e ” pa | E É 22 YCIIEAS IEEIG EDE REDS a ” » dá he ” o) + Va y EDS ' E « x ”y, Vo Pa E a “Jo V 2. a. o » Pau > q» A 2 Pá PE / Vas? e a” %, vá rs 4 je 4 . »ia Pam Za. E a , N Pd ota? W 2* x, ed Seo” Neg? Sapé Ro SD DE Pa Pq Pp» > tus ES q E dd vá Ro AR pI so td 2a E, a Pas >» > q» jo > 4 pe DR Pá ' PAS PA PRE a “aj Sa É + Ro) dp » » 2 >3s ” a q > 4» Da x RR = Na Pr oe / Val “vz 3 O BR PS hai jo a Ca 2" " £» q y : id > Ps » 4 3 ei a ço g / 4 2? ”s Z TS NA ge = ga PN Ee Se AGR PÁS ENH 9 > Pg» Ps fo a ai, CO hs R mê E / da O vo? * Q 2 “as e) q E Dão Ai 3 Res e Ro q > 4% o Rm Ao DS - dp ad , e Pyo O EO A O [e ba az » q a yr ” ça Z 9 a É dg a A, o q” Di ad Rai O Noca ço RÉ e (e /* / a ho Z '» 7 RD ria “3 Po 5 e Ed Pe" 2 pe, “% he kg Data RE 4 w 3 w ) DI PERO DR Po ya > a, 22 õ q E A e TES 2 a RE geo PT; 44 a PEA Ed - ya "> q 7 PE Mem Po A Ny > Eos Po ne Day Pam - Pas % ! a a RD BATA ao, 7) Vo >» ” e 3 ARES És A ars? 2a Pq LIBRARY of the HA Ee di = ns “, Er “ Í v NaZ Bu J y s Ed s - 198 ho - $ “o " Y as o AREA) x Á Cê ENCd: EN aA OW ns a Pq Nida L " / AS Na ata Ed Pa - ÃO) ' Esto “ " e es -. q % y “e Z E « ” Y $ “ z ey a Yá % | ó ”, CAR d Y, ç o dy é se $ oe sy aa Pd Nu Mad "a we. eg x L Po À / ” Eos Fá “es pr) pon Ee E) e4 nd ] as “ $ Y e “av, “s vs de av ay é ] se, Ng 7” q. H ce q “ id ve PRA Paul 4 ç Gg df 4 AN. A p CREA Td d Eh 79 a? ds a 4 o » Pa A 3 ed Pd v p 's à E Ps 4 3 a Digitized by the Internet Archive . in 2009 with funding from University of Toronto http://www .archive.org/details/ojardineiroanthoO0enca LR mm E 4 F o O JARDINEIRO, ANTHOLOGIA, OU TRATADO DAS FLORES; AOS AMANTES DA JARDINAGEM O. €. Tt, pá Co COIMBRA: NA REAL IMPRENSA DA UNIVERSIDADE, 18924. Com Licença da Mesa do Desembargo do Paços - | INTRODUCÇÃO. Não he -para fazer Nile. estê spusculo que se põe uma Intro- ducção á sua'frente; mas Só para dar ao Leitór um bresie conheci- mento de quanto nelle se contém. Primeiro de tudo se faz uma descripção das plantas em geral, e sua classificação. — Depois al- gumas maximas geraes; e obser- vações, onde se vê os quesitos necessarios , para um bom Jardim, as qualidades que deve ter um Jardineiro, e os utensis, que lhe são proprios. — Seguem-se algu- mas observações a respeito da eul- tura das flores, — Declara-se qual he a terra mais propria; porque, como diz o Poeta: Non omnis fert omnia tellus. — Como deve ser estrumada, e regada. — Qual deve ser o cuidado com as sementes , raizes, e cebolas. — Como se de- vem fazer os Alfovres, as Planta= ções, a Mergulhia, Alporques , Enxertos, e Arvores anãs. — Co- mo se hão de tratar es Melõôes, | e a maneira de conseguir flores temporãs. — Finalmente para não passar em silencio a principal parte da Botanica, se falla tambem so- | bre a virtude d'algumas plantas. — E se conclue está pequena obra com um Calendario para 0 go- verno do Jardineiro em cada um dos mezes, o-qual he seguido de um pequeno Diccionario das Flo-| res mais usuaes, e estimadas, em que se ensina o melhor modo de as cultivar. Eis-aqui pois em pou- cas palavras analyzada todaa Obra. Oxalá que agrade, e satisfaça. Fe CANA AA SARA SANA SA AAA: MAI aaa . INDEX. D Escripção das Plantas em “dê 1 Systema de Linneu,...cccrsereeero 14 Rara SS cao sapos cre ros 16 Co REP PPP 23 Ca 4 PS RE RR 26 E RR E. Sons 28 Da Agua, e da Rega. ....vcc.... 32 Dos Tanques, e Betume para elles. . 34 RRRRNANÃES. , > ssunsrcsesissa cc 37 Das Raizes, e Cebolas... .......... 89 RR, pense rerscctrcco. 41 RE PRO. crmprecscrscecareco 43 Da Mergulhia, e Alporques. ....... 46 RARE = es srrecesceses cc. 47 Das Arvores anãs. ..... cce 54 * Cultura de Melôes. ....... TS 55 "Das Floresprematuras............. 57 Virtude das Plantas. ........cc 59 Calendario do Jardineiro. .......... 63 Diccionario d'algumas Flores... .... 70 , ay A AM ADE 4 . “uy see F “ H “e ts da PAT : + : Ed + » E: Mo Me E k: o b b$ Ê, A e ; ia aa o 4 er Ve e | RR DA ADI: eiarent! Dm k é E E sia oa m TE * di Ee ira Bda os 1ÁRO Rodes fodas ua 126 a é de 1 e “ £ ao o = . t po “ Res ” ES ” p y - *y o ci aa ! GW Pte dE a : Es = O! tuek CAS k 4 ; ! rea + | Aus, PRE q bar o Pa E UMa wo Arona dr pi a! Bb re aus pa ol É ato b sonho] | SERIAL Re de EAR ERRA à £ à? paia A 9 a "4 R | + á » ho. = E o o fa º 4 " DESCRIPÇÃO DAS y PLANTAS ÊM GERAL. Historia Natural, que tem por objecto o conhecimento do Reino vegetal. + Divide-se em tres partes: Nomencias tura, Cultura, e Propriedades : asduas primeiras só nos devem oceupar pelo mui- to que contribuem para a terceira, por= que basta - conhecer as propriedades e xirtudes das plantas, para sabermos a uti- lidade » ouso, que dellas devemos fazer. 1 DD Alguns Observadores distinguem até. 20 8000 especies de plantas; dondese vê, que a Natureza he mais variavel nas plan tas, do que nos Animaes e Mineraes; PLANTA he um corpo organico, que eresce por intro-suscepção.. Ha plantas Exoticas, e Indigenas ; i. e., Estrangeiras, e Proprias do paiz. Nas plantas observão-se as mesmas funcções, que tem o corpo animal : a ve= getação , a circulação, adigestão, ares« piração, e sensação, (posto que esta seja meramente fysica. ) | | O germe da planta, que está envolé vido na semente , se desenvolve a seu tem= po ; elogopor meio das raizes, como por veiaslacteas tira o chylo, que a deve nu trir. Este sueco, a que os Naturalistas chamão seve , sendo ascendente, nutreos ramos, e descendente, desenvolve asraizesf de sorte que as plantas de dia succão pelas | ae( 3 Jafe taizês oshumores da terra , e de noite pelas folhas a humidade do ar. Em fim aseve, circulando pelas veias, earterias, deixa por toda a parte os alimentos proprios ao hutrimento da planta, e esta he a causa fysica do seu accrescimo , ou Vegetação. Para provar a Circulação : 1.º ligue-se o Tithymalo + e veremos arrebentar as fi- brasacima daligadura. 2.º Sesefizer em tima oliveira um annel, tirando-lhe a tasca » no primeiro anno produzirá com “abundancia ; porém no segundo seccará a parte supérior toda. 3.º Se se unirem as pontas de duas varas, estas se pegaráô uma à outra de sorte, que cortado o tronco duma, fica a ponta pegada na outra flo- foscshdo etc. He esta experiencia ordi- naria em tanta variedade d'enxertos, que provão bem a Circulação : e esta se faz “Mais visivel na casca da palmeira, de “que, feita uma incisão » Sãe abundancia de vinho. E A =. el 4 te “Forma-se a Digestão desta sorte: o caior esquenta a planta, e dilata o ar,, mettido nos succos nutritivos: este ar dilatado sãe da sua prisão, e nesta acção moé ossuccos, que vão entrando nos va- sos proprios, e se estendem, como nos animaes, pelas arterias até aos ramos, € se recolhem pelas veias, continuando sem= pre o mesmo gyro. He um axioma entre os Naturalistas , que as plantas respirão : Astracheas, que selhe divisão na raiz palpitando, são, como os pulmões nos animaes , e osstigmas nos insectos, o orgão da respiração. Se lhe lançarem azeite na raiz, tapa-se a arteria doar, a raiz murcha, e a planta sécca : bem como succede aos insectos , que respi- rão pelos stigmas, que elles tem no abdo-. men ; tapados estes com azeite, o vivente desfallece.«As plantas, diz Pluche, seguem » as variações do ar, perecem quando este » lhe falta. . :« Isto se faz evidente em mil » experiencias na Maquina Pneumatica, sa se( 5 Ja OA sensação (fysica) he bem conhecida nas plantas. Temos a sensitiva, que estre- mece ao menor toque : temos a papa- mosca, que contrahindo as fibras , prende dentro da flor o insecto, que a picou. Vemos a sympathia e antipathia; que umas arvores tem com outras, abraçan- do-se com estas, enão soifrendo otacto, e proximidade daquellas : a vide, por exemplo, fóge da couve, eseabraça com o carvalho. Em fim as plantas assemelhão- se aos animaes, até mesmo na própága- ção, e transmutação, (aindaque esta si- milhança, e analogia he só em quanto ao fysico.) - À Planta consta geralmente de Raiz, Tronco, Folhas, Flor, e Fructo, RAIZ. Raizes são as partes oppostas á haste. Estas são essenciaes, ainda que algumas Plantas ha, que não tem raiz, nel 6 Ja A Raiz, ou tronco descendente he o. principalorgão nutritivo da planta. Com- põe-se de cuticula , casca, lenho, emedulla. Geralmente se divide em bulbosa (nabo), tuberosa (batata), efibrosa. Póde ser an- nual, biennal, etc. Umas raizes cami- nhão perpendicular, outras horizontal- mente. Tem uso nas Boticas, Tintureiros, Lavoura, Marinha, perfumes» comidas ,, etc. TRON CO. Os Antigos só davão. este nome ao tronco ascendente das plantas lignosas ; e aos das hervaccas davão o de caule; porém hoje quasi se toma indistincta- mente. : A | O Tronco consta de cinco partes: medulla, madeiro , ou amago, entrecasca , ou liber, casca, e epiderme. Do tronco sáem os ramos, os quaes podem ser alternos, oppostos, puantados À ALCOA + OU orienta, gel 7 e Distinguem-se 5 especies de troncos > Caule (vide), Aste (junquitho), Colmo (trigo), Espique (feto), Surculo (musgo). * FOLHAS, As folhas, chamadas tambem orgãos de movimento, por contribuirem muito para o movimento dos succos , são uma continuação da casca, da qual tirão os seus vasos, que tambem estão cubertos do epiderme continuado. Estes vasos, que partem do medio longitudinal, ou lombo , formão um tecido reticular, ou redinha , cujas malhas são occupadas pelo tecido cellular, ou parenckima. - Pódé chamar-se ás folhas hastes espal- madas , queconstão de epiderme , casca, nervura , tecido-ccllular , ou parenchima , talon, stipula, e pediculo, ou peduncu- “Jo. Tambem são simples, compostas e “ indeterminadas. Umas são pediculadas, gutras rentes ao tronco. Nellas se consi= el 8 Jão dera: pagina, disco, margem, bases topo, e nervura. Podem tambem olhar- se relativamente á inserção, direcção, numero » grandeza, e duração. São para Os ramos o que as barbas são para;as raizes. Muitas arvores se re- produzem pelas folhas: muitas não tem folhas, tal he o linho Tertuliano, o jun- co, etc, | Partes accessivas. Tem algumas plantas' umas partes accessorias, que se podem reduzir a 6: Estipulas, Gavinhas, Glandulas, Pel- los, Armas, e Bracteas. Estipulas são umas escamas , ou ap- pendices na base dos pediculos das fo lhas: v. g. da roseira, da pereira. Gavinhas , cirriios , ou mãos são umas. cordas, oufios, com que sesegurão: yv. g. da videira.. Ea 4 E Glandulas são os tuberculos, que or-. dinariamente procedem da rotura dos. e DD vasos, e muitas vezes contém dentro os vermes, cuja semente. introduzirão os insectos, que as picárão, ese vão desen- volvendo: v.g. o bogalho. Pellos são umas sedas excrescenciaes, capilares; finas, mais, ou menos rijas, chamadas tambem triguismo sendo bran- das, e espidez sendorijas: v. g. da cevada. “Írmas, ou são ferrões (ortiga), ou aculeos (roseira), ou abrolhos (cardo), ou espinhos (limceiro). Bracteas são umas pequenas folhas pegadas no pediculo da flor (tulipa). FLOR. As flores contém o sexo das plantas, e he aonde se fórma ofructo ; ainda que algumas vezes o não produzem por falta de perfeição do orgão, ou por não ter nenhum : e estas são neutras, owdobra- das. Andanson diz: que as arvores dei- xão caír as flores, que não podem nutrir. aC 10 9% | As partes da flor, segundo Linneu ; são à: calix, corolla, nectario, estame 3 e pistilo. (Tome-se uma flor, e vá-se analyzando). Calia, assim chamado pela similhan- ça, que tem com um cópo, he o tegu= mento externo, e ordinariamente he verde. Linneu. faz 7 especies de Calices. O Calix contém uma pellicula, chamada hymen , que cobre a flor, quando está em botão e se rompe, quando ella se abre. “Corollaheo tegumento immediato aos orgãos sexuaes, eo que fórma toda a bel- leza da flor, e a que chamão lençoes de Venus. Estas folhas chamão-se petalas ; e por isso a flor, segundo o numero das petalas, chama-se : apetala , polypetala monopetala, dipetala, etc. Nectario. Segundo Linneu, que in- troduzio este termo naBatanica, he um appendiee da Corolla ; ou hum orgão ac-. cessivo à flor, proprio à secreção do mel,. ec 11 Ja ou para contel-o; porém muitas vezes a palavra Nectario applica-se para exprimir varios appendiculos , que se encontrão em muitas flores: como Escamas, Raios, Denticulos, Pilares, etc. Estames, que se suppõe nascerem co- mo a corolla do alburno, podem ser com- pletos, ou incompletos : os primeiros de- vem ter filetes, e anteras, pelo numero das quaes se conta o dos Estames. As 4n= theras, que podem ser univalves, ou bi- valves, contém o pó fecundante, cujos orgãos muito miudos são cobertos d'uma membrana finissima, na qual he contida a aura seminal, ou halito elastico, que se diz entrar pelo stigma , e fecundar os ovos vegetantes, ou tenras sementes, quando se rompe a dita membrana. Pistilo. Compõe-se de 3 partes: ger- men, stilete, estigma. Este he o sexo fe- “minino., assim como o Estame he omas- gulino: de sorte que as flores relativamenis É Sec 12 ao sexo podem dividir-se em masculinas , . femininas, hermafroditas , e neutras. Lin- neu dá tambem às flores os nomes das | Classes, e Ordens do seu Systema. Asflores podem tambem ser viçadas, e isto he de 3 modos: semidobradas , do- bradas, e proliferas. Semidobradas he quando a corolla tem maior numero de petalas, do que assin- gelas. Dobradas he quando os estames se convertem todos em corolla, ou petalas : neste caso o pistilo ou degenera, ou fica suffocado , ainda que não he sempre. Prolifera he a que lança sobre si ou- tra flor, ou pequenas folhas. Chama-se Parasilita, ou Parasita a planta, que nasce sobre outra arvore: v. g. o musgo, FRUCTO. * O Fructo contém a semente, pela qual se reproduz a PE que a creou, mel 13 Jak Sem semente não há planta alguma, Tire- se de um poço terra fresca, cubra-se com um recipiente de vidro ; por melhor cul tura que se lhe dê, nunca produzirá planta alguma. Às partes principaes do fructo são 3: pericarpo , semente, e receptaculo. - Pericarpo he um tegumento acces- sivo, queenvolve as sementes, que delle devem sair, e, segundo os Sexualistas , he uma viscera, ou ovario fecundante. Divide-se em 8 especies : Capsula (craro), Siliqua (nabo), Bagem (feijão), Folilho (loendro), Drupa (pecego), Pomo (pes ra), Baga (uva), e Pinha. Semente, considerada no estado de perfeição , he como um ovo vegetal, em que ha uma planta seminal unida aum, ou muitos cotiledones, involvidos em tes gumentos proprios. Receptaculo he a base, a que estão pegadas as partes da fructificação. dae SYSTEMA DÊ LINNEU. * Linneu regulou o seu Systema pelas | flores, ou florescencia do modo seguinte : 1.º Ou a florescencia he manifesta, ou clandestina. 9.º Sendo manifesta , ou Os estames , e pistilo se achão na mesma flor, ou em ditferentes. 3.º Estando na mesma flor, ou estão despegados, e formão as primeiras 13 Classes, quando são iguaes: e formão a 14, e15, quando são desiguaes. dia 4.º Se os estames estão pegados , ou he entresi pelos filetes, e formão as Clas- ses 16, 17, e 18: ou pelasantheras, efor- mão a Classe 19, ou pelo pistilo, e formão à Classe 20. | 5.º Se os estames estão em uma flor e o pistilo noutra, formão as Classes 21, 22, e 28. ' 6.º Se osorgãos não são manifestos , formão a Classe 24, | acto e “CLASSIFICAÇÃO; 1. Monandria: 13. Polyandria. 2: Diaúdria. 14. Didynamia. 3. Triandria. 15. Tetradynamia. Eee o cm a et 4. Tetrandria. 16. Monadelphia. 5, Pentandiia. 17. Diadelphia. 6. Hexandria. 18. Polyadelphia. 7. Heptandria. 19. Syngenesia. 8. Octandria. 20. Gynandria. 9. Enneandria. 21. Monoicia. 10. Decandria. 22. Dioicia. 1. Dodecandria. 23. Polygamia. 12, Icosandria. 24. Cryptogamia, el 16 )% REGRAS GERAES. A Jardinagem pede uma attenção perpetua, e um cuidado comme sem isto nada póde Presperara. | Aquelle , que se propõe tractar de flo= res, primeiro de tudo deve escolher o sitio conveniente, ou seja para Jardim de nivel perfeito, Jardim de inclinação sua- ve, ou Jardim em Terrassos. Attenda-se sobre tudo a 5 cousas: ao terreno, á si tuação, à agua, á . exposição , eá bella vista, BOBioona Reparta-se o terreno em da o é uma exposta ao sol, que será para as | bellas flores, ea outra menos exposta para as mais inferiores, e para' as que exigem sombra , e humidade : como tambem para. plantar no Verão em alfoyres asque no Outubro se hão de dispor. O Plano do Jardim deye ser apara- do ao menos huma vez cada anno, sem - e .. mel 17 Jato destruit o risco, cerceando-o de mais. À relva deve ser tosquiada. todos os ló dias, e aplainada com um grosso cylindro de páo, ou pedra. Os viveiros, e arbustos novos serão sachados , e mondados 4 vezes no anho. Deve procurar-se um Jardineiro expe- rimentado, inteligente , activo, efiel: e dar-lhe os necessarios utensílios, como são : Carreta, Paviola , Cestos, Escadas, For- “quetas de pão e deferro, Martello, Maço de pão, Picareta, Enxada, Sachinhos , Pá, Ancinho, Podôa, Foucinha, Ser- rote, Faca, Canivete, Tizouras, Crivo, Regadores, Plantador, Desplantador , “Cylindro, Redomas, Machadinha, Caixa de vidros, "Ihermometro, Barometro, 'Guarda-vento, Palhoça, etc. O Guarda-vento , que tambem guarda asfloresdofrio, eda chuva, póde fazer-se de papel, e este deve ser forte, e claro, para que depois de oleado se faça transpa- EA se 18 Jfo rente, e deixe passar os raios da luz,. Forma-se a grade de madeira, oudecans . nas elevada no cimo em angulo, ou arco. afeição do vaso, oucanteiro, queha de cobrir , ese veste com o dito papel (deixa- se uma porção aberta, para dar o ar da parte opposta ao vento): depois de col- lado, ou pregado é papel, se unta todo com oleo de linhaça , que se deixa seccar , e só se hade fazer uso , depois que o cheiro | se dissipar; porque este he mui nocivo às plantas. O Plantador he á maneira de uma colher , ou trolha de pedreiro, da feição de uma telha de ferro com seu cabo. O Desplantador póde ser de folha de Flandres, ou. de ferro em duas peças; que unidas, formão um cylindro ôcos maior, ou mais pequeno, conforme a grandeza , e capacidade das plantas, que se hão de com elle transplantar. + Reina por toda a parte um summo,. S8( 19 Jak gosto pela Jardinagem : e com razão; pois que as flores fazem pelo esmalte de suas côres » porsuafragrancia, e por sua regue laridade, e belleza, o encanto da vista, c deleite do olfato , e a alegria da Natureza. O Jardineiro sensivel a este prazer põe todo o seucuidado em multiplicar as suas plantas, emasvariar, e aperfeiçoar ; poe rém a escolha-das plantas, eo cuidado de as bem plantar será inutil, se se lhe não applicar uma boa cultura. Asflores ques rem ser bem sachadas, mondadas, ere- gadas a tempo conveniente: he preciso abrigal-as nas grandes calmas, ventos chuva , e neve: separar-lhes, earrancar« lhes os muitos filhos, e rebentos, que as consomem , e defecão : devem visitar-se pelo orvalho da madrugada, para lhes tirar os insectos, que as attacão. - Não se devem manear as flores, sos bre tudo se ellas são delicadas; porque assim se desarranja a ordem , e se deslustra el 00 gi sua belleza ; porém infelizmente ha muia tos, que entrando em um Jardim, não. estão satisfeitos, sem pôr logo as suas | mãosinhas nas flores, principalmente se | são Senhoras. Ora não será uma zanga ; e desgosto para um Jardineiro desvelado,. ver uma mão atrevida, e pouco civilizada em um só momento tirar-lhe os fructos | de tantas fadigas! Mande pois gravar sobre a porta do seu Jardim estes versos em grandes letras : | Híic ver assiduum melius, quam carmina ; Flores Inscribunt , oculis tu lege, non manibus. As flores, com que se ornão os Jar- dins, procedem umas de semente, outrasà «e cebola, e outras de estaca, ou raiz: umas se semeão na Primavera para o Verão ,.e outras no Outono para a Pri- mavera. No Quarto crescente d' Outubro , Novembro , e Dezembro plantão-se as que se( 21 Je procedem de cebola: a Angelica, Açua cena, Belladona, Preponsiana, Narciso , Junquilho, Campanaditos, Trombões, Jacinthos, Tulipas, Marquezinhas, Ane- monas , Ranunculos, Borboletas, Cabo de Boa-esperança, ou Raquel, Lirio, Abes ha, etc. | | As que procedem de semente são: Mangericões, Papagaios, Valverdes, Me- lindres, Perpetuas, Campainhas, Cra- velinas, Martinetes, CGiyrasol, Esporas de Cavalleiro, Cravos, Amores perfei- tos , Saudades , Violas, Cravos de Defun- io, Boas-noites, etc. As que procedem de raiz são : os Goivos dobrados, Chagas dobradas, Ro- sas, Jasmins, Corações, Azares, Mar tyrios, Folhados, Mosquetas, Esponjas , Novellos, Mauritania, Penachos, Mar- garidas, etc. Alem das sobreditas flores se matiza um Jardim com Buxo, Murta, Alecrim, sil 22 Jade Salva, Losna, Tomilhó, Mangéronas. Rosmaninho, Alfazema, eoutras, quese: plantão desde Outubro até à Primavera, ou de raiz, ou deestaca. Advirta-se que. o Alecrim não péga , depois que está em. flor. A cada flor dão alguns sua significa- ção particular: assim a Rosa significa graça, Lirioe Açucena pureza, Jacintho sabedoria, Alecrim ciumes, Jasmim pe- rigo, Mangerona prazer, Perpetua fir-. mesa, Losna amargura, Arruda cásti- dade, Ramos desejos, Fruetos obras , Murta dôr , Buxo innocencia ; Canha ine constancia, Silva prisão, Loureiro victo-. gia, Oliveira pas, Folhas pa Parra embriagués, s$( 23 Ja + OBSERVAÇÕES. =, — Não se deve semear, quando aterra “está congelada do frio: nem se deve sa- char planta alguma, quando venta do Norte; porque o frio penetra as raizes, “e mata as plantas. Havendo tempestades, tombem-se os “vasos com o fundo contra o vento. E livrem-se as flores delicadas do nimio sol: “nem se toquem com as mãos. Tanto ajuda a crescer as plantas o sachal-as a miudo, como o regal-as: e por isso se diz: Ser obrigação do Jardi- - neiro trazer em uma mão a enxada, na “outra o regador. . He bom methodo para impedir a po- dridão das plantas encher o fundo dos vasos, ou alegretes com algum cascalho, “outavacos, à fim de escoar melhor a agua. - Será conveniente escaldar com agua a derver a terra preparada para pôrflores, mel 24 Je a fim dematar primeiro as sementes dos bichos, e hervas nocivas. 4 Às materias oleosas matão osinsectos : mas tambem offendem as plantas, se lhes chegão à raiz. | Para impedir as formigas se deve esfres gar a arvore com tartaro ao menos 6 pol- legadas. À lagarta he quem mais desbasta um Jardim: não setem achado melhor meio para destruir este formidavel inimigo, do que desfazer-lhe os ninhos, e esmagar os ovos, que as borboletas depõe, e que em poucos dias se transformão em lagartas, que ordinariamente de noite he que causão o damno; e por isso de madrugada se devem procurar, e com paciencia se po- derá diminuir consideravelmente o seu numero. 3 Para ter flores mais bellas, que o or= dinario , deve preparar-se uma camada de farinha de favas de lagoa sobre uma, mel 25 Jato camada deterra, edepois outra camada, até que tenha altura sufficiente para nu- trir as raizes das plantas. Se depois de ter cortado as aniheras a uma flor, lhe fizerem cair sobre ostigma o pó fecundante d'outra flor differente, a sua semente produzirá uma planta, que terá alguma cousa deuma, eoutra, i.e., da especie fecundante, e da fecundada, será um Neutro ; mas para esta operação he preciso, que haja já alguma analogia entre as duas plantas, como succede nos animaes de differente especie. Se juntares uma tulipa amarella com outra vermelha , não só da semente sairáô rajadas, mas tambem das mesmas cebolas, até aonde o pó penetrou, e mudou a natureza, aC 26 Jak * DA TERRA. A Terra, em que se hão de plantar flores, será nova, quasi negra, sem bar- To, nem area. Se não tiver sido bem estru< mada, será depois regada com agua d'estrume. Nos vasos deve-mudar-se todos osannos: e nos alegretes basta cousa de meio pé d'altura de 3 em 3 annos, Deve procurar-se uma Terra conve- niente a cada planta, e misturar-lhe bem o estrume sufficiente. Em geral a Terra gorda convem ásraizes, ea ligeira , solta e areosa ás cebollas. A Terra grossa misturada com area se faz fertil, e propria para nutrir os ves getaes. | À boa Terra deve ser negra, gorda, oleosa , friavel, solta, efacilde lavrar, e reduzir a pó: nem muito fria, nem muito leve: sem mão cheiro, ou sabor: sua profundidade deve ser ao menos de 3 a 4 ae( 27 Jp " pés; porque sem isto as arvóres não du- “zarãô mais de 6 annos. — Devo fazer uma observação geral a “respeito da Terra para toda a sorte de planta, che: Que a Terra, que ainda não produzio vegetaes da qualidade, que se lhe quer plantar, he mais util, doque a que já servio; por isso mesmo não se deve plantar uma arvore no mesmo sitio, onde acaba de seccar, ou se tem cortado ouira daquella qualidade: a razão he porque ba um sal proprio em toda a Terra, que só convem a-certas plantas ; assim à conve recebe o sal, que lhe convem, a tulipa outro differente, aroseira outro. ... Da- qui vem odizer-se: Que algumas plantas tem sympathia , e outras antipathia ; por- que aquellas medrão , e estas esmorecem , se as plantão junto a outras. Bel 28 Jak DO ESTRUME. A materia, que deve servir d estrume, quanto mais disposta estiver para a pu-. trefacção, tanto mais se subtiliza, e se | resolve em vapores; e por isso o estrume animal deve ser preferido ao estrume ve: getal, que he maisfraco , e ainda mesmo ao composto de animal, e vegetal: e por isso o misturado com ourinas he preferido ao simplesmente vegetal, He experiencia constante, que os corpos animaes sustens tão melhor, edão mais fortaleza aos ve- getaes: e da mesma sorte os vegetaes, . regularmente fallando, engordão , e fazem “mais robustos os animaes, que usão deste sustento: 1. e., osfrugivoros, e phytipha- gos são ordinariamente mais robustos, € gordos, que os carnivoros: de sorte que se póde dizer: que a Providencia desti- nou particularmente oTeino vegetal para sustentar o animal, e da mesma sorte a este para sustentar aquelle. | Ste( 29 Ja Deve notar-se, que os corpos podres são um veneno, e principio de gangrena para os da sua especie, sejão plantas , sejão animaes. Todo o estrume deve estar Eipilhado alguns mezes, antes de se misturar na terra, para que fermente , eseja bem cor- tido. O estrume d'ovelhas he o melhor e mais activo ; masdeve ser exposto ao ar muito tempo, para perder o seu nimio calor: e convem fazer uso d'elle desfeito em agua, O escremento do homem convem ás terras frias, e sobre tudo quando he mis- turado, e empilhado com outros estrumes. O estrume de cavallo he o de que mais se usa na cultura das flores. O sal parece ser destinado pela Na- ' tureza para o accrescimo das plantas, e he um optimo estrume nas terras frias : por isso o estrume de pombas, e outros — $EC 30 ah volateis, que he cheio de saes, facilita muito a vegetação, e produz um effeita mais prompto, que-o dos animaes, que se sustentão dehervas. Bem pouco deste estrume espalhado ao pé d'uma arvore, a que:se tem feito as falhas amarelas; por estar em terra fria, é humida, he inuito“proprio para a restabelecer. As ráspas de cornos, os ossos, as unhas , e outras partes dos animaes ; assim como-os peixes, conchas, todos os mas riscós, e plantas do mat enriquecem, é fertilizão muito asterras. As mesmas her vas verdes enterradas fazem um bom estrume, eem algumas partes até semeão os 'tramoços para este effeito. As lamas-das ruas são preferiveis para os terrenos fortes, e argillosos. A casca de carvalho, “que tem servido ao cortume de pelles, depois de posta enx pilha, e bem podre,. dá um exceliente estrume para as terras asperas ; é frias.” ae( OL) À einza ; de qualquer especie que sejá , contém um salrico, efertil, que he proprio ara as terras humidas, e frias: ea expe- jencia tem mostrado , que augmenta con= sideravelmente a força vegetativa, com especialidade áquellas plantas, de que as cinzas forão tiradas. As cinzasde palhas, lenha , e carvão de pedra servem de um bom estrume para os prados ; porque tem a propriedade de aquecer oterreno frio, e-de dar fecundidade ao que he esteril; mas este estrume deve ser espalhado por cima da terra no Inverno, afim de que as chuvas o ajudem logo a penetrar a terra: ena Primavera, e Verão póde ser muito nocivo ; porque com o ardor do sol queimará a herva. Bel 30 Jah DA AGUA E DA REGA. É A Agua he sem duvida a cousa mais necessaria em um Jardim, e o que mais contribue para o recreio, sendo bem distri- buida , seja ém repuxos, seja em cascas tas, fontes, e tanques. - q A Agua he necessaria á vegetação das plantas: eem geral se dá preferencia às. aguas da chuva ; depois á dos nascentes ,. e dos rios; porém a dos charcos he no- civa: com a dos poços não se deve fazer a rega immediatamente: que se extrahio do poço. 4 Deve eviiar-se a rega d'agua fria nas plantas quentes, e d'agua quente nas plantas frias. Nada póde fortalecer tanto as plantas no Inverno, como regal-as com agua quente ao sol, misturada com estru- me de pombas, e cinza da planta da mesma especie: e, se com isto lhe applicares nitro, a Arte forçará muito a-Natureza, mel 33 Japo He melhor regar as flores demanhã, ou à tarde, principalmente no Verão: no In- verno será ao meio-dia: e melhor será regar pelo pé, do que pelas folhas: e para não escavar a terra , convem ser pelos regadores furados: Algumas plantas, co- mo os melões, e melancias, não devem ser régadas nem nas folhas, nem no pé, mas só nas raizes; por isso póde fazer-se-lhes régos ao redor , e nestes deitar a agua. À quantidade da agua deve ser pro- “porcionada á natureza das plantas; por- que tanto lhes he nociva a muita, como a pouca de mais: tambem se deve attens der à humidade do terreno. BC 34 Jah DOS TANQUES, E BETUME PARA ELLES. Parece a proposito ensinar aqui o modo de remediar o inconveniente, que ha nos tanques, em ser preciso calafetal-os muito a miudo : porque o Betume ordi- nario, que fica debaixo d'agua, he furado pela minhoca, e outros bichinhos; e o que fica de fóra he arruinado pelosol, e pela neve em poucos annos, Em todas asobras, e principalmente na Arquitectura hydraulica , se deve usar de um betume o mais consistente. Os nos« sos pedreiros não sabem ainda fazer esse moderno, cuja invenção devemos a Mr. Loriot. Esta argamassa he a que mais se approxima á dos antigos Romanos , tanto para a construcção, como para a, decoração. A sua propriedade he ser im- penetravelá agua, e passar promptamen- te de estado liquido a uma dura consisten=' MC 35 Jato cia. Prepara-se da maneira seguinte: Misturem-se iguaes partes d'area, + cal já queimada, meia parte de pó de tijolo peneirado: faça-se de tudo com agua uma argamassa liquida, e à mec dida que setrabalha, vá-se lançando meia parte de cál viva em pó, misturando bem tudo. He principalmente na addição desta cal por queimar que consiste o segredo ; porque absorvendo subitamente a agua superíflua, opera-se de repente uma crys- tallização confusa de toda a massa, que seacha mais dura notermo de dois dias; do que o betume ordinario em muitos mezes. Outro modo excellente: he pegar de um cesto cheio de cal viva, emergulhal-o tres vezes em agua: depois despeja-se, e cobre-se d'area , para que desapegando-se O calorico, não se escapem osgazes; pelo que se deve ter cuidado em ir tapando com area as fendas , ou respiradoiros, que os ao. ae( 36 Jafe os mesmos gazes fizerem na área. Queis mada que seja a cal, deite-se-lhe mais agua, e amasse-se : advertindo porém que . se faça só o necessario para aquelle dia ; porque no outro estará ec rasta ein capaz de servir. Com esté betume, misturado com cas« calho, ou pedra miuda, póde formar-se um tanque inteiriço , fazendo-se primeiro a fôórma com taboas, e depois se enchem os vãos com os ditos materiaes, que em poucos dias estará em termos de receber. a agua dentro; porém tomará mais con sistencia, se ficar um'aúno coberto de terra. Para calafetar um tanque de sorte, que vede perfeitamente a agua, é nuncá jámais seja preciso concertál-o, fação-sé. pequenos sarrafos de pinho verde”, e com elles aosinzel setapem bem as fendas do tanque. Mas este methodo de calafetar só serve nos tanques, que estão sempre: se( 37 Jak gheios d'agua ; porque o pinho verde des baixo d'agua he eterno; e eu sci de um tanque feito há 60 annos, cujo fundo he de taboas de pinho, que está ainda tão werde, como se fôra agora feito. CARA AA DAS SEMENTES. Deve haver muito cuidado com as a ld dd sementes, para que as especies sejão mais bellas, e não degenerem. Escolhem-se as mais fortes, e cujos grãos tenhão adquis rido toda a sua perfeição. Apanhem-se os da haste principal, e rejeitem-se os dos ramos lateraes. Devem colher-se em tempo sêcco, e guardal-as em saccos, pendurados em lugar sêcco. - — Conservão-se melhor na sua espiga, ou legume, e ao ar livre; porque o ar “Jlhes he absolutamente necessario para en« treter o seu germen, e conservar-lhes a propriedade de rebentar , e produzir. Esta Sel 38 Japa observação merece ser sabida por todos equelles, que envião , ou recebem semen- tes de paizes remotos; porque he expe- tiencia constante, qué não nascem aquel- las, que vem engarrafadas, e exactamenté tapadas, O melhor modo de conservar as se- mentes he telas em um grêo de calor temperado, onde não sofrão as intempe- riesdoar, 1.E., nem muito calor, nem muita humidade. Tstó sé póde tirar dos que cultivão melões; porque quando as sementes skomuitonovas, produzem plan- tas mais vigorosas, mas menos ferteis: é para obviar este inconveniente, trazem no bolso as sementes um, ou dois mezes antes de as semear; é assim o calor dó corpo as enfraquece tanto, como se fos- sem dedois, ou mais annos. Finalmente para impedir os insectos, he conveniente pôr as sementes em infusão de saião (joti- barbe) um dia inteiro. sge( 39 Jp DAS RAIZES, E CEBOLAS. As Raizes e Cebolas devem estar de molho um dia, antes que sé mettão na terra. Os Ranunculos, Anemonas,e todas as cebolas d'estimação devem ser postas em vasos, oucaixões, para se guardarem melhor da neve, e tempestades: devem ser enterradas em Outubro a 2, ou 3 dedos debaixo da terra. Quando estas acabarem de dar flor, e tiverem a rama sêcca, convem logo desenterral-as, elaval-as, ou sacudir-lhes bem o pó; e depois de séccas á sombra , guardal-as , para se tornarem a plantar a seu tempo. Devem ter-se expostas ao ar sêcco, e com as mesmas cautelas, que acabamos derecommendar a Papai das sementes. As plantas de cebola florecem melhor , e mais depressa immediatamente pela cebola; mas por semente ha mais yarie- al 40 Joe dades, ainda que só florecem, passado um, ou mais annos. À melhor estação de fazer esta sementeira he em Setembro. Se fizerdes com a unha pequenas inci- sões no fundo da cebola, aonde sáem as raizes, no anno seguinte tereis tantos fi- lhos, ou cebolinhas, quantas forem as mordeduras. Estas pequenas cebolas se recolhem, e em Setembro se plantão em alfovres, que se mondão, e regão no verão; no fim de dous annos renova-se-lhes a terra, ese vão tractando,, até se pôrem em estado de dar flor. . sea el 41 Ja DOS ALFOYRES. He conveniente fazer bons Alíoyres de flores, para delles povoar todo o Jar- dim. O Alfofre deve ser em sitio abri- gado, e bemexpostoaosol: aterra deve ser ligeira, esêcca, principalmente para es flores de raiz bulbosa. De todas as flores de semente se devem fazer Alfofres + OU creadeiros ; à excepção das Papoulas, que devem ficar no mesmo sitio, onde nascê- rão. Alem dos Alíoyres de sementes, e raizes, deve tambem haver um de estacas de cravos, goivos, jasmins, etc. Este deve ser abrigado dos ardores do sol de verão, e facil para se laborar, mondar, e regar. | Para povoar os pomares, deve haver tambem viveiros: estes se farão da ma- neira seguinte: “Virem-se as pevides da “laranja, os caroços dos pecegos, o de outros quaesquer pomos bem maduros, e Sel 42 Jato “mesmo já podres, lavem-se em agua da “chuva, e sequem-se por tres, ou quatro. dias. Em Março he que se semeião em caixões com boa terra, é bem estrumada , em 2 pollegadas de distancia umas das . outras, e outro tanto debaixo da terra ; regão-se com agua tepida, ou quenté aq sol de 3 em 3 dias: haja cuidado em li- yrar as tenras plantas dosrigores do tem- po, epicar-lhes a terra frequentemente. No anno seguinte setransplantão em vi- veiro a palmo, e meio de distancia, cons tinuando a estrumal-as, sachal-as , e res gal-as: e notermo de 4annos estarão em termos de seenxertarem, oude setrans- plantarem simplesmente; porque desta sorte se conseguem algumas qualidades raras, emuito boas: para que será bom deixar deenxertar asque não parecerem muito bravas, i.e. , que não tenhão mui tos espinhos , nem as folhas muito miudas. Daqui vem (cousa piu !) a varies dade deperas, maçãs, etc. | mel 48 Jato DA PLANTAÇÃO. “A melhor Plantação he depois da queda das folhas ; porque então a sevejá não sóbe; levando torrão , he o meio dé sofirerem menos no transporte, e pegão “melhor. Para se fazer o transporte para grande distancia, cobre-se o torrão com barro amassado em mel, e depois se cobre com musgo. Note-se que as plantas de- vem ficar á sombra 3, ou 4 dias depois de plantadas , e he melhor que sejão mais pequenas, do que muito grandes, Primeiro de tudo se deve fazer a pre- paração da terra, que convem ás diffe- rentes especies d'arvores, ou arbustos, que se querem plantar, a fim de que estejão arrancadas fóra da terra o menos tempo possivel. Quando se arranca a ar- vore, deve haver grande cuidado com as faizes, para as não ferir; e antes de se plantar, devem aparar-se-lhe todas as rai- “- e o. zes perpendiculares, as podres, sêccas, e feridas: as raizes mais grossas devem fazer-se mais curtas; aparem-se tambem os ramos do modo mais proprio para ajudar o accrescimo futuro. | Feita uma cova bastante profunda, . se lança no fundo algum estrume, que se cobre de terra: logo se põe a arvore de modo, que as raizes não fiquem em maior profundidade, do que estavão antes de ser transplantadas: vai-se lançando ter- ra boa sobre as raizes, que se vão espa- lhando em roda quasi horizontalmente , / sem que fiquem em contacto com o estru- me: depois se vai calcando levemente a terra com os pés, para que não fique yacuo algum: e logo: se enche d'agua , para melhor se estenderem, e chegar-se a terra mais ás raizes. Será bom cobrir por cima a cova com torrões, para en- treter a frescura. Resta recommendar, que se una logo a uma estaca, que a se 45 Jp defenda dos esforços do vento. Finalmenté lembramos a boa ordem na plantação : que as arvores fiquem em boa, 'e igual distancia umas dasoutras: que não sejão postas onde forem nocivas, ou não cau- sem utilidade; mas que fiquem em linha recta, principalmente nas margens, e - junto aos caminhos. Recommenda-se a figura de quincunce :. '.. na plantas ção de um pomar, como mais util, e vistosa, W A 4 n E4 E f E : Ngt7 pI (A a w UU 4 / N nd ie? 4 air: da S> NU =€> 07 ê AE E E “a ESA iba ERAM Es Ma p Q ETR ET SS p R O s * e ? ! ) ) y Boy dao DU o. 16 == WU 7 5: ae( 46 Jak DA MERGULHIA, EALPORQUES. Muitas arvores, e arbustos se multis plicão mais facilmente por mergulho, e alporque desta maneira: Abaixa-se o rae mo, e se fende debaixo para cima no sitio, quedeve ficar enterrado, e alguns o retorcem, ou lhe fazem um entalhe : quando os ramos se não querem dobrar facilmente, obrigão-se com estacas pre- gadas na terra, que os sujeitem, ou se lhes applica um barril, ou cortiço cheio de boa terra , e se cobre com musgo, e séregão, até crear raizes em termos dese poder separar, e transplantar. Outros apertão um arame em torno do ramo, em que querem fazer o Alpor- que, e pela parte de cima do aramé fu- rão com uma verruma a casea em muitas partes. | Outros fazem um golpe de baixo para cima na parte, onde se acha um nó, a SEC 47 Jp que chamão lingua, como se practica nos craveiros. Outros fidalmente cortão em circulo, ou annel dé meia pollegada de largo a casca, que ha de vir a ser coberta de terra. | - A melhor estação para alporcar as arvores duras, que perdem a folha, he em Outubro as tenras em Março — as sempre-verdes em Junho, e Julho. sara NM a fan da DA ENXERTIA, « - Enxertar he tomar os gomos deuma arvore para osinserir em outra, desorte que fação um, e o mésmo corpo. Estes gomos chamão-se garfos, os quaes devem ser do anno precedente, e não que sejão mais velhos: devem ser tirados d'uma arvore vigorosa, e de boa qualidade, e são preferiveis os que são tirados dos ras mos lateraes, ou horizontaes. Devem ser separados da arvore, antes de começarem “ás Sel 48 Jão a brotar; e um mez antes de os inserir 3. entretanto se conservão em terra com o cimo de fóra, e se cobrem com palhas. para não seccarem. Quando se mandão | para outro paiz, envolvem-se as extremi- dades em bosta com musgo por cima. Os. cavalos, ou hastes, sobre que se quer fas zer-o enxerto, ou são ja crescidos, e se enxertão nos ramos (no ar): ou peques nas varas, e se enxertão em baixo. — Ha4modosd enxertar : 1.º Na casca, que convem ás arvores grossas, e secha- ma enxerto de corôa, porque os garfos são postos em fórma decirculo;= 2.º De fenda, que se faz nas arvores de duas pollegadas de diametro. == 3.º De escudo; quese faz em um cavallo , ainda que tes nha menos de uma pollegada de diame-. tro. — 4.º De approche, que se faz, quan- do as hastes, que se querem enxertary | estão tão visinhas, que se podem ajuntars facilmente, Eos ncr9á Bel 49 Jah er! 1.º 9: De Coroa. Faz-se no principio d' Abril. Cortão-se os grossos ramos horizontal- mente, e se lhes pôetres, ou quatro gar- tos, que são aparados na base de um só lado, e se introduzem entre a casca se o madeiro duas pollegadas com o encaixo aparado para dentro, e se cobre tudo com barro, não deixando de fóra mais que dous botões. 2º “De F enda. Faz-se em Fevereiro, e Março. Corta-se a haste obliqua, ou ho- rizontalmente, e se racha exactamente pelo meio até duas pollegadas: insinua- se-lhe no meio um ponteiro, ou cunha, para ter a fenda aberta, a fim de se lhe metterem osdous garfos , que devem estar aparados na base de um, e outro lado a modo de cunha, e ajustarem exacta- mente com “a casca do cavallo : depois fira-se-lhe a cunha do meio, e se liga E “para as fructas de caroço, principalmente “como tambem na larangeira , jasmim , € aC 50 Ja com junco, vime, ou fio de lã, e se cobre de barro: ou deterra, se he feito » em ENO junto à raiz. » 3. o De Escudo, ou Borbulha: Heordina- riamente usado desde Junho até Agosto pêcego , damasco ; cereja, ameixa ; assinz outros arbustos. Depois de se ter escolhido sobre a haste, que deve ser enxertada, úm sitio lisoacima daterra 3 pés, pouco mais, ou menos, com um canivete se faz na casta (de modo, que não fira & pão) uma incisão atravessada, e outra perpendicular, que tenha a figura deum T, tendoa perpendicular duas póllegadass Depois se prepara o botão da boa qua: fidade , que se quer, do modo seguinte? Corta-se a folha, queo acompanha , dei xando-lhe o pedunculo; dá-se-lhe tórte atravessado por cima, e dois pel | Pe SC 51 Jo lados em fórma de triangulo, ou escudo da figura de um V, ficando o botão no meio, e seextrahe de modo, que 6 botão venha apegado. Depois se levanta com geito a incisão feita a modo de T, e sé insinua O escudo exactamente entre 6 páó ea casca, ficando 6 botão á vista, é o lado de cima bem unido ao córte de cima , que fórma a cabeça do T'; porqué neste sitio he.que solda o enxerto, e que cons tribue para o bom exito. Logo se liga & incisão com junco, ou fio, principiando por baixo com cuidado, para não offens der o botão: será bom. wntar a incisão com cera, óu greda, não cobrindo q botão. Dahi a um mez deve desligars Se, aparar-lhe os ladrões, e cortar-lhe 3 haste 3 pollégadas acima do enxerto oblia quamente. Alguns pegão , sem que arres 'bentem naquelle anno, e chamão-lhe de gomo dormente Às . à : & ns Sel 52 Jão É - | De 4pproche. Faz-se em Abril um entalhe de duas pollegadas (no que ha de servir de garfo) de baixo para cima em | fórma de lingueta, ou cunha: e no cas. vallo se faz um igual córte de cima para . baixo, para receber a lingueta: depois. se unem de modo, que assuas cascas se-. jão perfeitamente juntas em contacto * ligão-se, e se cobrem com barro, para” os livrar do contacto do ar; e da humi= À dade: depois sesegurão bem a uma esta=. ca, que os defenda dos insultos do vento. Dahi a 4 mezes, estando pegado, se se= para o enxerto perto da haste, e se cobre; com barro a incisão, feita obliquamente ,. quando se deu o córte. Usa-se sobre as. nogueiras, figueiras, amoreiras, larans geiras, jasmins, etc. » N. B. A Todas as arvores do mesmo genero à. e., que (concordão em suas flores, e va : seo ue o BE( 53 Ja fructos, pegão bem umas sobre as outras, ainda que não tenhão semelhança nas suas folhas : assim o loureiro, e cerejeira pegão entre si: as arvores de caroço enire si: as coníferas entre si: as que produzem landes, ou bolotas, pegão entre si. Para cobrir a ferida do enxerto usão muitos em lugar de barro simples deuma massa composta de greda, excremento de cavallo, alguma palha bem moida, e umas pedras de sal, amassado tudo bem com agua. Ainda impede melhor a passagem do ar a seguinte composição : therebinto, cera, eresina, que se fervetudo, e pouco quente se applica sobre o enxerto: e quando vem os fortes calores, esta com- posição cáe sem fazer damno. A 1.Ib. de ' therebinto póde ajuntar-se I lb. de cera, ve pez. Esta momia he excellente vulnes “xario para as plantas. » XY são ae( 54) DAS ARVORES ANÃS.. As Arvores anãs adornão bem uma horta, ou um Jardim. Tirão-se as arvo- res anàs dos ramos de qualquer fructeira, que vão dar fructo rfâquelle anno:; asde espinho conseguem-se ordinariamenre por alporque, e as outras por enxerto. Para conseguir, v.g., pereirasanãs: enxerta-se em marmeleiro garfos de qual- quer qualidade de pereira (as do Inver- no não produzem bom fructo.) Os gar- fos não devem ser tirados das hastes muito: vigorosas, porque puxão muito: devem ser enxertados a 6 pollegadas acima da terra; e quando o enxerto tiver crescido um palmo , cortão-se-lhe os gomos, afim de forçal-o a dar ramos lateraes. Dous annos depois setransplantão para o Jar- dim , aonde se continúa a aparar, edar- lhe a fórma conveniente, e-o trataménto necesssario. Assim terás uma oliveira em mel 55 Ja um vaso dando azeitonas, uma figueira -uma tangerina, uma cerejeira, etc, Os damasqueiros , ameixieiras , e pe- cegueiros anãos produzem melhor, e se lhes dá melhor fórma em latadas, ou crucificados a paredes. CABANA SA NARA: dd RANA AS CULTURA DE MELÕES. À terra deve preparar-se um mez an- tes em regos, galeiras, ou covas de um palmo de profundo com estrume mistu- rado com algum de commuas, ou das ruas. No crescente da Lua d' Abril, e Maio semeião-se as pevides, que devem ser de dous annos, e não as havendo se- não de um anno, costumão os hortelães trazel-as no bolso dos “calções um mez antes de as semear; porque o calor do corpo as enfraquece, e não sendo tão vi- * gorosas, são mais ferteis, e productivas. Depois de nascidas, mondão-se , e vão-se Bel 56 Jato sachando, e cobrindo de pseo até se are razar toda igualmente. Logo que o pé do Melão tiver 4 fo- a corta-se-lhe a ponta deixando-lhe 2 gomos, que arrébentaráô em ramos o » à que chamão correntes, e são os que produzem o fructo. Da mesma sorté estes segundos se panos deixan- do-lhe sempre 2 gomos: e a mesma ope- Tação se faz aos psi «.. fazendo sempre, que aforça vá toda para a vara do melão, adiante do qual se deixa um olho só, e selimpa tudo o mais, que lhe póde tirar o vigor; principalmente os gomos, eélos, que vem junto ao pedun- culo do melão. Advirta-se que o orvalho, e oardor do Sol lhe he muito nocivo, se vier logo immediato á capação ; por isso a melhor hora he fazer-se pelo meio da tarde. | Esta capação se póde practicar em nutras plantas, como são pepinos, abos me 57 Je boras, favas, feijões, enasarvores, que se desejão com roda, e que não subão muito. >: - Os Melões não querem ser regados; mas sea Estação, ou oterreno o exigir, reguem-se de modo, que a agua só chegue à raiz, fazendo regos desviados das fo- lhos, e do pé da planta. - DAS FLORES PREMATURAS. Para ter flores prematuras, ou tem- porás deve anticipar-se a ordinaria plan- tação, ou sementeira; aquecer, e ani- mar-se o rebento: conserval-o em lugar quente, e dar á planta um nutrimento conveniente, e succulento. | Asborrasd'azeitona, euvas + oestru- me de cavallo, as aguas dos pateos, ou trumeiras adiantão muito as plantas: sim como tambem a frequente rega com agua um pouco quente; e resguardal-as ac 08 ae dos tempos asperos , e frio da noite. Em algumas partes fazem fogueiras em torna da arvore, que querem produza os seus | fructos temporãos. | | Quanto menos fundas se plantão as cebolas, ou raizes, tanto mais cedo flor recem ; por tanto terás em diversos tem+ pos mais cedo , e mais tarde -as que esti= verem enterradasa 3, a5,a 7 pollegadas. d; Plantando garfos de goivos no princi- | pio de Outubro, untados na base com materias gordas, e salinas, estarão floridos dentro ém 4 mezes. | Enxertai d'escudo em maceira u gomo deroseira, e tereis na mesma arvore fructos do Outono, efloresda Primaver Se cortares a uma roseira os ramos an- tigos, e lhe deixares os novos, que no anno seguinte devião dar flor, toda a seve voltará para os ramos novos, € fará dar rosas no Outono. [O RR | Sel 59 Je — VIRTUDE DAS PLANTAS. — “Todas as plantas communicão a sua virtude ou por infusão, ou por cosimento: mas advirta-se que a virtude da raiz das hervas he na Lua minguante: do tronco he no crescente: dos ramos na Lua cheia. E porque alguns não attendem a esta circumstancia, muitas vezes não achão o effeito, que buscão. “A raiz de selga mettida em vinho o azeda, e converte em vinagre dentro de poucos dias. Folhas de malvaisco untadas em azeite, e postas sobre a escaldadura, apagão o fogo, e abrandão a dôr. À cebola dos tirios pisada, e misturada com azeite cura as queimaduras. SA ortiga pisada, e posta de emplas- ro sobre o nariz, reprime o fluxo de san- é: e misturada com farinha-centeio tiga as dores de cabeça, se a pozeres gobre as fontes. e A folha da herva dos callos bem quente | ao lume, e posta sobre os callos dos Pa á noite, os tira inteiramente. Rosas sêccas, ou verdes, postas na caixa, evitão que a traça dê nos vestidos ahi guardados. | No pombal, ou capoeira, em que se pozer um mólho de drruda , não entrará a dóninha, furão , ou mocho. == As cobras fogem desta planta. = O çumo cura al sarna. = Misturada com mel, e posta como emplastro sobre o embigo dos mi- ninos , mata as lombrigas. = Conserva, e fortifica a vista, se sacudires os olhos com um raminho da mesma arruda; porém E será muito melhor laval-os com vinho puro, e que este entre dentro do olho. Asmaçãs de Cypreste são muito adstrin= gentes, e de muito uso na Medicina : feitas em pó de infusão em vinho branco tem a virtude da quina para as febres quartãs. == Se misturares partes iguaés de farinha de maçãs de cypreste, e de del 61 Je framoços séccos , e com vinagre forte fi- zeres umas papas, poderás curar as unhas pêcas da maneira seguinte: Mette-se a dita massa em um dedo de camurça, e se traz continuamente, até que a unha despegue , e venha anova. Deve fazer-se acura duas vezes nodia, e a massa cons serva-se tapada em um vidro fresca por 4, ou ó dias. O succo do alho he excellente cemento para collar vidro , e louça, que não tem de servir a liquidos: tambem he um mor- dente bom para dourar vasos de vidro. -Amoras de silva simplesmente, ou desfeitas em vinho, tomadas em jejum tirão a diarrhea , ainda a de sangue, Tanto as folhas, como a flor da Ma- tricaria, são de muito uso na Medicina: os seus principios activos he um oleo thbereo, e uma substancia fixa resinosa, ' gommosa : he diuretica, cephalica , carminativa, e uterina. He com razão “um poderoso remedio para restabelecer ae( 62 Jafe o menstruo , os loquios supprimidos : para curar oflúxoalvo, Os accessós hystericos, para expellir as oufinas; para dissipar os flatos, para matar as lombrigas, em fim para todas as mólestias, que depen« dem da atonía das fibras, e da múscosi= dade dos humores: Applica-se interiores mente por uma pitada em infusão aquos sa, ou vinhosa: e exteriormente por cas taplasmas, semicupios, cristeis, e defus mações. | dr. Da nossa salva fazem os Chins, e os Japões tanta estimação, que dão aós Hollandezes dois arrateis de chã por um. de salva; da qual, por ser tão commum ,;' fazemos tão pouca estimação, que até nos Piero do proverbio Latino, que diz: Curmorietur homo , pe crescit' Salvia in horto 2 é ey As folhas de salva grado e amassas das com uma gemma d'ovo, tirão à in flammação interna da garganta, applis cadas por fóra como cataplasma. dd EA | 2 CALENDARIO DO “JARDINEIRO. JANEIRO. RIO crescente da Lua semeia linho, limoeiros, larangeiras, e fructa de caroço: planta buxo, ameixieiras, pece- gueiros, oliveiras, e roseiras: enxeria amendoeiras. | ago No minguante arma ratoeiras aosTas tos, e toupeiras: semeia goivos: póda, e Córta madeiras : monda otrigo: cobre as plantas do frio. | 4 abel 64 Jade FEVEREIRO. É No crescente enxerta vides, macei- | ras, e pereiras: planta bacello, trans- planta limoeiros, e larangeiras. Semeia alecrim do Norte, e as plantas tardias a dar flor, como são a balsamina, a dous radinha, os amarantos, à cruz de Mal- ta, cravos, e cravelinas. No minguante córta cannas, pódas apara o buxo: e visita as colmêas é B dia sereno. ' MARÇO. - , O bom Járdineiro priricipia neste meg; “ater o seu Jardim preparado, e guar= necido : descobre as plantas, e limpa as) ruas. | o No crescente semeia milho, feijão, hortaliça para temporão ,. planta figuei= ras, laranjeiras, buxo, alecrim, murta's jasmins, alfazema, e todos os arbustos WE que temem ofrio: transplanta a violeta ; a margarida, a primavera, e todas as plantas fibrosas: semeia goivos, cravos, papoula, mangerona, plumas, mange- ricões, e todas as flores annuaes, que se devem transplantar em Maio. ' Nominguante limpa as arvores, apára o buxo, faze mergulhias, é alporques: sacha as hortas, transplanta roseiras, e trasfega vinhos em dia sereno, ABRIL. No crescente semeia milho, feijão s melancia, abobora, e melão: planta ces bolo: enxerta d'escudo damasqueiro, e pereira: sacha, erega naseccura: colhe flores, e semeia cravos. e Nominguantelimpa colmêas, tosquia, se córta vícios aos pomares. Os pombos Meste mez são os melhores para povoat e pombal. . al 06 MATO. nm . No crescente semeia milho, melão, fnelancia, efeijão; planta cebolo, ehor< taliça: enxerta pecegueiros ,. limoeiros , e larangeiras. | cs “Aos 7 da Lua semeia cravos, para 6s teres dobrados, e os transplantarás em Setembro antes do Equinoccio. No ininguante'dá ás vinhas a segunda cava 2 ceifa, e cresta as colmeéas. JUNHO... | no No crescente semeia milho, feijão, melancia, e melão, e couves para teme porão. Planta ramos de figueira: enxerta d'escudo limoeiro, e larangeira. No minguante faze alporques: ceifa o pão: sacha os milhos ; eresta as colmêas: Alporca os craveiros, guarnece-os de bras - gastas, e apara-lhe os botões, Levanta ae( 67 ate da terra as cebolas de tulipas, enão ses jas preguiçoso em mondar as flores neste “mez, | "2º JULHO: No crescente semeia couves para tar« de, repolho, nabos, etramoços. Alporca cravos. | | | No minguante colhe fructos + e semene tes: ceifa trigo, e rega frequente. Reco- lhe a semente do alecrim do Norte, e outras flores, aii AGOSTO. — Nocrescente semeia nabos, rabãos, e mostarda; planta cebolas, para semente , alfaces + e cenouras. Semeia á sombra goi» vos, e a semente de borboletas, para te darem flores em Março. No minguante colhe fructas, e rega frequente. Guarda as sementes, e semeia cravos. MC 68 SETEMBRO. e No crescente semeia trigo, nabos, é favas, planta couves, alfaces, e brocos. Planta anemonas, lírios, e toda a sorte de plantas fibrosas. Semeia o farelo das borboletas , bellas-rosas, e de outras se- melhantes flores. No minguante colhe diana , e tramo- ços. Vindima, sécca passas, e cresta col- mêas. Peso OUTUBRO. No crescente semeia trigo, centeio; cevada, linho, e ervilhas. Planta rosei- ras, ranunculos » tulipas, anemonas, crocus, junquilhos, liz, jacinthos , iris 5 | úarcissos, martagões, e toda a sorte de cebolas, e raizes bulbosas; e semeia as / mesmas qualidades. No minguante acaba a vindima : mer- gulha vides: alporca, e dispõe craveiros : apára o buxo, e a murta, q fe o REC 69 DJ NOVEMBRO. No crescente semeia trigo serodio, e ervilhas. Planta arvores, bacello, rosei- ras, e acaba a plantação das raizes bul- bosas. “ Nominguantie limpa arvores, e córta Já algumas madeiras. DEZEMBRO. e” , -q No crescente semeia cebolo, e outras - hortaliças. | * No minguante córta madeiras: abriga “da neve asflores, e arvores d'espinho, e “mata Os porcos. CULTURA PARTICULAR DALGUMAS FLORES EM ORDEM ALPHABETICA. LECRIM DO NORTÉ. Co- lhe-se a baga em Julho antes d'abrir: põe-se em um copo ao Sol, tapado, para que não salte fóra a semente, quando a baga abre: semeia-se em Janeiro, conser- va-se à sombra no Verão, e transplania- se passados dois annos. Não quer muita agua, e produz melhor exposto fóra de vasos. Tambem péga de estaca na Pri- mavera á'sombra, e bem regado. | aC 71 Ja A “o AMARANTO. Rabo de rapoza ou Flor-velludo. Sua flor dura longo teme “po; e cortada não murcha logo, e mesmo depois desêeca , conserva muito tempo a sua côr, donde lhe vem o nome de apazarros (a priv., e mapiro murchar.) “He roixa, amarellá, ou branca. Semeia-se rara em Fevereiro. » e Março, para setransplantar em Abrd, e Maio. Esta flor quer free pa regas, e pouco sol. - - ANEMONA, Em Gr. avpam de avos vento, porquese da bem, exposta ao vento. “Veiodas Índias Orientaes. São simplices, "owdobradas: azues, roixas, vermelhas, ou rajadas : querem umaterra ligeira, e solta; na arêa nutrem muito : a terra quente, gorda, e podre lhes he muito nociva: basta usar de estrume de folhas “sêccas. Póde compor-se a terra desta Norte : De arêa negra, ou terra arenosa. O cestos, 3 deterra nova, e 5 de terrs * vegetal : mistura-se tudo, e um anne k (72 Je A depois he que se deve fazer a plantação, tendo-a primeiro passado pelo crivo: e todos os annos se deve mudar de terra. Depois de florílas durão muito tempo , abrigando-as do grande sol, Depois de murchar a planta, tirão-se da terra as. paítas ; esêccas à sombra, se guardão: e se podem conservar 3 annos, e então ainda dão melhor as suas flores. AQUILEIA , ou Campainha. Flor; e planta ant escorbutica : he uma planta vivaz, que se multiplica. pela semente , ederaiz em Setembro em boa exposição : sua flor be composta de muitas folhas, 5) planas » € 5 concavas dispostas em cor- neta: parteroixa, e parte azul, branca, e encarnada , ou acastanhada. | ARVORE DA VIDA, ou do Par gaixo. Seus ramos se estendem horizons talmente: tosquia-se como o teixo: tira- se-lhe um oleo por ditado para allivio dos gotosos. BECTS B BAGUENAUDIER. V. Coluthca, BALSAMINA. Planta vulneraria, e detersiva. Reprogusae de grão semeado em Março. | BELLA-ROSA. Estaflor, que per- tence aos ranunculos, dá alguma semen- te, de que apparecem mui lindas varie- dades, não só na cór, como no feitio de sua corolla : a mais bella, que se conhece, he a Dionysia. BOAS-NOITES. Especie de Jala- - pa: semeia-se em Abril, ese transplanta “em boa exposição no Outubro para guar- necer os alegretes. BORBOLETA. Pertence aos Ra- “punculos: plantadas em Abril dão per- - feitas flores no Outono ; porém o tempo “proprio he em Outubro para darem flor na Primavera, Logo que vão murchando Sje( 74 Je B as plantas, arrancão-se as raizes das me-. lhores qualidades, e se guardão para semear no Outubro seguinte. Devehaver muito cuidado em arrâncar as singelas, logo que principião'a abrir, porque fazem degenerar as semi-dobradas; ás quaes se ba de tirar a semente, para ser semeada de alfovre em Setembro á sombra, e em boa terra. A semente das flores escuras he preferivel. Esta semente, ou farelos levão um mez a nascer, e hão se lhes consente, que dêm flor; mas em Maio se colhem as raizes , “para no ânno seguinte florecerem melhor. BUXO. Ha differentes especies. “0 Buxo de .Írtois he oque: sé emprega para guarnecer os Jardins: apara-se em Marco, e Outubro: plafita-se'de rama, ou estaca desde Novembro até Março. Tambem sé multiplica pela divisão de suas raizes. Não teme o calor, nem o aC 75 Ja rd frio, etemuma longa duração. O Buaus arborescens he proprio para um terreno frio, e esteril: multiplica-se de mergu- lhia, e de estaca, e o melhor tempo de as fazer , e plantar heno Outono; pórém ó melhor he de semente, por se fazerem arvores mais grossas, e mais fortes, ainda que levão mais tempo a formarese, RARARAAA RA RANA ADA RAR o R | | C CAMPANULA. Assim chamada, porque esta flor tem feitio de campainha. Há muitas espécies, e tanto as dobradas, comoassingselas, érajadas, querem terra grossa, e humida, e bem exposta. Mul- típlicão-se em Março de semente, e de aiz. CANNA DA ENDIA, ou Odorifera: Plonta-se em boa exposição, multiplican- Wel 76 Jp C o-se pelas raizes, e tambem se semeia em Abril. Deve haver cuidado em a des fender das neves, e no Inverno nada de agua. CEDRO. Colhem-se em pequenos debaixo da arvore na Primaverá, ou se semeijão em Fevereiro: plantão-se em vi- veiros, e no termo de 3 annos se trans- plantão, tendo cuidado de lhes não apa- | Tar os ramos do tronco: tomão todas as fórmas, tosqueando-lhes. as pa , e! atando-lhes os ramos. COLUTHEA , “ou Baguenaudier. Arbusto galante , e proprio para Jardins: florece 3, ou 4 vezes no anno: a flor he côr de fogo: semeia-se em Março, e se) transplanta depois, havendo cuidado de. a regar, e livrar dos rigores do tempo. COROA IMPERIAL. Hesingela, ou dobrada, amarella + ou encarnada; vem de semente em Agosto, e de cebola di aC 7 Ji C | ém Outubro: não se arrancão as cebolas senão para as plantar logo. + CRAVO. São muitas as castas de cravos: Principe; Côr de rosa, ou Glos riade Londres, Jorge Rei, Sangue Real, Princeza, Diana, Duque de Toscana, Roixo de Mattheus da Cunha, Audre- mois, Branco, Negro, Pavão, Avinhas do, Escarlate, Valente, Pintacilgo, Lou- teiro, Degenerado, Ferrado, Donzello , Neto, Mantuano, Aurora, Bellagala , “ou Anagoa de Venus, eto. -— He difficil colhêr semente de bons cravos; porém alguns a produzem, e colhe-se bem madura , para se semear em “Abril: e estando do tamanho de um dedo, se transplantão para darem flor no anno seguinte: tambem se semeião no min- “guante da Lua de Agosto, para que “foreção em Maio. “e O dlporque he o meio ordinario de 4 EC 78 Jak [o reproduzir os craveiros. Alguns fazem os | alporques em todo o tempo; porém o melhor he no miáguante de Junho, eno À crescente d' Outubro : e sendo feitos em differentes tempos, tambem tereis cravos pelo anno adiante. - Alporca-se O eraveiro, dobrando-lhe a haste , fazendo um cotovelo para q mergulhar na terra com uma forquilha 5 À dando-lhe primeiro um córte até ao meio pelo nó: e mette-se-lhe no golpe uma folha de craveiro, para que não feche esta operação se faz em todas as hastes, menos a uma, que póde ser a do meio. He mais simples dar-lhe um golpe obliquo debaixo para cima, e depois outro recto s que córte fóra esta lingueta, e se lhe chega terra, pondo-lhe algum amparo,; De todos os craveiros se podem fazer Estacas ; e as melhores são aquelles olhos , que nascem pela haste acima: estas se. E GC o F | Ro plantão no Inverno; é mesmo no Verão em viveiro, e se regão. Os Mantuanos «grande, côr de lacre) mettidos d'estaca em Maio, e postos à sombra, até que peguem, dão excellentes cravos no In- verno, Escolhe-se uma haste, que poderia dar flor, e que tenha 3 nós, corta-se perto do coração, quehe a parte, donde sáem as folhas; depois se fende em cruz pela parte de baixo até ao segundo nó, e se põe ao sol, até murçhar ; logo se põe em agua, até tomar o primeiro vigor ; então se planta em viveiro, ou no vaso, em que deve ficar. did ' Os craveiros devem plantar-se em vasos (em caixões , e cortiços produzem melhor) com terra nova. A melhor terra be a que seacha junto aos troncos velhos “das Devezas, He bom pôr no fundo do Yaso algum estrume decavallo, e cascas | lho; que serye a esgotar a agua, Bel 80 )ãp C. Logo que se plantão os álpoiques, reguem-se, e ponhão-se á sombra por 15 dias: depois devem ser regados com agua quente ao sol; ainda que a recente tirada de poço lhes he muito conveniente : tirem= se-lhes as folhas velhas , e podres, e livrem- se dos rigores do tempo. Quando arrebentão, convem desbastar' os botões, para que venhão com mais fortaleza: e quando vão crescéndo as. hastes , vão-se arrimando a cannas, ou va-: rinhas, esesegurão com fios delã. Deve- se-lhes cavar aterra, quando não houver ventos frios, porque estes matão todas às plántas, penetrando-lhes as raizes. Quando querem florecer, he preciso ter cuidado em regal-os , aparar-lhes as fo= lhas velhas, e limpar-lhes todos os botões ,. deixando só o principal; no qual se vai rachando, e abrindo as extremidades , para a flor sair com perfeição. Não se E o ae( 81 Ji C deve cortar a flor muito rente á raiz, porque isto otiende muito O craveiro. — Advirta-se que a agua, e o sol deve ser moderado (o nimio sol lhes come a côr); por isso será bom ter os vasos aonde tenhão sombra na força da calma, i.e., à hora de sésta. Os crayeiros velhos devem abrigar-se do frio no Inverno com palha, ou ramos : e os novos, que ainda não derão flor, prevalecem melhor com o frio, e expostos ao Norte. À rega se fará pelo pé, enão pelas folhas; porque a mesma agua os meéla, e lhes faz apodrecer as raizes : sendo pouca a agua, tambem seccão: regão-se pela manhã, e omelhor he ao anoitecer. Sao muitos os inimigos, que atiacão os craveiros: o piolho, que costumão crear de Verão, a podridão , que lhes vem 'paraiz, a bicha cadella, a formiga, a rosca , a lesma, os caracoes, etc, 6 Sel 82 Jp C — O remedio maisefficaz para 6 piolho | he a terra do estanque de tabaco, a que chamão grana : na falta desta, tabaco com arêa fina, e se deita ónde se géra 6 piolho, e com isto morre: tambem se póde regar com tabaco misturado naagua, O óco, ou podridão procede da de- mmasiada agua, que se dilatou naquelle sitio: deve separar-se com uma navalha, e mesmo deitar-lhe fóra a terra, porque até esta fica inficionada: | Asformigas , e bicha cadella se evitão bem, tendo oscraveiros sobre mesas com. os pés em alguidares cheios d'agua, € não consentindo escondrijo algum nos vasos, onde os bichos se mettão : tambem se pódem pôr canudos pelo Jardim, em que se escondão, e de dia se apanhem. A rosca heumalagarta, que cóme o eravodenoite, e se recolhe logo na terra ; onde segéra, e habita. He preciso vigi- Bel 85 Jipe C lancia, examinando as folhas dos cras veiros, e achando alguma roída , procures se o tal bichinho, que deve estar logo à superficie da terra. CROCUS, ou Açafrão. Há duas especies, Outonal, e da Primavera: do= brado, singelo, e de differentes córes: multiplica-se por grão, e mais facilmente por cebola em Setembro. O verdadeiro Croco he oque florece no Outono. DE É a a À DIONYSIA. Tem a mesma cultu= ya, etratamento dos ranunculos. Quando está florída, deve abrigar-se do nimio sol, que lhe come a côr de canario, que lhe be propria, e faz a sua-belleza. Devemos esta flor aos cuidados de João Dionysio A Qliveira, da Cidade de Coimbra , que mel 34 ) e D no annó de 1803 a conseguio da semen- teirade Bella-rosa, e lhe poz o seu nome, DOLICHO (acxuxos, longo): He uma planta leguminosa, e trepadeira, que se semeia na Primavera, eem pouco tempo veste uma grande parede com sta folha miuda, e a esmalta coma belleza de suas flores: e se conserva assim por muitos annos. E "— ESTANCADEIRA, Planta, que véda o sangue, eas camaras; vem como a margarida: imita a relva, e faz um bello esmalte nos jardins. | el 85 Ja F “FOCINHO DE LEÃO. Assim cha. mada, porque a flor representa a cara do Leão: semeia-se em Outubro, e se transplanta em Abril; póde fazer-se flo- tecer continuamente, em lhe cortando & haste, logo que tiver dado a flor. FRAXINELLA. Planta vivaz, que se multiplica de raiz, ou de semente em Setembro, e se transplanta em Março: na força do sol exhala um vapor tão subtil, que se inflamma como a agua- ardente, quando se lhe chega uma luz. mel S6 Ja G GOIVOS. Os mais conhecidos são os roixos, brancos , amarelios, purpureos, e esmaltados. Fla outras especies: gran= des, pequenos, e quarentenas. O amas rello dobrado se multiplica d'estaca, e procede da semente tirada da principal espiga do singelo amarello. Colhe-se a semente da haste do meio dos goivos sin= gelos, privando-os das hastes lateraes, e das siliquas, que se julgão superfluas. Esta escolha da semente da haste do meio se entenderá de todas as mais plantas, para serem mais fecundas. Semeião-se em Março, e se transplantão em Abril: se forem bem regados no Verão, tereis flores em Setembro: tambem se semeião na Lua nova d Agosto. Devem marcar-se os que saírem dobrados. Depois de terem dado as flores, podão-se ostramos, para darem el ST je G umas segundas. Os Goivos do primeiro anno são melhores, que os do segundo, -eserá proveitoso tirar-lhes algumas flores ; para que senão sequem, e espiguem tão depressa. Logo ao principio selhes córta a haste do meio para crear roda. Tam- bem pegão d'estaca, e o melhor he de alporque. GYRA-SOL, Heliotrópe, ou Sol. Multiplica-se por semente, ou pela raiz, que setira dastouças. Ha duas especies: uns são maiores, ouiros menores. Dão-se em todas as terras. se( 88 Ja HEPATICA (rr, figado; pórque as folhas são divididas em lobes, como o figado). Chama-se tambem herva da Trindade. Gosta da sombra: são sin- gelas, ou dobradas, roixas, azues, ou brancas. Multiplicão-se em Setembro, e Março pela raiz: florecem em Fevereiro ; antes que as suas folhas arrebentem ,1e fazem um bello effeito nos jardins. As singelas produzem semente, por meio dá | qual se conseguem novas variedades : se- meião-se em Agosto. HYDRANGEA, ou Hortense (vw, agua , porque se gera com muita agua). Dão as flores em Julho, e Agosto. Mul- tiplicão pelas raizes, é tambem pegão destaca. Plantão-se em terra humida, e querem muita agua. Suas raizes são vi- vazes: a neve queima-lhes os ramos , ena Primavera tornão a arrebentar. mel 89 Jgp ] JACINTHO. Por meio da cultura se tem multiplicado muito as suas varie- dades: as melhores especies são raras, e mui caras. São de muitas qualidades; brancos, azués, rajados, côr de porcel- lana, côr de carne, dobrados, esingelos. Piantão-se em Setembro as cebolas: e tirão-se da terra no fim de Maio: multi- plicão-se pelos filhos, que crião as gran- des cebolas, e muito melhor pela semente, que fornece as mais bellas especies; mas estão 4 annos sem florecer: gostão de muito sol, e deve haver cuidado em de- fendel-os da neve, e dar-lhes o mesmo tratamento das tulipas. JACOBEA , ou Flor de Sant' Tago. Planta vulneraria; herasteira, e semul- tiplica pela semente, ou de raiz: deve ser muito regada, ae( 90 Je I JASMIM. Ha 6 especies, Gallegos, d'Italia, roixos, brancos, amarellos, e Bugarins: servem para-cobrir paredes, e latadas. Os brancos se mergulhão , e crião. raizes: pegão de estaca, e tambem se enxertão de borbulha. == O Jasmim do “Cabo de Boa Esperança, que alguns chamão Mogorim , gosta de estar exposto ao Nascente : reproduz-se por alporque ; e he mui difficil conseguir-se ; porem Te- baixando um ramo, e deixando-lhe todos os gomos defóra da terra, cria em todos muito boas raizes, e em pouco tempo. IMMORTAES, Pertetua, ou Sem- pre-noiva. Semeião-se em Setembro: re- querem boa terra, e boa exposição , livre deneve. À perpetua doirada multiplica- se tambem d'estaca em Abril. IRIS, ou Flambo. Serve de grande ornato nos Jardins pela variedade de suas córes: gosta de humidade. As raizes do RD I Iris são de muito uso para os Droguistas. Das flores azues do Iris, pisadas, e um pouco de pedra hume, e cal em pó, se tira uma côr verde, que chamão verde- êris » que he proprio para Miniatura. JULIANA, ou Goivo d' Inglaterra. 'Sãosingelas, ou dobradas, violetes, roi- xas, ou matizadas: multiplicão de reno- vos, ou d'estacas em Setembro, que se transplantão em Março: devem ser bem regadas. - JUNQUILHO. He simples, ou do- brado: planta-se em terra bem fresca, e forte: multiplica-se das cebolinhas, que se não tirão da terra, senão de 3 em 3 annos no mez de Junho. SEC 02 Jaje sua LANTANA ACULEATA. Multi: plica-se bem por estaca, e tambem por semente: assuas flores fazem uma cabeça redonda, e as que occupão a circumfe- rencia, são de um vermelho claro seas do centro côr de lacre. Na Primavera devem cortar-se rente áterra, para arre- bentarem com maisforça, e produzirem melhor, e ao mesmo tempo fazerem me- lhor vista, e estarem em flor quasi todo o anno. LENTISCO, ou Aroeira. Sempre- verde: dá flor, efructo roixo, tem cheiro forte. Do Lentisco se fazem os melhores palitos. Semeia-se em Março; tambem pegão de mergulhia, e rebentos: dá uma gomma, que se colhe em Outubro. LILAZ. He branco, ouazul: péga facilmente destaca, e tambem dos la- aC 93 Je E drões, ou arrebentos. O Lilaz de Persia he muito baixo , e se multiplica por mer- gulhia : tosquia-se em varias figuras. LIRIO (ses. polido). Há Lirios bran- cos, amarelos, roixos, roixo-vermelho , côr de lacre, de laranja, de fogo. Não pedem grande cultura. Multiplicão-se pelas cebolas, que se plantão em Setem- bro, e tambem pela semente, .e se con- segue sempre novas variedades. Devem ser mudados de 3 em 3 annos, e não devem ter-se fóra da terra mais de um mez. O mesmo se deve observar a respeito da flor de liz, e açucena. | LYCHNIS (ago, luz, porque imita uma véla accesa). O singelo multiplica- se por semente, e raiz: as differentes variedades tem sido originariamente pro- duzidas pelas sementes das especies sin- gelas. O Dobrado, que se chama Chal- cedonia, ou Cruz de Jerusalem, ou de el 94 Jia L Malta, multiplica-se pela raiz, que he vivaz. As hastes perécem nó Outono, e rebentão na Primavera, e conservão a flor quasi todo o mez de Julho. Para se conseguir maior abundancia desta planta ; deve em Junho, antes que as flores appa» reção , dividir-se as hastes de 3, ou 4nós, e se plantão deixando um olho só fóra da terra: devem regar-se à sombra, é até será bom cobril-as com redomas, a fim de excluir oar exterior : estas estacas assim tratadas crião raiz em ó mezes, € então seexpõe atodo oar. Podem trans- plantar-se no Outono, e floreceráô no Verão seguinte: não querem muita hu- midade, nem muito estrume. Alguns, por poupar ás flores, fazem a plantação das estacas depois deterem dado flor, é como as hastes estão muito duras, não conseguem bom efíeito. e aC D5 Jay - MANGERICÃO. Seraeia-seno cres- - cente de Março em terra bem movida com algum esterco de cabras, gallinhas, . ou pombas: convem tiral-o dó criadeiro, sendo pequeno, e mudal-o para. onde se possa regar, e cavar nos dias sérenos : '“pódem estar tres juntos em um vaso: sómente esta planta quer ser regada pelo meio-dia, e quer muita agua, e muito * sol, para produzir bem ; e muito melhor , se for regada com agua revolta nos ditos estrumes. Em quanto crescem, cortem- se-lhes as pontas maiores, para não espi- garem, e para crearem melhor cópa. Quem quizer um mangericão d'excessiva grandeza, o plantará em um vaso, que não esteja bem cheio de terra, para que repréze a agua todo odia, e ao sol-posto se destapa por um boraco, que tem no me( 96 Jafe M fundo, e pela manhã se torna a tapar, e encher deagua; mas isto se deve fazer só depois que elle estiver Prgado; e prin- cipiar a puxar, MARGARIDAS, ou Paguereites. Multiplicão pelas raizes arrebentadas : forma-se com elias um massiço, e densa alegrete, misturando-lhe estancadeira, o que-“az um lindo esmalte. MARTAGÃO. He uma especie de lirio , cuja flor he recurvada :- (o branco he o maisestimado :) o solforte o destróe: he preciso regal-o frequentemente: mul- tiplica por cebolas, e logo que se tirão da terra, se devem tctasi immediata- mente. MATRICARIA. Tambem se cha-. ma Parthenium , porque cura as doenças da madre. He uma especie de Artemísia : he roixa, branca, amarella , ou rajada. Multiplica-se facilmente pelas raizes divi- Sel 97 Jak M didas no Outono, etambem por semente. Florecem muitos mezes a fio, quando se lhes cortão as hastes, que vão dando a flor. MARTYRIO, ou Flor da Paixão. Deve ser plantado em lugar quente, e em sitio proprio para trepar. Multiplica- se de raiz em Março. Serve de meridiana . ao Jardineiro, quando o tempo es.a eno- vellado; porque a flor he ephénicra, e se abre precisamente ao meio-dia. MUGUETE, ou Lirio dos Valles. Vem ordigariamente sem cultura : porém o dobrado he muito raro: multiplica-se de raiz em Setembro. MURTA commum » dobrada, e Mur- ta de cem folhas. Multiplica-se pela se- mente, d'estaca, e de raiz em Abril: e de mergulhia em Março, para se plantar em Outubro: tosquia-se com tizouras , para tomar diversas fórmas. A murta 7 mel 98 Jah M r , ê dobrada enxerta-se na commum., para se ter com mais facilidade. A baga sêcca ao sol he adstringente, e os ramos servem para tinta azul. MUSCARI branco, ou azul. He uma planta bulbosa , que se cultiva como o jacintho: a flor he da Primavera, e muito cheirosa. RANTARAANLDA VIA LIYVIAL RA VA VILA VIVIA VA TA VU viva aa N NARCISSO (wagun , profundo somno , porque o seu cheiro, dizem, causa uma especie de estupidez). Produzem bem na terra saibrenta;, bem am os bra- vos; porque os de jardim pedem mais cultura. Sãosingelos, ou dobrados, ama- ellos, ou brancos, Multiplicão-se de ce- bolas em Junho, e se plantão em Outu- bro. Devem transplantar-se ao menos de 3 em 3 annos. | mel 99 Jafo Õ ORELHA D'URSO, ou Auricula. Sáe de um nabinho , que se mette na terra , he esponjoso, e apodrece facil- mente: no cimo deste nabeie, que deve ficar de fóra., he que se o verde, e a flor. Esta pit lança muitas raizes, e compridas ; por isso he preciso terra no- va, e de prado, que póde ser a que as toupeiras levantão. A 15 d'Outubro po- nhão-se os vasos por algum tempo aosol, ea lá de Novembro fiquem expostos a sódio osol, até ter flor : logo que esta começar a abrir, tornai a pôr os vasos á sombra, para nãodescórar, edeitai-lhe pouca agua, para não apodrecer : estando florída , ar- Tancai-lhe as degeneradas, que setiverem ' feito brancas, ou amarellas. A neve não lhe faz mal. No Verão he preciso visital-as frequentemente; porque os insectos as pq 4 e( 100 Jato O) róem, € principalmente em Setembro, que nascem os caracóes. A flor he admi- zavel pela diversidade de suas côres , só as não ha azues: toda a planta se cobre d'um pó agradavel, que não quer ser molhado. Produz alguma semente , que uns semeião em Setembro ,. outros em Dezembro , e Janeiro, mesmo exposto á neve , como fazem Os Hollandezes, enão a cobrem com terra ; porque aneve , der-. retendo-se, a enterra bastante : deixão-se à sombra todo O Verão, e em Setembro se transplantão , e algumas já darão flor em Abril, dando-lhes a cultura acima dita. SEC 101 )ap E PALMEIRA. Multiplica-se de res bentos, e caróços das tamaras, semeados “* em Março; planta-se em boa exposição : teme o Inverno, e não deve ser regada durante o frio. PAPOULAS. São singelas, ou do- bradas, rajadas, e de varias córes. Se- meião-se muito raras em Setembro, Ou- tubro, e Março, para senão transplan- tarem : repovoão-se por si mesmas, dei- xando cair a semente. PEONIA. Semeia-se, ou planta-se de cebola em Outubro: he preciso que esta seja grande para dar flor no primeiro anno. | PRIMAVERA. A mais bella he a purpurea, e em ramalhetes: quer boa terra, e frescura: multiplica-se de semente em Setembro, ese transplanta em Março depois de dar flor, (102 ago P ' PYRAMIDAL, ou violeta arvo- rada. He uma especie de campanula , que vem de Flandres, estimada pela f- gura pyramidal de suas flores, que cheirão a estoraque, e durão 6 mezes em flor: sóselhe deve deixar uma haste, para ser mais guarnecida, e mais bella : sóbe de 2 em 2 annos: quer sol medio- cre, terra forte, e muito regada : diffi- cilmenite cria grão: multiplica-se pelas raizes, que são abundantes: tambem péga d'estáca. Quando as flores principião a abrir, collocão-se aos cantos das salas, para servir de adorno, e perfumar a casa de um cheiro aromático: conservão assim toda a sua formosura ; mas todas as noites devem ficar ao ar, resguardadas das gran- des chuvas. aC 103 Jafo R RANUNCULO , ou Rainunculo. Plantão-se as raizes, ou aranhas em Se- tembro, e Outubro em terra, que não seja grossa, misturada comterra de pao podre, tirada das tócas dos salgueiros, e carvalhos velhos : primeiro se tem de mo- lho em agua 24horas, e devem plantar- se 2 dedos debaixo da terra, e 4 em distancia umas das outras; no mais se observará o que já se disse das anemonas. Livrem-se da neve, cortem-se-lhes os bo- “t0es, deixando só um em cada pé, lim- pem-se das folhas velhas, e logo que esteja a flor feita, corte-se, para criar melhor a raiz, a qual se colhe em Maio, para se replantar em Outubro, e este he o mais prompto meio de se multiplicarem ; pois tambem se multiplicão pela semente das Ranunculos semi-dobrados: (os do- MC 104 Jaf R brados não dão semente.) Os Ranuneulos propriamente ditos são: purpureos, ama- ellos, ou vermelhos com gomo verde. São tambem dobrados o Ricardo, a Rai- nha d'Hungria, o Botão d'ouro, as Prin- cezas, a Dionysia, eoutras, devidas ao desvelo dos Jardineiros. Asmais bellas es- pecies de Ranunculos são os semi-dobrados pela variedade desuas córes, esão menos delicados na sua cultura. V. Borboleta. A exposição mais favoravel he-ao meio dia. Quando se quer conservar maistempo a flor, cobre-se do ardor do sol, e isto contribue tambem para conservar o seu lustre. ROSA DA INDIA. Heuma planta annual: multiplica-se por grão , e depois se transplanta: quer ser bem regada. ROSEIRA. Ha muitas especies, que se tem alcançado pelas differentes semen= teiras. Não precisa grande cultura : muls SEC 105 Jato R tiplica-se em Outubro de raiz, d'estaca, e mergulhia: he bom descarregal-a dos ramos, e quanto mais se podão, melhor 'florecem: póde tosquiar-se, ou crucif- car-se, e até criar um só tronco, como qualquer arvore. São muitas as varieda- “des: De cheiro, sem cheiro, daChina, de todos os mezes, de cem folhas, d' ÁAle- xandria, d' Hollanda, singela, dobrada, de musgo, de toucar, amarella, encar- nada, branca, roixa, rajada, etc. =— A roseira amareila deve deixar-se solta, sem lhe prender os braços: a póda não lhe he conveniente, e, se houver de cortar- se-lhe algum ramo, deve seraté ao vivo: para produzir flores mais bellas, deve '* abater-se-lhe uma parte dos botões mais fracos: para livrar as flores do inconve- niente da chuva, que as estraga, deve cobrir-se com palhoças, quando estão para abrir. Reproduz-se bem pelos res Sel 106 Ja R bentos em Outubro, e na Primavera. =— A roseira d' Hollanda planta-se junto á- parede, ou ao pé de uma arvore, ame subir, e faz linda vista. ROSMANINHO. Arbusto sempre verde, e muito cheiroso: he de facil cul- tura, e propagação : deve regar-se, e tosquiar-se. q SENSITIVA, ou Mimosa. Planta curiosa, que se encolhe, quando a tocão : ha muitas especies : he muito commum na America, aonde fórma grande arbusto : quer muito calor, e bom tratamento. SICILIA. Planta bulbosa, que flo rece tres vezes no anno. Multipliba-so por cebola. 2h Bel 107 Jp s SUMAGRE. Hebranco, ou preto. Quer terra em boa exposição : multiplica por estaca, ou de renóvos. Este arbusto he tão bello, como util: as folhas, e grãos servem para preparar couros, para tingir, e fazer negros os cabellos, para cosimentos,: e bebidas, para diarrheas : e a gomma, que de si lança, posta nos dentes furados, mitiga a dôr. À DEPARA AAA ma anta MAVAVA TA DAVA VA A é à TEIXO. Vem de mergulhia; porém os de semente são melhores : semeia-se a baga , logo que está madura , inteira, sem a esmagar, em terra fresca, e sem estru- me: esta sementeira faz-se no Outono (estando primeiro os grãos de môlho em agua), e rebentão na Primavera: trans- plantão-se aos é annos no Outubro em ao 108 ao És terra sêcca, e na Primavera em terra fria, e humida. O Teixo pequeno he mais da móda, e forma-se em pyrami- des, etc. TRICO'LOR. He uma especie de amaranto: semeia-se na Primavera, para . depois se transplantar. TULIPA. Esta he a Rainha das flores: mereceo este soberano titulo por sua formosura, seu esmalte, suas varie- dades, e pelo brilhantismo ,: de que he ornada. He aunica flor da Europa, que nasce colorada, e matizada : heindigena da Turquia. Produz em toda a parte; com tudo a terra saibrosa, e ligeira lhe convem melhor, que a forte. Planta-se em Outubro: asuaflor dura 12 dias com as suas bellas córes, e neste tempo não se deve deixar de a regar. Guardem-se as melhores (as purpureas) para lhe tirar s semente, e as outras cortem-se logo , Led ae( 109 Japo T para que não defequem a cebola. Estando séeca a haste, se colhem as cebolas, limpão-se, e se guardão , apartando as qualidades, para se tornarem à metter na terra em Outubro. A semente lança-se haterra em Setembro , e as cebolas , que produz, sóno segundo anno se arrancão s para setornarem logo a dispor ; vão eres» cendo, e só no quarto anno he que dão flor :: he assim que os Hollandezes tem álcançado tantas variedades, que tem vendido por grande preço. — Quando no anno seguinte apparecem rajadas, cha- mão-lhes hasards; porque julgava-se um acaso, de que se não sabia a causa; mas he expériencia constante, que este fenio- meno procede de se ter fecundado uma com outra de differente côr. Vejass O artigo Observações. E sãe( 110 Ja v VALERIANA. Multiplica-se de se mente, e de raiz: vem em toda aterra: cresce muito, e florece no Outono. VALVERDE pyramidal. Semeias se raro em terra solta, e ligeira: gosta de sombra: cresce na Primavera, e se transplanta : quer muita rega. VIOLETA. Vem emtoda aterra: . multiplica-se de semente, e de raiz. kd YUCCA das Indias, ou Agulha de Adam. Multiplica-se por semente, ou . BRAVA wa pelos rebentos, ou do cume das velhas plantas; porém estes devem guardar-se em lugar sêcco depois de cortados pelo menos 8 dias antes de serem plantados , a fim de que a ferida possa seccar , alias ficão sujeitos a apodrecer em razão da humidade. 4 + 4 vao | ; | E í Ut N Pa, E E 2“ M 4 no LAS “Ad - R - A o. qe EN esa hd ] t N = ” Lad 1 y ' Ê “ps - ai é o Eis a + E e Ra e pr np E X PA ke x Va - / ESA oa ma Ea Es od “— Um . 4 . ) o ”. od + Wes oa a a A na NES aS Es a E aa Bo E KO vao! RO ne aa E - % sa ass o A $$ e a Na? a E É 4 3 Rs EA E o co : Edo va” a Bm. de no, + £ > / %, * EN CS Sa RASA Rad DEE O RIA ce EPE Soa? ALTA AMA NT O E A O A | PO O Wma