (■la'bi >rat,ao prompta do material quo Hies f'Sr conliado. Art.' 24." PodorAo sor admitticlqs praticantos, que quei- rain dodicar-sc ao estudo da 1 listeria Natural, quando d’isto 11'ao resultc inceiivonionto ao service do Musou, a juizo do Director. ,\ rt ’5." O Musou ostara franco ao publico, em geral, aos‘dominies o quintas-feiras, das oito as doze boras da ma- nha \s pessoas. poreni, quo tonliam nogocios coni o Musou ou quo qiioiram faz.or nffortas, os naturalistas o viajantos do passagom por• aqui scra.0 recobidps a qualqucr bora. ’ () Jardim Xoologico, Ilorto llotanico e as Bioiogicas,' provistas no art. 2." terflo Suas organisa- ' ficandu porom a direct,-Ao do primeiro a cargo soc. a.v a do sogundo a cargo da 2 scc<-;\o e as Ks- tai Oes Biologicas a cargo das i.« e 2 * secies. ' \ rt () s cargos, creados polo presente Kcgulamcn- t<>, serAo "provider, a medida (pie o reclamaroni as nccessida- «los do servigo. Palacio do (iovorno do Para, 2 do Julho do 1 894. tacoos q'lt'S proprias da 1 I.At'RO SODRi: 1 >1 , P |M ill 2 ill’ Jlllho (tc I Hi) I l.i'i II." Ii|t) ell' 2(< ill'Julllltt lie- I 5 SciEL0 9 10 11 12 13 14 cm 28 .Irchaotogiu r I'Alninijraphiit no Hrazil PARTE SCIENTIFIC A 4"ARCIIL()L0GIA \i ETHNOGRAPIIIA NO HRAZIL For DOMINGOS S. FEKRKIRA PENN A (■) 4 . ., , , Tun iH 1156 apparoceu aqui a idea do fnrmar-se unia asso- cia<;Ao dostinada a croar c fundar na Capital um Musou no qual pouco a pouco si; reunisso os numorosos firoductos antigos /’ modrrnos da industria dns lndtos aproveitando-so an mesmo tomi>o toda a snrto tie ubjoctos do llistoria Natural quo so podosso obtor. Kra, por outras palavras, um Mnsat nrcheolvgico r clhnogruphim quo so tratava do fundar, mas som a ostcntaoAo do palavras pomposas quo a sciencia regeita. Ouvidos o oonsultados sobro osta idea, dous dos inais distinctos paraonsos, nAo so acolhoram-p’a com plena appro- vaoao, mas logo o do accordo con) outros cidadAos trataram do propagal-a o dar-lho dosonvolvimento. Ion lima pritnoira rouniAo dos cuvalhoiros interossados polo progro.vso intellectual da Provincia, rouniAo (pio so offe- ctuou na sala principal do Palacio do (Jovorno, foi rosolvida a crcai;Ao da AssoeiacAn quo tomou o nomo do Socirdadc f'hitamatica, o na sogunda rouniAo no mesmo Palacio ficou constituida a socieilade com a oloRAo u Dire* ctoria quo logo comooou a tr.ibalbar, o na mosma occasiAo so conferio a>> fiituro Musou o titulo do Musou /'nnnnsr. A Mo/a d.i sociodado dirigio cartas aos mais distinctos cidadaos rosidontos nas cidades o villas do intorior pedindo-lltos o sou valioso concurso cm beneficio do Musou. Na < apital muitos cidadAos. outre os quaes os Srs. Dr. ( 'as¬ tro, Dr. Malcbor, ( oronol |. Dingo Matcher, Dr. CantAo o outros, onviaram logo a Mo/a, e.ula mn por sua ve/, o quo pndorani obtor para o Musou. l’"oi, pordm, do intori' r, conm so dovia osperar, ombora com a demora indispensavol, quo a Mo/a rocebeu o mainr in Tr.ilullm Innlilo, iitilim nti nfltti’diln a" /'■’/, ,/>■ ■•)<> Sr Jim'- VctUdtno. Mutru /lilWRi* cm SciELO 9 10 11 12 13 14 Archeologia e lilhnoyraphia no Brazil 2 !) nutncro de objectos, os mais prcciosos artefactos, taes como vestimentas de pcnnas e plumas; adufos ou tamborins, trom- betas e tibicinas; annas de guerra; instrumentos do caga e pesca; machados de pedra, tembetas de quartzo branco; ido- los de argilla, c vasos de barro, alguns muito ornamentados, e assim outros objectos. Com estas collecgOes, que constituiram o nucleo do Museu, foi estc afinal installado cm Abril de 1867, depots de auxi- liado com uma pequena quantia que o Presidente Dr. LeAo Velloso, hoje Senador, mandou fornecer pelo Thesouro Pro¬ vincial para a compra de moveis c outras despezas neccs- sarias. O Museu progredia, atnda que. lentamente, augmentando suas collects com os contingcntes que lhe chegavam de diversas partes, e graoas a rontribuicAo cspontanea do varios commerciantes e de dous particulares chegou mesmo a formar mu importante nucleo dc numismatica composto de moedas antigas, algumas inedalhas, etc. rm dos membros da Meza da Sociedade, tendo-se domo- ndo algunt tempo em Manaos, foi bastante feliz obtendo por ' ref* e gentileza de dous. cavalheiros d’aquella Capital e tra- factos arcbeologicos dos n i . ... Imhitnn zendo para o ra o Museu em 1869 uma ostimada ponjito de arte- archeologicos dos nossos Indies Uaupes e dos Indies > ..... ' 7 .... iT.hit.-mi a curiosa regiAo mesopotamica, 1 _:.i.. .. a 1..1,- cm 2 3 L. 5 9 10 11 12 13 illi Arelioilof/iti v tthnoyrapltia no Itrnzil coinn exemplos <>s Srs. I.ayanl, consul britanico fundador do Muscu do cabo da Bda Fsperanea; Professor Stccre da I’ni- vorsidade do Michigan; Professor I l.irtt da universidadc dt‘ Cornel!, Dr. Crinne, Professor de antliropologia de Berlin), Drs. Reiss e Sttibel, intrepidos explorations dos voleoes da America do Sul. Ch Fred I lartt, antigo alum no d’Agassiz a t|ucm acom- panhou na vi igem feita por esse sabio ao Brazil cm i860 e que pouco depois foi nomeado Professor de (ieologia 11a Uni- versidade de Cornell, preparou-se com os rccursos de um amador opulento de New-York e parti > de novo para <> Brazil, preferindo porem d’esta vez a Provincia tl" Para onde chegou em 1870 trazendo, alem d’um botanist,1, sen col- lega, uma oscolhida turma dos sens mais li ibeis alum nos, ta< s como entro outros os Srs. II Smith. A. Derby, ja muito conheci.ltis liojp por sous trabalbos scieiitifiros. Favorer it In, como merccia, prlo Presidente Dr. Abel (iraya que Ihe ] restnu protilptn e commotio meio tie transport!-. I lartt entregou*se logo coin ardor a ulna seria de explora* coos ,, est udos sobre a goograpliia pliysiea '0 mais ex'oiv.i- dami ntt- sobre a grolngia e arclieolopia tin paiz. D'e -tas ex- plor.vyoes que se 1 stenderam ate as cachot iras do Tocantins t- a um pouco atiina de Itaituba no T.ipaj«V. e .10 1 ago Arary <>m Mar.ijo, o Professor apnsontou <>s resultados oni uip re* latori ' dirigido an Presidente como unit n (■ itemunho t|Ue podi t dar tl«* Mia gratidAo. F.ste relatorio escripto por sou antor t in portugm*/ cor- ret to. foi a diligeucias militias copiado d<> aiitograplio e on* viado ao redactor e propritirio < 1 «» Ptorin tin que, amigo sempre tins Izoiis trabalhos, logo o publit u. no rnesmo anno 1870. Fin 1 s71 von rontinuaf as Mias exploracbes n<> Para, trabalhiindo main jMrticulnrmetite m>s dlstrirtos do Tapaj' s e Mont* Alegre oiltle dottinroU'Se vbitando as terras visinhas, a serra do Frore untie dost nival todas as l\i/rot fiittihtiix e por ultimo a ‘.i-rra tl<> Paranaqn.ira, no distrirto da Prainha Mas antes tl’esta segunda vWta .**• Para, *» I’mf' -mir fez publirar t in dims Revisias scieiititicas «• mormente no Amf rioifl Xilturtllisf. do que ri'inetteu para aqili e jvira as outrus prim ipaes cidades do Imperin onde linlu amigos, bom nu* mere tie exemplarcs de um 1 xtenso «> important? artigo. il- lumiliado por muiUs figure*. nt» qua! dost revolt magistral* mente uma vari.ula p«>reAo tie artelat tes arclieo|ogiros como lian a e outros Vasos tie uso d* mCHliro, unias, u|o|o*, elf., que. cm 2 3 z 5 9 10 11 12 13 I irUrnlor/ia r. tthnoyraphia iw Uracil 31 por indica^o minha, mandou pnr um dos sous Ajudantcs pxtrahir do coramio do I’aoval do Arary. Outros artijfos sous apparoceram uns no Bulletini da Uni- versidade de Cornell o outros no American Natural is t do. 1S71 o 1872. X.V> moncionaroi son;\o os dois quo mais im- portantos sAo para a archeologia. Roforo-so <1 primoiro a um dos mats curiosos artofactos < 1 Tam ions quo poudo produ/ir o povo quo, otnepnea ainda nao dotorminada, dominava o paiz quo hojo habitamos: uma urna tubular, anthrnpnmorplia, do rosto Iiuntano cm ro- < \ o oncorrando o crauro o os essos lnnjjos do um liomorn. st.' objrcto prod so foi doado ao Musou polo notivo cultor ' a-- sc 10110ns Dr, !• rands. da S C ,str.> «jim* o rooobora do * araca ja bastauto fractur.do nos bra,,ns. ■utt out uma das suas vi itas ar> Museu ont 1870 de- son i 'ii 1 ( os, rovou circunistanciadamonte a urna o com a s|im i \ a ostampa publirou o sou artigo (;uo attr..hi ' a at- ton, A„ dos principals archoologistas. *'< >1111 d/'t', 1 ',i .s' /'''/ / , V ri < ' nto magistrate pt ” l ? das da - , '" 1 Krw ’ nas th nrimoir | S HH ,n * xs r " c *' ls d’ossa niosiua s.rra notiria (liis'Viour '' b' ' 'l*' 1 ' " J (,canl,ns ' " '' 1,1 'm< > uma lijjvira podras da S orr, d 'i.- ' ' r ,,ar , te am '"T 1 ' ,s . Riavadas nas iliurni.ru,d«» os d : VrKrnt '. a foz Oyapoko. (, IVofc, ostamnas ,< fionr *7' V W T' l,t ° um cr, ' Mi| l n nunioro do autorisado jui/o.'* "° ' Xl °‘ ,,|,llUl11 so,m> c;ul;i objo, to ,, sou , fu c,,w ^ ...,. toft Vsl»| IA ‘tllt 1 l|t.lf|n% Hit * £& . . .. »«-. rcn.lonio .|r muito lnl.rrv,o . sir ■. "" !r >K nnl l’,u. n'otc Rcnrro (com c*cc„dlo , * 1 "-. «lm tlnlu, , r „o, Wall...,., n :: m z -I- i-w.™ ..... , , » > '' .miniii |>or \\ al I Ate) n primriro ciuc %c cxmitnu .. a.|ucll., ilcclnravto «» I l r..fc.K>r quo imilto „ ‘ "" *" |»ah (|n mu nrti^n, * * 11 f n ' t’lUrr ;ts , cm 5 SciELO 9 V 10 11 12 13 14 i'sludas nraclmnlofjicos rrlnliroa no Hrazil \z ' I > II Pclo dr. EMILIO A. GOELDI Com o fim (!•• reunir um pouco n material litterario t.lo osparso relative! as aranhas do Brazil o do proparar as bases o contnrnos para a Monographic rospoctiva, para a l'.uma dn Brazil om via do organisa<;Ao, recUgi, a podido do uma •Sociedade Scientifira da Allcmanha. cm moiado do 189;, um primeiro trabalh" introductnirio, intitidado Urit iita\ lvi prineipiur |M>r uma revisAo rapida das aranhas tofritolari.is conh'c’idas do Brazil, isto e, d’aquollas aranhas quo so distiilguem das outras pe|o movimento vortical das suus garras mandibul ires e quo o povo no Brazil ronheoo — polo monos quanto a soils represen¬ tation av.mtajados pela denominaeao trivial do aranhas (aranguejeiras. . .\ rovisAo sera por ordem rhronnlngica. I. RKVISAf) DAS TERRUKLARIAS BRAZII.KIRAS A) TerrttolnriM dn viiu|enj ftpix p Mnrtiu* ( 1017 - 1 S 20 ) plnborndnn por M. I’erty J.i dei larei no im iu i> aiado tr.iluilh ». 1 eripto » m lingua nllem.l. quo o numero das aranhas rolligidas no Brazil |w>r Spix o sou ('ottipanheiro 11A0 ora grande, Relativantonte .is I orrit< lari a . arho so as soguintos onpeiies na ros|M<:tiva mo* nioria do I ’« rty: 1) ,1/iqvz/f- /nun (< rvpsidronms ?) IVrtv (nor fuse a Koch). 1) Mijx. m/intu it (Eury|H Ima). \) . I A/;*. /1 ‘n/i i'ittiii rii ( A vie ulft lift). I) 1/1//. /•umi/iii (?). .s) /#//.) Artinofms htmt/tx. • Of, K, A CV^VU. • /«f Oft $ *« / r »•«**/.#*'»» ♦ ftr • • tl»f NMufl »•» l» !•*•«* t|«« l 1!'« • » In Ail' ll utg (Hiil i n!, |ri|.«hr»M, V,' ‘ |V.*«| 4 |iq#, foil 2 3 z 5 10 11 12 13 Edwlas araclmoloyicos rclativos no Brazil 33 S.lo portanto :.cis cspecics. Como novos gencros introduziu Pcrty n’aquclle tempo Idiops c Actinopus ,1 *. B) Territelarina na grando obra do Hahn o Koch sobre os Arachnidos (1831-1848) <»> Ja sAo bastantc numerosas as cspocics bra/ileiras de ara- nhas do nosso grupo citadas, figuradas e doscriptas n'osta obra, a saber: 1) Afygalc adit sin. 2) Af)g. avicttlaria. 3) Myg. bistriata. ■ 4) Myg. Blondii. 5) Myg- bru uni fa's, 6 ) 4 1 fyg. can cerides. 7 ) Myg- drtriia. 8) Myg- diversifies. 9) Myg. fervida. to) Myg. Jimbriala. 11) Myg. fusen. 12) Myg. hirti(n's. 13) Myg. Kltigii. 14) Myg. lefwrina. i.S) A fyg. hjeosaeformis. 16) Myg. ochrncrti. 17) Myg. plantaris. 18) Myg. nt fide ns. 19) Myg. sco fair in. 20) seta don ia. 2.) Myg. 7 ' ersicolor. 22) J tug. Walckenaerii. 23) Myg. zebra. 24) Adi no fas tar satis. As ospecles sAo portanto 21 com urn accrescimo do t ,s sobre o antecessor. Do tndas ollas tern figuras o assim me»- ino, v as vezes diffirillimo roconhocel-ax exactamonte, romo logo mostrnrenios : N'aquelle tempo ainda nflo so prestava a devida atten^Ao a todos aquellcs distinctive.* inimiciosns, enmo hoje, o uma singles figura do hnbito exterior em bom jj.hi- (O \( IVrty, fit If. On .Immahum fifth it/, if wit in in I in. t r |.< r Ih-.dli.itn J. II. dr S|>u r r. I*', dr M#rth» mil. ( » 8_j.. |N|| (M»nath.) m ||»hn \ Koch, • t>« AtitthnUtnu Nflndwrg iHjj i«|K., if, *„|, JfiJ «idnri«U». J — (■> l. i» mu*. SciELO cm 9 10 11 12 13 14 34 Esludos arachnologicos rclalivos an Brazil cos casos torna possivel lima determinagao 1 . Comtudo direi quc a Mygale zebra, por oxemplo, parecc constituir uma excep^fio. Achei-a na Serra dos Orgilos, Estado do Rio., 800 metros acima do mar, e reconheci-a logo mediante a figura 729. As Territelarias de Hahn e Koch acham-se principal- mente nos fasciculos 1, 2, 3, 5, 9. Merece notar-se especial- mcnte que os autores encaixam ludo no genero Mygale (23 especics), com unica excopriio do Actinopus tarsa/is. C) Territelarias da viagom do Condo Frantjois do Castelnau, elaboradas por Lucas (1843-1847 ) 2 Os rcsultados d'esta viagcm nao adiantam muito relati- vatnente as aranhas territelarias. Acho so as seguintes es- pecies mencionadas: 1 ) Mygale Blondii (Theraphosa). 2) Myg. nigra Walk (?). 3) Myg. oc/iracca Perly (Eurypelma), 4) Myg. lincafa /./teas (Rio de J.) 5) Actinopus rufipcs Lucas (Pachyloscelis). 0) Actinopus nigripcs Lucas (Closterochilon). Silo cm todo seis especies, das quaes tres novas, uma do genero Mygale e duas do genero Actinopus. D) Territelarias brazileiras citadas no trnbalho monogvapliico do A. Ausseror (1871-1875) .) Como ja accentuei no meu trabalho allem&o (pag. 230) cste e o principal e mellior que existe sobre a materia c ainda hoje serve de codigo na chitermina^ao das aranhas que fazem parte do nosso grupo. hoi o prof. Ausserer quern pela primeira vez estabeleceu uma tentativa seria para" 11m sys- tema, que se nao so, pbde charnar de todo natural, polo mc- 110s presta bons services para a orientaeao no chaos das multiplas formas quo se juntaram ultimamente nos Museus de todas as partes do mundo. No momento de redigir a mc- 1 Assim o Dr. Simon declara quo ns rspecios nrima mendonndas : M. plan- taris, scoparia, aduxta, leporina C. Koch sao tie Ircs-jeums Avicularia indetcr- minables • (pag; IT 2 ) c on n.to tluvido cm participar nVsta opiniao. 2 Expedition xdcntifiquc dans l’Anieriquc tin Slid Centralc, do Rio a Lima c de Lima a I’art. Znologic t’li S parties avee 17(1 planches (l’aris 1850-1862), J licitraegrf /nr Kcnntnis tier Araelitiidcn- I'amilie tier Terriulnriae Thorcl. (Mygalidae Antor.) (Abbandl. tier K. K. zoolog. — bot. Akademie in Wien, lid. xxi, Ur. xxv)- SciELO 10 11 12 13 14 Esluclos arachnotoyicos relalivos an Brazil 3 j moria allema, nao tinha o trabalho de Ausserer a minha dis- posig&o; escrevi do momoria. Hojc o possuo c assim me e possivel dar uma lista das Territelarias, quo o melhor conhe- codor do grupo doclara portoncer a fauna no Brazil. 1) PachylosceUs rnfipcs Lucas. 2) Pack. Xa/tereri D'olechall (Rio Negro; Nattcrer). 3) Pack, picaa A/fSS. 4) Act inopus tarsal is Party. 5) a 1 ct. longipalpis Koch. 1 6) Clostcrochilus nigripes Lucas. 7) Pa ch \f tom crus glabcr Dot. (?) 8) I (Hops fuse ns Party. 9) J. Pctitii GuLrin-Mcncville. 10) Diplura Rogcn/tofcri a lass. 11) Crypsidro/uus isabcllinus Auss. (Rio do J.; Tschudi). 12) Cry/>. (My gain) fusca Koch. 13) Eurypdnia (Mygalo) brunncipcs Koch. 14 ) Traction a (Mygalo) lycosiformis Koch. 15) Avicularia vestiaria D. Gear (-f- var. vulpina). 1 6) A vie. 11 'alckcuacrii Party (Eurypelma). 17) Avic. diver si pas Koch. ("). 18) Avic. plantar is Koch. ("). 19) Acanthoscurria genicn lata Koch. (Rio Branco; Nattercr. 20) Acanthopalpus tharaphosoidas Dol. (Natterer). 2 1 ) Lasiodora Klugii Koch. 2 2) Las. spinipas . I uss. 2 3) Ilonuromnia versicolor IValch. (Rio de J.). 24) Eurypelma stria Upas Auss. 25) Eur : )p. rubropilosa Auss. ( Myg. avicularia C. Koch Fig- 737 • 26) Eunjp. cancerides L.ncas. 27) Eunjp. ochracea Party. 28) Theraphosa Blond ii (?) Cayenne). 29) Typhochloena sc la don a Koch. 30) Ischnocolus Dolechallii Auss. Alcm d’estas 30 ospccies, das quaes Ausserer rcconhece polo monos 26 como boas e examinadas por olio, cita ainda 7 especies como duvidosas, a saber: 1 ) My gale Bar/holomei l .at. 2) Myg- conspersa WalcU. 3) Myg. pu/nilio Party. 1 Na obra de Koch (Vol. IX, pag. 102) esla cspccic 6 indicada como pro* veniente de Montevideo. cm SciELO 9 10 11 12 13 14 36 Exhulns arachnologicos rclalrvos ao Brazil 4) Afyg. adus/a Koch. 5) Afyg. scoparia Koch. 6) . 1 fyg. Ic par inn Koch. 7) ^ I ///>'- dc trila Koch. Como so vo, Ausserer deu o primeiro passo decisivo para um agrupamento racional, estabejecendo numero avultado do novos genoros e subgeneros, tomando caracteristicos dis¬ tinctions da posic^ao dos' olhos, do armamonto das unhas c dos tarso.s, etc. Na introduc^ao do sou segundo trabalho, publicado em 1875, avalia Au&ercr o total das Tcrritolarias do mbndo actual cm 260 especies. Declara tambem, quo a America central junto com a America meridional patria c metropolc das grandes Theraphosides-—fornecem 125 especies (perto do 48 % do total) c quasi jS dos genoros conhecidos. Da como caracteristicos d’esta parte do Novo Mundo os seguintes gc- neros, ricos em especies: 1 Upturn, Crypsid romus, Avicularia, Laciodora, c Euryp&hua. E) Territelarias da vingem do prof. E. von Bonodon, deseriptaa polo Dr. Pli. Bertkuu (1880) 1 Pela viagem do prof, van lienedcn o conhecimento das territelarias brazileiras soffreu. uni pequeno adiantamento. Acharam-se as seguintes especies: 1) Avicularia vestiaria. 2) Cyrtauchcuias mac u lotus Berth. 3.) Noucsiu auomala B. 4) N fossor B. 5) Diplura gymnoguatha B. 6) Thalcrothclc fasciata B. 7) Afacrothclc annectens B. 8 ) Crtjpsidro/i/us fallax B. (an C. intermedins Auss). 9) Trcchoua adspersa B. 10) Eurypclma (I.asiodora) Brucdcuii B. 11) rlotnceomnia familiar is B. Sao portanto onze especies- quasi todas novas. Bertkau croon o novo genero Thalcrothclc para uma aranha, acliada na Tijuca (Rio de Janeiro). ' Vcr/cicliniss dor von prof. Kd. van Bcneden in Brasilicn (1872-1873) go sammeltcn Arnchniden, llrtlsscl 1880. cm SciELO 10 11 12 13 14 Estmlos amchnolojicos relatives an Brazil 37 F) Territelarias brazileiras descriptas na grande obra do Conde Eugen von Keyserling sobro as “Aranhas da Amei’ica” (1892) 1 Ila n'esta obra tambem um certo numcro de aranhas per- tencentes ao nosso grupo. Ellas foram descobcrtas por meu collega, o Dr. Hermann von Ihering, no Rio Giande do Sul, e por mini no Rio dc Janeiro. Silo as seguintes: 1) Pachyloscclis crass ipcs Keys. 2) Pack, lutcipcs Keys. 3) (tyrtosternum meridionalc Keys. 4) IlapalopHS villosus Keys. 5) Ischnocolus pilosus Keys. 6) /. gracilis Keys. 7) /. rubropilosus Keys. 8) /. panvirus Keys. 9) CrypsidroMus perjidus Keys. to) Cri/p. j itncstns Keys. 11 ) Trcchona auronitens Keys. 12) Trc.ch. panlhcrina Keys. 13) Ewnjpclma Jheringii Keys. i |) E/iryp, vifiosa Keys. Siio quator/.c especies; ha um accrescimo de quatro es- pecies no gencro Ischnocolus e de duas nos generos Paclnj- loscclis, ■ Cnjpsidranms, Trcchona c Eunjpclma. G) Territelarias brazileiras segundo a obra do Dr. Eugene Simon “Historia natural dos Arachnidos” (1892-1894) 2 Um novo aspecto e dado a systematica das Territelarias n’esta obra do excellente araneologo francez. Elle divide a familia das Ai'icnlariidac cm sete subfamilias, a saber: I ) Paratropidiuac. II) Actinopodinac. III) .1 liginac. IV) Ctmisinac. X) Barychclinac. VI) Aviculariinac. \'ll) Diplurinae. Elle calcula o total das especies conhecidas de toda a ■ Dir Spinnen Amcrilias. Ill' 1 ' Vol. Brasiliiinische Spinnen von Graf 1 .. von Keyserling, edit. Dr. George Marx* Niirnberg 1891. 2 K. Simon, llistoire naturellc dcs Araignees. 2' 1 " edition Paris (at6 agora so apparcccram os dous nrimeiros fasciculos). cm 1 SciELO 10 11 12 13 14 38 Ealudos arachnoloyicos rclativos ao Brazil terra cm 487 c indica quo 24 especies pertenccm a Ameri¬ ca do Norte, 17 especies as Antilhas e 248 a America cen¬ tral e meridional. Da subfamilia dos Paratropidinac ha so o gonero Pora- tropis que nos possa interessar, visto achar-se no Alto-Ama- zonas ( P. scrupra}. Da subfamilia das . 1 clinopodinac e proprio a parte meri¬ dional do contincnte americano o genero Actinopus, contan- do, segundo Simon, hoje umas dez especies. K extra-americana a subfamilia das Miginnc. Da numerosa subfamilia das Ctcnizinnc ha representantes brazileiros nos generos Pdchylbmrrus, y Icanthodon , Id tops (como nova especic cita I. (iermainii), Stcijotcrominata, Pscl- lignnts, Rachias. Da subfamilia das Baruch clinctc encontramos reproscntan- tes no Brazil nos generos Iloma’oplacis, Idiophthalma, Cos¬ mo pc In in , Triehopi '/mu. A subfamilia das . Ivicitlariinac f fortemente representada na America do Sul e bom numero de especies cncontram-se no Brazil. Sao os generos: Ischnocolus, Mu guild, Tmcsiphan- tes, Cyclostcrnnm, Callyntropns, Acanthoscurrin, /.usiodorn, Homccomma, Eurypelma, Aviculariu. Tupiuduchcnius. A ultima subfamilia, das Diplurinac, tambem tent sen qui- nheto no Brazil nos generos: ldiplura, Eudiplurn, Trcc/tono, Ildpalothclc (II. auricomis, 11 . albovittata S.), Thclcchoris. Infelizmente a obra do Dr. Simon, trata principalmente so de generos e deixa portanto de citar todas as especies que nos podem interessar relativamente ao Brazil. Nutrimos entretanto a espcrampi que estas nossas linhas sc constituam cm ponto de partida para lima notieia eomplementaria que liquide este assuinpto o temos razbes para suppdr que o pro- prio Dr. Simon venha nos dar proximamente a onumenu.'A.o das Territelarias brazileiras que elle possue cm sua magtii- fica collecipto ou que elle tern tido occasiito de estudar cm outra parte. Nab posso dar por findo este ligeiro estudo sent apon- tar para uni err<> muito commum cm publicaebes sobro his- toria natural do Brazil. Km toda a parte aeho indicado como exemplo saliente de grandes aranhas-caranguejeiras do cm 1 SciELO 10 11 12 13 14 Estudos arachnoloyicos relalivos ao Brazil Brazil a My gale Blondii, estabelecido por I.atreillo em 1804. Ora, esta aranha (cujo original ainda existe em Paris) e ori- ginaria da Guyana, do Rio Maroni e nio ha noticia alguma quo ella jamais fosse vista, observada e colleccionada posi- tivamente cm territorio do Brazil ' . Ausserer tomou-a por typo do genero Thcraphosa c Simon o segue n’este ponto. Eu posso affirinar, baseando-me nas minhas proprias obser¬ vances, que as grandes aranhas-caranguejeiras que se veem, por exemplo no Rio dc Janeiro, perteneem em sua maioria ao genero 1 loniccomma ou entao ao genero Eurypclma (Ausserer) pag. 210 seq; Simon pag. 159. A determinanilo especifica das Territelarias n&o ' e facil e exige um estudo minuciosissimo; e sem duvida um dos grupos mais difficeis na systematica dos Arachnidos c quem quizesse que um na- turalista dissesse logo a primeira vista o no’me de qualquer d’estas aranhas tornar-se-ia culpavel da mais grOsseira igno- rancia. A maneira como tuna caranguejcira, propria da Guyana, passou a ser considerada em tantos c tantos livros sobre o nosso paiz como typo genuinamente brazileiro, e um excm- plo frisante d’esta antiquada sabedoria de catechismo que lastra ainda por toda a parte. E tempo que se ponha de parte, finalmente, um d'estes erros do chapa, que inteccionou a litteratura scientifica ja perto de um seculo. D'aquellas Territelarias interessantes, que fabricam um canudo 11a terra, fechado por um operculo bem confeccionado e que os inglezes chamam, dc modo bastante significative, « trap-door-spiders ha tambern representantes no Brazil. Observei di versus d’estas mar.’ivilhosas construcnOcs na Serra dos Orgios, Rio de Janeiro. Sei que suo devidas a membros do grupo das Ctcnizituu', mas nilo consegui ainda dcscobrir a sua paternidade cbm toda a exactidfto desejavel. Para, 8 de Julho de 1894. (Continua) * Koch ccrlamentc 11&0 cotihccia In in a provcniencia do sou exemplar c Lucas talve/ confundissc csta cspocie com oulras, como tern acontccido com tan¬ tos a u tores. 5 SciEL0 9 10 11 12 13 14 cm 40 three noli da accrea de alyuns vermes, clc, III Breve noticia accrea tie algitns vermes interessantes do Brazil Pclo dr. EMILIO A. GOELDI I. Gordiidae. 11 a muito tempo quo temos observado oc- casionalmente certos vermes da familia tins Gordiidae como parasitas de insectos, princrpalmente da ordem dos Orthop- ieros, Acridios e Locustideos (Gafanhotos). De vez em quando encontra-se tambem uma Barata (B/a/iidae) infectada de se- melhante molestia, chogando estes vermes, de dimensoes assas consideraveis e semellutndo a um comprido fio de linha en- rolado, a ganhar a superficie exterior do S('U hospede. Na falta de um espccialista nosso conhecido que mostrasse en- sejo de occupar-se mais detalhadamente com este assumpto, nao tratamos nos annos anteriorcs de conser\ r ar o respective material com todo n desvelo — que agora desejavamos tor empregado. De repente surgiu, (juem faz d’este assumpto um estudo ('special. <) Sr. liri landa, do Institute Zoologico da Universidade de Drag (Austria) publicou rccentcmente 1 um interessante trabalho sobre a systematica dos Gordiidae e occupa-se de uma revisao do g-enero Chord odes, que abrange os parasitas mencionados. t) Sr. landa constata que ate agora o genero constitue-se de trezo especies, a saber: 1) Chordodrs parasitas Creplin, (1847), parasita de um gafanhoto brazileiro (. Icanthoditis glabrata). 2) Ch. piiosas Moebius (1855) parasita do uma barata de Augustura (Blatia gigantta) 3) Ch. oraa/as Grenadier (1868)- parasita dc um gafa- nlioto I.ouva-Deus (Mantis) das Ilhas I’hilip- pinas. 4) Ch. (Gordius) caledoniensis Yillot (1871)- Xova-Calc- donia hospedado por? 3) Ch. ((iordius) tubcrculatus Yillot (1871)- parasita de uma Mantis de Xova -1 lollanda. 0) Ch. (Gordius) defilijipei Rosa (1881) da visinlianca de liflis (Caucaso); hospede? ' Bcilracnf zur Syitomalik dor (iortliidcii Zoolo^bthc Jalirblldicr. Vol. vu, Fascicule 4 (18(43) (Dmi) pug. 505 sr-q. 2 3 z 5 10 11 12 13 14 Breve uolicia ctccrca dr alr/iins vermes, etc. 4t 7) Ch. (G.) bouvieri Villot (1884) Hospede 0 provenien- cia dcsconhecidas. *8) Ch. (G.) verrucosus Baird. Africa oriental— Hospede desconhecido. 9) Ch. (G.) vveberi Villot (1891) Sumatra Hospede des¬ conhecido. 10) Ch. (G.) sumatrensis Villot (1891) Sumatra. *11) Ch. (G.) diblastus Ocrley ( ^ 881). *12) Ch. (G.) pachydermus Oerley. (estas duas ultimas es- pecies sem hospede c proveniencia conhecidos). 13 ) Ch. (G.) modigliani Camerano (1892) Africa. A estas froze cspecies (das quaes tres, as com • 11m tanto cluvidosas ainda) junta o autor lima nova especie, proveniente do Brazil, a qual clle da o name do Chordadrs brasiliensis (typo cm Brag 1 , hospede desconhecido, comprimento 33 in ")> estendendo-sc, largamente nos pormcnores systcinaticos. ( )s Gordiidac , do genero Chordadrs medem entre 200 a - O o mm ' cm comprimento, mas nilo mais do que 1 a 2 mm ' de diametro. S;Vi urn tanto attenuados tanto do lado anterior, como do lado posterior, A cur e geralmentc a de cafe. Sao todos extra-cur opens e certamcnte tambetn todos parasitarios. Ainda temos algum material sobre estes vermes, colligido 11a Serra tins ( )rgaos, que tencionamos pur a disposigilo do especialista em questho. II. Planariae. Temos. durante annos, colligido Planarias ter rest n's, grupo tao variado quito pouco estudado em rela- gilo as especies brazileiras, embora ja Charles Darwin ti- vesse chamado a attenrao para ellas (Geoplana, etc.). 1 . F'c- lizmente podemos esperar, que a epocha nao esteja mais muito longe, onde teremos 11111 hello principio a este respeito. Somos informados que o prof. F. von Graff, da Hniversidade de (iraz (Austria) prepara um trabalho monographico des- tinado a descripgao das nossas colheitas. Estes vermes Hiatus, que habitam debaixo de pans hu- midos e podres do mato, e que o povo do Sul comprehende com a inesma denominagao trivial de lesmas , como os mollusCos gasteropoda,s sem testo f I etc.) dispOem em vida as vezes de um colorido lindissimo, que mereceria scr fixado pclo pincel de um artista. No musgo humido temos 1 Voyage iPun tiuturaliste. (Traduction IYnnc,aisc pat K. Hatliicr iHyt;, pag. 2S sc<|.) Darwin tins diz, epic elk', tin Kin de Janeiro, into action mentis lie dez cspedcs cm pnucos (lias, enunnradas c dcscriptas nos Annals of Js'at. History Vol. XIV, pag. 241, cm 5 SciEL0 9 10 11 12 13 14 42 Brevc 'no'.icia acerca dc abjuns vermes, c/e. encontrado, no Rio dc Janeiro, espocies do genero Bipalhun, com o polo anterior alargado cm forma dc martcllo c con- figura^ao semolhante a das espocies descriptas por Schmarda — Planarias terrestres que ja por vezos sc tern encontrado nas estufas da Europa, introduzidas com plantas provenientes da zona torrida. III. Enteropncustos. D'cste grupo singular, do qual ainda hoje nfio sc sabe bom opdo sc ha dc collocal-o no systema, e que segundo a opinifio moderna faz a passagem dos ver¬ mes para os Echinodermos, cncontrei cm meiados dc 1880, na bahia do Rio de Janeiro, por mcio da draga, di versos exemplares -infelizmente nenhum intciro dc uni Balano- glossus, que remetti ao prof, J. \V. Spengel, da Universidade de Giessen (Allemanha), do qual e.i sabia que estava ja ha annos preparando uma monographia especial dedicada ao genero Balanoglossus. I'.ste trabalho esta hoje publicado 1 e ao nosso Enteropneusto lluminensc esta n’elle reservado um Capitulo intciro (X ) com tres niagnificas estampas sobre a sua anatomia. O prof. Spengel lhe deu o nonte de Schizocardiitm bnuilirnsr. Polo mappa, que illustra a distribuitplo geogra- phica (pag. 215), vf-sr que este verme ate hoje so foi achado 11a habia do Rio do Janeiro 0 por tres naturalistas: o prof. Edouard von Bencden o obtevt; (ent (ptatro fr.igmentos) entre as ilhas da I.age e de Yillcgagnon (1872-1873), o prof. Se- lenka (1875) retirou (igualmente s>’> fragnientos) alguns exem¬ plares perto da illia Boa Yiagem e eu apanhei sett? exempla- res mais no fundo da bahia, nas visinhaneas das ilhas de Pa- queta e de Brocoid. Minim opiniito, que participci ao distin- cto especialista, e pordm, que o interessante Enteropneusto sera provavelmente achado ainda nil nniilos outros pontes d’aquclla bahia. IV. Trematodcs. No riacho, que atravessa a Colonia Al- pina, situada 11a Serra dos Orgitos (Estado do Rio de J.) acha-se frequentomonte um (‘helonio ( kagado ), que reeo- nheci ser a / fydroiiicdusn tecti/era Cope. Aleut de um lli- rudinen (Sanguesuga), que observei uma vez agarrado 110 plastron sternal d’este reptil, acliei diversas vezes um ou¬ tre verme ectoparasitario, de pequenas dimensbes e de edr amarejlada, alojado de preferencia e cm associates nuine- rosas nos sovacos dos braeos e na insert,'i\o das pernas. < • prof. A. Giard, do college de Krancc, ein 1’aris, reconheceu 1 I. \V. Spengel, Monographic tier Knlcropucunten. (lstunaund Flora tie* Golfcs von N’capcl) (181*3). Breve nolicici accmi dr abjum vermes, etc. 43 n’este ectoparasita um tremlatodo, descripto per Monticelli coni o nome de Tcmnoccphalo brcvicornis, sobre um exem¬ plar no Museu de Copenhague (Dinamarca), trazido do Bra¬ zil pek) prof. Reinhardt, em 1876. A descripcao original pa- rcce que e niuito deficiente e o prof. Giard promette-nos um estudo mais accurado; cscrevendo-nos car vous Ic voyes, on suit encore bien pen de ehoses sur ee cuneux tri’malodc 1 . Aguardamos este estudo do eminente zoologo franco/.. V. Hirudineos. Com o nome de Ilaeuienteria conhecc a sciencia um genero de Sanguestigas exclusivamente ameri- canas, outre as quaes toma lugar proeminente polo seu ex- traordinario tamanho uma especie propria do Amazonas, If. Ghilicinii (Filippi 1849) - certamente o individuo o mais gi- gantesco de toda esta stirpe. O primeiro exemplar, que serviu de typo a Filippi foi colleccionado em 1846 polo Sr. Vit¬ tore Giuliani, assistente no Museu de Torino (Italia) e ainda existe n’aqucllc Museu. Eu tive a felieidade de obter um se- gundo exemplar, proveniente de um membro da commiss&o de explorag&o da Estrada de I’erro do Madeira e Mamore exemplar quo hojo esta na Suissa em maos de um espe- cialista, que d’elle fez objecto de uma importante e detallutda publicatjJLo ' . O exemplar original de Filippi mode- em es- tado de contracgfto 135"'" 1 ' de comprimento, sobre uma largura maxima de ,=jo m '"'; •> individuo por mini obtido mode 1 go"""- de comprimento, sobre mo"’" 1 ' de largura maxima e a"”"' de espessura. Alem d’estes dous exemplares iu\o se co- nlieccm ate agora mais. O I)r. Raphael Blanchard, de Baris, Secretario Geral da Sociedade do Xoologia na F’ranga, o naturalista que fora de duvida e actualmente o melhor conliecedor d’este grupo de vermes tumbem se occupou ultimamente d’este henadeo I lirudineo * , e o trabalho (quo olio teve a gentileza de man- dar-me com muitos outros) merece especial mengAo, porque contem um resumo condonsado de todos os trabalhos rela¬ tives a este notavcl Annclido. 1 Carta tic 7 Maio 1894 . ■ Supra mi muivi) gcnerc ili Annelid! della Tainiglia dcllc Sanghuisughc. Mcmoric d’cll' Amid. della Scienze de Torino (.’ X. png. 495 (1849). ,1 A. hang. Ulier die aussrre Morphologic von llaemenlcria (rhilianii. Zurich (Suissa) 1891. 1 K. lilancliard, Revision des 11 iruditiies dn Music de Turin. (Ilolletino dei Musci di Zoologin cd Analomia comparala della K. University di Torino Vol. VIII, N. r " 145 (1893). cm SciELO, 10 11 12 13 14 kh Obscri'an 'ex c i mprcs-iocs aumnle a viagcm, dc. Claro ('■ quo vale a pena procedcr-se a novas te-ntativas para obter-se ainda mais cxcmplarcs da Uacmcntcriti Ghilianii c espero quo ostas linhas tenham o boncfico offcito, dc cha- mar a attengAo sobrc osta sanguosuga na sua propria pa- tria. Alem dc mais cxcmplarcs scria altamcntc dcscjavol in- vestigar o seu modo do vida. Quoin sabe sc talvez qualquer pescador d’aqui nao conhccc perfeitamente o animal, c sabe mais acerca dos sens costumes, do quo, ate osta hora, consta nos annacs. da sciencia? Belem do Para, iS dc Jullio do 1894. do Rio de Janeiro ao Para 1 (ti 1)H .V.Ut) .1 7 />/■: Jl’MIO'Di: ) Pelo dr. EMILIO A. GOELDI Era cntrc 4 a 5 boras da tardo do dia 12 dc Maio, quando o vapor Patugonia, da linlia do 1 lamburgo, lcvantou fcrro para sahir barra fora. C) nome do nosso paqucte acliava-se 11’uma eontradicoao manifosta com o nosso dcstino, debaixo do Equador. Mas nbs nao nos prooccup.mios muitn com tal antagonismo nominal. A marcha vagarosa no principio con- vidava-nos c dava-nos boa occasiAo para cxaminar dc porto os vostigios da opocha tristo, quo poucos dias tinha findo na historia da formosa bahia do (iuanabara. Por mais avcsso quo scjamos a tudo quo pcrtcnce ao tcrrono politico, 11’a- quclla mcia bora ate ebegarmos debaixo das austcras pooas de Santa Cruz, quantas recorduoOos e improssoos variadas 1 As |irr--,o tivcnios dc r-rrevor rsii* iirli^o para xulistituir um ixlcmo c hello estudo monngraplmo dn professor Dr. A. Ford do Ziirieh (StiDsi), intitu- lado A FAunn i/as Formicas » ///in//, drvido a rlrcitmstancia dr lal publicity > demandar, ultento srtj copioso frasoado tochnico, dr grande quantidadc dc typos c di/rres cuprciaos, que* uosso editor j.i • iicoirnm ndou para a ICuropa. Dada csta cx|)lica«,ao nos nossih Icitorrs, desde ja convidamohos paru npre- ciarcm, 1/11111 dos proximo* fasciculus dYste Folctiniy o erudito trabalho do cminentc prof. Dr. A Ford. 2 3 z 5 9 10 11 12 13 tlbseroaeoes e imprcssues durante a viagem, etc. nao devia provocar cm nos o aspecto da paisa,gem ao redor! Ruinas e chaoticos montOes dc pedra avistamos la, onde cm tempos mais felizes, ostavamos .acostumados a ver, da nossa cmbarcapko cm servk;o da sciencia, muros pacificos e anti- gos, fortes fdra de uso e, aranhados pclas ferozes garras da guerra, aprcsentavam-sc ate os escolhos c podras, onde tan- tas vezes, na vasante, tinhamos snltado para dar eapa aos ligeiros sin’s c as variadas formas da fauna maritima, quo as ondas n;\o tinham levado comsigo na sua rctirada. Onde Marte se agita com tanto' furor, — Minerva deixa-lhe o cam- po, cmigra, e procurando praias mais pacificas espera a volta do socego e dc tempos melhores. Pouco fertcis para observances scientificas foram os tres dias consecutivos no alto mar. As gaivotas (I.unts viaculi- f'Cnnis) nos acompanharam ainda algum tempo, formando nossa guarda dc honra c dando-nos o ultimo adeus do Rio. E porque nao haviam dc prestar-nos csta atteneiosa home- nageitl ? Oueriam signilicar-tios a gratidao da aviaria bra- zilcira ? Quc me seja licito, interpretar as cousas ao men moda; tenho conscicncia quc' deixei no Rio obra digna d’clla. O Patagonia tinha quo seguir para a Europa c nos queriamos viajar para o Xortc, de sortc, quc nos nos sepa- ramos d’cllc na vetusta Bahia. Com rcccio da febre amarella porem fomos ainda postos cm obscr\’arao desde a manhil ate a tardi' boras sempre dcsagradavcis, durante as quaes unieamentc mna grande tartaruga veio distrahir-nos um pouco com os scus exercicios, de natacao ao redor do paquete. ()s dez dias quo nds tinhamos de esperar ate a vinda de outro va]>or que nos levasst* para o Amazonas, foram apro- veitados, tanto quanto possivel, cm pe(|uenas excursOes, e na orientacao d’acjuella parte da fauna bahiana, que estava mais a mao. X'.aquellas, particularinente m’interessei nas formi- gas e nas aranhas. l)e ambas as ordens liz eollec^es rela- tivamente boas, sendo de Arachnidos umas 40 ('species. Nos jardins dei logo com a Xaphila etavipex e a . \rpxopc argen- tata, ospecies grandes (- vistosas, com as delicadas tcias de si rgyrot'pnra estendidas entre as lolhas das Bromelias, (' as de (laxtcracantha /nxacaut/m nas lararigeiras, alem de uma SciELO 10 11 12 13 14 ATi Obwrvar aw e Impress'les durante a, e'nvjem, etc. Epeira menor, proxima do R. tauricornis c comn csta nota- vel pelas numerosas tuberosidades do abdomen. O conjunto arachnologico ainda mo lombrava fortomente aquollo do Rio do Janeiro, especialmente da zona quente d’aquello Estado o dos circumvisinhos, ao passo quo olio era difforentc do da Sorra dos ( Irgiios, ondo, como eu demonstrei em outro tra- balho, os Epei'ridae. maiores silo parcamonte ropresentados. As tolas eram habitadas por femoas somento; do soxo mas- culino d’ostas Orbitelarias nan sc via nada. Ksta dreumstan- cia nao me podia surprehender fnuito; ora .Main, portanto j)lono inverno, e antes do partir do Rio do Janeiro eu tinlia notado mais uma voz o mesmo ostado do cousas, como om igual periodo dos annos anteriores, o comb (‘IK* so acha des- cripto no meu trabalho Oricutctffio sabre a fauna das ara alias do Brazil (png. 240). A avifauna da Bahia, da um cunlio caractcristico com a stia appari<;ao quotidiana a lavandeira, Fluvicola climacura, (Vicillot) (mystacoa Wied), quo a toda a bora 0 om toda a parte saltita, polos caminhos, nos jardins, a boira dos rogos o riachos, na cumioira das casas, nos tios das linhas telegra- phicas, nas torres das numerosas igrejas com sous tectos muitas vezos cobertos do uma vegetatplo intoira do gra- mineas o arbustos. h'az-so notar polo sou colorido, sou voo elegante e rapido, o sua chilrada garrula quando dous so porsoguom e sou character confiado, pois deixa a gonto approximar-so a dous passes. Km todo o sou porto e nos sous costumes b com as Motacillas europeas quo melhor posso comparar osto gracioso passaro, que gosta igualmonto do abanar a cauda. <) individuo udulto, do soxo masculino, 6 todo branco, com except,;\p das azas, da cauda o do uma estria dosdo o olho atb o ouvido, (jue silo do edr prota; as fe- moas o individuos novos silo do proto mais dosbotado. Ja om fins do 1884, quando pola primoira voz pisoi na Bahia, osto pas¬ saro tinha me impression ado o nas minhas visitas postorioros sompre o notei. O mesmo so dou com o ornithologo inglez Forbes, om Pernambuco, quando olio vcio durante algumas somanas estudar a opus d’ostp paiz Nas minhas viagens tonho o costume do visitar os mor- cados, pois s;Vi as vozos uma boa osohola c quo os nogociantes d'osto ramo silo aqui, cOjno no rosto do toda a parte, bast ante dosconfiados, soube quo vom principalraentc do sertao, exactamento como cu ja tinha referido detalhadamento no respective capitulo da minha monographia sobre as Arcs do Iinr.il. Os prepos rogulavam, na media, o mesmo como no Rio do Janeiro. Curicas nfto havia n'aquolle momento. Tinha la uns ponces periquitos-rei (Couurits aureus) o, como artigo mais digno do attonyao, dous oxomplares jovens da antra azu! (Sittace hyaciuthina ), ambas ainda sent a zona ocular amarella. Do outros passaros quasi nada havia do vivo, com excepyao do uns Currupiors ( Icterus Jamaica/) e uns cantoros ntenores da familia dos Fringillidcos, fazenda trivial. Os mummiferos os- tavam representados unicamente per uns exemplaros do tr¬ ims fatucllus (.Macaco-prego) e do I fa pale pcuicillata (sa- huy-commum), ao passo quo da India ospecio bahiana //. Icucoci'phala (sahuy de cara branca) nom um ospooimon pdde descobrir. Do outre lade havia umas gihoias (Boa constrictor) e uma sucurtu (I'.uttcclcs murmur) do moio tamanho, como representantes da classo dos Ro[)tis, biz a revisao nas |)ollos do passaros, quo la na Bahia, como no Sul, corta gonto oxpOe a venda, e quo aclia sempre boa IVoguo/ia nos passagoiros em transito dos paquetes transatlanticos, mas nao achoi objecto algum digno do particular atteneao, para quom nao d novato no terrene da ornithologia braziloira. ban compensaeflo, foi bastante grande a minha surproza, quando a<> ontrar na loja de um negoeiante alletnio, sita na rua principal do commoreio da cidado baixa, deparei logo com um riquissinm sortimento do duns das mais enriosas o notavois especi(‘s de coleopteros, quo possue a .\merica do Sul. A primeira e o 1 lypocipltaltts armatus, typo oxquisitis- simo de bezouro grande, proto, do pernas grossas e tortas o ^i8 Observances c imprcssCes durante a viagcm, etc. com um thorax singularmente alongado, quasi como n’aquello orthoptero fossante, quo na cntomologia traz o nome do Gryl- lotalpa e ([lie aqui no Para e no Maranhao o povo baptisou com a designate trivial do para ou paquinha c quo os francezes chamam courtilitrc. Faz agora 62 annos somente quo sc corihece csto colooptcro, do qual durante annos so existia uni unico exemplar entre todas as coll echoes. Do quando cm vez vcio inais um especimen, sempro do prove- nicncia bahiana, mas ainda quando eu vim para o Brazil, cm 1884, pagava-se entro 10 a 20 libras esterlinas por cada exemplar, c me lembra ainda muito bem, com quo oxtremo cuidado e ciumc nos guardavamos, na sec^cto zoologica do Museu Nacional, no Rio do Janeiro, tima pequena caixinha, quo con tin ha 4 exemplares do IPgpocrphalus, quo um feliz acaso nos tinha posto nas maos (creio quo foi presentc do um padre do sertilo da Bahia) c dos quaes nem todos cram complotos. A posi(j 3 .o no systema foi objecto do viva con- tro versa entre as autoridades mais afamadas cm cntomologia; uns faziam d’cllc um Ccrambycidco, outros um Scarabacideo. Eu cstava informado, (|iie nos ultimos annos dc repente os especimens dc / ftjpocep/iahts appareciam com mais frequen- cia nos Museus, sempro todos vindos da Bahia, Mas confesso, quo fiquci cstupefacto, dc ver n’aquella loja logo mais dc 50 exemplares, na maioria bonitos e complotos, ao prero medio dc 2 mil rcis. Sci quo o singular bezouro habita o sertilo limitrophe entre Minas c Bahia, quo vivo no esterco do gado e quo. e conhecido pelos sertanejos com o nome trivial do vaqueiro. Posso outrosim informar, quo os recentcs e nume- rosos aehados sao devidos principalmcnte a attorn,Ao dosper- tada por um folheto impresso e trazendo o desenho do be- zouro folheto quo foi vulgarisado na Bahia por uns entomo- logistas europeus emprehendedores. Kxperimontaroi 0 mesmo methodo aqui na Amazonia cm rclaeho ao Ltpufosircn pa- radoxus. aquellc singular petxe, quo tao desejado ainda e cm todos os Museus dc liistoria natural. O moclo dc vida do Hj/fnri pfidlux nnnattts assim depdo cm favor da opiniilo d'a- qucllcs, quo tinham visto n’ollc um Scarabacideo. O, segundo colooptcro era o forinoso Aerocittus longima- nns insecto grande, com pernas dianteiras dcscommunal- nicnte alongadas c um desenho bonito, no thorax <> nas elytras, dc estrias amarclladas sobre um fundo brunno, se- tnclhando um tanto a um mozaico. h.ste vistoso Ceramby- cideo, pon'm n.to c dc longe tilo raro, como o primeiro, sent todavia scr commum. (icralmente quando so acha, da-se logo cm 2 3 z 5 9 10 11 12 13 ObscrvacAcs c imprcss 'es ilurtfhlo a vicujcrn, etc. V.l com die em maior numero reunido em paqueno espaqo, 6, 9 juntos e os entomologos com alguma pratica da fauna no Brazil sabem perfeitamente que e para os troncos dos ja- (juciros (Artocarpus intogrifolia) que devem principalmente dirigir a sua attenqio. 1 lavia muitos bonitos exemplares na tal loja, regulando na media cinco mil reis o casal, portanto mais quo o proprio Hypoccphaliis. Quem tcria supposto tal inversao uns dez annos atraz? Ainda outra surpreza me foi reservada na Bahia. Desco- bri urn modesto lithographo suisso, que durante uns vinte e tantos annos encheu, do modo summamente louvavel, as suas boras vagas, qom a observaqilo e criaqao do lepidopteros e coleop^eros bahianos, desenhando e pintando com extrema paciencia c gosto artistico as diversas phases ate o insccto perfeito. As estampas do Sr. Carlos Wirz - silo urnas qua- renta pertencem ao melhor, que eu tenho visto n’este ramo c seriam um real ornamento para uma obra scientifica. O Sr. Wirz tern tido ao mesmo tempo o raro tino e bom senso, de nilo baptisar como novo tudo o que elle nito acha men- cionado na sua litteratura deficicnte limitou-se a ser exacto 0 fid na representaqito grapliica d’aquillo que die tinha de- baixo d(>s olhos e julgou, muito acertadamonte, que qualquer professional poderia facilmente fazer uso das suas estampas mesmo sem nomes. E um amador de boa tempera (' possue °s requisites de um genuine naturalista. Tive o prazer de poder-lhe indicar talvez uma duzia de nomes systemati- L '°s d’estes insectos, cujas metamorphoses magistralmentc pin- tadas, tanta admirarao me causa vam e o modesto autor me mimosoou com uma d’estas estampas, apresentando aquelle pcqueno coleoptero quo tantos estragos causa nas fabricas e deposjtos de charutos, em sua actividado estampa a qual um dia espero poder dar a merecida publicaqito. Durante aquelles dias tive occasifto de aprociar, pela jori- meira vez, como fructa saborosa, a da mangabeira (Ilancor- ma speciosa) e de encontrar, com llores e vagens maduras ao mesmo tempo, a Pointiam pequena, parente menor do flamboyant do Kio de Janeiro, aquella \istosa Bapilionficea que tao profusamente e aproveitada la como arvore de ala- meda (> que de Dezembro em diante com os sous pendOcs encarnados tanto enfeita as ruas da capital. dono do hotel, onde nds estavamos alojiulos, me offe- receu, no dia da partida, ires grandes e magnilicos eama- lehes vivos (Ijyna)ia tuhtrailata) que arrumei n’um caixelo e os trouxe silos c' salvos ate ao Para (onde lioje ainda vivem H (d L. DD MUl TAPAtH.L ) 5 SciELO 9 10 11 12 13 14 150 Observar.'ks r. impress 'cs durante a viayem, etc. um d’elles, tendo sido os dous outros victimas de uma des- gra<;a casual.) No dia 25 de Maio ombarcavamos no Plancta, do Lloyd Brazilciro, vapor que nao prinra justamente pela sua veloci- dade e que com um astro pdde ter algum paretitesco pelos seus variados movim'entos, sendo porem de notar que o para a frentc era do qual a gente menos sc podia convencer. Ti- nha sahido do Rio de Janeiro com uma velocidade de cinco milhas por hora na media e durante todo o resto da viagem nunca chegou a passar o maximo de sete milhas. Allegou o digno commandantc que o paquete tinha durante os seis longos mezes da revolta ficado com o casco cheio de 111a- riscos e tinha a espcramja que a agua doce do Amazonas havia de desembaragar um tanto esta carga incommodativa. Parecia-me entretanto que isto nao era puramente 11m de- feito da epidermide rugosa e que faltava-lhe tambem alguma cousa nos pulmOes. Emfim sempre chogamos em Maceio (27 de tarde), cidade de aspeeto sympathico com o sou porto guarnecido de coqueiros, e. com mais um dia em Pernam¬ buco (28), onde pela primeira vez achei oceasilo de saltar, pois que sempre nas viagens transatlanticas anteriores achei-me a bordo de paquetes estrangeiros, que por .causa das qua- rcntenas nao si' podiam communicar com a terra. Entramos no recifc e procuramos ver aquillo que era possivel no es- papo de 24 horas. Olhando para o recifc, lembrei-me da lou- vavel campanha realisada no terreno da zoologia maritima pelos membros da extincta Coninitssrto geologica do Jlrnzil, dos Srs. Charles Ilartt, Derby e Brainier—commissAo da qual cu tinha lido em maos ufguin material. E entrando na parte antiga da cidade, fiquei singularmente imprcssionado pelos multiplos vestigios, difficilmente a desconhecer, do estylo ar- chitectonico germanico certas ruas e certos edificios trahem logo a origem hollandeza. Achei-me no logar, onde Markgraf c Piso, dous seculos antes, tinham feito os seus estudos so- bre a historia natural do Brazil —os primeiros, que geral- mente tern ficado conhecidos c a todo o passo se me apre- sentaram record. icOes historicas sobrc o memoravel periodo, onclc o conde Mauricio de Nassau fuiulou uma fioresccntc cidade, na qual tanto soube desenvolver a industria, artes e scicncias. l’ouco ou nada ficou d’aquelles nobres germens e eu n&o posso assaz elogiar o extremo zelo e 0 piedoso cui- dado, com que ultimamentc o Instituto llistorico Pernam- cm 2 3 z 5 9 10 11 12 13 OLscrvacOcs c imprcssaes durante a viagem, etc. bl bucano tem tornado a si a tarefa de desenterrar da escuri- dao datas c documentos relativos aquelle periodo. Julgo que seria empreza digna de toda a anima^So rcunir uma vez cm volume tudo aquillo, quo ja veiu a luz, gramas aquclles pa- cicntes investigadores, e que lioje infelizmente quasi inacces- sivel ainda e pelo esphacelamento litterario. Estas rcminiscencias historicas tiveram um agradavel se- guimento a bordo, pois ganhamos eomo passageiro novo um membro do mencionado Instituto, lioje Juiz de Direito cm Rosario do Maranhao, c na conversa com este cavalheiro positivamente muito lucrci. O Sr. Dr. Arthur C. Morcira era para mim um Bacdeckcr aberto. De, Pernambuco cm diante a costa brazileira era de todo nova para mim e com o mappa na m&O e consultando aquillo que na memoria tinha ficado de leituras anteriormente feitas nos melhores autores, entreguei-me do corpo e alma a esta viva li(,-ilo de geographia pratica, tanto mais que do ponto de vista zoologico a bordo pouco havia a fazer. 1 )os peixes voadorcs ( Dactyloptcrus e Exococtus), que, como e sabido, n’aquellas alturas tornatn-se apparir;ho mais frequente, nenhum quiz-se apresentar a bordo c das Thalassidromas, das quaes uma pequena especie taciturnamente fiscalisava a agua agi- tada e revolucionada pelo effeito propulsorio da helice, espe- cialmdnte quando o tempo estava mudando, tambem n3.o havia meio de apanhar alguma. A costa porem, quo durante o trajecto ao longo dos Es- tados da I’arahyba e do Rio Grande do Nort(> quasi cons- tantemente cstava ( ;i vista, nflo ofFerecc grandes cncantos como paysagem. hi nionotona. as vczes por ccntcnas de mi- lhas baixa e apresenta-se qual fita ininterrompida, alvissima no horisonte, quasi sem differencia<,';\o de nivel. Em memen¬ tos de maior approximaeao dissolve-se esta fita geralmentc cm uma associapflo interminavel de praias arenosas e de col- linas, de maior e menor altura, formadas por areia movel, branca ao brilho do sol, a ponto de doer nos olhos, e dc vez em quando com parca vegetavao de rrstinga typica nos sens topes. Perguntando a tins passageiros oriundos d’estas regions, me informaram uniformemente que aquclla vegeta- q;\o era constituida princijialmente por uma e mesma espe¬ cie dc planta, chamada trivialmente sulsa e soubemos mais, quo a tal salsa cxcrcia um benefico effeito no sentido de solidificar os contornos d’ostas collinas arenosas e d(> dimi- nuir assim o poder dos vontos sobre esta areia alias cm eterno movimento. 82 Observcir 'cs c i/nprmks ilumnte a viaycm, etc. No porto da Parahyba (30) encostaram unuas candas offc- recendo aos passageiros cocos verdes, peixos, e como prova de industria local, apreciamos bastante umas cestinhas gra- ciosas, enfeitadas coni rosetas de conchas brancas c cor de rosa, entro as quaes sfio principalmcnte aprovcitadas a Tcl- lino exilis e a Litcina jamaiccnsis, so a minha memoria nlo me desfallece n’este assumpto conchyliologico. Do 11m pesca- dor, qua vinha com um carregamento copioso de conchas maiores, adquiri meia duzia de magnificos exemplarcs da nossa maior especle de Cassis (C. tuberosa) por quantia di- minuta, ao passo quo do gigantesco I'ritonit < deixei de comprar dons (-specimens realmcnte muito grandes, mas tam- bcm bastante avariadns. De bordo eu tinha observado, que a maioria dos coqueiros da India, que guarnociam o porto, tinham um aspecto docntio o pcla con versa com os visitan- tcs do logar soubo, que uma pros' a de bichos tinha assolado vehementemente .este anno a utilissima pahneira. Que bielio sera? Ate agora tive accasiflo do conheccr principalmcnte dons inimigos do coquciro ‘ um coleoptero a Colon dm polntonun , Cuculionideo preto de tromba comprida, e uma borboleta brunna, com listas amarelladas nas azas a liras- solis sophoroe cujas lagartas eu ja tenho visto atacar cm numqro cspantoso csta e outras palmciras. N«lo pdde tirar a questao a limpo. Chegamos depois a Natal (31), capital do Estado do Rio Grande do Norte —, cidadc pouco distante do mar, de aspe- cto ameno e quo, com as suas torres brancas, que appare¬ coin por cima das collinas de arcia da visinhanga, convida ;i saltar. Tal nfto fi/.emos, porque suppunhamos, que o tempo nao chegava. l-’sta supposieao era erronea, e deixo aqui ar- chivado a curiosa coincidencia, quo tun autor norte-atneri- cano esereveu, em 1879, o seguinte topico cm relatjilo a sua passagem n’este porto do Rio Grande do Norte: We have to endure the customary delay here, while mails are ex¬ changed; a Brazilian post-master does nothing in a hurry and commerce and pleasure alike must await his convenience. Navegando de novo, travei con versa com o pratico da costa sobre as haleias, assumpto sobre o qual uma pessoa, 1 Dcscrcvi, etn 1887, a larva c o dcM-nvolviinento dr um coleoptero basmntc nocivo ns f.altittuis, no* jnrdios do I> slfitmus uinr^iiuUus. (Zoolog. lahrbtlchcr, vol. II, pnj;, 58.1) loin. 1 II. Smith, Hra/il, the Amn/ons and the Coast (London 1879) png. .|jh. (Livro dedicado ao gcographo c imturali.itn paraen*c I >. S. Ferreira I’cnna). cm 2 3 L 5 9 10 11 12 13 Observac'cs e impressdes thmtnlc a viagem, clc. ;iC quo mais do vinte annos viaja e 3, 4 vezcs cada anno n’es- tas paragons necessariamente dove saber alguma cousa. Affirmou-mo, que ellas principalmento apparcccm do Dezem- bro cm diante o quo costumam encontrar-se as mais das vezcs a umas 20 milhas da costa. Com os cearcnses, que iam comnosco, informei-me sobre o pcixc camarupim, do qual os filhos d’aquella t(.rra tanto caso fazem, o sobro a poviba dc bando, do cuja fr('(|ucncia phenomenal o Sr. Antonio Bc- zerra do Monozes me tinha anterior monte feito tHo viva c oloquonte dcscripcAo, quo roproduzi no respoctivo capitulo do men live- Divorsos me prometteram material sobre estos e outros assumptos o quero cror que, mais cedo ou mais tar- do, cumpram com a sua promessa. Pouco a pouco dobramos o cabo do Sao Roque o com ello o ponto oriental do continento sul-amoricano, onde a costa assume do uma voz diroci.'flo norooste. Queni ('sperasse vor n’esto cabo um imponente promontorio, profundamente dosapontado Roaria, pois mlo so differencia, do mode algum na sua physiognomia, da costa arenosa, obsoevado nos dias anteriores e acima caractorisada. O littoral cqarense ainda so apresenta dobaixo da mosma configurarfto, com a diffe- ronqa quo do voz om quando apparocom, mais retiradas para o interior, umas sorras azuladas de difforontos alturas, sf)bresahindo ospccialmonte a Sorra de Baturite regiao mon- tanhosa quo paroce ser a parte monos flagellada d’oste co- lebre Kstado e ])ossibilitar a rondosii lavoura dc cafe e le¬ gumes. Finalmcntc tinhamos chegado cm fronte do Fortaleza (1 dc Junho), que os coaronsos com orgulho chamam uma das mais bnnitas cidados do Brazil. I )<> facto o aspocto do lado do mar d bcllissimo, tanto do dia cojn° do unite. Minims circumstancias nao mo pormittiram saltar em terra. Como c sabido, n&o tom porto o o dosombarque nom c facil nom agradave], ospccialmonte com mao tempo, apezar da dist’an- cia sor curia. Lombroi-mo da plastica descripyao, quo (ion- V'alvos Dias den do dosembarqtu' penoso, na occasiao om (pie la chegou a Connnissilo dr Exploraftto do Crura, da qual ora o historiador official (,| do Fcveroiro do 1859). () Coara d’esta voz n;\o quiz passar por secco; ohovia torroncialmcnto e os visitantes traziam a cada momonto no- tioias do enchentes desastrosas, jjontes arrancadas, trcchos do ostradas do ferro intorrompidos, rasas desmnronadas, do ma- noira quo parocia haver completa inversAo do cstado normal. Nos mnmontos do trogoas as scenas na proxima praia, o iuror das ondas no quobra-mar principiado o j.i parciahncnto cm SciELO 10 11 12 13 o4 Observances c impressSes durante a viarjem, etc. scpultado na areia, a.s jangadas dos Pescadores e uma ver- dadcira chusma do medusas bcllissimas, todas de urn e mesrno genero e espccie (Aurelia), mas de variadas edades e dia- metros, que cercavam o nosso paquete, e com o seu habitual rhythmo stoico contrahiam e afrouxavam sous hyalinos discos, cram para nos objectos gratos de nbservaeao que n&o can- savam. « Aguas-vivps» ouvi, em seu tempo chamar os Pesca¬ dores no Tejo as magestosas Rhizostonias, (pie em igual abundancia costumam ser vistas em frente de Lisboa e devo confessar, que sempre achei bastante significativa como de- si gnavia tornar-se in commodissima e ninguem ousava reflectir na angustiosissima sitUa<;£o que poderia resultar de semelhante imprudcncia cm caso de um desastre no alto mar a vista da palpavel desproporeao entre a maxima lntayao de botes de salvarlo e o exagerado numero de passageiros. Silo cousas que fa- zem arripiar os cabellos! Bastante carregado, repleto de gente e com o convez n’um entulho indescriptivel de redes, bahtis, carga que n&o cabia mais no porilo, fazia-sc o nosso vapor mais para o largo (2 de Junho), de sorte que da costa, nos dias consccutivos, pouco nos foi visivcl. Quando nos nos approximamos d’aquella tira estreita, com a cpial o Kstado do Piauhy hoje participa da peripheria atlantica, o littoral tinha assumido uma outra physiognomia, quo se conservou ent.lo por todo o Norte. Era baixo ainda, mas as praias arenosas cram substituidas por uma pujante vegeta^cto de matto mais alto, de um viroso verde, agradavel a vista. Passamos uma unite em frente ;i Amarrarclo (j a .| de Junho), porto do Piauhy e situado na emboccadura do Rio Parnahyba, aiicorados talvez ;’i distan- cia de uma meia bora d’a<|uelle logarejo, coniposto, ao (pie parece, do pequeno numero de casas mein escondidas entre palmeiras e o ininterronipido matto d<> fundo. Durante todo o trajecto ate S«to Luiz do Maranhito vi predominar n’esta matta do littoral certa arvore de meia cm 2 3 z 5 9 10 11 12 13 altura e copa frondosa, que os companheiros do viagcm, fi- lhos d’estes Estados, declaram unanimemente ser o Muncy , Dosdc que cheguei aqui no Para tive occasion de co- nhecer de perto o que pelo Norte sc designa com seme- lhante tiome sflo liy tsohuhos, da familia das Malpighiaceas, membros de um genero, que conta mais de quarenta especies aqui no Brazil. Convenci-me igualmente, que nao e a mesma arvore quc se conhece no Sul debaixo de identico nome indigene; o Muricy, tao frequente na Serra dos Orgaos e n’aquellas alturas por assim dizer a madeira a mais aprovei- flada entre as brancas nas construcgdes, e evidentemente ou- tra planta, ja pelo sou habitus exterior, embora nunca ti- vesse occasi&o de encontrar suas tlores e sens fructos. Os inuricys do Brazil septentrional sao, como ja pode observer amplamente, muito procurados por innumeros passaros de to- dos os tamanhos e de eliversas families por causa dos sens fructos pequenos, em forma do cereja miuda, que tern um carot;o duro, redondo, envoivido n’uma polpa amarella, de gosto bastantc insipido \ Os numerosos baixos que guarnecem a terra natal de Gonsalves Dias, silo objecto de justo receio dos navegantes, que tratam de contornal-a mais fora, polo alto mar. A en- trada do porto de Maranhao (5) e difficillima e durante um die tivemos ensejo, de ver que o nosso paquete, ancorado n’um canal estreito, a um quarto tie bora em frente de Sao Luiz, cstava no mein de verdadeiro labyrintho de bancos de areia (pic 11a vasante surgiram como cogumellos sobre a su- 1 Nao 6 som Intercast a explicacjao etymologica dada por Martins ( Mora bra- silicnsis, Paso. 21, pag. 1 2 1 ) do nome Muriry. « Avibus ct matnmalibus herbivons, praesertim glirihus, satnarac aliunde maturcsccntcs ct bacc&c, imprimis generis Byrsnnifnac, nutriinenlo sunt. Ncquc Imlianus lias baccas repudiat, quamvis vo- racitatcm cjus scilarc non sufficient. (Juod nomcn ipsum tupicum : Muriel, Mutccy, Morccy signilicare vidclur (je-morod) nutria et cy ( iniqutts, invitus ) — ergo: par i ? uutriens - ■ Escrcve na nie-nin ixcnsi.'o quc a primeira das duns patavras com* ponentes enconlra-se ainila cm mitros Homes triviacs de pluntas brazilciras, como cm Muru-murti (Astrocaryum murumuru) (Palmae), more linguae tupicae, quae vocabulo repetito pro augmentativo utitur, probe tmlruns , e cm • muru-tujA* (l’assillura), in vase (cuja) uutriens signilicat . Explicit Martins a grande dis- tribuii,An das arvores d’estc grupo sobre extensao tao grande na America do Sul pcla intcrvcn^.Ao inconscia dos Indicts: • Vcrisimililcr Indiani ex antiquissimis temporibus terras [tervagantes fructusque cdules harum spccicrum edentes cas longe latcquc sparscrunt cpium semina intestine pcrmcaiitia germinandi facnltatcm non perdcrent. Mos Imlianoram communis cst excremenla, ubi dejecta sunt, inslar felium vcl ipsos terra oblogerc vel per alios, praccipuc liberos, tegenda curare. Ita nostratium adagio cyncgetico : Turdus malum sibi carat (viscum edendo) addi po.ssit: Indus pomum. > cm 2 3 z 5 9 10 11 12 13 14 56 ObMn'dQ.fes c impress)es diu'cinle a mayctn, etc. perficie. As embarcagSes a vela, quo voltaram do largo, ja de inanha com remunerative resultado do pescaria, um grupo de uns doze rapazes, occupados cm preparar, lanear e retirar uma enorme rede ale arrastclo n’um banco de areia proximo, os urubus que pairavam cm numero consideravel sobre a cidade, uma ou outra borboleta que de terra nos vinha fa- zer rapida visita a bordo, a ida e vinda de botes, uns com fructas, outros com rendas e redes para a venda, tudo isto servia para nos distrahir sofFrivelmente. Metis uma vez poz-se o nosso Planeta cm march a (5 do. Junho, as 7 boras da tarde) e os dous dias seguintes, onde nilo ha via que ver se nao ecu e agua, ja nos parcciam in- terminaveis. Passamos as ondas turvas que o Rio Gurupy despeja para o oceano atlantico e com cresccnte impaciencia aguardavamos aguas francamentc amazonicas. Com verda- deiro jubilo vimos emergir ao longe uma ponta da ilha de Maraji), o cabo de Magoari e popco a pouco entramos no bra<,'0 meridional do grandiose rio. Um archipelago de ilhas appareceu successivamente, e mais e mais approxima- vam-se as margens c com distinceao e nitidez palpavcl ja surgiam, do aprazivel Pinheiro cm diante, beiras idyllicas, onde habitacOes abastadas alternavam com ranchos cobertos de. pallia e ambos com parccllas de matto virgein e graciosos grupos do Assay e outras formosas palmeiras sem conta. A paysagom do Rio Guajara nos lembrou vivamente a da foz do Ginylde, entre Pauillac (' Bordeos -com a differentyi to- davia, quo 11a hixurianca da vegetacao aquella bella rcgiilo franceza naturalmente ntto pode competir com a Amazonia. Era pelas cinco boras da tarde, do din.7 de Junho, quando o Planeta ancorava em frente de Belem do Para -nosso porto de destine, e, gratos pela feliz, embora longa e in- conunoda viagem, e com confiamja no futuro, baldeamos para a lancha, que a attenciosa gontilcza do chcfe. do Ciovcrno d’esta futurosa terra, tinha mandado ao nosso encontro. I 1 ’aru—Typ. do Alfrodo Silva it C."— 1891 cm SciELO 10 11 12 13 NOTICK 1 ,l " 1 WI'KTIM If. _Mr.SK! jmjiakxsk kindly ask for the kxuua.wk 01- mil.!!'.ml, NS. issued both l.y Academies, Scientific Socie¬ ties. .Museums. Institutes. Universities and Schools of Technology and •V -Vf"I-'ll sts, mid Specialists, and specific the litteraturo that'they wisli (o obtain, in ilit* following way : a) I njifis trolling of.Aliy of thn branches of natuhal,history, espo- '■tally wi.ps Oucirogas, o Dr. Joan Salome, poeta, romancista e mats tarde magistrado, foi um dos sens collegas na redacQilo d’eSta follta. Poucas e discordes sfto as noticias do period" da vida do Ferreira Penna, anterior ;i sua vinda para o Para. Diz o Padre Camillo do P.ritto que a publicaeao do jornal cos- sou, ao cabo de tres annos, por ter o sugeito a quern era devido o resto do valor da typographia, llte impost" a que pagasse ossa divida ou convortes.se em monarehista a folha. A nds, si nao nos trahe a mentoria, referio-nos uma vez Ferreira Penna, contando-nos factos da sua vida, quo foram os proprios chefes liberal's, feitos um niomcnto republicanos pela perdu do poder e tornados dc novo as antigas ideas pela esperanea de readquiril-o, que o obri- garatn a suspender a publicaeao, impoijdo-lhe nao sabcnios que condiri'es por elle rojeitadas. I in dos sous mais cons- tantes e prestadios amigos 1 diz que gosando Penna da intimidadc do Conselheiro Francisco Dingo Pereira de \’as- conccllos, acompanhou-o ao Rio de Janeiro e d’ali a Sao Paulo, nude com elle, presidentc da provincia, servio. Km que caracter nflo sabemos. Depois empregou-se Ferreira Penna na Sccretaria de Policia da Forte, escrevcndo alent disso cm os jornaes, ao menos no Jornal do Cotnnn ra'o, segundo mais de uma vez nos disse. Cremos, sent poder assegural-o, foi alii que em 18.53 publicou o Xt'crologio >s estu- dos quo faziam os sous discipulos, nflo attondia aos program- mas, nom sabia a arte de ropartir mcthodicamcnte a mate¬ ria sogundo o tempo quo para isso tinlia o a capacidado do arquisicAo dos alumnos. File proprio tinlia talvez d’isso con- sciencia, o que lhe augmontava a aversao que ao ensino manifostou sompro, e do qual, eiitretunto, foi for^ado pola nocossidade a fazer, nos r|uitize ultimos a linos da sua exis- tencia, o sou principal meio de villa. Parece quo a sua primoira nomoaoAo foi cm meiados do i X 70 , para professor intorinb do I list.>ria do eiitAo Col- logio Paraense*. Kssa nomeacao a agradoceu pile som acoi- tal-a, escusando-so com estar occupado com um trabalho particular, i|U<' nao sabomos qual tonlia sido. Xada obstante, o prosideiitc do entflo, o l)r. Abel Gru. S. I’rrccica, Penna gndo do Mnseu Paraciisc IK . 9 . Ferreira Penna. E uni mo- delo do polcmica enrtez. espirituosa c digna de um funccio- nario subalterno, mas consciente sem fatuidade dn seu valor, com uma alta autoridadc quo, apezar do real merecimento que tinlia, a lilauda da posicao tornou um momento ridiculo. De parte ostes cargos, Ferreira Penna retirado desde 67 da administrate e, cremos, desde 69 da politica activa e, julgamos, a nan fez jamais si min como jornalista • into mereeeu mais as administrai.’oes liberaes ou conscrva- doras, sinao a cnnsidera<;ao a que tinlia direito; consideracao que apenas se traduzia por consultas sobre coisas da admi¬ nistrate, jirincipalmente quando estas entendiam com quos- ti'es de (ioographia ou Estatistica da provincia. Ill Eoi cm 1864 que Ferreira Penna teve, ao que parece, pel a primeira vez occasifio de fazer estudos locaes da (ieo- graphia i> Estatistica paradise, de que se devia em pouco tornar a mais abalisada autoridadc. Esse ensejo forneceu-lhe o presi lonte Araujo lirusque, encarregando-o de estudar a regiao do Tocantins. O resultado d’essa viagem de infor¬ mal, -ao e estudo foi o relatnrio publicado com o titulo <) Tocantins e o Anapa, A leitura d’esta interessante relacao, bem como a da Regiilo Occidental da provincia do Para, pu- blicada quatro annos depois, mostr.i que Ferreira Penna devia ter, ainda em antes d’aquclla commiss.tn official e de outras que se lhe seguiram, se dedicado com afinco e apro- veitamento ao estudo das nossas coisas. I)ivide-se o Tocantins c a .Inapt! em duas partes, alem de um Appcndico e saindo da forma vulgar dos rclatorios tonia a de um estudo gengrapliico-estatistico que de facto e. Na primeira refere-se o A. a su.a viagem e observances desde ( ameta ate as bahias do Anapu, dando a descripcao e o historico das localidades, noticias sobre as industrias locaes, jiopulacao, necessidades e quanto ao seu conhecimonto podia interessar. Na segunda parte estuda a regiao das bahias. deno- minando assim aquclla pore,to de terra que da barra do Tocan- cm 1 SciELO 10 11 12 13 14 1! Nolicia solve a sua villa c Irabalhos on tins cxtendc-se ate as cachoeiras do Pacaja c Anapu e onde as aguas d’estes dous rios formam as «bahias» das Bocas, dc Melgago, do Portol, do Anapu, do Camuhy, etc. ExpOc a geographia monos conhccida c duvidosa da regiilo, diz a sua extensile navcgavel, a convcniencia da navegagao a vapor e a situagiio interessante de Breves, «como a povoa- <;ao mais bom situada cm relaguo a navogagiio o commcr- cio. Assim d com effeito; entretanto Breves esta cada vez mais decadentc e sc lhe nilo acudirem com trabalhos de (Iron agem o outros quo a sanifiquem, esse admiravel ponto so transformara cm uma tapera. A industria, o commcrcio, as producgOes, a populagilo, os limites dos municipios da comarca de Camcta, silo tam- bem n’essa parte motivo dc inquerito e informagito c dc preciosos dados cstatisticoS. Um dos objectos da commissiio do Ferreira Penna, ora estudar as communicatees possivcis entre os rios Xingu c Anapu, mas tendo-lhe side dado por companhoiro o engenheiro militar Jeronymo Rodrigues dc Moraes Jardim, deixou clle, com a escrupulosa modcstia que lhe era propria, de tratar com mais individuagilo d’esse assumpto, julgando fazer injustiga ao zelo c intclligcncia d’aquclle engenheiro, si pretendcsse acresccntar quaesquer observngfles a respeito d’este assumpto por clle examinado. Dcixa todavia expressa a possibilidade d’essa communicagao mediante o curso dos dous igarapes Maxiaca, (pie se langa no Xingu o Pracupi, que afflue para o Anapu. Estc ultimo foi o quo clle e o scu companhciro de commissao subiram. Apezar de nilo ter, por falta de tempo e mcios, podido a commissao fazer, como diz l'erreira Penna, um cstudo com- pleto do istluno que parcce hoje mais assentado e que o e do audios confornie o regimen das aguas. Devia este trabalho de Penna center uma ,p“ parte in- teressantissima, a julgar polo, summario dos varies capitulos d’ella que por abrevidr a imjiressao do livro e evitar maior prejuiso que traz aos editores o' augmento de volume <• de trabalho, 1 segundo tledara-o uma curiosa advertencia final, foi supprimida. F.stes summaries dAo-nos uma idea nao sf> dos estudos feitos por Ferreira Penna. das suas notavcis qualidades de observador, como da intuicAo verdadeiramente scientilica cjue elle possuia dos estudos geographicos. Por ser assim e tambem porque ha n'elles verdadeiras theses, as quaes si’i falta o descnvolvimcnto, jiareceu-nos util dal-os cm 2 3 z 5 9 10 11 12 13 Noticia sobrc a sua vida c Irabalhos g:; cm nota. 1 Revclam dies mais quc tlesdc 68 occupava-se Ferreira Ponna das qucstbes cthnologicas e archeologicas do Amazonas, bom antes port an to quc llartt, sous discipu- l«>s ou continuadores, so tivessem d’ellas occupado.'Em 7 2 es- tudando as comarcas do Gurupa, e Macapa volta elle a questao, tratando embora succintamcnte para nfu> sair do piano quo lhe foi tra^ado, das antiguidades prehistoricas de Maraca. Em 1874 foi publicada a Noticia gcral das comarcas dr Gurupii c Macapa, resultado da incumbericia quo em 71 lhe dera o Dr. Abel Gra<;a, presidente de enttlo, de es- tudar (‘stas circumscripc;Oes da provincia. Com mais concis'io, com menos minuciosidade e copia de informatics, porem nao com menos escrupulo de investiga<;ao exacta e de in- fdrmarao leal que sao as dilas qualidades preeminentes d’este honestissimo sabedor, segue n’este trabalho Ferreira Penna o mesmo methodo dos antecedentes. F.ntre os resultados d’elle apurou-se para a historia da provincia o di'scobrimcnto no meio de uma densa floresta, das ruinas do forte de Cumahu, celebre nas nossas luctas com os hollandezes e inglezcs pela posse da bocca do Amazonas. 1 Florestas i><> Amazonas lil6n exnucrnda que sc tem feito da sua ex- tensito; illusfio prnduzidn pela sua presciga e pela sua espessurn junto as martens do* rios. A area das floreltas lnuito menor na Guay ana (sit) deque a das terras descobcrtas c Campinas. A nltura das suas arvores nada tem de pi^antesea. Kxccl* lcncia das suas mndeiras. 1 'i.ANien in 1 k \co\i ini n 1 \i. Idea da plttnicie austro-annricana. Auscnciu de montanlias nas Conics conjitnclas do Ara”uaya, Tapajds, Guapnre e l’arnyuay. 1 'onsidrraip'cs sobrc a juncy.to. para a uavegntplo e conimereio das hneias do l’rata, Amazonas <■ Orinoco; dilliculdades na realisaipt" prat lea dYsso prnjecto. ('oMMCNIC.M.Or.s com MaTTO-G ROSSO -J0.I0 111 de l»..ituuaf e sens sue* cessores ali JoJo V. I Vs 1 'aulUtas; suas admiravcis empre/as; descobcrtas v coin- nisaijjo nos centres da America. Sens eslabcleciincntos e naveeav'io para o Para. I olio V prnhlbe o cmnmercio e cnnmiunicat'fles com Mattn-Grosso e lose I por nccessidadc os Cranquea. l’alriotismo do l.)r, Tlieolonio de GusMan, Geo(;raphi», navejjayan c conynercio dos rios precedeutes de Mnlto-Grnsso para o Norle. l.AUi) r.KANDi: K pela maior parte o atili^o leito do Amazonas. l'Acul'sao atravez das llorest.IN, Campinas e layos. Diversos aspeelos da re^iao, K-plendor da ve|>cta<,Ao das plnntas. As campiuas nivcladas e as terras alias e arvorejadas. Ires ditl'crentes cores nas annas. Contra correnlc durante a enclieute do la^o. I'lAtJi'NS 1 INsCRtt'i.'ol s soiikk Itoi has. S.to commuus a toda a America do Sul. As da monlanlia d’Aiqrent tomadas por marcos de limiles cm 1727; erro desfeito no anno se^uinte. I Is missionaiios linhain as do Ibazil 1 Peru por pepn- das de S. 1 home. Opini.to ode- roso chefe de partido que dispunha a seu talante da Assem- blea provincial. Falou-lhe no seu projecto c dcu-llic provas ' Dcviaser o scgnintc: EsUulos ('cographicos, historicos c estatisticos sobre a provincia do l'ari ou Kcsultados das CommissOcs conliadas a D. S. Ferreira Penna pda Presidcncia da Provincia do Pari em 1863, 1868, 1872 e 1874. Edi- <;ao correcta e augmentada com diversos outros trabalhos, aditamentos e notas e aenmpanhados de alguns mappas ]iarciacs ile secedes de terrltorio ainda pouco eonheddo. Toda a obra, acrescenta Ferreira Penna, ])ode constar de 3 volumes in-8." franco* de 200 a 250 pags. cada um. cm 2 3 z 5 10 11 12 13 14 08 D. S. Ferreira Pcnna que a principal e mais difficil parte do sou trabalho, a reuniao dos materiacs, estava quasi feita. 1 odo o mundo que sabe o grande intercsse que as coisas dc ordem intel¬ lectual mercccram sempre aos nossos grandes chefes politicos, imagina a resposta que teria Ferreira Penna tido. Nem pre- cisamos dizer que foi dosfavoravel. Desde entao o resto da sua actividade volta-se_ mats cspecialmente para as suas functples de naturalista viajante do Musetl Nacional, do qual desde 7 1 era rnembro corrcs- pondentc. Faz novas viagens pela provincia, votadas princi- palmente ao cstudo da sua ethnologic e arclieologia e o resultado d’ellas consta de diversas memftrias publicadas nos Archivos do Masco Nacional, com proveito sempre consul- tadas. Trazem o cunlio de uma observa^ilo exacta, alliada a escrupulosa probidade scientifica. Xa Rcvista Amazonica , ephemera publicacan que mal durou urn anno, publicou tres interessantes artigos que o leitor achara indicados na parte bibliographica d’estc trabalho. Urn d’elles, (Joitnnunicrtfdcs antigas cutrc Motto Grosso < Pard e talvez o mesmo, moditicado on nilo, que devia sair na Rcgiilo Occidental , segundo vemos dos summaries dos artigos supprimidos que transcrevemos atraz. Aletn de artigos politicos cremos que ha outros trabalhos de Ferreira Pcnna nos jornaes de que foi collaborador como o fornal do Commcrcio do Rio, e a Provincia do la/a. IV Lembra-rlos bem a primeira vez que tratamos mais do cspa<;o com Ferreira Pcnna. hoi cm 187b; ja elle estava mais velh o e alquebrado epic o faria suppor a idade, entfio apenas de 58 annos. Morava cm uma velha rocinha na rua da Cruz das Almas, lado direito indo para S. Jose, entre as travessas de S. Pedro e dc S. Francisco. Km uma sail es- parosa, desarranjada como a casa de 11m solteirPo, gabinete de estudo e quarto de vestir ao mcsnio tempo, cheia de i Ferreira I’cnna era memlrro corrcspoudcntc, into so do Mttscu Xadonal tl<> I. como m alto grao possuio. Entre nos foi talvez nm dos pritneiros c dos poucos a comprehender a geographia, n;\o como um inintelligente rol do nomes, mas como a investigaoito soiontifica da terra tal qual d ou modificada polos quo a habitant. Cada unta das obras quo temos rapidamonte noticiado o domonstra, o d do lor, para ntaior cnmprovao.’lo, todo o admiravol capitulo I, da sogunda parto da Rrgido Occidental. d odos os estudos quo ja honicnt feito tove de fazor no sou gablnoto, a historia natural e em botanica.chogou a ter apreciaveis conhecimentos—a historia da rogiao quo princi- palmonto estudou, os mothodos da estatistica, o uso o a pratica dos instrumentos do gcodosia, os fez como auxiliares indisponsavois aos sous ostudos goographicos. Autodidactico, oonto sao infolizmento grande nuntero do -soientistas brazi- leiros, a sua obra foroosamonto so roconte das graves lacu¬ nas do sou defeituoso o inconlpleto prepare scientilico, foliz- monto compcnsadas por aquelle instincto, pdas suas quali- dados do invostigador oscrupuloso atd o excesses, pela sua timorata deseonfianea do si mesnto o pela sua rara probidado scientifica. I’ublicando om i 888 algumas notas pur olio doixadas ]todontos, sent lisnngear-lho a momoria, oscrovor d’ello: (Juom conhocoti o tratou Ferreira I’enna, sabo atd quo j ton to levavn o circumspecto ostudioso o sou oscrupulo, ossa probidado scientifica, quo d para o sabio, conformo concoitiia um illustro sabedor oxtrangoim, o quo a coragom d para o s< sldado. Xtlo d sdtmento a caronoia do meios, as mil difficuldades o tmpoons quo so antolham ao littorato n’osto paiz om quo si a proporipio do analphabotns d do 8.4 " ,,, a dos protendi; dos nao analphabotos. quo nao 1dm, tomara ainda 8 polo monos dos i (i " quo, a prostarmos fd nas ostatistioas, saltern lor, nao forum sdtmento ossas oausas, digo, quo nos privarum do tor tudn quanto o ostlldo, o trabalho o a intolligoncia do I'orroira I'enna, nos podium dar, mas, sobretudo, o medo, di¬ em 1 SciELO 10 11 12 13 14 Nolicin soirc a sua vi; 1 V Foram tristes, acabrunhados por molestias o polo azedume quo lho pusora n’alma a indifferenta dos governor e do publico polos sous trabalhos o services, o ]ior fim pola quasi ppnyria cm quo so achou, os ultimos annos do Ferreira Penna. An sou melindre o pundonor repugn.na abrir-so mos- nin a amigos, quo sabia certos. Muito menus so podia resolver a recurror aos poderos publicos, dos quaes n;\o conseguira siquer a apnsontadoria quo so barateava a toda a getite bom apadrinhada. Uma indiscre^i'io do pessoa do sua casa, rovolou aos sous rams amigos quo lho ficaram (iois, a quo mingua do recursos ostava olio, nos derradeiros tempos, licenciado soni vencimentos, redusido. Xilo so com os moios pecuniarios, mas com cuidados e carinhos acudiram-lhe as familias Assis o Montenegro. A ollas, o a tuna rospoitavol matrona com- provinciana como o Dr. Assis, o dodicada amiga do Ferreira Penna, dbvcu olio as ultimas commodidades da vida o as ox- tromas consolafVes da amisado. f. A (< do Janeiro do iKKH falleceu de uma congestilo pul- monar. Morrou om a casa quo por osso tempo occupava na I ravossa do S. Matheus, quasi na esquina da estrada d<> Con- •solhoiro Furtado, agora pola nocossidado dospida dos livros quo lh<> foram os mostres, os amigos queridos, os bons con* 1 Ferreira Penna, na Provineia i to Parti, M:n\u dc 88. cm 2 3 z I>. S. Ferreira Penna soladorcs. Ao seu enterro feito polos sens amigos I)rs. Assis, Jonas Montenegro e Virgilio Sampaio, compareceram nma duzia do pessoas, os poucos amigos quo a falta das antigas posiQOes officiaes e de influencia niLo afastaram do todo d’ello, dons on tros antigos discipulos, outros tantos representantes da imprensa local. A beira da cova disse eu algumas pala- vras do sentimento pondo cm relevo os meritos e services de Ferreira Pcnna. Nada deixou Ferreira Penna inedito que merega publi- ca^ilo on cm estado do sel-o. Copia do notas ainda informes, demonstrando grande numero de estudos feitos on apenas premeditados, sobre varies pontos da historia c da gieogra- phia paraetise, ois o que d’olle ficou. < X’cllas, escrovi eu ao publicar algumas, pouco depois da morte d’elle, a par do cspecies porventura ainda inesmo do li'itor crudito nao sabidas, encontram-se, e sera ossa por¬ ventura a sua parte efficiente, copia do notas avulsas, qui^a desncccssarias a estreita narrariio dos factos e dispensaveis mesmo no contexto ainda do uma minuciosa narrativa, mas do importancia capital para a reconstituiyiio da physiogno- mia e caracter de dpocas c|ue silo a nossa idade antiga, apenas adivinhadas atraves dos periodos indigestos do Iter- redo, da socca e campanuda narrativa do alias benemorito llaena e de uma ou outra chronica ou narrativa coova pu- blicada. ' Nao ha no espolio littorario do Ferreira Penna, um so trabalho completo. O mais acabado, carecedor ainda do operosa revisilo para ser dado a estampa, v a narrativa ba- seada cm novos documontos, das tristes aventuras do Ala- dame Godin ties Odonais, cm quo so corrigem o acroscentam, nao so as noticias da Billiothi'tjnc Uuivrrsi'Uc, do Ferdinand Denis c outros, mas da propria carta polo marido d’aquolla desventurada o mesquinha dama dirigida a Mr. do I.a Con- damine, cujo fora inferior na commissao sciontifica francoza do Peru no seculo passado, carta quo vein appensa a rola- qao do mesmo La Condamine, edi^fm do Maostricht, do 1778, <■ quo tom servido do fundamontn a todas as narrativas d’osto caso conhecidas.» 1 A parte cartographica d’essie espolio, no mesmo estado do fragmentar o os costumes dos anitnaes quo so pretondo apanhar, o iscados com fructas, carne, passaros vivos, siris, etc., conforme o regimen alimcnticio das ospecics almojadas. Em falta do cousa mclhor ja servom latas do kerozene enterradas no matto, com alyuma carne, fructas — yenipapo, yoiabas —ou milho no fundo. < )u arma-so am simples cavaco do certo peso, conio se costuma oncontrar nos Tuyaros onde so falquoija madeira dc construcrao, improvisando assim uma ratooira, quo so as vo- zos na queda achata um rato, sempre dura ainda uma pelle aprovoitavel. Fa^a-se a oxperiencia! Soi por propria o lonya pratica f|uo ostes meins dan mayniticos rosultados. superiores a toda espectativa cm qualquer royian, que ja n;\o ostiver do todo osyotada quanto a sua fauna primitiva. Posso yarantir quo as ospocies as mais interessantes o as mais raras do pc- quenos mammiforos cspecialmentc rates do matto o xixicas monorcs — , quo ornam as minhas collec^des foitas no Sul do Brazil, foram na maioria dos cases obtidas com o omprogo d’ostos meins, (iaranto, do outro lado, quo nao se recorrendo a somelhantos artiticios — que alinnl do contas sao do tan facil manojo quo qualquer monino logo o comprehendo ainda por muitos an nos ficaremos na mais lastimavol iynorancia acorca dos mammiforos pequenos da Amazonia. E'aqui um tor- reno viryom c fertil para verdadeiras o numorosas descober- tas scientilicas! I'm rato do matto pddo valor mais quo uma oiK;a bom ontondido, aos olhos do yenuino naturalist a! Kstas ratoeiras, mundoos, laejos, etc., devcm ser frequento- monte rov istados, duas ou tros \czos por dia, so assim for pos- sivol, ja para ovitar a fuya dos captives, ja para impedir os assaltos do cortas formiyas, quo do mode vordadoiramont(‘ in¬ fant o procuram fazeir o papel do junta do hyyiono ad-hoc, dis- secando as vozes cm l.qts'o do tempo incrivclntento breve um animal rare ou interossante. Scni outrosim prudonto n;lo enfiar a mfin cm qualquer deb do pan, buraco no chilo, lata entor- rada, sent primoiramentc vorificar o quo alii lu. por causa das cobras. cm 2 3 z 5 10 11 12 13 14 Instruct'cs solve o modo dc colligir, etc. 7 / O conhecimento do modo do tirar-se lima polio aproveita- vel de um animal maior para fins scientificos nao apresenta, na verdade, difficuldades serias, ao contrario, qualquer pessoa loiga pode rapidamente assfenhorear-se d’cllc. E’ do presumir quo todo o mundo ja tenha visto como se tira o couro do um bni. Pols bom, faz-se tal qual, com a unica difforoncja quo so toma especial cuidado cm referenda a cabega — regiao dos olhos, das orelhas, do nariz, bocca c as extremidades, onde so costuma doixar os ossos, as unhas, porem nao sem as su- joitar a uma previa limpa dos musculos. Evit o-so do fazor buracos com a faca, convindo, porem, do outro lado nao doixar quantidadc demasiada do gordura, do (ascias e de musculos cutaneos na pollc. Conyem tambem doixar o cranco dentro, esvasiando tndavia a cavidade cerebral e as erbitas, O osso hyoide devc-se guardar separada- mente. Xo ultimo caso o na falta de recursos taxidermicen pdde- se salvar provisoriamento c pm; pouco tempo, mas nunca do manoira dofinitiva, um couro fresco, sujeitando-o a um de- secamonto rapido ao vento o cm lugar alto, seguro contra os cachorros dc casa, dos quaes alguns mostram o vicio altamonto desagradavcl dc roer durante a noitc taes pelles. Mas fica bem entendido qite nao recommendo esto modo. O niesmo occorro dizer a rospeito da conscrvarao do um couro fresco por meio do salgamcnto. A agua - salmoura — nao custaapo- drccer, e sera precise despejal-a constantcmente. Afelhor, porem, sera sempre pintar o couro com um pin- col, no sou lado interno, com sabao arsenical, ou Natron arse- nicosum, processo, quo tom o offoito de curtir, por assim dizer, o couro o do obstar a putrefaccao. Egual resultado obtem-se, mettendo o couro fresco, dobrado cm rolo, n’uma tina ou al- guidar com uma soluyfio saturada do podra-hume- a qual se pode juntar um pouco do sal com mum- por espaco de alguns dias ou mellior ainda pintaudo-o, da manoira ja mencionada, com a mesma solucao, porem cm cstado quente. Sera bom nfto esquecer quo o emprego dos preparados arsenicaes acar- rcta algutn perigo, pois estas drogas sao vetienos \ iolontos o onde ha criam;as, animaes domesticos, criadagem incauta, etc., sera preciso maxima cautcla! Nao e impossivel aproveitar-se do mesmo animal tanto o couro como o esqueleto; porem nao e facil. Scmelhante jiro- cm 2 3 z 5 10 11 12 13 14 15 78 last merles solve o modo o quo diminua esta adlvsao, polvilho, serragem, gesso, farinha de mandioca, etc. 1 )esagrega-so tissim a pelle ao redor de todo o tronco e a parte proximal das ex- tremidades e do pescoeo, evitando qualquer ruptura da pelle. Chogando-se a r.iiz da cauda, separa-se o tronco das vertebras caudacs com um golpe cuidadoso do tezoUra, evitando quo o corte seja muito rente a r.iiz das respectivas pennas. Assim vemos livre ja a parte posterior do corpo, permittindo a pelle a ser dobrada n’esta regiao qual luva. Proseguindo n’esta desagregaefto, chcga-se as pernas. Aqui intercepta-so com um golpe de tezoura a articulaca > do femur com a tibia, de modo quo a coxa fique em contacto com o tronco. I.ivre as pernas chegamos as azas, onde sc pratica a interccpcao com ;i tezoura, da articulaffio do humerus. Feito isto, o tronco sc conscrva ainda cm communica^ao com a cm 2 3 z 5 10 11 12 13 14 Inslrucr.lcs sobre o modo dc colligir, etc. 81 pellc pelo pescogo e a cabega. Dobrando a pelle, a maneira de dodo dc luva, desagTega-sc aquella ate a raiz do bico. Es¬ pecial cuidado carecc a regiao do ouvido e dos olhos ondc e preciso recorrer' a tezoura, porem nunca sem ter bem calcu- lado o effeito e as consequencias do golpe.’ Sentido com as palpebras! Interrompe-se agora a ligagilo do tronco por um corte rente a abertura occipital da cabega, puxando cuidado- s imente fora a lingua e o apparelho hyoide. Esvasia-sc a ca- vidadc cerebral com um paosinho cm forma de collier pcque- na, e bem assim as orbitas, substituindo o que se tirou com bolas de algodao impregnadas de sabao arsenical, de identico volume. Bem limpo o craneo, envenenado e tambem os cotos das extremidades epic ficaram na pelle, ate onde houver pos- sibilidade de chegar, bem como toda a superficie interna da pelle, introduz-se algodito no pescogo e no corpo approxima- damente cm proporgao ao volume do tronco, ora ja comple- tamente separado. .V pelle assim preparada pendura-se me- diante um barbante cm lugar alto c arejado, afim de seccar previamente. Secco, acondiciona-se cm cartucho do papel dentro do caixao de transporte, afastando visitas malquistas de ba- ratas, formigas, tragas, com camphora, naphtalina. Eis o essencial. Convem porem logo advertir, que pica- paos, patos, marrocas e em gcral aves de cabega muito esti- rada e pescogo lino c comprido, nao permittem que se dobro a pelle por eima do craneo. Exigem uma incisao longitudinal exterior ao longo do vcrtice c da nuca, incisao que se esconde depois com a costura. Tambem nito quero esqueccr dc avisar, que aves de avan- tajado tamanho e musculosas pernas e azas carccem identicas incisbes cxteriorcs, afim de tirar os maiores musculos e im- pregnar as respectivas partes com sabao arsenical ou natron arsenicosum. Accrcscentamos aiiula as corujas lias quaes convem tirar todo o olho fora, abril-o por traz e depois de envenenado e cheio de algodilo recollocal-o outra vez. Emlim longe me le- varia citar aqui todas as complicagOes que se podem apresen- tar 11a preparacao de membros das diversas familias de aves. -N1 as assim mesmo o amigo da natureza ru'io se deixe des- animar pela descripgilo exagerada que costumam fazer ccrtos especuladores aos incautos acerca das difficuldades. Nos, no Muscu, daremos aos principiantes de bom grado, os conselhos e instruegoes, dc quo poderilo carecer. Aves que sao destinadas para collecgbes de historia natu¬ ral devem ser mortas com cliumbo lino, evitando a perda de cm SciELO 10 11 12 13 14 15 82 Instmcc'jcs sobre o modo de colligir, clc. pcnnas (se isto acontecer com rectrizes e rcmiges e precise buscal-as c amarral-as cuidadosamente n’um pe, etc.), leslo on esmagamento completo do craneo. Um tiro na cabega n&o deixa de ser uma eventualidadc desagradavcl; lia certos pas- saros, como os bellos surucuas, certos bacuraus, por exemplo, que silo de uma fragilidade desesperadora. A ave morta deve ser logo limpa das manchas de sangue com o maximo cuida- do contra o grudamento das pcnnas; concern introduzir no bico uma rolha de algodilo phenicado e rolhinhas adequadas nas feridas para estancar o sangue. Quanto mais pequena a ave, tanto menor deve ser o chumbo emppegado; para tama- nho dc sabia nflo mais grosso que numOro 9, c para tamanhos ainda menores o mellior sera sempre a, escomilha a mais fina que se possa obter - (nurnero 12). E bom lembrar-se d’isto sempre, para evitar frequentes decepgbes. Ninhos e ovos sao tao desejaveis para a sciencia, quando sao acompanhados dos sous architeetos e inquilinos authen- ticos, como, nao licsito cm declaral-os destituidos absoluta- mente de valor, quando llies falta semelhante requisite. Portanto animo de um lado aquelles quo torn occasiao dc fazer observagbes contitiuadas com pcrmancncia protongada cm regibes interessantes, debaixo do ponto do vista ornitho- logico, e que possuem o geito e paciencia precisos; aconselho de outrn lado, de dosistir de colligir e remetter semelhantes objectos, qiiando nao houver meins de obter dados e provas inteiramente fidedignas. I.ettreiros com indicagao da data da loealidade e nome triv ial sao indispensaveis. Se ja aconselhei o emprego de lagos, mundeos, etc., para a caga de mammiferos vivos, dfiplainente o recommendo cm relagao as aves. Com lagos e algapbes pode-se apanhar muita cousa boa e entre os met linos (juasi em toda a parte encon- tra-se prestimosos auxiliares voluntarios. O Museu I’araense recebc com especial agrado a maioria das aves amazonicas. P.ein vindos sobretudo serJlo sempre todos os rapineiros diurnos (gavibes) (> nocturnos (corujas), dos primeiros sobretudo as especies avantajadas (gaviao real, de penacho, etc.), depois as araras, papagaios e tucanos, os urutaus, as pombas, os gallinaceos setn excepgao, as aves per- naltas c ribeirinhas. I la alguem quo conhega com certeza cm 2 3 z 5 10 11 12 13 14 InstruccAes sobre o modo de colligir, etc, 83 o modo do vida, ninho e ovos do urubu de cabeqa amarella (Cath'irtes urubiltinga)? Quem e que sabe informar com- pletamente sobre a reproduceao dos tucanos grandes (Rhavi- phastus toco, Rhnm. erythrorhynchus, etc.), e dos anambes ( Am pel to a Ida c) ? CAPITULO TERCEIRO Reptis e Amphibios Dos tres modos'de colligir indicados no primeiro.capitulo os que melhor convem adoptar cm rcla^ao a estas duas classes de vertebrados, slo o primeiro e o terceiro. O born senso cnsinara o apropriado para cada caso. De reptis maiores e mal geitosos podera se tirar a pelle, mas cm geral muita importancia esta nao tern, excep^ao feita talvez do caso, onde se quizesse salvar uma lembran<;a de uma cobra ou jacare de tamanho dc todo descommunal. De tuna sucuriju, por cxemplo, que estivesse n’este caso, eu ti- raria depois dc uma incisao, do lado abdominal desde o queixo ate a cauda, todo o tronco fora, separando este da cabcQa, que ficuria dentro da pelle. Pode-se conservar secca, depnis de untada interiormente com solu<,'ilo quente de pedra- liume, enrolando-a depois, ou no alcool, igualmente enrolada. Daria preferencia a esta ultima maneira, pOrque a pelle assim nao iica esticada de modo desnatural, ilefeito que ob- servei na maioria das pelles que ha ate lioje pelos [useus de cstylo antigo que nao permittem mais medieoes exactas e dados certos para compara^oes. Com cobras menores, tarlarugas pequenas, jacares novos, lagartos diminutos, para o alcool, depois de praticada a in- cisito abdominal! Bern vindos seriam entretanto esquelctos inteiros de jaca¬ res do todos os tamanhos - acompanhados da carapaea dorsal e ventral (porque sem estas peqas a determinaeao scientifica e assumpto, por assim dizer, impossivel), assim como craneos nao lesados de jacares muito grandes, de tartarugas, de sucu- rijus. Interessantes reptis menores silo os jacare-ijtna -fCroco- dit urus} e os tamacuares -( Rnyalius spec), que convem collec- cionar, onde houver occasiao, confiando-os ao alcool. O mesino ilirt'i em relaeao aos Amphibios (sapos, ras e pererccas), que aconsclho de por no alcool, declarando que entre as ultimas ha talvez ainda descobertas a fazer em es- cm SciELO 10 11 12 13 14 15 Officio no Sr. Bardo tic Marajo pecies amazonicas nfio conhecidas: e assumpto que muito re- commendo a atteneao dos amigos da natureza. Quanto ao modo do. rcproducyfio, as condi<;Ocs do vida, rcsta ainda muito quo fazer, quasi tudo por assiin dizor. Inte- rossam-nos altamonte os ovos c filhotes novos do divorsos ( ’helonios (tartarugas, kagados, ') dos jacarcs, do todas as co¬ bras o boas observances sobre 0 desenvolvimento o os costu¬ mes d’estes reptis. Entre os sapos muito ompenho faoo do obtor, por cxemplo, ainda mais cxomplaros da Pi fa a m< Vi ¬ enna, bratachio summamente foio, mas muito notavol polo des¬ envolvimento dos iilhos nas costas da mao. Soi quo c conlie- cido aqui polo nomc do Aril. Trmixo d’cllc uns specimens vi¬ vos do l’iri da Ilha das Oiujas, sendo esta a primeira voz <|ue a cxistencia d’osto batracliio foi constatada scientificamente na baixa Amazonia, Fallam-me aqui do uina percroca nota- vtd, do vida arboroa, dosignada com o nome indigena do cunnuaru. Quom osta nos casos do nos remetter cxomplaros vivos o informar-nos acorca dos sous costumes? *. Belem do Para, Xovembro do 1894. UK. EMILIO A. GOELDI, Director do Mu*cu l'aracnsc do Ilistnriu Natural e Ethnographic. (Continue no proximo fasciculo) 111 Officio ao Sr. liar So gr»|>tii.i RqnLs do lirazil enntendo as dcxcripv Ethnologia, no- I'lnim dos commissarios quiz encarregar-se d’olla, o como on na qualiclade do Dclegado do Para remettera muitos objoctos referentes a csta soc<;;V>, e algunms notas a rospoito, oxigiram (juc ou me cncarregassc da soc^Ao, mas no caso do minim recusa ficando t.alvoz fechada a secq'Ao, acccitei o oncargo, o quo me obrigou a lor alguns trabalhos sobre a materia. Em vista d’isto deveis suppor que pouca pbdo sor a minha utilidade para o Museu, valcndo-mc, porem, do conhccimonto cm 2 3 z 5 10 11 12 13 14 Rcsposla do Sr. Bardo dc Wartijo 87 que tonho do Estado, vos indicaroi as medidas que penso po- derom sor tomadas para evitar os estragos tem tom sido fcitos nas necropoles dos nossos aborigenes. Sao ollas: i* — No mound ou cemitcrio do Pacoval da Nagflo, assim como em todos os quo pertoncom ao Estado ou a Uniao, scr absolutamcnte prohibidas as cxcava<;Ocs. 2 ." -Obtor dos particulars, quando nao seja possivel o considerar os mounds como monumentos historicos e portanto propriodade do Estado, quo nfto sejam estragados polos espe- culadores, sem quo antes se tenham entendido com o Estado para os oxplorar. 3- : ‘ Alcan car no orgamento do Estado uma verba annual Para os trabalhos do oxcava no inverno, quando o terreno esta amollecido, podem ellas ser feitas proveitosamente. Tambem remetto de minha parte para o Museu um ma- chado parlido retirado do mound do Sanharao. Um outtyD do mound de Cajueiros. Um terceiro do cemiterio do Rio Grande do Sul, que me foi offcrecido polo pintor Barradas. Por ultimo, rcsta-me agradeccr-vos a distinepao quo me qtiizeste attribuir nomeando-me membro correspondente do Museu Paraense, distine<;ao que pela primeira vez conferistes. Saudo-vos com a maior considera<;. Moeller *couvorabano (Kohlra¬ bi), termo significative c comprehensive! a qualquer loitnr. Surgem estes couve-rabanos em montbes, contem rica porcentage.m de substancias albuminosas e servem de sus- tento a colonia inteira. Da bastantc trabalho as formigas a necessidade imperiosa do mantcrem limpa o livre de todos os . factores projudiciaos esta notabilisima eultura de tao ox- quisito cryptogamo. A semdhantes factores prcjudiciaes per- tenceu m\o so as hypas compridas do proprio Rhozites, mas ainda portpln de inimigos oxtoriores, quaes outros cogu- melos c ccrtos bactcrios, etc. Para so convencer d’isto, basta 1 Nao c o veneramlo Dr. Frit/ Muller, mas outro joven naturalists allemSo, tm wminissiln especial da R. Academia dc Scimcus em Berlim. . loeller Die. I'th-Oaertrn etnigtr siinhmeritanise/ier Ann■isen. Ietia 1893. Glyptovtynnex iu1o saiba d’esta arte. I la, do outro lado, toda a probabilidade quc os membros dos ge¬ neros Ahjcoccpurus e Scricoiihjnncx sejant productores de cogum ellos. O grupo inteiro das Attini e exclusivamente sul-ameri- cano, isto e, neotropical. Supponho que die se originou do genero StruHiigcnys, que esta distribuido pelo ntundo inteiro mediante os generos transitorios Rhopnlothnx c Crratolxisis, de distribuig&o neotropical. Outro grupo de formigas, altamente interessante sob o ponto do vista biologico, e na America do Sul, o genero Eciton (Latreille), - formiga do correct, - ao do Rio de Janeiro, da familia dos Dorylidae. * Bossue sett parente ntais pr<>- ximo no genero . Irn ictus (Shuck.), nas Indias orientaes; uma especie d'este genero porem tambem acha-se no Brazil. An- tigamente, e ainda poucos unites taz, acreditava-so quo os ma¬ chos dos Dorylitlae formnssent uma familia a parte entre os Insectos-Hymennptcros. Shuckard e (lerstaecker tinham en- tretanto allegado certas razees, que tornavam provavol a con- catenarito com as formigas. As provas irrefutaveis, de <|tie os taes htbidus dos entomologos antigos nao sao outra cousa senfio os machos alados dos Eciton, foram fornecidas, ha pou¬ cos annos, pdo I)r. Wilhelm Miiller (irmao do Fritz Muller) e o engenheiro Bothar Hetschko, ambos ontfto residentes cm Blumenau, Fstado de Santa Catharina. As especies do genero Eciton sao formidavcis insectos /)trros , espedalmente *S7 af>hy litiideas. Como acima disse, o Rev. K. W asmann vac escrcver um ti'abalho especial sobre estos inleressantes hospedes. (I)r. G'ocldi.) cm SciELO 10 11 12 13 14 15 .1 l'anna ilas fonniyas do Brazil sumpto, contcndo as suas proprias observagOes feitas no Sul do Brazil — observances estas quo vein a completar essen- cialnionte as do Fritz Muller '. A formiga A. Millleri tom invariavelmente suas residencias nos troncos dens o divididas cm eamaras medianto as separates transversaes, do ccrtas Cecropias, ospocialmonte da C. adrnopus, Todavia Scbimpor observou no Corcovado uma ospecic do Embauba quo nunca contem tal formiga, ao passo quo a C. adenopus e outras, logo quo tenham attingido corto tamanho c corta ida.de a do um anno sao rogularmcnte habitadas pcla A. MilUeri. () quo ha do descoberto acorca d’isto e o seguintc: As fe¬ me; is fecundadas da formiga A. Million procuram corta e de- terminada rogiao, muito dclgada, mode e do pouca espessura, do tronco da Embauba • rogiao quo om cada intornodio con- serva a mesma posicilo furam-n’a e d’esta manoira chcgam a invadir o dco. N’cste depositam a sua criacilo, caso ollas nao sojam pica- das por Ichnoumonidos (marimbondos, parasitarios cm ostado do larva). A abortura d’osta arte -causada fecha-se outra voz, sondo pordm m;iis tardo novamente aberta polas formigas obreiras. Aquolla rogiao do pouca ospossura e uma adaptngilo da plantii a formiga - pois ell a falta as Embnubas nao habitadas por formigas. Estudos anatomicos d’osta rogiao demonstr,im quo a depress'd do broto ondo o buraco e praticado, nao possuc altcracao do tocido nom caractor atrophico. Nota-sc do lado inferior do podtmculo da folha da Cocropia adenopus o ou¬ tras um coxim do cabollos singular, ipio constantemonto so- ereta corpusculo., ovoidos o ricos cm albumina ( •» Corpiasculos do Mueller >). I Vestas secregOfcs silo mui gulosas as formigas Aztcca quo colleccionam-as o dovoram-as; sao a alimentaoao principal d’ollas — facto bent avoriguado por Fritz Miillcr. A Embauba sem formigas nilo possuc os corpusculos do Mtiller. It notorio quo as Embaubas silo bastanto procuntdas o ter- rivolmonto victimadas no Brazil por ccrtas espocios professor (focldi achou regularmentc o Cainpouotus cingulatus (Mayr) nos internodios de bambu no Estado do Rio de Janeiro. 1 Km< ry, Studio monographioo sul Generc Aztcca (Forci) (R. Accad. Scicnzc. Istituto do Bologna, 2" Marzo 1S94.) cm 2 3 z 5 10 11 12 13 14 15 A Fauna das formigas do Brazil Semelhantes cavernas vegetaes silo, do rosto, frequente- mcntc habitadas por differentes formigas o outros inscctos. Importunas pcquenas formigas do casa, quo nilo so fati- gam cm saltoar toda cspocie do provisoes lnimanas o pene- tram em toda parte, silo frequentes nos paizes tropicaos. O Brazil tom sou quinhao, mencionarcmos, por exemplo, o .1 fa- namoriuui Pharaonis (Linne), hospede muito pequeno nos assucareiros, M. omnivorum L, J/. destructor (ferdon),/? Pas maun ia (Forel), Procrtjplocirus (Emery), Crijptoccrus ( E'ttreille), Rhopalothrix (Mayr), Ccratobasis (Smith), Daccton (Perty), Acantliogunthus (Mayr). OS A Fauna das formigas do Frazil Pareceu-me, por assim dizcr, indispensavel, dar a excellente resenha biologica geral do Professor Korol, ainda mais algu- ma expansile, relativamente a iniportancia das formigas na ecoriomiu social do Brazil. Estes insectos, com effeito, ccdo chamaram sobre si a attengao dos primeiros colonisadores e desde esse tempo ate hojc innumeros chronistas e autores tem cscripto sobre o assumpto. Esta relevancia logo salta aos olho!>, se eu lembro do um lado, quo o antigo (iabriel Soares, dedica a elle quatro capitulos do sou interessante livro, cscripto cm 1587, e so frizo de outro lado que, ainda recentemente, o go- Vcrno brazileiro teve de occupar-se, nolens volrns, com a ca- lamidade agricola produzida por ccrtos Eormicides, cujos no- mes estilo na bocca de todos: o leitor brazileiro logo advinha- ra, que me refiro sobretudo as saubas e carregadeiras, Acro- vnjrnicx , (Alta) e as formigas de correcgilo, Eciton. Vale realmente a pena reproduzir aqui um trecho do Tratado descriptive de (iabriel Soares >; e o capitulo 99, que trata das formigas acima salientadas. Muito, diz elle, havia quo dizc'r das Formigas do Brazil, o que si' deixa de fazer tflo copiosamente como se podera fazer, por se excusar prolixidadc; mas diremos cm breve de algumas, comegando nas que mais darnno fazem na terra, a que o gentio chama nssaulm. que e a praga do Brazil, as quaes silo como as gran- des de Portugal, mas mordem muito, e onde Chegou destroem as rocas de mandioca, as hortas das arvores de I Iespanha, as larangeiras, romeiras <■ parreiras. Se estas formigas nan foram, houvera na Bahia muitas vinhas e uvas de Portugal; as quaes formigas vein do muito longe de unite buscar uma roc;a de mandioca, e trilham o caminlm por onde passam, como se fosse gente, por elle muitos dias, e nan salteam senilo de unite, e por atalharem a nan comercm as arvores a que fazem nojo, poem-lho um testo de barro ao redor do pe, cheio de agua, e se de dia se Ihe seccou a agua, ou lhe cabin uma pallia de unite que a atravesse, trazem taes espias que logo sao d’isso avisadas; r passa logo por aquella pallia tamanha multidao d’ellas que antes que seja manha, Hie dan com toda a folha no ehao; e se as rocas e as arvores estilo clioias de matto de re- dor, nan Hies fazem mal, mas tanto que as veem limpas, enmo quern entendc cpie tem gnsto a gente d’isto, saltan 1 n’ellas de unite e dito-lhe com a folha no cliao para a levarem para os formigueirns; a nilo ha duvida senilo que trazem espias polo campo, ([lie levam aviso aos formigueiros; porque se viu mui- 2 3 z 5 10 11 12 13 14 15 A Fauna das formigas do Brazil 99 tas vozos irom tres o quatr-o formigas para os formigueiros e en- contrarerh outras no caminho c virarem com ellas c tornarem todas carregadas e entrarem assim no formiguoiro esahirem-se 9 >go d’elle infinidade d’ellas a buscarem do comer a rocyt, onde foramasprimeiras; ctern tantosardisquofazem espantd. K como so d estas formigas nao diz o muito quo d’ellas ha que dizcr, 6 melhor nao dizcr mais scnflo que so ellas nao foram quo o des- poyoarain inuita parte da 1 lespanha para irom povoar o Brazil; Ppis se da n elle tudo o cjuc sc pbde dcsejar, o que csta mal- di'i'ao impede de maneira quo tira o gosto aos liruncns de plantarem senao aquillo sem o quo nfio podem viver na terra. 1 1 - logo adiante Babriel Soares escrevc: Mas a praga das formigas n 3 .o se pode compadecer, porque se ellas nao foram, a Bahia se podera chamar outra terra de promissilo. Nao estranho, pois, que os primeiros colonisadores ja intitulassem satyricamente a sauba como Key do Brazil . - D'evido as constantes depredaeOes, cm muitas localidades do Brazil, tem- se, no correr do tempo, abandonado quasi totalmentc a la- voura e bem longa seria a enumera(;ao de todos estes casos. An bahia do Rio de Janeiro, a ilha do (iovernador, pdf exem- plo, luctava intensivamentc com esta calamidade. Vi diversos codig, )S de posturas municipaes, no Estado do Rio de Janeiro, quo obrigam, cm paragraph >s ospeciaes, os fazendeiros a ex- tinceao dos formigueiros e a lueta comm uni contra este terri- V( 'l Hagello. l ive tambem ensejo, cm 1884, de ver no sul de Alinas e na zona cafceira, fazendas onde o proprietario obri- gaya os pretos diariamente a apanhar as femeas aladas das s aubas, tendo de depor ;i tarde e de volta do trabalho da ro 9a, na escada da fazenda tan tas e tantas cabequs d’estas for- niigas, com o risco de ver funccionar a palmatoria no caso de nao preencherem o numero obrigatorio. Assim nio admira que o governo brazileiro, durante o se- gundo imperio, promettesse 11m premio avultado a quem des- cobrisso um remedio contra esta praga. E’ sabido que se rc- corm ao sulfureto de carbono e que 11a Formicida , cuja base e formada polo mesmo producto chimico, — foi inventado 1 (o costume d’esta dc atacar o as- s 'iea r pnrecc-me indlear um Tapinoma ou um Cainponotus) e taciahi . 1 'orini ae bic sunt tanto numero, lit a l.usitauis Key do lirazil appcllcntur, ' m Zraf. Hist. ual. lirasiliac ibqX, pan, 252. cm SciELO 10 11 12 13 14 100 A Fauna das fonniyas do Brazil (pelo Barilo do Capancma) um meio deveras activo e effieaz de extinct,'ilo, quando intelligcntemcntc empregado, isto e, com alguma intui<;£lo da disposi<;?lo architectonica de um for- migueiro e um pouco de observai;ilo dos costumes d’estes tci- mosos inimigos da lavoura. O uzo da Formicida (infeliz- mente parecc quo elle ja so apresenta lalsificado no mercado) vae se gencralisando, pelo monos no sul do Brazil, e e do es- perar quo aquellas localidades abatidonadas tornarilo a ser povoadas de novo com gentc quo nilo desanima na lucta. E’ interessante quo a sauba cujas femeas aladas os indios comiam assadasja no tempo de Gabriel Soares, cap. 121 (. ujans s ), cousa que ainda hojc se observa outre os pretos da ro<;a sobe a oleva- coes bastantes grandes, pelo monos ella nos deu bastante que fazer na Colonia Alpina cm Thoresopolis, Serra dos Organs, Estado do Rio de Janeiro, na altura de 800 metros acima do mar. Em S. Paulo occupam-se cm vestir estas femeas de saubas e vendel-as nas lojas de modistas como artigo bastante procu- rado polos estrangeiros; li ha poucos annos um artigo relative a isto 11a re vista parisiense !.u Xatnrc , de G. Tissandier. Sobre os costumes das formigas do Brazil ha um livrinho, cuja existencia nilo quero deixar de accentuar. O auctor 6 pernambucano. Se a redaeeiio se resente d’aquellcs acostu- mados erros e imperfeieoes, nilo hesito cm dar an auctor um cordial aperto de milo, animando pelo menos a boa vontadc (> a louvavel inteneilo. 1 Por este livrinho tive eu, pela primeira Vez, conhecimcnto de um engnujudo acontecimento na historia do Brazil, do processo das formigas instaurado pelos capu- chinhos cm S. I.uiz do Maranhilo. Veja o respective capitulo j>ag. 108 a 114. Da authenticidade do processo e da existen¬ cia dos autos, me imformou ainda recentemente um honrado funccionario publico do Maranhilo, o I )r. Arthur Q. Collares Moreira, Juiz de Direito em Rozario, no mesmo Estado. Finalmente seja ainda accentuado, <|ue ccrtas formigas tern sen papel nas cron^as dos indios do Brazil. E’ s,abide que algumas tribus da Amazonia (Mailing), expOem a sun nmcidado as ferroadas dolorosas da tocandeira formiga colossal, preta, solitaria, que ja eneontrei aqui 110 Para. (Dinoponera grandis). Tern isto por fun provar a coragem e o valor pcs- soal e document.ir assim a virilidade. 2 Para, em Julho de 1894. DR. ]•:. A. GOKI.DI. 1 Jiiiio Alfredo de breitas, KNcdrs.Vs peltu dominion d.i entonwlnoia (c«tudos 0 observav'es sobre as formigas). Recife | SS(>. •’ Martins, Ktliilo^raphic Ameri'aa*. pa". 403. I .cipzig 18(1;. cm 2 3 z 5 10 11 12 13 14 Catnlogo da* forrnit/is Bnizilciras, etc. 101 CAP 1 TULO II CATALOGO SYSTEMATICO DAS FORMIGAS BRAZILEIRAS ATE HOJE C0NHEC1DAS I. Subfam. CAMP 0 N 0 T 1 DAE. Corel Ford. Dull. soc. Valid, sc. tint. (2) XV. So. 1878. p. 3C4 l.“ Tribu CAMPONOTI: Forel Gen. CAMPONOTUS.-Mayr Ifnyr, I'.itrcp. 1 'ot-micid , iU 6 t. p, 25. «. /. I ) Subgen. Camponotus. sens. str. 1) abdominalis Kabr. America do Sul. Formica abdominalis Fabricius, Syst. I'icz. 1804. p. 409. n. 5b. (non La- trcillo). Formica atriccps .Smith, Fatal, Hymen. Brit. Mas. vi. 1858. p. 44. n. 14;. Camponotus tacniatus Roger, Berlin, entom. Zcitschr. vn. 1S63. p. 139. n. 25. -) adpressisetosus Forel. Brazil. (Bahia) Camponotus adpressisetosus Ford, Bull. soc. Valid, sc. nat. (2) XVI. P. 81. 1879. |). 101. 3 ) alboannulatus Mayr. Brazil. (Provincia de Santa Ca- tharina) Camponotus alboannulatus Mayr, Verli. zool. bot. ties. Wien xxxvn. 18X7. p. 511. 4 ) arboreus Smith, Brazil. Ilha de Marajo. I'ormica arborea Smith, Fatal. Hymen. Bril. Mns. VI. 1858. p. 44. n. 148. (non Mayr). 5 ) blandus Smith. Brazil. Santarcm. i'ormica blanila Smith, Fatal. Hymen. Brit. Mus. VI. 1858. p. 43. n. 145. h) bonariensis Mayr. Sul do Brazil, Rep. Argentina. * amponotus Bonariensis Mayr. Amin. soc. natural. Modena ill. l8f>8. p. ibi. n. j. ( amponotus sylvalicus var.?, Bonariensis Mayr. Tijibchr. v. Fntom. XXIII. 1880. p. 23, t amponotus maeulatus st. Bonariensis Emcrv, i. I. 2 3 SciELO cm 10 11 12 13 14 15 102 CaUdpgo das formiyas Ilrazilciras, clc. 7) chartifex Smith, Brazil, Columbia. Formica chartifex Smith, Journ. of Kntom. 1. i860, p» (>8 n. 1. S) cingulatus Mayr, Brazil. (Provincia do Rio) Camponotus cingulatus Mayr, Vcrli. Zool. hot. (ics. Wien XII. 1862. p. 661. 11. 11. 9) clypeatus Mayr, Brazil. 1 mgoa Santa. Camponotus clypeatus Mayr, Sitzber. Aka cl. Wiss. Wien Liu. 1 866. ]>. 4S7. 10) crassus Mayr. Bolivia, Sul do 1 frazil. Camponotus crassus Mayr, Vcrli. zool. hot. (ics. Wien xn. 1862. p. (>70. n. 31. Campotiotus (lexus Mayr, Verb. zool. hot. (Ics. Vien xn. 1862. p. 6;i. n. 33. T. 19. F. 1 St 2. Camponotus scncx si. crassus Ford, Bull. soc. Valid, sc. nat. (2) XVI. p. Si. 1879 p. 99. var. lirasilicnsis Mayr, Brasil, Cayenne. Camponotus Brasilicnsis Mayr, Vcrli. zool. bol. lies. Wien XII. 1862. ]i. 1.71. n. 32. Camponotus crassus var. lirasilicnsis Ford, Bull. soc. Vntul. sc. nat. (2) xx. I\ 91. 1884 p. 346. 11) depressiceps I'orcl, Brazil. Camponolus tlcprcssiccps Ford, Bull. soc. Valid, sc. nal. (2) XVI. P. 81. 1879. p. 106, T. 1. K. 2. 12) depressus Mayr, Brazil.Colonia Alpina, (Rio do Janeiro) Camponotus depri sus Mayr, Sitzber. Akad. Wiss. Wien Mil. l 80 (>. ]>. 487. Tab. F. 1. (-j- 422!) 13) di vergens Mayr, Sul do Brazil. Camponotus divergens Mayr, Verb. zool. hot. ties. Wien xxxvn. 1887. p. 5 >6. 14) egregius Smith, Brazil. Formica egregiu Smith, Calal. Ilymcn. Brit. Mils. vi. 1858. p. 45. 11. 140. 15) fabricii Rog. Brazil, Surinam. Formica.perditor Fabricius, Syst. Picz. 1804. p. 402. 11. 25. 16) fastigiatus Reg. America do Sul. [Bahia e Sul do Brazil) Camponotus arborcus Mayr, Verb. zool. but. ties. Wien XII. 18(12. p. 060 . n. 23. (non Smith) Camponotus fastigiatus Roger, Vorz. < 1 . Formicid. 1863. p. 5 n. 122. var. 'laegelii Ford. Brasilicn. (l’rov. Rio) < amponotus Naegdii Ford, Bull. soc. Vntul. sc. nat. (2) XVI. P. 81. 1879. p. 84. Camponotus fastigiatus var. Naegdii Ford, Ann. soc. entom. Belgique xxx, 1880. |i. 172. 17) femoratus, Fabr. America do Sul. (Amazonas) Formica femorata Fabricius, Syst. l’iez. 1804 p. 397 11. 3. Noi a — () signal t wgnlfun, quo nYslo lugar tlovc §ct intrrc.il.ula uma rspocio rnumerathi O supplement!'. cm .SciELO 10 11 12 13 14 Culaloijo das formiyas Brazilciras, etc. 103 iS) fuscocinctus, Emery. Brazil: (Rio Grande do Sul) CnmpomitUK rubripes st. fuscocinctus Emery Bull. soc. entom. Ital. xix. i«8;. p. 364- 19) Goldii Ford. Provinciado Rio do Janeiro (Colonia Alpina) l.rs Formicidcs dc la province tl’Oran ( Alg6ric)^Bullet. Societe Vaudoisc sc. nat. Veil. 30, X.'" 114 (1894) — Appendices: pag. 43 (T. (com figura do ninho, PI. II. tig. 5). 2 0) koseritzii Emery, Brazil. Rio Grande do Sul Cnmponotus tcmiiscapus st. Koseritzii Emery, Bull. soc. entom. Ital. xix. 1887. p. 36. n. 69. (f 424!) - 1 ) latangulus Roger, Brazil (Para), Surinam. Camponntus ? latangulus Roger, Berlin, entom. Zcitschr. vn. 1863. p. 142. n. 15 (nec Mayr). 22) lespesii Ford. Sul do Brazil e Norte do Brazil. Cnmponotus Lespesi Ford, Ann. soc. entom. Belgique xxx. 1 8S6 p. 169. 2 3) leydigii Ford. Brazil (Bahia), Paraguay. Cnmponotus l.evdigii Ford, Ann. soc.'entom. Belgique xxx. 1886. p. 169. [f 419! 420!] 24) mus Roger. Sul do Brazil, Rep. Argentina. Cnmponotus mus Roger, Berlin, entom. Zcitschr. 1863 p. 143- n - I “- Cnmponotus senex st. mus Ford, Bull. soc. Valid, sc. nat. (2) xvt. P. 81. 1879. p. 98. 2.5) nanus Smith, Brazil. Formica mma Smith, Catal. Hymen. Brit. Mus. VI. 1858 p. 41. n. 140. 2O) niduIans Smith. Brazil, Sao Paulo. Formica nidulans Smith, Journ. of. Entom. t. 18O0. p. 69. n. 2. 2 7) novogranadensis Mayr, Brazil (Rio do Janeiro), Ame¬ rica central, Columbia. Cnmponotus Xovogrnnmlcnsis Mavr, Sit/licr. Akad. Miss. Mien. l.xi. 1S70. jP- 3 T 4 & 380. 2.5) opaciceps Roger. Brazil. Cnmponotus opaciceps Roger, Berlin, entom. Zcitschr. VII. 1863. p. 141 n. 14. [t4*H] 29) pallescens Mayr, Sul do Brazil. Cnmponotus pallescens Mayr, Verb. /ool. hot. ties. M icn xxxvn. 1S87. ]>■ S ' 2 ' 3 °) pollitus Mayr, AmcricadoSul. (Rioateo Norte do Brazil) Cnmponotus pdlitus Mayr, Vcrlt. /ool. hot. tics. Mien xu. 1862. p. f>68. n. 28. 30 propimjmis Mayr, Sul do Brazil. Cnmponotus propimptus Mayr, Verb. /ool. hot. Cos. M'ien xxxvn. 1S87. 1>- ST- 2 3 SciELO cm 10 11 12 13 14 15 Catalogo das formigas limzilrims, clc. 104 32) punctulatus Mayr, Sul do Brazil, Argentina. Camponotus punctulatus Mayr, Annu. soc. natural. Modena, ill. i8b8. p. 161. n. 1. Camponotus tcnuiscnpus st. punctulatus Emery, Hull. sue. entom. Ital. xtx. 1887. p. 365 n. b8. 33) rapax Fabr. America do Sul. Eormica rapax Fabricius, Syst. 1 ’iex. 1804. p. 398. n. 9. 34) riograndensis Finery, Brazil. Rio Grande do Sul. Camponotus rubripcs st. Riograndensis Emery, Bull. soc. entom. Ital. xix. 1887. p. 364. n. 65. 35) ruficeps Fabricius, America do Sul. Brazil inteiro. Formica ruficeps Fabricius. Syst. Pie/. 1804. p. 404. n. 32. Formica bimaculata Smith, fatal. Hymen. Brit. Mus. vi. 1838, 11.50.11. 171 Formica decora Smith, fatal. Hymen, Brit. Mus. VI. 1858. p. 43. n. .144 Formica albofasciata Smith. Trans. Entom. Soc. I.omlon (3) 1. 18(12. p. 29. 36) rufipes Fabricius, America do Sul. Sul do Brazil, Formica rufipes Fabricius, Syst. entom. 1775. p. 391. n. 2. Formica mcidicola Fund. Ann. sc. nat. XXVII. 1831. p. 129. Formica Merrichii Mayr, Verb, zool, hot ver. Wien. III. 1853. p. 113. 37) scissus Mayr, Sul do Brazil. (amponotus scissus Mayr, Verb. /ool. hot. (it s. Wien, xxxvil. 1887* P- 5*8. 38) sericatus Mayr, Sul do Brazil Camponotus sericatus Mayr, Verb. zool. hot. Ges. Wien xxxvii 1887. p. 5 * 5 - 39) sericeiventris Guer. America do Sul e Mexico central, (desde o Rio de Janeiro ate Mexico) Formica sericeiventris (inerin, Duperry: Yoy. C< iipiille. Zool. u. 2. 1830. p. 205. Formica cuneata I’erty, Deled, anim. urtic. Brazil. 1833. p. 134; T. 27. F. 1. 40) sexguttatus Fabricius, America do Sul. Brazil inteiro. Formica scxgttUnla Fabricius, Entom. system. 11. 1703. p. 11. 17. Camponotus sylvalicus var. sexguttatus Mayr, Tijdschr. v. Entom. xxiil. 1880 p. 23. 41) simillimus Smith, Brazil, (Xorte do Brazil) Columbia. Formica simillima Smith, Trans. Entom. Soc. I.omlon (31 1. 1. 18(12 p, 30. f amponotus silvatictis var. simillimus Mayr, Tijdschr. v Entom, xxiil. 1880. I» 23 ' 42) socius Roger, Brazil. f amponotus socius Roger, Berlin, entom. Zcilschr. vn. 18(13. ]i. 140 11. 13. 43) tenuiscapus,.Roger, Sul do Brazil. (amponotus tcnuiunpu.s Roger, Berlin, tnlom. Zeitnhr. vil. 18(13, p. 143. n. 1(1, cm SciELO, 10 11 12 13 14 CulqJor/c> das formulas Brasilciras, etc. 10 ”) 44) trailii Mayr, Brazil. (Amazonas) Camponotus Traili Mayr, Verb. zool. hot. (res. Wien. xxvil. 1X77. p. 868. 45) tripartitus Mayr, Brazil. (Provincia do Santa Catharina) ('ainponotus tripartitus Mayr, Verh. zool. bot. (ics. Wien, xxxvii 1887. p. 5i<). 46) vinosus Smith, Brazil. Formica Vinoxa Smith, Catal. Hymen. Brit. Mas. vr. 1858. p. 42 11. 142. 47) westermannii Mayr, Brazil. ('amponotus Westermanni Mayr, Verh. zool. hot. Gcs. Wien xir. 1862 p. 665. n. 22. Subgen. Colobopsis. Mayr 4S) paradoxus Mayr, Brazil. Colobopsis paradox.) Mayr, Verb. zool. bot. ties. Wien XVI. 1866 p. 887 T. 20. F. 2. 2.- Tribu FORMICII: Forol Gen. LASI US.—Fabr. I'd by. l.yit, 1'irz. l/lno. p. 41 ,f H. 7• 5 ^° n ■ '>■ Gen. PRENOLEPIS- Mayr Aftiyr, i'.itt’i'P* 1'ortniciti. tS6i.fi $J. tt.ji. ,V>) brasilionsis Mayr, Brazil. l’rennlep'u itrasiliensis Mayr, Verb. zool. bot. \V ien XII. 1862 p. (») 7 - n. 1. A i ) fulva Mayr, Brazil. l’rcnolepis fulva Mayr, Verb. zool. bot. ties. Vi ien XII, 18(12. p. 698. n. 2. . 12 ) lonjricornis I.atr. Regiones ealidae orbis terrarum; Brazil. Formica longlcornii l.atn ille. Hist. nat. Fourmis 1802 p, t 1 Formica vajjans Jcrdon, Madras Journ. of. I.ilt. X Sc. XVIt. 1851 p. 124 n. 41. Formica (Tnpinomn) gracilescetis Nylamlcr, Ann. sc. nat. Zool. (4) V. 183!) |>. 73 "• 34- 3 !'• 2 3 SciELO cm 10 11 12 13 14 15 106 Calaloyo das formiyas Brazilcirns, etc. Gen. GIGANTIOPS.—Roger Roger, Berlin, cutout, /.c it sc hr, 17. /6'6 j. />. jtiy, ,5,3) destructor Fabricius, Brazil, Cayenne. Formica destructor Fabricius, Syst. I’icz. 1S04 p. 402. n. 24. Formica solitaria Smith, Fatal. Hymen. Brit. Mm. VI. 1K5.X p. 151. X. 13. 3.- Tribu FLAGIOLEPISII; Forel Gen. MYRMELACHISTA. — Roger Roger, Merlin, entom, Zritsehrift. tS6j. /. t'u. n. 47. ,54) catharinae Mayr, Brazil. Myrmclachista Fatharinae Mayr, Verb. zool. hot. tics. Wien xxxvn. iHSy !>• 52 "- 5.5) jrallicola Mayr, Brazil, Uruguay. M\rmebtchi«ta pallicola Mayr, Verb. /.ool. hot. ties. Wien xxxvn. ittXy. 1 > 52 «- .56) nodigera M;iyr, Brazil. Myrmclachista nndlgcrn, Mayr Verb, zool, hot. tics. Wien, xxxvn lH.Xy p. 52H. Gen. BRACHYMYRMEX.— Mayr .l/'i.rr, Ahhh. sac. nntnnl. Modern lit. tNOti. /. /Z ,. 57 ) admotus Mayr, Brazil. Brovincia de Santa Catharina Brachymyrnicx admotus Mayr, Verb. zool. hot. ties. Wien XXXVII. ihSy. p. 523. 5 ^) coactus Mayr, Am 'rica central, Brazil, Brovincia de San¬ ta Catharina. IJrachymyrmex coactus Mayr, Verb. zool. hot. < ics, Wien XXXVII. l8«S". P- 523 . . 59 ) decedens Mavr, Brazil. Brovincia de Santa Catharina. Itrachymyrmex decedens Mayr, Verb. zool. hot. lies. Wien XXX' n iKHy. p. 521. do) hoori 1 ‘orcl, Am. bor. Texas, Dacota, Colorado, Virginia America central, Brazil: Kuropa. (I lelvetia in Citlidariis) Hracbymyrincx I fieri Ford, D.nltschr, Schweiz. . •)! & <>2. T. I. F. 1;. cm 2 3 z 5 10 11 12 13 Calalogo (las formujas Brazileiras, clc. 107 61) patagonicus Mavr, America meridional e central, Brazil. Brachymyrmex Patagonicus Mayr, Annu. soc. natural. Modena III. i8f>8. p. 164. n. 3. 62) pictus Mayr, Brazil. Provincia de Santa Catharina. Brachymyrmex pictus Mayr, Verb. zool, hot. ties. Wien. XXXvn. 188;. 63) pilipcs Mayr, Brazil. Provincia de Santa Catharina. Brachymyrmex pilipcs Mayr, Verb. zool. hot. tics. Wien xxxvn. 1887. 1 >- 5 ^ 4 ' Gen. ACROPYGA.—Roger Subgen. Rhizomyrma. Forel Forel 1 Transactions Ent Soc. 347 • 64) A Goltlii Forel, Provincia do Rio de Janeiro (zona cafeeira) Acropyga (Rhizomyrma) Gilldii Ford (Fonnicides tie l'Antille St. Vincent’ ■ Transactions of Kntoniol. Society, London, 1893, Part. IV. (I)cz ) pn K . 348. 2. Suiikam. DOLICIIODERIDAE. Forkl / orcI, Hull, soe. / aud, sc. not. ( 2 ) /’. So, iS/S. />. 3^4 • Gen. DOLICHODERUS. Lund, Ann. sc. Mat. XXl/f, iSjt, /. tjo. 65) abruptus Smith, Brazil. (Para) Foimio* Smith, Catal. Hymen. Brit. Mus. Vi. 1H5H. p 45 n. 150 (t 43*0 <>(>) attelaboides Fabricius, Brazil. Provincia do Rio. Formica altdaholdes Fubricius, Syst. entom. 1775. p. 394 n 1 <). by) auromaculatus Forel. Brazil. Dolichodertis auromaculatus Forel, Bull. soc. Vatttl. sc. nat. ( 2 ) XX. P. 91. 1884. p. 350. <| 437U bK) bispinosus Olivier. Mexico, America do Sul e central. Brazil. Formica bispinoia nlivicr, Encyd. method, Infect, vi. 1791 p. 502 "• (,<> - Formica fttngosa I.atreille, Hist. nat. Fourmis 1802 p. t. 33 • !• 4 - F. 20. 1 ‘olyrliachU arhoricola Norton, Amer. Natural. II. 18O8 p. 6t>. T. 2. F. 3. cm 2 3 L. 5 10 11 12 13 14 I OS ('alidojn da s' foi’inii/as Brazilciraa, etc.. 69) decollatus Smith, Brazil. Dolichodcrus decollatus Smith, Catal. Hymen. 1 »rit. Mils. VI. 1858 p. n 2 70) gagates Kmery, Brazil, Para. Polichoderus "abates Emery, Ann. sue. cnlom. France (6) x. 1890 p. (>9 nnin. (f 439! 440!) 7 1 ) gibbosus Smith, America do Sul. Mais no Norte do Bra¬ zil (Matto-Grosso) Formica j;il>l>osa Smith, Catal. Hymen. Brit. Mus. vi. 1838 p. 1 <». n. hit.' T. 2. K. 2. (f 4 .? 2 ! 434 ! 435 b 72) lutosus Smith, America central, Brazil, Columbia. Ama¬ zonas) Formic 1 Into a Smith, Catal. Hymen. Brit. Mus. VI 1838 p. .(>. n 143. Ilypoclinea eingulata Miiyr, Verb. /.ool. hot. Crs Wien Xlt. 18(12 p. 705. n. 3. 73) obscures Smith, Brazil. Formica obscura Smith, Catal. Hymen. Brit. Mils. vi. 1858 p. 42. n. 141. 71) rugosus Smith, Brazil. Kga. Folyrh.ichi. ritjjo.ui Smith, Catal. Hymen. Brit. Mus. VI. 1858 p. 74 * "• 5 H ' (t 433 1 43 /.S>V. / 77) brcvicornis Mayr, Brazil. Amazonas. I.iomctopum brevicornc Mayr, Verh. /ool. but. (i s. Wien XXVll. 18" p. 870. 7 s ) mtilleri Kmery, Brazil. 1 ’rovincia de Santa (‘atharina e Rio de Janeiro. Aztcca instabilis Fr. Muller, Jena. Z'ilicbr. Xaturwiss X. 1876 p. 281 (nee Smith Sc nuct). * 7'l) nigella Kmery, Brazil, Brovincii de Santa Catharina. Aztcca 111oclla Stud, monographic. Mil. i; m, Aztcca Forcl. Mem. An ad. sclent. Bologna. Mayr 1893. Ho) delpini Kmery, Brazil, Matto Grosso. Aztcca Delpini Kmery, Stud, mono^r. Aztcca, etc. 181)3. cm 5 SciELOl, 10 11 12 13 14 Catalogn clu-i fonnigux Brazilcinbi, etc. 10 !) Hi) Trailii Kmcry. Brazil. Amazonas. Azteca '['railii Kmery, Stud, monogr. Azteca. etc. i ^ 93 - 82) sericea Mayr. Guyana. Norte do Brazil. Iridoinynmx suriceus Mayr. Sit/. Bct. Acad. Wien. Bd. 1866. 83) depilis Emery, Brazil, Amazonas. Azteca (bpilis Emery, Stud, manner. Azteca. etc. 1893. 84) lanuginosa Emery, Brazil, Brovincia de Santa Catha- rina. Azteca lanuginosa Kmery, Stud, monogr. Azteca. etc. 1893. 85) bicolor Emery. Brazil, Matto Grosso. Azteca bicolor Emery, Stud, monogr. Azteca. etc. 1893. 86) Mavrii Emery. Brazil. Brovincia de Santa Catharina. Azteca Mayrit Emery, Stud, monogr. Azteca. etc. 1893. 87) crassicnrnis Emery, Brazil. Bara. Azteca crassicornis Kmery, Stud, monogr. Azteca. etc. 1893. 88) angusticeps Emery. Brazil, Amazonas. Azteca angusticeps Emery, titud. monogr. A/.lcca. etc. 1893. 89) trigona Emery, Brazil. Bara. Azteca trigona Emery, Stud, monogr. Azteca. etc. 1893. 90) aurita Emery, Brazil, Bara. Azteca aurita Emery, Stud, monogr. Azteca. etc. 1893. Gen. TAPINOMA. /’'orrs/rr, Hymen. Stmt. /. /•V.fO. / 4 //. j. 9 >) atriceps Emery, Brazil. Rio Grande do Sul. lapinoma (Micromyrma) atriceps Kmery, Hull. soe. entom. ltal \i\. 1887. p. 363. n. 52. 9 -’) melitnoceplitilum Kabricius. Regioncs calidae orbis termrum tin calidariis horti Row), l i rmiea melanoeephala Kabricius, Kntom. system, n. 1793 p. 353 11 13. formica nanu Jerdoq, Ann. \ Mag. Nat. Hist. (2) xin. 1853 p. to8 n. 34. Myrmica pidlueida Smith, Jnuru. 0!. I’roc. I .inn. Soc. Zool. 11. 1837. p. 71 n. 2. formica liimiliarU Smilli, Jottrn. of. l’roe, I.inn. Soc. Zool. tv. i860. •Sttppl. p. 9(1 n. 10. cm 2 3 z 5 10 11 12 13 14 I in Catalogo dn* ftn'mif/as limzilciras, etc. Gen. DORYM YRMEX Afavr, Stfzber. Akad. U'l'ss. II 'ten. I.Ilf. 1866. />. 4<)4. 93) pyramicus Ro^cr. America do Sul e central. Mexico, Texas, Brazil Inteiro. Prenolcpis pyramid Roger, Berlin, entom. Zcitsehr. Vli. 1863. p. 160. n 42 Formica inaana Buckley, l’roc. Entom. Soc. Philadelphia. 1866. p. 165. n. 22. Gen. FORELIUS. Emery , Zei/u/ir. f. 7 viss% Zoo/. X/. I Y. 1888 />. 48y. 94) Mac-cookii Forel (Bull: soc. Vaud. Sc. nat 1 878), Texas Mexico, Brazil. Iridomyrmex Mac-Cookii Ford, Bull. soc. Vaud. sc. nat. XV. 1 ’. 80. 1878. p. 382 (s. descr). Gen IRIDOMYRMEX Afavr. I'rrft. 200 1 . bo(. C.ri V'lrn .V//. Ififij. /. •jaj ti. 10. 95) luimilis Mayr, Brazil, Argentina. I iypoclinea (Iridomyrmex) lmmilis Mayr, Annu. soc. natural. Modena ill. 1868 p. 164 n. 4. (/>) iniquus Mayr, Brazil, por toda parte. Hypoclinea iniqua Mayr. Bil/hcr Accad, Wien l.xi 1870 p. 31)8. 3. Subfam. AMI ’> 1 A'< ) I ’ONER 11 ) A E. Forfi. /■ore/. Annual. Soc. cut. betg. /tfpj, p. 161. Gen. STIGMATOMMA Eoger, Her /in. entom. Zeitichr. tit. /&S9 /• J 8° «• 97) armigorum Mayr, Brazil. Brovincia dc Santa Catharina. Amblyoponera armigera Mayr, Verli. /ool. hot. ties. Wien XXXVll, 1887 !>• 547 . Gen. PRIONOPELTA Afttyr, S/fiber, Akad. JIVss. llVen /.///. /. S00 /. S° 3 < 98) punctulata Mayr, Brazil. (Parana). Priotiopclta punctulata Mayr, Sit/her. Akad. Wiss. Wien i.m. i 860 d. 505. Tab. F. 11. cm 2 3 z 5 10 11 12 13 14 ('nttUo/jo (Z'ts formiyas Ih'uzilciraa, <:lc. Ill 4. Subkam. PONERIDAE. LePELETIER Lt'pcleticr Hist. nut. /nsrct. Hymen. I. 18j 6 p. 18$. 1 .* Tribu PONERIj Forol Gen. CENTROMYRMEX Mayr, Verb. zoo/, hot. Ges. Wien XVI. tit 66 />. bgj. n. ty. 101 ) rogenhofori Mayr, Brazil. Amazonas. lyplllomynnex iHojicnlmfcri Mayr, Verh. zool, hot. lies. Wien Xii. 18(12. p. 737 n. 1. Gen. THAUMATOM YKMEX Mayr, Verh. zoo/, bot Ges Wien XXXV//. tb>Sy /. Sjo. 102 ) mutilatus Mayr, Brazil. Provincia do Santa Catharina. niaiimatoinyrnu'x mutilatus Mayr, Verh. zool. hot. (las. Wien XXXVII. 1887 p. 531. Gen. PROCERATI U M A'i’Xer, /ter/in. entom. /.eitsehr 17/. tH 6 j />. tyt n. 6 l. In 3 ) niicrommatum Roger, America do Sul. ^yphinjjta mierommala Roger, Berlin, entom. Zcitschr. vil. 18(13 p. 17(1. n. (14. Gen. PARAPONERA Smith, Vatu/. Hymen. /Out. J/ ns. 17. i/tyh / too n. 4 ; /'. 7 . 104) clavata I'abridus, America central, Antillae, Colmnliiii, Guyana, Peru, Brasilia, Paraguay. I’ormiia elavatu 1 'ahrtViin,-Sysl. entom. 1773 p. 311) u. iS. I'ormiea spininoila l^treille. Hist. nat. Eourinis 1802 p. 207. T. 7. K. 43. I'"mra ncttlenta l.i'pelctier, Encyel. method. Insert. \. 1823 |i. 184 n. 3. ■’""era tarsal is Perty, Deleet. anim. artir. Brazil. 1833 p. 135. T, 27. K. 2- cm 1 SciELO 10 11 12 13 14 1! Valalogo <1"* fnruiitjnx Hrazilrh'nx, civ. Gen. ECTATOMMA Smith, Cafal, Hymen. Hr it. At ns VI. t$s2 p. 732 (tnamptogenys Ro^cr, Heflin. entom. /eitschr. vii. 1803 p. 173. 1 Ioleopon* ia Mavr. Verb. zool bot.Ges. Wien xxxvil. 1887 I*. 54*). 1." Subgen. Ectatomma s. st. 105) muticum Mayr. Brazil. Ceara. Ectatomma muticum Mayr, Verb. zool. bot. (res. Wien XX. 1870 p. 962. 106) opaciventre Roger, Brazil (Rio do Janeiro), Paraguay. I’antra (Ectatomma) opacivcntris Roger, Berlin. entom. Zcitschr, v. 1861. p. lOy. 107) quadridens Kabricius, Brazil inteiro, Cayenne, Colum¬ bia, Paraguay. Formica quadridens Kabricius, Entom. system. It. 1793 p. 362 n. 58. Kctatommn bruuneu Smith, fatal. Hymen, l’.rit, Mus. VI. 1858 p. 103 n. 2. 108) ruidum Roger, Brazil inteiro, America central, Cay¬ enne, Columbia. Poncra (Ectatomma) ruida Roger, Berl. entom. Zcitschr. IV. 8bo p. 1360. n. 36; Ectatomma scabmsa Smith. Trans. Entom. Soc. London (3) 1. 1. |8(>2 P. 3 '. iocj) tuberculatum Olivier, Brazil. (Norte do Brazil). Ame¬ rica central, Mexico, Columbia, Guyana, Peru. Formica tulierailat.i Olivier, Encyd. method. Insect. VI. 1701 p. 408 n. 4 *. Formica tridentata Faliriclus, Syst. Pie/. 1804 p. 69. Ectatomma lemtgineits Norton, Proc, Essex Itistit. VI. 18I18 Comm. p. 5, Fig. 2." Subgen. Acanthoponcra A/nvr, l’erh . too/, bot. (>rs. Wien XI/. tfdj f>. 7,t3. no) dentinode Mayr, Brazil. Provincia de Santa Catharina. Ectatomma (Acanlbopoiura) dcnlinodc Mayr, Verb. /ool. hot, (les, Wien XXXVIT. 1887 p. 541. aii) dolo Roger, Brazil. Provincia tie Santa Catharina. Poncra dolo Roger, Berlin, entom. Zcitschr. [V. i8(ii> p. 293 n. 20. i 12) mucronatum Roger, Brazil. Provincia do Rio, Matto (i rosso. Poncra mttcronata Roger, Berlin, entom. Zcitschr. IV. i860 p. 299 n, 2). cm 1 5 SciELOl, 10 11 12 13 14 ('ultilnr/n iIik furi/iiijiis linizilrirtt ■>', o/c. 3." Subgen. Gnamptogenys A Herlin. entom. /.disc hr. 171 . lS'tj. />. .'74 . 113) concinnum Smith, Brazil (Santarem). America central, Peru. « Ectatomma concinna Smith, Catal. Hymen, Brit. Mils. VI. 1858 p. 163. n. 3. 11 l) continuum Mayr, Brazil. Provincia de Santa Catharina. Ectatomma continuum Mayr, Verb, /.ool, bot. (ics. Wien XXXVII. 1887 1 >. 544 . 113) interrupturn Mayr, America do Sul. Ectatomma interru])tum Mayr, Verb. zool. bot. Ges. Wien XXXVII. 188; 1 »- 543 . 116) lineatu'm Mayr,Brazil. Amazonas. Gnomptogenys iineatn Mayr, Verb, zool, bot. (res. Wien X\ r . i8;o p. 964 & 9(15. (f 402!) 117) rastratum Mayr, Brazil, Costa Rica. Eclatoblinn rastratum Mayr, Verb, zool, lint, Ges. Wien XVI, 186b p. 890. 118) rimulosum Roger, Brazil. I’onera rimulosa Roger, Berlin, entom. Zeitscbr, V. 1861 p. 18. v.ir. anmilatum Mayr, Brasil (Santa Catharina). Kciatomma rimulosum var. anmilatum Mayr, Verb, zool. bot. Ges. Wien Vll. 188; p. 543. Mo) sulcatum Smith. Brazil. (Kga). I’onera sulcata Smith, Catal. Hymen. Brit. Mus. vi, 1858 p. 99 n, 5b. 120) tortuolosum Smith, Brazil. I’onera tortnolosa Smith, Catal, Hymen, Brit. Mus. VI, 1858 p, 99 11. 55. (nec. Smith, 18O3). 4." Subgcn. Holcoponera Mayr. I'erh. .(> 11 /. /'a/ ties. II ten .\.\.\ l II. /. 54°. 1 2 1 ) striatulum Mayr, Brazil. (Provincia do Santa Catha¬ rina e Norte do Brazil), Cayenne. 1 »namj)inj»c*nys slriatlila Mayr, llonu* soc. » ntom, Ross. Xvill, 1884 ]>. 4 -. Gen. DINOPONERA ftoffrr, Her Jin, entom. /rituhr. I*, /. .17 ■ n. fi. 12 2) gramlis Guerin, Brazil intoim, Peru, Paraguay, ('«*- lumbia. i’onera gramlis Guerin, Duperrev: Voy. Coipiille, Zool. II. 2, 1830 p, 206. i’onera gigantra i’erty, Deleet. anim, arlie. Brazil. 18(3. p. 135. I. 2;, *. 3 . 114 Culalor/o das [nr mi flux Brazilciras, rlc. Gen. PACHYCONDYLA Smith, Catal, Hymen., lint. Mm. VI. /. roj, n. 7; T. 7. 123) apicalis LatK Brazil. Formica apicalis l.atr. Hist. nat. Fourm. 1802 p. 204. 12.4) carbonaria Smith, America do Sul. I’oncra carbonaria Smith, Catal. Hym n, Brit. Mu;, VI, 1.858 p, 97 11. 50. 125) carinulata Roger, Brazil. Rio Grande do Sul. Cay¬ enne. I’oncra carinulata Roger, Berlin, entoni. Zitschr. v. 1861 p, 4. n. 51. 126) crassinoda Latrcille, Brazil (Norte do Brazil), Peru, Cayenne. Formica crassinoda Latrcille, 11 i ;t nat, Fourmi; 1802 p. 198, T, 7. F. 41 A & D. 127) flavicornis Fabricius, Brazil, Cayenne, Columbia, Ame¬ rica central. Formica llavicorni; Fabricim, Suppl, entom. system, 1789 p. 280 n. 38 & 39 - var. obscuricorni; Emery, Brasil (Para), Costa Rica, Pachycondyla flavicornis var, obscuricornis Emery, Ann, soc, entom, Fran¬ ce (6) x. 1890 ]>, 58). 128) harp ax'Fabricius, America do Sul, Brazil, (Matto Grosso) Columbia, Mexico, Guyana, Paraguay. Formica hnrpax Fabricius, Syst. Pie/. 1804 |>. 401 n. 23, Pacbycomlyla Montezuiui.i Smith, Catal. Hymen. Brit. Mus, VI. 1858 p. 108 n. 10. Pachycondyla Orizabana Norton, Proe, Essex. Instil. VI. 18(18 Comm. p. 8. 129) in versa Smith. America do Sul. Rio Napo. Poncra inversa, Smith, Catal. Hymen, Brit. Mus. VI. 1858 p. 96 n. 48. 130) laevigata Smith, Brazil, (F.ga), Costa Rica. Poncra laevigata Smith, Catal, Hymen. Brit. Mu;. V|. 1858 p. 98 it. 52. Pachycondyla gagatina Emery, Ann. soc. rntoni, France. ((1) 1890 p, 71 n. 7. & p, 75 n. 3. 131) luteola Roger, Brazil, (alto Amazonas), Peru. Poncra luteola Roger, Berlin, entom. Zcitschr. V. i8(,i p. 166. 132) marginata Roger, Brazil, (S. Joan del Key), Paraguay. Poncra marginata Roger, Berlin, entom. Z., it, dir. v. t8bl p. 8 n. (>4, cm 2 3 z 5 10 11 12 13 14 < '«lu!ot/n iki-i fonnitjas Hrazileirm, ale. 115 1,33) pallipes Smith, America central, Brazil. (Para). Colum¬ bia, Guyana. P'lncm pallipes Smith, Catal, Hymen. Iirit. Mus. vi, 1858 p. 98 n. 53. (non p. 87 n. 16.) l'onera cretiatft Roger, Berlin, entom. Zeitschr. v. 1861 p. 3. var. moesta Mayr, Columbia. Paehycondyla moesta Mayr, Sitzber, Akad. Wiss. Wien l.xr. 1870 p. 305 & 30 7 - I'adiycoildyla crcnata var? moesta Mayr. Verb. zuol. but. Ges. Wien VJt. 1887 p. 534. ’ 34 ) striata Smith, Brazil, (Provincia do Rio c Santa Ca- tharina), Paraguay. Paehycondyla striata Smith, Catal. Hymen. Brit. Mas. V[, 1858 p, 10611.3. ■ 35 ) unidentata Mayr, Brazil, America central, Columbia, Guiana, Cayenne, Costa Rica. Paehycondyla unidentata Mayr, Verb. zool. hot. Ges. Wien XII 1862 p. 720 n. 2. 13O) villosa Pabricius, Brazil intciro, America central, Me¬ xico, Columbia, Guyana, Peru, Paraguay. Formica villosa Fahrieius, Syst. Picz, 1804 p. 409 n. 55. l’onera bicolor Guerin. Iconogr. regn. anim. VI. Insect. 1845 p. 242 n. 2. l’onera petlunculata Smith, fatal. Hymen. Brit, Mus, VI. 1858 p. 96 n. 46 T. 6. F. 25. 137) Obcrthiiri I uncry, Para. Paehycondyla obcrthiiri Emery, Ann, soc. cnt. France Juillet 1890. Gen. PONERA. l.ohciller, Hist, not. ('rust. £"* Insrct. 11’. /. tfiSs* />. /v39) constrictu Mayr, Brazil, (Bahia), Cayenne. I'uiura constrieta Mayr, Home soc, entom. Ross, XVII. 1N84 p, 31. L’oii' i.t J«iv< phi Ann. sec, niinm, J! clique XXX. 1 880 ('. R. p, xi.l. 1 |o) distinguenda luiiery, Brazil (Matto Grosso), Venezuela, I ’araguay. l’onera dUtingucnda Emery, Ann, hoc. entom. France (6) x, 1890 p. 61 ■I 1 ) lorelii Mayr, Brazil, (Provinciti tie Santa Catharina). l’onera Fordo Mayr, V11I1. zool. hot. Ge.r. Wien xxxvil. 1887 p. 534. ’ I-) linearis Smith, Brazil, (Santarom). l’onera linearis Smith, Calil, Hymen, Brit, Mus, vi. 1858 p, 96 n. 47, cm 2 3 z 5 10 11 12 13 14 110 ( 'ulii,h)i/n ilax fonihiijax lli'azilrirax, r.lc. 143) mordax Smith, Brazil, Provincia do Rio dc Janeiro. Poneni mordax Smith, Catal, Hymen, llrit. Mus, VI. 1858 p. 98 n. 54' 144) opacicops .Mayr, Brazil. Santa Catharina. Poncra opacipes Mayr, Verb. zool, bot. Gar. Wien XXXVII, 1887 p. 53R 145) trigona Mayr, Brazil, (Santa Catharina). Antilhas. Poncra punctfltiwlma var. triton a Mayf, Vrrli. /ool, bot, Ges. Wien, XXXVII 188; p. 537. i (6) stigma Fabricius, (Norte do Brazil) America central c meridional, Mexico. Formica stigma Fabricius, Syst, Pivz. tSoj p. 400 n. 18. 1 ’oncra ipiadridcntala Smith, Journ. of. I’roc. l.inn. Sue. /.ool. III. 1858 p. 143 »• 4 - Poncra Americana Mayr, Verb. zool. bot, Ges. Wien \ll. 18(12 p. 722 n, 3. Gen. BELONOPELTA. ^^nyr ) Si/zbcr. .i/ouf. VVss, ll’irti I.XI. /. / e y / Tub. h\ // a. b. i 17) enrvata Mayr, Brazil, Santa Catharina. Bclonopclta enrvata Mayr, Verb. zool. but. G.m. Wien xxxvtt. 1887 p. 532 2.“ Tribu CERAPAOHYSII Forol Gen. SPHINCTOMYRMEX. Trr/t. znot. bot. C/o*. ItVnt X.Y. r.Vyn. /. . 7/ //. //. Subgen. Leptogenys. sens. str. 152) falcata Roger, Cuba. Brazil, (Norte do Brazil). Leptogenys falcata Roger, Berlin, entom. Zeitschr. v. 1861 p. 42 n. 123. 153) unistimulosa Roger, Brazil. Leptogenys unistimulosa Roger, Berlin, entom. Zeitschr. vn. 1863, p. 175. n. (>3. Subgen. Lobopelta .1 /tivr, I’trli. zoo/, hot. Ces. Wien XI/. iS6j, />. 7jj n. 14. 1 .5 I ) crutlclis Smith, Brazil. Rio de Janeiro. l’oncra crudelis Smith, fatal. Hymen, Brit, Mas, VI. 1858 p. 97 n. 49, T. 0 . F. 23 & 24. 4 .* Tribu ODONTOM/tCHII Mayr Gen. ANOCHETUS. Mnyr, Euvo/t. Formieitf. iSfit /> yj n /■>-, Subgen. Anochetus. sens str. 1.3,3) altisquamis Mayr, Brazil. Santa Catharina. Anochetus nltiupiamis Mayr, Yerli. zool. hot. ties, Wien xxxvil, 1887 p, 529. [f 41b!] Subgen. Stcnomyrmcx. A/nyr, IVrh. si »»>/. />»■/. Ces. M’ien XII. rS'u /. 7// //. j. 156) bispinosus Smith, Brazil. Kg.i, Oilontoniaclms hispinoms Smith, fatal. Hymen. Brit. Mus, vi, 1858 p. 199 n. 15. 1 . 37 ) em.irginatus Kabricius, America do Sal, Columbia. X<>rto do Brazil. Myrm-cia cmurginntn Fabricius, Sysl, l’i v. i8oj p. 426 n. It. • Idontomachui iptailri'pino ms Smith, fatal. Hymen. Brit. Mus, VI. 1838 1>. 7 s n. . 3 . I', 3. cm 2 3 z 5 10 11 12 13 14 11 8 ('alaktt/u da .s fonnujas llrazilvimx, ale. Gen. ODONTOMACHUS. La tret lie, Hist, //at Crust. tV ///serf. IV. 1802. />. nti; XIII. 1S05, />. 257, //. 364. 158) affinis Guerin, Brazil. (Por toda a parte, espccialmcntc no Sul). Oduntonaduis aflinis (iucrin, Icdnogr. r6ga. anim vit. 1845. P' 4-3 "• 159) chelifer hatreillc, America central, Columbia, Peru Brazil intciro. Formica ehdifcra I.atreille, Ilia. nat. Fourniis 1802 p. 188. t 8 F. 51. \- var. leptoccphalus Emery, Brazil. Odontomaclius chelifcr var. leptoccphalus Kmcry, Bull, soc, cntom. Ital. XXII. 1890, T. 5. F. 2. 160) hastatus Fabricius, America do Sul, Costa Rica, Co¬ lumbia, Peru, Brazil (Parte do Norte) Myrmecia ha-stata Fabricitts, Syst. I’iez. 1804 ]). 426 n. 9. Odontumadius maxilloris Smith, Fatal. Hymen. Brit. Mus. 1858 p. 77 11. 4. X 5. F 12, 14. 161) haematodes I.. Brazil inteiro'; forma cosmopolitica cm todos os paizes tropicos. Formica liacmatodn I. Syst. Nat. 1758 p, 582. 162) pubcscens Roger, Brazil. (Parte do Norte) Odontomaclius haematodes var. pubcscens Roger, Berlin, cntom. Zcitschr. V. I86t p. 25. 5. SUBFAM. DORYIJDAK SlIUCKARD Shttckard, Ann. ’of. Nat. Hist. V. tSjo />, ititl. Gen. ECITON. La tactile, Hist, nat Crust. Cn Insert. /!'. iSoj f>. tj>>; XIII. /.V.<_•» /. jjS ti. j6ri. Mnvr, UVru. cutout. Xeitg. i\ t fifth. f> jj. Ely mol. vbscura, Lab idtts /urine A our. rrtet/t. ctuss. Hymen. 1S07 />. 282. 163) angustinode Kmcry, Brazil (Rio Grande do Sul). Ed ton Hpt.schkoi Kmcry, J »nM. soc. cntom, ftnl xix. 1887 p. 333 (net. Mayr). 164) atriceps Smith, Brazil, (Kga), I .abides atriceps Smith, Fatal. Hymen. Brit. Mus. VII. 1859 p, 5 n. (1 165) burcliellii, Westwood, America central, Brazil inteiro. 1 . abides Burcliellii Westwood, Arrau. > niom. 1 2, 1842. p. 74 n. 2, T. 20 F. 1 (f 414!). cm 2 3 z 5 6 10 11 12 13 14 15 ('ataloi/o da. s' fnvmitjaa Itrazilcims. etc. 11 !) 166) cristatum Andre, America do Sul. Ecitnn cristatum Hr. Andre', Rev. d’entom. vilt. 1889 p. 223. i (>7) d’orbignyi Shuck, America do Sul. Lnbidiu D'Orhignyi Shuckard, Ann. of. Nat. Hitt. v iS)o p. 259 n. 7. i d8) erichsonii Westwood, Brazil. Labidus Ericlisnnii Westwood, Arcan entom. 1. 2. 1842 p. 77 n. 19. 169) esenbeckii, Westwood, Brazil, (Rio), Costa Rica. Labidus Esenbeckii Westwood, Arcan. entom. >. 2. 1842 p. 75. T. 20. F. 4. 170) fargeauii, Shuck, Brazil. I-abidus Latrcillii Lcpelctier, Hist. nat. Insect. Hymen. 1. 1836 p. 229. n. r. (neejur. & and,). 171) fonscolombei, Westwood, Brazil, Paraguay. Labidus Fonscolombii Westwood, Arcan. entom. 1. 2. 1848 p. 70 n. 1. 172) forelii Mayr, Mexico, Panama, Columbia, Cayenne. Brazil, (Guyana Brazileira) Uruguay, Eciton bamata Smith, Trans, Entom. Sot. London (2) nr. 4 1855 p, i(,i n. 1. X. 13 F. (> & 8 (p. p.). Eciton rapax Smith, Trans, Entom. Soc. London (2) in. 4. 1855 p. 163 n. maior, (ncc. minor). ' 7 -l) gravenhorstii, Westwood, Brazil. (Guardamor). Labidus Gravenhorstii Westwood, Arcan. entom t. 2. 1842 p. 76 11. 13. 17 )) guerinii, Shuck, Brazil. Labidus Guerinii Sluickard, Ann, of, Nat. Hist V. 1840 p, 307 n. 7, 8. 17,3) halidayi, Shuck, S. Paulo. Labidus Latrcillii lialiday, Trans, Linn. Soc. London, xvn, 3. 1836 p.328. (nec, Jurine). 17O) hamatuni, h’abricius, Norte do Brazil, Cayenne. Costa Rica, Mexico, Panama, Columbia. Formica bamata Fabrlchls, Spec. Insect. 1. 1781 p. 494 n. 36. Eciton curvidentntum Hlantliard, Ilia. nat. Insect. 111. 1840. p, 383. Felton drepanophorum Hale a Natural. Amazon. 11. 1803. p. 358. 177) hartigii, Westwood, Brazil, (Rio de Janeiro, Santa Ca- tharina, Pernambuco). Labidus ltarti^ii Westwood, Arcan. i ntom. 1. 2. 1842. p. 75. T. 20. F. 3. 178) hetschkoi Mayr, Brazil, (Santa Catharina). Eciton Hctscliltoi Mayr, Wien, entom. Zcit”. v. 188b p 33 (nec Emery). 179) hopei, Shuck, Brazil.’ Labidus Hopei Shuckard, Ann. of. Nat. Hist. V, 1840, p. 258 n. (>. 180) illigeri. Shuck, Brazil. Labidus llllyori Shuckard, Ann. of. Nat. Hist. v. 1840. p, 347. n, 3, 4. cm SciELO 10 11 12 13 14 15 120 I'utalof/n tins forui-it/m limzileinm, ('If. 181) jurinoi, Shuck. Brazil. (Parte do Norte) I.abidus Jurinii Shuckard, Ann. of. Xnt. Hist. V. 1840. p. 198. 11. 2. 182) latreillei, Jur. America do Sul. Brazil, I.abidus Lalrcillii Jurine, Nouv. nielli. das. Hymtn. 1807 p. 283. (nec Ha- liday, nec. l’crty). var. Scrrillci Westw. America do Sid. I.abidus Scrvillci Westwood, Aram, cntoni. 1. 2. 1842 p. 75 n. 5. T. 20. 183) legionis Smith, Brazil. (Amazonas). Kciton legionis Smith, Trans Entom. Soc. London (2) ill, 4, 1855 p. 146 n. 77 (ncc Mayr 1865). 184) lugubre Smith, Brazil. i Ancylognathus lugubris Lund, Ann. sc. nat. xxm. 1831 p. 121 (nec Ro¬ ger s. descr.). 185) onjnivcrum, Olivier, America do Sul e central, Me¬ xico, Texas, Santa Catharina, Rio Grande, Rio de Ja¬ neiro, etc. Formica omnivora Olivier, Encycl. method. Insect. VI. 1891 p. 496 ti. 28 (exd. synon.). Formica coeca Latr. Hist. nat. Four 1802. p. 270, T. 9 f. 56. Kciton vastator Smith, Jottrn. of. entom 1. i860, p. 71. n. 1. ,\ycleresia coeca Roger, Berlin, entom. Zeitschr. V. 1861. p. 22. n. 76. 186) pertyi, Shuck, Brazil. I.abidus l.atreillii I’erly Delect, anim. attic. Bftt7.il 1833 p. 138 T. 27. (F. It (ncc Jur. & auct.). 187) pildsum Smith, Brazil, Guyana Brazileira, Paraguay. Mexico, Guatemala. Kciton pilosu Smith, Fatal. Hymen. Brit. Mint. VI. 1858 p. 151 n. 7. Kciton elavicornis Norton, Trans. Amcr. Kntom. Soc 11. 1868 p. 4(1 n. 52, 188) praedator Smith. America do Sul, Mexico, Nicaragua, Columbia, Brazil intciro. Formica omnivora Kollar, i’ohl: Reisc in Brazil. 1. 1832. p. 114, F. It. (nec Olivier) [t 41 5 ! ]. 189) quadriglumc, llalidav, Brazil, ( Rio do Janeiro, Rio ( irande do Sul). Attn qundriglumis lluliday, Trims. Linn. Soc. London. XVII. 3. 1836. p. 328 n. 50. Kciton lugubris Roger, Berlin, entom. Zeitschr. Vlt. 1863 p. 203 11. 3 (nec Lund ). iqo) rapax. Smith, Brazil, (Amazonas, Para, Santarem, Mat- to Grosso), Peru. Kciton rapax Smith, Trans. Kntom. Soc. London (2) ill. |. 1855 p 11,3 n. 4. (T. 13. !•'. 3 & ezd.). cm 2 3 z 5 6 10 11 12 13 14 15 Fiilaloi/ii rlnx jiirniiija^ llrazilrir.ix, dr. tgi) romandii, Shuck, Brazil. Paraguay. Labidu; Romandii Shuekard, Ann. of. Nat. I list.' v. 1S40 p. 261 11. 9. 192) schlechtcndtilii Mayr, America do Sul. Ki-iton Sehlvhtemlali Mayr, Vcrh. zool. hot. (i s. Wien. xxxvit. 1887 (p 55 * )• 19,3) smithii D. 'I'. Brazil. (S. Paulo). I.abidus pilostis Smith, Catnl. Hymen. Ilrit. Mih. vit. 1859, p. 7. n. 9. .Eciton. Smilhii Dalla Torre, Wien, entom /cilj;. xi. 1892 |>. 89. 194) spinolae, Westwood, Brazil. (Caigara), Peru. T.aludus Spinolae Westwood, Arcati. entom. 1. 2. 1842 p. 77 n. 14. 19,5) swainsonii, Shuck, Mexico, Brazil, (Para), Paraguay. I.abidus Swainsonii Sliuckard, Ann. of. Nat. Hist. v. 1840 p, 201 11. 5. 196). vagans, Olivier, America central, Brazil, (Parte do Nor¬ te) Columbia, < uiyana. Formica varans Olivier, Encycl. meth >d. In.ect. Vi. 1791 ]). 501 11. 54. Eciton siir.illima Smit’.i, Tran*. Entom. S >c, London. (2) III. 4. 1855]). l() ( II. (). 197) walkeri, Westwood, Brazil, (Meia Ponte). Labi dm Walkeri Westwood, Arran, entom. I. 2, 1842 p. 77. n 17. Gen. AEN ICTUS. Shndtdrt/, Ann. if. AW, lliit. /*. t6'r° /• 360. Ford, Ann. .tor. entom. flel^itjne. XXX/l l8<)0 C. A’, f. ('//. 19S) paehycorus, Smith, America do Sul? Eriton pacliycerus Smith, Calai. Hymen, lirit. Mus. Vi, 1858 p. 153 it, 9. h. Sui’.i am. MYRMICIDAK I.kpklki ikr. I.f(H' h'tici\ Hist. n it. Jus. //» inmo/it. /. itijrt. Gen. PSEUDOMYRMA. l.“ Tribu PSEUDOMVTtMlI Forol /.mnt .Ion 11 . no/. XX///. tXjt p, ij?. 199) advena Smith, Brazil. I’.'iidemryma advena Smith. Trans. Entom. Sue, l,otidon(2) ill. 183;. I'. 13. K 9 fit 11. 200) agilis Smith. Brazil, (S. Paulo). P, ndomyrnu agilis Sniilli, Jonrn. of. Entom. t. lS6u, 11. 70. 11. 2 ( j (03!). cm 2 3 z 5 6 10 11 12 13 14 15 Cnlalnijn tin x fonnu/nx llr/izilrirtix, rlr. 201) atripos Smith, Brazil. l’seudoinyrma stripes Smith, Journ, of. Entom. i. 1860. p. 70. n. 4. Brasil. 202) an clou in ii. Bund. America do Sul. Condylodon Audouini J.und, Ann. sc. rat. xxm. 1831. p. 131 (sine dcscr.) 203) canescens Smith. Brazil. Obydos, I’seudmnyrma canescens Smith, Trans. Kntom. Sot:. I.ondon 1874 p. 6h n. .55 204) cladoica Smith, Brazil. (Kga). I’seudomynna clndoica Smith, ('at.d. Hymen. Brit, Mus. vi. 1858 p. 137. n. 17. T. 13. F. 12. 203) concolor Smith, Brazil. (S. Paulo). I’scudnmyrma concolor Smith, Journ of, entom, X. i860 p, 70. n. 3. 206) ejecta Smith, Brazil. (Para, Matto (irosso) I’sctulomyrma ejecta Smith, Catnl. Hymen. Brit. Mus. VI. 1858 p. 137.11. 14. 207) clegans Smith, Brazil, (Para), Columbia, ote. 1 ’scudomyrmu elejjnns Smitli, Fatal. Hymen. Brit. Mus. vi. 1858 p. 133 ti 6. 20,S) faber Smith, Brazil. (liga). l'seudoinyrma faher Smith, (ratal. Hymen. Brit. Mus. w. 1S38 p. 137 n. 16 T. 13. F. 11. 20 (j) filiformis, Kabr. Brazil. (Villa Nova). Formica lililormis luihridus, Syst. l’iez. 1804 p. 405 11. 42. IVcudmnyrma cephalica Smith, fatal. Hymen. Brit. Mus. VI. 1858 p. 133. n. 9. T. to. F 25 tV 20. 2in) flavidula Smith. Brazil inteiro. l'seudoinyrma. flavidula Smith, fatal. Hymen. Brit. Mus. vi. 1858 p. 137 n. 15. 211 ) gracilis, Kabr. America do Sul e central. Brazil in¬ teiro. Formica gracilis Fahticius, Syst. I’ie/. 1804 p. 403 n. \u. l’seudoinyrma hicolor Guerin, Iconogr. re(;n, anim. Vll. Insect. 1843 p. 427 n. 1. var. scricata. Smith, Brazil, Amazonas. I’scudoniyrma sericatti Smith, Trans. Knlom. Sue. I.ondon (:) III. 4. 1833 p. 130 n. 3. l’seudoinyrma gracilis stricata Kmerv. Bull. Soc. Fnloin, ltal. xxil. 1899 p. ho. I'. 5. F. 18. 212) latinoda Mnyr, Brazil. (Amazonas). I’seudomyrmn latinoda Majr, Veth. zool. hot. ties. AVim, xxvtl. 1877 p. 877 213) lev iceps Smith. Brazil. (Bara). i’scudomyrma lneviceps Smith, Trans. Soc. Kntom, I.ondon 1877 p. 63 n . 4 j. cm 2 3 Z 5 6 10 11 12 13 14 15 ('alalojo tins f< 11 tit/as llrazilciras, etc. 1-3 - 14) laevigata Smith, Brazil. (Ega). • Pseuclotnyrma laevigata Smith, Trans, Kntom. S London. 1877 p. O2 n* 41. ' 215) maculata Smith, Brazil. (Amazonas). I’seudontyrma maculata Smith, Tram, Kntom. Sue. London. (2) 111. 4. 1S55 p. 158 n, 4, - 16) mandibularis, Spinola, Brazil. (Para). I.cptalea mandibuluris Spinola. Mem. attend. sc. Torino (2) xiu. [851 p. 08 n. 50. 217) -monochroa I). T. Brazil. I’scuilomynna unicolor Smith, Trans. Kntom. Soc, l.ondon 1877 p. 08 n. 60. 218) mutica Mayr. Brazil. (Santa Catharina). I’scudomyrma mnti.a Mayr, Writ. zool. Hot. (In. Wien, xxxvil. 1887 p. O27. - 1 9) ntutilloides Emery, Brazil. (Bahia). l’.scudontyrma mulilloid u Kmcry, Bull, sue, efltOm, Uni. xxn. 1890 p. Ot. T- 5 ' P. 23. 220) nijrricops Smith, Brazil. (Santarem). l'seuilomyrmn ni^riceps Smith. Trans. Kntom. Soc. London. (2) in. 4. 1855 p. 159. n. 7. 22 1) oculata Smith. Brazil. (Amazonas). I’scudomyrma oculata Smith, Tram Kntom So. - , l.ondon 12)111.4. 1 855 p. 159 11. 8. 222) penetrator Smith, Brazil. (S. Paulo). I’scmlomynna penetratof Smith. 'Tram. Kntom. So;. London 1877, p. (>'> n. 5 ( >. ' 223) perforator Smith. Brazil. (Egti). I’scudumyrma perforator Smith, Journ. of enlom. 1. i8n-i p, 69 11. 1. 22 |) phyllophila Smith, Brazil. (Rio do Janeiro). l’suudomyrma phyllophila Smith, fatal. Ilvmen. Brit. Mus. vi. 1K4X p. 151, n. 14. * 225) rufa Smith, Brazil. (Amazonas).' l’seudomynna rufa Smith, Tram. Kntom. S 0 . London. 1877 p. (.4 48. 226) sedula Smith, Brazil. (S, Paulo). l’seudomyrma sodul.t Smith, Tran,. Kntom. See. London. 1877 p. (17 n. 57. 227) simplex Smith, Brazil. (S. Paulo). IVudoniyrma simplex Smith. Tram. Kntom. So . London 1877 p. i,| M . 50. 228) m 111 ami for a Emery, Brazil. (Rio Grande do Still. i’seudomyrina "iai'ili< si. squamifera lintery, Bull. soc. uniom. Ital. xxit. >8i)o p. (10. T. 4. K. 20. cm SciELO 10 11 12 13 14 15 I 'lh I iilaini/u . ./fi n. y. 23 7) omnivorum, l.inne, America do Sul. Formica omnivora l.inne, Sysl n.it. Kd. 10 a. 1 y58 n. 11. 23H) pharaonis, l.inne, Regioncs calidae e temperatae orbis terrarum. Formica pharaonis Lima'-, Sysl. nat. led. to A 1, 1758 p. 580 n. 7. Formica Aittijpi iisis laitieilie, Hist nat, Foitrinis 1802 p. 283. Myrndea molesla Say, llo, ton Jmtrn. Nat. Ilia. I. 3, 183(1 p. 203 n, (», Alla niinnla Jenlon, Madras Journ. of. Lilt, \ Sc, wii, 1831 p 105. Diplorhoplutn fitpax Lucas, Ann. wr, eiitoni, France (3) VI 1838 Bull. p. I XSSI (me Muyr allot.). cm 1 2 3 SciELO 10 11 12 13 14 15 l.'ululoi/i) tilts funtt it nix Hrttzilcirtts, etc. '239) rastratum, Mayr, Brazil; (Santa Catharina). Monomorium rastratum Mayr, Verh. zool. Hot, ties. Wien, xxxvtt. 1 88“ ]:, 615, n. 12. 240) destructor Jordon, zona torrida orbis torrarum. Atta destnictiir J erdon Madras, Journal, of. Lit. and. Sc. 1851, Myrmica vaslator et. Myrmica, basalts Smith cat. brit. Mus. 1858 p, 123 ct. 125 (t WO. 241) floricola Jordon, zona torrida orbis torrarum. Atta florida Jrrdon Madr. Journ, I it. et sc. 1851. Monom. speculnrc Mayr, 1866, Gen. ALLOMERUS. Mayr, Vcrh. tool. Hot. Ges. Wien . XXI'//. /&’?/ />. S/j. 242) dcccmarticulatus Mayr, Brazil. (Amazonas). Allomerus d«ccmartiadatn.; Mayr, Vcrh. Zoo]. Hot. (res. Wien. XXVII. 18;; !’. 873 - 243) oetoarticulatus Mayr. Brazil. (Amazonas). Alhinicrus oetoarticulatus Mayr, Verh. Zool. Hot. lies, Wien. xxvn. 18" 244) sop to m ar tic u 1 at u s Mayr, Brazil. (Amazonas). AIIoiiutus scpicmarticulaUw Mayr, Vcrh, /ool. Bot. (*cs. Wien, xxvn. 1877 P- 874 - Gen. MYRMICA. /.a/rci/tc, //is/, nut. Crust. Znsnt, //'. ittoj />. /.//; X///. /. it..,. 248) naegclii Korol, Brazil, 1 ’aratjuay. I ’rovincia do Rio 0 I’rovinria do Santa ( iitlturinu. I ‘opononpyrmex Nacjjelii I-'orel. Ann. sue. enlom, 1 5i'ljii<|ii>• xxx. 188(1 (', |< p, Xl.l, cm 2 3 L 5 6 10 11 12 13 14 15 l-'li ('alnlof/o it"'* [ormijit< llrazilciius, etc. Gen. LEPTOTHORAX. Afayr, Verb. ZjoI. Hot. Grs. Wiru. /'. /-V.f.r /. /,// h. S • 249) asper Mayr, Brazil. Santa Catharina. fnplottiorax asp r Mayr, Verli. Zool Hat. (iia. Wien, xxxvii. i SSy p. 618. 250) eehinatinodis Ford, Brazil. Provincia do Rio de Ja¬ neiro. I.cptothorax ceUinatinodix F'nrcl, Ann, soc. enlo.u. It■ xxx, 1886 K. p. xi.vm. 251) sculptivcntris .Mayr, Brazil. Santa Catharina. I.cptotliomx scnlptivantris Mayr, Verb, /.I >t. lint, < t - Wien, xxxvii, 1887 p. O20, 2,52) vicious Mayr, Brazil. Santa Catharina. Leptothorax vicimix Mayr, Verli. Zool. But. G a, W icn, XXXVII. 1887 <> 20 , 253) spininodis Mayr, Rio de Janeiro? Leptothorax spininodis Mayr. Vcrh, Zool, b it, *1 W'i -n, xxxvii. 1887 p. bl7. (f 417!) Gen. TETRAMORIUM. Afrtyr, i’rrh. /.,>,•/. Hot. Gtt. f. /.r.r.f /. 41J «. /. 2,54) blandnm, Smith, Brazil. F.gfa. Myrmica blanila Smith, Calal. Ilyin in. Brit, Mai. Vi. 1858, p 131 n. 70. 25.5) gatine.ense, Fabr. Zona torrida orbis terrarum. Fomina fluin' loir Fabri ins. Kntimi. system, 11. 1 7 o3 p. 44 " n. 41. Myrmica bicarinata Xylimd t. Alla .or. sc, Fenir. 11. 4. 1840 p loin 11. 10, Myrmica carinicepr Guerin, Rev. tit nut". /.ool. (2) IV. 1842 p, 70. 236) reitteri Mayr, Brazil, Santa Catharina. Tctrntnorinm Reilleri Mayr. Wrh, Zool. Hot. do. Wi n, xxxvii. 1887 p. (i2t. 237) simillimum, Smith, Zona torrida, orbis terrarum; Ivi- ropa in calidariis. Myrmica simillima ( Nylarulcr) Smitli, I.Ut, Bril, Anim. Brit. Min. p. (>, Acul. 1851 j), 118. Tctrogimw cnlilariiH Ko^cr, Berlin, cnlnm. Zvitdir, I. 1851 p. 12. Gen. WASMANNIA. n. gen. Forel MitihtiL Sihu'rii. tmt >m. Grs. /*//. /w, /Vv/ ft. j\,;. 23d) auropunetata Rogvr, America do Sul. Norte do Brazil. Tctraiimrium? auropiimtatum Roy r, Berlin, enlom. Zitulir. vu, 1804 p. |8j 11. 74. cm SciELO 10 11 12 13 14 15 t'otaloi/n das fnvmitja* Hrnzilcirax. dr, li''; -,S9) sigmoidca Mayr, Cayenne, Brazil. (Parte do Norte) Tctramorium signfioidcum Mayr, Horae, soc. entom. Ross. xvw. 1884 p. 33 (t 4 * 81 ). Gen. OCHETOMYRMEX. .1/ryv, for A, Zool. Hot. Get. Wien. XXVIJ. /tS’77 />. A'7/ 260) scmipolitus Mayr, Brazil. Amazonas. Ocbetomyrmex scmipolitus Mayr, Verb. Zool. Hot. ties. Wien, xxvll. 1877 p. 872. Gen. PHEIDOLE. Westwood, Ann. 0- Mag, AW. /list. IV. /<\jf />. 261) aborrans Mayr, Sul do Brazil, Rep. Argentina, t’beulnlc aberraus Mayr. Anrnt, soc. natural. Modena nr, 1868 p. 172 u, 13, 262) auropilosa Mayr, Brazil. Santti Catharina. I’beiilole auropilosa Mayr, Verb. Zool. Hot, ties. Wien, XXXVII. 1887 p, 596, G03 &-6o8. 263) australis Emery, Brazil. Rio Grande do Sul. I’licidolc Kadoszkow.skii st. aiolralis Emery, Hull.' soc. entom, Ilal XXII. 1890 p. 30 nota. , 26 \) bre viconus Mayr, Brazil. Santa Catharina. I’lieitlolt* breviconus Mayr. Verb. Zool. Hot. <)) fabricator. Smith, Brazil, Rio de Janeiro. Atta fabricator Smitli, fatal. Hymen. Hrit, Mus. VI. 1838 p, 1(17 11. 22. cm SciELO 10 11 12 13 14 15 12S Caluhrjo da* [nnnit/iix Iti'iiziliuvax. I’lr. 270) fimbriata Roger, Brazil, Paraguay, Costa Rica, (Norte do Brazil). Pheidole fimbriata Rnjjor, 15 r 1 in. cnloat, /ciUulir, VII, 1 S (>3 p, 19(1 11. 87 (t 4 oG! ). 271) flavida Mayr, Brazil, Santa Catharina. Pheidole flavida Mayr, Vcrh, Zool. J»ot, (res. Wien. XXXVII, 1 88 7 ]). 5 ‘)I* & (>03. 272) gertrudae Corel, Brazil, Rio dc Janeiro. Pheidole (icrtnulae Ford, Ann. soc. entom. Belgique KX\. i88f> ('. R. p. XUI. 273) gibba Mayr, Brazil, Santa Catharina, Pheidole gibba Mayr, Verb. Zooi. Hot, ('»■>. Wien, xxxvir. 1887 p. SO 3 & 604. 274) guilelmi-miilleri Corel, Brazil, Santa Catharina. Pheidole (,'uildim-Miilleri Ford, Mitthcil. Sclnvci/, entom. (res, VI!, 3, l88!i p. 210. 275) hohenlohei Emery, Brazil, Rio (iraiule dp Sul. Pheidole HohenlohM Emery. Bull. sol-, entom. led. XtX. 1887 p. 351 11. 25 276) impressa Mayr, Brazil, Ceara. l’heidole impressa Mayr, Vcrh. Zool, Hot lies. Wien. XX. 1870 p, 980 Sc 985 . 277) laevtfrons Mayr, Brazil, Santa Catharina. Pheidole laevlfrons Mayr, Vcrh. Zool. Hot. lies. Wien. XXXVII. 1887 p. 598. 278) lignicnla Mayr, Brazil, Santa Catharina. Pheidole li^nieola Mayr, V'-rh. Zool, Hot, ties. Wien. XXXVlt. 1887 p. 58.1 Sc 602. 279) minutula Mayr, Brazil, Amazonas. Pheidole minutula Mayr, Verb. Zool. 11 , it. ties. Wien XXVli. 1877 p. 872 (t 4°5 1 )• 2S0) nigriventris, Smith, Brazil, Rio de Janeiro. Attn nlgrivcnlrU Smith, Fatal, tlymcn. llrit. Mm. Vt 7 1858 p, 1(19 11. 2d 28 1 ) opaca Mayr, Brazil, Amazonas. Pheidole opaca Mayr, Vcrh. Zool. Hot, (1 Wien. Xll, 1KO2 p. 7 pi n. 8. 282) partita, Mayr, Brazil, Rio de Janeiro. Pheidole partita Mayr, Verb. Zool, Hot. 07. 285) radoszkowskii Mayr, Brazil inteiro, Guyana. Phcidolc Radoszkowskii Mayr, Horae soc. entom. Ross. will. 1884 p. 35 - 286) rubra, Smith, Brazil, (Petropolis), Alta rubra Smith, Catal. Hymen, Brit. Mus. VI. 1858 p. 168 n. 24, nee Smith i860. 287) spiolborgii Emory, Brazil, (Kit) Grande do Sul). l’heuiole Spielher^ii Kmcry, Bull. soc. entom. Ital. XIX. 1887 p. 354 11. 26. 2R8) obscurior Korol, America central, Brazil, (Rio do Ja¬ neiro). Phcidolc Susannae st, obscurior h'orel, Ann. soc. entom. Relgiqve XXX. 1886 C. H. p, XI. 1 V. 289) testacea, Smith, Brazil, (Rio do Janeiro). Alla testacea Smith, Catal. Hymen. Brit. Mus. VI. 1858 p. 168 n. 24. 290) tristis, Smith, Brazil, (Tejuca). Myrmica (Monomorinni ) tristis Smith, Catal. Hymen. Brit, Mus. VI. 1858. p. 132 n 72. 291) stulta Korol, Brazil, (Bahia),.. Phcidolc stul ta hotel, Ann. soc. cut. belj; 188(1, C. R. p, XI.VI, 292) absurda h'orel, Norte do Brazil. Phcidolc absurda h'orel, Ann, soc entom. belj;. 1886, C. R. p. Xt.vil Gen. APHAENOGASTER. .l/djr, Wih. /.ool. Hot. Gos. II ton III. /. 106 , 294) castanea, Smith, Brazil, (Ega). Myrmica ( Monomorittui) onhinca Smith, ( atal. Hymen. Brit. Mus. VI. 1858 p, 131 11. (») 291) fumipennis Smith. Brazil, (Rio do Janeiro), Alta fumipennis Smith, fatal. Hymen. Brit, Mils VI. 1838. p. 169. tt. 28. 294) vorax h'abr. America do Sul. l 'ia mica Vorax h'abr. Syst. I’i'V. 1801. p. 412 11. 68. cm 2 3 SciELO 10 11 12 13 14 15 ('ah tin jin da< fonnir/ax Hra:ilcira<, rlc. Tribu SOLENOPSISII Ford Gen. SOLENOPSIS. irrs/reontf, Ann. is terrarum. Brazil intoiro; a especie a main coninium. Alta pcmluata Fabricius, Syst, l’i 1804 p, 423. 11. 6. Myrmica palcata faiml, Ann. sc, nut. XXIII. 1831. p itG nota, Myrmica < lay i Spinola, (lay: I list. lb. < "bile Zod. VI. 1851 11. 242 11. 5. Myrmica saeviisinia Smith, Train. Kntnm. So.-. Izimkin (2) ill. p 1852. p. iG(). T. 13. F, 18. 298) globularia, I'.dir. Brazil, Cayenne, St. Tlnniaz. Myrmica (Monomoritint) jrlolmlnria Smith, Calal, Hymen. Brit. Mu., vi. 1858 p. 131 11, 68 Solcnopsis Steinheili Ford, Mitthei!. Mi'inchen. enloni, Vcrh. I, 1881 p. 11. n. it. 299) nigclla Emery, Brazil, Rio Grande do Sul. Solcnopsis nijjclla Kmery. Bull, sue, entom, llal, \l\. 1887 p. 33; 11. 28. 300) jninctaticeps Mayr, Africa (Cabo); Brazil (?). Solcnopsi, punctatieep, Mayr, Vcrh. Zo . 1 . But, (i-s. Wien. 1870 p, , 301; sulphurea, Roger, America do Sul. Diplorhoptrum snlftircum Koo.-r, Berlin, cniom, Zdtiehr. VI. 1862 p. 1<)G. 302) tenuis Mayr, America, bor. Brazil. Solcnopiis tenuis M ivr, Verb. /.o il. Itol. II -., Wien, xxvil. 1877 p. 871. 303) laeviceps Mayr. Brazil. S..| nop .is laevi. ps Mayr, Sitz. Acml. Wien. t.Xt. 1870 p. job, 4 .- Tribu CUEMASTOO ASTTill Ford Gen. CREMASTOGASTER. /.uni/, Inn. re. AW. XX///. ld.il /*. I./J. 30() acuta, I'abr. Brazil, (Proviucia do Rio tie Janeiro). Formica acuta Fuliricms, SyU. IVst, 1804 p. |tt it, <17, ( remastozaster tptailri ps Smith, fatal, Ilyin, n. Brit. Mils, VI. 1858 p, 140 n. 1 6. cm SciELO 9 10 11 12 13 14 I'nUtlnyo 2 p. 7(18 n. 12. ear. corltcicola Mayr, I’,ra/.il, Santa Cntbnrir.n. Cremastimaster di.ians var. corticicnla Mayr. Will. /oi l. Hot. Gee Wien. XXVII. 1887 p. 1125. 310) laovis Mayr, Brazil, (Amazonas). Crcmasti gaiter laevis Mayr. Verb. Zool. Hot. ties Wien, xxvtl, 1877 p. 876. I 311) nigropilosa Mayr, Columbia, (Brazil). Gremasto^aster ni^ropilo a Mayr, tvittber, Abail. Win. Wien, i.xi. 1890 p. 4 ° 5 - 3iz)lim;ita Smith, America central, Brazil, (Kga). t rema..lo^.ster limatus I'.inith, fatal. Hymen. Hrit. Mtis. VI 1838 p. 139 n. ij. 3 13) quad ri lormis Roger, Brazil, (Bahia). < icm;ivin^a ,l< r qumlrifornis !<»»;;« r, lUrk‘11. ciUom. /'ittlir. VII. 1803 p. 20“ n. 100. 31.1) sulcata Mayr, Columbia, Brazil, Costa Rica. t'i< maslo^asli r sulcata Mayr, Sit/l-.cr. Alaitl. Wi .s. Wien. 1870 p. .joj* 315) torosa Mayr, Columbia, Brazil. ( lemnsloy.o.ler loro-a Mayr, Siulier, A! ad. Wi n. .Wien. 1870 p. pv|. 3 1 0 ) victima Smith, Brazil inteiro. f rein.i to,;.r1. 1 (Mima Smith, fatal. Ilwr.ui, Util. Me... vj. 1838 p. 140 n. 15. 317) lioltlii l 'Tol. Brazil (Rio dc Janeiro; l’arahyba). fri'ina Inya.ler Gfiltlii !•'.■r«l (in lilt). cm 2 3 5 SciEL0 9 10 11 12 13 14 (ji.Ual'rju i.lai (onn'i/'t,* llntzileims, e/e. 5.’ Tnbu CRYPTOCERII Ford Gen. PROCRYPTOCERUS. Jim fry, Ann. tuns. tin. (innonn. XX l\ tSUj f>. 4J0 noin . 318) adlerzii, Mayr, Brazil, Santa Catharina. CaleulncuS Mayr, Verb. Ztm|. Hoi. (us. Wien. XXXVII. I SH“ p. 5 «>i. 31 rj) attennatus, Smith, Brazil, (Para). Mcranoplus ntteiiuatut Smith, Tranf. Knlom. Si. 1 . I.omhm i S7 (> p. 609 n. 3. T. II. 320; carbonarius, Mayr, Columbia, Brazil (Santa Catharina). Catanlacm carbomirim Mayr, Siuhcr.A hail. Win. Wien. l.Xl, 1870 p. 413 & 414. 32 1 ) con vorgens, .Mayr, Brazil. Santa Catharina. Cnlaulacus stiatui Mayr, Verli. /.mil, I!ot. Cum. Wien. XVI. | 8(>0 p. 90S (nee Smith). 322) gracilis, Smith, Brazil, Kjra. Memnopius jjraeilis Smith. ( alal. Hymen. Hrit. Mils. VI. 1858 p. 194 n. (1. 323) potiol.atus Smith, Brazil. Meranoplus p-tiolntio Smith, Trans. Knlom. Sue. I.nndon (2) 11. 7. 1834 p. 224 n. 2. T. 20 h'. ", 324) puncticcps, Smith, Bniz.il, (Para). Mcranoplus puncti epi Smith, Tram. Kittom. S .. I.omlon 187(1 p. (• to n. 4. T, 11. P. to. 325) rnyularis Kmury, Brazil, Kin Grande do Sal. I’rnrryptocenn conVer^ens v.ir. re^ularir K nery, Hull. ho-, eat mi. itil XIX. 1XS7 jj, 3(12 n. .)f>. 3’h) rttdis .Mayr, America do Sul, Columbia. Cataulnais riniit Mayr, Siubcr. A't.il, Wio. Wien. t.Xi. 1870 p. 414, 327) striatus. Smith, Brazil, (S. Paulo). Meranoplm Hlriatui Smith. Jnum. of. i'.nton, 1. 18(10 p. 77 11. I. I 4. IS 1 (nun Mayr i8(>(>), 328) subpilosus, Smith. Brazil, (S. Paulo, Kin Grand’ d > Sul). Mcrnnnphu Hiibpiloun Smith, Jo.irn. of. Ivit i n I. 1S(• > p. 78 n. T, |. K. 2. (r >• Calaloi/i) ilat'formiijax Hrnzilcirm, etc, i:j:i Gen. CRYPTOCERUS. I.utrcillc , Hist. fin/. lust'd (I, t-Soi) XIU t>So$ p jOo n. jdS. 3^9) angulatus Smith, Brazil, (Tocantins). Cryptoccru . antpil.itm Smith, fatal. Hymen. Brit. Mm. VI. 1858 p. 189 n. 9. 330) angmstus Mayr. Brazil. Cryptoccrui angmltu Mayr. Verb. Zool. It.it. (I s, Wien. X 11. 1862 p. 759 »• .?• 33 1 ) argentatus Smith, Colorado, Mexico, Brazil. Cryptneerm arpviutitus Smith, Tram. Kntoni. Soc, London (;) it. 7. 1854. p. 218 n. 10. T, 19. F. 7. 33’) atratus, l.inne, America do Sul. Por toda parte. Formica atrnta Limit. Sy>t. nat. Kil. 12. a. 1. 2. 1 75H p. 581 n. 15. Formica cpiadridcnt Ret/im, (ion. \ sp.r. inject. 1784 p, 7(1 n. 4 58. 333) clypeatus I'abriciits. America do Sul (Norte do Brazil), (.'ryplon rtu clypiatm J-'.il>ri rins, Sysl. Pie/. 1804 p. 420 11. 4. 334) cognatus Smith, Brazil, (Ega). Cryptocortn co^mittn Smith, T rails, Kntoni Soc. l.omlnn (4) 1. 4. 18(12 p. 411.11. 44. T. 14. F. 4. 335) conspersus Smith, Brazil, (Amazonas). Cryptoonis conspcrmi* Smith, Tram. Kntimi Soc. London (4) v, 7. 18(17 p. 524 n 1. T. 2C1. F. 1. 336) curdatus Smith, Brazil (Santarem. Para), Cayenne. ( ‘ryptoorui cordaius Smith. Tram. Kntnm. Soc. I.ondon (2) 11. 7. 1854 p. 220 11. if,. T. 21. F. 4, 337) discocephalus Smith, America central, Cuba, Norte do Brazil, Mexico, Cryptoccrm ili cocophalus Smith. Tram. Fntom. Sic. London (2) 11. 7. 1854 p. 222 n. 24. T. 20. I' - . 2. 33B) fenestralis Smith. Brazil. Crypton rtis Icnmir.dii Smith, Tram. Fntom. Soc. i.ondon 187(1 p. (,07 n. '■ 339) fervidtis Smith, Brazil. * "ryploccrun fervidm Smith. I'rnn.. Kntnm. Soc. London 18711 p. 005. 11. 1. T. 11. F. 1. (j- 422! 424! 424!). 3 it') laminatus Smith, Brazil (Ega, Para). CryptiH-cnir l.nnin.itm Smith, Jmirn. of, Kntnm. 1. 18(10 |> 7(1 n. 4. T. 4. F. 4. 3 1 1) maculates Smith. Brazil (Matto (irosso, Bahia, Para) Columbia, Trinidad. 1 rypi,i rrns niactilalns Smith. I'r.im. Knloni. So London 187(1 p. (107 n. (1. T. 11. F (,. cm 1 5 SciEL0 9 10 11 12 13 14 IM i 'iilaloiju ilnx f tnii-ii/fis Ih icili’irU'i. tic. 342) membranacous King 1 , Brazil, Cayenne: Cryplncems mi'iiiliriiniiivus King, Kntom. Monogr, 1824 p. 208 11. 7. 343) minutiis Fabric-ins, America do Sul, Brazil. Bor toda parte. Cryploccrns mimitus Knhricms, Sy.st. 1 ’icz. (804 p. (2o n. 5. ( ryptiKi rus <|u;i(lrimacul.'i tun K lup. Kntom. Monogr. 1821 p. 215 I''. 12. formica caustica Kollar, Pohl: Keisc in lirasilu n. 1. 1S32 p. 115. K. 12. 344) notatus Mayr, Brazil. Cryploccrns notntus Mayr, Will. Zool. Hot. ties. Wien. xvi. 18(1(1 p. 90;. T. 20. I-'. 1(1. 345) obtusus Smith, Brazil, Santarem. Cryploccrns obtlism; Smith, Cnlai, Hymen. Bril. Mus, vi. 1858 p. 191 n. 1. 346) oculatus Spinola, Brazil. Cryptnecrus (Milatus Spinola, Mem, nccud, sc, Torino (2) Xlli. 1851 p. (15. n. 48, Cryptocerns .ethiops Smith, Trans. Kntom. Soc. I.omlon (2) It. 7. 1854 p. 2 1(1 n. 3 T. 20. I . 9. 347) pal 1 0ns King, Brazil, Paraguay. Cryptoccrus palletis King. Kntom. Mnnoyr. 1824 p. 206 n. 5. 348) patcllaris Mayr, Brazil. ('ryptocerus paldlari. Mayr, Verh. /tool. Hot. ties, Wjen. XVI. 1 Sli<> p, 907 T. 20. K. 15. 349) p.avonii l.atreille Brazil, Paraguay. Cryptoemn 1 ’avonil I.aLn ille. ('ml. ( 'nisi. Insect, tv. 1809 p 132. ( ryptocerus depressus King Kntom. Mono"r. 182] n. 4. Cryptoccrus d'( Irhijpiynmis (Westwood) Smith. Trans. Kntom. Soc. l.cmlon. II. 7. 1K54 p. 218. 3, : jo) pinolii Guerin. America tin Sul e central, Mexico, Bra¬ zil | Kga, Rio Grande do Sul e cm toda it parte). Cryptnecrus 1 'inclii tiin'iin. lconnj*r. ri;m nniin, VII. Insect. 1843 p. 423 11. 3. CryptiK.ertts 4trnndino.11• Smith, Jourti. of. Kntom. t. t8(io p. 7(1 n 3. T. 4. y. 5. 331) placidus Smith, Brazil, (S. Paulo;. Cryptoccrn-* pl.nhhi. Smith, Jmtrn. of. K.ntom. t. t8(io p. 7(1 n, 3. 33z) pusillus King, America do Sul, Brazil. Por toda parte. Cryptoci nu pti dlu, Klug, Kntom. Monoyr, 1824 p, 201 n. 2. ( ryptocerus rlono.iius Kino, Kntom. Mi inner. 1824 p. 21 | n. 9. 333) serratieeps Smith, Brazil, (Kga). • ryptoo in * rralici p* Smith, fatal. Hymen. Util. Mils. vt. 1 ,'ljK p. 1S8 n 3. 33 |) spinosus Mayr, Brazil, (Amazonas). ('ryptocerus spinouts Mayr, V'-rh, Zool Hot, lie., Wi n. Ml. 1802 |. 761 ll. 4 ( f 120! (2 1 !). 2 3 4 5 SciEL0 9 10 l:L 12 13 14 cm I'dlti'oi/u iht'; fni‘ini- .425 '>• 3 - CrvpliHvru.s i'Il-'miis Smitli, Trans. Knlntn. Soc. London (2) It. 7. 1844 p. 222 u. 25. T. If). F. 3. (f 42'!) 6." Tribtt BACETOIJII Foret Gen. RHOPALOTHRIX. •lAn r, AV/./rr. Akntt. 11 Vo. / / Yi'(/. /,.\'/. iSyo f, 336) ihcrinjrii Kniery, Brazil, (Rio Grande do Sul). Rhopulothrix llttrin^i lumry, Hull. sue. cntnni. Ital. xix. 1887 p. 3(11 11. 43. 3.S7) potiolata Mayr. Brazil, (Santa Catharina). Klinpnlotlirix potiolata Mayr, Vo ill. /mil. Hot, (i os. Wien. XXXVII. 1887 p, 580. 338) riiffifcra Mayr, Brazil, (Santa Catharina). Kltopalolhrix rupifor Mayr, Verb. Zool. Hot. (•<• s. Wieji, xxxvir, 1887 p, 57 '»- Gen. STRUMIGENYS. SmU/i, youru. •/. Euto-u. /. /S • - /. ?r. T. /•'. o’ A* “. 339) crassicornis Mayr, Brazil, (Santa Catharina). Strtintlponys cra.doornis Mayr. V■ 1 It. zonl. 15 > 1. lies. Wi n, xxxvn. 1887 p. 5(«) Jx 377 . 3f»o) cultrigera Mayr, Brazil. (Santa Catharina). Strnmii;onys cullri^-r Mayr, Vi rlt. /oil. ll.it, (io.. Wi mi. xxxvii, 1888 p. St.') 8; 571. 361) dentieulata Mayr, Brazil, (Santa Catharina). Stminqvnys donti.nl.it.) Mayr, Wrli. Zm>l Hot. (i •«. Wi n. xxxvii. 18X7 p. 57 " & 576. ,3bj) frideriei-miUleri I''oral, Brazil, (Santa Catharina). Strumi"onys Frul'iid-Mttllori Ford, Mitlltoil. S Ituoi/. oaiom, (ins. vu. 5. 188(1 p. 213 \ ’ll. (| 42(1!), 3 b.t) imitator Mayr. Brazil, (Santa Catharina). Strumi^i-nys imitator Mayr, V 5) salions Mayr, Brazil, Santa Catharina. Stramij'cnys salicn:; Mayr, Verh. Znnl. But. ties, Wien, xxxvil, 188; p. 570 & 574 (t 425 )- 3(16) smithii Core], Brazil intciro. Strumieenys Smilliii Korel, Mitllnil. Schweiz, enlom, tie;. VII. 5. 1886. ]>• 215 & 216, var. inacqualis Kmery, Brasil, Matin tiro.isn. Strinninenys Smilliii var. inacqualis Kmery, Bull. soc. enlnni. Ital. XXil, lSrp. p. 07. T. 7. I-', 3 367) subcdcntata, Mayr, Br.tzil, Santa Catharina. Slnmiijicnys iiniilontata Mayr, Verb. Znnl. Rot. ties. Wien, xxxvil. 1887 5/0 & 575 . 368) unidontata Mayr. Brazil. Santa Catharina. Strumicenys unitleiitala Mayr, Verh. Zi> 4 . Rot, ties. W.'cn. xxxvil. 1887 P- 57 ° 575. Gen. CERATOBASIS. SnuVi, Joru H. of, Hit font. /. tAh / /. ;-T. 369) ennvoxiceps Mayr, Brazil, (Santa Catharina). Cerntnbasis ennvexirep* Mayr, Verh. Znnl. Rnt, ties. Wien, xxxvil. 1887 P- 5 SI. 370) discigcra Mayr, Brazil, (Santa Catharina). t • ratnlia is tllscicer Mayr. Vtrh. Znnl. But.•ties. Wien, xxxvil. 1887 p, 58.. 3; 1) singularis Smith, Brazil, Kga. Mcranoplus sinpilaris Smith, fatal. Hymen. Brit. Mu a VI. 1858 p, tqj 11, 8. T. 13. !•'. (1 S; to. Gen. ACANTHOGN A THUS. Mayr, I t>'k . //a/, (lei. U'irn, .V.t'.VIV/. /#>t; /. .r-a, 372) ocollatus Mayr, Brazil, (Santa Catharina). A'authuenalhus <••, ll.itua Mayr, Verh. znnl. lint. tin. Wien, xxxvil, 1887 |>. 57 '). Gen. DACE TON. I'elly, /. 11 in'in. m/h. lu >1r\jj /, /./fi, 373) armigerum. Lalrcilliv Brazil, (Central e Norte) Cay¬ enne. Formica iirn.igera l.atreille, lli«t. n.it. Fnunni* iHoj p J(). T. *1. F. 58. Myrnieci.i mrilnta Pnhriciiw, Svst. Pie/. i8o| p, |J5 11. 8. 5 ( SciELO } 10 11 12 13 14 Calalogo das formigas Brazilciras, etc. 137 7 ." Tribu ATTII Forol Gen. GLYPTOMYRMEX. /'• rof, /In//, sac. J 'and. sr. no/. (2) XX. P. 91, 1884 /. 365, .574) uncinatus, Mayr, Brazil, Santa Catharina. Apterostij^na uncinatum Kmcrv, Hull. m>c, entom. llal. xxu. 1889 p. 70. Gen. APTEROSTIGMA. Z An/. A'rtsr if. Xorarn Xtiof. //. /. l-ittn itid. iH6s />. .>5 A- ///. 375) molleri Enrol, Brazil, Santa Catharina. Apti'rostijjmn Miilleri I'orrl, Miltluil. Sclnvei/,. entom. firs. vm. 9. 1892 p, 348 . 376) pilo.mun Mayr, Brazil, Santa Catharina. Apterosti(;ma pilosum Mayr, Krisc il. Novara. Zool. 11. 1. Formieid. 186; p. 113 n. 1. T. 4. K. 35. 377) wasmanii Corel, Brazil, Santa Catharina. Apteroetijpnn Wasmamii Fnrel, Mittheil. Schweiz. entom. Ocs. vm. 9. 181)2 1 ’. 345 - Gen. CYPHOMYRMEX. *1 Anr, Vvrh. too/, bo/. Cot. If'ion. X//. t86i /. 6 po n. ./ 378) olitor h'orrl (in litt.) Santa Catharina. 370) aspor Brazil, Santa Catharina. Cyplmmyrnux asprr Mayr, Will. /.mil. Hot. (ics. Wien. XXXVtt, 1887 p. 560 ! 3H0) auritus Mayr, Brazil. Santa Catharina. Cyplinrnyrim-x auritus Mayr, Vi-rli. /mil. liot. ties. Wien. XXXVtt, 1887 p. 559 (t 43O. 381) niorschii Emery, Brazil, Rio Grande do Sul. (iyphnniyimex Mnrsehi Finery, Bull. m . entimi, Hal. xtx. 1887 p. 360 11. |2. 382) riniosus Spinola, Brazil, Argentina. Cub;i, Cayenne. F.vrpt" eras? ritnosus Spinola, Mem. accnil. se. Torino (2) XIII. 1851 p. fij. n. 49. Mi-ralioplus di florin is Smith, Catal Hymen. Itrit, Mil*. vi, 1838 p. 193 11.7. t ypliomyrim v mimitus Mayr, Vcrli, /ool. hot. ties. Wien. Xil. 18(12 p. t» 9 t n. I. Cvplu niyimix Steinheill Ford, Hull, joe. Ynuil. se. nal. (2) XX, I’. 91 . 1884. 3 ™. cm .SciELO ) 10 11 12 13 14 138 Calalnrjo das fovmigas limzileiras, clc. 383) simplex. Emery, Brazil, (Rio Grande do Sul). Cyphomyrmcx simplex Emery, Bull, soc. cut. nat. xix. 1887 p, 361. 384) strigatus Mayr, Brazil, Santa Catharina. Cyphomyrmex strigatus Mayr, Vcrh. zool, bot. ties. Wien. XXXVII. 1887 ]> 558 . Gen. SER 1 COM YRMEX. Mayr, Raise < 1 . Novara, Zool. 11 . 1, iortuicid. 1865 /. Sj, 385) opacus Mayr, Brazil (Rio de Janeiro, Nictheroy). Sericdmyrmex opacus Mayr, Sitzbcr, Akad. Wiss. Wien. nil. 18Gf> p. 50(1. (t 43«!)- ’ ' ‘ Gen. MYRMICOCRYPTA. 386) squamosa Smith, Brazil, (S. Paulo). Myrmicocrypta squamosa Smith, fount, of. Entom. 1. 18C0 p. 74. T. 4. E. 14 & 17. Gen. ATTA. Fabricius , Sysl. lid, /8oj /. 77/ ,/ Jo f arc l.alreiUe J . Otrodoma Lair, Nouv. /list. s<\ tint, 181ft, 387) levigata, Smith, Brazil (Parte do Sul o Santarem). Occoiloma laevigata Smith, fatal Hymen. Brit. Mils VI. 1858 p. 182 ji. 2. T. to E. 24. Attn sexdens vnr. laevigata Mayr, Rcisc tl. Novara. Zool. 11. 1 Furmicid. 1865, p. 80. ■ 88) sexdens Fabricius America do Sul, Brazil inteiro. Forndca sexdens Linnc, Syst. nat. Ed. to a. 1. 1758 p. 581 n. 13. Formica scxdcntata I.alr. Hist. nat. Joum. 1802. Formica ccphnlotcs (iistl Fattnns. it. 1835 p. 32 11. 10. Formica salotnonis Christ, h'aturg, d. Insect. 1701. Atla coptophy 11 a Guerin, Iconogr. reign. nnim. VII. Insect. 1845 p. 422 n. 2. 389) ccphalotes I.. Brazil, Amazonas. Formica ccphalotes I.. Syst. nat. Ed. 10 a. t. 1758 p. 581 (f 428! 429!) Subgcn. Acromyrmcx. Mayr, Raise tl. Novara. Zool, 11 1 . Fortnuul. tbZy f>. 8J. 390) balzanii Emery, Brazil (Sul), Paraguay. Atta (Acromyrmcx) Bal/ani Emery, Ann. soc. entom. France (t>) X. 1889 p. O7. nota. cm SciELO 9 10 11 12 13 14 ('utulogo (.In* far taigas lirazileiras, dr. 1:59 391) coronata Fabricius, America do Sul, Brazil (Provincia do Rio e Santa Catharina). Formica coronata Fabricius, Syst. Picz. 1804 ]). 413 n. 70. Occodoma rn^osa Smith, Catal. Hymen. Brit. Mus. VI. 1858 p. 186 n. 14. 392) tiiscigera Mayr, Brazil, Santa Catharina. Attn (Acromyrmcx) discigera Mayr, Verh. zool. hot Ges. Wien, xxxvil. 188". p. 551. 393) ihcringii Emery, Brazil, (Rio Grande do Sul), Para¬ guay. Attn ihcringii Emery, Bull. sue. entom. Ital. xix. 1887 p. 359 11. 41. 394) lobicornis Emery, Brazil, (Rio Grande do Sul) Argen¬ tina. Atta (Acromyrmcx) lobicornis Emery, Bull. soc. entom. Ital. XiX. 1887 p. 358 n 40. 393) lundii Roger, Brazil (Parte do Sul). Myrmica Etuidii Guerin, Duperryj Voy. Coquillc. Zool. it. 2. 1830 ]). 20O. var nmbigua Emery Brazil, Kio Grande do Sul. Atta l.undii var. .-.mbigua Emery, Bull. soc. entom. Ital. XtX 1887. p. 358. 396) nigra Smith, Brazil. Oecodmna nigra Smith, fatal. Hymen. Brit. Mus. Vi. 1858 ]>. 186 n. 12. 397) octospinosa, Reich. America do Sul. Por toda parte. Eormica spec. Olivier, Aet. Soc. hist. lint. Paris. 1. 1792. p. 122. n. 72. Formica octospinosa Retell, Magaz. d. Thtcrr. 1. 1793 p. 132. Eormica liystrix I.atrcillc, Hist, nat, fourm 1802. p. 230. 395) striata Roger, Brazil, (Rio Grande do Sul), Argentina. Uruguay. Atta striata Roger, Berlin. Entom, Zcitsc.hr. vtt. 18(13 p. 202 n. 94. 399) Mtllleri Fond, Brazil, Provincia do Santa Catharina. Atta Miilleri Forel (in litt.) Subgen. Mycocepurus. /'ori'/, /'rani. Iintom. Soc . l.omion /Spj* 400) Gdldii Forel, Provincia do S. Paulo (Botucatu). Mycocepurus Gi'ddii Forel (Formieides de I'Amillc St. Vincent, Transactions Entomological Soc. London, 1893, l’arte tv. (Dec.) png. 370. FOREL. Stic portanto hoje 400 especies de Fonnigas, quo do Brazil cstao scientificamentc descriptas e rcconbccidas polos especialistas. As deseripipVs do 113 especies distribuem-so sobre os autores: Limn it, Jcrdou, Roger, Olivier, Lund; 5 SciEL 0 9 10 11 12 13 14 cm 140 Calaloyo das formiyas liruzileiras, etc. pequeno, porem, e ainda o numcro do cspocies caracterisa- das no «Systema Natural na sua io. n cdit^lo (1758). Fa- bricius descrovou 4 1 cspecics. ITm auctor fertilissimo fol o Sr. Frederick Smith, do British Museum cm Londrcs, (]uc dcs- creveu nada monos do 100 especies das nossas formiyas. Ha, porem, queixas gcraes quanto a cstc auctor, por causa das dia¬ gnoses quo, segundo as ideas modernas, sfio succintas do mais. Rccentemente occuparam-se intonsivamonto com a fau¬ na das nossas formigas: 0 Dr. Gustav Mayr, de Vienna (Austria), quo descrovou minuciosamente 119 cspocies brazi- leiras, o J'rof. Carlos Emery, da Universidade do Bologna (Italia), quo dcscrevcu 33 espocies 1 c o Prof. A. Foret, que caracterisou 23 novas especies. Accrescimos que durante a impressilo do presente tra- balho, ou dopois, chogaram por ventura ao nosso conheci- mento relativamente a fauna das formigas do Brazil, regis- tramos. Julho de 1894. DK. E. A. C». SUPP 1 .EMENTO Taes accrescimos into fizeram esperar. Polos fins do anno passado rccebetnos, remettido directamente polo Prof. Carlos Emery de Bologna, 11m hollo trabalho, cm lingua italiatia, intitulado Studii sullo formiche della Pauna Neo- tropica Firenze 1894 (Bullettino della Sociota entomologica italiana, anno S.XV 1 , trimestre 2), e quasi ao mesmo tempo chc- gou-nos tambem o aviso do appareeimento do semelhante trabalho por parte do Prof. Dr. A. Corel, pedindo-nos a in- tercalaoao das novas especies alii dcsoriptas (' citadas, afim do bring up to the day o catalogo das Formigas Brazileiras. As novas especies sfto: 401) (post 141) Acanthosticus brevicornis Emory: Cay¬ enne. 102) (post 116) (inaniptogenys (Kctatomma) (Ponera) mor- dax E. Smith: Brazil (Rio de Janeiro, Nova P'riburgo). l°.l) (post 200) Pseudomyrma arboris-sanctae Emery: Ama¬ zonas (da Tarapota), Bolivia. ■ Mais 20 “53 *8113). cm SciELO 9 10 11 12 13 14 Calaloyo da< formlyas Bnizilcims, etc. 429 s ) nova rapa: fusca Emery: Matto-( irosso. 404) (j>ost 241) Monomorium amblyops Emery: Matto- Grosso. 405) (post 279) Pheidole nana Emery: Matto-Grosso. 406) (post 270) Pheidole flavens Roger: Das Antilhas ate o extremo do Brazil. (Confer as diversas ropas novas). 407) (post 267) Pheidole dimidiata Emery, varictas nova Schmalzi: Santa Catharina. 408) (post 23) Camponotus maculatus fabric., rap a nova: par villus Emery: Santa Catharina. 409) (post 23) Camponotus macrocephalus Emery: Matto- Grosso. 410) (post 28) Camponotus orthocephalus Emery: Matto- Grosso. 11 1 ) (post 1 2) Camponotus dimorphus Emery: Matto-Grosso. 1 12) (post 32) Camponotus quadrilaterus Mayr: Matto- Grosso. 113) (post 20) Camponotus laticifer Emery: Matto-Grosso. (14) (post 165) Iteiton crassicorne E. Smith: Matto-Grosso. 115) (post 188) Eciton punctaticeps Emery: Rio Grande do Sul. 416) (post 15,5) Anochetus Mayrii Emery: nova rapa: ne- glcctus Emery: Matto-Grosso. 417) (post 253) Rogeria Germainii Emery (nov. gen. et. spec.): Matto-Grosso. 1 18) (post 239) Wasmnnnia villpsa Emery: Rio Grande do Sul. 419) (post 328) Procr yptocerus sulcatus Emery: Nova Eriburgo, Rio de Janeiro. j 20) (post 334) Cryptocerus striativentris Emery: Rio Grande do Sul, Santa Catharina, Rio de Janeiro. 421) (post 364) Cryptocerus Targtonii Emery: Matto- (> rosso. j 22) (post 339) Cryptocerus Iheringii Emery: Rio Grande do Sul. 123) (post 339) Cryptocerus grandinosus E. Smith: Ama¬ zonas (Ega, Para); Matto-(i rosso. 1 2 |) (post 339) Cryptocerus Klugii Emory: Matto-Grosso. 423) (post 363) Strumigenys Schulzii Emery: l’ara. 126) (post 362) Strumigenys fusca Emery: Amazonas (Manicore). 1 - 7 ) (post 333) Rhopalothrix Ritesii Emery: Amazonas, j 28) (post 389) Atta (Trachymyrmox) farinosa Emery: I’ara. 129) (post 389) Atta (Trachymyrniex) Griehi I'orel: Nova Eriburgo, Rio de Janeiro. Calalogo daa [ocmigas Brazilciras, elc. 1 'el 43°) (post 385) Sericomyrmex Saussurei Emery: Matto- Grosso. 431) (post 380) Cyphomyrmex bigibbosus Emery: Para. 432) (post 71) Dolichoderus imitator Emery: Para. 133) (post 74) Dolichoderus septemspinosus Emery: Para. 434) (post 71) Dolichoderus laminates Mayr, nova raoa: luteiventris Emery: Para. 435) (post 71) Dolichoderus lamellosus Mayr, Para. 436) (post 74) Dolichoderus Schulzii Emery: Para. 437) (post 67) Dolichoderus bidens Linne: Para, Cayenne. 438) (post 6.5) Dolichoderus aimalis Emery: Para. 439) (post 70) Dolichoderus Germainii Emery: Matto- Grosso. 440) (post 70) Dolichoderus Ghilianii Emery: Para, Matto- ( irosso. Xotamos assim um augmento de 39 especies, das quaes 30 foram recentemonte descriptas por Emery, ao passo quo as 9 especies restantes, antes into constatadas cm territorio brazileiro, mas descriptas por outros auctores, de outros paizes ncotropicos, foram agora tambem reconhecidas como perten* centos ;i fauna do Brazil. Tern os portanto nU hojc um to¬ tal dr 440 rspccics. <) supra meneionado trabalho do Prof. C. Emery traz. alem d’isto a descriprao de novas variedadcs e ra(;as de certas especies, jn ennumeradas no catalogo geral do Prof. A. Enrol. Convindo liquidar estc assumpto, conforme o estado actual dns conhecimcntos scientificos, extrahimos a seguinto synopse: (ad no] Ectatomma (Acanthoponera ) dentinode Mayr: nova varietas: iurrme Emery: Rio do Janeiro. | ad 106 1 Ectatomma opaci ventre Roger: nov. var. luge ns Emery: Para. (ad 161] Odontomachus thacmatodcs Roger: nov. var. mi- nutus Emery: Matto-Grosso. fad }n 9 | Pheidole Havens Roger: 1) raoa: exigua Mayr (Cayenne). 2) raoa: exigua, var. Iheringii Emery (Rio Grande do Sul). 3) raya: tuberetilata Mayr (Santa Catharina). 4) raQa; perpusilla Emery (Para). fad 403] Phiedol0 nana Emery: nov. var. subreticulata Eme¬ ry: Matto-Grosso. (ad 2,32] I.eptothorax virinus Mayr, mn - . var: test.teens Emery: Rio Grande do Sul. Calalorjo das formiijas Brazilciras, etc. 143 ]cid 258 1 Wasmannia auropunctata Roger: 1) nov. var.: australis Emory: Rio Grande do Sul. 2) nov. var.: Ihevijrous Emery: Santa Catharina, Matto-( i rosso. | ad 327] Procryptoccrus striatus E. Smith: 1) var: striatus (Rio do Janeiro). 2) ra<7.a: convergens Mayr (Santa Catharina). 3) rat, 'a: convergens var: rcgularis E. (Rio Gran¬ de do Sul). 4) * » var: concentricus E. (Rio de Janeiro). 5) ra<7a: Schmalzii Emery (Santa Catharina). 6) rara: Adlerzi Mayr (Santa Catharina; Rio de Janeiro). | ad 365] Strumigenys saliens Mayr, nov. var.: proccra Emery (Novo Eriburgo, Rio de Janeiro). | ad 382] Cyphomyrmex rimosus Spinola: 1) nov. var : fit sea Emery: Santa Catharina 2) var: minutus Mayr: Cayenne. 3) nova rara: transversus Emery: Matto-Grosso. Doliehoderus gibbosus E. Smith nov. var: nitidior Emery: Para. [ad 71 O total das formigas conhecidas no mnndo inteiro e no periodo actual foi calculado polo Prof. II. Ludwig, — no anno ile 1886, ein 1200 espccies ( Lcunis-Ludwig, Synopsis der Zoologie, Hannover Vol. II, pag. 239). E por um recente trabalho do Prof. Dr. A. Korol (1893) vejo quo elle avalia lioje em dia o total ja em 2000 cspccics (c 130 generos). Tomando, por base a primeira indicarao, o Brazil participaria com bastante mais de um terfo do total, c guiando-nos pela segunda avalia^ido (I'orel) obteriamos a propor«; a familia dos Formicidcs. Para, 1 de Janeiro de 1893. DR. EMILIO A. GOELDI. NoTA Um important!! e extensn trabalho relative! as forniigas do Brazil vein ter as nossas maos a ultima hora, ja estamlo no prcin a disserUuplo do Prof. A. Ford, K’ rrdigido em lingua allem.T, intltulado -• Die Amrisen von A'io Gran¬ ite s/ii Snt , c tem por autor ■> actual Director do Museu l’aulista, o Dr. Hermann von Ihering. Content muila suhstancia nas ij6 patinas, quo abrange e orienta sobretudo delalhadamente *nbre qucslrtes lie dintrilmiipto geographic.!. ( Berliner Kntomologischc Zoitschrift, Vol. 39, 1894, Fasciculo 3). (Maiyo 1895). cm SciELO 10 11 12 13 14 IV. Carlas incdilas do Louis Agassiz \,C^ II CARTAS INEDITAS DE LOUIS AGASSIZ RELATIASV A VIAGKM POR EI.LE REAI. 1 SADA NA AMAZONIA (dr II dr Agosto 186$ aid 26 dr MfurfO 1X66) (THAYF.R-F.X l'KI )l I ION ) Difficilmentc havcra cntre as pessoas, quo possuem algurna oriental,’fto na littcratura scientifica sobre c'stc* paiz, alguem, quo nao conhoigt a viagem do cclebre naturalista suisso l.ouis Agassiz, quo corno professor cm service da America do Norte vcio para o Brazil, acompanlmdo do tuna turtna dc alumnos intefiigentes o admiradorcs fervorosos, c doixoti como fructo da cxpedi<;ao, feita com os fartos meins offorocidos por um ca¬ pitalist nortc-americano e facilitado por tuna protocrfio dove- ras inaudita da parte do (foverno Imperial, o livro, que cm cdi(,'ocs inglezas e francezas correu o mundo inteiro c que, com todo a certeza, sera achado tambem cm innumcros exemplares, nas cstantes das bibliothecas brazileiras, tanto publicas como particularcs. Louis Agassiz, quando aportou a cstc paiz, j;i trouxe comsigo .<> peso e a aureola dc tuna celebridade uni¬ versal. 1 )c uma figura c physioguomia imponente, do uma cloquencia rara, dc um vasto saber abrangendo a maioria das disciplinas dc sciencias uaiuracs, do uma actividade colossal, dc uma habilidade descommunal no ensino, do fino trato c amenisissimas manciras extcriorcs, die arrastava comsigo cm toda a parte as massas. quer elhis fossem compostas dc icigos ou dc profissionacs. Possuia cm alto grao a prcrOgativa dos grandcs genios da humanidade: iinpunha-sc logo inconsctentc- meiito mi conscicntcmciite, ao respeito tins grandcs e dos pe- qucuos. Lada viagem d’cllc tomava as propon; das sciencias clcctrisava c cclebrisava ao mesmo tcm])o. Xao c aqui quo tenciono traoar um extenso esboyo bio- graphico d’este men notavel compatriota; reserve esla tarefa para uma publicarAo especial, para uma galleria littcraria, de- dicada aquellcs, <]ue as sciencias tlaturaes no Brazil podem a devem considcrar como os sens bencmcrilos. Moje cu queria unicamente, mediante tunas linhas introductorias, frizar que a SciELO cm 9 10 11 12 13 14 Cartas incdilas do l.oin's Agassiz parte ;i mats interessanto do livro do Agassiz e indubitavel- mcnto aquella que contem a narrativa da expedioilo ao Rio Amazonas. Agassiz ora, no terrono da zoologia, antes de tudo ichthyologist, isto e, conhecedor dos peixes— c investigar de iriais perto os thesouros reputados fabulosos d’este rio, devia mui naturalmentc ser um dos desejos mais ardentes para o excellentc professor, quo ja como estudante tinha tido occasiao de occupar-se coni os peixes amazonicos, pois foi die o con- vidado c cncarregado <1«' elaborar a colheita da expediglo de Spix e Martins. I Vesta predilocoilo declarada pelo estudo dos peixes, conservada desde os bancos academicos, encontramos na Journey in llrazil , ' c mormente nos capitulos relatives a Amazonia, por assim dizer de pagina em pagina, as mais significativas provas. Assumptos ichthyologicos formam ahi o centro de gravitaoao e visto quo L. Agassiz julgou achar-se perante uma especie de thezouro encantado de riquezas in- commensuraveis e de dimensoes fabnlosas ( idea talvez pre- concebida e que depois soffreu aspera reduci.x’lo mesmo da parte dos sens proprios discipulos e successores ), ate os pormenores e circumstancias secundarias relativas a sua resi- dencia (' peregrinagbes no valle do Amazonas, revestem-se de uma certa importancia. Importancia, e verdade, mais historica do que propriamente scientifica; mas a historia da sciencia nilo deixa de ser, exactamente n’esta questao, de grande in- teresse para todo o mumkqe da maior para nos, na Amazonia. E’ debaixo d’este ponto de vista, que a redacp&o do Bo- letim do Museu Baraense congratula-se pelo feliz e inespe- rado acaso que pOe a sua disposirlo uma serie de cartas autograph is de I.. Agassiz, escriptas durante a expedieao ao Amazonas, redigidas em lingua Iraheeza e versando sobre assutnptOS acini a alludidos. Sao i’. Ires d’entre ellas ja estao publicadas, acham-se no livro Journey in Brazil , sao por- tanto conheeidas. As outras <>, porem, sao ineditas. Julgamos todavia util para a ordem chronologica e. proveitosa jiara a successao logica, publicar a serie toila, intercalando, em typo menor, nos sens rcspectivos lugares, ;is q carttus ja anterior- monte impressas. F.speranios ao mesmo tempo, que ninguem interpret!' como abandono de um principio estabelecido no uosso prefacio, a circunistancia de publicarmos estas cartas no sou original francez into em versao portugueza. 1'rocu- ranios ser o mais fiel possivi'l com o texto; todaviti assumimos a responsabilidade, dc ternios corrigido certas imperfeicOc.s 1 I!y l’rof. and Mrs. I.ouis Agassi/ (l.oiulon, Trttlmcr c C' 1 ’, 1SO8). cm 2 3 z 5 10 11 12 13 14 1'lf) Curias iiii-ilHus dr, l.ouis Ai/assstz ortographicas, de pontua^ao e accontuaeao, etc., — impcrfei^Oes certamente naturacs e explicaveis, attento as circumstancias da viagcm e as tributaries do lima campanha scientifica e fa- tigante no mein do uma turma polyglotta do companhciros c collaboradores do diversas tiaobos. Rosta-nos dizor, como obtivemos estas cartas. Ellas s£o todas dirigidas ao Sr. Pimonta Bueno, como o sabido, entilq < ioronto da Companhia do Amazonas, o, como so deprehendc das mesmas cartas, fervoroso protector do L. Agassiz e da sua expedioao. Provam quo o proprio Agassiz attribue os sous grandiosos rosultados o o feliz oxito da viagcm a protec- (j 3 .o o intorvomplo dirccta o officaz d’aquello illustrc brazileiro. Com a publica<;ao no nosso Bolotim vac um tribute pos- thumo aos manes do quern t;\o encrgicamentc soube auxiliar um van'io do sciencia o honrando o illustro sabio, lionrou a Amazonia, o Brazil c a si mesmo. As ditas cartas passaram para as maos do um nosso ami¬ go, o Sr. Luiz Cavalcanti de Albuquerque, antigo Inspector das Alfandegas do Manaos o do Para o hoje Director do Tri¬ bunal do Contas, no Rio do Janeiro, o quern me avisou da existencia d’ollas o gentilmonto nos facilitou a obtcruplo e a romessa para aqui por portador do confianga, e nos fez o convite para a publieaoao foi o Sr. Jose Yerissimo, Reitor do ( rymnasio Nacional na Capital Federal, a cujo interesso o nosso Bo¬ lotim ja tanto dove. A ambos ostos cavalhoiros os nossos sinceros agradocimentos por mais estc valioso sorvioo, quo n;\o pode deixar do sor calorosamente reconhecido por todos aquclles quo sympathisam com o progrosso e o ongrandeci- monto do Para o da Amazonia. Belem do Para, ,] i do Dezembro de 1894. DR. EMILIO A. GOELDI. A bord de l’tcamiaba le 20 Aout. 1865. Mon chcr ami, Mon premier soin co matin a dto do fairo la revue ot do mettre on ordre tout notre bagage scientifiquo afin de ne pas perdre un moment co soir pour notre travail, j’ai tout trouve on parfait ordre, memo les objets les plus fragiles, seuleinent cm 1 SciELO 10 11 12 13 14 Carlas inedilas our aller a Tabatinga j’y ai trouve un Acara qui porte sos oeufs dans sa bouche et dont los petits so developpent dans cotto position jusqu'a ce qu’ils soient on etat do so suffire a eux-memes. Ce phenomene est tollcmcnt inattendu <‘t extraor¬ dinaire quo je desire l’etudier on detail. J’oprouve un soul ombarras, l’alcohol commence a mo manquor; jo n'en ai plus qu’un seul barril. J’ai ecrit aujourd'hui a Mr. Bond pour lui detnandcr de m'en envoyer sans fail to une bonne provision a Kga par le prochain steamer. Je l’ai charge de prendre toutes los precautions pour quo cot envoy arrive an 13 Octobre a sa destination. Veuilloz joindre vos instances aupres du Capi- taine pour qu’il ne mo fasse pas defaut: car sans cola je por- drais le mois le plus important por mes recherches, colui de la polite de la phi part dos espoces de poissons i‘t de tortues. A l'oxceptiOn de Mr. Bourkhart qui ost toujours 1111 pou souf- frant, nous nous portons tres-bien, jouissant pleincment do toutes les mervcilles de la nature qui nous ontourent et ap- preciant grandement les facilites avec les quels nous les abordons. Adieu, 111011 clior ami; avec les amities do M' u ' Agassiz a vos dames, croyez moi toujours votre tros-devoue L. AGASSIZ. Mr. Bimenta Bueno. — 9“ — Manaos, le e.] Oct. 1865. J fan chcr ami, Je succombe sous le poids dos decouvertes. Aujourd'hui sans aVoir visile les affluents peruviens de l’Amazone, sans avoir touche an Juruah, ni au Japura, ni au Burns; sans avoir visile le Kio Negro et le Rio Madeira, j'ai deja 700 espoces tie poissons du bassin de ce grand lleuve. C'(\st plus qti’on n’en coTinaissait du monde entier, il y a em imn soixante ans. Aussi ne songerai-je jias a vous en rendre un compte detaille; -tf !AE« »K) cm 5 SciELO, 10 11 12 13 14 1 Wi (’mins inn!Has Carlus inrilHus tic l.oiiis Agassiz j’apprend a los connaitre, plus je rogrette quo lo ilot do Immi¬ gration btrangbro no so soit pas dirige vors cos parages ot n’ait pas encore transform*' oh vrai paradis lo bassin le plus riche du mondc. Agreez, mon chor Monsieur, 1 'assurance rcitereo do mon parfait dbvouement, L. AGASSIZ. Mr. Pimcnta Pucno. — I 2. 11 — Mon c/icr ami, Pour la premiere fois dopuis en*lnirK. Malic (II. \V. Schmidt) iH(q . (2 Volumct). 5 SciEL 0 9 10 11 12 13 14 i :;s Ox Mi/riapodoft do Brazil 4) Spirotreptus indus Koch (Taf. 51, fig. 103). II) Polydcsmidae (Embiuus): 5) Oxyurus gkibratus Forty (Taf. 4, fig. 10) do Rio Negro. 6) Ox. pallidus Koch (Taf. 87, fig. 177). 7) Ox. cinerascens Koch (Taf. P7, fig. 178). 8 ) Platyrhacus scaber Koch (Taf. 20, fig. 41). g) I Mat. rufipes (Taf. 44, fig. 86). | Brazil? |. 10) Rhacophorus conspersus Koch (Taf. 86, fig. 175), 111 ) Scolopcndridac (Centopeias): 11) Scolopendra herculoa Koch (Taf. 10, fig. 20). do Rio San Francisco; viagem Spix-Martins: (typo no Miiseu do Munich). 12) Scolopendra ornata Koch (Taf. 66, fig. 1 n). (do viagem Spix-Martius? typo (mi Munich). Silo portanto 1 Julidae, 6 Polydosmidae o 2 Scolopendri- dao. Das quatro familias da nrdeni dos Clu/opodos so c'st.i ro- prosentada a das Scolopendridae nao ha nada dos Scutigeri- dao, l.ithobiidao, Ooophilidao. Representam a minoria. Com 10 cspooies, a rnaioria, osta ropivsontuda«a. ordem dos C/ii/o - gmt/tos (Diplopodns), sendo porem ropresentantes so 2 fami¬ lias das y I 'altam as familias dos Polyxenidae, dos (ilomeri- dao. dos Folyzonidae. Duas ordons das quatro, quo constituom a olasso dos Myriapndos, ainda nao oontdm ropresontantos brazileiros: a dos Symphylae o a dos Fauropoda. FaltarAo do cm SciELO 9 10 11 12 13 14 Os ftlyriupodos do Brazil i :;u facto? — Xao posso acredital-o ainda. Talvez seja quest&o de tempo so e de investigadores dedicados, d’estes quo nao te- nham medo de chuva e de sol, para descobrir-lhes tambem a presen^.a na America do Sul, para uma oil outra, ou para ahibas. B) SEGUNDO A OBRA DE II. SAUSSURE K ALOIS HUMBERT (1872) Depois da decepeao, quo me causou o estudo da mono- graphia de Koch, n&o tardei em descobrir uma obra mais recente, quo me deixou impressao incomparavelmente mais sa- tisfatoria. E’ aquella que tern o titulo: :< Etudes sur les My- riapodes . 1 Embora n;V> escripta especialmente com vistas a fauna brazilcira, mais sim a do Mexico, nao duvido em decla- ral-a como a mais complcta actualmente relativamente aos Myriapodos sul-amoricanos e como fonte principal e mais im- portante para o estudo dos generos e das especies brazileiras. Xao so e muito maior o numero das formas descriptas, como tambem e inquestionavelmente mais conscienciosa e mais cir- cumstanciada a caracterisatplo das especies. A<> passo quo a consulta da monographia de Koch nos deixara, como ultimo resultado, na maioria dos casos 11a duvida, a leitura de uma descripeilo especifica de Saussure nos da aquella certeza, quo «’■ a suprema satisfa^clo de quern procura determinar seria- mente e a convict,'flo, que o assumpto systematico acha-se real- inente liquidado ate o ponto e o grau, ondc houve possibili- dade attento o material, tultj pcqueno, que os autores tiveram a disposieao. One este material deve merecer a nossa attenrao salta logo aos olhos, so ou digo, tjue elle indue por exemplo o espolio 834). 2O) P. hamulosus Mikan (1834). 27) P. serrulatus Mikan (1834). ' /’»■/, 7 v \\\ Uln-rsiilit ikr I'oly.siliMni -s ZoolOj;. Musrums und lieschrii- huny ncucr Gattungen (Berlin 1H64), cm 2 3 5 SciELO 9 10 11 12 13 ()s Mip'icipodns do llmzil 28) I’, dilatatus Mikan (i834)- b) Juliilac: 29) Spirostreptus cluniculus H. et S. 1870, (Etudes pi. 3, fig - . 2, 3) Rio Negro. 30) Sp. Caifpirac II. et S. (1870 Etudes pi. 3, fig. 3 Cai^ara). 31 ) Sp. cinctus I f. et S. (1870 Etudes pi. 3, fig. 6 Rio do Janeiro). 32) Sp. strati gulatus II. et S. (1870 Etudes pi. 3, fig. 7) Matto-Grosso). 33) Sp. cultratus II. et S. (187°) (fig- 8). 3 4 ) Sp. teres 1 I. et S. , (1870) (fig. 9) 35) Sp, subuniplicatus Brandt (scin figura). 36) Sj>. bahiensis Brandt Bahia (s. fig.). 37) Sp. bipulvillattis Gervais (Castclmiu pi. I, fig. 3). 38) Sp. indus Koch (Koch fig- too) 39) Sp. (?) americanus I’lumier (sem fig. recente). 40) Sp. (?) trimarginatus (iervais Castelnati pi. 3, fig. 2 41) Sp. (?) festivus Perl) Forty Del. pi. 40, fig. m (Minas (ieraes) 42) Spirobolus laticaudatus 1 1 . et S. (1S70 Etudes pi. 3, fig. 10) 43) Sp. Nattereri II. et S. (1870 Etudes pi, 3, fig. it. < nieara). cm SciELO 9 10 11 12 13 14 Os Myriapodos do Brazil i (>:t 4;) Sp. obscurus Koch Koch fig. 66.— Etudes pi. 3, fig. 12. 43) Sp. macrourus II. ot S. (1^70) Etudes pi. 3, fig. 13). 46) Sp' caudatus Newport 5 (sem fig. roreiite). 47) Sp. paracusis 11 . et S. (1870) (Etudes pi. 3, fig. 15 Para). 48) Sp. grandis Brandt (sem fig. rocente). 49) Sp. Olfersii Brandt (sem fig. recentc). 50) Sp. maximus Linne (Koch fig. 30) | E o « vermis terrcstris de Marcgrav| 51) Sp. praclongus Koch (Koch fig. 76). 52) Sp. dcalbatus Koch (Koch fig. 54). • 53) Sp. festivals Koch (Koch fig. 63). 34) Julus apiculatus Mikan ( 1 S3 |, de posi(,'ao systematica incerta. Kio de Janeiro, sem fig. recentc). 33) J. obtusatus Mikan (1834, sem figura). 36) J. crassicornis Mikan • (1834, sem figura). 37) J. bicolor Mikan (1834, sem figura). 38) J. nigricans Mikan (1834, sem figura). 39) J. ama/.onicus (tiebel (1870, Amazonia, sem figura). - i\ru’fivrl (i.. ( .11,linin ’ 11I Mviiiipodi < liill ijii ul ■ in ill" liritiili Muwiim (I.iindmi 1856). Muimurapli ul' tin 1 dim Mvii ipnib, order Ciftloimd.i ( l.omloii 1844,1845). 1 cm 5 SciELO 9 10 11 12 13 IIV. Os Mijriapodos do Brazil c) Pohj:onidac: 60) Siphonotus brasiliensis Brandt (1836, sent figura.) II) Chilopoda. a) Scutigeridac: 61) Lithobius trilinoatus Koch (Monographia do Koch sobrc o gencro Lithobius pi. 1, fig, 8, olhos, Bahia.) b) Scolopendridac : 62) Branchiostoma scabricauda 11 . et S. (1870 Etudes pi. 6, fig. 15, Rio dc Janeiro.) 63) Cormocephalus brasiliensis II. et S. (1870 Etudes pi. 6, fig. 17.) 64) Scolopcndra Brandtiana Gervais (1837 Castelnau pi. 6, fig. 3.) 65) Sc. herculeana lvoch (Koch fig. 20, San h'rancisco) 66) Sc. viridicornis Newport (Newport, Transactions Lin. Soc. London Vol. 19, pi. 33,. fig, 1. 5.) 67) Sc. Placeae Newport. (Idem, sent fig.) 68) Sc. ornata Koch (Koch fig. 134.) ? 69) Sc. audax Gervais | E’ duvidosf), sp osta especie acha-se tambem no Brazil; habita as Antilhas|. 70) Sc. Xewportii Lucas (sent figura.) 7 1 ) Sc. platypoides Newport (sum figura.) 7-’) Scolopcndropsis bahiensis Brandt ( Bahia, sent figura.) 73) Scolopocryptops Miersii Newport (sem figura.) cm SciELO 9 10 11 12 13 14 Os Myriapodos do Brazil 74) Sc. aurantiaca Walckenacr (Rio dc Janeiro, sem figura.) 75) Sc. viridis Walckenacr (sem fignra.) c) Ccopliilidac: 76) Geophilus Guillemim (iervais (sem fignra.) 77) (i. sublaevis Meinert (1871, Lagoa Santa; Minas Gcracs) 78) Chomatobius brasilianus II. et S. (1870, Rio Negro. Etudes pi. 6, fig. 24.) 7<4) Orphnacus brasiliensis Meinert (Meinert, Myriap. Mas. Ilauniensis 1871 pi. 2, fig. 12. Rio do Janeiro) Sao portanto 717 especies do Myriapodos, quer dizer 67 especies mais do quo na Motiographia do Koch. Saussuro e llumbort citam 60 especies pertencentes a ordem dos Chi- logout hos (Polydestnii 28, Julidae 4 1, Polyzonidae 1) e 10 especies a ordem dos Chilopodos (Scutigeridac 1, Scolopen- dridae 1 4. < ienphilidae 4 ).. 1 in da tuna r rz vemos predomumr com grande maioria os Chilognalhos , outre os quaes nntamos, sobre o antecessor, tambem apresentar-se pela prinieira vez a fa- milia dos Polyzonidae polo rhenos com uma especie (Sipho- notus brasiliensis, Brandt). Faltam sempre ainda represen- tantes da lamilia dos Polyxenidac, que conta uma forma (Polyxenus faseieulatus, Say) no Sul da America do Norte; e eomo totalmente ausente do continente americano afigura- se-nos hoje ainda a familia dos (ilomeridac (tao fre(juente no velhn mundo). Entrc os Chilopodos, cuja relafdo numcrica para com os Chilognathos. rclativamcntc no Brazil, serin npproximutiva- mcnlc dc 1 .• 3, vemos apparecer 11a obra de Saussuro et Humbert, em comparaiplo com o antecessor, tambem a fa¬ milia dos Scutigeridac com 1 especie (Lithobius trilincatus Koch) 1 e a familia dos (ieopbilidae com 4 gencrok e j es- pecies (t ieophilus, < homatabius e Orphnacus). 1 SnusMiro c Humbert rruncm as Kamillas ilns Scutfifcritlac tplos J.ilhohiidne ■' uma si,, ilchiiixu 1I.1 chcfia ilo name da prinu'ira. cm 2 3 z 5 9 10 11 12 13 I til) Os Myriapodos Brazil Evidentemente h;i urn grande avanfo; mas mesmo assini notamos ([uc das 4 onions da classo dos Myriapodos sempre ainda afiguram-se-nos como ausentes do Contincntc Ameri¬ cano, as dims ordens dos Symphylae c dos Pauropoda. •Segundo Saussuro e Humbert o total dos Myriapodos americanos, scicntificamentc descriptos, seria hoje de 418 es- pecies. O Prof. Hubert Ludwig calctriou, em 1886, o total dos Myriapodos actualmcnte viventes e descriptos, cm 800 especies. l)c sortc t/iir, 0 Brazil com 80 especies, numero redondo, representaria a quinta parte dos Myriapodos amc~ rieanos c a deci/ua parte do numero total, rxistente cm foda a terra. 1 la mats Myriapodos no contincntc americano que na Europa, visto que la nJlo se contain alcin de zoo especies. Esta circumstancia nr cortos membros brazileiros da familia dos Polydes¬ midae. Foram-me enviados por um fazendeiro da regiho dos campos de Minas Geraes, e nem antes, nem depois, nunca ouvi mais de semelhantes achados. O facto licou unico ate agora na litteratura zoologica. <) respective trabalho acha-se impresso nas Zoologische Jahrbiicher > (Redactor Prof. J. W. Spengel), Vol. I, (1886), pag. 730 seg„ e contem as illuslra- ebcs necessarias. Para, 31 de Dezembro de 1894. IV ( 1 P 1 STI 1 ( )C()MUS CRISTATUS (■ _; A «CIGANA > a- /:sj: X//A (> A'A '/THO 1 . 0 ( 11 ('. 1 Pelo Ur. E. A. GOELDI Minha atteneao, refere R. Sehomburgk 11a sua viageni 11a Guyana ingleza, foi despcrtada por um eoaxo golpeantemente duro o aspero, quo resoou da margem eoberta de matte. Ap- proximando-me cuidadosamente do lugar, dei com uma oner-. 1 liiilili, Zur < irii nlininy in dcr Sjiinncnliuui.i BmsiUcn> -AUenlmiu ( iSijj ), |WK 23A. t A Cvjuna 1C.8 me quantidade do certas aves grandes. Eram os stinking- birds dos colonos, e quo nos cm lingua allemfl chamamos gallinhas do topeto (Schopfhuhnor). So bom que este ultimo nome nao «'• improprio attonto as ponnas alongadas do alto da oabooa, a designaeilo dada polos colonos aintla melhor cara- ctorisa lima das qualidados mais salientos d’ostas avos; mosmo sem vel-as, jii do certa distancia fiea-so sabendo da sua pre- sotnja- embora nfio do maneira a mais agradavol. () choir* > d’ellas ('■ do tal modo dosagradavol, quo mosmo os indies nao comem esta ave a prepo algum, apezar do sou musculoso corpo. Este cheiro tom bastante somollianoa ao do estrume fresco do cavallo o e do tal modo penetrante quo a polio o oonsorva ainda durante annos. ( > grupo certamente contava diverstis centonas, quo om parte so assoalhavam, om parte so divortiam no matagal; umas lovantavam-so do chao. Parocia sor justamente o tempo da incubaoao. Um tiro dado no meio da sociodado alegre matou diversos individuos ao mesmo tempo. Nos exomplaros vclhos as compridas ponnas caudaes mostra- vam as pontas gastas — lima prova, quo olios movom-se bas- tante no chao, om busca do sou alimento, rocando entao a cauda no solo . Esta citapao, Brchm, na sua bolla obra A Vida illustra- da dos animat's Vol. II das Avos , pag. 187, 1 tratando da Cigana vao ampliando com os seguintos dados, colligi- dos ontro viajantes antigos e modornos: Julga-so quo ja Hor- nandoz quiz deserovor a nossa cigana > debaixo do nomo hoatzin , razilo pola qual ainda hojo osto o usado para desi- gnal-a ontro Inglezes 0 bran cozes; a sua doscrip<;ao, porem, b do tal modo confiisa, que nflo so pbde dar muito peso a esta. supposicfto. Do ontro lado foi Sonnini quo occupou-so com esta ave, chamamlo-a sasa o a doscripyflo por olio dada, tom licado a unica morocodora do contianoa ate «>s tem¬ pos do Schomlnirgk, Dosmurs o Bates. Sonnini tunica achou ostos gallinaceos cm mattas extensas on em rogiOos olovadas, mas sempre om baixos alagadipos, empolloirados socogaila- monto nos galhos ou bcira da agua durante o din, procurando alimento do manha e do tardo. I)oixam-so sorprehender faoil- monto, pois nao sao nada ariscos, provavclmolito por quo sao • O'csta obra alt-mi, luximsamrnto illii-lnulii o daiulo nunil'-sU prova u tnenom srnmivcl entre original nasal, o qual into s<‘ acha ligado ao frontal o move-se juntamente com o bico. Provou ou- trosim, que o furcttlum acha-so fundido dc um lado com a porcfio manubrial do sternum e com os coracoidcos do ou- tro, lado. 1 • Cope, quo colloca a Cigana nos Schizognathos anisoda- ctylos, ontre os (irallatoros o Gallinac, mencioua a ftdta dos 1 lidivilO allom.'i por I). K. Ral/cl (Breslau IM73 ) pay. 243, p.iy. ; A Cigana 171 ossos basipterygoideos, 1 e Bates faz algumas considerables sobre o pe da nossa ave, lembrando quo tem a mesma con¬ figurer ;V> dos pcs dos mais Gallinaceos brazileiros (Jacus, etc.), sendo o dodo trazeiro inserto na mesma altura que os outros 2 do modo a facilitar a vida arborea. Urn grande interesse de conhccer esta ave cm vida, no sen meio e uma especie de presentimento, quo de um tal estudo havia de resultar valiosos materiaes e documcntos para encher as numerosas lacunas na sua historia natural como tambem a firme convicy&o, (pie so assim se poderia obter um guia seguro, fidedigno no labyrintho das contro- versias acerca da posiyao systematica, fizeram-me procurer por assim dizer desde os primeiros tempos da minim che- gada ao Amazonas, com maxirno empenho uma occasiao para encctar a tarefa. Achando-me eu cm principles de No- vembro na Ilha das Onyas, cm cxcurvao ornithologica, fui informado que na Ilha Cerrada ■ (entre a ilha do A rapary i' a ponta do Carnapijo) era a localidade mais proxima da cidade, onde eu poderia encontrar com certeza a Cigana . Logo fui la, e auxiliado por amigos, nan so fiz rica colheita de ciganas adultas, como tambem consegui aprender n’um meio dia, mais da historia natural d’esta ave, que todos os mens antecessores juntos. Realisou-se a minha esperanya, - ainda era tempo da incubay&o. Achei nas margens da refe- rida ilha ninhos, ovos e filhotes e com estes foi-me reser- vada a maior surpreza. Recolhido c seguro na uossa cmbarcayiio o primeiro filhotc vivo, que de ccrto nao nos facilitou a prisilo e que, ora trepando habilmentc no nmtagal, ora mergulhando com destreza na agua e escondendo-se debaixo dos aturias < I'spiuhcntos, obrigou-nos a uma caya deveras penosa, puz- tne immediatamcnte a examiner o joven selvicola. Passando com o dedo por cima das azas, senti uma saliencia pontuda e arranhadora, que foi reconhccida com<> uma verdadeira garra, collocatin' no pollegar. I’rocurando ainda, achei outre no lugar correspondente exteriormente i' morphologicamente ao segundo dedo. Nilo havia duvitla, o facto era real, pois (]ue na outre aza havia 1 Syllabus of I.ccturrs on (i colony anil 1 ’alconlology. ltliiladclphia iSm questnes do anatomia comparada. No caso da joven Cigana conservaram porem polo monos dons dodos uma independencia relativa, o primeiro (pollogar) e o scgundo (index), dispondo ainda da suamobili- dade quasi primitive medianto as articulacies das phalanges, Claro e quo tratoi logo do proseguir n’esta pista, vcrifican- do o quo havia a oste respeito nas Ciganas adultas. Nao mo constava, quc ostas tivossem garras n’aquollos logares, mas nilo obstante isso, tiravamos por cumulo do cortoza, di versos individuos crescidos c vclhos. Nos velhos nilo so notava mais nada, sonilo uma simples callosidado cornea a garra ostava atrophiada. Nos individuos do meia idado, observei a garra em via do atrophiar. Ficou assim provado, jar a garni t' uma farmafuo prima¬ ria, distincta nos filhotos, atrophiada nos velhos. Rasta isto, a quoin ontendo do anatomia comparada, para comprohen- dor a difference fundamental quc ahi existo em relacilo as armaches, a prinmira vista superficial as vezcs parecidas, quo so notam nas azas do certas outras aves quero dizor, os esporics. Ku bom soi, que outre as aves brazileiras, por exemplo, o teu-tcu ( Vanellus cayonnonsis), a piassoca ( Par¬ ra jaoana I, o fain't (Chauna), etc. possucm cspories agu- dos nas azas. Mas urn osporilo n 4 o o provido do articulacies, portm rcpresenta uma excresscncia, solidamonto soldada ao subs- trato: o pequeno c insignificanto nos filhotos o cresce coin a idado, o, omfim, o que so chatna uma formacAo secundaria , na maioria dos cases um distinctivo sexual, do valor mor- phologico do esporao do tarso do gallo, da galhada do veado, etc. Julgo quo assim afastoi dotinitivamonle o radicalmento todo o qualquor perigo do confusilo outre as duas catego- rias do formacies primarias e socundarias tAo fundamental- monte diversas. Porquo damns importancia a csta doscoborta do um par A Cifjana 73 do garras nas azas da jovcn Cigana ?— Respondcmos com plena consciencia da nossa responsabilidade scientitica, quo e porque representa irrefutavelmente uma heranga antiquissima dos primeiros tempos da independencia, da individualisagito da classe das Avcs do tronco coramum ontre Aves e Rep- tis. E um dos rarissimos casos entro as Ayes do periodo actual, onde a aza ainda e revestida mesmo exteriormente de signaes claros c distinctos do que ella ora primitivamente: nao o analogo, mas o homologo do brago e da mao penta- dactyla dos Reptis. E’ um dos documentos phylogeneticos dos mais intcressantcs, — nova e inesperada pedra de toque para a verdadc da evolugSlo e da transformagio, portanto logo tambem um objecto de justo embarago e perplexidade para aquelles, que julgam, quo a sociedade liumana lucra com a crenga na eterna e perpctua rigidez da especie. N;1o e minha intengao abanar a lavareda da discordia (mtre a antiga escola e a moderna com polemica ostcnta- tiva, mas como partidario e adepto da escola moderna, nao nego quo e com suprema satisfagao que recolho esta excellent© pedra para dentro do nosso campo e que n’ella reconhego magnified material de trincheira. Mas, me perguntarao, havia jamais uma unica ave, que possuisse semelhantes garras nas azas de tal modo pronuncia- das, que a filiagao d’esta classt' para com a dos Reptis se tornasse plausivel? Certamente a hom e o refiro ao que eu escrevi no capitulo introductory da minha obra sobre as Aves do Brazil* acerca do Archaeopteryx, do schisto lithographico da 1 Vn iera. E' a ave mais antiga, que se conhece, e embora a cauda ainda conserve configuragiio semelhante a dos Rep¬ tis, logo se pcrcebe que devc ser considorado como proto¬ type d’aquella classe. O Archaeopteryx possuia em cada aza dedos (I, II, III) com garras distinctas, numero (pie nao se oncontra mais em representante algum hodierno, sendo cons- tantemente destituido o terceiro dedo de tal armagfm. Raros sao os exemplos na avifauna hodierna, onde as garras primitivas se conservaram ainda simultaiicamente no jiollegar e no indice e, cousa muito digna de attengJto— taes casos so se notam entre algumas familias, que indubitavelmente silo das mais vetustas pelo conjunto dos sens caracteros anato- micos, familias (pie estao na V('spera da sua extinegao e que como esparsos relictos prehistoricos tanto d;lo na vista no nieio da aviaria moderna, como um gigantesao pao secular, de cabega carbonisada, no nieio de uma raga nova. S;lo o cm SciELO 10 11 12 13 174 A Cigana Apteryx, da Nova Zelandia, as abestruzes do hemispherio sul do vclho c do novo mundo, os Megapodios das Ilhas Philippinas - 1 (aves exquisites, quo certos autores acrs- ditam parcntcs dos nossos Mutums sul-americanos), por- tanto principalmcnte inembros da pequena sub-classe dos Ratitae, tilo fraea ja cm coniparayiio com o vi<;oso desenvol- vimento numerico cm antcriorcs pcriodos gcologicos. Assim a nossa Etna*, do sertfio sul-americano e um d’estes es- cassos relictos, possuindo tanto a adulta, como o filhote no dedo pollegcir lima unha distineta. Scndo o ninho da cigana, (como ja ouvimos do autores antcriorcs, e como eu pude verificar proficientemente na ilha Cerrada, e cm Marajo), grande construct; ilo chata, debjl, semi o minimo csforco architectonico c esthetico, um monta.0 desordenado dc folhas c gravetos, posto cm al- tura variavel, porem nunca consideravcl acima do chito, rcs- pectivamente da agua, de prefercncia cm qualquer trapalhada dc galhos espinhentos do arbusto aturia porem scm cui- dado visivol de cscondel-o a vista da gentc, os filhotcs nao aturam per muito tempo a pcrmanencia no ber<;o andrajoso c dcsmazelado, quo os progonitores fabricaram. Provides dc pernas dcscommunalinontc fortes e robustas c doados do um gcnio irrcquicto tratam dc saliir quanto antes dos ninhos, trepando primeiramente nos galhos circumvisinhos c rapi- damentc extendem taes excursions, nfficazmente auxiliados polo duplo par dc garras nas azas. Com as azas mein abor¬ tus avanyam admiravolmento c ccdo d;1o provas de uma habilidade surprehendente no trepar c engatar no matagal patrio. Eis o quo vein muito aproposito para os pais, quo silo dc uma indole mais quo phleugmatica, c quo, pastando no anhingal , poupam-sc ao trabalho dc ir muito longc para cevar a sua prole. Estes gostam da commodidade, querem ter tudo muito perto. Utna cxcursfio dc um quarto do hora significa para dies uincommettimento inaudito a quo nflosear- riscam t;1o facilinente senfto pcla obrigacilo imperiosa dc mu- danca por lalta dc aliinento, por persoguiroes prolnngadas c Kcmelhantcs factores dc fortpt maior. Silo aves quo sao capazcs dc nascer, viver, proercar, e dc morrer civil- mente, tudo dentro da area limitadissima dc um kilometre quadrado. Quanto aos filhotcs, ostes por um lado impcllidos pcla inhospitalidadi’ do benp), quo c construcyAo suinma* 1 Confer K. Wioikrslu'iiii, I.chrbucli dcr vi-r^U-irbi'mlcn Anatomic dor Wirhcl- tiire. Icnu 1 880 , pag. 2i nosso futuro botanico nos dara o nome especifico. Do aturia a Cigana come igualmente os grelos (* rebentos novos e ja accentuamos, que ellas gostam d’este arbusto para a nidilicapao. Quanto as boras das refeieoes, evidentemente sao preferi- das as frescas da nianbS. e a tarde, depois do occaso do sol. < )uvi sustentar a certas pessoas, que dovem ter tido longa oc- casi&o de observar Ciganas , que ellas pastam pripcipalmente do noite. Facto por mini observ.ado (’•, que as Ciganas estao alerta de noite (muito mais que. por exemplo, os Jacus), que nao se deixam surprebender nos sens poleiros e que atraves- satn, sendo preciso, alta noite, de um lado do rio para o outro. Em noites de luar nilo ba fim para a vozeria das Ci¬ ganas no anbingal e em qualquer bamburral visinbo. O cbeiro que a > Cigana exbala nan e, de facto, la muito agradavel, porem parece-me (jue se Ihe exagerou muito a in- tensidade. Um japiim, um urubu possue o mesmo cbeiro de barata , as vezes ainda em escala maior. Abrindo-s (Opis run com us curs tat us j Post-Scriptum. — Durante a redaccilo do trabalho acima cscrevi an Dr. Ph. L. Sclatcr dc Londrcs, a melhor autoridadc sobre aves ncotropicas, communicando- lhc o esscncial das minims observances, e poucos dins depois redigi lima pequena nota allcmit sobre o assumpto, que enviei ao Prof. Dr. A. Rcichenow. de Ucr- lini. allm de ser publicada nos Ormthologischc Monatsberichle dirigidos por este n.l.i nienos excellentc autor. As respostas nao sc fi/.eram esperar. Fan tins de Ja¬ neiro dc 1895 reta in do primeiro uma carta, pela qual, com a sun acostumada amabili- dade, me la/ a obs. rvaeilo, dr ter sidoja Icita a dcscobcrta das uilhas nas a/as da joven ■ Cigana , por um naturalista ingle/. .Mr. Ouelch. quo recentemente tinba sido encarregado por cllc (Dr. Sclatcr) dc cstudar espcualmcntc a nidilicnnao, ovos, incubui.uo, etc., cm Dcmcrnra na Guyana IngU'/a. Aconselha-me de retardara minha jmbliraeao at6 ter eu tornado conbecimento das respectivas publicai;des ingle/as, que immediatamente in procurer e rcmctter-mc. - Um dia depois vcio-me oulra carta do Prof. Rcichenow, em Bcrlim, ehamando igualmcnte n minha attciujito para o que sc tinba dado nos ultimos annas a respeilo da joven • Cigana » por parts: d’aquelles ornitliologos ingler.es, deixando-mc eom/itdo clanrnientc rntrever , que nao desejara a retirada da minha nota prnvisorhi, r que proporia a publica- (do quanit-mi/ne ■ , sent oulra modiJicu(do no thror, que de juntar no fun an forma dr nota, aquetla littcratnra sabre a questdo, que me tinha escapade- ■ por falta de tivrvs. Kvidentemcntc o Prof. Rcichenow reconheccu na minha no- licia nllenia ccrtas vantagens, quer I'ormaes, quer inlrinseeas, que produ/irnni a(]uella resoluijito do cximio cspccialista. Uaz uns oito dins epic fmalmcntc recchi dc facto as publicises promeltidas e enviadas pclo l)r. Ph. 1 ,. .Sclatcr- publica(;6es que, por deliciente dislribun,ab Contributions to the Anatomy of the iloatzin '(Opisthocomus cristatus), with particular refe¬ rence to the structure of the Win” on the Young . Contem thus figures, das quaes a primeira mostra um filhote, prestes a sahir do ovo, e a segttnda, a aza esquerda do mesmo filhote, possuindo, a well devclopped Curved nail > no pollex e index. Vciu publicado na * Ibis», cm LondrcS e traz a data de Julho de ifUlg. Dias depots ehcgou-mc as mSos o volume do • Catalogo das Aves do British Museum cm l.ondres . quo content os Gallinaceos *. La vejo mats uina vez contntu- nicada aquelht particularidade cm questilo, a litulo do rcccnte descoberta feita na Guyana I ngleza. Hste volume, quo e o primeiro livro independente cm ornitho- logia systematica, no qual vcm citadas as unhas das azas da jovern Cigana—- traz a data de 1893. fifido ha duvida fiat's, a frioridade fiertence aquellcs nahtra/istas inglczcs: Sclater, Quelch, Bcddard. Mas digo eu, o que levott ate 1889 para ser desco- berto na Guyana Ingleza, poderia perfeitamente tambem ter levado ate 1894 para ser descoberto acjui na Amazonia inferior. Oltra de mero acaso! Uma differenpa de 5 annos apenasl Ella i grande cm proporyflo a vida de um homent, roui petptentt poreiu no relogio universal do progresso humano ! Falhei cm chegar uns annos mais cedo ao Parti, para serem irrefulavcis as pahtvras, com que encerrei o trabalho acima. Estc trabalho perde, 11a verdade, o encanto de uma novidade scientifica absoluta; suum cuique — a ]trioridadc nSo esta nays de men lado, reco- nheyo-o. Mas assim mesmo nao pude me resolver, a mud.'ir uma sf> palavra do men trabalho, que a final de con las ado deixard tie ser a rcsenha ornithologiea a mais comfileta sabre a notabiUssinta are. Nito ha ainda cm lingua alguma es- boyo biologico sobre a Cigana igual a este, que damos: fica pois para o Brazil reservado pelo mcnos esta pequena honra! Aproveito a occasiAo para dar a littcratura scientifica mais importante sobre Opisthocomus, qual a conheyo hoje: 1) O'crvais. Description ostiologique de 1 ’Hoazin, du Kamichi, du Cariama et du Savacou, suivie tie remarques stir les allinilcs naturelles ties oiscattx. (Voyage tie Castelnau VII. Zoologie. Paris 1855). 2) Huxley. On the classification and distribution of the Alcctoromorphae and lleteromorphne. Proceedings, of Zool. Society, London 18(18 (pag. 294) [DescrippAo e comparaytto do esiptelelo do Opisthocomus], 3) (hmod. Notes on points in the anatomy of the Hoatzin (Opisthocomus cristatus). Proceed. Zoolog. Society 1879, pag. 109- 114. 4 ) Parker, W. K. On the morphology of a reptilian bird, (Opisthocomus cristatus) Trans. Zoolog. Socie. XIII, pag. 43—8;, pi. 7—10. 5) Quelch. On the Habits of the Hoatzin (Opisthocomus cristatus), Ibis 1890, pag. 327 - 335 . 6) O’ailow. IT. Crop and sternum of Opisthocomus cristatus and contribution to the question of the correlation of organs and the inheritance of acquired characters. Proc. R. Irish Acad. 1892, pag. 147 — 154, p!. 7 - 8 . 7) id. Capitulo Opisthocomi >, 11a grande olira allcmtt, Promt's Klasscn mill Ordnnngen ties Thierreichcs •• (Aves. Vol. VI, parte ], fasciculus 4(1- 49. pag. 175- 178. ■ [E singular, que n'este capitulo importante 11A0 so diz uma palavra das unhas da jovern Cigana , apezar que traz a cm 1 5 SciELO 9 10 11 12 13 Hihliocp'apltia data da publica$U> dc 1893. Parcce que na propria Europa, pertO do ricas bibliothecas, houvc naturalistas, aos quaes aconteceu a mesnia cousa como a mim, quo - isolado na America do Sul — luctocom difticoldades quanto ao reunir da litteratura estrictamente neccssaria para qualquer trabalho scientilico! ] As unicas //;'7 mts cofartdas da Cigana ad nit a , quc cu conhc^o, acham-se: a) no Rogue Animal ■ do Cuvier, Vol. IV, (oisoaux) PI. 59, Fig. 1. f/) cm Gray. Genera of Birds , Vol. II, PI. 98 (1849). E’ indubitavclmente muito mclhor a figura no Regne Animal , indicando o colorido vordadoiro da iris um vivo carmcsini, ao passo que n*aquella do Gray-Mitchell. a nossa Ave cstA representada ate com iris oscura! Quanto a<> colorido geral, a parte posterior da Cigana no Cuvier, nchainol-a bastante escura do mais; dt* todo erronea 6 a cor esverdenda, com a qual vemos figurar o lado dor¬ sal c a cauda na obra ingle/.n - Genera of Birds . Em ambas as figuras tica um defeito ossencial a critical': nao e bastante salientado o vivo colorido do ferrugem, tao caracteristico do cstrudulo inquilino dos nossos anhingaes ! O Drcparw- rarpns Innntatns , citado ])or Gadovv como alimento da Cigana na Guyana Ingle/a, sera idetitico ao nosso aturia ? • ( Para, 15 de Mai\o dc 1895 ). EXPUCAgAO DA ESTAMPA Fig. . Uma cigana joven (Opistbncoimis cristatus), poreni ja lun tnnto crcscicla, apanhfttla cm 5 dc Nov. 1X94 na Illm Cerrada , com turns abertas, mos- trando dc cada lado, no lugar dos dedos I e II, a garra propria do filbotc c que sc alropbia 110s adullns. (Mcladc do tamanlio natural) Fig. 2 • A nza dircila do mesmo individuo, vista de cima. Fig. 3 - lima das garras (augmentada). Fig. 4 — Ovo dc cigana (da I Ilia Cerrada), collcccionado cm 5 de Nov. 1894. Fig. 5 -Oittro ovo dc cigana (da I Ilia Cerrada), collcccionado cm 20 de Nov. 1894. (Ambos dc tamanho natural). cm 2 3 z 5 9 10 11 12 13 1 . cm 1 SciELO 9 10 11 12 13 .a 1 B113 L10 G R A P111A /. Carl Schichtcly Der Aniazonenstrom . Crrsuch finer Hydrographic ties Ama¬ zonas—gcbietes an/ orographisch — meteorologischrr (iruiullage . Inaugu¬ ral — Dissertation , Strassburg 1893. (C. Schichtel, 0 Rio Amazonas. Ensaio de uma hydrographia da regiao amazonica sobre a base da orographia c da meteorologia. Disserta^ito inaugural apresentada a Univcrsidade dc Strassburgo (Allemanha). Sabendo nos, que a faculdade de philosophia de Strassburgo, sob proposta do professor da cadeira de gcographia (Dr. Gerland) linlia recentementc distinguido com 11m premio uni trabalho scientifico sobre o Rio Amazonas, fizemos enipenho em obtel-o, dirjgindo-nos directamente a dita Univcrsidade, De prompto foinos attendidos 0 apressamo-nos cm declarar, que temos diantc de nds 11m trabalho realmente imporUmte, ineontcstavelmente merecedor da distinevao academica que Ihe foi conferida, Vai realmente muita substancia nas 117 paginas do livro do Sr. C. SchiclUel. Divide-se este em cjuatro capitulos, dos quaes o primeiro trata do relevo da bacia amazonica (pag. 4 30), o segundo da mcteorologia da regiao amazonica (pag. 30—48) o tercein> da hydrographia (pag. 48— 103), o quarto dos ensaios sobre a historia da origeni do valle ama/.onico (pag. 103- 112) A parte leonina cabe, cornu so vc, no ca])itulo hydropraphico, que 6 tratado com especial cuidndo. N 3 o c tarda lacil excerptar o douto trabalho, pois clle j.i. por si apresenta nma eondensayito intensiva da materia. K preciso lel-o todo, tal como elle e. E csta Icitura nan sc compare com qualqiter resenha a feitio do Tours dtt mottdc ; e comida pesada, que fa/, fortes cxipcncias a atteoyito do leitor. K sciencia so, penuina, pura, - secca, sc quizeretn , uni producto typico do zelo e da approfundayilo quo eonliecemos lias empre/as intellcctiuies do povo nllcinao. ImpOe-se a nosso respeito a rica littcratura, que o autor pacicntementc estudou c consultoii. De ohras main importantes potico mi nada Hie cscapou, a nao ser uma 011 outra publienyao indipena, quo tiilvez nunca passasse os limites do Brazil c for- yosamentc devc ter licatlo dcspcrccbida nos centres, mule a sciencia pcopraphica mais intensiva cultura encontra. X’estc caso certamente estan por cxcmplo os trabalhos dc Ferreira Pcnna, dos quaes a maioria e tao difficil ltoje dc encontrar-sc mesmo aqui no I’ara, que nos mi’smo ainda nao conscpuimos older diversos entre dies. (1 Ilia dc Marajd, o To¬ cantins e o Anapti, o Rio Jlranco). Emlim, nito podemos deixar de registrar o notavel e singular facto, que um joven ncademico allcmito, que talvcz nunca vio nada do Amazonas com os sens proprios olhos, chrpasse a forya dc pacientes estudos, a publican um trabalho dc incnntestavel mcrccimento - um dos mdliores que existent sobre a peopraphia physica d’esta zmia c tinico, quanto a concisao da forma e a condcnsayao dc tnnta materia cm tao limitado espayo. //. .//An portatil por Justus l’erthes. dc Gotha (Allemanha). Font o lilttlo .Ulus portatil , arrcplado y tradtisido dc la $<>.* ediclon alcmann, com zX mapas coloridos prabados cm coliroj Ciotlia iXqq , vein visitar-nos com cm 2 3 z 5 9 10 11 12 13 1 (SO Itihlioj/mpliin o ultimo vapor da Europa, uma obra pequena, conhecida por nos jd aiiteriormcntc. A afamada casa cditora Justus Perthes, cm (iotha, peclc-nos uma critica-convite ao qual correspondemos dc bom grado. Uni livrinho que desde 1845 teve 30 editors eja lbi vendido porccntcnas dc mi- lliares dc exemplarcs nao prccisa mais, no res to, dc recommend JD'aquclla casa ningucm espera outra cousa senao boa, pois 6 sabido que ella e notoriainentc a primeira que existc no ramo cartographies c quem nao sou b esse onde sc publi¬ cum as classicas G tographis eke Mltleilutigen, dc Petermann, pouca orientavao possuiria sobre o movimento geograpliico, Ao contincntc amcricano cabem n’este atlas 7 mappas. Bastantc I'avorccida licou a Hispano-America, cspocialmcntc a Rcpublica Argentina, o Chile e as Rc- publicas trail sand inas. () Brazil, infelizmcnte, nao foi tratado com a mesma gene- ro.sidadc sentimos ter que dizcl-o, mas a casa Justus Pertllfes nos dcsculpara senielhante fran(|ucza, muito natural cm pessoa que sc intcre.ssa cm primeira linha cm tudo <|uc diz rcupcito a cste paiz. O mappa n." 22, abrangendo a America me¬ ridional toda na cicala It6n,000,000 nao satisfaz as nossas nccessidadcs c nao corrcspondc as nossas esperan^as, embora haja ainda pequenos ma])j)as espe- ciaes, cm escala mnior, dos nrredores da Capital Federal c das colon ias all cm fie s do Rio (Irande do Sul, Santa Catliarina »■ Parana. Pedimos respeitosamente para o Brazil uni pouco mais do consitleraeao ( se na 3 * •“ edi<;iXo for attendido estc nosso desideratum, nao havera ra/.ao alguma dc duvidar c]tie o . It las portatH tera tambem larga acceita^ao entre 110s, espccialnicnte se d’estc augmento nito restiltar altcrat^fio do prc(;o alias modestissimo - dc 3 marco s>. rlssim attenifldos, srni a a a $6 0 me- l/ior y rnnio ao mrs/no tempo o mats barato atlas gcagraphlco ijitr. se possa achar para ttso nos cscolas. Quanto a geograph i a do Amazonas chamamos a atten^ao da casa Justus Per¬ thes c da rcdacyflo das Geographisehc Miiteilnngen sobre o hotabilissimo mappa do Estado do Para, or^anisado |>elo Dr. Ilenriquo Santa Rosa, assiduo Director das Obra* Publieas, e prompto a sahir do prelo proximamente sob os auspicios do Pioverno Kstadual. III. Dr. /' l ogt , / 1 !\ risen hi Motto-Grosso 18X7 iS'SS (Zioeite Sehingii-Expeiti- tion) (In Zeitschrift dcr (jesellschaft) fur Erdkunde zu 1 ter tin , Vol, 28, 1893). [Viagens ( in Matto-Grosso 1887 — 1888. Segunda cxpedi<;iTo ao rio Xingu. Pclo Dr. Vogel. Berlim 1893]. O amavel astronomo tl’aquella expeduplo allema, <[uc por duns vexes ( 1884 c 1887-1888) oceupou-se, debaixo da chelia do l)r. Carlos von den Steinen, com a cx- ploraeao do Rio Xingu e da respecliva zona, antes tao pouca conhecida do Brazil central,* explora<;uo que tein sido enrouda com phenomenal succcsso e sobre- tudo tSo fructifer* tern sido cm !ela<;ao a ethnographia - mimoseou-nos ultimamcntc com urn exemplar de uni trabalho sen publicado no pcriodico da Socicdadc dc (icographia de B Him c que tern por fim especial resumir e salientnr o material propriamente geographico da segunda eampailha. Intuitivo e o direito do nosso Boletim ■ dc assignalar semelhante publicavao, pois o Xingu aclu-se 11a maior extensao do sen percurso cm territorio do Kstado do Para, emborn as cabe- cciras ettejam no estado visinho. () livro cm questao do Dr. I’. Vogel, (pic liojc e professor de astronomia 11a academia militar de Munich (Baviera), tern os seguintes capitulos: I. Viagem do CuyabA na regiilo do Xingu ( 1 " viagem cm canba no rio KulUclui — 2." regresso). * * cm 2 3 z 5 9 10 11 12 13 Itibtiofpwplii" 187 II Viagem tic Cuynba ao Rio .Sao Lourenyo, (i. O Silo Lourenyo e suas colonias— 2. Viagem dp Sao Lourenyo ao Ta- quary — 3. Coxin. — 4. Rcgresso de Silo Lourenyo para Cuyaba. III. Resultados das observayfies astronomicas, topograpbicas, melerologicas. Como supplement!) vein um capilulo de natureza geologica, do Dr. L. von Am¬ mon sobre as petrilicayoes devonianas de Lagoinlias cm Matto-Grosso, interessante pelo parallelo com a fauna devoniana do Ereri no nosso F.stado (ao X. AV. de Monte Alegre, no ( urupatura, anteriormenttt investigado por I lartt, Rathbun e Der¬ by, content este capitulo descripyoes com figures de novos Trilobitos, Gastcropodos e Urnchiopodos caracleristicos. O trabalho e escripto cm cstylo muito agradavel, vein acompanbado de copioso material cartographico e constitue cm summa mui valiosa contribuiyiio para o co- nhecimento exacto de uma parte do lira/.il Central, que ate bem pouco tempo atraz envolvida se acltava 11a main dcploravcl esenridao. 1 ! 1£. Illismatw , Krilisches / rzeudm iss tier myrmekophilen mid termitophilen Arthropodcn. NebsJ Angabc der I.ebensweise mid mil Jleschrcibung netter Arten. Berlin (S', I., ihirnes) iMqj. [K. Wasman, Emimeruyjo critlea dos artbropodos myrmccopbilox e termito- philos. Com rim supplemento, eontendo indicaybes acerca do modo de vida e dcscripydes de novas especies. Berlin! 1894.] As formigas, estes liymenopteros que com a organisayao complicada e desen- volvida da ceonomia interna dos setts estados sociaes tern provoendo 0 inlcrcs.se 1 as pesqttizas de niuitos pensadores notaveis, bospedam niio pequeno nttmero de arthropodos maiorcs e mcnores de outras classes e ordens, ora a titulo de amigos tratados com manifestas provas de attenyao, ora simplesmente tolerados como in- i|uilinos indifl'erentes e neutros. Causa Igtial nota-se entre os Orthopteros com os Termites (cupins), ctija organisayao estadoal parece ainda mais complicada que a das fonnigas. K extensa e volunmsa a litteratura sobre os artbropodos myrmcco- pbilos e termitopbilos. Sob o impulse) da tendeneia moderna de divisao de trabalho e do espirito especialisador actualmente reinante lias sciencias, innumeras ja sao as publicayocs que tern apparecido a este respeito mormente nos ultimos annos, 110s pcriodicos seicntilicos e livros avulsos de diversos povos e dilTcrcntes linguas. A en- cbeiite torn adquirido dimensbes grandes e o material littcrario ameayou de entu- mesccr a ponlo de ser ja tarda dillicilliina, de nbrangcr o todo e geral na multid'to dos pormenorc-s. K111 taes circumstancias a empreza do Rev. Padre Erich Wnstnann, da S. 1 ., de sanar scmclbante lacuna c lalta de uma synopse eritica na meneionada espe- cialiilade, foi um ado allamcntc meritorio. K a scicncia podc congratular-se ain¬ da particularmenle, por ter partido este louvavcl esforyo de compclentissima fon- le pois o P. ICricli AA'asinann (■ conbecida auctoridade cm cntomologia e espcci- almentc n’este terreno. Mediante o novo livro, de rcspcitavel tamanbo, cde23t paginas, o alitor tills pbc cm condiybes de saber onde eslaiuos, de tirar o balanyo do actual estado das cotisas. K como lima enscada bemvinda e socegada, de onde podemos de p6 cm terra fume, apreciar a vclicmcntc corrcntc/a de um grande e largo rio. K que niio vac exagerayao n’esta comparayilo, mostra por cxemplo por si so ja o rcspcitavel numcro de insectos myrmcei'pbilos ( 1777) 0 termitopbilos ( 105 especies), a niio fallar dos outros artbropodos! cm 2 3 z 5 9 10 11 12 13 188 liiblioynipliin O corpo propriamcnte dito do livro se divide nos capitulos seguintes: I Kmimera^ilo da littcratiira (png. i 56) II Knumcrnyao das especies (png. 5*-- 203) III Supplcmcnlu contendo as descripyoes de novas especies, gencros e vnrieda- ‘les (57) (pag. 203—223) Os accrcscimos cm novas formas silo mais considcravvis nas familias dos Sta- pbylinideos, I’sclnpllidcos e l’nlissidcos, todos diminutos Colcnpleros. I emos de observur, que stria erroneo suppor que o livro, deque tralamos, fosse talvcz divertulo como peya lilleraria, lima fonle de informaydes tragavcis para leigos, Isto o livro nilo aspira; file e deslinado nos naturalisms de protissilo e >■ dcclara, no rcsto, j.i pelo sen litnlo que nilo pretende si r ontra cousa senilo uni eatalago seientilico. Podemos porem assegurar nos uossos Icitorcs, que o autor, a pedido nosso, offoreceu-sc-nos redigir outro trabalho complemeiitario, com vista especial para os Myrmecophilos e Termitopliilos do Brazil, onde o lado biologi- co sera tratado com mais expansao. Sera materia para um futuro Bolctim oil para lima das primeims Mcmorias do Museu l’aracnse». cm 2 3 z 5 10 11 12 13 14 BOLETIM 1)0 MUSEU PARAENSE HISTORIA NATURAL K K'LUNOGRAPIIIA PARTE ADMINISTRATIVA i JOHANNES von NATTERER Pelo Dr. EMILIO A. GOELDI (Com tint rrtratOy autographado dr UfH origin a /, oj/irccido prla Jilha dr Nattn cr) Faz liojo ,52 rum os, qun expirou oil' Vienna cl’ Austria um dos niais notaveis vultoS das sciencias naturaes. Morte repen- tina ccifou uma utilissima cxistenda, pondo, imperiosa 0 im- pretcrivelinente, terino a vida do mn homeni, quo grandes i'eitos scientilieos'realisou c maiores ainda tinlia projectado e preparado. Xilo o julguem pelo numero de livros por elle pu- blicados, pois sao poucos — tambeni nao o julgucm pela pe- quena oil nCnhunia importancia, quo acaso llie liga qualquer diccionario oil encyclopedia d'aquelles quc vos caiazn primeiro as maos na bibliotheca quc mais proxima for, pois os respe- ctivos aut' res, por via de regra, o desconhecorao. Kxplica-se isto perfeitamente: o valor real d'estc vulto so se revela com toda nitidcz aquelles que pisam as niesrrias sendas, quo o na- turalista cujo nome eiicima estas linhas, aos cultivadores do mesmo campo, aos caracteres cjiio algunia affinidade possuem para as predilec^Oos scjentificas e para o rmno especifico da occupayao intellectual e estes sao poucos. I )a-se com Nattercr o mesmo quo com o arcliitecto quo morre, dcixando clc um ir/. JC" 0—tuoi.' DO MUSK!/ PAnAEOJt) 2 3 L. 5 6 10 11 12 13 14 15 Johannes von - Natlcrer 190 grande e complicado cdificio apcitas prompto os alicerces: quantos terilo os conhecimcntos profissionaes e. o poder men¬ tal, para adivinhar o piano gcral no sen todo e nos sous por- mcnores ? Quern era Nattercr ? — Podomos responder em poucas pa- lavras: O maior, isto e, o mais zoloso e o mais fecundo col- leccionador zoologico que pisou a America do Sul. I )('/oito annos duraram as suas porogrinaqbes, durante o primeiro im- perio, polo Brazil, juntando cm mammiferos, avos, em ver- tebra’dos em gcral, uni material t;\o collossal, uma collecpao tao rica e completa, como ninguern antes e depois a fez. E’ o homem, quo cent vez.es citei nos mens livros snbre liistoria natural d’este paiz, e cujo nome.ainda centenas de vezes sera ehcontrado nas paginas das monographias zoologieas ulterio- res. Fallei d’elte no men livrinho acerea dos mammiferos bra- zileiros, as pags. 8 e 31 do capitulo intrnductnrio *, Escrow August von Pelzeln, no prefaeio do cate logo das avos colligidas por Nattercr no Brazil: Poucas expedient's scientificas tern dado resultados tao grandiosos, como a dos naturalistas austriacos n<> Brazil. O espolio ornitlvdogico, abrange, como fructo dos esforc.os do inolvidavol Johannes von Nattercr, approximadamente 1.200 (species em 12.293 polles, das quaes so uma fracqfto muito insignificatite foi adquirida por compra on prosento, s('ndo tudo 0 mais collec- cionado por ello mesmo. l aes thesouros scientificos so podiam ser alcancados pela coincidencia dos laetores os mais favora- veis. Unicamento pela circumstancia, quo foi dado a uni ho- mem como Nattercr, o qual occupava um dos logares mais salientes entre os ornithologistas e possuia no mesmo tempo a mais alta idoneidade como ca<;ador, culleccionador e prepa- rkdor, - explorar em diversas direepbes uma terra tflo rica qual c o Brazil, durante um espaco de tempo tamanlio, resul- tou a possibilidade de tacs successos. K’ intuitivo, que o nu- mcro das especies por file descobertas, era grande. Mas nao e so polo latlo das novidades que sao notaveis as suas colleccoes. Em grao igual o sao para um outro ramo da in¬ vestigate ornithologica, e polo methodo racional do collcc- cionamento. As aves sao pruvidas, com poucas excepip'ies, de- 1 Acccntuo (i quo It ilissc— quelviido corrigir dVsl’urte certa observafao las- limavcl, que casualmcnte dipani n’unia publica<,ao official, do tempo do segundo iniperio, intilulado 11 I 5 rox.il ua K\posi<,'ao Universal de Vienna , nbsrrvarao crronca- quasi ridiculu , inupirada lalvcz por um patriotbmo mal compreheu- dido. Johannes von JSaUevcr 101 lottreiros cnntcndo o numero successive) das cspccies, a loca- lidade, o dia e mez, finalmente ainda o sexo. Simultaneamcnto Natterer redigiu o seu catalogo-manuscripto, no qual, para cad a especie e com o respective nurnero, acham-se indicados para uni on mais individuos, tndos os caractereS que so sao visiveis no individuo fresco on vivo, como a cor da iris, do bido e das pernas, das partes riuas, a fornm da lingua, o con- toudo do estomago o do papo, noticias anatomicas, medi(;0es do vivo, observances sobre a localidade habitada, o modo de .vida, a voz, a distribuicao. A oxactidao d’estas annotacoes, de par com o grande nurnero dos individuos colleceionados, offc- recem-nos assim occasiao de aprender as dififei'ennas de sexo e de idade, como tambem as variances existentes de lima e niesma especie e oventuaes racas locaes. I >e maior im- portancia porem sao as indicacOes precisas das localidades oiide os cxemplares foram colleceionados, e do tempo, indica- cCcs cstas quo sao apropriadas a nos forneccr inn conheci- mento da distribuicao das avos dentro do territorio do Brazil e da sua existcncia nas diversus cstapocs, tal como posstiimos de poucas regions do globo, e tanto mais completo, que Nat¬ terer, pcla duracao da sua estadia, poude demorar-se mais tempo nos pontos importantes e conhecer assim cabalmentc as faunas locaes. • Kstas palavras dizeni a mais cstricta ver- dade c podcipos subscrevcl-as uma por uma. [oli an nos Natterer percorreu o Brazil intciro, com a unica cxcepcao do extremo Sul (Rio Grande e Santa Catbarina) e da zona costeira desdo o Para ate <> Rio de Janeiro. A. ultima d’estas duas lacunas no programma geral foi occasionada por commonCes politicas no Brazil; e lastimavel cm rela<;ao a nie,- tadn septentrional, quero di/or o trcclio do Para ate a. Pallia, nienos sensivcl porem quanto a metade meridional, visto que poucos decenuios antes este trcclio da Bahia ate o Rio de Ja¬ neiro tinha sido proficicntemcnte explorado polo excellente principe Maximilian zu Wied-Neuwied. Informa detalhada- mente acerca do itinerario observado por Natterer, om todas as suas peregrinanCes pelo Brazil, o seu compatriota acima mencionado, August von Pelzeln, nos catalogos sobre a co- lhcita mammalogica ' e ornithologica \ } Brnwlisclic Saugcthicre. Wlcj) 1883, pag. 1-2; png. 125-136. - Zur Ornithologie Brasilicns. Wien 18; 1, pag. 463 scg. cm 2 3 z 5 10 11 12 13 14 102 Johannes von Natterer So, ja assim, Natterer mcrece a atten^rto e o respoito do todos quantos se interessam por aquelles quo parte activa tern tornado na exploraiplo scientiKca do Brazil, considcrado no sen todo, para nos, na Amazonia, torna-se isto urn dever dupla- mente sagrado, pois Natterer consumio d'aquellcs 18 an nos, perto do 6 an nos, a tenja parte do tempo total, com a visita do magestoso rio c dos sons affluentes, cada qua! mais notavel. Podcnms affirmar, sem reccio do exagerarao algunia, quo os conhecimentos scientificos actuaes da zoologia amazonica, mor- mento no terreno dos mammiferos e das aves, datum do tempo da viagem do Natterer e baseam-se, na sua cssencia, espccial- mente sobre os resultados e as cnlleec;ocs do intrepido viajanto anstriaco. N’ostes dons ramos do zoologia clle foi para a Ama¬ zonia, o quo foi mais tardc o uaturalista inglez I lenry Hates cm relaeao a entomologin, o estudo dos insectos, da mesma re- giao. Nan vac n’isto lima nota do menosprezo da nossa parte ao trabalho executado no mesmo sentido por ontros naturalis- tas antes o depois d'elle. Quanto aos procursores, proximo pu- blicaoao nossa dara a entender, por exeraplo, que soubemos ser justos para com o uaturalista luso-brazileifo Dr. Alexandre Rodrigues Ferreira e por outro lado rospeitamos os feitos do Spix, embora a claboracao do material colligido por este scientlsta bavaro provoque o nosso criticismo ein numcrosos pontos. julgamos assim justificado o nosso emponlio cm popularisar o nomc e o merecimento do Johannes Natterer. Poles titulos acima meneionados adquiriu o direito de ser mais conhecido, mais popular aqui no Brazil do que o foi ate agora e o Mu- seu ]’,intense offerece com maxinro prazer os sous prestimos para este fim, honrando os series esforcos de aprofundar a historia natural da mysteriosa Amazonia. Este nosso instituto dove olhar com piedade filial para o vulto d'este grande lio- mem, cuja obra d unia pedra angular do nosso edilieio e euja actividndc e uni dos pilarcs do nosso programma, das nossas tendencias scicntificas 1 E alem das razOes acima especificadas ba ainda uma «ultra que liga estreitamente o nomc de Nat¬ terer .1 Amazonia; logo a diremos. Nas partes e documentos quo seguem o leitor aeliara os pormenores sobre a estadia de Natterer no vallc amazonico, o jieriodo da mcnmravcl oxpedi<;ao quo naturalmcnte mais do perto nos dove interessar. Igualmente reproduzimos era tra- t ' kmato t.dtre o Dr. Alexandre Rodrijucs Ferreira, I'tirfi. Alfredo Silva & C.*. — 1895. cm 2 3 z 5 6 11 12 13 14 15 Johannes von, Natterer 193 V ducr.V) fiel, do texto allcmiio, uma curta biographic do nosso protogonista, da lavra de pessoa quo fon.’.osa.mentn do perto conhecia a vida do cclobro naturalista--do Sr. Barilo Julius SchrOckinger von Neudenberg, genro de Natterer. Natteror foi um trabalhador in fati gavel. Isto logo resulta da propon;ao numerica outre as collect;Oes e o tempo con- sumido no Brazil. O espolio cm avos foi do 12.293 p’elles, em maminifcros de 1.179 exemplares. Um simples calculo ensina, quo 11a media, Natterer preparava jnasi duas aves por dia durante a tonga cstadia dr /rcciosa do Museu de Historia Xatural d'ac|uella capital. hoi feliz com as suns remessas, nfio tendo perdido, em vida, semlo a collccqilo de animaes vivos trazidos do Amazonas, destinados ao Jardim Imperial de Schoenbrunn, inunolados polos insurrectos no I’ara, no tempo da cabanagem . Parece que foi a unica adversidude major, que Xatterer teve de soffrer, debaixo d’este ponto de vista, ■ Animaux nomvaiix mi rarcs 01c., do I'Am-riquc du Sud. OUcaux, par M. O. Dcs Mura, pay. 4 (Paris 1855). 10 11 12 13 14 15 198 Johannes von Nall ever durante a sua longa estadia no Brazil e o resto da sua vida cm Vienna, ao passo quo A. R. Wallace perdeu tudo n’um naufragio perto do Para, nao salvando senao a vida e —a lembranc;a e as impressOes das viagens realisadas na Ama¬ zonia. Cinco an nos, porem, depois da morte de Natterer, em 1848, um grande inccndio destruiu o anti go (rabincte Imperial de Historia Natural do Vienna. N’esta lamentavcl catastrophe perdcram-.se a collcceao’ de esqueleto.s c parte da dos peixes colleccionados por Natterer, e quasi todos os manuscriptos e diaries relativos as viagens no Brazil, salvando-se felizmehte as outras collecpOes. E’ uma coincidencia singular, quo por incendios ja duas vezes perderam-se dados c collecpGes de sunima importancia relativos a historia natural da Amazonia, acarrctando prejuizos irreparaveis e retardando desastrosamente o progresso scien- tifico: o primeiro foi o de Vienna, o segundo o do antigo Mu- seu de Cambridge, na America do Norte, cau.sando a perda total da colheita de Louis Agassiz, feita durante a ex- pedir.ao, quo foi assuinpto de um artigb nosso no fasciculo anterior d’este Bolctim. E mais uma circumstancia. exquisita: foram principalmente as collecroes ichthyologicas provenientes do Brazil quo sempre foram perseguidas por lima m'a sorte, pois consta-me quo a colheita feita por Wallace 0 totalmente perdida no naufragio acima mencionado, era deveras impor¬ tance em relacao a classc dos peixes. Trabalhos impressos do propria lavra, Natterer poucos legou a posteridade, ja acima o dcclaramos. Ao nosso saber, sao apenas tres: uma noticia sobre vermes intestinaes, datanilo ainda do tempo da mocidade, da epocha agitada em epic o con- tinente europeu soffria dcbaixo de uma conflagracho geral, produzida pelas guerras najiolconicas e dons outnis, ja datando do tempo depois da volta do Brazil, tratando um sobre o fjCpidosiren fmradoxa, outro sobre os Crocod'Hides (jacares) sul-amcricanos. Duas obras de maiores dimensOes, porem, fi- caram em phase de prpjccto; a morte repentina de Natterer veio por o ponto final em ambus, matando uma em estado ja adcantado, porem, nao madura para o prelo, e a outra ainda inteiramente cm embryao. Com o Prof. Andreas Wagner, de Miinchen, o douto conhecedor dos manmiiferos, elle quiz jni- blicar uma obra sobre os : Jfammijeros do Brazil , encarre cm 2 3 z 5 6 10 11 12 13 14 15 Johannes von Nallcrcr 11)7 gando-sc clle da parte biologica e zoogcographica, ao passo quo Wagner devia redigir a parte systematica Foi esta que ficou paralysada ja nos primeiros passes prcliminares. Alein d’esta, Nattcrer trabalhou activamente n’uma obra independente sobre oruithologia gcral, como sabemos pda biographia do sen genro — esta, no interesse da qual elle fez aqudlas viagens polos Museus europeus, estava principiada, mas nem este prindpio existe hoje, pois foi preza do grande incendio de 18 4 8. Uraa vez morto o autor e organisador d’aquellas collectors phenomenaes, muda aquella fonte insubstituivel de informa- <;Oes directas, inutilisado aqudle riquissimo thesouro do saber, a elabora^ao scientifica do material, naturalmente nao poude ser activada com a mesma presteza. Certamente, estamos fir- memente convictos d’isto, nao era falta de interesse, que re- tardavamma rapida successilo de pnblicapoes, mas uma certa falta dc coragem, facillima de explicar-se pdas dimensOcs d’este material. Qucm nao havia de recuar, no primeiro mo- mento ? Era acostumar-so com o tamanho acabrunhador da tarefa. Encetou-se com o tempo esta olaborac.to. Em vez de eflfe- ctuar-sc cm forma de vigorosa e potente correnteza, fez-se gotta a gotta. Em vez de harmoniosa e homogenea, ficou fragmentaria c heterogenea. Wagner continuou a publicar ainda certos capitulos sobre mammiferos brazileiros, baseados na colheita de Xatterer; juntou-os, ora como supplemeiltos a grande obra dc Schreber 1 ora inseriu-os nas memorias da Academia de MQnehcn f Sao sempre valiosos sob ret 11 do no quo diz respeito aos roedores, os morcegos c as quica.s me- nores. Kner 1 * * 4 c I Icckel 5 6 trabalharam sobre certos grupos de peixes brazileiros- tambem sao dissertates importantes. que merecem ser consultadas. Sobre a mesma classe recentemente Steindachner rj emprehendeu uma serie de estudos, indispen- saveis aos cultores da ichthyology brazileira. Diesing 7 apro- 1 « Miinchner Gelehrte Anzeigcn > xvi, pag, 73. 3 Die Sihigtlucre in AbbiMungcn nach tier Xatur mil ISesclireibnngen von Dr J. C. D. von Schreber. Fortgesctzt von Dr. J. A. Wagner. (1775-1855). .1 Beitrilge /nr Kcntniss dor Siiugthiere Amerikas. Miinchcn ( 1847-184, S). 4 Dr. K. A'nir, a) Die Familie tier Characinen. Wien 1858.- b) Die l’an- zerwelse (I.oricarinae 1,853). 5 Jacob Iteckd, Johann Nattercr’s ncuc Flusslisclic Bradlicns (I. Labroidcn) Wien 1840. 6 Dr. F. Stein/ae/uter a) Ichlhyologische Xotizcn (ix) (1864-1870).— li) Beitrilge zur Kcnntniss dci Flusslisthe .Siiilanierikas. Wien (I IV) 1879-1882. 7 Dr. C. M. Diesing, Systcma Uchninthum 2 vol. Vindabouae (1850). cm 2 3 L 5 6 10 11 12 13 14 15 103 Johannes von Null ever veitou o enpioso material helminthologico rcunido por Nattcrer no Brazil, material c|uc nao deixa de impor-se ao nosso res- poito, pois 6 quasi incrivel o numero do vertebrados exmnina- dos pelo incansavel explorador em retacao aos sens vermes intestiuaes e os sous parasitas internos. Ii ainda pelo ultimo fascicule do nosso Bolctim vr-se <|ue tambem ja os myriapodos brazileiros, do espolio de Nattcrer, acharam conipctentes ela- boradores cm Saussure e Humbert \ Se todbs estes trabalhos, baseados cm todo ou em parte sobre as colleccOes zoologicas de Johannes Nattcrer, estao dis- seminados sobre porqao de obras, apresentando um triste as- pecto de esphacelamento littcrario, com intima satisfacao copstatamos quo o mesmo nilo sc da, pelo monos em rolacao ao espolio em mammifefos c aves brazileiras. Ilouve um pro- vecto zoologo c pacicnte investigador, compatriota do protb- gonista e zeloso funccionario do Mttscu Viennensc, quo dedicou grande parte da sua vida ao estudo do respective mate¬ rial, elaborando-o com palpavel amor e admiravcl persisten- cia. O Prof. August von Pelzeln, quo infelizmcnto hoje tambem ja nao pertence mais ao numero dos vivos publicou em 187 1 um livro intitulado • Zur Ornithologic Brasilians , e cm 18S3 um outro Brasilisehc Siiugethicro , ambus dedicados cxclu- sivamentc aos resultados de Nattcrer. Sabemos, quo elle ten- cionava continuar, ])rcparando outra publicacao no mcsrrto genero com relagfto a colheita em reptis e amphibios. Mais uma vez a mortc vciu cruzar cste projecto. Quem assumira a heranca scientifica ? Os dous livros do Prof. August von Pelzeln sao catalagos, aridos se quorum, destituidbs do quaesquer ornamentos rheto- ricos. Sao intragnveis para leigos cm materia zoologica, mas sao documentns de alto valor para o scientists. Eli posso di- zer, quo sao aquelles livros quo mais vezes consul to aqtii no Brazil - raro c o dia, cm quo nao tcnlio de abril-os. Nattcrer conseguiu reunir no Brazil 205 especies de 111am- mifcros. h.m novas especies descobriu nao mcnos do 73, mais 1 Zoolngie clu Monique, vt p;irtie, sccomlc section (l’aris 1 87 2). ]• aileron cm 2 dc Sclcinbro do 1891, 11a idadu dc (>0 iiimos. — Uiographia na « II>is * do L.ondros, 1892, pag. 188 seg. cm 2 3 L 5 6 10 11 12 13 14 15 Johannes von, Natlcrcr da ter), Callithrix ca- ligata (■:< Uaia-pussa ,.-)', C. brunuca ( Bocca d’agua »), Ilapalc chrysoleucos — todos da Amazonia. Muito grande e o numoro das avcs novas de.scoberta.spor , Nattorcr no Brazil. Uma rapida oriental,'ilo, que debaixo d’esto ponto de vista acabo de cmprehendor, ensina-me que foram polo menos 205 especies. Ora, sendo o total das aves scienti- ficamente conhecidas no Brazil, de 1.680 especies importa isto quasi a frac(,-?io de 1/8 de toila a aviaria brazileira. San numericamentc considoraveis as dcscobertas relativas as or- dens dos Raptatores (7), dos Psittaci (4), dos Picariae [Rham- phastidao (4), Picidae (13), Caprimulgidae (9), Trochilidae 8], dos Passcres | Tanagridae 6, Fringillidao 10, Cotingidae 9, Eormi- caridae 41, Tyrannidae 28], dos (jrallinac (10). De Columbae (Pombos) Nattorcr descobriu 3 novas especies, de Grallatoros 4 especies. Esta synopse, embora summaria, deixa entrevor a importancia fundamental (|uo resulta cm materia de ornitho- logia da expodiyao do inpansavel naturalista realisada cm territorio do Brazil. Comprchensivol e (|uc a inlluoncia quo Nattorcr tao jus- tamente cxercia no terreno da zoologia dos vertebrados snl- americanos, cncontrou uma expressiio de gratidao por parte de muitos scicntistas d’aquella epocha, que lhe dedicaram pon;ao do animaes novos. Kntro os Mammiferos bn por cxcm- plo urn moreego, quo Eitzingor baptisou Nycticejus Nattorcri. Entre as avos lcmbro-me n’este instante de um Chrysqtis •Nattorcri (Papagaio), de um Ptcroglossus Nattorcri (Arayary), de um Momotus Nattorcri (taquara), do uma Cotinga Nat- tcrori (anatnbe), do uma Lurocalis Nattorcri (bacurau), do um Picus Nattorcri (pica-pao), do um Tachvphonus Nattorcri, de uma Pipra Nattorcri (tangara, arapuru), do uma Penelope Nattorcri (Jacu), o cstes ainda nfio sao todos. Entre os Reptis ha uma cobra elegante com o sen nomo- o Thnmnodynastes Nattorcri, portenccnte a familia dos ophidios, conhccidos ■ Ori;o approxlmadamnnte cm 250 especies o total dos mammiferos pro- priamrntc Imi/.ilciros ate hoje dcscriptos, importando quasi a metade das especies ncotropicas, que Wallace calculou cm 504. Veja Goeldi, < Mammiferos do Brazil* P a g. 8. 2 Goeldi Avcs do Brazil (I) pag. 8. cm 2 3 z 5 6 10 11 12 13 14 15 2U0 Johannes von Natterer pclo povo brazileiro com o nomc do ■ cobra-cipo . No ultimo fasciculo do Bolciirn acha o leitor entre os Myriapodos brazi- lciros dims especies dcdicadas ao inesmo naturalista, um Oxyurus (sob n." 15) e urn Spirobolus (sob n.° 43), E assim par dcantc: ha peixes com o scu nome (Pachyurus Nattcrcri), nao poucos insectos, etc., e longe nos lcvaria enumerar todos cstes casos, onde Natterer iigura como padrinho. Quando nuidurou em mini a resoliKjflo dc colligir os ma- teriaes para uma noticia biographica do eminente naturalista austriaco, afim do divulgal-a aqui no Brazil, paiz quo afinal dc contas nflo pode deixar do interossar-sc pclo homem, que tan to se intercssou por csta terra, dirigi-me a Bibliotheca da Universidade de Vienna, expondo as minims inteneocs c o raeu projecto. Foi em 17 de Agosto de 1894. Com extrema gentileza fui immediatamente attendido, recebendo eu offi- cialmente, por ordem do Director da dita Bibliotheca, o Sr. Grassauer, ja em 11 de Outubro de 1S91 copias de biogra- phias c utilissimas indicates acerca dc litteratura. O Sr. Director da Bibliotheca Univcrsitaria chamou alem d’isto a minim attonqmo para o facto, que vivia ainda pessoa, que de certo poderia fornecer mais amplas informatjbes- a propria filha de Natterer, a baroneza Gertrude von SchrOc- kinger. Logo dirigi-me a esta Senhora, pcdindo-lhe o sen atl- xilio para o men piano e rogando um retrato de Johannes von Natterer, que eu nunca tinlm visto em publicaeao alguma. Qua! mio foi a minim surpreza, i|uando descobri quo ella era -uma brazileira, nascida no Amazonas, uma respeitabilissima matrona, que, emb >ra nao fallando mais a sua lingua material, ainda bom se lombrava das matas da sua terra natal, das margens do Rio Negro, e com summo prazer logo estava prompta jmra aviventar a memoria do sen notabilissimo pae, por quern mostrava uma vem'rai’ao commovente. Eis a tra- duccao da primeira carta que recebi: «VIENNA, 12/xri 1894. ' Prczado Sr. Director. —Mens agradecimontos pela sua carta e a dedicatoria de sums obras sobre Mammiferos * e Aves do Brazil , que tanto.mc lionra. <■ Itnchc-me de justo orgulho c jubilo que men bom pae, cm 1 SciELO 10 11 12 13 14 15 SciELO j'o 2 3 5 6 11 12 13 14 15 / cm 202 Johannes von Natterer Dezembro, e os impressos me tinham chcgado, ao passo quo cs clous retratos se tinham extraviado n’aquelle minotauro, quo so chama Correio. Recebi mats clous retratos — esta vez — re- gistrados. Esperci pod or' fazer agradavel surproza a filha de Jo¬ hannes von Nattcrcr com o terceiro Boletim do Museti I’a- raensc, contendo unta merecida homenagem ao sou pae, pro- veniente do torrao, cjue por tantas razors Ihe deviant sor caras. Esta esperanept nao sc realisou, pois o neto do cximio natu- ralista austriaco me communicou a mortc da Baronoza tier- trude von SchrOckinger, de 63 annos de idade, quo teve logar no dia 8 de Maio d’este anno. N&o lhe foi dado al- can<;ar cm vida ainda ostas sittgclas ltnltas cscriptas com efficaz auxilio d’ella e acompanhadas polo rctrato gentilmentc forne- cido por ella. Singular coincidenda! De parentes c' desccndentes de Natterer vivem, que cu s tiba, cm Vienna d’Austria um neto, que 6 official de cavalla-' ria, o Sr. Barfto Erich SchrOckinger von Ncudenberg, c um .• obrinho,' o Sr. 1 )r. Konrad Natterer, provecto chimico e " Privat-Dozent do mesmo ramo na Univcrsidadc da capital austriaca. Para, cm 17 de Junlio de 1895. DR. EMILIO A. GOELDI. NOTICIA I 3 IOGRAPHICA SOUKE JOHANNES NATTERER REDICUDA PELO SEU GENRO Johannes Natterer nasceu no dia 9 do Novembro de 1787, cm Laxenburg, perto de Vienna (Austria). Scut pae era hi falcociro imperial, sendo mesmo colleccionador zeloso de aves e inscctos. Talvcz poucas pessoas d’aquellas quo visi- tam os salocs do imperial gabinote zoologtco, saibam cjue a collecc;ao particular de um simples falcociro formava o nucleo de crystalisa^fio d’aquelles thesouros, que hoje ja tao ricos sao. O imperador Francisco comprou cm 1793 a colleccao de aves e inscctos de Natterer, pae, mandou collocal-a em\ T icnna nomeando o antiget possuidor inspector. cm 1 SciELO 10 11 12 13 14 15 Johannes von fruiterer 203 O amor do pae para as obras da natureza passou tambem para o fdlio Joan, quo ostudou primeiro no Gymnasio dos I’iaristas, c dopois frequentou corao hnspitante em diversos institutos do ensino superior as aulas do chirnica, anatornia o liistoria natural dcscriptiva. Ao miesmo tempo emprehendeu o cstudo do diversas linguas modernas e do desenho, adquirindo n’este ultimo uma grande perfegao. Son pae fez d’elle simul- tancamentc uni cxcellentc cacpidor e taxidermista. Apezar do autodidacto cm muitas cousas, Natterer cstava do posse do todos aquelles conbecimcntos, quo tanto, llie facilitaram mais tarde a sua carroira de naturalista. Ja cm 1806 e 1808 Natterer percorrcu os paizes da coroa 1 lungara, dopois a Styria c o littoral austriaco. Em 1809 foi aspi- l'antc, sem voncimcnto, do Imperial Museu Zoologico c n’esta qualidado acompanhou os thesouros da natureza e artistieos da residencia, foragidos da invasao franceza, para a Ilungria Esta occasiad Natterer aprov.eitou para oxcursoes no Banato e na Sclavonia, voltando cm 1810 para Vienna. Aqui com zelo sc occupou da hclminthologia viajou as suns proprias cx- pcnsas, nos annos 1812 a 1814 na Italia ate a Calabria, o por diversas vezes examinou as nossas costas no mar adriatico. Em 1815 Natterer foi eitviudo para Paris, para auxiliar 11a volta dos objectos de arte c do sciencia reclamados, o olle aproveitou a cstadia 11a grande capital franceza para o alnrga- mento dos sous conbecimcntos de bistoria natural 1 Em 1816 obteve a nomea<;ao de assistente do imperial gabinete de objectos da natureza, c em 1817 foi designado membro da oxpediip'to, dcstinada a acompanhar a imperial princeza a ar- cbi-dtiqueza Leopoldina, noiva do principc herileiro Dorn Pedro do Brazil, c a investigar em seguida cste paiz.debaixo do ponto de vista, da bistoria natural. Esta expediean consistia aleni de Natterer ainda do Pro¬ fessor Mikan e Dr. Pobl., de Pragv, do imperial jardineiro Schott, do imperial caeador Socbor e dos pintores Ender e Bucbberger. O governo do rci da Baviera aproveitou a oc- casiao para delegar os Drs. Spix e Martins, o governo de Toscana o naturalista Raddi. O embarque dos diversos mem¬ bro,s da cxpodieao realisou-se da seguinte forma: Dr. Pobl c o pintor Bucbberger, mais Raddi, no sequito de S. A. 1 . R. 1 Era entao director do estalrelecimento o Dr. von Sdircibcrs. 3 ■ Notion de uma collocvflo considcravel dc helmintlios' t Vienna 1811 ), editadn por Natterer, em collaboraqio com Sclircibers c Brcmser. J Foi sobretudo no Jardim das plantas » cm SciELO 10 11 12 13 14 15 20'i Johannes von Natterer da archi-duqueza cm Livorno, na eorveta portugueza Domjoao. Prof. Mikan, o pintor binder c os bavaros Dr. Spix e Martius, cm Trieste, na fragata Austria. Natterer com o jardinciro Schott e o cagador Sochor, igualmente cm Trieste, na imperial fragata Augusta. Kstas dims fragatas levantaram ferro no porto de Trieste cm Margo de 1817, mas logo nos primeiros dias foram separaclas ppr uma violonta tempestade, (pie tanto maltratou a Augusta, quo, uni casco sem mastro, so com dif- ficuldades aleangou o porto de Chioggia, tendo la de sujei- tar-sc durante seto semanas aos reparos das avarias. Natterer aproveitou esta residencia involuntaria, fazemlo excursoes, ao passo quo a fragata Austria, monos prejudiced.!, aportou cm Pola, seguindo depois viagem para o Brazil, ondc chegou ja cm Julho do inesmo anno. De Chioggia a Augusta fez-se de vela cm 31 de Maio, para Gibraltar, osperando la a eliegada da noiva imperial, a bordo da corveta portugueza Dnm Joao, ate 1 de Setembro. achando Natterer d’est’arte occasifio para investigar a ponta meridional da llespanha. l’rosi'guindo entao na viagem para o Brazil, aportou ainda cm Funchal, capital da ilha da Madeira, so- brando, todavia, so dia e mcio para cxcursoes. Fin ,5 de No- vembro de 1817, finalmente, a fragata Austria ancorou cm frente da ilha das Cobras, na magnifica bahia do Rio de Ja¬ neiro. Asslm a oxpedig'io inteira achava-se reunida no ponto do partida do seu destine, para dissolvcr-sc logo cm di versus turmas. Na diseussao do piano goral logo ficou eviglente ro- vineia de S. Paulo. HI — Viagem de Jullio de 1820 a Fevereiro de 1821 para a parte oriental do S. Paulo ate Curitiba, cm Parana, recebendo ordom do ministro austriaco, do voltar para o Rio, via Parana- gua. File devia seguir agora para Matto- Grosso, mas tendo-se apresentado difficuld;:- des, o ministro ordenou-lhe que procurasseem Ypanema sua bagagem e o cayadur Soelu r, que la tinlia deixado, e voltasse entao para a Europa. Contra isto Natterer reprosentou oflicialmento, declarando que no peior dos cases elle mesmo queria ficar as suas proprias expensas, e executar assim projectos ja leitos de viagens maiores. -I V -Viagem de Fcvereiro de' 1821 a Setembro de 1822, do Ypanema, para ondo Natterer tinha voltado, esperando a decisilo de Vienna. Visi- tou as partes antes nao percorridas das pro- vincias de S. Paulo e Rio do Janeiro. V Viagem principiada cm Outubro de 1822, depois quo chegou da Europa o conscnso para pro- longar a estadia, e os meios necessarios. Nat¬ terer soguiu para Cuyalni, cm Matto-G rosso, onde fez uma parada curta cm Dezembro de - 1824. VI Viagem de Janeiro de 1825, passando por Cai- oara, para Villa Bella de Matto-Grnsso, capi¬ tal da provincia sita quasi nos limites com a Bolivia. Diversos acontccimentos desagrada- veis causaram aqui uma parada maior. N’tima excursao para S. Vicente adoeceu o cayador 2 —(bob- DO HUtXV PARA] ) cm 2 3 L 5 6 10 11 12 13 14 15 Johannes von Maltrrcr 206 Soclior do febres do mao caractor, o morreu apozar do tratamento cuidado.so do Xattorer. Pouco tempo depois olle mesino adoeceu da niosma molestia o, tendo uina perigosa re- cahida, precisou do muito tempo para o sou complete rcstabolcnimcnto. N’esto intervallo naturalmente tambem os preparatives para a futura, a mais perigosa tarefa, so avancaram lentainente. YII—Viagem dosde Julho do 1829, descendo o Rio Ciuapore e Madeira, (veja itincrario detalhado). VIII Em 1830 a oxpodioao ao Rio Negro (veja itinc¬ rario detalhado). I X — Expediran ao Rio I franco e viagens nos arre- doros, >, sendolhe abonado nma melhora de venciinento. Logo encetou os trabalhos preli- minares para mna obra critica sobre a ornithologia inteira, e para este fun viajou nos anti os do 18,58 o 1840 primeiro pela Allemanha do Norte, Dinamarca, Suecia c Russia, depois pda Allomanha do Sul, Franca, Inglaterra e llollanda. Infcliz- monte uma congestao pulmonar poz no dia 171 de Junho do 1843 do repente uni lini a agitada vida de Natterer, na idado dc 56 annos. For consequencia n£to so ficou por acabar cm manuscripto a sua grande obra ornithological., mas esta ainda por cima foi destruida no incendio do Imperial (rabinete de liistoria Natural, no fim do anno de 1 848, juntamente com a maior parte das collccpOes particulares, a bibliotheca e os diarios de Natterer. Pela morte repentina de Natterer ficou tambem interrompida a daboraeao de uma obra sobre os mammiferos do lirazil, obra quo die pretendia rodigir ein collaboraeao com o I’rof.' Andreas Wagner, de Aliinehen. As- sim temos pda mao de Natterer unicamente duas monogra- phias publieadas : a memoria sobre o I.epidosiren paradoxa Fizt, descoberto no Brazil, e uma outra sobre os jaeares sul- americanos. Rcsulta do resto da correspondencia, que ficou nas minlias mfios, a auctoridade de que gosava nos circulos scientificos estrangeiros, especialmentc no terreno da ornithologia, no qual / cm SciELO 10 11 12 13 14 15 208 Johannes eon Naltcrcr decididamentc era um eorypheu. C) principe I.ucien Bonapar¬ te, Lichtenstein, Menetrier, Baer, o principe Maximilian zu Wind Lamarrepiquot, Brandt, Guerin-Meneville e muitos on- tros, pronunciam nas suas cartas a sua alta estima do saber do Natterer, appellando cm questOes duvidosas para a especial ,oompetencia d'elle. e manitestam outrosim a estima e sympa- thia, quo Hies inspira a modestia e o mode despretcnci'oso do illustre viajante. I)a imiversidade do 1 leidelberg, Xatterer obtevc ainda, estatido no Brazil, e sent o minimo enqienlio por parte d'elle, o grao do Doutor cm Philosophia», honoris causa, e nmitas sociedadcs estrangeiras do sciencias natnraes o nomearam sen socio, como a Senckenbcrgische cm h rank- furt A M., a do Berlim, etc. A’ Societe Cuviericiine, em Paris, elle pertencia na qualidade de membre fondateur a Xatterer casou-se no Brazil, em Bared Ins, no Rio Negro, com a Sr. a Maria do Rogo, a qual porem, pouco tempo so- breviveu a volta paru*u Juiropa, morrendo com duns erialiras em consequencia do clima nito acostumado. I'ieou unicamente a fillia mais vellia, Gertrude, nascida la nas llorestas perto da Barra do Rio Negro, e e esta que tenho a felicidade de poder cluimar a ntinlia senhora. ♦ JUI.IUS SCI IRoCKINGER RITTER VOX NEUDENISEKG. (f 1882). SET1MA VIAt;EM Natterer embarca em Matto-Grosso (Villa Bella), no din 5 de Julho de 1829. Passa a foz do Rio Galeira no dia 20 de Jtillio, alcanna a volta do Campo dos Veados em 29, a foz do Rif> Baragau em 30, o Porto dos Guarajus no mosmo dia (?). a baltia grande por cima.dos catnpos dos Amigos, em 2 de A gusto, Santa Rosa em 8 de Agosto. Acha-se 11a em- boca dura do Rio Baueres em 9 de Agosto, 11a do Rio Itona- mas no mesmo dia (?), 0 demora-se no forte do Principe da Beira do dia 10 ate o dia 18 de Agosto. Kntra no Rio Mamore, 21 de. Agosto. Yence a cachoeira de < iuajara-mirim em 23, a da Bananeira entre 3-6 de Seteni- bro, a do Pao Grande em 9 e 10, e a I.age, a ultima do Ma¬ more, em 1 1 de Setembro. f.ntrando no Rio Madeira transpOe a primeira cachoeira 2 3 z 5 10 11 12 13 14 15 Johannes von Null ever 209 durante os dias it a 17 do Setembro, a das Araras em 28, 2 9, passa na foz no Kio Alnina em 2 g (?), vence outra vez a cachoeira das Pederneiras, durante os dias 30 de Setembro o 1 de < Hitubro, a dos tres irmaos no mesmo dia, o Caldeirao do inferno (a mais porigosa) no dia 18 do mesmo mez, a dos Morrinhos em 2 o, entretem-sc no Salto Theotonio desde o dia 21 ate 8 de Novembro, alcanna a foz do Kio Jamary em 10 do Novetnbro, a do Rio Mahissy em 12. Ciiega em Sao Joao do Crato, na mar gem esquerda do Madeira, no dia 13 de Novetnbro, na Sapucaia-rocca, ent-ao misstlo para os indios Muras, no dia 22 de Novembro. Ltntrando em Iiorba no dia 24 de Novembro de 1829, la It con ate Junlio de 1830, fazendo today in
  • es (Maryo 3), o de Joaquim Xunes Collares e rlo Joa- quini da Silva (mezes de Alaryo, Abril e principio de Maio). OITAVA V I AG KM Xattorer deixa Borba no dia 25 de A gosto de 1830. Xa- vega o Kio Madeira, chega em aquas amazonicas, em frente- a I Ilia dos Macacos, cm 29. Subindo rio acima, alcanna a Barra do Kio Negro (M.maos) em 9 de Setembro. La de- mora-so desde o dia 10 de Setembro ate 3 de Novembro de 1 830. Resolve subir’o Kio Negro. Partindo em 5 de Novembro, acliou-.se (>m Cajutuba no dia seguinte, passou durante o dia 14 o logar Ayrao c a foz do Kio Jan, no dia 18 a Villa do Moura, no dia 20 a foz do Rio Bnfnco e a aldeiu ( arvoeiro, alcaneando Burcellos em 29 de Novembro, Moreira cm 3 de Dezembro, I hontar e a foz do Rio Padauiry a 6 de Dez.em- bro, Santa Izabel de 14-16, Morro do Jacamim, Santo Antonio do (,’astanheiro em 20, loz do Rio t auabury, a direita, em 21, Mayaraby (Loreto) em 22, S. Jose, em 24. Avista o Rio Marie cm 23, chega a Sao Pedro em 26, onde demora-se ate 29. Proscguindo entao na stibida passou dia de anno bom de 1831 em X. S. de Nazareth, e aportou no forte de Sao (iabriel no dia seguinte. Contimuiudo viagem passou a loz do Kio Uaupes no dia 8, a aldeia de S. Anna no dia 10, a foz do Iyatman nn 11, a do Rio Xie cm 14. Na tarde do dia 13 acliou-se na embocadtira do Kio Dimity, ;i esquqrda, avis- 2 3 z 5 6 10 11 12 13 14 15 .lohunur.x von Xu I lever tando logo mais o forte do S. Jose do Marabitanas (2.5 casas o uma igreja), (Indios Haros), Em .Marabitanas, Xattcrer de- tove-se do dia 16 do. Janeiro ate | do Kevereiro. Sotnpre dis- posto, quiz estondor a expodiigio ate as possessdes hospanholas. Partindo no dia ehegou an pb da Serra do Curuliy (5 o 6), tontando uma ascensilo no dia 10. Continuando viagem no dia 12 do Kevereiro, ehegou om S, Carlos, habitude por Indios Barbs, Bannivas o Uerequennas. Km frente a S. Carlos, o forte venezuelano S. Agostinho. Sondo a distanoia d’aqui ate a bocca do Rio Cassiquiar! sb do 2 boras o moia, la foi cm 17 do Ke- voroiro, visitando osto canal natural entro o Orinocco o o Rio Negro. Voltando atraz, ehegou otitra vez cm Marabitanas, onde ticou do dia 20 do Kevereiro atb 2.t do .Main. Xa volta Xattcrer visitou o Rio Xib. Kxistindo, por feliz acaso, ainda o rospeetivo dinrio do nosso infatigavel explora- dor, intoroalamol-o, om traduocao littoral: Partimns do Santa Maria, om 28 do Main, antes do dia. () rio tinha tins 300 passos do largura, matas om arnbas as m argons, na maior parte alagadas. Almooo na rooa do Kourenc;o, ondi' foi morto uni novo Bucco, na. margom direita. A’s 2 lmras aloanoamos o sitio do J uiz do Paz Rafael, na margom .esquerda. Pornoita- mns no mato, do mosmo ladn. — Em 20, antes do dia, Rocca do Roy, muitas voltas, do proforencia N. a < )„ as vezes ()., N. < )., do tardc rooas do indios. A’s |. boras rooa do principal Jose, ondt' pemoitei. .Macaco barrigudo ( Kagothrix cana (icoffr,) No dia ,v> aehei uma preguioa real (Cboloejnis di- dactyl us Muitas voltas, o rio nciii 100 passes do largura tom, forte oorrontoza. Km 31, intormiuavol mata. Nenluim passaro aquatico, nonbum martin-pescador. Preguioa real. De tarde 11a ro<;a do Caetano, irmao do |osb. — 1 do Junbo, logo cede 11 in ostirao compridn, do um quarto do bora, para X. Do manb'i grande rooa, forte oorrontoza. Uma preguioa tropando. Do tarde outra ro<;a, do lado esquerdo. (.) priticiptd Jose mo al- eanpou outra vez o ticou commigo no mato. Do poixos so um Pacupeba (especio grande), uma nova espocie do Sucuriu (cobra d’agua).- 2 do Junbo. Almoyo no mato. As 1 1 bo¬ ras aloanoamos a cacboeira. Trinta Spiropteros encarnados, preguioa, cinco ranchos. An nioio dia 2 |", um pouco do chu- va. A cacboeira corre do (). S. O., as rochas ostavam todas flobaixo d’agua e dizom quo no tempo das aguas baixas so doixam dous canaos livres. Mais para cirna, tres a (|ualro dias, m’informam rosidir muitos Uercgueras bravios. 5 do Junbo. Partida da cacboeira. <> rio tinha considcravolmente subido. Matoi dous marrocuos, sentados n’uin pan. Um 111a- cm 2 3 z 5 10 11 12 13 14 Johannes eon X'a!lever 21 I rianito assobiott no alto do uma arvoro. Pernoitou-so na roya de Caetano, perto do S. Maria. -6 do Junho. Almo(;.o no mato, depois aportamos na roya do principal Jose e na roya do Roy. I)e tardo chogamos a S. Marcellino. » Doscondo o Rio Negro dnranto os dias 7 e 8 do Junho do 1831, Natterer quiz cxplorar tambom o Rio Iyannan. I11- tcrealamos o rnspoctivo diario: q de Junho. I loeca do Iyannan. Direcyan do O. -N. O., mais largo que o Xid, forte, corren- •teza. Na margem esquorda uni sitio. A mhos os lados alaga- dos, no osquordo tuna collina. Pcrnoitamos na margem di¬ reita. Mata bastanto alta, mas a parte da frentc inundada. Do poix.es 7 pacupebas, (outros nomes nao legiveis). 10 do Junho. 1 'ma poquena ilha. IJm bando de marreebes, marianito. Estirfio comprido para X. Muitos vacaryis (Brachiurus ouakary Spix). Fortes corrcntezas. Do unite, na margem esquorda, n’uma roya, onde tinha tun ranclio vasio. 1 1 do Junho. Cedo a malloca S. Ventura, qiuitro rasas de tabique, depois uma rasa na margem direita, mais adcanto Piraivara-garape. 12 do Junho. F.stirao comprido. Alntoyo no mato, com diffieul- dade achou-se terra firme, Muita escuma no rio, signal de proxima cachoeira. Outro estirho comprido. Kncontramos o cabo Alexandre e o principal Manoel, quo procuravam indies do Tattuhy, em substituiyao dos estacionaclos cm Marabita- nas. ’i’cndn achado terra, com dilhculdade, pernoitou-so no mato'.- 13 do Junho. Almoyo perto do um rancho deserto, onde antigamente havia uma roya. A<> X. X. O. vio-se uma montanha, coberla de mato, bastante alta, chamada MoU'piti polos indios, acima dos rios Ai-ari e (tui-ari. <) Iyannan esta enchendo, apezar do quo desde ja seria o tempo dc vasar. X'uma ribanceira alta a povoayao de S. Anna 5 casas de tabique, em f rente o monte Molepiti, metis cayadores fizeram a asconsao 0 avistaram diversas serras. 14 de Junho. O Mo¬ lepiti ao X. (1. () rio e estreito, com forte correnteza, na margem diversos rochedos. Poucas palmeiras. < )s cupins re¬ sident aqui nas arvores, em casas grandes, esphcricas, as vezes em consideravel altura por causa das inundaybos. Tambom as formigas mo’raln nas arvores. Mais adianto licou um morro coberto de mato rente a beira direita, Xo fim do cstirao a povoayfio do ( anno, ten'do na fronte uns blocos de granito. Adeante a montanha I lecu-panapa. Ao S. (). do Carmo tent um morro coberto de mato, isolado, 7 casas e uma ('in construa,~ao.- 15 de Junho. Ribaticeiras pedregosas, mato alto, forte correnteza. Ao S. um morro isolado. 1 lecu- panapa, adeante um sitio abnndonado, com paredes de torori, cm 2 3 z 5 6 10 11 12 13 14 15 Johannes non Nallerev e com lima roc a velha im margepi direita. Pel as 8 horas um urumutum (Crax urumutum Spix) fez ouvir a sua voz. De- peixes uma pcquena piraiba, um pacm, (|uatro vacas, um su- curiu azulado. • 16 do Junho. Margens com mato, como do costume o 1 lecu-paiiapa, ao S. ( >., aparecondo agora .alto e pontudo. Km di versos logarcs da beira camadas graniticas. Um igarape bastante grande na margem esquerda.17 do- Junho. Ao X. <). uma surra, ao S. I lecti-panapa. A mon- tanha e na beira direita rente a agua, nao muito alia., coberta do mato, Uma joven preguiya. De noite alcanyamos uma malloca, 6 casas. —:8 de Junho. Forte corrcnteza perto da povoayao, com agua baixa uma cachoeira. Preguiya. Na mar- gem direita avista-.se de vez cm quando mato para o fundo. Maria.nita. Uma preguiya com um hlhote no peito, ja quasi adulta, o hlhote licou illeso do tiro, e posto na embarcayao, trepou bastante ligeiro ii’inn cabo. lino ate o tope do mastro, onde se segurou. Violenta corrcnteza, Ficamos na margem esquerda no mato. ( >s pescadores trouxeram dons peixes, o carador nada. Na margem muitas palmeiras carana, cujos fructos se jiarecem com os de Burity. 1 9 de Junho. Cachoeira da Malacacheta de S. (). para X. K , passamos na margem direita. Ao O. X. O. viu-se o Tunuhy. A’ noite passamos n’uma roya na beira esquerda, nude havia muita canna plan- tad a. Os pescadores apanharam uma piraiba (Bagrus reticu- latus, Kner). — ,20 de Junho. Almoco abaixo da cachoeira I'aiassu-canira, c|iie atravessa o rio de X. X. O. para S. S. K. I’roduz forte ressaca nas duns margens, estando po- rem todas as pedras debaixo d’agua, passamos sem perigo. Mais adeante tivemos o Tunuhy ao norte pel as costas, envol- vido em deusa cerracao. Ate agora ainda nao se viu I’ele- cano algum no rio. Poucos marreebes (Anatidae). Klcvaci'io insigniheante de < >. Depois chagamos n’uma malloca de duas casas feitas do bambu, n’uma collina suave,- .m de Junho. Kstirao comprido. O Tunuhy ao X. pelas no,ssas costas, depois volta para O. depois X. < >. e X., o <> Tunuhy roapparece outra vez mais adeante ao Xorte. De tarde, as 5 horas, viu-se ao longe a ressaca da cachoeira, tjue corta o rio perpendi- cularmente. Matou-se ilous marreebes. Depois do sol posto saltumos em terra, n’uma grande enseiada do lado esi|tierdo, abaixo da cachoeira. Sobrevindo a noite, pernoitamos, era um sitio abandonado. ( )s pescadores trouxeram duas piraibas. e ainda apanharam duas outras, das quaes uma grande chegou a ptixar a canoa junto com o pescador em direcyilo ,i ca¬ choeira. (iritando por auxilio, os cornpanhciros accudiram o cm 1 SciELO 10 11 12 13 14 Johannes von Naitcrcv 213 assim prendeu-sc o monstro. Luiz atirou clous marrecoes c duas jacutingas (Penelope). 22.de Junho. Depois do almoeo remamos ate a cachocira, um pouco do lado da mon- tauha, 1 pie e do nm gres branco, de grilo fitio, ou talvoz um schisto sillicoso? Inn cinia cstava outr’nra a povoaeao, n’uma pequona planicie, hoje esta abandonada, do outro lado d’este morro lia ainda 11111a casa. Subimos o cume do primeiro morro, nao encontramos nonhum gallo da surra (Kupicola)', mas so- monte um novo papa-mosca, o mato em geral pobre cm a\’os. 26 de Junho. Depois do almoeo deixamos debaixo de eluiva a cachoeira do 1 unuhy. Polo mcio dia alcantpimos os dous ranchos, onde nos tinhamos pernoitado na vinda. Ja eu tinh.i encommendado farinha e negociei uma linha de pescar e um matiri (pequena bolsa). Umas duas hunts depois pas- sum os a cachocira Tauiyu, mais tardc a alta montanha do I unuhy licou ao O,, nao e recortada, mas comprida e acha- tada. A’s 4 boras chcgamos n’uma tnalloca, onde ha baldea- <;ao da carga rebentou uma corda, affastando-se a embarcayao contra alguus tocos, que logo se quebraram. Esta povoaeao consists de 6 rasas, o principal, de nonte Joao, estava ausen- te. Esta gente residia antes 11a cathoeira do Tunuhy, que olios tinliam abandonado uns ha 5 attnos, porquo o trans- porteda agua era muito penoso 11’aqtielle logar elovado. Pm velho indio, Joao Valentc, mandou logo.cortar uma piccada no capim alto por 4 indios, para a ■ canon. D’estes indios 2 tinhatn paletots, o terceiro nflo tinha seniio um pedapo tie imbira no corpo. Depois tie ]>rompto o caminho, liz ;is intlias presentes tie missungas e anneis e visitei o velho, que como quasi todos os outros, fallava a lingua geral. Sua casa era esjtaeosa, no hmdo estavam sentadas as mulheres ao redor de um foruo, onde torravam farinha.. A’ dona tla casa liz um presente tie uma tesoura, ao marido tie anzoes, e troquei tuna zarabatana e farinha. <) principal tinha fabricado um coclio enorjjie do tronco do um pao, servia para fermentar durante utna semana a massa de mandioca amollecida. coni agua. Da uma bt'bida inebriaute, chamada Caxiri. Os bejus, quo s;\o muito grandes, sfto primeiro humededdos com agua, depois estenilidos no chile sobre folhas de bananeiras, ebbertos pelas tnesmas, ficando la uns 8 tlias ate quo liquem doces, depois •passant para <> coclio uma semana. De noite houve dam,'a: eram 4 indios, dos quaes catla um berrava com uma buzina, duneando e accnando com a c.abeca, juntaram-se ainda ,4 indias, que sempre entre tlous homens se seguravam com os bravos. Regalci todos com aguardentc. As mulheres estavam cm SciELO 10 11 12 13 14 15 Johannes von iXallnm' todas vestidas de fazenda do algodfio e saias azues, bastanto sujas, mas nao vestiam camisa. O velho principal tambem cstava presente. A danra era cm rasa de uma certa Valente, que tinha alguma civilisat;ao c vestia camisa, para mini ella armou ,uma rede, para quo n’ella me accommodas.se. Fiz presente a ella de um lcnt;o, quo muito lhe agradou e lho causou immenso prazer. Pela meia unite voltei para horde. Dons dos dan<;ant(\s tinliam um barbante amarrado no pe, barbante .no qnal havia cameos grandes, partidos, de. um cipo, enfiadas, o que pmduzia forte chocalho durante a danra. Ksta inatraca ora semelbante a butole de cascos de veado dos Bororns, nogocici uma contra duas facas, me disseram que vinhani dos indies rosidelites no alto Icannan. Outrosim ne- gociei .umas buzinas o farinlia. As paredes das casas cram de folhas de palmeira, como tambem as repartitions do interior. 27 de Junho. Partimos antes do dia. A montanha llecu- panapa, mein envolvida 11a cerrarao, era visivcl a direita. ['das 11 lv>ras chcgamos na povoarao do Carmo, o principal Patricio cstava atisente, tendo ido para S. Anna cm procur.i de barm. Negociei aqui algurnas buzinas e farinlia, partindo tlepois. Ao sul da povoarfm eleva-se o morro isolado fivaiu por cima do mate. A's | boras cbegamos cm S. Anna, onde logo recebi a bordo a visita dos principaes. D’aetano e Patri¬ cio, tratei-os na forma do costume com aguardente. Fan Irente a S. Anna, na margem esquerdu, esta situada a foz de um igarape ebamado Ite-tloali, .comiminicando com as possessors hespAnholas tm passando pelo monos muito porto d'ellas. Por este igarape veiu fiigido Gaetano com a suit gento, do logar Mama, quo paroce ser no Fania ou ;dto Rio Xegro. As casas d’esta aldeia pequena tinliam paredes de tabique pin* tadas por fora de tabatinga, Tendo deixado o Kio b;anuan e navegando de novo no Rio Xegro, deseendo, alcnntpui Xatterer no dia 1 de Julbo de 18.U a loz do Rio Vaupe. Resol veil explorar tambem este affiuente direito. Fntrc os fragmentos salvos do diario ex isle o trecho relative a esta excurslo. Fimitamo-nos porem a citar .sumniariatiumte algumas datas. 1 do Julbo. S. Joaquitn, 11a margem esquerda, com 7 casas. 2 tie Julbo, Ao (). S. (). uma montanha a vista, no Ciiricuriau, chamada Papii. Os Pescadores trouxeram uma pequena piraiba, 11111 varacus e uma preguica (Bradypus). de Julbo. Rnqi de um indio Dessanna. A ilireita o morro Pannella de Mueura a vista. Obtive uma pequena piraiba e 11111a cobra vcrmellia. | de Julbo. Serra do Tocannus, morro 5 SciEL0 9 10 11 12 13 14 cm Johannes von. Xaltcrcv 21:; Sucura-ura. l)c turtle uma malloca dr- indios Vaupes,, dos quaes muitos tinham fugido. O principal possuia di versos rouxinbes vivos, que andavam soltos, o uni jacamin ainda novo (Psophia crepitans). — 3 do Julho. A pesca forneceu 6 varacus. — 6 dc Julho. Senipre na mar if cm esquerda. Muitas palmeiras I'assai o Paxiuba. O ca<;ador trouxe 3 cujubis (Pe¬ nelope cumanensis), cncontradns nas ditas palmeiras, cujos oaro(;os cotmam. Xa beira Ygapo, nude chamavain uns urus (Odontophorus dentatus), que ao que parece pernoitam aqui nos galhos. 7 do Julho. Saltamos na beira direita, onde uns grandes martin -pescadores tinham suas barracas na riban- ceira. Ibis a ceinture bastaute frequente. Xada (le marrecOes, de peleeanos) do avos do rapina e do corvos. Ao escrover isto, vejo um Plotus na altura. Pernoitamos 11a margem os- quorda. O cai;ador trouxe 2 guaribas (Mycetes) n um bar- rigtido (Lagothrix), o pescador uma piraiba o uma piramu- taba. 8 dc Julho. Povnayao Nanara-pecuma, Indios Tocan- nos. Os liomens mis, apenas com imbira de torori. as mulhe- res apenas com saias azuos. Os caoadoros forncceram uma jacutinga (Penelope Xattereri Rclib.) e uma jacucaca (P. ja- cucaca Spix). 9 do Julho. Xa bocca do 'l iquid. 10 de Ju¬ lho. Km (route a oachoeira Panord. A oa<;a deu quatro bar- rigudos, uma jaeytinga e um surucua (Trogon), a pesca duas piraibas. (Xatterer cita as seguintes tribus do indios no Rio Vaupd: Tariatma. ou Tocannas, Dcssannas, no interior (ca- chooira Curtiru, Juru pariutapuya), Silia aeima do Cururu, Mananas na margem do rio, Cobo-iii tambom 11a beira, no rio Cuduiari resident os Pahuno, mais para o alto Vaupd os Caropana-Tapuya o divorsas outras naeoes.) O imsso viajante achou-sc no rio Curicuriari cm 5 de Agosto, e do volta a Marcellos no dia 23 do rnosmo tnez, la demorou-se ate 31 do Agosto. Kona viac.km |a cm .3 de Setombro do 1S31 encontramos o infatigavel Xatterer cm nova explorarho, teiulo por alvo o Rio Mraneo. Rio Amajau 13-17 do Setombro, Carvoeira 19 (?), Santa Maria do Rio Branco (uma igreja e 7 casus), 27 de Setem- bro. (’anno (u ranchos 11a margem direita do rio) out tl de Outubro. Forte do Rio Branco cm if> de Xovembro. cm SciELO 10 11 12 13 14 15 2 If) Johannes, von Nat lever Aqui Natterer estacionou ate o dia 24 de Maio do 1832, pstendendo as suas excursOes ao Takutu e aquello triangulo de territorio brazileiro quo faz. uma entrada na Guyana ingleza. Rio Caiiame 28 de Maio.-- 2 de Junho de 1832. Surra Caraunman e os 2 inorros do Arimani, 4-16 de Junho.- Xa foz do Rio Mucajahy, 16 de Junho.—Scrra Tapira-peiu, em 24 de Junho. Evidentemente Xatterer occupou-se 11a descida com a exploragio de certos afHuentes do lado direito, porque .so em 28 de Julho entra outra vez no Rio Negro. It’ de lastimar que o diario relativo a viagein do Rio Branco iiiio exista mais, as datas acima niencionadas foram reeonstruidas niediante os lettreiros amarrados aos objectos. Sabe-se que o nosso naturalists. passou o poriodo de 29 de Agosto de 1832 ate 24 de Dezembro do mesuio anno 11a Barra do Rio Negro, visitando 11a circumvisinhangn o I .ago Manaqueri, tao conhecido na ichthvologia amuznniea, e aqucl- las regimes do Rio Solim '>es (Dezembro 1832). Ainda com excursions as localidades Igapd Siborcna (Main 1833), a S. Domingos (Junho 1833), .Matas de Joanari (Janeiro 1834), ontreteve-se Natterer desde Janeiro de 1833 ate 7 de Julho de 1834, tendo sen quartel general 11a Barra do Rio Negro. Bescendo linalniente o Amazonas, passando por Obidos, Natterer acha-se na Villa de Tapajds (Santarcm), em Agosto de 1834. DKCIM.Y VIAGK.M Chegando ao Para, Natterer colleccioimu activamente nos arredores da cidade, e foi ate Bragaiu;a. 1 ’reparando-se para uma nova grande viagem, que tinlia por tun explorar du¬ rante o anno de 183 3 a costa athuitica, passando pelus pro- vincias de Mar.uihao, Ceara, Rio Grande, Parahyba, Per- nambuco ate a Bahia, onde pretendia embarcar para o Rio de Janeiro (tendo sido feita a explorapao da. costa desde a I’ahia ate o Rio de Janeiro polo principe iMaximiliano zu Wied), a guerra da < cabanagem . que n'bentou no Para atravessou este projccto, pondo tim termo brusco .i conti¬ nual,xlo d’esta. notabilissima eampanha scientifica. ■ Na capital do Para Natterer o Steve desde o dia i 1 de Setembro de 1834 ale 3 do Fevereiro de 183,5. Engenho do Sr. Penjaniin cm 2 3 z 5 10 11 12 13 14 Hdatovio 217 Upton, 17 do Novcmbro do 1834. Rio Muria 16-18 do Fe- 'vereiro. Praia do Cajutuba 20 do Fevereiro a 30 de Abril. I’olein Julho. No dia 13 do Sotombro do 1835 Nattoror ombarcou n’um navio do guerra ingle/. para a luiropa, tondo pcrdido polos insurrectos nuiito da sua bagagem o antes do tudo a rica collecoiXo do aniinaos vivos colleccionados 11a Amazonia, des- tinada ao Jardim /ioologico do Sohoenbrunn. A resideneia do Nattoror 11a Amazonia durou 3 annos, 2 niezos c 10 dias. Coin a viagom da doscida do Rio Madeira gastou 16 mozes, 0111 Borba demorou-se perto do 8 Inezes. (.’0111 a oxpodieao ao Rio Negro levou 10 Inezes, ostacionando cm Marabitanas e visinhanoas do Ciicuby, rogiao limitrophe (Mitre a Columbia, Venezuela e o Brazil, durante 2 mozes e mein. Com a exploraoao zoologiea do Rio Branco gastou 10 tnczes, domorando-so 110 Forte do S. Joaquim, zona iimitrophe (Mitre a Guyana ingleza e o Brazil, 3 mozes. Na Barra do Rio Negro (o actual Mamins) rosidio durante perto de 10 mezos. No actual Estado do Para esteve durante quasi 11m anno. I I RICl.ATOKIO APRKSKNTADO l’CI.O DIRECTOR 1)0 MIJSEU PA¬ RA KNSK AO SR. DR. I.AURO SODRK, GOV 1 CRNADOR DO KSTADO DO PARA. Belem, 2 de Janeiro de 1895. Sr. (lovcrntu/or O relatorio quo segue e que eu tinha a redigir cm obedien- cia ao quo osta ostabelecido nos artigos 2." o 1 2 do Regula- mento cm vigor e apenas uni complement ao relatorio an¬ terior, a V. Exc." por mini apresentado cm 28 do Junlio de cm 2 3 z 5 10 11 12 13 14 218 llrhtlorio 1894. Abrangc, portanto, so o cspaco do tempo de seis mozes. Nao obstante esta circnmstancia, julgo es por mim feitas no relatorio anterior e conforme 11m compromisso ja extor- nado na minha circular de 22 do Marco de 1894. prOcurou um edilicio mais apropriado c coin capacidadc. bastante para pormittir o descnvolvimento e augmento das collect,'bos. () verdadeiro (ningucm o nega) teria side a constnueao de um edilicio novo, e sc csta idoia ainda nao prevaleceu, ccr- tamente nao foi por falta do boa vontade, nem pcla do pianos c projectos relativamente a osto assumpto, A idoia nao licou abandonada, mas sirn apenas adiada. Como so • previo quo semelhanto edifica^&o exigiria muitos annoy, mosiiKi no caso do acltar-so ja _ conhccida, dotorminada e adquirida a Iocalidade, o quo durante ostes annbs lodes o Muscu seria forbade ;i continua^ao da mosma existencia obscura o ignobil (existencia morainento vegetative, que nao permittia qualqucr tentativa de trabalhe scientifico dontro do recinto, nem roprcsonlaean coondigna e rehu;oes rasoaveis com o publico o o mundo exterior), resolveu-sc eseolher um edilicio jii existente, com dimensbes sulficiontes polo monos para um ccrto munero de nnnos. Examinande-so imparcialnicnte diverse,s predios d'esta cidade, todos os votes dos enearregados concentraram-se na casa e rocinha do Sr. Coronel Silva Santos, a estrada da Independoneia, Disposable arcbitectenica interior, selida estructura, dimenseos, conscrvacae esitlerada, aspecto atueuo, loram outros tantos factores do roeemmendacao e visto que a rocinha acha-se dentro do terrenes nao peque nosquepermittem a rcalisacao d’aquelles annexes do Muscu, que o govorno cm 1 ISciELO 10 11 12 13 14 Bdatorio tom rm mente, a saber: um modcsto Jarditn Zoologico e uni pequeno Ilorto Botanico, ficou-so convencido quo entro as propriedades publicas o particularos actualmente disponi- vcis 11a ridadc nenhuma aprosentava igual somma do qua- lidados o vantageas recommendaveis. Houve, a principio, momentos do r'cceio quo a distancia fosse sentida desagra- davolmonto polo publico, quo a situapao nao fosse bastante central; mais cstes recoins do facto nao rosistem diante dC madura rellexao. Kstabolocimontos cotigenercs ni'to so oncon- tram om parte alguma littoralmonto dentro do contro das grandes cidades (exemplos l’aris, I.otulres, Borlirn, An- tuerpia, etc.); a sua propria nature/a so oppOerri a isto. E porgunto ou, so a situacao meneionada, ainda hoje so aclia na periplieria da cidade, o quo nos prohibe do osporar que mil poucos annqs dlla se ache dentro d’ella? Por onde ha do croscor a cidade do Belem, se nao por aquelle ladn ? Duvidar d’isto seria de facto a meant a cousa que dosespe- rar do cresciinento o augmonto futuro da cidade e ate nc- gal-os. Bonds na (rente, c estrada do Ibrro nos fundos silo tambem, ao men ver, cousas que facilitate muito o (pic nao silo nada a despre/ar. Accresce ainda a modicidade relativa do prepo, que permitte ao Estado uma convcrsito, por todos os lados e por todos os titulos, vantajosa de capital cm im- moyeis e bens do raiz, cujo valor com o futuro so pt>de augmentar. Tomando <> Museu Paracnse tal incromento, (pie d’a(pii a tins annos iiovamente se siutti apertado na sua roupa, - n;\o hesito cm formular o desejo quo nssint fosse i) predio ('in questito permitte feliz,monte um ulargamento om qualquer sentido. Xao so os alicerces e os mtiros do odificio s;'k > de tal calibre e solidez, (jue consentem no roce- bime.nto de mais um andar, coma tambem uma feliz dispo- siyilo symmetrica admitte accrcscimos latin.is. I la finalmcnte tanto terreno, que existe sobejamente lugar para um ou mais edificios identicos. Em summ.a considero perfeitiimentc ac(>rtado o passo dado com ;i ncquisiyito (Vesta propriedade, lastimo apenas ;i morosidade na entrega, (pie traz como consequencia fatal epic a ttossa mudanea tenha de effectuar-se •agora nos mezes chuvosos com peril.i de tempo por todos os lados. cm 2 3 z 5 10 11 12 13 14 220 llrlit I orin Jardim Zoologico e Horto Botanico Sc nao nos falhar a nossa firme Csperampi. que o Con- gresso Iistadoal acpmpanho, pari passu, o fiovcrno no •grandioso piano total relative) an M useu Paraense e que <■ 11 e j)articipc das mesmas altcrosas e patrioticas intoneoes cm j>rol do lcvantamento d’a(|ucllc cstabclecimcnto para lima sorte c um dcstino mais dignO, veremos n’este anno de ,1895, tanibcm tomar forma real e concrcta os dous annexos acima mencionados. Convictos de epic advogutnos um hello commettimento, de elirecta utilidade (> de vantagens palpa- veis para a instruceao publica, insistirnos na realisa<;;\o c batemo-nos com garbo com os scepticos e descrcntes, undo virmos surgir a duvida, Oueremos crcar utna attrahente escola do intuieao das obras da nature/a amazonica para o publico e pretendeinns fae'ilitar 6 accesso, abrindo os elitos annexes, logo que for possivel, diariamente. Repetimos sempre e sempre epic nao e nosso intuito querer emitar os grandes jardins e hortos ele alem-mar, para ondc o orbe inteiro tern que mnndar a sua contribuie.'ao cm pioduceoes notaveis do reino animal e vegetal. Nao almcjamos nem o elephante da • India, nem a girafa do continente negro. Oueremos o que e nosso, o amazon ico, o paraense e nao sera preciso que eu (epic nao nasci n’esta terra e que hoje me vejo aqui por nenhum outro niotivo senao o amor e a seiencia e a von tad e de crear aqui na Amazonia um solido reducd)”^)ara ella) tenha de mostrar ao povo para¬ ense, c|UC a natureza, que nos ccrca, tern material de sobra, para cnchcr condignamcnto tanto um Jardim Zoologico, como um I lorto Botanico. Xao pretendo demorar-mc eni salie’ntar a ridicula incoherencia d'aquelles quo quasi n’um mesmo halito, ora exultam a superabundancia e cornucopia do riquezas naturaes do paiz, para logo depois, quamlo se discute a convenienoia da creacao dos annexes cm questcU), proferir, cm tom abjccto, a sacrilega banalidade: Ora, tudo isso j,i estii. bastailte visto . A eataructa de taes estultos jera dosesperadamentc difficil de rurar. Se dies lessom (o que nao fazem) liaviam I 'is t ado do Para. Assim lice relativamente tranquillisado polo monos quanto ao lado archeologico. Sao, pnrem, a ethnographia o a anlhropelogia assumptos do meu reccio cm quanto a quarta seccao (stiver acephulu. cm 2 3 z 5 10 11 12 13 14 Bclalorio 223 Cacla vcz mats crescc a minha convicrilo, quo csta quarta secgao prccisa famboin dc uni profissional para sen chefc, so a obra a fazer-se la tcm de ser outra cousa melhor do quo urn moro agglomerado fragmentario, dcbaixo do dominio do cego acaso. Nao basta obtcr-sc uma llexa do Tcmbe de uma pessoa, imi arco do Urubu de outra o juntar-lhes mais uma busina de Parintintins ou um collar de Mundurucus, etc,, tudo com authenticidade problematica e como presente de terceira ou quarta mao, para pensar-se que e assim quo se faz ethnographia e que isto constituc a cssencia d’ella. Bern sci que tal b, mais ou menos, a idea corrcnte por aqui e quo foi por este mode, que se formaram a maioria das col- 1 ('crocs, que se encontram polo paiz, tanto ent poder de par- ticulares, como cm Museus publicos. Mas tambem sei ni'io menos bem, que esta idea corrcnte nao passa dc uma illusao quasi infantil, dc um dilettantismo mais digno de compaixao, que de applauses e de admira(,-ao. Confesse-se francamente, a etlmographia no Brazil ainda nao sc clevou a altura de uma sciencia. It' precise sairmos d’esta .phase embryonaria! It nao trepido cm declarar, que se nao se mudar inteira- mente de rumo e de praxe n'esta espocialidade, inauguran- do-sc finalmente uma campanha methodida e systematica no estudo dos nossos indios a mancira do que se faz na Ame¬ rica do Norte por parte de uma eommissao permanente e composta de membros especialmente habilitados para este lim, eommissao que trabalha dcbaixo da guia e direcrao dc uma sectylo da. Smithsonian Institutions, nao e tan redo que se fura por aqui cousa capaz e que, presto aos olhos da sciencia internacional. E’ uma imperiosa ncccssidade, estudar- se mothodicamonte uma tribu depois da outra, dcbaixo dos multiplos pontos de vista de sua historia, de sua actual resi- 'rlencia (' oxtensao, do sou numero, dos sens costumes cm paz e cm guerra, da sua vida domestica e expedicionaria, do sen intellecto e de suns cremjas, dos sens utensilios e armas, da sua configura<;ilo phvsiea, da sua lingua, etc., etc. It’ precise demorar-se entre olios, para obtcr-sc um estudo monographico aprofundado e uma collociplo ethnologica com- pleta, onde tu'io falte nem utensilio, armn, adorno, reniedio algum, etc. (_) estudo das suas linguas carecc de muito mais atti'iirao e paciencia amorosa e finalmente convem tirar o maior numero possivel de lions photographias das suas ma- locas, das scenas da vida domestica, do sen aspeeto physico. Recolhendo-so o material obtidn ao Muscu Baraense, assim, sim, quo preencheria a quarta sccrao o scu lim de inodo SciELO 10 11 12 13 14 OOA Uchilorio realmente satisfactorio e que clla sc tornaria de facto impor- tanto. Alas, pcrguntarao com razao: qual o fim d'esta digressilo, qua] a applicaruo pratica ao caso do AIuscu Paradise? Ten- des chegado a poder formular qualquer proposta viavcl para remedial' e sanar a lacuna apnntada? Kcspondo que sim. Da reflextlo madura e multi-lateral sobre o assumpto resultam dous modes de solue.'Ao uni tanto diversos. Eil-os: I - Ou o Governo restabclece outra vex .o antigo cargo do Director dos Indies , escolliendo urn liomcni do paiz, de instruccao solida, do habilitates incontcstaveis, de incli- nacao pronunciada para cstudos otlmographicos, de um ca- racter honesto e que de garantias de immunidades contra aquclles abuses e corrupcao, (pie tanto desacreditaram antes o mencionado cargo no tempo do Imporio. Este funcciona- rio seria ligado e subordinado como auxiliar, a quarta sec- (plo do Aluseu Paraense, cuja direecao assumiria a chefia intellectual da campanha e com o Governo se entenderia ' $>obre o lado material c exterior das diversas expedites. II Ou, na falta absoluta de uma pessoa idonea para o cargo cm vista, o Governo Kstadual autorisava o Director do Muscu a cliamar de fora um profissional cm ethnographia c anthropologia, para servir directamcnte de clie-fe da quarta sect,-Ho, e a quem caberia viajar e colloccionar methodica- mente, na forma acima estipulada. Se houvesse um segundo liomem da estatura, da pro- bidade e da actividade de um Ferreira Penna, eu nAo hesitaria um so rnomento, cm optar pelo primeiro dos dous modes. Amigos sinceros, porem, me dizcm que alii vac utopia de minha parte, que este liomem nao sera acliado. Se tal fosse o caso, nao ficaria outre meio de saliida senflo o da segunda eventualidade. Julgo (pie nao ha de faltar quem queira vir e occupar-se seriatnente com o campo etlmogra- phico tao intercssante aqui na Amazonia e quem traga ja liabilitacoes prolissionaes para isto. Algum passe decisive e algum impeto progressive cm fire] da arclieologia, da etlinographiu e da anthropologia paraense o F.stado nao podc' deixar de emproliender. Mnal- mente, Sr. Governador, urge de um lade salvar hoje cm dia o que for possivel ainda das necropoles indias e da no- tavfd ceramica n’ellas contida, pondo um freio a espcculayilo particular e ao vandalismo, que por muitas testemunlias oculares nos silo denunciados; urge d<> outre lade voltar inteiisivamente a attencAo para o problema: Dual e a po¬ em 2 3 z 5 10 11 12 13 14 Bclalorio pulagao aborigene do Estado do Para actualmentc, contcm- poranea nossa ? » Convem lembrar ao Congresso, que o status-quo, o aspe- cto d’este problema nao sao fixos, que mudam do modo ja perceptive!, seiulo de anno ein anno, seguramento de dez em dez, de vinte em vinte e que temos no Indio diante de nos uni elemento ethnico, que tende a uma extincgao pro- xima e rapida. Tem-se descuidado d’este assumpto durante os ultimos dccennios, e forgoso confeSsal-o. Corri os relatorios prosi- denciaes d’este Estado, anno por anno, e nao foi sem im- pressao dolorosa, que me convcnci, que os ultimos passos para tuna estatistica uni pouco mais attenciosa da populaeao aborigine do Para cncontram-sc em 1862, debaixo da presi- deneia do Dr. Francisco Carlos de Araujo Brusque. Real- mente, so a occupagao com os itidios ja nSo fosse um desi¬ deratum dircctamente originado agora pcla nova organisagao do Muscu Estadoal e a secgflo de ethnographia n’ella con- templada, eu chamal-a-iti um postulado da civilisagfio, da pliilantropia e do progresso, (pic osten tamos 11a bandeira da nova era. Queremos fazer monos que no tempo do Impcrio? Ccrtamente que tiao. E direi, que nao basta fazer mais, e precis:» fazor tnelhor. Nao esqueiptmos, que toremos por juizes as futuras gerapCes, cuja litteratura nao perdoara o desctiido, o dcsleixo e a desaUt'nrao para com a ethnographia patria. Que a geraeao actual salve a sua responsabilidade em tempo! Possoal administrativo O Sub-Director tern lealmente partilhado commigo, a medida de suas formas, os rtides laboros da reorganisaeao. <) posto d’elle tem sens espinhos e o trabalho vac crescendo. Pe(,-o que no futuro onpunento lhe seja consigtiada a grati- lieaip'io meiisal de too§ooo, pelo cargo do bibliothecario, equiparando-se assim, como e de justiqa., os sous vencimcntos aos de um chefe de seegao, do pessoal scientifico. Nao ha- vendo boras de expediente para mini, devido a situacao anor- mal, tambem reverie jiara este men auxiliar administrativo um accrescimo sensivel de servigos extraordinarios, as \ezes com trabalho a noite. Esta vago o lugar de Amanuense, c ja disse, quo da vacancia perpetua nao me jitirece resultar detriment! > para cm 2 3 z 5 10 11 12 13 14 226 Udatorio o Musou. Opto pel a substitute por urn posto scicntifico na forma ja especificada. Dos dous preparadorcs do zoologia dospcdio-so um dopois do apenas tros mezcs, tendo encon- traclo n’uma etnpreza industrial n’esta cidado posiprios para a exposipHo do poixes, roptis, etc., cm alcool. Cotnprou-se certa quantidado de alcool c-mandou-.se fiizer uns barris espe- ciaos para collecpOcs feitas durante viagens o expedites, so- gundo uni modelo do nossa inveneito. Adquiriram-sc eartu- chos, polvora c cluimbo, alom do trem indisponsavel para viagens; concertou-so armas o petrechos do posca o substituiu- se per novo o quo era de primeira necessidade. (iastou-se cm 2 3 L 5 10 11 12 13 14 llclalorio 229 com maxima economia, 4:646.5900 e devo dizer que ainda falta nmita cousa necessaria c indispensavel. Faltam-nos ainda diversas ferramentas do taxidcrmia, tina dc maceraqao, etc., drogas, instrnmentos para os laboratories (microscopios e accessories), os apparelhos de meteorologia e a installable photographica, papel apropriado, pastas e latas para a secgilo botanica e todo c qualquer utensilio para o service petrogra- phico e miticralogico. Estas cousas todas tem de ser encom- mendadas e compradas com brevidade, visto que d’isto depen- de cm grande parte o bom andamento do Museu. Viagens e excursoes Rcalisaram-se diversas excursions maiores c menoros, com o fito de colleccionar 11’um minimo de tempo o maximo de productos da natureza, para o .Museu, que tao pobre era e ainda e. I’osso testcmunliar de mode mais positive que so tem feito o que era bumanamente possivel e nan resta duvida algluna, que se se tivesse trabalhado antes, como n’estes poucos mezes, o Museu Paraense scria hoje uina perola entre os sens congener’es e urn institute digno de itiveja per parte dos scus collegas. Fizeram-se as seguintes viagens: 1 —para o Castanhal, actualmente ponto terminal da Es¬ trada de Ferro do Braganqa, cm Agosto de 1894. 2 para a Uha das Qn<,'as cm fins dc Outubro. 3- para a mesma Ilha e adjacentcs cm principios de No- vembro de 1894. 4 para a llha'de Marajd, rjo Arary, durante o mez de Dezembro, sem contar as numerosas excursues menores feitas pelas visinliangas mais immediatas da capital. Foi principal- mente a seccao de zoologia que lucrou, mastambem nao ficou esquecida a dc botanica. Se adespeza total attingea 1:045.5360 muita satisfaeito tenho cm declarar quo o valor material das collcccbes feitas e seguramente nflo inferior ao triple da mesma importancia. Cabc-me registrar e agradecer os services impor- tantes cpie prestaram ao Museu duas repartiebes federaes, a Alfandega e Arsenal de marinha, pondo o Sr. Inspector l.oan- dro Campos e o Sr. Secretario Sebastian Mattes, a nossa disposieao, para excursbos tluviaes, as lanchas Serzedello , 15 de Xoveinbro e Lavigne , e ouso pedir a estes dignos funccionarios encarccidamente a continu.u.ao de semelhantes servieos. Tambom me e grato dever manifestar, de mode cm .SciELO 3 10 11 12 13 14 Rclitlorio caloroso, a ininha gratidao pelos importantcs services pros- tados ao Museu Estadoal polo Sr. Tenente-coronel Auroliano Pinto do Lima Guedes, quo, com a sua pratica o sous co- nhccimentos das localidades, das cousas c da gen to, me foi sempre uni companheiro prociosissimo o maxiniamonto coi]- tribuiu para o feliz oxito das viagens as lllias oppostas acida- i nosso programma o do facto Viaycl e realisavel, sempre, que um govorno esclarecido e amigo do progro.sso, so ponlia oncrgicamente na sua (rente, tratamos, dosde o principio, do dar vida o corpo ao projecto cm 2 3 z 5 10 11 12 13 14 Rclalorio 231 das publicaui«,'ilo liberalissima c profusa sobretudo aqui no Estado, sendo contemplado o professorado e os cstabeleci- mentos do onsino publico, bom assim o corpo consular,cs- trangeiro rcsidente no Para, e dos circuits officiacs e civis da socicdade paraenso, por assim dizor tudo, onde se podia supper algum intorosse para o assumpto. Reservou-so porem certo numero do oxehi])1arcs, quo ficara intacto para o fim especial do permutas com socicdades e institutes scientilicos. Esta ])rotnpto para sor impresso c, na bora em quo escrevo, ja entrou no prelo o segundo numero do Boletim , nao monos substancial quo o antecedente. Outrosim preparamos mn folheto avulso, intitulado «InstrucQOes praticas sobre o modo do- colligir productos da naturoza para o Muscu Pa- raense , folheto a quo protendomos dar a maxima vulgari- sagilo o do cjual osperamos bons effeitos no future. Einal- mento tomes o prazer do commuuicar quo tambem ja oxist( v importante material para diversas memorias de Muscu .Pa¬ raenso o quo nutrimos a (’sporaiupi do poder vivificar tambem n’estc ponto a lettra do artigo 15 do Regulamento. Conferoncias O unico ponto, onde deixamos do prestar, durante ostos primeiros mozos, a dovida obedioncia ao tlieor do Rogula- mente, foi as conferoncias jiromettidas no art. 13. Cap. 4". Ainda nao so principled. Mas so isto se deu, nao foi abso- lutamente por descuido ou falta do vontado, mas simples- niente polo motivo de fun,-a maior — complota falta do tempo e de socego espiritual indisponsavcl. As conferoncias, as <|uaos nos ligamos iinpertancia, sc roalisarao uma voz (pie o moclianisme eomplexo do Muscu prineijne com as pulsacocs do sua vida c marcha normaes. Corrospondoncia O ostado da mais prefuiK^i apathia, cm quo encontrei o Muscu ao assumir a dirocipSo, deu rapidamente logar a uni movimento do dia para dia crescente de correspondencia cm 2 3 z 5 10 11 12 13 14 Hdalorio 233 com o interior e exterior. I [oje j;i o Museu Paraense 6 sem contostarao uni dos estabelecimentos publicos que mais da a fazer a Rcparti^fio dos Corrcios e raro c o vapor quo cireula entre a Europa, a America do Norte, o sul o o norte da Republica, que nao nos traga ou que nao leve volumosa correspondencin nossa, quer sobre assumptos administrati’vos, quer sobre materia scientifica. 1’. folgamos de accentual - esta mudaneja nas feg'des geraes, pois n’clla vac uma manifesta prova de vitalidade. Accrescimos nas collecgoes Agradavel me e poder assegurar que as coll errors nao ficaram estacionarias na lamentavel phase descripta no rela- torio de 28 de Junlio de 1894. 1 louve um possante movimento para a mclhora e para o augmento c do,s poucos, que eramosc somos ainda, liingucin deixou de contribuir com o seu zelo para o progresso ou tratou dc subtrahir-se de pegar nos raios das rodas do vehi- culo t;'io profundamente atolado. Sao espccialinente salisfatn- rios e dignos de esjiecial mencao os augmentos realisados ik's dominios da ornithologia (aves) e da ichthyologia (peixes) e podemos atli.ug-ar, que lutamos heroicamente para ter com quo guarnecer os novos armarios encommendados. Ouando poderinos finalmente installar-nos no novo edificio, olhos perspicazes nao tardarao cm notar a differenqa entre o pas- sado e a nova era. Nao liouve excursilo ou viagem, da qual nao sc voltasse com farta colheita e sempre foi com imprcssfio dolorosa cjuc nos despedimos das localidades, onde caqa e pesca tao excellontes resultados nos tinham fornecido. De- sejamos apresentar uma synopse numerica sobre os accrcs- simos alcaiupulos por nds, mas infelizmente a talta s enipilhados nos barris de cxpedici'io, emquanto quo os bocacs novos vindos da Allemanha aebam-se 11a Alfandega e a espera da occasiao da nossa mudainpi. As aves,* que trouxeinos das illias visinhas e de Alarajd, contam-se jior cen- tenas e occupa-nos actualmcnte a preparaciio 1 montagem do rico material cnlliido no interior, lun mammiferos, rejitis, amphibios e insectos, liouve igualmeute fireciosos augmentos. vie, como e natural, a principal fonte dos accrescimos das cm .SciELO 3 10 11 12 13 14 Iklatorio collocQOes zoologicas, jazia nos csfon;os do proprio possoal do Museu durante as viagens, todavia temos cpie registrar, quo uma outra voltou pouco a pouco a verter do novo os sens beneheios para o estabelccimento. Apczar de a encon- trarmos estanque c rebelde, ao assumirmos a direciplo, tendo o Museu cahido no augc da descrenca e do descredito publico, depressa a confiam;a tornou e, com summo prazer consta- tamos, ella vae crescendo c augmentando a vista d’olhos. Facilmente sc adivinhara que fallo dos doadores espontaneos, quo repreaentam esta fonte tao digna de anima^ilo, quao mcrecedora do gratidilo. Desde Junho do 1894 ate hoje, por ordcm cbronologica, entregaram donatives para as diversas secedes do Museu os seguintes cavalhciros: i —Gustavo Topper, Engenheiro. 2 — Joaquim de Almeida Lisboa, Estudantc. 3 — Jardineiro do Largo das Merces. 4— Auguste Ililliges, Commandante do vapor <■ Hermann* 5 Dczombargador Gentil A. M. Bittencourt, Vice-Go- Vernador do Estado. 6 — -Manoel Baena, Secrctario do Govcrno. 7 Dr. Guilhermo Mcllo, Professor do Lyceu. 8 — Ludgero Azevedo, empregado na Secretaria do Go- verno. g — Tenente Coronel Aureliano Guodes, Professor na Escola Normal. m Bernardino Pinto Marques, Inspector do 'J'hesouro. 11 Barao de Marajo. 12 — Pedro da Cunlia, Administrador da Recebedoria. 13 — Conego Joao E. A. Muniz. 14 — Henriquc Martin. 15 Domingos de Oliveira Bastes. 16 Phileto Bczcrra, Deputado Estadual. 17 — Padre A. Cabrolib. 18 Jose Lamarao, Socio da Pharmacia Bcirao. iq — J oao C. Pereira Laune. 20 — Senador Antonio Baena. Agradecendo tod os estes donatives, entre os quaes ha diversos realmentc valiosos, felicitamo-nos com o Governo, P°r tao significativas demonstra<;de.s do interes.se e da sympa- tliia, quo o Museu vae ganhando do publico da Capital e do interior. Quanto aos doadores residelites no interior, pedi- cm 2 3 z 5 10 11 12 13 14 Belatorio 2,3:; mos ultimamente ao Governo cartas providcncias e medidas quo nos pareciam scr indicadas no sontido do facilitar c sim- plificar as rcmessas de objectos destinados ao nosso Institute on sous annexos, tanto em relagao as linhas de navegagao subvencionadas, como cm relag&o a Estrada de Ferro. Orgamento A) O orfamen to p asm do dc iS'94 Xao tendo eu, em consequencia da desgragada revolta no Rio dc Janeiro, podido attender de prompto ao chamado do Sr. Governador e chcgando aqui so em Junho de 1894, era tardc para se contemplar devidamente a reconstrucgao radical do Museu 1 ’araense no orgamento passado. Xa ultima bora, por assim dizer, obteve-se ainda do Congresso, quo ja estava prestos a dissolvcr-se, tuna verba de ,50:000^000 para mclhoramento do Museu - e tanto • o Governo, como nos, resignamo-nos na positiva esperanga. do cncaminhar melhor as colisas em 1895. Deixou-se assim de emprehender muita cousa em 1894, quo no fundo devia ter sido activada logo e adiaram-so para 1895 algumas das medidas mais impor- tantes. Parcella nao pequena absorveu alom d’isto a quantia dc 2o:ooo§ooo, cedidos por esta directoria para pagamento por conta (1/6 da importancia total) da acquisigfio do novo cdificio, quantia esta, quo com despezas dc escripturaselevou- sc a 23:000^000. Ficaram d’esta arte so 27:000^000, com os quaes havia de se fazer frente tanto a despezas com o pessoal, como com as tie ordem material. O pessoal, porem, estava reduzido, nSo havendo 11a classe do pessoal scientifico, por exemplo, ninguem fora do Director e quanto ao lado material, nos cvitamos intencionalmente, como acabo de dizer, aqttellas medidas. quo maiorcs sacrificio.s pecuniurios signilicavam: tudo na esperanga do anno vindouro. Para melhoramentos materiaes do Museu Paraensc pro- priamente ditos despendeu-se: i Bibliotheca., . 4:344^000, havendo umadivida dc perto de seis cen¬ tos a regular pelo novo orgamento. cm 1 .SciELO 3 10 11 12 13 14 230 Iklalorio Transportc .P3‘I4'3ooo 2 — Material tie conscrvagao. 4:646!$900, haventlo dividas me nores na nnportan- cia total approxima- da do 2:ooo$ooo.. i :8oo!$ooo, havendo compromise 3 Mobilia sos para o novo excrcicio na impor- tancia do 4:200.^000. 1:65’$450, havendocompromis- 4 — PublicagOes sos pendcntes para o novo exercicio. (Boletim, Fuse. 2.") 5 — Viagens o cxcursOes . . 1:045^360 6 — Artigos do caga e pcsca. 7 — Correspondence. 1 378 1 $7 9° • Total B) O novo orfavioito dc 1895 O novo orgamento, sc n’olle se quizer contemplar, como e preciso, o pessoal complete prescripto pela Lei 11. 0 199 de 26 de Junho. dc 1894, relativamente a creagilo do Museu Paracnsc c os auxiliares que nponlci como indispensavcis no correr d'este relatorio, tera do consignar para a verba pessoal 7 moooJJooo. Ora e uma antiga pratica, que cm toda a parte se fez na administragiio de estabelecimentos congenercs, que cm tempos normals e andamento regular as despezas com o lado material oscillam, com variagOes insignificantes, perto do equilibrio, com as despezas feitas com <> pessoal. K’ uma experiencta singular c intcressante, que ja adquiriu, por assim dizer, foros tie doutrina nos circulos que lidam com o estudo da cconomia social cm cstados civilisados. Com alguma rc- llexilo, todavia depressa se descobre o nexus causajis , que tern por effeito a alludida relagllo de parentesco. Embora 11a esplnhosa tarefa de preparar as bases do future orgamento, nao partisse directanlente da referida experiencia feita algures, o resultado final dos mens calculus, que me roubaram j.i muitas boras e foram e sfio'ainda actualmente objecto da minha constant!' preoccupagao, vein ainda uma vez, coqstatar que teremos tanibem de contar com a dita cm 2 3 z 5 10 11 12 13 14 Uclatorio 237 regra e cjuo sera frustrada (jualqucr tcntativa de regatear do lado da verba material. Nao serve de nada a argumen- taeao, quo no oroamento passado o Mu.sen poudc oxistir o progredir com recursos muito mcnorcs e quo talvoz n’cstc •anno pudesse vivcr da mesma maneira. Ju disso o nao eauso : I • 3 J ■ 1 • J»A RA EN l ) cm 1 SciELO. 10 11 12 13 14 ‘238 Relatorio missivcis para cstc oxercicio de 1895 sem grave perigo de lezar e retardar o desenvolvimento do Museu. Sr. Governador, encerrando cu este rapido relatorio sum- mario e nao obstante completo, cabe-me condensar ainda. em poucas palavras as minhas impressfles acerca do anda- mento do Museu Paraense durante o anno passado. Traba- lhou-se febrihnente— a minha conscicncia me impelle a declaral-o bem alto e n;lo sei, se a ten sito oxtraordinaria e forpada a que eu tivc de submetter a actividade de cada inn, nio exceptuando a mim mesmo, seria tolerado por nniito tempo sem detrimento mais ou monos grave para a nossa saude. Partindo porem do ponto de vista do riftio popular, (pie diz «para grandes males grandcs remedios >, nfto trepi- dei em recorrer a tactica empregada. Volvendo os olhos para traz e medindo a distancia percorrida n’estes poucos mezes desde a data do nosso desembarque no Para, plena satisfapSio resulta de semclhantc exame. Em pouco tempo o com pareos meios aleanrou-se urn bello resultado. Dirigindo a nossa vista para a frente e para o futuro, acabrunha-nos, por vezes, a distancia quo nos resta, a disproponjJlo entre o feito c o por fazer. E’ innegavclmonte unia tarefa gigantesca, quo esta reservada para venccr-se no proximo futuro e sera bom quo ou frizo o quo vejo claramcntc deante dos mens olhos: Quo o supremo arranco para a moldagom definitiva do Museu Estadual deve ser realisado durante pste anno do 1895. Ha boa disposicSo e animo corajoso de nossa parte; quo o Congresso nos honre com sou veto de confianpa, cingindo-nos com as armas e os meios para a rude campa- nha! E uma confissao final ainda: Cortei do antomao todos os meios para qualquer tontativa do uma honrosa retirada. O Estado do Para disse o A, sou credito social exige quo pronuncio tambem o P*. Foi o instincto da propria salvapao, que mo dictou em tempo a minha condueta e certas pro- videncias perante o mundo scicntifico. I la uni caminho sc>,- o da honra e da gloria e nao quoro duvidar, que os Dignos Ropresentantes, compenetrados da neccssidado de dar-se uma voz um passo decisivo em favor do Museu Paraense, votem, com unanimidade cerrada os sacrificios excepcionaes precisos, auxiliem-no benevolamente durante o difficil periodo que esta batendo a porta, viviquom os compromissos e os pianos do Govorno contidos no Dccrcto cm SciELO 10 11 12 13 14 15 /aslnircdes sobre o modo de colli(/ir, etc. 231) do 2 dc Julho de 1894 e conhccidos a esta hora do mundo inteiro, dancks assim unia significativa prova nao so de cohe- reucia politica, como do alto apre^o e elevado conceito cm ([ue vito priucipiando a ser tidos aqui, na radiante Amazonia, <1 progresso intellectual, as cousas de sciencia e a materia do ensino publico! .Saude e fraternidade. DR. EMIUO A. GOEI.DI III INSTRUCTORS PRATICAS SOBRE O MODO DE COl.I.IGIR PRO- DUCTOS DA NATURE/.A PARA O MUSEU PARAENSE DE lirSTORIA NATURAE E ETHNOGRAPHEA. ( ConelustTo) * CAPITULO QUARTO Peixes T'acilmentc s’e advinliara, quo quanto a eonserv'a^&o dos peixes, ent geral nao ha meio mais apropriado ate agora, quo o recurso ao alcool. Peixes com comprimento maior de tres palmos j.i se tornam uni tanto incommodes; mas abaixo d’este liinite e dccididamentc o processo o mais rccommendavel. Sendo a especie de agua salgada, e preciso laval-a previa- mente com agua doce; o mesmo occorrc dizer a respeito dos peixes de agua doce retirados do lodo. Amarra-se n’uma das nadadeiras o lettreiro com os di/eres precisos escriptos a lapis, da-se uni tallio profundo com o canivctc no abdomen eiitre as nadadeiras pectoraes e abdontinaes e o individuo esta prompto para entrar no barril. Quem dispozessc da habilidadc ncccssaria cm desenho c cm pintura 0 bastante paeiencia e intercsse para a esi)ccia- lidade, poderia prestar a sciencia valiosos servicos, acompa- nliando o peixe no alcool com uni bom desenho, feito ao vivo, cspecialmente no caso de tuna expedi^cto cm rios e regions pouco exploradas. Voj:v o principlo d’estas Instnu\dcs Boletim, l'a i. II, pag. 74 — 84. cm 2 3 z 5 6 10 11 12 13 14 15 hislrvcfoes sol»'c o modo de collujiv, etc. ■I'd) Rospcctivamente an lettreiro convcm recommendar o ma- ximo cuidado. Deve contor nao so a localidade c a data, com o' tambem, so e peixe do matto ou peixe do rio o sobretudo o nomo trivial applicado na rcspectiva rcgiflo. Aconsolho quo nunca deixem de notar cstos nomes vul- gares, pois ja sei por propria cxporicncia, quo mudam as voz.es singularmonto do am lugar para outro, do uni rio para outro. Moia duzia do oxoniplaros do diversos tamanhos n.V> o demais; so for possivol sera bom colleccionar oxemplaros do tamanlio minimo o niaximo, o ondc e.ste oxceder os li- mitos compativcis com a consorvac;rio no barril, devia-sc polo monos tomar nota do tamanlio o poso maximos, indi- cados polos praticos, para eada unia d’ostas cspecios. Initiates dolicados o ovos podem-se guardar n’unt pedaoo de panno, amarrando-se ostc om cima com barbante e rc- colhendo o embrulho igualmente ao alcool. ivxemplares com manifesto prinoipio do putrefaccAo dovem- so oxclnir rigorosamento; acontoce frequontomente quo por causa de um, estraga-so o conteudo total de um barril. () alcool nao precisa sor muito forte no comedo, isto 6 nos primoiros dous ou tros dias, ate quo o peixe tenlia largado a maior parte da agua quo contem; logo mats, porem, con- vein recorrer ao alcool melhor e mais forte. De peixes com tamanlio, om via de regra, maior do tros palmos, podc-se tirar a polio, o quo todavia nflo e facil e cxige relativamonte mais cuidado e pratica, que nos vor- tebrados suporioros; ou propara-so o osqueleto, procosso simples c exocutavol por assim dizor om qualquer situa^So. Xo ultimo caso e tratnndo-se do peixes descommunalinonle grandes, setnpro podor-sc-ha salvar, polo menos, ainda a ca- bo(;a, respectivamento o cranoo osseo, livrando-o dos musculos por unia rapida doscarna^ito. Rsquolotos o cabo<,'as de pira- rucus (Sudis), de aruanas ( Osfcoglossum bicirrhosuvi) por oxcmplo, serilo sempro bom vindos ao Muscu Paraonse. Quanto aos barris convom ainda advertir, que o nuincro do oxoniplaros recolhidos ii’iun tnesmo vaso nao soja donia- siado, com desequilibrio dosproporcional entre o volume dos |)oixos c a quantidado do alcool; o bom sense e o olfacto sorvirSo de guia para doscobrir os limites convonicntcs e adiuissivcis. Do nmitu valor para nos seriam collectives mothodica- monto feitas de peixes do unia zona exactamente circums¬ cripta, por oxcmplo, do um ccrto lago, do curse inferior, medio ou superior do ccrto rio. K, um pedido ainda: roga- cm SciELO 10 11 12 13 Instrucc'Hes sabre a mode de colligir, etc. 241 inos quo cvitem de perguntar-hos acerca do nomes especi- ficos 'do peixes amazonicos, som acompanhar cada pcrgunta logo com o rcspcctivo corpus delicti , cm estado que per- mitta ainda uma determinaijao. O peixe amazonico quo indubitavelmonte tem actual-; mentc o maior interesse para a sciencia e portanto tambeni ])ara mas no Museu Paraensc, e o Lcpidosiren paradoxa, do <]ual damos de proposito uma estampa (0 que acompanha ostas iustruc^Oes, no intuito de chamar a attcn^So geral dp povo sobre csta singular creatura, (pic parece ainda lao rara e na espcratxja dc facilitar assim a procura. Foi o naturalista au.slriaco Johannes Natterer, que entre 1817 e 1835 descobriu o Lcpidosiren obtendo uni exemplar, u’um pot;o perto de Borba, no rio Madeira, um segundo acima de Villa Nova, ha localidade que 11’aquelle tempo era ronhecida com o nome de Cararaucu. O primciro c maior media 92,7 centimetros, o segundo e mcnor so 33 ccnti- inetros. Um lancear dc olhos sobre a estampa mostra um animal com forma de enguia, tendo, porem o corpo todo revestido de escamas e possuindo dous pares de appendices flagelli- formes, representando extremidades cm estado rudimentario. E’ notavel a dentadura da bocca, apparecendo na frente dentes que tem bastante semclliunca com os incisivos dos inammiferos. A cor e um cinzento brunnaceo escuro, pu- xando para o azeitcto, com algumas manchas pequcnas e claras. Os olhos silo muito pequcnos. Uma nadadeira me- diana ininterrompida guarnece tanto a metade posterior do dorso como do abdomen. Eofere Natterer, que os habitantes de Borba designa- vam o animal com o nome trivial de < caramuru » e informa, quo e encontrado 110s logares ondc sc costuma macerar a mandioca para o fabrico da farinha d’agua; julga elle, que o singular peixe provavelmente sc alimenta com tacs suli- stancias vegetaes. O conhecido anatomista ITyrtl, quo fez uma excellentc monographia anatomica do I .epidosircn, (-) achou no csto- mago' de um terceiro exemplar (tambeni do Museu dc Vi¬ enna d’Austria) tanto tuberas dc uma Cypcracca, como (1) Coni.i da estampa dada por I. Natterer no sen trabalho: 1.epidosircn paradoxa, cine neue Gattung der fiscli -ahnlicben Rcptilien*. Annalcn djs Wiener zoologischen Museums. 1836. (2) I.epidosircn paradoxa. Monographic vnn Dr. 1. Ifyrtl. l’rag. 1845. cm 2 3 L. 5 10 11 12 13 InslrucnOes xobre o modo dc colli {fir, etc. capsulas dc uma fructa indcterminada. Desde esse tempo mais alguns poucos exemplares tern sc achado na Amazonia, assim por Castelnau no Ucayalc, (Muscu dc Paris), por B. Rodrigues, cm Manaos (Museu do Florenza) e recentcmente foi encontrado um individuo no rio Tapajds nas visinhancas de Itaituba, sc nao me cngano (Museu de Berlim.) Demancira que e bastante provavel quo o Lcpidosircn paradoxa tcnh.i uma dcstribuie&o geographica bastante maior no systema do Amazonas, que antes sc julgava. So ate hojc appareceu rara- melite e, julgo eu, porque nan e propriamcnte pcixe dc valor commercial e quo portanto os Pescadores nao lhe ligam im- portancia, niio lhe prestam attengJto, Se, porem, soubessem, ijue valor este pcixe tern para os Museus de historia natural, talvez mudassem de pratica. Recentcmente foratn collecci- onados numerosos specimens dc Lcpidosircn cm regiao sul- americana, onde ninguem os supponha — (no Paraguay). Ibn naturalista allemfio, o Dr. I. Bohls, remettcu uns trinta de uma vez para a Europa, e, por um folheto (') que o Prof. Ehlcrs, da universidade de Gottingen tevc a gentileza de mandar-me ultimamentc, vejo que se trata, ao (pic parece, de uma nova especie (Lcpidosircn articulata, Ehlcrs), que se distingue da amazonica pelo raio cartilaginoso dos dous pares dc ex- tremidades. Nilo quero passar cm salencio, quo a Africa posstie um pcixe proximo parcnte do T.cpidosircn brasileiro, e o Protop- tcrus anncctnts, muito parecido, quanto a configura^So exte¬ rior, mas scnsivelmente differente cm certos pormenorcs internos e anatomicos. O Protopterus annectens e bastante conhccido na Europa, exernplafes vivos tern ido c van ainda ('in numero regular para os cstabclecimentos scientilicos, ao passo que do T.cpidosircn nunca foi um individuo vivo para la. A importancia que ao Lcpidosircn cabc no ponto de \ ista scientitico, e devido a sua posirao isolada no systema ichthy- ologico, ao conjuncto dos sens caracteres anatomicos, que <> collocam na zona limitrophe entre peixes c amphibios, dos quaes o mais saliente e a posse d(' um par de legitimos pul- moes. Diz muito bem I Iyrtl que o l.epidosiren reune com o esquelcto dos peixes o apparellio circulatorio e respiratorio de um amphibia e que, por causa d’isto tao pouco pode ser collocado entre os amphibios, comoos Ichthyosaurus e Ple- (l) «Uber I. epidostren paradoxa Fitzingcr untl articulata nov. sjhv. au> l’aruguay». Nachrichten iler K. posas (Sphingides o Bombycides), abre-sb oste cuidadosa- mentc pclo lado inferior com tuna thesourinha pontuda, tira- se fora os intestines e os ovarios e substituindo o retirado polo mesmo volume de algod&o phenicado ou impregnado com algumas gottas de ttnia solucilo do sublimado corrosive esconde-sc a vista outra ve/ ;i operatpito assim praticada. I’cchando-so as azas da borboleta, osta fica acondiciotiada n’um cartucho de papel branco e limpo. Semelhante cartucho fabrica-se n'um instante do uni pe- d;tro de papel de forma rectangular quasi quadrada, dob ran- do-se estc no sentido de umas das diagonaes e quebrando- se as beiras, dc modo a formar um sacco, aberto cm cima sdmente. Introduz-se a borboleta, fecha-se cm cima e o car¬ tucho e recolhido a uma caixinha solida, (lata dc biscoutos) e que fcchc bcm. N’uma d’estas latas podo sc arritmar e empilhar innumeros d’estes cartuchos triangulares; convem, porem logo advervir que o ar d’esta caixa e precise ser constantementc saturado de mui forte cheiro dc naphtalina, camphora, etc., para evitar e afugentar importunes visitas e depredates dc formigas, baratas, etc. Insistentemente de- vemos rccommcndar esta precau^rio, sc tiflo sc quizer ter series desgostos e insubstitutiveis perdas! E’ cm scmclhantes latas, que dccididamente melhor sc realisara o transporte de borboletas colleccionadas cm viagens e expedites. N T ns Masons amollcce-sc depois cstas borboletas outra vez, sobre area humcdecida e e la que sc opera o process* de esten- del-as para o fim de exhibit^ 0 publica. E’ claro quo ;i ta- refa dos collcccionadores fica assim enormementc simplifi- cada e epic este modo permitte ;i qualquer pessoa conservar e salv.tr borboletas per tempo indefinido, ate que se apre- sente occasiao e folga para acondicional-as definitivamente. Bczouros (Coleoptrros) matam-se n’um vidro, que contein on no fundo ou n’uma rolha oca, certa poro.V) de cyanureto tie potassio, que e, como se sabe, um violcnto veneno. Mortos, acondicionam-sc cm camadas e com muito cuidado de nilo embaracarem-se mutuamente as pernas ou as antennas, as vezes incommodamente compridas, cm idcnticas latas com serragem bem enchuta ou com algodfio fortemente impre- gnado de naphtalina. Como no caso das borboletas ntto con¬ vem do modo algum ao colleccionador perdcr sen tempo cm linear os excmplares por meio de alfinetes n’uma caixa com fundo de cortica, pita, etc., tanto menos que nao da bom resuftado por yia de regra. Igualmente e empregado o methodo indicado com rc- cm 2 3 z 5 9 10 11 12 13 :'ii; Instruct-'ics noire o inodo de colliijir, etc. larAo a maioria dos /{ymmopteros (abelhas, marimbontlos, cabas, etc.), Diptcros (moscas, etc.), Hcmiptcros (pcrcevejos, cigarras, etc.), Orthoptcros (gafanhotos, etc.) c Pseudo-Nc- vroptcros (lavandeiras, jacinas, etc.) e portanto nilo demora- rei especialmente com cada uma d’estas ordons. Formigas c termites (cupins) comtudo 6 costume conscrvur cm alcool ou para mdhor dizer, recolhol-os a cste liquido no prin- cipio, retirando-os posteriormente. Silo dignos do interesse e mcrcccdoras de especial at- tencilo as habitagOes das diversas cspecies do formigas, noto- riamente aquellas que silo construidas cm arbustos e arvores; as casas de «cabas e os cortic;os de abelhas, com a con- dieilo que venham sempre acompanliados taes objectos dos seus genuinos architectos e inquilinos. Outrosim, e assumpto altamente recommendavel, para quoin tiver tempo, paciencia e tino para cstas cousas, o estudo do desenvolvimento dos Lcpidoptcros (borboletas), procurando-se descobrir para cada lagarta a planta, propria para a sua alimentaijilo, criando-a ate sc transformar cm chrysalide c acompanhal-a ate que saia a borboleta perfeita. A importancia d’esta minha recommendaeao salta aos ollios, se eu dcclaro que, so na verdade se conhccem talvez milhares de Lcpidoptcros da Amazonia, nilo monos certo e <|iio de muitos poucos se sabe a lagarta, a planta predilocta, o modo de vida, etc. A porcentagem do conhecido para o desconhccido e diminuta. Quasi tudo e novo n’osto terreno e quern quizesse tomar seriamente a peito a indicaeao aqui feita o mettor maos a obra, poderia prestar valiosos servi(,'os a liistoria natural d’esta terra. Lucrariam, outrosim, a agri- cultura e a sylvicultura e mehercle vai mais merccimento para a liumanidade cm scmelhante occupaiyto que produ- zindo grosses volumes de poesias o versos sobre assumptos, com mais ou monos geito, pela millessima \'oz decantados. CAPH ULO SET 1 MO Outros Arthropodos Do grandioso tronco dos arthropodos resta-nos tratar, excluindo os insectos, ainda dos Myriapodos (embuas, cen- topeias, etc.), os Arachnoidcoa (aranhas, etc.) c os Criislaccos (siris, sararas, etc.). Ao contrario do procedime’nto usual para com os insectos, e de novo a conscrvaiplo no alcool cm 5 SciELO 9 10 11 12 13 14 Inslrucc/Hcx sabre a modo dc cnlli(/ir, r.lr. forte quo dove scr aconselhada aos colleccionadores como <> melhor modo actualmente existente. S 3 .o recommendaveis por sua commodidade para o uso nas excursfles mis tubos cylindricos do vidro especialmente fabricados na Europa o variando do calibre, segundo o tamanho dos objectos a col- loccionar. Na falta d’estcs scrvem os vidros do drogas seccas, do 50 a 100 grammas, do gargalo largo, haven do, porem, as vczcs, difficuldade do cncontrar-se boas rolhas para os tamanhos maiores. () acondicionamento cm vasos monores b reclamado pela fragilidade dos animaes, quo formam o objecto do prescnte capitulo o quo 11'to admittcm prosstlo e peso causados por corpos maiores, como aconteceria no caso dos barris quo t;\o vantajosamente servem relativamente aos vertebrados. Uma separa^So do objectos pequenos conformc a provcniencia dc localidades divorsas, pode facilmente ser alcaneada n’um d’estes vidros, tubos etc., mediante uma pe- quena porc,';to do algodao quo se introduz. Afim do evitar esquocimcnto 0 confusOes recommendamos do prover cada camada, ou polo monos cada vidro, com o lettreiro escripto a lapis, contcndo a data, a localidade e o colleccionador. N;'io confieis nada a memorial» exclama Darwin com muita razao n’umas instruc^Ocs dcstinadas a sorvir do gain, aos amigos da natureza! Sobrc o numero, a systematica o <> estado actual dos conhccimentos relativos aos Myriapodos ate bojo descriptos do Brasil, orienta 11m pequeno trabalho men no Bolctim do Musou Paraense * . Kasciculo 2.°. E’ uma classe que geralmcntc nito cncontrou, ate hojc, uni do- masiado numero do amigos e quo por esta ra/.ilo mesmo reeommenda-se a attemp'io do colleccionadores intelligontos e indepondentes tla corrente da moda, causada pela grande maioria d’aquellcs entomologos quo correm, mais ou monos oxclusivamente, atraz dos hexapodos mais vistosos como bor- boletas e bezouros e tratam ncgligentemcnte tudo o mais. Dovido a mesma circumstancia, nilo monos grata dovo dcclarar a attcngilo prestada a classe dos Arachnoidoos, 11a qual ha as ordens dos Scorpionidt'os (lacraus), dos Phu- langidcos ou Opilionidcos , c a das genuinas aranhas (Ara- ■tirar), que podein ser recommendadas ao zelo dos colloccio- nadores. Relativamente a prinieira, quero lembrar que ha alem dos cscorpiOes grandes c temidos por causa das fer- roadas quo sabem dar com o aguillulo situado na oxtromi- dado da cauda, ainda uma ordem constituida por pygmeus, inteiramonte semelhantos no conjuncto do sen aspi'cto, porem som abdomen horisontalmcntc estendido 0 provide do ferra > cm SciELO 10 11 12 13 14 ‘J'i8 InslrucQ )e$, sob re a moilo dr, colliijir, etc. na ponta. Sao os pequenos e graciosos Pscudosc'orpionidcos , totalmcnte inoffensivos o apenas modindo uns poucos eh' millimetres. Vivem debaixo da casca dc paps podros, nas folhas humidas do chao do matto o alguns foram reconhe- cidos como hospedos gratuitos de colcoptcros (bezouros) main- res, vivendo debaixo das suas elytras e fazendo viagens aereas c equitayilo barata a custa alheia. Sao summamente interessantes. Relativamente as vordadeiras aranhas (Araneac) tem-se trabalhado valentemcnte nos ultimos annos, de maneira quo dentro do decennio passado tem-se Iriplicado ou quadrupli- cado o numero das especies brasiloiras scientificamente dcs- criptas, que hoje ja passa bastante alem de 400. E apezar d’isso resta ltiuito a fiizer ainda e silo sobretudo as especies da Amazonia e do Brasil central que carecem de estudos mais accurados e de osforv'Os dobrados. Ha lima tal riqueza <■ diversidadc de formas, que fica estupefacto quern se dor ao trabalho dc juntar as diversas especies que se podem achar dentro de um peritnetro relativamente limitado. Re- cornmetldo, porem, a atteneao dos nossos amigos principal- mente os representantes maiores -as aranhas caranguejeiras ( Avictilariidac ),— por serem object os cpie (lao 11a vista e que por isso mosmo podem nlais facilmente ser alcanpudos. Claro e que nao e com os dedos que se apanham os lacraus e aranhas caranguejeiras, pois os primeiros d&o ferroadas vio- lentas e as outras mordem e queimam com a sua roupa cabelluda; o collcccionador serve-se de uma pinpa fina para <\st(>s misteres. CAIMTULO OI TA VO Vermes Tambem estes se poem e conservain no ajcool. Podora haver quern perguntc se tambem os vermes se colleccionam para o Museu de historia natural? Respondo quo sim e (pie lia muito a fazer-se e a estudar-sc c a elueidar-so n’estu terreno. Oucro deixar de lado a intcressantissima e variega- da fauna do mar, que nos .apresenta no tronco dos vermes tao rico sortimento do formas notaveis pelo sen aspecto e inuitas vczes por sou colorido, visto que isto sera o campo tie trabalho mais especialmonte reservado a Estaijao Biolo- cm 5 SciELO 9 10 11 12 13 14 Inxtrucfdcs solve tyniodo / Lu»i- bricidac). A actividade d’estes vermes e o sou papel na for¬ mat,Ao do humus tern side o assumpto de cstudos durante os ultimos annos de vida do grande naturalista c philosopho Charles Darwin. Aqui nos nos contentaremos em cominu- nicar, que a zona tropical hospeda os representantes maiorcs do grupo dos Lombricidoos e que se encontram no Brasil certas minhocas terrestres de enorme tamanho c hello matiz azul-metallico. SSo, porem, poucos conhecidos ainda os nossos representantes patrios e recommendo-os aos que quizerem auxiliar as nossas intent,-bos scienlificas. Do outro laclo ha os Hirudin cos ou * sanguesugas », que devom mcrecer a nossa attencao. F.u ja salientci quo a maior (‘specie de sanguesugas actuulmente conhecida e amazonica; e a llanncntcria Ghilianii da qual tratei no primeiro fas- eiculo do Boletim do Museu Paraense, pag. 43. Convetn inuito fazer-sc esfon,'os de obter-se mais especimens d’esta herculea sanguesuga e altamente importante seria descobrir- lhe o habitat exacto e os pormenores da sua vida. Alem d’esta espccie e desejavel toda 0 qualqucr outra que se possa achar, cspecialmente quando acotnpanhada de lettreiro indicando localidade exacta e o hospede, pois muitas silo eetoparasitas dc peixes. A segunda e extensa classe dos vermes e a dos Ncmathdmintos , que abrange porcao res- peitavel do exercito de cnoparasitas e vermes intestinaes 0 que devc mcrecer a nossa atteni.ao devido a importaneia economica, quo n 3 o poucos d’entre ellcs adquirem pelas mo- lestias e desarranjos internes per olios causados no corpo dos sens hospedes. Entrain aqui os Gordiidae, dos quaes lallei no Boletim, Fascicule 1, pag. 40 ( 0 ; as Filarias, entre as quaes achei diversas vozes uma espccie, quo vretinm ns (1) O povo Intituln-os aqui, an quo parccc, pels desijjnavUo de « cobras nomc scientifico ou trivial alom do numcro successive, lo- calidade c mais dizeros do real importancia. Cada folha do papcl deve conter um ou mais ospecimons, mas da mesma ospecie, afim do evitar confusfies nos lettreiros nas frequen- tos baldca^Oes ulteriores. Intercalando-se sobre tuna folha com planta. duas, tros ou mais identicas, porom vazias, conforme a cstructura da planta o a luimidado prosumivcl quo olla content, segue outra follui com outra planta o assim por diauto. Arranjando-se um feixo cm forma dc resma- nunca muito grande submotte-se esto (i) Sci que sc tem muito peccado n’este scnlido c dire! por exp; 1 iencia, quo s<; commettc, por via dc regra sempre o mesmo erro nu occusitlo tie prepa- rarem-sc materiacs para a cxliil>it,;lo cm t \posi(,ocs internaeionaes. I.avrn cm pro- fundo '-ngano, quern julga que silo os Museus de bistoria natural que lent tie ocntpar-sc d’estas collcct,0es tcthnicas, c apiovcito a orcasiSo, para condcmnar lormalmentc < qualiftcar tic ridicule o s\.sterna ate hoje usual na do Sul dc pcnsar-sc que os M/tstus como hies ton de fa/tr-sc representor cm kernel Iran les expos ip" cs. cm 2 3 z 5 9 10 11 12 13 1 nstmccocs sobrji'rf modo dc colligir, etc. 2515 feixe a uma prcssao continua com uma pedra de uns 25 ki- logrammas. Dia a dia e preciso mudar o papel humedecido o substituil-o por folhas intciramente seccas e somente quando uma planta assim tratada durante uma serie variavel de dias, tornou-se inquestionavelmente secca e mlo trahe mais ten- tlencia alguma de furtar-sc a posigao forgadn n’um mesmo piano, e que ella podera ser considerada como prompta e jdonea para ser recolhida definitivamente ao herbafio. Este herbario nao e outra cousa scnao uma collectividade de sc- nielhantes feixes, acondicionados em pastas de papeiao das quaes cada uma contdm plantas do* mesmo genero, da mcsma familia. O tudo tern o aspecto de uma bibliotheca, mais ou mcnos volumosa, mostrando a lombada das diversas pastas <> sobre-cscripto do conteudo de cada uma. Ja disse que o papel mata-borrSo e um producto especial e com desgosto cOnvenci-me desde os primeiros dias no Para, c|ue este papel nao se acha n’este mercado. Nenhum dos papeis, produzidos pela industria local, presta- se para este fim 'especial e uma marca prestavel, de cor parda, mui conhecida no Sul do Brasil, parece que ninguem a importa. Um papel apropriado deve contcr pouca ou ne- ■nhuma colla, nao ser liso, mas de superficie feltrosa ao tacto e um dedo molhado n’agua encostado ao papel, deve logo produzir n’elle uma mancha amollecida, que sc fura a menor pressiTo. Todo e qualquer outro papel que nito possua estes requisites nao serve para a botanica. E’ sobremodo penoso e espinhoso, nao o quero dissimu- lar, o trabalho da conservagao das plantas, que o botanico tern de aguentar nas regioes tropicaes. ITa especies e fami- iias inteiras mal geitosas e desesperadamente succulentas, consumindo-so mezes antes de ser facto consumado o desec- camento completo. Ajunta-se a humidade da athmosphera, que d um terrivel inimigo dc emprezas d’esta cathegoria. La, onde ha mezes dc chuva quasi ininterrompida, o as- sumpto e capaz de fazer inauditas exigencias a paciencia do colleccionador. Como sao plasticas e verdadeiras as la- mentagdes, que o notavel botanico francez Augusto de Saint- I lilaire archivou em tantas paginas dos seus livros acerca • las suas viagens realisadas em Goyaz, Minas, Rio, Sao Paulo e Parana! E’ escusado lembrar, que nao menorcs silo as queixas d’aquelles que viajaram aqui na Amazonia, ■como os botanicos Martius, Trail, Spruce, Schomburgk, Wallis, etc. Foi o celebre viajantc G. Schwcinfurth, que t;To impor- 5— (BOX.. CO MU»EU TARAEN3E) cm 2 3 z 5 10 11 12 13 2S4 luslrucgt'es sabre o modo dc colligir, etc. tantes servk;os prestou a scicncia por suas exploragSes na Africa, quo, ainda nao ha nmitos aunos — eu li a primeira communicaipio cm 1888 — propuz uni novo rumo, c submet- tendo logo a sua invein^o a experiencia pratica, provou a utilidadc c as manifestas vantagens cm compara<;cio com o antigo methodo acima descripto, Consiste 11a conscrvapdo humida, cm solucOes alcoolicas ilc chlorureto de soda (sal de cosinha), acido phcnico, su- blimado ou glycerina, etc. Fazem-se feixes 11a forma acima ilcscripta, mas estes cm logar dc scrcm submettidos a uni lento deseccamente, silo immediatamente rccolhidos cm latas (tres cm cada lata c cm pc) cspecialmente cheias com os ditos liquidos e hcrmcticamentc soldadas. O nosso processo deu trio bom rcsultado, que mais c mais acha acceitmp'to entre os botanicos modernos, quo tern dc viajar cm paizes, ondc a constantc humidade quasi insuperaveis difliculdades apresenta. Na verdadc, c prcciso que o colleccionador saiba .soldar e que leve no sen trem a ferramenta prccisa. Scientia amabilis» intitulam a botanica e quern quere- ria disputar-lhe o honroso cpitheto?- Mas contcmplal-as c aprecial-as simplesmentc fora, na natureza, as variegadas producijdes da flora, c uma cousa, e recolhel-as para os rc- positorios scientificos, cm formato manuseavel e com um vislumbre das suas feicOes naturacs c cores e outra. A con- serva^o idonea das plantas para os herbarios c fins scicn- tificos cxigc talvez um tirocinio mais curto do quo o indis- pensavel no terreno da zoologia, porem pacicncia amorosa, zelo e extremoso cuidado o botanico os deve possuir cm grao nao menos clevado, que o zoologista. Muitos scrao intimidados pela cxposiiylo franca que fize- mos dos processes necessaries c das difliculdades a encarar e attender. Daremo-nos por satisfeito, sc entre cem leitores um sc anime c sc rcsolva a trabalhar n’estc terreno c venlm contribuir com expontaneas remessas para as collccijOes c o desenvolvimento da secc,'2.o botanica do Museu Paracnse 1 Dc rcsto lembro 0 que disse no principio do presente capitulo, que ha meio menos complicado c ao alcance do todo e mundo de ser\ ir a referida sec(,'Ho do Museu Estadual e e Ilorto Botanico, a ellc annexo: e a remessa de plantas vivas ou dc partes d’ellas que permittam sua propaga^ito se- gura. 1'ructos c sementes do plantas notaveis por qualquer respeito senio sempre bemvindos ao Museu. cm SciELO 10 11 12 13 Inslrucgdes jobri o modo de colligir, dc. c) PARTE GEOLOGIC A So por toda a parte da superffcie da crosta do nosso globo tcrrestre houvcssc Ulo pouco a ver, como aqui n’esta cidade de Belem e nas visinhan^as immediatas, onde o al- luviao dc forma<;ao e data rdcentissima e de provenienda palpavel domina tan absolutamonte, quo por assim dizer nao so encontra outra cousa, o interesse para problemas geolo- gicos deveria necessarian!ente ser muito fraco. Mais para o interior as cousas, porem, mudam de aspecto. Os geologos quo por ahi vieram, taes como I.. Agassiz, Charles ITartt, Rathbun e O. A. Derby encontraram com que occupar-se detalhadamente cm diversos pontes d’este Estado e as for- ma^Oes fossiliferas do Rio Trombctas, da Serra do Erere e certos pontos da costa paraense como o Rio Pirabas, attrahi- ram sua atten<;ao. Esta emprehendedora turma dc scientistas norte-americanos latnjou as bases e alicerces para o actual estado de conhrcimentos sobre a gcologia amazonica c segun- (lo consta, poucos accrescimos posteriores se fiziram depcis d’elles, dc sortc que resta evidentemente bastante a fazer-se ainda n’este tao intcressante terreno scientifico. Um impor- tantc artigo publicado uus vinte annos atraz pelo prof. Hartt n’um dos entao mais importantes jornaes d’esta cidade, — arti¬ go ao qual tratarei de dar a merecida reimprossao — me dis- pensa de entrar cm mais pormenores, pois provem dc penna mui competente na materia. Resta-me so dirigir um appello as pessoas affeitas a assum- ptos de sciencias naturaes e que residam cm regiOes geologi- camcnte intcressantes ou que tern occasi&o de percorrer zonas pouco exploradas, de nao dcscuidar de prestar attempto a constituicilo e conliguraeao da superficie terrestre, de exami- nar as rochas visivcis nas serras e cm ambos os lados dos rios, l)em como a espessura e as feigOes das diversas camadas que podem apparccer em cortes artificialmente feitos por miles humanas. Recommcndamos dc colleccionar amostras typicas das rochas, quer cllas sejam fossiliferas ou nao. Estas amos¬ tras deviam sempre ter mais ou mcnos o tamanho c. volume ile uma mlto human a c possuir pelo menos uma, melhor duas, superficies frescas. hi indispensavel fazer logo acompanhar cada amostra do scu lettreiro, que dove conter a loealidade exacta e outros dizeres dc real importancia. Amostra e lettreiro acon- dicionam-se n’um peda^o de jornal, uma ou duas vezes. Sao objectos que nao dao trabalho algum, nfio sc cstragam, nao cm 2 3 z 5 9 10 11 12 13 21)0 InsIrucQt'ies sobrc o rnodn de collic/ir, etc. ptvnsam do cuidados e fiscalisa^'m diaria e quc nio ofForecom in 'ommodo alburn, senilo talvez pelo sou peso, om situates, onde o transportc e problematic.^ e difficil. Um solidn martollo, que permitta um ataque serio dirigido a uma rocha mesmo dura, lapis e papel silo os unices requisites necessaries om so- mdhante genero do trabalho. Quaiulo a camada encontrada for fossilifera 6 preciso esfor<;ar-se por obter amostras quo enntenham os fosseis inteiros; para facilital-o, um martollo geologico genuino tom, na verdade, sua forma especial. Na eventualidade do sc acharem de imprevisto indubitavois restos do animaes maiores sera molhor nfio operar com o martollo, para evitar uma possivel ruptura desastrosa e n’esta emergen- cia b melhor fixar a localidade e fazer uma participate ao Musou Paradise, que tornara as providencias, que o caso exigir. O mesmo procedimento aconselho cm rela^fio a- esqueletos de vertebrados maiores encontrados no alluviao, cm cavernas, etc,, |)ois sun bem fundados os meus receios que por excava¬ tes impropriamente praticadas possa soffrer grave avaria mi perder-se de todo urn objecto as vezes muito valioso para a sciencia. explicacAo da estampa Fig. i, Lcpidosircn paradoxa (era escala muito redu/ida) — (veja o capitulo sobrc os peixes.) Kig. l — A bocca do Lcpidosircn, visla do frente, para moslror os dentes sc- niclhantcs a indsivos Kig. J, — Rcgiao anal do Lcpidosircn, vista dc baixo, mostrando as extremida- dcs postcriorcs e o anus asymmetrical. (Copia da estampa original de J. Natterer ) 2 3 L 5 cm 9 10 11 12 13 I A GEOLOG IA DO PARA Por CH. F. HARTT ( Reimprctsao dc um relator io din'gido .(So . — 0 manuscripto a lapis foi nos ccdido gcntilmenle pclo Sr. Jose Vtrissimo A materia cnnlida n'este rolutorio soflrcu, bem o sa- bemos, elaboratin' ulterior m.ais cuidadosa da parte ilo mesmo autor, c correc- (,1'ies nitmerosas. Se a reimprcssilo assim mesnio nos parcceu util, t porque 0 UrnUalbo tem o cncanto de um fcuilleton scientifico redigido dcbaixo das im- pres.soes Ircscas da viagem; porque o respective jornal paraensc j.l lroje e unia raridade antiquaria c fimdmentc porque e ti unica resenha succincta, que conhc- ccmns cm lingua portugueza sobre a geologia do I’ara. O cstylo t defeituoso, rcsentc-sc dc anglicismos cm cada phrase, mas o trabalho nao deixa de sit comprehensive! e intcncionalmcnle evitamos' dc fazer outros retoques scnSo os estrietamenlc ncccpsarios. 9 10 11 12 13 A Geologic do Para de uni lado do valle polo meio dos rios Tocantins, Xingu o Tapaj6s, c estudar o districto montanhoso dc Monte-Alegre para baixo. Para este fim c nao scm encontrar com bastantesdiffi- culdades organisci uma pcqucna expedirao, em Ithaca (Nova- York). Emprogado na nova Universidadc dc. Cornell, como professor dc geologia, queria tornar csta expedirao o mcio dc instruir uma classes dc estudantes dc scicncias, os quaes no mesmo tempo podiam me ajudar nas niinhas cxploragdcs. Escolhi com cuidado na Universidadc nove estudantes, a maior parte d’elles dcdicaclos as scicncias naturaes c alguns ja for- mados. Acompanhavam-me dous outros nao pertenccntes a Universidadc. O Sr. A. N. Prentin, professor dc Botanica na mesma Universidadc, era o men companheiro c socio. Chcguci ao Para no principio do mez dc Julho. Eui reccbido com a maior bondade por S. Ex." o Or. Abel Gnupa entflo na Prcsidencia, S. Ex. a o Visconde de Arary, o Sr. Pimenta Bueno, o Sr. Pond e por muitos outros senhores. Tendo alugado umacasa, fiquci uni mez em Nazareth para dar aos meus discipulos uma opportunidade dc praticarem a lingua portugueza e ticarcm acostumados ao clima, ao mesmo tempo que percorriamos toda a visinhanepi do Para, ajuntando collec^Ocs importantes dc historia natural. S. Ex. a o Vicc-Prcsidente me fez a Iionra de me ceder <> vaporzinho Jura poison com uma carga de carvito parafazer uma viagem no Tocantins. N’este vapor, sob o commando do Ex. m " Commandantc Joflo Gonsalves Ledo Junior, subi com toda a minha comitiva o Tocantins ate a praia do Urubu quo fica a uma milha a baixo da primeira cachoeira. I.a deixei o vapor e a mor parte dos meus companheiros que sob a direc^ilo do Professor Prentin fizeram importantes collecgOes de peixes e de animaes fluviaes emquanto eu, acom- panhado por trez discipulos, subi com o esealer do navio ate a cachoeira das Guaribas. Nito podia subir mais alem pclo rio por causa do esealer ser improprio para passar as pancad.is, porem andei a pe algu mas milhas para cima. Examinei minuciosamente a structura geologica das cachoeiras e da terra firme subindo algumas vezes nas altas para determiner a formaeao d’ellas. As cacho- ciras sflo formadas de camadas de schistos, gramvacke e cal- careo impure muito antigas, muito inclinadas e metamorpho- seadas. Como nfl.0 oflerecem fosscis sera difficil a determinaeao exacta da idade geologica d’ellas. Na minha opini&o s;\o ]>re- carboniferas e provavelmente silurianas. Como o rumo (strike) cm 2 3 z 5 9 10 11 12 13 A Gco!o;/ia do Para d’estas camadas e cm geral do N. E. — S. 0 . formam muralhas irregu lares atravessando o rio c, no tempo do rio secco, corta- das por canaes tambem irregularcs. As camadas, geralmente fallando, s&o inclinadas para o sul. Esta formagfto cm alguns lugarcs esta cortada por diques possantes de diorito, que tam¬ bem formam murallias ou linhas do ilhotas no tempo secco. Em Alcobaga se cncontra uma formagfto differente, um quar- tzito muito duro e fino e do uma cor roxa, quasi horisontal e d’uma idadc mais rcc Mite do que os schistos da cachoeira. Estas camadas antigas que acabo de descrcver, formam por assim dizer os alicerces, d’aquella regifto. Sobre ellas jazem sem conformabilidade de stratifieagfto uma camada de uma pedra siliciosa mais ou mcnos ferruginosa, amorpha c em al¬ guns lugarcs, parecendo agatha ou jaspe e associada com um conglomerate fcrruginoso. Este deposito mal se ve, se des- ■cobre na beira do rio conm na cachoeira de Guariba, e em outros lugarcs para baixo, tambem formando massigos enor- mes, isolados. A terra firme acima de Trocara forma uma planicic elevada com um declive ingreme para o rio. E’ composta de uma seric do camadas de argillas arenosas c mais ou me¬ nus ferruginosas, supponho eu da dade terciaria, as quaes, perfeitamente horizontaes, jazem sobre as camadas antigas que ficam por baixo. N’estas camadas de pouca consistencia o rio tem exca- vado um valle mais ou mcnos estreito que ch ga as forma- gOes mais antigas que offerecem irregularides no leito do rio formando a caxoeira. A camada siliciosa sempre acliei cm baixo dos strata de argillas. E’ notavel que a base ineta- morphica do valle do Tocantins crcsce em altura subindo <> rio, formando assim uma serie de caxoeiras. Logo abaixo de Trocara a terra firme consistc n’uma planicie mcnos ele¬ vada do quo aquella de cima e formada de camadas de ar- gilla feldspatlnca mais ou monos arenosas, passando de uma tabatinga fina, branca ou diversiedrada a uma area argillosa mais ou monos ferruginosa. Em alguns lugarcs sc encontra hum gres de grfto gosso e muito fcrruginoso. Esta formagfto de matcriaes vindos das terras altas do sul, vae diminuindo em altura para o nortc, de sortc que as barreiras que limitam o valle do rio sao muito mais altas na visinhanga de Baifto do <]ue na visinhanga do Camcta. N'esta formagfto de matcriaes molles o rio tem excavado um valle muito largo, cujo leito fica abaixo do nivel do mar. O fundo d’este valle, esta cheio de deposito alluviaes formando cm 2 3 Z 5 9 10 11 12 13 200 A Geolofjia do Pnrci um archipelago, ou um plexus tie canaes separados por ilhas. do pouca stabilidade, ora crescendo, ora desapparecendo. Es- las ilhas na parte, do norte silo mais ou menos altas e prin- cipalmente de arcia, com praias extensas, ficam alagadas. somente durante a enchente. Para baixo a onde o rio tern mais largura e uma corrcnteza fraca, silo baixas do um tijuco fino, alagadas cobertas de uma vegetacilo luxuriante, borda- das de um matto magestoso de palmcira miriti, c de aninga. De fora parece templo das nymphas, por dentro sao uns mattos inundados, charcos, pantanos aonde muitas vezos nilo se acha terra firmo onde pisar e cm cujas sombras cresce o cacoeiro sem cuidado nenhum. Para baixo de Cameta o Tocantins nilo- <’• um rio, e antes uma lagoa larga ou estuario. As margens sao de alluviOcs inundadas e as aguas penqtram por muitos ca¬ naes por ambos os lados com o plexus de canaes o qua! pclo lado direito da communicae.ilo com o Moju c polo es- querdo com o estuario que recebe as aguas dos canaes la- teraes do Amazonas. Pcrto de Jeguirapua encontrei um dc- posito de minereo de ferro (Hematite) de boa qualidade. Des- coberto sobre uma area bastaute grande na beira do rio, nilo podia determinar a extensile do deposito. Mercce um exame minucioso. Eu me contento agora com este rapido csbogo da structura physica do Tocantins. Nos meus relatorios e no livro que pretendo publicar sobre os resultados dos meus estudos. n’esta provincia hei de descrevcr o rio com todo o detalhe. O meu muito estimado amigo Sr. I'erreira Penna tern des- eripto as producgocs do Tocantins com tanto cuidado que nilo me deixa nada que addicionar. I fci de reconhecer aqui a bondade do presidente que officiou ao delegado de Cameta e ao subdelegado de Pai'e- para auxiliar-mc. O excellcnte delegado de Cameta e o Dr. Eneas me cumularam de attendees e a minha visita a Cameta foi muito agradavel e proveitosa, a minha receprao cm Baiito foi da mesma maneira. Nada faltou-me no Tocantins. O ins¬ pector de quartcirilo em Trocara me arranjou uma Iripola- rilo para o escaler e toda a yiagcm foi feita scin pcrder tempo. Voltei ao Para pelo Igarape-merim, viagem bastante difficil, porem sem novidade, gramas a pericia do bom Com- mandante I .edo. Depois d’uma pequena dcmora no Para, S. Ex." o Dr. Abel Graga honrou-me a segunda vez cedendo-me o juru- pensem para a exploragilo do Tapajds. Eui com pequena de- mora em dilTerentes portos: a Santarem, onde um conllito- dcsgragado cntre alguns marinheiros do vapor e a policia. cm 2 3 z 5 9 10 11 12 13 A Gpelof/ia do Para 201 em terra, causou uma demora de trez dias, por serem pre- zos, alguns da nossa tripolaty&o. Depois de serem processados foram soltos e prosegui a minha viagcm. Toquei em Avei- ros e cheguei em Itaituba, ali logo que saltci em terra acbei fosseis do terreno carbonifero em grande abimdancia, c com <> auxilio dos mens companheiros fiz uma collec^ilo importan- tissima d’ellcs. Acompanhado do digno sub-delegado de Itai¬ tuba e de alguns indios fomos com o vapor at6 perto da primeira caxoeira oiule demos fundo. Mandei o vapor com uma parte da comitiva voltar a Itaituba a fim de ter occa- siio de fazer ainda outras collectjOes de peixes e outros ani- maes fluviaes. Subi as primeiras caxoeiras ate a do Apuhy n'uma montaria com o sub-delegado, Professor Prentin e al¬ guns dos meus companheiros de viagem. Examinei a pe a a maior parte da regicto das caxoeiras e ainda mais minuci- osamente do que as do Tocantins. Beni que as caxoeiras do Tapajos com os sens penedos ennegrecidos, e com as suas aguas clara-verdes se assemelhem muito as do Tapajos, a estructura d’ellas e inteiramente differente. Em lugar de schistos e grauwakes, temos: desde a entrada nas caxoeiras ate o Apuim massas e dykes enormes de porphyro de grao grosso, roxo e do uma bella qualidade, dykes de diorito, e camadas de grc's roxo muito duro, intersectos por estes dykes e muito inclinadas. Este gres nao me offereceu fosseis, por isso a sua idade gcologica fica indeterminada. Tern muita semelhan(,'a com o gres de Potsdam (Potsdim Red Sandstone) de Nova-York. E’ com certeza precarbonifero porque as cama¬ das foram metamorphoseadas e sublevadas antecedentemente a disposi<; 3 Lo das camadas carboniferas que hci clc descrevcr. Depois de tudo que ja esta cscripto sobre as caxoeiras no ponto de vista da navegaty'io do rio nao digo mais nada so¬ bre este assumpto. Das caxoeiras do rio ate muito abaixo tie itaituba em ambos os lados temos strata liorizontaes do ter¬ reno carbonifero, schistos molles de differentes cores, gres, e pedra calcarea. Neste achci fosseis em differentes locali- dades. Os schistos (skales) e gres a cima de Itaituba con- tem poucos restos organieos. N’uma ilha pouco abaixo da pri¬ meira caxoeira achei alguns Brack iupodos, do genero Pro - ductus e Terebratiila, na Barreirinha achei espinhas offensi- vas de peixe (Ichthyodorulitos),' alguns Molluscos c uma planta alliada ao Lepidodendron; para baixo dc Uatapucuni restos de peixes e as capsulas dos sporos (spore-cases) do I .epidodendron ou de algurna planta sua alliada. Estas capsu¬ las silo perfpitamente semelhantcs as quo tenho encontrado cm 2 3 z 5 9 10 11 12 13 A Gmlofjiu do Pam no terreno carbonifcro (lowercoal measures) da Provincia do Nova Brunswick, Canada. Nos schistos ha muitos septa- rios enormes sobre cuja structura fiz alguns estudos inte- ressantes. No lado esquerdo do rio algumas milhas acima de Itaituba ha uma barreira baixa da pedra calcarea cha- niada Paredao. Esta pedra e muito compacta, de grao fino, d’nma edr cinzcnta, amarellada ou quasi branca. Varia bas- tante na composi(;ao. Para a mor parte 6 muito pura e al¬ gumas qualidades dao uma boa cal, a mesma camada se mostra quasi na flor da terra no igarape Bom Jardim onde queima-se a pedra para fazor cal. Visitei e examinei dous fornos, o de urn italiano pouco acima da boca do Igarape; da uma excellente cal, muito branca e pura. Dizem quo al¬ gumas qualidades da pedra fornecem cal hydraulica. Eu levo commigo amostras para serem analysadas. A camada de pe¬ dra calcarea existe dentro d’uma area de muitas milhas qua- dradas o 6 muito acccssivel especialmente no paredao c no Igarape do Bom Jardim. Forneceria cal para todn o Brazil. A mesma pedra existe a baixo de jltaituba e e extrahida para ser queimada em Santarem. Uma parte da pedra e impura c cm alguns lugaros mais ou menos arenosa e nao serve para sc queimar. Esta pedra de cal sera excellente para a construccao, e uma pedreira bem trabalhada fornece¬ ria massas de grandes tamanhos para columnas etc. Na minha opiniao d muito mais bonita do que a pcdr;i calcarea por- tugueza t;lo empregada para a conslruccAo no Para. A pe¬ dra calcarea da visinhanga de Itaituba e inteiramente com- posta de restos de conchas, crinoideos, c de outros animaes marinhos, cujas cspccies ja nao existem, a camada foi depo- sitada debaixo da agua salgada. Os mens leitorcs que sabem alguma cousa da nossa sciencia de geologia, comprchonde- rao como isto pode ser. A alguns outros talvcz paretja in- crivel. Accrescento ainda quo todas as terras do valle do Amazonas, incluindo as surras de Monte-Alegre, Santarem Almeirim, com excep^ao das terras alluviaes formadas pelo rio, foratn depositadas debaixo da agua do mar. Entao, sem duvida, n'utn tempo antigo o nivei do contincnte era muito mais baixo do que agora. As serras de Almeirim, San¬ tarem silo restos de camadas da mesma altura quo co- briam antigamente toda a largura da bacia do Amazonas. Estes depositos forum elevados com o contincnte ate o nivei actual. Os valles do Amazonas e de sous tributaries foram escavados n’estes depositos, sendo o material carregado ao mar e ahi depositado do novo. Como os Scnhorcs Agassiz \ cm 2 3 z 5 9 10 11 12 13 A Gcoloj/ia do Para 203 / e Coutinho ja tem observado, e uma dcnudagao cnorme. Mais o quc faz actualmente o Amazonas? O gigante cran os sens mil bravos cstendidos sobre a mctade do continento esta co- llicndo a terra c levando sens destroys para o mar. Si sobro uma estrada de ferro atravessando a cidade dc Obidos passassc com a velocidade media do Amazonas dia c noite um trem continuo carregado de areia e tijuco, ficariamos espantados com a contomplaQao da quantidade enorme do material transpor- tado. Mas, nas aguas turvas d’esse rio vac ao mar dia e noite uma quantidade dc material ainda mais enorme. Toda a mate¬ ria lodosa e arenosa quo o rio lcv r a com sigo, provem da des- truieflo das terras da Bacia do Amazonas. A denudarfio dos terrenos das serras de Almeyrim e Santarem, e o trabalho do gigante nos seculos geologicos passados, c ainda sem cessar. O Briareus (*) collie o seu tributo nos Andes, na Guy¬ ana, e nos montes pyrincos e o mar o recebe para fundar novas terras no seu leito, terras quc no futuro bio dc surgir provavelmente das aguas para ser unidas ao continento. Nao sou poeta; empregoaprosadaminhasciencia. Rcvcnons! Jadis- se quc a pedra calcarea e inteiramente composta dos restos organicos, principalmente de conchas, crinoideos, zoophytes, etc. A forma da mor parte d’elles ja esta dcstruida, porem ainda existe 11a pedra perfeitamente conservadas alguns cen¬ tos de espccies. Em ltaituba se ve 11a praia, porem mal, ca- madas de gres, schistos calcareos, e nodulos schistosos com fosseis semelhantes. Do todos estes fosseis com o auxilio dos mens companheiros ajuntei uma collect^ao approximadamente de 250 especies, quasi todas ate agora desconhecidas na sci- encia I Testes fosseis tenho Terelratula, Spirfera, Productus, Chon tics, A try pa, Euomphalus e outros gastcropodos, muitos Lamcllibranchios, alguns Ccphalopodos, Brxjzous, Zoophijtos, e um trilobito do genero Phillipsia (?) Sao todos do typo car- bonifero, e indicam a jiarte inferior do terrene carbotiifcro. A fan'in 011 collecQclo d’estes animaes extinctos do periodo car- bonifero do Amazonas tem muita scmelham;a com a fauna marinha do mesmo periodo n’ America do Norte c ha algumas especies de Brachiopodos quc parecem identicos com algumas nao sdmente d’America mas tambem da Europa. Tenho uma especie de Productus que parece identica com o Productus Lyellii (P — Cora, audorum) da provincia da Nova Escocia, (*) Figiira mythologies empregada por Virgilio na« Acncidas. K’ um gigante (Uranidc), com cent brains e cincoenta cabeijas. Allusao feita ao Amazonas com os scus tributarios. — (Dr. E. A. G. I cm 5 SciEL0 9 10 11 12 13 14 204 A Ganlotjia do Pant Canada, e uraa outra quo sera difficil, sc nilo impossivel, sc- parar do Product us scmircticulatus da mesma provincia. A semelhan^a entrc as faunas extinctas do tempo carbonifero d’uma regiilo equatorial e do paizes d’uma latitude alta e do muito interesse. Todos estes fosscis, com outros que achei na visinhamja de Monte Alegre, hci de descrevcr e figurar. O ter¬ reno carbonifero existe na bacia do Amazonas. Existe tam- bem o carvao de pedra? Isso into posso affirmar. O terreno carbonifero sc compOe dc muitas camadas de gres, schist* is (shales) calcareos, etc. etc. sobrepostas uma sobre outras. O car- vXo se encontra cm camadas oidinariamente de pouca espes- sura, mcttidas por outre cstas camadas e varias vezes dcsco- bcrtas. O terreno carbonifero pode existir sem fornecer car- v,to. A minha descoberta tern muito valor para a sciencia, seja encontrado ou nilo o carvao na provincia do Para. Tern este outro valor quo inostra que vale a pena cxplorar com cuidado especialmcnte a parte occidental da provincia porque aonde existe o terreno carbonifero pode ser (nilo digo necessara- mente que e provavel) quo tenha o carvao. As cxploraioes devem scr feitas pc to Govcrno, c nilo pclo particular. A Prv- vincia do Para prccisa d'um Geological Survey feito por urn gcologis/a hahilitado, porque obscrvafdes geologicas feitas por um amateur especialmcnte n’u/n faiz novo, nilo serilo de valor nenlmin. A gcologia do valle do Amazonas nilo e too simples eomo sc representava. Um Survey geologieo sera do maior interesse para a sciencia c produziria rcsultados d'um valor material para a Provincia. (*) Nilo tenho tempo de dcs- crever aqui a forma<;ilo do Tapajos. N'uma outra occasiao hei ile tratar d’ellas. O professor Agassiz descobrio n'umas camadas de argilla em Tonantins folhas de plantas moder- nas. No Tapajos cncontrci uma lamina de minerios dc ferro argilloso, uma abundancia dc folhas petrificadas e magnifica- mente conservadas. As espccies pareceni modernas. Fiquei com tanto interesse nos mens estudos no Tapajos que re- solvi-me gastar todo o tempo a minha disposiylio na Provin- cia do Para. Voltci ao Para, entreguei o vapor, dividi a mi¬ nha comitiva; o Professor Prentin e o Sr. PoWler foram a Pernambuco, Bahia e Rio c dc Janeiro; mandei os estudan- tos Derby e Wilmot fazer uma reconnaissance da costa na visinhamja de MaranhSo, Coara e Pernambuco; o Sr. Bar- (*) Kstc desideratum, judiciosamcntc formulado pclo nutor jA mais de 20 a nnos a truss veio a ter 8olu<;&o digna pcla rcccntc vinda dc gcologo para o Muscu Paracnse. — (E. A. G.) cm SciELO 10 11 12 13 14 A Gedlotjia do Par A / nard a ilha do Marajo examinar um logar do sepultura dos indios. () Sr. Johnston ficou no Para. Voltei a Monte-Ale- gre aonde tinha doixado os Sr.s. Comstock, Smith o Staun¬ ton. A topographia da visinhanoa dc Monte Alegre tinha-me appareddo tan difFerente d’aquellas das serras torciarias do Santarem e Almoirim, quc tivc lima suspeita quo alii existiilo torrenos paleozoicos, suspeita confirmada logo quo cheguei polo mcu estudante geologico, o Sr. Smith, quo me mostrou alguns fosseis do genus Discina quo tinha achado porto do Erere. Estabelcci-me com meus companhoiros na povoa<;ilo indigona do Erere, o la fiquci um tnez examinando coni todo o cuidado possivcl, toda a visinhanoa accossivol a po. N’aquollc mez n;\o andei monos dc 2 50 a 300 milhas. Achamos muitas localidades do fosseis 0 descobrimos muitas ospocios novas. Pcrcorri as fraldas da serra procuratido e copiando as pinturas dos indigenas quo alii cxistein n'uma abundancia extraordinaria. Infelizmcnte o mcu artista photn- graphico, mo<;o muito trabalhador cahiu doento dc sozOcs e voltou com o meu infatigavol Smith para os Estados Unidos. Os resultados geracs dos meus estudos geologicos da visi- nhanqa do Erere silo cstes: A serra do Erere e alta, que- brada, algumas 4 a 6 milhas dc comprimento e de pouca largura. Tern um rumo approximadamente E. N. E. O. S. O. A Oesto d’ella estilo dous morros altos da mosma structura. A serra do Erere apresenta cm quasi todo o sou contorno fraldas porpendiculares, o sou aspecto depots da vista monotona das planicies e dos sombrios mattos do Amazonas e vordadei- ramente magnifico. E conto posso dcscrever o panorama que sc appresonta a qticm trepa n’um bello dia e claro ate o sen cumc? Ao nortc c uma planice de duas ou troz leguas de largura, metade nua, metade coborta de matto, limitada por um scmicirculo de morros c terras altas outre as quaes surge o dorso alto da serra do Taujuri (Taiuri) azulada pcla distancia. Atraz muitas leguas ao nortc aparccc no ho- rizonte, uma cordilheira chapada e algumas mesas isoladas a continuaijlto das serras do Almeyrim. A lestc silo os cam- pos altos c arenosos dc Monte Alegre com lcve declive para o oeste. Aos nossos pes a pequena capella e as palhoi^as da povoa(,'ilo. A oeste atraz dos morros uma planicie limitada sd polo horizonte. Vircmos para o sul! Temos adiante de nos o vallc do Amazonas como um mappa! Atraz da serra baixa do Paituna 6 uma planicie verde iliversificada polos magnificos miritisacs c polos cspelhos c fitos argenteos de muitas lagans c rios cujas margens silo franzeadas com o matto. cm 2 3 z 5 9 10 11 12 13 2 GG A (ieolo/jia do Para Alem da planicic ve-se uma zona larga d’agra limpida quo .so pcrdc a ldste c a oesto no horizonte, eogigante! Aosulfor- mando o outro lado do valle estao as chapadas do Santarem, e as barreiras brancas do Curi! O meu esbogo mto mesatisfaz: a vista do valle do Amazonas do cumc da serra do Ererd d verdadei- ramcnte magnifica! A serra e composta de um gres pela nior parte de griio grosso, branco e muito duro. 1 fa algu- mas camadas do pouca importancia d’uma pedra argillosa como uma tabatinga solidificada. As camadas estao inclinadas para Sul Sul leste, a um angulo em alguns lugares de 15. 0 As camadas das duas serras quo ficam para o Oestc tam- bem cstam inclinadas para a mesma dirccgSo. A serra do Paituna esta composta do mesmo gres, porem as camadas sao quasi horizontaes. Visto isso nilo ha duvida nenhuma quo o Ererd nao pode pertencer ao mesmo systoma com as ser¬ ras do Almeyrim e Santarem que silo de camadas horizon- tacs. Na pedra tambem c em toda a topographia a serra nao tem semelhanga nenhuma com as serras terciarias. Pois bem, qual sera a idade da serra? — A planicic quo fica ao nortc esta composta do camadas horizontaes de schistos aro- nosos, schistos argillosos e do um quartzito de grilo tao fino que parece jaspe ou pederneira. Conservam a sua horizon- talidadc mesmo a uma pequena distancia do pe da serra. Estas camadas srio fossiliferas e contem Spiri/cr, Chonctcs, Tcntaculitcs, e Trilobitcs, etc. os quaes indicam as camadas scrent d’uma idade maior do que o carboniforo e provavel- mente I )cvoniano. Como as camadas da serra silo olevadas o estas silo horizontaes parece que as da serra sao ainda mats antigas. Os campos que acabo do descrever sao atra- vessados por um plexus do dykes de uma pedra ignea que pa¬ rece diorito ou trap. Estes dykes agora formam em alguns lugares o que parecem muralhas arruinadas muitos centos de pes do comprimento. As camadas aos lados d’estes dykes tem soffrido uma elevagao forte, porem muito local, parece que para dar passagem a materia quo enche o dique, a terra abriu como uma porta de duas folhas. No campo perto d'um igarape existc uma fonte d’agua sulphurosa, a qual ha do ser de valor 11a medicina. A agua e muito clara, com um cheiro e gosto muito desngradavel, proveniente do hy- drogonensulphuroo. A fonte d pequena,porem da uma boaquan- tidade d’agua. Na fonte vi grande numero de peixinhos e d’uma espede de Ampullaria (Urua). Partindo da serra da Ererd na parte do nortc uma serra (ridge) muito estreito corrc para o nortc conscrvando por uma distancia de duas cm SciELO 10 11 12 13 14 'i/ia do Pam milhas raais ou inenos uma altura dc 200 a 300 pcs; parccc uma muralha. E’ composta d’uma pcdra argillosa schistosa mal laminada e d'uma cor branca ou vermelha. As cama- das silo inclinadas para Ocstc. O camiuho quo vac do Erere para o Oeste passa csta scrrinha n’um lugar baixo; aqui sc vc um massi^o de diorito muito decomposto na supcrficic for- mando pedras soltas e rcdondas quo parecem erraticas. Tambein sc vc o diorito in situ. Nfto pudc determinar a rc- lagSo cntrc cstc diorito e o schisto quo forma a scrrinha. <) mcsmo diorito cxiste nos morros ao norte e ocstc do Erere; cm muitos lugares forma dykes. No diorito sc encontra cris- tacs dc rocha, amethystas e ferro magnetico, porem nilotem valor nenhum. Os morros baixos para o oeste da povoa<;iio dc. Erere e ao norte da serra dc Araxi estiio cobertas de mato serrado que achci muita difficuldade na explora^ito d’clles. Parecem scr compostos dc um schisto scmclhantc aquclle da scrrinha associada com um outro schisto bem la- minado c preto. A rela^ilo que cxiste entre estes schistos e aquelles que contcm os fosseis nilo pudc determinar. Muito desejava visitar a serra do Taujury mas nao pude arranjar um guia. As terras altas sobre as quaes csta collocada a villa dc Monte Alegre silo compostas dc camadas dc argil- las arenosas c areias argillosas as quaes camadas parecem dcvidas a dcstruiefio da formayao do Terciario que antiga- mente occupava o vallc. Os campos altos com inclinaij&es suaves a leste e sul leste da serra tern a mesma structura. Estes silo campos pcla mor parte arenosos c muito seccos durante o veriio. Silo cobcrtos dc cajueiros, muruxizeiros, etc. ( )s campos palcozoicos silo muito pedregosos. A supcrficie do chilo csta ou um pedregulho ferruginoso lino, ou de pedras angulares. 11a areas tilo pedregosas que parecem macadami- zadasl Nos lugares baixos aonde ha terra vegetal se acha um matto cheio de palmcira Curua. I la grande abundancia de piio muluto n’estes mattos. Aonde ha pcdra apenas nasce o capim, c sc vc o grande Cactus (Cereus). No verilo tudo esta secco e queimado polo sol e o explorador atravessando a pc os desertos campos as vezes anda longe sent encontrar agua. A vogetacao da serra do Erere e cm geral da mesma quali- dade como a dos campos arenosos, porem ahi se acha a pal- meira Sacuri que pouco se encontra nos campos, com muitos jatas. So nos lugares baixos e pantanosos torna-se o matto denso e luxuriante. O viajante pelos rios ou parana-mirins ve as margens bordadas de matto e naturalmente creio que o mcsmo nratto cobrc toda a extensile do vallc. E’ muito falsa cm 2 3 z 5 9 10 11 12 13 208 (leolofjia do l‘avd a ideia vulgar da densidade e da extensile das florestas do Ama¬ zonas, como ja dissc o Sr. Penna. Para o lado norte da sorra dc Araxi existem dcpositos do areias c argillas do pouca altura o d’uma idadc nniito reconte. Do minereo do ferro ha muito nas visinhan^as do Erere, achci algumas pcqucnas vcias do liematito no grcs da sorra. Pouco distautc da povoa<;ao ha urn doposito consideravol do nicsnio mincrco do boa quali- dade, porem como nilo fica bom descobcrto, ignoro a sua cx- tensfto. Nao achoi nom ouro, ncm carvao, nem cobrc na visi- nhan<;a dc Monte Alegre. Voltei a Monte Alegre. Nflo sei exprimir as minhas obriga<;0es ao Ill." 1 " Sr. capitilo Joao Valento pela bondade e hospitalidade com que nostratou. Prestou-nos todo o scu auxilio cm sou podcr. Encontramos um amigo na pessoa dc Don Manoel Onetti quo nos prestou muitos services importantes. Aos outros que nos ajudaram fico summamente agradocido. Nao posso deixar de reconhecer aqui os services do men guia Sr. Liberato, fiel homem, que nilo sc poupou a trabalho algum no meu servi^o. De Monte Alegre fui com dous companhoiros a Santarcm. Ahi foinos reccbidos cm casa do excellente Engenlieiro do Governo Dr. Pimentel, cujabon- dade e hospitalidade, como a do Sr. Valcnte e impossivel re- compensar: O Dr. Pimentel arranjou-me uma canda e dous homens para fazor a viagem ate o Alter do Chao. Acompa- nhado pelo Sr. Staunton c um guia, o velho Maciel, o meu infatigavel mestre da lingua geral, examine! a pe a sorra eos campos da vizinhanga de toda a costa ate Santarem. Depois fui por canda ate o engenho de Sua Ex.” o Col. Pinto, digno Vice-Presidente da Provincia, collocado no rio A yd algumas leguas para leste de Santarem e sob a direajSo do amcricano Sr. Khomc. O engenho fica ao pc da continua(,'ao da serra on antes chapada de Santarem. As terras cultivadas ficam na planicie cm cima, na beira da chapada. A terra e muito boa, sendo lcve, escura, bastante profunda e facilmentc cul- tivada pelo arado. Apezar dc estarmos, 11a occasiilo da minha visita, 11a forija do verJlo, vi os cannaviaes n’um estado muito llorescentc c a canna plantada no fim da cstacao das chu- vas estava muito verde c crcscia com i-igor, e isto cm cima d’uma chapada a uma altura, pouco mais ou menos de alguns 300 pcs!! Na fazenda planta-se principalmente canna da qual fabrica-se assucar c cachaQa. Planta-se tambem fumo e fabrica-se uma grande quantidade de vinhos de laranja c caju d’uma qualidade muito superior. Como ja se sabe tern a fabrica de vinho de caju cm Santarem do Sr. Caneca, c uma outra cm Monte Alegre do Sr. Pinheiro. Estas pro¬ em SciELO 10 11 12 13 14 .1 Israloi/iu ihi I'ltrit cluzem uma boa qualidade do vinho. Visto a m:i qualidadc (Ins vinhos franco/os o portuguozcs que so bebe no Brazil o as propriedades tncdidnacs do caju, a fabrica d’este vinho devo scr premiada. Ao pe da chapada no cngonho do Col. Pinto ostao alguns olhos d’agua; um dos quaes fornece bas- tantc agua para fazer trabalhar a roda do cngonho. A aqua <’■ clara o purissima. Na cscava<;ao d’um rego para conduzir a agua ao cngonho, foi encontrado um doposito do Ser- namby fclo considoravel quo ha muitos annos tom se quoi- mado para fazer cal. Muitas pessoas mo tinham assegurado quo as conchas cram do ospecies do agua salgada. Ao con- irario sao d’estos Uritas d’agua docc das mcsmas espccies que ainda existent no Amazonas, s;\o da familia dos Uni- onidae e dos genoros Casta lift, / fyria etc. O doposito existe ao pe da chapada, lipjc longe do rio o acima do nivel da maior enchenta. O nivel superior do doposito tern ao mo¬ nos 40 pes acima do nivel da maior onchente. As con- chas na< > ostao misturadas com areia ou argilla, oxistom pu- ras, o queimadas fornocom uma cal muito pura o branca. As valvas ficam hori/.Ontaes no doposito e os animaes sem duvida viviam c morrcram n’aquclle lugar. 11a um outro doposito semelhante no mosmo rio a algumas milhas para lesto. Tambcm so acha um outro n’unj lugar chamado Paca- tuba no lado osquerdo do Tapajos. Estes factos mostram quo durante a opocha actual o rio Amazonas tern mudado o sou nivel o concorda porfeitamentc com as observances quo tonho feito na costa para o sol. llouve durante o tempo actual uma pequcna elovacao do continonte quo deixou des- cobertos dopositos marinhos cm muitos lugarcs, e agora cm Victoria, Cabo frio o Rio do Janeiro sc ve os ninhos ex- cavados polos ounces do mar a uma altura considoravel acima do nivel. Com esta elevacao as aguas do Amazonas baixarain-so deixando doscobcrtas as planicies do alluviao, algumas das quaes ainda ficam alagadas durante a cheia. Antigamentc o rio tinha uma largura immcnsa (' imumdou todas as terras baixas do Marajo e do Para. Era uma lagba 011 bahia homologa .i bahia do Hudson na America do Norte. Aqui nao tenho lugar para discutir mais alem esta questao da qual hoi do tratar n’outro lug'ar. Dttas palavras sobrc os colonos amcricanus de Santarem. l em boas terras; trabalham muito e com bom successo; dam-so bem como clima; estHo satisfeitos e confidantes no future ; Aquelles quo ficaram depois da sahida da canalha quo tanto desgranou_o nmno de Americano no Amazonas pareccm-mo • — (jf'L. J»(* Mt’t'P't T'AEAKJt :P. ) cm 2 3 Z 5 9 10 11 12 13 . I 'Ili'oloi/itt illi I'tirii boa gento. Dcpois do quo tenho \'isto d’csta Provincia posso di/.rr ( |tic; a idcia geral das dilliruldadcs a sit encnntradas polo oolono curepeu no Amazonas torn sido muito exage- rada. Xao tonho sentido tanto calor aqui como nos Estados llnidos. Tenho andado alguns Inezes exposto todos os dias ao sol sem chapdo do sdl, achandn n’um pequelio bonnet tuna protect;ilo stifficicnte para a cabetpa. Mestno nos eampos ostorois do Erert* e Monte Alegre tenho .andado dias e dias inteiros seguidos exposto ao sdl sent suffrer o inconiniodo d’ltin dia do npsso verao. Sempro corn* tuna brisa f'resea mesino quo a temperatura seja tie 8y’ oV l'ahr. <) estran- gi iro quo tom a bast.into exereieio aguenta bem <> calor, po- rem cspceialmente em Monte Alegre e Santarem ernquanto oecupava-me dons on trez dias em easa, senti-o bastante. I'o- das as historias aeprea da abuntlancia do reptis, ins'cetos <> mi- tros biclios iloeivos tao indnstriosamente cirenladas nos livros populares sao falsas on muito oxaggerudas. Os mosquitos na>> sao pt'iores do quo nos Estados Unities « Canada. I la cobras bem venenosas, pordm sAo tao raras e escondidas, quo nao obs¬ tante ter offerecido premios altos em tot las as partes a mi- nha collect; flo de cobras c muito insignilicante. Eu creio que sc corre tnaior risen tie ser morto polo raio do quo sor mor- dido pelas serpentes. N’esta viagem-tenho estutlado tanto quanto me foi possivcl os productos naturaos da Provincia, so- bre alguns, como o (iuarana, pretendo publicar memorias. Tenho Icito muito empenho cm aprentler a lingua geral e collier informal, -oes sobre os intligenas do Brazil. 1 )as liguras pinladas sobre a petlra mi gravadas n’ella, j.’i tenho nm nu- iiicrn muito grande; estas com outras, acompanhatlas dc inilas quo «> sr. 1’enna love a bondade de me offerccer hao de consdtuir lima contribuicao impnrtantissima a etlmologii do paiz. Mandei um tins mens assistenles, o Sr. Barnard, examinar um ltigar tie sepultura dos indigenas na ilii.a tie Marajd. Me arr.mjou lima t olleccfio de lmiya autiga e tie mitros objeclos illustrativos da arte indigena. I la lima idcia aqui no Amazonas mestno eiitro os intlios, tpie a lingua geral li'i invctltada pclns Jesuitas. Id nniilo falsa, a lingua geral c muito seinelhaiite ao ( riiarauv. e tern a lnestnu origem. ( debre Martins mostrou que a raea Tupi vein do sul tlo rio da I’rata. emigraudo para o norto, seguindo pela costa mi polo interior, conquist.mdo as outras tribus e tomando posse dc toil,i ,i costa do Brazil. Cliegou at • ■ a (iuyana c mesmo as ilhiis das Antilhas, l.cvar.un comaigo a lin¬ gua Tupi. Ouantlo os Europeos chcg.iram ao Brazil acliaram cm 2 3 z 5 9 10 11 12 13 >1 0 cologiu do Para os indios da costa fallando uina so lingua, o comn todos os objectds da naturo/a cram diffcrcntes dos da Europa adop- taram os names indigenas das plantas c animaes e lam- bom dos lugares, do niodo epic hoje o Brazilciro conver- saudo acerca da natureza emprega muitos nonies Tupicos, ])oum mudados na pronuncia para accnmodarem-sc ao gonio da lingua portugueza. O portuguez do Brazil esta misturado com nomes tupicos com poucos adjectivos o cstes ultimos quasi nunca sc uza separados. Sao poucos os verbos portu- giHV.es derivados do Tapi, como por exemplo capuiar da pa- lavra caapiim. Nada tom soffrido a structura do portuguez, polo contacto com o Tupi. Pola civilisaeao das Provincias da costa do Brazil, a area occupada pola lingua Tupi foi dividida cm duas partes, e a lingua nao tondo estabilidade d’uma lingua cultivada. tomou urn dcsenvolvimcnto no norte difFerente do do sul. llojo tomos o (iuarani no Paraguay e n’umas Provincias do sul do Brazil, o a lingua goral no norto. A maior parte das palavras s;lo as mesmas cm ambas as linguas. Os jesuitas adoptaram a lingua Tupi c como faltavam n’ella muitas palavras quo cram prccisas para o ensino das doutrinas do Christianismo addiciotiaram-as, porem, quasi sotnpro seguindo as regras da formatplo da lingua Tupi. Iloje dizem quo a lingua goral esta muito viciada porque tern muitas pala¬ vras portuguezas. A lingua Tupi tom soffrido uma mudanija grande pelo contacto com o Christiani.nno e a civilisaeao. Tom adoptado muitas palavras do portuguez. Tambem da nirsma mancira podc-sc dizer que o portuguez esta muito viciado, visto que adoptou tantos ironies tupicos. A lingua goral d uma lingua indigena muito antiga e d incorrccta a idcia quo os jesuitas d’ella lizoram. Muitas pcssdas tom me per- guntado so cu tinha acliado ouro, prataou pedras preciosas nas minims explorations. Nada d’isso aclici nem vim para desco- brir essas coisas. XHo d preciso um geologista para desco- brir ouro. Oualquer mineiro ignorante que tom um pouco do pratica e sabc lavrar podc achar ouro on diamante. Eti vim como simples homem sciontifico estudar a structura goo- logica o as produces do Amazonas, occupando-nie cspeci- almonto com aqucllcs ostudos quo preeisavam um conheci- monto do sciencia, porem* desprozando nada do intorosse do paiz. () oxplorador sciontilico ostuda tudo, nao porgunta pri- meiro sc o rcsultado ha do tor uma importancia immediata. Um facto sciontifico tern um valor iutoiramonto independonto da sua applicaoifo on uso, o dove sor prosado. < )s scientifi- cos quo so occuparam no cstudd da elcctricidado som o os- cm 2 3 z 5 9 10 11 12 13 A Gcnlofjin do Petra timulo dc nchar uni resultado pratico levantaram os aliccr- ccs do systema do telographo olectrico. < )s paleontologis- tas quo so occuparam com o ostudo dos rcstos organicos en- contrados nas pedras deram-nos o conhocimcuto das mcdalhas pelas quaes sc conheccm coni imiita exactid&o os terrenos goo- logieos. Os fosseis sao do niuito valor ao engenhoiro na explo¬ re <;Ao do niinas. () explorador nada despresa. Um facto hojo insignificante acorca da structura d'mna sorra, da dispose,-ao d'umas caniadas do pedras, do um biclio, d’uma planta, da lin¬ gua on da arte d’uma tribu indigena, amanhil podc sor uin va¬ lor pratico. Na vista scientifica a doscoberta dos fossois do Itai- ' tuba o Monte Alegre tom niais valor do quo a doscoberta do ouro. Kao tenlio achado neni ouro nom diamantes, porem, creio on, quo tonho foito uni service niais importantc para a Provincia. Pcoo licetuja de addicionar ainda lima palavra so- bre um outro assunipto. 1 la apenas quatro annos quo via- jou no Amazonas o Dr. Agassiz, ostimado conio um prin- cipe entre os naturalistas doniundo. Recebou a honienageni o 6 auxilio dignos do um sciontifico tao distincto. Muitas pessoas tom mo perguntado. Aondo ostilo os resultados das' explo- rarOcs d’elle? • n Dr. Agassiz veio estudar os animacs do Amazonas, especialmente os peixos. Levou com sigo mna collocoao do poixes t;V> grande quo parecia incrivel. Desco- briu niais do quo mil especies novas, e as collectors d’elle comprohondem muitos miiharcs do amostras!! Para consorvar o arranjar osta collocoao monstruosa, olio tern gusto niuito tempo e dinheiro. (.) Dr. Agassiz osta fazendo tudo no sou podor para conseguir a publicacao dos sous resultados, po¬ rem tom ostado gravomouto doente. Serao precisos ainda alguns annos antes quo os rezultados da Thnycr-cxpr- dition , possam sor publicados, porem sera uma honra parti o Brazil. Xada diria sobre ;i fnllti do barmonia outre alguns dos mens rosulttidos goologicos o os do Dr. Agassiz senao tivesse o rocoio do injuriar o men honrado professor polo meu siloncio. Idle into bascoti a sua tlieoria da structura do Amazonas intcirarneiite sobre os sous proprios cstudos. In¬ formatics incorrectas o enganaram. Eu ntlo tonho visto vos- tigio ncnlium da aefito das geloiras no valle do Atnazontis. <> Dr. Agassiz ponsava quo acliou. So olio tivosso visto a ihetade dos fictos quo felizinente on achei, cstou persutulido nao tinlia propusto a sua tlieoria. Idle tem foito um servifo importantissimo para o Brazil. As suas publica<,'Ocs c as li- gbos publicas tem chatnado mais do quo nunca antes a at- toncao do tnundo para cstc paiz c ;i viagem d’cllo como um cm SciELO 10 11 12 13 Us It6spcdes dns for ml gas, etc: simples fun scientifico ha tie sor d’uma vantagem pratica cm estreitar as relates entre os tlous paizes americarlos, o Bra¬ zil e a America do Norte. Kste pequeno relatorio escrcvo para cumprir uma pro- messa feita an Dr. Abel (iraca, quando na presidencia elle me honrou pela ccssao do Jurupensem. Depois das attendees quo tenho recebido da parte tlo governo e dos paracuses ein todos os lugares quo ja visitei estimo-o tanto um meu de- ver, como um prazer communicar primeiro ao povo brazi- leiro- alguns dos resultados dos meus cstudos n’esta Pro- vincia. Agradeijo do fundo do coraglo, nilo somente da minha parte, mas tarn be m da minha comitiva e da Universidade na qual tenho a honra do ser empregado, todas as pessoas quo tern me auxiliado n’esta viagem. Kstimo que estc relatorio mostrara quo eu era digno do auxilio, que me ofFereceram e que o pouco que tenho feito provara ao monos (juc quero bem a terra da pahneipa c do sabia. Tenho a honra de ser dc V. S. a Att.° Cr.° Ch. I'red. Hartt. IVofnsor dc geologia na Univorsidadi* d© Cornell. 1 [ Os hospedes das formigas c dos termites Por ERICH WASMANN, S. J. (IT.KTO UK ROI'.RMUNI), HOLLANDA ) PARTK I O immense territorio, que se estende desde o 4." 1 .. N. ate o 44." L. S. 0 que occupa perto da metade da superfi- cie do continente sul americano e a respeito da mierbfauna, ainda na sua maior parte uma terra incognita apezar de te- rein ja numerosos naturalistas (entre os quaes nomes como Bates ficaram inunortaes na sciencia) so occupado com a exploraeAo dos seus thesouros entomologicos. Km relacito especial as formigas e termites, tanto os antigos missionaries 2 3 z 5 9 10 11 12 13 cm Os liivsjicdcs opulcntamcnte represoutadas. Se- gundo o Catalogus I lymcnopterorum do Dalla Torre Vol. VII o Brazil hospeda approximadamentc 400 cspccics doscriptas do formigas, por conscguinte quatro vozos mais epic a Europe. Sent duvida aqucllcs 400 sao so lima frac<;&o das formas roalmcnto existentes, portanto e do osporar, (pie o numcro dos hospedcs das formigas no Brazil soja muito grande, porque n«lo so os ninhos da maioria das formigas contcm em todas as partes do jmundo urn numcro relativo do inqiiilinos ostranlios das mais diversas ordous do insectos, como tambem os exorcitos vagantos das « formigas do cor- roooao sao arompanhadas do proletarios vadios 0 do saltea- dores niascarados, 1111s vivendo dos rostos da rapina d'aquel- los bandos, outros dizimando clandestinamentc a criaoao dos sous hospedeiros. Visto quo o numcro dos myrmecophilos logai s na Europa 1 so comporta cm rcla<;ao ao numcro das ospccios curopcas do formigas como j para I, podemos ava- liar o numcro dos arthropodos myrmecophilos no Brazil, no miniino, cm 1600. Somelhanto calculo 0 tanto melhor fun- dado, quo a riqueza cm hospedcs myrmecophilos nfio s6 de- pende do numcro das cspccics de formigas dcsta ou da- qiiolla rogiao faunistica, mas cm gran ainda mais olevado da riqueza numerica media das diversas colonias, caso estc pro¬ ved" na lturopa pcla Formica rufa e Lasius fuligim >sus. A par dos ninhos das formigas cstao igualmente os dos ter¬ mites, *cupins patria do muitos bezouros e outros artliro- podos, cujas formas exquisites rivalisam com as dos diver¬ sos inqiiilinos do formigas. Podemos affoutamente dizer: ondc ha tantas formigas e tantos termites como no Brazil, la dc- vem existir tambem muitos iiiteressantissimos myrmecophi¬ los e termitophilos — e nfio obstante delies so conhccemos ate agora numcro muito mqdesto, umas 50 cspccics rnyrmc- cophilas c apenas 10 termitophilas. Verdado e, quo o colleccionar de hospedc's de formigas e termites esta ligado a nfio poucas diflieuldades quo sao alhei.is ao trivial officio entoinologico. Os edilicios destesani- maes sao nas regibes tropicaes por vezes castellos solid' s, 1 Imports approximadamentc cm 400, por coiiscyuiiiic tpia i mu lei 90 di- tnilos ot inyimccojiliilo* rnumenuloa na lisla imiis moclcrnn. V do revistar attonciosainente suas colum- nas cm marcha, pois sor.to n’ollas encontradas tambom intcr- sesantos companheiros do outras ordens do arthropodos. J Km todos os casos o indispensavel ao colleccionar myr- mccopliilos c termitophilos tomar cm maxima consideracJto os soguintos flous pontos: I — E’ prcciso acorn pa nh nr os hosprdcs Material (|tte for col- leccionado do outra forma e destituido de valor biologico o nito tera senilo o valor nieramonto systematico. t K' lingular rpic v. JlitTing n;u nuns • Forniig.n .In Kin liramlc if. Sul * nilo iliga 'pil.ivra algum i sol.rc on Imrpeilei ilni formigiK l>ra/.lleiras non mesmo sobre o» frcgur*cs <)c Edton. 4 N'nU occanifln si'jn rxtrrnndo limb uun vcz o men agrailccimcntn pro- I . / " I '1 Vil • I « f * I I I / % .1,1-1 l.l .1 I . , . I . I . . . . 1 . . ..aa.il. ..I a a ! . a a a 1' t fund* a ns ’ ■ - •Mfi.i J ' rtiiaiiimio IIIUII »• 11 » » i i» Ill'll < 1^1 ill II l 1111' 111 < i | It w- In pil.i do nulcri.il cnlligl.ln scgumln o mcthoilo .icirna imtii.ulo, Srs. I)r. W. M(tiler, R. I'. Nicnl. RatlarioUi, Congr, Sal., R. l“. A. Sclmpp 3 L rs'ciELO 1 3 1 0 1 1 1 2 13 cm Os hoxpcdrs das [onni/jas, etc. Sob o ponto dc vista zangeogra phi co a fauna brazileira (Ins myrmecophilos e tcrinitophilos adapta-se naturalmentc aos limites dc distribui<;an dos hospedeiros, do outro lado porem clla depend? tambem essencialmente do caracter faunistico d’aqucllas families dc arthropodos, aos quaes os respcctivos liospedes perteneem attonto sua posirao systematica c paren- tesco natural. O mesmo facto, constatado por v. Martins c depois por Bates 151 cm relagilo a fauna do Brazil septentrio¬ nal cm gcral e ao conjuncto dos insectos cm especial -a sa¬ ber quo a fauna do Para e dc todo o Rio Amazonas mostra maior scmelhan^a com a fauna da Guyana, Cayenne e da America central tropical, do que com a do Brazil propriamente dito, — este mesmo facto tern tambem applicaean a fauna das formigas do paiz. Assim p. ox. a regiao do Amazonas e, se- gundo Bates, mais rica era Eciton quo o resto do Brazil, por conseguinte possuira tambem maior numcro e diversidade cm liospedes dc Eciton, que nos conheccmos ate hojo no Brazil central e meridional. Mas tambem a fauna do Brazil central e meridional e, dentro da zona do matto, immensamente rica em formigas e termites muito mais do que a zona dos catn- pos dos estados platinos, da mcsma forma conto csta, por sua vez c mais rica do que as provincias transandinas do Chili. Escreve II. v. Jhering (1. c. p. |o8) que a fauna chilena e enor- memente mais rica em especies de formigas, comparada com a do I .a Plata, faltando-lhc mormente os caracteristicos gene- ros endcmicos. Phenomcrio semelhante encontramos igual- mente na familia colcopterologica dos Staphylinideos, a mais fertil em myrmecophilos e tcrinitophilos entre todas as familias dc arthropodos. Ao passo que os campos do l.a Plata partici- pam aiiula urn tanto na riqueza das formas da fauna braz.i- leira, a fauna das Staphylinideos ostonta do lado chileno um cuuho otiropeo, em vez dc um sul atnericanol N este ponto clla so parecc golpeantemente com a fauna dos Staphylinideos da Austro-Polynesia, a qual apresonta entre 50 generos into monos de 45 europeo-asiaticos, do maneira que nascc fonjosa- mentc a impressflo, (pie o Chili tenha obtido a maioria dos setis Staphylinos de la, e into*da Sul-America Oriental. (6 > Fornecendo os Staphylinideos contingente importante para • S. J. Dr. 1C. A. Clo'-’ldi, Andreas (iocld!, C. Hcyor S. J. <• Dr. 11 . von Jlicring. (.) Sr I.Otliar llctscliko. que tinli.i leito inUrcusaMes dcscoberlas rcspcolivas perto de ltlumcmi, infdutnenlc jt nmrrcn. (v) . I'hc' Nnturaliu on the river Atua/.on •. Kd. Clodd. London, 1894,11.55. ((■> Vein l.yncb-Arribal/ijM • Eitalilinn* dc IlucnovAyrcs >, l'aavel, Stapliy- linidct dn CJliili ■ c • Suphylinidcj dc I'Austrnlic ct dc la I'olync.dc ». cm 2 3 L 5 9 10 11 12 13 '278 'Os hospedes das for mi gas, etc. a fauna dos myrmecophilos e termitophilos do um paiz, o ca- racter geographico geral d’esta familia c naturalmente do im¬ portance!. tambcm para o caractor dos hospedes das forntigas c dos termites da respcctiva rcgiilo. D’alii talvez vira cm parte, quo n&o encontramos entre os Staphylinideos brazileiros 1 c- galmente myrmecophilos -exceptuando o genero Mgnncco- chant distribuido sobre toda a America e o genero cosmopo- lita \fyrmcdonia , 7 ate agora genero algum europco cm norte americano, mas quasi so generos particulares, 14 cm numero, aos quaes- o quo sera cousa principal — , os sens signal s particulares silo emprestados pda particularidado dos hospedeiros, ondc vivem. 1 )o outro lado reapparece do repente nos Andes da Bolivia o genero myrmecophilo Dinarda euro- peo-asiatico, genero ausente cm toda a America do Norte, na America Central e cm toda a Sul-America ao Este das Cordilheiras, quasi como sc clle tambem, por sua voz, qui- zesse apontar para uma antiga connexfio entre a America meridio-occidcntal c Asia Oriental. Em dous pontos a fauna dos myrmecophilos brazileira e ncotropica cm geral concorda bastante mais com a palearctica e nearctica, do que com a palootropica e australiana: na ausoncia quasi completa dos Pamsidts c no numero relati- vamentc grande dos Staphylinidi's myrmecophilos. Voltare- mos a este assumpto trataudo das respectivas familias. O limite meridional do regiilo brazileira da matta pro- priamente dita corre segundo v. Jhering (p. 379) polo mcio do cstado do Rio (irande do Sul, de tal forma que a me- tade meridional j.i pertencc de prefcrcncia a fauna dos cam- pos do Ea Plata. Kntretanto mcsino estn ultima metade aeha-se ainda dentro da liuha de Myrmecophaga, a qual conforme. o mesrno autor forma a linha divisoria entre a sub-rcgiilo brazileira e a argentina. O Brazil inteiro pertencc portanto ainda a patria dos tamanduas, csta porem so podc-.se achar no Eldorado das formigas c dos termites. Carece mcm;ao ainda uma observai,'ao do v. Jhering ([>. 399) relativa aos hospedes dos Eciton no Brazil. Apezar que o genero Kciton se estendc desde o limite septentrional da Patagonia sobre toda a America do Sul 8 e central ate o Mexico c Texas, 7 Confer. Wasmonn, Ivritisdics Vcrzciclinlss, pn^. 226. s NSo so solire a America do Sid oriental, como pretende v Jhering. Co¬ lumbia |>riv,uc di verms cxpcciex de Kciton. Kcceld Kdton J'oreli tambcm do Kqiia- ara uma divisllo biologica dos myrmecophilos c termitopliilos. Distinguimos pois liospedes genuinos (Myrmccoxcnos), fruimlo hospedagem faclicia da parte dos hospedeiros, (> companhei- ros de ninho indiffercutemeiitc tolerados (Synoeketos) e, in- 9 Concordam com isto tambem as observances feitas sem S, Lcojioldo c communicadns a mim por 1’. Scliupp c C. I ley er, S, J. »» Veja « Krilisclics Vcrzciehitiss* p. V. cm SciELO 10 11 12 13 280 Os Impedes das formigas, etc. quilinos hostilmcnte perseguidos (do preferencia Myrmeco- phagos),' finalmente verdadciros fiarasitas (Ento — ou Ectopu- rasitas), e « termitophili.» nosentido mais largo qual sc acha aqui dcsonvolvida, parece ter do li- mitar-se cm primeiro lugar ao tronco dos Arthropodos. Um i Myrmedonia brazileira, cuja alimenta<;fio legitima consiste cm termites ou formigas, e quo por isto tern sua moradia normal dentro ou perto dos ninhos d’estes inscctos sociaes, sera col- locada na terceira das classes de hospedcs de formigas acimu mencionadas. Um tamandua brazileiro porem (Myrmeco- phaga), quo igualmente frequenta ninhos de formigas e de termites e sufficierltemente documenta sen modo de vida myrmecophaga pcla forma da sua lingua e do sou focinho, apezar d’isto nao sera contado entre os hospedcs de formi¬ gas e termites, abstrac<;fto feita da circumstancia d'elle nao morar debaixo do mesmo tecto com as suas victimas. Ainda menus cabe o nome . myrmecophilo » aos tutus que nito silo restrictos tao professional mente a alimenta<;.ao com formigas e termites, cm comparable com os tamanduas, apezar de vermos a um tatu (Xenurus gymnurus 111.) o conhecimento de uma nova especie de Eciton (angustinodo), descoberta por \ r . Jhering no estomago d’aquellc. 11 Belt 13 achou cm ninhos de Atta cm Nicaragua por di versus vezes buracos, que attribue ao pequeno • armadillo >. Segundo o mesmo autor (p. 162 ) um Surucua de peito amarello (Trogon melanoce- plialus) gosta de furar as construc<;Oes dos termites, para de- vorar os tenros obreiros. Todavia cousa semelhante praticam nos montes da formiga do matto europea tambem o picanipo verde durante o inverno, <* 3 ) sem quo por isto fique «hos- pede de formiga >. Melhor ja mcrece tal nome a familia dos Formicarii- dae. (Ant-thrushes), que segundo Bates, Belt, v. Jhering e ou- 11 - I >ic Atneiscn von Kio Grande do Sul •, p. 381,. confer ibidem p. 363. 13 « The Naturalist in Nicaragua,* lid, 2, London 188S, p. S.j, " Vejn W’eilphalens Thierlcben •, Vol, II, Avci, p, 26, — Segundo v. Jhering (p, 376) o pica-p;io do enmpo brazileiro, Colaplei ngricola Malh., perse- gue dc prekrencia o Caniponotus punctulatus Mayr. cm 5 SciEL0 9 10 11 12 13 14 1 Os hospcdes (Ins formigas, clc. 281 tros observadores, silo os constantes companheirOs das migra¬ tes dos Eciton, scja quo dies sc sustentcm das proprias for¬ migas, comp pretende Bates (p. 358), seja do insectos, quo afugontados por aquellas hordas de formigas, procuram sal- var-se, como Belt quer (]). 20). Espeeialmente acceitando-sc a ultima .supposigilo, quo eu julgo mais acertada, as suas re- lagOes para com as formigas ja sc approximariam mais d’aque- las, quo na sociedade humana dcsignamos como hospeda- gcm ». A symbiose citada por Bates (p. 290), de especies do aves centrali-americanos com formigas e termites tern, sup- pomos, de semelhante forma lugar no Brazil, mormentc no Norte. Segundo este invcstigador diversos passaros pemluram do prcferencia os sens ninhos nas pontas dos galhos de certa Acacia com cspinhos dcos cm forma de chifre de boi (bull¬ horn’s thorn) c quo sao habitadas por formigas que dan fer- roada (espeeialmente especies dc Pseudomyrma), gozando as- sim dupla proteegiio contra as insidtas de macacos e o'utros inimigps. Um periquito de Nicaragua f'az o seu ninlio por via do regra no dco de casa de cupim. Resulta das indicagOes para as formigas cortadoras do follias. Tambem Brent 11 refere sobre a resldeticia da Am- phisbacna nos ninhos do Atta (Oecodomu), sum elucidar suas relates iutimas para as formigas. Uma observagao quo mo foi communicada por carta pelo Sr. Karl Polak, proparador na casa do V. Fric cm Frag (Bohemia), cm todo caso nflo concorda com a opinifio de Bates, quo a Aniphisbaena come formigas. Preparando um esqueleto de Amphisbaena, Polak examinou o contcudo do estomago do exemplar e achou, quo este consistia dos pes de uma Mygalide de meio tamanho, portanto 11JI0 de formigas, mas de pernas do Arachnidios. Residuo algum de um cephalothorax da aranha foi encon- trado no estomago, mas so fragmentos de pernas. A aber- tura buccal da Amphisbaena, quo media quasi 60 cm., tam¬ bem era pequena demais, para poder engolir uma aranha ca- ranguejeira mein de uma vez. Porque, pergunta Polak, vivo a Amphisbaena nos ninhos de formigas, se ella come pernas de aranhas? Impedir talvez os ataques da Mygale, quando esta tentar assaltar o ninho? Ou ella deixaria de unite o ni- nho, para capturar aranhas, voltando de dia as formigas onde encontra escondrijo seguro contra os sens inimigos? Kstas questOes, como Polak observa com razao, so podem ser res- pondidas in loco por um attencioso observador. Lacertilios parentes parcce que llabitam tambem ninhos de termites. Ja Swartz 15 encontrou nas cavidades interiores tins ninhos de termites arboreos nas Antilhas um Lacertilio (Anguis lum- bricollis), chamado por cllc Sill'ver-orm . Segundo Hagen a cspecie de termites e com certeza o F.utermes morio F. Chegamos agora aos arthropodos. Aqui jirincipiam • em primeiro iugar os hospedes de formigas e termites na acceita eao com mum da palavra. u Notes on the Occoilomas or l.cnf-cutting Ants of Trinidad (American Naturalist, Fcbr, 1886, Vol, XX, n." 3 png. 123— 131) " Tin Hagen, «Monographic der Tcrmitcn, Linn, Cntoi'n. X. p. 96. cm 2 3 z 5 10 11 12 13 Os linspnlrs ihis fnrmii/iis, elr. INSECTA x) COLEORTERA Entrc tndos os arthropodos sao os hcxnpodvs (insoctos), <|uc fornccc'.m de longe o maior- contingcntc para a fauna dos myrmecophilos e tormitophilos de todos os paizes: 1 177 do to¬ tal dos artbropodos myrmecophilos que importa em 1246, e 105 do total dos arthropod,vi tormitophilos que importa cm 1 op, portoncem a classo dos insoctos. 1,1 Entrc os insoctos sao novamentc os Colcoptcros a ordem epic maxinie sc dcstaca por sua oxcepcional riqueza cm hospedos do formigas c ter¬ mites. 993 o entrc os 1177 insoctos myrmecophilos e 87 dos 105 insoctos tormitophilos portoncem a ordem dos colcopte- i-os (bezouros). 1) Cicindelidae Mao sao poucos os generos gmlpeantemente myrmecoi- des entrc <>s Cicindelidae, porem nilo conheyo entrc elles myr- mecophilo algum. Sua semelhanya com formigas Ihes servira antes so para a protecpfto contra passaros insectivoros e. t. c. Cicindelidae tcrmitophilas do outro lado parecem existir de facto. \a minim Knumerayao critica infelizmente ainda nao os conheci. So depois do apparecimento d'aquelle trabalho foi chain,ida para dies a minim attorn, ‘an pelo excellente conhcoe- dor d'aquella familia o Sr. 1 )r. W. I lorn (Berlim). Ja (iuerin- Meneville (Revue zool. 1849) prommeiou a supposieao, quo Cratochacm (> Cicimlela - ) llrnneti < lory, de < iuinca, fosse ter- mitophila, porque o collerionadpr Bocande a captumu unica- meute sobre collinas de termites. Seme.lhantes observances lez recentemente 'o Dr. Drake em Paraguay. Kile apanhou Cn Un¬ ity cku auriprnnis Luc. e Cicimlela cyan i/arsis Roll, e var. aureola Rig, diversas vo/os em grande quantida.de e commu- nieou o Dr. I lorn, que ellas so assentam em montes de cu- pim . Tambctn o Dr. Bolds allirma a cxistencia da Cicimlela cyan Harm sobre rasas de cupim no Paraguay. Visto quo os generos Cratochara e Chilonycha occupam tamlicm do ponto de vista morphologico uina posieao excepcional entrc os Ci¬ cindelidae do respective continente, Horn julga provavel tuna connexao legal entrc os mesmos e os termites, e eu concordo 1,1 Kritisdicr Vcr/cicliniHK, p. XI. Corti ;is noviis espr-civs :i oiuimi'rar no mrivr il'osli? trabalho, o mirtirro ja sobc a 1:000. • cm 2 3 L 5 9 10 11 12 13 28 '. II. s' lioaprdrx iht s funuii/u^, eft'. n’isto. Talvoz ostos Cicindolidac s;'io ladrfles do termites d<- profissao o espreitam alguma caya nos buracos das casas do cupim. Soja como for, existindo no Paraguay Cicindelidae ter- mitophilos, com maxima probabilidadc tambem nao sorao au- sentes Pas provincias visinhas do Brazil, por isto tivemos do apontar aqui para olios, Foi do Brazil quo foram primeira- monto doscriptas Chilonycha auripeuuis, Ciciudela cyauitarsis o var. aureola. So la ainda nao so observou a sua oxistencia cm casas do cupim, expltca-se isto talvoz polo doticiento into- rosse biologico dos colleccionadores, quo por via do regra ouidam mais do assassinato das suas victimas, do quo dos sous costumes do vida. Conformo a supposicao do W. I lorn serin termitophila tambem a Ciciudela ckloros/irfa Koll. do Brazil o sua var. smaragdina \Y. II. do S. Paulo, bom assim Ciciu- de/a staudingcri W. II., igualmonto do S. Paulo, pois silo pro- ximamonte apnrentadas com Ciciudela cyuui/arsis c nas ros- poctivas romossas do Staudinger para I lorn sompro osta ultima ospocie ora igualmento representada. As casas do cupim, cm eima das quaes no Paraguay o I)r. Drake e Dr. Bohls acharam os Cicindelides termitophiios, pertoncem fora de duvida a Tenues' a/uerieauus Retiggor. In- felizmonte Rengger nao dou exacta doseripoao systematica da especio, razfio pola qual torna-so difficil a sua identifioayao. Hagen a cnlloca provisoriamonto como synonymo para Tenues rumulans I loll., cujas collinas do barro pertoncem no Bnizil as eonstrucyoes as mais communs. E’ esta especio do Termites quo dovemos por hora considerar como hospe- dciro dos ditos Cicindolidos termitophiios do Brazil. 2) Carabidae A faniilia dos Colen/deros cursores abrangc cm outras partes do mundo nao pbucos interessantos hospedes e prin- oipalmente do termites. Inclue os maiores termitophiios nos generos Orthogonius e (ilj/p/us. da familia dos I larpalini, go- neros cujas larvas em forma do garrala so parecom com po- quonas rainhas do termites e perteneem a catcgoria dos ge- nuinos hospedes. Do Brazil e da regain neotropica om ge- ral ainda nao so conhece ate agora d’osta familia coinpanheiro legal das formigas e termites algum, se bom quo no redor lK Rc!*e until I’nruguay (1839), j>ag. 1.17. >'i Monographic ilcr Termilrn, Linn. Knt. XII png. 163. Kritischcs VcrzHditiUs, p. (to. cm 2 3 z 5 9 10 11 12 13 3 Os liOKpedes (las form)(/as, etc. 28 :; do termites brazileiros se cncontram as vozes, como refere Ilurmoister, 1 mimcrosas cspecies do Scnritidao. Tambem v. Jhering me mandou diversos cxcmplares de Clivina drniipcs Dcy., mcontrados por olio cm ninhos terreos do termites nas pedras Braucas, om frente a Porto Alegre. Estes Scaritides pertoneom pbrom so aos inquilinos occasionaliiinitc salteado- ros (- nao podcrao ser contados entre os termitopliilos Icgacs, ao monos nao cmquanto nao conhcccrmos melhor sou modo do vida. 3) Staphylinidae Nao pode surprohendor muito, quo a familia dos Staphy- linidar- ou I Sracliyelytros, d muito rioa om myrmecophilos e termitopliilos. i’ois cm primcjro lugar esta familia d distribuida sobro a terra intoira om grande mimoro de especies cm to- ilas as znnas. Apezar de nao conhecormos, polo menus no quo diz rospeito aos pequenos Aleocharinos, a fauna dos Sta- phylinidoos tropicaes e subtropicaes senfio superficialmente, assim mosmo contam-se ja perto de 8.000 cspecies descriptor Km segundo lugar o modo do vida d’ostos animacs, quo de preferenoia resident no chao, debaixo d<' folhas, etc. os col- loca cm frequentes relaonos pessoaes com formigas, facto oste quo pode apresentar-se as vezes de modo imporioso como ostricta necessidade do adapta^ao. Em tercoiro lugar final- mento, a grande agilidade e ilexibilidade, quo so 'manifesta na sua constituitylo esbelta e no sen mobUissimo abdomen, passou tambem para a sua biologia, e emprcstou-lhes uma fa- cilidado do adaptaoao, como difficilmente a cncontramos om outra familia do insectos. Quasi nao tern lugarzinho na natu- roza, por mais insignificante quo ceja, no qual nao se insinuas- sem tambem os Staplivlinideos; cncontramos entre olios habi- tantes do ch.to e das arvores, residentes cm brejos e no mar, comcdorcs do cogumellos e visitantes de flores, devoradorcs do ( arnica o animacs carniceiros, Irequentadnres d<' oavornas o parasites de camondongos, hospedes de tartarugas, de an- dorinhas e de marimbondes, —porque ontao nao tambem de formigas o do termites? Actualmonto conhecemos 263 cspecies myrmccophilas e cspecies tormitophilas de Staphylinideos. 33 No numerodos •' Kcisc nacli llrazilien., veja tambem Hagen, I.itin. Entomol,, X. p. 114 o 3 1 «». Kritiselies Yerzeichniss, |>, XI. Accrescc aimla n nova Dinarda. da ] 1 <>- livia, mencionada na nag. 22(>, e outrnsim / novas, cspecies a mencionar no correr d'este uabatlio. i— (not.. no Mur.ru j-ahaf. 1 i ) cm 5 SciELO 9 10 11 12 13 280 Os liosjinlcs tins funnitjas, clc. myrmecophilos dcsdo 187, quando Ernest Andre publicou o ultimo registro dos myrmecophilos, houve uma dimitiuigflo_ pois Andre iu\o cita mais do 275. Esta diminuigiio porem nfio b senao apparente. 75 % d’aquelles 275 pertenceni aos hospc* des casuaes e tinham por conseguinte do ser eliminados para a nova enumcragao. Assim o numero dos Staphylinidcos inyr- mecoplnlos augmentou na realidade nos ultimos vinte annos perto do 200. Uni sexto d’este accrcscimo cabe a fauna bra- zilcira, um duodecimo ao restante da America meridional c central tropical e subtropical. a) Staphylinidcos Ecitophilos Os Staphylinidcos myrmecophilos do Brazil, cujos hos- pedeiros conhecemos tie mais perto, sao ate agora quasi ex- clusivamente hospedes dr Eciton (fonnigas dr corrrcfdo). No anno de 1887 foram descriptos os primeiros d’estes hospedes do Eciton, , 1886. Vol. I. p. 85. • ( Veja « Deutsche Ent. Ztuchr.» 1887, p. 403 — 416 c Tab. V., 18yo j’. cm 2 3 z 5 9 10 11 12 13 cm 9 10 11 12 13 Hospedos tlo formigas e termites. Monista h’cilophila Myrmodonia Mesotrochus typiraShp. omnivora. diabolicu. paradoxus. Xenogaster inflata. h'citomorpha arachnoides I? Kcitopora • opaca. 2 3 4 5 SciELO 9 10 11 12 Hospedes do for mi {fas e tcrmiles. SciELO 9 10 11 12 Os Impedes das formujas; clc. 287 niesma formica migratoria por Hetschko cm Blumenau. 25 E’ um animalcule tie 2 a 2, 5 de comprimonto, do cor cin- zento-brunnea, sem brilho mas densamente revestido de ca- bellos, de antennas engrossadas cm forma de fuso (portanto a design at,Ao fusicornis ), e de abdomen fortemonte intu- mescido especialmente no sexo fominino. E’ gqlpeantementc comprido o articulo unguicular de todos os pes, juntamente com a dupla unlia aguda e dentada, mais comprida que o comprimcnto total dos outros articulos do repectivo pe. As coxas medianas c trazeiras sao fortes, os tarsos do meio e posteriores sao munidos alum de um espinho c um gancho 11a ponta ainda do uma serfe de papillas corneas na metadc inferior do lado de dentro. E’ simples, estreita e bastante -comprida a lingua, as paraglossas sho fortemente desenvol- vidas e revestidas de cerdas. O que nos ensinam estes signaes morphologicos sobre o modo de vida de Ecitochara? A con- liguntcao da lingua da a untender que cste hospede provavel- mente nuo e alimentado pelos sens hospedeiros, porem mais se alimenta de criapao de formigas como animal de rapina, tambem a ausencia de quaesquer feixes de cabcllos amarel- los manifesta que Ecitochara nao pertence aos genuinos e propriamente ditos hospedes de formigas. Do outro lado ;i ( OnfqrmacAo das suns antennas e sue exquisita forma cylin¬ drical com o sen abdomen fortemente entumoscido, mostra que ella vive'mesmo no meio de formigas e acha-se cm frequen- tes relapoes com aquellas mediante suas antennas. A forma do corpo, e ;i aspera csculptura e 0 reve'stimento do coleo- ptero e, 11a verdade, imitaqAo ainda incomplete, da mais pe- <|ucn;i forma de obreiro de Eciton Eoreli, calcuhichi sobre um efigano. de tacto (senso das antennas), por parte dos sous hospedeiros. O tamanho relativainente drminuto do hospede, quo menos o expue a attcncao das formigas, explica porqtte ;i .Mimicry do feitio de Eciton pode ser ainda uma incom¬ plete, por outro lado ella torna tambem comprchensivcl, por- <|ite o pcqueno cnleoptcro e ntunido de antennas tan gros¬ ses, fusiformes. Alim tie alcant,'ar uma illusao mais facil dos sens hospedeiros sanguinolentos e extri memento sensiveis, die necessita, ftpezar do sen diminuto formato, de uma positiva troca tie apaIpa<;ocs mutuas mediante as antennas com aquel- les. Scndo die porem tilo exccssivamente pcqueno, as suas antennas precisam ser tanto mais robustamente construidas, se us golpes das antennas devem produzir um effeito sobre ' 1 • '"/■“■ Ksta tambom possue ainda pernas rolativu- niente muito mais cotnpridas do quo a primeira, o ,0 quo a distingue especialmente, juntamonto com o comprimcnto da caboea, antennas mais compridas o do outra forma. Na cs- pecio arachnoidos os | ultimos articulos das antennas sao 011- grossados cm forte clava fusiforme e o tercoiro articulo e do eoiupriinonto normal. Na especie simulans as antennas silo do toitio das do hospedoiro, esbeltas e quebradas antes do nn'in, o tronco quo na. antenna do Kciton consiste do uni so articulo e substituido 11a copia, polos articulos 1 a .5, sendo o tercoiro articulo de comprimcnto desconimunal e represen- taudo o papel principal no dito psoudo-tronco. As pernas compridas tie Kcitomorpha nao lho servem so para acompa- nhar a jjc as cohunnas das formigas, mas augmentam tam- l>oni sua somolhampi com os Kcitons. JU Vi-ja Deutsdi Km. Zudir. 1889, j>. 1 80 190, c Tab. 1 . SciELO 10 11 12 13 290 Os' Impedes dux fonnitjas, etc. Ecitomorpha arachnoidcs e simulans form am assim uni grau mais alto do typo (le Mimicry quo Ecitocliara fusi- cornis. Kntre as duas especios do Ecitomorpha outra vcz, a maior acha-sc relativamento a Mimicry > n’uiii estadio bas- tanto mais elevado do quo a menor, offerecendo n’clla doci- dida somelhan<;a do Koiton n;ao so a forma geral do corpo, esculptura o guarnecimento do cabellns, mas a propria con- figuraeao das antennas. O fito biologico da Mimicry 6 o mosmo coma na Ecitocliara. I'omando por base do critorio a configuraoao do labio inferior as Ecitomorpha vivem prova- velmonto como animaos do rapina da criaeao dos sous hos- pedoiros o talvez. tamborn furtem da preza por cstos accu- mulada. Para n’osto festim nflo corrercm o risen do sorom olios mnsmos devorados polos hospedoiros, precisam masca¬ ra r-se o comportar-se a moilo do Eciton. *1 D’ahi a somc- lhatupa do Eciton quo gradualmente augmonta com o tama- nho do bospede, e quo d calculada para uma illuslo passiva do tacto dos hospedoiros, ao passo quo a .illusao activa (imi- tando as relates transmittidas polas antennas) acha sua ox- prossao morpholngica na grossura das antennas quo diminuem (mi proporcfio com o crcsccnte tamanlio do hospede o na crcscronte semolhanya com as antennas do Eciton. Com Ecitomorpha simulans o typo do Mimicry * entro os hospedos do Eciton Forc/i. quaes nos os conlieccmos hojo, al- cancou sou feixo. Lembratido ainda Ecitomorpha simulans quanto a forma goral do corpo, mas provavolmento acliando-so cm estadio do Mimicry monos elevado do uma outra serin do doscnvolvimonto, r Ecitonidcs /nhcrcutosus Wasm. dos- coberta rocontomento n’uin oxercito do Eciton polo Dr. E. A. Gooldi na Colonia Alpina, perto do S. Rita do Tlicrosopolis. (Sorra dos Ofg;V>s, Noo, m. acinia do mar), Estado do Rio dc Janeiro. A ospeeie hospedeira e, sogundo oxomplares quo (ioeldi postcriormento me romettou, Eciton t/uat/npiumc llal. Ecitonidcs tube ratios uk p'ortenco aos Paodorini, o nao aos Alcocliarini, como Ecitocliara o Ecitomorpha. O apparentc parentesco com os Paodorini, quo Ecitomorpha dove a sua grande somelhanea .com a formiga Eciton. o roalidade cm Ecitonidcs. Tondo os Paodorini ja por assim diz.cr do familia uma prediloceao para feitios semolhantes a formigas (apozar do nao sorom, sogundo consta ate hoje, hospedos do formi- ’1 Xao pos separa das- elytras. No modelo (Eciton praedator), seyue-se-lhe entao o primeiro articulo yrnsso, nodiformc do cabo abdominal: de moldal-o conforme corpo do coleoptero, «> realmente um artificio, m is perfeitamente rcsolvido aqui. As elytras sao pnis muito os- treitas e curtas, arqueadas em forma de no e seldadas sum sutura. No resto dcixararh tic ser elytras verdadeiras, porqnc aqui faltam as azas e mesmo o espayo para aZas, pois sao ocas e formama boboda em forma de lecto por cima do .Meso e Motasternum. Este ultimo apparece cm baixo e per traz das pseudo-elytra* come apparcnte scyundo articulo do cabo abdo¬ minal de Eciton e e visivel de cima. O abdomen tern forma tie pera, e fortcniente enyrOssado e altamente arqueado. Sua base de feitio de cabo ainda mais eontribtie para apcrfciyoar o scyundo articulo do cabo abdominal de Eciton. Completain este tronco de Eciton umas pernas, que parecem exceder ainda as pernas de aranha de Eciton, sendo as posteriores quasi metado mais compridas que o corpo total. As antennas, cujo primeiro articulo e fortcniente alonyado e copia n cabo da antenna de formiya nao mais do tnodo morpholoy icameritc an a logo ■ (conio cm 2 3 z 5 9 10 11 12 (h liospcdcs das formn/as, elc. • 293 cm Ecifomorpha simutans, ondc os trez primeiros articulos re- prescntavain o cabo da antenna dc formica,)- mas do modo morphologicamente homologo, silo irropreherisivcis antennas o, a forma das diversas partes do corpo, a sua csculptura e revestimento com cabellos, concordant exactumente com o 1110- dclo, as antennas que servem para a illusfio activa silo igual- mente perfeitamente conforntados conto no hospedeiro. O nomc Mimcciton pulc.x, •>' quo o animal rccebeu por causa da sua duplu scmellianca, into sera portanto improprio. A Mimicry agora mcsino dcscripta dc Mimcciton tor- na-se comprehensive! pekt circumstancia, que elle vice como hospede un nteio das hordas d'esta formiga, a acompanha a pe nas suas expediyoes o vivo alem d'isto (como resulta da enuformayito das partes buccaes diversas das de I'.citocharfl, Ecitomorpha e lodes os demais hospedes de Ecityn), em re- laydos particularmente intimas com os sens hospcdciros ou com a sua criayao. Mas a Mimicry vac ainda alem do alvo biologico, de passar as formigas este hospedc'como um ser de todo igual, pois estende-se ate sobre um signal, que nilo (’■ perceplivd para as formigas a conligiiruyao dos olhos do hospede. Em vez dos olhos facettados compostos, que so acham nos lados da eabeya acima do mcio d'ella, Mimcciton possue an par dc Eciton praciator diminutos ocellos simples! Estes porem nao sc acham la, nude cstilo no Eciton ou onde cos- tumam encontrar-so os olhos facettados dos Aleocharini, mas .1* Dculscli. Kntnni. ZUchr. p. 97, c Tab. V, fig, I. cm 2 3 z 5 9 10 11 12 13 2M Ox lioxpcdex tha fonnigm, etc. recuados bastante mais para a frente, rente acima da base das antennas, abaixo das <|iiaes cstao quasi cscondidos. Pode- ria-se rcconhecor aqui um ease d’aquella, imitarao oxcessiva, quo vac ale in do alvo biologico e a qual tern sido designada por Brunner von Wattemvyl com o nomc de I fypertelia». ]! Badariotti achou este hospede interessantc no meio das columnas de Kciton prnedator Sm. (omnivornm Roll.) Nic- terohy (Rio de Janeiro) e l.orena (S. Paulo). Sobre- as suas relagOcs para com as formigas elle poude comnumicar-me uni- camente, quo elle o tinha apanhado n’uma agglomeraqilo do exercito dos Kciton, e (pie estas formigas, qttando elle reu- niu diversas junto com os coleopteros n’um vidro, o trataram amigavelmente. Isto na realidade nilo nos pdde surprehender muito n’um hospede tilo pratico da corte, se ellas porom ga- nharam um amigo cffectivo on um inimigo elandestino, 6 ou- tra questfto. As maxillas de Mimeciton sao relativamente ro- bustas e ponteagudas, revestitlas na margem interior de uma serie de ilentinhos, a mandibula exterior tormina cm cerdas mui mmpridas e torcidas cm forma de gancho, produzindo, com fraco augmento, um aspecto, pareciclo com alfange, e quo parreem muito apropriados para a perforacilo de objectos com tegumentos molles. A lingua e curta, apenas saliente como lobulo largo, fram amente volteado, as paraglossas ape¬ nas indicadas, o articulo do palpo labial e entumescido, os dous rcstantes quasi atropbiados. Para uma Aleocharina silo tunas tantas anomalias, que de certo tom tanibem um lado biologico. De que natureza este sera, si') podcra ser resolvido lhcdiaute pesquizas cuidadosas in loco, Provavelmente Mi- mrciton vive ao menos pareialmento como carniceiro da cria- <;ao das formigas, mas a forma da sua lingua iiulica que tal- vez posstie ainda outra fonte de alimenta^ilo, sendo—quem si be -cevado como lngitimo hospede da bocca.das formigas, como os nossos Ate index, Lomrdtusa e Clavigcr, que igual- lneiite se siistentam da cri icao de formigas, No meio do quinto anncl abdominal superior de Mimeciton acha-sc uma oxqui- sita impress'd da forma de uma cicatriz do variola, circum- vallar e elevada no centro. Dual a sua signilicuoilo, se a de um carac’tcr sexual, >> ou a de um orgfto tie secrecilo de qualquar ether que seja agradavel as formigas (como os fei- xes de secrerao e os poros cutaneos de diversos Ptiussuw) \> ViTitiimll. Zool. Hot. fir,. Wien, iH8j, p. ip. is Julgo Ispi mentis prov.ivel, m -smti alxinu t,fin li-itn do l.uln do possui- rt iii .'upit ll.i impre->,’io tuilos os cxenipl.iics por mini examination nto «"or.i. cm l SciELO 10 11 12 13 Os hospedes das formigas , etc. 20:; ainda ticlo so pbde decidir actualmente; precisava-se vcr, so o hospodo e lamhido do preferoncia n'aquclle lugar do corpo polos sous hospedciros, porquc a analogia morphologica com as formates reConhecidas com seguramja como organs dc secrc«; 4 o e insignificante demais nos verdadeiros hospedcs do formigas, para pcrniittir lima conclusao scgura. Pclos tarsos quo cm todos os pcs so possuem quatro ar- ticulos, Mimcciton so distingue tanto do Ecitochara o do Eci- tomorpha , coino do Ecitonilla, a que raais so parece com olio outre todos os hospedes a to agi >ra conhecidos do Eciton prac- dator, so bem quo esta semelhan^a nao so possa taxar senao do muito pallida. As cspocios do gencro Ecitonilla Wasm. o ospocialmonto as ecitophilas Ecitonilla clavivcntris e socia Wasm. -'5 sao em mais alto grau myrtnecoides, que as Fala- 1'rin e C/iitalia, com as quaes se parecem um tanto no sen 'habitus. Coniparando-as com Mimcciton, apresehtam-se dc facto so como um fraco ensaio para uma Mimicry» com Eciton; considcrando-as porom cm compara^ao com os sous parentes svstomaticos o com as formigas, entro as quaes re- sidom, teremos do collocal-as no typo do Mimicry* antes do quo no typo indifterento dos hospedes do Eciton. Posi(,'ilo semelliantc como esta do Ecitonilla outre os hos- pedes do Eciton />rncdafor, occupa Scotodonia diabolica Wasm. entro os do Eciton Forcli, apresentando certa passagetn mor- phologica outre os Ed/opora, do typo indifferente, e os Eci- morpha, typo de Mimicry . Apo/.ar do ella pertencor no fundo ainda, a <'sto ultimo typo, trataremos do Scotodonia por causa da sua somollumoa com Eci/opora mais tardc, de- pois d’aquelle genoro. Ecitonilla clavivcntris c socia foram apanliadas por P. Badariotti em numero maior, juntamente com Mimcciton pulex, nas columnas, dc Eciton praedator Sin. (omnivonnn Roll.), perto do boron a (Estado do S. Paulo). X'um dos tubos dc vidro, nos quaes so achava acondicionada a Ecitonilla com as respectivas formigas, uma d’ostas ultimas ainda sogurava a antenna do uma Ecitonilla clavivcntris. mediante as suas mandibulas o foi mosmo tixada n’osta posioao no letroiro en- tomologico. U.m corpo muito esbdto, cylindrico com insi- sAos distinctas entro cabo(;a, thorax, elytras o abdomen, sus- tentado por pernas bastante, compridas, um abdomen con- H N'citr-i ire/ penero* as pernas medianns c poslerioror s.lo dc cinco nr- tiailos, conm cm Myrnicdonia. n Vcja rKritisclici Ver/elcliniss* ]>. 210. 5 SciELO 9 10 11 12 13 29 l> Os liospeitea dux fovmhjas, etc. sidoravelmcnte o’ngrcssgdo posteriormento, lima esculptura' bastante brilhante de accordo com a do hospedeiro, c rc- vestimento de cabellos eritgulos silo cnractoros comimuis a audits as t‘species do Ecitonilla. Ambas tern o mesmo tamanho, 2, 8 Differem porom pelo colorido e a es- culptura, - - clavivcu/rts, e brunneo-vermelho claro e possue uni thorax brilhante, distinctamcntc sulcado no sentido lon¬ gitudinal; sacia r inais escura e mostra uni thorax etnpa- hado, nao sulcado, de urn feitio um tanto diverse. Existindo de ambas as formas machos como femeas, estas different, 'Ss logo nao podem ser caractcres sexuaes sccnndarios. ’ 1 'erceira especio um poueft litaior do genero Ecitonilla (gcmmahi Wasm.) oncontraremos tnais tardo entre os hospe- des do Sola tops is gt in inula. Attcndenda a sucessao biologica, tratareinos agora aqui dos hospcdcs dc Eciton, do typo indif- fc rente , dejjois dos do typo de Mimicry . J,i entre os primeiros hospedcs de Eciton. descobertos pelo Dr. Wilhelm Muller, achava-se uma especie do entao novo gvne.ro Ecitoporu, a qual apo/ar de proximo parentesco com Mvrmedonia, distinguo-sc sufficientemento pelo maior ta¬ manho do tereeiro articulo do palpo labial, a lingua mais es- treita e mais profundamente partida, as paraglossne mais salii'iites, como tambem pela esculptura setnpre destituida de brilho e granulosa ,(com except,-ao do abdomen) — para po- der sepand-a generieamente do chaos das Myrmedoniae. Co- nhecem-sc ate agora tres especies: Ecitoporu opaca. t/c/s- ch/coi e Gocldu Wasm. l. 3117 sop l<’ Kritisdic* Vcr/cidini", p. 209. n Irans. Kntom. Soc. I.nmlon, lfi' 0 , p. 53 57. o ltlolocia t'dilrali-aiiHiiiiini. (.'nlci.pt. Vn|, 1; pi, :, p, au c Tab; Ik- 23- cm 2 3 z 5 9 10 11 12 13 :ino Os tiospcflas (Inn foYmitjun, ale.. Sharp, pcrtoncc ao gcncro Jiciton. Considerando a vasta dis- tribuieilo de diverSas espeeies do Eciton sobre a America tropical e subtropical, nao b impossivel (pie Saptobins tam- bem so ache no Amazonas. Voltamos agora dos hypotheticos hospedcs dc Eciton, para os effectives, tralando prinieiramentc dos hospedcs do typo in- di(ferrule, associados com Eciton prardator Sm. (Onmivornnt Roll.) Piologiramente aparontado com Ecitopora, porem nao assumindo papel perfeitamente analogo para com os sous hos- pedeiros, e lima Aleocharin'a minuscula, apenas de i, X « do comprimonto, A branca-amarclla com cabciyn brunneo-amarclla, diminuindo em grossura pouco a pottco da frentc para traz. A cabeya U Krift-i he* Vorzciclini^K, |>- 209. Poulsili. Kill. ZiM'hr; 1890, i>,*3 1 a (dcscripln como Myrmedonia). r Kriliuhcs VcMeicbnbs, p. 212. TnlveZ seja mais larde lamliein rrco- nlirfidi, romo Ir^almclilc inyrim cnplulo, n /It-loinithiix fastuhifus Wasm., de*- etiln tin prin I >r. \V. Milll'-r em companbia de lu'ifott /•', irrli, Tcmlo sitiii npa- tiliado uma vr/ si'i e n'nm unicn exemplar, nilo inwu enumernl-o aqui. (Collier. Deululi. Kntmii. Zt»ebr. 1 Khp, p. ,| 1 |.) - 8 — 1- M'eiEV PAPAFil 1 ) cm 2 3 z 5 9 10 11 12 13 302 0 .s hospedes dc jbrmicjas, clc. quadrangular e uni tanto mais larga, e quasi duas vezes tao comprida conio o prothorax, este por sua vez tem o dobro do comprimento de cada uni dos segmentos restan- tcs. Phileciton e talvez ainda muitos outros liospedos do mesmo typo — , portencc ao typo indifferento soniente, por- que a sua forma nfto possue pcndor ncm para o typo do Mimicry , ncm para o typo logo a tratar c quo chi chamarei typo tecto-protcctor . Indiffcrentemcntc tolerado dos sous hospedeiros olio sera difficilmente, porquo schi tamanho rela- tivarnente grande o dove expor especialmentc a sua atten- q'to hostil; considero-o antes como uni inquilino hostilmente perseguido, qual Qitcditts brevis e Xantholinus atratus e a mdr jiartc das Myrmedonias ouropeas. A presente divisao dos hospedes brazileiros dc Eciton cm hospedes do typo do •Mimicry . do typo indifferente,’e do typo tecto-protcctor e primariamatte morphologica, e so secundaria inente biologica. Inversamente a divisao dos hos- pedos do formigas cm hospedes legitimos, inquilinos indiffe- renlemente tolerados, c inquilinos hostilmente perseguidos e parasitas propriamente elites e primariamente biologica. Ella tem, cm relarrio aos hospedes de Eciton, nao tao facil appli¬ cable como aquclla, porque ainda n;lo conhecemos bastante bem sen modo de vida, para podermos dassifical-i's d’este ponto de vista primariamente biologico. Em todo o caso a divisao morphologica aqui escolhida e por assim dizer a pri- meira ( have para a comprehensao biologica dos hospedes de Eciton. Isto manifesta-se principnlmente no seguinte tcrceiro typo, quo pndemos designar como typo dc pro/ecfdo ;, ou talvez melhor ainda como typo tecta protector . Baseia-sc em tactica diametralmentc oppo'sta ao typo de Mimicry . Os hospedes pcrtenccntes a este ultimo sao quasi copias dos setts hospedeiros em forma <1" corpo, revestimento com pelos, esculptura e configuracao das antennas, hi tanto mais perfeitamente as copias correspondem com o original, mais livre e isenta de inconnnodos sera a sua vida no nieio d’aqnclla horda sanguinolenta, sustentando-se parasitariainon- te da sua criac.nlo, e podendo ainda viver com setts hos¬ pedeiros em pe amigavel. Completamcnte o contrario nos fregtiezes quo ora seguem. Idles nao visam engaiiar as fi- nas antennas de Eciton por uma mascara eniprestada, dies ousam enfrentar abertamente os seus hesjiedeiros, cobrin- do-sc com tun escudo inatacavel, e prosegucm nos seus cm 2 3 L. 5 9 10 11 12 13 Os hospccfes dc fur mi g< is, etc. 303 intentos predatarios debaixo d’e'stc escudo. « O norae typo tccto-protcclor nao sera por conseguinte improprio para csta especie de forma protectiva. Os freguezes de Kelt on que aqui entram, sfto parentes da sub-familia dos Tachyporini, os quaes na forma de sen corpo larga, lcvemente arqueada e pontuda atraz, como na veloddade dos sous movimentos, tern alguma cousa que dif- ficillta assaz a sua captura. Por isso muitas especies d’esta sub-familia, mormente dos generos Tachyporus, Conurus c Coproporus (Krchomus) residem frequentes vezes como hos- pedes occasionaes em ninhos de formigas, tanto 11a Europa como em Madagascar e no Brazil. O genero palearctico Lamprinus, e o genero Pygostcnus, da Africa occidental pertencem mesino aos hospedes de formigas legitimos, o en- tre os legitimos hospedes de termites da America do Norte cnconlramos tambem diversos generos de Tachyporini. Alas animal algum que pcrtemja ao grupo natural do parentcsco dos Tachyporini, possue cm igual grau de aperfeigoamento este caracter de difficil captura, como os respectivos hospedes de Eciton na America central e meridional. Gramas a sou modo de vida, chegaram a* formar mna sub-familia propria, separada dos Tachyporini,- denominada por Sharp Capita lopleclituie, ao passo quo eu nao tendo conhecimento do res¬ pective trabalho de Sharp, a tinha chain ada Xcnoccphalini. d A mbos os nomes sfm tornados de diversos generos, pertencen- tes a este grupo; ambos duo a entender que passou-se alguma cousa de extranho cm relate a cabetja dos eoleoptcros em questAo. E que, olhando-sc para o animal de eima, esta parece faltar de todo. A cabeca dobra quasi verticalmentc em (rente da margem anterior troncada do escudo do pescotjo que la- teralmente cingo o occiput, — e vira depois repentinamente para dentro em angulo agudo de perto de 75.", cscondendo completamente debaixo do thorax antennas e partes buccaes. Poder-se-ia enipregar como figura enganadora o desenho fiel da vista de cima de um Xenocephalus, tomando o subs- cripto: Unde esta a cabci;a? Estudemos de mais perto este •17 O modo anthropomorpho do expressfln, aqui usado, tom naturalmenle do inter prelar-sc no sentido figurado. Nilo havoria do corlo ironia mninr sohro o in¬ tellect') animal, quo fazer adaplnr-sc us hospedes, dc Koitun aos sous hospcdciros pola «sua propria intdlii’cncia ». t* I .litre as mm", as foitas do Hitt de Janeiro pdo Dr. IC. A. (iocldi, como * ntre as cnviadtis do Kio Cirandc do Sul polo 1 ’. Sdmpp, acharain-se bastanle Tachyporini cncontrndos cm companhiu dc formiyas. c> Doutsdi. l'.nt. Ztschr; 1887. i’asc. 1. No mesmo anno saltiu publicado por Sharp o respective) volume da »Itiolojji.a Ccntrali-amcricalia». cm 1 5 SciELO 9 10 11 12 13 O'l Os lioxpcdcs do formigas, etc. meehanismo protector. O largo escudo do pescoco estende-se lateralmente ate o chfto, passando o sen tecto ainda conside- ravolmente alem das partes debaixo d’elle escondidas. As elytras quo logo segucm depois do escudo do pescoco sfio igualmente largas, nrqueadas cm forma do tecto, estenden- do-se ims lados ate o cliao e escondendo d’est’arte comple- taincnto as pernas medianas e posteriores. O abdomen e rela- tivamente curto, fortemente agucado cm cone, arqueado cm cima. O aspecto total docorpo tern um quo de tartaruga, so os animalculos nflo fossem tao ligeiros o dextrns, poderia-se designar o sou typo como o de tartaruga . Tambem com o trilobito siluriano ou com um d’aquelles singulares crusta- cens das ilhas Molluccas tern os contornos de Xcnoccphalus uma certa somelhanca. O Dr. E. A. Goeldi escreve-me (cm data de 5 de Abril de 189.3) 0 seguinte sobre o modo de vida.de Xcnoceptialus: idle lembra-mc no seu habitus o J.imulus, aqttelle exquisito crustaceo das Molluccas, (' jamais tenho visto passar ostc hos- pede nos exercitos de Eciton, sem ver-mc compellido a csta comparaeao. No seu comportamento existe outre este animal e os Staphylinides (o escriptor entende as Ecitopora do .t vpo indifferente, as quaes recebi de Goeldi simultaneamente com o Xcnoccphalus) um certo contraste n’este sentido, quo o primeiro (Xcnoccphalus) sem pro se move no centre da estrada ostrategica, no mais dense fonnigar dos Eciton, por assim dizer ompurrado pel a ond.i dos seguintes, an passn quo a ultima (Ecitopora) inarcha mais em ambas as alas das columnas e dneumenta uma certa indole de touristc e de flaneur. Xeno- eephalus segue, o seu caminho em linha recta, extremamente apressada e ligeira e manilesta-sc, pela sua zclosa pressa, como pertencentc as formigas e tomando intensivamente parte nos sens interesses. As mais das vczes vein um isola- damente, em periodos maiores um segundo, dous ao mesmo tempo ou cm rapida suecossao veetn-se dc quando em vez, porem raramonte. Outra a Ecitopora. Estas fazem lateral- monte, a esquerda e a direita, toda espoeio de exeursoos se- cundarias, conservando-se cm distancia curta de alguns cen¬ timetres da estrada ostrategica, fazem linhas em zig-zag, tal qual como. aquellas castas dc formigas Eciton, que marcham mais especialmcnte dos lados (soldadns), e de repeute mis- turam-se de novo com a multidflo compacta. N’estas obser¬ ve'! exactamente o contrario: geralmente vein duas ou tres ao mesmo tempo, raras vozes uma so. Tod as estas c|ue se segucm em rapida sucessao, comportam-se da mesma forma. cm 1 SciELO 10 11 12 13 Os Impedes das forrniijas, elc. Um grande sentimento de solidariedade entre formigas e liospedes nilo pude notar. Os Staphylinidios que marcham aos lados podem so surripiar com bastante facilidade com unia pimya, sem quo se produza alarma na columna. Por ou¬ tre lado e diflicil subtrahir os animalculos empurrados no meio do forniigamcnto dos Iicitou, sem causar 11111a interru- peao na columna e provocar a sua colcra. Tenho-me' sen tad o perto dc exercitos do liciton cm movimento durante meios (has, observatido e vigiando-lhes os costumes. Estas intercssantos observagOes content os prime!ros por- menores, quo cm geral ate ltoje licarant conhecidos acerca do modo de vida dos liospedes de Eciton. Eoram foitas na Colonia Alpina (perto dc S. Rita de Theresopolis, Rio do Ja¬ neiro). Quanto ao Xenocephalus duo-nos a certeza, quo estes liospedes silo polo menos plenamente tolerados polas Eciton e que pertencem por assim dizer ao centro do exercito. Esta tolcrancia baseui-se objectiyamente sem duvida em primeira littlia na sua intangibilidade por todos os lados. lmaginemos um Xenocephalus correndo no meio de utna columna de lormigas. Debaixu do sou tecto protector nao tern nada a temer d'esta sociedade sanguinaria. Toda a formiga que por accaso dirige a sua attenyao sobre o companheiro suspeito, se atira sobre die, o examiua com as antennas e procura segural-o com as mandibulas, logo aprende, que se trata aqui dc alguma cousa estrictamcntc itiabordavcl para man¬ dibulas de formigas; por isto desatraca sent demora d’este objectu e vac applicar o sen tempo e a sua pudenda cm outra parte com mais proveito. Se casuulmente uma vcz apparecor debaixo do tecto protector a ponta de uma perna de Xcnoce- phalus, na niarcha, mesmo assim uma formiga ditlicilmente <> poilera segural-o la, pois os tarsos-sao mui curtos. correndo co- nicamente junto com as tibias, sendo as tibias por sua vcz ar¬ madas de espinlios conipridos e agudos. .Mas se por accaso aconlecer que um Xenocephalus caia de costas no meio das lormigas, caso este que podcria dar-se tambem tuna vcz. eni terrerto accideiilado, que sera d'elle cntiio? Mesmo n'esta si- tuacao die aiuda nao estara perdido, pois o seu fori ill to qua- dra exactamunte entre as cox as dianteiras, as antennas na margem d'aqudle, debaixo do escudo do pescogo. As per- nas sao alem do sen forte revestimento com espinlios, ainda protegidas pdas circumstancia de se adaptarmn perfeitanicntc ao eorpo, as tibias quadrant mesmo para este mister n’uni rego profundo das cox as largas e diatas, que nao offereeetn ponto algum de ataque ]wra as mandibulas das formigas. cm 2 3 z 5 9 10 11 12 13 Os hospedcs das fonniyas, elc. Todos ns organs esscnciacs estfio assim sufficientemente pre- tegidos. I ‘rot('(-ran nbsolnfa todavia nem mesmo osta pcrfeita forma protectiva e capaz do dal-a; coino, no rcsto, em parte algunia na naturoza. Entre 14 exemplares do Xcndcrphnlus Schuppi, capturadns n’mn excrcito do Eciton praedator por C. Iloycr, S. J„ achava-se um exemplar, ao qnal as antennas, as pernas e mesmo os palpos labiaes tinham sido cortados quasi como por tesonra anatomica; isto so po’de ter sido pra- ticado por formigas, pois dodos humanos ou o bico do inn passaro nao toriam sido capazes d’isto e teriam lesado o co- leoptero em outras partes do corpo, Eu queria ter es|)iado aqurtlr Eciton, quo logrou pregar o principio d’esta peya ao sen bospede e lcval-o em seguida a rasto. O genero Ccplialoplcctus, derivado sem duvida da po¬ sh; iio torcida da oabooa (ncipaXy nhixiog) e lembrando ao mesmo tempo por causa da sua apparent,, falta de cabooa o latim capito-plexus , foi cstabelecido por Sharp na Biolo- gia Centrali-americana . 50 Contem apenas uma unica espe- cie do cor vermelho-atnarella, C. Godmdnni Sharp. Sobre o descobrimento d’este animalculo escreve Sharp na citada obra: O Sr. Champion achou um especimen so n'uma co- lumna do formigas migratorias (Eciton), na densa matta vir- gem, perto do Ikiguba em Panama. Mas apezar de elle exa- minar pbsteriormelite ainda tnuitas vezes as formigas com vistas a cstes freguezes, nfio conseguio mais outro exemplar. A julgar do estado do exemplar o da rolaoAo do Sr. Cham¬ pion acerca da descobcrta, e de todo ovidontc, quo elle es- tava morto entao . As observances porem acima comnnini- cadas do Dr. (roeldi dilo margem para duvidar damterpre- tao;\o de Sharp, tanto mais que osle autor descrevc anten¬ nas e pernas do bospede, que portanto devem ter existido ainda. O genero Ccphalopli'ctus Sharp distingue-.se de Xrno- cephalus Waam. principalmente pela complcta ausencia dos olhos, que silo muito grandes n’esfo segundo genero, oecu- pando de tal modo ns lados da cabeija, que, sem salientar, podeni simultaneamentc ver para frente, para os lados, e para baixo. A maior extensao do olho reniforme, rpic ao exame microscopico mostra mais do 200 faQcttas bastante grandes, e situada no lado inferior da calieoa. No Ccphalo- ploctus silo outrosim as olytras bastante m lis curias e cs- S° Coleopt., Vnl. I, 2. p. 29*. cm 2 3 z 5 9 10 11 12 13 Os Impedes das fohnirjas, etc. 307 ’ troitns o mais attenuadas postcriormcnte, do que no Xeno- ccphalus. O ultimo genero ate agora so so conhepe do Bra¬ zil central e meridional, Ccphaloplectus so do Panama, e final - mentc um terceiro genero, Vatcsus Sharp, ** que parece ser parente de Xenocephdus de Parana; conhcce-se uma espe- cie so tie \ T . latitans Sharp, nfto sc sabendo nada do porme- nores sobre a sua residcncia, pertence porem com bastantc certeza tambem aos hospedes de Eciton do typo tecto pro¬ tector*. A primeira esp'oeie do genero Xcnoccphalus, X. clypca- tus Wasrn., foi, como acima dissemos, descoberta polo Dr. Wilhelm Muller n’um ninho de campanha dc Eaton Forcli perto de Blumenau (S. Catharina). E’ de tamanho conside- ravel, tendo 6, 5 de cohiprimento e 3 de largura, e offerece aquclle aspecto official de Liniulus — arqueado, largo na (rente, postcriormentc agupado cm forma de cone. O lado superior b, como de regra em todos os Xenoccphalus, pela- do; escudo do pescopo e elytras sao brilhantes c quasi lisos, o abdomen e distinctamcnto ponctuado e mais empanado. O lado inferior do abdomen e revestido dc cerdas espinhentas, prova- velmcnte em prbl da protocpiio do animal, se por infeliz accaso viesse uma vez a virar de costas. A lisura do lado superior augmenta a inatacabilidade da courapa protective. A ebr de A'. cl.\peat ns 6 de pixe, vermelho-brunnacca. Muito mais pequena e mais cscura e X. Schuppi Wasm., ■’ descoberto polo 1*. Ambros. Schupp, S. J., perto de S’ Eeo- poldo, n’uma column; 1 em march 1 dc Eciton praedator S111. (onnttvorum Kolb), simultaneamente com Synoditcs Schuppi Schmidt, coleoptero pertcncente a familia dos IHsteridae. j , '.’ brunnee-cnnegrescida a sua cor, com margens amarello- brunneas no escudo do pescopo e nas elytras, sua csculptura nas elytras c no abdomen e com pontuapao mais dense do que nas o utras especies, e por isso dc brilho mais apagado. Sou comprimcnto e 3 a 4 a largura, 1, 6 a 1, 8 Mais- tarde obtivo de C. Kcycr, S. J„ de S. Leopoldo maior numero de exemplares d'estc Xenoccphalus, juntainente com a formiga acima nominada, cm cujas columnas foi mais uma Jt KiUom, Moiillil. XII; cot. v Dcutsi'li. Km, Zuchr. 1S87, I’. 412, c Tab. V. fin. 12 — 18. Na fifcura 12 a cabe^a t- viriula um poneo para freiUc, ilc niancira quo dla sc torna visivcl tic cima. 51 Ucutuch. Knt. Zuclir; i8qo, 315 c Tab. If, fin- (>. 1 ! cm 2 3 z 5 9 10 11 12 13 DIM Os hospcil.es sexto no nieio. Quo quererao ostas estrudulas (iguras silurianas debaixo do sou tecto protector? Quaes silo sttas rcln<,'oos- mais inlintas para com as fe.rmigas? Aitula reiua oscuridao 11'isto. Sabemos somente, cjue ellas acornpanham os oxercitos do Ecitnn, mar- cham no meio d'ostos se-m serent molestadas, e residom tam- bom nos ninhos do campanlta nitre os itiontbes das formi- gas e da eriayiio do formigas. Mas do quo alimontam-se? A quo clas-se biologioa do bospedos pertoncom? As antennas do Xenocepltalus sao curias o largas. e lateralim-nto achat 1- das, formadas do 8 articulos elaviformos, estroitaineuto uui- dos, e do ; articulos basicos, dos quaes o primoiro <• o mais comprido. Semelliaute forma achatada das antennas possuem • •litre os bospedos de formigas quo me sao conbecidos, o gonero Eamprimts entro os I aebyporini, «■ Catoportiorpbus outre os Sylpbidi, apez.ar do em ambus ostes a dita particu- laridade nan ser tao fortenionte protuuieiada como no Xeno- oepbabts. I.amprinus, quo talvez tambem jielo parcntesco natural systematic?) seja bastante proximo dos Xotiocepha- lini, d inquilino hostilmontc perseguido. Catnpomorphus pm- vavelmentc tambem, sendo (juando muito indifforentemente 'I As l s de lios¬ pitalidade, de um trafico ainigavel com as Keiton. Estudemos as partes bureaus da cabetja com forma tie foeinho. () escudo cepltalieo e fortemente desenvolvido e cobre com o labio su¬ perior completamonte as outras partes buccaes. As maxillas simples sao de meio tamanho, com forma de gancho agudo. O labio inferior tormina em lingua large, quadrilatera, bi- ioba, sendo no essencial confortnada conio nos generos pa- renles, nao myrinccophilns, per ex. Coproporutv todavia su- lientando-se mais tint' n'aquelles. Sao caracteristicas para X enocej/lialus uma serie de papillus inaiores, lateral's, collo- cadas na ntargem exterior do articulo terminal dos palpus labiaes, com aspecto de uma ccrda curta, larga e que rcce- bem cada uma sen nervo. v Mas para que fun especial serve este augmento tit' org'u >s de taclo no Xenocephalus, acerca d'isto nao so pode dizer mais (pie, cllc dove evidentomente procurar ou exatninar sua alimenta(;ao mediantc suas anten¬ nas, que por consoguinte into a recebe pusta na bocca enmo os genuinos hospedes. ’ A forma das partes buccaes de Xenocephalus apresenta .V’ Seguntlo |)rcpar«t,i‘i t ilr X. Scltuppi v - tiilubtt.i, tin^i'lte com ] Inom.v 1 lnxyltiiii ( Drlntield). t; iiulttitt it' X. clypo.-itus. liii^Mas nun lionixa'mniin. 5 / Vrj.t vilif iitu Ilioloj}. Ccntrnlbl . Vol IX, n.' 1 in (1889), p, 303 vt|, c Vol. XI n." I. (1891) p. s.i vi|. SciELO 10 11 12 13 310 Os liospcdcs ilns for mi (jus, etc. d’cst’artc mais prdbabilidade para um modo independentc, carnivoro do alimentai.'ao, quo para um cevar por parte dos hospedeirns, sc bem quo a forma da lingua niio falla contra esta ultima possibilibadc. E’ minha opinian quo die vivo como animal carnivoro da criagito dos Eciton on de outras formigas, que tenham sido saqueadas por aquelles. 3B Para attracar-se na criaeao das formigas Hie prostarao bons Ser¬ vians os ospinhos das suas pernas, apezar que cstcs espinhos servirao provavolmonte cm primeira linha para completar a couraca protective. O caracter de animal carnivoro de Xc- nocophalus finalmento d trabido polo sen habitus inteiro. O alto dcsenv r olvimento do typo tccto-protcctor aponta, que seu possuidor s’importa somcnto de fazer-se inattacavel para os sous hospedciros e de viver no meio d’clles sem incom- modo, mas nan do encaminhar rehujocs positivamente ami- gaveis. X’este ultimo caso o desenvolvimento nan se teria cffoctuadn tao unilateralmente na direc^&o do typo :tecto- protector Podcria-so allogar contra isto, que outre os co- leopteros myrmecophilos ouropous conhocidns com ccrtcza como legitimes hnspedos, ha tambom formas do um typo tecto-protector que, do facto ontretem relates effectiva- mente hospitaleiras para com as formigas, as chamam medi- antc pancadas com as antennas o san indubitavolihente ali- montadas por cllas. E’ o caso na Am f hot is marginata c scus parentes genericos, (pie sao inattacavcis para as formigas gramas an sou feitio chato, oviforme, por cima igualmente ar- cpioado, e a faculdadc do poderem si' porfeitamentc adaptar an sub.strato. com a tnargem alargada lateral do escudo do posco(,'n o das elytras. E’ preclso porcm ter em monte, que na Amphotis esta forma protectiva nan d uma adaptaeao tan especial an modo do vida myrtnccophilo. como no Xenoce- plialus, mas formava antes uma promissa provavelmento ja originalmente dada para olio; pois cm diversos dos sous p.i- rentes nao tnyrnK'cophilos, como Soronia e outros Xitidulidao do cnnstrucrao cliata, a forma protectiva existe no mesmo gran como no Auiphntis. Ella e todavia aqui uma hcranea morphnlogica independentc do modo do vida myrmedophilo, o nan tevo lugar nonlmma transformnoilo especial da forma do corpo para o lito do protecipto contra os hospedeiros como no Xenocophalus. 30 Da nicsina manoira quo a forma protectiva de Xcnocc- 5 k I'onfir I’Ml.n i. c, p. »eq. 59 Vcja DcuUcli. Unt. Zuclir. 1892, p. 317. cm 2 3 z 5 9 10 11 12 13 Os hospedcs' das foi rnigas, etc. 311 phalus document.! quo olio e apenas tolcrado polos sous hos¬ pedeiros devido a sua inattacabilidadc, c nao por causa do trafico amigavel, legitimamente hospitaleiro, serve tambem em apoio d’esta intorpretaoJlo o exemplar acima descripto do X. Schuppi. radicalmento mutilado nas antennas, nas pernas e nos palpos. Uni genuino hospede os sens hospedeiros normaes nunca o tratam com tamanha crueldade, ncm mesmo depois da sua morte natural. 60 Mas mutilam os inquilinos hostilmente jierseguidos, logo quo possain apoderar-se d’elles, por ex. o Qucdius brevis, e o mesmo procedimento observara cm rela- cao a alguns inquilinos maioros, mats faccis de perceber, po- rem nao muito faceis de apanhar devido a sua celeridade e por isto indifferontemente tolerados -uma vez quo possam jior excep^ao segural-os. X’esta eventualidade parece que e um especial prazer para as formigas, decepar ao delinquente todas as oxtromidades, quasi como se quizessem impossibili- tar-lhe efficazmente, para o futuro, a evaslo, Assim acontoceu com um Silphideo ligeiro, Ancmadns strigosus Kr. cm casa de Lasius brim urns c com uma Lcpismina polypnda Gras- si. igualmente cm rosidoncia de Lasius bmnnrus{] ullio 1 1892, Lainz jierto dc Vienna d’Austria); n’este ultimo o hospede fe- lizmonto preso foi ainda devorado por cima da conta. Comparando-se os hospedes do Eciton do typo tecto- protcctor com os de outros typos, resulta que dies sao do ponto de vist a morphologic© muito menos dependentes dos sous hospedeiros, que os hospedes do typo Mimicry', c mesmo que os do typo indifferente. Tambem pelo caracter do typo tecto-protcctor ■ nao se espera outra cousa: dove ser mais uniforme, porque tern menos razdes biologicas para a mudan<;a. E natural mento independent da forma, da escul- ptura, do revostimento com polios da formiga hospedeira, por- que sempro volta o mesmo tecto-protcctor uniform© de abo- boda chata; sbmente no tamanho do corpo existe uma dependencia, encontrando-se cm companhia da maior especie de Eciton ( E. Forclii, a maior ©specie dc Xenocephalus (X. clgpca'.tts), cm companhia da mcnor especie (E. praedator ) tambem o Xenocephalus mcnor (X. Schnppi e — trilobila. "•> Veja nccrca d'bto as minho ('ontribui^'o* sabre o nvi lo <1 • vich i| >< Xcncrns Alcaldes e I.aaicdiuu * (Tijkbchr. v. Kntom., XXXf, p. 55 ° 7 1 ( 3>5 )• 01 D.'iit.scb. Ktlt. Zdtschr.? 1882, p 350. cm 5 SciELO 9 10 11 12 13 O.s /impedes dan formigas, etc. Alius semellmnte depetulencia e f;icil dc comprehender-se. Um hospede rolativamontc gran do do mais do typo tecto-proto- ctor nao scria sufficicntcmente protegido ontre ns Kciton monorcs, porque as formigas chegam-lhe debaixo do tecto o podcm-lhc alcangar as extretnidades; inversatflente, um hos* pede poqueno denials do mesmo typo into seria bastantc pro¬ tegido, porque uma formiga grande demais poderia abracar todo o fedelho de uma vez com as suas inandibulas e esma- gal-o, D’ahl a dependencia do tamanho do corpo do hospede, para o tamanho nu'dio da respectiva formiga liospodeira,- dependencia (|itc forma uma das leis mais inviolavcis c mais geraes ho mundo dos myrmecophilos de todas as partes do mundo t e quo sb ontre os pan-myrmccophilos, que sem diffe- renra alguma residem ontre muitas espeejes diversas de for- migas, acha pouca on nenhuma applicable. Antes do deixarmos os Staph) Itnidios ccitopiulos do Bra¬ zil, n;V> sera sem interesse um rctrospccta comparalivo 'sobre '(dies do ponto de vista biologico-morphologieo. Fax 7 annos sdmente desde quo forant conhecidos os primeiros d’esteshos- pedc ; de formigas e apezar de existirem ainda nmi poueas obsi-n aebes sobre sen modo de vida, os nossos eonhecimentos acerra d’elles ja forniam um todo cbntinuo, um dos mais in- teressantes capitulos da biologia dos hospedes das formigas. Polices terrenos da zoologia havera, ondc a morplinlogia a a biologia. formem uma engrenagem tan intima, eompletando-se mutuamente, tan to como aqui. A morphologia dos freguezes de Kciton gatiha comprehonsAo e vida sd> polo methodo biolo¬ gical de invesd^aeao, por outro lado a morphologia da multi- plos csclareeimentos sobre; a biologia d’estes animaes, ainda antes que esta possa tornar-se objccto de observable directa. Mais tarde encontraremos ainda uma vez hospedes brazileiros de lo iton ontre os I.athridiidae, os 1 listeridae e os Acarineos. Nao accresceudo porem, devido a estos, factor nenhum novo e esM iici al aos resultados obtidos do estudo dos Stuplivlinidin.s ecitophilie. pmlenios desde ja fazer este retrospccto comparu- tivo. I’ermitt • de deixar-se resumir debaixo dos seguintes I juntos principaos: 1) Uma srincl/iaiifa dc colorido Icgalnuntc cunslituida outre hospede e hospedeiro nao existe em fregiiez de Kciton algum, rnesmo no mais alto grao do typo Mimicry (Mime* ' iton). hxplieu-se pclo facto de nao podcrem on quasi nao po- derem distinguir difl'erenyas de cor os ocellus simples de Hci- ton. pois nas formigas com olhos facetados, compostos e bem aperlei'.oados a semelhaiu.a dc colorido entre hospede e hos- cm 2 3 z 5 9 10 11 12 13 Os hos)tc(li\ s (/ms fonnigcts, etc. pedeiro forma sempre o primeiro e mais importante — as vezes mcsmo o unico -elemento do Mimicry (Lomechusa, Mvrmc- donia) etc. 2) Comparando-seyorwM o csculptura e revestimento com cabollos dos Staphylinidios ecitophilos com os dos sous hospe- dciros, offerecem-se tres typos distinctamente diversos: um typo Mimicry . um typo in differente e um typo tccio-pro- tector . O primeiro imita, cm grao mais ou menos elevado sous hospedeiros cm rolatylo a forma c csculptura, para illudir-lhe o tacto das antennas. O segundo copia na sua csculptura os sens hospedeiros, gcralmente para o mesmo fim, consorvando todavia sua configura<;;\o original. O terceiro, finalmente, ccr- ca-se cm protecrjio contra os sens hospedeiros com um tecto inattacavel, c depende tamhem quanto a csculptura da dos sous hospedeiros. No tamanho do eorpo todos os tres typos sao dependentes dos sens respectivos hospedeiros. 3) Quanto mais o tamanho do eorpo dos hospedes’ do typo ' Mimicry se approxima ao da mais pequena casta dos ohroiros do hospcdciro ou chega ate a excedel-o, tan to mais perfoita torna-se a semelluinca no aspecto .entre hospedc e hos- pedeiro, - naturalmente sdinente ate o ponto onde o habitus exterior pode ser ohjecto do tacto das antennas das forrpigas. Por outro lado diminue, augmentando o tamanho do eorpo do hospedc, a grossura das antennas quo servem para illudir acti- vamente os hospedeiros, na mesma proporctio, o no auge da Mimicry adquirem as antennas do lmspcde inteiramente a forma da antenna de Eeiton. (Compare-se Keitoehara fusicor- nis com Ecitomorpim nrnchnoides, esta com si mult ns, esta com Mimeciton. 4) A semelt/tuga no csculptura entre hospedc e hospe- deiro, nos hospedes do typo Mimicry, corno do typo indifte- rente, parece principalmentc visar um duplo fun: a illusko do tacto das antennas das formigas (veja ad 2) <• a illusao do dis- cernimento da claridade por parte d’estas. Kntre estes dous fms entretanto sera, attento a myopia dos Eeiton, por via de regra o primeiro de mais importancia. Estes dous factores ex- plieam porque os freguezes do typo Mimicry e as mais vezes tamhem os do typo indifferente. sao doslituidos de hrilho entre Keiton sem hrilho 1 Eoreli, (|uadriglume) hrilhantes porem entre Eeiton com hrilho (praedator). A ausencia excepcional de hri- 1 I’ormcnorrs xoliie ixto <> lei tor nehar.t 110s inns Kstudos roinpnrativos so- lirc hospcilrx ilc formica* 1 ; de termites, I laaj;. tHyo (Tijil-t li. v. ISnUnn. X X X 111 ). |nits. 2. cm SciELO 9 10 11 12 13 310 Ox hoxpcdrs dux formujax, clc. beltamcnte, muito a modo de formica: brunneo-vermelha, lu- zente, lisa como um espelho, com cabe^a nitidamente sepa- rada, escudo do pescogo globlforme ou cordiformc, clytras curias, estreitas e um abdomen que gradatim chega a ter o dobro da largura. Sou tamanho, ,3 m L, e o dos obreiros moiAes de Solenopsis geminata, sua configuraeAo b decidida- mente parocida com a dos bospudeiros, tnaxime polo sou co- lorido luzente brunneo-vcrmelho, grapas ao qual b somclhante a ponto do confutidir-se aos individuos nrnis claros da for- miga hospedeira. Os obreiros d’estq possueni olhos faectta- dos bom desenvolvidos, do 60 a 100 fayettas; d'ahi entrq outra voz em vigor a scmclhanoa do colorido entro hospede o bos-, podeiro que falta por via de regra entro os fregticz.es de Eciton. Entro os Stapbylinidios myrmecophilos e oaractoristica para o genoro Solenopsis o genoro Myrmccochara (Eutho¬ rax), cujas ospecios conformo o actual estado de cwnheci- lncntos, rosidem exclusivamonte em sociodade do ospccies d’aquolle genoro do formigas. No sou aspecto as Mvrmoco- chara silo serilelhantcs. as Dinarda europeas, dovido a sua forma do corpo larga, cliata, agurada para traz, different po- rbm d’ostas polos cantos scnipre arredondados postcrioros do escudo do pescoeo, pola csculptura lisa e <> colorido mats claro. O tamanho d'eslos graciosos hospedos b mui diminuto c fica aqubm do da casta menor do obreiro do hospodeiro on attingo-o, (|uando muito. O primeiro caso so da com as ispccies de Ah/rmccocharu vivendo com Solenopsis geminata o ultimo com as asscoiadas as Solenopsis dobilis. A pri- moira formiga lmspeda 11a America do Norte Myrmccochara pietipeunis Kr., a ultima no mosmo paiz Myrmccochara cri- iiila ('as. o dchi/is Wasm. 61 l)o Chile conhorem-so duas ospecios, INI. ruficornis Sol. c -scuteUata Sol. Sous hospe- doiros n;V> foram especi/icados do mais perto, mas a julgar polo tamanho do sou corpo, 2 vivem com maxima pr<>- babilidado em companhia do Solenopsis geminata, o nao de al- guma Solenopsis menor. () Brazil tambem possue duas <;s- pecios dc— Mi/rojecochara longicoruis Wasm. ' o (iodd it Wasm. nov. sp. Ambas foram achadas no Estado do Ri<> do Janeiro, a primoira perto do Nicteroy pelo R ; P. Badariotti, a sogunda polo Sr. Andreas Cioeldi em Thercsopolis (< 'olo- nia Alpina). Ambas tom como hospedeiro Solenopsis genii- ' I Jxritisellc - Wr/ctchmH*, p. (>N 200, Drutsdi. Ilntom. /.tschi. 1893, p. 102. 5 SciELO 9 10 11 12 13 cm 317 Os hospcctfs dc formirjas.iclc. nata F., tern apcnas 2 dc comprimento, san pnr conse- guiilte uni tanto menores quo ns mais pequcnns iudividuos dost a formiga, .0 de colorklo mais daro quo aquclla. At. lou- gicoruis e do cor amarcllo-brunnea com clytras brunnaceas, cabeca cnncgrccida e quarto e quinto anncl abdominal prc- tos c antennas muito csbcltas. M. Gorkiii d amarello-vormc- 11 m , caboi;a, clytras o quinto segmcnto abdominal ennegrc- cidos, as antennas mais cngrossadas, sendo os articulos pcnultimos mais do dobro mais largos que cotnpridos. 66 Sendo Solenopsis geminata uma das especios de formigas ■dominantos no Brazil, possuindo ao tticsmo tempo colonias jiovoadas e alimentando-se de residues animaes, como provam as remessas dc I’. Schupp e dp Sr. Andreas (ioeldi, c as ob- servacOes (pie me foram communicadas pelo primeiro, e de osporar (pie por ultcriorex investigates o numero dos sens hospodes legitimos seja ainda sensivelmente augmentado. As seguintes indicates nito son'to superfluas n’este sentido: Jintre os Aleocharini que o Sr. Andreas (ioeldi acliou perto de Tlierosopolis cm ninhos de Solenopsis gemin ita e que die gentilmente me onviou, nao existent monos de qua fro no¬ vas Myrmodonias, entre ellas duas espccies com escudo do pescopo rasainente arqueado, e duas com o mesmo espherica- mente arqueado, especies cstas (ultimas) cjue talvez mais tarde serao reconbecidas cojno genero novo, lima das duas primei- ras c proxima parente de uma outra Myrmedonia, icicoruis Fvl. in lit. A cor do animalcule, que tent 3 "’/ m de comprimento, e vennellio-amarello, a cabeca e uma lita deante da ponta abdomimd silo pretas. As clytras, consi- deravelmente mais largas que o escudo do pescopo, s;1o brun- nee.s com espaduas amarellas, as antennas brunneas, com ponta branca que abarca os Ires articulos terminaes, as pernas ama¬ rellas. () gracioso animaculo porem nilo d uma Ocalea, mas uma genuina A/i/rwt tfonia, por causa das suas pernas dean- teiras que aprfsentarn apcnas quatro articulos. (.'om isto con- corda tambem o sen habitus,- deve portanto, caso os specimens As «li.ign.. Intinas dYM.i c das scguintis novas c.qiccics serao 111- Idicadas mais lard'' 11’uiii prriodico intonioloyico. ') —(wot. no j»utu paiia*!) m) SciELO 10 11 12 13 318 Os hospedes dc [ormigas, clc. cm mfio clc Fauvol sejam realmente do mesmo animal, cha- mar-se Atyrnicdnnia apicicornis. Com csta cspccio muitosc parcco aprimciradasquatro Myr- mcdonias achadas por A. Goeldi cm companhia clc S. gotni- nata. Chamo-a At. geminate!, Icmbrando assim ao mesmo tempo a sua formiga hnspedeira e o sen dimorphismo. A fe- mea pois d’esta cspccio differe do macho polo escudo do pescoc;o mais arqueado c muito hrilhantc, ao passo quo no macho d’esta, corno cm M. apicicornis, mostra-se inteira- mento sem brilho por lima mui densa ponetuacplo, e umtanto, acliatado. ' J ? A femea do M. apicicornis possuc provavelmcnte como a do M. geminata, um escudo dc pescotjo luzente. Ge¬ nii n a ta e do edr muito mais escura c]uo apicicornis, preto- brunnea coni escudo do poscoeo avermelhado, espaduas ama- rclladas c amarellos tanibcm os clous primeiros segmentos abdominaes. As antennas sim preto-brunneas com base mais ' clara c com ponta branca, formada polos tres articulos termi- nacs; tambem csta c monos csbeltamcntc construida quo — apicicornis, possuc elytras mais largas e um abdomen mais largo. Sou tamanho c clc 3 m / m . Caractcrisa-sc mediante ponta branco-aniarc/Ia das an¬ tennas, segundo e tercciro segmento abdominal amarellos, pernas branco-amarellas com joclhos preto-brunneos das por- nas trazeiras, c ebr do cor[io preta dc brilho bronzeado,- a segunda das Myrmodonias descobcrtas por A. Goeldi cm com- panhia dc So/cnopsis gnninata, a qual dcstgno com o nome do At. albonigra. E’ do construceao mais cstroita e mais es- belta quo as precedentes, possuc um escudo do pcscoco mo- nor, do pontuaefio apenas visivel, o antennas muito mais csbeltas, nas quaes o quarto articulo ate o oitavo silo pela motadc mais compridos que largos, ao passo cpte os ditos ar¬ ticulos cm gnninata o -apicicornis sao bastante mais cur- tos. Sou tamanho apenas importa cm 3 fica portanto atraz alguma cousa cm mmpnraoao com as duas ospecies precedentes, que tom 3 folgados. Alyrmcdonia apicipcnnis soja nottieada a terocara das no¬ vas Myrmodonias, que foi athada 11a mesma companhia por A. Goeldi, 1 C’ do configurafAo totalmonto diversa da das ou- tras Icmbrando ,M. ctnnnra lCr., muito mais arqueada, com thorax campaniforme, fortointmtc arredondado, ostreito na '7 Outrosim o prnultlmo scpmcnln nlulominal superior k, como cm nuiilns otilras Mynncdonia-., IcvcmerUe rccortiulo no niaelio, lnruamento voltcailo porciu mi femea. cm 2 3 z 5 9 10 11 12 13 Os Impedes dc formujas, clc. 319 frente, so da metade da largura das elytras. Sua cor e preta, base das antennas, tarsos c pes silo amarellos, a base das elytras com larga orla esbratiquieado-amarella. E' densaniente, c especialmentc no thorax grossamente ponctuada, por isto tanibcm so de brilho _ mais apagado. Em tamanho fica dc longe atraz das especics preccdentcs; clla tem apenas bem 2 m / m dc comprimento. Ainda bastantc menor, a saber dc 1, 3 m / m dc compri¬ mento, e a quarta cspecie, quo no habitus se parcce com a precedente, porem possue tambem urn escudo de pescOQo ar- redondado, ostreito atraz, quasi espherico. E de edr amarello- brunnea clara, com eabeya brunnacea, sendo da mesma cor outrosim as elytras c ponta abdominal. As antennas muito esbeltas, quo se estendem alem da metade do comprimento do corpo, silo brunneas com base amarella c ponta amarel- lada, as pernas branco-amarellas com tarsos ennegrecidos. Chamo este exiguo animalcule Myrmcdonia liana, colloco-o porem so provisoriamentc no genero Myrmcdonia; no men’ unico exemplar nilo me c possivel uni exaim; accurado das partes buccaes. Quo devemos pensar d’estas Myrmedonias?— Tambem dos representantes europeos do genero tiem todas as espe- cies silo legalmente myrmecophilas. Ainda mais voluveis no sen modo de vida silo sous parentes cxoticos, de diyersidado quasi igual conic na feiyilo do corpo. Por esta razao nilo 6 licito tuxar sem mais ceremonia de hospede legal de formiga qualquer Myrmcdonia brazileira ou parente de Myrmcdonia, quo uma vez se tenha achado com formigas. Para quatro ou¬ tre as eineo form.is aqui niencionadas entrotanto e assaz pro- vavel quo tenhamos quo fazer com myrmecophilos regulares, por causa da sua particular tendencia para uma colorapdo branca do ter<;o terminal das antennas ou da ponta das ely¬ tras e das pernas. Em todo o case dove altamcntc surprehendor, quo tres das espedes de Afijnncdonia achadas cm companhia de So- lenopsis geminata, -apicicornis, gewinata c albonigra, das quaes a ultima nos mais caracteres nein e muito parente das duns outras, — concordem de modo tilo notavel exactamcnte quanto a ponta branca das antennas, signal este que nilo e en- coutrado cm nenhuma outra Myrmcdonia nao-mynueco] lii- la. ,,s A mini faz-me a inipressilo, como sc ellas quizessem ,,N Myrmcdonin ( > TMiyusi * ) pidicornis Slip., do Tapnji’m, (Tr. lint. Soc. I.ondon, 1876, p. i>(>.) k muito provnvclmcmc tambem myrmecopliila ou t'.rmi- topldln. SciELO 10 11 12 13 ,‘520 0 ,s hoxppclcs lie forinigas, etc. escondcl-a molhor dcbaixo da cor branca contra a vista das formigas, protcgeudo d'cst’arte o dclicado org&o. Quo colo- raoito branca podo scr aprovcitada com successo para ostc fim, vomos om Mijrmecephatta outre os Phatieropterides (Or- thoptora', om Mgnnoplasta, elitro os l.ygaeides (lleleroplc- ra), om Miirviccanioca, outre os derides (Colooptora), todos insectos quo mostram pintadas do branco oil do branco-ama- rello aqtiollas partes, quo poderiam projudicar para a vista a semelhanga formicoide da physionomia. O quo serve aqui para complotar a Mimicry, podo sorvir aquellas Myrmodonias para mellior escondor antennas o pernas, partes quo sobretudo pe- riclitam no convivio com as formigas. No resto, a base abdo¬ minal amarclla, as ospaduas amarollas, mais a fita branca na ponta das elytras, sorvirao tambom para utn fim do Mimi¬ cry, no sentido quo as nutras jiartos mais escuras do corpo do Myrmcdonia adquirom assirn para o olho das formigas semollianca formicoide mais pronunciada. Um animal da exiguidadc da Afyniicdonia mm a nao precisa do taos artificios para a sua pr< ilec<,'?io por.causa das diminulas dimensbes, mas justamonte csta mesma circums- tancia o cxpOo por outro lado a suspei<,’fto, do sor um hos- pedo legal de Solenopsis geminata, pois outre as Myrmodonias nAo-niyrmecophilas nao cotihe^o alguma quo soja approxi- rnativamento tao oxigua. Cetcrum conseo: ultorioros pesqui- zas do Sr. Andreas Goeldi o do outros dos metis zolosos corrospondentes cedo trarao lu/ sobro a queslao, so, o ate quo ponto ostas bypotliosos corrospondoin a verdade liisto- rica. Paronte do gotten > Euthorax d lima outra poquena Aleo- cbariiia, <|ue foi descobcrta na Rep. Argentina, (ChacabUco, Proy. do Buenos Ayres) por Arribal/aga nos ninlios sub¬ terraneans do So/ciiof'sis /' P. Scliupp perto do S. Leupoldo (Rio Grande do Sul) diversos exemplares do .I/a- cclhts scriceus Wasm; quo em tamanho e colorido tao frL- santemente so paroco com sou hospedciro, quo provavolmento sera roconhecido como froguez legal d'aquella formiga. Oatii- malculo e de edr cinzento-brunnea, com dclicado brllho sc- doso cor de ouro no escudo do poscoyo o nas elytras, (|ue aind.i augmenta a sua semelhanga no colorido com aquella formiga. Sua feio;V> formicoido olio participa com outros mem- 1 bros do genoro, quo nan sao regularmente myrniecophilos. N'uin Apocollus, da tnesma forma como n’ittn Astilbus ou n’uma Palagria, sao preeisas razOes espcciaes, para consido* ral-o como hospede normal de formiga, sendo estes generos em geral apezar da sua physionomia mvrmecoide into necos- sariainento ligados a sociedade d;is fortnigas, e sendo tam- betn nilo poucas ve/.es achados em distancia d’aquellas. Cousa semelhantc provavelmentc se da tambem com urna scrip do Paodorini dos generos Stuiins, Scopaens, 1 it hi - aster, Medan, Thinochtiris e Lathrobium , que me foram en- viados com as fbrmigas liospedeiras respectivas polos meus correspondentes no Brazil. Pela dita razao por ora aittda nao os considero myrniecophilos. Tambem sens pa rentes ouropeos sao fret|uontemente encontrados em locaiidades simultanea- mente habitadas por formigas, sent quo fosse viavel acrcdi- tar-se <'in symbiose legal entre ambos. Outro porem parece ser o caso com tint gencro de Pae¬ derini caraeterisado como myrmecopliilo pelo sen aspccto in- teiro e quo, de par com os generos norte-amoricanos Platp- wedon e Megas/iliett.s 6 muito provavelmentc urn effect!vo hospede de formiga. Xo sou feitio parece-se por uni lado com tint Staphylinideo do gencro Medon, por outro com uni '•> Krilischcs Vctv.eidmiM, p. 86, 2 12. SciELO 10 11 12 13 322 Os Impedes das formirjas, etc. Pselaphideo do genero Batrisus, clutma-se Monista hjpiai Sharp. Tern, como Edaphus a primeira vista uni que do Psclaphideo, que so desapparece tic todo olhando-so de niais perto para ns seus pcs do cinco articulos (com fraco au- gmento parecem ser qitatro) c para o numero tins annois abdomiiKies. () que produz cm Monista Ujpica um exterior .semcliiante a Batrisus, apezar da forma estirada do corpo e da caberja c antennas a Icicao de Mcdon, e alem do escudo de pesco^o cspherico, das elytras mui largas e fortementc abnbadadas, e do abdomen largo e curto, — o vermelho co- rallino do corpo, sendo um pouco mais claro nas antennas do que na cabeya e no escudo do pescoqo. Nos pcs o pri- mciro articulo e de longe o mais cotnprido, sendo por si so tao comprido como os articulos restantes juntos; articulo ter- ceiro e quarto sao muito curtos, quasi tnettidos um no ou- tro. A cabe^a 6 um tanto maior quo o escudo do pcscoco, ambos sao munidos do ponctuagOes grosseiramontc dissemi- nadas, as elytras porem e o abdomen possucm pontos apenas \ isiveis. () comprimento de Monista typica importa cm ,j 1,1 sua maxima largura em o, 8 A bella especie foi original- meute dftscripta como proveniente da Amazonia, c rcccntc- mento rc-descoberta pelo Sr. Andreas Goeldi na Colonia Alpina, perto de Theresopolis (Rio de Janeiro), associatla com formigas debaixo tic pedaros tic pao no mate. E’ de lasti- mar que as formigas pertencem a dous gencros totalmcnto diversos, Iridomi)rnn'x Ituconiclas Em., c So/r/wpsix basalis for, •" (Jual d’estas duas <'species e a formiga hospedeira do 7 ° Anihas as formigas foram delerimnatlas por Ford. ICstc myrmcculogn re- tncltc-nre para pul>lkat;au a st'j'iiinte diagnose provisoria da nova Solenopni.n: < So- /ciw/is/s iil.ui/ is Ford n. *p. ■Comprimento I, ■- — -l, q ,n Mandihulan lisas, ponctuadai, iF quntro dente*. Clypcus na frentc so com dons dentinhos triangu¬ lares, ntnito nparlador. <» enpayo cnlre as quilhas do tlypoun forma quad um tri- nugttlo equitcral. Olllon no quarto anterior da calrcya, tontposlos de H a q lamet¬ tas, Calrcya longn, rectangular tic esquinas arredoiidadas, niais comprido que largo. Ha, to ( St halt ■ ) passando alem do quarto tic iabct,'a posterior. Ultimo articulo flagellar 2 I J mais comprido qut’ o pi nultlmo, Kstrdlaimnto do thorax de m il iutnisidade. Metanotum fraco, r ignalmcnte arquiwdo, No do pcdunculo I Stid- dicnknotcn • | como cm fugax l.tr. porem baslante maix entrepot o primeiro no nao e mais largo que comprido, o xrgitndo por mill pouco, l> ■ todo liso, c lortc- mcnlc lirtllro.no, com puntos muito dUscminndo* que tem cubdlol. Rcvc,tim^nlo com c.diell,i, arripiado, umarclln, pirco, scntlo um potito main proftlso in, liaitcn o Has tilrias; c 11m tanto main obllquo. Kcvestimcnto com cahellon deitado quasi totalnicutc an,cute. Vcrmdho.amardla, alidonicn Irruntito, cxccpla a metadc an¬ terior do primeiro srgnrcnto (juc c de amardlo tmjo. I olonia •Alpina, perto do Theresopolis, Kstado do Kin de Janeiro, collcccio- 1 ratio polo Sr. Andreas Goeldi. Ur. . Foul. cm i 5 SciELO 9 10 11 12 13 Os hospcdes das fovmic/as, clc. interessante frcguez, su podera ser decidido mediante ulterio- rcs observances. Uni animal realmente exquisito foi achado por Lothar lletscliko perto de Blumenau (S. Catharina) cm companhia do Typhlotnyrmex Rogcnhoferi Mayr, a saber A frsotrochus paradoxus Wasm. 7 ' A metade oral do corpo parece per- tcncer a uma Dinarda, a aboral a urn Holotroclms, por con- soguinte dims sub-familias inteiramcnto diversas de Staphyli- nidoos. O coleoptoro tcm 2 do comprimento, c largo c chato na frente, cylindrico atraz. A cabepa, cm semicirculo, e provida do aguda quilha acinia dos olhos, o escudo do pcs- C090 muito largo, com imprcssao mediana e lateral, e igual- mcntc provido do quilha dos lados como as elytras largas, rasamente acanelladas. Forma do antennas 0 pes collocam oste animal na visinhan<;a do Holotrochus. Som isto on seria inclinado a tomal-o como parento de A/i/nurgasirr singu¬ lar is Shp., doscoberto por Bates cm Ega no Amazonas, o des- cripto por Sharp nos sous - Staphylinidao of the Amazon valley . 72 Infolizmonto nada sc sabe dos pormenores das circumstancias do achado d’oste ultimo ser, dosignado com razao por Sharp como Myrmogaster devido asuaconfignra^tlo. Quo dove ser myrmecophilo ou termitophilo, vo-se logo a pri- moira vista. E' largo o chato o corpo anterior, como sc fosse feito para agachar-se no chao perante as formigas. A margom anterior do escudo do pesco<;o abarca a cabo<;a, as esquinas posterioros, do salieheias agudas, protogem a base das ely¬ tras, como cm Dinarda. () abdomen cylindrico b fortemente retorcido 11a frente, lembrando 11'este ponto diversos dos hos- podos do Eciton acinia mencionados. E' do esporar quo into love mais muito tempo ate conhecormos pormenores sobro a residencia o os hospodeiros d’oste interessante Staphylinideo, collocado por Sharp ontro os Aleocharincs, na visinhanya de Dinarda. Os Thorarophorus, (Calocerus Eol.) Pirstus o I.ispiuus brazileiros, o outros afilhados que vivom debaixo do casca do pao silo la froquontemonto oncontrados cm sociedade com formigas; especial monte do Dr. E. A. Gooldi 0. do sou primo Andreas Gooldi rocobi muitas ('.species aqui portoncenlos, jun- taniontc com as rospectivas formigas. Myrmecophilos logaes ontro ('lies porbm ainda nao so conhecc nonhum do Brazil. Antes do concluirmos o ostudo dos Staphylinideos myr- 71 Dculsdi. Kntom. ZtiM.-hr; 1800, p. 317, 7 J Train, lint, Soc. London, 1876, p, 50. cm 2 3 z 5 9 10 11 12 13 O.s hospcdcs das formigas, etc. 324 mocophilos do Brazil, devemos upon tar para uma fontc do aehados ate agora bastanto monosprezada, porem provavol- monte assaz eopiosa, a saber os ninhos das formigas ■ carre- gadeiras saubas •••, (Atta). Attnnto a grande quantidadc do material do follias, quo estas formigas amontoam cm sous edilicios e claboram e bcneliciam para hortas de cogumollos, confonne as excollentcs observances de Moeller, e de es- pernr, quo dovem tor tornado domicilio at|ui tattibem Aleo- charinos especiaes mycetophagos. Belt (i c. p. 8q) pelo mo¬ nos j;i inenciona uma species of Staphylinos , quo ellc achott cm ninhos de Atta, cm Nicaragua. I 5 . Badariotti onviou-me diversos Staphylinideos, apanhados perto do Lorcna (S. Baulo), nas ontradas do ninhos de Atta sexdons 1 .. entre os quaes duas cspccies de Alcochara o uma Athcta cram representa- das cm maior munoro. Antes porem de eu p(> Typo « teeto-proteetor » . 302 Retrospect** compai.'itivo sobc o> hosp'-dcs tie Keilnu. 312 313, III b) Ottlros Staphylinidcs myrmeeophilos do llrazil.. 315 -323 7.1 Vcja o sen livro: ■■ Die Pilzgiirlcn einiger slldamoriUanisthcr Ameiscn* Jena, 1893. cm SciELO 10 11 12 13 Rildiographia :{25 BIBLIOGR A PI 11A A. MiSllcr— Brnsilische I'ihbluinen. /rna, 1895, Eis 11m titulo que pnrcce bastante parudoxn; Klorcs do Cogttlnelos ilo Bra¬ zil ■ Mas, liastn olhar-se para as bnnitas cslampas da obra (sobretudn a cstampu I) ]iara cnmpreliender o qua o aulor qucr dizer. Sito, com ciieito, prmluetus admi- ravris estcs Iruclos das Phalloideas (pois t d’esto grupo inais dcsenvolvido de cogumd'los que o aittor trata principulmcnte) c o nome de Pilzblumcn» pule Hies convir tanto mais, que into so (rata d'mna simple » rompara^ur) puelica, mas d’mna wrdndeira analogia lias funcvbes biologicas. As I’liidloiTus sfto 11111 tanto va¬ rus em toda a parte c certamente 6 uma nova e lirilbaiitc prova da riqmza vegetal do Brazil, si o nutor admit tie/ (.species difl’erentes (oito das quaes novas para a sdencia) nas inmiediuyOes da colonia allinia de Blumeiian, Estado de Santa Catlia- rina. Mas o interesse d'esta niemoria into reside sonn-nte 11a cmtmcra^So c 11a dc-s.ripepto das cspecics raras on novas; o nierilo principal do nutor cunsiste em quo elle esludou corn basiante cuidado o sen desenvolvimeilto. Estns pesquizas win complctar d’lima mandril muito foliz ns bellos cstudos do l’rof. Ed. Ki-clier de Berne sobre a morphologia e o desenvolviinento das 1 ’lialloidrns e cuiidtizem a resultados interessantes quanto as allinidadi s do grupo cm ipicsltii. Assllu, para into citar. sento o ponto mais impoi'tatltc, A. Miillcrdes- cobrio e cstndmi a limtlo tint a fonha exactaniente intermedium nitre os Clalbrcas ( ubdivi-.to das l’liallnidcas) e os coguniclox mais inforiorcs, ns Ilymenngastros .rntre ns (last'mmycetrs. D'esta snrle licou cnnlirmada d’mna niancira evidente a lilinytQ que ate aqui era apenas supposla. O que d.i egiiabnentc um interesse especial ao traballin do A. Miillcr, e o facto do scr die o primeiro mycolngo (pie cstudou as I’lialloidcas tropicacs 110 pai/ liiesmo. Os mycolngns quo n precederam foram todos obrig.idos a fazer sous cstudos em cspecimens con-irvados no alcool, que pur esta razto, nao conscrva- 1:1111 senan impel I'eilameute a forma '0 as cores iiaturacs. I ’or issn dmcnios sir agradeeidos ao nutor pelas pbotogrnphias da - difl'crcn- tes espedes que cnlleecinnou c peln grande nmiiern de phototypias que elle jllll- toti it sua nbra e permittem lazor-sc uma idea junta das formas ctiriosas de tpio sc revestem e-tes cogmilelos e que desafiani Indus os csfonpis d'mna desaipyao par pitlavrns. Coni efleilo 6 sniueiite pnr mein de liguras exactas de (specimens vivos que torna-sc possivel tuna idcntilu'ayfei segura. Nan e iinpossivel adiar-se tin regiiio aimizonica alguns d’estes cogumilOs in- teressantes. DutnntC a estn^So clmVnsa d'esle anno eu j i live oirasito de ver aqui no I’ara dtfl'crenlcs vezes a Dictyophuru phalhi\ifn, o typo mais dcscimdvido c mais elegante da familia. Elle parccc iiiesmn scr basiante commum nas visinlian- ya( dii capital, omlc a gente o conliccc soli o nnme de ' Ercira». lilt. JAC\1UES 11UBKR. /V. A. MCillcr- 1 'rotobasidiomyfrten. Untersufhungtn nm Brasilieu. Mit 0 Tuff/it. lata, 1895 Como o trnbaliio precedelite, esta olira forma 11111 fuscicllln da excellente col- lei'van: • Bnlatitsclie Mitteilungen aus den Tropin », publicada pnr A. E. \V. Sdiinipcr, professor 11:1 Universidtulc de Bonn. Aqui, como no I'itzblumen » 0 SciELO 10 11 12 13 Ilibliogmph ia 326 autor faz nito somentc uma addifilo prcciosa a flora mycologica do Brazil, mas ao mcsmo tempo uma contrtbuii,ao niullo import.mte a .systematica ilos coguindos cm gcrnL A. Mfilicr nilo nos deixa cm duvida quo ellc 6 urn admitador ardente do scu, professor BriMeld, o eelelire refortnador da myctilogia. To do o trabalho se < oncentra no redor das thcorias Brcfeldianas, c, deve-sc confessar, 6 verdnde, tpic o autor nttingc do uma maneira brilliants o sen fim que 6 applicar e conlirmar cstas thcorias. E’ ccrtamcnto um facto inuito raro nas sciential naturae-, que os prognostic-ox de dcscobertas fitluras sejam tao prccisas o aflnal conlirmados dc uma maneira tao brilliant'.-, como silo ax predicyOes de Brefehl sabre o grupo dos I'rotobaxidiomycctcs. Pelt) trabalho de A. Moiler cste grupo dc cogumdos, que pcla sua orgunisayao t intermediary cnlre os llcmibaxidios e ox Basidiomycetes snperiorcs, flam cmisidernvolmente nugmentado. Perto de 30 cspecie.x novas fo- ranl dcscobertas e c-nebulas no sen dc.xcnvnlvinicnto c o mimero das familial que COJnpo-in o grupo dos Protobasidimnycctes clevou-se de 4 a 6. I Via dexcobcrla dc algmnas formas inferiorcs a filiayilo com ox Hemibasidios (Ustilagincas) ficou ctmfirmada c todo 0 systema dux Protobasidiomycele.s deixa agora ver uma di.xpoaiyflo parallels a dos Basidiomycetes. Asxini o autor ncliou coguniclos tpic pcla sua forma exterior representam cxactatncnlc ox typos de Hulnuin c de Mcrulius, mas que se dixtingueni d'estex gcie-ros pela separayuo dos basiclins, cnracter cssencial dos Protobasidiomycctes. Tudo leva 0 autor a ad- mittir que extas formas correspoiulentcs nan silo ilcvidax a uma liliayilo directa, mas que ao contrary os Autobasidiomycctcs c ox I’rotobasidiomycetcs procedem de uma e.xlirpe commutn correspondente aos Ilemibasidioa c nilo se dexenvolvc- ram cm series parnlldns xenilo sob a influcncia de condicfflex biologicas aualogas. O tpic torna sobretudo agradavel a leitura d’estc livro, d o modo daro c preciso com tpte o autor expoem suas thcorias. Completnni a parte descriptiva do trabalho, seix eslampas, Ires dax quaes conttm bonitas pliototypiax dc (-specimens vivos, cmquanto tres outras s.lo de.liua- das as analyses niicroscopicas. H.) I'll. Jom' I’rrissimo, A prsca tut Amizonia. (Monographias brasilciras III). Livrariu Classic.! dc AlVcs S: C.‘, Kio de Janeiro e Silo Paulo 1895, • Oucai 10 e aprecia ax Sccnss da villa amazonica •, livro de Incstiniave! va¬ lor, leitura tao attrahente quilo util e que indubitavelmentc luereccria ser conlte- oida nos paiz-'s dc alem-mnr (■— talvez a traduces" olT'-rece maiorex didiculdades do que no ( ,no da prcciosa Innocencia • do Viicond- E. dc Taunay -1 nito pode deixar de convene er-se, que o nctivisslmo autor poixiie cm assitmptox aniazonicos atptella especial cOmpctcncin e familiaridade que traliem logo o lillio da terra. Ounmlo Hie se prop'"' de descrevcr a nature/. 1. o homcm, snlie-lbe da pemia uma prosa, que lent o cncanto, o aroma e frescura de poesia, setn lodavia peccar jamais contra .1 mais sineera lidrlid.idc. S.lo quadrox cqitatoriaei, cuja eoncepyilo t lilspi- ri'da | "■la magextuoia graudioxidudc do meio e cuja cv'CU'.io, aqui e acol.i rea- lisada cm traces lapidares, xempre procura ficar ptoporcum.il ai dinicnxb-s do assumpto. Ouvir do autor, o que die viu j.i como metlino, e depois com > joven e Iromem madiiro no .sen torr.lo natal, e assixtir com tal gaia ill sccnnS, a tantm ti- lulox original'-., que oflcrecc a vida diaria da pnpulay.lo amazotu’iixe, constitue um verdudeiro prazer, tanto maix qn ■ o autor nilo »b maneja magistralmenl-' .1 p -nna, como um no mexmo tempo d • uma pcrfciln inipnrdabdadc digaa dc cncomlo. ] iiblingmphia 3 27 Respignr o valioso Hvrinho, nao 6 po3sivel; quer ser lido totalmentc c ga- ranlimos que amplamente vale o tempo nhi empregado, E al6m d'isto baratissimo; que cada um n comprc e que njude a acabar com esta execranda mod i, de querer sempre reccber de graya livros bom, no mesmn tempo que sc vai botando o di- libeiro fora com a acquis'iySo de tanta cousa mediocre c ruim, que enebe as livra- rias c pretende A qualilicayao de * bclletrlstica», quando manifestnm ntc solTrc de cretinismo agudo. A honrada rasa editora Alves & C.”, tin Rio de Janeiro, tem relayfies sobre o Brazil inleiro e pode-sc affoutamente dizer, que so nao acha as publicnyue.s dc IA enviadas quern nao quer. Voltamlo ;i terceira - Monographia bra/.ileira» diremos que se compile dos segnintes capitulos: I. Tebtbyologia ama/.onica; o pescador e o mcio. 11. As pes- carias na Amazonia. 111. A pesca do pirarucu. IV. A pesea do peixe-boi, V. A pesca da tnrtnruga, VI. I’escarias maritimas e sulmiarilimas; a pesca da tainha o da gurijuba. VII. A pequena pesca. VIII. Proccssos e instrumentos geraes de pesca; IX. Relancc liistorlco sobre a pesca na Amazonia. X. Estatistica e legis- layAo da pesca. XI. conclusio (Nota e indice). Se na nota (png. illy — iyo) o autor parecc querer desculpar-se, de nao ser mais versado cm zoologia systematica, nao hesitamos, peto lcigo podc nuxiliar cflicazmente a obra seienti- fica do momento que reconbece daramente o campo aberto e accesslvcl a concur- rencia de todos, E ver, observar e rever! Apurar gosto e habilidade para exacta observayao c saber descrcver sem ro- urco c a llecha no Brazil central. Kstudo ethnogrnphico. I.ipsia) (Nito tem data.) blicado, na Allemanlia, uni Hvro com o titnlo ncima. grande foi o nosso intercssc cm obter e Icl-o. Rcsnmida sera a nossa indicia sobre cate traiialho, que tem 5 4 piginas, j estainpas e uni mappa explientivn. - Oucm rellecte qnantos arcos c llecha* do Brazil sao espallmdas sobre o mundo inteirn, cm Museus e cm coileceb is parti- cuiares, as mais vc/es mi sein indicar,’?to alumna de proveniencia, on com indicayao |i | i iiienos vaga e problematica, e per veutura (a tentou, cotnparamlo, leinlo, in- dagando, estmlando eliminar um poll to de interroga<;ao relativa a lacs objectos fre- qiientcmente por um mcro accuso nccumulados cm tal ou cm tal lugur, folgara. coiii a noticin, que finalmcntc surgiu um cstudo monographico, soiiro este assum- pto. () alitor cliegou a dcscobrir lei* c regras rpie presidiram c ainda president na mamifaetma de arco c llcdia outre ns Indies do Brazil? -Conscguiu uma classili- ciu.ao apta'dc faciliUtr uma orienlaoao, merino para uma pesson nan espceialmonte versada cm cpicstdes de Ktlinograpliia? Arco c fleclia earuetcrisam, nicdiaute sua conligmai.uo c matiufactiirn, csta ou aqudla tribu c adianlam ulgunia cousu lio proliloma da lii-toria c pro-liistoria do* indigenu* Mil-amcricanos ? Kstas o seine- iliaiUos pergmitas fara mur naluriilmenlc o leitnr an abrir n livro de que trata- miK. I’odemos responder do modo allirmativo, quanto no geral. tiaalia-s" pda Icitura a cnnvicfan, que o autor, sc nan alcniujou esciarocer cabalmciilc a bent complicada materia, acha-xe evidcntenicntc na* pislas da verdadc clhnologica c liisL irica. Signilicu victoria. Semlt) o trabaillo npenas |ii eliminar, tiiliio o autor, que confornie indicias do Sul nctunlmcnte emprehendc uma expedi^'m sci utilica an Maltn-firosso e c.tados ctrcumvisinlioK, nlcsmo declara, e de esperar, (pie a pro- metlida obra futura, libertada ja de certas tluvida* c uma- tantas conjivluras obs- curas, venlia a ser um . slandardlvorlc *, utilisdmn guia na mito d • tod is. b.'lll- vindo Unto ao profissional como ao simples amador. K supposto mesmo que por ipialqu'T aversidade tal obra mais detalliada nail vies-. 1 a ser publicad.i, mail por i*to deixa c.tc primeiro ensaio de niereccr plcmamcnte attcinpio e rccoaliccimeiilo de quantos sc Interessain siiiccranientc tins cousas do Brazil. IX. /’. FJfrenreitdi, Die Finteilnng it ltd Verbri'itnng iloi / iHterstiimme Br*i- \ Hie ns n ie/i item g, gemeii r t ii/en Sltinite unserer Krntnhsr. ( IVlermanii’s (icogrnpli. Mittcilungcn l8')l, I Tell IV S; V, Ootlia). Dr. 1’. Khrcnreicb, Di- vi-ao e distribuieao das tribtii do Brazil confornie o actual estado do- nosso* conlieciinentos. (Jotbn, Aliemaiilia, i8yi ). O autor, quo por duos vczei csteve no Bra/ll, primoiramentc vi.ijmdo no K-tado do Kspiriln-Santo onde isludou detidamentc os Botocudos e depoi- acorn- panlnm a sogimda cxpedi(,ao de t von den Steim-n, a qual como !■ sabido, Uo caiialnientc elucidou o rio Xingu, love a atimbilidado rcineltcr-nos ultiinamento um feixe inleifo de publicat,(Vx, lodas relativa* a cllinogrnphia do Brazil, mor- menle da parte central e do Norte. Dcixando a expediiplo nas caln ceirax do dito lio, die expioroil o Tocantins e o Araguaya e postcriormcnle nindn dedicou um demorado exanie ao Kin i’uriis, applicalitlo-se, com aqudle enthti'iasmo apaixo* nado qile raracterisam estc joven scicntista allcm.io c os sens companln iro* pa tricios, e liatiilitado dc raro lino, pudenda e prulicicncin, a mimicio. .. pi-quizas sobre os indigent)*. SHo tito mimerosot como vuliosos os traballn s jittblicados pdo 2 3 z 5 SciELO 9 10 11 12 13 Bil/liflijraphin 29 autor cm relayno a materia ethnographic.! do Brazil; infelizmente n’este paiz ainda pouCOs os conhcccm pois ;ao redigidas cm lingo a nllemi. Cotlsidcramos mil dos mais imporl.intcs enlrc dies a cxcellente eondensayuo com o titulo aeima ( 19 pn- ginas). K acompanliada do um mnppa cthnographico ilo grande mcrito, rondo in- teressautissimn a comparayllo com igual ensaio feito polo eelebre Martins cm lSOy. Logo sallam nos olhos as importantes modificaydes ijue hoove li'estes ulti¬ mo s ires dezeutiios, o osscncial -avanyo dos nossos conheciincntos aetuaes sohre aquelles das quaes dispuz o eximio philanlropo bavaro. One a parte lconina d'este avanyo devida a cstas rccentos cxplorayoes allcmaes, i facto notorio o incontestavol. Salientamos, com vistas ao Para, ns sogulntcs linlias: < is nossos conhccimentos acorca dos Topis silo nptos do sotTrer aioda emiqoecimento nota- vcl por too aprofoml.ulo cstodo das tribos do Kstado ilo Pari, principalmenle do baixo Tocantins, trihus estas (pie licaram ainda inteiramciite nfliisladas da coltura o que silo faceis de alcanyar. Aqui esperam ainda immonsos thcsooro.s ethnolo- gicos por quem os saiba kvantar. (pag. 9) Clara c resomido como este soberho esboyo e, oao podemos sopprimir o mais vivo desojo de vel-o quanto antes tra- dozido, afim de tornal-o assimilavel para o Brazil, onde ji nao laltum clemenlos qoe o apjircciarinm, como merece, e 11'elle reconhcceriam om verdadeiro ponto do jmrtida para a investigayiio cthnographica ilo fotoro. (G.) A . P Ehrenreich, Urber cinigc ar/trrr liiUnisst tuednmerikanischer ludianer. Globus 1896. (Sohre algomas mais anligas liguras representando Indiosda America do Sol. < (Hobos o Braunschweig (Allemanha) Ag >sto 1894. (com 3 heliogravures). IT digna dc ser lido este peqoeno cstodo critico sohre antigns figoras conti- das na obra de Marhgrav-I’iso c on rollccyfiu de quadras, qoe do Brazil lcvou o Coode Moritz von Nassau. Julgamos qoe e no mesmo tciopo de interessc hislorico, pois desconlia o alitor, tnlvcz com lazao, quo as ditas liguras rcprcscntani clicfcs indigenas, cujos mooes licaram ligados as violcntas contcndas entre Ilollandc- zes e I’orlogoczcs cm Pernambuco. (G.) A'/. Dr. /'. Ehrcnrrich , IMtrdgr stir I’olkerbumlr Drastlirns. [ContribuiyBex para a ctlmologia do Brazil] Vcidficntlichongcu aos deni Kdnigl. Museum lor Vi'IUerl.onde in Berlin (Spcmann 1892). I. Dir KnrnynsUimmr am />’/<> .Intyutiyu (Goya/) [As iribus Carayas no Rio Araguaya ( Goyaz] II . 1 ,’rber rinigr IV/trr am AV /'unis (Amazonas) [Sobre algomas tribos no Rio Punts], O espayo dlspnnivel c o piano qoe lcgc o C.apitolo Bibliograplba » do nos-.o Bolctim into nos perrnittem 1111111 referenda (ilo cirnmistanciada de irabalhos volnmosos como este, c devemos no* contcntar cm assignalar mnt smnmaria- mento o grande merccimcnto que o operaso autor adqulrlu aceira do cnnbcci- mento dc diversas Irilms Inin pouco visitadas por scientUtas. No s. gnmlo capitulo die train dos Paumaii , dos . Yamnm:idi>, dos «lpu- rin.i > (Knngiti), todos situndos nc Rio Punts, territorio do visinho Kstado. O livro c ornado com numcrosns liguras intercalndas no tcxlo, e com 15 grande* cslnmpa* cm lteliogravura, cxecutndu* com soberbo esmero c epic dfio no Icitor pcrl'cita idea dos tmucionados imlios, da stut ardiilcclura, iadustria, cay a, pcsca c leiyocs antliropologicas. (<;.) 'SciELO 10 11 12 13 BOLETIM DO MUSEU PARAENSE IIISTORIA NATURAL E ETHNOG R A P HI A PARTE ADMINISTRATIVA [BIBLIOTECA^l CIO I DECRETO N." 124 — i>e 28 he setemhro de 1895. — Approva as modified- foes feitas no Regimento inter no do Museu Paraensc , de accdrdo com a prop osta do Director do mesmo. O Governailor do Estndo resolve approvar ns modifica^Ocs (pic com cstc. haixam, fcilns no Regimcnto interno do Museu Paracnse. I'alacio do Govcrno do Estado do Parft, 28 dc Setemhro de 1895. Lauro Sodre. KEGIMENTO INTERNO DO MUSEU CAPITULO I Do pcssoal administrative Artur > i."- () Zolador-portciro sera do prefercncia um homerti morigerado, activo, do ccrta instrucefto, com alguma pratica administrativa, devondo residir no Museu mesmo c cabendo-ihe principalmcnte a guardn dos edificios do Museu, do tudo o quo constituc o sou invontario e dos jardins anne¬ xes, tan to do dia ootno do unite, durante os dias do exposRfto como durante os dias do service interno normal. Art. 2," Alem da supcrintcndencia do sorvi^o dos ser- ventes, conform© as nocessidados das divorsas soc^Oes do Museu o dos annoxos, podera sor encarregado do servitpo meteorologioo com tros observances diarias: 1,“ as seto horas da tuanlia; as duas da tardo e a j.>‘ as novc da unite. cm 2 3 4 5 SciELOg 10 11 12 13 14 Iterjimehto interna do Museu Art. 3. 0 Lidara com o correio, levando e trazendo a correspondencia; com a Alfandega, rcmcttcndo e recebendo objectos; com as companhias de navegagao e com todos os recados e incumbencias qua o service do Museu exigir. Art. 4."—E’ directamente responsavel' pela ordem e o assoio dentro c fora dos edificios, pcla tranquillidade e scgu- ranga nos dias de exposigfto publica, pela regularidadc c pon- tualidadc no service material. CAPITULO II Dos serventes Art. 5. 0 — Havera serventes para o servigo do Museu pro- priamente dito e outros para o servigo dos annexos, sem que, todavia, ps serventes de uma ou outra categoria possam se . negar a fazer qualquer trabalho para o qual sejam requisitados por ordem superior. Art. 6.” () novo pessoal dos serventes sera interno e rcsidira nas dcpendcncias do proprio Museu, ninguem podendo se retirar sem previa licenga. Art. 7. 0 — O servigo interno. principiara as 6 boras da inanba e finalisara as 4 boras da tarde, ficando subentendido que o pessoal dos serventes e obrigado a prestar-sc l alem d’estas horas, para a guarda do estabelecimento e qualquer chamado da Direct' ria. CAPITULO III Jardim zoologico Art. 8." Para o servigo d’este annexo bavera por ora duas pcssoas, sendo um guarda o um servente. Art. O guarda o o servente san obrigados a observar o maxirno cuidado c zelo no tratamento dos animaes <|ue Hit' forein conliados, pontualidade 11a admiuistragao de alimenta- gao apropriada, na renovagao da a gun, na limpeza das gaiolas, viveiros, etc. e terrenos adjacentos. Art. 10.". Sao directamente responsavcis jielas perdas que possam resultar da fuga ou da morte dos animaes, conin por qualquer prejuizo causado por descuido, esqueeimento e negligencia. cm 2 3 z 5 9 10 11 12 13 Regimen to 'vnlcrno do Muscu- 3:J3 Art. li."- Silo estrictamente obrigados a presengadiaria, sem excepgilo de pessoa algunm. Art. 12." -Quanto ao service da guarda nocturna, pode- rao fazel-o alternativamente. Horto botanico Art. 13. 0 — Para o servigo diario d’este annexo haven't por ora dims pessoas, sendo urn jardineiro e um servente. Art. .14" — Terilo por obrigagao todos os trabalhos que dizem respeito a jardinagem do estabclecimento o bem assim a limpeza e conscrvagao dos jardins, passeios e lagos. Art. 15. 0 - Serao directamente responsaveis pelas iidres e fructos do jardim, polo tratamonto adequado dos vegetaes, limpeza ao redor da casa e fiscal isagao dos lagos artificiaes. Art. 1 6." — Serilo estrictamente obrigados a presenga diaria, sem excepgilo de pessoa. Art. 17." — () jardineiro sera interno; o servigo da guarda nocturna sera regulado do mesmo modo como no Jardim Zoologico. Art. 1 8.° — O jardineiro fcchara o portao do estabcleci¬ mento as 9 boras da rioite. CAPITULO IV Dias de exposig&o Art. 19."- As colleagues no edificio do Muscu de llisto- ria Natural e Fthnographia serao franqueadas ao publico duas vezes por semana: as quintas-feiras e domingos das 8 as 12 boras da manbil. Em quanto durarem as obras actualmente encetadas, o Jardim Zoologico c o llorto Botfinico serfio franqueados nos mesinos dias e as mesnms boras; mais tarde serao estes abertos todos os dias das K as 12 da manba. § unico. Fora d’essas boras o Muscu e sous annexes so poderAo scr visitados mediantc (‘special licenga da dircetoria. O < iovernador, vice-Governador c os membros do Orngresso serao rcccbidos a <]tmlquer bora; porem os elides de repar- tigbes jniblicas 0 prineipabnente os doadort's ao Muscu serao promptamente attondidos cm taes easos excepcionacs, quando sc fizerem anmmciar. 2 3 z 5 10 11 12 13 14 :n'i Ilcijimmlo interno do Mnscu Art. 20 ." — Devendo ter sido preparado, ornithologica’relativa no Amazonas. Keunc materiacs, ((no acham-se disseminados sobre tres diversas pu- blica<;Oes, uina allema, as duas outras inglezas, publicacCes estas, quo nem todos tom a mao para a consul la a qualquer momento. Para, 7 de Julho de 1895. A) Avos colligidas por J. Nattoror no Para. ( 1834 - 1835 ) 1 Falconidac: 1) Urubutinga aequinoctialis (im , Cajutuba. 2) Asturina nitida l.atli. Para, Outubro. 1 A. von I’cl/cln /.ur Ornithologic IJrasilieiis*. Wien 1S71. cm 2 3 L. 5 9 10 11 12 13 Conforms para a avifauna do Para, clc. 337 3) Leucopternis superciliaris Pelzeln, Para. 4) » melanops Lath. Para. 5) Buteo minutus Natterer. Para. 6) Spizaetus ornatus Baud. Villa do Tapajoz, Agosto. 7) Morphnus harpyia L. - (ravitlo real grande, Para, no mato, Dezqmbro. 8) Falco communis GmeL, Praia do Cajutuba, Margo. 9) Nauclcrus furcatus., Para, Novembro. 10) Astur macrorhynchus Natterer, Cajutuba. 11) Ilerpetothcres cachinnans L., Villa dc Tapajoz, Agosto. 12) Micrastur Mirandollei Schlegel, Para, Novembro. 13) » concentricus lllig. Para, Outubro, Dez. 14) Accipiter tinus Lath. Para. Outubro. 15) Circus macropterus Vieill., Villa de Tapajoz, Agosto. Strigidac: 16) Athene torquata Daud. Para, Janeiro, 17) » minutissima Pr. Max. zu Wied., Cajutuba. 18) Ephialtes choliba Vieill., Para. Cap rim it Igid a c: 19) Nyctibius cornutus Vieill. Para. 20) Stenopsis nigrescens Cab., Para, Outubro. 21) Antmstomus cortapau Natterer, Para, Setembro. 22) Nyctidromus guianensis variegatus Spix, Cajutuba. A Icedinidac: 29) Bucco giganteus Natterer. Para, Outubro, Dez., Ca¬ jutuba. cm SciELO 9 10 11 12 13 14 338 Contornos para a avifauna do Para, etc. 30) Bucco toctus Bodd., Bara. 31) » collaris Lath., Bara, Outubro. 32) » tamatfcf Gmel., Bara. 33) » maculatus Gmel., Santarem. 34) Monasa nigrifrons Spix. Cajutuba. 3,5) » lcucops Illig., Para. 36) » rufa Spix. Para, Fevereiro, Julho. 37) Galbula cyanicollis Cassia. Tapajoz, Para. . 38) » inornata Sclater. Obidos. Pro m crop id a c : 39) Coereba cOerulea L., Para, Outubro. 40) Dacnis cyanoccphala I.., Para, Novembro. Troch ilidae: 41) Eupctomena macroura Gmel., Santarem. Ccrthidac : 42) An abates rufipileatus Pelzeln. Para, Setembro. 43) » Sclateri Pelzeln, Para, Setembro. 44) Dendrocincla fumigate Licht., Para. 4.5) Dendrornis Eytoni Sclater. Para. 46) Spixii Less., Para, Novembro, Dcz. • 47) Dendroplex picus Gmel.. Obidos, Cajutuba, Para. 48) Donacobius atricapillus L., Para, Novembro. Luscinidac: 49) Ilylophilus ferrugineifrons Sclater, Para. ,50) Dendroeca bicolor Vicill., Cajutuba. Fo rm ica riida r : 51) Thamnophilus major Vicill., Para, Outubro. 52) t> luctuosus Licht., Tapajoz, Para. ,53) » cinerconigcr Pelzeln, Para. 54) » capistratus Less. Obidos. 5,5) •> palliatus Licht. Para, Novembro. 56) Formicivora grisea Bodd., Bara, Outubro. 57) Cercomacra tyrannina Sclater, Bara. 58) Byriglena maura Menet., Para, Outubro. 59) Phlogopsis nigromaculata Lafr. i't d’Orb., Para. 60) Formicarius ruliceps Spix, Para. Turdidac: 61) Turdua phaoopygus Cab., Para, Outubro. cm 2 3 / 5 9 10 11 12 13 Conlornos para 'a avifauna do Para , elc. 339 62) Turdus albiventer Spix., Para, Novembro. 63) » fumigatus Licht., Obidos. 64) Mimus lividus Licht., Cajutuba. Tyrannidac: 65) Attila boUvianus Lafresn., Para. 6b) Phyllomyas semifuscus Sclater, Cajutuba (?) 67) Myiozetetes columbianus Cab. et Heine, Rio Muria. 68) » sulphureus Spix, Rio Muria. 69) Myodynastes audax Gmel., Cajutuba. 70) Myiarchus ferox GmeL, Rio Muria. 71 ) Empidonomus varius Vieill, Para, Novembro. Cotingidac: 7 2) Tityra cayana L, Para. 73) » brasiliensis Swains., Para. 74) » semifasciata Spix., Rio Muria. 75) Hadrostomus atricapillus Vieill., Para. 76) Pachyramphus cincreus Bodd., Parti, Novembro. 77) I .ipaugus simplex l.ieht., Para, Novembro (?) 78) Pipra aureola L, Santarem. 79) opalizans Pelzeln, Parti, Dezembro. 80) Chiroxiphia pareola I.., Parti. 81) Phoenicocercus carnifex 1 .., Parti, Novembro. 82) Cotinga caeruloa V r ieill., Parti. 83) cayana I... Para. 84) Xipholcna lamcllipcnnis Lafr., Parti, Dezembro e Junho. 85) Querula crucnta Bodd., Parti. 86) Hacmatoderus militaris Lath., Parti, Junho. / ctcridac : 87) Osthinops cristatus Bodd., Rio Muritl. 88) . biftisciatus Spix, Parti, Fevereiro, no mato alto. 89) viridis Bodd., Ptirtl, Outubro. 90) Cassicus afliuis Swains., I’tirti, Novembro., Dezembro. 91) Leistes militaris L„ Santarem. 92) * erythrothorax Natterer. Cajutuba, Mar^o, Abril. 93) Gymnomystti.x melanicterus Vieill., Parti. 94) Molothrus brevirostris Swains., Cajutuba, 95) sericeus Licht, Santarem. ' 5 SciEL0 9 10 11 12 13 14 340 Contornos para a avifauna do Para, etc. 96) Molothrus atronitens Licht., Santareni. 97) Cassidix ater Vicill., Para, Dezembro. Tanagridae : 98) Euphoric Lichtensteinii Cab, Para, Dezembro. cayana I... Para, Dez. 99 ) 100) Calliste cayana I... Santarem. 101) » flaviventris Vieill., Para, Nov. (?) 102) Tanagra cpiscopus I,., Para. 103) » melanoptera Hartl., Rio Muria. 104) Tachyphonus melaleucus Spann., Tapajds, Para, Janeiro. 105) Tachyphonus surinamus I.., Para, Outubro. 106) Nemosia pileata Bodd., Cajutuba. 107) 9 spec., Praia de Cajutuba. 108) Lamprospiza molanoleuca Vieill., Para, cm fruteiras, Maio e no mato, Outubro, Dez. 109) Pitylus grossus E, Para. 1 10) » cayanensis Briss., Para, Dez. Fr ingil li da e: 111) Volatinia jacarina 1 ,., Para, Outubro. R h a mphastida c: 1 12) Rhaniphastos erythrorhynchus Gmel., Para, Outu¬ bro, Dez. 1 13) Rlmmphastosarid Vig., Para, Outubro, Dez., Cajutuba. 1 14) Pteroglossus Wiodii Sturm., Rio Muria. 115) » inscriptus Swains., Para, Julho, Outubro. 116) • » bitorquatus Vig., Para, Julho, Setembro. 117) Selenidera Gouldii Natterer, Para, Julho. Picidar : 118) Campephilus melanoleucus Gmel. Para. 1 19) » trachelopyrus Malh., Para, Nov., Dez. 120) Chloronerpes flavigula Bodd., Para, Nov., Dez. 121) Campias ruficeps Spix, Para, (var. A et B) 122) Melanerpes rubrifrons Spix, Para, Dez. 123) Celeus jumana Spix, Para, Outubro, Dez. Rio Muria 124) » citrinus Bodd., Para, Dez. 125) » multifasciatus Natterer, Para, Novembro. Psiltacidar: 12b) Sittace Macao I.., Para, Nov. 127) chloroptera Gray, Para. Nov. cm 2 3 z 5 9 10 11 12 13 Conlonins para'a avifauna do Para, etc. 341 128) Sittaco maracana Vicill., Cajutuba. 129) » nobilis I,., Cajutuba. 130) Conurus guaruba Gmel., Para, Junho. 131) » pavua Bodd., Para, Dez., Cajutuba. 132) aureus Gmel., Cajutuba (?) 133) * perlatus Spix., Para, Nov., Dez. 134) Brotogcrys virescens Gmel., Santarcm, Julho, Para. 135) » tuipara Gmel., Para, Dez. 136) Pionias leucogastcr Illig., Para, Outubro, Dez. 137) » menstruus I.., Cajutuba. 138) » violaceus Bodd., Para, Outubro. 139) » accipitrinus 1 .., Para (?) 140) Chrysotis farinosa Bodd., Para, Dez. 141) » amazonica I.., Cajutuba. f 42) Psittacula purpurata Gmel., Para. Cuculidac : 143) Neomorphus Geoffroyi Tcmm., Para, Nov., Fev.,Julho 144) Piaya cayana 1 .., Para. 145) Coccygus seniculus Lath., Cajutuba. Columbidar: 146) Lepidoenas speciosa Gmel., Para. 147) Chamaepelia Talpacoti Tcmm., Para, Outubro. 148) Leptophila rufaxilla Rich, et Bern., Rio Muria. 149) Orcopeleia montana 1 .., Para, Nov. e Dez. Cracidac: 130) Penelope cujubi Natterer, Para, Junho. 151) Ortalida superciliuris Gray, I’ara, Nov., Rio Muria Fev’., Praia dc Cajutuba Mar<;o. 152) Crax pinima Natterer, Praia dc Cajutuba, Fev. 133) Ourax mitu I.., Para, Outubro. Tctraonidac : 154) Odontophorus guyanonsis Gmel., Para, Out. c Nov. Tinatnida c: 153) Tinamus guttatus Natterer, Para, Nov., Dez. 136) * strigulosus Temm Para, Dez. 137) » variegatus Gmel,, Para, Nov. Charadria dac: 138) Squatarola helvetica 1 .., Cajutuba. cm SciELO 9 10 11 12 13 14 342 Conlomo'i para a avifauna do Pavel, etc. 159) Charadrius semipalmatus Kaup,, Praia do Cajutuba, Abril. 160) Charadrius wilsonius Ord., Praia de Cajutuba, Fcv. Rio -Mima. 161) Charadrius Azarae l.icht., Cajutuba. 162) Strepsilas interpres L., Para, Nov. 163) Haematopus palliatus Tern in., Cajutuba. Gruidac: 164) Psophia obscura Nattcrcr, Para, Janeiro. Ardcidae: 165) Eurypygia Solaris Pall., Cajutuba. 166) Ardea leucogaster Gm„ Praia dc Cajutuba, Fcv., Margo. 167) Platalea ajaja iCajutuba. 168) Ibis rubra L, Cajutuba. Scolopacidac: 169) Numenius phaeopus L., Praia dc Cajutuba, Margo. 170) Totanus melanoleucus Gmel., Cajutuba, Fcv. 171) - » .flavipcs Gmel., Cajutuba. 172) Symphemia semipalmata Gmel., Cajutuba, Margo. 173) Tringoides macularia L., Cajutuba, Abril. 174) Iliniantopus nigricollis Vieill., Cajutuba. 175) Ereunetes semipalmatus Wils., Cajutuba, Margo, Abril. 176) Calidris arerlaria I.., Cajutuba. 177) Scolopax frenata Illig., Santarem. 178) Macrorhamphus griscus Gmel., Cajutuba. Abril. Rail ida c : 179) Aratnidcs caycmicnsis Gmel., Cajutuba (?) 180) Porzana caycmicnsis Gmel., Para. A iiatidar: 181) Phoenicoptcrus ruber L., Praia dc Cajutuba, Margo. 182) Dafila bahamensis I.., Praia do Cajutuba, Abril, Rio Muria. La rid a c: 183) Lams atricilla I.., Praia de Cajutuba, Ciutra, Fcv. 184) Rhynchops nigra I.., Cajutuba. 185) Sterna magnirostris l.icht., Cajutuba. cm 2 3 L 5 9 10 11 12 13 Contornos para n avifauna do Para, clc. 343 Pclccanidac: 186) Graculus brasilianus Gmel., Cajutuba. 187) Tachypctcs aquilus L., Cajutuba. B) Aves colligidas por A. R. Wallace na-Amazonia. ( 1848 - 1852 ) 1 Turdidae : 1 ) Turdus phaeopygus Cab., Cobati, Rio Negro.- 2) » albiventris Spix, Mexiana, Dez. 1848. 3) » fumigatus Licht., Dez. 1848. 4) Donacobius atricapillus L., Para, alto Amazonas, Junho 1850. Troglodytid a c : 5) Thryophilus leucotis Laf., Marajo, Fevereiro 1849. 6) Troglodytes furvus Gmel., Para Agosto 1848. J\Iotac illidac .- 7) Anthus chii Vieill., Mexiana l)cz. 1848. Mnioltidae: 8) Geothlypis aequinoctialis Gmel., Mexiana Dez. 1848, Janeiro 49. Hint ndinidac: 9) Progne lcucogastra Baird., Para e Mexiana. 10) » tapera Finn., Rio Tocantins. 11) llirundo erythrogastra Bodd., Mexiana. 12) albiventris Bodd., Para. 13) Atticora fasciata Gmel., Rio Negro. Virco nidar: 14) Viroosylvia agilis Licht, Para. 15) Cyclorliis guianensis Gmel., Para, Marco e Junho 1849. 16) llylophilus rubrifrons sp. nov. Amazonas. 17) semicincrens spec, nov., Para, Maio 1849. 1 ScIkUt cl Nalvin •I.i.tl cil Hints collected by 'Mr, Wallace on the l.owcr Ama/oii' ami It. No^io I’mcwilinjjs ofZoning. Society, l.omlon 1HO7. cm 1 5 SciEL0 9 10 11 12 13 14 344 Contornos para a avifauna (lo Para, etc. Coercbidac: 18) Dacnis cayana L., Para. 19) Coereba caeruloa L., alto Rio Negro. 20) » cyanea L., Para Fev., 1849, alto Rio Ne¬ gro, Fev. 1850. 21) Certhiola chloropyga Cab., Mexiana, Cobati. Tanagriddc: 22) Euphonia cayana L., Para. 23) Calliste flaviventris Vieill., Barra do Rio Ngro. 24) » boliviana Bonap., Rio Capim. 25) Tanagra episcopus L., Para, Agosto, 1848. 26) » palmarum Max., Mexiana 1848. 27) Rhamphocoelus nigrigularis Spix, Amazonas central 1850, Barra. 28) Rhamphocoelus jacapa I.., Mexiana e Para. 29) Eucometis penicillata Spix., Mexiana, Dez. 1848. 30) Tachyphonus mclaleucus Sparrm., Para c Rio 'L'o- eantins. 3!) Tachyphonus surinamus L., Para, Margo e Maio >849. 32) Tachyphonus cristatus Gmel., Para, Maio 1849. 33) » cristatellus Sclater, Guia, Rio Negro. 34) Nemosia pileata Bodd., Para jam 1849. 35) Arrcmon silens Bodd., Rio Capim, Junho 1849. 36) Saltator tnagnus Gmel., Para, Fcvr. e Maio 1849. 37) mutus Licht., Mexiana Nov. 1848 e Janeiro 4849. 38) Pitylus erythromelas Gmel., Rio Capim, Junho 1849. 39) » viridis- Vieill., Para. Fringillidac : 40) Oryzoborus torridus Gmel.. Para, Outubro 1848. 41) Spermophila lineata Gmel., Para, Out. 1848, Me¬ xiana Jan. 1849, Amazonas lado Norte. 42) Spermophila lineola L., Mexiuua, Tocantins e Ama¬ zonas lado N. 43) Spermophila gutturalis I.icht., Para,‘Out. 1848. 44) Volatinia.jacarina I.., Barra e Guia. 15) Paroaria gularis I... Mexiana. 46) CotiiruicuUis matiimbe Licht., Mexiana. 47) Emberizoides macrourus Gniel., Mexiana 1848. cm 2 3 z 5 9 10 11 12 13 Con! or nos para a: avifauna do Para , etc. 345 48) Sycalis brasiliensis Gmel., Amazonas lado Norte. 49) » Hilarii Bonap., Mexiana Dez. 1848. Icteridae : 50) Ostinops viridis Vieill., Para. 51) Cacicus pcrsicus' L., Para. 52) » haemorrhous L., Para. 53) Icterus guyanensis L., Marajo. 54) Molothrus scriceus Licht., Mexiana. 55) Xanthosomus icterocephalus L., Amazonas lado . Norte. 36) Leistes guianensis L., Amazonas lado Norte e Me¬ xiana. 57) Cassidix oryzivora Gmel., Para. Dcndrocolaptidac : 58) Sclerurus caudacutus Vieill., Rio Capim. 59) » mexicanus Sclater, Rio Capim. 60) Synallaxis rutilans Temm., Para Main 1819. 61) Leptoxyura cinnamomea Gmel., Mexiana e lo- cantins. 62) Phylidor erythrocercus Pclzeln, Para Margo e Maio 1 « 49 - 63) Glyphorhynchus cuneatus Licht., Para e Rio Capim. 64) Dendrocincla fumigata Licht., Para. 65) Dendrocolaptes cayennensis Gmel., Para, Abril e Maio 1849. 66) Dendrornis ocellata Sj)ix, Para. 67) » eytoni Sclater, Para, Rio Capim. 68) Dendroplex picus Gmel., Para. 69) Xiphorhynchus trochilirostris Licht., Monte Alegre. Fo r mi car i id a r : 70) Thamnophilus major Vieill., Para Outubro 1848. -1) luctuosus Licht., Rio Tocantins Setcm- bro 1848. 72) Thamnophilus spec.? (f'emoa) Amazonas 1849. 73) nigro-cinereus Sclater., Tocantins e Mexiana. 74) Thamnophilus amazonicus Sclater, Par a, Rio Capim. -3) » doliatus L., Marajo. 76) a radiatus Spix, Amazonas. -j ) * palliates Licht., Para. 78) Dysithamnus phimbeus M ix., Amazonas. cm SciELO 9 10 11 12 13 14 346 Conlornos para a\ avifauna do Vara, etc. 79) Myrmotherula axillaris Vieill.. Rio Capini. 80) ' » brevlcauda S\v.. Rio Capim. 81) » havvkvvelli Sclater, Rio Capim (femca) 82) Formicivora grisea Bodd., Rio Tocantins, Setem- bro 1848. 83) Rhainphocaenus melanurus Vieill., Rio Capim, Julho 1849. 84) Pyriglena atra Sw„ Para. 85) Hypocnemis melanopogon Sclater, Mcxiana, Dcz. 1848. 86) Pithys albifrons (rmel., Cobati, Rio Negro. 87) » lcucaspis Sclater, Cobati. 88) Phlogopsis nigromaculata Lafr. et d’Orb., Para Maio ■^ 49 -. 89) Formicarius crissalis Cab., Para. 90) Corythopis anthoides Sclater, Para 1849. Tyrannidae: 91) Attila thamnophiloides Spix., Mcxiana. 92) Taenioptera velata . Licht., Mcxiana 1848. 93) Fluvicola albiventris Spix, Mcxiana 1848. 94) Cnipolegus unicolor Kaup, Amazona?. 95) Coloptcrus galeatus Bald., Rio Capim, Junho 1849. 96) Mionectes oleaginous Licht., Para c Guia. 97) Phylloscartes vcntralis Tcmm., Mcxiana. 98) Phyllomyas snmifusca Sclater, Mcxiana Janeiro 1849. 99) Camptustoma llaviventrc Scl. et Sale., Mcxiana. 100) Legates albicoilis Vieill., Para, Agosto 1848. 101) Myiozetctes cayenncnsis Linn., Para, Agosto 1848. 102) Rhynchocyclus sulphuresccns Spix, Para, Agosto 1848. 103) » ruficauda Spix, Para, Maio 1849. 104 ) Pitangus sulphuratus L„ Para. 10.5) lictor l.icht., Mcxiana 1848. ib 6 y Myiodynastes audax (imcl., I’ar.i, Agosto 1848. 107) Mcgarhyncluis pitangua I... Mcxiana, Dczombro 1848. 108) Myiobius erythratus Cab., Rio Capim. 109) Kmpidochanes olivus Bodd., Mcxiana. 1 m) Contopus brachytarsus Sclater., Mcxiana. 111) Myiarclms ferox (imcl., Mcxiana, Dczcmbro 1848. 112) spec,, Rio Tocantins, (allinis-nigriccps). 113) Tyranmts mclancholicus Vieill., Para. . 114) Milvulus tyrannus Linn., (iuia. Rio Negro. cm 2 3 z 5 9 10 11 12 13 Gontornos para a avifauna do Vara, etc. 347 Coting idor: 115) Tityra cayana Linn., Para. 116) 11 adrostomus minor Less., Para. 1 17) Paehyramphus cinereus Bodd., Mexiana, Para. polychropterus Vieill., Mexiana. 118) 119) Lipaugus cineraceus Vieill., Para. 120) Hetcropclma WallaCei nov. spec., Para, Maio 1849. i 21) lodoplcura isabellac Par/., Rio Tocantins. 122) Pipra filicauda Spix, baixo Rio Negro. 123) tlavicollis Sclatcr, Mexiana e Amazonas, lado Norte 124) > fasciata Lafr. et d’Orb., Rio Tocantins. 125) P. leucocilla Linn., Para. 126) auricapilla Licht., Para c Barra do Rio Negro. 127) cyaneocapilla Hahn, alto Rio Negro. 128) Chiroxiphia pareola L., Para, Fevereiro 1849. 129) Chiromachacris manacus L., Para. 130) Phoenicocercus carnifcx Linn., Para, Guia. 131) Rupicola crocea Vieill., Serra dc Cobati, perto de Guia, Out. 50. 132) Cotinga caerulca Vieill., Para. 133) > cayana., L. Rio Negro. 134) Xipholena pompadora L., Guia. 135) » lamellipennis Lafr., Para. 136) Ouerula cruenta Bodd., Rio Capim. 137) llaematoderus militaris Lath., Cam eta, bocca do To¬ cantins. 138) Chasmarhyncluis niveus Bodd., baixo Rio Negro, Para. 139; Gymnoderus foetidus Linn., baixo Rio Negro, lado esquerdo. 140) Gymnncephalus calvus Gmel., Guia, alto Rio Negro. 141) Cephalopterus ornatus Geoffr., baixo Rio Negro entro Barra e a bocca do Rio Branco. Momotidac: 142) Momotns brasiliensis Lath., Para. A Ice din id or: 143J Ceryle torquata L„ Tocantins, Mexiana. 144) amazonia Lath., Tocantins. 145) inda I... Mexiana. 146) americana Gmel., Para, Tocantins 147) Ceryle supcrciliosa 1.., Mexiana. cm 2 3 i 5 9 10 11 12 13 348 Contornos para a avifauna do I'ard, elc. Galbulidac: 148) Galbula viridis L, Amazonas, lado Norte, 1850. 149) » rufo-viridis Cab., Rio Tocantins. 150) t> albirostris Lath., Guia, Rio Negro. 151) » cyanoicollis Cassin, Rio Capim. 152) » leucogastra Vicill., Guia. 1 53 ) Urogalba paradisea I.., inargcmesquerda do Amazonas. 1.54) » amazon um Sclater, Para. 1.55) Brachygalba inornata Sclater., Bai&o, P.io Tocantins. 1 56) Jacamc-rops grandis Gmel., Rio Capim, arredores de Barra do Rio Negro. Bucconidae: 157) Bucco collaris Lath., baixo Amazonas. 158) » hyperrhynchus Bonap., Para. 159) » tamatia Gmel., Rio Capim. 160) » tectus Bodd., Para. 161) Malacoptila fusca Gmel., alto Rio Negro. rufa Spix, Para. 162 ) 163) Monasa nigrilrons Spix., Rio Tocantins. 164) Chelidoptera tenebrosa Pall., Para., Rio Negro. Trogonidac: 165) Trogon viridis I.in., Rio Capim. 166) » melanurus Swains., Para. 167) Pharomacrus pavoninus Spix, Barra do Rio Negro. Cap r i in u Ig id a c: 168) Podager nacunda Vicill., Rio Capim. 169) Chorileiles rupestris Spix, alto Rio Negro. 170) Lurocalis Nattereri Temmm., Para. 171) Antrostomus nigrcscens Cab., Para. 172) 1 Iydropsalis trifurcata Nattercr (Sclater). Rio l'o- cantins. Trochilidae; 173) luipetomena macrura Gmclin,, Mexiana. 174) Campylopterus largipennis Bodd., Rio Negro, obscurus (iould, Bara. 73 ) » 76) I'opaza pyra, alto Rio Negro. 77) l.mipornis mango L., Mexiana, Cobati, Rio Negro. gramineus Gmel., Mexiana. ’i e lania I'ureatoides Gould, Bari. cm 2 3 z 5 9 10 11 12 13 Contornos para a avifauna do Para, vie. 349 1 80) Florisuga mellivora L„ Para, Cobati, Rio Negro. 1 8 1 ) Heliothrix auritus Gmel., Guia, Rio Negro. 182) Polytmus leucorrhous Gould, Cobati, Rio Negro. 183) Agyrtia Milleri Bourc., Cobati, Rio Negro. 184) » maculata Vieill., Mexiana. 185) Heliocliaris sapphirina Gmel., Para. 186) Eucephala caerulea Vieill., Para. 187) » hypocyanea Gould, Cobati, Rio Negro. Cu cu l idac: 188) Crotophaga ani Linn., Mexiana. 189) » maior Linn., Rio Capim. 1 90 ) Guira piririgua Vieill., Mexiana. 191) Diplopterus naevius Linn., Mexiana. 192) Piaya cayana Linn., Para. 193) » minuta Vieill., Para. O f: isf/i 0 co m id a c : 194) Opisthoconius cristatus, entre Para e Tocantins. Rhavi phast id a c: 195) Rhamphastos toco., Mexiana. igO) » erythrorhynchus Gmel., Para. 197) » osculans Gould, alto Rio Negro. 198) » ariel Vigors, Para. 199) » vitellinus l.icht., baixo Amazonas, lado Norte. 200) Pteroglossus ara<;ari, Rio Capim. 201) » inscriptus S\v., Para. 202) » bitorquatus Vig., Para. 203) Selenidera Gouldii Natt., Para, Agosto 1848. 204) » Nattereri Gould, alto Rio Negro. Capita u idac: 203) Capito amazonicus Deville et Desmurs, Guia, Rio Negro. Pic idac : 206) Campephilus albirostri# Spix, Rio Tocantins. 2117) trachelopyrtis Malli., Rio Capim. 205) Dryocopus lineatus I.., Para. 209) Coleus jumana Spix., Para. 210) multila ei.itus, baixo Amazonas (?). mi) Chloronerpe: • lir'dops W’agler, Mexiana. cm 2 3 z 5 9 10 11 12 13 Contornos para a avifauna do Para, etc. 212 ) Chloroncrpes hacmatostigtna Malh., Rio Tocantins. 213) » flavigularis Bodd., I ’ara. 214) Melanerpes crucntatus Bodd., Barra do Rio Negro. Psittacidac: 215) Ara ararauna Linn., Mexiana. 216) » macao Linn., Mexiana. 217) » hyacinthina, Tocantins e Tapajdz. 218) » nobilis Linns., Para. 219) Conurus luteus Bodd., Para. 220) » aureus Gmel., Mexiana. 221) aeruginosas Linn., St. Izabel, Rio Negro. 222) » perlatus Spix, Rio Capiin. 223) Brotogerys virescens Gmel,, Mexiana. 224) » notatus Bodd., Para. 225) Chrysotis farinosa Bodd., Rio Tocantins. 226) Pionus menstruus Linn., Rio Tocantins. 227) » violaceus Bodd v Para. 228) Caica tnelanoccphala Linn., Rio Uaupes, alto Rio Negro. 229) Caica vulturina Kuhl., Para. 230) Doroptyus accipitrinus, Rio Uaupes, Rio Negro. 231) Urochroma purpurata Gmel., Rio Capim. 1 'u lluridac : 232) Gyparchus papa Linn., mattas do bai.xo Amazonas. 233) Cathartcs aura., 234) atratus, Para, ambas as cspecies. Falconi.dac : 233) Ibycter americanus Podd., Para. 23b) » actor Vicill., Para, 237) Polyborus brasiliensis Gmel., Mexiana. 238) Milvago chimachima Vieill., Mexiana e Barra do Rio Negro. 239) Urubutinga zonura Shaw., Mexiana. 240) meridionalis Lath., Mexiana. 241) nigricollis Lath., Mexiana. 242) Asturina nitida Lath.,*inargein esquerda do Amazonas. 243) magnirostris Ginel., Mexiana. 244) l.eucoptcrnis • supcrciliaris Pelzeln, Para, Dezembro 1849. 243) Spizaetus tyrannus Max., Rio Capim. 246) I lerpetothores cachinnans Linn., Mexiana. SciELO 10 11 12 13 Contornos para a avifauna do Para, elc. 331 247) Micrastur j>ilv’icollis Vieill., Para. 248) 1 Iypotriorclais fcmoralis Temm,, Mcxiana. 249) » rufigularis Temm., Mexiana, 250) Cymintlis cayanensis Gmcl., Amazonas. 25 1) Ictinia pliimbea Gmcl., Para. S/rigidac : 252) Syrnium perspicillatum Jath., Amazonas, margem esquerda. 253) Syrnium zonocercum Gray., Para, Maio 1849. 254) Lophostrix cristata Daud., Para. 255) Scops choliba Vieill., Mcxiana. Columjbidac: 256) Columba speciosa Gmcl., Para. 257) 2) vinacea Temm., Rio Capim, 2,58) » rufina Temm., Mcxiana. 259) Zenaida maculata Vieill., Mcxiana. 260) Chamaepelia passcrina Linn., Para. 261) » talpacoti Temm., Rio Tocantins. 262) Geotrygon montana I.inti,, alto Rio Negro e Para. 263) Lcptophila rufaxilla Bonap., Mcxiana. Tctraonidac: 264) Odontopliorus guyanensis Gmcl., Rio Capim, Jtmho 1849- Charadriidac: 265) 1 Toplopterus cayanus Lath., margem dircita do Ama¬ zonas. 266) Vancllus cayennensis Gmcl., Mcxiana. 267) Acgialites scmipalmatus Bonap., Mcxiana. 268) collaris Vieill., Mcxiana e. Rio Tocantins. Scolopacidac: 269) Ilimantopus nigricollis Vieill., Mexiana. 270) Tringa minutilla Vieill., Mexiana. 271) Bonapartii Schlegel., Rio Tocantins. 272) Kreunetes pctrificatus lllig., Mcxiana. 273) Gambeta flavipes Gmcl., Mexiana. 274) Rhyacophilus solitarius Wils., Mexiana. 275) Tringoidcs macularius Linn., Mexiana. Rail idac: 270) Porzana cayennensis Lion., Para. SciELO 10 11 12 13 352 Conlornon para a avifauna do Para, etc. 2 77) I'orphyrio parvus Bocld., Amazonas. 278) » martinicus Linn., Amazonas. Psophiidae: 279) Psophia ochroptera Pelzcln., Rio Negro. Laridac: 280) Sterna magnirostris Licht., Mexiana. 281) » supcrciliaris Vieill., Rio Tocantins. 282) Rhynchops melanura Svy., Mexiana. C) Avos colligidas por E. L. Layard 110 Para. ( 1872 - 1873 ) > 1) Turdus phaeopygus Cab. Estrada do Ferro de Bra- ganga. 2) » fumigatus Licht. i.° de Outubro 1872, 26 de Janeiro 1873. Para. 3) Donacobius atricapillus L., 21 de Janeiro 1873, Rio Acara. 4) Troglodytes furvus Gmel., jardins da cidade. 3) Vireosylvia olivacea I.., utn exempl. de.uma arvorc em flor. 6) llylophilus somicinereus Scl. et Salv., no matto. 7) Prognc chalybea Gmel., nidificando outre natal c 28 de Dezcnibro. 8) Stelgidopteryx ruficollis Vieill., 27 de Dezcnibro, auscnte de Setembro a' Dezembro. g) Hirundo albiventris Bodd., vista no momcnto de embarque. 10) orythrogastra Bodd., igrejas do Para. 11) Dacnis cayana L„ mattas da visinhanga. 12) Coeroba cyaiiea 1.., urn macho adulto em 16 de Outubro (a femoa chamada G ('onto, nos para a avifauna do Vara, etc. 98) Piaya cayana L., 1 de Dez. 1872, pcrto da fabrica do gaz. 99) I'iaya minuta Vicil., pclo Sr. Engelhardt, no Guama. 100) Pteroglossus inscriptus Gould, na Estrada dc Bra¬ ga nra, 5 de Set. 101) Selcnidera Gouldii Natt., Janeiro 1873, nidificando. 102) Brotogerys tuipara Gmel., um casal em 14 de Fev. 1872. 103) Asturina magnirostris Gmel., na fabrica de gaz, 24 de Nov. 1872. 104) Nauclerus furcatus, 27 de Nov. 1872. Em 1 de Dez. 72 vi 6 exemplares. 105) Buteola brachyura Vieil., n’um pao no largo de S. Braz. 106) Spizaetus tyrannus Max., pcrto da fabrica de gaz, 12 de Out. 72, cf. 107 ) Falco doiroleucus Tcnnn., idem, n’um pao alto, 3 de FeVerelro 1873. 108) Urubutinga schistacea, Para, Gazometro 11 de Agosto. 109) Cathartes atratus, bastante commum. 1 10) Zcnaida maculata, perto de Sao Joao. 111) Chamaepelia passerina, incuba talvez em Junho on Julho. 112) Chamaepelia talpacoti, no men jardim cm Nazareth. 113) Crypturus piloatus, n;1o longc de minha casa, 28 de Dezombro 872. 114) Ardea agami (imel., obtivc um de um igarape visinho. 1 15) Tigrisoma brasiliense, visto na praia perto da cidade. 116) Totanus solitarisus Wils., n’um brejo perto do Para. 117) Tringa minutilla Vieil]., obtive-o pclo Sr. F. Penna. 118) Porzana melanophaca, no Guama perto da cidade. 119) Parra jaeana, obtive 2 exemplares. 120) Sterna magnirostris, no dia de partida vi diversos do lado da Ilha das on?as. cm 2 3 z 5 9 10 11 12 13 » ... ■ ■ ■■■ Dahl, A fauna, do Pam 3 a 7 V I] A FAUNA DO PAR A Pelo DR FR. DAHL Lent* tta Urtiversidadr dr Kiri (Allrmanfta ), zoologo da * Plankton-Expedition > flSSg) Da obra Engebnisso dor Plankton-Expedition vol. i.° Refeebcschreibung (Kiel & Leipzig i 8 q 2 )>• vertido do Allcniflo e annotado com observances criticas Pelo Dr EMILIO A. GOELDI Depois dc termos feito conhecimento em tros lugares de lima fauna insular interessante, mas muito pobre, derivada de diversos centres ‘zoogeographicos, 1 deviamos finalmente aportar no paraiso dos zoologos. Pois e justamente a bocca do Amazonas, quo, a respeito da vida animal c vegetal, e exultada com o paiz o mais rico da terra. Conforme as numerosas descrip^fles de viagens, nas quaes sc trata d’aquella regiao, as arvores deviam estar repletas de macacos e papagaios, no ch*lo deviam formigar por toda a parte, cobras venenosas e saurios diversos; la devia o peri- goso jaguar deslizar matreiramente, atraz da matta e no rio surgir a todo o momenta a feia cabera do jacare esfomeado. Na verdade existia entre cstas descripcOes uma que destoava singularmente das restantes. Bates, que consutniu 11 annos no Amazonas, nao chegou a ver uma otira durante todo cste tempo. Igualmente este autor tinha dado informal,-bes bastante menos utopisticas em rela«;ao aos outros grupos. Tomando por base as suas indicagbes eu ja tinlia de antemao feito o men calculo, do que nos poderiamos ver durante os 8 dias dispoilivcis e o nieu calculo foi aproximadamente certo. Km geral devo-se dizer, que a fauna nan produz de modo alguin uma impressito tno esmagadora, como a pujante vegetac;\o Quero crer, que cm epocha propria, aqui no Norte da Ale* manlia, e em tempo dc trabalho igual de seis dias so poderia apanhar pelo menos urn nutnero igual d(> espocies animaes, c favoravel foi — ao que informaram os colleccionadores hi residentes —a epocha da nossa residcncia no Para 2 . Dooutro lado as especies reunidas aqui ficariam muito aquem debaixo > llcrmmtit, Cnlm Verde, Ancencion. > 2 .) de Sctcmbrn :i (i do Outubru dc iSSij. Dr. K. A. 0. SciELO 10 11 12 13 Dald, , I fa,vna do Darn do ponto do vista do tamanho e da bollcza. Tnsectos peque- nos, c ex'aetamento para dies cu tinha dirigido principal- mento a minha attetigfto— ■ sao raros la. (I) Coleopteros monores do uma Half tea olcracca , faltam la, por assim dizer, completamente, ao passo quo estes formam ontro nos a maioria. l’aroce quo dc.vido a farta alimentagao fornecida pda luxuriatite vogota<;ao, tudo acha-so impellido a crcscimento mais considoravol, da mesma manoira, comn as plantas adquirem aspecto c tamanho maior em terreno fortil. On nan seriam talvcz os pequenos animacs bastante fortes para trabalhar contra esta vegetagflo, para penetrar, por cxomplo, na folhagem das plantas perennemento vcrdcs? A fauna do I’.razil ccrtamcnte affasta^se, na media, mais da nossa, que a do todas as outras zonas zoogoogra pliicas. F'oi aqui pda primoira. vez (|iie nao encontramos mais um unico dos nossos animaes patrios. (II) Mas por mais quo esta fauna diffira da nossa europea, dobaixo do condigOcs semdhantes frequentcniento so encon- tra formas semelhcntes. As vozes ellas fazom parte do tnesmo genoro, mais vezes porem, so da mesma familia. Raramento achamos familias, quo nos faltam de todo. ou inversamente notamos a ausenria do familias, que so acham nos nossos paizes. Ao inspeccionar uma collecgfio dc insect's, feita em paiz estranho, geralmento se ganlia uma idea erronea do gran do differenga faunistica, temlo sido colleccipnado de pre- ferencia o que mais da na vista. (Ill) Tratartdo nos capitulos anteriores das faunas das ilhas visitadas pda expedigfto, eu sempre enumerei ou as especies ou pelo monos os generos por nos encontrados. Visto a di- versidade das formas este methodo me levaria, em relagilo ao Para, a occupur um espaeo maior do que o disponivel n’esta obra. Todavia tencionando dar ao leitor uma idea adequada d’aquella fauna, quero enumerar o' total das ('spe¬ cies, p< rtenccntes a cada familia, que consegui reunir em 6 dias mediant' trabalho diario de (> a 7 boras no dia. D’esta arte cada um licara habilitado a fazer uma cnmparacao com a fauna patria. Salientarei differencas, que de mode especial se desenrtinam e farei uma tentativa de uma explicacflo pro- visoria para taes d fiferengas. Infdizmente nfio foi-nos dado visitar a Illia de Marajd, que gosa da fnma de riquissima em Reptis e Avi .s. Encetando pela revisai > dos I'rrtebrmlos, devo dizer, que eu nao vi mammifero terrestre uenhum em estado de liberdade. (IV) Xo I ocautins cruzaram o nosso caminbo alguns bdtos. cm 2 3 z 5 9 10 11 12 13 Dahl , A fauna do Para 359 — Aves cram <1 e modo algum golpeantemcnte frequen- tes. ( V) O abutre preto *, o varredor das mas do Para, vivo na verdade cm numcro avultadisshno na cidade. Ve-se, ou des- crevendo belles circulos la nas alturas, on sentado nas cu- miciras com azas cahidas, ou occupado nos sens aflfazeres no mcio da rua. Nito 6 arisen, tao pouco, quo quasi so deixa toear. Explica-so isto polo facto, de ser proliibido com multa alta, matar cste rapineiro util dentro da cidade. (VI) Do Pap tgaips pouco sc ve. So umas poucas vozes vi- mos passar um bando d’ellcs cm altura bastante considera- vcl. (VII) Colibris (Bcija-flores) notaram-se isoladamcnte cm arvo- res com ilores. (VIII). Um zumbido, que dies produzem com as suas azas, sempre nos fez descobril-os. No geral os arre- dores do Para nao tcrao vantagem considcravel sobre a fauna dos nossos bosques cm relacfio ao numcro dos indi- viduos do aves. Muito maior, porem, sera o numcro dc es- pccies. Infelizmente pouco poude occupar-mc com a prepa- raQcto dc aves, visto que eu tinlia-me decidido, a vigiar prin- cipalmcnte durante a nos a curt.i estadia sobre os invertp- brados, men >s conhecidos. As minh'as proprias cxperiencias portanto nao me pennittem citar material numcrico. Singu¬ lar era cm todo o caso, quo os poucos passarinh is peque- nos, quo a tiro dc espingarda foram alcangados nas copas altas das arvores, pertenciam por via de regra a espccies diversas. Era impossivel distinguil-os, emquanto estavam la cm cima. (IX) Do mosnio modo como Bates, sentimos a falta complete do belle canto (jue e peculiar a tantos dos nossos* passaros patrios. (X) As bellas cores, que se originaratn mediantc seleccS.o sexual come tambem o canto, parecein sulistituil-o comple- taniente. Dc Dtp/is observou-se priineiramento um crocodile morto boi indo no rio; alom d’isto notou-se um Alligator, submer- gindo por diversas vezes perto do casco do nosso vapor. (XI) Kill cstado de liberdade into se notaram Chelonios (tar¬ tar igas, etc. 'I .unbent dc cobras parece que nao ha grande far turn perto do I’ara. O Sr. IVof, Brandt apanhou unia * (i urubii loinmuin do cnbf(a pcltuta. (Callinrlc^ foclons). ‘ i >ulr« /oolojjo ) (Scolytidae) (pouco procurei) Cerambycidae 1 ( 1 ) Chrysomelidae 25 Coccinellidae 1 ( 1) Deprehende-sc d’esta lista, quo os bezouros nilo silo frc- qucntes, nem em espccies, nem em individuos. Foram obtidos ao todo 06 cspecies — numero estc facil do alcangar-so n’um dia nas nossas latitudes, em condigOes favoravois. Em numero singularmcnte pequeno achatn-se os Carabidae, Staphylinidac, Nitidulidae, Ltimcllicornia, Elateridae, Telephoridae, Curculio • tiidae, Coccinellidae, familias todas observadas frequentemente e por toda parte cm nosso paiz. Os Carabidae, Staphylinidac c as larvas dos Telephoridae silo aqui substituidos dc certo modo polos termites (cupins) c pelas formigas; para os Cocci - nellidac faltam os Aphidios (pttlgOes) como aliinento. Bastante extranho, porem e a raridade das 3 familias salientadas , visto quo silo vegotarianas do rigor e quo nao .parece liaver falta do aliinento para olios. So os Chrysomelidae correspondent do alguma forma a quantidadc de alimonto; todavia o numero d’ostos ainda lien pequeno, suppondo-se, quo, como outre nbs, parte dos vegetaes possuam, sous inqiglinos especiaes. Os ii"ssi>s genoros I tallica <■ parontes, particularmonte rieos em ospoeies diminutas, faltam; cm compcnsagito existent tins polices genoros do I lalticideos, quo content exclusivamcnte ospecies maiores. lfm cadaveres de aves morttis encontraram- so 3 Staphylinidcos, 2 I listeridoos, e 1 Xitidulideo. Silphidae 1 5 (SX 1 ) siK'i'fifH 'I '"- 1 foram collccdonndns 5 1 coda lima repro- m Hindu por uin imlividuo. I '11. K. A. (i cm 2 3 z 5 9 10 11 12 13 M2 Ikilil, A fauna do Para ou Nccrophoridac cstavam totalmcnte auscntcs. Por outro lado apreseiltou-se na carnicja cm grande quantidado uma abelha, Mr /if ova. Nos cxcrementos encontrou-se alem de alguns I.ameHieornia so um llisterideo. 13 c Staphylinideos, tao frequente cm nosso paiz nos cxcrementos, ik'lo Observed caso algum. I''.ram do outro lado numerosas as moscas (Dipte- ros) o tambem a Melipona nao falhou cm visitar fezes frescas. San as borbolctas (Lepidopteros) sdmente, que mostram entre os animaes affeitos ao regime vegetariano uma magni- ficeiida c um esplendor, dc algum modo parallelos a luxu- riancia da vegeta^ilo. Mas sao entre ellas tambem so as espe- cies diurnas. Colleccionou-se: Papilionidae 2 especies Pieridae 6, Danaidae 1 Ncotrof'idar ,| Hclironirfac 7 Nymphalidae to Morfhidac- 3 Satyridae 13 Erycinidae 17 LyrfTe'nidao 8 Hesperidae 19 A circumstancia de terem side apanhadas 90 especies de borbolctas diurnas cm 4 excursOes e apta a dar uma idea da riqueza da fauna lcpidopterologica paraense, cspecialmente qtnando sc levar cm coiita, quo dediquei a minlia particular attcncito aos outros insectos e nao colleccionci borbolctas senilo »cn passant —de sorte que os individuos apanhados necessariamentc si’i puderam perfazer uma fracefto d’aquillo que foi visto. Direi para o nao orientado quo por exemplo no nosso Schleswig Holstein obtc.’varam-se ate agora no todo 73 especies. Communica Bates (pag. 35), que 11’uin pas- seio no Para pddem-se observar (naluralmente into col- leceionar) 700 especies dentro de uma hora. Lagartas nao sc noturam com igual frcquencia. Talvez ellas preferem rcsidir nas plantas mais alterosas, setulo provavelmentc expostas de mais as perscguicOes por parte das formigas na visinhanca im- mediata do solo. Nao sc salientam os lleteroccra (Borbolctas nocturnas) por uuiawiqucza notavel cm especies. Apezar do eu Hies dirigir ainda mais attein.ao que aos Lepidopteros diurnos, nao consegui reunir um total mais elevado que dc 30 especies. Durante o dia forum notados principalmente alguns Microle- pidopteros, dc eolorido variegado, Bombycidae c Sesiae <) grosso pop-in apanlmu-sc de noite, no convex, a luz electrica. Tendo-se a re cobcrta com uma grande vela branca contrao sol, esta localidade tornou-se optima para a caca dos lcpi- doptcros, encontrando-se grande numero de indiv iduos de uma SciELO 10 11 12 13 cm Daltl, A fauna do Parti, etc. 363 mcsma cspecie. Entre os J letorocera impressionou-nos a appa- rente falta dos Geomctridac, Nao consegui d’esta familia mais cle 3 espccies, cada uma rcprescntada por um unico individuo. Certamente serao entre os Lepidopteros diurnos os Morpho gigantescos, do reflexos azulados, rjuo chamarao sobre si a attengao do forasteiro. Nao s&o raros. Em localidadcs idoneas p6de-se ver d’elles a toda bora um ou mais exemplares. Nas piccadas feitas no matto virgem, costumam ver-se n’uma altura de 2 a 3 metros. Muitas vezes quando a gente csta occupado com o fincar dc qualquer insecto, surge tal refulgesccr azulado e ao levantar os ollios a borboleta ja vai longc. Nao se move com tal celeridadc quo nao se podessc alcangar se se caminhas.se - mas 11a matta tropical humido- calida mesmo um Morpho nao se pode resolver a ir a pe. A maioria das borboletas diurnas do Brazil pousa raramentc. Sao quasi completamente ausentes na matta virgem as flores, quo cm nossas regions repctidamente convidam as borbole¬ tas ao pouso. Uma certa parte d’ellas assim ve-se voando constantemente, sem intcrrupgilo. A cstes voadores cons- tantes pertencem os Morp/io. Uma outra parte costuma sen- tar-se no solo das piccadas. Entre olles merecem especial meng&o diversas Satyridac, como a Ifaetcra pirra 1 ... com as azas transparentes como hid e Cithcrias rxmcralda Doubl. na qual as transparentes azas postcriores ainda possuem lu- zi la mancha azul. 1 2 Os Erycinidae c uma divisao das Lycae- nidae gostam de pousar de preferencia no lado inferior das follias. N’estas espccies o lado inferior das azas e frequcn- te.nente ornado com bellas manchas e estrias luzentos Na T/trcla pholcus 2 Gram, por exemplo o lado dc baixo e bel- lamcnte cstriado do vcrde e amarello; na Ancyluris mdibocus die 6 de brilho azulado, ao passo quo o lado de cima e pro- vido dc magnificas estrias transvcrsaes dc cdr encarnada. Na Ilclicopis cnpido I.., dc dclicado colorido branco, o lado in¬ ferior mostra manchas prateadas. As azas postcriores sao provi- das de tins appendices liliformes compridos c dclicados, quo se agitato pelo mais love sopro de vento. As espccies (lo genero Agtronia potisam nos troncos das arvores de azas estendidas. E’ cinzcnto o l.ulo superior das azas, semelhando golpeantemente 1 Vcja a cutnmpa 7“ «1<* alias SlnuUingir. ♦ KxolischoTagschmettcrlingc ulira que rreonunendo calnrusatnenie por suas numcrosas figurns coloridas aos que quciiam orientar-se na systematica dos I.cpldoptcros. 2 Tluxla—Stamliugcr, alias Kstiunpa 97 Ancyluris Kstampa 89 — 1 Tell - ci'pis list. 8". - — 1 IIOL. DO MIT, TiAUAKrOt) Dr. k. a. Dahl, A fauna do Pam aos lichens. O lado de baixo, escondido n’esta posieao, e viva- mente colorido era outras espccies. Levantando o voo, batem as azas com um burulho perceptivel. 1 Tcmos de tnencionar por ultimo entre os I.epidopteros diurnos ainda acjuellu divisilo que esvoaga nas clareiras do matto, nos pequenos jardins ao pe dos ranchos situados na floresta e que, ao par dos nossos Rhopalocera patrios, circula de flor cm flor. Entram aqui principalmcnte os Nyinphalidac e os JJcspcridac. E mais uma Lycaena diminuta e entre os Erycinidae a Apodania cpulus Cram., que e comtmun. * Como n’estes jardins novos, que se charnam rogas*, as arvores geralmentc so silo derrubadas e as vezcs um pouco carbonisadas, porem, n&o affastadas, de sorte que uma vegetagao secundaria nao tarda era cobrir outra vez estes destroys, a catja das borboletas e mais que penosa n’estas localidadcs. Nilo quero ]lassar em silencio um Rhopalocero pequeno, que forma curioso constraste com a maioria dos sens parcntes. I'.’ a diminuta Lcucidia brcphos 11 Ulmer, toda branca. •> Seiulo as borboletas diurnas como em gcral todos os insectos no Brazil, de dimcnsOes avantaja- das, a especie alludida e muito mais pequena que os sens me- nores parcntes na Europa.E finalmentc queria citar um intc- rossante caso de Mimicry . Um Bombycideo, de vida diurna, parece-se com o Papilio scsostris Cram. 4 tao completamente, que a alguma distancia nao pddescrdistinguidod’aquelle. Pos- suindo todas as especies de Papilio um sangue de forte cheiro, silo menospresadas por parte de nuiitos animaes e o Bombycideo, assim mascarado, 6 protegido pcla suasemelhamja do colorido. Sao os J'fymenopteros (pie mais duo na vista debaixo do ponto de vista- biologico no Para entre todas as ordens de insectos. O numero de especies 6 de facto consideravcl. Acha- ram-sc 1 20 formas diversas, que se distribuem sobre as fa- milias do seguinte modo: Apidae 2,5. Chalcididac 3. Vespidae 23. Evanidae 3. Braconidae 9. (Pfoctotrupidae). (Cynipidae). Tenthrcdinidae 4. Crabronidao 14 Pompilidae 9. porinicidae 16. (Chrvsidae [o] Jchneumonidac 12. ' SSo conliccidas |>clo povo do Sul com o nimic dc mntraca >. Veja Stall- dinner atlas Est. 44. j Apod mi l Stnudinger atlas Est. 92. ^ Stiitidilvo-r, alias Es tarn pa t6. 1 I'apilio ' sostris Staudlnjjcr atlas Est. 8. •Ilit. E. A. (i. cm 2 3 z 5 9 10 11 12 Dald, A fauna do Dam 365 Dcsde logo e para estranhar o pequeno numero dos ma- rimbondos pcquenos parasitarios (Chalcididae, Ptcromalini) e dos Braconidae, quo silo bem reprcscntados na nossa re- giao. (XIV) Os diminutos Proctotrupidae faltam ate de todo na nossa colheita. Nao pdde ser attribuido isto a circumstancias, quo eu talvcz me tivesse menos occupado com estes pygmeus, tao faceis a passarem desperebidos. Ja declarei, quo pelo con- trario, dediquei principalmentc attem;ilo a cstas pequenas crea- turas. Alias uma vez vemos constatado o facto ja frisado nos bczouros, quc os pcquenos insectos estrio na minoria e com elles aquellas familias, que contem apcnas formas pequenas. Do outro lado parece ser bastante insignificante o numero dos lehneumonidae cm com paramo com as borboletas. (XV) Talvez as numerosas espccies de formigas, de (pic logo fallaremos, fazem-lhes encarni<;ada concurrencia como inimi- gas das lagartas de borboletas. Muitas espccies distinguem-se das nossas pelas azas bellamente estriadas. Silo parcamentc representadas tambcm os Tnithrcdinidac, apczar que estes silo outra vez comedores de plantas. Ainda se trata de um cyclo de formas exclusivamente pequenas. No (|ue parece silo de todo ausentcs os mais diminutos Cynipideos, productores de protuberancias pathologicas nas folhas. (XVI) Sobresahem por diversidadc e numeto de individuos as formigas. O numero de 16 <’• muito baixo de mais, porque os obreiros silo em parto tlifficeis de distinguir e (pie eu por isto evidentemcnte nao pcrcebi muitas das espccies existentes. Tratando-se aqui nao de vegetarianos, mas de insectos do rapina, agindo em commum, o tamanho dos individuos nilo precisa ser muito considcravel. (XVII) Todavia ha espccies, cujos obreiros attingem a mais de cm., como Dinoponera grandis Guerin. Do outro lado temos espccies bastantes menores que as nossas mais pequenas for- niigas patrias. Uma d’estas pequenas formas, quasi imperccpti- veis, logo costumava apresentar-se, quando se levava qualquer passaro morto. Quando se pcnsa nas nossas formigas indigenas, (|ue audaz.mcntc se oppOem ao homem e que, incommodadas, attracain-se n’elle, applicando-lhe feridas vcnenosas, quasi se apodera de nos o mcdo, de entrar no cnatto virgem, onde as formigas silo tao numerosas e ha espccies de tao eensideraveis dimensOes. I’orem, as formigas de la silo apparentemento muito mais pacificas (pie as nossas. A colosssal Dinoponera e de tal modo medrosa, (jue nem e tarefa facil o apanhal-a. (XVIII) I.embro-me de um unico caso, unde eu fui mordido por cm 1 SciELO, 10 11 12 13 14 Dahl, A fani io, do I'ard uma formiga pequena, prcta. Adquirio certa cclebridade a sauba. a formiga cortadora de folhas, a Orcodoma ccpholotes. Dizeiu. d’olla, quo possue uma interessante divisao de trabalho. Uma parte sbbo na arvore para cortar pequenos lobulos redondos e'joga-os no chilo, onde uma segunda turmaos trans- porta mais longe para o ninho. Achci quo csta combiuaeao e casual c do todo desinteitcional. Coda formiga procura carrcgar ella mesmo o fragmonto do folha cortado. Mas acontcco fre- quentemcnte, quo no transporte difficit pola arvore abai.xo, o lobulo llio escapa. Em vez de descer do todo para procurar o lobulo perdido, o quo cm muitos cases scria difficil, a formiga volta instinctivamantc c corta um novo lobulo. Sendo porcm achado um dos taes lobulos perdidos por uma formiga, quo casualniente vem do ninho e quer trepar na arvore, ella o levanta c o carrcga para a casa. H’ assim quo se me afigura o procedimento e*assim b quo so pbdc oxplical-o sem rocorrer a supposi<;a.o do uma combiuaeao previa outre ellas. (XIX) Pompilidac e Cabronidae, marimbondos quo ao par das fnrmigas, vivem do rapina, pareccm sor fortomente reprcsen- tadas. F.ntrc as primeiras existem formas do tamanhorcalmento doscommunal. (XX) Menciono unicamonto a Pcpsis Bcoumuri. Dahlb. (var. Taschb.), que com as sums rcfor<;adas pernas quasi quo scria capaz de rasgar o borboleteiro.— As numerosas Vcspidoc per- tencetn quasi todas aos gonoros Polybio c Polish's. Sao do proferencia encontradas na sciva do algumas plantas, nas inser- (;0os das folhas etc. Sobrosaem enirc os llymonopb ros por suas elegantes formas cm primoira linha os Anthophilos ou Apidac. Todavia sao raras as localidadcs idoneas na visinlianoa do Para. No matte virgem propriamento dito mlo so vein, j.i polo facto de nao haver fibres. (XXI) Rica colhcita do espocies maioros, porbm, mo forucccu uma arvore, Papilionacea, cm fi6r na bcira do Rio < iuajara, alguns jardins c um paste perto da cidado. Bombas verda- deiros sao raros; so oncontroi o Bombas cayomcnsis F. Em oompensaeilo sao frequentos as espocies dos gonoros Xylocopa \ I/rmrsio. etc. Nas pequenas fibres, quo so achatn nos jardins o nos pastes, silo appareneias regulares, ccrtas espocies do genero ITalicius do Undo brilho osverdoado. As mais bcllas formas abrange o gonoro Euglosso, cliaractcrisada pola tromba alongada. A lingua, cncostada ao abdomen, ainda sobropassa osto considcraveimcnto o poderia facilmcnto sor tornado por um fcrr;U>. 1 C. fordo to F. b do todo verde-ouro o 1 C. brullri Fop, possue uni thorax do esplcndido brilho arroxado, ao cm 2 3 z 5 9 10 11 12 13 Dahl, A fauna do Para .'HIT passo quo a cabega e o abdomen sfto igualmente verdes.— Necessarian! onto causam imprcssao extranha ao visitante forasteirn as diversas pcquenas especieS do gencro Mclipona. Sao encontradas cm grandcs quantidades cm lugares, onde descobriram petisco convidativo. Ao que diz respeito a sua alimentac;ao, parece que elles nilo tern gosto muito apurado. Seivas tie plantas, cadavercs de animaes, excrementos, etc. sao frequentados corn igual assiduidade. De Nevroftcros ncm uma especic foi achada. Afynnclcon nflo pbde existir pcrto do Para, faltando para a sua larva lugares seccos, arenosos e Chrysopa dove faltar, porque a sua larva nao enc'ontra Aphidios para devorar. Menos compre¬ hensive! me fica a auseneia dos Phnjga)iidtos 4 (XXII), pois, quo nao falta a agua para elles e igualmente nao vejo razao para nao pod ore m la existir os Panorpidae. (XXIII) A ordem dos Diptcros (Moscas) nao se ostenta la pro- priamente pobre, se bem menos desenvoJ.vida do quo nos nossos paizes europeos. Apanharam-se umas 90 diversas espe- cics, que se distribuem sobre as familias, do seguinte modo: (Cecidomyidae o. Mycetophilidao 1. (Simulidae o.) (Bibionidae o). t.hirouomidac 1. Psychodidae 1. (Therevidac o). Asilidao 4. Empidae 1. Dolichopidae 9. (Phoridae o). Muscidae 50. Culicidae 3. Tipulidae 1. Ehyphidae 1. Stratiomydae 2. Tabanidae 0. Bombylidao 2. (Oestridae o). (Lonchopteridac) o. (Sipunculidae 0). Syrphidao 8. Conopidae 1. (I lippoboscidac o). Esta synopso demonstra logo quaes as familias, nas quaes a fauna paraenso fica aquem da nossa. Faltam cm primeira linlia as Cecidomyidae, pois, as suas larvas pertencem aos pcqunws comedores de plantas. Km seguida a l’amilia das Tipulidae, do pernas compridissimas, so exliibc uma unica (■specie, tptatido ella conta tao numerosos representantes pa- trios. As larvas d'esta fumilia, corno as das Bibionidae, total- monte ausentes, vivem na terra humida do matto, etc. No pri- meiro memento nao so com prebende logo a sua raridadc rela¬ tival. I alvez temos de procurar a razao na frcquencia pheno¬ menal das formigas, que lhes fazem pertinazes perseguivOes. As larvas das Ktupidac, tao rieamento representadas aqui 11a cm 1 SciELO, 10 11 12 13 14 Dahl, A fauna do Para AUemanha, vivem igualmente no chao. N'estc grupo todavia poder*se-ia cxplicar a quasi completa auscncia pcla oscacez em fldres. Menos plausivel torna-se outra vez o diminuto numoro das Chironomidao, visto quo as suas larvas vivem na agua. Mesmo os Culicidae nao silo la nada ricos cm especies, nem em individuos, (XXIV T ) Ouvimol-os isoladamente nos nossos bcliches e pcrnoitando uma vez em rede no convez do vapor, na beira do matto, fomos ate occasionalmente tnordidos. Decidida- mente porem a AUemanha os possue em numero muito maior em localidades idoneas. Na sombra do matto, onde na nossa terra so fica atormentado polo Culex nemorosus, la estaria-sc sem incommodo alguin, se nao fosse o calor humido c oppressor. As vezes parccia-me ouvir cantar ao redor da cabcc^a qualqucr mosquito, mas depressa vi quo era um pcqueno Milscideo, uni Chlorop. r, provavclmentc do todo ihoffcnsivo. Abstracqiio fcita d’esta cspecie, pequcnos Muscideos silo quasi inteiramente auscntes e assim so explica outra vez, quo o total das especies d’esta familia fica algum tanto inferior a nossa fauna corrcs- pondente. Como moscas frequentadoras do carne aehei so I.n- cilia, mas nao Gytophora eCynomyia. Nos cxcromentos deparci com especies do Sarcophagei e alguns outros Muscideos, em numero nao pcqueno. Nos ranchos no moio do matto virgem encontrou-se em quantidadc a mosca tropical d fuse a basiiaris Macq. E’ digno do nota o rcsultado, fornocido pelo exame de uma localidade, na qual podiam se esperar especies par- ticulares de Muscideos: no campo acima mcncionado, perto da cidade, pastavam algumas vaccas. Sendo em nosso paiz o gado atormentado por diversas moscas, de um lado polos Haetnato- pota e Stbmoxys, chupadores de sanguc — em segundo lugar pclas moscas dos goneros Ilydotaea, Anthomyia e Musca, quo pousam nas palpebras, etc., para server outran secrepOes liqui- das do corpo, e em tcrcciro lugar polos Oestrideos, ' quo quh- rem depositar os sens ovos -por analogia de circumstancias, semelhantes especies de Dipteros tambem podiam ser espera- das aqui. Na realidade eu ja devia ter notado, que OU mesmo tinlia ficado sem aggressOes por parte d’ostcs importunos in- soctos. I’ois bom, nao achei uma unica d’ostas moscas no corpo das ditas vaccas. (XXV) A familia-dos Tabanideos nao faltava do todo no Para, mas as especies cxistentes pcrtenciam ao grupo do nosso Chr>J sops ([ue na nossa patria igualmente costuma frequentar 1 Oh ■> licrttcs » do Sill do lira/ i I : «liras * no Norte. I)r. e. A. r,. cm 2 3 z 5 9 10 11 12 13 Dahl, A fauna do Para, etc. 3 G 9 arbustos e lugares sombrios. E’ quo o pasto no Pari e foito por mAo humana, tal qual corao a pujante vegctagao na Green Mountain de Ascension. NAo existindo primitivamente seme- lhantes campos limpos pePto do Para, so pouco a pouco podem povoar-so coni uma fauna analoga. Entre os Or/hop/eras cncontra-se outra vez, como no caso dos Lepidopteros, uma diversidade de formas, como nao e alcangada nem de longe pcla nossa fauna patria. Agrupam-se os animaes achados do seguinte modo sobre as familias: Forficulidae i. Blattidae 7. Temiitidac (nao detenninei). Mantidac 4. (Phasmidae o). Acrididae 24. Locustidae 7. Gryllidae 7. Ve-sc logo, que os gafanhotos vegetarianos dominam e entre olios sobrotudo os reforgados Acridios. Ao passo que as lagartas das borboletas, devido as causas acima descriptas, parecem residir principalmetite no andar superior do matto virgem, os gafanhotos detem-se na visinhanga do chAo. SAo garantidos contra as formigas gragas a sua faculdade de pular e sua consideravel forga muscular. Blattidae tiAo foratu dcscobertas dobifixo de pedras, de paos, etc., tAo pouco Forfi- culideos e Lipisma (XXVI), mas apenas Termites e Formici- decs, estes dous porem ('in grande quantidado. rnfclizmente so pude investigar mui superficialmentc os Termites. Nao apanhei scnAo individuos isolados, que da mosma maneira como nas formigas, igualmente assoriados cm estados, nao poderAo dar S"iiao uma idea muito vaga d’estes animaes. Para um conheci- mento completo e jireciso tanto a captura das diversas formas, como tambem o exarno da sua casa. formigas e Termites foram, devido a escassez de tempo, um tanto negligenciados c nilo possn informar, senAo de modo vago,sobreonumerodeespecics, que se podera colleccionar durante uma campanha de 6 dias. Do /\seudo-iVeurop/eros so foram apanhados Libcliulidac. Kstes porem cm grande porgAo. Se bem que o seu vbo rapido frustrava fre(]uentomente a captura, sempreconsogui 17 especies. A s suits larvas parecem format' parte integrante da fauna aquati- ca, puis julgo sereni r.iros todos os outros inscctos aquaticos. Restaria-nos ainda tratar dos R/njnchotos (Hemipteros), que figuntm na nossa colheita com 56 especies. A distribuigAo sobre as diversas familias e a seguinte: Pentatomidac 6. Coreidiio 7. (Tingidae) Aradidae 1 5 SciEL0 9 10 11 12 13 14 Dahl, A fauna do Para, ale. Lygacidao 2. Pyrrhocoridae 2. Capsidae 1. ( Anthocoridae) Acanthiadae 1 . (Saldidae) Cercopidae 2. Mcmbracidae 8. Jassidae 8. Fulgoridae 1 o. Phymatidae 1. Reduvidae 6. (Nabidae). Ifydromotridac 1. (Dutros hemiptcrosaquaticos). Strigulantia (nao apanhei). (Psyllidae) (Aphididae). (Coccidae). Ainda uma vox sAo, Como so depara, os pequenos vegeta- rianos, que faltam ou totalmento ou so isoladamente foram colligidos, ao passo quo se acham reprosentados por numcrosas especies na nossa fauna patria. I ‘'alt a complcta 110s Psyllidao, Aplndidae, Coccidae (XXVII), dos quaes apezar de busca zelosa nao pude nada consoguir; pobreza cm rolaeao as ( ,'apsi- dao, trio ricas cm especies na Europa. Infelizmcnlo nao sc procurou com sufficiente cuidado os percevejos aquaticos. (XXVIII). Sao incontestavelmentc numcrosas as Cicadidae. Os sons diversos por cllas emittidos, ora stridulatltes, ora dif- ficcis or ahi, na natureza tropica!, tint microcosmo nao menus variegado e ndmiravel, quo na zona temperada e eu j:i tive ensejo tie emprehender uina seric tic publi- cayiies, intituladas Contribut ors para o conhetimenta ibis arthropodos prqnenos c mini,nos do Brazil, ondc o auctor aebaria as provas, tlo que ndianto cm con- lestuyao da opinion por die protiunciada. Excursdes c visitas rapidas, como as fez o corpo scicntilieo da Ctankton - Expedition aqui no l’ani, nan piidem dar resul- tado tie todo exacto, nao interessarilo senao a superficie da materia, tanto mtiis que o accaso muitas vezes tern o sell malicioso dedo no succcsso e cxito de em- prezas, cmprehendiihts cm lacs circumstancias. Com mais folga o.Sr. Dr. Dahl tcria certamente Lainbim dado com csta fauna dos pygmeos. • H — Entretanto os ha. O importuno rato migrntorio (Mas dcCUmanus) constilue aqui na cidade do Parti o mesmii (lagello, como nas cidadcs ettropeas; o camondongo de casa £• pafa mini urn segundo excmplo, apezar de certas difle- renyas de c6r. Se, entre os insectos, a mosca de casa, quo so vd aqui no Brazil) de facto d especic distlncta da mosca domestica do Velho Mundo, como pcnsti Macquart, parcce-me qucstSo ainda nao sufficientemcnte liquidada. liaaimlaos ectoparasitas do homem e dos animacs domesticos, que na sua maioria siio os mesmos como cm qualqucr parte. HI — Don plena raziio ao alitor. Na maioria das collccytics; podemos hem dizer, cm toilas cllas com rural exccpyoes, siio cvidcntcmenlc raritlade, bclleza c tamanlio os (adores dominantes; mas uma exhibiyao impartial da compnsiyllo faunistica onde a cncontrmnos? IV — No capituio introductorio da minha Monographia sobre «Os Mammi- feros dti Brazil , tratei detalhadamcntc das propnryCcs numcricas entre eslcs e as aves. A npparentc pobreza cm Mammifcros apparccc por lodtt a parte no Brazil, onde a crcxcontc populayio humana modificou mais ou mentis o caracler physiognomico da regiiio. Os naturalistas allemaes nHo visitaram a matta-virgem propriatnente tlita. De rcsto tlevo dizer, que para dcscobrir os Mammifcros n’estc paiz d p red so certa cxperiencia c algiim lino venatorio. Quem possuir estes requisites cbega a observur ainda adualmcntc certas cspccics d’esta classc beta perto tla cidade do Parti. N’uma exctirs.io tpic fiz ltoje (2 de Maryo 1895) no Marco tla Legua, vi cm poticas boras perto de uma tluzia do quatipnnis (Sciurus) e apanbei 2 exemplarcs, levundo para casa ainda alim uma preguivn joven l Bradypus). V — Ahi val uni manifesto erro, que se explien mui facilmcnte pela cir- cunistanda, que o Sr. Dr. Dahi 11A0 6 familiar com os costumes da avaria nco- tropica. I'.videntcmcntc cllc vinba todos os dias tarde de bortlo tlo Xational, ancorntlo n'este porto, perdendo assim ns mclbotcs horns para a caya, que silo de madrugada. I ivesse file, acompanhado por cayatlor pratico, sc pnsto no matto, cm bigar idoneo, ao romper do dia, nao duvidamos tpie o scu julgamento tcria sabido belli diverse. VI — l’ubliquci recentcmcntc n’um pcriodico ornitbologico da Slilssa, deta- lbada resenba tlo nosso Urnbil, talvcz a mats complcta que sobre estc assumpto cxiste. K’ redlgida cm lingua allctn.l, VII — Outra scria a opinlilo, se o autor fosse familiar com as voxel tla avaria brazilcira. E’ rare o ilia, cm tpie, uiesmo na cidadc (Umariznl), niio ouyo 01 periquitos (Brotogcrys virescens), passando por cima da minha residencia. VIII — Os colibris nao silo avi s, tpie se possum chamar sonars, portanto nao pod cm sit vistas senao iso/adanirntr, Quem se collocar porem, perto de Bromcliax cm lldr, no matto, ou dcbaixo tie tun ingatriro, no cnmpn, cm lldr, cltegarA a observar cm poucas boras duzlas d’estas gracitisas creaturas. cm 2 3 z 5 9 10 11 12 13 Dahl, A fauna do Darn, clc. — E’ quest*! clc costume e tie experienc'd prolongada! Eu poderiadizer com bastante probabilidade, quaes as especies tpie o Sr. Dr. Dahl poderia ter visto. Esta lalta 6 rrlahva, nilo absoluta, count demonstrci no capitulo in¬ troductory da Monograpbia Aves do /Irazu. Aqui no’Parti encontrci corno bons catitores ate agora urn sabia (ennoble) [Tardus fumigatus Eicht.] e ccrta cspede da familia dos Troglodytidae, Thryothorus Irucolis que visita ate os jardius d'esta cidade c cujo canto tem scmelhanya com o do « pisco dj pcito ruivo • (Sylvia rubecula) da Europa. XI — Me e incomprehensivcl a distincyito que faz o autor cntre « croco¬ diles - c i alligalores *, quando no Brazil nao temos Benito estes ultimos. XII — N 5 o deixa de scr singular, que nem uma especie tenha sido obser- vada. Ccrto i que nao faltam rcprcscutanles d’esta classe por ahi c se o autor quer averiguar, sc a asserijJlo de Bates 6 exacta, que venha n'uma noite de chuva, comet agora as temos tilo frequentes desde Janeiro, la para os rtossos lados, para prcscnciar o concerto ampliibiano no Umarizal XIII — O Sr, Emile Gounelle, entomologo francez, que jA pela quarta vcz visita o Brazil, viajando toda a costa desde o Rio de Janeiro e parte consideravcl do sertflo tie Minas, Bahia, Pernambuco, Ccara, e ha -pouoo vcio ao Para; para cstudar principalmente os coleopteros, estabclecendo-se no Marco da Legua a men consclho, prom.ttcu-mc gentilmcnle enviar-me, depths da volta para Paris, uma appreciable dclalhada il’este capitulo tin trabalho tin Dr. Dahl, bascando-se nas suas proprias expcriencias e colheitas feitas durante urn mez (■ o tic Fevc* reiro a to de Mar^o tie 1895) na dita localidadc. Abstenho-iue por conseguinte tie fa/.cr observances critical acere.a tins bezouros c das borboletas. XIV — Talvez o autor nilo csteja informado da grande quantidade tie Cha/cididcos , descriptor 11ns ultimos annos por (i. Mayr e todos provenientes tie figueiras imligenas do Itiazil, (generos Pharmacosycca, Urnsu’gma), existindO ji cm 1885, 15 uovox generos e 63 novas especies. (Critogastcr, Trichaulus, Ga- nosonia, Tclragonnspis, Nannocerus, Physothorax, Diomorus, Ileteraudrlum, Acpoccrus, etc.) Ontle as mcncionadas figueiras existem (e nilo me con-la a sun ausencia na Amazonia) abundam os tliminutissimos e graciosos niarimbondos, que habitam e fazem o seu dcscnvolvimento nos sens pcquenos figos, geralmente de tamanho menor tin que uma avellil. XV—Tambem os Ithntumonidae c os Braconidac sao talvez inelhor representados na rcgi.Io ncotro|ticnl, do tpie 0 autor pare :c suppor. Estes innrim- bomlos parasitaiios silo o desespero this cntomologos, tpie proruram criar Bom- bycidcos e Sphjhgitleos, sentlo n'umas certas especies realmente dillicil tie encofi- trar-se cm libertladc, uma lagarta nilo picada, XVI NMo faltam de todos os Cynipidcos na rcgi.Io tropical tin Brazil, mas ao qlte parcce nilo estffo cstudados e descriptos. Eu j.i encontrci tnimcio Mlffrivcl tie niarimbondos gallicolas no Sul do Brazil (lembro-me por cxemplo tie ccrtiij fetus [Eiliccs], parentes do gencro curopco Scolopendrium, cujas folhas col It issues rcgnlarmentc achei prnvidas de * gallas na rcgi.Io da Scrra this Orgfios) e nilo duvido, que membros il'esta familia tambem sejam representation aqui tin Amazonia. E tie facto, cmquanto redigia estas linh.is, ja achti-os nas mattas da Pcdrcira perto da cidade ( ) tie Maryo de 181)5). XVTI - Vcgctarianos nilo faltam cntre as forinlgas; o grupo tlas Attidae ( satibas ) i todo composto tt’cllcs. Acerca d'esta familia eni rela<;ao ao Brazil, vejn-sc o trabalho do Prof. Dr. A. h'orel, no fasciculi 2." do Boletim do Muzcu Paraense . Will - E' a formiga, conhccidn na Amazonia com o nome indigena do totandira. XIX Estc assumpto tern sido tratado circumstanciatlamentc pelo Dr. It. Moeller 0 recentementc nimla pelo Dr. II. von Ihcring, cm trabalbos scientilicos 2 3 z 5 10 11 12 13 14 Dahl, A fauna dn Parti, dc. autor mesmo assign.da logo*depois o facto, que os ApidftC dos generns Mclipona (c Trigona) frequentam menus as fibres, do que seivas e outras substancius. Ac|ui, cornu cm todo o 13 ra/.il, o povo sabe quo sao frequentes os sous cortlyns cm pans bens do matto. ■— Comtudo, os ingaseiros cm flbr silo rcgularmcnl ■ visitados pdas ditas abclbas c os possuidorcs dc jardins lent toda razao dc queixar-se dos cstragns produzidos nas fibres das laranjeiras pcla <- arapua » (abdha-cnchorro) [Trigona ruficrus] XXII -Os hellos estudos do Dr. Fritz Muller cm Bltimenau (Santa Ca- tharina) provam que ns Phrygantdeos eslao bem representados no Sul do Brazil. Aebam-se da mesma forma no Kin dc Janeiro e estnu couvencido ban dc sc acliar por todo o paiz, mesmo dentro da zona tropical, onde hnuvcr os impres- cindiveis tilcios dc cxistcncia. — Sc cllas talvez silo niellos frequentes nas visi- nlianyas do Para, eu nttribuo isto a tuna circumstancla puramcnlc- local: os * igarapes , que estao debaixo da inlluencla diaria e perpetuus das marcs, niio silo localidades upropriodns. Os Phryganidcos preferem riacbos e cursos dc ngua constantcs c limpos, df: queda scnsivcl c dilfcrcnya dc nivcl, factores inui natural- mentc cncontrados nas regibes itiontanbosas e nao nas planicics da foz do Amazonas. XXIII— Os Panorpittae nan faltam dc todo, pclo menus eu us cncontrci no Rio d" Janeiro c nao acreditarci na auscncia complcta d'clles no T’arA, antes dc tcr-me couvencido d'ella por experiencin de colleccionameuto prolongado. XXIV-— Ha nqui manifesto engano, devido ccrtnmcnlc a cstayuo da visita dos cxploradores al lemurs no Para. Culicideos os ha — que so perguntc aos filltos da Amazonia, sc dies conheccm o campa/uV Se o Sr. Dr. Dahl pudesse vtr agora mesmo, no mez dc Maryo, durante a epocha das chuvas, como as cousas estao dispnstas aqui no I'ar.l c pergunlns.se aos ncgociantcs, para quo servem os mosquitciros que dies expbem na porta de suas lojas, cotiveliccr-se-ia foryosa- tnenlc do contrario. X as niirraybes dc viagem dc Spix c Martins, de Bales, etc.! XXV - N'estc ponto parece-mc quo o Dr. Dnlil foi itinis feliz. Eu tatnbem fiquei itnpres-ionado, que a gado nos campus de Marajn fosse rrlntivamcntc limpo e que as vaccns, que circulam lotion OS dias pdas ruas do Para, silo incoDtcstn- vclmente meno* pcrscguldas pclns Dipteros ecto-parasitarlos, ipio cm certos lifgares do Sul, omle a niayao dc gado lent n’dlcs tun serin obstaculo. XXVI—< lorn investigaybes Minis prolong,trios o autor tel la com todtl a certe/a achiitlo nas mencionadas localidades Blattidae, borlieulidae e Tliysanura tao bem como ou os enconlro nqui no Para. XXVII — Dos percevcjos perlcnccntcs no gmpo dos Tingidac dcscrcvi tuna especie dctalliadameiitc, faz tins 8 an nos, ducidando todo o sen desenvolvi- nieiilo. F.illmwne cnl.lo a litteratura systematica para it dcterininayao complcta. Hojc, depot's de ter estudndo os Hemipteros da «Novnrrn-Expedition *, julgo que a especie cm qncsliVi e identica mi pclo nicnos proximo parente da Monan- iha liiiiiilnld de Gustnv Mnyr (1806). Aphuthiuc existent no Brazil, na vrrdadc, so como immigtanles recentcs c intrusos moderiios, viudox cm |>lnntns ornaincntacs da Europa (rosciras, etc.) I'.species indigeiMs aiml.i n.Vi vi. — Coccidac poreni, existent cm miimro soflrivd (Dorthesia, < crnplastes, etc.) c eu ja os cncontrci no matto nobre plantas indi- germs e em rircumsluncias, epic me indtuem a coii«is Argyrodes silo todos ltospcdcs c commensaes nas teias dc outras aranhas maiorcs, cspccialmontc tie R/iein'i/ae. XXXI- I la Ortisciifat' aqtti no I‘ara; jA colleccionei d'cllcs. Encontram-se conto tut Kttropa, cm Ittgares luunidos o' escuroa, nos porOcs, etc. XXXII- Aqtti encontra-sc lrequentcmcuto nos igarapes, secco. navasante, o Gclasmus vochus, till) commitm 'em todo o litoral do Brazil. — Nos rios dc Marajd o Dccapodo brachjitro o mais commitm to Dilocarcinus septemdentatus sobre o qual ett publiquei, jo cm 1 885, no Arcltiv I'itr Naturgeschichte Berlim (Tom. 52, voI. 1. fasc. I | extenso trabalho, cm lingua alleniit, com ilhistrafCes. Frequence A tambein a Uca utta, da qual se faz grande con.sunto aqui no I’ara XXXIII — TctA sido tuna Amputhiriaf — Um facto singular me parcce, quo cncontro frequenteniciite c cm quantidadcs considcravels rasas vasias da bella Neritina zic-zac no cisco tie cozinlta das casas paradises. Vir.i do * salgado», qttcr dizer tla costa parnen.se, 011 entra cstc caramtijo maritimo ate cetta distancla Do ettrso Inferior do Rio Amazonas? Ainda nao consegni tirar c)ta qnfestSo a limpo nos poucos mezes, que me acho no I’ara, c — sobrccarregado dc trabalho cotno estou! ( Makc;o 1895) III OS SIMIOS (macacos) DA AMAZONIA Por ALFRED R. WALLACE * O immenso Valle do Amazonas e rico t in especics de ma¬ cacos, e durante a minha estada alii tive muitas occaciOes tic • Not a da ki:i>A(\ao. O pequeno trabalho quo segno loi pttbllcado cm lingua inglc/a nos •Annals and Magazine of Natural History Yol. XIV, N. X.,. (Lomlr.-s. Dc/embro 1854), png. 451-455. At tenia a laridatk do citado pcrioilico e a circmustaucia tie ser intlilo citado eslc artigo na lillcintura zoologi- ca, Jitlgaittos tic ntllitlade a reimpressilo cm versilo portugueza. 376 Os simios (macacos) da Amazonia / tornar-me conhecedor dos sous habitos c da sua distribui^ilo. As poucas observances quo tenho a fazer rcferem-se principal- mente a estc ultimo ponto. Eu mesmo observe! vinte e uma especies: setc com cauda prehensora e quatorze com cauda n&o-prchensora, como sc vc na scguinte lista: 3 guaribas, a saber: Mycctes ursinus, M. caraya? c M. Beelzebub. 1 i could ,-Ateles paniscus. 2 1 barrigudo ,-Lagothrix 11 umboldtii. ■' 2 mkos (macacos-prcgo ),-Cebus gracilis (Spix) e C. apella ? 4 4 uacaris, -Brachiurus couxiu, B. ouakari (Spix), B. rubi- cundus (calvus B. M.) e uma nova especie. 5 2 parauacus, (macacos cabelludos),-Pithecia irro'rata 6 o uma especie n 3 .o descripta. 3 uapussds, - Callithrix Sciureus, C. personatus c C. tor- quatus. i 2 ri-d (macacos da noite),-Nyctipithecus trivirgatus c N. felinus 8 3 Jtf/wms, -Jacchus bicolor, J. tamarin e uma nova es¬ pecie. ’ Os Guaribas sfto cm geral abundantes; comtudo as difFc- rentes especies acham-se cm localidades separadas; Jifycetcs Beelzebub sendo apparentemente limitado ao baixo Amazonas, na vizinlianea do Para; uma especie preta, M. caratja?, aoalto Amazonas; e uma especie vermelha, Af. ursinus, ao Rio Ne¬ gro e alto Amazonas. Parece haver inuita confusao cm rela- (,-ao as especies dos guaribas, devido a ditferenra de cor nos sexos de algumas especies. As especies vermclhas c pretas do ' Veja Goeldl Mammiferos do Brazil • (Rio dc J.) 1893, pay. 35 scg. 3 Ibidem pag. 40 scg. J Synonymo do I.. infumata. Vcja Oocltli, M. do B., pap. 39. I Col ms gracilis 00 Caiarara >. Accrca dos Ccbidcs veja Gocldi, M. do B., pap. 41 seg. 5 Accrca dos vaenris» veja Gocldi, M. do It., pap. 45. O ipie A. R. Wallace entende por Brachiurus couxiu nSo me i inlciramentc claro; julpo porem ipie o autor entende Pithtcia sativum ou 1 ’. cliiropotcs. (Gocldi, M. do It., png. 43.) Iloje cm dia difficUmcntc uni zoolngista podcra rcsolvcr-sc a conscrvar o nome penerico linu hyurus scuta para os 3 simios kcpuintos, ipie de facto pos- suem cauda curia (cnibtirn Gray, Catalogue of Monkeys etc. pap. fit duvidasse d’isto ainda cm >8yo), mas dc modo algum para o tlojso Cu.xiu, tlto tioUvel pela cauda comprida e fornida. 6 Synonymo de I’itliccia liirsuta (■ monacha ). Gocldi, M. do It, pap. 43. 7 Accrca dos gcncros Callithrix 0 Saimiris veja Gochli, M. do It., pap. 45, 4(1. * Ibidem pap. 4b scp. t Ibidem pap. 48 sep. Julpo rptc J. tamarin 6 synonymo de Oedipus Gcoflroyi. cm 2 3 z 5 9 10 11 12 13 Os simios (macacos) da Amazonia .377 Amazonas, tern, comtudo, a mesma cor em ambos os sex os. As especics d’estc genero sao scmi-nocturnas nos sens habitos, soltando gritos tarde da noite, antes do nascer do sol e ao appareccr da chuva. 1 lumboldt observa, que o grande barnlho quo fazem pode ser cxplicado somente pelo grande numero de individuos que se reunem para isso. Minhas proprias observances e o teste- innnho unanime dos Indios, provam porem o contrario. O ron- co, quo e certamente profundo, volumoso e exquisitamente modulado, 6 produzido por urn so individuo; pois prestando-se muita attentjjlo a rapidez com que para e comet,-a outra vez, ovidencia-se que elle e produzido por uni animal, que 6 ge- ralmentc urn macho idoso. Ao dissecar-se a garganta cessa a nossa admiranao; pois alem da cavidade ossca formada pela cxpans&o do osso hyoideo, 1m urn forte apparelho muscular que parece fazer o officio de folic forrando uma port,-Co do ar atravez d’esta resonante caixa ossea. Do genero A teles, os coatas de quatro dodos encontra-se uma especie so na zona da Guyana, ao Norte do Amazo¬ nas e Rio Negro. Uma outra, provavelmento A teles aler, ha- bita o rio Purus na zona occidental do Brazil. Estes macacos sao de movimento vagoroso, porem fazem muito uso das suas caudas prehensoras com as quaes balantjam-se de um gallic para outro; e mo inl'ormaram que & costume juntarem-se dots pelas milos e cauda prehensora, para fazerem uma panic para os lilhos atravessarem por ella. I)izem tambem os Indios, quo estc animal anda geralmentc suspenso por baixo dos galhos e naoporeima. O genero immediato, Lagothrix o bem interessante, sen- do inteiramente desconhecido na Guyana e no Brazil oriental. A especie que eu conhet;o (L. Ihmboldtii) acha-se na parte sudooste do Rio Negro, para o lado dos Andes, quo eu elm- mo zona Ecuutoriana do Amazonas. Sao notaveis pelo sou espesso e lanigero pello cinzento, suas compridas caudas prehensoras e indole muito pacifica. No alto Amazonas e a ('specie tpic se ve mais frequentemente domesticatla, e sao muito estimados, pela sua physionoinia grave, quo sc asse- melha ao rosto humane mais do que a de outro qualquer ma¬ caco, manoiras soccgadas e pela grande affeieao e docilidade que manifestam. Eu tivc tres d’elles por muitos mezes antes tic deixar o Brazil e cstavam a bordo commigo quando o na- vio pegou fogo ( H ) e morreram com t>s sous companheiros. ' Hrin Htltn. (> de Ac<»to >852. Confer, Bnlelim do Mnicti l’nracnsc X." 3, pnj;. 39O. cm 5 SciEL0 9 10 11 12 13 14 1178 Os simios (macacos) da Amazonia Os tnacacos-prego (micos), formando o genero Cebus, parecem ser mais geralmcntc distribuiilos e as espccies ter maior area tie distributee. Kilos tarnbem sao frequontementc domcsticados, porem offerecem uni notavel contraste com as espccies do ultimo genero, pela sua constante actividade c dosinquictaruo, c tern a qualidade do ser os mais maliciosos macacos do paiz, Cada especie do genero Brac/njurits parece restringir-se a um territorio particular. O B. couxiu b natural da Guya¬ na, e nao vae alem do Rio Negro a oestc e o Amazonas, ao sul. <) B. ouakari encontra-se no alto Rio Negro; o B. rubienndus no alto Amazonas, chamado SoliinOes; e uma outra especie, ao tiue parece nfto descripta, acha-se na par¬ te inferior do mosmo no. Os macacos cabelludos (parauaciis) que formam o ge- ncro Pithccia tern uma extensa area quanto ao genero, po¬ rem cada uma das espccies indivldualmente parece estar limitada a uma pequena cxtensilo. Das duas espccies que habitant a zona do Amazonas, uma, o P. irtoru/ti encon¬ tra-se na niargem meridional do Alto Amazonas, o a outra, apparentementc nao descripta e notavel por uma brilhante barba vcrmelha cm volta do rostro e debaixo do queixo, apparece sdmente do sudoestc do Rio Negro. Dos uapussas ou macaquinhos dc cheiro* o Callitlirix satin us. um exemplar do qual exisle lioje nos Jardins da Sociedade, tom uma area extensa, achandoso cm ambas as margens do Amazonas c Rio Negro. O V. torqmtns. espe¬ cie do colleira branca, cncontra-sc apenas no Alto Rio Ne- gro; e o C!. persona tus no Alto Amazonas. N’este districto ha duas espccies dos curiosos ei-a» ou macacos da noite que formam o genero Ni/c/ipifheats; tuna quo parece ser o N. trmrgafus de Humboldt acha-se no districto do Kquadora oestc do Alto Rio Negro; a outra, proximo parente, provavelmcntc o N./elinus, no Alto Ama¬ zonas. Sens grandes olhos, cara como de gato, polio lani- gero e macio c habitos nocturnos fazem d'elles um grupo bastante interessanto. Os indios chamam-os macacos do diabo e dizem que dorinem durante o dia para andarom a noite. Possui- cl'clles muitos exemplares vivos, por£m silo muito delicados e cedo morrem. I la tros espccies de sahuims >, posto quo nem um d'cl- los tenliu os topetes de cabolloB caracteristicos na cabo(;a. < ada especie parece ser restricta a uma parte muito limita¬ da do paiz. O lacchus tamarin , acha-se apenas m> territorio cm 2 3 Z 5 9 10 11 12 Os simios (macacos) da Amaxouia 379 do Para, onde 6 muito abundantc. * O /. bicolor, especie muito bonita, do cor cinzento-branca, vi somcnte no Rio Negro do lado da Guyana perto da cidadc da Barra. Outra especie inteiramcnte preta, do cara branca scm ppllo, habi- ta o districto do Alto Rio Negro. Parccc ser inteiramente nova. Os ultimos tros goneros parecem scr na maioria inse- ctivoros, e inclino-me a pensar quo dies tarnbem comem passarinhos c mammiferos. Pelo menos os quo eu conservci vivos, procuravam puxar para dentro das suas jgaiolas as pequenas aves que passavam perto. O pequcno Jacchus proto mencionado atraz era especialmento bravo. Uma vez agarrou pelo pescopo urn grande papagaio, e tirou um grande pedaco do bico, e teria talvez devorado-o so eu niio chegassc a tempo do salval-o. Dois outros passarinhos que se approximaram demais da sua gaiola foram apanhados e devbrados. Farei agora algumas observations sobro a distribuipao geographica d’estes animaes. Nas diversas ‘obras sobre historia natural e nos nossos Museus, encontramos geralmente apenas vagas informapOes dc localidades. America do Sul, Brazil, Guyana, Peru, silo as mais communs; o sc achamos Rio Amazonas ou « Quito affixado a um especimen podemos nos julgar bas- tante felizes cm ter alguma cousa um tanto definida; apezar de ambas estarem nos limites dc dois districtos zoologicos distinctos, e nao termos nada que nos diga se um vciodonorte ou do sul do Amazonas, ou o outro de leste ou do oestc dos Andes. Devido a esta incerteza de localidade c a con- fusilo addicional originada pela troca de especies somelhan- tes do paizes distantes, quasi nilo se acha um so animal cu- jos exactos limites gcographicos possamos indicar sobre o > mapa. D’esta determinacAo exacta da area de um animal dc- pendem muitas questOcs interessantes. As especies alliadas silo jamais separadas por grande extensAo de territorio? Que feieOes physicas determinam os limites das especies e * Esic trecho mar^n n crer • jue A. K. Wallace entonde antes a I fa fuller Ursula, do ipi' Oeillpiis GcolTroyi ilos nnligos zoologos com o synonymo tie 'jliinlm' tamarin *. A especie mcnclonada c dc facto o simto mais frequente- HiClite oncoiitiado lias arrcdorc* da propria cidadc do I’ara. (Du. K. A. G.) cm 2 3 z 5 10 11 12 13 14 :sho Os simios (macacos) da Ammonia das generos? As linhas isothermicas limitam exactamente a area das especics, oii silo aquellas inteiramente indt'pen- dente d’estas? Quaes as conduces que tornam cert os rins e ccrtas cadeias de montanhas limites de numerosas cspocies, cmquanto outras nSo silo? - Nenhuma d’estas qncstOes podc sor respondida satisfactoriamente emquanto nilo tivermos determinado cxactamente a area de muitas espccies. * Durante a minha estada no Amazonas aproveitei todas as occasiOes para determinar os limites das especics e hem cedp achei que o Amazonas, o Kio Negro e o Madeira formavam limites alem dos quaes certas espccies nunca passa- ram. Os cayadores indigenas tern perfeito conhecimento d’esto facto e sempre atravessam o rio quando procuram cen¬ tos animaes, que se aeham mesmo na beira do rio de um lado mas nunca por qualquer circumstancia do outro. A medida que se approxima das cabecciras dos rios, cstes deixam de formar limites c a maior parte das especics cn- contram-se de ambos os lados d'elles. Assim diversas espe- cies da Guyana vein ate o Rio Negro e o Amazonas, porem nilo vfio alem; pelo contrario as espccies brazileiras chegain ate ao Amazonas, mas nilo atravessam para o Norte. Diver¬ sas especics do Ecuador a leste dos Andes chegain ate a lingua de terra formada pelo Rio Negro e Alto Amazonas, porem nilo atravessam nenhuin d’estes rios e outros do Peru silo limitados ao Norte pelo Alto Amazonas e a los- te pelo Madeira. Assim temos quatro districtos, o da Guya¬ na, do Eaniscns e ao sul a novo face hits proto e o fjigothrix tlumbohltii. Spix, na sun obra sobre os macacos do Brazil, da frequontomonte margens do rio Amazonas eoino locali- dade, pareeendo deseonhecer a(|uilto que <>s naturaes geral- mente sabein, que as espccies encontradas de um lado do * Ao »|ue A. K. Wallace ill/. n'cMu* ultimas Iinhas, um calurono • apola- » ila nrissti partel 1C' |" ,r isai mcsiim ijuc a Amazonia hojo posMie o scu ptoptio oUalirlri i- mcnlo i ■ s« r.l nma ilaa piimipuo latcfas Jo Muiii I'aracnsr, il'.tia- mrr In/ sola ■ MUSIU PARAENSK O trabalho scguinte e uma communica<; 5 o preliminar so- lire os resultados botanicos de uma excursSo feita no anno dc i8i;,s pclo pessoal do Miiscu l’aracnsc, sob a direegao do Dr. Goeldi, director d’este instituto. O nosso itincrario foi o sc- guinte: Einbarcados no vapor Ajudantc* no dia 7 de Outu- bro soguimos atraves do archipelago que cinge a lllia dc Marajo na sua parte occidental, ate a foz septentrional do grande rio. De la o nosso vapor nos levou direi tamente a foz do Rio Counany ondc entramqs no dia 11 de Outubro. C) vapor podendo so attingir a primeira cachoeira, a viagern foi continuada por nicio dc canoas ate a villa de Counany. N’este lugar mis ticamos 15 dias, consagrando-os aexplo- rar;1o das visinham.-as da povoac.1o v c alein d’isso a algumas exctirsocs mais extensas tendo ]>or fim a explora<;uo do curso superior do rio d’uma p.irtc e d«is terrenes ao nortc e ao sul do Rin Counany d’outra parte. No dia 2 | de Outubro o vapor Ajudantc nos trans- portou ao Amapa ondc licamos tambem 15 dias. Infelizmcnte uma febre palustre que reinava entao n’esse lugar e que ata- eoii a inaior parte do pessoal da commissao, me impediu de approvoitar d’osta panda conio desejavamos. Apczar il'isto 1 aide fazer algumas observances interessantes que figurain n’este trabalho. Xo dia 10 dc Novombro o nosso vapor nos levou de novo an para. It elaro que no enrto espaeo de tempo cm que eu pude hear n’este paiz tan rico, n* me foi possivel fazer uma ideia com- l’lela item do aspect- 'la vogeta^Ho uas difTcreutes estates 5 SciELOi, 10 11 12 13 14 IJ 82 Co)ilribiii/',ilo (i gcogrnphin hotauim da Gin/aua do anno nem dos elcmentos innumeraveis quo constituent a sua flora. Mas como sobro a geographia botanica das re¬ gimes situadas directamentc ao Norte do Amazonas ainda nao ex is to nonhum trabalho (as volumosas obras do Crcvaux e do Coudreau contondo so noticias bastante vagus sol ire a flora das regions pcrcorridas por estos exploradoros conbeeidos) e nmito para dcsejar quo mesmo a mais pequena eontribuieao soja jniblicada. Este trabalho nfto tem outra prctcntplo quo a do ser uma primeira contribuitj&o n’este sentido. Na embocadura do Rio Counany ondo nos approxima- 1110s a primeira vez a costa, o littoral so apresenta coberto de uma mata. So ao norte, la ondo a costa avan<;a um pouco para formar um cabo, csta mata d interrompida por um eam- po quo sc extende quasi ate a beira do mar. Ao sul do Rio V) MoiltC May', todo coberto do mato, sc levanta acima ti l Iloresta. liutranUo IUl fax dn Rlii Oouiumy (I lluri'Htu »<• apresenta de mats perto e permilte ver a sua compositplo. bill. I formacla quasi ejcclusivamonto de CiPillbas f Allici’H • nin nifiila), arvorc quo chcga a uma altura de cerca do 20 metros. Junto com a Ciriuba crescc aqui a taboca (Gun- dim hit if alia) (pie n;\o so cobre quasi completamentc as marge ns do rio, mas quo parcce penctrar muito longe na Ilo¬ resta. Na embocadura mesmo do rio, o primeiro jilano 6 occupado por uma praia verdejante. Aqui c mais para cima se ve poucas Rhkophovns o o botnnico, quo espera ver toda a serie (las plantas citaclis geralmentc como formando o littor.il da Guyana ( Rhi:of'hora, Avicnniiu, Jjigiuiculariu ) flea tlesil- ludido do ver ossa utiiformidado. <) ciriubal acompanba o rio ate uma distancia do perto de io kil. Kilo so e interrompido cm alguns lugares ondo a margem e mais alta. N’csses lugares abuuda, mtsturado com as arvores caracterisando n matto da terra firme, o Inaja da Guyana ( Maximiliaua mu rip a Dr.) quo cm Cayenne so charna Maripa. Na beira ligeiramente rampada do rio crescc cm muitos lugares a Aninga (Moutrichurdia urborrsenn) altemando com a Tabua (Cyfirms), Em I'rente a primeira cachocira, sittindu a i <> kil. mais on monos da costa, o Ciriubal (misturado com alguns Assaisacs) ainda domina na margem esquerda, omquanto quo na direita dos dois lados do Igarape da Rot, -a ([tic aqui desagtia a vege- cm 2 3 L 5 9 10 11 12 13 Coittn'bnifdo a yeographia botanica da Guyana .‘>8.'S tn<;ilo e mais variada o contem alguinas arvorcs grandest Jutahy (Jfymcuaea Coitrbaril), Andiroba (Carapa ginjancnsis) e exemplarcs muito grandes do Inaja. Na ccrca viva da bcira forniada pelas Aningas c Ciriubas novas, tropa uma Bigno- niacca do goncro Areabidaea com bonitas ilores brancas c lihizes. Entrando na floresta (pic se extcndc atraz da rocinha quo deu o nomc ao Igarape, eu fiquei admirado do as- pecto particular que ella offercce. Em alguns lugares quo se distinguem pela falta de voge tar ao arbustivu, a terra ou¬ tre os troncos esta coberta de raizes quo cm lugar de pe- nctrar no cliAo, se lcvantam directamente no ar. Estas raizes cliamadas - aerotropicas , caracterisam as especies de Avi- ccnnm. Ellas silo cobertas dc tnuitas lentlcellas c sem duvida destinadas a servir para a circula(;ilo do ar atmosplierico que n’esta terra lodosa onde crescem as Ciriubas, torna-se muito escasso. Entre os troncos de Ciriuba se lcvantam outros pertencentes a Mututi’s e quo aprcsentam um aspccto nAo monos singular. Das suas bases vao serpcnteiUldo cm toililb ;is tllrec(fOoa raizca inullu gross,is olcvucUlS sobro O ellAo cm forma dc csplgOcs cstroltos (sapopcmas). D’ahi para cinia na rcgiilo das primoiras cacboeiras a Ci- riuba torna-sc pouco a pouco mais rara e a bcira do rio (ica occupada por niatto composto do uma maior variodade de ar- voros, predominando scmpre a Andiroba, Curtuja, Inaja e Assai. Na bcira d’agua se estabelcce uma graduate deplantas dc mais cm mais altas; so na vasante uma zona lodosa fica descoberta dc vegeta^Ao phanerogamica, mas clla tom uma coberta d’um vcrdo pardacento, constituida sem duvida pelas plantas inicroscopieas ( Diutomcas o outras) epic ella contem. ( ) primeiro degrao da escada, contendo as plantas mais pro- xinias do rio, o composto do plantas hcrbaceos, principalmento da Aninga e, altornando com ella, a Talma ( Cypous spec). O segundo degrao, dominando o primeiro do um metro de altur.f', e formado por uma vegeta^Ao arbustiva, representada principalmento por divers,ts l.oguminosas. Alcm da Dign>>- niacoaja citada, abunda n’osta zona a chamada Veronica {Dal- bergia i nonet aria) que parccc representar n’esta regiao o niesnio papel (pie o Aturia (Dvtpaiiocarpus htnidahts / Viea- Illi, as do Amazonas inferior. O tcrceiro degrao, attii^a 0 foi 8 metros e mais do altura, 6 formado oxclusivatnen ; i ph-mta cm 5 SciELOj, 10 11 12 13 14 386 ('onh ihuiruo d ijrotjmjihia botanim da Guyana mais a fundo. NAo ha duvida quo csta arvorc era o Urosi:- gma nymphacfolium Miq. Os primeiros dias da nossa cstada no Counany foram consagrados a cxplorn<;ao dos arredores da povoa^Ao, quo sAo bastantc variados. A villa mesma esta situada n’uma eleva<;Ao a margetn direita do Rio. Au norte a florcsta e pouco desenvolvida c interrompida cm diversos lugares por claros quo apresentam uma vegetal,’Ao caractcristica dos ver- dadeiros campos. A oeste da villa so extonde uma regiAo bastantc grande epic foi cultivada ha anuos c que agora esta quasi totalmentc transformada cm capoeiras representan- do differentes gratis do transformai;Ao cm ilorestas. A coisa e outra na dircctjAo opposta, nude corre a pouca distancia a Este da villa o Igarape do Hollanda. O terreno baixa aqui e fica cobcrto do uma matta alta que approximando-sc do Igarape se caracterisa conm verdadeiro Igapb . Vamos estudar primeiro a florcsta e as eampinas ao norte do Counany. As arvores nAo crescem muito altas aqui bastando para caracterisar este mate citar algumas arvores das mais communs. Estas silo p. e. o Umiri (I/mu in'mu sp.), Pcnte de Macaco (Apcilta Tibourbou e A. Pctoumou), a Sa- patarinha (Mieonia ciliata DC.) que ja e mais um arbusto de que uma arvorc. Na vcgcta^Ao arbustiva do matto eu notei como elemento dominante a Hirtdln a/ncrioma com os sens lindos cachos de (lores roseas. Em alguns lngares se encontra cm grande quantidade uma Grmuiuca muito elegante (Orthoclada laxi/lora Bcauv. var. sesquiflora) cum feto muito commum tambem nosmattos do Para, o A (Haulmu polyphyllmu. I. a ondc o caminho entra no matto quasi todos os troncos das arvores silo enfeitados pelas folhas grandcs do Tracua (Philodendron prrtusum.) As eampinas se exten- dem do Counany cm uma listra estreita no rumo Noreste, sendo separadas por algumas depressocs bordadas de matto. Infelizmente ellas cstavam n’uma condi^Ao muito melindros.1 por causa da esta<;ao secca, a maior parte das plantas achan- do-sc mais on menos seccas on mesmo queinmdas polo fogo. Genuinas Gramineas sAo iiastanto raras, eu acliei so duas cspecies de Aristida, o Liptocorypliium Inualmn X. ab E. c uma quarta especie quo nAo poude mais scr determinada. As Cyperaceas, apezar de formar a \ - cgetai;ao dominante das eampinas, nAo sao representadas por mais espccies. O Capim de bolota (k'hy mhos pom div. sp.) e a Maravilha do Campo (Ilypolyirum sp. talvcz //. pun gens K.) silo fre* quentes nos lugares seccos, cmquanto nos lugarcs mais hu* cm 2 3 L 5 9 10 11 12 13 Coutribnif to d geoyrophiu botanica da Guyana .'iS7 midos abuiula a Tiririca grando (Sclcria cypcrina Kunth.) A vcgotatjio arbustiva d’estas campinas e quasi complcta- iricnte representada pelo Malmequcr do campo < Tihou china aspcra) quo tinha aitulu so unias poucas das suas (lores bo- nitas. Espalhadas nas campinas e quasi todas qucimadas por baixo sc levantam algumas arvores tortas c baixas, cober- tas cm parte dc cachos de tlorcs amarcllas. E’ o Muruci ( Byrsouima spicata Rich.) cuja fruta c uma cornida agrada- vel. Na margem do matto a minha attcm^lo foi attrahida por um cipd muito particular, com folhas oppostas e coriaccas c com inllorcscencias dichotomicas o trichotomicas carrcgadas dc fructas oblongas'. Um pcdago do tronco quo on lcvei me parcccu apresentar a estructura anatomica das Menisperma- coas (feixes fibro-vascularcs arranjados cm numcrosos circulos conccntricos.) So mais tardc me coitvenci quo csta planta pcrtcncc a uma familia toda differente, isto 6 a familia das (inetaceas. Esta familia que junto com as Coniferas forma a classc das Gymnospcrmas, tern representantes cm todas as partes do mundo, mas todos dies silo mais on mcnos raros. O cipo quo nos encontramos e quo a gento dc Counany chama Itua , pertcnce ao gcncro Gnctum quo c exclusiva- mente tropical c comprehonde as unicas gymnospcrmas tre- padciras. Determinci-o como Gncium nodfflorum Ad. Brogn., espccic cxclusivamcntc guyaneza. Uma outra excursAo foi consagrada a explorarilo das capoeiras a oeste dc Counany. Aqui como no Norte os luga- rcs baixos e as dcprcssObs silo occupadas pelo matto, sejaquoa rcgencrai.ao d’clle fosse accolcrada n'estes lugares, seja mcsnio que estes lugares fossem imcompletamcntc roijados. Nos bai¬ xos o Assai forma muitas vezes com a Badris marajd o elc- mento principal da vegetable, emquanto (juc nas partes clo- vadas os Iuajas dominant cm alguns lugares. l‘em poucas arvores altas; o Belinda grossularioides , uma Melastomacea dc 20 metros do altura, cstava carregada de fructas e attrahia muitos passaros e no chilo onde medrou uma bonita trepa- deira da classc dos fetos (I.ygodium), abundavam as fructas cahidas do Bento do Macaco (Apeiha Tibourbon ). A verdadcira Capoeira sc compbe priucipalmentc de uma vegeta^fto arbustiva dc 2 a 3 metros dc altura. Diver- sas ('species dc Solatium com (lores brancas e azuladas, Spotiia micrantha I)ee„ Trigonia villosa Aubl. com (lores muito cheirosas, o curioso Ifclideres penlandra com as suas (lores cncaruadas c as folhas disticas, o Rhynehosia p/iaseoloi- pcs DC. e outras plantas abundant n’estes lugares. ;588 Ctmlribttirflo a ycoyraphia bo/anica da Guyana A Estc da povoa^ilo o matto, romo nos ja dissomos, c mais alto o aprcsenta quasi o aspocto das florostas nos arrc- dores de Belem. As grandcs arvores silo cobertas de Epi- phytas o do cipds c as palmeiras silo mais variadas. Entrc- tanto on pude constatar, apezar da minha pouca experioncia sobre a flora do Para, algumas difforcm;as essenciaos na composi<;&o do matto. Ealta principalmente esta grande va- riedado do l.eguminosas cnormes o a 1 gum as outras arvores (p. c. o Cajueiro bravo) que silo muito communs no matto do Para. Entre os arbustos a Hirtella amcricana occupa o primeiro lugar e flea so mais rara onde comooa o IgajxS. Porto do Igarapo oncontrei duas plantas intercssantcs, uma Graminca o uma Cyperacea. A primeira pertenco ao genero Pariana e a secoilo das especios com rebentOes do duas for¬ mas, limitada oxclusivamonto ao valle Amazonico o as par¬ ti's confidantes da Guyana. A segunda, o Sclcria pahuiosa Poepp. ct Kndl. chega a uma altura do i '/, metros e so acha so indicada, na • Flora brasiliensis >, do rio lluallaga o no Para. N’uma excursio do outro lado do Igarapo do Holland.! nos attravessamos primeiro uni matto quasi igual a oste, mas uni pouco mais humido. N’este matto abunda o . Icros- tichum aurcum I.., feto grande o de effeito ornamental. Um pouco a leste do Igape) o terreno so levanta o forma uma collina cobcrta de uma antiga rora. Atravez d'osta ro^a e o matto que so oxtende atraz da collina cho- gamos a um lugar descoberto onde o chilo o formado por uni monticulo granitico. Ao redor d’este monticulo o matto cossa cm {rente da pedra quasi nua e na sua margom tom uma vcgotaiplo epiphytica muito rica compost.i do divorsas gr.mdos Bromoliaceas e nuiitas qualidados de Orchidcas; alem d’isso a Murta da pedra caractorisa na vegotaoAo ar- luistiva o contaoto do matto com a pedra. Em cima da pedra mosino tern uma vegotarilo pobre mas caractcristica. Aqui modra o Ananaz (Ananassa saliva) e outras grandcs Bromolia- ceas que crescent ao mosmo tempo nos arvores da margom. Croscc la tambem lima vegctaoilo do pequenos arbustos na maior parte glandulosos entri' os quaes abunda a lierva so; por traz suppOe-se exis- tir um campo. Xo meio do lago nudum ilhas fluctuantos do Mururd ( Eichhornia sp. ex a IT. E. azttreae ) o no lugar onde n poscador de pirarucu tom o sou porto do embanpte (' girao ou apanhei um Pauicum 0 um Stir pus. Ag.irrado a ost‘'s duas plantas eu tire! da agua tunas plantas poquonas il'inna Salvinia son fructos. Esta planta d identica com uma tpia- lidado do Salvinia quo eu acbci n<> Para e «pie corrosponde perfoitamente a doscripoao da Suhitlia raduhi Spruce. De¬ pots eu live occasiAo de cultivar esta planta quo mostrou sor simplosmente uma forma estcril o estivantc de uma espe- tie bom conhocid.i, a Salvinia aurintla/a. Na florcsta eu nchei cm abundaiicia uma Dioscorca (talvcz a D. la.xiflora 2 3 Z 5 9 10 11 12 13 Conlrthuipflo d yroymphia hotunica da Guyana 393 Mart). Infelizmentc mlo pudcmos gastar muito tempo na cxplora^ito do lago cujos arredores sem duvida content ainda muitas riquezas botapicas inesperadas. Uma outra excursao tambem muito instructiva foi feita no dia 21 de Outubro nos campos ao sul do Counany. Estes campos comepam a uma distancia de perto de 2 kilo- inetros da margem do rio c se extendem em linha ate o rio Novo. Nos desccmos o rio n'uma canoa ate um pequeno igarape quo desagua na margem dircita do Counany. Xao muito longe de sua embocadura, oiule entramos com a ca¬ noa, foi preciso saltar em terra. D’este ponto ha um cami- nho atravez do matto, que conTluz cm pouco tempo ao li- mite da zona do matto que accompanha o rio. N’urn quarto d’hora estavamos em frentc da savana que so extendia a perder de vista em ondukujOes sucecssivas, accompanhada a direita c a esquerda da linha do matto. Algumas arvores levantam as suas copas de forma earacteristica por eima das outras, como p. c. o Anani (Symphonia giobuli/cra) t* a Uemiba (Myristica sp.) A savana mesma se apresenta limpa no meio, mas das suas beiras ondc «11. is abundant, avan- (,-am em linha de escaramu<,'a arvores baixas e t« rtas, o Mu- ruci (Byrsonima spica/ii) c Caimbe (Curatclla piofi ' -or Warming Ur Copmliagur f'tn plantn ' iUrnlii i .1 lima Cypcrnvra inliaila | or >■ -l<- illu-l»<- Imlanii u no* rampo, Ur I yo.i Sinta (Minn* (irrnc*) r ligur.tUn no mi Iratmlbn (I.aj*oa Santa rl hldr.ig lil Urn InoJnjjiUtr I’lantrgrognfi 1 K<)2) »ob o nmiir Ur Sorput Itikr. (*yn! Omostrhs pitntiioMt N. nil li. ). 2 3 z 5 10 11 12 13 14 !!D I Contribuirulo d gcographia hotmrica (la Guyana faixa do uni vcrdc vigoso. SAo Graminoas e Cyperaceas cm via tic brotar do novo. La a barba do bode falta com- pletamente. Logo porom na subida do lima d’estas pequenas collinas scccas c pedregosas, ondc <> gado so rei’ugia no tempo das cnchontes, oncontra-sc novamonto aquellos vogo- tacs bizarros, ocoupando as vozos ,50 °/„ da suporficio, com cxdusAo do qualqucr outra planta. Nos terrenos baixos a vcg< ta(,'ao das Graminoas o das Cypcracoas e quasi a mes- ma como nas Campinas ao norto do Counany. Sclcria- cype¬ ri an Kunth, duas especios do Rhgnchospora e um llgpolg- trum pareciam-me formar a base da vcgctafAo. Sbmcnte nos trechos mais litunidos pcrcebiam-so os pcnnachos bran- cos da Imperata liras Hints is Trill. No alto das eollinas des- taccatn-so aqui e acola moitas do arvorcs, nas quaes o Umiry (1 lumiriuni floribuiiduin) qtiasi sempre choga a tor a pre- jionderancia. CapOcs com numei'bsos assai o niiriti tiAo silo raros e compridas filciras do palmciras niiriti indicam os curses escondidos d’agua. No moio da savanna existo uma rot-ha granitica chatnada I’cdra cliata c ccrcada do algu- nia.s arvorcs, como sojain niurta, umiry, itiaja, com grinaldas do baunilha. N'este ponto o caractcr da savanna principia a modilicar-so pouco a pouco. N’uma encosta lcvomohto incli- nada o viajantc aclm-so do repente cm (route dc um campo, qttc no sou aspccto torn um quo do horta do couvc. E’ 011m- rucy pequeno (Ili/rstu/itna vcrbascifoiia Rich.) quo tom a sun parte lenliosa quasi intoiramonto onterrada no cliAo c cujas folhas sAo revestidas do um fcltro branco, pratcado. Mais lunge a * barba dc bode rcpparccc, porom com as espigas 0111 ostado mais adiantado, 0 com osta alterna agradavcl- inento uma planta d’um vcrdc vi^oso quo apresenta um aspccto nAo monos curioso, SAo umas vassouras forniadas do hastes filiformos minikins do folhas mui miudas. Nan tardoi cm reconhccor aqttolla Ipomoca , achada cm um exemplar cm flor no lugar chamado Campo secco , porto do l.ago Tra- lhoto. A Jpomoea a/uYntsis (como'tal a apuroi postcrior- mento na detcrminaoAo) — occupa um lugar muito particular outre os sous congcnorcs, sondo a union ospccic com lolhas roduzidas. Considorando os galhos filamentosos muito alonga- dos d’osta planta, ganha-se facilmcnto uma idea do quo pode- riam tor sido os antepassados dos Cnseutas. A horva ou tcipu do chumbo ., quo orescom nas mesm/ts savannas, bom quo porteiioa a outra familia, doixa-tios ontrovor uma forma dc I arasitismo, pol l qua! som duvida outr'ora dovcm tor passa- d » as Cuscutas. As hastes sAo aintla verdes 0 capa/.cs do cm 2 3 z 5 9 10 11 12 (’oiilrilmii'to ii (jcoijrtiphjsJ hoUmicn ila Guyana ;i!)f> assimilar o acido carbonico do ar. I’ouco a pouco moitas do caranas (Manri/ia nrrnata) principiam a alternar com os mi- ritys. Eis a savanna "quo sc cstreita entre duas ilhas dc matto. O murici , a « nuirta y o « umiry » formam d’esta passagem ura cainpo cerrado. 1*', aqui quc eu vi pela j>ri- mcira vez uma curiosa arvoro pequena, contendo urn lcite abundantc c carregada dc fructos cm forma dc dous chifres. If uma Apocynacca, uma cspecic dc PI a mi era, nova para a sciencia. Cbcgamos a urn campo onde a barba dc bode J j - ' 1 n n />n/ 1 n nlln a com o pequeno muricy, a Ipomoea atari nsis, Gramincas e Cji/irractaw Aqui e acolii um liiulo P/iasrolus dc grandes florcs vcrmcllias cor dc logo. Na planicie baixa sempre campos dc /mprrata brasiliensis M rin. c grupos dc mirity c < carana .* Tomando ruino Estc, vemos a savanna estreiiar-sc dc novo. Dissoram-me quc outr'ora existia uma vivenda na bcira do matto. Dcantc dc nos cstende-se um panno dc ar- vorcs dc troncos curfos c grosses e com copas que princi¬ piam a altura de i i/j in. mais ou mcnos cquoparcccm como aparadas a tesoura. Entre cllas notei o genipapeiro * (Gc- nipa amcricana), a Anauera (Licania macrophylla) c uma outra arvore ainda dc folhas imparipennes, chamada Lou- cura-* pcla gento do lugar. A RhynThanthcra grandifiora DC, a Acselnynomcnc sensitiva S\v. c a Selena ( Ophryos- cleria) microcarpa N. ab E. formam arbustos dc i 1/2 m. dc altura c n'uin lugar liumido, cobcrto dc licrvas, crcscc uma pequena planta com aspccto dc Lycopodium. K’ a Mayaca ttuviotilis Alibi, quo n’esta localidado c n’esta cstac.ln nao forma senao brotos mui curtos. Tivcmos dc atraveasar mais um campo poqitono c entaq ebegamos a bcira d’um igarapd rodoado por uma matta. If o lgarapc da Roy a, o mesmo quo dcsagiia no rio C'ounany abaixo da primeira cacliooira. E.mprcguei o tempo quc me restava, antes da volta, para Collier as plantas quc crcsccm 11a margem d'esta agua limpi- da. N'as boiras, asombra das arvores crcscc cm abuntlancia um Trichomancs, nos trcchos mais lnimidos tlci com uma bonita AV rophularinca dc florcs azucs c uni Pacfaliwthus com pc- quenos capitulos brancos, notando cu ao mesino tempo na agua Killias c florcs do gracioso I.imnauthemum llumboldtii (iriseb. O paiz do Amapa into ofFcrccc uma diversidadc dc for niayao scmclliantc aquolla quc sc encontra no C'ounany. I’ro- cm 2 3 z 5 9 10 11 12 13 390 (vutn'l/iiirdo d yeoymphia botanim da Guyana vein isto scm duvida do facto de ser osta regiao mais baixa e menos accidcntada <]iic a do Cotniany. Na foz do Rio Amapa pcrcobc-so facilrnente a intlucncia exercida pcla po- rorbca ■ sobre a vcgetaijUo costcira. Km ccrtos lugares o ter- reno e roido pcla resaca o troncos de arvores arrancadas a niatta ribcirinha sAojogados a torto e a direito sobre a praia. A niatta se conipbe cxcktsivanicntc de ciriulia e de algu- mas R/tizophoras. A pequena distancia apparece a taboca, forniando o nmtto baixo as vozes cm extensile eoiisideravel da agua para dentro. As aningas sao escassas a princi- pio, e longe de formar uni andar sejiarado nas niargens conio no Rio Counany, parecem antes fugir para o interior do ciriubal. Depois de ter passado dois canacs bastaiite lar¬ gos, (pie vein do nproeste, deixa-sc o Amapa grande e entra-se no Amapa pequcno, quo vein cm rumo S. O. lan- rar-se no Amapa grande. I’or toda parte o nicsmo ciriubal, do qual alguns troncos acham-se arrancados e elcvam sua galliada secca para o ar. O vapor sobe ate o lugar onde o Amapa pequcno se divide cm 3 bra<;os, forniando uma cruz com o rio principal. D’este pOnto seguc-se o curso d’agua quo vein do Oeste. Na bora da nossa subida a mare ja ia baixainlo coiisidcravelmente. Na vasantc o rio 11A0 represent.! senile 1 nm igarape muito insigniticante, quo nem para uma canoa da passagom. Ate a povoaiplo o ciriubal nunca mais deixa as duas niargens. () vordadciro mangue (Rhizophnra) ja desapparcccu lia muito c cm seu logar ve-se arbustos de folhas arredondadas no vertice e com uni ligeiro reflexo pratoado. K' a Ijigum ulttria mccmosa, eliamada igualmente mangue pelos indigenas. Kstes arbustos c cxemplares 110- vos de « Ciriuba crescem ate no leito loiloso do rio, e nos lugares ex|x>stos a jMirorbca (quo todavia e muito fraca aqui), pode-sc ver que a maresia tem arrutieado as suas folhas. Nos lugares mais baixos os troncos d'estas plantas sao ornados de algas Floridcns. (> Aturia , quo cu nao vi no Counany, acha-se aqui etn peiiumia quantidade 11.1 beira d’agua e por toda parte ve-se as Mores brancas <• lilazos da , \nabiiiaoi, cujas grinaldas ornamentam como no Rio Cou¬ nany, os arbustos das niargens. Nos radios das Avitcnrtias appareeetn as bonilas Mores amarellas do OtU'idiltm iridijolittm. K sfimentc perto da |jovoacfto do Amapa uiesino quo appa- recem algumas I’alineiras. Ksta pnvo.u.'.lo se aclm n'utna po- sie.lo bastaiite curiosa. I'ica na extremidade d’unia lingua do terra que se extende da regido d<> eainpo para o Norte 0 termina na margem ilireita do Amapa pequimo. Quasi a cm 2 3 z 5 9 10 11 12 13 Contribvirjo !)7 ocste da povoatpto, o Amapa pequeno se divide em dous braces uni dos quaes vein do sudocste e chama-se «Igara- pe do C'ainpo , ohiquanto o outro continua mais ou monos a diroc(,-;'io primitiva e constitute, segundo os naturaes, uraa com- muilica^ao com o Amapa grande. Ambos os brapos sao pequenos fios d’agua na baixa mar. I la vintc annos quo esta lingua do terra na qual se acha a povoaip'io, era apenas uma peninsula rodeada d’agua de um antigo lagoj hoje qua¬ si toda a suporticie d’esto lago se aclia cmergida e coberta polo ciriubal. E’ assim quo o Amapa esta quasi totalmente ccrcado de ciriubal e nHo possue matto de terra iirme senile do lado meridional por ondo se liga a terra tirmo. O ciriubal invadio tudo n’estes ultimas vintc annos. Parece em geral quo a ciriuba representa n’estas regibes um papel bastante importante. Por toda a pfirtc cm que a agua depo- sita vasa bastante do modo a hear esta descoberta na baixa mar. plantulas de ciriuba fazem logo sua appari(,'£lo. Isto pode observar-se no leito do Amapa pequeno perto da po- voaeflo e, segundo a informa<,';'lo do l)r. (roeldi, em oscala muito maior nas immediacies do Pago grande. A ciriuba nao attinge a uma grande altura, pois geralmente nao tern mais de quinze metros. <1 ciriubal podo-se considerar como uma formalin botanica muito distmeta. K uma tloresta de folhagem pouco densa, por onde os raios do sol entrain com muita faciliilade. Apczar d’isso o solo n;\o sustenta senilo um pequeno nuniero de especies vegetaes quo formam o matto subjacente. Nos logares mais liumidos em que a agua fica estagnad i por muito tempo ha espossos bosques de bambus (taboo.is). M’outros logares este e supplantado pela Aninga, que pode perfeitamente viver dentro d’esta tloresta clara. a<> passu que no Rio Counany onde a tloresta d mais densa, ella procura as margens mais claras do rip. Como plantas caracteristicas do ciriubal pode-se ainda citar uma Pavonia (sect. /•InpQvonia). arbusto di'lgado de pou- Co mais de dous metros de altura. com tlores d’um pallido aman'llu-alaranjado e uma Jponiora complctamente glabra de Hores lilazes. que trepa nos arbustos. O Acrostichnm aurnun de follias do metro e meio de comprimento e uni (Jr in it at de floras br.mcas se acliam mais ou monos restrictos ao Ci* riub.d. Entrc estas plantas ticam grandes clan»s onde apenas as raizes aerotropicas da Avicamia emergem do solo lodo- so. A maior parte d’estas raizes ncham-se cobertas d’uma l loritlea (I'nhjsif'bnnia spec.) Koi-me de muito interesse com* pfovar que a Ciriuba possue as vezes raiz.es aereas positiva- 10 11 12 13 ,‘5!)8 (bntrib/iirth) a (/cographin botnnir.fi homs, porem monos desenvolvidas cm comparaQAo com o volume da arvorc in- teira. Lima arvorc por exemplo, por mim especialmentc cxaminada debaixo d’estc ponto do vista e quo media cerca dc trinta centimetros do diametro apresentava uma meia du- zia d’estas raizes d’um diametro de 3 cm., emquanto quo do tronco nascem ainda outras mais finas. E’ nvidentc quo a flora do matto da terra lirme, quo occupa a lingua dc terra ao sul da povoaeAo, dove ser, por causa da sua idadc mais avau<;ada, muito mais rica cm es- pecies que o ciriubal. Com effeito, ha cm abundancia madei- ras preciosas de dlfFerentes cspecies. Estando doentc dc fcbres durante quasi toda a nossa estada no Amapa, pude apenas etnprehender alguns passcios n’esta matta. No bosque que so estende atraz da povoacuo nota-se o pcnte de macaco (Af>eiba Tibourbau), o Caere • (Vtsmin G/n/a/irnsis < I'. Caijcniinisis) e differentes cspecics dc Ingil. Mais Ion go minha admira(;rto foi despertada por um cipd coberto dc alto a b.iixo do flores brancas qua derramavam um aroma dcli- cioso. Era uma especie dc Moutnbra provavelmentc nova para a sciencia. Na floresta pouco densa existo um matto subjacentc fe- chado com muitas Scilaminais entre as quaes a magnifica Raifuhnia rxaltafn C. fil., cujas flores bruno-vermclhas bro- tain do tronco subterraneo como as Qrobanches na Europa, a Potalin amara, Aubl., Coganiacca muito intcressante v a bella Ct'phaflis tomrntosa Willd. com suas bractcas cor de zarcAo. Live muita pena dc 11A0 podcr acompanhar o 1 )r. Ooeldi ate o I .ago grande do Amapa. Felizmcnte elle teve a bondadc de trazer-mc as plantas mais caractcristicas da regiao por elle percorrida. Segundo estes dados, a vegc- tacao do lago compOe-se em grande parte de Ape (A'vw- />ftdt'n liudgcana) cujas folbas o flores cobrem uma grande supcrficic nas margens do lago, a agua lendo por todaa parte a mesma insignificante profundidade. A Cabomba aqnaticn. Aubl. e um Pntamogrtnn sc reunem cm longos tufos que fluctuam entre os peciolos das Nymphacas, c ilhasdecanarana madam na supcrficic d’agua. A vegetacAo de ciriuba parcce in- vadir pouco .1 pouco tambem csta ultima parte do amigo Lago grande do Amapa. Seria agora de muito proveito comparar a vcgetac.Ao do Contestado tal como ella sc apresenta nas regimes jKir cm 2 3 z 5 9 10 11 12 13 Conteihaieilo d geoymphia botanim *In Guyana ‘199 nos porcorridas, com ;i vegetayAo dos paizes limitrophes, isto ('• a Guyana dt: uni lado o o Brazil do out.ro. Esta compa- rayAo into pndo por certo se basear senAo cm alguns factos mais salicntes. Para arranjar urn catalogo complcto da flora, nnico quo pcrmitto uma comparay&o estatistica, 6 preciso muitos annos do cstada n’uma regiAo tao rica como a Gu- yana. Nosso confronto nAo visa setiAo constatar d’uma forma muito provisoria, as relayOes reciprocas das formates vege- tativas e das associayOes tloristicas epic as compoem c com- paral-as com os factores analogos dos paizes visinhos. As formayOes que eu pude distinguir o seguir um pouco na sua distribuiyAo na regiAo percorrida sAo: t.“ A fin r ext a littoral e aqui particularmente representada pda associayAo tloristica do ciriubal (Typo principal: Avicennia nitida, matto subjacente composto sobretudo dc bambus, anin- gas, etc.). A floresta littoral tern aqui distribuiyAo c extensAo muito consideraveis, sobretudo na regiAo do Amapa, onde dla se estende ate 20 kilometros da costa para dentro. 2) A matta humida (Igafd) acha-se por toda a parte ao longo dos cursos d’agua, inormetite 11a zona do Norte, ao passo quo no Amapii domjna o Ciriubal regularmente nas situaybes humidas. 3) O > matto da terra fir me , caractcrisado pelas grandes arvores, os cipos o os epiphytos. EUc prcvalece nos terrenos elevados tanto no Amapa como no Counnny, la onde uma carnada bastante espessa dc humus permitte a sua existencia. 4) O > matto secco (caapAo, ccrradAo), caractcrisado pela ausencia dos cip<’is e a escassez. dos epiphytos. Esta form ay Ao nAo encontrei senAo nas regiOes mais altas entre Counany e o l.igo l'ralhoto. 5) O « eerr a do . caractcrisado por arbustos que nAo cres¬ cent alem de 3 metros. Esta formayAo inicia na regiAo do lago l'ralhoto a transiyAo a 6) : Savanna . ( enmpo *), que pode apresentar-se dcbaixo dc differentes aspectos. < hide 11A0 existem arvores, pode-se fallar de um « campo Hmpo , ao passo que pela presenya dc pequenas arvores chegamos ao campo cerrado , o qual possuc mais on menos allinidade com o cerrado propriamento dito. T * Kota cnuinota^.ln do fornifttoc* m‘i |«>dc srr |irovi»orU. I", priiicipalnicntc .> formnyAo ilo ■ matto mho ■, epic deve mt mtudntU main a fitnclo para '-ain't sc 1II.1 mtistlttic uma \rrdadcitn |>aiallcla Com os Ccrrndoc* • do Sul. (if. o nrligO dr I.ilfjjrcn M»br<' a A flora dr I apu Santa • dc Warming, na •Hcvetn brn/.ilcira» dc 15 dc Mnr<;o dc cm 2 3 z 5 9 10 11 12 13 400 Contrihuipao & geoyraphia botanim da Guyana As associates floristicas que contribuem para a format 0 dos catnpos sao assaz variadas. Semelhante varia<;ao depende ccrtamente cm parte do fraccionamento dos campos pelos trechos intermediaries da matta. Este facto manifesta-sc por exemplo nas savannas ao N. E. do Counany. Outra e a situa¬ te* cm rclagao as savannas ao S. E. do Counany. La cncon- tramos urn campo quasi ininterrompido ate o lgarapeda Koga, e nfio obstante isto as associates floristicas mudam por assim dizer a cada passo. E’ evidente que la a natureza do subsolo influe principalmente no agrupamento d’estas associa¬ tes. Assim temos por exemplo os prados de lmperata e de tiririca nos lugarcs humidos, ao passo que os campos de Mu- rucy, de barba de bode > e de Ipomoca a lure ns is occupam os lugares seccos e pedregosos. O elemento o mais geral e caractcristico para as savannas representam sem duvida as Cypcraccas, que se encontram quasi sempre associadas cm numcro maior ou menor com os vegetaes acima especificados. Comparando-se a vegeta^ao do Contcstado com a dos paizes limitrophes, (o que somente sc pbde fazer de mancira summa- ria), devo cm primeiro lugar insistir na consideravel extensao do Ciriubal, quo talvez cm parte alguma aeba-se t;"to desen- volvido como na zona meridional d’esta parte da Guyana. A predominance absoluta da Aviccnnia nitida na matta litto¬ ral do Amapa e a raridade do logitimo • mangue (paletuviers, Rhizophora) n’esta regiao parece-me digna de especial menf >. Em rela^ao as outras mattas quero somente dizer quo o «lgapb > e o matto da terra firmer na concept 0 , quo a cstes termos se da no valie do Amazonas, pareccm occupar uma zona assaz restricta e passar facilmente (sem duvida devido ao terreno mais accidentado) a zona dos capucs ou entao as verdadeiras mattas de montanha. Quanto a format 0 das savannas nao podc haver contcstat 0 quo ellas sio mais pobres cm especies, que os campos do Brazil central. E’ ver- dade que a vegeta^ao herbacea depende grandementc da es¬ tate e que a apparente pobrez.a cm Counany deve ser cm parte attribuida a epoca desfavoravel da nossa excursao. Con- siderando-se portanto os arbustos e as arvores, facilmente se percebe quo ha uma evidente superioridade do lado dos cam¬ pos ccntro-brazileiros. Esta circumstancia tern talvez sua causa principal na idade maior dos ultimos. I la porem ainda um outro factor quo. me parece digue de attenefio para quern cstuda a vegetate d’este interessantc paiz. Grande parte das savannas, das quaes tratei, sao inundadas no inverno (quer dizer do mez de Janeiro ate o mez de Abril) c as suas plan- cm 2 3 z 5 10 11 12 13 1 ,SciELO cm 2 3 4 5 ) 10 11 12 13 14 w\iW'." '/• Wi/\\!Wl\'i • i' •. v :h m r- • . •vi ”'•■(». - • - • „ UMA PAIZAGEM DE RODOSTEMACEAS "(’("•rt'iMru riu f’hotviltiMra " (MOURERA FLUVIATI US ) ,-Vto Coununy. Oto/o/i" ,WIF.(?ANDT, PAT lUcresrimo iSo sen- slvcl deve v r aurilmido prlticlpnlmcntc its rcpctlcla* cxplom^ocs modcrilnt da Africa tropical. ■ , Julliii 189O. • (Da. K. A. (i.) 2 3 4 SciELO cm 9 10 11 12 13 14 Lnncear de olhds sohrc a Fauna dos Iieplis do lira \ il 10 !) salsas da costa brazileira! Quo pallida idea nos dao ostes parcos rcstos hodiernos d’essa riqueza extraordinaria c d’essa cnorme diversidade, quo ostentava a classe dos Reptis desde a epoca carbonifera ate a crctacea! Mesquinhos, quasi rachiticos silo os rebentos que gerou a arvore genealogica nos sens dois ramos lateraes e recentes. Que differen^a entre a grossura do tronco reptiliano na sua base e o calibre dos ramos quaternaries! A natureza mudou de tactica, cm vez dc crear gigantes como outr’ora, apruz-se cm disseminar uina gera<;ao de pygmeos! Do nosso exame anterior da p'varia ganhamos cm geral a Convictj&o, que o desenvolvimento d’esta classe tern o seu centro dc gravitacy’io mais aproximado da actualidade que do passado. D6 compactos grupos de serventuarios gntigos, do formas grotescas o representantes fora da moda encontrava- mos unicamente o grupo dos Ratitae. Somos tentados a dizer, que a classe das Aves, cm geral, tem uni futuro doante dc si. Bastante diverso 6 o case com os Reptis. Esla classe dividc-sc clara me ate cm dois compos: os vclcraiios dc urn lad), os no¬ vas do oulro. Jacares c tartarugas, das quaes conhecem-se tantas ou mais formas fosscis quo recentes, tem sens dias con- tados; estas ordens principiaram desde muito a retirar-se do palco da vida animal. Lagartos e cobras, porem, nao pro- curain tile longc a sua gencalogia; silo creaturas de liliag.Ao monos illustre: Proletaries pequenos, do memento, da actua¬ lidade. E, quern sabe sc o futuro nao lhe sera prospero tambem? Approximemo-nos do cstudo da (anna reptiliana da re- giilo neotropica cm comparable com a do globe terrestre intciro. O total das cspecies proprias aquclla e, segundo os mens caleulos, perto do 650. Perfaz uma fr.iccao um pouco liienor que 1 1 do total das cspccics dc reptis dc toda a terra. Sornelhante resultado devo nos surproheuder fori;osamente; julgar-se-ia, que a frae<;;lo fosse mais imporlante, especialmentc para quern tem cm meute a jvroporeao vantajosa das aves ncotropicas para com a aviaria hodierna. (Aves do Brazil 1, j>ag. 8 e 9). Silo duas as causus que directamente inlluem n’este resultado. De um lade e positivamente mais rieo cm reptis o hemispheric oriental que o occidental, conccntrando- se uma grande dicersidade d'estes vertebrados 11a zona tru- pieal do Velho Mundo, e levando uma vantagem muito seh- sivel sobretudo a Asia meridional; de outro lado «'• um facto cm 2 3 z 5 10 11 12 13 110 Lanccnr rn v // digno do nota, que a zona teinporada da America do Norte hospeda nao pequeno numero de reptis, que devendo ser lan?ailo no saldo em favor da regi&o nearctica, enfraquece o contingente da fauna ncotropica. O Mexico, por exemplo, e um paiz particularmento rico cm reptis; e, ao mesmo.tempo, o paiz limitrophe entre os dots grandes reinos zoogcographi- cos, proprios do Novo Mundo. Segundo o mbdo de dividir este paiz, heterogeneo nas suas feirdcs de geographia physica, a preponderance numerica em especies de reptis sera mais ou mends sensivel, comparando a parte meridional do con- tincnte americano corn a parte septentrional. Em todo o caso e uma circumstancia memoravel, quo dentro da zona tropical determinada pelo equador e o tropico de cancer, a riqueza reptiliana nao empallidece a medida que scguimos do Isthmo de Panama para o Norte. Creio que esta circumstancia ensi- nada pela distribuieao actual dos reptis liodiernos (e na qual, singularmente, nenhum autor, ao que eu saiba, insisting acha facil explicate), logo que rccorrermos a paleontologia. Acima ja tivemos ensejo de accentuar a estupenda pujaiifa, quo teve a classe dos Reptis na America do Norte cm anteriores pc- riodos geologicos. Proseguindo, porem, na nossa senda especial, cncontra- mos porn o Brazil propriamrntr dito, um total dr 236 espr- rirs, artualmrutr drscriptas, dr A’rp/is. * tmporta isto approxi- madaniente em 112 do total proprio ao globo inteiro e em menos da metade da snmma dos reptis neotropicos. Posto mesmo quo parte do Brazil ainda mlo esteja scicntilicamentc exploradd com todo o afinco e que o total das espdeies real- mente existentes n’este paiz ainda esteja sujeito a umaugmento possivel, ljulgamos propria a occasii'io para dizer, que seme- Ihante pnssibilida.de e menos verusimil em relacllo aos (,’hclo- nios e os Crocodilios e mais verosimil em relacfio aos l.aeer- tilios e ()phidios| uma alteracao realmente essencial d’estes algarismos e das feii;bes geraes zoogeographicas, quo d’ostcs algarismos deduzimos, nao sc dove esperar. Embora o estudo dns Reptis nilo oncontre tao numorosos amigos e cultores, comq outras classes do reino animal, mais syinpathicas ao espirito luimano, como mammiferos, aves, inseclos, lavraria cm erro (|iiem duvidasse, (pie o estado scicntifico actual mto Dt-vido a excellcntc olira inciidoniuln n.i nota anterior 0 publiiada n’este anno de l8p6, cstc total serta lmjc tic a8.| c8|»;cic<, (augmentndo |mrtanto tic ,|N c-ipccic*) Jtillio 189 (>• (Dr. K. A. (i.) cm 1 SciELO 10 11 12 13 14 15 Lauccar dr olhos aobre a Fauna dos Iirpt/s do lira .il 411 comportaria desde ja uma taxacilo qual acabamos dc fazor. Os contornos ponctuados quadrarilo, com satisfactoria pre- cisiio, com os contornos definitivos, podemos predizel-o com plena confiantja. Pari passu com as proposes numericas acima indicadas relativamente a representa?ao das quatro ordens de Reptis, no conjuncto da fauna actual do globo terrestre, vilo tambem as properties mutuas das mesmas quatro ordens em relagao a fauna reptiliana do Brazil. Contamos 25 Chelonios, 4 Cro- codilios, 107 Lacertilios e 97 (100) Ophidios brazileiros. * Ainda uma vez vemos preponderar, com enorme maioria, La- gartos e Cobras, havendo quasi equilibrio entre o numero dc especies de uma c de outra ordem, ambas de origem mais recente. Tartarugas e jacares collcctivamente chegam apenas a perfazer 1/8 do total, ensinando-nos ainda uma vez csta porcentagoin quo as duas ditas ordens mais antigas, tambem aqui no Brazil estao, ha muito. batendo retirada do palco do llieatro animal. Couformc o actual estado da scicncia, os rep Us do Brazil rrprcscntavi um pouco mais do que if 12 do total da terra inteira. Diziamos no capitulo introductory das Aves do Brazil® png. 9, que este paiz, em rcla^ilo ao mundo dos vo- lateis, hospeda quasi 1 j(i de todas as especies de aves do globo. I la portanto no Brazil uma represents,-ao duas vezes mais forte para as aves, que para os reptis, em compara<;&o relativa ao total do globo intciro. Em absoluto, porem, as cottsas silo bastante mcnos favoravclmentc dispostas para os reptis brazileiros, havendo n’este paiz, na media, cada vez mais de 7 especies de aves, para 1 cspecio de reptil. Se bem que as noticias, dc que dispomos, acerca do lado numerico das colheitas zoologicas dos principaes explo- radores 0 colleccionadorcs no Brazil, nao sejant suflicientc- mente detalhadas e claras, nao podemos lurtar-nos ao desejo de adduzir aqui alguns d’estes algarismos, para screm corn- parados com o resultado theorico acima emmeiado. Bates cscreve ter colleccionado 1 p> especies de Reptis para 360 * O mint eolleya e amigo, o Dr. Ci. A. Itoulcngcr cm I.ondros, cita no correr « 1 " >-eu phenomenal trabalho Catalogue ol Snakes (Vol. I. 1893- Vol. 11 i8i)| -Vol. Ill 1896) 148 ettpecles eomo pcrteuccnlcs ao territorio do lira- /il. As pS cspecii-s ja mencionadas na nota anterior referem-v d’est’artc a 11m ac- cr ;sciiuo consideravel havido rccentcmcntc noconhedmcnto cios Opliicli* hodierno.-. Julho 1896. (Dr. K. A. G.) / no Hus* rAnAGHSi) 412 Lnnccar do olhos sobre a Fauna dos Rcptis do Brazil cspccics de Avcs. A colheita do Spix c Martins abarcou, conforme indicapAo do ultimo, 130 especies de •- am phi bios » para 310 cspccics dc avcs. Em ambos estes casos a relapAo de avcs para rcptis scria approximadamcnte de 2 1/2: 1. O Principe Maximiliano /u Wicd affirma ter levado das suas viagens no Brazil 80 cspccics do rcptis c 400 especies de Avcs, o que corresponde :i proporpao de 5 para 1 — resul- tado, que ja sc approxima muito mais da media theorica. In- felizmcnte nao conhecemos o numcro das especies de rcptis collcccionado no Brazil pclo infatigavel austriaco Johannes von Natterer. Sabemos, porem, que clip trouxe para o Museu dc Vienna 1.678 individuos de «amphibios , para 12.293 espe- cimcns de aves, o que dc facto daria a proporpAo dc 7 (8) dc avcs para 1 de reptis, com a differenpa, <]ue aqui se tracta dc individuos c into dc cspccics. Embora que. cm geral, a densidade em individuos oscille independentefhente da densi- dadc em especies e que a zoogeographia conhcpa nao poucos exemplos dc marcha in versa, apontamos apenas do passagem para a intcrcssante coincidencia cjuc offerece este caso. Nao podemos deixar de occupar-nos um momento com a densidade de disscminapAo da actual fauna rcptiliana sobre a terra, tanto em relapAo a subdivisAo tcllurica, como cm relapAo a clevapAo vertical. Se bom que o de.scnvolvimento mais viposo para as classes dos Mammiferos e das Avcs sc note hojo dentro da zona tropical, c sub-tropical, principal- mente do hemispherio oriental, nAo so pixie dizer, que a rc- prescntapfto d’estas duas classes dc vertebrados vcnlia a en- fraquecer gradualmente a proporpAo da distaneia attgmentada do equador 0 da consequentc approx i map Ao aos polos a ponto dc cessar la completamcntc. Nas romanticas ribanceiras dc g r clo, tanto do continent!- arctico como do antarctico, encontram-se 11A0 poucos ncm tAo pe«|uonos mammiferos e aves. As phocas, os morsos, as baleas. o urso branco (- a raposa polar, etc. sAo exemplos da pritneira classo; os gansos-Kider, as alcas, os lummos, etc. exemplos da segunda. As regimes polares tornaram-se, por assim dizer, mluetos de uma fauna teste- tnunha do period') glacial, fauna que nao so p6de ehamar propriamente de parca a respeito dc aves 0 mammiferos. Ambas estas elass'-s constituem-si- de dois gritf)os oppostos: uns gostando do frio, outros apreciando o calor. SAo tilhas dc diversos periodos geulogicos, dando a conhccer, ate certo cm 1 SciELO 10 11 12 13 14 Laacear de olhos sobre a Fan tin do* Reptis do Bra:, il 413 ponto, no scu habitat hodierno, nas suas predilecqiOes, o cunho climaterico do scu torrilo natal e da epoca do sua origem. Bern diverso e o caso com os reptis. Esta classe e, na sua totalidade, urn producto tic patria c periodo quentes, — nao ha fract;fto, quc goste propriaincnte do frio. A distancia pro¬ gressiva do cquador e acompanhada iiclmente tambcm de uma diminui^ao na densidade de populagao. E’ a zona tropica quo hospeda a maior diversidade de reptis; n'ella sc encontram ao mesmo tempo os maiores representantes e aquelles que sc salientam mais pela exquisitice da forma e bellcza das cores. Nas zonas sub-tropicas ou temperadas 6 mais pallida a pujanga d’esta classe c nas zonas polares vemos completa- mente nulla a representayao. Identico phenomeno nota-se relati- vamente a clevayao vertical: nao sao as altas montanhas, com tomperatura baixa, que hospedam os vultos proeminentes d’esta stirpe, mas sim as planicies baixas, quentes, expostas ao sol ardente, as mattas humidas, os lagos, os rioS, a costa maritima da zona torrida: La 6 a verdadcira patria da grande maioria. Feita a exposiyao geral, facilmente advinhara o leitor brazileiro, so a sua patria apresenta ccndiyOes favoravcis, por sua posiyio gcographica c qual a parte do vasto paiz, onde elle encontrara mais concentrada a fauna hcrpctologica. Mammiferos c aves sao hoje vertebrados predominante- mentc terrestres. Exprimindo-nos assim, claro e que do modo algum esi|iiecemo-nos, que ambas estas classes superiores abarcam ordens e grupos intciros, ondc a vida aquatica, a mais anliga, a primitive, licou conservada. Basta apontar corno exomplos dos primeiros, para os Otarideos (Phocas, l.obos marinhos, etc.) e os Cetaccos (Baleas), e das segundas, para os Alcideos (Alcas), Colymbideos (MergulhOes), etc. O que e digno de nota e quc semelhantes ordens e tamilias tern in- eontestavelmcnte um cunho mais vetusto e tomam sua origem, no arvore phylogenetica, muito mais perto da base e do tronen, (pie as outras, cjue sc libertarani inteiramente da vida aquatica. Como so comportam os reptis debaixo d’este ponto ilo vista? I'.xactamente da mesma maneira. Tatnbom os reptis hodiernos tornarain-se preilominantemente animaes terrestres.' |)uas das ordens, i.agartos e Cobras, pertencem na sua maioria a esta categoria. Nas duns outras rest antes (Tarlarugus o Jaeares) a emaneipaytto tla vida aquatica, poretn, nao <’• sen.lo laeto lentado e iniciado, ou no maxima, mcio consummatlo. cm l SciELO 10 11 12 13 14 414 Lcmcear de olhos sobre, a Fauna dos Rcptis do Brazil E, ao incsmo tempo o leitor so lembrara, que acima cara- Cterisamos as cluas primeiras ordens simultaneamente como as mais modernas e as mais numerosas, ao passo que co- uhecemos Chelonios e Crocodilios como ordens numerica- mente fracas e condemnadas a retirar-se do theatro animal da actualidade. Todavia 6 prudentc tiilo tomar taes gene¬ ral isayOes cum grano salts, pois nao faltam excepybes a rc- gra, havendo tnesmo entre os Lacertilios e Ophidios espe- cies ainda partidarias da vida aquatica. Julgo ricto crrar, suppondo que o leitor deseja saber so entre os rcptis do Brazil ha formas tanto de tam'anho excep- cionalmente imponcnte, como tambem de dimensOcs muito diminutas. A nossa resposta sera affirmativa. O Jacare-ayu amazonico (Jacarc nigra) quando erado, e uni dos gigantes da sua ordem, rival respeitavel do Crocodilo do NUo e do Clavial asiatico. A grande tartaruga niarinha, de carapaya molle (Dcnnatochclys coriacca), que as vezes visita a costa brazilcira, 6 igualmentc uma das maiores da sua stirpe; nao conheyo, entre os Chelonios da actualidade, outra f6rma mais avantajada. Citam por alii excmplos de sucurijus fEuncctcs munnus) tao colossacs, que tambem, ;t respeito dos Ophidios, parcce caber ao Brazil a palma na prodticyfio do represen- tantc maior, cmbora esta nossa cobra, tao enlciada nas lendas sobretudo amazonicas, tenha um emulo perigoso no Python rcticulatus da Asia, ophidio parecido com as nossas giboias. Onde a,fauna brazilcira nao possue scmelhantc primazia, e talvcz na ordem dos Lacertilios. Etnbora ella tenha de apresen- tar Lagartos (Triidac) (hi respeitavel tamanho, os Varanides, pfir exemplo, da zona tropical da Africa e da Asia, alias tito parccidos, attingem dimensOes um tanto maiores. Em summa, se formas gigantescas ainda ha na hodierna fauna herpctolo- gica [e mesquinhos sempre sao os gigantes de hoje cm com- paracao com os Atlantosauros e Brontothcrios fosscis], e in- negavel quo n’estc paiz. cxistem cspecies c individuos, epic pddem mcrecer tal qualificativo. E, como a natureza, avida de contrastes vivos, apraz-se cm collocar muitas vezes um anfto ao lado de um gigantc, encontramos tambem no Brazil algu- mas cspecies tao pequenas de Lagartos c de Cobras, (jue con- tam-sc entre as mais diminutas da creayilo reptiliana. / Lnnccar de olhos sobrc a Fauna dos ftcptis do Brazil 415 Entremos no systema de classificag&o adoptado n’este livro. Ancioso de escolher um, quc ao racsmo tempo sc adap- tasse bem a materia brazileira c exprimisse as ideas actual- mente acceitas cm relagao ao parentesco mutuo, nao encon- trei algum, que satisfizesse por todos os lados. Resolvi entio seguir as obras recentcs c magistraes de G. A. Boulenger, quanto as ordcns dos Chelonios (Tartarugas), dos Crocodilios e dos I .acertilios (Lagartos). Em rclaiplo, porem, a quarta ordem, a dos Ophidios (Cobras), pareceu-me de vantagem cingir-me ao catalogo de A. Gunther, (pie cmbora publicado ja perto de trinta annos atraz, sempre se recommenda pela lucida simplicidade do scu arranjo. Eis o systema combinado: Divisao systematica dos Reptis do Brazil Ordnis : 1) CllKLONIA.. 2 ) CROCODILIA 3) Lacertiua a) Colubriformia: |) Ol’llIDIA.. .( b) Colubrina venenosa: c) Viperina: Fa mi lias: 1) Sphargidae. 2) Cinosternidae. 3) Testudinidae. 4) Chelonidae. 5) Pelomcdusidae. 6) Chelydidae. 1) Geckonidae. 2 ) Iguanidae. 3) Anguidae. 4) Teiidae. 5) Amphisbaenidae. 6) Scincidae. 1 ) Typhlopidac. 2) 'l'ortricidae. 3) Calamaridae. 4) Colubridae. 5) Dendrophidac. 6) Dryophidae. 7) I )ipsadidae. 8) A mlilyeephalidae. 9) Scytalidae. 10) Pythonidae. 1 ) Elapidac. 1 ) Crotalidac. SciELO 10 11 12 13 14 416 Lanccar da olhos solar a Fauna dots Jleptis do Brazil Os zoologistas modernos dividom a classe dos rcptis actual- mcntc existentes cm cinco ordens: J) Chelonios; II) Croqodilios; III) Rhynchocephalios; IV) Lacertilios; V) Ophidios. Ao lado d’cstas cinco ordens acceilam-se Go familias para a actual fauna reptiliana do globo intciro, cabendo 1 i familias as Tartarugas, 21 familias aos Lagartos c 25 familias as cobras, ao passo quo. a ordem dos Rliynchocc[)halios figura com uma familia somente o a dos Crocodilios com i a 3, conforme o modo individual do ver dos entendidos. Pelo schema acima evidencia-se, epic das cinco ordens estao no Brazil representadas quatro s6mcnto, pois os Rhyn¬ chocephalios acham-se limitados a Nova-Zelandia. Este grupo, aberrante de tal modo, que ficou elevado ao grao do ordem, grupo manifestamente antiquissimo a ponto de ser conside- rado como representante hodierno niais proximo do prototype reptiliano, 6 formado por animaes de aspecto de um dos nossos lagartos ou mais ainda do nosso camale&o (Iguana) norte-brazileiro, jti. bastante raro e sem duvida prc&tes a extin- guir-se: a Jlattcria punctata, descoberta ainda nan ha muitos annos e descripta polo zoologista inglez Gray. * Na aviaria actual distingue a sciencia 128 familias. D’estas demonstrei no men livro anterior, dedicado a rcspcctiva classe, (pag. t6-17) que ao Brazil cabem 58 familias, quasi a metade. No mesmo livro demonstrei outrosim, que das 58 familias 25 sao exclusivamentc brazileiras, ao jiasso quo ha igual numero de familias cosmopolites cm sua ornis. Como sao as cousas relativamcnte aos rcptis brazilciros? O total das familias de rcptis etn toda a terra, 6, como acima dissemos, de 60. () quadro systematico ensina, que no Brazil existem 25 familias, fracyao que, se nito equivale do todo a metade, polo menos nilo fica muito longc d’ella. Ate aqui os factos nito se affastam cssencialmente d’a(|uelles quo encontramos cm relaofto ,i ornis. 1 lilfcrempas e la<;os de paren* tesco entre a fauna hcrpetologica do Brazil e a de outras partes do mundo, salientam-se melhor n'um (juadro synoptico, que cspecialmente organizei para este fim e cm que /•* ante- posto quer dizer Paleartico (isto e, cxistente na Europa c Asia septentrional), E, Ethiopia (isto e, cxistente na Africa ao sul do Sahara), O, oriental (isto e, sul da Asia); A, australiano, Nca, nearctico. (isto e, cxistente na America do Norte ate o * PWc sinc»br lagnrtu, ilo qual alj»unH cxompl.irci pasv.irnm jvlus mlnluin milod, o l<>ilor cncontrn unin figura na obrn ilo Brthm, Kcplia, (Kilivfto nlleinft) png. 147. Lancear de olhos noire a Fauna don Rep fin do Brazil 417 Mexico); Nco, neotropico (isto e existente na America do Sul c Central ate. o Mexico); e * familia cosmopolita. * Sphargidae (Occano atlantico, indico, pa-' cifico; trop. i t /5 o Nea, Neo Cinostcrnidae. * Testudinidae, (excepto Australia c Pa- •s puasia). o * Chelonidae (marinhas). 4 = u Neo, E. Pelomedusidae. Nco, E. Chelydidae. * Crocodilios. } Crocodilios. * % Gcckonidae. A o Nea, Neo, A, E. Iguanidae. Nea, Neo, P. 0 . Anguidae. f Nea, Neo. Tciid.ae. q Nea, Neo, E, P. Amphisbaenidae. rt * Scincidae. * Typhlopidae, (excepto Nea-America Sept.) Nea, Nco, O. Tortricidae. * Calamaridae. * Colubridae. Neo, E, 0 , A. Dendropliidae. A o Neo, E, 0 , A. Dryophidae. (■•3 * Dipsadidae, (excepto Nea). /r Q, Neo, 0 . Scytalidae. i c Nco, 0 , A (?). Amblydephalidae. * Pythonidae, (excepto P-rogiao palcar- ctica.) * Elapidae. Nea, Nco, P, 0 . Crotalidae. Altanicnte instructivos sao os dados epic resultant d’esta tabclla. Aprendcvws cm primeira linha, i/uc a fauna rrptiliana do Brazil con /dm ij /a mi lias cosmopolitan; perto da m etude. cm SciELO 9 10 11 12 13 14 418 Lanccar dr olhos sobrc a Fauna dos Jiejjtis do Bra.xil Sao os Sphargidae, Tcstudinidae c Cholonidae outre os Che- lonios (Tartarugas), e a ordem dos Crocodilios, silo os (iecko- nidao e Sdncidae entrc os Lacertilios (Lagartos), o 6 familias entre os Ophidios (Cobras), a saber: os Typhlopidac, Calama- ridac, Colubridac, Dipsadidae, I'ythonidae o Elapidae. Ilanao poucas familias internacionaos na classe dos Mammiferos, como accentuei na primeira monographia; ha as igualmente na classe das aves, como frizei na segunda monographia, (dando- se a coincidcncia quo ellas fbrmam tambem approximada- mento a mctade do total), c as cncontramos dc novo na classe dos reptis cm vantajosa proporyiio numerica. Outro d o resul- tado, esttidando nos avessos do problema. Ao passo quo entre as aves acliamos 25 familias exclusivamente brazileiras (isto e, ncotropicas), ado ha nitre os Reptis uvm nnicafamilia que sc fossa qualijicar dr frofriedade exclusiva do Brazil. D'ahi logo sc dcprehende, quc a fauna dos reptis brazilciros falta aquelle cunho caracteristico, aquella originalidade, que o pair, possuo cm relayilo a sua ornis, deveras encantadora. Alem das supramencionadas 12 familias cosmopolites par- ticipa o Brazil 11a posse de 5 familias conjurictamente com a regiao othiopica, 11a dc 3 com a regiilo palearctica, 11a dc 7 com a regiao australiana. Ainda uma vez achamos numcrosos pontos de contacto que forrosamente convidam a meditar sobrc as causas historicas (« Mammiferos , png. 24 e Ayes pag. 130). Circumstancia surprchcndente e mais a affinidade singular da fauna ophidiana da regiao neotropica com a da regiao oriental (Sul da Asia), havendo nada mcnos dc 6 fa¬ milias communs a ambas as partes do mundo. De maximo interessc, porem, sera para nos a compara- *;ao com a regiilo nearctica, a America do Norte alem da da zona tropica. A tabella ensina que, fora das 12 familias cosmopolitas, existem 7 familias de reptis, que tern os re- presentantes cm ambas as partes do Novo-Mundo, o quo perfaz urn total de 19 familias communs. Embora acabemos de constatar, (pie a affinidade e numericamente tan grande entre a regiilo neotropica e a regiilo oriental, como entre a neotropica e a nearctica, urn exame mais cuidadoso nos con- vence logo, que a affinidade qualitativa entre reptis nortc- amcricanos e reptis sul-americanos leva vantagem bastante mais sensivel. Ja dissemos quc o parcntesco entre a Ame¬ rica meridional c a Asia meridional c cssencialmentc devido a posse commum de bom numero de familias de cobras, aocrescendo de outras ordens ainda a familia dos Anguidae (licranyos). Sao por outro lado, mais hafmonicamctitc distribui- Lancear r/e ol/tos sol/re a Fauna dos Reptis do Hnr.il 419 das sobre as quatro ordens, as familias communs a America me¬ ridional e a. parte septentrional, contando-se 4 entre os Che- lonios, 6 entre os Lacertilios e uma entre os Crocodilios, contra 8 entre os Opliidios. E’ obvio, cjue d'ahi rtasce uma si¬ militude qualitativa bem accentuada entre as faunas horpe- tologicas de ambas as metades do continente americano, si¬ militude quo nao encontramos cm igual grau comparando o conjuncto dos reptis da Sul-america com o de qualquer outra parte do mundo. Differe a regiilo neotropica da ncarctica pela posse dos 1 'elomcdusidae e dos Chelydidae, entre os Chelonios, parti- cipando a rospeito dos primeiros com a Africa do sul e a respeito dos segundos com a Australia, c o mesmo pheno- mcno se repete na ordem dos Opliidios, cm relagiio as fa¬ milias: Dendropliidae, Dryophidae, Scytalidae, Amblycepha- lidae. Mas evidentemente muito mais do quo- este caracter negativio peza na balamja o parentesco oriundo da posse commum e exclusiva'dos Cinosternidae (mussuans), entre os Chelonios, e a dos Teiidae (Lagartos) na ordem dos Lacer¬ tilios. l.ongc nos levariam as cortsidera<;Ocs, (pie este as- sumpto permitte e offercce. Parcce-nos, porem, preferivel apontar ao benevolo leitor de antemao o resultado, que fa- talmcnto dar&o taes consideratjOes: a si milt/tide da fauna repliliana da America do Sul com a da America do Norte, golpeante sobretudo uas ordens das i'artarugas, dos Jacart's, dos Lagarlhos, similitude alias genuina, bascada na eonsangui- nidade de filiaQ&o commum, expressAo do uma e mesma ori- gem zoo-historica e geologica Familia tflo caractcristica como os Bradypodidac (l'regui<;as) entre os mammiferos, ou como os Rhamphasddae (Tucanos) c outros entre as Aves, o Braz.il nao pode apresentar na classe dos reptis; mlo forma, para usar de urn termo de I .ouis Agassiz, esU; paiz a este respeito um centre de crcaQilo» distincto e nitidamente cir- cumscripto. N'um livro como este, que aspira ser um mentor util para o amigo da natureza e considcra um dos seus maiores empenhos substituir ideas vagas por conhecinientos positives, certamente into sera deslocada a discussilo da pergunta: Quaes silo os reptis brazileiros que tornam-se seres animaes parti- cularmente notaveis por sua frequencia, a ponto de serem appariyoes por assim dizer quotidianas? N’cstc case acham-sc sobretudo uma meia duzia do es- 420 Lanecur de olfrn sol/re a Fauna tlos Ileplis do Brazil pecies geographica ainda maior. E’ o Ilanidactylus mabouia, lagartixa frequentadora da sala do rico, como do rancho do pobre, zeloso caeador dc mbsquitos e outros bichinhos miutlos nas janellas, nas paredes. Quem nilo teria observatjo ja uma vcz o inoffensivo e confiado reptil, no exercioio de sua prbfissAo, nos vidros dos lam- peOcs da illuminarito publica, onde espreita os variadissimos inscctos attrahidns pclo foco luminoso a beira de qtialquer rua arborisada? Pois bem, niio visitei locnlidade alguma n’esto vasto Brazil, onde nao tivesse cncontrado esta largar- tixa nocturna, que reside no longinquo sul e no extremo norte, na costa e no interior c e conhccida nio so out her- nando de Noronha como nas Antilhas. Estes silo do longe os reptis indigenas os mais freqtien- tes, os mais pojmlares cm todo este immenso paiz. Sao, re- petimos, I.acertilios todos. Da mesma ordem conhoce, por via dc regra, o morqdor da rora, que em geral mclhor orictitagtlo possue que a po- pul.it,'no da cidade em assumptos da natureza, ainda tins pa- Lanrcar dc oIJios sob re a Von no dos Rrptis do Iimx il 421 rentes do tamanho mats avantajado, aos quaes no Sul appli¬ cant o termo trivial do lagarlo », ao passo quo na Amazonia os designam com o antigo nome da lingua geral « jacruard ■, (Teiidae). Conhece-os por duas razOes: primeiramente por serem ladrOes dc ovos, que de.dia claro mesrno so atrevem a assaltar o gallinhciro c depois por torem uma carne gos- tosa e tcnra, quando convoniontemcntc preparada. Da ordem dos Chelonios e custoso enumerar exemplos do representantcs tao universalmente conhecidos. Ao habi- tante dos rios do sul e dos riachos das montanhas nfio scrao estranhos os kagados, do gencro Hydromeditsa. O pescador no Amazonas e na Guyana tira largo e, digamos logo, abu- sivo provcito da frequoncia das tartarugas (Podocncmis rx- fia/isa) e dos tracajas ( Pcltoceplialns fracajd). Ao sertancjo c familiar, dosde os tempos do criant,'a, a apparigilo do jaboty (Tcstudo). O marinhoiro finalmcnte esta acostumado com a figura das tartarugas da agua salgada (genero Ch'clonc Tha- 1assoc/ndys ■), conhecidas talvcz ao « gourmand das grandes cidades unicamente polo facto dc forneccrem um afamado caldo. Os jacares, havcra muita gcnto no Brazil, que nunca tenha visto um so cm liberdade. Qucm nflo viajou nos rios magestosOS do Norte, difficilmcnto acreditar;i, que estes reptis Silo capazes dc dar, pela sua frequoncia, littcralmente cara- cteristica, feigAo physiognomica a tal lago, a tal rio, a tal enseiada. Colcberrima e a respeito, ;i ilha dc Marajd, e n?io monos classicas lociilidades para a cxistencia d’estes mons- tros s;lo tantos c tantos tributarioS do Amazonas. De cobras ha fartura, como resultant do estudo atten- cioso d’estc men livro, c assim mesmo poucas posso supper universalmente conhecidas. Nile ha no paiz quern nfio falle de jararacas, do cascavcis, e tulo as aproveite frcqucntc- nientc para symbolos c florcs de rhetorica, ncm sempre de- licadas t> Item escolhidas. Entretanto aposto, que entre too pessoas difficilmcnto to rcconhecerllo com seguranga uma jararaca venenosa de uma caninana iigressiva, mas innocua. Como «; facil ainda pant um curandeiro, tun page"*, fazer figura per.intc ;is massas uas ruas da capital com its suas [iroc- zas com uma giboia, ja meio morta de mans tratos. dc fome e de ennsago! Acs ophidios mais gcralmcnte conhecidos no Brazil j>er- tcnuiani itinda aquollos, que o povo reuno com a donomina- gilo collet tiva de cobriis-cor.tes . D.lo na vista por sou vis- tost > colorido, cm que o encarnado com anneis cscuros ou 422 Lnncenr da olhos sobre a Fauna dos llcptis do lira ,v it claros predomina, colorido que com os meios usualmfcnte cm- pregados para a conscrva<;ilo (alcool, etc.) nao so mantem. E as- sim mesmo nao e raro o pharmaceutico da roea, quo vos mostre — uma vez que clle descobre cm vos o amigo da na- tureza o ganhastes a sua confian^a — uma d’estas cobras, acondicionada cm espirito de vinho n’um qualquer vidro do conserva, coberto dc po e guardado qual thesouro tito mys- terioso como prccioso, n’um canto do scu laboratorio, ac.om- panhando a demonstra^ao com a relaeao dos horripilantes crimes commettidos pclo venenoso corpus delicti. A’s vezes jaz, ao lado da * cobra-coral» ainda uma d'aquellas afamadas « viboras», encarnag&o do tudo o que ha de pcior e de mais nefando n’este mundo, chegando o pobre collega quasi a ter suores frios com a lembranga da somma do perigos contida no sacratissimo ,boccal. Como o tiome collective ‘.cobra-co¬ ral exprime unicamente um grossciro parentesco de appa- rcncia exterior, a referida cobra p6de dc facto scr uma das numerosas especies dos Colubrinos venenosos que constituem a familia dos Elapidac; mas nao poucas vezes sera sitnples- mentc um Elnponiorphus on uma Scytalc, ambos membros de familias inoffensivas. Quanto a teniida « vibora , claro e, que o monstro, que vira dc cores *, se reduz a luz do dia a um qualquer camaleaosinho ou papavento innocuo,um Polyckrus ou Enyalins, tneapaz de fazer maior nial, que dar uma den- tada insignificante na mao, que procura segural-o. E forro- samente tica a gente pensativa com o innegavel descuido o deslcixo, que reina relativamentc ao ensina das sciencias na- turaes nas escolas superiores, ondt; o medico e o pharmaceu¬ tico foram fazer os sous estudos, — ellns que juntamente com o professor publico, deviam ser os propagadores de educa<;ao e civilisa(,ao, e possuir alguns conhecimentos solidos das cou- sas patrias. Aqucllc quo por frequentes passeios procura familiari- sar-se com as obras da natureza, n&o tardani a encontrar um dia n’um arbusto na beira do matto algum especimen d’aquelles elegantes ophidios, de colorido opulento e singu- larmetite protective, quo o povo do Sul conhece como co- bras-cipo e que no Norte chamam «cutimboias ■ (I'hyadi- dac). Sao tao pouco venenosas como a ■' caninana» o ulimpa- campo (Spilotcs), quo esproita no capim do pasto, ou aquella outra, que se assoalha enroscada ao longo do um rego d’a- gua e que, quando adulta, toda jiintadinha dc vermelho, amarcllo e preto tern um que dc parccido com as cobras- coral (Liophis Mcrrcmi), Mas taes cncontros nao deixam de Lunccar de olhos sober a Fauna das Reptis do Braxil 423 aterrorisar o novato, o morador da cidadc, o cagador de Domingo, ao passo que o roceiro geralmento ri-se d’elles. Por outro I ado o experimCntado ca^ador do profissao nao introduziru, sem prccau<;;lo, a sua inao no buraco, ondc a paca perseguida acaba (1c sc refugiar, c nSo leva muito tempo a scismar, quando 6 cachorro, seu fiel companbeiro, nAo volta mais da toca. Adivinha logo que foi victima de algum surucucu, que as vezes vivo, com singularissimo con- tracto social, cm companhia do foedor. O lavrador conhece cnmn residcncias predilcctas da jararaca a derrubada nova e os «acciros >, e trata de examiner cm taes localidades com um pouco mais de cuidado que do costume, o lugar ondc colloca seu pe dcscaloo. O vaqueiro no scrtao recua ao som do chocalho de alarma dado na cova impressa polo pe do gado no tempo das chuvas e agora reseccada polo calor estival, escondida atraz de uma moita de capinq sabe que tern de fazer com algum cascavel. E ass in/ nicsmo niio sc pode dizer, que a fauna repti- liana no Brazil sc salientassc, dcsse na vista de modo nota- 7 'd, no conjundo da vida animal patria. Pclo mcnos nao nos Kstados meridtonaes, K’ cm gcral, um numdo silencioso, cuja presence nilo nos e trahida simultaneamcnte por todos os org;'ios superiores do sentido, como por exemplo acontcce com a ruidosa aviaria. Pode scr percebida, vista, mas longe de so annunciar, quer antes ser procurada. A unica excepg&o constituent talvez os jacares do Norte do Brazil, que na ma- ravilhosa ilha de Marajo, como em certos tributarios do ma* gestoso Amazonas, na Guyana, chcgam polo seu numorb, fre- quoncia e tamanho, a emprestar verdadeiro factor integrantc de foi(,'ao physionoinica d’aqucllas regions, recordando na imaginarao do observador scenas e episodios de uma paisa- gem da remota epoca tcrciaria, tao fccunda em gigantescas, monstruosas e esdruxulas formas de sauries. Por esta mesma razilo tiao sera do dominio popular uma aprociaoito adequada e justa da utilidade e nocividade, apre- sentadas polo conjuneto dos reptis actualmcnte viventes n’este paiz. Do ponto de vista commodista, parcial o subjectivo dos interessi's da sociodado liuiiiana, que diriamos? Que ha nlo poucos reptis manifestamente nocivos c perigosos, que o Crca- dor poderia perfeitamente ter deixado de per n’este mundo visto quo Silo tanles borrbes no quadro da crea^do animal. i 1 SciELO 424 Lancenr de olhos sobre a Fauna dos Kept is do Brazil Quc todo o resto dc rcptis e, no maximo, neutro, indifferente e portanto superfluo. E finalmcnte, cjtie 6 custoso, citar-se um unico membro d’esta stirpc, que possa ser taxado de dire- ctamente util ao homo sapiens >. Semclhantc sentence, apezar de comprehensivel, nAo deixa de ser muito injusta. Se nos nos collocamos n’um ponto de vista rnais elevado, nao nos ficara desapercebido, que ha na natureza um admiravel equilibrio, e que, na sua economia iuterna, a classe dos rcptis contribue fielmente para a sua manutencAo. I'artarugas, jacaros, 1 a gar to s c cobras, todos el- les preenchem' sou papcl determinado e circumscripto, regu- lando a produc<;Ao de certos animaes e vcgctaes, que, sc ella nilo tivesse utna barreira limitadora, poderia acarretar para a especic humana maiores perigos. Se de um lado, por exem- plo, into podemos dcixar de .fortnular a pergunta, se este mundo nao poderia perfeitamente dispensar as cobras vene- nosas, e se a crea^&o animal nAo offereceria um aspecto mais ideal sem estas, nao dcvemos, por outro asphyxiar um repto de sentimento de justi<;a, que nos dicta a declarar, quc mcsmo estas cobras venenosas tem perante o tribunal da natureza um saldo a sou favor, pela sua pertinaz ra<;a a nao poucos vertebrados menores e igualmcntc nocivos ao homcin. Silo assim pelo menos um salutar correctivo para a sober- bia lnimana: se ha quern diga, epic o mundo 6 feito de pro- posito para o hotnem (que se ufana do ser a pcrola e o cen¬ tre da creaeAo) temos ahi as cobras venenosas anno incom- moda prova do contrario. Xao podemos deixar dc demorarmos um momento n’uma rapida resenha das manifcsta^Oes intollectuaes externadas po¬ los Reptis. E' facto fora tie toda discussilo, porque as provas estilo ao alcanco de'cada um, que na classe dos mammife- ros eneontramos uma plasticidude cultural nfln pequena. Dc quantas especics o hotnem uAo fez ou vassallos e servos submissos ou companheiros e ate amigos inseparaveis, aos services dos quaes olio recotre diariamente para a sua ali- immtaeao. sua protcctplo, sua loeomoeao na paz e na guerra! E' cariieteristico, quc o homem moderno nAo precede a este respeito, de modo diverse do dos antigos povos cae;e!ores e nomadas; nAo afrouxou na explora^Ao e na utilisaeAo dos sens \iissallos quiidrupedes, pelo contrario cad.a vez mais llies inventa servieos e mais lhcs luvtmta it exigenciti de tri- 2 3 z 5 10 11 12 13 14 Law-ear do ulhos solve a Fauna dos Reptis do Bra.', it 425 butos. Esta plasticidade cultural nao podc ser outra cousa seniio a express&o de uma intelligencia bastante desenvol- vida e que csta por sua vcz, nao acha outra explicagilo do quo esta deve ser producto e restiltado de uni systema cen¬ tral tiervoso aperfeigoado, e raciocinio accessivel ao cspirito de uma creanga. Volvamos os olhos as Javes. Tambem nas filciras dos volateis o homem achou elementos, com os quaes ellc tratou de amenisar a sua existencia e do completar o inventario vivo da sua vida domestica. Logo porem salta aos olhos a diffe- rcnga quo existc nas rclagOeS mutuas, comparadas com aquellas que encontramos na classe dos mammifcros. As aves, com as quaes o homem sc ccrca desde tempos immemoriacs, dividem- se cssencialmente em diias categorias. A primcira e formada por aquelles volateis, nas quaes ellc visa na alimentagSo e que formam as aves domesticas propriamentc ditas. A segunda e constituida por selvicolas, polos quaes die se engragou vi >to a sua belleza ou sou canto; sao companheiros de luxo, que sa- tisfazem meramente um sentimcnto esthetico, mas nenhuma nccessidade absoluta da vida. EalcOes de caga, cormoroes de pesca, pombos-corrcio, ondc outros factores entrant em conta, sao mui isoladas excepgfies ondc o homem rccorre a laculda- des supcriores de ordcm psychica. Sao os unicos cases ondc olle explora ou a fbrga physica ou a intelligencia— unicaspa- rallelas comparavcis ao c;io do cagador, ao cavallo do guer- rciro, etc. Eiu geral o homem pouco espera da intelligencia dos volateis, c se utilisa certos d’entre dies, e por outras ra- zOes. E, se assim v, dcve ser porquc die se baseia na expe- riencia pratica, cmbora que die nilo se prcoccupe com a expli- cagHo cabal. O benevolo leitor talvez nao adivinhe o fun d’esta digres- sao. Nclo quero dcixal-o na duvida. Vcjo ahi um phenomeno altamente interessante c instructivo da historia da cultura hu- mana: Na desigualdade numerica, representada polos ele¬ mentos utilisados polo homem para anintacs doniesticos, na classe dos mammiloros e na das aves, e exprossa a conhe- cimento dos lagos de parenlesco do homem para com cadauma. das ditas classes de vertebrados. (> homem priinitivo nunca desconheceu, quo o mainmifero Hie e parente mais diegado, que a ave, iiue e mais facil de cntender-se com aqudlo, que com esta e cercando-se de companheiros. proeedou na escolha dr conformidade com rste acertado seutimento. list a srlrrcdo, t/uc delineate, arnaipaalni a it>un de affiunlade ana/atmea, demons/ra jue o homem em /ados on tempos possuio /undo 5 SciEL0 9 10 11 12 13 14 cm 426 Lnncear do olhos sohrc a Fauna dos Itejifis do Bra ; 11 c idt’a da consanguinidadc gradual com o restantc do man do animal, rcconhecendo, mediante sou mode do aceAo, como uraa verdado indiscutivel e lei absoluta aquillo quo tantos tern considerado e ainda consideram mero dogma e chimera da theoria darwiniana. Sc esta cm parte ainda sc conipoc de doutrinas c hypotheses, que ago tarn os philosophos da actuali- dade, carccem dc provas e <]ue a par dc outros assumptos de moda, sao sujeitos a sc mantcr ou a caliir cm desuzo, parcce- me quo o genero humano, pelo menos n’esto ponto dc vista dos aniinaes domcsticos, sempre confcssou-sc ao evolucionismo, sagrando-o pela pratica cxcrcida durante millenios! Muitos mammiferos foram pelo hcmeni reduzidos ao es- tado domestic©, havendo cspccies que so se conhecem hojc n’este estado. Menos sfto as aves, quo die julgou dignas do trabalho e labor secularcs quo custa a domesticatio. Mas ha por ventura urn unico roptil, quo o homem conscguissc dotnes- ticar ou julgasse idoneo para uma tentativa n’este sentido?— Kao n ha. A giboia, que as vezes sc cncontra na palhotya do nortista, incumbida dc cat;ar ratos o dc substituir o gato doni 'stiro, ou ;i tartaruga, quo o povo das tnargcns do Ama¬ zonas cria n’um curral ou po^o, sao talvcz os unicos fracos ensaios dc principio, que sc poderiam citar da fauna reptiliana do Brazil. K cm parte alguma do mundo consta*me factos, que trahem uma approximate) niais intima do homem tfqual- quer forma dc reptil. Verdadc e, que o reptil e parcamentc favnrccido quant© ao volume c o desenvolvimentrt do sen cercbro. O ccrebro do reptil parcce-sc bastantc com* o da avo e differ© do do mam- mifero principalmente pelo pouco dcscnvolviniento quanti- tativo dos hc’mispherios anteriores, notando-se todavia ja per- feicAo maior no system a nervoso central da avo. As proper¬ ties pouco vantajosas do ccrebro reptiliano acham expressAo significative na comparaeAo do sen peso mm o do animal todo. Xa tartaruga, por cxemplo, a proporyAo mutua e appro- ximadamentc dc i para 1.800! E nao mais lisongcira-era a mencionada propor<;Ao eutre os gigantcscos reptis dc epocas •geologicas anteriores. Singularissima particularidadc apresen- tavam, outrosim, alguns il'cstes monstros fossois, por cxemplo, os Dinosaurios, relativamente ao scu systemu nervoso central pela circuntstancia, quo a maior mxssa nervosa nA ■ sc achava acondidonad i no craneo, mas sim in ragiAo sacral, isto c, 11a altura dos membros postcriores, sendo o canal neural sacral as vezes trez vezes mais cspaipiso do quo ;i cavjdade cerebral, h.sta particularidadc constilue, por assim dizer, quasi urn 5 SciEL0 9 10 11 12 13 14 cm Lnncear dr olhos sobre a Fauna don Brptisdo lira.xil 427 absurdo om materia do anatomia! Se bem que a desproporgilo outre a massa cephalica o o volume do corpo c regra notoria ontrc os roptis, ehegando a ser 110 vezos maior no caso da tartaruga comparada com o homem, ella niio dove servir como criterio o eseala directos e absolutes, para medirmos mathe- maticamente a dotacao intellectual; podemos utilisal-a apenas para uma taxapHo relativa e approximada. Julgo que foi debaixo da impressilo do alludido facto anatomico, que nasceu a maioria das resenhas deprimentes que fizeram m'uitos natu- ralistas de nonie da intelligcncia do reptil. Assim encontro na bella obra de Brehm litteralmcntc a assenplo: «A’ altura de esperteza — quo, por si, niio pdde ser tomada por intelligencia altamentc desen volvida—niio sc eleva o espirito de reptil algum *. Ora, quer me parecer que semelhantc julgamento e de- masiadamente extremado e duro. Quando me lembro das nu- merosas occasions, cm que eu pessoalmente tivc de observer a tactica empregada polos jacares na sua caca, vcm-me a von bide do accusar o afamado autor allcmilo de inexacto c superficial n'este ponto. Niio viajou ellc no Niio? O crocodile d’aquollo rio sera mais tolo que o nosso jacare? — Ainda re- centemcnte, viajando na zona costeira da Guyana; fui eu testo- lrumlia ocular, como os respeitaveis jacares moradores de um system. i do lagos entre o rio Counany e o rio Cassipore, per- seguiam os dois cites (pie tinham so juntado voluntariamente a nossa pequena caravans expedicionaria atravez da savan¬ na. Exhausted de fa’diga e afilictos do intense calor durante penosa marclia no campo, estes'dois companfieiros lanearam- se com irresistivel impacicneia n’agua clara, logo ao cliegar- mos na beira do primeiro lago, atravessando a nado para o outre lade, cobcrto de canarana cm frente e com magestoso miritisal no fuudo. Com desgosto notamos logo um movi- mento suspeito dos numerosos hydrosaurios: approximaram-se lentamento do todos os lados, formando tnedonho cerco ao redor dos dois nadadores; mas todos elles submerging a certa distancia dos cites, evidentemente com o malvado intento de um ataque debaixo da tona d'agua. Bor um acaso, (pic quasi vinha a ser um milagre, os dois imprudentes escaparam morte balas podiam imp nos rios de .Marajd e eonvenei-me desde niuito (pie a psycho- logia do jacare ama/onico nao e tflo simples e rudimeiuar, como alguus querent. Alem do morgulhar om distancia cal- culada, parccia-me cm tantos cases haver ainda uma accao morte, que previamos a todo memento e que ncm as nossas 1 talas podiam impedir. A identicas scenas eu j.i tinha assistido ■(n»L Tto M1'«. rAIIAlVBc) SciELO cm 9 10 11 12 13 14 ■128 Laucrur dr otl/os sabre a Fmuta ilos Rc/dis do llnv. il combinada e piano prcmeditado ontre os diversos individuos, uma gcnuina tactica vcnatoria de associagSo organtsada. I'acs coisas nflo merecerAo a qualilicagSo de «esperte/a»? NJlo querernos calar que, na verdade diversos autores attribuem aos Crocodilios uma intelligencia maior do quo as outras ordens, e o volume relative do sou eurebro vein corroborar esta opiniao. Mas mesmo nas outras ordens o amoroso obser- vador nAo procura ein vAo manifestacoes psychicas, que pro- vnm que esta ou aquella especie de reptil trata de fazer o melhnr uzo possivel do pouco de massa cephalica recebido. Bastante me divertio (para adduzir uni oxemplo d’aquella es-' tirpe, que particularmente e reputada de obesa) cada vez a extrema prudencia e circumspecq'Ao, com a qual os tracajas pulavam dos galhos de paos cahidos para as aquas lodosas e turvas e portanto protectivas do curso inferior dos rios da Guyana sempre cm tempo convepiente e ja a distancia de tiro de bala da nossa embarcarao. E fmalmente, como deve- se taxar o valor psychico da pericia manifestada polus ja raras tartarugas, que lioje frequentam a bncea do Amazonas, cm subtrahir-se as perscguicoes dos Pescadores das ilhas adja- centes ao porto de Belem? E como a astucia com que estc mesmo chelonio,. no alto Amazonas, precede na cscolha da areia da praia quo tern de servir para a postura e no escon- der da cova, que servio para recober a procrea^ilo? OucrerAo contentar-se cm chamar isto coin a designacilo telcologica e 1 realmente nulla de instincto ■? X.lo e muito»mais plausivel, explicar a circumspec<;Ao e a prudencia notorias d’estes sores como conseqtiencia necessaria de continuadas persegui^Oes, como fructo de cxperiencias accumuladas o capitalisadas, em- tim como resultado de uma certa educabilidado? A educabiti- dade nilo presuppilc urn certo gr.iu de reflcxAo? K bavera reflexAo sem intelligencia real e positiva? Bassomos a uma rapiila orientaeAo sobre os uaturalistas, que efiieazmente contribuiram para o estudo da herpctologia cm relaeAo ao Brazil. I’rincipiemos por aquelles que visita- ram esto paiz e viajando ou residindo por maior ou menor espa«;o de tempo por aqui, collcceionando e public,mdo adian- ■ taram a sciencia de mode quo os sous nomes merecem scr popularisados. As fontes mats antigas sobre os reptis brazi- leiros, sAo repn sentadas pela llistoria Natural de Markgrav. escripta ein latim no poriodo hollandez, e polos livriuhos me* cm 2 3 z 5 9 10 11 12 13 Lhnecar de albas sabre u Fauna dos llc/disdo lira \ H 12!) norcs de Gabriel Soares c Gandavo. Os dois ultimas, rcdi- gidos em portuguez, sao cariosos sobretudo sob o ponto do vista historico; a primeira pororn 6 fora do duvida mais im¬ portune e torn uni cunho mais scientifico. No. quinto livro fal la detalhadamentc da boiciniuga > (cascavel), do suru- cucu , da bnigarvi (giboia), da « ibiboboca > (cobra coral) da boiobi > (cobra verde), da » (cobra cipo), da • caninana >, da • boitiapo , da jararaca ■, da ibiara > (cobra do duas cabey'as), da sucuriiii dando as figures do oito cobras, ao passo que despacha com duas paginas os jacaros c os lagartos, tratando mui summariainoute tambent no ter- coiro livro dos jabotys o kagados. Kscrevia-sc ontilo em 16 , 58 . Producto da dpoca prolinneatia, parece-se a Historia Natu¬ ral do Markgrav e l’iso no estylo c nas illustrates bas- tante com a obra do Conrad Gessncr, do crudito suisso, a quern a historia universal honra com oappellido do Plinio da media edado . Bent so ve, quo os dois naturalfstas dos quaes uni allcmfto, o outro hollandez, colligiram as suas obser¬ vances em Pernambuco e nito no Amazonas. Aquolla litteratura, pororn, que constitue a verdadeira base da exploraeiio zoologica do Brazil, o no caso vertente, da explorative herpetologica, principia somente com as obras do I’rincipe MaxiniHiano zn I l ied- Ncumied. No texto olle deu boas doscripooes da maioria dos reptis mais vulgares • d’estc paiz, foitas com aquolla cxactidao c fklelidadc, <|uo caracterisam estc exccllente autor. No atlas logon a posteri- dado uina bolla collocyao de illustrates coloridas do ophi- dios, de lacertilios. de chelonios c do crocodilios, que consti¬ tue uni dos melhores thezouros na espccialidade. < hrono- logicamonto segue Joannes von Natterer , o inegualado colleccionador de vertebrados no Brazil. A riquissima colle- ooilo, pororn, do reptis organisada por estc naturalista austriaco nho foi ate liojo scientilicamente elaborada, o que e deveras para lastimar-se. Da lavra do proprio Natterer uao ha outra publica<;;V> relative aos reptis bra/.ileiros senao uina memo- ria sobro os jacaros, redigida de collaborai;;\o com Fttzingcr. Spiv, o companheiro do laureado bolanico Martius, occupou-so detidamonte coin esta classo, mas uma morte prematura frustrou uni relative trabalho da sua peitna. Oueni tratou da (■lab;iraoao da colhcita for.un naturalistas, quo nuuoa visitaram o Brazil o faltando-lhos consoquentemente a propria intuit”, lizerain obras medicares. Wagler cscrovou urn trabalho mo- nographico sobro cada uma das quatro ordens, acompanhando o texto cm latim do mimerosas estampas coloridas. Mediocre 2 3 z 5 10 11 12 13 14 430 Lnnrrnr dr olltos solin' a Fauna dos Rcptis do Jh a~. il ficaram taes trabalhos, apezar da evidente boa vontade lia- vida, ponpie o autor deixou-so manifcstamentc seduzir pelas alterafjOes dc cor, quo soffrcram os objcctos no alcool, che- gando muitas vezcs a descrevcr c figurar como especies di- vcrsas machos c femeas, jovcns e adultos do mesmo reptil. I)o camalcao (Iguana tubrrcula/a), por cxcniplo, Wagler fez nada menos do uni a mcia duzia do especies! Accentuado de- vidamcnte osto grave defeito, (do qual se soube sabiamente affastar o principe Maximiliano), assim mesmo nflo podemos deixar dc apontar para as mencionadas quatro monographias dc Spix-Wagler como scndo, entro as antigas, a obra do consulta a mais volumosa relativamento aos rcptis brazilci- ros, sobretudo debaixo do ponto do vista illustrativo. Jsto po- roin, scja bom entcndido, so para o zoologista de profissfto, quo traz urn criticismo, ganho do estudo dos autores poste- riorcs o modornos o sabe sahir-sc victoriosamente do laby- rintho da synonymia intrincada, ao passo que lavraria cm proftmdo orro o loigo quo julgasse quo ainda lmjo cm dia fosse aproveitavcl a nomenclntura ali emprcgada. Km sum* m,i, tanto 6 util e provcitosa a obra na mao do entcndido, como e perigosa na mao do mero dilettante, que procura a tal panacea do classificaipto barata o facil tao sonhada. Depois vieram /•’. Castelnau c Alcidc viajante nas florestas cquatoriacs. /. /. von Tschndi, naturalista suisso, o merccidamontc conhecido pda sna India Fauna F'oruana % obra indispensavd para quern pretonde in- vestigar a fundo a historia natural do vallc amazonico. Ao contrario dc Schomburgk, trata mais familiarmentc dos rcptis, tendn sc distinguido j.i .anteriormentc por mu livro especial* monte dedicado a systematica d’esta classc de vertebrados. (>s dinamari|uo/os Lund c Reinhardt fizeram cr.lrar os rcptis no dominio dos cstudos memoravois sobro a fauna do Brazil cm 2 3 z 5 9 10 11 12 13 La n true tie olh.os sober a Fauna do.s lie pi Is da lira ■. II 11 ! 1 central, dcixando trabalhos menores, mas bons. Burmeister, que tao valiosos servigos prestou relativamente ans mammi- feros c aves do Brazil, n&o chegou a publicar identico tra- balho sobrc os reptis d’este paiz. Por contra devemos citar dois medicos do origem allemS, que deixaram estudos im- portantes sobrc reptis brazileiros: um foi Rein hold I/cnscl, o cxacto historiador da fauna rio-grandense, o outro foi H'u- cheri r, que tantos annos residiu na Bahia, indeleveis services prestou a medicina por suas investigates sobro os helrnin- thos intertropicaes e ao mesmo tempo era um zcloso pesqui- zador das cobras bahianas. O Major Silva Coutinho a quern eu tivo o prazer do conhccer pessoalmente, o companheiro do L. Agassiz nas suas peregrinai;5es scientificas no Ama¬ zonas, interessou-se, de inodo louvavel, pelos chelonios d’a- quella regiao, redigindo um util trabalho a cste respeito, que merece sor conhecido c quo e aproveitado no prcsente livro. Nos dois ultiinos dezennios os reptis brazileiros foram as- sumpto de novos estudos para //. von Jhcrtng, no Rio Grande e para mini, que esforcei-me de secundar no Norte a explo- rae;lo zoologica com vistas semelhantes aquellas do men col- lega no Sul. Resta-nos assignalar os services prestados pelos scien- tistas da outra cathcgoria, isto e, dos que nao visitaram o Brazil e so contentaram cm elaborar materiaes e collcc\Aes reunidas por outros. Nile pode pairar duvida alguma, que aqui devemos citar em primeira linha os dois franCczes Du¬ nn'ril e Jiibron, os autores da importantc 1 lerpetologie ge- nerale , obra em 10 volumes, com atlas contondo bellas es tain pas, obra que sempre ha de ser considerada como standard-work sobre os reptis. Passou mais de meio se- culo jii desde a stia publicaeao, e antiquada em into ponces capitulos, mas assim mesmo nSo deixa de ser a fonte littc- raria a mais completa na especialidade, constituindo um real thezouro dos conhecimentos existentes ate aquella data (iH j6). A. em St ranch. Petcrsburgo, escreveu valorosa monographia ilos Chelonios; Schlcgcl, na Bclgica, a Jan, na Italia, foram autores de importanles obras geraes sobre os ophidios; Fitzin- gcr, na Austria, fez-se merccido, como collaborador de Nat- terer na elabora(;Ao de materiaes brazileiros e por trabalhos monographiens sobre diversos grupos (Novarra-Expedition); Gunther, na Inglaterra, inuito adiantou os conhecimentos dos reptis actuaes. Cobc, nos Icstados-Unidos, estudou a colheita herpctologica de II. Smith organisada em Matto-Grosso. Os herpetologistas mais notaveis da actualidade, podemos dizebo cm l SciELO 10 11 12 13 14 432 Sohre a /lorn das snpm/dii/tas do Pnrd scm mcdo do ('rr;tr, ss compostos carbonicos ii’uma mitra fonte. Algumas d’ellas sao direetamente parasites (()robancheas, Lathraeas etc.), entrando 11 ’uma connecc.Vi or- ganica coin outras plantas, euja seiva ellas absorvem. Outras tiram os compostos carbonicos de que ellas necessitam, das materias vegetaes cm decomposii.'.'lo que se aeluini na terra (inaterias humosas). ()s botanicos Ihes dan o nome de flolosa- cm 2 3 z 5 9 10 11 12 13 Sobrr a /lorn ilos mppophytas do Parti m p-rophytas, isto e: saprophytas genuinas, para distinguil-as das plantas verdes, quo, apezar de podercm assimilar o acido car- bonico do ar, prccisam tambem de materias humosas para a sua existencia o silo chamadas / Innisaprophytas. E’ claro que estas plantas tern uni interessc especial quanto ao ponto de vista da physiologia vegetal, interesSe cstc que augmentou aiiula com a dcscoberta, que ellas todas, nas cellulas corti- caes das suas raizes, dao agasalhO a filamentos de cogumelos que suppoem-se ter uni papel importante na sua nutrieao. As phanerogamas holosaprophytas cresqem pela maior parte nas regimes tropicaes. Silo prineipalmente as mattas vir- gens das regimes equinoxiaes da America e da Asia que pos- suem lima grande variedade d’estas plantas pertencentes as fantilias das Orchidias, das Burmanmaccas, das Triuridaccas e das Gcucianaccas. Mas geralmente as saprophytas silo bas- tante raras c, ja por causa da pequepez dos individuos, es- caparn facilmente a vista. E’ raro tambem que n’uma regiao limitada se tenha achado um numero elevado de especies. () facto de ter o explorador botanico Richard Spruce col- leccionado cinco especies do genero Voyria (sens, lat.) e mats •ultras saprophytas, na sua estada em Pan tire (rio Uaupes) foi ate hoje considerado conio excepcional, ao memos no novo ntundo. Ora na visiuhanca do Para achamos uma localidade, que sc mostrou tao rjca em saprophytas que ella talvez oc- cupe o primeiro lugar sob cste ponto de vista. Por occasiilo da estada do Dr. Taubert cm Belem do Para (comedo de abnl) eu o lovei ao matto de Utinga , nude se acha o estabeleciinento quo fornece as aguas a ca- pital. men distincto collega tendo dirigido a sua attenyilo particularmente as saprophytas, nilb deixamos de achar al- gumas especies logo a primeira visita. Voltando ainda duas vezes at) lnesino lugar e juntando os nossos esforeos, o nosso trabalho foi rocompensado pela collect;itf) de uma duzia de especies em parte novas para a seiencia. Uma parte destas especies se achou niais tarde tambem em outros pontos nas immediaqOcs da capital mesma, mas o matto de Utinga deve sempre ser considerado como a localidade niais rica. Este matto relalivamente bent conservado e cortado pelas vallas q«e recebem as aguas das cabeceiras d’um igarape; as tx'i- ras d'estas vallas sao limpas de matto e constituent camitthos niais on monos cobertos de humus. Foi n’estes enminhos que achamos a maioria das saprophytas. Alguntas d’ellas crescent de prcforencia nos cutninhos tnesinos, outras prelerein as ac- cm l jSciELO. 10 11 12 13 14 434 Sobre a-flora das saprojibj/fas do Vara cumulates de humus na beira do matto, outras ainda crescem mais na sombra das arvores. Ellas so aprosentam ora isoladas, ora em grupos. No numero das GENCIANACEAS ha duas espccies uniflo¬ ras niuito frequentes, a Lciphaimos Spruccana (Benth.) (iilg, com floras e hastes de cor amarella c alaranjada, e uma ou- tra especie maior e d’um bratico puro da sccg&o Disadcnia Miq. (Biglaildnlaria . Karst.). Esta ultima especie quo achei cm muitos lugarcs e quo paroce preforir mais do quo as ou¬ tras a sombra das arvores, torna-sc notavel pela variabili- dade nas dimensbes c na forma do calico e da corolla. A estas espccies niuito delicadas, mas bastantc communs se junta uma outra mais robusta, constituindo uma nova es¬ pecie parente da /.. corymbosa (Splitg.) (iilg e da /.. trinitensis ((iriseb.) (iiig, e cuja inflorescencia cyniosa produz ate trinta flores ocroleucas. Um descobrimento interessante loi o achado d'uma 1'oy- rclla. Este genero ate aqui monotypico, e parente do gencro I.tip /mini os. mas sc distingue d’elle pela associaciio das flores em cymeiras muito densas e pelo cstigma dividido em duas partes. A nossa planta, de cor branca, se distingue da V. par- viflora Miq., ate aqui unica especie, pelo estylctc curto. Entre as BUKMANNI ackas, familia das Monocotyledoneas parente das Orchidias achamos o bonito Campylostphon par- pit rasccns Benth. so uma vez, emquanto que uma A pterin cobrc em alguns lugarcs a terra com as suas cainpainhas ele¬ gantes. A especie cm qucstllo e provavelmente a terceira espe¬ cie da Guiana ■> citada por Engler na obra Pflanzcnfamilien . Achamos mais duas Burmanfiiaceas que ao primeiro as- pecto, pareciam pertencer ao genero Gymuosiphou. Ambas tern as sementes mais ou monos arredondadas, as petalas in¬ terims redu/idas ou abortadas e os cstigmas coroades de fi- lamentos compridos como em outras espccies do genero. Mas o que me parcce particular a estas plantas d a forma das pe¬ talas externas. Ellas tern uma borda arregac;ada e alargada dos dois lades cm orelhas curvadas para dentro. O fim d’esta disposicao quo Sem duvida tern algum papel na polIinisa<;ao, ainda fica problematico. cm 2 3 z 5 9 10 11 12 13 Snhre a /lord das sttprophytas 'do Para 4i!5 A familia das OKCHIDEAS e reproscntada na flora das saprophytas do Para pcla IVullschlacgclia afhylla (i. Rcchb. Uina planta muito graciosa e a THIUKIDACEA Sciaphila Spruccana (Micrs) Ik-nth. quc se acha quasi sempre em gru- pos. Emquanto ella 6 quasi branca, uma outra espeCic bas- tante grande (talvez a S. purpurea Spruce) tem uma cor purpurea escura. Esta especie se torna notavel pelo facto que na flor inasculina as duas antheras silo dispostas obliqua- mente n'uma columna central, de maneira (|ue a flor se torna ligeiramente zygomorpha. N’esta planta podia se observar uma disposi^tlo muito particular servindo sent duvida a disse- minagSo da planta, disposigSo esta que tem uma analoga na familia das Magnoliaccas. As numerosas carpellas uniovula- das sao reunidas cm fruta collectiva arredondada. Quando maduras, ellas se abrem externamente c deixam escapar as sementes, que fleam suspensas por mcio d’um fio delgado, mas este fio nilo e como nas Magnolias- formado pelo fu- rriculo. A nossa especie crescendo sb nos ninhos de cupim (exa- ctatnente como, segundo o Dr. Spruce, a S. purpurea no Rio Negro) e provavel que cstes inscctos sc- encarreguent (le es- palhar as sementes. Considerando a nossa planta ii’um ninho de cupim, occorre facilmente a idea de quc se trata aqui d’uma cor de protec<;;to, tflo seniclhante e a cor da planta e a do substrate. E’ provavel que a localidade do «Utinga > ainda ni\o csteja exhausta com estas especies de saprophytas. Visto o accesso facil do inatto, sera possivcl cstudar a biologia d’es- tas plantas mais a fundo do quc se pude fazer ate hoje. Erincipalmente sera |tossivel dirigir a aUeng&o aos arranjos da pollinisai;Ao e da dissemina<;;1o, que ate hoje ficaram quasi completamentc desconhecidos. cm SciELO 9 10 11 12 13 14 /I. V rmimildn fossil iferns, etc. VII As camadas fossiliferas mais antigas da regiao Amazonica Pclo Dr. FRIEDERICH KATZER CIIKFJC DA SF.('«,’Ao C.KOLOGICA DO MtrSKU PAKAKNSK As camadas mais antigas da crosta terrestre, <]iic con- tern rostos do vida organica, silo reunidus dobaixo da designa- can de grupo this for nut cars pnlrozokas. Quo estas formac;Oes 'paloozoicas sfto descnvolvidas tambom na rogiilo amazonica, b facto conhocido ja ha mais do trinta annos e bom numero do valentes investigadorcs contribuiram para constatar osto facto. Dividc-se o grupo do forma^Oes pnleozoicas do baixo para cima, nos systemas soguintos: Cambrio, Silurio,. I )evo- nio, Carboniforo o Pormio. I Vestas’cinco fbrmacOes provou-sc ate agora com seguran^a a oxistoncia na regime amazonica simente cm rcla^Ao ao Silurio, Dovonii o Carbonifero. So o Cambrio c o pormio sao alii tambom desonvolvidos, b questilo a dccidir-se no future. O substrate das formaooos paloozoicas b formado per urn grupo do rochas crystallinas, quo a scionoia goologica do- signa como .1 rrhaico o consisto ossoncialmonto do gneiss, schistos mioaroos, schistos amphiboliticos, Phyllitos o cnlca- roos crystallinos, ein rcla^ito as rochas stratifioadas, c do gra- nitos, syenites o porphyros cm relaeao as rochas amorphas. Klitre ostes mombros soguramonto roconhocidos como por- tonoontos a formaoao ardiaica o as camadas, quo incdianto os sous fossois sao tambom soguramonto roconhecivois como paleozoicas, aprosontam-so na regiAo amazonica quasi per toda parte camadas quartziticas o do aspoeto do schisto mi- cacoo, camadas estas quo talvez so originaram per motamor- phoso do dopositos stratificados, com aspoeto original bom diverse, Xao <’• impossivcl' quo estas nnnndas tttI'/tiutorpine us correspondam ao Cambrio o ao Silurio inferior. /■'orrruifors do Silurio superior cram conhocidas ate hojc na regiao amazonica do um unico ponto, ,i saber do rio Trombotas, ondo na carhdeira chamada Vira-mundo foram collcccionadas petrihca(;. Os Graptolithos sAo restos animaes, quo apparecem cm impressOes, nas camadas que tem um tanto a configurat;Ao dc um scrrotc lino. Sao uniscriacs quando os dentes existent dc um lado somente, ou bi-scriacs, apresentando-sc os den¬ tes do ambos os lados do cixo longitudinal. Na sua grande maioria os Graptolithos sao rcstrictos ao Silurio c somente poucas especies uAn be.tn discriminadas ainda passam ate as camadas mais baixas do Devonio. Achando-se, portanto, Gra¬ ptolithos n’uma camada, pbdo-se qtialificar a edadcs tuts, kste casti se d.i nas camadas espongiurtas do Maccuru. Melhor, toda- via, serao vistas estas agulhas ainda com tuna lente de aug- mento (10 a jo) tm cm laminas microscoptcas. km cada su- perficie de ruplttra, cm cada estilhago tnesino da rocha percebem-se cenletias tie spictilas espongiimrias, assumintlo geralmentc forma de bengala on de poquena cruz e encan- t mdo com sua excessiva elegancia o imincnsa multidAo a vista do examinador. Tan/bcin esfes restos de esponjas sdo os pn- meiros achados semcl/ian/es tab somente na Amazonia como nas camadas palcozoicas do ttrazil cm gcral. I’anto sobre estas descobertas, t|ue significant conside- ravel progresso para o exacto conhecimcnto geologico da cm 5 SciEL0 9 10 11 12 13 14 i :;s A Lcjndosircn jiamdom rcgifto amazonica, como sobre uma cxposigJto detalhada re- lativa a rocha archaica acaba dc aprescntar o chefe da seajflo gcologica do Museu 1 ’aracnse a Academia da Bohemia uma extensa memoria scientifica..Quanto a rocha archaica o auctor, • pie pretende publicar n’um dos proximos Boletins uma summula da referida memoria, baseou os sous estudos n’uma serie do amostras do rochas oriundas da zona ao Norte dc Alemqucr, colleccionada e offerecida ao Museu Paraense polo Sr. Major Lourmfo Ferreira Valente do Con to, c n’uma outra, trazida pelo Sr. Dr. Emilio A. Goeldi, da memoravel expedis resu 1 tad os. VIII A MiPIDOSIREN PARADOXA DKSCOHKRTA NA ILHA IJK MARAJO Pelo Dr. EMILIO A. GOELDI Os leitorcs do - Bolctim rccordar-se-hAo certamqpto doc mecssantes mnpenhos havidos por parte do Museu Paraense. cm SciELO 10 11 12 13 14 15 . I Lrpitlosiren puradoxa (!!!) por assim dizer dcsdc a' primeira hora de sua rcorgariisa<;ao sob base scientifica, cm chamar a attenq&o da populate ama- zonica sobre o singularissimo peixe com o nome acima e cm convidar para a redescoberta d’elle. Estio devidatnente archi- vados estcs cmpcnhos c cstor^os no primeiro fascicule d’este Holetim > , publicado em Setembro dc 1894, onde no nosso artigo Observances e impressCes durante a viagern costeira do Rio de Janeiro ao Para , na pag. 48, ja externamos a idea e o piano dc fazer a mencionada propaganda mediante uni folheto impresso contendo a cstampa da I .epidosiren. De facto assim fizemos e mandando cxecutar uma copia reduzida da cstampa original de Natterer-Eitzinger, foram 1.000 exem- plarcs d'esta copia inseridas cm tantos cxemplares das nos- sas Instruc<;t'>cs praticas sobre o modo do colligir productos da natureza para o Museu Paraense (primeiro impresso no Diario Official do Estado do Para) em tiragem a parte, e ou- tros 1.000 cxemplares entraram novamente 11a rcimpressao do mesmo trabalho no ■ Boletim , fascicule 3, pag. 242. Escrevemos numerosas cartas a este respeito para o inte¬ rior e pela ® Correspondence do segundo Boletim (Abril de 1895) | veja capa|, ve-sc que appellamos para a imprensa do interior do Estado para seeundar os nossos esfor^os cm popu- larisar conhecimcntos acerca da forma, manciras de vida e importancia do notavcl peixe I .epidosiren puradoxa. De sorte que podenios affoutamente dizer, que no Estado do Para polo monos into ha lioje nem Intendencia, nem Juiz de Diroito, nem Professor e Eschola Publica, que into tetiha a unto a referida cstampa e com ella o meio seguro de reconhecer e redescobrir a 1,epidosiren tfio dcsejada por todos os Museus de 1 listeria Natural. Mas tambem fora dos litnites do Estado, nos Kstados circumvisinhos o nosso folheto teve larga distri¬ bute. Enifim tantos foram os esforQos, tilo intensive foi a propaganda, quo diziamos para nos: E’ estrictamente impos- sivel que semellnante propaganda nfto seja acompanhada, mais cedo ou mais tarde, de successo! . Sio de data t;to frcsca as nossas phrases escriptas nas paginas 2|i -243 do terceiro Boletim e no folheto avulso, png. 15 17 que podenios deixar do repetil-as na integra aqui mais uma vez e basta fri/ar. (pie as provisoes e espe- raneas ahi pronunciadas realisaram-se tflo brilhantemente, pa- lavra por palavra, conio, do mesmo mode terminante e de¬ cisive. talvez poucos cases haja nos annaes da seiencia! Hope podenios comviunicar urbi el or/d, com in lima sa- tis fa (do, que a I. epidosiren puradoxa foi redescoberta e d’esla cm 2 3 L. 5 6 10 11 12 13 14 15 440 . I Lrpiihsirrii //aradara vez n’uma localidadc nova- na fdz do Amazonas, na ilka dc Marajo, //as visinhcmfas do promontorio quo divide o Occano do grande rio, isio <', no calm dc Magoary. () Muscu Para- ense possuo o setimo exemplar ate hojc existente nos Mu- sous (io Mundo, enviado da dita localidadc pelo Sr. Dr, Vi¬ cente Chermont de Miranda, nosso active Mcmbro corres- pondente e intelligente fazendeiro na maravilhosa ilha de Marajo. I’ouco tempo depois da primeira publicatplo, feita como acinui disse no Diario Official, o referido cavalheiro commu- nicou-me quo julgava existir na Ilha de Marajo a Lepidosiren, porque lembrava-se ter la encontrado win exquisite peixe, que quadrava com a deseripi,'tlo per mim feita e mais on menos tambem como a figure dada por Brehm. Externava esta opi- niclo da existencia do notavel peixe eni Marajo tambem n’um interessante artigo, intitulado A Lcpidosirenia marajoense», inserida na Revista da Socicdade de Estudos Paracuses > (Tome 11 . Fascicule i e 2. Janeiro ajunho 189,5) ( Para 1895 | pag. 78 seep Sem ter o direito dc duvidar do acerto e da pers- picacia do nosso inform,ante, e desejando mesmo de coracao, que nao houvessc engatio ou confus&o com qualqucr especie de peixe semelhantc como site o /nussti, as nmracnas etc., aguardamos entretanto factos inabalavcis e provas decisivas. Estes vicram no dia 15 dc Maio 1896. Per carta datada d’aquelle dia communicou-mc o Sr. Dr. Vicente Chermont dc Miranda, que estava cm viagem para o nosso Museu um exemplar da Lepidosiren, reccntemente apanhada por elle n’uma das suas fazendas situadas no cabo de Magoary. () objecto veio e acha-se diante de mim, sendo eliminada toda c qual- quer duvida. Mode 59, digamos Go centimentros. E’ do sexo feminino, de cor de ardosia escura. O anus e assymctrico, e situado do lado esquerdo. Embora partido mais <>u menos na regiao do primeiro tor<;o por um golpe dc tornado e tendo um ou¬ tre golpe manor 11a cabe^a, tonho-a por perfeitamente conser- vada. XAo pretendemos desde j.\ apresentar um estudo com¬ plete <' aprofundade d’este valiosissimo especimen, mas nAo podemos furtar-nos ao dcsejo de accentual - , que o ponto pri- meire que occupou a nossa especial atteiuplo foi a nature/a anatomir.a do csqueletb das nadadeiras pectoraes e abdomi- ' naes, cm vista da nova especie, estabelecida pele Prof. Elders para a Lepidosiren encontrada reccntemente no l’ara- cm 2 3 z 5 10 11 12 13 A Lrpii/osircn pcwudoxa 111 guay. Sem rocnrror do bisturi, polo simples aspecto exterior, averigubu-se instantanemnente, quo o raio cartilaginoso das nadadoiras antcriores e posteriOres e articulado, tal quid o mos- tra a figura 4 do roccntc trabalho do Prof. E. Ray Lankaster 11 e tal qual, como, conformo o Prof. Ehlers, devia sor um dis- tinctivo ospecifico para a sua nova Lepidosircn articulata do Paraguay, cm contraposiQJlo ao Lopido-amazonico. J em por- tanto plena- razito o primeiro autor contra o segundo, emit- tindo a opiniilo, quo a Lepidosiren atnazonica possuc aquelle caractor da mesma forma como a Lepido paraguaya, 0 que o nome dado pelo segundo para o peixe paraguayo nao pode ser conservado por nio exprimir uma genuina particularidade especifica. Infornta o nosso descobridor da Lepidosiren na fbz do Amazonas, quo o especimen, que tenho diante de mini, ja e o terceiro, do qual com certeza sc lembra ter encontrado em Marajo (dous anteriores em Dezembro 1894), todos tres nos campos stibmersos e n’uma area de ]>oucos kilometres tie circumferencia. Affirma que os indigenas confundcm a Lepi¬ dosiren com o mussu (Symbranchus marmoratus), ao passo que uns Pescadores da I Ilia das Ont;as me communicam de conhecer igualmentc o singular peixe com a nome trivial de cobra d’agua ou boi-una . ** Veremos so a existencia da Lepidosiren cm frente da propria cidade de Belem igualmentc se confirma. O Prof. E. Ray Lankaster, da Universidade de Oxford, escreve no seu reccnte trabalho (pag. 21, Postscriptum) quo se sabc de 5 excmplares de Lepidosiren aniazonicos em to- dos os Mttscus juntos da actualidade e que elle os examinou um por um. • flu the Lepidosiren of Paraguay and llie external characters of Lepidosi¬ ren and Protoptcrus. Transactions of the Zoological Society of London, Vol. XIV', Part. 1 (April ’ Por tint desenido deixou-se de juntar a nota segiiintc na pag. 242 do liolctim, accrca da loealidade e dos nomes trivines ralativos aos excmplares da l.cpidodren, emoutradas por Barboza Rodriguez no Amazonas: 188O. A loca- lidadc imlicada t ■ Igarapc do Atcrro . Marians. Affirma li. R. • • Dorba f. , f , . ' ' Madeira ) 58 c." II III 184.1. ; • 58 c." Paris. IV V f 1886.. Ilarboza Rodriguez. . Antas, Madeira, I gar ape do Atcrro, Manios 40 c. ,n 82 i/k »• j rioren^a . . . j . ... VI 1892 . . . Gustavo 'Grppor.... Itaituba, Tapajoz . . ) Herlim. . v„ 1896 . . . Vicente C. tic Miranda Cabo Mago.try, Marajd 59 I"."’ Parti. mi VI VII Um dos exemplares do Museu do Vienna (N.° I da lista acima) foi disscccado por Bischoff, e nJlo cxiste mais, senSo cm podai, ms. C) outro (N." II), consideravelmentc menor, esta ainda intacto, scgundo o Prof. Lankaster, que o obteve em- prestado. Ve-sc pola memoria de Hyrtl (pag. 4), que alom dos 2 exemplares originaes de Natterer, o Museu de Vienna obteve ainda cm 1845 um terceiro exemplar do Brazil, tendo 75 centimetres de comprimcnto c que foi sacrificado a dis- secoao anatomica. — f) exemplar de Paris (N.° III) esta ainda intacto. (Rcfere o Prof. Lankaster, quo la viu ainda um se- gundo exemplar, muito menor, e sendo nada mais do que uma fragmentary skin fron an old Portuguese collection , which is probably referable to the Amazonian Lepidosiren (pag. 21). Quern sabe, so nilo sc trata aqui mais uma vez de 11m vestigio d’aquella eelebre colhetta feita ein Lisboa, ,i 1 ust, 1 do pobre Dr. Alexandre Rodriguez Ferreira, por Etienne Geonffroy St Hilaire cm 1808? (Agosto 1896). cm 1 SciELO 10 11 12 13 14 15 l!ililio<)r todo, parcce quo para ofi Mtisous e estabelecijneotos scientiticos do Vclho Mundo minca foram mais do quo 8 excmplares, dos quaos porem liojo suniente 5 estfio ainda dm estado do boa con servant). (Agosto do i do * Hclatorio da commissan rxploradorn do l’lanalto central do ltrasil ■ sc compiV de duns partes, a primeira semlo Consngrada ao es- boco hotanico-gcogrnphico redigitlo por K. Ule, ntembro da dita cimmiissfio, a se- gurnla a cnumeiayao e descripyao systematica das plantas novas nu liotaveis sob o ponto de vista tie gcographia botnnica c redigido pclo Dr. Taubcrl, cm collalro- raydo com ntitros especial istas. « A rcgiifo percorrida pclo Sr. Ule pertence na sua integridade ao planalto brasileiro, mas ella ctmiprcbcnde as ealiccciras do Hio Tocantins e pode set coit- siderada por i -so como visinlia do vallc ama/onico. O antor trata primeiro das dilii, Cliapadas <[ue oentpam a maior nperlicic do paiz e se distinguciii, se- gundo a vcgctayilo mais bcrbacca on nrbusliva, cm Tabolciros descoberlos e Tabolcims cobcrlos . Os Tabolciros coberto, (cerrados) silo a lormay.'io mais commuiii n’esta parte do Kstado dc Goya/. Hois artigos sao consagrados, um a influencin das ipieimadas sobie a vegotayao das Chapadas, outro a . primavera-. O Sr. Ule distingue, segundo a elcvayAo, cliapadas haixas (600— 800 lit.) e Cimpadas alias I 800 1.200 111.) (pie dilTcrcm na sua flora. Seguem-v- outros paragraphed sobre a flora das cabcceitas, dos valles, flo- tcslas t lagos I l.agmi 1 'cia). N’um capitulo mais extenso o nutor trata das serr.ts (Scrra dos l’yrciuos, S. ira Dotiiadn. serra das eabecciras do Rio Tocantins) cuja vcgetnyJo e dcscripta d'nma iltancira conspicua. t> esboyo trrmina por um capitulo ipic trata da flora dc Goya/ c da encosta occidental do planalto. A Kmimcrayao das plantas novas . pclo Dr. Taubcrl comprcliende niio meiios de ;(i especics e variedtldcs e 3 generos novos: Balnnoi Tatili. ( I.cgumi- novae 1 Icdj’sareae), Govazia Tatlb, (Gcsiicraceae Hcslericae) c Phi not! on Taub. (Cmnpositae Kupaloricae). K acompanbado tie tluas estampas represen Undo os Ires genet 1 tv novos. . (H.) •V///. II. Scle ml.. Bnniliantt hr Btcriihphytni. ( Kctos brn/ileiros) *licdwi- gia ■, ltd. 35. 1 «<)♦>. p. 151 182. <1 auctor nllcmito, ipic j.'i Item mcrcccti da bolanicn brn/ilcira pclo sen livro im|Mirtantc solne os cipds (hVifrth'gc sut Biologic nnd Anatomic tier l.iancn, ini■ III I UhliiHjmpIn'a besonderen Jar in Brnsilicn Hnheimhehen Artett. Jena 1892.) d:i n’c.ste traba- Iho 11m novo fructo da sua oslada no Brazil. Os 230 represcntantes do grupo'das Pteridophytns (fetose alliadps ), quo ellc colliglo durante os annas de 1886 e 1887 tern sido dttcrminados e classificados pelos es)recialistas oompctcntes l)r. Kuqhn (b'riedenau-Berlin) e Dr. Christ (Basel). NSo obstante ter-sc achttdo na'collecjSo intcira, sd lima espccie nova para a sciencia ( Cvnthra Schcnckii Christ), o tra- balho prcsente tern tuna utilidade eminente, porque elle contini, al6m de tmiitas looalidadcs e obscrvaebcs bioiogicas, novas indicates certas c bent coordcnadas sobre a distribuhpao dos fetes nas dificrcntes forma^des vCgctaes do Brazil. Assim, nn. introduct;ao qtte precede a emimcrmpio das espccics, o Ur. Schenclc lula site- cessivamcnte dos fetos da iteira do mar e da resting*, dos terrenes pantanosos c das ,a pitas, das niattas (undo se distingucm os grttpos dos fetos arborescentos, epi- piiytos, trepadores e terrestres) dos taludcs c logares abertos, da Serra dos Or- gaos, e de Minas Gcraes. < As explora^oes do Dr. Schenck nab tendo attingido o Valle amazonico, fica para esta parte tuna lacuna a preeneber. (H.) 3 4 5 SciELO 9 10 11 12 13 14 1 ND ICE 1)0 OMO I I’AK I K AUMINIS I HATIVA: \ -, • A) Z)oc u mentos relatives no Musnt I'araetfse em sun phase anliiui I) DUursn iirominciailopor Jnw: Vrrissinio, DirrclorCural i|:t ImdniiA.V) 1 ’llbliia, Ctn I? fir Main i|, 1891, |>(,r nnasi.in ilc sc> iimupirar o Muscu. 1 ,s 111 Kilakifin tobrr <> anterior cstailo tin Mtitcu. 10 2; III ) I) S. I', rrciru Henna. Not lew bioj;raphk 1 )K>r Jn-c .. 5 ft — "3 Hi Daeumtntos retain as < i" Muscu t'araensc cm mi a nova phase: I) Carta circular >lo actual Director. .8 10 II) Kryulamcnlo il<> Mtr.cn I'arnciwc (Derreto -I-' M.irajn. 8., 88 V) Ki’lnlnriu | 18.i| I npn-sciitadn no Sr. (iovrinadm do 1 Via, In. III. lattiro Smlri. 21" ■ SiO VI 1 Raiment.. inn in,. .Id Muwu I'aiamtc ( D rrk, 1 j | ,|p 38 ,|r s i. 181 ) 3 ).. 33 1 .335 cm 1 SciELO 10 11 12 13 14 Illllil r I'ARTK SCI1CN I'lFICA A) zoor.oc.iA i) ICstudos uraclinologicos rrluiivos no Brazil. I) Kevisao limit |>cli • Dr. E. A. (iocldi. III ) A l, mna das (ormigns do Brazil prlo Dr. August" Forcl IV ) O* niyriapotlos do Brnz.il pclo IH. 1 C. A. (iocldi. V) A cigann I Opistliocomus d Flatus), resenlui ornitbolo- logica pclo br r K. A. (iocldi. VI | Os hospedes das lorimgas c termites ( ■ aipim ■ ) no Brazil por ICricli Wnsinann S. I . VII | (ontornos para a Avifauna do I 'ar.i, conformc o mate¬ rial de Nutteror, Wallace c J.ayard. comp. pclo Dr. E. A. Oncldi... VIII) A fauna do Rar.i pclo Dr. I r. Dalil (veis.lo annolada com obsci \ aip'ies crilicas do Dr. 1C. A. (iocldi. IX) Os simios ( macacos | da Amazonia pnr Alfred K. Wallace (vcrslto annolada |. X) Lanccar de ollios sobre a fauna dos Keptis do llrazil pclo Dr. K. A. (iocldi. XI) A la pidosiren paradoxa descoberta na llltadc Marajb. pclo Dr. IC. A. (iocldi. 3 : - 39 40- -44 89- '43 '57 — "’7 tf'7 — 184 273 — 3=4 33 () — 355 357- 375 37.4 — 381 402 — 432 133- 442 B) I'.olANIfA I) Con(rilmic,no a gi ographin bolanicn do littoral da Guyana etitre o Amazonas e o Rio Oyapock pclo Dr. Jacques I lub' r. II) A flora das saprnphytas do I’ara pclo Dr. |. Huber.. .fill 402 •132— 435 C) (il.OI.OOIA I) A geologia do 1 'ai.i por Ch. 1 '. I Inrtt (re-iinprcss.lo ). 257 — 273 II) As camadas fossiliferas mais nnlij^ixda Amazonia polo Dr. bred. Kat/er. (3(1 — 438 D) AKCHKO.ool A I' lilt NOOK Al'ItJA I) Archcologia c Etlitiographia no Brazil por D. S, For- reira l'cnna.. 28-31 K) VIAGKNs I) Cartas inedit*» do I antis Agassiz...’. too - 15(1 II) ( fbst rvAipV, c impo ss.Vs durante n eiagem coMrira do Rio de Janeiro ,10 I'ora pclo III IC A . (iocldi.... 44 — 51} > cm 3 4 5 6 SciELO 10 1X 12 13 14 15 lullin' F) WnORAI'ltlAS I) D. S. licrrcira l’cmia. Notieia biographita por Jbst Vcrilsimo. . . 57 — 73 II) Johannes von Nattercr. I’elo Dr. K. A. (iochli. T91 217 1 SWL 10 GI\.M'HIA i|C, Sehichte/, dor Amazonenstrom pag. 185. - 2 ) Atlas portntil por Justus Terlhes png. 185 ; ) /’. / egc/, Ueiscn in Mntto-Grosso pag. 1 Mti (I/-.. Il'i.uinmii Kritisrlns Vorzoirhniss dor mynnckophilcn uml ter- mipbilcn Arthropodcn pag. 187 5) A. Holier, Brasilische I’il/.blumen pag. 325 ■•<>) A. Aftiller, I’rolabasidiomyceten pag. 535 — 7)/. I er is si mo, A pcsca na Amazonia pag. 32k -8 | //. Meyer, llogm mid Plcil in Ccnlrnl-brasilicl) pag. 328 -')) /’. Ehrenreich, Kintcilung uml Vcrbreilung dor Vollterstiimmc ltttisilicns pag. 32K— to) /'. lihrenreieh, Uclmr cinigc neltorc Uildnissc sucdumerik. India- tier. pag. 321) 11 I /’. /Air, rim, //, Hcilrilgc /tir Vdlkcrktmde llrasllicns pag. 329 12) /’. Timbert, Hcilrilgc zur Ki nntniss dor Klora dcs centralbruHilianischen Sta- atcs Goymt pag. 393- 15) //. A, he riel', Hrasilianischc Pteridnphyten pag, 443. ILLUSTRATES 1 ) Kctrato do Sr. Dr. I.auro Sodrc, Ciovcrnador do Pawl v rrendor do Mnst-u I ’araonse. II) Kctrato dc D. S. Kcrrcira Penna. Ill ) 1 tpisthocnimis ni-tatiK, cigana . fillmic oovos. IV) Kctrato do Johannes von Nattercr. V ) l.cpidosircn paradoxa. VI ) llo-p.d. - dc lonnigas c termites. .VII) Uina p.nsagcm d< I’odostemaceas ( Mourera lluviatilis) . V'lll) Mappa explicative) das local id. ulcs onde ate hoje forum on- eoiitrados exemplares dc l.cpidosircn. 5>’ ,8, 188 2.(2 286 4OO ■14 2 SciELO