'i^.,wr^m^'c •li' The John Cárter Brown Library ^ 4* Brown University -é- Purchased from the j^ LouisaD. SharpeMetcalf Fund X ^.. /y CACTO r}9éoá^-^:?^'i.i^^ M E 2^í O P. I A SOBRE A CULTURA U R U M B E B A, E SOBRE A CRIAÇÃO C O C H o\^ ILHA EXTRAHIDA POR M. B E R T H O L E T Das Observações feitas em Guaxaca. POR M. THIERY D E MENONVILLE , E Copiada do V. Tomo dos Annaes de. Chymica , DEBAIXO DOS AUSPÍCIOS , E O R D E lYl DE SUA ALTEZA REAL príncipe n. senhor, JPor Fr, José Maríanno da Cêticcl^ã» Vclhfo. ti SB o A. M. DCC. riClX. — ■ I iinwii I II ■ II II II iiiii I Hl iiiif.iiajttitmw?>g»a»«aBWia^-i»a>:£>;.- 1 I }wm M», Na Or. de Simão Thaddeo Ferreira* SENHOR ' É. f: A Extracta , que tenho a honra -dtraprçjtentar fl KéI^£-Z~A RÉ- :JlL:^0i feito ppr M* Bertholet^ ^Cbymicõ Francez , de outra obra -mai^ .5 composta por M. Menon-' "'villey que contém :cbonilha^ quafido só pelo fim de -os examinar y e de os estabelecer ^t^m^Ilha de S* Domingos empre-» hendico em 1777 a viagem ailua^ * ii xa- IV xacéí no interior ão México-, au^ xiliado das graças do seu re:pe^ ctivo Soberano. Este mesmo extj a^ cto contém o juizo cjue por Or- dem Ministerial jizerão os Gby* micos Francezes , Bertb(det , Des* maré st , Fõugeroux\ o Abbade Tis^ sier da Cochonilha , qjte o mesmo Nãiur alista estabelece o em S Do- niingos , a pezar da nenhuma cor* responãencia q^ue tiverao os seus trabalhos, > Espero (jue , sendo esta. Me^ 'imria espàmada pelo Brasil ^ e particularmente pelos povos de Ê^i* ra mar^ que possuem tantos tra^^ tos arenosos j imiteis a toda ou^ tra planta "^-excepto esta ^ haja de produzir hum maravilhoso efeito no commercio Nacional y pela gr an* de falta que se experimenta des* te género ^ assim na Europa ^ co" mo na Ásia. Queella se àê bem. nas areias , he hum facto da^ nos^ Sã Agricultura do Brasil \ pois go^ vernando o Rio de "gaiteiro o Eoc^ ::-.^^ CS" celkntissimo Luiz àe VasconceVos, € iSoiísa , animou tanto a sua cuU tura nas fitguezias que Jicão pe- la praia ao ^kórte da mesma CV- dacle , isto he ,^ Taipú , Maricd^^ Saquarema^ eYraruama^ de que se lembra a Relação do htgiez Stauton , que não so chegou aman-. dxir granaes partidas para este Rei 710 5 compradas pela Real la^ zenda , como também a dar hum tom de vida a estes ichthiopha^^es povos , que so vivião dos peixes que pese ao nas grandes lagoas , em cujas margens estão aquellas . fre Isto serd devido aos cuidai dos de^ K ALTEZA REAL. Ultimamente será esta obrapre^ cursor a da mesma de M. de Me^ VII mnviUe , qt^e fica jd no prelo , e vai enriquecida de duas Monogra- fhias coyn figuras \ huma da gran- de farnilia cios Cactos ; e outra dos frogalinsectos , chamados Cochcni- lhas , ou Coccos , e dos que lhe são affins , em ambas se acharão espé- cies novas ainda não descriptas ; a qual fará a HL Farte do IL Tomo do Fazendeiro do Brasil , Beija o Supedaneo do Pveal Throno DE V. ALTEZA REAL € ijiais humilde Yassallo Fr» José MarUnnú da Conceição Vdlose» DE EXTRACTO DA OBRA M. MENONVILLE SOBRE A CULTURA U R U M B E B A , Cactus Coccinillifer , E CRIAqSO DA C o G H O N 1 L H A. COCCUS CiKli, __ Extracto desta obra parece estra- nho ao íim , que se propoz , quando «e publicou esta collecção ; mas a Cochoni- lha he hum objecto de tanta importân- cia ao commercio , e de tanto interesse ás Artes , que não deve ser indififerente a aquisição dos seus costumes , e dos cui- dados , que requer a sua crjaçáo. Além deste me obris^ou outro moti- vo , o qual foi , ter achado nesta obra os fructos de huma generosa em preza , feita totalmente só pelo ardor de enriquecer as nossas Colónias de hum dom da natureza^, o qual huma Nação estranha monopoliza. Tendo os Hespanhoes observíido que os índios do México se servião deste in- secto , para pintarem as suas ca>as , e tin- çiiem 03 seus algodões , attrahidos da bel- leza desta côr intormarao a seu respeito O Mini&tcrio , que passou ordens a Cor- tes Ú\ n . ii ( IO ) tes em 752^ de promover a multiplica- ção de^^íé precioso insecto. Reamur pvopoz ao Regente de Fran» ça o rransferir-se a Cochonilha para as nossas Colónias ; irias este projecto não t^ve a sua devida execução. M. Thiery de M nonville , concebendo o novamente , sem se assustar dos empecilhos , cue o po- derião embaraçar , apenas acceitou a meta- de dà consignação feita a e.te fim, isto he , 2 mil libras, reservando a outra ame- tade , outras 2 mil , para que, no caso fjue , por qualquer impedimento , visse fciis- trada esta sua primeira diligencia , podes- se por hiiina segunda conseguir o seu pro- posto , e premeditado fim/^Elle (confor- me disse) se contentaria de sustentar a sua vida com páo , e agua. Embarcou-se aos 21 de Janeiro de 1777 cm o Porto do Príncipe , parando em Ha- bana , chegou a Vera Cruz. Aqui se in- formou de que Guaxaea era o Lugar , em que â melhor Cochonilha se criava. Na- da mais foi necessário para o decidir á emprega desta viaoem. Mas , como Gua- xaea lhe ficava em distancia de 70 lé- guas , e se não pode chegar a ella sem trepar montanhas inaccesdveis pela sua al- tura, atravessar rios caudalosos , e arrisca- dos , e em huma palavra , só por cami- nhos pes5Ímo={ : afora isto ainda tinha de vencer o illudir a vigilância dos multipli- cados, Saxeili tes , e j desassocegada esprei- ta ( ") ta dos Governadores : nada disto » nem do Fysico , nem do Politico o intimida, e o faz parar : bem que se veja na pre- cisão de empregar toda a sua manha nes- ta obra , quanta deve ter hum empreitei- ro de natureza , ou politica , ou criminal. Principia pelos obsequiar sobremaneira a fim de os interessar. Rebuça o seu pro- jecto com o gosto , c ardor que tinh* pela Botânica , e com a necessidade , em que se via , pela sua má saúde , de to- mar banhos no rio da Magdalena distante dfe Vera Cruz algumas léguas. Mas ^ to- mando caminho de Gúaxaca , vio pela pri^ ineira vez a Cochonilha em Galatillan : palpita-lhe de alegria o coração ; e lo- go se vê accommettido de reflexões amar- gurosas , qi^e se entremisturárão com a embriaguez , ou transporte , em que se viâ. Como , dizia elle , poderei eu transportar hum anijTial tão debil , táo sujeito a ma- chucar-sô , e que , a primeira vex que ca- hir , se não apegará mais a sua planta l He impossível que os abalos da cavalgadu- ra em huma viagem de terra tão compri* da não os acabe ? Como poderei carre- gar as volumosas plantas , sobre que eiles vivem ? Como poderei eu i>entallos das indagações , a que estão sujeitos ? Logo que chegou a Guaxaca » com- prou caixões no paiz cubertos de Cochoni* Jha , com pretexto de lhe ?erem necessá- rias para hum remedia contra a gotta. Mis ' Misturou com as Urumbebeíras outras plan* tas , e teve a felicidade de vis poder tra- zer coinsigo 3 porque jui;;áráo c,ije eráo futiliiadcis , que só podião interessar a hum Botânico SofFreo na sua viagem do mar hum grande temporal , que o obrigou a fundear em (Campeche , donde elle apa- fíheu plantas de hum Caeto , que pode s^^rvir de sustento a Cochonilha , e apor- tou em Porto do Príncipe aos 25 de Se- tembro do rnesmo anno. Empregou toda a sua actividade cm estabelecer hum urumbebal , e em apren- der os cuidados , que requer a criação das dua:; espécies de Cochonilhas. Conhecia qu^ a Cochonilha silvestre * ou bravia s& criava em huma espécie de urumbtíba na mesma Ilha de S. Domingos. Mas sua alma altiva, offendida , e ul- cerada de ver que hum tão reievante ser- viço , como o cue acabava de faier , era tido em pouca monta , e como tal , mui- to mal correspondido , finalizou 0$ seus dias de huma paixão em 17S0. O circulo dos Filadelfos , que a ne-' nhuma outra circunstancia deve o seu estabeíecimento , senão ao desejo de fazer úteis as nossas Sciencias a S. Domingo:* , ajuntarão os s^us papeis , e os íizcrão im- primir , e destes he , que eu agora tenho a íioíira de apresentar este resumo , ou Extracto , cingindo-me tão somente ao que diz respeito ,á Cochonilha , e ás uruiíi* ( 1» ) urumbcbas , que llie servem de susten- to. Eu começarei , como o Author , fa- jendo conhecer as Urumbebas .* ao depois passarei a fallar das dua^i espécies de Co- chonilhas.' fujajmente descreverei as expe- riências comparativas , que íii das duas Cochonilhas fina, ou meíesca , e a Cocho- nilha bravia do México , e da que se cii» em S, Domingos. Cactos, A Urumbefca iije huma familia de plantas, muito numerosa em indivíduos ; e particu- lar d'America Esta planta penetra aterra com huma raiz mestra mui p^oHiadarnen- ,te; e ao mesmo tempo espalha quasi a ilôr da mesma muitas raiz es fibrosas , hori- 7ontaes , e de rojo , apenas enterradas huma poiie^ada. O seu v«rdor goza de varias matizes > ses^undo :as suas diversas espé- cies : a substancia he tenríssima, e car- nosa , mas volta-se ein hum duríssimo le- nho á foíça da velhice. He cheia de hu» ma sciba mucilaginosa , que algumas ve- z€^ se extravasa , como huma gomma opa- , ca , faiinhoí?a t branca , ou amarella , que . prom.ptamente' se enrija , e se dissolve co- , mo a ocrama j mas que tem menor vis- cosidade , e tenacidade : suas hastes , ou tá* Jos se levimtão em arvores peio nascimen^ to suceesúvo di£- outras hastes , que sahem ha- ( >4) humas de outras, como ensartadas 9 aa unidas por articulações , mas a apparente solução de continuidade se desfaz pela ida- de da planta , e todaf estas articulações desapparecem peio crescimento das partes, de modo que as articulações dos Cactos, que são espalmados , ou chatas , se enciíem, c se arredonda© em troncos de arvore , «m a qual se nao distingue mais o me- nor rasto, ou signal do seu nascimento , da sua forma primitiva , da posição de humas a respeito de outras. Dád-se arvores des- tas , que chegão a ter seis pés de cir- cumferencia , e trinta ou quarenta de al- tura. As articulações , o« ramos , que nascem cm lançamentos c3/lindrieos nos Cactki- 'Kos^Opuncias , trazem nos últimos, por innti ou dous mezes, folhinhas cónicas, curvas , de *huma ou duas linhas de alto , dispostas em quinconce, sObre linhas paraíélías* Na axi- la destas folhinhas se acha posto hum fei- xe de sedas innumeraveis, subsistentes , quebradiças, mais , ou menos sahidas , es- palhadas nos dous lados da articulação achatada. Ao redor deste feixe se vc em todos os Cactos achatados , á proporção da sua maior , ou menor cultura, 1,2, 5 , e ainda «2^ espinhos de diíferentes co* res , regulados estes pelas suas diíferentes espécies , compridos de 6 até 50 linhas , agudos , sólidos , perigosíssimos , quando pungem , e dispostos em rosa , ou em mo- ( lí > wolhos : do centro destes , e do feixe das sedas se vé sahir iudifrerentemente , ou a flor , ou o garfo , c^uc ha de conti- nuar a liaste. As sedas , que se eníei- xao , nada -mais são que as pontas dos espinhos das axillas das flores , ou dos gar- fos luturos , que já se achâo , como em resuirio , debaixo destes pentes quiii- conceaes armados de 2 , j , ou 20 es^ pinhos da seiba precedente, e ellas ía^ rão , ao chegar a sua vez na, seiba se- guinte, o oíficio dos espinhos , que ante-, cedentemente tem exiitido. As flores sabem do topo de hum ca- lis armado das mesmas sedas,, e espinhos que os garfos : são brancas , vermelhas ^ amareljas, pUípureas , carmezins , conforme as differentes espécies : tem de 2 linhas ate 6 poileejadas de grandeza. Os petalos tem algumas vezes o número de 10 , 12 , 18 , redontlos j ovados , oblongos, farpa- dos , acuminados , alguma? vezes mui aber- tos , outras fechados , ou conniventes , pas- sando atravézdelies os estamcs , e pistii- ]o , que os excede em longura , c talvez menores. Os Estames são aos centos , os filamentos em fio , algumas veies deita*? dos; a Anthera oblonga, e amarella , de huma s^rossura dobrada do filamento, O Estiffma ás vezes em forma de prego com a cabeça , ou topo fendido em ties , seis j ou -mais partes. Cafei4as as partes da ílòr , só fica o ■ ■' '. ca- ( «6) calis com o germe; o calis se transíór- iTia, em huma baga obion^^a , oval , mui- tas vezes redonda , como hum pomo ,. unilocular , cheia de polpa , que , quando ' madura, he branca, amarella , vermelha, rarmezim , morada , purpúrea , parda , ou verde , regulada pelas suas diífeteníes es- pécies. Aninhão se nesta polpa as sementes , que tem a figura de hum rim , maiores qne lentilhas , cobertas de huma casca negra , parda , esmigalhadiça, .costracea , c cheia de hum pó branquissimo, , M. Linne ajuntou no Género C actas as plantas que Tourncfort chamou Mdúca- cttts epuntla,^ as que Dillenio chaiaiou Tw- na f e as que Plumier chama Pereschia, Dividio este género era tantas Secções , quantas erão as suas figuras exteriores , pe- la singularidade das suas diferenças , con- servando a cada huma destas plantas na sua Secção o nome especifico 'dos AA. t que se acabão de nomear : por tanto di- vidio o género dos Cactos em oiriçados, cacteiros melões , cirios angulosos re- ctos, cirios angulosos de lastro , ou de ro- jo , e em opuncias , ou comprimidos , e de artigos proh Feros. Ne^ta Secção ultima he , que se achãó os Cactos, em que até aqui se encontra a Cochonilha bravia, e nos qu4i) se. pôde criar a fina. Contém hum grande número de espécies muito differentes de tooas , as que tem sido descritas pelos Botânicos ; po. ( '7) porém o A. não teve tempo > nem li!>er- dailc , de as descrever , nem meios de as trazer còrnsii^o do México. Por tanto hi- temos somente apontar as espécies , cujo coiihecinienfo he mais interessante em ra- xão da sua relação cam a Cochonilha. A Tuna de Dillenio j a qual o? Hes- panhoes de Vera Cruz chamão Tuna , c os Colonos de S, Domínios chamão Ra- quetas da ba?da do mar. (JRaquctes des hords de mer.') rara vez cresce em arvore : as suas articulações são sólidas , espessas ^ rijas , de hum verde gaio , tirante a ver- de mar : seus espinhos amareííos. Conti- nuamente se vem nellas em Vera Cruz as Cochonilhas silvesties. A Pereschla , conhecida em S, Domin- gos pelo nome yata de Tartítnt^a , existe no IVlole de S. Nicoláo , e na planície de Cul de Sac de S. Domingos : he muito espinhosa , e da idade de | ou 4 annos se faz huma arvore : suas articulações sao menores que as das outras , mas o tronco he provido de formidáveis «spinhos , que sao muito mais compridos , e em maior quantidade que os da Tuna. A Cochoni-* lha silvestre se acha sobre esta Opuncia , e sobre ella foi , que o Author a desço- brio em S. Domingos no seu regresso do México. Ella a prefere a Tuna ; pelo facto de S. Domingos , onde abandonou a ultima. O Author trouxe de Campeche huma es- espécie de Opuncia commua em as An- tilhas : este Cacto he pouco armado nas suas articulações , e nos garfos tem hum, QU dous e.spinhos : : as novas articulações rara vez os tem : são oblongas , pcríeita- mente lisas , de hum verde ^omb^io , e mui lustroso nas aduj as , e de hum ver- de claro nas articulações novas: Cresce co- xno arvore. A Cochonilha silvestre 5e ciia muito bem nesta Opuncia , que tem a mesma vantagem de poder também criar a Cochonilha fina , c;uando se per tende Sí^mente semealla , ou entretella : porque nella se multiplica rnúito pouco, para que se possa ter em vista fazer alguma colhei- ta em tenuos. A Opuncia , que os Colonos c ha mão Raqtitíta He^^panhola , he huma grande es- pécie , articulada , em forma ovada , cujas hastes crescem em arvore ; seus garfos são somente armados de seda , com hum , dous , ou três espinhos curtos. A Cocíio- BÍlha silvestre se cria muito bem sobre esta espécie de Opuncia. O Author dá o nome de Nopal sil; vestre a huma Opuncia , que he a espé- cie dominante nos campos do México ; le- vanta-se em arbustos de 1 8 a 20 pcs de alto : suas articulações são redondas na ca- beça ; e todos os garfos armados de rosas de espinhos brancos, curtos, que se en- trelação huns com outros , e embaraçãa absolutamente appiicarem-se os dedos na su- per- C «9) perficic desta articulação. Esta espécie ser- ve muito bcrii de sustento á Cochonilha silvestre. As Opuncias , que siisten^áo melhor a Cochonilha , que a«< precedente*^ , sáo a ver- dadeira Urumbeba do Jardiíri do i^/lexico , e ^, Urumbeba de Castell3;a CochorJih?. silve t^rç nella fica tamanha , como a Cochonilha fir- na , e he nelJa menos algodoeuta que nas outras espscies de Cacteiros : o seu aigod-ap he tão bem menos tenai , mais frôxo> ç mais espalhatio. A Urumbeba dos Jardins de México , d$ qual o A. não vio , nem as Hores , nem os fructos , tem as suas raízes de hum par- do acinzentado com longes , ou laivos de amarello , e que ficáo lenhosas com a idade : levanta-se em arvore , como a maior partf das Opuncias : as suas articuk.çôes são de huma forma oblonga e oval ; tem huma su- perfície macia ao tocar , de hum verde sombrio nas adultas , e verde claro e lu- zidio nas novas : os garfos são armadas de hum , dous , ou ties espinhos desiguaes no tronco da planta. A Urumbeba de Castella he a melhor das Opuncias ; dão-lhe este nome para cara- cterisar a sua belleza pelo costume , em que estão no JVIexico , de applicar huma idéa de nobreza ao nome de Castella : as suas articulações tem algumas vezes ^o pol* legadas de comprimento, e is e i$ de largura* ♦* ii O H (20) O Authõr diz que a experiência tem approvado que a cor \ermeiha, violete , amarella, ou branca dos fructos das Opun- cias differentes não prestão , nem offen- dem a côr da Cochonilha , cue se sus- tenta nestes factos , nem he huma cau- sa , ou indicio da sua aptidão maior , ou menor em sustentar este insecto. M. Thiery de Menonvilie , arranja por este modo as Opuncias pela propiiedade , que ellas tem de sustentar a Cochonilha silvestre ; póem a Tuna em o mais bai- xo eráo , ao depois a Pereskia , ao de- pois a Opuncia de Campeche , o Nopal siN vesrre , a Raqueta He^panhola : e finalmen- te a verdadeira Urumbeba do Jardim de Mé- xico : e no ultimo c supremo lugar a Urum- beba de Castella : com tudo não he este o único alvo , a que se deve olhar nos Opuncias t as que são mui:o espinhosas? se oppóém á colheita da Cochonilha , e devem sec rejeitadas , ainda que sejão pró- prias a nutíillas , por esta razão não po- dem servir as Tunas , as Pereskias , o No- pal silvestre do México , de sorte cue he preciso limitarem-se a Opiuicia de Campe- che , a Raqueta Hespanhola , a verdadeira, e a Ururnheba de Cas^^elia. A Cochonilha fina não pode viver so- bre todas as Opuncias : morre nas Tunas, nas Pereskias , nas Raquetas He formando nellô hum beiço , ou margem dobrac5,a , das quae^ a superior he menor ; toda a peile he de htima cor parda de sombra, a bocca nada mais, que hum ponto, que sahe âo meio do arcabouço , ou tho- rax : tem 6 pés , pardos , curtíssimos , e nada ót aias. O macho tem o corpo alon* g^do , de huma côr vermelha , escura , cober o de duas azas horisontahriente aba- tidas , e algnm tanto encruzadas sobre o dor co ; ou poroue obrigados pela fome po5- são romper este vcncelho , ou atiliio , cor- rem pela planta: e esta he a única vez, em todo o tempo da sua vida , que cami- nhão as fêmeas. Chegados , cue sejâo , as ar^ t^culaçõe^ da Urumbeba desde o mesmo dia ^ ou , c uando tarde , no secruinte , e^tes pe- qucnos insectos; se fi.xão" e cravão sobre o reverso da folha, ou articulação , ( ue o seu insincto lhe fez encolher : prefereir a iodos os outros as articulações mais no- vas , isto he * das seibas precedentes , c se vem , principalmente , escolher o h<^^ daaítjculacão , que olha para Oes-Sud'Oes. te , para evitar o^- golpes de vento do Noj^ deste, e sobreludo , a forçai ^ da brÍ7a cjb' Leste sempre igualmente regular , e vi#» lenta no Valle de Guaxacn. As noas Cochonilhas se fíxão na«! ;r- ticulaçoes da IJrun beba , cravando seu bico assovejiado em a casca; se este delicada fio C «5 ) fio se quel^ra , iiioríe a Cochonilha , seiíí que lhe seja possível aí movimentos. Em quanto ao macho , este abandona a sua cobeita no fim de hum mez , e se iraniFesta em feição de huma pequena mos- ca , fo^mo^^a, de huma côr aítoí;ueada car- regada , elle se arremeça , dando voltas > € saltos ate á- altura de 6 polleíjadas ern- bu«;ca da fêmea : topando-a , a fecunda , e morre : a fêmea se emprenha , pare no fim de híim mez : este he também o ter- mo da sua vida. A Cochonilha silvestre , pousada huma vez €m a Uruml-eba , se perpetuaria nella , sem que houvesse mister outro cuidado , e nei- la se multiplicaria até cangar , e esvair a planta , cujas articulações se apodrentarião e cahirião successivamente , humas depois de outras , no ca-^o de que serão tivesse o cuidado de as tirarem , ou colherem de dous em dous mezes. Para se embaraçar a degeneração do in- secto , que aconteceria, deixando o estar amontoado em cualquer Urum.beba esvaída ; e pelo contrario ; para se manter huma bel- h ( 26 ) h qualidade ; e aindi , para se aperfeiçoar ou nielhorar a sua raça , e precaver a ruí- na e estrago da planta , se faz preciso pro- porcionar sempre a sua força e viaor com a quantidade da Cochonilha , que nella se cria, e habita. He mister apanhalia radi- calmente todos os deus mezes , e alimpar a planta do algodão , que ellas deixão , es- fregando a toda com hum pano molhado, que o tire. Por este meio fica livre asf- sJm do^T ovos , como das chrysalidas dos insectos destruidoies , que podem m.uito bem estar epegados , e occulíos no algo- dão da Cochonilha. Seria impossível recolher a Cochonilha silvestre, que existe sobre a Opuncia es- pinhosa com proveito ; os obreiros , que tem maior arte , e mestria , náo podem colher por dia huma tal quantidade delias , que lh.es haja de dar > ao , depois de seccas , duas onça«? 5 pela diíficuldade de as tirar à' entre os espinhos : e com tudo hum só obreiro pôde colher quantidade / que lhe renda , ao depois de seccas , três arrá- teis por dia , quando as tirar a Urumbeba das hortas. Também he sabido que se melhora , e aperteicca sobre a Urumbeba por meio da multiplicidade de colheitas , e semeaduras ; e pela bondada da planta, cm que eila perde muito da sua quanti- dade , e da tenacidade do seu algodão , e coiístanteiuente se faz mais grossa outro tanto , quanto se náo encontra nas cue^ vi- C 27 ) vivem sobre as Opuncias espinhosas , a^sim nos matos , como nos campos. He por tan- to inisrer , para se poder coiiseír uir a me- lhor ( ochoniiha silvestre , semeaija de dous cm dous mezes , tanto ciiaiuo consentir a constituição das estaqc5es , ou quadras do an- no , sobre a lirumbeba das hortas , e despre* 2ando se todas as outnas espécies ce Opun- cias Porem , quando se não tem huma grande cuantidade da sob edita Lírumbeba, neste caso se semeara , e creará na Opuii- cia de Campeche , e também na Raqueta Hespanhola. Dizem , semear a Cochonilha ( como se ella fosse algum grão ) quando espa- Ihão os pequenos insectos , pela planta , que a deve criar , e sustentar. O Urumbebal p6e-se em estado de poder acceitar os insectos , para os man- ter ao decimo outavo mez depois de plantado. Semeão-se , como dizem , as Cochonilhas em ninhos feitos da paren- chyma das folhas da palmeira ; em cada ninho se põe de 4 até 6 mães , quando estiverem pioximas ao seu parto, propor- cionando se o número dos ninhos , e o das mães ao das articulaçccs daUrumbe- beira; íixão-se os" ninhos nas axillas dos ramos , tendo-se o cuidado , de que íiqueiii expostas ao Sol d comparação da Cochonilha mesteca f da Co» êbonilha silvtstre , e da que se cria em S» Domingos, Fazendo- se digerir no alcohol o extra- cto , que a decocção da Cochonilha dá por evaporação , as partes colorantes se dissol- vem , e deixão hum resíduo , que retém unicamente a cor da borra , ou pé do vi- nho , a qual o novo alcohol não lhe po- de tirar. Esta parte dá na analyse pelo fo- go os productoj das substancias animaes. O alcohol da Cochonilha deixa por evaporação hum residuo transparente , que lie de hum vermelho escuro , e que sec- cp parece huma resina. Igualmente por distillação dá os productos das substancias animaes , o que confirma que esta parte colorante he huma producçao anima}. Entretanto a decocção da Cochonilha entra difficultosamente em putrefacção: te- nho-a conservado por mais de dous me- zes ao ar livre , e em hum frasco fechado, A primeira , passado este espaço de tem- po > não apresentou indicio algum de pu- trefacção ; a segunda tinha hum leve chei- ro pútrido. A primeira se turvou nos pri^ ineiros dias ; e deixou no filtro hum de- pósito arroxado pardo , devido á combina- ção do Oxigeno com as partes colorantes , conforme as observações de M, de Four- croy ; a segunda conservou por muito ♦•* tem- C J4 ) tempo a sua tr;ínsparencia , c provarei men- te a peuieo peio eííeico do piiiícipio de putrefacçáo , que experimentou A cor de iiuma e outra se mudou paia Curiije iin ; mas a da primeira era maií íraca ; por- que huina grande parte das moléculas co- iorantes se tinha precipitado. Ao depois da morte de M. Thiery de MenonviUe , a Cochonilha mesteca , que tinhs trazido > acabou , como acima se ni,;- se ; mas , occupando-se IM, Biuley coi>i muito cuidado em criar a Cochonilha sil- vestre : e em 1787 enviou huma gsande quantidade desta ao Ministro da Marinha com huma Ãlemoria Ensaios daCulit^Vi^ dê Nopal f criação e preparação da Cvchoni- thtí. A Academia das Sciencias encarregou a MM. Desmarest , Fougeioux » o Abba- áe Tessier , e a mim de examinarmos esr ta Cochonilha , e a Memoria , que a acom- panhava. Pvesultou dos ensaios da tinta , que fi- lemos em casa de M. Moneri , propne- rario de huma manufactura de Escarlate uos Gobelins , que a Cochonilha , remettida por M. Brulsy , dava ao panno a mesma cor , que a Cochonilha mesteca , cohí tan- to poréíii que se lhe augmentasse a quan- tidade na proporção de 1 2 a ^ . M Bruíey fez huma segunda remrssa da Cochonilha , coibida em r/SS , e volta- rão os mesmc? commissarios a serem Á& novo incumbidos do seu exame. Fo; out.o ' . me- ( 55 ) ÍTi«'hodo víeríto a obter com pouca dif- fcrença os incsirios resultados , que tive- rão com a primeira Cociíoiiilha Por se terem repetido os ensaios , que se fireráo em comiiuimij fazendo entrar em comparação a Cochonilha silvestre do com - iTi«icio, contentar-iTie hei agora ds íajlar das minhas ultimas experiências. A decocção da Cochonilha silvestre tem o mesmo matiz que a Cochonilha de S. Dominsos* Este matiz tira mais para o Carmesim que o da Cochonilha mesteca : mas os precipitados , que delia se obtém # quer pela dissolução do estanho , quer peJo aiume , são de huma còr perfeitamen- te igual ú da Cochonilha nierUeca , c es- tes precipitados são , os que colorão as sub- stancias , que SC tingem , coinbinando-se com elias. Já disse em a minha Memoria sobre .a branqueaçâo C^nn. C/ip-i, Tí/m, íí.) que W. Wat se servira da decocçáo da Co- chonilha , para determinar a Força do Aci- do muriatico oxigenado pela quantidade desta decocçáo , que d\e pode destruir : eu fiz as avessas , e me servi do ácido mn-^ natico oxigenado para determinar a pro- poTçío de partes coíorantes , que as de- cocçôes de diíferentes Cochoniih;i3 conti- iihSo. Fiz ferver por tanto , por huma ho- ra , hum iç^ual pejo de cada huma das três Cochonilhas, fazendo-lhe todas asciícum- stancias tão iguaes , quanto me tosse pos- ••Mi si- ( i^ y sivel : lancei cada huma desU*: três de- cocções filtradas evn hum cylindiO de vi- dro'graduado , e lhe misturei o mesmo ácido muriatico oxigenado , até que todíis as três fossem leya^la^* ao me mo itiatu amarello. As quantidades do acido , qud representão as partes color antes , se acha- rão quasi o mesmo em razão dos núme- ros seímintes : 8 para a Cochonilha de b-. Domingos, ii para Cochonilha silves* tic do colnrnercio , iS para Mcsteca Disto se vê que a Cochoniliia de S. Do- mingos he , não somente muito inferior á Cochonilha mesteca , mas também á Cochonilha silvestre .do México, c eff ccti* vãmente muito mais algodoada , e mais pequena 3 mas estas desavantagen^ não de- vem diminuir o zelo , dos que se occupao nesta criação. As observacces de M. Thiery de Me- Konville tinhio já mostrado que a Co- chonilha silvestre perdia seu algodão , e se fazia mais grossa por huma successão de gerações cuidadosas : e nos princípios lo- lão obrigados a empregar as urumbebas, que não^ tinhão chegado á sua grossura ordinária. Ha por tanto lugar de esperar que 1 Cochonilha de S. Dominsíos pode- rá vir a ser , havendo hum cuidado ette- ctivo , tão boa , como a Cochonilha silves- tre do México, e p6òt ser que ainda a exceda ; mas sen^pre lhe será inferior em quanto a quantidade de paitss colorantes ; mas ( n) wa5 não seria huma razão bastante , para te desprezar o adiíntamento de luim ingre- diente Ião precioso ás tinturaiias. Relativaiiiente «t qualidade da còt , se v!o que a Cochonilha de S. Domingos não cedia em cousa ah^uina a Mesteca ; n^as se o alírodão , de ene cUu se reves- te , pód« prejudicar nas operações ein gran- de a belleza do efícarlatc , do quai a vi- vacidade 5e pode mui facihnente alterar, se acharia huii^a applicaçáo vantajosa para elle assim nos meios escarlates , como nof carmezis , e em outros matizes , que são menos delicados , que as cores mais vi- vas. Mr. Brulcy indagou os mejos de po- der separar o algodão da Cochonilha de S. Domingos ; porém fícavão-lhe muitas partes colorantes nos seus residuos , o que paiece dever-sc principalmertc ás, peque- nas Cochonilhas , que ficaráó adher entes ao algodão. As opiniões , que Mr. Friiley expoz na sua Memoria , não concordão algumas ve- xes com as de Mr. Thiery de Menonvil- le : e he natural que observações encoii» tradas requeirao conhecimentos mais exa- ctos acerca de hum objecto , que para nós he tão novo , mas sobre isto se deve es- perar que as diligencias dociícujo dos Fi- jadelfos , e as de Mr, Bruley nos hajão bem depressa de fazer , que nada tenha- mos mais que desejar a «te assumpto. He C 58) Hs muito difiicuUoso fazer huma làé^ d:i utilidade , que nos pode dar es- ta Cochonilha d-s S. DominE^os , cue pos- sue táo rieas producçoes, Mr. Thiery de Menonville a olhaVa , como hum soccorro precioso , para aquellas partes da IJiia r cujo terr-íno ingrato recusa outro género de grangear'as ; e para aquelles pobres Co- lonos * que náo podem fazer as déspezas necesisàrias ás outras producçoes. Mr. Bru* ley ainda he mais favorável as vantagens, que se pôde esperar da Cochonilha j n.as o circulo dos Fihidclfós se absteve de pro* ferir o seu parecer *, e não juiga c^ue se deva dizer ainda cousa alguma. As tentativís feitas inerecem ser pro- seguidas , e favorecidas com tanto maior empenho , com quanto tem por seu objecto hum ramo de tanta importância para o com- mercio , como este ; e com quanto huma indusiriâ iíluminada sabe tirar grandes pro- veitos sobre huma ignorante indolência. F I M. METHODO DE PREPARAR COCHONILHA NO RIO DE JANEIRO , SEGUNDO S T A U T O N, Seentario , e Attihor oooooooocoooooo< o Proveito que os Portiiguezes tiráa da Cochonilha no Rio de Janeiro he pou- co considerável , em consequência de hum erro na sua preparação. Duas ou ires ve- zes, cada semana , os escravos destinados a este objecto , buscão as plantas Cactus , e com huma varinha de Barnbii , cortada de algum modo na figura de huma penna , tirão todo o insecto plenamente crescido com muitos outros , que ainda não tem chegado ao seu estado de perfeição : a consequência disto he , que as plantas nun- ca tem a metade dos insectos , que pcdião sustentar , pois que muitas das fêmeas , morrem antes de terem feito os seus de- pósitos. Os Naturaes do México seguem hum methodo muito difFerente. Logo que passão as chuvas periódicas , e que o tem- po he mais quente , e mais secco , ^yáo nos bicos das folhas do Cactus pequenas* porções do mais fíno musgo , servindo como de ninhos , capaz cada hum de en- ^«rrar dez ou doze Insectos fêmeas , no seu C40 íícii cstaí^o de pleno crescimento. Estes In- sectos no decurso de poucos dias , produ- zem huma inmimerâvel familia de peque- ninos , que se e>palhã0 peJas folhas , e ramos da Planta , até que se fixão na- quclles pontos , que achão mais próprios a tlur-lhe sueco nutritivo ; onde crescen- . do em pouco tempo o mais a que po- dem chegar , fícão im moveis , e então se tiião para uso ; deixando sempre hum nú- niero su eficiente , para a producção de no- vas criações. Hum muito simples processa converte em pouco tempo osjnseçtosem Cochonilha 5 mas se , em soffrimento cor- póreo , o pobre Escaravelho sente tormen- to igual ao ào Gigante , quando morre ^ este processo não he mais simples , do que he crueJ. Apanhão-se os Insectos em huma taça de madeira , e daqui se esten* dem espessamente sobre hum prato chato de barro , e assim vivos se põem sobre fô* go de carvão de lenha , onde se vão len- tamente torrando, até desapparecer a co*^ berta cheia de penugem , e que os sucscos aquosos ào animal cstcjão totalmente eva- porados. Em quanto dura esta operação , mechem-se continuamente com huma co» Ihrr grande de estanho os Insectos , e aJ exumas veze^ se borrifáo com agua , para prevenir que de todo se torrem, o que de^^truiría a côr , e reduziria o Insecto a carvão ; mas pouco habito basta para en« sínar , quando se devem tirar do lume, Fi- Miii (4! ) Ficão então na fónna de grãos redondos f escuros de alguma sorte , vermtílhos , e tonião o nome de Cochonilha , conservan- do tão pouco a forma orií^inal do Insec- to , que esta preciosa tintura foi por mui- to tempo conhecida , e buscada na Euro- pa antes dos Naturalistas decidirem , se era substancia animal, vegetal, ou mineral. O Jiirdim do Rio de Janeiro não produz annualmente mais do que trinta arráteis desta fazenda : com tudo , tendo bom tra- to , este mesmo número de plantas podia produzir dez vezes esta quantidade. Em Maricá , e Saquarema , ambos lugares con- tíguos ao Cabo Frio , ha plantações con- sideráveis do Cacttis , que facilmente se augmentão com garfos da mesma , plan- tados na estação fria , e chuvosa , ainda que depois medrão menos , quando não expostas ao Sol. Os Insectos criáo , e co- Ihem-se em tempo secco desde Outubro até Março. Animou-sc a preparação dâ Co- chonilha , deixando livrf este ramo de com- irercio , que antigamente era hum mono- pólio da Coroa (*). (*) A Coroa nunca monopolisot* este ge^ vero ; só e comprava por hum maior prC" fo $ paréi animar qs moradores à sua cul* tura» F I M. (45 ) ADVERTÊNCIA. Os Brasilianos dividião a familia do« Cactos , ou Cacteiros em duas , aos que tinhão a íolha chata e espinhosa , a que os Kotanicos dáo geralmente o nome de Opuncias , chdimv^o J u-i o hsba , dej« es- pinho , oba , foUia ou ves'ido beba cha- ia , o qual per corrupção se diz Urumbe- ba ; e aos que eiáo esquinados a que os Botânicos com Jussieu chamarão Círios « pela configuração com as tochas quadradas, davão o nome de Jit-mecarú , e hoje JV/i- nacurú , e nesta familia ha huma que dá hum fructo delicioso. Na obra gvande » que traduzimos de M. de Pslenonville , nos esforçaremos em fazer ver todas as e<^pe- cies , que encontrámos no Biazi!. Ac,ui so- mente daremos a figura do Cacto Cochi- nilheiro , copiada da que traz Dillenio no Horto EUhamense , que he a ciianda por Linne , como também a da Cochonilha , e reservamos para â outra dar a Estampa de IVlenonviiJe. TV 3 S^m 3*i*j»t JJa%- ^\ .:-i^ Kv^ sHSKsrcjia. . ^ ^r^í c^á^ÉS -«P^ ^^^gS^: Wmf^M^::Ê9^^^ *?^(3».