—e “és O a Dn o a A e nata nd RO Ai a ts e mm . apago ad dt Ade parado prai Pç meça - Dc is ru — Su » ER + Sa mm Ens end - “= Ea a ini . Sm mio tes ca e, x ko - . a á = ; + va - — - . E - qua e me = a go. vo —» > -s = ds am Edo HARVARD UNIVERSITY INE dsE LIBRARY OF THE Museum of Comparative Zoology an IPEM, RR A po) E RAT A NM: - FeveRaIRO fo hp Ny ISTA io Iv | remrmenrr OO PUBLICAÇÃO OFFICIAL DO | Ma Serviço de Veterinaria do Ministerio da Agricultura, Industria e Commercio SUMMARIO — seca erra commons ae | Ra | nn | COLLABORAÇÃO: dp | | Dr. pau Parreiras Horta e Antonio Sera- pião de Figueiredo................. Nuttalliose dos equideos em. Mi- nas Geraes......cceseu simao» 3 Professor Roberto Hottinger............ Assumptos de hygiene veteri- à naria brasileira............. 7 Albert GErtsCi! dem api came piuatra ima As raças bovinas da Suissa..... 21 do Wilson ida Costa sc nos Os inimigos da avicultura...... 49 Castro Bromn a bios Industria de lacticinios......... SI Dr. Pietro Foschimi..........c.cocrcceo Uma nova discussão sobre a trypanosomiase......ccevos 55 Drs. A. Carini e J. J. Maciel............ Contribuição ao tratamento do A nambyuvá pelo trypanblau. 63 Dr. Thomaz Pompeu Filho.............. O valor do emetico no trata- Rd mento da esponja......ccva. 65 A. Varin d'Ainvelle...........s.sc..... O puro sangue arabe... .......,. 69 Dr. Diego! Athanassof- tulio. Alimentação das vaccas leitei- TAS .ecrercnvro rea ramamenanaro 73 Decimo Congresso atainicional fe Medicina Veterinaria.,..........2.0. 87 PELAS INSPECTORIAS : Informações referentes aos districtos veterinarios, prestadas pelos respectivos rho Les b) Eloi o bah E REAR PR ERA dp a 98 CONSULTAS E INFORMAÇÕES...............oo. Po Ni são PELAS REVISTAS : Commercio internacional de ado para córte e de carne de vacca...... TIO ÉCOS E NOTICIAS : Censo pecuario do Brasil —- Decimo Congresso Internacional de Me- dicina Veterinaria — A etiologia da tristeza no Brasil — Feira de Tres Corações — Matadouros avicolas — Exposição agro-pecuaria -— Assistencia Pasteur — Banheiros carrapaticidas — Carbun- | COLOCA LUC, a nrip aro la repara Ha too Ta OO Sa vrá a EN aa TAPA io a! na oa ia Sofia ERA RR USADA (a | NL BIBLIOGRAPEIA (loss union Has SE A Ato Eloa ia RIO DE JANEIRO Typographia do Ministerio da Agricultura, Industria e Commercio, cenas 1914 “ASCURRA BASSE-COUR ” do, Ladeira do Ascurra TELEPHONE 5.418 Rio de Janeiro — 1914 RAÇAS CRANDES Wyandottes.......... Amarella RAÇAS POEOEIRAS DE tn prateada! Conchinchinas. ....... Branca Do creo Perdiz Leghomes............ Branca DE ro Preta » o esco ce +.» Columbian ( pis ui E DOUTAÇA » “-. Amarella Do rmemcera. Agzul Hamburgos........... Dourada » NM perdiz Rhod Island Red. Dn prateada Brahamas........... Clara Faverolle. Minorcas......e..... Preta Plymouth Rock....... Branca $ Langshans. Andaluza............ Azul » » vc... Amarella é Coucou de Maline. | Bresse.............. Branca » dc... Pedrez 9 Modem Langshans. Dorkinss............ Branca À = DR a prateadas Fura | DS raro feto pro E SETE a ALUNAS DE BRIGA GALLINHAS BONITAS PARA PARQUE DAR preta ç Padoues (de topete)... Branca ii PIA CERCO A EARLY AA E | : Indiana. » — » — .. Amarella Doe ooo Amarela o Malaya: RENA Do Tate da: DOR io ENO FUN) Old Inglish Game. be ie DOUTA da! Wyandottes.......... Branca Phenix. » (topete branco) Preta ae reta ( Mogem Game. Houdan. PREÇO DOS OVOS: 15$000 a duzia Periús Americanos — Faisões — Patos de Pekin TEMOS UM STOCK DE PERTO DE 2.000 AVES QUE VENDEMOS : Ternos de frango de 608 a DOS | Termos de adultos 1208 a 1508 ; E ei e-sbso- eP- «6 RIO DE JANEIRO Avenida Rio Branco n. 20 — Casa Matriz, Rua Municipal n. 6 Filial, S. PAULO — Rua Alvares Penteado n. 24 OFFICINA MECANICA JUNDIAHY — Estado de S. Paulo AGENCIAS Bello Horizonte, S. João d'El-Rey, Campos, Curityba 12—7 I3 LTL aa VPL Pia Lda Lda Td dal al Lol E Lol Lodo Lada Fº Lida La La Lda Ta Lda Td LT TE AT LL E LL LT TT TT LD LL LT Td Td Td da La Lea La 6 Naa Na A O NM A Md APR APN AP Na L] E DPNAPLAP AP NA Dao Nf ef NANA TA A daN Na Nf Ni PATAS PN PN a NPR NA NATAS INSERE SEN SEN ONE NU PNG ANO NGI NINE CIEN SENDER DENSA NDA NG PNS PRA P NCIA IA IRNIEN GENDER SENDA ND ASPAS AACD RCASNTEN DAN DENSANDPN DANS PA SANS PNC ARCA AR DRTT REVISTA DE VETERINÁRIA E ZOOTECHNIA 57 bd molestia são vehiculados por uma mosca Zsé-tsé, differente da g/ossina palpalis — isto é, pela g/ossina morsitans. Este insecto já era bem conhecido na pathologia tropical, por que elle tambem é, como se sabe, o vehiculo da molestia dos animaes domesticos, conhecida pelo nome de Nagana. Examinando um grande numero de g/ossinas morsitans, captu- radas ao ar livre, verificou-se que 2 por 1000 ellas continham o trypanosoma Rhodesiensis, isto é, o germen da molestia do somno. «Esta é uma proporção muito alta, inexplicavel com a hypo- these de que os insectos se tenham infeccionado em tão grande numero, exclusivamente sugando o sangue de doentes», diz o Dr. Yorke, em seu relatorio, publicado no British Medical Fournal de 21 de Junho proximo findo. Imptnha-se, portanto, a hypothese de que a g/ossina morsitans tivesse qualquer outro meio de infecção, isto é, que além do homem, o sangue de outros animaes tambem contivesse germens. Para se aquilatar do valor dessa hypothese, Yorke e Ringhorn exa- minaram o sangue de 700 animaes escolhidos entre as especies mais diversas da fauna local, domesticos e selvagens. Os resultados corresponderam amplamente à expectativa: o Trypanosoma rhode- stense foi encontrado no estado de virulencia para o homem e para muitos dos grandes animaes domesticos, no sangue de uma quanti- dade notavel dos antilopes capturados. À infecção é mais frequente no Wasserbock : em Nowalia, no valle de Luangue, foi constatada na proporção de 16 casos sobre 28 individuos ; em Negoano terri- torio de linha de separação das vertentes Congo — Zambése, a proporção foi de 12 para 27. Tambem outros animaes como a helantilopes, o bOushbock O Kudu eram encontrados infeccionados frequentemente. Em synthese, a caça grossa, não feroz, foi encontrada infeccio- nada 16 % em Nowalia e 3,3 % em Nagoa. Nos mammiferos de pequena estatura (ratos) nas ximias (ma- cacos ?) (que foram examinados em grande numero), nos grandes mammiferos ferozes (examinados — é claro -— em pequeno numero) o Trypanosoma vhodesiense nunca foi encontrado. Parece, pois, verificado que a antilope é o veservatorio dos germens da molestia do somno, tão terrivel no homem e nos animaes domesticos ! Bo Vo 6 58 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO A Glossina morsitans infecciona-se sugando o sangue do anti- lope sem provocar symptoma algum morbido. Trata-se de uma adaptação do animal hospitaleiro para com os germens hospedes, adaptação que se realizou para algumas especies de animaes e não para outras. No caso presente são as especies que habitam ha mais tempo o paiz, que se adaptaram melhor, Exemplos analogos de adaptação encontram-se como se sabe, a cada passo na pathologia das molestias infecciosas. Uma vez que se adquiriu a noção de que é o antilope o veser- vatorio das trypanosomas rhodesienses e que a glossina morsitans é O vehiculo intermediario entre elles e o homem e algumas especies de animaes domesticos mais uteis, surge a questão, como possa essa noção ser utilizavel para combater a qxolestia do somno produzida no homem e nos referidos animaes. Emquanto que a glossina palpalis na Africa equatorial habita quasi que exclusivamente as visinhanças dos rios e de outros cursos d'agua e que por isso se encontra em muito poucos exemplares longe dos rios e dos lagos, a glossina morsitans na Africa do Sul é espalhada pelas diversas zonas do territorio, sem relação alguma com as aguas. Por isso que emquanto que na Africa equatorial a prophilaxia da molestia do somno já obteve brilhantes resultados sómente por ter removido os centros de habitações da visinhança das aguas (tornando desse modo impossivel ao insecto encontrar o homem) as mesmas medidas são de nenhum resultado na Rho- desia. O methodo radical, ahi, seria destruir por completo a vegeta- ção em monta o chamado dushresch) que é a morada da glossina morsitans. Mas se isso é possivel na immediata visinhança das aldeias, não o é mais além ; além disso a capacidade de reprodu- cção daquella vegetaçao é tamanha que tornaria impossivel impe- dil-a por muito tempo. Em vista disso, Yorke propõe que, em vez de combater os insectos, vehiculos dos germens, se o faça ao axntilope, que é o veservatorio dos mesmos. Não precisa, diz elle, que se matem todas as antilopes do paiz; esses animaes, porém, devem ser systematicamente repellidos das localidades habitadas para as desha- bitadas. Uma primeira tentativa desse genero teria, porém, apenas | REVISTA DE VETERINARIA E ZOOTECHNIA 59 a) o caracter de experiencia scientifica, isto é, em algumas localidades, far-se-ia a estatistica dos doentes da quolestia do somno e da porcen- tagem aproximada das giossinas infeccionadas: — depois afastar- se-iam dahi as antilopes, que por espaço conveniente de tempo deveriam estar ausentes. Depois de alguns annos, procedendo-se à nova estatistica, ter-se-ia uma idéa exacta sobre o valor da experiencia. Naturalmente que em se tratando de regiões onde existem leis de protecção severa em favor das antilopes, estas leis deveriam ser revogadas, completamente, no que diz respeito à caça por parte dos europeus, e condicionalmente ao que se refere à caça feita pelos indigenas. As propostas de Yorke levantaram vivas objecções por parte dos zoologistas e dos zoophilos. Marshall affirma que a golestia do somno é endemica na Rhodesia e na Nigeria e que, portanto, os animaes veservatorio são representados, na pratica, já não pelas antilopes tão sómente, mas por todos os indigenas e pelos diversos animaes domesticos: um certo numero destes seria immunisado em relação ao germen (elles tambem seriam adaptados, ao germen, como a antilope) e constituiriam, assim o veservatorio de onde a glossina tira os germens que, inoculados de outros indigenas e aos europeus, não resistentes, emfim, a animaes não adaptados, dariam logar á molestia. Por outro lado Minchin é de opinião que, eliminadas as anti- lopes, as glossinas faltando-lhe aquellas victimas, picariam ainda mais o homem e os animaes domesticos, augmentando, assim, a possibilidade de transmissão da molestia. Mas Yorke respondeu a Marshall que os resultados das pesquizas feitas por elle e por outros domonstram de modo certo que a molestia do somno é recente na Rhodesia e que está longe de apresentar a larga difjusão endemica, que apresenta na Nigeria > e respondeu a Minchin dizendo que, eliminando de uma localidade toda a caça, que constitue a maior parte do material de pasto da glossina morsitans, obter-se-ia, immediatamente, a morte pela fome, de uma grande quantidade destes insectos e, portanto, seria “mais facil livrar-se delles quando fossem em menor numero. 60 | MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO Corroborando as affirmaçães de Yorke veiu agora o relatorio sobre outras pesquizas feitas por Sir David Bruce, em Kasu Hill, que é a região da Nyassa Land, onde a molestia do somno tem maior diffusão. Verificou-se pelos trabalhos de Bruce que naquella localidade as antilopes que apresentavam trypanosomas virulentos eram em porcentagem muito elevada (31,7 º/,) emquanto que a glossina morsitans toi encontrada infeccionada em uma proporção de sete para 50 — isto é, 14 º/,. Trata-se, pois, de resultados analogos obtidos por Yorke e Kinghorn, e ainda mais significativos, porquanto foram obtidos em localidades mais infeccionadas, das que foram estudadas por estes autores. E” preciso dizer que Bruce /evantou duvidas sobre a identidade da molestia apresentada pelos animaes domesticos, indigenas e europeus por elle observados — com a molestia do somno que se observa na Africa equatorial, SEGUNDO ELLE PENSA TRATA-SE DE UMA FÓRMA ESPECIAL DO NAGANO já conhecido. Seja como for, as verificações feitas por Bruce não deixam de collimar com as dos outros dous homens de sciencia no que diz respeito à zmportancia epidemologica das antilopes e abrem, desse modo, novos horizontes para o estudo das relações vitaes existentes entre o homem, os animaes domesticos e a fauna de um dos terri- torios de maior futuro da Africa do Sul. A. discussão acha-se ainda nesse ponto. À grande importancia que ella tem para a pathologia e a hygiene não carece de maior realce, assim como é evidente o interesse scientifico que ella encerra: para a zoologia. Não me julgo autorizado — está claro — de emittir opiniões: minhas, pessoaes, em uma questão em que brilham altas mentali-. dades. Apenas é de notar-se que esteja de que lado estiver a razão, , do lado dos zoologistas ou dos medicos — ou caiba um pouco a uns: e pouco a outros, o que foi provado é o seguinte : a T7ypanosomiase na Africa perdeu extraordinariamente em intensidade, nos logares: mais assolados ha annos atraz, mas tende a espalhar-se para outras regiões. Resta saber, porém, se, de facto, se trata de uma propa- REVISTA DE VETFRINARIA E ZOOTECHNIA 61 Da do dd gação, de uma invasão recente a outros logares que eram julgados virgens, ou simplesmente, de encontral-a onde já existia em fórma endemica. Ú Marshall, segundo disse, sustenta que a quo/estia do somno é endemica na Rhodesia e na Nigeria, tanto para o homem como para alguns animaes domesticos. E”, pois, legitimo duvidar que ella exista, sob a mesma fórma, em outras zonas da Africa Central e do Sul. E se isso é ainda pouco provavel, não ha, por outro lado, razão de crer que as antilopes, ameaçadas de destruição nas regiões das quaes agora cogitam, particularmente sabios e governo inglezes, por instincto de conservação, emigrem levando a terrivel molestia a outros logares, até hoje immunes ou tido como taes ? Eis por que, além da hygiene e da pathologia geral a discussão interessa tambem à zootechnia. Em Março ultimo, alguns fazendeiros do Estado do Rio de Janeiro perguntaram-me se não existia na Africa Central e do Sul uma raça de zeh, boa productora de leite, e se julgava que essa raça bovina pudesse melhorar o zebi que existe actual- mente no Brasil, tão escasso no que diz respeito á pr>ducção lactifera. As mesmas perguntas foram-me feitas por alguns fazen- deiros do Estado de Minas, ainda ha pouco, e dos quaes me apraz lembrar o nome do activo Coronel Guaritã, de Uberaba, que, como se sabe, é um dos mais intelligentes criadores mineiros e o que, entre os meus distinctos interlocutores, me pareceu mais resol- vido a tentar a importação do dito zebii. Effectivamente existe uma raça de zebi, que se poderia chamar africana, que tem uma aptidão a produzir leite superior aos de raças asiatica (embora derive desta): é de pequeno porte, a côr de seu pello é castanho muito escuro; o typo no conjunto é o de qualquer outro zebi. Mas, admittindo (o que não acredito) que essa raça pudesse trazer um beneficio, no que diz respeito á producção do leite, em prejuizo, bem entendido da producção da carne, ao zebú que se cria no Brasil ; a lembrança de que possa trazer para aqui uma das molestias mais terríveis que se conheçam, deve fazer pelo modo mais absoluto :—abandonar a idéa. Pelo contrario, o governo brasi- leiro deve até precaver-se a esse respeito, no interesse supremo da Saúde publica e no grande interesse da criação do gado. 62 MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMEÉRCIO Ainda ha pouco o governo da America do Norte 4rohibiu absolutamente o desembarque em territorio da Republica de uma expedição de gado procedente da Africa. Os criadores brasileiros, naturalmente, não poderão correr nenhum risco; mas se alguem com fim utilitario tentasse essa importação, o exemplo dos Estados Unidos da America do Norte sem duvida seria seguido. Dr. P. Foschini Medico Veterinario PN Pa PN PN AR PR ARNS A PN PN a PN Na PN NARRA RAR ANA SEN A REVISTA DE VETERINÁRIA E ZOOTECHNIA 63 Dq cc CONTRIBUIÇÃO AO TRATAMENTO DO NAMBYUVU PELO TRIPANBLAU São conhecidos os bons resultados colhidos no tratamento de algumas piroplasmoses dos bovideos, dos equideos e dos cães ( Nuttal, Theiler, Stockmann, Bumann, Belitzer, Moussu, etc. e entre nós Carini e Misson) com o trypanblau. Tivemos opportunidade de experimentar este medicamento em um caso nambyuvú, molestia dos cães, determinada por um parasita que apresenta estreito parentesco com os piroplasmas. Em 28 de Novembro ultimo enviou o Sr. Flaquer, de São Bernardo, a este Instituto, um cão veadeiro, de grande porte, gravemente doente. O animal, que adoecera havia tres dias, estava muito prostrado, mal podia andar e tinha as mucosas muito descoradas e ictericas. Nas orelhas e em diversas partes do dôrso notavam-se as hemor- rhagias cutaneas tão frequentes no nambyuváú. O animal havia dous dias que não se alimentava. A temperatura era de 39º,2. O proprietario nos referiu ter perdido dias antes dous outros cães com identica molestia e, julgando egualmente perdido o cão em questão, trazia-o ao Instituto para o estudo desta zoonoze que annualmente dizima grande numero de cães de caça. Convencidos que de facto se tratava de um caso grave de nambyuvú, occorreu-nos ensaiar o tratamento dessa molestia com o trypanblau, Então, injeciâmos immediatamente na veia saphena externa, 20 c.c. de uma solução de trypanblau a 1º/ feita em sõôro physiologico. Ao mesmo tempo, com o fim de augmentar a resistencia do animal, tonificando-o, injectáâmos no peritoneo 250 c. c. de solução physiologica cafeinada. No dia seguinte notâmos ligeiras melhoras que permittiram ao animal alimentar-se com leite, continuando, porém, o estado de prostração e as hemorrhagias cutaneas. 64 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO No terceiro dia, como perdurassem as hemorrhagias e o abati- mento, resolvemos fazer nova applicação do trypanblau que foi ministrado na mesma dóse, (20 c. c. de uma solução a 1 º/,) pela mesma via. Depois dessa segunda applicação as melhoras foram se accen- tuando cada vez mais e ao fim de alguns dias o animal reanimou-se, adquiriu de novo o appetite, desappareceu a icterícia, as mucosas retomaram a côr normal e as hemorrhagias cessaram. Com o fim de estabelecer o diagnostico, fizemos repetidos e cuidadosos exames do sangue periferico, não tendo sido encontrado, como é regra nestes casos, nenhum parasita. Entretanto, a inoculação de 5 c. c. do sangue do animal, recolhido antes da applicação do trypanblau, feita na cavidade peritoneal de um outro cão, permittiu-nos firmar o diagnostico. O cão inoculado morreu 24 dias depois, apresentando nos orgãos numerosos parasitas, especialmente nos rins. Tendo tratado um só caso não queremos tirar conclusões. Só uma longa experimentação poderá nos permittir um juizo sobre o real valor therapeutico desse medicamento no nambyuvá. Citamos apenas o caso, esperando que a experiencia de outros venha confirmar os nossos resultados no tratamento dessa terrivel e frequente molestia dos cães. | Drs. À. Carini e J. J. Maciel Do Instituto Pasteur de S. Paulo. RCE SN A DO OUVIDOR 142 CASA MORENO | Wi II 4 e º o E ua | Fo aa N BRENO E Va ] 1 ) E Seringas especiaes para uso veterinario, com agulhas de aço, muito fortes e em fórma de lança, que dispensam o uso do trocater Estas seringas, de 5,10 e 20º, modelo Casa MORENO, são as unicas usadas e recommendadas pela Directoria do Serviço de Veterinaria do Ministerio - da Agricultura. leis Ç | im N E | É o o Cn | Et = == = EA RRE===SR Ê | É = | ! - = Ro ESSES SS = | Nm gaz, alcool, petroleo e electricidade. Estufas, autoclaves, fornos, banho-maria, etc., etc. Apparelhos especiaes de Gerber, para exame de leite, manteiga e queijo Caixas com comprimidos para exame de agua e urinas. Apparelhos especiaes para extincção de formigas e outros insectos por meio de vapores de formol , pulverisadores, seringas para desinfecção, estufas, etc., etc. Instrumentos de cirurgia, arte dentaria, accessorios de pharmacia e labora- torios, fundas, etc., etc. MORENO BORLIDO & C. 1492 RUA DO OUVIDOR 143 155, Rua do KRosario Installações completas de laboratorios de chimica, bacteriologia, etc., etc., a Telegr. Cod. Ribeiro À ; Correio || | CASAMORENO rá CAIXA 735 RUA GONÇALVES , DIAS, 80 RIO DE JANEIRO 64 Victor Uslaender & 6, | 2 B 4 RUA 1.º DE MARÇO 114 E 14 RIO DE JANEIRO pe E Rua José Bonifacio, 18 — S. PAULO. PERNAMBUCO, BAHIA e Rua Direita, 1220 — Juiz de Fóra. Engenheiros e importadores de machinismos —=ES PARA === — Desnatadeira da afamada marca Material de Brown, Boveri & Cº, SVEA» SUISSA. Extracção de fibras Locomotivas de E. Lehmann —- INGLATERRA. de J. A. Maffei — ALLEMANHA. SERRARIAS de W. B. Haigh, Gruban & Cº, Ltd. Material rodante Trilhos, desvios, vagonetes, carros- Assucar plataforma, giradores e seus pertences. de A. & W. Smith & €º, Ltd. LACTICINIOS ELECTRICIDADE Installações de gaz pobre Fabricas de Fiação e Tecelagem Motores e caldeiras a vapor dos afa- Têm montado no Brasil grande nu- | mados fabricantes inglezes Ruston, mero das mais importantes fabricas. | Proctor & Cº. Grande stock de Machinas, Motores electricos, Correias, Eixos, Polias, etc., etc. GADO DE RAÇA Representação directa dos mais importantes criado- res Inglezes, Suissos, Hollandezes e ty Norte Americanos o Motores para lanchas “BROOKE REVISTA DE VETERINARIA E ZOOTECHNIA 65 Dn dd] O VALOR DO BMETICO NO TRATAMENTO DA ESPONJA Datam de meados de Maio de 1912 as primeiras applicações de emetico feitas em animaes atacados de esponjas, no serviço polyclinico da Inspectoria de Veterinaria do 3º Districto. Por esse tempo, perlustrando o Dr. José Gomes de Faria o Estado do Ceará, em missão scientifica, custeada pela Inspectoria de Obras Contra as Seccas, fez algumas pesquizas microscopicas com o fim de elucidar a etiologia da esponja, chegando à conclusão de ser a molestia produzida por um cogumello parasito ( talvez um saccharomyces ), cuja identidade, porém, não pôde determinar pela deficiencia dos meios de investigação. Dessa conclusão nasceu a idéa do emprego do emetico no tratamento da esponja. Às primeiras experiencias foram feitas em tres muares da E. F. Carril do Ceará, os quaes apresentavam lesões diversamente localisadas: n'um, a esponja de fórma arredondada, com cerca de 12 cm. de diametro, estava situada no lado direito do pescoço, proxima ao tronco; no outro, a lesão assestava-se na pata anterior esquerda, para diante e logo acima da corôa do casco; no terceiro, finalmente, notavam-se tres ulceras: a maior, para diante e acima do casco da pata anterior esquerda ; a outra, no rebórdo do prepucio e a ultima, de pequeno tamanho, para diante e acima do casco trazeiro, do lado direito. > O tratamento fôra iniciado cautelosamente, tacteando-se a tolerancia dos animaes e empregando-se, apenas, por via endo- venosa, 30 centigr. de emetico dissolvido em 150 c.c. de agua physiologica a 0,75%. Não obstante a insignificancia da dóse, logo ao 4º dia de trata- mento, depois de duas injecções, notavam-se sensiveis modificações para o lado das lesões, indício de uma reacção local, principalmente caracterisada pela hyperhemia das ulcerações, cujos bórdos se mostravam entumecidos, salientes, edemaciados, emquanto que a superficie dellas se cobria de espêssa secreção clara e viscosa, mais ou menos abundante. Tal reacção, intensa no muar, da esponja do pescoço fôra, nos outros dous, mais discreta, menos accentuada. R. V, 9 66 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO PPP PL PAPAS FLA LS E ESTNAP TRAIR FPF LAPA F TA ST SRF ES SST ETR Naquelle, os phenomenos congestivos foram rapidamente retro- cedendo com o tratamento, ao mesmo tempo que, em todo o perimetro da ulcera, se manifestava activo o processo de cicatri-. sação; nos outros animaes, porém, as reacções salutares correram mais fracas, mais attenuadas, a cura, mais arrastada. O primeiro muar restabeleceu-se com cinco injecções endo- venosas de 30 centigr. de emetico, feitas de dous em dous dias; os outros necessitaram para sarar: um, oito injecções, o ultimo, dez, nas mesmas condições de dóse e de tempo. Este facto é digno de reparo: traduz o phenomeno clinico sempre comprovado de que, de todas as localisações da esponja, das extremidades é a que mais lentamente se deixa influenciar pelo tratamento estibiado, necessitando, para ser debellada, medicação prompta e intensiva. Foi mesmo devido à resistencia de certas esponjas das patas que se procurou modificar o tratamento primitivo, elevando-se a dóse de emetico nas injecções e fazendo-se, ao mesmo tempo, applicações, Joco dolente, da mesma substancia. Nos casos rebeldes, atonicos, as applicações topicas de emetico exercem, effectivamente, acção benefica, “coadjuvadora do trata- mento interno, sendo, porém, impotentes, por si sós, para determinar a cura das lesões. De Maio de 1912 a principios de 1913, trataram-se desse modo 38 muares atacados de esponja, obtendo-se em todos elles, systematicamente, a cura da molestia. De então para cá conseguiram-se, na polyclinica da Inspectoria de Veterinaria do 3º Districto novas curas, que deixam, todavia, de ser mencionadas, por não ter o autor, presentemente, em mãos, os dados que a ellas se referem. Dos 38 casos acima referidos ha que deduzir 13, nos quaes se fizeram contemporaneamente injecções endo-venosas de emetico e applicações locaes de varios antisepticos (sulfato de cobre, ea etc.), por cuja influencia se poderia interpretar a cura. Restam, todavia, 25 casos tratados e curados exclusivamente pelo emetico, abono mais que sufficiente da excellencia desta medicina. REVISTA DE VETERINARIA E ZOOTECHNIA 67 Fôra fastidioso e mesmo improficuo pormenorisar aqui a historia de todos elles; assim, apenas, se dirá dos dous extremos. isto é, daquelle caso cuja cura correu facil e daquelle outro que, por mais rebelde, exigiu tratamento energico e demorado. O primeiro diz respeito a um muar portador de uma ulcera esponjosa de cerca de 10 cm. de diametro, localisada ao nivel da articulação escapulo-humeral direita. Este animal, por occasião da segunda injecção na jugular, debateu-se tanto que a agulha sahindo da veia, a injecção embebeu-se toda no tecido cellular subcutaneo. No dia seguinte ao deste accidente, o animal apresentava formidavel edema de toda a região anterior do pescoço, propa- gando-se ao peito, à parte superior e anterior dos membros e ao esterno, difficultando a marcha. Suspendeu-se o tratamento e, por meio de repetidas massagens e fricções de therebentina, sobre a região edemaciada, conseguiu-se, em oito dias, o desapparecimento da inchação. Não obstante ter o animal recebido apenas 1 gr. e 20 de emetico em duas injecções, uma endo-venosa, outra accidentalmente sub- cutanea, a cicatrisação da esponja evoluiu com celeridade, de modo que, ao desapparecer o edema, já a ulcera se achava reduzida às dimensões de uma moeda de vintem e fechava definitivamente, poucos dias depois, sem outro tratamento. Nem sempre, porém, as cousas correm assim tão de feição : ulceras ha, geralmente localisadas acima da corôa dos cascos, que só se curam com tratamento energico e intensivo. Uma mula apresentando uma esponja relativamente pequena, situada logo acima do casco e do lado externo da pata posterior esquerda, recebeu, para curar-se, 10 grs. e 40 de emetico em 12 injecções endo-venosas, sendo 4 de 60 centigrs. e 8 de 1 gramma, feitas de dous em dous dias, afóra varias applicações locaes do mesmo medicamento. Em média, faziam-se de 4 a 6 injecções de 1 gramma de emetico, durante o tratamento dos casos communs. Actualmente, o tratamento da esponja é feito na Inspectoria de Veterinaria do 3? Districto por meio de injecções endo-venosas de 50c.c. de uma solução de emetico a 2 4% feita em agua physio- logica contendo 0,75 % de chlorureto de sodio. 68 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO O emetico empregado é o tartaro duplo de potassio e antimonio. Às injecções são feitas systematicamente na jugular com os cuidados de asepsia que o caso requer. A solução é preparada, momentos antes de ser injectada, em agua physiologica esterilisada, sendo empregada sem prévia filtração. Nos casos rebeldes, fricciona-se energicamente a ferida com um tampão de algodão esteril embebido na mesma solução estibiada As injecções são espaçadas de dous dias. Conclusões — Do que fica exposto infere-se que : 1.º O tartaro emetico é agente poderoso, senão especifico, da cura da esponja. 2.º Nem todos os casos se deixam egualmente influenciar pela medicação : as ulceras do tronco são menos resistentes do que as das extremidades. 3.º As applicações locaes de emetico reforçam a acção desse mesmo medicamento, administrado por via venosa, mas são impo- tentes, por si sós, para determinar a cura das lesões. 4.º As indicações mencionadas neste trabalho referem-se a muares de pequeno porte, como sóem ser os do N. E. do paiz. Dr. Thomaz Pompeu Filho Inspector Veterinario do 3º Districto. REVISTA DE VETERINÁRIA E ZOOTECHNIA 69 LA AAA AA O PURO SANGUE ARABE Reproductor preciso para a creação da raça cavallar nacional A indicação do sangue arabe para ser o principio da rege- neração da raça cavallar brasileira e da fixação do typo nacional, parece dada de modo tão claro, por considerações theoricas, que é devéras para admirar que não se achem todas as opiniões de accordo sobre este ponto. | Outrosim, são aquellas considerações a unica base sobre a qual possamos, por emquanto, estabelecer nosso systema de criação. Seria a experiencia um guia mais certo na via a seguir, porém nos falta. E por quantos annos ainda nos faltará? Pois não se deve esquecer que, em materia de criação, as qualidades das segundas, terceiras e seguintes gerações são aquellas que hão de ser conside- radas muito mais do que os resultados do primeiro cruzamento. | O puro sangue inglez sendo o reproductor que vejo o mais frequentemente oppôr aqui ao puro sangue arabe, indicarei minhas razões de preferir este áquelle para iniciar a obra da criação da raça cavallar nacional. Não direi negar, mas só discutir a excel- Puro sangue inglez Jlencia do puro sangue inglez como cavallo de sella seria uma asneira imperdoavel da parte de quem faz ostentação de alguma sciencia hippica. Elle é um corcel tão solido como brilhante, isto é, tendo tantas qualidades de fundo quantas de velocidade e póde ser considerado com toda a razão como o cavallo de armas ideal. Convém, todavia, accrescentar, que essa maravilhosa machina para dar seu rendimento completo, exige condições de cuidados e conservação mais severos, portanto, mais dificeis a encher do que outra menos delicada. Della cita-se quantidade de proezas: — raids esplendidos, reco- nhecimentos estrategicos de grandes manobras de 110, 120 e mais kilometros durante um dia, executados com perfeita facilidade. De accordo. Apenas uma palavra. Taes «performances» são façanhas de officiaes, cujas cavalgaduras, ainda que compartilhando TO | MINISTRRIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO a existencia dos cavallos das fileiras, a das noites de guarda e de «bivac», são o objecto, ninguem o póde negar, de cuidados muito maiores do que estes. E não pensam que a destreza do cavalleiro não deve entrar como coefficiente do rendimento ? O cavalleiro inferior que repre- senta o soldado em comparação do official estará longe de obter resultados eguaes. Ensinae 100 soldados de tal modo que sejam capazes de fazer a manobra, a escola de regimento, montados sobre cavallos de puro sangue inglez, tereis o primeiro esquadrão do mundo, mas per- guntae a qualquer official de cavallaria o que pensa a respeito da difficuldade da tarefa. De facto, uns cavallos de puro sangue inglez que tenho visto nas fileiras, embora confiados aos melhores caval- leiros, estavam sempre de manejo difficil. Além disso, o estado geral soffria da sua nervosidade; alimentavam-se mal e quasi sempre appareciam magros. Então julgo: que só é quando tiverdes cavalleiros capazes de montal-os que podereis desejar ver toda a remonta do paiz em cavallos de puro sangue inglez. Ainda não é o caso aqui. Porém, o ponto de vista que acaba de ser encarado não é exactamente o em que nos devemos collocar para examinar o « english thoroughbred ». Trata-se neste momento não de seu valor intrinseco, mais sim de seu valor como garanhão a dar às eguas indigenas que destinamos a serem a origem da nossa futura raça. Como reproductor, é de novo um concerto de louvores de que é merecedor o puro sangue inglez. Suas qualidades para a transmissão do sangue, da acção nervosa são attestadas pelos descendentes dos celebres fundadores da raça, Dailey - Arabien, Godoiremo Arabien e Byerley Arabien. Só arriscar-me-ei a fazer um reparo. Não póde a excellencia de um producto ser attribuida exclusivamente a um dos reprodu- ctores; o outro tambem tem desemperihado seu papel e, antes de tudo, a influencia preponderante que tem agido sobre o mysterio de sua união é a do appropriamento de um para outro, REVISTA DE VETERINÁRIA E ZOOTECHNIA 71 Manifesta-se este appropriamento por um certo numero de semelhanças. A primeira, a que salta aos olhos, é a do tamanho. São pre- cisas dimensões em relação. Ora, todos sabem que a altura de 17,60 já não é grande para o puro sangue inglez, ao passo que raras são as eguas daqui que passam de 17,45. As juncções nestas condições não só fazem correr grandes riscos aos productos de serem desconjuntados, mas ainda mais põem em perigo a vida da reproductora. E deveria isto bastar largamente para que seja a discussão acabada. A procura das outras semelhanças, tão recommendada por todos os hippologos, desde que esteja presente à memoria a natureza do sangue que corre nas veias do cavallo brasileiro, fornece-nos nova razão irrefutavel de dar a preferencia ao puro sangue arabe. Se esta é a solução mais logica, não tenho receio de dizer que tambem é a mais feliz a adoptar-se. A autoridade que falta a uma voz escura Puro sangue arabe para proclamar a excellencia da raça arabe | para a reproducção, apenas tenho eu diffi- culdade de escolher para tiral-a dos autores conhecidos. Segundo André Sanson, o sangue arabe serviu para melhorar todas as raças cavallares do mundo, e não sómente as da sella, de tiro leve, de luxo e de guerra, bem como para tornar menos lerdas ou menos tardigradas as grandes raças cargueiras e pesadas, e isso pela simples infusão de uma dóse minima (1/4). O Conde de Comminges relata no seu livro 4 travers ! Alle- magne habpique que os allemães, no haras de Neustadt, tendem a substituir o puro sangue inglez, cuja influencia energetida desap- parece na descendencia pelo puro sangue arabe, tendo verificado que os anglo-arabes assim obtidos, isto é, com uma maior proporção de sangue arabe, fazem melhores cavallos de guerra, mais duros, mais resistentes e mais rusticos, ainda que menores. Acabarei por um autor deste paiz, o illustre Dr. Assis Brasil, o qual escreveu: — « Se os especialistas dissertam quanto a consi- derar o arabe como o tronco original de toda a população cavallina do orbe, estão todos de accordo em que do arabe vem o sangue 72 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO regenerador por excellencia, que tem fundado as mais bellas e valiosas raças actualmente existentes. Directa ou indirectamente descendem delle: o puro sangue inglez, o veloz americano que cobre a milha (160,"s), a trote, em dous minutos e dous segundos; os elegantes russos Orloff, os saltadores e valentes hunters, os cavallos de guerra da Allemanha, da Austria, da França, etc., os cavallos de sella da Europa, das duas Americas, da Africa e da Australia e até mesmo os mais ageis e elegantes dos animaes de tiro pesado», Ora, a leitura destas linhas suggere uma nova observação que vem ainda amparando nossa these. O que é o puro sangue inglez, senão o descendente do cavallo arabe? Este, na arvore genealogica porque têm costume de se apresentar especies e familias, é o tronco, aquelle um dos ramos que delle nascem. Não será no tronco, no coração da arvore que a seiva terá mais vigor e, portanto, não será lá que é preciso procural-a de preferencia à parte mais ou menos remota dos canaes divergentes ? | Isso é que foi perfeitamente entendido em França, na obra, realizada de modo tão admiravel, da regeneração das raças de Therbes, das Landes e da Camargue. Alli tambem tinham-se achado em presença do sangue oriental e a raça tinha, por causas muito parecidas com as daqui, considera- velmente definhado. Mas encontram nisso a prova fornecida pelas experiencias, cuja falta eu lastimava ao principio destas notas. Já se vê que por ella está confirmado o ensino theorico, demonstrando até a evidencia que o garanhão a dar em primeiro logar ás eguas brasi- leiras, em vista de fixar o typo nacional, é o puro sangue arabe. Á. Varim d' Ainvelle. REVISTA DE VETERINÁRIA E ZOOTECHNIA 73 E dt da A ALIMENTAÇÃO DAS VACCAS LEITRIRAS IV (Vade mi 25 de April de 1912) Tendo já sido examinada a influ- A ração da vacca leiteira encia dos principios nutritivos das e sua composição forragens sobre a secreção lactea, compete-nos agora estudar a ração e sua composição, afim de melhor podermos satisfazer às necessidades proprias do organismo e da secreção lactea, assim como examinar as principaes forragens para tal fim empregadas. a) Exigencias nutritivas das vaccas leiteiras. — Antes de se estabelecer qualquer ração para vaccas leiteiras torna-se necessario conhecer: 1º, a quantidade de principios nutritivos indispensaveis para satisfazer ás necessidades do organismo; 2º, as necessidades da propria producção. De numerosas experiencias feitas na Allemanha e na Dinamarca póde-se deduzir que para producção unicamente de 10 litros de leite são indispensaveis, segundo o Dr. Kellner, 550-650 grs. de albumina e 2 kilos a 2 kilos 700 de valor amido, sendo a gordura avaliada em 500 a 600 grs. por 1.000 kilos de peso vivo. Se, porém, accrescentarmos a estes dados a quantidade de principios nutritivos indispensaveis para attender ás proprias exigencias do organismo e que é de 600-800 grs. de albumina digestivel e 8-9.5 kilos de materias não azotadas, inclusive a gordura, facil é esta belecer as seguintes normas de rações para vaccas leiteiras: Mate- Hydratos Total dos R. N. Materia secca Materia graxa principios nu- | Relação nu- ESPECIFICAÇÃO ria azotada de carbono tritivos tritiva MA(MG x Ms, M, A, M, G. M, H, 0. x 2-4) + MHO to Vaccas dando É 5 litros....... 22-27 19 0.3 I0.5 I2.5 8.5 pr dia e por 1900 kilosde | 10 » ...... 25—29 2.0 0.5 12.7 15.9 TO peso vivo: DR 07610 1 27—33, 2h 0.6 14.6 18.7 5.9 OE Mivajo a: 2r51s 27—34 ANA 0.8 16.0 PRE) 5.3 74 — MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO Examinando-se os dados acima, vê-se facilmente que a alimentação da vacca leiteira deve ser feita de accordo com a sua producção e o seu peso, pois não se póde negar que uma vacca que dá diariamente 15 litros deverá exigir maior quantidade de prin- cipios nutritivos na sua alimentação do que outra que produz apenas 5 litros. Na composição das rações convém egualmente lembrarmo-nos de que uma vez attingida à normal, as addições a mais não augmens tam proporcionalmente a producção, resultando, pois, que o ultimo litro obtido, até chegar-se ao maximo do poder transformador da glandula, custará mais caro do que os outros. Quando, pois, os autores recommendam alimentarem-se as vaccas leiteiras ao maximo não se deve concluir que se trata de superalimental-as, mas de attingir à normal, que é o limite physiologico e, talvez, economico, ao mesmo tempo. A alimentação das vaccas, em muitas explorações pastoris, é calculada em commum, tomando-se como base a producção média; entre nós, porém, convém dizel-o, não preside nenhum criterio ou o calculo mais rudimentar. Tanto no primeiro caso como no segundo, em consequencia de uma tal alimentação, teremos as vaccas divididas em tres grupos: um que será bem alimentado, outro mal ou insufficiente e, finalmente, o terceiro superalimentado até a engorda. Os effeitos da ração nos dous casos não são, pois, racionaes, sendo prejudicada a secreção lactea. Quando as vaccas são superalimentadas, a glandula engorda, diminuindo sua activi- dade, ao passo que com uma alimentação insufficiente ellas emmagrecem, a glandula enfraquece-se, observando-se logo uma forte regressão no rendimento. Para poder avaliar-se a conse- quencia disto, basta dizer que a secreção lactea, sendo hereditaria e resultante de variações individuaes fixadas pela gymnastica funccio- nal e boa alimentação, não mais será transmittida ás gerações seguintes, desde que deixem de existir as condições que a determi- naram. Facil é, pois, comprehender-se a necessidade de alimentar: cada vacca de accordo com as suas exigencias, para se manter: sempre progressiva a lactação. À alimentação individual é a unica capaz de satisfazer a taes exigencias, podendo conseguir-se isso na: pratica, dividindo-se as vaccas em quatro a cinco grupos, de confor- | REVISTA DE VETERINÁRIA E ZOOTECHNIA 75 ÃO ag midade com a producção, sendo a ração para cada grupo composta de tal sorte que ellas se conservem em bom estado, sem emmagrecer nem engordar, mantendo a secreção constante e a mais abundante possivel. Na ração das vaccas já velhas, que não se pretende conservar para a reproducção, em vista de forte diminuição em sua producção e que são destinadas à venda para o córte, uma vez finalisado o seu periodo de lactação, convém introduzir-se nos tres ou quatro ultimos mezes um pouco de hydrato de carbono, elevando-se egualmente a percentagem de albumina até 2.5 kilos, por 1.000 kilos de peso vivo. À pratica, por muitos seguida em taes casos, e que consiste em iniciar a engorda desde o principio da lactação, é irracional, prejudicando a secreção lactea e occasionando maior gasto de alimentos. Tratando-se de vaccas em gestação, convém tambem augmen- tar-se a albumina, particularmente nos ultimos quatro mezes. Neste mesmo periodo, a titulo hygienico, é egualmente de vantagem diminuir-se a quantidade das forragens fibrosas e muito volumosas. b) Exigencias das vaccas leiteiras para os sáes mineraes. — Pouca ou quasi nenhuma importancia se tem ligado até hoje aos sães mineraes, que a ração das vaccas leiteiras deve conter. Entretanto, estudando-se uma analyse de leite, facil é observar-se a enorme quantidade de sães mineraes, principalmente de cal, acido phosphorico e potassa, que pelo leite são eliminados do organismo. Segundo o Dr. Kellner, o leite contém, em média, por litro, 7.4 grs. de sães mineraes, das quaes: 1.8 grs. de cal, 1.5 de acido phosphorico, além de outros de menor importancia. Facil é, pois, comprehender-se que os alimentos constitutivos da ração devem ser bastante ricos em principios mineraes, afim de poderem satisfazer, além das exigencias do proprio organismo, às necessidades da secreção lactea, pois em caso contrario aquelle será “prejudicado, em bôa parte, em favor desta. Pelas analyses feitas, sabe-se que nem todos os principios mineraes contidos na ração são utilisados pelo organismo ; para a cal e o acido phosphorico calcula-se que é apenas utilisado um terço da quantidade introduzida no organismo. Se tomarmos para exemplo uma vacca que produz diariamente 20 litros de leite, 76 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO ser-lhe-ão indispensaveis, só para manter a sua secreção lactea, 108 grs. de cal e 90 grs. de acido phosphorico. Devemos ainda accrescentar a quantidade indispensavel à simples manutenção do organismo, e que, conforme o Dr. Kellner, se avalia em 100 grs. de cal e 50 grs. de acido phosphorico, para cada 1.000 kilos de peso vivo; teremos assim, no total, e por 1.000 kilos de peso vivo, para uma producção diaria de 20 litros de leite: 208 grs. de cal e 140 grs. de acido phosphorico. Em geral, estes dados são sufficientes para orientar o criador sobre a quantidade de materias mineraes, particularmente cal e acido phosphorico, que devem ser contidas na ração, para que ella possa satisfazer às exigencias do organismo e da secreção lactea. Na pratica, o criador dispõe de dous meios: 1º, alimentando as vaccas com forragens naturalmente ricas em phosphatos e cal e 2º, addicionando à ração estes elementos. Incontestavelmente, o primeiro methodo é melhor, e geralmente as rações bem compostas são bastante ricas para satisfazer a essas exigencias, principalmente quando o são de leguminosas, como alfafa, trêvo, etc., fenos, capins e alimentos concentrados de bôa qualidade. Pelo contrario, quando as forragans são natu- ralmente pobres em sães de cal e acido phosphorico, torna-se indispensavel corrigir as rações com um supprimento de phosphatos alimentícios, taes como: pós e cinzas de ossos, phosphato pre- cipitado, etc. A falta prolongada de cal e acido phosphorico na ração affecta o esqueleto, observando-se ao mesmo tempo uma diminuição quantitativa e qualitativa do leite. Convém notar que os phosphatos addicionados à ração não são tão efficazes como as forragens naturalmente ricas, porém, ainda assim, na realidade pouco se perde, pois a parte que não fôr utilisada pelo organismo animal passa a enriquecer o estrume, que vem servir à adubação das forragens. Para demonstração dos effeitos de uma alimentação mineral insufficiente, sobre a qualidade e a quantidade do leite, relatamos a seguir duas experiencias de Weiske e Fingerling : O primeiro scientista, em 1871, alimentando durante 42 dias uma cabra com uma ração pobre em cal e acido phosphorico, observou uma forte diminuição da cinza da materia sêcca do leite, REVISTA DE VETERINÁRIA E ZOOTECHNIA pipi ça Eua! passou de 8º/, para 4.72 º/,; a cal de 1.79º/. passou, para Rod “o e o acido phosphorico de 2.05 ºf, para 1.86 “fo. Fingerling, por sua vez, em uma experiencia muito mais recente, publicada em 1911 no Die Laniwirtschafilichen Versuchs- Szationen, com duas cabras, demonstra que com uma alimentação prolongada e pobre em sães mineraes (cal e acido phosphorico) a secreção é muito prejudicada, sendo diminuida a quantidade de leite 2 proporcionalmente a de cinza. Esta diminuição póde-se avaliar pelas médias diarias consigna- las para o 1º e 4º periodos da experiencia, no quadro abaixo : CABRA A CABRA 31 Leite Cinzas | Leite | Cinzas (ESA ETs: 9/00 (Crsi | Grs. 0/00 [º periodo com alimen- tação rica em saes MIHeraeS cp ihossa h/s | 1958 Te Pa 6.8 IOII 8.59 8.5 2º periodo com alimen- tação pobre em saes, MUMLCTAES: 220 xao wo co 1388 8.90 6.4 787 6.55 8.5 — 570 —4.41 — E 22A — 2.04 Vê-se, pois, que na cabra 4 a diminuição foi em média, por dia, de 570 grs. de leite e 4.41 de cinzas ena cabra 37, foi de 224 grs. de leite e 2.04 de cinzas. Resulta mais da experiencia acima referida que a composição das cinzas pouco variou, observando-se que com a alimentação pobre a porcentagem das cinzas pouco diminuiu, sendo até mais elevada a de cal e acido phosphorico nellas contida; porém, no total, para ambos, observou-se pequena diminuição ou constancia. Dessa experiencia deprehende-se, pois. que, quantitati- vamente, a secreção lactea é fortemente prejudicada por uma alim entação pcbre em saes mireraes e que sendo bastante constante a composição do leite seria difficil se obter, à vontade, um leite Mais rico em phosphatos e cal, como diz o Prof. Baron: «Phos- phatez vos terrains, vous phosphatez vos luzernes, vos vaches gt leur lait». c) 4 vação deve ser isenta de alimentos nocivos à qualidade do cute. — Na composição da ração para as vaccas de leite, indepen- entemente da quantidade de principios nutritivos que ella deve 78 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO NISSAN AS SNS ESSAS NS NS RS SS NL NS NS PRESS NEH NA NENE NNE NE Ne ENS Nà NEON Nà A conter, precisa-se evitar a introducção de alimentos capazes de prejudicar o sabor, a côr, sua qualidade, emfim, e isto quer pelo simples contacto do leite, quer pela ingestão e eliminação pela clandula mammaria. Assim é que o leite se resente com a alimen- tação composta de plantas de odor activo, taes como o alho, as cruciferas em geral, o milho ensilado, o absintho e outras proveni- entes de mãos prados, as quaes communicam ao leite o odor e o sabor particulares que possuem, tanto mais pronunciadamente | quanto maior fôr a quantidade consumida e mais forte o odor da planta. A herva doce, o thymo, as cenouras e diversas outras dão, ao contrario, ao leite um perfume agradavel, concentrado na manteiga, desde que não seja exaggerada sua quantidade. Dahi resulta que na producção do leite não se deve olhar apenas a quantidade dos alimentos, mas tambem sua qualidade, que influirá sobre os productos derivados. E”, pois, indispensavel fazer-se uma escolha judiciosa dos alimentos que devem entrar na composição da ração, os quaes, além de suas qualidades alimentícias e hygienicas, não devem prejudicar a qualidade do leite e da manteiga. Na pratica, é bem conhecido pelos criadores que os alimentos estragados pela humidade, pela fermentação, ou qualquer outra causa e utilisados na alimentação das vaccas leiteiras alteram o sabor do leite e da manteiga, notando-se ainda que essa alteração póde persistir muitos dias depois de sua retirada da ração. A mesma alteração observa-se às vezes com o consumo de alimentos fermen- tados mal preparados, forragens verdes que ficaram durante muito. tempo amontoadas e, finalmente, pela limpeza insufficiente das man- jedouras e recipientes que contenham os alimentos. Em todos estes casos trata-se, provavelmente, da acção de certas bacterias que occasiónam a decomposição dos alimentos, da qual resultam certos princípios particulares que passam ao leite e à manteiga, alterando” lhes assim o sabor e a qualidade. O sabor do leite é egualmente alterado pela ingestão de certas sementes de que não foi extrahido o principio amargo; pelo farello. de trigo misturado com muito joio; pelas tortas de colza, quando distribuidas em dóse diaria, e por cabeça, de mais de um kilo e, finalmente, pela ingestão de agua impropria e de mão cheiro. REVISTA DE VETERINÁRIA E ZOOTECHNIA 79 dd) São consideradas como favoraveis à producção de leite e man- teiga saborosos, em primeiro logar, as forragens verdes provenientes de boas terras de cultura, das pastagens compostas de gramineas e leguminosas, particularmente quando no início da floração; as cenouras, as beterrabas, as batatas doces; entre as farinhas, a de aveia, a de arroz, etc. Basta lembrar aqui o aroma agradavel, por todos conhecido, que possuem as manteigas da Suissa no verão e as da Normandia, obtidas de vaccas alimentadas em pastos ricos em boas gramineas e leguminosas. Outros alimentos são reputados como tendo propriedades especiaes para tornarem a manteiga mais dura e consistente. Tal inconveniente observado particularmente nos paizes frios, onde se torna difficil trabalhar a manteiga, entre nós constitue uma vantagem. Esta propriedade é attribuida aos fenos e às forragens verdes que centém muitas plantas acidas; os brotos novos depois da queima; o verde e os fenos cortados muito tarde ; as palhas de cereaes muito maduras; as beterrabas, as ervilhas, as farinhas de palmeira, de coqueiros, de linho e de algodão, Pelo contrario, a manteiga fica mais molle e menos consistente em consequencia da introducção na ração de maior quantidade de aveia, fubá, farello de trigo, farinha de arroz, torta de colza, gergelim e gyra-sol. Essa diversidade na acção dos alimentos sobre a qualidade da manteiga depende naturalmente da quantidade consumida e por isso não se a observa sempre na pratica; não obstante, muitos criadores europeus recorrem aos alimentos cor- respondentes, para corrigir os defeitos apresentados pela manteiga. Finalmente, devem ser tomadas precauções especiaes na alimentação das vaccas, cujo leite é destinado às crianças ou pessoas doentes, evitando-se principalmente o emprego de forragens que contenham certas plantas venenosas, cujos princípios toxicos podem ser eliminados pela glandula mammaria. A alimentação typo para as vaccas leiteiras deve ser constituida, pois, de bôas forragens, bem conservadas e provenientes de terras ferteis e adubadas com phosphatos ; as farinhas e os sub-productos de fabricação devem ser sêccos ou frescos, sem alteração ou falsificação. d) A ração deve ser bastante aquosa. — Examinando-se a analyse do leite é facil ver-se que elle contém 85 º/, de agua, d'ahi resultando 80 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO uma sahida pela glandula mammaria de cerca de 17 litros de agua para uma producção diaria de 20 litros de leite. As necessidades organicas e a tensão sanguinea são por sua vez outras tantas exigencias que permittem a conclusão de que a vacca leiteira necessita de uma ração bastante aquosa e succulenta, podendo-se approximal-a da do capim verde, com cerca de 70 º/, de agua. Praticamente, consegue-se isto introduzindo-se na ração forragens verdes, raizes, sôpas, alimentos cozidos, etc., que permittem assim fornecer-se ao organismo a quantidade de agua que lhe é indis- pensavel. O processo muito empregado de se dar ás vaccas forragens sêccas, fazendo-as em seguida beber muita agua, não produz o mesmo resultado do primeiro caso, porque a agua incorporada às proprias forragens torna-as mais digestiveis e, por conseguinte, mais aptas a se tirar dellas melhor partido. A ração da vacca leiteira deve ser bastante aquosa, sem exaggero porém, porque uma alimentação muito aquosa, composta, por exemplo, de residuos de distillarias contendo 90-95 º/, de agua, beberagens muito diluídas, capins muito aguados, póde reflectir-se sobre o organismo, enfraquecendo-o e contribuindo ao mesmo tempo para a secreção de um leite muito aguado. O Dr. Kellner cita o exemplo da alimentação de um rebanho com uma ração muito aquosa e que era assim composta para cada 1.000 kilos de peso vivo : 50 kilos de borras de distillarias. 21 ) D) ) ) cerveja. AQE» » beterrabas. A riqueza média em gordura foi de 2.10-2.45 º/5, emquanto que as mesmas vaccas antes davam um leite normal e mais rico. Esta experiencia não quer de modo algum dizer que se póde à vontade variar a composição do leite, augmentando ou diminuindo a quantidade das forragens aquosas. Uma experiencia realizada pelo Sr. M. Lafite, em Reims, em 1912, teve por fim resolver a questão de se saber se com uma ração muito aquosa o leite se tornava aguado. Para este fim foram escolhidas oito vaccas hollandezas num rebanho de 140 vaccas leiteiras, dividindo-se-as em dous lotes: REVISTA DE VETERINARIA E ZOOTECHNIA 81 um de quatro, para a experiencia e outro, tambem de quatro, para testemunhas. I. A ração foi assim composta: Kilos La Up lá da O E A RA 3 Paligalde Mayara > Grelos de malta. 2 INateria” seccal. 1... 16 k 156 Katello! delitriso. cc. Z DANNI ato clara eia io: é 22 k 844 Bornalicdeleenyejar na: 10 2 BeterrajDas sta Pout o 15 39 k 000 —— 39 II. A seguinte ração intermediaria : Kilos Niciamiorrasem rr. 35 aillgar tro elton sta hero 17 Materia! sêeca.. .... 16 k 498 Rarellora a een 4 ENA O co feio alo a sa S5nko 502 Mielaço Za —— —— AEB EL or da 0 0.60 SiS Blood é 4 52 k 000 —— SL III. A ração aquosa foi composta de: Kilos ENS O E raio je E ERR > Baba cao so emásios > Materia” sêcea.. 4... 17 k 098 Betetra DAS qo o 25 Je NL py Je A RR 38 k 902 Bornalide cerveja 20 O TONA Rarello- sd tas JL 56 k 000 : em 56 As tres rações acima enumeradas, empregadas na experiencia, que se realizou de 3 de Março a 2 de Junho de 1912, continham a a mesma quantidade de principios nutritivos e quasi a mesma de materia sêcca, differindo apenas na quantidade da agua : 12 22.844 kilos. ZON np) 32 38.902 » No quadro abaixo acham-se referidos os resultados da expe- riencia, que se compunha de seis periodos, de 15 dias cada um: R. V, II 82 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO Ed dd dd din dd dd dd dd dd dm x Vaccas de experiencia Vaccas testemunhas Ração que receberam as vaccas a o —>—>———— A (e e, o de experiencia, Ê Observações durante os seis periodos Litros de leite Grs. de Litros de leite Grs. de Média por dia manteiga Média por dia manteiga Ração normal n. IL... 47.8 29.6 52.6 37.4 |I0 periodo de I5 dias Agua á discrecção, ração mn. 1 47.8 29.2 54.6 Ao DO) » Do» Ração) norimailbinsErd RE RE 48.6 28.0 52.6 32.8 |30 » » DD » Ração aquosa n. 3, mais agua PE duasivezesiponidiam. 50.5 27.5 52.6 31.8 |40 » D DD Ração intermediaria-n. 2..... 46.0 29.8 49.5 32-15) 50 DD 5 Racaão normal 47.4 27.5 47.8 30.7 |60 » » D» » Às vaccas testemunhas receberam a mesma ração n. 1, durante toda a experiencia. Examinando-se os resultados consignados no quadro acima, verifica-se que a alimentação aquosa muito pouco influiu sobre a quantidade e a riqueza do leite. Esta experiencia, e outras feitas no mesmo sentido, vem demonstrar que não é possivel obter-se à vontade leite mais abundante e aguado, submettendo-se as vaccas a uma alimentação aquosa. Resulta, pois, dahi que a composição do leite é relativamente pouco variavel em consequencia da administração de alimentos mais aquosos, desde que seja mantida a dóse de princípios nutritivos. O leite aguado, pois, só é secretado em condições muito especiaes, que ainda não são bem conhecidas, mas que com toda certeza denotam estado doentio do animal. Diz ainda o Dr. Kellner que, para que os effeitos de uma alimentação muito aquosa se reflictam sobre a qualidade do leite, é preciso que a vacca a receba durante um tempo bastante longo, o que sem duvida vem enfraquecer a glandula mammaria. e) A alimentação deve ser constante e sem interrupção. — À ração, constituida das forragens disponiveis no momento, deverá ser aos poucos modificada pela necessidade de se lhe introduzirem novas forragens, de accordo com os recursos forrageiros impostos pela época do anno, tendo-se, porém, o cuidado de manter con- stante a quantidade de principios nutritivos, de accordo com a producção e as necessidades do organismo. À constancia no caso presente não significa que uma vez constituida a ração de capim e fubá, por exemplo, nunca mais se deva alteral-a; ao contrario, deve-se modifical-a, introduzindo novas forragens que se apresen- REVISTA DE VETERINARIA E ZOOTECHNIA 83 al A A tem na occasião em abundancia, substituindo-se umas por outras, total ou parcialmente, porém de modo gradativo e mantendo-se sempre a dóse necessaria de principios nutritivos. Sabe-se que os effeitos da alimentação sobre a secreção lactea são notaveis, até attingir-se a normal, partindo-se de uma alimentação insufficiente, caso este em que o animal é obrigado frequentemente para ella contribuir com seu proprio organismo. Em tal condição a addição de novos alimentos produzirá maiores resultados; mas, alcançada a normal, a addição não augmenta mais proporcionalmente a quan- tidade de leite e predispõe o animal à engorda. Tanto no primeiro, como no segundo caso uma tal alimentação é anti-economica e prejudicial à secreção lactea, sendo sempre difficil restabelecel-a ao nivel primitivo, particularmente quando a diminuição é conse- quencia de uma alimentação insufficiente. Diz a respeito o Sr. Mer que, segundo as observações feitas, não é possivel restabelecer-se a secreção lactea normal antes da parição seguinte, desde que ella seja prejudicada temporariamente por uma alimentação insufficiente. E? de particular recommendação fazerem-se na alimentação as modificações impostas pela época do anno gradativamente, passan- do-se por um periodo de transição e cuidando-se para que a nova ração não seja inferior à antecedente. A pontualidade na distribuição das rações, sempre à mesma hora, é por sua vez indispensavel e tem as suas consequencias beneficas. Quando os alimentos são sempre distribuidos à mesma hora, osorgãos digestivos adquirem rapidamente uma especie de automatismo favoravel à boa execução da sua funcção e as vaccas conservam-se assim mais socegadas, sem agitação. Todos conhe- cemos bem quanto agitadas ficam as vaccas quando esperam a ração, estado este naturalmente muito desfavoravel à secreção. O pequeno criador, para seu beneficio, deve acostumar-se a esta exigencia hygienica, e nos grandes estabelecimentos para abasteci- mento de leite ás cidades os proprietarios devem obrigar e habituar seus vaqueiros à pontualidade no arraçoamento das vaccas. f) Do regimen das vaccas leiteiras. — As vaccas leiteiras são conservadas quer no pasto exclusivamente, quer no pasto e no estabulo, ou regimen mixto, quer em estabulação permanente. 84 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO A alimentação no pasto. — Entre nós é o systema mais commum e o predominante, excepção feita nos arredores das cidades, onde, por circunstancias especiaes, se adopta o regimen mixto e o da estabulação permanente. Em geral, o regimen do pasto póde divi- | dir-se em intensivo e extensivo, isto de accordo com o valor das pastagens e os cuidados dispensados com seu trato, adubação, etc. Na opinião de muitos criadores o regimen do pasto realiza melhor as condições economicas e hygienicas para a producção de um leite abundante e rico, com a condição unica de que sua com- posição seja boa, sejam limpos, livres de pragas, de área sufficiente e bem adubados. À composição dos pastos tem, pois, grande impor- tancia, particularmente quando consta de gramineas e leguminosas de boa qualidade. As pastagens que possuem grande proporção de plantas duras, pouco nutritivas e cheias de pragas são pouco favoraveis à producção do leite, influindo até em certos casos sobre sua qualidade. Nas boas pastagens as vaccas com o exercicio moderado ao ar livre têm sempre disposição para consumirem mais, notando-se por conseguinte um augmento de rendimento de leite com maior quantidade de materia secca e gordura. E”, pois, em taes pastagens que ellas encontram uma ração completa, à vontade escolhida, abundante, aquosa e bem digestivel. Não nos devemos admirar de que seja em taes condições que o criador obtenha maior quantidade de leite mais rico e saboroso, sendo a manteiga delle proveniente mais reputada e de melhor conservação. À maior producção observada no regimen do pasto não deve ser attribuida à melhor utilisação dos alimentos, mas a uma alimentação mais abundante e mais rica do que a ração bem medida no estabulo. E” preciso egualmente reconhecer que em muitas condições este systema constitue um verdadeiro desperdicio de alimentos nutriti- vos, particularmente de albumina. Mas, nem sempre as pastagens são boas; muitas vezes pela propria natureza dos terrenos, a época do anno, o clima, a secca prolongada, o verão muito quente, etc., escassea o pasto, ao ponto de se ver forçado o criador a sustentar seu gado leiteiro em meia estabulação, administrando-lhe uma ração composta de diversas forragens cultivadas e de alguns outros alimentos, productos da fazenda, ou comprados no mercado. Às vaccas recebem este supprimento no estabulo, quando reunidas REVISTA DE VETERINARIA E ZOOTECHNIA 85 it cá para a ordenha. No verão, quando o tempo está muito quente, convém conserval-as durante as horas mais calidas do dia no estabulo, soltando-as no pasto, à noite. No inverno, ao contrario, ellas devem ser conservadas à noite no estabulo e durante o dia no pasto. Quando o pasto é muito novo e aguado, recommenda-se dis- tribuir um pouco de forragem secca, que as vaccas procuram com avidez, à noite, no estabulo ou antes de irem para o pasto. Estabulação permanente. — A vacca, como animal productor de leite, póde ser explorada nas condições economicas as mais variadas. Nos arredores das cidades, até 100-150 e mais kilometros de distancia, o leite produzido é vendido em natureza, convindo sua transformação em queijo e manteiga quando é difficil o tran- sporte. Nas cidades grandes, para a venda do leite fresco, existem vaccarias que contam geralmente de 10 a 15 vaccas mantidas em estabulação permanente, e conservando-se ahi sómente quando em plena producção, devido ao seu elevado custeio, sendo, ter- minada a lactação, vendidas ou removidas para fazendas afastadas. Na alimentação das vaccas em estabulação permanente o criador deve observar todas as regras de hygiene, afim de attenuar os mãos effeitos de tal systema, devendo as vaccas sahir diariamente para um pasto perto, quando o permitta o tempo. Tal pratica concorre ao bom arejamento do estabulo, asseio das manjedouras, facilitando até a distribuição da ração da tarde. No regimen do estabulo o criador deve tomar as necessarias precauções para obter regularmente as forragens indispensaveis e poder assim effectuar as substituições gradativamente. Quando são administradas forragens verdes muito novas e aguadas, convém sempre juntar-se-lhes alguma forragem secca, que se vae dimi- nuindo à medida que a forragem verde se approxima da floração, mudando bastante sua composição. As farinhas e os grãos cozidos, que são previamente preparados, devem ser utilisados no mesmo dia, e não depois de ficarem azedos ou fermentados. Devido à influencia dietica favoravel das forragens verdes é importante para o criador tomar as necessarias providencias para a sua producç ão durante o anno inteiro, uma vez que assim o per- 86 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO mittam as condições de clima e sólo. As forragens verdes, as raizes e os tuberculos, no regimen da estabulação, além de favoraveis à secreção lactea, são relativamente mais baratos desde que sejam produzidos na visinhança, evitando-se transportes muitas vezes carissimos. O numero de forragens que podem ser cultivadas para consumo verde é grande; no proximo numero passaremos a exami- nar as principaes, estudando sua composição, seu rendimento por hectare, assim como seus effeitos na alimentação das vaccas leiteiras. N. Athanassof. ( Continia ). REVISTA DE VETERINARIA E ZOOTECHNIA 87 10º CONGRESSO INTERNACIONAL DE MEDICINA VETERINARIA LONDRES —- 1914 O Sr. Professor STEWART STOCKMAN, Secretario Geral do Comité organizador do proximo Congresso de Londres, acaba de enviar ao Dr. PauLo PARREIRAS HoRrTA, Chefe da Secção Technica do Serviço de Veterinaria e Delegado do Comité no Brasil, a seguinte carta: « Londres, 20 de Janeiro de 1914. Caro collega— Faço chegar as vossas mãos o programma preliminar do 10º Congresso Veterinario Internacionale vos peço a bondade de fazel-o circular o mais longe possivel por intermedio dos jornaes de nossa profissão, Desejo vos explicar que o programma está escripto em inglez porque pensamos ser melhor deixar a traducção de uma cousa tão importante ao Comité de cada paiz em que fôr elle publicado. Acceitae, caro e honrado collega, os sentimentos mais distinctos. — Stewart Stockman ». Publicamos em seguida esse documento: «O Decimo Congresso Internacional Veterinario deve se realizar em Londres, de 3 a 8 de Agosto de 1914. Trata-se do Congresso Jubileu, que se reunirá em Londres em virtude do desejo expresso dos veterinarios do mundo, em honra do distincto veterinario inglez Jomn GAamMcEE, por cuja suggestão foram primeiramente instituídos os congressos internacionaes de veterinaria. Apezar de não ser costume do Governo Britannico fornecer auxilio algum aos congressos internacionaes, está elle tomando um grande interesse com o proximo Gongresso e convites redigidos da seguinte fórma foram enviados pelo British Foreign Ofjice aos varios paizes, convidando-os a se representar por meio de delegados officiaes. 88 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO ( Cópia) — Foreign Office, Setembro 1913: «Senhor — Transmitto-vos, junto a esta, cópias do programma do 10º Congresso Internacional Veterinario que se deve realizar em Londres, de 3 a 8 de Agosto do proximo anno, com o pedido, afim de que o leveis ao conhecimento do Governo, junto do qual estaes acreditado, convidando-o ao mesmo tempo de maneira que sejam enviados delegados ao mesmo. À historia destes congressos é a seguinte: Ha 49 annos, por suggestão de um distincto veterinario britannico, Jogn (GamcEE, effectuou-se o Primeiro Congresso Internacional Veterinario. A suggestão de GAMGEE foi motivada pela peste bovina que, proveniente da Russia, se espalhou por toda a Europa, devastando as fazendas, resultando d'ahi a convicção de que a luta contra as pestes animaes não depende exclusivamente de cada paiz, isoladamente, porém deve ser cuidado commum de todos. À razão da opinião de GAMGEE foi immediatamente reconhe- cida por todos os paizes europeus. Estes congressos, entre outras cousas, discutem todas as questões internacionaes que tenham ralação com as pestes animaes. Infelizmente, não puderam ser feitas as combinações, afim de que o primeiro e os outros congressos fossem convocados na Grã-Bretanha, porém ficou estabelecido um accordo pelo qual elles se realizaram, todos os cinco annos, em varias capitaes da Europa. Os Governos dos paizes interessados enviaram sempre convites aos outros Governos, afim de que fossem nomeados delegados. O 9º Congresso realizou-se em Haya, em 1909, e nessa occasião os Governos da Argentina, Austria (inclusive Bohemia, Croatia e Slavonia), Baviera, Belgica, Bulgaria, Colombia, Cuba, Dinamarca, Allemanha (inclusive Saxe-Weimar), França (inclu- sive Algeria e Tunisia), Grecia, Guatemala, Hungria, Italia, Japão, Luxemburgo, Mexico, Noruega, Hollanda, Rumania, Russia, Saxonia. Servia, Suecia, Suissa, Estados Unidos da America, Uruguay e Wurtemberg, estiveram representados, assim como a Grã-Bretanha e certos dominios de além mar. Ainda que o Congresso não tenha sido promovido pelo Governo de Sua Majestade, elle tomou um grande interesse pelo assumpto REVISTA DE VETFRINARIA E ZOOTECHNTIA 89 LO A A para o fim a que fôra convocado e terá sciencia com prazer de que o convite tenha sido acceito. Elle veria tambem com satisfação a representação isolada neste Congresso, do mesmo modo que nos de Educação ou meramente scientificos ou outros assumptos que interessam aos paizes que pro- movem as sciencias veterinarias ou utilitarias.» A Commissão Britannica de organização enviou um amavel convite aos collegas estrangeiros em cada paiz, e deseja informar que as representações do Congresso, estrangeiras, devem fazer o possivel para estar em Londres, no sabbado, 1º de Agosto. E intenção da Commissão Britannica offerecer uma recepção preliminar na tarde de domingo, 2 de Agosto, aos distinctos mem- bros que se devem encontrar na capital londrina, afim de discutir a solemnidade da abertura official do Congresso e obter alguma ulterior deliberação. À abertura official será na terça-feira, 3 de Agosto do corrente anno, occasião em que a commissão espera assegurar o patrocinio de uma pessoa illustre para abrir o Congresso. LoGaRr DE « MEETINGS » — Os gueetings do Congresso serão na Central Buildings, Westminster, Londres, que offerece bastante commodidade. 7 Este local é contiguo ás casas do Parlamento, pela posição é conveniente em relação aos hoteis, restaurants e divertimentos. Diversões — O Ministerio das Relações Exteriores resolveu dar festas em honra do Congresso. O programma para os banquetes e recepções, serão dados em honra do Congresso, ainda não se acha completo, porém notas completas particulares serão enviadas á Commissão Nacional, afim de serem publicadas o mais cedo possivel. À Commissão Britannica está tambem organizando excursões do seguinte modo: 1º — Visitas a propriedades ruraes e studs proximos de Londres. R, V. 12 90 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO A Commissão já foi informada de que haverá permissão para visitar as propriedades reaes em Windsor. 2º — Visitas ás estações de Quarentena e de Pesquizas do Departamento de Agricultura. 3º — Excursões depois do Congresso aos logares de interesse historico ou zonas notaveis pelas bellezas do scenario. Podem os congressistas contratar excursões particulares, que serão pagas mediante combinações entre elles. ViacENs — À Commissão Britannica está preparando o itine- rario com varias companhias de estradas de ferro e navegação, na Grã-Bretanha e outros paizes, para dar especiaes concessões aos congressistas. Ella já scientificou aos Srs. Thos, Cook and Son, que têm de dar toda a assistencia e fornecer-lhes interpretes nas varias estações, no sabbado, 1º de Agosto, para conveniencia dos referidos congressistas que ainda não estejam familiarisados com a capital de Londres. Estes programmas serão objecto de intensa publicação, quando estiverem completos. HoTEIS E RESTAURANTS — Existe um grande numero de hoteis e restaurantes. Os hoteis e restaurants em Londres são excellentese os preços são moderados. O preço em bons hoteis varia de 5 shillings pelo cima, por um quarto simples, banho e pequeno almoço. Os visitantes que não desejarem tomar pensão, não terão dificuldade em obter quartos em hoteis de primeira classe por preço de 5 shillings. Não é possivel nesta nota fornecer uma lista completa dos bons hoteis que estão situados proximos do logar do meeting. Uma lista completa, contendo, conjuntamente com preços as distancias approximadas, do logar do meeting, formará o objecto de outra publicação, quando o programma, com os varios assumptos, estiver completo. ConTRIBUIÇÃO PARA ADHESÃO— À Commissão Britannica fixou o preço da subscripção para os membros communs, em uma libra ou 20 marcos ou 25 francos. À subscripção para os profissionaes do sexo feminino foi fixada em 5 shillings ou 5 marcos ou 6 francos e 25 centimos. REVISTA DK VETERINARIA EK ZOOTECHNIA 91 nd dd dd da dc ii cc A As contribuições devem ser enviadas ao Thesoureiro Honorario RW. Carnett, J. P.M.R.C. V.S., 10 Red Lion Square, Mondou, W.cC. Tem sido lembrado por alguns dos membros dos «National Committees» que os varios Secretarios destes «committees» possam fazer subscripções em varios dos paizes e envial-as depois englo- badamente. O Thesoureiro Honorario, conforme é o seu modo de pensar, prefere que cada individuo mande sua propria subscripção; elle não faz objecção às que lhe sejam enviadas em globo, desde que ellas tenham completo detalhe e que sejam fornecidas pelo Secretario de cada «Comité National». ASSUMPTOS PARA DISCUSSÃO E RELATÓRIOS O que se segue é uma lista dos assumptos a serem discutidos, conjuntamente com os nomes dos scientistas que devem fazer os relatorios. REUNIÕES GERAES I Abertura official 1 Febre Aphtosa Herr Geheimer Regierungsrat Dr. NEvERMANN — Berlim. Sr. E. LECcLAINCHE — Inspector Geral e Chefe dos Serviços Sanitarios do Ministerio da Agricultura. — Paris. Dr. MowLEr — Departamento da Agricultura dos Estados Unidos da America do Norte. Dr. REmmELTS — Inspector Chefe do Serviço Veterinario. — Haya. Sr. Professor E. Hess — Faculdade de Medicina Veterinaria da Universidade de Berna. Sr. Professor A. E. Morram — Reitor da Real Academia de de Veterinaria da Irlanda. (9) Sr. Dr. J. Rupowsky — Veterinareferent, Briinn. (*) Ainda não respondeu. 92 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO JI Tuberculose Sr. Professor Dr. EBEr, Director do Instituto Veterinario.— Leipzig. Sr. Professor VaLLÉE. — Director da Escola Veterinaria de Alfort. Professor Sir Jogn Mc FaDvEAN, Reitor da Real Academia de Veterinaria de Londres. Sr. G. REGNER, Departamento Veterinario. — Ministerio da Agricultura. — Stockholmo. Sr. Professor DE Jonc. — Universidade de Leiden. IV Aborto epizootico Herr Regierungsrat Professor Dr. Zwicx. — Da Repartição | Imperial de Saúde Publica. — Berlim. Sr. Professor Moussu. — Escola es a — Alfort. Herr Sanitatstierárzt Sven WaLL. — Matadouro Publico. — Stockholmo. Sit STEWART STOCKMANN, Chefe do Serviço Veterinario, Mi- nisterio da Agricultura. — Londres. v Verificação da distribuição publica e venda do leite no interesse da Saude Publica Dr. A. D. MELvIN, Chefe do Departamento de Industria | Animal. — Washington. Herr Geheimer Regierungsrat Professor Dr. von OsTERTAG, Director do Serviço Veterinario da Imperial Repartição de Saúde Publica. — Berlim. Sr.-1S. Po | NystEDZ, Primeiro Medicol) Veterimano ES Stockholmo. Sr. Jo Wo BRIKTLEBANE, D. VS. MME RE CAS Departamento de Saúde Publica. — Manchester. REVISTA DE VETERINARIA E ZOOTECHNICA 3 dd ÇÃO ça VI Sessão de encerramento SECÇÃO 1 SCIENCIA VETERINÁRIA EM RELAÇÃO Á SAUDE PUBLICA (1) — Envenenamentos pelas carnes — Sua Pathogenesis e medidas necessarias contra elles Sr. Professor BovcERrT, Escola Superior de Veterinaria — Berlim. Dr. Hans MEssnERr, Director do Matadouro — Karlsbad. (*) Dr. GuiLLAUME, Director do Matadouro da cidade de Nice. (2) — Principios geraes a serem observados na inspecção do esque- leto e dos orgãos dos animaes tuberculosos com o fim de se determinar sua segurança como artigos de alimentação humana Sr. Dr. SruBBE, Inspector Geral de Veterinaria do Ministerio do Interior — Bruxellas. Sr. CesARI, Veterinario Sanitario do Sena — Paris. Herr Obertierarzt Dr. NigBERLE — Hamburgo. (*) Sanitãts Veterinãr Hy Hausson — Stockholmo. (3) — Desinfecção dos vagões Sr. Professor Ramon BiDART, Faculdade de Medicina Veteri- naria da Universidade de Buenos Aires. Herr Regierungsrat Dr. Tirzge, Imperial Repartição de Saúde Publica — Berlim. Sr. RAaBiEAUX, Inspector Geral dos Serviços Sanitarios no Ministerio da Agricultura, Paris. (*) Sr. Professor MELonI — Napoles. SECCNO HI PATHOLOGIA E BACTERIOLOGIA (1) Molestia de Johne Sr. Professor OLsr BANG, Copenhague. Sr. Professor Dr. MiessnEr, Escola Superior de Veterinaria, Hannover. (*) Ainda não respondeu, 94 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO Sr. A. L. Sheather, B. Sc., M. R. €. V. S., Academia Real de Veterinaria — Londres. (2) — Piroplasmose bovina ( européa) Sr. Professor Dr. KnurH, Chefe de Serviço do Instituto de Hygiene, da Escola Superior de Veterinaria de Berlim. Sr. Professor S. von RaTz, Escola Superior Veterinaria, Budapesth. Sr. W. G. Wracc, M. R. €C. V.S. Laboratorio do Ministerio da Agricultura — Londres. (3) — Virus ultra-visiveis Dr. K. F. Meyer. — Universidade da Calitornia.— U. S. A, Sr. Professor PanIssET.— Escola Veterinaria. — Alfort. (*) Sr. Docente Dr. PrEILER. — Chefe do Serviço de Hygiene Animal no Instituto Kaiser Wilhelm. — Bromberg. (4) — Distemper Sr. Professor Dr. S. SicismunD MARKOWSKI.— Escola Superior de Veterinaria. — Lemberg. Sr. CARRE'.— Chefe do Laboratorio de Pesquizas do Ministerio da Agricultura. — Escola Veterinaria. — Alfort. SECÇÃO HI EPIZOOTIOLOGIA (1) — Carbunculo Dr. W.H. DazrympLE.—Universidade do Estado da Louisiania ES. Au Sr. Dr. ALADAR LuKAacs.— Laboratorio de Vaccinação.— Bu- dapesth. Sr. Reitor c Professor Dr. J. SzpiLmAN.— Escola de Veterinaria. — Lemberg. Major Hormes. — Bacteriologista Imperial em Muktesor. — India. (*) Ainda não respondeu. REVISTA DE VETERINARIA E ZOOTECHNIA 95 ÃO a A ALTO A aa a (2) — Febre dos porcos Dr. Marion Dorser. — U. S. A. — Departamento da Agricul- tura. — Washington. Herr Hofrat Rektor und Prof. Dr. Hurvra. — Escola Superior de Veterinaria. — Budapesth. (*) Herr Bezerkstierárzt.—Dr. R. FRAUENBERGER.— Priestadt, Austria. (*) Sr. Dr. Grasser. — Repetidor na Escola Superior de Veterinaria. — Hannover. (3) — Mormo Sr. M. DE Roo. — Inspector Veterinario Principal. — Minis- terio da Agricultura. — Bruxellas. Sr. DronNIN. — Director Veterinario da Cavallaria da Com- panhia Geral de Carruagens. — Paris. Sr. Professor J. ScHaNURER.— Escola Superior de Veterinaria. — Vienna. Sr. J. R. Jackson. — M. R. C. V. s. — Ministerio da Agri- “cultura. — Londres. Sr. Professor Dr. Perer — Medico Veterinario Regional — Hannover. (4) Sarna Sarcoptica do Cavallo Sm Veterimnario Chefe A. BarrIBgR. — Paris. Coronel BurLge, Ministerio da Guerra. — Londres. Sr. Landes veterinareferent TagopHir HaLskI, Czernowitz.— Austria. SECÇÃO IV MEDICINA E CIRURGIA VETERINÁRIAS (1) Anesthesia Sr. professor HEnDRICKS, Escola Veterinaria. — Bruxellas. Dr. L. A. MEerILLAT. — Chicago, U.S. A. Sr. Professor VANNERHOLM, Escola Superior de Veterinaria. — Stockholmo. (*) Ainda não respondeu, 96 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO Professor G. H. WOOLDRIDGE, Academia Real de Veterinaria. — Londres. (2) Laminitis Sr. Professor Li&naux, Escola Veterinaria. — Bruxellas. Sr. Veterinario Chefe JoLy, 9º Corpo do Exercito. — Tours. Professor JamESs MACQUEEN, Academia Real de Veterinaria. — Londres. (3) Tratamento Cirurgico do «Roaring» Sr. Professor Dr. EBERLEIN, Escola Superior de Veterinaria. — Berlim. Dr. W. L. WiLiiams, Cornell University, U.S. À. Sr. Dr. Professor FonTAINE, Escola de Cavallaria.—Saumier. Sr. Po RG. HosDav PMS E ERIC VOS Condes (4) Uso de drogas no tratamento das molestias causadas por vermes nematoides Sr. Professor Von DER EckxHouT, Escola Veterinaria. — Bruxellas. Sr. Professor RAILLIET, Escola Veterinaria. — Alfort. St. Professor JF. Craie M. Av MIR CiMismA ar demia Real de Veterinaria da Irlanda. — Dublin. Sr. Professor Perronciro, Real Universidade de Turim — Instituto de Parasitologia. SECÇÃO V MOLESTIAS TROUPICAES (1) Molestias transmittidas pelos carrapatos; sua classificacão, tratamento e prophylaxia (*) Dr. D. E. SaLmon, Washington, U.S. A. Sr. Professor J. LIGNIERES, Faculdade de Medicina Veterinaria da Universidade — Director do Instituto Nacional de Bacteriologia do Ministerio da Agricultura — Buenos Aires. Sir A. TyeiLer, K. C. M. G. Director de Pesquizas Veterina- rias, Transwaal. (*) Ainda não respondeu. REVISTA DE VETERINÁRIA E ZOOTECHNIA 97 dc a Sr. C. E. GrAy, M.R. €C. V. S., Chefe Cirurgião Veterinario, Transwaal. Sr. Dr. PauLro F. ParrEIRAS Hora, Chefe da Secção Technica da Directoria do Serviço de Veterinaria do Ministerio da Agri- cultura — Rio de Janeiro. (4) — Molestias transmittidas por insectos alados ; sua classificação e prophylaxia Sr. CAzALBOU, Veterinario de 1º no 70º de artilheria, Rennes. Sr. R. E. Monrcomery, M. R. €C. V. S., Bacteriologista Veterinario, Departamento da Agricultura, Nairobi, America Ingleza Occidental. (*) Dr. L. O. Howarp, Departamento de Entomologia, Minis- terio da Agricultura — Washington, (*) Dr. Octavio Pinto Guedes, Dr. Christino Cruz Filho, Secção Technica do Serviço de Veterinaria do Ministerio da Agricultura. nc Professor A. LANFRANCHI, Director do Instituto de Pathologia Veterinaria, Parma — Italia. (*) Ainda não respondeu. BR. V. 13 98 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO PELAS INSPECTORIAS mad N a Na PN PN a PN PN PN AMA 2º Districto ( Maranhão e Piauhy ) A Inspectoria do 2º Districto que tem séde em S. Luiz, Estado do Maranhão, deu sciencia ao Sr. Dr. Alcides Miranda, Director do Serviço de Veterinaria, no boletim sanitario relativo ao mez de Dezembro, que para o combate contra o carbunculo symptomatico foram distribuidas 800 dóses de vaccinas aos seguintes criadores : 150, à D. Torquata Rodrigues Machado, em Arayoses; 500, ao Barão de Itapary, em Vianna; 100, a Honorato Leite Ferreira, em Chapadinha; e 50, a Antonio José Pereira Junior, em S. Bento. A tristeza ou babesiose ou pyroplasmose bovina, continúa, infelizmente, grassando enzooticamente nos Estados do Maranhão e do Piauhy; a poly-arthrite tem sido tambem observada. Para todos estes casos aquella repartição veterinaria tem tomado as providencias que o caso exige, procurando por todos os meios ao seu alcance dar combate às referidas enfermidades. 3º Districto ( Ceara” e Rio Grande do Norte ) Da excursão feita por funccionarios desta Inspectoria pelos municipios de Natal, S. Gonçalo, Macahyba e Ceará-Mirim foram extrahidos os seguintes e importantissimos dados : Estando Natal ameaçada de uma incursão de carbunculo bacteridiano, que então grassava, por informações prestadas por moradores das localidades de Canguaretama, Ceará-Mirim e Patú, alli permaneceu por muito tempo o veterinario respectivo, tomando as providencias que a gravidade do caso exigia. Com acquiescencia do Inspector Agricola naquella Capital, foi estabelecida uma polyclinica publica na séde da Inspectoria, sendo aviadas 93 receitas para animaes, gratuitamente. REVISTA DE VETERINARIA E ZOOTECHNIA 99 A, Ed dd da dd dd a A A Em todos os municipios percorridos foi constatada a stomatite, muito commum nos equinos; a strongilose continúa a dizimar os rebanhos de ovinos e caprinos; a durina devasta os equinos achando-se toda a criação contaminada, não havendo zm só lóte illeso; o carbunculo bacteridiano anniquila todos os esforços dos criadores e os prejuizos que acarreta são incalculaveis. Em Natal foram vaccinados 54 bezerros e garrotes; em Maca- hyba, a vaccinação attingiu a 82; em S. Gonçalo, apenas foram vaccinados 54 e em Ceará-Mirim, 45, tudo em um total de 235 vaccinações contra o carbunculo symptomatico. | A conjunctivite purulenta foi notificada em 39 cavallos do Regimento de Cavallaria do Estado, assim como em muitos dos que estiveram no serviço polyclinico; a ascite, em uma vacca, que foi operada ; a polyarthrite, em bovinos, sendo todos salvos; a blepharite, em um cavallo; a sarna psorotica, foi notada, com frequencia, nos grandes animaes de todas as fazendas; affecção catarrhal em animaes do Esquadrão do Regimento de Cavallaria, restabelecendo-se todos ; estreitamento do conducto vaginal em novilhas, que foram operadas, restabelecendo-se; a anaplasmose foi constatada em dous bovinos e, após rigoroso tratamento, salvaram-se. Em Quixeramobim, foram vaccinados contra o carbunculo symptomatico 70 bezerros. | Sobre a hygiene e prophylaxia foi feita intensa propaganda, em pról da modificação de processos rotineiros. À invasão dos ixodideos em todo o Estado é colossal, phan- tastica; pela imprensa tem sido feita propaganda da construcção de banheiros carrapaticidas. | As pastagens são regulares; as aguadas provêm de poços artezianos disseminados pelos municipios; o estado sanitario não é bom. Em Natal existem 1.800 bovinos, 200 asininos e seus hybridos, 300 equinos, 200 ovinos, 300 caprinos e 150 suinos; em Macahyba, 9.000 bovinos, 700 equinos, 900 asininos e seus hybridos, 2.000 ovinos, 2.500 caprinos e 800 suinos ; em S. Gonçalo, 10.000 bovinos, 800 equinos, 700 asininos e seus hybridos, 2.500 ovinos, 2.800 caprinos e 2.000 suínos; em Ceará-Mirim, 2.000 bovinos, 1.000 100 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO equinos, 600 asininos e seus hybridos, 500 ovinos, 300 caprinos e 900 suínos. A avicultura vae tomando animador incremento e o movimento economico vae dia a dia em crescente progresso. — Do boletim relativo ao mez de Novembro findo e enviado por esta Inspectoria ao Sr. Dr. Alcides Miranda, Director do Serviço de Veterinaria, foram extractados os seguintes dados : Existe enzooticamente a tristeza ou babesiose ou pyroplasmose bovina nos Estados do Maranhão e do Piauhy, bem como a ana- plasmose bovina. Das molestias microbianas, foi constatada a poly-arthrite e das parasitarias nenhuma foi observada. Por pessoal da Inspectoria foram vaccinados contra o car- bunculo symptomatico 6.500 animaes e distribuidas 150 dóses de vaccinas. 4º Districto ( Pernambuco, Parahyba e Alagõas ) Existem no municipio de Taquaratinga cerca de 120 fazendas criadoras de gado vaccum, algumas de raça ovina, caprina e uma ou outra cavallar. Por informações obtidas, calcula-se em 180.000 cabeças a existencia do gado vaccum, muar, lanigero, suino e cavallar naquella localidade. Infelizmente, o estado de saúde do gado é mão, não se sabendo se devido à falta de prophylaxia ou à sêcca que alli tem reinado. O carrapato concorre com grande contingente para a existencia de diversas epizootias; a sarna tambem produz grandes males, assim como a peste da manqueira, carbunculo symptomatico e mal dos chifres. A importação de animaes só se faz para cruzamentos e assim mesmo em diminuta escala e quanto à exportação, é feita em grande numero não só para o interior como tambem para os Estados de Pernambuco e Alagõas. Proximo à Taquaratinga encontra-se o povoado Gravatá, centro prospero de criação, cortado pelo riacho Salgado, de cuja agua se serve o gado, não só desta localidade, como tambem o em transito que por alli passa em grandes levas. REVISTA DE VETRRINARIA E ZOOTECHNIA 101 cd ci ci Si Sc SP) — Do boletim sanitario desta Inspectoria, relativo ao mez de Dezembro findo, extractâmos as seguintes notas : Foram vaccinados contra o carbunculo bacteridiano 201 animaes como medida preventiva; contra o carbunculo sympto- matico distribuiram-se 200 dóses de vaccina. A raiva concorreu com um caso no engenho Tabócas, no municipio de Escada, Pernambuco, attribuindo-se a sua origem pela raposa. O animal foi cremado e em diversos pontos onde abunda essa especie de carnivoros, foi espalhado veneno para, desta fórma, os eliminar. Foram visitados por funccionarios da Inspectoria as feiras e mercados de Recife, Bôa Vista, Tigipió, Jaboatão, Areias, Cabo, Escada e Victoria, todos em Pernambrico. 5º Districto ( Bahia e Sergipe ) Pela Inspectoria deste Districto teve conhecimento o Sr. Dr. Alcides Miranda, Director do Serviço de Veterinaria, que nas fazendas de Ouro, Agua Branca, Ipoeira, Curral Velho e Pão Alto, foram procedidas 550 vaccinações contra o carbunculo symptomatico. Contra o carbunculo hematico foram feitas 300 vaccinações em diversas fazendas. Em duas dellas, de propriedade dos Srs. Marcolino Moura e Theophilo Cerqueira, onde o carbunculo fazia quotidianamente uma média de duas victimas, rarearam-se immediatamente os casos com o emprego da vaccina fraca. Na feira de gado realizada em Caldeirão, foram inscriptas 8.000 cabeças de animaes, sendo, porém, apresentadas 2.930, ficando o restante invernado em pastagens nos municipios de Boa Nova e Poções. Dentre os animaes expostos fisuraram E 972 bovinos; 275 muares e 142 cavallares. | No numero de bovinos 34 typos podiam ser considerados proprios para reproducção, como Caracú, Nellore, Junqueira e Simmenthal, apresentados pelos Srs. Theopompo de Almeida, 102 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO Herminio de Almeida, Cassiano Mendes de Oliveira e Adolpho Velloso, criadores no municipio de Fortaleza, norte do Estado de Minas. Entre os bovinos considerados gado de boiada, realçava um grupo de 80 animaes apresentados pelo Sr. João de Almeida, criador em Fortaleza, os quaes foram avaliados na média de 300 kilos de carne cada um, sendo que foram vendidos ao preço de 1208000. O restante dos bovinos era commum e devido à crise não attingiu o preço maior de 65$000. Os muares foram vendidos pelos preços de 100$000 a 3508000, variando o tamanho. Os cavallares, a maioria potros de dous annos, alcançaram os preços de 45$000 a 508000; os typos para sella attingiram de 130$000 a 3008000, variando a marcha e figura. — Esta Inspectoria, por communicação feita pelo Inspector Veterinario interino ao Sr. Dr. Alcides Miranda, Director do Serviço de Veterinaria, distribuiu 400 dóses de vaccinas a criadores matriculados de diversos municipios do Estado, fornecendo aos que não se acham inscriptos as respectivas instrucções. Vistoriou 10.380 couros embarcados para o estrangeiro pelas firmas Rosback Brasil & Comp., L. Costa & Comp. e Willy See, com destino à Italia, Barcelona, Trieste, Napoles e Genova. Foram tambem vistoriados 30 estabulos e examinados alguns animaes pertencentes ao esquadrão de cavallaria policial. Contra o carbunculo symtomatico foram feitas pelo pessoal da Inspectoria 300 vaccinações e 80 contra o carbunculo hematico, tendo sido distribuidos 20 litros de sarnol e passado um attestado de banheiro carrapaticida, construido no municipio de Serrinha. 6º Districto (S. Paulo ) Esta Inspectoria distribuiu, durante o mez de Novembro findo, 1.960 dóses de vaccina contra a peste da manqueira e 800 contra o carbunculo verdadeiro e dous tubos de serum anti-streptococcico, a criadores das seguintes localidades e repartições municipaes e estadoal : Crissiuma, S. Sebastião do Paraizo, Tambahúá, Santa Ger- trudes e Jardinopolis; ás Camaras Municipaes de Santa Rosa, REVISTA DK VETERINÁRIA E ZOOTECHNIA 103 cd dd a Alfenas e Bebedouro, à Prefeitura de Orlandia, ao Posto Zoote- Bhnico Central Dr. Carlos Botelho e aos Srs. Drs. Estanislão do Amaral Campos e Luiz Picollo. 7º Districto ( Minas ) Do boletim sanitario, de Novembro findo, enviado ao Sr. Dr. Alcides Miranda, Director do Serviço de Veterinaria, destacam-se os seguintes e mais importantes pontos: Foram constatados alguns casos de carbunculo symptomatico, porém sem importancia, assim como de febre aphtosa, de caracter benigno. À sarna tem concorrido tambem com alguns casos em bovinos e equideos, sendo desconhecida a sua procedencia. À tristeza, babesiose ou pyroplasmose bovina existe enzooti- camente, bem como a anaplasmose. Das molestias microbianas têm sido verificados alguns casos de gourme, «polmões» e poly-arthrite e das parasitarias, a helminthiases. À criadores diversos foram distribuidas 500 dóses de vaccinas. — Em Dezembro findo, por communicação feita pela Inspecto- ria à Directoria do Serviço de Veterinaria, sabe-se ter desembarcado em Uberaba uma leva de 40 reproductores bovinos indianos da raça Zebá, sendo um de 6 annos e os restantes de 18 mezes a 4 annos, 14 adquiridos na Fazenda Modelo de Criação do governo inglez, situada na província de Punjab e 26 nas provincias de Guzerat e Rajahputana. — O Sr. Dr. Alcides Miranda, Director do Serviço de Vete- rinaria, foi informado, pelo respectivo Inspector Veterinario, da constatação de fócos de carbunculo symptomatico em Cataguazes, Conquista, Araguary, Monte Alegre e Uberaba, parecendo, porém, com o periodo das chuvas, ser possivel que a referida epizootia diminua. A febre aphtosa tem grassado não só em Uberaba, como em Santa Rita de Cassia, Passos, Sacramento, Prata e Villa Platina, sendo os meios de contagio provindos de boiadas que procedem de outras localidades distantes, Goyaz, por exemplo, e especialmente de Matto Grosso, devido a grandes marchas diarias e com isto 104 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMÉERCIO enfraquecendo os animaes e por fm succumbindo sem o menor tratamento. À sarna, em poucos casos ultimamente apparecidos, tem sensivelmente diminuido e isto é attestado pelo pessoal da Inspectoria. À pyroplasmose bovina, comquanto não haja base segura para se affirmar a sua existencia, não é estranha ao gado deste Districto, pois é grande a disseminação do carrapato, seu agente transmissor. Os meios prophylaticos e de combatividade a estas epizootias foram fornecidos pela Inspectoria aos interessados e, em alguns casos, por ella postos em pratica. Por informações prestadas, em succinto relatorio, ao Sr. Dr. Alcides Miranda, Director do Serviço de Veverinaria, pelo encarregado da dependencia desta repartição em Barbacena, foi, em Dezembro findo, satisfazendo a uma requisição do Sr. Dr. Carlos Prates, Director da Agricultura do Estado de Minas, visitada pelo referido profissional a fazenda Esmeralda, de propriedade do Sr. Dr. Cupertino Teixeira Fontes, situada no municipio de Rio Casca, afim de serem examinados suinos atacados por uma molestia desconhecida daquelle criador, em mumero approximado de 200 cabeças. A raça predominante é a nacional Canastrão, havendo alguns mestiços com varias raças estrangeiras. O aspecto geral dos animaes é regular, não sendo boas as | condições dos respectivos estabulos. À alimentação é boa: milho, farello e mandioca. Ha uns 10 annos, por informações obtidas, foram verificados casos identicos ao actual com uma mortandade de 70 4%. A duração da molestia é muito variavel constatando-se casos fataes em poucos dias. | Foram examinados detidamente quatro suinos que se achavam atacados da molestia em questão, achando-se estes capados e bem nutridos. A temperatura normal era de 39º-39º,5; a defecação difficil e às vezes muito secca. Os animaes não apresentavam contracções REVISTA DE VETERINARIA E ZOOTECHNIA 105 5, dd] musculares; conservavam appetite, comendo e bebendo bem, deitados. Não obstante à primeira vista parecerem paralyticos, conser- vavam a sensibilidade em todo o corpo. Não foi encontrada em nenhum delles echymoses pelo corpo, só se verificando em dous na mucosa buccal. Por falta absoluta de elementos não foi possivel diagnosticar a molestia, tendo sido, porém, enviados para a Secção Technica do Serviço de Veterinaria dous porcos doentes, de cujos estudos foi “encarregado o respectivo Laboratorio Bacteriologico. Feitos os estudos na Secção Technica foi verificado a presença de um grande numero de Stephanurus dentatus na loja peri-ne- phretica, além de abcessos em grande quantidade, comprehendendo glanglios caseificados, no interior dos quaes se encontra exemplares desses vermes. Além disso, não poude ser bem estabelecida a natureza da molestia, pois ao lado dessas graves lesões verminosas, havia alguns signaes que se costumam observar em casos muito chronicos de hog-cholera. E” possivel que na fazenda do Dr. Cuper- tino exista esta entidade morbida, contra a qual vão se tomando medidas de combate. Daquella fazenda seguiu para Estevam Pinto o referido funccionario, afim de examinar animaes doentes do Posto Zoote- chnizo annexo ao Instituto Bueno Brandão. Um touro Hereford e uma novilha Gersey achavam-se atacados de tristeza. Como já tivesse, passado o periodo agudo da molestia, encontrando-se os mesmos em estado mais ou menos satisfatorio, foi aconselhado um tratamento reconstituinte. Foi examinado pela segunda vez um garanhão Anglo-Arabe, o «Fakir», atacado de osteoporose, sendo o seu estado quasi inaltera- vel, apezar de todos os cuidados tomados pelo Sr. Director daquelle estabelecimento. Iniciou-se então um novo tratamento, com inje- cções mercuriaes, attendendo-se a que em um caso identico se obti- veram brilhantes resultados em um garanhão de propriedade do Dr. Abelard Pereira, de Lagoa Dourada, segundo informações deste criador. Foram vaccinados 176 bezerros, contra a peste da manqueira, nas fazendas da Estrella, S. Miguel, Machadinho, etc. R. V. I4 106 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO 9º Districto ( Goyaz ) Por telegramma transmittido ao Sr. Dr. Alcides Miranda, Director do Serviço de Veterinaria, communicou o respectivo Inspector ter reunido em Rio Verde, importante centro criador, grande numero de fazendeiros, fazendo a propaganda dos serviços veterinarios, constituindo-se um syndicato agricola pastoril naquella localidade e sendo empossada a sua primeira directoria. Accrescenta o referido funccionario que proseguirá na sua viagem a outros municipios, onde pretende organizar sociedades identicas, conforme o seu programma já submettido à apreciação da Directoria do Serviço de Veterinaria. 12º Districto ( Rio Grande do Sul — Uruguayana ) Esta Inspectoria, que tem sua séde em Uruguayana, inspec- cionou, durante o mez de Dezembro findo, 370 animaes ovinos da raça Lincoln e tres asininos, procedentes da Republica Argentina, de propriedade do Sr. Cincinato Jardim de Menezes, criador naquella localidade. À Inspectoria forneceu 400 dóses de vaccina contra a peste da manqueira ao Sr. Antonio Manuel Velho, fazendeiro em Vaccaria e quatro tubos de serum anti-ophydico ao Dr. Menezes Pinto, residente em Uruguayana. Foram inspeccionados dous banheiros carrapaticidas, em São Gabriel, pertencentes aos Srs. Paulo de Assis Brasil e Manuel Ferreira Bicca e passados os respectivos attestados, approvando-os. Contra a tristeza, foram feitas duas injecções de trypanblau : em um touro Hereford, importado da Inglaterra e de propriedade do Sr. José Maria Belleza e em um outro, da mesma raça, tambem da referida procedencia, do Sr. Francisco Carvalho Filho, ambos fazendeiros em Uruguayana. Pelos funccionarios da Iuspectoria foram visitadas diversas fazendas nos municipios de Uruguayana e Alegrete, sendo tomadas as providencias indicadas contra as molestias notificadas. REVISTA DE VETERINÁRIA E ZOOTECHNIA 107 Dc cito cdi co ct O] Inspectoria de Campos O Sr. Dr. Alcides Miranda, Director do Serviço de Veterinaria, teve sciencia de que em Santa Thereza, no Estado do Rio de Janeiro, foram percorridas, em Dezembro findo, por funccionarios desta Inspectoria, em companhia do respectivo Presidente da Camara Municipal, as fazendas de criação pertencentes aos Srs. Victoriano Bomfim, Viriato Silva, Bernardo Simões Ferreira, Vicente Lucena, Mario Bastos, Manuel da Costa Neves, Antonio Pasíielo, Pimentel Carvalho, Antonio Gomes de Oliveira, Pacifico Gomes de Oliveira, Luiza Gomes de Oliveira, Antonio Garcia Bastos, Joaquim Arantes Silveira e Manuel Pimentel Cesar. O clima em Santa Thereza varia entre 20º e 26º, baixando no inverno a 10º; as pastagens são regulares; a agua, potavel e corTterie:. Tanto da especie bovina como da cavallar não existe nenhum exemplar de puro sangue; existem, emtanto, da raça bovina, pro- ductos de caracú, zebú e vestigios de hollandez e suisso. A população bovina é calculada em 10.000 cabeças em todo o municipio. Existem varias affecções morbidas, de origem parasitaria umas e outras microbianas, atacando as diversas especies de gado e até os gallinaceos. Dentre as molestias parasitarias encontram-se helminthiases, broncho-pneumonias parasitarias e trichnose; quanto ás microbia- nas: pneumo-enterite dos porcos, diphteria aviaria, typhos das gallinhas, carbunctlos symptomatico e hematico e febre aphtosa com alguma intensidade. A hydrophobia tambem tem a sua acção espalhada em todo o municipio de Santa Thereza, na especie canina, de um certo tempo a esta parte. Felizmente, devido a iniciativa do Sr. Presidente da Camara Municipal, mandando eliminar os cães vagabundos, a raiva tem sómente se limitado a esta especie animal. Existem alguns banheiros carrapaticidas, devidamente con- struídos, prestando reaes serviços à pecuaria. 108 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO Os meios prophylaticos e de combate ás molestias verificadas foram minuciosamente ministrados pelos profissionaes acima referidos. Inspectoria do Parana” Por esta Inspectoria foram distribuidas, durante o mez de Novembro findo, 450 dóses de vaccinas aos Srs. Dario Macedo e Herculano Wirmond, criadores em Ponta Grossa, naquelle Estado. Pelo Serviço de Veterinaria na capital do Estado do Espirito Santo, teve sciencia o Sr. Dr. Parreiras Horta, Chefe da Secção Technica, que durante o mez de Novembro findo foram vaccinados nos municipios de Santa Isabel e Affonso Claudio, em diversas fazendas de criação, 174 animaes. A distribuição da vaccina contra o carbunculo symptomatico foi feita a criadores de diversos municipios ; a tuberculose bovina continúa a ser diagnosticada nas diversas zonas percorridas, sendo sempre aconselhado o isolamento dos animaes e prescriptas medica- ções tonicas. — Do boletim sanitario, relativo ao mez de Novembro findo, extractâmos as seguintes notas : O carbunculo symptomatico concorreu, em Santa Isabel, com um fóco, perecendo oito animaes; a tuberculose bovina, com dous fócos, em Jacutinga e Itacibé, constatando-se dous animaes clinicamente atacados; a sarna figurou com um fóco em animaes de propriedade do Sr. Liberalino Machado; a pneumo-enterite infecciosa dos porcos, com um fóco, em quatro animaes, em Itacibé, districto de Cariacica, tendo perecido tres e um no ultimo periodo da molestia; em Victoria, foi verificado um caso de tetano. Para todas estas epizootias foram ministrados os necessarios conselhos, não só de prophylaxia como de combatividade. Pelo pessoal respectivo tem sido constatado, em quasi todas as zonas percorridas, o rachitismo dos porcos. Contra o carbunculo symptomatico foram distribuidas 700 dóses de vaccinas e 45 contra a espirochetose das gallinhas. — Esta dependencia do Serviço de Veterinaria enviou ao Sr. Dr. Alcides Miranda, Director da respectiva repartição, o REVISTA DE VETERINÁRIA E ZOOTECHNIA 109 nd di dd di dd a ct co O o O co MP boletim sanitario de Dezembro findo e do qual extrahiram-se os seguintee dados: O carbunculo symptomatico registrou um [óco com cinco animaes, em Santa Cruz, de propriedade do Sr. Coronel José Raymundo de Oliveira; o môrmo foi constatado em um animal, em Carapina; a raiva apparece, felizmente, com um caso apenas, em um cão de propriedade do Sr. Joviano Monjardim, em Jacutu- quara, tendo sido mordido pelo mesmo o Sr. José Aureo Monjardim. O material do animal que foi sacrificado enviou-se ao Labora- torio Bacteriologico da Secção Technica para ulteriores estudos. A victima, a conselho do encarregado da dependencia, veiu para esta Capital, afim de se submetter a tratamento no Instituto Pasteur. As pesquizas sobre esta molestia são feitas sem descanço pelo respectivo pessoal e immediatamente tomadas as providencias que o caso requer, com urgencia. À sarna appareceu com um fóco, em dous animaes em Cariacica; o mal de cadeiras com seis casos, sendo dous animaes em Cara- pina e os restantes em Piuma; a polyarthrite com dous casos em Santa Cruz. Continúa, infelizmente, sendo observado em quasi todas as zonas percorridas, o rachtismo, sendo pelo respectivo pessoal aconselhada a conveniente medicação, bem assim nas diversas epizootias. Foram distribuidas, gratuitamente, 550 dóses de vaccina a diversos criadores, contra o carbunculo symptomatico, e 285 de vaccina contra a espirochetose das gallinhas. 110 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO CONSULTAS E INFORMAÇÕES add ad PP Naa PN pa Nas É Na PP Nag (A Revista de Veterinaria e Zootechnia responderá nesta secção a todas as consultas e pedidos de informações que lhe forem feitos sobre assumptos de sua especialidade). PELAS REVISTAS COMMERCIO INTERNACIONAL DE GADO PARA CORTE E DE CARNE DE VACCA Por HERBERT W. MUMEORD, Professor da Industria Animal da Universidade de Illinois O quadro seguinte mostra as importantes posições occupadas pela Argentina e Uruguay, como paizes exportadores de carne para o abastecimento dos mercados do mundo. Quadro | — Exportação de carne de vacca | 1900 | 1905 | 1910 PAIZES ERR fF———— AD | 4 Libras Valor | Libras Valor | Libras Valor Republica Argentina...... 93,492,000| $ 4,418,000| 398,223,000| $1I8,598,000| 580, 142,000 $25, 480, 000 Estados Unidos........... 434,258,000) 37,772,000| 359,247,000] 31,836,000| 127,406,000) 2, I96,000 OPALA /a Dio do dldo Do poda alvo 127,310,000] 6,290,000| 103,050,000| 4,250,000| 125,450,000] 4,934,000 TA BEElo coDao Docdp do 00000 96, 216, 000 5,529,000] 43,525.000 2,150,000| “7I,I40,000 3,568, 000 Nova! Zelandia sem 35,895, 000 1,812,000] 17,4I8,000 930,000| 56,012,000 2,847,000 Canadá” pie e ope 5,727,000 529.000] 39,688,000| 3,631,000 I,312,000 IIS, 000 ESSE Asa a REVISTA DE VETERINÁRIA E ZOOTRCHNIA 111 dd dd e io co O ca o Os paizes para os quaes o gado para córte e productos de carne foram exportados dos Estados Unidos são indicados no quadro seguinte, juntamente com a importancia relativa de cada um. Quadro II — Gado para córte e carne de vacca exportados dos Estados Unidos — 1910 | Gado em pé | Carne de vacca | Valor | PAIZES Por cento | Cabeças Libras | Total Grã-Bretanha...........ccsccssssssetseneeos 122,139 90,551,837 | $20,596,056 84.32 CoinaÇA 10 000000000 ardalos MEG R 10, 283 1,676,773 453, 147 1.86 erra Novalenr aibraciot pes lolo) o eno alado — 5,213,053 364, 264 1.48 EN EENTÓMEL 0 006 vabo Do da dba o o daroooppano nos = 4, 150, 754 299,927 1129 AMET ICANCO ESTE sie co e tabeo a a Pr ata TO ela acao 129 3,448,541 298,055 1.22 Indias Occidentaes Inglezas............... 79 3, 146,318 217,998 I.I4 IGEZUQO) 6 0 papopi BRO Ear PRETO SR 5, 149 IIO,847 265,958 I.09 EIA qudao saga ano O SER ERR ER RR 270 2,550,879 250,925 06) INV SIGO EI CRC - — I,409,885 126, 148 .52 CUliflcoo ob voa sda can A RR ese 207 262, 182 39,218 .I6 (DUELO SRD AIZESEL Rr fofos ora feia fo tolo ieiero) ntore Vaya eai 6 s0 a 10 00 OA! 14,884, 506 1,454, 362 5.95 ATOM o seen d o DA EEN E RR 139,430 127,405,575 | $24,426,058 100.00 A importancia da Grã-Bretanha, como um factor no commercio de exportação de carne, é claramente demonstrada aqui, pois aquelle paiz recebe cerca de 85 º/, do total das carnes exportadas dos Estados Unidos. O que é verdade sobre a exportação de carnes dos Estados Unidos o é egualmente sobre o commercio dos paizes sul americanos. Os quadros ns. Ill e IV mostram a situação relativa dos varios paizes na exportação de gado em pé. Deve-se notar, porém, que a exportação de gado em pé não é de modo algum um factor tão importante como a exportação de carnes preparadas. À exportação da Argentina é principalmente destinada aos visinhos paizes sul americanos. As cifras para o Mexico repre- sentam, na maioria, o gado que entrou nos Estados Unidos para completar a engorda e, portanto, não devem ser comparadas com o excesso do de egual especie de outros paizes. À notavel baixa na exportação de gado em pé dos Estados Unidos, bem como dos outros paizes exportadores, durante os ultimos cinco annos, é 112 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO claramente demonstrada nestas cifras. E” devido principalmente ao augmento da procura nacional para carne, e, consequentemente, uma margem reduzida entre os preços em Chicago e portos inglezes que, sob a sta concessão de commercio livre, o gado em pé e carne de vacca, de procedencia americana, entram livres de direitos adua- neiros. Outras nações européas impedem a entrada do gado e carne verde, procedentes dos Estados Unidos e os seus direitos sobre carnes xarqueadas e preparadas são tão pesados que limitam o commercio comparativamente a pequenas quantidades indicadas. Apezar dos Estados Unidos occuparem o primeiro logar como exportadores de gado em pé, e o segundo na exportação de carne de vacca, em 1910, desde aquella data, o excesso tem diminuído em proporção muito rapida, devido ao accelerado incremento da popu- lação e a inadequados fornecimentos de gado para córte. A tendencia geral do commercio de exportação de carnes póde ser julgada pelo quadro que se depara abaixo, no qual a diminuição, durante os ultimos cinco annos, é notavel. Quadro III — Exportação de gado em pé ET tmenimam | 1900 | 1905 | 1910 PAIZES >>> AA | | : | Cabeças Valor Cabeças Valor | Cabeças Valor Estados Unidos........... 397,000| 30,635, 000 568,000| $40, 598,000 139,000] $12,200, 000 Canadá pr repete iene 206,000| 9,081,000 167,000|] II,361,000 157,0C0| I0,800,000 Asrpentina eo eh I51,000] 3,549,000 263,000] 4,979,000 90,000] 3,900, 000 MEXICO et lo oe ro atlas nepal 184,000] 2,706,000 99,000] 'I,090,000 193,000] 2,500,000 DRAMAS cod noob dp Bed oaD 61,000 482,060 46,000 402, 000 203, 000 I,400,00 Não occorrendo qualquer facto imprevisto, por estas cifras é evidente que os Estados Unidos da America dentro de pouco tempo cessarão a exportação de gado para o córte e carne de vacca. Em ver- dade, é muito possivel, que em curto lapso, venham a ser uma nação importadora, pelo menos, de carnes de qualidades mais baixas. Têm chegado a New York pequenos carregamentos de carnes procedentes da America do Sul, e sob certas condições do mercado este commercio agora póde ser feito lucrativamente. Tod:s as con- siderações preconisam a opportunidade offerecida ás Republicas REVISTA DE VETERINARIA E ZOOTECHNIA 113 Sul Americanas para augmentar com visivel interesse a sua supremacia nesta industria. Quadro IV — Exportação de gado em pé e carne de vacca dos Estados Unidos ANNO | bes ro RR o lo pesam ares oras erros patas o ess a o dota 1,000 18,000,000 RR RR e e to) ese ao its teta notar desert eterna ae 6a 9,000 26,000, 000 “ÉHO a god 50 po 05 00056 Hp or ao a PRC ER PP 28,000 27,000, 000 | ED so do pv o some da o qnlicie o Grs us RR NPR PER RREO I83,000 130, 000,000 | CND o coag so cor ab bp EE Beco OR PAN ERREI PRP PP 395,000 354,000, 000 | CH sc rnad gas bi do o Gn Ca RREO E RNP E RR 397, 000 435,000, 000 RR SER o Ada on elo crnii esralt io pao o aos a ole 60 esmo 568,000 359,000,000 DSO corogs sado “Doo do da ár RR 584, 000 414, 000, 000 “307 soos co oabvos conónos vooo vago doa oo pondo o DobPovbo o vo naaaE 423,000 361,000, 000 GOB 2. see enero caem en nesses crer en creme anrenenrenccero 349,000 272,000, 000 | MOD) 9 0056900 00goB ue do ao sf na ano dart UPE or ERR Eis MERECER 208, 000 I83,000,000 se sao Ber dog e a A LRN Doro eqeiE 139, 000 127,000, 000 E =. ( De La Hacienda, de Novembro de 1913). EN a PN A a AP ANP SN EN a PN PN PN a Ma O a a A PI SI A SA R. V. 15 114 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO PCos ENOTIERNES CATA TIA TA Ti ia a Lai Censo Pecuario do Brasil — Após um anno de esforçado serviço, vencendo as maiores dificuldades, a Directoria do Serviço de Estatistica do Ministerio da Agricultura acaba de concluir o censo pecuario da Republica, satisfazendo assim , a uma grande necessidade e prestando á nossa industria pastoril inolvidavel: serviço. Esse importante trabalho, que muito honra á repartição que o elaborou e que vem realçar de um modo evidente o nosso valor pecuario, accusa em toda a Republica uma população pastoril de 80.303.000 cabeças, assim dividida pelas | diversas unidades da Federação : POPULAÇÃO PECUARIA Numero de cabeças Unidades da Federação TOTAERS ASININOS BOVINOS EQUINOS E MUARES CAPRINOS OVINOS SUINOS | Districto Federal.... 16.000 10.000 13.000 5.000 * 4.000 16.000 64.000 PN EIETOESO Dono dn DBo ado 260.000 82.000 21.000 319.000 207 .000 93.000 982.000 Amazonas. - teles le 242.000 11.000 6.000 6.000 10.000 “40.000 315.000 EIElado ds cas enaco cas 2.683.000 825.000 572.000 | 3.005.0C0 | 2.224.000 | 2.410.000 | I1.719.000 | Cias at ns 1.162.000 421.0 O 281.000 | 1.495.000 | 1.304.000 486.000 5. 149.000 Espirito Santo....... 161.000 62.000 94.000 37.000 22.000 503.000 879.000 (CONEVZ o as sebo oo da Bio «| 1.873.000 | 316.000 84.000 | -. 90.000 95.000 710.000 | 3.168.000 Maranhão............ 640.000 132.000 34.c0o I9O.000 92.000 245.000 1.333.000 Matto Grosso........ 2. 50.000 270.000 I2.000 17.000 26.000 175.000 3.050.000 Minas Geraes....e...| 6.861.000 | 1.744.000 779.000 517.000 447.000 | 6.716.000 | 17.064.000 Pam E 0000 BBa E 541.000 34.000 7.000 13.000 27.000 104.000 726.000 Parahyba..... ostra o 718.000 173.000 90.000 848.000 486.000 168.000 | 2.483.000 Paraná es in 540.000 230.000 IOI.000 35.000 70.000 699.000 | 1.675.000 Pernambiuico....,.... 871.000 274.000 106.000 | 1.692.000 464.000 293.000 | 3.706.000 PAS dono bd sao 1.163.000 266.000 96.000 638.000 516.000 325.000 | 3.004.000 Rio de Janeiro..... e SLOLOCO I56.000 IOI.000 124.000 88.000 738.000 | 1.726.000 Rio Grande do Nortel 537.000 139.000 IO5.000 418.000 357.000 99.000 1.655.000 Rio Grande do Sul..| 7.249.000 | 1.422.000 201.000 87.000 | 3.745.000 | 2.204.000 | 14.908.000 Santa Cathaãrina..... 521.000 129.000 46.000 13.000 35.000 360.000 1.104.000 S> Eaulo» = eis cispdi 1.322.000 509.000 417.000 297.000 282.000 | 1.934.000 | 4.761.000 Sergipe- == enc mess 269.000 83.000 35.000 202.000 149.000 76.000 814.000 Territorio do Acre... 7.000 1.000 7 000 1.000 3.000 5.000 24.000 ESTADOS UNIDOS DO RYO o doc vao Dos 30.705.000 | 7.289.000 | 3.208.000 | 10.049.000 | 10.653.000 | 18.399,000 | 80.303.000 REVISTA DE VETERINÁRIA E ZOOTECHNIA 115 ZA a A A A A A AA AA ASAS SAS S AI Decimo Congresso de Veterinaria, — Publicando, em outro logar, o projecto preliminar do 10º Congresso Veterinario Internacional, a realizar-se em Londres, no corrente anno, cumpre-nos assignalar a honra que teve o Serviço de Veterinaria no convite feito ao seu illustre auxiliar, ( Chefe da Secção Technica ), Dr. Paulo de F. Parreiras Horta, para redigir uma das memorias, que devem ser apresentadas á consideração do mesmo Congresso, Congratulando-nos com o Dr. Parreiras Horta, pela merecida distincção que acaba de lhe ser conferida, e de que muito se orgulha o Serviço de Veterinaria, do qual é um dos mais distinctos funccionarios, fazemos votos para que corresponda com galhardia ao appello que lhe foi feito, honrando o seu nome illustre ea repar- tição de que faz parte. A etiologia da «Tristeza» no Brasil. — Recebemos do Dr. Guilherme Minssen a carta que publicamos abaixo, relativa ao assumpto tratado pelos Drs. Alcides Miranda e Paulo Parreiras Horta, no n. 6, de 1913, desta Revista. Os autores deste artigo agradecem a contribuição trazida pelo Dr. Minssen e se não se referiram aos trabalhos do autor da carta e dos Drs. Francisco R. de Araujo e J. F. de Assis Brasil, foi unica e exclusivamente por não possuirem notas sobre elles na bibliographia que organizaram sobre a Tristeza». * Sempre que os profissionaes, que se occupam com os assumptos tratados por esta Revista, ou os nossos leitores tiverem observações relativas aos artigos aqui; publicados, teremos o maximo prazer em contar com a sua collaboração. Eis a carta a que nos referimos : « Porto Alegre, 21 de Janeiro de 1914 — Sr. Redactor da Revista de Veteri- naria e Zootechnia do Ministerio da Agricultura — Rio de Janeiro. Encontrei no ultimo numero aqui recebido, n. 6—1913, do Boletim de que sois digno redactor, um artigo com o titulo — 4 etiologia da «Tristeza» no Brasil — um valioso artigo da lavra dos Srs. Drs. Alcides Miranda e Paulo Parreiras Horta. Entre outros pontos, é tratado, nesse estudo, o dos primeiros conhecimentos da doença no Brasil. Como contribuição para o mesmo, tomo a liberdade de communicar-vos que a «Tristeza» era conhecida no Rio Grande do Sul anterior- mente ao anno de 1901, citado no artigo alludido como sendo a data em que o Sr. Dr. Francisco Fajardo publicou um artigo intitulado — 4 pyroplasmose bovina no Rio de Janeiro. Nãoignoraes o contacto constante que os criadores do Rio Grande do Sul mantêm com o Estado Oriental, onde muitos dos mesmos possuem tambem fazendas. Desde o anno de 1895, a «Tristeza» foi assignalada no Uruguay ; causou ahi, nesse anno, prejuizos muito avultados. Os factos que affectam a pecuaria uruguaya repercutem immediatamente no Rio Grande do Sul. Os fazendeiros rio-grandenses mais illustrados conheciam de nome a «Tristeza» quando em 1900 foi publicado na Revista Agricola do Rio Grande do Sul o primeiro artigo, provavelmente, impresso no Brasil sobre o assumpto, pelo Sr. Dr. Francisco R. de Araujo, distincto medico e lente de zootechnia no Lyceu Rio Grandense de Agronomia. Nesse artigo, porém, não se referiu á existencia da (Tristeza» no Brasil. No mesmo anno, soffri prejuizo em animaes vaceuns de minha propriedade, importados do municipio do Rio Grande e do Uruguay, em consequencia de doença 116 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO desconhecida. Os mesmos prejuizos havia soffrido a Sociedade Agricola Pastoril ou varios dos seus membros. Troquei a este respeito correspondencia com o Sr. Pros. fessor Lignitres, Director do Instituto Bacteriologico de Palermo. As indicações que me forneceu juntamente com a leitura dos trabalhos de Smith e Kilborne. Sociedade Agricola Pastoril do Rio Grande do Sul, classificando-o : «o mais serio obstacnlo ao aperfeiçoamento do gado vaceum deste Estado». | Agricola do Rio Grande do Sul. No mesmo anno, publiquei um estudo sobre mesma em uma série de artigos na revista acima citada. uma activa propaganda para chamar a attenção sobre os prejuizos causados pela «Tristeza» e os meios de minoral-os. Reivindico, pois, a prioridade, senão de. verdadeiro de pesquizas, pelo menos da indicação do caracter e da presença enzooti da «Tristeza» no Brasil. Na campanha que continuo mantendo todas as vezes que se me proporciona a occasião, estou vulgarisando o muito que foi conseguido recentes mente pelo distincto corpo de clinicos do Ministerio da Agricultura e do Estado de, S. Paulo e, sobretudo, o grande passo dado pelas valiosissimas experiencias do. Dr. Luiz Misson ; no emtanto, julgo ter trazido um pequeno clarão de luz, em 1900, quando não existia um veterinario formado no Rio Grande do Sul. | Muito me obrigará, Sr. Redactor, com a publicação desta carta. Na esperança . de que se dignará fazel-o, me subscrevo, etc. ». | Feira de Tres Corações. — Durante o mez de Novembro ultimo foram vendidas nesta feira 6.924 rezes, que renderam 1.020:0008000. Durante o anno passado foram vendidas na mesma feira 136.325 rezes, que produziram 19.716:0008000. Matadouros avicolas, — Com os Srs. Ugo Leal & Comp. assignou a Prefer tura do Districto Federal um contracto para a construcção, installação e exploração. de matadouros avicolas. Estes estabelecimentos, que deverão ser do typo mais aperfeiçoado, com capacidade sufficiente para os serviços a que se destinam, obedecerão a todos os requisitos modernos e hygienicos indispensaveis a estabelecimentos desta natureza. Exposição Agro-Pecuaria. — O Governo do Estado de Minas, attendendo. á crise economico-financeira que atravessa neste momento o paiz, resolveu adiar para época, que será opportunamente annunciada, a Exposição Agro-Pecuaria que se deveria realizar em 21 de Abril do corrente anno na Capital do Estado. REVISTA DE VETERINÁRIA E ZOOTECHNIA LIA RN 20 ZEN a NANA NARRA SS LA SSL SSD PA AA ÃO AAA A MAM — A Sociedade Brasileira de Animação á Agricultura communicou ao presj dente da commissão organizadora da Exposição que aquella sociedade resolveu offerecer os seguintes premios por occasião daquelle certamen : — Um bronze de cavallo arabe, ao criador do melhor cavallo de sella reproductor. — Um casal de porcos da raça «Large-Black» ao criador dos melhores suínos de raça estrangeira nascidos em Minas. — Um casal de carneiros da raça «Charmoise», ao criador dos melhores carneiros de raça estrangeira, nascidos no Estado. — Um bronze allegorico, ao criador do melhor touro, em identicas condições. Assistencia Pasteur. — Com esta denominação installou-se em Curityba, Estado do Paraná, um instituto anti-rabico, sob a competente direcção do Sr. Dr. Leal Ferreira. Banheiros carrapaticidas. — Pelo Dr. Camillo Boulte, veterinario do Serviço de Veterinaria, foram examinados e approvados, durante o mez de Dezembro passado, seis banheiros carrapaticidas nos Estados de Minas e Rio de Janeiro. Carbunculo hematico. — Tendo os Srs. Corrêa da Silva & Irmãos, criadores em Tres Ilhas, Estado do Rio de Janeiro, solicitado da Directoria do Serviço de Veterinaria, a ida de um profissional á sua propriedade agricola, afim de verificar qual a epizootia que alli reinava, foi designado um dos veterinarios do Serviço, que diagnosticou «carbunculo hematico», Foram feitas as necessarias vaccinações e dadas as indispensaveis instrucções para a exterminação do mal. 118 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO BIBLIOGRAPHIA Ta da da TA Td TI Ti Ti] Recebemos durante o mez de Janeiro : Monographia sobre a babesiose — Pelo Dr. Domingos Vanzellotti, veteri-) nario da Inspectoria do 3º Districto. — E? um livrinho que recommendamos a) todos que se interessam pela industria pecuaria e cuja distribuição tem sido feit gratuitamente, graças ao valioso apoio do então Governador do Estado do Rio) Grande do Norte, Dr. Alberto Maranhão. Annales de Médicine Veterinaire — Annos 62 e 63, n. 12, de Dezembro de 1913 e 1 de Janeiro passado. Annales de Gembloux — Annos 23 e 24, vols. 12º e 1º, de 1º de Dezembro de 1913 e 1º de Janeiro de 1914. Annales de JInstitut Pasteur — Anno 27, tomo 27, ns. 11 e 12, de Novembro e Dezembro de 1913. La Vie Agricole et Rurale — Ns. 49 a 532 e 1a 7, de Dezembro e Janeiro de 1913 e 1914. Bulletin Mensuel de 1'Office de Renseignements Agricoles — Paris, ns. 10 e 11, de Outubro e Novembro de 1913. | Bulletin de la Société de Pathologie Exotique — Tomo VI, ns. 9 e 10, de Novembro e Dezembro de 1913. Bulletin du Service de Police Sanitaire des Animaux Domestiques — Ns. 20; 21, 22 e 23) de Outubro e Dezembro die 1913; Anales de la Sociedad Rural Argentina — Anno 48º, vol. 47, n. 6, de Novembro e Dezembro de 1913. Boletin de la Sociêdad Florestal Argentina — Anno I, n. 5, de Julho a Setemibto (de BOIS; Boletin Mensual del Museo Social Argentino — Anno II, n. 23, de Novembro de 1913. Boletin do Ministerio de Industrias — Montevidéo, ns. 5, 6e 7, de 1913. El Pais — Revista Cooperativa de la Campâna, publicada sob a direcção do Engenheiro Agronomo Carlos Praderi e dedicada á defesa da producção nacional e á diffusão de conhecimentos uteis ás industrias fundamentaes. — Anno 1, n. 1, de Janeiro de 1914. — Montevidéo. La Campana — Anno IV, ns. 73 a 78, de Novembro a Janeiro, 1913 e 1914. Vargas — Revista de sciencias medicas e pharmaceuticas. — Anno IV, n. 23, de Dezembro de 1913. — Caracas. La Hacienda — Vol. IX, ns. 2 e 3, de Novembro e Dezembro de 1913. TOURO DE CHIFRES CURTOS | “CHIDDINGSTONE MALCOLM DE SIR RICHARD COOPER PRIMEIRO CAMPEÃO. EXPOSIÇÃO REAL, 1908. REMEDIO INFALLIVEL CONTRA OS CURRAPATOS Oficialmente approvado pelo Governo dos E. U. da America Pe dd = A dd A Machinas e instrumentos agricolas, Separadores de leite e outros apparelhos para lacticinios GAOMBEAC, HACKEA & CD! Rio de Janeiro, 8. Paulo, Bello Horizonte, Santos e Bahia CASA MATRIZ BIRMINGHAM e a Ta | IMPORTADORES pr GADO DE| ACTICGINTOS 95.RUA THECPHILO OTTONI, 95 Rio DE JANEIRO. PAMPA / NA NbS TRAS R PRA? Ra PNaA Ra P NA SGAN) NASAL REA UENZP AA ARA NN AGA RO TARA a SE Na a ME NMA Dans Pais PN NOR RAR AAA ANANDA PN RR fsfesp fot dedo pda ei oftotecafefrcsfrdrafot cfunto fee ode foto fato pote = FERE PEÇA A DO A Ea a O E E E a A A OD E, MD AA NA AA A NO a E 3 A q CHOCADEIRAS e CRIADEIRAS : ! it e! 4 o | em Wii] LD ty, ri fu ! BUT: ia Ud WD, NAM | Anno IV . — ABRIL 1914 Nua REVISTA DK Veterinaria e Zootechnia PUBLICAÇÃO OFFICIAL DO Serviço de Veterinaria do Ministerio da Agricultura, Industria e Commercio camasaannastas cnscmese” | SUMMAÁRIO 4 O o | A 2224 exposição de potros e potrancas nacionaes de 2 annos no | DOC REM go a Sia na ia Di Ar Di Da pain aii dra lo no (e aih io alia! DATE ap er a jp a II9 VI road da aro bela MNA] 296 PO PHS PP RAD PRA E PARAR ARRAES PARTA 122 COLLABORAÇÃO: Dr. Nicolão Athanassof.............. - Alimentação das vaccas leiteiras 127 Dr. Pietro Foschini..............,... Raça bovina de Val de Chiana.... 144 | Prof. Roberto Hottinger.............. Assumptos de Biologia e Zoote- ehnia seral as 149 | Dr. Octavio Dupont...............,.. Contribuição ás pseundo-pestes no ) EDS RS pa Di DO Da ias 158 PELAS INSPECTORIAS : ) Informações referentes aos districtos veterinarios, prestadas pelos PES DECTIVOS AASDEC LOTES A vais bibimio nom oa en gm oia oie lol ralo ja Cla dO atoa A O LU GA A AÍ I60 CONSULTAS E INFORMAÇÕES : Peste da manqueira.....ccserusesumusacos RR DDD PRA 166 ÉCOS E NOTICIAS: Leilão de animaes — As raças bovinas da Suissa — Diarrhéa infecciosa cmd Edo bbta Pads 6a de bs DADE DP DAR A DA ROADS DEDO PRADA AGUDA A TERRAS a RIO DE JANEIRO Typographia do Ministerio da Agricultura, Industria e Commercio LDA e-Fboco-dbco- k A = MAR 15 1915 “a 4 e mes. usb mM, AMA Abu pah o | Caib al: eo da feria [7 Yruaru. 1915 Torvar di ão Peba ; ana REVISTA DE VETERINARIA E ZOOTECHNIA Publicação Official da Directoria do Serviço de Veterinaria DO MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO TATI TA TI TIA TIA TIA TA PL Lea La Aa Distribuição gratuita aos criadores do paiz que a solicitarem TIA TIA TA Ta LT Lda Td TT AT LAT LA RIO DE JANEIRO x x Caixa Postal 1.678 Et ig BRASA A REDACÇÃO DA «REVISTA» NÃO SE RESPONSABILISA PELOS CONCEITOS EMITTIDOS EM ARTIGOS ASSIGNADOS POR SEUS COLLABORADORES ANNO IV H Abril de rgr4 H INERZ JECA ADA ANA Ra Pedimos aos nossos leitores que nos communiquem sempre qualquer mudança de endereço, afim de evitar a interrupção no recebimento da «Revista», indicando, quando possivel, o numero de ordem de sua inscripção. À 22º EXPOSIÇÃO DE POTROS E POTRANCAS NACIONAES DE 2 ANNOS NO JOCKEY-CLUB As exposições annuaes, que se effectuam no Jockey-Club com o fim de serem examinados os potros e potrancas de dois annos, representam uma contribuição muito interessante para aquelles que se dedicam à criação do puro sangue inglez entre nós. Não podem, ainda, essas exposições do Jockey-Club, representar com exactidão o estado actual dessa criação no paiz, em virtude da deficiencia dos meios de transporte e da enorme distancia em que fica o Rio de Janeiro de muitos centros criadores, fazendo com que varios proprietarios não enviem seus productos para aqui. Ha mesmo uma certa tendencia de muitos criadores no Rio Grande do Sul em só enviar o producto de seus haras para as expo- sições regionaes que, cada vez com maior brilho, se realizam nesse Estado. Concorre tambem para esse facto, a circumstancia de serem quasi todas as exposições do Rio Grande do Sul exposições-feiras, dando um resultado proveitoso immediato aos expositores que não têm assim as despezas, bem importantes, de estadia no Rio. 120 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO Apezar de tudo isto, porém, não se pôde negar que as exposições do Jockey-Club constituem uma demonstração brilhante do esforço e dedicação dos nossos criadores e por ellas já se póde acompanhar o progresso que o puro sangue inglez tem feito no Brasil. A exposição realisada em 29 de Março do corrente anno, orga- nisada pelo Jockey-Club, sob a presidencia do Dr. Mariano de Aguiar Moreira e tendo como seu principal organisador o Director do Stud-Book dessa sociedade, o Sr. Harold Hime Junior, foi um brilhante triumpho quer para o Jockey-Club, quer para os criadores brasileiros. | Entre os animaes considerados de primeira classe, isto é, os puro sangue e sete-oitavos, destacaram-se specimens dignos de todos os encomios, salientando-se os bellos productos dos haras S. José e Pedras Altas, de propriedade dos illustres criadores Drs. Linneu de Paula Machado e J. F. de Assis Brasil. Ambos estes criadores tem demonstrado uma. pertinacia, energia e intelligencia na direcção de seus estabelecimentos que causam a admiração dos que sabem que, segundo Lord Rosebery, nada é mais precario, nada mais difficil que a criação do puro sangue inglez. Os conjunctos que ambos enviaram à exposição trouxeram como caracter indelevel uma verdadeira uniformidade e belleza nos produ- ctos apresentados. A elles se deve reunir o nome do dedicado criador do Paranã, o Sr. Carlos Dietzch, que merece encomios principalmente pela apresentação do potro “Patrono”. O potro '“ Yago”, tambem se destacou entre os concnimentes sendo justa a menção aqui do nome dos Srs. João Ferreira & Irmão. O puro sangue “Ipe”, foi um dos productos que demonstram o que poderia ter obtido o operoso Dr. João Teixeira Soares, em stia fazenda de Santa Alda, se, infelizmente, não iiyesse visto Seis esforços anniquilados pela terrivel osteoporose ou cara inchada, contra a “qual tem sido até azora improlicias todas as tentaiimastâde tratamento e, por vezes, as de prophylaxia. Em comparação com a exposição do anno passado, a 22º Exposição do Jockey-Club, salien- tou-se pelo bom estado de saude dos animaes e pela pequena quantidade de taras encontradas nelles. Merece tambem elogios a direcção do Jockey-Club pelo facto de ter estabelecido a realisação da exposição, antes da temporada sportiva, permittindo assim um melhor exame pela commissão julgadora e ao mesmo tempo a possibilidade dos animaes inscriptos tomarem parte nas primeiras corridas. O Ministerio da Agricultura esteve, este anno, representado na commissão julgadora, por designação do Sr. Ministro Dr. Edwiges REVISTA DE VETERINARIA EK ZOOTECHNIA 121 de Queiroz, pelo Dr. Paulo Parreiras Horta, Chefe da Secção Technica deste Serviço. Entre os outros membros do Jury se encontravam: Sr. Ceneral Caetano de Faria, o Sr. Carlos Coutinho, o Commen- dador Thomaz Rabello, o Sr. Raul de Carvalho e o Sr. Victor Magesse. Os animaes foram examinados com todo vagar pelo Jury, que pôde este anno se pronunciar em condições muito favoraveis de exame, em virtude de não se ter realisado a exposição em dias de corridas. No dia immediato procedeu o Jury ao julgamento do melhor potro e da melhor potranca, unicos que deveriam ser mencionados entre os 15 animaes de primeira classe, concurrentes aos premios do Jockey-Club. Foi unanimemente classificado como o melhor potro, o “Flaneur”, de propriedade e criação do Dr. Linneu de Paula Machado, de En Danilo Je como a melhor potranca a “Dictadura”, criação da Granja de Pedras Altas, do Dr. Assis Brasil, tendo obtido um voto a potranca Role” do Dr Paula Machado. Entre os de segunda classe coube o premio ao unico concurrente, a potranca “Fama”, do Dr. Linneu de Paula Machado. O conjuncto representado pelos animaes: “Flaneur”, “Flying- Ea oe e França” do Dr. Linneu de Paula Machado, impressionou agradavelmente pela uniformidade de linhas, succedendo o mesmo aos animaes do Dr. Assis Brasil: “Dictadura”, Disturbio”, “Demonio”, Dreadnought” e “Dynamite”. Eeridcão do Paraná: esteye: bem representada. pelo “ Patrono”, a que coube o premio dos chronistas sportivos. 122 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO INQUERITO SOBRE O ZEBÚ Tendo augmentado ultimamente o movimento de exportação de reproductores zebús, da zona do “Triangulo Mimeiro para a zona serrana do Estado do Rio Grande do Sul, motivcu este facto um officio da “União des Criadores do Rio Grande do Sul” à Sociedade Nacional de Agricultura, solicitando o resultado do inquerito sobre o zebú, realizado durante a presidencia do Dr. João Baptista de Castro. Scientificada desta occurrencia, a redacção desta Revista pediu por sua vez à Scciedade Nacional de Agricultura cópia dos pareceres que foram agora emittidos pelos Drs. João Baptista de Castro e Eduardo Cotrim. Agradecendo a gentileza com que a Sociedade Nacional de Agricultura nos attendeu, julgamos prestar um bom servico aos criadores de nossa paiz, trancrevendo em nossas paginas os doutos pareceres dos Drs. Castro e Cotrim. UNIÃO DOS CRIADORES DO RIO GRANDE DO SUL Porto Alegre, 19 de Janeiro de 19714 — Exm. Sr. Presidente da Sociedade Nacional de Agricultura — Rio de Janeiro. A annos atraz, essa benemerita Sociedade promoveu um inquerito sobre o sebú, sob a prestdencia de: Dr. João Baptista de Castro, cujo resultado, sem duvida, do maior interesse para a pecuaria nacional, não temos o prazer de conhecer, pois a esse tempo não tinha ainda existencia a nossa associação. Suppondo que essa Sociedade tenha levada a cabo a sua feliz iniciativa e tenha publicado aquelle resultado, entretanto, apesar dos nossos melhores esforços, não temos conseguido tomar delle conhecimento. | Quando mesmo esse resultado não tenha sido publicado, essa Sociedade terá archivado os innumeros e abalisados pareceres que a respeito de tão importante assumpto recebeu. Seia como fór, seria para nós motivo de vivo reconhecimento, si V. Ex. pudesse nos fornecer o que essa Scciedade possuir a respeito. As repetidas invasões do zebú no norte do nosso Estado, ameaçando de um modo muito serio o futuro da nossa pecuaria, nos collaca no dever de estudar esse problema; e não o poderiamos tentar de melhor fórma, senão indo buscar elementos nos estudos já feitos nas regiões do paiz que ao REVISTA DE VETERINARIA E ZOOTECHNIA 123 a ça aa A aà AA A A de muita cultivam essa raça julgada aqui pelos criadores adiantados como um flagello para o melhoramento das raças bovinas o qual desde alguns annos vem se intensificando especialmente no sul e centro do Estado. Esperando da solicitude de V. Ex. a satisfação desse nosso pedido, antecipamcs os nossos agradecimentos, aproveitando este ensejo para apresentar a V. Ex. os nossos protestas de elevado apreço e distincta consideração. | | Cordiaes saudações —- (Assignado) D. M. Rick, 1º Vice- Presidente em exercicio. Resposta á consulta da União dos Criadores do Rio Grande do Sul Tomei conhecimento da consulta formulada pela Sociedade de Criadores do Ria Grande do Sul, acerca do gado indiano — zebú — que em tamanha escala se tem introduzido no Brasil, especialmente em Uberaba, Minas Geraes, irradiando-se por Goyaz, Matto Grosso, Rio de Janeiro, etc. Sem reflexão nem estudos sobre os nossos mais vitaes problemas ecinomicos, por quem de direito, alguns espiritos mercantis exploraram o zebú, attribuindo-lhe qualidades desconhecidas pelos autores de maior nomeada, em assumptos zootechnicos, e, no terreno pratico, pelos paizes que mais se têm salientado na exploração da industria animal: Estados Unidos, Argentina, Eimstiaã Neva Zelandia) Afmica do Sul, etc. Com um tal criterio, é manifesto o erro d'ahi derivado com incalculaveis prejuizos para os criadores brasileiros, na sua quasi totalidade imbuidos do espirito de rotina e ignorancia do que seja a zootechnia e veterinaria. A questão do zebú tem sido mais que debatida entre nós; e, quando em Uberaba mesmo, não ha muito ainda, tirou-se a prova pratica, na balança, contra o zebú, na exposiçacs acolá realizada pelo Governo de Minas, onde o caracú, vencedor, veio demonstrar a sua superioridade, admira que não se convencessem até agora os seus impertinentes partidarios, da inconveniencia e falta de patriotismo dos seus esforços para sustentarem tamanho erro. Anteriormente, km Bello Horizonte, egual triumpho coube a um caracú, o que demonstra que não precisavamos senão saber aproveitar as raças existentes no paiz, seleccionando-as e melhorando-as antes de tudo, conforme a experiencia de cutras nações e os conselhos dos mais competentes nestes assumptos. 124 “MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO O Rio Grande do Sul, tão perto do Uruguay e da Argentina, dotado de condições naturaes tão apropriadamente similares às desses paizes pastoris, não deve voltar suas vistas senão para elles e imital-os, si quizer progredir, caminhar. Infelizmente essa é a verdade inteira, em todos os terrencs. O Brasil não deve aspirar a produzir carne e outros productos derivados do gado para os seus proprios mercados sómente, mas tambem para supprir os mercados externos. Os estrangeiros que já se veem apossandc! de extensas regiões de pastagens naturaes em nosso territorio, nos diversos Estados mais bem dotados à esse respeito, estão nos indicando o caminho do futuro. Os frigoríficos estac: surgindo embora as mil dificuldades inhe- rentes a este nosso meio retrogado, disposto sempre a embaraçar ou impedir qualquer progresso, e elles não contam tampovco com o abastecimento unico des nossos mercados nacionaes. Quem estuda um pouco estas coisas, sabe perfeitamente que nesse commercio jámais predominou a carne e mais productos vindos do gado indiano, que não possue nenhum dos predicados exigidos peles consumidores mais exigentes e conhecedores do artigo. A Sociedade dos criadores rio-grandenses terá vantagens em trocar idéas com as suas congeneres de Uruguay e Argentina, e, no Brasil, recorrer ao Posto Zootechnico Central “Dr. Carlos Batelho”, em São Paulo, sob a direcção do nosso distincto amigo Dr. Misson, que lhe remetterá, estamos certos, de bôa mente, todas as publicações daquelle estabelecimento modelar e utilissimo. São estas as considerações que me ocecrrem, e oxalá possam ellas conccrrer de alguma sorte para o proveito da Sociedade de criadores rio-grandenses. — (Assignado) João Baptista de Castro. Resposta á consulta da União dos Criadores do Rio Grande do Sul A questão de importação de gado indiano com o fim de melhorar o nosso, já estã por demais debatida e parece poúco razcavella obstinação dos que suppõem que o gado, por sua natureza, primitivo e selvagem, possa melhorar qualquer cousa o nosso gado, que é hoje o producto do abandono e da incuria dos criadores desprevenidos. Que qualidade se ariribue” ao” boi indiano) para qastiicana preferencia, que alguns criadores entendem dever acenselhar ? REVISTA DE VETRRINARIA HE ZOOTECHNIA 125 Là aà A A rusticidade? mas isso é attributo de animal selvagem por natureza e cujos caracteres são o producto de selecção natural em que predomina a força contra a qualidade. Não é sem duvida esse o criterio que deve dominar no magno problema de melhoramento do gado no territorio do Brasil. Se, com a maxima tolerancia, fosse permittida a justificação do “gado indiano nas catingas estereis e seccas dos Estados do Norte, nunca essa justificativa teria cabida no Estado do Rio Grande, onde pelas suas condições climatericas e forrageiras, o gado melhorado de origem européa tem inteira applicação, já consagrada por innumeros exemplos e pela experiencia bem prolongada. Entendo que nenhum erro póde ser maior, para a criação do Rio Grande do Sul, do que. permittir a intreducção do zebú nas suas mandadas. O Estado de S. Pauló, que não está em relação à industria pecuaria, no posto de evidencia do Rio Grande do Sul, já de ha muto interdictou a entrada do zebú, apesar de sua -visinhança com o municipio de Uberaba, no triangulo mineiro, centro da introducção do zebú e da obstinação em julgar a questão pelo seu lado menos racional, ou talvez mesmc por 1sso. Tenho repetido com insistencia que a solução do problema está no correctivo do meio para que o gado melhorado oriundo do bos taurus encontre facilidade de adaptação. A experiencia e a observação confirmam o meu modo de entender, que parece dciminar já o espirito da maioria dos. nossos criadores que não têm o interesse immediato e personalissimo na diffusão do zebú. A guerra aos parasitas do gado, aos quacs em geral é refractaric o zebú, mesmo pelas suas condições selvagens, vem produzindo os desejados effeitos: a applicação dos banhos carrapaticidas, que mtroduzi no Brasil desde 1909, vae tomando uma extensão que só é explicavel pelos effeitos salutares da extincção dos parasitas da pelle, entre os quaes avulta o carrapato. A solucão que pretende introduzir o animal selvagem e grosseiro, . unicamente porque dispensa a hygiene veterinaria do expurgo do meio, é anti-racional e scbretudo anti-economica. Não é seguramente com o producto do cruzamento do zebú que se conseguirá collocar o Brasil no numero dos paizes productores de carne, lugar que fatalmente lhe está reservado: pela natureza de sua posição geographica e pela riqueza de seus campos. Todos os economistas reconhecem que na America do Sul estão concentradas as condições precisas para a grande criação de gado que deve abastecer o mundo. Os paizes do Rio da Prata bem cedo estão mostrando sua incapacidade para produzir tanto quanto 126 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO ESET A AE PR seria desejavel e o Brasil precisa metter hombros à obra cclossal da organização de seus rebanhos, unica alavanca capaz de impulsionar o seu progresso e criar verdadeiras fontes de riqueza. Ainda agora se observa um facto característico e que já eu previa ha cinco annos, quando em uma conferencia realizada na séde da Sociedade de Agricultura de S. Paulo, mostrei que o primeiro passo a dar-se na organização dos matadouros modelos seria a transformação ' da materia prima, isto é, do gado destinado a ser abatido em taes estabelecimentos. A crise porque passa actualmente a Companhia Frigorifica e Pastoril de S. Paulo é consequencia fatal da natureza da materia prima que faena no seu matadouro, aliás aperfeiçoadissimo, de Barretos. Contra a guerra tenaz que offerecem todos os interessados no statu-quo em S. Paulo, a companhiá não póde se defender de uma maneira efficaz, porque não dispõe de gado suficientemente aper- fe:çoado para offerecer a carne aos mercados estrangeiros. O grande obice, talvez unico, se encontra na qualidade da carne do mestiço do zebú que só pode ser consumida no paiz e aque não supporta a concurrencia tão necessaria no desenvolvimento da industria e caimmercio internacional. Os mais prejudicados são justamente os criadores que, nesse caminho, nunca conseguirão conquistar outros mercados e estarão por isso permanentemente atados às imposições da especulação do mercado interior onde a parte do leão sempre cabe ao intermediario retalhista em prejuizo final do criador. As crises de preço da carne se resolvem sempre com o saque à algibeira do criador, cabeça de turco voluntario, porque se deixa vencer pela propaganda contra seus proprios interesses. O Estado do Ric Grande do Sul é sem duvida o mais interessado de todos os da communhão brasileira e por isso eu entendo que a controversia constitue um mão indício. Esse problema para o grande estado meridional da confederação. brasileira está resolvido de maneira peremptoria e o futuro de sua industria de carnes conservadas pelo frio, que tem a solução final no. franqueamento da barra do Rio Grande do Sul ficará seriamente compromettida se os poderes publices ali; a exemplo do que ce fez em SS Panlo não tomarem medidas assecuratorias do futuro de sua principal industria, interdictando a entrada do zebú, como verdadeira praga nacional. Esse é o meu modc de entender, que eu não hesito em proclamar todas as vezes que se me offerece uma opportunidade. Rio de Janeiro, 19 de Fevereiro de 1914 — (Assignado) Eduardo Cotrim. REVISTA DE VETERINARIA E ZOOTECIINIA 127 nd dd dd dd a O SO DD a BOPLABORAÇÃO Pra NEM NANA NAM ALIMENTAÇÃO DAS VACCAS LEITEIRAS a Uma vez conhecidas as exigencias nutritivas e as nornias recom- mendadas para bem satisfazel-as, resta-nos estudar as forragens, que com resultado possam ser utilisadas na alimentação das vaccas leiteiras. Grande é o numero dessas forragens, mas nosso fim, neste capitulo, consiste apenas em examinar sumariamente algumas dellas, das mais empregadas, sem portanto pretendermos escrever um tratado completo sobre o assumpto. Para maior facilidade dividiremos as forragens que vamos estudar em tres grupos, bem distinctos entre si, não sómente pela quantidade Ele asia e principios nutritivos, como: pela natureza, e estado de conservação : RE Morrasens verdes... 1 Eee | — Forragens verdes 2 — Raizes e túberculos mas sis. aos ô b II — Fenos PICOS ss» 4 5 — Grãos e farinhas de cereaes e leguminosas 6—-Residuos imdustriaes SEUÉOS a PER HI — Forragens concentradas As forragens verdes são, como sabemos, 1 — As forragens verdes constituídas pela parte aérea das plantas, que ainda não terminaram seu completo desenvolvimento. Taes são, por exemplo, todas as gramíneas, legu- minosas, etc., consumidas verdes pelas vaccas leiteiras. Estas forragens são de grande importancia para a alimentação do gado leiteiro nas nossas condições, quer sob o ponto de vista economico, quer pelo lado Aygienico. Seu valor é muito variavel, dependendo da especie, da variedade, da edade, da fertilidade e natureza do sólo, e das condições meteorologicas, durante o periodo da vegetação, etc. O verde convém muito ao gado leiteiro, podendo entrar em sua ração em grande quantidade, podendo chegar em muitas condições tê a constituir a ração completa. Os ruminantes, particularmente, fab) 128 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO pela conformação especial de seu estomago, são avidos por ellas e comem-nas em grande quantidade e com real proveito. Taes forragens contêm geralmente elevada proporção de agua, razão por que o gado se vê obrigado a ingeril-as para seu sustento em maior quantidade, principalmente quando lhe não são addicionadas outras forragens concentradas ou seccas. | Algumas das forragens verdes exigem um cuidadoso emprego, devido às suas propriedades, podendo occastonar a meteorisação em consequencia de uma abundante producção de gazes. Este accidente é particularmente frequente com as leguminosas ou quando se distribuem as forragens molhadas pela chuva ou pelo orvalho, ou então quando fermentadas, devido a ficarem amontoadas durante muito tempo. | A materia secca varia nas forragens verdes de 10 a 35º/º, sendo em média de 16 a 18º/º. São, pois, como já dissemos, muito aquosas, principalmente quando muito novas. Devido à pequena quantidade de cellulose que contêm, seu coefficiente de digestibilidade é bastante elevado. As condições climatericas permittem entre nós o emprego dessas forragens durante quasi todo o anno; dahi poder-se dizer que ellas constituem a base da alimentação do gado leiteiro. Entre as proprias para córte, de que mais uso se faz na alimentação do gado leiteiro convém citar em primeiro logar os capins nacionges, taes como angola, capim fino, marmelada, milha, colonia, jaraguá, chloris, graminha, etc. Em nosso paiz são as forragens verdes sem duvida muito bem conhe- cidas pelos nossos criadores e devidamente apreciadas não só pelo seu valor alimentício, como pela sua rusticidade, seu rendimento elevado e cultura extremamente facil, algumas mesmo nascidas espon- tancamente dando ainda rendimento satisfactorio. | Desses varios capins nacionaes cultivados no Posto Zootechnico de S. Paulo foram observados os seguintes rendimentos, consignados juntamente com as respectivas quantidades de materia secca nº quadro abaixo : Rendimento verde DG) Materia secca por hectare 0 Nome da forragem calculada por hectar ES EEE EEE Capim Amigiolar seia Ri Re ee tao 198.000 16.7 33.066 » SO a dado nabo due asp Ss Ep ndo Rudd I45.000 ol 27.115 » Ab UU oo do Dos pres «ca nao ces 131.000 16.0 20.960 » COlomiaçs Sel cio iro See VAR ER ego 102.000 I9.5 19.890 » JATAGUÁ DO eo aa A 117.000 22.0 25.740 ChlonisFuig atari EI aa “o aii 134.000 23.8 31.892 Graminhias SE dco Soria aro aaa Cr Rana 78.000 35.0 26.250 Paspailtia inata tua fo aj oiee 107.000 18.6 19.902 REVISTA DK VETERINARIA E ZOOTECHNIA 129 DD a Si e ii e ii ii NE Pelo quadro acima ve-se que a materia secca, caiculada por hectare, varia de 33.066: a 19.890, emquanto que o verde varia de 198.000 a 78.000 kilos. Sua composição em principios nutritivos é bastante variavel, porém, em média, podemos tomar os seguintes dados, que poderão servir para o calculo das rações: Princípios brutos Principios digestiveis Designação da forragem e É E £ PupE EE z RR a PS eo pai | E = o a S ts E ES IVO = 2 E) NPR RD o o [Don "50 epa np a eps q e? Av (6) e? ENE: A (Ciilorats ApibrezaU va ee O E e ERR R RMR oRBs2 E aan orem orSa miAB | 2h42)iorso| I1.6 | T5u2 ne) Cao VAGaLLÃo Elo do Dio Esto RR 23027] Bs Hó Ooo Gas Oro 208) 054! PIO,S! | 12,8 4.9 (CESTO MOORD A 2 o 0 dom dE o RE RE 29.53] 2.28) 0.68| 11.90] 12.19] 1.6 | 0.4 | 15.5 | 18.2 | 10.0 Paspalum dilatatiaso eco coeso rss v8h00 obra BRoRÃó) 742) PAES nas! lor28| 8:15) ro 24 Sum ari ais ço boo ora fe Vo é oerernodoleiata TÉROo rm NR orz2 sto eus) aa ora mm ora Sus IST E 22 e oa o an Pta e Da atracar Vendo A SMo7p 2rEa orógi TG88o| 19:20]! 2roojl 0X4 || 1848) 21.8 Toro . á E | Capimreolontão:. = cumes miar nro I9LS6) Tr.) 0:34) 7.72) 7:85)! E.23) 0.27) 10.03] 12.76] 6.56 » PAMCIOATA ne tetorene ano) dmevo onóia enatato arado poros ro o46| os ESroo| ong ora tr | rzi2o as » DERRAMA naranoro ot Eram! Pro onda Porebe sabre SL 4 ir ani Rorzo|Pizron Pra TS ro! ora 3.9 5.4 4.1 DRA ato fao anoistaça (o araiavo nois Paso ana 19.64] 1.26] 0.43] 7.90] 7.45 1.26 0527] 9:03] IMESg 8.3 Os capins verdes são tambem sob o ponto de vista economico muito vantajosos e sob tal consideração elles ainda por muito tempo hão de constituir a base da alimentação do gado leiteiro. São muito appetecidos e favoraveis à producção do leite de boa qualidade. Sua composição melhora, quando cultivados racionalmente em terras boas e bem adubadas. Alguns, como a marmelada, crescem exuberante- mente no tempo das águas, emquanto outros podem ser aproveitados durante todo o anno. Alguns prestam-se egualmente à fenação, dando um feno de qualidade regular. O gasto diario, por cabeça, póde variar, de 15 a 40 kilos. À CANNA — Cultivada entre nós em larga escala, é utilisada com grande proveito na alimentação do gado. Emprega-se toda a canna ou sómente suas pontas, quando ella é destinada aos engenhos. E” uma forragem de grande rendimento, que se torna ainda mais preciosa porque sua colheita coincide justamente com 2 falta das outras forragens, de Julho a Outubro. Sua composição é variavel, Bo Vo 17 130 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO dd da dd de NS e a a a e e a e e e DD como se vê pelo quadro junto, dependendo ella não sómente da qualidade da canna como da parte considerada: Principios brutos Princípios digestiveis eq q ! NE ET GEO q 7 DD, pi x |g Shu Ene iss , : a ES E q Ia a E < Designação fal o n DR n oras p (ol o ED) fo do) na [— u q ço ) q “% |8 us EM feed | O (2) E [ao] (55) o On bo a E Ss o a ge Ra | O qm = Ú oo po E õ O o Reseo Es SA ON ES See + 9 Ee | MA (o) =) (A — (O) ps Crer DSemem Euf par Ee [o] (ab) RS, (S% as [0] jo) Om job a E o fo? a la pas = — — — — re ——— - = me | | | y | | | | | Canna) taquara) qntelral cao 14.12) 0.66] 0.40) 7.86] 4.40] 0.5 0.2 8.31 93] 18.8 » » DO LOSS. de oleiro pone te T46m Res o as ES 6 2 Soo NRRItio o) EMO nz 7.4 8.9 8.2 | | | | Canna de assucar, folhas.......... | 20744] ri42 oras Sr 48 790] oo os] oo Hori Rr ! | | | | | | | | | | | a » » » pontas. to es. | 15.58) 0.76) 0.30) 8.62] 4.83] 0.5 o iiz 9/0] Toro Tao 4 | | | | » » » balsacop rr | 27:23] | Or95| 0:62] 12005) 12.47] 0.7 0.4| 16,2) r7ES| asia | | | | | | | | | E uma: forragem que pode entrar na ração) nal doselidelona 15 kilos, por dia e cabeça, não corvindo ser augmentada para o gado leiteiro. E” distribuida sempre fresca, picada, evitando-se amontoal-a depois de tal operação, pois fermenta facilmente e assim distribuida póde causar perturbações digestivas. Póde ser incorporada aos farelos ou às farinhas ou ser distribuida só. As manjedouras devem ser bem limpas, pois devido ao assucar a canna attrahe muitas moscas. Para o gado leiteiro é preferivel empregar a canna inteira, picada. O SORGHO FORRAGEIRO — Fornece uma colheita abundante de forragem verde, muito procurada pelo gado bovino e de valor alimenticio egual ao do milho forrageiro. Cem partes de sorgho contêm, além de 27.5 º]º de materia secca, os seguintes principios digestiveis: Erotetna Cn E pl Materia” eras ana ta e A Oo8 Miaterias hydrccarbonadas... 1 ge IO.8 Motallidos principios aútritivos E I2.9 A planta tem mais a vantagem de dar annualmente dois a tres córtes e na época em que faz mais falta a forragem verde, ao passo que o milho dá um só. Algumas vezes, quando é consumido muito novo, o sorgho, observam-se alguns casos de envenenamento, os quaes, segundo o professor Moussu, são caracterisadas por tremcres, meteo- risação e desejo frequente de urinar. REVISTA DE VETERINARIA E ZOOTECHNIA 13] Da a a A a a Na a A NS NS A NS NAN LS RALO ça aà AA A aà Envenenamentos desta natureza foram estudados por R. Dunstan e A. Henry, que attribuem a causa à presença de acido cyanhydrico, na proporção de 0.2º|º. Este acido não existe em estado livre, mas é devido a um enzima hydrolítico, que, agindo, decompõe o glycoside cyanogenetico. O sorgho póde ser dado ao gado, inteiro, ou então picado, de mistura com alguns farinaceos. E” forragem muito appetecida e procurada pelo gado leiteiro. Não deve ser cortado muito novo, mem dado em dóse superior a 25 ou 30 kilos por dia e cabeça. Quando não é possivel consumir verde toda a producção póde-se fenal-o, sendo o feno muito nutritivo, saboroso e muito acceito pelo gado leiteiro. Outra forragem muito semelhante é o theosinto, possuindo com- posição quasi identica à do sorgho e constituindo tambem excellente forragem verde. O MILHO FORRAGEIRO-—E' consumido verde mais ou menos «quando começam: a apparecer as flores masculinas, não convindo esperar muito, porque as hastes, tornando-se duras, são regeitadas pelo gado, perdendo-se assim grande parte da forragem. Exami- nando-se sua composição vê-se que se trata de uma forragem bastante aquosa, que convém particularmente ao gado leiteiro, distribuida com um complemento de forragens mais ricas, taes como alimentos seccos e concentrados. Cem partes de milho verde contém 17.2 de materia secca e os seguintes principios digestiveis: ema US: PE A 07% Renee rasa Ds mentira 0.2 Materias hydrocarbonadas...... ME RE 8.2 Mora dos principios muútritivos...-.. 9.4 Distribuído, como dissemos, de mistura com outros alimentos mais ricos, o milho é favoravel à secreção lactea. obtendo-se um: leite abundante; dado, porém, só origina uma certa diminuição na lactação. Seu consumo póde ser feito verde directamente, ou ensilado, pratica muito usada na America do Norte. A conservação, feita em silos, onde o milho soffre a fermentação, faz-lhe adquirir uma cór verde- amarellada e um odor accentuado, acido ou ligeiramente doce, tornando-o bem acceito pelo gado bovino e ovino, quando ella é bem feita. Cem partes de milho ensilado contêm 17.7 de materia secca e os seguintes principios nutritivos digestiveis : RO Lena (US ESTE.» 2a catia ear o.s Re ara A srs ts 0.6 Riapentas nydrocarbonadas.. ul 9.1 Somma dos principios nutritivos..... 4.3 132 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIU 10 aà a aaa SS SS SS SS SS SS SS Sa SS SS SS SS SS SS, O milho ensilade póde ser utilisado de preferencia na alimentação do gado destinado à engorda, dando-se diariamente mais ou menos 40 a 50 kilos e por 1.000 kilos de peso vivo. Seu emprego, porém, na alimentação do gado leiteiro é de pouco proveito, accrescendo ainda a circumstancia de não haver entre nós grande necessidade de se fazer a ensilagem, visto como podemos ter o milho verde durante o anno inteiro. Quando a cultura do milho é bem feita podemos avaliar o seu rendimento, por hectare, em 100-130 toneladas, o que corresponde a cerca de 32 a 35.000 kilos de materia secca e cerca de 2.600 kilos de proteina bruta. E, pois, uma forragem de grande rendimento, que offerece enormes recursos ao criador, quando economicamente pro- duzida. | Com a utilização das flóres verdes, depois da fecundação, quando o milho é cultivado para a producção de grãos, tem-se registrado alguns accidentes no apparelho wrinario, traduzidos por colicas nephriticas e formaçao de calculos nos rins. No milho é a unica parte toxica, desap- parecendo, entretanto, os effeitos nocivos desde que se dessequem as flóres. Em todo caso é sempre preferível só usal-as em muito pequena quantidade. 4 AVEIA FORRAGEIRA — A aveia é pouco conhecida entre nós, como forragem verde, achando-se já, porém, enormemente espa- lhada na Europa e nas Republicas do Sul sua cultura para tal fim, sendo ella até pastada directamente pelos animaes, cortada para ser consumida verde nos estabulos, ou fenada, dando um feno muito apre- ciado. Na Republica Oriental a aveia é plantada em varias estancias em grandes extensões, onde é pastada pelo gado bovino e ovino. Nas nossas condições a aveia podera ser plantada de Dezembro a Março, de preferncia no fm das grandes chuvas, podendo dar dois a tres córtes, quando cortada antes de formar a panicula. E” uma for- ragem que poderia ser aproveitada tambem de Junho em deante, quando escasseam as outras. Cem partes de aveia contêm de materia secca 19.000 para o verde, 88.5 para o feno e 83.3 para a mistura de aveia e vicia, e os seguintes principios nutritivos : Verde Feno Mistura de aveia e vicia Materia azotada...... | 1.4 Z.6 FRRE: Materia rama (Os 0.9 Je! Materias hydrocarbo- nadas aims “a 8.5 38.9 35.0 Total; dos principios NUCRILIVOS: 4, (ol 10.4 44.9 J4.8 REVISTA DE VETERRINARIA E ZOOTECHNIA 133 a aà ÃO ÃO AAA AAA AA AO O feno é bastante rico e muito apreciado pelos equinos. A aveia é plantada ainda de mistura com uma leguminosa, ervilhas ou ervi- lhacas, que lhe augmentam muito o valor, tornando-a extremamente favoravel à producção do leite. Entre nós talvez se pudesse substituir em tal caso as ervilhas pela manduvira pequena. Apresenta a aveia O inconveniente de serem bastante caras suas sementes, sendo a cultura frequentemente atacada pela ferrugem; parece, entretanto, que com um córte opportuno se póde fazer desapparecer esse mal. Póde-se dar, verde, de 10 a 30 kilos por cabeça, formando-se assim com ella um terço da ração, materia secca, e, fenada, quatro a cinco kilos. A MOHA DA HUNGRIA — EÉ' uma forragem muito espalhada nos paizes meridionaes, consumida verde ou fenada, sendo acceita de bôa vontade por todos os animaes. Como forragem verde é preferivel reserval-a para os bovinos, podendo substituir o milho verde ou ser dada de mistura com elle. Seu valor nutritivo é superior ao do milho, como se póde ver pela analyse abaixo. Cem partes de moha contêm, para o verde, de materia secca, 26.0 e, para o feno, 86.6, e os seguintes principios nutritivos : Verde Feno Ilarenta azotada is... 1.6 Oui Materia graxa..... Rol O. 0.9 Materias hydrocarbonadas. I2.0 41.0 Total dos principios nutri- BRADES Dr e tbio PRP RRA I4.5 49.3 A moha é colhida na occasião da formação das paniculas e quando cortada mais cedo ainda produz uns brotos, que as vaccas e os car- neiros gostam de pastar. E” uma forragem verde muito bôa para o gado leiteiro, sendo o feno excellente para os equideos. Essa forragem "não é conhecida entre nós; entretanto, as experiencias que della estão sendo feitas demonstrarão sem duvida affirmativamente a possibili- dade de sua cultura e seu valor forrageiro. A ESPERGULA — E” uma planta forrageira da iamilia das caryophylaceas, cultivada na Allemanha e na Flandres belga, parti- cularmente para o gado leiteiro. Cem partes de espergula contêm 20.0 de materia secca e os seguimtes principios nutritivos digestiveis : Md aZOlada! o pude meigo é o are iarsis Ichi on a pa o, e NNDDDD A RA 0.3 Nlaterias hydrocarbonadas. . «e -.es 9.8 Total dos principios nutritivos.... 12.0 134 “MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO E poisicomo se ve, uma fortagem de' primeira ordem mito acceita pelo gado vaccum, quer consumida verde, no estabulo, quer pastada. Da tambem um feno macio e aromatico, quando preparado em bôas condições. Expõe um pouco o gado a meteorisações, sendo por isso necessarias algumas precauções, distribuindo-se-a de prefe- rencia de mistura com uma forragem secca. Experiencias feitas entre nós, desde 1908, no; Posto; Zootechnico! Central Ide 5; Banlo indicam como rendimento verde, por hectare, 36.265 kilos, o que é muito pouco, tornando-se, pois, em taes condições uma forragem relativamente cara. E” provavel que em terras de melhor qualidade seja maior a producção, deixando ella, porém, sempre um pasto, que o gado come com proveito. ASICOUVES RORRAGEIRAS — Utilizadas na alimentação do gado leiteiro em certos paizes europeus, seu uso em outros é limitado exclusivamente aos suinos. Pouco usadas entre nós, merecem, entre- tanto, ser cultivadas em larga escala. São conhecidas diversas variedades, distinguindo-se umas das outras apenas pelo maior ou menor rendimento, e pouco pela sua composição. A colheita é feita progressivamente, principiando-se pelas folhas inferiores, tirando-se de cada vez 3-4 por pé, sem offender a haste. Finda a colheita das folhas, as proprias hastes são dadas aos porcos, ou picadas para o gado. As couves constituem excellente for- ragem para o gado vaccum e súino, particularmente quando cultivadas por irrigação para a colheita em Maio a Dezembra. E” uma forragem que contém até go º|º de agua, variando sua materia secca de 9-14 º/º. Cem partes de couve contém, em média, 14.3 de materia secca e os seguintes principios nutritivos digestiveis : Materia azotada ER deiga 1.6 Nlateriarernana o Mc Po OEA atenas ndrocambonadas dE Somma dos principios nutritivos... TOME Calcula-se, na pratica, que 5-6 kilos de couves podem substituir um kilo de feno. Ellas favorecem a secreção do leite e augmentam sua manteiga. Malpeaux, estudando as couves forrageiras em comparação - com as beterrabas, observou um augmento na quantidade do leite, não sendo sensivel a differença quanto à manteiga, cuja qualidade é boa, desde que não se exagere la Idóse dessa forragem. CN quanitidadela empregar deve ser de cinco a dez kilos por dia e cabeça; uma dóse elevada na ração poderá communicar um odor forte e desagradavei ao leite e à manteiga. REVISTA DE VETERINARIA E ZOOTECHNIA 135 Podemos ainda nesta parte mencionar as folhas e hastes da ramic, que em certas condições poderão ser utilisadas com resultado na ali- mentação das vaccas leiteiras. AS LEGUMINOSAS VERDES — São de extraordinaria im- portancia na alimentação do gado leiteiro pela sua composição e parti- cularmente pela proporção de materias azotadas, que contêm. Seu emprego como alimento verde é muito pouco conhecido entre nós, devido a certas difficuldades culturaes, que o criador tem de vencer, principalmente para as mais valiosas, como a alfafa, o trevo, etc. Per- tencem ainda a este grupo as vicias, as ervilhas, os cov-peas, a mandu- vira, os desmodium, etc. Todas estas leguminosas distinguem-se das gramineas por uma maior proporgão de materias azotadas e riqueza Eat Cal e P20s. As leguminosas verdes encerram em geral 67-86 º|º de agua, pro- porção que é tanto mais elevada quanto mais nova fôr a forragem. São ricas em materias azotadas digestiveis, que residem principalmente nas folhas e na flór, sendo que as folhas são 2-3 vezes mais ricas do que as hastes. Entre as leguminosas podemos mencionar em primeiro logar a alfafa, que, quando cultivada em terrenos apropriados e bem prepa- rados, dá um grande rendimento, sendo economica sua cultura. Seu cultivo aqui se acha mais espalhado nos Estados do Sul, onde ella mais prospera. Esta forragem em estado verde é muito bem acceita pelo gado leiteiro, devendo ser cortada para o consumo um pouco antes de florescer. Quando é dada nova, apresenta o inconveniente de occastonar meteorisações e até a morte do animal. Para evitar a meteorisação deve-se distribuir a alfafa sempre depois de uma forragem secca, cu então de mistura com palha ou feno. E” preciso egualmente evitar o seu consumo verde, quando ella permanece amontoada e principia a entrar em fermentação. E” muito apreciada pelo gado leiteiro e extremamente favoravel à secreção lactea. São numerosas as leguminosas nacionaes, mas até hoje ainda não se conseguiu cultival-as racionalmente, de modo a serem preferidas à alfafa. Entre ellas merecem referencia os desmodium, principalmente “a jiquerana de Goyaz (Desmodium tortuosum) e a marmelada de cavallo (Desmodium leiocarpum); e a manduvira (Crotaiaria vitel- lina). Estas se não se prestam a formar culturas puras são de grande vantagem nos pastos. As manduviras talvez fossem melhor acceitas pelo gado de mistura com um cereal. 136 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO Sobre as outras leguminosas nacionaes pouco se póde adeantar, desde que se não mostre vantajosa sua cultura, convindo, entretanto, espalhal-as pelo menos nas pastagens, As raizes e os tuberculos utilisados na Raizes e tuberculos alimentação dos animaes caracterisam-se particularmente pelo seu elevado ieór em ma- terias hydrocarbonadas facilmente digestiveis, as quaes se apresentam sob a fórma de amido, assucares e materias pecticas. Uma bôa parte egualmente da proteina bruta acha-se nellas sob a fórma de amidos. São pobres em cellulose e materias graxas, assim como em cal e acido phosphorico, porém, ricas em potassa e sodio. Devido à grande proporção de agua que contêm, as raizes e os tuberculos precisam ser consumidos simultaneamente com uma for- ragem secca e não constituir exclusivamente a ração. Podera ser dados na dóse de 10 a 50 kilos, por dia e cabeça, chegando assim a constituir um terço da materia secca da ração. Para o gado bovino são fornecidos picados, podendo ser dados inteiros aos suinos. Entre os mais conhecidos podemos mencionar aqui a beterraba, a cenoura, os nabos, a batata doce, a mandioca, etc., que, empregados moderadamente, permittem, ao criador tirar vantajosos preveitos sabido que quasi todos elles amadurecem justamente na época da secca, em que vem a penuria de forragem verde. Podemos tambem incluir nesta categoria as aboboras, empregadas preferentemente na alimen- tação dos suinos, e cuja composição muito se approxima da das raizes. A forte proporção de agua de vegetação, que encerram as raizes e os tuberculos, favorece a secreção lactea, sabendo-se que para o bom funccionamento da glandula mamaria é sempre indispensavel um re- gimen semi-aquoso. Não é possivel constituir-se a ração exclusivamente com elles, porque, ricos em agua, são pobres em principios nutritivos, especialmente em materias azotadas. Dahi a necessidade de se lhe addicionar na ração alguns alimentos seccos, ricos principalmente em materias azotadas, taes como residuos indústriaes concentrados, ou farinaceos. Para a alimentação do gado, as raizes e os tuberculos deverão ser picados com uma machina especial e distribuidos depois de juntos à sufficiente quantidade de farinaceos, feno, palha picada e sal. A grande proporção de agua que contêm accrescida às vezes de elevada dóse de sáes mineraes, quando se excede a quantidade que póde sem inconveniente ser dada aos animaes, determina uma diarrhéa mais ou menos persistente. E” o que se dá frequentemente com as beterrabas, sendo necessario, quando com ellas se alimentam as vaccas, fiscalisar, ao mesmo tempo, o rendimento em leite, o peso e o funccionamento REVISTA DE VETERINARIA E ZOOTECHNIA 137 ça ÇÃO ÃO ÃO aà do apparelho digestivo, as fézes, de modo a poder-se intervir a tempo e prevenir o mal, tirando-se assim o melhor partido com o seu emprego, 4 BETERRABA — E' uma planta da familia das Chenopodia- ceas, de raiz carnuda e muito conhecida nos paizes europeus, onde principalmente é utilizada na alimentação do gado assim como na ex- tracção do assucar conforme a variedade considerada. Dahi sua dis- tincção em beterrabas forrageiras, assucareiras e semi-assucareiras. A cultura da beterraba é de preferencia recommendavel no sul da Republica, onde as condições são mais favoraveis, conforme o têm demonstrado varias experiencias. Aqui, no centro do Brasil, sua cultura é possivel e remuneradora, variando o rendimento de 25 a 60 toneladas por hectare para as variedades pequenas e até go para as grandes. Convém todavia observar que o rendimento para determinada varie- dade está directamente sob a dependencia da natureza do solo, da adubação, do preparo, etc. O rendimento observado aqui em o nosso campo de experiencia para a variedade Mamouth foi de go toneladas de raizes e 45 de folhas, perfazendo um total de 135 toneladas. As variedades forrageiras são mais pobres em assucar, porém, mais ricas em materias azotadas e de maior rendimento por hectare. Cem partes de beterraba contêm 1I.o de materia secca para as varie- dades grandes e 13.0 para as pequenas e os seguintes princípios nutri- tivos digestiveis: Variedades grandes Var'edades peguenas atom cazotada.... sms s T.O 0.9 Polgntéim a ep ee RR 0.06 0.06 Materias hydrocarbonadas..... 6.9 [0.2 Total dos principios nutritivos 8.0 11:22 A beterraba é um alimento de primeira ordem para os bovideos em geral e em particular para as vaccas leiteiras, sendo extremamente favoravel à secreção lactea. Contêm pequena quantidade de cellulose e é muito digestivel, convindo ser empregada para combater os mãos effeitos de um prolongado regimen secco. Póde ser dada na dóse de IO a 50 kilos por cabeça e por dia, devendo sua introducção na racção ser feita gradativamente, misturando-se de preferencia 10 partes de beterraba com uma parte de feno picado. FE” dada geralmente crua, picada, sendo tambem dada cosida aos animaes doentes ou convales- centes e que soffrem de affecções intestinaes. As beterrabas estragadas e podres devem ser retiradas da alimentação, pois pódem occasionar accidentes graves. OS NABOS — São cultivados em grande escala na Inglaterra, na França e outros paizes europeus para a alimentação do gado. Entre Do Win LS 13S MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO PET PI SP a De a am nos são cultivados com bons resultados quando plantados em Março ou Abril. As experiencias feitas no Posto Zootechnico com a variedade “turnips-branco-amarellado” são bastante animadoras, tendo-se obtido na primeira 26.500 kilos e na segunda 35.000 kilos por hectare, E” uma forragem rica em agua e de valor nutritivo inferior ac da beterraba e da cenoura, como se pode ver pela analyse abaixo. Cem partes de nabo contém 92 de agua e os seguintes principios nutritivos digestiveis : PROTEIN a joio RN RR q E ENA toe (07 Nlateria feras du po SE 0.07 Materias hydrocarbonadas.......... 5.2 Total dos principios nutritivos..... 6.1 Mesmo assim, seu emprego para a alimentação das vaccas leiteiras é recommendavel, associado sempre a alimentos concentrados. Ao gado vaccum o nabo é dado picado, podendo ser dado inteiro, com as folhas, aos suinos. À não ser para a engorda dos suinos e das aves, raramente são empregados cosides na alimentação, da qual se elimina sempre cuidadosamente todo o que se apresentar estragado. AS CENOURAS — São plantas da familia das Ummbellniêças cultivadas tambem como forrageiras. Temos experimentado no campo de experiencia do Posto Zootechnico Federal particularmente a varie- dade “branca de coleo verde”, que tem dado por hectare 54 toneladas de raizes e 27 de folhas. Cem partes de cenoura contém 15.0 de materia secca e os seguintes principios nutritivos digestiveis : Materia lazotada E 0) Materias enaxa a da ONES Materias) iyidiocarhonadas TPIToA! Motal (dos principios nútritimosi a 2:77 Independentemente dos saes alcalinos e dos phosphatos, as cenouras contêm um oleo volatil, ao qual se attribuem suas pro- priedades especiaes na alimentação do gado leiteiro. São em geral menos aquosas do que as beterrabas, constituindo um excelente alimento para vaceas leiteiras, exercendo além da acção favoravel sobre a secreção lactea alguma influencia sobre o leite que se torna saboroso e a manteiga” que e ma) Segundo o SE MipeaniaaE cenouras são mais favoraveis à producção da manteiga do que as beterrabas e os nabos. São geralmente empregadas na alimentação depois de previamente picadas e incorporadas a outras forragens seccas e concentradas. REVISTA DE VETPERINARIA E ZOOTECHNIA 139 a a aà aà a ÃO ÃO AA HA AAA AA A dóse para o gado leiteiro varia de 10 à 20 kilos, Para os equideos, suinos e ovinos podem ser empregadas em menor dóse, principalmente a titulo hygienico para os primeiros. Devido ao seu rendimento, as cenouras, pelo menos sob o ponto de vista economico, não offerecem as vantagens da beterraba. A BATATA DOCE — Empregada na alimentação das classes pobres, a batata doce, de cultura muito facil e pouco exigente, p:rlerá com vantagem ser utilisada na alimentação das vaccas leiteiras e dos suinos. Neste caso tanto são aproveitadas as partes aereas como forra- gem verde, como as tuberculos, que têem a seguinte composição; 100 partes contem 22.3 de materia secca e os seguintes principios nutri- tivos digestiveis: Iaisidas azotada Asia es quia aa Ie eia RASA ea No gra alado SR : 0:02 Eltenas nydrocarbonadas.. cs SEE Total dos principios nutritivos. ...... 102 Pela sua composição vê-se que ha realmente vantagem no seu emprego na alimentação do gado leiteiro, desde que não se exceda "a dóse de 10 a 15 kilos diarios, por cabeça. Uma dóse exagerada predispõe a vacca à engorda com prejuizo da secreção lactea. Deve ser dada picada, podendo tambem ser empregada na alimentação dos bois de trabalho, sendo, porém, seu uso mais economico na engorda dos porcos. Para isso costuma-se soltar os porcos no batatal, onde elles fossam e arrancam os tuberculos, poupando assim maior trabalho ao criador. Calcula-se, em média, seu rendimento por hectare em 40.000 kilos de tuberculos e 115.000 kilos de hastes e folhas. A MANDIOCA — E outra planta cultivada entre nós, que maior emprego poderia encontrar na alimentação do gado bovino e suíno, devido à sua cultura facil e ao seu rendimento elevado e tambem à sua riqueza em principios nutritivas. Cem partes de mandioca das variedades branca, vermelha, aipim e prata contém, respectivamente, 40,2, 32.3, 31.4 e 31.0 de materia secca e os seguintes principios nutritivos digestiveis: Branca Vermelha Aipim Prata Rea Razodada, sus. : iLeA iz 0.92 0») 0.82 ERA. 2. semp o es 0.15 O.14 0.12 0.13 Materias hydrocarbonadas.... 27.6 aus 211.16) 2106 Total dos princípios nutritivos 29.4 23.8 22.0 pipi 140 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO Vê-se, pois, que se trata de um alimento rico em materias hydro- carbonadas, podendo ser utilisado com grande proveito na alimentação de todos os animaes da fazenda. As raizes frescas, na dóse de 10 kilos diarios, por cabeça, consti- tuem bom alimento para o gado leiteiro e actuam favoravelmente sobre a secreção, obtendo-se um leite muito apreciado. As farinhas de mandioca, de qualidade inferior, são egualmente empregadas na alimentação do gado leiteiro, incorporadas a um alimento aquoso. Sao tambem utilisadas com optimo resultado na alimentação artificial dos bezerros juntamente com leite desnatado. As raizes podem ser empregadas tambem com exito na alimentação das outras especies: equina, ovina, caprina e suina. Para esta ultima, quando destinada a engorda, convém distribuil-a cosida, tirando assim os animaes maior proveito. Póde ser utilisada com optimo resultado na engorda de “aves para o preparo de “patés”. Ao gado vaccum a mandioca é dada geralmente crua, picada, podendo ser tambem empregada cosida de mistura com outros alimentos. A mandioca não é sómente aproveitada pelas raizes: toda ella póde ser utilisada, hastes e folhas inclusive. Em tal caso devem ser cultivadas as variedades doces, que são mais precoces, sendo as hastes mais succulentas, tenras e macias. Para forragem verde deve ser cortada antes da maturação. Em taes condições o desenvolvimento das raizes fica paralysado momentaneamente, mas logo continúa, porque o crescimento das hastes novas é muito rapido. A utilisação das variedades toxicas na alimentação necessita de algumas precauções, que consistem em tirar-se a casca das raizes, onde justamente se encontra o principio toxico, e mesmo porque amarga, motivo que impede os animaes de acceital-a de boa vontade. A's vezes o simples deseccamento ou o cosimento são sufficientes para fazerem desapparecer o principio toxico. Este principio, segundo algumas expe- riencias, é o acido prussico, que com toda probalidade se origina da mesma fórma que no sorgho novo. A intoxicação revela-se por colicas fortes, cessação da ruminação e ligeira meteorisação. Como antidoto recommenda-se sal, vinho, ipeca, melaço diluído ou leite. A ARARUTA — Planta que serve para a extracção de uma fecula muito apreciada nos usos domesticos, o emprego de algumas variedades de grande rendimento na alimentação do gado póde ser tentado com algum resultado. Nesta mesma categoria de forragens podemos mencionar as abo- boras, o cará, o inhame, cuja composição damos a seguir. REVISTA DE VETERINARIA E ZOOTECHNIA 141 Là AÇÃO aà Aa A aà Cem partes de abobcira, cará e araruta contêm respectivamente 9.1, 18.2 e 16.3 de materia secca e os seguintes principios nutritivos digestiveis: | Abobora Cará Araruta Rdateria dzotada. ea. ces meire [.O 0.88 0.08 EATEI (PPAA ein o elo mia e 0.3 OI 2 0.06 Materia hydrocarbonada....... 5.8 12.3 [2.6 Total dos principios nutritivos 7.5 [3.5 13.8 AVALIAÇÃO DO PREÇO DA FORRAGEM VERDE — O preço de uma forragem verde depende em primeiro logar de sua qua- lidade e da dóse de principios nutritivos digestiveis que ella contêm; entretanto, na pratica, a avaliação é feita sem base alguma. Em certas condições, como é o caso dos vaqueiros estabelecidos nas leiteirias ur- banas e que na maioria dos casos são obrigados a comprar quasi todas as forragens, inclusive o verde, torna-se necessario fazer uma aprecia- ção o mais exacta possivel. Tomando-se por base a materia secca e o preço do mercado do feno de primeira qualidade podemos facilmente estabelecer c preço da forragem verde com o emprego da tabellas que dao sua composição. Supponhamos que 100 kilos de feno de jaraguã valem 88000 no mercado e que apenas contêm 82º|º de materia secca; os 100 kilos de materia secca deste feno valem por conseguinte: Sgodo X 100 e = 98756 O capim angola, por exemplo, que contém sómente 16º/º de materia secca valerá, segundo esta base: 9800 X 16 IOO == 16508 preço maximo por que o poderia adquirir o criador. O feno dos prados naturaes, composto em sua II — Os fenos maior parte de gramineas colhidas no momento da “floração e fenadas ao ar livre em condições favora- veis constitue um alimento de primeira ordem para as vaccas leiteiras. Seu valor está em relação com a proporção de principios nutritivos que contém, com seu aroma e seu estado de conservação. Actua sobre o organismo não sómente pelos principios nutritivos e aromaticos, como tambem porque serve de lastro para os orgãos digestivos. Sua qualidade e seu valor são muito variaveis e dependem em taes condições das plantas que entram em sua composição, assim como das condições em que se realizou a fenação. E” consideravel seu valor 142 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO LL LN LNLNLNLNLNLNLLNL LNLS LTLSL SS DS SS SL RS RS RSS SSL SL LS SS RS SL SS TS NS A A A NA a al a a na alimentação quando composto de plantas de boa qualidade, parti- cularmente ricas em materias azotadas e mineraes, como é o caso dos fenos que encerram maior quantidade de leguminosas. Devido ao seu estado de secura conserva-se facilmente em fardos ou simplesmente depositado em local abrigado, E” rico em cellulose, que augmenta, quando a fenação é feita muito depois da floração. Contém apenas LO as de agua: (Os fenos mais conhecidos entre nós são compostos de uma só ou de duas qualidades de plantas, raramente apresentando uma mistura complexa de varias, dependendo portanto seu valor exclusivamente do da planta predominante. E” a seguinte a composição dos fenos mais communs entre nos: I0D partes contêm os seguintes | es ARA e Ê ER Materias minera 5 princípios nutritivos digestiveis |. sa Designação Ea Ega ido : | | | | = | : | e E] M. Ar | M.G. |M.H.C. ToraL Cinzas POP Cal = — ! | | | | | | | | Feno de jarasuá.......s uso. 81.00 | 4.160 0.630 42.140 | 47.800 | FA ZãO! | O:IS0 | O-S80 | | | | | | | » | ONtONbbTEL o 00d alo mpbo aviao 78.90 | 6.070 | 1.000 40.300 | 49.000 | 8.910 | 0.260 | 0.550 | | | » UCA a Pla eo o osso 75.14 | 4.810 | 0.780 | 45.142 | 50.750 | = 0 | | — | || | | » » graminha seda......... TE O A.4I0 | 0.670 | 42.800 | 48.810 | 6.810 | o.160 | 0.480 | | | | | | | » » capim favorito........ | 79-50 | 6.040 O.810 | 37.460 | 45.440 | 5.700 | 0.210 | 0.470 | || | | DUO à | | | | | » Ea api ai todo ea o feNai a RN pano aa 84.00 | 10.000 I.000 | 33.500 | 45.900 | To IO 0.650 2.520 | | | | | || Estas e ainda outras gramineas nossas prestam-se, pois, para O preparo do feno de qualidade, desde que se faça o córte no momento da floração ou antes e que não sobrevenham chuvas durante a fenação. As experiencias a respeito feitas durante oito annos, aqui e em S. Paulo, com os capins nacionaes: jaraguá, gordura, chloris virgata e iavorito têm sido favoraveis dando fenos muito bem acceitos pelos animaes. Pela composição chimica acima vê-se que sua riqueza em materias azotadas varia de quatro a seis por cento, ao passo que para o feno de alfafa, mais rico, ella vae além de 10º|º. Observa-se egual- mente que este ultimo feno é muito rico em cal e acido phosphorico ; dahi a razao do valor superior que se lhes dá para alimentação dos animaes em crescimento ou producção. O coefficiente de digestibilidade dos fenos varia muito, segundo sua! qualidade sendo embmedia dem ate: Praticamente, o julgamento da qualidade de um feno depende de sua cór, de seu aspecto, do aroma agradavel e sabor doce, do estado de conservação, da edade e variedade das plantas que o compõe, REVISTA DE VETERINARIA E ZOOTECHNIA 1453 a a a AS AS AS a a a Sa SS SS Va NS Na a a AAA A A A Aa Da ct DD o a DD q DD sabendo-se que é no momento da floração que os capins alcançam maior valor nutritivo. O bom feno não deve conter muitas plantas lenhosas ou nocivas. Sua digestibilidade está na razão inversa da quantidade de cellulose, que contém, e augmenta com a da proteina. Deve ser da colheita do anno, porquanto com o tempo diminue muito seu valor. Molhado, durante a fenação, ou depois, perde até 20º/º dos principios nutritivos. Para as vaccas leiteiras, o feno é um alimento salutar, de primeira ordem, tornando-se até indispensavel, não sómente pelos principios mutritivos que encerra, mas ainda porque exerce sobre us funcções digestivas uma acção estimulante, devido à presença dos principios aromaticos nos capins que o compõe. Basta aqui lembrarmos o que foi dito sobre a influencia dos principios aromaticos sobre a secreção lactea, para se avaliar a necessidade de sempre incluir-se na ração uma dóse de feno. Sua addição à ração é egualmente vantajosa, para diminuir os mãos effeitos de uma alimentação insipida e muito aquosa. E” distribuido aos bovinos em dóses de 2 até 15 kilos por dia e cabeça, convindo reduzir a dóse à estrictamente necessaria, quando elle fôr de qualidade inferior, completando-se então a ração com o verde ou alimentos concentrados. “Aproveitamo-nos da opportunidade para aconselhar aos criadores o emprego do feno nacional composto das principaes gramineas citadas, substituindo assim senão toda pelo menos parte da alfafa, cujo preço por kilo não raro attinge a 2co e 300 réis. O criador assim procedendo poderá effectuar grandes economias, chegando mesmo a produzir o feno nacional por 50 ou 60 réis o kilo. Em uma experiencia realizada no Posto Zootechnico [ederal no anno passado, com 12 vaccas leiteiras, com o fim de se estudar o valor comparativo do feno de gordura e do de'jaraguá, foram substituídos na ração, no segundo periodo, tres kilos de feno de gordura por egual quantidade de feno de jaraguá. Desta substituição resultou, no fim da experiencia, uma diminuição attribuida ao feno de Jaraguá, em média, por dia e cabeça, de ok.407 de leite e ok.or8 de manteiga, mas em compensação as vaccas augmentaram de peso, na razão de 1k.116 por dia e cabeça. Póde-se, pois, considerar o feno de capim gordura como mais favoravel à secreção lactea e o de jaraguá, ao contrario, coro mais proprio para a engorda. Esta indicação, de alcance pratico, permitte ao criador dar preferencia a um ou outro dos dois fenos, conforme o estado em que se encontram suas vaccas. (Contimia ). NM. Athnassof. 144 MINISTERIO DA AGRICULTUKA, INDUSTRIA E COMMEKCIO RAÇA BOVINA DE VAL DE CHIANA CHAMADA TAMBEM « RAÇA GIGANTE CHIANINA » Origem e historia — A raça bovina de Val de Chiana (bos tauros brachaceros — Diirst) confome Sanson e seus discipulos, é originada pelo cruzamento da raça asiatica (podolica) antigamente introduzida no logar hoje chamado Val di Chiana, e a raça jurassica, escolhida para melhoral-a. Os dados historicos, porém, não confirmam essa hypothese. Sanstn baseou as suas afirmações sobre os caracteres do Bos Frontosus, que apresentavam algumas conformações craneanas dessa raça, mas os mais recentes e geniaes estudos de Diirst, sobre a origem das fórmas domesticas, levariam a suppor que o typo jrontosus é o producto do cruzamento entre o macrocero e.o brachicero. Assim, tambem teria herdado os caracteres do typo frontosus não pela missão do sangue qurassico, mas pela união entre brachiceros e macroceros e pela acção modificadora do meio. Si não nos é dado estabelecer de um modo positivo a origem dessa raça, podemos, porém, affirmar em absoluto que ella existe na zona citada desde tempos immemoriaes. Os Etruscos e os Romanos possuiram dois typos de raça bovina: uma, de chifres pequenos, pello branco e grande corpo, mui procurada para os sacrificios religiosos, e outra, mais rustica, de pello ruivo e com chifres mui desenvolvidos. | No declinio do imperio remano, abolido o culto de Jupiter e dos deuses pagãos — que muito tinha influido e animado a criação do gado de pello alvissimo, sobrevindo as invasões dos barbaros, impaludado o valle (Cfr. Dante — Divina Comedia — XXIXC. Infernc) sobre- pujou a raça mais apta à vida rustica e aos pastos palustres, isto é, a ruiva e aquella hoje conhecida sob o nome de maremmana, certamente produzida por cruzamentos entre as diversas formas bovinas existentes no valle e as zonas limitrophes, sendo os brachiceros alvissimos, finos e delicados muito mais escassos, mas muito mais apreciados nas melhores zonas quer sob o aspecto agricola quer sob o aspecto salubre. As vicissitudes dessa raça estão intimamente ligadas às vicissitudes da zona, fertil nc periodo etrusco, palustre e doentia durante quasi dezencve seculos, saneada, aterrada e recultivada em 1800, e, desde meiado do seculo transacto, sadia e fertilissima. Naturalmente a transformação rapida do valle produziu alterações no gado existente. esnJaq Wa “OLISY Jo9dng Ojnyjsuj “Y OP « BUIJES2O Y » Ppuazey ep opepondolg (“Sid G76 “A OSod) Sazom ZE ap “euiueiyy váei ap oJnoj “O7HLO | - "REVISTA DE VETERINARIA E ZOOTECHNIA 145 ça a a Da ça a a aà ÃO AA a A raça actual foi se reconstituindo "desde 1830, especialmente pelos esforços da administração des bens da Corôa, graças 4 abundante “alimentação, à hygiene, à 'estabulação aprimorada e à selecção dos individuos, que ainda conservassem de modo notavel as qualidades de finura tão apreciadas desde a época dos sacrifícios religiosos. Area geographica — A zcna originaria desta raça está encravada nas provincias de Siena e Arezzo, estendendo-se até comprehender pequena parte da provincia de Perusa. Ella diffundiu-se pela Toscana, em Val d'Arno superior e inferior, estendendo-se até as campinas pisanas e pela Umbria até as planícies do alto valle tiberino e seus “afluentes quasi até Cittá di Castello e Todi. Constituição geologica do sólo — Ao sudéste de Arezzo apparece superficialmente uma extensa formação oceanica de arenarias e de schystos arenario-marnoso, que se encontra tambem nos outeiros de Castiglione Fiorentino. Ao longo do valle de Chiana desde Cortona a “Torontola abundam as aluviões antigas e recentes, que se estendem até Sansavino, após ter rodeado ao norte de Iviano, as argillas, os saibros e as conglomerações do Plyocenic maritimo. O Plyocenio lacustre encontra-se ao norte do lago de Chiusi, ao passo que o outeiro de Castiglione, formado pelos calcareos cretaceos, emerge dos depo- sitos do Quaternario recente, que rodeia toda a parte occidental do lago Trasimeno. Nota — Estimei de alguma utilidade citar estes apontamentos sobre a constituição geologica dcs terrenos onde se cria a raça bovina de Val de Chiana, porque os criadores brasileiros podem se orientar melhor sobre as zonas a escolher, sempre que se animem a introduzir e criar esta raça de gado, que promette um resultado econcinico- zootechnico positivo e proveitoso. “Dados estatisticos — Deste gado, espalhado nos differentes pontos da Toscana e da Umbria supra-citados, se conhece 'tãc sómente o numero indicado pela estatistica de 1908, isto é, 50.000 cabecas em numeros redondos: naturalmente nos ultimos cinco annos “este algarismo é muito mais avultado. Caracteres morphologicos -- Este gado é de grandes dimensões. A sua altura varia desde ms. 1.70 a ms. 1.90 nos bois. O seu typo é dolicomorpho e falta-lhe ás vezes a coordenação harmonica das massas. O grande biologista e zootechnico Leyder, os classificou — os gigantes da especie. O seu enorme volume tende a augmentar sempre mais nos terrenos de alluvião, ao passo que fóra desses terrenos perde um pouco da sua massa, adquirindo, porém, maibr harmonia nas fórmas. | Ro No 19 146 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO aa id dá de ci a dc a a a Assim na Umbria apresenta menor altura e fórmas maish recolhidas, devido em parte às influencias mesologicas e em parte , talvez a maior, à acção dos criadores, que adquiriram em Chiana os. seus reproductores, intelligentemente escolhidos entre os individucs de. membros mais curtos e corpo mais largo, proporcionando assim uma. opportuna selecção, que visa particularmente harmonizar as fórmas nos productos. Os tauros de Chiana teem a cabeça levemente brachicefala e dolicoprosopa, relativamente pequena, com perfil direito, ligeira depressão no começo do nariz, syncipites em fórma de M, ornamentado por um pequeno topete de pellos finos. Os chifres são curtos, uns 20 cu. 25 centimetros apenas, dirigindo-se primeiro aos lados, depois para traz e finalmente ao alto. O pavilhão auricular é geralmente grande. (O pescoço é curto, musculosc, robusto, assas proeminente. A barbella muito desenvolvida. O corpo muito comprido, cylindrico, de costelas bem arqueadas. A linha dorso-lombar geralmente sellada. Este caracter constitue um defeito, mas é um defeito de somencs importancia) attendendo-se a que não é devido a um enfraquecimento da columna vertebral, mas é a resultante necessaria do grande desenvolvimento: das apophyses espinhaes das primeiras vertebras dorsaes e das sacraes, como não se verifica em outra raça nenhuma. Os criadores, porém, com | meios cpportunos e intelligentes selecções, estão corrigindo este defeito | e é de esperar que elle desappareça completamente. A garupa é bem modelada, larga e comprida; os membros, muito | compridos, esforçando-se os criadores para obtel-os mais curtos e mais grossos; optimos os aplombos anteriores, bons os posteriores; a pelle finissima, caracteristica das raças de facil engorda. Pigmentação — O pello é branco e de tonalidades difterentes, consoante: os: reflexos e a cor da; pelle O focinho, a lingialfpame livre e núa) os beiços, os hepitelios e contorno dos olhos, o floco da cauda, o anus, a vulva, o fundo do escroto, são pretos assim como a ponta des chifres e os cascos. Estes caracteres devem ser sempre exigidos nes individuos escolhidos para a reproducção, recusando-se aquelles que os não possuirem. Um facte muito interessante é que estes bovinos transportados em outros terrenos, fóra daquelles considerados como berço da sua raça, não é raro apresentarem pellos negros no pescoço, focinho, antebraços e joclhos, ae passo que no seu meio originario é rarissima essa anomalia. Dão-se tambem cases, excepcionalissimos na verdade, em que se encontram algumas pequenas manchas de pellos levemente ruivos; c isto explica-se como um retorno atavico a um periodo anterior AP Ae Fi ROMANA, vacca de raça Chianina, de 7 annos. Criação dos Irmãos Di Frassineto EC gr E Ego: ; A Pat Gp E REVISTA DE VETERINARIA E ZOOTECHNIA 147 aà AA ao imperio romano, pois que dessa época em diante, em trecho nenhum das obras litterarias, historicas, scientificas ou philosophicas, se faz menção destes bovinos tendo pequenas manchas de pellos ruivos. Os bezerros, ao nascer, são de pellos ruivos, da cor do trigo, como todas as raças podolicas. Aptidões — Esta raça é para corte e para trabalho. Como raça de trabalho dá-se muito bem nos terrenos scltos das planicies, porque o grande comprimento das alavancas osseas favorece a velocidade e não a intensidade das contracções musculares. Todavia, em Chiana, com duas juntas de bois, se póde arar em menos de tres dias um hectare dé terreno na profundidade de 35-45 centimetros. Quanto ás suas aptidões para o córte, é a primeira raça da Italia e é considerada entre as melhores do mundo inteiro, em virtude de dois requisitos indispensaveis que possue, isto é, grande precocidade de desenvolvimento e extraordinario poder assintilativo. A rapidez da sua engorda, submettido ao regimen da superalimentação, é realmente admiravel, o que a faz preferida pelos cevadores que encontram no gado Chianino um incomparavel accumulador de carne e de gordura. emp zeros do nascer tcem um peso médio; equivalente a 48 kgs. os machos, e 45 kgs. as femeas: assumem um accrescimo tão rapide, que durante o primeiro mez póde oscillar de 30 a 50 kgs. e tambem superal-o. No primeiro anno de idade os vitellos (castrados) chegam ao peso de 4co-sc0 kgs. e aos dois annos ultrapassam 800 kgs. Nos annaes do Instituto Agrario Superior de Perusa é consignado o facto de um vitello que tinha feito só a primeira muda, pesar 892 kgrs. Nas exposições pecuarias annuaes de Florença os bois acecusaram os seguintes pesos: Ebro og um boi” pesou... .. 2.0... A OA los 99 19 ss bh) 18 105 Mr Rd o RC DD DR IL OR “1 Trroro (6 DR ARE E IRA Ricos 7 * Co e o PR LADO Os touros têm o peso médio de 850 a 950 kilogrammas e as Naecas; de 650 a 750. O rendimento em peso liquido é sempre muito elevado, variando de 58 a 65º|º, e chegando nos vitellos e nos bois a 72º|º, porcentagem não inferior áquella a que podem alcançar os melhores exemplares das raças especializadas. Não se julgue, porém, que este alto rendimento seja devido ao excessivo desenvolvimento dos ossos, mas é tão sómente o fructo das suas amplas massas carnosas e dos intestinos pouco volumosos. 148 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO Systema de criação — Nesta raça colossal nctam-se ainda alguns defeitos, embora com tendencia a desapparecerem, e devem-se attribuir a duas causas: primeira, ao excessivo trabalho a que sempre foram submettidas as vaccas; e, segunda, à imercia forçada imposta aos bezerros, que, sempre amarrados nos estabulos, se resentem em absoluto da necessaria gymnastica funccional que é tão precisa na sua idade. Desde alguns annos, porém, se está providenciando afim de eliminarem-se: esses inconvenientes. A duração do aleitamento dos bezerros varia de quatro a seis mezes. A castração dos machos pratica-se entre os tres e os quatro mezes de idade, favorecendo por tal fórma o alongamento dos raios osseos. Os touros são destinados à reproducção aos 15 ou 18 mezes de idade e as femeas aos 16 ou 20. Os touros deixam-se padriar até aos cinco annos, no maximo, ao passo que as vaccas são conservadas na reproducção até aos II ou I2 annos. Existe desde vinte annos um bem organizado Herd-Book desta raça, e cs touros são muito procurados em toda parte. Esta raça não possue a potencialidade muscular para o trabalho, tão peculiar à raça Romanhola; não tem a resistencia necessaria aos trabalhos duros e fatigantes nem supporta as privações de boas forragens, como se dá com a raça maremmana, mas nos terrenos soltos corresponde bem ás exigencias da lavoura, e, o que mais importa — devido à sua precocidade, ao seu volume, antes unico que raro, ao seu maravilhoso poder assimilativc — torna-se uma verdadeira machina accumuladora de carne, que em poucos annos não terá rival, destinada a formar a admiração dos criadores do mundo inteiro. Os criadores brasileiros, que dispõem de terrenos convenientes e de forragens abundantes e variadas, precederão acertadamente, eu o creio, firmando a sua attenção sobre “os gigantes da especie bovina”, Março, I9IA. Dr P. Foschin Medico Veterinario. esnJaq Wo “OBISY JotJadng ojnyysuj “4 Op « Buijeseg y » epuazes ep opóviiy ('siBy DJ] 0sad) souue G ap puIucIyo BÍci op vodca 'YI9UY N q J BRA REVISTA DE VETERINARIA E ZOOTECHNIA 149 ça ÃO AO a ASSUMPTOS DE BIOLOGIA E ZOOTEGANIA GERAL E SELECÇÃO No capitulo anterior passamos uma vista geral sobre a selecção. Salientamos que a palavra selecção é usada em sentidos bem differentes e constatamos algumas contradições bem nitidas no emprego da palavra. Geralmente emprega-se a palavra selecção em processos usados na pratica, sem lembrar-se da sua origem e do primeiro emprego da mesma, | Promettemos estudar a selecção como deve ser, e é hoje scienti- ficamente empregada, especialmente na Phytotechnia, e tambem menos frequentemente na Zootechnia. Vamos nos occupar dos meios de selecção, debaixo do ponto de vista scientifico. Um destes meios consiste no conhecimento dos factos histologicos que se passam na propagação dos animaes bem como das plantas. Teremos por conseguinte de estudar um pouco estes elementos histo- logicos, apezar de muitos leitores estarem orientados neste assumpto. A maior parte, porém, não conhece a importancia que têm estes factos com a hereditariedade e a variação, nos quaes se basêa a selecção. Por conseguinte julgo importante dar alguns dados da histologia para melhor serem comprehendidas as theorias modernas da selecção. Estas theorias nos ultimos se têm baseado, em grande parte, no estudo das reacções cellulares. DADOS HISTOLOGICOS Os elementos de tim organismo, animal ou planta, são chamados cellulas. Estes elementos geralmente só podem ser observados com augmento forte, isto é, ao microscopio. Se tomamos uma gotta de sangue (*) e a espalharmos sobre uma lamina de vidro para em seguida olhal-a no microscopio com augmento de umas 200 vezes, veremos corpusculos redondos fluctuar em um liquido, os globulos de sangue. Se escolhermos o sangue de passaro ou de reptis, peixes, etc., (Fig. 1) facilmente verificaremos no centro destes corpusculos, uma manchasinha que se differencia claramente do resto. (Fig. 14). (*) A palavra «sangue» histologicamente tem outro sentido que na zootechmnia. Fscolhemos O sangue como exemplo histologico por possuir cellulas separadas. 150 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO LNLS LL SSIS SS SSIS SS SS SS AS SS DS AS SS SS SS SS SS SS SS A a ps“ Esta manchasinha é o nucleo da cellula de sangue, que se chama crythrocyto. No sangue, porém, veremos outras cellulas, que não têm a mesma fórma, não são nitidamente redondas, mas bem de fórma variavel, (Fig. 1B) irregular e nas quaes, em certas condições, se póde observar o movimento. Este movimento é caracterisado no pro- longamento da cellula, na emissão de um ramo que se fixa na parede, porta-objecto, e que arrasta depois toda a cellula. Estas cellulas são os leucocytos, cellulas incolores, ao passo que as outras são vermelhas, razão porque foram chamadas corpusculos vermelhos do sangue. Se tomarmos um pedacinho de figado fresco, fazendo nelle uma incisão e raspando levemente a superficie, para em seguida examinar um pouco da massa, no microscopio, veremos facilmente mma grande quantidade de cellulas, cellulas de gado misturadas ainda com sangue. Assim cada orgão é composto de cellulas, cellulas estas que são diffe- rentes entre si na fórma e funcção, conforme a funcção do orgão. Tomando-se uma gotta de agua podre, deixando-se, por exemplo, um pouco de feno em agua durante uns oito dias, e examinando-se este Hquido no microscopio, se encontrará uma grande quantidade de cellu- las fluctuando na agua, com movimento muito rapido e muito grotesco. São animaes pequenos, formados de uma só cellula, infusorios. O característico de todas essas cellulas é o corpo. isto é, o proto- plasma, e no centro, um corpusculo, o nucleo. A cellula é envolvida em uma membrana, a membrana de cellula. Bem assim o nucleo acha-se separado da cellula por uma membrana, pela membrana de nucleo. O corpo da celiula é composto de uma massa semi-liquida, chamada protoplasma. As albuminas contidas no protoplasma por parte acham-se em solução, por outra parte em estado mais ou menos solido, fluctuando na parte liquida. A membrana: do nucleo envolve uma massa corpus- cular, que se chama chromatina e que tem o papel mais importante nos problemas biologicos e zootechnicos. Esta chromatina fluctua em um liquido da mesma maneira como no protoplasma fluctuam particulas no sueco protoplasmatico. Com methodo especial e em certas phases da vida dessas cellulas, póde-se notar ainda um corpusculosinho muito pequeno adherente à membrana do nucleo, o centrosoma. Estas partes todas podem ser vistas directamente no microscopio; porém, a differenciação destas varias partes é bastante difficil e exige muito habito. Tem-se experimen- tado colorir as cellulas com tintas, e verificou-se que as cellulas tomam córes distinctas, conforme as differentes substancias. A maior parte das tintas de anílina, por exemplo, coloram fortemente o nucleo, isto é, : no ; e a RR REVISTA DE VETERINARIA E ZOOTECHNIA 151 id dd dd DD a especialmente aquelles corpusculosinhos chamadcs chromosomas. As cellulas, para o fm da coloração, precisam-se fixar, isto é, antes de empregar-se a tinta, ficam introduzidas em um meio venenoso, como alcool, sublimado, acido chromico, picronitico, etc. Geralmente podemos dizer que a cellula não se tinge senão depois de morta. (Algumas poucas tintas fazem excepçãc, tingem sem matar a cellula, por exem- plo, o azul de methyleno). Empregando-se este processo de estudar as cellulas, foram feitas as maiores descobertas, especialmente a respeito do nucleo. Viu-se que uma cellula, em certas condições, fica com a membrana nuclear dissolvida; viu-se que em outras cellulas, nas mesmas condições, a massa nuclear, isto é, a chromatina divide-se em duas partes (fig. 2); viu-se que estas duas partes, após a separação, formaram outra vez uma membrana, de maneira que a cellula continha dois nucleos. Mas, no mesmo momento observou-se que a cellula toda segue o mesmo processo; a membrana da cellula fica restringida, arrochada, e a cellula divide-se em duas, encerrando sempre cada cellula um dos dois nucleos recem-formados. Este processo de divisão é o mais simples e assim encontra-se em algumas cellulas. Hoje, porém, suppõe-se que todas as divisões de cellulas são mais complicadas. O processo descripto chama-se amitotico. Se nos lembrarmos que um animal, melhor organizado, um vertebrado, por exemplc, se propaga, deveremos encontrar o mesmo processo de propagação acima descripto. Aquellas cellulas em divisão, temos de encontrar em um orgão especialmente dedicadc' à propagação, nos ovarios, nos ovos ou ovulos. Sabemos que nestes animaes supe- riores, cada propagação exige uma fecundação, isto é, c ovulo ou ovo só se desenvolve depois de fecundado por um macho. Na femea encon- tramos a cellula de propagação em fórma de ovulo, ao passo que no macho temos uma cellula especifica para o fim da fecundação do ovulo, o espermatozoide. Unindo-se estas duas cellulas em certas condições, resulta a fecundação e, em consequencia, a formação de um novo ser. O ovulo, como já dissemos, tem nada mais nos caracteres elementares do que as cellulas descriptas acima; porém, o processo da multiplicação e da divisão é bem differente. O espermatozoide tem uma fórma especial, comparavel a uma cobrasinha muito movel. A cabeça fórma a cellula, propriamente dita, sendo a cauda o orgão de locomoção. Vamos ver mais de perto a formação destes dois elementos essenciaes para a reprodução. 152 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO Pas A MATURAÇÃO DO OVO 1) — Divisão mitotica do nucleo — Os nucleos dos seres supe- ricres e de muitos inferiores não se dividem tão simplesmente, isto é, a divisão do nucleo não se dá pela simples divisão em duas partes eguaes. Na divisão destes nucleos, em seguida da cellula, nota-se no nucleo a formação especifica da substancia chromatica daquelles cor- pusculosinhos que se coloram intensivamente com tinta de anilina, As figuras 3 e 4 mostram o processo eschematicamente. Nota-se que esta chromatina se colloca em fórma de fios e, no exame mais minucioso, póde-se verificar que o numero destes fios é quasi sempre o mesmo na mesma especie de animal. Devemos lembrar-nos por conseguinte, que o nucleo, antes de proceder à divisão, transforma toda a massa chromatica em um numero limitado e característico de chromosomas. Nesta época, o centrosoma que mencionamos, principia a dividir-se (Fig. 34). Separam-se os dois nucleos; solve-se a mem- brana do nucleo; os centrosomas vão em opposição, formando dois corpusculosinhos polares e os fios chromaticos agrupam-se no equador. Em seguida verifica-se a formação de fiosinhos muitissimo tenues, pelos quaes os fios chromaticos intercommunicam com os centrosomas. Pouco depois, verifica-se a divisão dos fios chromaticos e, o que é muito essencial, uma divisão longitudinal dos chromosomas. Após esta divisão, ambas as partes separam-se, parecendo serem attrahidas pelos centrosomas, e formam dois nucleos, como os vimos rna divisão amitotica. | O característico desta divisão é a divisão longitudina! dos chro- mosomas, e, como veremos mais tarde, acreditando-se que os chro- mosomas são os portadores da massa hereditaria, seria garantida pela divisão longitudinal, uma divisão bem exacta das qualidades do individuo. Cumpre notar que nesta divisão, ambos os nucleos ficam outra vez com o mesmo numero e com o mesmo quantum de chro- matina. | 2) — Divisão na maturação dy ovo — A maturação do ovo mostra característicos bem importantes, característicos estes que provam por parte, que effectivamente a chromatina do nucleo. é portadora da massa de herança. O ovulo primitivo é uma cellula do ovario, que vae desenvolver-se em um ovo. Este ovo fica, como sabemos, fecun- dado pelo espermatozoide, (Fig. 3 G, H, 1) sendo que esta cellula macho penetra no ovo e diffunde a sua chromatina com a do ovo. Conforme acima verificamos, cada especie de animal tem um numero característico de chromosomas. Se se desse o caso de ser intro- duzida mais chromatina ou numero identico de chromosoma no ovulo, Fig. 3 o TER e REVISTA DE VETERINARIA E ZOOTECHNIA 153 LIL S SSL SS SSL SL SS SSL LOS A AAA A AAA RA A A AA AA AA Aa o resultado seria uma ampliação do numero bem como da massa chromatica, facto. este que não estaria em. coincidencia com as theo- rias actuaes. 4 maturação do ovo é caracterisada justamente pela eliminação da metade da massa chromatica, assim como a fermação dos espermatozoides caracterisa-se pela eliminação da metade dos chro- mosomas paternos. | ; | Na maturação dá-se esta eliminação do modo seguinte (fig. 3): O nucleo do ovo fórma chronosomas; o centrosoma divide-se como acima descripto e da mesma maneira dá-se a divisão dc nucleo. (A e B). Porém, antes de se formar a membrana do nucleo, divide-se este ultimo outra vez, e neste caso, a divisão realiza-se de maneira que a metade dos chromosomas não experimentam divisão longitudinal, do que resulta a diminuição do numero de chromosomas até a metade. (E). Effectuada a primeira divisão, uma parte afasta-se do centro do ovo, fica eliminada do ovo e fórma um ovulo abortivo. (Da). Este cvulo abortivo divide-se mais uma vez, tambem sem divisão longitu- dinal dos chromosomas. Na segunda divisão dos chromosomas do nu- cleo, tambem é eliminada do ovo uma parte, que fórma o terceiro ovulo abortivc. Estes tres ovulos abortivos carregam uma quanti- dade minima do protoplasma do ovo e a metade dos chromosomas. Elles morrem pouco tempo depois. O ovulo, assim fórma uma cellula com à metade do numero dos chromosomas. da especie. 3) Espermatozoa. (Fig. 4). A cellula reproductora paterna é, como vimos, o espermatozoide, e este espermatozoide, na fecundação, ha de carregar a metade sómente do numero dos chromcsomas da sua especie. (O) processo desta reducção é o mesmo que vimos na mattração do ovo; porém, com a differença importante, que não se formam esper- matozoides abortivos, analogamente aos ovulos abortivos, mas bem quatro cellulas identicas, (Fig. 4 G e H) todas quatro coma mesma quantidade de substancia protoplasmatica e todas quatro com vita- lidade. A reducção do numero dos chromoomas faz-se como segue: Formação dos chromosomas, divisão dos centrosomas, divisão longitudinal dos chromosomas, separação em dous nucleos que rapi- damente, sem formar cellulas, se dividem outra vez em duas partes, cada parte carregando a metade do numero dos chromosomas. Assim resultam espermatozcides dotados da metade da massa chromatica ou da metade da herança de propriedades paternas. 4) Fecundação. (Fig. 3 G, He 1). Esta realiza-se pelo encontro do espermatozoide com o ovulo. Dado este momento, o espermatozoide penetra na cellula e dirige-se contra o. nucleo. Fica absorvida a mem- brana nuclear e a massa chromatica paterna mistura-se com a massa R. V. 20 154 MINISTRRIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO chromatica materna. Geralmente, a diffusão das chromatinas é com- pleta, de maneira que não se pode mais verificar a sucção de chromo- somas paternos e maternos. Misturada a massa chromatica, cuja mistura succede pela destruição dos fios chromaticos, verifica-se as divisões dc: nucleo da fórma já descripta. Dividem-se as cellulas que, formando grupos cada vez maiores, pouco a pouco tomam a fórma de um embryão. Este desenvolvimento do embryão, isto é, o desenvolvi- mento do ovulo até distinguir-se a fórma do embryão, é muitissimo importante, pois liga-se a estes estudos a le» phylogenetica que tambem para o zootechnista tem importancia muito grande, lei esta que diz que no vertebrado, o embryão ha de passar todas as phases dos anite- passados, ou seja, uma recapitulação da formação da especie, resumida em algumas semanas. (Verifica-se, por exemplo, a formação de ra- nhuras branchiaes nos vertebrados durante alguns dias; verifica-se a collocação typica do coração perto da cabeça, o arrastamento do nervus recurrens na occasião em que, no vertebrado o coração se afasta para a cavidade thoracica). Sobre este assumpto convirá fallar em outro artigo, pois muitos caracteristicos teratologicos e atavisticos são ligados a esta lei. Os acontecimentos, segundo o esboço que acima damos, da histo- logia da ovulo e do espermatozoide, bem como da divisão, isto é, multi- plicação destas ceilulas, são visíveis no microscopio, parte directamente, parte após colorações especificas. O estudo da nucleo, empregando-se os varios meios de coloração, revela muitos detalhes, quer no plasma do nucleo, quer nos chromosomas. Quasi cada autor que se occupou com o estudo do nucleo, descobriu corpusculosinhos novos que andam com nome especial, de maneira que, querendo-se tomar em consi- deração todas estas descobertas, já resultaria uma obra grande sómente em respeito a esta parte do nucleo. Muitos autdres têm descripto deta- lies que outros não acharam, ao passo que estes descreveram os mesmos detalhes sob outros nomes. Julgo que a classificação desses corpusculos é uma questão muita individual, dependendo especialmente dos meios empregados na coloração e do methodo de observação. Em todo caso temos de suppor que chromosomas, ou melhor, as massas chromaticas, são compostas de corpusculosinhos de tamanho malecular, invisiveis quando separados, ou então apenas visíveis quando impregnados com córes. Estas massas chromaticas, chimica- mente, sao albuminas phosphatadas, da serie das proteinas, e bastante caracterisadas. Estas proteinas encontram-se especialmente em tecidos muito ricos em nucleos, como no figado, no baço e nas glandulas: Nucleos isolados mestram uma grande porcentagem desta substancia REVISTA DE VETRRINARIA E ZOOTECHNIA 155 que, como foi provado, se colora identicamente à chromatina. Assim, chimicamente, foi provada a identidade da chromatina com uma certa e bem definida proteina (nucleo-proteides, que sempre são caracteri- sados pelo conteúdo em acido phosphorico) e com um outro grupo que, pela decomposição, fornece acidos puricos, ficando uma aibumina “sem acido phosphorico, comparavel com as albuminas do protoplasma da cellula. Importa lembrar-se deste facto que revela que a chromatina não é albumina simples, mas sim, albumina rica em acido phosphorico e substancia purica; por conseguinte, uma albumina bem complexa. Na chimica, pôem-se as moleculas como os ultimos fragmentos ja não mais divisiveis sem aiteração da composição, ccmmposição esta dada por um agrupamento de atomos, no nosso caso de carbono, oxygeneo, azoto, phosphoro, como elementos essenciaes. Estas mole- culas, suppõe-se, preenchem na chromatina uma funcção na heredita- riedade, pois ellas compõem a chromatina e os chromosomas, que tão cuidadosamente são tratados pelo corpo. Factos physiologicos em relação ao problema. A histologia do nucleo não é capaz de dar detalhes mais minuciosos da chromatina, pois a visibilidade de um corpo no microscopio commum não passa de 0,00C1 mm. Reconhecida a chromatina comc portadora da massa hereditaria, e sabendo-se que um individuo tem innumeras propriedades a serem transmittidas, deve-se suppôr que dada uma destas propriedades esteja ligada a um corpusculo chromatico que se encarrega da transmissão e da conservação dessa propriedade. 1” o plasma germmativo que em nome geral se incumbe desta transmissibilidade, e que histolesicamente chamamos chromatina. Numerosas são as theorias sobre o methodo desta transmissão. Mas qualquer que seja a theoria, ella vem basear-se no facto, que propriedades paternas são transmittidas mais ou mencs exactamente aos descendentes, e como estas propriedades provêm de ambos cs país, como o filho ás vezes não mostra propriedades ncta- das nos pais directos, mas sim, que caracterisavam os avós, tem-sé de suppor que minuciosamente foram misturadas as massas chroma- ticas para não serem perdidos (talvez nos ovulos abortivos) certos caracteres. De facto, a mitose garante uma mistura completa do plasma germinativo. Para fallar vulgarmente, podemes comparar o processo de mitose com a fabricação de linguiça. Misturada a massa (pedacinhos de gor- dura e carne), passa depois a ser misturada em fórma de linguiça, e, comparado com a mitose, esta linguiça seria dividida longitudinalmente, para já não acontecer o caso de ficar de um lado, como seria possivel 156 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO NAN NA ANN Nà NEN NENE NE NINA NATAS NE NANA NE NA NE NE NAT NE NA ENTANTO ENE NL NTE NT na divisão lateral, pelo meio, uma composição differente, talvez uma camada transversal, sem que a outro lado (outra cellula) recebesse uma porcentagem correspondente. Esta divisão longitudinal garante a continuidade do plasma ger- minativo na sua qualidade. Assim pode-se comprehender que mesme durante algumas gerações, propriedades podem ficar latentes, para opportunamente serem, conforme as condições, fortalecidas de modo a reapparecerem. Assim póde-se comprehender que em cruzamentos persistem, durante muito tempo, o plasma germinativo do primeira cruzamento, e o modo de fallar em sangue (meio sangue) histologi- mente tem fundamento pelo facto de se dividirem mitoticamente os ovulos e espermatczoides. Estes e muitos outros factos permittem a conclusão, que o nucleo (nos seres superiores) tem a missão essencial de garantir a continui- dade da especie, ou a continuidade do plasma germinativo. Coma vimos, o ovulo é composto, além do nucleo, de uma massa protoplasmatica, na qual o nucleo está mergulhado. Este protcplasma tem uma funcção mais conservadora para o nucleo e incumbe o plasma. da nutrição das massas chromaticas, ou, podemes bem dizer, da for- mação da chromatina. Este facto parece-me muitissimo importante, pois ele impõe ao protoplasma directamente uma funcção da heredi- tariedade. Da divisão do nucleo resulta que a metade da chromatina é elimi- nada; seja qual fôr o processe (mitotico ou amitotico), quantitativa- mente resulta metade da chromatina que qualitativamente não foi modificada. Esta metade, porém, ha de ser substituida, pois como vimos, a propagação das cellulas, continua e já depois de umas To divisões, a quantidade da chromatina seria diminuída cerca de 0,001, de maneira que a chromatina ia cada vez mais desapparecendo. Isto não se dá. Nota-se após cada divisão, uma reconstituição da chroma- tina de tal maneira, que os chromosomas resultantes são identicos com os anteriores da divisão. A massa chromatica, por conseguinte, repro- duz-se. Póde-se bem objectar que as moleculas de chromatina se dividem; porém, a massa que as compõe, ha de ser arranjada ahi, e o unico meio de arranjal-a, é suppondo como fabricante e fornecedor do material: o protoplasma da cellula. Este facto histolegico é impor- tante, pois, tem-se de attribuir assim tambem ao protoplasma (soma- toplasma) uma funcção importante na hereditariedade. Se a chro- matina é fornecida pelo protoplasma, talvez até fabricada por elle, é claré que o estado deste protoplasma, a alimentação, todas as cireum- stancias capazes de influir este protoplasma, poderão ter, indirecta- O O o Fig. 4 e LR H REVISTA DE VETERINARIA E ZOOTECHNICA 157 a mente, uma acção sobre o plasma germinativo. Assim chegamos á importancia das condições externas para à hereditariedade, como mais abaixo será exposto mais detalhadamente, pois supponho que justa- mente este facto é dc: maior interesse para o criador brasileiro, a cujo alcance estão muito menos as condições internas (plasma germinativo “sangue” do que as condições externas do individuo (alimentação, tratamento, etc.). A relação entre plasma e nucleo, a relação entre condições externas e plasma germinativo preoccupam-me já ha muitos annos, e terei occasião de expor os resultados das minhas investigações. Prof. R. Hottinger Do Laboratorio de Biologia Geral e Zootechnia da Escola Polytechnica de S, Paulo. 158 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO CONTRIBUIÇÃO AS PSEUDO-PESTES NO BRASIL Os casos de morte, em grande numero, por uma molestia com. causa desconhecida, do gado trazido da importante e futurosa zona criadora de Guarapuava e Palmas, para os centros consrmidores do Parana, deram um desanimo completo na ultima primavera áquelles que se entregam a esta especie de commercio. | O anno passado não tendo havido materia para autopsia, nada pude apurar de concludente sobre a molestia; todavia, cheguei à conclusão que a morte só podia ser a consequencia de nerturbações graves no “tractus” digestivo do boi, tão complicado e tão facilmente perturbavel. Os symptomas mais pronunciados são bem conhecidos na região: o animal fica triste, com as orelhas cahidas, com os olhos fixos sem brilho e afundados; quasi sempre presa de uma grande sêde, empan- zina mais ou menos e morre em poucas horas. Fóra daquelles signaes, pude constatar que o choque da arteria facial era quasi imperceptivel e rapido, a circulação peripherica quasi nulla com resfriamento peripherico; constipação e parada nos movi- mentos do rumen acompanhavam sempre. Em algumas autopsias feitas observei no tubo digestivo o seguinte: conteúdo do “livro” secco e duro, quasi sem lesões das paredes, no caso de morte rapida. Em dois casos nos quaes a morte demorou alguns dias, havia inflammação franca das folhas do orgão e descolamento do epithelium, tambem com conteúdo resseccado. As mesmas lesões, em grão menor, achavam-se nas partes vizi- nhas do segundo estomago e do coagulador. O intestino vasto tinha alguma inflammação catharral. O rumen, nos casos de morte rapida, estava com excesso d'agua e de gazes. O sangue era muito espesso e bem coagulado. Eis o que se verifica. Logo duas questões se apresentam : qual a origem daquelles symptomas e lesões? Como se produz a morte que parece tão rapida ? A molestia provém de um complexo de causas a que tudo concorre: gado meio selvagem, de subito arrancado às pastagens, desorientado, em disparada por vezes durante horas e horas, em fileiras cerradas, fazendo uma viagem prolongada atravez do sertão com pouca agua e sem pasto, em uma primavera secca como a ultima. (Por ironia os boiadeiros chamam a estrada conredontes corrida”, po emtanto, elles attribuem a molestia a uma herva venenosa.) REVISTA DE VETERINARIA E ZOOTECHNIA 159 , Portanto temos falta de lastro liquido e solido no “rumen”, “surmenage”, inanição, intoxicação, etc., tudo isso durante muitos dias; por conseguinte impossibilidade da ruminação durante toda a viagem, seguido de paralysia do systema polygastrico. Um exemplo bem frisante mostrará com que facilidade o 1º,2º e 3º estomago se paralysam e se resecca o 3º Colin, fazendo a fistula dos canaes de Stenon, dois a tres dias depois, parou totalmente a ruminação. Dias após, na autopsia acharam-se massas duras no livro, embora durante todo o tempo os animaes, em experiencia, tivessem recebido agua à vontade. Demais, a histologia e a physiologia demonstram que o 1º,2º e 3º estomagos não permittem absorpção nenhuma, estando esta funcção reservada ao intestino delgado, pois os tres reservatorios paralysados e além disso o terceiro com seu conteudo endurecido, não deixam passar liquido nenhum para o intestino, embora os doentes bebam muito na sahida do matto. Os principaes symptomas, como a falta de circulação e resfria- mento periphericos, o afundamento dos olhos, a sede, etc., decorrem da diminuição da pressão sanguinea devida “á concentração” do sangue, resultado, de um lado, das privações e da perda, de outro lado da impossibilidade de renovar a parte dissolvente. O grande augmento da densidade do “meio interno” traz, após si, difficuldade na circulação, sobretudo dos orgãos das grandes funcções: funcção respiratoria, renal, etc., segue-se a auto-intoxicação pelas toxinas da desassimilação accumuladas, viciando a composição chimica do sangue. Estas perturbações physicas e chimicas tiram ao sangue as suas pro- priedades physiologicas de primeira necessidade para a vida. Depois, a sobrecarga do “rumen” paralysado e sem escapamento determina a difficuldade mecanica da respiração e vem precipitar a morte. O prognostico é fatal. Tratamento: tanto o curativo é aleatorio, quanto o preventivo é certo. A questão é de prevenir: ter estradas orladas de pastagens e boas aguadas; fazer as remoções com toda cautela, depois das grandes chuvas, quando a pouca pastagem e a agua chegaram ao maximo. Assim no mez de Fevereiro proximo passado foram insi- gnificantes ou nullas as perdas, quando estas chegaram a mais de metade, das manadas introduzidas no mez de Novembro ultimo. Acabará em qualquer tempo essa calamidade, depois da constru- cção da já projectada estrada de ferro para Guarapuava? Dr. Octavio Dupont Medico-veterinario da Fazenda Modelo de Criação do Paraná. UP NaN EM O MAPA PNG N ANa N a N PN a PM a A PPA AN A PA S ON APM a Na 160 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COUMMEKRCIO PELAS INSPECTORIAS NNE Na Na PN PM PM 2º Districto (Maranhão e Piauhy) O Director do Serviço de Veterinaria, Sr. Dr. Alcides Miranda, teve conhecimento, de accórdo com o boletim sanitario de Janeiro findo, enviado por esta Inspectoria, que contra o carbuncuio sympto- matico foram vaccinados 15 bezerros, sendo distribuidas 9goo dóses de vaccina contra a referida epizootia a criadores dos municipios de. lury-Assú, Iltapecurá e Coroatá, todos no Estado do Maranhão. A propaganda contra a tuberculose bovina continúa a ser feita sem desfallecimentos. A babesiose, ou pyroplasmose bovina, existe enzooticamente nos Estados do Maranhão e do Piauhy, bem como a anaplasmose; a durina concorreu com um caso no municipio de S. Luiz Gonzaga, no Maranhão, não tendo o proprietario acceito os conselhos ministrados por esta Inspectoria; a poly-arthrite tem sido tambem observada. (Os meios prophylaticos e de combatividade a todas as molestias foram ministrados aos respectivos criadores. — O boletim sanitario de Fevereiro menciona a distribuição de 1.550 dóses de vaccina contra o carbunculo symptomatico a nove criadores de diversos municipios do Maranhão; pelo pessoal da Inspectoria foram vaccinados 25 bezerros. Tanto no Maranhão como no Piauhy existem enzooticamente a tristeza, a anaplasmose e a pyroplasmose bovina; foi observado um caso de tetano em S. Luiz, capital daquelle Estado. 7º Districto (Uberaba) - Um dos funccionarios deste districto, a requisição do Sr. Coronel Carlos Rodrigues da Cunha, foi à fazenda das Toldas, onde vaccinou 190 bovinos contra o carbunculo symptomatico. Existem alli cerca de 600 cabeças de gado vaccum, em regulares condições de saúde, havendo algumas rezes atacadas de berne. A criação das especies suina e equina é em pequena escala e encontra-se em boas condições de saúde. Registraram-se alguns casos de raiva em cães veadeiros, que foram sacrificados, não se tendo, felizmente, propagado a terrivel molestia a outras especies de animaes. SOCIEDADE C. 1. SUISSA | No Rio de Janeiro : RUA PRIMEIRO DE MARÇO N. 100, caixa 1.775 Em S. Paulo: RUA DIREITA N. 3, sobrado, caixa 763 FILIAES: ENGENHEIROS, CONSTRUCTORES, INPORTADORES INSTALLAÇÕES COMPLETAS DE Fabricas de tecidos, papel, papellão, cellulose, gelo, serraria e lacticinios UNICOS REPRESENTANTES DESNATADEIRA TUBULAR SHA RPLES A mais simples, rendosa e duravel Batedeiras, salgadeiras, vasilhames dos melhores fabricantes DTaterial clicctrico, motores, dynamos, cabos, fios, etc. MOTORES A GAZ POBRE, KEROZENE, etc. Dispõe de engenheiros especialistas e pessoal technico de toda a competencia para todo e qualquer estudo ou installações | CARBOLINA WERN Poderoso 6 unico desinfectante nacional, Premiado a Grande Premio na EXPOSIÇÃO Nacional dt nya tone de 1909 ha | Li = | Dentre o grande numero de desinfectantes que concorreram á Exposi- | ção, apenas dous mereceram o Grande Premio: a Carbolina Werneck e a Creolina de Pearson, producto estrangeiro, o que quer dizer que foram considerados perfeitamente eguaes, oiferecendo a Carbolina Werneck maiores vantagens ao consumidor, pois o seu preço é muito inferior. Na industria pastoril ella tem prestado os melhores serviços como especifico para destruir completamente as bicheiras, bernes, e no tratamento da febre aphtosa os seus effeitos são promptos e satisfactorios. Os documentos abaixo transcriptos demonstram á evidencia o valor da Carbolina, e devemos assignalar mais o facto importante de ser a unica creolina nacional que tem dado resultados identicos á Creolina Pearson, no tratamento de bicheiras, conforme a opinião franca e sincera de dis- tinctos criadores dos mais conhecidos no Brasil. PARECERES Não tendo tido tempo de fazer eu mesmo a analyse da nova amostra da Carbolina, que me enviou, encarregou-se deste trabalho um illustre chimico de Berlim, o Sr.Dr. Valer Kobelt. Como se verifica pelo resultado obtido, o seu producto continúa, como as amostras anteriores, a cujas analyses procedi pessoalmente, a ser de optima qualidade sendo elle mais rico em cresóes do que a maior parte dos productos similares nacionaes e estran- geiros que se encontram á venda nesta Capital. Com elevada estima e consideração sou de V. S. adm. e amg. obr. — Dr. DANIEL HENNINGER, Lente Cathedratico da Escola Polytechnica. Nunca encontrei creolina, mesmo a de Pearson, que produzisse tão bons effeitos como o seu preparado. A Carbolina destróe rapidamente todos os vermes que apcquentam especialmente o gado vaccum. Felicito-o por mais este triumpho Sejam os similares estrangeiros.— Dr. PEDRO GORDILHO PAES LEME. Ilim- Sr. Vicente Werneck. — Tenho a satisfação de communicar-lhe que tenho feito uso em minha fazenda de cultura e criação de diversas qualidades de creolina, para desinfectar e matar bicheiras das minhas criações suina. lanigera, cavallar e bovina; nenhuma até hoje deu-me resul'ados da sua Carbolina, que, além de tudo, é excel- lente para matar bicheiras em poucos minutos, superior á Creolina de Pearsor, que considerei melhor do que o mercurio, unico medicamento que até pouco tempo empreguei para esse fim. Portanto, posso garantir que a Carbolina é muito bom preparado e conti- nuareia preferil-o a qualquer outro conhecido. Apparecida, 8 de Julho de 1905.—- M. U. LENGRUBER. Experimentei com o maior interesse a sua Carbolina para matar as bicheiras no gado de minha fazenda e tenho hoje a satisfação de communicar-lhe que o resultado excedeu á toda a expectativa. Posso garantir-lhe que ainda não empreguei melhor producto para o fim de extinguir os vermes da vareja e afianço-lhes que a Creolina de Pearson não é melhor do que o seu producto. Felicitando-o calorosamente pelo resultado obtido com seu excellente preparado, faço votos para a divulgação do seu producto e subscrevo-me com elevada estima e consideração. É Campo Bello, 18 de Junho de 1905. - Seu affectuoso amigo obrigado — EDUARDO OTRIM. Tenho toda a satisfação em participar-lhe que tenho empregado o seu desinfectante, Carbolina Werneck, no tratamento das bicheiras nos animaes e obtido em mais de um caso resultado verdadeiramente surprehendente. Além do meu testemunho pessoal sei que collegas e visinhos meus tambem têm colhido excellentes resultados com a applicação da Carbolina Wernnck. Felicito-o pela confecção de um producto que vem prestar relevantissimo serv iço á Industria Pastoril pelos seus effeitos e modicidade de preços. Cantagallo, Fazenda de S. Joaquim, 29 de Junho de 1905. — JosÉ A. FONTAINHA SOBRINHO. Deposito: PHARMACIA E DROGARIA WERNECK RUA: DOS CURIMES Nº 47: RIO DE JANEIRO 6—2 I4 REVISTA DE VETERINARIA E ZOOTECHNIA 161 DS RR IIS SSIS LS NS RASA NARINAS NA ASAS NA A NANA NA ANA NA A referida propriedade tem a superficie de 600 alqueires de 100X100, sendo as terras vermelhas na sua quasi totalidade, as invernadas plantadas de Jaraguá e gordura-rôxo francano e os campos de branco, lancêta, flexinha, chatinho, etc. — Do boletim sanitario, de Janeiro findo, dessa Inspectoria, extractâmos o seguinte : Em Março foram constatados fócos de carbunculo symptoma- tico em quasi todos os municipios do Triangulo Mineiro. Pelo pessoal da Inspectoria foram vaccinados 15 bezerros pertencentes ao Sr. José da Cunha, Uberaba, e distribuidas 130 dóses aos Srs. Innocencio Alves dos Santos, Antonio Sebastião da Costa e D. Elisa Junqueira de Almeida; os numerosos pedidos de maior quantidade de vaccina foram attendidos directamente pela Directoria de Veterinaria. A febre aphtosa existe na fórma muito benigna. Os casos de sarna que haviam apparecido em animaes de tracção na cidade de Uberaba têm decrescido muito devido ao tratamento e prophylaxia aconselhados. | Além de casos de gourme e polmmões foi participado à Inspectoria que em fazendas do districto de Dores, no municipio de Uberaba, haviam succumbido alguns animaes atacados da peste de coçar. O carbunculo symptomatico foi notificado em Uberaba, Conquista, Ene Uberabinha, Pructal) Sacramento, Prata, etc.; a tebre aphtosa, em caracter benigno, em boiadas sertanejas. | A sarna é uma dermatose muito frequente nesta zona, sendo atacados de preferencia os equinos viajados e enfraquecidos. ? Foram fornecidas e applicadas pela Inspectoria 2.630 dóses de vaccina contra o carbunculo symptomatico nos municipios de Uberaba, Eonquista Araguary, Uberabimha, Eructal, e Santo Antonio de Guanhães. —— Durante o mez de Fevereiro foram constatados fócos de carbunculo symptomatico nos municipios de Uberaba, Araguary, Conquista, Fructal, Prata, Villa Platina e Guanhães. Contra este mal, distribuiram-se 2.650 dóses de vaccina a 15 criadores. Em diversos municipios existe a febre aphtosa, embora de fórma '* benigna, tendo sido empregados contra ella os meios communs de prophylaxia; verificou-se, tanto no municipio de Uberaba como nos outros do districto, sensivel diminuição dos fócos e parece que, devido em maxima parte, ao grande decrescimento do commercio de gado, tende a extinguir-se em breve. Verificaram-se na cidade acima casos de sarna produzidos pelo parasita scabiés; apezar dos conselhos e prescripções fornecidas pelos R. VW. 21, 162 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO funccionarios, os donos dos animaes preferiram conservar-se indiffe- rentes, o que provavelmente determinará a propagação do mal. Tambem ha noticia da existencia do gourme e polmões. — Esta Inspectoria, à requisição do Sr. José Rezende, proprie- tario da fazenda Lageado, procedeu, em Fevereiro findo, à castração, pelo systema incruento, em 185 garrotes, com a torquez Burdizzo, achando-se o gado em excellentes condições de saude. — Em principios de Abril, na fazenda do Dr. Gabriel Junqueira, no municipio de Conquista, um auxiliar desta Inspectoria vaccinou 465 bezerros contra a peste da manqueira. 8º Districto (Santa Catharina) Em Janeiro deste anno o boletim desta Inspectoria accusa a exis- tencia de fócos de carbunculo symptomatico, embora não haja recebido communicação directa dos interessados; a persistencia da febre aphtosa nos municipios da Palhoça, Biguassú e S. José, trazida por tropas da região serrana, a forma tem sido benigna e na serra, onde teve inicio, tende a diminuir de intensidade. A raiva tem produzido poucos casos em Brusque e maior numero em Blumenau, apparecendo atacados della cães, bovideos e equinos; nenhum caso, porém, foi notificado directamente à Inspectoria; foi mordida uma creança por animal idoente: Contra” esta epizooHa nenhuma providencia foi tomada pelas autoridades locaes. Em Blumenau foram verificados diversos fócos de pneumo-ente- rite infecciosa dos porcos, tendo-se aconselhado aos proprietarois a desmfecção e isolamento. | No mesmo municipio tambem foram verificados fócos de hog- cholera ou peste suima, tendo-se dado eguaes instrucções às anteriores. Existe ainda a tristeza — pyroplasmose e anaplasmose bovina. Foram constatados a existencia do gourme, febre typhoide, ente- rite e raiva em um cão, tudo em Blumenau. Febre aphtosa — Continuava em Março a grassar neste Estado no gado da serra; para impedir a sua propagação foi prohibida a- descida ao littoral dos animaes procedentes daquella região quando transitassem pela estrada Curitybanos-Blumenau, tendo sido coliocado em ponto conveniente da mesma estrada um guarda para tornar cffectiva a prohibição. Em uma propriedade abaixo da serra, denominada Pouso Redondo, appareceram alguns casos da molestia, verificados em REVISTA DE VETERINARIA E ZOOTECHNIA 163 rd animaes de uma tropa, que por este motivo voltou a Curitybanos, por ter sido impedida de proseguir viagem para a costa. A Inspectoria não dispõe de elementos para cercear a propagação, pois o Superintendente de Tubarão tambem informou o apparecimento de casos nesse municipio pedindo instrucções; foi-lhe recommendado o isolamento dos animaes e dos pastos onde se acham, prohibindo-se tanto a sahida destes como a entrada de outros. Um criador do logar informou que a invasão deu-se pelo Rio Grande do Sul, pela estrada littoranea do Torres. Parece que as medidas aconselhadas deram bom resultado por se terem extinguido todos os casos desse municipio. Mórmo — Foi verificado um fóco suspeito em Florianopolis, tendo sido malleinizados dez animaes sem nenhuma reacção positiva. Á raiva — Continúa em Brusque, Joinville e mais intensa em Blumenau; as autoridades locaes não tomaram providencias. Pneumo-enterite mfecciosa dos porcos — Foi constatado um fóco pela autopsia e observação microscopica, tendo morrido uns cem animaes; foi aconselhado o isolamento e a desinfecção. Enzooticamente existe a tristeza, anaplasmose e pyroplasmose bovina. Verificaram-se trinta casos de gourme no Indayal e tres de syngame tracheal em gallinhas de raça. 12º Districto (Rio Grande do Sul) Esta Inspectoria deu conhecimento ao Sr. Dr. Alcides Miranda, Enrecior do Serviço de Veterinaria, que, durante o mez de Janeiro findo, foram inspeccionados 122 animaes vaccuns e 48 equinos, expor- tados para a Republica Oriental do Uruguay e pertencentes ao Sr. Manoel da Cruz Piegas. Foram vaccinados tambem 493 animaes contra o carbunculo symptomatico e 428 contra o bacteridiano, na fazenda Milano, em Alegrete. Na propriedade criadora do Sr. Dr. Antonio Monteiro, sita em Uruguayana, foi observado um caso de tristeza, em um touro Jersey, que veiu a fallecer no momento em que se lhe applicava uma injecção de Trypanblau. Outros casos clinicos foram promptamente attendidos. Examinaram-se dois banheiros carrapaticidas no municipio de Alegrete, nas fazendas Santa Rosa e Bella Vista, sendo os mesmos approvados e passados os respectivos attestados. 164 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO Espirito Santo Esta dependencia do Serviço enviou ao Dr. Alcides Miranda, Director do Serviço de Veterinaria, o boletim sanitario relativo ao mez de Janeiro findo, sendo delle extractados os seguintes pontos: Foram constatados tres fócos de carbunculo symptomatico, com 48 casos, em Alfredo Chaves e Santa Cruz, sendo vaccinados 260 animaes. A sarna foi notificada com tres casos, em Santa Cruz; a pneumo- enterite infecciosa dos porcos em tres animaes, em Alfredo Chaves. O “mal de cadeiras”, pelas informações fornecidas por alguns criadores, parece grassar em alguns municipios, não podendo a depen- dencia diagnosticar a epizootia por falta de autorização de passagem nas estradas de ferro. Carbunculo symptomatico — Foram constatados em Março quatro focos, tendo succumbido nelles 47 animaes; pelo pessoal do serviço foram vaccinados 595 bezerros e distribuidas 400 dóses de vaccina aos Srs. Americo Silvares, Padre Manoel Simão, ambos criadores em S. Matheus e Manoel Antonio de Azevedo, em Castello. A tuberculose bovina verificou-se no municipio de Santa Leopol- dina, grassando, porém, com alguma frequencia em quasi todas as propriedades agricolas do Estado ; foram tuberculinizados dois bovinos, dando um reacção positiva e outro duvidosa; aconselhou-se o isola- mento dos animaes e prescreveu-se medicação tonica. Verificou-se um fóco de sarna em dois carneiros, no municipio de Cariacica, na propriedade do Sr. Antonio Ramiro de Albuquerque. Clinicamente foram constatados dois fócos de pneumo-entenrite mnfecciosa dos porcos nos municipios de Cariacica e Regencia nos quaes morreram cinco animaes; casos desta molestia apparecem fre- quentemente em todo o Estado. Segundo informações de criadores, parece grassar no municipio de Santa Leopoldina o mal de cadeiras. Foram tambem observados tres casos de rachitismo em Santa Cruz e Alfredo Chaves. As providencias ao alcance da dependencia para a debellação das epizootias foram tomadas immediatamente, sendo aconselhadas medi- das hygienico-prophylaticas. Foram distribuidas 200 dóses de vaccina contra o carbunculo symptomatico. — Do boletim sanitario de Fevereiro constam quatro fócos de carbunculo symptomatico, nos quaes morreram 44 animaes; foram REVISTA DE VETERINARIA E ZOOTECHNIA 165 DD e o dd dd id A A vaccinados contra esta molestia 312 cabeças e distribuidas 1.750 dóses de vaccina; appareceram dois fócos de sarna, tendo-se determinado o isolamento dos animaes atacados e a medicação conveniente, Inspectoria de Campos O boletim de Janeiro ultimo accusa cinco fócos de carbunculo symptomatico, com 17 casos; nelles morreram 12 animaes e pelo pessoal foram vaccinados 24, tendo sido distribuidas a 13 criadores 915 dóses de vaccina. O môrmo é constatado frequentemente em animaes de serviço que, submettidos à malleinização, têm dado reacções positivas; apezar disto os proprietarios recusam-se a sacrifical-os e, portanto, vão contaminando os logares por onde transitam. Constatou-se um caso de mal de cadeiras; o animal, não obstante o rigoroso tratamento, succumbiu. Em varios municipios tem havido grande mortandade de gallinhas, produzida por uma verminose, parecendo tratar-se da peste aviaria. No mez de Fevereiro constataram-se seis fócos de carbunculo symptomatico, nos quaes morreram 15 animaes; pelo pessoal da Inspectoria foram vaccinadas 103 cabeças de gado e distribuidas aos criadores 500 dóses de vaccina. Foram annotados dois casos de mórmo; isolaram-se os animaes atacados que, submettidos à malleimização, deram reacção positiva ; os proprietarios, posteriormente, mandaram sacrifical-os. Foi verificada a existencia da febre aphtosa em cinco localidades, porém esporadicamente, apenas em seis animaes, todos de caracter benigno; foi aconselhado o isolamento dos mesmos, a desinfecção dos logares em que estacionavam e communicou-se aos criadores vizinhos que vedassem a entrada em suas propriedades aos animaes de procedencia suspeita. Actualmente estão sendo estudados alguns casos de mal de cadeiras. Tem havido tambem alguns casos de helminthiase, que estão sendo combatidos. | A diphteria aviaria está grassando intensamente entre os galli- naceos no municipio de Campos, exigindo, segundo parece, estudos especiaes, 166 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO CONSULTAS E INFORMAÇÕES dna NS PN N SE Naa Na Naa Nas, (A Revista de Veterinaria e Zootechnia responderá nesta secção a todas as consultas e pedidos de informações que lhe forem feitos sobre assumptos de sua especialidade). N. 14— Sr. Castorino Freitas, Amparo, S. Paulo. — Desejando saber qual o meio empregado para a cura da pesta da manqueira e para a immunisação dessa molestia, venho pedir se digne responder-me, dando-me as necessarias instrucções. Tem apparecido meste municipio alguns casos e eu, sempre consultado, nada tenho podido fazer. Esta molestia aqui tem apparecido todos os annos, atacando de preferencia as vezes de idade de 6 mezes a 2 annos. — Não existe cura para a peste da manqueira. O tratamento preventivo, porém, tem dado já, ha longos annos, um resultado admiravel, não havendo exemplo de animal vaccinado ter contrahido a molestia. A vaccina para esse tratamento é distribuida gratuitamente pela Directoria do Serviço de Veterinaria, sendo suficiente para a sua obtenção um requerimento ao Director do Serviço, competentemente estampilhado. Para isso, porém, é necessario que o requerente, criador, esteja registrado no Registro de Lavradores e Criadores, instituído no Ministerio da Agricultura. Com os tubos de vaccina vão as instrucções para o seu emprego. Durante o anno passado foram vaccinados mais de 360.000 animaes. a. - REVISTA DE VETERINÁRIA FE ZOOTECHNIA 67 ça ça aa Recs E NOTICIAS Ti TIA TIA PIA A PLA Lad Leilão de animaes. — Autorizado pelo Sr. Ministro da Agricultura, o leiloeiro Sr. J. Dias vendeu, em 16 do corrente, em hasta publica, varios animaes de raça, productos da Fazenda Modelo de Criação Santa Monica, no Estado do Rio de Janeiro, estabuladoes nas cocheiras que são uma dependencia do edificio do Ministerio da Agicultura. Foram vendidos os seguintes animaes: Dous touros Zlereford, de tres annos e um de um anno; um /olled Angus, de um anno e quatro de seis mezes a um anno; um NVormmando, de seis mezes; oito Caraciús, de um anvo e um de tres annos; vinte e duas ovelhas Rogmmmey March; dous carneiros e dez ovelhas Cara Negra. Ao meio dia, o aspecto do local era animador, cerca de duzentas pesscas alli se achavam, avultando o numero de criadores dos Estados do Rio e Minas Geraes. Entre os presentes viam-se os Srs. Ministro da Agricultura e seu Secretario Dr. Araujo Castro, Mario Barbosa Carneiro e Dr. Manoel Rodrigues Peixcto, Directores Geraes de Contabilidade e Agricultura; Coronel Alberto Level, Director da Fazenda Modelo de Criação Santa Monica; General Pinheiro Machado, Senador Nilo Peçanha, Conde Modesto Leal e Barão das Duas Barras. O leilão rendeu mais de oito centos de réis, sendo os preços obtidos muito compensadores. As raças hovinas da Suissa. — Com esta epigraphe demos á publicidade no ultimo numero desta Revista um trabalho, cuja antoria attribuimos ao nosso illustre amigo Sr. Alberto Gertsch, digno Consul da Suissa nesta Capital. Satisfazendo a um pedido desse nosso amigo, apressamo-nos em declarar que aquelle trabalho não é de sua lavra, mas simplesmente tracuzido por S. S. Diarrhéa infecciosa. —- A pedido do Presidente da Camara Municipal de Tres Pontas, Estado de Minas, seguiu no dia 18 de Março ultimo fara a fazenda do Sr. Luiz Antonio de: Azevedo um veterinario que constatou existir não só naquella fazenda como nas adjacentes a diarrhéa infecciosa dos bezerros, aggravada de complicações broncho-pulmonares, que tem victimado grande numero desses animaes. Foi prescripto pelo referido veterinario o isolamento dos doentes, a desinfecção dos fócos, a therapeutica 2 empregar e os indispensaveis cuidados em relação ao curativo e tratamento dos bezerros recem-nascidos, Bibliographia. — 7. Difiloth — Lootechnie edition — 1914 — Librairie J. B. Boillitre etohilo — Paris. — Acabamos de receber e agradecemos a remessa deste optimo livro, que recommendamos a todos que se occupam coma criação de gado bovino. Os alumncs das Escolas Medias e da Escola Superior de Agricultura tambem não podem Races bovines — Trotsiême 168 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO dispensar a leitura desse trabalho, que vem consideravelmente augmentado e com as ultimas acquisições scientificas, que não se encontram na segunda edição e que, no entanto, gosou de tanta reputacão no Brasil. Repetindo as palavras do eminente professor Paul Regnard, no prefacio, teremos expendido nossa opinião sobre este valioso livro: «Não são simples manuaes ou formularios sem criterio que efferecemos aos criadores; são tratados leves, nos quaes os resultados incontestaveis são pontos em evidencia, ao lado de bases scientificas que lhes deram origem.» Uma revista conscienciosa de todas as raças bovinas permitte facilmente aos criadores apprehender ensinamentos que lhes serão utilissimos na pratica. q | TOURO DE CHIFRES CURTOS MOON KING 5” DE SIR RICHARD COOPER PRIMEIRO. EXPOSIÇÃO REAL, [909 NEALLIVEL CONTRA 0) GARRAPAI RENO Oficialmente aprovado pelo Governo dos E. U. da America PSI SIS SAS SA Machinas e instrumentos agricolas, Separadores de leite e outros apparelhos para lacticinios BROMBERC, HACKEAR & [º | Rio de Janeiro, 8. Paulo, Bello Horizonte, Santos e Bahia E I3 E IMPORTAÇÃO DIRECTA DE AVES ESCOLHIDAS CASA MATREZ BIRMINGHAIvI º RR e | IMPORTADORES DE GADO DERAÇA. LAGCTICINTOS SS.RUA THEOPHILO OTTONI,95 RiO DE JANEIRO. ARTIGOS VETERINARIO! 4 RR RR A JunHo 1914 EVISTA DE bi, Erin eterinaria e Zootec PUBLICAÇÃO OFFICIAL i 'DO Serviço de Veterinaria do Ministerio da Agricultura, Industria & Commercio PARTE OFFICIAL : DAStrIDUICÃO da: VACCINA.» ccigp sinalaisalo usa mn va ma pad 0 panloio dio ao Su otalao ita TÃO COLLABORAÇÃO: Dr. Nícolão Athanassof........... «+ Alimentação das vaccas leiteiras 174 Dr. J. V. de Paula Nogueira.......... Fecundação e esterilidade........ 189 Castro Brown............. 0.0.0». .+» Serviço de inspecção do leite em NTOLHELOM so bina ainisn ida nai “o 198 J. Wilson da Costa..... censos rosso o» Cirurgia Veterinaria = Avicola... 219 PELAS INSPECTORIAS : Informações referentes aos districtos veterinarios, prestadas pelos FORDECTIVOS INSDECLOrES> 4 vepap ari onia oie sina a MMS a No ID iNiD ND O imo o pi UU DE CONSULTAS E INFORMAÇÕES : ATICOPNV CLA > OEITE) vir sip ais air lgin plo a o ta inio alo ole talo ETA a 226 ÉCOS E NOTICIAS : Congresso Internacional de Medicina Veterinaria — Epizootia de Hog- Cholera — Estatistica pecuaria — A proposito do tratamento do «nambiuváp».....c.r.. reverse nansanras Chibn Ina pipas a PERL OO É BIBLIOGRAPHIA...............,..00. , RIO DE JANEIRO Typographia 'do Ministerio da Agricultura, Industria e Commercio ri DIA NA ut JR ia Ti “ ASCURRA BASSE-COUR ” o. a-i-os-b-oe-Sb-co-dh-ce-L)-oe-. 222050. PR OS En + 00 O! Póde ser dada tambem quebrada ou cosida e tanto num como moutro caso a dóse deve regular dois kilos, isto é, mais ou menos uns quatro litros por dia e cabeça. | FARINHA DE CEVADA — Relativamente pouco usada entre nós devido ao seu preço elevado, é empregada com vantagem nos paizes europeus e na America do Norte na alimentação dos bovinos e suínos. em partes contém 85.7 de materia secca e os seguintes principios nutritivos digestiveis: “a froiala dada) nad e dr DOR do PERCORRER E ed) ADA ROMA Pc Ao An Arda ido paca ai 0 “0 00 c6jjo aà tp 18) Niatemas avdrocarhomadas,.. se. session Goro MOTO PrICIPIOS IILITIvOS ae msmo ais ste Lá a 1/6 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO li" um alimento rico em materias hydrocarbonadas e mucilagem:; é nutritivo e reirescante, agindo favoravelmente sobre a secreção lactea. Seu uso, entretanto, só deve ser feito, quando se a puder obter. por preço barato. E” empregada com proveito na alimentação das vaccas de leite, dos animaes convalescentes ou dos cujo apparelho digestivo se acha fatigado por uma alimentação intensiva, sob a fórma de beberagens mornas ou incorporada a forragens picadas. A dóse é de um a tres kilos por dia e cabeça. — FARINHA DE CENmMEno E DE neicoRisi raramente utilisadas na alimentação dos animaes, a não ser quando se acharem. alteradas ou imprestaveis para o consumo humano. Fóra disto seu uso. só será possivel nos paizes productores, quando o preço do grão for muito baixo. Nas leiterias suburbanas do sul da França e em alguns paizes productores de centeio usa-se a farinha deste cereal com muito bom resultado na alimentação das vaccas, desde que a dóse seja moderada. Pretendem alguns auctores que grande quantidade de centeio na ração communica ao leite mão gosto, tornando a manteiga amarga. Usado, porém, moderadamente tal inconveniente desapparece. à O SÓRGO E O MILHETE — O sôrgo é cultivado para o forne- cimento de materia prima para o fabrico de vassouras, produzindo neste caso ainda grande quantidade de sementes, que podem ser vanta- josamente empregadas na alimentação das especies domesticas. Taes sementes não são naturalmente tão apreciadas como a aveia ou o milho, porém, sua composição permitte empregal-as, depois de reduzidas à farinha, com alguma vantagem. Cem partes de sórgo e de milhete contêm respectivamente 84.8 e 86.0 de materia secca e os seguintes principios nutritivos digestiveis: Sôrgo Milhete Material azotadar en 7.8 3.9 Niigida MD can po nro Us sabe soda 2,1 3.2 Materia hydrocarbonada......... SU) 45.0 11.4 61.6 Total dos principios nutritivos.. O milhete cultivado como forragem principalmente na Europa Oriental o é tambem para semente, sendo empregado depois de redu- zido à farinha na alimentação do gado: As aves é dado mieirol b) Sementes e farinhas de leguminosas As leguminosas, entre as quaes citamos o feijão, as ervilhas, as lentilhas, as favas, etc., empregadas na alimentação do homem, cara- cterisam-se pelo seu elevado teor em materias azotadas e phosphatos. REVISTA DE VETERINÁRIA E ZOOTECHNIA 177 ZONA AAA AAA SA a A AA a A ça A aa Seu valor alimentício, sua digestibilidade e seu preço permittem seu emprego com vantagem na alimentação do gado bovino, principal- mente quando não são proprios para a alimentação do homem, A utilisação das leguminosas na alimentação dos animaes tem levan- tado algumas discussões, sendo accusadas de occasionar perturbações organicas de origem plethorica. Determinam facilmente meteorisação e prisão de ventre quando não são bem pulverisadas e são admi- nistradas em dóses elevadas. As favas e todas as leguminosas em geral são ricas em acido phosphorico, cal e azoto, motivo por que são tidas como de grande importancia na alimentação dos animaes em crescimento. Devem ser introduzidas progressivamente na ração, sendo primeiro quebradas, immergidas nagua ou cosidas, facilitando-se assim sua mastigação e augmentando sua digestibilidade. São, pois, recommendaveis princi- palmente para os animaes de engorda ou para os que são submettidos a um trabalho penoso. | Segundo a opinião do prof. J. Kuhn, as leguminosas não são favoraveis à secreção do leite, razão por que aquelle auctor não as classifica entre as forragens destinadas ao gado leiteiro. O professor Cornevin, por sua vez, considera-as como causadoras da diminuição da manteiga e do extracto secco do leite. O prof. Kellner, finalmente, attribue à vicia uma acção desfavoravel sobre a producção do leite, tanto quantitativa como qualitativamente. Sem contestar as afirmações dos scientistas citados, pensamos que mesmo na alimentação das vaccas leiteiras se póde tirar proveito com a introducção na ração de leguminosas, administradas sob a forma de beberagens mornas, ou reduzidos os grãos a pós finos, ou cosidos e transformados em sôpas e incorporados a outros alimentos. Convém não levar a dóse além de um a um e meio kilo, por dia e cabeça. Ao feijão vaqueiro, frequentemente usado nos estabulo urbanos do Rio e de S. Paulo, attribue-se a morte, por envenenamento, de algumas vaccas, considerando-se mesmo alguns como contendo o acido cyanhydrico. (Ex. favas de Belém). | E” provavel que os feijões, por serem administrados geralmente cosidos e assim conservados durante muitos dias, fermentem, occa- sionando graves perturbações e até a morte das vaccas. Na Escola Agricola de Piracicaba, em 1909, empregou-se o feijão cosido na dóse de 1 72 kilo por dia e cabeça na alimentação das vaccas leiteiras, durante cinco mezes, com optimo resultado e sem se registrar O minimo accidente na saude das vaccas nem prejuizo na qualidade do leite. R. V. 23 178 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO c) Residuos industriaes Das operações de preparação dos grãos de cereaes destinados à alimentação do homem, da extracção de oleos de sementes de plantas oleaginosas resultam varios detrictos de extraordinario valor na ali- mentação do gado leiteiro. | 1. RESIDUOS DE MOINHO O FARELO DE TRIGO — Resulta da moagem do trigo, sendo constituido principalmente pela camada externa da pellicula, cuja proporção varia segundo o processo adoptado. Para se fazer uma idéa exacta do valor do farelo basta examinar a composição das differentes partes do grão de trigo, podendo-se egualmente dahi deprehender quanto influe o modo de preparação da farinha sobre o valor alimen- ticio do farelo resultante dessa operação. Cem partes do grão de trigo contém: Envolucro Amendoa Germen INapertartaizo tada Moro Lo) 11.90 as Ma teralo nana O 5.60 1.40 lZIão Materias mineraes........... 4.68 0.80 Seo Os envolucros representam, pois, mais ou menos 1/6 do peso total dos grãos e pela composição acima vê-se que são tambem mais ricos em materias azotadas e mineraes, ao passo que a farinha consti- tuida pela amendoa é mais rica em materias hydrocarbonadas. O farelo de trigo é rico em materias azotadas e mineraes e como tal constitue um alimento de primeira ordem para as vaccas leiteiras. Sua composição é a seguinte: Materia fseecal Within am cias o SG or be RR RE 86.4 Emoterna Railgestiyelr a RR 10.6 IMaiternlaliora soddimestuimelrr re 2.4 Materia. hydrocarbonada disestivel........ 0... 44.4 iMotaliidas) materasidisestiyeis CR 60.8 Encontram-se no commercio duas qualidades de farelo: o grosso e o fino ou farelinho. O peso de um litro é de 250 grammas. E” um alimento muito rico em saes mineraes e em acido phosphorico, o que se póde ver, comparando-se as tres analyses seguintes : No grão Na farinha No farelo Saes meras E 1.80 0.760 6.5 Acido phosphorico.......... 0.80 0.245 SH E” de facil digestibilidade, como se verifica pelos respectivos coefficientes para os diversos principios nutritivos que contém. Assim temos : ! Coefficiente de digestibilidade para a proteina...... ho LOS » » » para a mat. graxa.. 86.0 » » » para a cellulose..... O » » » para o jamidotd e E 100.0 REVISTA DE VETERINARIA E ZOOTECHNIA 179 ÇÃO ÇÃO AAA Resulta dahi que o farelo de trigo é bem aproveitado pelo orga- nismo e não é uma materia inerte, como pretendem alguns. Absorve 2 vezes seu volume de agua, donde se tira a indicação pratica de administral-o aos animaes de preferencia humedecido, evitando-se que elles ingiram grande quantidade deste alimento secco. O farelo de trigo, quando bem conservado, é particularmente favoravel às femeas em gestação, actuando sobre o organismo prin- cipalmente com os saes mineraes e o azoto. As vaccas leiteiras devem receber o farelo sob a fórma de beberagens mornas, obrigando-se-as, assim, a absorver uma quantidade de agua sufficiente, ou então secco, incorporados a alguns alimentos picados, como canna, raizes, etc., ou ainda ligeiramente molhado de mistura com outros farinaceos. Devido aos seus effeitos favoraveis à secreção lactea, o Sr. Alfredo Leroy aconselha até que se dê ás vaccas tantos litros de farelo quanto os que ellas produzem de leite. Uma vacca, por exemplo, que produz diariamente dez litros de leite póde receber até dois kilos e 500 gram- mas de farelo, pesando o litro 250 grammas. O farelo distribuido em excesso aos adultos póde occasionar per- turbações graves no apparelho digestivo e no urinario, pela formação de depositos de saes mineraes, em consequencia de insuficiente elimi- nação pelos rins. O preço do farelo nos mercados do Rio e S. Paulo regula em média go réis o kilo, sendo sujeito a falsificações por parte de nego- ciantes pouco escrupulosos, motivo por que se torna indispensavel examinal-o cuidadosamente. Entre as materias utilisadas para a falsi- ficação citamos: 1º, a serragem de madeira; 2º, a areia e alguns pós Bnertes: 2º o farelo de arroz. 2. RESIDUOS DAS FABRICAS DE OLEOS Da extracção do oleo de certas sementes oleaginosas resultam uns residuos denominados em geral tortas ou farelos, que são utili- sados com grande exito na alimentação do gado, mormente porque não é possivel o aproveitamento directo dessas sementes, devido á sua elevada riqueza em materia graxa. Grande é o numero de tortas usadas na alimentação do gado, não sendo possível neste artigo o exame de todas ellas. Mas, desde que eliminemos algumas como suspeitas, outras que devem ser previamente sujeitas a certas prepa- rações, afim de se tornarem proprias para o consumo, e finalmente as difficeis de se encontrar a preço vantajoso no mercado, o numero das que merecem o nosso exame fica assim muito reduzido. O valor das tortas em geral depende da proporção de principios nutritivos digestiveis, da sua imocuidade para a saude dos animaes, 180 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO de sua pureza, identidade e estado de conservação. Importa egualmente | saber-se se ellas provêm de sementes brutas, ricas em materias | lenhosas, ou de sementes limpas, descascadas, pois neste ultimo caso | ellas são mais ricas e nutritivas, e egualmente inoffensivas à saude. | Na acquisição das tortas não se deve descuidar desses factores, | apreciando-os o mais exactamente possivel. Ê X necerá os principios nutritivos brutos; ella, porém, por si só, não permuttira distinguir-se uma torta comestível de outra nociva. O exame microscopico e a experiencia directa com animaes são um auxilio | decisivo neste caso. A identidade da torta é determinada por um À exame macro e microscopico, observando-se os grãos de amidos e | outros detritos das sementes de que ella provém. Isso é de grande | importancia, para se reconhecer as misturas fraudulentas com outras | de valor inferior. K a À BL RE : Sua composição será determinada pela analyse chimica, que for- || A impureza consiste na mistura com areia, pós inertes, detritos organicos, etc., que podem ser introduzidos fraudulentamente ou pro- virem de sementes impuras, utilisadas na extracção dos oleos. O estado de conservação devera ser apreciado o mais exacta-| mente possivel, devendo as tortas ser seccas, isentas de mofo, não atacadas por insectos, e não rançosas. Finalmente, possuírem a cór, o sabor, a dureza e os outros caracteres, que lhe são normaes. | As tortas são utilisadas com resultado na alimentação de quasi todas as especies domesticas, porém, melhor partido se tem tirado dellas, quando empregadas na alimentação dos bovinos, ovinos e caprinos. No commercio são encontradas inteiras, trituradas, e algumas até peneiradas e promptas para o consumo. São dadas seccas junta- mente com outros alimentos, sob a fórma de beberagens e sopas, ou depois de fermentadas ou cosidas com alimentos. As tortas seccas, trituradas, são de preferencia incorporadas a outros alimentos grosseiros e pouco appetecidos pelos animaes. Às beberagens e as sopas são preparadas com agua morna e dadas sempre frescas, afim de se evitarem as fermentações, que podem communicar 4 mistura um sabor desagradavel. São principalmente uteis às vaccas leiteiras. Seu cosimento é praticado à vapor, collocando-se-as em camadas superpostas com palhas e raizes, num apparelho especial. Quando se pratica a fermentação, prepara-se uma mistura de partes eguaes de feno picado e torta, bem molhada e addicionada de sal, deixa-se-a num recipiente fechado durante 48 horas, sem comprimil-a muito. Quando utilisadas na alimentação dos equideos e ovideos, as tortas são de preferencia dadas seccas. ZA sea atoa |SSSSco É PAPELARIA É a PYPOGRAPHIA CS | Deposito de papel de todas E 2] ZNNES so | NS as qualidades, livros em branco e impressos e obje= | mms ctos de fantasia de eo 223, RUA SETE DE SETEMBRO, 223 TELEPHONE, S32 MUSEU ESCOLAR == CASA ESPECIAL EM OBJECTOS DE PINTURA A OLEO E AQUARELLA === ARTIGOS PARA DESENHO, EN- CENHARIA E ESCOLARES EE Sà RUA SETE DE SETEMBRO, am >= RIO DE JANEIRO === NV, | É» Sae Za “im PELLIDOL : AZODOLEN Usados na CLINICA VETERINARIA, com melhores resultados para o tratamento de eczemas ; para EPITHELISAR rapidamente FERIDAS, ULCERAS, ETC. Pellidol! ou Azodolen Em PÓ OU EM POMADAS, acon- dicionadas em tubos de bisnagas KRALLE & €., BIEBRICHSRHENO, ALLEMANHA REPRESENTANTES E DEPOSITARIOS : P. C. Weiss & CTC. — Rio DE JANEIRO SS RUA URUGUAYANA SS CASA HUBER ET da da da AT Doi a La La LL PL PT da da OT da TT TA TA Pi PL Th PL PT) " Importadora de Drogas, Productos Chimicos, Especialidades Pharmaceutisas e Secção especial de accessorios para pharmacias RODOLPHO HESS & C.” Successores de RODOLPHO HESS Depositarios das capsulas e sabonetes «Alpha» de Alberto Kcenow e dos productos chimicos do Dr. Ch.º Berthaud Completo sortimento de artigos antisepticos, alambiques, prensas, banho- maria, etc. Especialidade em rolhas, compoteiras para padarias. Grande sortimento de vidros de todos os tamanhos e fôrmas para drogas e perfumarias, capsulas de estanho para garrafas, potes de louça e de vidro, mammadeiras, bicos, seringas e tubos de borracha, bocetas e todos os mais objectos necessarios para montar uma pharmacia. TELEPHONE N. 1.918 ————— OO RUA SETE DE SETEMBRO, 61 cido RUA DA QUITANDA, 23 Antigo 27 aa Antigo 19 LATA PLA Lda LT a TT da Td TA TA TIA TATA PT TA DT TT PI PLATA LAT LATA RIO DE JANEIRO ! E pa REVISTA DE VETERINARIA E ZOOTECHNIA 181 fd di 4 TORTA DE LINHO — Pela sua composição e propriedades a torta de linho é considerada a melhor para a alimentação do gado, motivo por que sempre alcança nos mercados um preço mais elevado do que as outras. No commcrcio é encontrada sob a fórma de galhetas, com 2 cms. de espessura, de côr castanho-clara até castanho-escura, pesando cada ma de um a tres kilos. Seu sabor é doce e agradavel, o odor asse- melha-se ao de amendoas, desmancha-se facilmente nagua, fria ou quente, formando abundante mucilagem. Damos a seguir a compo- Sicãao da torta e da farinha: Torta de linho Farinha de linho Ra SECEA à jean te a ua 078 ra de e rato 88.2 89.0 IMatenia azotada digestivel........0.. 24.7 ZOO RE ea E segs e o epeaio caia aro da Eno Doo Materia hydrocarbonada digestivel... 29.8 DBO Total dos principios nntritivos...... NES 69.8 E” pois, um alimento rico e ao mesmo tempo hygienico, que permitte, na alimentação intensiva do gado, bom funccionamento do apparelho digestivo. Convém particularmente para o gado novo, e para as vaccas leiteiras deve ser dada na dóse de meio a um kilo, como beberagem, ou de mistura com outras forragens. | Existe egualmente no commercio a farinha de linho, que provém da pulverisação da torta por processo commum ou especial. E” um pó fino, pardacento claro, cuja composição demes ao lado da da torta e que é empregado na dóse de 20 grammas por litro de leite desnatado, na alimentação dos bezerros. Muito pouco conhecida entre nós, a farinha de linho póde ser obtida por preço medico, sendo util e vantajoso seu emprego na alimentação do gado leiteiro, livrando ao mesmo tempo o criador dos mãos effeitos produzidos pelo farelo de algodão. A TORTA DE AMENDOIM — São conhecidas no commercio duas qualidades: 1º, as tortas de amendoim descascado, que são as melhores e mais estimadas, brancas-crême com alguns pontos amarellos, de fractura farinacea, desagregando-se facilmente na agua e absorvendo-a até tres vezes seu peso, de modo a formarem uma massa bastante consistente. A agua proveniente da maceração destas tortas torna-se leitosa, branca, devido ao amido que fica em suspensão. 2º, as tortas não descascadas, de cór parda e textura mais gros- seira, mostrando os detritos da casca. Postas nagua formam uma massa de aspecto differente da da anterior, deixando sempre um deposito de impurezas. 182 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO PNLNL LL L LNLS SSL LNLS NL LL RLL SL RS RS RSRS RS RS RS TS NL RS RS RS NS ES RS RS RS RA NA A A A A NA A a Na Eis as respectivas composições : Descascada Não descascada IMetenia ce ceant RE 88.9 90.2 Proteina digestiyiel a 40.4 24.8 Materia, graxa idigestiyeli ERC RLCEs Grio iz Materia hydrocarbonada digestivel... PES) 19d) Total dos principios nutritivos...... MSIE Ga! Vê-se, pois, pela composição acima, que se trata de um alimento muito rico em proteina e portanto recommendavel principalmente para enriquecer as rações das vaccas leiteiras em materia azotada. O sabor particular que possue este alimento faz com que as vaccas não O acceitem facilmente no princípio, sendo preciso addicionar-se-lhe 40 a 60 grammas de sal, até habitual-as. Emprega-se de 17) a 2 kilos, por dia e cabeça. Devido à forte proporção de proteina que contém esta torta deve-se sempre começar com pequenas dóses, que serão augmentadas progressivamente. Nas zonas onde se acha bastante desenvolvida a cultura do amendoim, ellas constituem um alimento barato para as vaccas leiteiras e um meio facil de se corrigirem as rações pobres em azoto. TORTA DE COPRÁ — Designa-se por este nome, no commercio, o residuo da extracção do oleo da amendoa do côco (cocus nucifera). A extracção é feita tirando-se a pellicula que envolve a amendoa e cortando-se em seguida em fatias ou reduzindo-se-a a farelo grosso, para depois submettel-o a uma forte pressão. E” geralmente encontrada sob a fórma de pães quadrados ou redondos, de tres a quatro cms. de espessura, pesando cada um dois a tres kilos; desagregam-se facilmente, dando um pó grosso semelhante à serragem de madeira. Com agua fria não forma massa, porém possue um poder absorvente extraordinario: so grammas de torta em pô durante 12 horas de maceração a frio absorvem 295 grammas de agua e augmentam con- sideravelmente de volume. Encontra-se tambem no commercio a farinha de copra, que é obtida pela reducção da torta, frequentemente libertada do oleo pelo sulfureto de carbono. E” a seguinte a composição da torta e da respectiva farinha: Torta Farinha Ma teniansecca Rea ue ineo De Reco este 89.17 87.4 Proteimar digest ER 1550 174 Materia ierasa disesmell NGS) 6.8 Materia hydrocarbonada digestivel... 40.3 41.7 Total dos principios nutritivos...... Si RS A torta e a farinha de copra acham-se entre os alimentos mais apreciados para as vaccas leiteiras, assim como para a engorda dos bovinos e ovinos. São dadas de preferencia em beberagens, pro- REVISTA DE VETFRINARIA E ZOO TECHNIA 183 Pd dt di Si St O ct O ci À longando-se sua maceração por 10 a 12 horas. A dóse diaria por cabeça vae até dois a tres kilos. Altera-se facilmente, quando exposta | ao ar e à luz, rança, podendo em taes condições occasionar intoxicações | no gado. Devem ser conservadas em logar secco e escuro. A TORTA DE ALGODÃO — Provém do resíduo da extracção | do oleo das sementes do algodoeiro e conforme o- modo de preparação Fdellas para a extracção temos tortas de sementes descascadas, meio descascadas e não descascadas. As primeiras, geralmente de procedencia ingleza ou norte-ameri- | cana, são de côr amarello-açafranada, ou amarello-esverdeada, sem | ou com raros detritos pretos, de textura homogenea, fractura farinacea "ou granulosa e dureza variavel. São encontradas em geral no com- mercio sob a fórma de pães quadrados, pesando dois a quatro kilos. Encontra-se tambem à venda o farelo, de côr amarello-esverdeada, | proveniente de grãos descascados ou meio descascados, ou então de farinhas peneiradas nos numeros 1, 2 e 3 (ou dupla peneiragem). ' E” evidente que o melhor será o de farinha obtida de peneiragem dupla, ou de sementes descascadas. O mais commum entre nós é de sementes não descascadas, contendo todos os detritos do caroço, que são vendidas em saccos de 50 kilos, a razão de ro$ooo os 100 kilos. Deve ser passado na peneira n. 2, para se ter uma farinha mais limpa, dahi resultando uma perda de 16º/º. Damos em seguida a composição do farelo bruto, do farelo descascado e da farinha: Farelo bruto Farelo descascado Farimba ERR o ao cream n a ln 89.4 90.0 SURNZ » Agotada digestivel, . es e suisjou vwsio 18.0 COS) 70 » graxa VR E A EU sas b2/810) Ro » hydrocarbonada digestivel......... EA 16.8 J76d: Total dos princípios nutritivos digestivos 49.9 FEAR) 87.0 Examinando-se a composição acima vê-se que o farelo de algodão, | commum, é de valor alimentício relativamente inferior ao dos pro- * venientes de sementes descascadas. A farinha de sementes descascadas é mais rica em proteina; com pequena quantidade della poder-se-á corrigir as rações pobres em materias azotadas, sendo seu preço nos | mercados sempre menos elevado. Seu uso é preferido para as vaccas cujo leite é destinado ao fabrico de manteiga, que por 1sso se torna mais dura, mais granulosa e de mais facil trabalho, principal- mente no verão. A dóse é de um a um e meio kilos, por dia e cabeça, juntamente com outras farinhas, molhada ou de mistura com forra- gens picadas. Raramente se preparam beberagens com ella. Os farelos de algodão têm sido considerados como toxicos, devido à presença de um principio toxico nas sementes; dados em grande quantidade podem occasionar verdadeiros envenenamentos. Além 184 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO NL NL NL NL NL LN AA A A A AAA A A AS A ALAS LS LS DS RS LS SSL STS LS A disso, os farelos provenientes de sementes não descascadas occasionam obstrucções digestivas, observadas frequentemente nos ovinos e os detritos da casca muito duros, produzem irritações constantes, às quaes se vem juntar a acção das toxinas. E” conveniente conhecer estes factos, para na pratica se dal sempre preferencia às farinhas peneiradas e nunca exceder a dóse de um e meio kilo, por dia e cabeça. Devem ser conservadas num local secco, afastando da alimentação as que estiverem mofadas. 3%. RESIDUOS DAS CERVEJARIAS Nas vizinhanças das grandes fabricas de cerveja os criadores. podem com vantagem utilizar na alimentação os residuos do fabrico da cerveja. Pelo seu valor nutritivo e pelo seu preço vantajoso são dois os que merecem aqui uma referencia: | 1º, grelos de malt — São os residuos provenientes da germinação da cevada para obtenção do malt, que serve para a fabricação da cerveja. Apresentam-se sob a fórma de filamentos finos e frageis, de de cor branco-cmarellada, pouco amargos e muito hygroscopicos, podendo absorver cinco a seis vezes seu peso d'agua. E' a seguinte sua composição : | Materia iseeca su E ER Proteinadigestimelier o as Matentatora saldo estimell Er E Moteria hydrocarbonada digestivel....... Total dos principios nutritivos... .... 1 HH 00 = No IS oO) DNO-N E”, pois, um alimento rico em materias azotadas e hydrocarbona-: das, de uma grande digestibilidade, e muito favoravel à secreção lactea, qualidades que autorisam seu emprego com exito na alimen= tação das vaccas leiteiras. E” dado juntamente com os alimentos aquosos, picado, ou então depois de posto em maceração com sal, na agua morna. À dóse a empregar é de um kilo por dia e cabeças 2º, borra fresca de cervejaria — E constituida pelos residuos da extracção do malt para o fabrico da cerveja, utilizados ainda frescos na alimentação das vaccas leiteiras. E' a seguinte sua composição: Fresca Sezca Materiadseccal NE RE t aa Ro fo qo 23.8 SO) Proteimaldigies ay lRRRE RR R SA 14.4 Materia oracaldisestiyelE a e 1.4 SP Materia hydrocarbonada digestivel.... 88 9216 Total dos princípios nutritivos........ LS 60.9 A borra fresca é riça em agua e materias azotadas, não devendo ser dada em dóse superior a 25 kilos, por dia e cabeça. E” de dificil conservação, alterando-se facilmente, motivo por que se deve ter cuidado no seu emprego, afim de se evitarem accidentes, que são a a a O a ms mms Do Revista de Veterinaria e Zootechnia PUBLICAÇÃO OPFICIAL DA DIRECTORIA DO SERVIÇO DE VETERINARIA DO MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO * Distribuição gratuita aos criadores do paiz que a solicitarem x x ACCEITAM-SE ANNUNCIOS Toda a correspondencia relativa á REVISTA DE VETERINARIA E ZOOTECHNIA, pedidos, reclamações, etc., devem ser dirigidos a Fernando Werneck, Caixa Postal n. 1678 RIO DE JANEIRO 5< BRAZIL NE A AN DA: EEncyclopedia illustrada de publicação mensal, consagrada à agricultura, pecuaria, industrias ruraes e commercio dos Estados Unidos do Brazil Director — JULIO ARSENIO BARBOSA. KRedactor — EDUARDO COTRIM FILHO. Secretario — EURICO DE OLIVEIRA SANTOS. razao foto ro 128000 | Estrangeiro... ... 13000 REDACÇÃO — RUA DO HOSPÍCIO, 184 (sosraDo). RIO DE JANEIRO Envia-se exemplar specimen a todos que o solicitarem A Evolução Agricola O Hazendeiro Revista mensal de Agricultura, Industria 7 REVISTA MENSAL e Commercio DA LAVOURA, INDUSTRIA E COMMERCIO : E Director — Dr. Edmundo Navarro de An- drade. Redactor-Chefe — Dr. A. Queiroz Telles. Redactor-secretario — Octavio Vecchi. Editores proprietarios — Alongi & C. Director: Georges Lion XX XX ASSIGNATURA ANNUAL X X Brasil. ese a 12$000 | União Postal 20 frs. ASSIGNATURAS Assignatura annual........ cc... 129000 REDACÇÃO Cinco assignaturas remettidas á RUA JOSÉ BONIFACIO, 30,- Caixa, 425 EC mio Riba alo coro dos ani Soeoa CAIXA POSTAL, 355 S. PAULO * SERA ATA S. Paulo * x * BRAZIL BOLETIM DA AGRICULTURA - O CRIADOR PAULISTA Publicações officiaes da Secretaria da Agricultura do ESTADO DE S. PAULO DISTRIBUIÇÃO GRATUITA DENTRO DO ESTADO PARA FÓRA DO ESTADO, ASSIGNATURA | PARA FÓRA DO ESTADO, ASSIGNATURA ANNUAL | ANNUAL BOLETIM DA AGRICULTURA........... 65000 | O CRIADOR PAULISTA. ...... coco ogooo FO FPREPONDENCIA. BOLETIM DA AGRICULTURA: Directoria da Agricultura — Secretaria da Agricultura. O CRIADOR PAULISTA : Caixa Postal 685 — Posto Zootechnico 727. Carlos Botelho. NMoóôca X* * * x SS. PATO asse Ns NaN SE Na Naa Na PP a PRTB APR NaN Na Na e a A PRAPNSE NG ENS N EAR STRIP AP SS a PP NDA RAR SEA a PN a Nf PRA PAN SEN SP Na mf Nat NARRA PERA PRENDE NENE Na Nf Na NA RR APR APNAERd ENA NEN SENSE NS Nf RE NA NR ARDER O PNG NGE NGC NUS Nf Na E NANA SARA RS [|====222E FERE PER D DIDI PPP DIF IS PSP PDD IS PIDE Successores e cessionarios de Arens & Comp. Engenheiros + Negociantes + Constructores + Importadores DE Machinas para LAVOURA e INDUSTRIA Grande srock de machinas para muitos fins, material electrico, motores, instrumentos agrarios, material para cerca metallica, arame farpado e liso, cimento universal EAGLE, correias, transmissões, moinhos de vento, bombas, trilhos, vagonetes, tubos de ferro galvanisado, etc., etc. UNICOS AGENTES E DEPOSITARIOS DE: MARSHALL SONS & C9, LTD. INGLATERRA. — Motores e caldeiras a vapor. THOMAS ROBINSON & SONS, LTD. — Machinas para serrar e appare- lhar madeira. THE NATIONAL GAS ENGINE Cº — Motores a gaz pobre. R. WAYGOOD & Cº — Elevadores electricos para passageiros e cargas. HICK DIESEL ENGINE Cº — Motores systema DIESEL para petroleo. PARSONS MOTOR Cº — Motores a petroleo maritimos. BLACKSTONE & Cº — Motores a kerozene. DAIRY PERFECT Cº — Machinas para desnatar leite e fabricar man- teiga. A. QUIRI & Cº — Machinas frigorificas. JOHN WHITEHEAD & Cº — Machinas para fabricar telhas, tijolos, tubos, etc: DAVIS & PRIMROSE — Rodas hydraulicas, moendas de canna, etc. AERMOTOR €º — Moinhos de vento e bombas. B. F. AVERY & SONS — Instrumentos agrarios. S. L. ALLEN & €Cº — Idem, idem. E MUITOS OUTROS FABRICANTES EUROPEUS E AMERICANOS ET RIO DE JANEIRO Avenida Rio Branco n. 20 — (Casa Matriz, Rua Municipal n. 6 Filial, S. PAULO — Rua Alvares Penteado n. 24 OFFICINA MECANICA JUNDIAHY — Estado de S. Paulo AGENCIAS Bello Horizonte e Campos I2—9 I3 DEE RS SS PRP VV DIE APPA AT APENAS TOA REVISTA DH VETERINARIA E ZOOTECHNIA 185 a a a a a a a LNLS dá ind a Ed did dci ii frequentemente graves. Nos estabulos situados proximo ás fabricas “de cerveja seus proprietarios poderão tirar grande proveito, utilisando esses residuos, com moderação, principalmente por serem elles obtidos a preço baixo. Terminando este rapido estudo sobre as principaes forragens utilizadas na alimentação do gado leiteiro, resta-nos apenas indicar alguns exemplos de rações, que poderão servir de guia aos nossos criadores, para a composição de outras, desde que sejam observadas a composição das forragens, suas propriedades, e as exigencias ou a productibilidade de seu gado. EXEMPLOS DE RAÇÕES PARA VACCAS LEITEIRAS Os exemplos de rações, que vamos citar, são compostos das mesmas forragens, cujo exame acabamos de fazer. O criador, por sua vez, podera fazer as necessarias substituições, de accórdo com o preço das forragens, observando, como já dissemos, sua composição e pro- priedades, assim como a somma de principios nutritivos exigida, conforme o peso e a productibilidade de cada vacca. Supponhamos que o criador disponha, numa época dada, para a alimentação no “estabulo de suas vaccas das seguintes forragens: milho forrageiro, feno de aveia com ervilhacas, capim angola, fubá, farelo de trigo e torta de linhaça. A ração para cada vacca do peso vivo de 500 kilos e producção diaria de dez litros de leite podera ser composta da. seguinte maneira: El fu) É MATERIAS rr | É | = O mino CS O e = Designação da forragem sz RO E Secca | Azotada | Graxa Honda E mbitivo EE ê 13.500 | 1.000 | 0.250 |. 6.350 | 7.950 ag Milho forrageiro DD AS Nero ora do enero joe ev 25 Ad) | (Dogs | DOE | 25059 | 20850 — Ce ATE poa ro o ER PR Do aro) 10720 osso Bo rogo! | orszo! E rioÃo — Reno de aveia com ervilhacas............ 5 ANLÓs ora 6o) | oross MTO | DZ) — 11,51 9 FESP PR E GO GE UT O Cu PO DO Bira Da E Vais) Ben 0.078 | 0.028 | 0.832 | 0.884 = Teo CEGA) ERR RP I.5 1.296 | 0.159 | 0.036 | 0.666 | o.g12 — “Torta de ECA Aragon ara dolo ain letal o lago 0.5 0.441 0.123 | 0,048 | 0.149 | 0.387 == STO IVIIVIZAD 517 o nato droi ao Pelo ap rinio Alan O O) 1.045 0.247 6.267 | MASI | 1 NBS is = Sa 186 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA KR COMMERCIO Comparando a somma dos principios nutritivos da ração assim. composta com as normas, notamos apenas uma differença, a menos, de 147 grammas, o mais quasi coincidindo com ellas. Maior coinci- dencia não se justifica na pratica, porque as tabellas apenas fornecem a composição média das forragens, sabendo-se que a oscillação na sua composição póde variar frequentemente do simples ao duplo. As nor- mas indicam para uma vacca com a producção dada acima a relação | nutritiva de um para sete; a ração proposta terá a relação egual all | 1045 RN — ê NA == td, Dom = Mal A ui) o Resulta dahi que a relação nutritiva da ração que compuzemos é um pouco mais estreita, isto é, mais rica em materias azotadas, 0h que até constitue uma vantagem. A ração assim constituida é boa,) sendo seu preço de 18075 réis. A proporção dagua incluida nas for= ragens representa pouco mais ou menos 70º|º, pois sendo seu peso de 43.5 kilos e o da materia -secca de 15 kilos 191, a quantidadel d'agua é de 30 kilos 309. A proporção conservada entre o verdem o feno e as forragens concentradas é pouco mais ou menos del r:1 Zá:10 e póde variar de accôrdo com a forragem de que se dispõe.) passando atela insano leite Damos a seguir algumas rações para vaccas leiteiras, de 500 kilos de pesc vivo e producção diaria de dez litios de leite, podendo-se facilmente, a exemplo dcstas, compor outras, com as forragens de que se dispõe: | I Beterrabas AS 15 kilos RELAÇÃO: NUERIMDINA | RSS Reno nacional TORI, » PRECO SSD EREIS Botralidelceryejar 1249) » Rarelolidelalsodão- E EalO) » Agua contida nas forragens 24.346 Ramelo de igor 1ECÃO) » Materiansecca ai ea 12.654 37.000 Eeso totallda ração ns 37.000 Ut Capirmtamnsola Ra HO) kilosl RELAÇÃO NUTRITIVA 1: 6.2 Canmalorma eira as DRA PREÇO — 962 REIS Reno/de cordiunarre SO) » Rarinha de aveia 0 ) Agua contida nas forragens 28.0 DEN Bai E RT CA 1510) » Materia, seccar 11.3 Ramelo Idertigo rn 1910) » — Botra! delcerwejali nano » Beso totallidalracão 40.0 REVISTA DE VETERINARIA E ZOOTECHNIA 187 dd dd dd qnt Rúrgo forrageiro ....... 30.0 kilos RELAÇÃO NUTRIIIVA 1: 6,3 Reno de alfafa ........ Rio ) PREÇO — T$U00 Reno de Jaraguá...... RR INS » RR de trigo.........: 1.0 » Agua contida nas forragens 24.769 ERRO de milho......... 1.0 Mar Materia segca Ur lis BZ) Feijão o... e. “eo... 3! O) ) — Pano À dado eso total ação aa o 38.000 38.000 IV Biltafa verde...... ERRAR O kilos RB AGÃO ENTUAR PNI A TS Capim angola..... ace PAR O » PREÇO | 7/5 RÉIS Eno de gordura....... 5 » EEnSlo de triso........, 1 » Agua contida nas forragens 2 lg Elrelo de milho....... 1 » Materna Rseccaml rs 12.483 Feijão enovc o... .. O DUO CO O 1 )) TAPA densa Beso totalidaliracãon No, 33.000 So ] No Ro forraseira....... 12.5 kilos REAÇÃO NMRIIAÇ 5 Rpm ansola.......... 12.5 » PREÇO — 19150 Ro de alfafa..... o LO » REMO de favorito...,... 5.0 » Agua contida nas forragens 22.084 Biscio de trigo........ 11818) » IMaterialceccar a: 13.416 rclo de algodão....... 1.0 » — ums BROS. BRReR PRT(O) Peso totaliidalraçãos e. 35900 SIDO Al Eilho torrageiro........ 25.0 kilos RELAÇÃO NUTRITIVA-I: 6 Reno de favorito....... 5.0 ) PREÇO — 900 REIS REHo de jaraguá........ PES ) Ro de trigo......... 2.0 ) Agua contida nas forragens 22.568 RREDá....... 5 Cp RA BUabiO) DR aten nsSe carr Aran 12.932 oria de amendoim.... 1.0 » ERR Ni abteio Besorrotalkida raciorn. SO OM DSP), ni meia forrageira........ 25.0 kilos RELAÇÃO NUTRITIVA I :| 6,2 aiata doce.......... o A NO » PREÇO — 18075 Rm de aliafa.......... 2.5 ) Reno de jaraguá........ Zu ) » | Agua contida nas forragens BONS Erclo de trigo...... E CAR AO) » Iabenia; SSCCA cf sas eleja E (SI Farelo de algodão...... 1.0 » EO IS osso... EAR O) » Peso total dapração. Ma. 43.000 43.090 188 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO nd dd dd dd dd dd di dd do dá dá ND a a VIII CenQuna sas dl ardor is 10.0 bilos' RELAÇÃO NUTRIIIVA 1: 6.5 Moha da Hungria...... 150 » PREÇO — 18175 Feno de gordura... .... SAO) » Remnqrde alfarac spo, 2.0 » Agua contida nas forragens 21.2608 BRarelo de trisosii sas 150 » Materia secea va 13.238 Morta de ;jcoprals ss 10 » —— — do (0 e PARRA OR Ra RR ra pur Peso total ida ração 34:500. 34.500 IX Capimiverde nad Zi kilos RELAÇÃO NUTRIIIVA-I 2 6 Mandioca ana 4.0 » PREÇO 795 — RÉIS Renolde eramincasi so » Farelo de tagsouna 1.0 ) Agua contida nas forragens 21.2198 Ranelo deimilho- 20) ) Materia secca. Lc a 12.788 Rarelolde algodidor 1.0 ) TO SI id Peso totalidalracão RE 34.000 34.000 x Capitaiyendes a 35.0 kilos RAÇÃO USADA NA FAZENDA DO Monta delcoprar o Za 0 o) SR. NICOLAS, EM D'ARCY, BRIE, FRANÇAR Morta de linhaça DD) Earelo de rigor PAR) Parelo delcacãom is 2201) EI a Õ | RAÇÕES, USADAS NA INGLATERRA, PARA. INalbos aeee so 45.450 25.450 Es. VACCAS CUJO LEIE EK VENDIDO | Baila pa AS 970007 Zon) PARA O CONSUMO Eartaliatide algodao ZA SOR) Rariniia (deravela o OO ISO) XII Nabos e o lc 19.0 Kilos] RAÇÃO, USADA NA INGLATERRA, PARAÁ paia o e PR o 9.0 » VACCAS CUJO LEITE É DESTINADO! vetar ao loia e Rr na a 1.8 ei ÁS FABRICAS DE MANTEIGA Farinha de algodão...... OZ DEN Na bos: po Gs ua a ei ao 16.0 kilos) RAÇÃO, USADA NA INGLATERRA, PARAÁ Palmar RR PRE Pa a GERSON) VACCAS CUJO LEITE É DESTINADO) Barelolde alcodao rn 20005) va ÀS FABRICAS DE MANTEIGA Hero dE ad aa 3.200 » Eibá, . o nte o aa 1.600 » Pinheiro, 8 de Abril de 1914. N. AÁthanassof, a q po | ee, e e e er Re Sm | | H | MB MA | “20 Seringas especiaes para uso veterinario, com agulhas de aço, muito fortes e em fórma de lança, que dispensam T E o uso do trocater Estas seringas, de 5,10 e 20%, modelo Casa MORENO, são as unicas usadas da Agricultura. ui ANA 4 ul | a | mi NA O E SR TA RR — | Mo O nnaso Installações completas de laboratorios de chimica, bacteriologia, etc., etc., a gaz, alcool, petroleo e electricidade. Estufas, autoclaves, fornos, banho-maria, etc., etc. Apparelhos especiaes de Gerber, para exame de leite, manteiga e queijo Caixas com comprimidos para exame de agua e urinas. Apparelhos especiaes para extincção de formigas e outros insectos por meio de vapores de formol, pulverisadores, seringas para desinfecção, estufas, etc., etc. Instrumentos de cirurgia, arte dentaria, accessorios de pharmacia e labora- | torios, fundas, etc., etc. ' MORENO BORLIDO & C. 142 RUA DO OUVIDOE 14 155, Rua do KRosario | E DEPOSITO RUA GONÇALVES DIAS, 80 | ESEC er SAN ELRO 6—6 a » 13 Telegr. Cod. Ribeiro CASAMORENO Correio CAIXA 735 e recommendadas pela Directoria do Serviço de Veterinaria do Ministerio | pr Uslaender & C Ho E tá RUA 4.º DE MARÇO 112 E 44 E RIO DE JANEIRO o a OM Rua José Bonifacio, 18 — S. PAULO. PERNAMBUCO, BAHIA e Rua Direita, 120 — Juiz de Fora. Engenheiros e importadores de machinismos LACTICINIOS ELECTRICIDADE Desnatadeira da afamada marca | Material de Brown, Boveri & Cº, SVEA)» | SUISSA. Extracção de fibras Locomotivas de E. Lehmann —- INGLATERRA. de J. A. Maffei — ALLEMANHA. SERRARIAS de WC BE Crane Crupamiie de dr Material rodante Trilhos, desvios, vagonetes, carros- Asstcar plataforma, giradores e seus pertences. | de A. & W: Smith & €º, Ltd. Installações de gaz pobre Fabricas de Fiação e Tecelag | | Rua ERG Motores e caldeiras a vapor dos aía- Têm montado no Brasil grande nu- | mados fabricantes inglezes Ruston, mero das mais importantes fabricas. | Proctor & Cº. Motores para lanchas “BROOKE” Grande stock de Bachnas, Motores electricos, Correias, Fixes, Polias, etc., ete. GADO DE RAÇA | ' Representação directa dos mais importantes criado- res Inglezes, Suissos, Hollandezes e uia Norte Americanos 13 REVISTA DE VETERINARIA E ZOOTECHNIA 189 ban dd dd Ea dt a a e De DN DD FECUNDAÇÃO E ESTERILIDADE Fecundação e esterilidade nos animaes domesticos (Da Gazeta das Aldeias) São frequentes as consultas que dos assignantes da Gazeta das Aldeias recebo ácerca de casos em que ora os machos, ora as femeas dos animaes domesticos são defeituosos, sob o ponto de vista do acto da procreação. Para servir de guia aos agricultores, que desejam remediar esses defeitos, vou hoje resumir neste pequeno artigo os casos principaes que ordinariamente se observam, e indicarei a maneira de intervir com probabilidade de exito. “Iremos por partes, para melhor comprehensão do assumpto. A falta de cio ou ardor genesico nas femeas à — Falta de cio é muito frequente, e causa sérios embaraços e prejuizos aos criadores de gado. Em regra, as femeas des animaes domesticos não têm a menstrua- gão regular ou períodica, tal como se observa na mulher. Todavia m muitas femeas das especies domesticas apparece o cio ou aluamento com alguma regularidade, embora não seja acompanhado de emissão sanguínea, excepto nas cadelias que, às vezes, quando aluadas, mostram essas perdas de sangue. | A periodicidade média do cio nas differentes especies póde indi- car-se do seguinte modo: “e ea) Cada 30 dias ERR oo sabe co ao fi E Wyelmas/e cabras... «v2.0. RR a 2 “ECA PR a DO Meias e jnimentas. «a. o ia e NT o a Mamifestando-se, o cio dura, em média, uma a duas semanas na jumenta e na egua; dois a tres dias na vacca e na porca; um a dois Rs na cabra e ovelha; e meio dia, apenas, na cadella. E” de todos sabido que só quando uma femea domestica está Bluada é que deve ser levada à cobrição, porque é, sobretudo, nessas condições que fica fecundada, ainda que, ás vezes, muito raras, ella, Sem estar com o cio, acceite o macho. Ordinariamente as femeas domesticas perdem o cio, logo que, sendo cobertas, pegam, isto é, quando ficam fecundadas. Por isso é regra geral levar a femea ao macho, emquanto ella de bom grado o receber. 190 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO Durante a prenhez, o cio só muito excepcionalmente reapparece. Effectuado o parto, torna a apparecer o cio, dos quatro aos cinco mezes na cadella, ovelha e cabra; de um a dois mezes na porca E na vacca; ao fim de uma semana até dez dias na jumenta e na egua, O cio manifesta-se a primeira vez, quando a femea attinge a puberdade, e esta dá-se, em regra: Na egua e na jumenta, aos dois annos e meio; Na vacca e na ovelha, ao anno e meio; Na cabra, ao anno; Na porca, aos dez mezes; Na cadella, aos seis mezes; a coelha, aos cinco mezes ; a gallinha, aos sete mezes ; a a perúa, ao anno; pavôa, aos dois annos e meio ; a pata aos) dez mezes; A egua e a jumenta podem ter periodicamente o cio durante cerca de quinze annos; a vacca, dez annos; a ovelha e a cabra, seis) annos; a porca, cinco annos. Ha femeas sempre frigidas, absolutamente refractarias aos ardores: genesicos. Essas recusam todos os machos, furtando-se obstinadamente: à cobrição. Não vale a pena tentar corrigir esses temperamentos:. o melhor é vender ou eliminar os animaes que possuem tal defeito. Outras femeas são parcialmente frigidas faltando-lhes o cio a miudo, ou apparecendo-lhes muito fugaz. Estes podem-se modificar por diversos meios. Devemos começar por introduzir a femea pouco ardorosa nl meio de varios machos da sua especie, e ver se com o tempo ella mostra preferencia por algum, utilizando então este. Se tal meio falhar, tentaremos modificar a nutrição do animal, dando-lhe substancias tonificantes, como são, por exemplo, as seguintes: Sulnato de Termo! puro li Carbonato de sodio puro.. >ana 100 grammas Pa ferida fe Alcaçuz e althéa em po. 4 so bb) Farinha e mel, quanto baste para electuaric. (Dóse para tres dias» para a egua ou para a vacca). Acido arsenioso em pó.... 5o centigrammas Cremciana tem DoRi I5 grammas (una em! po e 5 REVISTA DE VETERINARIA E ZOOTECHNIA, 191 aa OA ÃO AA ÃO A ÃO a a ça 1 a Num papel, n. 12. (Um papel por dia à egua ou á vacca, polvilhando a ração). Carbonato de ferro. saques. 5 centigrammas . ts big! Cenciamna- em po!...cccs. 20 % Dia em DOS e rec E Excipiente—q. b. para uma pilula. N. 50. (Tres por dia, à cadella). RR o ava maneiro 6 vs 5 decigrammas Um papel, n. 20. (Dois por dia, de manhã e à noite, no leite, à cadella). Algumas vezes a femea frigida resiste a estes meios; é então ipreciso ensaiar outros mais energicos, e por isso mesmo um pouco perigosos, exigindo, portanto, muita prudencia. A seguinte beberagem aphrodisiaca é muito usada, na Suissa, para as vaccas: EBagas de zimbro em pó..... ISO grammas Meimtanidas em pó... ces. Es fita, ra Eira A 6 litros Dá-se em dois dias: no primeiro “dia tres litros, sendo um de manhã, um ao meio-dia e um à noite; no segundo dia outros tres litros dados do mesmo modo. Tratando-se de cadellas, podemos tambem administrar-lhes as cantáridas, sob a fórma de vinho cantaridado, dez até vinte gottas por dia, no leite. Por ultimo, poderemos ainda combater a falta do cio por meio do alcaloide chamado ioimbina, em injecções sub-cutaneas, da fórma seguinte : Chlorhydrato de ioimbina.. Rena distillada... ss centigrammas cent. cubicos Ui EM Para uma injecção hypodermica, na taboa do pescoço da egua, podendo-se repetir a injecção no mesmo dia ou nos dias seguintes, até que se manifeste o cio. Para a vacca a dóse de ioimbina, em cada injecção, deve ser reduzida a 2 centigrammas, assim: Chlorhydrato de ioimbina 2 centigrammas oa distilada seo ss A 3 cent, enbicos 192 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO NAN aa a a a Para a cadella bastam cinco milligrammos do alcaloide, formu- lando-se a injecção como segue: Chlorhydrato de ioimbina 5 milligrammas Roua sdistilladar en Ticent 'cubico Tanto na cadella como na vacca, podemos repetir a injecção no mesmo dia ou nos dias immediatos. Numerosas femeas são infecundas ou incapazes de conceber, já por defeito congenito, ja por doença contrahida. Os animaes hermaphroditas ou apparentemente dotados dos dois sexos são, em geral, estereis. Dos animaes gemeos, tambem quasi sempre são infecundos os femininos. Se ambos os gemeos são mas-| culinos, um ou os dois, em regra, são hermaphroditas e por isso ordinariamente estereis. Todos estes casos de esterilidade, por serem congenitos, não têm cura. Esualmente são incuraveis os casos de esterilidade congenita ou Í isto é, dos ovarios, oviductos, utero, vagina ou vulva. Quando, porém, esses orgãos são atacados de certas doenças curaveis, póde temporariamente tornar-se esteril o animal, voltando, todavia, a ser fecundo logo que desappareça a doença. Estes casos são os que mais nos interessa agora conhecer, para se lhes applicar o tratamento adequado. 7 | As inflammações do utero e do seu collo, da vagina e dos ovarios, são as causas mais frequentes da esterilidade temporaria. Este defeito: é mais de receiar, quando essas inflammações são catarrhaes, isto é, quando se acompanham de corrimento. Os abortos, as retenções das secundinas e o prolapso ou quéda do utero produzem muitas vezes os catarrhos das vias genitaes. Vejamos a maneira de tratar esses catarrhos. Se a inflammação é uterina ou vaginal, o principal cuidado con- siste em desinfectar a vagina e o utero. Para isso recommendam-se primeiro as injecções de agua quente, de 38 a 40 grãos, mas prévia- mente fervida. Fazem-se assim duas injecções por dia. Depois injecta-se tambem duas vezes por dia agua quente, tendo meia gramma de iodo por litro. Estas injecções ou lavagens fazem-se com um tubo de borracha bastante comprido, bem desinfectado em agua a ferver, o qual se introduz pela vulva até ao fundo do utero, e O liquido deita-se num funil a que se prende devidamente o tubo; levantando alto o funil, REVISTA DE VETERINARIA E ZOOTECHNIA 193 Za a AS SS AA AA A A AA A a A A a aa ÃO ÃO ÃO entra o liquido no utero com a força sufficiente para irrigar. O mesmo tubo, solto do funil e voltado para baixo, dá sahida facil ao liquido do utero, depois da irrigação. Insiste-se todos os dias nestas irrigações, até se obter a cura do catarrho. Conseguida esta, e voltando o cio ao animal, tem-se o cuidado de não o levar à cobrição, sem que, nas vesperas do cio, se faça uma injecção de agua quente tendo por litro 200 grammas de assucar. Dissolve-se primeiro o assucar na agua comimum, depois ferve-se a agua e injecta-se, quando, tirada do lume, a agua descer à temperatura de 38 a 40 grãos. Certas femeas, sem terem catarrho ou corrimento do utero ou da vagina, possuem comtudo nessas vias um muco tão acido, que mata o esperma nellas derramado no acto da cobrição. Quando se notar essa acidez do muco, modifica-se este, antes da cobrição, por meio le imjecções com: Epsaliato de, sodio: ima Mo om amas Agua quente préviamente fervida.. E diinco Obtem-se o mesmo resultado, injectando o seguinte: Eicanrbonato “de sodio! 4. EP PA omarnimas Eoliiaside encalipto em po... 5 É eta tervida: . ss. im ERES si E vio I litro A impotencia é a impossibilidade do animal III — Impotencia masculino se reproduzir. Umas vezes o animal não póde cobrir ou copular, por defeito da verga ou por fraqueza geral; outras vezes o animal realiza a cópula, mas é incapaz de fecundar a femea, já porque não tem esperma, já porque o esperma não encerra espematozoarios, em virtude de doença ou de deformidade, congenitas ou adquiridas, dos testículos. À impotencia congenita, em regra, não tem remedio, A outra “pôde tel-o ou não, conforme os casos. Sendo a impotencia causada por debilidade geral do organismo, deve-se tentar o emprego de medicamentos tonicos, de que ha diversos. Um delles é o arsenico, ou acido arsenioso. Para o administrar ao cavallo, podemos servir-nos do acido em pó, na dóse de 25 a 50 centigrammas por dia, durante vinte dias, cessando depois durante dlez dias, para recomeçar; e assim successivamente. O pó dá-se em farello ou semeas molhadas, ou dentro de miolo de pão. Para o porco e para o cão é preferivel administrar o arsenico sob a fórma de licor de Fowler, de que se devem dar, por dia, ao Cão umas seis gottas, tres a cada refeição, no leite, e ao porco duas LV (25 194 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO A a e ca q ND a ND a ND e e e a e a a NO a e e dd grammas, na bebida. Ao cabo de vinte dias, interrompe-se a admi- nistração do licor de Fowler, para recomeçar dez dias depois; e assim successivamente. | Aos touros póde-se tambem dar o arsenico em pó, exactamente como aos cavallos, mas a dóse diaria não deve exceder 20 centi- grammas. Ao carneiro e ao bóde duas centigrammas do pó. O arsenico, tomado assim devagar e com as precauções indicadas, fortifica seguramente o organismo. As cantáridas tambem se usam muito para augmentar o ardor genesico dos machos; mas é preciso ter cautela com esse medicamento aphrodisiaco. O cavallo tolera, sem maior inconveniente, TO grammas de tintura de cantáridas por dia, dadas por metades, uma a cada refeição, na agua da bebida ou, melhor, em semeas ou farelilos. Por ultimo, podemos recorrer ao chlorhydrato de ioimbina, nas mesmas dóses e condições que foram acima indicadas para as femeas, Para se saber se um animal, masculino ou IV — Excesso de feminino, tem ardor genesico excessivo, preci- ardor genesico | sa-se conhecer um certo numero de dados phy- siologicos. A duração da virilidade nos animaes masculinos, isto é, o tempo durante o qual elles estão aptos para fecundar as femeas da sua especie, conta-se da seguinte maneira: No cavallo e no burro, dos 3 aos 12 annos. No touro, de 1 até aos 6 annos. No carneiro, dos 18 mezes aos 5 annos. No bóde, dos 18 mezes aos 8 annos. porco, dos 8 mezes aos 4 annos. caio desde os Ól mezes! coelho; desde os! mezes! gallo, desde os 7 mezes. pesy, desde os 2) mezes, pato e ganso, desde os Io mezes. pombo, desde os 5 mezes. pavão, desde os 2 ate aos 6 amnos; A A Ce Fome oo oo EA, as a, DE (o) Em regra, as femeas estão aptas para a cobrição em idade um pouco mais nova do que os machos, e essa aptidão prolonga-se mais tempo ; assim: Na egua e na burra vae dos 2 e meio até aos I5 annos. Na vacca, dos T6 mezes aos 10 annos. Na ovelha e cabra, dos 16 mezes aos 6 annos: DS sa SOCIEDADE C. 1 SUISSA A Ter: EM EYRICES, STISSA No Rio de Janeiro : RUA PRIMEIRO DE MARÇO N. 100, caixa 1.775 Eis Pano; RUA DIREITA N. 3, sobrado, caixa 763 ENGENHEIROS, CONSTRUCTORES, IMPORTADORES INSTALLAÇÕES COMPLETAS D É FILIAES: Fabricas de tecidos, papel, papellão, cellulose, gelo, serraria e lacticinios UNICOS REPRESENTANTES DA DESNATADEIRA TUBULAR SHARPLES A mais simples, rendosa e duravel Batedeiras, salgadeiras, vasilhames dos melhores fabricantes PTlaterial electrico, motores, dynamos, cabos, fios, ete. Dispõe de engenheiros especialistas e pessoal technico de toda a competencia para todo e qualquer estudo ou installações Pis MOTORES A GAZ POBRE, KEROZENE, etc. Poderoso é unico desinfectante na nal preiitado com 0 (ando Premio a EXPOSIÇÃO Nacio o Hal do Hyciene de 1909 Dentre o grande numero de desinfectantes que concorreram á Exposi- ção, apenas dous mereceram o Grande Premio: a Carbolina Werneck e a Creolina de Pearson, producto estrangeiro, o que quer dizer que foram considerados perfeitamente eguaes, offerecendo a Carbolina- Werneck maiores vantagens ao consumidor, pois o seu preço é muito inferior. Na industria pastoril ella tem prestado os melhores serviços como especifico para destruir completamente as bicheiras, bernes, eno tratamento da febre aphtosa os seus effeitos são promptos e satisfactorios. Os documentos abaixo transcriptos demonstram á evidencia o valorda Carbolina, e devemos assignalar mais o facto importante de ser a unica creolina nacional que tem dado resultados identicos á Creolina Pearson, no tratamento de bicheiras, conforme a opinião íranca e sincera de dis- tinctos criadores dos mais conhecidos no Brasil. PARECERES Não tendo tido tempo de fazer eu mesmo a analyvse da nova amostra da Carbolina, que me enviou, encarregou-se deste trabalho um illustre chimico de Berlim,o Sr.Dr. Valer Kobelt. Como se verifica pelo resultado obtido, o seu producto continúa, como as amostras anteriores, a cujas analyses procedi pessoalmente, a ser de optima qualidade sendo elle imais rico em cresóes do que a maior parte dos productos similares nacionaes e estran- geiros que se encontram á venda nesta Capital. Com elevada estima e consideração seu de V. S. adm. e amg. obr. — Dr. DANTEL HENNINGER, Lente Cathedratico da Escola Polytechnica. Nunca encontrei creolina, mesmo a de Pearson, que produzisse tão bons effeitos como o seu preparado. A Carbolina destróe rapidamente todos os vermes que apequentam especialmente o gado vaccum. Felicito-o por mais este triumpho sobre os similares estrangeiros.—Dr. PEDRO GORDILHO PAES LEME. Illm. Sr. Vicente Yverneck. — Tenho a satisfação de communicar-lhe que tenho feito uso em minha fabenda de cultura e criação de diversas qualidades de Se para desinfectar e matar bicheiras das minhas criações suina, lanigera, cavallar bovina: nenhuma até hoje deu-me resultados da sua Carbolina, que, além de tudo, é ex CE lente para matar bicheiras em poucos minutos, superior á Creclina de Pearso=, que considerei melhor do que o mercurio, unico medicamento que até pouco tempo empreguei para esse fim. Portanto, posso garantir que a Carbolina é muito bom preparado e conti- nuareia preferil-o a qualquer outro conhecido. Apparecida, 8 de Julho de 1905.—M. U. LENGRUBER. Experimentei com o maior interesse a sua £arbolina para matar as bicheiras no gado de minha fazenda e tenho hoje a satisfação de communicar-lhe que o resultado excedeu á toda a expectativa. Posso garantir-lhe que ainda não empreguei melhor producto para o fim de extinguir os vermes da vareja e afianço-lhes que a Creolina de Pearson não é melhor do que o seu producto. Felicitando-o calorosamente pelo resultado obtido com seu excellente prep rado, faço votos para a divulgação do seu producto e subscrevo-me com elevada estima e considesação. t é Campo Bello, IS de Junho de 1905.--Seu affectuoso amigo obrigado — EDUARDO OTRIM. Tenho toda a sarisfação em participar-lhe que tenho empregado o seu desinfectante, Carbolina Werneck, no tratamento das bicheiras nos animaes e obtido em mais de uni caso resultado verdadeiramente surprehendente. Além do meu testemunho pessoal sei que collegas e visinhos meus tambem têm colhido excellentes resultados com a applicação da Carbolina Wernnck. Felicito-o pela confecção de win producto que vem prestar relev antissimo serviço á Industria Pastoril pelos seus effeitos e modicidade de preços. Cantagallo, Fazenda de S. Joaquim, 29 de Junho de 1905. — Josê A. FONTAINHA SOBRINHO. Deposito : PHARMACIA E DROGARIA WERNEGK RUA DOS OUREMES NE RIOIDE no S) 14 REVISTA DE VETERINÁRIA É ZOOTECHNIA 195 a a A AS ASA AS ASA A AS A A A a a a DD o OD 0 O O dd ça ÃO aà Na porca, dos 10 mezes aos 5 annos. Na cadella, desde os 6 mezes. Na coelha, desde os 5 mezes. Na gallinha, desde os 7 mezes. Na perúa,. desde os 12 mezes. Na pata e gansa, desde os 10 mezes. Na pomba, desde os 5 mezes. Na pavõa, desde os 2 até aos 6 annos. Convém egualmente saber qual o numero de femeas que um macho póde regularmente cobrir na época propria: O cavallo cobre 40 a 5o. Onbirro(6o a 70. O touro, 30 a 40. O porco, 40 a 50. Mermeino, 30' à '50. (O) bócde, Ico a 200. Orevelho, 6a 10. Encallo,1oa 15: Ol pemi,Ólato: O pato e o ganso, 3 a 6. O pombo, 1. O pavão, 4. O faisão, 5. A prenhez dura, em média: Na egua, II mezes. Na burra, 12 mezes. Na vacca, o mezes. Na ovelha e cabra, 5 mezes. Na porca, 4 mezes. Na cadella e gata, 2 mezes. Na coelha, 1 mez: O choco ou mcubação dura: Na gallinha, 3 semanas ou 21 dias. Na perúa, 4 semanas ou 30 dias. Na pata, 4 semanas ou 30 dias. Na gansa, 5 semanas ou 35 dias. Na pavõa, 4 semanas ou 30 dias. Na pintada ou gallinha da India, 25 a 28 dias. Na pomba, 18 dias. O excesso de cio ou de ardor genesico das femeas tem o nome scientifico de nimphomania. 196 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO LON São muitas as causas que podem determinar esta doença, que é mais frequente na vacca, na egua e na ovelha, do que nas outras femeas domesticas. Nas vaccas a alimentação muito forte, a estabulação prolongada ea falta de exercicio, podem produzir a nimphomania. A tuberculose e diversas alterações dos orgãos genitaes tambem provocam a exal- tação do cio. Este vicio nota-se mais frequentemente nas femeas que foram cobertas mais de uma vez. As femeas atacadas de nimphomania tornam-se mas, ageressivas até para as pessoas, mostram-se quasi sempre agitadas, comem pouco, e emmagrecem portanto, procuram e perseguem os machos e até. mesmo as femeas da sua especie. Os animaes affectados de nimphomania raramente conseguem ser fecundados e, quando o são, geralmente abortam. Como havemos de prevenir ou de curar essa desastrosa exaltação do instincto genesico das femeas? Se o mal tem por causa alguma alteração dos orgãos genitaes, só O cirurgião veterinario lhe póde dar o remedio, que consiste em operar o animal, conforme a natureza da lesão existente. Não se suspeitando ou não se verificando haver lesão desses orgãos, trataremos de modificar o regimen do animal, reduzindo-lhe a ração, dando-lhe alimentos aquosos ou fracos, e obrigando-o a tra- balhar e a passar parte do dia ao ar livre, em pastagem, mas sempre longe de animaes masculinos da mesma especie. Se isto não bastar para fazer desapparecer a nimphomania, lan- caremos mão dos medicamentos calmantes apropriados ao caso. O chioral produz bom effeito. Administre-se, pois, à vacca e à egua a seguinte bebida: Eiydratolide eloa 50 grammas E CAD LEVA RR AMD cn 4 litros (Para dar por duas vezes, metade de cada, pela manhã e à tarde). A” cadella póde tambem dar-se o chloral, mas é bom addicionar- lhe a morphina, do seguinte modo : Remo pede chlorala E ana 30 grammas Ramo pedem pa Ata, deitar en 40 o (A's colheres, das de cha, uma a cada hora). O brometo de potassio e os outros brometos, tambem dão bons resultados. A” egua e à vacca podemos administrar os brometos em beberagem : REVISTA DE VETERINARIA E ZOOTECHNIA 197 — VITA VERA REDE neneto de POtasso. «ae Brometo de sodio... ...u.. Sl Ra EA E ab Rr CO 1000 FA Patticdha ca o UR q. b. para adoçar Dá-se em garrafada, de uma só vez, pela manhã, podendo repe- tir-se à noite egual dóse. Para as cadellas é preíerivel a formula seguinte: Espeto de potassios....... 4 grammas Brometo de sodio.;....... á a E aan 2 Brometo de estroncio.t.... 1 Julepo gommoso...... Mbuc ZOO dá (Seis colheres, das de chá, por dia.) | O brometo de camphora ainda melhor effeito produz contra o excesso de cio da cadella. Emprega-se como segue: Brometo de camphora..... : grammas “e Neo) AE scan Ri: ! ana 100 sq 1. Ds : Ha ainda um meio seguro de curar a nimphomania: é a castração, mas exige a intervenção de um veterinario habil em praticar essa operação. Nos animaes masculinos o excesso de ardor genesico toma o nome de satiriase. Às causas são quasi as mesmas que indiquei para a nimphomania: alimentação demasiadamente forte, falta de exercicio, estabulação permanente, alterações dos orgãos genitaes, excitações genesicas muito repetidas pela copula ou pela coabitação com as femeas, o onanismo, certas doenças nervosas, etc. Os symptomas da satiriase são parecidos com os da nimphomania : os animaes estão inquietos, tornam-se mãos, aggressivos, furiosos mesmo, parecendo às vezes atacados de raiva, atacando os outros animaes e as pessoas; téem priapismo ou erecção permanente; mastur- bam-se como podem, segundo as especies; entristecem, enfraquecem e chegam a inutilizar-se completamente. O tratamento a oppór à satiriase é analogo ao da nimphomania ; mas a castração é o remedio mais efficaz. A castração dos animaes masculinos não tem as difficuldades e perigos da castração das femeas. Jd. V. de Paula Nogueira Lente de medicina veterinaria Dad É 198 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO SERVIÇO DE INSPECÇÃO DO LEITE EM NICTHEROY (Relatorio apresentado pelo Dr. Castro Brown, á Dire- ctoria do Serviço de Veterinaria) Sr Dircetor No presente relatorio encontrareis a synopse dos serviços exe- utados e dos resultados colhidos no exercício da commissão de organização da inspecção do commercio de leite, que, a requisição do Str. Dr. Prefeito da cidade de Nictheroy, houvestes por bem confar-me. A feitura de um trabalho desta natureza é sempre motivo de justas aprehensões para quem, como eu, reconhece que a magnitude do assumpto transpõe os limites de meus conhecimentos profissionaes ; chamado, porém, a executar essa aspiração dos fluminenses, diz-me a consciencia que, seguindo a vossa orientação e auxiliado pela competencia do chefe da secção technica, me desobriguei da missão com criterio technico e scientifico, imprimindo ao serviço um cunho moderno, utilitario e pratico. Convém ponderar, que, no exercicio dessa commissão, era eu O unico technico, tendo apenas cómo auxiliar o Sr. Godofredo de Menezes, que, não sendo profissional, todavia prestou a essa commissão, com grande dedicação, o melhor de seus esforços, pelo que exige a justiça que, ponha em destaque o muito que fez para o exito obtido pela commissão. A população unanime desta cidade, a imprensa de todos os matizes c as corporações scientificas do paiz, são os testemunhos destes esfor- cos, que seriam infructiferos se não encontrassem da parte do Sr. Dr.l Prefeito e de seu digno auxiliar o Sr. Dr. Borman Borges) Direciok de Hygiene, todo o auxilio e empenho em dotar a cidade do appare- lhamento mais moderno e scientifico da hygiene publica. Neste particular, não me é licito proseguir sem transcrever as uintes palavras pronunciadas pelo eminente hygienista, o Sr. Dr. seg Carlos Seidl, em memoravel sessão da Academia Nacional de Medicina: “Conclusões eguaes foram as adoptadas no Officio Internacional de Hygiene Publica, que funcciona em Paris, e do qual faz parte O nosso paiz. Deve ser profundamente lisongeiro ao nosso nascente amor proprio nacional, em questões sanitarias, quanto garantidor de nosso futuro social, podermos afirmar que a 2º conclusão, votada unanime- mente pela recente Conferencia Internacional da Tuberculose, acaba de ser tomada na devida consideração pela Municipalidade da Capital PA REVISTA DE VETERINARIA E ZOOTECENIA 199 da Republica, reorganizando sob novos moldes o seu serviço de fisca- lização do leite; cabendo ao governo do Estado do Rio, a tal respeito, o merito da iniciativa de um trabalho util e vantajoso e bem orientado pelo Ministerio da Agricultura, commettendo à sta Secção de Medicina Meterimania, tareta, correlacta:”* Depois de uma inspecção geral das con- A organisação geral | dições do commercio de lacticinios e atten- do serviço dendo ao estado actual dos estudos bacterio- logicos relativos ao leite, procurei estabelecer a organização do serviço, realizando : ea policia veterinaria e a inspecção do leite: infectuoso ou fraudado ; 2º, a inspecção medica do pessoal entregue a exploração deste , commercio ; 3º, a verificação das condições de hygiene c do ambiente dos estabulos ; | 4º, as condições de asseio na ordenha e nas diversas manipulações do leite; GA =º verificação das condições do vasilhame de entrega e deposito e da temperatura de conservação do leite; 6º, verificação da natureza da agua destinada a ser consumida pelo gado e limpeza do vasilhame ; 7º, inspecção das forragens e condições de transportes, eliminando os improprios ou defeituosos e, finalmente, os detalhes assignalados nos quadros da organização do serviço, annexos sob os ns. I € 2. Cumpre considerar que era muito deficiente a lei municipal desta cidade para se poder estabelecer, taxativamente, todas as exigencias que a provisão de leite innocuo exige; todavia, o serviço foi organizado sem temer os congeneres das mais adiantadas capitaes do mundo. Oxalà continue a ser executado com a orientação que lhe foi impressa pela commissão.. Cotejar o desenvolvimento da nossa A industria de lacticinio industria de lacticinios, com o que se tem feito de ha vinte annos para cá, nos paizes productores da Europa e da America, é totalmente impos- sivel, tal o estado em que se encontra ainda, entre nós, esta fonte inexgotavel do bem estar das classes ruraes e da riqueza publica de todos os paizes productores e civilisados, que se estendem pela redon- deza do globo. De com effeito, a nossa producção tem augmentado lentamente, durante quasi meio seculo de exploração industrial, a technica se tem mantido em estado rudimentar, apesar de enriquecida pelo contingente 200 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO À SL LN NNE LR NEL OL LRN S IAS AI LESILLOIL OL I scientifico que lhe trouxeram os notaveis trabalhos de Pasteur e de | seu mais dilecto discipulo o professor Duclaux. “E Imperam ainda com pujança, no exercicio da profissão, suppostos industriaes, que desconhecem as regras de technica e todos os prin- + cipios de ordem scientifica, applicados ao desenvolvimento desta industria, e, por isso, nem se quer transpomos ainda o nosso proprio. oceano, em busca de novos mercados, para collocarmos os excessos de | nossa producção durante a safra e vivemos limitados aos mercados | do Rio e S. Paulo, porque o pouco que exportamos, não é mais, com k raras excepções, do que o fructo da fraude e da especulação, que som tem servido para o descredito da industria e triumpho do producto | estrangeiro. | u Ha vinte annos que a industria honesta contempla este obstaculo, | em que se detém o seu desenvolvimento, representado pela fraude e) pela desorganização dos methodos uniformes de technica, que tanto : prejudicam os esforços impulsionadores do trabalho de brasileiros É encanecidos na profissão e na tentativa de aproveitar as vastas exten-R sões territoriaes de nosso paiz, com as suas diversas modalidades de ] climas e de aguas e suas ricas pastagens onde medram expontanea- | mente as mais admiraveis qualidades de forragens. É Vejamos a Austria, com a sua pequena industria do leite o que E conseguiu fazer em 14 annos, apenas, de trabalho, e possuindol 2.119 cabeças de gado bovino por 100 kilometros quadrados, isto é, | muito menos do que a Allemanha, Hollanda, Dinamarca, Suissa, ete., | libertando-se do espirito rotineiro de technica, seleccionando o seu | gado de origem indigena pela de raça manteigueira, regulamentando Ê e fornecendo noções economicas e, finalmente, apparecendo hoje com | as suas 700 cooperativas de leiteria e tudo isto em um paiz onde um | litro de leite custa, em nossa moedá, apenas 75 réis. Os seus esforços não ficaram ahi, o governo austriaco foi secun-| dado logo pelo Parlamento que consagrou no orçamento do Ministerio | da Agricultura dois milhões de corôas, destinados simplesmente a manutenção exclusiva desta imdustria, o que é feito por emprestimo, | ora com os juros de 5º/º ora sem onus de especie alguma, todos, | porém, amortizaveis em tempo previamente ajustado. A Suissa, que contemplamos com o duplo amor de profissional , e de brazileiro, conseguiu lançar, não só as bases da sua riqueza) publica como tambem o seu nome, em todo o orbe, com os seus. admiraveis productos derivados do leite. | ' E” pois, chegado o momento de se abordar e resolver este pro- | blema entre nós, porque esta industria não é uma creação forçada | nem artificial; a sua base é o leite, producto natural, que bem con- | o Z 7” o ; la O NS Ç O SE e — Ne e O EEE o e, REA URCA Ea E Sire SE o ne ES ta dai =” REVISTA DE VEYBRINARIA E ZOOTECHNIA 201 aà AAA aà a A AO duzido dará ao nosso paiz, o logar que ha muito devia occupar entre “outros, cujas condições não são superiores às nossas. As nossas antigas fazendas estão sendo invadidas pela industria “pastoril, crente na orientação promettida pelo governo, e não € preciso buscar principios philosophicos para demonstrar a necessidade de não se desanimar, cumprindo cada um o seu dever. Agora, só os esforços dos industriaes de lacticinios, calcados sobre as bases de uma regulamentação official de ordem technica e de associação, poderão offerecer as vantagens do ideal visado. Nem foi por ordem de consideração diversa que a Dinamarca, França e Austria triumpharam. A unidade de vistas e de esforços deverão ser a nossa divisa, com auxílio, apenas, do Ministerio da Agricultura, creando uma inspectoria geral de leiteria, com um bem organizado regulamento que salvaguarde os creditos da industria honesta, mantendo a unifor- midade de technica nos ensinos, fiscalisando os productos, instruindo os productores, melhorando os meios de transportes e a sua hygiene, embalagem, cotações, estatisticas, etc. O que se vae ler justifica a urgencia desta medida, que todos os paizes possuem no interesse economico não só do desenvolvimento desta industria, como tambem da sua legislação, etc. De todos os ramos do commercio é o leite e seus derivados o mais importante, quer considerado do ponto de vista economico, quer do da hygiene publica, por servir à alimentação da infancia, ao regimen dietetico dos enfermos e dos hospitaes e constituir parte notavel da alimentação do homem são. Esse ramo de commercio e industria não deve funccionar livre- mente, sem uma regulamentação que lhe trace normas garantidoras da salubridade publica e da riqueza da patria. E a meu ver, é criminoso o governo que mantém esta industria ao abandono de todos estes requisitos. O contrôle do leite, no ponto de vista Contrôle do leite hygienico, offerece bastantes dificuldades e exige grande pratica e conhecimento de varios estra- tagemas para se evitar a sua acção funesta, porque a fraude do leite dispõe de recursos ao alcance das intelligencias mais mediocres, para iludir o perito encarregado de pesquizal-a, e é assim que, em toda parte, onde se exerce uma fiscalização severa e real, o pessoal é primeiramente adestrado, antes de entrar em funcção, nos conheci- mentos que a natureza deste serviço comporta. Baseado neste criterio, é que elles estabelecem a orientação imprescindível aos interesses da industria e dos consumidores, porque, BN. 20 202 MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO LNLS LOSS LS RSS SAS A a a Sa a a se a ninguem é dado prejudicar os interesses da salubridade publica, tambem não é licito às autoridades, por deficiencia de conhecimentos, affectarem os creditos e a Ma dos productores. O contrôle do leite deve, pois, ser executado sem vexame, e de fórma a conciliar os interesses economicos da industria com os dos consumidores Eº por esta intuição muito simples, que em toda a parte este serviço constitue uma garantia de interesses reciprocos, chegando as autoridades em muitos paizes a trabalharem de accórdo com as socie- dades de contrôle, em busca do mesmo ideal de só permittirem a venda de leite puro e saudavel. Os inimigos que de ordinario apparecem são os intermediarios, que procuram atravessar os negocios com o fim manifesto de frau-: darem, mas, com estes, é que as autoridades devem estar de sobreaviso e serem energicas quando apanhal-os em fraude. O contrôle do leite torna-se dificil pela actual deficiencia de meios de verificação, porque se a fraude for executada por um falsi- ficador inteligente não é o serviço de contrôle que possuimos, que ira reveler o estratagema empregado, porque elles possuem meios de equilibrar o peso especifico do producto e o seu grão de acidez, etc. E” neste particular, justamente, onde se póde avaliar a perícia do perito encarregado do serviço de inspecção que, possuindo pratica do commercio deste producto e da technica da industria, saberá aban- donar muitas vezes o caminho theorico da pesquiza, para surprehender nos seus planos os fraudadores do leite. Eis aqui um exemplo bem frisante do que se fez em Luxemburgo, quando se organizou naquella capital o serviço de contrôle do leite: “Le réglement sur la vente du lait au Luxemburg a été pubhé à la plus grande satisfaction de tous les milieux intéressés le 31 Decembre 1901. Les préparatifs nécessaires à son execution et Péducation du personnel pour le maniement des appareils ont été entrepris sans tarder,, et des 1903 le contrôle s'est trouvé suffisamment organisé pour pouvoir entrer en vigueur définitivement. Pourtant pendant les prender temps, les agents, qui en avaient reçu Pordre de ne proceder qu'avec toute la prudence et les menage- ments que commandaient les circonstances. Ces premiérs temps ne devaient d'ailleurs etre que des temps d'essais, d'apprentissage et de tatonnement, et on comprend aisément que la moindre faute commise au commencement aurait pu devenir néfaste pour le succés de cette entreprise, dont elle aurait à coup sur fini par compromettre ['avenir d'une maniére absolument irremediable.” REVISTA DE VETERINÁRIA É ZOOTECHNIA 2013 ça ça aà a a | dd dd dd dd di Este modo de agir vem demonstrar o criterio que se deve ter na execução e organização de um serviço desta natureza, e provar ainda que o contrôle do leite não se aprende atravez dos livros, mas sómente mo systema de commercio de cada paiz e nos pontos vulneraveis de cada typo de leite, de accórdo com as regiões de onde procedem, etc. E se o leite é sujeito a estas fraudes, mais facil estarão ainda os seus derivados, os queijos, por exemplo, que permittem, com muita facilidade, o emprego de agentes conservadores e de antisepticos, que zombam dos recursos da chimica, se ella não fôr manejada por mãos habeis de especialistas. Nós temos o nosso serviço calcado no ponto de vista da fraude, tão somente, pois, os seus effeitos tornam-se illusorios, attendendo ao estado actual do estudo bacteriologico do leite. Parece-me, pois, que, um leite pathologico, é muito mais grave do que aquelles que sao fraudados pela agua ou enfraquecidos pela desnatação, mas em geral estes factos são entre nós de somenos importancia, existindo, infelizmente, centenas de animaes em plena lactação, ardendo syste- maticamente em febre por todos estes estabulos e fornecendo tran- quillamente leite ao regimen infantil e dietetico dos enfermos e dos hospitaes. Naturalmente, no ponto de vista bromatologico, nada teremos a dizer, mas infelizmente o mesmo não succede no ponto de vista da prophylaxia veterinaria, porque o movimento commercial da pecuaria annulla por completo as medidas prophylacticas desta repartição, tornando-as illusorias. Encarado sob este aspecto, o nosso serviço de inspecção de leite esta muito atrazado na defesa das molestias contagiosas de origem bovina, ou de outras de que o leite é vehiculo. Infelizmente, esta verdade é ainda secundada pelas epizootias de raiva, que reinaram em dois Estados productores de leite, sem que houvesse medidas prophylacticas por parte das autoridades que garantissem os inte- resses da salubridade publica, contra a sua invasão e damnos. A pratica vem demonstrando, diariamente, varios artificios que constituem outras tantas provas da necessidade systematica da policia veterinaria do gado estabulado, destinado, ao provimento de leite ao consumo publico; os processos da mistura dos leites do interior, com os das vaccas estabuladas, mantidos pelo preconceito do consumidor, são a prova mais evidente dos cuidados que devem ter todos aquelles a quem a lei incumbe a defesa dos interesses da salubridade publica de uma cidade. Não é naturalmente na inspecção de contrôle, que se irá descobrir este artificio, porque os leites misturados estabelecem quasi sempre 204 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO uma uniformidade de composição e de caracteres normaes, que não deixa perceber as misturas nem reconhecer de prompto, as afiecções, em começo. 4 E não se diga que se póde evitar estes processos, porque são elles admittidos em toda a parte e, entre nós, são mantidos pelo preconceito do consumidor, que paga preços muito mais elevados pelo leite dos estabulos, do que pelos outros que procedem do interior, apesar de nunca se terem lembrado de bater ás portas de uma peniten- ciaria, em busca de uma mulher para alimentar seus filhos, mas que entendem dar preferencia ao leite de vaccas sujeitas a uma prisão eterna e deslocadas de seu meio natural de vida e de alis mentação. y | O lucro deste artifício é compensador e o preconceito se torna dificil de ser annullado pela desidia no modo hygienico de nossos transportes e nos cuidados de pureza que não são observados pelos, nossos productores, e finalmente pela especie do vasilhame em que são conduzidos os leites do interior. | O quadro annexo, do serviço executado em oito mezes, apenas: mostra a vigilancia exercida sobre o gado productor, as fraudes do leite e os elementos pathologicos e anormaes daquelles que eram expostos à venda, etc. “ Convém ponderar que a deficiencia do laboratorio montado nesta cidade por esta Directoria não comportava as pesquizas multiplas que a natureza deste producto comporta, além de que, só dispunha de um unico profissional technico para satisfazer a todas as exigencias da organização geral do serviço. Ainda assim, foram contrôlados 476 amostras de leite, das quaes 431 foram reputadas boas, 35 falsificadas, cinco pathologicas, e condemnadas 45. Na Inspecção veterinaria, foram até a organização deste quadro, tuberculinizadas sete vaccas, interdictas 19 em 1.040 visitas feitas. Na inspecção medica foram isoladas quatro pessoas e interdictas duas, affectadas de molestias transmissíveis e incuraveis. | 'O serviço de contrôle era feito em diversas horas do dia, desdal os pontos de producção até às grandes leiterias da cidade. O contrôle do leite é feito em todos os paizes desde as fontes productoras até os centros de consumo. j A photographia junta, demonstra a precisão deste serviço e O modo de sua execução na Allemanha. | Vê-se o perito junto das vaccas productoras pesando o leite pelo processo ponderal e mais adiante, o chimico, dosando a sua riqueza fundamental. j / , / / / j / A sh Na REVISTA DE VETERINARIA E ZOOTECHNIA 205 DO a e ad dd dd add dd dt di ci a ci ci Sc DO o O o o Da Esta cidade consome, diariamente, 32.687 A producção, raça e a litros de leite, dos quaes mais de metade, estatistica do leite | são procedentes do interior do Estado e oriundos de vaccas sujeitas ao regimen de campo, situados estes nas zonas de Cantagallo e do ramal de Campos, de onde procede tambem não pequena quantidade de leite que é destinado ao consumo do Districto Federal e que aqui passa apenas em transito, e o restante de vaccas estabuladas, nas zonas urbanas e suburbanas da cidade, que se divide em seis districtos, attingindo ao total de 587 cabeças de gado bovino, assim destribuido: vaccas em “gestação e em lactação, 370; touros, 31; novilhas e vitellas, 186. Durante estes oito mezes em que executavamos o serviço, não existia epizootias de especie alguma. A raça deste gado é a hollandeza mixta, cruzada nesta cidade; alguns animaes procedem do interior do Estado e do Districto Federal, existindo muitos que constituem bellos especimens, verdadeiras vaccas leiteiras de magnifico porte e com o característico de sua raça. Na sua totalidade, estes animaes estão bem installados e são suffi- cientemente alimentados, sendo ordenhados duas vezes por dia: uma uma pela manhã, ao alvorecer e outra à tarde, entre 2 e 3 horas. Fóra destes prazos, os animaes não são mungidos. O leite é colhido em latas de folha de zinco estanhado e depois “acondicionado em garrafas brancas de fundo chato, arrolhadas com cortiça ainda não usada. Não se admitte lacre nas garrafas, não só para evitar os fra- gmentos, como tambem porque em geral esta substancia é colorida com materia toxica, verde-paris, etc. O lacre posto sobre as rolhas para evitar a fraude do leite, como se usa no Districto Federal, durante o trajecto do estabulo para a moradia do consumidor, é medida contraproducente e perigosa: con- traproducente, porque não evita de modo algum a fraude que póde ser praticada em plena rua e novamente lacrada a rolha, pois com um pedaço de lacre e um phosphoro essa operação se executará facil- mente em qualquer logar; perigosa, porque sendo o lacre muitas vezes corado com substancias toxicas, verde-paris e outras, póde haver con- taminação do leite, no acto de serem abertas as garrafas, dado o pouco escrupulo dos serviçaes e deste modo o leite levado a ser ingesto, tendo em dissolução particulas toxicas. Não é preciso salientar a importancia A hygiene dos estabulos consideravel que exercem os estabulos mal mantidos, sobre as condições do leite. 206 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO PRESO UE a TU RA Am Não só a alimentação concorre para influir na boa qualidade, a hygiene tem tambem uma grande e importante parte sobre a sua fineza, sabor, odor e coloração, etc. | São os cuidados hygienicos, que pôem o leite ao abrigo das con- taminações, susceptiveis de provocar todas as suas alterações e de inquinal-o de uma série consideravel de germens que habitam os estabulos que se resentem destes immediatos cuidados. E” para este fim que devemos observar não só as suas condições topographicas e installações, como tambem as relativas à temperatura, alle izi O asseio corporal dos animaes e do pessoal encarregado do trato, ordenha, é medida indispensavel, bem como a collocação da estrumeira, combinada de precauções sobre o ponto de vista pratico de sua utilidade cida protecção quicidey em merecenos estabulos contra as suas emana- cões e contaminação dos insectos vectores de molestias, como as moscas. As manjedouras são outra causa que tem passado despercebida entre nós, e que requerem, todavia, cuidados hygienicos especiaes, porque nellas residem grande numero de germens que os residuos das rações accumulam em plena fermentação e que actuam não só sobre o ambiente dos estabulos e do leite, como tambem sobre os novos alimentos, que são deste modo contaminados e que alteram o seu sabor, pelo que os animaes os repugnam e regeitam, enfraque- cendo-se pela deficiencia que estes inconvenientes acarretam à sua alimentação. Seria, pois, prudente, que ellas fossem construidas de ferro esmaltado ou de outro qualquer material, que facilitasse as grandes lavagens, o que não succede com as de madeira, e que fossem syste- maticamente lavadas com uma solução de agua de cal que nenhum inconveniente offerece ao leite e às rações dos animaes, e que teria ainda a vantagem de dificultar as fermentações. Os limites minimos de espaço para as estrumeiras, deviam ser tambem previstos, não sendo permittido a sua construcção, se não atfastadas pelo menos 10 metros, dos animaes em lactação. Neste particular, eram de um descuido entristecedor as condições de muitos dos estabulos situados nesta cidade, alguns dos quaes, no centro de povoação densa, constituindo verdadeiro perigo para a salu- bridade publica, porque o leite produzido em um estabelecimento nestas condições, longe de constituir um elemento de vida, é um factor de lethalidade que nenhum paiz civilisado admitte, mórmente com o testemunho da clinica medica, como infelizmente succede entre nós. REVISTA DE VETERINÁRIA E ZOOTECHNIA 207 Da ii SO ci - Não hesito mesmo em alongar-me neste capitulo. As considerações que venho fazendo são suggeridas pela minha longa pratica de pro- fissional que conhece bem os perigos que póde offerecer o leite, quando oriundo de um meio desta natureza. Ainda ha pouco mereci, embora capciosamente, a censura de um profissional estrangeiro ao serviço do meu paiz, por haver assim, em um trabalho technico, me manifestado, tanto quanto possivel, em favor do leite esterilisado, porque conhecia os beneficios que estes conselhos trariam as gerações futuras e os interesses economicos desta industria, mas nem de longe procurei defender-me destas censuras e se ainda agora consigno nestas linhas o meu modo de vêr, é tão sómente para que a par do que elle escreveu fique tambem consignado aquillo que um homem educado no exercicio da profissão e em cujo meio sempre viveu pôde apprehender sobre os effeitos que um leite pro- duzido nestas condições, póde acarretar ao nosso organismo sem modificar o seu aspecto normal, parecendo, entretanto, um alimento Inocuo, generoso e rico. Se assim penso, é porque conheço perfeitamente os nossos usos de commercio, transportes, acondicionamento e contrôle do leite em nosso paiz para contestar este direito que todos julgam possuir, de sacrificar o proximo em seu proveito pessoal, e deste modo não posso acceitar as doutrinas do professor que me honrou com a sua censura. Agora deixo áquelles que com effeito entendem de leite, o julga- mento de minhas opiniões profissionaes, de accôrdo com o meio onde opero. Não é, certamente, só o aspecto deste estabulo, situado no centro da cidade, que deixa no animo do espectador a mais triste impressão, mas tambem o abuso resultante da promiscuidade de vida entre os animaes e os membros da familia de seus proprietarios com todos os seus objectos de uso domestico, congregando deste modo, todos estes elementos de contagio, em torno do leite, que pela sua composição especial em materias albuminoides e phosphatadas'o faz tornar um meio propício ao seu desenvolvimento. Assim, por esta fórma simples, não ha leite que não prejudique os nossos organismos, usado em estado natural, não incluindo ainda os germens que são muitas vezes adquiridos no seio do proprio animal productor. Impunha-se pois, da parte das autoridades sanitarias desta cidade a mais severa vigilancia contra este estado de cousas e foi natural- mente o que impressionou o espirito illustrado do Sr. Dr. Prefeito, para solicitar do Sr. Ministro o pessoal de que carecia para organizar nesta capital tão importante serviço de hygiene social. 20S MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO NNE NA NS NA NAS ALTA NS A ALT RS NS SS SSL NS SS SS AS LS NS SNS SSIS SENTES O seu modo de vêr foi com maior razão comprehendido pelo ilustrado medico, o Sr. Dr. Bormamm Borges, Director de Hygiene desta capital. Modificações radicaes foram realizadas de prompto, e hoje Nicthe- roy possue estabulos que, se não são a ultima palavra em materia de hygiene, preenchem, todavia, seus principaes fins. Era muito rudimentar e incompa- A venda avulsa do leite e tivel com os interesses da salúbridade a entrega a domicilio publica e da civilização da cidade, o systema adoptado na entrega do leite a domicilio e na venda avulsa. O leite era conduzido em cangalha de muares, que traziam os cavalleiros mercadores de pés descaiços, em mangas de camisa, desa- ceiados e maltrapilhos. Estes residiam no centro da cidade e nas horas mais movimen- tadas entregavam e offereciam a sua mercadoria, nas tristes condições descriptas e na supposição de que praticavam uma obra meritoria e de que exerciam um commercio innocuo. As garrafas em que conduziam este leite eram de formato e de córes diversas e vinham na sua totalidade vedadas com folhas de vegetaes diversos, arrancadas dos arbustos existentes nas portas dos estabulos e onde se encontravam, adherentes, insectos mortos e excre- mentos que por esta fórma inquinavam o leite dos mais perigosos organismos, accrescendo os que elle mesmo já traz muitas vezes do seio do animal productor. Os muares, alguns bastante velhos e sem o asseio necessario, traziam estas garrafas em caixas immundas e quasi que em contacto com o pello mostrando assim por esta intuição muito simples, como o leite podia diariamente trazer ao organismo humano os elementos geradores das mais graves enfermidades. Em consequencia deste estado de cousas, esta commissão pediu logo de prompto medidas energicas que modificassem este estado pri- mitivo que ainda existia em pratica nesta cidade, ligado aos usos primitivos dos tempos coloniaes. Uma circular da Directoria de Hygiene foi enviada a todos os mercadores, intimando-os a modificar o systema em uso pelos que continham a circular; foram, porém, infructiferos todos estes esforços, porquanto as novas exigencias não lograram ser attendidas ; exgotados todos os meios suasorios, foram então intimados os negociantes nos termos do edital abaixo, durante oito dias publicado e que logrou efteito pelas disposições em que se achavam as autoridades de agir energicamente, caso não fossem obedecidas. Tr REVISTA DE VETERINÁRIA E ZOOTECHNIA 209 De ordem do Sr. Dr. Director de Hygiene, Edital com faço sciente aos commerciantes de leite, que, o prazo de oito dias tendo terminado o prazo concedido pela circular de 14 de Março findo, para a substi- tuição dos muares, na entrega do leite a domicilio ou na venda avulsa, pelas bolsas ou carrocinhas, e das substituições das rolhas de folhas de vegetaes, pelas de cortiça, que ainda não tenham sido usadas, bem como, das garrafas de córes diversas, pelas de côr branca de fundo chato, devidamente authenticadas, com a designação do nome do ven- dedor e da procedencia do producto, etc. Esta Directoria faz sciente, que a contar desta data e no prazo de oito dias, serão aprehendidos e inutilisados todos os productos que nestas condições forem ainda encontrados e autoados os infractores nos termos da lei. | Nictheroy, 2 de Setembro de 1913.— O Inspector Sanitario, Dr. Baptista Pereira. Só assim cessou o estado deploravel em que era conduzido e vendido o leite para dar logar ao uso das garrafas de córes claras ou brancas, arrolhadas com cortiça ou porcellana e entregues em bolsas ou carrocinhas apropriadas a estes misteres. O leite, pelo papel importante que representa como transmissor de molestias contagiosas, não podia ser conduzido nas condições em que o era, porque ninguem hoje desconhece os cuidados que elle requer em todas as administrações publicas dos paizes civilizados, para evitar que um alimento salutar e innocuo se torne prejudicial ao nosso organismo, como ponderou o Dr. Enock, notavel medico hygienista, aconselhando todo o cuidado e lembrando que esse liquido é muitas vezes, o unico alimento infantil. As autoridades de Nictheroy comprehenderam bem as necessi- dade imprescindíveis deste serviço e procuraram traduzil-as em actos de poder publico no firme proposito de evitar o prejuizo resultante da grande lethalidade da infancia na capital do Estado do Rio, tendo por causa as alterações do leite. O regimen alimentar das vaccas estabula- Regimen alimentar das nesta cidade é o mixto, leguminoso, (vaccas estabuladas) gramínio feculento: favas, feijões, farello, fubá e finalmente capim d'Angola. As qualidades destas forragens eram systematicamente examina- das e justo se torna salientar que as suas condições satisfaziam perfeitamente aos fins a que eram destinadas, se alguns processos de manipulação não se tornassem inconvenientes e prejudiciaes aos interesses da saude publica. Re. Ve. 27 210 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO EO DS aa SU Quando, linhas atraz, lembrei a importancia capital que incon- testavelmente exerce no ponto de vista da hygiene social, o contrôle de leite, o fiz, não só levado pelos meus conhecimentos profissionaes de mais de duas decadas de annos, como tambem pela impressão nitida de processos graves que as investigações e os estudos desta commissão vieram revelar. Jão é sómente a fraude, como vulgarmente se julga, as causas determinantes da grande mortandade infantil, antes pelo contrario, estas ficam muitas vezes aquem, dos grandes inconvenientes que a desidia de um serviço de veterinaria póde acarretar à salubridade de uma cidade. | A presença da ammonia no leite é sempre um indício de caracter grave, mormente quando o leite é destinado à alimentação infantil, mas como em geral a sua existencia tem origem na fraude pela aguagem artificial do leite e falta de arejamento do estabulo e pela transpiração das mãos dos vaqueiros no acto da ordenha, estas causas, abstrahindo as patologicas, se manifestam sempre 10 a 12 horas depois da ordenhação do leite, mas aqui, um facto anormal fazia coagular o leite ordenhado horas depois e acondicionado em garrafas perfeita- mente limpas, apresentando ainda todos os seus caracteres physicos perfeitos. Era uso no commercio de leite nesta cidade, o emprego de rolhas de goiabeiras em cuja composição rica em acido tannico acharia talvez explicação a coagulação rapida do leite pela acção daquelle acido sobre a caseina e proporcionando o seu desdobramento; as medidas, porém, adoptadas na substituição desse systema pelas rolhas de por- cellana, cortiça, borracha, etc., vieram demonstrar que outras eram as causas determinantes deste grave inconveniente. Com effeito, tratava-se de um producto que tinha a origem de sua fermentação anormal no proprio ubre da vacca, em virtude de se lhe haver ministrado forragens em plena fermentação putrida. Ainda ha ipouco o realce dos estabulos de Hamburgo e Berlim, ecoou no recinto da nossa Academia de Medicina, sem que todavia mnguem se lembrasse que alli, naquelles estabelecimentos, as vaccas estão sujeitas a um regimen severo de fiscalização official e de um tratamento todo especial, quando destinadas ao aleitamento infantil, chegando o escrupulo a ser negado a estes animaes as forragens verdes, quando habituadas as forragens seccas. Avesso a citações extranhas ao nosso meio, abri apenas este parenthesis no firme proposito de manifestar-me contra estas litte- raturas estranhas que só têm servido para atrophiar a nossa orien- tação e nosso progresso. REVISTA DE VETERINÁRIA E ZOOTECHNIA 21) al ça od A nós, que vivemos em outro meio diverso do europeu, é que compete estudar e estabelecer as regras e verificar a influencia que podem ter as nossas forragens sobre a producção do leite, quantitati- vamente e qualitativamente, assim como estabelecer quaes as influen- cias que podem produzir bacteriologicamente no leite e seus derivados, estas mesmas forragens. Este modo de ver é ainda corroborado por esta commissão que venho desempenhando em obediencia às instrucções que me foram ministradas por esta Directoria, de estudar tanto quanto possível, todas estas questões prezas naturalmente ao lado economico e social do paiz. O leite apresentava a existencia da amonia e coagulava rapida- mente porque era um producto fermentado antes de ser mungido, em virtude de ter sido administrado ás vaccas, favas e feijões em plena fermentação putrida, por ser systema dos vaqueiros cozinharem estas substancias apenas uma vez por semana e empregarem-nas até à phase putrefactoria completa. O processo empregado nas pesquizas desta substancia no leste, foi o de Nessler, porque infelizmente não pude empregar o de Trillat e Sauton, que é o mais adoptado nas pesquizas dos saes de ammonia no leite, porque não encontrei em parte alguma o reactivo adoptado por estes autores (Trichlorureto de Iodo). O fubá de milho empregado na alimentação das vaccas em excesso e no percurso da gestação adiantada é outro assumpto que merece ser divulgado pelo serviço de veterinaria. No processo physiologico da formação do leite, o ubre inflam- ma-se e o abuso desse alimento leva ao tubo digestivo não pequena quantidade de materias azotadas que, além de perturbar a digestão do animal, produzem residuos muito resequidos, que se tornam responsa- veis pela prisão de ventre e absorpção de toxinas ou de principios toxicos que determinam a formação de grandes abcessos, erysipelas e finalmente a morte por septicemia como succedeu nesta capital. Este alimento actúa para que o processo inflammatorio da forma- ção do leite attinja a proporções consideraveis, não permittindo nem Se quer que o animal se possa levantar para se alimentar ou nutrir a cria. A maior gravidade, porém, deste inconveniente está em serem tratados estes animaes enfermos pelos proprios individuos encarre- gados da ordenha dos animaes sadios existentes no mesmo estabulo e em plena lactação, porquanto sabido é que a estreptococeia é de facil contagio e prompta disseminação. 212 MINISTARIO DA AGRICILIURA, INDLSTRIA E COMMERCIO dd dd dd dd a RD) LNLS rd PNL A proporção desta enfermidade, devido aos inconvenientes apon- tados, estaria tomando grande vulto se não fossem conhecidas as suas causas a tempo de serem orientados os proprietarios sobre os grandes inconvenientes que a sua ignorancia estava mantendo em deprimento de seus proprios interesses e dos da salubridade publica, Em vinte e cinco vaccas, recem-paridas, cinco foram attingidas pelo mal, sendo que uma succumbiu ao ser removida para o isolamento, estando presentemente dando os melhores resultados as instrucções ministradas a estes homens no sentido de não abusarem do fuba como alimento nas proximidades do parto. Nas vaccas estabuladas nas zonas suburbanas, o regimen é o de meia estabulação, isto é, o gado vem apenas para os estabulos ao cahir da tarde onde permanece até o dia seguinte às q horas da manhã, quando é de novo conduzido às pastagens. Nestes campos não foi encontrada nenhuma variedade de plantas nocivas, nem mesmo as denominadas herva de rato ou arrebenta cavallo foram alli notadas. A natureza da agua, dada como bebida ao gado estabulado,. foi tambem objecto de estudos desta commissão, em virtude de sua escassez, o que obrigava os proprietarios destes estabulos a retel-a durante muitos dias em tanques de cimento e em caixas de ferro, algumas das quaes construidas sem o necessario abrigo, pelo que se transformavam em deposito de materias organicas que, entrando em decomposição, affectavam as condições de pureza do líquido, preju- dicando o fim para que era destinado. | Nas mesmas condições se achavam as caixas de ferro que oxidavam facilmente, contaminando as aguas com saes deleterios e indirectamente o leite. Além destes inconvenientes eram construidas nas proximidades das estrumeiras dos estabulos, que levavam os seus vapores e emana- ções, ao contacto d'agua. Todos estes inconvenientes foram annotados por esta commissão e mereceram da Directoria de Ilygiene desta cidade as mais severas medidas de precauções sanitarias. Naturalmente, para que se possa pôr ao abrigo destas conta- minações, a vida de uma população é preciso que se traduza em factos, não só a fiscalização systematica das forragens, como tambem a inspe- cção dos animaes estabulados e do pessoal entregue a exploração deste importante ramo de industria, com uma organização legislativa capaz de produzir todos os beneficios que este assumpto complexo exige. O martyrio eterno da estabulação destes animaes, que vivem obrigados pela prisão a comerem forragens nocivas, já é por excel- A Ig NEN NES QUEM Ç REVISTA DE VETERRINARIA E ZOOTECHNIA 213 TARSO a La Da O Ci DOR od o do AD A DR ct lin lencia factor pernicioso à alimentação da infancia, como é a do regimen de uma penitenciaria, em cujas portas ninguem ainda se lembrou de bater em busca de uma mulher destinada a alimentar uma criança. A existencia da ammonia nas leguminosas fermentadas e o excesso do fubá de milho nos alimentos das vaccas em gestação adiantada, podem acarretar as mais graves enfermidades no organismo tenro e delicado da criança, quando imperar a desíidia em um serviço desta natureza. Do inquerito de todos estes factores, se chegou ao conhecimento “de que as “Favas de Belém” foram as causas determinantes da mortandade immediata de uma série de vaccas leiteiras nesta cidade, como foram tambem a tempos, no Districto Federal. Em officio n. 9, esta commissão detalhou minuciosamente esta cireumstancia e fez remetter a esta Directoria uma pequena quantidade desta leguminosa, que foi mais tarde enviada pela Directoria Geral de Agricultura ao Laboratorio de chimica Bromatologica do Posto Zootechnico, afim de ser verificada a existencia do acido cyanhydrico, tendo este Laboratorio procedido a dois ensaios negativos e semeado o restante para estudar o momento exacto em que as favas se podem tornar venenosas. De posse destes dados, esta commissão procurou orientar todos os proprietarios de estabulos sobre a conveniencia de não empregarem esta substancia como alimento das vaccas, bem como forneceu áquelles que ainda não a conheciam alguns exemplares das ditas favas, que são hoje tambem cultivadas no territorio deste Estado, mormente nas cidades de Valença e de Vassouras. Seria salutar que esta Directoria tornasse conhecidos todos estes inconvenientes colhidos com estes estudos, afim de evitar damnos que podem e devem ser evitados. Não será tarefa difíicil as municipalidades legislarem sobre este assumpto, posto que já se acha estudado e consignado em leis especiaes na Republica Argentina, Inglaterra, Uruguay, etc. O quadro graphico demonstra o serviço A tuberculinisação executado até 6 de Dezembro do corrente anno, das vaccas época em que o actual Ministro determinou a suspensão desta commissão. ' Por este motivo, esta commissão não póde concluir os estudos que vinha encetando para conhecer methodicamente os indícios de analyses dos leites tuberculosos, todavia, ainda póde levantar os expressos no unico quadro que acompanha o historico deste capítulo. 214 “MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO 10 Por estes dados se póde verificar que os indices de cinzas, acidez deixaram ver anormalidade do producto. Deixo de mencionar o numero de vaccas tuberculinizadas, porque naturalmente deve fazer parte do relatorio do Sr. Dr. Pietro Foschini, veterinario desta Directoria, encarregado desta parte da commissão, As forragens e os objectos de uso domestico, bem À construeção como os aposentos dos empregados e dos membros dos estabulos das familias de seus proprietarios, foram retirados do interior dos estabulos e observadas as condições de luz e arejamento destes estabelecimentos. Os estabulos que não obedeciam a estas condições foram intimados às modificações que satisfizessem a estes requisitos e ao conforto dos. animaes ; nestas condições muitos delles estão presentemente em obras em obediencia a estas exigencias da Directoria de Hygiene. A simples menção destas exigencias põe em relevo o modo pelo qual procurou esta commissão executar a organização geral deste serviço, inspirada nas condições especiaes das leis em vigor que não conviria, sem modificações profundas das tradicções de trabalho, ainda em uso nesta cidade, exigir mais do que se fez. Felizmente, nenhum insuccesso soffreu esta commissão, que procurou sempre a praticabilidade do serviço sem affectar o movimento industrial e economico da industria. A” iniciativa e à disciplina, aliadas ao saber O transporte do leite profissional, deve a industria de lacticinios | os progressos realizados ha 30 annos a esta parte em todos os paizes productores. Com effeito, todos nós comprehendemos que a industria de lacti- cinios não é uma criação forçada ou artificial que exija medidas excepcionaes para se expandir, mas ella requer dos poderes publicos os meios adequados de transportes para se poder manter e satisfazer as exigencias scientificas da salubridade publica. Neste particular estamos atrazadissimos, porque nenhuma das nossas estradas de ferro faculta o desenvolvimento desta industria, porque todas se resentem dos requisitos de hygiene de transportes que a natureza do leite e as suas condições organolepticas exigem no interesse economico da industria e da hygiene social. Tendo assistido logo no começo da organização deste serviço, a chegada do leite procedente dos ramaes de Campos e Cantagallo, na Estação de Leopoldina Railway, em Sant'Anna de Maruhy, notei o perigo que poderia causar à população desta cidade a norma do serviço all instituido. REVISTA DE VETRRINARIA I ZOOTECHNIA 215 Do a dia di di do did dd dd LONA a A aà aà ÇÃO ÃO EO aa No meio de moveis e de roupas usadas, aves, fructas, peixe, etc., e em latas oxydadas, com tampa de metal, arrombadas e extra- vasando, chegava a esta cidade o leite que era destinado a alimentação da infancia, ao regimen dietetico dos enfermos e dos hospitaes e final- mente da parte notavel da alimentação do homem são. A simples intuição mandava interdictar alli mesmo, a venda de semelhante producto que, affectando os interesses da saude publica, eliminava por completo toda a parte economica da industria de lacti- cinios deste Estado. Considerando, pois, as condições de fixidez do leite e a sua riqueza em substancias albuminoides e phosphatadas que o torna um meio dos mais propícios ao desenvolvimento de toda a sorte de ger- mens que o cerca, esta commissão reclamou energicas providencias Contra este inqualificavel abuso, por todos os meios ao seu alcance, dando em resultado a intervenção das autoridades de hygiene desta eidade, que conseguiram melhorar consideravelmente os meios de transporte do leite. Hoje, o serviço é muito outro. Actualmente o leite é conduzido em um magnifico carro que só conduz este producto e a sua descarga é feita directamente para os caminhões, sem contacto com outras mercadorias incompatíveis com a sua natureza e existentes nos armazens para onde, antes, eram remettidas as latas que conduziam este producto. Eis, Sr. Director, espalhados por varios capitulos deste relatorio, os serviços executados na cidade de Nictheroy, à requisição de suas autoridades. É creio que cumpri eficientemente com o meu dever. Rio de Janeiro, 31 de Dezembro de 1913. Castro Brown. 216 MINISTRRIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO | Quadro Synoptico da Fiscalisação Geral do Leite em Nictheroy SERVIÇO DE VETERINARIA (SECÇÃO TECHNICA) Estabulos — Bons n veces aa nn even bu anca nn ros ano vo nas non nto os uu nn nan on on uns a da un da 0 4 44 Leitérias = Dificientes ns. sia fama opdrira ET fado lr bi E EN ga a o Tata aa AN SAVER no A RE Depositos — Ruins n Crer ns nao ds o ua noso asso sn sv vcs au cecusc nose eau oo nous on sn an sou vor ra gs na [) tm e = .. = | Empregados — Bous n........ Doentes n.. casu Molestias. e syar tome serto o paia ER É -< Animaes — Bons B...... cc. Doentes a MI ENTAS Ga ds vd das Bu bs de ERRA co o e) (9,4) If Convellentes Pique elo No qioio o! sharing o E a DN AV a E, E Forragens. . ES l "NOCHVAS Ps ala eo a a O DE O GA Ea A ARA VEN a MR ANP Ps Mm = Boal la ND Are A o Vasilhame — Asseio e natureza Dinelente ir E E DN a! ES NAS ! E” | INDL A o (o falto aba is pto io Loo den! Ló jo to fe do ia PeRA o! onte RENO E) aro aa Re JRR aa Dr PRI = dm | É ; ESPESSO RA MR e DA A ER PDR RR o Inobservancias 4. < Art. tm a a Il E lavo Bifella laio jo No ojos en a do fo sho (ADA 6/6! Toa cada aro ório qo obtain aa o nr 6 e 806 a or o O 3 5 Multas: MRE RR AD q RREO e] cc. caso oo Gov cs os soc use 00 a nos nn bs nn o nn nun ac. nn. cus ea“ .. [é EE au O ARC bn DT 2 ERRA ANAC jr A O o CARA DR LR PRE AD vê U intimações... il E apa ata ALAN ja VEM No lt OM AGR GA OT o Do A A AO O O ho ( Materia sraxa...... 7 /ARDRRGS NAa A so lo ERRAR a | Extrato secco......- pica Seara polia PAR ro E | : ( Média das GaSeiniajss o lpiaoa faia dao opaga las aa Re | Eno asia optou ia t percentagens | Pactose po Rai la ARE e - Eee e GARNDR RETRO EI | Cinzas. o ri SANS A dc o dat ds oe So VE RA A à Ed . . = [ Fermenteciveis ?.........u Desintegração | Ea du Collostraes EEE ; & ) Provas do leite anormal n........ Causas 4 ; | Falsif ã | Gestativas Bl RR RR alsificações ; = | E U Sedimentosas ?...... ARRR 5 Descremação = parcial E RR RR o [2 | arrasa (47 == ABiojdla ola o dnho Bi als ado damos aja do (ee Gita LEO ja dad aaa do Ja a AR RR INeentes chiimilcos PA EE RN PT : U Provas do leite pathologico n........ Causa IMOSIVEAIS Po ou doa os dando RO O sro o Substancias extranlhasSP..... ais seo ada foto o o EXPOENTES NORMAES (PADRAO TYPO) MEDIAS DOS EXPOENTES ENCONTRADOS ID asia a se — 1028 A NOM oo sb op sgngs capoonds Densidadela BS CL o oia Ra poa OE o E Acidez de Isa 250 Dorino e cf lolo ro ee sofa ea talo NCIdez DONO soro to Re A ES Materia erascal minimo! die NO) ele pato a epopeia Matéria Graxa missa sao leinio ola A E Extracto secco minimo de 12 9%... casulo o e aisa a als DATA QTO SECCO 0 o qu asa mo qo a dos ya ss sanos vos. ; a 1 Ê ; Materia era Bea e STEREO ER E E Coeficiente relativo de riqueza normal . . ........ : Calsettias these era a Nó ao lado ovo ap ve ano ANA 6 (op PR PP : E : à MESA CATABSMG dO GA soa dad on op ossada 0030489050 a Coeficiente relativo de riqueza encontrada .. ..... E CAS Sia on so ga a do sono apnDo dos smados sen 3 O) ICMS ob oco vdo pos pao ano qd des sb oocoss O INSPECTOR DE SERVIÇO : ..s.corcnccacenensas ' REVISTA DE VYETERINARIA E ZOOTECHNIA a a 217 Ministerio da Agricultura, Industria e Commercio y N. 2 SERVIÇO DE VETERINARIA (sroção meonNICA) Quadro do serviço semanal e mensal do exame e estatistica do leite e inspecção das vaccas leiteiras da Cidade de Nictheroy Exame do leite E cr Mb RE co ente resnosto À VENdA: sie esa piso sido da cjoço luna aja a 6/0 [alado 05 ala aca 60 6 O nte | ala 0 0 aja o 2 a é iss oleo E go Ea So ado o CR ARRAIS RUN PO CARR NR R RR A E PP Dao ago talo elo ao o Chess (ENO pianos (Cb ESQ A 0555 108 00 CompnAd dA Dio poa do po o! o4 do o boda De coa Dos ancorado» CS TIESTO Sn dy 00 do RA o A CER VA DAS RIR TE RR APRE RAR A RPA DM O IS ERR o are ineo ralo sato a caoio mio o O nnia ona [o catete a idacaiaegeê ata Da apela fo e a ó ae ata var ; CEE ASI Soda | 0 cb E Ra E EEE RI RS A UNA VOO CE MIRROR ADO | RD DOM DERA RR RR ER PA “Saias de AUS DOSES 0 do paa don de dou aaa on candido da eDo do on dapo co! bo od Quid a seca E Colavo pais dra feia “amo die densicladie AUG S e gerais qu ENE ENCERRA FERREIRA ENE ERA PE RE EE CTC “dino de matadia crasa Chco qu dade Era o Gio BE BSS EPE EO SPP E ERRA po OP NERD RR vio dE extração god Sds de papo oh DE Dar ara Alo Er RP E OD, CU | MG APERTE DO SA E EP “NUS O NENE. cod os bind Abin Co Ra POE OCR UR PRERESI 18 GERE DM NPR RE RR RU A RR RAR RR NOR E Gun ScÃip alias Fala 5 mn b o or aRdo DI Dede EEN O CR DEVE NE NE IRDO GR RR TR RIR oia su E EEN | ONO RR A ED À Inspecção das vaccas leiteiras e estabulos Numero dl= estilos Tisdcas(oqnaciosao 50500 0p0ono on opboconapoponoDoDo||DopoDoDaDnod od 900000000 0000D0 Natureza da sua construcção.........cc. cole coscn srs Scr esse sanar me]| scr os nano cc a)os oco a secas sas Co CinhEs dE GSGETe co onp tomba adro ps as ai oa | POR TR RR re e RR Rc Acnemmeoneneções de fornecer leste. q. ns dereode ja o jo = opa e fado o eye) [5 61 e a oi ado foloto Lodo [la o) o alado Ja tebo toa eta ao “27s ea estado nalholcaico spa caco BA ac Dt ERR E EN RT | SR CRE e SN PR “Lc ido sreninSadES é c ess BB mA ao dO RREO PRO rANERA CRS ERE ERR O Ro RD [See CEI e) PCR E RN DTD a RR Meca reasínido positivamente 4 tuberenlina-.- ensaio ate a adoro o arara) || ota orata aja evo) Crerobaio sil a jatos aa ia oie bra e Re ras reagindo mesativamente á tubereulima... ca oe nro jesmmia to o!) | 6º o oftotajo afo é asa ja o) 0/0] eosa n/a E AT O “EE NNE 5 0 nb Boo Sao E Aaron E AS PEER APREENDER A NR PR OR CAT Tee hESor (ade E ERR RR RR ss us ce cc sd Aba] Homes ds vaoe “Ena CE alimentação 000000 0D GP DOve danado enADa spo dop as oo dp anoa||| a bolo voodoo dpioD| dedo do ds soda Das “nadie do caril done o EaD Rr RS ET CRS RE TE Dot Rc AE SR AS a 1 ea So É Estado de conservação e asseio do mesmo ............ pace de Do NE Da A lo anda Saaaca Inspecção do pessoal dos estabulos micro de individios adultos empregados nos estabulos... se... cel secos sen aaa o | ess r as veis aos aa CEO dE MEMES cd dn nb Abd d OIE É dia cia CRE DA UR SED ERP ASR SR RR “as condições die Games ves dc cap dama po o danpron de das sado So dor dep) do dn ro ERRO O RE Co Tisolidorem vituce de imolestias contagiosa. ml... adora aros oia te ie a edaia also fra leao Eb an E Sierala do a Pessoal interdicto a trabalhar nesse serviço. ...... CU bos nda pia es Sutra GOB o rs AS SM e EA ER RA CONCLUSÃO | CBSERVAÇÕES E a 1 SAE » Foram condemnados os leites expostos á RR A Pa 4 venda pelos seguintes senhores : E É Lui DES INS Pa SIM ie Eras, E NS Cr Foram reputados bons os expostos «4 venda RR NEN to pelos seguintes senhores; = gde Inspector Sanitario do Jeite. 5 ; ERR A ei ARE VISTO — Director de Hygiene. a A EETUEÃE TERRAS AD, ART fa RUA GUS SR A LA PR - a Ji o V, 28 218 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO Ministerio da Agricultura, Industria e Commercio SERVIÇO DE VETERINARIA — (Secção technica) ANALYSES DE LEITE TUBERCULOSO (Forma pulmonar) RAÇA CRUZAMENTO HOLLANDEZ A B É Agua Lactose Cinzas Materia graxa Caseina 835,02 845) 12 25446 09 049 Dao 55,0 a 65 pon, Reação (Expressa em acido Lactico). 1,40 a1,50 —%o Densidade a 85º a 1027 6a NB Extracto a dO nm 155,0 aus As amostras analysadas foram colhidas em Setembro em differentes ordenhas de vaccas estabuladas na cidade de Ni- ctheroy, em plena lactação, e com febre permanente de 408 7 decimos Temperatura e diagnostico do Dr. Pietro Foschini, ana- lyses de Castro Brown. — OBSERVAÇÕES: Estes animaes foram marcados á fogo e reti- rados immediatamente para fóra da cidade pela Directoria de Hygiene. * REVISTA DE VETERINARIA E ZOOTRCHNICA 219 aà a, CIRURGIA VETBRINARIO-AVICOLA Em um estabelecimento avicola, por mais cuidado que se tenha, é muito commum darem-se certos accidentes, que requerem uma imme- diata intervenção cirúrgica. Por isso, todo avicultor deve conhecer os meios de operar as suas aves, em casos de accidentes. À operação mais vezes necessaria e, portanto, mais commum, é a sangria. Nos casos de congestão, cyanose da crista, tonturas, con- vulsões, etc., uma sangria muitas vezes salva a ave enferma. Nas gallinhas, a melhor fórma de sangrar é cortando uma das unhas do pé e immergindo este em agua morna, para provocar hemorragia. Caso esta não se dê abundante, sufficiente, deve-se cortar a crista do animal ou uma das barbellas. Aos patos, ou corta-se a unha ou fere-se a veia visivel sob a aza da ave. As fracturas dos membros são tambem muito communs. Se a ave não é de preço nem de estimação ou ainda é tão nova que não possa ser aproveitada, convém encannar o membro partido. Sendo a fractura no tarso ou em qualquer osso da aza, basta reunir a fractura com tiras estreitas de papelão fino e fazer uma ligadura que se embeberá com arnica. Nas fracturas da coxa, clavicula, etc., depois de applicado o apparelho, reforça-se com gesso, para sua permanencia perfeita. Para isso, dissolve-se o gesso em agua e appli- ca-se sobre o apparelho conservando-se a ave na posição devida até o enturecimento do gesso. Quando os casos de empapada não cedem à medicamentação apropriada, para salvar a ave só resta o recurso da esophagotomia, operação muito delicada, que consiste na abertura do papo. Para 1sso depenna-se um trecho do papo e faz-se uma incisão profunda, que perfure a pelle e a membrana daquelle orgão. Extrae-se então todo o alimento fermentado nelle existente, lava-se com agua morna e sotura-se, primeiro a membrana e depois a pelle do papo. Nos casos de esparavão, abcessos, tumores, etc., a intervenção impõe-se. Lanceta-se o abcesso, extrae-se todo o pús e cauterisa-se a ferida. 220 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO As lancetas, bisturis e demais instrumentos empregados nas opera- ções, devem ser cuidadosamente desinfectados em agua fervente, durante alguns minutos. Em todo estabelecimento avicola, por melhor montado que seja e por mais cuidados que se tenha em sua direcção, é indispensavel uma enfermaria e um arsenal cirurgico, como já se encontram na “Ascurra Basse Cour”, em Aguas Ferreas, Rio de Janeiro, um dos mais vastos e melhor dirigido de nossos aviarios. Jd. Wilson da Costa. REVISTA DE VETERINARIA E ZOOTECHNIA piel PELAS INSPECTOÓRIAS Ta La Lda La ET a a Ta OT] 1º Districto ( Amazonas e Para”) A Inspectoria deste districto informa que no dia 30 de Março, 'a Directoria do Serviço Sanitario Municipal de Belém, lhe communicou 'o0 apparecimento de certa molestia infecciosa e transmissível, em avul- tado numero de cabeças de gado vaccum, desembarcado no curro | modelo do Maguary, no municipio de Belém, ficando atacados dessa 'molestia cerca de dois terços de todo o gado. Algumas autopsias praticadas revelaram a existencia de graves | lesões nas visceras. 2º Districto ( Maranhão e Piauhy ) Pelo boletim sanitario do mez de Março, essa Inspectoria informa que seu pessoal vaccinou 43 bezerros, contra o carbunculo symptoma- tico; distribuiu, além disso, 200 dóses desta vaccina ao criador João Manoel Pereira da Silva, do municipio de Cajapió e mais 200 ao or. Anesio Carneiro de Araujo, criador no municipio de Cururupú, ambos no Estado do Maranhão. Nos dois Estados existe enzooticamente a tristeza — babesiose ou pyroplasmose bovina — e anaplasmose bovina. Durante o mez de Abril, esta Inspectoria vaccinou 75 bezerros, contra a peste da manqueira e effectuou activa propaganda contra a tuberculose bovina; foi observada a existencia da polyarthrite e, em ambos os Estados, a tristeza — piroplasmose e anaplasmose bovina. 3º Districto ( Ceara” e Rio Grande do Norte ) Por telegramma de 13 de Maio, a Inspectoria deste Districto informa que o veterinario e um auxiliar, nessa data, seguiram para o norte do Estado do Ceará, afim de percorrer, em serviço da repartição, os municipios de Quixadá, Santa Quiteria, Entre Rios, Sobral, São Francisco, Pentecoste e Maranguape. 4º Districto ( Pernambuco, Parahyba e Alagoas ) Durante o primeiro trimestre do anno corrente, esta Inspectoria produziu os serviços seguintes: forneceu 50 dóses de vaccina contra o carbunculo hematico ao Sr. Aristides Marques, proprietario da 222 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMEKCIO fazenda Trapió, municipio de Patos, Estado da Parahyba; verificou tres fócos dessa molestia nos municipios de Victoria e Jaboatão, em Pernambuco, onde morreram 15 animaes, tendo sido vaccinadas contra a mesma molestia 465 cabeças. | Em Março verificou-se um fóco de carbunculo symptomatico na fazenda Agua Branca, do Sr. Egydio Camillo da Silva, em Pernambuco. Para combater este morbus foram distribuidas 6os dóses de vaccina aos criadores seguintes: Francisco Xavier de Andrade, de Pesqueira; Luiz do Rego C. de Albuquerque, de Barreiros; Dr. Joa- quim Corrêa X. de Andrade, do Recife; Henrique de Castro Guima- rães,. de, Rio. Formoso; Exigenio Cesar | Santojent| de Jabozial Francisco Luiz de Mello, de Alagõa Grande, Parahyba; Milanio de Barros, de Pernambuco e Maximo de Souza Malheiros, de Pilar, Parahyba. O pessoal da Inspectoria vaccinou 92 bovinos contra a peste da manqueira. j 5º Districto ( Bahia e Sergipe ) Esta Inspectoria informa que durante os tres mezes de Março, Abril e Maio, attendeu às solicitações de 31 criadores, distribuidos por I5 municipios. Não obstante a decisão do Sr. Ministro, recommendando que somente aos criadores registrados fosse distribuida vaccina, houve um augmento extraordinario de pedidos, bastando apenas dizer que em Março foram distribuidas 300 dóses de vaccina contra a manqueira, em Abril 700 e em Maio, 5.580. Os municipios que mais aproveitaram foram os de Feira de Sant'Anna, Conquista, Amazonas e Muni Novo. Além desta vaccina foram ainda distribuidas 2.000 dóses contra o carbunculo hematico, uma dóse de sôro anti-tetanico, tres de sóro anti-estreptococcico, tres plantas de banheiros de gado e attendidas 53 consultas. 7º Districto ( Uberaba ) Esta Inspectoria informa, mediante o boletim sanitario mensal, que durante o mez de Abril continuou a grassar no Triangulo Mineiro o carbunculo symptomatico, em cujos fócos o numero de animaes mortos foi bastante elevado; o pessoal da Inspectoria vaccinou contra este mal em diversas fazendas, 684 animaes. As informações a respeito da febre aphtosa foram insufficientes, mas constatou-se o declínio della em Abril, o que parece prenunciar sua breve extincção. Sabe-se tambem da existencia da poly-arthrite e polmões; mas o assumpto REVISTA DE VETERINARIA E ZOOTECHNIA 223 Pd di que no districto exige actualmente trabalhos ou pesquizas especiaes é o curso preto. — O Inspector Veterinario desse districto, informa que em prin- E cipios de Abril realizou uma excursão à propriedade agricola do | Sr. Pedro Sabino de Freitas, situada a 35 kilometros de Uberaba e à | margem do Rio Grande, com 678 alqueires de superficie, entre campos naturaes e invernadas, cortada por tres ribeirões e contendo quatro lagõas que resistem às grandes seccas. A criação tem sido feita até o presente sem o menor cuidado zootechnico, encontrando-se de mistura bovinos de raças differentes, indigenas e exoticas, preponderando, porém, os mestiços de zebú com Eiraci, chima, bruxa, pedrez, curraleiro, etc. Todo o gado, 550 cabeças, está em optimas condições de saude e muito gordo. Criam-se equinos em pequena escala, sendo as eguas muito bem escolhidas; o reproductor empregado é mestiço de arabe. Os productos observados, em numero de onze, são todos muito bem conformados e excellentes marchadores; tambem se explora a criação de porcos em pequena escala. A peste da manqueira apparece periodicamente nos mezes de Maio, Junho e Julho; a febre aphtosa, com caracter benigno, atacou o gado da fazenda pela ultima vez em I9I2. Ensinou-se a castração pelo systema incruento, tendo para isso operado 7o novilhos; vaccinaram-se contra a peste da manqueira 188 bezerros de cinco a sete mezes de idade. Em seguida, o mesmo Inspector visitou a fazenda do Sr. Ismael Machado, onde se criam 530 rezes zebú, de 3% a puro sangue. Este fazendeiro, contemporaneamente faz tambem a criação do gado caracú puro, possuindo para esse fim tres reproductores e umas 60 vaccas “da mesma raça, todos exemplares de rara perfeição. Além desse gado, foram notadas egualmente algumas novilhas caracú-durhan e caracú- limousino, bem como um reproductor limousino, muito bem acclimatado. Todo o gado está limpo, não havendo um só portador de berne. Lxiste amda, em pequena escala, uma criação de equinos, que é feita com todo o esmero. Pelo veterinario desta Inspectoria, segundo seu relatorio de 11 de Maio, por solicitação do Sr. Director da Fazenda Modelo de Criação, de Uberaba, foi tratado um garanhão anglo-arabe, perten- cente à mesma fazenda e que se achava affectado de contusão no machinho da perna posterior direita, da qual resultaram complicações. 224 MINISTERIO DA AGRICULTURA, ENDUSTRIA E COMMBRCUTO 8. L NL NL LAN A A A A A A A RSS LA SS A RS SS SS SS AAA AS SSL SL LS O mesmo veterinario apresentou um relatorio sobre experiencias feitas para a descoberta de um tratamento efficaz contra as ulceras mycoticas, affecção frequente nos bovinos e equinos do municipio. Por ora nada se póde affirmar sobre o resultado de taes expe- riencias, visto acharem-se ainda no periodo inicial e não autorizarem conclusões importantes. | Aproveitando sua estadia na fazenda do “Aguirre”, no municipio de Conquista, onde o dono dessa fazenda, Coronel Tancredo França, é agente executivo, vaccinou o mesmo veterinario 53 bezerros, contra a peste da manqueira; attendeu a outro- jumento reproductor, de origem italiana, que se achava soffrendo em consequencia das mudas e apresentava travagem, febre, gengivas inflammadas, pouco appe- tite, etc. Os criadores desse municipio já vão adquirindo reproductores exoticos, de differentes raças e especies, destinados ao aperfeiçoamento da criação por meio da mestiçagem. Na referida fazenda do “Aguirre” observou, além de outros garanhões, um cavallo inglez e dois jumentos de origem italiana, adquiridos para chefiarem os rebanhos de equinos. 8º Districto ( Santa Catharina ) Esta Inspectoria informa que durante o mez de Março forneceu 200 dóses de vaccina contra a manqueira ao Sr. Henrique Fener- schuette, de Tubarão; verificou um caso de tuberculose bovina em Blumenau; em ambos estes municipios ainda grassa, embora benigna, a febre aphtosa, tendo-se dado novos casos della; como meio pro- phylactico tem sido aconselhado o isolamento. Em Blumenau, Brusque e Joinville reina a raiva, tendo sido atacada uma vacca neste muni- cipio e quatro naquelle. Para o diagnostico serviu o criterio clinico e a analyse da urina. Enzooticamente existe tambem a tristeza; além disso continúa a reinar o gourne; notou-se um cavallo com ascaridiose, um com bolanite e acrobustite, um com defeito de nutrição na madre do casco e um porco com insolação. Victoria A Dependencia do Serviço de Veterinaria no Estado do Espirito Santo, no boletim sanitario do mez de Abril informa: foram consta- tados casos de carbunculo symptomatico nos municipios de Espirito Santo, Victoria, Cachoeiro de Santa Leopoldina, Cachoeiro de Itapeme- rim e Coriasico. Nesses cinco fócos verificados, morreram 40 animaes. O pessoal vaccinou contra o mesmo mal 412 cabeças e distribuiu REVISTA DK VETERINARIA E ZOOTECHNIA 225 Eta di di di a aà ça ÃO AA ÃO a 500 dóses de vaccina aos seguintes Srs.: Coronel Joaquim Gomes de Paiva, em Mimoso; Eugenio Santos Neves e Manoel Luiz dos Santos, em S. Matheus e Coronel Sebastião Monteiro da Gama, municipio do Alegre. | Foi constatado um fóco de mormo em Cachoeiro de Itapemerim, tendo sido sacrificado pelo proprietario o burro que desse mal padecia. Verificaram-se tres fócos de pneumo-enterite infecciosa dos porcos com sete casos fataes. Constataram-se tambem um caso de polmões e alguns de rachi- tismo, tendo sido aconselhadas as medidas apropriadas a cada caso. Ao Sr. Pulcherio José do Nascimento, criador no municipio de Victoria foram concedidas go dóses de vaccina contra a espiroquetose das gallinhas. A Dependencia, pelo boletim sanitario do mez de Maio, participou à Directoria as seguintes occurrencias: foram constatados dois fócos de carbunculo symptomatico, um constituido por sete animaes atacados, pertencentes ao Sr. Coronel Cyrillo Pinto Machado, municipio de São José do Calçado e outro contendo seis animaes, de propriedade do or. Casimiro de Araujo, em Ponta de Fructa, municipio do Espirito Santo. Pelos funccionarios foram vaccinados 100 animaes contra esse mal. Verificou-se um caso suspeito de tuberculose em um boi que, submettido à tuberculinização, apresentou reacção duvidosa; acon- selhou-se ao proprietario, o referido Coronel Cyrillo, que 1solasse esse animal e lhe desse medicação tonica. Foi verificado um fóco de sarna em dois carneiros do Sr. Coronel Bento Lino de Oliveira Carvalho, em Conceição do Muquy, municipio de S. Pedro de Itabapoana; ficaram curados pela medicação sulfurosa. A Dependencia foi informada da existencia da pneumo-enterite infecciosa dos porcos no municipio de Iconha; tambem teve conhe- cimento que em Regencia, municipio de Cachoeiro de Santa Leopol- dina, morreram alguns animaes de especies differentes e que pelos symptomas descriptos pelo proprietario, Sr. Leopoldo Nunes, parece tratar-se do mal de cadeiras; verificou ainda um caso de tetano na capital; soube haver occorrido casos de polmões em S. José do Calçado; constatou, com regular frequencia, casos de rachitismo em quasi todas as propriedades visitadas e submetteu a tratamento dois coelhos doentes de ophtalmia purulenta, um dos quaes já está restabe- lecido. R. V. 29 226 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO di CONSULTAS E INFORMAÇÕES NA PR ANNAN ar NE NG ANE Na (A Revista de Veterinaria e Zootechnia responderá nesta secção a todas as consultas e pedidos de informações que lhe forem feitos sobre assumptos de sua especialidade). N. 15 — Sr. Joaquim Candido Ribeiro do Valle, Estação Jnlio Tavares, Rede Sul Mineira — Minas. lo CONSULTA — Tenho umas vacas, que solffrem da pelle, quecomeça a rachar e cuja rachadura vai, pouco a pouco, augmentando, fazendo cahir todo cabello, pe l E" uma especie de impigem, que tem passado das vaccas ás suas crias e mesmo q | outros annimaes. RESPOSTA — Pelas informações prestadas parece não haver duvida que se rata de uma molestia da pelle dos bovideos, produzida por um cogumello que vive nos pellos e tambem nas escamas e pequenas vesiculas, que se formam na região. Trata-se de uma tricophycia, sendo que o parasita encontrado no Brasil é o tricophyton faviforme album. EK” bom enviar a esta Directoria uma porção dos pellos, que ficam logo ao redor da placa da impigem, assim como um pouco de raspas e escamas que se destacarem no acto da raspadura. Como tratamento, aconselhamos pincelar todos os dias todas as placas cem una solução de tintura de iodo diluida ao decimo, solução que pode mandar preparar em qualquer pharmacia. DRA REIS N. 16— Sr. J. da Cruz Zany, Santa Maria — Rio Grande do Sul. CONSULTA — Possuindo um amigo meu um cão veadeiro, que solive de um dos ouvidos, de onde sahe um corrimento, e sendo tambem um tanto surdo devido áquelle mal, consulto como deve ser tratado afim de Jicar curado ? RESPOSTA — Pela exposição feita, parece tratar-se de uma Ofite, que pode ser aguda, chronica e algumas vezes parasitaria. Quando aguda ou simples, manifesta-se pela abundancia de cerumen ou por tumores do ouvido ealgumas vezes pela presença e estadia de corpos estranhos nesse orgam. Apresenta estes symptomas: o tegumento da orelha fica vermelho, quente e doloroso. A Ofite chronica é geralmente uma consequencia daquella e tambem é conhecida pelo nome de catarrho auricular. REVISTA DH VETERINARIA KH ZOOTECHNIA 2a aà aà aà da a ça ÃO ÃO a Pa aà a Neste caso, nota-se: augmento de volume do tegumento interno, vegetações papiliformes e humidade constante, assemelhando-se a eczema bumido, Finalmente, será parasitaria quando é produzida pela presença de um parasita conhecido pelo nome de Symbiotes auricularmm., No catarrho auricular, o cão sacóde frequentemente a cabeça e a parte interna da orelha torna-se dolorosa ao toque. Na Ofite parasitaria, os symptomas são mais ou menos os mesmos, a não ser o apparecimento de convulsões e crises epileptiformes, o que é raro, No primeiro caso, isto é, na Otite aguda, deve-se proceder a uma lavagem cuidadosa da face interna do pavilhão da orelha e conducto auditivo, com agua morna e sabão e irrigações, por meio de uma seringa, com agua iodada a 2 %, duas vezes ao dia. Nos outros dois casos, procede-se a lavagem, secca-se bem com um tampão de algodão eapplicam-se depois 15 a 20 gottas de iodo naphtyl, medicamento este especialmente indicado para esta molestia. (e 228 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO ECOSVE ENO TIGIAS CATIA TIA TIA PIA PLA La Alia Congresso Internacional de Medicina Veterinaria — O S:. Ministro da Agricultura designou o Dr. Paulo Parreiras Horta, nosso illustre companheiro de redacção e Chefe da Secção Technica do Serviço de Veterinaria, para representar o Brazil no Congresso Internacional de Medicina Veterinaria, que se deve reunir em Londres, a 3 de Agosto proximo. O Dr. Parreiras Horta foi escolhido pelo Comité organisador do Congresso para relator da 52 secção — molestias tropicaes — devendo se occupar, de modo especial com as molestias transmittidas pelo carrapato, sua classificação, prophy- laxia e tratamento. Nesse Congresso deve o Dr. Horta encontrar-se com o professor Ligniéres, de Buenos Ayres, e interessante vai ser, de certo, a discussão que se deve dar, entre os dous, sobre a molestia Zyisteza, no Brazil e na Argentina. Este Congresso, que será em honra ao veterinario inglez John Gampger, está interessando vivamente o Governo Britanico que, por intermedio do British Forein Ofice, tem dirigido convites a varios paizes, convidando-os a se fazerem representar por meio de delegados officiaes. Ao embarque do Dr. Horta, que se effectuou no dia 24 do corrente, no vapor Gelria, compareceram muitos collegas, amigos e admiradores, que foram levar ao illustre congressista os seus cumprimentos de non viagem, fazendo sinceros votos pelo exito de sua commissão. Epizootia do Hog-cholera — Tendo os Srs. Durisch & Comp., criadores no districto de Santa Cruz, municipio da Capital, offerecido ao Governo, a titulo gratuito, não só o local necessario para o laboratorio e demais dependencias, como tambem todos os animaes indispensaveis para colher a vaccina e o sôro des- | tinados a combater a epizootia do Hog-cholera que, ha muito, dizima os suinos na zona daquelle districto, o Sr. Ministro da Agricultura officiou áquelles criadores, agradecendo e acceitando o offerecimento feito e designou para dirigir taes tra- balhos o Sr. Antonio Serapião de Figueiredo, interno do embarcadouro e dezembarcadouro deste Serviço. « Estatistica pecuaria — Segundo um inventario feito pela secção do districto do Rio Branco, da extincta Superintendencia da Borracha, existem no municipio de Bôa Vista, no Territorio do Acre, 73.496 cabeças de gado, sendo vaceum, 67.605; cavallar, 3.426; lanigero, 1.741 e suino, 724. As molestias, que mais atacam os animaes naquella zona, são a tristeza, O carbunculo e a febre aphtosa. A proposito do tratamento do «Nambiuvú» — O Sr. Dr. Paulo Mangé, do Serviço de Veterinaria de S. Paulo, escreveu ao Sr. Dr. Parreiras Horta, chefe REVISTA DE VETERINARIA E ZOOTECHNIA 229 de secção technica do Serviço de Veterinaria do Ministerio da Agricultura a seguinte carta: «Non. 1 (anno IV) da Revista de Veterinaria do mez de Fevereiro de 1914, pagina 63, appareceu uma communicação interessante sobre o tratamento do Nambiuvi, pelo Dr. Carini e Dr. J. J. Maciel, por meio do trypanblau. Folgo muito em ver que os estudos do Dr. Carini e Dr. Maciel vieram confir- mar os meus, feitos em 1912, conforme meu relatorio desse anno, annexo ao rela- torio do Dr. Luiz Ribeiro, Inspector Veterinario do 6º districto, pagina 4, onde narro tres casos typicos de gambyuváú, curados pela injecção hypodermica de 20 a 30 grammas de uma solução de 1 9/6 de trypanblar. Dessa época em diante, tenho sempre empregado o !rypanblau em alguns casos de Nambyuvi, com successo em muitos, em outros, em cães já moribundos, sem successo, e em outros casos sem vir a saber o resultado, por se tratar de individuos que não mais tornaram a me procurar para dar noticias. Estou, pois, de inteiro accôrdo com os illustres scientistas Dr. Carini e Dr. Maciel; apenas avoco os meus direitos de prioridade, conforme documentos anteriores aos estudos destes, que vem a ser o citado relatorio de 1912, em vosso poder desde esse anno.» = > o ame 230 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO BIBLIOGRAPHIA INPE AP TN UPN a Na ALLEMANHA Transatlantico (0) — Revista mensal illustrada, de litteratura, arte e industria — Berlim, Anno 1, us. la 4, 1914. ARGENTINA Anales de la Sociedad Rural Argentina — Buenos Ayres, Anno XLIX, Março e Abril, 1914. Boletin del Ministerio de Agricultura — Buenos Ayres, Tomo XVII, nd Negro, USAS Revista de la Liga Agraria — Buenos Ayres, Anno 18, Tomo 17, n. 3, Março 1914. , BELGICA Annales de Gembloux-- Orgam dos engenheiros do Instituto Agricola do Estado — Bruxellas, Anno 24º, n. 5, Maio, 1914. Annales de Médécine Vétérinaire — Ixelles-Bruxelles, Anno 63º, n. 5, Maio, 1914. CANADÁ Canadian Poultry News — Ontario, Anno 15º, Maio, 1914. ESTADOS UNIDOS Boletim da União Pan-Americana — Washington, Vol. VI, ns. 4a 6, de Abril a Junho, 1914. Hacienda (La) — Buffalo — New-VYork, Vol. IX, ns. 4a68, Janeiro a Maio, 1914. FRANÇA Annales de lInstitut Pasteur — Paris, Anno 28º, ns. 4 es, Abril e Maio, 1914. Bulletin de la Société de Fathologie Exotique — Paris, Anno 17º, ns. de 5, A brille Maio oia Bulletin Mensuel de 1'Office de Renseignements Agricola Anno, 13% ns. 3 e 4. Março e Abril 1914 Pathologie Interne — Nutrition, anto-intoxication, appareil urinaire, peau, par €. Cadéac. Segunda edição, 1914. Um volume em 8º, com 534 paginas e 143 figuras. J. B. Bailligre & Fils — Rue Hautefeuille 19, Paris. Temos sobre a mesa mais um importante trabalho da encyclopedia Cadéac, nome já bastante conhecido e que só por si basta para recommendaro seu livro aos interessados no assumpto. REVISTA DE VETERINARIA E ZOOTECHNIA 231 ça a a a Aa A aà ÇÃO ÃO a A A a Em todos os capitulos, as varias molestias vêm estudadas de um modo resu- mido, mas trazendo o essencial para tornar o seu trabalho util e indispensavel a todas as bibliothecas dos que lidam com assumptos de veterinaria. Além disso, traz o livro bôas estampas elucidativas, requisito necessario á publicações dessa natureza. K', pois, a Pathologie Interne um trabalho util que, com prazer, recommen- damos aos interessados. Vie Agricole et BRurale (La) — Anno 3º, ns. 19 a 28, Abril a Junho, 1914. HONDURAS Boletin de la Secretaria de Fomento, Obras Publicas y Agricultura — Meoncigalpa -—- Tomo II, n. 12, Dezembro de 1913 e tomo III, ns, 2 e 3, Fevereiro e Março, 1914. INTERIOR Archivos Brasileiros de Medicina — Rio de Janeiro Anno IV, ns. la4, Janeiro a Abril, 1914. Boletim do Departamento Estadual do Trabalho — S. Paulo. Publicação Official da Secretaria da Agricultura. Anno II, ns. 8e 9,3º e 4º trimestres de 1913. Chacaras e Quintaes — S. Paulo. Vol. IX, ns. 2a 6, Fevereiro a Junho, 1914. Criador Paulista (0) — S. Paulo. Publicação official da Secretaria da Agri- cultura. Anno IX, ns. 81 a 83, Janeiro a Março, 1914. Emetina na Framboesia Tropica (A) — Bouba, pelo Dr. Theodoro Bayma, do Instituto Bacteriologico de S. Paulo. K' esta uma publicação que merece francos elogios, porque vem augmentar os recursos de cura de uma molestia que, até bem pouco tempo, antes do appare- cimento do Salvarsan e Neosalvarsan, se achava sem defesa. O autor teve a idéa de tal ensaio, com os resultados satisfactorios obtidos pelo professor Milian no tratamento de varias manifestações da syphilis, que com a bouba se assemelha no que diz respeito ao agente etiologico e a algumas mani- festações clinicas. — Otrabalho traz algumas estampas de doentes de bouba, cujo diagnostico foi feito pelo exame bacteriologico, tendo sido encontrado em profusão o seu agente causador, o treponema pertenue, nas quaes se verificam com clareza os proveitosos resultados, notando-se, após o tratamento, como vestígio da molestia, apenas as manchas cicatriciaes. K' mais uma das grandes propriedades da emetina, que já tem sido empregada com successo no tratamento da desynteria amebica, em alguns casos de syphilis, nas hemoptizes e hemorrhagias intestinaes. Fazendeiro (0) — S. Paulo. Revista mensal de Agricultura, Industria e Commercio. Anno VII, ns. 4e 5, Abril e Maio, 1914. Lavoura (A) — Rio de Janeiro. Boletim da Sociedade Nacional de Agricul- tura. Anno 17º, ns. 9a 12, Setembro a Dezembro, 1913. Memorias do Instituto «Oswaldo Cruz» — Rio de Janeiro. Anno 1914, tomo VI, fascículo T. ne 232 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIU Norte Medico — Fortaleza, Ceará. Anno II, n. 1, Março, 1914. Revista Medica de S. Paulo — S. Paulo. Jornal pratico de Medicina, Ci- rurgia e Hygiene. Anuo XVII, ns. 1a 6, Janeiro a Junho, 1914. MONTEVIDÉO Boletim n. 9 e 10 — Ministerio de Industrias, Inspeccion Nacional de Ganaderia y Agricultura — Abril, 1914. Campana (La) — Revista dedicada aos interesses ruraes. Anno IV, ns. 79a 87, Janeiro a Junho, 1914. Pais (El) — Armno 1º, n. 13 e 14, Maio, 1914. PORTUGAL Boletim da Associação Central da Agricultura Portugueza — Jisbôa, Anno XVI, vol. III, n. 4e 5 Abril e Maio, 1914. Revista de Medicina Veterinaria — Ijisbôa. Anno 13, ns. 145 e 146, Março e Abril, 1914. SUL DA AFRICA Report of the Director of Veterinary Research — Outubro, 1912. TOURO DE CHIFRES CURTOS “CHIDDINGSTONE MALCOLM DE SIR RICHARD COOPER PRIMEIRO CAMPEÃO. EXPOSIÇÃO REAL, 1908. REMEDIO INFALLIVEL CONTRA 08 CARRAPATOS Oficialmente aprovada palo Governo dos E. U. da America PLS SS ASS Machinas e instrumentos agricolas, Separadores de leite e outros apparelhos para lacticinios AOMBEAG, MACKER à pa Rio de Janeiro, 8. Paulo, Bello Horizonte, Santos e Bahia CASA MATRIZ BIRMINGHAM «- INGLATERRA +* LAGCTICINTOS 9B.RUA THEOPHILO OTTONI,95 RIO DE JANEIRO. O ARA ad NM Nai Ne To É TIGT Ia Ti PA P Na9 N N 9 " i a N V a Na Des T ar hs io Netto PR Na EA DM E ASP LAP NUNO RS Na AA NS SE Õ Ro RI NaN a NS RAP Na Pa p ARTIGOS VETERIN ARIOS AMAS EO ++ direto ont pe att ee tato ate def fe | CC O EC a rr E | q à PUBLICAÇÃO OFFIOIAL DO SUMMARIO PARTE 0F FICIAE: | PELAS INSPECTORIAS : Informações referentes aos districtos veterinarios, prestadas pelos respectivos inspectores..........c.... PE LST PARA RAD OCO TA DA JAR PRATO A * CONSULTAS E INFORMAÇÕES.......... DSR RD e ÉCOS E NOTICIAS : Estatistica pecuaria — Leilão de animaes — Pecuaria em Minas — In- dustria pastoril em S. Paulo — Reproductores zebás dm BIBLIOGRAPHIA........ Matata DADA RADARES ATA DMR | o RIO DE JANEIRO Typographla do Ministerio da Apricultura, Industria e Commercio “Serviço de Veterinaria (Do relatorio do Sr. Ministro)... ..esecrrenanass Registro de Lavradores e Criadores...... PAUTA A RS RA RE ROSA saia Vaccinas e outros medicamentos........ccesecertienos PRERRnAaaLAoA ESRE e sad COLLABORAÇÃO: - Dr. Aleixo de Vasconcelios.............. Sobre um srocesso rapido de collo- ração de protozoarios em córtes histologicos, pela solução Ge Gi- ; ema nas uni MCSA ut Dr. Gaston Urbain..................... Encephalite chronica complicada de pachymeningite cerebral e espi- ghal ossificante, no cavailo..... Dr. Pietro Foschimi.......... db anta nah Raça bovina maremmana.....v..... - Drs. André Gouin e P. Andonarã....... -— O valor productivo attribuido por Kellner aos principaes alimentos | do gado corresponde ás observa- Eiras Ria ches da pratiça Pi same ssiaco nai J. Wilson da Costa................ Selecção... ..... Me PRA E EAD TOUR 233 243 244 Semi e Vet era do Ministerio la Agricnltra, odastria e Comer ce asseeeo CASA MORENO 142 UA DO QUNMIDetiddo e | | o q MM RETO AA N Rd est BETA j Seringas especiaes para uso veterinario, com agulhas de aço, muito fortes e em fórma de lança, que dispensam o uso do trocater Estas seringas, de 5,10 e 20º, modelo CASA MORENO, são as unicas usadas ||| e recommendadas pela Directoria do Serviço de Veterinaria do Ministerio ||| da Agricultura. ! | ao o j E ! mo NT i Tm ml | DR TESES = O | Installações completas de laboratorios de chimica, bacteriologia, etc., etc.,a ||. gaz, alcool, petroleo e electricidade. Estufas, autoclaves, fornos, banho-maria, etc., etc. Apparelhos especiaes de Gerber, para exame de leite, manteiga e queijo Caixas com comprimidos para exame de agua e urinas. Apparelhos especiaes para extincção de formigas e outros insectos por meio de vapores de formol, pulverisadores, seringas para desinfecção, estufas, etc., etc. Instrumentos de cirurgia, arte dentaria, accessorios de pharmacia e labora- torios, fundas, etc., etc. MORENO BORLIDO & C. Las UA DO OUVIDOR las 155, Rua do Rosario E DEPOSITO RUA GONÇALVES DIAS, 80 RIO DE JANEIRO Correio Telegr-: Cod- Ribeiro | CAIXA 735 | : | | CASAMORENO REVISTA PUBLICAÇÃO OFFICIAL Serviço de Veterinaria do Ministerio da Agricultura, Industria e Commercio FP eosToO J9ls TOMO IW — FASCICULO IW Typographia de Ministerio da Agricultura, Industria ce Commercio olimpiada REVISTA DE VETERINARIA E ZOOTECHNIA Publicação Official da Directorla do Serviço do Veterinaria DO MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO Td Td TI TI TA TIA TT TT a LA AT Distribuição gratuita aos criadores do paiz que a solicitarem TIA TATA TST da TT TT TT RIO DE JANEIRO x = Caixa Postal 1.678 * * BRASIL A REDACÇÃO DA «REVISTA» NÃO SE RESPONSABILISA PELOS CONCEITOS EMITTIDOS EM ARTIGOS ASSIGNADOS POR SEUS COLLABORADORES ANNO IV HU Agosto de IgI4 Hu N. 4 1 ITPDRRSNÇana Pedimos aos nossos leitores que nos communiquem sempre qualquer mudança de endereço, afim de evitar a interrupção no recebimento da «Revista», indicando, quando possivel, o numero de ordem de sua inscripção. RERNrE OPEICIAL mi PRP Na Nu Na P Na PN a ANNAN SERVIÇO DE VETERINÁRIA (Do relatorio apresentado ao Exmo. Sr. Presidente da Republica pelo Dr. Manosl Edwiges de Queiroz Vieira, Ministro da Agricultura, Industria e Gommercio) Continúa esta repartição a prestar à nossa industria pastoril Incontestavel e poderoso auxilio, já orientando-a pelo melhor criterio, ja amparando-a por uma assistencia constante e systematizada. Da capacidade de nossa pecuaria dá uma justa idéa a estimativa que, com bons fundamentos, lhe attribue cerca de 30 milhões de bovinos ou seja o quinto logar entre os paizes creadores, depois da India, dos Estados Unidos, da Russia e da Argentina. O movimento de importação de animaes de especies varias, da Europa e das Republicas do Prata, tende a augmentar, attendendo-se às condições proprias que à pecuaria offerecem dilatadas zonas do paiz e à efficacia das medidas officiaes postas em pratica não só para a selecção do sangue como para a defeza da producção. Durante o anno passado, desembarcaram no porto do Rio de Janeiro, depois de inspeccionados pelo pessoal do Serviço, 1.222 animaes, assim discrt- minados: 403 bovinos, 189 equinos, 240 ovinos, 54 suinos, 21 caninos, NON 3O 234 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO 6 asininos e 309 aves, desembarcando em Santos, onde foram tambem inspeccionados, 261 bovinos, IOO equinos, IIÓ asininos, I ovino, 40 suinos, 56 caninos, 43 caprinos, 52 aves, I gato, 1 elephante e 3 macacos, ao todo 674 cabeças. 4 A Inspectoria do 11º districto (Porto Alegre), submetteu à inspecção 4.360 animaes, importados da Europa e do Estado Oriental; os oriundos da Europa entraram pelo porto do Rio Grande e os do Estado Oriental pela fronteira do Livramento. A Inspectoria do 12º districto (Uruguayana), em igual periodo, examinou 18.624 animaes, procedentes da Argentina e do Uruguay, sendo 9.450 bovinos, 8.330 ovinos, 449 equinos, 392 asininos e muares e 3 aves, notando-se que, só no primeiro semestre, as entradas se elevaram a 16.191 cabeças, das especies acima referidas. (Verifica-se um sensivel declinio na importação de animaes da Republica Argentina e do Uruguay, no segundo semestre do anno passado, concorrendo poderosamente para esse resultado a alta do preço do gado de cria alli observada e o imposto cobrado pelo poder publico sobre o gado exportado do seu territorio, exportação que tomava tanto maior intensidade quanto mais urgente era a necessidade dos creadores do Rio Grande do Sul, de repovoarem os seus campos, largamente devastados pelas prolongadas seccas dos ultimos annos. Encontra pronunciada acolhida por parte dos creadores a construcção de banheiros carrapaticidas, como poderoso meio de expurgar o gado desse terrivel parasita, substituindo-se assim, por este remedio efficaz, os antigos processos. de prophylaxia constantes de benzeduras, queimada de pastos, etc. Tem incontestavelmente, contribuido para esse resultado a propaganda feita pelo Serviço, das vantagens dos banheiros, a distribuição dos modelos de facil constru- Eção e o premio instituído pela lei orçamentaria de 1913. A lista, abaixo publicada, confirma o asserto: Lista dos banheiros carrapaticidas examinados pelo pessoal do Serviço de Veterinaria Nome do creador Nome da propriedade Municipio Estado Dr. R. F. D. Junqueira. ..... Santa: Riitaç.. ap Rezendep tp oo Rio de Janeiro Dr. H. R. Villaça... ......... Cachoeirinha...... Juiz de Fóra....... Minas N.F. da S. Neves............ Veneza ER YEUSNeLisa 0000249000 Rio de Janeiro E AGBrandi. . tros de poto he jSo rola le todo Pedra Branca...... Além Parahyba.... Minas T. Ribeiro Assis... cc... Floresta... ......... Juiz de Fóra....... » DE EAN Cotrim o Campo-Bello....... Rezende RR RR Rio de Janeiro José M. Bernardes........... Do Campo-Bello... Ro APRE near e) » D. C. A. Magalhães.......... Ouro Fino......... Além Parahyba... Minas Conde de Nova Friburgo.... Gavião............. Cantagallo.3....... Rio de Janeiro Durisch & Cs.ec ces efosvop Fazenda Nacional. Santa Cruz........ Districto Federal Ratnos Pinto & C............ Barra do Ouro..... Além Parahyba.... Minas E. V. de Andrade... cc... Pavão.....cccces Barra Mansa...... Rio de Janeiro Ei PALONIL Le lato; fe bro fofo ofatodo e jo a Barra Alegre...... S.Paulo do Muriahé Minas REVISTA DE VETERINÁRIA E ZOOTECHNIA 235 ça ÇA A a a Nome do creador Nome da propriodade Municipio Estado RE To META tica RRRPS te ao aja e ola Bella Alliança..... Ria SEM MMA raro Rio de Janeiro Dr. H. A. D. Guimarães..... Anno Bom......... Barra Mansa. ..... LAS.) » Ribeiro & Junqueira........ Pensylvania....... Leopoldina........ Minas José R. Junqueira............ INDESENT po D dc Oab » SABIA a » ENRIVE, R. Junqueira. ec se rc. Abahyba.. cc. DP AA AA esa ) PRESA. Antunes. tes. (ONEMUOSEL O dribla dd 00 PoOrena a o S. Paulo Eeicdes Waria, ss. Sen e toco! Palmeiras. Cruzeiro MA. ar per RER des: PINtO. cms cs escuro SAAE oo asa dom ide de id TR » » DER: E. Fleming... debora sora oo roer oi pro cada de) » » it JP: BrIittos. - er a pe EA Penedo. ho Riezeiide ERREI Rio de Janeiro O.M. V. de Andrade........ SantalClanamer Paranypaldo Sul IDERS S: E. Junquesta.. 2...) IMUSTEAAO 0 8 soolsa sao Barra do Pirahy... Diu) y IESPAS Duque. .... ER ST Cactos rar Dina Duarte. Minas G. A. Andrade... ...... cs... Campo Grande.... Passa Tempo...... » E Va TREE Cf io o) elo ta to sfalo jo oojoio » Sanita Clagat tre Cantapaillo E Rio de Janeiro E Xavier Botelho. ...ccsesv.s Ponte Alta......... Paga Mto, Di) » » » » SET ITENS Santa Cecilia...... DE PES rss a Ma ES AM dao Das) » NUCA Jiiniamientra ==») ie e eso Uzias o E copo ldiimark E Minas Dr. A. D. Junqueira......... avserClvlao veda oc ab Barra do Pirahy... Rio de Janeiro RR eite Pigto----scss e eso Bonquilhiam si. WE NCAoo sure Dos vo ES Ao » fi (Co MELABbiSRo ouoo DS aaa ecos TaloofO vs 0000000000 Carzenioiblas covapbas Minas Companhia C. Pastorís...... IMRUDENTAL o Soo gds cado Riezenidesm E Rio de Janeire Conipre eastorís do Brazil; Ubá o Vassouras... ...... Do) » RAS Garcia.» je) São Joaquim....... “DalNto coco púd o so do »» » Dt: JR. Peixoto”. » ce. o co» TE Santa Ceciliar Barra Mansa...... »o» » CIVIS E Letter =. “6 Eid IMAC E Além Parahyba... Minas » Do» DU sat povad o dpund do Destedo Aero » » DE » O. Vieira da Silva... ......... Dan commtere erre Rezetide... =. ema Rio de Janeiro E JE Cio Soares? -iejs cjeteinio voo) Sair area Ta Além Parahyba... Minas IG AS EC) Gofiles”- eco» cmo. Ser JOSÉ opopsasoas alle niçar E toa Rio de Janeiro I. F. Pires..... E CR SR Bom Retiro........ Ea Dates reto Minas Epic ele SAE oraparo é ensivrole o Cacfoetrar VESSONES opov ond Rio de Janeiro Io Ce EEeNtaS, 5.» oi cio o lojsto AS lodos cv eso or esa Sa ENE LDE »o» » SME, delAndrade:. secs». Egenho da Senra tao 7a ear o ooo ao Minas Dr. P. S. Bastos... +» Dina santa (Claraltict. .iTuizo der Róra s. ts » ER Botelkio/e ietote o)s ste rAolaio Constancia......... Além Parahyba... » J. Andrade & Irmãos........ DO PAO bi RR Juizide Hóral sc. » J. C. A. Gonçalves........ io N.S. da Piedade.. Barra Mansa...... Rio de Janeiro BE D. da Motta:....... cc. SEGA creditado ara Lima Duarte...... Minas D. Candido de Araujo....... Bôa Esperança.... Cantagallo......... Rio de Janeiro Do E Modesto Leal. cce s» Ponte Alta......... Barra do Pirahy... »o» » Monerat & Monerat......... PAMA zo Goto raso retal Sapata elo oleole Do n A SilvalCostar! .07s = oeiras oyo ”e Cachoeita... cr.» » Cianandloo o dao 00 db Minas A. C. Branco & Irmãos...... MS Pos sn a Além Parahyba... » JAR da Silva BROTtes seio isso sis E StivAdiO, | dao cJejado Batrbaceftlar» aeee » EF. M. Costa Cruz............ IICA go a Jog Dae Cataguazes,.. seje » Coronel 'P, Motta... «crus. Pouso Alegre...... Lima Duarte... .... » Dr. A. É. Branco... ...... PR CoONCelcãO eo Além Parahyba... » Dr. C. P. S. Fortes........... jMaliafo Jo iu Ro e ce Barbacena...» evo » Companhia Alliança......... Vasta A leote im Valemga.s: Setatetonreos Rio de Janeiro o PA BALLOS Seal. 00s » 0/0 /00010 0)» Bom Jesus...»..».. - Quixeramobim.... Ceará FP, P, Ferreira Gomes........ PRI nó da Gu Db bo » ES » 3. P, Pinto Accioly...» cesso Bretatia ga eta cp » ESP » Nausto Candido,» es mes own» IRA Sera nagar vo ) Pad » A. A. Maranhão...... aval CAMLOTHIA 0050 «02 S. Gonçalo... cc...» Rio Grande do Norte 236 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO SNL LL LL DS SS SS SS SDS SS SS SS SS a SS SS SS Sa VS SS SS ES SS AS Nome do creador Nome da propriedade Municipio Estado A. M. Lopes Cavalcanti...... Canto das Pedras... Sobral............. Ceará F. Porfirio de Britto......... Cuiyialo Ar ee pa Porto da Folha.... Sergipe Juvenal de Carvalho......... Sant'Anna......... Morada Nova...... Ceará Brazibp Gp pd ao Murungará........ Jaraguarahyva..... Paraná F. Gomes Leitão.......... «.. Santa Francisca... Cravinhos.......... S. Paulo F. Pereira Barreto........... Cabana Pastoril... Queluz............. Ro) » Luiz Seraphim.............. Bella Vistas: -..-... Piquete. os a) Manoel P. Horta,............ (CENAS 00 900050000 Pinheiros.......... » » Cantidio Camargo........... EO NAN TRE Cerquilho.......... » » DASH! Ata. o 00 e dae do op oade Santa Amelia...... alas cs pa Paraná M. Freitas Valle. ........... Size Ave greter seno Rio Grande do Sul Vicente J. da Maia.......... Umbiíl.sdcienpiotia É DER Po Srta » » » Luiz A. Palmeiro............ Santa Luiza......- NEN oe sd oops cce » » »» Ottoni Vallelar ipi der Candelaria... ...... Alegretes doe » » »» João Peró.- poe opa Santa Carmen..... Uruguayana....... » » » » I,. Gonçalves Chagas........ SM EIIDA é SORA o Dor Rossato EE RE » » »» Januario Chagas... .......... S. Lucas........... Savacenite » » ER) José Ferreira Leite.......... Primavera......... Passa Tempo...... Minas Americo Ferreira Leite...... Pedra Negra....... Oliver Rs ER » Olyntho F. Diniz............ Palmeiras.......... 1 vhs cbEtSR ante dra o » Urbano de Andrade......... Pitangueiras... .... RITA VOBO SO SOS bos ada » Dr.H. Sá Fortes............. Catavál espa Barbacena” - eq » Honorina da Cunha e Silva. Bôa Fé............. Juiz de Fóra....... » Aldino da Fonseca.......... Primavera......... Barra Mansa...... Rio de Janeiro ; Ruiz Aida Cunhal nr. ds AQE o foqerTo e o JDEVbm els ssa scodoas Minas Gabriel F. Mé Junqueira.... Bôa Vista.......... Rezende RR Rio de Janeiro Antonio Ribeiro Pires....... Coqueiros ir Lima Duarte...... Minas Emmanuel Levy............ OR NAS Elo 5000006 Banamailfo efa foto S. Paulo Adolpho C. Gomes.......... E GÓES Porto da Folha.... Sergipe Ricardo Curvello............ 1 (gsvoacodoo Riachuelo pe » José Cordeiro de Almeida... =| dons Al Sacoiminagoscob cao Bahia Banheiros construidos pelo Ministerio da Agricultura Municipio de Caetité.......... Estado da Bahia » o JEQUISso ge 90 vovo » » » » a Quixadá. ob » do Ceará à » » Quixeramobim... » » , » DR Saad as » » » » » Campos Salles... » » » » » Canindé e » » » » »». Sobral, ostra ao » » » » » Ponta Grossa.... » » Paraná (Fazenda Modelo de Creação) » Bira yo eee » » Rio (Posto Zootechnico Federal) » de Vassouras. se » » » (Fazenda Modelo Santa Monica) » » Bello Horizonte.. » » de Minas (Posto de Observação de Bello Horizonte) » » Bigúassiá. NE » de Santa Catharina » » Santo Amaro.... » » » » |) » TaquaraS... cats » » » » REVISTA DE VETERINÁRIA E ZOOTECHNIA Da O movimento nos banheiros do Ceará, durante os mezes de agosto a dezembro do anno findo, foi de 1.537 cabeças, sendo: Ranieri Our da a ao ara O a a O 852 » PRCaATDOS Salles po AMI D ltd. 481 » DGE AR SD A aC ada lh, 204. A réde de banheiros officiaes necessarios a impedir a marcha das epizootias de tristeza, provenientes do gado originario do Estado do Piauhy, ficara completa quando se construirem banheiros em Tucuns, Gamelleira, Barra do Vento, S. José, Sobradinho, S. Gonçalo e Alto Alegre, na fronteira com o Piauhy, o que se torna urgente levar a effeito para mais eficaz e decisiva acção do Serviço. Os banheiros officiaes existentes foram construidos de accórdo com estudo prévio das principaes correntes de gado que percorrem os Estados, em suas marchas continuas para as grandes feiras e a esse plano obedece a collocação dos que ainda é mistér construir, tanto no Piauhy como na Bahia. | Tendo fracassado, por completo, as esperanças despertadas pela vaccina Ligniéres, empregada na Republica Argentina, para evitar o apparecimento da babesiose bovima ou tristeza, dirigiu o Serviço de Veterinaria as suas vistas para o methodo de immunização aconselhado pelos profissionaes Nutall e Hadwen e muito empregado nas colonias inglezas do sul da Africa pelo professor Stockmann, chefe do Serviço Veterinario da Inglaterra. O methodo de Nutall e Hadwen veiu resolver, de modo positivo, essa questão de capital interesse para o nosso paiz, empenhado em povoar os nossos campos de reproductores de raças finas, que melho- rem o gado nacional e tornem mais rendosa a exploração da pecuaria. Durante o anno findo foram immjunizados aqui 115 animaes importados, posteriormente enviados para os Estados da Bahia, Rio de Janeiro, Paranã e Districto Federal, não se tendo dado a morte de nem um delles pela tristeza, não obstante acharem-se em campos, não raro, infestados por esse mal. As Inspectorias de Porto Alegre, Uruguayana e Ceará immunizaram tambem varios reproductores vindos do extrangeiro, achando-se as dos outros Estados habilitadas a empregar o mesmo processo toda a vez que lhes solicitarem. O methodo que tem dado tal resultado consiste no systema de Nutall, modificado de accordo com as observações feitas pelo Serviço e que constituem objecto de trabalho scientifico publicado na Revista de Veterinaria e Zootechma deste Ministerio. Para o estudo e emprego desse methodo de immunização, o Serviço adquiriu abundante material com que obteve o esclarecimento completo da etiologia da tristeza nq 238 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO LL NAN NAN LL A RL LL RSRSRS LS SS SS SS SS AS SS SS SSL SS Brazil, resultando dahi a afirmação dos drs. Alcides Miranda e Paulo Parreiras Horta de que o parasita causador da tristeza, entre nós, não era o que fôra até então descripto por todos os scientistas que se occuparam deste assumpto, e sim uma especie nova, exclusivamente sul-americana, a que denominaram Babesia-australe. O estudo deta- lhado que fizeram a este respeito foi publicado na Revista de Vete- rnaria, acompanhado de uma estampa em que são reproduzidos os principaes aspectos do parasita, que se encontra no Brazil, no Uruguay e na Republica Argentina. Em virtude desses trabalhos sobre a etiologia da tristeza, o Comitê Organizador do X Congresso de Medicina Veterinaria, que se deve reunir em Londres, em agosto proximo, escolheu o dr. Parreiras Horta, chefe da secção technica do Serviço, para relator official de uma das theses que devem ser discutidas no Congresso, intitulada “Molestias transmittidas pelos carrapatos; sua classificação, prophy-. laxia e tratamento”. Attendendo a solicitações do prefeito de Nictheroy, esse Serviço designou dois de seus funccionarios para exercerem, durante alguns mezes do anno findo, em collaboração com a Directoria de Hygiene do Estado do Rio, a inspecção do leite dado ao consumo na referida cidade. Essa inspecção obedecia ao seguinte programma: 1º — Policia veterinaria e inspecção do leite fraudado ou pathologico. | 2º — Inspecção medica do pessoal entregue à exploração do com- mercio de leite. : 3º — Verificação das condições de hygiene dos estabulos. 4º — Verificação do asseio da ordenha e do modo pelo qual eram effectuadas as diversas manipulações feitas com o leite. 5º — Verificação das condições do vasilhame de entrega e deposito, além da fiscalização da temperatura de conservação do leite. 6º — Inspecção das forragens que servem de alimentação aos animaes. 7º — Verificação das condições de transporte do leite. No correr desse serviço verificou-se que Nictheroy consome diaria-: mente 3.687 litros de leite, do qual mais da metade é procedente do interior do Estado e proveniente de vaccas sujeitas ao regimen do campo, em sua maior parte, situado nas zonas de Cantagallo e do ramal de Campos. A outra parte do leite consumido é colhido de vaccas estabuladas nas zonas urbanas e suburbanas da cidade. REVISTA DE VETERINÁRIA E ZOOTECHNIA 239 AA AAA AA O quadro seguinte (*) demonstra os resultados desses exames e as occorrencias mais importantes, de fevereiro a setembro de 1913: MRE INES CONTOlAdOS Mamede po dis cab var ua abs 476 ARE DUTA OS DON... ssa sctos dos R ag à 431 ) DEUSA CNO Ss Mao La a Dao a RA RR RG, peso 35 DER DIE OLOÇICOS Soares tra os ee baia Voa 970 5 » EUTUOL UEL 65 ro rÉ; É ae acc e PARE gre RAR 9 pesscondemnadosU Ibi IA A 45 Wuspeeseesa Veterinarias. 25d UA 1.040 Vaccas em estado pathologico................ 19 DE uninereulosas ps eps sl sd paleta DRE perculinizadas eos does euelorolodoncasra o 7 DAREI Cera iCtas: Sorte rão o areias ceriaro io ado 19 casei 150 Aclos da O 4 > Inte ndletado tes e ste ei io o quo é a ara rá 2 ; uteis impostas e et sM o icms o 40 ninaçÕões CHyersash:. sn estes Sion ZS; Neimocoe side animaes:*. A a. arg oi 7 PDesinfecções., AROS o ERSRRSA NA ER nata 10 Riqueza fundamental do leite consumido na cidade de Nictheroy e as variações de sua composição Maxima Minima IMiterita Sraxa... see si. Pa 55,0 % 35,0 % Sean rose nio e ro nico 65,0 % 45,0 % Daetose, MIA. DM rato] 55,0 % 37,0 % era. AI DOTE TIL 26. 860,0 % 850,0 % | %e * * Continúa a reinar enzooticamente em todos os Estados do Brazil o carbunculo symptomatico ou peste da manqueira. Actualmente, entretanto, com o emprego da vaccina que o Serviço distribue, em larga escala, só experimentam perdas os proprietarios que não tomam a precaução de vaccinar todos os animaes de suas fazendas. No decurso de 1913 foram distribuidas 420.395 dóses de vaccina, sendo grande parte applicada directamente pelos veterinarios e seus auxiliares, em zonas em que essa prevenção era totalmente desco- nhecida. Releva ponderar, porém, que, em muitos Estados, ainda é “difficil a applicação da vaccina, não só pela ignorancia dos fazendeiros com relação à essa prophylaxia, como ainda pela difficuldade de se (*) Este quadro demonstra apeias o serviço feito durante os oitos mezes acima, tendo todavia, continuado a ser executado até 31 de Dezembro de 1913. A tuberculinização teve início no correr deste ultimo mez. 240 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO NL NANA NANA NANA ANA NA AA NL NL NL LNLS RLL LNLS LNLS TN RS NL LIS LL LL SS SS SS SS SIT ( encontrar seringas em numero suficiente para todos os creadores. Durante o anno passado foram distribuidas 203 seringas para injecções, numero insignificante deante da necessidade da distribuição desse apparelho que, devido ao seu custo e à deficiencia da verba, não é ainda encontrado, com facilidade, no interior de certos Estados. Algumas pequenas epizootias de carbunculo bacteridiano foram assignaladas em 1913, nos Estados do Rio Grande do Sul, S. Paulo, Paraná, Mimas Geraes e Rio de Janeiro, além de casos esporadicos surgidos indistinctamente em quasi todos os Estados da Republica. O serviço de vaccinação intensivo, feito pelos veterinarios destacados por todos os fócos assignalados, conseguiu suffocar essas epizootias. A vaccina empregada é fabricada no Instituto Oswaldo Cruz, pelo processo classico das duas vaccinações, com intervallo de 15 dias, utilizando-se uma vaccina fraca e uma vaccina forte. Essa vaccina, pelas verificações que foram feitas pelo Serviço de Veterinaria, deu optimos resultados no Estado do Rio Grande do Sul, não succedendo o mesmo nos Estados do Rio, Minas e Districto Federal, o que levou o Serviço a promover uma modificação da vaccina, empregando-se uma injecção unica, na dóse de 2 cc. da vaccina fraca, isto é, quatro vezes mais energica do que a dóse antes empregada. Esta modificação acha-se sufficientemente sanccionada pelo bom resultado decorrente de seu emprego em mais de 6.000 animaes. Surgiu em 1913 a febre aphtosa, sob a fórma de uma epizootia que, partida do Triangulo Mineiro, se irradiou por S. Paulo, Paraná, Santa Catharina, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro! CNCosEM O Estado que mais soffreu, com essa molestia, foi o Rio Grande do Sul, onde o inspector veterinario assignalou a perda de mais de “500.000 animaes. Tomadas pelo Serviço as providencias precisas emprehenderam-se varios estudos para a descoberta de um tratamento verdadeiramente efficaz contra esse mal. Iniciou-se no Districto Federal a luta contra o môrmo. Em diversas cocheiras foram malleinizados cavallos de todas as categorias e uma centena de muares, verificando-se que existe infelizmente na Capital Federal grande numero de animaes atacados, quer da fórma interna thronica, que só se revela pela acção da malleina, quer da fórma interna ratoria, clinicamente confirmada, quer da fórma cutanea (lamparão). A porcentagem das reacções positivas foi approximadamente de 25 Er o que demonstra a necessidade de uma boa lei de policia sanitaria animal, que permitta a suppressão dos animaes doentes. Nos Estados foram tambem assignalados alguns fócos, em que a acção do Serviço só se poude exercer de modo decisivo, graças ao apoio das auctoridades estadoaes e municipaes. SN] A o A E REVISTA DE VETERINÁRIA E ZOOTRCHNIA 241 NZNLNL NL ALL SS SS LS SS SSL SSL SSL SSIS SSIS SSIS SSIS “Considera-se, felizmente, extincta a grande epizootia de raiva, que, durante annos, reinou em Santa Catharina. Em todos os pontos do Estado, a que chegou a acção do Serviço de Veterinaria, foi veri- ficada a eliminação da molestia, estando actualmente o Estado com todo o seu littoral e a ilha de Santa Catharina completamente expur- gados de tão mortifera epizootia. No municipio de Blumenau, no logar denominado “Gaspar”, ainda se observam alguns casos de raiva epizootica, que não foram extinctos porque só tardiamente a municipalidade dessa cidade per- mittiu que se executasse a campanha de prophylaxia. O fóco de Blumenau está entregue à acção da Inspectoria Veterinaria do 8º districto, não tendo sido possivel conservar a Commissão antirabica até sua completa extincção, em virtude da deficiencia da verba do corrente exercicio. E O tetano poucas vezes appareceu sob a fórma epizootica. O serviço de immunização preventiva, logo realizado, conseguiu jugular esses surtos epizooticos. Casos esporadicos são assignalados em todos os Estados do Brazil, tendo sido alguns delles tratados com muito bom resultado. Proseguem no Posto de Observação e Enfermaria Veterinaria de Bello Horizonte os trabalhos de fabricação de um sôro e vaccina contra a molestia que, sob o nome vulgar de batedeira, faz grandes estragos em quasi todas as creações de suinos. Em numerosas appli- cações feitas durante o anno, ficou comprovado o valor dos productos biologicos manipulados em Bello Horizonte, esperando-se que, com a terminação das installações desse Posto, possa a producção satisfazer as necessidades urgentes dos creadores. A violenta epizootia de strongilose pulmonar e intestinal que foi acompanhada e combatida pelo Serviço, em S. Paulo, em 1912, declinou sensivelmente em 1913. A grande secca observada neste anno tambem concorreu para esse resultado, perturbando, consideravelmente, a evolução dos embryões e ovos dos vermes intestinaes. Foram atacados mais de 30.000 animaes, sendo a mortalidade observada, para os vitellos, de 60 a 65º|º, e para os adultos, de 25 a 30º/º. O tratamento fez decrescer a mortalidade a o, tendo dado, em geral, bons resultados todos os vermifugos empregados. A essencia de therebentina ou mesmo a agua-raz foi o mais efficaz, sendo, na pratica, o mais aconselhavel, pelo seu baixo preço. Em virtude dessa epizootia, foram inspeccionados no interior 69.107 animaes, em propriedades visitadas pelo veterinario doutor “Paulo Maugé. | A febre typhoide ou pleuro-pneumonia contagiosa dos cavallos causou, durante o anno, numerosas victimas, quer nesta capital, quer R.V. 31 242 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO em S. Paulo. A evolução da molestia differe um pouco, no Brazil, da que se observa na Europa. Em S. Paulo, o dr. Paulo Maugé fez observações que o induziram a crer que o carrapato tem algum papel na disseminação dessa enfermidade. Hoje a epizootia está apparente- mente extincta. Molestias outras prenderam a attenção do Serviço de Veterinaria, em 1913, bastando citar a espiroquetose das gallinhas, a distomatose dos ovinos, a osteoporose, a actinomycose, etc. Não formaram, porém, fócos notaveis, razão por que não são aqui estudadas isoladamente. ENGANA NA PAN ANN ANNAN EN MEN UEM NUA Nu AN ANNAN ANANDA SEN UN UU NUA NA NA PNM PMN AN ANNAN AUS a SUP Naa Pa ANA NANA PP AMA GERAR RR A e ERP Pa Pa A a mr o NA NEN EN PNG ANO NA NO AA PA ARA PC WEISS & €. RC MTA TES UGUIUALANA S3 CAIXA POSTAL 322 RIO DE JANHIRO Representantes da fabrica de Instrumentos e Apparelhos de Veterinaria e Industria Animal HH. HAUPTNER — Berlin CATALOGOS EM PORTUGUEZ Enviam-se gratuitamente a quem os solicitar Apparelhos de Electromedicina da fabrica SANITAS, BERLIM Microscopico da fabrica WINKEL, GórIINGEN PME Ns Naa Naa Naa fa ff NA LIVRARIA DE MEDICINA VETERINARIA a. PNG PN PR g PN a PN PN RP PAPA PRA GR SN SEN PN PN RA A NS EN EN EN Na E NR PR RAN A Na EN Na Nel ENSINAR NM a MPa A PPA PA AP A PN EN Pa PN A MAN AM ATA A SR APNR PN PN a Na E PRATA AN APR NARA! PRSPNAP Na Ng Nu PNM Nf NRP TRANSP NINE N SEN AP NA Nf NM NA NM A Na A NAN O - ——————————————————————— mm PRETAS Na Na Na Na Na NM NM A RAP SP Na PN AP o PN af Naa Na Ne NA A MNA AP NAN ENGANO af Na NA ANDO Nas Pas af REMETTA HOTE um vale postal de doze mil réisao editor da popular re- vista brazileira CHACARAS E QUINTAES UAIXA POSTAL” 652 S. PAULO Administração RUA TAMAN- DARÉ n. 42, e receberá a revista desde hoje até Dezembro der9I4, todos os mezes em grossos fasci- culos illustrados com IIÓ paginas, e mais o soberbo ALMANAK AGRICOLA BRAZILEIRO 1914 Para o anno de 1914. Remetta vale de réis... 12$000 ua Grosso volume * x x HOJE MESMO X x X com 500 gravuras e 320 paginas Oleditor [desta" revista, 6 proprietario do Aviario VILLA EMMA — Ovos e aves de todas as raças ticamente a adubação chimica racional. ADUBOS CHIMICOS Fernando Hachradt & Comp. Representantes do KALIS PYNDICA?T, Alemanha e da United Thomaz Phosphate Works S. PAULO: Rua Alvares Penteado, 15-A | CAIXA DO CORREIO, 948 RIO DE JANEIRO : Rua da Alfandega, 99 CAIXA DO CORREIO, 566 Fornecem os adubos necessarios para qualquer cultura e attendem a toda e qual- quer consulta verbal ou por escripto sobre o modo como devem ser applicados os adubos chímicos nas diversas culturas. Propôem-se visitar gratuitamente as propriedades agricolas para ensinar pra- Distribuem livros, folhetos e brochu- ras sobre a adubação chimica a quem os | solicitar. REVISTA DE VETERINARIA E ZOOTECHNIA 243 cá cad a a a DD DD DD DD) REGISTRO DE LAVRADORES E CRIADORES Modelo de requerimento para inscripção Sr. Ministro da Agricultura, Industria e Commercio: F..., desejando inscrever-se no «Registro de Lavradores, Criadores e Profissionaes de Industrias Connexas » estabelecido nesse Ministerio, de accôrdo com a portaria de 21 de Setembro de 1909, apresenta, para esse fim, o documento (*) exigido pela mesma portaria e as inclusas informações (**) e pede-vos autorizeis sua inscripção. Pede deferimento. Estampilha de 300 Teis (“) O documento referido é o que diz respeito ao imposto que paga ao Estado ou ao municipio como lavrador ou criador (art. 6º das inst.). A falta desse documento poderá ser supprimida por attestado do Presidente da Municipalidade, do Prefeito ou Agente Executivo ou de dois lavradores já inscriptos, devendo ser legalmente reconhecida qualquer das respectivas firmas (art. 7 das inst.). Qualquer dos documentos citados está sujeito ao sello da lei, isto é, 300 réis federal (art. 11 das inst.). (**) As informações, a que se refere o requerimento, devem ser assim pres- * tadas: 244 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO LTL aà a a a a a A a Aa SS a SS SS SS SS SS SS ISS Sa SS S S a PESOS SEDA Und d no Cs abrir E PASa nata at of elo a ER TO Bá sigo Denominação: da propriedade RT RR E a - ESTA. q) cio cn ao fare poa o COP o AR TOR ERR EN IMTLICIDÃO Ego «8, lrode o adora LS do RR pa DO RS Cidade, yillalou poyoação mais iproziiianr e E? propriar;Nomesdo proprietaniol. stamaM: . Da as EP arrendada? Nome dolproprretario. ER E” alugada ? nome do proprietario.......... 6 o ae RA Servida pela estrada; soci Ala an EM oe cabia E RED à sia caa Estação mais pro iadar Br Re ooo ne o po neo Ra ee ERRADO Meiostde comimibiiicação, PEL RR 50% Area totalieiqualidadeldasiterras rr a Area! Cultivadatisf az» CMS Ses SENT PRA EI Reta o Arca Ancuital ae a (gore nos Dog dr aros per Ds AU NE DSR SOS jo OE rea emipasta siena iodo on on none go oe RN NEN e Roe EN NOR RENA Area em Pimaitaçã Mp re a apoie eos pa AD de oo Roe o onto RE Genero ide produeção 2 Sadr o Ra | Médiajananar de produeção sp. cp e ronje R Se for lavrador ETA [ Numero de cabeças de gado, com designação de sexo... nm E | Suas especies a. Ma AD SRI to po RD E RAR SO Possne prados artiiciaesp a E = | Natureza das culturas forrageiras... ...c.c.. 200 coesa una É [| Rendimento por hectare, alqueire, etc... ......caec scans VACCINAS É OUTROS MEDICAMENTOS “Modelo de requerimento para reguisição de vacinas Sr. Director do Serviço de Veteriraria: | K...,| criador em... Estado de... | inscripto no Resistrolda Lavradores, Criadores e Profissionaes de Industrias Connexas sob! n... letrai a fl.) do respectivo livro, possuindo 17 cabeças dl gado, pede-vos a remessa de... dóses de vaccina, visto estar o seu gado ameaçado da peste da manqueira. Pede deferimento. Estampilha le 300 reis NoTA — Para requisição de sarnol ou qualquer outro medicamento serve estel mesmo modelo, fazendo, apenas, as indispensaveis modificações. os REVISTA DE VETERINARIA E ZOOTECHNIA 245 aà a CORLABOBRAÇÃO - ça ÇÃO ÃO aà Ag “SOBRE UM PROCESSO RAPIDO DE COLORAÇÃO DE PROTO- LOARIOS EM CORTES HISTOLOGICOS, PELA SOLUÇÃO DE GIBNSA Das modificações do primitivo pó de Jenner, é sem duvida por emquanto, o methodo de Giemsa o que fornece preparações mais distinctamente coloridas. Applicou-se durante algum tempo, restricto aos estregaços e às laminas de sangue, para estudos puramente histo- logicos e pesquizas de protozoarios e bacterias. A sua grande propa- ganda foi feita por Schandinn, quando o empregou para a coloração da iympha de productos syphiliticos e descobriu o “spirochoeta?, Este mico facto, basta para mostrar o grande valor dos processos de coloração, no estudo da etiologia das molestias infectuosas. Não é portanto, descabida de interesse, uma contribuição neste capitulo das sciencias 'experimentaes, embora importe ella em mma si” ples modificação de technica. O processo de coloração que propomos, nós o conseguimos quando procuramos colorir piroplasmas no sangue de um animal (bezerro Gersey), que havia morrido ha quatro horas. Como porém a morte se déra em estado agonico, não foi possivel encontrar sangue fluido no coração; havia coagulos, enchendo com- pletamente as cavidades, que aproveitamos, collocando-os em alcool methylico, | Depois de concluida a autopsia, feita pelo Dr. Herbster Pereira e por nós, foram lançados em formol fragmentos de figado, baço e rins, tendo-se o cuidado de fazer antes, esfregaços das mesmas vísceras. Nas laminas assim preparadas, a coloração habitual da solução de Giemsa, permíttin que fossem verificadas fórmas anulares de babesia, dentro das hematias e muito semelhantes às fórmas de schizontos novos, encontrados nos capillares cerebraes e no baço de individuos mortos de paludismo tropical, conforme verificação já feita pelo Dr. Parreiras Horta. A tentativa portanto de pesquiza no coagulo, era animadora, comauanto até aqui não conheçamos referencia a este processo de exame. Depois de uma hora de contacto com o alcool methylico, feram os pedaços de coagulo lançados no xylol renovado tres vezes de quinze em quinze minutos e incluidos em parafina. O sangue coagulado se presta admiravelmente para uma inclusão rapida, fixado previa- mente em alcool ethylico ou methylico. Quatro passagens em parafina 246 MINISTRRIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO enovada de quarto em quarto de hora, sendo duas vezes de 38º e duas ezes em parafina de: 55º, são suficientes para a moldagem do bloco. im summa: da fixação à microtomiase gastam tres horas. Para a. oloração segundo o methodo original de Giemsa, applicado aos córtes stologicos, seriam necessarias mais vinte. e quatro horas e para a. oloração segundo o nosso precisio, mais quarenta minutos apenas, astariam. Antes de detalhar a modificação que pretendemos introduzir, ramos explicar como (Giemsa aconselha a coloração de córtes com: | materia corante por elle preparada. “ Pedaços de 5 mim são collo- ados em sublimado-alcool, segundo a formula de Schaudinn: solução. -oncentrada aquosa de sublimado duas partes, e uma parte de alcool. ibsoluto?.. (*) Depois de 24 horas estão fixados os fragmentos. Lavam-se em agua corrente e passam para a série alcoolica iodada, alcool absoluto, «ylol e parafina. Os córtes de 5 mm são depois de hydratados, tratados elo lugol, lavados e de novo tratados por uma solução à 0,5º/º de iyposulfito de sodio durante Io a 20 minutos, para o desappareci- nento completo das granulações de sublimado. Depois de bem lavados, olloca-se sobre os córtes a solução de Giemsa, durante 24 horas, vodendo-se renovar a coloração depois da primeira hora. Uma vez lavadas as preparações, faz-se a differenciação com as: seguintes misturas: po Neciona osccim alo sicom 2 iAcetona 70 cem: xylol' 20 cem Ra = Aicetonal 30, cem, DeylolR7o cc pe 4 — Xylol puro. 5 — Fechar em oleo de cedro. ] Toda esta série de operações implica em desperdício de tempo e le material, sem todavia se conseguir sempre bôas preparações. Conhecido o processo original, vejamos agora em que consiste 1 nossa modificação. | “A primeira tentativa foi, como dissemos, a pesquiza do piro- olasma no coagulo fixado pelo alccol methylico. Os córtes finissimos “que obtivemos (2m.m.), foram hydratados como de costume, porém com agua distillada; em seguida, coloridos com a solução de Gremsa durante meia hora, preparada segundo a proporção habitual: uma zota da solução commercial e 1 c.c. de agua recentemente distillada, Os córtes se apresentam assim nitidamente coloridos sem super- coloração. Lavam-se em agua distallada e applica-se depois um processo de deshydratação mecanica muito simples e que os nao REVISTA DE VETERINARIA E ZOOTRCHNIA 247 a ag prejudica absolutamente. IE” esta a parte principal da technica. O excesso d'agua que existir em torno do preparado, enxuga-se com um panno e colloca-se sem a menor attricção sobre o córte, um pedaço de papel de filtro, exercendo-se sobre elle uma ligeira pressão mudando-se duas ou tres vezes de posição. O córte fica ligeiramente humido completando-se em seguida a deshydratação com xylol. Quando logo às primeiras gottas a preparação não fica completa- mente transparente, colloca-se sobre o córte embebido de xylol um pedaço de papel de filtro, deitando-se immediatamente novas gotas de xylol, para finalmente fechar-se a preparação em balsamo neutro. Vemos pois que se precisa apenas de papel de filtro e de xylol para a deshydratação. Não ha necessidade de differenciação porque o tempo de coloração não obriga a isso. Em quarenta minutos no maximo, se obtem uma boa preparação histopathologica colorida pela solução de Giemsa, por um processo economico, seguro e rapido. Aleixo de Vasconcellos. (*) Quando se fazem esfregaços para a fixação humida, aquece-se a mistura fixadora à 70º. | | 248 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO ea a aa ENCEPHALITE CHRONICA COMPLICADA DE PACHYMENIN- CITE CEREBRAL E ESPINHAL OSSIFICANTE, NO. CAVALO A pachymeningite ossificante commum no cão é, tão rara nos equideos, que merece ser mencionada quando apparece no cavallo. Em Maio p. p. fui procurado, em Florianopolis, para examinar) um cavallo que, deitado desde dois dias, estava impossibilitado de se levantar. Encontrei o doente deitado em decubito lateral esquerdo, fortemente emaciado, principalmente na parte trazeira do corpo, onde. ja existiam muitas feridas provocadas pelo decubito prolongado. Tratava-se de um cavalio indigena, castrado, com 17 a 18 annos de: idade. Constatei o pulso accelerado e pequeno, a respiração curta e. accelerada, a 4emperatura geral normal, a cauda paralysada, o anus largamente aberto, os membros posteriores paresiados, porém, sensíveis. | Disseram-me que, durante os ultimos quinze dias, este animal | apresentára perturbações motoras do treno posterior, perturbações | essas que se accentuaram sempre mais até a occasião em que o animal Cahiu para não mais se levantar. Soube tambem que anteriormente, o cavallo tinha grande somnolencia, dormia em pé e cahia em, qualquer logar. Grassando, no Estado de Santa Catharina, a raiva nos grandes herbivoros, assim como o mal das cadeiras nos equideos, fui obrigado a aproveitar todos os elementos ao meu alcance para verificar se o caso constatado devia ser attribuido a uma ou outra dessas entidades morbidas. Julgando inutil e anti-economica qualquer intervenção tendente a conservar ou curar o animal, de accôrdo com o proprietario, sacri- fiquei-o e procedi immediatamente à autopsia, examinando com especial | attenção os centros nervosos. À caixa craneana estava exteriormente normal. Notei a ossificação completa da foice do cerebro. Estavam tambem ossificadas as granulações que, às vezes, se encontram nas faces lateracs da foice do cerebro, granulações essas impropriamente denominadas glandulas de Pacchioni. Verifiquei tambem a ossificação quasi total da tenda do cerebello. . Os ventriculos lateraes estavam fortemente dilatados e cheios de liquido citrino. Nos córtes da substancia cerebral encontrei varios fócos hemor- - rhagicos. REVISTA DE VETERINARIA E ZOOTECHNIA 2497 al ça ça a a ÃO AÇÃO a AA AA aà Na região lombar, na face inferior da medulla, encontrei, na dura-mater, uma placa ossea de quatro centimetros de comprimento sobre um centimetro de largura. Esta placa ossea, comprimindo a medulla, provocava as pertur- bações motoras e a paralysia das partes posteriores do corpo. As inoculações em animaes de laboratorio e os exames microsco- picos excluiram a possibilidade da existencia da raiva e do mal de cadeiras. Estava, portanto, em presença de um caso de encephalite chronica ou “immobilidade” em consequencia à pachymeningite ossificante cere- bral e lombar e à hydropesia dos ventriculos lateraes. Florianopolis, Julho de 1914. Dr. Gaston Urbain, Medico Veterinario. R.v. 32 250 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO RAÇA BOVINA MAREMMANA Em duas monographias publicadas nesta mesma “Revista de. Veterinaria e Zootechnia” illustrei duas raças bovinas da Italia que devem ser consideradas entre as primeirissimas do mundo — a raça romanhola (vencedora do grand-prixz na Exposição Internacional de Paris) e a raça de Val de Chiana, ambas, creio não enganar-me, destinadas a produzir resultados extraordinarios tambem no Brasil, quer reproduzidas puras, quer importadas para o melhoramento dos bovinos aqui existentes. Nenhum preconceito de campanilismo me induziu a afirmar o que aqui repito e sim a convicção formada pelo conhecimento adqui- rido mediante longa e constante pratica e ainda pelo estudo do ambrnte do antiquissimo berço dessas raças, do ambiente de sua origem mais recente, daquelle em que actualmente se criam, multi- | plicam e prosperam maravilhosamente, da sua estructura morphologica | e tendencias innatas ou determinadas pelo homem, em relação ao que é no actual momento o ambiente agricolo-zootechnico brasileiro. Admirador enthusiasta e sincero das já celebres raças bovinas da Europa, apezar disso não posso deixar de dizer uma vez por todas, que, em um ambiente como ainda é o Brasil agricola, as raças espe- cialisadas, quasi artificiaes, por assim dizer, creadas e formadas em ambientes frios e, se não frios, sempre extremamente humidos, não podem dar senão resultado pouco duradouro. As raças destinadas a triumphar em ambiente agricolo-zootechnico como o do Brasil são as que têm origem natural e de raça pura (a Schuytz, a Romanhola, a Simmenthal e a Chianina), que embora vivendo alguns mezes do anno na penuria, têm progredido esplendida- mente e continuam a progredir mais em virtude dos proprios dotes mirinsecos e naturaes do que por obra do homem. Em todo caso, só o futuro dirá se tenho razão. Agora proponho-me a fallar da raça maremmana, cujo conheci- mento, penso, póde interessar muito, porque delle se obtem idéa da grande maioria dos bovinos que povoam actualmente a parte léste da Europa, grande parte da Asia Occidental e da Asia Menor; esse conhecimento póde interessar tambem por outras razões que irei expondo. A raça bovina maremmana, dada por Sanson Origem e historia como pertencente ao B. T. Asiaticus, teve suas origens dos bovinos macroceros cinzento-escuros que, da Asia, seu centro de domesticação, foram trazidos para O Touro de raça Maremmana ) Pi ca inc sá REVISTA DK VETERINARIA E ZOOTECHNIA 251 ça a ça A aà A aà AAA O “Sud-Est da Europa. Segundo Marchi, os dados morphologicos, physio- logicos, prehistoricos e historicos induzem a considerar a raça marem- mana como descendente directa dos macroceros ucranicos, introdu- zidos na Italia durante o VI seculo por Agilulfo, senhor dos longobardos. “Estes bovinos, de chifres longuissimos, de pello cinzento e cinzento- escuro, habitam ainda hoje uma extensa superficie: a Ucrania, a Podolia, Bessarabia, Rumania, Hungria, Transylvania, Bosnia, Dal- macia, grande parte da zona adriatica italiana, a maremma da baixada thirrena e uma bôa parte do Sul da Italia. A área geographica falla, portanto, a favor de sua difiusão, occorrida no Occidente com as invasões dos barbaros. ) A raça maremmana assim se chama porque Area geographica criada na Italia na maremma (baixada pantanosa) grossetana e romana. Ainda que na região de Grosseto e na de Roma a raça seja a mesma, não obstante, quem as observe attentamente relevará uma ou outra ligeira differença entre os bovinos das duas zonas. Os bovinos da maremma grossetana occupam a provincia de Grosseto e pequena parte da de Siena; os da maremma romana habitam toda a região do Lacio e a baixa Sabina (Umbria). O recenseamento de 1908 (não me consta a Dados estatisticos realização de outro posterior) indica que os bovinos de raça maremmana da provincia de Grosseto ascendem a 40.000 cabeças; os da provincia de Siena a 20.000 e os do Lacio a 135.000, em cifras redondas. Este bovinos têm em geral fórmas Caracteres morphologicos vigorosas, de membros grossos e que demonstram no seu conjuncto caracteres “de força e resistencia excepcionaes. A cabeça, antes leve confrontada à massa do tronco, tem a fronte larga e plana e o sincipite que não projecta para traz; chifres robustos de differentes sinuosidades, dispostos com frequencia em fórma de lyra, como na maior parte das raças podolicas, de 60 a 80 cm. de comprimento nos touros e vaccas e muito mais nos bois. As pontas dos chifres distam entre si de 80 a 130 cm.: olho vivaz, orelhas de mediana grandeza e moveis, focinho preto lustroso com margem clara. O pescoço é encorpado muitissimo musculoso e a barbella abundante. O trem anterior apresenta desenvolvimento nredeminante -— caracter que se póde chamar especifico das raças cujas aptidões ao trabalho e à producção da carne são superiores às lactiferas, nas quaes o trem posterior predomina, como, por exemplo, na raça hollandeza. 252 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO A cernelha é pronunciada, o thorax profundo, a linha dorso-| lombar perfeitissima, garupa um pouco declinante para traz. Os. aplombs são regulares, as articulações largas e fortes e unhas) robustissimas. A garupa, relativamente não muito desenvolvida é um dos defeitos característicos da raça. A pelle é espessa. A altura dos touros varia | de 1m,52 a Im,60; a das vaccas de 1m,42 a Im,55 approximadamente. ; O pello é cinzento em suas varias gradações. Ha Pigmentação prevalencia do cinzento-escuro no contorno dos olhos, nas regiões do pescoço, das costas, do sacro, na face anterior dos antebraços e das canellas. E” preto nas margens das orelhas, nas orlas das palpebras, no focinho, na abobada palatina, na superficie superior da lingua, no pincel da cauda, na ponta do escroto e às vezes em todo elle; no anus, perineo, vulva, no terço superior | dos chifres, dos quaes as outras partes são de um branco-amarellado. Os vitellos, ao nascer, têm o pello fulvo, como todas as raças podolicas. | E” dificil encontrar uma raça bovina possuidora dos Aptidões requisitos da maremmana para o trabalho. Ella desenvolve enorme somma de energia motriz — de modo que fornece individuos de trabalho por excellencia. E” typo rustico e deve ser! osta entre as raças mais sobrias, frugaes, resistentissima às fadigas e às molestias. Supporta facilmente a fome e nutre-se de forragens grossewas, depreciadas. | Os bois iniciam a vida de trabalho aos tres annos de edade deixan- do-a dos dez a doze annos, edade em que, submettidos a melhor regimen alimentar, são preparados para o córte. A aptidão para a producção de carne — considerado o regimen de vida, os systemas de criação e de alimentação que têm conservado : à raça os caracteres da primitiva rusticidade — não póde ser a da romanhola e menos ainda a da chianina — antes fica muito longe desta. Apezar disso, o rendimento liquido em carne dos bovinos maremmanos, e embora mantidos em regimen inteiramente solto (bravio), varia de 47 a 55º|º; porém, logo que se lhe melhorem as condições de nutrição, esse rendimento alcança e supera 58º/º. | A” carne falta a ondulação especial (marezzatura), porque a gordura, em logar de depositar-se no tecido connectivo entre os feixes. de fibras musculares, accumula-se de preferencia no connectivo sub- cutaneo e ao redor dos rins. Mas o sabor dessas carnes, apezar da qualidade inferior das forragens, é sempre muito bom. Quanto à aptidão lactifera das vaccas não foram feitas experien- cias porque são muito rusticas e não é facil mungil-as; sabe-se que à porcentagem de gordura no leite é muito alta, variando de 5 a 6, 75 º|º. CUBULTIOILI SÍBI OP OTJSMA O BODBA REVISTA DE VETERINÁRIA E ZOOTECHNIA 253 a aà a ÇÃO AAA AAA AA | Oitenta por cento da população bovina marem- Eustema de criação mana é conservada no regimen inteiramente | livre, bravio, (brado), não tem agasalho, vivendo "sempre ao relento, nos prados naturaes ou pastos artificiaes ou nos bosques, quer nos grandes calores do verão, quer no rigido frio hibernal. Os pastos são divididos em reservas, onde a criação é deixada Fem liberdade por um tempo determinado. De regra, os bois ficam “em pastos separados das vaccas e touros; os vitellos desmammados, “por sua vez, tambem são separados. | Durante o inverno, os bovinos maremmanos, são juntos e reco- " lhidos nos bosques, onde lhes é fornecida uma pequena ração de — palha e feno, visto que os pastos são completamente insufficientes | para manter-lhes a vida. | A cobertura é feita de Maio a Setembro. Para cada grupo de " 80 à 100 vaccas destinam-se 4 ou 5 touros. Estes começam a monta aos 2 annos e conservam-se como reproductores até os 7. A primeira selecção dos machos destinados à reproducção é feita * quando estes se acham entre 7 e 8 mezes de edade; a segunda, que é * definitiva, realiza-se no seio dos primeiros quando attingem dois annos. As femeas, comtanto que não estejam defeituosas, são todas * guardadas para a reproducção, até a edade de 11 annos. g Esta raça tem um grande futuro nas zonas e paizes onde certas " molestias são endemicas e onde ha necessidade de muito trabalho; E porque para os trabalhos agricolas e industriaes é uma verdadeira machina, sendo muito resistente ao calor. Além disso, está-lhe reservado um grande futuro como machina : * productora de carne, dando-lhe abundante alimentação durante todo j anno e subtrahindo-a aos periodos de verdadeira fome, a que sempre À esteve sujeita até hoje. | O cruzamento com a raça chianina tem dado resultados discretos ; | deu-os optimos com a romanhola e com a Schwytz, especialmente * com esta ultima que tem um poder excepcional de refrescar o sangue ; das outras raças bovinas. Esta raça, além dos motivos expostos, é interessante “Observações ainda por ter sido a primeira sobre que se iniciaram os estudos da malaria bovina (tristeza). Emquanto Cell, Marchiafava e Grassi aprofundavam e com- pletavam seus estudos sobre a malaria humana, que os tornaram celebres; outro sabio iniciou (pela primeira vez no mundo) os estudos sobre a uslsria bovina (tristeza), que naquelle tempo matava todos "os bovinos da baixada toscana e da região romana procedentes de Ao Eno + tam 254 MINISTERIO DA AGRICILTDRA, INDUSTRIA E COMMERCIO LOL LO LD outras zonas e paizes, ao passo que a raça maremmana não estava. sujeita a essa molestia. Refiro-me a Oreste, o grande pathologista e. clinico que ainda é director da Escola Superior de Veterinaria, de. Napoles, o primeiro que estudou a malaria bovina e sobre ella | escreveu, demonstrando depois porque a raça maremmana era natural- . mente immune. Os estudos de Oreste foram continuados pelas escolas | inglezas, francezas e hungaras, em cujos paizes a molestia é endemica | e onde, a raça maremmana levada para melhorar as raças que com | ella têm a mesma antiga origem, não foi atacada daquella fórma de | malaria que, como é sabido, é sempre tão maligna. Dr. P. Foschini. Medico Veterinario Le ad ; & E a RRCOG NESTA TFLUIDA — MURRAY Patente pelo processo especial do invento de SIR JAMES MURRAY Fabricas em Dublin e Rio de Janeiro Todas as familias devem estar providas deste precioso medicamento, que tantas vezes já preve- niu molestias graves, sendo tomado a tempo, para Indigestões, azia do estomago. dores de cabeça, alfecções gastro-intestinaes, jigado e febres em geral. == SEU EMPREGO FACILITA A ACÇÃO DO MEDICO == Por ser chimicamente pura a MAGNESIA DE MURRAY conserva-se indefinidamente e nunca se altera Hivitar as imitações 256 MINISTRRIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO NATAL TN TN NL TN AA AS LAS SS LS OS LS SRS LS SS SSL SSL SS SSL LL apresentamos o quadro das migrações do azoto alimentício no corpo. dos animaes em experiencia, admittindo que cada um kilogramma de azoto ganho, corresponda à fixação de 30 grs. deste elemento. Duração | Peso mé-| Cres- Ázoto REPARTIÇÃO DO AZOTO CONSUMIDO Azoto fecal TeM Expe. ANNO dio cimento | consumido | | Kellner previa Eita diario | por 100 | Urina | Cresc. | Perdas | Fézes E CEL Ure | GS) BS) DG % % % | Keller Mo sad 1910 20 5o 750 | 97.60 | 26.36 | 46.16 | 10.86 | 16.62 4.99 | 233.06 B... 1902 4I 69 806 | 122.03 | 45.16 | 28.60 16.80 9.36 0.84 | 1.016.29 (Ditos ls e 1910 42 87 232 98.25 24.98 HO 35.21 28.11 14.81 89.80 D... 1908 99 92 884 | 88.62 | 39.11 | 32.53 4.28 | 24.08 4.87 | 395.07 Esse: 1807 37 Cb sto! | ÃO | also | diaço 2.34 3.49 [.93 | 339.60 1 go 1907 39 128 mosn ongs | nn PasiRo 6.03 | 26.50 18.35 44.41 GE 1903 55 136 e E Dio TO | ASS | 22NÊ 1 nooas |" 2059 14.63 43.13 HS ses 1908 49 158 418 | 63.42 | 44.80 | 12.54 15:03 | 2757 16.18 71.26 | (ER 1904 58 161 716 63.98 ASP | 20587 0.50 | 42.71 35.81 19.27 | 1904 91 162 ISS Os dp AGO: | NÓ 7 RTIS PRRANTRSIAE 25.55 61.02 RC s. 1912 77, 165 885 | 62.42 AO) | EST) 14.46 | 39.37 16.46 | 139.18 | RR 1905 48 I7o 937 | 65.53 | 25.00 | 25.92 T2604H Ea 7804 22.36 65.65 IEA A 1902 57 I9IT 1.026 | 45.03 15.12 35.81 0.81 48.26 22.15 117.85 ERRO MEDIO...... 70.20 N... 1906 84 203 946 | so.74 | 18.25] 27.57 7.48 46.75 24.90 87.75 (Doro ao 1911 49 203 827 43.47 22.51 28.13 8.42 40.94 25.54 60.30 ps: 1907 91 204 643 | 44.51 DMSTó || Arado Bote | Alia | qm) 45.06 Q....... 1903 98 os 857 | 44.88 | 21.74 27.93 E1.20) || 2OBIS 25.65 52.55 R... 1905 98 259 TO SONO) | E DSO 17-63 | 10:86 | 44-18 DI? 108.20 Ssratios 1909 42 293 821 45.05 | 24.24 18.66 | 10.13 | 46.97 34.08 37.82 ERRO MEDIO...... 65.27 4 VER RR 1909 | 91 as 659 | 39.02 | 23.03 | 13.00 | no 168 b|| E a29 atas 46.88 U.-: 19i2 | 49 407 755) 42.75]! 20.609) | 13:02"): 17.44 |5 48:85 | v3ma57 54.74 ERRO MEDIO = === Deixando de lado a primeira edade, para a qual as differenças: são sensiveis, vemos que, em média, a proporção do azoto fecal excedeu: 65.93 º|º das previsões das taboas de Kellner. REVISTA DE VETERINARIA o ZOOTECHNIA 257 dd SS SD a DD DD LARA AA AA A differença das de Wolff se eleva a 75.04 Bia, Além do azoto excretado dos alimentos, as fézes contêm uma pequena quantidade fornecida pelo intestino, quantidade essa que não attinge à fornecida pelo intestino do homem; o proprio Kellner não avaliou essa fracção e até aqui ainda não podemos determinar a sua importancia. A escola dinamarqueza tem investigado depois de um estudo sobre a alimentação das vaccas leiteiras. Reprimimos a experiencia, de nossa parte e ainda assim não con- seguimos encontrar os mesmos algarismos, collocados em condições differentes das suas. Seria ocioso, a proposito das divergencias entre os nossos resul- tados e as taboas de Keliner, de fazer sobresahir o cuidado com que recolhemos o azoto das dejecções dos nossos animaes, visto como a menor negligencia de nossa parte, não teria tido outro resultado que o de diminuir a differença nas nossas experiencias. Do que resulta para nós, um facto muito claro. O valor em amido, attribuido por Kellner, aos alimentos que estudamos e que, para a maior parte se acham entre os mais empre- gados, não é exacto, porquanto a fracção para a qual o azoto contribue neste valor, é notavelmente muito elevada. O engano não se limita, todavia, aos principios de azoto; os nossos resultados, fornecem egualmente, a prova. * Com as rações que nos servimos, podemos constatar que uma mesma quantidade de principios nutritivos digeridos em um tempo dado, produz, nos animaes em experiencia, um accrescimo mais ou menos egual, pela relação, ao seu peso e à sua superficie. E” o que nos permitte formular a lei das despezas de crescimento. * Sios valores de amido, de Kellner, fossem reaes, todas as nossas rações possuiriam um valor de amido pouco differente; os seus effeitos seriam muito proximos. O seguinte quadro mostra, com effeito, que elle não o é. Para simplificar, damos em nossos calculos, o valor amido, attri- buido o coefficiente unico 2.27 em todas as graxas e contado como RV. 33 258 MINISTERIO DA AGRICULIURA, INDUSTRIA E COMMERCIO Na albuminoide todo o azoto digerido, o que não póde dar senão diffes renças insignificantes. - Valor / Duração | Edade Peso | Superfície | Cresci- DO RE ARM O Diferença sobre (amido) | ANNO mento |/—>—>—> A | as previsões | das unidades (dias) | (dias) | (kgs) | (ms) | (grs) deiegas % no “ag 1903 escamas 55 IIO 136 2.56 E82 1.622 1.604 o I.II 194 Monte ra Ro 49 143 14% 2.70 745 I.4%8 1.540 — 4.01 TIO07E ie 8 feto 49 155 186 3.15 925 ET S49A 1.427 + 4.63 190536 FI LIsER 48 157 170 2.97 937 1.547 1.608 — 8.76 1908; rsss ger as 164 154 2.78 asim Eros, 1.201 +. 2,88 | OM hear o 30 Igo 218 3.51 783 1.320 To QU) + 1.%6 GAL sor esa 49 | 95 205 Mudo 827 1962 1.359 + I.jo 1900240. ts 84 208 203 2.34 946 1.468 1.497 — 1.94 1909p- erra. 49 311 296 4.30 888 1.281 Ho Pet — — 0.77 1909 91 431 379 5.06 769 1.128 POLO) +. 0.63 Constata-se, neste quadro, as differenças de 25º/º entre o valor “nutritivo attribuido por Kellner às rações: que produziam quasi o mesmo resultado. | HA Poderiamos, sem duvida, ter essa averiguação; . entretanto, 08 exemplos tomados isoladamente vão nos permittir demonstrar com maior precisão. | ] Em 1909, alimentamos, durante tres semanas e com 700 grs. de tortas de amendoim) e feno, à vontade, uma novilha cuja nutrição começamos a estudar alguns mezes depois. Ê O balanço diario, das tres semanas, pectabele net, -Se como se segu vr) Quantidade M. S. Ciuzas M. €. M. E. €. M. A. Valor (am CNQAS o 00 106) Oro O Gio 0.037 0.057 0:184 * 0:33 UMA JASNO vaso abro aa 6.947 6.009 255004 0.141 5 140755 0.606 a | 6.624 0,544) 0.198 4.939 0.943 | 2.268 Urina... ci. SE 4.151 de azoto úrinario correspondem a... DEZ) Rézes iodo 1285 2.885 0.384 0.083 o SR 0.481 ends to. 17.285 3.739: 6 160 200/1514 8/0020 Morpia | Br62nio tio. 544) BOIMOSI 989) 910,04 Peso medio do animal 353 kilogrammas, superficie 4.83 metros e crescimento 571 grammas. REVISTA DE VETRRINARIA K EOOTEGRNIA, 259 LNLS SAIA A a 2 pezas. theoricas, do as regras, por nós propostas : EN “ Unidades Jo EUSLSNto! CO COLPO.. serias Mo” X 500 4,415 E 2.9 Materiaes do crescimento,. 370 341 BU! 211 em , o foto fo) o Es.» l Vo . 5 R Ro Trabalho do crescimento... SBN ROO a A 1,008 1,000 À DAME a Pa O IA As despezas exactas não excederam as theoricas, senão em 32 lê E es em amido equivaliam a 60.94 º|º. | A “novilha recebeu, em seguida, durante ro semanas, uma certa nº Eae de batatas, depois beterraba e finalmente as duas juntas, LUI 10 tempo. que supprimiamos as tortas E amendoim. O feno ou a ser dado, a vontade. Quantidade M. Ss... Cinzas M. G. HC. M. A. Valor (amido) dE A Re. : “ / M H sc: EP Were OS 360) 0.020 0.040 0.113 0.187 0.260 ts GEAAl sl. 334 ROMS OL OO DA, ME NSS 1.456 RR os rms 0,242 | 0.016 1.320 0.200 - 0.858 Ri, q 4.543 Sm Gg OS Z 0.113 3.120 0.400 1.178 ' HE MANET QIG4TE SOUTO A SLOS7 1 -0:943 0, 5:3,952 dé 5.758 de azoto urinario correspondem a... = 0.206 Do erico 17.048 2.649 0.496 0.080 1.548 OE) 17.048 4.168 O. ESA 0.090 4.109 0212 De a anta 7.417 Me OL TO PESE 0.743 E E medio 389 kilogrammas, Er 5.15 metros e crescimento CEE | Unidades — RO Sustento do corpo: 220.2» MIS DA OSOMO Str2:515 r 208 : , ; 6 E 2 Materiaes de crescimento... 3/0 X 346 “A ; 6 Rss: do crescimento... Sao q = E 1.821 ' CO VROBME UR 2 RE aos tivos da ração : fg Unidades BRR O O 227 iss e: Mt a à CRC 204 É Eid ratos de carbono... censuras em snes calmas 4.109 RR oseno não achada... cics scores cemsnes manera Biz MROLElA dA ULÍNA...cccrrrros DRA e cid o a 206 260 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO â [ As despezas reaes foram mais ou menos eguaes às nossas previsões, . Assim é, que, tanto num como no outro caso, o rendimento dos | principios nutritivos foi sensivelmente o mesmo. Depois que os valores amido se conservaram fixos, se elevavam no ultimo caso a 79.12º|º dos principios nutritivos, contra 60.94 º/º no primeiro. j Estes valores, se acham pois, confirmados pelos factos. Kellner, entretanto, faz a saccharose soffrer uma depreciação de | 1/4, pois ella é consumida pelos ruminantes. | Resumiremos brevemente uma experiencia feita em IgI2, que. nos permitte adoptar uma opinião. | Uma novilha, cujo crescimento diario observamos constantemente, | após o seu nascimento, recebeu, durante tres semanas, uma alimentação. que comprehendia cerca de goo grammas de amido, fornecidos pela farinha de mandioca e de batata. O crescimento médio attingia, 821 grammas. Sem tocar no resto da ração, substituimos os feculentos pelos assucares. Em um conjuncto de principios nutritivos de 1.273. gramimas por 1OO kilogrammas attingiram 400 grammas de assucar.. A ração se achava proporcionalmente inferior à precedente. Apezar disso, o accrescimo passou de 821 a 908 grammas ou. sejarro;72/0)P: Longe de confirmar o modo de ver de Kellner, sobre a diminuição do valor nutritivo do assucar, quando consumido pelos ruminantes, esta experiencia, prova antes o contrario. Por falta de espaço deixamos de publicar os resultados de outras experiencias que nos conduziram às mesmas conclusões. (Continúa). André Gouin. P. Andonard. REVISTA DK VETERINARIA E ZOOTECHNIA 261 ça aà a ça Rà ÃO aà A ÃO ÇÃO ÃO A ÃO ÃO A AA AO SELECÇÃO Em todas as industrias ruraes, tanto relativas à agricultura, como à pecuaria, a selecção se impõe como medida preventiva e de extra- ordinario alcance pratico. E” por meio da selecção das sementes que se consegue o aperfeiçoamento dos fructos e dos cereaes, o augmento sempre progressivo do peso das colheitas e a progressão crescente dos lucros. E' por meio da selecção que se obteve, se obtem e se obtera, em qualquer época, o aperfeiçoamento das raças de animaes domesticos, tirando-lhes ou attenuando-lhes os defeitos e elevando ao mais alto grão as suas qualidades productivas. Toda e qualquer cultura, quer vegetal quer animal, onde não se pratique com toda a intelligencia e deligencia a selecção, irá, de - geração em geração, retrocedendo, até attingir o mais completo depauperamento e extincção final. Esta lei tem uma influencia muito poderosa na avicultura; e o avicultor que a menosprezar, em breve prazo reconhecerá o seu erro e negligencia. Ouçamos o que acerca deste magno assumpto escreveu o grande Bakewel, o creador da zootechnia: — “Si se escolher para repro- “ductores aquelles especimens que apresentam bem desenvolvidas as propriedades particulares que se desejam e com os seus filhos se. segue o mesmo methodo, dirigindo ao mesmo tempo a educação, o regimen alimentício, o peso, os exercicios hygienicos e de gymnastica funccional, que contribuam para augmentar aquellas disposições naturaes nos individuos seleccionados, ao cabo de algumas gerações se terá formado uma nova casta, cujos caracteres serão muito supe- riores aos da raça primitiva”. Muitas das mais bellas e melhores raças do mundo, taes como a Cochinchina, a Langshan, a Mourisca, a Leghorn, a Hamburgo, etc., nada mais são que o producto de uma selecção intelligente e accurada. Assim, estas raças, elevadas pela selecção, voltarão ao seu estado primitivo se na sua cultura não proseguirem os mesmos methodos empregados, 262 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMÉRCIO Felizmente, em nossos grandes aviarios, como v. g. a “Ascurra Basse-Cour”?, em Águas Herreas) Ino” Rio de Janeiro, que ese a contestação um aviario modelo e que muito honra o nosso paiz é a nossa classe de avicultores, a selecção é um dos problemas mais seriamente encarados, de que resulta serem as aves alli nascidas e criadas, superiores em typo, volume e belleza aos mais soberbos exem- plares importados dos mais celebres e afamados criadores estrangeiros, “Sem selecção, jamais poderemos criar qualquer cousa que preste. Jd. Wilson da Costa. Revista de Veterinaria e Zootechnia PUBLICAÇÃO OFFICIAL DA DIRBGTORIA DO SERVIÇO DE VEMRIINARIA DO MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO * X Distribuição gratuita aos criadores do paiz que a solicitarem x + ACCEITAM-SE ANNUNCIOS Toda a correspondencia relativa á REVISTA DE VETERINARIA E ZQOTECHNIA, pedidos, reclamações, etc., devem ser dirigidos a Fernando Werneck, Caixa Postal n. 1678 RIO DE JANEIRO »< BRAZIL = = 4 As A AENFDA. , Encyclopedia illustrada de publicação mensal, consagrada à agricultura, pecuaria, . industrias ruraes e commercio dos Estados Unidos do Brazil Director — JULIO ARSENIO BARBOSA. KRedactor — EDUARDO CoOTRIM FILHO. Secretario — KURICO DE OLIVEIRA SANTOS. x + ASSIGNATURA (PAGAMENTO ADEANTADO) . x Brazil.......-.. 126000 | Estrangeiro...... 1396000 REDACÇÃO — RUA DO HOSPICIO, 184 (sosraDo). RIO DE JANEIRO” Envia-se exemplar specimen a todos que o solicitarem A Evolução Agricola O Pazendeiro Revista mensal de Agricultura, Industria REVISTA MENSAL , e Commercio DA LAVOURA, INDUSTRIA E COMMERCIO a É Director — Dr. Edmundo Navarro de Anz Director: Georges Lion dias: paes org ; Redactor-Chefe — Dr. A. Queiroz “Telles. Redactor-secretario — Octavio Vecchi. X X ASSIGNATURA ANNUAL XX X Editores proprietarios — Alongi & É. Es Silas oo bm 128000 | União Postal 20 frs. ASSIGNATURAS Asse naturara nal Me T2000 REDACÇÃO | Cinco assignaturas remettidas á RUA JOSÉ BONIFACIO, 30 - Caixa, 425 E Cohab boni rca (Eloa Dri e co em 5oooo CAIXA POSTAL, 355 S. PAULO *x x BRA AIL. S. Paulo * x * BRAZIL BOLETIM DA AGRICULTURA - O CRIADOR PAULISTA Publicações officiaes da Secretaria da Agricultura do ESTADO DE S. PAULO DISTRIBUIÇÃO GRATUITA DENTRO DO ESTADO PARA FÓRA DO ESTADO, ASSIGNATURA ANNUAL O CRIADOR PAULISTA................ TOjjOOO PARA FÓRA DO ESTADO, ASSIGNATURA ANNUAL BOLETIM DA AGRICULTURA... ....... 68000 CORRESPONDENCIA BOLETIM DA AGRICULTURA : Directoria da Agricultura — Secretaria da Agricultura. O CRIADOR PAULISTA : Caixa Postal 685 — Posto Zootechnico Dr. Carlos Botelho. IvVMioóca X* * * x SS PAT TEIO pda vindas À [|-e—— os eo maes de Raça . E. THIERS & C. IMPORTADORES E FABRICANTES CARRAPATICIDAS Casa fundada em 1868 BANHOS E ) 8) BOL RIO DE JANEIRO: Rua Sete de Setembro, 54 b Tanques carrapaticidas ic AA Pedidos e informações a Rua Boa Vista, 11 GEORGES LION PARIS : Boulevard du Temple, 11 Caixa, 425 — S. PAULO 1 | = À RR SEIS) [LL I—E——S ——— ein lj ) (3 k PE ) y ES 3 CHAPEOS DE SOL | cedo 3 |$ ce A L'AACHE DE NDÉ oe ) | 7 : à : b, ) C N) ( j f R " Ra Cm DOIDO SACO OSSO SPOO CONDENSADO Quatro consas de que nos devemos lembrar | À MACRINA DE ESCREVER REMINGION A amais afamada. O numero total destas machinas, em uso no mundo inteiro, excede de 700.000. 4 À MACEINA REMINÇION-WABL para sommar e subtrahir. Permitte escrever e sommar ou subtrahir em uma só operação. Cabe incontesta- velmente o primeiro logar ás machinas desta categoria. à À MAGRINA DE CALCULAR TRIUMPRATOR a unica que se presta sa- tisfactoriamente para as exigencias das repartições publicas. Faz qual- ' quer das quatro operações com uma méra volta de manivella. 4 ARGRIVOS DE AL) º prova a A” prova de fe fogo e humidade. Não se MES e mer temer mais as destruições dos roedores. Esta casa tem todos os estylos e tama- nhos adoptados nos departamentos e archivos dos governos estrangeiros. CASA PRATT 125, RUA DO OUVIDOR, 125 — Rio de Janeiro AGENCIAS E FILIAES EM TODOS OS ESTADOS | | | Peçam maiores esclarecimentos sobre os artigos acima mencionados. ei POIDOIDOAPOAIDSADSLIADIAIDOADOADOIDOADOADOALSADSIDLSADOSPOADOADOSDOA DOIDA REVISTA DK VETERINÁRIA E ZOOTECHNIA 263 E SA ce A Aa A ÃO A ÃO ÃO HAHA AS AAA AA AAA AO PELAS INSPECTORIAS 1º Districto (Amazonas e Para”) Do Inspector Veterinario deste Districto a Directoria de Vete- rinaria acaba de receber o relatorio dos serviços effectuados durante o anno de I1913, do qual extrahimos os topicos capitaes. As epizootias mais graves occorridas no referido anno foram a de carbunculo em Vizeu e a de febre aphtosa em quasi toda a ilha de Marajó. Os serviços executados em Vizeu constaram de incineração dos cadaveres de animaes victimados pela molestia; queima dos campos onde se constituiram fócos, quando era possivel fazel-o; isolamento dos animaes doentes e suspeitos e a vaccinação dos animaes nos campos considerados não contaminados. Todas essas medidas produ- ziram os resultados desejados, pois até 30 de Junho desse anno não occorreu um unico caso de carbunculo na referida região. — Muito mais penosa e dificil foi a prophylaxia da febre aphtosa na ilha de Marajó, já pela penuria de meios de transporte, já pelas condições de impraticabilidade que offerecem os terrenos, alagados durante meio anno. Apezar disso, o pessoal da Inspectoria envidou os maiores esforços para debeliar o mal, o que só conseguiu no fim de um mez. | — Durante o mez de Maio deste anno o pessoal da Inspectoria vaccinou contra a manqueira 148 bezerros. | — O veterinario Dr. Miguel de Lima Mendes, em companhia do auxiliar, de 1º classe Agostinho Tavares Vianna, seguiu para a ilha de Marajó, no Estado do Pará, para inspeccionar rigorosamente as fazendas do “Carmo”, de D. Maria Chermont ; “Montenegro” e “Minas”, do Dr. Augusto Montenegro e “Egypto”, do Dr. Virgilio Sampaio, por terem sido condemnadas as rezes daquellas fazendas, remettidas para o Curro Modelo de Maguary; partindo para as fazendas “Montenegro” e “Minas”, teve occasião de examinar 40 rezes que naquella occasião eram exportadas para o referido Matadouro, encontrando apenas quatro vaccas, com ligeiros symptomas de febre aphtosa, estando as demais de perfeita saude, satisfazendo assim ao fim destinado: consumo publico. 264 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMÉRCIO Ns Attribue ao modo de transporte do gado, em barcos e mal accom- + modado, o motivo. de chegarem as rezes ao Matadouro em mas) condições, bem como a falta de alimentação e de agua, durante tres, . quatro e mais dias. Na fazenda Santa Catharina, a molestia reinante era febre aphtosa ; o gado desta fazenda é um proucto do zebú mestiçado com gado creoulo. = So Sa Vaccinou 78 bezerros, contra a peste da manqueira e nos retiros Jacaré e Lago 7o, não tendo feito em maior numero, por estar o gado | muito distante. Examinou, rigorosamente, o gado da fazenda Monte- | negro, gado mestiço com o zebú, achando-o em boas condições, apezar. de viver dentro de banhados e perseguido por insectos, tendo feito embarcar 40 rezes para o Matadouro, que foram acceitas pelo medico, Tambem visitou as fazendas Carmo e Julahy, não tendo veri- ficado caso algum de molestia infecto-contagiosa, prestando serviços profissionaes reclamados por abcessos, febre traumatica, contusões e conjunctivite. 2º Districto (Maranhão e Piauhy) O boletim sanitario de Maio accusa a distribuição de 250 dóses. de vaccina contra a manqueira e a vaccinação de 64 bezerros pelo pessoal da Inspectoria. Foram observados casos esporadicos de cães raivosos e foram effectuados serviços avulsos de pequena cirurgia e polyclinica. — No mez de Junho distribuiu a Inspectoria 1.500 dóses da referida vaccina e o pessoal vaccinou 10 bezerros. A tristeza existe enzooticamente em ambos os Estados. Foi obser- vado um caso de tetano em S. Luiz. No dia 10 de Junho, procedentes do Rio de Janeiro, foram examinados quatro bezerros e quatro vaccas, uma dellas de raça hollandeza, dois dos bezerros são de raça turina e um jersey, todos apresentavam apparencias de bôa saude. 3º Districto (Ceara' e Rio Grande do Norte) No mez de Abril o veterinario desta Inspectoria foi ao municipio de Quixeramobim onde, por meio de conferencias publicas, aconselhou aos criadores presentes os meios de melhorar o gado e de tornar o seu commercio mais lucrativo; ensinou-lhes os rudimentos da sciencia da prophylaxia e os meios de obterem do Ministerio da Agricultura os auxilios que este proporciona. 4º Districto (Pernambuco, Parahyba e Alagoas) Em ofício de 18 de Julho, o Inspector veterinario remetteu algumas informações das visitas feitas a feiras e mercados do Estado Es REVISTA DK VETERINÁRIA E ZOOTECHNIA 265 a a aa ÃO AO OO O AAA AAA ÃO de Pernambuco pelo pessoal da mesma Inspectoria. A mais importante e rica de todo o Estado é a da cidade de Victoria, outrora Santo Antão, a Sud-Oeste do Recife e servida pela Estrada de Ferro à Central de Pernambuco. Nella se realizam aos sabbados duas feiras, uma de todos os generos de alimentação e outra de animaes e que “se prolongam até os domingos, Na feira de animaes contam-se bellos especimens: da especie cavallar e magnificos typos de muares. Além desta, foram visitadas as feiras de Tigipió, Jaboatão e Areias, de pequena importancia. 7º Districto (Uberaba) No bolctim do rez de Maio, esta Inspectoria informa que lhe consta a existencia da peste da manqueira nos municipios de Uberaba, Sacramento, Araxá, Fructal, Araguary, Villa Platina e outros pontos “do Triangulo Mineiro; o pessoal da Inspectoria vaccinou 558 cabeças de gado contra este mal. A febre aphtosa parece extincta no Triangulo; verificaram-se alguns casos de sarna escabiosa, tendo sido prescripta a prophylaxia e o tratamento. — Procedentes da villa de Amedabhad, provincia de Guzerat, India, em 27 de Junho desembarcaram na cidade de Uberaba 78 rezes da raça zebú pertencentes aos Srs. Clarindo Irineu de Miranda e otanislau Severino Soares. São 41 touros e 37''vaccas (duas da variedade Gyr), de dois a sete annos de edade e nove bezerros, dos quaes nasceram dois a bordo durante a travessia maritima. Todos “elles apparentavam bom estado de saude. — Por solicitação do Director da Fazenda Modelo de Criação de Uberaba, o veterinario da Inspectoria medicou uma vacca caracú “pertencente a mesma fazenda. O animal estava atacado de glossite e bicheiras em diversas partes anteriores da bocca. — No boletim mensal de Junho é accusada a existencia de varios fócos de carbunculo symptomatico em Frutal e Prata e alguns animaes atacados de sarna. — Do relatorio dos serviços realizados pela Inspectoria durante O primeiro semestre de 1914, destacamos os seguintes topicos: a raça predilecta pelos criadores do Triangulo Mineiro continúa a ser a zebú, das especies Guzerat e Nellore e em menor escala as de Isar e Gil. A criação de equinos prosegue animada, tendo sido introduzidos bons reproductores inglezes, anglo-arabes e platinos. A de asininos tambem está sendo vivamente melhorada com a introducção de repro- ductores hespanhões, e italianos em maior numero. A criação de 266 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO A suinos está sendo agora melhorada, depois dos optimos resultados e altos preços conseguidos por alguns productos da raça Berkshire, Parece que breve tomará grande desenvolvimento. A criação de aves finas tem tido tambem um disenivolviiea intenso. Os funccionarios da Inspectoria vaccinaram 2.602 bezerros contra a manqueira, e distribuíram 5.850 dóses de identica vaccina aos. diversos criadores e pela Directoria do Serviço foram remettidas a) criadores do Triangulo Mineiro 37.915 dóses. Foram effectuadas 730. castrações de novilhos e tres de equinos. — Resumo do relatorio apresentado ao Dr. Cantidiano de Almeida, . Inspector veterinario do 7º Districto, pelo veterinario Dr. Epaminondas. de Souza, sobre os serviços prestados nas fazendas Tijuco e IndayÃlh municipio de Uberaba, solicitados pelos respectivos proprietarios, Coroneis Manoel Borges e Zacharias Machado Borges. O motivo da requisição deste veterinario nas fazendas Indayá. e Tijuco, segundo o diagnostico por elle feito, foram os seguintes: Um caso de hepatite em um cavallo de sete annos, um caso de inflam-. mação em a perna direita de um cavallo de cinco annos, apresentando | uma synovite e engorgitamento dos tendões posteriores, atribuindo | a uma violenta contusão em consequencia de entorse em viagem, ou | de compressão entre corpos solidos. Um caso de melanose, apresen-. tando intensamente os tumores pretos pigmentaes debaixo da cauda. e ao redor do anus, tendo aconselhado o que julgou conveniente para obter a cura. 8 Observou tambem úum caso de hernia abdominal, em uma vitella | e o engorgitamento da região abdominal circumvizinha ao penis em, um reproductor zebú, diagnosticando cryptogamo no sangue, dia-. gnostico que foi confirmado pelo exame microscopico, revelando o pseudo anaplasma nos globulos sanguíneos e fóra delles e apresença, de mycelios, disseminados no plasma, prescrevendo tratamento interno e externo e esperando que obtenha a cura. Nessas fazendas a peste da manqueira é enzootica, victimando, rebanhos de bezerros; observou tambem pouca intensidade nos ataques. de bernes, bicheiras e carrapatos. Notou depilações em alguns bovinos, não podendo asseverar 0 diagnostico, por desconhecer as causas, podendo ser attribuidas | tinha tonsurante ou mycose, ou a ambas, tendo tambem observado. casos de mycose (pseudo-anaplasmas) de fórma anemica. Cita a predilecção que os criadores tem pelo zebú, por dar grande, interesse, chamando a attenção do Governo para aniquilar essa especie, E REVISTA DE VETERINÁRIA E ZOOTRCHNIA 267 ça a ça ÇÃO AAA de criação prejudicial ao desenvolvimento racional da pecuaria, verbe- rando os criadores que preterem o interesse futuro ao presente com a propagação do zebú tão mal reputado. 8º Districto (Santa Catharina) No boletim sanitario de Abril, esta Inspectoria accusa a existencia da febre aphtosa nos municipios de Tubarão e Laguna e o reappare- cimento della em Biguassú. sta epizootia tem se apresentado de fórma benigna, excepto nos terneiros de menos de um mez, que morrem em maior proporção. O isolamento dos doentes, aconselhado como meio prophylatico, não é executado com o necessario rigor. A raiva grassava em Blumenau, Garcia, Brusque e já haviam apparecido casos novos em Biguassú. As medidas tomadas pelas autoridades locaes foram deficientes. O diagnostico foi feito mediante autopsias, injecções de substancia nervosa e analyses de urina. A Inspectoria projectava encetar a vaccinação anti-rabica dos animaes em Blumenau, tendo retardado o serviço pela difficuldade de preparar o material necessario para esse fim. Em Campo Alegre foi constatado um caso de pasteurellose bovina cujos symptomas principaes eram diarrhéa e tosse. Pela autopsia verificou-se a existencia de lesões hemorrhagicas no tubo digestivo e rins. O veterinario da Inspectoria, em seu relatorio sobre o caso, nota que a molestia é curiosa porque produz lesões de pneumo-enterite e os animaes não ficam immunizados depois da cura, que se realiza expontaneamente quando retirados das montanhas. Esta molestia merece, pois, um estudo bacteriologico acurado. Verificou ainda um, cavallo atacado de gourme, um de helmin- thiase, um de harper, um de eczema, dois de arthrite aguda dos joelhos e um de distensão do perfurante. — A Inspectoria constatou no mez de Maio alguns casos de carbunculo symptomatico nos municipios de Laguna e Tubarão. Contra esse mal foram vaccinados 99 bezerros pelo pessoal da Inspectoria e distribuidas mais 50 dóses a um criador da Laguna. A febre aphtosa foi verificada em Tubarão, Imaruhy e Laguna, com fórma benigna; terneiros ha, porém, que -ficam victimados. Os meios prophylacticos empregados têm sido a prohibição do transito de gado dos fócos para as zonas indemnes e vice-versa, A raiva, que grassava intensa em Brusque e Blumenau, parece ter cessado inteiramente em ambos os municipios, constando o reappa- recimento em Luiz Alves (municipio de Itajahy). À Inspectoria constatou ainda um fóco de pasteurellose na Laguna, um caso de mal de cadeiras, dois de gourme, um de febre typhoide, quatro de helmin- 268 MINISTERIO DA AGRICUIL/IURA, INDUSTRIA E COMMÉRCIO NL NL a aà aa A LINLNLNL LNLS LNLS LL LS IA dn dm thiases em equinos e um fóco de cholera das gallinhas; para todos esses casos foi prescripta medicação ou prophylaxia adequada, tendo dado bons resultados na maioria dos casos. — No boletim sanitario de Junho a mesma Inspectoria aceusa o desapparecimento da febre aphtosa dos fócos antigos, apenas se veri- ficou uma vacca aphtosa no municipio de Florianopolis, procedente do continente. A raiva perdura em Blumenau e Luiz Alves em equideos, bovideos e cães; foram communicados 18 casos e soube-se haver pessoas mordidas de cães raivosos. As autoridades locaes nenhuma providencia tomaram. Além dos casos graves acima foram verificados um caso de sarna sarcoptica em um cavallo, cinco casos de febre typhoide dos cavallos, complicada de gourne, dois de helminthiases em. cavallos, um de coccidiose em uma vacca, dois cavallos com arthrite aguda, um com envenenamento por forragem deteriorada, sete casos de cholera das gallinhas e tres de diphteria das galinhas. 9º Districto ( Goyaz ) Resumo do relatorio apresentado pelo Dr. Samuel Hardman, Inspector Veterinario do 9º Districto: Regressando de longa excursão, que fiz nas zonas sul e sul-éste do Estado de Goyaz, no proposito de não só colher informações, que me habilitem a agir, consciente, para auxiliar, o desenvolvimento e progresso da pecuaria em Goyaz, como tambem para tornar conhecido entre criadores dos logares percorridos o desejo deste Ministerio em lhes prestar os mais efficazes auxilios. | | Foram percorridas, de 24 de Janeiro a 25 de Março, 517 leguas, com grandes difficuldades em vista da enorme vastidão territorial, falha, por completo, de regulares vias de comimunicação. O problema da industria pastoril em Goyaz tem de ser resolvido por varias maneiras ow soluções, tantas quantas as zonas em que para este estudo convém, dividir o Estado. Differem tanto as condições, quer do criador, quer da criação, na uberrima e extensa faixa de terrenos, banhada pelo Paranahyba e seus affluentes e nas abruptas caatingas, encravadas entre o Tocantins e o territorio bahiano, que ao mais leigo em assumpto de tal ordem, se afigurará, sem esforço, a impossibilidade de equiparal-os, na distri- buição de quaesquer medidas inherentes à protecção da industria pastoril, e entretanto, são goyanos os dois trechos dos territorios, apresentados como paradigmas, ou antes, estão ambos adstrictos à 9º circumscripção veterinaria. REVISTA DE VETERINARIA K ZOOTRCHNIA 269 ni dada Sd Sea Da Do DD NM Bem sei que não póde ter o governo a pretenção de ser egual- mente util a todos os pontos do Estado, em alguns dos quaes é materialmente quasi impossivel levar os mais elementares Por Isso mesmo, desprezando as difficuldades e fadigas, parti no dia 24 de Janeiro de Catalão, atravessei em tres dias o rio S. Marcos, O maior afluente do Paranahyba, que separa a séde desta comarca do districto de Santo Antonio do Rio Verde, centro importante de criação pela bondade de seus campos, optimas aguadas e ausencia de epizootias. até recursos. | O districto de Rio Verde conta uns 10 criadores abastados, possuindo cada um mais de 1.000 rezes. A criação: de equinos cifra-se na criação de alguns exemplares que não chegam sequer para os trabalhos domesticos e a de porcos é mediocre. Foi convocada uma reunião de criadores na fazenda do Coronel Henrique da Veiga Jardim, comparecendo 30 interessados aos quaes foram expostas as vantagens e conveniencias de certos principios basicos do aperfeiçoamento da criação bovina, a necessidade de uma acção conjuncta de todos os interessados para a consecução do mesmo fim, mostrando-lhes as vantagens, que, sem onus algum, poderão obter, pondo-se em communicação constante com o Ministerio da Agricultura, directamente ou por intermedio da Inspectoria Vete- rinaria no Estado. Aproveitando a opportunidade concitei os presentes a organizarem uma associação que, sob a fórma de syndicato, gozasse dos favores que a lei concede a taes institutos. Acceito o alvitre, foi aprovado o projecto de estatutos organi- zados e eleita a primeira directoria do Syndicato Agricola e Pastoril de Santo Antonio do Rio Verde. Foram neste districto visitadas oito fazendas, feitas diversas operações de pequena cirurgia e praticadas vaccinações contra man- queira, etc. No dia 5 de Fevereiro achava-me na Serra dos Pilões; mas ahi para alcançar o municipio de Formosa, a ponto de percorrel-o nos vãos do Rio Preto e do Urucuya, era-me necessario, em vista do máu estado dos caminhos a léste, procurar a estrada de Paracatu, que, por se destinar ao serviço postal, é a que melhor se offerece aos viajantes, nas épocas chuvosas. Passando num trecho desse rico municipio mineiro, onde, tive opportunidade de observar o enorme esforço de alguns fazendeiros progressistas, possuindo muitos gado de grande peso, bello formato, criado em “invernadas” esplendidas de capim-gordura ou de jaraguá, m- 270 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA É COMMERCIO SSL SSIS SSIS SACAS A ABRO AR so a 23 de Fevereiro pude galgar as primeiras etapas do grande planalto central do Brasil, zona de um futuro surprehendente, quando a viação ferrea que numa população dotada de competencia e acti- vidade explore convenientemente as grandes riquezas naturaes alli existentes. Eis-me em Formosa, a 2 de Março, já conhecendo grande parte das suas campinas ao levante. O municipio é um dos maiores e mais futurosos de Goyaz, tendo duas zonas completamente distinctas, sobretudo salientando quanto. aos recursos para manutenir e desenvolver a industria pastoril, que é a quasi exclusiva preoccupação dos seus habitantes. | Ao lado da grande “chapada” que é o portentoso divortium aquarum das tres maiores bacias hydrographicas do Brasil (Prata Amazonas e 5. Francisco), existem os vallões ou vãos do Rio Preto, do 5. Marcos e do Paraná, o que constitue recurso precioso para. o successo da criação. | Assim é que, durante a época das aguas (de Outubro a Março), o gado mantem-se nas baixadas, engordando rapidamente, com a exuberancia e variedade de pastagens, subindo, logo que começam. os fins de Abril, para as queimadas dos outeiros onde se conserva nutrido e sadio. A raça bovina, predominante em todo o municipio, é a “curra- leira” ou creoula, propriamente dita, criada à larga, na maior. pro- miscuidade de typos, quasi sem “custeio”, porquanto nem a “salga” se faz muito necessaria, pela existencia de “barreiros”. O curraleiro é pequenissimo, de fronte larga e curta, orelhas. redondas, olhos proeminentes e vivos, chifres curvados para a frente e convergentes, barbela insignificante, pello curto e macio, cauda despontada e fina, ossudo, pouco resistente às intemperies, não obstante a sua bi-secular adaptação a tal meio. No municipio de Formosa, não são muitas as molestias bovinas ; e em geral o gado é sadio e prospera, numa percentagem animadora | sobre os nascimentos. | “A-terrivel febre aphtosa nem todos annos apparece, e é sempre para alli importada pelas “boiadas carreiras” que fazem o transporte de mercadorias de Catalão para aquella cidade. Tambem não é muito commum a peste da manqueira, contra a qual agora é que vae ser iniciada a vaccinação. Graças à comsidencia de funccionarem umas missões catholicas em Formosa, durante a minha permanencia alli, pude não sômente entreter relações com muitos criadores, como tambem conseguir que houvesse grande assistencia de interessados, na conferencia que REVISTA DE VETRRINARIA E ZOOTECHNIA 271 Do et Se e a a ta Da a AD DD DD A realizei, no Paço Municipal daquella cidade aos 8 de Março, de que installei o Syndicato Agricola Pastoril de Formosa. Dahi dirigi-me para o municipio de Bomfim; se bem que menor que o de Catalão, Santa Luzia e Formosa, é rico pela fertilidade de seus terrenos de culturas, a bondade de seus campos, abundancia de aguadas, etc. A 21 de Março cheguei a Althamir, séde do municipio de egual nome; a; suas condições agricola e pastoril são quasi identicas ás de Formosa, sendo que, notei maior capricho por parte dos criadores para melhorarem o gado e as pastagens. Ahi tambem fundei um Syndicato Agro Pecuario, distribui vac- cinas e seringas. Em seguida percorri os municipios: Santa Luzia, antiga cidade Goyana, tradicional pelas explorações auriferas; Annapolis, Aracaty (antigo Boa Vista das Trahyras, municipio de Antas), Pyrenopolis, Campo Formoso, Cavalleiro e Ipanery, todos egualmente futurosos e empenhados no grande desenvolvimento de expansão da pecuaria. depois 10º Districto ( Matto Grosso ) O Inspector deste Districto enviou o relatorio dos trabalhos realizados em 1913. Precede o relatorio um mappa do Estado de Matto Grosso. Esta Inspectoria foi primeiramente installada em Barranco Branco e mais tarde transferida para Campo Grande, em virtude da exposição feita dos inconvenientes da séde inicial e as vantagens da mudança: tem desde a installação lutado com dificuldades, que modificaram-se gradualmente, attendendo actualmente aos serviços a “que foi destinada. As boiadas vindas de Minas Geraes faziam ponto em Campo Grande, ahi concentrando-se, desenvolvendo a actividade na vida desta localidade de grande futuro. Sendo de clima ameno, terras ferteis, aguadas abundantes e nas proximidades da Estrada Noroéste, é incon- testavelmente o ponto de maior convergencia da Campanha Matto Grossense, onde se faz a troca dos productos do paiz, representados pelo gado, como graxa, etc. Para a respectiva installação a Inspectoria luctou com difficuldades diversas, já com transporte de mobiliario, que teve de supportar o transporte por lancha até Aquidauana e viagem de trinta e tantas leguas em carros de bois, em tempo chuvoso, mãos caminhos, rios cheios, devendo esperar a baixa e consumindo quatro mezes para a travessia. Depois de chegado o mobiliario, outras difficuldades surgiram: A Inspectoria sómente tinha uma sala cedida pela Camara Municipal r 272 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO e do pessoal só havia o Inspector! Não vindo para Matto Grosso, nem auxiliares, nem veterinarios. A Camara Municipal, providenciava na reconstrucção de um predio para a respectiva séde. O Inspector fazia viagens em propaganda da Inspectoria, procurando estudar o. methodo de criar, transportes e consumo dos productos. Depois da chegada do veterinario Tineceiro Icibaci, iniciou-se a polyclinica, luctando sempre com outras difficuldades de correspondencia postal e telegraphica, recebendo telegrammas com 40 dias de atrazo. Havia tambem atrazo de recebimento de vencimentos e de contas a pagar de gastos. Modificando-se esta situação, pôde a Inspectoria entrar em relação com o centro em dez dias (via S. Paulo). Está hoje instalada em optimo predio, na Avenida Marechal Hermes, dispondo de duas salas, dois gabinetes, completamente mobi- liados, conforme a relação que juntou, tendo nos fundos um terreno onde se faz plantações de varias forragens, servindo de campo de demonstração, indicando aos visitantes e criadores as vantagens desta ou aquella forragem. Dá uma lista do expediente da Inspectoria no anno de 1913. Junta uma estatística do gado existente em 18 muni- cipios de Matto Grosso, demonstrando por elle que a unica industria pecuaria é o gado vaccum na zona do sul. O cavallar, e lanigero, são principalmente criados nessa zona, sendo o suino insufficiente para o abastecimento e necessidade do Estado. Sobre o ponto de vista pastoril, este grande Estado comporta tres divisões, em differentes condições, de clima, topographia, vege- tação e exploração de industria pastoril, são elles: 1º Districto do Norte, 1.100.000 kls. de área; 2º Districto do centro ao pantanal, com 167.000 kls. situado no centro do Estado. Districto do Sul, 250.000 kls. O gado vaccum é originario do Paraguay e Argentina, tendo-se conservado livre de mestiçagem por muitos annos, denominando-se a raça Pantaneira, sendo hoje raro encontral-a pura. De Minas e S. Paulo veiu a raça Franqueira e China e de Minas o Zebú, encontrando-se o cruzamento dessas raças. A raça Zebú ha trinta annos é empregada como na zona do sul. As raças que predo- minam são: ao norte e nos pantanaes a Pantaneira, hoje já cruzada com a China, Franqueira e Caracú e ha trinta annos, com a Zebú. O mesmo se nota na zona essencialmente pastoril do sul. A criação do gado vaccum occupa o primeiro logar dos recursos de Matto Grosso, contribuindo em 1912 com uma média de 249:2648000 para a receita. À producção é de 300.000 cabeças por anno (dados officiaes), calculando-se em 4 sobre 2.483.000 o numero de vaccas em todo o Estado. As zonas Norte e pantanal, exportam sómente xarque, na do Sul o gado vae para os Estados de Minas e S. Paulo. Em 1913 foram REVISTA DK VETERINÁRIA E ZOOTECHNIA ana LO a a a a a O bd o A e Dt ao dt R, E a AAA AAA A “abatidos mais ou menos 100.000 cabeças para o consumo do Estado 'e a exportação foi de 80.000. Pela estatistica evidencia-se que o Estado exporta o couro, xarque e gado vivo em proporção crescente de anno para anno. E” rudimentar a industria de carne. Sómente no Norte existem, algumas xarqueadas e uma fabrica de extracto solido de carne, que é exportado para a Emsdpa. Esse estabelecimento, situado no “Descalvado” pertence à “Societé Industrielle et Agricole du Brésil”, que possue uma fazenda de 240 leguas quadradas, sendo 20 em territorio boliviano, apparelhada “com pastagens cercadas e diversos melhoramentos. Existem tambem as xarqueadas de Pindehival, do Triumpho, S. João de Cuyabá, Manga do Barão, Barranco Branco e Miranda, situadas em zona importante “a qualidade de gado. E” florescente a Empreza Extractiva e Pastoril do Brasil, que está sendo montada para uma capacidade de 250 rezes diarias, pos- suidora das melhores pastagens do pantanal. Para o Estado de Minas são exportadas, onde permanecem em invernadas refazendo-se da longa viagem, são conduzidas as rezes para a capital da Republica, “como procedentes desse Estado. Com a abertura da estrada de rodagem pela Companhia Viação S. Paulo, faz-se actualmente a exportação para S. Paulo e outros Estados. Pelo porto de Sant'Anna de Parnahyba sobre o rio do mesmo nome, no ponto onde se effectua a passagem para as invernadas mineiras, o rio tem de largura 600 metros. Nessa travessia ha perdas de 2 º/º, No porto de Taboado é mais difficil a passagem. A Companhia Frigorifica de Barreto, cogita em melhorar este porto por meio de transporte a vapor. A exportação para S. Paulo é de 45 º|º annualmente. Para a Republica do Paraguay é em pequena escala. No anno de 1913 a exportação foi a seguinte: para Minas, 40.000 cabeças; para S. Paulo, 10.000; para Paraguay, 6.000 cabeças. Este anno o total do gado exportado attingiu a 80.000 cabeças. As boiadas que atravessam por Sant'Anna de Parnahyba, Rio. Pardo e Sucuriú, fazem uma viagem de 80 leguas em 20 dias no minimo. As viagens são effectuadas em Agosto, Setembro e Outubro. O imposto estadoal é de 38000 por cabeça e para I914 está orçado em 58000 para o boi e 7$000 para a vacca. Lacticínios — E” quasi nulla e descurada em todo o Estado, esta industria. » À manteiga é fabricada por um ou outro fazendeiro, em pequena escala e para uso particular. Egualmente, o queijo, é fabricado em pequena escala e de má qualidade. Ha vaccas de leite em todas as propriedades agricolas, mas tratadas á lei da natureza, produzindo R, V. 35 Rd, a a fui cal As 274 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIÁ E COMMERCIO apenas de um a tres litros diarios. Em Corumbá, por occasião das. enchentes do rio Paraguay, eleva-se a 38000 por litro. No sul do Estado o queijo custa 18500 por kilo. O animal cavallar: é criado principalmente na zona do sul, caleulando-se em 200.000 cabeças. | No pantanal, a “peste de cadeiras” ataca em geral os animaes. E” ainda muito obscura a origem do cavallo neste Estado, parecendo procedentes, os primeiros das Republicas do Paraguay e Argentina, € dos Estados circumvizinhos, S. Paulo, Minas e Goyaz. Os municípios de Campo Grande, Bella Vista, Ponte Porão e Sant'Anna dg Parnahyba, criam animaes cavallares, porém pelo systema primitivo, soltos no campo e sem cuidados de melhoramentos. | Não exportam, sendo vendidos para outras zonas do mesmo Estado. Pelos característicos, parece que são mestiços tambem de, cavallos arabes. Criação de suínos — E” diminuta a criação de suinos neste: Estado, computando mais ou menos em 40.000 cabeças. Não ha raças bôas, em geral mestiços degenerados e de difficil engorda. Ha em geral falta de banha no Estado, importando essa mercadoria do Rio Grande do Sul. O toucinho custa 2$500 o kilo e a carne de porco 28000, Gado lanigero e caprino — E" deficientissima a criação do cars neiro, em escala diminuta é feita na zona do sul, Campo Grande, Ponte Porão e Bella Vista. Apezar de excellentes pastagens para esta criação, está muito descurada. A criação do caprino tambem é rara. Exportam couros desses animaes. Não vendem o leite das cabras e carneiros. Gallinaceos — Tambem não é extensiva a criação de gallinaceos. Sendo os ovos de preços altos. Alguns criadores, em pequeno numero; ja tem importado alguns specimens de bôas raças, apezar das dif. culdades de transporte. Inspecção sanitaria do gado importado — Do Estado de Minas, S. Paulo, Rio Grande do Sul e Paraguay são exportados e impor- tados sem inspecção sanitaria. Lembra a criação de um posto de observação em Corumba. Inspecção samitaria de carne e leite — Estã atrazadissimo neste ponto. Não ha installação de matadouro modelo, existindo em projecto um em Corumbá. O leite e carne são vendidos sem exame algum e muitas vezes em vasilhame improprio. Os preceitos de hygiene são desconhecidos dos fazendeiros e criadores. Sendo o territorio Matto: Grossense geralmente saudavel, as criações conservam-se fortes € resistentes. | REVISTA DE VETERINARIA E ZOOTRCHNIA 275 ERRA SANA NARA NA NA NA NEN ASSASSIN SÁ SS LAPA | Somente a zona do pantanal é doentia, sendo alli tambem o gado perseguido por mosquitos e outros insectos. A zona do norte ainda não é bem conhecida sobre as molestias reinantes. Na zona baixa, a “peste a: 2 de cadeiras”, ataca os cavallos e muares, devastando as fazendas. Peste de cadeiras — Esta molestia flagella a zona baixa do pantanal, desde o Rio Apa até 16º de latitude norte e nas margens do S. Lourenço, Cuyabá, Taquary, Miranda e Aquidauna, São >. Luiz de. Caceres, em uma área de 170.000 kls. quadrados. Reina epizooticamente de Novembro a Maio, época das aguas. Examinado o sangue ao microscopio de alguns animaes atacados, observou uma especie de trypanosoma julgando ser o Elmassiani, transmittido por mutucas e outros insectos. Tem empregado o tartaro emetico como tratamento, sem resultado. Febre aphiosa — Esta molestia está generalizada, ataca de prefe- rencia o gado vaccum e suino. Desenvolve-se e propaga-se com maior intensidade nos annos chuvosos, determinando a morte de grande quantidade de gado, principalmente de bezerros. Carbunculo symptomatico — Está tambem generalizada em todos Os municípios, victimando grande numero de bezerros, como medida preventiva, os fazendeiros transportam os bezerros para as queimadas novas, no apparecimento da molestia. A Inspectoria recebeu este anno 2.000 dóses de vaccina, que foi empregada em grande numero de bezerros das fazendas proximas da Inspectoria, não tendo podido attender a todos os pedidos por falta de lympha, sendo necessario augmentar-se a remessa. Carbunculo bacteriano e môrmo — Estas duas molestias ainda não foram observadas pela Inspectoria, sendo entretanto informada por alguns criadores que tem grassado nos seus rebanhos. Tristeza ou piroplasmose — Desenvolve-se em geral em todo o Estado, sendo mais infectada a zona do pantanal. Já indicamos aos lavradores a construcção de banheiros carrapaticidas, mas em todo 3 Estado nenhum foi construido, até agora. Em uma excursão que fez em Novembro deste anno em companhia do veterinario, até as margens do Ivinhema, nenhum caso foi observado, sabendo que ella manifesta-se de Março a Julho. As zonas mais infectadas são as dos rios Anhaduhy-Guassú, Anhaduhy-Mirim, Campos do Ivinhema e tambem em Cabeceira Limpa, Rondinha, Barrandadinho, Cabeceira de Forquilha, Atolado e Porto Alegre. Visitou a outra margem do Rio Anhaduhy e districto marginal do Rio Ivinhema. Esta epizootia não ataca os animaes cavallares, victimando o gado vaccum de ambos os sexos. E” conhecida por 2176 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO peste de seccar. Segundo as estatisticas, poucas são as molestias contagiosas na zona de Campo Grande, que é geralmente saudavel. Encontra-se uma molestia unica com varias denominações devido à ignorancia dos lavradores de medicina veterinaria. Havendo climas diversos é possivel que se encontre tambem molestias completamente differentes. Sendo difficeis os meios de transporte e grandes as distan- cias a percorrer, limita-se a Inspectoria a percorrer as zonas mais vizinhas, que ainda assim fornecem serviço por longo prazo. Pretende breve percorrer a zona do norte. As molestias conta- giosas mais frequentes são: febre aphtosa, carbunculo symptomatico, diarrhéa dos bezerros, tristeza, peste de seccar e mal das cadeiras. “Não tendo tido tempo de pesquizar outras molestias que grassam, segundo consta. A pyroplasmose desenvolve-se mais nas zonas panta- nosas, atacando de preferencia as raças finas, importadas. A molestia vulgar da raça equina é a peste de cadeiras, privando a criação deste gado na zona do pantanal. A zona do sul é a melhor para a criação, dotada de extensissimos campos verdejantes, illimitados á vista, com bôas aguadas, com pastagens enriquecidas com as melhores qualidades de gramineas: capim mimoso, fresco, limão, felpudo, branco e gramma “nativa, reputando- os melhores campos do mundo e de excellente clima. Vias de communicação — A estrada de ferro Noroeste do Brasil quasi proxima do seu termo, vem prestar relevantes serviços de transporte. As communicações fluviaes são feitas pela Companhia. Viação de S. Paulo Matto Grosso, no rio Paraná e seus afluentes, | via Jupia e margem do Ivinhema. O Campo Grande é o municipio mais criador, este anno calcula-se em 500.000 rezes dentro do muni-. cipio e 80.000 equinos. A legua quadrada custava a quatro annos de, seis a oito contos de réis e hoje custa de 25:000$000 a 30 :0008000, | sendo difficil encontrar-se a venda, e isto pela facilidade que vae: offerecer em breve a viação. A Companhia Americana “The Brasil) Land Cattle and Packing Company”, ja possue nesta zona II leguas | quadradas e 15.000 cabeças de gado vaccum. Nesta zona, em geral, | cria-se 500.000 rezes por legua quadrada. Apezar do pouco cuidado dos fazendeiros na criação e cultivo das pastagens, tiram grande, resultado devido as condições naturaes. Em geral os fazendeiros . que possuem de 2.000 a 3.000 rezes, tem um a dois empregados, para tomar conta do gado, pela simplicidade do modo de criação. É Ex Di MEM O gado predominante é mestiço e ultimamente foi introduzido | o zebú, qué como é sabido não presta, em face das raças Hereford, | Durrham, etc., introduzidas no Rio Grande do Sul, desconhecendo | em geral os fazendeiros as vantagens do cruzamento das raças melhores, que ultimamente elles tem dificuldades de transporte, REVISTA DE VETERINARIA E ZOOTECHNIA DAT Os preços do gado regulam 55$000 a 588000 o boi 258000 a 30$000 a vacca e 208000 os bezerros de um anno. 12º Districto ((Uruguayana) Esta Inspectoria, em officio de 11 de Junho, informa à Directoria do Serviço de Veterinaria que durante os mezes de Março, Abril e Maio effectuou os trabalhos seguintes: Foram inspeccionados dois carneiros reproductores da raça “Romney-Marsh”, procedentes da Republica Oriental do Uruguay, importados pelo Sr. Adolpho Menna Barreto, com destino a este municipio; 1.700 animaes vaccuns mestiços “Durhan”, importados da Republica Argentina pelo Sr. Victor Alves de Oliveira; 12 carneiros reproductores “Romney-Marsh”, importados da Republica do Uruguay pelo Sr. Alcides Barbosa e seis animaes de egual raça e procedencia importados pelo Sr. Africo Rodrigues Sant' Anna ; 200 animaes vaccuns de cria, importados da Argentina pelo Sr. Felisberto Gonçalves; 0999 vaccuns mestiços de cria e 31 equinos crioulos, importados deste ultimo paiz pelo Sr. Cincinato Jardim de Menezes e mais 21 pelo Sr. João Francisco Gonçalves. Durante o referido periodo foram vaccinados 34 terneiros da raça “Durhan” contra o carbunculo symptomatico, na fazenda do Sr. Leonidas Brasil e na do Dr. Antonio Carneiro Monteiro foram feitas 700 vaccinações contra essa molestia e 2.500 contra o carbunculo bacteridiano. Além do mencionado, foram visitadas diversas fazendas onde grassavam a lombriga e manqueira nas ovelhas, sendo indicados os tratamentos, curativos e respectiva prophylaxia; foram attendidos ainda diversos casos clínicos na campanha e na cidade de Uruguayana. De 23 a 27 de Maio o Inspector representou o Ministerio da Agricultura no Congresso da União dos Criadores e na Exposição pecuaria realizada na cidade de Santa Maria. Tendo occorrido alguns casos suspeitos de manqueira em gado da fazenda do Sr. Dr. Osorio de Almeida, Estação de Javary, o veterinario desta Directoria vaccinou contra essa molestia 40 novilhos e garrotes da referida fazenda. Inspectoria Veterinária do Estado do Rio de Janeiro Esta Inspectoria informa que durante o mez de Abril constatou 27 fócos de carbunculo symptomatico nos quaes morreram 28 animaes ; esses fócos foram circumscriptos, vaccinando-se o gado das proximi- dades; para esse fim distribuiram-se 1.585 dóses de vaccina a quinze criadores. 278 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO Afim de dar a demonstração pratica dessa operação, o pessoal da Inspectoria vaccinou 138 animaes. Os municipios atacados foram os de S. João da Barra, Macahé, Campos, Santa Maria Magdalena, S. Fidelis e Itaperuna. Na cidade de Campos foram verificados pela malleina cinco casos de môórmo; aos respectivos proprietarios aconselhou-se que sacrificassem os equinos mormosos; um proprietario attendeu man- dando sacrificar dois animaes no valor de 150$000 cada um; os outros ficaram em rigoroso isolamento. Os criadores do municipio de Campos estavam reunindo as vaccas que fornecem leite à cidade desse nome afim de submettel-as à tuberculinização. Foram constatados alguns casos de febre aphtosa, aos quaes attendeu-se promptamente aconselhando o isolamento dos animaes atacados e tratando-os mediante soluções antisepticas. Nos trabalhos de polyclinica veterinaria foram constatados tres casos de polyarthrite em animaes que submettidos a tratamerito obtiveram optimos resultados. Continúa grassando a variola nas gallinhas produzindo grandes perdas na criação;: com muita frequencia apparecem casos de carbunculo symptomatico em bovinos não vaccinados. — Durante o mez de Maio a Inspectoria cerceou um fóco de carbunculo bacteridiano em S. Fidelis, fazendo vaccinar o gado das immediações contra essa molestia. Tambem foram constatados 19 fócos de carbunculo symptomatico com 25 animaes mortos nos municipios de Santa Thereza de Valença, Barra Mansa, Campos, S. João da Barra, Macahé, Itaperuna e S. Fidelis; para debelar esses fócos foram distribuidas a oito criadores 580 dóses de vaccina e o pessoal. da Inspectoria vaccinou 300 cabeças. Na cidade de Campos estava sendo malleinizado um muar que parece atacado de môrmo; no dia 1 de Junho devia ter sido iniciada a tuberculinização das vaccas que fornecem leite a esta ultima cidade.. No municipio de Magdalena verificou-se pela autopsia que 17 porcos morreram envenenados pelo sulphato de cobre que havia sido, usado como formicida; devido a esta mesma causa succumbiram alguns gansos dos 22 envenenados. No municipio de Itaperuna deram-se oito casos de distoma hepatico; em S. Fidelis está sendo tratado um caso de osteo-malacia. — Em Junho o boletim accusa 21 fócos de carbunculo symptoma- tico em diversos municipios, tendo morrido mnelles 32 animaes. O pessoal da Inspectoria vaccinou 590 bezerros contra essa molestia e distribuiu 1.285 dóses. a o ecintados Cn di E RN 4 | | REVISTA DE VETRRINARIA E ZOOTECHNIA 279 Em varios districtos do municipio de Campos foram verificados seis casos de môrmo em tres muares e tres cavallares, aconselhou-se aos donos o sacrificio immediato desses animaes. Na cidade de Nictheroy estão sendo tuberculinizadas 470 vaccas. Em diversos municipios foram verificados seis casos esporadicos de febre aphtosa de fórma benigna. Dois casos de sarna estão sendo tratados mediante o sarnol; em Nictheroy occorreram tres casos de aborto epizootico em vaccas hollandezas estabuladas, tendo-lhes sido prestado os necessarios auxilios pelo veterinario da Inspectoria. A peste aviaria e o gôgo têm feito muitas victimas. A Inspectoria tem mantido um activo serviço de polyclinica. Inspectoria Veterinaria do Parana' Durante o mez de Junho distribuiu 320 dóses de vaccina contra a peste da manqueira e 80 litros de sarnol. Dependencia em Victoria O boletim sanitario de Junho assignala um fóco de carbunculo symptomatico em Piúma, tendo morrido seis animaes. Foi constatado um caso de sarna e um de pneumo-enterite dos porcos. | — O boletim de Julho accusa dois fócos de carbunculo sympto- matico com nove animaes mortos. O pessoal da dependencia vaccinou contra esta molestia 73 bezerros. Foram verificados ainda dois casos de pneumo-enterite infecciosa dos porcos, um de poly-arthrite do cavallo, duas vaccas com mamite e alguns casos de diarrhéa dos bezerros. 280 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMEÉRCIO a CONSULTAS E INFORMAÇÕES SRP APR PN ad Na Na f Na Nas (A Revista de Veterinaria e Zootechnia responderá nesta secção atodas as consultas e pedidos de informações que lhe forem feitos sobre assumptos de sua especialidade). ÊCOS “E“NOTICIAS ef Nata SR AR SPP N a N a N Estatistica pecuaria — Está se procedendo no Estado do Rio Grande do Sul ao recenseamento da população pecuaria. Para a apuração definitiva, aguarda a repartição respectiva as informações relativas aos municipios de Vaccaria, Bom Jesus, Porto Alegre, Pelotas, Rio Grande, S. José do Norte e S. Lourenço. A apuração já feita, em 62 municipios, dá o seguinte resultado, relativamente ao gado bovino : Annos Cabeças . Valor approximado 1908: o en er 5.588.881 117.150: 465$000 100954 E e e idea 5.859.495 199.606: 0858000 TOLO pes sola 5.890.036 236.470: 8658000 Eh a gar q, pg 5.905.825 280.343: 8358000 ONDA direi dr E 6.119.779 351.006:975$000 E OS fit as Aa 6.390.667 462.378:921$000 Leilão de animaes -— Nas cocheiras do Ministerio da Agricultura realizaram-se nos dias 30 de Junho passado e 21 do mez proximo findo, leilões de animaes | procedentes do Posto Zootechnico Federal, de Pinheiro. No primeiro leilão, excluidos dois cavallos, que não alcançaram preço equiva= lente, e um touro que adoeceu, o producto das vendas ascendeu a 12:80080C0 | resultado esse bastante animador. g O ultimo leilão, tambem bastante concorrido, produziu a somma de 11:850000,: ou nos dois leilões, 24:6508000. Ambos os actos tiveram regular concurrencia, tendo comparecido o Sr. Ministro | da Agricultura e grande numero de criadores. - Pecuaria em Minas — O governo do Estado importou no anuo passado so reproductores diversos, tendo despendido com essa importação 101:7239935. Por conta de importação de 1911, o Estado deverá receber da União 36: 2408000, j além do auxilio de 39:5004000 com que deve concorrer este Governo para paga- mento de animaes importados em 1912. r REVISTA DK VETERINARIA E ZOOTECHNIA 281 AAA e rr pras — Existem no Estado de Minas diversos pequenos Postos Zootechnicos, mantidos e auxiliados pelo Governo e que muito têm concorrido para o melho- ramento da criação. No anno passado a despeza com estes postos montou a 46:157%871. — “Tem tido notavel incremento a distribuição da vaccina contra o carbunculo symptomatico ou peste da manqueira. Em 1913, o Estado despendeu 91:0008000 com esse serviço ; descontando-se, porém, a importancia de 46: 5404160, indemnizada pelos criadores, verifica-se que o Estado concorreu, de facto, com 44:4598840 para o custeio de tão importante serviço. Aos criadores do Estado foram cedidas, durante o anno passado, 363.595 dóses de voccina, fornecidas pelo Instituto «Oswaldo Cruz», ou mais 103.855 do que em 1912. — No intuito de dar combate efficaz á febre do Texas, tambem conhecida pelo nome de tristeza, tem o Governo do Estado auxiliado a construcção de tanques carrapaticidas para expurgo dos parasitas que infestam o gado, tendo despendido com esse auxílio, em 1913, a importancia de 6:250$000. Industria Pastoril em: S. Paulo — A mensagem do Presidente do Estado apresentada ao respectivo Congresso, em 14 de Julho passado, assim se refere á pecuaria : « Merece especial referencia o desenvolvimento que, ultimamente, tem alcan- cado no Estado a pecuaria, que tem elementos para se tornar, em futuro não remoto, industria de grandes proporções e constituir, juntamente com o café, a base de nossa riqueza. Não só pela exploração em larga escala nas regiões limitro- phes dos Estados vizinhos, onde se encontram vastas pastagens naturaes e artificiaes, como tambem pela producção limitada nas fazendas, onde a criação é necessaria para a manutenção das culturas diversas, está o Estado de S. Paulo em condições de offerecer vantagens incontestaveis a esta industria, que terá no porto de Santos o escoadouro natural e facil de seus productos, para os mercados da Europa, onde a carne vai se tornando escassa e cara e como problema de real magnitude, preoccupa já a attenção dos poderes publicos de diversos paizes. Ao governo não tem sido indifferente o esforço dos criadores paulistas e por todos os meios ao seu alcance procura animal-os e coadjuval-os. Ao mesmo tempo se preoccupa tambem com os diversos problemas que mais se relacionam com o assumpto, entre outros ccm o estudo dos meios de communicação e transporte (especialmente estradas de rodagem), entre as grandes zonas de criação e as invernadas e entre umas e outras e os mercados de consumo e com o estudo do aperfeiçoamento das raças de gado vaccum. A” iniciativa particular deve-se a fundação ultimamente, de grandes e impor- tantes estabelecimenios, destinados ao completo aproveitamento do gado e seus residuos. Dentre elles, pódem ser citados o matadouro frigorifico de Barretos, perfeitamente montado e que fornece diariamente carne a esta capital e a outras cidades; o «Caçapava Packing House», considerado tambem estabelecimento modelar no genero, que já abateu mais de 6.000 animaes. No bairro de Pinheiros, desta capital, está em construcção o grande estabelecimento frigorifico da The Continental Products Company». RV, 36 » 282 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO die e e Se SS di di a DD Dm e DD e e e e DD o — Dnrante o anno passado o Estado importou grande numero de animaes reproductores para os seus estabelecimentos e para particulares. — O Serviço de Veterinaria mantido pelo Estado tem sido bastante proveitoso aos criadores, não só na clinica do Posto Zootechnico Central, como por meio de consultas, conselhos e viagens a chamado dos interessados. — Com o concurso das municipalidades, foi organizado o serviço das estações de monta com o fim de facilitar, quanto possivel, o aproveitamento dos reprodu- ctores pelos criadores do Estado. — No Posto de Selecção do Gado Nacional, proseguem os trabalhos de melho- | ramento do gado indigena-caracá e môcho, tendo-se obtido já alguns característicos para a sua fixidez. — Existem em S. Paulo dous haras: «O Paulista», em 1913, primeiro anno de producção effectiva, apresentou productos de magníficos aspectos, bem superior | ao que se esperava para a primeira geração e o de Pindamonhangaba, que está, destinado a prestar ao Estado bons serviços na criação de um typo de cavailo nacional, que satisfaça os misteres que delle se exigem. Reproductores Zebú — À Inspectoria Veterinaria de Uberaba, Minas, exa- minou na fazenda do Coronel Ovidio Irineu de Miranda uma leva de reproductores | zebús, recentemente importados da India. Compõe-se ella de 17 touros, 42 vaccas e 12 novilhos, todos pertencentes ao | Sr. Armel de Miranda. São todos da raça Guzerath-Cancrege, havendo alguns misturados com Gill | e Nellore. REVISTA DE VETERINARIA E ZOOTRCHNIA 283 AÇÃO ÃO BIBLIOGRAPHIA ET da da da dad Ta TA LT ALLEMANHA O Transatlantico — Revista mensal illustrada, de litteratura, arte e indus- Ra BerimitAnno 1, ns. 5 e 6, 1914. ARGENTINA Boletin Mensual del Museo Social Argentino — Buenos Ayres, Anno 1I, ns. 27 a 32, Março a Agosto, 1914. Boletin del Ministerio de Agricultura — Buenos Ayres, Tomo XVII, ns. 3a 5, Março a Maio, 1914. Facultad de Agronomia y Veterinaria — E' este o titulo de uma bro- chura, fartamente illustrada, em que se faz o historico desse util estabeleci- mento, mostrando, ao mesmo tempo, a sua influencia no desenvolvimento e melhoramento da agricultura e da pecuaria no paiz. Revista de la Pacultad de Agronomia y Veterinaria — La Plata, oo Xi mo, 1914. Revista de la Liga Agraria — Buenos Ayres, Anno 18º, Tomo XVII, n. 5, Maio 1914. BELGICA Annales de Gembloux — Orgam dos engenheiros do Instituto Agricola do Estado, Bruxellas, Anno 24, Julho, 1914. Bulletin du Service de la Police Sanitaire des Animaux Domesti- ques — Bruxellas, ns. 11 e 12, Junho, 1914. ESTADOS UNIDOS Boletim da União Pan-Americana — Washington, Vol. VII, ns. 1a 3, Julho a Setembro, 1914. | Hacienda (La) — Buffalo, New-York. Revista mensal illustrada de agricul- tura, criação de gado e industrias ruraes— Vol. IX, ns. X e XI, Julho e Agosto, 1914. FRANÇA Annales de VInstitut Pasteur — Paris, Anno 28º, n. 6, Junho, 1914. Bulletin de la Société de Pathologie Exotique — Paris, Anno 17º, ne Ge 1, Julho e Agosto, 1914. Bulletin Mensuel de 1'Office de Renseignements Agricoles — Paris, Anno 13º, ns. 5 e $, Maio e Junho, 1914. Vie Agricola et Rurale (La) — Paris, Anno 2º, ns. 27 a 34, Junho e Julho, 1914. 284 MINISTRRIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO 104 aaa A a Sa a Sa a a a a a A SS Sa IS A AE a a A a Sa i HONDURAS Boletin de la Secretaria de Fomento, Obras Publicas y Agrical. tura — Publicação official. Tegucigalpa, Tomo III, n. 5, Maio, 1914, INTERIOR, Casa do Lavrador (A) — Publicação mensal da Secretaria da Agricultura do. Paraná, Anno 3º, ns. 3a 6, Março a Junho, 1914. Chacaras e Quintaes —S. Paulo, Anno V, Vol. X,nm. 1, Julho 1914. Criador Paulista (0) — Publicação da Secretaria da Agricultura, S. Paulo, Anno IX, ns. 84 e 85, Abrile Maio, 1914. Fazendeiro (0) — Revista mensal da Agricultura, Industria e Commercio, S. Paulo, Anno VII, ns. 6e 7, Junho e Julho, 1914. Laveura (A) Boletim da Sociedade Nacional de Agricultura. Rio de. Janeiro, Anno XVII, ns.la 4, Janeiro a Abril, 1914. Mensagem — Do Presidente do Estado de Minas ao Congresso do. Estado, 1914. Relatorio — Do Dr. Ernesto Luiz de Oliveira, Secretario da Agricultura do É Paraná, ao Presidente do Estado, 1914. Revista Medica de S. Paulo — Jornal Pratico de Medicina, Cirurgia e. Hygienne. S. Paulo, Anno XVII, n. 13, Julho, 1914. POTUGAL Revista de Medicina Veterinaria - Orgam da Sociedade Portugueza de | Medicina Veterinaria. Lisbôa, Anno 13º. ns. 147 a 149, Maioa Julho, 1914. URUGUAY Boletim n 11 — Dedicado a Cooperativas de Avicultura. Montevidéo, 1914. Campana (La) — Revista dedicada aos interesses ruraes. Montevidéo, Anno IV, ns. 88 e 89, Junho e julho, 1914. VENEZUELLA Vargas — Revista quinzenal de sciencias medicas y pharmaceuticas. Caracas, Anno V, n. 2, Junho, 1914. TOURO DE CHIFRES CURTOS MOON KING 5º DE SIR RICHARD COOPER PRIMEIRO. EXPOSIÇÃO REAL, [909 To AT RSRESRESREREE ELE TERRE rr LS TI TES] PIS SSIS LL SS DIS A ES, Oficialmente approvado pelo Governo dos E. U. da America PILLS A ADS SS NEALLIVEL CONTRA 05 CARRAPATOS Machinas e instrumentos agricolas, Separadores de leite e outros apparelhos para lacticinios BROMBERE, MACKER & E! Rio de Janeiro, &. Paulo, Bello Horizonte, Santos e Bahia 6—s 13 £ Es ” IMPORTAÇ ãO DIRECTA DE AVES ESCOLHIDAS CASA MATRIZ BIRMINGIH AI - INGLATERRA -* LBCTIGÊNTIOS SS. RUA THEOPHILO OTTONI.S5 RIO DE JANEIRO. MENUS a RUA PN Ma PRA Ni AP ta) PM Sad NUR rg Nm PR Na Na 9 a AA SR Ar NPR a ESA NANA MP PA SAAE PRUSSIANO AR ja RAR A PN a ENA a ER Pa Ra AM PANDA RO LEI TM plto Cd Ea NE TRA A ASI O TA Op AO AP O TI Ata, re ra poa TO AME ISP te IP Mt O PRO TIN e a IN DZ 7 E rr E TR j a 4] | ç Rà a Sa aà Na E SE a a Ea RS a a E Vo a es / al. o NE pa [1 ce ERR E a PRI O O E A a DD RT a Ds SO ÃO O a as E a a E a VE Ne E a Ea RE a E a CHOCADEIRAS e CRIADEIRAS Do cat cdi se Se ne a | Serviço de Veterinaria do Ministerio da Agricltu E RR , vu PA Aa — Ourunro 1914) VISTA ai Dx FREE RRA Nº. 5 aà Rà ça ÃO A AA cad “PUBLICAÇÃO OFFICIAL DO PARTE OFFICIAL : Registro de Lavradores e Criadores... susnensasaaasiab o cnnioniae ienes sas eu WaCerIaS E QUILOS TICÓICAMETLOS casi e eralora is mio cia intao anita Gin aro eia ENS o COLLABORAÇÃO: Dr. Nicolau Athanassof......... AR Drs. André Gouin é P. Andouard.......... Henos dos capins gordura e jaraguá. Estudo do minimum de albuminoi- des necessarios para as differen- ; tes especulações animaes........ A. Varin d' Ainvelle.. ......... depara Visita ao Haras Paulista............ William Frederico Cheston............... A escolha do gado leiteiro... ....,... Dr. Herbster Pereira... ............... - Cholera das gallinhas...... eia ein Dr. Paulo Maugé.......... Ge Mais uma observação clinica........ PELAS INSPECTORIAS ; Informações referentes aos districtos veterinarios, prestadas pelos TESDECtiIVOS INSpectores, Vic ias mena camas else o ella leao MARS LARA ARO San CONSULTAS E INFORMAÇÕES............. A SN ÉCOS E NOTICIAS - Carbunculo verdadeiro — Exposição de Bagé — Feira de Sitio — Regis. tro de criadores e lavradores em Minas — Distribuição de vacci- nas — Transporte de gado em Minas.....cscccss oa Ra Do io atestar aaa a RIO DE JANEIRO Typographia do Ministerio da agricultura, Industria v Commercio LILA à udstria e Comme 322 | 327 363 334 334 as CASA MORENO. - 14&P RUA DO OUVIDOR a mu 4 o mi ] a um | 4 nu E Seringas especiaes para uso veterinario, com agulhas de aço, muito fortes e em fórma de lança, que dispensam o uso do trocater Estas seringas, de 5,10 e 20º, modelo Casa MORENO, são as unicas usadas recommendadas pela Directoria do Serviço de Veterinaria do Ministerio - + da Agricultura. A NU Fo IE AAA o mm ESSE EEN Ee Ê NM AN Va l A | À Installações completas de laboratorios de chimica, bacteriologia, etc., etc., a gaz, alcool, petroleo e electricidade. Estufas, autoclaves, fornos, banho-maria, etc., etc. Apparelhos especiaes de Gerber, para exame de leite, manteiga e queijo Caixas com comprimidos para exame de agua e urinas. Apparelhos especiaes para extincção de formigas e outros insectos por meio de vapores de formol, pulverisadores, seringas para desinfecção, estufas, etc., etc. Instrumentos de cirurgia, arte dentaria, accessorios de pharmacia e labora- torios, fundas, etc., etc. MORENO BORLIDO & C. RUA DO OUVIDOR 149 L4LO nn 155. Rua do Rosario E Telegr. Cod. Ribeiro Ec enro Correio CASAMORENO CAIXA 735 RUA GONÇALVES DIAS, 80 ESTO ToPEs UT A AN EERER O REVISTA eterimaria e Zootechnia ee ep " PUBLICAÇÃO OFFICIAL DO erviço de Veterinaria do Ministerio da Agricultura, Industria e Commercio ERERTSRO JA «ie. | TOMO IV -—-FASOCICULO VW o ui de Í a do Min ustria e Comm 1914 “REVISTA DE VETERINARIA E ZODTECHNI Publicação Official da Directoria do Serviço de Veterinaria DO MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO TA TT TI TIA TATA LA Lda La LATA Distribuição gratuita aos criadores do palz que a solicitarem PRP PN aa NaN PN MAM A PAP gay RIO DE JANEIRO & = Caixa Postal 1.678 * x BRAS A REDACÇÃO DA «REVISTA» NÃO SE RESPONSABILISA PELOS CONCEITOS EMITTIDOS EM ARTIGOS ASSIGNADOS POR SEUS COLLABORADORES “ANNO IV H Outubro de r914 H N.5 N EG EBD GIN Pedimos aos nossos leitores que nos communiquem sempre qualquer mudança de endereço, afim de evitar a interrupção no recebimento da «Revista», indicando, quando possivel, o numero de ordem de sua inscripção. EARTE «OFEICIAL ASS SE SS ED REGISTRO DE LAVRADORES E CRIADORES Modelo de requerimento para inscripção Sr. Ministro da Agricultura, Industria e Commercio: F..., desejando inscrever-se no «Registro de Lavradores, Criadores e Profissionaes de Industrias Connexas » estabelecido nesse Ministerio, e accôrdo com a portaria de 21 de Setembro de 1909, apresenta, para esse fim, o documento (*) exigido pela mesma portaria e as inclusas informações (**) e pede-vos autorizeis sua inscripção. Pede deferimento. Estampilha e 300 reis A nes erp meoepery 286 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTÍRIA É COMMERCIO Là a a (*) O documento referido é o que diz respeito ao imposto que paga ao Esta ou ao municipio como lavrador ou criador (art, 6º das inst.). | A falta desse documento poderá ser supprida por attestado do Presidente da Municipalidade, do Prefeito ou Agente Hxecutivo ou de dois lavradores já inscriptos, devendo ser legalmente reconhecida qualquer das Rep diaa firmas (art. 7 das inst.). Qualquer dos documentos citados está sujeito ao sello da lei, isto é, 300 réis federal Cart das ans | (**) As informações, a que se refere o requerimento, devem ser assim pres-. tadas: [ANDA a aro DOR Nos E ra qgen pane Sá oa 076 ala done SR ME Ra RE Reto Profissão Sil ccando aro. sigam ana PRE O E e o Não | Denominação da propriedade....... pace ToN EA ee opa | Estado. core DARE VEN E ROS CER 0/6 0 0.010 6 MitinicipiorE Rr RR So 65 Jo o stadi da oo AR (ode Bino O bráio | Cidade, villa ou povoação mais proxima. FERRO vao E propria ? » Nomileldo proprietario RR Rr Ss E” arrendada? Nome do proprietario. PARE PERNA RR Ui E E alugada" moimeidorproprietarito Ear o E = Servida pela estrada edit: perito dos à cores are = Estação mais proxima SC ro ou q pt E ; A IMetoside 'comimunicação: RR nte piada ASR a Lorrotá | Area total e qualidade das terras... ...,... RO O RREREAS BRO E Area cultivada. ..... Ee PAD a Redes ar o va op | Area in emita Ee E o en aa Ameadem pastar a a RR E MS Oba o 6 | eae ndatbasm e Ea GERA a assi ao be RODE Pon aos do Genero de produção. Mc ie ai e : | Média annyal de producção.. aq. ep Rg cp = [| Numero de cabeças de gado, com designação de sexo... = | Suas especies MM sm ds NE A Pp Boa É 4 Possue prados artificiaesa mm o RE AR TE & | Natureza das culturas forrageiras.. PR o Dao Us asa * | Rendimento por hectare, alqueire, eterr oa reeço p VACCINAS E OUTROS MEDICAMENTOS. Modelo de requerimento para requisição de vaccinas Sr. Director do Serviço de Veterinaria: F..., criador em... Estado de..., inscripto no Registro E Lavradores, Criadores e Profissionaes de Industrias Connexas sob n... letra... a À... do respectivo livro, possuindo... cabeças de gado, pede-vos a remessa de... dóses de vaccina, visto estar o sem gado ameaçado da peste da manqueira. Pede deferimento. Estampilha le | 300 reis = Nora — Para requisição de sarnol ou qualquer outro medicamento serve este mesmo modelo, fazendo, apenas, as indispensaveis modificações, O SON RUFUS) (ANDROPOG CAPIM JARAGUÁ silos por hectare. tes o big Zé 'ção ver *roduc J RE os PGR E a 2a a mo REVISTA DE VETERINÁRIA E ZOOTECHNIA 287 A a COLLABORAÇÃO da da TA TI TATA TATA] FENOS DOS CAPINS GORDURA E JARAGUA (Estudo comparativo de seu emprego na alimentação das vaccas leite'ras e seus efeitos sobre a secreção laciea e o peso dos animaes) Muitas pessoas, que desconhecem a Bromatologia, emittem frequentemente conselhos gratuitos sobre o valor alimentício desta ou daquella forragem, como adaptada ou favoravel à secreção do leite, sem que entretanto tenham a comprovar suas afirmativas quaesquer experiencias a respeito, judiciosamente feitas. Não é mesmo raro encontrar-se quem organize até listas inteiras, indicando determinadas forragens como especiaes para a producção de um leite aquoso, e outras como apropriadas à producção de um leite rico em materia gorda, etc. Mas, as divergencias neste sentido têem chegado a tal ponto que, às vezes, a mesma forragem é preconizada por uns como vantajosa à alimentação do gado leiteiro, ao passo que outros a aconselham para o gado de engorda. Já por varias vezes temos consultado os nossos criadores sobre os capins gordura e jaraguá, mas nem sempre são concordes as respostas obtidas. Eis por que nos resolvemos organizar uma experiencia, que nos permitta avaliar exactamente o valor de cada um destes fenos, preparados annualmente em grande quantidade para alimentação dos animaes deste estabeleci- mento, e assim prestar um pequeno serviço aos nossos criadores, que poderão tirar algum proveito pratico das nossas observações. E” incontestavel que entre as forragens nacionaes mais espa- lhadas aqui no centro do Brasil e que constituem a base da alimentação de todo o gado, merecendo por isso especial attenção, se acham o capim gordura (Melinis minutiflora) e o capim jaraguá (Andropogon rufus). Tanto um como o outro é consumido pelos animaes quer no pasto, directamente, quer" no estabulo, fenados, 2SS MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO a aà LILLE SS SS SS SSL SL a A LA A A A A a a, Estas duas gramineas differem bastante uma da outra pelo seu aspecto, aroma, densidade e composição chimica, como tambem sob o ponto de vista da exigencia do terreno, contentando-se o gordura) com terrenos seccos e mais pobres, emquanto que o jaraguã exige! terrenos mais ricos e frescos. Segundo as analyses feitas no Instituto Agronomico de Cams pinas, é a seguinte a composição de 100 partes dos fenos destes capins: ii Mate- | Mate- Ncido A | Pro- | Mle | ria |Celly-| ria | Po- phos- | q. STRNAL Agua : E E E (al Ni 02 DESIGNAÇÃO pe teina mM não | Jose |mine- | tassa pho- | | SNK | azota ral rico ins me e === ==€ = memso a E 7 == — — me mm Feno de gordura roxo............ 27.10) | 8.42 | 1.75 | 30,22) | 24520) | 185 22] |2ia87 Romero Foz nitio » DIATTCO E 16:54 | 6:33 | 1.67'| 38:97 | 27.58 | 6.91 | 27373 | 0,552) Hoiz5ob EEE IMé dilars ars erere rolo Ee SR IR pa 18.82 | 7.37 | 1.71 | 37.59| 25.93 | 8.56 | 2.380 | 0.484 | 0,250 AU Feno de jaraguá antes da flor.... | 18.95 | 5.78 | 1.01 | 33-82 |.30.92 | 9.52 | 1.697 | 0.442 | o 180 |... ... DE) » depois da flor.. | 10.12 | 4.66] 1.41 | 40.42 | 25.67 | 7.71 | 0.922 | 0.582 | 0.585 |.aacua — || — — e E ss Md Ia so riso Mao o Do ato I4.53 | 5.22 | 1.21 | 37.12 | 33.29 | 8.61 | 1.309 | O.SI2 | 0.382 5.9 Examinando as analyses acima, notamos que o feno de gordura. é mais rico em materias azotadas e contém menos cellulose, ao passo. que o de jaraguá, mesmo colhido antes da flor, é mais, rico em cellulose. A relação nutritiva do de gordura é de 1:7, mais rico em materias azotadas, e a do de jaragua, é de 1:104, mais rico eia materias não azotadas. O exame da composição das cinzas mostra que o feno de jaraguá é mais rico em silica, sendo o de gordura rico em potassa e acido phosphorico. As mesmas analyses acima indicam-nos egualmente que o jaraguá fenado depois da floração é bem rico em cal e acido phosphorico, mas tambem muito rico em celulose. O numero de analyses destes capins, que possuimos, é pequeno ec por conseguinte as médias sobre as quaes nos podemos basear para o estudo das duas forragens é insuficiente; mas, mesmo assim, percebe-se que o feno de gordura parece ser, pela sua composição, de relação nutritiva estreita (1:7) mais proprio à alimentação do gado e E RE - EA E - E a NEGRO RS - É a s NS 8º = Se o S É . e S N lia A ha / ado A as Edo EUA Ud / Ma G A % f, da A tdo Hp AU A “INIS MINUTIFLORA ) 4 CAPIM GORDURA (mi 124.000 kilos por hectare. verde cção Produ e ai o pe Ria A DEC Er a l Ro ME REVISTA DE VETERINÁRIA E ZOOTECHNIA 289 a a aa leiteiro, emquanto que o de jaraguá, com relação nutritiva mais larga (1:10,4:a 1:15), é mais vantajoso ao gado de engorda e ao de trabalho. Nosso fim, sendo justamente estudar comparativamente, pela experiencia directa com os animaes, os effeitos de um e outro destes fenos sobre a secreção do leite e o peso dos mesmos animaes, satis- fazemo-nos por emquanto, com os dados fornecidos pelas analyses acima, não se fazendo mesmo mister de outras analyses, para o caso presente. Examimando-se esses dois fenos, é facil distinguir um do outro pelo simples aspecto exterior e aroma, pela côr e densidade, consti- tuindo ambos excellente forragem para o gado, principalmente quando os capins são cortados no momento da floração e fenados em boas condições. O valor do feno depende, como sabemos, além da pro- porção de principios nutritivos e sães mineraes, que elle contém, do seu aroma ou de seus principios especificos que estão em relação com as especies forrageiras, que o constituem, e de seu estado de conservação e edade. Sabemos tambem que o feno, devido à quantidade elevada de Emateria séecca e fibrosa, que encerra; serve de lastro aos «orgãos digestivos e actua sobre o organismo não sómente pelos seus prin- cipios nutritivos, como tambem pelos seus principios especificos, que exercem certa acção estimulante sobre as funcções digestivas dos orgãos. Basta aqui lembrarmos as experiencias do Dr. Fingerling e as a este respeito citadas pelo professor Kellner (*), para provarmos o effeito desses princípios especificos. Sua acção, pois, não póde ser negada, sabendo-se que pelo seu sabor elles agem não sómente sobre a mastigação, mas tambem exercem uma influencia sobre a alibilidade “dos princípios nutritivos contidos na forragem, provocando ainda uma “excitação do systema nervoso, circumstancia esta favoravel à secreção do leite. No caso presente, dificil seria attribuir-se o augmento ou a diminuição na secreção lactea exclusivamente a estes ou aquelles principios especificos contidos nos fenos que estudamos. Não foi este O nosso intuito: procuramos, em geral, saber qual dos dois fenos “mais favorecia a secreção lactea, quando imtroduzido na ração, na (*) Revisto de Veterinaria e Zootechnia, 1912, n. 2, tag. IlZ. R.'V. 37 290 MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO ÇA dóse de tres kilos, por dia e cabeça. Experiencias futuras talvez nos demonstrem que seja possivel attribuir alguma influencia exclusiva- mente ao aroma forte do capim gordura, no momento da floração, de todos nós tão bem conhecido. Por emquanto, limitamo-nos a saber, de um modo geral, quaes são os seus effeitos sobre a secreção lactea em comparação com o de jaraguá, sem entrarmos em indagação dos effeitos especificos, que possam actuar favoravelmente sobre a mesma secreção. A resolução de problemas dessa natureza não é possível fazer-se com simples exame do aspecto apresentado pelo feno, nem mesmo com as analyses chimicas mais completas, sem o concurso de expe- riencias directas com os animaes. E” por meio dessas experiencias bromatologicas, que se póde determinar o valor exacto de uma forragem e conhecer seus effeitos sobre este ou aquelle genero de producção. | A experiencia emprehendida neste Posto com os fenos dos capins gordura e jaraguã era inadiavel, em virtude da grande quantidade dessas duas forragens, que empregamos na alimentação do gado esta- bulado, merecendo ser repetida com as mesmas forragens, no estado verde. | : : Passemos agora a resumir o plano de nossa experiencia e os dados colhidos, dos quaes facil é deduzirem-se algumas conclusões praticas. | “I— PLANO DA EXPERIENCIA A experiencia, organizada no Posto Zootechnico Federal. em Pinheiro, e realizada sob a direcção do chefe e auxiliar da 4º secção, durou 80 dias, comprehendidos entre 1 de agosto e 19 de outubro de nona: Para este fim, foram escolhidas no nosso rebanho de gado leiteiro I2 vaccas, quasi todas no primeiro periodo de lactação e mais ou! menos da mesma edade, pois é justamente nesse periodo que ellas melhor podem reagir sobre as influencias, que podem ser attribuidas à alimentação. A producção média diaria, para cada cabeça, e a riqueza do leite antes do inicio da experiencia differiam pouco-de uma para a outfa. bia GE : N N o A S q rir 4 vi pi 7 ds 7 / vago ni zo; SS AY EN ANS in: a id if Z AN Z Sá serem preto Z decr prá 4 ZA sa ss SNSJ NS N N AS N Ç NS NNSSNNANSS SENNA NAAS S S N SS (NS ANS ANS AN S N MES N AN NS NQENS AN AANKAN N S N NAAS À ANS NAS ASS ANS NS 7 / a ZA A 4 4 ZA WWW N N S N SS N N N N N N q S N N 4 ZM, AS NANA Y AS N ANS ASS EN 4 E > a ENS E AS SS SAE O REVISTA DE VETERINARIA E ZOOTECHNIA *- 291 EO II GRI SPT GLS GD SIS VLS TREE PDA A RS E NEAR RA NANA NA As vaccas foram divididas em tres lotes eguaes, tendo cada um portanto uma. producção mais ou menos egual e os pesos médios de 450, 425 e 335 kilos. A ordenha foi executada sempre pelos mesmos vaqueiros, duas vezes por dia: pela manhã, às 6 horas, e à tarde, às 4, sendo o leite pesado diariamente e tirando-se amostras para determinação da gordura, pelo methodo de Gerber. A experiencia foi dividida em quatro periodos de 20 dias cada um, pesando-se as vaccas no principio de cada periodo, para se conhecer o augmento ou a diminuição de peso. Os dados dessas pesadas acham-se consignados no quadro n. 1, figurando o augmento ou a diminuição resultantes para cada periodo nos quadros ns. 2 e 3. A experiencia, mesmo assim estabelecida em condições médias de uma exploração agricola bem organizada, com os meios de que nella se póde dispor, não deixou de satisfazer às exigencias de exactidão, tendo ainda para nós mais valor, porque foi feita sobre maior numero de animaes, obtendo-se assim dados directamente applicaveis na pratica. AS RAÇÕES EMPREGADAS Para a experiencia foram compostas tres rações, de accórdo com a productibilidade e o peso das vaccas, as quaes designamos pelas letras A, Be C. Estas rações, cuja composição damos nos quadros junto, differem apenas porque A contém tres kilos de feno de gordura, B, tres kilos de feno de jaraguá, sendo a ração C egual à ração A mais 10 kilos de milho forrageiro. Em taes condições era a seguinte a percentagem de agua e materia secca, que encerravam as forragens constitutivas da ração: at 55º/º de agua e 10.755 kilos de materia sêcca DER deliona e To 682 lailos de materia! sécca (Ogun º de agua e 12.475 kilos de materia sêcca As vaccas recebiam agúa à discrição, durante toda a experiencia, havendo no estabulo bebedouros automaticos, para esse fim. À ração total era distribuída em quatro refeições, sendo A dada durante todo o 1º co 4º periodos;-B durante sómente o 2º periodo e C durante o 3º periodo. A ração C, que continha 10 kilos de milho fortageiro, 292 MINISTERIO DA AGRICJLTUR A, INDI STRIA E COMMERCIO Na aà a a NA ms rico em agua, veiu augmentar o total dos principios nutritivos e a percentagem. dagua, que passou de 55º|º para 63:3º/º. Tinhamos em vista constituir com ella um periodo intermediario, que permittisse evitar a passagem repentina de uma para outra ração e ao mesmo tempo nos certificarmos da sufficiencia ou insufficiencia da ração À, para o fim para que foi composta. RESULTADOS OESBINCADOS Os resultados observados no correr da experiencia acham-se consignados nos quadros ns. 2 € 3. A secreção lactea, como é sabido, não é constante desde-o prin- cipio até o fim da lactação ; para podermos, pois, verificar exactamente se as variações observadas eram, devidas à substituição do gordura pelo jaraguá no segundo periodo e a addição do milho forrageiro no terceiro, tivemos de calcular a producção para esses dois periodos, tomando em consideração a producção do 1º e do 4º, nos quaes a ração foi a mesma. Confrontando no 2º e 3º periodos as quantidades de leite obtidas com as calculadas facil é deduzir-se o augmento ou a diminuição da producção, que póde ser attribuido à mudança de forragem. Examinando-se o quadro n. 3, observa-se a diminuição na quan- tidade de leite, no segundo periodo, assim como na de manteiga. Neste periodo;* a “diminuição seral) “por'icabeca e por tia fole média de o kilos 485 de leite e 0.020 de manteiga. O peso vivo, durante este mesmo periodo, augmentou de 22 kilos 333, ou sejam, por dia e cabeça, 1 kilo 160. Durante o 3º periodo, em consequencia da engorda, nota-se ainda diminuição no leite e na manteiga, sendo o augmento de peso nelle de o kilos 404, por dia e cabeça. | Observa-se egualmente que a diminuição na producção do leite tor acompanhada de um augmento do peso, tendo essa diminuição sido tanto maior quanto foi o augmento de peso de cada, vacca. As temperaturas observadas durante a experiencia foram indi- cadas no graphico junto, apresentando uma oscillação de 4º.5, passando a média successivamente de 17º.3 para 180, 20º.8 e 21º.8, no ultimo periodo, AY Mto Vis Mto, Ms de ARENAS ASSES S SEN À RESINA Ne h RES EEENR E Ê | S E E E E É E E tm SENA ARNS ENS SONS NS SNS ANA ARSRININER NRES RS SEG SIS ARS JEANS SS Sr AS R q BEST S Asi 4 4 ANNAN NNE as ASSES SS et RSS + SAGA: NDT cr Ir erre retrato dg ls ANNAN RERENOSISS ESSAS EINS IRS a do AN AS AE NM geEsdbEEs SE haia Ns) ANA Velalal: EE | ilaeiludos clalá]o [51h] us = gm gue É é RE end ESSES NS SSIS ANN SS g ANA NS ESSAS 8 ERES NS fas y : S N NS a WWW A WS Ss MN MS AS a DINRANÃSS PAR rr GM ANANNNNNS S Ns RN AN S ass ANANNNNS Y N N NS S N NASA ANN N N WWW WS, “eg À N N AS SNIS N Ns Y AN AN NS Ç N N 3. SRS AS NV ij Gi Mi f N “ US N A — REVISTA DK VETPRBRINARIA E ZOOTRCHNIA 293 NL a A a a a a a a IO SS SS - a ça AO ÃO ANA a CONCLUSÃO Resumindo as observações feitas nesta experiencia, podemos tirar as seguintes conclusões : | 1º. No primeiro periodo, durante o qual as vaccas foram alimen- tadas com a ração A, contendo tres kilos de feno de gordura, a — producção do leite manteve-se regular desde o principio até o fim, notando-se apenas um ligeiro augmento do peso das vaccas, de o kilos 271, por dia e cabeça. 2", No segundo periodo, durante o qual se substituiu o feno de gordura pelo de jaraguá, a diminuição diaria do leite, por cabeça, foi de o kilos 485, augmentando o peso das vaccas de 1 kilo 160, por dia e cabeça. Ê 3º. A addição do milho forrageiro ao terceiro periodo teve como effeito um ligeiro augmento da producção de leite. 4º. O restabelecimento da ração no quarto periodo teve como consequencia o augmento da quantidade de leite e da percentagem de “manteiga, em detrimento do peso das vaccas. Desses dados, podemos deduzir que o feno de capim gordura, introduzido na ração das vaccas leiteiras na dóse de tres kilos, por dia e cabeça, exerce uma influencia favoravel sobre a secreção lactea e mantém o peso das vaccas. O feno de capim jaraguá, ao contrario, mostra-se inferior para a producção de leite, favorecendo, porém, a engorda e a manutenção do estado de boas carnes. Dahi resulta que seu emprego será melhor indicado para a alimentação dos animaes de engorda, de trabalho, ou das vaccas, cujo estado de magreza exige tal alimento. Os resultados dessa experiencia são bastante demonstrativos, o que nos anima a leval-os ao conhecimento dos nossos criadores, que, conforme o casso, poderão tirar bons proveitos com o emprego dos alimentos, que acabamos de estudar, na alimentação de seu gado. Pinheiro, 27 de março de I9IA4. N, Athanassof. 294 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO QUA Resultados observados durante a experiencia relativa ao estudo comparativo Rendimento em leite, riqueza, 2º PERIODO 21 de Agosto a 9 de Setembro de 1913 Jo PERIODO La 20 de Agosto de 1913 | | ] | = E E = = RAÇA E NUMERO DAS VACCAN = E = pa ' E < ca E ES Fo E E A) Es E E e o co E o = o re = mi ES E | la | ESTE q | Te | EE ae E E Ed | TS E 3 = | EE is E = Es = E = =s ERA v = om = ES 5 .-— = ES : fes [di es &” [a [a [== = dá Bm k k % k k k 0/9) k k Rlamenga, 196. folejale pop pole 470 64.5 do 2.386 | 485 68.0 Do 2.516 SIG REt Coop DO DDD ado don do 460 126.0 Bo) 4.158 470 106.0 2.5 2.650 500 RINGENEIS Laos an eo Bon ab ao. 400 96.5 4.0 3.860 400 96.0 4.2 4.032 410 Flamenga, 91%. tJitsh Sis 470 146.5 2.9 4.248 | 470 120.5 3.3 3.976 480 Somnadboodbda Dodo pobbos 1800 433.5 | 13.9 | 14.652 | 1825 390.5 1207 I3.174 | Igoo IM VS LE VR a AROS Sid aa ço 450.0 108.2 3.47 | 3.663 456.2 97.6 3.42 3.293 475 INNGIMEL Dogue ab ovo da vp ooo dode 400 94.0 a! 3.196 | 400 80.5 Do) 2.978 425 Riedépolledi: 292... & eleito 325 85.0 2.9 2.465 325 84.5 3.0 2.535 335 Red-polled, I81........... co pop ADE) 122.0 2.4 2.928 | 310 93.0 2.5 2.325 345 SUA meadd assa saves 310 97.0 BR2, 3.104 318 90.0 3.0 2.700 350 Sonvmelasodapoos ovo 0n cos 1340 398.0 | I1.9 | 11.693 | 1353 348.0 12.2 I0.538 I455 MEIA Sr 335 99.5 2:98] 2,023 | 338 87.0 3.06 | 2.634 | 363.8 Elollanidezas 28). e 440 93.0 3.0 2.790 | 440 93.5 DoB) 3.085 465 Schws/z, LOSE LR Se tits sete a 410 100.0 2.8 2.800 | 423 83.5 3-0 2.505 450 Sofa ds scossocovodo dove 470 132.0 3.5 4.620 | 474 II2.5 Dz 3.600 493 Hollandeza” 30; 0 380 126.8 Dei 3.423 390 108.0 2.5 2.700 410 SOME doooo o os oao dc ovoao 1700 451.8 | 12.0 | 13.633 | 1727 397.5 | 12.0 | II.890 | 1818 MIEOLES ovo pooso cao cado ooo 425 112.9 3.0 3.408 | 432 99.3 3.0 2.972 | 454.5 SOMMA CERA E Ro 4840 1283.0 | 37.8 | 39.978 | 4905 TASSO GO) | ASÕOS | S17 MESIDUA CIBRAVL po so ad ddo an 403.3 106.9 | 3.15 Doo 408 94.7 3.16 | 2.966 431 Quantidade de leite Lan 361.5 102.0 REVISTA DE VETERINÁRIA E ZOOTECHNIA RO N. 1 “Temos de gordura e de jaraguá ma alimentação das vacas leiteiras. ntidade de manteiga e peso vivo 3º PERIODO 10.a 29 de Setembro E a u a = q E = E Sã = Es E > % k 32 1.888 3.0 2.805 3.6 Q1212 321 31627 12.9 11.632 3.2 2.908 3.6 3. 168 3.0 2.445 2.8 2.114 Guz 3. 136 12.6 do 263, 3.15 2.716 guz 4.192 | 3.0 3.060 | Rio 4.399 Dus 2.587 | 11.8 14.148 2.95 3:537 37.3 | 36.643 a! 3.053 Peso vivo em 29 de Setembro 1830 457.5 5270 439 Quantidade de leite a Otto 360. 137. 136. IOI. 480 120 1193 99» Da a a nd di dd 4º PERIODO 50 de Setembro a 19 de Outubro 295 fd dd di ci À rece me e me pe po e e te ra mp Dn tu > | | | | | | | parição SS = E RR E ts no = | o Ee s E TE x E Em 5) ia Do E SER CE ge ES Es ZE EE = = pa E (a k E o 3.5 1.960 535 IIÓ 5 3.5 3.412 510 63 (o) 3.6 Do NE 400 46 ) 3.4 3-791 485 | 5 | o 14.0 12.295 1930 ; 230 o 3.5 3.073 482.5 57.5 5 4:3 3.762 410 49 (o) 3.4 2.856 | 335 28 5 3-3 3.052 345 2) 5 3:5 3.377 350 20 5 14.5 13.047 1440 124 I 3.62 3.262 360 31 5 at 4.262 460 100 o 3.3 3.498 | 440 o [o 3.8 5.168 495 38 (o) 2.8 2.828 410 [o 54 13.0 * 15.756 1805 188 1 3 3:939 451 470 O 41.5 41.098 5175 542.0 4 3,45 3.424 431 45.0 ie 296 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO a RNA NANA NEN NANA NA NI RENAS NANA NESTES EANES NES NEN GERSON SS GGI Sa ST QU. Resultado da experiencia realizada no Posto Zootechmico Federal em Pinheiro, mo periodo de | de Aeos na alimentação das vaccas leileiras, La a = — — meme e ET A a cana e aa =] 1º PERIODO 3º PERIOCO - E La 20 de Agosto 21 de Agosto a 9 de Setembr RS q E | RE RR o E 2 E E = É É RAÇà E NUMERO DAS VACOAS os = = E tm cm E ES Es. Ri e ss dO E = sÉ | sÊ EV es o 3 GS E a = dps = E o ES o = > mas o E "3 ERA D me pa TS Vera 8] Sa = EE El =s = s no = + o Es Colar! = EO e o sa pe o Ta Er e E = Ei Te == 22 | E, [EB ) Es PES | SS | Estes ia E E | es to'S Es Es br's, EE EE vma — —] = = = = = = [e -S [a = - -S -— - Ss Flamenga, 188........0.. 116] 64.50] 2.386/-15.000] 68.00] 61.668| + 6.332] 2.516) 2.24 e a RIVA a a SS Sp Dio oe é 63) 126.00] 4.158|-+10.000] 106.00] 116.500 =1[0.500] 2.650) | ano s ANT BRO PRA Dre PE erais SiS crons 46) 96.59] 3.860] 0.000] 96.00 93.334]+ 2.666] 4.032) 3.61 Elamensator o Ma Ss 145.50 4.245 0.000] 120.50] 134.833 — 14.333] 3.976 4. OG | Média periodica...... PRE E Rr ro 108.40] - 3.663) 6 250) 97.60] 101.584] — 3.984] 3.293] 3.46 Media diariaViin aq lsgo o Be o 5.42 0.183|-+ 0,312 4.88] 51079) — 0.799) | o.114) 0H ABUIGIIAL: Dio ereto essi tono dent aa a ô 49 94.00] - 3.196] 0.000) &0.50) 91.834/- 11.334 2.978] 3.38 Ri RedSPoll 2925 e 28 85.00 2.465 0.000 84.50] 84.668| - 0.168 2.535 2.59 E RedEPoll ANS ao 27| 122.00 2.928) | 5.000) 93.00] 112. 198 —I9. 198 2.325, 2.96 Seli/25 82705 RR 20] 97.00) 3.104)- 8.000) 90.00] 96.983] — 6.983 2.700). | 30 Media periodica Re Rr 99.50) 2.923] + 3.250) 87.00] 96.421]— 9.421) 2.634] 3.03 Mi diameliatia sq ci RE O 4.97) 0.116] 0.162] 4.35) 4.821l— 0.471 [o e 0.15 Kollanideza, 28... cc. 100| 93.00 2.790] 0.000] 93.50] 107.820] —14.320] 3.085] 3.2% DI SONTAÇA Nado boBrD Evo do 50| 100.00 2.800/+13.000| 83.50) 102.000] — 18.500 2.505] 3.03 = E SchywaZ; 1626, e 38) 132.00) 4.620] 4.000) 112.50] 133.332 —20.832] 3.600) 4.80 Hollancdeza gor e 2) 126.80 3-423| 110.000] 108.00] 109.600] — 1.600 2.700 3.22 Mediaiperiodicas. ba ara e I12.90) 3.408] 6.750] 99.40) I15.140|—15.740] 2.972] 3.58 Media arara ces rr Solda nd à bro 5.645] O.I7o|+ 0.338 4.97] 5.757]— 0.787] 0.148] ok Média geral periodica......lusceco 106.90] 3.331] 5.417] 94.67 I04.381]— 9.711 2.966] 3.36: Diminuiçãoou augmento geralidiario «essa rip o pets ade) PE o PROL - 0270odnoodao RI == 0.485). ejio ot oo ope REVISTA DK VETERINÁRIA E ZOOTECHNIA 297 Pd dd dd a A dd dd A dd dd a a da A A] 19 de Outubro de 1913, com 12 vaceas leiteiras, para estudar o valor dos fenos de jaraguá e gordura eus efeitos sobre a secreção Jactea | 3º PERIODO 4º PERIODO 10 de Setembro a 29 de Setembro 50 de Setembro a 19 de Outubro M ) | 1] . a U . aa + =] “ms Po “me “me po = Ze | E s E E E E Es | E E E E. Remo BEss S & E AS | AS LEX [ES | S E EE sm as ol pas al & ce ce o pede é Ele) [= ES js E e Es =D = a o Rã E e ae RS E S o es EE oe Ss 2 om ss SS o ES E | o o rm e re o e re e = S o o = res = | o E = ES EE E Es Ea E as > o E E: e = a res res E re “E Er Tae RE e ars E ma E . = =" 2 v do 8) ei] > Ger &o vs So 5) v sr 6a “E bo so Es Rs ES == =h5 E p= Es Es Em Es = ELES br da. E 'S To En Es = o — Eni, cc Es So 5, 5 = =) E = = E = = 8 | 5 E) (sl mer So & e! [2 > me mer [4 Ss mer IF 0,272|1-25.000| 59.000] 58.836] 0.164 1.888 2.102]|— 0.214|4-25.000| 56.000 Lo Co 5 06.0 mod = 1.259|--30.000| 93.000] 107.000] — 14.000) 2.805] 3.661|— 0.856|-|-25.000) 97.500 3.412] — 15.000 = 0.4I5|4-10.000] 92.000] g0.168|+ 1.832 24 EUA) 3.374|— 0.06T|+I0.000] 87.000 3.132] — 20.000 - 0.120 + 10.000) 117.000] 123.116|/— 6.166] 3.627 Q e > | o) (OS) + =J —+ ma a .000| IIT.500 3.731] — To.oco 0.173] +18.750]) 90.250] 94.792]— 4.542 2.908 3.270 — 0.362]+-18.750| 88.000 3.074] — TI.250 0.008| + 0.937 4.512 4.740]— 0,228 O. TAS O. 163/— o.01h|+ 0.937 4.400 0.153] — 0.562 - 0.406|--25.000) 88,000| 89.668] — 1.665 3. 168 3.573]|— 0.405] ..v.suas 87.500 3.762) — TS.000 - 0.060|+-10.000| 61.500] 84.336|— 2.836] 2.445 2.725|— 0.280|—I0.000| 84.006 2.856] — 10.000 - 0.644|-+25.000| 75.500| 102.396] —26.896) 2,114 3.010|— 0.806]. e cuco. 92.500 28052] isor Pgict eo |- 0.495 +32.000] 98.000] 96.668/+ 1.332 3.136 3.286]— 0,150). «secos» 95.500 CIT REAR Me - 0.401 +25.500] 85.750] 93.267|— 7.517 Do po) 3.147]|— 0,431] 2.500) 90.125 3.262] — 6,250 = 0.020] + 1.275 4.287 4.663|— 0.375 0.154 0.157|— 0.022] + 0.125 4.506 0.163) — o.312 |= 0.195|4+-25.000| 131.000] 122.640 + 8.360] 4.192] 3.77I|— 0.421|— 5.000] 137.500 ANO) isolar |. 0.527|-+27.000] 102.000] 104.000] — 2.000] 3.060] 3.265|— 0.205]... ..... 106.000 3.498] — 0,000 = 1.202| + 19.000| 139.000] 134.664 |+ 4.336 4.309 4.985|— 0.676|-|- 7.000| 136.000 5.168] — s.oco * 0.525|-|-20.000| 103.500| 118.200|—I4.'700 2.587 3.027|— 0.440] +-10.000| 101.000 2.828] — IO.0c0 j- 0.610]-|-22.750] 118.875] II7.530|- 1.345 o Se 4.293|— 0.756|+- 3.000] 120.100 3.939] — 6.250 - 0,030] + 1.137 5.944 5.876|-+ 0.067 0.176 0.214]— 0.038|-|- 0.150 6.050 0.197) — 0.312 = 0.396] +-22.333] 93.291| 101.863]— 3.572 3.054 3.570)— o.5T6|-- 8.083] 99.408 3.427) — 7.916 ERC ROS O TÃO ermeas ns ssa são EO TOO Po oia lo ais | ata téro valo» ess (Dol on avo becodo do —. 0.395 298 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO a a QUADRO N. 38 Resumo dos resultados da experiencia consignados no quadro n. 2 | E E E E E E + s = es = E E E Es | Es | Ed | & E EE E E E o e E es E del [= reed LOTES ec Mess saco SÊ SE SE he usiersie E si | Ee | 5 sh | SE | ES | Se | Ee Es | BE | ES Es ES ER | Esvp ES NES NES Pio SEDE Sepê scgoo Do do Jeso Er CERA 19 periodo. «ss TOSEÃOO [rp RS 24663 Pro selo ro A sto 456.250) 456.250|+ 6.250 Mb, 20 ERLOdO E 97.600] I01.584]— 3.984 3.293] 3.466]|— 0.173] 475.000] 475.000|+18.750 “o o UU os n(ojslo) 000n 00h 90.250) 94.792— 4.542 2.908 3.270|— 0.362] 493.750] 493.750]-+18.750 4º periodo... .... (27168 8000 5 io) foto ao ole iotetot o CoONLl noso sBdolodo 8 0006 482.500| 482.500|—1I.250 MS meriodo) ST: 09,500) 1: al ojoropetos are re Loft DoBsoodvooolovocodos 335.000] 338.250] + 3.250 es 2º periodo......... 87.000] 96.421]|— 9.421 2.634 3.036|— 0.401| 338.250] 363.750! +25.500 o e a BOA DELIOdO) err 85.750] 93.267]— 7.517 2.716 3.147]|— 0.431| 363.750| 366.250] 2.500 4º periodo......... BO T25 este teisiaa o Pesaro raros a 5262) ein a rea 366.250) 360.000|-+ 6.750 19 periodo err 12: 000] Heron io operar Pe paro PA BIAS |oja! a e e ato! eo Ro To 425.000) 431.750]+ 6.750 =s, 20 eriodo- ELE 99.400] I15.140/—I5.740 2.972 3.585|— 0.613] 431.750] 454.500| 422.750 E 20 Deriodo- er ni 118.875| 117.530] 1.345 3.537] 4.293]— 0.756] 454.500| 457.500|+- 3.000 AV DEriodo rt IZOSLOO| ocre 21030 gem es crio) o otite 457.500| 451.250/— 6.250 £ 1 ITD a oo 00% LOQHOOO [o aiebofo to) pero paet tado a DEO3 | Perotacefetazo =] ese nopa reto a 403.333| 408.750] + 5.417 Ss “S 2 eTIodO e 94.670) 104.381]— 9.711 2.966] 3.362/— 0.396] 408.750) 431.083] 122.333 Esto Frei 20 periodo eco 98.291| 101.863]— 3.572] 3.054] 3.570]— o.516 431.088] 439" 166| + 8.053 = EI periodo CER G9NMOS| mito o MAD is cs NR 439.166] 431.250]— 7.916 REVISTA DE VETERINÁRIA E ZOOTRCHNIA 29 E dd] RAÇÃO -A Usada na experiencia com as vaccas leiteiras durante o periodo de | a 20 do Agosto e de 30 de Setembro a 19 de Outubro de 1913 | | | (72) | E K Ú (a) = Se do < Raia leio er E E gs io Ro FE SS] Ep FORRAGENS = ER RS pes E a Penis Ds sc ops aq Eos sro pesrf sp 5 “+ [= e = 4 A = s E Sh E E SE SAS IE = =] pu = É N rd ae = XxX Es Z à Normas segundo o Professor Mallevre para vaccas de 420 kilos, peso vivo e uma producção diaria de leite até 10 intros Ho nTasado... . lero o read o oda 10.500 0.840 O.2I10 5:334 6.678 TETO Farelo de trigo... .......... 2 ks. 1.728 0.212 0.048 0.888 1.216 EDA SFOSSOR ER = sofa dolo rodo 2) 1.756 O. 104 0.038 I.IIO |O 1.313 Farello de algodão......... PAR 0.894 “o. 180 0.059 0.177 0.499 Heno de alfalar se. id) 0.843 0.100 o.010 0.335 0.459 Feno de gordura........... EU) 2.502 | O. 141 0.031 I.350 1.569 Canna picada.......... ESTES So) 0.705 0.025 o. 010 0.415 0.465 Capini angolar =. ce piel TOR; 2.327 0.230 0.040 I.c50 1.380 SOME oricha ob open be oe 24 ) 10.755 0.992 0.236 5.325 6.901 125,9 Eme co damaçãor re » +» ENE o Ta ERR E Pri O O DOIS: Relação nutritiva..... NARA Reno dao aa o LB) Pesondarração, .. 20.0 saved EN cPRRa ro eos SP RP Zoo SA Materia secca Da ssrraco as a SRA rd e DER Agua contida nas forragens............ a LO 2 AD DO VA 300 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO E q Nm RAÇÃO-B Usada na experiencia com as vaccas leiteiras durante o periodo de 21 de Agosto à 9 de Setembro de 1913 A Ss X.: = ES '= 216) > o e re ESA ido) o E o Ss pa So Ep = = a E Ega ae Peep = E pi a FOR OR pis, sêu | E À FORRAGENS E E ie SS Abrs ps ia me = Eee o mota GT ro = | (4 ao = el A o) rã tem ami us = E [= > ota El as E (o Ss S res [e Fi < ” po a [= = E q e Ta o GA [e [2] Normas segundo o Professor Mallevre para vaccas de 420 kilos, peso vivo e uma producção diaria de leite até TO dos bio iiaa boo 9 bo mocoBa os uvodo 10.500 0.840 0.210 5.334 6.678 1.7,0 Rarelo de trigo-= 0. Ls pilas: 1.728 0.212 0.048 0.888 I.218 Rúbáa crossossf if a) 1.756 o. T04 * 0.038 I.IIO T.313 Farelo de algodão. ........». E) 0.894 o. 180 0.059 Oo Gl] 0.499 Reto de alfafal ist ata 0) 0.843 0.100 O.oIO 0.335 0.459 Feno de jaraguá..... cce. Di) 2.430 0.124 o.0ol5 1.264 1.434 Cannalpicadal o o forrar 5» 0.705 0.025 O.010 O.415 | . 0.465 Capimianigolar Err IO» 2.327 0.230 0.040 1.050 1.380 SOMIMA dif feio cotada 24 9 10,683 (Os | 0200 5.239 6.766 1:5,9 Preço datação ANE ci unica ct o aa 6 MAES IS RES Relação anaBRaR AS 3 Ss) Besoida; ração Pe a irao os massa Emi Rena NopoROLE NC CARLERO) Materia Esceca di ca oo ogro INSS Agua contidalnas!forragems.. a cpf dna 13.871 aSS ps, cera ee e me e pe mmm PECA HUBER ET ANNAN [TT dA IATA LL era Pu Ny INSANNAS ETA TA TUA TIA PLATA PLA) Importadora de Todas, Productos Chimicos, Especialidades Pharmaceuticas e Secção especial de accessorios para pharmacias RODOLPHO HESS & C.º Successores de RODOLPHO HESS Depositarios das capsulas e sabonetes «Alpha» de Alberto Koenow e dos productos chimicos do Dr. Ch.* Berthaud Completo sortimento de artigos antisepticos, alambiques, prensas, banho- maria, etc. Especialidade em rolhas, compoteiras para padarias. Grande sortimento de vidros de todos os tamanhos e fôrmas para drogas e perfumarias, capsulas de estanho para garrafas, potes de louça e de vidro, mammadeiras, bicos, seringas e tubos de borracha, bocetas e todos os mais objectos necessarios para montar uma pharmacia. TELEPHONE N. 1.918 RUA SETE DE SETEMBRO, 61 dd RUA DA QUITANDA, 23 Antigo 27 Antigo 19 SP NENE NaN Na A MARINA NINE NE Nf NUA NA NR PRATA PNG NdP Na NaP Nut Na RIO DE JANEIRO CASA ESPECIAL DE HORTICULTURA GADO: OUVIDOR, 44 Endereço telegraphico : HORTULANIA“— Telephone n. 1.352 — RIO DE JANEIRO Grande sortimento de sementes novas de hortaliças, de flores, de plantas para agricultura, etc. Grande sortimento de ferragens, utensílios e objectos para todostcos misteres de jardinagem &ARNOL TRIPLE FLUIDO Vantagens economicas do banho com Sarnol : 1º, mata todo o carrapato; 2º, não prejudica o animal; 3º, produz uma immunisação temporaria, isto é, com um certo numero de banhos (para o Brasil calculamos de 4a 6 no anno) obtem-se o ideal de ter o gado sempre limpo Ge carrapato, e provavelmente tambem do berne. SARNOL TRIPLE FLUIDO Eulatas den20revs iros, o litro. tes suo ana mens 1600 => 2222 SABÃO SARNOL TRIPLE =-====- Com os mesmos elementos do Fluido Sarnol Triple prepara-se o Sabão Sarnol Triple para matar, como aquelle, o carrapato, além do piolho e a sarna dos bovinos Chacaras de cultura de plantas: rua Haddock Lobo, 228 (deposito geral e cultura de palmeiras); rua Santa Alexandrina n. 134 (cultura de arvores fructiferas e roseiras) Deposito geral de plantas: RUA HADDOCK LOBO 223 — Villa Itala 6—3 EICRITOFF, CARNEIRO LEÃO & €. I3 “ADUBOS CHIMICOS Fernando | Hachradt & Comp. Representantes do KALISVNDICA?T, Alemanha o da United Thomaz Phosphate Works S. PAULO: Rua Alvares Penteado, 1ô-A CAIXA DO CORREIO, 948 RIO DE JANEIRO: Rua da Alfandega, 99 CAIXA DO CORREIO, 566 —————— — e dop=s— ——— Fornecem os adubos necessarios para qualquer cultura e attendem a toda e qual- quer consulta verbal ou por escripto sobre o Modo como devem ser applícados os adubos chimicos nas diversas culturas. Propôem-se visitar gratuitamente as propriedades agricolas para ensinar pra- “ticamente a adubação chimica racional. Distribuem livros, folhetos e brochu- ras sobre a adubação chimica a quem os solicitar. | 12 — II 13 REVISTA DK VETERINARIA E ZOOTECHNICA 301 RAÇÃO -G Usada na exporiencia com vaceas leiteiras durante o periodo de 10 a 29 de Setombro do 1913 74] N a X,: ES e) E E o Ê E ba as PLA) a lr = S q Fel (2) & Ú “= É a) fe E E oo dt dr ES | diego | Ez FORRAGENS E neck RE En FER sam 2E- ; E RE RE SD si e fa 5 + [a um = = feed Sm 1% «o dl [= bo) -— A =| E: « E ag a S XxX es 2 A Normas segundo o role cr mm oo te para vaccas de 435 kilos, peso vivo e uma producção diaria de leite até Ioj litros no maximo........ccccsesress | 12.615 0.870 o. 6.916 NET) Rareloíde trilgo- - joio estojo 2 ks. 1.728 0.212 0.048 0.888 1.216 ED A E OSS OD ojos toja o é e een oloão 2 q 1.756 O. I04 0.038 I.IIO 1919 Farelo de algodão.......... TH) 0.894 0.180 0.059 0.177 0.499 Feno de alfafa.............. Loo. 0.843 O. 100 O.0IO 0.335 0.459 Feno de gordura........... 2) 2.502 0.141 0.031 1.350 1.569 Canna Picada es der i pes é 5» 0.705 0.025 0.010 0.415 0.465 Capim angola.............. IO » Dal 0.230 0.040 I.o50 1.380 Milho forrageiro........... Io » 1.720 0.070 0.020 0.820 0.940 PM O o as sus) ca] (rss RENAS FACÇÃO E bia vio SW oil ado lol iio eso lera pos e NA I2O | TÉIS Relação NNtEitiva- opta Vando dry ereto intao norton, pel 6 0 3] Pesa tação si o sr) Mes sold cololijoo 1I4kilos teias Seca ML MD. A o ID Deo CIZUAAS Amar contida mas forragens. ai vs no Zi ks, 525 63,3% 302 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO ESTUDO DO MINIMUM DE ALBOMINOIDES NECESSARIOS PARA AS DIFFERENTES ESPECULAÇÕES ANIMARS (Dos amnaes do Congresso Internacional de Agricultura de Gand, em I9T3 (Vide n. 4, Agosto de 1914) Do conjuncto das experiencias cujos resultados acabamos de fornecer, esta questão nos parece achar uma solução muito proxima da verdade no que se concerne aos bovideos no periodo de crescimento, Nesta época da vida, as necessidades da materia azotada são de duas especies: º-— Às exigencias das permutas organicas, que reclamam cada dia uma certa quantidade de azoto; 2º -— O augmento do corpo, que fixa perto de 180 grammas de materia azotada por um kilogramma ganho. Quando a marcha do crescimento é feita em bôas condições, pode assegurar-se que a alimentação fornece ás pegando organicas, todo o azoto de que ella tem necessidade. As quantidads de azoto encontradas na urina nos esclarecem sobre a importancia dessas permutas. Pelo exposto no quadro vê-se que durante um periodo de 231 dias, os individuos marcados N. O. e Q. ganharam, em média, 877 grammas por dia, o que é bastante satisfactorio. Durante esse tempo, o azoto urinario equivalia para cada um delles, respectivamente, a 57 grammas 8,61 grammas 5 e 61 grammas de proteina, por 100 kilos de seu peso. | As duas experiencias T e U, foram feitas sobre animaes de edade mais avançada ; em detrimento de 707 grammas, o azoto urinario correspondia sómente a 56 grammas 2 e 55 grammas 2 de proteina por 100-kilos. As precauções, que tomamos para toda a perda possivel de azoto, foram amplamente suficientes, visto que as amostras foram conser- vadas por mais de um anno ao abrigo de qualquer alteração. é Ci id REVISTA DK VETERINARIA E ZOOTRCHNIA 303 a, a S1 fosse este o unico exemplo, teriamos hesitado em assignalar “os algarismos da experiencia M, feita em 1902, no fim das nossas pesquizas e onde as permutas organicas se limitaram a 42 grammas 6 de albumina, com um ganho de 1.026 grammas por dia. | A experiencia T, de 1909, comprehende um periodo de 63 dias, na qual o augmento diario elevou-se a 936 gramimas ainda que as permutas não absorvessem senão 33 gramimas 1 de albumina, por 100 kilos. Em outra experiencia, feita em 1912, vimos que essas permutas não consumiam senão 37 grammas 2 de proteina, ganhando o animal 889 grammas por dia. Dessas experiencias, parece-nos resultar que, introduzindo nas rações 60: grammas de proteina digestivel, por 100 kilos do corpo, em vista das necessidades de suas permutas organicas, ter-se-hia exce- dido da importancia dessas necessidades. Addiccionando-se 180 gramimas de proteina digestivel, temos fornecido os elementos de um crescimento de 1.000 grammas, o que é raramente attingido. Para poder estabelecer agora as rações nas quaes a proteina digestivel se acha em proporção conveniente, torna-se necessario conhecer a importancia das necessidades alimentícias e a proporção na qual a proteina bruta é digerida. Sobre o primeiro ponto, as normas de Kellner não nos apresentam um guia exacto, pelo menos durante o periodo de crescimento. Elle guiou-se comparando os seus algarismos com os nossos resultados experimentaes. | EECMENTOS NUTRITIVO S-DIGEST IV EIS 8 Peso dos animaes necessarios segundo Kellener consumido na nossas experienciass Crescimento, 150 kgs. 2 kgs. 154 0/º 1H oa AD E Sia ns: 250º» 1 oba aio 1295 1563 448 S61 ») 350.» 1 95p. 622 DEM LDO SG 69 lb Estabelecidos estes factos, facil se torna calcular as relações nutritivas que convém aos animaes em crescimento, tomando como objectivo um ganho diario de um kilogramma, 304 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA R COMMEÉRCIO ATI RS RE RR RT o e TAROUCO UND O A importancia de sua ração não teve outra regra senão o seu appetite, visto que cada um consumiu feno à sua vontade. Nenhum mostrou-se capaz de absorver rações muito copiosas, como as que foram prescriptas por Kellner. Essas averiguações nos autorizam, estamos certos, a levar em conta os nossos proprios resultados, como os mais proximos da verdade. No que se refere à digestibilidade do azoto e comquanto não tivessemos recorrido senão a cerca de 20 alimentos durante os 1.446 dias em que estabelecemos o balanço nutritivo, não pomos duvida em assignalar, em cada um desses alimentos, um coefficiente fixo de diges- tibilidade azotada. Ao que nos parece, a digestão azotada depende menos da natureza | dos alimentos que das necessidades do organismo, necessidades essas que variam conforme as diversas condições de vida. Segundo os nossos balanços, constatamos que os animaes em experiencia digeriram; o azoto dos seus alimentos, nas seguintes proporções : TRA Digestibilidade Peso dos animaes segundo Kellner Proporção digerida coa. 100 ilosrammas ne 70 O SS 96:84 “8 IOI) a, T5O AE e o q 66.59 º|º 8315 10008 ERia 200 Cd dire co bs aac do Gr RD : SOS Seis 76.688 88 2a 2io a NeiS a oo Ep 48.54 º|º 72 SAR Sit é 00) ” + Penta. Zeo MS 72.35 IN 400 HD eyes a a asia: En aABógi 8 66 :081ºE A diminuição no poder de digerir o azoto, que se accentúa com a edade, explica-se por si propria. Quanto mais joven é o animal e maior a sua força de crescimento, é elle obrigado a extrahir uma quantidade de azoto mais importante de uma somma de nutrição bem inferior a que elle absorverá em seguida. A natureza não Oo deixou desarmado em face desta necessidade. Ella lhe deu, então uma aptidão especial para digerir o azoto, que não mantém mais, desde que esta deixe de lhe ser indispensavel. REVISTA DK VETERINÁRIA E ZOOTECHNIA 305 aa a a, Todos os nossos animaes de experiencia realizaram ganhos superiores a esses, em vista dos quaes as normas de Kellner foram “estabelecidas. Peso dos animaes........ | 175 KGS. 225 KGS. 275 KGS. 400 KGS. RUPeTTiCIO usinas srs enero o AS INES O] 3 Mts. 58 4 Mts. 09 5 Mts. 25 ISIS CISÃO) Não | Não Não Não Azotado Edo Azotado atado Azotado E otao Azotado Solado Materiaes do crescimento grs... 180 Igo 180 Igo 180 I90 180 190 Trabalho de crescimento........|........ SAS eta cretrteças» TRAS DR ria do T:975) proa an 2.000 Manutenção a razão de 60 grs. de proteina por 100 kilos e sobretudo em elementos não ETZO LA OST eos 5 é oboto SER ER I05.| 1.400 || 135 1.655 165 1.880 240 2.385 285 | 2.465 315 | 2.970 345 | 3.445 420 | 4.575 DIgestibilidade da proteina %...| 50.55 |........ ASPIRE AO nao qr 34.87 Quantidade de proteina bruta MECESSAMEL oo novos cds bda dan ode 564 649 785 1.205 Relação nutritiva.» csiiscoscoos Ia4.37 Iaa4.58 I aa4.39 Ia 3.80 Estabelecemos o augmento diario de um kilogramma, para o animal de 400 kilos como para o de 175; ora, é natural que, com a edade, as necessidades do azoto diminuam. O nosso ultimo exemplo devia comportar mais que o necessario. De um modo geral e depois da desmama, uma ração, que com- prehende um de proteina bruta contra quatro de extractos não azotados, assegura completamente as necessidades do azoto no fim do crescimento. Todos nós somos levados a crer que as necessidades do renova- mento dos tecidos do corpo não são proporcionalmente mais elevados “na edade adulta dó que na juventude e que não é preciso senão R. V. 39 306 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO pequena quantidade de azoto; todavia, os nossos estudos ainda não se estenderam aos adultos. Há Dahi se conclue que é perigoso emittir-se hypotheses para tomar a responsabilidade de uma conclusão qualquer referentes aos animaes adultos. A producção do leite absorve muito azoto; não ha duvida que a ração da vacca leiteira deve ser bastante nutritiva. Sobre este ponto, a questão de individualidade prima sobre todas as outras. A theoria não dará senão indicações vagas; a experiencia, ao contrario, deve decidir soberanamente. A vacca, sendo copiosamente nutrida, produz muito leite ? A addi- ção, aos seus alimentos, de um kilogramma de tortas super-azotadas, taes como as de amendoim ou as de algodão da America, permittirá levar-se em conta quasi immediatamente si o animal é mão leiteiro, e então a situação fica sem remedio; si o animal deixa de produzir leite, não é consequencia de uma nutrição insufficientemente provida. de azoto. | € | | A differença entre a producção dos dias precedentes e a quantidade de leite que se recolherá uma semana, depois de ter-se começado o emprego das tortas, distinguira, dentre as outras, os animaes que reclamam uma nutrição mais azotada. Quando essa differença fôr grande, será conveniente considerar a dóse de tortas em dois kilo- grammas e medir o leite uma segunda vez no fim de uma semana, pelo que poder-se-ha ver si um novo augmento da producção paga suficientemente a despesa. O periodo de lactação se prolonga tão differentemente de um animal a outro, que sómente a observação poderá indicar ao criador o momento em que o emprego das tortas deixará de ser benefico e, consequentemente, deverá ser extincto. Verifica-se que a excepção das vaccas leiteiras, depois da primeira edade, as necessidades das materias azotadas não são importantes. Resta examinar si uma ração rica em azoto se mostra mais vantajosa que uma outra em que a quantidade de azoto é menor. Revendo-se o quadro e as 14 experiencias EF a S, que compre; hendem um conjuncto de 934 dias, vemos que, nos oito casos em que REVISTA DE VE'ITERINARIA E ZOOTECHNIA 307 RR NS O RS NTE IMIM SD o augmento passou de 800 grammas (898 em média), o azoto re) eitado na urina não correspondia senão a 23 grammas 85 por 100 kilos do peso do corpo, ainda que as seis outras, onde o augmento foi reduzido a 656 grammas, a proporção de azoto urinario elevou-se a 33 gram- mas 64. Segundo esses resultados, vê-se pois, claramente, que não ha nenhum interesse em prodigalisar o azoto. (Continía) | André Gouin P. Andouard 308 MINISTERIO DA AGRICULIURA, INDUSTRIA E COMMERCÍIO 10902 a a a VISITA AO HARAS PAULISTA Uma galopada ao sairmos das ultimas casas da cidade leva-nos a um planalto de onde a vista abrange em todas as direcções um horizonte de seis a sete leguas. Oriento-me. Atrás de nós, isto é, ao oéste, a linda cidade de Pindamonhangaba, dividida em duas partes: a parte alta, no planalto onde corre a linha da Estrada de Ferro de S. Paulo, e a parte construida em amphir theatro na declividade que vai chegar ao valle do rio Parahyba. Deante de nós, montanhas de uma altitude chegando a mil e mil e quinhentos metros. E”, ao sul e sudoeste, a Serra do Mar, ao nordéste a Serra da Mantiqueira. O Parahyba corre aos pés desta. Lembra o conjunto da paizagem certos cantos das regiões francezas do Jura. Para me fazer achar a semelhança mais empolgante, a viração que me toca no rosto está, neste quente dia de verão, fresca e viva, tal como o ar da montanha, factor de saude, estimulante de energia. A sensação é deliciosa. Com o ar e o sol, o logar contem um terceiro elemento de vida, a agua. Reparo logo sua presença em abundancia: ribeirões que serpeiam nas baixadas, nascentes que brotam em varios pontos. Eis ahi a reunião de excellentes condições climatericas e de vida, e pode-se dizer que foi isto o primeiro merito do fundador e director do Haras Paulista, o Sr. Conde R. de Grenaud, o ter sabido escolher, de modo tão feliz este local. Mas devia a minha visita, conforme o esperava, reservar-me muitos outros assumptos de admiração. Antes de começar a descripção da obra, resumirei o seu valor, dizendo que, perfeitamente concebida, assentada sobre bases certas e solidas, foi ella notavelmente bem executada. “Tem-se a impressão immediata disso mal transpondo a porta da entrada. Revela-se o reino do asseio, da ordem, e da disciplina, por mil indícios: excellente conservação dos predios, das estradas, e apresentação incensuravel do pessoal encontrado. A convite do meu hospede, encaminho-me em primeiro logar para os aposentos reaes, quero dizer, para o palacio dos garanhões, reis deste dominio, a “clé de voute” do edificio. e % REVISTA DE VETERINARIA E ZOOTECHNIA 309 LNLS RLL LNLS SL SNS SSL SSL SS SSL di di a Sd Tendo o Estado de S. Paulo tomado, em Julho de 1911, a importante decisão, que sempre lhe será e cada anno mais um título gloria, de crear o Haras Paulista, escolheu o Conde R. de Grenaud para a realisação desta obra, em virtude de suas eminentes qualidades de homem entendido em cousas hippicas, comprovadas na sua antiga profissão de official da cavallaria franceza. Elle então traçou e fez adoptar o seu plano para produzir e criar o cavallo de guerra, pura- mente nacional. - Lembro-o em duas palavras. A egua indigena, bem escolhida, é a base, o primeiro factor; o outro factor é o garanhão de raça importado. São 'estes garanhões, até esta data, em numero de seis no Haras Paulista: um puro sangue arabe, dois anglo-arabes, um anglo-bretão, um Norfolk-bretão e um bretão de Corlay. Sendo reconhecido que o cavallo brasileiro, actual. descendente dos cavallos trazidos à America do Sul pelos seus descobridores e primeiros exploradores, vai para quatro seculos, tem uma estirpe arabe, seu cruzamento com o arabe e o anglo-arabe é evidentemente o processo bem indicado para conseguir o rejuvenescimento do sangue que corre nas suas veias e encaminhal-o para o typo a fixar, o qual não deve e não póde ser senão o anglo-arabe brasileiro. Pergunto ao meu amigo de Grenaud para que esses bretões. “Hei de produzir, responde-me elle, o cavallo de guerra. Ora, tem este dois destinos: o serviço de cavalaria e o de artilharia. E” para este que julgo o garanhão bretão apto a dar resultados imme- diatos. E” interessante demonstral-o. Neste caso, as eguas, que devem ser cobertas pelo bretão, fazem o objecto de uma escolha muito delicada; o numero, aliás) não póde ser senão muito reduzido por emquanto. Accrescentarei que é apenas um ensaio, de modo algum podendo infirmar o principio, fóra de discussão, de que é o sangue arabe o primeiro a infundir aqui.” Passo a examinar os garanhões. Todos reunem as qualidades essenciaes de bons reproductores, fundadores de famílias e de raças: proporções harmoniosas, linhas regulares, membros solidos, aprumo bem estabelecido. Cada um delles chama depois a attenção pelas suas qualidades proprias. Meus olhos, habituados mais ao typo de cavallo da cavallaria ligeira, pairam com maior prazer deante de Va Vite, anglo-arabe Go º|º, por Prisme e Va Longtemps. Illustre origem: Prisme é um dos reproductores mais celebres e mais perfeitos de fórmas no sul da França. Seu filho é encantador, com um peito e aprumos deanteiros admiraveis, 310 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO PEOPLE DADE SGD DELE GDGO RTP PL DEP LPURDELERUSRER 0etR O outro anglo-arabe, Itaxassou, por Fils de VAir e Saida, é antes notavel na linha do dorso, a cernelha e a garupa. O garanhão arabe, Abdul-Hamid, por Bagdalim, ex-Bagdad, e Miline, é admiravelmente atavico, com a bella cabeça expressiva, caracteristica de sua raça, proporções harmoniosas, que fazem não se de pela exiguidade relativa de sua altura, 1m,48. Inca, o Norfolk-bretão e Imbroglio, o trotador bretão de Corlay,: sao bonitos modelos da especie, mas o anglo-bretão Guezebet retem mais minha attenção pelo “brilhante” lextraordinario que possuk. Foi vencedor de corridas de steeple-chase. | Faz incontestavelmente este pequeno lote de cavallos, que se vai tornar, por uma parte, origem da grande familia cavallar brasileira, o mais legitimo elogio a quem o escolheu. Por isso, vê-se que tal missão não póde ser confiada senão ao homem experimentado e conhecedor do cavallo desde a infancia, desde sempre, quasi de imstincto. À sciencia assimilada pelo estudo theorico, como a golpe de martello, nunca fará adquirir a exactidão de vista dada pela natureza. A. casa. idos garanhões é digna delles E) deveras) el isto cs comprehende, o: predio mais luxuoso do Haras. Não se manifesta, todavia, este luxo por decorações e adornamentos. Achamos só o confortavel, bem entendido, conforme as regras de hygiene: altura de 12 metros, bôa largura, que permitte a bôa circulação do ar, boxes espaçosos, em numero de 20, com agua corrente. Póde esta cavalla- riça ser considerada como modelo no genero. Ao pé, uma construcção muito simples de fórma circular, genero paiol, é empregada ao mesmo tempo como picadeiro, onde se faz trabalho á guia comprida, e como logar para montada. A notar O engenhoso dispositivo em corredor destingdo à montada das eguas recalcitrantes. | A cavallariça dos garanhões occupa a parte mais alta do planalto. Estamos muito bem collocados para tomar uma idéa de conjunto da propriedade. | Varios predios apresentam-se à minha visita: um armazem de ferragens, a casa de morada do sub-director do Haras, a do chefe das cavallariças, o Sr. Travaux, antigo ferrador premiado na escola de cavallaria franceza de Saumur, e que pertenceu ao serviço do Haras de Madagascar; a enfermaria dos cavallos; a cavallariça das eguas. Voltarei a esta. Apresenta o terreno um aspecto suavemente ondulado, com duas ou tres depressões um pouco mais accentuadas. E”, em geral, descoberto e alguns arvoredos e um pequeno bosque fazem variada a paizagem. | E. A RRVISTA DE VETRRINARIA E ZOOTECHNIA é Seb! Pa aà ÇÃO ÇÃO aà ÃO ÃO Và a aà Sa a AR AO a HIAA . . , “ o da “4 . . Jem all as eguas e filhos à sua disposição um magnifico domínio “de cerca de 350' hectares. Viejo-os brincando, reunidos em grupos “ou isolados, formando na relva verde figuras moventes. Que encanto neste espectaculo para a alma do verdadeiro “apaixonado pelo cavallo. Basta-me, para percebel-o, o olhar de Gre- “naud. Elle vive intimamente com seus educandos. Todos os movi- mentos e posições delles contêm uma significação para elle. Escusado “é dizer que conhece os nomes de todos os pais, a idade e todas as “particularidades da existencia. Chegamos até os grupos, que foram aggregados de proposito em um cercado, afim de me tornar facil o exame. '* Tenho então o prazer de bem comprehender o modo porque a “obra encetada foi realizada até este momento le os resultados a “esperar para o futuro. Estou em presença do segundo elemento de base, as eguas indigenas e dos primeiros productos resultantes do “cruzamento com os garanhões importados. Foi no Estado de S. Paulo sómente que o Conde R. de Grenaud procurou e achou estas eguas, que sobem ao numero de 84. A. primeira impressão, ao velas, é de extrema surpresa. Pergunta-se a si mesmo como pôde ser arranjado um tão consideravel lote de animaes desse feitio. As amostras por mim encontradas, até então, de cavallos aborigenes, muito longe me deixaram de prever semelhante qualidade. Apresenta, pois, o cavallo indigena, habitualmente encontrado, aprumos e um dorso defeituoso, rins mal ligados; além de que possue altura muito diminuta. 7 Apezar disso, deve ser a fórma, a matriz de onde ha de sair a raça cavallar brasileira. Por que ? Porque, tal como é, apresenta qualidades de rusticidade e de resistencia que o fazem sem rival para as grandes jornadas na roça, mesmo sob um grande peso, porque este ser definhado conserva em um canto do organismo uma parcellinha da herança deixada pelos antepassados; porque, embora empobrecido pelos padecimentos. e condições de bem estar insufhicientes, o sangue que lhe corre nas veias é o da mais nobre raça cavallar do orbe, a raca arabe. O cavallo typo brasileiro deve sair do cavallo indigena actual; será apenas, falando verdade, uma transformação deste. 312 MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO LL SS aà a LL a a a Minha admiração, ao examinar o lote de eguas paulistas do Haras, veio de constatar quanto attenuados estavam os defeitos acima assignalados. Deixam ver todas de um modo mars ou menos sensivel, as qualidades capitaes exigidas da egua de cria: bom dorso e garupa, aprumos regulares, largura da bacia suficiente. A altura é tambem razoavel, de uma média de 1m,46. Na descoberta e na escolha de tal lote manifestaram-se de maneira absolutamente excepcional a competencia e o golpe de vista do Conde R. de Grenaud. E”, para os criadores particulares, a occasião de virem procurar no Haras Paulista um ensino que lhes ha de ser muito aproveitavel. Representam estas eguas, mais ou menos, O modelo que devem ter empenho em seleccionar. Reparem por isso, que o criador não deve deixar-se enganar por qualidades de brilhante muitas vezes ficticias, mas sim procurar as qualidaes solidas, primordiaes de estructura. Não apparece a sciencia hippica do director do Haras Paulista de modo menos ruidoso, quando se trata da apropriação de uns com os outros dos elementos reproductores de que dispunha. Ainda aqui, a tarefa era delicada. Apanhar os pontos de semelhança na estructura, as correntes de harmonia no conjuncto do organismo, que designam mais especialmente uma egua para a monta de tal garanhão, acha-se ao alcance só de quem conhece a fundo sua profissão de criador e, já o disse, menos por tel-a estudado em tratados de zootechnia do que por possuil-a em virtude de uma disposição particular dada pela natureza à feição de instincto. Traduz-se essa excellencia da escolha que tem determinado os cruzamentos pelos productos que tenho deante dos olhos. São perfeita- mente conformados, accusando geralmente bem a raça do pai. Os filhos de Guezebet e Va Vite, particularmente, se reconhecem facilmente. Mostra-me de Grenaud um poldro de oito a nove mezes pelo qual lhe foi feita uma proposta de compra pela importancia de Soosooo. O Haras Paulista dará de pressa, sendo assim e embora não sejam aquelles que delle se esperam logo, resultados materiaes Interessantes. O numero dos productos nascidos no Haras é, até esta data, de 67. Neste numero 25 procedem de eguas alheias ao estabelecimento e 42 de eguas pertencentes a elle, e 25 têm mais de um anno de idade. O numero de eguas montadas tinha sido de 65 e o nascimento 46; morreram quatro poldros. Isso dá, na somma para os productos Vivos, uma porcentagem de 74,19 º|º. REVISTA DR VETERINARIA E ZOOTRCHNIA 313 LNLS SA ASAS RSA RAL A A AAA AAA AAA SA ASSIS SAAE O a q O regimen a que estão submettidas as eguas e seus productos é mixto, o de pabulação e estabulação. Permitte isto evitar as intem- pertes das estações, ao mesmo tempo que gozam das vantagens da . criação em plena liberdade de ar e de vida, que lhes offerece a área consideravel dos pastos. No que se refere a qualidade destes, não é uniforme. O fim almejado é um melhoramento geral pela plantação do capim Jaraguá, superior, segundo a opinião de Grenaud, a qualquer herva para alimentação do cavallo. Elle fornece um feno perfumado, que este come avidamente e representa, verde ou secco, um alimento essencial- mente reconstituinte. A grama de Pernambuco constitue tambem wúma excellente forragem, e parte do terreno é reservada à sua plantação. A respeito do capim gordura, tão apreciado para a criação da raça bovina e que compõe, por emquanto, a maior parte das pastagens do Haras Paulista, não é para ser regeitado, mas sua principal propriedade é nutrir os tecidos adiposos e, portanto, torna-se, sobretudo, util quando se trata de augmentar o peso dos animaes de engorda. Não é exctamente o caso, quando se fala da criação do ca- vallo, ao qual é preciso, antes de tudo, dar ossos, musculos e vigor. Aºs eguas está attribuido um supplemento de alimentação de tres kilos de milho por dia. Falei em regimen mixto. As eguas e filhos não ficam durante a noite nos pastos. Recolhem-se a uma vasta cavallarica, cuja construcção estava para ser acabada na época de minha visita e a respeito da qual não deixei de tecer os mais vivos encomios ao meu amigo de Grenaud. Soube alliar o confortavel à simplicidade, até à rusticidade, e, quando me foi dado conhecer a pequenez dos recursos de que dispunha para executar o plano, não lhe escondi minha admiração pelo seu espirito pratico. Sei outrosim, que alta approvação official lhe foi dada a respeito disso. Está disposta a cavallariça das reproductoras em fórma quadrada, comprehendendo boxes de cinco metros sobre quatro. Bonita, espaçosa, limpa e arejada. Cada animal habitua-se a se recolher à sua casa, onde o espera a ração de milho. Allj, sobretudo, familiariza-se o poldro com a presença do homem e assim é o principio da domesticidade e do adestramento. De facto, apparecem-me todos os poldros pouco bravios e doceis, RV, 40 314 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO a a a NANA a A a A a A A AAA AA SS LS SS Sa as De dd da dá Ao Haras, propriamente dito, está ligada uma secção agricola. K” seu complemento obrigatorio, devendo o Haras retirar della todos os seus recursos alimentícios. Julguem, por isso, qual sua importancia no ponto de vista economico. Póde mesmo acontecer . que o estabelecimento agricola se torne ponto de rendas para a empresa. O sólo da propriedade, cuja superficie regula por cerca de 1.700 hectares, é de qualidade geralmente mediocre, silico-argillosa, e mesmo em certos pontos, francamente argillo-silicoso, pouco rico em phosphatos. | | E*, diremos, um sólo regular. Sua pouca accidentação torna-o muito accessivel às machinas agricolas. O chefe da secção agricola, o Sr. Eduardo Maldonado, espirito culto, tão entendido agricultor, quão amavel cavalheiro, já conseguio aproveitar essa terra de uma fórma muito “interessante. A lavoura de milho, alfafa, arroz, canna de assucar, está tomando uma extensão cada anno mais consideravel, nos logares mais convenientes a cada uma. ; A mais importante, pela qualidade do consumo, a do milho, já oceupa este anno uma área de 74 hectares. Previrá largamente a colheita às necessidades, que não importam em menos de 9.000 litros por mez. Este grão, sabe-se, está sendo usado aqui em substituição à aveia, a qual não póde ser considerada inferior sob o ponto de vista das qualidades nutritivas & reconstituintes. O arroz é cultivado, ainda em uma pequena escala, nas partes baixas, pequenos valles bem irrigados. Constituiria tambem um substituto da aveia, assim como isto se pratica no Extremo Oriente, onde, não descascado, toma o nome de paddy. 'Podavia, excessiva- mente rico em principios nutritivos, torna-se, por isso mesmo, muito quente e excitante e não convem dal-os aos poldros senão misturado com o milho, sendo este em maior quantidade. Merece a alfafa uma menção especial, como alimento. Sua riqueza excepcional em proteina fal-a 'indispensavel ao crescimento dos novos poldros. O ensaio de quatro hectares desta cultura, que eu vi, promette bons resultados. A canna de assucar convem, sobretudo, aos animaes de Serviço, especialmente aos muares, como fortificante e estimulante de energia. Não permittiriam as excellentes condições atmosphericas que salientei a cultura da aveia ? O Conde R. de Grenaud está estudando a questão. Seria para desejar que a producção na propriedade satisfizesse por si Só as Suas necessidades. REVISTA DE VETRRINARIA EK ZOOTECHNIA 315 dd Falando verdade, seria a aveia, que é necessaria à alimentação dos garanhões, o unico producto a faltar, pois todos os outros, como acabamos de ver, alli se acham. A reforma dos pastos de que já falei, plantação de capim Jaraguá, capim gordura, e grama de Pernambuco, tambem faz parte, lembro-o apenas da obra consideravel, já executada pelo Sr. Eduardo Maldonado. pa * Chego ao fim de minha visita. Foi de certo, muito rapida e escaparam-me muitos detalhes interessantes; mas, foi bastante para dar uma idéa nitida do modo como a obra foi posta em execução do seu alcance e dos resulados que della se podem esperar. Não são estes, diga-se logo, dos immediatos. Não obstante o exemplo que citei de um poldro que foi objecto de uma proposta de compra por um preço avultado, não deve ser o Haras Paulista julgado como empreza financeira. Por força, em consequencia da valorização dos productos que dara e ensinará a criar, elle constituirá um principio de riqueza para o Estado ao qual cabe a gloria de iniciativa de sua fundação. Mas, o fim proprio de sua criação, de ordem muito mais alta, que é dotar o Brazil de uma raça cavallar nacional, fixar por conseguinte, defini- tivamente, o typo desta raça, só será attingido depois de alguns annos. Comprehendem que em materia de criação, certo praso é neces- sario para julgar-se o valor do systema adoptado. Offerecem os productos nascidos dos primeiros cruzamentos, apenas, interesse relativo; os da segunda, terceira e seguintes gerações, deixam apparecer a estabilidade das qualidades novas, introduzidas pela infusão do sangue estrangeiro. Eis a successão das etapes que levarão aqui á creação da raça cavallar nacional: 1º — A? egua indigena se dará o garanhão de puro sangue arabe. Resultado : rejuvenescimento da raça, que é a mesma. 2º — Aos productos desses cruzamentos, apresentando signaes de regenerescencia, se dará o garanhão anglo-arabe. Resultado: fixação das qualidades adquiridas. 3º-— O puro sangue inglez, afinal, virá a partir da 3º geração, trazer sua contribuição, representada por mais volume, mais remate e tambem mais brilhante. Segundo este methodo, diga-se, não se corre o risco de mão exito. Já foi feita a experiencia com resultados concludentes. Elle é exacta- 316 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO LNLS NL LNLS SSIS SSL SS SS AS SS SA A RSA RL RSRS RA RSA SA a E, mente o seguido em França, onde, nas regiões do sul Landes, Pyrineus, Tarbes, Camargue, se havia encontrado uma raça de cavallos apresentando certa analogia como a encontrada actualmente no Brasil. Ora, no praso de menos de meio seculo, creou-se lá a raça essencialmente franceza do anglo-arabe, chamada por Gayot o puro sangue francez, cujo elogio já não é preciso fazer e de que basta dizer que em toda a parte, na Allemanha, Austria, Italia, Grecia, nos Estados Unidos, se procura creal-a. Crearemos, portanto, o anglo-arabe-brasileiro, o Puro Sangue Brasileiro, e, assim, como já tive ensejo de dizer, e como me apraz repetir, não se vê razão alguma porque este não valha o anglo-arabe francez. O Haras Paulista terá traçado a via a seguir-se para este resultado. Nisso estará a sua maior honra. E” o principal papel que tem a desempenhar, por emquanto. Deve servir como modelo para tudo o que diz respeito à criação do cavallo. Não hesitem os criadores em ir procurar alli o ensino e a experiencia de que, muitas vezes, carecem. | Uma consideração que não é despida de importancia e que merece ser posta em destaque é o da escassez dos recursos de que dispoz o Conde R. de Grenaud. Nunca passou seu orçamento annual de 150 contos de réis; foi reduzido no presente anno a 130. Hoi, realmente, mistér, para chegar aos resultados que estamos admirando, que elle juntasse à sua innegavel competencia profissional de criador uma sciencia pratica e administrativa consumada. Aos que nutrem pela “mais bella conquista do homem?” esta paixão, que nunca se apaga, aconselharei uma visita ao Haras Paulista. Aconselharei especialmente áquelles que se interessam pela orientação do cavallo no Brasil e têm tomado a peito seu futuro. Retirarão della informações e dados extremamente preciosos e a todos se proporcionará um prazer de rara essencia, realçado pelo encanto do acolhimento que lhes será feito pelo Conde R. de Grenaud. A todos se patenteará tambem o subido valor do monumento que este vem erigiindo à properidade e à gloria da Patria Brasileira. Rio de Janeiro, 20 de julho de 1914. R Conde A. Verin d"Ainvelle. E q MEM ANN ANNA AN Ar gr NaN, PN GP RGE NA ANNAN ARA ARA AP PN a AN a PME ENAP NU PN PAN AA UN PN NAN ANNAN ANS AMAM AMA ANA PNG N UA NG NU PNEU AMA AMA AMA JN AA PNI a Pa PN LRN ENA ES NEN a A a PT AE e PS a Tg TN NM PEN Na Na A o RD PN Ma o uno Lo lis, BS RUA URUGUANMANA SS CAIXA POSTAL 322 RIO DE JANHIRO Representantes da fabrica de Instrumentos e Apparelhos | de Veterinaria e Industria Animal H. HAVPTNER — Berlim CATALOGOS EM PORTUGUEZ Enviam-se gratuitamente a quem os solicitar PAS PR RUE NR SENSE SEN SN aa PN NPR PR A A PE ER ER NR 5 ES o Ns Apparelhos de Electromedicina da fabrica SANITAS, BERLIM Microscopico da fabrica WINKEL, GôórrINGEN SING NI Na Nf Nu NANA LIVRARIA DE MEDICINA VETERINARIA RSS RN Na PN A Pa ARS SEN AN EN PN EN Ns PN AA SSIS SEN ENS PN UPS a PSU DO O SENSE SEN DN PE! PA SEN DPM PN af Na EN Na PN ANA AR 4 ESTAIS PLA LATAS da TP La a Lo LT LoL LA o A EA TT LT LL Td Le A A O LA LL Ti A A LT A TA LAI LATA LA PE] PN af Su REMETTA HOJE um vale postal de doze mil réisao editor da popular re- vista brazileira CHACARAS E QUINTAES CAIXA POSTAL - 652 S. PAULO Administração RUA TAMAN- DARÉ N. 42, e receberá a revista desde hoje até Dezembro dergIa, todos os mezes em grossos fasci- culos illustrados com IIÓ paginas, e mais o soberbo cc ALMANAK AGRICOLA BRAZILEIRO 1914 Para o anno de | 1914. Remetta vale de réis... 125000 sa od oo ole * * xXx HOJE MESMO + XX 3 com 500 gravuras CO io de e 320 paginas O editor desta revistaçé proprietario do Aviario VILLA EMMA — Ovos € aves de todas as raças [1] ===2222 2 FED PP PROP DEP EPA DDR RESP Ad LT ia add EN à MOTTNB TN AMC CMEI NEN NE E PN NAN NE F. Bulcão & Comp. Successores e cessionarios de Arens & Comp. Engenheiros + Negociantes + Constructores + Importadores DE Machinas para LAVOURA e INDUSTRIA as a a a a a Sea ADO a CN ARENS NS Na Nf Na a RP SENNA Sa rel NS a 5 PN RES Na a a a a Da Sa Sa Se PSP Nu NUNCA ARARAS EN SEN EN Na EN PN NM E PINA STA! Grande srock de machinas para muitos fins, material electrico, motores, instrumentos agrarios, material para cerca metallica, arame farpado e liso, cimento universal EAGLE, correias, transmissões, moinhos de vento, bombas, trilhos, vagonetes, tubos de ferro galvanisado, etc., etc. UNICOS AGENTES E DEPOSITARIOS DE: MARSHALL SONS & €9, LTD. INGLATERRA. — Motores e caldeiras a vapor. THOMAS ROBINSON & SONS, LTD. — Machinas para serrar e appare- lhar madeira. THE NATIONAL GAS ENGINE Cº — Motores a gaz pobre. í R. WAYG0O0D & Cº — Elevadores electricos para passageiros e cargas. HICK DIESEL ENGINE Cº — Motores systema DIESEL para petroleo. PARSONS MOTOR Cº — Motores a petroleo maritimos. BLACKSTONE & Cº — Motores a kerozene. DAIRY PERFECT Cº — Machinas para desnatar leite e “fabricar man- E teiga. A. QUIRI ES Cº — Machinas frigorificas. JOHN WHITEHEAD & Cº — Machinas para fabricar telhas, tijolos, 5 tubos, etc. Ê DAVIS & PRIMROSE — Rodas hydraulicas, moendas de canna, etc. : AERMOTOR Cº — Moinhos de vento e bombas. : B. F. AVERY & SONS — Instrumentos agrarios. S. L. ALLEN & €º — Idem, idem. E MUITOS OUTROS FABRICANTES EUROPEUS E AMBRICANOS E AO RIO DE JANEIRO Avenida Rio Branco n. 20 — Casa Matriz, Rua Municipal n. 6 Filial, S. PAULO — Rua Alvares Penteado n. 24 PSP ANA NS PNG NGP Nf UP NA NANA ANS RadPas OFFICINA MECANICA JUNDIAHY — Estado de S. Paulo AGENCIAS Belio Horizonte e Campos CPP PITA LA PRP] I2—II I3 DEBADDADE LABS P SP PEIES PPP PP apra | TEL da da da da Jo dao La ia La LOLA LA TI PA A AAA AAA AD PT PL PLS PLA PLA LATA PAP Ta Ta LAPTOP Pa 1 a a a Do Lao Lg La E Le Elma ct La LoL da Td TA a o REVISTA DE VETHRINARIA E ZOOPECHNIA 347 DD di e cd dd O O q o a OD O A O A a SD e | À ESCOLHA DO GADO LEITEIRO Um fazendeiro caprichoso deve ter grande cuidado na escolha das suas vaccas para apurar um gado de qualirtade leiteira, pois tanto custa o sustento de uma vacca de má qualidade como o de uma bôa, dando esta, porém, um resultado que compensa o trabalho e a despeza com o trato que se lhe der: O primeiro cuidado deve ser em relação ao clima e as parti- cularidades do terreno da fazenda, para então escolher-se a raça de gado que esteja apropriada a taes condições. Assim, se o terreno tór montanhoso, convém um gado rustico, como o Schwiz, Simental, Escossez e outros, gado robusto, de pouco peso e acostumado às montanhas ; entretanto se o terreno fôr de' planície, convém um gado acostumado as vargens, comb Hollandez, Jersey, Devon, Shorthorn e outros. | ao e O A questão do clima é importante; pois sendo o nosso muito va- riado, não é conveniente trazer-se uma vacca de zona fria para uma zona quente, ou vice-versa. Uma vacca que faz esta mudança de clima levará muito tempo a se acostumar com as novas condições, fica magra, em geral, e diminue muito a sua producção de leite. Resolvido quaes as raças de gado que se adaptam melhor às particularidades de sua fazenda, o criador deve procurar entre estas raças qual a mais apropriada à sua industria. Tendo em vista a exportação do leite, convém um gado que o produza em quantidade; o gado Hollandez, por exemplo, que já está muito introduzido no nosso paiz, devido as suas propriedades leiteiras, preenche bem esse fm, ou o gado Shorthorn, que tambem produz muito leite. Mas, se o leite deve ser empregado na industria de lacticinios, a sua qualidade é de muito mais importancia que a quantidade, pois um litro de leite de uma vacca Jersey ou Guernsey póde conter mais manteiga que um litro e meio ou até dois litros de uma vacca Hol- landeza ou Ayreshire. O leite muito rico em gordura não convém ao exportador, pois este viajado, chega muitas vezes ao mercado alterado; convém, pois, ao fabricante de manteiga ou de queijo, escolher uma raça de gado que produza leite rico em gordura, e ao mesmo tempo abundante. Nestes ultimos annos a raça Jersey tem sido muito aperfeiçoada nos Estados Unidos da America do Norte, e existem agora vaccas dessa raça que dão leite em grande quantidade, e bastante rico em gordura. As raças Schwiz e Simental da Suissa dão leite de muito 318 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO “= LL as bôa qualidade e: abundante. A raça Shorthorn, muito apreciada na Inglaterra, produz tambem bastante leite de bôa qualidade, tendo ainda a vantagem de ser um gado pesado, servindo assim não só para a producção de leite como tambem para o córte. O leite das vaccas da raça Devon é tambem muito rico, com elle é que se fabrica o afamado “Crême de Devonshire” Determinadas as raças de gado para sua fazenda, terá o criador de seleccionar as vaccas dessas raças, trabaibo esse de grande cmidado, tendo em vista as muitas particularidades individuaes, que têm as vaccas de uma mesma raça. O comprador de uma vacca deve em primeiro logar collocar-se ao lado das ancas do animal. Nesta posição elle deve observar o ubere e ver se este é alongado para frente, bem desenvolvido, tanto em altura como em largura, e tambem se tem uma saliencia bem pronun- ciada além dos quartos trazeiros; em segundo logar deve observar as têtas, que devem ser bem desenvolvidas e bastante separadas umas das outras; em terceiro logar, collocando-se então atraz do animal, observará a parte posterior deste, que a partir do encovador até a extremidade do ubere deve ser coberta de pello que seja em sentido opposto ao pello que cobre o resto do animal, formando um lasango, ou escudo; quanto mais alto e mais largo fôr este, melhor será a qualidade da vacca leiteira: os quartos trazeiros devem ser bem sepa- rados na parte superior, a espinha dorsal deve ser direita, não curva, e a veia do leite deve ser bastante desenvolvida e visivel; as ancas devem ser bem largas, devendo o corpo do animal ter mais largura nos membros posteriores do que na frente. O gado sendo escolhido e comprado, compete ao criador estudar as qualidades das suas vaccas individualmente. Para este fim é necessario ter uma balança pequena propria para pesar leite. O tirador de leite, depois da ordenha, despeja-o na balança, e toma nota do seu peso antes de mistural-o com outros leites. Em vez de balança, póde-se usar um balde graduado, proprio para medir leite, que dará o resultado em litros em vez de kilos, porém é muito preferivel e mais exacta a balança. O peso do leite de cada vacca deve ser escripturado em um livro, traçado, conforme o modelo annexo. Esse modelo indica a quantidade de leite que dá cada vacca por dia, ou se a vacca é ordenhada duas vezes por dia, a quantidade que ella dá de cada vez. No fimi da semana a folha é apurada, extrahindo do total a média do leite que a vacca produz por dia. Na columna das observações póde-se assentar quando a vacca deixou de dar leite, quando esteve com o touro, e outras notas de interesse. REVISTA DE VETREINARIA E ZOOTRCHNTA 319 DA a a ça A A a aà a a ça ÇÃO a A AA A AO AO AA Por este meio o criador póde verificar a quantidade de leite produzido por cada vacca no anno, e o tempo que dura o seu periodo de lactação. No caso de ser o leite empregado na fabricação de manteiga, é necessario examinal-o para ver a sua qualidade. Este exame de leite é feito com facilidade e rapidez com um apparelho chamado o butyrometro”. O mais simples é o butyrometro do dr. Gerber. | | | À maneira de proceder é a seguinte: O butyrometro é um tubo de vidro, mais largo num terço do seu comprimento e bem estreito nos outros dois terços, tendo na parte estreita graduações de o a 90, e tendo uma entrada na parte larga; neste butyrometro collocam-se dez centimetros cubicos do leite, tendo-se cuidado de mistural-o bem. Isto é feito com uma pipeta de 11 centimetros cubicos, pois calcula-se que um centimetro cubico de leite fica collado nas paredes da pipeta. Ajunta-se então ao leite no butyrometro dez centimetros cubicos “de acido sulphurico, que deve ter uma densidade de 1.820, e em seguida um centimetro cubico de alcool amylico, com uma densidade de 0.815; o apparelho traz as pipetas necessarias para fazer estas edidas. Fecha-se depois o butyrometro com uma rolha de borracha, e agita-se bem o liquido até que toda a caseina fique desmanchada e o liquido tome uma côr uniforme. A acção chimica desenvolve bastante calor. Colloca-se depois o butyrometro no centrifugador com os outros butyrometros que estão sendo usados, pondo-os com as rolhas do lado “de fóra; toca-se a machina durante tres ou quatro minutos; reti- “ram-se, depois os butyrometros, segurando-se-os com a rolha para baixo, e averta-se a rolha até que a superficie do liquido toque na “marca “O” nas graduações no vidro, podendo então verificar exacta- mente até que ponto chega a camada de gordura, e lê-se na escala “graduada; este grão indica a percentagem de gordura que contém o leite. ) Caso a gordura não se separe bem do liquido, será necessario Eiiocar o butyrometro de novo no centrifugador e tocar durante “mais um ou dois minutos. * Seo numero de ensaios fôr grande, será necessario pôr os buty- “rometros em banho-Maria a uma temperatura de 70ºC., antes de “collocal-os no centrifugador, para evitar o resfriamento do liquido. Este exame do leite é muito simples e muito exacto, e o tempo ue occupa é insignificante. 320 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO LNLNLNLSLNLLLRLL SSL LL LL SSL SSL LS SS RSS SS SRS SNS SS SSI A gm, Para obter um resultado exacto é necessario misturar bem todo leite tirado de uma vacca, pois o primeiro leite tirado é muito] fraco, sendo o ultimo leite muito rico em gordura. E Antigamente fazia-se uso do crêmometro no exame do leite.| Este apparelho consiste em um simples tubo de vidro graduado, onde liquido é depositado durante 24 horas para deixar subir a natal O resultado obtido é a percentagem de nata de leite, porém não muito! exacto, e este resultado não tem grande valor, visto que a percen-| tagem de nata não tem relação nenhuma com a percentagem de gordura. O crémometro, portanto, é muito pouco pao e E não! e muito usado. Enio | | o | | O fazendeiro por estes meios conhece a vacca que lhe estã dando mais lucro, e a vacca que não convém conservar. E assim póde tratar de sellecionar o seu gado, vendendo toda vacca que pelo, exame veri-, ficar, não preencher as condições necessarias para a prosperidade do) ramo: de industria que tiver escolhido. William Frederick Cheston. 321 ÃO AU aa AA a a a a a a a 4 | - REVISTA DE YETRRINARIA E ZOOTECHNIA “Ur d | cure | uid | cure | cura | ue | cura | me | cura | cure |curcd | uretra | Ure E S SoJI SoTIM : E SIDÍCAIISTO A TES | Ed E PR SST TAS RR O SD na DO REA = = BISPA Pp 9WON - Bipam [eoj, SOjTH SOR SORA SOTTA BOTE Sof SOTIZL < x opeqgeç EAIS;-BJXOG earoy-ejuim) earoj-egrent) EIRJ-BÍXOT BIaj-epungaç osuuo (| | g > má GI Pp eeeeoooDpooud DPS Dunas nu oprenposd 2229) Op DUO CHOLERA DAS GALLINHAS Até bem pouco tempo, era crença geral que as epizootias reinantes, | que difficultavam a creação de aves no Rio de Janeiro, eram a diphteria | aviaria, a peste aviaria e a espiroquetose, sendo esta ultima esplanada | pelo Dr. Parreiras Horta, em artigo publicado em um dos numeros | desta revista, em I9IZ. Hoje já se póde dizer, com segurança, que tambem o cholera das | gallinhas vae se alastrando por toda a parte e vae sendo responsavel | ela grande mortandade de aves, aqui. I 8 ; Assim podemos afirmar porque tivemos a felicidade de isolar | o germen, em uma gallinha, morta de pouco tempo, pertencente ao | Dr. Bernardo Teixeira de Carvalho, collega e companheiro de repar- | tição. casa, à rua das Laranjeiras, começaram a morrer algumas gallinhas, vindas da rua Gonzaga Bastos e nas quaes foram verificados o mesmo. germen. para explicar uma invasão de espiroquetose. Parece, assim, que a terriyel epizootial vae com tendenciadl a espalhar-se, precisando uma medida efficaz, afim de difficultar a sãa marcha nociva. | O cholera das gallinhas, à colera der polh, cholera des poules, pasteurellose des poules, pasteurellosis avium, Gefiugelcholera, Gejli- geltyphoid, Hluhnercholera, Chickencholera, Fowelcholera, é uma mos lestia conhecida desde muito tempo e existe em quasi todos os paizes da Europa, na America do Norte, principalmente na California, e no Sul da Africa e no Chile, etc., e que se caracteriza por febre all grande séde, profusa diarrhéa, grande mortalidade, que é frequentes mente rapida. Em 1877 e 1878 Perroncito, na Italia, e Semmer, na Russia, estu dando a infecção, verificaram a presença de um germen tendo a fórma arrendondada. Shortly e Toussaint (1879) da “Toulouse Veterinary School”, confirmaram essas observações e demonstraram que o tal germaa era o unico causador da molestia. Em 1880, Pasteur estudou a molestia e isolou em culturas puras O mesmo microorganismo e foi nas pesquizas experimentaes sobre essa Temos tido noticias de outros gallinheiros, que estão sendo dizi- mados, onde não foram encontrados os argas, factores indispensaveis, Na mesma época em que procediamos tal verificação, em nossa | N J. Pinto. Photomicrographo Bacillo do cholera das gallinhas. Sangue do coração das aves victimadas por essa molestia. REVISTA DK VETRRINARIA E ZOOTECHNIA 323 a LS a Da a Aa a A di dt dd dd infecção que levou esse sabio à descoberta fundamental para a theoria da inmunidade, da attenuação dos virus e das vaccinações micror bianas. As fórmas clinicas da molestia podem-se dividir em: super-aguda, aguda e chronica. Na fórma super-aguda o animal, sem o menor vestígio de moles- REpiicade repente agitado é em scouida cão cm convilsões, para morrer dentro de poucas horas. Na fórma aguda, que é a mais commum, a molestia dura de um a tres dias, o animal fica triste, recusa toda a alimentação e apresenta desde logo uma diarrhéa profusa que se prolonga até os ultimos mo- mentos. A diarrhéa é muito fétida, tem colorido verde-amarellado, muitas vezes com traços de sangue. Do bico e nariz do animal sae em quantidade um liquido espesso. A crista em geral tem a cór arroxeada. “A fórma chronica é mais rara, durando, às vezes, algumas sema- nas. O animal tem diarrhéa. Frequentemente no curso da molestia, apparece um ou mais tumores articulares, dolorosos, que às vezes expontaneamente se abrem, dando sahida a um material caseoso, puru- lento e riquissimo em germens. O germen causador da molestia é denominado bacillus cholerae galimarum, bacillus avicida, pastewrelia avnim; pertence ao grupo dos das septicemias hemorrhgicas, cujos agentes são bacterias ovaes, immoveis, vacuolisadas, com coloração bipolar, que não dão esporos, nem fluidificam a gelatina. Já A este grupo pertencem, nos animaes, o cholera das gallinhas, a septicemia dos coelhos de Manguinhos, estudada pelo Dr. Parreiras Horta em sua these inaugural, a septicemia hemorragica dos bovinos (broncho pneumonia infecciosa de Nocard), a pleuroó pneumonia septica dos bezerros (entequé), o Barbone do Buífalo (Pasteurellose bufa- lorum), a septicemia dos sumos (produzida pelo bacillus suisepticus de Kruse), a pneumoenterite do carneiro, (certas fórmas de lombriz dos Argentinos,) a pneumonia contagiosa da cabra, a septicemia hemorragica dos gansos, de S. Paulo, estudada pelo Dr. Eduardo Marques, etc. O germen é um pequeno bastonete ovoide; nas culturas sobre gelose os diametros longitudinaes e transversaes, quas! que se equivalem, tendo o germen a apparencia de um cocus. O bacillo colore-se pelas córes da anilina, não toma o Gram, Os pólos acceitam melhor a materia corante que a parte central, o que 324 MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, INDUSÍRIA E COMMERCIO 0 aa a aà a se observa muito bem, principalmente nos bacillos isolados do corpo do animal. Nas culturas em caldo os germens são maiores e se dispõem em cadeias. E” um bacilo immovel, sem cilios, porém com. movimentos moleculares, demais accentuados. Não da esporos. Cultiva-se facilmente em todos os meios: As culturas dão pequenas colonias, delicadas, transpa- rentes primeiramente e depois opacas e não liquefazem o meio. Gelose — As colonias são brancas; redondas, hyalinas e de pequeno crescimento. Nota-se na cultura uma consistencia mucilaginosa, havendo depois de pouco tempo uma adherencia accentuada ao meio e as colonias com difficuldade podem ser desligadas. Caldo — Dá uma ligeira turvação, depois de certo tempo forma-se um deposito granuloso e mucoso no fundo do tubo. Leite — Não coagula e nem modifica sua reacção; ha pouco desenvolvimento. Batata — O bacillo fórma uma camada delicada. Não dá indol. A toxina do germen são endotoxinas inteiramente ligadas ao corpo bacillar. O poder toxico que apresentam os caldos filtrados, vem das endotoxinas postas em liberdade pela desagregação e pela autolyse das bacterias. As culturas tidas ao abrigo do ar conservam a virulencia por muito tempo, mesmo por varios annos, ao passo que se attenua a virulencia pela exposição ao ar, devido à acção do oxygenio. O déseccamento e o aquecimento a 45º-soº produzem o mesmo effeito. O sangue do animal morto, doente ou a cultura, mesmo em quantidade minima, mata os animaes receptiveis, em menos de 24 horas. A infecção experimental é facilmente obtida na gallinha, perú, pombo, faisão, ganso, pato e a maior parte dos pequenos animaes. Os passaros não são só os animaes receptiveis, o carneiro, o cavallo, o coelho e os bovideos podem; ser infectados. Os coelhos tem tal receptividade que, nos paizes em que o seu desenvolvimento se torna um flagello, a ponto de constituir uma verdadeira praga, tem-se ensaiado destruil-os, contaminando-os com culturas virulentas de cholera das damos Além da contaminação natural nos gallinheiros, que se effectua por meio dos alimentos ingeridos de mistura com fézes dos animaes | REVISTA DE VETRRINARIA E ZOOTECHNIA 325 1a a A ça ça doentes e pelos ferimentos da pelle e crista, a molestia póde ser transmittida, fazendo-se ingerir sangue ou fragmento de orgãos dos animaes mortos da molestia. Na glycerina conserva o germen muito bem a sua vitalidade. Uma porção de orgãos (Baço) de um animal morto da molestia, de mistura com glycerina, conserva a virulencia por mais de 60 dias. Felizmente, acha-se assentado que a carne do animal doente não produz malefícios accentuados para o homem. Os germens, penetrando no organismo ou por meio do apparelho digestivo ou por meio de uma solução de continuidade da pelle, se espalham com rapidez, matando por septicemia. Quando a infecção se dá pelo modo mais natural, pela ingestão, o apparecimento da molestia é um pouco mais demorado, porque os germens invadem em primeiro logar os lymphaticos para depois chegar a circulação geral. Diede, inoculando o virus subcutaneamente, verificou que depois de uma hora, todos os orgãos internos eram invadidos pelo germen. O quadro anatomo-pathologico da molestia não é muito cara- cteristico. As lesões são sobretudo accentuadas para o lado dos intestinos que apresentam signaes de uma enterite aguda: o epethelio acha-se por vezes dilacerado, os vasos dilatados e a mucosa com extravasões sanguíneas. Encontram-se exsudato nas cavidades serosas; o baço e figado estão geralmente augmentados. Ha por vezes no pulmão fócos de pneumonias. O pericardio contém ordinariamente um liquido ligeiramente turvo. No sangue como em todos os orgãos e exsudatos os germens pululam em grande quantidade. Nos casos chronicos encontram-se fócos caseosos disseminados por quasi todos os orgãos. Não temos nada de positivo para com segurança evitarmos a propagação do mal; os cuidados de isolamento do animal doente e de desinfecção das dejecções são medidas que logo se impõem. Ha a vaccinação com virus attenuados, expondo à acção do ar atmospherico uma cultura em caldo, afim de produzir a attenuação da virulencia que se perderá completamente no fim de dois mezes. Empregando culturas de diversos grãos de attenuação, Pasteur obteve duas vaccinas que innoculadas com, intervallo dariam resultados Satisfactorios. Faz-se uma primeira injecção de virus attenuados dando logar sómente a uma inflammação local e depois de 10 ou 12 dias, uma outra com virus exaltados. Este methodo não tem grandes vantagens praticas, é um processo demorado e de resultados pouco duradouros e demais a propagação da molestia se faz com tal rapidez 326 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA É COMMÉRCIO que não deixa tempo para proceder-se com. aproveitamento. Ainda ha um inconveniente de não ser sempre facil attenuar-se o virus de um modo exacto. Ligniéres preconisa uma vaccina polyvalente por elle preparada. A serotherapia preventiva tem sido numerosas vezes tentada, porém, sem resultados animadores. A vaccina de Wright poderia tambem ser empregada como trata- mento curativo, porém, é, além de dispendiosa, pouco pratica e só em casos especiaes era justificada. O processo que naturalmente vem a calhar pela sua simplicidade e seu alto valor é o do virus sensibilisado, que poderá ser emprego tanto como preventivo como curativo. O Dr. A. Besresdka, professor do Instituto Pasteur, em seu artigo “De la vaccinotherapie par les virus sensibilisés”, tornou bem justificado o grande enthusiasmo que tal methodo vae despertando por toda a parte. Dr. Herbster Pereira Ajudante da Secção Technica REVISTA DK VEPRRINARIA E ZOOTECHNIA 327 E aà As ça ça a a “MAIS UMA OBSERVAÇÃO CLINICA Collecções purulentas após a febre aphtosa Temos tido muitas vezes occasião, eu e o Dr. Luiz Ribeiro, de observar um pouco em todo o Estado de S. Parlo, depois das diversas epidemias de febre aphtosa nos bovinos, que haviam della sido victimas, frequentes casos de abcessos intra musculares, principalmente nas coxas. | Esses abcessos, de evolução lenta, contendo às vezes de cinco a seis litros de pús, não pareciam incommodar muito os doentes. Ás vezes, sobretudo quando são mui desenvolvidos, provocam uma claudicação mais ou menos accentuada, occasionada unicamente pelo estorvo mecanico que trazem ás contracções musculares e ao escor- regamento dos diversos planos carnudos entre si nos diversos movimentos da locomoção. O que o prova é que desde que essas collecções purulentas sejam largamente abertas, o membro affectado recupera instantaneamente sua liberdade de acção. | Em geral, esses abcessos se formam: entre os musculos no tecido conjunctivo que os separa. Ás vezes se estendem muito profundamente em logar de se ostentarem para o exterior, porque a resistencia do tecido conjunctivo intra muscular à necrose é muito mais fraca do que a do derma. | Algumas vezes o pús, collectado no momento de chegar à pelle, encontra uma dessas resistentes aponevroses dos membros e diffunde-se em cima e em baixo da camada muscular externa. Isto permitte comprehender o volume consideravel dos abcessos, sua apparente lentidão em evoluir, as desordens muitas vezes consideraveis que provocam e a tumefacção enorme do membro atacado. Esses abcessos se encontram em outras partes do corpo, porém como o dizia eu, elles evoluem na maioria dos casos nos membros posteriores. Sempre nos pareceu se formarem na profundidade dos tecidos. Jamais podemos verificar lesões externas. O pús collectado no interior de membro procura abrir passagem atravez dos tecidos menos resistentes, dahi essas fusões purulentas profundas, contornando musculos e tecidos mais firmes. 328 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO dd Quando é antiga, volumosa a collecção purulenta, o pús é branco amarellado, algumas vezes esverdiado, cremoso, porém liquido e sempre de odor infecto, sm generis. Encerra muitas vezes destroços de tecidos necrosados. Em geral, os animaes não parecem muito encommodados, ha pouca ou nenhuma febre, o appetite conservado bem como a lactação quando se trata de vaccas amamentando. Para a saúde do doente o prognostico não apresenta gravidade na maioria dos casos, sobretudo si o veterinario intervem logo. Todavia tratando-se de animaes destinados ao consumo publico o damno é maior. Uma côxa inteira, quando não mesmo todo o animal, torna-se muitas vezes inutilisavel. Seria digno da attenção dos inspectores de matadouros estes casos que, lhes passando despercebidos, podem vir a se revelarem nos açougues, contaminando de pús a carne quando retalhada. Póde mesmo se dar o facto no matadouro quando, ao tirarem o couro, venham a furar um grande abcesso, maduro, perto do derma, e um pús bem fétido se derramaráã pelo corpo do animal abatido, o que será, no minimo, cousa bem repugnante. A O tratamento desta affecção é dos mais simples. Basta abrir largamente o abcesso, sem temor de levar profundamente o bisturi que é às vezes justamente de extensão sufficiente para penetrar na cavidade purulenta. A applicação de um dreno ou mecha é quasi sempre necessario si o abcesso é profundo. Uma vez a bolsa purulenta esvasiada, basta nos dias subsequentes fazer-lhe uma ou duas vezes por dia injecções de uma solução de permanganato de potassio a 1º/º 1.000. Basta velar para que não se feche o debridamento antes que a bolsa desappareça com a formação de tecidos de nova formação, senão se formaria nova collecção purulenta. Qual poderá ser a causa destes abcessos tão frequentes? Serão devidos a uma infecção secundaria, ao nivel das lesões aphtosas das unhas, progredindo lentamente emi marcha ascendente ao longo dos lymphaticos até algum ganglio profundo cuja abscedação dê inicio a esses abcessos? Deixamos a outros o cuidado de resolver o problema. Paulo Maugé Veterinario N N Nº -muscular. intra com um abcesso mada pela febre aphtosa, ict tella v V o: E E Bu E esta ij da ERA od z EçU ; -, EA RES 7 Tr riem ; Ra À Amimaes de a + oq Sal : 3 E. THIERS & C. Ç rr 3 IMPORTADORES E FABRICANTES ( EPRODUCTORES FRANCELS ) a é =— 3 CHAPÉOS DE SOL E ADUBOS ) |ico AL'AACHE DE NDÉ e» ç CARRAPATICIDAS ) o Casa) fundada “em 1868 : J C BANHOS ) 7 [R ne ) RIO DE JANEIRO: ( ae ) Rua Sete de Setembro, 54 Janques carrapabicidas 5 SgEsanco Pedidos e informações a ) Rua Boa Vista, 11 GEORGES LION 3 PARIS: ] º Boulevard du Temple, ia C Caixa, 425 — S. PAULO 3 há Cocsese se se se se se) O e TO A CARBOLINA WERNECK Poderoso 6 tico desinfeolante nacional, premiado com O Grande Premio na Exposição Nacional de Hygiene de 1909 Dentre o grande numero de desinfectantes que concorreram á Expo- sição, apenas dous mereceram o Grande Premio: a Carbolina Werneck e a Creolina de Pearson, producto estrangeiro, o que quer dizer que foram considerados perfeitamente eguaes, offerecendo--a -Carbolina Werneck maiores vantagens ao consumidor, pois o seu preço é muito inferior. Na industria pastoril ella tem prestado os melhores serviços como especifico para destruir completamente as bicheiras, bernes, e no trata: mento da febre aphtosa os seus effeitos são promptos | e satisfactorios. Os documentos abaixo transcriptos demonstram á evidencia o valor da Carbolina, e devemos assignalar mais o facto importante de ser a unica creolina nacional que tem dado resultados identicos á Creolina Pearson, no tratamento de bicheiras, conforme a opinião franca e sincera de distinctos criadores dos mais conhecidos no Brasi e SEE rr e PARECERES Não tendo tido tempo de fazer eu mesmo a analyse da rova amostra da Carbolina, que me enviou, encarregou- se deste trabalho um illustre chimico de Beriim, o Sr. Dr. Valer Kobeit. Como se verifica pelo resultado obtido, o seu producto continúa, como as amostras anteriores, a cujas analyses procedi pessoalmente, a ser de optima qualidade sendo elle mais rico em cresões do que a maior parte dos productos similares nacionaes e estran- 'geiros que se encontram á venda nesta Capital. Com elevada estima e consideração sou de V. S. adm. .e amg. obr. — Dr. DANIEL HENNINGER, Lente Cathedratico da Escola Polytechnica. Nunca encontrei creolina; mesmo a de Pearson, que produzisse tão bons effeitos como o seu preparado. A Carbotina destróe rapidamente todos os vermes que apoquentam especialmente o gado vaceum.- Felicito-o por mais este triumpho sobre os similares estrangeiros. —Dr. PEDRO Connm HO PAES LEME. Nim. Sr. Vicente Werneck.—'Tenho a satisfação de commanaRHe que tenho feito uso em: minha fazenda de cultura e criação de diversas qualidades de creolina, para desinfectar e matar bicheiras das minhas criações suina, lanigera, cavallar e bovina ; nenhuma até hoje deu-me resultados da sua Carbolina, que, além de tudo, é excellente para matar bicheiras em poucos minutos, superior á Creolina de Pearson, que considerei melhor do que o mercurio, unico medicamento que até pouco tempo empreguei para esse fim. Portanto. posso garantir que a Carbolina é muito bom preparado e continuarei a preferil-o a qualquer outro conhecido. Apparecida, 8 de Julho de 1905.—M. U. LEMGRUBER. Experimentei com o maior interesse a sua Carbolina para matar as bicheiras no gado da minha fazenda e tenho hoje a satisfação de communicar-lhe que o resuitado excedeu á toda a expectativa. Posso garantir-lhe que, ainda não empreguei melhor producto para o fim de extinguir os vermes da vareja e afianço-lhe que a Creolina de Pearson não é melhor do que o seu producto. Felicitando-o calorosamente pelc resultado obtido com o seu excellente preparado, faço votos para a divulgação do seu producto e subscrevo-me com elevada estima e consideração. Campo Bello, 18 de Junho de 1905.— Seu affectuoso amigo obrigado— EDUARDO CoTRIM. “Tenho toda a satisfação em participar-lhe que, tenho empregado o seu desinfectante, Carbolina Werneck, no tratamento das bicheiras dos animaes e obtido em mais de um caso resultado verdadeiramente surprehendente. Além do meu testemunho pessoal sei que collegas e visinhos meus tambem têm colhido excellentes resultados com a applicação da Carbolina Werneck. Felicito-o pela confecção de um producto que vem prestar relevantissimo ser viço á Industria Pastoril pelos seus effeitos e modicidade de preços. Cantagallo, Fazenda de S. Joaquim, 29 de Junho de 1905.—Josê A. FONTAINHA SOBRINHO. | Deposito : PHARMAGIA E DROGARIA WERNEGK RUA DOS OURIVES N. Y = RIO DE JANEIRO | 6—4 | I4 REVISTA DE VENPERINÁRIA 8 ZOOTECHNIA 329 PELAS INSPECTORIAS PIT Td Tab Te Ti La La Lda Td 2º Districto (Maranhão e Piauhy) No mez de Agosto, esta Inspectoria distribuiu a sete criadores 1.200 dóses de vaccina contra a manqueira. — Em Julho foi verificado um fóco de carbunculo symptomatico em Caxias, Maranhão, onde morreram cinco bezerros; o criador que os perdeu, Sr. Raymundo Boavista, anteriormente havia feito vacci- nar um lote de bezerros em que não occorreu nenhum caso da molestia, em vista disso resolveu agora vaccinar todos os bezerros para o que a Inspectoria lhe forneceu 200 dóses de vaccina, e forne- cendo mais 300 a outros criadores. Tem sido feita activa propanganda contra a tuberculose bovina. Quer no Maranhão, quer no Piauhy existe enzooticamente a tristeza bovina. 3º Districto (Ceara' e Rio Grande do Norte) A 24 de Agosto, o Inspector do Districto informava à Directoria que um veterinario havia feito uma viagem de inspecção através os municipios de Morada Nova, Limoeiro, Riacho do Sangue, Jaguaribe- Mirim, Icó e Iguatú, onde visitou 34 fazendas, effectuou 1.300 vacci- nações contra a peste da manqueira; realisou tres conferencias pu- blicas em Morada Nova, Icó e Limoeiro. Nas regiões percorridas registrou a existencia das seguintes epi- zootias: dourina nos equideos, manqueira nos bovinos e estrongylose, em todos os municipios reina a tristeza no estado enzootico. Em Ja- guaribe-Mirim e Iguatú relativamente aos annos anteriores o estado do gado em geral é bom, as pastagens são regulares e as aguadas abundantes. O carrapato cresce em numero extraordinario em todos os municipios. O percurso total da viagem foi de 1.344 kilometros, dos quaes 394 a cavallo. 4º Districto (Pernambuco, Parahyba e Alagoas) Em Abril, esta Inspectoria distribuiu 190 dóses de vaccina contra a manqueira, tendo constatado tres fócos de carbunculo sympto- matico. KR, V, 42 330 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO No boletim de Maio accusa a existencia de dois fócos dessa molestia, contra a qual forneceu 150 dóses de vaccina e o pessoal da Inspectoria vaccinou sete animaes. 5º Districto (Bahia e Sergipe) O Inspector Veterinario deste Districto informa à Directoria do Serviço de Veterinaria que, durante os mezes de Junho e Julho, o pessoal da mesma Inspectoria effectuou os seguintes trabalhos : Tendo recebido denuncia de que na fazenda Matoin, municipio da capital da Bahia, propriedade do Dr. Domingos Cerqueira Lima, grassava uma epizootia, seguiram para esse logar um veterinario e um auxiliar, com o material indispensavel. Pela symptomatologia clinica, pelos dados da autopsia e pelo exame microscopico foi diagnosticado carbunculo hematico. Deante deste resultado procedeu-se á vaccinação anti-carbunculosa do gado das visinhanças desse fóco, tendo-se insistido antes na necessidade e vantagem da incineração das rezes mortas. Com a applicação destas providencias extinguiu-se o mal em seu inicio, pois até 13 de Agosto não se produziu mais caso algum. Além disso, na séde da Inspectoria foi tratado um vaqueiro da referida fazenda, que se infeccionou quando occupado em tirar o couro de uma rez carbunculosa. Em redor da pustula que, apresentava no ante-braço esquerdo, foram feitas cauterizações profundas, o que produziu excellente resul- tado, ficando o doente inteiramente bom. Os serviços da Inspectoria foram tambem requisitados pelo Ge- neral commandante da 7º região militar afim de, na Intendencia da Guerra, examinar um cavallo doente. O funccionario designado para esse fim encontrou o animal atacado de tetano e já em estado grave; não obstante tentou salval-o applicando-lhe injecções de sôro anti- tetanico mas improficuamente, pois vein a morrer poucas horas depois. Como medida preventiva effectuaram-se na cocheira rigorosa desin- fecções e fizeram-se injecções de sôro anti-tetanico em tres animaes mais sujeitos à infecção. Um veterinario percorreu o municipio de Feira de Sant'Anna, onde representou a Inspectoria numa exposição realizada pelo criador Theopompo de Almeida. Em quatro fazendas desse municipio vacci- nou 144 bezerros contra a manqueira ; em vista dos numerosos e insis- tentes pedidos, distribuiu a diversos criadores 650 dóses dessa vaccina. Em resumo: foram distribuidas 4.130 dóses de vaccina contra a manqueira e I.510 contra o carbunculo hematico interessando TÓ REVISTA DK VETERINÁRIA E ZOOTECHNIA 331 Aa id dd di di dd di ci municipios e 23 criadores; tres tubos de sóro anti-tetanico á Inten- dencia da Guerra da 7º Região Militar; consultas e chamados em esta- bulos da capital 38 e os veterinarios fizeram em objecto de serviço cinco excursões a diversos municipios. Em relatorio apresentado ao Inspector Veterinario, o veterinario informa que em Março vaccinou na fazenda do Sr. Dr. Adolpho de Cerqueira Lima, município de Curaçá, 564 animaes contra o carbun- culo symptomatico e 2.187 contra o carbunculo hematico. 7º Districto (Uberaba) No mez de Julho apenas foram constatados alguns poucos casos de gourme, polmões e verminoses intestinaes. — Em data de 21 de Agosto o Inspector Veterinario informa que, na Fazenda Modelo de Criação, de Uberaba, vaccinou dez bezerros contra a manqueira e ensinou a um funccionario da mesma fazenda a maneira de vaccinar. Na propriedade do Sr. Godofredo do Nascimento, inspeccionou 36 jumentos recem-chegados da Italia, procedentes da ilha de Pantel- leria, sendo 33 machos e tres femeas, de dois a seis annos, todos de cor preta, castanha ou tordilha. São todos muito bem conformados, bem desenvolvidos, muito sadios e produzem optima impressão. Com esta ultima leva, a criação de asininos ficará consideravelmente melho- rada nesta zona. j — Em ÁAgosto o pessoal da Inspectoria vaccinou dez animaes contra a manqueira; foram constatados casos de sarna, gourme, pol- mões, vermes em cavallos e diversos parasitas nas aves. — No boletim de Setembro está assignalada sensivel diminuição de fócos de manqueira, a existencia de um fóco de sarna para cujos animaes foi indicada a prophylaxia e tratamento e a dyphteria aviaria. — Em relatorios a parte o veterinario da Inspectoria informa ter attendido e medicado um animal zebú atacado de indigestão e outros animaes com molestias diversas. 8º Districto (Santa Catharina) No mez de Julho foi assignalado um caso de carbunculo bacte- ridiano mo municipio de Florianopolis e um de peste da manqueira. O pessoal da Inspectoria vaccinou contra este ultimo morbus cinco bezerros. A febre aphtosa ainda persiste, mas tem decrescido de intensidade em alguns fócos antigos e desapparecido em outros; todavia, appa- 332 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMÉRCIO LNLNLNSLN SSH SS SANS ALII LL LNLS LL LL NAL LNLS L ALL SL RLL RR Rà LA E receram dois fócos novos em Urussanga e Blumenau. À epizootia conserva-se de fórma benigna, tendo sido aconselhado o isolamento e desinfecções. A epizootia de raiva grassa nos bovideos, equinos e caes nos municipios de Joinville, Blumenau e Itajahy; houve 17 casos e uma pessoa mordida; a Inspectoria aconselhou a suppressão de cães soltos, mas as autoridades locaes nenhuma providencia têm tomado. Foram ainda verificados dois casos de sarna sarcoptica, que é endemica em Florianopolis, tendo-se aconselhado lavagens anti-para- sitarias e isolamento dos animaes atacados. No Estado grassa enzooticamente a tristeza (pyroplasmose bovi- na) de que, pela observação clinica e microscopiça, foi constatado um caso grave em um animal importado da Republica Argentina. Sub- mettido à série de injecções intravenosas de azul de Trypan, o animal ficou curado. A Inspectoria acudiu ainda a cinco cavallos atacados de gourme, cinco de febre typhoide, seis cães de typho, de fórmas diversas, dois cavallos com helminthiases, um cachorro com oxynrus vermicularis; um cavallo com distensão dos tendões, dois com colicas, um com inappetencia, um com arthrite aguda, tres com intoxicação por for- ragem estragada, um burro com gastro-enterite, um com eczema, uma vacca com corpo estranho no tubo digestivo, um cachorro com lipoma na coxa, um com tetano, um com dartros humidos; gallinhas, dois casos de gota, tres de cholera e quatro de diphteria. — O boletim de Agosto accusa a continuação da febre aphtosa em Urussanga, benigna nos animaes adultos e mortifera nos terneiros e leitões; como meio prophylatico tem sido empregadas lavagens de agua de cal e a desinfecção dos logares. Além dos fócos de Blumenau e Brusque a raiva surgiu com intensidade em Paraty, municipio de São Francisco; em Florianopolis appareceram dois cães com essa molestia. As autoridades locaes ne- nhuma providencia tomaram. A babesiose e a anaplasmose bovina existem enzooticamente em todo o Estado, tendo occorrido um caso grave da primeira em um animal procedente da Argentina que, submettido ao processo immuni- zante pelo azul de Trypan, restabeleceu-se. Foram tratados ainda: um cavallo com typho, um de gourme e um com helminthiases; um cachorro com tumor cerebeloso e dois com helaminthiases e cinco terneiros tambem com parasitas intestinaes. REVISTA DE VERIERINARIA E ZOOTECHNIA 333 in didi di din dn di dd di AA dd a A A Inspectoria Veterinoria de Campos No mez de Julho esta Inspectoria registrou 31 fócos de carbun- culo symptomatico, tendo morrido 32 animaes; o pessoal da Inspecto- ria vaccinou 160 cabeças e distribuiu ggo dóses de vaccina a 16 criadores registrados. Foram mortos e enterrados quatro equinos pertencentes á prefeitura de Campos por se acharem atacados de mórmo. Occorreram dois casos de polyarthrite em dois muares aos quaes se prescreveu o tratamento apropriado. — Em Agosto occorreram 26 fócos de carbunculo symptomatico e 12 animaes mortos; o pessoal da Inspectoria vaccinou 100 cabeças e distribuiu 180 dóses de vaccina. Verificaram-se mais cinco casos de mórmo no municipio de Campos, onde grassa em larga escala. Recem-chegados de S. Paulo e importados de Monevidéo cinco bovinos foram atacados de babesiose ; tres morreram e dois foram submettidos a tratamento pelo sulfato de quinino ; outros casos de tristeza constatou o veterinario da Inspectoria em Santa Thereza de Valença e Barra do Pirahy. — Durante o mez de Setembro registraram-se 19 fócos de car- bunculo symptomatico ; o pessoal da Inspectoria vaccinou 671 cabeças e forneceu 160 dóses de vaccina. Foi sacrificado um animal môrmoso no valor de EEnRodo e nos gallinaceos tem grassado a enterite infe- ctuosa. O serviço de polyclinica foi intenso no municipio de Campos e bem assim o de inspecção em todo o Estado do Rio. | 334 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO CONSULTAS E INFORMAÇÕES 1 ) dr Nd Na Na Na Na MN Na Ng (A Revista de Veterinaria e Zootechnia responderá nesta secção a todas as consultas e pedidos de informações que lhe forem feitos sobre assumptos de sua especialidade), Vem qem ÉCOS E NOTICIAS LAC TA CT ARC dal Ja AT Ta ia Carbunculo verdadeiro — Ultimamente tem sido notificado a Directoria do Serviço de Veterinaria grandes fócos de carbunculo verdadeiro em diversas fazendas dos Estados do Rio, Minas e S. Paulo, nas zonas marginaes das Estradas de Ferro Central e Leopoldina. Tomando eim consideração essas notificações, a Directoria do Serviço tem feito verificar todos esses fócos por funccionarios do serviço, que têm procedido a muitas vaccinações com completo exito rara os criadores das zonas infectadas e extincção rapida da molestia. K' preciso, porém, que os senhores criadores, considerando a importancia do caso e a extensão do perigo a que está sujeito o seu gado, communiquem, com presteza, á Directoria do Serviço de Veterinaria, qualquer caso suspeito que venha a apparecer em seus campos, afim de se evitar o desenvolvimento de uma epizootia que póde trazer consideraveis prejuizos aos interessados. As vaccinações contra o carbunculo no mez corrente tem sido consideraveis, todas com o melhor resultado possivel. Exposição de Bagé — As vendas de animaes que figuraram nessa exposição, recentemente encerrada, attingiram a um total de mais de cem contos de réis. Além de tres touros « Duram » e de diversos touros nacionaes, cujos preços variaram entre um e quatro contos, foram vendidos pelos criadores Antonio da Costa & C., dous touros de raça « Hereford», um por seis e outro por quatro contos de réis. Feira de Sitio — Durante os mezes de Julho a Setembro foram vendidos na feira de gado dessa localidade 6.624 rezes, que importaram em 785:5368000. Registro de criadores e lavradores --- O governo de Minas vai crear na Secretaria da Agricultura do Estado um registro especial de lavradores e criadores á feição do já estabelecido pelo Governo Federal no Ministerio da Agricultura. Aos agricultores e criadores, que inscreverem suas propriedades agricolas e pastoris no referido registro, serão concedidos todos os favores consignados nas instrucções relativas ao transporte de gado e plantas, gratuitamente, mediante simples requerimento dirigido a Directoria de Agricultura. REVISTA DE VETFRINARIA E ZOOTECHNIA 335 Distribuição de vaccinas — Durante o anno passado foram distribuidas pela Directoria do Serviço ás inspectorias veterinarias e aos criadores, em todo o territorio da Republica, 514.563 dózes de medicamentos diversos, assim discriminados : Dóses acena contra a pesteida manqueira....cceme ronco, o 420,395 » JR Forcarbumento pacteridianor Mi. 85.528 » po pa espirillose dastcallimbas ato e 2.180 Sôro anti-tetanico........cecesesecensesenerenereneso 688 DES TE PLoCOCCICO sui «Mig no ameno fe Lodo ae lo Ciao 6L q oo lo ao 158 DR OD BACO. Razer ori siso ore E Dag) qdo Tina caia o jo Po EL sé 49 Ritelilera So O RR OU A PP GL 452 Tuberculina diluída, centimetro cubico.........,.... Dos lS) — A remessa ás Inspectorias e criadores no primeiro semestre, deste anno, foi : Dóses | Vaccina contra a peste da manqueira....... cs Bivolt 1484915 »o » o carbunculo bacteridiano............ 37.210 » pia tespirillose-das*callinhass. 27.0. 0... 1.120 Eno ari estreptoCoCCico; so s/aizjalo o egoio avo jo, 0 aio aja Gg à jo 173 pi contra a prieumonia dos suinos,..... cce csaaao 1.350 PR NEI CERCO. e) mc cio ado o ae o o dd 6 quase a 8a oo e /õd 426 MALTA a qreii PS RN CN RD ERA SP STR EO 633 gliasoy OBO VE eo ue pro ARRENDAR 500 — Além dessa distribuição, attendeu a diversas requisições de veterinarios feitas por criadores dos Estados do Rio, S. Paulo e Minas. Neste Estado, em fins de Setembro ultimo, um funccionario da Directoria vaccinou, em sete fazendas do municipio de S. José de Além Parahyba, 951 cabeças de gado vaccum contra o carbunculo hematico, que tendia alastrar-se naquelle municipio. Transporte de gado — O Secretario da Agricultura do Estado de Minas acaba de fazer publicar as instr icções, regulando o transporte gratuito, nas estradas de ferro, de animaes reproductores. Esse transporte só será concedido para reproductores bovinos, cavallares, asininos, ovinos e suinos de bôa compleição, em perfeito estado de saúde e pertencentes á raças capazes de melhorar o gado existente na respectiva zona. Nenhum criador, porém, poderá obter transporte, dentro de um anno, para mais de dez animaes de cada especie. sendo condição essencial para o obtenção desse favor que os mesmos animaes não procedam de regiões onde reinem molestias contagiosas. Para que o criador possa gozar das vantagens concedidas pelas instrucções, a que nos virmos referindo, deverá elle fazer o seu, pedido, em requerimento devidamente sellado, dirigido ao Director da Agricultura e instruindo-o com os seguintes documentos, tambem sellados, de accôrdo com o regulamento do sello : “ 336 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO O O ND O e e e e e dd di dd dd dd dd dd dd dd dd a dd a e DD SS a) attestado do collector, relativo ao pagamento do imposto territorial sobre a propriedade pastoril a que são destinados os animaes ; b) attestado do presidente da Camara do municipio onde reside o requerente, affirmando que o mesmo dispõe de bons recursos forrageiros e que tem, pelo menos, dez reproductores femininos ; c) attestado do presidente da Camara ou de outra autoridade competente, a juizo da Directoria da Agricultura, do municlpio de onde procedem os animaes, declarando a raça dos reproductores, sua edade, compleição e estado de saúde, com a declaração de que nos sessenta dias anteriores á compra não grassava na região nenhuma molestia contagiosa. | Segundo as mesmas instrucções a Directoria da Agricultura, quando entender conveniente, poderá exigir dos criadores, que gozarem dos favores concedidos pelo governo, informações relativas aos resultados obtidos dos reproductores animaes, perdendo o direito a novas concessões dos alludidos favores o criador que deixar de attender ás exigencias feitas naquelle sentido. Ficam dispensados de apresentar os documentos mencionados nas lettras À e B, acima referidas, os criadores que já uma vez os tenha apresentado a Directoria de Agricultura. pl! eta y TOURO DE CHIFRES CURTOS MOON KING 5º DE SIR RICHARD COOPER PRIMEIRO. EXPOSIÇÃO REAL, [909 REMEDIO INFALLIVEL CONTRA 0d GARRAPATOS Oficialmente approvado pelo Governo dos E. U. da America PLS LS SAI Machinas e instrumentos agricolas, Separadores de leite e outros apparelhos para lacticinios BROMOLAC, HALKCA & C” Rio de Janeiro, &. Paulo, Bello Horizonte, Santos e Bahia tata PORTA ÃO DIREGTA D CASA MATRIZ BIRMINGHAM . E pa MPORTADORES pe GADO pERAÇA ELACTICINTOS 95, RUA THEOPHILO OTTONI,95 RIO DE JANEIRO. Tasha Nor tuf Ran TELA dn da AT LT dO TT dl A LL LL LA LAOL AOS A a el E AE a PEÃO Vad de Lo EL TEL La PE Lua LL Aa da da LT da AML Le AL PT da DPL [Sd OT dar O Lad PP Lol VP Lol PL ah Vo Lda Ta O EP A at tid Nadine oa A prai ic tio ie Dia nto Adi ai tio O O pit ta ni o O o iii a ot tonto RTIGOS VETERINARIOS PRA Nua PAM APR APP Na Nf Na Net AND A a CATRZRRAEADENDANDA NS Na Na PAGA PAGAR N GR AEN DE Na PNDANGA RCA ARANGANGANNARNRRIA ND! x | Ani ET rar To dE PR PR Ui prego celeste spofe tolo colando ca be EE ST EE E E LA A E PS O E | | ) | € | cHonRDIE e ORIADEIRAS o A “ Dizeno 1914 Pd a AA Sa PUBLICAÇÃO OFFICIAL Serge Veterinaria do india da Arica, ndugria e Commerc o SUMMARIO PARTE. OFFICIAL : H Registro de Lavradores e Criadores... .... +.» ia RA ale Daria te esti Mae cinus e quiros medicamentos. 4. Lais rninenho mr rs mena o lindinho COLLABORAÇÃO: Dr. Pauls ti F. Parreiras Horta. ......... A cara inchada ou osteoporose dos Em EUA OS o Nuno SLi ID Dr. Octavio Dupont....... ato pain» +» Uma experiencia de aclimação de gado europeu, no Paraná......... Dr. Mei pa Pta RD Da Ai A industria dos lacticinios........... Dr. Domingos Yanzelloti..........,.... Inspecção veterinaria...».....zememeo PELAS REVISTAS ; Recenseamento dos animaes na Hungria ETR ta Tb DIDI A ARA TUAS DN VR 369 A inspecção da carne e o cinematoprapho:.....seecc cs paia enoabncusaa a72: CONSULTAS E INFORMAÇÕES.........ccccerscensreseeros BOATO 373 ÉCOS E NOTICIAS : Despacho honroso — Fraudes no commercio da manteiga — Estatis- tica pecuaria — Carbunculo bacteridiano — Matança de gado.. BE | RIO DE JANEIRO Typographia do Ministerio da Agricultura, Industria v Commercio LOLA CARBOLINA WERNEGK Poderoso 6 unico desinfectante nacional, premiado com o Grande Premio a Exposição Nacionel de Hygiene de 1909 Dentre o grande numero de desinfectantes que concorreram á Expo- sição, apenas dous mereceram o Grande Premio: a Carbolina Werneck e a Creolina de Pearson, producto estrangeiro, o que quer dizer que foram considerados perfeitamente eguaes, offerecendo a Carbolina Werneck maiores vantagens ao consumidor, pois o seu preço é muito inferior. Na industria pastoril ella tem prestado os melhores serviços como especifico para destruir completamente as bicheiras, bernes, e no trata- mento da febre aphtosa os seus effeitos são promptos e satisfactorios. Os documentos abaixo transcriptos demonstram á evidencia o valor da Carbolina, e devemos assignalar mais o facto importante de ser a unica creolina nacional que tem dado resultados identicos á Creolina Pearson, no tratamento de bicheiras, conforme a opinião franca e sincera de distinctos criadores dos mais conhecidos no Brasil. PARECERES Não tendo tido tempo de fazer eu mesmo a analyse da nova amostra da Carbolina, que me enviou, encarregou-se deste trabalho um illustre chimico de Berlim, o Sr. Dr. Valer Kobelt. Como se verifica pelo resultado obtido, o seu producto continúa, como as amostras anteriores, a cujas analyses procedi pessoalmente, a ser de optima qualidade sendo elle mais rico em cresóes do que a maior parte dos productos similares nacionaes e estran- geiros que se encontram á venda nesta Capital. Com elevada estima e consideração sou de V. S. adm. e amg. obr. — Dr. DANIEL HENNINGER, Lente Cathedratico da Escola Polytechnica. Nunca encontrei creolina, mesmo a de Pearson, que produzisse tão bons effeitos como o seu preparado. A Carbolina destróe rapidamente todos os vermes que apoquentam especialmente o gado vaccum. Felicito-o por mais este triumpho sobre os similares estrangeiros. —Dr. PEDRO GORDILHO PAES LEME. Nim. Sr. Vicente Werneck.—Tenho a satisfação de communicar-lhe que tenho feito uso em minha fazenda de cultura e criação de diversas qualidades de creolina, para desinfectar e matar bicheiras das minhas criações suina, lanigera, cavallar e bovina ; nenhuma até hoje deu-me resultados da sua Carbolina, que, além de tudo, é excellente para matar bicheiras em poucos minutos, superior á Creolina de Pearson, que considerei melhor do que o mercurio, unico medicamento que até pouco tempo empreguei para esse fim. Portanto. posso garantir que a Carbolina é muito bom preparado e continuarei a preferil-o a qualquer outro conhecido. Apparecida, 8 de Julho de 1905.—+M. U. LEMGRUBER. Experimentei com o maior interesse a sua Carbolina para matar as bicheiras no gado da minha fazenda e tenho hoje a satisfação de communicar-lhe que o resultado excedeu á toda a expectativa. Posso garantir-lhe que, ainda não empreguei melhor producto para o fim de extinguir os vermes da vareja e anca lhe que a Creolina de Pearson não é melhor do que o seu producto. : Felicitando-o calorosamente pelo resultado obtido com o seu excellente preparado, faço votos para a divulgação do cl esultado e subscrevo-me com elevada estima e consideração. / Campo Bello, 18 de Junho de /1905.— Seu affectuoso amigo obrigado—EDUARDO COTRIM. Tenho toda a satisfação em participar-lhe que, tenho empregado o seu desinfectante, Carbolina Werneck, no tratamento das bicheiras dos animaes e obtido em mais de um caso resultado verdadeiramente surprehendente. Além do meu testemunho pessoal sei que collegas e visinhos meus tambem têm colhido excellentes resultados com a applicação da Carbolina Werneck. Felicito-o pela confecção de um producto que vem prestar relevantissimo serviço á Industria Pastoril pelos seus effeitos e modicidade de preços. Cantagallo, Fazenda de S. Joaquim, 29 de Junho de 1905.—JosÊ A. FONTAINHA SOBRINHO Deposito : PHARMACIA E DROGARIA WERNEGK RUA DOS OURIVES N. Y7 — RIO Re I4 ' a E cm " as A If 1015 , 1d À REVISTA etermaria e Zootechnia PUBLICAÇÃO OFFICIAL pio de Veterinaria do Ministerio la Agricultura, Tndustria e Commerci BEAEMBRO — 1914 TOMO IV FASCICULO VI Typogtaphia do Ministerio da E Industria «e Commercio E - E Em AA quiere E e nietaind oittrilis a a hiamado ME) j TED RE da E ue * * ) ça REVISTA DE VETERIMARIA E ZOOTECKNIA Publicação Official da Directoria do Serviço de Veterinaria 1 DO JINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO In ZM Aa PR a PN a a PN a PN PN PN Na Distribuição gratuita aos criadores do palz que a solicitarem PRP AP NaN PN a NaN Ma A MM A PA APP RIO DE JANEIRO * à Caixa Postal 1.678 * * BRASA A REDACÇÃO DA «REVISTA» NÃO SE RESPONSABILISA PELOS CONCEITOS EMITTIDOS EM ARTIGOS ASSIGNADOS POR SEUS COLLABORADORES “ANNO IV H — Dezembro de 1914 H N. 6 - e EDS E EO E RAE ES Pedimos aos nossos leitores que nos communiquem sempre qualquer mudança de endereço, afim de evitar a interrupção no recebimento da «Revista», indicando, quando possivel, o numero de ordem de sua inscripção. BARTE.OPFRICIAL, SRS SS SS SDS Da “REGISTRO DE LAVRADORES E CRIADORES Modelo de requerimento para inscripção Sr. Ministro da Agricultura, Industria e Commercio: F.-., desejando inscrever-se no «Registro de Lavradores, Criadores Profissionaes de Industrias Connexas » estabelecido nesse Ministerio, e accôrdo com a portaria de 21 de Setembro de 1909, apresenta, para esse fim, o documento (*) exigido pela mesma portaria e as inclusas ; ormações (**) e pede-vos autorizeis sua inscripção. Pede deferimento. Estampilha de 300 Teis ER v. 43 338 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO LL SS DS SS DS LS AA a aa Aa aaa a a Aa a a Aa AA a SS SE (*) O documento referido é o que diz respeito ao imposto que paga ao Estado ou ao municipio como lavrador ou criador (art. 6º das inst.). A falta desse documento poderá ser supprida por attestado do Presidente da Municipalidade, do Prefeito ou Agente Executivo ou de dois lavradores já inscriptos, devendo ser legalmente reconhecida qualquer das respectivas firmas (art. 7 das inst.). A ig - E Qualquer dos documentos citados está sujeito ao sello da lei, isto é, 300 réis federal (art. 11 das inst.). | (**) As informações, a que se refere o requerimento, devem ser assim pres- tadas: [ JAPONESES EDS EA PS NS LTD GS GOO Sn asd go sara o ava e a poa | Denominaçãorda: propriedades - sejsfopi o e qorajo rca ee Estadio. Qi gercuaze pia on Rodo og g sa pe o E AR CER qa | Mini Cipioi ci. a proje o he cone aber PADEIRO Va 6 A Re PER ED a Cidade, villa ou povoação mais proxima............ SE | E propria? Nome do proprietario SP E arrendada? Nomeido proprietario E E? alúgadar nomeldo proprietario Er E servida pelarestrada a. ax peepatoqafo eoq rr CAR TO Co oca [Estação mais proximal er or. cetro ER ni ES Meios descommunicação-toilal soerom sos acabo! Ee | Area total. e qualidade das terrasp.. cm co e FArea cultivada. 42 cer e. o Niasdo Mes ieca note jo ESSE NR UR UR . | PArea incúulta (4. 00. OBS MICONSA OM OBA TIS FArreaném spastâgems;70-5D: orem > ovino char rArea em mattasS.. se Mesa pfoo corel Rc RD iGenero de produecãor. ci SR RE aE “Média annual de producção dn Re [ Numero de cabeças de gado, com designação de sexo... | Suas especies JAMMIL a Pr ] Bossue prados artificiaes ae E Ra PS Natureza das enltaras forrageiras Sr RR 5 | Rendimento por hectare alqueire etc VACOINAS E OUTROS MEDICAMENTOS Modelo de requerimento para requisição de vaccinas Se fôr lavrador e fôr criador S Sr. Director do Serviço de Veterinaria: F..., criador em... Estado de..., inscripto no Registro Lavradores, Criadores e Profissionaes de Industrias Connexas so n... letra... a fl... do respectivo livro, possuindo... cabeças d gado, pede-vos a remessa de... dóses de vaccina, visto estar o seu gado ameaçado da peste da manqueira. | Ss E Pede deferimento. | Estampilha [mood le 300 reis Nora — Para requisição de sarnol ou qualquer outro medicamento serve est mesmo modelo, fazendo, apenas, as indispensaveis modificações. -e — REVISTA DE VETERINÁRIA E ZOOTECHNIA 339 COLLABORAÇÃO a MM PP PN, pa Pa pa PN A CARA-INCHADA OU OSTEOPOROSE DOS EQUIDROS (Micrococeus osteoporosi n. sp.) Em um paiz, como o Brasil, que necessita desenvolver em grande escala a criação de equideos, quer como magnificos meios de transporte, quer como elementos indispensaveis para sua defeza, têm sido nume- rosas as tentativas feitas pelos criadores com o fim de chegar a esse resultado. No meio dos maiores sacrifícios são encontradas, em varios Estados, criações de grande valor e nos ultimos annos se observa o apparecimento de productos nacionaes que honram sobremodo aos que se dedicarem à sua obtenção. São particularmente notaveis, sob o ponto de vista dos resultados obtidos, as criações de puro sangue inglez, ja se ostentando em nossos prados de corridas exemplares dignos de attenção, conforme se patenteia pelo estudo do que se vem notando nas ultimas exposições de poldros, promovidas pelo Jockey Club, con- forme já fizemos notar nas paginas desta Revista. Sobre todas essas iniciativas, porém, paira sempre o grande perigo do apparecimento da | cara-mchada ou osteoporose como elemento destruidor de esforços proveitosos, resultando dahi, não raro, o abandono completo de uma exploração digna dos maiores incentivos. Nos ultimos annos ou em virtude de uma melhor observação ou em virtude de maior disseminação da molestia, o facto é que os casos de cara-inchada têm sido assignalados por toda a parte, não poupando zonas do paiz, nem raças de animaes. Nesta Capital, principalmente, já se vão accentuando de tal modo os casos entre os animaes de corridas, que urge tratar de ser resolvida a questão, que tambem interessa fundamente aos proprietarios de animaes dos Estados do Rio, de Minas e S. Paulo, Estados de que possuimos elementos de informação mais completos. Temos observado que tanto os animaes do paiz, quanto os estran- geiros, são attingidos pelo mal, devendo ser destacada entre estes a grande receptividade que apresentam os jumentos. Pelo estudo dos casos de que temos conhecimentos, cada vez se torna mais funda em nosso espirito a convicção de que nos encontra- 340 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO mos deante de uma molestia nitidamente contagiosa, opinião que tambem é patrocinada por autoridades da ordem de Carougeau, Thei- ler, Hutcheon, Robertson, Sourrel, Charon, Phiroux, ho estrangeiro e entre nós por Augusto Fomm, Carini, Paulo Maugé, etc. Resolvemos, por isso, dirigir nossas pesquizas principalmente no sentido de verificar qual o agente infeccioso que provocava a molestia e quaes as condições que favoreciam ou impediam sua acção patho- genica. Nossas investigações ainda se acham limitadas à primeira parte do programma e se resolvemos agora publicar as primeiras notas a respeito é porque pensamos já ter obtido alguns resultados interes- santes que permittem alimentar esperanças de proxima elucidação completa da etiologia de uma molestia que hoje preoccupa a quasi todas as nações, mas que, para nós, se constituiu em séria ameaça para o futuro de nossa criação equina. A cara-inchada ou esteoporose dos equideos, big-head dos ameri- canos, não é mais que uma osteite rareficante generalizada. Nada têm que ver com a osteomalacia, constituindo, como diz Carougeau, um typo morbido bem especial e particular aos equideos. Tendo dirigido nossas pesquizas para os ossos da cabeça do cavallos, ossos que em geral são os que apresentam as maiores alte- rações na fórma e no volume, conseguimos isolar um micro-organismo que, pelas condições especiaes que presidiram ao seu isolamento e pelas suas propriedades biologicas, nos parece ser o agente etiologico da molestia. RC Em um puro-sangue inglez, autopsiado por nós e pelos Drs. Char- les Conreur e Herbster Pereira no Posto Veterinario da rua General Canabarro, resolvemos serrar o maxillar superior justamente ao nivel de sua maior tumefação, retirando antes os dentes necessarios para que pudesse ser levada a effeito a operação. A superficie ossea posta a nú foi, depois, cutdadosamente queimada a thermo-cauterio, afim de serem destruídos todos os elementos de contaminação acarretados pela technica empregada; com uma seringa esterilizada fizemos uma pun- cção profunda na massa do tecido esponjoso, conseguindo recolher uma pequena porção de liquido que foi immediatamente semeada em tubos contendo caldo simples e glycerinado, agar simples e agar glyce- rinado. Collocados estes tubos em estufa a 37º observamos, dois dias depois, o apparecimento nos tubos de gelose giycerinada de um ligeiro pontilhado, constituido por pequenissimas colonias de um germen que se apresentava sob o aspecto de um micrococco. J. PINTO, photomicrographo MICROCOCUS OSTEOPOROSI REVISTA DE VETERINARIA E ZOOTECHNIA 341 A pobreza da cultura era, porém, de tal ordem que resolvemos proceder a novas sementeiras com o fim de augmentar o material que lograramos obter. Confessamos que foi com grande difficuldade que conseguimos manter vivo o germen isolado ; foi necessario acompanhar com a maior attenção o desenvolvimento das culturas e repical-as com pequenos intervallos; não raras vezes obtivemos cultura em um ou dous tubos, emquanto que os outros permaneciam estereis. Ficou assim patente a grande sensibilidade deste germen aos meios de cul- turas e sómente no fim de alguns mezes é que obtivemos as bellas culturas que hoje pódem ser observadas em nosso laboratorio. Aos poucos foi-se o germen habituando a esses meios e, durante os mezes que estivemos na Inglaterra devemos ao esforço do nosso distincto companheiro dr. IHerbster Pereira conservarmos perfeitas nossas culturas. Actualmente as culturas mais abundantes são obtidas nos meios que contenham liquido de ascite, sendo facil conservar boas cul- turas em gelose-ascite. Examinadas as culturas, verificamos se tratar de um pequeno cocco, immovel. Nos preparados feitos a fresco, em gotta pendente, os coccos se apresentam ora isolados, ora reunidos dous a dous, ora em grupos maiores. j Em preparados coloridos, verifica-se que são obtidas boas pre- parações com todas as colorações usuaes em bacteriologia, sendo prin- cipalmente notaveis pela sua nitidez as que são feitas com fuchsima diluída. O germen que estudamos não toma o Gram. As culturas feitas em caldo simples ou caldo glycerinado quasi não apresentam desenvolvimento apparente de germen; depois de varios dias de permanencia na estufa é vista no caldo uma ligeira opalecencia, que depois desapparece, notando-se então limpidez com- pleta do caldo e um pequeno deposito no fundo dos tubos de cultura. Em gelose inclinada tambem é muito pobre o desenvolvimento do micro-cocco, já sendo mais abundantes as culturas em gelose glycerinada e ainda mais as que são feitas em gelose-ascite. O aspecto das culturas em gelose-ascite é bastante característico : nota-se o apparecimento de grande numero de pequenas colonias que vão pouco além de certo augmento e que difficilmente enchem o meio de cultura, sendo quasi sempre possivel observar as colonias isoladas, a não ser que já tenha sido o microganismo perfeitamente habituado aos meios de cultura. Em batata não ha desenvolvimento apreciavel a olho nú, porque as colonias se confundem com o meio de cultura. 342 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO As SUA fd op RO CR a e ORAR SRU Er O O aspecto das colonias em todos os differentes meios é sempre o mesmo ; as colonias são no começo regulares, redondas, ligeiramente amarelladas e formadas por uma camada unica de germens dispostos regularmente; mais tarde as bordas se tornam um pouco irregulares e nas colonias mais velhas se notam mesmo pequenas massas mais com- pactas de germens que dão a colonia em geral um aspecto interessante, pois ficam essas massas dispostas como pequenas ilhotas mais escuras no interior da colonia original. Não é possivel a menor confusão do nosso germen quer com o estaphylo-cocco, quer com o estreptococco; não só o aspecto morpho- logico e disposição do germen são muito differentes, como ainda as culturas são absolutamente diversas das culturas de estophylococco e apenas ligeiramente se approximam das do estreptococco. Além disso, conforme vimos, o nosso micrococco não toma o Gram, o que permitte uma differenciação immediata em relação a esses germens. Resolvemos, por todas essas observações, denominar Micrococcus osteoporosi ao germen que tinhamos em estudo. Afim de verificar a sua acção pathogenica fizemos inoculações em coelhos, inoculando sob o periosteo do maxilar superior, proximo a arcada dentaria, uma gotta de emulsão em agua physiologica de uma cultura em agar. No fm de um mez observamos: uma pequena ele- vação na parte inoculada e procedendo à autopsia dos coelhos vimos que. o, maxillar no ponto da inoculação e nas zonas mais proximas apresentava-se avermelhado, friavel e um pouco augmentado de vo- lume. Semeando o material dahi recolhido obtivemos o mesmo germen que haviamos inoculado. Ainda não fizemos inoculações em poldros, o que vamos realizar, pretendendo communicar em trabalho ulterior o resultado dessas ino- culações. | Acreditamos que, antes de nós, já o germen que acabamos de descrever fôra entrevisto por outros pesquizadores. - Pelos menos, no magnifico trabalho publicado sob o titulo de E'tude générale de POsteomalacie chez le Chéval, particulieremente a Madagascar, por Carougeau, chefe do serviço veterinario de haras e da criação em Madagascar, trabalho apparecido no n. 217, de 1 de Janeiro de 1912, na Révue Générale de Médicine Vétérinaire, ha referencia positiva a um germen que realmente pensamos ser o que isolamos aqui no Brasil. Assim é que, no capitulo destinado a pesquizas do microbio da osteomalacia, escreveu Carougeau: “Emfim, o maior numero de sementeiras ficou esteril ou deu um pequeno micrococco que me parece especial (o grypho é do autor). Este organismo, muito CAVALLO COM CARA INCHADA o CAVALLO COM CARA INCHADA N WS y AS CAVALLO COM CARA INCHADA E an REVISTA DK VETERINÁRIA E ZOOTECHNIA 343 menor que o estaphylococco, apresenta-se frequentemente sob a fórma de diplococco. Não dá culturas senão extremamente pobres, desenhan- do-se em um espaço flou, apenas perceptivel sobre'a gelose e por uma opalecencia, apenas sensivel, no caldo. Apezar de muitas tenta- tivas, nunca consegui obter este germen com abundancia. A's repi- cagens são estereis. Ila necessidade de proseguir as pesquizas neste sentido, sendo preciso multiplicar os ensaios de culturas sobre meios variados, tomando como fonte de virus lesões de idade differente.” Vê-se, por ahi, que o germen, que ora descrevemos e do qual conseguimos culturas abundantes, passou pelas mãos de Carougeau e que os germens de Madagascar e do Brasil são provavelmente identi- cos. O que fez Carougeau desanimar foram as dificudades que se encontram nas primeiras culturas e que tambem tivemos de enfrentar. Hoje, conforme já vimos, essas dificuldades são muito menores desde que as sementeiras sejam feitas em meios contendo liquido de ascite. O professor Carini, do Instituto Pasteur de S. Paulo, em seu trabalho publicado em 1911 sob o titulo cara-mchada, nas paginas desta Revista, falla em um estaphylococco que isolou das costellas de um cavallo atacado da molestia, facto que se repetiu em dous outros animaes, dos quaes conseguiu isolar o germen, uma dessas vezes tendo sido retirado o estaphylococco de sangue do animal doente. Carini reconhece que a inconstancia com que encontrou o seu: germen, sua ausencia bem certa em lesões na phase de desenvolvimento, são certa- mente razões de muito valor para não acreditar no papel etiologico desses germens. ' Já vimos em outro ponto que o germen que isolamos da cara- inchada não é um estaphylococco, devendo ser considerado como um microcotco. Não se trata, portanto, do germen visto por Carini, tendo o proprio Carougeau tambem isolado varias vezes em seus trabalhos estaphylococcos que não lhe mereceram attenção. Em nosso proximo trabalho sobre este mesmo assumpto, apresen- taremos o resultado das inoculações do Micrococcus Osteoporosi em poldros, e, caso estas inoculações nos permittam reproduzir experi- mentalmente a cara-inchada, tentaremos immediatamente os trabalhos de vaccinação que são os que interessam mais directamente aos cria- dores. Na mesma occasião publicaremos o estudo dos fócos de osteo- porose no Brasil, estudo pelo qual, desde já, podemos affirmar serem muito logicas as opiniões emittidas sobre o mechanismo da transmissão da molestia pelo saudoso Dr. Augusto Fomm. Dr. Paulo de F. Parreiras Horta Chefe da Secção Technica, Oo 344 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO UMA EXPERIENCIA DE ACLIMAÇÃO DE GADO EUROPEU, NO PARANÁ Com o fim de estudar a acelimação do gado europeu no Paraná, o Sr. Ministro da Agricultura entregou à Fazenda Modelo de Ponta Grossa um lote de gado “Aberdeen-angus”, vindo da Inglaterra, com primeiro destino à exposição pecuaria de Bello Horizonte. O lote compunha-se de onze cabeças, assim repartidas: tres touros novos, seis novilhas, entre IS e 30 mezes, e duas vaccas, adultas. Uma novilha de 30 mezes succumbiu, logo após seu desembarque em Ponta Grossa, a um phlegmão superitoneal, com peritonite aguda genelarizada. Foi tambem verificada a tuberculose de alguns ganglios abdominaes. Ficaram então dez rezes, de todas as idades. Duas vaccas e duas novilhas estavam em gestação e em estado de excessiva gordura. Logo depois da chegada, foram os animaes infectados artificial- mente, apparecendo a piroplasmose, em todo o lote, entre o quinto e o vigesimo dia. Propositalmente uns receberam o azul de tripan, logo depois do apparecimento da febre e de piroplasmas no sangue (“Lofty”, “ElI- win”, “Myrthe”); um outro grupo, após um ataque de tres ou quatro dias (“Pride Alex Ricando?, d'Blackbimd? - cumaterceiro grupo não recebeu (“Magestic”?, ““Ristls”?, “Red-ensigne?”, “Mathilde”), isso no intuito de saber-se si a-immunidade adquirida naquelles tres casos apresentaria alguma differença. Fóra um caso de hemoglobinuria, a symptomatologia toda con- sistia em febre com presença de piroplasmas no sangue. Em todos os casos de administração de azul de tripan (que foi a dóse forte I50 cc. a 200 cc. a 1º|º), por via intravenosa, a acção foi decisiva e rapida: a temperatura tornando-se normal no prazo maximo de doze horas, a immunidade sendo forte, pois não temos a assignalar nenhuma recahida, devido a piroplasmas que resistiram ao tripanbleu. Tambem nada demonstrou que o momento da administração ou a não administração do tripan influe no grão da immunidade adquirida, devendo pois o especifico ser administrado, sem demora, para evitar todo mão successo, estragos ou lesões possiveis pelos parasitas do sangue nos casos de applicação tardia. or U dec UI E B5E uL LI HO a Pp O [2 po IK al e p SZ e a À UI e us E U : so e Id Ê o | is) o Ie oc : Este OT 6L OI qur 2z Ss) a 6 V IN Ng | Ja 1 04 Jd REVISTA DE VETERINARIA E ZOOTECHNICA 345 a HÃO ÃO A ÃO ÃO ÃO A A ÃO AAA a aà a Assim, a novilha “Blackbird” perdeu tres milhões de globulos vermelhos por mm3 de sangue sendo tripanbleu applicado só no quarto dia. | Logo depois, o gado foi solto no campo durante as horas mais amenas do dia, recebendo um regimen mixto e permanecendo em observação diaria. Passado o prazo de 27 dias após a infecção artificial, principiou nova febre alta, com symptomatologia grave. (V. Diag. Tempº., de Black?” Pete: A vacca- “Ruth”, em gestação, succumbiu em quatro dias, tendo o numero dos globulos cahido a 2.500.000 por mm3, no terceiro dia. O systema nervoso traduzia tristeza e prostração progressivas. O systema digestivo revelou, no princípio, inappetencia relativa, para tornar-se completa nos dois ultimos dias. As fezes mostraram-se diarrheicas, de côr amarellada, devido à grande porcentagem de pigmentos biliares, transformando-se logo ao contacto do ar, em verde escuro, quer dizer, à transformação de biluribina em biliverdina. O pulso fraco attingiu a 100, para subir a 120, e no fim tornar-se irregular e em seguida imperceptivel. À urina, muito concentrada, sempre sem hemoglobina, com traços de serina, causada pela nephrite concommittante, era escura devido aos pigmentos biliares. A respiração muito accelerada e entrecortada de inspirações profundas e gemidos. Um symptoma importante reside na pallidez das mucosas, tor- nando-se terrosas e amarellas (anemia e icterícia). O emmagrecimento é rapido, os tecidos tornam-se flacidos. O sangue descorando-se, perdendo em parte a viscosidade e a sua coagulabilidade, revelou no microscopio, pela coloração de Giemse, grande porcentagem de glogulos vermelhos, com pontos de chro- matina quasi sempre em numero de um ou dois, collocados na peripheria, que Theyler classificou e denominou Anaplasma Marginal. O poder hemolitico do parasita demonstrou-se muito intenso e rapido: descendo o numero dos globulos vermelhos a perto de 2.000.000 por mm3 em poucos dias, trazendo um desequilibrio brusco nas propriedades physicas, chimicas e physiologicas do “meio interno”, associado a uma infecção profunda. Um tremor muscular, com resfriamento peripherico annunciava a morte. A autopsia tambem revelou tratar-se de casos muito agudos, seguindo-se de perto em virulencia os casos de “Lofty”. “Mathilde” R. V, 44 346 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO e “Myrthe”, que succumbiram ao segundo ataque no verão, todas em gestação e em estado excessivo de gordura. As lesões são as de infecções graves, associadas à anemia e à ictericia. | O figado, augmentado de volume, com bordas arredondadas, tinha sempre a superficie do córte amarella, brilhante e anemica, e em estado de degenerescencia gordurosa. A visicula biliar continha bilis concentrada em excesso. O baço duplicado em espessura tinha a polpa molle e negra. Os rins congestionados na parte cortical tinham petechias (isso sobretudo no caso de “Ruth?). O pequeno conteúdo do intestino tinha grande proporção de ele- mentos colorantes de bilis. Não é raro encontrarem-se suffusões hemorraghicas superitonaes. O musculo cardiaco, degenerado, pallido e flacido. O pericardio. contendo petechias. | A musculatura, descorada e flacida (com rigidez. cadaverica diminuida). O cerebro, anemico e terroso. O sangue, muito pallido, corando-se de vermelho ao contacto do ar, coagulando-se lentamente, dando um “coagulum?” pequeno, sem consistencia. | Nos casos de morte rapida (“Ruth”? e “ Mathilde”), o aborto não se produziu, sendo esse o caso, desde que a molestia se prolonga cinco ou seis dias (“Pride Alex” re Lottyt): O diagnostico differencial no animal vivo é facil de fazer-se na piroplasmose: os anaplasmas, sendo bastante numerosos, mesmo nos casos pouco graves; tendo valor pathognomico da piroplasmose a hemoglobinuria quando exiiste. No cadaver, a origem da tumefacção do baço (lesão commum ás plasmoses e ao carbunculo bacteridiano) differencia-se microscopica- mente: ausencia ou presença da bacteridia; microscipicamente: no sangue, musculo, etc., e pelas inoculações nos animaes do laboratorio. Daquella experiencia de acclimação, embora seja sobre um pequeno numero, poder-se-hia concluir : 1º, que pelo methodo de Nuttall bem applicado, a immunisação do gado europeu contra a piroplasmose é facil, sem perda, dando forte immunidade, mesmo sendo o animal adulto e em estado de gestação; 2º, que toda .a difficuldade reside na anaplasmose, molestia grave sem tratamento especifico até agora; 000" T 3 10d PUNU9SIV E BIRÁ OPIPUSA “ZT6T US vIIPISU] EU ORUSIA oT — HIQIIVANITIVA JO HLYOI JINTId N WWW W N NS AN O REVISTA DE VETERINARIA E ZOOTECHNIA 347 3º, que nos casos de que nos occupamos um primeiro ataque de anaplasmose na primavera não impediu um segundo mais virulento em alguns animaes durante o verão; 4º, que a gestação, coincidindo com um estado excessivo de gor- dura, parece-nos muito prejudicial á resistencia do animal contra “a anaplasmose”, o aborto complicando seriamente os casos, o que nos leva a preconisar a introducção de animaes novos (um anno, sobretudo as femeas), sendo o tempo necessario para a acclimação de cerca de nove mezes. Não ousamos dizer que os bovinos novos têm uma ana- plasmose benigna, mas luctam com mais facilidade do que os adultos que têm certo grão de obesidade, sobretudo nas raças de córte, ou os que estão em gestação. Por exemplo: o segundo ataque de “Ricardo”, que tinha um anno de idade, foi fortissimo e elle escapou; e 5º, as tabellas de temperaturas demonstram que os animaes devem estar em observação diaria durante oito a nove mezes, tomando-se a temperatura pela manhã, explorando-se as mucosas, estabulando-se “immediatamente todo o animal que apresente mais de 39º, subtrahin- do-se elle aos raios do sol e á fadiga, dando-se alimentos de facil digestão. Com effeito, uma rez solta no campo, atacada de anaplasmose poderá difficilmente resistir. Como conclusão: o governo deve tornar obrigatoria a acclimação do gado europeu em estabelecimento sob a sua immediata direcção. Devemos procurar isolar a variedade benigna do anaplasma (variedade central isolada por Theyler). Não resta duvida que a nossa anaplasmose seja a mesma que a existente na Africa do Sul, porque ha uns quarenta annos atraz foram introduzidos bastantes reprodu- ctores da colonia do Cabo. Si essa variedade não fôr encontrada, será rasoavel mandar vir do laboratorio de Theyler uma rez portadora daquella variedade benigna. Mesmo sem procurar isso, aguardando escrupulosamente as prescripções acima citadas, podemos salvar 90º|º no Paraná. 0. Dupont Medico, Veterinario da Fazenda-Modello de Creação, Ponta Grossa ERC e ab oviza asa obssas ee | º ee Tágoo a uia otra À : : ' AR DEM RR E ost' 9h aotnómi te oeobaeh, d ER hestese ne 9h. sbasisis ; 5 Hier ea | o del o Soa: ae di E J És) E j q E boa q 5 4 E N SE ; E dear olisboMêshusna do haien dra Fay E Deo Bl ET oBapsTo sh > Y z ) Ê s o ã ix - [o y q E y MAJESTIC OF DENNE — 6 de Março de 1912 — Reproductor Polled Angus (preto) da Fazenda Modelo de Criação do Paraná Ponta Grossa RICARDO OF DENNE — 23 Janeiro 1913 — Reproductor Polled Angus (preto), filho de Prince Forth of Ballindalloch e Ruth 3 of Balthayock EA Uma ls Ri ua EE, aa K mirra maa, ap id e ai O A o it A ão O e a ) dm di DN 7 / ó 4, M Z Do A VR / h MU e / ” 7 Z A : ; / Md A Z , 7 - , Z / e o ; A 7 A / , o /À A GA a Won e f VA , A / y Mi hi Z Mn A ZA AO A 0; No Pos 7/7, A av z 7 mM ; Vi, ii 7 | mo e » Z / % / V; Zi o No DI Min A a 1 ro gi amas h o Era td, PM seio Corcaunbrgust ado vo coma Prep fon po molhos a picasa neem smposamiom masi opinar rusgese cms merpeegm dr aquosa Roi comia Copia cms H f e Pope seniar vai vim 4 nn masmorras: ra oiro | | Ri o | | | NS E SR ag e e O o M li Z/ di PG VE Mi Z pm Z 7; E; SS RN ASS NES N NY N e aê contraria. pie E . da So a vt ps e e ca a jo " e ' E IB na esti a A a a o A e q Eh, MA Vo º j | | É | Ç a cd “cs Vs ç ás a a, ri a a ás e Mi i 5 i te N SS AS e NS SNS VR] AS ASS ; SAS SS q Ns ES Es AS ANS SNS cs age: “Y rca md » : Ea ERA PURE Tio ta j % jp eq ap ÃO de pa ot 9 spray si old A AT SPAM sd slomtna rh va AA AA 4d çó / A A ” a; Pi GC GL E 7 A é is Psidi: Z, bspnfo gr a sind GA Ms dad o da Ms a A BS RE 4% bem / 77 if Pi WAR MG NL, Z RNA MO is LA, ui NS R$ EO Re o rir / dA /s ni VA NA A / A PA ii gica RE A dv did 24 /, da GA, NA A A A A Re q NES Re UE abáctafd per Eos : Pd o ds boca seo o cp nene opened É sfes, Óperas riu ed nes orfeps io sm decrpo Ro ; ido onromeag POP VÊS mia saem PRP a ata Mid A mo A ASA iii pp VA errmemnijonspoos gi arca did ” si AA A A o a bis MAI 4 dei MR 7 ZA /; 7 Ps na y UA 7 vs hs Ae NS NS ANS ZA GA ii VA ne AN ANS E o 1 fa , % Es a Ge Ze a : 7% rd lida a aid pas Ea e? mas am Eta a Em MN Z ANA, S ES E NS Z É, A e SE SRS poe putas cin dé ima e ra ao one no) 0 Ss PME lh Se asi biabaMtata fado ben ndo rir rien Vc jd ih; DPS tender aposenta ee SS SS Es ES esp q & roses er o rabeta sumos ES ssa o | pa SOCIEDADE C. L SUISSA No Rio de Janeiro : RUA PRIMEIRO DE MARÇO N. 100, caixa 1.775 Em S. Paulo: RUA DIREITA N. 3, sobrado, caixa 763 FILIAES: ENGENHEIROS, CONSTRUCTORES, IMPORTADORES INSFALLAÇÕES COMPLETAS D E Fabricas de tecidos, papel, papellão, cellulose, gelo, | serraria e lacticinios UNICOS REPRESENTANTES DESNATADEIRA TUBULAR SHARPLES A mais simples, rendosa e duravel Batedeirs, salgadeiras, vasilhames dos melhores fabricantes |. DTaterial clectrico, motores, dynamos, cabos, fios, ete, MOTORES A GAZ POBRE, KEROZENE, etc. Dispõe de engenheiros especialistas e pessoal technico de toda a competencia para todo e qualquer estudo ou installações 6—6 14 NO NPBIRASTT: | MATRIZO BM RUN ICMNiSUVISSA Ae MIA DeE Ss DAL EI ZA Dm Patente pelo processo especial do Ce to Cie OIR JAMES MURRAY Fabricas em Dublin e Rio de Janeiro —— go Todas as familias devem estar providas deste precioso medicamento, que tantas vezes já preve- niu molestias graves, sendo tomado a tempo, para Indigestões. azia do estomago. dores de cabeca, ulfecções gastro-intestinaes, Jigado e febres em geral. = SEU EMPREGO FACILITA A ACÇÃO DO MEDICO == Por ser chimicamente pura a MAGNESIA DE MURRAY conserva-se indefinidamente e nunca se altera e Hivitar as imitações I2 — 9 I3 REVISTA DE VETERINARIA E ZOOTECHNIA 349 À INDUSTRIA DOS LAGTICINIOS O QUE E' O LEITE E o producto segregado pelas gladulas mamaes dos mamiferos femininos, no ultimo periodo da gestação e depois do parto, e cuja secreção se extende por um periodo de tempo mais ou menos demorado. A SECREÇÃO DO LEITE dão diversos os factores que contribuem para a proporção e qualidade do leite fornecido pelo gado: alguns factores são individuaes e dependem do temperamento do animal, do seu estado de saude, da raça a que pertence, da idade, etc.; outros dependem exclusivamente da alimentação, do clima, da estação, dos trabalhos a que se submetta. o individuo, etc. COMPOSIÇÃO CHIMICA O leite se compõe de diversas substancias, cujas proporções são variaveis nas diversas especies de mamiferos, como mostra o quadro seguinte: SUBSTANCIAS VACCA CABRA OVELHA | Maximas | Minimas Maximas Minimas Maximas Minimas % dos ap % % % He Foib fa eo DI cre E bia ho EO E À DR ERR PU ERRO ER RA A | 91.5 85.3 89.2 | 82.2 85.6 82.4 CASCITAPEEL: caró o ereyisiste dias ie. EE | 5.0 2.0 ana 2.4 6.5 4.5 PM ACENNÓ AL A pio cho ENTE RE AS e ED RR UR | 0.6 0.5 | 1.6 I.0 0.7 0.6 TIN AR pd oiii Me epnitaioto to ante ia ta a | | | | 6.5 HS t | 9.8 ol I0.3 4.0 DESUSO 4 à nu E SRTA SP RO V À | | | E | S0h 2 o 4.5 3.7 5:0 3.3 CT 1 Pe PE vidi NR RENA NR E 0.9 0.7 0.5 0.4 I.I 0.6 ota rabo oa aanao a aee e A Ca a maias As substancias citadas constituem os principaes componentes do leite, além dos quaes existem outros que lhe dao uma composição e uma constituição bastante complexas. 350 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO d aqua é o componente maior do leite e a sua proporção frequen- temente é alterada pela natureza da alimentação; a caseina é um componente interessante do leite, porque, tratado por certos processos, dá origem ao queijo; a albumina tem a composição elementar igual à da clara do ovo; a manteiga é contida no leite em fórma de pequenas gottas, cujo numero é extraordinario; o assucar ou lactose está dissol- vido no leite; as cmsas ou substancias mineraes contidas no leite, mesmo sendo em pequenas proporções, têm um importante papel na alimentação dos filhos no periodo do alimento. PROPRIEDADES: BEVSICO CEIMICAS DONE O leite é levemente doce é o seu cheiro, apenas extrahido; lembra o da especie do animal que o forneceu, é branco e opaco e adhere' ao vidro; o seu peso especifico oscilla entre 1.020 e 1.033 approxima- damente. Em contacto com certas substancias o leite coagula, dando um precipitado de caseina; estas substancias capazes de coagular o leite são especialmente os acidos. COLASIRO E o liquido segregado pela glandula inamal alguns dias antes e logo após o parto e cuja composição differe sensivelmente do leite fornecido no periodo successivo. | Seus caracteres typicos são: cheiro desagradavel:; levemente salgado; consistencia viscosa e peso especifico, que se eleva até T.oSo. | O colastro, contendo certos e'ementos purgativos, é util pua a alimentação dos recem-nascidos, sob o duplice ponto de vista da alimentação e do medicamento. Esse primeiro leite de modo algum deve ser aproveitado na mdustria dos lacticinios, porque dá origem a alterações no processo fermentativo do leite. ALTERAÇÕES PATHOLOGICAS As alterações do leite podem ser devidas à infecção do animal ou podem mesmo ser devidas a causas posteriores à secreção. Além das alterações pathologicas contidas no leite devido a moles- tias internas do animal, outras alterações se manifestam, pela ingestão que os animaes fazem de certas substancias, que communicam ao REVISTA DE VETERINARIA E ZOOTECHNIA 351 O o dci cá dá di di leite certas propriedades nocivas à saude dos consumidores. As causas de alteração do leite, após a extracção, são igualmente mumerosas, sendo de toda a opportunidade o exame attencioso do gado e o maior asseio das vasilhas destinadas à conservação do leite. Os auctores estabelecem que as causas principaes das molestias e defeitos do leite são devidas especialmente : 1º, à alimentação impropria, alimentos deteriorados ; 2º, à agua ruim, impropria para bebida do gado e para a limpeza das vasilhas; 3º, ao ambiente desfavoravel em que vive o gado, ar viciado; 4º, à falta de asseio durante a extracção; 5º, à permanencia do leite em ambiente quente e mal ventilado; 6º, à conservação do leite quente, em vez de esfrial-o logo depois dalextracção; 7º, à falta de asseio nas operações successivas do tratamento elite; 8º, ao transporte improprio e defeituoso, e 9º, ao gado doente, leite infecto. Quasi todas as causas citadas podem ser evitadas pelo criador ; salvo o caso de infecção pathologica no gado, o bom criador terá sempre ao seu alcance os meios praticos para que o producto seja são e apto para uma demorada conservação. O professor Gigli mui claramente resume as alterações do leite da seguinte fórma: ( fespontaneas! ELLER Rr e leite azedo, etc. após a extracção...... d leite que contém substancias endentes da su ser- : é ã | FaGdoE es da sua conser mineraes ou outras devido á l falta de asseio do vasilhame. [É (leite de côr azulada, amarel- | lada, rosea. Alteraçã E : ErAÇEOS ] dependentes da alimentação... 4 leite amargp, etc. do q | leite que coagula com o aque- loita ( cimento, leite dustico. leite contendo principios or- ganicos aromaticos ou sub- stancias mineraes. dependentes dos medica- mentos leite inquiuado de pús, san- dependentes das molestias.... gue ou que contém micro- organismos. PRANSMISSÃO DAS MOLESTIAS O leite, mesmo quando é obtido de um animal são, póde conter os germens de perigosissimas molestias transmissiveis ao homem. Torna-se, por isso, de grande vantagem que o leite seja guardado em um ambiente são, afim de evitar que os germens disseminados no ar o possam inquinar. 352 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO Frequentemente o leite é o verdadeiro transmissor de certas moles- tias e, sem duvida, é utilissimo fervel-o e com mais forte razão quando não se conhece o animal do qual o leite foi extrahido. REACÇÃO CHIMICA DO LEITE Alguns auctores afirmam que o leite tem a reação acida, outros sustentam que essa reacção é alcalina. O que é certo é que o leite dos animaes carnivoros apresenta reacção acida, ao passo que o leite dos herbivoros tem reacção alcalina, E” util, porém, observar que a reacção póde ser differente, mesmo nos animaes da mesma especie e isto especialmente pela natureza da alimentação. Ha auctores, finalmente, que dizem ter o leite uma reacção am- phothera (alcalina e acida simultaneamente). NES NU RAIO O leite, devido à sua complexa composição, pôde e deve ser con- siderado um alimento completo, pois nelle estão contidos os grupos de principios, que constituem os elementos de grande valor, reunindo em si o poder nutritivo de todos os demais alimentos, porque, de facto, no leite encontram-se os quatro componentes geraes dos alimentos completos : substancias azotadas (caseína) graxas (manteiga) carbohydratos (assucar de leite ou lactose) substancias mineraes (saes das cinzas) O nosso organismo para produzir calor e força carece não sómente de substancias azotadas, ou só de assucar, gordura ou substancias mineraes, mas de uma alimentação mixta, na qual entrem em determn- nadas proporções os quatro grupos citados. No leite esses diversos grupos são contidos em doses bem proporcionadas, tornando o agra- davel liquido em precioso alimento. DIGESPIBILIDADE DO LEIDE A digestibilidade de um alimento é a relação que existe entre a quantidade de substancia absorvida e a quantidade da substancia expellida pelo organismo. O leite é digerido tão facilmente quanto a 4 REVISTA DE VETERINÁRIA E ZOOTECHNIA 353 carne ou pouco menos do que esta, quando crúa. O queijo é digerido mais facilmente do que o proprio leite. O leite crú, que póde ser um agente de transmissão de molestias, é digerido mais facilmente do que o leite fervido. FALSIFICAÇÕES A falsificação mais commum, para abusar da bôa-fé dos consu- midores, consiste em juntar agua ao leite. Alguns juntam-lhe, mesmo, farinha, amido, gommas, etc., afim de augmentar a densidade do liquido, do qual se extrahiu a manteiga, ou se lhe juntou agua, para augmentar o seu volume. ; Outros falsificadores mais perigosos e venaes fazem uso de borax e outras drogas nocivas, afim de impedir o leite de se azedar. CAUSAS QUE MODIFICAM “A RM DO LEITE Ro Os diversos leites de animaes differentes ou mesmo de um só animal podem soffrer oscillações mais ou menos sensíveis e as causas dessas oscillações podem ser assim resumidas: o temperamento proprio do animal a raça á qual o animal pertence Sea a condição de saúde do individuo intrinsecas : : o tempo decorrido depois do parto a idade do animal Causas 4 a hora e o modo de extracção do leite. alimentação ; clima extrinsecas ç | estação l ] temperatura. Fabrico da Manteiga NATA Quando se deixa o leite em repouso, observa-se que a sua super- ficie se cobre de uma materia espessa, unctuosa e agradavel e que é conhecida pelo nome de nata. “ssa substancia é composta de globulos, os quaes encerram o butyrum ou manteiga. 5 R. V. 45 354 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO em A separação da nata do leite se obtem de tres modos: 1º, deixando o leite em repouso, na temperatura ordinaria ; 2º, deixando o leite em repouso e baixando-lhe a temperatura; 3º, fazendo a separação por meio da força centrifuga. DESCREMAÇÃO 'ORDINARIA A descremação ordinaria consiste cm deixar o leite em absoluto repouso, permnuttindo-se deste modo aos globulos emulsionados virem à superficie. Esta ascenção dos globulos à superficie é devida a serem elles mais leves do que o leite; porém essa separação nunca é completa, porque, mesmo depois de longo repouso, o leite ainda contém de 10 a 15º/º de materia graxa, DESCREMAÇÃO COM ABAIXAMENTO DE TEMPERATURA Deixando-se o leite em repouso e abaixando-se a temperatura, foi observado que a porcentagem da nata augmentava sensivelmente e houve quem affirmasse que após algumas horas a separação da nata do leite era completa. Mais tarde foi suggerido e usado o processo de esfriamento por meio de refrigerantes dos quaes se ideavam diversos modelos. Estes refrigerantes davam ao leite um abaixamento de tempera- tura até 4 ou 5º, porém na estação cálida foi aproveitada a agua com a sua temperatura ordinaria, a qual satisfazia perfeitamente ontim desejado. DESCREMAÇÃO CENTRIFUGA A descremação centrifuga resolveu o problema de uma separação completa da manteiga do leite. - Os apparelhos ou desnatadeiras centrifugas são construidos de modo que o leite inteiro, cahindo sobre uma lamina circular animada de grande velocidade, imprime ao liquido uma força de rotação. Ora, pela força centrifuga determina-se uma separação do corpo mais leve (manteiga) do resto do liquido, ficando a parte menos pesada no centro e em circulos concentricos conforme a sua densidade. As desnatadeiras centrifugas primitivas soffreram modificações profundas, ficando quasi de todo banidas as demais batedeiras de madeira, que, por sua vez, haviam tambem prestado relevantes serviços. REVISTA DE VETERINÁRIA E ZOOTECHNIA 355 a La a aà Existem numerosos typos de desnatadeiras, sendo umas de mão e outras movidas com motores inanimados, das quaes se póde obter o desnatamento de mais de 2.000 litros de leite por hora. MNDAÇENS DAS DESNATADEIRAS: CENTRIPUGAS Estes admiraveis apparelhos offerecem especialmente as vantagens seguintes : 1º, possibilidade de extrahir do leite a maior quantidade de man- teiga, a qual se eleva de 4 a 4.380 º|º, deixando apenas 1º|º de gordura, no residuo; 2º, fazendo-se a centrifugação logo após a extracção do leite, a separação da manteiga é muito rapida e a nata póde ser posta em fermentação usando-se os fermentos seleccionados, emquanto que o leite magro ou descremado póde ser utilizado com vantagem na ali- mentação do homem ; 3º, por meio da centrifugação póde-se obter uma nata bastante concentrada, de modo a se ter em um volume minimo o maximo da materia gordurosa do leite, economiisando-se força motriz no preparo da manteiga da nata e perde-se menos quantidade de leite magro, porque a nata, sendo concentrada, não dá sinão um insignificante residuo ; 4º, a manteiga preparada com nata obtida da centrifuga é geral- mente superior e apresenta uma uniformidade de typo, de grande relevancia no commercio ; 5º, as desnatadeiras centrifugas estimularam o espirito de aggre- miação dos productores, os quaes, associando-se, puderam, com grande vantagem, trabalhar em commum, transformando a materia prima em excellentes productos. CARACTERES DE UMA BOA DESNATADEIRA Uma boa desnatadeira deve apresentar os requisitos seguintes: 1º, simplicidade de construcção e montagem ; “2º, facilidade de poder fazer a limpeza das suas partes internas; 3º, solidez de todas as suas partes; 4º, rotação regular, firmeza de apoio, sem causar choques durante o trabalho; 5º, exigir o minimum de força motriz para o seu funccionamento ; 6º, custo minimo relativo ao trabalho que produz ; 7º, coefficiente maximo de extracção da materia graxa contida no leite; 356 MINISTERIO DA AGRICILTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO NL a a a a a aa a A A a SS a SS SS SS SAS RSS a E o Ed do 8º, possibilidade de graduar a relação entre o volume de nata e o de leite centrifugado, afim de se obter nata concentrada; 9º, perdas minimas do producto e do residuo, e ' 10º, facilidade na substituição das peças por outras sobresalentes. PREPARO DA MANTEIGA Quando se tiver obtido a nata com um dos methodos citados é preciso vatel-a para a separar do sôro que ainda contém. Para isso existem typos especiaes de batedeiras, as quaes podem ser de piston, de barril, verticaes ou de balanço. Com uma dessas batedeiras agita-se a nata, a qual deve oceupar uma metade da capacidade do apparelho. Devido à agitação da batedeira a materia gordurosa ou manteiga agelomera-se separando-se do sóro que se elimina por um furo do apparelho e lava-se com agua pura e fresca a manteiga separada, a qual é extrahida da batedeira, afim de ser amassada. Existem diversos typos de amassadores, sendo preferivel o amas- sador rotativo mecanico, porque faz trabalho rapido e perfeito. A temperatura mais favoravel para se amassar a manteiga é de 2 ou se PREPARO DAS FORMAS Estando a manteiga prompta, costuma-se dar-lhe uma fórma para ser posta no commercio; alguns preparam grandes pães de seis a oito kilos, outros preparam a manteiga em pequenas fórmas por meio de prensagem e ha, finalmente, quem costume preparal-a em pequenas latas e tambem em barris. COLORAÇÃO NDA: MANHMEICA Para satisfazer as exigencias dos mercados, costuma-se colorir a manteiga usando-se, para isso, pequenas doses de açafrão, urucuú, ete. ACETIFICAÇÃO DA MAN'TEIGA Muitos fabricantes julgam conveniente acetificar a nata, afim de augmentar o gosto e o aroma da manteiga e a operação consiste em misturar 4 nata, certa quantidade de leite azedo, deixando-se a misturar por 12 horas à temperatura de TO à 12º. REVISTA DE VETERINARIA E ZOOTECHNIA 357 ENLNLSL LL L LNLS LL LL Dá di dd Esta acetificação é devida à presença de alguns fermentos que se desenvolvem e se multiplicam na nata, modificando-a profundamente. Julgam alguns que a manteiga proveniente de nata doce, isto é não azeda, conserva-se melhor; porém está demonstrado que, quando a acetificação é feita com fermentos seleccionados, o producto con- serva-se por um periodo de tempo muito maior. CASEIFICAÇÃO O queijo é uma substancia alimentícia que se obtem por meio da coagulação do leite e cujo coagulo, preparado por processos diversos, constitue objecto de largo consumo pelo homem. OPERAÇÕES FUNDAMENTAES As operações fundamentaes da caseificação consistem : 1º, na coagulação do leite; ar na subdivisão da coalhada” 3º, no cozimento da coalhada ; ME RA Prensdsem 5º, no salgamento, e 6º, na cura dos queijos. 1.º — Coagulação — A coagulação do leite é geralmente obtida usando-se uma substancia conhecida pelo nome de coalho, a qual é um reagente que se prepara com o 4º estomago dos ruminantes (abo- maso). Sob o ponto de vista scientifico o coalho é um fermento pro- duzido pela mucosa gastrica dos animaes, especialmente dos mamiferos, no periodo do aleitamento. Acham-se 'à venda uns coalhos liquidos, aliás de uso facil e que merecem consideração, quando houver certeza de que na sua compo- sição, nada entre de nocivo. A coagulação do leite às vezes é feita logo após a extracção, outras vezes é mais ou menos demorada e frequentemente extrahe-se do liquido primeiro a manteiga, transformando-se o leite em leite magro, para em seguida fazer a precipitação da caseina. E” preciso que a quantidade de coalho a usar não seja excessiva, afim de se evitar uma coagulação rapida, tornando-se o coagulo muito " compacto e de estructura defeituosa. 2º -— Subdivisão da coalhada — Quando o coagulo tiver alcançado o grau de consistencia que se deseja, rompe-se a coalhada, facili- tando-se desse modo a separação do sôro. 358 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO dd dd a mm Dc Dm T'endo-se reduzido a coalhada a pequenos fragmentos, côa-se em tecidos, separando-se os fragmentos caseosos do sôro. 3.º — Cosimento — Algumas vezes, costuma-se levar ao fogo a coalhada com o sóro e esta operação merece cuidados, não se devendo exceder o aquecimento além de 60º. 4.º — Prensagem — Para fazer uma boa separação dos fragmentos caseosos, deixa-se a massa nos tecidos que serviram de coador e desta fôrma colloca-se sobre um plano inclinado afim de deixar a massa o mais enxuta possivel. Obtida a massa em condição de ser manipulada, colloca-se em fôórmas, dando-se-lhe, deste modo, uma fórma estavel e favorecendo a formação de uma crosta resistente. Desta operação tira-se tambem a vantagem de se expellir uma certa quantidade de sóro, que estava contida na massa. 5.º — Salgamento — Sómento os queijos destinados ao consumo immediato dispensam o salgamento. Além do mais os queijos salgados sao mais agradaveis e conservam-se por muito tempo. O salgamento póde ser feito de tres modos diversos: Iº, ou espalha-se sal na superficie; 2º, ou se collocam os queijos em solução de sal (salmoura) ou, finalmente, póde-se misturar o sal à massa no momento do fabrico. Alguns preferem salgar os queijos alguns dias depois do fabrico, afim de que se possa iniciar o processo de fermentação da massa, que favorecera certamente a successiva maturação do producto. 6.º— Cura ou maturação — Os queijos, quando não são consu- midos frescos, deixam-se por certo tempo em local appropriado afim de chegarem a um estado de perfeição, que varia para as diversas especies. CLASSIFICAÇÃO DOS QUEIJOS Os queijos pódem ser classificados sob diversos pontos de vista. Quanto à natureza do leite, os queijos se dividem em queijos magros, que são provenientes de leite descremado; queijos com leite não descremado e queijos de nata, aos quaes, além da substancia gor- durosa que possuem, ainda se lhes ajunta uma parte da nata dos leites descremados. Quanto à consistencia, os queijos podem ser molles e duros: os queijos molles são fabricados com leite inteiro, isto é, não descremado ,. os queijos duros são fabricados com leite inteiro, com leite em parte ou completamente descremado e a sua massa é quasi sempre cozida. Uma terceira categoria é devida à proveniencia do leite e então podem ser: queijos de vaccas, de ovelhas ou cabras e de bufalos. REVISTA DE VETERINÁRIA E ZOOTECHNIA 359 “a O quadro seguinte esclarece a classificação: queijos magros quanto á natureza do leite » de leite não descremado queijos de nata | am frescos | queijos moles MD Da Queijos q quanto á consistencia comprimidos » duros À cozidos queijos de vacca | quanto á proveniencia « - de ovelha e de cabra HE » de bufalo. Pela classificação acima vê-se logo que existem numerosos typos de queijos, cujos caracteres são especiaes para cada um. Merecem especial menção o queijo de Brie e o de Neufchatel, que são molles, mas salgados; o de Chester, o de Glaucester, o hol- landez, o de Edam, o de Gruyére, que são de massa firme, submettidos à prensa; o queijo parmesão, que é feito com leite descremado e cujo uso é grande, mesmo entre nós, pelos italianos, que o utilizam como condimento no macarrão. COLORAÇÃO DOS QUEIJOS A coloração artificial dos queijos é usada raramente, utilizando-se nesse caso o açafrão (queijo hollandez). Entretanto, . frequentemente, os queijos apresentam-se coloridos, mas neste caso essa coloração é accidental e póde ser devida a diversas causas dependentes do vasilhame, das substancias ingeridas pelos animaes ou póde ser mesmo devido à molestia ou alteração do queijo. FALSIFICAÇÃO DOS QUEIJOS São raras as falsificações que os fabricantes fazem nesse pro- ducto. A mais commum é a substituição da materia graxa do leite (manteiga) por outras gorduras diversas. Outra falsificação commettida pelos fabricantes fraudulentos consiste em ajuntar amidos á massa que constitue o queijo. Certas vezes costumam injectar nos queijos frescos certas substancias corantes que tendem a imitar as manchas caracteristicas de certos aloe maduros. 7 0 A | 1 o se ia PRP" Ita 1h) 360 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO Existem casos em que os queijos são nocivos à saude por con- terem saes metalicos como zinco, chumbo, estanho, etc., cuja pre- sença é devida às vasilhas que se usaram durante a mnufactura desses productos. Em primeiro logar lembramos que os residuos da caseificação aproveitados para o preparo de certos lacticinios pobres, extrahidos do sóro e este ultimo mesmo despido de tudo o que se pôde aproveitar, ainda constitue um excellente alimento para os porcos. PRODUCTOS SECUNDÁRIOS O leite, além do queijo e da manteiga, póde dar origem a diversos productos. | O leite, além de produzir os alimentos de que nos occupamos, póde ser utilizado para o fabrico de leite condensado, assim como para o do pó de leite, da farmha lactea e, finalmente, para o preparo dos liquidos fermentados conhecidos sob os nomes de Koomnys e Kefyr. O Koomnys é preparado com leite de egua e raramente com o de vacca; produz abundante espuma e tem gosto acido. E” muito usado na Russia. O Kefyr obtem-se pela fermentação do leite de vacca ou tambem do leite de cabra ou de ovelha, usando-se um certo fermento que lhe dá tambem, como no Koomnys, um gosto acido e agradavel. MOLESTIAS DOS QUEIJOS As causas das molestias ou alterações dos queijos podem ser devidas à qualidade do leite, à falta de asseio na manipulação, à falta de cuidado durante o periodo da maturação do producto, à influencia dos micro-organismos, etc. As molestias principaes são: a do queijo amargo, a podridão ou gangrena, as molestias parasitarias devido a acaros, a moscas, bolor, etc. | Lourenço Granato. CASA HUBER. ARCO SS POR E can PNaP NAN Td TA] PAR u PAP LTL La La TT da da da TA La TT PP Nara PNurSul Importadora de Drogas, Productos Chimicos, Especialidades Pharmaceuticas e Secção especial Successores de RoDoOLPHO HESS Depositarios das capsulas e sabonetes «Alpha» de Alberto Koenow e dos productos chimicos do Dr. Ch.º Berthaud Completo sortimento de artigos antisepticos, alambiques, prensas, banho- maria, etc. Especialidade em rolhas, compoteiras para padarias. “Grande sortimento de vidros de todos os tamanhos e fôrmas para drogas e perfumarias, capsulas de estanho para garrafas, potes de louça e de vidro, mammadeiras, bicos, seringas e tubos de borracha, bocetas e todos os mais objectos, necessarios para montar uma pharmacia. TELEPHONE N. 1.918 RUA SETE DE SETEMBRO, 61 dh RUA DA QUITANDA, 23 Antigo 27 Antigo 19 6 Mg NaN Ng NA Rd A PS SENSE MP Naa PN Na! Nf SAP PR SPP N ANP Nas Rat de accessorios para pharmacias | RODOLPHO HESS & C.” “RIO DE JANEIRO — CASA ESPECIAL DE HORTICULTURA ns EUA DO QUNMEDO RR; 4 Endereço telegraphico: HORTULANIA — Telephone n. 1.352 — RIO DE JANEIRO Grande sortimento de sementes novas de hortaliças, de flores, de plantas para agricultura, etc. Grande sortimento de ferragens, utensilios e objectos para todostos misteres de jardinagem SARNOL TRIPLE FLUIDO Vantagens economicas do banho com Sarnol : 1º, mata todo o carrapato; 2º, não prejudica o animal; 3º, produz uma immunisação temporaria, isto é, com um certo numero de banhos (para o Brasil calculamos de 4a 6 no anno) obtem-se o ideal de ter o gado sempre limpo àe carrapato, e provavelmente tambem do berne. SARNOL TRIPLE FLUIDO E natatas de Zine sr itros, o litro... ice a 14600 >>>" SABÃO SARNOL TRIPLE == = Com os mesmos elementos do Fluido Sarnol Triple prepara-se o Sabão Sarnol Triple para matar, como aquelle, o carrapato, além do piolho e a sarna dos bovinos Chacaras de cultura de plantas: rua Haddock T,obo, 228 (deposito geral e cultura de palmeiras); rua Santa Alexandrina n. 134 (cultura de arvores fructiferas e roseiras) Deposito geral de plantas: RUA HADDOCK LOBO 223 -— Villa Itala 6—3 EICKIIOFF, CARNEIRO LEÃO & C€C. I3 prt RS ADUBOS CHIMICOS Fernando Hachradt & Comp. Representantes do KALIS YNDICA T, Alemanha e da United Thomaz Phosphate Works S. PAULO: Rua Alvares Penteado, 15-A CAIXA DO CORREIO, 948 RIO DE JANEIRO : Rua da Alfandega, 90 CAIXA DO CORREIO, 566; Fornecem os adubos necessarios para qualquer cultura e attendem a toda e qual- quer consulta verbal ou por escripto sobre o modo como devem ser applicados os adubos chimicos nas diversas culturas. Propôem-se visitar gratuitamente as propriedades agricolas para ensinar pra- ticamente a adubação chimica racional. Distribuem livros, folhetos e brochu- ras obre a adubação chimica a quem os solicitar. 2 13 1 WWWW]][W[][W[[[Ww[[W[Ww[[Ww[Www—w—]—w—w——w——w>w———>——>—>—>——>—>—>—>——— TT TT REVISTA DE VETERINÁRIA E ZOOTECHNIA 361 Là AO A AAA INSPECÇÃO VETERINARIA Relatorio apresentado ao Dr. Thomaz Pompéo de Souza Brazil Filho, Inspector Veterinario do 3º Distrilcto, pelo veterinario Dr. Do- mingos Vanzelloti, sobre sua excursão aos municipios de Morada- Nova, Limoeiro, Riacho do Sangue, Jaguaribe-mirim, Icó e lguatú, de 20 de Junho proximo passado, a 6 de Julho corrente. EXCURSÃO Partindo desta séde no dia 20 de Junho proximo passado, acom- panhado do auxiliar de 2º classe, Antonio Cezar de Vasconcellos; chegamos a Quixadá no mesmo dia, seguindo à tarde para Morada- Nova, onde chegamos no dia seguinte ; deste municipio partimos a 24 para Limoeiro, chegando à noite do mesmo dia; a 26, viajaváâmos para Riacho do Sangue alcançando-o a 27; proseguimos a 29 para Jaguaribe-mirim, onde chegamos à tarde, e no dia 1º de Julho logra- vámos Icó, onde permanecemos até 4 do corrente, quando partimos para Iguatú, de regresso à séde, por julgar concluida a commlissão que me havieis confiado, devido a impossibilidade allegada pelos criadores, de juntarem os gados soltos. ESTRADAS Como em anteriores relatorios sobre outras excursões vos hei informado, nos Municipios que ora percorri não encontrei vias publicas que mereçam o nome de estradas. Estas são traçadas através de invio mattagal, cerrado e baixo, tramado de hervaçaes que abrangem todo o caminho e o tornam quasi intransitavel. Os viajantes seguem, leguas e leguas, de um a um, por cima de barrancaes, atoleiros, pedregaes e paludes. Não existem nessas chamadas estradas vestigios de que algum dia, mesmo em épocas remotas, os poderes publicos se hajam interessado por essas vias de transporte, unicos escoadouros da pro- ducção agro-pecuaria da immensa, rica e fertil zona banhada farta- mente pelo Jaguaribe. | TRANSPORTES Como sempre a dificuldade dos transportes nos prejudicou o ser- viço, assim como nos privou de colher mais abundante material de estudos e experiencias. R. V. 46 362 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO RECEPÇÃO NOS SERTÕES Com a gentileza habitual fomos recebidos nos sertões, notando porém, ainda os terriveis effeitos das acirradas luctas políticas que repercutiam em todas as relações sociaes e industriaes. ZOONOZES Saina psoroptica — Nos equinos de varias fazendas, em todos os municípios, grassa com intensidade. Aconselhei meios prophyla- cticos, e receitei. Ascaridiose — Nos equimos de varias fazendas tem feito algumas victimas o parasitismo intestinal das ascaridas. Aconselhei medidas hygienicas e prophylacticas, e receitei. Durina — Esta epizootia continúa a dizimar os solipedes, espe- cialmente os equinos, em todos os Municipios. | | Os meios prophylacticos de castração dos machos e matança das femeas, embora sejam systematicamente aconselhados, por serem actualmente os unicos praticamente utilisaveis neste Districto, não são praticados pelos criadores. Como agente therapeutico de relativa efficacia receitei o licor Donovan-Ferrari que de ha muito venho empregando com algum resultado. Babesioses — Nenhum caso constatei de visu, embora colhesse informações officiaes - de que grassava nos Municipios percorridos. As duas variedades morphologicas a pyroplasmose e anaplasmose, são entretanto as causas da epizootia que dizima horrivelmente a especie bovina deste Districto. j Strongiloze — Enorme é a mortandade dos ovinos e caprinos em toda a região percorrida. | Pesquizando clinicamente a causa dessa epizootia, só diagnostiquei baseado em material colhido a Strongiloze. Entretanto, creio outras infecções existem que dizimam os rebanhos, e cujos agentes etiologicos ainda são desconhecidos para nós. | No intuito de identificar a diarrhéa epizootica que grassa tão intensa e extensamente neste Districto, adquiri, por compra, uma cabra doente a qual autopsiei. Nos intestinos delgado e grosso, colhi numerosos exemplares de strongilus contortus. Tambem nos intestinos delgado e grosso, notei profusos nodulos pequenos, esphericos, alvacentos, e que, à pressão digital, extravasavam REVISTA DE VETERINAHIA E ZOOTECHNIA 363 Da a ça a a AO do lado da mucosa uma substancia caseosa, cuja natureza não iden- tiiquei. Nos foliculos notei lesões mais esparsas, cobertas de sub-: stancia catarrhal amarelecida, e grande quantidade de mucus solto no intestino grosso. O aspecto característico dessas lesões, induz-me a crer na infecção parasitaria de um coccidio conjunctamente aos strongylus. Quanto aos demais organs, não observei ao exame macroscopico nada de anormal. Aguardo ainda o resultado do exame histologico do material que colhi para confirmação do meu diagnostico clinico. Entretanto, pelos symptomas ,da zoonoze, ao engendrar-se a hydremia (papeira dos sertanejos) que conduz o animal á cachexia, em que definha e morre, parece-me não ser estranho a tal estado algum parasita pathogeno do sangue ainda não identificado, e cuja etiologia por falta de material de estudos ainda não desvendamos, para resalva ao nosso criterio scientifico, e verdadeira identidade desta mortifera magrem caprina. Infecção cadaverica — No Municipio de Jaguaribe-mirim, corria o boato alarmante de que grassava o Carbunculo hematico nas fazendas da familia João Luiz. Para lá segui immediatamente, nada constando a respeito. Verifiquei apenas que dera margem ao boato, o seguinte facto: fôra encontrada morta uma vacca numa das fazendas, e Antonio Luiz tirára o couro do cadaver, conduzindo-o sobre um muar que nada soffrera; elle, porém, começãra a sentir dores agudas no braço direito e, após, se lhe manifestára uma infecção purulenta abrangendo todo o ante-braço direito, a qual cedeu com a applicação de antise- pticos e pomadas seccativas. E, só. | A meu vêr tratava-se do processo morbido de uma infecção cadaverica. Carbunculo symptomatico— E” a epizootia que mais intensa- mente e extensamente grassa no Estado, conforme as informações | que colhi na região percorrida. Grande é a mortalidade que constatei, cujos effeitos terriveis redundam no anniquillamento da maior parte da producção, talvez 75 º|º: Felizmente os fazendeiros já vão comprehendendo a efficacia da vaccina usada pela Inspectoria, e se rendem ante a evidencia dos factos. Não obstante, ainda exigem, porém, a longa permanencia dos funccionarios nas localidades afim de reunirem os garrotes e bezerros, o que, aliás, pelo prévio aviso que recebem não se justifica, e só acarretaria prejuizos e despezas forçadas a este serviço. 364 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO Assim resolvi demorar-me nesta excursão, como nas anteriores, o tempo extrictamente necessario à immunização dos animaes que me eram apresentados, e cujos proprietarios se promptificavam. às necessidades dessa pratica. A vaccinação foi a seguinte — Municipio de Morada-Nova: na propriedade de Luiz José Nobre, 23 bezerros; na de Felix Rodrigues, 19; na de Francisco Maia Filho, 14; na de Manoel Honorato Caval- cante, 27; na de Luiz Eduardo Girão, 29; na de Raymundo: Bida Silva, 13; na de Cypriano Maia, 15: na de José Rabello, 11; na de Antonio Conrado Girão, 25; sommando 195 vaccinações, feitas em bezerros e garrotes deste Municipio. Em Limoeiro visitâmos as propriedades seguintes, nas quaes vaccinamos: de José Nunes Guerreiro, 45; de Julio Albuquerque, 32; do Dr. Audalio Costa, 29; de Antonio Nogueira de Souza, 17: cuja somma attinge a 123 vaccinações em bezerros e garrotes. Na villa do Riacho do Sangue vaccinamos nas propriedades de Honorio José Botão, 39; Benigno Bezerra de Menezes, 23: Belarmino Rodrigues, 27; o que prefaz 89 vaccinações neste Municipio. Em Jaguaribe-mirim só conseguimos vaccinar nas propriedades: de Alvaro Nery da Silva, B/8 e Francisco Saraiva Leão, 21; sommando 58 vaccinações. | Re Em Icó, as propriedades que visitamos e nas quaes vaccinamos, foram: de Manoel Roberto Alencar, 23; de Antonio Pereira Graça, 27; de José Guimarães Caminha, 39; cuja somma constata 169 vaccinações. Em Iguatú, vaccinamos de Antonio Corrêa, 29 bezerros. Além destas vaccinações, fizemos nas sédes de cada Municipio, outras a titulo de demonstração pratica do processo de itmmunização e propa- ganda deste serviço. Foram-nos trazidos pelos proprietarios os bezerros . que tinha cada um delles na zona urbana, cujo total prefaz uma cifra regular mas que era assás demorado annotallos em particular. Assim essa vaccinação foi: Morada-Nova, 109; Limoeiro, IA45; Riacho do Sangue, 93: Jaguaribe-mirim, 178; Icó, 105: Iguatú, 7. Sommam 637 vaccinações. Recapitulando, fizemos portanto 1.300 vaccinações nos seis Muni- cipios inspeccionados, tendo 36 propriedades ruraes. e Bronchite verminosa — Como consequencia a infecção parasitaria dos ovinos e caprinos, tambem esta zoonoze tem feito seu cortejo de victimas. | Apezar dos meios prophylacticos aconselhados quanto a stron- guloze e suas congeneres, não serem utilisados pelos criadores, pois lhes é, em parte, quasi impossivel essa pratica devido a criarem em REVISTA DE VRIERINARIA E ZOOTECHNIA 365 Aos commum em campos abertos, insisti ainda, como sempre, para que assim procedessem imprescindivelmente. “ Ixodes — Já se vão dilsseminando pelos Municipios inspeccionados, principalmente Iguatu. Entretanto, não me foi dado constatar casos de Babesias, os quaes acredito em breve recrudecerão epizooticamente em seu caracter calamitoso. Infelizmente não dispomos de recursos financeiros para proseguir em obra de prophylaxia, como a contrucção de banheiros carrapati- “cidas para expurgo dos bovinos com transito obrigatorio nas vias de communicação inter-Municipios. Além destas zoonozes, outras, não enzooticas nem epizooticas, mas communs as varias especies animaes, constatei em todos os Municipios. ESTATISTICA E ECONOMIA Não me foi possivel colher dados officiaes referentes a população pecuaria dos Municipios inspeccionados. Assim o computo que fiz basea-se nas informações obtidas dos criadores e orça pelos seguintes numeros: Morada-Nova, bovinos 10.000; equinos, 1.800; asininos e seus hybridos, 1.500; ovinos, 4.000; caprinos, 4.000. Limoeiro, bovinos 9.000; equinos, 800; asininos e seus hybridos, 700; ovinos, 2.500; caprinos, 2.000. Riacho do Sangue, bovinos, 8.000; equinos, 1.100; asininos e seus hybridos, 800; ovinos, 2.800; caprinos, 1.500. Jaguaribe-mirim, bovinos, 12.000; equinos, 2.000; asininos e seus hybridos, 1.800; ovinos, 6.000; caprinos, 3.500. Icô, bovinos, 10.000; equinos, 1.500; asininos e seus hybridos, 1.600; OVINOS, 5.000; caprinos, 2.000. Iguatú, bovinos, 8.000; equinos, 1.200; asininos e seus hybridos, 2.000; ovinos, 3.000; caprinos, 5.000. Quanto aos suthos, não consegui obter dados que me autorisem a emittir uma hypothese estatistica. Sua criação é, entretanto, feita nos Municipios que inspeccionei, com regular extensidade, e con- stitue um dos maiores factores economicos da população pobre. “Não ha porém, quem se interesse pela industria suina entre os fazendeiros, e aquelles que possuem varas de porcos deixam-nas soltas pelos campos refocilando nos lameiros, ou perambulando pelos mon- turos dos povoados. Cuidados hygienicos e veterinarios, não existem em absoluto para tal especie, entre os seus criadores. A producção agricola pastoril da região percorrida, soffre pro- fundamente com a carencia absoluta de vias ferreas, que dificulta 366 MINISTRRIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO LIGAS SIP SSIS PPA PRP PRO 2 o transporte dos productos, anniquilando o commercio asphixiado em sua origem pela ausencia dos consumidores que não estabelecem a lei da offerta e da procura, firmativa do desenvolvimento agro- pecuario da região, e consequente accrescimo da importação de manufacturas. | Por falta de vias ferreas ou fluviaes que transportem a pro- ducção local, esta se restringe mais e mais, accentuando a crise os baixos preços de 408000 a cabeça vaccum; e desapparecem aos poucos os minguados capitaes reduzidos pela não applicação uns, e outros absorvidos em materiaes improductivos pela impossibilidade da exportação. Por estes factos a pobreza vae invadindo todos os lares, causando graves apprehensões para o futuro social-político de tão povoada e utilisavel extensão do territorio cearense. PASTAGENS Como as chuvas ainda continuavam, alongando a estação pluvial, notei as pastagens reverdecentes em varios tractos de cada Municipio, o que emprestava a paysagem um aspecto assás animador, encora- jandô os fazendeiros a compra de gados de engorda provenientes de outros Municipios visinhos, e até do Piauhy. Não observei, porém, em nehuma propriedade, quem se dedicasse ao plantio systematico de pastagens, ou ao cultivo de plantas forra- geiras, nem mesmo a ceifa dos capinzaes nativos para forragem na estação da secca que se approxima. AGUADAS pe Tambem devido as chuvas, os rios Jaguaribe e Salgado, e seus numerosos afluentes e confluentes, corriam com regular volume, pro- porcionando assim aos gados agua potavel de optima qualidade, da qual se utilisa tambem a população local. ESTADO SANITÁRIO ç A não serem os rebanhos de ruminantes, e lotes de solipedes attingidos pelas zoonozes que identifiquei, os demais apresentavam bom aspecto, e regular gordura, dando-me a impressão geral de uma safra promissora. REVISTA DE VETHRINARIA E ZOOTECHNIA 367 PISCICULTURA E” uma industria muito lucrativa que os fazendeiros possuidores de açudes já exploram intensamente. E é bem significativa essa exploração, pois representa mais um ramo da actividade humana utilisado pelos sertanejos cearenses para minorar-lhês a calamidade da secca, além de augmentar-lhes os juros do capital empregado na açudagem. Devido a pesca, que é feita abundantemente em épocas determi- nadas, não ha accumulo de producção de peixes o que então preju- dicaria as qualidades chimicas da agua. AVICULTURA e a E” assás abundante a criação de gallinaceos, e outras aves aqua- ticas assim como de perús em toda a região. Não ha porém methodo algum, ou mesmo qualquer cuidado hygienico relativamente a esta industria, ainda muito rudimentar em seus delineamentos. Entretanto a população pobre já aufere regulares proventos com a sua exploração. CONFERENCIAS PUBLICAS No intuito de popularisar mais a propaganda da minha missão, realísei tres conferencias publicas na séde dos Municipios de Morada- Nova, Limoeiro e Icó. Em todas estiveram presentes numerosos criadores e commer- ciantes, representando-se tambem as autoridades locaes, que me honra- ram com a sua presença e suas gentilezas. Os assumptos que debati em cada uma foram: Babesioses e Ixodes; Durina; hygiene animal e prophylaxia. Expressei-me sempre em linguagem vulgar, adaptando à technologia os termos sertanejos, afim de facilitar ao auditorio a comprehensão dos meus ensinamentos. Satisfeitos retiraram-se todos após ouvir-me, e pelos calorosos cumprimentos de que fui alvo, supponho ter sido comprehendido. I ias! H - CONCLUSÕES FINAES. 1! | O auxiliar de 22 classe, Antonio Cezar de Vasconcellos que me acompanhou nesta excursão, desempenhou-se sempre com zelo e acti- vidade das incumbencias que teve. 368 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO Não logrei mais amplo desenvolvimento aos serviços que prestei na região percorrida, em parte devido a indifferença, e, por vezes, manifesta má vontade dos criadores, e por outra a escassez de material de estudos, difficilimo de obter ante a ingratidão do meio, adverso aos trabalhos profissionaes, pois os criadores, sempre desconfiados, exhimem-se ao nosso contacto julgando-nos, apezar dos documentos de identidade que levamos, sermos agentes do fisco espionando -os seus haveres para accrescer-lhes os onerosos tributos que pagam. Mas, apezar de tudo, creio que proficua foi em muito esta minha excursão de 1.344 kilometros, dos quaes 394 a cavallo por Municipios que desconheciamos, e onde os nossos esforços conseguiram um exito vantajoso no animo dos criadores que assim se relacionaram com os serviços desta Inspectoria, que V. S. dirige com o elevado criterio eminentemente scientifico e pratico, de profissional abalisado. Da exposição clara e conscienciosa que fiz neste relatorio, V. S. inferirá do merito e da utilidade desta excursão. Saude e Fraternidade. Fortaleza, 14 de Agosto de I9IA4. Dr. Domingos Vanzelloti Veterinario REVISTA DK VETERINÁRIA E ZOOTECHNIA 369 PELAS REVISTAS ETA TIA Tea Tod ia Lda Lda TA RECENSEAMENTO DOS ANIMAES NA HUNGRIA ErFECTIVO DOS ANIMAES — Comparando-se o resultado do recen- seamento effectuado em 1911 com o realizado em 1895, verifica-se o seguinte: | Animaes 1895 1911 BO ASR Reno cart aa Sae ARA a ap a fa aa cr 6.738.365 7.319.121 Camallost paes mst p apareçam PS sda 2.308.457 2.351.481 E TOSA Ma 0 Sta DES E Alo RR 23.855 20. 103 JEILAMO Sn 0 0 sb dano gpa so god Und DasboBo o dobnbcos I.9II 1.850 EO OO dr 6 RR ER Em E ERREI RR 7.330.343 7.580.446 TICO S do te so te NERO PA BE PL Clo P OA ara Quo ia 8.122.682 8.548.204 (DENSAS Da TE EE E NR 308.810 “426.981 Raça BOVINA — À totalidade dos bovideos augmentou, de 1895 a IgII, na Ilungria propriamente dita, de 5.829.585 a 6.184.264 cabeças, ou mais 354. 79 cabeças; na Croacia-Slavonia, de 908.780 a 1.134.857 cabeças, ou sejam mais 226.077 cabeças e em todo o reino da Hungria, de 6.738.365 a 7.319.121 cabeças. | RAÇA CAVALLAR — Esta raça, comprehendidos os cavallos do exercito commum, do exercito nacional e do corpo de gendarmes, apenas augmentou, de 1895 a I9II, em 43.024 cabeças. Não levando em conta os cavallos do exercito, o effectivo da raça cavallar, em todo o reino, naquelle periodo, elevou-se de 2.282.026 a 2.320.271 cabeças, ou mais 38.243 cabeças. Este augmento deu-se, quasi exclusivamente, na Croacia-Slavonia, onde o effectivo augmen- tou de 37.558 cabeças. RAÇA ASININA — À criação de animaes desta raça diminuiu. O numero de jumentos decresceu, no intervallo de dois recenseamentos, de 23.855 a 20.103 cabeças, ou menos 3.752 cabeças. O effectivo de 370 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO NANA NANA A AA A A ASA A AAA A A AS SS AS SS SSL INSS SS SNS SSL SL burros diminuiu tambem, de 1.911 a 1.850 cabeças, ou menos 61 ca- beças. A criação é sufficiente para o consumo do paiz, que exporta an- nualmente de 400 a 500 jumentos. RAÇA PORCINA — O effectivo destes animaes augmentou na Hun- gria de 7.330.343 a 7.580.446 cabeças, ou mais 250.103 cabeças. O recenseamento de 1911 fez distincção entre os porcos “à chair”, para carne e “à graisse”, para banha, sebo, etc. mas, os dados a isso relativos não podem ser acceitos, sinão sob reserva. Sobre a totali- dade desta raça, havia 6.091.025 porcos “à graisse” e 1.489.421 porcos e Pelganno: Os porcos “à chair” existem principalmente na Croacia-Slavonia. RAÇA OvVINA — (Os recenseamentos effectuados entre os annos de 1869 e 1895 notaram um decresciimo constante e gradual no effectivo dos animaes desta raça; o recenseamento de I9TI accusa um augmento bem sensivel, representando, na Hungria propriamente dita, 170.935 cabeças; na Croacia-Slavonia, 254.587 cabeças e em todo o reino da Hungria, 425.522 cabeças. Este accrescimo, pois, bem notavel, não é apparente e provém de que entre os annos de 1869 e 1895 os recenseamentos foram feitos no inverno, em uma estação, portanto, em que o effectivo desta raça é bem reduzido, ao passo que o de I191I, ao contrario, foi levado a effeito em Fevereiro, quando as ovelhas já haviam tido suas crias. Tendo em consideração este accrescimo annual, que se eleva para todo o reino da Hungria a 1.870.524 ovelhas, póde-se constatar que a diminuição gradual do numero de ovinos, notada em 1895, continuou desde aquel- la época. Além disso, ainda que o numero de animaes dessa raça diminuisse, esta diminuição é compensada pela melhora de sua qualidade. A cria- ção de animaes maiores, fornecendo mais carne, leite e lã tem augmen- tado bastante, de modo que o effectivo total é hoje menos importante do que era ha 15 annos. 5.370.063 cabeças são das raças “raczka” e “czigaja”; 2.492.469 cabeças são merinos e o resto, ou 685.672 cabeças, é de raça ingleza. RAÇA CAPRINA — O effectivo desta raça augmentou no reino, entre os annos de 1895 e I9II, de 308.810 a 426.981 cabeças; na Hun- gria, propriamente dita, de 286.392 a 331.383 cabeças e na Croacia- Slavonia, de 22.418 a 95.598 cabeças. | Convém notar, entretanto, que não só nesta como na raça ovina o augmento se explica, em parte, pelo facto de ter sido feito o recen- seamento de 1895 no outomno, emquanto que o de 1911 foi realisado na primavera. REVISTA DE VETERINÁRIA E ZOOTECHNIA er! aà A | EFFECTIVO DOS ANIMAES EM RELAÇÃO AO TERRITORIO E A” POPULAÇÃO — A proporção do effectivo dos animaes em relação ao territorio pouco melhorou, comparativamente ao anno de 1895; havia, para 100 kilometros quadrados em todo reino: Animaes 1895 1911 BOAS Ada sor cave ou bio à Mira BRL CiER E At E Ne 2.095 2.253 (Cevalilos so do don bip Sd É Seo ASS a BE isa 716 724 VELA OSS ar 066 do BRs E bRe AS Boo RUAS SSB dont , EGSAO SD ode E a pb Ria Ee AP JO IEosROOf Sbc vo LES 05 pe Doo QnelDo à sro pro pp oe rinl 2.274 2.336 CARNCIROS. AS ias AG di oo o A a 2.520 2.631 Delorala E dra do MORRO DE Dri GR AS ORA RAS ARS Re A 96 | am Com relação ao effectivo dos animaes e o numero de habitantes, a situação, em I9II, é menos favoravel que a de 1895; o effectivo dos animaes não augmentou tanto quanto a população; havia no reino da Hungria, para mil habitantes: Animaes 1895 1911 IBOGo 0 onboard dose nono do Ed use odio Bla 369. I 350.4 Cacela Su dabioo db aro PIALO O dep Coop RAR 126.4 112.6 ITIALGILÃOS tuto ra of» ob oa io ipitorro foio o o 6/00] 0 [0a q) 0/00/00 a /0o) 0a I.4 qu ENG E o poda ans dono d do o vo BalDp SRS o UNO Di eso pao Ao o CO O Dub 0 O bode da Edo lp o db 401.5 362.9 CRvcuE NE) do diarser mato b Davi onde E Eis pelo par 449.9 309.3 CORE O UA O ici A ER RP PRI RR APRE 16.9 20.4 co (Do" Bulletin Mensuel de VOgfice de Renseignements Agricoles, mn. T» Julho, 1914). 372 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO A INSPECÇÃO DA CARNE É O CINEMATOGRAPHO E” sabido que depois do escandalo de Chicago, os Estados Unidos tentaram organisar um serviço de inspecção de carne. O cinematographo foi utilisado para tornar conhecido o modo de se fazer essa Inspecção. Um film de mais de 600 metros de comprimento mostra os inspe- ctores do Estado em trabalho. De aventaes brancos vemol-os lavarem as mãos e desinfectarem os escalpellos cada vez que tocam as carnes infectas. Esta demonstração cinematographica é feita para que o publico se certifique da perfeita organisação do exame da carne que é exposta à venda com a marca (U 5). O Governo despende com este serviço 15 milhões. Ha 2.400 veterinarios e assistentes e o serviço já está regular- mente installado em 238 cidades, que comprehendem 847 estabelecit mentos. Nestes ultimos seis annos foram inspeccionados 321 milhões de animaes; destruiram-se 900.000 carcassas inteiras e 4.500.000 partes de carcassas diversas. (De la Clinica Veterinaria, n. 17, de 15 de Setembro de 1914). REVISTA DE VETERINÁRIA E ZOOTECHNIA 373 "CONSULTAS E INFORMAÇÕES UTIL TI TI TT La a] (A Revista de Veterinaria e Zootechnia responderá nesta secção atodas as consultas e pedidos de informações que lhe forem feitos sobre assumptos de sua especialidade), ÉCOS E NOTICIAS [a TT da Td TT TA TI Ta Despacho honroso — Publicando hoje o trabalho do Dr. Paulo Parreiras Horta, nosso companheiro de trabalho e chefe da Secção Technica do Serviço de Veterinaria, sobre «A cara inchada ou osteoporose dos equideos», nos é summa- mente agradavel transcrever nesta Revista o seguinte despacho, que o Sr. Mi- nistro da Agricultura deu no officio em que aquelle profissional apresentou a S. Ex. o referido trabalho : «Forneça-se ao Dr. Parreiras Horta o material de estudo de que preciza para seus trabalhos sobre «osteoporose» dos equideos. Dê-se publicidade aos resultados já colhidos, caso o autor não veja inconveniente nessa divulgação. Sejam regis- trados no livro de assentamentos dos funccionarios deste Ministerio o caloroso applauso e o louvor sem restricções a que fez jús o Dr. Parreiras Horta por sua bella iniciativa e seus brilhantes resultados.» — À proposito do mesmo trabalho recebeu ainda o Sr. Dr. Paulo Parreiras Horta as seguintes cartas: «A Directoria do Jockey-Club teve prazez em tomar conhecimento do artigo publicado hontem no Jornal do Commercio, sob o titulo «A cara inchada ou esteoporose dos equideos» e vos felicita pelos resultados obtidos com os esforços e estudos que despendestes, fazendo votos para que chegueis a um efficaz resultado, o que será de grande proveito para o maximo desenvolvimento do hippismo na- cional; offereço-vos todo o concurso que o Jockey-Club possa prestar nas inves- tigações para esse trabalho». Queira aceitar as seguranças de minha elevada consideração — Marciano de Aguiar Moreira, Presidente.» Do Sr. Linneu de Paula Machado: «Sinceras felicitações pela grande descoberta do terrivel microbio da molestia da «Cara inchada», que tem paralysado e causado grandes prejuizos á criação nacional. Frandes no commercio de manteiga — Sobre este momentoso assumpto o Sr. Ministro da Agricultura expediu os seguintes avisos: — Ao Sr. ministro da Justiça e Negocios Interiores: «Tendo resolvido nomear uma nova commissão para proceder a inquerito sobre fraudes que se têm verificado no commercio de manteiga, cabe-me declarar 374 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO a V. Ex. que resolvi extinguir a commissão que até então estava encarregada do alludido inquerito. Cabe-me, outrosim, agradecer a V. Ex. o auxilio que prestou a este Ministerio o Dr. Manoel Venancio Campos da Paz, Inspector Sanitario, como membro da extincta commissão. Aproveito a opportunidade para apresentar a V. Ex. os meus protestos de subida estima e mui distincta consideração.» — Ao Sr. Dr. Mario Saraiva, chefe de secção de chimica do Posto Zootechnico Federal de Pinheiro: «Tendo este Ministerio deliberado abrir um inquerito sobre fraudes no com- mercio de manteiga, em virtude de reclamações de interessados, declaro-vos haver resolvido designar-vos para chefe de uma commissão que se encarregará das in- vestigações a respeito, apresentando, com a devida urgencia, as informações obtidas e suggerindo as providencias capazes de repi imir aquellas fraudes. Farão parte dessa commissão o Sr. Antonio de Castro Brown e o Dr. Ernani Pinto, este funccionario da Prefeitura do Districto Federal, devendo o Dr. Alcides Miranda, Director do Serviço de Veterinaria, acompanhar os trabalhos da dita commissão.» — ÀÃo Sr. Presidente do Estado de Minas Geraes: «Tendo sido nomeada uma nova commissão para proceder a inquerito sobre fraudes que se têm verificado no commercio de manteiga, tenho a honra de so- licitar a V. Ex. se digne de providenciar no sentido de serem remettidos a este Ministerio os dados que tiverem sido obtidos pelo Dr. Schaeffer sobre exames pro- cedidos no Laboratorio de Analyses de Bello Horizonte. Aproveito a opportunidade para apresentar a V. Ex. os meus protestos de subida estima e mui distincta consideração.» —Ao Sr. Prefeito do Districto Federal communicou tambem S. Ex. a nomeação da nova commissão para proceder a inquerito sobre fraudes de manteiga e solicitou a designação do Dr. Ernani Pinto para fazer parte da dita commissão. Outrosim, solicitou providencias no sentido de serem remettidos ao Minis- terio da Agricultura os dados que sobre o assumpto existirem no Laboratorio de Analyses do Districto Federal. — Ao Sr. Dr. Alcides Miranda, Director do Serviço de Veterinaria: «Tendo sido nomeada uma nova commissão para proceder a inquerito sobre fraudes que se têm verificado no commercio de manteiga, sob a presidencia do Dr. Mario Saraiva, chefe da secção de chimica do Posto Zootechnico Federal de Pinheiro, declaro-vos que resolvi incumbir-vos de verificar a execução do pro- gramma estabelecido para as investigações a que vai proceder a alludida com- missão.» Estatistica pecuaria — Segunda O relatorio do Inspector Veterinario do districto, existem no municipio de Ponta Grossa, Estado do Paraná, 25 fazendas de criar, cuja população pastoril está calculada em 12.515 cabeças, sendo gado vaccum, 9.663; cavallar, 1.542; muar, 365; suíno, 430; lanigero, 1.983; caprino, 6 eaves, 2.640. Os reproductores das raças cavallar e bovina são em numero de 98, predomi- nando nesta ultima a raça zebá. + TRE eta — IS REVISTA DE VETERINARIA E ZOOTECHNIA 375 Carbunculo bacteridiano — Na fazenda «Progresso», municipio de Uru- guayana, de propriedade do Coronel Honorato Cunha, talvez o maior criador do Rio Grande do Sul, foram vaccinados em Novembro ultimo, contra o carbunculo bacteridiano, pelos funccionarios da Inspectoria Veterinaria, 6.351 animaes e contra o carbunculo symptomatico, 455 bovinos. A: totalidade dos animaes vacinados era de raça Hereford, verdadeiros typos de animaes para frigorificos. Matança de gado — Nos matadouros do Districto Federal foram abatidos de 1904 a 1913, 2.230.155 cabeças de gado, sendo : Annos Bois Vitellas Porcos Carneiros UG OA ei aero =fetaratano 4 o at vara 195227 Do SO 26.593 13.059 USAS 0:06 0 en soda lan ora 146. 108 2.974 30.079 14.057 EOOD) ego Tiga pato go age o Sr eroja (eia 160.898 1.426 26.715 12.758 TO Oia penses topo o ea bad ace 148.605 613 22.511 15.996 LO OS Le Rea atoa alo dd 130.208 TU) ARMOR 16.914 LOGOMLERE de too Seje é: 172.534 6.038 30.985 15.649 DOOR e Ainda de Bro vo tó jo à 182.891 DD) 37.294 16.283 DOUTA Sen ee ot ares ai as I95.694 8.438 40.646 18.506 OD Arte ess CEC 207.956 HoBzas 41.236 18.397 LOS Re eee Ss coa ja oe 219.037 11.263 34.526 18.232 1.703.158 53.340 313.606 159.851 Vaccinação anti-carbuncuiosa — O Sr. Ministro da Agricultura recebeu dos Srs. João E. do Valie e Antonio José Martins, em nome da Camara Muni- cipal de Juiz de Fóra, o seguinte officio: «Exmo. Sr. — Reconhecendo a solicitude com que esse Ministerio se dignou attender ao pedido de varios criadores dos districtos de Vargem Grande e São Pedro de Alcantara, relativo á remessa de um profissional para o tratamento do gado atacado do carbunculo hemactico, nós, representantes destes dous districtos da Camara Municipal de Juiz de Fóra, vimos apresentar a V. Ex. os nossos agra- decimentos e os dos criadores attendidos, pelo grande beneficio que lhe foi pres. tado, tornando-os extensivos ao Sr. Dr. Camillo Boulte, encarregado da vacci- nação anti-carbunculosa, pelo cabal desempenho dado á sua missão.» Estas providencias foram tomadas pelo Sr. Dr. Edwiges de Queiroz, ex-Mi- nistro da Agricultura. Puta siethe | H na" Pia fe? Eres: o nm ae ENA E É HQLg o 4 t ad je Rc a qe a a 4 is Pg dp e PA sb RE) ” if Pes | A US Fa Da ! | A, NR pm VR ED ICH DAS Materias do quarto volume ALBUMINOIDES NECESSARIOS PARA AS DIFFERENTES ESPECULAÇÕES ANIMAES (Estudo do minimum de)......... ALIMENTOS DO GADO (O valor productivo attribuido por Kellner aos principaes... corresponde ás observações da pratica ?) ANIMAES NA HUNGRIA (Recenseamento dos) co 0 0 0 00 0 0 0 0 » 0 06 ASSIS NCIA, PASTEUR. sei esicw on as doe Ea S Nor Ao ES SIN o o SM cet o BANHEIROS CARRAPATICIDAS.. ......... fogao TE E DA a Ta A PV PUBLIOCRAPEIA - 2 cessão GNR ro eia aba ce ao rara Edo e No (Re das IS IG 280N e BIOLOGIA E ZOOTECHNIA GERAL (Assumptos de) CARA INCHADA OU OSTEOPOROSE DOS EQUIDEOS (A) CARBUNCULO BACTERIDIANO Ses 000 0 CUSCO, CO 0 0 0 0 00 a cas 000 0 0 0 0 4 0 406 “cc 00 0 v 0 0 0 00 00 00 0 0 40 0 q CARNE E O CINEMATOGRAPHO (Inspecção da) CIENTE EB SOL JENTO) DADO la 1 6 p RR CIRURGIA VETERINARIA AVICOLA 20000» vs 00 0 00 0 0 0 00 0 0 0 0 0 0 00 COLORAÇÃO DE PROTOZOARIOS EM CORTES HISTOLOGICOS PELA SOLUÇÃO ENE VEIA SO are ti ProcêssO, dE). sera ne. cs encas sas nr araio o ola uh UE RITO TA MANTEIGA MM Erades 10 Ji o euere joe dm crosta ao iniog é eso o jo O sie ta bala CONGRESSO INTERNACIONAL DE MEDICINA VETERINARIA (Decimo) 87, “oco Ono...“ 0 0 4 0 000 0 0 0 0 040 0 0 0 0 0 0 4 4 0 0 00 ERR NSDE INFORIMAÇÕES! à. o sw so no sre sro siso 066 60 a aino 110, 166, 226 e IPRDRRRE ROD E E O SO 227 tis, 0 oo fo o) atol aa o) 10 6/10] 0) 0/0) 0/1060 SO JO] e lj0 (6/6 100 010 alo to] Boto (oi olio tala falho PE preso vip de oJro cos DNS pp PR 114, 167, 228, 280, 334 e ENCEPHALITE CHRONICA COMPLICADA DE PACHYMENINGITE CEREBRAL DOR IN ERA OSSTEICANHE, NO CAVALLO. - «sie an mioo suis vo os nc ol aio ereta allaio Esponja (O valor do emetico no tratamento da)... “eu co. 000 0 0 0 40 RSI PECUÁRIA. co wu ne criralmnoo 800 mao aim 5 é FRA DAL O 2 Ue RREO NO NERO PECUARIA«) «. o dorms va velo o a E RP e SR ao DECUNDIDADE E ESTERILIDADE:. ..ccccns ao úiu PR RR as AA FEIRA DE TRES CORAÇÕES....... Mo obesos PPP Re 78 PA ERES ad vo AR GaDo (Matança do)......... Gata PEER Paio (6 NAN O e eo Pags. 302 299 369 117 117 283 149 339 375 117 110 SUiZ 119 214 245 373 228 280 373 373 245 65 374 116 189 116 375 378 MINISTERIO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA E COMMERCIO Pags. GADO EUROPEU NO PARANÁ (Uma experiencia de acclimação de)...... 344 (GADO PARA Corta (Commercio internacional dep Mu 110 HoG-CHOLERA: (Epizootia, don ROME Ur dee da Pe RR 228 HYvGIENE VETERINARIA BRASILEIRA (Assumptos de).........cccecerera 7 INDUSERIA PASTORIL EMIS. BATO RREO sete suis Mato CR NR RR RR E 281 INIMIGOS. DA AVICULIURA (OS) SALECRA So Det das SR Core | RR RN 49 INSPECÇÃO: VETERINAIRIA! e (o atoio ava DAS at o RL ORA UR 361 INSPEGIORIAS (Belas)... cr ars ap RR ARE RO aah A 98, 160, 221 e 263 LACrICINTOS: (Industria de): cu lo cuotas CRU ND EA ada A Sul » Clndustrias' (co S) pa RR O AA RR 349 LEILÃO DE SANIMAES:, o o io io posa GRAMADO TR A SO A EO 167 e 280 LEIA EM NIiCrEEROY (Serviço definspecção do) 198 MANOQUEIRA (Peste da) oa aa So Ao RE ADDED O 166 MANDEIGA (Fraudes noicommereio da) Ca RR 313 MATADOUROS AVICOLASM..0/ co. e jeto nto o MM NMEA Mao o UAU NO SS SAT E RE 115 NAMBNYUVOS (Alproposito) do) tratamento do). nn 228 NamByuvú (Contribuição ao tratamento pelo tryplanbau).............. 63 NUIRTALIOSE/ DOS BQUIDEOS EM MENAS ME a O 3 69 RB a 9 SOPRA O SU MO O do di 22 PECUÁRIA EMPMINAS! Dial dr jefao ga o o cha SRS RR QUO DU TO 280 PELAS REVISTAS Mest ia DS 110/e 369 PESE DA MANO U ERIAL o Ro a ERRA RR PN ASP OS OESTE lo 166 POTROS E POTRANCAS NACIONAES (A 222 exposição de).......eccccrees 119 PROTOZOARIOS EM CÓRTES HISTOLOGICOS PELA SOLUÇÃO DE GIEMSA (Sobre um: processo de coloração de ut 245 PSBUDO-PESTES| NO BRASH, (Contribuição ás ns tt 158 PURO SANGUE ARABEAMÕ) oii raia RS Coro Gn E VADE 69 RAÇA BOVINA MAREMMANA..... RE O spo o 156 250 RAÇAS BOVINAS/ DA |SuUISSA (AS) cn a 21 e 167 RAÇA BOVINA DO VAL DE! CHIANA (a aa 144 RECENSEAMENTO DOS ANIMAMES NA FUNCRIA E na 369 RECISPRO DE LAVRADORESHE/ CRIADORES. jo po 243 e 337 SELECÇÃO sd. o dna a cr NR RA BO Do o doa GU O OO AVN D 255 SERVIÇO DE VETERINARIA (Do Relatorio do Ministro)................. 233 TRICOPELIGRA ro Mojo bot Pode No o A (od ARRASAR ES vd o RR RR 1 PR OND 226 NRISTEZA NoMBRASIL| (Actiologia ida 115 TRYPANOSOMIASES (Uma nova descoberta sobre a)...............ccec.. 55 VACCAS LEITEIRAS ( Alimentação das) Mo 78 onde 174 NAGEINA! (Distribuição de) nc 169 VACEINA ANTI-CARBUNCULOSA! ij CD CDA E oo O UR RENO RE 375 VACEINAS ENOQU/LROS MEDICAMENTOS ER ER 244 e 338 ZEBO (Inqueritolsobre 0) cr setar o RR DT E A 122 ZEBÚS (Reproductores)...... ai TS ao RO RPA CON Pa 7 ao SP o SORO 282 TAM LOC Es DOS Autores do quarto volume Pags, E RR O MEN GTEL (DES!) iss do o gli celeá io Qatar asas o 63 fio ETA TD DON IDEA DIC AD pira Ae RE DE UC PEGO O E RR 69 ALEEROOo CERINSCECEAEA SR A RC N RRR 22 ALEIXO DE VASCONCELLOS (Dr.)..... A NÓ E RA RA RR 245 Astro, Cria EP DS Sp DjO) DAS DI CN AR OPTAR DAR 255 e 302 CAGREO JEÍNON oo RE PR GR OMR É o pa E NE A DL E 198 DeLTnTEOE Ci paseaido prin ca OD) RR RR PR PR RNP RE 361 Ton Tor Oiee CIDA o em RPPN PERENE - LONGO AR 248 E A EN NOR Prof.) q ea E io balada o nreé oO a e aa a 06 08,0 110 RR ne CAs tro e” EnvARDO CorrIM (Drs) 2d Macs cre sean eos pisa 1122, JEM me) Br A NocuUBIRA (Dr.)......... ATER 00 de ea RO 189 PEER O AS OS IRA cus o a igo é é cuia rio acao dra alento ja a 10 0 6 a) er0 to 49 219 e 260 LogrRTto Gs ito Dre dE RR PU O PR | 349 ar E ENA SS E (DE. ) co oo nisso gesso ng a o laio aa 0 WU ae e a MS bate 174 Create do, IDigu ou o ADE sa) PÉ ca E PR NPR TERRE NPR fe MP ORE RA 158 e 344 E RD E AS ELO RAS (Dr). cito o setas oo clama oo Diva a 6 6/94 aióla 339 PauLO F. PARREIRAS HORTA E ANTONIO SERAPIÃO DE FIGUEI- DES US. eb rseE E PREPARO pé ER PREPARA PP PR ER é) ERR OSCEINT (Dr)... .ccudoica css ares wes sas saurs aaa o TAM Je 250 RR ING ER (ELO! Demora sons nia as vens rama ga alia UR Te 149 RR o ar PROL.) ao eta rain a aeiaira é end io a jalo o 0 ae oi o Gl Al a é 87 CEDeg a FZ AMOR ASADG O ad SD O) (O DR (O Dc UR POPA PR OR 65 é ECA RASTA " / iii, í 7 " A AR DA - KEN : ! “ k * ps * PSD am eli NM a ca Ty De y « aa AVR SST AV /INA DES UA GENRO CRE TU AR "o Bd K dj y ] Ee) 4 k: 3 E F, at ns e ao x A s E OS ME oe ae A , 3 BAN - ) = by] Ny Ee Fr ” 1 - ; 5%) ro ç 17 A ) 1] ; p k e y 4 % x E po r Ea 1 - “ ç y = da ki i , 1 Y 1º ” mer erre EP e er e rt — CASA MORENO RR O DUNTIDOMR Leo É Es — — ( | Seringas especiaes para uso veterinario, com agulhas de aço, muito fortes e em fórma de lança, que dispensam 7 o uso do trocater ê Estas seringas, de 5,10 e 20º, modelo Casa MORENO, são as unicas usadas y e recommendadas pela Directoria do Serviço de Veterinaria do Ministerio . da Agricultura. mm O am IR o Ni IN o === 5 4 = = = ) 22 =— == =| Gs Wo ia ERR Ea a GEY UN rm de asi T N NI | À ANTA Installa ções completas de laboratorios de chimica, bacteriologia, etc., etc., a gaz, alcool, petroleo e electricidade. Estufas, autoclaves, fornos, banho-maria, etc., etc. Apparelhos especiaes de Gerber, para exame de leite, manteiga e queijo Caixas com comprimidos para exame de agua e urinas. Apparelhos especiaes para extincção de formigas e outros insectos por meio de vapores de formol, pulverisadores, seringas para desinfecção, estufas, etc., etc. Instrumentos de cirurgia, arte dentaria, accessorios de pharmacia e labora- torios, fundas, etc., etc. MORENO BORLIDO & C. 142 RUA DO OUVIDOR Las 155, Rua do KRosario E DEPOSITO RUA GONÇALVES DIAS, 80 RIO DE JANEIRO Correio — CAIXA 735 Telegr. Cod. Ribeiro CASAMORENO | | € | ao e S A 2 omção DERA DE AVES E “CASA MATRIZ. BIRMINGHAM . e mio LAGTICINTOS SS. RUA THEOPHILO OTTONI, SS Rio DE JANEIRO. ENGANA S af ay MDA RAPAZRA AM Naa PA Mad AA RR Ta Mad No a ONA PAN Pie ERR a AN PRA ZEUS EN GE Na PRP Na Ne PNR NAN ANA RR R A? RS PN Nu Nm NO PN B RO Na PRA SANS o! h 1 Coin O O efecatootr dante foto fonte fonte facto fot iueio to ted dot A ES en q a o Si Sd a EN q O pe PA e O a na nr UR e Ui DR e RE eo SRD =. AO O Ss PR 8 Ni RE PE DE a Ro aa E ana Aa as RA maaorietanada qa ds ar ava er ter re rr re CHOCADEIRAS e CRIADEIRAS va it, iu Div ul 1 H, 1 nn 2 E UR MO ) | a! j) Hi Hom ) W ) a | JL Ino » 4 Qu y RS AD istego ig a E dao DO Pp E ca po pe pa Seite a PS a Eesoyr o ae em ara Mn, PAD 1 ço ÇA o e tosa, E Pi DÃO e dm A Dag sp, 1 AO MAD A o eus m rumo o a o cp RG, Mm dido is e a rs sa de a qo, . 4 e da E A a 0 o E A a pc ne. — a, cet -—s ga ns MO 0 MAR, pa gm MA A to SA gp 2 Pita isa A a o “e add ms PA Dam, º MESA ag A qm seio e pm ot ms de a Pe ma Des A O am | +-Cagaaradga