ARCHIVOS MUSEU NACIONAL DO RIO DE JANEIRO ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 7429-919 DO RIO DE JANEIRO Nunquam aliud natura, aliud sapientia dicti. In silvis academi queerere rerum, Quamquam Socraticis madet sermonibus. me eo ns VOLUME XXIII RIO DE JANEIRO IMPRENSA NACIONAL EQURIE Fãp “APR Lã ly4i Sá G SADEN LIBR Ve DO É É 1 P. 58 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL COMMISSÃO DE REDACÇÃO Professores : BRUNO LOBO MIRANDA RIBEIRO ROQUETTE-PINTO VOLUME XXIII SUMMARIO OS ANOPHELINEOS DO BRASIL — Dr. Antonio Gonçalves Peryassú .... 9 ACTIVIDADE SCIENTIFICA DOS PROFESSORES GORCEIX E COSTA SENA — Professor Alberto Betim Paes Leme (Discurso) cs, 105 DISCURSO AGRADECENDO, EM NOME DA ESCOLA DE MINAS, A HOMENAGEM PRESTADA A COSTA SENA E GORCEIX PELO MUSEU NACIONAL — Professor Antonio Olyntho Santos Pires ..... 121 GEOGRAPHIA E ARCHEOLOGIA = A. Childe. .. ..J.. O... 130 ESPECIES NOVA CIVITATIS MINAS GERAES — Professor alvaro A. da uia RR RR A 159 A correspondencia relativa aos " ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL! deve ser dirigida ao director do Museu — Quinta da Bôa Vista — Rio de Janeiro. Va ra. OS ANOPHELINEOS DO BRASIL PELO Dr. Antonio Gonçalves Peryassú - 10 a — (gravura), fig. 1, em vez de e, labio, diga-se 1, labio. 23, linha 2, em vez de Lutzi, diga-se lutei. 59, >» 25, » » >» nas costas, diga-se na costa. 61, » 7, » » » Synomym. C. argyrotarsis. Thes, diga-se Synonym. C. argyro- tarsis. Theo. 66, >» 9, >» » » Albimana, diga-se albimana. 70, fig. 19, » » » Rud. Fischer, diga-se J. Pinto, ph. 72, linha 2, » » > 20, diga-se 21. 74, » 10, » >» » 21, diga-se 22, e na. » 28, » » » 22, diga-se 23. 176, >» 2, » » » Stethomya nimba. Theobal, diga-se Stethomyia nimba. Theobald, 78, linhas 6, 14 e 16, em vez de alópha, diga-se allopha, em vez de Cycloleppteron, pseudo-maculipes, diga-se Cycloleppteron pseudo-maculipes e em vez de capturado, diga-se capturada. 79, linha 9, em vez de palustre bromelicola, diga-se palustre e bromelicola. 80, » 13, » » » farjardoi, diga-se fajardoi. Es! a ui ide OS ANOPHELINEOS DO BRASIL PROEMIO Os insectos sempre impressionaram os nossos antepassados, causan- do-lhes medo e apprehensões, ou encantando-lhes a vista, pelas suas lindezas de côres e fórmas. | Representam papel saliente e diverso na natureza; ora auxiliando-a, ora perturbando-a. | | As flôres selvagens devem, principalmente suas fórmas e suas côres 4 selecção apurada por elles, que se encarregam de transportar ao pistillo o pollen das antheras e, sobretudo, o pollen das antheras duma planta ao pistillo duma outra, selecção esta que, além de apurar-lhes o perfume e o nectar, aperfeiçoa-lhes tambem as côres e as fórmas. Os insectos são, portanto, propagadores da especie e productores da fecundação cruzada. Mas a grande maioria delles é nociva aos vegetaes, ao homem e aos animaes, molestando-os e transmittindo-lhes doenças. Entre os animaes transmissores de doencas, ha duas categorias que nestes ultimos annos têm assumido importancia capital na pathologia geral e, principalmente, na dos povos que habitam as zonas quentes. As especies da primeira são apenas portadoras ou vehiculadoras de germens; as da segunda permittem a evolução de outra phase ou geração do parasito, havendo no mesmo tempo uma proliferação. Ambas compre- hendem animaes inferiores, especialmente os arthropodos, Entre estes, se distinguem os acarinos e os insectos; estes, com as ordens dos Hemipteros, Dipteros e Siphonapteros. O modo mais simples de vehiculação de germens dá-se nas doenças bacterianas (tuberculose, febre typhoide, cholera etc.), nas quaes o elemento etiologico é eliminado em secreções e excreções, facilmente accessiveis ás diferentes especies de moscas, que as procuram e em seguida vão conta- minar alimentos, feridas e mucosas do homem e dos animaes. 3697-919 Ra - 10 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIII Mas são os insectos hematophagos que representam o papel principal na vehiculação da maioria das doenças produzidas por premesnros e algumas causadas por infecções bacterianas ; havendo mesmo uma, ep a fi- lariose humana, que é transmittida por diversas especies de culicideos. Extrahindo o sangue com os seus parásitos por meio duma picada, podem os insectos reinoculal-os da mesma maneira, seja inmediatamente, seja mais tarde, depois que o parásito passou por uma evolução no organismo hospedador, como acontece com o leptospira icteroides, da febre amarella, com os plasmodhos, da malaria, e outros protozoarios do sangue (hemospo- rideos, piroplasmas, try panosomas, leishmanias, etc.) Assim, a malaria tem como vectores os mosquitos anophelineos; a febre amarella, — o Stegomyia calopus; as leishmanioses, — os phlebo- tomos; a doença de Chagas, —os triatomas; a doença do somno, — as moscas glossinas; o mal de cadeiras, — as motucas. Emfim, as varias trypanoses, espirochetoses, espiriloses, etc., dos animaes, são propagadas por varias especies de insectos. Como exemplo de doenças bacterianas transmittidas por insectos temos a peste bubonica, que é propagada pelas pulgas. Si os insectos hematophagos têm a sua funcção vectora attenuada, nas zonas frias, é porque não sómente o numero delles e o seu tempo de acção são muito mais restrictos, mas tambem a temperatura, mais baixa, muitas vezes, impede o desenvolvimento das fórmas intermediarias. No Brasil os principaes insectos sugadores de sangue são os culicideos, os phlebotomos, os tabanideos, os simulideos, os culicoides e ceratopogon, os hemipteros e os siphonapteros. Geralmente só as femeas são hematophagas, emquanto que os machos se alimentam do nectar das flôres e do succo de vegetaes e detrictos animaes. Os culicideos, vulgo pernilongos, carapanãs e muriçocas, muitissimo numerosos em toda parte da terra, são dipteros que se caracterizam pela tromba cornea, pungitiva, longa (fig. 1) e geralmente rigida e de que elles se servem para picar os animaes e O homem, afim de se nutrirem de sangue ; antennas compostas de mais de tres articulos e de um estilete terminal. Azas com franjas e seis nervuras longitudinaes, cobertas de es- “camas (figs. 2 e 3), e de outras transversaes, nuas; sem cellulas circulares; a segunda, quarta e quinta nervuras longitudinaes, bifurcadas. São insectos ultra incommodos e perigoso de o molestar com suas picadas, desempe logia das doenças infectuosas osos para o homem, que, além nham papel saliente na patho- Pig3 15x. Fig 5 200 x. IMP. NACIONAL Cabeça e partes buccaes do mosquito Fig. 1 — IO XxX :c, caga mp, palpos maxilares ; tr-z, labro-epipharynge ; h, hypopharynge : É mandibulas ; mx. maxillas ; ; tabio ou bainha da proboscida. Fig 2:1, proboscida; mp, palpos ; c. clypeo. Figs. 3 e4: Ib, Noise: » Fig. 5: tr, labro ;e, epipharynge ; h Mabe m, mandibula ; mx, maxilla. Fig. 6: extremidade livre do labro-epipharynge. Figs. 7 e 8: cortes transversaes da pro- er: posterior da cabeça duma femea de Culex, mostrando o bulbo esophagiano triangular e os musculos qu O dilatam, Fig. 11 : glandulas salivares. A. PERYASSÚ — OS ANOPHELINEOS DO BRASIL 11 Ha muito tempo que eram considerados como vectores de algumas doenças. Foi Nott, quem primeiro, em 1848, vagamente teve a idéa de que Fig. 2. — Aza de mosquito a febre amarella c a malaria poderiam ser transmittidas pelos mos- quitos. Mas o verdadeiro defensor das idéas modernas foi o medico francez Louis Daniel Beauperthuy, que em 1854 expoz com clareza e nitidez todos Fic. = Typos de escamas de mosquito os factos que se relacionam com a transmissão da febre amarella. Em 1881, Finlay, defendeu as mesmas theorias e, em 1884, Laveran aventou . a idéa de que os mosquitos eram agentes da propagação da malaria. 12 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIII Depois dos trabalhos de Patrick Manson, sobre a filariose, de Ross sobre a malaria, do Dr. Utinguassú, de São Paulo, e os da commissão Ame- ricana, em Havana, corroborada mais tarde por Lutz, Ribas e Marchoux, entre nós, sobre a febre amarella, o que era uma simples hypothese tornou- se realidade. Ficou demonstrado que são os mosquitos que inoculam no nosso organismo o hematozoario da malaria, a filariose do sanguc, os para- sitos da febre amarella e do dengue, e, provavelmente, o bacillo da lepra. Evitando-se a picada do Stegomyia calopus, dos Anophelineos, do Culex quinquefasciatus e das Mansonias titillans e pseudo-titillans, evitam-se estas doenças. Sem estes transmissores ellas não se propagam. São os mosquitos das habitações os mais perigosos, por serem quasi todos vectores dos germens de doenças. E' por isso de alta importancia conhecer o seu desenvolvimento e seus costumes para com segurança poder combatel-os. Os culicideos brasileiros, até hoje conhecidos e descriptos, são em numero de 134 especies que se acham distribuidas nas sub-familias: Anophelins, Megarhininse, Culicinee Aedinse, Uranotenine, Trichoprosoponins e Dendromgyine. São quasi todas hematophagas. Mas as especies nocivas ao homem, pertencem todas às sub-familias Anopheling e Culicinã. Neste trabalho sómente trataremos das especies pertencentes à sub- familia Anophelinee, representada no Brasil por sete generos: Anópheles, Myzorhynchella, Manguinhosia, Cycloleppteron, Cellia, Chagasia e Ste- thomyia, com dezenove especies, das quaes são exclusivamente brasileiras as seguintes: Anópheles: mattogrossensis, tibia-maculatus e gilesi; Myzo- rhynchellas: lutzi, parva e nigritarsis; Manguinhosia lutzi; Cycloleppteron: intermedium e pseudo-maculipes: Cellias: brasiliensis, tarsimaculata e al- lopha e Chagasia fajardoi. A sub-familia Anophelinse caracterisa-se pela proboscida recta, palpos compridos nos dois sexos, terminados em massa, no macho, linear na femea ; cabeça sem escamas chatas nas partes lateraes. As larvas são asyphonadas (quer dizer: têm apenas um rudimento de syphão que não forma um tubo fechado ). Os anophelincos do Brasil podem ser rapidamente determinados pela seguinte chave : : ANOPHELINEOS (proboscida recta e palpos compridos nos dois sexos) Determinação dos generos e especies de Anophelinecs encôntrados no Brasil Azas com manchas escuras em riscos longitudinaes ou pontos . GENEROS Mesonoto piloso, com algumas escamas estreitas na parte anterior e lateral; abdomen piloso. excepto no segmento enital que possue tambem cabeça com escamas erectas e Pidentadas ; azas com escamas A ENGSSIAÓNA ou estrei = PRSNEA AMR E Sã segmentos a os de escamas ; escamas das azas a afins adas. . Anópheles. MEIGEN ESPECIES Abdomen côr de pixe; pernas com aneis indis- ROCOE css sós o a GM » o Anópheles mattogrossensis. LUTZ-NEIVA Pernas com aneis apicaes largos e pallidos; me- opa om 4 fi. id dica escuras longitu- dinaes sos - |Anópheles lutzi, THEOBALD. Tibias do terceiro pes com uma pi aaa anca no apice . |Anópheles tibia-maculatus. NEIVA. Manguinhosia, CRUZ . . Pernas posteriores com apice se: ama a E do metatarso extensamente bra - Anópheles gilesi. NEIVA cedia gmento pés teriores ss escamas das azas prtf e as, largas «| Myzorhynchella, THEOBALD Mesonoto com tres É córgae pretos formando trian- gulo; abdomen apice branco-cinzento pernas com pequenos aneis muito pallidos | Manguinhosia lutsi. CRUZ. (| Azas de costas distinctamente manchadas de ama- rello; escamas do segmento genital escuras. -| Mysorhynchella lutzi. CRUZ. Azas de costas distinctamente manchadas de branco ; escamas do segmento genital brancas, Idem, mas com anel preto na base pe Rapdo e terceiro tarsos posteriores. Myzorhynchella parva. CHAGAS, .| Myzorhynchella nigritarsis. CHAGAS. Mesinito piloso, com algumas escamas estreitas na parte sraghoçt abdomen com infos latevaes E a de mas, mas sem ellas no dorso mitos basaes ; escamas das azas Intceoladis o ros vezes tambem em fórma de . Cycloleppteron,. THEOBALD, as das azas lanceoladas ; pernas média pOntictaoas muito anelladas e aachadada E vok posteriores com aneis basaes e apitaes brancos . Cycloleppteron maculipes. THEOBA LD. altm da anallad Idem, n ,alé azas mais reordiom o que as A C. Es eba Palpos anellados, negros e Jouendos: a telo com uma mancha parecendo olho. Azas muitos grupos de escamas em balão Mesonoto Fovadtido de escamas ; abdomen geral- mente com tufos lateraes de escamas e quasi completamente revestido dellas. ' «JCetia. THEOBALD. . .. Idem, mas os palpos não são gras azas tendo poucas escamas em balão. Pés posteriores brancos ; escamas amarellas for- mando triangulo, no "dorso do ahdomen, que possue tufos lateraes e apicaes de escamas. . | Cycloleppteron pseudo-maculipes. CHAGAS et Cycloleppteron mediopunctatum. THEO- “1 BALD. . | Cucloleppteron intermedium. CHAGAS, Idem, mas sem tufos lateraes de escamas no abdsmda, , ci lcd essas Idem, mas ha um anel preto na base do ul tarso posterior ; abdomen com demon ee mos lateraes é Idem, mas os palpos são muito mais brancos. . Pés posteriores b ; abdomen com tufos e ncos com a Cetromiiado apical branco-cinzenta. . | Celtia argyritarsis. ROB. DESVOIDY. Cellia allopha. LUTZ-PERYAS=U”, . | Cellia albimana. WIEDEMANN, Cellia tarsimaculata. GOELDI. .|Cellia brasiliensis. CHAGAS. Azas sem manchas Especie grande, com azas dna? lanceoladas largas; abdomen piloso ; tufos de escamas nas antennas e nos spp do “|Chagasia. CRUZ. ... Pernas anelladas e manchadas. . 5 Especie gr nã om azas claras, com es-| camas abdomen piloso; area me- diana da cabeça co com algumas escamas odiado 5 lo rothoracicos mamillados. “| Stelhomyia THEOBALD. . Mesonoto com uma peronig ecra e fr RR argentea; pernas se Chagasia fajardoi. LUTZ. «| Stethomyia nimba. THEOBALD. NOTA — Pelo estudo das larvas e dos adultos vasidcaave que os generos Anópheles e Myzomyia são identicos, assim como os A éra e Arribalzagaia, razão pela qual supprimimos os generos Myzomyia e abbnpe rea que são os mais modernos, conservando os mais antigos; ANÓPHELES E CYCLOLEPPTERON 3897-919 — Pag. 12 — 4 — Sub-familia. ANOPHELINZ. rezosato. (AZAS MANCHADAS) Genero 1. ANÓPHELES. Merces. Anópheles mattogrossensis. Lurz-xeiva (1911) Comprimento 5mm,: Proboscida um pouco menor que o abdomen, preta, de pêllos curtos e “escamas obovaes curvadas; palpos de côr escura, sem aneis visiveis, com abundantes escamas espatuladas e obovaes, bastante compridas e rectas; tóros das antennas com fundo ocraceo, quasi totalmente ennegrecido. Occiput: com fundo preto e numerosas escamas erectas, obovaes e espatuladas (obtriangulares), maiores e menores, de côr creme; algumas têm o apice bidentado; entre os olhos vêm-se pêllos com brilho doirado, bas- tante compridos e inclinados para diante; atraz ha tambem algumas escamas estreitas e curvadas em retroversão. Lóbos prothoracicos bastante sali- entes e com algumas escamas rectas, parecidas com as do occipul. Mesonoto : com o fundo escuro no meio, pardo ocraceo para os lados, com estrias longitudinaes indistinctas; ha traços de escamas muito estreitas e curvadas, de côr doirada, bastante parecidas com pêllos curtos ; nas pleuras ha escamas semelhantes, porém de côr mais clara; escutello com fundo en- negrecido, mas com brilho prateado. Ha indicios de ter havido pêllos maiores numa serie marginal simples. Metanoto : escuro com ligeiro brilho esbranquiçado. Abdomen : na sua totalidade, de côr de pixe e com alguns reflexos pra- teados, resvestido de pêllos numerosos ; no primeiro e nos ultimos segmentos são mais abundantes na face dorsal, emquanto que nos outros acompanham principalmente as margens lateraes; não ha evidencia de escamas na face dorsal; na. ventral ha vestigios de escamas alongadas, estreitas e pouco compridas. Pernas: escuras com brilho bronzeado e com -aneis indistinctos nas articulações, onde occupam o apice do segmento proximo. 14 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXI Azas: bastante escuras, principalmente nas costas, onde ha duas manchas de côr mais clara, amarello-pardacenta ; ha um risco branco-ama- rellado transversal e sub-apical, formado por um agrupamento de escamas de côr creme; ha outras, distribuidas de modo um tanto irregular, sobre as nervuras longitudinaes, que apenas se distinguem a olho nú; a fórma das escamas é oboval muito alongado e bastante ponteagudo ; a 1º cellula for- quilhada, bastante comprida, de comprimento 3 vezes maior do que o pe- dunculo ; a 2º cellula pouco mais curta, quasi igual ao pedunculo; as ner- vuras transversaes, pouco distinctas, parecem formar uma linha quasi recta. Balancins: enfuscados com o pedunculo pallido. Descripto de um exemplar muito imperfeito, apanhado em Agosto de 1908, na lagõa de Manicoré, pelo Sr. Julio Cezar Diogo. Anópheles lutzi. Treosarp SYNÔNYM: MYZOMYÍA LUTZI. Theo. . Thoraz cinzento azulado, tendo no mesonoto duas faixas escuras de cada lado e uma mediana mais estreita ; os lados do mesonoto escuros, cobertos de escamas pallidas espalhadas e pêllos doirados. Abdomen pardo escuro, com cintas basaes, ligeiramente mais escuras, e pêllos doirados ; os metatarsos com cintas basaes e apicaes brancas e uma cinta mediana pal- lida nas pernas anteriores e médias ; alguns ou todos os tarsos brancos nos ápices. | ; Azas : as costas pretas, com tres grandes e duas pequenas manchas basaes pallidas; as nervuras ordinariamente revestidas de escamas com- pridas e escuras. ?. Comprimento 3 a 3,005. Cabeça : preta, com escamas brancas na frente e algumas pretas atraz. Olhos * pretos e purpurinos. Proboscida delgada, negra, apenas o ápice pardo amarellado. Palpos com escamas compridas, pretas, os ultimos tres articulos com pequenas cíntas apicaes de escamas brancas. Antennas pardas, os pêllos ora finos, ora maiores, pardos. Tóros testaceos. Thorax: cinzento azulado escuro, tendo no mesonoto duas faixas escuras de cada lado e uma médiana mais estreita (só vista quando se abaixa e suspende o tubo do microscopio); os lados do mesonoto mais escuros, com escamas brancas espalhadas e pêllos doirados pallidos. Escutello : pardo, de côr uniforme. Metanoto pardo escuro. Balancins : com pedunculos pallidos e capitulos pardos. A. PERYASSÚ — OS ANOPHELINEOS DO BRASIL 15 Abdomen : pardo escuro, com pubescencia doirada e cintas basaes e a face inferior parda mais escura; lobos genitaes com pequenas escamas espa- tuladas. Pleuras : pardas escuras, com manchas pallidas. Pernas: com as côxas e trochanteres brancos ; femures e tibias ama- rellas, cobertas de escamas escuras, tibias com escamas muito escuras nos ápices, com uma mancha de escamas brancas na parte inferior; os meta- tarsos anteriores e médios anellados, com escamas brancas e escuras ; com cinco aneis distinctos, a base e o ápice brancos; os metatarsos poste- riores, nas extremidades apical e basal, brancos; os tarsos das pernas ante- riores com aneis apicaes largos e brancos, excepto os dois ultimos articulos, que são ordinariamente revestidos de escamas escuras; nas pernas poste- riores o mesmo ; os dois ultimos articulos, porém, são brancos nos apices. Azas : têm escamas pretas nas costas, com tres manchas distinctas, pallidas e duas menores, ás vezes indistinctas, algumas basaes, a primeira nervura longitudinal com cinco zonas pretas, todas debaixo das costas, a maior parte das nervuras revestidas de escamas escuras, de consideravel comprimento ;3º nervura longitudinal com a origem e a porção média, pal- lidas, revestidas de escamas brancas : escamas pretas apenas na base e na extremidalle ; a 5º com pequenas manchas de escamas claras, perto da base da aza ; uma na bifurcação e outra na porção média do ramo anterior. Franja : amarella na extremidade da aza e tambem nas extremidades das nervuras, depois do ramo anterior da quarta nervura longitudinal, ?. Proboscida escura, delgada, com os cabellos amarellados e pontea- gudos; revestida de cêrdas em anteversão e de algumas escamas espatu- ladas, escuras e irregularmente dispostas. Palpos do comprimento da. pro- boscida, revestidos de escamas negras e espatuladas rombas, e redondas, apresentando na metade anterior grande numero de cêrdas longas e escuras em anteversão. Antennas: tóros escuros; francamente plumosas, pardas, com aneis pallidos; os dois ultimos articulos muito compridos, o penultimo duas vezes mais longo do que o ultimo, revestidos de pequenos pêllos curtos. Thoraa : com quatro largas faixas escuras no mesonoto e tambem uma outra muito delgada, e mediana, revestido de escamas piliformes e algumas estreitas, longas e curvas e de côr branca, nos lados, estendendo-se desde a parte anterior até ao escutello, especialmente nas raizes das azas. Escutello : simples e com escamas piliformes. Metanoto : pardo-escuro. Abdomen : escuro, compigmentação parda, revestido de pêllos amarellos, com faixas apicaes claras. Segmento genital com muitas escamas espatu- 46 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIII ladas, pequenas e negras e algumas brancas pallidas. Face inferior escura; revestida de pêllos doirados, só apresentando escamas no segmento genital. Pleuras: pardas escuras, com manchas pallidas. Pernas: Côxas e trochanteres brancos; femures c tibias amarellos, revestidos de escamas escuras na face superior e brancas amarelladas na inferior. 1º par:— Metatarsos negros nos 2/3 superiores c claros no terço inferior; 1º e 2º tarsos, com a metade superior escura e a inferior clara; o 3º e 4º tarsos negros. Unhas anteriores simples. 2º par: — Metatarsos com a extremidade apical mais clara; 1º e 2º tarsos com aneis basaes, o resto como o 1º par. Unhas unidentadas. 3º par, como o 2º. Azas: com tres manchas claras nas costas, bem accentuadas, das quaes uma situada no ápice da aza; duas outras indistinctas, tambem nas costas, comprehendendo a nervura longitudinal; nesta ha cinco zonas escuras inter- caladas de zonas claras correspondentes, o resto da aza de colorido escuro uniforme. O typo das escamas das nervuras é de lanccoladas longas, para as lateraes e lanceoladas curtas para as medianas. Larva de Anópheles lutzi (figs. 4€ o). Larva pequena, de côr geral branco-amarella da, de tons vermelhos, bromelicola, accidentalmente obser- vada em latas velhas. Na 1º idade, apresenta no thorax uma grande mancha vermélho-escura visivel a olho nú, parecendo uma cruz e nos Ill e VI segmentos abdominaes uma mancha ou faixa transversal, vermelha. Ao exame microscopico temos: Cabeça pequena, de fórma mais ou menos ovoide. Antennas pequenas, curvas e simples, com uma pequena cêrda no terço basal do lado interno e os espinhos terminaes muito curtos. Duas cêrdas clypeas simples e curtas. As cêrdas frontaes pouco ramificadas, em numero de quatro de cada lado. Para traz das bases das antennas e lateralmente ha uma cêrda palmada,; na parte média e posterior da cabeça encontra-se um triangulo de base anterior, tendo no centro quatro pequenos pontos. Escovas alimentadoras pequenas, em fórma de bigode. Placa labial triangular. Pescoço com uma faixa escura, Thorax globuloso, com duas manchas transversaes, vermelhas-tijolo e tres grupos de longas cêrdas ramificadas de cada lado, sendo o anterior consti- tuido por cinco, o médio e o posterior por seis cada um. Na parte anterior do thorax existem seis pequenas cêrdas numa fileira, divididas em dois grupos. Abdomen manchado de vermelho nos bordos, especialmente no bordo apical do terceiro segmento. Os dois primeiros sómente possuem longas cêrdas palmadas, os outros as têm, mas ligeiramente ramificadas. Os tufos palmados existem em todos os segmentos e são muito pequenos e Fig. 4 — Larva de Anópheles (Myzomyia) lutzi, Theobald asko Siva Guns, amPR NACIONAL DETALHES DA LARVA DE ANOPHELES LUTZ| DESENHO SCHEMATICO / A das 4 NG AR Hp! IN A b; e R A TN LEGENDA PRN N A-(Antenna h N B -Cabeça d| IV C-Mentoou placa labial | | D -Cêrda do thorax E -Tufo palmado F -Terdas dosiphão anal 6 - 2 ultimos segmentos abdominaes 1] | ] + Castro Silva se IMPR NACIONAL A. PERYASSÚ — OS ANOPHELINEOS DO BRASIL visiveis só depois da segunda edade. Siphão anal com foliolos branchiaes curtos c lanceolados, havendo cêrdas longas no bordo superior e outras curvas e ramificadas no interior, que formam o grande tuto anal. Larva colhida em 3-2-07, transformada em nympha no dia 10-2-07. Uma segunda larva criámos no laboratorio desde muito pequena e levou quarenta dias para se transformar em pupa. O seu colorido é muito variavel, pouco manchada na primeira idade ou phase, ao passo que na segunda e terceira se torna muito. (fig. 4.) Quando perseguida, perma- necia no fundo do vaso, como morta, durante nove minutos. Nympha (Fig. 6) também de tons vermelhos, principalmente no cephalo-thorax, onde ha tres sali- entes, longitudinaes e centraes que percorrem a parte anterior do ce- pha-lothorax e terminam mais ou menos na altura das tubas respi- ratorias; estas são grandes e se alargam muito na extremidade livre. As palhetas anaes são largas, grandes e escuras, sendo que o meio dellas possue uma linha ainda mais escura. O penultimo segmento abdominal tem nos bordos lateraes eapicaes um grande espinho grosso. O abdomen, quando a nympha está em repouso à tona d'agua, fica muito approximado do cephalo-thorax. A phase nymphal durou de 3!/ dias para uma e de 5 para “duas outras. Fig. 6.— Nympha de Anópheles () Myzomyia) lutzi GR Anópheles tibia-maculatus. Nriva Synxonymia: MyzOMYIA TIBIA-MACULATA. xEIVA MYZORHYNCHELLA TIBIA-MACULATA. NEIVA q Proboscida: do tamanho do abdomen, uniformemente escura, exce- ptuando a ponta, que é amarellada, coberta, principalmente na base, de 3697-919 3 18 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXI escamas lanceoladas, longas, recurvadas e escuras, possuindo tambem cêrdas escuras em toda a extensão da proboscida; sómente na parte de côr mais clara não se encontram escamas, porém cêrdas em pequeno numero e de côr mais clara. Palpos: do tamanho da proboscida, pretos, menos nas extremidades livres, que são de côr branca; densamente cobertos de escamas pretas, longas e curvas, principalmente no primeiro articulo; o ultimo, porém, é branco, possue escamas da mesma côr. Existem cêôrdas longas, pretas, não muito abundantes, a não ser no ultimo articulo, no qual, além de abundantes, são de côr amarella. Antennas: mais ou menos do mesmo comprimento dos palpos, muito pilosas, de côr clara, de pêlos cin- zentos e brilhantes, com verticillos mais escuros. Tóros: globulosos, alaran- jados; o segundo articulo apresenta-se intumescido em relação aos demais, principalmente os dois ultimos, que são os maiores e os mais delgados ; encontram-se escamas brancas, alongadas no lado interno do segundo e ter- ceiro articulos. Clypeo : quasi escuro, glabro. Vertice: com escamas brancas, pequenas e recurvadas, além de outras muito longas e curvas, formando tufo em anteversão. Occiput : tendo a parte anterior coberta por muitas escamas brancas, alongadas e encurvadas. A parte posterior é revestida de escamas grandes, negras, triangulares, accumuladas mui densamente - existem cêrdas longas e escuras. As escamas brancas, como as pretas, são de duas fórmas, uma mais larga e menor, outra maior e mais estreita. Lóbos prothoracicos muito salientes, revestidos de escamas amarellas e pretas, estas em muito maior numero, obovaes, algumas bifurcadas, sendo geralmente de diversos comprimentos; existem ainda cêrdas longas, ama- rellas e pretas. Mesonoto cinzento no meio e escuro nos lados. K percorrido longitudi- nalmente por tres linhas de côr castanho escuro, Existem muitos péllos amareliados na zona acinzentada.- As duas faixas pretas dos lados possuem numerosas cêrdas pretas. Na parte mediana e anterior existe um tufo formado de escamas longas, estreitas, curvas e brancas, repartidas para os lados. Escutello saliente, sem formar lóbos, cinzento, com tres manchas pretas, sendo a maior a do meio, que é apenas a terminação da linha lon- gitudinal e mediana do mesonoto. Existem implantadas muitas côrdas, de quinze a vinte, pelo menos, em todo o escutelio. Metanoto escuro e glabro. Balancins com pedunculos amarellos e capitulos escuros, densamente co- berto por escamas pretas. Abdomen de côr escura carregada, coberto de pêllos amarellos, sendo geralmente na base dos segmentos a tonalidade mais clara. Na parte inferior é amarela, nas bases dos primeiros se- A, PERYASSÚ — OS ANOPHELINEOS DO BRASIL 19 gmentos. Pleuras castanho-claras, glabras. Cóxas amarelladas, possuindo cêrdas longas, amareladas. Pernas: Trochanteres amarellados nos tres pares, tendo numerosos pêllos tambem amarellados, longos, voltados para baixo. Primeiro par de femures castanhos escuros, amarellados na base: na parte externa do apice existem algumas escamas criçadas, longas e escuras, formando um pequeno tufo; tibias um pouco mais claras do que os femures ; são ama- relladas nas extremidades e um pouco intumecidas na parte apical, que tem escamas e pêllos amarellos ; os metatarsos e os tarsos são da mesma côr. Segundo par de femures da mesma côr que os do primeiro par, com extremidades amarelladas, em maior extensão que na base; no apice existem algumas escamas amarellas. Tibias, metatarsos e tarsos da mesma. côr dos femures. As tibias possuem, porém, extremidades amarelladas. Terceiro: par de femures com a mesma côr dos outros, com extremidades amarelas, principalmente na parte inferior e basal. Tibias com a mesma côr; a extremidade apical, numa grande extensão, equivalente a 1/4 das tibias, apresenta uma faixa branca, muito caracteristica; sómente na parte anterior ha uma estria da coloração geral. Os metatarsos e tarsos da mesma côr dos outros. Azas manchadas de amarello nas costas e com manchas da mesma côr espalhadas pela aza. As manchas das costas são em numero de tres, duas mais ou menos do mesmo tamanho e menores, situadas mais para a base do que a ultima, que está localisada na parte apical. Todas attingem a primeira nervura longitudinal. Na base desta nervura ha escamas ama- rellas em uma. extensão não pequena; ha ainda na mesma nervura escamas da mesma côr entre a primeira e a segunda manchas costaes ; outra mancha da mesma côr, porém mais clara, no ramo posterior da segunda nervura; na base da terceira nervura, no ramo inferior da quarta, no apice do ramo posterior da quinta, na base da quinta, no ramo anterior desta e na base da sexta nervura existem escamas amarellas, que mancham a aza. Na. franja as manchas estão situadas entre as extremidades dos ramos da segunda nervura e na terminação dos ramos da quarta e quinta. A nervura transversal média fica mais distante da base da aza do que a supranumeraria e a posterior. À primeira cellula sub-marginal é maior c mais estreita do que a segunda cellula posterior; esta possue um pedunculo quasi igual a quatro vezes o seu comprimento. Comprimento — 5"" 5 com a proboscida, que mede 2um, Época da captura — Maio. ê 20) ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIII Anópheles gilesi. serva SYNONIMIA : MYZOMYIA GILESI. a MYyZORHYNCHELLA GILESI. neiva Pequeno augm ento Proboscida preta, com a extremidade livre amarellada. Palpos negros com um anel branco, extremidades livres brancas e um anel preto. Cabeça coberta de escamas brancas no vertice e fronte, em anteversão. Occiput revestido de escamas pretas. Mesonoto cinzento claro, com partes lateraes negras, uma linha me- diana escura e um ponto negro muito saliente na parte mediana do es- cutello. Balancins com pedunculos amarellados e capitulos negros. Abdomen. escuro, alongando-se para os ultimos segmentos apicaes. Pernas escuras, com a porção inferior dos femures mais claras e ex- tremidades apicaes brancas, principalmente no terceiro par. Neste par as tibias são circumdadas na porção apical por uma larga faixa branca cor- respondentes mais ou menos a 1/4 do segmento, a qual tambem se esten- de à porção basal do metatarso. As tibias, metatarsos e tarsos das outras pernas têm mais ou menos a mesma colloração dos femures descriptos ; os tarsos do terceiro par são do mesmo colorido dos precedentes, Azas com tres grandes manchas amarellas nas costas, sendo que a maior é mediana; além destas, ha outras espalhadas pelo campo da aza. Grande augmento Proboscida : Comprimento 1",980; negra, revestida de escamas lan- - ceoladas estreitas e negras e pêllos da mesma côr :; labéllos amarellados, com pêllos da mesma côr. Palpos: Comprimento 1,"="800; revestidos de escamas lanceoladas estreitas e outras poucas mais largas, situadas nos segmentos apicaes; a porção articular do 2º com 3º articulo é glabra e esbranquiçada, formando um anel, o 4º é coberto de escamas brancas, possuindo, porém, um anel de escamas pretas; proximo ao apice as escamas brancas são lan- ceoladas, estreitas; nos primeiros articulos ellas são mais salientes, nos outros só 0 são na parte inferior; a parte inferior do ultimo articulo possue pêllos 'ongos de colorido mais escuro do que as escamas, Antennas :— Tóros cas- *anhos claros, glabros (no nosso exem plar que estava um pouco estragado). Na parte interna do 2º e 3º articulos encontram-se escamas lineares E RR ENA a AU NA a ido A. PERYASSU — OS ANOPHELIXEOS DO BRASIL M brancas. Flagellos castanhos claros, revestidos de pubescencia branca, além de pêllos longos e brancos, situados na parte basal dos articulos. Verticillos formados de cêrdas pretas. Clypeo escuro e glabro. Fronte e vertice com es- camas estreitas lineares longas reversas e em anteversão. Occipul revestido na parte anterior de escamas lanceoladas estreitas e brancas e na posterior de escamas negras e rectas e triangulares largas; proximo aos olhos ha escamas negras; umas em anteversão, outras em rectroversão. Lóbos prothoracicos salientes (escamados no nosso exemplar). Mesonoto tendo a parte central cinzenta, uma linha mediana preta e partes lateraes negras. A parte cinzenta e mediana emitte um prolon- gamento para cada lado da zona negra. Além de cêrdas escuras e outras amarellas que existem marginando toda a porção lateral, e de outras menos raras que se encontram na parte central, só possue revestimento na parte anterior e média, onde ha um accumulo de escamas brancas estreitas e longas, formando como que um tufo; algumas destas escamas descem um pouco pela linha escura mediana, collocando-se aos lados desta. Escutello da côr do mesonoto, simples, com uma grande mancha negra em sua porção central e uma fileira de cêrdas negras em toda sua extensão; nas zonas mais internas ha, além desta, uma outra fileira menos numerosa e collocada em plano superior. Metanoto escuro e glabro. Balancins com pedunculos amarellados, glabros (no nosso exemplar), apenas possuindo. algumas escamas amarelladas junto aos capitulos, que são negros e revestidos de escamas da mesma côr, lanceoladas, curvas e estreitas. E Abdomen escuro, com segmentos apicaes mais largos. Face superior escura, revestida de pêllos amarellos, sem escamas; face inferior do mesmo colorido e revestimento da superior, havendo no meio dos segmentos porções de tonalidade um pouco mais clara (o nosso exemplar não possuia o nono segmento). Pleuras negras, com pequenas zonas mais claras (sem revestimento no nosso exemplar). | Côxas e trochanteres amarellados, com escamas e pêllos da mesma côr. Femures, no 1º par, escuros em cima, mais claros no lado inferior ; apicaes um pouco mais claros. Tibias com os femures nas extremidades apicaes com uma porção mais clara, principalmente no lado inferior; metatarsos e tarsos como os femures ; articulações um pouco mais claras. No 2º par, femures com colorido geral escuro, pintalgados, com manchas brancas bem apparentes. Tibias como os femures, sendo que as manchas não se 22 “ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIII destacam tanto. Metatarsos e tarsos como os do 1º par. No 3º par, femures como os do 2º, as manchas do meio do segmento menos pronunciadas, a apical mais visivel do que a do 2º. Tibias escuras, menos em grande parte da porção apical, que possue extensa porção branco-argentea muito caracte- ristica. Metatarsos com as extremidades basaes brancas, em continuação da parte branca da tibia, de tonalidade mais escura do que a desta; o resto do segmento como os dos outros pares; tarsos, semelhantes aos precedentes. Azas com quatro manchas amarellas nas costas, a 1º basal, com uma pequena mancha preta no meio; a 2º, metade do tamanho da precedente ; as 3º e 4º são as mais largas e attingem até a 1º nervura longitudinal; as basaes estão situadas sómente nas costas. Ha outras manchas amarellas disseminadas sobre diversas nervuras, como, por exemplo, na base da au- xiliar, da 1º longitudinal e na porção apical desta c nos ramos da 2º longi- tudinal, na 3º, nos ramos da 4º, no ramo anterior da 9º, além de escamas do mesmo colorido disseminadas em quasi todas as nervuras, mas que não formam manchas distinctas. As escamas, quer as amarellas, quer as pretas, ora são lanceoladas longas, ora são mais largas e menores; todavia as es- camas deste ultimo formato, isto é, espatuladas redondas, são em maioria de côr preta. A franja é de côr preta, exceptuando nas porções terminaes das nervuras, que são amarelladas. Tempo de captura — Junho. Mensurações PRODUCE Sc DD , ERRO a O Go Imm 980 BEM vd Rss; CSA mm 500 ME e CRIS q O 12» 300 ADBEOMBI: Ds Gisa é dá a 00 Comprimento total. . ... é CBR MD ar mn 280 PMpOGL pos » Sed a a O aii 12m, 800 EMA DO gar CC si RR A 27º 300 Metatarso do 3º par . .. RR CN O ado po Primeira cellula sub-marginal: Comprimento ... FEV e tee Im 060 Malor lieurd: ido dem Ud SA ai A = 120 Poddmeulo:. cs ss as des ado dj ip gera 0mm 420 Segunda cellula posterior: . Comprimento. . , . 4-0. de DR ADE ida O qe q A Omm 880 Maior largura . .. Pedancilo: 4 os A. PERYASSÚ — OS ANOPHELINEOS DO BRASIL 23 GENERO 2, MYZORHYNCHELLA. TugosaLD Myzorhynchella Lutzi. (nv; ?- Proboscida longa de côr castanha escura quasi preta, uniforme, re- vestida de escamas escuras lanceoladas acuminadas e recurvadas e de pêllos da mesma côr; os palpos labiaes são desprovidos de escamas ; de côr cas- tanho-clara, tendo implantadas perpendicularmente alguns pêllos curtos escuros. Comprimento 2 millimetros. Na base ha quatro cêrdas pretas e es- camas mais fófas. Palpos mais ou menos do mesmo comprimento que a pro- boscida (1 "" 092) de côr quasi negra, excepto nas porções articulares dos segmentos e na extremidade livre em que apresentam uma coloração es- branquiçada. Os segmentos são em numero de cinco, com as seguintes dimensões na média: 1º segmento Omm 190; 9 segmento Orr 568; 3º segmento Omm 7192: 4º segmento Or 331; 5º segmento Omm 900. Os se- gmentos são densamente revestidos, em sua parte superior, de escamas pretas lanceoladas ponteagudas e recurvadas, implantadas com a base voltada para a base dos palpos. Escamas de typo A formando um angulo de abertura anterior e de pêllos pretos das mesmas dimensões que as escamas. Nas articulações dos 2º e 3º, 3º 04, 4º e 5º segmentos, assim como na extre- midade livre deste ultimo, ha escamas brancas argenteas da mesma côr. Antennas acinzentadas; segmentos castanhos claros, revestidos de pe- quenos pêllos cinzentos havendo nas articulações verticillos de pêllos cas- tanhos que se acham inseridos na base do segmento. O 1º segmento apre. senta algumas escamas chatas semelhantes as dos palpos, de côr castanhas e brancas. Tóros castanhos escuros, glabros. Clypeo castanho escuro, glabro. Vertice tendo longo tufo formado de cêrdas ou escamas piliformes brancas e amarellas em anteversão. Com a mesma orientação e junto á insersão destas, ha escamas lanceoladas, ponteagudas, estreitas, recurvadas, amarel- ladas e brancas. Occiput, possuindo na parte média e anterior escamas espatuladas brancas (typo B), orientadas todas em anteversão. Lateralmente formando saliencia e para a parte posterior tem escamas pretas triangu- lares e largas; sem escamas erectas bifurcadas. Na parte média as escamas separam-se limitando um espaço triangular glabro de cêrdas castanhas. Lóbos prothoracicos ligeiramente mamillados, pouco salientes, dis- coides, achatados, apresentando na parte anterior um forte tufo constituido de escamas pretas recurvadas para fóra, longas e obovaes. O resto do lóbo é revestido de longos péllos recurvados e escuros. 24 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXI Mesonoto de côr castanha muito escura, quasi preta, com duas linhas medianas negras e outras duas lateraes e posteriores. Na parte anterior ha escamas brancas encurvadas em fórma de podão; para traz escamas doi- radas da mesma fórma, havendo cêrdas da mesma côr e pretas mais abun- dantes nas partes lateraes. Escuteilo saliente, regularmente recurvado, de côr escura na parte média e amarellada dos lados com escamas doiradas iguaes ás do mesonoto e com uma. orla de longas cê rdas inseridas no bordo livre, em numero approximado de vinte. Metanoto castanho e glabro. Balan- cins com pedunculos amarello-claros, glabros. Capitulos castanhos escuros, em fórma de massa, revestidos de escamas escuras, obovaes e curtas. Abdomen escuro quasi preto, revestido de pêllos pequenos na super- ficie superior e de pêllos mais longos nos bordos, de côr amarella. Estes, no segundo segmento, formam dois grandes tufos, havendo alguns no bordo (centripeto do segmento) que se projectam sobre o mesonoto. Os segmentos examinados com maior augmento mostram-se constituídos de manchas castanhas muito escuras, mescladas de outras amarellas mais claras, sem configuração bem definida. A face inferior apresenta o mesmo aspecto. A membrana que liga os arcos tergaes aos inferiores é de côr castanho-clara. O segmento genital apresenta escamas falciformes amarelas e pretas que se grupam sobretudo nas laminulas, formando as escamas pretas uma corôa basal e as amarellas um tufo nas extremidades livres do orgão. Pleuras de colorido escuro e branco argenteo, havendo na parte média pequenos tufos de escamas obovaes, brancas argenteas. Côxas castanho claras, glabras em quasi toda a extensão, apresen- tando cêrdas nos bordos anterior e inferior e um basto tufo formado de escamas brancas e lanceoladas, na parte posterior do bordo inferior, co- brindo a articulação coxo-trochanteriana.. Pernas delgadas e compridas, revestidas de escamas, ora escuras, ora claras, resultando do conjuncto uma côr distinctamente bronzeada nos fe- mures e tibias, porém mais escura nos tarsos. No primeiro par o metatarso e os dois primeiros tarsos têm o apice branco, e a tibia um ponto apical branco; no segundo, o apice da tibia, do matatarso e dos dois primeiros tarsos, são marcados de branco; os dois ultimos tarsos têm escamas brancas irregularmente dispostas; no terceiro par a tibia, pouco menor do que o metatarso, tem um ponto branco apical; a parte terminal do meta- tarso, os ultimos dois quintos do primeiro e os outros tres tarsos, em todo o seu comprimento, são brancos. As unhas dos dois primeiros pares são pequenas e inermes ; as do ultimo par muito pequenas. A, PERYASSÚ — Os ANOPHELINEOS DO BRASIL 25 Azas densamente escamosas, com escamas lanceoladas longas, ora pretas, ora amarelladas. Nas costas ha quatro manchas amarellas, sendo duas na metade basal, muito estreitas, e duas apicaes, largas, comprehen- dendo as costas é a primeira nervura longitudinal. Estas manchas podem variar em numero de tres a quatro. Ha outras manchas amarellas, disseminadas sobre as azas, que pelo resto são enne- grecidas por causa das escamas escuras, largas é densamente grupadas, Na base da aza encontram-se pequenas escamas espatuladas rombas, ora amarelladas, ora pretas. O apice da aza possue uma mancha amarella que se estende ás extremidades do ramo inferior da 2º longitudinal e á da 3º longitudinal. As escamas da franja são amarelladas na embocadura das nervuras longitudinaes e pretas no resto da franja. Primeira cellula sub- marginal mais estreita e comprida do que a segunda. posterior ; seu pe- dunculo mais curto do que o da 2º posterior ; pouco menor que a metade do comprimento da cellula; o pendunculo da 2º menor do que a cellula. Nervuras transversaes supranumeraria e média encontram-se formando um angulo obtuso; a transversal posterior muito mais perto da base da aza do que aquellas, cêrca de tres vezes o seu comprimento. Comprimento total 4mm 760, sem a proboscida, que mede 2mm 190, Mensurações Próboscida. sos siso ve ca 2,120 Cabeça . » é : É omm 520 Thorax . es DR RN do va 177,640 ADOOMNE ss ea dA Cv a spa ta gm 600 OM MC meio 6mm 880. FO ua CDE a ss gm 000 Eos OT Dir ss Dc aa an 200 Memanos VOS par . cd dass 10 Azas Primeira cellula sub-marginal: COmNpDRBRDMD O doces ce cs amo mm 040 Mora ss. cond SR 0m= 100 Mem ss e aa ais omm 500 Segunda cellula posterior : SOMPrEnentO . sa. es re , Po ue Qum 740 MM MENA: à «cd me ir. Frios 0um 110 * mm Mm cu gds e são om 660 8697-919 26 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIII &º. Comprimento — 6». Palpos acotovellados, os artículos apicaes dilatados, muito escuros, com uma faixa estreita e branca na articulação do cotovello, com escamas brancas num lado perto do apice e no proprio apice; o penultimo articulo com tufo curto de numerosos pêllos castanhos. Antennas muito castanho- escuras, com intervallos pallidos, numerosos pêllos castanhos, com reflexos cinzento-pallido. Thorax e as pernas como na femea, mas as pernas posteriores mostram menos curvatura. Azas com manchas ligeiramente differentes,; a 3º mancha pallida das costas é interrompida por uma mancha estreita e nervuras, são todas dum branco creme; existem tambem muitas escamas pretas, e a base das 1º e 4º pallidas na 3º, e a franja não tem manchas pallidas de- pois do ramo superior da 52. Segmento genital com muitas escamas; pinças ge- nitaes pretas e duras. Unhas anteriores muito desiguaes, a maior bidentada, as médias e as posteriores iguaes e sim- ples. MYzORHYNCHELLA LUTZI: — Ovos. Fig. 7. São con- stituidos de duas partes dis- tinctas: o ovo propriamente dito e o apparelho hydros- tatico ou abas. O conjuncto desse systema apresenta as seguintes dimensões: comprimento Qmm 551 : largura 07= 2344; altura rm 1310. O ovo propriamente dito é de côr cas- tanha e afíecta a fórma de um charuto recurvado, apresentando uma ex- tremidade fina e outra em fórma de clava. Suas dimensõessão de Qmm 5517 de comprimento e de Or= 1517 de diametro, em sua porção mais larga. Fig. 7 — Ovos de Myzorhynchella lutzi A. PERYASSÚ — OS ANOPHELINEOS DO BRASIL 21 O ovo assim constituido acha-se disposto, com sua parte concava para cima, sendo mantido nessa posição por um apparelho de suspensão e flu- ctuação: —o apparelho hydrostatico. Este só póde ser observado quando se encara o conjuncto de perfil; é formado por uma rêde de malhas es- treitas que se adapta perfeitamente ao ovo, revestindo toda a sua parte convexa até à parte média das porções lateraes, onde elle se continúa com o apparelho de fluctuação, que é constituido do seguinte modo: In- serindo-se symetricamente ao longo de duas linhas lateraes oppostas, partem, decrescendo em tamanho para as extremidades do ovo, nume- rosos tubos aereos, que, após recurvamento, convergem para uma linha, acompanhando a parte superior ou convexa do ovo. Estes tubos que, recurvando-se, circumscrevem um espaço, cobrem toda a superficie não revestida, pela rêde de suspensão, excepto uma pequena porção da extre- midade mais dilatada, emergindo dum orifício, 4 circumferencia do qual vêm ter os tubos aereos mais afastados. Estes estão ligados entre si por uma membrana transparente, que fecha completamente os espaços a que nos referimos, e cheios de ar, representando o papel de boias, e que, ligeiramente encurvados para cima, formam uma especie de canôa, em cujo fundo se vê o ovo, que mergulha na agua por sua parte inferior convexa, tendo ao ar as extremidades, das quaes a maior se acha intei- ramente desprotegida. A dehiscencia do ovo se dá segundo uma linha obliqua, situada ao nivel da curvatura immersa da grande extremidade e cuja ruptura interessa a rêde de suspensão. | Larva (Fig. 8) — Cabeça pequena e ovoide. Cêrdas clypeaes pequenas e simples, as frontaes são ramificadas e em numero de seis; ha no ponto de inserção das cêrdas frontaes medianas dois pontos pardos escuros e um pouco para traz, alternando com elles, encontram-se outros tres menores em uma mesma fileira transversal, e na parte posterior e média duas linhas formando um angulo de abertura anterior, tendo em sua área uma mancha cordiforme. Entre o apice de cada lado do angulo e os olhos ha uma cêrda ramificada. Antennas compridas, delgadas, com pequenos espinhos na metade apical do bordo interno. Dois espinhos terminaes longos e ponte- agudos, sendo o maior o interno, e duas pequenas cêrdas entre elles. Escovas alimentadoras salientes e em fórma de bigode. Olhos semilunares. Thorax globuloso e achatado no sentido antero-posterior, possuindo nos lados dois grupos de cêrdas ramificadas : um anterior, formado de quatro cêrdas e outro posterior e lateral de cinco, além de duas cêrdas ramificadas na parte média e interna e duas outras na parte média do bordo anterior. Abdomen 28 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIII possuindo longas cêrdas palmadas (ramificadas) nos tres primeiros segmentos e outras menores nos restantes. Tufos palmados, salientes, existindo em todos os segmentos. Siphão anal com os foliolos branchiaes compridos MYZORHYNCHELLA LUTZI| vi Fig. 8 a estreitos, e cêrdas anaes relativamente curtas, sendo que as quatro do bordo superior são mais compridas e as do inferior, que constituem o tufo A. PERYASSÚ — OS ANOPHELINEOS DO BRASIL 29 a anal, menores. As larvas no fim de tres dias têm o comprimento de E mm 5. Larva palustre. 7 Myzorhynchella parva. Cnacas ( Fig. 9) 2. Proboscida longa, de côr castanha escura, quasi preta, uniforme, revestida de escamas escuras, lanceoladas, acuminadas e recurvadas, e de 30 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIII pêllos da mesma côr; os palpos labiaes são desprovidos de escamas, de côr castanho claro, tendo implantados perpendicularmente alguns pêllos curtos e escuros. Comprimento 2"m, Na base ha quatro cêrdas pretas e ahi as escamas são mais fôfas. Palpos mais ou menos do mesmo comprimento da proboscida (177,93), de côr quasi negra, excepto nas porções articulares dos segmentos e na sua extremidade livre, em que apresentam uma colo- ração esbranquiçada. Os segmentos são em numero de quatro, com as seguintes dimensões médias : RM cc esa ADA e 120 2º » Re RD ad St O SUA omm 568 as » RO mo LES Ra Que TIZ 4º » RS aciona Nes ag É RM e se e re vs Far Os segmentos são densamente revestidos em suas partes superiores de escamas pretas, lanceoladas, acuminadas e recurvadas, implantadas com a base voltada para a base dos palpos, formando um angulo de abertura an- terior. Pêllos e cêrdas pretas. Nas articulações dos segmentos, assim como na extremidade livre deste ultimo, ha escamas brancas argenteas e pêllos da mesma côr. Antennas acinzentadas. Tóros castanhos escuros, glabros. Fiagello: segmentos castanhos claros, revestidos de pequenos pêllos cin- zentos, havendo, nas articulações, verticilos de cêrdas castanho-escuras, que se acham inseridas na base do segmento. O 1º segmento apresenta algumas escamas chatas, semelhantes ás dos palpos, de côr castanha, e algumas brancas. Clypeo castanho escuro, glabro. Vertice tendo longo tufo formado de cêrdas ou escamas piliformes brancas e amarellas em ante- versão. Com a mesma orientação e junto á inserção destas, ha escamas lanceoladas, ponteagudas, estreitas, recurvadas, amarellas e brancas. Occiput possuindo na parte média e anterior escamas brancas espatuladas (typo B), orientadas todas em anteversão. Lateralmente e fazendo saliencia para a parte posterior, escamas pretas triangulares, largas e longas. Na parte média as escamas separam-se, limitando um espaço triangular glabro de base anterior. Cêrdas castanhas. Lóbos prothoracicos ligeiramente mamillados, pouco salientes, dis- coides, achatados, apresentando na parte anterior um forte tufo constituido por escamas pretas recurvadas para fóra, longas e obovaes. O resto do lóbo revestido de longos pêllos recurvados e escuros. Mesonoto de côr castanha, muito escura, quasi preta, com duas linhas medianas negras e outras duas lateraes e posteriores. Na parte anterior A, PERYASSÚ — OS ANOPHELINEOS DO BRASIL M ha escamas brancas encurvadas, em fórma de podão. Para trás escamas doiradas da mesma fórma, havendo cêrdas da mesma côr, e outras pretas mais abundantes nas partes lateraes. Escutello saliente, regularmente recurvado, de côr escura, e na parte média amarellado. Dos lados, escamas doiradas, iguaes ás do mesonoto, e uma orla de longas cêrdas inseridas na borda livre, em numero approximado de vinte. Metanoto castanho, glabro. Balancins com pedunculos amarellos, claros, glabros. Capitulos castanhos escuros, em fórma de massa, revestidos de escamas escuras, obovaes e curtas. Pleuras de colorido escuro e branco-argenteo, havendo na parte média pequenos tufos de escamas brancas, argenteas e obovaes. Abdomen escuro, quasi preto, revestido de pêllos pequenos na face superior e de outros mais longos, de côr amarella, nas bordas. Estes, no segundo segmento, formam dois grandes tufos, havendo alguns na borda centripeta do segmento que se projectam sobre o mesonoto. Os segmentos examinados com maior augmento mostram-se adornados de manchas castanhas muito escuras, mescladas de outras amarellas mais claras, sem configuração muito definida. Na face inferior apresenta o mesmo aspecto, A membrana que liga os arcos tergaes aos inferiores é de côr castanho- clara. O segmento genital apresenta escamas falciformes, brancas e pretas, que se grupam, sobretudo, nas laminulas, formando as escamas pretas uma corôa basal e as brancas um tufo nas extremidades livres do orgam. Pernas — 1º par — Côxas castanho-claras, glabras em quasi toda a extensão, apresentando cêrdas das bordas anterior e inferior e um basto tufo formado de escamas brancas, lanceoladas na parte posterior da borda inferior, cobrindo a articulação coxo-trochanteriana. Trochanteres castanho- claros na face de flexão e escuros, quasi pretos, na de extensão, revestidos de pêllos amarellos e de escamas brancas lanceoladas que se orientam todas na direcção da articulação trochantero-femural. Femures de côr castanho- clara, revestidos de escamas pretas lanceoladas, curtas e rombas na porção basal, junto á articulação do trochanter, seguindo-se depois uma mancha constituida por escamas brancas, que se grupam, revestindo apenas a face superior do segmento. Escamas pretas entremeadas de algumas brancas e pêllos amarellos revestem o membro, condensando-se sobretudo em sua face superior. As extremidades apicaes dos femures são ligeiramente dilatadas e revestidas de escamas pretas, havendo nas extremidades livres uma orla de escamas brancas que cobre a articulação femuro-tibial. Com- primento do femur 2"=, Tibias com o aspecto dos femures, um pouco mais 32 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIII claras, por serem menos densamente revestidas de escamas. Extremidades apicaes dilatadas e revestidas de algumas escamas brancas e pretas e de muitos pêllos. Tarsos: Metatarsos mais densamente revestidos de escamas pretas e brancas, assim como de pêllos, predominando as primeiras. Na extremidade apical, junto à primeira articulação tarso-tarsica (metatarso- tarcica), ha um anel branco-amarellado constituido por escamas; 2º e 3º segmentos (1º e 2º do tarso) revestidos de escamas pretas, apresentando um anel de escamas brancas nas extremidades apicaes; 4º e 5º segmentos re- vestidos completamente de escamas pretas, estreitas, acuminadas e lanceo- ladas. Termina-se o ultimo segmento por um par de garras simples de côr preta. 2º par — Côxas amarelladas, revestidas de escamas brancas, obovaes. Trochanteres com escamas e pêllos brancos e amarelos. Femures ama- rellos, revestidos de escamas pretas, apresentando pouco acima da arti- culação femuro-tibial uma mancha branca amarellada, seguida de uma zona de escamas negras, havendo uma franja de escamas amarellas na borda livre da articulação com a tibia. Tibias revestidas de escamas pretas com uma linha mediana de escamas amarellas. As extremidades apicaes apresentam-se ligeiramente dilatadas, com um tufo constituido por escamas amarelas. Tarsos: Metatarso: o 1º segmento revestido de escamas pretas, havendo uma mancha formada por escamas e pêllos amarellos na extremidade apical; 2º, 3º, 4º e 5º segmentos pretos e cobertos de escamas negras, terminando por um par de unhas simples e grandes. 3º par —Côxas e trochanteres revestidos de escamas brancas e pêllos amarellos. Femures castanhos, claros, com anel preto na extremidade basal; revestidos de escamas amarellas e pretas. Pequena mancha branca acima da articulação, menos distincta que no 2º par. Escamas brancas na borda apical articular. Comprimento: 2rm, Tibias revestidas de escamas brancas e pretas dilatadas em massa na extremidade apical, onde ha um anel branco, constituido por escamas argenteas e pêllos ama- rellos. Comprimento: 2mmo o segmento: Metatarso: revestido de escamas negras, com um pequeno anel apical, branco; 2º segmento revestido de escamas pretas nos 2/3 superiores e de escamas brancas argenteas no terço inferior; 3º, 4º e 5º segmentos completamente revestidos de escamas brancas argenteas e de pêllos amarellados. 5º segmento termi- nado por um pequeno par de unhas simples. Azas negras, escamosas, com manchas brancas. Estas são dispostas do seguinte modo: cinco manchas ao longo da nervura costal. A 1º A. PERYASSÚ — OS ANOPHELINEOS DO BRASIL 33 mancha muito pequena, quasi ao nivel da base, tem uma correspondente muito maior sobre a nervura auxiliar e à primeira longitudinal. A.2º muito pequena, interessando sómente a nervura costal. Entre as duas nota-se uma pequena mancha interessando a auxilfar e a primeira longi- tudinal, sem interessar as costas. A 9º maior, interessa n'uma mesma extensão, as nervuras costal e primeira longitudinal. A 4º, um pouco menor que esta, interessa as mesmas nervuras. No apice da aza encon- tra-se a * mancha, que assesta sobre as extremidades do ramo posterior da 2º longitudinal e sobre a 3º longitudinal. Na franja notam-se manchas que começam com as nervuras e se estendem para o lado do apice de côr amarella e correspondentes ás seguintes nervuras: 4º (ramos anterior e posterior). 5* (ramos anterior e posterior), e da 6º. Ao todo cinco manchas. Além destas, outras manchas brancas ha esparsas pela aza. As escamas das nervuras são de duas especies: lanceoladas, largas e ponteagudas, umas mais lateraes e outras menores, centraes. - As escamas da franja são de tres especies: muito longas, estreitas e ponteagudas, outras muito curtas, adherentes ás bordas da aza, voltadas para o apice, e outras como as primeiras, porém mais curtas. Ao nivel da alula existe um tufo formado de longas cêrdas. Primeira cellula sub- marginal mais longa e estreita do que a segunda posterior. Mensurações Primeira cellula sub-marginal : COMPARNONO oia iss Ee Us Pedicure sas as tee 000 Maior Ialguee rs ne as NO Greca cos DOS Segunda cellula posterior : COMPRO st cs car a De ep od DD RR SG ADS nr AT mm 200 MEM Css e a AS o TOA & Proboscida mais fina e longa do que na femea, de côr quasi negra. Palpos mais longos do que a proboscida, revestidos de escamas como na femea terminados por um segmento rombo, achatados, recurvados e dilatados, formando um angulo com o penultimo, tendo a extremidade argentea num dos lados. Antennas muito plumosas, amarelladas, com pêllos castanhos . 3697-919 34 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIII Abdomen piloso, terminando por escamas argenteas, pretas e doiradas, como na femea. Pernas — 1º par, como o da femea, com os aneis menos accentuados, terminando por um par de unhas deseguaes, sendo a maior bi-dentada. 2º par, como na femea, terminando por um par de unhas simples e grandes, 3º par, como na femea, terminando por um par de unhas eguaes e simples. Azas como na femea. Esta especie é muito proxima da Myzorhynchella lutzi, da qual distingue-se pelos seguintes caracteres : M. lutzi: M. parva: Mosquito grande. Mosquito pequeno. Côr geral negra. Côr geral acinzentada. Escamas amarellas doiradas no thorax e azas. Escamas brancas no thorax e azas. Escamas do segmento genital negras. Escamas do segmento genital brancas e pretas. Azas muito densamente escamosas. Azas pouco escamosas. MYzoRHYNCHELLA PARVA — Larva. (Fig. 10) — De fórma geral conica, escura, de tons verdes. Cabeça muito pequena. Cêrdas frontaes ramificadas em numero de seis, em tres grupos e numa mesma linha transversal; Junto e para trás dellas ha uma mancha transversal parda. Da base de cada antenna parte uma linha parda que se encontra na parte posterior da cabeça, formando mais ou menos um angulo de vertice truncado, que tem na sua abertura uma mancha semicircular parda. Olhos grandes e pardos escuros. Na base e parte inferior das antennas existe uma grande cêrda em palma. Escovas alimentadoras grandes e communs. Antennas com- pridas e calibrosas, com uma fileira de espinhos ou denticulas ao longo de todo o bordo interno; espinhos terminaes compridos e agudos, o interno menor que o externo, havendo um terceiro, junto 4 base do maior delles, e duas longas cêrdas delgadas do lado opposto. Thorax grande, globuloso e achatado no sentido antero-posterior; cêrdas em cada bordo lateral, divi- didas em dois grupos; um anterior, constituido por duas cêrdas simples e outro posterior, formado por grandes cêrdas ramificadas ; duas na parte média do dorso, ao lado da grande faixa mediana do pigmento. Abdomen conico, formado de segmento cujo diametro diminue de comprimento desde o thorax até o siphão anal, possuindo cada um delles nas partes | lateraes, longas cêrdas palmadas e tufos palmados salientes. Siphão anal com cêrdas ramificadas em seu bordo superior e o tufo anal formado de 35 A. PERYASSÚ — Os ANOPHELINEOS DO BRASIL cêrdas, tambem ramificadas. Foliolos branchiaes muito estreitos e curtos, Larva palustre. | Myzorhynchella nigritarsis. cuacas Proboscida — Comprimento 2"" 20, Longa, escura e ligeiramente afi- lada para a extremidade; revestida de escamas lanceoladas, rectas e dy MYZORHYNCHELLA PARva | » 8 o 36 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIII acuminadas, e de numerosos pêllos curtos, sendo as escamas mais con- densadas na base. Palpos — Comprimento 2m= 14, Côr geral, negra, com aneis brancos nas articulações, na extremidade distal dos segmentos e na extremidade livre do ultimo segmento ; com quatro articulos. O revestimento é constituido por escamas pretas, espatuladas, largas e arredondadas, além de outras brancas, que formam os referidos aneis, assim como por nume- rosos pêllos esparsos. Antennas — Tóros amarellados, glabros. Flagellos castanhos, um pouco menores que os palpos, com os articulos mais ou menos da mesma dimensão, em numero de quatorze. Verticillos constituidos por quatro ou cinco cêrdas. Os segmentos são revestidos de pêllos esbran- quiçados, havendo no segundo um tufo formado de escamas brancas. Clypeo castanho, glabro. Fronte e vertice com um tufo constituido de es- camas piliformes, longas e brancas em anteversão. Occiput na parte média revestido de escamas brancas, amarellas, lanceoladas longas e curvas, e outras erectas. Lateralmente tufos de escamas pretas, triangulares, largas e pedunculadas. Ha ainda numerosos pêllos castanhos e branco-amarellados e cêrdas escuras. . Lóbos prothoracicos salientes, claviformes, não mamillados, castanho- escuros e doirados, na face interna e inferior, de um forte tufo constituido por escamas pretas, recurvadas, espatuladas, longas e rombas. O tufo é recurvado para fóra. Ha, além disso, longas cêrdas escuras. Mesonoto — Côr geral castanho-acinzentada, com uma listra central fuli- ginosa, que se prolonga até o escutello, onde se dilata. Lateralmente ha de cada lado duas outras listras mais escuras do que o fundo, mal esbocadas, porém mais claras que a grande listra central. O mesonoto é pouco densa- mente revestido de escamas amarellas falciformes, além de outras espa- tuladas, largas e arredondadas. Ha numerosas cêrdas escuras. Escutello de côr escura, sobretudo ria parte mediana, revestido de algumas escamas amarellas, como no mesonoto, e de cêrdas, que se inserem na borda livre e um pouco acima della. Metanoto castanho escuro, glabro. Balancins com pedunculos amarellados, glabros. Capitulos escuros, revestidos de escamas espatuladas, curtas e escuras e de pêllos da mesma côr. Abdomen escuro, quasi preto, revestido de pêllos castanhos curtos na parte superior. A face inferior é revestida de longos pêllos loiros. Segmento genital revestido terminalmente de escamas espatuladas, pretas na parte basal e amareladas na apical, e de pêllos amarellados. Pleuras de côr escura com tufos de escamas brancas, espatuladas e arredondadas. é A. PERYASSÚ — OS ANOPHELINEOS DO BRASIL 37 Pernas — 1º par. Côxas castanho-claras, com alguns pêllos escuros. Trochanteres amarellados, com algumas escamas brancas na parte antérior e um feixe de pêllos amarellos na face posterior. Femures em fórma de clava, com a parte superior dilatada, estreitando-se na parte mediana e alar- gando-se um pouco mais na porção inferior. Com pequeno augmento notam- se as seguintes ornamentações: Na parte superior, uma orla negra de carvão junto da articulação com o trochanter. Logo abaixo e na face externa uma mancha branca de prata, que continúa para dentro com uma zona mais clara, dando a falsa impressão de um anel. A côr geral dos femures é amarello-claro, tornando-se fuliginosa para o terço inferior, cuja extremi- dade apresenta uma orla negra de carvão junto á articulação femuro-tibial. O segmento é revestido de escamas escuras amarelladas, espatuladas, largas e arredondadas. Tibias fuliginosas, apresentando uma coloração mais clara junto á articulação tibio-tarsica. Na face anterior ha uma estreita listra formada de escamas amarellas. Metatarso e 4º segmento do tarso com a mesma coloração que a tibia, apresentando nas extremidades articulares ini feriores manchas brancas, muito accentuadas na face externa dos segmentos; não attingindo, porém, a interna, São manchas, pois, e não aneis; 2º, 9º é 4º segmentos: 3º segmento apresenta-se com a côr amarella fuliginosa, sendo que os 4ºe 5º apresentam uma coloração mais carregada, quasi negra. 2º par. Côxas castanho-escuras, com algumas escamas brancas. Tro- chanteres amarellados. Femures dilatados e achatados no terço inferior e afilados para a extremidade superior, onde apresentam uma orla negra, fuliginosa, abaixo da qual existe uma zona mais clara, constituida por es- camas brancas, que se destacam da côr geral do segmento, que é castánho fuliginoso. A parte inferior apresenta uma coloração escura, quasi negra, Na face interna, quasi junto á articulação, existe uma mancha de escamas brancas. A extremidade articular femuro-tibial apresenta uma coloração amarellada e é constituida por uma franja de escamas amarellas. Tibias castanho-negras com uma franja amarellada na articulação tibio-tarsica. Metatarso com a tibia, com a mesma orla na extremidade inferior ; 2º, 3º e 4º articulos do tarso, negros, sem manchas. 3º par. Femures com a fórma do 2º par, apresentando as mesmas manchas e coloração, excepto a mancha branca da extremidade inferior, que é substituida por uma ligeira zona com algumas escamas amarellas. Tibias castanho-fuliginosas, apresentando uma faixa longitudinal amarella na face interna, de uma extremidade dilatada, munida de larga franja de . escamas brancas e amarelladas. Metatarsos negro-fuliginosos, com escamas 38 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIII e pêllos negros. Na porção articular inferior tarso-metatarsica ha uma. orla de escamas brancas de prata. No primeiro articulo do tarso os 2/3 supe- riores são negros, escuros, e o terço inferior branco de prata; 2º e 3º arti- culos do tarso de côr branca de prata, apresentando nas extremidades su- periores, junto ás articulações, um anel caracteristico de escamas negras ; 4º articulo completamente branco, terminando por um par de garras simples. Azas de côr geral fuliginosa, com manchas amarellas. Estas acham-se distribuidas pelas diversas nervuras e são constituidas por escamas ama- rellas. Na nervura costal ha cinco manchas, assim dispostas: uma muito pequena, junto á raiz da aza, em correspondencia com uma zona mais longa na auxiliar; uma 2º um pouco maior, collocada entre duas outras assestadas nas nervuras sobrepostas, sendo que a mais proxima da raiz da aza acha-se assestada sobre a auxiliar e a primeira longitudinal, a 2º somente sobre a primeira longitudinal; a 3º mancha, de todas a maior, interessa as costas e, em maior zona,a primeira longitudinal; a 4º mancha interessa egualmente as costas e a primeira longitudinal; a 5º mancha, situada justamente no apice da aza, interessa as extremidades do ramo posterior da segunda e da terceira longitudinaes. Na franja, constituida, por escamas escuras, existem manchas amarellas, em numero de cinco, correspondentes ás extremidades das nervuras, sendo que a correspon- dente á 6º nervura é muito pouco nitida. Além destas, outras manchas ha esparsas pelas diversas nervuras. A aza é densamente revestida de escamas lanceoladas, longas e acuminadas e de escamas espatuladas, curtas e arredondadas. A franja é constituida de escamas longas, lanceoladas e muito acuminadas e de outras espatuladas e curtas. A 1º cellula marginal é mais longa. e estreita do que a 2º posterior. Mensurações Erobostida ds CA Cross ode 2" 20 RADOLA a e a ese SS E RA apegado ARO es e CR o o DE e qu ADQUIRE e ep pe ai 20m,40 Comprimento do mosquito . .... RPA O ao Palpos E E dm rm : : om 80 BM cre. aa, TM SS ss Ss cs e — * segmento pRgA De Rg | RD o A Ss : mm 20 FO cr Do DEC Ca OR Uh mea Tibia do P pit go pr LO E O Pose, Poe Metataraó do & parsigo sore do 210 A. PERYASSÚ — Os ANOPHELINEOS DO BRASIL 39 Axas Primeira cellula sub-marginal: Comprimento . Oca NE CR o a Ea Maior lrpúra. CL Sor Es io CER ES Que 12 Peduncilo, 44 Mp o EG Uma 1 Segunda cellula posterior : Comprimento; e a PR ae Que 74 Maior largura, , os O Bico qum 14 Pedunculos: + ais ip add SR RR . 0un 69 Nota — As tres especies de Myzorhynchellas: lulzi, parva e nigritarsis, são muito proximas, parecendo-nos mais variedades da especie lulzi. GenErO 3. MANGUINHOSIA. cnuz Caracieres — Azas muito manchadas, com escamas lanceoladas, longas e rectas, e algumas espatuladas rombas na base das tres primeiras ner- vuras. Primeira cellula sub-marginal mais longa e estreita que a segunda posterior. Antennas com algumas raras escamas no 1º, 2º e 2º segmentos, sem formar tufos. Occiput revestido de escamas triangulares largas e rombas, algumas das quaes com ligeiras chanfraduras, sem ter, porém, os caracteres das escamas erectas, bifurcadas, dos Anophelince. Thoraax revestido de escamas piliformes na porção dorsal e algumas espatuladas perto da raiz das azas e nas partes lateraes. Abdomen revestido de pellos até o 7º segmento. A extremidade apical do 7º, 8º e 9º segmentos revestidos de escamas espatuladas longas e es- treitas rombas. Na extremidade do segmento genital encontram-se es- camas lanceoladas. “Manguinhosia lutzi. Cnuz Pequeno augmento Aspecto geral — Thorax cinzento; Abdomen castanho escuro, quasi negro, com a extremidade inferior esbranquiçada, o que dá ao abdomen a apparencia de um charuto com cinza. Proboscida longa, castanho-escuro, quasi preto, mais larga para a base. Palpos longos, pouco menores que a proboscida, densamente revestidos de escamas pretas. Articulações claras e extremidades amarellas. 40 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIII Thorax cinzento, com tres pontos negros, dos quaes dois médios late- raes menores e um maior na parte posterior e média, abrangendo o es- cutello. Na parte anterior do mesonoto ha uma estria escura ladeada de duas outras mais estreitas e menos accentuadas. Abdomen castanho es- curo, quasi negro, revestido de pêllos, excepto na parte superior dos 8º e 9 segmentos, que se acham revestidos de escamas brancas. Pernas del- gadas, com porções mais claras, mais accentuadas na parte inferior e com as articulações mais claras. 43as fortemente manchadas. (rrande augmento 2 Proboscida — Comprimento 2"m, C6r castanho-escuro, quasi preta ; recta, um pouco mais espessa para a base, com uma ligeira intumes- cencia para o apice, revestido da escamas espatuladas, estreitas e lanceo- ladas, longas e de cêrdas escuras. Palpos de côr castanha escura, com quatro articulos revestidos abundantemente de escamas lanceoladas, curvas e pretas e algumas brancas, sobretudo junto ás articulações dos se- gmentos. Cêrdas castanho escuro, sobretudo na extremidade. O primeiro articulo é um pouco encurvado, o segundo maior que os dois ultimos reunidos, o quarto menor que todos. Antennas — Tóros escuros, glabros em quasi toda a extensão, com algumas escamas esbranquiçadas na parte posterior. Flagello castanho-claro, com pubescencia esbranquiçada. Segundo articulo com algumas escamas lanceoladas, rectas e curvas, de côr branca, algumas pretas; terceiro articulo com algumas escamas brancas e ama- relladas. Os articulos têm o comprimento mais ou menos eguaes, sendo os apicaes maiores do que os basaes. O 2º e o 3º articulos são mais es- pessos do que os outros. O 3º tem cêrca de um terço do 2º. Verticillos constituidos cêrca de seis cêrdas castanhas. Clypeo castanho escuro, quasi preto, glabro. Fronte e vertice revestidos de longas escamas lineares brancas e fusiformes, da mesma côr, todas formando um grande tufo em anteversão. Olhos de côr escura, com uma orla brilhante. Occiput reves- tido lateralmente de escamas espatuladas largas e rombas, de côr preta. Algumas cêrdas da mesma côr. Escamas daquellas fórmas, brancas, erectas na parte média. Entre as escamas ha algumas brancas, com li- geiras chanfraduras, sem ter, porém, os caracteres das erectas, bifur- cadas, que se encontram nos Anophelinoe. Fundo de côr castanho-escuro. Lóbos prothoracicos pouco salientes, densamente revestidos de es- camas espatuladas largas, de côr escura, quasi negra. + A. PERYASSÚ — Os ANOPHELINEOS DO BRASIL A | Mesonolo cinzento, apresentando na parte anterior uma linha mediana escura bem accentuada e ladeada de duas outras apenas esboçadas. Ha na parte mediana e para os lados duas manchas pretas e na parte poste- rior mediana uma grande mancha preta invadindo a parte média do escutello. Revestido na parte dorsal exclusivamente de escamas piliformes amarelladas e de cêrdas negras. As escamas na parte anterior projectam-se para a frente. Junto á raiz das azas ha algumas escamas piliformes e algumas espatuladas, rombas, de côr brancacenta. Lateralmente encon- tram-se muitas escamas espatuladas, arredondadas e rombas, Escutello cas- tanho, estreito, sem lóbos, revestido de cêrdas e algumas escamas pili- formes, tendo na borda 10 cêrdas, das quaes seis maiores, negras, mais espessas, collocadas lateralmente, 'e quatro menores, mais delgadas, na parte media, além de outras de menor importancia, disseminadas irregu- larmente. Metanoto escuro e glabro. Balancins com os pedunculos castanho claros. Capitulos escuros, revestidos de pequenas escamas curtas, espatu- ladas, rombas, pretas e algumas amarelladas Abdomen tendo os tres primeiros segmentos cylindroides e os outros achatados no sentido supero-inferior. (Exemplares recentemente captu- rados). Face superior de côr castanho-escuro ; até o 6º segmento revestida de pequenos pêllos amarellados, curtos. No primeiro e segundo segmentos estes pellos são mais longos, sobretudo lateralmente, com especialidade no primeiro. Junto á extremidade apical do 7º segmento, em todo o 8º e no segmento genital, encontram-se numerosas escamas brancas, espatuladas, longas, estreitas e rombas, que, inseridas sobre o fundo escuro dos seg- mentos, lhe dão um aspecto cinzento. No apice do 7º segmento ha tambem algumas escamas amarellas. Sobre o segmento genital encontram-se es- camas lanceoladas, acuminadas, longas, brancas, muito confluentes e pro- Jectadas lateralmente, apresentando o aspecto de bigode. Ha tambem al- gumas cêrdas amarelladas. Não é anelado. Face inferior escura, revestida “de pêllos castanhos, claros, com algumas escamas espatuladas, brancas e arredondadas no 7º e 8º segmentos, com os lobos genitaes densamente revestidos de escamas pretas, espatuladas, largas. Pleuras castanho-escuras, com alguns raros pêllos loiros e pretos. Côxas e trochanteres com algumas escamas brancas espatuladas, curtas, arredondadas, situadas, sobretudo, na porção inferior da côxa e dos trochanteres, onde formam tufos; cêrdas escuras. Pernas 1º Par: Femures escuros, com matizes doirados na porção infe- rior, onde se apresentam mais adelgaçados e revestidos de escamas sepane 36) 42 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIII ladas estreitas, com pêllos e algumas cêrdas pretas, Na extremidade inferior ha um pequeno accumulo de escamas esbranquiçadas, sem formar tufos. Tibias como os femures, com a extremidade inferior muito dilatada, com alguns espinhos. Metatarso da mesma coloração que os outros segmentos, apresentando uma linha de espinhos e, na extremidade inferior, um anel constituido de escamas cremes. Cêrdas e pêllos escuros; 1º, 2º, 3º e 4º segmentos do tarso com egual coloração, apresentando todos um anel creme, que interessa ambas as extremidades articulares dos segmentos. No pri- meiro articulo ha uma linha de espinhos em continuação á do metatarso. Extremidade livre do ultimo segmento escura, terminando por um par de grandes unhas com um eshôço de dente na base, 2º par como O primeiro, terminando por duas unhas eguas as do 1º par, 3º par como os anteriores, havendo uma pequena mancha quasi anelar, de escamas amarellas na extre- midade inferior da tibia. Os aneis tarsaes são muito pallidos e menos pronun- ciados do que nas outras partes, terminando por um par de unhas simples. Azas esbranquiçadas e com manchas negras. Duas grandes manchas negras nas costas, comprehendendo as nervuras costal, sub-costal e a 1º e 2º longitudinaes, sendo que a anterior, mais apical, estende-se aos dois ramos da 1º cellula sub-marginal; existem duas-outras, negras e menores, sobre as costas e nervura sub-costal, alternando com as grandes manchas. Além dessas, outras manchas ha, secundarias, pequenas, de côr cinzenta. Estas manchas são separadas umas das outras por escamas brancas. Às menores são revestidas de escamas lanceoladas, longas e rectas, de côr cinzenta. Ha grupos de escamas analogas, negras, formando manchas es- parsas, entre as quaes nota-se uma existente no angulo da 2º cellula posterior, estendendo-se pelo comêço dos ramos dessas cellulas, e uma outra na parte mediana da 6º nervura longitudinal, além de outras de menor importancia. Na base das tres primeiras nervuras (costal, auxiliar e 1º longitudinal) existem escamas espatuladas, rombas, e, além destas, outras ha esparsas, espatuladas, arredondadas e negras, principalmente | ao nivel das manchas. Franja cinzenta, com algumas escamas brancas na porção correspondente ás extremidades terminaes do ramo posterior da 4º longitudinal e dos ramos anterior e posterior da 5º longitudinal. Primeira cellula sub-marginal mais longa e estreita do que a segunda posterior. Nervuras tranversaes: A supranumeraria está muito mais proxima da base da aza. As transversaes, média e posterior, acham-se mais ou menos ao mesmo nivel; sendo a transversal média quasi per- pendicular ao eixo da aza'e a posterior obliqua; e a extremidade in- A. PERYASSÚ — OS ANOPHELINEOS DO BRASIL 43 ferior mais proxima da base da aza. A 3º nervura longitudinal penetra um pouco na 1? cellula basal. Mensurações Probóscida Us tis Cr srs 22" ,000 Cabeça sis ra a O ON is gmm 500 Thoráx e ssa es A je o Abdomen; - sc. 2um 800 Comprimento gomos cmd as cs 6mm 400 Tibádo FP pa cando ac ss 2 7,200 Metatarsos do pa Ss Ca 4 ds ssh gm 200) Primeira cellula sub-marginal: Comprimento; 2. sia ec ss tm" 000 Altutana patê nascia Sd co sc. omm 100 Pedunculo «ss scr GD a Ds lsvos mm 400 Segunda cellula posterior : Comprimento . .. RE. Css DAN Altura na parte mais io O e aa PedunúilO :. . 2:22 2a omm 600 Época da captura — Junho. OBSERVAÇÕES Este novo genero acha-se ligado à Lophoscelomyia pelas escamas dos ultimos segmentos abdominaes, delle se distinguindo sobretudo pela au- sencia dos tufos escamosos dos femures posteriores, que caracterisam o genero. De outro lado approxima-se do Nyssorhynchus, do qual se distingue sobretudo pelas escamas do thorax, que são todas lanceoladas, largas no Nyssorhynchus, e que revestem toda a parte dorsal do mesonoto, pelas escamas da cabeça e pela disposição das escamas do abdomen. GENERO 4. CYCLOLEPPTERON. THEOBALD Cycloleppteron mediopunctatum. Tronarp Thoras pardo avermelhado, com brilho cinzento, com duas manchas a grande mancha escura na parte anterior pretas semelhantes a olho e um o mesothorax, com manchas pardas e estendendo-se para o escutello ; 44 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIII avermelhadas e escamas pallidas. Abdomen pardo-escuro, com pêllos doi- rados e tufos lateraes de escamas. Palpos com aneis pretos e doirados. Pernas pardas escuras, manchadas e aneladas de amarello doirado. O ul- timo segmento tarsal de todas as pernas, amarello. 4zas com escamas pretas e brancas, as pretas formando nas costas tres grandes manchas sobre o fundo colorido, além de algumas manchas pequenas e brancas. Comprimento — 5””, &. Cabeça parda escura, com escamas cremes muito curtas, erectas e bifurcadas no meio (?; as bordas dos olhos cinzentas na direcção do meio da cabeça e parda nas partes lateraes; dois grandes tufos de pêllos com- pridos e doirados, projectando-se para diante. Proboscida parda, delgada, curva para baixo. Palpos com os dois articulos apicaes intumescidos, ama- rellos doirados, com aneis estreitos, basaes pretos, o resto dos palpos pretos, com manchas de escamas doiradas, principalmente na base, onde as esca- mas tornam-se densas; com tufos de pêllos amarellos doirados e matizes pardos. Antennas com aneis pardos pallidos e cinzentos, com plumas par- das aloiradas, Thorax pardo avermelhado pallido, com brilho cinzento; com grandes manchas pardas avermelhadas e escuras, no meio, e uma larga faixa de es- camas menores de cada lado ; perto do meio do mesonoto e, de cada lado, uma mancha proeminente preta, semelhante a olho, e uma outra maior na parte posterior, estendendo-se sobre o lobo médio do escutello ; o thorax é revestido de escamas curvas doiradas, piliformes e espalhadas, e outras escamas chatas, brancas, sobre as raizes das azas. Metanoto pardo pallido. Balancins grandes e escuros. Abdomen preto, pardacento escuro, com pêllos doirados ; cada segmento com tufos lateraes e apicaes de escamas pretas e doiradas assim como escamas na face inferior, principalmente nos segmentos apicaes. Pleuras pardas, com duas manchas cinzentas curiosamente retorcidas. Pernas pardas escuras, manchadas e aneladas de amarello doirado rico; as manchas são mais pronunciadas nos femures e tibias; as manchas dos metatarsos e tarsos são naquelles irregulares e nestes largas e mais pronunciadas, porém tambem ha manchas nas zonas escuras; o ultimo segmento tarsal de todas as pernas, amarello. Ázas com escamas pretas e brancas e com a membrana com tres manchas pardas nas costas. As escamas pretas formam tres grandes (t) Esta especie não tem escamas erectas bifurcadas. A. PERYASSÚ — OS ANOPHELINEOS DO BRASIL 45 manchas nas costas sobre as áreas coloridas ; à margem costal restante, escura, é interrompida por cêrca de dez pequenas manchas brancas, das quaes ha algumas tambem na primeira nervura longitudinal. A 1º cellula forqueada tem seus ramos densamente revestidos de pequenas escamas par- dacentas, pardas e cinzentas nas manchas e com algumas escamas pretas na base, typicas de Cycloleppteron, assim como tambem a maior parte da terceira nervura e os ramos da 2º cellula forqueada ; os pedunculos das cellulas forqueadas e porções basaes das outras nervuras com escamas em balão, pretas, espalhadas; a 6º tem escamas cinzentas, especialmente ao longo da metade basal, e tres pequenas manchas pretas com escamas em halão. Franja pallida, apparentemente sem manchas. Pequeno augmento ?. Proboscida negra, do mesmo comprimento dos palpos. Palpos densa- mente escamosos. Thoraa cinzento, com tres pintas negras salientes. Azas elegantemente manchadas. Abdomen com tufos nas faces lateraes e na infe- rior ; bastante piloso. Pernas muito ancladas. Grande augmento ?. Proboscida negra, com os labellos amarellados, afilando-se da base para o apice, revestida de escamas negras espatuladas, curtas na metade basal e só revestidas de pêllos na apical. Palpos densamente escamosos, com dois espessamentos devidos ao comprimento maior de escamas, situados nos limites do terço basal e do mediano; revestidos de escamas espatuladas negras, algumas muito longas, tendo de permeio algumas escamas brancas, especialmente encontradas nas articulações do primeiro com o segundo ar- ticulos e no segundo com o terceiro, e na extremidade livre. Comprimento — 22,900. Clypeo escuro e glabro. Antennas — Tóros amarellados, revestidos na parte externa de escamas brancas amarelladas, espatuladas curvas, adhe- rentes ao segmento. Segundo segmento quasi o dobro do terceiro, com esca- mas espatuladas brancas amarelladas, revestidas de pêllos cinzentos com os articulos de colorido escuro. Fronte e vertice. — Vertice com escamas brancas espatuladas redondas, em anteversão. e longos pêllos da mesma côr igualmente em anteversão. Occiput com um accumulo de escamas amarella- das na parte mediana e anterior, circumdadas de escamas pretas que occupam todo o resto do occiput. O typo de escamas ahi é de “espatuladas longas e rombas, na maioria longas, e algumas curtas. 6 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXHI Lóbos prothoracicos salientes, revestidos de escamas espatuladas rombas e de cêrdas claras, curvas. ; Mesonoto de fundo acinzentado, pintalgado de preto; notam-se dois gran- des pontos negros lateraes e um outro posterior e mediano que se estende ao escutello ; este ultimo constitue uma grande mancha caracteristica, donde foi originado o nome da especie. Lateralmente estão implantadas escamas brancas, chatas e espatuladas redondas, e grande quantidade de cêrdas cur- vas e espessas, doiradas. Lateralmente e com. especialidade na base da aza, encontram-se escamas estreitas curvas e longas, e cêrdas ainda maiores que as precedentes. Escutello simples, com o centro occupado pela metade posterior da mancha descripta, circumdado de uma zona mais clara. Apresenta uma orla de cêrdas negras e amarelladas situadas na borda posterior do seg- mento, em numero de dez de cada lado, das quaes tres negras e longas, e as outras brancas e curvas, mais curtas. Metanoto cinzento escuro e glabro. Balancins com ós capitulos de fórma concava especial, e cobertos de es- camas brancas, com pedunculos amarellados e revestidos de escamas brancas amarelladas. | Abdomen todo revestido de pêllos doirados, com pigmentação acinzen- tada na face superior e faixas apicaes de colorido castanho; tufos lateraes de escamas espatuladas redondas, nas partes apicaes dos segmentos, es- camas brancas espatuladas chatas, nos 7º, 8º e 9º segmentos. Faces lateraes com pigmentação castanha. Face inferior de fundo acinzentado, revestida de pêllos doirados, com tufos inferiores apicaes e medianos em todos os segmentos e escamas brancas, espatuladas, esparsas em todos elles. Pleuras de fundo negro, com estrias cinzentas em varias direcções e escamas espatuladas, brancas e rombas algumas, outras arredondadas, irre- gularmente dispostas. Côxas negro-acinzentadas, revestidas, principalmente na face anterior, de longas cêrdas escuras e de escamas claras, espatuladas redondas. Trochanteres amarellados, revestidos de escamas claras. Fe- mures de fundo amarellado, revestidos de escamas escuras intercaladas de escamas claras, reunidas em manchas muito proximas umas das outras, dando ao segundo um aspecto marchetado. Tibias como os femures, pos- suindo, todavia, maior irregularidade na disposição das escamas brancas. As tibias são de côr mais amarellada do que os femures. Metatarsos mais amarellados do que as tibias, com manchas pretas que se alternam com outras de côr amarellada, dando um aspecto de anelações, principalmente para o metatarso do 1º e 3º pares. Tarso do 1º par amarello, com uma A. PERYASSÚ — OS ANOPHELINEOS DO BRASIL 47 mancha negra no meio; 1º tarso do 2º par do mesmo colorido, porém com um anel menos accentuado; 1º tarso do 3º par como do 2º. Os outros tarsos do 1º par são amarellados. Os 2ºe 0 3º tarsos do 2º par com um anel preto e o 4º tarso de côr amarellada. Os 2º, 3º e 4º tarsos do 3º par são de colorido Fig. tt. Aza de Cycloleppteron mediopunciatum mais claro do que os dos pares precedentes e com anelações muito mais apparentes. Na parte posterior e apical do femur do 2º par ha uma mancha branco- amarellada muito mais accentuada do que a dos outros femures; do mesmo modo a parte basal branca do femur deste par é tambem mais saliente. Azas (figs. 11 e 11 A) com tres manchas grandes de côr negra, situadas nas costas, formadas por escamas do mesmo colorido e por pi- gmento negro. À primeira mancha estende-se das cos- tas até á nervura sub-costal, a segunda das costas até á terceira longitudinal, e a ter- ceira abrange na sua parte basal o ramo posterior da primeira cellula sub- marginal. Além destas, ha manchas do mesmo colorido, Fig. 112 E Aza de Cyeloleppteron mediopunctatwm porém de menores dimensões, disseminadas por todo o campo da aza, intercallando-se com muitas amarel- ladas, formadas por escamas amarellas. Destas manchas negras, pequenas, as que mais se destacam são as situadas na parte apical dos ramos da pri- 48 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIII meira cellula sub-marginal e que fica na parte basal da segunda cellula posterior. As nervuras têm uma tonalidade mais amarellada do que com- mummente se encontram nas nervuras dos outros Anophelineos. As escamas são em fórma de balão na grande maioria, existindo tambem algumas lan- ceoladas largas que estão situadas na parte apical de algumas nervuras, podendo ser verificado esse facto examinando-se as segunda, terceira e quarta nervuras na sua porção apical. A franja é de tonalidade escura, alternando com colorido amarello, sendo que na terminação das nervuras, excepção feita do ramo posterior da quinta, o colorido predominante das escamas da franja é escuro. Unhas dos tres pares, simples e grandes. Tempo da captura — Julho a Maio. Mensurações PRM CS cu eme e ea cai ea ao ao Ta que a ss ese Ecelere ta Our 600 RAR a SS RO O o sp PRO Ss 4 E RO) NM nc use Codecs mm 380 COMPENSA O Rss ceder esa. 8» 340 Palpós. « .. Eca e pos e PA 227 900 Foo MEM Ms sara Ga ads sum 400 ME o Dn o. RR 42m 050 Primeira cellula sub-marginal : MO cs ca... REA jam 340 NBR E ON BM RO ss Ss e yceçã FO e SAS. cc aa um 670 Segunda cellula posterior : COmMprneNto, 4 Gis Do à q rs RS tg Imm,080 Altura na parte mais larga . .. RS or do anita mm 200 Pedunculo.. E RA Ae se 4 i Omm 840 Observação — A descripção da femea do Cycloleppteron mediopuncta- tum foi pela primeira vez feita por nós. Cycloleppteron intermedium. Cyacas ?. Proboscida escura, comprida, um pouco curvada para baixo, densa- mente revestida de longas escamas espatuladas arredondadas e algumas ponteagudas e de cêrdas escuras; labellos amarellados. Palpos pouco menores que a proboscida, densamente revestidos de escamas negras, pedunculadas e espatuladas arredondadas umas e ponteagudas outras, A. PERYASSÚ — OS ANOPHELINEOS DO BRASIL 49 entremeadas de escamas amarellas e de cêrdas pretas. Em certos pontos ellas se grupam formando tufos salientes. No lado externo dos palpos as escamas são mais salientes, ao contrario do que se observa no interno. Antennas pardas escuras. Tóros escuros, com algumas escamas ama- rellas, espatuladas rombas e ponteagudas e pequenas cêrdas esbranqui- çadas; 2º articulo de comprimento duplo do 3º, possuindo do lado interno escamas espatuladas arredondadas; os outros artículos mais ou menos do mesmo comprimento, sendo porém os apicaes um pouco mais longos e del- gados. Clypeo escuro esbranquiçado. Fronte e vertice com escamas estreitas amarelladas. O vertice com um tufo constituido por cêrdas amarellas em anteversão. Occiput revestido na parte anterior de escamas erectas e ama- relladas, umas estreitas e outras espatuladas rombas, curvadas para diante. Na posterior e lateraes ha escamas pretas, erectas, longas e triangulares; cêrdas escuras em todo o occiput, especialmente ao redor dos olhos. Lóbos prothoracicos salientes, mamillados, cobertos de escamas pedun- culadas e espatuladas escuras. Mesonoto escuro acinzentado, pintalgado de preto com tres grandes manchas negras, sendo duas anteriores e lateraes e uma mediana e pos- terior, que se estende a toda parte central do escutello, revestido de escamas piliformes doiradas, excepto no bordo anterior que possue escamas espatu- ladas arredondadas e escuras, grupadas em fôrma de tufo. Com muitas cêrdas doiradas, curvas e espessas, especialmente junto à raiz das azas. Escutello simples, com muitas cêrdas longas e castanhas claras, em uma fileira, além de outras menores. Metanoto castanho escuro, glabro. Balan- cins de fórmas caracteristicas. Pedunculos castanhos, possuindo escamas sómente na. parte apical. Capitulos com uma escavação central escura, revestidos na porção basal e na escavação, de escamas espatuladas arre- dondadas, de côr branca amarellada. Abdomen piloso, com tufos lateraes e apicaes em todos os segmentos, excepto no primeiro ; formados por escamas espatuladas e pedunculadas arredondadas, pretas. No segmento genital encontram-se escamas pretas e amarellas, espatuladas arredondadas em maior numero, que se distri- buem pelo segmento, sem formar tufos. Face superior coberta de pêllos castanhos claros ; no primeiro segmento ha, alêm de pêllos, muitas cêrdas longas, castanhas claras. Face inferior possuindo escamas brancas e pretas, espatuladas arredondadas ; as pretas formam tufos medianos e apicaes nos bordos dos segmentos, sendo que no do setimo segmento ellas se estendem em todo elle constituindo um grande tufo. Pêllos esparsos em toda a face. 3697-919 É 50 Ê ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIII Pleuras escuras, com pequenas escamas esbranquiçadas e outras pretas e com pontos negros e estrias esbranquiçadas formadas por pigmentos. Pernas — Côxas e trochanteres pardos escuros, com escamas estreitas, espatuladas arredondadas, brancas, accumuladas, e cêrdas castanhas claras. Femures de todos tres pares com as extremidades basaes esbranquiçadas, Fig. 12.— Aza de Cycloleppteron intermedium revestidas de escamas escuras, intercaladas de outras amarelladas, reunidas, formando manchas que são approximadas umas das outras, dando ao segmento um aspecto marchetado. Tibias como os femures e com uma mancha amarella apical, muito visivel do lado inferior. Metatarsos mais amarellados que as tibias, com muitas manchas amarellas que se al- ternam com outras pretas, dando o aspecto de aneis, principalmente nos meta- tarsos dos 1º e 2º pares, que em alguns exemplares pos- suem tres pequenos aneis. Tarsos do primeiro par com algumas manchas e aneis basaes amarellados ; o ultimo tarso tem a metade apical amarellada. Os tarsos do se- gundo par possuem manchas basaes nas articulações, pare- cendo aneis pouco accentu- Fig. 122,— Aza de Cycloleppteron intermedium ados; ultimo tarso com ex» tremidade apical amarellada. Metatarsos e tarsos do 3º par, manchados e com aneis basaes e apicaes amarellados e o ultimo tarso com extremidade livre amarella. Azas (figs. 12 e 12 a) com tres grandes manchas pretas nas costas, além de duas outras muito menores, formadas por escamas do mesmo colorido, A. PERYASSÚ — OS ANOPHELINEOS DO BRESIL 51 sendo que a media é a maior, a basal a menor, e pequenas manchas brancas amarelladas. A primeira mancha grande, a basal, estende-se da costa 4 1º nervura longitudinal; a média comprehende as costas, a sub-costal, 1º e parte da 3º longitudinal; a apical vae desde as costas até o ramo inferior da 2º longitudinal. Ha, além destas, outras de menores dimensões, disseminadas em todo o campo da aza; destacando-se as que ficam : uma na bifurcação da 4º longitudinal, outra no ramo superior da 5º, seis na 6º longitudinal e uma no apice da aza, que abrange as extremidades da 1º e ramos superior e inferior da 2º longitudinaes. As escamas são de colorido ora negro, ora branco-amarellado e de fórmas: umas em balão, mas não tão largas como as typicas de C, mediopunctatum, outras espatuladas, largas e rombas, e grande numero de lanceoladas, largas e longas, especialmente na metade apical das nervuras. A 3º nervura longitudinal penetra na cellula basal. Primeira cellula sub-marginal mais estreita e comprida do que a 2º pos- terior; seu pedunculo cêrca da metade do comprimento da cellula ; pedun- culo da 2º posterior mais ou menos do comprimento da cellula. Nervura transversal supranumeraria mais perto do apice da aza do que as trans- versaes média e posterior. Franja escura, excepto na parte mais apical e entre as embocaduras do ramo inferior da 5º e 6º nervuras longitudinaes. Tempo da captura — durante todo o anno. Comprimento total — 5vm 860, fóra a proboscida, que mede 2"= 800. Mensurações Probostida sb ac mm 800 Cabeça . ANPR "eg x Om 600 Thorax . a a gd ge 17=,660 ADRs ps sr asc 7,600 copo Vs Sa. .cãoa, 8" 660 FUDOs sv erva. asas, 22m 540 TOM COS Bs vs PPS cus 277 960 Memumso do Tp. pico... as 322660 Primeira cellula sub-marginal: Comprimento . . dE vc . . . . . - o “ . . . Ia 260 FORNO Ds cc ce ra mm 580 MO MRE: socorros sa . eo mm 140 Segunda cellula posterior : Comprimento. sc. osso pe a qum 940 remos. Cod cando css omm 840 sr sas Omm, 140 Mar Ba. ss sc uso 52 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXI ». Cycloleppteron intermedium. Cnacas Proboscida como na femea, porém mais delgada e ponteaguda. Palpos com os dois articulos apicaes intumescidos, os quaes possuem tufos de pêllos amarellos doirados e faixas branco-amarelladas, nas arti- culações, parecendo aneis; pintalgados de branco-amarellado doirado, na parte superior; com um anel estreito, amarelado, na articulação do 2º com o 3º articulo. Antennas com aneis pallidos e densas plumas pardas; o resto como na femea. Mesonoto, escutello, metanoto e balancins, como na femea. Abdomen como na femea, porém mais delgado e piloso. Pernas com os metatarsos posteriores muito mais anelados do que na femea. Orgãos genitaes: Lóbos basaes volumosos, com escamas pallidas e pêllos pardos escuros; pinças muito longas e curvadas para baixo e para diante. Cycloleppteron maculipes. Tnrosarp SYNON.: ARRIBALZAGAIA MACULIPES. THEOBALD Palpos pretos e densamente escamosos, com tres aneis brancos e apices ligeiramente brancos. Thorax pardo com escamas pallidas. Abdomen pardo escuro; segmentos com tufos lateraes de escamas pretas. Pernas pardas escuras, manchadas de branco; tarsos posteriores com aneis apicaes e ba- saes, brancos. Azas ordinariamente escamosas escuras, com pequenas manchas amarellas e a costa escura, com tres grandes manchas tambem escuras, sendo algumas pequenas e pallidas. ?. Proboscida parda escura. Palpos densamente revestidos de escamas pretas e com tres aneis estreitos e constituídos por escamas brancas; apices brancos, com algumas escamas brancas espalhadas por todos elles. Antennas pardas escuras. Tóros pretos com escamas estreitas, curvas e brancas. Clypeo pardo, de fórma peculiar. Cabeça parda escura, com es- camas pardas escuras e cinzentas, erectas e bifurcadas (9, umas escuras é cinzentas nas extremidades; uma orla de um pallido fraco ao redor dos olhos e um tufo formado por escamas piliformes pallidas, na frente. (1) Nota addicional — Esta especie não possue escamas erectas e bifurcadas no occiput, como afirma Theobald. A. PERYASSÚ — Os ANOPHELINEOS DO BRASIL 53 Thoras: pardo, com brilho cinzento de ardosia, mostrando linhas lon- gitudinaes pardas, pequenas manchas pardas e escamas piliformes, curvas e doiradas; ha uma mancha escura estendendo-se até sobre a parte média do escutello, sendo o resto deste, de côr cinzenta de ardosia, com algumas escamas piliformes doiradas. Metanoto pardo escuro com uma linha me- diana escura. Balancins com pedunculos pardos brilhantes e ca pitulos pretos de azeviche com algumas escamas cinzentas. Abdomen preto com pêllos pardos escuros e pardos doirados. Face superior núa,; cada segmento, porém, com um tufo lateral e apical formado de escamas pretas e algumas brancas nos ultimos tufos. Face inferior com tufos medianos e apicaes e muitas escamas chatas, brancas e pretas, e tambem algumas estendidas no segmento genital, Pleuras pardas, com brilho cinzento em alguns pontos. Pernas pardas escuras, aneladas e manchadas de branco: pernas anteriores com os femures, tibias e metatarsos manchados de branco-ama- rellado. O metatarso, o primeiro e o segundo tarsos, com aneis apicaes e basaes amarellados; o terceiro sómente com anel apicale o quarto com extremidade livre amarellada; as pernas médias com os femures, tibias, metatarsos e primeiro tarso manchados de branco; o segundo tarso pos- suindo uma pequena mancha mediana branca; o tarso apical ligeiramente pallido. As pernas posteriores com os femures, tibias e metatarsos anelados e manchados de branco, possuindo os tarsos, aneis basaes e apicaes, brancos. Azas com escamas densas, lanceoladas, espessas e claviformes, ordi- nariamente pretas; e possuindo manchas como se segue: 10 pequenas na costa; duas apicaes, uma sómente espalhando-se como duas pequenas manchas na primeira nervura longitudinal; uma no ramo anterior e duas no posterior da segunda longitudinal; uma no apice da terceira e duas em cada ramo da quarta longitudinal. Franja parda, tendo uma mancha pallida, onde o ramo posterior da quinta longitudinal se reune á borda da aza ; outra entre o ramo anterior da quintae o posterior da quarta e entre o superior e a terceira (o resto estragado). Primeira cellula sub-marginal “mais comprida e estreita do que a segunda posterior, tendo a bifurcação consideravelmente mais perto da base da aza do que a da segunda pos- terior; a nervura transversal média está mais proxima da base da aza, cêrca de seu comprimento, do que a supranumeraria; a posterior fica dis- tante da média em menos da metade do seu comprimento; a supranuine- raria está justamente por baixo da juncção da costa com a sub-costal; costa 54 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXHI com duas manchas pretas, pronunciadas, constituidas de escamas da mesma côr e uma terceira um pouco menor. Comprimento — 6 == 5. Tempo de captura: Maio e Junho. Observação — Tem uma grande semelhança com o C. mediopunctatum ; póde ser, porém, differenciado pela falta de escamas em balão, nas azas, e, pelas differentes posições, das nervuras transversaes e cellulas forqueadas. Nova descripção do Cycloleppteron maculipes. q. Proboscida de tamanho médio, recta, uniforme; labellos compridos, lanceolados, com cêrdas finas, salientes; coberta de escamas pretas. Palpos tão compridos quanto a proboscida, uniformes, cobertos de es- camas erectas, compridas, espatuladas, pretas, algumas brancas, misturadas irregularmente; aneis de escamas brancas nas bases dos dois ultimos ar- ticulos e no meio do maior delles. | Antennas filiformes, os articulos quasi eguaes, pallidos, pretos e ligei- ramente engrossados na base, densamente pilosos, pêllos dos verticillos, esparsos, raros, curtos e pretos; tóros quasi esphericos, com uma escavação apical de feitio de chicara; pardo escuro, fuliginoso, com escamas ovaes, brancas, no lado exterior. Clypeo largo, triangular arredondado, preto fuli- ginoso, nú. Olhos pretos, pouco separados no vertice. Occiput preto, densa- mente coberto de escamas erectas mais ou menos largas, truncadas, pretas, algumas pallidas, na parte anterior e no centro; uma serie de escamas lanceoladas brancas ; ao longo das margens dos olhos, um grupo de pêllos compridos brancos amarellados, prolongam-se para adiante por entre os olhos, além de pêllos pretos nas bordas dos olhos. Lóbos prothoracicos pe- quenos, cobertos de escamas espatuladas, erectas, pretas na parte de cima e em baixo; escamas brancas, menores, na parte inferior, com algumas cêrdas pretas e duras. Mesonoto alongado, estreito, pardo acinzentado, fuli- ginoso, mosqueado irregularmente, com manchas pardas, um par de faixas estreitas e longitudinaes, indistinctas, núas na metade anterior; um par de faixas mais largas, núas, muito para fóra, na parte posterior; uma mancha preta nas suas extremidades anteriores, perto dos angulos lateraes; uma grande mancha preta na area pre-escutellar; revestido de pêllos finos, amarello-claros, surgindo de pontos pretos, algumas escamas brancas es- treitas e compridas, intercalando-se com pêllos, ao longo do bordo anterior. Escutello em fórma de collarinho, cinzento fuliginoso, com uma mancha preta, larga no centro, continuando a mancha do mesonoto; coberto de pêllos pallidos e faixas marginaes pallidas. A. PERYASSÚ — Os ANOPHELINEOS DO BRASIL 55 Metanoto elliptico, saliente, pardo avermelhado, nú. Pleuras e coxas, cinzentas claras, fuliginosas, com grandes manchas pretas; pêllos finos e algumas agglomerações de escamas brancas. Abdomen quasi cylindrico, depremido, truncado na extremidade, pardo escuro, com o dorso coberto de pêllos amarellos claros, finos e espa- lhados; uma serie de tufos de escamas pretas espatuladas, salientes, nos angulos apicaes dos segmentos; algumas escamas pallidas, espalhados no dorso do 7º e 8º segmentos. O 9º segmento com um tufo médio apical, de escamas largas, ama- rellas claras; a face inferior do abdomen com escamas largas e brancas, principalmente ao longo dos bordos lateraes. Azas regulares e hyalinas; segunda cellula marginal muito mais com- prida do que o seu pedunculo ; segunda cellula posterior pouco mais comprida do que o seu pedunculo; a nervura transversal da base mais ou menos do seu proprio comprimento, desde a nervura transversal anterior ; escamas, das nervuras, salientes; umas de fórma oval estreita e outras lanceoladas pretas e brancas amarelladas, predominando aquellas; varias manchas largas e pretas ao longo das costas constituidas pelo conjuncto de escamas pretas, uma dellas na base da 3º nervura, envolvendo as primeiras nervuras e as subcostaes ; uma mais larga, semicircular, quasi no meio da costa, en- volvendo a base da segunda nervura; do lado do apice, outra ainda mais larga, envolvendo a primeira nervura e os dois ramos da segunda, separados duma pequena mancha subapical e duma outra apical mais larga, formada de fileiras de escamas brancas amarelladas; fóra dessas manchas as ner- vuras são manchadas irregularmente de escamas brancas, distribuidas em pequenas manchas como se segue: tres no pedunculo da segunda nervura, a terceira na base da forquilha, cada ramo com uma mancha do lado do apice; a terceira nervura com uma mancha perto da base e uma outra do lado do apice; a quarta nervura com varias manchas no pedunculo e duas em cada forquilha e ramo superior da cellula forquilhada; a quinta nervura, com tres manchas e a sexta nervura com seis; as manchas as mais exteriores das segunda, terceira e quarta nervuras, formam o limite ex- terior da maior das manchas pretas, formadas pelas escamas pretas. Balancins pallidos, cobertos de pequenas escamas brancas; o disco do capitulo preto e nú. Pernas compridas e delgadas, pretas e manchadas de branco ama- rellado; os femures, tibias e metatarsos, manchados e com uma Eco de pequenos aneis branco-amarellados; os femures pallidos perto dos apices; 56 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIII os joelhos e as extremidades das tibias, branco-amarelladas; os tarsos an- teriores, com aneis basaes e apicaes, sendo o quinto articulo completa- mente revestido de escamas pretas; os tarsos médios, ornamentados como os do primeiro par; os aneis, porém, muito mais estreitos; os metatarsos e tarsos posteriores com aneis apicaes estreitos, sendo o ultimo completa- mente preto. Unhas simples. Comprimento — 4º" ,5. Azas — 4 mm, Ovo (fig. 13) de fórma d'um ellipsoide estirado, com os dois pólos ligei- ramente rombos. Dimensões: comprimento — Om, 480 (média de 10 ovos); maior diametro — 072170 (média de 10 ovos). Côr branca de perola ao nascer, que mais tarde muda para pardo e pardo-escuro. Revestido com- pletamente de tubos aereos brancos, collocados perpendicularmente ao corpo do ovo, formando abas salientes e mais largas na parte média. Nos pólos ha, em cada, uma pequena corôa consti- tuida de tubos eguaes aos primeiros, porém menores. Eclosão — A. dehis- cencia faz-se longitudi- nalmente. Larva de côr es- cura, com os terceiro e oitavo segmentos abdo- minaes branco-amarellados. Cabeça arredondada. Antennas longas, conicas, com dois espinhos terminaes muito longos e de ponta afilada; na parte in- terna ha dois espinhos e um tufo formado de cêrdas e na externa uma cêrda comprida. Placa labial triangular. Escovas alimentadoras densas e formadas de pêllos de comprimento regular. Pescoço possuindo uma faixa preta de abertura posterior. Thorax branco-amarellado na parte anterior, com longas cêrdas ramificadas. Abdomen com os segmentos grandes e destacados, de côr cinzento-escuro ; excepto o terceiro e o oitavo, que são branco-amarellados. As cêrdas dos tres primeiros segmentos são longas e ramificadas ( como folha de palmeira ); as dos outros são curtas e tambem ramificadas. Siphão anal com um grande tufo constituido por longas cêrdas semelhantes ao o Canrosten ! Fig. 13.— Ovos de Cycloleppteron maculipes A. PERYASSÚ — Os ANOPHELINEOS DO BRASIL 57 que se observa na Chagasia fajardoi. Foliolos branchiaes curtos e com ex- tremidades apicaes redondas. Cycloleppteron pseudo-maculipes. Cracas. SYNON.: ARRIBALZAGAIA PSEUDO-MACULIPES. Haas. Pequeno augmento Palpos anelados, menores que a proboscida. Mesonoto com tres manchas pretas, bem visiveis, revestido de pellos doirados. Azas com cinco grandes manchas pretas, na costa ; as menores ficam, uma proxima da base e duas do apice da aza, as maiores no meio. Escamas negras e amarellas, espalhadas pelo resto da aza, constituindo manchas. Abdomen com tufos lateraes e apicaes, do segundo ao ultimo segmento, e, com tufos na face inferior, que tambem possue escamas brancas. Balancins excavados, revestidos de es- camas brancas. Pernas escuras, com escamas amarellas, principalmente no lado inferior; femures e tibias pintalgados de manchas esbranquiçadas, que não formam aneis bem apparentes; metatarsos e tarsos muito anelados especialmente os do terceiro par. Grande augmento g. Proboscida negra, com extremidade amarellada, revestida de es- camas e pêllos do mesmo colorido; cêrdas delgadas e negras, situadas na base e no lado inferior. Existem no lado inferior e basal escamas espatuladas redondas, salientes, pedunculadas, de colorido negro e curvadas para o apice. Palpos abundantemente revestidos de escamas salientes, espatuladas re- dondas, negras; entremeadas com estas, encontram-se em todos os quatro segmentos escamas com o mesmo aspecto e feitio, porém de colorido amarellado. Os dois primeiros articulos quasi do mesmo tamanho, o segundo apenas um pouco maior do que o primeiro e de dimensões quasi identicas aos terceiro e quarto articulos reunidos; o quarto, que é o menor, possue escamas esbranquiçadas em maior numero. Vistos pelo lado superior, no- tam-se tres aneis bem apparentes; ha um accumulo de escamas esbran- quiçadas na parte média do segundo articulo. Antennas com cintas pallidas. Tóros castanhos, cobertos de pequenas escamas espatuladas, redondas, brancas; o segundo articulo tem a base amarellada e o tamanho mais ou menos identico ao dos dois articulos seguintes reunidos, de diametro avan- tajado; os articulos seguintes, de dimensões mais ou menos analogais, a base negra, revestidos de pellos amarellados. Verticilos de colorido castanho é 8 3697-919 58 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIII claro. O segundo articulo possue escamas amarelladas, espatuladas re- dondas, que se acham collocadas no lado interno. Clypeo castanho e glabro. Fronte e vertice com escamas amarellas, espatuladas rombas, e um tufo formado por longas e delgadas cêrdas amarellas, dispostas em ante- versão. Olhos com uma orla amarellada. Occiput revestido na parte anterior de escamas esbranquiçadas, erectas e triangulares, umas longas, em menor numero, outras curtas, são, como as longas, um pouco curvadas para o ver- tice; além disso, ligeiramente fimbriadas; o resto do occiput é coberto por escamas negras, do mesmo feitio que as amarellas, sem o pequeno encur- vamento. Lóbos prothoracicos salientes, revestidos de cêrdas amarelladas e negras, e escamas amarelladas. Mesonoto possuindo na parte anterior e de cada lado um tufo formado de escamas pretas, espatuladas rombas, umas, lanceoladas longas e ama- rellas outras, além de numerosas cêrdas amarellas; o resto do mesonoto é revestido de pellos amarellos, e com tres manchas negras; duas situadas na parte mediana e lateral e a terceira, que é a maior, na média e pos- terior. Escutello simples, coberto de cêrdas castanhas claras, com uma grande mancha negra na parte média e que está em continuidade com a posterior do mesonoto. Metanoto castanho escuro, glabro. Balancins com pedunculos na parte basal, negros, o resto até reunir-se aos capitulos cas- tanho-claros, glabros. Os capitulos apresentam uma excavação no centro, negra; e na superficie são revestidos de escamas amarelladas, curtas e espatuladas redondas. Face inferior do balancim, negra. Abdomen. piloso, com tufos lateraes e apicaes de escamas espatuladas redondas e pretas, em todos os segmentos, com excepção do primeiro. No segmento genital as escamas são mais numerosas e não formam tufos tão salientes quanto as dos outros segmentos. A face superior é revestida de pellos castanhos claros ; a inferior, de escamas brancas espatuladas redondas e de outras pretas ; estas, formando nos bordos apicaes dos segmentos tufos medianos e apicaes, sendo que no bordo do 7º segmento ellas estendem-se em toda o bordo, constituindo um grande tufo. Pleuras escuras, com pequenas escamas espatuladas arredondadas e esbranquiçadas. Pernas: Côxas e trochanteres pardo escuros, revestidos de escamas espatuladas longas e arredondadas, brancas amarelladas ; cêrdas escuras e castanhas claras. Nos trochanteres as escamas são menores e reves- tem-nos completamente. Femures dos tres pares, com as extremidades A. PERYASSÚ — OS ANOPHELINEOS DO BRASIL 59 basaes brancas amarelladas, muito manchadas, com especialidade nas faces externas. Tibias como os femures, tendo as extremidades apicaes de todas seis, intumescidas e com escamas mais accumuladas. Metatarso e primeiro tarso das pernas anteriores muito manchados e anelados de amarello ; o numero de aneis do metatarso varia de tres a quatro. Este possue o apice amarello. Todos os tarsos com aneis basaes e apicaes branco-amarellados ; o primeiro tarso tendo duas manchas amarellas na face externa e o ultimo articulo com o apice amarellado. Metatarsos médios e os dois primeiros tarsos manchados na face externa e total. mente ennegrecidos na interna; articulações do metatarso com o primeiro e deste com o segundo tarsos, amarelladas. As outras possuem sómente pequenos pontos amarellados. Os metatarsos posteriores, manchados e anelados de amarello. Os aneis do metatarso variam em numero de tres a quatro. O metatarso e todos os tarsos com aneis apicaes e basaes muito largos, amarellados. Ha no primeiro e no segundo tarsos algumas - Fig. 14 — Aza de Cycloleppteron pseudo-maculipes manchas amarelladas, na face externa; o ultimo tarso tem o apice ama- rello. Unhas dos tres pares, pequenas e simples. Azas (figs. 14 e 14 a) muito manchadas de preto e amarello. Costas com cinco grandes manchas pretas, ficando a mais apical no apice da aza. Estas manchas se assestam: a primeira, a basal, comprehende a costal, a subcostal e a 1º nervura longitudinal; a segunda, a média, a costa, a subcostal, a 1º, 2º, 3ºe 4º nervuras longitudinaes ; a terceira, a quarta e a quinta manchas, que são apicaes, estendem-se das costas ao ramo poste- rior da 2º longitudinal. Ha nas costas, além destas, mais seis pequenas manchas pretas a outras muitas, disseminadas no campo da aza, mere- “cendo destaque apenas as que ficam: cinco na 6º nervura longitudinal, quatro no ramo anterior e uma no posterior da 5º, uma na bifurcação, duas no ramo anterior e duas no posterior da 4º longitudinal. As escamas 60 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIII que revestem as nervuras são de quatro typos : lanceoladas longas, espa-. tuladas largas, espatuladas com apice rombo, e na base da aza, algumas em raqueta. As bifurcações das duas primeiras cellulas forqueadas ficam mais ou menos no mesmo plano. Primeira cellula sub-marginal pouco mais comprida e mais estreita do que a segunda posterior. As nervuras transversaes: supranumeraria e média, estão quasi na mesma linha, e a posterior mais perto da base da aza do que aquellas. A terceira nervura longitudinal penetra na cellula basal, sob a fórma de espessamento . Os pedunculos das cellulas forqueadas são eguaes. Franja escura, excepto na terminação do ramo pos- terior da quinta, entre a quinta e a sexta longitu- dinal, e na porção interme- diaria do ramo anterior da quarta e a extremidade da terceira, assim como na parte mais apical da aza, que é amarella. Comprimento 6"”, sem a proboscida, que mede arm, 840. Tempo da captura — Junho a Março. Fig. 142 — Aza de Cycloleppteron pseudo-maculipes Mensurações COM ss, iss reoseyNS as ra CM o race E ras a E a 00,060 MO a cai AS Ca rd 114) Mm Cos veses: S2",620 Conpasmo me no - .. rs. 8"m 840 PDM Ci a sr po je Tb e or TD a memamo do Db a, ses dci PS a Azas Primeira cellula sub-marginal: MpimentO: ls ec Re a ET SoU Mc ima ROS sans 07,140 Pedunculo . .. ; E E . . - - . . . . . pn A. PERYASSÚ — OS ANOPHELINEOS DO BRASIL 61 Segunda cellelula posterior: Comprimento. EE A DD O 17,400 Maior largura. srs RE cce des ca rm ,170 Pedanculo. . «os pa ECC a Aga "= 700 GrnERO 5. CELLIA. Turopar». Cellia argyritarsis. Ros. Desvoiry. (fig. 15) SYNOMYM. C. ARGYROTARSIS. Tunes. O. ALBITARSIS. AR. Thoraxz com mesonoto cinzento azulado, tendo tres linhas mais ou menos longitudinaes e escamas pallidas e ás vezes traços de duas manchas lateraes escuras. Abdomen pardo muito escuro, com escamas cremes, Pernas revestidas de escamas escuras e alguns tarsos com aneis apicaes brancos; os tres ultimos articulos e o apice do primeiro, das pernas poste- riores, completamente brancos. Azas com as costas escuras, tendo duas manchas distinctas e outras menores, pallidas. Comprimento — de 4 a mm, *. Cabeça preta, com escamas erectas, brancas e espatuladas na frente; pretas atrás e dos lados; entre os olhos (vertice) um tufo constituido por pellos brancos, projectando-se para diante. Olhos pretos. Proboscida revis- tida de escamas curtas e escuras. Palpos revestidos de escamas compridas e pretas, principalmente na base ; apice branco puro e dois aneis estreitos nas extremidades apicaes dos articulos. Na face inferior, o penultimo ar- ticulo tem um certo numero de escamas brancas amarelladas, que, ás vezes, parecem formar quasi um anel. Antennas escuras, com pubescencia sedosa. pallida e pellos pardos ; tóros escuros, com algumas manchas de es- camas brancas nos primeiros articulos basaes. Thorasx com brilho azulado cinzento, tendo tres linhas longitudinaes mais ou menos distinctas; a média mais distincta, é de um matiz pur- pureo com escamas pallidas, espalhadas no mesonoto, onde tambem existem, em alguns exemplares, duas manchas lateraes escuras, apenas visiveis. Escutello escuro na parte mediana. Metanoto pardo escuro. Ba- lancins com pedunculos pallidos e capitulos escuros. Abdomen pardo-purpureo escuro, revestido de escamas cremes, prin- cipalmente na parte média dos segmentos, que possuem tufos de escamas cinzentas nos bordos posteriores, os quaes se projectam para os lados ; pellos compridos, pardos brilhantes. 62 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIII Pleuras escuras, com revestimento pubescente aqui e alli esbranqui- çado. Pernas amarellas, revestidas de escamas pardas, escuras; parte apical dos dois primeiros tarsos das pernas anteriores, branca; os dois ultimos ar- ticulos pardos escuros; os metatarsos anteriores tambem com aneis apicaes pallidos; metatarsos médios e os dois primeiros articulos tarsaes, com pequenos aneis apicaes amarellos ; os dois ultimos indistinctamente ane- lados. Nas pernas posteriores, os tres ultimos articulos são brancos de neve, assim como o apice do primeiro. Unhas muito escuras. Azas com as costas escuras, possuindo quatro manchas distinctas e outras menores, brancas ; ha tambem numerosas manchas de escamas es- curas, que variam de extensão, sobre a zona da aza. Na femea, a 4º ner- vura longitudinal é revestida de escamas escuras pallidas; ás vezes, porém, são brancas de neve. &. Comprimento — 4 a Smm. Proboscida parda e delgada. Palpos pardos escuros, com escamas bran- cas espalhadas, principalmente no ultimo articulo, que é intumescido ; tufos de pêllos pallidos; ha tambem um anel pallido no apice do artículo apical e outro na base do penultimo. Antennas pardas, com plumas pardas. Às es- camas brancas da cabeça extendem-se pouco mais ou menos sobre a nuca. Thoraz com escamas brancas. As unhas maiores dos pés anteriores são bidentadas. Orgão genital — As peças lateraes mais de duas vezes mais compridas do que largas; as extremidades arredondadas; pinças muito longas e delgadas; largas na base do lado do apice, onmisiáiado por um espinho curto e articulado, que apparece um pouco pontudo do lado do apice; dois espinhos approximados com pontas curvas, em baixo do meio da peça lateral; um par semelhante, porém um pouco menor, na base, e um, mais forte, do lado externo ; as falsas harpagas pequenas, achatadas ; as unci muito salientes, com pequeno entalhe apical. Os tufos de escamas abdominaes são muito variaveis na Cellia argyri- tarsis, ora muito regulares, ora pouco salientes, havendo alguns exemplares bem conservados em que elles são incompletos. As manchas das azas tambem soffrem grandes variações; a maioria dos exemplares de Cella argyritarsis, colhidas no Rio Grande do Sul, possue as costas toda preta. CELLIA ARGYRITARSIS — Ovo (fig, 16.) — Postura isolada e parcellada, formando na occasião della um agrupamento estrellar. O ovo tem um dos pólos mais delgado e pontudo; o outro, rombo e arredondado. As abas só A. PERYASSÚ — OS ANOPHELINEOS DO BRASIL 63 abrangem a parte média do ovo. Dimensões: comprimento — Omm 490 ; maior diametro Qmm 9200. A dehiscencia faz-se longitudinalmente. Larva de fórma geral conica, pardo-escura. Cabeça maior que o thorax na primeira edade, ao passo que é menor na segunda. Antennas longas, de calibre regular, com dois espinhos terminaes, compridos e afilados; o externo maior que o interno, possuindo, no bordo in- terno, uma serie de dez denticulos. Olhos grandes e semilunares. Escovas alimentadoras de tamanho regular, em fórma de bigode. As cêrdas frontaes em numero de seis e muito ramificadas. Thorax quadrangular, com cêrdas compridas e muito ramificadas, como folhas de palmeira. Abdomen possuindo nos tres primeiros segmentos cêrdas eguaes ás do thorax e tufos palmados em todos elles. O diametro dos segmentos vae diminuindo gradualmente de comprimento, desde o thorax até o syphão anal. Pecten formado de quatro grandes escamas compridas. Syphão anal com 15 a 16 cêrdas, compridas e ramificadas, formando uma corôa: — o tufo anal, além de tres outras na parte superior muito longas e tambem ramificadas. Foliolos branchiaes de tamanho medio, lanceolados e transparentes. Nympha— Tubas respiratorias funiculadas e largamente abertas. Abdomen com cêrdas grossas, parecendo espinhos, lateraes e apicaes, em todos os segmentos. Palhetas anaes oblongas, tendo no apice, e em continuação da nervura central, uma pequena cêrda escura. Larva palustre e bromelicola. Fig. 16.— Ovos de Cellia argy- ritarsis Cellia brasiliensis. Cnacas. Pequeno augmento Aspecto geral — Cinzento. Proboscida escura; palpos escuros, com dois aneis e extremidades claras, Azas manchadas. Abdomen terminado por uma mancha branco-acin- zentada, caracteristica, dando ao abdomen o aspecto de um charuto apa- gado. Pernas pouco aneladas, sendo brancas as extremidades das pernas posteriores. Grande augmento 9. Proboscida — Comprimento 2””, uniformemente escura, apresen- tando na extremidade livre algumas escamas claras. Palpos — Comprimento 64 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIII 177950. Pouco mais curtos que a proboscida; rectos com aneis brancos nas articulações dos segmentos, revestidos de escamas negras espatuladas, e de algumas cêrdas escuras e curvas; extremidades livres, com algumas esca- mas claras. Antennas revestidas de pubescencia cinzenta. Tóros acinzenta- dos, com algumas escamas brancas, espatuladas e curvas, as quaes são ainda encontradas no segundo articulo. Clypeo escuro e glabro. Fronte e vertice possuindo longas cêrdas brancas em anteversão. Occiput revestido de escamas brancas, espatuladas redondas, triangulares e largas ; lateralmente apresenta escamas negras daquella fórma. Cêrdas brancas e negras, irregu- larmente dispostas. Lóbos prothoracicos pouco salientes e revestidos de escamas espatuladas e redondas. Mesonoto de fundo acinzentado, com uma linha escura central e duas outras menos salientes lateraes; apresenta ainda tres pontos escuros, dos quaes dois anteriores lateraes e um posterior mediano. É revestido de esca- mas brancas, chatas nas partes lateraes, e espatuladas e curvas na mediana. Apresenta ainda cêrdas negras irregularmente dispostas. Escutello simples, revestido de escamas espatuladas e curvas, dispostas geralmente em retrover- são; cêrdas negras e branco-amarelladas. Metanoto negro acinzentado e glabro. Balancins com os pedunculos amarellos e os capitulos negros, revestidos, os ultimos, de pequenas escamas espatuladas, algumas escuras € outras amarelladas. E st Abdomen — Comprimento 277950. Face superior negra, com pigmento pardacento. Nos primeiros segmentos são encontradas escamas branco- amarelladas, algumas, e outras brancas, irregularmente dispostas, em quantidade variavel nos diversos exemplares, mesmo recem-capturados, sempre menos confluentes do que nas Cellias: argyritarsis e albimana. O 8º segmento é densamente revestido de escamas espatuladas e brancas, o mesmo acontecendo ao 9º, principalmente em torno dos orgãos genitaes. Esse aspecto do abdomen, visivel mesmo a olho nú, distingue bem esta es- pecie das duas outras que lhe são proximas; as Cellias: argyritarsis e al- bimana. O abdomen possue muitos pellos. As faces lateraes apresentam, nas extremidades apicaes dos segmentos, tufos de escamas negras, espatu- ladas e arredondadas. A face inferior é de fundo acinzentado, revestido em todos os segmentos de escamas brancas espatuladas rombas e arredondadas, apresentando tambem pellos escuros e amarellados. | : Pleuras castanho-escuras. Escamas amarelladas, espatuladas e re- ondas. A. PERYASSÚ — Os ANOPIELINEOS DO BRASIL 65 Pernas, côxas e trochanteres com escamas amarellas um pouco maiores e mais claras do que nas pleuras. Femures dos tres pares, de côr escura, predominante na porção superior e de tonalidade amarellada na porção inferior. Manchas amarellas em todo o segmento, mais accentuadas nas extremidades, especialmente nas apicaes. Tibias e metatarsos mais ou menos como os femures, não possuindo tão accentuadas as manchas apicaes. Tarsos : no primeiro par os 1º,2º e 3º tarsos têm as extremidades claras, sendo o 4º todo escuro; no 2º par os tarsos são mais ou menos "como os do primeiro, sendo, porém, menos accentuados os aneis das extremidades apicaes; no 3º par o primeiro tarso tem uma grande faixa basal preta, sendo o resto branco, como são tambem os segundo, terceiro e quarto tarsos. AÁzas com quatro manchas brancas na costa, sendo maiores as pro- ximas do apice. A parte central da aza é manchada de branco e preto, devido à presença de escamas brancas e negras, reunidas as brancas em maior abundancia na base das nervuras. As terminações do ramo pos- terior da 4º, dos ramos da 5* e 6º nervuras são brancas, sendo tambem um pouco mais clara a zona situada proximo ao espessamento da aza. As escamas são lanceoladas e longas, havendo algumas deste typo menores e mais largas, que se reunem nas bases das nervuras. Tempo da captura — Julho a Março. Esta. especie de anophelineo apresenta muita semelhança com a Cellia argyritarsis, da qual se distingue principalmente pela mancha branca na extremidade do abdomen e pela quantidade menor e disposição das escamas na face superior. Approxima-se, pela mancha branca da extremidade abdominal, da Manguinhosia lutzi, sendo encontrada nas mesmas regiões em que existe a mesma especie. Será um hybrido da Manguinhosia lulzi e Cellia argyritarsis? Sobre esse ponto, de hybridismo nos culicideos, não nos é dado passar do dominio das hypotheses, por emquanto. Mensurações PIOPOA Sis is esc O Cabaga Da a rea re DAE Ru Cs raras 122100 Abdomen . Ras BAR Ca on RR mm 950 Comprimento.total . Lg sm. cr. PA E sas no hantac: 12" 950 SID GO DRE. . cs Nida = Ra O jam 850 MEM PR Dos cs Ss, gum 440 3697-719 9 66 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIII Primeira cellula sub-marginal: MM Ds cv ste. omm 970 RN RM ME, ks sus: gmm 120 RM Nasc das quam 500 Segunda cellula posterior : RM Sc ss Na gun 720 E NaN a ds, Lu Dvs ss, 02.1 E SS cares or Ds mm 600 Cellia Albimana. WiIEDEMANN SYNONYM: C. ALBIPES. THEo. C. ALBIMANUS, WieD. C. CUBENSIS. AcraNonTE. Comprimento : corpo — 4"": Azas — 3mm, 5, ?. Proboscida moderada, mais grossa na base, recta, com revesti- mento escuro; labellos compridos, em fórma de lança, com algumas cêrdas salientes. Palpos tão compridos quanto á proboscida, uniformes, coberto com grandes escamas espatuladas ; os dois ultimos articulos brancos, excepto nas bases; o ante-penultimo articulo é comprido, revestido de escamas brancas e pretas, sendo estas mais numerosas; as brancas formam um grande anel na extremidade e um pequeno na falsa articulação. Antennas filiformes;os articulos mais ou menos curtos, quasi eguaes, muito pilosos ; pardos na base e brancos nos ?/; apicaes; os pêllos dos verticillos curtos, raros e pallidos ; os tóros pequenos, quasi esphericos, com escavação apical, do feitio de chicara, pardo, com brilho cinzento. Clypeo saliente, quasi trian- gular, escuro e nú. Olhos bem separados no vertice, pretos. Cabeça es- cura, coberta com escamas triangulares erectas e semi-erectas, brancas no vertice e na parte anterior do occiput; pretas nos lados e na parte pos- terior do occiput; um grupo de escamas brancas, filiformes na frente, donde tambem partem, para diante, um grande feixe de longas cêrdas; uma serie de pêllos sobre o lado dos olhos. Lóbos prothoracicos pequenos, lateraes. Mesonoto alongado, estreito, dum pardo quasi preto, brilhante, todo coberto de escamas mais ou menos esparsas, pequenas, lanceoladas, curvas, branco-amarelladas. Uma mancha preta de cada lado, na parte média do mesonoto, collocada na extremidade anterior dum par de faixas largas e nuas e uma mancha mediana preta pre-escutellar. Escutello com uma serie de cêrdas pretas A. PERYASSÚ — OS ANOPHELINEOS DO BRASIL 67 marginaes e coberto com Pequenas escamas brancas, como as do mesonoto. Metanoto nú, elliptico, saliente e pardo-escuro. Pleuras e côxas, pardas, com uma serie de cêrdas pretas e umas agglomerações de pequenas es- camas brancas, principalmente nas côxas. Abdomen preto e quasi Cylindrico, achatado, ligeiramente truncado na extremidade, revestido na face superior de escamas amarellas doiradas largas chatas e de numerosas cêrdas pretas, com agelomerações lateraes de es- camas pretas, nos angulos posteriores e apicaes dos segmentos, formando tufos salientes; ventre ou face inferior coberto de escamas largas, ama- rello-claro, com agglomerações de escamas pretas nos segmentos apicaes, formando faixas apicaes incompletas; os pêllos espessos e abundantes, principalmente nas faces lateraes. Azas de tamanho regular, hyalinas; o pedunculo da 2º cellula margi- nal mais ou menos do mesmo comprimento que a sua cellula : o da 2º cellula posterior mais comprido do que a sua cellula; a nervura transversal da base mais distante da nervura transversal anterior do que o seu proprio comprimento ; as escamas das nervuras, pretas e amarello-claras; as es- camas lateraes, lanceoladas; as pretas se acham dispostas, formando man- chas como se segue: seis manchas nas costas, sendo a 1º e 2a pequenas; na base da 5º nervura se encontram as 3,4º e 5º grandes, e comprehendem em parte a costa, a subcostal e a 1* e 2º nervuras longitudinaes; a 6º, sub-apical, pequena; separadas por manchas pequenas amarelladas; a 1º nervura com cinco manchas pretas; a 1º e 2", pequenas e oppostas á 3º mancha das costas; a 3, 4 e 5º oppostas á 4º, 5º e 6º manchas das costas, quasi todas da mes- ma largura; a 2º nervura com o pedunculo possuindo manchas pretas e amarellas ; a forquilha com uma mancha preta na base e uma outra perto da base e na extremidade de cada ramo; a 3º nervura com pequenas manchas pretas perto da base e do apice; a 4º nervura com uma mancha preta na extremidade do pedunculo e uma perto do apice de cada forquilha. (Ás vezes, a 4* nervura possue uma mancha preta comprida, antes da forquilha, 2 outras pretas no ramo superior e uma sub-apical, no inferior); a 5º ner- vura tem uma mancha preta antes da forquilha; o ramo superior com tres manchas pretas ; o inferior com uma mancha grande, quasi na extremidade; a 6º nervura com uma tambem perto da base e outra do apice; escuras, manchadas de branco nas extremidades das nervuras. Balancins — pardos esbranquiçados com capitulos escuros. Pernas compridas e delgadas. Femures cobertos exteriormente de esca- mas pretas, misturadas com algumas amarellas; um anel pequeno e preto 68 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXI logo depois da base; os pares médios e posteriores com duas manchas peque- nas e brancas sub-apicaes; as tibias pretas, com uma linha amarella, na face interna; joelhos brancos, tarsos pretos, com algumas escamas amarellas, misturadas; tarsos anteriores e médios com um anel branco na extre- midade do 1º, 2º, 3º e 5º segmentos, mais largos e distinctos nos tarsos anteriores; os tarsos posteriores com a metade do 2º segmento, todo o 3º e 4º, e com o apice do 3º, brancos. Unhas simples. Comprimento: corpo 4"" : azas 3,""5. &. A coloração geral é egual á da femea. Palpos tão compridos quanto á proboscida, os dois ultimos artículos dis- tinctamente intumescidos, com pêllos castanhos e compridos ; e na parte superior escamas brancas; com um anel preto e estreito, nas articulações ; o grande articulo, com uma faixa de escamas brancas no apice e um anel branco no meio. Antennas muito plumosas ; os dois ultimos articulos compri- dos e delgados, rugosos, pilosos e pretos; os outros curtos, pallidos, com aneis pretos cobertos de pêllos compridos, densos e castanho de seda. Abdomen comprido, deprimido, mais ou menos estreito, muito pouco es- pandido além da metade; a ciliação lateral, feita de pêllos curtos, espessos e amarellados. Azas mais estreitas do que na femea; os pedunculos das cel- lulas forqueadas mais compridas ; revestimento mais raro, os pontos pretos nas costas, de menores dimensões. Fórmula da unha 2— 00. 00. Comprimento — Corpo 4mm, azas mm, Orgão genital — As peças lateraes mais de duas vezes mais compridas do que largas, as extremidades arredondadas conicamente. Pinças compri- das e delgadas, um pouco attenuadas no meio, tendo terminalmente um es- pinho articulado e pontudo, inserido defronte do apice pontudo ; dois espinhos fortes muito approximados, com extremidades curvas, em frente do meio da peça lateral, surgindo duma base commum; um espinho forte perto da base; um appendice basal, parecendo-se com harpaga, espatulado, com ex- tremidade arredondada. | Esta especie approxima-se muito da Cellia argyritarsis, mas differen- cia-se pelo ultimo artículo tarsal das pernas posteriores, que tem uma cinta basal preta, distincta e constante. | Ee Ovos (fig 16) fusiformes, alongados, com extremidades arredondadas, (um pouco mais pontudo numa dellas ; pretos e granulosos. Postura isolada, em fórma estrellar. Dimensões : comprimento, 8mm, 410 (média de 10 OVOS); maior diametro Or" 175 (média de 10 ovos); formado de duas partes dis- tinctas: corpo e abas. O corpo apresenta-se todo escuro, opaco; as abas for- A. PERYASSÚ — OS ANOPHELINDOS DO BRASIL 69 madas por tubos fluctuadores compridos e superpostos, collocados no sen- tido transversal, transparentes, destacam-se como campo claro. As abas marginam o corpo pelos dois lados e occupam grande parte das faces su- perior e inferior, deixando livres apenas os pólos, que tambem são guar- necidos duma corôa dos mesmos elementos tubulares, que são orientados no sentido supero-inferior. O ovo fluctua com a face convexa, que é a superior, para baixo e é mais ou menos plana, a inferior para cima. Esta especie de ovo differencia-se dos: outros de Anophelineos pelas suas abas, que são muito grandes. | Larva : Primeira edade — Comprimento — 0mm 63, Cabeça com quatro cêrdas frontaes apparentemente simples, mas que com forte augmento verifica-se serem ramificadas. Nos lados e na face su- perior da margem posterior do 8º segmento abdominal ha um pente com muitos espinhos escuros e no syphão anal um par de cêrdas simples, muito compridas, Segunda edade: Cabeça ovoide. Antennas longas, conicas, terminadas | por tres espinhos, sendo o médio o menor, com duas finas cêrdas entre elles e uma fileira de espinhos ao longo da borda interna, como na Cellia ar- “9yritarsis, porém em maior numero. Quatro cêrdas ramificadas no clypeo e oito na fronte, collocadas em linha, sendo que as das extremidades são lateraes. Escovas alimentadoras | grandes e formadas de pêllos mais ou menos do mesmo tamanho. Thorax quadrangular; parte anterior e lateral com grupos de quatro cêrdas plu- mosas em cada, e na parte média duas cêrdas curtas e ramificadas e do lado interno destas cêrdas, dois tufos palmares. Na parte lateral e mediana existe uma pequena salienciá quê dá inserção a uma cêrda curta de pedun- culo calibroso e muito ramificada. Ha tambem na posterior e lateral quatro cêrdas compridas e ramificadas. Abdomen com os tres primeiros segmentos possuindo cêrdas eguaes ás do thorax e os outros tambem, tendo-as, porém, menores. Pecten com sete a oito escamas ponteagudas. Syphão anal com algumas cêrdas de comprimento médio. Foliolos branchiaes curtos e muito Fig. 17.— Ovos de Cellia albimana transparentes. 70 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIII Larva (4º edade) — Cabeça elliptica, mais comprida do que larga ; antennas bastante largas, espinhosas do lado interno; pêllos da face su- perior da cabeça e na frente das antennas numa fileira, fortes, muito plumosos, sendo os que estão acima da bocca com o par central, quasi simples, os lateraes distinctamente plumosos. Abdomen com seis pares de tuíos em forma de leque, palmados, bem desenvolvidos, precedidos por um par menor no primeiro segmento; as placas lateraes do oitavo segmento com dentes compridos e curtos e irregularmente collocados. A larva evolue de 15 a 18 dias: pupas 2 dias. No captiveiro as femeas picam homens e animaes a qualquer hora do dia. Vivem dentro das casas e barracas, durante o dia. Cellia tarsimaculata. GokLDI Parece-se muito com a Cellia albimana, da qual se differencia apenas pela coloração dos palpos que são muito mais brancos do que na albi- mana e pelo colorido geral que é mais amarello, principalmente nas azas, Ha variação no colorido geral desta especie de anophelineo, especi- almente das azas e dos palpos. As manchas das azas soffrem muitas vezes differenças na distribuição e no colorido. A larva da Celia tarsimaculata differe da Cellia argyritarsis pela presença de 4 partes de areas brancas brilhantes, situadas na frente do thorax e respectivamente no 2º, 9º e 8º segmentos abdominaes. As pupas ou nymphas destas especies podein ser distinguidas por duas largas manchas brancas situadas na parte posterior do thorax. Nympha — Tubas respiratorias com a porção basal delgada e apical largamente aberta. Abdomen conico, tendo um tufo saliente situado no primeiro segmento. Remos anaes ovaes. Cellia allopha. Lurz — Pervassó. (n..sp.) fig. 18 e 19 Esta especie parece-se muito com a Cellia argyritarsis, porém ligei- ramente mais clara e não possue tufos lateraes de escamas no abdomen, que é escamaso e muito piloso. As escamas no dorso do abdomen são crêmes e formam especies de triangulos, sobretudo nos primeiros seg- mentos. Na face inferior ha escamas crêmes e brancas, formando estas, agglomerações lateraes e apicaes. La ERA ee, poa Ci q aa TA pe E To A RuD. FISCHER, de! imem NMAGÇIONAL Fig. 18 — Celtia allopha — Lutz-Peryassú ç RUD. FISCHER, de! IMmBR NMACIONAL, Fig. 19 — Cellia allopha — Lutz-Peryassú o A. PERYASSÚ — OS ANOPHELINEOS DO BRASIL 71 Lóbos genitaes do macho, grandes e compridos, com pinças longas e curvadas em arco para cima e para diante; azas com 5 manchas pretas, distinctas nas costas, sendo duas menores na base e tres grandes no resto das costas, além de uma muito pequena no vertice da aza, inter- calladas por quatro manchas brancas. Larvas palustres e bromelicolas. Wo na (AZAS NÃO MANCHADAS) GENERO 6. CHAGASIA. (nur Thoraz com escamas chatas, recurvadas, espatuladas longas; tufos thoracicos lateraes constituidos por longas escamas pedunculadas, espa- tuladas e cêrdas. Abdomen coberto de pêllos, com ausencia completa de escamas, mesmo no segmento genital. Palpos da femea densamente escamosos. Antennas apresentando escamas agelomeradas na parte superior das articulações até á união do 10º com o 11º segmento. Azas densamente escamosas, sem manchas; escamas largas, longas, lanceoladas e pontudas. Pescoço muito longo. Chagasia fajardoi. Lurz (fig. 20) SINON: PYRETOPHORUS FAJARDI. Lurz (1904) CHAGASIA NEIVAI. Cruz (1906) ?. Proboscida recta, castanho-escuro ; densamente coberta de escamas escuras, chatas, pedunculadas, muito confluentes e mais numerosas nos dois terços superiores, que, por isso, apresentam ahi maior espessura. Palpos menores que a proboscida, densamente escamosos na face superior e glabros na inferior. Côr castanho-escura. Têm quatro artículos, dos quaes o 1º e o 2º são longos e mais ou menos do mesmo comprimento. O 3º tem mais da me- tade destes e o 4º cêrca da terça parte. Sobre a face superior das duas ultimas articulações, encontram-se algumas escamas e pêllos brancos que corres- pondem a uma zona branca, glabra, da face inferior. Esta, na primeira arti- culação, estende-se tambem á face superior. O ultimo articulo termina por pêllos brancos. As escamas são pretas, largas e pedunculadas nos primeiros segmentos. 72 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIH Antennas de côr castanho-clara, cobertas de escamas pretas, chatas, curvas, grupadas em tufos na união dos artículos, (fig. 20) que são por ellas sómente revestidas na parte superior. Estes tufos escamosos são observados | | até a articulação do 10º com o 11º segmentos. Ha, além das escamas, verticillos compostos de quatro cêrdas pretas e que são notados em todas as arti- culações. As escamas existem na porção apical do articulo. Os segmentos são revestidos de curtos pêllos branco-acinzentados. Tóros de côr castanho- escura, com escamas pretas. Clypeo castanho, muito escuro, quasi preto e glabro. Occiput coberto de escamas: umas, muito longas, erectas, bifurcadas, pretas, e algumas loiras; outras, branco-amarel- ladas largas e curvas, truncadas, sob a fórma de foice. Alêm destas, ha outras escamas, em fórma de pêllos, pretas e loiras. Na parte mediana de oc- ciput encontra-se uma zona glabra com uma linha longitudinal preta, que se prolonga por entre os olhos, onde se perde no meio de um tufo consti- tuido de escamas,. umas piliformes, outras chatas. Na porção externa do oc- ciput encontram-se algumas escamas brancas, chatas, dispostas em conti- guidade. Os olhos, de côr preta, são cercados de escamas amarellas, lan- ceoladas, curvas em foice, que con- trastam em côr com as escamas ana- logas brancas existentes no occiput. Pescoço muito longo, com cêrca de 1 =»-de comprimento, é constituido por duas placas lateraes, parallelas, triangulares, de base “posterior, for- mando uma ma de concavidade : superior. - Fig, 21.— Antenna da Chagasia fojardoi “Thorax: Lóbos prothoracicos bem desenvolvidos, munidos de cêrdas pretas e escamas amarellas. Não: mamillados. Mesonoto divisivel em duas zonas; uma anterior, castanho-claro, e outra posterior, escura. Na anterior, Fig. 20. Chagasia fojardoi - (modo de pousar) A. PERYASSÚ — OS ANOPHELINEOS DO BRASIL 73 manchas glabras lateraes, de côr castanho amarellada, circumdadas de escamas chatas, espatuladas, curvadas, amarelladas, que se tornam con- fluentes na parte posterior, afastando-se anteriormente, onde limitam uma zona glabra em que ha raras escamas pequenas e curvas e pellos amarellos. Na posterior, escamas castanho-escuras, quasi pretas, chatas, pellos da mesma côr e raras escamas e pellos amarelos junto ao escutello. Lateral mente, dois grandes e extensos tufos de longas escamas chatas, negras, pedunculadas, espatuladas e de cêrdas pretas. Escutello ligeiramente trilo- bado e ornado lateralmente 'de escamas amarelladas, estreitas chatas e curvas. No lóbo medio ha um tufo de pêllos amarellos. Cêrdas pretas nos tres lóbos. Metanoto glabro, de côr castanho uniforme. Abdomen completamente piloso, sem escamas. Pellos amarellos. Na face superior os segmentos apresentam zonas centraes, de contornos mal de- finidos, de côr amarello-claro, limitadas lateralmente e interrom pidas junto às articulações por porções coloridas em castanho escuro. O ultimo segmento do abdomen, o genital, é completamente desprovido de escamas. Face inferior amarella, sem escamas, dotada de pellos amarellos. Estes são mais conflu- entes nos bordos dos segmentos, formando no segundo dois tufos lateraes. Pleura de côr castanha, com pequenos grupos de escamas e cêrdas amarellas em pequeno numero. Pernas densamente escamosas. Primeiro par: Femur com a extre- midade apical branca. Tibia com a extremidade basal branca. 1º tarso com as mesmas dimensões da tibia, pintalgado de preto e branco-ama- rellado, extremidade apical preta; 2º tarso basalmente branco amarellado e apicalmente preto; 3º e 4º tarsos, idem; 5º tarso quasi preto, um pouco amarellado para a base, terminando por um par de garras simples. Escamas de côr amarella, longas e curvas nos trochanteres. Femures densamente revestidos de escamas chatas, largas, pretas e amarelladas. Tibias com escamas eguaes ás dos femures, havendo tambem algumas estreitas e compridas. Segundo par: Femur pintal- gado de branco-amarellado e preto, com a extremidade apical branca. Tibia com manchas branco-amarelladas, côr geral castanho-preto, com as extremidades amarelladas. 1º tarso anelado de amarello, não tão accen- tuadamente quanto o 3º par. Menor que a tibia. Extremidade basal branco-amarellado, a apical preta. 2º tarso basalmente branco-amarellado e apicalmente preto. 3º e 4º tarsos idem, 5º tarso amarello escuro, ter- minando por um par de unhas simples. Terceiro par: Femures como no segundo par, mas estreitos no meio, turgescentes para os sumos 3697-014 TA ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIII principalmente na porção apical, que é preta. Os dois terços superiores são amarello-claro, sendo o terço inferior castanho-escuro, quasi preto. Tibias : extremidade basal branco-amarellado. Pintas como no fémur, porém ja tomando os caracteres de anelações mal definidas. 1º tarso mais longo que a tibia, com cinco aneis branco-amarellados e extre- midades pretas. 2º tarso branco-amarellado em tres quartos de sua ex- tensão, apicalmente preto. 3º, 4º e 5º tarsos da mesma coloração apical do 2º tarso, terminando por um par de garras simples. Escamas como as dos demais pares. Azas (fig 21) sem mancha; muito densamente escamosas, sobretudo junto á nervura costal. Escamas das nervuras lanceoladas, longas, pontea- gudas; quasi todas das mesmas dimensões e pert tes a um só typo. Escamas da franja de tres typos: lanceoladas muito longas, lanceoladas curtas, e chatas longas. Primeira cellula sub-marginal e segunda cellula posterior longas, sendo a primeira um pouco mais estreita e mais longa que a segunda. Balancins retorcidos, com o capi- tulo piriforme, castanho-escuro, excavado, e pedunculo amarello-claro. A superficie externa do capitulo e as bordas da exca- vação deste, são revestidas de pequenas es- camas chatas, em raquêta, umas castanho- escuras, outras amarelladas. E Mo im é a Comprimento — cêrca de 8"m, com a proboscida. Sem esta, cêrca de 5"m,5. Tempo da captura — Maio. Chagasia fajardoi — Ovo (fig. 22) — A postura é parcial e fraccionada, em numero de 80 ovos cada uma. Tivemos uma vez um total de 179 em duas posturas ; não apresentam disposição especial. Ao nascer têm a côr branca, que desapparece algum tempo depois, ficando pretos. Dimensões : comprimento Or» 600 (media de o); maior diametro Or= 260 (media de 5 ovos). Têm elles o formato de um cacão verde. O apparelho hydrostatico é muito peculiar. Consiste numa serie de tubos, dispostos, uns longi- tudinaes e outros transversaes, mais ou menos parallelos, de modo a formarem uma figura de estante de musica. Num córte transversal vê-se a disposição destes tubos. No pólo mais rombo, ha uma serie de 8 ori- ficios, sendo sete periphericos e um central. Os tubos cruzam-se, formando ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXI SN açes so Pag. 74 — 1 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXI LARVA DA CHAGASIA FaJaRDO! | cre 4 Fig, — 24 Pag. 74 — 2 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XxX DETALHES DA LARVA 04 Cnagasia FAJARDO! ” Desennro schematico NY WA S elos - LEGENDA - A. cabeça da larva com Baias, BR". - v m 16 dias b.cd, cerdas do Cia G- tufo de cerdas do abdomen h Jelemento conshturivo das cerdas es l. cerdas paimar J. nda ei Ik. chicote SR E ag pve de cerdas clo ullimo E segmento M - ultimo negmanto Pag. 74 — 3 O- pecren a A. PERYASSÚ — 08 ANOPHELINEOS DO BRASIL 75 uma rêde que envolve completamente o ovo. Fluctuam com o lado con- cavo e o pólo rombo para cima. Fazem eclosão em 5 dias, em média. A dehiscencia do ovo faz-se longitudinalmente. Larva (fig. 24 e 25): Cabeça de fórma mais ou menos triangular, com quatro cêrdas palmadas na fronte, sendo duas medianas e mais anteriores, tambem no clypeo seis cêrdas palmares : quatro em dois pares, um em cada lado e collocados anterior e lateralmente e duas outras mais pos- terior e internas. Antennas de comprimento regular, ligeiramente recur- vadas, conicas, com dois estiletes na extremidade apical: o mais calibroso interno, e o outro do lado externo. Existe na parte interna e apical da metade basal, uma cêrda grossa. Escovas alimentadoras longas e com- muns. Placa labial triangular. Os olhos, collocados lateralmente, são “muito difficeis de ser observados. Ha no pescoço uma faixa escura, em fórma, de collarinho, com abertura posterior. Thorax quadrangular, maior do que a cabeça. As cêrdas anteriores são peculiares, tres de cado lado e outras lateraes e muito plumosas na 2º idade. Abdomen: Os segmentos vão gradualmente diminuindo de diametro desde o 1º até o syphão anal, com tufos de cêrdas que na primeira idade são pouco plumosas, mas que na 2º se tornam bastante ramificadas, semelhantes á folha de palmeira. Os tufos palmares sómente se tornam bem distinctos depois da 1º muda, que se effectua do 5º ao 6º dia e só existem nos 3º, 4º e 5º segmentos; são muito especiaes em gica e os elementos constitutivos têm o formato de ventarola. O oitavo segmento possue entre os estigmas, um orgão filiforme, se- melhante a um chicote que tem a base larga, adelgaçando-se para a extremidade livre. Em peças montadas em balsamo vê-se que a parte alargada do appendice é uma especie de bainha que envolve a base do chicote. Até 48 horas depois de nascida possue a larva um pequeno syphão que desapparece ao terceiro dia, ficando apenas um rudimento dando inserção ao appendice acima descripto, tornando-se bem visivel do oitavo dia em diante. O pecten tem oito escamas, das quaes duas são grandes e sali- entes. Syphão anal ou ultimo segmento com uma fileira de nove cêrdas em um tufo, muito compridas e densas, na parte externa, em quatro das quass duas mais compridas nas bordas apicaes. Estas, nos tres ane dias, são tão compridas quanto o abdomen. Os folliolos branchiaes são longos e espatulados rombos. Larvas palustres. 76 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXHI Genero 7. STETHOMYIA. TreosaLD- Stethomya nimba. Tneorar. Parda, com uma linha argentea na parte média do mesonoto e uma outra, tambem argentea, em torno dos lados do mesonoto. Pernas com- pridas, delgadas, pretas e sem aneis. Azas sem manchas, com escamas um tanto pardas e densas. Comprimento total 4,5. o. Cabeça preta, com uma pequena mancha branca, mediana. e anterior, de escamas chatas, dirigidas para diante; lados da cabeça com brilho cin- zento e tambem uma linha estreita cinzenta ao redor dos olhos. Numerosos pellos pretos e muitas escamas pretas, estreitas, erectas e bifurcadas na parte posterior do occiput; na linha mediana ha algumas escamas pe- quenas, pardas e chatas. Proboscida preta, revestida de pequenas escamas pretas, bronzeadas e com pequenas cêrdas pretas. Palpos um pouco mais compridos do que a proboscida, muito delgados, pardo-escuros, com quatro articulos e o artículo basal um pouco intumescido; o apical quasi do mesmo comprimento do segundo, ligeiramente intumescido e um pouco mais da metade do comprimento do penultimo articulo, com escamas pardo-escuras; nas articulações dos segmentes os palpos são um pouco mais pallidos; ha algumas cêrdas pretas nos apices, que são apparen- temente estrangulados. Antennas pardas. Tóros e verticíllos pretos. Clypeo preto. Lóbos prothoracicos pretos, com brilho cinzento escuro, mamil- liformes e com algumas cêrdas pretas. Mesonoto preto, nú, com uma linha mediana argentea cinzenta e uma faixa cinzenta argentea de cada lado e numerosas cêrdas pretas. Escutello preto, com pellos pardo-escuros nos bordos. Metanoto preto. Balancins com pedunculos pallidos e capitulos fuscos. Abdomen preto, marchetado de marcas pardas escuras, segundo a illu- minação; coberto de fileira de pequenos pellos, escuros pallidos e de alguns lateraes pardos e mais compridos. Pleuras pardas. Pernas pardas escuras, um pouco mais pallidas para a base,compridas e delgadas. Unhas um pouco espessas, pequenas, iguaes e simples, AÁzas sem manchas. Nervuras revestidas de escamas estreitas e lan- ceoladas, pardas escuras; 1º cellula submarginal mais comprida e pouco mais estreita que a 2º posterior, com vertice muito mais perto da raiz da A. PERYASSÚ — OS ANOPHELINEOS DO BRASIL 71 aza do que a 2º posterior, com pedunculo de cêrca de 1/4 do comprimento da cellula ; o“pedunculo da 2º cellula posterior tão comprido quanto a cellula. As nervuras transversaes supranumeraria e posterior formam uma só linha e a transversal média fica um pouco para diante dellas ; no ponto de juncção das nervuras sub-costal e costal fica mais perto do apice da aza do que qualquer uma das nervuras transversaes. Com primento 4mm 5, ?. Proboscida preta. Palpos pretos e sem aneis ; OS dois articulos api- caes intumescidos, ambos pouco pilosos e densamente escamosos, o apical muito curto; o 2º ou penultimo muito mais estrangulado na base. Antennas com plumas de pêllos pardos escuros. Thorax ornamentado como na femea. Abdomen — Segmento genital com pinças longas. Pernas compridas e delgadas. Unhas do par anterior desiguaes, a maior unidentada, as médias e as posteriores iguaes e simples. Comprimento — Gm» 5, Observação — Low diz que este culicideo quando pousa parece-se com Culex, comtudo seus palpos são tão compridos quanto a proboscida. Pernas muito compridas, facilmente se quebram. Low considera-o transmissor do paludismo na Guyana Ingleza. Observámos, porém, que vôa e pousa, não como Culex, como escreve Low, mas sim como Phoniomyia. E” crepuscular; habita os burityzaes. Esta especie é commum no Pará. DISTRIBUIÇÃO Os anophelineos no Brasil são representados por dezenove especies, dis- tribuidas em sete generos, sendo quatro generos e trese especies exclusi- vamente brasileiras, a saber: Generos Especies Anópheles mattogrossensis. Lutz-Neiva. Anópheles lutzi. Theobald. Anópheles tibiamaculatus. Neiva. Anópheles gilesi, Neiva. 1. Anópheles. Meigen . .... PR gar Myzorhynchella lutzi. Cruz. 2. Myzorhynchella. Theobald. . . . . -. j Myzorhynchelia parva. Chagas. | Myzorhynchella nigritarsis. Chagas. 3. Manguinhosia. Cruz . . . . . . . «» Manguinhosia lutzi. Cruz. Cycloleppteron mediopunctatum. Teobald. Cycloleppteron intermedium. Chagas. Cycloleppteron pseudo-maculipes. Chagas. Cycloleppteron maculipes. Theobald. 4. Cycloleppteron. Theobald . 18 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIII Generos Especies Cellia argyritarsis. Rob. Desvoidy. Cellia albimana. Wiedemann. 5. Cellia. Theobald . . Cc cc 4 Cellia tarsimaculata. Goeldi. Cellia brasiliensis. Chagas. Cellia alopha. Lutz-Peryassú (n. sp.). O. Chaglad: Guias do ei ce ce. Chagasia fajardoi. Lutz. d Sinthomplno Theobald: . . e. Stethomyia nimba. Theobald. As Cellias albimana, tarsimaculata e argyritarsis, espalhadas em todo o Brasil, são as principaes vectoras da malaria. Em vista da raridade de outras especies, póde-se affirmar que tanto na Amazonia quanto nas margens do Rio S. Francisco, na baixada do Rio e em Santa Cruz, a malaria depende praticamente da presença destas Celhas. O Cycloleppteron, pseudo-maculipes, se encontra nos Estados do Pa- raná, Rio de Janeiro, Minas e Pará, sendo abundante no segundo, em- quanto que a especie C. maculipes é rara, tendo sido capturado apenas nos Estados do Paraná, São Paulo, Minas, Rio e Pará e no Districto Federal. O Anópheles lutzi, especie commum onde ha bromelias, foi capturado no Districto Federal e nos Estados: Amazonas, Pará, Bahia, Rio de Janeiro (abundante em Angra dos Reis), Minas, São Paulo, Santa Catharina e Paraná. O Cycloleppteron mediopunctatum é mosquito raro e pouco abundante, tendo sido capturado no Districto Federal e nos Estados do Amazonas, Pará, Bahia, Goyaz, Minas, Rio de Janeiro e S. Paulo. O mesmo não acontece com o Cycloleppteron intermedium, que em alguns logares é abundantissimo. Foi capturado sómente no Districto Federal e nos Estados do Pará e Rio de Janeiro. A Stethomyia nimba foi encontrada nos Estados do Pará, Goyaz, Bahia, Minas e S. Paulo. E' mosquito dos buritizaes e jupatizaes, lugares muito humidos. No Pará é frequente. A Myzorhynchella nigritarsis eo Anópheles gilesi só foram encontrados em Minas; do Anópheles maitto- grossensis só se conhece um exemplar da margem da lagôa Mandicoré, “em Matto Grosso. As Myzorhynchellas: lutzi e parva, são espalhadas pelo paiz, assim a M. Lutzi foi capturada na cidade do Rio de Janeiro, no Acre e nos Estados do Amazonas, Pará, Piauhy, Bahia, Goyaz, Minas, Rio, São Paulo e a M. parva só foi encontrada nos Estados de Goyaz e Minas. A Manguinhosia lutzi e Cellia brasiliensis foram colhidas nos Es- tados da Bahia (communs e abundantes), Goyaz, Minas e S. Paulo. Esta ul- tima tambem no Districto Federal ( Realengo e Bangú) e no Rio Grande A, PERYASSÚ — 08 ANOPHELINEOS DO BRASIL 79 do Sul. Encontram-se quasi sempre no mesmo lugar estas duas especies. São diurnas, picam «em pleno dia, ao sol, em campo desabrigado, aos en- xames, homens e animaes e tambem em dias chuvosos (Neiva)». Como a Stethomyia, são mosquitos dos buritizaes, muito abundantes nas loca- lidades onde têm sido encontrados. Da Cellia allopha criáâmos muitos exemplares de larvas e pupas pes- cadas em Manguinhos, Botafogo, Laranjeira, Gavea, Cascadura, Madureira, Realengo, Bangú, Pilar, Penha, Ilha do Governador, Santa Cruz, Ni- theroy e Pavuna. E' palustre bromelicola. O Anópheles tibia-maculatus foi encontrado nos Estados de S. Paulo, Minas e Goyaz; e a Chagasia fajardoi, capturada nos Estados da Bahia, Goyaz, Minas e S. Paulo. Em alguns pontos dos tres Estados é commum e abundante. Os anophelineos, no nosso paiz, são distribuidos em cada Estado da maneira seguinte: Estados: Anópheles lutzi. Myzorhynchella lutzi. AR Abração mediopunctatum, intermedium. Amazonas e Pará. . "t+ * +) maculipes e pseudo-maculipes. (10 especies) Cellias: argyritarsis, albimana e tarsimaculata. Stethomyia nimba. Maranhão: 4: . covas ECA Piauhy . z : Ceará. E assuid do Norte . E "| Só foram até agora verificadas duas especies: Parahyba. .. O a a TE E ver f ae mona. E, % Pi- ME a gata Nr e io ande do Sul, mais a yzo- alba RD Mi prthelia lutzi a Cellia brasiliensis. MOSS. cias Sergipe . . us a Rd Rio G. do Sul. ie MR temitoriodo Avec. Ss ass Sn Espirito Santo, >. 20 « | Anópheles lutzi. r Cellias : argyritarsis e albimana. - | Cycloleppteron pseudo-maculipes. MOS o no senta Catharina cu ns rs * 4 (4 especies) Anópheles lutzi. Myzorhynchella lutzi, 'Manguinhosia lutzi. DRM, o cas cr e e DA Cycloleppteron mediopunctatum. (9 especies ) Cellias: argyritarsis, albimana e brasiliensis. “| Chagasia fajardoi. Stethomyia nimba. 80 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXI Anópheles lutzi. Myzorhynchella lutzi. Rio de Janeiro e Districto Federal . . ... do be Sa rã intermedium, (11 especies) culipes e pseudo-maculipes a argyritarsis, albimana, tarsimaculata, brasiliensis e allopha. Anópheles: lutzi e tibia-maculatus. Myzorhynchella lutzi. Manguinhosia lutzi. sro gire q Rica q O O eroar “Do dd maculipes e (11 especies ) pseudo-ma Cellias: ga na albimana e brasiliensis. Chagasia farjardoi. Anópheles: lutzi, tibia-maculatus e gilesi. Myzorhyn-hellas: lutzi, parva e nigritarsis. Manguinhosia lutzi. Cycloleppteron: mediopunctatum, pseudo-ma- culipes e maculipes. Cellias: argyritarsis, albimana e brasiliensis. Chagasia fajardoi. Stethomyia nimba. Minas Geraes . . : (15 nie ) Anopheles tibia-maculatus. Myzorhynchella: lutzi e parva. Manguinhosia lutz e sms Eca sy Cycloleppteron mediopunctatum. (10 especies ) Cellias: argyritarsis, albimana e brasiliensis. Chagasia fajardoi. Stethomyia nimba. Anópheles mattogrossensis. Mano QrossO : 4. =. ns . c 4 Manguinhosia lutzl. (5 especies ) Cellias: argyritarsis, albimana, e brasiliensis. No Districto Federal encontrámos onze especies de anophelineos das quaes sómente cinco verificámos dentro da cidade do Rio de Janeiro: Celhas: argyritarsis, albimana e allopha; Myzorhynchella lutzi e Anópheles lutzi. A primeira e a terceira espalhadas por toda a cidade, excepto no bairro commercial. No Municipio de Belém do Pará apenas verificámos oito especies: Anópheles lutzi, Cycloleppteron: mediopunctatum, intermedium, pseudo- maculipes e maculipes; Cellias: argyritarsis, albimana, tarsimaculata e Stethomyia nimba, sendo que dentro da cidade de Belém só achámos as tres Cellias: albimana, tarsimaculata e argyritarsis. Em Minas são encontradas todas as especies de anophelineos brasileiros. excepto a Cellia allopha e o Cycloleppteron intermedium. A, PERYASSÚ— Os ANOPHELINEOS DO BRASIL 81 Cada localidade possúe sua especie predominante que é geralmente uma das duas Cellias: albimana ou argyritarsis. Em Lassance (Minas), a especie predominante é a Cellia brasiliensis, rarissima em Juiz de Fóra, no lugar denominado Pião, onde predominam as Myzorhynchellas : lutzi e parva. No Xerem (E. do Rio), o Cycloleppteron pseudo-maculipes apparece em maior quantidade que a Cellia albimana, aliás muito abundante (Neiva). No mappa annexo melhor se apreciará esta distribuição pelo Brasil. Em Santa Cruz, Districto Federal, a densidade da fãuna anophelinica, representada pelas Cellias: tarsimaculata, albimana c argyritarsis, e Cyclo- leppteron pseudo-maculipes, é muitissimo elevada, mais do que em outro qualquer ponto do Districto Federal. | Este facto explica-se facilmente por se tratar dum logar pantanoso e onde ha sempre muito gado bovino, cavallar, porcino e lanigero, que são os animaes cujo sangue faz a delicia dos anophelincos, que assim evitam lá o sangue humano, porque já verificâmos em nossas pesquisas que onde ha gado o homem é poupado por estas especies de mosquitos. Mas a quantidade de Cellias, de Mansonia titillans e de Taeniorhynchus fasciolatus é ahi tão grande que, não saciados pelo sangue desses mammi- feros, invadem as habitações humanas que, em Santa Cruz, são baixas e escuras e por isso proprias para o abrigo das Cellias, que ahi ficam, alimen- tando-se tambem de sangue humano, se infectando e propagando assusta- doramente a malaria, (como as da fig. 27). Convem, portanto, diminuir, com urgencia, o indice anophelinico, o que se consiguirá pela desobstrucção das vallas e rios lá existentes, que eli- minará grande numero de fócos de larvas, e deste modo haverá reducção da | fáuna anophelinica, que se contentará então sómente com o sangue do gado, principalmente o encurralado e o estabulado, porque o que está solto no campo pouco servirá para nutril-os, visto achar-se quasi sempre em movimento, e, bem assim, não procurarão o homem, deixando-o em paz e à salvaguarda da malaria. | Pela observação que fizemos, concluímos que nos logares onde os ano- phelineos são poucos e acham sangue de gado com fartura, não e o homem, mas quando a sua densidade é grande, aggridem indifferen- temente animaes e homem, pela insufficiencia de sangue animal para sua alimentação. Quanto mais numerosa fôr a fíuna anophelinica, ou mais a os animaes preferidos, melhor se garantirão as condições de E 3597-919 82 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIIL das femeas e, portanto, melhor será a protecção do homem contra as suas picadas. | No interior do Brasil, nos seringaes da Amazonia, por exemplo, onde não existe gado de especie alguma, é o homem que serve de pasto aos anophelineos, fornecendo-lhes sangue, que estes insectos apreciam, por um habito adquirido, na falta absoluta de sangue de animaes d ticos Nas regiões malaricas é, por isso, de bôa medida prophylatica, antima- larica, estabular gado bovino e cavallar junto ás habitações humanas, pelo menos ao pôr do sol e durante a noite. BIOLOGIA DOS ANOPHELINEOS BRASILEIROS É na agua parada, quer collectada em folhas de bromelias, bambús, ara- ceas, taquáras, musaceas etc, ou em tanques, poços, latas velhas, cacos de garrafa ou vidros, calhas, boeiros, barris, tinas, ralos, caixa d'agua, rastos de animaes, cavidades nos rochedos etc, ou nas aguas de movimento lento (pantanos, fontes, minas, vallas, corregos) que se realisa a primeira phase evolutiva dos culicideos: a phase aquatica. Figs, 26, 27 e 28. As larvas de anophelineos dão preferencia sem pre ás aguas claras, pro- vidas de materias organicas accumuladas na superficie das aguas, e, ainda melhor, às cobertas de vegetação verde (algas etc). Por isso encontram-se de preferencia em aguas paradas com flóra e fáuna palustres. Distinguem-se, por esse lado, das do Culex quinquefasciatus que acceitam qualquer deposito “d'agua, seja das mais contaminadas, e as de Lutzia bigoti, Psorophoras : ciliata c holmbergi, Culices scapularis e serratus etc, que preferem as dos poços, vallas e charcos. Nos lugares pantanosos, os fócos de larvas de culicideos são constitui- dos, ás vezes, por quasi toda a superficie do sólo ; naquelles, porém, onde as aguas têm declividade suficiente, os pequenos regatos mal cuidados, nas- centes de rios, de margens cobertas de vegetação que impida o curso regu- lar, determinando infiltrações das bordas e a formação de brejos, assim como escavações no sólo, constituem os fócos por excellencia das larvas de anophe- lineos. Além destes, existe grande numero de outros fócos determinados pelas condições do terreno a favorecerem a estagnação das aguas, e um terceiro, importantissimo, no ponto de vista da, prophylaxia ; referimo-nos ás bromelias, taquáras, bambús, ubussuzeiro (Manicaria saccifera), buriti- zeiros, (Mauritia flexuosa e Mauritia vinifera) (fig. 28), jupatizeiros, (Sagus taedigera), musaceas, araceas etc., que abundam na nossa flóra e são fócos ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIII ém do Pará. , nos suburbios de Bel s de anophelineos larva Fig 26 — Fóco de Pag. 82 — 1 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIII Fig. 27 — Fóco de larvas de anophelineos e casas cobertas de palha de ubussuzeiro, apropriadas á vida das Cellias (quentes, baixas e escuras). Pag. 82 — 2 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIII no. Pará. Fóco de larvas de anophelineos - 28 — Fig Pag. 82 — 3 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIII TYPOS DE OVOS DE MOSQUITOS Fig. 29 “Ovos de: 1. Culex scapularis. 4 Cellia albimana. 2. Janthinosoma cingulata, . 5 Culicelsa taniorhynchus. 3. Protoculex serratus. 6. Cellia argyritarsis. Pag. 82 — 4 — nd A, PERYASSÚ — 0s ANOPHELINEOS DO BRASIL 33 de larvas de-quasi todas as especies de culicideos. Pequenas collecções de agua, como as pegádas de animaes nas margens dos pantanos, offerecem, muitas vezes, condicções mais seguras para as larvas. Na agua parada depõe a imago femea os ovos, geralmente no crepus- culo matutino, servindo-se de vegetaes fluctuantes, para nelles pousar, no acto da postura. Esta é variavel, quanto ao numero de ovos, conforme a especie de ano- phelineo, ordinariamente de 30 a 80, cada uma, num total de 200. Os anophelineos, ao contrario dos outros mosquitos, desóvam duas e mais vezes, no correr de sua vida alada, como se observa com as Cellias argyritarsis e albimana; Chagasia fajardoi, Myzorhynchella lutzi e Cyclo- leppteron pseudo-maculipes. Para a maturação dos ovos necessita o concurso de sangue, que é retirado dos animaes e do homem por meio dum apparelho sugador perfeito: — q proboscida, auxiliada, segundo uns, por uma lympha impedidora da coagulação do sangue. Inoculada no começo da picada, esta lympha possue um principio toxico irritante, responsavel pela dôr da picada, e tendo o poder immunisante das toxinas bacterianas; dahi a maior sensibili- dade dos recem-chegados ás picadas dos culicideos, que, assim, soffrem mais do que os habitantes do logar. Parece haver no repetir de inoculações a for- mação de uma antitoxina capaz de actuar energicamente no ponto da picada, ahi neutralisando o principio irritante da saliva. ; Segundo Schaudinn, o veneno ou principio toxico irritante dos mos- quitos não é fabricado pelas glandulas salivares e sim produzido pelo enzyma dum cogumelo que elle sempre encontrou como commensavel constante, tanto do ovo como das imagens dos mosquitos. E Os anophelineos fazem posturas isoladas e os ovos são postos um por um e se distribuem ao acaso, perto um do outro, na superficie d'agua, sem formar figuras caracteristicas, como se nota nos outros culicideos. Têm elles fórmas variaveis (elliptica, fusiforme, ellipsoide), com as extremidades arredondadas e appendices longitudinaes e lateraes em fórma de abas, que lhes permittem fluctuar conforme a especie ; medem geralmente de 0rm 41 a Omm 6() de comprimento e Orr 15 a Qmm 96 de maior diametro. (fig. 29) São corpos sempre fluctuantes, graças ao apparelho hydrostatico, já alludido, de variada fórma e tamanho, confórme o genero e mesmo a especie. Assim, em fórma de abas nas Cellias, Myzorhynchellas e Cycloleppteron ; e Por uma serie de tubos dispostos, uns longitudinalmente e outros em sentido transversal, de modo a formarem uma figura de estante de musica, na Cha- gasia fajardoi. 84 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXI Do 2º ao 5º dia, depois da postura, na superficie d'agua, faz-se a eclosão do ovo, sahindo uma pequena larva, composta de nove aneis, e sem syphão respiratorio, a qual mede, ao nascer, de 0"",6 a 1º", que attinge, quando adulta, de 8rm», a 10mm, conforme a especie. A eclosão se faz, ás vezes, na lama molle, não, porém, emterra humida. São dotadas as larvas de movimentos bruscos ce muito rapidos, devido em parte, aos foliolos branchiaes, perfeitos accumuladores de oxygenio, nutrem-se activamente de materias existentes na agua, quer de origem animal, quer vegetal. As larvas de anophelineos gostam de meios ricos em vegetaes, sobretudo de algas verdes e vegetaes pequenos. Na zona palustre, qualquer collecção d'agua póde servir de criadoiro ás larvas de anophelineos, quer seja agua doce ou de chuva, quer salobra ou mesmo salgada, quer esta collecção d'agua exista na superficie do sólo ou nos buracos de arvores, como mangueiras, samaumeiras ou em folhas de vegetaes, como buritizeiros, ubussúzeiros, musaceas, bromeliaceas, tinhorões, bambús, taquaras e tabúas. Os generos de bromeliaceas, ordinariamente athados com larvas de anophelineos e outros mosquitos, são: Bressia, Achnea, Bromelia, Nidula- rium, Bilbergia, Eriocaulon (E. vaginatum, Kchc.) Freycientia (F. arnotti. Gaud.), Nepenthes (N. gracilis), Eryngium (E. alvofolium). Na agua destas plantas ha humus formado por ellas e tambem pedaços de vegetacs. O desenvolvimento da larva depende de diversos factores, sendo os mais importantes a temperatura, a quantidade de nutrição do meio e a especie do culicidio. Com temperatura elevada e alimentação abundante, o estado lar- vario póde durar apenas uma semana, mas, com comida deficiente, precisa, para evoluir, um mez e até mais. Quando a nutrição é pobre, em relação ao numero de larvas, as mais fortes matam e comem as mais fracas. No Pará e no Rio (no verão), o desenvolvimento do ovo á imago, faz-se de 13 a 19 dias. Em media: ovo 36 a 48 horas; larva $ a 12 diase pupa 3. a 5 dias. No inverno, porém, esta phase aquatica é muito prolongada. No Pará, para as Cellias albimana, tarsimaculata e arg; ritarsis, o cyclo vital é 12 a 14 dias. i Cada especie de anophelineo tem o seu lugar de predilecção para creação de suas larvas. Assim, o Anópheles lutzi prefere as bromelias; o Anópheles tibia-muculatus, as collecções d'agua em cavidades de arvores. As Cellias argyritarsis c albimana, ainda que se criem em todas as especies de col- lecções agua, procuram de preferencia as fontes, minas, tanques e pantanos. A, PERYASSÚ — Os ANOPHELINEOS DO BRASIL ? 85 As larvas de Stethomvia nimba, Cellias brasiliensis, argyritarsis e allopha, são palustres, mas vivem tambem as duas primeiras, nas collecções d'agua encontradas nas folhas de buritizeiros, e as outras em bromelias, emquanto que as larvas de Myzorhynchellas parva c lutzi, Cycloleppteron maculipes, pseudo-maculipes, intermedium e mediopunctatum, são exclusivamente palustres. Mas a maioria das especies cria-se em quasi todas as sortes d'agua. mesmo nas margens de igarapés e rios de certa correnteza. Al- gumas especies são restrictas á agua contida nas folhas de bromeliaceas. Outras especies procuram agua salobra e parece que as suas larvas vivem ahi melhor do que n'agua dôce; outras adaptam-se mais á agua de chuva; outras ainda preferem agua do mar, muitas vezes em pantanos de alcalinidade muito alta, 2 a 3º/, de NaCl, como por exemplo, a Myzorhyn- chella lutzi, as Cellias albimana e argyritarsis. Vivem estas em agua que contem algas e pequenos animaes aquaticos, dos quaes se nutrem. Especies ha que são, pelo menos em parte, carnivoras de larvas de outras especies de culicideos ou da mesma especie. Em synthese: 1) Ha especies de anophelineos que podem viver e desen- volver-se na natureza, muito bem n'agua do mar. 2) Estes mosquitos põem ovos que se desenvolvem mesmo em agua do mar, da qual se evaporou 50 º/0. 3) Estas larvas nos poços de agua do mar, que se evapora gradual mente, podem supportar uma evaporação d'agua até 1/3 parte do seu volume; mas, se a concentração fôr maior, não se transformam em imagos. Aslarvas provenientes de ovos postos em agua do mar, de grande concentração, podem completar todas as suas metamorphoses no tempo normal. 7 Dá-se isto mesmo quando a agua tem uma concentração tal que o desenvolvimento de larvas, vivendo originariamente em agua do mar, não concentrada, é atrazado por esta agua salgada. No laboratorio, larvas de anophelineos, collocadas em agua com 4º/, de NaCl, crescem e se transformam; com º“/,4, 4 a 4, 6 sendo novas, morrem ; adultas, se transformam. As larvas de Cellias argyritarsis e allopha são mais sensiveis á agua do mar do que as do Stegomyia calopus. No laboratorio só se desenvolvem regularmente até na mistura de 8º/, de agua do mar; d'ahi em diante, a mortalidade é crescente, e nas proporções além de 19º/,não mais evoluem ; de 20 a 30º/, morrem, de 48 a 24 horas; na agua do mar pura succumbem ao fim de 2 horas. 86 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIII Na natureza, porém, quando os ovos são postos já na agua salgada, as larvas evoluem normalmente. Encontram-se, muitas vezes, desenvolvendo- se naturalmente n'agua salobra (14 */o dagua do mar para 86 “/o dagua potavel), juntamente com larvas de outros mosquitos. Resistem cinco dias sobre terra humida e fazem evolução quando repostas n'agua. Quanto ás larvas de Myzorhynchella parva, só pudemos verificar que, na mistura de 20º/, d'agua do mar, morrem no fim de 24 horas e na de 15º/, resistem durante 10 dias, sem, porém, transformar-se. As larvas de Cellias argyritarsis, brasiliensis, albimana, tarsimaculata c allopha, foram encontradas diversas vezes, juntamente com as de outros mosquitos, especialmente Culex coronator e Janthinosoma cingulata, como mostra o quadro junto: Especies de Anophelineos cujas larvas foram encontradas associadas no mesmo fóco: Vezes Cellia argyritarsis, Stegomyia calopus e Culex quinquefasciatus . 21 Cellia argyritarsis e Culex coronator. . ER 8 Cellia argyritarsis, Stegomyia calopus e Lind pesa Nes açà 5 Cellia argyritarsis, Lutzia bigoti e Janthinosoma cingulata . .. 4 Cellia argyritarsis, Lutzia bigoti, Culex coronator e Janthinosoma cingulata . .. 6 Cellia argyritarsis, esitiadia e odio e e AS pras o Cellia allopha, Culex a: Janthinosoma cingulata e Uranot. wi. Rs 9 Cellia logia, Culex Estdiador à Orandlóénia vi: CA 12 Cellias : brasiliensis e albimana e Cycloleppteron ódios 2 Cellias : brasiliensis e albimana e Culex coronator. . . . ... 4 Cellia albimana, Culices scapularis e coronator. . . 3 Cellia tarsimaculata, Cycloleppteron intermedium e Culex coro- ME cedo compro ze Para se poderem alimentar, as larvas percorrem a superficie do liquido e vão, ás vezes, ao fundo; em geral, permanecem na superficie d'agua, seu corpo é mantido horizontalmente e fica immediatamente submerso, emquanto que partes da cabeça e o apparelho respiratorio estão pratica- mente fóra d'agua. A larva mantem-se na superficie d'agua pelos tufos palmados situados na face dorsal (superior) do abdomen e pelo tubo res- piratorio, que é muito curto, os quaes a impedem de ir para o fundo. A, PERYASSÚ — 08 ANOPHELINEOS DO BRASIL 87 Para que ella desça, preciso é desenvolver um certo esforço. A sua po- sição horizontal caracterisa-a e distingue-a facilmente dos outros culi- cideos. A larva, quando come, volta completamente a cabeça para cima. A cabeça gira ao redor do pescoço duma maneira extraordinaria, movi- mento que ella opéra com a maior facilidade, ficando a parte inferior da cabeça voltada para cima (para a superficie d'agua), emquanto que o thorax e o abdomen ficam na posição normal. É nesta posição que normal- mente a larva se nutre; as partes buccaes trabalham violentamente; as es- covas produzem uma corrente constante na direcção da bocca e, desta fórma, as particulas que fluctuam na superficie d'agua, na visinhança, con- vergem gradualmente para a abertura da bocca e entram no canal ali- mentar. Os espóros das algas, grãos de poeiras, pedacinhos de vegetaes, “fragmentos de insectos, ou pequeninos crustaceos, em fim, tudo que fluctua, segue este caminho e, observando a larva com o microscopio, póde-se per- feitamente vel-os passar pela cabeça e thorax, até serem obscurecidos pela côr opáca das costas da larva. Si algum fragmento, pelo seu grande volume lhe fica atravessado na bocca, ella vira rapidamente a cabeça para baixo e o expelle; outras vezes, porém, engole-o com esforço. Este é o seu modo habitual de nutrição. Quando a larva está completamente crescida, desce, ás vezes, a uma pequena profundidade. Seu colorido depende geralmente da côr da substancia de que se ali- menta : será verde, se a comida fôr dessa côr, etc. Quando perseguida, permanece no fundo d'agua, como morta, durante muitos minutos. A larva de Anópheles lutzi leva nove minutos no fundo. A larva e a nympha desta espécie possuem bello colorido branco-amarellado e vermelho tijolo; estes tons variam conforme e edade da larva. A larva é carnivora e vive em bromelias e algumas vezes em latas velhas. Sua evo- lução é muito lenta: 18 a 30 dias e a nympha 4 a 5 dias. As larvas de Cellias argyritarsis, albimana e allopha, resistem durante 6 horas á dessecação e, sobre terra humida, seis dias. Em geral, as larvas de anophelineos vivem sobre terra humida 4 a 7 dias. Resistem al- gumas horas na. lama, expostas ao sol, porém morrem logo que a super- ficie se torna sêcca. Nos logares cobertos, como nas florestas, por exemplo, vivem muitos dias na lama e evoluem logo que haja agua. A colheita de larvas de anophelincos faz-se usando recipiente collocado na ponta duma vara ou haste longa, mergulhando-o rapidamente no depo- 88 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIII sito. Deve-se, para isto, procurar de preferencia as bordas dos fócos onde ellas mais se accumulam, adherentes aos vegetaes. Para a colheita em bromeliaceas e bambusaceas, emprega-se um tubo curvo de vidro com uma dilatação na parte media e que se faz funccionar como pipêta ou como syphão. As larvas de mosquitos possuem grande numero de inimigos, havendo entre elles larvas de culicideos denominadas cannibaes ce carnivoras de di- versas especies, as larvas de diversos coleopteros, as de libellulas, muitas es- pecies de peixes, ctc., pertencentes á familia Cyprinodontidco, que compre- hende umas 30 especies de peixinhos, todos vorazes, vulgarmente chamados «guarúguarós» ou melhor «barrigudinhos», destes, os mais vorazes são: O Girardinus caudimaculatus. Hens, vulgarmente conhecido pelo nome de «Barrigudinho », dotado de tanta voracidade que, onde é encontrado, não ha uma só larva; a Poecilia vivipara (Bl. & Schn,), o Glaridodon januarius, (Hens), a Jenynsia lineata (Jen.) e outras. Os morcegos, as aranhas, certos passaros (andorinhas, etc.), alguns batracchios, destroem uns a imago, outros as larvas e nymphas. Sómente de treze especies de anophelineos do Brasil, são conhecidas as larvas: Cellias: argyritarsis, brasiliensis, albimana, tarsimaculata e allopha, Myzorhynchella lutzi e parva, Chagasia fajardoi, Cycloleppteron maculipes, pseudomaculipes, intermedium e mediopunctatum, Anópheles lutzi, assim como ovos de cinco especies. As larvas de Cellias argyritarsis e allopha foram encontradas, por nós, dentro das casas de cidades, como Belém do Pará, Recife, Bahia e Rio de Janeiro, em tanques e vasos de flôres, e em chafarizes, nos jardins parti- culares e publicos. A duração do periodo de nympha dos anophelineos é de tres a cinco dias. As nymphas dos anophelineos têm movimentos mais ou menos lentos; não se alimentam, sómente respiram, fazem eclosão sobre terra humida, em agua salobra, na mistura de 60º/, de agua do mar ; dahi em diante morrem em algumas horas (8 a 12). Tambem eclosam no soluto de NaCl a 1 º/,. Na natureza, porém, evoluem normalmente. Resistem á dessecação em papel de filtro, até nove horas. Fixada a nympha á superficie d'agua, quando opportuna a sua metamorphose, rompe-se-lhe horizontalmente o envolucro do cephalo- thorax, apparecendo a cabeça do insecto e em seguida as outras partes do corpo. Uma vez enxutas as azas, o culicideo vôa, começando, assim. a phase alada de sua existencia. A. PERYASSÚ — Os ANOPHELINEOS DO BRASIL 89 Sugam sangue dois ou tres dias, após a eclosão ; geralmente, porém, o fazem 24 ou 48 horas depois, e as Cellias argyritarsis, albimana, tarsima- culata e allopha e a Myzorhynchella lutzi, mesmo maiscêdo, 10 a 12 horas depois. Os anophelineos adultos habitam, em geral, os bosques, vôam a pe- quena altura do solo, abrigando-se nas folhas das hervas e arbustos e no tronco das arvores, em lugares escuros e abrigados, nutrindo-se de succos vegetaes e sangue dos animaes domesticos e selvagens. Ha especies que picam voluntariamente nas habitações e outros sómente no exterior. Tendo apenas envergadura para pequenos vôos, só ' accidentalmente se afastam dos depositos larvarios e isso mesmo levados pela fome e pelos ventos. Nestes dois ultimos casos, cumpre observar o seguinte: a distancia que os anophelincos têm capacidade de percorrer no vôo é particula- ridade importantissima, de indispensavel conhecimento sob o ponto de vista da prophylaxia da malaria. Tem-se verificado que o vôo destes dipteros é, em média, de 209 a 400 metros; mas podem vôar no maximo até 2.000 metros, desde que não encontrem alimento e abrigo proprios, junto ao fóco, e sejam tambem auxiliados por ventos ligeiros, podendo voltar ao mesmo ponto para fazerem postura, quando não acham agua propria pelo caminho. Esta distancia, porém, é percorrida em pequenos e successivos vôos. No Pará encontrámos fócos de larvas de anophelincos (Cellias) a du- zentos e a trezentos metros das casas infestadas por estes mosquitos. Podem, porém, ser transportados a grandes distancias, em comboios, vapores, barcos e até em caravanas. Não atravessam grandes regiões descampadas ou grandes superficies d'agua. As Cellias albimana e tarsimaculata, porém, atravessam pequenos rios, atacando mesmo os individuos que se achem em embarcações paradas no meio destes. Nas florestas, onde acham facilmente abrigo e alimento, permanecem no mesmo logar toda a vida. No Brasil, do Rio para o Norte, as gerações de anophelineos succedem- se o anno inteiro, mas do Rio para o Sul, em que a temperatura baixa muito durante alguns mezes, ha uma certa paralysação nos mezes de Junho e Julho. A existencia alada dos anophelineos é variavel com multiplos factores, - sendo delles os mais importantes a temperatura, a alimentação e a cópula. A imago macho, depois da cópula, deixa em breve de existir e a femea realisa posturas successivas, que lhe exgottam a vitalidade. As especies Chagasia fajardoi, Cellias albimana c argyritarsis, My20- rhynchellas parva e lutzi, podem viver 21 dias c talvez mais, no ogia 3697-919 90 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIII mas precizam picar quasi diariamente. Em geral, quasi todas as femeas de anophelineos morrem ao cabo de duas a tres semanas e os machos de tres a quatro dias. Fazem posturas de 10 a 15 dias, depois da primeira picada. Os anophelineos inda raramente sugam durante a noite, na ausencia da luz; são culicideos geralmente crepusculares, exercendo o hematopha- gismo por esta occasião, durante muito tempo. Fóra destas horas, só cx- cepcionalmente se alimentam. As femcas de todas as especies nutrem-se mais ou menos prompta- mente de sangue de mammiferos; entretanto, por vezes, tambem procuram . o de passaros. Preferem o boi, o cavallo, a mula, o burro eo porco ao homem. As crianças são preferidas ao adulto. Não achando sangue, sus- tentam-se de substancias assucaradas, taes como: assucar, mel, tamara, banana, sueco de fructos em geral, nectar das flôres, etc. | Estes animaes, principalmente os quatro primeiros, exercem grande at- tracção sobre os mosquitos, quer pelo cheiro que desprendem, quer pelo sangue, que é muito apreciado por elles. Quando se utiliza de boi ou cavallo para capturar mosquitos anophelineos nunca se é attacado por elles; e bem assim nos estabulos e cocheiras onde ha gado e muitos mosquitos anophe- lineos o homem não é sugado por elles e no entanto se os encontra ás cen- tenas e na totalidade cheios de sangue animal, preguiçosamente pousados nos tectos e paredes abrigadas dessas habitações. Pelo que se conclue que estes animaes protegem o homem contra a picada dos anophelincos, principalmente se as condições de alimentação destes dipteros se faz: abundantemente e se encontram abrigo escuro e calmo. | Em Santa Cruz vimos um estabulo formado por uma puxada, com duas rezes e alguns porcos, que obrigava centenas de Cellias, cheias de sangue, emquanto que no resto da casa (quartos e salas) não havia um só anophelineo e os habitantes não se queixavam de ser picados por mos- quitos, o que nos faz affirmar que ás habitações humanas anna ás dos animaes domesticos. São encontrados raramente no interior das casas, estabulos e cocheiras desabitadas a muito tempo, mas permanecem por algum tempo nos estabulos e cocheiras em que ainda se sente o cheiro proprio do gado, a espera da primeira victima que lhe appareça, animal ou homem, que será fatal- mente attacada, mesmo a qualquer hora do dia ou da noite. “Nestes lugares predominam sempre as. femeas, que ahi vivem para se nutrir e repousar, emquanto que os machos, cuja. alimentação sanguinea * A” PERYASSÚ — OS ANOPHELINEOS DO BRASIL 91 “não é necessaria, se os encontra em qualquer parte e abrigo favoravel, in- dependente da presença de animaes que lhes forneçam sangue. Quando as femeas de anophelineos podem obter facilmente sangue e com abundancia, escolhem as suas victimas, que são de preferencia animaes domesticos, conforme já referimos. Mas quando as necessidades de sangue são prementes, pela raridade das victimas ou a elevada densidade anophe- linica, a escolha torna-se mais restricta e o homem é então procurado, assim como as aves domesticas. As especies semi-domesticas gostam enormemente de casas baixas, es- curas e quentes, como as nossas cafúas e barracas de palha (fig. 27); não lhes convem quartos arejados, illuminados e de paredes alvas e altas. O sangue de animaes domesticos, portanto, representa na alimentação dos anophelineos papel muito mais importante do que o sangue humano. As femeas que estão proximas a fazer posturas deixam de sugar sangue, só o fazendo novamente depois da postura. A procura de sangue é, todavia, mais ardente em algumas especies do que noutras. As especies que têm maior appetite de sangue vôam, se for ne- cessario, distancias consideraveis dos logares onde nasceram, afim de obtel-o. Os machos não picam, alimentam-se de succos de fructos e de nectar de -flôres; reunem-se em grupos, para os quaes as femeas vôam para a união sexual. ' Os costumes de nutrição da femea dos anophelineos têm importancia capital sobre o papel desses mosquitos como transmissores da malaria. Ha certas especies, como as Cellias tarsimaculata, albimana e argyritarsis, que se acham quasi sempre em logares habitados pelos animaes domesticos e pelo homem, casas e visinhanças, e gostâm da sua convivencia; são especies semi-domesticas, crepusculares c nocturnas. No captiveiro, picam o homem e o animal a qualquer hora do dia ou da noite, quando ha luz. Na natureza, ellas, não encontrando sangue de animaes, sugam o do homem. 7 ? | Outras especies, porém, raramente procuram o homem. Assim, por exemplo, a Stethomyia nimba, mosquito selvagem, pouco o aggride. Os anophelineos em geral, quando com o estomago vasio, atacam im- -mediatamente e, durante a refeição, não deixam facilmente a presa, ainda que se lhes toque. Sugam até ficarem completamente cheios e, para que possam sugar mais, expellem pelo anus as fezes e 0 liquido intestinal e mesmo um pouco de sangue. ” 92 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXHI Em condições naturacs elles picam ao ar livre, nas casas, cstabulos e cocheiras, especialmente as Cellias albimana, argyritarsis e allopha e a Myzorhynchella lutzi, que gostam mais de sangue de gado vaccum do que de homem. Nas casas habitadas e proximas a estabulos com gado bovino . se observa que estas especies são raras na habitação humana, ao passo que enxameam naquelles, onde só procuram sugar os animaes, respeitando mesmo o homem que lá permaneça na hora de sua maior actividade. A ultima só apparece ao crepusculo, procurando os logares abrigados do vento. | E' encontrada em profusão nos estabulos; pica dolorosamente. Os anophelineos penetram nos domicilios geralmente durante o cre- pusculo vespertino; a invasão matutina opéra-se em menor numero. Ao penetrar no domicilio procuram logo atacar e em seguida pousam pelas paredes e moveis; só mais tarde, quando ha luz, ellas renovam a aggressão. Pela madrugada sugam avidamente as pessoas adormecidas, e, depois de repletos, pesados, e por isso mesmo incapazes de grandes vôos, pousam outra vez nas paredes, ahi ficando tres a quatro horas a fazer a digestão, para então abandonarem o domicilio, retirando-se para o matto; isto quando não se trata de casas escuras. Não voam longe, escondem-se na folhagem, perto da casa, e a maioria volta ao crepusculo para, no mesmo lugar, re- petir a refeição, trazendo com elles outros novos. Elles vão se substituindo gradualmente, até que no fim de 10 a 12 dias os primeiros não voltam mais, e assim vão espalhando-se aos poucos por outros pontos visinhos, e, quando infectados, levando os plasmodios da malaria ás pessoas indemnes, e desta maneira semeando a doença e a morte. ; Quando as casas são escuras e as condições externas de tempera- tura lhes são menos propicias do que as do interior das habitações, ahi permanecem ás vezes por muitos dias, em lugares escuros, digerindo os alimentos (cada digestão se faz em média em 48 horas), e a espera da maturação dos ovos, que se realisa em 10 a 15 dias, depois da primeira alimentação de sangue. Haverá, portanto, tempo para a evolução do hematozoario da ma- laria, e a infecção do homem pelas picadas successivas do anophelineo, o qual torna-se infectante de nove a doze dias depois que sugou sangue com gametos. Este facto explica porque a malaria é uma doença adquirida dentro de casa, na babitação, geralmente quando o individuo dorme ou na hora do jantar, sendo muito rara a infecção no exterior. Ao cahir da tarde, quando o homem procura a sua morada para o repouso, tambem os ano- A. PERYASSÚ — OS ANOPHELINEOS DO BRASIL "o phelineos se recolhem a ella; raros durante o dia, quando tambem podem picar, a densidade anophelinica augmenta á tardinha e ao cahir da noite, atraídos pelas luzes, pelas vozes e pelas presas que procuram para seu sustento. A maioria dos anophelineos no Brasil repousa durante o dia e voa no lusco-fusco, isto é, logo que o sol vae desapparecendo do horisonte ; mesmo os que sugaram na noite anterior, vôam no lusco-fusco e durante 30 a 40 minutos, conforme a luz e a temperatura; atacam o homem e os animaes, successivamente, por especies. O vôo é um exercicio indispensavel á vida destes insectos, sem o qual elles morrerão em pouco tempo. São mais nume» rosos ao cahir da noite do que pela manhã. Fóra do domicilio, em noite de luar, com temperatura elevada, picam até às duas horas; mas deixam de o fazer das duas ás quatro; desta hora em diante, até ás seis da manhã, tornam-se outra vez activos. No Pará, em Santa Cruz e na baixada do Rio, nas noites enluaradas, quentes e calmas, as muriçocas atacam em enxames, homens e animaes, atormentando-os horrivelmente; pela manhã, porém, não se nota mais uma só. 7 Durante o dia picam nos logares sombrios, nas mattas ce cacauaes, nas casas e barracas escuras, mas em menor numero, com excepção de tres especies brasileiras que atacam em enxames, em plena luz, a qualquer hora do dia. deem Durante o dia, no domicilio, procuram logares escuros para descansar, pousando de preferencia nas paredes, muros ou objectos e roupas pretas ou azues e, quando fóra delle, no meio das hervas, pousam no lado inferior das folhas, escolhendo sempre um logar bem protegido do sol, da chuva e do vento. Quando pousados nas paredes ou muros formam um angulo de ta- manho variavel (25º a 55º), conforme a especie : o abdomen fica no mesmo eixo do thorax e da cabeça. Ha, porém, especies que pousam diffe- rentemente : a Chagasia fajardoi, por exemplo, o faz como Culex, ao passo que a Stethomyia nimba pousa e vôa como Dendromyineo. Esta é diurna e crepuscular. Seu vôo é lento e cheio de evoluções, trazendo as pernas posteriores voltadas em arco para a cabeça ; apparece para sugar antes de qualquer outro anophelineo, não pousa no abdomen dos animaes e sim nas ancas e pernas. Suas azas não têm manchas; de anophelineo só possue dois caracteristicos : palpos longos na femea e escutello simples; mas o escutello não é caracteristico dos anophelincos, porque estes podem tel-os tambem trilobado, como acontece na Chagasia fajardoi e outras especies. “94 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXI As Cellias tarsimaculata, albimana e argyritarsis, porém, depois de sugar, permanecem no interior do domicilio e só se retiram quando têm de fazer a postura. Foi o que observámos cuidadosamente, em 1909, no) Marco de Legua, bairro suburbano de Belém do Pará. São mosquitos semi- domesticos. Em presença da luz os anophelineos picam a qualquer hora da noite, e tivemos occasião de capturar muitos exemplares de Cellias argy- ritarsis quando sugavam no Cinema Olympia, em Belém, cujo salão se achava fortemente illuminado, ás 9 horas da noite. No Pará tivemos occasião de ser picado varias vezes pelas Cellias albimana e argyritarsis, ás 2 horas da tarde, em cacauaes, bem illu- minados. | A Cellia brasiliensis e a Manguinhosia lutzi tambem são diurnas, picam em pleno dia ao sol, e tambem em dias chuvosos, em campo “desabrigado, aos enxames, homens e animaes; são mosquitos de buri- tizaes, A Chagasia fajardoi aggride em matta pouco sombria, e o mesmo se observa com as especies Myzorhynchellas: parva e lutzi, Cycloleppteron maculipes, pseudo-maculipes, mediopunctatum e intermedium. O Anó- pheles lutzi suga de noite e de dia e a sua picada é pouco dolorosa. E' mosquito das montanhas, apparecendo em menor numero nas baixadas. A Chagasia fajardoi, anophelineo muito caracteristico, vôa e pousa como culex, é muito voraz, tem azas sem manchas, pescoço muito comprido (1==), antennas com tufos de escamas nas*articulações, lóbos prothoracicos salientes e escutello trilobado. O ovo é muito typico, differente do dos anophelineos em geral; parece-se com um cacão verde ou um quiabo. Seu apparelho hydrostatico é sui-generis. Posturas isoladas e parcelladas. E” -palustre e habita os buritizaes. Apparentemente, a actividade de cada especie de mosquito é governada pela temperatura e pela quantidade de luz, razão porque o tempo de appa- -Tecimento e desapparecimento d'uma papeis, varía com a Sa e as con- | dições climatericas. As especies albimana, tarsimaculata e argyritarsis apparecem simulta- neamente e em abundancia logo no principio do crepusculo, permanecendo até o fim. A Myzorhynchella parva precede sempre a Myzorhynchella lutzi cesta a Chagasia Es que ataca já ao cahir da noite. O Cycloleppteron A, PERYASSÚ — OS ANOPHELINEOS DO BRASIL 95 maculipes e o pseudo-maculipes vêm antes do Cycloleppteron mediopun- ctatum. Quer nos parecer existir um optimo de luz que varia para cada especie; de maneira que, conforme o mez, a hora favoravel para o apparecimento e desapparecimento não é constante. Assim observou o Dr. Neiva no Xerém, no mez de Junho, em que, geralmente, o apparecimento dava-se ás à horas e 30" e o desapparecimento ás 6; dia a dia começa vam a chegar mais: tarde e em meiados de Agosto a hora habitual oscillava entre 3,90" e 6 horas (chegada) e 6, 10" e 6, 30' (partida), raramente decorria entre a chegada e a partida do primeiro anophelineo um espaço de tempo que ia além de 30 mi- nutos e aquem de 15. Identico facto verificâmos no Pará, na baixada do Rio e nos campos de Santa Cruz. Sempre que ha luar os anophelineos prolongam a permanencia por oa 10 minutos; póde-se então vêr os animaes assim collocados em plena luz, completamente illuminados, serem do mesmo modo atacados por elles, Uma unica vez capturámos uma especie de ano phelineo —o Cyclo- leppteron intermedium, picando em plena escuridão, ás 8 horas da noite. Pela madrugada os anophelineos só atacam quando ha certa claridade e à medida que esta vae augmentando cresce o numero daquelles, até que a intensidade luminosa acabe por afugental-os (Neiva ); durante o crepus culo matutino elles apparecem em pequena quantidade, em relação ao que se nota no crepusculo vespertino. É Sendo o optimo de temperatura para o ataque dos anophelineos de 22º a 26º, nós e o Dr. Neiva, no entanto, capturamol-os a 17º C, quando pro- curavam picar, ainda que em menor numero. A temperatura de 19º c. não exerce a menor influencia sobre o seu apparecimento. Em pleno dia qualquer especie deste culicideo póde ser capturada, posto que em numero diminuto, porém dentro da matta ou em lugares abrigados. Em pleno campo, em dias sombrios, póde-se, ainda que raramente, captu- ralos, como tivemos occasião de observar algumas vezes em Cascadura, Jacarépaguá, Santa Cruz, Pavuna e margens da Lagôa Rodrigo de Freitas. A chuva só tem influencia emquanto cáe torrencialmente. No Pará ve- rificámos que, quando fazia muito calor e chuviscava, os anophelineos atacavam ferozmente, parecendo que o phenomeno da chuva excitava a actividade destes mosquitos. No inverno, no Sul do Brasil, refugiam-se nas casas e especialmente nos estabulos e cocheiras e, quando a temperatura está baixa, ficam quietos, mas logo que-esta se eleva procuram sugar. | 96 ARCIIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXI As côres de predileeção dos anophelineos são, na ordem decrescente: azul-marinho, vermelho-escuro, castanho-amarellado, escarlate, preto, cin- zento ardosia, verde-escuro, violeta, verde, azul, cinzento perola, sendo as côres que melhor attrahem os anophelineos o azul-marinho, vermelho-escuro eo preto. - Para a captura dos anophelineos utilizamo-nos de cavallos ou burros, que são conduzidos para o logar desejado, na proximidade de pantanos, em plena matta ou brejo. Para captural-os, depois de pousados, emprega-se um tubo de vidro, tendo-se o cuidado de trazel-o perfeitamente secco. Quando pousado o mos- quito, deve-se approximar delle a abertura do vidro ou tubo e o insecto voará para o fundo da vasilha, que será imediatamente coberta com o dedo, arrolhando-se depois com algodão. | Assim capturado o mosquito, trata-se de matal-o, o que se consegue, aquecendo o tubo ou o vidro com um phosphoro, ou molhando o algodão, que serve de rolha, com algumas gottas de ether, chloroformio, benzina ou xylol, tomando-se, porém, a precaução, neste ultimo caso, de que a substancia derramada, por abundancia, não chegue a molhar o insecto; em seguida, deita-se o tubo ou vidro, conservando-se assim até a sua morte. Esta operação tem por fim obter-se que elle morra de azas abertas, o que facilita muito a sua classificação; o insecto será retirado do tubo sómente algum tempo depois da morte, quando já tenha adquirido certa rigidez, afim de que as azas permaneçam abertas e as pernas distendidas. Para a captura dos mosquitos na matta, levam-se dois tubos ou frascos de calibres diversos; o maior conterá no fundo uma camada de algodão embebido em gottas das substancias acima mencionadas ou melhor de cyanureto de potassio, e servirá para matar e guardar os mosquitos e o outro para captural-os, o que se faz da maneira seguinte: Em logar som- breado da matta, principalmente nas proximidades d'aguas estagnadas ou de pouca correnteza, a pessoa incumbida da collecta permanecerá parada á espera que elles venham voejar em torno, o que não demorará, si o local fôr bem escolhido; e sobre as mãos e antebraços, se estes forem expostos, ou nas vestes, os mosquitos pousarão; deixar-se-á que comecem a picar, afim de melhor captural-os, e, com a abertura do tubo pequeno cobre-se-o ; o insecto voará para o fundo do tubo emquanto que o operador cobrirá a abertura com o dedo, passando em seguida o insecto para o tubo maior + A, PERYASSÚ — OS ANOPHELINEOS DO BRASIL “7 que contem algodão embebido, e que será arrolhado com algodão secco ou rolha de cortiça, logo que o mosquito tenha passado. Com qualquer agulha de costura ou alfinete de pequeno tamanho monta-se o mosquito. Esta operação consiste em collocar-se 0 insecto de lado, com cuidado, sobre uma folha de papel de filtro ou matta-borrão ou cortiça c atravessar-lhe o corpo com o alfinete, espetando-o no espaço lateral que fica entre as pernas médias e a raiz das azas (mesopleura), Depois de espetado no alfinete, implanta-se este pela extremidade opposta; em uma rodela de cortica, collocada no fundo de uma pequena caixa de madeira ou papelão. Cada rodela poderá conter tres a quatro mosquitos, de modo que elles não estejam em contacto. No fundo da caixa será espalhado um pouco de naphtalina liquefeita ou acido phenico, que tem a propriedade de resguardar contra os bolôres, Si não fôr possivel montal-os, bastará, 4 proporção que forem cap- turados e postos no tubo maior, isolal-os em pequenos êspaços, por meio dum pedaço de algodão, sem, porém, esmagal-os, tendo-se o cuidado de tampar o tubo com algodão embebido em xylol, chloroformio ou naphtalina, quando estiver completamente cheio e o tubo não contenha cyanêto de potassio. Usa-se para o transporte de mosquitos a grandes distancias, além dos processos acima indicados, pequenas caixas de madeira, forradas de pita, embebida em naphtalina e acido phenico, hermeticamente fechadas; ou então tubos de vidro munidos de uma série de tampões de algodão, os quaes se vão collocando um sobre o outro, à proporção que se capturam os mos quitos, havendo sempre o cuidado de aquecer ligeiramente o tubo quando cheio. Os mosquitos mortos pelo aquecimento ficam com as azas abertas e as pernas distendidas, facilitando assim a sua identificação. No laboratorio monta-se-os pelo mesmo processo acima referido, mas em vez de implantar-se em rodelas de cortiça, faz-se em rolhas adaptadas a pequenos tubos de vidro, tendo no fundo uma pequena quantidade de algodão embebido em solução etherea de naphtalina, privada de ether, depois, pela permanencia na estufa. Ao tubo colla-se um rotulo indicando o nome, local onde foi capturado, hora do dia ou da noite, se são raros ou abundantes e se existem durante ou sómente em determinada época do anno. Os anophelineos em geral preferem picar o ventre dos animaes. As Cellias brasiliensis, albimana, allopha, porém, pousam em qualquer parte do animal; as Myzorhynchellas lutzi e parva, sugam tambem o pescoço, a 13 7429-919 98 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIII cabeça e ancas, é os Cycloleppteron preferem as pernas e pés dos animaes e do homem. x * Dos Anophelineos brasileiros sómente as especies: Anópheles mattogrossensis, Lutz-Neiva; Stethomyia nimba, Theo. e Chagasia fajardoi, Lutz, possuem escamas erectas e bifurcadas no occiput ; as outras especies não as têm. Theobald escreve que o Cycloleppteron maculipes não tem tufos na face inferior do abdomen, o que não é verdade, porque as duas especies C. max culipes e pseudo-maculipes os possuem nos bordos apicaes e inferiores dos oito ultimos segmentos. Os zumbidos dos anophelineos são de escala menos alta, que as do Culex e Stegomyia calopus. As vibrações variam em numero, conforme o mosquito se nutriu ou não. Assim, haverá maior numero de vibrações para os que se alimen- taram. As notas mais altas do macho são de 880 vibrações, mas, geralmente, produzem apenas 440 vibrações. Re As manchas das azas e das pernas dos anophelineos soffrem muitas vezes differenças notaveis, tanto na distribuição quanto no colorido. A maioria dos exemplares de Cellias argyritarsis do Rio Grande do Sul, possue a costa quasi toda preta. | A côr geral dos Culicideos varía segundo a idade e si elles têm ou não sugado sangue. We No Temos encontrado em nossas pesquizas muitas especies de anophelineos . que vêm em auxilio de nossos estudos sobre o hybridismo dos culicideos. Kinoshita refere que observou sahirem imagens differentes de uma mesma postura. Tomou elle uma femea de anophelineo, fecundada e bem nutrida e isolou-a até desovar. As larvas se desenvolveram e as nymphas fizeram eclosão e deram cinco variedades de anophelineos, consideradas | pelos diversos autores como especies, assim : Exemplares A E DM SS rasca Ca 3 á é Pas inn » ; ; : 3 2 A, PERYASSÚ — OS ANOPHELINEOS DO BRASIL 99 Ha duas especies de mosquitos que parecem estar neste caso; são as Myzorhynchellas: parva e migritarsis, que sómente se differenciam da es- pecie lutzi pelo seguinte: a primeira por ser muito menor, ter as manchas das azas brancas, e as escamas tambem das azas menos densas, e pelo colo- rido geral pardacento; a segunda porque possue no pé posterior, que é hranco, como o da M. lutzi, dois aneis pretos e por ser mais escura do que a M. parva, da qual se distingue perfeitamente pelos aneis pretos. Mas ha uma regra antiga em Zoologia, dispondo que os insectos apresentam uma grande variação no desenho do corpo, tanto nas estações em que elles apparecem, como nos logares em que são achados. Dá-se este facto nas especies de borboletas, especialmente na “ Araschnia prorsa e levana.” As larvas das especies M. lutzi e M. parva são, porém, ligeiramente diferentes, razão mais positiva que nos levou a acreditar em duas especies distinctas. As CeLias brasileiras nos apresentam factos identicos quanto à coloração geral e os tufos de escamas abdominaes. A distribuição e a constancia dos tufos abdominaes de escamas nellas é muito curioso: A Cellia allopha não os possue, apparecendo, ás vezes, em alguns exemplares, algumas escamas nos logares dos tufos. Na Cellia argyritarsis, é muito variavel o tamanho delles; na Cellia brasiliensis, em certos exemplares se encontram, além dos tufos lateraes e apicaes, algumas escamas pretas, como traços de tufos, na face inferior do abdomen e, finalmente, nas Cellias albimana e tarsimaculata existem grandes tufos de escamas, tanto nas partes lateraes e apicaes, como na face inferior ou ventral dos segmentos abdominaes. Por este facto supprimimos o genero Neocellia e consideramos, nas Cellias, os tufos abdominaes como simples elementos especificos. Serão simples variedades? * x x No Brasil transmittem a malaria as especies seguintes: Cellias: albimana, tarsimaculata, argyritarsis e brasiliensis; Cycloleppteron: ma- culipes, pseudo-maculipes, mediopunctatum e intermedium; Anópheles lutzi, Myzorhynchellas: lutzi e parva, e Stethomyia nimba.. As outras especies são apenas suspeitos. Mas praticamente responsaveis pela Fen culação do impaludismo no Brasil, são só as Cellias: albimana, tarsima- culata e argyritarsis. Rio de Janeiro, Outubro de 1918. INDICE FIOENTO s «à Caracteres e c! jadineação doê Anopietinége do Brasil Genero Anópheles: A, mattogrossénsis ; is vo: Ao datas q do O a A. ibiiinscnintão PRESSA e NR A. gilesi . DER E E a aço Genero Myzorhynchella: M. lutzi RR Re O a M. parva . . vc M. nigritarsis. ; sig Genero Manguinhosia: M. lutzi. .. No a Genero Cycloleppteron: C. medio punto, a C. intermédim . ss ssa C. maculipes. “Asas C. pseudo-maculipes: wa Gerero Celila: C. arpyritarsis 4 , 2... 206 GC. brasillentis ss ssa C. albimanã , . vc ra C. tarsimicuiati. 2 44 ds C. allopha s ss ss sai Genero Chagasia : Ch. fajardói, = Es O Genero Stethomyia: St. nimba. . ...... Distribuição dos Anophelineos. . +... ..c.: Biologia dos Anophelineos. . ....... Às côres de predilecção dos Anophelineos . . .. Captura, preparo e conservação dos Anophelineos . Regiões dos animaes preferidas pelos Anophelineos . Dos zumbidos, tufos e manchas . ...... Do hybridismo dos culicideos . .. s.. Especies de anophelineos vectoras da oia oro Pags. 9 — 12 12 13 — 14 14 — 17 17 — 19 20 — 22 23 — 29 29 — 35 35 — 39 39 — 43 43 — 48 48 — 52 52 — 57 57 — 61 61 — 63 63 — 66 66 — 70 70 7 — 71 7 — 75 176 — 77 7 — 82 82 — 96 96 96 — 97 97 98 — 99 98 — 99 99 ACTIVIDADE SCIENTIFICA DOS Professores Gorceix e Costa Sena PELO Professor Alberto Betim Paes Leme ACTIVIDADE SCIÊNTIFICA DOS PROS. GORCEIX E COSTA SENA PELO PROFESSOR ALBERTO BETIM PAES LEME Meus Senhores! Presta hoje o Museu Nacional uma justa homenagem a dois grandes scientistas que muito fizeram em prol da Geologia do Brasil, Gorceix e Costa Sena. Quiz o destino que desapparecessem quasi simultaneamente o mestre e o discipulo; o fundador da Escola de Minas de Ouro-Preto, berço da nossa Geologia, e o seu successor que, durante trinta e oito annos, na cathedra, no laboratorio, no terreno, sempre elevou o nome da Escola. Ambos dedicaram o melhor dos seus esforços na grande obra de ensinar, guiar os moços atravez as asperas picadas da Sciencia, condu- zmdo-os á estrada meridiana da Verdade. Revendo o volumoso material scientifico deixado por Gorceix e por Costa Sena, devo reconhecer que, apesar de grandiosa a sua obra, as horas longas e pacientes, durante as quaes ensinaram, não constituem uma parcella pequena dessa obra. Ahi estão, de facto, às dezenas, como testemunhas, nomes illustres empunhando o facho luminoso que lhes fôra transmittido pelos seus dois grandes antecessores. O que foi Gorceix como pedagogo vemos traçado em phrases vivas pelo mais illustre de seus discipulos, o Dr. Gonzaga de Campos, no bello discurso que dirigiu aos engenheiros de 1919, em Ouro Preto. A sua conclusão diz: « Mestre perfeito»! De Costa Sena disse ainda o Dr. Gonzaga de Campos, ter sido o grande batalhador na sua susten- tação dos creditos do legado instituido pelos fundadores da Escola. Dois nomes pranteados! Assim desapparecem os homens. Todos aquelles que conhecemos, que amamos, que viveram ao nosso lado horas felizes e que lutaram e contra as asperezas do caminho. | : 7429-919 106 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIII Dentro dessa multidão ceifada a todo instante pela morte alguns não desapparecem completamente. Para o coração desaggrega-se a materia, —fica porém gravada na obra, no livro, essa centelha de intelligencia, fructo da consciencia que parece pairar tanto acima do que é inerte e do que vegeta. Gorceix e Costa Sena deixam fructos de suas observações esclarecidas pelo saber, interpretadas pela intelligencia, divulgadas pelos seus escri- ptos. Abordam esses escriptos problemas que se referem á nossa terra, ao nosso solo, ás pedras de nossas estradas, ás gemmas de nossas lavras, ao ouro e ao ferro de nossas minas. A obra de Gorceix e de Costa Sena é vasta; abraça, fére quasi todos os grandes problemas de Geologia que interessam ao nosso meio. Vejamos alguns dos pontos que a sua sciencia conseguiu burilar com um simples martelo do geologo. Encontramos trabalhos de grande alcance scientifico, que se referem á geologia do centro de Minas, trabalhos de real interesse industrial, que se occupam das jazidas mineraes, trabalhos meticulosos de minerographia, determinações chimicas delicadas. Na obra de Gorceix, em primeiro plano, figura a sua classificação da serie geologica chamada Serra de Minas, camadas que se acham en- costadas á serra do Espinhaço. - A individualização dessas rochas de Minas é uma questão sujeita ainda hoje á controversia. São as rochas que se tornaram familiarisadas com os nomes de itabi- ritos e itacolomitos, nomes esses que passaram ás litteraturas scientificas das linguas européas. Nellas se encontram as nossas ricas jazidas de ferro, estando ahi disse- minado o nosso ouro. Dellas parecem derivar os diamantes dos nossos rios. São rochas transformadas pelo metamorphismo, deformadas pela orogenia, onde a crystallização destruiu os testemunhos fosseis, que por- ventura tivessem existido, tornando impossivel qualquer identificação de idade absoluta, e onde as falhas, deslocamentos e dobras, que acompanham a formação das montanhas, baralharam as diversas camadas, difficultando sobremaneira o conhecimento de sua idade relativa. Tudo era difficultado pela ausencia de mappas exactos. Gorceix. delineou nessa serie complexa um systema estratigraphico onde os seus successores poucas modificações lograram introduzir. PÃES LEME — ACTIVIDADE SCIENTIFICA DE GORCEIX E COSTA SENA 107 Acompanhou a ordem dos terrenos para o sul até a sua base pro- priamente dita, situada nos gneiss das serras da Mantiqueira e do Mar. Os gneiss são geralmente o ponto de partida de todas as series geologicas. Muitos geologos consideram-nos como os mais antigos terrenos. No Brasil, formam incontestavelmente o escudo, continente primitivo, de encontro o qual para o occidente veiu sedimentar-se uma grande parte da America do Sul. Gorceix distinguiu, acima dos gneiss, micachistos, quartzitos, com sericita e fuchsita, schistos micaceos, phylladianos, nos quaes incluiu os itabiritos, calcareos crystallinos, finalmente, os quartzitos denominados itacolomitos, capeados por outros quartzitos conglomeraticos. lissa contribuição, já tão valiosa por si mesma, acha-se acompanhada por considerações geraes de grande alcance, que se referem ao meta- morphismo. Gorceix considera os gneiss da serra do Mar como terrenos primitivos, isto é, constituindo a primeira crosta solidificada da terra. Quanto à palavra metamorphismo, applica-a elle simplesmente ás transformações por crystallização, que tiverem sido posteriores á formação “dos terrenos. A pproxima-se assim singularmente de uma escola bem moderna, da qual se fez campeão o meu illustre mestre Termier. O metamorphismo não tem idade, attinge em suas manifestações regionaes, isto é, mani- festações que se estendem a grandes áreas, geralmente os terrenos antigos que chegaram a ser soterrados em baixo de camadas espessas de outros sedimentos, approximando-se desse modo de uma região ainda semi-fluida na espessura da crosta da terra. São conhecidos hoje gneiss de idade triasica, isto é, do periodo secundario, nos Alpes; schistos crystallinos, tambem secundarios, na California. Tudo nos indica, no centro de Minas, c desapparecimento da capa espessa de terrenos, que teria permittido a acção profunda do metamor- phismo regional sobre as rochas actualmente expostas. ; Foi Gorceix, de facto, quem chamou a nossa attenção para a ausencia das linhas anticlynaes em Minas, isto é, para a destruição das abobadas nas dobras dos terrenos que constituiram as montanhas. Subsistem somente os lados inclinados dessas abobadas, sulcados e deslocados pelas falhas. O metamorphismo das rochas de Minas sobreposto ás rochas mais metamorphoscadas ainda da costa indica ter havido um fundo geo- 108 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIII synclinal, isto é, um grande fundo marinho, onde se accumularam espessas camadas de sedimentos, quanto mais baixas mais modificadas e de onde surgiram mais tarde, em surtos orogenicos, diversas cadeias de mon- tanhas, a serra do Mar, a serra da Mantiqueira, e a serra do Espinhaço, como tres grandes vagas que se succedessem no tempo e no espaço. Considerando sempre Minas Geraes, que foi o seu grande laboratorio de pesquizas, Costa Sena estendeu os seus estudos geologicos para o norte e para o nordeste. Possuimos uma descripção meticulosa, assim como uma localização minuciosa das rochas por elle encontradas. Essa região constitue o traço de união entre a série de Minas que acompanha a serra do Espinhaço para o norte em direcção á Bahia, e os gneiss e granitos ultrametamorphoseados da serra do Mar. É uma vasta área occupada por schistos crystallinos que abrange os valles dos rios Arassuahy e Jequitinhonha. Essa região de schistos crystallinos é um grande celleiro de pedras coradas semipreciosas. Costa Sena estudou com precisão a genesis das turmalinas, berylos e aguas marinhas, cimophanias, tryphanias e granadas. Acham-se esses mineraes ligados ao metamorphismo. Os elementos mineralizadores que os constituem, o fluor, o boro etc., foram agentes na transformação profunda que emprestou ás rochas a sua constituição crystallina. | Descreveu tambem Costa Sena as jazidas de graphite do Emparedado, para a qual vaticinou um futuro industrial. Referindo-se á idade desses terrenos, assimilou-os a uma serie identica no Morvan, em França, considerando por isso que tinham a idade siluriana. Não me parece que possa ser feita essa identificação de idade. Baseada como foi na similitude da composição mineral existente nas duas series, é apenas permittido concluir ter havido identidade de metamorphismo. Tratava-se de dois grandes fundos marinhos, dois geosynclinaes, sem syn- chronismo necessario. | 7 | - Entretanto em notavel trabalho, Derby, baseado em outros factos, con- siderou a serra do Espinhaço como sendo de idade neo-paleozoica. - A serra do Espinhaço sendo mais recente do que a serie semi-crys- tallina do Jequitinhonha, o ponto de vista de Derby não está necessa- riamente em contradição com o ponto de vista de Costa Sena. PAES LEME — ACTIVIDADE SCIENTIFICA DE GORCEIX E COSTA SENA 109 No meio desses terrenos crystallinos antigos encontram-se duas bacias sedimentares compostas de rochas muito mais recentes datando do periodo terciario. Constituem as bacias de Gandarela e de Fonseca. Essas antigas lagôas seccas fizeram objecto de estudo de Gorceix. Jncerram ellas um combustivel, um lignito, facto esse que encarece a sua importancia economica. As observações de Gorceix, depois de observações superficiaes do terreno, approximam-se bastante das obser- vações que pude fazer após sondagens, galerias subterraneas traçadas na bacia lignitifera tambem terciaria do valle do Parahyba. São ambas conclusões referentes á formação do lignito. Tanto em S. Paulo como em Minas, origi se essas bacias da accumulação de aguas pluviaes em depressão do terreno. Gorceix attribuiu a formação de Gandarela ao levantamento oro- genico, segundo direcção determinada. Em Caçapava, S. Paulo, o lignito existente na beirada da grande bacia do Parahyba parece ter sido con- sequente de uma transgressão lenta das aguas da lagôa em direcção à sua margem sul, resultante do abaixamento da serra do Mar, relati- vamente á serra da Mantiqueira, que constituia a margem norte. Entre os fosseis vegetaes de Gandarela, Gorceix encontrou impressões de gramineas e esse facto levou-o a admittir a existencia de aguas pouco profundas, talvez de terrenos pantanosos. Em Caçapava, entre os poucos vestígios vegetaes até agora discriminados, figuram raizes. Quero crer que em ambos os casos o combustivel ter-se-hia formado pela maceração -in-situ dos elementos vegetaes da floresta invadida pelas aguas. Trata-se de formações autochtones. A criação das bacias e em seguida a inundação das regiões florestaes foi, nos dois casos, a consequencia de movimentos orogenicos. Entre os numerosos problemas que se prendem a essa serie de rochas metamorphoseadas, em Minas, encontra-se O problema do diamante no Brasil. Ha, de facto, relação immediata entre as rochas que se avisinham da serra do Espinhaço e o nosso diamante. As suas jazidas acompanham as vertentes orientaes da serra em toda a sua extensão até a Bahia. as Qual é essa relação? Entre as muitas questões abjução da actividade scientifica incansavel de Gorceix figura à genesis do: diamante. Essa questão da origem geologica do o : ã das muitas sobre alavra. as quaes a sciencia não disse ainda a sua ultima pastas Mika d A descoberta e, mais tarde, o conhecimento das jazidas da Africa do Sul deitaram alguma luz sobre esse assumpto, sem todavia conseguir 110 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXI explanal-o completamente. Os diamantes da Africa se apresentam em asso- ciação com uma brecha vulcanica onde apparecem fragmentos de uma rocha eruptiva denominada kimberlito, rica no mineral olivina. As suas jazidas são os pipes, isto é, chaminés, com fórmas variaveis cheias da brecha vul- canica. Nessa brecha figuram ainda outras rochas, algumas, por exemplo, sendo de metamorphismo. A qual dos elementos de rocha, da brecha, póde ser attribuido o diamante? Talvez ao kimberlito. A synthese do diamante obtida pela fusão do carbono na olivina parece confirmar essa hypothese. Os geologos americanos encontraram tambem o diamante encaixado em uma rocha eruptiva fresca do Arkansas, o que confirma a sua crystalli- zação no seio da propria rocha eruptiva matriz. O diamante brasileiro se apresenta em condições muito diversas. k' explorado em geral nos cascalhos, alluviões fluviaes mais ou menos recentes, onde representa um residuo da destruição de outras rochas. Existe tambem nas jazidas altas, nos planaltos, onde os nossos geologos foram procurar determinar a sua origem. Gorceix estudando as jazidas altas de Grão Mogol e de S. João da Chapada, chegou á conclusão que o diamante provinha dos veios de quartzo, no qual se achava associado com ouro, as pyritas e os oxydos de titanio. Possuiu mesmo uma amostra onde um diamante vinha encravado em um crystal de anatasia. Admittiu, portanto, uma origem hydrothermal; combateu a idéa de sua relação com elementos mineralizadores, isto é, negou que a sua Jazida estivesse ligada aos pegmatitos, emanação directa magmas eruptivos. Combateu a origem pneumatolitica. O nosso saudoso mestre Orville Derby prestou, entretanto, o seu apoio a esse ultimo ponto de vista. Em um trabalho sobre o assumpto publicado no Journal of Geology admittiu que o diamante subsistia, na rocha onde eram encontrados, elementos que haviam sido dissolvidos pela agua que vehi- culara o proprio carbono necessario à sua formação. | A actividade dissolvedora dessa agua era attribuida a elementos mine- ralizadores, os quaes, com o carbono, provinham de emanações internas. Havia, portanto, substituição na rocha, dissolução creando o vasio e em seguida a precipitação do carbono. | Recentemente o ilustrado geologo Sr. David Draper fez uma impor- tante communicação sobre o assumpto á Sociedade Brasileira de Sci- encias. O Sr. Draper admitte serem as jazidas altas da serra do Espinhaço, entre as quaes figura a de S. João da Chapada, estudada. por Gorceix, semelhantes ás da Africa do Sul. Vê na terra argilosa decomposta que PAES LEME — ACTIVIDADE SCIENTIFICA DE GORCEIX E COSTA SENA 11 acompanha o diamante elementos de um kimberlito com olivina, identico ao do Transvaal. O Sr. Draper, entretanto, admitte para as jazidas bra- sileiras uma origem hydrothermal em relação com o magma que dá a olivina, affectando, porém, a fórma de fendas. Concorda com Gorceix. Apenas Gorceix, não tendo discriminado a olivina, não teria podido assimilar as jazidas de S. João da Chapada aos pipes de kimberlito africano. Hussak, o grande petrographo de reputação mundial, cuja morte entre nós constitue uma perda insubstitutivel, considerou as lavras diamantiferas brasileiras, sem excepção, como « depositos que soffreram transporte pela agua, depositos todos secundarios que nada dizem de positivo sobre sua origem primitiva ». Tenho em mão uma velha amostra que illustra ha muitas dezenas de annos o mostruario do Museu Nacional. Como muita cousa existente nesta Casa, entretanto tão cheia de tra- dições, della só conhecemos o nome da jazida. É um quarízito compacto proveniente de S. João da Chapada, no qual se acha encaixado um pequeno diamante. A hypothese de Derby da substituição pneumatolitica dos elementos e da rocha, com o seu meta- morphismo evidente, poderia caber neste caso. Póde ainda se tratar de um deposito secundario, sendo o diamante um dos elementos da rocha detritica que é o quartzito, como considerava Hussak. No que diz respeito ás outras hypotheses, esta pequena amostra nada revela que permitta a sua confirmação. Nota-se a ausencia dos elementos immediatos de um kimberlito e um encaixc tão perfeito, que só póde ser explicado, ou por um deposito synchronico com os grãos de quartzo da rocha ou pela substituição chimica no seio de uma solução circulante. Devemos notar que as diversas hypotheses mencionadas não se pre- Judicam mutuamente. A presença do diamante evidenciada, por exemplo, em uma rocha eruptiva de New South Wales, como elemento de um magma, não impede que o carbono desse magma se tivesse desprendido em solução mineralizada crystallizando nos pegmatitos, nem que em seguida acompanhasse um veio hydrotermal para nelle se depositar. Isso se dá com o ouro, por exemplo, que conhecemos nas rochas graniticas de Sonora, pos Mexico, nas emanações pegmatiticas de Nictoria, na Aus: tralia, e em muitos veios hydrotermaes Re quartzo aurifero brasileiro: Todos aquelles que se occuparam de diamante notaram ue jazidas de cascalho a sua intima e constante associação com uma serie de mi- neraes rolados, cuja presença serve mesmo de guia aos garimpeiros. . 112 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXI Gorceix muito se dedicou ao estudo desses mineraes, denominando-os satellites de diamante. Como sempre, usou de uma grande sagacidade e extraordinaria habilidade chimica. Procurou penetrar a causa dessa asso- ciação. Os satellites mais communs, na opinião de Gorceix, são os oxydos de titanio (denominados vulgarmente captivos), o quartzo, as turmalinas pretas (feijão), ferro oligisto, octaedrico e mineraes chloro-phosphatados. Já em 1853 o grande mineralogista Damour havia identificado 28 mineraes differentes, constituindo a formação do diamante. Hussak levou o estudo desses satellites ao maior grão de perfeição. As suas conclusões, segundo as suas proprias palavras, dizem que os satellites nada teem de caracteristico ou de especialmente significativo para a questão da genesis do diamante, com o qual a associação é obra de mero acaso. Diz mais, que as lavras diamantiferas do Brasil encontramos «sem excepção em depositos que soffreram transporte pela agua, havendo, portanto, nessa separação entre os mineraes existentes o material transportado de accordo com o volume e a densidade, bem como uma tendencia para reunião de granulos mais pe- sados e mais grossos ». | Hussak descreveu cincoenta e oito satellistas differentes. Como dissemos, a discriminação desses satellites constituiu um dos trabalhos mais notaveis de Gorceix e que bastaria por si só para fazer a sua gloria, especialmente no que diz respeito ao estudo da monazita, da xenotita e de outros phosphatos concrecionados de terras raras. Ainda ha poucos dias o nosso ilustrado collega, Dr. Antonio Olyntho, cuja presença nesta solemnidade tanto nos honra, teve occasião de se referir em conversa á opinião que manifestava Hussak sobre esse trabalho. Longe dos grandes centros scientificos, afastado dessa convivencia preciosa com outros sabios que se dedicam á mesma especialidade, só, em Ouro Preto, Gorceix realizara analyses complexas de terras raras, adeantando resultados que só annos depois eram obtidos na Europa. A analyse completa das terras raras faz-se hoje por meio de longos fraccionamentos, acompanhados constantemente pelo exame espectroscopico. Só assim conseguem os chimicos separar alguns corpos que teem propriedades extremamente visinhas. Ha 40 annos Gorceix se servia do espectroscopio em Ouro Preto, em uma das suas technicas mais delicadas para determinar pela franja de absorpção a pre- sença do didymo na monazita, fazendo a reflexão da luz em uma das suas facetas crystallinas. Em uma época em que physicos e chimicos traba- lhavam separadamente, cada um em seu ramo, Gorceix reunia as duas technicas no terreno commum da mineralogia. « Conservava-se no mais Ed PAES LEME — ACTIVIDADE SCIENTIFICA DE GORCEIX E COSTA SENA 113 alto nivel da Sciencia do seu tempo», assim o disse o Dr. Gonzaga de Campos. Os resultados de suas analyses então feitos sobre as monazitas appro- ximam-se notavelmente das analyses feitas actualmente. Apenas a presença do thorio escapou a Gorceix, como escapou a todos que haviam analysado então a monazita. Era o thorio que devia 20 annos mais tarde dar á monazita O valor consideravel que permittiu a sua exploração em verdadeiras camadas nas costas da, Bahia e do Espirito Santo. Gorceix, que foi o primeiro a identificar a monazita nos cascalhos de Jequitinhonha, se referiu tambem em seus trabalhos a essas camadas de areias monaziticas da costa assignaladas por Derby em Caravellas. — A respeito desses mineraes phosphatados encontrei no trabalho de Gorceix uma observação cuja importancia devo salientar. Refere-se 4 no- tavel riqueza em phosphoro das rochas de Minas. Fôra levado a determinar a proporção do phosphoro em diversas rochas, surprehendido que se achava com a riqueza dos mineraes phospha- tados nos leitos dos rios. Encontrou proporções comprehendidas entre 0,1 e 1%. Attribuiu esse facto a poderosas lavagens hydrothermaes reitas com agentes de mineralização, como o fluor, o boro e o phosphoro. Ha ainda trabalhos de Gorceix e de Costa Sena sobre a determinação e a origem das terras vermelhas argilosas que formam como que uma capa mais ou menos espessa sobre as rochas crystallinas em estado de frescura aqui em nosso clima tropical. Mostraram ser essa terra, a qual está ligada á Canga de Minas, o producto da decomposição e do transporte das mesmas rochas crystallinas, tirando illações de real interesse no que concerne á fertilidade de nosso solo. O estudo dessa terra vermelha deno- minado o laterito foi abordado com efficiencia nestes ultimos annos pelo geologo inglez Fermor estudando as rochas da India, estudo esse completado pelo meu collega Arsendeaux, no Congo Francez. | “ Vejo bem confirmados em nosso meio os seus resultados. A rocha eryo tallina decomposta conserva em primeiro logar a sua estructura primitiva. Ha apenas phenomenos de pseudomorphose affectando os silicatos, substi- tuidos por outros silicatos hydratados. 0 quero pera tata a uma segunda phase do phenomeno desapparece a estructura inicial, substi- tuindo uma massá informe, uniformemente corada de barro amontoado, no qual; o quartzo fica anda disseminado. Nessa massa ha uma nen e individualização dos oxydos hydratados de ferro (a limonita) e de a arc aroa 7420-919 414 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXI (a hydrargilita) e accessoriamente do oxydo de titanio. Quando domina a alumina póde-se ter um verdadeiro minereo de alumina, a Bauxita; quando o domina o ferro, o minereo de ferro limonitoso. Nas encostas das montanhas as aguas carregam os elementos tenues; nas regiões mais accidentadas a individualização do ferro póde tomar o aspecto de um cascão esoriaceo, sorte de conglomerato, onde a limonita é o cimento. Isso se dá nas rochas ricas em ferro, formando-se um verda- deiro minereo de ferro secundario conglomeratico á nossa canga. Fermor chama-o lateritoide. A discriminação da Aydrargilita e a descripção meticulosa da canga feita por Costa Sena e por Gorceix são resultados confirmados pelos tra- balhos de Fermor e Arsendeaux e que os precedem de mais de 30 annos. Em seu excellente trabalho sobre a escorodita e a hydragilita de Antonio Pereira, Costa Sena, referindo-se à formação da canga, disse que as aguas que parecem ter sido dirigidas do sul para norte arrastaram comsigo os itabiritos e a argila provenientes dos schistos, formando com esses elementos um conglomerato argilo-ferruginoso. Attribuiu, portanto, uma origem de transporte. Considerou, em summa, um alluvião o que Arsen- deaux considera um elluvião. Gorceix referindo-se á serra do Caraça, preferiu tambem essa hypothese do transporte para a formação da canga. Admittiu que o cimento do conglomerato provinha do limonito drenado dos morros de itabirito visinhos. No caso da serra do Caraça a sua theoria parece ser a mais exacta, porquanto sob o lençol de canga elle encontrou sclistos e gneis que por si só não teriam dado ferro bastante para formar um verdadeiro minereo de ferro como é a canga. É incontestavel que em torno dos lateritos in-situ ha outras rochasl ateriticas resultantes do trans- porte physico e chimico, com deposito e precipitação em suas proximi- dades. A proposito das rochas decompostas, Gorceix encarou ainda a questão da fertilidade do nosso solo granitico, attribuindo essa fertilidade aos alcalis dessas rochas e mostrando a sua exaltação na visinhança dos terrenos cal- careos. Referiu-se á formação do salitre, frequente em certas grutas e em muitos terrenos nossos, disse haver fixação do azoto atmospherico, que achava exaltada nos climas tropicaes como o nosso. Conhecemos todos as celebres experiencias de Berthelot, que modificou o cyclo biologico do azoto, demonstrando que as areias de Meudon enrique- ciam sempre nesse elemento e que aquecidas a 100º perdiam essa proprie- PAES LEME — ACTIVIDADE SCIENTIFICA DE GORCEIX E COSTA SENA 115 dade. Havia na areia, sem duvida, microorganismos, que a esterilização a 100º destruia. Mais tarde o botanico Prillieux notou a existencia de nodosi- dades nas raizes das leguminosas, permittindo que Hellrigel e NWilfarth mostrassem que se tratava de colonias microbianas (bacteriwm radicales) vivendo symbioticamente com as plantas, vivendo igualmente no solo e per- mittindo a captação do azoto atmospherico. Hoje existe em Eberfeld uma verdadeira fabrica de microbios onde Hellrigel e Wilfarth preparam cul- turas de bacierium radicales, vendidas aos agricultores, que as misturam com sementes de alfafa para colonizar os terrenos empobrecidos. A assiduidade de todos os dias no laboratorio fez de Gorceix e Costa Sena dois grandes minerographos. Referem-se, além disso, os seus escriptos ás jazidas mineraes, porque não se contentavam em descrever facetas, medir angulos e fazer determinações chimicas nos mineraes. O mineralo- gista e o chimico passaram a ser geologos e iam pelos maus caminhos do nosso interior escrutar as jazidas, procurando as relações de formação, adivinhando o segredo das rochas. De Gorceix, entre outros, existe um trabalho notavel sobre a formação do topazio em Boa Vista, perto de Ouro Preto. Sena descreveu e classificou as escoroditas de Antonio Pereira, determinou a sua genesis, attribuindo á decomposição das arseno-pyritas. Descobriu ainda a cassiterita (oxydo de estanho) nas visinhanças do Jequitinhonha, presença essa que havia pre- visto, dadas as jazidas de turmalinas, topazios, existentes nessa região, dado ainda o facto de se achar o estanho presente nas euclasias, substituindo isomorphicamente o titanio. O ultimo trabalho publicado por Costa Sena se refere ao bismutho. Assignala a existencia de jazidas desse mineral em estado nativo entre os municipios de Bomfim e Entre Rios. O ultimo trabalho escripto e que deve ser publicado no ultimo numero dos Annaes da Escola de Minas estuda o districto de Araçá, cujas aguas mineraes são de grande renome. aaa : Ainda alumno da Escola de Minas, recebeu Costa Sena a missão de estudar as condições economicas do ferro e do ouro no centro do Estado de Minas. O seu relatorio, de notavel valor, faz resaltar desde 1880 todos os erros economicos que ainda hoje sobre nós pesa. Da parte referente ao ouro, além da minuciosa e clara exposição feita, pouco ha a dizer. Notamos, entretanto, quando falla da jazida de Pary, a observação e Me alcance talvez possa ter alguma importancia € que observei igua mente ja outras jazidas durante recentes excursões feitas a Minas. Trata-se da 116 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIII interestratificação do quartzo aurifero nas camadas de schistos. Em conse- quencia desse facto, a fórma das jazidas de natureza hydrothermal affecta frequentemente o feitio de massas lenticulares, que se succedem em rosario. O conhecimento desse facto será um dia de alto interesse para quem ex- plorar semelhantes jazidas. São ellas conhecidas em Bendigo, na Australia, e sobre ellas foram, além de tudo, estabelecidas regras sobre a sua con- centração e riqueza. No que diz respeito ao ferro, depois de prestar justa homenagem aó intendente Camara, fundador das forjas do morro Gaspar Soares, mostrou a ruina rapida a que estavam condemnadas as 120 forjas existentes então, devido ao esbanjamento desregrado do combustivel unico, o carvão de madeira. Entre as forjas a que se refere o seu estudo, figura a de Monlevade. Visitei ha alguns annos essa esplendida ruina e, como a Costa Sena, se me afigurou a possibilidade de uma siderurgia de verdade feita no meio, de perto de 3.000 hectares de florestas densas com a força motriz do rio Piracicaba. Entretanto, um calculo rapido poude, friamente, demolir a impressão grandiosa desse mundo de hulha verde. 3.000 hectares são 1.000.000: de metros cubicos de madeira, sejam 100.000 toneladas de carvão, o necessario para produzir no forno electrico 300.000 toneladas de ferro e em um alto forno commum menos de 100.000 toneladas de fonte: o trabalho de um anno, para uma usina que se preze. Da exploração da matta só podemos esperar as pequenas forjas, como as faziam os nossos avós. Dahi jamais resultará a nossa independencia economica. | Costa Sena termina o seu relatorio com uma apreciação economica, representando ainda hoje o principal obstaculo ao nosso desenvolvimento a falta de meios de transporte barato. A nossa constituição geologico-geographica, cadeias de montanhas se succedendo, a partir da costa, como degraus successivos, esmorece O surto das nossas industrias e da nossa agricultura, fazendo pesar sobre o productor esse grande onus de transporte, transporte esse já por si só deficiente. - Assim pois, o relatorio de Costa Sena faz resaltar os dois obstaculos maximos que tendem a immobilizar e a limitar o nosso impulso, diffi- “culdade de transporte e a falta de combustivel, da qual uma das conse- quencias foi a estagnação e a morte da industria siderurgica mineira. Muitas outras serão as consequencias dessa falta de combustivel. Esse segundo grande obstaculo vem sendo contornado entretanto pela actividade PAES LEME — ACTIVIDADE SCIENTIFICA DE GORCEIX E COSTA SENA 117 tão calumniada dos nossos patricios. Sobre o carvão brasileiro o trabalho dos geologos já está em parte feito. Entregue ao engenheiro metal lurgista, esse carvão com todos os seus defeitos encontrará a fornalha ou o forno que lhe convem. | Barateado por uma producção em grande escala, virá reduzir o onus do transporte, fornecendo uma energia menos cara ás locomotivas e aos vapores que, por sua vez, carregal-o-ão por menor preço. Teremos assim um circulo vantajoso do qual resultará a nossa grandeza economica. Assim pois se exerceu a actividade desses dois grandes homens desde os templos sagrados e tranquilos da Sciencia pura até aos campos da Industria, onde hoje domina a Sciencia pratica. he pi | NTONIO OLYNTHO Discurso do professor Antonio Olyntho Santos Pires agradecendo, em nome da Escola de Minas, à homenagem prestada a Costa Sena e Gorcalk pelo Museu Nacional Exmos. Srs. Director e Professores do Museu Nacional. A Escola de Minas de Ouro-Preto deu-nos, a meu distincto collega Dr. Gonzaga de Campos e a mim, a honrosa incumbencia de represental-a nesta solemnidade, em que se homenagea a memoria do seu illustre fun- dador, nosso sabio mestre Henry Gorceix e a de um de seus mais dilectos filhos, igualmente meu mestre e amigo, Joaquim Candido da Costa Sena, directores que foram ambos da Escola e recentemente fallecidos, com pequeno intervallo um do outro. A" Escola de Minas e aos discipulos e amigos desses seus dois dire- ctores nada podia ser mais grato do que a carinhosa e solemne home- nagem que á sua memoria presta a secular e prestigiosa instituição scientifica, que é o nosso Museu Nacional. Isto significa que o Museu não se esqueceu de que os teve como seus hospedes, no inicio de sua missão scientifica em nossa patria. Gorceix, ao chegar ao Brasil, frequentou assi- duamente o Museu, em cujas collecções encontrou importante material de estudo e utilizou-se de seus laboratorios para pesquizas, afim de bem poder ajuizar dos recursos e do desenvolvimento scientifico do paiz; e Costa Sena aqui fez o concurso que lhe abriu as portas para o professorado da Escola de Minas, que elle tanto soube honrar. Teve, pois, o Museu Nacional uma collaboração efficaz nos preparar tivos para a fundação da Escola de Minas; não podia, portanto, ser ineuiio rente ao seu desenvolvimento e muito menos esquecer os dois scientistas que, desta casa, partiram para o estudo do opulento reino mineral e da interessante geologia na nossa patria. A homenagem que esta elevada instituição está prestando aos natas sabios, ha pouco fallecidos, além de ser uma expressiva demonstração de solidariedade para com todos os homens estudiosos de nossa terra, é justo motivo de reconhecimento para a Escola de Minas, a qual os abrigou cre seu seio e de onde elles fizeram brotar jorros de luz sobre recursos ainda desconhecidos de nosso caro Brasil. A 7420-919 429 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIII Receba, por isso, o Museu Nacional os mais sinceros agradecimentos da Escola de Minas, que aqui os vimos trazer, o dr. Gonzaga de Campos e eu. Tendo tido o prazer da convivencia, por alguns annos, e a honra de ter sido discipulo e amigo de Gorceix e de Costa Sena, RR que re- corde nesta solemnidade alguns traços da vida de ambos. Cursava eu aqui a Escola Polytechnica quando, um dia, lá appareceu Costa Sena, que eu já conhecia e que tinha igualmente iniciado aqui o seu curso de engenharia. Costa Sena terminava seus estudos na Escola de Minas e vinha fazer, no Museu, o concurso para o logar de repetidor da cadeira de mineralogia e geologia daquella Escola. Encontrando elle na Escola Polytechnica um pequeno grupo de estudantes mineiros, nos exprobrava que a Escola de Minas, fundada na então provincia de Minas Geraes, para melhor estudar os seus recursos naturaes, tinha, entretanto, poucos alumnos mineiros e maior numero de outras provincias. E tal foi a propaganda, que então desenvolveu aqui, que no seu regresso para Ouro-Preto iamos seis alumnos em sua companhia para cursar a Escola de Minas. Foi nessa occa- “sião que conhecemos Gorceix, já alvo de nossa grande admiração, como scientista, mas cujos modos, um tanto bruscos, chegaram a chocar alguns de nossos companheiros. Ha pouco, por occasião de seu fallecimento, um jornalista que o co- nheceu pessoalmente traçou-lhe o perfil nestas poucas e verdadeiras linhas: «Era Gorceix de estatura elevada; tinha a fronte aberta, onde já se esboçava uma calva incipiente; sua voz era cheia, de timbre forte e domi- nador, a gesticulação rasgada e larga. De alma recta, de espirito integral e de coração brando, havia entretanto, em suas palavras, um quer que seja de duro, e, em seus actos, uma tal ou qual rudeza que milindrava, por vezes, a quem não estivesse habituado ao feitio de seu caracter rigido e inamolgavel, » Quando Gorceix chegou ao Brasil tinha trinta e poucos annos de idade; trazia o espirito completamente amadurecido pelo estudo e a legitima am- bição de esclarecer, por meio de pesquizas pessoaes, problemas ainda pouco estudados em paiz novo, como o Brasil. A convivencia de que sahia, de um nucleo de sabios francezes, alimen- tava em seu espirito esse ardor pelas cousas da sciencia e essa attracção pelo desconhecido que tem todo homem estudioso. Gorceix nasceu em França no anno de 1842. “, Admittido, em 1863, na Escola Normal Superior de Paris, nella ter- minou o curso em 1866, com a classificação do primeiro logar na secção ANTONIO OLYNTHO — DISCURSO SOBRE COSTA SENA E GORCEIX 123 de Physica, diplomado em Seiencias Mathematicas e em Sciencias Phvsicas e tendo conquistado, em concurso, o titulo de Agregé des Sciences Phy- siques et Naturelles. Sahindo da Escola Normal, laureado com esses honrosos diplomas, foi Gorceix reger, no Lyceu de Angoulême, nos annos de 1866 e 1867, a cadeira de Sciencias Physicas e Naturaes. | Em outubro de 1867 foi elle convidado para o cargo de prepa- rador de Mineralogia, Geologia e Botanica da Escola Normal Superior de Paris, tendo, em 1868, substituido, durante alguns mezes, nas suas lições e conferencias, os já conhecidos sabios Mrs. Delene e De Cloi- Ziaux. No começo de 1869 foi Gorceix encarregado pelo Ministerio da In- strucção Publica de França de acompanhar Mr. Fouqué em uma missão scientifica na Grecia, encarregada principalmente de estudar a interessante geologia do Monte Argeminos, e da qual ficou uma importante communi- cação, inserta nos Annales de la Bibliothêque des Huutes Etudes e assignada pelos dois encarregados dessa missão scientifica. Nesse mesmo anno foi Gorceix nomeado membro da Escola Franceza de Athenas, instituição scientifica que tinha por fim estudar as antigui- dades, a lingua e a litteratura da Grecia. No meio de seus interessantes estudos no Oriente veio surprehendel-o a guerra de 1870; e o patriota interrompeu esta carreira, tão brilhantemente encetada, para occupar o seu logar entre os defensores de sua patria, a França. Durante toda a campanha serviu como sub-tenente do 9º regimento de artilharia. Cumprido o seu dever patriotico, regressou de novo ao Oriente, onde permaneceu até 1873, sendo sua estada alli assignalada por uma grande operosidade scientifica, como testemunham numerosas publicações nos Comptes-Rendus de "Académie des Sciences, no Bulletin de VEcole Nor- male Supérieure e no Bulletin de VEcole Française d Athêne, sobre os vulcões do Vesuvio e de Santorim, a geologia da ilha de Cubré e geologia da Macedonia, etc. À Em principio do anno de 1874 foi Gorceix delegado pela Academia ds Sciencias para estudar o vulcão de Nisyros e a ilha de Cir, sobre cuja geologia escreveu interessantes memorias nos a nos An- nales de Physique et Chimie e nos Annales de UEcole Normale. O nome de Gorceix tornou-se conhecido e querido nos meios intelle- ctuaes francezes devido à sua grande operosidade e ao rigor de suas ob- 124 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIII — servações. Muitos sabios de então cultivavam sua amizade e viam nelle uma robusta esperança que despontava para a sciencia. Foi assim que Daubrée, amigo pessoal de nosso Imperador D. Pedro II, aconselhando a este para fundar uma Escola de Minas no Brasil, aliás já creada desde 3 de outubro de 1832, indicou-lhe, em 1874, o nome de Henri Gorceix, como homem capaz de lançar os fundamentos de estudos serios em nossa patria. Desde essa época ligaram-se, por grande amizade, o joven sabio e o Imperante, que lhe confiou a elevada missão de fundar a nossa Escola de Minas. Lembrei esses traços da operosidade scientifica de Gorceix no campo de suas investigações, para patentear as superiores qualidades do homem, que foi depois o grande amigo do Brasil e aqui plantou a robusta semen- teira, que é a nossa Escola de Minas. Entre os primeiros discipulos que Gorceix fez destacam-se: Paulo Oliveira, o modesto e competente geologo, hoje afastado da actividade por pertinaz enfermidade, que não conseguiu, entretanto, abater o seu amor ao estudo; Corrêa da Costa, o operoso actual director da Casa da Moeda ; Gonzaga de Campos, o respeitado e competentissimo chefe do Serviço Geo- logico, e esse sabio, ha pouco fallecido, que tambem é homenageado no dia de hoje, Joaquim Candido da Costa Sena. Toda a vida deste se desenvolveu entre nós e todos nós o conhecemos, e estimavam-no todos os que com elle conversavam, uma só vez que fosse. Intelligencia peregrina, servida por uma memoria nvejavel e de grande assimilação intellectual, Costa Sena tornou-se digno discipulo de Gorceix, cultivando a mineralogia e a geologia, objecto predilecto de estudo de ambos. | Gorceix, lançando os solidos elementos para a fundação da Escola, encontrou um digno continuador em Archias Medrado, que lhe succedeu na direcção da mesma, e no seu disci pulo Costa Sena, que, ao fallecer, deixa a Escola provida de espaçosos laboratorios, vastas officinas e munida de todos os elementos para o estudo, continuando naquelle instituto de ensino os mesmos methodos e processos implantados por seu ilustre fundador. Não me cabe aqui acompanhalos na sua luminosa trajectoria scien- tifica, nem tão pouco assignalar a sua acção, como benemeritos que foram. da Escola de Minas. Lembro a largos traços a sua acção benefica apenas em agradecimento ás homenagens que lhes presta o Museu. E ANTONIO OLYNTHO — DISCURSO SOBRE COSTA SENA E GORCEIX 1925 O patriotismo de Costa Sena é bastante conhecido e não necessita que eu o lembre aos que com elle conviveram. De Gorceix hão de permittir que relate um episodio occorrido no fim da sua vida, o qual revela, de modo eloquente, o amor que elle tinha pelo Brasil, onde viveu mais de vinte annos e onde constituiu a familia que lhe mitigou os ultimos soffrimentos. A ultima carta que tive o prazer de receber de Gorceix, ha já uns cinco annos passados, era longa e, como quasi todas que escrevia a seus amigos brasileiros, tratava exclusivamente de cousas do Brasil. Nos seus ultimos periodos excusava-se elle da letra e do desalinho da mesma, assignalando que escrevia Já com grande difficuldade, devido á falta de vista, que elle pedia constantemente a Deus que não lhe tirasse de todo antes de poder ver de novo as paisagens encantadoras do Brasil, que tanta impressão tinham deixado em sua alma e que vinham constantemente à sua memoria envoltas numa doce atmosphera de saudades. Exprimia elle assim o pen- samento que trinta annos antes havia externado em uma conferencia feita sobre o sabio dinamarquez Lund, quando foi inaugurado o seu retrato no salão de honra da Escola de Minas. Explicando os motivos que levaram Lund a fixar-se definitivamente no Brasil e a renunciar para sempre á idéa de voltar à Europa, dizia Gorceix : «O esplendor que havia admirado na natureza do Brasil incutira-lhe o pezar de não a conhecer melhor e o desejo de penetrar-lhe os segredos. Ha paizes que são como livros maravilhosos, os quaes, começada. a amira de uma pagina, só nos restituem o socego depois de os termos lido até o fim. Quantos outros, menos illustres que Lund, têm experimentado iguaes sen- timentos em relação ao Brasil.» Infelizmente, o destino não permittiu que Gorceix fechasse os olhos no seio desse paiz que elle tanto amava e ao qual se ua preso pelos aços mais doces do coração, que eram sua esposa é sua unica filha, brasileiras, as quaes entretiam no seu lar feliz a pyra sagrada da saudade pela patria distante. Testemunharam isto todos os seus antigos discipulos, que, de viagem pela França, iam visital-o na sua propriedade agricola de Le Mont, nas cer- canias de Limoges. Gorceix se transformava quando tinha em sua casa um sos males que o torturavam e vivia Brasil, a perguntar por conhecidos e os acontecimentos, demonstrando seu antigo discipulo; esquecia. todo horas seguidas como si estivesse no a indagar detalhes dos mais comezinh 126 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIH que conservava nitida na memoria a recordação de tudo e de todos, como quem aqui havia convivido durante cerca de 20 annos. Não quiz, porém, o destino que elle tornasse a ver o bello paiz que era objecto de seus sonhos, nos ultimos annos de existencia, nem tampouco que experimentasse os effeitos do clima, onde elle esperava encontrar lenitivo para os soffrimentos que lhe minavam a saude. Tinha resolvido vir para o Brasil definitivamente, quando estalou a guerra européa, exigindo de seu patriotismo a contribuição que pudesse dar para a victoria da França. Já não era o joven sub-tenente de artilharia que tomou parte na campanha de 1870; mas era o mesmo patriota, inflammado dos mesmos ideaes que lhe haviam feito então interromper sua brilhante carreira para correr em auxilio da Patria ultrajada pelo mesmo inimigo de outr'ora. Gorceix offereceu, sem hesitar, todo o conforto que tinha na sua pro- priedade agricola para abrigo de batalhões que alli se formavam e depois para hospital dos que regressavam da campanha feridos e invalidos. Quando em Bonjaleuf, então na sua residencia, as autoridades fizeram appello aos que não podiam marchar, para se incumbirem do policiamento e da vigi- lancia locaes, em substituição aos que se haviam alistado nos batalhões, Gorceix esqueceu-se de que era septuagenario e apresentou-se ás autori- dades para prestar serviços, além dos conselhos que sua experiencia e cultura dictaram. Terminada a guerra, punha elle em ordem os seus negocios e marcava sua viagem para o Brasil, quando a morte o colheu, desejosa. talvez de lhe dar o premio do repouso eterno no seio da patria - amada. 7 Não era, pois, Gorceix apenas um sabio, era um homem de coração e um patriota sublimado. ny RR a GEOGRAPHIA E ARCHEOLOGIA POR A. CHILDE Entendi fazer a conferencia actual como um prologo a uma historia geral dos povos medjterraneos na antiguidade, historia que seria estabele- cida sobre os annaes do Egypto como ponto de reparo, e que estudaria os elementos ethnicos diversos, em relação com aquelle imperio durante a sua longa evolução. Levado por observações linguisticas e ethnographicas a examinar o in- tercambio intellectual e religioso dos povos antigos, senti quanto é indispen- savel procurar uma base solida nas condições geographicas, que localizaram as tribus humanas prehistoricas em redor do grande lago marinho. | Embora numerosos trabalhos tenham sido executados neste sentido, é ex- tremamente difficil estabelecer uma synthese harmoniosa, por causa das con- tradicções flagrantes dos autores e pela vasta extensão dos territorios que não puderam ser estudados methodicamente no ponto de vista anthropologico. Entretanto todo o nosso esforço tenderá a determinar para a região do mediterraneo a possibilidade das migrações, e os synchronismos provaveis entre as grandes subdivisões das industrias hthicas. sm, * Segui no Guia de Archeologia do Museu (1) o quadro de Obermaier e de Boule, porque uma obra elementar e vulgarizadora não póde impôr, como factos irrevogaveis, theorias ainda discutiveis. Creio, porém, muito acertada a opinião de Penck (?) estabelecendo o Chelleano no segundo interglaciario, entre as glaciações de Mindel e de Riss. O Chelleano não é, como todos sabem, a primeira manifestação da pedra lascada, mas sm o aperfeiçoa- mento de longos ensaios, que deixaram especimens conhecidos pelos nomes de reuteliano, mesviniano, strepyano, instrumentos rostro-carinatos, etc. A questão dos eolithos permanece uma questão aberta, porque O homem ie rr ri (1) L'Anthropologie. 1904. Pag. 34. i i iro, Rio. 1919. 5. (2) Guia das colecções de archeologia classica do Muscu Nacional do Rio de Janeiro. Rio. e 919 430 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIII não conseguiu espontaneamente crear as formas paleolithicas, e logicamente uma phase eolithica transitoria foi inevitavel (2), Se, portanto, negarem a Penck a situação do Chelleano no segundo in- terglaciario, ainda bem seja muito razoavel .conceder-lhe que os homens das industrias de ensaios viveram neste mesmo intervallo e anteriormente, tanto na Europa occidental como na Tunisia a Gafsa, e no Egypto (4), Fo Ra Ora, estes homens assistiram a mudanças geographicas importantes. As primeiras industrias lithicas invocadas pelo sr. Rutot são as de Thenay, do Oligocene superior e as de Puy-Courny do Miocene superior, ambas em França. Ao Pliocene pertencem silex rostro-carinatos (5) encon- trados no Red-Crag do Suffolk, na Inglaterra, a industria do Chalk-Plateau, do Kent, a do forest Cromer Bed, e a de Saint Prest, em França. Basta examinar um mappa da época vindoboniana ( Miocene médio ) (8) e plaisanciana (pliocene) para comprehender como a area livre á4 ex- pansão humana modificou-se depois, e quanto é explicavel que pedras somente pudessem escapar aos agentes de destruição que operaram desde tão remota antiguidade. Parte foi coberta pelo mar, parte pelos gelos (7), Em realidade, o que conhecemos da paleontologia humana, em grande contraste com a archeologia, foi quasi que exclusivamente devido á obra do acaso: em mor parte são achados funebres e não pesquizas systematicas. DS os A suecessão dos tempos foi tão consideravel, que acho impossivel af- firmar hoje que os homens dos tempos chelleanos fossem representantes puros ainda dos primeiros typos humanos existentes e não typos mesti- çcados; — nem tampouco negar a existencia contemporanea de outras raças humanas. Como o constatou Flinders Petrie em suas pesquizas ethnogra- phicas, sobre as primitivas populações do Egypto: « devemos perder a ilusão, voltando alguns milhares de annos atrás, —de encontrar grande (3) J, de Morgan. Les premitres civilisations. Pags. 61, 62. (4) Haug. Traité de Géologie. Pag. 1881. (5) Moir J. Reid. on the evolution of the earliest Paleoliths from ther ostrocarinate implements, Jl of the Royal anthrop. Inst. vol. XLVI. 1916. 1. (6) A. de Lapparent. Traité de géologie. T. II. 1906, fig. 760 e 763. o g e mappa de W. D. Matthew 198 in Fairfield Osborn. Pleistocenc in America, Europa Asia and- Fica, . , . A. CHILDE — GEOGRAPHIA E ARCHEOLOGIA 131 simplicidade no problema das raças: ao contrario, emquanto o homem foi nomade, elle emigrou mais ainda do que nos tempos historicos » (8), Tanto como seja permittido considerar estas questões de um ponto de vista logico somente, tendo a acreditar, em razão de suas variações, que d homem do andar chelleano Já não era uma raça pura. O Sua Conhecemos o homem chelleano (homo primigenius), pelos fosseis de Neandenthal, Spy 1 e 2, Krapina, La Chapelle aux Saints, La Naulette, o homem de Gibraltar, etc. São craneos dolichocephalos, corpos pequenos e robustos, de queixo recessivo, e de uma inteligencia formada que favorecia estes homens perante os animaes contemporaneos na lucta pela vida. Ora este typo humano appareceu, segundo Penck, depois da segunda glaciação, da maior, correspondente ao que se chama em geologia, o erra- tico antigo da Europa Septentrional. Vejamos o aspecto geographico do mundo nesta época (9), Os gelos tinham descido do pólo até a linha seguinte: Bristol, An- tuerpia, Leipzig, Breslau, Lemberg, Sul de Kief, cursos do Dnieper, do Don e da Volga, Perm, nascentes da Petchora, e redesciam na Siberia acom- panhando a latitude 53, occupando as montanhas da Persia até a China. Esta linha apoia-se contra os massiços do Erzgebirge, dos Sudétes, Kar- pathos e na Asia acompanha o Altai até ao Stanovoi Krebet. Contemporaneamente com a extensão dos gelos e a occlusão dos valles de menor importancia, lagoas vastissimas occupavam as partes as mais declives (19), assim o lago Aralo-Caspio que apoiado a Volga communicava com o Palus meotides consideravelmente alargado, emquanto no sul borde- jando os montes da Media, da Hircania, e da Bactriana, elle cobria a re- gião transcaspiana. Os gelos occupavam na Persia o Zagros, o Kuh-Dinar as alturas do Farsistan (!!), : O caminho do Oriente está aqui fechado, como o mostra o mappa. Quando os gelos começaram a se retrahir, rios em catadupas correram sahindo do seu leito normal, alargando as lagõas e enchendo as planicies (8) FI. Petrie J! of the anthrop. Inst. of Great Britain and Ireland. Vol. XXXI. The races of early Egypt, Pa g. 248. e (9) G. Vacher de Lapouge. L'Aryen, P. 112. As citações geologicas de Lapouge são tiradas de Geikie (J!. of Geology. Chicago. 1895.) (10) J. de Morgan. Les: premitres civilisations, P. (11) R. Pumpelly. Interdepend. evol. of oases and civilizat. Bull. of the geol. Soc. of Amer. Dec 31. 1906 132 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIII baixas. O limite inferior dos gelos aqui traçado, na Europa central, cor- responde em parte a um sulco occupado no periodo vindoboniano, que vimos ha pouco, por um braço de mar communicando com o mediterraneo, e que seguia o curso do Rhône, em juncção a travez dos lagos Leman e de Constance, com o Danubio geologico superior, até a região do Donets. Foi naturalmente para esta bacia que correram as aguas provindas das neves em fusão. A communicação com o mediterraneo tinha cessado depois do vindoboniano, substituida por um regimen de lagunas, á medida que se fazia à» regressão do mar; — mas até a abertura tardia do Bosphoro e dos Dardanellos, esta regressão foi tão lenta que, durante o pleistocene o mar Caspio, o mar de Aral, o mar de Azof e parte do Ponto formavam uma immensa lagua, tocando o Balkan de Bulgaria em Varna, e a Anatolia em Trapezunte. No norte das regiões assim cobertas não foram encontradas jazidas correspondendo á Saint Prest, nem a Chelles, como é natural. A época da maior extensão do mar Aralo-Caspio coindidiu com a terceira glaciação de Riss e o interglaciario consecutivo. Eu disse que tendia a considerar o Chelleano como um typo já mes- clado. Nós vemos que o mundo desta industria estava bastante limitado por obstaculos naturaes, para tornar impraticaveis as longinquas migrações. - Se, portanto, analogias estreitas existiram entre este typo e o de populações muito distantes, devemos admittir que as relações foram anteriores. Ora precisamente Klaatsch encontrou na Australia craneos de evolução inferior a Neanderthal (12), e Beau achou vivos, nas Philippinas, typos ana- logos a este mesmo Neanderthal. A presença em terras tão afastadas destas fórmas, e da industria chelleana em logares intermediarios, como na “ Tunisia, no alto Egypto, nas Indias, no Japão, nos conduz a acceitar migrações anteriores á segunda glaciação, quando as communicações eram possiveis entre os pontos afastados. A America de uma parte, com o Japão, —a Europa sub-glacial, doutra, são os limites extremos da expansão paleolithica, que teria por centro a Africa Central, ou um continente hoje em parte submerso, ligando a Africa Oriental e Madagascar á peninsula do Hindostão, segundo a opinião de Morgan e outros (13), | (12) Klaatsch. Korrespondenz Blatt. Sept. 1907. (13) J. de Morgan, ob. cit. Pag. 115. — Sergi. Europa. Pag. 515. Cp IA AS ED DO ERP a) A aÃ, Ap ata EIS A iam A. CHILDE — GEOGRAPHIA E ARCHEOLOGIA 133 Os eolithos em rigor podiam ser creados, inventados espontaneamente em focos diversos, assim como o anthropoide se serve de um ramo de ar- vore, inventor da maça de Hercules-—mas as fórmas de Chelles, do Moustier, revelam migrações e influencias (14), Pretendeu-se, entretanto, que o typo humano de Neanderthal, Spy, etc. (o homo Europeus de Sergi), — era originario da Europa e se extinguiu com a chegada da primeira migração africana: os typos de Egisheim, Galley- Hill, Brunn, etc. Esta affirmação não é exacta, sendo mesmo contradictoria com as theorias craneologicas e craniogenicas, muito acertadas aliás, do mesmo sabio. Neanderthal, temol-o visto, tambem é oriundo da Africa e não desappareceu sem descendentes. Kollmann tinha razão neste ponto contra Sergi (15), Sergi distingue com muito acerto as variações do craneo das variações da face, e mostra que as modificações produzidas pelos cruzamentos são muito mais sensiveis na parte movel da cabeça, na face, do que na parte immobilizada, no craneo. Por elle os typos dolichocephalo, mesocephalo e brachycephalo são primitivos (16), Como portanto, admittir que não houvesse cruzamentos entre os Neanderthalianos e as raças de tribus novamente chegadas na Europa nos tempos paleolithicos, se encontramos em tempos posteriores ainda, indi- viduos de raças diversas, conservando o atavismo dos craneos nean- derthaloides ? Lembrarei que entre as estatuetas de Menton, uma foi descoberta que reproduzia um individuo com as caracteristicas do typo de Neanderthal, segundo Piette. Tambem entre os craneos neolithicos da Suecia, estudados pelo Retzius, figuram os de ns. 6, 30, 35 e 36, com indices respectivos de 780— 78,9 — 78,1 — 77,8— e de forma ovoide byrsoide, segundo a classi- ficação engenhosa de Sergi — respondendo perioitamente ao aspecto de Neander-Spv, onde se encontram na mesma forma os indices 79,1 e 77,2 UM, EEE Sd O typo Chelleano e sua industria não são os unicos testemunhos icaçõ | i das dos conti- de antigas communicações entre as partes as mais afasta nentes hoje emersos. Os pygmeus que se encontram tanto na Europa, na (14) J. de Morgan. ob. cit. Pags. 62 e 116. (15) Sergi, ob. cit. Pag. 70. (16) Sergi, ob. cit. Pags. 243. 341 e seg. (17) Sergi, ob. cit. Pag. 302. 4134 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIII Africa, na Ásia e na America fornecem outro argumento (!8), Logicamente pareceria que as primeiras tribus humanas devessem ser pequenas como o pensou Kollmann (19; seriam esses pygmeus que no Egypto archaico fa- ziam à deleitação dos primitivos Pharaós, precisamente por sua já raridade, restos de raças dispersas e cujos ultimos representantes viviam e vivem ainda no centro da Africa. Estes pygmeus tambem em suas migrações precederam a grande gla- ciação que acompanhamos. Mas a maior prova, ao meu ver, da dispersão preglaciaria do povo pa- leolithico é a presença de uma arma muito curiosa na America, na Aus- tralia e na Euro-Africa: o boomerang (9). Arma de arremesso, o Jogo com- plicado ao qual ella se presta, permitte ao caçador conservar-se escondido, illudindo o animal ou o inimigo*sobre o ponto donde provém o ataque. Ora, o boomerang se encontra entre povos muito antigos na Australia e na Africa. Perdurando no Egypto, como insignia de soberania, e sem appli” cação até aos tempos dos Amenhotep, — elle tinha lá precedido os tempos dynasticos. Elle não existe na Chaldéa, em Shumer e Akkad, mas acha- mol-o no sul das Indias; nem o Iran, nem o Turan o conheceram. Se, portanto, elle fosse transmittido por migrações neolithicas, deviamos encontral-o nestes paizes intermediarios onde o neolithico floresceu. A con- clusão se impõe, o instrumento é paleolithico, elle é oriundo dos povos analogos da Europa e da Australia, destes caçadores primitivos que Sollas assemelha entre si (2). Delles, elle passou ás tribus invasoras e assim, po- demos constatar seu emprego entre os neolithicos do sul-marroquino. Se as communicações com o extremo oriente estavam interrompidas, como o vimos, as entre a Europa e a Africa estavam muito mais largas do que hoje. São estas que vamos delinear para completar o aspecto geogra- phico da passagem do pliocene aos tempos historicos. creia sim, (20) Sergi, ob. cit. Pag. 179. (21) Sollas. Ancient hunters, Cte Rendu it L'Anthropol. 1912. A. CHILDE — GEOGRAPHIA E ARCHECLOGIA 135 A surriba, o afundamento parcial de um antigo continente Euro- americano é attribuida á época da primeira glaciação, a Gunziana, que se- para o Pliocene do Quaternario inferior, Talvez fosse no mesmo periodo que se abaixasse de 300 metros, sob as aguas do Atlantico, um fragmento de terras que unia ao oeste de Gibraltar as montanhas do Atlas, emparelhadas com a cordilheira da Betica (22), As lagoas mediterraneas receberam então uma fauna arctica, pelo estreito de Gibraltar, como a tinham recebido já, por penetrações atlanticas, no valle do Guadalquivir. Desde o maximum da transgressão marinha, no terceiro andar medi terraneo de Suess, o nivel dos mares se abaixou progressivamente no me- diterraneo tambem, deixando vastas ilhas e largos isthmos. Gaudry admitte que o phenomeno de abaixamento precede as deslocações (23), E a conse- quencia da retirada do mar foi a formação de uma ponte solida da Africa à Europa, dividindo o mediterraneo em duas bacias. Uma bacia occidental pequena, irregular, onde as costas avançavam na actual séde do mar, abrangendo as ilhas Baleares, o golfo de Leão, a Corsega e a Sardenha, as ilhas d'Elbe, Pontinas, Giglio, Pianosa, a Sicilia e Malta, juntando as duas ultimas ao Cabo Bom na Tunisia, e a uma larga faixa nas costas da Syrta menor. Na bacia oriental não ha nem Adriatico ao norte de Ragusa, nem Egeu. A Creta está insulada, mas o littoral segue abraçando as ilhas ionianas, o sul do Peloponesio, Thera, Cos, Rhodes, e no golfo de Ale- xandretta um cabo avança longe a tocar Cypra. Tyr está unido na Syria à terra firme (29), O geologo Geikie pretende que a emboccadura do Nilo se situava no suleste, a pouca distancia da Creta (3), | A passagem portanto da Europa á Africa era facil. Dous caminhos se apresentariam á primeira vista: o istimo Afro-Italico no centro, o isthmo Balkano-Asiatico no oriente. Nestas epocas o primeiro só serviu. Para comprehender-lhe a razão é necessario lembrar a geographia do segundo e os movimentos marinhos na região arabica. O mesmo aspecto marinho perdurou approximadamente, essas dos avançados pouco marcados, durante a terceira glaciação e o terceiro inter- (22) A. de Lapparent. Traité de géologie. T. II. 1906. Pag. 1632, 1895. (23) muess. La face de la terre, T. I. Pag. 451. ie (24) Cf M. Boule, Les grottes de Grimaldi. T. I. fasc. Il. Pags. 128- (25) V. de Lapouge. L'aryen. Pag. 11. 436 ARCHIVOS DO MUSEU NAÇIONAL — VOL, XXIII glaciario, epoca em que alguns autores acreditam que se tenha restabe- lecido a communicação da Europa com' o continente Americano septen- trional, mais ao sul do que as ilhas Farõer (9). Quando os gelos se retiraram na Europa central, succedeu-lhes um regimen de chuvas, de diluvios verdadeiros, de lagunas e pantanos que occuparam os valles precedentemente isolados pelos gelos, e do qual teste- munham hoje ainda os numerosos lagos da Suissa € da Bavaria, os lagos e pantanos da Hungria; Neusiedl, Balaton, a planicie da Tisza, etc. Estes pantanos são longos a desapparecer ; as altas montanhas doutra parte re- tem os gelos durante os invernos, e as unicas vias de communicação no meio dos relevos inextricaveis da Austria-Hungria, do Balkan e da Ma- cedonia, são os estreitos desfiladeiros do Danubio, da Moravia, do Vardar, e da Maritza ; desfiladeiros celebres atraves da historia do mundo, porque foram de seculos em seculos o caminho da violencia, do terror, ou da ganancia. Até a época neolithica, entretanto, o sentido das migrações, se as houver nesta região, e seriam de tribus pequenas repellidas por invasões occidentaes, foi de norte a sul, e não de sul a norte. Seriam antes ilhotes de refugiados. Basta lembrar que durante a epoca historica o Urartu, no sul do Kav- kasio, assim como os montes do Elam, fora o desespero dos soberanos Assyrios. As duas regiões apresentam analogias neste sentido. O povoamento da parte mais septentrional daquellas montanhas, fez-se com raros individuos do Homo primigenius, aqui representados pela calota de Krapina, entre o Dravo e o Savo, no norte de Zagreb. Fóra deste exemplar, é somente depois da quinta glaciação, o periodo de Buhl, que o homem appareceu nos Alpes austriacos, elle é neo- lithico (7). | Na Russia os primeiros paleolithicos são magdalenianos que lá che- garam pela Moravia, perseguindo o Mammuth; tambem foram nucleos pobres, isolados, e que depois da retirada do mar Caspio, muito posterior- mente aos tempos que examinamos, ganharam o Kuban, onde o sr. de Bavye encontrou uma estação (28). (26) G. Vacher de Lapouge. ob cit. Pag. 114. (27) Haug. ob. cit. Pag. 1838. (28) G. V. de Lapouge ob. cit. Pag. 241 — Zaborowski. Populations de la Russie méridionale. Rev. Scienti- fique. 1901. 28. Sept. 4, CHILDE — GEOGRAPHIA E ARCHEOLOGIA 137 NE Nem tampouco do lado da Asia Menor as migrações ameaçavam então. Estas se fazem cffectivamente de preferencia das regiões inhospita- leiras, montanhosas, para as planicies fecundas, do que em sentido opposto. Os montes são refugios e não logares de escolha. Portanto o norte da Aírica, o Egypto, as planicies da Syria e da Arabia foram habitados ante- riormente ás regiões montanhosas da Asia Menor, e sem duvida antes do continente egeu, sulcado tambem de cadeias elevadas, cujos apices cons- tituem hoje as ilhas esparsas do Mediterraneo Greco-asiatico. RR Assim é que a pedra lascada está muito bem representada no alto Egypto, onde Schweinfurth segue toda a evol ução reuteliana, a reutelio mes- viniana, a chelleana, correspondendo a segunda glaciação europca, e ao segundo interglaciario, — a musteriana durante a glaciação de Riss '?9), Entretanto na Phenicia que foi cuidadosamente estudada por Zu- moifen (*) e depois por Blankenhorn, no Quaternario inferior, epoca eolithica, o valle do Jordão está occupado pelas aguas, e o mar recobre a planicie littoral. Foi só na segunda época, no Chelleano que o homem pôde attingir a costa mediterranea. Na terceira época, musteriano e solutreano inferior, foram estabelecidas a maior parte das estações paleolithicas da Phenicia e Palestina, e o Musteriano domina. (3), Sabemos porém que as industrias paleolithicas do Chelles ao Móustier não são rigorosamente successivas em parte alguma; cllas respondem á necessidades diversas e podem ser simultancas (2, Estas constatações conduzem a considerar, como cu o disse ha pouco, a Palestina c a Syria como povoadas no tempo que discutimos, pelo sul oeste, entendo pela Africa, e progressivamente. E Havemos de melhor comprehender o phenomeno, examinando de relance as modificações gcologicas da região. 7 R:* De Morgan que viajou em missão na Persia, e estudou todo o planalto do Iran até a Armenia, etc., affirma que se lá não se encontram os typos paleo- Ê : . XXXY. 1903, Vor- (29) Sehweinfurth, Steinzeitliche Forschungen in oberágypten. Zeitsch. £. Ethnogr. T. XXXV handl, p. 799, (30) L'Anthropol. T. VIII, 1897. Pags. 272 e 426. 158. (31) Blankenhorn. L'Anthropol. T. XVII, 1906. Pag. as imaldi (32) J. de Morgan. ob. cit. Pag. 119, e conclusões de Verneau in; Les grottes de Grimaldi ; 19 7429-9 138 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIII lithicos respondendo chonologicamente aos phenomenos glaciarios, é porque na epoca de expansão daquellas industrias, o paiz estava inhabitado, por estar inhabitavel (63). Como elle o figurou no mappa, o Iran cercado de montanhas, variando de 1.000 a 4.000 e tantos metros, teve suas glaciações, que no sul se apoiavam contra a depressão chaldeo-persica de que falarei num instante. E assim atravessou, segundo elle, todo o pleistocene (34), No que se refere a passagem entre o Egypto e a Asia Anterior, a Pales- tina e a Arabia, os movimentos são mais complexos. Haug tem por certo que o mar Vermelho communicou primeiro com o Mediterraneo, pela região dos lagos Amargos (8). Esta affirmação, porém, me parece uma visão de espirito antes que uma observação correcta das sedimentações locaes que foram encontradas. Já alludi a respeito dos Australianos, á ligação da Africa com o Hin- dostão pela região de Madagascar, das Seychelles, Maldives e Ceylão. Esta ligação ou ponte, perdurou sem duvida muito mais do que o suppunhamos, pois que deixou lembrança nas tradições geographicas da antiguidade. Apezar do periplo de Nekhao, a escola de Alexandria não julgava pos- sivel a circumnavegação da Africa, e um echo de tão archaica passagem terrestre obnubilava sem duvida a sciencia de Hipparcho, quando no segundo seculo antes de Christo, ensinava que o mar das Indias era um lago interior, porque a Libya tocava ás Indias no Oriente (39), Mais ao norte tambem parece ter havido união pela Arabia, as regiões de Aden e Socotora. Issel fixa ao Pleistocene a formação do estreito de Babel Mandeb (8%; Giuffrida Ruggeri invoca a mesma passagem; e os Somalis contam nas suas tradições que antes do Diluvio não havia mar entre a Africa ea Arabia (89), Lagoas consideraveis, pantanos, e rios furiosos occuparam depois da se- gunda glaciação, a região mesopotamica, quando a fusão das neves precipi- tando torrentes, o Taurus, os montes de Urartu, o Libano forneciam diluvios de agua que se reuniam no Chott el Arab, e quando o Tigre desemboccava (33) J. de Morgan, ob. cit. Pag. 92. R (34) J. de Morgan. Le Plateau iranien pendant Vépoque Pleistocene. 1906. (35) Haug, ob. cit, Pag. 1892. (36) A. Childe, Archeol. class, 8 american. Arch, Muz. Nac. Rio de Jan. Vol. XIX, 1916, Pag. 139, (37) Sergi, ob. cit. Pag. 512. (38) Suess, ob. cit, Pag. 544. A. CHILDE — GEOGRAPHIA E ARCHEOLOGIA. 139 no mar Persico entre Mossul e Babylona. No valle do Jordão existiu então uma vasta lagõa (2), E' sem duvida à mesma epoca que devemos attribuir os s caprichos de algum ramo do Nilo, que se afastando para o leste em epoca de inundação, communicava com lagos no valle do Jordão; pois o crocodilo nilotico foi encontrado na Palestina, e até na Asia Menor (49). O povoamento desta região se podia portanto effectuar somente pelo Sul. º O afundamento do terreno egeu meridional processou-se tardiamente no fim do Musteriano, depois da quarta glaciação, o que explica a nota dominante do Musteriano na Palestina, quando as condições geographicas melhorando permittiam o estabelecimento de algumas tribus vindo da Africa. Houve n'esta epoca um grande movimento no Sul do Medi- terraneo, por causa das mudanças maritimas importantes, que tinham lugar no occidente e que veremos d'aqui pouco. O Mediterraneo egypcio ou oriental vinha então banhar o Delta, até a altura do Cairo. O Nilo transbordava na planicie, largamente alimentado pelos grandes lagos da Africa equatorial, que acabavam tambem de se formar ; na região de Fayum uma immensa lagoa. Foi então que os habitantes predynasticos do Egypto, que gozavam de uma industria lithica mais adcantada do que seus contemporaneos na Europa, construiam seus templos em forma de barco, sobre palafhitti, como os vemos representados nos celebres vasos predynasticos, o que deu ensejo a tantas controversias : uns querendo ver n'elles naus verdadeiras correndo o Mediterraneo, outros parques para avestruzes. Insiste aqui na interpretação que dei destas fi- guras, já em 1915, no segundo Pan-American Congress, porque ella con- corde com a constante tradição egypcia dos barcos divinos, e com a des- coberta do barco de Abu-Gurab, immovel edificio, feito de tijolos na areia, ao lado do templo de Neuser-Ra, na 5º Dynastia. x a * O Mediterranco soffreu depois uma phase negativa, e o Nilo com seu limo fecundante, aterrou pouco a pouco o Deita. Assim o isthmo de Suez do Delta ao golfo, deve ser considerado como fa- zendo parte de duas bacias differentes : as lagoas Menzaleh, Ballah e Timsah (39) J. de Morgan, ob. cit. Pag. 176. (40) Suess, ob. cit. Pag. 491. 440 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIII pertencem ao Mediterraneo, assim como a zona de inundação do Nilo no Delta, que em seus maxima attingiu até as lagoas de Timsah e Ballah; — emquanto os Lagos Amargos fazem parte da bacia do Mar Vermelho (4), Esta serie de considerações permitte combater a opinião de Haug. O phenomeno de fractura da cortex terrestre que seguiu a directriz do Mar Vermelho, é um episodio do accidente que produziu os grandes lagos da Africa Oriental; de Nyassa até Rodolphe, e elle se realizou de Sul a Norte, acabando pela bifurcação do golfo de Suez e do golfo de Akabah; este ultimo se prolongando pela Judéa dentro: isto é, Mar Morto, Jordão e de- pressão da Syria, e se indo perder contra as dobras montanhosas perpen- diculares do massiço do Taurus (42), Ora Suess declara que aquellas bacias de Akabah, do Mar Morto, do Jordão, são tão recentes como as communicações do archipelago com o Mar Negro '*), o que nos conduz ao quinto interglaciario, entre os estadios de Biihl e Gschnitz, na Europa, periodo do Asyliano de Piette e no Egypto, fim da época de Negadah. E Estas indicações são importantes, porque o sr. Mahoudeau affirmava . outrora que, “antes da invenção dos signos figurativos, servindo a comme- morar os acontecimentos, nenhuma lembrança do passado podia persistir além de duas ou tres gerações” (43)! Affirmação gratuita se houve jamais, O autor apoiava-se sobre a mesma affirmação, para contestar que as tradições egypcias referidas ao Solon a respeito da Atlantide, pudessem ter algo de positivo e se referissem a phenomenos geologicos quat los. Mas na época em que chegamos, na epoca de Negadah, estes signos figu- rativos existiam. Já tambem existia a celebre escriptura linear do Medi- terraneo, que teve o seu apogeu na época neolithica. E aqui me veio uma simples suggestão: é que a tradição biblica da passagem do Mar Vermelho, de que não encontramos traço nos annaes do. Egypto, no tempo correspondente á emigração mosaica, seja uma tradição consideravelmente mais antiga, e como que um episodio d'estes isthmos subitamente interrompidos por um afundamento de terras e invasão das aguas do mar. Que a lenda tenha sido originada pela formação do estreito de (43) P. G. Mahondeau. Les traditions relatives à V'Atlantide et à la Grêce istori i prêhistorique, transmises par Platon. (Rev, anthropolog. mars, 1913 7: ea Dita ec Ai AO Dota POC E ET x VANS gta pio Vs Sh] 1/1 ES ups A LUAS MAPAS a EA At El tg ORAR IA PASS asa ta A, PEA DA PASS ACURA 044 en tofa A bi) 4 (SP RR? e RR Ri Leratt, a Did MA as x Y NU Na No 3 CR) A di FAIA ses * RE NAN SANA AMRS x NS ARNO 7 2 e 2 REA : SEA NOIR àx RAS DOM SANS ss Ee NASA Pp ANA Rat AEE AOS so RM é ba - - VISA SSD MAS S ED QU TNT PES RSRS nte tio 4. 94, 41, Pts tis sus, Ar q A UA TR! Cred; fts ta (es z “., PAS te AA 47 CARA do ç PEDIR dd £ ten fatis 21", er, 2 f, "te 0, PERA ae A API 4 AL) 7 ad Y 1 s” NX ECA N NA PP ERR VANIA us» ANDA A RI a g LAS A Ad ê NO AT x Ne A VACA NARRADOS ad da a aa BERARDO SO x “* q ESA RIR RV. ' da ed RAIAS ASTRA Ao AS atas Ao IA Sm cega E quas sida (my a PERA /4 Natas Er da Nida , 1 NANAS A AS NEN ANA NA Was PAR RREO r / 7 z , PERITO PS RS RAS APR ANITA SEAL OS den fes BP, DAVA ES PAN SS IS RES, ESTANDO BALA PAPA fi Pro PÉ, é PPP PSI ARA 4 fatia f E A PRIDE TAS x NAS A K SANA OS a 7 “e 4 1444 4/44 A | í, o Ports PR 77 “4 pe r RA PS Pd NO NOR Antas no “Na Va SORO PEA MEP EVA ARA O RE Carta geologica do Isthmo de Suez, segundo Th. Fuchs Denkschr. k. Akad. Wiss. Wien, XXX VHI, 2. Abth., 1877. Taf. HH). Extrahid d, pag. 483. As linhas interrompidas tam a região dos lagos entre o Medi as cheias, os terrenos mais eci formam terraneo e o Mar Ve tigos ermelho ; represen Face de la Terre ”, ed. franc., Suess — os depositos A. CHILDE — GEOGRAPHIA E ARCIHEOLOGIA 441 Bab-el-Mandeb, como a dos Somalis, que lembrei, ou pelos accidentes do golfo de Akabah, é impossivel dizel-o, mas ella está ligada ao Mar Ver- melho, e os Hebreus, que nunca se fizeram falta de consignar em seus annaes os factos extraordinarios que encontravam nas tradições dos povos com os quaes entravam em contacto, pediram aos povos de Ken-aan ou aos da Terra de Kem, mais esta historia de fluxo marinho servindo os desio- nios da tribu eleita. z Será este facto que os Egypcios já de alto tempo, symbolisavam no diluvio de sangue de Tafnout, e da colera de Rã? A tendencia hoje é de in- terpretar este ultimo mytho como um symbolo do Nilo Vermelho. Entre- tanto ao meu ver, não é natural que a periodicidade annual d'este pheno- meno, deixasse tão funda impressão na religião egypcia, ou então devia tomar assento nó Zodiaco como Aquarius. Este mytho aliás data não de Amon, nem de Osiris, mas dos tempos de Rã, e, portanto, pertence ás tra- dições de Heliopolis, On do norte, o repositorio dos annaes os mais antigos (44) do Egypto. ( E" admittido que no fim do Musteriano da Europa, e mais especialmente da França, influencias africanas produziram a industria aurignanciana da bacia da Aquitania (4), Foi nas vesperas da glaciação Wurmiana. A raça humana productora d'aquella industria mostra faculdades artisticas extra- ordinarias. Oriunda sem duvida do nordeste da Africa, ella passou pelo isthmo afro-italico e invadiu a Europa occidental. Já tinha penetrado anteriormente uma primeira vaga, com os typos de Brunn, Predmost, Egisheim; um novo fluxo aportou os homens de Combe Capelle, Laugerie basse, Chancelade, etc., considerados como pertencendo ao typo dito de Cro-Magnon. E com elles, chegaram egualmente homens de typo negroide, ditos do typo de Grimaldi, por causa dos fosseis encontrados nas grutas deste nome, perto de Menton. Roe Com muita razão fallei das contradicções dos auctores, a começar esta conferencia ; ellas são de tal natureza e emanam de especialistas tão autori- sados, que decidir entre ellas, para quem estude longe dos documentos origi- naes, é absolutamente illusorio. ; i ibl. Archeol, Vol, IV. (44) Navillo, La destruction des hommes par les Dicux. Transact. of the Soc. of Bibl. Archco 1875. Pags. 1:49. (45) Abhé H. Breuil. L'Anthrop. 1912. Pag. 594. - 4432 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIII md A respeito da raça de Cro-Magnon, p. ex. Sergi a affirma neolithica ; “ Ogai ancora, diz elle (Europa p. 112), ben ché sia dimostrato che la sepol- tura di Cro-Magnon é neolithica, si continua á denominare razze de Cro- Magnon ogni scheletro e ogni cranio che si assomiglia al famoso vecchio.. .” Quanto aos typos de Grimaldi, o celebre anthropologo italiano aceita a qualificação de negroides, considerando-os, porém, como hybridos da varie- dade euro-africana com negros africanos emigrados na Europa. Verncau em 1902, os admittia como derivados da raça de Spy, ou como cruzamento de Cro-Magnon com negros de pequena estatura; em 1906, elle apresentou, porém, outra hypothese, a saber : que Spy e Grimaldi são dois ramos de um unico tronco analogo ao Pithecanthropus. Boule tambem considera os negroides do foco I da “ Grotte des Enfants” como contemporancos de Spy — e o esqueleto de Cro-Magnon do foco II, como pertencendo a mesma epoca. Estas affirmações dão força, a meu ver, a theoria do Sergi segundo a “qual as variações morphologicas observadas nos craneos dolichocephalos quaternarios e neolithicos não constituem raças verdadeiras, de uma parte, — e doutra: que é evidente a persistencia das formas, desde que o homem nos é conhecido, na morphologia craneana (49). Acho que Sergi tem toda razão, e que seria muito desejavel tentar o esclarecimento do problema craniologico, por uma incansavel serie de pesquizas methodicas, feitas sobre a craniogeneze, e as mensurações dos craneos embryonnarios e fetaes em todas as raças humanas. Lá me parece residir a solução destes problemas de morphologia, e por “contre-coup” à validez ou invalidez das hypotheses monogenistas e polygenistas. Si eu pretendo que a passagem da nova industria se fez pelo isthmo si- culo-italico, é que elle existia ainda (17); — que a industria aurignacia evo- luiu rapidamente em solutreano, formando no correr da 4º glaciação e do 4º interglaciario a edade glyptica de Piette, e que quando os frios do Wur- miano se fizeram sentir, alguns aurignacios voltarão pelo caminho da ida, emquanto raros se espalhavam pela Inglaterra, pela Catalonha, a Belgica, E Suissa, a Germania, a Moravia, a Hungria, e mesmo a Russia perto de lev. (46) Sergi, ob. cit. Pag. 239 e segs. (47) Cf: H. Fairfield Osborn. Review of the Pleistocene of Eur. As. and N. Afr. 1915. Pag. 297. A. CIILDE — GEOGRAPHIA E ARCIEOLOGIA 113 Esta aurora dos tempos glypticos é contemporanea de um aurigna- ciano da Africa do Norte, lá chamado Capsiano (48), e que se prolonga esta- cionario emquanto evoluem na Europa occidental os Papaliano, Gurdaniano, Magdaleniano, que não tem representantes na Africa. * * x Foi depois da quarta glaciação que o Mediterraneo occidental, que se po- deria chamar hispanico, se abriu caminho para o Mediterraneo oriental, greco-egypcio. Assim é que a passagem do homem não foi constante. Aliás não devemos considerar as migrações de que falei, como movimentos de massas humanas, comparaveis ás invasões do começo da historia: Celtas, Godos ou Tatáros. Taes invasões são occasionadas sómente por grandes cataclysmos naturaes, periodos de secca, etc... mas em geral, fóra d'a- quelles accidentes, é apenas um clan que emigra, que se afasta do resto da tribu, quando o agrupamento local, como diz Keith, excede os limites dos subsidios alimentares fornecidos pelo territorio circumdante. E um “ver sacrum” então que se exila. Re x No mesmo tempo em que as duas bacias do Mediterraneo communi- caram, a parte meridional do continente egeu afundou-se, como já men- cionei. Era devido em parte à massa das aguas maritimas penetrando pelo estreito que acabava de se formar, e porque o Mediterraneo oriental estava de nivel inferior ao Mediterraneo hispanico. E o que justifica esta asserção ç b ; . : (49), é que a surriba egeana foi lenta, progressiva e se realizou de sul a norte Canaes se abriram, retalhando ilhas desde Thera, Melos, Kos, até Lemnos e a peninsula Chalcidica (0), Novas rupturas na bacia occidental se produziram em consequencia das correntes recemformadas e porque ella se tornou uma passagem de Gibraltar à bacia oriental. o * O primeiro estreito italo-africano tinha-se aberto entre a Sicilia e a Ita- lia; é o estreito de Messina. E lá foram as primeiras columnas de Hercules. (48) Abbé. H. Breuil. L'Anthrop. 1912. Pag. 594. (49) Haug, ob. cit. Pag. 1869. identaes da Europa ; ur O) periodo Solutreano fôra uma época de steppes e de ed oia ei o conpada neste tempo as praias se extendiam muito além das costas achiaes pe ; Dr it e x ” 439. ligadas com ilhas que desappareceram depois. (Cf. H. F. sera dera nd 4144 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIII A lembrança desta unica passagem para o oceano desconhecido, mys- terioso, do occidente, perdurou na memoria dos homens e perdurou na tradição das marinhas archaicas. Estamos acostumados a considerar os Phenicios como Os primeiros navegantes que desbravaram os caminhos do Mediterraneo e do Oceano. E' um erro profundo. Réné Dussaud salientou, já em 1913 (51), que, si os Tyrios fixavam, segundo Herodoto (2), a fundação do templo de Mel-Kart a 2.700, os Phenicios, então, eram apenas terricolas asiaticos e foi a con- quista egypcia da XVIIIº dynastia, com as batalhas de Mageddo, Qodshu e Gargamish, que os levou a uma alliança com Pharaoh Thutmes IIIº;—o «Cananeu médio», de 1550 a 1100, marca o começo das aventuras maritimas phenicias, mas o apogeu do seu commercio foi depois da queda de Troia, depois de 1100, quando os Mycenianos perderam a hegemonia dos mares; estes ultimos tinham succedido aos Minoanos, os primeiros marinheiros regulares dos povos hellenicos, cuja historia nos conduz até 3.000 annos antes de nossa éra. Um texto das Pyramides, datando da VI* dynastia, chama o defunto «aquelle que viaja no Rio Oceano em redor dos Hanebu » e para os Egypcios o Rio Oceano circulava além da « Trés-verte » (o Medi- terraneo), — além das terras que a cercam: é o conceito geographico de Homero. E a Odyssea reflecte esta tradição archaica, recebida dos ultimos tempos paleolithicos atravez das civilizações primitivas da Libya, dos Cyclades, dos Minoanos, Egypcios e, por ultimo, dos Phenicios. A ilha de Kalypso, filha de Atlas, que conhece todos os fundos do mar, ou traduz aqui todos os segredos (53) — deve ser procurada na visinhaça do estreito de Messina ; — Ogygia; no meio do mar, é o ponto onde Odysseus chega depois da perda dos seus companheiros no desastre de Kharybdis e Skylle. Kalypso é filha de Atlas, e Atlas é o Etna, que a lenda donde Homero tirou este episodio não conhecia com este ultimo nome. Servius efectivamente, no seu commentario à Eneida, informa-nos que houve tres Atlas, um mourisco, um arcadio e um italiano (5%. O mytho que reune Hercules, Atlas e as Hesperidas confirma ainda o que acabo de dizer —as Hesperidas eram filhas de Atlas, e a Italia era a Hesperia dos Gregos. A primeira columna era a columna de Atlas, o pilar do mundo, e | existia de um só lado do estreito, na Thrinakie, ou Sicilia. Horror; que doem Dussaud, e co des Phéniciens dans la Méditerranée primitive. Scientia, 1913. T, XIII, Pags. 81-90. Va (53) Er Odyss. 1. 52-53. ; (54) Roscher. Lexicon. s, v. Atlas, P, 708,46, A. CHILDE — GEOGRAPHIA E ARCHEOLOGIA 4145 conhecia bem Hercules, não lhe attribuiu as columnas, ora si se tivesse, inspirado em obras phenicias, como o queria V. Bérard (5), não teria faltado a este attribuir, Mais tarde as marinhas sondando o Mediterranco occidental, a entrada do oceano circular do Mundo recuou tambem, e os dois pilares desta porta mysteriosa, Gibraltar e o Atlas marroquino, receberam a antiga desi- gnação; quando os Phenicios vieram por sua vez, elles os dedicaram a Mel-Kart, o Hercules tyrio. Dahi a confusão posterior. Demorei-me um pouco n'este ponto interessante, porque elle dá uma indicação preciosa para uma outra tradição archaica: a tradição da Atlan- tida. O afundamento do territorio egeu, o nivel inferior do mediterraneo occidental, produzindo desnivelamento na bacia occidental e a aspiração con- secutiva das aguas do oceano, foram causas de novas rupturas, A Sicilia tinha-se separado da Italia, formando a primeira passagem antes de se separar da Africa, pois que o elephante pygmeu de Malta se encontra como elephas Atlanticus (Pomel) nas camadas arenosas da Africa Septentrional (9), Não tardou muito, porém, que se abrisse um segundo estreito no Sul da Sicilia, e esta achou-se independente da Africa ainda que unida á Malta (57), Outras graves modificações apresentava esta bacia occidental. Geikie refere ao 4º interglaciar (Lower Forestiano) o isolamento dos Ba- leares (58), - A Corsega, a Sardenha, as ilhas intermediarias entre estas e as costas italicas se formaram pelo afundamento dos antigos littoraes, E Temos agora um aspecto novo do Mediterranco bastante visinho do estado actual. > s Phénici VOdyssée. os é: rim ss. As communicações pe ereto e a Italia re io tanto diversas vezes ainda, pela Sicilia, pois encontrou-se 0 Elephas melitensis, pygmeun, nas visinhanças de . (H, Fairfield Osborn. ob. cit. Pag. 207.) (57) G. V. de Laponge, ob. cit. Pags. 1239-128. (58) G. V. de Lapouge, ob. cit. Pag. 116. ” 7439-919 146 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXI RE Estes afundamentos que na parte oriental foram progressivos, pa- recem na parte occidental ter se processado com maior violencia, assim se' explica a tradição da Atlantida que citei ha pouco. | Devo aqui assignalar os trabalhos de um erudito chileno, o sr. Luis Thayer Ojeda que guiado pelo exame minucioso das tradições, chegou a con- clusões analogas ás minhas, e publicou dous trabalhos curiosos sobre as po-: pulações primitivas da peninsula Iberica e sobre a formação do mediter- raneo 'º), constrangido lá pelas mesmas peias do que eu aqui; falta de livros e revistas, escassez de peças e documentos, elle conseguiu, entretanto, formular suas hypotheses que formam valioso subsidio ás questões que estudamos hoje. | nd Segundo a tradição egypcia referida pelo Platão, a Atlantida era uma ilha vasta situada em frente, além das columnas de Hercules, donde era facil passar de ilhas em ilhas até ao continente circumdante. Pois o mar onde ella estava era um mar interior, e o continente abraçava o horizonte (6), Com estas indicações, e depois de estabelecida como o fizemos a situação geographica dos primeiros pilares do Mundo, ou columnas de Hercules, a conclusão se impõe que a Atlantida era uma ilha da bacia occi- dental do Mediteraneo que desappareceu. a de Fosse ella situada quer entre a Corsega e a Etruria, quer entre a Sicilia e a pequena Syrta, quer entre a Sardenha e Africa, é prematura dizel-o. O sr. Thayer Ojeda opina pelo afundamento da juncção entre a Corsega e a Sardenha. De todo o modo pretendo hoje, como pretendia ha quatro annos, que a. tradição é baseada sobre um facto historico. Pensava então que o afunda- mento das terras Euro- Americanas tivesse dado origem a essa tradição e o mar de Sargasse era para mim um argumento (6t) o (59) Luis Thayer Ojeda. Razas primitivas de la Peninsula Iberica, 1919. Santiago de Chile e Cuestiones relacionadas con la hipotesis de la formacion del Mediterrâneo. 1919, Santiago de Chile. iu (60) “uriia divini Platones opera, traslatione Marsilii Ficini. Basile, an MDLI, p. 703º... per quam ad Essa proximas insulas patebat aditus, atque ex insulis ad omnem continentem e conspectu jacentem vero mari m”—o que V. Consin traduziu: “ de cette ile on pouvait facil t tres iles et de celles là à é um pouco paraphrastica, eu traduzi mais estreitamente: franca, e d'aquellas (egualmente) a toda (a terra) circum mar,” (61) O Sr. P. Termier sustentou a ii inião, di a ds E Inst , d a ds |. Ni de Pia. doca. oi opi a o sobre considerações e Bu “A. CHILDE — GEOGRAPHIA E ARCIIEOLOGIA 147 O exame mais critico da geographia historica do Mediterraneo, condu- ziu-me à outra orientação — e fez-me pôr de lado hypotheses de outros pes- quizadores, como a que se refere á Creta (82), Não concordo com a localisação do sabio chileno, mas concordo com a situação no Mediterraneo occidental (63), x» x Ha na relação de Platão, muita fantasia e imaginação no que se refere ao poder e riqueza dos invasores, é obra de poeta, são adornos. É mesmo permittido perguntar se foi uma verdadeira invasão bellicosa. Não o creio. Os homens apavorados pelo cataclysmo que foi repentino, fu- giram pelas costas norte e sul do Mediterraneo, num verdadeiro terror panico que se communicou ás tribus que encontravam. Pararam quando encontraram resistencia mais ou menos organisada. Quanto á civilisação destas tribus, era a da edade glyptica, e na especie, as evoluções diversas do solutreano ao magdaleniano. São ellas que transportaram na Europa central, em Malta, na Creta, os primeiros exemplares d'esta talha. perfeita dos silex, que já no Egypto e na Africa attingia a uma maestria insuperavel. Não qu'eu entenda por lá que o Solutreano tenha nascido na Atlantida — mas que os povos da Europa é da Africa, que fugiram em consequencia das. catastrophes repetidas na época post-Wurmiana, eram chegados á esta evolução glyptica, e á transportaram com elles nos logares onde se refu- giaram. Foi tambem esta migração, a origem das primeiras linhas verdadeiras de intercambio no Mediterraneo. Talvez data desta época a adaptação de certas raças a uma vida maritima e a unificação pelo officio de uma raça (62) Edwin Swift Balch. Atlantis. or minoan Grete. o ia Rev. Mag. 1917. — Ch. H. Hawos and X. 4905. H. Boyd Hawes. Crete, the forerunners of Greece. Lond, and o se E : ae ista: erando as tribus 63) Herodoto fornece uma indicação que me parece confirmar o meu dee pt de q a rt libycas, que se encontram de 10 em 10 dias, indo de O QU mi a er o cobrindo eter- Atlas, distante de 50 dias de Thebas « montanha tão alta que nem arerentor q ME, oohi maoahia é nine dê namente. Os habitantes chamam-na de « columna do ceu « (1V-188). | ces uss Ei ne Sa ci Atlantes. E Herodoto explica ainda « Pôde enumerar e designar a aces a di Hesaiiii mma longe nante do deserto,— alem não o posso mais, embora ella; se es: - spo am : âinda ” (Iv 185). D'ahi resulta claramente que para Herodoto; e no seu tempo, o Atlas pilar do mundo era dis- tincto e assáz distante das columnas de Hercules. 148 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXHI mediterranea, donde sahiram posteriormente os povos da protohistoria : Libyos, Egeo-Cretenses, Liguros, — os Pelasgos emfim. A origem desta technica era africana (6%, de lá veiu o impulso e este impulso recebido pelas tribus européas foi se espalhando entre individuos mais ou menos bem dotados que se inspiraram ou imitaram os modelos. Os primeiros mestres foram os Aurignacianos, aquelles negroides de Menton. A elles pertencem as estatuetas steatópygias, que perduraram até ao neo- lithico todo em redor do Mediterraneo e nas ilhas (6), Elles tinham ido da Africa á Europa, elles voltaram á Africa, com as outras tribus fugitivas, e a elles pertencem as obras de mesma natureza es- culpidas ou executadas em graffitti no sul Oranez, na Africa meridional, etc. Os negroides de Grimaldi foram os antepassados dos Bushmen com os quaes offerecem aliás traços de semelhança anthropologica. A arte esteatopygia era uma expressão religiosa, como se pode deduzir das pinturas de vasos predynasticos, e porque ella representa somente mu- lheres (9, Ella soffreu evolução, pois que alem da delicadeza do trabalho que offerecem certas peças, ha figuras onde a deformidade conservada apenas em eschema, está bastante attenuada. É á esta evolução particular que respondem as figuras predynasticas do oitavo millenario antes de nossa éra, no Egypto (7). Ellas são devidas ás tribus que receberam os negroides fugitivos (88), e que suggestionadas pelos descendentes dos artistas aurignacianos, tinham, entretanto, uma esthetica diversa e pessoal. As estatuetas representam divindades, objectos de culto que não estou longe de acreditar longinques prototypos das celebres figurinas da Asia Menor, Cypra, etc., onde umã Aphrodite-Astarté está representada, sustentando os seios nas mãos. São, sem duvida, symbolos da Fecundidade, da alma mater. As idéas religiosas que concretisam as estatuetas esteatopygias foram aceitas pela maior parte dos povos que banha o Mediterraneo, e que foram povos gynecocratas; mas depois de receber os idolos primitivos, o sen- timento esthetico de cada tribu evoluiu e os symbolos foram modificados, como vemos por exemplo na Creta, onde no Minoano medio HI, a Deusa com (64) Sir. A. Evans, Donnóées archéologiques nonvelles. Rev. Scientif. 1.18 Sept, 1917. P. 521. (65) Lalanne. L'Anthropol. T. XXIII. P. 133, (66) Lalanne. 1/Anthrop. T. XXII. (67) Capart. Les Débuts de Part en Egypte, 1904. Fig. 5, 34, 91, 144, 116. à (68) Sir A. Evans. Données archeol. nouv. Rev. Scient. 1-1$ Sept, 1917 ““ Les primitives images stéato- Pyges, telles que celles des cavernes de Balzi Rossi peuvent être attribuées au type negroide ” P, 521, A. CHILDE — GEOGRAPHIA E ARCHEOLOGIA 149 as cobras, ostenta apenas o peito, ultima reminiscencia da esthetica aurig- naciana, (69), x * x Emquanto se succediam na Europa,os facies diversos da edade glyptica de Piette até ao Magdaleniano, a edade neolithica desenvolvia-se no Egypto, onde encontramos uma. civilisação brotando regularmente, apezar das in- vasões de tribus novas ; o neolithico egypcio é effectivamente contemporaneo da arte da Madeleine em França (7), Mas pela pureza da linha, pela vera- cidade da expressão, esta ultima supera a arte egypcia contemporanea. Onde o valle do Nilo e a Palestina, assim como a Libya excellam, é no talhar os silex, as pontas de flechas, de lanças, as facas de pedra. Assim se pode ver nestes exemplares offerecidos ao Muzeu Nacional, pelo sr. Seyton-Karr e que foram por elle encontrados no Fayúm, nas visinhanças do celebre lago Moeris. | Esta industria foi objecto de exportação, encontramola em todas as ilhas do Mediterraneo, na época neolitica, conjunctamente com objectos de pedra polida. E' que a navegação florescia então livremente no mar interior, estabe- lecia pontos fixos de desembarque, perto da emboccadura de rios; as vias commerciaes maritimas e continentaes datam de época tão precoce. do UP 4 Novos horizontes se tinham descoberto; as ultimas connexões entre a Asia Menor e a Europa se romperam pela desaggregação do antigo mar Hyrkaniano. | O mar Negro tomou o aspecto hodierno e o Mar Egeu, continuando de se alargar, um afundamento do Hellesponte deixou as ondas penetrar na Propontida, e pela ruptura consecutiva do Bosphoro, no ao Euxino. Aquelles sumiços de ilhas na Egeide continuam durante os periodos neoli- | thico e eneolithico, aterrorizando os homens e creando lendas de diluvios successivos. Os mortaes são sempre impios, € Poseidon entr'abre os abysmos do Noun, devorando a ilha dos Phlegyios 72), devorando as planícies da Thessalia e obrigando Deucalio a parar no monte Othrys (2, Mais tarde, no (69) H. R, Hall. Aegean archeology. Frontisp. O fig. ti é Adr (70) Schweinfurth. Steinz. Forsch. in ni uropa. Pp. . 71) Servius ad Aeneid. IV. 618.— Nonnos. Dion. ; | A Ei J. G. Frazer. Ancient Stories of a great flood, J! of the anthrop. Inst, of Gr. Brit, and Ireland. Vo ( XLVI, 1916. July to Dec, P. 263, 150 ARCHIVOS. DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIII terceiro diluvio dos Gregos, Dardanus escapando da ilha de Samothracia sobre uma odre cheia de ar, fugiu até ao monte Ida e fundou a cidade de Troya (7), Segundo os Samothracios'a 'catastrophe resultou não de chuvas torrenciaes, e sim da ruptura das barreiras que até então mantinham o mar Negro afastado do Mar Egeu (7%. No norte da Eurasia desde o fim das. grandes glaciações, importantes modificações se effectuaram. Durante o periodo de Buhl não existia região scandinava. O Baltico communicava com o mar Branco pela Finlandia actual e com o Atlantico pelas lagõas da Svealand (9, A Dinamarca formava uma. só terra com a Scania (79) (Gotland actual e entrada do Baltico). Não havia populações, portanto, n'estas terras subarticas separadas do resto da Europa. € No periodo consecutivo, o massiço seandinavo releva-se, attrahindo comsigo o mar do Norte. O Rheno tem sua emboccadura à altura da cele- brisada cidade de Hull. A França está unida á Albion, e o Baltico isolado entre as terras, forma o lago Ancylus (7), que lentamente se transformara em Baltico actual, abrindo primeiro um estreito na, altura de Góteborg — e posteriormente cerca de 3.000 antes de nossa éra, pela formação: do Sund e dos Belts. Na Asia o antigo lago Aralo-Caspio se tinha progressivamente retirado desde o sul de Tobolsk até aos limites que occupam hoje o Aral e o Caspio 77. Ao regimen de lagunas sucedeu um regimen de steppes. — Na Russia me- ridional aos ultimos gelos succederam o loess, as chuvas, os pantanos, e mais tarde: com a mudança annual das estações: o steppe e a neve, alter- nativamente, —o que constituiu o tchernaziom da Ukrania, no norte do mar Negro. As primeiras camadas d'esta terra preta são velhas de 6 à 7.090 annos, e os 1º indicios de povoamento na Russia são posteriores á - formação dos primeiros stratos | (78), PP (73). G. Frazer, ob. cit. P. 278. (74) 3. G. Frazer, ob, cit. P, 279. (75) G. de Lapouge, ob. cit. P. 144. (76) G. de Lapouge, ob. cit. P. 117, (5º glaciar).. (77) G. de Lapouge, P. 145 mappa (fig. 3) P. 146. (77) O mar immenso senna eq vertendo no norto,. através da: actual bacia do Obi(T. IH, Huxley — The Aryan Qu parece té à leist (5. G.. Erazer, ob, cit, P, 279.) (78) Zaborowski, Pipnlviicas de la Russie muridiondiado. Rev; Scient, 28 Sept.. 1901. A. CHILDE — GEOGRAPIIA E ARCHEOLOGIA 4151 * x + Contemporaneamente, portanto, no sul e no norte do mar Caspio, a |] DA ». vu . . . . E É) . ' passagem se abria ás populações asiaticas. Estamos no periodo neolithico, quando appareceram na Europa as primeiras tribus brachycephalas. . o * O sr. Ellsworth Huntington (79) chamou a attenção sobre a consequencia dos periodos alternativos de seccas e de humidade sohre os pastos, — sendo as seccas causa das grandes migrações de povos nomades. E' áquella pulsação, como elle chamou o phenomeno, que devemos at- tribuir as invasões celebres da historia: a invasão akkadiana durante o 4º millenario, contemporanea com o imperio Thinito no Egypto, a invasão chanancana no meio do 3º millenario, contemporaneo com a destruição de Hissarlik II, — a invasão arameana cerca de 1.350 antes da nossa éra, e outras. | Os Europeus e Euro-africanos emigraram tambem, Hissarhk TI que acabo de citar, longinqua antepassada da Troja de Homero, foi devastada por uma invasão de povos nordicos (3) chegando da Galicia, da Podolia, pro- curando novos terrenos, ou rechassados na retaguarda por invasores da patria primitiva. Os destruidores de Hissarlik formaram mais tarde o povo de Mitanni, e são os prehistoricos avós dos Kurdes. Já anteriormente os dolichocephalos Euro-africanos tinham penetrado na Asia pelo Sul do Caspio e ladeando os montes da Armenia e da cordi- lheira do Elburs, aberto o caminho futuro das caravanas, de Teheran á Mekhed, — é o que veiu revelar a expedição americana do Prof. Raphael Pumpelly, e a descoberta de antiquissima cidade no oasis de Anau, perto de Askhabad, no districto transcaspiano — depositos aos quaes Pumpelly fixa a data de cerca de 8.000 annos antes de nossa era (81), t E 4 ns. e of s o (79) The Pulse of Asia — citado in H. Peake. The Irst Races spnsuençio im the poa ngaded cá (80) H. Peake. The first Races concerned in'the Siege of Troy. 3º of'the Ant. Inst. of. Gr. Brit. : 1916. P, 154 e Sa. (81) it .evólut, of cases and civilizations. “Bull, of the Goolog. Soc. e Amer. Vol, 17. Ro- chester, 1906, 152 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXJII Esta infiltração de Euro-africanos na Transcaspia teve por effeito n'uma de suas vagas de desalojar as tribus Bak, e de obrigal-as a fugir até a China, onde fundaram um imperio em 2.000 (82), Todo fluxo tem seu reflexo: os recem-chegados por sua vez compelliram os Mongoes a se mover, e das ribas do Orkhon, do lago Baikal, para o Yenissei, começou o exodo dos brachycephalos. * * * Assim resumindo as consequencias das ultimas modificações que soffreu o Mediterraneo, vemos no fim da edade glyptica novas emigrações pene- trarem na Europa. São os primeiros neolithicos, que vindo do sul e do suleste, atravessam os estreitos, correm as ilhas, creando as primeiras navegações e modificando as industrias lithicas em Asiliano, Tardenoi- siano, etc. Mas os neolithicos não são homogeneos ; com elles apparecem typos novos: são por exemplo aquelles armenoides brachycephalos, de feição particular, à região occipital achatada, e que constituiam o fundo do antigo Imperio hetheu, como o demonstrou von Luschan (8). São elles os Kheta ou Khati dos Egypcios, congeneres dos Tubal e dos Moshki, — que travaram Juctas com os Thutmes e Seti, e faziam de Thapsaque e Gargamish os mais vastos caravansarás do mundo oriental. A raça dinarica é parallela d'este typo ou d'elle deriva (89, x Ro a Com a penetração brachycephala entrou tambem o bronze, e da epoca neolithica passamos á epoca eneolithica. Os mycenianos de 1.500 antes do Chr. já estavam em relações commer- ciaes com o Baltico, d'onde recebiam o ambar. ' Herodoto nos conservou o itinerario entre os Hyperboreus e a ilha de Delos, atravez dos Alpes até ao Adriatico (8%), Os Scythes eram inter- mediarios, mas sob os Scolotes do Herodoto, devemos reconhecer uma tribu celtica. ; (82) R. K, Douglas the Story of China P. 3. (83) Von Luschan, the early inhabitanis of W. Asia. J. anthrop. Instit. 1911. XLI, 221 e saq. (8%) Deniker. Les Races humaines, 4900. (84) Herodoto, Histoires, IV, XXXII. — A Grenier, Bologne villan 3 , . .< . . . ov. et ét ST « . s 1 . P. 28-13 (critica de J. Déchelette). : a a A. CHILDE — GEOGRAPHIA E ARCHEOLOGIA 153 Do occidente, das Cassiterides, os Mediterraneus recebiam o estanho, e parece que entre os intermediarios estavam os Sigynnes, primeiros repre- sentantes na Europa dos Tziganos e que viviam da emboccadura do Ister até à Suissa (85), O bronze teve effectivamente focos diversos ; um d'esses focos era o occidente, d'onde provinha o estanho, já em tempos predynasticos do Egypto (Tumulos de Abydos de uma parte, e celts irlandezes d'outra parte da epoca eneolithica). Mas o desenvolvimento da industria “inloco” data dos tempos eneolithicos, quando os povos que já trabalhavam o bronze, em outros focos, com materiaes importados, penetraram por sua vez nos logares onde estes se encontravam. Com os neolithicos e os brachycephalos, o antigo fundo das populações européas se mesclou, formando ao correr dos seculos os povos historicos posteriores. . Rox Os povos ugro-finnezes foram invocados para explicar a civilisação do bronze no oriente europeu e asiatico. Chamavam-na civilisação uralo al- taico. Na realidade a edade do bronze uraliano não tem semelhança com a edade do bronze altaico (89), : A civilisação neolithica do Ural foi seguida de uma epoca de bronze autonoma, influenciado por introductores do processo e não da forma. O cobre era extrahido das minas tchudes do Ural; —esta civilisação data d'um periodo de 2.000 a 1.500 antes de Christo, segundo Tallgren. Quanto á civilisação altaica, que graças ao intercambio das tribus scythicas e ugrianas, e portanto no 7º seculo antes da nossa era, se extendeu no norte do mar Negro, S. Reinach n'um estudo muito curioso sopro a representação do galope, me parece ter demonstrado que ella era tributaria da antiga arte myceniana, atravez das colonias gregas do Ponte Euxino, e da civilisação greco-scythica (87, (85) Herodoto. Histoires. — Vs IXx.— M. Piroutet. Contribut. à Vétude des Celtes, L'Anthrop. Ze XXIX mm 2 . HM in E Ay th . XXIX, (86) Tallgren. Collect. Zaoussailov au Musóe historique de Finlande, á Helsingfors.— L'Anthropol ne 34, (87) S. Roinach. La reprósentation du galop. Rev. Archóol, 1900 ot 1901. ) * Zago 4154 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXHI No centro e no norte da Europa, as populações primitivas tornavam-se mais densas, tanto pela multiplicação natural como pela chegada de ele- mentos novos vindos com a invasão brachycephala. Esta ultima não era homogenea, ella trazia de volta á Europa tribus outr'ora de lá emigradas na Transcaspiana, e na Ougria ou Siberia occi- dental, e que na Asia se tinham desenvolvido ao abrigo das populações aborigenas: taes são os Ostiaks e Voguls, que comprehendidos na deno- minação de ugro-finnezes, representam entretanto povos subdolichocephalos e mesocephalos (8), da mesma natureza do que os Finnezes Tcheremissos do grupo volgiano. Devemos ligar estes Finnezes com as populações neolithicas do lago Ladoga que cerca de 1.500 antes de Chr. segundo as avaliações de Montelius foram penetrados por colonias suecas (89), A maior homogeneidade apparente no centro europeu era representada pelo que se chamou o grupo aryo, feito de emigrados dolichocephalos. Confinados provavelmente antes da chegada dos primeiros neolithicos no oº interglaciario, n'uma região analoga aos polders da Hollandia, como o foi a região de Latham, e mantidos em condições particulares de clima e de alimentação, elles soffreram a transformação de alguns dos seus cara- cteres anatomicos segundarios. em Mas os caminhos que seguiram todos estes povos, em suas migrações, movidos pelas circumstancias naturaes de accrescimo de população, ou da hostilidade da natureza, levados pela cobiça das riquezas, ou pela neces- (88) Zaborowski: L'Anthropologie. X. 477 (89) John, Abercromby. L'Anthropologie, X A. CHILDE — GEOGRAPIHIA E ARCHEOLOGIA 155 sidade de productos longinquos, — foram sempre os mesmos caminhos, as mesmas estações — porque a forma da Terra e seus recursos naturaes dirigiram os passos do homem e orientaram a sua actividade, —e que o homem é captivo da TERRA. Dezembro — 1919, FSPEGIES NOVAE CIVITATIS MINAS GERADO APOCYNACEAE ENDL. ASPIDOSPERMA MART. ET ZUCC. Prof. ALVARO A. DA SILVEIRA . ESPECIES NOVAE CIVITATIS MINAS GERAES Apocynacsae Endl. ASPIDOSPERMA MART. ET ZUCC. PELO Prof. ALVARO A. DA SILVEIRA AsprpospERMA BrLLO-HorizoNTINUM ALV. SiLv.— Arbor 4-6 metralis- Rami glabri vel glabrescentes, longitudinaliter rugosi, foliis nudati, ramu. los breves foliosos, floriferos, pilis brevibus albisque tectos, angulosos, verru- culosos, griseos,verruculis pallidioribus emittentes. Foca alterna, petiolata, elliptico-lanceolata vel subspathulato-lanceolata, obtusa vel emarginata, in petiolum semper attenuata, venis parallelis circiter 40º inclinatis utraque pagina conspicuis, usque 20-jugis, levissime arcuatis aucta, supra obscure viridia glabra et nitidula, subtus pallidiora, pilis microscopicis sparse ins- tructa et opaca, nervo supra immerso subtus prominente, subcoriacea, plana, petiolo adjecto 9-14 cm longa, parte latiore 2-3 cm lata; PETIOLUS ut ramu- los pubescens, tricostatus, supra planus, viridis, 2-3 cm longus. InrLORES- CENTIA subterminalis in ramulis brevibus 2-3 cm longis ac foliosis, corym- boso-cymosa, foliis brevior, floribus pedicellatis parvis 5-6 mm longis. Pe- DUNCULUS PEDICELLI que ut ramulos pubescentes, hi 1-2,5 mm longi. CaLIX opartitus, laciniis ovatis acutiusculis, extus pubescentibus intus glabris, 1,5-2 mm longis, imbricatis, viridibus. CorRoLLA hypocraterimorpha, vires- cens, 5-7 mm longa; tubus angustus 1 mm diametro latus, infra faucem in globum minutum inflatus, extus infima basi excepta pilis albis dense obsitus, intus in inferiore parte breve velutinus, e media parte usque insertionem antherarum pilosus et superne glabrescens; lobi lato-ovati, obtusiusculi, flavidulo-virides, utrinque dense pubescentes, erecti, 1 mm longi. STAMINA 5, in corollae parte globosa inserta, filamenta capillacea tubo adherentia parte libera supera brevissima excepta; antherae ovatae, luteae, basi bifidae, 160 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIII 1 mm longae. StyLUS viridis, 2 mm longus. STIGMA viride 1/2mm longum. FoLLicuLUS obovoideus, apice obtusus, basi in stipitem brevem angustatus, ' extus dense albido-verruculosus, appresse pubescens longitudinaliterque rogosus, intus glaber ac nitens, cum stipite circiter 5 cm longus, 2,5 cm latus; ala seminum oblongo-elliptica, 3 cm longa. EmBryo centralis. Arbor in via Bernardo Guimarães, Bello Horizonte, conservata et bene curata. Floret Nov. — Decembro. N. 570 in herbario Silveira. Species 4. australi MULL. et A. pyricollo MULL. valde affinis; differt autem ab eo cymis pubescentibus, corollae tubo inflato, pedicelhs calice su- baequantibus folliculisque majoribus, et ab illo etiam corollae tubo inflato foliisque e marginatis vel obtusis. | Eriocaulaceae Ach. Rich. ERIOCAULON LINN. 1 — Eriocauton PaLLupicora ALv. SiLv.— Planta capitulis excepta tota glabra. R apicEs spongiosae, albidae, fasciculatae. CauLIS perbrevis. FoLra erecta, fenestrato-nervosa, linearia, obtusa, plana, 15-20 cm longa, 1,5-3 mm lata, basi circiter 1 cm lata. PepuxcuLI pauci, in axillis solitari, non torti, elatissimi, teretes, 50-100 cm alti, 1,5 mm diametro lati. VAGINAE oblique fissae, laxae, lamina acuta instructae, folia saepe paullo superantes, usque 25 cm elatae. CaprruLA cylindracea, verticaliter elongata, albo-villosa, circiter 1 cm lata. BracrEAE INvOLUCRANTES oblongae, apice rotundatae, gla- brae, rigidae, margine superiore fuscae, ceterum stramineo-flavidae, demum refractae floribus occultae. BracrEAE FLORES STIPANTES inferne unguiculatae, albidae, superne abrupte lato-ovatae, acuminatae, dorso dense comatae, atro- fuscae, intus glabrae. RecepTAcuLUM glabrum. FLores masculi cum femineis mixti, ambo caduci, brevi pedicellati. FLos masculus : SepatA 3, libera, brac- teis flores stipantibus similia; PETALA 3, in tubum brevem pilosum trilobum - connata, lobis aequalibus extus dense comatis, intus glandulosis obtusis al- bidis. STAMINA 6, exserta ; antherae nigrae, oblongae. In centro rudimentum PisriLir effoeti minutum nigrum triplex. FLos femineus: SepaLA 3, libera, inferne angusto-linearia, albida, superne oblanceolata extus dense albo- comata, fusca, intus glabra; PETALA 3, sepalis similia, extus glabra, intus Pilosa glandulosaque, apice fusca. GERMEN 3-coceum. SrYLUS longus. Srt- GMATA 3, brevia. Semixa ovoidea, castaneo-fusca, pseudo-pilis in lineas trans- versartis parallelisque dispositis obsita. Pri Supremt BRACTEARUM PERIGO- NIORUM que clavati, obtusi haud nodosi nisi tuberculati. AR (XAA / 04,0,4,8.6 08 0,440,6, RS RANA RARA AD PARRA Sos a 00 0.6 Pelada 60,00 0 0, NANA AA AT ADA RO stato AMAS EXIO + ) ç O DO e: é: (XE Folliculus (post dehiscentiam) ASPIDOSPERMA BELLO-HORIZONTINUM ALV SILV. Alv. Silv. del. ad naturam. Tab. Il IMER NACIONAL. ERIOCAULON PALUDICOLA ALV. SILV. ad. nat. VOL. XNHI Silv, del. Alv. Sm ARCHIVO DO MUSEU NACIONAL ESPECIES NOVAE CIVITATIS MINAS GERAES 161 In paludibus in serra do Cabral, Minas Geraes: Alvaro da Silveira, Apr. 1917; n. 553 in herbario Silveira. Tabula TI. 2 — ERriIocaULON SponciosIFoLIUM ALV. SiLV. — CAULIS hypogeus paullo elongatus, quasi 1 cm. crassus, radicibus spongiosis simplicibus albidis au- ctus, epigeus perbrevis. FoLia caespitosa, e basi dilatata subito linearia, obtususicula, erecta, plana, glabra, ad basin anguste membranaceo-alho- marginata, crassa sed non rigida et siccitate facile frangentia, parenchymate spongioso-fenestrato instructa, supra laevia subtus multi-nervosa, concolora et pallide viridia, 30 cm. longa, 5-7 mm. lata. PepuncuLI in specimine suppetente in apice caulis solitarii, erecti, non torti, multi-costati, glabri, nitenses, 80 cm. alti. VacrxaE oblique fissae, glabrae, lamina erecta acuta auctae, folia subaequantes, nitentes, pallide virides, circiter 27 cm. ela- tae. CarrruLa applanata, 12 cm. diametro lata. BRACTEAE INVOLUCRANTES ovatae, obtusae, aequales, glabrae, multiseriatae, appressae, stramineo- flavidae, rigidae. BracrEaE FLORES SripaNTES lato-oblongae, apice repente acutae, dorso e medio ad apicem pubescentes, flores breviores. REcEPTA- cuLUM pilosum. FLorEes masculi cum femineis mixti, pedicellati. FLos masculus: SEPALA 3, connato-navicularia, dorso dense comata, spathulato- oblonga, acuta, albo-flavicantia; PETALA 3, inaequalia, in tubum brevem trilobum album connata, lobi inaequales, apice comati, intus glandula nigra instructi, postici breves angusti apice excepto glabri, anticum valde elongatum oblongo-lineare, obtusum, intus dorsoque infra apicem hirsutum. Sramina 6, tria lobis opposita, tria alterna, ad faucem tubi inserta, filamentis liberis, mediocribus; antherae nigrae, rotundae. In centro PrisriLLI effoeti, rudimentum breve nigrum glanduliforme triplex. Frores feminei brevi pedicellati, rariores: SepaLA 3, illis floris masculis similia, quam petala longiora; PeraLa 3, paullo inaequalia, lanceolata, acutiuscula, flavida, libera, duo subaequalia extus glabra, unumque majus, dorso ad apicem hirsutum, omnia intus apiceque hirsuta, glan- dula nigra parte media interiore instructa, pallide flavida. GERMEN 3-co- ccum, SryLus brevis. StiaMatTA 3, filiformia. PrLi SuprEMI BRACTEARUM PerIGONIORUM que clavati, crassi, obtusiusculi, intus granulosi. In campis humidis prope Rio Claro, S. Paulo: Alberto Lofgreen, Dec. 1888; n. 1197 in herbario Comm. Geogr. e Geolog. de S. Paulo; n. 424 in herbario Silveira. Species foliis crassis spongiosis fragilibusque ab affinibus, E. cida 7429-919 162 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIII Alv. Silv, excepto, bene distincta. Ab eo capitulis majoribus latisque, bra- cteis involucrantibus multiseriatis et lobis florum masculorum subsequa- libus preecipue differt. Tabula TII. 3 — EriocauLON CABRALENSE ALV. SiLv. — Radices fibree spongiosee, crasse fenestratee, albidse, glabrse, simplices, fasciculatee. CAaULIS. per- brevis. FoLia cesespitosa, erecta, linearia, basi dilatata, glabra, obtusa, crassa, fragilia, parenchymate spongioso fenestrato instructa, planiuscula, prima juventute pallide viridia, seniora fusca, 10 — 20 mm. longa, 3 — 5 mm. medio lata. PEDUNCULI per paucos in apice caulis egredientes, glabri, multi- striati, non torti, flavido-virides, 60 — 80 cm. alti. Vacinx laxae, oblique fissoe, glabree, fenestrato-subspongiosee, folia paullo breviores vel longiores, fuscee, 15 — 25 cm. altee. CaprruLA cylindraceo-subglobosa, summitate albo- villosa dein glabrescentia, circiter 8 mm. diametro lata. Bracrex InvoLU- cRANTES Oblongo-subspathulatse, obtusissimse, aequales, bi-seriatee, glabree, rigide, flavo-fuscae, demum refractee fereque floribus occultoc. BracrEZ FLorEs STIPANTES inferne anguste lineares, plans ac straminese, superne lato-lanceolatee, acutse, concava: ac nigrescentes, e medio ad apicem dorso dense pubescentes, cito calvescentes. RECEPTACULUM pilosum. FLORES mas- culi cum femineis mixti. ILLt, pedicellati: SepaLA 3, libera, oblanceolata, obtusiuscula, inferne utrinque glabra, stramineaque, superne nigrescentia extusque hirsuta, petalorum tubus sequantia, nitentia, parum concava; pe- talorum tubus obconicus, flavidulus, inferiore parte valde pilosus, superiore trilobus haud membranaceus, lobis paullo insequalibus, intus pilosis et infra apicem glandula nigra instructis. STAMINA 6, tria lobis opposita, tria al- terna, filamentis illorum lobis inferne adhserentibus, eorum ex basi tubi enascentibus; antherse rotundatse, nigrae. In centro PrsriLLI effoeti rudi- mentum glanduliforme breve nigrum triplex. FLores feminei brevi pedicel- lati: SePALA 3, illis florum masculorum similia; Perara 3, albido-flavida, oblanceolata, obtusa, intus hirsuta, infra apicem glandula nigra aucta, se- pala cequantia. GeRMEN 3— coccum. SrvLUS germine longitudine sequans. STIGMATA 3, filiformia, simplicia, stylo valde longiora. Semina seriebus transversariis pseudo-pilorum alborum instructa, luteola, ellipsoidea. PrL1 supremi bractearum perigoniorumque obtusi, crassi, leevi, intus gra- nulosi. In campis secus margines rivuli Pedra Pintada, in serra do Cabral, Minas Geraes: Alvaro da Silveira, Jun. 1910; n. 595in herbario Silveira. ARCHIVO DO MUSEU NACIONAL VOL. XXIII Tab. RT IMP, NACIONAL ERIOCAULON SPONGIOSIFOLIUM ALV. SILV. Alv. Silv. del. ad. nat. Lab: TE: ARCHIVO DO MUSEU NACIONAL YVOL.XXIII du ac À la Ut” “a a di > RA NACIONAL. Silv. del, ad. nat. ERIOCAULON CABRALENSE ALV. SILV. A lv. ESPECIES NOVAE CIVITATIS MINAS GERAES 163 Species ob folia spongiosa et petalorum tubum extus valde pilosum in- signis. Ab affine E. spongiosifotio Alv. Silv. capitulis et perigoniis forum masculorum differt. Tabuia IV. 4-— EriocauLox MELANOLEPIS ALVv. SiLv. — Tota planta capitula ex- cepta, glaberrima. CauLis hypogeus plus minusve elongatus, erectus, radi- cibus numerosis albis longisque obtectus, epigeus perbrevis. FoLia erecto- ceespitosa, angusta in acumen longum tenue sensim protracta, plana, mem- branacea, 6—7 fenestrato-nervosa, siccitate pallide viridia, 1218 cm. longa, medio 1 mm. lata. PepuncuLI per plures (6 — 11) aggregati, nitentes, ad apicem vix torti, multicostati, 40— 50 cm. alti, 1 mm. lati. VAGINA oblique fissae, membranaces, fenestrato-nervosse, 9 cm. longse. CAPITULA hemispheerica, summitate, sordide albido-villosa, circiter 5 cm. lata, Bra- CTEX INVOLUCRANTES lato-obovatse, rotundato-obtusse, glabree, 3 — seriatee, rigidulse, appressce, fere nigra. Bracrex FLores SripantES spathulate, acute, rigidulse e medio ad apicem extus comatse, fuscee, sepala florum eequantes. RecEPTACULUM pilosum. FLores masculi in disco, pedicellati, fe- minei in ambitu, sessiles. ILLI: SEPALA 3, oblongo-spathulata, obtusissima, apice ciliato ibique dorso pilosa, fusca, carinato-navicularia, petalorum tubum cequantia; PeraLa 3, in tubum album trilobum farctum connata, lobis insequalibus antico majore, obtusiusculis, intus pilosis et infra apicem glandula nigra instructis. Sramina 6; antherse rotunde, nigrs. In centro Pisrictr effoeti rudimentum nigrum. FLores feminei: SepaLA 3, oblongo- spathulata, obtusa, versus apicem ciliata dorsoque pilis cristata, petalis breviora, naviculari-carinata, olivaceo-nigra; PETALA 3, oblongo-lanceolata, albida, intus pilosa extus glabra, infra apicem glandula nigra instructa, paullo insequalia, anticum majus, lateralia minora et sequalia. GERMEN 3— coccum. SryLUS petala longitudine fere sequans. Srigmara 3, filiformia. Se- MINA Ovata, pseudo-pilorum alborum seriebus transversariis instructa. PrLI supremi bractearum perigoniorumque acutiusculi, intus granulosi. Ad margines paludis Lagoa do Aterro vocatse, in urbe Sete Lagoas: Minas Geraes, Apr. 1908; in Serra do Cabral, Minas Geraes, Jun. 1910, Alvaro da Silveira ; n. 500 in herbario Silveira. Tabula V. Ab affinibus E. laxifolio, E. cipoense, E. Ehrenbergiano et E. modesto bracteis involucrantibus nigris, statura et aliis characteribus facile distin- guitur. 164 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIII Arvores Gummiferas VOCHYSIA THYRSOIDEA POHL. Produz a Vochysia thyrsoidea Pohl. uma gomma soluvel e adhesiva, muito semelhante á gomma arabica. Esta ultima é fornecida, como se sabe, pelas Leguminosas do ge- nero Acacia, havendo uma duzia de especies d'onde se retira este pro- ducto. A gomma soluvel das Acacias contém até 83 º/, de arabina, principio a - que é devida a importancia commercial dessas gommas. E” elle que tem a “propriedade de ser soluvel nagua e de apresentar um grande poder adhesivo. Alem das Acacias, poucas outras plantas de outros generos de Legu- minosas ou de outras familias botanicas produzem 'gommas com essas pro- priedades estimaveis, isto é, solubilidade e grande adhesividade. Tenho noticia destas: Leguminosas : : e Piptadenia Cebil Grieseb., do norte da Republica Argentina, fornecendo uma gomma com 80 º/, de arabina; Prosopis dulcis Benth., do Texas, Estados Unidos, produzindo uma gomma adhesiva e quasi toda soluvel n agua; Rutacea : Feronia elephantum Correa, da Asia tropical, fornecendo a ““elephan- tina”, comparavel á melhor gomma arabica. Meliaceas: Melia Azedarach Linn., o cinamomo—da Asia meridional; Melia “ladirachita Linn., da India, Malasia e Java; Cedrela odorata Linn., das Antilhas, Guyana e Colombia, fornecendo uma gomma de cerca de 74º/, de arabina; Cedrela Toona Roxb. e Cedrela australis F. von Muller, da Australia; Swietenia chloroxylon Roxb., da India e Swietenia chic- krassia Roxb., da Asia. Terebinthacea : Buchanania latifolia Roxb., da India, fornecedora de boa gomma. A's especies dessa. lista devemos accrescentar a Vochysia thyrsoidea Pohl., conhecida sob o nomé de “ yinheiro do campo”, “comma arabica” ou “pau d'agua”. > Toeb. V ARCHIVO DO MUSEU NACIONAL VOL.XXII x se se ERES Eca o o preco ea qr aa NRO SS ENCICNE DIO PERO, VI rr Pp, ao”; Ro? Ds & ENA. DN A RSA no : o VETO ia A as at e A e ER 5% ça ç AM e E a A iv à As = RS pa Evo RA BAN / TRAS, o + EM 4 ii 3, “tos fem.st lis RA IA [PAS Ftos fem. sine sepali / E: ot J & SA ASAS ç o PN Le, é. e IMEBR. NAÇIONA E ERIOCAULON MELANOLEPIS ALV. SILV. Aly. Silv. del. ad. nal. ESPECIES NOVAE CIVITATIS MINAS GERAES 165 Esta ultima, denominação é a que tem a Vochysia thyrsoidea na serra do Cabral, em Minas Geraes. O habitat dessa arvore é, ao que parece, muito extenso, pois tem sido colhida pelos botanicos colleccionadores em Minas, Bahia e Ceará. Habita os campos e cerrados seccos. Tenho-a encontrado em Minas nas altitudes entre 400 e 1.300 metros. Na serra do Cabral, que se estende à margem direita do rio das Velhas, mais ou menos entre os parallelos de 17º e 18º, é a arvore domi- nante, formando espessos cerrados, às vezes constituidos exclusivamente por ella. Contam-se ahi, como é facil prever, milhões de paus d'agua. Vochysia thyrsoidea Pohl. — Serra do Cabral, Minas Geraes. Como é a arvore mais abundante e, em certos casos, a unica encon- trada tem sido experimentada em obras varias, como engradamento de casas, alem de outras applicações, como em cercas, moirões, etc. Vi na fa- zenda Uruguay, no alto da serra, um banheiro carrapaticida todo elle cons- truido de pau d'agua. | Assistindo ahi á derribada de uma arvore de pau d'agua, fiquei surpre- hendido com a exaggerada quantidade de gomma que escorria do seu lenho. Colhi uma certa porção e experimentei a sua solubilidade na agua. Depois de verificar que a gomma se dissolvia muito bem, experimentei-a 166 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXHI como substancia adhesiva — collei papeis entre si, papel no vidro e papel em metaes, achando resultados muito satisfactorios. Tratei, então, de verificar qualquer cousa sobre a producção da arvore, no que respeitava á gomma de tanto valor. Notei que a gomma, abatida a arvore, escorria das camadas centraes do tronco, e formava mais ou menos circulos concentricos em torno da medulla. Verifiquei que entre a casca e o lenho e na propria casca nenhuma quantidade de gomma se manifestava. Fizemos em varias arvores cortes na casca, alguns dos quaes che- gavam até a zona cambial. O resultado foi sempre negativo, quanto ao escorrimento de gomma. Cerrado de Vochysia thyrsoidea Pohl. — Serra do Cabral, Minas Geraes Parece, portanto, que a gomma provém do lenho. Seguindo esta ordem de idéas, fizemos perfurações que interessavam as partes visinhas da medulla — orifícios de 1,5 a 2 centimetros de dia- metro, feitos a trado. Feitos esses furos de tarde, verificamos na manhã seguinte que cada um delles deixava escorrer um grosso filete de gomma, avaliado talvez em. umas 20 grammas. Foi o melhor meio que encontramos para forçar a producção de gomma na Vochysia. 7 A exsudação natural se faz, mas em quantidade pequena, e assim mesmo em uma ou outra arvore. E' muito pequena a quantidade de gomma ESPECIES NOVAE CIVITATIS MINAS GERAES 167 que se pode encontrar, colhendo apenas a formada naturalmente nos troncos das arvores. Cortado, porém, o pau d'agua, deixa este escorrer em circulos concentricos, como já disse, quantidades ás vezes notaveis de gomma. Parece que o nome de pau d'agua provém desta propriedade da arvore, pois que a gomma, quando assim exsuda do tronco da arvore, é mais ou menos fluida. A gomma da Vochysia thyrsoidea é ligeiramente avermelhada, dando, porém, uma solução colorida mais ou menos como a da gomma arabica. Fazendo a classificação botanica dessa especie, vi que na “Flora Bra- siliensis” de Martius já figura ella com o nome vulgar de “gomma arabica”, devido, certamente, ás qualidades da gomma por ella fornecida. Nessa obra, porém, nenhuma referencia se faz a esse producto industrial e nem a qualquer outro procedente das Vochysiaceas. Não é, portanto, sem interesse esta noticia relativa a uma arvore que, pela gomma della escorrida, deve occupar logar saliente entre as plantas uteis do nosso paiz. Para apreciar convenientemente a gomma da Vochysia thyrsoidea e poder comparal-a a outras já conhecidas, era necessaria a sua analyse chimica. Foi realizada esta pelo Laboratorio Chimico do Estado de Minas, em Bello Horisonte, sendo este o resultado fornecido por esse abalisado instituto scientifico : Agua hygroscopica.. «a ae diem jm So ari pr aii cp 18,00 Arabina RR O RS 79,10 Cinzas. pedrada 2,00 Tabiino: 2 ee A a co somada ssa 99,31 Demidadeo . se 1,358 Comparemos esse resultado com outros já encontrados para gommas consideradas boas. Encontramos em Pennetier — Leçons sur les matieres organiques — estes dados para a gomma arabica verdadeira, produzida pela Acacia vero Wild: : A e dida a 17,60 Agua hygroscopica. . . Arabina Re O a MO a a CO 79,40 i E AO WE a O 3,00 Cinto ia sds ms tar A gomma da Vochysia é, como se vê, quasi identica á chamada gomma arabica verdadeira. 168 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIII Cloez encontrou, entretanto, a seguinte composição para algumas gommas arabicas : MN Gs. ssa sc. 13,716 Mv Mn... cs 83,880 NM ns coa srs 2,178 Cc Ns ess ce cas 0,230 99,999 Os resultados indicados nas duas analyses acima pouco differem dos mencionados por Cloez. Para a gomma do Senegal (gomma arabica), muito mais espalhada no commercio do que a arabica verdadeira, indica Pennetier estes dados MSRM ns emacs 16,10 MM Cn a aceda e pe 81,10 MM e Mc Ria asss ess ec ess 2,80 A composição chimica das gommas arabicas, postas em circulação no mercado, é, como se vê, quasi a mesma da gomma da Vochysia thyr- soidéa, Podemos, pois, sem medo, affirmar que a gomma fornecida pelo pau d'agua é uma gomma arabica, si bem que até agora se tenha reservado esta denominação para os productos escorridos das Acacias. Até na densidade a semelhança se dá, pois que a densidade da gomma arabica varia de 1,46 a 1,52, e a da gomma da Vochysia é de 1,358. Trata-se, portanto, de um producto de primeira ordem e de grande importancia commercial, que, explorado convenientemente, poderá tornar-se fonte de renda até aqui completamente desprezada. | E' bem sabido que o preço da gomma arabica é bastante elevado para poder compensar o gasto feito com a exploração da gomma da Vochysia thyrsoiea, exploração que consistirá apenas em perfurar o tronco da arvore com um trado e aparar a gomma em uma vasilha, podendo ser seguido um processo semelhante ao empregado para a colheita do leite destinado ao preparo de borracha. Só a serra do Cabral poderia exportar algumas dezenas de toneladas. Para avaliar a importancia commercial desse producto, basta lembrar que só o Senegal exporta cada anno cerca de 3.000 toneladas de gomma arabica. Tab. VI. ESPECIES NOVAE CIVITATIS MINAS GERAES 169 ACACIA MOLLISSIMA WILLD. Ao Horto Florestal da Directoria de Agricultura, em Bello Horizonte, veio ter uma arvore cujo nome não estava averiguado. Uma vez florescida, fiz a sua classificação botanica, reconhecendo que era a especie Acacia mollissima Willd., que parece ser, em vez de especie distincta, apenas uma variedade da Accaia decurrens Willd., pois que desta differe sómente por ser pubescente por ter o numero de pares de ra- mificações primarias do peciolo maior — podem ir ate 18, ao passo que O da A. decurrens não se eleva além de 11. No “Prodromus”, de De Candolle, ja se encontra a nota que acabo de fazer, isto é, alli já se acha feito o reparo de ser a 4. mollissima antes uma variedade da A. decurrens do que mesmo uma especie distincta. A arvore do Horto Florestal produziu uma gomma que espontanea- mente exsudou de seu tronco ainda novo. Colhi-a e fui experimentar si era soluvel. A principio foi-se amollecendo e, por me parecer que era insufficiente a quantidade d'agua, addicionei maior porção deste liquido ; a solução, pérem, não se fazia e nem tambem a agua ficava separada da gomma. Fui, assim, addicionando agua até que O volume da gomma já se achava augmentado cerca de 33 vezes, pois que com 0 volume de 1,5 centimetros cubicos ja estava cheia completamente uma chicara de 50 centimetros cubicos. A massa obtida era homogenea e diminuia, como era natural, de den- sidade, porém, muito pouco, à medida que se addicionava agua. Mesmo quando havia augmentado 33 vezes de volume apresentava o aspecto de gelatina, conservando ainda a fórma que lhe fosse dada. Era, não havia duvida, um excellente typo da gomma adragante, for- necida por especies do genero Astragalus, das Leguminosas. Dentre essas especies, podem ser citadas as seguintes : Astragalus gummifer Labill., dos montes do Libano e da Armenia ; 4. verus Olivier, 4. eriostylis Boiss. et Haussk, 4 adscendens Boiss. et Haussk, A. creticus Lam ., 4. Parnassii var. Cyllensee Boiss. et Held ., da Grecia ; A. microcephalus W ., da Asia Menor ; A. stromatodes Bunge, da oyo septentrional; 4. pycnocladus Boiss. et Haussk ., dos montes da Asia Menor; 4. Heratensis Bunge e 4. strobiliferus Royale, da India. 7429-919 470 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXI Além do genero Astragalus, ha algumas especies de Leguminosas e de outras familias que fornecem gomma semelhante á adragante. Podem ser citadas as seguintes : | Acacia decurrens Willd.da India ; Acacia leucophlaea Roxb., da "Tur- quia d'Asia, que fornece a gomma de Bassora, tambem chamada “* Sassa ” Sterculiaceas : “Theobroma Cacao Linn.; Brachychiton populneum, Stercuia urens Roxb., da India, productora da verdadeira gomma de Kuteera; Slercula tomentosa Guill. et Perr., S. tragacantha Lind., da Africa Equatorial; ;S. hypochra Pierre e S. Thorelii Pierre, da Cochinchina, e .s. rupestris Benth., da Australia. Cycadaceas: Cycas circinalis. Bixaceas: Cochlospermum. gossyprum D. C., que gia tambem uma parte da gomma de Kuteera. Como se viu precedentemente, a Acacia decurrens fornece uma gomma muito semelhante á adragante, e por isso era de esperar que sua parenta proxima — Acacia mollissima — tambem a produzisse. Parece, todavia, que tal facto era ainda desconhecido. A utilidade desta noticia está apenas em divulgar esse facto e, ao mesmo tempo, dar a analyse da gomma produzida, em Minas, pela Acacia mollissima. Essa analyse feita pelo Laboratorio Chimico do Estado de Minas, em Bello Horzonte, deu o seguinte resultado : 2 ON SUN DM es org 58,50 Gomma insoluvel (bassorina). . . ... RR 24,42 AG NE a Sac e Sor 15,08 Cinzas. CS A A DV CR 2,00 - 100,00 Densidade — 1,251. Comparando essa analyse com a de outras gommas procedentes de Astragalus e consideradas bons typos de adragantes, verifica-se que a do Horto Florestal pode, sem receio, ser incluida nesse grupo de gommas. Maish encontrou para essas gommas adragantes a ae compo- Sição : Gomma soluvel (arabina).. oa Gomma insoluvel (bassorina) Agua hygroscopica. . . Cinzas. . Pela ebullição, a gom na to leta e sol vel, como bem notou 6 Labolatorio Chimico. | ARCHIVOS MUSEU NACIONAL RIO DE JANEIRO ARCHIVOS MUSEU NACIONAL RIO DE JANEIRO Nunquam aliud natura, aliud sapientia dicti. A 14, 58 In silvis academi quesrere rerum, Quamquam Socraticis madet sermonibus, VOLUME MI V RIO DE JANEIRO IMPRENSA NACIONAL 1923 + ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL COMMISSÃO DE REDACÇÃO Professores : ARTHUR NEIVA MIRANDA-RIBEIRO ROQUETTE-PINTO VOLUME XXIV STUMMARIO O RIO IRAN-VED] NAS TRADIÇÕES PERSAS — A. CHILDE. . . .........0.0.. NOTAS: PHILOLOQUAS = A. LHLDE DS spc res ua da a CATALOGOS NR E SYNONYMO DAS FORMIGAS DO BRASIL — THoMAZ Borommiêr, O FM. «cirrose ci cds OPILIONES Ria ORtS DO BRASIL — Dr. MELLO Ds ss Ena eddie SOBRE ALGUMAS PHASES pad DE CERATOPHRYS E US = ALRIO DE MRANDAREERO SS cscscess ea em A so VERSÃO INGLEZA E MT cs, Coser es cre EN VIAGEM MINERALOGICA NA PROVINCIA DE S. PAULO (HOJE ESTADO) — José BonIFACIO DE ANDRADA E SILVA E MARTIM FRANCISCO RIBEIRO DE ANDRADA. . +... ..ccu cs NOTA CRITICA SOBRE A ORNIS DO ITATIAYA — ALiPIO DE MIRANDA-RIBEIRO. . . ... AVIFAUNA DA SERRA DO ITATIAYA — PEDRO PintTO PEIXOTO VELHO. +... .... DEZ DIAS DE OBSERVAÇÃO SOBRE A FAUNA DO ESTADO DO PARÁ — PEDRO PINTO UM CAFEEIRO INTERESSANTE — PROFESSOR ALVARO DA SILVEIRA. « + +... cuco. ORIBATIDEOS BRASILEIROS — DR. opta engas TRAD. PELA DRA. SNETHLAGE . A MESMA, VERSÃO ALLEMÁÃ, PELO AUCTOR. . . ... . «cce CONTRIBUIÇÃO PARA O OR BCIMENTO DOS PHORIDEOS DO BRASIL (PHORIDAE- DIPTERA) — THOMAZ BOROMEBIER: . . .. . cen ete nie se no sr o eo se do OBSERVAÇÕES SOBRE A DURAÇÃO DA PHASE PUPAL DE ROTHSCHILDIA SPE- CULUM (MAAS. & WEYM.) E ESPÉCIES CONGENERES — EDWARD MAY . .... A correspondencia relativa aos " ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL" deve ser dirigida ao director do Museu — Quinta da Bôa Vista — Rio de Janeiro. Ci Se Ear E O RIO IRAN-VED] NAS TRADIÇÕES PERSAS POR A. CHILDE O RIO IRAN-VEDJ NAS TRADIÇÕES PERSAS POR A. CHILDE (RESUMO E COMMENTARIO DE UMA MEMORIA DE K. A. INOSTRANTSEF, PUBLICADA NO “* BOLETIM DA ACADEMIA DAS SCIENCIAS DA RUSSIA” — N. 12 — 1917 Sob o nome de região mythica do Airian Vaedjo do Avesta (Iran-Ved), nas obras persas de época posterior) devemos entender “o largo territorio occupado pelos Scytho-Saces, durante suas migrações dos esteppes preara- lianos e prescapianos até aos limites sul orientaes do Iran, 1. e. até as Indias” (), incluindo tambem nelle o Khoresmo ou Khorassan e o Turkestan oriental. O Bundehesh (XX, 13)(9) menciona no Sudé o rio Iran- Vedj, junta- mente com outros que correm exclusivamente no Iran oriental; W. Geiger (3) por este motivo o identificava com o alto Syr-Daria ou com o alto Zeriafchan. Depois do Iran-Vedj, o Bundehesh (XX, 14) cita o rio Dargam, como um dos braços do Zeriafchan, perto de Samarkanda e chamado Dargam; Tomaschek e Geiger identificaram este rio com o Dargam do Bundehesh. Mas o braço do Zeriafchan, hoje chamado Dargam, é o Barsh dos an- tigos geographos arabes (9, e estes conheciam na Sogdiana com o nome de Dargam, não um rio, mas bem um districto da provincia de Samarkanda. Entretanto, ha tambem um rio Dargam, citado por Ibn-Khurdadbekh, Ibn-AkPhakikh e Ibn-Ruste (9), que deve certamente ser identificado com o (1) O da musulmanskoi Kulture Khivinskova oazisa. J. M. 1. P. 1911. mart. 312317 e o Arabisch — Persische Miszellen zur Bedeutung der Himmelsgegenden. W.Z. K. M. XXV, 1911, 95-98. (2) E. W. West. Pahlavi texts. 1. 78-79. — O Sude não é a Sogdiana historica, a qual tem no Bundehesh os nomes de “* Surik ”, “ Sulik ”. (3) W. Geiger, Ostiranische Kultur im Altertum, Erlangen 1882. 32-33. (4) V. V. Bartold. Turkestan v' epoku mongolskova nachestviia. HH. S. Ptbg. 1900. 85. (5) Bibl. geogr. Arab. VI. 33; V. 324; VII. 93 : 5231 AO ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIV Badakchan (6), hoje chamado Kok-Tche, o mais oriental dos affluentes meridionaes do alto Amu-Daria, o Piandj — (Vakkhab, ou Djeriab dos antigos geographos arabes). A palavra Dargâm nestes autores como Dargâm no Bundehesh, tem a segunda syllaba longa e designa o mesmo rio. E possivel que esta appel- lação do Badakchan seja muito antiga e corresponda á enigmatica Axprápovs de Ptolomeu. O trecho do Bundehesh, associando por contiguidade o Badakchan com o Iran-Vedj, autorisa a procurar este ultimo na visinhança immediata do primeiro. Segundo as obras persas, este rio decorria da montanha do Piandjistan, o que nos leva a designal-o como sendo o Piandj — designação confirmada pela precedente identificação do rio Dargam com o Badakchan. O Piandj, sahindo do Thibeto, segundo os geographos arabes, cera chamado Vakkhab (MD, emquanto atravessava o Vakkhan, 1. e. tinha lá o nome sob o qual foi designado todo o curso do Amu-Daria na antiguidade: ir. Vakhch — greg. Oxus (8). Outras condições conduzem igualmente á mesma conclusão : Segundo Jbn-Ruste (9, no Vakkhab existiam areias auriferas, das quaes extrahiam o ouro em pepitasinhas da grossura de uma cabeça de alfinete. A mesma localidade, sem duvida, se refere á tradição consignada por Ibn al Phakikh (10), segundo a qual entre o Khorassan e a India era situada uma provincia onde existiam formigas do tamanho de galgos; — esta provincia era o paiz do ouro. Os que o vinham procurar, receiosos das taes formigas e para desviar-lhes a attenção, atiravam carne para ellas e recolhiam o ouro emquanto ellas comiam. Esta tradição chama logo o confronto com o rio Airan-Vedj, assim caracterisado no Bundehesh: “ nelle mais que nos outros rios ha animaes nocivos”. A lenda das formigas aqui citada é indubitavelmente identica com a narração das formigas cavando o ouro, referida em Herodoto (UI, 102-105). Tal tradição foi já objecto de estudo e commentarios (11), (6) Cf: Le Strange. The lands of the Eastern caliphate. Cambridge. 1905. pp. 435-436 e mappa IX. — O Tokharistan Superior, atravez do qual corriam os afiluentes meridionaes do alto Amu-Daria, continha não sómente o Badakchan, mas tambem o Shugnan. (Ibn al Phakikh considera o Tokharistan superior como sendo a provincia de Talakan .) (7) Ibn Ruste 91. (8) Enzyklopádie des Islam. 356. (9) Ibn Ruste 93. (10) Ob. cit. 325. (11) C. B. Laufer. Die Sage von den goldgrabenden Ameisen, T'ung-Pao, serie II, vol. IX, 1908, 429-453. - K, Ritter, Geographia da Asia, o Turkestan oriental ou chinez ITi-dê, & 360, el. 149 (os animaes aqui são ratos e não formigas e o logar da narração é Khotan; — os es- clarecimentos comparativos se encontram em F. Liebrecht. Zur Volkeskunde. Heilbronn. 1879. 13.) A. CHILDE — O RIO IRAN-VEDJ NAS TRADIÇÕES PERSAS 14 Segundo Herodoto, os Indios que recolhem este ouro pertencem á população do Kabulistan; — Strabo os trata de Dardani, i. e. habitantes do Dardistan, região visinha do Vakhan. Duas theorias procuram esclarecer a tradição (12): uma primeira in- voca as observações dos pesquizadores do ouro sobre os zizels (13) selvagens das planicies arenosas do Thibeto, que vivem lá até hoje, em sociedades como as formigas, construindo casas em pontos onde a areia por elles cavada bem podia ter contido ouro, — facto que teria dado ensejo à crença de que taes animaes possuissem o instincto particular de descobrir aquelle metal. A segunda theoria pretende que por taes animaes extraordinarios da lenda devem ser entendidos os proprios pesquizadores do ouro, que até hoje, para trabalhar, se cobrem de pelles e feltro e andam acompanhados por cães enormes (14), Pelo seu caracter, esta tradição pertence ao typo dos contos feitos pelos mascates da antiguidade, e tendo por fim afastar a concurrencia pelas difficuldades e perigos da empreza. Os caminhos commerciaes da Asia média se achavam na antiguidade entre as mãos dos Iranianos, e se, doutra parte, nos lembrarmos que no Parsismo as formigas pertencem á categoria dos ani- maes nocivos, segundo uma classificação particular e mui diversa do nosso ponto de vista actual, torna-se evidente que a fonte da tradição é iraniana. Assim o rio Iran-Vedj conservou na tradição persa uma significação particular, como sendo uma das localidades menos accessiveis á pene- tração do Islamismo, como povoada exclusivamente de Iranianos e como procurada desde a mais remota antiguidade por causa do ouro, — sendo ao mesmo tempo um caminho commercial do Turkestan oriental e dos paizes prehymalayanos para o Poente. * * x As conclusões que precedem podem ser acceitas no que diz respeito á situação geographica do Iran-Vedj, na época indu-iraniana; à. e. desde a penetração dos Iranianos nas regiões ahi consideradas, o que corresponde ao periodo de 1400 a 1000 antes de nossa éra (15), i ichte. II, 1. lena. 1906. 34-35 (12) O. Schrader. Sprachvergleichung und Urgeschich ; (13) Tomaschek (S. B. W. A. phil-hist. cl. 768 (cf. 749-755) os identificou com às gerboises ti "Asi : CV.) (Platycercomys platyurus. Licht.) ou marmoétes d Asie. (Lagomys. : (14) Sobre esta segunda theoria se apoia Laufer (ob. cit.), negando, porém, a pr dos antigos pesquizadores de ouro e explicando O mytho das formigas pela cer a pa designando a “ formiga ” em lingua mongolica, com o nome a uma ip pan icas. (15) A. ). Reinach. — Les Harri et les Aryens. L'Anthropologie. P. 207. 1912. S. ia — Orpheus: Un texte cunéiforme découvert à Ptérium (Asie mineure) montre que vers 1400 av. J.-C. des tribus en relation avec Vempire Hittite étaient les ancêtres des Indous et des Iraniens, non encore séparés. Ch. Les Perses et les Iraniens. 12 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIV Mas uma segunda questão fica ainda a resolver: o nome de Iran-Ved) terá sido applicado ao Piandj, depois de ter pertencido a outro rio, na região primitiva donde provinham os Aryanos? —ou Os Iranianos terão traduzido para o uso proprio o nome do Piandj, na época, — já dado por tribus mon- golicas, lá residindo anteriormente ? O nome primitivo na tradição persa, tal como dá o Avesta, é Afrian- Vaedjo — nome que deve ser de fórma zend archaica, conservado na lingua sabia e já morta, que foi empregada para redigir o livro, entre o 1º Sec. ant. J. C. e o 4º da nossa éra (16). E' bom lembrar que este nome não designa sómente o rio, mas tambem uma região mythica 17). Como deve ser entendida a tradição relativa a esta região? É ella a patria primitiva, o berço da raça? — Será o Paraiso ou região destinada ás almas justas, ou simplesmente ás almas, como os campos d'Aaru, dos Egypcios e as Ilhas Fortunadas dos Gregos? —ou seria ella o Eldorado, que devemos comprehender como o entendiam os Espanhões conquistando o Peru ? (18) Parece que deve ser primeiramente esclarecida a significação do nome: Airian Vaedjo. Qualquer seja a significação mais recente da palavra Vaedjo nas linguas indo-iranianas, ella se revela como de origem muito mais remota. Ella é apparentada ao grego posterior ainda c&s:s, que este ultimo vocabulo (16) Selon Darmesteter et Bréal, | Avesta représente essentiellement la religion de "'époque achéménide, influencée aprês la conquête d'Alexandre par le néo-platonisme et le judaisme. Il fut rédigé entre le ler S. av. ]-C et le 4º S. aprês. “Le Zend, sa langue, etait três probablement une langue savante, une langue morte ”' — Zaborowsky. Les Peuples Aryens d' Asie et d'Europe. (17) On suppose sans aucun motif que I'Airyâna Vaeja de "' Avesta est la terre primitive des Aryas avant leur separation, le berceau originaire de la race. Or c'est lã une supposition non seulement gratuite mais incontestablement erronée. Rien dans ['Avesta, ni dans aucun livre de HEran, ne laisse supposer que les Eraniens aient eu le soupçon le plus léger d'une origine com- mune et d'un berceau commun aux ancêtres de leur race et des peuples hindous et européens. C. de Harlez. (Les Aryas et leur premitre patrie. F. 2). Tal opinião, que citamos apenas para expôr os lados contradictorios da questão, não é aceita geralmente. J. de Crozals julga de modo opposto: Le Pamir était donc pour presque tout le monde [' Airyanem Vaejo de 1º Avesta, quel- que chose comme le paradis terrestre de la race (?) (Histoire de la Civilisation, T. 1). (18) A tradição relativa ás formigas e aos thesouros dá certo peso á ultima possibilidade. r A. CHILDE O RIO IRAN-VEDJ NAS TRADIÇÕES PERSAS 13 provenha do Egypcio uadz, nome do sceptro de papyro das Deusas Isis, Nephtys, -- e que significa “ verde” originariamente (19), As idéas religiosas e tradicionaes exprimidas pelo Avesta, remontando à época Achemenida, não é de extranhar que a palavra “NVaedjo” ou “Vaejo” proviesse de fonte exotica — e, no caso, de uma das Satrapias do Imperio de Xerxes, para exprimir um conceito mythico, provavelmente novo no povo persa. Quanto á mudança que soffreu, no correr dos tempos, a primeira parte da palavra composta, em Iran-(Vedj), ella nos parece ser uma adaptação ao ramo ethnico particular que fez do mytho o objecto essencial de sua tradição ; donde Iran e Airian são termos correspondentes. E Airian poude já ser explicado pelo nome dos Aryanos. Seria lá portanto um simples nome da raça. Se assim fôr, a conclusão logica é que o nome deve ser original e acom- panhou a tribu em suas migrações, não podendo, portanto, na região do Piand; actual ser apenas a traducção de uma expressão geographica equi- valente — de origem mongolica. A conclusão corollaria tambem se formula : que o primitivo Airian Vaedjo deve ter existido em outra região, patria tem- poraria ou primitiva deste ramo de povos. * x x O problema, porém, é mais complexo do que parece à primeira vista A maior parte dos grandes povos da antiguidade conservava em suas tra- dições a de uma região ou de um tempo primitivo bemaventurado, — o que pode provir de uma só fonte commum para todos, e de uma dispersão posterior, — o que tambem pode provir de imitação ou usurpação : uma tribu se apoderando de tradições pertencendo à outra tribu vencida ou a uma tribu hospede, e se forjando um “ pedigree”. Ha entre os povos, tambem, novos ricos e “ parvenus”. ; Mas outra fonte ainda de perplexidade nasce da constatação seguinte: é que a maior parte dos nomes de grupos humanos Amrnaád tem a pra pe significação e qualificam o nucleo ethnico como sendo o dos “homens ,1.e. (19) Dão geralmente og; como derivado (atasis) de alarm dessicar em pé pe Eb de uma raiz & digamma (idéa de sopro, vento). (Dre. Chassang, 1902.) ra, se O RNA GaO O contrario da idéa de secca — pois é uma ilha verde ho Ra E ar emas espe O radical ajo; perdeu um S inicial que se conservou no lithuanio e eg ao so eim vações de H. Hirt. (Handb. d. griechischen Laut und Formenl, 1 ds Em dei conduziria a uma onomatopea do sopro ou vento, é faria EMppor uma E - cb so nr ge tes po a pd one É do deve ser legitima no caso tav = pav, djau, tuau (lua digamma) e Shebue. Esta raiz, portanto, da palavra “* Oasis ”. 14 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIV “dos homens por excellencia”. Encontramos aqui o mesmo sentimento que levava os Gregos a considerar todo povo extrangeiro como Barbaro (20). Os Egypcios nos offerecem exemplo igual. Khemt que significava “homem adulto, homem com todo o vigor da edade”, foi a origem da pa- lavra designando o grupo humano dos Hamitos ou Khamitos: i.e. dos “verdadeiros homens”. Esta designação que apparece na Biblia foi sem duvida alguma extrahida da tradição egypcia. E o mesmo radical, com a mesma significação, modificado apenas pela mudança do prefixo, — segundo um phenomeno que já expuz em outros trabalhos (2), formou a designação do outro grupo humano — o dos Semilos. “Conhecemos bem a opinião dos egypcios a respeito de si proprios, pela res- posta presumida, feita a Solon : “ Vós, Gregos, sois creanças...”. Uma outra fórma proxima parente destas duas responde tambem á mesma ordem de idéas: Rotu ou Romitu, significando tambem “os Homens” e designando um grupo ethnico. Ora, o mesmo se passa com o nome dos Aryanos. Sabemos que “Arya”, para os Persas de Dario, significava nobre. Na realidade, foi com o correr dos tempos que deve ter tomado esta acceição, — na origem designava apenas a tribu como sendo a dos “homens verdadeiros”, no mesmo sentido que fidalgo equivale a “filho d'algo”. Este significado é o que imperava sem duvida na época anterior á penetração dos Indo-Iranianos no Pendjab e no Paropaniso, quando cerca de 1600 elles se achavam na Armenia e ante- riormente ainda na Asia menor Septentrional. Parece que os Harri devem ser identificados com um ramo desta invasão aryana na Asia anterior. Um ramo dos povos Semiticos, os Hebreus, offerece egualmente o mesmo phenomeno : o seu nome equivale ao de “homens por excellencia”. As linguas Semiticas possuem efectivamente um radical interressante que justifica semelhante afirmação. Gefer, gfar, gafer, são equivalentes do latim — vir, e fornecem o plural Gabrim na forma emphatica, como o chaldaico apresenta Gabraia e o syriaco Gabreh (22), (29) Os Botocudos visitados, em 1915, por H. H. Manizer tinham tambem o nome de “ Boruns ”. Ora, este nome é uma alteração Phonetica da palavra portugueza varões (homens corajosos, no- taveis), e mostra ser a traducção de um nome indigena, pelo qual estes indios se designavam em relação aos outros. — Os portuguezes assim o traduziram e os Botucudos repetiram-no, alterando. (21) Communicação feita á Sociedade Brasileira de Sciencias (Dezembro 1920) sobre a etymo- logia dos nomes do leite; -e A propos de Porigine du langage (Revista de la Universidad Nacional de Cordoba. Oct. y nov. 1918.) (22) Ludovicus de Dieu. — Grammatica ling. oriental., Lugd. Batav., 1628. p. 92. A. CHILDE — O RIO IRAN-VEDJ NAS TRADIÇÕES PERSAS 15 Estes gimel e gomal iniciaes representam uma aspiração forte, da mesma natureza do que o glagol russo substituindo o espirito rude do grego em guiperbola, guimn por hyperbole, hymno, ou o Cheth hebraico, em legova por Jehovah. A prova do que adiantamos aqui está no facto que, ao lado dos vocabulos acima citados e significando “homem adulto”, encon- tramos o “doublet” afir = robustus, dass e abbir no singular — fortis, emquanto fortes se traduz no plural por gibborim (23). De Gabrim devemos pois approximar o nome mesmo do povo “' Ha- birim”, c no singular: “ Haber, Heber” — palavra que não responde á etymologia classicamente aceita de “aquelles que vem de além” 2%. Todos os povos, effectivamente, se quizermos, vem de além, de algum rio, mon- tanha ou deserto. | Num trabalho anterior (25) mostrei que “Habirim” não é nome privativo dos Hebreus, mas pertenceu a povos mercenarios do Mitanni; e este povo bem devia possuir este appelativo antes dos Hebreus, porque quando estes ultimos penetraram em Kanaan, o Mitanni ja tinha sido invadido pelos Indo-Europeus, — e porque, enfim, os “ Habiri ou Invrenna ”, domados e reduzidos a tributo pelos Mitannianos, eram os lberos ou Iveros, que occupavam o territorio dos Hittitos antes destes ultimos. Como “Aryano”, Harri e Habirim, pelo que mostramos, são palavras que têm a mesma significação de “homem por escellencia É — vir fortis, suspeitamos em “ Harri e Aryano” uma derivação de Habirim, effectuada provavelmente no proprio terreno da Ásia menor onde viviam os Iberos, — na época da travessia desta região pelos Aryanos, em migração para às regiões orientaes do futuro Airian-Vaedjo. Na occasião da derivação terá se effectuado a queda de um som digammatico, que perdurou no b de Haber como no de Gibborim ou no f de afir. : Para fortalecer esta hypothese serve tambem a palavra sanscrita vir — heroe, alliada a vis (latim), grego & é sanscrito virya. Já podemos entre- ver tambem a relação destes nomes ethnicos com o representante deste (23) Diccionarium hebraicum. S. vocab. (24) A. Revel, — Letteratura ebraica. “ Donde si a originato (o termo ento o E ob “ dirsi. Per la prima volta leggesi nella storia del patriarca Abramo che vien c gmiio adaga per contraddistinguerlo dá suoi alleati “ Amorrei” (Gen. 14, ri Td acido Aa nnfaioré i Settanta interpretarono 5 =eçácns (Iuomo venuto di lã del fiume srepisaçA mi bt ç accuratezza grammaticale Aquila tradusse é mspatms (!uomo del paese à (Ulr.-Hoepli, Milano. 1888. Vol. 1. p. 3) (25) A. Childe. — Industries métallurgiques dans | 1918. pagina 46. antiquité. Revista do Museu Paulista. 16 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIV radical, numa época mais recente, isto é, com o latim “vir” 29), que teve primitivamente a final do thema em a breve = vira (0). Se as relações aqui expostas entre as palavras citadas são perfeita- mente explicaveis, como cremos, a questão se nos apresenta sob uma nova. face: a possibilidade agora de ser o nome composto Airian-Vsedjo uma traducção e não mais um nome original, pertecente em proprio a uma par- ticular raça humana. A significação seria “o Oasis (ou o jardim, a ilha, etc.) dos varões” — e os Aryanos e Iranianos o teriam adoptado para consub- stanciar um mytho, novo, possivelmente, na sua evolução religiosa. — Ahi teriamos uma especie de imitação dos “Oasis de Aarú” e uma como que traducção deste nome e deste conceito. A' medida que as tribus Aryanas se afastavam do berço verdadeira- mente original, ellas transportavam com ellas seus Deuses, o seu paraiso, e este ultimo poude assim attingir até a região do “ Vakkhab”, a sua ultima localisação. Esta região priviligiada e mysteriosa, pelos perigos que cer- cavam sua riqueza aurigena, tomou logo um vulto de maior consistencia, ainda mesmo porque sua realidade geographica encontrou a tribu em época de evolução assaz adiantada para poder consignar por escripto esta adaptação topographica do mytho. Não esqueçamos a época em que foram respectivamente redigidos o Avesta e o Bundehesh, — e melhor haveremos de comprehender que a tra- dição de um berço original se devia ligar a esta localisação ultima e tangivel para os Iranianos, esquecendo as anteriores, que talvez nunca tiveram reali- dade topographica e sim apenas mythica. Ainda assim, não é impossivel que o proprio Vakhan, quando occupado pelas tribus mongolicas anteriores aos Iranianos, ja tivesse recebido destes appellação similar — “Oasis dos varões, Eldorado dos homens, por escel- lencia, ete” — e que os Iranianos adaptassem á sua raça tal designação, traduzindo-a. O problema é, portanto, como diziamos, mais complexo do que parecia. Na realidade, o Airian-Vsedjo asiatico, isto é, o do Hindu-Kusch, não é o (26) Communidade de radicaes entre linguas semiticas e linguas eurasiaticas ou khamiticas não deve surprehender. Já ella foi assignalada por Gesenius, entre outros ; “Many roots are coincident in sound with some one from Indogermanic stock, But, aside from expressions directly borrowed, the actually similar restricts itself, partly to words onomatopoetic, partly to those in which the sameness or similarity of meaning follows of itself from the nature of the same sounds, after the universal type of human speech (“ Gesenius; Hebrew grammar. Translation by Dr. E. Ródiger) — O final deste trecho sendo alias bastante enigmatico | (27) J. M. Guardia et J. Wierzeyski. Gre de 1. lang. lat. Paris. 1876. (1º P. Liv. II. 20 p. 88.) io ed ” IMP NATIONAL WI E SD fifa 4 N o Ma |! | A. CHILDE — O RIO IRAN-VEDJ NAS TRADIÇÕES PERSAS 17 berço primitivo dos Aryanos, — mas pode ser o berço de outra raça e pode ter havido tanto na Europa, como na Ásia, na Africa etc. — diversos berços dos homens fortes. Ja sabemos que os Hebreus reclamavam por si um berço particular, especificado no Genesis como sendo o Paraiso, e que elles o localisaram na Mesopotamia. Os Phenicios invocaram as ilhas Bahrein. Os Egypcios olhavam para o To noutir — outra traducção da “ Terra dos Deuses, isto, é dos homens”. São pontos necessarios a aprofundar ainda, — deixando por emquanto como acquistada a noção dos nomes ethnicos, pretendendo cada um espe- cificar à tribu determinada, como a unica composta de Verdadeiros homens. 24 de fevereiro de 1921. NOTAS PHILOLOGICAS A. CEILDE NOTAS PHILOLOGICAS POR A. CHILDE S 1. Ma-xrôou, (Méxaçes, — Márao, — Kie.) A palavra Maxrôou, que nas inscripções dos sarcophagos, estelas, papyrus funerarios egypcios, etc., foi traduzida por « justificado”, significa “que faz a verdade” (e no entender dos Egypcios antigos, isto é: que torna real, verdadeiro, material). E' um conceito analogo ao Logos de Philon — o verbo feito materia. (Pierret. Vocab, hieroglyph. s. v. 3) | Maspero determinou a mesma palavra “certo de voz” — isto é, que sabe recitar as incantações e formulas magicas segundo a toáda exacta (Cf: Foucart. H. des Religions, 2º éd., p. 222). Traduzi este termo por “o iniciado” — porque este qualificativo, indi- cando uma acção episodica, em circumstancias determinadas, designa tambem quem goza daquelle poder, o defuncto capaz, proferindo as for- mulas especiaes, segundo o rhythmo magico, de fazer abrir as portas do Mundo inferior, e de sahir em seu dia. E foi neste sentido que eu o traduzi “o iniciado” nos ushabtiu do Museu Nacional, ou nos sarcophagos. Estes iniciados poderosos, certos de voz, ou justificados, são os Maxrôou ou Maxeru. Ora, este vocabulo encontra-se em grego com um sentido muito proximo. O: Méxaees, plural de Méxae, significando os bemaventurados e os Deuses. E uma palavra raiz, cuja origem está desconhecida e não figura portanto nos diccionarios. Os bemaventurados, doutra parte, são precisamente Os e ado eta e. 22 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIV habitantes das Ilhas do Occidente, das Ilhas Fortunadas (1), como os Maxrôou são os habitantes dos Campos do Occidente, dos Campos d'Aaru. Max quer dizer defuncto, ao mesmo titulo do que Maxrôou (2), e, como este ultimo, um defuncto beato, — um justo, ou justificado, dos julgados dignos de sentarem-se à direita do Nosso Senhor. Assim é comprehen- dido nas inscripções funerarias copticas ou gregas, encontradas em Ale- xandria (3), e que parecem ser a confluencia christã dos dois conceitos antiquissimos; O egypcio e o grego. Um outro aspecto destas palavras é fornecido pelo grego: K%ees, cuja exacta traducção é manes em latim (4). Os Kiss gozam dos mesmos privi- legios que os Maxrôou, podem viver na terra, de passagem; elles podem “sahir em seu dia”, — dahi a conjuração feita no fim das Anthesterias: OQupate xípes mvo our ev! Aviescipia (Manes exite paterni...). Uma segunda forma deste mesmo radical, ao que me parece, é a pa- lavra "Heos, vos (4º), vocabulo irregular da 3º declinação, e que significa o heros (lat.: heros, ois), aquelle dignificado depois de morto ao par dos Méxaçss ou dos xíes, (5) O'H aspirado e accentuado, ainda mais do quex do pes, representa e x de Mazxrôou. A palavra penetrou sem duvida em grego pela forma plural “Hews, antes de receber o singular correspondente. Seria necessario reconstruir a historia dos dois vocabulos Máxaçes c xiçes, com O doublet "Hews, para determinar qual das formas appareceu pri- meira em grego. Em todo caso a coexistencia dos dois aspectos me per- mittirá de chamar a attenção sobre este phenomeno philologico que já (1) Maxápãy vijoor. Beatorum insulae (Suidas). dei (2) Quia et mortui vocantur Moxaçira, id est Beati (Suidas. s. v. Maxaçia). (3) Se, dunque, io non mi appongo male, la personalitá del finora ignoto monaco T'arávos acquista um particolare relievo, particolare rilievo ché mi sembra contirmato della formula in- consueta — Tão delas uvhums sostituita a quella corrente — Maxáproç — oppure Tãç Maxaçias uvhune — pit forse non aveva, od aveva perduto il valore che avrebbe dovuto derivarle dal significato dell epiteto... (Dr. E. Breccia. Due nuovi epitaffi di monaci alessandrini. Bulletin de la Société Archéolo- gique d'Alexandrie. T. V. 2 fase. n. 16, p. 76, Alexandrie 1918). (4) Cor, anima, et mortifera Parca, Khp vocatur anima, quod sit ignita. (Suidas s. v.) (4º) Pott e Benfey consideravam-na como provindo do sanscr. var: Hows por Frooc- (5) Convem lembrar 'Hçús (Relictas proborum animas. Suidas. s. v.) A. CHILDE — NOTAS PHILOLOGICAS 23 assignalei num trabalho anterior (6) de vocabulos prodigiosamente antigos, offerecendo aspectos duplos ou multiplos, e onde o radical significativo apparece accrescido de um prefixo. No vocabulo grego Més o « provém sem duvida da etymologia egy- pcia Maxrôou, mas a queda do mesmo «, na palavra te, e em “Heves, mostra bem que na época da creação destas ultimas a letra era considerada apenas como prefixo, e que se lhe ignorava a significação etymologica e provavelmente tambem a proveniencia. RE MR Quanto ao egypcio Mazrôou, ainda é de determinar se a palavra foi originalmente composta como ella apparece, ou si a primeira parte Ma %, abreviação de Maat, “a verdade”, na explicação que se dá hoje, não repre- senta apenas um simple M. prefixo, como é tão commum no egypcio e nas linguas semiticas, encontrando-se egualmente no berbero. O radical xrô deveria então corresponder em egypcio a xi em grego. Assignalarei ainda a existencia em assyrio de tres palavras analogas ás de que aqui tratei, e que correspondem pelo sentido ao mesmo conceito : Magaru — (obedient, happy (6º) — beato. Akharru — behind, the west (7)—o occidente. Akhri, Khiru — (man, behind, lord) (8) — idéa de homem, de homem dignificado e de escondido. Aqui temos ainda um 7 prefixo; e o cyclo dos significados gira em redor da mesma idéa: Akharru — é o occidente por trás do qual se esconde o Sol. Si “akhri”, o homem, comporta tambem o conceito de senhor e de escon- dido, é que o homem assim designado é um dignificado, um justificado, assi- milado ao Sol na sua carreira diurna, analogo aos do sequito do Ra egypcio, e que descem no occidente. Se houve emprestimo entre a Assyria e o Egypto neste respeito, creio poder avançar que o credor foi o Egypto, porque: b, na época das origens o Egypto deveria se encontrar, não com a Assyria, mas com à Chaldea primitiva, e que os radicaes accadios então correspondentes a estas palavras, differem em absoluto, sendo respectivamente: “as =magaru ; — tidnu = akharru; — Zabur = akri e khiru; 2º, porque no periodo do primeiro (6) A propos de Porigine du langage. Rev. de ta Univ. Nac. de Cordoba. Octub. y Nov. 1918. o Vi e + 4 | (6º 7, 8) A, H, Sayce. Elementary grammar of the assyrian language. 24 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV encontro da Assyria com o Egypto, isto é, no XIPº seculo antes d. C. (8º), 0. Egypto já tinha dado todo o seu desenvolvimento mystico, e possuia 0 vo- cabulario correspondente desde longa edade. (Communicação feita à Sociedade Brasileira de Sciencias em 1920). S 2. 'Avios — Neter. Um espelho etrusco do Gabinete de França reproduzido na Historia dos Gregos de V. Duruy (9) representa Agamemnon recebido pela Helena na ha de Leucea, residencia dos bemaventurados. Entre as personagens figuradas ao lado de Helena acha-se Pâris, sob o nome grego de Alexandro — truducção do nome trojano “Páâris”. E notavel a transcripção etrusca da palavra grega: Alexandros = Elchsntre +. Comparando os dois nomes Alexandros e Elchsntre é facil ver que elles se correspondem parte a parte: Elchs = Alex, ntre = andros, Elchs, como Alex, significa: protector, valente e forte. Assim podemos isolar ntre em parallelo com undros e significando homem. Esta palavra etrusca equivalente de “aner, andros”, é muito inte- ressante. tr é o equivalente regular de dr: assim num outro espelho etrusco da mesma collecção lemos Atrste por Adrastes. Doutra parte — ntre (antr = we), andros, é, ao meu ver, o mesmo radical que a palavra egypcia + neter ou ntr, excessivamente antiga, pois que apparecendo já nos primeiros tempos do Egypto e significando: “deus”. Ora, a assimilação dos homens aos deuses e inversamente é uma idea commum aos povos grego, egypcio, sumerio (10) e outros (10º). Hesiodo nos dá provas mais (8) Quando Tiglat-Phal-assur | invadiu a Syria e as terras dos Khetas, outr'ora vassaes dos Egypcios. (9) V. Duruy. Historia de los Griegos. Trad. por E. L. de Verneuil. Barcelona, 1890. T. I, p. 79. + I4TN2LI + ++ (10) Apontarei tambem o nome do deus hindu “Indra”, que provém da mesma raiz e, por- tanto, prova a mesma orientação de espirito. (10") St. Langdon. Um tijolo novo de culto dos reis deificados.— Na Grecia, no Egypto e na Asia occidental estes cultos começaram pela adoração dos homens vivos. Aquelles que estudam a religião grega adoptam geralmente a opinião que taes cultos eram indigenas na Grecia, mas em Sumer esta forma de culto existia desde remotas edades e tomou sua maior importancia do 26º ao 21º S. ant. Chr. Já antes de 3000 os antigos reis de Sumer se diziam filhos de Deuses e nascidos de Deusas. (The Museum Jour., vol. VII. Sept. 1917, n. 3.) A. CHILDE -- NOTAS PHILOLOGICAS 2a recentes ainda, daquella identidade de natureza: “Os homens e os deuses nasceram juntos, disse elle, os primeiros eram mortaes.” (Os trabalhos e' os dias I. 108). “Os deuses e os homens têm uma só origem”, diz por sua vez Pindaro (VI Nemea): Os estoicos costumavam tambem dizer “o homem é um deus mortal”, | a POR Creio, portanto, que o termo neter, deus, veiu a significar “deus” depois de ter em época anterior significado “homem”. Nos annaes da Historia do Egypto é conhecido o termo de “To Noutir, - To Neterou” como o nome d'um paiz donde provinha o incenso e os aro- matos; e esta indicação meio mythica, meio geographica, suscitou hypo- “theses varias entre os egyptologos. Traduz-se por “Terra dos deuses”, Eu a entendo de outro modo, em consequencia das considerações anteriores, e leio “a Terra dos homens”. Seja porque os habitantes da região, — segundo um sentimento bas- tante constante nos povos primitivos e selvagens, considerando-se como os unicos dignos do nome de homens, — assim se designassem a si proprios; seja, mais provavelmente, porque os Egypcios mesmo teriam conservado à tradição de sua vinda desta região, que chamavam tambem Punt (11), e que, pelo mesmo sentimento referido, a chamassem — “terra dos homens”, porque lhes tinha pertencido. "Mais tarde elles chamaram o proprio Egypto tambem deste nome (12). Na primeira hypothese, “neter” pode ser o vocabulo original, mas parece- me mais provavel que seja apenas a traducção egypcia da palavra indigena, como Alexandros é a traducção grega, e Elchnstre a traducção etrusca do nome Trojano Páris (13). (Communicação feita á Sociedade Brasileira de Sciencias em IT de outubro de 1919). S 3. Sobre a etymologia das palavras significando “Jeito”, em diversas linguas : a Quando se com param nas linguas diversas, palavras analogas correspon- dendo à mesma idéa, ao mesmo objecto, nota-se, ás vezes, certas diffe- renças, para as quaes não ha explicação satisfactoria. Darei deste facto um (11) Budge, Hy. of Egypt: Punt... which they called also Ta-neter (ls IV. p. 5) ru (12) Budge, ob. cit. Ta-neter... in late times this name 1s often applied in É ex ho Egypt, but in ecarliest times it always refers to a country to the south es adia (T e 5 e : (13) Esta traducção grega, fixando o sigaiticado do nome proprio Páris ) define am ni sentido exacto de Alexandros, sendo antes “o homem valente, o FERGANEO homem”, do sd [o protector do homem” avapdç não devendo neste nome ser um peso e sim uma sds analogica. O nome etrusco Elchsntre parece mais perto do nome primitivo, que o seria alexaner ou alexanter. Este vocabulo Páris nos dará tambem ensejo a deducções interessantes, : 5231 E 26 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV exemplo conhecido: Bandolim (portuguez), mandolina e mandoline (ita- liano e francez), mandore e mandoire (francez antigo), bandura (russo), pandura (latin) «oz (grego). O diccionario de Littré tira “mandoline” de “mandore” por “mandole”, — e “mandore” do italiano “mandora ou pandora”, do latim “pandura” e grego “zap” (cuja raiz é desconhecida — Dicc. grego de Alexandre). Hatzfeld e Darmesteter dizem textualmente: “Alteração inexplicada de “pandore”, lat. pandura”. Em communicações anteriores a esta Sociedade já assignalei exemplos diversos deste phenomeno linguistico; hoje trarei mais um caso muito curioso e instructivo: é a differenciação do radical significando “leite” em linguas diversas. Temos nas linguas néo-latinas as palavras: leite (portuguez), leche (Hespanhol), latte (italiano), lait (francez) — provindo, segundo a “Philologie romane” de Bourciez — do latim popular lacte, que decorre por sua vez do classico “lac, lactis”. Ao lado do latim “lac”, o grego nos apresenta uma forma mais complexa “ráa-vaxtxos”, cuja raiz, segundo Chassang, seria va, exprimindo a idéa de qualquer cousa de doce. Esta forma não é unica em grego; encontramos effectivamente a palavra composta vhymis — (que faz talhar o leite), onde o radical riáyo forma a palavra simples Tº rx&ros, forma poetica de rx (suppõe-o Chassang), o que, a ser exacto, daria à rros a anterioridade sobre ráxa-yanáxcos, Ad. Régnier, no “Traité de la formation des mots dans la langue grecque”, que é posterior aos trabalhos de Bopp, e muito se baseia sobre o sanscrito, considera entretanto o radical r24rº como de origem obscura (14). Ex Doutra parte, existe em grego um verbo ivo — que tem seu equi- valente latim em “mulgeo” — ordenhar (mungir); verbo onde o « é um prefixo prosthetico, e cuja raiz é vsir. Mehr e user traduzindo a idéa de ex- premer, segundo Chassang. Parallelamente a esta raiz vir, encontra-se então toda uma serie de vocabulos pertencentes a diversas linguas, anglo saxonias e slavas, e que apresentam formas parentes: | São o velho allemão milchu, o lithuanio melzu, o gothico muluks, O irlandez melg, o velho slavo mluza e mleké, o russo mleké e molokó, o polaco mléko, o allemão milch e o verbo melcken, o inglez milk. (14) Ob. cit., Paris, 1855. P. 85, A. CHILDE — NOTAS PHILOLOGICAS 4 Assim, antes de passar a linguas mais antigas e orientaes, constatamos tres formas principaes donde derivam as outras, para render a mesma idéa: a forma radical grega 1º-— var: — a forma grega 2º — yháyo E yahaxe; — a forma radical latina, lact. A comparação destas tres formas radicaes mostra como constantes as consoantes À» e 7, e como consoantes addicionaes, prefixadas: » e 7. O que ha de estranho nestas formações não escapou a Bopp, nem a Benfey, que tentaram explical-o. Bopp estudando o thema gô ($ 123. Vol. 1) (15), que significa, segundo elle, “vacca” e “terra” — invocava a permutação da guttural média 7, em labial — 8, confrontando o grego &is e o latim bôs com o sanscrito “gâu-s”. E elle continuava: “ E” digno de nota, porém, que a antiga guttural que se achava no nome da vacca não tenha totalmente desapparecido em grego: creio, pelo menos, poder affirmar que a primeira syllaba de 42 designe a ““vacca”, de tal forma, que o vocabulo completo significa propriamente o leite de vacca. Antes de Bopp, Benfey, encontrando a mesma difficuldade, pensou resolvel-a doutra forma. Na palavra vi: elle vê um vocabulo simples, designando o leite; vocabulo que elle explica pela raiz hypothetica glaks, que põe ao lado de uma outra raiz, egualmente hypothetica, mlaks. No segundo volume do Lexico das raizes gregas, não satisfeito com sua precedente explicação, elle volta ao caso e imagina uma outra origem: tomando r»z7 como raiz, elle vê nella uma alteração de xzr, que, por sua vez, seria uma methathese por ver.. As explicações de Benfey, que cita Bopp, nos termos que relatei, não dão a etymologia das mesmas raizes, nem mormente da substituição do * ao e. Doutra parte, a etymologia de Bopp não explica tão pouco a alteração de + em ». Citando o irlandez “bleachd” por “bo-leachd”, onde — bo signifi- caria “vacca” e lembraria o Bs grego, — elle vê lá um argumento em favor de sua etymologia. Mas não existe raiz correspondente á palavra “vacca” que comece por « e não ha, portanto, explicação de transformação de rhar “em ue, x x * Estes autores suppõem aliás, em suas hypotheses, que o primeiro leite que bebeu o homem, e que deu o nome ao producto, foi o leite de vacca. (15) Bopp. 28 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV Sem lembrar que antes da domesticação dos animaes e ainda desde este tempo o primeiro leite bebido foi o leite de mulher, aj untarei que o facto não está provado. O cavallo foi domesticado, pelo meros, contemporanea - mente com o boi, e os povos quaternarios, que domesticaram o cavallo, podem sem duvida ter-lhe utilisado o leite, como o fazem hoje os Baschkirs, Kirghizes, Tartaros e outros. A cabra, que de tempos immemoriaes foi domesticada na Africa do Norte, no Egypto prehistorico e na Lybia, era mais facil a mungir, e a legenda citada por Herodoto (L. II. ch. 2) para descobrir o povo mais antigo da terra mostra que n'um paiz onde o gado bovino existia em abundancia o leite dado ás creanças, em experiencia, «era o de cabra. | Não vejo, portanto, base sufficientemente solida para acceitar a opinão :de Bopp sobre o valor ad do + como representando a idéa da st'yacca”. Allegarei ainda um grupo de vocabulos significativos, — para explicar a posição que tomo na questão :— é a existencia em persa e sanscrito das palavras; duchtan; dôchtan (pers.), “ordenhar”; dôha e dugdha (sanscr.). — leite da manteiga — pelit-tait (16), que derivariam da raiz — duh (dôgdhi) “mulgere”, Segundo Pictet, 0 verbo persa lâghidan, e làgh “mungidor” parecem tambem ser derivados da mesma raiz duh, pela substituição assaz fre- quente do «d pelo ! (17). Assim este autor pensa que o d é primitivo e para explicar a substituição pelo ! elle emitte a hypothese que “ces termes proviennent peut être de quelque dialecte iranien, ce qui expliquerait leur présence a côte de — duchtan”. " Na realidade, perante a constancia geral do grupo de consoantes 1 acima apontado, nas formas divergentes dos nomes do leite, prefixados ou não por reu por «— estou conduzido a considerar, ao contrario, o ! como primitivo e o d como variante, nos vocabulos aqui citados por Pictet: là- ghidan, làgh, ao lado de duchtan, dôgh. Entre as linguas orientaes, o nome do leite nos offerece tambem materia a contestações analogas. Assim é que o arabe fornece as palavras (16) Ad. Pictet. Les origines Indo-européennes. T. IL., p. 33, 2º ed. Paris 1877.. (17) Ad. Pietet, ob. cit. T. 1, p. 424. A. CHILDE — NOTAS PHILOLOGICAS 29 laban + e halib%, a ultima, proxima parente do hebraico helef ++. onde temos tambem helbon Ft (18). pio A mesma observação pode ser aqui feita de uma dupla forma: a forma simples — laban, e a forma com syllaba prefixada — ha-lib, helef e he-lbon. O he é uma guttural que responde + ao que encontramos em grego, e a raiz pura do vocabulo significando leite é laban em arabe, bon em hebraico (19). RR Aqui podiamos estar tentados de dar credito á hypothese de Bopp, acima mencionada. — Effectivamente, o egypcio nos fornece “ha como nome de vacca, “hu como nome da vitella e estes vocabulos passaram ambos no copta com a forma : (ehe), (20). | Mas elles não forneceram derivados para o nome de leite, duma parte; doutra, seria facto estranho que o hebraico helbon, ou helef, fosse palavra hybrida, com uma raiz he de origem egypcia, e a outra Ie Ibn de outra proveniencia. d Leite, em egypcio, se dizia art (21) e passou na lingua copta na forma .: (erôte). Esta ultima conservou-se no arabe, onde com a palavra radry significa “mamar”, E não ha nestes termos approximação possivel com os vocabulos: arabes e hebraicos que mencionei, significando “leite”, Se fôr permittido, porém, invocar aqui, nestas linguas semiticas (arabe e hebraico), a mesma lei de Rhys, relevada nas linguas celticas E SA ae P Ea E pad (18) Elias Hutterus. Dictioaarium Harmonicum Biblicum. s. v. Noriberga — 1598. Fado (19) Vacca em arabe é x bagarah; vitella & tgl, (em Syriaco SX eglath); em hebraico sx. baquar, é gado bovino. (20) Bunsen. Egypt's place. Cr (21) Champollion. Grammaire égyptienne. P. 79. a CPpoTe, a 30 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV antigas (22), e que-N. J. Marr observou egualmente nas. linguas do Cau- casio (23), lei que faz responder eguus do grupo q a tms do grupo 7, veremos que as raizes semiticas laban e lbon devem corresponder a outras formações parallelas do grupo q, que seriam lagan, tgon e que nos reconduzem ás formas estudadas acima — ac (latina) e rh&ro (grega), sem O Y inicial. Ora, que esta ultima hypothese não é gratuita fica provado pelas formas seguintes, que Pictet citou, sem se animar a commentalas: “Ainsi en hébreu on trouve máráh, strinxit, márach, fricuit, contrívit, mirag tersit, polivit, mundavit; en arabe marasa, il a pressé du bout des doigis, marasha il a pétri, marasa, il a pressé le sein d'une femme, maragya 1l a pressé le pis, il a trait; puis avec / pour 7, malaka, il a petri, malaga la tété (du jeune chameau), malagá, il a pris le sein avec la bouche, malaha, il a allaité, d'ou milh, bouchée de lait, etc., etc.” (24) Formas ás quaes juntarei ainda a hebraica: Pelagoth (25), traduzida por “Aqua currens”, “fluvius”, e que os Septante interpretam dus» vopádo» (Mulctralia vaccae). As primeiras são claramente apparentadas à raiz mlag, mtak. Mas nas linguas semiticas e no egypcio a presença do M, inicial, explica-se como sendo um prefixo, e que assim seja no caso actual, isto resulta da existencia da palavra laban, já citada, ao lado de malaha e milh. Este prefixo, entretanto, que, em certos casos, pode ter representado uma palavra, não tem de modo algum a significação de “vacca”, como se patentea já da palavra malaga, que se refere ao camello recem-nascido. Elle tem na maior parte dos casos, em hebraico e em egypcio antigo, um papel grammatical — quer imprimindo uma idéa de comparação ou de excellencia (26), quer transformando um radical verbal em participio — ou em nomen instrumenti (27), quer, ema, para formar o modo imperativo (28) de certos verbos. Não me parece, porém, ser aqui o papel do prefixo M, pois que todos os verbos citados já o possuem, emquanto o vocabulo arabe simples laban, que deveria representar um derivado, é delle privado. - Outro argumento é fornecido ainda neste sentido pela palavra he- (22) Rhys. Scottish review. 1899. (23) N. J. Marr. Izvest. Imp. Nauk. Akad. 1. Noiiabr. 1916. N. 15. (24) Ob. cit., p. 35. À (25) Elias Hutterus, ob. cit., p. 568 (Job. 20. vers. 17). (20) Isaia Levi fu Isacca. Gr. ed eserc. prat. dell. Ling. Ebraica. Hoepli, 1914. P. 71. 72. 84. (27) Ad. Erman. Agyptisch, Gram. Berlin. 1911, 8 183 e sqq. (28) Ob. cit., S 382 e sqg. A. CHILDE -— NOTAS PHILOLOGICAS 31 braica pelagoth (29), em parallela com helef e helbon. Aqui os dois prefixos pe “h (=) substituem o M. Elles não têm significação grammatical, como pode acontecer com o M.Sio —h fosse um artigo determinativo, as pa- lavras helef c helbon seriam respectivamente: halle” e hallbon. A unica explicação que podemos então invocar é considerar a labial p. de peleg, como uma equivalente grupal da guttural— A (=) e pôr em parallela peleg (p-cleg). raros (rharos), helef (h-elef) à sem que haja logar à aceitar a hypothese de Bopp, para esclarecer o “A inicial (como o mostrei acima), nem tampouco portanto o p e or. Da longa resenha dos vocabulos empregados nas linguas antigas e modernas, que citei, para designar o leite, concluirei que a unica raiz solida, constante destes vocabulos 6 àr (lg)—e que o r,ow,oh,o p, que as precedem occasionalmente, não correspondem a uma significação objectiva — são apenas letras prostheticas — prefixos provavelmente grupaes que não participam de modo algum á raiz da palavra. Devemos considerar estes prefixos nos vocabulos significando leite ao mesmo titulo que os prefixos apontados por mim em communicações anterioros: & de t&ss, perto do m de makedj, em confronto com a palavra pura as, «vós = Cabra (Caprideo em geral), ma de maxroôu, vz de uées em confronto com xiess e "Hess, de- functo bemaventurado, F de Fovws, v de vinum, em confronto com ébos, vinho, W de Wotan, K de Késos, em confronto com Odin, Aten, Adam, = O primeiro, o chefe, o anterior (30). - Estas conclusões têm, a meu ver, uma importancia philologica conside- ravel, porque ellas tendem, em casos numerosos, a destruir as etymologias até hoje propostas, e a orientar a observação para o papel das letras (29) palavra que facilmente aproximarei dos radicaes 88 lahats (premere, pressura) — =, lach (succiplenus), e — A leah (succus et sanguis). sy pro no A ns (30) A possibilidade de ser a letra inicial de certas palavras destacavel, sem alterar a nagar ficação da palavra, occorreu já a outro observador, como se vê da nana E E as analysarei : “On sait que Satyavatri est identique à Menou ou o a e é ame V - Or, le pêre de Samson se nome Manos (Les juges, chap. XIII), aid eai Rss E am gate écrit Mavús et Nós (sic). Noé ne serait-il pas justement Manoé en omettant-la je a a As ; (Schopenhauer. Fragmentos Sur I'Hre. de la Philosophie, Chap. sur ta Rana : P. 180 — Trad. Aug. Dietrich. F. Alcan. Paris. 1912. 32 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIV iniciaes prostheticas ôu prefixos, nas linguas antigas e modernas (31). Como é extremamente perigoso se aventurar inconsideradamente neste terreno, que creio ter explorado o primeiro, as notas que precedem não servirão senão como chamado premonitorio á attenção dos philologos sobre este phenomeno. Tenho por emquanto em vista a pesquiza da preferencia e das razões da preferencia para-tal ou qual prefixo, nas tribus formadoras das lingúas as mais antigas, e, graças a este esclarecimento, tentar pe- netrar mais avante na historia das trocas de radicaes entre os povos primitivos, e na formação essencial da linguagem. (Communicação feita á Sociedade Brasileira de Sciencias em dezembro de 1920.) Museu Nacional, 31 de Março de 1921. (31) O Sr. N. J. Marr já tinha denunciado phenoneno analogo em linguas do Caucasio ; uma memoria por elle publicada em 1917 dá alguns exemplos — e embora elle se li nitasse a um campo mais particular da linguistica, a citação seguinte se applica, segundo eu creio tel-o dia vado, a um do ninio muito extenso : “Neste mesmo exemplo, uma outra differença entre o grupo caucasio oriental co caucasio occidental consiste nisto, que á sonora g do ultimo, o primeiro oppõe a surda K. Este detalhe apresenta ta nbem seu interesse historico, mas aqui não nos applicaremos a fazer uma analyse comparativa exhaustiva da palavra estudada (coração, em avarskio e em abkhazio), temol-a apenas apresentado como exemplo, para mostrar os prefixos immobilisados de formas petrificadas, que até hoje foram tidas como raizes puras”. (Nepotchat. istotchn. istor. Kavkazck. mira. — Izvest.. akad. nauk. a mart. 1917. N. 5. Petrograd). CATALOGO SISTEMATICO E SENONIIICO DAS FORMIGAS DO BRASIL POR Thomaz Borgmeier, O. F. M. Membro eifectivo e fundador da Sociedade Entomologica do Brasil 1 PARTE suba. DORTLINAE, CERAPAGATINAE, PONGRINAE, DOLICHODERINAE 5231 PREFACIO Occupando-me, desde alguns annos, com o estudo das formigas do Brasil, cada vez mais me persuado da necessidade absoluta de possuirmos um catalogo geral abrangendo todos os representantes da nossa fauna myrmecologica, com exactas indicações bibliographicas. Eis o motivo que me incitou a elaborar o presente trabalho, cuja idéa, aliás, já em 1917 me foi suggerida pelo illustre professor Dr. HERMANN VON JHERING, por quem me ufano ter sido iniciado no estudo da myrmecologia. Pretendo publicar este catalogo em duas partes, contendo a primeira, que hoje dou á publicidade, as subfamilias Dorylinae, Cerapachyinae, Po- nerinae e Dolichoderinae, e a segunda, que será publicada mais tarde, as Pseudomyriminae, Myomicinae e Formicinae. (1) Na enumeração dos generos segui a ordem indicada por EMERY em seus excellentes trabalhos em Wytsman — Genera Insectorum, indispensaveis a todos que se querem occupar do assumpto. As especies vão acompanhadas de exactas indicações bibliographicas e dos logares onde foram encontradas. Dou tambem a prin- cipal synonymia das especies, tirada das maiores autoridades na materia, taes como FOREL, EMERY, SANTSCHI, etc. À synonymia constitue, por vezes, motivo de controversias difficeis de resolução, e é possivel que, devido a pesquisas ulteriores, uma ou outra das especies enumeradas mais tarde venha a ser supprimida. Exprimo neste logar os meus agradecimentos ao ilustrado director do Museu Nacional, professor BRUNO LOBO, que me franqueou a bibliotheca desse estabelecimento. Fui acolhido tambem com toda a gentileza pelo illustre director do Museu Paulista, professor AFFONSO D'E. TAUNAY, que poz á minha disposição a rica collecção de formigas, arranjada sob os auspícios do saudoso professor dr. H. VON JHERING. Fez-se tambem credor (1) Quanto á divisão das subfamilias, adoptei a nova classificação de pe (cfr. Psyche vol. 27 [1920] p. 46-55) 36 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIV dos meus agradecimentos o Sr. HERMANN LUEDERWALDT, custos do Museu Paulista, que submetteu o manuscripto a uma revisão, accrescentando varias indicações ecologicas. Ao Rev. P. ERICO WASMANN S. ]., como tambem ao illustre professor ABREU FIALHO, sou especialmente devedor de gratidão pelo grande interesse com que acompanharam os meus estudos myrmecologicos. Finalmente, devo salientar os nomes de C. BRUCH (La Plata), A. GALLARDO (Buenos Aires), F. SANTSCHI (Tunisia), professor AUG. REICHENSPERGER (Universidade de Friburgo, Suissa), que enriqueceram a minha literatura myrmecologica, ou me forneceram valiosos dados bibliographicos. Muitos foram os amigos que attenderam ao meu appello, enviando-me material de estudo. A cada um endereço a segurança dos meus agradecimentos. Petropolis, 12 de agosto de 1921, O AUTOR. Fam. FORMICIDAE Subfam. DORYLINAE Leach, in Brewster Edinb. Encycl. vol. 9 (1815), art. Entomo- logy, p. 147. Shuckard Mon. Dorylid., Ann. Nat. Hist. vol. 5 (1840), p. 188. Genus ECITON, Latreille Latreille, Hist, Nat. Crust. Ins. vol. 4 (1802), p. 136. 1. E. (Eciton) burchelli Westwood, Arcan. Ent. vol. 1 (1842), p. 74, & (Labidus burchelli). E. hamata (part.) Smith, Trans. Ent. Soc. Lond. vol. 3 (1855), ps. Lol E. rapa (part.), Smith, ibidem, 1855, p. 163. E. hamata (part.) Smith, Cat. Hym. Brit. Mus. vol. 6 (1858), p. 148. Labidus burchelli, Smith, ibidem, vol. 7 (1859), pl. 1,f. 3, pl. 2. fg. 44. ? E. foreli, Mayr, Wien. Ent. Zeitschr. vol. 5 (1866), p. 116, 122, 52. E. mexicana, Norton, Amer. Nat. vol. 2, p. 62; Proc. Essex Instit. vol. 6 (1868), p. 7, yy nec Roger. E. hamatum, W. Miiler, Kosmos, vol. 18 (1886), p. 81-99, 5%, & (biologia). E. foreli, Emery, Bull. Soc. Ent. Ital. vol. 26 (1894), P- 4. E. burchelli, Emery ibidem, vol. 28 (1896), p. 39, 2 vo. E. burchelli, Wheeler. Proceed. Amer. Ac. Arts and Scienc. vol. 56 (1921), p. 293, 9- | Matto Grosso: Abuná, Urucúm, Madeira-Mamoré R. R. Acampamento 41. Rio de Janeiro: Petropolis (Borgm. coll.). 38 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV São Paulo : Ilha S. Sebastião, Raiz da Serra, Alto da Serra, Rio Grande, Matto do Governo, Salto Grande, Franca, Jundiahy, Ypiranga. Santa Catharina : Blumenau. Espirito Santo. 2. É. (Eciton) hamatum (Fabricius), Spec. Ins. 1781, p. 494, y (For- mica hamata). É. hamata, Latreille, Fourmis, 1802, p. 242, Formica curvidentata, Latreille, ibidem, p. 269. Myrmecia hamalta, Fabricius, Syst. Piez. 1804, p. 425. E. hamata, Latreille, Hist. Nat. Crust. Ins. vol. 13 (1805), op. 208. Camptognatha hamata, Westwood, in Griffith, Anim. Kingdom, vol. 15 (1832), p. 16. E. curvidentatum, Lepeletier, Hist. Nat. Ins. Hym. vol. 1 (1838), p. 179. E. curvidentatum, Smith, Trans. Ent. Soc. Lond. vol. 3 (1855), p. 162. É. hamata, Smith, Cat. Hym. Brit. Mus. vol. 6 (1858), p. 148. E. drepanophorum, Smith, ibidem, 1858, p. 149; Bates, Natur. Amazon. vol. 2 (1863), p. 358. É. hamatum, Mayr, Wien. Ent. Zeit. vol. 5 (1886), p. 117, 121. E. hamatum, Emery, Bull. Soc. Ent. Ital. vol. 26 (1894), p. 176; vol. 28 (1896), p. 39 & (2). E. (E.) hamatum, Mann, Bull. Mus. Comp. Zool., vol. 60 (1916), p. 419 (biologia). Matto Grosso: Rio Madeira. Amazonas. 3. &. (Eciton) hamatum var. mattogrossensis Luederwaldt, Rev. Mus. Paul. vol. 12 (1921), p. 9 (Separatum), +. Matto Grosso; S. Luiz de Caceres. 4. E. (Eciton) lucanoides Emery, Bull. Soc. Ent. Ital. vol. 26 (1894), p. 176, 2. E. (É.) lucanoides), Mann, Bull. Mus. Comp. Zool., vol. 60 (1916), p. 420, ». Matto Grosso: Madeira- Mamoré R. R. Acampamento 39, 41 (Mann). THOMAZ BORGMEIER, O. F. M.— FORMIGAS DO BRASIL 39 à. E. (Eciton) quadriglume (Haliday), Trans. Linn, Soc. Lond, vol. 17 (1836), p. 328 (Atta quadriglumis). Labidus latreillei, Lepeletier, Hist. Nat. Ins. Hym. vol. 1 (1838), p. 229, a (nec Jurine). Labidus fargeaui Shuckard, Ann. Mag. Nat. His. vol. 5(1840), p. 198, a (L. fargeavii). E. tugubris, Roger, Berl. Ent. Zeitschr, vol. 7 (1863), p. 203, 4. E. lugubris, Forel, Mitt. Schweiz. Ent. Ges. vol. 7 (1886), p Siiçã: E. quadriglume, Mayr, Wien. Ent. Zeit. vol, 5 (1886), ps. 118, 122, q 2. E. quadriglume, Emery, Bull. Soc. Ent. Ital. vol. 26 (1894), p. 177; ibid. vol. 28 (1896) p. 31, q. Mayromyrmezx fargeaui, Ashmead, The Canad. Entom. 1905, p. 381, Bahia. | Rio de Janeiro: Petropolis (Borgm. coll.), Serra de Macaheé. São Paulo: Alto da Serra, Pilar, Jundiahy, Franca, Salto Grande. Santa Catharina: Blumenau, Joinville, Hammonia. Rio Grande do Sul: Colonia, Mundo Novo (Taquara). Espirito Santo: Porto Cachoeira. 6. E. (Eciton) quadriglume subsp. dulcius Forel, Ann. Soc. Ent. Belg. vol. 56 (1912), p. 42, +. Bahia: Villa Nova. Minas Geraes: Pirapora. São Paulo: Ituverava, Franca. Rio Grande do Sul: Neu Wiirtemberg. Matto Grosso: S. Luiz de Cáceres. 7. E. (Eciton) rapaz, Fred. Smith, Trans. Ent. Soc. Lond. vol. 3 (1855), p. 163, y major. E. rapaz, Smith, Cat. Hym. Brit. Mus. vol. 6 (1858), p. 151. E. rapaz, Mayr, Wien. Ent. Zeit. vol. 5 (1886), p. 118,3. E. rapax, Emery, Bull. Soc. Ent. Ital. vol. 26 (1894), p. 179, pl. 2, Hg. 40 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV Amazonas: Porto Velho. Matto Grosso: Madeira-Mamoré R.R. Acampamento 41. Pará. | 8. E. (Eciton) rogeri Dalla Torre, Wien. Ent. Zeit. vol. 11 (1892), p. 89. E. mexicana, Roger, Berl. Ent. Zeitschr. vol. 7(1863), p. 205, 3; nec Smith. E. mexicana, Mayr, Wien. Ent. Zeit. vol. 5 (1886), p. 117. E. rogeri, Emery, Bull. Soc. Ent. Ital. vol. 26 (1894), p. 178, $ 2. Matto Grosso: Madeira-Mamoré R. R. Acampamento 39 (Mann). Minas Geraes: Pirapóra. 9. E. (Eciton) vagans (Olivier), Encycl. Méth. Ins. vol. 6 (1791), p. 501, y (Formica vagans). (1) E. vagans, Latreille, Fourmis, 1802, p. 243. Atta vagans, Iliger, Mag. Insektenk. vol. 6 (1807), p. 194. E. vagans, Smith, Trans. Ent. Soc. Lond. vol. 3 (1855), p. 162. E. simillima, Smith, ibidem, p. 164. E. brunnea, Norton, Amer. Nat. vol. 2 (1868), p. 62. E. vagans, Mayr, Wien. Ent. Zeit. vol 5 (1886), p. 118, 122. E. vagans, Emery. Bull. Soc. Ent. Ital. vol. 26 (1894), p. 178, ro np o Ceará. Rio Grande do Norte: Baixa Verde. Parahyba: Independencia. Matto Grosso S. Luiz de Cáceres. Rio de Janeiro (Santschi, 1920). São Paulo: Franca. 10. E. (Eciton) vagans subsp. francanum lhering, Ent Mitteil. vol. 1 (1912), p. 229 (E. francanum)., E. vagans subsp. franeanum, Forel, Bull. Soc. Vaud. Soc. Nat. vol. 49 (1913), p. 11. São Paulo: Ituverava, Franca. (1) E. dubitatum em. (1896) é o & de E. vagans ou de rogeri i a E : a . H. h . E t. Mitteil, 1911, p. 235). E. rogeri (of. H. von lhering. En THOMAZ BORGMEIER, O. F. M.— FORMIGAS DO BRASIL a! 11. E. (Labidus) atriceps Fred. Smith, Cat. Hym. Brit. Mus. vol. (1859), p. 5. coeca). E. coecum, Emery, in Wytsman, Gen. Ins. Subf, Dorylinae, 1910, p. 22 E. atriceps, Forel, Sitzb. Bayr. Akad, Wiss, 1911, p. 256. Amazonas. | E. (Labidus) coecum (Latreule), Fourmis, 1802, p. 270, s (Formica Formica omnivora, Olivier, Encycl. Méth. Ins. vol. 6 (1791). p. 496, 6. Labidus latreillei, Jurine, Nouv. Méth. Class. Hym. 1807, p. 283, q. Mutilla fulvescens, Blanchard, Cuvier Rêgne Anim. Ins. ed, 3, vol, 2 (1849), p. 118, | Labidus sayi, Haldeman, Stanbury, Explor. Utah, 1852, p. 366, q. ? Labidus pilosus, Smith, Cat. Hym. Brit. Mus. vol. 7 (1859), Do dy E. vastator, Smith, Journ. Ent. vol. 1 (1860) p. 71, y. E. erraticum, Smith, ibidem, p. 71, +. Nycteresia coeca, Roger, Berl. Ent. Zeitschr. vol. 5 (1861), Poda; 6 Myrmica rubra, Buckley, Proc. Ent. Soc. Philad. 1866, Pp. 355, 4. Pseudodichthadia incerta, E. André. Spec: Hym. Eur. vol. 2. Suppl. p. 8 (1858) 9. E. coecum, Mayr, Wien. Ent. Zeit. vol. 5 (1886), p. 119, +. E. coecum, Mayr, Verh. zool. — bot. Ges. Wien, vol. 37 - (1887), p. 5093, 2. E. omnivorum, Emery, Bull. Soc. Ent. Ital. vol. 23 (1891), p. 163, 4; ibid. vol. 26 (1894), p. 179, v vd 2E. smilhii, Dalla Torre. Wien. Ent. Zeit. E 11 (1892), - 89; da | É. ppa Forel, Deutsche Ent. Zeitschr. 1911, p. 288. Ceará: Ceará, Serra de Baturité . Rio Grande do Norte: Natal. Parahyba: Independencia. | : 42 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV Pará. Matto Grosso: Urucúm. Rio de Janeiro: Colonia Alpina (Therezopolis), Campo Bello, São Paulo: Raiz da Serra, Ypiranga, Ituverava, Jundiahy, Campos do Jordão. Santa Catharina: Hammonia. Rio Grande do Sul: Taquara. Minas: Pirapora, Christina Bahia: Villa Nova. Paraná: Castro. Espirito Santo: Porto Cachoeira. 13. E. (Labidus) coecum var. jurinei (Shuckard), Ann. Nat. Hist. vol. 5 (1840), a (Labidus jurinii) E. coecum, H. von Ihering. Ent. Mitteil. 1911, p. 228. E (L.) coecum var. jurinei, Forel, Ann. Soc. Ent. Belg. vol. 56 (1912), p. 45. Rio de Janeiro: Colonia Alpina (Therezopolis). São Paulo. 14. E. (Labidus) coecum var. sehysi Forel, Ann. Soc. Ent. Belg. vol. 48 (1904), p. 169, 4. E. coecum, Emery, in Wytsmann. Gen. Ins. Dorylinae, 1910, p. 22. É. coecum var. selysi, Santschi, Physis, vol. 2 (1916), p. 368. Espirito Santo. 15. E. (Labidus) crassicorne Fred. Smith, Trans. Ent. Soc. Lond., vol. 3 (1885), p. 163, 4. É. crassicornis, Smith, Cat. Hym. Brit. Mus., vol. 6 (1858), p. 151. E. crassicorne, Mayr, Novara Reise, Formicid. 1865, po TI,. Rio Grande do Norte: Ceará-Mirim, Carnahubinha (Natal). Ceará. Maito Grosso: S. Luiz de Caceres. São Paulo: Ypiranga, Franca, Ituverava. Minas: Pirapora. THOMAZ BORGMEIER, O, F. M,— FORMIGAS DO BRASIL 43 16. E. (Labidus) esenbecki ( Westwood), Are. Ent., vol. 1 (1842), p. 75, & (Labidus esenbechi). (1) £. esenbecki, Emery, Bull. Soc. Ent. Ital., vol. 22 (1890), Pp: 99, o. kb. crassicorne (Fr. Smith), Wheeler, Bull. Amer. Mus. Nat. Hist. , vol 24 (1908), «. E. esenbecki, Wheeler, ibidem, vol. 24 (1908), p. 409. E. esenbecki, Santschi, Ann. Soc. Ent. Fr., vol. 88 (1920), p. 364, q. Amazonas: Porto Velho (Mann). Rio de Janeiro : Petropolis. São Paulo. 17. E. (Labidus) hartigi ( Westwood), Arc. Ent., vol. 1 (1842), p. 75, a (Labidus hartigi). (2) Rio de Janeiro. São Paulo. Santa Catharina. 18. E. (Labidus) hartigi subsp. hansi Forel, Ann. Soc. Ent. Belg., vol. 56 (1912), p. 43, q. 7 São Paulo. 19. E. (Labidus) mars Forel, Ann. Soc. Ent. Belg., vol. 56 (1912), p. 44, q. | Ceará. 20. E. (Labidus) praedator Fred. Smith, Cat. Hym. Brit. Mus., vol. 6 (1858), p. 152, 4. Formica omnivora, Kollar, in Pohl, Reise in Brasil, vol: 1 (1832), p. 114, y (nec Olivier). “E. praedator, Mayr, Novara Reise, Formicid. 1865, p. 77. E. tepeguas, Norton, Trans. Amer. Ent. Soc., vol. 2 (1868), p. 46. E E. omnivorum, Mayr, Wien. Ent. Zeit., vol. 5 (1886), p. 118. (1) Segundo H. von Jhering o &' de E. crassicorne (Ent. Mitt. 1911, P- 281). (2) Segundo H. von Jhering o o! de E. schlechtendali (ibidem, p. 231). 44 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIV E. praedator, Emery, Bull. Soc, Ent. Ital., vol. 26 (1894), . 160, q. E. pda Emery, Mem. Acad. Sc. Bologna, vol. 8 (1900), p. 515, 518, o. E. praedator, Forel, Ann. Soc. Ent. Belg., vol. 50 (1906), p. 246, q. E. praedator, Luederwaldt, Rev. Mus. Paul., vol. 10 (1918), p. 54, q. Amazonas: Porto Velho. Matto Grosso: Urucúm, S. Luiz de Caceres. Rio de Janeiro: Petropolis, Quissaman. São Paulo: Ilha S. Sebastião, Guarujá, Rio Grande, Ypiranga, * Salto Grande, Ituverava, S. Manoel. Santa Catharina: Joinville. Rio Grande do Sul: Taquara, St. Maria, Neu Wiirtemberg. Espirito Santo. Minas Geraes: Pirapora. 21. E. (Labidus) praedator subsp. emilio Mann, pica Mus. Comp. Z00l., vol. 60 (1916), p. 421, ». Pará: Colonia do Veado (Obidos, Dr. E. Snethlage coll.) 22. E. Labidus schlechtendali Mayr, Verh. Zool. bot. Ges. Wien, vol. 37 (1887), p. 552, São Paulo: Ypiranga, Alto da Serra. Pará. Santa Catharina: Joinville. 23. E. (Labidus?) morosum subsp. ursina Emery, Bull. Soc. Ent. Ital., vol. 33 (1901), p. 52, q. Brasil. 24. E. ( Acamatus ) angustinode Emery, Ann. Mus. Stor. Nat. Genova, vol. 26 (1888), p. 691, 5. | E. hetschkoi, Emery, Bull. Soc. Ent. Ital. vol. 19 (1887), p. 359, (nec. Mayr). Rio Grande do Sul: S. Lourenço. Santa Catharina. THOMAZ BORGMEIER, O. F, M,— FORMIGAS DO BRASIL 45 25. E. ( Acamatus ) diana Forel, Mem. Soc. Ent. Belg. vol. 20 (1912), p. 31, v. São Paulo: Ituverava. 26. E. (Acamatus ) erichsoni ( Westwood), Arc. Ent. vol. 1 (1842 p. 77, À (Labidus erichsoniti). É. crichsoni, Emery, Mem. Accad. Sc. Bologna, vol. 8 (1900), p. 917. “Rio Vendinha. 27. E. ( Acamatus ) goldii Forel, Rev. Suisse Zool. vol. 9 (1901), p. 352, » ( Acamatus ). Bahia : Jacobina (Sertão da Bahia ). 28. E. ( Acamatus|) gravenhorsti ( ra Arc. Ent. vol. 1 (1842), p. 76, o ( Labidus gravenhorsti ). É. gravenhorsti, Emery, Mem. Accad. Sc. Bologna, vol. 8 (1900), p. 516. | Bahia. 29. E. (Acamatus ) guerini (Shuckard), Ann. Mag. Nat. Hist. vol. 5 (1840), p. 397, q (Labidus querinii ). Labidus guerinii, Westwood, Arc. Ent. vol. 1 (1842), p. 77. Labidus guerinii, Smith, Cat. Hym. Brit. Mus. vol. 7 (1859), ph 2, 197 Minas Geraes. 30. E. ( Acamatus ) halidayi (Shuckard), Ann. Nat. Hist. vol. 5 (1840), p. 200, q (Labidus h.). (1) Labidus latreillii, Haliday, Trans. Linn. Soc. Lond. vol. 17 (1836), p. 328, nec. Jurine. . Labidus halidaii, Westwood, Arc. Ent. vol. 1 (1842), p. 76, o. Labidus hallidaii, Smith, Cat. E Brit. Mus. vol 7 (1859), pi 2 E az E. nada Forel, Biol. Centr. Amer. vol. 3 (1899), p. 28, a. (1) E. halidayi segundo von Ihering o o” de E. (A.) pilosum SEER = eg Re segundo Luederw aldt o o? de E. (A.) raptans For. (Rev. Mus. Paul. vol. 10, , 46 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIV E. halidayi, Emery, Mem. Accad. Sc. Bologna, vol. 8 (1900), p. 516, q. São Paulo. Pernambuco ( Forel, 1912). Santa Catharina (H. von Ihering, 1911). 31. E. (Acamatus ) hetschkoi Mayr, Wien. Ent. Zeit. vol. 5 (1886), p. 33, 120, y q. E. ( 4.) hetschkoi, Santschi, Ann. Soc. Ent. Fr. vol. 88 (1920), p. 369. Paraná: Palmas. 32. E. (Acamatus ) hopei (Shuckard), Ann. Nat. FHSte vol. 5 (1840), p. 258, º (Labidus hopei ). Labidus hopei, Westwood, Arc. Ent. vol. 1 (1842), p. 76. Labidus hopei, Smith, Cat. Hym. Brit. Mus. vol. (1859), pl. 2, ko. E. hopei, Emery, Mem. Accad. Sc. Bologna, vol. 8 (1900), p. 515. E. hopei, Forel, Ann. Soc. Ent. Belg. vol. 56 (1912), P: Ao. Bahia. 33. E. ( Acamatus ) dligeri (Shuchkard), Ann. Nat. Hist. vol. 5 (1840), p. 397, q (Labidus illigeri ). Labidus illigeri, Westwood, Arc. Ent. vol. 1 (1842), p. 76, q. Labidus illigeri, Smith, Cat. Hym. Brit. Mus. vol. 7 (1859), po ES. É. ( Acamatus | illigeri Emery. Mus. Accad. Sc. Bologna, vol. 8 (1900). Minas Geraes. São Paulo. 34. E. ( Acamatus) jerrmanni Forel, Mitt. Mus. Hamburg. vol. 18 (1901) p. 48, q. Brasil (Emery, Dorylinae 1910). 3. E. (Acamatus) jheringi Forel, Verh. Zoolbot. Ges. Wien, vol. 58 (1908), p. 347, a. E. (A.) jheringi, Santschi, Physis, vol. 2(1916), p. 368. THOMAZ BORGMEIER, O. F. M,— FORMIGAS DO BRASIL 47 36. E. ( Acamatus ) latiscapum Emery, Bull. Soc. Ent. Ital. vol. 33 (1901), p. 54. Rio de Janeiro. É. (Acamaltus ) legionis Fred. Smith. Trans. Ent. Soc. Lond. vol. 3 (1858), p. 164, 4. É. ltegionis, Mayr. Wien. Ent. Zeit. vol. 5 (1886), p. 120. b. legionis, Emery, Mem. Accad. Sc. Bologna, vol. 8 (1900), p. 521, q. Pará. Rio de Janeiro. São Paulo: Raiz da Serra, Alto da Serra. Santa Catharina. Rio Grande do Sul: S. Lourenço. 38. E. (Acamatus) legionis subsp. crenulatum Mann, Bull. Mus. Comp. Zool., vol. 60 (1916), p. 422, ». Matto Grosso: Madeira-Mamoré R. R. Acampamento 39. 39. E. (Acamatus) luederwaldti Emery, Ann. Soc. Ent. Belg., vol. 55 (1911), p. 220, q. São Paulo: Ypiranga. 40. E. (Moapeabii) maxillosum Emery, Mem. Accad. Se. Bologna, vol. 8 (1900), p. 519, o. Amazonas. 41. E. (Acamalus) paraense Forel, Ann. Soc. Ent. Belg., vol. 56 (1912), p. 45, q. : Pará (Goeldi). 12. E. Acamatus pertyi (Shuckard), Ann. Nat. Hist., vol. 5 (1840), p. 262, (Labidus pertii) (nec Westwood). Labidus fonscolomber, Westwood, Arc. Ent., vol. 1 (1842), pe ti. Labidus latreillii, Perty, Delect. Anim. p. 138 (nec Jurine). E. fonscolombei, Emery, Mem. Accad. Sc. Bologna, vol. 8 (1900), p. 516. Artic. Brasil, 1833, 48 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV E. pertyi, Forel, Sitzb. Bayr. Akad. Wiss. 1911, p. 250. É. (A.) pertyi, Forel, Ann. Soc. Ent. Belg., vol 56 (1912), p. 45. Sul do Brasil. 43. (E. Acamatus) pilosum Fred. Smith, Cat. Hym. Brit. Mus., vol. 6 (1858), + (KB. pilosa) E. clavicornis, Norton, Trans. Amer. Ent. Soc., vol. 2 (1868), p. 46, v. E. pilosum, Mayr, Novara Reise, Formic; 1865, p. 77. E. plosum, Mayr, Wien. Ent. Zeit., vol. 5 (1886), p 120, Pará: Pará. Parahyba: Independencia. São Paulo: Franca. Rio de Janeiro: Tijuca. 44. E. (Acamatus) pseudops For. subsp. garbei Forel, Ann. Soc. Ent. Belg. vol. 56 (1912), p. 47, ». E. pseudops, Forel, Deutsche Ent. Zeitschr. 1909, p. 254, y* São Paulo: Franca. Minas Geraes: Pirapóra. 45. E. (Acamatus) punciaticeps Emery, Bull. Soc. Ent. Ital., vol, 26 (1894), p. 183, +. Pará. Rio de Janeiro: Campo Itatiaia. Santa Catharina: Blumenau (Santschi, 1916), Itajahy. Rio Grande do Sul: Santa Maria. 46. E. (Acamatus) raptans Forel, Bull. Soc. Vaud. Sc. Nat., vol. 47 (1911), p. 47, 0. E. raplor, Forel, Deutsche Ent. Zeitschr, 1911, p. 289, y “(nec Smith sine descript.) . É. abstinens, H. von Jhering, Entom. Mit, vol. 1 (1912), p. 232. São Paulo: Ypiranga. E. (Acamatus) romandi (Shuckard), Ann. Nat. Hist. vol. o (1840), p. a & (Labidus romandii) Labidus romandii, Westwood, Arc. Ent. » Vol. 1 (1842), p. 78. THOMAZ BORGMEIER, O. F. M,— FORMIGAS DO BRASIL 49 Labidus romandii, Smith, Cat. Hym. Brit. Mus. vol. 7 (1859), pl. 2,405 E. romandi, Emery, Mem. Accad. Sc. Bologna, vol. 8 (1900), p. 516. Pernambuco. 48. E. (Acamatus) spinols ( Westwood), Arc. Ent. vol. 1 (1842), p. 77, q (Labidus spinola). E. spinolze, Emery, Mem. Accad. Sc. Bologna, vol. 8 (1900), p. 516. Minas Geraes. Rio de Janeiro: Petropolis. Santa Catharina. 49. E. (A.) spinols subsp. spegazzinii Emery, Ann. Mus. Stor. Nat. “Genova, vol. 26 (1888), + (E. speg.) E. spinola subsp. obscurum, Forel, Sitzb. Bayr. Akad. Wiss. 1911. p. 250, o. E. spinole subsp. spegazzinii, Santschi, Physis, vol. 2 (1916), p. 368, q. É E. spegazzinii, Gallardo, An. Mus. Nac. Buenos Aires, vol. 27 (1915), p. 26, v o» Paraná: Entre Rios. 50. E. (Acamatus) strobeli (Mayr), Annuar. Soc. Natur. Modena, vol. 3 (1868), p. 166 (Labidus) E. nitens, Mayr, ibidem, p. 108, 4; Wien. Ent. Zeit., vol. 5 (1886), p. 121 (part.). E. nitens, Emery, Mem. Accad. Sc. Bologna, vol. 8 (1900), p. 522, q. E. strobeli, Emery, ibidem, p. DES de | E. strobeli, Santschi, Physis, vol. 2 (1916), p. 370. E (A.) nitens, Mann, Bull. Mus. Comp. Zool., vol. 60 (1916), p. 422. (4). strobeli, Bruch, Rev. Mus. La Plata vol. 26 (1921) p. 179, 9... Parahyba: Independencia (Mann). se 50 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV 51. E. (Acamatus) sulcatum Mayr, Annuar. Soc. Nat. Modena, vol. 3 (1868), p. 168, q (Labidus sulcatus). E. sulcatum, Emery, Mem. Accad Sc. Bologna, vol. 8 (1900), p. 516, 521. E. (A.) richteri, Forel, Bull. Soc. Vaud. Sc. Nat., vol. 49 (1913), p. 9, a. É. (A.) sulcatum, Santschi, Physis, vol. 2 (1916), p. 368. Parahyba: Independencia (Mann). 2. E. (Acamatus) swainsoni (Shuckard) Ann. Nat. Hist., vol. 5 (1840), p. 201, a (Labidus swainsonii). Labidus swainsonú, Westwood, Arc. Ent., vol 1 (1842), p 76. Labidus swainsonii, Smith, Cat. Hym. Brit. Mus., vol. 7 (1859), pl. 2, f. 8. É. swainsoni, Emery, Mem. Accad. Sc. Bologna, vol. 8 (1900), p. 516. Brasil. 03. E. (Acamatus) walkeri Westwood, Arc. Ent., vol. 1 (1842), p. 77 (Labidus walkerii). Pará. Amazonas. Subfam. CERAPACHYINAE Forel, Ann. Soc. Ent. Belg. vol. 37 (1893) p. 162. 1. Genus SPHINCTOMYRMEX Mayr. | Mayr. Verh. zool. — bot. Ges. Wien, vol 16 (1866), p. 895. 8. (Sphinclomyrmezx) stali Mayr, ibidem vol. 16 (1866), p. 895 q. Brasil. (1) (1) Esta especie foi descripta por Mayr sobre um unico exemplar & do Museu de Stockholmo proveniente, como diz, do Brasil. A existencia desta especie no Brasil até hoje não foi confirmada. A patria dos demais representantes do genero é a Australia. THOMAZ BORGMEIER, O. F. M.— FORMIGAS DO BRASIL 51 & Genus ACANTHOSTICHUS, Mayr. Mayr, Nerh. zool. — bot. Ges. Wien, vol. 37 (1887), p. 549. 1. 4. (Acanthostichus) brevicornis Emery, Bull. Soc. Ent. Ital., vol. 26 (1894), p. 142 4. Typhlopone serratula, Mayr, Hor. Soc. Ent. Ross. vol. 18 (1884), p. 33. A. brevicornis, Mann, Bul. Mus. Comp. Zool. vol. 60 (1916), p. 401, y. Parahyba: Independencia. 2. A. (Acanthostichus) fuscipennis Emery, Zool. Jahrb. Syst. vol. 8 (1895), p. 752, q. (1) Pará: Belém. 3. 4. (Acanthostichus) kirbyi Emery, ibidem, 1895, p. 751, q. Matto Grosso. 4. A. (Acanthostichus) quadratus Emery, ibidem, 1895, p. 750, y q. Rio Amazonas. 5. 4. (Acanthostichus) serratulus (Fr. Smith), Cat. Hym. Brit. Mus. vol. 6 (1858) p. 111, + (Typhlopone). A. serratulus (part.), Mayr, Verh. Zool. — bot. Ges. Wien vol. 37 (1887), 4 od. A. serratulus, Emery, Zool. Jahrb. Syst. 8 (1895), p. 749, &. São Paulo: Ituverava, Franca. Santa Catharina. Rio Grande do Sul: Taquara. 3. Genus CYLINDROMYRMEX Mayr. Mayr, Verh. Zool. — bot. Ges. Wien, vol. 20 (1870), p. 967; vol. 37 (1887), p. 944. “1. GC. brasiliensis Emery, Ann. Soc. Ent. Belg. vol. 45 (1901), w- | C. striatus (part), Mayr. Verh. Zool. — bot. Ges. Wien, vol. 37 (1887), p. 545, 4 o (nec q). Santa Catharina. Ed (1) Segundo Emery 1. c. é bem possivel que 4. fuscipennis seja o & de A. brevicornis, kirbyi, ou quadratus. ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIV 2. €, longiceps Ern. André, Rev. Ent. vol. 11 (1892), p. 47, ». Brasil. Subfam PONERINAE Lepeletier, Hist. nat. Ins. Hym. t. I (1836), p. 185. 1. Genus STIGMATOMMA, Roger. Roger, Berl. Ent. Zeitschr. vol. 3 (1859), p. 250. S. armigerum (Mayr), Verh, Zo0l.— bot. Ges. Wien, vol. 37(1887), p. 947, + (Amblyopone armigera). S. armigerum, Dalla Torre, Cat. Hym. vol. 7 (1893), p. 14. Santa Catharina. | & Genus PARAPONERA, Fred. Smith Fred. Smith, Cat. Hym. Brit. Mus. vol. 6 (1858), p. 110. P. clavata Fabricius, Syst. Ent. 1775, p. 394, y (Formica). Formica aculeata, Olivier, Encycl. méth. Insect. vol. 6 (1791), p. 498 g. | Ponera clavata, lliger, Mag. Insektenk. vol. 6 (1807), p. 194. Ponera (Myrmecia) clavata, Latreille, Gen. Crust. Insect. vol. 4 (1809), p. 128. Formica spininoda, Latreille, Hist. Nat. Fourmis, 1802, p. 207 v O. Ponera tursalis, Perty, Delect. anim. artic. Brasil, 1833, p. 135, v q. Paraponera clavata, Smith, Cat. Hym. Brit. Mus. vol. 6 (1858), p. 100, + q a Paraponera clavala, Mayr, Verh, Zool. —bot. Ges. Wien, vol. 12 (1862), p. 731, 4 9 q. Pará: Belém, Santarém. Amazonas: Porto Velho, Manáãos. Matto Grosso: Abuná. São Paulo: Ituverava. Goyaz: Grixas. THOMAZ BORGMEIER, O. F. M.— FORMIGAS DO BRASIL 53 3. Genus PLATYTHYREA, Roger Roger, Berl. Ent. Zeitschr. vol. 7 (1863), p. 172. 1. P.angusta Forel, Rev. Suisse Zool. vol. 9 (1901), p. 336, ss. P.angusta, Mann, Bull. Mus. Comp. Zool. vol. 60 (1916), ps. 402- 403, q. Amazonas: Porto Velho. Matto Grosso: Abuná. Pará: Rio Tocantins. 2. P. incerta Emery, Ann. Soc. Ent. Fr. vol. 10 (1890), p. 56, q. P. incerta, Mann., Bull. Mus. Comp. Zool. vol. 60 (1916), ps. 402-403, q. Matto Grosso: Madeira-Mamoré R. R. Acampamento 41. 3. P, meinerti Forel, Ann. Soc. Ent. Belg. vol. 49 (1905), p. 156, ». P. meinerti, Mann., Bull. Mus. Comp. Zool. vol. 60 (1916), ps. 402-403, » (fig. larva). Pará: Belém. k. P. punctata (Fred. Smith), Cat. Hym. Brit. Mus. vol. 6 (1858), s «a. (Pachycondyla). P. punctata Roger, Berl. Ent. Zeitschr., vol. 7 (1863), p. 173. P. inconspicua, Mayr, Verh. Zool. —bot. Ges. Wien, vol. 20 (1870), p. 961, q (synonymo, segundo Emery). P. punciata, Forel, Rev. Suisse Zool., vol. 9 (1901), p. 335. P. punciata, Wheeler, Bull. Amer. Mus. Nat. Hist. vol. 21 (1905), p. 80 (fig. larva). Região do Amazonas. 4, Genus PRIONOPELTA, Mayr Mayr, Sitzhb. Akad. Wiss. Wien, vol. 53 (1866), p. 503. 1. P. mayri Forel, Deutsche Ent. Zeitschr. 1909, p. 239, á P. punctulata, Mayr, Verh. Zool. — bot. Ges. Wien, vol. 37 (1887), p. 549, ? (nec Mayr, 1866.) Santa Catharina. 54 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV 2. P, punctulata Mayr, Sitzb. Akad. Wiss. Wien, vol. 53 (1866), p. 505, 9. Brasil. 5. Genus TYPHLOMYRMEX, Mayr. Mayr, Verh. Zool. —bot. Ges. Wien, vol. 12 (1862), p. 736. T. rogenhoferi Mayr, ibidem, vol. 12 (1862), p. 737, q; vol. 37 (1887), p. 538, ? O, Pará : Belem, Rio Amazonas. Santa Catharina. 6. Genus RHOPALOPONE, Emery Emery, Ann. Mus. Stor. Nat. Genova, vol. 38.(1897), p. 549. R. relicta Mann, Bull. Mus. Comp. Zool. vol. 60 (1916), p. 403, PI. 1. Rg 4, 0 4. Matto Grosso: Madeira- Mamoré R. R. Acampamento 39. ?. Genus ACANTHOPONERA, Mayr Mayr, Verh. Zool. — bot. Ges. Wien, vol. 12 (1862), p. 737 ( Ecta-tomma subg. A.) 1. 4. dentinodis Mayr, ibidem, vol. 37 (1887), p. 541, ? 9 & ((Hela- tomma subg. A. dentinode). Santa Catharina. 2. 4. dentinodis var. inermis Emery, Bull. Soc. Ent. Ital. vol. 26 (1894), p. 143, 2 ( Ectatomma subg. A.) Santa Catharina. Rio de Janeiro: Nova Friburgo. 3. 4. dolo ( Roger), Berl. Ent. Zeitschr. vol 4 (1860), p. 293, ? 9 ( Ponera ). Eclatomma ( A.) dolo, Mayr, Verh. Zool. — bot. Ges. Wien, vol. 12 (1862), p. 733. | À. dolo, Emery, Bull. Soc. Ent. Ital. vol. 37 (1906), p. 112. São Paulo: Ilha de S. Sebastião, Alto da Serra, Salto Grande, Ituverava. THOMAZ BORGMEIER, O, F. M.— FORMIGAS DO BRASIL HH) Rio de Janeiro. Paragã. Santa Catharina: Hammonia. 4. A. dolo var. schwebeli Luederwaldt, Rev. Mus. Paulista, vol. 10 (1918), p. 54, *. São Paulo: Alto da Serra. d. 4. mucronata ( Roger), Berl. Ent. Zeitschr. vol. 4 (1860), p. 299, ? ( Ponera ). Ectatomma ( A.) mucronatum, Mayr, Verh. Zool. — bot. Ges. Wien, vol. 12 (1862), p. 733, º. Ectatomma (A.) mucronatum, Emery, Bull, Soc. Ent. Ital. vol. 26, (1894), p. 143, *. Maitto Grosso. Rio de Janeiro: Corcovado. São Paulo: Matto Grosso. 6. 4. goeldii Forel, Ann. Soc. Ent. Belg. vol. 56 (1912), p. 34, ?. Espirito Santo. 8, Genus HOLCOPONERA MAYR Mayr, Verh. Zool. — bot. Ges. Wien, vol. 37 (1887), p. 940 ( Ectatomma subg. H.) 1. II. brasiliensis Emery, Bull. Soc. Ent. Fr. 1902, p. 181, ? 9 &. Rio de Janeiro: Petropolis. Santa Catharina. | 2. H. curtula Em. var. paulina Forel, Verh. Zool. — bot. Ges. Wien, vol. 58 (1908), p. 342, *. S. Paulo. Es E H. môlleri Forel, Ann. Soc. Ent. Belg. vol. 56 (1912), p 34, ? Santa Catharina: Blumenau. Matto Grosso: Madeira-Mamoré R. R. Acampamento 39. 4. H. simples Emery, Bull. Soc. Ent. Ital. vol. 28 (1896), p. 46, 8 ? ( Ectatomma subg. H.) São Paulo: Salto Grande. 56 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIV 5. H. striatula Mayr, Hor. Soc. Ent. Ross. vol. 18 (1884), p. 32, ? ( Gnamplogenys ). H. striatula, Gallardo, An. Mus. Nac. Buenos Ayres, vol. 30 (1918), p. 26, ? &. Rio Grande do Norte: Natal. 6. H. striatula var. angustiloba Forel, Verh. Zool. — bot. Ges. Wien, vol, 58 (1908), p. 341, ?. São Paulo: Ypiranga. 7. H. striatula var. angustipleura Forel, ibidem, 1908, p. 342, *. Pará. 8. H. striatula var. obscura Emery, Bull. Soc. Ent. Ital. vol. 28 (1896), p. 48 ( Ectatomma subg. H.) Ectatomma (H.) striatulum var. obscura, Forel, Verh. Zool, -— bot. Ges. Wien, vol. 58 (1908), p. 341. Part: São Paulo: 9. H. striatula var. simplicoides Forel, ibidem, vol. 58 (1908), p. 341. São Paulo: Santos, Raiz da Serra. 9. Genus ECTATOMMA, Fred, Smith Fred. Smith, Cat. Hym. Brit. Mus. vol. 6 (1858), p. 498. 1. É. (Ectatomma ) confine Mayr, Sitzb. Akad. Wiss. Wien, vol. 61 (1870), p. 397, 3. Amazonas: Porto Velho. 2. E. (Ectatomma ) edentatum Roger, Berl. Ent. Zeitschr. vol. 7 (1863), p. 173, 9. (nec, Forel, 1909). E. edentatum, Forel, Ann. Soc. Ent. Belg. vol, 56 (1912), p. 30. São Paulo: Ypiranga, Salto Grande. Rio Grande do Sul: S. Lourenço. Ceará. THOMAZ BORGMEIER, O, F. M.— FORMIGAS DO BRASIL 57 3. E. (Ectatomma ) edentatum var. iris Forel, Deutsche Ent. Zeitschr. 1909, p. 253, q df. São Paulo: Butantan. 4. E. (Eclatomma ) edentatum subsp. muticum Mayr, Verh. Zool. — bot. Ges. Wien, vol. 20 (1870), p. 962, 4. (nec. Mayr 1887, teste Forel 1912) (E. muticum ). E. ed. subsp. mulicum, Forel, Ann. Soc. Ent. Belg., vol. 56 (1912), p. 30. Ceará. à. E. ( E.) edentatum subsp. muticum var. densestriata Forel, ibidem, vol. 56 (1912), p. 31, 9. E. muticum, Mayr, Verh. Zool. — bot. Ges. Wien, vol. 37 (1887), p. 541 (nec Mayr 1870). E. edentatum, Forel, Deutsche Ent. Zeitschr. 1909, p. 254 (nec Roger ). | Santa Catharina. 6. E. (E.) edentatum subsp. lobuliferum Forel, ibidem, 1909, p. 254, (var. lobulifera ). E. ed. subsp. lobuliferum, Forel, Ann. Soc. Ent. Belg., vol. 56 (1912), p. 31: Ceará. ; 7. E. ( Ectatomma ) opaciventre Roger, Berl. Ent. Zeitschr., vol. 5 (1861), p. 169, s. a opaciventre, Mayr, Sitzbh. Akad, Wiss. Wien, vol. 53 (1886), p: 503, 9. E. opaciventre, Forel, Deutsche Ent. Zeitschr. 1909, p. 265. São Paulo. 8. E. ( Ectatomma ) quadridens ( Fabricius), Ent. Syst., vol. 2 (1793), p. 362, v (Formica) Latreille, Fourmis, 1802, p. 213. Formica quadridens, à Mag. Insektenk., vol. 6 (1807), Ponera quadridens, Ilhiger, p. 194. Ê 5231 58 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL == VOL. XXIV E brunnea, Smith, Cat. Hym. Brit. Mus., vol. 6 (1858), p. 103, + q. E. quadridens, Mayr, Verh. Zool. — bot. Ges. Wien, vol. 12 (1862), p. 732. E. (E.) quadridens, Mann, Bull. Mus. Com. Zool., vol. 60 (1916), p. 405, &, larva, Pl. d, f. 64, Parahyba: Independencia. Rio Grande do Norte: Ceará-Mirim. Pará: Belém. Amazonas: Manãos, Itacoatiara. Matto Grosso: Urucúm (Emery 1905 ). 9. E. (Ectatomma) ruidum Roger, Berl. Ent. Zeitschr., vol. 4 (1860), p. 306, + q ( (Ponera E. ruida ). E. scabrosa, Smith, Trans. Ent. Soc. Lond., vol. 1 (1862), p.. 91. Rio Grande do Norte: Ceará-Mirim. Amazonas: Manáãos. Matto Grosso: Madeira-Mamoré R. R. Camp. 39 e 41. 0 É ( Ectatomma ) strigosum Emery, Bull. Soc. Ent. ltal., vol, 26 (1894), p. 144, + (E. opaciventre, var.). S. Paulo: Ypiranga, Campinas. 1. E. (Ectatomma) strigosum Em. var. aerea Forel, Ann. Soc. Ent. Belg., vol. 56 (1912), p. 32, &. Rio de Janeiro: Campos. 12. E. (E.) strigosum var. confusa Forel, Deutsche Ent. Zeitschr. 1909, p. 266, ». É. opaciventre, Emery, Bull. Soc. Ent, Ital., vol. 26 (1894), p. 144, . Rio de Janeiro. 13. E. (E.) strigosum var. lugens Emery, ibidem, 1894, p. 144, + (E. opaciventre, var.) Pará. THOMAZ BORGMEIER, O. F. M, — FORMIGAS DO BRASIL 7 59 14. E. (É.) strigosum var. permagna Forel, Verh, Zool. — bot. Ges, Wien, vol. 58 (1908), p. 342, + (E. opaciventre, var.) É. strigosum var. permagna, Forel, Deutsche Ent. Zeitschr, 1909, p. 265. € a S. Paulo: S. Manoel, Franca. 15. E. (Eclatomma ) tuberculatum (Olivier), Encycl. Méth. Ins., vol. 6 (1791), p. 498, v (Formica tuberculata). Formica tuberculata, Latreille, Fourmis, 1802, p. 210, y q. Formica tridentata, Fabricius, Syst. Piez. 1804, p. 412. Ponera tuberculata, Lepeletier, Hist. Nat. Hym., vol. 1 (1836), p. 192. E. tuberculata, Smith, Cat. Hym. Brit. Mus., vol. 6 (1858), p. 102, q q E. ferrugineus, Norton, The Amer. Natural., vol. 2 (1868), p. 61,6. Pará: Belém. Amazonas: Manãos, Rio Madeira, Itacoatiara. Bahia. São Paulo: Ituverava, Franca. Minas: Pirapora, Porto Cachoeira. Espirito Santo. 16. E. (Parectatomma) rastratum Mayr, Nerh. Zool. — bot. Ges. Wien, vol. 16 (1866), p. 890, q. E. (Gnamptogenys) rastratum, Emery, Bull. Soc. Ent. Ital., vol. 22 (1890), p. 41, q. Brasil. | 17. E. (Parectatomma ) triangulare Mayr, Verh. Zool. — bot. Ges. Wien, vol. 37 (1887), q (subg. Gnamplogenys ). E. (Gnamptogenys) triangulare, Emery, Bull. Soc. Ent. Ital., vol. 37 (1905), p. 113, 9 9. - E. ( Parectatomma ) triangulare, Emery, in Wytsmann, Gen. “Ins. Fasc. 112 (1911), p. 44. São Paulo (2) (1). a no Estado de São Paulo ( Cfr. Lue- á je tenha sido encontrad (1) Não é certo que esta especie nad derwaldt, Notas Myomecologicas, Rev. Mus. Paulista X ( 1918, p. 34). O typo é d 60 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV 18. E. (Parectatomma) trigonum Emery, Bull. Soc. Ent. Ital., vol. 37, (1905), p. 114, nota, q (subg. Gnamptogenys ). Santa Catharina. 19. E. (Gnamplogenys) acuminatum Emery, Bull. Soc. Ent. Ital., vol. 28 (1896), p. 50, y q. Pará. 20. E. (Gnamptogenys) annulatum Mayr, Verh. Zool. —bot. Ges. Wien, vol. 37 (1887), p. 543, + q & (rimulosum, var.). E. Gnamptogenys) annulatum, Emery, Bull. Soc. Ent. Ital., vol. 28 (1896), p. 46. - Pará: Belém. Amazonas: Porto Velho. Maito Grosso: Madeira-Mamoré R. R. Acampamento 39. São Paulo: Raiz da Serra. Santa Catharina. 21. E. (Gnamptogenys) concinnum Fred. Smith, Cat. Hym, Brit. Mus., vol. 6 (1858), p. 103, q (E. concinna). Gnamptogenys concinna, Mayr, Verh. Zool. — bot. Ges. Wien, vol. 16 (1866), p. 892, 4. E. (Gnamplogenys) concinnum, Mayr, ibidem, vol. 37 (1887), p. 541. Amazonas: Porto Velho. Matto Grosso: Abuná, Madeira-Mamoré R. R. Acampa- mento 39. Bahia. 22. E. (Gnamptogenys) continuum Mayr, ibidem, 1887, p. 544, q. Santa Catharina. 23. E. (Gnamptogenys) mordaz ( Fred. Smith), Cat. Hym. Brit. Mus,, vol. 6 (1858), p. 98, s (Ponera). E. (Gnamptogenys) mordax, Emery, Bull, Soc. Ent. Ital., vol. 26 (1894), p. 145; vol. 28 (1896), p. 49, 4 q. Pará. Rio de Janeiro: Nova Friburgo. São Paulo: Ypiranga. THOMAZ BORGMEIER, O. F. M,— FORMIGAS DO BRASIL 61 24. E. (Gnamplogenys) mordaz var. esti Forel, Ann. Soc, Ent. Belg., vol. 56 (1912), p. 33 6. Amazonas: Rio Purús. 29. &. (Gnamplogenys) regulare Mayr, Verh. zool. bot. Ges. Wien, vol. 20 (1870), p. 965 + 9 (Gnampt. regularis). EB. (Gnamptogenys) regulare, Mayr, ibidem, vol. 37 (1887), p. 541. Pará. - 26. E. (Gnamplogenys) rimulosum Roger, Berl. Ent. Zeitschr. chr., vol. 5 (1861), p. 18, y (Ponera rimulosa). Gnamptogenys rimulosa, Roger, ibidem, vol. 7 (1863), p. 174, E. (Gnamplogenys) rimulosum, Emery, Bull. Soc. Ent. Ital., vol. 28 (1896), p. 52. Rio de Janeiro: Corcovado. 27. E. (Gnamptogenys) sulcatum (Fred. Smith), Cat. Hym. Brit. Mus., vol. 6 (1858), p. 99, s (Ponera sulcata). E. Gnamptogenys sulcalum, Mayr, Verh. zool. bot. Ges, Wien. vol. 36 (1886), p. 358. E. Gnamptogenys sulcatum, Emery, Bull. Soc. Ent. Ital,, vol. 28 (1896), p. 91. E. (Gnamptogensys) sulcatum, Forel, Biol. Centr. Amer., vol. 3 (1899), Pp. 8, PAO: Amazonas: Porto Velho. 28. E. (Gn.) sulcatum var., cearensis Forel, Bull. Soc. Ent. Belg., vol. 56 (1912), p. 33, ». Ceará. 29. E. (Gn.) sulcatum var. lineata Mayr, Verh. zool. bot. Ges, Wien., vol. 20 (1870), p. 965, + (4. lineata). Pará: Ilha de Marajó. Ceará. 62. ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV 30. E. (Gn.) sulcatum var. nitens Mann, Bull. Mus Comp. Zool., vol. 60 (1916), p. 407, w. Parahyba: Independencia. Amazonas: Manáãos. 31. E. tortuolosum (Fred. Smith), Cat. Hym. Brit. Mus., vol. 6 (1858), p. 99, y (Ponera tortuolosa). E. (Gnamptogenys) tortuolosum, Emery, Bull. Soc. Ent. Ital., vol. 28 (1896), p. 51, &. E. (Gnamptogenys) tortuolosum, Mann, Bull. Mus. Comp. £Zool., vol. 60 (1916), p. 407, y (Pl, 1, fig. 6). Pará. Matto-Grosso : Madeira-Mamoré, Acampamento 41. 10. Genus THAUMATOMY RMEX, Mayr Mayr, Verh. Zool. bot. Ges. Wien, vol. 37 (1887), p. 530. T. mutilatus Mayr, ibidem, vol. 37 (1887), p. 531, ». T. mutilatus, Jhering, Berl. Ent. Zeitschr., vol. 39 (1894), p. 380, fig. Santa Catharina. Rio Grande do Sul. 11. Genus CENTROMYRMEX, Mayr Mayr, Verh. Zool. — bot. Ges. Wien, vol. 16 (1866), p. 894. 1. C. bohemani Mayr, ibidem, 1866, p. 895, q. Rio de Janeiro. 2. €. brachycola (Roger), Berl. Ent. Zeitschr., vol. 5 (1861), p. 52, 9 (Ponera). Pachycondyla? brachycola, Roger, Verz. Formic, 1863, p. 18. C. brachycola, Emery, Bull. Soc. Ent. Ial., vol. 22 (1890), p. 40, nota; vol. 37 (1905), p. 114, s o. Pará. de Maitto-Grosso : Coxipó. THOMAZ BORGMEIER, O. F. M,— FORMIGAS DO BRASIL 63 3. €. bracht ycola var. paulina Forel, Deutsche Ent. Zeitschr. 1911, D--287, d: São Paulo: Ypiranga. 4. C gigas Forel, ibidem, 1911, p. 287, 4. São Paulo: Ypiranga. 12. Genus DINOPONERA, Roger Roger, Berl. Ent. Zeitschr., vol. 5 (1861), p. 37. 1. D. grandis (part.) Guerin, in Duperrey, Voy. Coquille, £ool.; vol. 2 (1830), p. 206, & (Ponera). Ponera gigantea (part.), Perty, Delect. Anim. art. Brasil, 1833, p. 135,54 à D. grandis (part.), Roger, Berl. Ent. Zeitschr., vol. 5 (1861), Pp. 38,;:9: D. grandis, Emery, Ann. Soc. Ent. Belg., vol. 45 (1901), p. 47, 4; vol. 55 (1911), p. 220, o (?). D. grandis, Mann, Bull. Mus, ça Zool., vol. 60 (1916), pp. 408, 409 (a ?). Pará: Souza, Ceará. Bahia: Villa Nova. São Paulo. Rio Grande do Sul: S. ra (vs Jhering 1894). 2. D. grandis subsp. australis Emery, Ann. Soc. Ent. Belg., vol. 45 (1901), p. 48, 3. D. grandis (part.), Roger, Berl. Ent. Zeitschr., vol. p. 38, 9. São Paulo. 3 D. grandis subsp. lucida Emery, ibidem, 1901, p. 48, »- D. grandis subsp. lucida, Mann, Bull. Mus. Comp. Zool., vol. 60 (1916), p. 408. Espirito Santo. Amazonas: Porto Velho. Matto Grosso (Gallardo 1918). 5 (1861), 64 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV 4. D. grandis subsp. mutica Emery, ibidem, 1901, p. 48, 4. D. grandis subsp. mutica, Mann, Bull. Mus. Comp. Zool., vol, 60 (1916), p. 408 (biologia). Rio Grande do Norte: Natal, Baixa Verde, Ceará-Mirim, Parahyba: Independencia. Espirito Santo (Gallardo 1918). 13, Genus NEOPONERA Emery Emery, Ann. Soc. Ent. Belg., vol. 45 (1901), p. 43. 1. N. Neoponera apicalis Latreille, Hist. Nat. Fourmis, 1802, p. 204, + (Formica). Ponera (Myrmecia) apicalis, Latreille, Gen. Crust. Ins., vol. 4 (1809), p. 128. Ponera apicalis, Lepeletier, Encycl. meth. Insect. 1825, p. 97. Pachycondyla apicalis, Mayr, Verh. Zool. bot. Ges. Wien, vol. 13 (1863), p. 439. Pachycondyla apicalis, Emery, Ann. Soc. Ent. Fr., vol. 10 (1890), p. 73, ». Neoponera apicalis, Emery, Ann. Soc. Ent. Belg., vol. 45 (1901), p. 47. Pará: Belém. Amazonas: Porto Velho. Matto Grosso: Madeira-Mamoré R.R. Acampamento 39 e 41. . São Paulo: Jaraguá, Salto Grande, Ituverava, Franca. 2. N. (Neoponera) bakeri Mann, Bull. Mus. Comp. Zool, vol. 60 (1916), poáli, vo. PEL fo o Amazonas: Porto Velho, Rio Madeira. Matto Grosso: Madeira- Mamoré, R. R. Acampamento 39 c 41. 3. NY. (Neoponera) carinulata (Roger), Berl. Ent. Zeitschr, vol. 5 (1861), p. 4, q (Ponera). Pachycondyla carinulata, Mayr, Sitzb. Akad. Wiss. Wien, vol. 61 (1870), p. 397; +. Pachycondyla carinulata, Emery, Ann. Soc, Ent, Fr., vol. 10 (1890), p. 73, 6. THOMAZ BORGMEIER, O. F. M.—:FORMIGAS DO BRASIL 65 N. carinulata, Emery, Ann. Soc. Ent. Belg., vol. 45 (1901), p. 47. N. carinulata, Mann. Bull. Mus. Comp. Zool., vol. 60 (1916), p. 41; Pi-E Bo du Matto Grosso: Abuná. Rio Grande do Sul: S. Lourenço. 4. N. (Neoponera) cavinodis Mann, Bull. Mus. Comp. Zool., vol. 60 (1916), p. 414, PI. 2, fig. 14, q. Amazonas: Porto Velho. o. NY. (Neoponera) commutata (Roger), Berl, Ent. Zeitschr., vol 4 (1860), p. 311, y (Ponera). ? Formica ovata, Reich, Mag. Thierk. vol. 1 (1793), p. 132 +. Formica tarsata, Latreille, Fourmis, 1802, p. 200, sq (nec Fabricius. Ponera Myrmecia tarsata, Latreille, Gen. Crust. Ins., vol. 4 (1809), p. 128. Pachycondyla commutata, Emery, Ann. Soc. Ent. Fr., vol. 10 (1890), p. 72, 4. ; N. tarsata, Emery, Ann. Soc. Ent. Belg., vol. 45 (1901), p. 47. Pará: Rio Tocantins. Amazonas : Porto Velho, Fonteboa, Manãos. Matto Grosso: Madeira-Mamoré R. R. Acampamento 39 c 41, Cuyabá. 6. N. (Neoponera) crenata (Roger), Berl. Ent. Zeitschr., vol. 5 (1861), p. 3, + (Ponera). da -Pachycondyla pallipes, Emery, An Ponera pallipes, Smith, Cat. Hym. Brit. Mus., vol. 6 (1858), p. 98, 3 (nec. Smith, ibid. p. 87). E Pachycondyla crenata, Mayr. Exped. Novara. Formicid., 1865, p. 65, 3. Pachiycondyla pallipes, Mayr. Verh. zoo vol. 36 (1886), p. 398. Pachycondyla crenata, Mayr. ibidem, vol. 31 (1887), p. 934, 1. bot. Ges. Wien., n. Soc. Ent. Fr., vol. 10 (1890), p. 73, &+ 66 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV Pachycondyla pallidipes, Dalla Torre, Cat. Hym., vol. 7 (1893), p. 34, N. pallipes, Emery, Ann. Soc. Ent. Belg. vol. 45 (1901), p. 47. N. pallidipes, Emery, Bull. Soc. Ent. Ital., vol. 37 (1905), p. 114, Pará. | São Paulo: Ilha de S. Sebastião, Raiz da Serra, Alto da Serra, Ypiranga. | Rio de Janeiro : Petropolis. Santa Catharina: Hammonia. Paraná: Bella Vista. 7. N.(N.) crenata subsp. moesta (Mayr), Sitzb. Akad. Wiss. Wien. vol. 61 (1870), p. 395, 397 4 (Pachycondyla). Pachycondyla crenata var.*moesta, Mayr. Verh. zool.-bot. Ges. Wien, vol. 37 (1887), p. 534. N. crenata subsp. moesta, Forel, Ann. Soc: Ent. Belg. vol. 56 (1912), p. 37, 38. Amazonas: Porto Velho, Rio de Janeiro: Corcovado, Alto da Serra, Petropolis, Nova Friburgo. São Paulo: Alto da Serra, Santos, Ypiranga, Salto Grande, Piassaguéra. Santa Catharina. Rio Grande do Sul. Minas : Christina. 8. N. (Neoponera) goeldii Forel, Ann. Soc. Ent. Belg. vol. 56 (1912), p. 96, q. Amazonas : Victoria. d. N. (Neoponera) latreillei Forel, ibidem, vol. 49 (1905), p. 161. Formica flavicornis, Latreille, Fourmis, 1802, p. 202, ya (nec Fabricius). Ponera flavicornis, Lepeletier. Hist Nat. Hym., vol. 1 (1836), p. 190. Pachycondyla flavicornis, Mayr, Verh. zool.-bot Ges. Wien, vol. 13 (1863), p. 439. Pachycondyla Aavicornis, Emery, Ann. Soc. Ent. Fr., vol. 10 (1890), p. 58 4. | N. flavicornis, Emery, Ann. Soc. Ent. Belg., vol. 45 (1901), p. 47. THOMAZ BORGMEIER, O, F. M,— FORMIGAS DO BRASIL 67 N. obscuricornis var. latreillei, Emery, in Wytsman, Gen,, Ins., Fasc. 112 (1911), p. 72. N. (N.) latreillei, Mann. Bull. Mus. Comp. Zool., vol. 60 (1916), p. 411, +. Pará: Belém. Amazonas: Porto Velho. Maito Grosso : Madeira-Mamoré R. R. Acampamento 39, 41. São Paulo : Raiz da Serra, Ilha de S. Sebastião. 10. N. (Neoponera) luteola (Roger). Berl. Ent. Zeitschr., vol. 5 (1861), p. 166, y (Ponera). | Pachycondyla luteola, Emery, Ann. Soc. Ent. Fr., vol. 10 (1890), p. 72. N. luteola, Emery, Ann. Soc. Ent. Belg., vol. 45 (1901), p. 47. Rio de Janeiro. 11. N. (Neoponera) oberthiii Emery, Ann. Soc. Ent. Fr., vol. 10 (1890), + (Pachycondyla,). N. oberthiiri, Emery. Ann. Soc. Ent. Belg., vol. 45(1901), p. 47. Pará. (1) 12. N. (Neoponera) obscuricornis Emery, Ann. Soc. Ent. Fr. vol. 10 (1890), p. 58, + (Pachycondyla flavicornis, var. N. Aavicornis var. obscuricornis, Emery, Ann. Soc. Ent. Belg. vol. 45 (1901), p. 47. N. (N.) obscuricornis, Mann. Bull. Mus. Comp. Zool., vol. 60 - (1916), p. 410, 5. Amazonas: Porto Velho. Matto Grosso: Abuná. Pará. Espirito Santo. 13. N. (Neoponera) stipitum Forel, Rev. Suisse Zool., vol. 9 (1901), p. 348 go. N. (No) stipitum, Mann. Bull. Mus. Comp. Zool., vol. 60 (1916), p. 413. Matto Grosso: Madeira-Mamoré R. R. Acampamento 41. (1) O Catalago de Dalla Torre diz erradamente Paraguay. (Emery, Ponerinae, 1911, p. 73, ta). no 6s ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIV 14. N. (Neoponera) unidentata (Mayr), Nerh. zool bot. Ges. Wien, vol. 12 (1862), p. 720, v q (Pachycondyla). Pachycondyla unidentata, Emery, Ann. Soc. Ent. Fr., vol. 10 (1890), p. 73. N. unidentata, Emery, Ann. Soc. Ent. Belg., vol. 45 (1901), p. 41. Pará. Amazonas: Porto Velho, Manáos. Matto Grosso : Madeira- Mamoré R. R. Acampamento 39 e 41. Bahia. 15 N. (Neoponera) venusta Forel, Ann. Soc. Ent. Belg. vol. 56 (1912), p. 38. q. Espirito Santo. DO MN, (Neoponera) vulosa (Fabricius), Syst. Piez 1804, p. 409, + (For- mica). | Ponera villosa, Iliger, Mag. Insektenk, vol. 6 (1807), p. 194 5. Ponera bicolor, Guérin, Icon. Rêgne Anim. vol. 7 Ins. (1845), A a Ponera pilosa, Smith, Cat. Hym. Brit. Mus. vol. 6 (1858), p. 95. Ponera pedunculata, Smith, ibidem 1858, p. 96, q. Ponera villosa, Roger, Berl. Ent. Zeitschr. vol. 5 (1861), p. 1 iodo Pachycondyla villosa Mayr. Verh. Zool.-bot. Ges. Wien, vol. 12 (1862), p. 720. Pachycondyla villosa, Mayr. Sitzb. Akad. Wiss. Wien. vol. 61 (1870), p. 397, q. Pachycondyla villosa, Emery. Ann. Soc. Ent. Fr., vol. 10 (1890), p. 74, ». ; %W. villosa, Emery, Bull. Soc. Ent. Belg. vol. 45 (1901), p. 47. N. vulosa, Whecler, Bull. Amer. Mus. vol. 24 (1908), p. 403, od. Pará. Amazonas: Manãos. Matto Grosso: Abuná, Madeira-Mamoré R. R. Acampamento 39, 41. Urucúm. THOMAZ BORGMEIER, O. F. M.— FORMIGAS DO BRASIL 69 São Paulo: Ilha S. Sebastião, Piassaguéra, Alto da Serra, Ituverava, Salto Grande, Franca. Minas Geraes: Pirapora. Santa Catharina: Hammonia. 17. N. (N.) villosa subsp. inversa (Fred. Smith), Cat. Hym. Brit. Mus. vol. 6 (1858), p. 96, ? (Ponera). Pachycondyla inversa, Mayr, Verh. Zool. bot. Ges. Wien, vol. 36 (1886), p. 358. N. viulosa subsp. inversa, Emery, Zool. Jahrb. Suppl. 7 (1904), p-597, 4 q. Pachycondyla villosa subsp. curvinodis, Forel, Biol. Centr. Amer. vol. 3 (1889), p. 15, ». N. (N) villosa subsp. inversa, Forel, Ann. Soc. Ent. Belg. vol. 56 (1912), p. 36, 4. Bahia. Rio de Janeiro. 14, Genus PACHYCONDYLA Fred. Smith (Forel emend.) Fr. Smith, Cat. Hym. Brit. Mus. vol. 6 (1858), p. 105. Forel, Ann. Soc. Ent. Belg. vol. 45 (1901), p. 141. 1. P. (Pachycondyla) crassinoda (Latreille), Fourmis, 1802, p. 198, + 9 (Formica). Ponera crassinoda, Iliger, Mag. Insektenk. vol. 6 (1807), p. 194. Ponera (Myrmecia) crassinoda, Latreille, Gen. Crust. Ins. vol. 4 (1809), p. 128. Ponera ci inoda, Lepeletier, Hist. Nat. Hym. vol. 1 (1836), es AÊ Pachycondyta crassinoda, Smith, Cat. vol. 6 (1858), p. 105. Pachycondyla crassinoda, Emery, Ann. vol. 10 (1890), p. 71. Pará, Amazonas: Porto Velho. Matto Grosso: Madeira- Mamoré, Acampamento 39. Hym. Brit. Mus. Soc. Ent. Fr. 70 ARCHIVOS DO MUSEU NAÇIONAL — VOL, XXIV 2, P, (Pachycondyla) fuscoatra var. cearensis Forel, Ann. Soc. Ent. Bel. vol. 45 (1901), p. 336, y q. (Subsp. transversa var.) Ceará. 3. P. (Pachycondyla) harpa (Fabricius), Syst. Piez. 1804, p. 401, q (Formica). Formica harpax, Roger, Berl. Ent. Zeitschr. vol. 6 (1862), p. 288. Pachyçondyla harpax, Mayr, Verh. Zool. bot. Ges. Wien. vol. 13 (1863), p. 439. Pachycondyla harpax, Emery, Ann. Soc. Ent. Fr. vol. 20 (1890), Pp. peo Ú. Pará. Amazonas: Manãos, Porto Velho. Matto Grosso: Abuná, Madeira-Mamoré, Acampamento 41. São Paulo: Raiz da Serra, Salto Grande. Santa Catharina: Hammonia. Minas: Pirapora. 4. P. (Pachycondyla) metanotalis Luederwaldt, Rev. Mus. Paul. . vol. 10 (1918), p. 54. Minas Geraes: Christina. 5. P. (Pachycondyla) striata Fred. Smith, Cat. Hym. Brit. Mus. vol. 6 (1858), p. 106, ». P. striata, Roger, Berl. Ent. Zeitschr. vol. 5 (1861), p. 6, 9. P. striata, Emery, Ann. Soc. Ent. Fr. vol. 10 (1890), p. 71 3. Rio de Janeiro: Petropolis (Borgmeier coll.) Paraná: Curytiba, (P. Damasus Venker, coll.) Santa Catharina: Blumenau, Rodeio, (Borgm. coll.), Ham- monia. Rio Grande do Sul: Taquara. São Paulo: Ilha São Sebastião, Iguape, Raiz da Serra, Alto da Serra, Ypiranga, Jundiahy, Salto Grande, Ituverava, “Wha das Alcatrazes. 15. Genus EUPONERA, Forel Forel, in Grandidier, Histor. Nat. Phys. Madagascar, vol. 20 (1891), p. 126. THOMAZ BORGMEIER, O, F, M.— FORMIGAS DO BRASIL rá! 1. E. (Mesoponera) constricta (Mayr), Hor. Soc. Ent. Ross, vol. 18 (1884), p. 31, + (Ponera). Ponera josephi, Forel, Ann. Soc. Ent. Belg. vol. 30, C. R. (1886), p. 41, 4. £. (M) constricta, Emery, Ibidem, vol. 45 (1901), p. 46. É. (M.) constricta, Forel, Bull, Soc. Vaud. Sc. Nat. vol. 44 (1908), p:-37, oa Bahia, | Amazonas: Rio Purús, 2, E. [Mesoponera) laevigata (Fred. Smith), Cat. Hym. Brit. Mus, vol. 6 (1858), p. 98, + (Ponera). Pachycondyla levigata, Dalla Torre, Cat. Hym. vol. 7 (1893), - Bh, Pachycondyla gagatina, Emery, Ann. Soc. Ent. Fr. vol. 10 (1890), p. 71, 75, 6. E. (M.) laevigata, Emery, Ann. Soc. Ent. Belg. vol, 45 (1901), p. 47. Pará. 3. &. (Mesoponera) levillei Emery, Ann. Soc. Ent. Fr. vol. 10 (1890), “P. 61,4 (Ponera). E. (M.) levillei, Emery, Ann. Soc. Ent. Belg. vol. 45 (1901), p. 46. São Paulo: Botucatú. 4 E. (Mesoponera) marginata (Roger), Ber. Ent. Zeitschr. vol. 5 (1861), p. 8, + q & (Ponera). Pachycondyla marginata, Emery, Ann. Soc. Ent. Fr. vol. 10 (1890), p. 71, 3: E. (M.) marginata, Emery, Ann. Soc. Ent. Belg. vol. 45 (1901), 4T. E (M) ) marginata, Gallardo, An. Mus. Nac. Buen. Aires, ' vol. 30 (1918), p. 67-71, 4 2 a. São Paulo: Ypiranga, Franca, Ituverava. Rio Grande do Sul: S. Lourenço. Minas: Poços de Caldas, Pirapora. Paraná: Guayra. . 12 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIV 5. E. (Trachymesopus) stigma Fabricius, Syst. Piez. 1804, p. 400, (Formica). Ponera quadridentata, Roger, Berl. Ent. Zeitschr, vol. 4 (1860), p. 285, 4. Ponera americana, Mayr, Verh. Zool. bot. Ges. Wien, vol. 12 (1862), p. 722, 6. Ponera stigma, Roger, Verzeich. Formicid. 1863, p. 16. Pachycondyla (Pseudoponera) stigma, Emery, Ann. Soc. Ent. Bel. vol. 45 (1901), p. 46. E. (T) stigma, Emery, in Wytsman, Gen, Ins. Fasc. 112 e MOLE, D. 59, Pará. Amazonas: Itacoatiara, Manáos, Porto Velho. Maito Grosso: Abuná, Madeira-Mamoré R. R. Acampa- mento 39, 41. São Paulo: Raiz da Serra. 16. Genus BELONOPELTA, Mayr Mayr, Sitzb. Akad. Wiss. Wien, vol. 61 (1870), p. 394. 1 B. curvata Mayr, Verh. Zool. bot. Ges. Wien. vol. 37 (1887), p. 532, vp. Santa Catharina. 2. B. jekyllh Mann, Bull. Mus. Comp. Zool. vol. 60 (1916), p. 415, q. Matto Grosso: Madeira-Mamoré R. R. Acampamento 39. 17. Genus PONERA LATREILLE, (Emery emend.) Latreille, Hist. Nat. Crust. Ins. vol. 13 (1805), p. 257. Emery, Ann. Soc. Ent. Belg. vol. 45 (1901), p. 41. 1. P. alinea Fred. Smith, Cat. Hym, Brit. Mus. vol. 6 (1858), p. 99, 6. * P. punciatissima, Mayr, Sitzb Akad. Wiss. Wien, 1863, p. 449, 450 “Brasil. 2. P, distinguenda Emery, Ann. Soc. Ent. Fr. vol. 10 (1890), p. 61, 3. Matto Grosso: Madeira-Mamoré, R. R. Acampamento 39. São Paulo: Salto Grande. THOMAZ BORGMEIER, O. F. M.— FORMIGAS DO RRASIL 73 3. P. distinguenda var histrio Forel, Ann. Soc. Ent. Belg., vol. 56 (1912), p. 40, & Rio de Janeiro: Colonia Alpina (Theresopolis). São Paulo: Raiz da Serra, Salto Grande. Santa Catharina: Hammonia. 4. P. foeda For. subsp. saroltae Forel, ibidem, vol. 56 (919, p. 41 4. Santa Catharina: Blumenau, Hammonia. 5. P, foreli Mayr, Verh. zool.-bot. Ges, Wien, vol. 37 (1887), p. 934, pq. FR | Santa Catharina. 6. P.inexorata Wheeler var. od Forel, Deutsche Ent. Zeitschr., 1911, p. 285, q. São Paulo: Alto da Serra. 7. P. jheringi Forel, Verh. zool.-bot. Ges. Wien, vol. 38 (1908); p. 344, 3 P. jheringi, Forel, Bull. Soc. Vaud. Sc. Nat., vol. 49 (1913), Pp 29d: São Paulo: Alto dá Serra, Campos do Jordão. Rio de Janeiro: Campo Tiatiaia. - 8. P. opaciceps Mayr, Verh. zool.-bot. Ges. Wien., vol. 37 (1887), Pp. 036, yP O. P. opaciceps, Forel, Bull. Soc. Vaud. Sc. Nat., vol. angu p. 264, q. Rio Grande do Norte: RO a Santa Catharina. Rio Grande do Sul: S. Lourenço. 9. P. parva For. var. schwebeli Forel, Bull. Soc. Vaud. Sc. Natas vol, 50 (1914), p. 3, q. | São Paulo : Alto da Serra. à 10. P. schmalzi Emery, Bull. Soc. Ent. em vol. ca fia Pp Ed ç. Santa Catharina : Joinville. São Paulo: Alto da Serra. 5231 TA ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV 11, P. schmalzi var. fugitans Forel, Bull. Soc. Ent. Belg., vol. 56 (1912), p. 40, v. Rio de Janeiro. 12. P. schmalzi var. paulina Forel, Bull. Soc. Vaud. Sc. Nat., vol. 49 (1913), p. 3, 9 a» São Paulo: Alto da Serra, 13. P. trigona Mayr, Verh. zool-bot. Ges. Wien, vol. 37 (1887), p. 537, v q. (P. punciatissima, var.) P. trigona, Forel, Trans. Ent. Soc. Lond. 1893, p. 363. P. confinis subsp. trigona Emery, Mem. Accad. Sc. Bologna, - vol. 5 (1895), p. 296, 4. Santa Catharina. Amazonas : Manáos. 14. P. trigona var. cauta Forel, Bull. Soc. Ent. Belg. vol. 56 (1912), p. 40, ». Rio de Janeiro: Colonia Alpina (Theresopolis). 21, Genus LEPTOGENTYS, Roger (Forel). Roger, Berl. Ent. Zeitschr. vol. 5 (1861), p. 12 (sensu stricto). Forel, Jahrb. Hamb. Wiss. Anst., vol. 10 (1893), p. 6 (sensu latiore). | 1.ºL. (Leptogenys) maxillosa Sm. var. falcata Roger, Berl. Ent. Zeit- schr., vol. 5 (1861), p. 123, q. L. falcata, Roger, ibidem, vol. 6 (1862), p. 244, y q. L. maxillosa?, Forel, Mitt. Mus. Hamburg, vol. 18 (1901), p. 46. Brasil. 2. L. (Leptogenys) unistimulosa Rag Berl. Ent. Zeitschr., vol. 7 (1863), p. 175, ». Ceará. 3 L. (Lobopelta) crudelis (Fred. Smith), Cat. dim. Brit. Mus., vol. 6 (1858), p. 97, 5 (Ponera). Brasil. THOMAZ BORGMEIER, O. F. M.— FORMIGAS DO BRASIL 75 - (Lobopelta) jheringi Forel, Deutsche Ent. Zeitschr., 1911, p. a ú. São Paulo: Raiz da Serra. 5. EL. linearis Fred Smith, Cat. Hym. Brit. Mus., vol. 6 (1858), p. 96, + À (Ponera) (1) Ponera (Lobopelta?) linearis, Roger, acima: Formicid, 1863, p. 24. Brasil. 6 L. (Lobopelta) liúderwaldti Forel, Bull. Soc. Vaud. Sc. Nat. vol. 49 (1913), p. 4, 3. São Paulo: Ypiranga. Santa Catharina: Hammonia. 7. L. pilosula Fred. Smith, Cat. Hym. Brit. Mus., vol .6 (1858), p. 95,% (Ponera) (1). Ponera (Leptogenys) pilosula, Mayr, Verh. zool-bot. Ges. Wien, vol. 36 (1886), p. 398. Brasil. 19. Genus ANOCHETUS, Mayr Mayr, Europ. Formicid. 1861, p. 53. 1. 4. ( Anochetus ) altisquamis Mayr, Verh. Zool.-bot. Ges. Wien, “vol. 37 (1887), p. 529, 4. Santa Catharina : Hammonia. São Paulo: Raiz da Serra, Alto da Serra. 2. A. (A.) altisquamis var. fumala Luederwaldt, Rev. Mus. Paul., vol. 10 (1918), p. 53, q. São Paulo: Ypiranga. Minas: Christina. (1) E' duvidoso que esta especie pertença ao genero LeptogenyS (ir. Emery in Wytsman Gen. Ins., fasc. 112 (1911), p. 106. 76 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV 3. A ( Anochetus ) bispinosus (Fred. Smith), Cat. Hym. Brit. Mus., vol. 6 (1858), p. 199, w. Stenomyrmezx bispinosus, Mayr, Verh. Zool.-bot. Ges. Wien, vol. 36 (1886), p. 361. A. bispinosus, Emery, Bull. Soc. Ent. Ital., vol. 26 (1804), p. 188. A. (A.) bispinosus, Mann., Bull. Mus. Comp. Zool., vol. 60 (1916), p. 417, 4. Amazonas: Porto Velho, Ega. 4 A. (Anochetus ) mayri Emery, Ann. Mus. Stor. Nat. Genova, vol. 21 (1884), p. 378, q. Rio Grande do Norte: Baixa Verde. od 4. (A) mayri var. neglecta Emery, Bull. Soc. Ent. Ital., vol. 26 (1894), p. 188, y q. 4. mayri, Emery, Ann. Soc. Ent. Fr. vol. 10 (1890), p. 65. Matto Grosso. 6. A. (Stenomyrmez ) emarginatus ( Fabricius ), Syst. Piez. 1804, p. 426, » (Myrmecia ). Odontomachus emarginatus, Iliger, Mag. Insektenk. vol. 6 (1807), p. 194. Odontomachus quadrispinosus, Smith, Cat. Hym. Brit. Mus. vol. 6 (1858), p. 78, 5. Stenomyrmeao emarginatus, Mayr, Verh. Zool-bot. Ges. Wien, vol. 12 (1862), io: A. emarginatus, Emery, Ann. Soc. Ent. Fr. vol. 10 (1890) DOR B Brasil, , 7. 4. (8.) emarg inatus subsp. rugosa Emery, Ann. Soc. Ent. Fr. vol. 10 (1890), p. 63, » | A. (S.) emarginatus subsp. rugosus, Mann, Bull. Mus. Comp. Zoo]. vol. 60 (1916), p. 418, q. Pará. Amazonas: Manãos, Porto Velho. THOMAZ BORGMEIER, O. F. M.— FORMIGAS DO BRASIL = E 20. Genus ODONTOMACHUS, Latreille, Latreille, Hist. Nat. Crust. Ins. vol. 13 (1805), p. 257. 1. O. afjinis Guérin, Icon. Rêgne Anim. Ins. vol. 7 (1845), p. 428, O. affinis, Roger, Berl. Ent. Zeitschr. vol. o (1861), p. 27. O. affinis, Borgmeier, Zeitschr. Deutsch. Vereins f. Wiss. Kunst. S. Paulo, vol. 1 (1 920), p. 34, 4 q Rio de Janeiro: Petropolis ( Borgmeier coll. ) São Paulo: Ilha S. Sebastião, Piassaguéra, Pilar, Matto do Governo. | Santa Catharina: Hammonia. 2. O. affinis subsp. mai Mann, Psyche, vol. 19 (1912), p. 36-41, $; Bull. tis. Comp. Zool. vol. pés: 418. Maito Grosso. 3. O. chelifer Latreille, Fourmis, 1802, p. 188, s (Formica chelifera ). Ponera (0.) chelifera, Latreille, Gen. Crust. Ins. vol. 4 (1809), p. 128. O. chelifer, Lepeletier, Hist. Nat. Hym. vol. 1 (1836), p. 186. O. cheliferus, Fred. Smith, Cat. Hym. Brit. Mus. vol. 6 (1858), Th 4 0. chelifor var. leptocephalus, Emery, Bull. Soc. Ent. Ital., vol. 22 (1890), p. 45; Zool. Jahrb. Suppl. 7 (1904), p. 594, 295. O. chelifer, Emery, Ann. Soc. Ent. Belg. vol. 45 (1901), p. 53, o Ceará. São Paulo: Ilha S. Sebastião, Raiz da Serra, Ypiranga, Cam- pinas, Baurú, Franca, Ituverava. Santa Catharina: Blumenau, Hammonia. É Rio Grande do Sul: Taquara, S. Lourenço. 4. O. chelifer subsp. theresiae Forel, Ann. Soc. Ent. nr vol. 39 (1895), p. 41, 5 (O. haematodes, subsp. ). O. chelifer, Forel, Biol. Centr. Amer. vol. 3 ( 1890), o. 49. O. chelifer, subsp. theresiae, Emery, Ann. Soc. Ent. Belg. vol. 45 (1901), p. 93, & 9 o Espirito Santo. 18 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV 5. O. haematoda (Linné), Syst. Nat. (ed-10), vol. 1 (1758), p. 582, 3 ( Formica ). Formica maxillosa, De Geer, Mém. Hist. Ins. vol. 3 (1773), p. 601. Formica unispinosa, Fabricius, Ent. Syst. vol. 2 (1793), Formica haematoda, Latreille, Fourmis, 1802, p. 102, ». Formica unispinosa, Latreille, ibidem, p. 193, y. Myrmecia haematoda, Fabricius, Syst. Piez. 1804, p. 423. O. haematodes, Latreille Hist. Nat. Crust. Ins. vol. 13 (1805), p. 2917. Ponera (0.) haematoda, Latreille, Gen. Crust. Ins. vol. 4 (1809), p. 128. O. haematodes, Smith, Cat. Hym. Brit. Mus. vol. 6 (1858), p. 76. O. simillimus, Smith, ibidem, p 80, q. O. haemalodes Roger, Berl. Ent. Zeitschr. vol. 5( Et p. 24. O. haematodes var. microcephalus, Emery, Bull. Soc. Ent. Ital., vol. 22 (1890), p. 104. O. haematodes, Forel. in Grandidier, Hist. Nat. Phys. Mada- gascar, vol. 20 (1891), p. 104, + v q. O. haematoda, Dalla Torre, Cat. Hym. vol. 7 (1893), p. 50. O. haematodes, Gallardo, An. Mus. Nac. Buen. Aires, vol. 30 20 AVIS), Pp. 101, 6 q o Pará. Amazonas: Porto Velho. Maito Grosso: Madeira-Mamoré R. R. Acampamento 41. 6. O. haematoda subsp. insularis Guérin, Icon. Rêgne Anim. Ins. vol.7 (1845), p. 423 (0. insularis ). O. insularis, Lucas, in Ramon, Hist. Fis. Cuba, vol. 7 (1857), p. 797, 4 qd O. haematodes subsp. insularis, Emery, Bull. Soc. Ent. Ital. vol. 22 (1890), p. 44. ? Atta brunnea, Patton, The Amer. Natural. 1894, p. 618. O. haematodes subsp. insularis Forel, Ann. Soc. Ent. Belg. vol. 56 (1912), p. 28. São Paulo: Guarujá, Raiz da Serra, Franca, Piassaguéra, Ypiranga. THOMAZ BORGMEIER, O. F. M,— FORMIGAS DO BRASIL 79 7. O. haematoda subsp. insularis var. hirsutiuscula Smith, Cat. Hym. Brit. Mus. vol. 6 (1858), p. 78, « (v. hirsutiusculus ). O. haemaltodes var. hirsutiusculus, Roger, Berl. Ent. Zeitschr, vol. 5 (1861), p 24. O. haematodes subsp. insularis var. hirsutiusculus, Emery, in Dalla Torre, Cat. Hym., vol 7 (1893), p. 51. O. haematodes subsp. insularis var. hirsutiusculus, Forel, Biol. Centr. Amer, vol. 3 (1899), p. 20. São Paulo: Ypiranga. | “8 0. haematoda subsp. laticeps Roger, Berl. Ent. Zeitschr., vol. 5 (1861), p. 25, + (var. laticeps ). O. haematodes subsp. laticeps, Emery, Bull. Soc. Ent. Ital., vol. 22 (1890), p. 44, nota. Amazonas: Porto Velho. Maito Grosso: Madeira-Mamoré R. R. Acampamento 41. 9. O. haematoda subsp. opaciventris Forel, Biol. Centr. Amer., vol 3 ES), p. 21, y q. | o Brasil. 10. O. haematoda subsp. pubescens Roger, Berl. Ent. Zeitschr., vol. 5 (1861), p. 25, y var. pubescens. O. haematoda subsp. pubescens, Emery, Bull. Soc. Ent. Ital., vol. 22 (1890), p. 44, nota. 7 Ceará: Serra do Maranguape. Parahyba: Independencia. Rio Grande do Norte: Natal, Ceará Mirim. Rio de Janeiro: Petropolis. 11. 0. haematoda subsp. pubescens var. brunneipes Emery, ng Ent. Fr., vol 62 (1893), p. 91, nota, q. Brasil. 12. O. haematoda subsp. pubescens var. minuta Emerty, Bull, Soc, Ent. Ital., vol. 26 (1894), p. 146, +. Matto Grosso. São Paulo: Conceição de Itanhaen. 80 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV 13. O. hastatus ( Fabricius), Syst. Piez. 1804, p. 426, + (Myrmecia has- tata ) O. maxillaris, Smith, Cat. Hym. Brit. Mus., vol. 6 (1858), RSA U: O. hastatus, Iliger. Mag. Insektenk, vol. 6 (1807), p. 194. O. hastatus, Roger, Berl. Ent. Zeitschr, vol, 5 (1861), p. 31. Amazonas. São Paulo: Piassaguéra, Ilha dos Alcatrazes, Subfam. DOLICHODERINAE Forel, Zeitschr. Wiss. Zool. vol, 30 (1878), Suppl. p. 54. 1, Genus DOLICHODERUS, Lund Lund, Ann. Sc. Nat., vol. 23 (1831), p. 130. “4. D. (Dolichoderus) attelaboides (Fabricius), Syst. Ent. 1775, p. 394, v (Formica altelaboides). Formica attelaboides, Latreille, Fourmis, 1802, p. 288. + Ponera attelaboides, Illiger, Mag. Ins., vol. 6 (1807), p. 194. D. attelaboides, Lund, Ann. Soc. Nat., vol. 23 (1831), p. 130. D. altelaboides, Smith, Cat. Hym. Brit. Mus., vol. 6 (1858), P. 79, vog. Maito Grosso: Abuná, Madeira-Mamoré R. R. Acampamento 39. São Paulo: Raiz da Serra, Guaratinguetá. Santa Catharina: Hammonia. Rio de Janeiro. Espirito Santo : Porto Cachoeira. 2. D. (Dolichoderus) decollatus Fred. Smith, Cat. Hym. Brit. Mus., vol. 6 (1858), p. 75. vo. D. (D.) decollatus, Mann, Bull. Mus. Comp. Zool., vol. 60 (1916), p. 459. Pará. Amazonas : Itacoatiara, Porto Velho. Matto Grosso: Madeira-Mamoré R, R. Acampamento 39. THOMAZ BORGMEIER, O. F. M.— FORMIGAS DO BRASIL 81 3: D. (Dolichoderus) imbecillus Mann, Bull. Mus. Comp. Zool., vol. 60 (1916), p. 459, 3, pl. 2, f. 18. Amazonas: Manáãos. h, D. (Dolichoderus) imitator Emery, Bull. Soc. Ent. Ital., vol. 26 (1894), p. 230, v 9a. Pará. Matto Grosso: Madeira-Mamoré R. R. Acampamento 39. 5. D. (Dolichoderus) rugosus (Fred. Smith), Cat. Hym. Brit. Mus., vol. 6 (1858), p 74, + (Polyrhachis rugosus). D. rugosus, Mayr. Verh. zool.-bot. Ges. Wien, vol. 36 (1886), p. 357. D. rugosus, Emery, Bull. Soc. Ent. ltal., vol. 26 (1894), p. 229, ». D. rugosus, Mann. Bull. Mus. Comp. Zool., vol. 60 (1916), p. 461, 4. Pará. 6. D. (Monacis) bispinosus (Olivier), Encycl. Method. Insect. vol. 6 (1791), p. 502, + (Formica bispinosa). Formica fungosa, Fabricius, Suppl. Ent. Syst. 1798, p. 281, 9. Formica bispinosa, Latreille, Fourmis, 1802, p. 133, g. Monacis bispinosa, Roger, Berl. Ent. Zeitschr., vol. 6 (1862), p. 235, v9-- | Hypocline bispinosa, Mayr, Verh. zool.-bot. Ges. | vol. 12 (1862), p. 708. Polyrhachis arboricola, Norton, Proc. Essex Instit., (1868), comm. p. 4. D. bispinosus, Dalla Torre, Cat. Hym. vol. 7 (1893), D. bispinosus, Forel, Bull. Soc. Vaud. Sc. Nat., (1908), p. 60, a. Wien, vol. 6 p. 158. vol. 44 Pará. Amazonas: Porto Velho, Itacoatiara . Ceará. É Matto Grosso: Cuyabá, Madeira-Mamoré R, R, Acampa- mento 39. São Paulo : Ituverava, Salto Grande. : 5231 82 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIV 7. D. (Monacis) debilis Emery, Ann. Soc. Ent. F'r., vol. -10 (1890), p. 69, q; Matto Grosso: Madeira-Mamoré R. R. Acampamento 37. 8. D.(M. debilis var. rufescens Mann, Bull. Mus. e Zool., vol. 60 (1916), p. 464, +. Matto Grosso: Madeira-Mamoré R. R. Acampamento 39. 9. D. (Monacis) gagales Emery, Ann. Soc. Ent. Fr., vol. 10 (1890), p. 69, nota, q. Pará. 10. D. (Monacis) lamellosus (Mayr), Sitzh. Akad. Wiss. Wien, vol. 61 (1870), p. 390, 9 (Hypoclinea lamellosa ) - D. lamellosus, Dalla Torre, Cat. Hym. vol. 7 (1893), p. 159, D. lamellosus, Emery, Bull. Soc. Ent. Ital. vol. 26 (1894), p. 239, q. Pará (Emery, 1894). 1. D. (Monacis) laminatus (Mayr), Sitzb. Akaád. Wiss. Wien, vol. 61 (1870), p. 389, s ( Hhypoclinea laminata ). Hypoclinea laminata, Mayr, Verh. Zool.-bot. Ges. Wien, vol. 20 (1870), p. 956, 4 D. laminatus, Dalla Torre, Cat. Hym. vol. 7 (1893), p. 159. D. laminatus, Forel, Biol. Centr. Amer. Hym. vol. 3(1899), 12. D. (M. ) laminatus subsp. luteiventris Emery, Bull. Soc. Int. Ital. vol. 26 (1894), p. 232, 5. - D. (M.) laminatus subsp. luteiventris, Mann, Bull. Mus. -- . Comp. Zool. vol. 60 (1916), p. 462, q. Pará. Matto Grosso; Madeira-Mamoré R. R. Acampamento 41, THOMAZ BORGMEIER, O. F. M.— FORMIGAS DO BRASIL 83 13. D. (Monacis) obscurus ( Fred. Smith), Cat. Hym. Bri ; fis Errado - Brit, Mus. vol. 6 (1858), p. 42, q (Formica obscura ) j Re D. obscurus, Mayr, Verh. Zool. bot. Ges. Wien, vol. 36 (1886), p. 356. Brasil. 14. D. ( Monacis) schulzi Emery, Bull. Soc. Ent. Ital. vol. 26 (1894), p. 293, 5. Pará. 15. D. (Monacis) septemspinosus Emery, ibidem. vol. 26 (1894), E Lol, q: Pardo: 16. D. ( Monacis) spinicollis ( Latreille), Voy. Humboldt. Bompland, Zool. vol. EA qd) - (Monacis ) tristis Mann, Bull. 2 (1832), p. 99, y (Formica ). Polyrhachis spinicollis, Smith, Cat. Hym. Brit. Mus. vol. 8 (1858), p. 74. Polyrhachis bispwmosus, Smith, ibidem, pl. 13,f. 1,» (nec Olivier ). Monacis spinicollis, Roger, Berl. Ent. Zeitschr. vol. 6 (1862), p. 294. Hypoclinea spinicolhis, Mayr, Verh. Zool.-bot. Ges. Wien, vol. 20 (1870), p. 959, 8. D. spinicollis, Dalla Torre, Cat. Hym. vol. 7 (1893), p. 161. D. spinicollis, Mann, Bull. Mus. Comp. Zool. vol. 60 (1916), . 461. À Amazonas: Rio Negro. Maito Grosso: Madeira-Mamoré R. R. Acampamento 41. Mus. Comp. Zool. vol. 60 (1916), p. 463, 5. RAS. . ( Monacis ) varvans Mann, Matto Grosso: Abuná. ibidem, vol. 60 (1916), p. 462, &. Amazonas: Porto Velho. 84 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIV 19. D. ( Huypoclinea ) abruptus ( Fred. Smith), Cat. Hym. Brit. Mus. vol. 8 (1858), p. 45. y (Formica abrupta ). D. abruptus, Dalla Torre, Cat. Hym. vol. 7 (1893), p. 156. D. abruptus, Emery, Bull. Soc. Ent. Ital. vol. 26 (1894), p. 296, s. Pará. Amazonas: Porto Velho. Matto Grosso: Madeira-Mamoré R. R. Acampamento 39. 20. D. ( Hypoclinea ) bidens ( Linné), Syst. Nat. ed. 10º. vol. 1 (1758), p. 981 (Formica ). Formica bidens, Latreille, Fourmis, 1802, p. 177, 4. Atta bidens, Fabricius, Syst. Piez. 1804, p. 422. Formica perditor, Fabricius, ibidem, p. 402. Formica perditor, Roger, Berl. Ent. Zeitschr. vol. 6 (1862), p. 285. Hypoclinea bidens, Mayr, Verh. Zool.-bot. Ges. Wien, vol. 13 (1863), p. 425; vol. 20 (1870), p. 956, 9. D. bidens, Dalla Torre, Cat. Hym. vol. 7 (1893), p. 157. D. bidens, Emery, Bull. Soc. Ent. Ital. vol. 26 (1894), - 234, q. D. auromaculatus, Forel, Bull. Soc. Vaud. Se. Nat. vol. 20 (1884), p. 350, q. Pará: Pará. Amazonas: Porto Velho. - Maito Grosso: Abuná. 21. D. (H.) bidens var. inferior Mann, Bull. Mus. Comp. Zool. - vol. 60 (1916), p. 465, 4. Amazonas: Itacoatiara. Matto Grosso: Abuná. 22. D. (H.) bidens subsp. attenuata Forel, Ann. Soc. Ent. Belg. vol. 47 (1902), p. 258, y q (subsp. aftenuatus). Pará. “23. D. (H.) bidens subsp. cogitans Forel, Mém. Soc. Ent. Belg. vol. 20 (1912), p. 34, y. Amazonas: Villá Nova. THOMAZ BORGMEIER, O. F, M,— FORMIGAS DO BRASIL 83 24. D. (H.) bidens subsp. ferruginea Forel. Ann. Soc. Ent. Belg. vol. 47 (1902), p. 258, + (subsp. ferrugineus). Pará. 25. D. (H.) championi For. var. ornatus Mann, Bull. Mus. Comp. Zool. vol. 60 (1916), p. 466, y q. ; Pará: Pará: Matto Grosso: Abuná. 26. D. (Hypoclinea) germaini Emery, Bull. Soc. Ent. Ital. vol. 26 (1894), p. 237, q. Matto Grosso. 27. D. (H) germaini subsp. garbei Forel, Deutsche Ent. Zeitschr. 1911, 905, q. Bahia: Cidade de Barra, Joazeiro. São Paulo. Ceará. Parahyba: Independencia. 28. D. (H.) germaini subsp. leviuscula Emery, Bull. Soc. Ent. Ital. vol. 37 (1905), p. 173, 4. Matto Grosso: Urucúm. 29. D. (Hypoclinea) ghiliani Emery, ibidem, vol. 26 (1894), p. 238,3. D. (H.) giliani, Mann, Bull. Mus. Comp. Zool. vol. 60 (1916), p. 465, p. Pará. Amazonas: Itacoatiara. 30. D. (Hypoclinea) gibbosus (Fr. Smith), Cat. Hym. Brit. Mus. vol. 6 (1858), p. 19,4 (Formica gibbosa). Formica quadridenticulala, Roger, Berl. Ent. Zeitschr. vol. 6 (1862), p. 287, 9. | Hypoclinea quadridenticulata, Mayr, Verh. zool.-bot. Ges. Wien, vol. 12 (1862), p. 706,4 9; vol. 20 (1870), p. 956, q. D. gibbosus, Mayr, ibidem, vol. 36 (1886), p. 365. 89 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIV D. gibbosus, Emery, Bull. Soc. Ent. Ital. vol. 26 (1894), p. 235. Matto Grosso: Coxipó, Corumbá. | Pará: Ipitinga (Rio Tiara). 94. D. (H.) gibbosus var. integra Forel, Deutsche Ent. Zeitschr. 1911, p. 306, +. São Paulo: Ituverava. Goyaz: Grixas. 92. D. (H.) gibbosus "var. mitidior Emery, Bull. Soc. Ent. al. vol. 26 (1894), p. 235, &. Pará. 33. De (H.) gibbosus subsp. analis Emery, ibidem, vol. 26 (1894), P- 236, o hs D. gibbosus, Emery, Ann. Soc. Ent. Fr. vol. 10 (1890), p. 70 (nec Smith). D. gibbosus subsp. analis, Forel, Mém. Soc. Ent. Belg. vol. 20 (1912), p: 34. D. (H.) analis, Mann. Bull. Mus, Comp. Zool. vol. 60 (1916), Pará: Pará, Ipitinga (Rio Tiara). Matto Grosso: Abuná. 3%. D. (Hypoclinea) lugens Emery, Bull. Soc. Ent. Ital. vol. 26 (1894), p. 239, q. D. (H.) lugens Mann, Bull. Mus. Comp. Zool. vol. 60 (1916), p. 464. Amazonas: Porto Velho. Matto Grosso: Abuná. 39. D. (Hypoclinea) lutosus (Fr. Smith), Cat. Hym. Brit. Mus. so 8 (1858), p. 42, + (Formica lutosa). — Hypoclinea cingulata, Mayr, Verh. Zool.-bot. Ges. Wien, vol. 12 (1862), p. 705, y ; vol. 20 (1870), p. 957. D. lutosus, Mayr, ibidem, vol. 36 (1886), p. 356. D. lutosus, Emery, Bull. Soc. Ent. Ital. vol. 26 (1894), pda Te 16 o: 7 THOMAZ BORGMEIER, O. F. M.— FORMIGAS DO BRASIL 87 D. (J.) lutosus, Mann, Bull. Mus. Comp. Zool. vol 60 (1916), p. 408, q q. Rio Grande do Norte: Natal, Baixa Verde. Amazonas. 36. D. (Hypoclinea) mesonotalis Forel, Ann. Mus. Nat. Hung. vol. 5 (1907), p. 26, &. Pará: Rio Tocantins. 2. Genus IRIDOMYRMEX Mayr Mayr, Verh. Zool.-bot. Ges. Wien, vol. 12 (1862), p. 702. 1. T. dispertitus For. subsp. micans Forel; Verh. Zool.-bot. Ges. Wien. vol. 58 (1908), p. 394, + &; Deutsche. Ent. Zeitschr. 1911, EE S0O, q. € Rio de Janeiro: Campo Itatiaia. São Paulo: Alto da Serra. - T. humilis Mayr, Ann. Soc. Nat. Modena, vol. 3 (1868), p. 164, à (Upon) Hypoclinea (T.) humilis, Mayr, Verh. Zool.-bot. Ges. Wien, vol. 20 (1870), p. 959. 4. I. humilis, Forel, ibidem, vol. 58 (1908), p- 395, o» I. humilis, Newell, Journ. Econ. Ent. vol. 1 (1908), p. 28, a SR São Paulos Rio Grande, Conceição de Itanhaem. Santa Catharina. Rio Grande do Sul: S. Lourenço. gi | 3. 1. humilis subsp. angulata Emery, Bull. Soc. Ent. Ital. vol. 26 (1894), p. 165, + q (angulatus). So a São Paulo. | Fo A. 1. iniquus May», Sitab. Akod. Wiss. Wien, vol. 71 (1870), p- 30% y (Hypoclinea iniqua). Hypoclinea (1) iniqua, Mayr, Verh. Zool. -bot. Ges. Wien, vol. 20 (1870), p. 958, & + 88 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV IF. iniquus, Forel, ibidem, vol. 58 (1908), p. 395, q. São Paulo. Rio Grande do Sul: Rio Camaquam. 5. 1. iniquus var. bicolor Forel, Mém. Soc. Ent. Belg., vol. 20 (1912), p. 47, vp. Rio de Janeiro: Corcovado. 6. 7. iniquus subsp. succinea Forel, Verh. Zool.-bot. Ges. Wien, vol. 58 (1908), + (melleus subsp. succineus). E. iniquus subsp. succinea, Mém. Soc. Ent. Belg., vol. 20 (1912), p. 47. Rio de Janeiro: Petropolis. São Paulo: Alto da Serra. 1. T. leucomelas Emery, in v. Jhering, Berl. Ent. Zeitschr., vol. 39 (1894), p. 378 nota, y q. São Paulo: Alto da Serra, Salto Grande. Rio Grande do Sul. 3. Genus AZTECA, Forel Forel, Bull. Soc. Vaud. Sc. Nat., vol. 15 (1878), p. 384. 1. 4. aesopus Forel, Verh. Zool.-bot. Ges. Wien, vol. 58 (1908), p- 398, v. Espirito Santo: Porto Cachoeira. São Paulo. 2. 4. alfari Emery, Mem. Accad. Sc. Bologna, vol. 3 (1893), p. 338, q. 4. alfaroi, Forel, Biol. Centr. Amer. Hym., vol. 3 (1899), p. 112. A. alfaroi, Emery, Boll. Mus. Zool. Torino, n. 230 (1906), p. 299, q. Ceará (Forel 1903, p. 259). E A. alfari var. aequalis Forel, Ann, Soc. Ent. Belg. vol. 50 (1906), P- e, q, 4. alfaroi var. aequalis, Forel,Verh.zool.-hot. Ges. Wien, vol. 58 (1908), p. 386, 97. Pará . Obidos, | THOMAZ BORGMEIER, O. F. M.— FORMIGAS DO BRASIL 89 4. Acalfari var. aequilata Forel, Zool. Jahrh. o - 20 (1904), p. 6091 vog. E Amazonas: Rio Purús. Pará. 5, A.alfari var. mixta Forel, Vert. zool.-bot. Ges. Wien, e 58 (1908), p. 386, OA. Rio de Janeiro : cap Campo Bello: São Paulo. 6. 4. alfari var. ovaticeps Forel, Rev. Suisse Zool., vol. 12 (1904), Pp. 44, voo | Espirito Santo : Porto Cachoeira... São Paulo. Pará. e T. A. alfari subsp. cecropiae Forel, Ann. Soc. Ent. Belg., vol. 50 a p. 240, 3; Verh. zool.-bot. Ges. Wien, vol. 58 (1908), p. 387. pra Rio de Janeiro: Campo Bello, Santa Cruz. São Paulo. Amazonas: Manãos. 8. 4. alfari subsp. tuberosa Forel, Ann. Soc. Ent. Belg., vol. 50 (1906) p. 240, 6. Ceará. 9. A. angusticeps Emery, Mem. Accad. Sc. Bologna, vol. 3 (1893), Pp. 34, so. Amazonas : Itacoatiara (Mann). 10. A. aurita Emery, ibidem, vol. 3 (1893), p- 346, Que 4. trigona, Emery, Boll. Mus. Zool. Toriagan, 229 14896), p. 3, 9 (nec 9). “A. lacrymosa, Forel, Biol. Centr. Amer. Hym, vol. “3 (1899), eae , ibid 115, A. aurita var. pilosula, Forel, ibidem, p. õ. A. aurita, Forel, Mém. Soc. Ent. Belg., vol. 20 (1912), p. 54. Pará : Bragança, Santarem. : 90 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV 11. 4. aurita subsp. silvae Forel, Biol. Centr. Amer. Hym., vol. 3 (1899), p. 116, + (lacrymosa subsp.). Pará: Pará. 12. 4. barbifex Forel, Ann. Soc. Ent. Belg., vol. 50 (1906), p. 242, y 9. A. barbifex, Forel, Biol. Centralbl., vol. 25 (1905), p. 174, Pará. Amazonas : Rio Purús. Matto Grosso : Abuná. 13. 4. bicolor Emery, Mem. Accad. Sc. Bologna, vol. 3 (1893), p. 341, vo. A. bicolor, Forel, Biol. Centr. Amer. Hym., vol. 3 (1899), p: 410, Matto Grosso. A. brevicornis (Mayr), Verh. zool.-bot. Ges. Wien, vol. 27 (1877), p. 870, + (Liomelopum brevicorne). 4. brevicornis, Emery, Mem. Accad. Sc. Bologna, vol. 3 (1893), p. 345, 4. Amazonas. 15. A. chartifex For. var. spiriti Forel, Mem. Soc. Ent: Belg., vol. 20 (1912), p. 52, p. Espirito Santo : Porto Cachoeira. Rio de Janeiro : Serra Vermelha. São Paulo. 16. 4. chartifex subsp. cearensis Forel, Ann. Soc. Ent. Belg., vol. 47 (1903), p. 259, ». Ceará. 17. A. chartifeo subsp. decipiens Forel, Rev. Suisse Zool., vol. 12 (1904), p. 44, y (subsp. laticeps var. “decipiens). 4. chartifex subsp. decipiens, Forel, Ann. Soc. Ent. Belg. , vol. 50 (1906), p. 236. Pará. Amazonas: Rio Negro. THOMAZ BORGMEIER, O. F, M.— FORMIGAS DO BRASIL 91 18. 4. chartifex subsp. lanians Forel, Ann. Soc. Ent. Belg., vol. 50 (1906), p. 237, 5. Pará: Jardim do Museu Goeldi. 19. A. chartifex subsp. laticeps Forel, Biol. Centr. Amer. Hym,, vol. 3 (1899), p. 117, 4. Pará: Mesqueiro-Bei ( Forel, 1906 p. 236). 20. A. chartifex subsp. multinida Forel, Biol. Centr, Amer. Hym,, vol. 3 (1899), p. 117 nota, +. Pará. 21. 4. chartifex subsp. stalactitica Emery, Boll. Mus. Zool. Torino, n. 230 (1896), p. 4, &. Pará. 22, A. coussapoae Forel, Zool. Jahrb. Syst., vol. 20 (1904), p. 700, +. Amazonas. 23.4. crassicornis Emery, Mem. Accad. Sc. Bologna, vol, 3 (1893), p. 347, q. | Pará. 24, A. delpini Emery, ibidem, vol. 3 (1893), p. 333, 4. A. delpini, Forel, Biol. Centr. Amer. Hym., vol. 3 (1899), p. 110. Matto Grosso: Coxipó. São Paulo. 25. 4. depilis Emery, Mem. Accad. Sc. Bologna, vol. 3 (1893), Nos, Po, A. depilis, Emery, Boll. Mus. Zool. Torino, n. 230 (1896), DB. Bo. Pará. Amazonas. k 43 “= ARCHIVOS DO MESEU NACIONAL — VOL. XXIV 3.26. 4. : duckei: Forel, Ann: Soc. Ent. Belg., vol. 50 (1906), p. 243, * 2. Amazonas: Barcellos (Rio Negro). 27. A. duroiae Forel, Zool. Jahrb. Syst., vol. 20 (1904), p. 697, &. A. duroiae, Forel, Ann. Soc. Ent. Belg.,-vol. 50(1906), p.241, 2. d, | Amazonas: Porto Alegre (Rio Purús). 28. 4. emeryi Forel, Jahrb. Syst., vol. 20 (1904), p. 698, q. Amazonas. 29. A. fasciata Emery, Mem. Accad. Sc. Bologna, vol. 3 (1893), A. fasciata, Emery, Boll. Mus. Zool. Torino, n. 230 (1896), D. 6,5. Pará : ERR “3. dE fasciata var. similis Mann, Bull. Mus. Comp. Zool., “vol. 60 (1916), p. 472, ; maior et minor. 8 Matto Grosso: Madeira-Mamoré R. R. Acampamento 39, 41. dA goeldii Forel, Ann. Soc. Ent. Belg,, vol. 50 (1906 1 D. 245, e Pará. Amazonas: Porto Alegre (Rio Purús). “São Paulo. “32.4. goeldii subsp. croceiscapa Emery. (1) A. goeldii subsp. croceiscapa, Fozel, Bull. Soc. Vaud, Se. Nat., vol. 50 (1914), p. 361. São Paulo: Franca. às. “ac per For el," Ani. Soe: Ent. Belg.; vol. 50 (1906 » ne 2hh, ye Pará. Asas Tefro: (1) Não me foi accessivel a descripção original desta sub-especie, mencionada por Forel em 14, E a THOMAZ BORGMEIER, O, F, M.— FORMIGAS DO BRASIL 93 34. A. instabilis (Fr. Smith), Trans. Ent. Soc. Lond., vol. 1(1862), Pp. a, v ( Tapinoma ). Liometopum instabile ( part.), Mayr, Verh. Zool.-bot. Ges. Wien, vol. 27 (1877), p. 870. 4. instabilis, Dalla Torre, Cat-Hym., vol. 7 (1893), p. 164. A. wmstabilis, Emery, Mem. Accad. Sc. Bologna, vol. 3 (1893), p-335, v. A. instabilis, Emery, Boll. Mus. Zool. Torino, n. 229 (1896), po ds ; Matto Grosso: Urucúm. Santa Catharina. | Rio Grande do Sul: Tait 30. ES Jheringi Forel, Bull. Soc. Vaud. Sc. Nat., vol. 50 (1914), p. 359, g. Ea São Paulo. | 3. Á. anuginosa Emer 1; Mem. Accád: Se. Bologna, vol. 3 (1893), p. 311, q. A. lanuginosa, Forel, E Zool bot. E Wien, vol. 58 (1908), p. Sad gs São Paulo: Matto do Governo, pe ' Santa Catharina. Rio de Janeiro: RE 37. A. lanuginosa subsp. prumosa Mann, Bull. Mus. Comp Zool., - 60 (1916), p. 472, 4. O... —. V Matto Grosso: Abuná. E A. ma Em. var. juruensis Foro, Zool. dahrb. Syst., (am) me. V Amazonas. É o 39. A. longiceps subsp. sapu Forel, Mém. Soc. Ent. Belg., val. 20 (1912), p. 56, q o. Amazonas: St. Antonio de Içá. 94 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIV 40. A. lucidula Forel, Biol. Cetr. Amer. Hym., vol. 3 (1899), p. 113, s (alfari, subsp .). - A. lucidula, Forel, Mém. Soc. Ent. Belg., vol. 20 (1912), p.ol. Pernambuco: Olinda (2) Forel, Ann. Soc. Ent. Belg., vol. 45 (1901), p. 367. 4. A. mayri Emery, Mem. Accad. Sc. Bologna, vol. 3 (1893), Pp. 343, Ç. Santa Catharina. 42, A. minor Forel, Zool. Jahrb. Syst., vol. 20 (1904), p. 696, y 9. Amazonas. 43. A. miileri Emery, Mem. Accad. Sc. Bologna, vol. 3 (1893), p. 331, q q. Liometopum instabile (part.), Mayr, Verh. Zool. — bot. Ges. Wien, vol. 27 (1877), y (nec Smith). A. xantochroa, Forel, Bull. Soc. Vaud. Sc. Nat., vol. 15 (1878), p. 356 (nec Roger). A. instabilis, Miúller, Kosmos, vol. 8 (1880), p. 111. Rio de Janeiro: Petropolis. São Paulo: Ilha S. Sebastião, Ypiranga, Ilha Victoria. Santa Catharina: Blumenau. 4h. A. múiilleri var. janeirensis Forel, Mém. Soc. Ent. Belg., vol. 20 (1912), p. 48, &. Rio de Janeiro. ho. A. múilleri var. nigella Emery, Mem. Accad. Sc. Bologna, vol. 3 (1893), p. 332, + (A. nigella). São Paulo: Matto do Governo. Santa Catharina, 46. A. múilleri var. nigridens Forel, Verh. Zool, —bot. Ges. Wien, vol. 58 (1908), p. 392, q. Rio de Janeiro. 47, A, millleri var. wacketi Emery, in Forel, ibidem, vol. 58 (1908), p. 391 nota, s. São Paulo: Matto do Governo. THOMAZ BORGMEIER, O. F, M— FORMIGAS DO BRASIL | 95 48. A. muúilleri subsp. terminalis Mann, Bull. Mus. Comp. Zool., vol. 60 (1916), p. 470, y maior. Matto Grosso: Madeira-Mamoré R. R. Acampamento 39. 49, A. olitria Forel, Lool. Jahrb. Syst., vol. 20 (1904), p. 693, y q. Amazonas, 0. 4. paraensis Forel, Rev. Suisse Zool., vol. 12 (1904), p. 44, y (4, velox subsp. paraensis). A. paraensis, Forel, Ann. Soc. Ent. Belg., vol. 50 (1906), p. 240. Pará. “91. 4. polymorpha For. var. bahiana rain Mém. Soc. Ent. Belg., vol. 20 (1912), p. 56, . Bahia: Jacobina. 52. A. schumanni Em. var. taediosa Forel, Rev. Suisse Zool., vol. 12 (1904), p. 42, sp. Pará: 53. A. schumanni subsp. dubia Mann, Bull. Mus. Comp. Zool., vol 60 (1916), p. 469, v q: Amazonas: Itacoatiara. 54. A. severini Emery, Boll. Mus. Zool. Torino, n. 230 (1896), p. 5, 3. Rio de Janeiro. 55. 4. stigmatica Emery, ibidem, n. 230 (1896), p. 6, 3». Pará. 56. À. traili Emery, Mem. Accad. Sc. Bologna, vol. 3 (1893), P- 333, vo (traili). Liometopum instabile (part.), Mayr, Verh. Zool.—bot. Ges. Wien, vol. 27 (1877), p. 870. A. traili, Forel, Zool. Jahrb. Syst., vol, 20 (1904), p. 692, 9. Amazonas: Juruá. 96 ARCHIVOS: DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIV 57. A. traili subsp. tococae Forel, ibidem, vol. 20 (1904), p. 693, 4 q (var. tococae). j A. traili subsp. tococae, Forel, Ann. Soc. Ent. Belg., vol. 50 (1906), p- 239. Amazonas. 58. A. traili subsp. tococae var. elatior Forel, ibidem, vol. 50 (1906), p. 299, vo. | Amazonas: Bom Lugar (Rio Purús). Pará (Emery, 1912). 59. 4. trianguliceps Forel, Mém. Soc. Ent. Belg., vol. 20 (1912), p. 53, 7 q. Amazonas: Rio Javary. 60. A trigona Emery, Mem. Accad. Sc. Bologna, vol. = (1893), p. 346, q. A. festai, Emery, Boll. Mus. Zool. Torino, n. 229 (1896), Pp. 4, ya A. trigona (part.), Emery, ibidem, n. 230 (1896), p. 3, q, nec 3. 4. trigona, Forel, Ann. Soc. Ent. Belg., vol. 50 (1906), p. 237; Mitt. Nat. Mus. Hamburg, vol. 24 (1907), p. 8, a. Pará: Santarém. Amazonas: Manáãos, Porto Velho. Matto Grosso: Abuná, Madeira-Mamoré R. R. Acampamento 39, 39, 41, 43. 61. 4. trigona subsp. mathildae Forel, Ann. Soc. Ent. Belg., vol. 50 (1906), Pp. 238, ye. Pará. Amazonas: Bom Lugar (Rio Purús), Porto Velho, Itacoatiara. Matto Grosso: Abuná, Madeira-Mamoré R. R. Acampa- mento 43. 62. A. trigona subsp. mathildae var. spuria Forel, ibidem, vol. 50 (1906), p. 238, +. Pará. bad Rio Grande do Norte: Ceará-Mirim. Matto Grosso: Abuná. THOMAZ BORGMEIER, O, F, M,— FORMIGAS DO BRASIL 97 63. A. irigona subsp. fg Forel, Rev. Suisse Zool. 12 (1904), p. 43, + (festai subsp.). Ceará. 64. A. trigona subsp. subdentata Forel, ibidem, vol. 12 (190%), 43, q (festai subsp.). Pará. 69. A. ulei Forel, Zool. Jahrb. Syst. vol. 20 (1904), p. 694, q. Amazonas, 66. 4. ulei var. cordiae Forel, ibidem, vol. 20 (1904), p. 695, vp. Amazonas, 67. A ulei var. gibbifera Forel, Verh. zool.-bot. Ges. Wien, vol, 58 (1908), p. 392, 4. São Paulo: Ilha Victoria. 68. 4. ulei subsp. nigricornis Forel, Zool. Jahrb. Syst. vol. 20 (1904), p. 695, 4. Amazonas. São Paulo: Ypiranga. 69. 4. velox Forel, Biol-Centr. Amer. Hym. vol. 3 (1899), p. 108, 4 q o» A. coeruleipennis var. fasciata, Bergande, Proc. Calif. Acad. Sc. vol. 5 (1895), p. 867, y (nec Emery). Pará. Minas Geraes: Pirapora. 70. A. velox subsp. nigriventris Forel, Biol. Centr. Amer. Hym vol. 3 (1899), p. 109, s q (velox var.) A. velox subsp. nigriventris Forel, Ann. Soc. Ent. Belg. vol. 50 (1906), p. 241. A. velow subsp. nigriventris Fore vol. 20 (1912), p. 48, q - ; l, Mém. Soc. Ent. Belg. 98 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIV Pará. Amazonas: Bom Lugar (Rio Purús). Ceará. 71. A velox subsp. rochai Forel, Mém. Soc. Ent. Belg. vol. 20 (1912), p. 49, v. : Ceará. 2. A virens Forel, Biol. Centr. Amer. Hym. vol. 3 (1899), p. 115, nota, +. Amazonas. 4, Genus FORELIUS, Emery Emery, Zeitschr. Wiss. Zool. vol. 46 (1888), p. 389. 1. F. brasiliensis Forel, Verh. zool-bot. Ges. Wien, vol. 58 (1908), p. 396, v (Iridomyrmezx), mac-cooki subsp.) Iridomyrmez brasiliensis, Santschi, Bull. Soc. Vaud. Sc. Nat. vol. 54 (1922) p. 373. 2. F. mac-cooki (Forel), Ann. Soc. Ent. Belg. vol, 30 (1886), C. R. p. 39, + (Iridomyrmes). Iridomyrmezx mac-cooki, Forel, Bull. Soc. Vaud. Sc. Nat. vol. 15 (1878), p. 382 (sine descript.). Iridomyrmex mae-cooki, Mac Cook in Comstock, Rep. Cotton Insects 1879, p. 187. Iridomyrmex maé-cooki, Mayr, Verh. zool.-bot. Ges. Wien, vol. 36 (1886), p. 432, vg. Forelius mac-cooki Emery, Zeitschr. Wiss. Zool. vol. 46 (1888), p. 389. Rio Grande do Sul: Taquara, S. Lourenço. Rio Grande do Sul. | O. Genus DORYMYRMEX, Mayr Mayr, Sitzb. Akad. Wiss. Wien, vol. 53 (1866), p. 494. Fá D. (Dorymyrmea) goeldii Forel, Rev. Suisse Zool. vol. 12 (1904), RE De e Pará. TIHOMAZ BORGMEIER, O, F, M.— FORMIGAS DO BRASIL » 199 2. D. (D.) goeldii var. dubia Forel, Mém. Soc. Ent. Belg. vol. 20 (1912), p. 38, +. São Paulo : Botucatú, Sorocaba. 3. D. (D.) goeldii subsp. fumigatus Forel, Verh. zool.-bot. Ges. Wien, vol. 58 (1908), p. 389, va. . São Paulo: Ypiranga. 4. D. (Dorymyrmex) jheringi Forel, Mém. Soc. Ent. Belg. vol. 20 (1912), p. 39, &. São Paulo: Franca. 5. D. (Conomyrma) pyramicus (Roger), Berl. Ent. Zeitschr. Vol. q (1863), p. 160, + (Prenolepis pyramica) (part.). “D. pyramicus Mayr, Sitzb. Akad. Wiss. Wien, vol 53 (1866). - 394. D. pyramicus, Mayr, Verh. io bot. Ges. Wien, vol. 36 (1886), p. 365, 433, 4 9. D. pyramicus, Emery, Zool. Jahrb. Syst. vol. 8 a p. 331, o. D. pyramicus subsp. garbei, Forel, Deutsche Ent. Dia 1911, p. 306, y q. D. pyramicus, Santschi, Ann. Soc. Ent. Fr. vol. 88 (1919), p. 381. Paraná : Bella Vista. Bahia. Rio de Janeiro. Santa Catharina. Rio Grande do Sul: S. Lourenço. Rio Grande do Norte : Natal. Amazonas: Itacoatiara. 6. D.(C.) pyramicus var. alticonis Forel, Mém. Soc. Ent. Belg. “vol. 20 (1912), p. 36, y. “São Paulo : Santos. 7. D. (C.) pyramicus var. niger Pergande, Proc. Calif. Acad. Sc. vol. 5 (1895), p. 871, 4. D. pyramicus var. migra, Forel, Mém.Soc. Ent. Belg. vol. 20 (1912), p. 36, q. 100 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV Rio de Janeiro: Petropolis. São Paulo: Santos, Conceição de Itanhaem, Ypiranga, Franca, Ribeirão Preto. 3. Dc.) pyramicus subsp. brunneus Forel, Verh. zool.-bot. Ges. Wien, vol. 58 (1908), p. 385, s (var. brunnea). D. pyramicus subsp. brunneus, Forel, Deutsche Ent. Zeit. schr. 1911, p. 306. D. pyramicus subsp. brunneus, Gallardo, An. Mus. Nac. Buenos Aires, 1916, p. 59, vo. São Paulo : Ypiranga, Piracicaba. Rio de Janeiro. 9. D. (C.) pyramicus subsp. flavus Mac-Cook, in Comstock, Rep. Cotton Insects, 1879, 188, + (D. lavus). D. pyramicus var. flavus, Mayr, Verh. zool.-bot. Ges. Wien, vol. 36 (1886), 433. - D. pyramicus subsp. flavus, Forel, Biol. Centr. Amer. Hym. vol. 3 (1899), p. 103, s. Rio Grande do Norte: Natal. “Pará. São Paulo : Botucatú. 6. Genus TAPINOMA, Fóúrster Fórster, Hymen. Stud. vol. 1 (1850), p. 48. t. T. atriceps Emery, Bull. Soc. Ent. Ital. vol. 19 (1887), p. 363, seas (T. (Micromyrma). Rio de Janeiro. São Paulo: Alto da Serra, Ypiranga. Santa Catharina. Rio Grande do Sul. 2. T. atriceps var. breviscapa Forel, Verh. bot hot. Ges. Wien, vol. 58 (1908), p. 384, vo. São Paulo: Raiz da Serra. | 3. T. heyeri Forel, in Wasmann, Allg. Zeitschr. Entom. vol. 7 (1902), p. 52, 3 (Cfr. Wasmann, Das Gesellschaftsleben der Ameisen, 2 ed. 1915, p. 360). Rio Grande do Sul: São Leopoldo. THOMAZ BORGMEIER O, F. M,— FORMIGAS DO BRASIL 101 4. T. melanocephalum (Fabricius), Ent. Syst. vol. 2 (1793), p. 353, » (Formica melanocephala). Formica melanocephala, Latreille, Fourmis, 1802, p. 269, +. Lasius melanocephalus, Fabricius, Syst. Piez. 1804, p. 417. Myrmica melanocephala, Lepeletier, Hist. Nat. Ins. Hym. vol. 1 (1836), p. 185. Formica nana, Jerdon, Madras Journ. Litt. Sc. vol. 17 (1851), p. 128, 5. Myrmica pellucida, Smith, Journ. Proc. Linn. Soc. Zool. vol. 2 (1857), p. 71, q. Formica familiaris, Smith, ibidem, vol. 4 (1860), Suppl. p. 96 y (nec p. 68 q). T. melanocephalum, Mayr, Verh. zool.-bot. Ges. Wien, vol. 12 (1862), p. 651. T. melanocephalum, Emery, Ann. Mus. Stor. Nat. Genova, vol. 24 (1887), p. 249, va. T. melanocephalum, Forel, in Grandidier, Hist. Madagascar vol. 20 (1891), p. 104, so. Matto Grosso: Cuyabá, Pará; Amazonas: Porto Velho. Ceará. Santa Catharina: Blumenau. 5. T. ramulorum subsp. inrectum var. cearense Forel, Mém. Soc. Ent. Belg. vol. 20 (1912), p. 57, vo. Ceará. ADDITAMENTO Subfam. DORYLINAE Genus ECITON LATREILLE. E. (Eciton) dulce Forel Santschi, Bull. Soc. Vaud. Sc. Nat. vol. 54 (1921), p. 90, 9. (1) Novas especies de formigas brasileiras das subfamilias Do (= E. quadriglume Hal. subsp. dulcius For.) rylinae, Ponerinae, Dolichode- rinae, descriptas em 1921. 102 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV E. (Eciton) quadriglume Haliday'; Santschi ibid. vol. 54 (1921), 91, & : E. (Labidus) praedator Fr. Smith; Bruch, Rev. Mus. La Plata, vol. 26 (1921), p. 181, q. E. (Acamatus) strobeli Mayr; Bruch, ibid. vol. 26 (1921), p. 175 — 180, q. Re Subfam. PONERINAE Genus HOLCOPONERA Mayr. “H. magnifica Santschi; Bull. Soc. Vand. Sc. Nat. vol. 54 (1921), p.. Si q. Brazil: Fronteira da Bolivia (Reichensperger leg.). Genus DINOPONERA Roger. D. grandis subsp. mutica var. quadriceps Santschi, Bull. Soc. Vaud. Sc. Nat. vol. 54 (1921), p, 84, 4. Brasil (Reichensperger leg.) D. grandis subsp. mutica var. opaca Santschi, ibid. vol. 54 (1921), p. 84, q. Rio de Janeiro (Goeldi). D. grandis subsp. australis Emery, Santschi, ibidem, vol. 54 (1921), | p. 85,9. Genus NEOPONERA Emery. N. crenata Roger, Santschi, Bull. Soc. Vaud. Sc. Nat. vol. 54 (1921), p. 85, 9. E. de São Paulo: Alto da Serra (E. Schwalbe). N. crenata subsp. confusa Santschi, ibid. vol. 54 (1921), p. 87, 3: Minas Geraes (Sampaio). THOMAZ BORGMEIER O, F. M,— FORMIGAS DO BRASIL 103 Genus PACHYCONDYLA Fred. Smith. P. striata Smith, Santschi, Bull, Soc. Vaud. Sc. Nat. vol. 54 (1921) p. 86, o. P striata var. mitidiventris Santschi, ibid. vol. 54 (1921), p. 87, ». ? Brasil: Fronteira da Bolivia (Reichensperger leg.). Subfam. DOLICHODERINAE Genus DOLICHODERUS Lund, D. (Hypoclinea) luederwaldti Santschi, Bull. Soc. Vaud. Sc. Nat. vol. 54 (1921), p. 100, &. E. de São Paulo: Salto Grande (Luederwaldt). D. (Hypoclinea) bidens var. bahiana Santschi, ibid. vol. 54 (1921), p. 101, v. E. da Bahia: Ilhéos, Itabuna (Garbe leg.). OPILIONES LANIATORES DO BRASIL PELO DR. MELLO-LEITÃO (Da Academia Brasileira de Sciencias e da Société Entomologique de France). OPILIONES LANIATORES DO BRASIL PELO DR. MELLO-LEITÃO (Da Academia Brasileira de Scienciase da Société Entomologique de France). A revisão dos opiliones laniatores, feita por J. Roewer de 1912 a 1914 veio facilitar grandemente o estudo dessa ordem de arachnideos. Tendo tido sob as vistas, para determinação, as collecções de opiliones dos Museus de S. Paulo e do Rio de Janeiro, damos abaixo o catalogo dos opiliones laniatores do Brasil. Nas memorias de Roewer refere elle, como do Brasil, 132 especies das familias Phalangodidae, Cosmetidãe e Gonyleptidae. Nas collecções que tivemos á disposição encontrámos, além de muitas das especies descriptas, tres especies novas para a fauna brasileira e 49 especies e 14 generos novos para a sciencia. Poucas foram as especies encontradas no mesmo habitat já registado, pelo que achamos conveniente dar, com o novo habitat verificado, a collecção de origem. Seguimos aqui inteiramente a distribuição de Roewer. ; PHALA NGODIDA E SuBram. PHALANGODINAE Gen. Pseudomitraceras RorwEr 1912 Typo: P. brasiliensis Roewer' 1. * PsEUDOMITRACERAS BRASILIENSIS (1) Roewer, 1912 — Arch, | Natg. Abt. A, Heft 3, p. 156 Hab.: Brasil, sem determinação de localidade. Museu Nacional: Itatiaya. (*) As especies marcadas com um asterisco (*) foram vistas por nós. 108 3. * PsEUDOPACHYLUS LONGIPES Roewer, 1912 — Arch. Natg. ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIV Susram. TRICOMMATINAE Gen. Tricommatus Rozwer, 1912 Typo: T. brasiliensis Rocwer 2. * TRICOMMATUS BRASILIENSIS Roewer, 1912 — Arch. Natg. AbtA., Heft. 3, p. 159. Ro Hab. : Santa Catharina. Museu Paulista: Campos de Itatiaya. Gen. Pseudopachylus Rogwer, 1912 Typo: P. longipes Roewer Abt. A. Heft 3, p. 162. Hab. : Santos (Roewer). Museu Paulista: Itatiaya. Museu Nacional: Itatiaya. Gen. Pseudophalangodes Rorwer, 1912 Typo: P. unicolor Roewer: 4. PsEUDOPHALANGODES UNICOLOR Roewer, 1912 — Arch. Natg. Abt. A, Heft 3, p. 164. Hab.: Rio de Janeiro. COSMETIDAE ; ra. COSMETINAE Grs. Libitia Simon, 1879 Typo: A cordata (Gervais) 5. LIBITIA CORDATA (Gervais). Cosmetus cordatus Gervais, 1844 in Walckenaer .— Ins. Apt. vol. HI, p. 117. pr. 46, f. 9. L. c. Simon, 1879 Ann. Soc. entom. Belgique, p. 216. L. c. Roewer, 1912, Arch. Natg. Abt. A, Heft. 4 p. 12. Hab.: Colombia, Guyanna, Brasil (sem determinação de localidade); MELLO-LEITÃO —OPILIONES LANIATORES DO BRASIL 109 Gen. Metalibitia Rorwer, 1912 Typ: M. paraguayensis (Soer) 6. METALIBITIA PARAGUAYENSIS (Sôrensen), Cosmetus paraguayensis Soerensen, 1884 — Naturk Tydskr. vol. XIV (3), p. 594. M. p. Roewer. 1912 — Arch. Natg. Abt, A, Heft. A, p. 13. Hab: Republica Argentina, Paraguay e Rio Grande do Sul. Gen. Metavonones F. CamBriDGE, 1905 Typo: M. hispidus F. Cambr. 7. * METAVONONES ORIENTALIS Sp. n. Fig. 1. º— mm. A. . Animal esbelto de pernas todas longas, delgadas, semelhantes. Borda do cephalothorax lisa. Comoro ocular baixo, inerme. Cephalothorax liso. A'reas do escudo abdominal 1, 1I,IV e V lisas e inermes, area HI com um par de altos espinhos. Segmentos dorsaes livres inermes e granulosos. Segundo segmento das cheliceras muito desenvolvido e geniculado, cobrindo o segmento basal. Tarsos Ide seis segmentos; II de mais de seis; IH ce IV de seis. Todo animal castanho-queimado escuro, quasi negro, todo o escudo abdominal com abundante pontilhado brancacento; pig.1 — Matavono- a parte posterior do cephalothorax, junto ao primeiro sulco "es orientalis. transverso, apresenta uma grande mancha em U, de concavidade anterior e base muito espessada; espinhos da area III de pontas claras; o quarto sulco transverso é branco. Pernas pardo-escuras, uniformes. Hab.: Franca, E. de S. Paulo. Typo: No Museu Paulista. 8. * METAVONONES BARBACENENSIS Sp. N. &e ?—6,0 mm. Borda anterior do cephalothorax com um pequeno tubérculo em cada angulo. Comoro ocular baixo e liso. Areas I, II, IV, e V | do escudo abdominal e segmentos dorsaes livres inermes, estes ultimos com uma fila de granulações; área III com dois altos espinhos. Tarsos 1 e II de seis segmentos; Il e IV de mais de seis. E Todo animal branco queimado, com um desenho em escudo heraldico, orlado de estreita faixa branca e um V branco no cephalothorax, de aber- tura anterior. As áreas lateraes do escudo dorsal do abdomen apresentam 410 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV abundante pontilhado branco; na area V ha duas pequenas manchas brancas medianas. Hab. : Barbacena (Minas Geraes). Typo : Em minha collecção. N. 771. Coll. : Eduardo de Moraes Mello. Gen. Gnidia Kockx, 1839 Typo: G. bipunctata (Perty) 9. GNIDIA BIPUNCTATA (Perty). Cosmetus bipunctatus Perty, 1832 — Delectus anim. artic. p. 203 n. 5 p. Koch; 1839 — Die Arachniden, vol. VIII, p. 95, f. 579. ? Cosmetus bipunciatus Gervais, 1814 — In Walckenaer, Ins. Apt.vol. II, p. 115. Cynorta bipunciata Simon, 1879 Ann. Soc. Entom. Belgique, p. 200. G. b. Roewer, 1912 — Arch. Natg, Abt A, Heft 4, p. 29. Hab. : Brasil (sem determinação de localidade). | Gen. Cynorta Kocu, 1839 Typo: €. conspersa (Perty) 10. CyxorTA conspERSA (Perty). Cosmetus conspersus Perty, 1832 — Delect. Anim., p. 208. E. é Koch, 1899 = Die Arachn., vol. VIH, p.. IO), f. 582. Cosmetus conspersus Gervais, 1844— Mm Walckenaer, Ins. Apt., vol. HI, p. 115. C. c. Simon, 1879 — Ann. Soc. Entom. Belgique, p. 200. C. c. Roewer, 1912 — Arch. Natg. — Abt A — Heft 11, p. 34. Hab.: Pará. 11.* Cynorra vesrrra Roewer, 1912 — Arch. Natg. Abt. A, Heft 4, p. 38, pr. II, f. 16. Hab.: Amazonas e Surinam. Museu Paulista: Manãos (Amazonas). MELLO -LEITÃO — OPILIONES LANIATORES DO BRASIL EE! Gen. Cynortella Roewer, 1912 Typo: C. lagenaria (Perty) 12. CYNORTELLA LAGENARIA (Perty). Cosmetus lagenarius Perty, 1832, Del. Anim., p. 203. Cynorta lagenaria Koch, 1839 — Die Arachniden, vol. XII a p. 102, f. 583. Cosmetus lagenarius Gervais, 1844 — In Walckenaer — Ins. Apt., vol. II, p. 115. Cynorta lagenaria Simon, 1879 — Ann. Soc. Entom, Belgique, p. 200. Hab.: Brasil (sem designação de localidade). Gen. Eucynortella Rower, 1912 Typo: E. bimaculata (Banks) 13. * EucyNORTELLA JURUENSIS -— Sp. n. Fig. 2. &—7 mm. Borda anterior do cephalothorax com um espinho me- diano e dois de cada lado, nos angulos. Comoro ocular baixo, com dois pequeninos tuberculos proximos. Cepha- lothorax liso. As cinco áreas do escudo abdominal lisas e inermes. Segmentos dorsaes livres e placa anal lisos e inermes. Tarso I de seis segmentos, os outros de mais de seis. Todas as pernas longas e delgadas, semelhantes. Patellas do ultimo par de pernas com um espinho apical interno. à Todo animal castanho-queimado escuro, havendo na primeira área do escudo abdominal uma grande mancha branca mediana, em fórma de corôa; pernas pardo -escuras. Hab.: Alto Juruá. Coll: Alvaro Leitão. Typo: Em minha collecção. Fig. 2-— Encynortella juruensis Gen. Eucynorta Rower, 1912 Typo: E. 4. pustulata (Simon) 14. * EUCYNORTA BRASILIENSIS sp ho Fig. 3. q. 8 mm. Borda anterior do cephalothorax com um forte espinho em cada angulo lateral. Comoro ocular baixo e liso. Cephalothorax liso. Areas 4112 “ “ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIV I, HI eIV do escudo abdominal lisas e inermes; área III com dois altos es- pinhos medianos; área V com uma fila transversal de pequeninos tu- bérculos; bordas lateraes do escudo com alguns granulos esparsos. Segmentos dorsaes livres lisos, bem como a placa anal. Tarso I de seis segmentos, os outros de mais de seis; todas as pernas longas e delgadas. Colorido geral castanho-queimado escuro; o escudo É &] abdominal apresenta na linha mediana uma fila longitu- See - dinal de seis pontos brancos, espaçados, e de cada lado ne uma grande mancha triangular alongada, de apice anterior, Fig. 3 — Eueynortabra- occupando-todo o escudo; estas manchas têm uma orla siliensis. : 4 . negra estreita. Área V do escudo abdominal com uma fila transversal de pontos brancos; cada segmento dorsal livre tem dois pontos brancos medianos. Pernas pardo-escuras. Hab.: Pinheiro (Estado do Rio de Janeiro). Typo: Em minha collecção. Gen. Erginus Simon, 1879 Typo: E. devillei (Simon) 15. Erginus oHaust Roewer, 1912,— Arch. Naturg, Abt A, Heft 4, p. 70. Hab.: Equador. Pará. | Gen. Flirtea Kocr, 1839 Typo: F. pica (Perty) 16. rLIRTEA PICTA (Perty). Cosmetus pictus Perty, 1832 — Delect. Anim., p. 208, p. 475.: F. p. Koch, 1839. Die Arachn., vol. VII, p. 99, f. 581. . Cosmelus pictus Gervais, 1844 — Mm Walckenaer Ins, apt. vol., HI, p. 115. | | | Cynorta picta Simon, 1879 Ann. Soc. Entom. Belgique, p. 200. FÉ. p. Roewer, 1912 — Arch. Natg. Abt A, Heft 4, To. Hab.: Honduras. Rio Negro (Amazonas) e Pará. | 17. FLIRTEA QUINQUELINEATA (Simon). Rhaucus quinquelinetus Simon, 1879. Ann. Soc. entom. Bel- gique, p. 215. Metarhauecus quinquelineatus Roewer, 1912. Mém. Soc. Neuchatel. - | | É. q. Rewer, 1912— Arch. Natg. Abt. A. p. 76. - Hab.: Colombia. Brasil (sem determinação de localidade). * MELLO-LEITÃO — OPILIONES LANIATORES DO BRASIL 3 Gen. Rhaucus Simon, 1879 Typo: R. vulneratus Simon 18. Rmaucus vULNERATUS Simon, 1879 — Ann. Soc. entom. Belgique, p. 213. R. v. Roewer, 1912 — Arch. Natg. Abt. A. Heft 4., p. 78. Hab.: Equador. Brasil (sem determinação de localidade.) Gen. Poecilaema Kocm, 1839 Typo P. limbatum Koch 19. PorciLAEMA LIMBATUM C. Koch, 1839 — Die Arachn., vol. VII, p. 107, f 585: P. 1. C. Koch, 1850 — Uebers Arachn., vol. II, p. 21. “P.I. Simon, 1879 — Ann. Soc. entom. Belgique, p. 191. P. |. Roewer, 1912 — Arch. Natg. Abt. A. Heft 4, p. 89. Hab.: Teffé (Amazonas). 20. POECILAEMA ANDREAE (PERTY). Cosmetus andreae PERTY, 1832 — Delectus Anim., p. 203. Flirtea andreae Koch, 1839 — Die. Arachn., vol. VII, p. 97, f. 580 Cosmetus andreae Gervais, 1844 — In Walckenaer Ins, Apt., vol. III, p. dlo. Cynorta andreae Simon, 1879 — Ann. Soc. entom. Belgique, p. 200. P. a. Simon, 1880 — Ann. Soc. entom. Belgique, p. CII. P. a. Roewer, 1912— Arch. Natg. Abt. A. Heft 4, p. 91. “Hab.: Brasil (sem determinação de localidade). 21. PoECILAEMA LEUCOMELAS Simon, 1880 — Ann. Soc. entom. Belgique, p. CII. | : P. 1. Roewer, 1912 — Arch. Natg. Abt. A. Helt 4, p. 90. Hab. : S. Paulo de Olivença (Amazonas). 22. PORCILAEMA MARGINATUM (Scernsen). Cosmetus marginatus Soerensen, 1884 — Naturh. Tidskr ; p. 588. | “-P.m. Rewer, 1912 — Arch., Natg., Abt. A. Heft 4, p. 90. Hab.: Bahia. 13 t4 “- ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIV 23. POECILAEMA PHALERATUM (Koch). Flirtea phalerata Koch. 1839. Die Arachn., vol. VII, p. 171, f. 581. P. p. Simon, 1879 — Ann. Soc. entom. Belgique, p. 193. P. p. Roewer, 1912 — Arch. Natg. Abt. A. Heft 4, p. 99. Hab. : Brasil (sem determinação de localidade). 24, PoECILAEMA SIGILLATUM Roewer, 1912 — Arch. Natg. Abt. A. Heft 4, p. 90, pr. II, f 22. Hab:: Amapá (Estado do Pará). 20. POECILAEMA U-FLAVUM (Perty). . ff. 587 e 1339. Cosmetus u-flavum Perty, 1832 — Delectus Anim, p. 203. P. u. Koch. 1839 — Die. Arachn., vol. VII, p. 104, f. 584. Cosmetus u-flavum GervaIs, 1844 — in Walckenaer, Ins. Apt,, vol. HI, p. 115. - z P. u. Simon, 1879 — Ann. Soc. entom. Belgique, p. 193. P. u. Rower, 1912. — Arch. Naturg. Abt. A. Heft 4, spo: 90, E : Hab. : Brasil (sem determinação de localidade). - Gen. Cosmetus PenTy, 1832 * Typo: €. varius Perty 26. CosmeTUS vARIUS Perty, 1832 — Delectus Anim., p. 208. Cv. Koch, 1839 — Die. Arachn., vol. VII, p: 109, f. 586. C. v. Gervais, 1844 — In Walckenaer — Ins. Apt., vol III, E €. v. Simon, 1879 — Ann. Soc. entom. Belgique, p. 191. C. v. Roewer, 1912 — Arch. Natg. Abt. A. Heft 4, p. 101. Hab: Brasil (sem determinação de localidade). 27. CosmETUS MESACANTHUS Koch. 1839 — Die. Arachn., vol VII, 111, C. m. Simon, 1879 — Am. Soc. entom. Belgique, p. 191. Cm. Rower, 1912 — Arch. Natg. Abt. A. Heft 4, p. 101. Hab.: Brasil (sem determinação de localidade). MELLO-LEITÃO — OPILIONES LANIATORES DO BRASIL 115 Gen. Meterginus F. CamBripor, 1905 Typo: M. basalis F. Cambr. 28. METERGINUS LATESULFUREUS (Simon). Erginus latesulfurues RR 1879. Ann. Soc. entom. Bel- gique, p. 207. M. |. Roewer, 1912 — Arch. Nat. Abi: A, p. 106. Hab.: Brasil (sem determinação de localidade). Susram. DISCOSOMINAE Gen. Discosoma PERTY, 1832 Ty po: D. cinctum Perty 29. Discosoma cinctUM Perty, 1832 — Delectus Anim, p. 209, pr. 46. D. c. Koch, 18389— Die. Arachn., vol. VII, p 114, f. 588. Cosmelus cinctus Gervais, 1844— in Walckenaer. Ins. Apt., vol. HI, p. 117. D. c. Simon, 1879 — Ann. Soc. entom. Belgique, p. 218. D. c. Simon, 1880. — Ann. Soc. entom. Belgique, p. CHI. D. ce Roewer, 1912— Arch. Natg Abt A. Heft 4, p. 114. Hab.: Bahia, S. Paulo de Olivença (Amazonas). Gen. Paragryne Rawer, 1912 | Typo: P. tmaculata Roewer 30. PARAGRYNE 4-MACULATA Roewer, 1912— Arch. Natg. Abt. A. Heft 4, p. 116, pr. II, f. 23. Hab.: Bahia. É Gen: Protus Simon, 1879 Typo.: P. insolens Simon . 31. PROTUS INSOLENS Simon, 1879 — Ann. Soc. entom, Belgique, p. 193. P. i Rower, 1912— Arch. Natg. Abt. A. Heft 4, p. 118. : Hab.: Pará. : tro “ ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV Gen. Gryne Sinion, 1879 Typo: G. marginalis (Perty) 32. GRYNE MARGINALIS ( Perty ). Cosmetus marginalis Perty, 1882 — Delectus anim, 1832, p. 203. Poecilaema marginale Koch. 1889 — Die Arachn., vol. VII, p. 1154, f. 589-590. ; Cosmetus marginalis Gervais, 1844. In Walckenaer Ins. Apt., Vol LIL D. Tb. Poecilaema marginale Simon, 1879-Am. Soc. entom. Belgique, p. 193 Poecilaema paraense Id. ibid., p. 194. G. m. Roewer, 1912-Arch. Naturg. Abt. A. Heft. Ep. 120 Hab.: Pará. | Fam. GONYLEPTIDAE SusraM. PACHYLINAE * Gex. Gyndes SOERENVEN, 1884 |. “Typo: G. reinhardi Soer. 555 É GYNDES REINHARDI Soerensen, 1884-Naturh. Tijdskr., p. 638. G. r. Reswer, 1913-Arch. Natug. Abt. A. Heft. 3,4, p. 14, Hab.: Brasil (sem determinação de localidade ). — Gas. Neopucrolia Rewer, 1913 Typo: N. pectinigera Roewer att 34.* NEOPUCROLIA BITUBERCULATA Mello-Leitão, 1922. Fig. 4. vo, Mello-Leitão, 1922 — Ann. Mag. Nat. Hist. ver 9,. vol. 1X, p. 329. Rae | : em 7 mm. Mar gem do cephalothorax lisa. Comoro ocular elevailo em um grande tuberculo bifido, com: dois pequenos. espinhos; Todo cephalo- thorax liso. Escudo abdominal regularmente arredondado dos la dos die MELLO-LEITÃO — OPILIONES LANIATORES DO BRASIL 1147 tando-se até o nivel da area III, onde é mais largo, depois estreitando-se e terminando atraz em angulo recto; escudo com cinco sulcos transversaes, o primeiro e segundo unidos por um sulco longitudinal, e bem assim o quarto e quinto. Areas lateraes com uma fila dé pequeninos granulos; todo resto do escudo liso; a area III com dois tuberculos medianos baixos, rombos, as outras areas inermes. Segmentos dorsaes livres e lisos e inermes. Ancas 1 a III delgadas e fracas; as do ultimo par mais espessas e mais longas que as outras tres reunidas; todos os femures curvos. Tarsos do primeiro par de Fig. 4 -—Neopucrolia bi- pernas de cinco segmentos; os do segundo par de sete oSsulnta. segmentos; os dos dois ultimos pares de seis segmentos. Femur do palpo com um espinho apical interno e de face ventral armada, ' Colorido castanho uniforme. “ Hab.: Alto da Serra (S. Paulo). " Typo.: No Museu Paulista. Gen. Ampycus Simon, 1879 Typo.: A telifer ditado “35. Ampycus TELIFER ( Butler ). | Gonyleptes telifer Butler, 1873-Ann. Mag. Nat. Hist, E XI ara (ser 4), p. 116, pr. 111, H. 3 e 4 A. t. Simon, 1879 — Ann. Soc. entom. Belgique, p- 24, A. t. A. t. Roewer, 1913— Arch. Natg. Abt. A. saio p. 49, f. 18. Hab.: Ega ( Amazonas). “Gen. Uropachylus MELLO-LEITÃO, -1922 “Comoro ocular elevado em um cone mediano. Cephalothorax estreito, bordas lateraes . do escudo abdominal Rr mente arredondadas dos lados, até o nivel do sulco, onde .é mais a: de- pois estreitando-se e terminando atraz em angulo recto. Escudo dorsal com cinco sulcos transversaes, dos quaes os dois primeiros são unidos por um sulco longitudinal. Area 1 do escudo abdominal com um par de tuberculos baixos; area II inerme, sem tuberculos ou espinhos; area III com dois es- pinhos medianos; areas IV e V inermes, sem tuberculos ou espinhos me- dianos; segmentos dorsaes livres Ie II inermes, quando muito granulosos ; segmento-dorsal livre III com um forte espinho mediano; placa anal dorsal inerme. Ancas Ia III pequenas, paralelas; as do ultimo par duas vezes 4118 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV mais espessas e mais longas que as outras tres reunidas. Cheliceras nor- maes e semelhantes nos dois sexos. Palpos mais curtos que o corpo; o femur inteiramente inerme, sem espinho apical interno. Pernas curtas e robustas. Caracteres sexuaes secundarios ( provavelmente) sob a forma de fortes dentes e espinhos nos segmentos basaes das pernas posteriores. Tarsos I de cinco segmentos; II de mais de seis; Hle IV de seis. Unhas dos tarsos dos dois ultimos pares simples, não denteadas. Especie typo: 36.* UropacHYLUS srTRIATUS Mello-Leitão, 1922. Fig. 5. o 5 mm. Borda do clypeo lisa; parte anterior do cephalothorax com uma pequena elevação mediana romba, o resto de sua superficie lisa. Co- moro ocular com um espinho mediano. Area I do escudo abdominal com dois tuberculos maiores e dois menores, postos adiante dos primeiros, o resto dessa area liso; “area II com granulações irregularmente dispostas, for- mando um campo mediano, area III com dois altos espinhos ec apenas algumas granulações na base destes espinhos; area IV. com uma fila transversal unica de Fig. 5 —Uropaehylus str pequenas granulações ; bem assim a area V e os segmentos dorsaeslivres1 e II. Margens lateraes do escudo abdominal com uma fila de granulações. Segmento dorsal livre II com um forte espinho mediano e uma fila transversa de granulações; placa anal dorsal com duas filas transversaes de granulações. Face ventral lisa. Ancas IV muito granulosas e com um pequeno espinho apical externo. Colorido : Corpo negro, com os sulcos longitudinaes transversaes do escudo dorsal pardos; margem do escudo testacea; as granulações todas pardo-amarelladas; nos segmentos dorsaes livres estreitas faixas trans- versaes claras. Segmentos ventraes livres com uma fila de pequenos pontos claros e uma linha parda em cada qual; segmento estigmatico pardo-amarello com uma figura em forma de » negra. gi iço anteriores e palpos man- chados ; pernas posteri castanho-quei Hab.: Pinheiro (Estado do Rio de Janeiro). Typo: No Museu Paulista. Gen. A canthopadhylus Rawer, 1913 Typo: 4. aculeatus (Kirby) 37,* ACANTHOPACHYLUS ACULEATUS (Kirby). Gonyleptes aculeatus Kirby, 1818— Trans. Linn. Soc. London, p. 452 | MELLO - LEITÃO — OPILIONES LANIATORES DO BRASIL 119 Gonyleptes acanthurus Duméril, 1823-Consid. gén. Ins. pr. 60, ff 14 e 16. Gonyleptes acanthurus Gervais, 1844-in Walckenaer, Ins. Apt., vol. II, p. 105, pr. XLVI, 72. Gonyleptes aculeatus Butler, 1873—Ann. idos Nat. Hist., vol. XI (4), p. 113. Gonyleptes robustus Holmberg, 1876-Ann. Agric. Argentina, vol. IV, p. 29. Pachylus robustus Holmberg, 1878—Natural. dd dba, VOL Ds Pachylus aculeatus Scerensen, 1884-Naturh. Tijdskr, p. 641. A. a. Rower, 1913-Arch. Natg. Abt. A. Heft. 3, p. 51, ff 19 e 20. Hab.: Guyanna Francêsa; Republica Argentina; Uruguay; Brasil (sem determinação de localidade). Museu Paulista: Uruguayana (Rio Grande do Sul). Gen. Neopachylus Ra:wer, 1913 Typo: N. bellicosus Roewer 38. NEoPAcHYLUS BELLICOSUS Roewer, 1913-Arch. Natg. Abt. A. Heft. 3, p. 58, ff 25, 26 a, 26 b. Hab.: Porto Alegre e Rio Pardo (Rio Grande do Sul). 39. NeopacHYLUS MAMILLOSUS Rocwer, 1914-Arch. Natg. Abt. A. Heil, À, D,.99, Hab.: Brasil (sem determinação de localidade). Gen. Meteusarcoides MeLLO-LEITÃO, 1922 Comoro ocular mais proximo da borda anterior que do primeiro sulco do escudo dorsal, muito elevado, rombo, com um pequeno tubérculo dorsal. Escudo dorsal com cinco sulcos transversaes, os dois primeiros reunidos por um sulco longitudinal mediano. Cephalothorax estreito; bordas lateraes do escudo abdominal regularmente arredondadas, a partir do primeiro sulco transversal do escudo até o nivel do sulco IV, onde o escudo é mais largo, depois novamente estreitando, terminando atraz em angulo recto. Areas 1 e 1 do escudo abdominal inermes, quando muito granulosas, mas sem. aculeos ou tubérculos medianos ; area II com um. par de altos tubérculos medianos; areas IV e V e segmentos dorsaes livres 1 e Il inermes, sem tubér-. culos ou aculeos medianos; segmento dorsal livre HI com um altissimo cone 120 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIV mediano (ao menos na femea). Palpos mais curtos que o corpo; o femur com um espinho apical interno. Pernas curtas e fortes. Numero de se- gmentos dos tarsos : [ com 6 segmentos; I-—?; III—?; IV com 6 segmentos Macho desconhecido. Especie typo. 40*. MereusarcoiDEs MUTILATUS Mello-Leitão, 1922. Fig. 6. q 7 mm. Margem anterior do cephalothorax com tres pequenos dentes sobre a base das cheliceras; area marginal anterior com 2 pequenos es- pinhos. Cephalothorax irregularmente granuloso ; comoro ocular granuloso, com um pequeno tubérculo apical. Areas 1a IV do escudo dorsal do abdomen irregularmente granulosas, havendo na area II dois tu- bérculos medianos altos. Margens lateraes do escudo dorsal e area V com uma fila de granulos. Os dois primeiros segmentos dorsaes livres com uma fila transversal de pe- quenos tubérculos em cada qual. Terceiro segmento dorsal livre prolongado em um grande cone mediano, dirigido para traz e irregularmente granuloso. Segmento estigmatico - finamente granuloso; os segmentos ventraes livres com ata is filas transversaes de granulos: uma em cada segmento mutilatus. 8 8 . Ancas posteriores muito granulosas; femures anteriores com um forte espinho apical externo; femures posteriores com abundantes espinhos curtos. (Faltavam as pernas II e IlIno exemplar typo). Face vertical e pernas castanhas uniformes ; dorso castanho, havendo no cepha- lothorax uma grande mancha branca de cada lado; area I do escudo dorsal toda branca; area II com uma grande mancha branca de cada lado. Hab. : Itatiaya. Typo: No Museu Nacional. Coll: Prof. Carlos Moreira. Gen. Ypiranga MeLLo-Leirão, 1922 Comoro ocular mais proximo da borda anterior que do primeiro sulco do escudo dorsal, elevado, com um tuberculo mediano rombo. Escudo dorsal com cinco sulcos transversaes, os dois primeiros unidos por um sulco longitudinal mediano. Cephalothorax estreito; bordas lateraes do escudo abdominal regularmente arredondadas, a partir do primeiro sulco transversal do escudo até o nivel do sulco IV, onde o escudo é mais largo, depois novamente se estreitando, para terminar atraz em angulo recto. Areas 1 e II do escudo abdominal com um par de tuberculos medianos baixos ; area III com um par de espinhos medianos (ou tuberculos); areas IVeVe segmentos dorsaes livres I e Il inermes; segmento livre II com Re EEE de= Ee AR , [E pao MELLO-LEITÃO — OPILIONES EANIATORES DO» BRASIL 421 um grande espinho mediano. Palpos mais curtos que o corpo; o. femur inerme, sem espinhos na face inferior ou no apice. Pernas robustas : os tarsos do primeiro, terceiro c ultimo-pares. de pernas. com seis segmentos, o segundo com sete. Caracteres sexuaes secundarios sob a forma de apophyses e espinhos nos segmentos basaes, das pernas posteriores. Especie typo: 7 fe A Ra 41. * YPIRANGA YPIRANGA MELLO-LEITÃO, 1922 (fig. 7 “4.5 mm. Borda do clypéo com tres espinhos -medianos;"sobre as çheliceras, o medio mais desenvolvido. Comoro ocular granuloso, elevado em um tuberculo rombo mediano. Cephalothorax com pequenas granu- lações irregularmente esparsas. Areas I a IV do escudo | abdominal finamente granulosas; as areas 1 e II com um par de tuberculos rombos; area III com dois espinhos medianos, um pouco curvos, de concavidade interna. Margens lateraes. do escudo abdominal com uma fila de granulos, hem como a area V. Segmentos dorsaes livres 1 a Il com uma fila de a granulos, havendo no segmento IIL um espinho mediano, Pe- ao ro RA dirigido para traz. Ancas posteriores granulosas com uma | apophyse apical, dirigida obliquamente para traz e para fóra ; trochanteres com “duas apophyses na face interna; femures quasi direitos, com fortes espinhos é com uma apophyse basal externa, recurva para a base do segmento. Colorido geral pardo-queimado uniforme, com o o. o ancas ' posteriores ennegrecido. Hab. : Ypiranga (S. Paulo). Pior No Museu Paulista. tá 1" Gen. Eusarcus Perty, 1832 E. armaltus Perty , 42. * Eusancus ARMATUS Perty, 1832 — Delectus anim., p. 208. Eusarcus pumilio Perty 1832 — Delectus anim., p. 203. E. a. Kock, 1839 — Die Arachn., vol. VII, p. 1, PP. 541 542. E. a. Gervais, 1844— In Walckenaer, Ins. apt., vol. II, p. 112. Eusarcus pumilio Gervais, 1844 — Td. ibid., p. 112. E. a. Bekau, 1880 — Verz. Brasil Ar., p. 106. E. a. Roewer, 1913 — Arch. Natg. Abt. A. Heft 3, p. 68€31. Hab.: Petropolis (Rio de Janeiro) é 5. Paulo, : “Museu Púulista: Poço Grande (S. Paulo). Minha collecção: Vijuca (Rio de Janeiro). - 122 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV “43. * EUSARCUS OXYACANTHUS Koch, 1839 — Die - Arachn., vol. VIII, p. 7. Hf. 543, 544. E. o. Bertkau, 1880 — Verzeichn. Brasil. Ar., p. 106. E. o. Roewer, 1913— Arch. Natg. Abt. A. Heft3, p, 10. Hab.:.S. Paulo. Museu Paulista: Pinheiro ( Estado do Rio de Janeiro). Minha collecção: Tijuca. 44. EUSARCUS HASTATUS, Soerensen, 1884 — Naturh. Tijdsks., p. 625. E. h. Roewer, 1913 — Arch. Natg. Abt. A. Heft3, p. 71, E FUJA + Hab.: S. Paulo e Minas Geraes. 45, * EUSARCUS CURVISPINOSUS — sp. n. º—7 mm, | Ea Margem do cephalothorax direita, com um espinho mediano pequeno, e um de cada lado, duas vezes maior, entre as cheliceras e os palpos. Co- moro ocular pouco elevado e com dois tubérculos baixos. Cephalothorax liso. Area I com um pequeno grupo mediano de granulações (7 de cada lado), junto ao sulco II, areas Il e IV com poucas granulações, irregular- mente esparsas; area III com um espinho-mediano muito elevado, curvo para traz; area V, e segmentos dorsaes livres com uma fila de granulações ; areas lateraes com uma fila de granulações marginaes e mais algumas es- parsas. Anca IV granulosa, com a apophyses apical externa ponteaguda, curva para baixo. Trochanteres IV com à apophyse apical ponteaguda, curva para cima, inclinada para traz c para fora, c mais duas apophyses externas, uma cylindrica, maior, outra subgranulosa ; femur pouco curvo em S, granuloso, com um verticilo de espinhos apicaes. Colorido geral castanho queimado, de granulações marginaes negras. Pernas e palpos mais claros. | Hab.: Petropolis. Typo: Em minha collecção. N. 767 Gen. Eusarcoides Roewenr, 1913 Typo: E. pusillus (Soerensen) 46. EUSARCOIDES PUSILLUS (Soerensen ). Eusarcus pusillus Soerensen, 1884 — Naturh Tijdskr., p. 625. E. p. Roewer, 1913— Arch. Naturg. Abt. A. Heft 3, p. 73. Hab.: Rio de Janeiro. hT. cd AB. AQ. f. 545. 50. oi. ph, MELLO-LELTÃO — OPILIONES LANIATORES DO BRASIL 123 Gen. Meteusarcus Roewer, 1913 Typo: M. armatus Roewer METEUSARCUS ARMATUS Roewer, 1913 — Arch. Naturg. Abt. A. Heft 3, p. 74, f. 33. Hab.: S. Paulo. Gen. Heteropachylus RowEnr, 1913 Typo: H. spiniger Roewer HErEROPACHYLUS spINIGER Reewer, 1913 — Arch. Naturg. Abt. A. Heft3, p. 76, f. 34. Hab.: Santos (S. Paulo). Gen. Graphinotus Kocum, 1839 Typo: G. ornatus Koch GRAPHINOTUS ORNATUS Koch, 1839 — Die Arach, vol. VII, p. 10, G. 0. Roewer, 1913 — Arch. Naturg. Abt. A. Heft3, p. 78... Hab.: Brasil (sem determinação de localidade ). Gen. Parapachyloides RocwER, 1913. Typo: P. dentipes Roswer PARAPACHYLOIDES DENTIPES Rocwer, 1913 — Arch. Naturg. Abt. A. Heft 3, p. 82, f. 26. Hab. : Santos (S. Paulo). Gex. Cobania Reewer, 1913 Typo: C. picea ( Bert.) COBANIA PICEA ( Bertkau ). Gonyleptes piceus Bertkau, 1880 — Verz. Brasil. Ar., p. 98, jud. f. 36. C. p. Roewer, 1913 — Arch. Naturg. Abt. A. Heft 3, p. 87. Hab. : Rio de Janeiro. 4124 t “ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIV 92. COBANIA OLIVACEA e 1913— Arch. Naturg. Abt. A. Heft 3, p. 89, f. 38. Hab.: Rio de Janeiro. Gen. Pachyloides HoLMBERG, 1878 Typo: P. thorelli Holmberg 93. PACHYLOIDES: BELLICOSUS Roewer, 1913 — Arch. Naturg. Abt. A. Heft 3, p. 94, ff. 42e 43. Hab.: S. Paulo. õ4. * PACHYLOIDES IHERINGI Roewer, 1913 — RR q Abt. A, Heft 3, p. 97,f. 44. Hab. : Uruguay. Museu Paulista: Franca (S. Paulo). GEN. Discocyrtus HoLmBEerG, 1878 D. testudineus Holmb. 55. *Discocyrrus arrinis Roewer, 1913— Arch. Naturg. Abt. A. Heft 3, p. 117, f. 54. Hab.:S. Paulo.. | Museu Paulista: Alto da Serra e Franca (S. Paulo). 96. * DISCOCYRTUS ARMATISSIMUS Roewer, 1913— Arch. Naturg. Abt. A. Heft 3, p. 104; ff. 470 48 i. v, a. Hab.: S. Paulo. | Museu Paulista: Os Perús (S. Paulo). fas DiscocyrTUs CRENULATUS Rocwer, 1913 — Arch. Naturg. Abt. A. Heft 3, p. 111, p. 51. Hab.: S. Paulo. Museu Paulista : Franca (S. Paulo). Mi nha collecção : E ENO RoIE (Rio de Janeiro). | REA pano e CURVIPES (Koch) | “Gonyleptes E dg Koch, 1839. — Dio Arachn, no VOL Vs p. 36, f. E MELLO-LEITÃO — OPILIONES LANIATORES DO BRASIL 125 f. 49. Hab.: Brasil (sem determinação de localidade). Museu Nacional: Santa Catharina. D. e. Roewer, 1913— Arch. Naturg. Abt. A. Heft '3, p. 107, 59. * DiscocYRTUS DILATATUS Scerensen, 1884 — Naturh. Tijdskr., p. 631. D. d. Roewer, 1913 — Arch. Naturg. Abt. A. Heft3, p. 109, f: 50; Hab.: Paraguay e Argentina. Museu Paulista : Alto da Serra (S. Paulo). - 60.* Discocrrtus EMYDEUS Soerensen, 1884 — Naturh Tijdskr., p. 629. | D. e. Roewer, 1913 — Arch. Natg. Abt. A. Heft'3, p. 110, Hab.: Brasil (sem determinação de localidade). | Museu Paulista: Hammonia (Santa Catharina) e Franca (S. Paulo). 61.* DiscocyrTUs FoRNICATUS Scerensen, 1884 — Naturh. Tijdskr., p. 633. D. f. Rower, 1913— Arch. Naturg. Abt. A. Heft 3, pH. Hab.: Brasil (sem determinação de localidade) . Minha collecção : Petropolis (Rio de Janeiro). Da * DiscocyRTUS MORAESIANUS SP. N. 2 -— 7 mm. Borda anterior do cephalothorax granulosa. Cephalo- thorax irregularmente granuloso. Comoro ocular extraordinariamente ele- vado entre os olhos, muito mais alto que em todas as outras especies do ge- nero, e com dois fortes espinhos apicaes levemente divergentes. Areas do escudo abdominal muito granulosas. Os sulcos Ie II, bem como IV e e unidos por um sulco mediano. Area II do escudo abdominal com dois al- tissimos espinhos divergentes. Bordas lateraes do escudo irregularmente granulosas ; area marginal posterior (V) com dois pequenos tubérculos baixos e lisa no resto de sua extensão. Segmentos dorsaes livres a II com uma fila de granulações. Ancas posteriores com uma apophyse apical externa transversa curva para trás, ponteaguda. Todos os femures di- reitos, os das pernas II, Il e IV com um espinho apical posterior. Toda face ventral granulosa. É Visto a olho nú o dorso do animal apparece castanho fulvo, e todo es- cudo abdominal amarello queimado, com os sulcos transversaes e longi- tudinaes negros. Visto ao microscopio o comoro ocular é castanho; os espinhos da area III são negros e os palpos piceos, manchados dê amarello 126 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV citrino. Ventre fulvo; dorso castanho queimado, reticulado de amarello queimado. Hab.: Tijuca (Rio de Janeiro). Coll. : Eduardo de Moraes Mello, a quem dedico a especie. Typo: Em minha collecção. N. 833. 63.* DiscoCYRTUS NIGER Sp. n. (Fig. 8). 92 — 7º», Margem do cephalothorax lisa e inerme. Comoro ocular mais proximo da borda anterior que do primeiro sulco do escudo dorsal, com dois altos espinhos proximos. Cephalothorax fino e irregular- mente granuloso. Escudo dorsal com cinco sulcos trans- versaes, dos quaes os dois primeiros unidos por. um sulco longitudinal, areas 1, Il e IV finas e irregularmente gra- nulosas e inermes; area III finamente granulosa e armada de dois altos espinhos. Margens lateraes e posterior (area V) do escudo dorsal com uma unica fila de granulações. Seg- Fig. 8— Discocyrtus mentos dorsaes livres, inermes, cada qual com uma fila de a granulos. Ancas posteriores com uma apophyse apical externa espiniforme ; trochanter com uma apophyse apical interna se- melhante. Colorido negro-brunete uniforme. Hab.: Pinheiro (Rio de Janeiro). Typo : No Museu Paulista. 64.* DiscocyRTUS PROSPICUUS (Holmberg). Gongyleptes prospicuus Holmberg, 1876 — An. Agric. Arg. vol. IV, n. 86. Opisthoplites prospicuus Holmberg, 1878 — Natural. Arg., vol. ED To. D. p. Soerensen, 1884 — Naturh. Tijdskr, p. 630. D. p. Roewer 1913 — Arch. Naturg. Abt. A. Heft3, p. 103, f. 46. Hab.: Republica Argentina. Museu Paulista: Alto da Serra (S. Paulo). 65.* DiscocyRTUS RECTIPES Roewer, 1913 — Arch. Naturg. Abt. A. Heft 3, p. 114, f. 52. Hab.: S. Paulo. Museu Paulista: Alto da Serra (S, Paulo). 66.* DiscocyRTUS vESTITUS Mello-Leitão, 1922 (Fig. 9). º— 8 mm. | Margem do cephalothorax inerme e lisa. Comoro ocular oval trans- verso, mais proximo da borda anterior do cephalothorax que do primeiro MELLO-LEITÃO — OPILIONES LANIATORES DO BRASIL 127 sulco do escudo dorsal do abdomen, com dois altos espinhos proximos. Ce- phalothorax irregularmente granuloso e com dois pequenos tubérculos me- dianos atrás do comoro ocular. Escudo dorsal do abdomen com cinco sulcos transversaes, dos quaes os dois primeiros e os dois ultimos unidos respectivamente entre si por um sulco longitudinal mediano. Areas I e IH inermes e irregularmente granulosas ; area Il com granulos esparsos e irregularmente dis- postos e armada de dois altos espinhos me- dianos; area IV com duas filas de grossas granulações. Margens lateraes do escudo com uma fila marginal de pequenos tubérculos e outra fila, mais interna, de pequenas granu- lações. Area V e cada qual dos tres segmentos dorsaes livres, com duas filas de granulações. Anca IV granulosa, com a apophyse apical externa transversal, curva no apice, e com um pequeno ramo inferior; trochanter com uma curta apophyse basal interna e duas apophyses apicaes, uma dorsal, a outra in- terna, curvas, de concavidades voltadas uma para a outra, femures muito curvos, armados de fortes espinhos. Femur dos palpos com um espinho apical interno e um espinho basal inferior ; tibias com quatro espinhos de cada lado e tarsos com tres. Ventre pardo-olivaceo; dorso pardo-oliva ennegrecido, com todas as granulações amareladas ; espinhos da arca dorsal III negros; sulcos do escudo abdominal dorsal brancos, prateados, ancas posteriores com uma grande mancha branca, alongada, junto ao escudo; cheliceras en- negrecidas, com pontilhado olivaceo. Palpos amarello-pardacentos. Base das pernas 1 e II amarello-sulfureos; OS outros segmentos amarello- queimados. Femur II com um espinho apical externo ennegrecido. Pernas posteriores castanho-escuras, com OS espinhos ennegrecidos e de pontas amarellas. Hab.: Poço Grande (S. Paulo). Typo : No Museu Paulista. Fig. 9. — Discocyrtus vestitus, Gen. Propachylus RorwER, 1913 Typo: ?. singularis Roewer 67. PROPACHYLUS SINGULARIS Roewer, 1913— Arch. Natg. Abt. A. Heft3, p. 121,f. 55. Hab.: S. Paulo. 128 - ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL -— VOL. XXIV “Gen. Megapachylus Rorwer, 1913 Typo: M. grandis Roewer 68. MEGAPACHYLUS GRANDIS Roewer, 1913 — Arch. Naturg. Abt. A. Heft 3, p. 124, f 56. | 7 CR Hab.: S. Paulo e Rio de Janeiro. Gen. Lyopachylus Merro-Lerrão, 1920 Typo: L. mitobatoides Mello-Leitão 69.* LyopacHYLUS MITOBATOIDES Mello-Leitão, 1920 — Rev. Soc, Bras, Sc.; vol. IV, p. : Hab. : Santa Catharina. O typo: no Museu Nacional. E BOURGUYINAE Supram. nova Escudo. dorsal com cinca sulcos transversaes, dos quaes os dois primeiros unidos por um sulco longitudinal. Cheliceras normaes nos dois sexos. Palpos do tamanho do corpo ou pouco maiores. Olhos reunidos em um comoro mediano. Ancas FV, excedendo o escudo dorsal em toda sua extensão. Tarsos de pernas III e IV com duas unhas simples, não. pectineas e sem escópula. Caracteres sexuaes secundarios: os femures do macho são excessivamente longos, inermes e geralmente direitos. Com dois generos que assim se distinguem : 7 -" À. Areas la V do escudo dorsal inermes; tarsos I de mais de seis segmentos — Bourguyia. º do 4. A. Area III do escudo dorsal com um par de espinhos medianos; tarsos | de seis segmentos — Discocyrtoides. Gen. Bourguyia O (g. n.) “Typo: B. albiornata sp. n. margem anterior do cephalothorax que do primeiro sulco dorsal, com um tuberculo rombo mediano. Cephalothorax estreito, as bordas lateraes do Comoro ocular oval transverso, pouco elevado, mais proximo da (1) Dedicado ao professor Bourguy, do Museu Nacional, MELLO-LEITÃO -— OPILIONES LANIATORES DO BRASIL 129 escudo abdominal regularmente arredondadas dos lados, até o nivel do sulco IV, onde é mais largo o escudo, depois se estreitam e terminam atraz em angulo recto. Escudo dorsal com cinco sulcos transversaes, dos quaes os dois primeiros e os dois ultimos unidós entre si por um sulco longitudinal. Areas Ia V do escudo abdominal e segmentos dorsaes livres, inermes, sem espinhos ou tubérculos medianos, quando muito granulosos. Ancas 1 a HI pequenas, parallelas; as do ultimo par duas vezes mais espessas e mais longas que as outras tres reunidas. Cheliceras normaes e semelhantes nos dois sexos. Palpos mais curtos que o corpo; o femur da face ventral inerme, mas com um espinho apical interno. Femures das pernas direitos; os femures posteriores, no macho, muito alongados. Tarsos 1 a IV de mais de seis segmentos. 40. * BOURGUYIA ALBIORNATA Sp. n. (Fig. 10). S — 8 mm. | Margem anterior do cephalothorax lisa. Comoro ocular oval trans- verso, mais proximo da margem do clypeo que do primeiro sulco dorsal, com um pequeno tubérculo rombo mediano e finamente granuloso. Cephalothorax com pequeninos granulos esparsos. Areas I a IV do escudo dorsal do abdomen com pequeninos granulos esparsos. Margens lateraes do escudo dorsal com uma fila de pequenos tu- bérculos e outra, mais externa, de pequeninos granulos ; area V com uma fila de pequeninos tubérculos, bem como os segmentos dorsaes livres I a HI; placa anal dorsal finamente granulosa. Ancas posteriores granu- losas, com duas apophyses espiniformes apicaes, diri- gidas para traz; trochanteres com uma apophyse sub- apical dorsal, dirigida para dentro e curva para a base e mais duas apophyses dorsaes erectas. Femures todos delgados, direitos, muito alon- gados, havendo nos posteriores um pequeno espinho apical externo. Ventre e pernas amarello-queimados; palpos e cheliceras amarello- claros. Todo dorso sarapintado de pequenas manchas brancas abundantes no cephalothorax, escudo abdominal dorsal e segmentos dorsaes livres. Hab.: Alto da Serra (S. Paulo). Typo: No Museu Paulista. | Fig. 10 — Bourguyia albior- nata, 71.* BouRGuYIA CURVIPES sp. n. (Fig. 11). S-—S mm. Margem anterior d ceras e um espinho mediano. 5231 o cephalothorax com dois entalhes sobre as cheli- Comoro ocular oval transverso, mais proxima M 130 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV da margem do cephalothorax que do primeiro sulco do escudo dorsal, com pequenos granulos irregularmente dispostos, bem como o cephalothorax e as areas 1 a IV do escudo abdominal dorsal. Areas mar- ginaes lateraes do escudo com tres filas de granulos, sendo os da fila media maiores que os das duas outras; area V com uma fila de pequenos tubérculos, bem como os segmentos dorsaes livres. Ancas posteriores granulosas, com uma apophyse apical, dirigida para traz; trochanteres com tres espinhos internos; femvres curvos, muito alon- gados. Colorido geral castanho queimado, com manchas Fig. 1 —-Bourguyia brancas pouco abundantes no cephalothorax e nas quatro dp primeiras areas do escudo abdominal. Segmentos dorsaes livre bruneo negros, bem como os segmentos ventraes livres; area esti- gmatica e face inferior das ancas e palpos amarello-queimados ; pernas castanhas, de segmentos apicaes mais claros. Hab.: Alto da Serra (S. Paulo). Typo: No Museu Paulista. Dyscocyrtoides g. n. “ Typo: D. violaceus sp. n. Comoro ocular oval-transverso, mais proximo da margem anterior do cephalothorax que do primeiro sulco do escudo abdominal, com dois altos espinhos. Cephalothorax estreito; bordas do escudo dorsal regularmente curvas para traz e para fóra, até o nivel do quarto sulco transverso, onde o escudo é mais largo, depois de novo se estreitando, para terminar atraz em angulo recto. Escudo abdominal com cinco sulcos transversaes, dos quaes os dois primeiros e os dois ultimos unidos por um sulco longitudinal, de modo que as areas 1 e IV são duplas. Areas Ie II com um par de tubérculos rombos, medianos ; area III com um par de cones pontudos, altos; 1V e V e segmentos dorsaes livres inermes, quando muito granulosos, sem tubérculos ou espinhos. Ancas I à HI pequenas, parallelas; as do ultimo par duas vezes mais espessas e "mais longas que as outras tres reunidas. Cheliceras normaes e semelhantes nos dois sexos. Palpos mais curtos que o corpo, o femur de face ventral armada e com um espinho apical interno. Tarsos I de seis segmentos; Il a IV de mais de seis; tarso Ile IV semescópula, com duas unhas não denteadas e um pequeno pseudonychio. MELLO-LEITÃO — OPILIONES LANIATORES DO BRASIL 131 72.* DYSCOCYRTOIDES CONCOLOR Sp. n. (Fig. 12). & — à mm. Borda anterior do cephalothorax com dois entalhes na base das che- liceras, e um espinho mediano. Comoro ocular oval transverso, mais proximo da borda. anterior do cephalothorax que do primeiro sulco do escudo abdominal, com dois altos espinhos divergentes. Ce- phalothorax liso; area I do escudo abdominal com os dois tubérculos muito baixos, pouco nitidos e lisa no resto de sua extensão; area II lisa inteiramente, sem tubérculos ou es- pinhos; area III lisa, com dois cones medianos, pontudos, r areas IV e V inermes e lisas, sem granulos. Areas marginaes lateraes com uma unica fila de pequenas granulações. Segmentos dorsaes livres com uma fila de granulos em cada qual. Ventre liso, Ancas posteriores lisas, com duas apophyses apicaes quasi iguaes; trochanteres com dois pequenos nódulos medianos. Colorido geral amarello-sulfureo uniforme. Hab.: Alto da Serra (S. Paulo). Typo: No Museu Paulista. g. 12 — Discocyr- toides concolor. 73.* DISCOCYRTOIDES VIOLACEUS Sp. n. (Fig. 13). & — 5 mm. Borda anterior do cephalothorax lisa. Comoro ocular oval-transverso, liso, com dois altos espinhos erectos, proximos, quasi parallelos. Cepha- lothorax granuloso. Areas 1 e II do escudo abdominal irregularmente granulosas, com dois tubérculos rombos medianos; area HI irregularmente granulosa e com dois altos espinhos; area IV inerme, com granulos esparsos. Areas marginaes lateraes com uma fila de granulos, e bem assim a area V e cada qual dos tres segmentos dorsaes livres. Ancas posteriores com uma apophyse apical externa simples e outra apical externa bifida; trochanteres com duas pequenas apophyses lateraes. Ventre castanho-queimado; palpos amarello-sulfureos ; cheliceras castanho-escuras, apresentando no segmento basal abundante pontilhado pardo-claro, e no segmento chelifero, além de um pontilhado semelhante, estreitas linhas obliquas, parallelas, no dorso. Cephalothorax, escudo abdominal e segmentos dorsaes livres, castanho-escuros, de tons arroxeados. Apophyses das ancas posteriores negras. Hab.: Rio Grande (S. Paulo). Typo: No Museu Paulista. Fig 13 — Discocyr- toides violaceus. 132 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV 74,* DYSCOCYRTOIDES YPIRANGAE SP. n. & — ôomm. ' Borda anterior do cephalothorax lisa. Comoro ocular oval transverso, liso, mais proximo da borda anterior que do primeiro sulco do escudo dorsal, com dois altos espinhos erectos, divergentes. Cephalothorax gra- nuloso; areas I e II do escudo abdominal com granulos esparsos e dois tu- bérculos rombos, medianos; area III irregularmente granulosa e com dois altos espinhos medianos; area IV inerme, irregularmente granulosa. Areas marginaes lateraes, e area V (margem posterior do escudo) com duas filas de granulos. Segmentos dorsaes livres com uma fila de pequeninos tubér- culos em cada qual. Ancas posteriores com duas apophyses apicaes seme- lhantes, ambas bifidas ; femures direitos muito alongados. Ventre pardo amarellado uniforme; palpos amarello-sulfureos; cheli- ceras amarello-queimadas; pernas castanhas. Dorso pardo, lavrado de negro, com os tubérculos mais claros: espinhos do comoro ocular amarel- lados: os da area Ill negros. Apices e apophyses das ancas e trochanteres posteriores castanho-negros. Hab.: Ypiranga (S. Paulo). Typo: No Museu Paulista. Susram. PROSTIGNINAE ROEWER Gen. Ostracidium Perry, 1832 Typo: O. fuscum Perty Os esta DECORATUM Koch, 1839 — Die Arachn., vol. VII, p. 14, f. 546. O. d. Roewer, 1913 — Arch. Naturg. -Abt. A. Heft 3, p. 152. Hab.: Brasil (sem determinação de localidade). Minha colleeção : Tijuca (Rio de Janeiro). 76. OSTRACIDIUM FUSCUM Perty, 1832 — Del. Anim., p. 206, p. X, f. 4. O. f. Gervais, 184 — Mm Walchenaer. Ins. Apt., vol IH, p. 106. O. f. Reewer, 1913 — Arch. f. Naturg. Abt. A Helt 3, p. 154. Hab.: Rio Negro ( Amazonas). MELLO-LEITÃO — OPILIONES LANIATORES DO BRASIL 133 77. OSTRACIDIUM SUCCINEUM Perty, 1832 — Del. Anim., p. 202. O. s. Gervais, 1844 — In Walckenaer Ins. Apt., vol. III, p. 106, O. s. Roewer, 1913 — Arch. f. Naturg. Abt. A. Heft 3, 94% Hab.: Brasil (sem determinação de localidade). SuBrAM. STENOSTYGNINAE Gen. Stenostygnus Simon, 1879 Typo:S. pusio Simon 78. STENOSTYGNUS PUsio Simon, 1879 — Ann. Soc. Entom. Belgique, p. 224. S. p. Roewer, 1913 — Arch. f. Naturg. Abt. A. Heft 3, p. 163, E dd Hab.: Amazonas, Guyanna Franceza. Susram. GONYLEPTINAE Gen. Therezopolis g. n. Comoro ocular mais proximo da borda anterior do cephalothorax que do primeiro sulco transverso, com um tubérculo ou espinho mediano. Ce- phalothorax estreito, de lados parallelos; escudo abdominal de margens regularmente arredondadas, até o nivel do sulco III, depois estreitando-se e formando atraz angulos rectos com a borda posterior. Escudo dorsal com quatro sulcos transversos; os dois primeiros unidos por um sulco longi- tudinal. Areas I, Ile IV e segmentos dorsaes livres inermes, area Il com um forte espinho mediano. Femur dos palpos inerme, sem espinho apical interno. Tarso I de cinco segmentos; II, Ill e IV de mais de seis. Typo: 19. * THEREZOPOLIS [HEREZOPOLIS Sp. n. & —5mm. Borda anterior do cephalothorax lisa. Comoro ocular com um tubérculo mediano. Cephalothorax liso. Areas 1, Il e IV do escudo dorsal inermes e lisas; areas III com um forte espinho mediano, curvo para traz. Segmentos dorsaes livres lisos e inermes ; placa anal dorsal com uma fila de granulações e dois tubérculos. Palpos de femur inerme. Ancas poste- riores granulosas, com uma curta apophyse apical externa; femures IV quasi direitos, muito espinhosos; patellas granulosas; tibias com dois es- “pinhos apicaes. Tarsos Ide 5 segmentos; Ia IV de mais de seis. Colorido geral bruneo-queimado. Area IV e bordas lateraes cinzento- esverdeadas, havendo uma. estreita orla negra que separa essa região cin- 4134 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIV zenta do resto do escudo dorsal. Segmentos dorsaes livres negros de bordas posteriores amarellas. Hab.: Therezopolis. Typo: Em minha collecção. N. 830. Gen. Orguesia Rower, 1913 Typo: O. armata Roewer 80. Orguesia ARMATA Rocwer, 1913 — Arch. f. Naturg. Abt. A. Hefi 3, p. 177, f. 75. Hab.: Rio de Janeiro. Gen. Heterogonyleptes Rowezr, 1913 Typo: H. muticus (Perty) 81. HETEROGONYLEPTES MUTICUS ( Perty ). Eusarcus muticus Perty, 1832 — Delect. Anim., p. 208. Gonyleptes muticus Koch, 1839 — Die Arachn., vol. VII, p. 41,:7. 557 Eusarcus muticus Gervais, 1844 — In Walckenaer — Ins. Apt, vol. II, p. 113. Gonyleptes muticus Butler, 1873 — Ann. Mag. Nat. Hist, vol. XI, (ser 4), p. 114. Gonyleptes muticus Scerensen, 1884 — Naturh. Tjdskr., p. 606. H. m. Roewer, 1913 — Arch. Naturg. Abt. A. Heft3, p. 180. Hab.: Bahia. Gen. Triaenosoma Rocwer, 1913 Typo: 7. singularis Roewer 82. * TRIAENOSOMA SINGULARIS Roewer, 1913— Arch. Naturg. Abt. A. Heft 3, p. 182, f. 76. Hab. : S. Paulo o: Minha collecção: Bahia. Gen. Pachylibunus Rocwer, 1913 Typo: P. grandis Roewer 83. PACHYLIBUNUS Granvis Rocwer, 1913 — Arch., Naturg. Abt. A. Heft. 3, p. 184, p. 77. | Hab. : 'S. Paulo. MELLO-LEITÃO — OPILIONES LANIATORES DO BRASIL 135 84 * PacHYLIBUNUS GOMESIANUS Mello-Leitão, 1922. & — 12 mm. Margem anterior do cephalothorax quasi lisa, com um pe. queno dente mediano. Cephalothorax escassa e irregularmente granuloso. Comoro ocular mais proximo da borda anterior que do primeiro sulco trans- versal, com um altissimo espinho mediano ponteagudo. Escudo abdominal com quatro sulcos transversaes, os dois primeiros unidos por um sulco me- diano. Areas marginaes lateraes com uma fila de tubérculos e duas series de pequenas granulações, mais irregularmente dispostas. Area I com pe- quenos granulos irregularmente esparsos; area II com duas filas de gra- hulos um pouco maiores; areas Le II inermes ; area HI com dois baixos tubérculos rombos e pequenas granulações esparsas sem ordem ; area IV e segmentos dorsaes livres Ia II com uma fila de granulos, os dois me- dianos maiores e um pouco mais separados. Ancas IV com uma forte apo- physe apical externa, recurva para traz a para baixo o com um curto ramo basal ; trochanter provido de grande apophyse curva para cima e para diante, cruzando em X a apophyse da anca. Femur IV quasi direito com. uma apophyse basal superior, uma outra no terço medio e mais tres apicaes externas. Fermur dos palpos com um espinho apical interno e dois espinhos basaes inferiores. Colorido geral negro uniforme. Hab.: Ouro Preto (Minas Geraes). | Coll. : Dr. Carlos Thomaz de Magalhães Gomes. Typo: Em minha collecção. N. TIO. Gen. Progonyleptoides Mello-Leitão, 1922 Typo: P. inermis Mello-Leitão “Comoro ocular mais proximo da margem anterior de cephalothorax que do primeiro sulco do escudo abdominal, oval transverso, baixo, sem es- pinhos ou tubérculos. Escudo dorsal com quatro sulcos transversaes, dos quaes os dois primeiros unidos por um sulco longitudinal. Cephalothorax estreito; bordas lateraes do escudo abdominal regularmente arredondadas até o nivel do terceiro sulco transversal, depois novamente se estreitando, para terminar atraz em angulo recto. Areas I a IV do escudo abdominal e segmentos dorsaes livres inermes, sem espinhos ou tubérculos medianos. Ancas I a III estreitas e parallelas; ancas IV duas vezes mais longas e mais espessas que as tres outras reunidas, excedendo a margem do escudo dorsal em toda sua extensão. Cheliceras pequenas e normaes, semelhantes nos dois sexos. Palpos mais curtos que O Corpo; femur de face ventral ar- 136 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIV mada, mas sem espinho apical interno. Pernas fortes; femures. poste- riores curvos; caractéres sexuaes secundarios das pernas posteriores sob a forma de espinhos e dentes. Tarsos I de seis segmentos; os outros de mais de seis; tarsos III e IV com duas unhas e pseudonychio, sem escópula, 89. * PROGONYLEPTOIDES CIMEX sp. n. 9 — 10 mm, Borda anterior do cephalothorax com uma pequena elevação romba me- diana. Comoro ocular oval transverso, liso, baixo, sem elevações ou es- pinhos. Cephalothorax e areas I a III do escudo abdominal irregularmente granulosos; area IV e segmentos dorsaes livres com uma fila de grossas granulações; margens lateraes do escudo abdominal com tres filas de gra- nulos, Colorido negro uniforme, “Hab. : Petropolis, Typo: No Museu Paulista. 86. * PROGONYLEPTOIDES INERMIS Mello-Leitão, 1922 (Fig. 14), º— 10 mm. Borda anterior do cephalothorax lisa; a area marginal com uma pe- quena elevação mediana bifida. Comoro ocular mais proximo da borda. an- == terior do cephalothorax que do primeiro sulco do escudo dorsal, estreito, oval transverso, sem ele- vações ou espinhos, liso. Cephalothorax estreito, de bordas lateraes parallelas, liso. Arcas I a II do escudo abdominal lisas e inermes, sem espi- nhos, tubérculos ou granulações; areas marginaes lateraes e area IV (borda posterior do escudo) com uma fila de granulações; segmentos dorsaes livres com uma fila de pequenos tubérculos; placa anal dorsal lisa e inerme. Ancas poste- riores com uma grossa apophysc apical externa transversa, bifida, de ramo inferior mais éspesso | que o superior; trochanteres com um espinho externo mediano; femures curvos com uma apophyse basal dorsal e dois fortes espinhos apicaes. Colorido geral castanho queimado uniforme. Hab.: Alto da Serra (S. Paulo). Typo: No Museu Paulista . . Fig. 14:- Progonyleptoides inermis. MELLO-LEITÃO — OPILIONES LANIATORES DO BRASIL 137 Gen. Weyhia Rawer, 1913 Typo: W. armata Roewer 87.* WEyHIA ARMATA Roewer, 1913 — Arch. Naturg. Abt. A. Heft 3, Di AOL,f. 79. Hab.: Paraná. S. Paulo. Rio de Janeiro. Museu Paulista: Alto da Serra e Campos do Jordão (S. Paulo). Itatiaya (Rio de Janeiro). Museu Nacional: Itatiaya (Rio de Janeiro). 88.* WEYHIA cuRvICORNIS Roewer, 1913 — Arch. Naturg. Abt. A. Heft 3, p. 193, f. 80. Hab.: S. Paulo. Museu Paulista: Alto da Serra (S. Paulo). 89.* WEYHIA sALEBROSA Rocwer, 1913 — Arch. Naturg. Abt. A. Heft 3, p. 194, f. 81. Hab.: S. Paulo. Museu Paulista: Poço Grande (S. Paulo). 90.* WEYHIA SPINIFRONS SP. N. 2? — 8 mm. | Margem anterior do cephalothorax com um tubérculo mediano, ar- mado de dois pequenos espinhos rombos medianos. e mais dois espinhos geminados de cada lado. Comoro ocular oval transverso, baixo, com dois espinhos entre os olhos e duas granulações adiante dos espinhos, junto a sua base. Cephalothorax liso, com dois pequenos tubérculos a igual dis- tancia do comoro ocular e do primeiro sulco transversal. Escudo dorsal com pequenas granulações esparsas, apresentando cada qual das areas 1, Il e III dois tubérculos baixos medianos. Areas marginaes lateraes com tres filas de pequenos granulos; area marginal posterior (IV) e segmentos dorsaes livres com uma fila de pequenos tubérculos pontudos. Tarsos | de seis segmentos, os outros tendo mais de seis. Femur dos palpos inerme. Colorido geral castanho-queimado uniforme. Hab. : Petropolis. Typo: Em minha collecção.. 5231 138 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV Gen. Metagonyleptes Rawer, 1913 Typo: M. carinatus (Scer.) di. METAGONYLEPTES CALCAR Rocwer, 1913— Arch. Naturg. Abt. A. Heft 3, p. 215, f. 90. Hab.: Bahia. 92 * METAGONYLEPTES CARINATUS (Soerensen). Gonyleptes carinatus Socrensen, 1884 — Naturh. Tijdskr., « 607. M. c. Roewer, 1913 — Arch. Naturg. Abt. A. Heft3, p. 209, Hab. : Brasil (sem determinação de localidade). Museu Nacional : Itatiaya (Rio de Janeiro). d3.* METAGONYLEPTES GRANDIS Roewer, 1913— Arch. Naturg. Abt. A. Heft 3, p. 210, f. 87. Hab.: Rio de Janeiro e S. Paulo. Museu Nacional: Santa Catharina. 9%. METAGONYLEPTES HAMATUS Roewer, 1913 — Arch. Naturg. Abt. A. Heft 3, p. 213, f. 89, Hab.: S. Paulo. d5.* METAGONYLEPTES PECTINIGER Roewer, 1913— Arch. Naturg. Abt. A. Heft 3, p. 212, f. 88. Hab.:S. Paulo. Museu Nacional: Itatiaya (Rio de Janeiro). 96. METAGONYLEPTES SERRATUS Reewer, 1913— Arch. Naturg. Abt. A. Heft3, p. 217, f. 91. | “- Hab.: S. Paulo. Gen. Ilhaia Rewer, 1913 Typo: Z cuspidata Roewer J7. * ILHAIA cuspiDaTa Roewer, 19/3— Arch. Naturg. Abt. A. Heft 3, p. 221, f. 99, Hab. : Ilha Grande (Rio de Janeiro). Museu Paulista: Piquete (S. Paulo). MELLO-LEITÃO — OPILIONES LANIATORES DO BRASIL 139 98. * ILgaia FLUMINENSIS Mello-Leitão, 1922 (Fig. 15). 2—7 mm. Margem anterior do cephalothorax com dois pequenos espinhos em cada angulo lateral e tendo em cima um pequeno tubérculo bifido mediano. Comoro ocular mais proximo da borda anterior do cephalothorax que do primeiro sulco do escudo abdominal, oval transverso, com dois pequenos espinhos proximos. Cephalothorax estreito, granuloso; bordas do escudo dorsal regularmente arredon- dadas até o nivel do terceiro sulco transversal, depois es- treitando-se para terminar atraz em angulos rectos. Escudo dorsal com quatro sulcos transversos, dos quaes os dois. primeiros unidos por um sulco longitudinal. Areas 1, II e II com algumas granulações irregularmente esparsas, Fig. pa Rida qual anudds de dois tubérculos rombos medianos; area IV e primeiro segmento dorsal livre com dois tubérculos rombos, baixos, medianos e uma fila de granulações; segmentos dorsaes livres II e HI com uma fila de granulações e um pequeno cone mediano; placa anal dorsal irregularmente granulosa. Areas marginaes do escudo dorsal: com duas filas de granulações. Segmento estigmatico irregularmente granuloso ; segmentos ventraes livres com uma fila de granulações; ancas dd mente granulosas. Palpo mais curto que o corpo; o femur de apice inerme. EE pi do seis segmentos; os outros com mais de seis. Colorido geral uniforme, va- riando do castanho queimado até quasi o negro. Hab. : Pinheiro (Estado do Rio de Janeiro). Typo: Em minha collecção. Gen. Gonyleptes Kinsy, 1818 Typo: G. horridus Kirby 99. * GoNYLEPTES ACANTHOPUS (Quoy & Gaimard). Phalangium acanthopus Quoy & Gaimard, 1824 — Voyage de PUranie Zoologie, p. 546, pr. LXII, ff. 2e 3. Eusarcus grandis Perty, 1832 — Delectus Anim., p. 203, pr. Mb; das Gonyleptes horridus Koch, 1839 — Die Arachn., vol. VH, p. 29, ff. 5591-552. Gonyleptes horridus (9) Gervais, 1844 — In Walckenaer, Ins. Apt., vol. II, p. 102. - 140 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV Eusarcus grandis (2) Gervais, 1844—Id. ibid., p. 112. G. a. Butler, 1873 — Ann. Mag. Nat. Hist., vol. XT (4), p. 113. G. a. var. imbellicus Bertkau, 1880 — Verz. Bras. Ar., p. 97. G. a. Soerensen, 1884 — Naturh. Tijdskr., p. 603. G. a. Roewer, 1913 — Arch. Naturg. Abt. A. Heft 4, p. 229, T. 90. Hab.: Rio de Janeiro. Museu Nacional: Joinville (Santa Catharina). Minha collecção: Petropolis (Rio de Janeiro). 100. GoNYLEPTES ARMATUS PERTY, 1832— Del. Anim., p. 205, pr. RXXIX,f. 13. G. a. Gervais, 1844 — mn Walckenaer Ins. Apt., vols. II, p. 103. G. a. Butler, 1873— Ann. Mag. Nat. Hist., vols. XI (4), p. 113. : G. a. Roeewer 1913— Arch. Naturg. Abt. A. Heft 3, p 240. Hab.: Amazonas. 101. * GoNYLEPTES ATRUS sp. n. (Fig. 16). º— 10 mm. Borda anterior do cephalothorax lisa, apresentando em sua parte su- perior uma pequena elevação mediana com dois pequeninos cones proximos. Comoro ocular oval transverso, quasi a igual distancia da borda anterior do cephalothorax e do primeiro sulco transverso do escudo dorsal do abdomen, com dois tuberculos altos, rombos, e liso no resto de sua extensão. Cephalothorax estreito, com dois tubérculos baixos es ky atraz do comoro ocular, e irregularmente granuloso. =stj Escudo dorsal com quatro sulcos, dos quaes os dois primeiros unidos por um sulco longitudinal. Areas 1 a II com grossas granulações irregular- mente esparsas, e um par de tubérculos rombos, baixos, em cada area; area IV com uma fila de pequenos tubérculos pouco numerosos, bem como os tres segmentos dorsaes livres. Areas marginaes do escudo abdominal com tres filas de granulos e pequenos tubérculos. Segmento estigmatico liso ; cada segmento ventral livre com uma fila de pequenos granulos ; placa anal “dorsal e placa anal ventral finamente granulosas. Ancas granulosas ; as do ultimo par com apophyse apical externa curta, muito espessa, incli- nada para traz e para fóra, bifida, com os dois ramos rombos; trochan- teres IV com pequenas apophyses lateraes; femures posteriores quasi Fig. 16 — Gonyleptes Atrus. MELLO-LEITÃO —- OPILIONES LANIATORES DO BRASIL 4141 direitos com espinhos c apophyses irregularmente dispostos. Palpos me- nores que o corpo; o femur com um espinho apical interno. Tarsos I de 6 segmentos; os outros de mais de seis. Colorido geral negro brunete, escudo dorsal com uma estreita linha marginal esbranquiçada; cada segmento livre com uma estreita linha es- branquiçada. ?—1i3mm. Différe do macho pela ausencia da apophyse apical das ancas IV, por ter os femures posteriores quasi inermes e por ter nos segmentos livres do abdomen largos anneis eshranquiçados apicaes. Hab. : Varias localidades de S. Paulo. Typo: No Museu Paulista. 102. * GONYLEPTES CERVUS Roewer, 1913— Arch. Naturg. Abt. A. Heft 4, p. 238, f. 99. Hab. : S: Paulo. Museu Paulista: Poço Grande (S. Paulo). Museu Nacional: Itatiaya (Rio de Janeiro) e Sylvestre e Realengo (Districto Federal). 103. GoNYLEPTES cuRvIPES Koch, 1839 — Die Arachn., vól. VII, p. 36, EL DOS: G. c. Soerensen, 1884 — Naturh. Tijdskr., p. 608. Gonyleptes horridus Bertkau, 1880— Verz. Brasil. Ar., p. 100. G. c. Rower, 1913— Arch. Naturg. Abt. A. Heft 4, p. 231, ft... 96 Hab. : Rio de Janeiro e S. Paulo. 104. * GONYLEPTES FRAGILIS Sp. ND. 2— 10 mm. Borda anterior do escudo lisa com uma elevação dorsal mediana baixa. Comoro ocular oval transverso, mais proximo da borda anterior do ce- phalothorax que do primeiro sulco transversal do escudo dorsal do abdomen, com dois espinhos altos, ponteagudos. Cephalothorax. estreito, liso, provido apenas de dois tubérculos medianos baixos, situados atrás do comoro ocular. Areas I e II do escudo abdominal com um par de tubérculos rombos, baixos e uma fila de granulações; area II com dois altos tu- bérculos e uma fila de granulações ; Areas marginaes do escudo dorsal com 4492 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIV uma fila unica, marginal, de pequenos tubérculos. Area IV e segmentos dorsaes livres inermes, cada qual com uma fila de grossos granulos. Colorido geral amarello-queimado, com as granulações mais claras; a borda apical dos segmentos livres com uma linha mais escura. Palpos mais curtos que o corpo; o femur com um espinho apical interno. Tarsos 1 de seis segmentos; os outros de mais de seis. Hab.: Alto da Serra (S. Paulo). Typo: No Museu Paulista. 105. * GonyLEPTES HORRIDUS Kirby, 1818 — Trans. Linn. Soc. London, p. 452, pr. XXII, f. 16. G. h. Butler, 1873 — Ann. Mag. Nat. Hist., vol. XI (4), p. 112. G. h. Soerensen, 1884 — Naturh. Tjdskr., p. 603. G. h. Soerensen, 1902 — Ergeb. Hamb. Magalh. Samm., vol. VIH (5), p. 30. G. h. Roewer, 1913— Arch. Naturg. Abt. A. Heft 3, p. 227, p. 94. Hab.: Rio de Janeiro. S. Paulo. Guyanna Franceza. Minha collecção: Petropolis e Mendes (Rio de Janeiro). 106. * GoNYLEPTES LONGICORNIS S Mello-Leitão, 1922 (Fig. 17). º—10 mm. Borda anterior do cephalothorax inteiramente lisa e sem nenhuma elevação dorsal. Comoro ocular quasi a igual distancia da borda anterior “do cephalothorax e do primeiro sulco trans- verso do escudo abdominal dorsal, muito elevado e com dois altos espinhos pontea- gudos, proximos. Cephalothorax estreito, liso, apenas com dois tubérculos rombos, baixos, medianos, situados logo atrás do co- moro ocular. Escudo abdominal com quatro sulcos transversaes, dos quaes os dois primeiros unidos por um sulco longitudinal: Ne areas Te II com dois tubérculos rombos, baixos e uma fila unica de pequenas granu- lações; area II com dois altos e fortes espi- ! nhos medianos e duas filas de granulações, Eid "cos Jonglcornis uma anterior e outra posterior junto aos yse do trochanter. sulcos transversaes HI e IV; areas mar- ginaes com uma unica fila de pequenos tubérculos. Area IV e segmentos dorsaes livres inermes, cada qual com uma fila de grossas granulações; MELLO-LEITÃO — OPILIONES LANIATORES DO BRASIL 143 placa anal dorsal finamente granulosa. Segmento gstigmatico e face ventral das ancas muito granulosos. Segmentos ventraes livres com uma fila de pequenos granulos em cada qual. Ancas posteriores granulosas, com a apophyse apical externa muito alongada, delgada, quasi transversa, curva, ponteaguda e sem nenhum ramo accessorio; trochanteres com uma apo- physe dorsal pouco elevada, em bigorna; femures direitos, com pequenos espinhos seriados na face externa, dois fortes espinhos curvos no terço apical da face interna ce um espinho dorsal no terço médio. Palpos mais curtos que o corpo; o femur com um espinho apical interno. Tarsos I de 6 segmentos; os outros de mais de seis. Colorido geral uniforme, fulvo de mogno, com os tubérculos mais claros. Hab. : Alto da Serra (S. Paulo). Typo: No Museu Paulista. 107.* GONYLEPTES PAUCIGRANULATUS Sp. N. 9 — 12 mm. Borda anterior do cephalothorax lisa, com dois pequenos tubérculos medianos dorsaes. Cephalothorax estreito, liso, com dois peque- nos tubérculos atraz do comoro ocular. Comoro ocular mais próximo da borda anterior que do primeiro sulco, provido de dois pequenos tubérculos bem separados. Escudo dorsal com quatro sulcos transversos, OS dois primeiros unidos por um sulco longitudinal. Areas IL, Il e HI com um par de tubérculos baixos, rombos e de cada lado, em cada area, proxima dos tubérculos, uma grossa granulação. Area marginal com uma unica fila de granulações. Area IV e segmentos dorsaes livres com uma fila de grossas granulações. Placa anal lisa. Ancas posteriores granulosas, com uma apophyse apical recurva para cima e bifida. Femures direitos. Face ventral lisa. Tarsos anteriores de seis segmentos, os outros de mais de seis. Colorido geral bruneo-queimado uniforme. Hab. : Petropolis. Coll. Fr. Thomaz Borgmeyer. Typo: Em minha collecção N. 778. 108. * GonyLeprEs pECrINATUS Koch, 1845 — Die Arachn,, vol. XI, p. 22, f. 971. G. p. Buttler, 1873 — Anm. Mag. Nat. Hist. vol. XI (4), p. 113. G. p. Reewer, 1913— Arch. Naturg. Abt. A. Heft 4, p. 235, f. 98. Hab. : Bahia e Rio de Janeiro. Museu Paulista: Serra de Macahé (Rio de Janeiro). | Museu Nacional: Itatiaya (Minas Geraes). 4144 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV 109.* GONYLEPTES PUSTULATUS Scerensen, 1884 — Naturh. Tijdskr., p. 603. G. p. Roewer, 1913 — Arch. Naturg. Abt. A. Heft, p. 237. Hab. : Brasil (sem determinação de localidade). Museu Paulista : S. Sebastião (S. Paulo). 110. * GonyLEPTES SAPROPHILUS Mello-Leitão, 1922 (Fig. 18). º — 8 mm. Borda do cephalothorax com seis pequenos espinhos, sendo dois em cada angulo lateral e dois medianos; sem tubérculo dorsal. Ccphalothorax es- treito, liso, com dois tubérculos bem nitidos, pouco atraz do comoro ocular. Comoro ocular oval transverso, mais proximo da borda anterior do cephalothorax que do primeiro sulco transversal do escudo abdominal pouco elevado e com dois pequenos espinhos proximos. Escudo dorsal com quatro sulcos transversaes, dos quaes os dois primeiros unidos por um sulco longitudinal, Areas 1 e II do escudo irregularmente granulosas, com grossas granulações esparsas, e com dois tubérculos medianos rombos, baixos. Area III com granulações semelhantes ás das duas primeiras, mas com dois altos tubérculos rombos medianos. Areas marginaes lateraes com tres filas de gra- nulos e tubérculos. Area IV (marginal posterior do escudo) inerme, com duas filas tranversaes de pequeninos tubérculos. Segmentos dorsaes livres imermes, cada qual com uma fila de granulações; placa anal dorsal irregu- larmente granulosa. Ancas posteriores granulosas, com a apophyse apical externa obliqua para traz, curta, romba e simples; trochanteres inermes ; femures direitos, com fortes espinhos irregularmente dispostos. Palpos mais curtos que o corpo, o femur com espinho apical interno. Ventre amarello-queimado, sendo o segmento estigmatico lavado de negro. Cephalothorax castanho-queimado, com uma grande mancha amarello-clara de cada lado do comoro ocular; areas Ia IV do escudo ab- dominal de colorido igual ao do cephalothorax, com os altos tubérculos da area II amarello-olivaceos ; areas marginaes do escudo pardo-olivaceas, escuras, com as pontas dos tubérculos amareladas. Palpos e pernas pardo- olivaceos ; as pernas posteriores mais escuras, com a apophyse apical ex- terna da anca ennegrecida. Hab.: Itatiaya (Minas Geraes). Typo: No Museu Nacional. Coll. : Prof. Carlos Moreira, em pãos podres. Fig. 18 — Gonyleptes saprophilus. MELLO-LEITÃO — OPILIONES LANIATORES DO BRASIL 145 111. GonyLEPTES vATIUS Bertkau, 1880 — Verz. Bras. Ar., p. 95, pr. II, f. 35. Gr. v. Roewer, 1913 — Arch. Naturg. Abt. A. Heft 4, p. 233, E Di: Hab.: S. João d'El-Rey (Minas Geraes) ou Therezopolis (Rio de Janeiro). METAGONYLEPTOIDES g. n. Typo: Metagonyleptoies anomalos sp. n. Comoro ocular oval transverso, mais proximo da borda anterior do ce- phalothorax que do primeiro sulco do escudo dorsal, e provido de dois pe- quenos tubérculos. Cephalothorax estreito, de bordas parallelas ; as do escudo abdominal regularmente curvas para fóra até o nivel do sulco III, onde este é mais largo, depois estreitando-se e formando com a borda posterior angulo recto. Escudo dorsal com quatro sulcos transversaes, dos quaes os dois primeiros unidos por um sulco longitudinal, areas I e Il inermes; área II com um par de tubérculos ou espinhos, area IV inerme. Segmentos dorsaes livres I, II e III com um tubérculo ou espinho mediano. Palpos mais curtos que o corpo; o femur armado de um espinho apical interno. Tarsos 1 de seis segmentos ; os outros de mais de seis. Pernas robustas; ancas dos tres primeiros pares curtas e parallelas; as do ultimo par mais longas e mais robustas que as tres primeiras reunidas excedendo a borda lateral do es- cudo em toda sua extensão. Cheliceras fracas e normaes nos dois sexos. Caracteres sexuaes secundarios sob a forma de apophyses e fortes espinhos nas pernas posteriores. Tarsos dos dois ultimos pares de pernas sem escópulas, com duas unhas simples não denteadas e com pseudonychio. 112. * METAGONYLEPTOIDES ANOMALUS Sp. . o — 12 mm. Borda anterior do cephalothorax com dois tubérculos medianos, proximos. Comoro ocular com dois pequeninos tubérculos pro- ximos. Cephalothorax liso. Areas do escudo dorsal lisas, 1 e II providas de dois pequenos tubérculos mamillares; II com dois tubérculos altos. Bor- das lateraes do escudo e area IV com uma fila de granulações. Segmentos dorsaes livres I a III com uma fila de tubérculos e uma apophyse mediana, romba. Placa anal inerme. Ancas posteriores granulosas. Colorido geral castanho-queimado ; segmentos dorsaes livres com faixas transversaes, negros. Hab. : Tijuca (Districto Federal). Coll. : Moraes Mello. Typo : Em minha collecção. N. 834, 5231 146 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV Gen. Acanthogonyleptes Mello-Leitão, 1922 Typo: 4. pulcher sp. n. Comoro ocular oval transverso, proximo da borda anterior do cepha- lothorax e com dois pequenos tubérculos. Cephalothorax estreito, de bordas parallelas; as do escudo abdominal regularmente curvas para fóra, até o nivel do sulco III, onde o escudo é mais largo, depois estreitando-se, para terminar atráz em angulo recto. Escudo dorsal com quatro sulcos transversaes, dos quaes os dois primeiros unidos por um sulco longi- tudinal, Areas I, II e Ill armadas de um par de tubérculos medianos, Area IV e segmentos dorsaes livres I e Il inermes, sem tubérculos ou espinhos medianos, quando muito granulosos. Segmento dorsal livre II com um cone mediano (provavelmente mais desenvolvido na femea). Palpos mais curtos que o corpo; o femur armado de um espinho apical interno. Tarsos I de seis segmentos; os outros de mais de seis. Pernas robustas, ancas dos tres primeiros pares de pernas curtas e parallelas; as do ultimo par mais longas e mais robustas que as tres primeiras reunidas, e excedendo a borda lateral do escudo em toda sua extensão. Cheliceras fracas e normaes nos dois sexos. Caracteres sexuaes secun- darios sob a fórma de apophyses e fortes espinhos nas pernas posteriores. Tarsos dos dois ultimos pares de pernas sem escópulas, com duas unhas simples, não denteadas e com pseudonychio. 12. * AcantHoconyLEPTES puLCHER Mello-Leitão, 1922 (Fig. 19). º— 8 mm. Margem anterior do cephalothorax com tres pequenos espinhos em cada angulo lateral, mas sem eminencia ou tubérculo dorsal. Comoro ocular oval transverso, bem mais proximo da margem anterior do cepha- lothorax que do primeiro sulco transverso do escudo abdominal, bastante elevado, com dois pequenos tubérculos proximos. Cephalothorax estreito, liso. Escudo dorsal do abdomen com quatro sulcos transversaes, dos quaes os dois primeiros unidos por um sulco longitudinal; areas Ia HI do escudo com um par de tubérculos baixos em cada qual, e que aug- mentam regularmente da area I para a area III, e com granulações pouco abundantes, irregularmente esparsas; area IV (margem posterior do abdomen) e segmentos dorsaes livres 1 e II inermes, cada qual com uma fila transversal de pequeninos tubérculos; terceiro segmento dorsal livre com um pequeno cone mediano e uma fila transversal de gra- nulações; placa anal dorsal irregularmente granulosa. Areas marginaes do escudo dorsal com granulações muito abundantes e irregularmente MELLO-LEITÃO — OPILIONES LANIATORES DO BRASIL 147 dispostas. Ancas posteriores granulosas, com a apophyse apical externa transversal, estreita, com um curto ramo inferior; trochanteres com uma apophyse basal externa, curva para a base e outra. apical interna; femures quasi direitos “com uma apophyse dorsal, curva e bifida, no terço basal, e com fortes espinhos seriados na face externa. Palpos mais curtos que o corpo; o femur com um espinho apical interno. Tarsos 1 de seis segmentos; os outros de mais de seis. Ventre amarello-queimado, de tons alaran- jados. Dorso castanho-queimado; cephalothorax ennegrecido, com duas grandes manchas brancas - lateraes; area I do escudo dorsal do abdomen com duas manchas brancas, nas quaes estão postos os tubérculos medianos, «que são negros; area II do escudo dorsal com duas pequenas ig. 19 — Acanthogonyleptes pulcher. manchas brancas junto aos tubérculos medianos; Fit. 19 2= Apopinse superior de area III com duas grandes manchas brancas medianas, havendo no interior de cada mancha um dos tubérculos medianos, que são fulvo escuros, e uma pequena mancha circular negra. Cheliceras olivaceas; palpos amarello-sulfureos e pernas castanho-queimadas. Hab.: lha de S. Sebastião e Alto da Serra (S. Paulo). Typo: No Museu Paulista. Gen. Paragonyleptes RawER, 1913 Typo: P. bicuspidatus (Koch) 113. * PARAGONYLEPTES ALTICOLA Mello-Leitão, 1922 — Ann. Mag. of Nat. Hist., ser. 9, vol. IX, p. 337. Hab.: Retiro de Itatiaya. Typo : No Museu Nacional. 114. * PARAGONYLEPTES ANOMALUS Mello-Leitão, 1922 (Fig. 20). º — 10 mm. Margem: anterior do cephalothorax com dois pequenos espinhos em cada angulo lateral, e uma elevação dorsal mediana com dois espinhos um pouco maiores. Cephalothorax estreito, liso, apenas com dois pequenos tubérculos atrás do comoro ocular. Comoro ocular oval transverso, mais proximo da borda anterior do cephalothorax que do primeiro sulco trans- versal do escudo abdominal dorsal, bem elevado, granuloso e com dois 48 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL -— VOL. XXIV pequenos espinhos proximos. Escudo abdominal com quatro sulcos trans- versaes, dos quaes os dois primeiros unidos por um sulco longitudinal; area 1 com um par de tubérculos muito baixos e algumas granulações esparsas; areas Ile Ill armadas de um par de tu- bérculos baixos e com duas filas transversaes de pequenos granulos, uma junto de cada qual dos sulcos transversaes que limitam estas areas; areas marginaes lateraes com uma fila externa de pe- quenos tubérculos e outra, mais interna, de peque- ninos granulos; area IV (margem posterior do escudo dorsal) e primeiro segmento dorsal livre inermes, com uma fila de grossas granulações em cada qual; segundo segmento dorsal livre com um pequeno cone mediano e uma fila de granulações semelhantes às do primeiro; terceiro segmento dorsal livre com uma grande apophyse mediana, em forma de grande cone obliquamente dirigido para trás e para cima, e irregularmente granuloso; placa anal dorsal com uma apophyse mediana e duas filas de granulações. Segmento estigmatico liso; segmentos ventraes livres com uma fila de granulos em cada qual; placa anal ventral com duas filas de granulações. Ancas posteriores pouco granulosas e com a apophyse apical externa pequena dirigida para trás; trochanteres com uma apophyse apical interna, curva para a base; femures curvos em S, com um espinho basal dorsal e tres fortes Espinhos no terço apical interno. Palpos menores que o corpo; o femur com um espinho apical interno e de face ventral i inerme. Tarsos I de seis segmentos, os outros de mais de seis. “Todo o animal amarello-pallido ; cephalothorax levemente violaceo; no escudo abdominal dorsal um grande V arroxeado, de apice situado no meio do primeiro segmento ventral livre, e pontas externas do V nas bordas lateraes do escudo dorsal, pouco atrás do sulco 1. Hab. : Ilha de S. Sebastião (S. Paulo). Typo: No Museu Paulista. Fig. 20 — Paragonyleptes anomalus. 115. * PARAGONYLEPTES BICUSPIDATUS (Koch). Gonyleptes bicuspidatus Koch, 1839 — Die “Arachn., “vol. VII, p.-d9, 1. 556. Gonyleptes bicuspidatus Butler, 1873 — Ann. Mag. Nat. Hist., vol. XI (4), p. 114. Gonyleptes bicuspidatus Bertkau, 1880 — Verz. Brasil Ar., p. 98. MELLO-LEITÃO — OPILIONES LANIATORES DO BRASIL 149 Gonyleptes bicuspidatus Soerensen, 1884 — Naturh. Tjdskr., P. b, Rewer, 1913— Arch. Naturg. Abt. A. Heft 4, p. 241, f. 100. Hab.: Rio de Janeiro eS. Paulo. Minha collecção: Tijuca, Coll. Moraes Mello. 116. * PARAGONYLEPTES BIMACULATUS (Scerensen). Gonyleptes bimaculatus Soerensen, 1884 — Naturh. Tjdskr., p. 605 (*%). P. b. Roewer, 1913— Arch. Naturg. Abt. A. Heft 4, p. 243. Hab.: Brasil (sem determinação de localidade ). Museu Nacional: Matto-Grosso. 117. * PARAGONYLEPTES FULVIGRANULATUS sp. N. (Fig. 21). º— 10 mm. Margem anterior do cephalothorax com tres espinhos proximos, em cada angulo lateral, e com dois pequenos conesinhos dorsaes, proximos, medianos. Cephalothorax estreito, de bordas parallelas, irregularmente granuloso. Comoro ocular oval transverso, mais proximo da borda anterior do cephalothorax que do primeiro sulco transversal do escudo abdo- “minal, bastante elevado e com dois altos espinhos proximos. Escudo dorsal com quatro sulcos transversaes, dos quaes os dois primeiros unidos por um sulco longitudinal. Areas I a HI do es. cudo abdominal com dois tubérculos medianos rombos, baixos ce irregularmente granulosas ; “area IV (margem posterior do . escudo) inerme e com uma fila de granulações; areas marginaes lateraes irregularmente granulosas. Cada qual dos segmentos dorsaes livres 1 à HI com um cone mediano e uma fila de granulações; placa anal dorsal irregularmente granulosa. Segmento es- EO per tigmatico e face ventral das ancas muito gra- fes do iai teresa nulosos; segmentos ventraes livres com uma fila de granulos; placa anal ventral com granulos esparsos. Ancas posteriores granulosas, com longa apophyse apical externa, levemente obliqua para baixo, de ponta curva e com um pequeno ramo infero-posterior ; trochanteres com pequenos espinhos; femures direitos com uma apophyse 450 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV incudiforme basal dorsal, com espinhos seriados dos dois lados, sendo os do terço apical muito maiores. : Facé ventral amarello-queimada, com as granulações das ancas pos- teriores e do segmento estigmatico fulvo-escuras. Dorso amarello-queimado, com as granulações e tubérculos do escudo abdominal fulvo-escuras ; borda externa da area marginal lateral do escudo fulva. Cheliceras, palpos e pernas amarello-queimados uniformes. 7 Hab.: Alto da Serra. Typo: No Museu Paulista. 118. * PaRAGONYLEPTES TRIACANTHUS Mello-Leitão, 1922 (Fig. 22). vt — 8 mm. - Margem anterior do cephalothorax com tres pequenos espinhos niti- damente separados em cada angulo lateral e com uma elevação mediana dorsal em tridente. Comoro ocular oval transverso quasi a igual distancia da borda anterior do cephalothorax e do pri- meiro sulco transversal do escudo dorsal do abdomen, pouco elevado, com dois conesinhos Junto aos olhos. Escudo abdominal dorsal com quatro sulcos transversaes, dos quaes os dois primeiros unidos por um sulco mediano. Cepha- lothorax estreito, de bordas lateraes quasi paral- lelas, liso. Areas I e II com dois pequenos tubérculos medianos baixos e irregularmente E MRE BEN do ta Nai granulosas ; area II com dois cones altos, Fig. 2a — Apophyse dorsal do femur Iv. POmbudos e irregularmente granulosa; areas marginaes do escudo com uma unica fila de pequenos tubérculos. Area IV (margem posterior do abdomen) e primeiro segmento dorsal livre inermes, cada qual com uma fila de pequeninos tubérculos ; segmentos dorsaes livres II e HI com um pequeno cone mediano e uma fila de granulações. Segmento estigmatico com granulos esparsos; cada segmento ventral livre com uma fila de -granulos. Ancas posteriores muito granulosas, com a apophyse apical externa longa, transversal, curva para trás no apice e com um pequeno ramo posterior ; trochan- teres com uma pequena apophyse apical interna ; femures pouco curvos, com uma forte apophyse incudiforme basal dorsal, com uma crista e com. espinhos seriados na face externa e longos espinhos curvos na interna. Palpos mais curtos que o corpo; femur de face inferior inerme e com um espinho apical interno. Tarsos I de seis segmentos; os outros de mais deseis. MELLO-LEITÃO — OPILIONES LANIATORES DO BRASIL 451 Ventre amarello pardacento, irregularmente manchado de pardo-oliva nas ancas; granulações da face ventral fusca. Cephalothorax amarello-quei- mado, com uma grande mancha mediana, côr de mogno ; o resto do dorso olivaceo, com pequenas manchas fuscas irregulares em torno das granu- lações. Cheliceras fuscas ; palpos e pernas anteriores lavados de negro ; as outras pernas castanho-queimadas ; apophyse apical externa das ancas IV negra. Hab. : Poço Grande (S. Paulo), Typo: No Museu Paulista, Gen. Sadocus SaRrENsEN, 1886 Typo: S. polyacanthus (Gervais) 119. * Sapocus Buro sp. n. (Fig. 23). 2 — 11 mm. Margem anterior do cephalothorax com dois tubérculos rombos em cada angulo lateral e com dois tubérculos medianos dorsaes, proximos. Cephalothorax estreito, muito granuloso. Comoro ocular oval transverso, a igual distancia da margem anterior do cephalo- thorax e do primeiro sulco transversal do escudo abdominal, pouco elevado, muito granuloso. Escudo abdominal com quatro sulcos transver- saes, dos quaes os dois primeiros unidos por um sulco longitudinal. Areas 1 e H do escudo irregularmente granulosas, e com um par de tubérculos medianos rombos, baixos; area HI com dois altos espinhos medianos e irregularmente granulosa; areas marginaes do escudo com pequenos tubérculos irregularmente dispostos e muito abundantes ; area IV (margem posterior do escudo) e primeiro segmento dorsal livre com É odiado: dois tubérculos baixos medianos e duas filas transversaes de granulações; segmentos dorsaes livres II e III com um cone mediano e duas filas de granulações; placa anal dorsal irregu- larmente granulosa. Segmento estigmatico liso; cada segmento ventral livre com uma fila de granulações. st Ventre pardo-queimado ; dorso castanho-queimado escuro ; cephalo- thorax quasi negro; as duas granulações dos angulos lateraes do ce- phalothorax, as do comoro ocular e as da parte anterior das areas mar- 4152 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV ginaes lateraes do escudo amarellas ; cheliceras, palpos e os dois primeiros pares de pernas olivaceos. | º — 16 mm. Differe da femea por ter na area III do escudo abdominal dorsal, em vez de altos espinhos, dois grossos tubérculos pouco elevados e muito gra- nulosos. Ancas IV com uma grossa apophyse apical externa simples, di- rigida obliquamente para trás, curva; trochanteres com granulos e pequenos espinhos dorsaes, uma apophyse externa, curva para a base, e outra apical externa; femures posteriores curvos, com uma grande apophyse basal dorsal simples, curva, muito granulosa; face interna com espinhos irregulares, alguns bifidos. Hab.: Petropolis (Rio de Janeiro) e Poço Grande (S. Paulo). Typos: A femea (colhida em Petropolis por Altino de Azevedo Sodré) em minha collecção; o macho (de Poço Grande) no Museu Paulista. 120. * Sapocus carHaRINENsIs Mello-Leitão, 1920, 2? —11 mm. Cephalothorax estreito ; o tubérculo ocular mais proximo da margem que do primeiro sulco, alto, com dois espinhos divergentes. Escudo abdo- minal com 4 sulcos transversaes, I e II unidos por um sulco mediano ; areas Le II com 2 pequenos tubérculos medianos; III com 2 fortes espinhos pon- teagudos, erectos. Area IV inerme. Area marginal do escudo com duas filas de tubérculos, havendo um tubérculo marginal maior pouco atrás do terceiro sulco transversal. Escudo regularmente arredondado adiante, até o nivel do terceiro sulco, onde de novo se estreita, sendo os angulos poste- riores um pouco salientes; area I a III muito granulosas; area IV com duas filas de granulações. Segmentos dorsaes livres I a III com um par de tubérculos medianos baixos em I, mais elevados e sub-espiniformes em Ile HI; em II ha um outro tubérculo impar, mediano, mais baixo. Além dos tubérculos ha uma fila de granulações; area anal granulosa. Segmentos ventraes livres com uma fila de granulos ; segmento estigmatico muito gra- nuloso. Palpos mais curtos que o corpo, de trochanter com um espinho apical inferior, femur com um espinho apical interno e tres espinhos infe- riores; patella com um espinho fraco de cada lado; tibia com quatro cs- pinhos de cada lado (I e III mais fortes). Pernas de ancas granulosas; as posteriores com um forte espinho apical externo; trochanter com espinhos curtos; femures quasi direitos; patellas e tibias muito espinhosas. Tarsos [ de seis segmentos; Il a IV de mais de seis. Colorido geral castanho MELLO-LEITÃO — OPILIONES LANIATORES DO BRASIL 153 negro, as pernas mais claras; no segmento estigmatico e nos segmentos livres do abdomen uma faixa apical clara, Hab.: Joinville (Santa Catharina). Gen. Gonyleptoides Roewer, 1913 Typo: G. acanthoscelis (Bertkau) 121. * GONYLEPTOIDES ACANTHOSCELIS (Bertks). Ancistrotus acanthoscelis Bertkau, 1880 — Ueb. Brasil. Ar., p. 103, pr. H, ff. 37 e 38. G. a. Roewer, 1913 — Arch. Naturg. Abt. A. Heft 4, p. 253, f. 108. Hab.: Rio de Janeiro. 122. * Gonycepromes MorgiraE Mello-Leitão, 1922 (Fig. 24). º— 7 mm. Margem anterior do cephalothorax lisa, com dois pequenos cones me- dianos dorsaes. Comoro ocular oval transverso, mais proximo da margem anterior do cephalothorax que do primeiro sulco transverso do escudo abdo- minal, muito elevado e com dois espinhos proximos. Cephalothorax estreito com uma fila de granulos em torno do comoro ocular. Es- cudo abdominal dorsal com cinco sulcos trans- versaes, dos quaes os dois primeiros unidos por um sulco longitudinal. Areas 1 à HI do escudo dorsal irregularmente granulosas e com dois tubérculos medianos rombos, baixos; areas marginaes do escudo irregularmente granu losas; area IV (margem posterior do escudo dorsal) e segmentos dorsaes. livres inermes, cada qual com uma fila de granulações. Segmento estigmatico liso; ancas granulosas. Ancas posteriores granulosas, com à apophyse apical externa longa, muito obliqua, curva na : ! Fig. 24 — Gonyleptoides moreirae. ponta e com um pequeno ramo sub-apical; rig. 24 a— Apophyse dorsal do femus IV. trochanteres com um espinho dorsal; femures ane é direitos, com uma apophyse basal dorsal, semelhante ao apice da apopiryse das ancas, e com quatro fortes espinhos na face interna. Palpos do com- primento do corpo, femur inerme, sem espl tarsos de mais de seis segmentos. 5231 nho apical interno. Todos os 20 154 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIV Colorido geral amarello-queimado uniforme, com as granulações do escudo dorsal castanho-queimadas. Hab.: Retiro do Itatiaya, a 2.200 metros de altitude. Typo: No Museu Nacional. | Coll.: Prof. Carlos Moreira, a quem dedico a especie. Gen. Opisthoplites SoErENSEN, 1884 Typo: O. ypsilon Soerensen 123. * OpistHOPLITES YPSILON Soerensen, 1884 — Naturh. Tjdskr., p. 615. O. y. Roewer, 1913 — Arch. Naturg. Abt. A. Heft 4, p. 256. Hab.: Brasil (sem determinação de localidade). Museu Nacional: Itatiaya (Rio de Janeiro). Gen. Goniosoma Perry, 1832 Typo: G. varium Perty 124, Goniosoma LEPIDUM Gervais, 1844 — In Walckenaer, Ins. Apt., vol. II, p. 109. G. |. Simon, 1879 — Ann. Soc. entom. Belgique, p. 233. G. 1. Roewer, 1913 — Arch. Naturg. Abt. A. Heft 4, p. 263. Hab.: Rio de Janeiro. 125. Gontosoma variuM Perty, 1832 — Del. Anim., p. 308, p. x 4, f. 4. Goniosoma spinipes Gray, 1833 — In Griffith Animal Kingdom, vol. XIII, p. 20, f. 1. G. v. Koch, 1839 — Die Arachn., vol. VII, p. 52, ff. 562 e 563. - v. Gervais. 184 — Ins. Apt., vol. II, p. 107. * v. Simon, 1879 — Ann. Soc. entom. Belgique, p. 228. v. Scerensen, 1884 — Naturh. Tjdskr., p. 613. «0. Roewer, 1913 — Arch. Naturg. Abt. A. Heft 4, p. 258, f. 104. Hab.: Brasil (sem determinação de localidade di 126. Gontosoma varrax C. Koch, 1848 — Die Arachn., vol. XI, p> 21,7. 970: Q RREO G. v. Simon, 1879 — Ann. Soc. entom. Belgique, p. 233. G. v. Roewer, 1913 — Arch. Naturg. Abt. A. Heft 4, p. 262, f. 106. Hab. : Brasil (sem determinação de localidade ). MELLO-LEITÃO — OPILIONES LANIATORES DO BRASIL 155 127. * GontosoMa VENUSTUM C. Koch, 1839 — Die Arachn., vol. VII, p- 64, f. 567. G. v. Simon, 1879 — Ann. Soc. entom. Belgique, p. 233. G. v. Roewer, 1913 — Arch. Naturg. Abt. A. Heft 4, p. 260, f. 105. Hab.: Brasil (sem determinação de localidade). Museu Paulista: Alto da Serra (S. Paulo). Gen. Progoniosoma Roewer, 1913 Typo: P. dentipes ( Koch ) 128. PROGONIOSOMA BADIUM ( Koch ). Goniosoma badium Koch, 1839 — Die Arachn., vol. VII, p. 65, f. 568. Goniosoma badium Simon, 1879 — Ann. Soc. entom. Bel- gique, p. 233. P. b. Roewer, 1913 — Arch. Naturg. Abt. A. Heft 4, p. 269, 1108: Hab.: Brasil (sem determinação de localidade ). 129. Procontosoma CaLCAR Roewer, 1913 — Arch. Naturg. Abt. A. Heft 4, p. 272, f. 109. Hab.: S. Paulo. 130. * ProGonIosoOMA CRUCIFERUM SP. ND. 9 — 12 mm. Borda anterior do cephalothorax lisa. Comoro ocular quasi a igual dis- tancia da borda anterior do cephalothorax e do primeiro sulco transversal do escudo dorsal, armado de dois altissimos espinhos divergentes. Cepha- lothorax liso. Escudo abdominal alargando-se gradualmente até o nivel da area III, depois estreitando-se muito pouco. Area I do escudo abdominal com dois tubérculos baixos e algumas pequenas granulações esparsas, dividida ao meio por largo sulco longitudinal, que une os sulcos transversaes 1 e II. Area II inerme, com uma fila de granulações ; area III com dois altos es- pinhos. Area marginal posterior e segmentos dorsaes livres I a Ill com uma fila de granulações ; margens lateraes do escudo dorsal com duas filas de granulos. Ancas posteriores granulosas, com duas apophyses apicaes diver- gentes, iguaes ; ancas das pernas anteriores com uma fila de tubérculos na face inferior ; as das pernas Il e Il quasi lisas; femures diversos, granu- 156 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV losos, os posteriores mais espessos e mais longos. Palpos levemente maiores do que o corpo : as ancas com um espinho inferior; os femures com tres espinhos na face inferior e um apical interno; as patellas com um espinho interno ; as tibias com quatro espinhos internos (dois maiores e dois menores) é cinco externos; tarso com tres espinhos internos e tres ex- ternos. Todos os tarsos das pernas de mais de seis segmentos. Face ventral amarello-queimada, com os estigmas castanho-escuros, orlados de branco ; pernas castanho-queimadas, irregularmente manchadas. Todo escudo dorsal castanho-queimado, com uma grande cruz de Malta em branco :o ramo longitudinal dessa cruz extende-se da borda posterior ao co- moro ocular, quasi da mesma largura em toda extensão emquanto o ramo transversal, bem mais dilatado junto ás bordas lateraes do escudo, occupa toda area II e angulos postero-externos da area I. Espinhos do comoro ocular amarello-citrinos e espinhos da area III quasi negros, de pontas levemente mais claras. Hab.: Corcovado (Districto Federal). “Coll.: Eduardo de Moraes Mello. Typo: Em minha collecção. N. 779. 131. Progoniosoma DENTIPES (Koch). Goniosoma dentipes Koch, 1839 — Die Arachn., vol. VII, pos, T. 565. Goniosoma grossum Koch, 1839 — Id. ibid., p. 62, F. 566. Goniosoma dentipes Simon, 1879 — Ann. Soc. entom. Belgique, p. 228. Goniosoma grossum Simon, 1879 — Id. Ibid., p. 233. P. d. Roewer, 1913 — Arch. Naturg. Abt. A. Heft 4, p. 204, f. 107. Hab. : Brasil (sem determinação de localidade). 132, * ProGONIOSOMA MACRACANTHUM Mello-Leitão, 1922 (Fig. 25). º—13 mm. Borda anterior do cephalothorax inteiramente lisa, sem espinhos mar-' * ginaes ou elevações dorsaes. 7 | “ Comoro ocular oval transverso, muito estreito, bem mais proximo da margem anterior do cephalothorax que do primeiro sulco transverso do escudo dorsal, com dois pequenos espinhos bem separados, junto aos olhos. Cephalothorax estreito, inteiramente liso. Escudo dorsal com quatro sulcos transversaes, os dois primeiros unidos por uma larga depressão mediana. MELLO-LEITÃO — OPILIONES LANIATORES DO BRASIL 457 Areas e Ildo escudo abdominal inermes e lisas, sem granulos ou tubérculos ; area II com dois tubérculos rombos medianos, lisa no resto de sua extensão. Areas marginaes com uma fila unica de pequenos tubérculos. Area IV (margem posterior do escudo dorsal) e segmentos dorsaes livres inermes, cada qual com uma fila transversal de pequenos tubérculos; placa anal dorsal irregularmente granulosa. Segmento estigmatico liso; ancas granulosas. Ancas posteriores de dorso livre, com a apo- physe apical externa curta, espessa, curva para a base do segmento e a apophyse apical interna longa, estreita, ponteaguda, mais de quatro vezes . mais longa que a externa, quasi do mesmo comprimento do corpo; trochanteres com uma apophyse mediana externa, curva para à base ; femures curvos, granulosos, com um espinho apical. Ventre amarello-queimado-escuro, com uma orla branca em torno dos estigmas. Dorso amarello-queimado-escuro, manchado de castanho-queimado, sendo o cephalothorax pardo-queimado. Pernas castanho-queimadas, de tarsos amarello-queimados. Hab.: S. Paulo. Typo: No Museu Paulista. Fig, 25 Progoniosoma macracanthum. 133. ProcontosoMa MODESTUM (Perty). Goniosoma modestum Perty, 1832— Del. Anim., p. 202. Goniosoma modestum Koch, 1839 — Die Arachn., vol. VIH, p. 111,f. 592. Goniosoma modestum Gervais, 1844 — In Walckenaer, Ins. Apt., vol. HI, p. 108. | Goniosoma modestum Simon, 1879 — Ann. Soc. entom. Bel- gique, p. 233. P.m. Rower, 1913— Arch. Naturg. Abt. A. Heft4, p. 275. Hab.: Brasil (sem determinação de localidade). 134. Procontosoma PATRUELE (Perty). | Goniosoma patruele Perty, 1832— Del. Anim., p. 202. Goniosoma junceum Perty, 1892— Id. Ibid., p. 202. Goniosoma patruele, Koch, 1839— Die Arachn., vol. VII, p. 122, f. 598. ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIV Goniosoma patruele Gervais, 1844 — In Walckenaer, Ins. Apt., vol. II, p. 108. Goniosoma junceum Gervais, 1844— Id. ibid., p. 108. Goniosoma patruele Simon, 1879 — Ann. Soc. entom. Bel- gique, p. 233. P.p. Rower, 1913 — Arch. Naturg. Abt. A. Heft 4, p. 266. Hab.: Brasil (sem determinação de localidade). 135. Progoniosoma RORIDUM (Perty). Goniosoma roridum Perty, 1832 — Del. Anim., p. 202. Goniosoma roridum Koch, 1839 — Die Arachn., vol. VII, p. 124, f. 594. Goniosoma roridum Gervais, 1844 — In Walckenaer, Ins. Apt., vol. II, p. 108. Goniosoma roridum Simon, 1879 — Ann. Soc. entom. Bel- gique, p. 233. P. r. Roewer, 1913 — Arch. Naturg. Abt. A. Heft 4, p. 271. Hab. : Brasil (sem determinação de localidade). Museu Paulista : Poço Grande (S. Paulo). 136. Progoxrosoma VERSICOLOR (Perty). Goniosoma versicolor Perty, 18322 — Del. Anim., p. 202. Goniosoma versicolor Koch, 1839 — Die Arachn., vol. VII, Pros To SGA. Goniosoma versicolor Gervais, 1844 — In Walckenaer, Ins. Apt., vol. III, p. 109. Goniosoma versicolor Simon, 1879 — Ann. Soc. entom. Belgique, p. 227. Goniosoma versicolor Soerensen, 1884 — Naturh. Tjdskr., p. 612. P. v. Roewer, 1919 — Arch. Naturg. Abt. A. Heft 4, p. 274. Hab. : Brasil (sem determinação de localidade). Gen. Acutisoma Rower, 1913 “Typo: 4. acutangulum (Sim .) 137. AcuTISOMA ACUTANGULUM (Simon). - Goniosoma acutangulum Simon, 1879— Ann. Soc. entom. Belgique, p. 230. A. - esa 1913 — Arch. Naturg. Abt. A. Heft 4, p. 227, Hab. : Rio Capivary. MELLO-LEITÃO — OPILIONES LANIATORES DO BRASIL 159 138. * Acurisoma INscRiPTUM Mello-Leitão, 1922 (Fig. 26). º—10 mm. Borda anterior do cephalothorax lisa, sem espinhos ou elevações. Comoro ocular muito estreito, oval transverso, com dois altos espi- nhos bem separados, mais proximo da borda anterior do cephalothorax que do primeiro sulco transversal do escudo dorsal. Cephalothorax estreito, liso. Escudo abdominal com quatro sulcos transversaes, dos quaes os dois pri- meiros unidos por um duplo sulco longitudinal mediano. Area I do escudo dorsal com um par de pequenos tubérculos quasi obsoletos e lisa inteiramente no resto de sua extensão; area II inerme e lisa, sem espinhos, tubérculos ou granulações; area III lisa e com dois altos espinhos medianos: area IV (margem posterior do abdomen) e cada qual dos tres seg- mentos dorsaes livres com uma fila de gra- nulos, sem espinhos ou tubérculos medianos, mas com um cone dirigido para fóra e para traz, em cada angulo postero-lateral; placa anal dorsal lisa. Areas marginaes do escudo dorsal com uma fila de granulos mar- ginaes. Segmento estigmatico liso; ancas posteriores lisas; ancas Ia HI com uma fila de granulações. Pernas de femures direitos e todos os tarsos com mais de seis segmentos. Palpos um pouco mais longos que O corpo; o femur com seis espinhos (tres maiores e tres menores) na face ventral e com dois fortes espinhos apicaes internos, dos quaes O distal menor. Ventre amarcllo-queimado uniforme, com uma orla prateada em torno dos estigmas. Dorso amarello-olivaceo ; borda anterior do cephalothorax esverdeada, com uma faixa longitudinal mediana prateada ; cephalothorax lavado de fusco dos lados, com um V branco mediano, de ramos terminando junto aos espinhos do comoro ocular e vertice posterior ; espinhos do comoro ocular amarello-sulfureos. Sulcos do escudo abdominal brancos ; de cada lado do cephalothorax ha uma fila de manchas brancas; areas marginaes do escudo dorsal com uma estreita faixa branca longitudinal, que se alarga para traz, e situada junto dos sulcos lateraes do escudo; area IV com uma estreita linha branca transversal; segmentos dorsaes livres Ie II com uma pequena mancha branca de cada lado. Pernas posteriores com os femures castanho-queimados e os segmentos restantes esver- deados; femures I a Ill verde-esmeraldinos, bem como as cheliceras ; Fig. 20 — Acutisoma inscriptum. 160 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV palpos com os trochanteres amarello-sulfureos e os outros segmentos verdes. Hab.: Ilha S. Sebastião (S. Paulo). Typo: No Museu Paulista. 139. * Acurisoma LoNGIPES Rocwer, 1913 — Arch. Naturg. Abt. A. Heft 4, p. 280, f. 112, Hab. : S. Paulo. Museu Paulista: Franca (S. Paulo). 140. * Acurisoma monticoLa Mello-Leitão, 1922 (Fig. 27). ? — 10 mm. "Borda anterior do cephalothorax lisa, apenas com úma pequena ele- vação romba mediana. Comoro ocular estreito, oval transverso, mais pro- ximo da borda anterior do cephalothorax que do primeiro sulco transverso do escudo dorsal do abdomen, com dois altos espinhos proximos. Cephalo- “thorax estreito, granuloso. Escudo dorsal com quatro sulcos transversaes, dos quaes os dois primeiros unidos por dois sulcos longitudinaes di- vergentes. Area I com dois tubérculos medianos pequenos e algumas grossas granulações esparsas; area II inerme, sem espinhos ou tubérculos, apenas com algumas granulações esparsas; area III com dois altos cones medianos e poucas granulações ; area IV (borda posterior do escudo) e cada qual dos tres segmentos dorsaes livres com uma fila de granulos, sem tubérculos ou espinhos medianos, mas providos, em cada angulo postero-lateral, de um cone dirigido para traz e para fora; placa anal dorsal inerme, com duas filas de granulos. Areas marginaes do escudo com duas filas de granulações. Segmento estigmatico liso; segmentos ventraes livres com uma fila de granulos ; ancas I a HI com uma fila de pequenos tubérculos, as posteriores muito granulosas. Femures muito longos, direitos; tarsos todos de mais de seis segmentos. Palpos do comprimento do corpo; femur com cinco espinhos na face ventral e um forte espinho apical interno. " Ventre castanho-queimado; os tubérculos das ancas amarello-quei- mados. Pernas, cheliceras e palpos castanho-queimados, escuros, sendo os palpos muito manchados de amarello-oliva. Cephalothorax castanho-negro com uma faixa branca mediana atraz do comoro ocular, o qual é castanho queimado claro; dos lados do cephalothorax ha uma fila de pequenas manchas prateadas. No meio do escudo dorsal do abdomem há uma faixa Fig 27 — Acutisoma monticola, MELLO-LEITÃO —: OPILIOMES LANIATORES DO BRASIL 161 longitudinal branca, interrompida, que se bifurca atraz dos espinhos da area III, e apresenta um pequeno ramo transversal ao nivel desses mesmos es- pinhos ; os sulcos II e III são brancos. As areas marginaes lateraes são densamente manchadas de branco; o resto do escudo é castanho-negro, com a parte média amarello-queimada, irregularmente manchada. Hab.: Campos do Jordão (S. Paulo). Typo: No Museu Paulista. 141. * Acurisoma proxIMUM Mello-Leitão, 1922 (Fig. 28). S— 12 mm. Borda anterior do cephalothorax lisa, sem tubérculos ou espinhos. Co- moro ocular estreito, oval transverso, mais proximo da borda, anterior do cephalothorax que do primeiro sulco transversal do escudo abdominal, com dois pequenos tubérculos junto aos olhos. Cephalothorax estreito, “granuloso. Escudo abdominal dorsal com quatro sulcos transversaes, dos quaes os dois primeiros unidos por dois sulcos longitudinaes divergentes. Areas I e II inermes, com granu- lações esparsas; area III com dois altos espinhos medianos e granu- lações esparsas, pouco abundantes. Areas marginaes do escudo com uma fila externa de pequenos tubér- culos e outra, mais interna, de pe- quenos granulos; area IV (borda posterior do abdomen) com uma fila de granulos, inerme, sem espinhos ou tubérculos, apenas com os an- gulos lateraes levemente salientes. Segmentos dorsaes livres 1 a HI com uma fila de granulos, e angulos postero-externos prolongados em fórtes cones obliquos para fóra e para traz; placa anai dorsal inerme e irregularmente granulosa. Segmento estigmatico liso; ancas I a III com uma fila de granulos. Palpos do comprimento d espinhos grandes e quatro menores nã face v v231 Fig. 28 — Acutisoma proximum. o corpo; femur com tres entral e com dois fortes 21 162 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIV espinhos apicaes internos. Pernas muito longas, de femures direitos, os femures posteriores com uma fila interna de fortes espinhos seriados ; ancas posteriores com a apophyse externa longa, estreita, quasi transversal, com um pequeno ramo posterior, c a apophyse interna pequena, for- mando um cone semelhante ao dos segmentos dorsaes livres; trochanteres com uma apophyse mediana externa, curva para a base, e uma apophyse apical dorsal, mais longa, curva para dentro e para traz. Tarsos todos de mais de seis segmentos. Ventre amarello-queimado uniforme. Dorso amarello-oliva sujo, sendo a borda anterior do cephalothorax esverdeada; cephalothorax lavado de fusco; tubérculos do comoro ocular amarello-sulfureos ; atraz do comoro . ocular ha, no cephalothorax, um largo V branco. Sulcos do escudo abdo- minal brancos; escudo com uma faixa longitudinal mediana branca; orlando essas diversas linhas brancas ha duplas linhas castanho-escuras. Base dos femures posteriores ennegrecida, com uma pequena mancha branca; o resto dos femures e os demais segmentos castanho-queimados ; pernas dos tres primeiros pares castanho-queimados, uniformes. Palpos - verdes esmeraldinos, as cheliceras de um verde mais claro. “Hab.: Alto da Serra (S. Paulo). Typo: No Museu Paulista. SUBFAM. MITOBATINAE Gen. Mitobates SunpevarL, 1833 Typo: M. conspersus (Perty) 142. * MrroBaTES CONSPERSUS (Perty). Goniosoma conspersus Perty, 1832 — Del. Animal., p. 202. Mitobates triangularis Sundevall, 1833 — Comp. Arachn. Dolichoscelis haworthii Hope, 1837 — Trans. Linn. Soc. London, p. 397. Ancistrotus conspersus Koch, 1839 — Die Arachn., vol. VII, p. 50, f. 561. 7 Goniosoma conspersus Gervais, 1844 — In Walkenaer, Ins, Apt., vol. III, p. 108. Mitobates triangularis Gervais, 1844 — Id. ibd., p. 108. Dolichoscelis haworthii Gervais, 1844 — Id. ibid., p. 113. M. c. Simon, 1879 — Ann. Soc. entom. Belgique, p. 234. M. c. Roewer,1913— Arch. Naturg. Abt. A. Heft 4, p. 383, f. 113, Hab. : S. Paulo e Rio de Janeiro. Museu Paulista: Alto da Serra (3. Paulo), MELLO-LEITÃO — OPILIONES LANIATORES DO BRASIL 163 143. * MITOBATES STYGNOIDES Sp. n. & 6 mm. 2? —6 mm. Pernas posteriores do macho (sem as ancas) 162 mm. Margem anterior do cephalothorax lisa, com uma pequenina emi- nencia mediana entre as cheliceras. Comoro ocular mais proximo da borda anterior do cephalothorax que do primeiro sulco transverso, com dois altos espinhos proximos. Cephalothorax, escassamente granuloso, relativamente largo, de modo que o escudo abdominal ao nivel da area III, é pouco mais amplo, dando ao corpo do animal aspecto semelhante ao que têm as es- pecies de Stygninae. Area I com um grupo de granulações de cada lado do sulco mediano longitudinal e mais uma fila de granulações que acom- panham as margens anterior e posterior dessa area, junto aos sulcos transversaes 1 e II; area Il muito granulosa; area III armada de dois altos espinhos com um pequeno grupo mediano de granulações e mais cinco granulações esparsas ; de um e outro lado dessa area WI ha um pequeno sulco transverso, fazendo pensar em uma transição para as Bourguyinae. Area IV (marginal posterior) e segmentos dorsaes livres com uma fila de granulações. Margens lateraes do escudo dorsal com uma fila de granu- lações. Ancas posteriores com pequeninas granulações esparsas. Face ventral quasi lisa. Pernas longas e delgadas, sendo os femures posteriores do macho excessivamente allongados, direitos, sem apophyses ou es- pinhos. Palpos do comprimento do corpo, de femures com um espinho apical interno e face ventral inerme. Todos os tarsos de mais de seis segmentos. Face ventral amarello-queimada, uniforme. Dorso castanho-escuro, O cephalothorax malhado de amarello-queimado. Granulações e espinhos do comoro ocular amarello-sulfureos ; espinhos da area HI um pouco mais escuros. Pernas de femures amarello-queimadas escurecendo para os apices; os outros segmentos castanho-negros. Hab.: Tijuca (Rio de Janeiro). Coll.: Eduardo de Moraes Mello. Typo: Em minha collecção. N. 772 (2) e 831 (9). Ger. Promitobates Rocwer; 1913 Typo: P. hexacanthus Koch 144. PRoMITOBATES HEXACANTHUS (Koch). Ancistrotus hexacanthus Kóch. D. 839 — Die Arachn., vol. VIII, p. 48, f. 560. 164 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV Goniosoma hexacanthus Simon, 1879 — Ann. Soc. entom, Bel- gique, p. 233. P. h. Roewer, 1913 — Arch. Naturg. Abt. A. Heft 4, p. 286, f. 114, Hab.: Amazonas. Gen. Metamitobates Rawer, 1913 Typo: M. Genusulfureus Roewer | 145. METAMITOBATES GENUSULFUREUS Roewer, 1913 — Arch. Naturg. Abt. A. Heft 4, p. 288. Hab.: Bahia. Gen. Neomitobates Ra:wer, 1913 Typo: N. gracilipes Roewer 146. NEOMITOBATES CANCELLATUS Rocwer, 1913 — Arch. Naturg. Abt. A. Heft 4, p. 291, f. 116. Hab.: S. Paulo. 147. NEomITOBATES GRACILIPES Rocwer, 1913 — Arch. Naturg. Abt. A. Heft 4, p. 290, f. 115. Hab.: S. Paulo. 148. * NeomrroBatEs orNATUs Mello-Leitão (Fig. 29). & — 6 mm. Borda anterior do cephalothorax lisa, sem espinhos ou tubérculos. Co- moro ocular oval transverso, mais proximo da borda anterior do cephalo- thorax que do primeiro sulco transversal do escudo abdominal, granuloso e com dois altos espinhos pro- ximos. Cephalothorax estreito, liso dos lados, com uma area granulosa mediana, que vae do comoro ocular ao primeiro sulco transversal do escudo dorsal; este com quatro sulcos transversaes, dos quaes os dois primeiros = Unidos por um sulco longitudinal. Area I com um espaço . ERA “2a. mediano, trapezoide, muito granuloso e mais uma fila transversal de pequenos granulos acompanhando o. sulco II, o resto liso; area II abundante e irregularmente Fig. externa do Pivse capiest granulosa; area III com um par de espinhos muito elevados e com o espaço entre esses espinhos muito granuloso, havendo ainda uma fila de pequenos granulos que acompanha o sulco III e outra que acompanha o sulco IV, o resto da area liso; area IV Fig. 20 — Neomitobates or- natus, MELLO-LEITÃO — OPILIONES LANIATORES DO BRASIL 165 com dois cones medianos pouco elevados e uma fila transversal de pequenos granulos, areas marginaes do escudo com 2 filas de granulações. Segmentos dorsaes livres I a III inermes, cada qual com uma fila de granulos, placa anal dorsal inerme, irregularmente granulosa. Apophyse externa das ancas posteriores muito curva, com um pequeno ramo inferior, e dirigida para traz: trochanter como uma pequena apophyse sub-apical externa, curva para a base; femures muito allongados, Palpos de comprimento do corpo, de femur inerme. Tarsos I de seis segmentos, os outros de mais de seis. 2 — 6 mm. Muito semelhante ao macho, do qual se distingue por ter os fomeria bem mais curtos (femures IV com 12 mm. na ? e com 45 mm. no &) e espinhos da area IV muito elevados. Colorido igual nos dois sexos: Ventre pardo-olivaceo uniforme. Dorso pardo ennegrecido, o cephalothorax com uma larga faixa amarello- olivacea, comprehendendo o comoro ocular, cujos espinhos são amarello- sulfureos ; granulações do cephalothorax e escudo abdominal amarellas ; os sulcos brancos ; na area III ha um pequeno sulco branco em T, atraz dos espinhos, que são ennegrecidos; area IV amarella com os espinhos igual- mente amarellos. Pernas pardo-queimadas. Hab.: Poço Grande, Alto da Serra e Franca (S. Paulo). Typo: No Museu Paulista. Gen. Ancistrotus Kocm, 1839 Typo: 4 squalidus (Perty) 149. AncisrroTUS BIFURCATUS Koch, 1839 — Die Arachn., vol. VII, p. 45, f. 559. Goniosoma foras Simon, 1879 — Ann. Soc. entom. Bel- gique, p. 2 à Dolichoscelis prin Soerensen, 1884 — Naturh. Tijdskr., p. 609. A. b. Roewer, 1913 — Arch. Naturg. Abt. A. Heft 4, p. 295, f. 118. Hab.: Brasil (sem determinação de localidade). 150. * AxcistroTUs NIGRICANS Mello-Leitão, 1922 (Fig. 30). ?— 5 mm. ns Borda anterior do cephalothorax com dois ou tres pequenos o É anteriores em cada angulo externo e com uma pequena elevação dorsa mediana, muito pen Comoro ocular oval transverso, mais proximo 166 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV da margem anterior do cephalothorax que do primeiro sulco transversal do escudo abdominal, liso, com dois altos espinhos proximos. Cephalo- thorax liso. Escudo abdominal com quatro sulcos transversaes, dos quaes os dois primeiros unidos por um sulco longitudinal. Area I com dois tubérculos medianos rombos baixos, e algumas granulações esparsas; area II com uma fila transversal de pequeninos tubérculos; area III com dois altos espinhos medianos, cada espinho cercado por uma fila circular de pequenos granulos; area IV inerme, sem espinhos ou tubérculos, com duas filas de granulações, areas marginaes com uma unica fila Fig. 30 — Ancistrotus de granulações; segmentos dorsaes livres I a III inermes Paige e com uma fila de granulações. Ancas IV irregularmente granulosas. Palpos do comprimento do corpo; femur com um espinho apical interno. Tarsos I de seis segmentos, os outros de mais de seis. Ventre amarello-queimado uniforme. Dorso castanho-queimado, lavado de negro, com os espinhos do comoro ocular mais claros, espinhos da area [HI muito negros, e orla posterior da area III negra. Palpos amarellos. Pernas castanho-queimadas. Hab.: Campos do Jordão (S. Paulo). Typo: No Museu Paulista. 151, * AncistTROTUS SQUALIDUS (Perty). Gonisoma squalidus Perty, 1832 — Del. Anim., p. 202. A. s. Koch, 1839 — Die Arachn., vol. VII, p. 43, f. 558. Goniosoma squalidus Gervais, 1844 — m Walckenaer, Ins. Apt., vol. II, p. 107. homiosoma squalidus Simon, 1879 — Ann. Soc. entom. France, p. 233. 4. s. Bertkau, 1880 — Verz Brasil Ar., p. 105. Ancistrotus urceolaris Bertkau, 1880 — Id. ibid., p. 104. 4. s. Roewer, 1913 — Arch. Naturg. Abt. A. Heft 4, p. 298, Rdii. Hab.: Rio de Janeiro e Bahia. Museu Paulista: Manãos (Amazonas). Gen. Roeweria MezLO-LeIrTÃo, 1920 Typo: R. bittencourti M. L. Comoro ocular mais proximo da borda anterior do cephalothorax que do primeiro sulco transversal do escudo dorsal, oval transverso, estreito e com dois espinhos proximos. Escudo dorsal com quatro sulcos transver- MELLO-LEITÃO — OPILIONES LANIATORES DO BRASIL 167 saes, dos quaes Ie Il unidos por um sulco. longitudinal mediano. Cepha- lothorax estreito, bordas lateraes do escudo abdominal regularmente di- latadas e arredondadas até o nivel da area III, depois de novo estrei- tando-se até à margem posterior. Areas dorsaes I, Ile IV inermes; area [HI com dois espinhos medianos ; segmentos dorsaes livres 1 a III com um par de tubérculos baixos ; placa anal dorsal inerme. Ancas Ia III pe- quenas, parallelas ; ancas IV mais de duas vezes mais longas e mais es- pessas que as outras reunidas, excedendo o escudo em toda sua extensão. Palpos mais curtos que o corpo, de femures providos de um espinho apical interno e de outro espinho na face inferior. Pernas muito longas e del- gadas, de femures direitos; tarsos anteriores de seis segmentos, os outros de mais de seis. 152. * RaweriA BrrreNcouRTI Mello-Leitão, 1920. 2 — 12 mm. Borda anterior do cephalothorax lisa, com um pequeno tubérculo me- diano entre as cheliceras; o resto do cephalothorax liso. Comoro ocular alto, transverso, com dois altos espinhos proximos, granuloso no resto de sua extensão. Areas Ia II do escudo abdominal dorsal muito granulosas, a area III com dois altos espinhos medianos ; area IV (marginal posterior) e segmentos dorsaes livres 1 a Il com uma fila de granulos, os segmentos dorsaes livres com dois tubérculos medianos rombos. Bordas lateraes do escudo abdominal dorsal com duas filas marginaes de granulações. Placa anal dorsal lisa. Ancas das pernas posteriores granulosas, com pequeninos espinhos no apice dos granulos e armadas de duas fortes apophyses espiniformes, dirigidas para traz, quasi parallelas e iguaes; tibias poste- riores com seis espinhos, dispostos em fileira na face inferior. Femur dos palpos com um espinho apical interno e outro espinho subbasal inferior. Tarsos anteriores de seis segmentos ; os outros de mais de seis. Colorido geral do corpo pardo avermelhado. Femures, patellas, tibias e protarsos das pernas posteriores fulvo-negros, os tarsos mais claros; as outras pernas de colorido igual ao do corpo. Hab.: Joinville (Santa Catharina). Gun. Leptocnemus Kocr, 1839 Typo: L. sulfureus (Perty) 153. LEprocxEMUs SULFUREUS (Perty). Goniosoma sulfureus Periy, 1892 — Del. Anim., p. 202. L. s. Koch, 1839 — Die Arachn,, vol, VII, p. 92, £ 578, 168 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV Gontosoma sulfureus Gewais, 1844 — In Walckener, Ins. Apt., vol. HI, p. 108. Asarcus sulfureus Simon, 1879 — Ann. Soc. entom. Belgique, p. 236. L. s. Roewer, 1913 — Arch. Naturg. Abt. A., p. 297, f. 119. Hab.: Brasil (sem determinação de localidade). Gen. Asarcus Kocm, 1839 Typo: 4, longipes Koch 194. * Asarcus coraLLIPES Simon, 1879 — Ann. Soc. entom. Belgique, Pp. 230. ; 4. c. Roswer, 1913 — Arch. Naturg. Abt. A, Heft 4, p. 301, 1; Aut. Hab.: Brasil (sem determinação de localidade). Museu Paulista: Alto da Serra (S. Paulo). 155. Asarcus LonaipEs Koch, 1839 — Die Arachn., vol. VII, p.68,f. 569. A. !. Simon, 1879 — Amn. Soc. entom. Belgique, p. 234. 4. |. Roswer, 1913 — Arch. Naturg. Abt. A. Heft 4, p. 300, RABO. Hab.: Bahia. 156. * ASARCUS LUTESCENS Scerensen, 1884 — Naturh. Tjdskr., p. 617. 4. |. Roewer, 1913 — Arch. Naturg. Abt. A., p. 303, f. 122. Hab.: S. Paulo. Museu Paulista: Campos do Jordão (S. Paulo). 157. * ASARCUS PALLIDUS Sp. n, q — 10 mm. Margem anterior do cephalothorax com tres granulações de cada lado, junto aos angulos lateraes, e com uma area granulosa mediana. Cephalo- “thorax estreito, liso. Comoro ocular baixo, oval transverso, mais proximo da borda anterior do cephalothorax que do primeiro sulco transverso do escudo abdominal, com um pequeno tubérculo mediano. Escudo dorsal com quatro sulcos transversaes, dos quaes os dois primeiros unidos por um sulco longitudinal. Area I com um par de tubérculos medianos baixos, lisas no resto de sua extensão ; areas II e III lisas e inermes, sem tubérculos ou es- pinhos; areas marginaes com uma unica fila de granulações, bem como à area IV (margem posterior do escudo dorsal) que é inerme. Segmento dorsal MELLO-LEITÃO — OPILIONES LANIATORES.DO BRASIL 169 livre I inermé, sem espinhos ou tubérculos medianos, e com uma fila de gra- nulações, segmento dorsal livre II com um forte espinho mediano e a fila de granulações; segmento III com um tubérculo mediano e uma fila de gra- nulos. Palpo do comprimento do corpo; femur de face ventral armada e com um espinho apical interno. Todos os tarsos de mais de 6 segmentos. Femures direitos. Todo animal amarello-testaceo claro; os segmentos dorsaes livres € pernas manchadas de negro. Hab.: Franca (S. Paulo). Typo: No Museu Paulista. Sugram, COELOPYGINAE Gen. Coelopygus Kocm, 1839 | Typo: 6: elegans (Perty) 158.* “CorLopycus CURVISPINA (Perty). Gonyleptes curvispina Perty, 1832 — Del. Anim., p. 202. C. c. Koch, 1839 — Die Arachn., vol. VII, p. 78, f. 5183. Gonyleptes curvispina Gewais, 1844 — Im Walckenaer, Ins. Apt., vol. II, p. 104. Cc. Rewer, 1913— Arch. Naturg. Abt. A. Heft 4, p. 314. Hab.: S. Paulo. . Museu, Paulista : Poço Grande (S. Paulo). 159. CogLopyYGus ELEGANS (Perty). Gonyleptes elegans Perty, 1832 — Del. Anim., p. 202. C. e. Koch, 1839 — Die Arach., vol. VII, p. 87, f. 976. Gonyleptes elegans Gervais, 1844 — In Walckenaer, Ins. Apt., vol. III, p. 104. Coelopygus granada Bertkau, 1880 — Verz. Brasil. Arachn., A, C. e. Roewer, 1913 — Arch. Naturg. Abt. A.,; p. 308, p.I b, f. 4. Hab.: Rio de Janeiro e Bahia. 160. COELOPYGUS LAETABUNDUS Soerensen, 1884 — Naturg. Tjdskr., p. 616. C. |. Roewer, 1913 — Arch. Naturg. Abt. A. Heft 4, p. 316. Hab.: Brasil (sem determinação de localidade). 470 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV 161.* CogLopyaus LEUcoPHEUS Mello-Leitão, 1922 (Fig. 31). º — 8 mm. Borda anterior do cephalothorax com dois espinhos em cada angulo lateral e com dois pequenos cones dorsaes medianos. Comoro ocular oval transverso, mais proximo da borda anterior do cephalothorax que do primeiro sulco transversal do escudo dorsal, baixo, com dois pequenos cones proximos. Cephalothorax escasso e irregular- mente granuloso. Escudo abdominal muito dilatado, mais largo que longo, com quatro sulcos transversaes dos (8 ea ARE eso) quaes os dois primeiros unidos por um o sui cascas sulco longitudinal. Areas I e II com dois tubérculos medianos baixos e algumas granulações, esparsas; area III com dois altos espinhos medianos, mais gra- nulosa que as areas Ie II; area IV (borda posterior do escudo) inerme com uma fila de grossas granulações, bem como os segmentos dorsaes livres 1 a II, Areas marginaes do escudo com duas filas de pequenos tubérculos e algumas granulações irregulares no terço posterior. Placa anal dorsal lisa. Segmento estigmatico e ancas muito granulosas. Ancas posteriores de apo- physe apical externa longa, transversa, torcida em espiral larga; trochan- teres com uma apophyse mediana externa, obliqua para a base; femures IV direitos, com fortes espinhos curvos, seriados na face interna e uma fila de pequenos espinhos erectos no terço basal da face superior. Palpos um pouco maiores que o corpo ; femur delgado, inteiramente inerme. Todos os tarsos de mais de seis segmentos; os segmentos basaes dos tarsos I normaes, não dilatados. Tarsos Ile IV com duas unhas denteadas, com pseudonychio, sem escópula. Cephalothorax c escudo abdominal esbranquiçados ; as areas mar- ginaes amarello-sulfureas. Nas areas I e II do escudo dorsal os tubérculos estão dentro de manchas pardas ; às granulações das tres areas são pardas e os espinhos da area III são amarello-sulfureos, de pontas fulvas ; area IV ennegrecida ; segmentos dorsaes livres amarello-olivaceos uniformes ; placa anal dorsal com duas grandes manchas brancas triangulares, de base posterior e com uma orla negra e um ponto negro no apice. Segmento esugmatico e ancas amarello-olivaceos, de granulos negros; apophyse apical externa das ancas IV negra. Pernas dos tres primeiros pares, palpos e cheliceras amarello sulfureos; femures posteriores castanhos. Hab.: Poço Grande (S. Paulo). Typo: No Museu Paulista. Fig. 31 — Coelopygus leucopheus, MELLO-LEITÃO — OPILIONES LANIATORES DO BRASIL IM 162. COELOPYGUS MACRACANTHUS Koch, 1839 — Die Arachn., vol. VII, p. 81, f. 574. C. m. Bertkau, 1880 — Verz. Brasil. Ar., p. 102, pr. 11, f. 40. | C. m. Roewer, 1913 — Arch. Naturg. Abt. A. Heft 4, p. 312, f. 125. Hab.: Rio de Janeiro. 163. COELOPYGUS MELANOCEPHALUS Koch, 1839 — Die Arachn., vol. VII, p. 85, f. 575. C. m. Roewer, 1913— Arch. Naturg. Abt. A. Heft 1, p. 310, ft. 124. Hab.: Brasil (sem determinação de localidade). Gen. Arthrodes KocH, 1839 Typo: 4. xanthopygus Koch 164. ARTHRODES XANTHOPYGUS Koch, 1839 — Die Arachn., vol. VII, EE VO, E oTl. A. x. Roewer, 1913— Arch. Naturg. Abt. A. Heft 4, p. 318, f. 126. Hab.: Brasil (sem determinação de localidade). Gen. Liarthrodes Mello-Leitão, 1922 Typo: L. 4—maculatus Mello-Leitão Comoro ocular oval transverso, mais proximo da borda anterior do cephalothorax que do primeiro sulco transversal do escudo abdominal, com dois pequenos tubérculos. Cephalothorax estreito ; bordas do cepha- lothorax regularmente arredondadas, nivel do sulco III, onde é mais largo, para a borda posterior, onde termina em angulos levemente proeminentes. Escudo abdominal dorsal com quatro sulcos transversaes, dos quaes os dois primeiros unidos por um sulco longitudinal. Areas Ia IV e segmentos dorsaes livres inermes, quando muito granulosos . Ancas la HI pequenas e estreitas, paralelas; ancas IV duas vezes mais longas e mais espessas que as outras, excedendo largamente a borda do escudo pa toda sua extensão. muito dilatadas para traz, até O depois novamente se estreitando, 172 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIV - Cheliceras pequenas, semelhantes nos dois sexos. Palpos do tamanho do corpo; femur de face ventral inerme e com um espinho apical interno. Pernas longas e delgadas, de femures direitos. Caracteres sexuaes secundarios sob a fórma de apophyses e espinhos nos seg- mentos basaes das pernas posteriores do macho. Tarsos I a IV de mais de seis segmentos; parte apical dos tarsos II com quatro segmentos. Tarsos anteriores do macho de segmentos basaes normaes, não dila- tados, tarsos III e IV sem escopula, com pseudonychio e dupla unha denteada,. 165.* LiartHRODES 4 — MACULATUS Mello-Leitão, 1922 (Fig. 32). q—8 mm. Borda anterior do cephalothorax com dois fortes tubérculos medianos anteriores. Cephalothorax estreito e liso. Comoro ocular baixo, oval trans- verso, pouco mais proximo da borda anterior do cephalothorax que do primeiro sulco do escudo dorsal do abdomen, com dois pequenos tubérculos proximos. Es- cudo abdominal com quatro sulcos trans- versaes, dos quaes os dois primeiros unidos por um sulco longitudinal. AreasTalVe segmentos dorsaes livres Ia III inermes, cada qual com uma unica fila transversal de grossas granulações; areas marginaes do escudo com uma fila de granulações. Ventre liso. Apophyse externa das ancas posteriores longa, obliqua para fóra e para baixo, torcida em espiral larga. Tarsos Ia IV de mais de seis segmentos. Femur do palpo com um espinho apical interno. Ventre amarello; dorso amarello-olivaceo. Cephalothorax brunco- queimado com uma, estreita mancha longitudinal esbranquiçada de cada lado; areas I e II do escudo abdominal com uma pequena mancha branca, obliqua, junto ao angulo postero-externo de cada segmento; area III ennegrecida, area IV (margem posterior do escudo) e segmentos dorsaes livres da côr do cephalothorax ; placa anal dorsal com uma grande mancha. branca transversal; palpos e pernas olivaceos; apophyse externa das ancas posteriores negra. Hab,: Petropolis (Rio de J aneiro). - Typo: Em minha collecção, Coll. : Altino de Azevedo Sodré. Ay osoo es CD o Fig. 32 — Liarthrodes 4 — Maculatus, MELLO-LEITÃO — OPILIONES LANIATORES DO BRASIL 173 Gen. Metarthrodes Rawer, 1913 Typo: M. leucopygus Roewer 166. METARTHRODES ALBIMACULATUS Roewer, 1913 — Arch. Naturg. Abt. A. Heft 4, p. 329, T. 131. Hab.: Bahia. 167. METARTHRODES BIMACULATUS Roewer, 1913 — Arch, Naturg, Abt. A. Heft 4, p. 322, f. 128. Hab.: Bahia. 168. * METARTHRODES FARINOSUS Mello-Leitão, 1922 ( Fig. 33). º— 8 mm. - Borda anterior do cephalothorax lisa, apenas com dois conesinhos dor- saes medianos. Cephalothorax estreito, irregularmente granuloso. Comoro ocular oval transverso, mais proximo da borda anterior do cephalothorax que do primeiro sulco transverso do escudo abdominal, pouco elevado, com dois espinhos baixos nitidamente separados. Escudo dorsal com quatro sulcos transversaes, dos quaes os dois primeiros unidos por um sulco longitudinal. Areas Ie IL com um par de tubérculos rombos medianos e algumas granulações irregularmente esparsas: os tubérculos da area 1 são mais pontudos e maiores que os da area II; area III pouco gra- É e PiGIA do nulosa, com dois altos espinhos medianos. Areas marginaes "E SÁ o com uma unica fila de granulações. Area IV (borda pos- terior de escudo) e cada qual dos segmentos dorsaes livres Ia II inermes, com uma fila de granulos; placa anal dorsal com duas filas. Segmento estigmatico pouco granuloso; segmentos ventraes livres com uma fila de granulos. Palpos do comprimento do corpo, de femur inerme e sem espinho apical interno. Pernas longas e delgadas. TarsosI a IV de mais de seis segmentos; os tarsos III e IV com duas unhas pectincas; a porção terminal dos tarsos II com quatro segmentos. Colorido geral de um bello amarello-queimado ; o cephalothorax e o es- cudo dorsal do abdomen com abundante pontilhado branco; na area HI do escudo ha duas manchas brancas orladas, eguaes, quasi circulares, proximas, dos angulos postero-externos; Os tubérculos das areas Te I eos espinhos da area III do escudo são negros; area IV com uma fila de seis pequenas manchas brancas allongadas. Segmentos dorsaes livres amarello-olivaceos, havendo em cada qual uma orla branca posterior; placas, anaes dorsal e 4174 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV ventral pardo-olivaceas, com abundante pontilhado branco. Cheliceras e palpos quasi negros, com pequeninas manchas olivaceas muito abundantes. Pernas e II pardo negras. Hab.: Alto da Serra e Franca (S. Paulo). Typo: No Museu Paulista. 169. * METARTHRODES LEUCOPYGUS Roewer, 1913 — Arch. Naturg. Abt. A. Heft 4, p. 320, f. 127. Hab.: Bahia. Minha collecção: Serra da Estrella (Rio de Janeiro ). 170. * METARTHRODES MELANACANTHUS Roewer, 1913 — Arch. Naturg. Heft 4, p. 325, f. 129. Hab.: S. Paulo. Museu Paulista: S. Paulo, Alto da Serra, Franca e Poço Grande (S. Paulo). Museu Nacional: Copacabana ( Districto Federal). 171. METARTHRODES NIGRIGRANULATUS Roewer, 1913 — Arch. Naturg. Abt. A. Heft 4, p. 327, f. 130. Hab.: S. Paulo. 172. * METARTHRODES SPECIOSUS Roewer, 1913 — Arch. Naturg. Abt. A. Heft 4, p. 324, Hab.: Santa Catharina e Bahia. Minha collecção: Paineiras (Districto Federal). Gen. Pristocnemus KocH, 1839 Typo: P. pustulatus Koch 173. * PristocNEMUS PusTULATUS Koch, 1839 — Die Arachn., vol. VII, p. 16, f. 542. P. p. Roewer, 1913 — Arch. Naturg. Abt. A. Heft 4, p. 331, f. 132 Hab.: Brasil (sem determinação de localidade). Museu Nacional: Itatiaya (Minas Geraes). Museu Paulista : Petropolis (Rio de Janeiro). Minha collecção : Tijuca (Districto Federal). MELLO-LEITÃO — OPILIONES LANIATORES DO BRASIL 175 Gen. Ampheres Kocn, 1839 Typo: 4. asper (Perty) 174. AMPHERES ASPER (PERTY). Gonyleptes asper Perty, 1832 — Del. Anim., p. 202. A. a. Koch, 1839 — Die Arachn., vol. VII, p. 71, f. 570. Gonyleptes asper Gervais, 1844 — In Walckenaer, Ins. Apt., vol. III, p. 104. A. a. Roewer, 1913— Arch. Naturg. Abt. A. Heft 4, p. 338. Hab.: Brasil (sem determinação de localidade). 175. AMPHERES SPINIPES (Perty). Gonyleptes spinipes Perty, 1832 — Del. Anim., p. 205, p. XXX, A. s:. Koch, 1839 — Die Arach., n., vol. VII, p. 73, f. 571. Gonyleptes spinipes Gervais, 1844 — In Walckenaer, Ins. Apt., vol. III, p. 108. A. s. Sorensen, 1884 — Naturh. Tjdskr., p. 621. A. s. Roewer, 1913 — Arch. Naturh. Abt. Heft 4, p. 334, p. 113. Hab.: Bahia. 176. AMPHERES sTRIATUS Roewer, 1913 — Arch. Naturg. Abt. A. Heft 4, RES pr. 11, £:5. Hab.: Bahia. Gen. Metampheres RocwER, 1913 Typo: M. albimarginatus Roswer. 177. METAMPHERES ALBIMARGINATUS Roewer, 1913 — Arch. Naturg. Abt. A. Heft 4, p. 340, £. 134. Hab.: Rio de Janeiro e Bahia. Gen. Sodreana Mello-Leitão, 1922 Typo: S. sodreana sp. n. Comoro ocular oval transverso, mais proximo da borda anterior do cephalothorax que do primeiro sulco transversal do escudo abdominal, com dois altos espinhos. Cephalothorax estreito; bordas lateraes do escudo regularmente curvas para fora até o nivel do sulco II, onde o escudo é mais 476 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIV largo, depois novamente se estreitando até a borda posterior, com a qual forma angulo levemente saliente. Escudo abdominal com quatro sulcos transversaes, dos quaes os dois primeirosunidos por um sulco longitudinal, Areas [ e II do escudo abdominal com um par de tubérculos rombos, baixos, area II com um grande tubérculo conico mediano, area IV (margem pos- terior do escudo) e segmentos dorsaes livres inermes sem espinhos ou tu- bérculos, quando muito granulosos. Cheliceras pequenas, semelhantes nos dois sexos. Palpos maiores que o corpo, o femur delgado, inerme, sem espinho apical interno. Ancasla III delgadas e parallelas, IV mais es- pessa e mais longa que as tres outras reunidas, excedendo largamente a margem lateral do escudo em toda sua extensão. Tarsos 1 de seis segmentos; os outros de mais de seis Caracteres sexuaes secundarios sob a forma de apophyses e espinhos nas pernas posteriores. Tarsos IF e IV sem escopula, com pseudonychio e duas unhas pectineas. Parte basal dos tarsos I, no macho, normal, não dilatada. É “178, SODREANA SODREANA Mello-Leitão, 1922 (Fig. 34). º—8 mm, o Borda anterior do cephalothorax com uma serie regular, serrilhada, de pequenos espinhos, e sem elevação dorsal. Comoro ocular oval trans- verso, mais proximo da borda anterior do cephalothorax que do primeiro sulco trans- versal do escudo dorsal, com dois altos es- pinhos divergentes. Cephalothorax irregular- mente granuloso. Escudo abdominal com quatro sulcos transversaes dos quaes os dois primeiros unidos por um sulco longitudinal. Areas Ie II do escudo dorsal com um par de tubérculos rombos, baixos e irregularmente granulosos; area HI com um grande tubérculo mediano, densa e finamente granuloso, o resto da area com grossas granulações; areas marginaes lateraes irregularmente granulosas. Area IV PE = touivtis EE (borda posterior do cephalothorax) e se gmentos dorsaes livres inermes, cada qual com uma fila de granulações. Segmento estigmatico liso. Palpos mais longos que o corpo; o femur inerme. Tarso I de seis segmentos, os outros de mais de seis. Ancas posteriores com a apophyse apical externa longa, estreita, obliqua, com um pequeno ramo inferior; trochanteres com uma pequena apophyse externa, curva para fora; femuros curvos com uma MELLO-LEITÃO — OPILIONES LANIATORES DO BRASIL 477 apophyse espiniforme curva, basal, e altos espinhos, separados por outros menores, na borda interna do cephalothorax . Ventre amarello-queimado uniforme. Ventre bruneo-queimado pallido, o cephalothorax mais escuro; apophyse apical externa das ancas IV negra. “Hab.: Petropolis (Rio de Janeiro). Typo: No Museu Paulista. Coll.: Altino de Azevedo Sodré, a quem dedico o genero e a especie. Gex. Proampheres Rawer, 1913 | ; Typo: P. serralus (Koch) 179. — PRroAMPHERES SERRATUS (Koch). Ampheres serratus Koch, 1839 — Die Arachn., vol. VII, p. 75, f. 532. P.s. Roewer, 1913— Arch. Naturg. Abt. A. Heft 4, p. 343, f. 135. Hab.: Brasil (sem detormiiiação de localidade). Gen. Parampheres Rawer, 1913 Typo: P. pectinatus RaiwER “180. — PARAMPHÉRES PECTINATUS RaiwER, 1913— Arch. Naturg. Abt. À, Heft 4, p. 345, f. 136. Hab.: Rio de Janeiro e S. Paulo. Susram. HETEROCRANAINAE Gex. Syncranaus Rawer, 1913 Typo: S. cribrum Ra:wER “181:— SyncranaUs criBRUM RaiwEr, 1913 — Arch. no Ab A, p. 421, p: I, f.7. Hab.: Pará. 5231 178 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV SusraM. STYGNINAE Gen. Stygnus Perry, 1832 Typo: S.armatus PerTY 182. * Sryanus armatus Perry, 1832 —Del. Anim., p. 207, p: ALE d S. a. Gervais, 1844 — In. Walckenaer, Ins. Apt., vol. HI, p. 11. S. à. Simon, 1889 — Ann. Soc. entom. Belgique, p. 220. S. a. Rower, 1913 — Arch. Naturg. Abt. A. Heft 4, p. 427, f. 168. Hab.: Amazonas e Pará. Museu Paulista: Manãos (Amazonas). Gen. Stygnellus Ra:wen, 1913 Typo: S. ferrugineus (Perty) 183. — SryGNELLUS FERRUGINEUS (PeRTY). | Goniosoma ferrugineus Perry, 1892 — Del. Anim., p. 202. Siygnus ferrugineus Koch, 1839 — Die Arachn., vol. VII, p. 26, f. 550. | É Goniosoma ferrugineus Gervais, 1844 — Ins. Apt, vol. III, p. 108. Siygnus ferrugineus Simon, 1879 — Amn. Soc. entom. Bel- gique, p. 221. | S. f. Roewer, 1913 — Arch. Naturg. Abt. A. Heft 4, p. 435, SEIA. Hab.: Pará e Guyanas. 184. * STIGNELLUS POLYACANTHUS Sp. n. º—7 mm. à Cephalothorax largo, de bordas lateraes quasi parallelas, a borda an- terior chantrada. Olhos muito separados, quasi nas bordas do cephalothorax, e um alto cone ponteagudo entre os olhos. Perto da borda anterior ha uma fila de granulos pequeninos. Escudo dorsal com quatro sulcos transversaes, Le II unidos por um sulco longitudinal mediano; bordas lateraes pouco di- vergentes, terminando atrás em angulo recto com a margem posterior. Area I com duas filas de granulações: area II com dois espinhos baixos medianos e uma fila de pequenos tubérculos subespiniformes ; area HI com dois altos espinhos medianos, quasi lisa, apenas provida de alguns tubér- MELLO-LEITÃO — OPILIONES LANIATORES DO BRASIL 179 culos ponteagudos esparsos. Area IV e segmentos dorsaes livres I, Ile II com dois espinhos medianos (maiores que os da area II, mas bem menores que os da area HI); area IV com uma fila de granulos rombos, os se- gmentos dorsaes livres, com' uma fila de tubérculos espiniformes. Nos segmentos dorsaes livres 1 e Il ha um tnbérculo entre os espinhos medianos e no segmento III ha dois. Placas anaes dorsal e ventral muito granulosas. Margens lateraes do escudo dorsal lisas. Ancas IV com abundantes granu- lações subespiniformes. Femures IV muito espessados para o apice, onde apresenta duas filas de grossos espinhos; patellas e tibias de espessura su- perior á do apice dos femures, armada de numerosos espinhos curtos e grossos. Tarsos | de seis segmentos; os outros de mais de seis. Palpos do comprimento do corpo, de femur curvo, inerme; patella com um espinho apical; tibia com quatro espinhos internos, em dois grupos (o basal com dous largos espinhos e o apical com um espinho longo e outro curto) e cinco espinhos externos (dois longos, um curto, um longo, um curto ). Che- líceras de segmento basal armado de curtos espinhos negros; palma do dedo immovel das chelas enormemente dilatada e muito maior que e segmento basal. | Colorido geral castanho-queimado ?as pernas lavadas de negro. Hab. : Campina Grande (Parahyba do Norte). Coll. : Tranquilino Leitão. Typo : Em minha collecção. N. 839. Gen. Protimesius RawEer, 1913 Typo: P. gracílis, RawER 185. * Prorimestus craciis ReweR, 1913 — Arch. Naturg. Abt. A. Heft4, p. 439, f. 173. Hab.: Pará e Surinam. Museu Paulista: Manãos (Amazonas). Susram. HETEROSTIGNINAE “Gen. Stignidius Simon, 1879 Typo: S. inflatus SIMON 186. — SrIGNIDIUS INFLATUS SIMON; 1879 — Ann. Soc. entom. Belgique, Ps 223, É | S. ;. Rower, 1913 — Arch. Naturg. Abt. A. Heft 4, p. 156, f; 119; E RR Hab.: Amazonas.. e e 180 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV E O q Estas diversas especies brasileiras podem ser facilmente diagnosticadas pelo seguinte quadro synoptico: CHAVE 1. Ancas posteriores apenas soldadas ao primeiro segmento do ab» domen na base, livres na maior parte de sua extensão ; segmento terminal dos tansos III e IV sem pseudonychio—2 (PHALANGODIDAE). — Ancas posteriores inteiramente soldadas ao primeiro segmento do abdomen ; segmento terminal dos tarsos III e IV sempre com pseudonychio o o 2. Parte terminal dos tarsos I com 2 segmentos; de II com 3 se- gmentos; os dois primeiros sulcos transversos abdominaes unidos por um sulco longitudinal — PsgupomrrRacERAS brasiliensis Roewer. — Parte terminal dos tarsos I com 3 segmentos — 3. 3. Tarsos I de quatro segmentos — 4. — Tarsos 1 de 5 segmentos — PsEuDoPHALANGODES unicolor Roewer. 4. Os dois primeiros sulcos transversaes do escudo abdominal não unidos por um sulco longitudinal mediano — TricommatUs brasiliensis Roewer. — Os dois primeiros sulcos transversaes do escudo abdominal unidos por um sulco longitudinal mediano — PsguDOPACHILUS longipes Roewer. d. Femur e tibia dos palpos muito achatados e carenados; femur com uma fila ventral de pequenos dentes ou tubérculos ; tibia e tarso sem espinhos ou com espinhos fracos — 6 (COSMETIDAE,). — Femur dos palpos espesso e armado de espinhos ou delgado e inerme, nunca provido de quilha; tibia e tarso sempre longos e com fortes espinhos — 32 (GON YLEPTIDAE). - 6. Unhas dos tarsos III e IV simples não denteadas —7 (COSME- TINAE). | — Unhas dos tarsos III e IV pectineas denteadas — 29 (DISCO- SOMINAE). 7, Tarsos I de cinco segmentos — 8, > Tarsos I de seis ou mais segmentos — 9, 8. Areas 1 a V do escudo abdominal inermes — Lisiria çcordata (Gervais). - ; — Area III do escudo abdominal com um par de pequenos tubérculos . — METALBITIA paraguayensis (Scer.). MELLO-LEITÃO — OPILIONES LANIATORES DO BRASIL 481 9. Tarsos 1 de seis segmentos — 10. — Tarsos 1 de mais de seis segmentos — 20, 10. Tarsos III de seis segmentos ; area III do escudo dorsal com um par de espinhos — 11. — Tarsos III de mais de seis segmentos — 12. 11. Area 1 do escudo abdominal inerme — 13 | — Area 1 do escudo dorsal com um par de pequenos tubérculos — Gnívia bipunciata (Perty). “ 12. Borda anterior do cephalothorax lisa; area V lisa — M. orientalis Mello-Leitão. — Borda anterior do cephalothorax com dois pequenos tubérculos ; area V com uma fila de granulações — M. barbacenensis Mello-Leitão. 13. Pernas III e IV semelhantes ás duas primeiras e da mesma e sura — 14, — Pernas Il e IV bem mais espessas que as duas primeiras — 18. 14. Area I do escudo abdominal com um par de aculeos ou pequenos tubérculos — 15. — Area I do escudo abdominal, inerme e lisa — 17. 15. Area 1 do escudo abdominal com um par de aculeos medianos, bem como a area II — CyNORTELLA lagenaria (Perty). — Area 1 do escudo abdominal com um par de tubérculos baixos — 16 (CYNORTA). 16. Sulco transversal I do escudo abdominal não formando um V es- branquiçado ; escudo amarello queimado-claro com pontinhos brancos — conspersa (Perty). — Sulco transversal I do escudo abdominal formando um V esbranqui- cado; escudo com uma linha lateral branca — vestita Reewer. 17. Area III do escudo dorsal inerme e lisa — EUCYNORTELLA juruensis Mello-Leitão. — Area HI do escudo dorsal ou um par de aculeos altos — EUCYNORTA brasiliensis Mello-Leitão. 18. Areas Ile IV do escudo abdominal com um par de pequenos tu- bérculos — Ercixus ohausi Roewer. — Areas IL e IV inermes — 19. 19. Arcas III com um par de pequenos tubérculos — RHaucus vulne- ralus Simon. — Area II com um par de fortes espinhos — 19 (FLIRTEA). 20. Escudo abdominal com uma linha mediana ao ea — picta. — Escudo abdominal sem tal linha — quinquelineata. 21. Pernas Il e IV semelhantes ás duas primeiras — 22. 182 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV — Pernas Ill e IV muito mais espessas que as duas primeiras — Me- TERGINUS lalesulfureus Simon. 22, Area III do escudo abdominal com um aculeo mediano — Cos- METUS — 23. — Area III do escudo abdominal com um par de aculeos medianos — ParciLaeMa — 24. 23. Escudo amarello, irregularmente pontilhado de bruneo — mesa- canthus Koch. “ — Escudo bruneo com manchas redondas esbranquiçadas — varius Perty. | 24. Os tres segmentos livres negros ou castanhos, uniformes — leu- comelas Simon. ; — (Os tres segmentos livres com linhas amarellas, orlados ou pon- tilhados — 25. 25. Os tres segmentos livres são riscados de amarello esbranquiçado — 26. — Os tres segmentos livres são pontilhados de amarello esbranquiçado — 28. 26. Escudo com Y branco amarello — andreae (Perty). — Escudo sem Y — 927. “27. Escudo pardo-escuro com U-claro — U/lavum (Perty). — Escudo sem U claro — sigillatum Roewer. 28. Corpo escuro com uma figura amarella em ferro de lança — lim- batum Koch. — Corpo escuro, com uma larga faixa clara de cada lado — mars ginatum (Soerensen). 29. Tarsos I de seis segmentos — 30. — Tarsos I de mais de seis segmentos — 31. 30. Areas Ia V do escudo dorsal inermes — Discosoma cinctum Perty. — Areas 1 e III do escudo dorsal com um par de altos aculeos — “ParaGryNE 4-maculata Roewer. | a 31. Areas Ta V do escudo abdominal inermes — Prorus insolens imon. = Area III com um par de altos aculeos — GRYNE marginalis (Perty). 32. Escudo dorsal com cinco sulcos transversaes — 33. — Escudo dorsal com quatro sulcos transversaes — 78. 33. Olhos com um tubérculo commum, proximo da borda anterior do cephalothorax — 34. i —)Olhos muito separados um do outro e da margem anterior do cepha- lothorax, sem tubérculo ocular commum — STENOSTYGNUS pusio Simon. É SM MELLO-LEITÃO — OPILIONES LANIATORES DO BRASIL 183 34. Ancas posteriores excedendo a margem lateral do escudo dorsal em toda sua extensão; escudo abdominal na area III muito mais largo que o cephalothorax — 35. — Ancas posteriores só excedendo a margem lateral do escudo em seu angulo mais externo; escudo abdominal na area III da largura do cepha- lothorax, de modo que este e o escudo abdominal juntos têm um contorno mais ou menos ovalar — (PROSTIGNINAE) — 76. 35. Femures posteriores do macho armados de fortes dentes e espinhos — (PACHYLINAE) — 36. — Femures posteriores do macho inermes, mas muito alongados - (BOURGUYINAE)— 12. 36. Tarsos I de quatro segmentos; os outros de seis, O tubérculo “ocular elevado em uma apophyse mediana — GynpEs reinhardi Scerensen — Tarsos I de mais de quatro segmentos — 37, 37. Tarsos I de 5 segmentos — 38. . — Tarsos I de seis saparantos 38. Femur do palpo com um espinho apical interno — NEOPUCROLIA bituberculata Mello-Leitão. « — Femur do palpo com o apice inerme — 39. 39. Comoro ocular com duas apophyses PrOMPRRA o fnarrcus telifer (Butler). — Comoro ocular elevado em uma apophyse Ran ds 40. Areas Tc II de escudo abdominal inermes; areas Ill e IV com um: par de tubérculos medianos; V e primeiro segmento dorsal livre com uma apophyse mediana, os outros segmentos dorsaes livres inermes — AcaN- THOPACHYLUS aculeatus (Kirby). — Area I do escudo abdominal com um par de tubérculos medianos; area III com um par de espinhos; areas IV e V e segmentos dorsaes livres Ie II inermes; segmento dorsal livre II com um forte espinho mediano — UropacHyLUS striatus Mello-Leitão. Ê 41. Tarsos Ill e IV sempre com seis segmentos — 42. — Tarsos III e IV de mais de seis segmentos — 52. 42. Comoro ocular elevado em um cone mediano — 48. = Comoro ocular com dois aculeos proximos — 46 . 43. Femur do palpo com o apice inerme; areas [ a III do éscudo dorsal | com um par de tubérculos medianos; areas IVe V e segmentos dorsaes “livres Te II inermes; segmento dorsal livre II com um grande espinho E no YEimANGA ypiranga Mello-Leitão. — Femur do palpo com um espinho apical interno — hh. - 4h. Area IV do escudo dorsal com um par de tubérculos medianos; Os tres segmentos dorsaes livres inermes —(N FOPACHYLUS) — 49, ba 184 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIV — Area IV do escudo dorsal inerme; segmento dorsal livre II com um alto cone mediano — MereusarcomDEs mutilatus Mello-Leitão. 45. Areas marginaes do escudo com uma só fila de granulos — belli= cosus Roewer. — Areas marginaes com duas filas de tubérculos — mamillosus Roewer, 46. Segmentos dorsaes livres inermes — 47. | -- Segmentos dorsaes livres com uma apophyse mediana — 45. 46. Femur do palpo com um espinho apical interno — (Eusarcus) — 48, — Femur do palpo com dois espinhos apicaes internos — EusarcoEs pusillus (Scrensen). 48. Femures IL a IV com apophyses apicaes ; segmentos dorsaes livres, com uma fila regular de granulações — 49, - — Femures Ia IV sem apophyses apicaes ; segmentos dorsaes livres muito granulosos — hastatus Soerensen. 49. Trochanteres IV só com a apophyse apical — oxyacantus (Koch). Trochanteres IV com duas apophyses além da apical — 50, 90. Cephalothorax muito granuloso — armatus (Perty). — Cephalothorax liso — curvispina Mello-Leitão. 1. Area III do escudo abdominal com dois altos aculeos medianos; segmentos dorsaes livres II e II com uma grande apophyse mediana — Hg- TEROPACHYLUS spiniger Roewer. — Area III do escudo abdominal com dois tubérculos medianos baixos; Só o segundo segmento dorsal livre com um grande cone mediano — ME- TEUSARCUS armatus Rocwer. | 92. Femur dos palpos com o apice inerme — 53. — Femur dos palpos com o espinho apical interno — 54. 53. Comoro ocular elevado em um cone pontudo; area III do escudo abdominal com um aculeo mediano — GrapHiNorus ornatus Koch. — Comoro ocular com dois pequenos espinhos proximos; todas as areas do escudo abdominal inermes — ParapacHYLOIDES dentipes Reewer. | roma ocular elevado em um cone pontudo mediano — 55 (Co- BANIA), — Comoro ocular com dois pequenos cones proximos — 56. do escudo abdominal com dois tubérculos rombos — picea (Bertkau). com dois altos espinhos — olivacea Roewer. E 56. Segmentos dorsaes livres I à II com um cone mediano ou com um par de espinhos — 57, | — Segmentos dorsaes livres inermes — 58, MELLO-LEITÃO —OPILIONES. LANIATORES DO BRASIL 185! “57. Areas Ta HI “do escudo abdominal com cum par der túbértulos Elias: area V e segmentos dorsaes livres com um cone a MEGAPACHYLUS grandis Reewer. — Areas I, II, IV e V do escudo abdominal inermes: area mm e sega mentos dorsaes livres com um par de. ig medianos E NORA CREU “cd Mello-Leitão. “58. As cinco areas do escudo abdominal inermes — 59 nc — FATEs HI do seua abdominal com um par de tubérculos ou aculeos. 59. Ro I do escudo dorsal com uma fila de granulações — iheringi Roewer.. a — Area 1 do icirda dad dengaméndo RAP E deilicano Row er — 60, Áreas I e III do escudo abdominal com um par de esa cones usos — PropacHYLUS singularis Roewer. ce Areas | e TI do escudo abdominal com inbéreulos baixos: ou area TI com dois espinhos medianos — 61 (DiscocYRTUS).. — 61. Area. IV do- escudo dorsal -com uma fila de: oa — Area IV: do escudo dorsal irregularmente granulosa-- 64. — “62, Area IV do escudo abdominal com: um sulco mediano SE ntnçd cuus (Holmberg). “— Area IV do escudo abdominal sem sulco odiado 63. Segmentos dorsaes livres com 2 filas de granulos; apophso externa das ancas posteriores simples — curvipes (Koch). — Segmentos dorsaes livres com uma fila de granulos ; apophyso ex terna das ancas posteriores bifida — affinis Reewer. 64. Sulcos transversaes Ia V do escudo abdominal. unidos o um o longitudinal mediano —fornicatus Socerensen. o) — Sulcos transversaes II a IV sem o sulco mediano — 65." -—— 65. Area IV do escudo abdominal com um sulco asma ai — Area IV do escudo abdominal sem : ing mediano — 69, CA º é EA al Ata em dous 1) 66. Lados do escudo com uma fila de tubércu ujdeu *- “—= Lados do escudo com duas filas de dios e granulações — 67. 67. Area III do escudo abdominal com um po de Essas ch derrinao tissimus Roewer. “o + Area HI do ascdio abdominal'com um par de altos o 68: 68: Area V e segmentos dorsaes livres com duas filas de cia vestitus Mello-Leitão. 5 Area Vcom dois tubérculos baixos e ii segmentos dorsães livres com uma fila de granulações — moraesianus Mello-Leitão. 6 69. Femures posteriores curvos =70. | ra tones — Femures posteriores direitos — 71, 5231 g| 186. ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV vTt. Area TI do escudo abdominal com um par de tubérculos — cre- nulatus Roewer. — Area III do escudo abdominal com um par de altos espinhos — niger Mello-Leitão. 71. Areá III do escudo abdominal com um par de elevações rombas semilunares, lisas — rectipes Roswer. —. Area III do escudo abdominal com um par de espinhos — dilatalus Scerensen. 72. Areas Ia V do escudo dorsal inermes; tarsos I de mais de seis segmentos (Bourauvia) — 73. — Area III do escudo dorsal com um par de espinhos medianos, tarsos 1 de seis segmentos — 74 (DiscocyRTOIDES). 73. Margens do escudo com duas filas de granulos; femures direitos — albiornata Mello-Leitão. - — Margens do escudo com tres filas de granulações; femures curvos — curvipes Mello-Leitão. 74. Areas do escudo dorsal lisas — concolor Mello-Leitão . — Areas do escudo dorsal irregularmente granulosas — 75. =, 75.-Margens do escudo e area V com duas filas de granulações — ypirangae Mello-Leitão. | | — Margens do escudo e area V com uma só fila de granulações — violaceus Mello-Leitão. 76. Animal escuro, de face dorsal finamente granulosa — OsTRACIDIUM fuscum Perty. — Face dorsal inteiramente lisa e brilhante — 77. vo 77. Animal de colorido uniforme pardo-escuro — O. succineum Perty. — Dorso amarello-queimado, ornado de manchas claras — O. deco- ratum Koch. | 78. Olhos com um tubérculo commum proximo da borda anterior do cephalothorax — 79. --— Olhos muito se - eephalothorax — 176. ; 19. Ancas posteriores só excedendo a borda lateral do escudo no ângulo mais externo; palpo do macho muito mais espesso e com uma fila externa de dentes ou tubérculos; unhas dos tarsos III e IV pectineas — SYNCRANAUS cribrum Roewer. at 5 hd . parados um do outro e da margem anterior do *+"Ancas posteriores excedendo a borda lateral do escudo em toda a extensão; palpos semelhantes nos dois sexos, o femur do sem fila lateral externa de dentes ou tubérculos — 80, palpo sempre 80. Unhas dos tarsos Ill eIV simples, não denteadas — 81, | MELLO-LEITÃO — OPILIONES LANIATORES DO BRASIL 187 — Unhas dos tarsos III eIV com dentes, em: sério Em LOPYGINAE) — 154. 81. Femures posteriores do macho armados' de dentes e bipinhios — (GONYLEPTINAE) — 82. — Femures posteriores do macho inermes, muito alongados — (MITO- BATINAE) — 139. Eis 82. Tarsos anteriores de cinco ou seis segmentos — 83. — “Tarsos anteriores de mais de seis segmentos — 122 83. Tarsos anteriores de cinco segmentos; Il a IV de mais de-seis; area III do escudo dorsal com forte espinho mediano — THEREZOPOLIS RR poha Mello-Leitão. — Tarsos anteriores de seis segmentos — 84. 84. Tarsos III e IV de seis segmentos — 85. — 'Tarsos III e IV de mais de seis segmentos —87. | 85. Area III do escudo abdominal com um grande aculeo ás Orauesta armata Roewer. — Area III do escudo abdominal com dois tubérculos medianos baixos — 86. 86. Segmentos dorsaes livres II e III inermes nos angulos lateraes — HETEROGONYLEPTES muticus Perty. — Segmentos dorsaes livres II e Hl com um Re em cida angulo DO Traamosomi singularis Roewer. 87. Comoro ocular com um grande aculeo mediano — (Pacuv BUNUS) — 88, EA — Comoro ocular com dois aculeosinhos proximos — 89. 88. Femures amarellos com annél negro apical; Eq dorsaes livres I a IIl com dois tubérculos pontudos — grandis Roewer. — Femures pretos; segmentos dorsaes livres 1 a II apenas g prsstnioeos — gomesianus Mello-Leitão. 89. Femur do palpo com o apice inerme — 90. — Femur do palpo com um espinho apical interino-s 102: em 90. Nenhum dos tres segmentos dorsaes livres com pu aculeo mediano ou tubérculos — 91. | — Ao menos um dos tres Mi a dorsaes livres com um nculeo mediano — 94. 91. Femur do palpo de face ventral armada. As areas Ie V do ei abdominal sem espinhos — (ProcoNYLEPTOIDES) — 92. — Femur do palpo sem espinhos na face ventral — 93 (Warita)- É 92. Aréas 1 a III do escudo abdominal lisas — inermis Mello-Leitão. “— Areas Ia III do escudo abdominal irregularmente granulosas — cimex Mello-Leitão. E 188 = ARCHIVOS: DO MUSEU: NACIONAL == VOL, XXIV : - 14/93. Comoror ocular liso, apenas com. os dois espinhos; apophyse da anca posterior do macho com um ramo ventral — 94-4. RES 1 Comoro ocular com granulações além dos espinhos; apophyse das ancas posteriores do macho sem ramo ventral —94. Uta ra | 94, Margem anterior do cephalothorax. com um tubérculo mediano es- pinhoso; areas marginaes lateraes do escudo dorsal com tres filas de grauu- lações; segmentos dorsaes livres e area IV com uma fila de grandes gra- nulos pontudos — spinifrons Mello-Leitão. er MR RO :-» — Margem anterior do cephalothorax sem tubérculo mediano es- pinhoso; areas marginaes lateraes com duas filas de granulos; segmentos, dt a. Margens lateraes do escudo abdominal com uma, só fila de gra- nulos; areas 1 a III de escudo com uma fila transversal de granulações, bem como area IV e os segmentos dorsaes livres — curvicornis Roewer. —- — Margens. lateraes do escudo abdominal com pequenos granulos abundantes, irregularmente dispostos; areas I a II com grandes e pequenas granulações esparsas; area IV e segmentos dorsaes livres com uma fila de granulos maiores e outra de menores — armata Roewer. VE meme -— 95. Segmentos dorsaes livrês I a Ill com' um grande aculeo mediano — (METAGONYLEPTES) — 96. ç Rania ama TE + + Só os segmêntos: dorsaes livres Ie II com um grande aculeo me- diano; Icom um par de tubérculos (IuHaIA)-— 101.º: OE voe dE -1 96. Areas 1 a III do escudo abdominal:só.com uma fila de. granulações — 07, A em CET — Areas La III do escudo abdominal irregularmente granulosas — 100. “97, Margem do cephalothorax com seis espinhos angulares — 98. — Margem do cephalothorax lisa.— 99. e 4 CT por ao “+98. Parte; media dorsal da margem do cephalothorax com dois pe- quenos tubérculos ; femures posteriores do macho úniiito espinhosós-— cart natus (Scerensen). o Rap AÇS : ide — Parte media dorsal da margém do cephalothorax irregularmente granulosa; femures posteriores do macho apenas com um grande espinho apical e outro no terço distal interno — calcar Roewer, Lo cus Dor v D9, Cephalothorax com um par de tubérculos atrás do comoro-ocular — grandis Roewer. on e» 1º= Cephalothorax liso — hamatus Roewer. ess 00. Comoro ocular liso — pectiniger Roewer. 2 SnnsraQuaa = Comoro ocular granuloso — serratus Rocwer. EPE RE UI Margens do. escudo com “um. par de tubérculos atrás do Roewer. x Rad uma fila de granulos, cephalothorax com comoro ocular, o resto liso — cuspidala en be) MELLO-LEITÃO — OPILIONES LANIATORES DO BRASIL 189 — Margem do escudo com tres filas de granulos; cephalothorax irre- gularmente g eranuloso — fluminensis Mello-Leitão. 102. Segmentos dorsaes livres I a III inermes — 102 (GONYLEPTES). — Segmentos dorsaes livres I, Il ou II armados — 113. 103. Margens lateraes do escudo dorsal do abdomen com uma fila unica de pequeninos tubérculos — 104. -— Margens lateraes do escudo dorsal do abdomen com doido ou tres filas longitudinaes de granulações — 111. 404 — Comoro ocular muito elevado em crista, com dois as tu- bérculos — 105. — Comoro ocular com dois altos espinhos — 106. 105 — Areas 1, IL e III do escudo abdominal muito granulosas, com granulos pequeninos — curvipes Koch. — Areas I, Il e III apenas com uma grossa granulação junto ao tus bérculo — paucigranulatus Mello-Leitão . 106. Margem anterior do cephalothorax lisa e sem | espinhos — 107; — Margem anterior do cephalothorax com espinhos lateraes — 110. “1407 — Colorido geral amarello-queimado — /lavipes Mello-Leitão. — Colorido geral castanho-queimado — 108. 108. Femures posteriores do macho muito espessos na base, com uma grande apophyse basal simples, muito curva — horridus Kirby. — Femures posteriores do macho cylindricos é parallelos — 109. - 109. Apophyse externa das ancas posteriores curta, curva para traz; area III do escudo abdominal com dois tubérculos pontudos e duas granu- lações apenas — acanthopus (Quoy e Gaimard). — Apophyse externa das ancas posteriores muito longa e transversa ; area III do escudo abdominal com 2 altos espinhos € duas filas de pequeninos tubérculos junto aos sulcos — longicornis Mello-Leitão. 110. Femures do terceiro par com um espinho apical dorsal; fomures posteriores muito curvos em S — vatius Bertkau. — Femures do terceiro par sem grandes espinhos poácan: femures posteriores direitos — cervus Roewer. mts 111. Margens lateraes do escudo dorsal com duas filas de granulações — pectinatus Koch. e Margens, lateraes do escudo dorsal com tres filas de granulações -— 112, 112: Margem anterior do e ontindothbra inteiramente lisa, sem tubér- -culos ou espinhos — pustulatus Soerensen. | — Margem anterior do cephalothorax com dois conesinhos medianos— 113. 113. Angulos lateraes anteriores do cephalothorax inermes ; apophyse 4190 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIV apical externa das ancas posteriores bifida; corpo de colorido uniforme, bruneo-negro — atrus Mello-Leitão. — Angulos lateraes do cephalothorax com dois espinhos; apophyse apical externa das ancas posteriores simples; corpo manchado de amarello— saprophilus Mello-Leitão. 114. Os tres segmentos dorsaes livres com uma apophyse romba mes diana — METAGONYLEPTOIDES anomalus Mello-Leitão — Ao menos um dos tres segmentos dorsaes livres inerme — 115. 115. Segmento dorsal livre I com um par de tubérculos baixos, femur do palpo de face ventral armada — 116 (Sapocus). — Segmento dorsal livre I inerme ou com um cone mediano; femur do palpo de face ventral inerme —. 117. 116. Area III do escudo dorsal com dois altos espinhos; area IV inérme — calharinensis Mello-Leitão. — Area III com dois tubérculos rombos, granulosos ; area IV com dois tubérculos medianos — bufo Mello-Leitão. 117. Só o terceiro segmento dorsal livre com um espinho mediano; co- moro ocular com dois tubérculos baixos — ACANTHOGONYLEPTES pulcher Mello-Leitão. ? — Segmentos dorsaes livres II e III com um cone mediano ; comoro ocular com dois espinhos — 118 (PARAGONYLEPTES). 118. Comoro mediano dorsal da margem anterior do cephalothorax muito granuloso — bimaculatus (Scerensen). “ — Comoro mediano dorsal da margem anterior do cephalothorax com dois espinhos ou cones — 119. 419. Area Ido escudo dorsal lisa; as areas Il e II com uma-fila de granulações; arca III com dois espinhos medianos — bimaculatus (Soe- rensen), | Ú — Area I do escudo dorsal irregularmente granulosa — 120. 120. Areas Ile II com um par de tubérculos baixos, é duas filas de granulações; terceiro segmento dorsal livre, formando todo elle um grande cone pontudo; cephalothorax com dois tubérculos baixos; comoro ocular granuloso — anomalus Mello-Leitão . : — Areas II e LI do escudo dorsal irregularmente granulosas; terceiro an livre com um pequeno cone mediano; cephalothorax sem edianos; comoro ocular liso— 121. Ras . sm : prai sida do escudo abdominal com dois espinhos ; margem sd Eae de pequenos-tubérculos ; margem anterior do cepha- pinhos medianos e tres de cada lado ; cephalothorax h E a . . E rg ocular com dois conesinhos proximos — triacanthus Melló- CROMOS: =: : MELLO -LEITÃO — OPILIONES LANIATORES DO BRASIL 491 — Area dorsal HI do escudo abdminal com dois tubérculos proximos; . margens lateraes do escudo dorsal irregularmente granulosas; margem an- terior do cephalothorax com dois conesinhos medianos e tres espinhos de cada lado; cephalothorax granuloso ; comoro ocular com dois altos espinhos — fulvigranulatus Mello-Leitão. | 122. Femur do palpo de apice inerme — 123 (GoNYLEPTOIDES). — Femur do palpo com um ou dois espinhos apicaes internos — 124. 123. Area HI do escudo abdominal com dois espinhos medianos ; ce- phalothorax com dois tubérculos atrás do comoro ocular; margem anterior com dois espinhos medianos e um de cada lado; femures posteriores curvos — acanthoscelis (Bertkau). — Area HI do escudo abdominal com dois tubérculos rombos; cepha- lothorax com uma fila de granulações em torno do comoro ocular; margem anterior do cephalothorax sem os espinhos lateraes; femures posteriores direitos — moreirae Mello-Leitão. * 124. Segmentos dorsaes livres II e II com um grande aculeo mediano — OPISTHOPLITES ypsilon Soerensen. | — Segmentos dorsaes livres II e III sem aculeo mediano -- 117. 125. Angulos lateraes dos segmentos dorsaes livres I a HI com um pe- queno cone — 126 (AcuTISOMA). | — Angulos lateraes dos segmentos dorsaes livres 1 a II normaes — 130. 126. Cephalothorax e areas 1 a III do escudo dorsal lisos, sem granu- lações — 127. — Cephalothorax e areas 1 a HI do escudo dorsal irregularmente gra- nulosos — 128. 127. Dorso de colorido uniforme — acutangulum (Simon). — Dorso amarello-olivaceo, com linhas e manchas prateadas Em No “seriptum Mello-Leitão. ; 128. Comoro ocular com dois pequenos cones separados; angulos pos- teriores do escudo abdominal sem cones; area 1 do escudo inerme — pro- vimum Mello-Leitão. — Comoro ocular com dois altos espinhos proximos; area I do escudo abdominal com dois tubérculos medianos; area IV com um cone pontudo em cada angulo posterior — 129. 129. Area I do escudo dorsal lisa; areas marginaes com uma fila de granulos; margem anterior do cephalothorax lisa — longipes Roswer - — Area I do escudo dorsal granulosa ; areas marginaes com duas filas de granulos; margem anterior do cephalothorax com uma pequena elevação dorsal mediana — monticola Mello-Leitão. 7 “130. Femur dos palpos com dois espinhos apicaes internos — 131 (Go» NIOSOMA), | E A 192 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV > Femur dos palpos com um espinho apical interno — 133 rAoagNTE - SOMA). 131. Femures do macho pouco curvos ou direitos — 132. — Femures do macho muito curvos — valrax Koch. 132. Cephalothorax granuloso em toda sua superficie; apophyse apical interna das ancas s posteriores duas vezes maior qhe a externa — var tum Perty. — Cephalothorax granuloso só ei sua parte media ; apophyses' inca das ancas posteriores iguaes — venustium C. Koch. 133 — Escudo dorsal'com um' desenho caracteristico, com a Fárima de grande cruz de Malta — cruciferum Mello-Leitão. -- — Escudo dorsal sem esse desenho em cruz — 134. 134. Ancas posteriores do macho sem APOpiIse apical ir tora “a ex- terna bifida — badium (Koch). — Ancas posteriores do macho com m apophyse pra interna; a externa simples — 135. g 135. Apophyse apical externa das ancas O Gunios muito maior que a interna — 136. - — Apophyse apical externa Sh ancas posteriores muito menor “que a interna— 137. 136. Espinho interno dos trochanteres posteriores e maior que seus dois espinhos externos — calcar Roewer. — Espinho interno dos trochanteres posteriores menor que o ; apical externo — roridum Perty. 137. Area I do escudo dorsal sem tubérculos medianos; area HI com dois tubérculos baixos; apophyse apical interna das ancas posteriores mais de tres vezes maior que a externa — macracanthum Mello-Leitão. — Area I do escudo abdominal com dois tubérculos baixos; area: II com dóis espinhos; apophyse apical interna das ancas posteriores menos desenvolvida — 138. 138. Margens lateraes do escudo dorsal lisas; oslanioaa postarioos do macho com dois espinhos dorsães externos a liendde Perty. v — — Margens lateraes do escudo dorsal com uma fila de dados; ; tro- chanteres posteriores do macho peso com um pespueno EPA hasal;s = dentipes Koch. . 139. Tarso I de seis segmentos — 140. — Tarso I de mais de seis segmentos — 146. 140. Femur do palpo de apice inerme — 141 (NEoMIToBATES).- — Femur do palpo com um espinho apical interno — 143.º “Mi. Area IV do escudo abdominal com dois pequenos espinhas mois: areas 1 e III finamente granulosas no meio, o resto: liso; o ” MELLO-LEITÃO — OPILIONES LANIATORES DO BRASIL 193 areas marginaes do escudo com duas filas de granulos — ornatus Mello- Leitão. | e — Area IV do escudo abdominal inerme; areas I a III densamente granulosas em toda sua extensão — 142. 142. Margens lateraes do escudo dorsal com uma fila de granulos ; gra- nulos das areas Ie III todos do mesmo tamanho — gracilipes Roewer. — Margens lateraes do escudo dorsal regularmente granulosas ; areas [a III com uma fila transversal de pequenos tubérculos, além dos peque- ninos granulos do resto da superficie — cancellatus Roewer. 143, Segmentos dorsaes livres I a Ill com um par de tubérculos baixos — Rawenia biltencourti. - — Segmentos dorsaes livres inermes — 135 (ANCISTROTUS). ” “444. Area Ido escudo dorsal com dois tubérculos baixos ; area Il lisa, com uma fila transversal de grossas granulações; area Ill apenas com uma fila de granulos pequeninos em torno de cada espinho — nigricans Mello- Leitão. oe — Area I do escudo dorsal sem tubérculos; areas 1 a III finamente gra- nulosas — 145. E Ce | | 145. Areas 1 a III do escudo dorsal finamente granulosas em toda sua extensão; margens lateraes do escudo com uma fila de granulos — squali- dus Perty. : “ — Areasl à III do escudo dorsal granulosas só na parte mediana ; margens lateraes do escudo com duas filas de granulos — bifurcatus Koch. 146. Femur do palpo de apice inerme — 147. — Femur do palpo com um espinho apical interno — 148. 147. Area III do escudo abdominal com um par de espinhos medianos ; segmentos dorsaes livres inermes — MEramirOBATES genusulfureus Roe- wer, ; 7 e — Area III do escudo abdominal inerme; angulos posteriores do es- cudo com um pequeno cone; segmentos dorsaes livres II e II com um aculeo mediano — LEpTOCNEMUS sulfureus Perty. 148. Femur do palpo de face ventral armada; segmento dorsal livre Il com um grande aculeo mediano ; comoro ocular com elevações ou aculeos medianos — 149 (AsARCUS). | | Re — Femur do palpo de face ventral inerme; segmentos dorsaes livres mermes — 152. 4 “149. Placa anal dorsal e primeiro segmento dorsal livre lisos, sem granulações — corallipes Simon. € — Placa anal dorsal e primeiro segmen = 150: 150. Femures le IV euTvós em S — lutescens Scerensen. 5231 to dorsal livre granulosos 194 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV -— He IV direitos — 151. É E a mório manchado de bruneo-negro — Fido a — Corpo de colorido uniforme, amarello-testaceo — paltidus Mello- Eu Borda posterior do escudo Po com um par de aculeos me- — atES hexacanthus Koch. nr E do escudo abdominal imerme — (MITOBATES) E a 153. Margem anterior do cephalothorax e comoro ocular son; rs com uma fila marginal de granulações; area II pouco granulosa ; margens lateraes com uma fila de granulos; dorso castanho-escuro ; corpo quasi pa- 0 — ides Mello-Leitão. - Ro E do cephalothorax e comoro Scular granulosos ; area I irregularmente granulosa; area HI com pequeninos sua muito abundantes; margens lateraes com duas filas de granulações; dorso amarello-queimado claro; corpo normal — conspersus (Perty). 154. Tarsos I de seis segmentos — 155. — Tarsos I de mais de seis segmentos — 158. 155. Borda posterior do escudo abdominal (area IV) e segmentos dorsaes livres inermes — 156. — Borda posterior do escudo abdominal e segmentos dorsaes livres 1 a “HI com um cone mediano ou com grandes tubérculos — 157. 156. Areas 1 e II do escudo abdominal com um par de tubérculos me- dianos; area III com um grande tubérculo conico mediano — SoDREANA sodreana Mello-Leitão. à — Areas À e II do escudo abdominal inermes; area II com um par de espinhos — METAMPHERES abimarginatus Roewer. 197. Area III do escudo abdominal com um par mediano de cones pontudos; parte terminal dos tarsos II com quatro segmentos — ProAaM- PHERES serratus (Koch). — Area III do escudo abdominal com um par de tubérculos razos; porção terminal dos tarsos II com tres segmentos — PaRAMPHERES pecti- natus Roewer. 158. Areas Il a IV do escudo abdominal e segmentos dorsaes livres inermes; femur com um espinho apical interno — LiARTHRODES quadri- maculatus Mello-Leitão. — Area III do escudo abdominal armada — 159. 159. Area III do escudo abdominal com um aculeo mediano — Pris- TOCNEMUS pustulatus Koch. — Area III do escudo abdominal com dois aculcos isolados — 160, 160. Femur do palpo com um espinho apical interno — ARTHRODES acanthopygus Koch. | MELLO-LEITÃO — OPILIONES LANIATORES DO BRASIL * 195 — Femur do palpo de apice inerme — 151. Eae | 161. Porção terminal dos tarsos II com tres segmentos — (COELOPYGUS) — 162. | — Porção terminal dos tarsos IH com quatro segmentos — 167. 162. Comoro ocular bruneo-negro, orlado de branto — 163. - —Comoro ocular do colorido geral do corpo, não bruneo-negro — 164. 163. Areas I e II do escudo abdominal com uma mancha lateral branca em meia lua — elegans (Perty). — Areas 1 e II do escudo abdominal sem taes manchas — melano- cephalus Koch. 164. Cephalothorax com duas manchas branco-leitosas de cada lado do comoro ocular — laelabundus Socerensen. — Cephalothorax sem taes manchas — 165. 165. Placa anal dorsal manchada de branco — 166. — Placa anal dorsal de colorido uniforme — curvispina (Perty). 166. Mancha da placa anal dorsal transversa e inteira; bordas lateraes do escudo com um cone em sua parte mais convexa; femures posteriores do macho com uma fila de espinhos externos e um espinho basal dorsal — macracanthus Koch. — Mancha da placa anal dorsal dupla; bordas lateraes do escudo inermes; femures posteriores do macho com uma fila de espinhos internos e uma fila seriada de espinhos dorsaes no terço basal — leucophseus Mello- Leitão. « 167. Porção basal dos tarsos anteriores do macho normal, não dilatada — (METARTHRODES) — 168. — Porção basal dos tarsos anteriores do macho muito dilatada — (Am- PHERES) — 174. 168. Cephalothorax com grandes manchas leitosas, nitidas — 169. — Cephalothorax sem grandes manchas leitosas — 170. 169. Segmento estigmatico e ancas posteriores com grandes manchas brancas — speciosus Reewer. — Segmento estigmatico e ancas posteriores de colorido uniforme — bimaculatus Roewer. ; 170. Cephalothorax negro, com uma orla branca marginal — mela- nacanthus Rocwer. — Cephalothorax amarello-queimado — 171. 171. Area II do escudo dorsal com grandes manchas brancas, lei- tosas — 172. — Area III do escudo dorsal sem manchas brancas — 175. “172. Areas 1 e II do escudo dorsal granulosas; area II com duas 196 : ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIV manchas brancas circulares nos angulos postero-externos; area IV com uma-fila de seis manchas brancas — farinosus Mello-Leitão. — Areas 1 e II do escudo dorsal lisas; area III com quatro manchas leitosas ; area IV sem manchas brancas em fila — albimaculatus Roewer. 173. Cephalothorax com seis tubérculos negros brilhantes; areas I a II do escudo abdominal com granulos negros esparsos — nigrigranu- latus Roewer. : — Cephalothorax fino e densamente granuloso, os granulos negros, bem como os da area I a III do escudo dorsal — leucopygus. Roewer. 174. Areas do escudo abdominal estriadas transversalmente de negro — siriatus Roewer. - -— Areas do escudo abdominal não estriadas — 175. 175. Placas anaes com duas manchas leitosas — spinipes (Perty). — Placas anaes de colorido: uniforme — asper (Perty). 176. Unhas dos tarsos III e IV denteadas ; os tarsos com escópulas — STIGNIDIUS inflatus (HETEROSTYGNINAE). | — Unhas dos tarsos II e IV simples, não denteadas; os tarsos sem escópulas — 167 (STYGN INA). “177. Tarsos anteriores de seis segmentos; os segmentos dorsaes livres 1 a II com um par do aculeos medianos — (STIGNELLUS) É — — 'TTarsos anteriores de mais de seis segmentos — 179. 178. Cephalothorax inerme entre os olhos — ProrimEsIUs gracilis “Roewer. — Cephalothorax com um aculeo enire os olhos — Sryenus armatus Perty. ul ; : 179. Area IV inerme ; areas 1, II e III com uma fila de pequenos gra- nulos; espaço entre os espinhos dos segmentos dorsaes livres com varios granulos espiniformes —ferrugineus (Perty). “granulos esparsos ; espaço com um ou dois granulos espiniformes — polyacanthus Mello-Leitão. Os generos de COSMETIDAE e GONYLEPTIDAE podem ser resumida e facilmente identificados pela seguinte chave eschematica : Al SOSAYL SOd SvYHNAO a, ta, Al SVINV av mDo QOUOHOS ' H H > — AN AN AI SaunWEA Ny J3AM “WODAS N 38AFT "WDAS + + ar + +]+|2UA IaMATT "WOHS + + ad de - u + A vaav + + + E, ár + = VARA $ MA]S | + AL VaMV HI vasv MH vasv + IVO! + I vasy +|+MA4| + A 3 Mi sosavI, 5 lo olo olo olà dl + 6 I10 0/00/00] + 6 looloolAA| + 1! SOS4VL 6 is AA AA! + Essa 6 4 mma I sosavL 6 SL ls 6 |> Tr > el>|> 6 |>|> looloo|AA| + OdTra Oq UNWIS PEA A A awl>I>|>lool+IAA| + ap E Sds tos Loo) AMI 4 mn| 6 |>|> mw|>|>|>l|oolj+ |ÁÁ| + aw|>|>I|> MY + A M > TIO Isis > > GENEROS ( Libitia Metalibitia Gnidia Cynorta Cynortella Erginus Flirtea Rhaucus Pecilema Cosmetus - Meterginus Evcynortelia FAMILIAS E SUB-FAMILIAS COSMETINAE Discosoma Paragryne Protus Gryne DISCOSOMINAE | ( Gyndes Ampycus Uropachylus Acanthopachylus Neopucrolia Neopachylus Meteusarcoides Ypiranga Eusarcus Eusarcoides Heteropachylus Graphinotus Parapachyloides Cobania Pachyloides Dyscocyrtus Propachylus Megapachylus Lyopachylus é & Meteusarcus PACHYLINAE Discocyrtoides BOURGUYINAE À PROSTIGNINAE ( Ostracidiam q STENOSTYGNINAE (Stenostygnus eram (us AVAILHWSOO aVAILASTANOD rá & > FAMILIAS É = im - md doada E ' E “ E > é SUB-FÂMILIAS na á É Ê 2 E Is E qi E É É 8 3 si sjelalgl*|2]SJA]Blalalajalsiá|s É ê SIBIgIÊjGICIE & & 8 õ ( Therezopolis ME Pra rdcRE as a ra Rs Orguesia VE GA po da da A e qa Ud PEA Pa À À JE fare Heterogonyleptes. || 6 |>|]6|ooloooo|+|-|+|Al+IZIAA rea Trisenosoma >| 8|>|6|+|+joo|+| -| +I|vinNyN AA Ea Pachylibunus > |8|>|>|+| +|JO0O|AA| — |AAjA AjAA À PR Progonyleptoides MI 61>15>1 +15 Puta Eid Mudneos DICPUEA DRA Roi q E neah Weyhia | + ls SO BS OIDO ST la dada A À gsm, Metagonyleptes + | 6| >| >|joojooAA|+|-[AIlAÁIA ARE ST Ilhaia + | 6| >|] >|ocloojooljoo| - jo o) À | À AA — GONYLEPTINAE 4 Gonyleptes ts > do GIO GAL sd ela pa AA Em Metagonyieptoides |=-| 6|>|>|+|+IAAL+|-|AIAIA oo a Sadocus =| 6|>|>l|ooloolÃÁ - Jo oJA AAA) 3 |A/ dias Acanthogonyleptes |=> | 6 >|>jodo0]/00]|+1 =| Ii +IA À : pe Paragonyleptes > SiS o DIDO AL mi 4 TARIA / E Es Gonyleptoides Li >isisiooloo)ALei-| 1-4 SER Opisthopiites SE to also Ti RA di tt Goniosoma se os ENIO O! tds To dos Ae d+ AA gue Progoniosoma Ce Sd E STO GLS IA + | SE | + A! se, | Acutisoma SSIS Ts IO OL + Ade = NV NV N A À mo Mitobates =| qa ss solo o dl st eLrls Fa a AA ms < Promitobates em ol Ed Do aiii JO) SR SR Rs q iu AMIAA -|+|+|+ Pe ce AA — Metamitobates BC II A TRE MaLE mem, TORNE Neomitobates dO Ddr À A+l-|+|+|+ AA neens s * Ancistrotus e do do de dica hAhl+|-|+|+|+ ai AA a Reweria sl sds ds bd o DA dO e - loojo ojo 0/7/4444 om, Leptocnemus LisSiS is ie lel+i +] ATALAIA — | Asascus sisi>islood+|+|+|-|+|4j0iW1o Ea Celopygus es o e A UI O Á à DO qa RA RA 3 AA $ VN Arthrodes >| > |>|>loooolAhAMl+|-|+il+l|+ 3 JAM 2 |mm | Metarthrodes +|>|>|>looloolÃll+|-|+[+|+/ 2/44] 3 |m Pristocnemus ii >] >> 00100 AN .j =|): l+ 3 9 $ ANNAN COELOPYGINAE dr ati disto Sebo oh +=) +i + é ; + ER ira Metampheres ala sisteceddlal=-[elolsi+ AA 3 jam Sodreana +te lists loo0o 0! OQL+i=iHi+l+ ELE 3 || Proampheres + | 6 |>|>/|00/00 AMI AI-|AIA À é AM $ VN» Parampheres + | 6 |>|>/|j00/j00/00 AA AI A À 5 A/ $ AA | Liarthrodes por É Be Do O o O +|-|+|+]+| 2 [00] 3 |mm HETEROCRANAINAE ( Syncranaus oco dis lo +|+|]+|+|- |joojoo| + AA PAVAN Stygnus Papa O RE E A A CA UA STYONINAE Stygnelus ve l>|>[+/+]44]+/|=]4MA404]2 |- N4— Protimesius miSisas Fole Ad cl=rrl+ + $ AA N Stygnidius Pedi > ES A CS los hos e oo Eua A juv Abreviaturas: == Espinho apical interes : a muito allongado ; teado na face inferior. espinho; O tubérculo ; + presente e inerme; te: > mais de seis segmentos ; ausen VN angulos salientes; $ dentes e apophyses; -—. lisa; vn den- z * + Ha no Brasil, portanto, 186 especies de Opiliones | rã pese em 85 ds e tres familias, sendo quatro especies e quatro generos de PHALANGODIDAE ; 16 generos e 28 esp Dos Opiliones Laniatores não têm representantes no Brasil as famílias ONCOPODIDAS, Gonyleptidae não são igualmente representadas em nossa fauna as sub-famíilias rar & 15 Eds especies de GONYLEPTIDAE. TRICENONYCHIDAE, € ASSAMIDAE, Das, Phareinae, Cranainae e Hernandariinae. Os 86 generos com suas 186 especies de Laniatores brasileiros foram respectivamente descobertos pelos Srs: MELLO-LEITÃO — OPILIONES LANIATORES DO BRASIL PHALANGODIDAE | COSMETIDAE GONYLEPTIDAE TOTAL AUCTORES m—— Generos) Especies |G Especies |G Especies |G Esp MD secs Ss sda a E — er see 1 2 1 RN ss ss RG — — — tom 1 Sa 1 Ear da Quina, à css cvs — — — — — 1 0 DO Al re is VE RE tag — — 2 9 4 19 6 RR E SD SS UE OR — — 4 3 8 19 12 ERPDRMES Sa o — — — 1 = 1 0 ERR q os so ea E - — — — -— 1 0 GDS Ss cs rr ipa PA — — 5 5 3 4 8 RD Ls ps e MM — — — — 2 2 RRMUBADE SS Css cipa uq — = 1 — — - 1 RED o e PP E — — — — — 3 0 RR rss ir — — — 2 2 12 2 E past GR Sa 4 4 4 32 43 40 RITO ss ssa A OE — — u— 4 13 48 13 4 4 16 28 66 154 86 186 ALipio DE MIRANDA-RIBEIRO DBSERVAÇÕES SOBRE ALGUMAS PHASES EVOLUTIVAS DE CERATOPHRYS E STOMBUS se a ai ALIPIO DE MIRANDA-RIBEIRO Observações sobre algumas phases evolutivas de ceratophrys e stombus CERATOPHRYS DORSATA (Wied) A 12 de Novembro, meu filho Victor trouxe-me uma larva de batra- chio, que elle pensava ser da intanha grande, porque, ao apanhal-a, viu-a deglutir muito ar. O animalculo tem um aspecto muito especial, parecendo um minusculo baiacú (Tetrodon), semelhança que é augmentada por uma nódoa amarella, que se deixa ver no meio do labio superior. Aliás, o seu caracteristico mais frisante apparece na ordem de curtos tentaculos, que circumdam a bocca em toda a sua extensão. Vista de cima, a larva, que media 64 millimetros (figs. 1, 2e 3) (sendo que o corpo mede 1/2 da cauda), tem o aspecto commum d'um gyrino de rã, Rana palmipes Spix, com aquella franja labial a maior e a celebre mancha a fingir de dente de baiacú. A coloração é verde, diffusa no centro, diluindo-se n'um rubescente bronzeo para os lados e bochechas, amarellada para os flancos. Como os pés já estejam distinctos, embóra ainda rudimentares, a phase de evolução é já adiantada. Observa-se uma zona segmentada, granúlosa, em cada um dos lados da região dorso-lombar, onde se lobriga, distinctamente, atravez da pelle, os alveolos pulmonares cheios de ar. A cauda tem a colo- ração indefinida na região propriamente muscular, onde se vê o verde e o rosco-bronzeo, alternados de manchas mais claras inferiormente; a mem- brana natatoria é amarella, transparente, com laivos verdes. As narinas deixam ver o fundo carneo; e os olhos, fortemente pigmentados de bronzeo, são revestidos externamente de chromatophoros negros. A linha lateral é muito tenue, mas, assim mesmo, já deixa ver a sua trajectoria envolvendo a cabeça com dois ramos anteriores e, dirigindo-se para a cauda em um outro que parte da região supra-branchial e corre pelo flanco na zona dos pulmões. : “ Inferiormente simplifica-se mais a fórma. Nóta-se a presença das papillas labiaes; verifica-se mais nitida a linha dos póros mucosos que é incompleta, porque, sendo triplice, se interrompe na terceira serie que não atravessa a linha mediana e não apparece no lado esquerdo; ahi está o póro carpesiaçs 202 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV subtubulado e retrovertido. A primeira serie de póros parte dos angulos da bocca e curva-se, como um collar, sobre o papo; a segunda atravessa o thorax de lado a lado. Nóta-se uma papilla anal. Percebe-se, por transparencia, os limites da camara brachial, bem como a differença de colorido da região subcepha- lica avermelhada do resto de toda a parte ventral, que é branca de prata. Ahi, vê-se a arteria abdominal externa e o extremo do tubo branchial que é sanguinolento. O perfil (fig. 3) deixa perceber mêélhor o facies especial da larva e admittila immediatamente como carnivora. O talhe e a fórma de sua bocca predizem isso. As papillas labiaes (fig. 4) são em numero de 7 a 11,em cada lado dos labios e permanecem como franjas antever- tidas e direcção anterior. Ellas são seguidas de oito series de dentes finos, isolados e verticaes, implantados directamente na parede interna dos la- bios. Depois vêm os dentes psittacorhynchoides, carnivoros por excellencia; cujo bordo é finamente crenulado como a lamina d'uma serra. Uma excursão ao local onde fôra encontrada a primeira larva produziu, como resultado, a captura de muitas outras larvas, ao todo em' numero de 18, todas porém em desegual estado de evolução. Presumo que ellas são efectivamente de Ceratophrys, porque as que já teem os pés completamente desenvolvidos apresentam as nódoas dorsaes que se observam na fig. 5 e não deixam duvida sobre a identidade. j | : » o a fórma já mudou, ficando a cabeça melhor definida e havendo uma especie de canthus rostralis, que é mal definido anteriormente. Dos olhos para a base da cauda partem as duas rugas que vão formar a ponta de flecha caracte- tarde às placas thoraco-dorsal e dorsolombar das intanhas. As pernas, fracas cómo as de Bufo, têm os artelhos livres e as fachas transversaes. (1) Na parte inferior, apenas ha de novo o apparecimento do vestigio das aberturas por onde deverão passar as mãos, occultas nas camaras brachiaes. (1). No lado superior. MIR,-RIBEIRO — CERATOPHRYS E STOMBUS 203 Esse estado paludicoloide (fig. 5) occorre 23 dias “depois do appareci+ mento das patas posteriores, figurado em 1-3. Emittem as larvas um. de seus braços pela abertura; um ou dois dias mais, emittem o outro; a bocca, porém, continúa. quasi a mesma; observa-se uma retracção das franjas la- biaes e, no dia immediato, as placas dentarias chitinoides foram encontradas “no fundo do aquario. Observa-se que as franjas se retrahiram e que ha um enfraquecimento de tecidos para os lados do focinho, que se retrahe; a região otica se adelgaça; as patas posteriores têm uma curta membrana interdi- gital, menos evidente nos artelhos internos. A coloração é mais brilhante, mais ranoide, o verde vivo, ha dois riscos negros no canthus rostralis, um sub-ocular, outro vertical no meio da bochecha, outro longo post-tympánico, seguido de outro hypochondrial; quatro ou seis placas dorsolombares as- peras e granulosas, egualmente negras. Os braços têm duas tarjas sepiaceas é as pernas sete. A nódoa amarella do labio quasi não se distingue; a intero- cular é evidente, mas as palpebras ainda não têm appendice. O aspecto, comquanto já bem definido de intanha, faz, entretanto, lembrar o genero Rana, especialmente pelo colorido. A membrana caudal é transparente, mais esverdeada e todo o abdomen branco ; já se vê no calcanhar a pella excavadora. Dez dias depois a cauda está absorvida, Os appendices oculares já estão visiveis, a bocca dilatada, o tympano evidente e a pequena intanha fóge da agua para o matto. | RR Assim, recapitulando a partir do estado da fig. 1, temos os seguintes dados: 23 dias depois, fig. 5. E ne 2» » — apparecimento do meato brachial; A » passagem do braço esquerdo ; e sp os 4 Mo O EMDRIO, eos! | Peter pri E. » queda dos dentes psittacorhyncoides ; pr 10 » absorpção da cauda. á E: Admittindo-se 30 dias para .o estado da fig. 5, é provavel que o espaço maximo da evolução se complete em dois mezes e dez dias, | Lo CUSTUMES A larva é grandemente voraz e exclusivamente carnivora. Geralmente, durante o-dia ella permanece immovel, no fundo da pôça onde vive, pata, de quando em vez, subir rapidamente á tona, afim de 'encher os seis: sacéos pulmonares. Se por ventura a larva de uma rã passa 40 seu alcance, atira-sê a ella, devorando-a inteiramente. Para: esse effeito a sua bocea rasgada é 204 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIV muito favoravel. Ataca tambem qualquer outra larva, inclusive de sua propria especie. Lógo que seja retirada d'agua, tem o habito de deglutir o ar, rangendo ao mesmo tempo as duas laminas dentarias ; e, se porventura lhe chegamos o dedo ao alcance, procura mordel-o. Os seus movimentos n'agua são bruscos e rapidos. MS ME A reproducção de Ceratophrys dorsata foi sempre o objecto de pesquizas minhas, sem comtudo lograr resultado satisfatorio, desde que tomei Therezo- polis para meu campo de estudos. Durante o anno passado consegui apenas averiguar que os congressos sexuaes têm logar pelas primeiras grandes chuvas do mez de outubro. Parece que em dezembro ha uma segunda postura; isso, entretanto, não está averiguado. Quando chegam as aguas, ellas dei- xam-se ouvir e então é facil encontrar os machos na borda dos charcos, im- moveis e emittindo o seu lamento fanhoso, especie de grito de cigarra breve, grave e melancholico. Ainda que eu tivesse presenciado a um congresso, aliás analogo ao de qualquer outro sapo, comtudo não consegui apreciar uma postura. Assim nada me cabe, por emquanto, dizer dos primeiros estados da evolução larvar, nem do numero de ovos e sua fórma em cada postura. As larvas que foram encontradas Já no estado das figs. 1 a 3 estavam n'uma poça d'agua de chuva proxima da estrada, relativamente limpa. Havia ahi larvas de Leoptodactylus ocellatus, de que as intanhas se nu- tram; e mais tarde alli tambem foram deitar os seus ovos Hyla faber, Phyllomedusa bicolor e Phyllomedusa hypochondrialis. Auxiliado por meus filhos pude apanhar todas as larvas de intanhas contidas n'essa pôça, cujo ambito era d'uns 10 metros quadrados; ellas eram em numero de 18, das quaes eu pude crear apenas quatro até o estado de Imago. A feição paludicoloide, dominante nessas larvas, deixa transparecer um evidente estado ranoide na fig. 6, onde até uma membrana. interdigital se mostra de modo notavel entre os artelhos, Curiosamente, esta membrana se retrahe depois, ficando muito reduzida. Eis tudo quanto me foi dado saber em uma serie de pesquizas infructi- feras, repetidas no espaço de seis annos STOMBUS BOIEI (Wied) MIR.-RIBEIRO — CERATOPHRYS E STOMBUS 205 chamar a minha attenção : entre as multiplaslarvas de Phyllomedusa, appa- recia um Hila de coloração obscura e cujo abdomen tinha laivos purpureos como as larvas menores que eu suppuzera de Bufo. Reuni algumas larvas dessa curiosa fórma, separadamente, em um domingo e, ao voltar do Rio, no fim da semana, fui encontrar entre as diversas phases de evolução uma que, mais adiantada, me permittia a identificação com Stombus boiei (Wied). A larva, no seu estado mais simples, tem a fórma da est. 1, fig. 1, e méde cerca de 25 millimetros; é de cor olivacea, marmorada de mais claro, e de um azul purpureo, que se torna muito brilhante, após a morte do animalculo. | A bocca é a mesma que se apresenta no estado seguinte, c vem repro- duzida nas figs. 2a e 2b, apresentando duas ordens de denticulos parallelos ao bico psittacorhyncoide no labio superior e tres no inferior. Quando emergem e se desenvolvem os membros (figs. 2 e 2a), os artelhos são providos de pelotas ou discos adhesivos, presentes tanto nos pés como nas mãos, o que se verifica lógo ao sahirem estas da camara brachial. Esses discos adhesivos e a membrana natatoria, existente entre os ar- telhos, permanecem nas evoluções ulteriores, como se vê nas figs. 3 e 4a. Ahi, o aspecto hyloide da larva é muito frisante, comquanto já se distinga na base do primeiro artelho a pella cavadora de Stombus. Tambem a figura em ponta da flexa, desenhada pelo plicamento cutanco que vae dos olhos á base da cauda, conduz á convicção de tal identidade. Esta figura apparece já no estado que a fig. 3 apresenta. Neste estado e no anterior a membrana interdigital das patas posteriores é imperceptivel pela transpa- rencia, mas no estado da fig. 4 é ella muito apparente, bem como todo um systema de callos articulares, conforme se verifica em ha. A coloração co- meça a se definir desde o estado da fig. 2 e vae se accentuando até 4, onde se recebe uma vaga idea de Hyla radiana. Em 5, afinal, já nenhuma duvida resta do anima! definitivo. Os pontos capitaes desta evolução, surgem da disparidade dos estados anteriores á fig. 5, com o estado definitivo que esta figura indica, e da divergencia absoluta daquelles estados com os que se observam em as larvas de Ceratophrys dorsalta. Estes factos provam não sómente que Stombus e Ceratophrys são dois generos completamente distinctos, como, ainda, que a semelhança existente entre as formas definitivas é a resultante de um parallelismo identico ao que se observa entre estes dois generos e Ceratobalrachus da Australia. A conclusão immediata, a que seriamos conduzidos, é que Stombus pro- cede do ramo das Hylas, emquanto Cerotophrys decorre de Rana — ou o que venha a ser —ainda estamos longe de um systema de classificação effectivamente natural, quando consideramos os que são até hoje conhecidos. Stombus boiei (Wied.) x 3 lh eye RR Ta Setor atras : Pero ano -* ui e Pa 2 cevaçiranits Pad ) : Ceratophrys dorsata (Wied.) VA ALirio DE MIRANDA-RIBEIRO DBSERVATIOAS. ON SOME EVOLUTIONARY PHASES OF“ CERATOPHRYS ANO STOMBUS TRANSLATED BY Epwarp May ALIPIO DE MIRANDA-RIBEIRO Observalions on some evolutionary phases of “ ceratophrys and stombus ” TRANSLATED BY EDWARD MAY CERATOPHRYS DORSATA, Wied On the 12 th. November, my son Victor brought me a tadpole which he thought to be of above, or big horned-frog as, on taking same, he saw it swallow a good deal of air. The animalcule is of very notable aspect, resembling a small globefish — Tetrodon, — a resemblançe intensified by à yellow stain visible on the middle of the upper lip. Its most distin- ctive characteristic, however, appears in the row of short tentacles which surrounds the mouth in its whole extension. Seen from above, the tadpole which measures 64 millimetres (figs. 1,2 & 3 — the body measuring 1/2 the length of tail), has the ordi- nary appearence of a frogs (Rana palmipes Spix) tadpole, with that la- bial fringe added and the yellow patch mimicking the globe fishe's tooth. The colouring is diffuse green in the center changing to a rubescent bronze on the sides and cheeks, yellowish on the flanks. As the feet are already in evidence, though still rudimentary, the stage of evolution is already advanced. A segmented granulous zone is observed on each of the sides of the dorso Ilumbar region, where one percieves clearly, through the skin, the pulmonary alveoles full of air — The tail is of indefinite colouring in the muscular region proper, where one sees green and ro- seate bronze, alternated with lighter coloured patches inferiorly ; the natatory membrane is transparent yellow with green streaks. The nares allow seeing a flesh coloured recess and the eyes, strongly bronze pigmented and covered externally with black chromatophores. The lateral line is very thin; but, even: so, allows its trajectory surrounding the head with two anterior branches to be seen; and taking the direction of the tail in an other branch which starts from the upper branchial region and runs along the pulmonary zone. 5231; a 210) ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV Inferiorly the form is simplefied. The presence of the labial papillae is noted; the line of mucose pores is more clearly verified as incomplete as, being triple, it is interrupted in the 3º series which does not cross the median line and does notappear on the left side; here the branchial pore is subtubulated and retroverted. The first series of pores starts from the angles of the mouth and curves, like a collar, over the dewlap. The second crosses the thorax from side to side. An anal papilla is noticeable. Through transparency the limits of the brachial chamber, as well as the difference in colouration of the reddish subcephalic region from the rest of the ventral part which is silver white. Here is seen the external abdominal artery and the extreme of the branchial tube which is blood red. The profile (fig. 3) permits of the especial facies of the tadpole to be more clearly seen, defining same as carnivorous. The cut ànd form of its mouth predicts this. The labial papillae (fig. 4) are in number from 7 to 11 on each side of the lips and remain as anteverted fringes and straightly directed forward, They are followed by 8 series of fine tectlr, isolated. and “vertical, gro- wing directly on the internal side of the lips. Then come the psittaco-. rhyncoid'teeth, carnivorous par excellence, whose edge is finely crenulated. like-the blade of a saw. - RE sos nto AS An excursion to the locality where the first tadpole was taken, resulted. in the capture of many rore, in all 18, in unequal stages of evolution. 1 presume that they are effectively Ceratophrys, as those that have the feet fully developed, present the dorsal patches to be observed in fig. 5 and leave no doubt as to identity. The labial patch remains, as also the labial fringes, but the form has changed, the head being better defined, having a kind of canthus rastratis which is scarcely defined anteriorly. o | | From the eyes to the base of the tail start the two folds which 'go to. constitute the arrowechead characteristic of the back of Ceratophrys. The interocular stripe shows, though as yet the ceratoid appendix of the | eyelids cannot "be discerned. From the line of the: rostral canthus which, passing by the eyes is directed backwards:and outwards and corresponds, to the super lateral glandular line of Rana, the colouring is frankly ferru- aims bronzed, On the outside of the arrowhead line are situated the two markings in comma which later go to form the dorso thoracic and dorso lumbar glands of the “intanhas”. The legs weak as in Bufo have three, joints and transversal bands on the upperside. The only difference on the underside is the vestigial appearance of the apertures through which will Ea (orelogs, hidden in the brachial chambers. This paludicoloidal stage, 8- - occurs 23 days after the appearance of the hindlegs, figured in 1-3. MIR- -RIBEIRO — CERATOPHRYS AND STOMBUS 211 The tadpoles thrust one of their forelegs through the aperture and a day or two later the other; the mouth, however, remaining nearly unchanged, a retraction of the labial fringes is noted and next day the chitinoid dental patches were found at the bottom, of the aquarium. It is noted that the fringes have retracted and that there is a weakening of tissues towards the sides of the snout which retracts, the optic region narrows; the forefeet have a short interdigital membrane, less evident on the inner joints. The colouring is brighter, more ranoid; the green bright, there are two black “stripes on the canthus rostralis, one subocular the other vertical in the center of the check, another long post-tympanic followed by a further hypochondrial one; four or six rough and granulous dorsolumbar patches also black. The arms have two sepiacic bands and the legs 7. The yellow mark on the lip hardly distinguishable; the interocular is evident but the eyelids still vrithout appendix. The aspect though well defined as “intanha”, resembles genus Rana, specially in colouring. The caudal membrane is transparent, more greenish and the whole abdomen white. The excavating shovel can be seen on the heel, 10 days later the tail has been absorbed, the ocular appendices are already visible, the mouth dilated, the tympanus evident and the small “intanha” leaves the water for the woods. Recapi- tulating and starting from fig. 1, we have the following data: 23 days (after) fig. 5. 2 2» - later appearance of brachial aperture. Rory » » » left arm. fato CORRER o » »- right »: atas » fall of the psittacorhyncoid teeth. 10: » » absorption of tail. ão | Admitting of 30 days for stage of fig. 5, it is probable that the ma- ximum duration of evolution reaches seventy days. HABITS The tadpole is extremely voracious and exclusively carnivorous. - -, - Tt generally remaíns motionless during the day at the bottom of the poolit inhabits, rising now and again rapidlyto the surface to fill its pulmonary sacs with air. a a. | nodos | If by chance a tadpole of Leptodactylus passes within reach, it rushes forward and devours it entirely. Tts widecut mouth greatly favouring this end, It will attack any other tadpole — including its own species. As soon 'as removed:from the water, It has the habit of swallowing air, grinding at 212 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIV the same time its teeth patches; and if the finger is placed within reach it will attempt to bite it. Its movements in water are brusque and rapid, The reproduction of Ceratophrys dorsata has for very long been the objective of my investigation, without however satisfactory results, since I chose The- rezopolis as my field of study. During last year I only succeeded in verifying that the mating takes place during the first heavy rains in the month of Oc- tober. It seems that there is a second laying of eggs during December, but cannot be put down as definite. When the rains come they are to be heard and it is then easy to meet with the males on the borders of swamps, im- movable and emitting their hoarse lament like call, something like the call of a Cicuda cut short, grave and melancholy. Although I might have seen an actual mating quite analogous to that of any other frog, I never suc- ceeded in seeing the laying of eggs. Thus I am unable, for the present, to Say anything relative to the first tadpole stages, neither as to the number or form of each laying. The tadpoles found at the stage of fig. I to 3, were in a pool of rainwater near the roadway and relatively clean. There were also tad poles of Lepto- dactylus ocellatus, on which the “intanhas” feed, and later Hyla faber, Phyl- lomedusa bicolor and Phyllomedusa hepichondrialis also deposited eggs there. Helped by my sons I succeeded in catching all the “intanha” tadpoles contained in the pool of some 10 square metres: they were as previously stated 18 in all, of which I succeeded in rearing only four to the last stage. The dominating paludecoloid appearance of these tadpoles, gives the impres- sion ofan evident ranoid state in fig. 6 where even an interdigital mem- brane is notably evidenced between the Joints. Itis that this membrane retracts later becoming much reduced. This is all that I was enabled to gather during a seris of unfruitful pros- -pectings in the space of six years. STOMBUS BOIEI (Wied) . The capture of Phyllomedusa tadpoles induced me to observe the tad- pole of another frog, which at first sight, I putaside as being of a Bufo which is common in the neighbourhood and mating about the same time (middle of november). Later another fact called my attention to it: Amon- gst the many tadpoles of Phyllomedusa appeared a Ha of dark colour " whose abdomen showed purple streaks like the smaller tadpoles which 1 had put down as Bufo. I assembled several tadpoles of this curious form in separate on a Sunday and on my return from Rio for the next weck end, found amongst the tadpoles in varying stages of evolution, one in a more advanced stage which permitted its identification as Stombus boiei (Wied). MIR .-RIBEIRO — CERATOPHRYS AND STOMBUS 213 The tadpole in its simplest stage is formed as in Plate II, fig. I, and measures about 25 millimetres, is of olivaceous colour marbled with a lighter shade and with a purplish blue which becomes very bright after death. The mouth is the same as presented in next stage as shown in figs. 2a and 2b, presenting two ranges of parallel denticules on the upper lip and 3 on the lower up to the psittaciform beak and internally. When the limbs grow and emerge (figures 2 and 2a), the joints are provided with balls or adhesive discs, pre- sent both on fore and hindfeet, which is verified as soon as they emerge from the brachial cavity. These dises and the natatory membrane between the finger joints, remain during ulterior evolution, as seen in figs. 3 and ha. Here the hyloid aspect of the tadpole is very marked, although at the base of the first joint can be seen the excavating shovel of Stombus. Also the marking of arrowhead form, drawn by the cutaneous folding which runs from the eyes to the base of the tail, gives the conviction of identity. This figure is already as shown in fig 3. In this stage and in the preceding the interdigital membrane of the forefeet is imperceptible owing to transpa- rency, but in stage of fig 4 it is very apparent as also the whole system of articular callosities as verified in fig. 4 a. The colouring begins to be de- fined from fig. 2 and accentuates up to h, when it gives a vague idea of Hyla radiana. In 5, finally, no room is left for doubt as to the definite animal. The capital points of this evolution arise from the disparity in stages anterior to fig. 5 from the definite stage which this figure indicates. And the absolute divergence of these stages as to those observed referend to the tad- poles of Ceratophrys dorsata. These facts prove not only that Stombus and Ceralophrys are two com- pletely distinct genera, as also, that the similiarity of the two definite forms is the result of a parallelism identical to that observed between these two ge- nera and Ceratobatrachus of Australia. | The immediate conclusion to which we are led is that Stombus pro- ceeds from the Hyla branch whereas Ceratophrys derives from Rana — or what is equivalent — that we are still far from an effective natural classifi- cation when we come to consider those that are up to this day known. VIAGEM MINERALOGICA NA PROVINCIA DE 5. PAULO (HOJE ESTADO) José Ponha DE ANDRADA E SILVA Martim Francisco RIBEIRO DE ANDRADA (AS NOTAS QUE ACOMPANHAM O TEXTO FORAM FEITAS PELO PROFESSOR ALBERTO BETIM PAES LEME, DO MUSEU NACIONAL) f ER E An BARe PERES RA à Repara VIAGEM MINERALOGICA NA PROVINCIA DE S. PAULO (HOJE ESTADO) POR JOSÉ BONIFACIO DE ANDRADA E SILVA E MARTIM FRANCISCO RIBEIRO DE ANDRADA EM 1820 A 23 de março de 1820 partimos da villa de Santos, situada na ilha de S. Vicente, provincia de S. Paulo, na costa do Brasil. Esta villa foi fundada dous annos depois da de S. Vicente, antiga ca- pital da provincia, e o primeiro estabelecimento de todo o Brasil. A ilha na sua parte montuosa (cujo ponto mais elevado é o chamado de Monserrate) é composta de gneiss, que passa muitas vezes ao verdadeiro granito, e outras vezes ao sienito de Werner, quando a hornblenda é mais abundante. Sobre este gneiss apparece de vez em quando o schisto argil- loso primitivo (1), que se transforma em algumas partes em micaschisto. Observei a pouca distancia de Monserrate uma massa solitaria de rocha, despegada daquelle monte, que em partes era côr de cinza e em outras amarella, assás decomposta e fendida de hornstein ou petrositex, e tendo quasi nove braças de comprido, tres de alto e duas e meia de largura, formando um parallelepipedo irregular. Os habitantes lhe chamam a pedra da feiticeira. O resto do terreno da ilha é plano, de triple formato alluvial, composto de argilla, areia e seixos rolados maiores e menores. Embarcando-nos em uma canôa, chegámos ao porto ou cáes do Cubatão, dirigindo-nos para sudoeste, primeiramente por uma corrente de agua sal- gada e doce, que atravessa o matto virgem. Do Cubatão, que se deixa á direita do rio de agua doce, vae-se até ao pé da grande serra de Parana- piacaba ou de S. Paulo por uma planicie que corta a ribeira chamada das pedras, a qual se precipita dos mesmos montes por uma grande quebrada. (1) O schisto argilloso referido não é conhecido no complexo crystallino de que se compõe à Serra do Mar na região visinha de Santos. Accreditamos que se trate de gneiss semi-decomposto, conservando a sua estructura folheada e no qual os feldspathos se acham transformados em a 5231 218 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIV Esta corrente arrasta no seu curso muitos seixos rolados e é sujeita a grandes inundações quando chove sobre o pendio dos montes ou chapada em que nasce. Observámos nesta planicie, até á superficie do terreno, gneiss mui decomposto, o qual passa algumas vezes a micaschisto e a schisto argil. loso primitivo, que, tintos pelo ferro, decompostos pelas aguas ou meteoros, e mais ou menos transportados, formam o que os portuguezes chamam pis- sarrão ou banco superficial e triplo. Esté pissarrão compõe o cume estreito do monte, por onde se dirige o caminho que conduz ao cimo. A rocha primitiva é atravessada, de vez em quando, por veios de quartzo branco, dos quaes alguns têm uma mão travessa de largo, porém, na maior parte, são mais pequenos. Depois de descer o cume do monte continúa a mesma formação, até que se chega a uma planicie de areia quatzosa branca, de grãos mais ou menos grossos, que parece proceder da decomposição do grez (2, sobre que assenta. Esta planicie é regada por varios ribeiros que, por não terem declive, e por causa das enchentes occasionadas pelas chuvas, formam dois charcos cheios de muitos bancos, de optima turfa negra, (2 bis), mui grossos, de que os habitantes não se servem porque não conhecem o seu uso e tambem pela abundancia da lenha. Este grez decomposto é misturado com argilla ferru- ginosa e mica em laminas muitas vezes de mais de uma pollegada de gros- sura, forma um pissarrão arroxeado ou vermelho, entresachado de pissarra mais fina, de côr branca. Em uma ou duas destas camadas, onde o caminho se abaixa mais, observámos pequenos depositos de areia fina glomerada, que provavelmente augmentam á proporção que se afastam da superficie. Não os examinámos para ver se continham ouro em pó, porque não tinhamos batéa. Deste terreno, que forma diversas ondulações, se levantam pequenas protuberancias de grunsteine (3) e de rocha globosa de Werner, de que não pu- demos observar a posição por causa dos obstaculos dos bosques e do ter- reno que os cobrem. Servem-se destas rochas para calçar as estradas. Esta formação de pissarra continta mais ou menos até S. Paulo, variando de grão e côr, como acontece em semelhantes casos aos bancos de turfa. Pernoitâmos na pousada chamada Ponte Alta, que valia mais chamar Pon- to Alvo, visto que o seu nivel excede em altura ao do mesmo cume da montanha, Sahindo desta pousada, o terreno é montanhoso e retalhado em a And areia deve provir de gneiss muito quartzoso, visto não se conhecer a existencia de grez 0. (2 bis) A turfa reconhecida é apenas uma terra muito carregada de humus, terra turfosa, não podendo siquer ser tomada como combustivel. (3) Deve tratar-se de diabase que se a inh presenta em dykes (corpos de rocha em alinhamento compacto) em toda a Serra do Mar. ê apr JOSÉ BONIFACIO E MARTIM FRANCISCO — VIAGEM MINERALOGICA 219 pequenos valles. A 24 continuámos o caminho no logar chamado Borda do Campo. O aspecto do paiz no espaço de tres leguas é muito agradavel. O terreno é por toda parte desigual e regado por diversos ribeirões de agua clara, com moutas de arvores que formam outros tantos bosques, ás vezes mais extensos, que cobrem as alturas proximas dos mesmos ribeiros. Chegados a S. Paulo, demorámos-nos até 5 de abril, empregando todo este tempo em exames mineralogicos nos arredores. Na encosta do monte que conduz do Convento do Carmo para o rio Tamandatahy, antes que se tivesse cortado o terreno para edificar casas, os rapazes da cidade apanhavam ouro de um barranco que as enxurradas fizeram; e é provavel que esta formação se prolongue por toda a encosta, sobre que está edificada a cidade. As ruas são, pela maior parte, calçadas com mina de ferro argilloso, de côr branca, tirando para o vermelho sangue de boi, que se extrahe da visinhança de Santo Amaro. Esta mina de ferro é assaz ricae merece mais de ser aproveitada do que muitas outras da mesma especie que com vantagem se fundam na Europa. Descendo do Convento do Carmo para o lado que vae para o rio Taman- datahy observámos por baixo da terra vegetal um banco de pedra de areia grosseira, disposto em camadas delgadas, e por cima uma pissarra, parte arroxeada e parte vermelha, e contendo debaixo della uma camada de bollo, ora branco, ora arroxeado (9. Este terreno é sujeito a desmoronamentos, que ameaçam destruir o Con- vento do Carmo. Descendo o monte, entra-se em um grande valle ou planície, que atravessa o Tamandatahy e depois o Tieté, com O qual o primeiro se mistura. Esta planicie é da mesma natureza argillocracia e turfosa, nas margens e proximidade dos rios. : Na excursão que fizemos, passando a ponte do Tieté até à collina em que está situada a Fazenda de Santa Anna, antiga propriedade dos Jesuitas (e que presentemente é do dominio nacional), a primeira cousa que attrahiu a nossa attenção foi o miseravel estado em que se acham os rios Tamanda- tahy e Tieté, sem margens nem leitos fixos, € sangrados por toda parte por sargetas, que formam lagos que inundam esta bella e pittoresca planicie. Desde que começámos a subir a ladeira acima mencionada, observámos que se compunha de minas de ferro argilloso, de côr de sangue de boi, mais ou menos escuro e compacto, misturado com grãos de quartzo. Fizemos outra excursão à freguezia de Santo Amaro. Este logar está situado de modo que é aformoseado pela mais agradavel variedade de arvo- É é tê m (4) Em torno da cidade de S. Paulo existe uma bacia de idade terciaria onde se apresenta argillas variegadas de idade sedimentar. 220 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIV redos, campos e pomares, atravez dos quaes correm rios de chrystal- linas aguas. Sahindo da cidade para Santo Amaro continúa a mesma formação. No declivio das serras já se vê o cascalho que promette ouro ; porém, sendo examinado, achou-se não conter. Este cascalho é de cor cinzenta por cima, que se torna mais escuro á proporção que se desce, e é composto de calhãos quartzosos, empastados com argilla-ferruginosa. As alturas e encostas circumvisinhas são quasi todas formadas de minas de ferro que pouco diferem das do sitio chamado Tatepa, onde o mineral é bastante puro e abundante. Houve antigamente pequenas forjas do outro lado do rio Pinheiro, de que ainda existem vestigios. | Este rio, chamado dos Pinheiros, pode facilmente ser navegavel. E pena que esteja assim abandonado, quando podia prestar grandes serviços á industria e ao commercio a sua navegação. - A 6 deixámos a cidade de S. Paulo e partimos para ver os montes e as minas de ouro existentes no Jaraguá. A superficie do terreno é a mesma até quasi um quarto de legua da cidade, onde, depois de uma ladeira torna à apparecer a mesma mina de ferro já descripta, a qual continúa a seguir as eminencias da outra margem, até passar o Tieté. O rio neste logar corre encaixado, e com bastante agua. Logo que se tem subido as alturas que formam a serra anterior a do Japy, o terreno é coberto por pequenas des- cidas de hervagens, que muitas vezes não tem sahida, e apresenta como especie de bacias. Em algumas partes achámos grandes fragmentos solitarios de granito, de grão medio, misturado de mica-negra, que à primeira vista se assemelha á hornblenda. Approximando-nos da Fazenda de Jaraguá e subido o caminho que conduz aos edifícios, acha-se o senahito vermelho escuro, due passa a manganez. Esta formação ferruginosa é mui fendilhada nos seus bancos e coberta na sua extremidade de pissarra cor de sangue de boi. Em maior altura apparecem as camadas de grez branco, de grão fino, que parece poder servir para pedras de amolar, ou tambem para fornos de fundir ferro, 7 Igualmente se acha o grez mais ou menos vermelho e grão mais grosso. Estas camadas de grez são cortadas por bêtas de quartzo commum, que na superficie não mostra indicio algum de mineral. Sobre a camada de Srez pousa a formação aurifera de uma das minas mais ricas de Jaraguá, Ei segundo me parece, provém da decomposição dos mineraes de ferro aurifero e que formam uma especie de cascalho que os trabalhadores apro- tirarem e lavam, não sem grande perda de ouro, pelo seu mão methodo de apuração. JOSÉ BONIFACIO E MARTIM FRANCISCO — VIAGEM MINERALOGICA 9294 Mais abaixo, e para um lado, ha outra mina de ouro(5), mas o seu cas- calho é mais miudo. E” formado de seixos brancos, de grez e de quartzo misturados com pequena quantidade de fragmentos de mina de ferro, de um a dois palmos de grossura. Este cascalho é coberto de uma camada de terra argillo-ferruginosa, que tem quasi duas braças e meia de grossura, e que é preciso desmontar para poder aproveitar o cascalho. Acontece, porém, que este cascalho, como a pissarra inferior sobre que assenta, contém pouco ouro. Dois palmos cubicos, apurados pela batêa, deram apenas duas ou tres fa- gulhas de ouro, sem depor côr, como a mina já descripta. Por um erro muito ordinario no Brasil, os mineiros não procuravam à segunda camada de cascalho inferior. Mostrei-lhes quanto erradamente se persuadem que é esteril. Mostrei-lhes quanto se enganavam, porquanto, por uma fenda que cortava este segundo cascalho fiz tirar uma porção que, experimentada na batêa, mostrou conter mais ouro do que a primeira. Todos os trabalhos destas duas minas de desmonte, tanto na lavra, como na apuração, são mui imperfeitos, e sem conhecimento algum de montanhistas. Os montes de Jaraguá estão encaixados entre a serra do Japy e a Serra do Mar ou de Paranapiacaba, que lhe é parallela. Estão separados pelo grande valle, em que serpenteiam nos arredores de S. Paulo o Taman- datahy e o Tieté. Cumpre notar que a vertente principal da grande serra maritima é escarpada e ingreme, ao mesmo tempo que a Occidental é doce e extensa; de sorte que este valle está à mais oito leguas do cume da montanha, e que o valle que separa às duas serras só tem cem ou du- zentas braças de nivel, inferior ao pico ou cume, pelo que a serra do Japy, cuja largura monta a quasi oito leguas até o valle de Itá, vem a ter um nivel mais elevado que o da Serra do Mar. Para atravessar OS montes do Jaraguá o declive é de altura media, doce e facil. A direcção que tomâmos para ir da cidade de S. Paulo a Jaraguá foi, a principio, quasi a éste, € depois à éste-nordeste. Pernoitámos essa noite na fazenda de Jaraguá, e no dia seguinte, 7, fomos visitar as antigas minas de ouro, conhecidas com os nomes de Quebra Pedra, Carapucuhú, Santa Fé, Ribeirão de Samambaia é Itahy. Sahindo do Jaraguá trepámos um monte escarpado cuja direcção é quasi 20 norte. Depois de o descer do lado do rio que o banha, observámos dois veios de quartzo, um de côr E zenta, outro puxando mais para O branco, com manchas O ne gindo-se ambos para éste. Pedaços destes veios, examinados com a lente, (5) O ouro de Jaraguá provém de quartzos auriferos em relação mais pe error com os magmas graniticos de idade pre-cambiana (Serie de Minas). As jazidas de ploradas então acham-se hoje praticamente esgotadas. 222 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV pareceram conter pequenas parcellas de ouro, e sem duvida alguma merecem ser melhor examinados. Deixando aquelles logares, observámos em um outro morro uma. formação de mina de ferro argilloso vermelho, como a de Jaraguá. Fomos ver as antigas de Quebra Pedra, que não são mais que o que aqui se chama guapiara, isto é, cascalho superficial, que segue a irregulari- dade do terreno. Estas guapiaras compõem-se de cascalho de quartzo e de pedra de mineral de ferro argilloso, empastados em argilla ferruginosa vermelha. As partes do cascalho que ainda restam e a pissarra superior, que os antigos mineiros não souberam aproveitar, têm mostras de ouro. As antigas minas não se estendem sem mui frequentes interrupções. Passámos dalli á antiga mina de Carapucuhú, que cera trabalhada a talho aberto, para poder apro- veitar uma cinta ou veio que era aurifero. Esta abertura atravessa uma grande altura, até ao nivel do valle. A cinta ou veio é de quartzo mui fendilhado e furruginoso, e está intacta no fundo, e na sua continuação dos lados. Quasi na extremidade da aber- tura, ha poucos annos, um habitante de S. Paulo emprehendeu outra ex- ploração, e tirou bastante ouro, mas, por não ter dado sufficiente talúde à cata, os lados se desmoronaram e mataram tres escravos. O dono des- animou e abandonou a mina. Examinei a areia superior da base da mina, e achei que dava bom ouro. O mesmo resultado deu a areia de um pequeno rego, quasi entupido, por que escorriam as aguas da mina por um ribeiro que corre no pequeno valle. Em outro logar daquelle valle se prin- cipiou outra exploração que, pela sua direcção, parecia querer sondar a prolongação da via aurifera já conhecida. Dalli, tomando á direita, fomos visitar as antigas minas de Santa Fé, que, segundo uma constante tradição, passam por terem sido muito ricas. São de guapiáras, e o seu cascalho. é como o de Quebra Pedra. Ensaiámos um veio intacto e o cascalho e a pissarra ; ambos deram signaes de ouro. Esta formação é cortada, por pequenos veios de quartzo, mais ou menos brancos e manchados de ocre, que provavelmente enrique- cem a Gupiara. O cascalho é composto de fragmentos argillosos de quartzo e mineral de ferro argilloso, que os mineiros chamam pedra de ganga. A pissarra é vermelho-sangue de boi. Tomámos depois o novo caminho que conduz a Itá. Chegámos à corrente de Samambaia, da qual ambas as margens foram em outro tempo lavradas com agua por cima. Ensaiámos a areia do seu leito e, posto que esta areia fosse superficial e aquelle leito muito entulhado, obtivemos boa pinta de ouro. Aquella corrente, assim como as suas margens, e as Gupiaras, que lhe estão proximas, promettem facil e productivo resultado, visto não haver obstaculos a vencer para mudar JOSÉ BONIFACIO E MARTIM FRANCISCO — VIAGEM MINERALOGICA 223 o curso do rio e preparar o terreno. Demais, toda a corrente tem extensão bastante para grandes trabalhos. Proseguindo o caminho, chegámos ao bello ribeiro de Itahy e, sem demorar-nos, examinámos as antigas minas que se acham por todo elle, e contentámo-nos de ensaiar sua areia, que nos deu pouco ouro. Conviria, con- tudo, examinal-a até o centro. A base sobre que pousam as minas de Quebra- Pedra e Santa Fé é de grez, mais ou menos branco e ferruginoso, e notámos que, quando a formação aurifera continha mais mina de ferro, o ouro era mais fino e mais abundante do que quando continha mais calhaos de quartzo, Dalli, atravessando alguns ribeiros e alguns veios de formação analoga ás de que temos fallado, chegámos á ponte do rio Juquiry. Perto da ponte vê-se algum pouco de Schistomicacio (6 ») misturado com pequenas parcellas de quartzo branco. A noite nos embaraçou de proseguir as observações; deviamos passal-a na fazenda do Japy, que é do nosso amigo coronel Antonio Leite. O rio Juquiry, segundo dizem, é todo aurifero. O aspecto do paiz até aqui é, em geral, mais ou menos montanhoso, com cumes redondos e oblongos, com pequenos valles, regados por veias de excellentes aguas, No dia seguinte, 8, ficâmos na fazenda do Japy, para percorrermos os arredores. Esta fazenda teve muitas e boas minas de ouro, que estão presente- mente abandonadas. Notámos duas formações auriferas, uma de cascalho branco em pissarra argillosa da mesma côr e a outra, que é commum ás minas que temos descripto, em fragmentos de Guapiaras. A primeira é perto das casas e não parece ser extensa. O cascalho aurifero se acha à poucos palmos abaixo da camada de terra mais ou menos vegetal, e fórma camadas hórizontaes de calhaos brancos rolados, com quartzo, empastados com argilla branca e saponacea. O cascalho examinado deu uma boa pinta de ouro, o que tambem deu a pissarra branca, ou entulho, que os antigos mineiros desprezaram porque o não examinaram, posto que seja mais rica de ouro do que mesmo o cascalho. Esta formação tem à singularidade de não conter esmeril, isto é, na lingua dos mineiros do Brasil, de mina de ferro magnetico, que sempre acompanha o ouro de lavagem. Esta explo- ração podia ser continuada e dar grandes lucros, Si tivesse bons mi- neiros, habeis em extrahir os mineraes e à separal-os, si resolvessem amal- gamar o residuo aurifero areiento com O mercurio, e não o apurar com à (5 bis) Na Serra da Cantareira, que constitue a extremidade da Serra RIO do S. Paulo, apresenta-se uma serie de rochas metamorphicas lembrando Pe co CUDNcãe de Minas, no centro de Minas Geraes, onde capeia à Serra da ad papeis prernóte schistos micaceos, de quartzitos (que os autores consideram com ps cê anitos Dios nucleos de minereos de ferro, como em Minas. Essas rochas estão sulcadas Pp 224 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIV batéa, como se costuma, com o que se perde grande quantidade de ouro mais fino, ou polme. e Deste logar nos dirigimos atravez de uma planicie, que pesei tempo foi cavada pelos mineiros, para um ribeiro, onde, por meio de batéa, em dous differentes logares, achámos boa pinta de ouro - Podia ser proveitosamente utilisada e é provavel que no leito do ribeiro hajam boas camadas. Fora dito que as minas chamadas do Palmital, que estão deste lado, na direcção da montanha, tinham dado antigamente muito ouro graudo, não fallando do ouro em pó fino, que se perdia pelo mau methodo de apuração. Daqui fomos examinar um socavão a talho aberto que, à maior altura do desmonte, tinha quasi tres braças, até chegar ao cascalho. O cascalho, era de calhaos ou seixos de quartzo cinzento mais ou menos ferruginoso, empastado com ocre vermelha de ferro, que pousavam na pissarra vermelha, Experimentámos com a hatéa 'o cascalho e a pissarra e ambos deram signaes de ouro, e merecem ser aproveitados. De tarde retrocedemos até á ponte de Juquiry, atrás mencionada. Examinámos no principio da Es- trada nova de Itá um cascalho de guapiara que tem o seu jazigo ao longo de um monte e dá esperanças de ter ouro. A 9 partimos do sitio de Japy, e seguindo a estrada de Itá, muito antes de chegar ás minas chamadas do Caetano, tomámos á direita, subimos a primeira ladeira e, descendo a se- gunda, chegámos a um ribeiro cuja corrente segue a direcção do caminho, cortando bancos de schisto argilloso. Tendo-o examinado em diversos logares, achámos signaes de ouro. Retrocedendo para. a estrada, por algum tempo a seguimos e depois tornámos a tomar à direita para ver um ribeiro, que tambem nos deu boa pinta de ouro. Este ribeiro corre por um valle e promeite ter no seu leito boas camadas, e merece ser observado. Corre para a banda de Jaraguá e tem nas duas margens guapiaras vermelhas que mostram muitos indicios de ferro argilloso. No logar em que examinâmos o cascalho nos deu boa pinta de ouro. Contou-se-nos que escravos do sitio proximo, de D. Maria Leite, tira- vam, dantes, ouro, tanto do seu leito como das margens. Daquelle sitio nos dirigimos para a villa de Parnahyba, e seguindo algumas veredas escarpadas, onde não descobrimos mostras ou indícios de formação de ouro que merecessem mais exame, chegámos a um outeiro, que se pega a outro chamado Vacanga, em que achámos mineraes de ferro vermelho, muito compactos e pesados. | O outeiro que sesegue é inteiramente composto de camadas ou bancos de schisto argilloso primitivo, que se passa ao schisto micacio. Sobre O schisto argilloso se extende uma formação de grez. Depois de descer a en- costa para a banda do rio Tieté começa-se a ver uma especie de pissarra vermelha e nas quebradas visinhas restos de antigas minas de ouro. À JOSÉ BONIFACIO E MARTIM FRANCISCO — VIAGEM MINERALOGICA 225 constante tradição diz que foram trabalhadas pelos habitantes de Parnahyba. Passámos o rio por uma ponte de madeira e fomos dormir á villa. A 12 partimos na direcção do noroéste, com a intenção de examinar a famosa collina de Ventucararú e seus arredores. Passámos a ponte do Tieté e, su- bindo os primeiros outeiros, achámos cascalho vermelho em um ribeiro que desagua no Tieté. Deu-nos signal de ouro. Continuando a subir e a descer as collinas, chegámos a outro ribeiro que tambem nos deu ouro. Proseguindo nas mesmas subidas e descidas, chegámos a um terceiro ribeiro, que rolava sobre cascalho cinzento, que nos deu boa pinta de ouro, pois que, por falta de alavancas e pás, não pudemos fazer as indagações ou pesquizas que desejavamos. Este ribeiro, o antecedente e os outros formam a corrente do Jaguary, que desagua no Juquiry, perto da fazenda do Bispo de S. Paulo. O Jaguary, si nos referirmos ás noticias que nos deram, e aos trabalhos feitos em varios pontos do seu curso, antes da sua juncção com o Juquiry, é todo aurifero. Do mesmo modo o é tambem o Juquiry. Pode-se fazer navegavel todo elle, tanto antes como depois de sua juneção com orio Mirim, que desemboca no Tieté. Proseguindo o nosso caminho chegámos ao quarto barranco, ou ribeiro, cujo leito e suas margens já foram pesquizadas e deram muito bom ouro. A chuva embaraçou que pesquizassemos outros ribeiros que atraves- sámos e desembocam no Jaguary. O nosso conductor nos certificou que, havendo pesquizado seu irmão um delles, achara não só ouro, mas igualmente um metal branco em grãos como o chumbo de munição, que suppoz ser prata, e que eu julgo ser alguns desses metaes novos que acompanham a platina. O que é tanto mais para suppôr, como creio, porque ha platina não só no districto de Minas-Geraes como tambem na Provincia de -São Paulo, de que possuo boas amostras, € No Real Museu da Ajuda (em Portugal) havia amostras de platina, achada no rio de Tieté (São Paulo) (9. Cumpre-me notar que a maior parte do esmeril dos cascalhos e pissarras auriferas de todos os logares, que desde S. Paulo observámos em varios veios, quartzos, principalmente nos de côr cinzenta, que cortam O grez e a pissarra superior, e finalmente nos bancos de schisto argilloso e micacio, que formam a ossada das diferentes montanhas da serra do Japy, sempre achámos um metal branco em diminutas particulas, mui difficil de separar do esmeril aurifero pela batêa, attenta a sua igual gravidade especifica. (6) Até hoje não se verificou o prognostico do autor. A platina foi ulteriormente enc em Minas-Geraes, por Hussalk. 2 5231 226 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV Ensaiando aquellas particulas com acido nitrico, não se dissolveram. Será o iridium puro, ou osmiuro de iridium, que parece ordinariamente acompanhar o esmeril aurifero, e observei tambem na mina de ouro de lavagem da Adiça (em Portugal). Tinha notado aquelle metal no esmeril aurifero daquella mina que descrevi, e fiz lavrar na costa opposta a Lishbôa, do outro lado do Tejo, como se póde ver nas memorias da Academia Real das Sciencias de Lisbôa. Todos os terrenos à roda do Parnahyba formam uma continuação de elevações e de collinas, mais ou menos altas e conicas, separadas por pequenas quebradas e valles. No meio daquelles valles e outeiros, ao longo dos ribeiros e onde as mattas são mais vastas, está a villa do Parnahyba situada sobre a margem esquerda do Tieté. Esta villa, situada quasi no centro de um vasto districto aurifero, entre as minas do Jaraguá, Japy, Penunduba, Monserrate, Aberta, Boturema, Piedade, Pirapora, e outras mais, é muito propria para se formar um centro metallurgico, e estabelecer uma administração geral. Afóra o ouro, podiam-se extrahir abundantes mineraes e ferro hematico vermelho e branco, excellente ferro magnetico, da rica mina de Pirapora, e é provavel que entre os muitos veios quartzosos que cortam os seus contornos se achem alguns que encerrem metaes uteis. Depois de termos assistido aos offícios da Semana Santa, sahimos da vila para visitar os logares de Pirapora e Bocurema. Partimos para Pirapora sabbado de Alleluia, e experimentáâmos com signaes de ouro o Itahimirim e outro mais pequeno, que não tem nome, mas que póde ser conhecido por uma matta de jacarandás situada na vertente da colina de Boturema. Chegados á capella do Bom Jesus tornámos a encontrar o Tieté, onde pesquizámos e não deu vestigios de ouro, talvez por causa da enchente do rio, que não permitte tirar a arêa do seu leito. Antes de chegar á igreja encontrámos muitos pedaços de excellente mineral de ferro, côr de sangue de boi e vermelho, que pousa sobre bancos de grez, tanto de grão fino como grosso, com o qual talvez alterna. Dalli fomos exa- minar um cume todo formado de ferro magnetico espesso e pesado, que está ás vezes coberto de ocre de ferro vermelho, com as cavidades cheias de manganez negro e escamoso. Parece que a natureza apresentou á vista estes dous mineraes de ferro para convidar a estabelecer fundições, para o que dá todos os preciosos materiaes. Alli se acham para con strucção de fornos excellentes schistos argilosos e hornhlendico, que alternam entre si, e optimo grez, de que se compõem todos os cumes € vertentes dos montes circumvisinhos, JOSÉ BONIFACIO E MARTIM FRANCISCO — VIAGEM MINERALOGICA 227 Tambem tem, para fundente ou castilha, boa pedra calcarea, grossa, cinzenta, que alterna com o schisto argilloso. Esta formação calcarea, si não é primitiva, é, pelo menos, de muito antiga transição. Para com- bustivel ha sufficiente lenha por onde passámos e em ambos os lados do Tieté. Aquellas fundições, que quanto antes se deviam estabelecer, teriam a vantagem de não distar de S. Paulo sinão sete leguas, por terra, ao passo que as de S. João de Ipanema, perto de Sorocaba, distam mais de 19. | Outra vantagem que podia ter a nova fabrica seria a de embarcar o ferro e transportal-o pelo Tieté até perto de S. Paulo, logo que se desfizesse um pequeno salto, chamado de Itapeba, defronte de Parnahyba, ou se fizesse um pequeno canal de rodeio em uma das suas margens. Do Tieté se póde entrar no Tamandatehy, que conduz até S. Paulo, ou tomar o rio dos Pi- nheiros, chamado depois rio Grande, subil-o e ir desembarcar não longe do pico da montanha e passar dalli, só por terra, para o Cubatão, e embarcar de novo para Santos. Depois de pesquizar os mineraes de ferro e as rochas daquelle sitio de Pirapora, fomos ver as antigas minas de Boturema, mas só achâmos algumas aberturas e antigos entulhos, que experimentámos com à batêa e não deram indício de ouro. Não me cspantei. Aquellas minas, se- gundo a tradição, não eram de lavagem, mas de simples bêta. Voltámos de Boturema para a villa, e a meio quarto de legua antes de chegar examinámos um banco de pedra calcarea, que é da mesma formação que a de Pirapora que está nas terras do vigario de Parnahyba, chamado José Gonçalves, de que se faz calem um pequeno forno mal construido. Deixámos de todo Parnahyba a 3 de abril, ás 10 horas da manhã, e seguindo a estrada de Pirapora quasi tres quartos de legua tomámos E direita para ver o sitio chamado Porto Geral, onde passámos em canõa o Tieté. O rio, aqui, se alarga muito. As margens, pouco altas, são desprovidas de espessas mattas, 0 que as torna muito agradaveis. E' para lastimar que não haja uma ponte, para commodidade dos habitantes que vêm de Itú e seus arredores. Desde que se passou O Tieté, entrando na estrada, vêm-se á esquerda as antigas minas de des- monte e de cascalho, as quaes, na parte em que se não mecheu, se : grossura de quasi tres braças. (0) cascalho ensaiado com a as eu boa pinta de ouro. Seria tanto mais facil aproveitar aquella Eai por não ser quasi necessario desmonte, que O cascalho, que é graudo, | rece póde ser trabalhado a secco, sem agua por cima. O cascalho pa ongo do Tieté. Ha fragmentos de extender-se para ambos os lados e ao ] argilla saponacea, misturada com alguma areia . 228. ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV Proseguindo o caminho, a menos de um quarto de legua atravessámos tres pequenos ribeiros que nascem em uma pequena serra á esquerda. A areia de um. delles, experimentada com a hbatêa mostrou algum ouro. No logar chamado Cachoeira fomos ver onde o rio de Penunduba desemboca no Tieté. Mais adiante toma o nome de Jerubahuba. Nasce na montanha de Curubanda. Reune-se a outro ribeiro que vem do logar chamado Sitio Velho. º Rodeamol-o na direcção de Penunduba, onde, antes de chorar achámos um veio que segue a estrada de Itá e cujo cascalho deu indicios de ouro. Passámos a noite na fazenda de Penunduba. Na madrugada de 4 de abril ensaiámos com a batêa alguns (opafés da margem do Penunduba, que deram. boas amostras de ouro. Dalli fomos ao Salto, que o vigario de Parnahyba tentou ss e que não acabou, deixando intacta quasi uma braça. A rocha do Salto, é de gneiss, que já passa ao granito. Por causa da sua estratificação e dos repetidos veios que tem, seria facilmente aberto e nivelado inteiramente sise tivesse trabalhado com a cunha;e martello dos mineiros e nas partes mais solidas com a broca. Teria valido mais que o vigario houvesse cavado um leito lateral por onde caminhasse o ribeiro; ficando em secco o Salto, facilitar-se-hia muito o trabalho. Quatro mineiros habeis seriam sufficientes para em poucos dias desviar o ribeiro. Nas planicies que cercam o ribeiro pesquizámos diversas vezes e tive- mos indicios de ouro e ajustámos que se preparasse tudo para novos ensaios que projectavamos na volta de Monserrate, que é preciso não confundir com o monte Montserrate, na ilha de S. Vicente, de que fallâmos no principio destas viagens. No dia seguinte fomos ver uma antiga mina que consiste em cascalho, ora cinzento, ora branco, e pissarra vermelha, que deu alguns indícios de ouro. O cascalho é profundo, ainda que não tão grosso como o do porto geral. Deixando esta mina tomámos á esquerda e chegámos no sitio de Vaturante, em cujas visinhanças se ajuntam os dois ribeiros de Guanguassú e de Indiuvira, que com o nome deste ultimo se mis- turam no Tieté. Deste sitio, atravez de mattas virgens, fomos ver a quéda de Guaiahú, que desce das montanhas que dividem os dois districtos de Parnahyba e Jundiahy. Esta quéda ou salto é consideravel e tem mais de. tres braças de altura. Si se quizer quebrar, convem abrir um canal de deri- vação á direita, mais alto do que o quese começou, e que, rodando a vertente direita da montanha, vae acabar abaixo do salto. A rocha é de schisto argil- loso, com muito quartzo. Dalli, atravez de outros mattos virgens, chegámos com grande rodeio a um pequeno fosso que, sem duvida, foi abandonado a se não achou ouro. As areias do leito do Guaiahú tambem o não eram. JOSÉ BONIFACIO E MARTIM FRANCISCO — VIAGEM MINERALOGICA 229 Deste logar, depois de novos rodeios, chegámos ao logar Monserrate. Emquanto nos demorámos em Monserrate, nos occupámos em alguns ensaios no logar chamado Aguda, um pouco acima da povoação e em outro logar do caminho perto do ribeiro. O primeiro deu-nos boa pinta de ouro, o segundo não deu tanto. Porém mais acima experimentámos um cas- calho que é o resto e a continuação das famosas minas de outro tempo. A parte superior deu pouco mais, a inferior deu mais, aquella é vermelha, a segunda branca, assim como a pissarra. Continuámos o nosso caminho para o barranco da Lavagem, necessitando abrir caminho atravez do matto. No principio do caminho pesquizámos alguns riachos que desem- bocam no ribeiro, um dos quaes deu mostras de ouro. Subindo a collina, che- gámos ao barranco da Lavagem, especie de canal que parece ter sido feito artificialmente e encaixado entre dous muros levantados sem argamassa. As margens foram em outro tempo exploradas. Passando-as, chegámos a um logar em que se reunem outros tres ribeiros egualmente contidos em muros de pedra ensonça. Deixando os dois da direita, fomos ao da esquerda, onde antigamente se tirou ouro. Aquelles ribeiros nascem na serra de Curu- rendava, que divide as aguas que passámos das da fazenda do Japy. A sua vertente do lado de Monserrate sendo muito aurifera, como vimos, é provavel que o seu cume e a sua vertente da banda do Japy igual- mente o sejam, visto ser a mesma a formação. A antiguidade daquelles tra- balhos nos parece demonstrada pelo modo porque os regos estão abertos e encaixados, pela direcção das lavras, direcção agora desconhecida na Provincia, e pelas derrubadas que se fizeram naquellas antigas minas, derrubadas presentemente muito altas e que se assemelham a mattos virgens. Descemos dalli, seguindo o canal até onde se reunem os ribeiros, pas- sados os quaes, vimos direito um fosso no monte, de mais de tres braças de comprido sobre duas de largura, pelo qual se entrava antigamente em um veio de quartzo que corta o schisto argilloso. Tendo examinado os arredores de Monserrate, voltámos para Penun- duba a ver a cava que tinhamos mandado fazer. O desmonte era de quatro palmos, e o cascalho de tres, que deu sufficiente pinta de ouro. O cascalho “do contorno não exige, para se aproveitar, que 0 ribeiro se cave, visto terem as cavas pouca profundidade, e a planicie pouca agua. Dalli fomos á Jundiuvira. | Atravessando um monte escarpado e mau, principalmente da parte de Jundiuvira, acabámos finalmente esta jornada, tanto mais trabalhosa, por ser feita com a escuridão da noite, e por caminhos que se tem como intransitaveis. No dia seguinte, 6, fomos ver um grande córte, pelo qual E quiz encaminhar o Tieté, evitando assim uma grande volta, que elle 230 ARCHIVOS DO MUSEU “NACIONAL — VOL. XXIV faz, para pôr a secco o seu leito, e explorar aquelle logar, pessimamente executado, que é muito aurifero. A idéa era bôa e bem concebida, porém mal dirigida. j | A Aquella abertura separa o cume do monte que rodeia o Tieté dos outros montes que formam a serra. 7 Mas, erradamente, principiaram por onde deviam de acabar, isto é, pela parte posterior, talvez, porque era mais facil o trabalho, porém depois foi-se estreitando cada vez mais a passagem, de forma que, entrando na rocha viva de uma camada de gneiss granitoso, que tem 75 braças de largura, e só deu à base do canal 7!/, palmos e 11 na superficie, como se o grande Tieté pudesse entrar pelo fundo de um funil, e depois abrir o seu leito atravez da rocha dura e compacta. Notámos um grande erro naquelle trabalho: a linha de direcção final faz um angulo quasi recto com o curso do Tieté. Não me parece com- tudo difficil de emendar e acabar a obra começada, empregando mi- neiros habeis. As grandes galerias deste genero em Saxonia c Hungria são todas abertas em rochas de igual dureza, e que, demais, são subter- raneas. Nesta excursão prolongamos a serra de Jaraguá, que se compõe de de schisto argilloso, que em diversas partes pousa uma camada de grez. Ensaiamos um cascalho miudo, de pissarra vermelha, que não obstante a sua miudeza, nos deu algumas parcellas de ouro. Dous re- gatos nos deram o mesmo resultado, principalmente um, cujos seixos eram maiores. Todos aquelles ribeiros, suas margens, seus arredores, assim como as vertentes da montanha deviam ser pesquizados melhor, e sentimos não ter tempo para isso. Dirigimo-nos depois a um engenho situado à uma bôa legua de Jundiuvira. Nesta estrada vimos varios bancos de grez, que cortam o caminho, e á pouca distancia da habi- tação dous grandes veios de griinstein cinzento, manchado de verde, de grão fino e compacto, que atravessam os bancos de grez. Os sitios por onde caminhámos, estes dous dias, são muito despovoados, e não se encontram nem casas, nem outra qualquer morada. O terreno quasi todo não permitte cultura. A 7 de Abril deixámos o engenho ec tomámos a direcção de Itú, por um caminho, que á pouca distancia se separa em dous, e tomando o da esquerda, atravessámos uma ponte, a pouco mais de uma legua do Tieté, mas mal construida e menos forte que a do Par- nahiba. Até alli a rocha e o mesmo gneiss granitico, que á primeira vista se assemelha ao griinstein, pelo grão e côr. Seguimos o caminho até subir toda a serra do Japy, do que avaliamos a distancia ser de sete ou oito leguas desde Jaraguá até o logar onduloso e desigual em que está situada a villa de Itú, a qual separa, com o valleem que corre o Tieté, a serra do Japy e a serra mais baixa de Pirapora, que parecem correr JOSÉ BONIFACIO E MARTIM FRANCISCO — VIAGEM MINERALOGICA 2H entre si parallelas, e com a do mar ou Parnapiacaba. Antes de descer da montanha para as collinas achámos algumas porções de cascalho, que merecem ser examinados, porém a falta de agua nos privou de uzar de batêa. Nas colinas, a pouca distancia, apparecem novos cascalhos, principal- mente do lado do ribeiro de Pirapitinguy e na subida do caminho da villa. Desde a ponte do Tieté, a cada passo se acham veios de quartzo branco e algumas vezes schisto argilloso em grandes camadas, que serve para lagear as casas. Partindo do engenho, vimos ser mais habitado o terreno, ter mais cul- tura, e ao mesmo tempo não pudemos deixar de sentir a falta de bosques. Pernoitamos dois dias em Itú e a 10 de Abril voltamos a examinar as minas que haviamos deixado atraz, perto do ribeirão de Pirapitinguy, assim como outras formações de cascalho que estão situados á esquerda perto do barran- co, que não deram nenhum signal de ouro, à excepção de uma pequena porção de cascalho, perto de uma nascente, que nos deu uma parcella de ouro. A formação geral de todo o terreno, até Itú, é de schisto argilloso, de apparencia primitiva, em que pousa a grez, que em algumas partes passa a uma brecha ferruginosa. Durante os dois dias que descançamos em Itú, soubemos que alguns habitantes desta villa preparavam uma expedição para ir comprar indios Caiapós, ás hordas que habitavam as margens do Paraná, visinhas da embocadura do Tieté. A sorte daquelles indios, assim como a dos Guarapuavas, no districto de Curitiba, merece toda a nossa attenção, para que não ajuntemos ao trafico vergonhoso e deshumano dos desgraçados filhos da Africa, o ainda mais horrivel, dos infelizes indios, de que usurpamos as terras, c que são livres, não só conforme a razão, mas tambem pelas leis. A 12 de Abril partimos de Itá e fomos ver a grande cascata, ou salto do Tieté. Antes de nos occuparmos em descrever as nossas descobertas minera- logicas diremos que o terreno em que assenta a villa de Itá, (6tis) é todo de ar- gilla-sillicosa, mais ou menos ferruginosa, alli chamada massapé, e que é a mais propria, principalmente a de côr violeta, cinzenta e vermelho escuro para a cultura das cannas de assucar. A um quarto de legua da villa, no caminho da cascata, atravessa-se uma estrada cortada por grunstein, que passa à0 basalto, semelhante em côr e no grão ao que vi em Kinacula, na Suecia. (7) (6 bis) Em Itú os itinerantes entraram na formação de prio permo-carbonifera, caracterisada ahi pelos schistos escuros pertencentes ao nivel geologico e Iraty. (7) O magma eruptivo, tão generalisado em todo o e pon ie! e ser ie Eee us da bar . SS o o ad ae ã meu a, e K die gefitos al olivina de modo be EE miner basaltos. São todavia raros os casos em que se encontra inn rochas 0 que a classificação actual considera como sendo labradoritos. 232 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV Daqui o mesmo massapé, continua até perto da cascata, onde se prin- cipia a vêr solitarios rochedos de granito; porém chegando ao salto, o gra- nito é continuo e superficial. Ahi o rio se separa em tres braços e faz duas ilhas, por onde passa numa ponte mal feita e arruinada. A cascata é muito pittoresca por causa das rochas quebradas e escarpadas que formam diversas figuras, differentes, e curiosas vistas, pela quéda do Tieté, que depois se divide em dois braços, um dos quaes se precipita de mais de tres braças de altura. A queda da agua continúa a formar redemoinhos, e espuma até mais de 50 braças, onde o rio se ajunta e entra no seu leito. Do lado direito tentou se abaixar a corrente para facilitar aos peixes po- derem vencer o salto, porém não se concluiu a obra. A direcção da cascata é quasi NNO a SSE. A algumas centenas de braças acima do Tieté, do lado esquerdo, reconhecemos um sitio chamado lavra, cujo nome nos indicou que antigamente alli se tirou cascalho, que está ao nivel do ribeiro e se entranha pelo seu leito. O cascalho é fino e solto, composto de seixos cobertos de quartzo e schisto argilloso, e deu sufficiente signal de ouro. Si se estender em ambos os lados do ribeiro para o interior da terra, póde ser productivo. O esmeril que fica no fundo da batea é pouco magnetico, mas contém muito daquelle metal branco, de que já fallei, e que parece ser iridium. Passando a cascata e a capella de N. S. de Monserrate, que se cleva na margem direita do Tieté, o caminho para a freguezia de Piracicaba corre de SO a NO. - Acima da subida da capella para a estrada ve-se o grez ferruginoso com alguns pedaços de ferro argilloso. Na descida para os ribeiros Buiry, Atuahy, e outro sem nome, vi nas margens, á superficie, grez esbran- quiçado. Perto de outro ribeiro, subindo para o logar de Samambaia, vi grunstein, que tambem apparece no logar do Carneiro, duas leguas quasi distante do rio Capivary. O grez branco torna a apparecer no ribeiro das Caveiras, e no da Agua-parada. Na fazenda do rio das pedras notei o schisto argilloso, em que assenta o grez ferruginoso, acima mencionado, cortado por veios de quartzo branco. Passada a fazenda do Limiar, e nas terras da do Taquaral, acha-se uma formação de schisto silicoso, que algumas vezes passa a pederneira. Esta formação continúa com pequena interrupção até perto da casa, onde continúa com pequena alteração, e reapparecendo o grunstein de côr preta, de grão mais ou menos grosso, passando a Basalto. | | Ha aqui um salto de Piracicaba, e na superficie do chão apparecem pedaços de schisto-sillicoso, azul escuro e negro. O terreno de toda a es- trada, além das rochas já descriptas, é de massapé violeta escuro e de outras cores. Os ribeiros que o cortam são o Buiry, Atuahy, Forquilha, JOSÉ BONIFACIO E MARTIM FRANCISCO — VIAGEM MINERALOGICA 233 Capivary, das Caveiras, Agua-parada e das Pedras e outros que não têm nome. As margens do Piracicaba são perto da freguezia de S. João de Atibaia, e as do Capivary chegam ás alturas contiguas 4 villa de J undiahy. Estes dois ribeiros descarregam no Tieté. Antes de chegar ao Capi- vary não ha bosques continuados. A freguezia de Piracicaba se eleva em uma collina donde por uma suave descida se chega ao rio perto de sua quéda. Não nos esqueçamos de que o rio Curimbatahy, daquella villa, tem banhos thermaes chamados Agua Santa. Outras aguas thermaes se acham na collina chamada das Araras, mas a falta de caminhos e de casas faz com que não sejam fre- quentadas. No salto, na margem esquerda do ribeiro, tambem ha uma fonte de agua fria sulphurica. Possuo fragmentos recolhidos na Agua Santa, que estão rodeados de pedra liquida, com pequenas parcellas de perytes ferruginosas, das margens do Curimbatahy, um pedaço de pedra calcarea cor de fumo, de estructura schistosa que parece formar um banco entre o schisto granvakio cor de cinza clara, de que tambem tenho um pedaço. Finalmente do logar chamado Capitão Commandante, a legua e meia distante da villa, tive amostras de stalactite calcarea. Pelo que me capacito que os montes e collinas da provincia de S. Paulo sejam rochas primitivas. O paiz não é, como se diz, privado de pedra calcarea, por quanto, além dos logares que ficam mencionados, ha excel- lentes marmores calcareos na ribeira de Iguape, e nos campos de Curi- tiba. Não tendo podido, por falta de tempo e maus caminhos, proseguir as explorações até a collina de Araraquara, procurei ter noticias exactas. Soube que a distancia da villa até ao fim dos campos de Araraquara é de sete leguas e que o monte forma um grande cone, que divide as aguas, parte das aguas desce para orio Mogyguassú e a outra parte para o Tieté e que subindo-o do lado de Piracicaba se descobrem im- mensas planicies que se estendem até o Mogy com insensivel pendio. Os ribeiros que nascem, uns nos campos, outros do lado do monte, e que desaguam á direita do Tieté são: o Jacarépipira, o Jacaréguassá que é formado dos ribeiros de Feijão, Tahiguaré-primeiro, Pinhal, Mon- jolinho, Correntes, Chibarro, Ouro, Cruzes, Bajendo, Bucaiuca e do Ta- hiquaré segundo. Os rios e os ribeiros que nascem do lado opposto, vão descarregar á esquerda do Mogy, que são: Quilombo, Fortaleza, Cabe- ceiras, Rancho-queimado, Monte Alegre e Fazenda do Amaral. O ribeiro de João Rodrigues emboca no Paraná. Não mencionamos quiros riachos pouco importantes, e não: deixaremos de mencionar 0 MBEMD NAME jo (UN 5231 234 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIV nasce ao pé daquelle monte e desagua no Piracicaba. Uma tradição an- tiga e constante, e alguns pontos novamente verificados, dizem que aquelle monte é aurifero, assim como o ribeiro das Cruzes e Piracicaba. Ouvi a uma pessoa verdadeira que os pastores do major Carlos de Arruda Monteiro, cuja fazenda é encostada ao monte Araraquara, têm al- gumas vezes achado, em diversos pontos da sua extensão, oia de ouro de 10 a 12 onças de peso.- “Igualmente ouvi que ha muito ouro e diamantes nos rios + Jacarépipiro e Jacaréguassu, A 20 partimos para Itá. O dutainho porque fui atravessa um terreno ondeado, entremeiado de planicies e valles. As aberturas que se encontram são poucas e fechadas pelos ribeiros e barrancos que, cortando a pissarra ou massapé, mais ou menos proprias para agricultura, conforme a mistura e a cor, penetram até a rocha viva e contínua, que é de grez mais ou menos grosso, de cor branca. Chegámos a Sorocaba, villa assentada em logar bem É arejado. A seus pés corre o Sorocaba, que póde ser navegavel. Os habitantes são hospitaleiros. As mulheres são o verdadeiro typo da belleza, como muitas outras da provincia, que fazem o sexo paulista, citado em todo o Brasil como figura esbelta e de cor de. jasmim, €; sobre» tudo, pela amabilidade e bondade de seu coração e caracter. A 21 visitei a fabrica de Ipanema, situada nos lados do monte de Jeréb ou de Birasoyava. Extrahia-se alli antigamente ouro, si se acreditar nos escriptos dos Jesuitas (e na obra do hollandez Lund). As rochas que formamos lados do monte de ferro e de grez mais ou menos branco, coberto, ás vezes, de uma camada de pissarra avermelhada e facil de cavar. O monte é de granito commum, de grão ora grosso, ora End, (8) Elie 0 granito ha o mineral de ferro magnetico, no cimo da montanha: O minerál está misturado, ás vezes, com mina de ferro luzidio de Werner, | É muito rico, porque, pelo ensaio, dá quasi 90 por cento de ferro me: tallico. (9) Entre o granito ha camadas de schisto argilloso e hornblenda com- mum, massiça, a que os habitantes impropriamente chamam pedra verde. Vi tambem alguns pedaços de porphyro verde e outros de eos commum, muito semelhantes aos de Telcobania, em Hungria. . | | " Ignoro seu jazigo, e nem pude indagar. | aRR -- Esta opala, cheia de calcedonia branca, será roieniente de algum veio que ração fo) granito? É - “On minereo de ferro de tg é uma ma et | ita que parece tit egre ão ma- gmatica em rochas syenito-nephelinicas E E p constituir s á gaç (O) A magnetita Chimicamente pura er dá mais de 72 DA de ferro metalliço. - JOSÉ BONIFACIO E MARTIM - FRANCISCO — VIAGEM MINERALOGICA 235 “Não descreverei'as fabricas do Ipanema porque o fiz em uma-memo- ria que apresentei á Junta do novo governo de S. Paulo em 1821, e que as torna mui conhecidas. A 28 de abril partimos para S. Paulo, por caminho dif- ferente daquelle porque, fomos. Mandámos adiante os criados, pela banda da freguezia de S. Roque, onde deviamos pernoitar, e tomámos para à capella de Nossa Senhora dá Apparição, em cujas visinhanças se nos disse que se achou um pedaço de pedra que, fundida por um ourives, deu seis onças de prata. Antes de chegarmos, e passado um riacho, na superficie que o segue, encon- trámos um pequeno veio superficial que com a batêa deu bastante esmeril, porém, nada de ouro. Na visinhança do riacho vimos frequentes veios de quartzo, alguns consideraveis. A capella da Apparição é edificada sobre um dos veios que tem quasi braça e meia de grossura € cujos fragmentos pisados e examina- dos não deram indício algum de metal, e ainda menos de pyrites de ferro, ou de mineral de prata. Desenganados dos nossos exames, descemos por uma estrada que tem pouco mais ou menos legua e meia e que conduz perto do ribeiro de Nhanahiva, onde encontrámos à boa estrada que conduz para S. Roque e continúa atravez da freguezia da Cotia, até S. Paulo. A pouco mais ou menos uma, legua de S. Roque apresentou-se-nos uma rocha de granito de grão grosso que forma um pequeno cume. Prose- guindo o caminho, achámos uma formação de granwacko commum € schis- toso, que parece estar immeditamente no granito. Esta formação continuava pela estrada que tomamos logo depois de passar o ribeiro de Prejebú. O gran- wacko passa ao schisto arenoso € ao grez mais ou menos corado, e é cor- tado por grande quantidade de veios de quartzo branco e cinzento. Entre elles vimos um grande veio de stock, mineral de ferro argiloso, que passa à hematites brancos e a ferro spatico. A 29 partimos de S. Roque é tomâmos a estrada da Cotia. Logo no principio vêem-se grandes rochas núas, de syenito granitiforme que apresentam um aspecto porphyrico, por causa dos muitos crystaes de feld- spato branco que as cobrem. O grão daquelle syenito insensivelmente diminue de tamanho, de forma que em diversas partes do caminho se diria ser verda- deiro grunstein, emquanto que em outras toma certa dureza, como o schisto. Sobre o syenito ha grandes massas de schistos silicosos penetrados de veios de quartzo. Em outras partes a cor é quasi preta e tem poucos signaes de quartzo. sa cs a Proseguindo e quasi no meio do caminho das duas freguezias vimos outra vez o granito, semelhante 20 acima referido e continuava por no er espaço e perto da freguezia da Cotia passava a gneiss. Fogo 6 TES E caminho está cheio de pissarra vermelha, amarella, sem formação de cascalho. 236 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV A 30 partimos da Cotia para S. Paulo, onde chegámos depois de andar sete leguas. O caminho não apresentou mudança alguma quanto ás rochas, mas é alegre, principalmente na passagem do Rio dos Pinheiros, que, pela sua frescura e belleza, convida os habitantes de S. Paulo a irem passeiar ás suas margens. Assim terminámos as nossas excursões mineralogicas da villa de Santos. — (A) José Bonifacio de Andrada e Silva. — Martim Francisco Ribeiro de Andrada. Auipio DE MIRANDA-RIBEIRO NOTA CRITICA SOBRE A ORNIS DO ITATIAYA (LIDA EM SESSÃO DE 31 DE MARÇO DE 1922 DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE SCIENCIAS) Da Boas di E e tantos a EEN mi a ALIPIO DE MIRANDA-RIBEIRO - NOTA CRITICA SOBRE A ORNIS DO ITATIAYA (LIDA EM SESSÃO DE 31 DE MARÇO DZ 1922 DA SOCIEDADE Ms DE. SCIENCIAS) | ! No volume VII dos “ Archivos do Museu Nacional ? publicou o Dr. João pepusto de Lacerda um trabalho meu, intitulado “Os vertebrados do Ita- tiaya” e resultante do estudo de collecções da Serra do Itatiaya, mandadas fazer pela Congregação do Museu e realizadas — na parte zoologica — pelos Srs. Carlos Moreira e Antero Martins Ferreira, respectivamente, sub- director e preparador da Secção de Zoologia daquelle Museu. DR A pedido do Sr. Carlos Moreira que, para isso, se empenhou -á ponto de concorrer com a metade das despezas, fui eu, então (e por força da reforma Epitacio Pessõa) secretario do Museu, tambem ali passar oito-dias, e me encarregar do estudo dos vertebrados nto me foi dado conseguir à ado precario em que então se afim de inspeccionar o local por ventura colligidos, o que até certo po contento daquelle meu amigo, apezar do est achava a minha saúde, 7 gets o E dentre os scientistas que, depois, se interessaram pelo que naquella publicação foi asseverado, destacou-se o Sr. Dr. Hermann von Ihering, óra por cartas, óra no seu “ Catalogo das Aves » onde a respeito deu as suas Impressões. Para tanto mandou elle a Museu Paulista; e nos fez, mesmo, tivemos ensejo de discutir algumas theses, argumentação. Além do que veio no catalogo citado, o proprio Sr. Hermann Liider- waldt publicou, em 1909, uma “Contribuição sobre à Ornithologia do Campo Itatiaya”, no Zoologische [harbuch, vol. 27, fasciculo 4, pags. 329- 60, onde egualmente forneceu mui interessantes notas biologicas. o Itatiaya o Sr. Liiderwaldt, hoje a custa do uma visita no Museu Nacional, onde expondo cada um de nós a sua 240 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIV Actualmente nova actividade se manifesta em torno da fauna do Ita- tiaya, quer pelas excursões ali realizadas, em pessoa, pelo actual director do Museu Nacional, o professor Bruno Lobo — que foi colligir batrachios, quando lá foram os Srs. Havlasa enthusiastas da botanica; quer pela excursão determinada ao preparador da Secção de Zoologia, Sr. Pedro Pinto Peixoto Velho, cujos trabalhos vêm publicados nestes Archivos, antes da presente nota. Tambem o Dr. Chapaman, chefe da Secção de Zoologia do Museu de Nova York, lá mandou um emissario, o Sr. Ernest Holt e, visitando-me em tempo, no Museu Nacional, examinou, em companhia do preparador Miller, as collecções ornithologicas que foram objecto da minha já referida communicação. Em vista dos termos das cartas e das publicações do professor lhering e da opportunidade de uma viagem a S. Paulo, quiz eu comparar uma por uma as peças das nossas collecções — as estudadas por mim, as colligidas pelo preparador Pedro, com as do Museu Paulista que deram base ao “Catalogo” e tiveram a valiosa assistencia dos celebres ornithologos Ber» lepsch, Hellmayr e outros. Ihering punha em duvida algumas feio: éra preciso tirar todas essas duvidas, por uma comparação com os elementos que lhe haviam ser- vido de base. Foi o que realizei no periodo de 1ºa 6 de j janeiro e 1922, com a per- missão do Dr. Affonso PE. Taunay, actual director do Museu Paulista, e graças á gentileza do professor Bruno Lobo, que, não só concordou com a minha ida a S. Paulo, para este fim, como destacou o preparador Pedro Velho para me acompanhar. Essa comparação foi auxiliada pelo Sr. Leonardo de Lima, natura- lista daquelle Museu, e pelo Sr. Pedro Pinto Peixoto. ANALYSE TINAMIDZ As especies verificadas foram, como vae dito na lista final, Crypturus obsoletus, Temm., Rhynchotus rufescens, Temm, e Nolhura maculosa Temm. São aves bem conhecidas, por serem peças venatorias apreciadas. Nenhuma duvida foi sobre ellas levantada, sendo bem comprehendido que essas aves, de vôo curto e moradoras dos chapadões centraes e clevados do Brasil, procurassem a altitude de 2.000 metros do Retiro do Ramos, á vista dos campos que ali ha, embora a temperatura e o meio não sejam perfeitamente eguaes aos daquelles chapadões. PENELOPIDZ Penelope obscura Illiger — Jacú-açú dos brasileiros, em geral. Eu havia determinado a especie como Penelope jacúaçu, num exemplar colligido no Retiro do Ramos (2.000 m. s. m.). Ihering recalcitrou sobre o termo que é reservado para uma especie do Norte. Dispondo do mesmo catalogo do Museu Britannico e da obra principal de Spix, não achei differença que justificasse uma nova designação especialmente destinada a separar uma especie do Sul. Procurei ver no Museu Paulista alguma pelle daquella pro- cedencia e isso foi em vão. Mas a proposito podemos referir o que diz o acatado ornithologo Hellmayr, nas suas “Notas criticas sobre os typos de especies pouco conhecidas de aves neotropicas ”— Novitates Zoologica — Vol. RXXI—, pag. 176, 1914: Penelope obscura (Temm.) e suas alliadas «Olgivie Grant (Cat. Birds British Mus. 22, pg. 497 — 1896), a sua re- visão do genero Penelope, reuniu P. nigricapilla Gray (Proc. Zool. Soc. London, pg. 269 — 1860 — Brasile 2. bridgesi (1. cit. pag. 270 — 1860 — Bo- livia) á P. obscura Temm. (Hist. Nat. Pigeons et Gall.; HI, pag. no 5231 249 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIV - dando a esta especie uma ampla area que se estende desde a Bolivia e Argen- tina occidental, atravez do continente, até o Brasil meridional oriental. Devido ao insufficiente material á seu dispor, deixou elle de reconhecer a verda- deira natureza de muitas differenças notadas nas suas descripções. O Sr. Grant considerou as aves com a plumagem verde bronzeada e margem branca nas pennas do vertex como adultas, as de coloração pardacenta e pileo quasi uniforme como jovens. O conde Salvadori (Boll. Mus. Zool., tomo 12, n. 292, pg. 34 — 1897), comtudo, fallando duma Penelope de Caiza, S. E. Bolivia e que elle chama de P. o. bsceura (mas que em realidade é P. obridgesi, como eu mos- trarei presentemente), notou que um filhote não differe na côr dos dous adultos, tendo todos tres a corda ou vertex estriado de branco; e exprime a crença de que P. nigricapilla, do Brasil, póssa ser reconhecida como representando uma forma dintincta. | | - O cuidadoso estudo de uma grande porção de dtorial em varios mu- seus, durante os ultimos dez annos, revela a existencia de tres raças bem assignaladas de P. obscura, cada uma tendo distribuição geogra- phica definida. E inteiramente possivel que P. marail, P. obscura e Penelope jacú-açú Spix. (boliviana Reicheb.) sejam meramente raças de uma unica especie (Hellmayr, op. cit., pg. 178, ex-Azara, n. 399 — Paraguay.) Não ha, portanto, motivo para deixar na lista Penelope obscura HI (Jacú Guassú) e P. jacquassi Spix, como o fez Liiderwaldt, sendo que ahi este meu amigo apenas viu a ave sem a colligir (op. cit., pgs. 377-378). | Cumana jncutinga (Spix) foi por mim referida nas mesmas condições em que Liiderwaldt citou P. obscura; mas uma vez que nenhuma duvida ha sobre a área desta especie, a Eira não foi impugnada, sendo logo admittida ; mas esta especie não foi dada na mesma altitude e sim na subida da serra, ri em zona | da matta. ODONTOPHORIDA Eu e Liiderwaldt apenas citâmos Odontophorus capueira como dei- xando-se ouvir na zona da matta « In Walde an der Serraabdachung merfach lockend”, Pedro Velho colleccionou, entretanto, dous exem- plares em Mont Serei O que confirma as nossas observações ante- riores. MIR.-RIBEIRO —.NOTA CRITICA SOBRE A ORNIS DO ÍTATIAYA 243 COLUMBID A - Columba plumbea Vieill. e Leptoptila rufaxilla Rich. & Bem. (") foram ambas colleccionadas no Caminho do Couto e Retiro do Ramos: « Eine einsam liegende fazenda auf dem Campo do Ramos». CARIAMIDAL No que se refere a esta familia, apenas por uniformidade sigo o Catalogo de Ihering. ; Liiderwaldt encontrou Cariama cristata L. “junto da Fazenda”. E extraordinario um tal facto porque nas viagens anteriores, feitas em tres secções e longa permanencia pelo Sr. Moreira, nenhum vestigio de Cariama foi verificado. E' bem sabido o habito da seriema de gritar pela madrugada e por varias horas do dia. O seu clamor é ouvido a distancia e, por isso, ella não se póde occultar com facilidade, como não se occultou do Sr. Liderwaldt. VULTURIDA As formas observadas foram Catharista atrata Wils, e Calhartes aura L., o primeiro a 2.300 ou 500 m. O segundo já no valle do Parahyba, na base da Serra (Mont-Serrat). FALCONID 2 Milvago chimachima, Vieill. Micrastur ruficollis, Tinnunculus spar- verius Sw. | Liiderwaldt verificou tambem um Bubonideo que, pelo canto e vulto, suppõe ser uma Pulsatriz, com probabilidade de acerto, visto como, mais ou menos pela mesma altitude, tenho encontrado e possuo couros de corujas desse genero de Therezopolis. (1) Entenda-se esta ultima designação como querendo referir a forma vulgarmente ignora a por Jurity do Matto-Virgem e dada pelo nome de Leptoptila reichenbachi Pelz. O Cat. do gem Britannico fia-se muito na côr para fixar as multiplas formas do genero, formas que, quando muito, deviam ter o valor de subspecies. " Pela comparação do exemplar do Itatiaya com ração pela Dra. Snethlage, verifico que a prin L. bahiae, da Bahia e L. reichenbachi reside no L. rufaxilla, tem 1 pollegada de cauda menos que um trazido do Pará e determinado por compa- cipal differença entre P. rufaxilla, do Norte, tamanho, sendo a forma do Itatiaya a maior. L. reichenbachi. 244 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV PSITTACIDAL Conurus auricapillus, Licht, Pyrrhura vittata, Shaw e Pionopsitacus pileatus, Scop, foram até agóra constatados em Retiro do Ramos e Agulhas Negras, onde Liiderwaldt encontrou Pionopsiltacus a mais de 3.000 metros. Fóra de um outro Psiltacideo que não poude ser referido com segurança a um dado genero, devemos ainda addicionar Psittacula passerina L., col- ligido por Pedro Velho já na zona da matta. Tenho observado em There- zopolis que este pequeno periquito não gosta de passar a altura de 900 metros; e que nesta familia a fauna de Therezopolis é muito mais rica. CYPSELID 25 Nenhuma controversia foi aventada sobre a especie referida : Chaetura bisculata Sclat. Este habitante das montanhas tem os seus ninhos nas furnas da Pedra Assentada, em logares onde a obscuridade é grande e o accesso dificil, senão impossivel. No mez em que estivemos no Retiro do Ramos (novembro), elles desciam pelos dias claros e serenos para encher o reconcavo do Retiro com os seus bulhentos bandos. Esta robustissima ave difficilmente cahe com o tiro que lhe não fracture as azas; transpassada pela carga de chumbo, vae ser encontrada a muitas centenas de metros além do logar em que foi alvejada. Pelo seu habito de escolher pontos altos para ni- dificar, Chaetura biscutata deve ter muito poucos e bem definidos ninhos em toda a sua aréa de dispersão. TROCHILIDA A's quatro especies por mim enumeradas, reuniu Liiderwaldt mais duas, o que eleva à seis o total ali encontrado até hoje. Ihering impugnou, com razão, Lepidopyga goudoti, que deve ser mudado para Chlorostilbon aureiventris Latfr. e D'Orb. (Bourc. e Muls.) Interessante foi o encontro, por Liiderwaldt, de Phaetornis curynome, Less. (uma vez) no Campo do Itatiaya, na orla da Matta, 800 ms. (?)s. m., descendo d'ahi á fazenda de Mont-Serrat. Tenho observado P, pretrei à mesma altitude, ou um pouco mais, em Therezopolis e com bastante frequencia; e penso que houve engano de Liiderwalt. Assim as formas locaes do latiaya devem ser: MIR.-RIBEIRO — NOTA CRITICA SOBRE A ORNIS DO ITATIAYA 245 Phaetornis pretrei; Chlorostilbon aureiventris, Bourc; Petasophora serrirostris, Vieill.; L hloris albicollis, Vieill.; Clytolaema rubinea Gm. c Stephanoxis lalandei, Vieill. TROGONIDZ1 Nenhuma forma fôra colligida pelos meus amigos Moreira e Antero, sem duvida por causa da zona que constituia o objectivo principal e os es- tudos de então. Liiderwaldt, observou, sem colleccionar, a presença de um par de Trogon aurantius; Pedro Velho colleccionou-o em Mont-Serrat. CUCU LIDA Piaya cayana L. foi observada por Liiderwaldt e colligida por Pedro Velho em Mont-Serrat, perdendo-se porém a preparação. RHAMPHASTIDEA . Rhamphastus discolorus L. fôra referido por mim, da collecção Mo- reira Antero, do Retiro do Ramos. Pedro Velho esteve com uma pelle de R. ariel, procedente de Mont-Serrat, em mãos; e colleccionou Selenidera maculirostris (Licht). BUCCONIDA O mesmo succedeu quanto a Malacoptita torquata Hahn & Kiist; obser- vado por Liiderwaldt, foi colligido por Pedro Velho em Mont-Serrat. PICID 45 Moreira e Antero colleccionaram quatro especies, Liiderwaldt uma e observára outra; Pedro Velho colleccionou a mesma especie que Liider- waldt — (Chloronerpes aurulentus). lhering impugnára Veniliornis ru- ficeps, Spix, que deve ser corrigido para Veniliornis spilogaster (W agl.), con- “ forme o confronto com o material do Museu Paulista. (Veja-se Venihornis spilogaster, Hellmayer, Nat. Novit., pg. 383, vol. XVII. Liderwald, se- guindo estas collecções, pretende que Chrysoptilus melancohlorus (Gm.) Mir.-Ribeiro dêva ser corrigido para Chr. chlorozostus Wagl. Berlepsch e Ihering (Die Vôgel der Umgegend von Taquara do Mundo Novo, Zeitschr fiir ges. Ornithologie — 1885, pg. 158 (separatum, pag. 62) distinguiram de Chrysoptilus chlorozostus de Wagler (1829), como especie 216 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIV differente, Chr. melanochorus de Gml. (1788); e lhering assim conservou aquella designação nas aves em serie do Museu Paulista —apesar de Edward Hargitt (1890) ter reunido taes fórmas sob o segundo nome. Hellmayer confirmou as vistas de Hargitt, com as seguintes palavras: «Eu tenho a convicção de que €. cristatus, C. melanochlorus C. naltereri e €. flavilumbis serão verificados como simples representantes geographicos do mesmo typo, porém nem tenho tempo nem material para discutir agora esta questão (Nov. Zool. vol. XV.» Do exame a que procedi no material do Museu Paulista, onde estão bons typos de €. chlorozostus (Wagl.) de Berl. & Ihering, adquiri a convicção de que aquella forma é eftectivamente uma subspecie geographica do Sul; e de modo nenhum se coaduna com a fórma do Itatiaya, que deve ser mantida conforme foi determinada, — agora com razão dobrada, attendendo-se ao que acima se leu do proprio Hellmayer, porque Chrys. naltereri é o correspondente directo de melanochlorus de Gm., segundo e proprio Ihering. (Cat. Mus. Paulista, pag. 180). “"PTEROPTOCHIDA Deste interessantissimo grupo de aves sul-americanas determinei dois exemplares colligidos no Itatiaya como Scylalopus sylvestris Tacz., dos quaes, para melhor julgamento, juntei um desenho colorido que foi passa- velmente reproduzido ainda nos Vertebrados do Hatiaya. Em uma das suas cartas sobre o assumpto Ihering disse-me ter en- contrado Scylalopus speluncae, Minétr. não — sylvestris. E no ado (pag. 191) exprime-se da seguinte maneira: Seytalopus speluncae Menétr. (Bol. do Mus. Brit., vol. XV, pag. 338); Seytalopus megellanicus, Euler (nec. Geml.); Scytalopus sylvestris, Miranda- Ribeiro (nec. Tacz. Arch., do Mus. Nac., vol. XII — 1905. ) (Ihering escreveu 1906), pag. 23, Est. II, Minas Geraes— S. J. VElrey, Itatiaya. ne Nova Friburgo, E. de S. Paulo. Referindo-se aos nossos exemplares, escreveu-nos o conde H. von Berlepsch: Estas aves não representam abso- lutamente o S. magellanicus, parecendo antes alliadas ao S. sylvestris Tacz. do Perú e da Bolivia. Parece ser-lhes caracteristico o colorido mais claro de ventre medio.» O que se erohetde ahi é o seguinte: Depois que Menétrier des- creveu como especie nova (5. speluncae) a ave que Euler depois encontrou em Friburgo e determinou como Seytalopus magellanicus e a expedição do Museu Nacional encontrou no Itatiaya e foi determinada como 8. syl- vestris, o conde Berlepsch estudou e determinou as aves do Museu Paulista MIR.-RIBEIRO — NOTA CRITICA SOBRE A ORNIS DO ITATIAYA 247 com o nome dado por Menétrier, dizendo, naturalmente em resposta a lhering — o que acima ficou estampado pelo proprio Berlespsch, em duvida quanto á propriedade de S. spsluncae e S. sylvestris. - Em conversa o Dr. Chapman, de N. York, pareceu-me inclinado á considerar speluncae uma forma propria porque tratava-se de aves se- dentarias, “de vôo curto”. Cheguei a ser de opinião diversa á de todos esses auctores, depois que vi as pelles das collecções do Museu Paulista, a mais velha das quaes precurei reproduzir, em aquarella, de modo rigoroso, Aquellas aves, as colligidas pelos Museu Nacional e já figuradas, e a ampla área gcographica coberta por Scylallopus magellanicus de um lado; a descripção meticulosa fornecida por Hellmayer, nos Proc. da Zool. Soc. de Lond. de 1896 — 388 e que póde ser comparada com a serie paulista, permittem perfeitamente a supposição de que Scytallopus sylvestris e S. spe- luncae são formas de desenvolvimento de Sc. magellanicus, que é ave completamente adulta, com todas as mudas concluidas. Não obstante, Chapman, que acompanhou Menétrier, dissociando Sc. magellanicus de Gml. dos auctores, conservou S. sylvestris Tacz. (Bull. Amer. Mus. Nat. History, vol. XXX VI— 1917, pags..359 e 360, o que ainda confirma o seu juizo anterior, visto como esse auctor conhece, porque eu lhe mostrei, OS exemplares da ave que eu determinei com este ultimo nome. Quanto á distri- buição geographica e ao “vôo curto” — quem vae de 2.000 m. sobre o mar, no Itatiaya á Cantagallo, em N. Friburgo, à S. do Cubatão, em S. Paulo, póde bem ser quem vem da Patagonia à, Colombia atravez de obstaculos e de differenças climatericas muitos maiores, dada a hypothese aventada por mim; teriamos apenas que suppor que à designação de Euler deveria ceder á S. nigei (Sws). Mas a unica barreira intransponivel apparece com a opinião de Chapman e, por isso, só estudos ulteriores podem resolver a questão. | CONOPOPHAGIDAs - Tambem uma especie unica, sem controversia possivel — Conopophaga lineata foi a fórma colligida. FORMICARIDA Quatro foram as formas colligidas: Thamnophitus teachi, Such, TP. coerulescens albonotatus Spix, Formicivora erylhrocerca Scl. e Chamaeza brevicauda. Vieill. Liider«waldt impugnou com razão Herp lista, o qual deve ser mudado para Thamnophi silochmus pileatus, da minha lus coerulescens abonotatus, 248 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV tambem colleccionado por Pedro Velho. Chamaeza brevicauda (Vieill) (€. marginata Mir.-Rib.) não me parece dissociavel de €. ruficauda (Cab. & Hein). A tarja branca da cauda antes se apresenta como differença de edade e póde ser observada como vestigiaria nos individuos de meia edade, DENDROCOLAPTIDZ, A's nove formas constantes das listas anteriores Pedro Velho accre- scentou duas outras: Furnarius rufus (Gm.), da base da montanha (Mont Serrat). e Dendrocolaptes picumnus Ltcht; da mesma procedencia, Liderwaldt corrigiu Xenicops superciliatus, Xyphorhanchas procur- vus, Siltasomus erylhacus e Picolaptes tenuirostris, respectivamente para Xenicops superciliatus oleagineus Scl.; Xyphorhynchus falcularius, Vieill,; Sutasomus sylviellus, Temm.;e Picolaptes fuscus, Vieill. Por minha vez, devo modificar tenuirostris Mir.- Rib. e Picolaptes fuscus Liiderw. para P. squamatus (Licht.) Já posso adiantar aqui ter constatado Synallaxis moreirae Mir. Rib. na Pedra Açú — em Therezopolis — S. dos Orgãos, o que vem confirmar que este companheiro do Scytalopus speluncae auct., tambem se afasta da área restricta donde até agora fôra conhecido. Dendrocolaptes picumnus apresenta diferenças de colorido que vêm re- feridas na nota publicada nos Archivos do Museu por Pedro Velho. IYRANNIDA A's 14 especies reunidas “pelas expedições anteriores preciso se torna contar outra mais, colligida por Pedro Velho, Megarrhynchus pitangua (L.), de Mont-Serrat. | E da correspondencia minha e de lhering, do cotejo do que até agora foi publicado e da comparação do material do Museu Paulista, tornam-se necessarias as seguintes ponderações, referentes aos Hemitrici attribuidos á fauna do Itatiaya. Depois de nossa controversia litteraria, cuja conclusão vcio com a carta de Ihering de 22 de outubro de 1906, estavamos no seguinte pé: «Creio que estamos de accordo na questão de IHemilricus, porém, meus amigos Conde Berlepsch ec Hellmayr discordam de mim, baseando-se no exame typico dos couros de Burmeister. Temos de chegar a um accordo, que então lhe participarei. » MIR.-RIBEIRO — NOTA CRITICA SOBRE A ORNIS DO ITATIAYA 249 Esse accordo irrompeu das paginas VII e 271 do «Cat. das Aves do Brasil » assim : « No volume XIII dos Archivos do Museu Nacional, o Sr. Alipio de Miranda-Ribeiro deu a descripção de duas especies novas; uma das mesmas, Musciphaga obsoleta, não conheço nem posso acceital-a aqui, visto que o genero Musciphaga não occorre na America Meri- dional, etc. » « Hemitricus diops (Temm.) Cat. Mus. Brit., pag. 11 do vol. XIV; Euscarthmus vilis, Burmeister, Syst. Uebers. IL, pag. 490; Musci- phaga obsoleta, Alipio M.-Ribeiro, Arch. Mus. Nac. Rio de Janeiro, vol. XIII, 1906, pag. 21, id. ibid. M. diops.» H. von Ihering, Rev. HI, 1889, pag. 185; id. Rev. V — 1902 pag. 270 (H. vilis Burm. pt. Ypiranga). « Segundo nos communica O Sr. Hellmayr, a comparação á que este senhor sujeitou os typos das pre- tendidas duas especies, auctoriza-o á considerar H. vilis Burm. como synonymo de H. diops (Temm.).. Tambem a comparação de um exX- cellente desenho que o Sr. Alipio M -Ribeiro nos enviou do exemplar typico por elle descripto como M. obsoleta não nos deixou duvida quanto á identidade do mesmo com à presente especie ». No catalogo a seguir vem a referencia à H. pameticus Oberh. e a de- scripção detalhada de Guracava dificilis, genero e especies novos, illus- trados mais tarde (Rev. do Mus. Paulista, est. IV-1914) com uma esplendida figura, executada por Grônvold. Ora, a carta que eu escrevi á Ihering em 18 de outubro de 1906 e que obteve a resposta em primeiro logar citada dizia claramente: 5231 « Quanto à Musciphage, creio que a questão é a seguinte: Se M. vilis Burm. é M. diops Temm., Musciphaga obsoleta nobis é especie nova; se M. obsoleta é M. vilis Burm., M. vilis não é synonyma de M. diops Temm. O Museu possue um exemplar de M. diops Temm., trazido do Itatiaya, O qual corresponde exacta- mente á descripção e figura dadas por Temmink ; ceu, quando pro- cedi à determinação dos vertebrados d'esse local, pensei sobre a pro- babilidade de ser M. obsoleta M. diops; e puz de parte essa idéa por causa da differença de tamanho das pennas da cauda, da coloração dos olhos e maior tamanho, mesmo, de M. obsoleta. O exemplar desta especie, cuja figura lhe enviei, representa um anais que 250 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV tem na etiqueta o signal 5 e, para que fosse um macho joven de M. diops, seria preciso que tivesse pelo menos as mesmas dimensões, Emfim, póde bem ser que eu esteja muito errrado e, portanto, queira corrigir-me sem cerimonia, se assim fôr. Para mim, os elementos de que disponho não permittem outra opinião. Está visto que, se já descreveu esta fórma sob outro nome, cabe-lhe a prioridade no baptismo.» Liiderwaldt enumera, segundo a minha lista. Hemitricus diops, H. obsoleta (2) e Guracava difficilis v. Ih; a unica achada por elle. São suas as seguintes palavras: Guracava difficlis, v. Ih. Im einem Exemplar am 13-53-1906 erlegt; ein anderes befand sich in Museu Paulista von Estação Alto da Serra (Estado S. Paulo) Die Species Wurde auf diese beiden Sliúcke begrundet. (s. Cat. da Fauna Brasileira, pg. 271.) OR: justamente sobre o material de Ihering, Hellmayr diz as se- guintes palavras (Verhandl, Ornthol. Gesellsch. in Bayern, XII, 2,8, Feebr. 1915 (pag. 13in sep. abdr.) Hemitricus diops (Temm.), Muscicapa diops, Temm. Rec. PI. Col. livr. 24, tab., 14, fig. 1— (1822 — « Brésil”, coll. Natter, sc. Ypanema, S. Paulo). Euscarthmus vilis, Burmeister, Syst. Ubers. Th. Bras., II, pag. 490 (1856 — “In der Provinz Rio de Janeiro und Sidwarts bis nach Montevideo”) Musciphaga obsoleta, M.- Ribeiro, Arch. Mus. Nac. Rio de Janeiro, 13, pag. 21 (1906 — Caminho do Couto, Itatiaya, Siidbrasilien) Hellmayer, Bull. B. O. C. 19, 1907— pag. 76 (crit;— H. diops) Der Typus von Euscarthmus vilis Burm. im Berliner Zool. Museum, der die zweifellos irrtumliche Fundorts-angabe “ Montevideo” tragt, ist ein durchaus normaler H. diops und gleicht in Jeder Hinsicht den von Natterer bei Ypanema gesammelten exemplaren von denen eines als Vorlage zu Temmink's Beschreibung diente. Ein aus Ypiranga, juli 27 — 1878 (Museu Paulista nr. 146), das von Ihering (Rev. Mus. Paulista vol. V— 1902, pg. 270) s: n. H. vilis besprochen wurde, und eine Topotype von Musciphaga obsoleta Rib. von Itatiaya (Mus. Paulista nr. 133: Abril, 13, 1906) weichen durch etwas unreinere, mehr braunlichgrune Oberteile, rostlichen zugelfleck und fahlbraunros- tlicho Kopfseiten, Kehle und vorderbrust ab, etc. e Examinei o exemplar n. 146 do Museu Paulista, o qual é uma femea de H. diops, com a macula amarella citrina dos lóros perfeitamente evi- dente. As dimensões conferem. Examinei dous outros exemplares femeas don. 6133 e 613 colligidos no Itatiaya pelo Sr. Liiderwaldt: Conferem MIR.-RIBEIRO —: NOTA CRITICA SOBRE A ORNIS DO ITATIAYA 251 perfeitamente com JH. obsoletus Mir.-Rib. Examinei um exemplar-typo de Guracava difficilis, de H. von lhering, O qual é H. diops. O rótulo da pelle n. 128 tem a designação de Guracava difficilis, typo, de um lado e do outro o reconhecimento, pelo proprio lhering, de H. dióps. O bilhete manuscripto assignado H. B., em que se lê: «Novum genus, nova especies av. juv. Hemitricus berlepscha Ihering ist nomem nudum bzv. H. diops, den Vogel von Ypiranga der als typen von H. bezei- chnet etc. etc. — H. diops», deve ser referido porque, em se tratando de uma ave joven, tem o colorido de H. diops typico. Uma vez que Hellmayr diz que, examinando o typo de E. vilis de Bur- meister, verificou ser este um exemplar normal de H. diops e egual em tudo aos exemplares colligidos em Ypanema por Nalterer e que serviram & descripção de Temmink; uma vez que O joven dessa forma não é differente do adulto, H. diops não póde ser a mesma fórma que H. ob- soletus . 7 Hellmayr falla em dimorphismo sexual, até agora não descripto na aza de H. diops. O exemplar typo de Musciphaga obsoleta tem o signal 5 na etiqueta. As mensurações do typo de H. obsoletus do Museu do Rio, dos topotypos do Museu de S. Paulo e a média de H. diops permittem a “seguinte tabella comparativa : Sorte É CAUDA | TARSO MUSEUS DA ETIQUETA | SEXO CULMEN AZA E 6.133 ga 51,5 0,48 20,5 | S.Paulo VU. ns 2 613 o) 16 57 0,515 21 ss OQ ç Typo Po 14,5 85 0,55 20,5 Mus. do Rio = CULMEN “AZA CAUDA TARSO MUSEUS H. DIOPS | 13 48 a 56 4 a 54 17,5 a 18 Museu do Rio (média) Museu de S. Paulo Sia a a or estudo destas aves para pmar à conveniencia de melh o deixar de salientar que não poss - Continão a affi uma conclusão definitiva. Entretanto, 259 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV md Guracava diflicilis escapou à critica de Hellmayr, não obstante o esplendido desenho de Grônwld; e que Ihering, quando criticou a minha classificação de Musciphaga, não verificou que se tratava de um lapsus, o que se prova pela referencia de Hemitricus diops attribuido á tal genero, quando o que cu pretendera escrever fôra Muscicapa, fazendo questão apenas da qualidade da ave e dando um nome referido no mesmo Catalogo das Aves do Museu Britannico, citado por Ihering; e que eu lá collocava !Z. obsoletus porque tinha duvida sobre a sua posição. Com effeito — quando em 1905 (Archivo do Museu Nacional, vol. XIII, pag. 172, etc.) publiquei o resultado dos meus estudos sobre as aves do Itatiaya, deixei bem claro que considerava novas, na ornis local, duas fórmas que eu não encontrava descriptas por outros auctores: Synallaxis moreirae e um “papa moscas que, por não ter encontrado um logar mais conveniente, ainda que não o considerasse como tal por contar dez rectrizes na unica pelle obtida, por se tratar de uma unica pelle e por manter certas duvidas sobre outros caractéres que a falta de corpo e do esqueleto não me permittio elucidar”, “eu incluia no genero Muscivora (1) até que tivesse opportunidade de voltar ao assumpto, ou que algum dos mestres da ornitho- logia contemporanea o resolvesse”. (Mir.-Rib., op. cit. pag. 174.) Ahi é que transparece o accôrdo, de que falla Ihering em sua carta de Outubro supra transcripta. Desde 1902 (Rev. do Mus. Paulista, pag. 270, vol. V) que elle pretende dar corpo a II. vilis de Burmeister. Tendo eu, na minha resposta daquelle mez, estabelecido o dilemma que se vio, e Berle- psech e Hellmayer declarado que H. vilis Burm. cera um normal H. diops. Ihering concluio que o que eu considerava H. diops devia ser um genero e uma especie nova, porque eu não considerava a unica pelle obtida de obsoleta como pertencendo ao mesmo genero em que deixava diops. Dado o caso do dimorphismo sexual de que falla Hellmayr, resta a hy- pothese do Sr. Carlos Moreira ter errado na apposição do signal na eti- queta, devendo então ser a femea de H. diops maior que o macho. Mas 0 material até agora ao nosso dispôr não permitte o juizo definitivo que O assumpto requer. Às demais familias Cotingidae, Turdidae, liradidaa Motacillidae, Mi niotildae, Vireonidae, Tanagridae, Fringillidae e Icteridae apenas pre- cisam da referencia de formas addicionadas pelos colleccionadores mais mo- BR Sahio ERES na pag. 174; ainda esse lapso Er a e da minha em fallar do enero Muscicapa, com que Temiminck descreveu a especie de Nattere MIR.-RIBEIRO — NOTA CRITICA SOBRE A ORNIS DO ITATIAYA 253 dernos e retirada de formas erradamente attribuidas á zona. Deste caso é Saltator azarae YOrb., da minha lista, que deve ser substituido por Stelgidos» tomus maxillosus Cab. Por sua vez, de Poospiza thoracica Nordm. deve ser dissociada P. lateralis, tambem colligidas pelos Srs. Moreira e Antero e não referida por mim. Liiderwaldt falla dum Hirundinidae, provavelmente Alticora cyanoleuca, de que certamente obteremos exemplares de colleeções mais modernas. Em summa, uma lista melhor trabalhada póde ser auferida da se- guinte enumeração: | 4 — Crypturus obsoletus (Temm.). . . ... Campo ou Morro Redondo. 2 — Crypturus tataupa Temm. . ...... Mont-Serrat. 3 — Rhynchotus rufescens Temm. . .... Retiro do Ramos. 4 — Nothura maculosa (Temm,. . . . ... a nd » 5 — Penelope boliviana ll. . , .. .... » >» 6 — Cumana jacutinga (Spix). . . . .... Mont-Serrat. 7 — Odontophorus cupueira Spix. . . ... > » 8 — Columba plumbea Vieill. . ...... Retiro do Ramos. 9 — Leptotila reichenbachi Pelz . ..... Caminho do Couto. 10 — Microdaciylus cristatus L. . ..... Retiro do Ramos ? li — Catharista atratus Wils. . . . ..... Retiro do Ramos, 12 — Cathartes aura L.. . 2... e... Mont-Serrat. 13 — Milvago chimachima Vieill. . . .... Retiro do Ramos. 14 — Micrastur ruticollis Vieill. . . . .... Retiro do Ramos, M. dos Carneiros. 15 — Elanoides forficatus L. . ... E Poste » 16 — Tinnunculus s. cinnamominus a: Rs Ea ad de PuatiLaO ires sa » 18 — Conurus auricapillus Licht. . . .... Meio da Serra. 19 — Pyrrhura vittata Shaw. .. .. 0... Retiro e Caminho do Couto. 20 — Pionopsittacus pileatus Scop. . .... Agulhas Negras ? 21 — Psittacula passerina (L.). . . . .... Mont-Serrat. 22 — Chaetura biscutata Scl. . ... . .... “Retiro do Ramos. 23 — Phaetornis eurynome Less. . +... ». , 24 — Phaetornis dé Lois Mont-Serrat. 25 — Chilorostilbon aureiventris Lafr. & D'orb. RA 25 — Petasophora serrirostris Vieill. . . . Retiro do Ramos. 27 — Leucochloris albicollis Vieill. . . . po» » 28 — Clytolaema rubinea Gm. +... Roe á 29 — Stephanoxys lalandei Vieil. . . ...- poco » 39 — Trogon aurantius, Vieill.. . ..- +. E Mont-Serrat. 3 — Piava tasaná Le soc: o REI 32 — Ed discolorus L. +. . «+ -- sara 33 — Rhamphastus ariel Vig. . . +. cc -- Mon 34 — Selenidera maculirostris (Licht). . . - - > , 35 — Malacoptila torquata Hahn & Kustes. . . Ads op ONA 36 — Colaptes campestris, Vieill. . . . + -- ai 37 — Chrysoptilus melanochlorus (Gm.). - - Couto, R. do Ramos. 38 — Melanerpes flavifrons Vieill. . . - Caminho do 951. ARGHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIV 39. — Chloronerpes aurulentus Temm. . 4 — Veniliornes spilogaster (Wagi. + - 45 — Formicivora erythrocerca Sc. . . . .. 45 — Chamaeza brevicauda Vieill. . . ... 47 — Lochmias nenatura Licht. . ..... - 48 — Synallaxis moreirae Mir.-Rib. É 49 — Cranioleuca pallida Wied. . ..... 51 — Sittasomus sylviellus Temm. ..... 52 — Xiphorhynchus albicollis Vieill. . . .. 53 — Picolaptes squamatus (Licht.). . 54 — Xiphorhynchus falcularius Vieill. 55 — Dendrocolaptes picumnus Licht. 56 — Furnarius rufus (6n.). . ....... 57 — Taenioptera nengeta L.. . . ..... 58 — Taenioptera velata Licht. . . . .... 59 — Cnipolegus comatus Licht. . ..... 60 — Cnipolegus nigerrimus Vieill. . . ... 61 — Cnipolegus cyanirostris Vieill.. . ... 62 — Muscipipra vetula Li iai Ce q a DD 63 — Hemitricus diops Temn. . ...... 64 — Henitricus praça MERMO. (Sp. dub.) 65 —:Phitoscartes ventralis Natt. . . ... 66 — Mina renverada Ci PRE 67 — Philomyas brevirostris Spix. . .... 68 — Elainea obscura Lafr. & D'O:b. . ... 69 — Pitangus maximiliani Cab. & Haine. .. 7) — Mega-thynchus pitangua (L). . ... A 71 — Tyrannus melancholicus Vieill. . ... 72 — Hirudinea bellicosa (Vieill). . . 73 — Phibalura flavirostris Vieill. . . .... = + Ala Cabras Cah. civis. — Chiroxiphia caudata (Shaw.) Ev Gra Dog WE ad a - 80 — Minus saturninus Licht. ... 4 — — Pt melanonota Vieill Rss e GR ss. + Mont-Serrat. Morro Redondo, Retiro do Ramos. ? Mont-Serrat e Retiro do Ramos. ? Retiro do Ramos. Agulhas Negras. Rétiro do Ramos. Retiro do Ramos, C. do Couto. Pico dos CarReiros, R. Ramos. Caminho do Couto. Morro do Carneiro. Mont-Serrat. Retiro do Ramos, M. Redondo. » » : Mont-Serrat. > » . Morro Redondo. o s C. do Couto. ? ? Retiro do Ramos, M. Redondo. > s s Monit-Serrat. Retiro do Ramos. Mont-Sorrat. +» ” » - Retiro ú Ramos, M. Redondo. Mont-Serrat. Retiro do Ramos, C. do Couto. Mont-Serrat. Morro dos Carneiros, M. Redondo. ? Retiro do Ramos. 5 > * > », > Mont-Serrat. Retiro do Ramos. “ Mont-Serrat. MIR -RIBEIRO — NOTA CRITICA SOBRE A DO ITATIAYA Piranga saira Spix. . ., 2.04. Orthogonis viridis (Spix). . . Ci major Cab. >. «ss. : 02 .u Stelgidostomus maxillosus Cab. . ... Ptylus fuliginosus Daud. ..... Spinus ictericus Licht. . . ......: Sicalis flaveola L. digito AVIFAUNA DA SERRA DO ITATIAYA PEDRO PINTO Pio VELHO Preparador da Secção de Zoologia A lista abaixo encerra as formas por mim colligidas na serra do Itatiaya, durante os periodos de duas excursões alli feitas, nos mezes de maio e junho de 1921 e de fevereiro de 1922. AVES TINAMIFORMES Fam. Tinamida Gen. CRYPTURUS, Illg. C. obsoletus. (Temm.) 2 exemps. (29). Nome vulgar: Inhambú-açú. Proc. Monte-Serrat. Commum desde abaixo de Monte-Serrat até o pri- meiro macieiral perto do Retiro do Ramos. C. tataupa. (Temm.). 1 exemp. (?). Nome vulgar: Inhambú-chororó. Proc. Monte-Serrat. É raro em Monte-Serrat. Consegui colleccionar um exemplar a 900 metros de altitude. Ao caçador é facil notar a presença destas aves nas maitas, porque, embora ellas não queiram acudir, respondem sempre á imitação do pio. GALLIFORMES Fam. Odontophoride Gen. ODONTOPHORUS, Vieill. O. capoeira. (Spix). 2 2 exemps. (27). Nome vulgar: Capoeira. Proc. Monte-Serrat. Vulgar nas redondezas de Monte-Serrat e facil de se collee- cionar nos mezes de agosto à dezembro, época de sua procriação;-toraan- pio. do-se dahi em diante mais difficil caçalas, por não acudirem ao 260 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV PSITTACIFORMES Fam. Psittacidas Gen. PYRRHURA, Bp. P. vittata. (Shaw.) 2 exemps. (29). Nome vulgar: Tiriba. Proc. Monte-Serrat. Gen. PSITTACULA, Illg. P. passerina. (L.) 1 exemp. (?). Nome vulgar: Piriquitinho. Proc. Monte-Serrat. Observações: estes piriquitos existem em grande quantidade em Monte Serrat, assim como Pionus menstruus (L.), que, comtudo, não colleccionei. - CORA UNMES Fam. Trochilida Gen. PHAETHORNIS, Swains P. pretrei. (Less.) 1 exemp. Nome vulgar: Beija-Flôr. Proc. Monte- Serrat. ; TROGONES Fam. Trogonida Gen. TROGON L,. T. aurantius. (Spix .)2 exemps. (* e ?). Nome vulgar: Surucuá. Proc. Monte-Serrat. - COCCYGES Fam. Cuculida (1) Colleccionei em Monte-Serrat um exemplar macho de Piaya cayana, L., que não aproveitei, a (1) Observei em Monte-Serrat um bando de anú-preto (Crotophoga ani. L.). PINTO-PEIXOTO — AVIFAUNA DA SERRA DO ITATIAYA 261 SCANSORES Fam. Rhamphastides (1) Gen. SELENIDERA, Gould S. macullirostris. (Licht.) 2 exemps. (27). Nome vulgar: Araçary- poca. Proc. Monte-Serrat. PICIFORMES Fam. Bucconida Gen. MALACOPTILA, Gray. M. torquata. (Hen & Kuster.) 1 exemp. (?). Nome vulgar: João doido. Proc. Monte-Serrat. Fam. Picida Gen. CHLORONERPES Swains C. aurulentus. (Temm.) 1 exemp. (9). Nome vulgar: Pica-páu. Proc. Monte-Serrat. Gen, VENILIORNIS, Bonp. V. spilogaster. (Wagl.) 1 exemp. (?). Nome vulgar: Pica-páu. Proc. Monte-Serrat. PASSERIFORMES Fam. Formicarida Gen, THAMNOPHILUS, Vieill. T. corulescens albonotatus (Spix). 1 exemp. (indet). Nome vulgar Choca. Proc. Monte-Serrat. º Fam. Dendrocolaptida Gen. FURNARIUS, Vieill. F. rufus (Gm.) 2 exemps. ( e ?). Nome vulgar: João de barro. Proc. Monte-Serrat. (1) Abaixo de Monte-Serrat, no lugar denominado Bemfica, vi uma a ie de Rhamphastus ariel, Vig., morto na vespera. 262 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV Gen. SYNALLAXIS, Vieill. S. moreira. Mir. Rib. 1 exemp. (9). Proc. Retiro do Ramos. Gen, DEN DROCOLAPTES, Herm. D. picumnus (Licht.) 1 exemp. (?). Nome vulgar: Arapassú. Proc. Monte-Serrat. | O exemplar acima differe de muitos outros, de diversas procedencias, que comparei no Museu Paulista e aqui no Museu Nacional, por ter o dorso, coberteiras e a barba externa das remiges verde azeitonadas, ao passo que nos exemplares comparados são avermelhados. Fam. Cotingida Gen, ATTILA, Less. A cinereus (Gm.) 1 exemp. (9º). Proc Monte-Serrat. Gen. PHIBALURA, Vieill. P. flavirostris (Vieill.) 2 exemps. (5 e 2). Nome vulgar: Thesourinha. Proc. Monte-Serrat. : Fam. Piprida Gen. CHIROXIPHIA, Cab. C. caudata (Shaw.) 1 exemp. (7). Nome vulgar: Tangará. Proc. Monte-Serrat. Gen. CHIROMACHA ERIS, Cab. C. gutturosus (Desm.) 2 exemps. (2º). Nome vulgar: Rendeira. Proc. Monte-Serrat. Fam. Tyrannida Gen. KNIPOLEGUS, Boie. K. nigerrimus (Vieill ) 1 exemp. (9). Nome vulgar: Maria-preta. Proc. Monte-Serrat. K. cyanirostris (Vieill.) 1 exemp. (9). Proc. Monte-Serrat. Gen. MUSCIPIPRA, Less. M. vetula (Licht.) 2exemps. (2 PIDE, Monte-Serrat. PINTO-PEIXOTO — AVIFAUNA DA SERRA DO ITATIAYA 263 Gen, MEGARHY NCHUS, Thumb. M. pitangua (L.) 1 exemp. (9). Nome vulgar: Bemtevi de bico-chato. Proc. Monte-Serrat. Gen. TYRANNUS, Cuyv. T. melancholicus (Vieill.) lexemp. Nome vulgar: Sibriri. Proc. Monte» Serrat. Gen. HIRUNDINEA, Lafr. d'Orb. H. bellicosa (Vieill.) 1exemp. (7). Proc. Monte-Serrat. Fam. Icteridee Gen. CACICUS, Cuv. C. haemorrhous (L.) 2 exemps. (1 e 1 indet.). Nome vulgar: Guache, Proc. Monte-Serrat. Fam. Fringillide (1) Gen. SPINUS, Koch. S. ictericus (Licht.) 3 exemps. (3 9). Nome vulgar: Pintasilvo. Proc. Monte-Serrat. Gen. SICALIS, Boie. S. flaveola (L.) | exemp. (9). Nome vulgar: Canario da terra. Proc. Monte-Serrat. | Fam. Tanagridae Gen. TANAGRA L. T. sayaca. L. 1 exemp (7). Nome vulgar: Sanhaçú. Proc. Monte-Serrat. Gen. STEPHANOPHORUS, Strickl. S. Ileucocephalus (Vieill.) | exemp. (9). Nome vulgar : Lindo azul. Proc. Monte-Serrat. (1) — Observei em Monte-Serrat, Brachyspiza capensis (Mull.) e Sporophila au (Bonn & Vieill.). ARCGHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV Gen. ORTHOGONYS, Strickxl. O. viridis (Spix) 2 exemps. (2 9). Proc. Monte-Serrat. Gen. CISSOPIS, Vieill. C. major. Cab. 3 exemps. (2 º e 1º). Nome vulgar: Tié-tinga. Proc. Monte-Serrat. Estes passaros vivem em pequenos bandos, e às vezes em sociedade com outros de generos diferentes. Os exemplares que matei estavam em companhia de Orthogonys viridis e outros. Gen. CALOSPIZA, Gray. C. cyaniventris Vieill. 2 exemps. (? e ?), Nome vulgar: Sahy. Proc. Monte-Serrat, Fam. Vireonidas Gen. CYCLORHIS, Swains C. ochrocephala. Tsch. 1 exemp. Proc. Monte-Serrat. Fam. Turdide Gen. TURDUS L. T. albicollis (Vieill.) 1 exemp. (3). Nome vulgar: Sabiá colleira. Proc. Monte-Serrat. T. rufiventris. Vieill. | exemp. (2). Nome vulgar: Sabiá laranjeira. Proc. Monte-Serrat, DEZ DIAS DE OBSERVAÇÃO SOBRE A FAUNA DO ESTADO DO PARÁ POR Pedro Pinto Peixoto Velho de A Re DEL DIAS DE OBSERVAÇÃO SOBRE A FAUNA DO ESTADO DO PARÁ POR PEDRO PINTO PEIXOTO VELHO Preparador da Secção de Zoologia LISTA SISTEMÁTICA DAS ESPÉCIES POR MIM COLLIGIDAS NO ESTADO AVES TINAMIFORMES Fam. Tinamida Gen. RHINCHOTUS, Spix. | R. rufescens. (Temm.) | exemp. Nome vulgar: Perdiz. Proc. Ilha de Marajó. COLUMBIFORMES Fam. Columbida Gen. COLUMBA, L. C. rufina. Temm. lexemp. Nome vulgar: Pomba gallega. Proc. Ilha de Marajó. OPISTHOCOMIFORMES Fam. Opisthocomida Gen. OPISTHOCOMUS, Illg. O. hoazin. (Múll.). 2 exemps. (7 e 2). Nome vulgar : Cigana. Proc. Nha de Marajó. 268 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV RALLIFORMES Fam. Rallides Gen. ARAMIDES, Puc her. A. cajanea. (Múll.). 2exemps. (? e ?). Nome vulgar: Saracura. Proc. Ilha de Marajó. LARIFORMES Fam. Laridae Gen. PHAETHUSA, Wagl. P. magnirostris. (Licht.) lexemp. (7). Nome vulgar: Gaivota. Proc. ha de Marajó. CHARADRIIFORMES Fam. Charadriide Sus-ram. Charadriina Gen. BELONOPTERUS, Reich. B. cayennensis. (Gm.) 2 exemps. (* e +). Nome vulgar: Quero-quero. Proc. Ilha de Marajó. Fam. Parrida Gen. PARRA, L. P. jaçanã. 1. 2exemps. (9 e ?). Nome vulgar: Piassoca. Proc. Ilha de Marajó. ARDEIFORMES Fam. Ibididas Gen. EUDOCIMUS, Wagl. E. ruber, (L.). 3 exemps. (1ºe2 9%). Nome SgAR: Guará. Proc. Ilha de Marajó. PINTO-PEIXOTO — FAUNA DO ESTADO DO PARÁ 269 Fam. Plataleida Gen. AJAJA, Reich. A. ajaja (L.) 3 exemps. (2º e 1 9). Nome vulgar: Colhereira. Proc. Ilha de Marajó. Fam. Ciconiida Gen, EUXENURA, Ridg. E. maguari. (Gm.) 2 exemps. (1 &e 1 indet.). Nome vulgar: Jabirá. Proc. Ilha de Marajó. Fam. Ardeide Gen. ARDEA, L. A. cocoi. L. 1 exemp. (9). Nome vulgar: Maguary. Proc. Nha de Marajó. | Gen. HERODIAS, Boie. H. egretta. (Wils.) 2 exemps. (29). Nome vulgar: Garça grande. Proc. Ilha de Marajó. Gen. FLORIDA, Baird. F. ceerulea. (L.) 2exemps. (1 9 el 2). Nome vulgar: (Garça morena, Proc. Ilha de Marajó. Gen. NYCTARASSA, Reich. N. violacea. (L.) 2 exemps. (* e 2). Nome vulgar: Matirão. Proc. Ilha de Marajó. Gen. CONCROMA, L. C. cochlearea. L. 2 exemps: (2º). Nome vulgar: Arapapá. Proc. Nha de Marajó. Gen. BUTORIDES, Blyth. “B.striata. (L.) (1º e 1 indet.). Nome vulgar: Socó-estudante . Proc. Ilha de Marajó. Gen. TIGRISOMA, Swains T. lineatum. (Bodd ) 1 exemp. (?). Nome vulgar : Socó-boi. Proc. Ilha de Marajó. | 270) ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL --— VOL. XXIV ANSERIFORMES Fam. Anatidae Gen. DENDROCYGNA, Swains D. discolor. Scl. & Salv. 2 exemps. (2 ? ). Nome vulgar: Marreca- cabocla. Proc. Ilha de Marajó. PELECANIFORMES Fam. Phalacrocoracidae Gen. PHALACROCORAX, Briss. P. viguá. (Vieill.) 1 exemp. (7). Nome vulgar: Biguá. Proc. Ilha de» Marajó. CATHARTIDIFORMES Fam. Cathartida Gen. CATHARTES, Illg. C. aura. L. 1 exemp. (14). Nome vulgar: Urubá de cabeça ver- melha. Proc. Ilha de Marajó. ACCIPITRIFORMES Fam. Falconida SuB-raM. Polyborina Gen. POLYBORUS, Vieill. P. tharus. (Mol.) 1 exemp. (5). Nome vulgar: Cará-cará. Proc. Ilha de Marajó. | SuB-ram. Buteoninze Gen. BUSSARELLUS, Lafr, B. nigricolis. (Lath.) 2 exemps. (2 5). Nome vulgar: Gavião-bello. Proc. Ilha de Marajó. PINTO-PEIXOTO — FAUNA DO ESTADO DO PARÁ 271 Gen. RUPORNIS, Kaup. R. magnirostris. (Gm.). Nome vulgar: Gavião-pega-pinto. Proc. Ilha de Marajó. Gen. TACHYTRIORCHIS, Kaup. T. albicaudatus. (Vieill.) 1 exemp. (indet.). Nome vulgar: Gavião. Proc. Ilha de Marajó. PSITTACIFORMES Fam. Psittacida Gen. EUPSITTACULA, Bp. E. aurea. (Gm.)2 exemps. (* e ?). Nome vulgar: Piriquito-ret. Proc. Ilha de Marajó. Gen, TIRICA, Bp. T. versicolorus. (Mill.) 1 exemp. (2). Nome vulgar: Piriquito do campo. Proc. Ilha de Marajó. CORACIIFORMES Fam. Caprimulgide Gen. CHORDEILES, Swains. C. acutipennis. (Bodd.) 1 exemp. (9). Nome vulgar: Bacuráu. Proc. Ilha de Marajó. COCOYGES Fam. Cuculida Gen. CROTOPHOGA, Linn. C. major. Gm. 2 exemps. (29). Nome vulgar: Anú-gallego. Proc. Ilha de Marajó. C. ani. Linn. 2 exemps. (* e ?). de Marajó. Nome vulgar: Anú-preto. Proc. Ilha Gen, GUIRA, Less. G. guira. (Gm.) 3 exemps. (39). Nome vulgar : Anú--branco. Proc. Ilha de Marajó. 272 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV PICIFORMES Fam. Picide Gen. CHRYSOPTILUS, Swains C. marie. Harg. 1! exemp. Nome vulgar: Pica-páu. Proc. Ilha de Marajó. Gen. CAMPEPHILUS, Gray. C. melanoleucus. (Gm.) 2 exemps. (7 e ?). Nome vulgar: Pica-pau. Proc. Iha de Marajó, Gen. CEOPHLOEUS, Cab. & Heine C. lineatus. (L,) 1 exemp. (7). Nome vulgar: Pica-páu. Proc. Ilha de Marajó, PASSERIFORMES Fam. Tyrannides Gen. ARUNDINICULA, D Orb. A. leucocephala. (L.) 1 exemp. (7). Nome Vulgar: Viuvinha. Proc. Ilha de Marajó. Gen. MUSCIVORA, Cuv. M. tyrannus. (L.) 1 exemp. (9). Nome vulgar: Thesoura : Proc. Ilha de Marajó. Gen. TYRANNUS, Cuyv. T. melancholicus. Vieill. 1 exemp. (*). Nome vulgar: Sibiriri. Proc. Ilha de Marajó. Gen. PITANGUS, Swains P. sulphuratus. (L.). 1 exemp. (9). Nome vulgar: Bemtevi. Proc. Ilha de Marajó. Fam. Icterida Gen. CACICUS, Cuy. C. cela. (L.) 1 exemp. (indet.). Nome vulgar : Japim. Proc. Ilha de Marajó. PINTO-PEIXOTO — FAUNA DO ESTADO DO PARÁ 273 Gen, LEISTES, Swains L. militares. (L.) 1 exemp. (7). Nome vulgar: Baêta. Proc. Ilha de Marajó. Gen. GYMNOMYSTAX, Reich G. mexicanus. (L.) 3 exemps. (2º e 1 indet.). Nome vulgar: Ira-tauá. Proc. Ilha de Marajó. Fam. Tanagrida Gen, TANAGRA L, T. episocpus. L. 2 exemps. (29). Nome vulgar: Sanhaçú. Proc. Ilha de Marajó. Gen. RHAMPHOCOELUS, Desm. R. carbo. (Pall.) 2 exemps. (9 e 2). Nome vulgar: Pipira. Proc, Ilha de Marajó. MAMMIFEROS CARNIVORA Fam. Procyonida Gen, NASUA, Storr N. narica. (L.) 1 exemp. Nome vulgar: Coati. Proc. Ilha de Marajó. EDENTATA Fam. Myrmecophagida Gen, CYCLOPS, Gray C. didactylus. L. 2 exemps. (7 e 2). Nome vulgar: Tamanduá-y. Proc. Ilhas das Onças e Mosqueiro, Pará. UM CAFEEIRO INTERESSANTE PELO PROFESSOR ALVARO DA SILVEIRA Recebi, ha tempos, alguns fructos e ramos floridos de um cafeeiro que havia causado extranheza pelos seus caracteres carpologicos certamente fóra do commum. km vez de duas sementes, como se dá com os fructos do cafeeiro vulgar, os que me foram enviados apresentam a anormalidade de terem 4, 5, 6, 7'e até 10 sementes bem desenvolvidas e regularmente conformadas. Seccionando transversalmente um fructo, reconhece-se facilmente per- tencer cada semente a um loculo ovariano, contrariamente ao que se en- contra escripto em todos os livros de Botanica systematica (pelo menos, naquelles que conheço e que tratam do assumpto), onde se enumera, entre os caracteres diagnosticos do genero Coffea, o de ser bilocular o ovario, tendo cada loculo apenas um ovulo. - O exame das outras partes do cafeeiro de que trato mostra todavia ser este não só do genero Coffea, mas tambem da especie arabica Linn., bas- tante conhecida entre nós. A infixidez do numero de loculos nos fructos a mim enviados, pois que variam de 4 à 8 as cavidales em cada fructo, fornece indicações bem posi- tivas sobre o valor que poderá offerecer a fixação de um numero de loculos do ovario como elemento de diagnose. A' vista dessa variabilidade, não é dificil chegar-se á conclusão de que deverá ser eliminado dentre os caracteres do genero Coffea aquelle que obriga o ovario a ter dous loculos mono-ovulados. Pouco importa que seja esse caracter indicado por Linneu e reprodu- zido por J. Miller na Flora Brasiliensis, de Martius, por De Candolie no Prodromus, e em tantas outras obras de valor ; isso apenas significa que por esses eruditos botanicos foram estudadas sómente plantas em cujas flores os ovarios eram todos bi-loculares. Não lhe chegaram ás mãos, talvez mesmo por não existirem ainda, cafeeiros portadores de ovarios com maior numero de loculos. A cultura intensa, o clima, o solo e o tempo transcorrido desde a época dos estudos daquelles botanicos até esta data podem, realmente, ter ope- 978 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIV rado a divergencia actual entre os fructos poly-loculares do cafeeiro a que me venho referindo e os bi-loculares das descripções botanicas até aqui conhecidas. Nem é outro, segundo Lamarck e Darwin, o processo de formação de especies, empregado pela natureza, de sorte que, para os sectarios do transformismo, o cafeeiro Ro representa um estado transitorio entre a planta já bastante conhecida, de fructos dispermas, e uma outra, que formará uma futura especie, cujos caracteres — ovarianos e outros — então se fixarão de modo a bem definir a especie formada. Por emquanto, é somente o ovario a parte da planta que experimenta séria variação. Os loculos se apresentam ora todos regularmente aggrupados em torno de um eixo central, ora dispostos uns em torno de outros loculos cen- traes. As sementes são geralmente de secção triangular, fusiformes e alon- gadas, tendo de 12 a 16 millimetros de comprimento, e seis a oito na maior largura dorsal. “O albumen corneo é pardo e bastante aromatico. Os fructos e as outras partes do cafeeiro, de que estou dando noticia, foram remettidos de Rio Branco, Minas Geraes, pelo sr. dr. Corrêa Dias, que informou ser de dois e meio a tres metros a altura commum da arvore, e ser esta muito semelhante á da variedade Burbon. O cafeeiro é muito pro- ductivo e apparece, em varios exemplares, aqui e alli, em meio de um ca- fesal Bourbon. Não é propriamente uma novidade esse cafeeiro com fructos de mais de duas sementes, pois que Barbosa Rodrigues cita no Hortus [luminensis duas variedades brasileiras, uma de cinco, outra de seis a dez grãos. Essas variedades, que existiam ou ainda existem no Jardim Bota- nico do Rio de Janeiro, não se identificam, entretanto, com a de Rio Branco, Já pelo numero de sementes em cada fructo, já pelos caracteres da for, que é singela naquelle, e dobrada no do Jardim. Constitue, portanto, ao que parece, uma variedade nova ou, pela menos, não descripta, e. por ISSO, denominei-a “polysperma”, sendo a seguinte a sua diagnose : : - Correa Arasica Linn. var. polysperma Aly. Sily. — Fructos elh- psoideus summitate complanatus, polyspermus. SEMINA 4 — 10, omnia radiate disposita-vel altera centralia, altera lateralia, fusiformia, sectione tri-acutangula, albumine pallide virescente, 122 — 16 mm. longa, 6—8 in media dorsuali parte lata. Lecta in culturis coffeanis varietatis Bourbon, propeurbem Rio Branco, civitatis Minas Geraes ubi sponte apparuil. Tabula nostra. ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV pedicelas ue dicel laws A 222.74. 771.22, Eructus 8 -locularis, Frucius in speciem 4-locularis, sed interdum 6 -locularis . ADA (e NA Semen Secho transversalis fructus À tunc 6 -locularis. 77 12 Ed RE dr Sectio seminis Frucius 9 -locularis. 702.72. — 17261 sudo maluradis. lo. aa o crê del. ad natlurana. Pa) = 1 — ALVARO DA SILVEIRA —- UM CAFEEIRO INTERESSANTE 279 E" possivel que essa variedade apresente qualidades apreciaveis sob 0 ponto de vista industrial, taes como rendimento por unidade de superficie cultivada, resistencia, sabor, aroma, etc., e, por isso, não seriam fóra de proposito estudos que nesse sentido se fizessem. Em Bello Horizonte foram iniciados alguns estudos a esse respeito — vi alguns cafeeiros provenientes de semeadura das sementes dessa variedade polysperma. As arvorezinhas, no 3º ou 4ºanno, já produziram fructos semelhantes da variedade, parecendo assim que esta se mantinha. O terreno em que foram plantados esses cafeeiros cera de pessima qua- lidade como terra de cultura e por isso não pude ter uma idéa do vigor que poderiam ter quando plantados em terra ao menos de regular fertili- dade. Esses cafeeiros foram destruidos, antes de attingirem o 5º anno de vida, por necessidades de construcção no local ém que se achavam. Qualquer que seja o resultado das experiencias ou estudos porventura feitos sobre essa variedade, ficará para a Botanica um elemento de grande importancia para a apreciação do genero Coffea. O cafeeiro polysperma mostra, com effeito, ser necessario modificar as descripções desse utilissimo genero, attenta a variabilidade do numero de loculos do ovario. | Além disso, é uma planta benemerita que, talvez, por um requinte de gentileza, quadruplica a sua prole em beneficio da nossa principal industria agricola. Seja, pois, bemvindo o cafeeiro prolifico e patriotico que, em vez de duas, nos dá 8 e mesmo 10 preciosas sementes, ORIBATIDEOS BRASILEIROS eee mm TI. GALUMN AE PELO” Dr. Max SELLNICK, LOETZEN, PRUSSIA ORIENTAL ORIBATIDEOS BRASILEIROS I. GALUMNAE PELO DR. MAX SELLNICK, LOETZEN, PRUSSIA ORIENTAL A meu pedido,o Sr. J. F. Zikan, em Passa-Quatro, Sul de Minas, colleccionou nos arredores da sua residencia acarideos, que em 1921 me remetteu em dois tubos de vidro pequenos. Offereço ao Sr. Zikan os meus agradecimentos cordiaes pela promptidão com a qual me ajudou nos meus estudos, enviando-me este rico material. Achei, só de Oribatideos, mais de 60 especies differentes, representadas por cerca de 800 especimens, Além destes, havia ainda mais de 400 especimens de outros acarideos, Os oribatideos são acarideos solitarios, geralmente de colorido pardo ou preto e de !/,e 1t/, mm. de comprimento. Habitam de preferencia localidades quietas onde detrito vegetal se acha em decomposição, em estado humido, ao menos durante parte do anno. Taes logares são, antes de tudo, velhas colonias, abundantes de humus de musgos silvestres, especialmente ao pé de arvores ou de velhos troncos de pau. Acarideos d'esta familia encontram-se tambem em todas as camadas de folhas velhas e decompostas, no chão. Nos musgos dos prados, mesmo dos que são inundados durante parte do anno, encontram-se algumas especies raras. Tambem as especies aquaticas de Sphagnum. contêm alguns habitantes da familia dos Oribatidae. Em todas as localidades mencionadas pódem-se colleccionar em curto espaço de tempo e sem muito trabalho milhares d'estes entes minusculos, si se dispõe de um apparelho apropriado (Berlese). j Mais ou menos 30 especies de Oribatidae têm sido descriptas até hoje da America do Sul inteira e só cinco especies destas provêm do Brasil. Isto é um numero demasiadamente pequeno. Creio que pesquizas systematicas facilmente podiam fornecer centenas de especies. Aos leitores deste trabalho que querem contribuir para o estudo dos acarideos brasileiros, ti material para tal fim, com grande prazer darei informações sobre o modo - de colleccionar e conservar estes animaesinhos. 9284 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV Achei no material remettido algumas das especies descriptas do Brasil por Berlese. Todas as outras são novas para a sciencia. E' singular que algumas pertençam a generos até agora só conhecidos da Ilha de Java. Para algumas convém crear generos novos. Temos sobre o grupo dos Galumnae, da familia das Oribatidae dois trabalhos importantes: O conspectus das especies de Oribates, por Berlese, na Revista entomologica italiana “Redia”, vol. 10, 1914, e o trabalho um pou- co mais detalhado dg Oudemans sobre o grupo Galumnae, no Archiv fuer Naturgeschichte, Jahrgang, 83, apparecido em 1919. Como Oudemans, sou de opinião que para este genero o nome Galumna v. Heyden está correcto, não o de Oribates, usado por Berlese. Não seria possivel que os poucos scientistas, especializando nos oribatideos, chegassem a um accordo sobre os nomes dos generos? Não seria tambem possivel que estes scientistas se ajudassem mu- tuamente pela troca de material, para evitar nos seus trabalhos futuros o uso de synonymos? Figs. Ie ll e o texto correspondente servem para elucidar as notas c descripções seguintes. Em Michael, British Oribatidae, London, 1884 e 1888 acham-se descripções muito detalhadas do esqueleto exterior dos oribatideos. NorTaS GERAES : - À, Oudemans no seu trabalho acima citado salienta o facto que a divisão do genero Galumna em Dimidiatae, especies com uma incisão entre o cepha- lothorax, abdomen e Integrae, especies sem esta incisão, não é sufficiente. Tem especies que mostram esta incisão em alguns especimens e não em outros. Oudemans propoz de crear um terceiro grupo de limitação incerta, e de mencionar a respectiva espécie em todos os tres grupos. Isto seria uma me: dida provisoria; que com o tempo teria que ser substituida por caracteres certos. Para achar taes caracteres certos seria naturalmente necessario que o respectivo scientista tivesse á sua disposição material muito abundante de todas as partes do globo. 2, Não posso concordar completamente com tudo que Oudemans diz sobre as lamellas dos Galumnae. Em pag. 4 elle escreve que as lamellas são as travessas que se acham entre os pellos lamellares e as “pteromorphas”. Taes lamellas que começam nos pellos lamellares nos Galumnae, só se acham, na minha opinião, em algumas especies de Neoribates. Mas em todos os demais Galumnae só se vê, mais ou menos, distinctamente desenvolvida, a lamella parallela lateral ao lado do cephalothorax, que Oudemans tambem conhece e chama lincar- forme em pag. 5. Ella é Justamente a lamella. O seu angulo exterior começa no pseudo-estigmatum; a margem interior é geralmente uma fis- sura bem definida, que começa 4 pouca distancia ce em frente dos pellos interlamellares, depois se aprofunda e acaba no angulo posterior do hy- DR. MAX SELLNICK — ORIBATIDEOS BRASILEIROS 285 postoma. A lamella inteira se levanta muito pouco acima da superficie do cephalothorax e não se pode bem fallar de uma linha de origem (Oudemans, pag. 5). À palavra “cuspis” não se pode usar para a ponta da lamella dos Galunnae, pois esta é livre como nos demais oribatideos. O que apparece como ponta das lamellas nos Galumnae é a margem interior da lamella; a incisão bem definida que a acompanha do lado interior a deixa apparecer como uma pontinha na margem do cephalothorax. A margem exterior da lamella desapparece na (margem do) circumferencia do cephalothorax, seguindo a mesma incisão. O unico logar onde a lamella pode realmente ser comparada ás dos outros generos de oribatideos, onde ella é uma do- bradura da pelle como as pteromorphas, e por causa d'isto tem duas pa- redes, é no seu começo, perto do pseudo-estigmatum. Aqui a margem lateral do cephalothorax recua de um terço ou de 4/5 do comprimento da lamella, ficando em baixo d'esta forma uma emarginação para a tibia L Este pedaço, sendo dobrado, se apresenta como um triangulo fortemente chitinisado, que Oudemans nas descripções das especies chama lamella, mas que é uma parte della. Neste ponto a margem exterior da lamella é muito fina e aguda, mas atraz ella salienta menos, geralmente menos do que uma travessa baixa, porém bem distincta, que começa na parte anterior da margem exterior, ficando sempre perto desta e terminando com ella perto do trochanter da perna 1. Parece tratar-se de uma tectopodia rudimentar. Achei esta confi- guração da lamella em Galumna, Stictozetes e Galumnella. Neoribates tem outra configuração da lamella. Os outros generos creados por Oudemans, não conheço. Os pellos lamellares só raras vezes têm sua origem na lamella, e n'este caso ficam na margem interior. Geralmente acham-se no proprio cephalo- thorax sem connexão com a lamella. 3. Parece que a disposição das areas porosas da parte dorsal do abdomen tem valor systematico. Mas quanto à fórma estas areas são va- riaveis dentro da mesma especie. Galumna alhfera Oud. e longiplumus Berl. tem duas areas porosas ao lado das pteromorphas. Oudemans designa uma como Area porosa adalaris, € à outra como Area porosa mesonotica anterior. Na minha collecção acham-se especimens de longiplumus, onde entre estas duna areas seen contras das nnia Inoiars nao Los es pORInASS as duas. areas são tão grandes que quasi se tocam ; factos que indicam certa con- nexão. OuDEMANS tambem exprime-se neste sentido em pag- 43. Mas, então, por que nomes differentes para as duas areas? Da mesma tórma affirmo | ca posterior e a area porosa posterior externa que a area porosa mesonoti : à são relacionadas, e como prova disto me serve um especimen de 6. pusila 286 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV n. sp. e outro de G. australis Berl. No especimen de G. pusilla n. sp. se vê do lado esquerdo, n'um oval claro, as duas areas porosas, uma em cada extremidade. Entre ellas não se vê nenhum poro. No especimen de G. australis Berl. as duas areas do lado esquerdo se reunem e formam uma só de tamanho maior. No lado direito dos dois especimens mencionados as areas porosas são de configuração normal.-Nas minhas descripções desig- narei as duas areas citadas como mesonoticae. Uma outra area porosa, que ao meu ver ainda não foi descripta por ninguem, descobri muito perto da margem posterior da face ventral, atraz da abertura anal. Vou designal-a como “area porosa postanalis ”. Ella só se vê bem em preparados parciaes, que consistem só da parte ventral que se acha atraz da abertura anal. Em preparados inteiros ella não é visivel, pois esta parte do ventre é fortemente inclinada para cima, e a area fica tanto. para traz que, muitas vezes, é coberta pelo casco dorsal. Das especies de Galumnae à minha disposição todas, a excepção de G. clericatus Berl., têm esta area. Por causa d'isso e tambem por causa da configuração aberrante das lamellas, ponho esta especie só com reserva no genero Ga- lumna. Porém, tendo achado no material remettido um unico especimen, ainda não posso pronunciar-me definitivamente. A especie nova do genero Galumnella, (&. secunda, tambem tem esta area. Stictozetes e Neoribates não à possuem, ao menos não as especies á minha disposição. Creio que esta area pode servir de caracter systematico para alguns dos Galumnae. 4. Os pellinhos finos e lisos das pernas são orgãos sensorios como os pellos compridos do genu e da tibia. Os pellos cabelludos em baixo do tarso e da tibia provalvemente servem como pentes ou escova. Oudemans chama cabellos olfactorios os pellos curtos no ultimo segmento dos palpos. Possivelmente é assim. Mas conheço tambem outro uso d'estes pellos. Uma vez observei uma especie do genero Sphaerozetes Berl. que tinha collocado num pedaço de lichen fresco. O scientista sueco LUNDSTROEM communicou em 1887 o facto que na superficie das folhas sempre se encontram muitas esporas minusculas de cogumellos. Certos acarideos, entre os quaes elle tambem cita a larva do um oribatideo, encarregam-se da limpeza das folhas, comendo estas esporas. Tambem no lichen mencionado tinha muitos corpusculos unicellulares, que julguei serem esporas de cogumellos. Os oriba- tideos andam com os palpos collocados de forma. que os pellos mencionados são virados para baixo, e o animal observado por mim, empregando-os dia ancinho, com elles puxou as esporas para as mandibulas, as pegou com estas é appr oximou-as das maxillas que, finalmente, as devorariam. Tendo os pellos no ultimo segmento dos palpos das Galumnae e quasi a mesma fórma, como os do genero Sphaerocetes, acho provavel que servem para o mesmo fim. DR. MAX SELLNICK — ORIBATIDEOS BRASILEIROS 287 AS ESPECIES ENCONTRADAS Genero Galumna v. HeyDEN 1826 Isis (OxEn), p. 612 1. G. australis BERLESE. 1888 Oribates elimatus, Berlese, Boll. Soc. Ent. Ital. v. 20, p. 45 (Estr.) 1914 Oribates australis, Berlesc, Redia, v. 10, p. 121. 1919 Galumna australis Oudemans, Arch. Natg. J. 83, A. 4, p. 43. Preto, pteromorphas pardas escuras; cephalothorax estriado irregu- larmente; abdomen pontilhado muito delicadamente, ambos com brilho aba- fado. Rostrum largo e obtuso com uma pontinha de cada lado. Pellos rostraes fortes, cobertos de pellos pequeninos do lado exterior; pellos la- mellares pequenos collocados do lado interior da lamella; pellos inter- lamellares minusculos. Os orgãos pseudo-estigmaticos são corpos alongados na frente e collocados n'um pedunculo de mais do duplo comprimento da ponta. Existe uma separação entre o cephalothorax e o abdomen. Area porosa anterior pequena, circular, collocada em frente da separação. A. p. adalaris muito perto da pteromorpha, redonda e do mesmo tamanho das 2 mesonoticas. A. p. posterior é eliptica. Em frente da primeira meso- notica e ao lado da segunda acha-se uma fissura. Preto, pteromorphas pardas escuras. Cephalothorax aspero e estriado de fissuras, abdomen pontilhado, ambos com brilho abafado. As fis- “suras do cephalothorax são bem visiveis tambem nos preparados em bal- samo do Perú, mas não a pontilhação do dorso. O cephalothorax visto de cima parece um pouco curto, porque é fortemente curvado. Rostrum arredondado; nos preparados parciaes se vê uma ponta muito pequena na margem exterior ao lado da ponta principal larga e obtusa. O pello rostral é forte, a sua superficie é coberta de poucos pellos pequenos; está collocado no meio do rostrum e da margem interior da lamella que sahe como uma ponta pequena da margem do cephalothorax. Os pellos lamel- lares são muito finos e geralmente só visiveis em preparados parciaes. Acham-se na margem interior da lamella e o seu jp apenas eguala a largura da lamella neste ponto. Os pellos paia gd E minusculos. O orgão pseudo-estigmatico é um corpo arredonda o na demo num pedunculo duplo do comprimento do corpo. Este ultimo está co a E de algumas pontas finas e por causa disso appareee ita e asia : scopio de engrandecimento médio. À separação pa e Hm H Gui abdomen apresenta-se apenas como uma ligeira Impressão nm istincta ; 288 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV em preparados parciaes se vê uma linha fina e distincta. As pteromorphas têm uma pseudo-fissura e um ponto capillar em frente della. A emar- ginação da sua circumferencia é muito fraca. Do ponto de origem algumas fissuras irradiam sobre a margem das pteromorphas. A superficie inteira ou ao menos a sua parte marginal é coberta de finas corrugações ondu- ladas. As ondas correm parallelas da margem exterior. A pequena area porosa anterior é quasi circular e acha-se immediatamente em frente da se- paração e do lado exterior dos pellos interlamellares. A area p. adalaris é maior e está separada das pteromorphas pelo seu diametro. As duas a. p. mesonoticae são obliquas, da forma e do tamanho da adalaris e distantes uma da outra da metade da distancia da primeira da adalaris. Antes da primeira e do lado exterior da segunda tem uma fissura. As duas a. p. posteriores são um pouco maiores do que as mesonoticas, ellipticas e distantes uma da outra'tanto como da segunda mesonotica. A. p. postanalis redonda e pequena. A abertura anal é mais ou menos 2 vezes do comprimento e da largura da abertura genital, e distante desta de 2 vezes seu comprimento, As unhas das pernas são de tamanho quasi egual. Tibia 1 um pouco inchada, periforme ; tarsos esguios. Comprimento 0,645-0,710 mm. ; largura 0,520-0,523 mm. 60 especimens. Esta especie até agora foi encontrada no Brasil, na Argentina e no Uruguay 2— G. egregia Selinick, n. spec. Preto, pteromorphas pardas ou pardas esverdeadas. Cephalothorax densamente pontilhado, abdomen esparsamente pontilhado e brilhante. Pteromorphas estriadas de finas fissuras parallelas á margem. Rostrum muito pouco saliente, ponteagudo. Pellos rostraes finos; lamellares na margem interior da lamella, curtos e finos; pellos interlamellares apenas indicados pelos pontos de origem. O orgão pseudo-estigmatico tem quasi sempre a forma de uma cerda com ponta ligeiramente fusiforme. Existe uma separação entre o cephalothorax e o abdomen. Area porosa anterior pequena, elliptica, immediatamente em frente da separação. A. p. adalaris pequena, muito perto da pteromorpha. Duas A. p. mesonoticas transver- sães e uma a. p. posterior que é maior e elliptica. As manchas claras das areas são menores do que a area perfurada da superficie, A. p. postanalis estreita, quasi do comprimento de uma das valvulas da abertura anal. Preto, pteromorphas pardas ou pardas esverdeadas. A superficie do cephalothorax é densamente pontilhada e as pontilhas tambem apparecem “em preparados de balsamo; a superficie do abdomen é pontilhada, mais esparsa e mais finamente. Ambos são brilhantes. A ponta do rostrum é aguda, mas muito pouco saliente. Os pellos rostraes são finos, mas bem vistveis. Os pellos lamellares são mais finos nos rostraes, collocados na DR. MAX SELLNICK — ORIBATIDEOS BRASILEIROS 289 margem interior da lamella e o seu comprimento eguala apenas a largura da lamella neste ponto. Parece que os pellos interlamellares não existem; apenas se reco- nhece o seu ponto de inserção. Os orgãos pseudo-estigmaticos são cerdas de comprimento medio e ligeiramente fusiformes no ultimo sexto. São diri- gidos para fóra e um pouco para cima. A separação entre o cephalothorax e o abdomen nem sempre apparece distincta na luz reflectida, mas sempre se vê no preparado. As pteromorphas têm uma pseudo-fissura e um ponto capillar na frente. A sua margem exterior é pouco chanfrada. A super- ficie perto da margem é estriada em sentido parallelo a esta, porém mais finamente que em (. australis Berl. Geralmente a parte da pteromorpha perto da pseudo-fissura é de colorido escuro, e d'ella irradiam pela margem algumas veias mais claras. O casco dorsal do abdomen é bastante alto e por causa d'isso não deixa reconhecer a pequena area porosa adalaris situada muito perto da pteromorpha. A. p. anterior pequena, elliptica. A, p. mesonoticse 2 manchas semelhantes á a. p. adalaris. A segunda destas areas porosas distante da primeira mais ou menos de tanto como esta da “a. p adalaris. A. p. posterior maior que as outras. Em todas as areas po- rosas observei que a mancha clara era circumdada de uma coroa. Com lentes muito fortes vi que a area é um funil no casco dorsal, cuja aber- tura inferior é a mancha clara e a superior a superficie muito maior. Esta parte exterior crivada até parece um pouco inchada. As a. p. mesonoticae em alguns especimens são maiores do que o desenho. A. p. postanalis é estreita, quasi do comprimento de uma valvula da abertura anal, A abertura anal é muito maior que a genital e distante desta do seu comprimento. Os apodemata são bem destacados. 1 e TI são ligeiramente divergentes; Ill é mais perto de II, do que este de I e é quasi parallelo de IL. II é a mais comprido, III quasi do comprimento de Ie a sua ponta de um pouco curvada para traz. As unhas das pernas são de tamanho quasi egual. Comprimento 1,025-1,150 mm.; largura. 0,790-0,950 mm . Poucos especimens. Esta especie assemelha-se mu dos pellos lamellares, mas apesar d figuração dos orgãos pseudo-estigmaticos € d pontilhação do cephalothorax. ito á G. australis na forma e na posição Isso é bem distincta. Compare-se a con- o rostrum, assim como à 3. 6. pusilla SELLLNICK, D. SP» Parda, brilhante. Rostrum u um pouco saliente. Pellos rostraes, 5231 ma ponta ligeiramente arredondada, lamellares e interlamellares invisíveis. 3 290 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIV Orgão pseudo-estigmatico em forma de cerda comprida, curvada. para atraz, coberta de pellos pequenos na parte superior. Distincta separação entre o cephalothorax e o abdomen. Circumferencia das pteromorphas bastante emarginada. Area porosa anterior estreita; adalaris falta; 2 me- sonoticae approximadas uma da outra; uma posterior, maior de cada lado; postanalis arredondada; um poro punctiforme no meio do dorso, abertura genital um pouco mais escura que as partes visinhas. Parda, brilhante. O rostrum mostra uma ponta ligeiramente arre- dondada e um pouco saliente, que só se reconhece distinctamente em pre- parados parciaes. Não vi pellos rostraes lamellares e interlamellares; mas existem os seus pontos d'origem. Os dos pellos lamellares acham-se um pouco distantes da lamella. Orgão pseudo-estigmatico comprido, seme- lhante a uma cerda recurvada e coberta de pellos finos na parte superior. Separação distincta entre o cephalothorax e o abdomen. As pteromorphas mostram uma pseudo-fissura bem definida e um pequeno ponto capillar em frente desta. A sua circumferencia é bastante emarginada. Area porosa anterior estreita; adalaris não existe; as duas mesonoticas são perto e quasi uma atraz da outra. A. p. posterior de cada lado é maior que as mesonoticas e a sua distancia da segunda é quasi duas vezes mais do que a distancia entre estas duas. Um pouco antes da linha que liga as 2 primeiras a. p. mesonoticae. acha-se no meio do dorso um poro punctiforme distincto. A. p. postanalis pequena arredondada. A abertura anal é dum bom tamanho e dista do seu comprimento da abertura genital, que é maior. Na abertura genital observa-se que as suas valvulas são de colorido mais escuro que o resto da parte ventral. Os apodemata 1 e II di vergentes, II somente pouco mais comprido do que I,II perto de IL e mais curto. À unha media das pernas é um pouco mais forte que as unhas ante- riores. Comprimento : 0,285-0, 300 mm. Largura 0,180-0, 190 mm. Poucos espe- cimens. 4. G. (?) clericatus, BERLESP. 1914 Oribates clericatus, Berlese, Redia, v, p. 126. 1919 Galumna clericatus Oudemans, Arch. Natg. J. 83, A, 4, p. 38. ' Preto; cephalothorax entre as lamellas pardo claro; pteromorphas pardas; rostrum assemelha-se a um pequeno rectangulo, com lados paral- lelos, cortado em linha direita na frente, saliente. Pellos rostraes de desenvolvimento médio. Pellos lamellares compridos, collocados a pequena distancia da lamella. Esta é quasi direita e termina na frente do lado do rostrum. Pellos interlamellares erectos, muito compridos. Orgãos pseudo- estigmaticos pellos compridos, finos, curvados até as areas porosas adalares. DR. MAX SELLNICK — ORIBATIDEOS BRASILEIROS 291 A separação entre o cephalothorax e o abdomen está apenas indicada pela differença do colorido dos dois. Area porosa anterior elliptica, O seu comprimento mais ou menos a metade da distancia entre os pellos interlamellares e o pseudo-estigmatum. A. p. adalaris uma ellipse com- prida transversal. As duas a. p. mesonoticae são obliquas, arredondadas ou ovaes, as posteriores são do mesmo tamanho ou um pouco maiores, A. p. postanalis não existe. Preto; cephalothrax entre as lamellas pardo claro, pteromorphas pardas. Rostrum saliente, em forma de um pequeno rectangulo. Os lados do reclangulo são 2 travessas chitinosas, parallelas. A linha anterior é direita; na parte posterior do casco acham-se alguns nós chitinosos em forma de travessas dirigidas para o meio. Os pellos rostraes são de comprimento médio. Os pellos lamellares são compridos e têm sua origem um pouco distante da lamella. Esta differe das lamellas das outras Ga- lumnae pela sua collocação quasi direita e a terminação-da sua margem interior perto do rostrum rectangular. Os pellos interlamellares são com- pridos, finos e curtos. Os orgãos pseudo-estigmaticos são semelhantes pela forma e pelo comprimento; mas são recurvados e estendem-se quasi até as areas porosas adalares. A separação do cephalothorax e do abdomen apenas é indicada pela differença do colorido dos mesmos. As pteromorphas são bem emarginadas na parte exterior e mostram certo numero de veias claras. Comprimento da area porosa anterior mais ou menos à metade da distancia entre os pellos interlamellares e o pseudo-estigmatum. Ella é elliptica e acha-se antes da separação. A. p. adalaris uma comprida ellipse transversal, distante da pteromorpha do seu comprimento. As duas mesonoticae são obliquas e ovaes arredondadas. A. p. posterior é do mesmo tamanho ou um pouco maior. À distancia entre a segunda mesonotica ea posterior é duas vezes maior que a entre aquella e a primeira mesonotica. Area porosa postanalis não existe. Apodemata Ie ll quasi do mesmo comprimento e quasi parallelos, mais separados, um do outro do que Ie II; o ultimo muito largo, mais curto do que II e perto delle. Tibia I um pouco inchada na parte anterior; tarsos com 3 unhas iguaes. j Comprimento do unico especimen 1,485 mm., largura 1,150 mm. Embora BenLEsE dê 0,920 mm. como comprimento da sua especie, creio que ario constatar, si os caracteres a da area porosa postanalis, - este especimen pertencé á mesma. E necessa indicados acima, especialmente a ausenci tambem se acham nos seus especimens. Os especimens de BERLESE foram collece tambem em outros paizes da America do Sul. ionados na Argentina e 2992 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIV 5. G. numerosa SELLNICK, D. Sp. Parda até parda escura. Rostrum com uma pequena. saliencia arredon- dada. Os pellos rostraes e lamellares são finos e curtos; pellos interlamel- lares erectos, compridos. Os orgãos pseudo-cestigmaticos são compridos, curvados, com a ponta fusiforme num pedunculo filiforme. O fuso occupa mais ou menos um quinto do comprimento do orgão, é de grossura variavel e coberto na parte superior de poucos pellos pequenos. Não tem separação. Area porosa anterior pequena, cuneiforme; a adalaris é estreita, comprida, elliptica transversal; uma mesonotica e uma posterior de cada lado, arre- ondadas e de tamanho quasi egual. A. p. postanalis pequena; o seu com- primento iguala mais ou menos a sexta parte da largura da abertura anal. Parda até parda escura. Superficie lisa, brilhante. Rostrum com uma saliencia pequena arredondada. Os pellos rostraes são muito finos. Os pellos lamellares, de configuração egual, estão um pouco distantes da lamella no dorso do cephalothorax. Os pellos interlamellares são curtos e muito compridos. Os orgãos pseudo-estigmaticos são compridos, recurva- dos, com a ponta fusiforme num pedunculo fino. O fuso é de grossura me- dia, occupa mais ou menos 1/5 do orgão inteiro e é coberto na parte supe- rior de alguns pellos pequenos. A sua grossura é variavel. Tem especimens onde o orgão é quasi filiforme. Não existe separação entre o cephalothorax e o abdomen. As pteromorphas mostram a pseudo-fissura e um pequeno ponto capilar em frente della. A circumferencia é ligeiramente emargi- nada. Area porosa anterior pequena, cunciforme. A. p. adalaris é mais ou menos quatro vezes mais comprida do que larga, transversal, distante da pteromorpha mais ou menos seu comprimento. De cada lado tem uma a. p. mesonotica e uma posterior. Tem a forma de ellipse curta, da metade do comprimento da adalaris e fica na prolon- gação desta. A. p. postanalis é estreita e o seu comprimento mais ou menos um sexto da largura da abertura anal. A abertura anal é maior do que a genitale dista desta de mais ou menos duas vezes seu comprimento. Apodemata I e II são divergentes; II é mais comprido do que 1, III mais curto do que I e collocado perto de II. Tibia 1 um pouco inchada, periforme. Unha media dos tarsos mais grossa do que as lateraes. | - Comprimento, 0,350-0,400 mm. ; largura, 0,270 mm. Acharam-se mais de 100 especimens, DR. MAX SELLNICK — ORIBATIDEOS BRASILEIROS 293 Genero Stictozetes, BERLESE 1916 reDIA, v. 12, p. 57. 6. 5. aequalis SELLNICK, N. Sp. Preto, superficie pontilhada, de brilho abafado. Rostrum um pouco sali- ente, suavemente ponteagudo, pellos rostraes finos; pellos lamellares com- pridos, quasi adjacentes, collocados ao lado da lamella, pellos interlamellares compridos, erectos, um pouco curvados para fóra na metade terminal. Orgão pseudo-estigmatico em forma de cerda comprida, guarnecido na parte su- perior de alguns pellos pequenos, curtos e finos. A separação entre o cepha- lothorax e o abdomen é muito fraca, mas visivel na luz reflectida, emquanto nos preparados não se vê nada. Pteromorpha com a pseudo-fissura e o “ponto capillar em frente della. Margem exterior bem emarginada. Arca porosa anterior cuneiforme, adalaris um pouco mais comprida do que larga, transversal, um pouco distante da pteromorpha. 2 mesonoticae, das quaes a anterior é geralmente um pouco maior do que a posterior. A. p. posterior do tamanho da segunda mesonotica. A. p. adalaris e as duas mesonoticae ficam n'uma linha. A. p. postanalis não existe. Preto, superficie pontilhada, de brilho abafado. Parece que as ponti- lhas não se acham no casco, mas são pequenos nós n'uma pelle que cobre o casco. Em alguns especimens esta pelle é parcialmente destruida. O rostrum é um pouco prolongado e a ponta cortada na frente, de maneira que forma um angulo obtuso. Os pellos rostraes são finos e dirigidos para o rostrum. Pellos lamellares compridos, quasi adjacentes e as suas pontas quasi se tocam. Os pellos interlamellares são compridos e erectos. Os orgãos pseudo-estigmaticos tambem têm a forma de pellos compridos, recurvados para traz e guarnecidos na parte superior de pellos finos e curtos. A separação do cephalothorax e do abdomen observa-se na luz re-. flectida como uma linha excessivamente fraca; nos preparados ella não fica visivel. As pteromorphas, tambem pontilhadas, mostram à e fissura e o ponto capillar na sua frente. Tambem se observam ; See ramificações claras d'um systema de veias. A margem exterior º = a chanfrada. A area porosa anterior está collocada entre os pe: os in ê lamellares e o pseudo-estigmatum . E cuneiforme, com a ponta para . dalaris mais comprida do que larga e trans- pseudo-estigmatum. A. p.a Rar pteromorpha versal. Dista um pouco da pteromorpha e entre eita € | A lado d'esta um ponto capilar. Geralmente sempre se vê uma fissura e ao A didencia a anterior das duas mesonoticas é maior do que à pes : meira mesonotica e a adalaris. entre ellas eguala a metade da entre à pr rd Ao lado exterior da mesonotica anterior acham-se uma 294 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV mancha indistincta. A. p. posterior é mais ou menos do tamanho da se- gunda mesonotica e a sua distancia d'esta é da metade maior da distancia das duas mesonoticas entre si. A distancia das duas posteriores é um pouco maior. A. p. postanalis não existe. A abertura anal é maior do que a genital. Esta é um pouco maior na femea do que no macho e naquella tem os lados quasi parallelos, emquanto que é de forma trape- zoidal no macho. A distancia entre as duas aberturas eguala o compri- mento da abertura anal. Os apodemata Il e II apparentemente con- fluem e são um pouco mais compridos do que I. A unha media dos tarsos “émais forte do que as lateraes. Comprimento 0,410-0,490 mm., largura 0.315-0,365 mm. 30 especimens. | Um especimen tem duas areas porosas adalares no lugar de uma. Genero Galumnella, BERLESE 1916 REDiA, v. 12 p: 58 7. G. secunda SELLNICK, N. Sp. Parda até preta. Superficie finamente pontilhada, mas brilhante. O ros- trum é muito ponteagudo. Pellos rostraes muito finos e densos. Os pellos lamellares tambem muito finos, mas não tão densos como os rostraes, acham-se na parte dorsal do cephalo-thorax, muito longe das lamellas. Dos pellos mterlamellares só se observam os pontos d'inserção. Os orgãos pseudo- estigmaticos consistem dum corpo arredondado num pedunculo de 5 vezes o comprimento deste. A separação entre o cephalothorax e o abdomen é uma linha direita muito distincta. Entre ella e a região dos pellos interla- mellares tem a area porosa anterior, que é pequena e redonda. Todas as areas do abdomen são do mesmo tamanho. A. p. adalaris encontra-se muito distante da pteromorpha. Uma mesonotica e uma posterior de cada lado. No meio dorso, mais ou menos entre as duas mesonoticae ha um dis- tincto poro punctiforme. A. p. postanalis estreita. Abertura anal e genital quasi do mesmo tamanho. 7 Parda até preta. Superficie finamente pontilhada, mas brilhante. O rostrum é muito ponteagudo. Os pellos rostraes são collocados atraz desta ponta e muito densos. São minusculos, como tambem os pellos lamellares, que, porém, são menos densos e se acham muito longe das lamellas. Dos pellos interlamellares só se observam os pontos pseudo-estigmaticos bulbos alongados lisos, erect gentes, em pedunculos finos. O bulbo é arredonda comprimento é um terço do peduneulo. O compr egual à metade da largura do cephalothorax. A phalothorax e o abdomen está marcada por uma dorigem. Os orgãos os e um pouco diver- do na frente e o seu mento do orgão inteiro separação entre o ce- linha direita muito dis- DR. MAX SELLNICK — ORIBATIDEOS BRASILEIROS 295 tincta. As pteromorphas têm na sua margem exterior uma emarginação muito funda, mas arredondada. Não se vê uma pseudo-fissura como no genero Galumna, mas somente uma ligeira depressão, que se extende do ponto origem da pteromorpha á emarginação. | Em frente d'esta depressão tambem se acha o pontinho capillar. Enxer- gam-se nas pteromorphas algumas veias claras ramificadas. A area po- rosa anterior acha-se entre o ponto origem dos pellos interlamellares e a separação. E” muito pequeno e circular. Todas as areas do abdomen são do mesmo tamanho. A. p. adalaris dista muito da peromorpha. Uma a, p. mesonotica e uma posterior de cada lado. Um poro punctiforme dis- tincto no meio do dorso antes das mesonoticae. Do lado exterior das meso- noticae vê-se uma fissura, e em frente das adalares tem algumas man- chas, provavelmente os pontos Porigem dos musculos motores das mandi- bulas compridas. A area porosa postanalis estreita; o seu comprimento eguala um quarto da largura da abertura anal. A placa oral cobre a aber- tura inteira. O femur das palpas, visto do lado, parece muito largo. Apo- demata indistinctos. Aberturas genital e anal quast do mesmo tamanho, trapezoidaes, as bases curtas dos trapezios enfrentam-se. A distancia das duas eguala duas vezes o comprimento da abertura anal. Tibia [ inchada na parte anterior, periforme ; tarso da metade da largura, da tibia, dimi- nuindo de grossura em cguaes proporções de atraz para frente. Uma unha forte. | Comprimento 0,425-0,450 mm., largura 0,340-0,365 mm. 40 especimens. Differe da unica especie conhecida até agora, G. paradoxa BERLESE, pela configuração do orgão pseudo-estigmatico, que em paradoxa foi descripta como fusiforme. Esta especie foi achada em Somalia, Africa oriental. Genero Neoribates, BERLESE 1914 Revia, v. 10. p. 127. 8. N. foraminiferus SELLNICK, ND. SP- m | li- Pardo escuro até preto, pteromorphas pardas, ás id DÊ vaceas. Superficie brilhante. Rostrum obtuso, arredondado. Ê o al e lamellares e interlamellares simples e compridos. a Pai eo facão + comprido, com pequena ponta lanceolar n'um peduncuto fino- E de entre o cephalothorax e O abdomen uma linha Minor Ge ia a frente. O abdomen em vez das areas porosas tem fissuras; E differente tres mesonoticae, à ultima das quaes ter à construcção um po das outras, e uma posterior. A postanalis não Fa es tingidas de oli- Pardo escuro até preto, pteromorp Es o se ag E o ia do que vaceo-esverdeado. Em alguns es ER 296 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIV o corpo. E finamente pontilhado, emquanto que o dorso do abdomen é liso. Mas ambos têm um brilho forte. Rostrum obtuso e arredondado. Os pellos rostraes são compridos, dirigidos para a frente, mais ou menos erectos e um pouco convergentes. Os pellos lamellares são um pouco distantes da lamella, e a margem interior desta termina um pouco antes da origem dos pellos la- mellares. São compridos e simples, dirigidos um pouco para a frente c para cima e inclinados um para o outro, de maneira que as pontas quasi se tocam. Os pellos interlamellares são compridos e erectos. Os orgãos pseudo-esti- gmaticos têm a ponta lanccolada num pendunculo fino. A ponta occupa mais ou menos a oitava parte do comprimento do orgão inteiro. Este é um pouco mais curto do que os pellos interlamellares e recurvado, parallelo com o dorso. As pteromorphas não têm a pseudo-fissura e o ponto capillar. A cir- cumferencia não é emarginada. No dorso do abdomen não tem areas porosas, mas fissuras muito curiosas, que se acham nos lugares geralmente occupados pelas areas. Uma «que corresponde a alalaris é distante da pteromorpha da sua propria largura; tres mesonoticas, a exterior das quaes a sua construcção menos se assemelha a uma fissura; as tres formam triangulos rectangular e equilateral; uma posterior de cada lado. Entre as posteriores alguns pontos musculares. As fissuras são collocadas numa corôa clara. Parece que um tubo mais fortemente chitinisado circumda a fissura onde ella atravessa o casco. A mesonotica anterior exterior é simplesmente uma fossa clara. Não existem as areas porosas anteriores e postanalis. A placa oral tem a forma indicada por OuDEMANs nas duas especies descriptas por elle. Os apodemata 1 e II são quasi do mesmo comprimento e um pouco divergentes, [ é mais curto e conver- gente com Il. A abertura genital é muito menor do que a anal. A distancia entre as duas eguala o comprimento da abertura anal. Tibias Ie Il são inchadas na parte anterior, mas a parte inchada não é periforme como em algumas especies de Galumna, e assemelha-se mais a um cone com a ponta para cima e coroada por dois pellos sensorios, um menor, o outro muito comprido. A unha média do tarso é mais forte do que as duas lateracs. Comprimento 0,805-0,820 mm,, largura 0,630-0,640 mm. Poucos espe- cimens. | - ; 9. N. foraminiferus SELLNICK var. fulvus SELL. n. var. é É Differe da especie typica unicamente pelo tamanho menor e pela con- guração do orgão pseudo-estigmatico, que é comprido claviforme e pon- teagudo. Colorido do corpo pardo. Pardo; orgão pseudo-estigmatico claviforme com a ponta aguda. O resto como na especie typica. - Comprimento 0,670; largura 0,525 mm. Um especimen. DR, MAX SELLNICK — ORIBATIDEOS BRASILEIROS 291 APPENDICE Genero Galumna, v. Hevpen Ao terminar este manuscripto recebi dous tubos com acarideos pelo Sr. Dr. Lutz, Rio de Janeiro. Apresento a este senhor os meus agradecimentos pela remessa e pelo interesse assim manifestado nas minhas pesquizas. Entre os oribatideos contidos num dos tubos acham-se oito especimens do genero Galumna. Constatei que se trata de duas especies novas cuja des- cripção é a seguinte: 10. G. brasiliensis SELLNICK, N. Sp. Parda escura. Superficie do cephalothorax finamente pontilhada, a do abdomen lisa. Rostrum com uma pequena ponta aguda. Pellos rostraes compridos e chegando até além do rostro. Pellos lamellares mais curtos, oriundos a pouca distancia da lamella. Pellos interlamellares invisiveis ; en- xerga-se porém o seu ponto de origem. Orgão pseudo-estigmatico capilar, duro, recurvado e guarnecido na metade anterior de alguns pellos finos. Se- paração entre o cephalothorax e o abdomen não existe. Area porosa anterior muito pequena, redonda. A. p. adalaris transversal, elliptica, com- primento mais ou menos duas vezes a largura, distante da pteromorpha. Uma a. p mesonotica collocada quasi perpendicularmente e duas até tres vezes mais comprida do que larga. Uma posterior que é menor do que a adalaris. As tres areas porosas acham-se na mesma linha. Parda escura. Superfície do cephalothorax finamente pontilhada, do abdomen lisa. Rostrum com pequena ponta aguda. Pellos rostraes com- pridos c chegando até além do rostrum. Pellos lamellares mais curtos, ori- “undos a pouca distancia da lamella. Não vi pellos interlamellares, mas o seu ponto de origem existe O orgão pseudo-estigmatico é capillar, duro, recurvado, a sua metade anterior guarnecidi com um numero de cabellinhos duros mas finos. Não existe separação entre 0 cephalothorax e o abdomen. As pteromorphas mostram à pseudo-fissura e a pontinha capillar na frente. A sua circumferencia é bem emarginada. Area porosa A. p. adalaris duas vezes mais comprida do que larga, transversal; distincta da pteromorpha do seu e ti Uma a. p. mesonotica que é um pouco mais comprida do que " adalaris, e duas ou tres vezes mais comprida do que larga. A unica posterior é menor que a adalaris.As tres areas são collocadas n'uma linha recta uma atraz da outra. Do lado exterior da mesonotica existe uma fissura, um pouco mais para traz na margem do casco dorsal, duas, e atraz da a Uma pequena a. p. postanalis. Apodemata [e Il um pouco diverg - e 5231 anterior muito pequena, redonda. 298 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIV Il é o mais comprido, II um pouco mais curto do que II; a sua ponta alcança este. Unha media dos tarsos mais forte do que as lateraes. Comprimento 0,599 mm ., largura 0,410 mm., 7 especimens em terra misturada de folhas seccas de bambú, de Manguinhos, Rio de Janeiro, 11. G. unica SELLNICK, N. Sp. Parda. Cephalothorax finamente estriado, dorso do abdomen e ptero- morphas pontilhados. Rostrum um pouco prolongado com a ponta arre- dondada. Pellos rostraes finos; pellos lamellares tambem finos, um pouco distantes da lamella. Pellos interlamellares sómente indicados pelos seus pontos d'origem. Orgão pseudo-estigmatico clavi-forme, curto; clavella aspera, mais ou menos da metade do comprimento do orgão inteiro. Não existe separação entre o cephalothorax e o abdomen. Pteromorpha com pseudo-fissura e ponto capillar. Area porosa anterior muito pequena, re- donda. A. p. adalaris um pouco mais comprida do que larga, transversal. Uma mesonotica e uma posterior de quasi a mesma largura da adalaris, porém mais arredondadas. Entre as mesonoticas encontra-se no meio do dorso um poro punctiforme. Postanalis pequena. Parda. Cephalothorax finamente estriado, dorso do abdomen e pte- romorpha pontilhados. Parece que a pontilhação se acha dentro do casco, não na sua superficie, como em Sticlozetes. Rostrum um pouco prolongado com ponta arredondada. Pellos rostraes finos; pellos lamellares tambem finos, um pouco distantes da lamella. Pellos interlamellares só indicados pelos seus pontos d'origem. Os orgãos pseudo-estigmaticos são curtos e clavelliformes. O clavello é aspero e tem mais ou menos a metade do comprimento do orgão inteiro, que é recurvado para traz. Não ha separação entre o cephalothorax e o abdomen. As pteromorphas mostram uma pseudo-fissura e em frente della um ponto capillar. Algumas veias claras são indicadas. Perto da margem enxergam-se fendas radiaes. A circumferencia é bem emarginada. Area porosa anterior muito pequena, redonda. A. p. adalaris um pouco mais comprida do que larga, transversal. A sua distancia da pteromorpha é um pouco maior do que o seu com- primento. Uma a. p. mesonotica e uma posterior de tamanho quasi egual e de largura da adalaris, porém mais arredondadas. Do lado exterior, antes e atraz da mesonotica, encontram-se fissuras no numero de um. No meio do dorso acha-se um poro punctiforme. A. p. postanalis pequena. Apodemata Ie II quasi do mesmo comprimento, um pouco divergentes; Hl um pouco mais curto, perto de Il e curvado para traz da metade deste. Comprimento 0,520 mm., largura 0,380 mm. Provém da mesma localidade como a especie precedente. Um especimen. FIGURAS Fig. I. Galumna austraiis Berlese; Face dorsal. x 100, 1. Cephalothorax ; 2. Rostrum » 3. Pellos rostraes ; 4. Lamella ; 5. Pellos lamellares; 6. Pellos interlamellares ; 7. Area porosa anterior; 8. Orgão pseudo-estigmatico ; 9. Pteromorpha; 10. Pseudo-fissura; 11. Abdomen ; 12. Area porosa adalaris. 13. Area porosae mesonotica ; 14. Fissuras; 15. Area porosa posterior; 16. Pontos de origem de musculos ; 17. Ponto capillar. Fig. 2. Galumna australis Berlese. Face ventral, sem pteromorphas. x 100, 18. Maxilla ; 19. Hypostomo ; 20. Apodemata I-III; - Abertura genital; 22. Abertura anal. 23. Area porosa postanalis. Fig. 3-11 são os cascos dorsaes das especies seguintes : Fig. 3. Galumna egregia Sellnick. x 60. bo ma Fig. 4 » pusilla Sellnick x 220. Fio: 5 » clericatus Berlese x 49. Fig. 6. » numerosa Sellnick. x 165. FR f, » brasiliensis Sellnick. x 100. Fig. 8 » unica Sellnick. x 165. Fig. 9. Stictozetes aqualis Sellnick. x 130. Fig. 10. Galumnella secunda Sellnick. x 130. Fig. 11. Neoribates foraminiferus Sellnick. x 79. Fig. 12-21 são as pteromorphas das especies seguintes : Fig. 12. Galumna australis Berlese. x 100. Fig. 13. » egregia Sellnick. x 100. Fig. 14. » pusilla Sellnick. x 175. ag, 45, » clericatus Berlese. x 60. Fig: 16. » numerosa Selinick. x 520. Ru ls > brasiliensis Sellnick. x 130. Fig. 18. » unica Sellnick. x 130. Fig. 19. Stictozetes aqualis Sellnick. x 155. Fig. 20. Galumnella secunda Selinick. x 130. Fig. 21. Neoribates foraminiferus Selinick. x 100. Fig. 22-31 são os rostros das especies seguintes: io. 22. Galumna australis Berlese. x 275. ; Fig Fig Fig Fig. 25. > clericatus Berlese. X 110. Fig. 26. » numerosa Sellnick. x 410. Fig. 27. » brasiliensis Sellnick. x 250. Fig. 28. > unica Sellnick. x 250. Fig. 29. Stictozetes squalis Sellnick. x 250. Fig. 30. Galumnella secunda sa an ig. 31. ibates foraminiferus Sellnick. Cas Fa E diet dd orgãos pseudo-estignaticos das especies seguintes : Fig. 32. Galumna australis Berlese. X 410. 300 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV . 33. Galumna egregia Sellnick. x 250. 34. pusilla Sellnick. x 410. a » clericatus Berl. 250. gi 5 » numerosa Selinick. x 410. Pio É » brasiliensis Sellnick. x 275. Pago » unica Sellnick. x 275. . 39. Stictozetes aqualis Sellnick. x 259. . 4). Galumnella secunda Sellnick. x 320. . 41. Neoribates foraminiferus Sellnick. x 250. E var. fulvus Sellnick. x 250. 43 ; li de irei secunda Sellnick. x 250. . 44, Fissura adalaris de Neoribates foraminiferus Sellnick. x 250. ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV ad bc — «SEE q EA GR 1 tag SAE SS da AME PT

» vumica Sellnick. X 100. Fig. 9. Stictozetes aqualis Sellnick. x 105. Fig. 10. Galumnella secunda Sellnick, x 130. Fig. 11. Neoribates foraminiferus Sellnick. x 79. Fig. 12-21 sind die Pteromorphen folgender Arten: Fig. 12. Galumna australis Berlese. x 100. Fig. 13, » egregia Sellnick. x 100. Fig. 14. » pusilla Sellnick. x 275. PME AO, » clericatus Berlese. x 60. Fig. 16. - » numerosa Sellnick. x 250. Pig 17: » mens SelInick. x 139. Fig. 18. ica Sellnick. x 130. Fig. 19. Sidiedts equal Selinick. x 165. Fig. 20. Galumnella secunda Sellnick. x 130. Fig. 21. Neoribates foraminiferus Sellnick. x 109. Fig. 22-31 sind die Rostren folgender Arten: Fig. 22. Galumna australis Berlese. x 275. Fig. 23. » — egregia Sellnick. x 265 Fig. 24. » pusilla Sellnick. x 550 Fig. 25; » clericatus Berlese. x 110 Fig. 2.. » numerosa Sellnick. x 410 Fig. 27.» brasiliensis Sellnick. x 250. Fig. 28. unica Sellnick. x 250. 29 Suletoretei aequalis Sellnick. x 250. Fiz. 3). Galumnella secunda Sellnick. x 410. Fig. 31. Neoribates foraminiferus Sellnick. x 250. Fig. 32-42 sind die pseudostigmatischen Organe folgender Arten: Fig. 32. Galumna australis Berlese. X 410. Fig. 33. » — egregia Sellnick. x 250. ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV Fig. 34. Galummsa pusilla Sellnick. x 410. 200. » clericatus Sellnick. x 250. >» numerosa Sellnick. x 410. > brasiliensis Sellnick. x 275. » unica Selinick. x 975. - Stictozetes aequalis Sellnick. x 250. - Galumnella secunda Sellnick, x 330. - Neoribates foraminiferus Sellnick. x 250. » » var. fulvus Sellnick. x 250. - Mandibel von Galumnella secunda Sellnick. x 250. - Adalarspalte von Neoribates foraminiferus Sellnick. x 250, CONTRIBUIÇÃO PARA O CONHECIMENTO DOS FHORIDEOS DO BRASIL. (PHORIDAE-DIPTERA) POR Thomaz Borgmeier, O, F. M. Membro effectivo e fundador da Sociedade Entomologica do Brasil EE < 41 CONTRIBUIÇÃO PARA O CONHECIMENTO DOS PHORIDEOS DO BRASIL (PHORIDAE-DIPTERA) POR THOMAZ BORGMEIER, O. F. M. Em trabalho feito em collaboração com o conhecido especialista da fa- milia dos Phorideos, o Rev. P. HeRrMaNN Scumtrz S. J. (Valkenburg, Hollanda), já tive occasião de descrever um genero novo e varias especies novas de Phorideos brasileiros, entre as quaes algumas myrmecophilas de alto interesse biologico. (1) ad | No presente trabalho contintúo a descripção do material existente em minha collecção e proveniente, em sua maior parte, de Petropolis. Das especies aqui descriptas cinco (do genero Dohrniphora Dahl) são termito- Reel e duas (do genero Ecitoptera BoraMEIER et ScHMITZ) são myrmeco- phulas. a Genero DOHRNIPHORA, Dar DOHRNIPHORA INTRUSA n. sp.oq Visinha de D. curvispinosa Boram. (2), faltando porém os dois es- pinhos curvados, caracteristicos, nas tibias anteriores, e differindo além disso dessa. especie pelo numero das placas tergitaes do abdomen como por outros caracteres. | a a da Cabeça de tamanho normal, preta, com o epistoma um pouco mais claro. Fronte anteriormente prolongada, mais ou menos tão larga como comprida no meio, ligeiramente abahulada, brilhante, com pubescencia es- parsa, duas cerdas postantennaes e tres fileiras a quatro cerdas. A primeira fileira é ligeiramente convexa para diante, distando as suas cerdas inte- riores um pouco mais que o duplo entre si do que das exteriores; a dis- tancia dessas das interiores é mais ou menos igual á da margem ocular. (1) Beitrãg zur Kenntnis der Phoriden Brasiliens, Zeitschr. d. Deutschen Ver, f. Wiss. u. Kunst, S. Paulo, 1923 (no prelo). (2) Uma nova especie termitophila de Dohrniphora Dahl, Rev. Mus. Paul. vol. XII, pag. 1213-1224. 324 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV As cerdas da segunda fileira são quasi equidistantes. A distancia entre as cerdas exteriores e interiores da fileira vertical é mais ou menos vez e meia maior do que a das interiores entre si. Além disso duas cerdas que se inserem nas bochechas (malae) e uma cerda genal, menor. Olhos de tamanho normal, com fina pubescencia e cilios curtos. Terceiro articulo antennal de tamanho normal, de côr pardo-vermelha; arista dorsal, pardo-escura, bastante comprida e distinctamente pubescente. Palpos côr de laranja, sendo a sua forma, chaetotaxe é pubescencia como em curvispinosa. Tromba geniculada, amarello-avermelhada, delgada, sua parte distal ligei- ramente curvada e approximadamente do cumprimento da coxa anterior. Thoraa preto, brilhante, com pubescencia densamente agrupada que se torna um pouco mais comprida. deante do escutello; e com duas cerdas dorsocentracs, finas. Escutello mais que duas vezes mais largo do que comprido, preto-mate, finamente coriaceo, com quatro cerdas, sendo. as posteriores approximadamente tres vezes mais compridas do que as an- teriores. Pleuras inclusive as coxas medias de côr preta ; essas ultimas, bem como as esterno-pleuras fortemente brilhantes. Propleuras com uma ceria do comprimento das cerdas frontaes, dirigida para cima, inserindo-se no meio da borda posterior ; mesopleuras só com poucos pellos atraz do es- tigma prothoracal, aliás desnudadas. E | «o Abdomen em material de alcool de côr cinzenta, em exemplares seccados de côr preta, com seis placas tergitaes pretas no 1-6 segmentos. 1. tergito não abreviado nos lados. Tergitos 2-5 progressivamente estrei- tados, trapeziformes ; 6. tergito pequeno, triangular, com a ponta dirigida para traz. 7, segmento lateralmente com uma placa chitinosa de forma oval, 8. segmento na região dorsal com uma interrupção membranosa, o resto chitinisado. Os dois segmentos seguintes são dorsalmente represen- tados por uma placa chitinosa microscopicamente pequena, de côr amarel. lada ; na plaquinha do 10. segmento se inserem dois pellos finos e hirtos. Apophyses genitaes (cerci) indistinctamente destacadas. Patas amarellas, sómente as coxas medias pretas, as bordas dorsaes dos femures posteriores, bem como em parte as suas faces anteriores e posteriores na metade distal, de côr parda-escura. Tibias anteriores com 4-5 cerdas isoladas. Geralmente só ha, 4, das quaes as duas superiores, que se inserem na metade basal, são as mais compridas. Na face poste- Sa flanqueadas no lado dorsal por 3-4 cerdinhas. Na face ventral um esporão THOMAZ BORGMEIER, O. F. M.— PHORIDEOS DO BRASIL 325 terminal comprido, além disso algumas agulhetas terminaes. Tibia pos- terior desprovida de cerdas isoladas, na borda dorsal com uma fileira completa de pellos finos, na face postero-dorsal com 11 cilios finos ; além disso 2 esporões terminaes desiguaes na face ventral, e 1 esporão na face dorsal. 7 Azas com ligeiros matizes amarellos, borda anterior (a partir da extremidade costal) e ponta mais escuras, nervuras de côr parda. Ner- vura; costal um pouco mais comprida do que a metade da aza (= 0, 54 do comprimento da aza), com cilios muito. curtos. Nervura humeral transversal distincta, nervura mediastinal rudimentar. 1. nervura longi- tudinal dobrada no meio, a-segunda metade um pouco mais grossa do que a primeira. 3. nervura até a bifurcação pouco -curvada, quasi recta, na extremidade distal mui ligeiramente engrossada em: forma de botão. Bifurcação de angulo agudo. 4. neryura com concavidade ante- rior. 6. nervura não attingindo a orla da aza. 7. nervura muitô obli- terada. Em lugar da alula 1 pello ciliado. Balancins amarellos. Comprimento total 2, 2-2.8 mm. CEU Ées 4 Capturei em Petropolis, em fins de Fevereiro e principios de Novembro de 1922, numerosas q 9 em ninhos de Calotermes (castaneus Hag. ?) e Eutermes sp. As q q penetram nos ninhos 'dos cupins (troncos ôcos), provavelmente para nelles depositar os seus ovos. Typos em minha collecção. DOHRNIPHORA HEPTACANTHA n. SP. q Cabeça de tamanho normal. Fronté pardo-escura, borda anterior um pouco mais clara, mate ou ligeiramente brilhante, anteriormente prolongada, formando um pentagono distincto, fracamente abahulada, só um pouco menos larga do que comprida no meio (13:15), com pubes- cencia escassa, 2 cerdas postantennas e 3 fileiras a 4 cerdas. 1. fileira quasi recta, distancia das cerdas entre si e da margem ocular : como em intrusa. 2. fileira um pouco concava: A distancia entre as cerdas exteriores e interiores da fileira vertical é mais ou menos duas vezes maior - do que a das interiores entre si. Olhos de tamanhó normal, com cilios curtos. Regiões genaes de côr amarello-ocracea. 1 cerda genal e duas cerdas divergentes que se inserem nas bochechas (malae), como sempre em Dohrniphora. 3. articulo antennal pardo-vermelho, com a ponta apical um pouco escurecida; arista dorsal, pardo-escura, finamente pubescente, comprida. Tromba vermelho-ferruginosa, genicu- lada, segmento terminal bastante volumoso. Palpos ocraceos, achatados 326 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV no sentido dorsoventral, com 5 cerdas na borda anterior e lateral, das quaes (a partir da ponta apical) 1, 3e 5 são dirigidas para cima, 2 e k para baixo, borda lateral com alguns pellos finos, face inferior des- nudada, só perto da borda anterior alguns pellos. É Thorax pardo-ferruginoso, angulos anteriores e bordas lateraes um pouco mais claras, região dorsal com tres fracas estrias longitudinaes de côr parda. A pubescencia se torna um pouco mais comprida deante do escutello. A distancia das duas cerdas dorsocentraes é um pouco maior do que a das cerdas posteriores do escutello. Escutello um pouco escurecido no meio, borda posterior e angulos lateraes mais claros; quasi tres vezes tão largo como comprido no meio; as cerdas anteriores são só um pouco menos compridas do que as posteriores. Propleuras cobertas de pellos, mo meio da borda posterior com 1 cerda dirigida para cima. Mesopleuras amarellas, no terço superior cobertas de pellos. Abdomen pardo-escuro, ventre amarello até o 5. segmento, com d placas tergitaes desenvolvidas. 1. tergito ocraceo, na metade basal um pouco mais claro, nos angulos lateraes posteriormente com uma tarja fina amarella. Tergitos 2-5 progressivamente estreitados para traz, trapeziformes, de côr preta, mate, borda anterior e posterior com tarja vermelho-amarellada. Ventritos 3-5 com grupos de pellos. Segmento 7 lateralmente com placa chitinosa. Segmento 10 na região dorsal com 2 pellos compridos, hirtos; tal pello tambem se encontra em cada uma das apophyses genitaes, que são indistinctamente destacadas. Patas amarellas, sómente os femures posteriores com a extremidade distal pardacenta. Tibia anterior com 7 cerdas isoladas de comprimento diverso; a superior, um pouco distante das demais, se insere geralmente no fim do 1. quarto ou terço da tibia; as outras 6 se acham, com distancias desiguaes, na metade distal ou tambem nos ultimos 3 quintos da tibia; a ultima cerdinha subapical é um pouco curvada ; além disso na face posterior uma fileira de 10 finos cilios. Tibias medias com um par de cerdas perto da base ; na face dorsal com uma fileira de pellos que se extendem desde a base até mais ou menos a extremidade do 5, sexto da tibia; 1 cerdinha subapical na face anterior e 1 esporão terminal comprido na face ventral, além disso tres cerdinhas terminaes: 1 anteroventral, 1 posteroventral e 1 postero- dorsal. Femures posteriores fortemente dilatados. Tibias posteriores com uma fileira completa de pellos de paliçada na borda dorsal; na face poste- rodorsal se acham cerca de 11 cilios fracos, na face anterodorsal uma fileira de 14-15 cerdinhas fracas; 1 esporão terminal na face dorsal e 2 esporões terminaes na face ventral. Azas (Fig. 1) com matizes pardo- amarellados, borda anterior e ponta escurecidas. Comprimento = 3, 4 mm, largura = 1,4 mm. Nervura costal só THOMAZ BORGMEIER, O. F. M.— PHORIDEOS DO BRASIL 327 muito pouco mais comprida do que a metade da aza, sendo à proporção de suas divisões mais ou menos=831:7:2 '/2, com cilios curtos. Nervura mediastinal fortemente reduzida. 1. mnervura longitudinal um pouco atraz do meio branda- mente recurvada para a costal. 3. nervura um pouco mais grossa do que a nervura costal, forquilhada, bifurcação de angulo agudo, com o ramo posterior na extremidade um pouco engrossado em forma de botão. 4. nervura longitudinal nascendo na bifurcação, com ligeira conca- vidade anterior. 7. nervura longitudinal na 1. metade indistincta, na 2. metade mais distincta, terminando immediatamente antes da orla da aza. Em lugar da alula 1 pello ciliado. Balancins amarellos. Comprimento total 3,8 mm. 1227. II. 1922 num ninho de Calotermes (castaneus Hag. 9); 229 31. X. e 1. XI. 1922 num ninho de Eutermes sp. Petropolis, Borgmeier leg. Biologia como de D. intrusa. j Typos em minha collecção. Nora : O nome especifico heptacantha foi escolhido por causa das cerdas isoladas da tibia anterior, que nessa especie geralmente se encontram em numero de sete. Fig. 1 — Dohrniphora heptacantha n. sp. Q, aza. DOHRNIPHORA FUSCICOXA n. sp. 2d Esta especie nova é bastante parecida com D. heptacantha, da qual porém differe pelo armamento das tibias anteriores, pelas coxas medias pardas como por outros caracteres. Femeas. — Cabeça em todos os caracteres como a de heptacantha, só- mente o 3. articulo antennal é um pouco menor, os palpos são vermelho- amarellos e na face inferior quasi pela metade cobertos de pellos ; tambem a tromba é um pouco mais delgada. A largura da fronte anteriormente ce o seu comprimento estão na proporção de 11: 13. Thoras pardo-ferruginoso, faltando as estrias longitudinaes de Aepta- cantha; escutello um pouco mais escuro. A metade superior das meso- pleuras escurecida, o terço superior coberto de pellos. Esternopleuras ama- rellas. O resto como em heptacantha. 328 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL -- VOL. XXIV Abdomen pardo-escuro, ventre sujo-amarello, com 6 placas tergitaes. 1. tergito ocraceo, nos angulos lateraes posteriormente com uma mancha pardo-escura. Tergitos 2-5 como em heptacantha ; a tarja vermelho-amarella nas bordas anteriores e posteriores varia nos diversos individuos, sendo ás vezes muito fina, mas geralmente bastante distincta; a tarja anterior do 2. tergito é particularmente larga. 6. tergito triangular, com a ponta obtusa, dirigida para traz, sendo o seu comprimento mais ou menos 1/4 do compri- mento do 6. segmento. Ventritos 3-5 com grupos de pellos finos. 6. segmento. com pubescencia esparsa na face dorsal e ventral; na borda posterior dos ventritos 5 e 6 se inserem algumas cerdas. Segmentos 7 e 8na face lateral com uma placa chitinosa mais ou menos oval; a plaquinha do 7. segmento é pardo-escura, a do 8. um pouco mais clara. Apophyses genitaes indistin- ctamente destacadas. Patas amarellas, sómente as coxas medias pardo-escuras, e as bordas dorsaes e pontas distaes dos femures posteriores um tanto escurecidas. O numero das cerdas isoladas nas tibias anteriores varia no mesmo individuo entre 4 e 6; geralmente ha 4, cujos pontos de inserção porém não são cons: tantes; na face posterior se encontram cerca de 10 cilios fracos. A fileira de pellos, de trajecto um pouco curvilineo, na borda dorsal das tibias medias se extende mais ou menos desde a base até a extremidade do 2. terço da tibia. Além do par de cerdas perto da base, ha 1 esporão terminal comprido, de cada lado do qual se acha uma cerdinha anteroventral e uma postero- ventral; além disso, 1 cerdinha subapical na face anterior. Tibias posteriores exactamente como em heptacantha, as cerdas são só relativamente máis fracas. : E o | Azas tingidas de amarello, borda anterior e ponta um pouco escure- cidas. As nervuras são pardacentas, mas não se destacam tão nitidamente como em heptacantha. Nervura costal =0,49-0,48 do comprimento da aza sendo a proporção das suas divisões mais ou menos = 3:4:27, com cilios curtos. 4. nervura longitudinal com concavidade anterior. Em lugar da alula 1 pello ciliado. Balancins amarelos. . pico a Comprimento total 3,2 mm. nc MacHo. — 3. articulo antennal um pouco mais grosso do que o da fémea, de côr vermelho-pardacenta, a metade superior um pouco mais escura. Tromba curta e delgada. Abdomen com 6 placas tergitaes normaes, de côr preto-mate ou pardo-ennegrecida, a primeira geralmente um pouco mais clara. Todos os tergitos com tarja amarella na borda posterior. Na borda anterior do 2. tergito uma tarja amarella, que ás vezes tambem se torna vi- sivel nos tergitos 3-5. Tergito 2 um pouco mais curto do que 6, 3-5 approxi- madamente do mesmo comprimento. Torquez direita do hypopygidio com um pello (ou cerda) perto da ponta posterior, A chactotaxe das tibias ante- THOMAZ BORGMEIER, O. F. M.— PHORIDEOS DO RRASIL 329 riores varia. Femures posteriores na face posterior com cerca de 26 agulhetas curtas, à semelhança de cerdas. Taes agulhetas foram descriptas por Scnmirz em D. voraz. (1) Os demais caracteres como na femea. Comprimento total cerca de 3 mm. 2) ? ?(conservadas em alcool) Fev. 1922 num ninho de Calotermes (castaneus Hag.?); 26 ? ? (preparadas a secco) Out. e Nov. 1922 num ninho de Eutermes sp. Petropolis, Borgmeier leg. Além disso 10 & &, Borg- meier e B. Ronchi leg.; um dos machos foi capturado perto de uma casa de cupins, os outros foram apanhados com a rêde. Typos em minha collecção, coty pos na collecção de Schmitz. DOHRNIPHORA ANTEROSPINALIS n. sp. q q A existencia de cerdas anteroventraes nas tibias posteriores faz esta especie pertencer ao grupo de D. concinna Ma. , Crassicornis Me., pa- chycera Scmm., dudai ScHm. 2) FEMEA. aaa de tamanho normal. Fronte pardo-escura, borda an- terior um pouco mais clara, mate, anteriormente um pouco prolongada, Ii geiramente abahulada, um pouco menos larga do que comprida no meio (6:7), aos lados um pouco mais curta do que larga (5:6), com pubescencia escassa, 2 cerdas postantennaes e 3 fileiras a 4 cerdas. As cerdas da 1..fi- leira se acham quasi no mesmo nivel, sendo a distancia das cerdas interiores entre si mais ou menos 1 '/, vezes maior do que das exteriores; essas distam tanto das interiores como da margem ocular. As cerdas da 2. fileira quasi equidistantes, 2. fileira um pouco concava. A distancia entre as cerdas ex- teriores e interiores da fileira vertical é mais ou menos duas vezes maior do que a das interiores entre si. 2 cerdas divergentes que se inserem nas bo- chechas e 1 cerda genal menor. Olhos de tamanho normal, pretos, com cilios curtos. Região genal ocracea, epistoma pardo-ferruginoso. 3. articulo antennal bastante pequeno, globular, vermelho-pardacento; arista dorsal, bastante comprida, pardo-escura e finamente pubescente. Tromba amarello- ferruginosa, geniculada, sua parte distal não attingindo o comprimento da coxa anterior. Palpos côr de laranja, forma e chaetotaxe como em heptacan- tha; sua borda lateral exterior com alguns pellos, a face NPR NAA só com poucos pellos miudos esparsos. ) Neue Beitráge zur Kenntnis der myrmecophilen und termitophilen Phoriden, Wien Ent. ( Zeit., vol. XXXIV (1915) p. 319. (2) Cfr Schmitz, Die Phoriden von Hollândisch Limburg, IV, Teil, Jaarbock Natuurhist. Ge- pe Limburg, 1919, p. 99, 42 330 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIV Thorax pardo-ferruginoso, ligeiramente brilhante, com pubescencia densamente agrupada, que se torna um pouco mais comprida deante do es- cutello. 2 cerdas dorsocentraes. Escutello anteriormente mais ou menos 3 vezes tão largo como comprido no meio, finamente coriaceo, mate ou pouco brilhante, com 4 cerdas, sendo as posteriores mais ou menos duas vezes mais compridas do que as anteriores. Sutura dorsopleural incompleta. Pro- pleuras no meio da borda posterior com 1 cerda dirigida para cima. O terço superior das mesopleuras coberto de pellos finos, os dois terços superiores um tanto escurecidos, o terço inferior, como as demais partes lateraes do thorax, amarello. Abdomen pardo, ventre amarello, com 9 placas tergitaes. 1. tergito não abreviado nos lados, na borda posterior com uma fina tarja amarela, Tergitos 2-5 progressivamente estreitados para traz, trapeziformes. No 2. tergito uma região grande triangular de côr amarella, cuja base é formada pela borda anterior e cuja ponta se acha no meio da borda posterior ; o resto preto-mate ; borda posterior com tarja vermelho-amarellada. Tergitos 3-6 de côr preta, 3-4 nas bordas anterior e posterior, 5 só na borda anterior com tarja amarella ; 3-4 além disso com uma pequena mancha amarella no meio da borda anterior e posterior, apparentando quasi uma estria longitudinal amarella. Pubescencia muito escassa. Ventritos 5 e 6 com algumas cerdinhas perto da margem posterior. Segmentos 7-9 retrahidos. No 10. tergito se acham 2 pellos hirtos; tal pello se encontra tambem em cada uma das apophyses genitaes, indistinctamente destacadas. | Patas amarellas, sómente a borda dorsal dos femures posteriores par- dacenta. Tibia anterior com 4 cerdas isoladas quasi equidistantes, a 2. cerda se acha mais ou menos no meio da tibia, a cerda subapical é geralmente um pouco menor do que as precedentes que são do mesmo comprimento; na face posterior se encontra uma fileira de 11 cilios. Tibia media com um par de cerdas perto da base e uma fileira dorsal de pellos de paliçada, que se ex- tende desde a base até a extremidade do 2, terço da tibia; em seguida 6 pentes transversaes, flanqueadas de cada lado por 3-4 cerdinhas; 1 cerda subapical na face anterior, 1 esporão terminal comprido na face ventral, de cada lado do qual se acha uma curta cerdinha terminal. Femures poste- riores dilatados. Tibia posterior com 3-5 cerdas isoladas anteroventraes de comprimento diverso nos 1.-3. quintos da tibia; cerdas anterodorsaes faltam; na borda dorsalse acha uma fileira com pleta de pellos, na face posterodorsal uma serie de 12 cilios; 1 esporão terminal na face ventral, de cada lado uma cerda terminal, e, além disso, algumas agulhetas terminaes. Ara com matizes amarellos, borda anterior e ponta escurecidas, ner- vação parda. Nervura costal mais ou menos igual á metade da aza, com cilios curtos, sendo à proporção de suas divisões mais ou menos = 91: 5:2. TIIOMAZ BORGMEIER, O. F. M,— PHORIDEOS DO BRASIL 331 Nervura humeral transversal distincta, nervura mediastinal rudimentar. 8. nervura longitudinal com bifurcação de angulo agudo, ramo posterior com a extremidade ligeiramente engrossada em forma de botão. Das demais ner- vuras longitudinaes nenhuma attinge bem a orla da aza. 4. nervura com ligeira concavidade anterior. 7. nervura indistincta. Em lugar da alula 1 pello ciliado. Balancins amarellos. Comprimento total 32 mm. MacHo. — Fronte anteriormente não tanto prolongada como na femea, quasi tão larga como comprida no meio. 1. fileira de cerdas frontaes com ligeira convexidade anterior, sendo a distancia das cerdas interiores entre si mais ou menos o duplo das exteriores. 3. articulo antennal approxima- damente duas vezes maior do que o da femea, pardo-escuro. Palpos bastante delgados. A 2. cerda na borda anterior (a partir da extremidade apical) é bastante curta, a 4. é a maior de todas. Tromba curta. Ventre amarello.1. tergito ocraceo. 2. tergito na metade basal com uma região amarella semi- circular. Tergitos 2-5 com tarja amarella, no mais todos os tergitos de côr preta, sómente no meio com estria longitudinal amarella, que ás vezes tambem se torna visivel no 6. tergito. Torquez direita do hypopygidio pe- quena, na borda posterior com 1 pello comprido e 1 menos comprido. Torquez esquerda dividida por uma incisão em dois lobos, superior e in- ferior. Cilios posterodorsaes da tibia posterior muito fracos, Femures pos- teriores na face posterior perto da base com um grupo de cerca de 20 agulhetas, á semelhança de cerdinhas. Nervura costal do comprimento da metade da aza ou só um pouquinho mais curta. Comprimento total 3 mm. Petropolis: 1 q 29. II. 1922 num ninho de Calotermes (castaneus Hag. 2); 29 & 31. X. 1922 num ninho de Eutermes sp. Além disso 999:0 primeiro & foi encontrado por mim perto de um ninho de Eutermes Sp.; Os outros foram apanhados por Frei Benedicto Ronchi no correr do anno 1922 com a rêde. Biologia como de intrusa. - 'Typos em minha collecção, cotypos na collecção de Schmitz. DOHRNIPHORA LUTEIFRONS n. sp. 49 MacHo — Cabeça de tamanho normal. Fronte mais ou menos de um amarello ocraceo, na região ocellar mais escura, ligeiramente brilhante, um pouco menos larga do que comprida no meio (10:11), anteriormente um pouco prolongada, com pubescencia escassa. Fóra das 2 cerdas postanten- naes ha 3 fileiras a 4 cerdas. 1. fileira ligeiramente convexa,; distancia das cerdas entre si e da margem ocular como em heptacantha. 2. fileira um 332 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV pouco concava, suas cerdas quasi equidistantes. Distancia das cerdas da fi- leira vertical como em heptacantha. Foveas antennaes amarellas. 3. artículo antennal amarello-ferruginoso : arista dorsal, de comprimento normal, distinctamente pubescente. Palpos amarellos, bastante curtos e delgados, na borda anterior com 6 cerdas de comprimento diverso, na borda lateral com pellos. Tromba curta e delgada. Thorax pardo-ferruginoso, ligeiramente brilhante, com pubescencia densamente agrupada, que se torna um pouco mais comprida deante do escutello. As duas cerdas dorsocentraes finas distam tanto entre si como as cerdas posteriores do escutello. Escutello amarello, finamente coriaceo, fracamente brilhante, anteriormente mais ou menos tres vezes mais largo do que comprido no meio, com 4 cerdas; as anteriores são fracas e não attingem bem a metade do comprimento das posteriores. Pleuras amarellas, propleuras na borda posterior com 1 cerda dirigida para cima do comprimento das cerdas frontaes. O terço superior das mesopleuras coberto de pellos; entretanto a pubescencia não se extende até a borda posterior. Abdomen com o ventre amarello e 6 normaes placas tergitaes. Todos os tergitos na borda posterior com uma tarja amarella. Tergito 1 ocraceo, 2-6 no meio com uma larga estria longitudinal amarella, nas regiões lateraes de côr preto-mate (em material de alcool pardo-escura). Tergito 2 mais ou menos tão comprido como 6, tambem 3-5 entre si quasi do mesmo comprimento. Ventritos 4 e 5 com grupos de pellos. Torquez direita do hypopygidio com 6 pellos semelhantes a cerdas, dos quaes ha um inclinado para a mediana do corpo que dá particularmente na vista. Torquez esquerda não bipartida, com dois pellos menores e um mais comprido. Patas amarellas, a borda dorsal dos femures posteriores um tanto escurecida. Tibia anterior na face dorsal com 45 cerdas, cujos pontos de inserção variam; a 2. se acha geralmente no meio da tibia, a 1. na extre- midade do primeiro quarto. Além disso, na face posterior cerca de 10 cilios fracos. Tarsos anteriores e pulvilhos bastante bem desenvolvidos. Tibia media na face dorsal com uma fileira de pellinhos de trajecto curvilineo, que se extende desde a base até a extremidade do 3. quarto da tibia. Em seguida 7 pentes transversaes na face anterodorsal. Fóra do par de cerdas perto da base ha 1 esporão terminal comprido na face ventral, 1 cerdinha subapical na face anterior e algumas agulhetas terminaes. Femures poste- riores fortemente dilatados; na face posterior perto da base um grupo de 13-15 agulhetas curtas, densamente agrupadas. Tibia posterior na face dorsal com uma fileira completa de pellinhos de paliçada e cerca de 11 cilios posterodorsaes, fracos. 1 esporão terminal curto na face ventral e outro THOMAZ BORGMEIER, O. F. M.— PHORIDEOS DO BRASIL 333 ainda mais curto na face dorsal; além disso 1 pequena cerdinha terminal na face anteroventral. Aza (Fig. 2) com matizes amarello-pardacentos, nervação pardacenta. Nervura costal um pouco mais curta do que a metade da aza (0,48), com cilios muito curtos. Nervura humeral transversal distincta, nervura mediastinal rudimentar. Bifurcação de angulo muito agudo, ramo pos- terior com a extremidade muito pouco espessada em forma de botão. 4. nervura longitudinal com ligeira concavidade anterior, nascendo na bifurcação, Fig. 2 — Dohrniphora luteifrons n. sp. q), aza. principio obliterado. 5. nervura approximadamente recta. 7. nervura pouco distincta, termi- nando um pouco antes da orla da aza. Em lugar da alula 1 pello ciliado. Balancins amarellos. Comprimento total cerca de 3 mm. Femes — Fronte geralmente mais escura do que no macho, parti- cularmente na metade posterior; anteriormente prolongada, formando um pentagono distincto. 3. articulo antennal menor do que no macho, arista | um pouco mais comprida. Palpos achatados no sentido dorso-ventral. Tromba geniculada, comprida e delgada. Pleuras amarellas. Abdomen provavelmente só com 5 placas tergitaes. 1. tergito ocraceo. Tergitos 2-5 de côr preto-mate, posteriormente com tarja amarella, no meio com estria longitudinal amarello-vermelha. 2. tergito com a borda anterior amarella. Tergitos 3-5 progressivamente estreitados para traz, trape- ziformes. Ventre amarello. Apophyses genitaes pequenas, indistinctamente destacadas. Côr e chaetotaxe das patas, bem como os demais caracteres como no macho. Comprimento cerca de 3 mm. 10 4º, Borgmeier e B. Ronchi leg. X-XII. 22, Petropolis. Além disso, 329, Borgmeier leg. 1. XI. 1922, num ninho de Eutermes sp.; 22? Ronchi leg. 20. XI. e 23. XII. 22 (com a rêde). Biologia das femeas como de intrusa . Typos em minha colleeção, cotypos na colleeção de Schmitz. Nora — Caracter distinctivo de grande importancia para reconhecer a especie é o comprimento da fileira de pellinhos na face dorsal da tibia media. 334 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV DOHRNIPHORA IMPRESSA n. sp. qy Uma especie da visinhança de D. florea Fasr. MacHo — Cabeça preta. Fronte brilhante, com ponteação esparsa, anteriormente prolongada e alargada, em diante tão larga como comprida no meio, com 2 cerdas postantennaes e 3 fileiras a 4 cerdas bastante compridas. 1. fileira ligeiramente convexa, distancia das cerdas entre si e da margem ocular como em heptacantha. 2. fileira ligeiramente concava, suas cerdas approximadamente equidistantes. A distancia entre as cerdas exteriores e interiores da fileira vertical pouco menos do que duas vezes maior que a das interiores entre si. 2 cerdas divergentes que se inserem nas bochechas (malae), e 1 cerda genal menor. 3. ar- ticulo das antennas relativamente pequeno, pardo-ferruginoso, metade su- perior um pouco mais escura; arista dorsal parda, comprida, finamente pubescente. Palpos amarello-vermelhos, achatados no sentido dorsoventral, com pubescencia nas bordas anterior e lateral e em parte tambem na face inferior ; anteriormente com 7 cerdas, das quaes 4 são dirigidas para cima e 3 para baixo; a primeira, que se insere na extremidade apical, é a mais comprida. Tromba vermelho-ferruginosa, curta e ra Thorax, inclusive as pleuras, preto, hgeiramente brilhante, com pubescencia densamente agrupada, que diante do escutello não se torna, sensivelmente mais comprida. Sutura promesothoracal distincta. Pronoto perto da margem posterior com 1 cerda dirigida para traz e ao mesmo tempo um pouco para os lados. 2 cerdas dorsocentraes, entre as quaes se inserem algumas cerdinhas finas. Escutello preto, finamente chagrinado, mate, borda anterior e posterior quasi parallelas, em diante mais ou menos tres vezes mais largo do que comprido no meio, com 4 cerdas, das quaes as posteriores são 2-3 vezes maiores do que as anteriores. Pro- pleuras separadas do pronoto por uma sutura distincta, pubescentes, com 2 cerdas dirigidas para cima; uma dellas se insere mais ou menos no meio da borda posterior, a outra um pouco mais para cima, perto do estigma prothoracal. Mesopleuras desnudadas, coriaceas. Abdomen preto, tambem o ventre, com 6 normaes placas tergitaes. 1. tergito na região dorsal pardacento. Tergito 2 tão comprido como 6, 3-5 entre si approximadamente do mesmo comprimento, tergito 6 bri- lhante, com cerdas fortes na borda posterior. Hypopygidio grande, preto, sómente a borda da peça ventral pardo-ferruginosa. Torquez direita com a borda posterior convexa, na extremidade inferior com pequeno processo digitiforme, perto do qual fica 1 pello comprido; borda posterior com alguns pellos pequenos. Peça ventral grande, capsular. Torquez esquerda THOMAZ BORGMEIER, O. F. M,— PHORIDEOS DO BRÁSIL 335 por uma incisão dividida em dois lobos, superior e inferior; lobo superior pequeno, atraz com 1 pello comprido c um grupo de pellos pequenos; lobo inferior grande, abahulado, na metade posterior fortemente brilhante. Tubo anal bipartido, cylindrico, delgado e comprido, de côr amarello- vermelha. Patas amarelladas, coxas medias pretas, borda dorsal dos femures me- dios e as patas trazeiras (principalmente os femures) fortemente escurecidas. Tibia anterior com uma cerda mais ou menos na extremidade do 1. terço da tibia e 6-8 pequenas cerdinhas quasi equidistantes na metade apical. Tibia media com 1 par de cerdas na extremidade do 1. quarto e 2 fileiras de pellos; a fileira antero-dorsal se extende desde a base até mais ou menos a extremidade do 3, quarto da tibia, a fileira poste- ro-dorsal é completa, mas fica interrompida por uma das cerdas basaes. 6-7 escovas transversaes na face antero-dorsal; 1 esporão terminal com- prido na face ventral, de cada lado 1 cerdinha; além disso, 1 cerdinha sub-apical na face anterior. Femures posteriores na face posterior perto da base sem as agulhetas descriptas p. e. em luleifrons. Tibia posterior com 2 fileiras completas de pellinhos de palicada e cerca de 11 cilios postero-dorsaes fracos. 1 esporão terminal na face ventral e outro mais curto na face dorsal, de cada lado do ventral 1 cerdinha; além disso, algumas agulhetas terminaes. Aza (Fig. 3) com fortes matizes pardos, nervação notadamente parda. Nervura costal um pouco mais comprida do que a metade da aza (0,52), com cilios curtos, sendo a proporção das divisões costaes mais Ou menos = 21: 51/.: od. Nervura humeral transversal distincta, nervura mediastinal fortemente reduzida. 3. ERG AE longitu- Fig. 3 - Dohrniphora impressa n. sp. o, aza. dinal recta, com bi- furcação de angulo obtuso. 4. nervura no principio um pouco obliterada, nascendo na bifurcação, a extremidade um pouco recurvada no sentido da orla anterior da aza. 6. nervura não attingindo a orla da aza. 7. nervura relativamente distincta. Em lugar da alula 6 pellos ciliados. Balancins pretos, com a haste amarella. Comprimento total 2, 5-3, 5mm. Femes. — Fronte fortemente prolongada anteriormente, formando um pentagono distincto, aos lados notavelmente mais curta do que larga no - 336 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV meio. 3. articulo antennal relativamente ainda um pouco menor do que no macho. Das 7 cerdas que se inserem nos palpos, a 5.(a partir da extremi- dade apical), dirigida para baixo, é a mais comprida. Clypeo muito saliente, preto. Proboscida vermelho-ferruginosa, carnuda, não parecendo gent- culada, mais ou menos tão comprida como a fronte no meio, brilhante, for- temente chitinisada. Anatomia da proboscida, abstrahindo dos labellos, se- melhante á de D. transformata Scamrrz 1915 O), Labio superior visto de cima periforme, na extremidade com 3 fortes dentes chitinosos, 1 dirigido para cima e 2 lateraes. Mento quasi tão largo como comprido, mas não attingindo a metade do comprimento do labio. Labellos em forma de palpos, salientes. Ligula inclusive as peças de ligação formando um W. Pronoto com uma excavação coberta por um tufo de pellos densamente grupados, dos quaes sobresáe uma cerda dirigida para traz e ao mesmo tempo um pouco para o lado. Essa excavação em exemplares recem-captu- rados geralmente é enchida por um liquido grosso de consistencia oleosa, que talvez sirva para attrahir os machos. Abdomen preto avelludado, inclusive o ventre, com 3 placas tergitaes nos tres primeiros segmentos. Ter- gito 1 muito abreviado no meio, approximadamente = 1/3 ou 1/4 do com- primento do 2. tergito. Tergito 3 fracamente chitinisado, pequeno, subqua- drangular. Segmentos 4-6 membranosos. Segmento 6 na região dorsal de cada lado com 2 cerdas na borda posterior, no meio das quaes se acham dois pellos. Segmentos 7-10 retracteis, 7 na metade distal finamente pubes- cente, na borda posterior com uma corôa de pellos. Segmento 9 na região dorsal com uma plaquinha chitinosa microscopicamente pequena, escura, coberta de pellinhos, apresentando 2 pellos compridos na borda posterior . Segmento 10 amarellado. 10. tergito chitinisado, atraz com 2 pellos hirtos. 1 pello hirto ainda mais comprido sobre cada uma das duas apophyses genitaes, pequenas, indistinctamente destacadas; fóra disso alguns pellos menores. 10. ventrito tambem chitinisado, densamente pu- bescente, na borda posterior com 2 pellos hirtos, moderadamente com- pridos. O numero das pequenas cerdas na metade apical das tibias ante- mores varia de 6-9. Os demais caracteres como no macho. Comprimento 2,9-3,8 mm. Uma especie muito commum aqui em Petropolis. Apanhamos mais de 100 exemplares y y e q 9. Dois pares foram capturados in copula (29. VI. e 6. X. 29. As o q parecem depositar os seus ovos entre a folhagem murcha do matto. Typos em minha collecção, cotypos na collecção de Scumrrz. (1) Wien. Ent, Zeit., vol. XXXIV, (1915), p. 314-315. TIHOMAZ BORGMEIER, O. F. M.— PHORIDEOS DO BRASIL 337 DOHRNIPHORA AURIHALTERATA n. Sp. o & Uma especie muito visinha de D. impressa, de fórma que será suffi- ciente indicar as differenças. “Macro. — Cerdas frontaes relativamente mais curtas do que em im- pressa, 2. fileira de cerdas recta, distancia das cerdas da fileira vertical entre si como em heptacantha. 3. articulo antennal pardo-vermelho, ainda um pouco menor do que o de impressa. Palpos anteriormente só com seis cerdas, das quaes um, dous, quatro e seis são dirigidas para cima, tres e cinco para baixo. As duas cerdas na borda posterior das propleuras ficam mais juntas do que as de impressa. Escutello mais ou menos 2 I/, vezes mais largo em deante do que comprido no meio. Hypopygidio grande, pardo- escuro, semelhante ao de impressa. Torquez direita na borda posterior com alguns pellos e inferiormente com um pequeno processo digitiforme. “Torquez esquerda bipartida, lobo superior com um pello comprido e outro mais curto na borda posterior. Patas muito escuras, quasi pretas, sómente as patas deanteiras, tibias medias como todos os tarsos mais ou menos pardacentos; coxas medias e posteriores pretas. A fileira anterodorsal de pellos nas tibias medias só se estende até a extremidade do 2. terço da tibia. Femures posteriores na face posterior sem agulhetas perto da base. Cilios posterodorsaes das tibias posteriores (cerca de 12) muito finos. Ambas as fileiras de pellinhos de paliçada completas. Aza (Fig. 4) fortemente parda ponta e borda anterior um pouco escurecidas. Nervura costal um pouco mais comprida do que a metade da aza (0,51), sendo a proporção de suas di- visões mais ou menos = 25: 6 Va * 4 Ner- Fig. 4 — Dohrniphora aurihalterata, n. sp. of, aza. vura mediastinal falta. 4, nervura longitudinal nascendo distinctamente antes da bifurcação, com a extremidade um pouco recurvada no sentido da orla anterior da aza. Em lugar da alula 6 pellos ciliados. Balancins amarellos. Comprimento cerca de 3 mm. | “Femea. — 38. articulo antennal pequeno, amarello-vermelho. Tromba carnuda, fortemente chitinisada, quanto á formação exterior semelhante á de impressa; a anatom'a interior não foi examinada. Pronoto sem exca- vação, mas com uma cerda dirigida para traz e ao mesmo tempo para o lado. Abdomen preto-mate, tambem o ventre, com tres placas tergitaes. 43 5231 338 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV Tergito 3 mais ou menos 2:/, vezes mais largo do que comprido no meio. Segmentos 4-6 membranosos. Segmento 10 amarelado. e genitaes muito pequenas, indistinctamente destacadas. Tibias anteriores tóra de 1 cerda perto da base com uma serie de cerca de 10 cerdinhas, que prin- cipia um pouco acima do meio. Comprimento 3-3,7 mm. | A descripção se referea 34 4 e 49 q de Petropolis, Borgmeier leg. IX-XI 1922. Da mesma especie possuo 1 º proveniente de Lages (Santa Catharina), Frei Lourenço Fresmann leg. 30-IX-1922. Typos em minha collecção, cotypos na collecção de Scmmrrz. Genero CONICEROMYIA, nov. gen. Este novo genero é vizinho de Conicera MEIGEN. Caracteres genericos: Fronte com 3 fileiras transversaes a 4 cerdas; as duas cerdas postantenaes são fracas e reclinadas. Terceiro articulo antennal no macho muito prolongado, na femea normal, globular; arista apical, no macho bastante curta. Terceira nervura longitudinal não for- quilhada; quarta nervura curvada duas vezes em forma de S. Tibia Todas as tibias com cerdas isoladas, mas desprovidas de pellinhos de paliçada. Esporões terminaes fortes. Hypopygidio como em Conicera. Segmento anal não proeminente. Typo do genero Coniceromyia epicantha n. Sp. CONICEROMYIA EPICANTHA n, BD. vo. MacHo. — Cabeça um pouco achatada de deante para traz. Fronte tão larga como comprida no meio, anteriormente um pouco alongada, bri- lhante, pardo-escura, a metade anterior mais ou menos amarella, com pu- bescencia muito escassa e linha mediana distincta. Fóra um par de fracas cerdas postantennaes, 3 fileiras a 4 cerdas. 1. fileira quasi recta, as cerdas interiores distam um pouco mais entre si do que das exteriores; a distancia dessas das interiores é mais ou menos duas vezes maior do que da margem ocular. As cerdas interiores da 2. fileira estão um pouco mais juntas do que os ocellos posteriores; as cerdas exteriores se inserem perto da margem ocular. A distancia entre as cerdas exteriores e interiores da fileira vertical é mais ou menos quatro vezes maior do que a das interiores entre si. Tuber- culo ocellar não muito saliente; triangulo ocellar de angulo obtuso; a dis- tancia entre os ocellos lateraes e a margem ocular é mais ou menos duas vezes maior do que a entre os ocellos lateraes e o ocello anterior. 2 cerdas THOMAZ BORGMEIER, O. F. M.— PHORIDEOS DO BRASIL 339 que se inserem nas bochechas (malae), 1 dirigida para baixo, e outra, muito fraca, dirigida para deante. Cilios oculares relativamente fortes; 3. ar- ticulo antennal (Fig. 5) muito alongado e - pontudo, amarello-pardo, parte apical mais escura, com pubescencia pardo-ferru- ginosa, densa, bastante comprida, sendo ella um pouco menos comprida no terço basal. Arista apical, notavelmente mais curta do que o 3. articulo antennal, com pubescencia distincta. Palpos amarello- esbranquiçados, pequenos e delgados, com algumas cerdinhas pretas. Tromba amarela, curta e larga, mais ou menos tão larga na base como comprida no meio. Thorax amarello-ferruginoso, com 2 cerdas dorsocentraes, que distam tanto entre si como as cerdas posteriores do escutello. Escutello pardo-ama- rello, com os angulos lateraes mais claros, anteriormente mais ou menos duas vezes tão largo como comprido no meio, com 4 cerdas, as posteriores bastante fortes e compridas, as anteriores fracas e não attingindo a metade do empesnçáião das posteriores. Propleuras na borda pos- terior com 2 cerdas dirigidas para cima, que são mais curtas do que as cerdas frontaes. Mesopleuras desnudadas. Abdomen com o ventre amarello, todos os tergitos com uma fina tarja amarella na borda posterior. Tergito 1 ama- rello, sómente nos angulos lateraes com uma mancha preta. Tergito 2 approximadamente tão comprido como 6, 3-5 entre si mais ou menos do mesmo comprimento, todos esses tergitos de côr preta, mate, e no meio da borda anterior com uma chanfradura vermelho-pardacenta. Hypopygidio pequeno, symetrico. Patas côr de palha, borda dorsal dos femures posteriores um pouco escurecida. Tibia anterior (Fig. 6) de formação singular; no terço basal ella é dilatada, em seguida subita- mente estreitada, de maneira que a borda dorsal é de trajecto curvilineo. Na extremidade do 1. terço se acha na face dorsal um espinho curvado muito caracteristico, em cima Fig.6— Conicerompia do qual se encontram ainda 2 cerdas desiguaes menores. Os E bos e. dois terços basaes da face posterior são fortemente excavados. rior da tibia ante Um pouco debaixo do espinho curvado se encontra na face agi posterodorsal um grupo de muitas agulhetas pretas. Fóra disso na face dorsal 1 pequena agulheta terminal. Tarsos anteriores um pouco dilatados. Tibia media com um par de cerdas desiguaes na extre- Fig. 5 — Coniceromyia epicantha n. g. n. sp. o a) 3º articulo antennal; b) arista. 340. ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIV midade do 1. terço da tibia. 1 cerda subapical na face anterior. 1 esporão terminal comprido na face ventral e 1 curta agulheta terminal na face posteroventral. Tibia posterior com uma cerda mais ou menos no meio da borda dorsal, 1 cerda anterodorsal na extremidade do 1. quarto e uma | cerda subapical, tambem na face anterodorsal. 3 esporões terminaes desiguaes, dos quaes o posteroventral é o mais comprido. Metatarso pos- terior um pouco menos comprido do que a tibia posterior. Aza (Fig. 7) com matizes amarello-pardacentos, borda anterior um pouco escurecida, nervação de côr parda. Nervura mediastinal muito fina. Nervura costal pardo-enne- grecida, engrossada, um pouco menos “comprida do que a metade da aza (0,48), sendo a proporção de suas di- visões mais ou menos = 11: 4. 3. nervura longitudinal : quasi recta. 4. nervura um Fig. 7 — Coniceromyia epicantha n. g. n. sp. cf, aza. pouquinho recurvada na base, e na extremidade recur- vada no sentido da borda anterior da aza. 5. nervura tambem um pouco recurvada na base, no mais quasi recta. Em lugar da alula 1 pello ciliado. | Balancins amarelos. Comprimento total cerca de 2, 2 mm. FEemEAs — 3. artículo antennal pequeno, globular, amarello ; arista dorsal comprida e distinctamente pubescente. Palpos pequenos e muito delgados, mas as cerdas mais fortes do que no macho. Abdomen com 6 placas tergi- taes, normaes. Todos os tergitos na borda posterior com tarja amarella, no mais de côr preta, sómente no meio ás vezes mais ou menos amarello-ver- melhos. Apophyses genitaes pequenas. Tibia anterior de formação commum, na face dorsal com 3 cerdas, uma no meio, outra na extremidade do 1. quarto e em cima dessa uma um pouco menor; além disso uma fileira de cerca de 12 cilios ou agulhetas, que se estendem desde a extremidade do 1. terço da tibia até a extremidade apical, mais ou menos na borda dorsal (posterodorsal- mente das 3 cerdas). Os demais caracteres como no macho. Comprimento 2,3 mm. Petropolis, 9º & (25. V.— 11. VIII 1923) e 52 2 (VI — VIII, 1922 e 1923) Frei Benedicto Ronchi leg. ; o mesmo apanhou ainda 1º 14. XII. 22 (conservado em alcool.) Typos em minha collecção, cotypos na collecção de Schmitz, que me informou de que se tratava de um novo genero. + THOMAZ BORGMEIER, O. F, M.— PHORIDEOS DO BRASIL 341 Genero JOHOWIA SiLva Desse genero creado por C. Siva FiguEroA em 1916 (1) até hoje só se - conhecia uma especie: J. chilensis Si.va. Uma nova especie do mesmo genero, proveniente de Petropolis, dá occasião de precisar melhor a diagnose generica. Caracteres genericos: Cabeça larga. Fronte com 3 fileiras a 4 cerdas de comprimento normal e um numero variavel (mais que 10) de cerdas pro- clinadas na metade anterior. Linha mediana distincta. Tuberculo ocellar saliente. 3. articulo antennal bastante grande, arista dorsal. Olhos grandes, Azas grandes e fortemente tingidas, todas as nervuras distinctas. 3. ner- vura longitudinal forquilhada. Patas desprovidas de cerdas isoladas. Tibia posterior com 1 fileira de pellos de paliçada na borda dorsal e 1 fileira de cilios na face posterodorsal. 7 JOHOWIA RONCHII n, sp. ô Cabeça, em comparação com a largura, curta. Fronte preta, mate, ás vezes polvilhada de cinzento, um pouco mais larga do que comprida no meio ( 15:14), com linha mediana distincta, excavada anteriormente, for- mando uma cova. 3 fileiras a 4 cerdas. As cerdas interiores da 1. fileira se inserem verticalmente em baixo das exteriores perto da margem ocular e distam dellas um pouco menos do que essas das cerdas exteriores da 2. fileira, que formam com as duas cerdas da 1. fileira mais ou menos uma linha recta vertical. 2. fileira com convexidade anterior ; as cerdas interiores são um pouco inclinadas para a linha mediana e sua distancia mutua é duas vezes maior do que a entre as interiores e exteriores. A distancia entre as cerdas exteriores e interiores da fileira occipital é approximada- mente 3 vezes maior do que a das interiores entre si. Além disso ha cerca de 18 cerdas proclinadas, a maioria das quaes são fortes, sómente as superiores que se inserem mais ou menos no meio da fronte, são bastante fracas. Pubescencia muito escassa. Triangulo ocellar saliente, de angulo obtuso. Olhos pubescentes e ciliados, grandes, occupando as regiões lateraes da cabeça, de maneira que a região genal é representada sómente por uma faixa muito estreita. Perto da margem anterior do olho ha uma fileira de 7 cerdas dirigidas para deante. 3. articulo antennal vermelho, bastante grande; arista moderadamente comprida, muito finamente pubescente, com os 1. e 2. articulos claros, o 3. de côr pardo-escura. Palpos curtos e delgados, na face inferior cobertos de pellos, anteriormente com 3 cerdas dirigidas para baixo e 4 dirigidas para cima. (1) Bol. Mus. Nac. Chile, vol. IX (1916), p. 19. 342 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV Thorax pardo-ferruginoso, pronoto um pouco mais claro, as pleuras mais escuras do que o dorso; com pubescencia densamente agrupada, que se torna um pouco mais comprida deante do escutello. Pronoto no angulo posterior, em cima do estigma prothoracal, com 1 cerda dirigida para traz e um pouco para o lado. 2 cerdas dorsocentraes. Escutello atraz semicir- cular, anteriormente mais ou menos 2 !/, vezes mais largo do que comprido no meio, com 4 cerdas que são approximadamente do mesmo comprimento. Mesopleuras desnudadas. Abdomen mate, de côr pardo-ennegrecida, com 6 placas tergitaes, normaes; a pubescencia moderadamente densa fica um pouco mais com- prida nas regiões lateraes ; a metade basal do 1. tergito e o terço basal dos 2. e 3. desnudados. Todos os tergitos posteriormente com uma fina tarja amarello-clara. Hypopygidio pequeno, pardacento. Torquez esquerda atraz com uma ponta obtusa, com pubescencia densa e bastante comprida ; torquez direita maior que a esquerda, subquadrangular, com uma linha de pellos compridos ; processo ventral da, direita bastante comprido. Tubo anal cylin- drico, relativamente curto, perto da base um pouco curvado para baixo; o tergito é bipartido no sentido longitudinal, o ventrito apresenta na extre- midade 2 pellos curvados bastante curtos. Patas amarelladas, coxas medias fortemente escurecidas, tambem as coxas anteriores um pouco escurecidas ; femures posteriores na extremidade distal com uma mancha preta. Tibia anterior um pouco mais comprida do que os tarsos anteriores juntos, desprovida de cerdas. Pretarso Ium pouco dilatado, com unhas compridas e pulvilhos grandes. Tibia media com uma fileira completa de pellinhos na face dorsal e cerca de 7-8 cilios curtos na face posterodorsal ; além disso 1 esporão terminal com prido na face ventral e algumas agulhetas terminaes. Tibia posterior com uma fileira completa de pellos na face dorsal e cerca de 11-12 cilios posterodorsaes, os cilios que se acham na me- R tade basal da tibia, pe e sã são mais fracos do Za que os demais; 1 esporão terminal curto na face ven- tral e muitas agu- lhetas terminaes. | Aza (Fig. 8) Fig. 8 — Johowia ronchii n, sp. o aza. fortemente tingida ; de pardo, princi- palmente na metade apical, todas as nervuras pardo-escuras. Nervura costal notadamente mais comprida do que a metade da aza (Indice =0, 6), THOMAZ BORGMEIER, O, F. M.— PHORIDEOS DO BRASIL 343 com cilios curtos e densamente agrupados; porporção das divisões costaes approximadamente =22:17:8. Nervura humeral transversal e mediastinal distinctas. 1. nervura curta, ligeiramente curvada. 3. nervurã recta, com bifurcação de angulo obtuso. 4. nervura no principio um pouco recurvada, na extremidade recurvada no sentido da orla anterior da aza. 7. nervura distincta, embora um pouco menos accusada do que 4-6. Em lugar da alula 1 pellos compridos, ciliados. Balancins amarellos. Comprimento cerca de 3,3 mm. Typos 5º& de Petropolis, 13.XI1.1922 e 0.,6.,12.,22.11.1923 Frei Benedicto Ronchi leg. Cotypo na collecção de Schmitz. Dedico essa especie interessante ao descobridor, a quem devo muitos exemplares preciosos de minha collecção. Genero ECITOPTERA, Borcmeier Er Scumirz O Desse genero myrmecophilo, cujo typo é proveniente da Argentina, recebi duas especies novas de Santa Catharina, que são os primeiros repre- sentantes desse genero do Brasil. Na especie typica contamos 3 fileiras transversaes a 2,4,4 cerdas frontaes. A julgar pelas duas novas especies, parece que é melhor falar em 3 fileiras a 4,2,4 cerdas. ECITOPTERA SCHMITZI n. sp.? Essa especie differe de E. concomitans principalmente pela disposição das cerdas frontaes e nervação das azas. Cabeça amarello-ocracea, região ocellar e face occipital mais escuras. Fronte quasi duas vezes mais larga do que comprida no meio, anteriormente prolongada, com 2 pares de cerdas postantennaes erectas (os pontos de inserção formam um trapezio isosceles) e 3 fileiras a 42,4 cerdas. As cerdas interiores da 1. fileira transversal são inclinadas para a linha mediana e se acham na margem superior das foveas antennaes; as cerdas exteriores se inserem perto da margem interior ocular, da qual distam mais ou menos tanto como das cerdas interiores; as exteriores são tambem consideravelmente mais curtas do que as interiores e dirigidas para traz. As 2 cerdas da 2. fileira são inclinadas para a linha mediana e se acham um pouco acima do nivel do ocello anterior, do qual distam mais do que da borda vertical. A fileira vertical se compõe de 4 cerdas; a distancia entre (1) Dois phorideos novos da Argentina, Rev. Mus. La Plata, vol. XXVII (1923), ps. 212217, 344 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIV as exteriores e interiores é mais ou menos 45 vezes maior do que a das interiores entre si. Immediatamente atraz das cerdas exteriores da 3. fileira se acha ainda, um pouco mais para a linha mediana, de cada lado 1 cer- dinha inclinada para a mediana. Olhos pequenos, irregularmente ovaes, sendo o seu diametro transversal menor do que o do 3. articulo antennal; com cilios curtos. Na região genal 1 cerda dirigida para deante. 3. artículo antennal approximadamente globular; arista apical, comprida e distincta- mente pubescente. Palpos anteriormente com 5 cerdas, das quaes (a partir da extremidade apical) 1, 2 e 4 são dirigidas para cima, 3 e 5 para baixo ; além disso alguns pellos na borda interior e exterior. Thorax mais ou menos amarello, face anterior do prothorax e es- cutello mais escuros. 2 cerdas dorsocentraes e de cada lado 5 cerdas na borda lateral. Escutello anteriormente vez e meia mais largo do que comprido no meio, com 2 cerdas, que se inserem bastante para diante, ao lado das quaes, um pouco mais para traz, 1 pellinho. Propleuras cobertas de pellos, desprovidas de cerdas isoladas. Mesopleuras desnudadas. Abdomen amarellado, com segmentação distincta e 5 placas tergitaes de côr pardo-vermelha. 1. tergito muito abreviado, atráz 5-6 vezes mais largo do que comprido no meio. 2. tergito trapeziforme (Fig. 9), no terço posterior com poucos pellinhos (3-5 de cada lado, a partir do meio). Tergitos 3 e 4 fortemente redu- zidos, muito curtos, 3 menos comprido porém mais largo do. que 4, ambos com cerca de 6 pellinhos. O orifício glandular do 5. segmento é semelhante ao de E. concomitans; a armação chitinosa de na- tureza, endosqueletal, que transparece atravez da A Ses ER epiderme e mantem aberto o orifício, tambem se 9» 2º placa tergital do abdomen. encontra nesta especie. Mas, além disso, ha posterior- mente do orifício glandular uma plaquinha chitinosa muito pequena, na qual se acham 4 pellinhos. Segmentos terminaes re- tracteis, amarello-esbranquiçados, de formação normal; apophyses ge- nitaes distinctamente destacadas, mas muito pequenas. Palas mais ou menos amarelladas. Femures anteriores um pouco mais largos que os posteriores. Metatarso anterior um pouco mais curto do que os dois artículos tarsaes juntos. Tibia media e posterior com 1 pe- queno esporão terminal na face ventral. Metatarso posterior dilatado, me- dindo mais ou menos a metade do comprimento da tibia posterior ; com pequeno esporão terminal. 7 Aza (Fig. 10) abreviada e estreitada, cuneiforme, não attingindo a extremidade do abdomen. Lobulo anal e nervura mediastinal faltam ; nervura humeral transversal distincta. Membrana muito ligeiramente THOMAZ BORGMEIER, O. F. M. — PHORIDEOS DO BRASIL 345 tingida de amarello, com pellos microscopicos. Comprimento 0,692 mm., largura maxima 0,272 mm. Nervura costal um pouco mais comprida do que a metade da aza (0,52), com cilios muito finos, sendo a proporção das divisões costaes mais ou menos=7 !/, : 9. Terceira nervura longitudinal approximadamente tão grossa como a nervura costal, não forquilhada, quasi recta, sómente na extremidade recurvada para a costa. 4. nervura longitudinal quasi recta, no principio obli- terada, 5 no principio fortemente recurvada, de ma- neira que forma um S, 6 só na primeira metade. accusada. | Balancins pequenos e delgados, de côr pardo- vermelha. Comprimento total cerca de 1, 3 mm. Typo 1 ? de Blumenau (Santa Catharina), Frei Miguel Witte leg. 16. VI. 1922, dentro de uma banda de Eciton burchelli WEsTW. Dedico essa especie ao benemerito especialista da familia dos Phori- deos, o Rev. P. Hermann Schmitz S. J. Fig. 10 — Ecitoptera schmitzi n.s , aza ECITOPTERA CILIATA n, sp. ç Differe de E. schmitzi pela disposição das cerdas frontaes, formação das placas tergitaes do abdomen, nervatura das azas e outros caracteres. Cabeça amarello-ocracea, mas, como todo o corpo, mais escura do que em schmitzi, Fronte quasi duas vezes mais larga do que comprida no meio (9: 17). As cerdas frontaes quebraram em parte no exemplar typico, mas os pontos de inserção se vêem perfeitamente. Fóra de quatro cerdas postantennaes, formando um trapezio, ha tres fileiras a 4, 2, 4 cerdas, Disposição das cerdas da 1º fileira como em schmitzi; provavel- mente as cerdas interiores são tambem inclinadas para a linha mediana. As duas cerdas da 2º fileira, inclinadas para a linha mediana, se inserem quasi no nivel dos ocellos posteriores, e distam tanto das cerdas interiores da 2º fileira como das exteriores. A distancia entre as cerdas exte- riores e interiores da fileira vertical é mais ou menos tres vezes maior do que a das interiores entre si; perto das exteriores, além disso, de cada lado, uma cerdinha fraca inclinada para a linha mediana, que é relativamente menor do que a respectiva cerdinha de schmitzi. Uma cerda genal e uma menor que se insere nas bochechas. Olhos irregularmente ovaes, ciliados, sendo o seu diametro menor do que o 3. artículo antennal; esse é mais ou menos globular ; arista comprida, distinctamente pubescente. Palpos 5231 ns 346 - ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXIV amarellos, alongados, com nove cerdas dirigidas para cima e duas diri- gidas para baixo, de comprimento diverso, na borda interior e exterior. Thorax. amarello-ocraceo, estando o seu comprimento (inclusive o es- cutello) e a sua largura na proporção de 17:19; com duas pequenas cerdas dorsocentraes e, de cada lado, com seis cerdas na borda lateral. Es- cutello um pouco escurecido, mais ou menos duas vezes mais largo do que comprido no meio, com duas cerdas, e de cada lado um pello, formando todos uma linha recta. Propleuras cobertas de pellos, desprovidas de cerdas; mesopleuras desnudadas. Abdomen de um amarello sujo, com segmentação distincta e cinco pla- quinhas tergitaes, das quacs só a 2. é relativamente desenvolvida. Ter- gito 1. em forma de risco, sua largura é um pouco maior do que a da borda anterior do 2. tergito. As bordas lateraes do 2. tergito em forma de S (Fig. 11), a borda posterior ligeiramente concava. 3. tergito muito curto, no meio com uma-interrupção mem- branosa. 4. tergito menos largo, mas um pouco mais comprido do que 3, coberto de alguns pellos. Tam- Fig. 11 — Ecitoptera citiata n. PEM nessa especie se encontra atrás do orifício glan- ndo” Placa tergitaldo ab- dular do 5. segmento uma plaquinha chitinosa muito | pequena, coberta de alguns pellinhos. 7. segmento esbranquiçado, os demais segmentos terminaes amarellados, de formação normal. Apophyses genitaes distinctamente destacadas. Heads “Patas em grande parte quebradas no exem plar typico, de côr amarello- ocracea. Femures anteriores fortemente dilatados. Tibia anterior mais ou menos duas vezes maior do que o metatarso nie anterior. Aza (Fig. 12) comprimento 0,714 mm., largura maxima 0,323 mm. Nervura costal mais comprida do que a metade da aza (0,64), proporção de suas divisões mais ou menos ="2.3. na metade basal um pouco curvada,. com cilios relativamente compridos. 3. ner- Vura um pouco alargada, recta, parda; 4. recta, 5. só no principio um pouco curvada, 6. rudimentar. Em lugar da alula não ha pellos. Eu Balancins pardo-avermelhados, alongados. : - Comprimento total cerca de 2 mm. Typo 1 ? de Blumenau (Santa Catharina), Frei Miguel Witte leg. 3. VE IH. 1922, numa banda de Eciton burchelli Westw. | Fig. 12 — Ecitoptera ciliata, n. sp. Q, aza. mas Observações sobre a duração da phase pupal de Rothschildia speculom (Maas. & Weym) & especies COngençres EDWARD MA Ss Naturalista contractado do Museu Nacional e Secretario Geral da Sociedade Entomologica do Brasil f Dbservações sobre a duração da phase pupal de Rothschildia speculum (Maas. & Weym.) B ESpeCies CONDENEres POR EDWARD MAY nó contractado do Museu Nacional e Secretario Ger Il da Sociedade Entomologica do Brasil. Por diversas vezes creei grande numero de larvas (lagartas) desta especie, apanhadas em natureza na arvore do leite (uma Euphorbia,). Teceram ellas seus cazulos de feitio oval, alongado, symetrico e côr de palha após um intervallo de mais ou menos tres semanas entre o primeiro e o ultimo encazulamento da postura. Os imagos principiaram a nas- cer, alguns depois de tres, outros de seis, nove, doze e quinze mezes da conclusão do tecimento dos cazulos. Nas obras que consultei não en- contrei allusão nem, portanto, expli- cação desta differença evolutiva de membros da mesma postura. Tenho notado que este espaça- mento de sahida dá-se com outras es- pecies do mesmo genero, embora nunca conseguisse grande numero de pupas (ás vezes pouco mais de meia duzia) algumas dasquaes estavam enfestadas de moscas parasitas. Dbservations on the duration of the pupal stage of Rothschildia speculum (Maas, & Weym,) and others of the same genus BY EDWARD MAY Naturalist at the National Museum, Rio de Janeiro. Se- cretary General of the Sociedade Entomologica do Brasil. I have on several occasions re- ared large numbers of this species from larvae takenon a Euphorbia. (Arvore do leite). These spun their coccoons, which are light buff in colour of even elongated oval shape, within a couple to three weeks interval between the first and last members of the batch. These imagines starting emer- ging some from two to three months later, others six, nine, twelve and fifteen months after spinning. In works I have consulted there is no explanation for this extended emergence. Ihave noticed that this applies to other species of the genus, though 1 have never had such large numbers of coccoons as of R. speculum, and some of which infected with parasi- tical flies. 350 à Quero referir um caso interes- sante da duração da phase pupal: — Um de meus filhos deu-me uma la- garta que apanhára atravessando o caminho em São Lourenço, E. de Minas, - evidentemente procurando lugar propicio para encazular. Isto em 21 de abril de 1916. Pendurei o cazulo no meu gabinete onde ficava immediatamente á minha vista. Passado um anno, julgando que estivesse morta, cortei o envolucro de seda descobrindo a pupa, que mostrou logo estar viva. Compuz o cazulo com um fio de seda e o deixei como d'antes. Na manhã de 15 de novembro de 1917, isto é, quasi dezenove mezes depois do encazulamento, encontrei pendente do cazulo um exemplar perfeito, femea, de uma especie pro- xima (talvez local) de R. betis. - Não tive opportunidade de veri- ficar se este phenomeno dá-se com outros generos de lepidopteros di- urnos e nocturnos. A penas tenho no- tado que, com as especies que vôam em época determinada, apparecem, em primeiro logar, os machos e só um mez e mais depois, as femeas, ha- vendo os congressos entre aquellas, em perfeito estado de conservação, e os machos velhos, com as azas Já gastas e rotas. Duas suggestões me occorrem ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXIV 1 would mention one very inter- esting instance : — One of my sons brought me a coccoon from São Lou- renço, State of Minas Geraes, the larva having been captured on the road, evidently in search of a conve- nient spot for spinning. This it effectedin a cardhoard box on the 21 th. April 1916. Icut away the corner to which the coccoon was at- tached and hung it up in my study where it would catch my eye daily. A year later, more or less, thinking it was possibly dead T cut a slice off the side of the coccoon ex- posing the pupa which at once gave testimony to being alive. I replaced the strip of covering winding a silk thread to keep it in place and left it as before. | On the morning of the 15th. No- vember 1917 1 found the imago (a fe- male of a species closely allied to R. betis (probably a local form) hanging to the coccoon, i.e. nearly nineteen months interval between the spinning of the coccoon and emergence of the imago. This extended period Ihave been unable to observe with regard to other genera of either Rhopalocera or Heterocera. I have noted however that with species of a well defined period of flying, are first represented by the appearance of males, the fe- males only showing up a month or more later, the mating taking place between the fresh and perfect females and males worn and tattered with flying. | It has occured to me that there EDWARD MAY — OBSERVAÇÕES SOBRE R. SPECULUM para explicação: — Tem elle logar para a) evitar a degeneração da es- pecie pela procreação entre membros da mesma postura ? b) que não sahia ao mesmo tempo toda uma postura, em condições ad- versas de temperatura ou epoca em que seus inimigos naturaes, como morcegos, outros pequenos mammi- feros e aves nocturnas, e mesmo reptis proliferam 2 Meu amigo, o Revdo. A. Miles Moss, do Pará, a quem referi o que fica acima, contou-me que tinha no- tado numa Arsenura que abunda num bosque afastado por grande distancia de qualquer floresta, haver grande numero de individuos atro-. phiados a ponto de não voarem, mesmo quando criados em natureza. Resultará isto da continuada procreação entre exemplares de pro- ximo parentesco numa localidade circumscripta ? may be two reasones established by nature to explain or account for, to a certain extent, this phenomenon. a) To prevent degeneration cau- sed by the interbreeding of the off. spring of the same parents. b) To ensure that a whole brood does not emerge under the possibility of unfavourable conditions of wea- ther or during a prolific season of Its natural enemies, for the imago is largely consumed by small mammals such as bats and mice not to mention night birds and lizards. My friend, the Revd. A. Miles Moss of Pará, on my making the above suggestions told me he had no- ticed that a large proportion of a local species of Arsenura, which are plentiful in a wood far removed from any other wood or forest emerged undersized, crippled and hardly able to fly even when bred in na- ture. Can this be considered as result- ing from continuous interbreeding during many years between near re- lations in a circumscribed locality 2