SÃO PAULO
N. 10
ENSAIO ,
, 'PABA ■ . ■ .
U M A S YNON I MI A D OS N OME S P O P ü LARE S
, '' '■ ,,v . - ^'DÁs - - '
PLANTAS indígenas do estado Op s. PAULO
' 'V P P K . ‘ ' , ' ' . '
Alberto L ôfgren
S. PAULO
Typ. Hennies Irmãos, rua Caixa d’Ag’ua 1 C,
1895
r> A
D 0
ESTADO DE S. PAULO
N. 10
ENSAIO
PARa
UMA SYNONIMIA DOS NOMES POPULARES
DAS
plantas indígenas do Estado de 8. Paulo
POR
Alberto Lôfgren
S. PAULO
Typ. Hennies Irmãos, rua Caixa d’Agua 1 C.
1894
&KZÍS' ' [ / '
■Xó :
C. >* 2 ^- ••
Explicação
E’ conhecido que os nomes triviaes on indígenas das plan-
tas da flora brazileira muitas vezes diíFerem de uma localidade
para outra, do que resulta ser a mesma planta designada por
dons, tres ou mais nomes diversos.
Acontece também que um e mesmo nome serve para in-
dicar plantas, as mais das vezes, heterogeneas, e dissimilhan-
tes. Dahi nasce naturalmente uma certa confusão que não
pouco contribuo para difíicultar o estudo pratico da flora, e
mesmo desanimar o principiante, mórmente quando se con-
sidera que a grande maioria dos vegetaes brazileiros nenhum
nome indigena ou popular possue.
O presente trabalho será, pois, um ensaio de indice ge-
ral das plantas paulistas que possuem nomes indígenas ou
populares. Seu íim é o de estabelecer alguma ordem nesta
confusão, e, por meio da classificação scientifica e descripção
botanica das especies, patentear ás differenças e collocar cada
planta no seu logar competente fixando -lhe a denominação
que deve prevalecer.
Sendo este folheto o primeiro desta publicaçãe, é natural-
mente incompleto, ])OÍs comprebende apenas as especies que
existem no herbário da Commissão até o numero de 2.000 da
numeração. Pretendemos, por isso, contribuir annualmente
para o augmento deste indice, cujos subsidios no fim de um
certo tempo serão refundidos num so volume que conterá
todos os vegetaes estudados pela Secção Botanica desta Gom-
missão. Eis também o motivo pelo qual a maioria dos vege-
taes descri ptos pertencem á flora dos campos, visto que as
mattas ainda não foram por nós estudadas com a mesma in-
tensidade.
O principal motivo que nos levou a dar publicidade des-
de já a este trabalho, apezar de tão incompleto, foi a, espe-
— 4 —
rança de que as pessoas interessadas nestes estudos se dig-
nassem auxiliar-nos, quer enviando-nos as correcções ou
ampliações que julgassem necessárias, quer fornecendo-noS'
nomes novos que não conhecemos ou propriedades e applica-
ções que ignoramos. Para um trabalho pequeno como este,
isto torna-se mais facil do que si fosse para um de maior fo-
lego, sendo ao mesmo tempo também mais pratico por ser uma
successão em fasciculos.
Sü assim será possivel attingir ao fim principal que te-
mos em vista, o de sermos uteis contribuindo para o conhecimento-
perfeito das maravilhosas riquezas de que uma natureza gen^^ro-
sissima tão profusamente dotou este privilegiado paiz.
S. Paulo, Agosto õ^e 1894.
Alberto Lõfgren.
irSTRODUCCAO
Uma (ias principaes provas de quanto é moderna a occu-
pação do Brazil é nós fornecida pelo estado de sua ílora.
Qualquer flora de paiz antig-o que abrimos, o patenteia im-
mediatamente visto ahi toda especie descripta possuir um nome
amigar pelo qual ó conhecida do povo, ao passo que talvez nem
um decimo por cento das plantas brazileiras estejam no mesmo
caso.
A explicação é intuitiva.
Os primitivos habitantes do paiz estavam ainda num de-
gráo de cultivo intellectual que não lhes permittia encarar
os objectos naturaes senão pelo lado puramente pratico. Nada
:se lhes destacava ou merecia-lhes a attenção que não estivesse
em relação directa com a vida delles, quer pela utilidade que
de um objecto tiravam, quer pelás qualidades nocivas que os
obrigavam a evital-o ou temel-o.
A estes objectos davam sempre uma- designação que se
ti‘ansmittia de bocca em bocca, ao passo que tudo o mais íicava
simplesmente ignorado.
Os poucos nomes assim creados serviam depois, muitas
vezes, pa a indicar genericamente toda a planta que gozasse
das mesmas propriedades ou que de algum modo se parecesse
•com a primitiva.
Outras vezes a transmissão não era fiel e o nome era dado
-á planta differente, o qae ainda hoje acontece.
Não houve, pois, sentimento artistico que precedesse á de-
nominação dos nossos vegetaes, nem factos mythicos que se
relacionassem com tal ou tal outra planta. Tradições não ha-
via e os primeiros europeus que ahi chegavam, pouco ou
nada encontravam nessa magestosa natureza que se assimi-
Ihasse ás formas conhecidas do velho continente.
É então facil comprehender-se que a nomenclatura vege-
tal pouco podia augmentar e que até muitos dos nomes indi-
genas ficavam estropeados e confundidos por causa da pouca
— 6 —
attenção que se llies lig-ava, exceptuando apenas aquelles
poucos que designavam plantas especialmente uteis para os
immigrantes.
Isto quanto aos nomes indigenas propriamente ditos ; os
n >mes dados pelos portuguezes distinguem-se á primeira vista
e são quasi sempre a indicação de uma forma, como por ex.:
Meo de pato, ou de uma propriedade, como p. ex.: arredénto^-
cavallo.
Mas, os mais interessantes são os nomes mixtos, como p..
ex.: cowve-tinga, os quaes, porém, muitas vezes são apenas abre-
viações ou — permittam-me a expressão, portuguezisação de no-
mes tupis ou guaranis, como p. ex. : cabrniva, de cabúreiba,
darbatimão, ào, paróva-tuum-tuniune, etc.
O colleccionamento e o estudo destes nomes, por si já é uma
contribuição para o estudo das raças que outr’ora habitavam
S. Paulo, e é mister lembrar-se que estes nomes pouca proba-
bilidade têm de serem conservados pela população nova e por
isso são destinados a desapparecerem, tornando-se portanto cada
vez mais raros.
O nosso trabalho aqui cinge-se apenas ao tal collecciona-
mento afim de conservar o material para os que no futuro quei-
ram dedicar-se a estes estudos particulares. Queremos também
fixar a especie á qual foi dada o nome afim de evitar confusões,
embora mais tarde venha a planta a ter denominação differente.
Sós, impossivel nos ó a tarefa; unid.os, porém, aos que no-
Estado de S. Paulo se interessam pelos estudos tanto da his-
toria obscura das eras passadas, como das esplendidas riquezas
naturaes descobertas e ainda por descobrir, muitas e muitas se-
rão as contribuições para o acabamento do edificio da sciencia
paulista.
O Autor.
— 7 —
ABOBRINHA DO MATO
TAIÜIÁ
TUlUIü’
Fam. CucurUtacece. TRIANOSPERMA TA YL YÀ. Mart.
Planta herBacea, trepadeira; raiz tuBerosa; caule sulcg,do,
ramoso, liso; folhas longo-pecioladas, memBranaceas, hirtas
nas duas faces; Base largamente emarginada; peciolo alado,
profundamente palmato — 3— 5-loBadas, loBulos ovaes, oBlon-
gos até lanceolados, geralmente agudos, dentados ou crenu-
lados ou suBloBnlados; as gavinhas curtas, Bi-até trifidas; in-
flo reseencia em panicnlas androgynas mnltifloras; flores peque-
nas, amarellas; fruto pequeno ovoide, preto.
A raiz é considerada como purgante energico e em
muitos logares é empregada contra moléstias syphiliticas e a
hydropisia.
Ha varias especies deste genero que tem o mesmo nome
indigena. Temos mais duas no herBario.
HaBita as capoeiras e floresce nos mezes do outono.
O nome que deve prevalecer parece ser o de Taiuiá por
ser 0 indigena e não corrompido.
AÇOITA CA VALLO
IVITINGA
UBATINGA
Fam. Tüiacem. LUHEA SPECIOSA. Wild.
E’ um arBusto alto, ás vezes arvore, com folhas grandes
3^nervadas, glahras em cima, puBescentes em Baixo. Flores
grandes, alBas; calyce rufescente, sepalas mais ou menos car-
nosas e grossas.
A casca é adstringente e algumas vezes empregada em
diarrhéas leves. Serve tamBem para cortume e seu «liBer»
ou entre-casca dá matéria text.il. A madeira é dura mas de
facil lavor.
O mesmo uso e o mesmo nome são conferidos ás especies
L. divcuricata e L. paniculata de folhes muito menores e es-
branquiçadas por Baixo.
HaBita os cerrados e capoeirões. Floresce nos mezes da
primavera.
8 —
0 nome portug-uez foi dado por causa dos galhos flexíveis
que servem para chicotes. Mas o nome que deve prevalecer é
0 de Ubatinga.
AÇOITA-CAVALLO. Outra.
SALGUEIRO DO MATO
Fam. CunoniaceoB. BELANGERA TOMENTOSA. Camb.
Arvore de 12 a 16 metros de altura, elegante, folhas com-
postas, 3 — , raras vezes 5 — folioladas, 10 — 15 ctm. longas,
ohlongo-ellipticas, agudas. Flores dispostas em pseudo-ra-
cemos de 10 a 12 ctm. de comprimento, brancas. Fruto cap-
sula pequena, pendente, pubescente.
Caminhoá diz que esta arvore é empregada em dyspep-
sias, porém, nada nos consta a respeito.
Habita as beira-mattas de preferencia e capoeirões; flo-
resce nos mezes da primavera.
Para este deve se adoptar o nome de Açoita- Cavallo por-
que tem ramos flexíveis que se prestam para chicotes, e por
faltar-lhe o nome indigena.
AÇUCENA DO MATO
FLOR DE MICO
#
Fam. BuMace<B. POSOQUERIA LATlFOLiA. Roem. e Schult.
Arvore pequena de ramificação trichotomíca, ornamental
Folhas compostas, lisas, coriaceas, pecioladas, ovaes ou ovaes
ellipticas, verde-escuras. Flores terminaes, brancas, grandes.
Fruto baga, coriacea, multisperma.
Habita as mattas virgens da costa e floresce nos mezes
do verão.
Usos não lhe conhecemos.
As flores nada têm de parecido com as açucenas, pelo que
0 segundo nome deve ser adoptado.
AGRIÃO
Fam. CrncijeroB. BASTURTIUM OEETCINALE. Fi. Br.
E’ uma planta cosmopolita e um dos poucos representan-
tes da familia no Brazil, para onde provavelmente foi intro-
duzida.
E’ herva geralmente aquatica, biannual ou perenne, lisa
9 —
ou pilosa, ramosa. Folhas alternadas, lohadas até prinnati-
sectas. Flores dispostas em racemos terminaes ou axillares,
ás vezes hracteadas, hranco-amarelladas, fruto siliqua.
O agrião emprega-se principalmente ern salada e mui-
tas vezes como antiscorbutico. Seu sueco, que contém iodo
e enxoíre, dado em xarope, é preconisado em doenças do pei~
to e do ligado.
Habita logares húmidos e floresce nos mezes do inverno.
AGUA-PÉ
DAMV DOS LAGOS
RAINHA DOS LAGOS.
Nome generico dado especialmente a varias especies e
mesmo generos da íamilia Pontederiacece. As mais vulgares
em S. Paulo são:
EICHORNIA AZUREA. Ktb.
var: rMzantlia.
Aquatica, íluctuante na superfície da agua, acaule; o pe-
ciolo da folha é engrossado em forma de fuso e cheio de uni
parenchyma esponjoso que lhe permitte íluctuar; as folhas são
cordiformes, rigidas, onduladas, levemente acuminadas. Flores
em espiga, azues, grandes. Fruto capsula secea, polysperma,
trilocular.
Propriedades especiaes não lhe conhecem-^s. Constitue po-
rém perigo sério para as pontes de madeira, porque quando em
massas enormes (camalotes) é levada pelas enchentes, o peso,
augmentado pela força da correnteza, tem feito rodar muitas
pontes.
È uma planta essencialmente ornamental e de grande van-
tagem como purificadora dos pantanos.
Pelo mesmo nome designa-se tamhem a
ROiVTEDERIA CORDIFOLIA. MSiVt.
Não fluetua, cresce em pantanos e agua estagnada. Folhas
longo-pecioladas, sahindo o pedunculo da vagina peciolar. Flo-
res em espigas de um bello azul claro e com pontos vermelhos
microscopicos, formados pelas glandulas nas pétalas.
Dizem que é empregada em moléstias cutaneas, porém.
— 10 —
nada de positivo sabemos a respeito. Habita os tanques e ala-
g-adiços e floresce nos mezes do inverno.
O nome de agua-fê designa também algumas NyMfliaceas.
Segundo Dr. Jorge Maia, distincto engenheiro das Terras
e Colonisação, o nome deve ser yua])é^ formado de y ~ agua,
rio; u “ correr, a elemento euphonico e fé ■= caminho, isto
é, caminho de correr na agua ou no rio. A Victoria regia é
conhecida no Amazonas por y%Mfé-j açanã^ caminho de jaçanã
correr na agua ou no rio.
ALCAÇUZ.
Fam. Legummosoe. PERIANDRA DULCIR. Mart.
Arbusto de 1 até 3 mtrs., folhas compostas, 3 — folioladas,
foliolos quasi sesseis, variando no tamanho de 3 a 9 ctms, ás
vezes obtusos ou retusos, ou mais ou menos agudos. Flor azul,
ora clara, ora bastante escura, roxeada. Fruto legumen de 9 a
14 ctm., com 8 a 10 sementes.
A raiz é sublenhosa, amarella e doce. È empregada em bron-
chites catarrhaes e outras moléstias pulmonares de crianças.
É, porém, pouco efíicaz segundo aííirmação de muitos médicos.
Habita nos campos e cerrados e floresce nos mezes do in-
verno.
O nome foi dado pelos portuguezes por ter a raiz as pro-
priedades do alcaçuz europeu.
ALCAMPHOREÍRA.
CURRALEIRA
HERVA MULAR
PÉ DE PERDIZ
Fam. EufhorUacecB. CROIOiV ANTJSYPHILITICUS Meissn.
var: genuinus Milll. Arg.
Herbacea, pequena, toda hirta de cabellos estelliformes;
folhas alternas, pecioladas, denteadas, base glandulosa, lanceo-
ladas ou oblongo-ovadas ou ellipticas; estipulas lanceoladas,
inflorescencia racemosa; flores pequenas brancas.
As folhas e as raizes são aromaticas e empregadas em in-
fusão como sudorifico e estimulante. Usa- se da decocção tam-
bém para lavagem de ulcerações e a maceração em álcool é
considerada especifico contra syphilis.
— 11
É campestre e ás vezes encontrada nos cerrados. Floresce
nos mezes do inverno.
O nome mais vulgar desta planta é Ctirraleira e deve pre-
valescer, porque vêm do Rio Grande do Sul onde esta planta
é vulgar ao pé dos curraes.
ALECRIM DO CAMPO.
Fam. Compositoe. VERNONlA BREVIFOLIA. l.ess.
Planta herbacea de 0.20 — 0.50 ctms. Raiz cylindrica, sub-
lenbosa; folbas filiformes, cylindricas. Flores azul-roxeadas.
Floresce nos mezes da primaveira e babita nos campos.
Propriedades ou usos não conhecidos. Serve porém como
planta ornamental.
Nome sem razão de ser, porque em nada se assemelha ao
alecrim europeu, entretanto não lhe conhecemos outro.
ALFAFA.
Fam. Leguminosm. MEDICAGO SATIV/. L.
Planta herbacea, arbustiva, perenne, erecta ou ascendente,
lisa ou pubescente.
Foliolos oblongo-cuneiformes; estipulas compridas, subin-
teiras; inflorescencia racemosa. Flores violaceas. 1 ruto legu-
men torcido em espiral.
Esta planta muito variavel é introduzida e muito espa-
lhada ao longo das estradas de ferro e ao redor das cidades.
O nosso exemplar é da Linha Ferrea Ingleza eutre Cam-
po Grande e Alto da Serra. Floresce nos mezes do verão.
Seu valor como planta forrageira é bastante conhecido.
ALFAVACA
Fam. Labiate. OCIMUM GRATISSIMUM. L.
Arbusto herbáceo de 0.40 a 0.80 ctms. de altura, ramoso;
base sublenhosa, folhas cordiformes, denticuladas, agudas, ba-
se attenuada em peciolo. Flores dispostas em panicula, azues.
Fruto capsula secca.
E’ reputada sudorifica, diurética e antispasmodica e em-
pregada nas constipações. Lfsa-se a planta toda na dose de
4 grammas por 300 de agua.
Cresce em cultivados e beira-mattas, floresce nos mezes da
primavera.
— 12 —
Com 0 nome de alfavaca compreheude-se ma o a'g-umas
especies do g-enero Ocimum como: O. canum Sims. C. O. Twee —
diamrni Benth. Em alguns logares ouvimos denominar-se-
lhes também Segurellia.
Muitas pessoas com ella temperam a comida.
Alfavaca é outra planta cosmopolita, mas que hoje per-
tence á nossa flora. O nome parece de origem arabe.
ALGODOEIRO DO CAMPO
BUTUÁ DE CORVO
Fam. Bixacee. COCHLOSPEBMUM INSIGNE, st. Hil.
Arbusto sublenhoso, 1 metro e mais de altura, folhas
palmadas, subdig-itadas, 5 — 7 nervadas. Flor grande, solitaria,
amarella. Fruto, capsula, tem as sementes envoltas numa es-
pecie de algodão.
A raiz é subleuhosa e emprega-se em irritações intesti-
naes, tendo os mesmos caracteres que o rhuibarbo.
As sementes contêm um oleo gorduroso, cujo uso ainda
não conhecemos e que não foi ainda introduzido na medicina.
E’ planta dos cerrados e floresce nos mezes da primave-
ra. E’ além do mais muito ornamental. ,
O nome de algodoeiro é dado por causa da capsula secca
que quando se abre tem ,o aspecto da do algodoeiro,
commum. O nome de Butiid de corvo talvez não seja authen-
tico, apezar de o termos achado na Flora Brasiliensis, melhor é
pois, guardar o primeiro.
ALMECEGA VERMELHA
anime’
cuRucAi (em Venezuela)
TACAHAMACA
Fam. Burseraceee. PR02IUM HEPTAPHYLLUM. March.
Arvore até 10 metros de altura; folhas inteiras, oblongas,
flores pequenas; verde-amarelladas, fruto drupaceo.
Toda a arvore segrega uma resina branca avermelhada,
de cheiro forte e activo, usada para incenso e nas affecções
dos rins. Sua madeira é considerada muito boa para cons-
tr acções.
— 13 —
Habita as mattas e cerradões e floresce nos mezes do
outono.’
A pronuncia do nome é almiscm% e sua resina lembra o
almiscar animal pelo seu cheiro activo.
AMÊNDOA DE ESPINHO
GRÃO UE CAVALLO
PIQUI
piquia’
Iam. Ternstroemiacem. CARYOCAR BRASILIENSE. Camb.
var. planifolmm.
Arvore alta, até arbusto, muito variavel em tamanho.
Folhas molles, pecioladas, compostas, 3 — folioladas, foliolos 6 —
16 ctms. longos, 6 — 11 ctms. largos, rugosos, dentados. Flo-
res grandes, brancas. Fruto drnpaceo, grande.
Esta arvore habita os campos e os cerrados e é empre-
gada para diversos fins. A casca e as folhas servem para
tingir de preto, a madeira é usada para varias construcções
e a amêndoa que constitue o fruto é comestível, sendo, po-
rém levemente purgativa. E’ também muito ornamental.
Floresce nos mezes do verão.
O nome que deve prevalecer é o de Piquid, porque é o
nome indigena ainda não corrompido, significando <íjruta de
esinulio-» .
AMORA PRETA (Brazileira)
Fam. Fosacece. RUBUS URTICAEEOLIUS. Voiv.
Arbusto armado até nos raminhos e peciolos das folhas
e ao mesmo tempo hirto de pellos rufos intermixtos. Folhas
trifolioladas, elliptico- ovadas, agudas, serreadas, pubescentes
na face de cima, albotomentosas por baixo. Inflorescencia em
panicula ampla; flores albas; fruto achenio drupaceo, carnoso,
comestível.
Habita as capoeiras e cultivados abandonados e floresce
nos mezes do outono.
O fruto é comestivel e reputado levemente diurético.
^ A semelhança com o fruto da planta seguinte -Valeu-lhe
0 nome.
— 14 —
AMORA PRETA. Outra, (europêa).
Fam. Morace(£. MORUS JSfIGRA L.
Arvore pequena ou arbusto de folhas pecioladas, cordi-
formes, serreadas, acuminadas, mais escuras na face de cima.
A inflorescencia feminina em amento curto. Fruto g^lomerado,
vermelho escuro, quasi preto.
Desta planta, cujas folhas fornecem o alimento princi-
pal do bicho da seda existem duas variedades plantadas em
S. Paulo, hoje disi-ersas por toda a parte e acclimatadas.
Floresce nos mezes do verão e fructifica no outono.
O fruto ó comestivel.
ANGELIM
Fam. LeguminoS(B. ANDIRA HUMILIS. Mart.
Arbusto, ás vezes pequeno, de raiz grossa, lenhosa, mui-
tas vezes de proporções grandes. Foliolos 13 (no nosso exem-
plar), pequenos, ovaes, lisos. Flores purpureo-pallidas, em
panicula, ás vezes antes das folhas; fruto não vimos.
Habita os campos e floresce nos mezes da primavera.
§ Este nome é da lo a varias especies do mesmo genero; mas
como não ha mais no herbário, mencionamos apenas este por
emquanto.
Não conhecemos a origem deste nome.
ANGICO
Fa^n. Leguminosm. FIPTADENJA MACROCARPA. Benth.
Arvore vulgar, campestre, contorcida, inerme. Folhas
compostas, foliolos rigidos, falcato-lineares. Flores brancas
em espigas axillares. Fruto vagem, chato com numerosas
sementes.
E’ uma arvore utilissima; fornece uma gomma medicinal
em grande abundancia e que poderia ser appro^eitada indus-
trialmente.
Esta gomma, dissolvida em agua morna ou em infusão
de malva e assucar, é muito proveitosa em casos de bronchite.
A casca contem grande quantidade de tannino, pelo que
é empregada nos cortumes.
O angico habita os campos, cerrados e cerradões; flo-
resce nos mezes do verão e da primavera.
15 —
0 nome de (í angico y> é mais g-enerico que especial, por-
que é empregado tanto para esta como para varias outras es-
pecies de Piptaãemias e Acacias porém; esta é a especie mais
commum nos cerrados de S. Paulo.
Segundo Martius, Olossaria linguarum Brasiliensium, o
nome é bastante duvidoso como tupi; deve entretanto ser
conservado.
ANIL
Fam. Leguminosoc. INDIGOFERA ANIL L.
Arbusto de 1 metro até 1.50 de altura, sublenboso ou le-
nhoso; ramos angulosos; folhas compostas, foliolos em nume-
ro de 7 15. Flores albo-roseas, pequenas; fruto vagem, cy-
lindrico, arcado.
E’ commum em cultivados e capoeiras e floresce nos me-
zes da primavera e do verão.
Foi antigamente empregado para delle extrahir-se a ma-
téria colorante denominada «anil» ou «indigo» assim como
contra a epilepsia, porém é hoje abandonada.
E’ mais uma planta mais ou menos cosmopolita como o
seu nome.
APANHA-SAIA
GANHA-SAIA
PURGA DE VENTO
Fam. Violacece. lONIDIUM ATROPURPUREUM. St. Hil.
A.rbusto de base lenhosa, 0.80 a 1.50 mtrs. de altura. To-
das as partes novas da planta são viscosas e pegajosas. Fo-
lhas oppostas, ovato-lanceoladas, agudas, mais ou menos serre -
adas. Flor terminal, branca; fruto capsula.
Suas raizes são reputadas purgativas.
Habita as mattas e floresce nos mézes do inverno.
Foi a viscosidade que entre os camponezes valeu lhe os
primeiros nomes que indistinctamente podem ser usados.
APÉ
MAMINHA DE CACHORRO
Fa/m. Moracem. BROSIMUM GAUDICHAUDII Free, forma
longius pedtmculata.
Arbusto lenhoso de 1 — 1,5 mtrs. de altura. Folhas ellip-
— 16 —
ticas, alternadas, rígidas, grossas. Flores em capítulos mo-
noicos, pedunculados. Fruto baga, drupaceo. Toda a planta
é lactifera.
Attribuem-se a esta planta propriedades purgativas e al-
guns tem-ua em couta de antídoto para mordeduras de co-
bras, porém, e negado por outros.
Habita as beiras dos campos e floresce nos mezes do
inverno.
O nome de Afé é indígena, porém, o Martins não dá a
origem. O outro nome vem da similhança dos frutos com as
tetas da cachorra. Nós preferimos conservar o prinieiro nome.
ARAÇÁ
Fam. Myrtaceod. Gen. PSIDlUM.
O nome de Araçá é um nome genericõ com o qual se
designa uma porção de especies diíferentes, pertencentes todas
a este e outros generos da mesma familia.
Entre os principaes temos:
aracA felpudo
v>
PSIDIUM INCANESCENS. Mart.
Arbusto lenhoso de 0.6 a 1.50 mtrs. de altura, folhas mais
ou menos pubescentes, flor branca; grande; fruto drupaceo, pu-
bescente, comestível.
Floresce nos mezes do inverno e da primavera.
Como as outras especies ainda não são classificadas scienti-
ficamente, não podem ser dadas.
O nome é indígena e deve ser conservado.
ARARIBÁ
ARARA-UVA-
Fam. Leguminosoe. CENTROLOBIUM TOMENTOSUM Bentli^
Arvore alta de madeira boa. Folhas compostas; foliolos
ovato-lanceolados, agudos, inteiros, lisos. Flores em panicula;
fruto legnmen alado, com o epicarpio todo espinhoso. Semen-
tes 3. A madeira é muito utilisada em construcções e mes-,
mo para obras de marcenaria.
Habita, asfmattasje capoeirões e fioresce nos mezes do
outono.
— 17 —
Tanto nm como outro nome é exacto porque v. Martius
no seu Glossário pondera que «w, yha, uba, uva e oha eram
empregados indistinctamente Talvez sejam meras diíFerenças
no modo de entender ou de ouvir a voz do indio que originou
essa diversidade.
ARARIBÁ DO CAMPO
CABELLO DE NEGRO
PÁO FERRO
Fam Conna7^ace€e. CONNARUS SUBEROSUS VhíMçh.
Arvore de ramos tortos, casca suberosa e lenho duro. Os
ramos novos são pubescentes até tomentosos; folhas imparipin-
nadas, coriaceas, lisas na face de cima, tomentosas no dorso.
Flores em paniculas tomentosas, amarellas. Fruto folliculo.
Habita os cerrados e floresce nos mezes do verão.
O lenho é durissimo, mas é raro encontra troncos maio-
res, pelo que é mais empregado para obras de torno.
O nome de jiraribd do campo parece-nos inexacto, porque
os Índios certamente não confundiam plantas tão diíferentes como
esta e a precedente. O nome de fdo ferro é antes mais apro-
priado.
ARATICUM DO CAMPO.
Fam. Anonace<B. ANONA, FURFURACEA. St. Hil.
Arbusto lenhoso, baixo; folhas oblongas, lanceoladas,
cobertas de pellos squami formes. Flores verdes exterior-
mente e vermelhas no interior, grossas e rigidas: fruto grande,
chegando até 8 ctms. de diâmetro.
Alguns consideram o fruto maduro comestivel, outros ne-
gam-no. Temol-o experimentado algumas vezes, porém não é
agrada vel ao paladar.
Habita os campos e floresce nos mezes do inverno.
O nome de araticum é indigena e generico para todas as
Anonaceas. Convém accrescentar-lhe algum adjectivo para dif-
ferenciar. Não o fazemos agora, porque esperamos obter escla-
recimentos que nos guiem neste sentido.
ARATICUM DO CAMPO Outro.
Fam. Anonaceoe. ANONA CORIACFA. Mart.
Arbusto lenhoso, ás vezes attingindo 2 — 3 mtrs., mas em
18
geral só tem 1 a 1.5 mtr. de altura. Folhas quasi ovadas, lar-
gas e truncadas, rígidas, verde-escuras. Flor esbranquiçada,
grossa. Fruto grande, liso, com muitas sementes.
Não nos consta ter algum uso particular.
Habita nos campos e cerrados e floresce nos mezes do in-
verno.
Não lhe podemos dar outro nome a não ser accrescentando :
Ã: de folha larga.
AROEIRA
É nome generico de varias especies de Schinus. Os que
temos no herbário são:
AROEIRA COMMUM
Fam. Anacardiaceoe. SCiíJi\/üS TEREBINTHIFOLIA Raddi.
var. rlioifolia (Mart. Engl.).
Arvore regular, elegante, de ramos compridos, foliosos. Fo-
lhas imparipinnadas, 2 — 4 jugas; foliolos oblongos, agudos e
lisos, finamente nervados. Flores em paniculas, pequenas, ama-
rellas. Fruto baga pequena, globosa, vermelha.
Habita as capoeiras e as vezes os cerrados, e floresce nos
mezes do inverno.
E’ tida por toxica e o lenho ó molle mas aproveitado.
AROEIRA BRANCA
Fam. . nacardiaceoe. SCBJNUS TEREBINTHIFOLIA. Raddi
var. Selloan . Engl.
Diíiere da precedente por ser menor, ter folhas e foliolos
menores e pubescentes.
Habita os mesmos logares e floresce no mesmo tempo.
Goza das mesmas propriedades.
AROEIRA DO CAMPO
Fam. Anacardiaceoe. SCIIINÜS iVEliVMANNIAEFOLIUS. Engl.
Arbusto pequeno, lenhoso, de folhas e foliolos menores,
serrados ou dentados, lisos e agudos. Inflorescencia em pa-
nicula com flores pequenas, amarellas.
Habita os campos e floresce nos mezes do inverno, antes
de virem as folhas.
— 19
É tida por toxica e como tal reputada. perigosa para o gado.
Não podemos ainda verificar a origem deste nome que
■consideramos uma corruptela de tupi como prova o suífixo. Tanto
V. Martius como Beaurepaire Eofian guardam um silencio sin-
gular a respeito.
ARREBENTA-CAVALLQ
Fam. Solanacem. SOLANUM ACULEATISSlMUM. Jacq.
Herfiacea, arbustiva, pubescente, muito aculeada. Folhas
cordato-ovatas ou cordato-subredondas, sinuoso-angulosas, quin-
quefidas ou lobadas. líiflorescen cia cy mosa, rariflora, flor bran_
ca; fruto, baga globosa, grande, vermelha.
Além desta ha varias outras especies que tem o mesmo
nome, porém, esta é que mais vezes encontramos com o no-
me acima.
Usa- se de toda a planta em cozimento contra os tubér-
culos mesentericos e nas aífecções cutaneas. Cher^' diz;
■50 grs. para 100 grs. de agua. E’ também repi aa
•e como tal muito nociva para o gado.
E’ vulgarissima em campos sujos e eir ; poeiras e flo-
resce nos mezes do verão.
O nomem provêm da propriedade de produzir tympanite
nos animaes que ingerem a planta.
ARVORE COPAL
JATÂHI
.JATOBÁ
.lETAICICA
.lUTAHY
Fam. Leguminosm. HYMENAEA STIGONOCARPA. Mart.
Arvore alta até 10 mtrs., folhas subsesseis, ovadas ou
•ovato-oblongas, obtusas, desequilateras, base obliqua ou sub-
cordiforme, grossas e coriaceas. Inflorescencia racemosa, densa;
flores pequenas; legumen grosso, lenhoso, comprimido, rugoso,
brilhante, attingindo até 25 centímetros.
Esta arvore assim como todos os seus congeneres, espe-
cialmente H. courdaril L. empregam-se da mesma forma con-
tra hoemoptises, triturando a casca para ser misturada com
gemma de ovo. E’ também conhecida como anti-catarrhaL
— 20 —
O sueco aquoso da entrecasca (cambium) é rica em tannino-
e até usada para tingir de preto com caparossa, (sulfato de*
ferro) e muitas vezes para fazer tinta de escrever.
Habita os cerrados e campos e floresce nos mezes ide-
outono.
São estas arvores que secretam a resina copal, da qual
muitas vezes se acham quantidades consideráveis no solo.
O nome de Jatobá deve prevalecer segundo opinião de Mar-
tins e 0 Dr. Maia nos comunica : JataM — nome proprio do-
fruto — e JatoM corruptela de Jatai-iud -= nome da arvore.
ASSA-PEIXE
oETiGA MANSA (Apiahy)
Fam Urticacem. BOEHMERIA CAUDATA. Sev.
Subarborescente, dioica. Folhas oppostas, desiguaes, ova-
das ate ovato-ellipticas ou sublanceoladas, acuminadas, serradas
e pilosas. Flores em espigas axillares, avermelhadas, pequenas..
É mui':o empregada em banhos contra dores hemorrhoidaes.
Habita as mattas e capoeirões e floresce nos mezes de
verão.
Não conhecemos a origem da primeira denominação a quai
deve prevalecer por ser a mais usada.
ATAÚBA
Fam. Meliacem. GUAREA TUBERCULATA. Vell.
var. purgans. C. Dec.
Arvore regular, ramosa, ramos cylindricos, um tanto su-
berosos. Folhas 2 — 6 jugas, folioios oblongos, lisos, com pel-
los esparsos no dorso do nervo central.
Flores em paniculas, pequenas, axillares, albas. Frute-
capsula pyriforma com sementes vermelhas.
A casca é empregada como poderoso depurativo e anti-
syphilitico.
Habita vários logares, especialmente nas beiras dos rios-
do interior e floresce nos mezes da primavera.
Segundo Dr. Jorge Maia o nome de Ataíã>a vem de uateí-
iud =■ páo de andar, isto é, de fazer bastões a que se arrimam,
velhos e doentes quando andam.
4
— 21 —
AZEDINHA DO CAMPO
Fam. Oxaliãacem. OXALIS HIRSUTISSIMA. Mart. e Zuicc.
Planta herbacea, raiz sublenhosa, folhas fortemente pubes-
«centes, subrotundas; flor amarella.
Toda a planta é azeda e é uzada em decocQão para gar^
^garejos nos casos de angina. Alguns a misturam com o agrião
•em saladas.
É campestre e floresce nos mezes do inverno.
O nome é portuguez e dado á todas as especies desta familia.
BACUPARI
LARANGINHA DO CAMPO
TJVACUPARI
Fam. ÜippocrateaceoB. SALACIA CAMPESTRIS. Walp'.
Arbusto lenhoso, baixo; folhas geralmente alternas, raras
vezes oppostas, lanceoladas, oblongas ou ellipticas, obscura-
mente crenado-serradas ; inflorescencia em cymas axillares;
flores pequeninas, verde; fruto carnoso, côr de laranja, doce,
comestivel.
O nome de Bacapari é dado a esta planta em quasi todos
■os logares no interior e também o havia nas notas do fallecido
botânico Dr. F. Regnell em Caldas, v. Marti us, porém, dáeste
nome á Platonia insignis de Amazonas.
Habita nos campos, onde é vulgar e floresce nos mezes
4o inverno.
Em todo caso nada obsta á que se conserve o nome de
macupari.
BANANA DO BREJO
Fa7Ti. Aracem. CALADIUM STRIATIPES. Scbott.
Herbacea, palustre, raiz rbizomatica, tuberosa. Folhas
-grandes até 30 ctms. longas e 5 — 7 ctms. largas, duras ;
nervo mediano grosso e mais claro. Spatho ou envolucrO’
floral, branco. O fruto que affécta a forma de banana é co-
mestível, mas levemente purgativo.
Habita os brejos, principal mente os campos e floresce nos
anezes da primavera.
— 22 —
O nome é dado a mais Araceas cajos frutos tem a forma
de uma banana.
BANANEIRINHA
CAÁ-ETÉ
Fam. Cannacece. CANNA AURANTIACA. Rose.
Planta herbacea, folhas grandes e larg^as, paralellinervias,.
verde-claras. Flores alaranjadas, fruto capsula; sementes pretas,
redondas e duras.
Não conhecemos outro emprego senão o das sementes, que
os indígenas empregam para eollares e outros enfeites.
É vulgarissim.o. Habita as beiras mattas e capoeiras. Flo-
resce nos mews do inverno.
O nome abrange todas as especies dos Generos Canna, e
Helieonia das quaes ha, aliás, também muitas.
Ahi 0 nome foi dado pela semelhança que as folhas tem
com as das bananeiras. Entretanto deve-se a conservar o nome in-
digeno que significa folha verdadeira, boa; grande.
BARBASCO
CALÇÃO DE VELHA
VAS OURA
VERBASCO
Fam. Scrophulariacee. BUDDLEIA B RASILIENSIS. Jacq.
Arbusto herbáceo de 0.80 a 1.50 de altura. Folhas sesseis
deeurrentes. Toda a planta albo-lanoso — pubescente. Flores em
glomeras axillares, amarellas, pequenas. É reputada emolliente
e como tal empregada secea em infusão de 4 grs. para 360 de
agua fervendo.
Cresce por ‘toda a parte, especialmente em roças velhas e-
ao redor das habilitações. Floresce quasi todo o anno.
O nome é proveniente de uma confusão explicável pela
similhança com o verbasciim verdadeiro da Europa.
BARBATIMÃO
Fam. Leguminosce. ST'RYPHNODEN'DRON BARB4T1MAO Mart..
Arvore com ramos e galhos bastante contorcidos. Folhas,
compostas e multijugas; foliolos subredondos. Flores em espiga;
— 23
densa, brancas. Vagem 2 1]^2 — 4 pollegadas, grossa como um
dedo e carnosa.
A casca é muito usada para cortume em clysteres contra
dysenterias leves e em semicupios contra a leucorrhea (Cher-
noviz). O pó da casca é também empregado com vantagem
nas ulceras.
É das capoeiras e floresce nos mezes do outono.
Barbatimão é segundo Martins, uma corrupção, das pala-
vras tupis iMTÓva — tuwni — tumune que querem dizer arvore que
chora, isto é, que segrega um sueco grosso em forma de la-
grimas. Dr. Jorge Maia decompõe a palavra do seguinte mo-
do : iud — tumú ou tumúne com a mesma tradução.
BARIRIÇO’ AMARELLO
BATATA DE PURGA
BATATINHA DO CAMPO
RHUIBARBO DO CAMPO
Fam. Iridacem. LANSBERGIA CATHARTICA. Klott.
Planta bulbosa de 0.60 — 1 m. de altura com folhas com-
pridas, lineares, 3 — 5 ctm. largas, agudas. Flor amarella 3 —
mera.
A planta é vulgaríssima nos campos, mas geralmente é
difíicil achar as folhas porque floresce antes do desenvolvi-
mento delias, e como o campo costuma ser queimado n’aquella
epocha, desapparecem as folhas.
É reputada purgativa, gozando as mesmas propriedrdes
que 0 rhuibarbo.
Floresce nos mezes do inverno.
O nome de Baririçó deve ser o conservare por ser indíge-
na ; os outros são derivados das propriedades e forma da planta.
BATATA DO CAMPO
Fam. Qesneracece. GESNERA ALAGOPHYLLA. Mart.
Herbacea, tuberosa; folhas 3—4 verticilladas, grossas, pu-
bescentes. Flores em espiga terminal, côr de carne ou ver-
melhão.
O tubérculo é muito mucilaginoso pelo que é empregado
algumas vezes em cataplasmas emollientes.
Habita os Campos e floresce nos mezes da primavera.
— 24 —
0 nome foi dado por causa do tubérculo que lhe serve de
caule subterrâneo e que se assi milha á batata.
BREDO FEDORENTO
MUSSAMBÉ DE ESPINHO
MUSSAMBÉ DE SETE FOLHAS
SETE MARIAS
T AR AIR AY A
TARERIAYA
Fam. Capj)aridace(E. CLEOME SPINOSA. L.
Arbusto herbáceo, por todas as partes hirto ou pubescente,
é aculeado até nas nervuras das folhas; folhas 5 — 7— partidas,
as inferiores ás vezes só 3- -partidas; foliolos lanceolados, atenu-
ados no apice e na base, aculeados; inílorescencia racemosa
flores grandes, côr de rosa. ’
É considerada excitante para a digestão e externamente
usam-se as folhas para reduzir hérnias ou orchites. O cozi-
mento da raiz é empregado contra gonorrhéas e leucorrheas.
Habita logares húmidos, especialmente as beiras de rios
e floresce nos mezes da primavera.
Destes nomes o que deve ser conservado é o de Tarairaya
ou fruto de taraíra. Mussamòé é certamente de origem africana.
BENÇAM DE DEUS.
Fam. Malvacem. ABUTlLON BEDFORDIANUM. St. Hil.
var. discolor. H. Schum.
Arbusto alto, com ramos mais ou menos lisos, côr de chum-
bo. Folhas longo-pecioladas, cordiformes, verde escuras, pubes-
centes na face de cima e dorso mais claro, pulverulento. Flo-
res grandes roseo-violaceas com estrias de purpura escura.
Fruto capsula secca.
É reputada padrão de terra boa, e é planta altamente or-
namental.
Habita as capoeiras e floresce nos mezes da primavera.
Nada sabemos a respeito do nome deste vegetal, 'a não
ser figuradamente por causa de ser padrão. Não lhe conhece-
mos outro.
— 25 — ■
BICO DE PATO
jacaranda’ '
Fam. Leguminosm. MACHAERIUM.
Este nome comprehende varias especies do genero Ma-
ch(Bnum^ e o nome de Jacarandá é muito confuso como mais
tarde provaremos. Do genero Macherium temos :
M. D ISCO LO R. Vog,
Arbusto subscandens com todas as partes mais on menos
fusco-tomentosas ou lisas; folhas estipuladas, compostas; folio-
lós ellipticos, acuminados com base aguda, peciolos curtos.
Flores pequenas, em panicula terminal, atropurpureas. Fruto
legumen uni — alado
Emprega-se a madeira em obras de marcenaria.
Habita as capoeiras altas entre Campinas e Rio-Clàro. Fruc-
tifica nos mezes do outono .
M. AC UTIFOLIUM. Vog.
var. muticum.
Arvore regular; foliolos 13 — 17, ovaes, lanceolados, agu-
dos, mucronulados, lisos. Flores pequenas em paniculas me-
nores que as folhas, sesseis. Fruto legumen uni — alado.
Sua madeira é forte e empregada em obras de marcena-
ria, porém é mais clara que a da outra.
Habita os campos cerrados e floresce nos mezes do verão-
O nome lhe provém da forma do legumen. Entretanto é
melhor conservar o nome indigena aw. jacarandá.
BOLSA DO PASTOR
MANDIOQÜINHA DO CAMPO
Fam. Bignoniaceoe. ZEYHERA MONTANA. Mart.
Arbusto de base sublenhosa; folhas 7 — 9— digitadas; na
tace de cima verdes lifeas ; no dorso albo danosas. Flores ama-
rellas em panicula ampla. Fruto siliqua secca, bivalva com
sementes aladas.
É reputada poderoso antisyphilitico. A casca da raiz ma-
cerada em agua fria é usada contra moléstias da pelle. Bebem-
se 2 a 3 copos diários desta maceragem.
— 26 —
É vulgar em campo nao limpo e floresce nos mezes do
inverno.
O primeiro dos nomes dá a similhança do fruto com o
testiculo do carneiro e o segundo vem do aspecto da planta
que é 0 da mandioca.
BÜTEREIRO
Fam. Sterculiacea. BUTTNERIA CATALPIFOLIA Jacq.
Arbusto alto, mais ou menos volúvel. Folhas longo— pe-
cioladas, cordiformes, grandes (10 — 16 ctms.) lisas na face de
cima, pubescentes em baixo; pubescencia flOccosa. Florescên-
cia paniculata de flores pequenas, raras. Fruto capsula secca^
grande, muricada.
Habita as capoeiras e floresce nos mezes do outono.
Do nome nada sabemos, e outro não conhecemos.
CAANGAÍ
RUIVINH A
Fam. Rubiacem. RELBUNUM HIRTUM. Schum.
Arbusto pequeno, quasi rasteiro. Folhas pequenas, verticil-
ladas, approximadas; flores brancas, axillares e terminaes.
As raizes contêm uma matéria corante vermelha, utilisa-
da ás vezes na tinturaria domestica do algodão.
Habita os cerrados e as capoeiras e floresce nos mezes da
primaveira e do verão.
O nome de RuivinJia lhe sem da similhança, com a Ru-
l)ia tinctoria, mas o nome indig’eno deve ser conservado ape-
zar de parecer já corrupto.
CAÁPEBA
CIPÓ DE COBRA
HERVA DE NOSSA SENHORA
Fam. Menisfer macem. CISSAMPELOS GLABERRIMA. V. St. Hil.
Trepadeira, toda lisa. Folhas simples, peitadas, ovadas ou
triangular! —orbiculares, membraneceas de base arredondada,
truncadas ou levemente cordiformes. Inflorescencia masculina
cymosa, singela ; feminina racemosa. Flores verdes, pequeni-
nas. Fruta drupacea. A planta varia muito.
— 27 — '
As raizes, seg-. Chernoviz, contusas e diluídas em aguar-
dente, empregam-se contra mordeduras de cobras; adminis-
tra-se na dose de 4 — 8 grs. de 2 em 2 horas. A mesma raiz
contu-a é applicada sobre a cissura.
Habita de preferencia as mattas e floresce nos mezes da
primavera.
Aqui 0 nome indígena parece-nos puro c«a=folha, j>eba
— chato e portanto deve ser conservado de preferencia a qual-
quer outro.
GAÁ— PIÁ— ASSÜ
CARAPIÃ
O AY A- PIÁ
CONTRAHERVA
TEJÚ— ASSÚ
Fam. Moracem. DORSTENIA BRYONIAEFOLIA. Mart.
Herbacea, subacaule, squarnosa. Folhas longo-pecioladas,
ovaes — arredondadas, base concavo-truncada ou cordiforme ;
3 — 5 lobadas, de loliulos obtusos. Inflorescencia em receptá-
culo suborbicular, de margem inteira.
A raiz contem amydon um extracto amargo e um oleo
etherico. São alexipharmacas, diuréticas e [roborantes. Empre-
gam-se especialmente em maceração alcoolica contra dores de
. estomago e dysenterias rebeldes.
Habita os campos e floresce nos mezes do verão.
CAA— PIÁ -MIRIM
CONTRAHERVxl
Fam. Moraceai. DORSTENIA BRASILIENSIS. Lam.
Differe da precedente apenas pelas folhas que são meno-
res, ovaes, finamente sinuoso.-serradas; peciolo mais pubescente
e receptáculo com margem um tanto crenada.
As propriedades e os usos são os mesmos.
Habita também os mesmos logares, mas é muito mais fre-
quente.
Segundo dr. Maia o nome decompõe-se assim: ca»— folha ou
planta, ou aromatica, isto é, herva aromatica que usa-
vam os indígenas para misturar com o fumo, costume ainda
existente.
— 28 —
CABACEIRO
Fam. Compositm. STIFFTIA PARVIFLORA. Don.
Arvore de 4 metros de altura, elegante. Folhas alternas,
grandes lanceolàto ovatas, luzentas. Flores grandes, brancas,
odoríferas. Fruto achenio simples.
Sua madeira é branca, leve e facil de trabalhar.
Habita as mattas claras e floresce nos naezes do inverno.
Nada sabemos relativa mente a este nome; suppômos até
que é erradamente dado a esta planta.
CABRIUVINHA DO CAMPO
CABÜREIBA
OLEO PARDO
Fam. Leguminose. MYROCARPUS FASTIGIATUS.Yv. Aliem.
Arvore regular, até 5 metros de altura, as vezes muito
c >ntorcida; folhas pequenas, verde-escuras, luzentas. Flores
brancas, muito abundantes. O fruto não conhecemos.
Sua madeira é boa e muito apreciada na marcenaria.
Habita de preferencia os cerrados e floresce nos mezes da
primavera.
Certamente será diíiicil introduzir de novo o nome de
Caiureiba., entretanto é este o que deve prevalecer por ser
puro. Segando Dr. Maia é iMueré-ica.
CA.JUEIRO BRAVO
CAMILAIBA
CAPA-HOMEM
CIPÒ CABOCLO
CIPÓ DE CARIJÓ
FOLHA DE LIXA
SAMBAIBA
SAMBAIBINHA
Fam. Dilleniaceoi. DaVILLA RUGOSA. Poir.
Arbusto muito variavel, de caule áspero, tomentoso ; fo-
lhas oblongas, ovaes ou ellipticas, agudas ou obtusas, emar-
ginadas, serreadas, sinuadas até inteiras, muitas vezes ondu-
lado-rugosas; pubescentes em estado novo, tornando-se depois
asperas nas duas faces e sempre mais ou menos hirtas nas
— 29
nervuras; na face debaixo reticuladas; inflo rescencia racemo-
sa; flores amarellas; fruto foiliculo.
É preconisada nas orehites e Martins diz desta planta:
“Davilloe rugosoe folia adstringente et mucilaginosa in tu-
mescentia testiculorum a niuiio uso venereo nimiave equita-
tione fomentis et fumigationibus prosunt.,, (Syst: Mat: Med:
p. 56).
Habita os cerrados e capoeiras e é muito vulgar. Floresce
nos mezes do inverno e da primavera.
Aqui 0 nome verdadeiro parece nos ser o de Sambaiba que,
segundo Martius, quer dizer, folha aspera. Dr. Maia dá:
çaimbé — áspero, lixoso, e iud — arvore. Também é nome de
Curatella sambaiba St. Hil, mas que ainda náo temos no
herbário.
CAJUEIRO DO CAMPO
Fam. Anacarãiaceoe. ANACARDIUM HUMILE. Mart.
Arbusto pequeno mas lenhoso. O tronco é subterrâneo,
attingindo ás vezes muitos metros de comprimento, servindo
como deposito de agua durante o tempo da secca. As folhas
simples, ovato-lanceoladas são coloridas emquanto novas. As
flores são pequenas, brancas e dispostas em panicula ampla,
Ds frutos são comestíveis, saborosos e acidulados.
Alem deste ha também A. pumilum que tem o mesmo
nome e os mesmos usos. São empregados como refrigerantes
e antisyphiliticos. A castanha contem um oleo cáustico, usado
em moléstias cutaneas e o tronco contêm uma gomma que
podia tornar-se industrial. A casca é adstringente.
Habitam os campos e florescem nos mezes do inverno.
O nome é de origem tupi com desinência portugueza e
gener.ico para todos os anacardiwm. Deve ser: ahaju-ivd.
CAIXETTA
CINGEIRA
PÁO DE TUCANO
PÁO DOCE
VINHEIRO DO MATO
Fam. Vochysiacee. VOCHYSIA TÜCANORUM. Mart.
Arvore até 15 metros de altura, ramos angulosos. Folhas
— 30 —
alternas, oblongas, lanceoladas, sempre subspathiiladas, apice
mais ou menos cordiforme, base áttenuada formando peciolo.
Inflorescencia em panicula cjlindrica, terminal e axillar. Flo-
res amarellas. Fruto capsula quasi lenhosa.
Esta arvore fornece boa madeira para carpintaria apezar
de ser branca e leve. Dizem que a seiva pode fermentar dando
um liquido semelhante ao vinho.
É arvore dos cerrados e dos capões antigos e altos. É muito
ornamental quando em flôr. Floresce nos mezes do outono.
O nome que deve ser conservado é o de Pdo de tucano
mesmo porque o nome de Caixetta designa uma Bignoniacea.
CAMARÁ
CAMBARA
Fam. Verienaceoc. Gen. LANTANA.
Com este nome designa-se uma grande diversidade de
Verbenaceas, quasi todas do genero Lantana. São arbustos sub-
lenhosos, ás vezes lenhosos‘ quasi arvores como p. ex: o Páo
lixa, signal de terra boa e com flores muito odoriferas. Lan-
tana litacina ou camará roxa; L. Camará ou camará de folha
grande; Z. irasiliensis ou camará-tinga ou branca etc. Folhas
geralmcnte oppostas até verticilladas.
Habitam as capoeiras e campos e florescem nos mezes do
outono e do inverno.
Camará é vocábulo tupi segundo v. Martins.
CAMARÁ DO MATO
PIXIRICA
Fam. Melastomacece. LEANDRA SC ABRA. D. C.
Arbusto erecto, sublenhoso; ramos cylindricos fuscos, dense-
villosos, hirtos ; folhas pecioladas, de peciolo curto, lamina
oblongo-lanceolada de 8 — 20 ctms. de comprimento, 3 — 6 ctms.
de largura; a face de cima aspera de pellos rigidos deitados,
fusco-verdes; por baixo avelludadas mais claras, obscuro 5 —
nervadas. Flores em panicula pequena, agglomeradas, peque-
nas, hirtas, com pétalas brancas. Fruto baga secca, preta, se-
mentes pequenas.
Habita os cerradões e floresce nos mezes do verão.
— 31 —
0 nome de Pixirica ó o que deve prevalecer. O primeiro
nome apezar de vulgar, é erroneo e foi dado pela aspereza das
folhas que aliás muito pouco se assemelham ás dos Camarás.
CAMAPÜ
CAMARÚ
JOl-PüCA
JÜÀ-POCA
I.
Fam. Solanacee. PBYSALIS PUBESCENS.l..
Herhacea, perenne, erecta, puhescente, tomentosa de pel-
los simples, dichotomo-ramosa; folhas desigualmente cordifor-
mes, acuminadas, dentadas; flores pequenas, erectas, albiscen-
tes maculadas com antheras violaceas; fruto baga, inclusa no
calyce dilatado simulando capsula.
O nome que deve ser o verdadeiro parece ser jud-poca
sendo da mesma familia que Jua-ti ou o verdadeiro.
II.
Fam. Solanaceoa. PHYSALIS BRASILIENSIS. Sendt.
Herbacea lisa ou levemente aspera de pellos eglandulosos
erectos, dichotomo-ramosa; folhas ellipticas; íllor branca, im-
maculada; antheras azues; fruto bacca, simulando capsula.
Tanto estas duas como mais Pliysalis angulata L., que não
temos no nosso herbário, são todas reputadas medicinaes tendo
propriedades anodynas, resolventes e diuréticas.
Habitam a,s capoeiras, roçadas e cultivados e florescem nos
mezes da primavera.
Tem 0 mesmo nome que a precedente.
CANDEIA DE CAJÚ
Fam. Lytliracaceo}. LAFOENSIA REPLICATA. Pohl.
Arvore pequena ou arbusto arborescente. Eamos cylindri-
cos, pardos, Folhas curtamente pecioladas, peciolo grosso; ellip-
ticas, obtusas, elegantemente penninervias, rigido coriaceas, na
face de cima verde-escuras brilhantes, embaixo claras; flores
grandes, brancas; fruto capsula lenhosa, grande, cônica.
Usos não lhe conhecemos a não ser que é muito orna-
mental Servindo muito para jardins onde seria de grande or-
nato.
/
— 32 —
Habita os campos e cerrados e floresce nos mezes do verão.
Nada sabemos relativamente ao nome que tirámos da flora
de Martins.
CANSANÇÃO.
ORTIGÃO.
ívm. UrticacecB. URERA SUBFELTATA. Mig-.
Arbusto de estatura regular, sublenboso. Eamos e pecio-
los pubescentes; folhas subcordiformes, grosso-dentadas, na
face de cima com pellos esparsos e aspero-pontuadas. Tnflores-
cencia em cymas axillares. Fruto baga pequena
Ê urente. Muitas vezes vimos empregar a casca em chá
contra affeccões pulmonares. Constitue, segundo muitas pessoas,
um excellente alimento para o gado cavallar e fornece fibras
fortissimas, das quaes os indios tecem redes, tangas e outros
objectos. Deve ser um dos melhores vegetaes para o fabrico
de papei.
É reputada um dos principaes padrões de terra boa.
Habita as capoeiras e mattas e floresce nos mezes do in-
verno.
O nome de Ortigão deve ahi ser conservado porque pa-
rece que 0 outro é uma corruptela.
CANELLAS.
Como a familia das Lauraceas, á qual pertencem as ca-
nellas, ainda não está classificada no nosso herbário, temos
que reserval-as para o fasciculo proximo.
CANUDO DE PITO.
Fam. EwpTiorUacee. MAB^EA FISTULIFERA. Mart.
Arbusto alto, até arvore elegante, de ramos mais ou me-
nos comprimidos. Folhas de côr verde-brilhante na face de cima,
pardo-glaucas em baixo. Flores pequenas em paniculas termi-
naes, côr de pinhão, avelludadas. Fruto capsula da mesma côr,
também avelludada, abrindo-se mostrando o arillo vermelho
das sementes. A casca ó reputada resol vente e febrífuga por
conter um principio amargo e adstringente.
Habita capoeiras e mattas e floresce nos mezes da prima-
vera.
— 33
Não conhecemos a origem do nome. Não pode ser por
causa de serem ocos os ramos, porque não o são, nem sahe a
medulla facilmente.
CAPERICOBA VERMELHA
CARURÚ AMARGOSO
Fam. Composita. ERECTITES VALERIANAEFOLIA. D. C.
var. Organensis. Baker.
Herbacea; folhas simples, pinnatifidas, lyriformes denta-
das; flores em capitulas, cylindricas, róseas.
È uma planta ornamental, mas não lhe conhecemos pro-
priedades medicinaes.
Habita as capoeiras e floresce nos mezes do verão.
CAPIM AMARGOSO
Fam, Qraminacee. ELIONURUS LAT/FLORUS. N. ah. E.
Gramma regular até 0.5 m. Folhas planas, agudas, com-
pridas. Espiga paniculada, grossa, mais ou menos villosa; es-
pigas secundarias sesseis.
È voz geral que esta graminacea não é hom pasto e é ver-
dade que 0 gado regeita-a quando verde, porém, informou nos
0 Dr. Eugênio Lacerda que segundo experiencias feitas pelos
Srs. Dummont, Eugênio Ramos e Salvador Toledo em Banha-
rão, constitue ella um feno de primeira qualidade, procura-
dissimo pelo gado que o prefere a qualquer outro, porque pa-
rece perder o seu amargo pelo processo de seccar. O ultimo dos
Srs. pretende explorar esta industria em grande escala.
Cresce por toda a parte, mas prefere os cerrados onde flo-
resce nos mezes do inverno e da primavera. Segundo Martius
0 nome de Capim é tupi e contracção de cad-pim.
CAPIM BARBA DE BODE
Fam. Graminaceoe. ARISTIDA PALLENS. Cav.
Vulgarissima. Gramma de 0.30—0.50 ctms. de compri-
mento. Cresce em moitas espessas. Folhas estriadas, longe acu-
minadas até filiformes. Panicula grande, erecta ou pendente.
Grãos triciliados.
Esta graminacea é uma das mais espalhadas no sul da
America porque encontra-se tamhem na republica Argentina.
Como forragem tem pouco valor, só servindo emquanto tenra.
34 —
É uma verdadeira praga que possue uma resistência extraor-
dinária e que por meio dos cilios das sementes facilmente se
transporta para toda a parte.
Habita de preferencia os campos, dos quaes toma conta cada
vez mais, principalmente depois das queimas. Floresce nos me-
zes do outono e as suas sementes amadurecem em Agosto-Se-
tembro.
Tem 0 seu nome da rigidez de suas folhas quasi capillares.
CAPIM BEANCO
Fam. Graminacem. ERAGROSTIS LUGENS. N. ab. E.
Gramma vulgaríssima em terrenos pouco ferteis ; folhas
compridas, agudas, villosas; panicula ampla; grãos pequeninos,
duros.
Ê duvidosa como forragem e ha muitas opiniões a respeito,
porém observamos que o gado muito pouco a procura.
Floresce em épocas diversas do anno.
Não conhecemos a origem do nome.
CAPIM FLECHA
Fam. Qraminacem. TRISTACHYA LEIOSTACHYA. N. ab. E.
Capim alto, até 2 metros e mais. Colmo nodoso, glabro,
estriado; folhas até 2 ctms. largas, longas e mais ou menos
rigidas. Panicula comprida, grãos de 2 a 3 ctms., farinaceas.
É uma das forragens superiores para todos os animaes que
a comem com avidez. É tão semelhante á aveia europea que
emquanto nova engana. A. parte superior do colmo e da haste
floral contem copiosa quantidade de cellulose pura.
Começa, porém, já a ficar rara por causa das queimas do
campo onde logo ó substituída pela larba ãe Iode.
Cresce em quasi todos os campos, especialmente nas zonas
de Araraquara — Jaboticabal e Batataes — Franca. Earos exem-
plares encontram-se ainda mos campos de Sorocaba.
Floresce segundo Martius no mez de Maio, mas nós a en-
contrámos em flor no mez de Agosto e em fructificação no
mez de Dezembro.
O nome origina, decerto, do pedunculo que é muito com-
prido.
— 35 —
CAPIM FLECHINHA
Fam. Graminacem. TRISTAi. HYA CHRYSOTHRlx N. ab. E.
Esta graminacea é menor que a precedente, tem as folhas
milito mais estreitas e a panicula menor. As glumas unila-
teraes são côr de ouro com longos cilios ázues, dando ás pa-
niculas um aspecto lindissimo.
Também é boa como forragem, posto que menos que a
anterior, mas em compensação é muito ornamental, gozando
a vantagem de poder ser seccada e guardada sem perder as
côres.
Habita de preferencia os campos e cerrados e floresce nos
mesmos mezes que o precedente. A similhança com a anterior
e 0 menor porte valeu-lhe o nome.
CAPIM FLOR
CAPIM LANCETA
Fcm. Graminaceoe. PANICUM ECHINOLOENA. N. ab. E.
Gramma deitada com colmo ascendente; folhas glabras atè
hirtas ou velutinas com base truncada ou subcordiforme. Es-
pigas solitárias.
Sendo esta graminacea pouco abundante, nada podemos
aííirmar com relação ao seu valor como forragem. Suas semen-
tes são, porém, muito procuradas pelos passaros. Temol-a en-
contrado por toda a parte mas parece que prefere os logares
húmidos dos campos.
Floresee no mez de Dezembro.
O nome de O. lanceta é mais conforme a forma da folha.
CAPIM GOÉDURA
CAPIM MELLADO
CAPIM EOXO
Fam. Graminaceoe. PANICUM MELINIS. Trin.
Gramma quasi rasteira de colmo e felhas mais ou menos
pilosas até hirtas. Iníiorescencia em panicula roxa-violacea.
É repiíítada boa forragem, porém, quando não é cortada em
tempo torna-se aspera e diíficil para o gado. Alem disso sup-
porta muito as geadas. É cultivada por toda a parte e em to-
— 38 —
dos os terrenos; preíere, porém, os de matto. Floresce nos mo
zes do verão.
Qualquer dos nomes é b >m, pois, todo são correntes.
CAPIM MEMBECA
Fam. QraMÍnace(B. ANDROPOGON VIRGINICUS. Linn.
Subsp. leucostacJiyus. H.
Graminea alta até 80 ctms. long‘as, 3 — 4 ctms. largas..
Espigas até 4 ctms.
Esta g’raminea existe também nos Estados -Unidos, onde-
tem 0 nome de Virgínia Beard Grass e Broom Qrass. Do livro
intitulado «The Farmers Book of grasses and other forage-
plants,» publicado pelo professor Dr. D. L. Phares, extractanios-
o seguinte :
Androjgogon Virginicus contêm grande quantidade de ma-
térias nutritivas, como se vê pela analyse do Snr. Collins ;
Analyse da cima‘.
oleos
1.24
cera
0.47
potássio
7.01
assucar
7.98
oxydo de potassa
13.93:
gomma e dextrina
5.02
,, ,, calcio
6.76.
cellulose
33.72
„ „ magnésia
1.83.
„ amylacea
26.32
acido sulphurico
2.80*
extr. alcal.
5.80
„ phosphor.
2.97
albuminoidos
13.00
„ silicico
58,33
cinza
6.44
chloro
6.37
99.99
100.00*
Seccando este capim
no outono
pode a roça ser queimada.
para na primavera outra vez brotar novos colmos das raizes pe-
rennes constituindo uma pastagem nutritiva e sã para o ga-
do. Mas logo que os colmos endurecem, os animaes abando-
nam esta forragem, que se torna imprestável para feno. Sendo,
porém, cortado antes desta época, é facilmente seccado e tor-
na-se um feno bom. É facilmente attacado pela humidade e
não pode tomar chuva nem orvalho depois de seccado.
Poucas horas de sol seccam-no e constitue então um dos
melhores fenos que vem aos nossos mercados do sul.
É também um dos melhores materiaes para o jardineiro-
37 —
acondicionar suas arvores e plantas. Faz-se delle cestos com-
modos e duráveis, assim como também colmeias. Peitilhos de
cavallo e outras cousas são enchidas com este capim e os col-
mos seccos são usados para vassouras.
Habita os campos e cerrados e floresce no mez de Setembro-
Segundo Visconde de Beaurepaire Rohan, Diccionario de
vocábulos Brazileiros, membcca significa molle^ irando, tenro na
lingua tupi.
CAPIM MILHÃ GEANDE
Fam. Graminacem.. PASPALUM GRISEUM. Hack nor. sp.
Esta graminea é espccie nova e foi determinada pelo Prof.
Hackel.
E graminacea alta de 0.80 m. a 1.20 m; colmo ascendente ou
erecto, simples, cylindrico, striado, com base pubescente e vio-
lácea. Folhas de 30 — 40 ctms. de comprimento, 10 — 15 mms.
largas, estriadas e glabras, acuminadas, vagina estriada, pu-
bescente na base; ligula curta, membranacea, pilosa; inflores-
eencia terminal, panicula erecta, eixo commum canaliculado,
glabro; espigas subsesseis ciliadas na inserção, 20 a 30 de 3
a 8 ctms. de comprimento. Spicula plana, elliptica, acumina-
da, gluma 3 — nervia de beira piloso-lanosa, violáceo — verde.
Valvula membranacea. Caryopse elliptica, plano — convexa,
aguda.
É reputada boa pastagem. Sò a encontrámos em Itapeti-
ninga, onde floresce no mez de Novembro. Habita as capoeiras.
Não conhecemos a origem do nome.
CAPIM MOURÃO
Fam. Graminacece. SPOROBULUS INDICUS. E. Br.
Nos Estados Unidos esta graminea chama-se «Smut-grass»
(capim de mofo). Não existe mencionada na Flora de Martius,
porém, não ha duvida que é a especie em questão, mesme
por.jue apresenta a particularidade de ter em geral as espigas
infectadas por um cogumelo que dá um aspecto desagradavel
á planta.
É nma graminea de 50 a 80 ctms. de altura, folhas pouco-
largas, glabras, espiga densa, escura de caryopses pequenos.
Emquanto nova é boa pastagem de muita resistência, po-
rém, desde que floresCe torna-se imprestável.
— 38 —
Neste estado é industrial porquê os colmos entre a inflo-
rescencia e o ultimo nó, serve para o fabrico de tranças para
chapéos e outros objectos de palha, que facilmente são alve-
jados por meio do enxofre.
Habita por toda a parte, preferindo capoeiras húmidas è
floresce nos fins do inverno e principio da primavera.
Não conhecemos a origem do nome.
CAPIM PAPOUÃ
Fmn. Oraminaceos. ICHFASfTHUS CAUDICANT. Vell.
var. 'oelutinus. Bõckeler.
Gramma bastante foliosa mais ou menos pubescente. Fo-
lhas lanceoladas, longe acuminadas, base mais ou menos re-
donda até cordiforme.
Flor em pánicula graciosa.
Pouco conhecemos a respeito do seu valor como forragem,
tem, porém, fama de ser bom.
Hatiita os cerrados e campos e floresce nos últimos mezes
do inverno e os primetros da primavera.
Também deste nome nada sabemos.
CAPIM TRIGO
Fam. GraminaceoR BRIZ4 JVEESII Doell.
Gramma de 0.60 a I. m. de altura; folhas estreitas, lisas,
longo — acuminadas. Flor em panicula ampla. Espigas secun-
darias sobre pedúnculos flexiveis e finos, glumas imbricadas, côr
araarello de ouro quando seccas.
Como forragem esta graminea parece de pouco valor, mes-
mo porquê é bastante rara; mas podia tornar se bella gramma
ornamental e objecto de industria de jardim.
Habita as capoeiras húmidas principalmente perto dos
correg‘os, onde cresce em pequenas moitas. Floresce nos mezes
do outono.
Os glumas tem certa semelhança com os de trigo e d’áhi
o nome.
CAPIXIM
Fam. Monimiaceoe. MOLLINEDIA. Sp.
Arbusto regular, lenhoso, até 3 mts. de altura; folhas até
10 ctms., 4 a 5 ctms. largas. A madeira é muito elastica e
— 39 —
deixa-se rachar com muita facilidade, pelo que é empregada
para arcos de penneiras.
Habita as mattas virgens e floresce no mez de Agosto.
Não podémos encontrar a origem ou etymologia deste
nome.
CAPIXIMGUI
TAPIXINGUI
Fam. FupJiorUaceoe. CROTON FLORIBÜNDUS. Mart.
Arbusto até arvore de 1 a 10 metros, lenhoso. Folhas al-
ternas, ohlongo-ovadas, de 5 a 12 ctms., longas, asperas pelos
cahellos ramificados que as cobrem brancas no dorso. Flores-
cência em racemos compridos brancos.
Esta planta é tido por drastica e antivenerea. As folhas
seccadas e reduzidas a pó são preconisadas para tratamento de
ulceras e com muito exito.
Habita por toda a parte, preferindo a beira de capoeiras
e mattas baixas e floresce quasi todo o anno.
Segundo D. Maia deve- ser Tapixingui. Nem Martius, nem
Eoban, mencionam estes nomes.
C AR AP ACÚ —PETECA
HERVA DE VE DO
’ Fam. Violacem. lONIDlUM BIGIBBOSUM. St. Hil.
Subarbusto lenhoso, pouco ramificado, ramos superiores
mais ou menos glutinosos e pubescentes. Folhas oppostas,
oblongas, ovato — lanceoladas, attenuado — agudas, base aguda,
subinteiras ou serreadas; flores axillares, brancas; fruto cap-
sula trigona com sementes redondas escuras.
É considerada padrão infallivel de terra boa.
Habita as mattas virgens especialmente e floresce- nos
mezes do verão.
Segundo Dr. Maia deve, talvez, ser Oarapucú—^QtQC^.
CARRASCO DO CAMPO
Fam. Composite. BACCHARIS TARCHONANTHOIDES. D. O.
Herbacea, arbustiva, muito ramosa, caule cylindrico, in-
canescente, folhas pecioladas coriaceas, oblanceoladas, obtusas
ou pouco agudas, base cuneiforme, na face de cima lisas, por
— 40
baixo pallido — ferruginoso — incanescentes, penninervias ; as
capitulas dispostas em paniculas racemosas.
Goza das mesmas propriedades que as carqueijas^ habita
os campos e floresce nos mezes do inverno.
Por invadir facilmente os campos e mesmo cultivados me- .
rece o nome.
CARAPICHO
É um nome empregado para muitas plantas diversas, aqui
só mencionaremos as que até agora temos colhido.
Fam. Tiliaceoe. Gen. TRIUMFETTA.
Todas as especies deste genero têm indistinct mente o no-
me de carapicho em S. Paulo. As mais vulgares são:
CARAPICHO DA CALCADA
TRIUMFETTA SEMITRILOBA. L.-
Arbusto regular, caule liso na base, pubescente mais em
cima; folhas polymorphas, 5 lobadas, pentagonaes, oblongas
até lineares ou lanceoladas, duplamente serreadas, tomentosas
e molles. Flores em dichasio trifloro, amarellas. Fruta capsula
espinhosa.
O cozimento das folhas e dos frutos contusos é usado em
injecções contra a gonorrhea.
Habita as capoeiras e cultivados abandonados. Floresce
nos mezes do outono e do inverno.
TRIUMFETTA NEMORALIS. St. Hil.
Arbusto com caule liso, pouco piloso nas extremidades.
Folhas ellipticãs ou oblongas, acuminadas, desigualmente ser-
readas, glandulosas, mais ou menos lisas Inílorescencia race-
mosa; flores amarellas.
TRIUMFETTA LONGICOMA. St. Hil.
Differe da precedente apenas pelas folhas arredondadas e
por ser mais pilosa e sem glandulas distinctas.
Habitam as mattas e florescem nos mesmos mezes que a
especie anterior.
Estas tres especies e ainda outras que não temos no her-
bário, são todas muito fibrosas, de fibras longas, sedosas e resis-
tentes, podendo talvez com vantagem serem applicadas na in-
dustria têxtil ou para o fabrico de papel.
41 —
As folhas são reputadas adstringentes e empregadas em
injecções nos casos de hlenorrhagias e outros corrimentos pu-
rulentos.
CARAPICHO. (Outra).
Fam. ComposÍt(B. ACANTHOSPERMUM XANTHOIDES. D. C.
Planta herbacea, rasteira. Folhas ovato-rhomhoideas, mol-
les. Flores em capitulas pequenas, amarellas. Fruto composto
geralmente de 5 achenios, ohlongo-cylindricos, munidos de
cahellos curtos, duros e curvos.
É amarga, mucilaginosa, aromatica e diaphoretica. As fo-
lhas e as raizes em cozimento passam por tonicos e recons-
tituintes.
É vulgarissima e habita por toda a parte mesmo dentro
das cidades. Floresce nos mezes do inverno.
CARAPICHO DO GRANDE
Fam. Compositoe. ARCTIUM MJNUS. '^ch.k.
Arbusto herbáceo robusto. Folhas amplas cordato — ovaes,
dentadas, albopuhescentes no dorso. Flores roxas em capitulas
globosas.
Alguns lhe attrihuem propriedades emollientes. As cabe-
ças floraes possuem escamas lineares, cuja ponta é voltada para
fora em forma de ganchos finos, constituindo um brinquedo
para as crianças, que as aremessam para fazel-as pegar na
roupa ou no cahello.
Esta planta certamente podia tornar-se industrial em vista
das fibras excellentes que se acham por baixo da casca e que
muitas vezes attingem o comprimento de um metro sem in-
terrupção.
Habita os suburbios das cidades e floresce nos mezes do
verão.
CAROBINHA DO CAMPO
Fam. Bignoniacece. JACARANDA’ SUBRHOMBEA. D. C.
Arbusto de 1 a 2 metros, muito ramificado; folhas oppos-
tas, impar ipinnadas, 3- — 4 jugas; foliolos rhombeo lanceola-
dos, pequenos, lisos, revolutos, subsesseis. Flores geralmente
precedendo as folhas, em paniculas amplas, multifloras ; cam-
panuladas, grandes, violaceas, amarello — maculadas na gar-
42 —
g-anta. Fruto capsula bivalva septicida, sementes aladas
chatas.
É considerada poderoso antisyphilitico internamente e ex-
ternamente contra ulceras e boubas. Empregam-se especialmente
a casca e as folbas.
Cresce principalmente nos cerrados e cerradões e floresce
nos mezes da primavera.
O nome, segundo Dr. Maia é: /lad-roua, ber va amargosa.
CAROBINHA (Outra).
Fam. Bignoniace<s. JACARANDA' RUFA. D. C.
Diífere da precedente por ter folhas muito maiores e os
internodios entre os foliolos alados. No mais é idêntica ; ha-
bita os mesmos logares e floresce na mesma epoca sendo em-
pregada do mesmo modo.
CAROBINHA MIUDA
Fam. Bignoniacem. JACARANDA’ DECURRENS. B. C.
Arbusto pequeno com raiz grossa lenhosa. Folhas pari-
bipinnadas, 9 — jugas, pinnas erectas imparipinnadas; foliolos in-
teiros com 0 peciolo adnato e depois decurrente, tornando-se
largamente linearia subfonciforme. Flores nascendo em race-
mo amplo sobre pedunculo sem folhas; grandes, campanula-
das, violaceas, pubescentes. Fruta como a dos precedentes.
Habita ós mesmos logares, floresce no mesmo tempo e é
empregada identicamente.
CASCA D’ANTA
CAPORORÓCA
PARA TUDO
Fam. Winteracece. DRIMYS WINTERIÍ Forst.
Arbusto de 2 a 4 metros, lenhoso, cascp, avermelhada. Fo-
lhas coriaceas, inverso — lanceoladas de base attenuada em pe-
ciolo e ponta levemente mucronada, beiras quasi dobradas. A
face de cima é côr verde escura, brilhante; o dorso é branco.
As nervuras imperceptiveio excepto a central. Flores brancas,
extremamente odoriferas, dispostas em umbellas. Fruto baga
pequena preta.
Além de ser arbusto extremamente ornamental, é conside-
— 43
rada muito medicinal, servindo como tonico, fetrifugo, exi-
tante e estomachico.
Segundo Marti us também se denomina caapororóca que
deve significar aròusto de ramos quebradiços (quod stirpem si-
gnificat ramulis fragilibus proeditam). Porém, este nome serve,
em S. Paulo para designar varias outras especies.
Habita em S. Paulo os capões húmidos do campo e flo-
resce nos mezes do inverno.
O nome que deve prevalecer é o de Casca d’ Anta.
CARQUEIJA
Fami Convpositce. Gen. BACCHARIS.
Com este nome conhecemos 3 especies distinctas, todas
bastante vulgares.
1 .
BACCHARIS ARTICULATA. Pers. var. Qaudicliiana.
Arbusto herbáceo, liso. ramoso até 1 m. de altura, bi-ala-
do. As azas foliaceas são muito interruptas e um tanto vis-
cosas. Folhas pequeninas papilliformes. Flor em capitulas dis-
postas em paniculas curtas com brácteas verde-claras.
2. /
BACCHARIS STENOCEPHALA. Baker,
Arbustiva, herbacea, lisa, ramosa, ramos bi a 3 -alados, as
azas foliaceas, mais largas que no preqedente, rijas, planas e
interruptas, folhas ausentes. Florescência em capitulas, for-
mando espigas brancas nas extremidades.
3.
BACCHARIS GENISTELLOIDES Pers. yar. trirnera. Balier.
Arbustiva, herbacea, lisa, muito ramosa, ramos 3 alados;
azas largas, cartaceas, interruptas; folhas ausentes. Flores em
capitulas dispostas em espigas alongadas, interruptas, as in-
feriores agglorneradas.
Todas estas especies são preconisadas como tônicas e fe-
brifugas por causa do principio amargo que contem. São tam-
bém empregadas na falsificação da cerveja.
Habitam de preferencia os campos e cerrados, excepto a
ultima que se encontra por toda a parte.
— 44 —
O nome é portuguez significando uma Leguminosa de
portugal que alias nada tem de similhante.
CASCAVELLEIRA
GUISO DE CASCAVEL
Fam. Legmiinosoe. CROTALAFIA genero.
A este genero pertence uma grande porção de especies as
quaes todas tem o mesmo legumcn secco e membranaceo com
sementes soltas que produzem um som idêntico ao chocalhar
do guiso do cascavel, pelo que todas têm o mesmo nome.
As especies que temos no herbário são : Cr. flavicoma
Benth.
Cr. holosericea v. Mart.; Cr. vitellina Yev.y.minor;
Cr. anagyroides B. V. H.
Cr. Hilariana Benth.; Cr. lyracliystaclvya Benth.; Cr. striata
D. C.
CR. FLAVICOMA. Benth.
Herbacea, toda coberta de pellos fulvos densos; caule erecto
subsimples; folhas ovato-oblongas, inflorescencia racemosa, mul-
tiflora; flores amarellas; legumen liso, preto.
É planta campestre e floresce nos mezes do inverno.
CR. HOLOSERICEA. v. grisea Mart.
Herbacea, arbustiva, divaricato — ramosa, densamente co-
berta de pellos unidos, alvescentes; folhas orbiculares, ovato—
ellipticas, mollemente villosas nos dous lados; inflorescencia
racemosa, multiflora; flores amarellas; legumen oblongo mol-
lemente villoso.
E também campestre e floresce na mesma epocha.
CR. VITELLINA. Ker. v. minor.
Herbacea, arbustiva ; folhas ovato — lanceoladas, obtusas ;
inflorescencia racemosa; flores amarellas; legumen oblongo —
cylindrico, preto.
CR. ANAGYROIDES. H. B. K.
Herbacea, arbustiva, pubescente ou lisa, foliolos oblongo-
ellipticas, base aguda, na face de cima lisos, embaixo ptibes-
centes; inflorescencia racemosa; flor amarella, curta ou alon- ^
gada ; flores amarellas ; legumen oblongo, cylindrico, pouco
pubescente.
— 45 —
Habita os campos arenosos e floresce no tempo das outras.
CR. BRACHYSTACHYJ . Benth.
Herbacea, arbustiva, ramos mollemente avelludados, folhas
oblongo-ellipticas, base ag-uda, na face de cima lisas, embaixo,
pubescentes. Inflorescencia racemosa flor amarella; legumen
oblongo, pubescente.
Habita também os campos e tem a mesma epocha de flo-
ração.
CR. STRIATA. D. C.
Herbacea, erecta, ramosa; foliolos 3 inverso-ovato-ellipti-
cos, lisos ou finamente pubescentes por baixo. Inflorescencia
racemosa alongada; flores pequenas,: pendentes, amarellas, es-
triadas; legumen cylindrico, quasi liso.
É também campestre e floresce no mesmo tempo.
Não conhecemos propriedades nem empregos destas plan-
tas. Algumas são comidas pelo gado, porém, sem preferencia
especial.
CROTALARIA SUBDECURREN S. Mart.
Herbacea, erecta, villosa. Estipulas superiores accompa-
nhando o caule, lanceoladas, folhas ellipticas, obtusas ou agu-
das; pedunculo plurifloro. Flores grandes, amarellas. Fruto
legumen pergamentaceo.
Habita os campos de Franca e floresce nos mezes do verão.
CATAGUÁ
LARANJEIRA DO MATO
LIMOEIRO DO MATO
Fam. Rutacem. METRODOREA PUBESCENS. St Hilaire.
Arvore pequena, vulgar, ramos e folhas oppostas, gran-
des, elliptico-lanceoladas, mais ou menos obtusas; flores em
panicula composta, pequenas, albi-verdes; fruto grande, lenhoso,
pentágono, cheio de excrescencias.
Dizem que a sua casca tem propriedades febrifugas e to-
nicas. Sua madeira é fraca.
Habita as mattas e capoeiras grandes e floresce nos mezes
do verão.
— 46
Não conhecemos a etymologia do nome, deve entretanto
ser conservado o de Catagud.
CAXI COEM
COXI-CAHEM
GUAXICA
Iam, Proteacem. RHOPALA BRASILIENSIS. Polil.
Arvore regular, ramos cylindricos, folhas pecioladas, co-
riaceas, rhomhoideas, inteiras; apice acuminado, base attenuada
em peciolo canaliciilado e tomentoso, lisas nas duas faces, de
margens mais ou menos onduladas, verde escuras, caducas.
Inílorescencia em amento, flores brancas de 1 a 1.5 ctms. de
comprimento.
É estimada pela sua madeira forte e boa para construcção;
servia antigamente para o fabrico de eixos dos descaroçadores
de algodão. Além disso passa por adstringente.
Habita os cerrados e floresce nos mezes do iuverno e da
primavera.
O mesmo nome dá-se á RJiopala tomentosa Pohl., que dif-
fere da precedente unicamente pelo indumento.
Habita os mesmos logares e floresce na mesma epocha.
O nome verdadeiro é o de Guaxica, allusão á madeira
forte.
CEGA-OLHO
IPECACUANHA FALSA
MATA- OLHO
OFFICIAL DA SALA
Faan. Asclejnaãacem. ASCLEPIAS CURASSAVICA. L.
Arbustiva, herbacea, de caule glabro, folhas ovato-lanceo •
ladas, oppostas, lisas. Inflorescencia em umbella, flores cor de
laranja e vermelhão; fruto capsula com sementes ciliadas.
Toda a planta tem sueco lactoso.
A raiz tem propriedades emetieas em doses moderadas. Em
dose alta é toxica. O caule fornece fibras que podem servir
para fabrico de pap^l e os cilios das sementes fornecem boa
paina para encher travesseiros e colchões. É considerada re-
medio efiicaz e experimentado como resolvente em panarícios.
— 47 —
Habita perto das casas e nos cultivados e floresce nos me-
zes da primavera.
O nome mais commum é o de Oficial da sala que por-
tanto deve ser conservado.
CHÁ DE BUGRE
CONGONHA DE GENTIO
COTÓ
COTÓ-COTÓ
Fam. RuUacece. RUDGEA VIBURNIOIDES. Benth.
Arbusto elegante, lenhoso ; ramos superiores tomentosos ;
folhas grandes, rigidas, oppostas, oblongo-ellipticas au lanceo-
lato-ovadas, agudas, muito variaveis ; na face superior bri-
lhantes, verde escuros com nervuras impressas, na face infe-
rior claras, mais ou menos pubescentes e com nervuras sa-
lientes. Inflorescenoia em paniculas terminaes de flores bran-
cas, ' grossas. Fruto baga cor de laranja.
Esta planta é reputada poderoso anti-syphilitico. Empre-
ga-se a infusão das folhas mesmo seccas. É também um dos
arbustos mais ornamentaes que conhecemos, podendo com pouco
trato tornar-se grande objecto de exportação.
Habita de preferencia os cerrados e floresce nos mezes do
outono.
O nome de Goto deve ser conservado por ser o primitivo
mas cuja etymologia não conhecemos.
CHÁ INGLEZ
VASSOURINHA
Fam. Malcacecc. SIDA RHOMBIFOLIA L.
Herbacea, sublenhosa, perenne; muito variavel. Caule ora
com pellos stellariformes mais ou menos densos. Folhas cur-
tamente pecioladas, peciolo com o indumento do caule. Fo-
lhas' rhomboideo-ovaes ou lanceoladas ou inverso-ovaes, pilosas
por cima e tomentosas no dorso; flores solitárias, brancas ou
rosadas, atropurpureas na gnrganta. Fruto capsula secca.
É reputada emolliente.
Habita os campos e cerrados e floresce nos mezes do in-
'verno.
Apezar de ser generico, o nome de vassourinha deve ser
48
conservado porque o outro é pouco conhecido e certamente
errado.
CHUPA FERRO
GUAMIXINGA
QUINA FALSA
TRES FOLHAS BRANCAS
TRES FOLHAS DO MATO
Fam. mtaceoi. GALIPEA JASMINIFLORA. Eng-l.
Arhorescente, alta. Folhas tri-folioladas, lisas, verde escu-
ras, lanceoladas, acuminadas de hase attenuada, nervuras proe-
minentes em ambos os lados. Inflorescencia em pauicula ter-
minal ou axillar. Flores brancas. Fruto capsula, 5 — locular.
Attribuem á casca propriedades febrifug“as e tônicas mas
muitos 0 negam.
O nome de chupa ferro provém da mollesa da madeira
que segura o machado.
Habita as mattas grandes e floresce nos mezes do verão.
O nome mais conhecido é o de trez folhas ão mato.
CINNAMOMO
JASMIM DO SOLDADO (baHIa)
Fam. Meliacee. MELIA AZEDAEACH. h.
Arvore com folhas longo-pecioladas, impari-hipinnadas,
foliolos em 4 — 5 pares oppostos, suhovato-lanceolados, serrados,
apice agudo, base desigual, lisos. Florescência em panicula
ampla, flores brancas e violaceas. Fruto drupaceo pequeno.
E’ medicinal. Sua casca é amarga, adstringente, anthel-
mintica e estimulante.
Em dose maior produz vomitos e é abortiva e toxica. Os
fructos e a raiz também são vermifugos e a semente contem
um oleo fino que serve para a pintura. Emprega-se para lavar
e limpar ulceras.
Habita logares diversos e acha-se muito cultivada. Flo-
resce nos mezes do verão.
Em S. Paulo só se conhece o nome de Oinnamomo.
CIPO’ CHUMBO
Fam. Cuscutacece. CUSCUTA RaCEMOSA. Mart.
Planta parasitica, herbacea; caule filiforme aphyllo, côr
— 49 —
de laranja e munida de vesículas eom as quaes se agarra, emit-
tindo raizes adventícias que enrolla nos galhos aos quaes se
prende. Flores pequenas, brancas, dispostas em cymas.
Esta planta não é rara. Em banho goza de propriedades
diuréticas. É também usada em cozimento contra diarrhéas
sanguinolentas, inílammação das glandulas e bydropisia (Ca-
minhoáj. Chernowiz diz ser ella empregada em moléstias de
peito.
Habita as beiras das mattas, capoeiras e logares cultiva-
dos e floresce nos mezes do inverno.
O nome é adoptado em todas as partes do Estado
CIPO’ CRUZ
Fam. Ranunculace(S. CLEMATIS DIOICA. L.
var. Brasiliensis. D. C.
Trepadeira, lenhosa, 8-foliolada, folhas geralmente intei-
ras raramente serradas, os galhos oppostos em forma de cruz.
Flores pequeninas, fruto achenio alado e ciliado.
Goza de proj)riedades amargas e narcóticas e reputa-se an-
tídoto ophidicO; porém, nada de certo sabemos a respeito.
Habita as .mattas e capoeiras e floresce nos mezes do ou-
tono.
Não tem outro nome. É allusão á posição dos ramos.
CIPO’ SAPO
- PAINA DO CAMPO
Fam. Asclepiadacece. ARAUJIA SERICIFERA. Brot.
Herbacea trepadeira, toda lactosa. Folhas lanceoladas de
base truncada e apice agudo, mucronado, ás vezes um tanto
cordiformes, lisas e glaucas, como toda a planta; flores albas,
grandes, em cymo rarifloro, fruto folliculo grande ; sementes
ciliadas, de cilios sedosos.
É considerada toxica mas não se lhe conhecem proprie-
dades medicinaes. A paina das sementes é excellente material
para encher travesseiros e colchões.
Habita os campos pouco limpos e floresce nos mezes do
inverno.
O nome a adoptar deve ser o de do campo porque
désigna um producto util da planta.
50 —
COARI— BRAVO
Fam. Composiice. TAGETES MINUTA. L.
Planta herbacea, erecta; folhas simples pinnadas, os seg-
mentos lanceolados, serreadas, glandulosas, flores em capitula,
amarellas.
Toda a planta é aromatica e é reputada anthelmintica
como a herva de Maria, tendo os mesmos usos. Tem sido
usada em banhos contra rbeumatismo articular e com grande
proveito.
Habita as capoeiras, cultivados e mesmo dentro de jar-
dins. Floresce nos mezes da primavera.
Nada conhecemos a respeito deste nome.
COATINDIVA
CRINDIUVA
Fam. Ulmaceoi. SPONIA {Ceitis) MICRANTHA. Dces.
Arvore pequena de lenho molle ; folhas ovato-ohlongas,
acuminadas, asperas nas duas faces; inflorescencia axillar, de
flores pequenas verdes. Fruto pequeno drupaceo.
Desta ha mais uma especie : Sponia (Ceitis) mollis Dces.
que differe apenas em que as folhas são avelludadas em baixo
por unia pubescencia branca.
Emprega -se a madeira para fazer carvão para polvora.
Os ramos flexiveis servem para fazer cestos e a casca é tida
como adstringente.
Ambas habitam as mattas e florescem nos mezes do verão.
O nome mais conhecido é o de Crindiuva cuja etymolo-
gia não conhecemos, nem encontramos nos autores.
COPAHYBA
Fam. Leguminosa. COPAIFERA LANGSDORFII. Desf.
var. glabra.
Arvore regular de 3 — 5 metros. Folhas compostas, foliolos
3 ^ pares, ovados ou oblongo-obtusos, lisos, geralmente pel-
lucido-pontuados; flores pequenas em panicula; fruto legumen
unilocular.
Esta arvore produz um balsamo muito estimado na medicina
por suas propriedades medicinaes, especialmente antivenereas.
— 51 —
Habita de preferencia os cerrados e capoeirões e floresce
nos mezes do verão.
V. Martins dá o nome, mas não a etymologia.
CORAÇÃO DE JESUS
GUACO
Fam. Compositm. MIKANIA OFFICINALIS. Mart.
Planta lierbacea, erecta, lisa ; canle simples on ramosoí,
folhas oppostas, pecioladas, cordiforme-deltoideas, pendentes,
agudas, profundamente dentadas, quasi coriaceas. Inflorescen-
■cia corymbosa, terminal.
No interior do Estado é esta planta empregada nas febres
intermittentes e algumas vezes nas dyspepsias.
Habita os cerrados e campos e floresce nos mezes da pri-
mavera.
O nome lhe vem da forma da folha. O nome indígena não
ha em S. Paulo, é do Rio Grande do Sul.
CORDÃO DE FRADE
PÁO DE PRAGA
Fam. Ldbiatoi. LEONOIAS NEPETAEFOLIA. R. Br,
Planta herbacea, alcançando até 2 mts; caule sulcado,
■quadrangular, vestido de tomentosidade tenue; folhas mais ou
menos agudas, serradas e tenue-tomentosas, glanduloso-pon-
tilhadas; flores reunidas em glomerações ao redor da haste;
glomeras espaçadas entre sí, pallido-vermelhas.
Esta planta é preconisada internamente como antispasmo-
dica e diurética, usa-se ella também em banhos contra o rheu-
matismo.
Habita os cultivados e roças antigas e capoeiras e floresce
nos mezes do outono.
Ha mais outra com a mesma denominação e pertencente
á mesma familia, mas de genero e especie diversos. É a Le%-
cas martinicensvA R. Br., também denominada Cordão de S.
Francisco. Não a encontrámos ainda no Estado de S. Paulo,
onde porém, deve existir.
O primeiro nome vem das agglomerações floraes e deve
ser conservado; o segundo nome é pouco vulgar.
COEOANHA
Fam. Leguminosie. DIOCLEA RUFESCENS. Benth.
Planta lenhosa, trepadeira com ramos, peciolos e pedún-
culos rníb-tomentosos; foliolos 3 ovaes ou inverso -ovados, acu-
minados e estipulados. Flores sesseis, violaceas. Fruto legu-
men, arcado; sementes g-randes de pericarpo duro, arillado,
consideradas venenosas.
É tida por toxica a semente; usos especiaes não lhe co-
nhecemos.
Hahita nas mattas da beira-mar onde é vulgar e floresce
nos inezes do verão.
Nada sabemos deste nome, aliás vulgarissimo.
CE, AVO DO CAMPO
Fam. Oompositm. ISOSTIGMA PEUCEDANIFOLIUM. Less.
Herbacea de caule simples. Folhas basaes densas, 5 — 7 seg-
mentadas, lineares ou filiformes, com as pontas muitas vezes
bifurcadas. Flores em capitulo amplo terminal, côr de pur-
pura escura.
Dizem que a raiz tubercolosa possúe propriedades purga-
tivas. (Mart.)
Habita os campos limpos e argillosos e floresce nos mezes
da primavera.
Nome sem razão de ser, porém, não ha outro.
CEAVOEANA
F’am. Compositm. AMBROSIA POLYSTACHYA. D. C.
Herbacea, alta, ramosa, erecta e aromatica. Folhas alter- .
nas, as inferiores bi-pinnatifidas, as superiores simples pinna-
tifidas, toda a planta é mais ou menos pubescente. Inflores-
ciencia em racemo paniculado amplo. Flor verde.
Toda a planta é aromatica, mas é muito pouco empre-
gada na medicina domestica para banhos calmantes.
Habita por toda a parte, especialmente nas capoeiras e
roças velhas. Floresce quasi todo a anno.
O nome é corruptela certa e impossivel para nós recompor.
CEIXIUMA
Fam. Oraminace(B. CHUSQUEA CAPITULIFLORA . Trin.
Graminea trepadeira com colmo solido, fino, liso e nds
— 53 —
engrossados, e os ramos sahindo em feixes dos nos. Folhas
estriadas lineares ou oblongo-lanceolados, verdes e lisas.
É vnlgarissima em mattas onde é muito procurada peld
gado que como as folhas. No tempo da secca é uma forragem
excellente e temos visto crixiuma secca como feno, prestar
serviços relevantes aos creadores de gado.
Floresce nos mezes do inverno.
Nao conhecemos a etymologia deste nome.
CEUZEIRO
FLOR BE, SANTA CRUZ
SETE SANGRIAS
Fam. Fubiacece. DECLJEUXIA CORDIGERA. Mart & Zucc.
var. genuin a Muell.
Planta suhlenhosa, arbustiva, de 40 — 70 ctms. de altura,
parte inferior em geral lenhosa. Folhas oppostas, cordifor-
aies, curtamente pecioladas ou sesseis; flores em corymho,
pequenas, alho-azuladas.
Usa-se esta planta contra febres intermittentes, fazendo
infusão das folhas e da raiz.
Habita os campos onde é commum e floresce nos mezes
•do inverno.
O nome mais empregado é o de Sete sangrias^ o qual deve
ser conservado.
CUANDÚ
GUANDU
Eam. Leguminosce. FAJANÜS JNDICUS. Sprez
Arbusto sublenhoso, alto, todo tomentoso-pubescente. Fo-
lhas pinnato-trifolioladas, foliolos ovato-lanceolados, oblongos,
agudos. Flores amarellas fuscas, legumen comprimido, obli-
quamente dividido.
As favas que produz são comestiveis e têm o gosto, da
ervilha. E’ bastante raro em S. Paulo, mas abunda nos es-
tados do norte onde suas folhas adstringentes também são
empregedas em cozimento para gargarejes nos casos de an-
ginUo frouxidão das gengivas e dores de dentes (Mello Moraes,
Botanica Brazileira).
E’ originaria da África. Habita os cultivados antigos e
— 54
capoeiras. Floresce nos mezes da primavera.
O noiiio .a moem é africano.
CUITELLO
Fanu ' Leguminosm. CAMPTOSEMA RUBICUNDUM. Hook & Arn-
Trepaueira herbacea lisa. Folhas 3 — folioladas, foliolos
oblongos, subovados. Flores côr de fogo ou de vermelhão.
É muito vjinamental.
Habita os campos, cerrados e capoeiras e floresce nos me-
mezes do inverno.
O nome e provavelmente uma allusão ao brilho da flor,,
visto significar também beija-flor.
CUPIEIRO
CARURÚ BRAVO
Fam. PliytolacacecB. PHYTOLACCA TBYRSIFLORA. Fnzl.
Herbacea, perenne, caule sulcado. Folhas simples, ova-
to oblongas, breve acuminadas, lisas. Flores em paniculas
thyrsoideas, alongadas, densifloras, amarellas e vermelhas;
fruto baga.
As folhas, depois de cozfdas servem para salada. As ba-
gas verdes são purgativas e as maduras podem ser usadas-
na tintuaria.
Habita por toda a parte onde ha culturas e floresce nos-
mezes do outono.
Mais vulgar dos nomes é o ultimo, de Cad-rurú^ — -folha
gorda, que deve pois, ser o conservado.
CUSPE DE TROPEIRO
ESPINHO DE CACHORRO
Fam. Gompositm. SOLJVA SESSILIS. R. & Pav.
Herbacea, pequena, acaule, ramos ascendentes, folhas pal-
mato-pinnatifidas, de segmentos lineares. Flores em capítu-
los globosos, sesseis, espinhosos, fruto achenio espinhoso.
Por causa das cabeças floraes espinhosas que offendera
aos pés dos descalços e dos animaes é ella temida porque pro-
duz até inflammações malignas.
Habita as beiras das estradas, por toda a parte e é vul-
garissima; floresce quasi todo o anno.
— 55 —
Qualquer dos nomes é commum. Deve entretanto pre-
valecer 0 seg-undo.
DOURADINHA
E’ um nome g*enerico para uma porção de plantas de
differentes famílias e g*eneros dasquaes as mais commuus são :
Fam. StercuUacece. WALTHERIA COMMUNIS. St. Hil.
Herbacea, muito variavel, ás vezes tomentosa, ás vezes
hirsuta, arbustiva ; folbas pecioladas ou subsesseis, orbicula-
das, ovadas, oblongas ou lanceoladas, geralmente com um in-
dumento albescente. Inílorescencia terminal ; flores pequenas
amarellas.
E’ reputada emetica, anti-dysenterica e sudorífica e é
empregada especialmente nas moléstias do peito.
Habita os campos e cerrados baixos. Floresce nos mezes
do inverno e da primavera.
Deve continuar com o nome de Fouraãinha.
DOURADINHA GRANDE
HERVA GRITADEIRA
Fam. Rubiacem. PSYCHOTRIA RÍGIDA. M. Arg.
Arbusto baixo, muito variavel ; caule ás vezes - attingin-
do a groásura de 5 ctms. ; folhas oppostas, cartaceas rigidas,
grandes, chegando até 30 ctms. de comprimento, oblongo-
ovadas, beiras onduladas, lisas e verde-claras amarelladas.
Flores brancas pequenas em paniculas grandes por causa das
brácteas.
Esta planta é considerada diurética e antirheumatica em
decocção. O nome de Tierva gritaãeira foi-lhe dado por cau-
sa da rigidez das suas folhas que produzem um som secco
quando o vento as agita.
Habita os campos e floresce nos mezes do inverno e da
primavera.
O nome de Herva gritaãeira deve ser conservado.
DOURADINHA FALSA
Fam. Malpighiaceoe. BYRSONIMA VERBASCIFOLIA. Rich.
Arbusto pequeno ; folhas ellipticas, pecioladas, mais ou
menos pubescentes na face de cima, por baixo avelludadas,
base aguda; flores em espigas alongadas, amarellas.
— 56 —
Esta planta passa por toxica ; em dose pequena é emetica
e diurética. Também é reputada autivenerea.
Habita os campos e floresce nos mezes do inverno.
Deve continuar com o nome.
DOURADINHA VERDADEIRA
Fam. Fubiacece. PSYCHOTRIA XANTOPHYLLA. M. Arg-.
Planta lierbacea, arbustiva, de caules simples, angulosos;
folhas oppostas, sesseis, ovadas, agudas, de base obtusa ou le-
vemente cordiformes, coriaceas, rigidas, amarellas, 7 — 10 ctms.
longas. Inflorescencia em panicula globoso-corymbi forme, de
bracteas grandes, amarellas ; flores brancas.
Tem os mesmos usos que a precedente.
Habita também os campos e floresce na mesma época que
a precedente.
O nome deve ser conservado.
EMBIRA BRANCA
Fam. Tliymeleacem. DAPHNOFSIS BRAZILIEFSIS. Mart.
Arvore até 5 metros de altura, folhas tomentosas quando
novas, inverso-spathuladas, agudas de base truncada. Flores
pequenas, brancas.
Esta planta é reputada toxica e attribue-se a ella a morte
de muito gado. O liber ou entrecasca desta arvore fornece
fibras boas que servem para muitos usos, apodrecem, porém
lacilmente na humidade.
Habita por toda a parte, especialmente ao pé de pastos e
capoeiras e floresce nos mezes do inverno.
E’ esta a verdadeira embira branca.
EMBIRA BRANCA
PINDÁHYBA
Fam. Anonaceoe. XYLOPIA GRAXTDIFLORA. St. Hil.
Arvore alta, ramos horizontaes, raminhos ferrugineo-to-
mentosos ; folhas oblongo-lanceoladas, longe-acuminadas, base
subtrUncada, na face de cima lisas, por baixo densamente
ferrugineo-tomentosas, até quasi lisas; flores brancas, gran-
des, tripartitas ; fruto formado por uma aggregação de fol-
liculos.
57 —
A madeira desta arvore é muito considerada e do seu li-
t)er (entrecasca) fibroso faz se cordas resistentes (cordas de
embira branca) e até redes temos visto.
Habita de preferencia os cerrados e floresce nos mezes da
ürimavera.
X
O nome de Pindaliyba ou arvore de espinho deve ser con-
servado.
EMBIRA— GUASSU’
EMBIR USSü’
Fam. Bomòacem. BÔMBAX PUBESCENS. Mart. & Zucc.
Arvore regular de lenho molle branco ; ramos contorcidos
e oasca suberosa. Folhas digitadas, foliolos 3 — 5, integros, oblon-
gos ou subovados. As flores apparecem em geral antes das fo-
lhas; são grandes com sepalas digitiformes, exteriormente es-
curas, interiormente brancas. Fruto capsula sublenhosa com
sementes envoltas em um algodão branco.
Desta arvore também se usa o liber por causa das fibras
longas e resistentes. A paina que reveste as sementes é muito
appropriada para enchimento de colchões e travesseiros.
Habita os cerrados e floresce nos mezes do inverno.
O nome deve ser conservado.
EMBIRUSSU’. (outra).
EMBIRA DE FOLHA LISA
Fam. Bombaceoe. BÔMBAX GRACILIPES.
Arvore regular de ramos flexuosos. Folhas longopeciola-
das, foliolos grandes, inverso-ovaes, todos lisos. Flor não vimos.
Fruto capsula subpentagona grande, cor de castanha, tomentosa.
Extrahe-se delia boa embira, branca.
Habita as mattas nas beiras dos rios do littoral e floresce
nos mezes da primavera.
Sendo todas as especies de Bômbax utilisaveis não se pode
'dar lhes outro nome. Basta distinguil-as como se distingue esta
ESPELINA FALSA
Fam. Leguminosoe. C LI TO RIA GUYAiVENSlS. Benth.
Herbacea, ascendente, trifoliada; foliolos digitiformes, quasi
lineares. Flor solitaria, grande, azul.
— 58 —
Esta planta é confundida pelo povo por causa da seme-
lhança com a verdadeira es^pelina. É forrageira e o gado gosta
muito delia.
Habita o campo e floresce nos mezes da primavera.
O nome não é proprio, porém, não tem outro.
ESPELINA VERDADEIRA
PURGA DB CARIJÓ
TOMBA
Fam. CucurUtacea. PERIANTHOPODUS ESPELINA. Manso.
Herbacea, rasteira, lisa, ramosa; folhas subsesseis, rigidas,
tripartidas ou trifolioladas, os lobos lineariformes, agudos, in-
teiros ou serrados de longe em longe. Flores regulares, albas,
solitárias; fruto pequeno, oblongo, carnoso, liso.
Esta planta é muito preconisada contra sjphilis e é tida
por purgativa, drastica e toxica. É usada como antidoto con-
tra 0 veneno de cobras. Muitos médicos de nomeada também
aííirmam ter empregado ella em casos de epilepsias com grande
proveito.
Habita de preferencia os cerrados e floresce nos mezes da
primavera.
O primeiro nome deve ser conservado.
ESPINHO DE AGULHA
Fam. Compositm. Gen. CHUQUIRAGUA e BARNADEZIA.
Quasi todas as especies que conhecemos destes generos são
denominadas indistinctamente com o nome supra. No herbá-
rio da Commissão ha as seguintes :
CHUQUIRAGUA GLABRA Baker; var. muUi/lora ;
Oh. vagans Baker; Ch. tomentosa Baker. Todas ellas são
arbustos lenhosos, mais ou menos tomentosos. Folhas oblon-
gas, rigidas, 3-nervadas, ora lisas (Ch. glabra) ora tomentosas
(Ch. tomentosa). Espinhos, ora direitos agudíssimos, grandes
(Ch. glabra e vagans), ora menores, as vezes curvos e até fal-
tam por abortados (Ch. tomentosa). Flores em panicula, ama-
rellas ou quasi brancas, pequenas.
Habitam os cerrados, capões e capoeirões e florescem nos
mezes do inverno.
Do geuero Barnadesia só tem a B. rosea Lindl. meneio-
— 59 —
nada na Flora de Martius. No aspecto geral pouco differe.das
Chuquiraguas, excepto nas flores, que são muito maiores e cujas
corollas formam ligulas 4-dentadas róseas ou côr de vermelhão.
Attrihuem-se aos espinhos de todas estas especies proprie-
dades venenosas, porém, não podemos confirmar isto porque
temos sido feridos muitas vezes sem que sobreviesse a mini-
ma inílammação.
Habita os cerrados e os capoeirões e floresce nos mezes do
inverno.
O nome apezar de generico não pode ainda ser alterado,
sinão quando se descreve todas os especies.
ESPINHO DE CARNEIRO
Fam. Compositoe. XANTHIUM STRUMARIUM. L.
Herbacea, arbustiva, robusta, ramos hirtos. Folhas alternas,
deltoideas, palmato-lobadas, irregularmente sinuoso-dentadas,
verdes, hispidas. Flores em capitulas globosas, verdes. luvo-
lucro florifero espinhoso, fruto idem.
Esta planta é usada em banhos contra tumores e tida como
resolutiva e emolliente.
É vulgar perto das habitações e nos pastos ; floresce nos
mezes da primavera.
Tem 0 nome por causa das capsulas espinhosas que mo-
lestam os carneiro.
ESPINHO DE JUDÉO
QUARENTA FERIDAS
Fam. Bixacea. XYLOSMA SALZMANNl. Cios.
Arvore regular, armada de espinhos ramificados: folhas
ovadas, oblongas obtusas ; inflorescencia umbellato-fasciculata;
flor pequena, insignificante; fruto pequeno, bagrn preta.
Poucas propriedades são conhecidas desta planta, attribue-
se, porém, qualidades adstringentes á casca e as feridas dos
seus espinhos são effectivamente de diííicil cura.
Habita as mattas, principalmente as húmidas, e floresce
uos mezes do verão.
Qualquer dos dois nomes é commum. Entretanto o ultimo
deve ser preferido.
— 60
ESPORA DE GALLO
GRÃO DE GALLO
Fam. Ulmacem. CELTIS GLYCYCARPA. Mart.
Arvore facilmente confundida com as trepadeiras por causa
de seus compridos galhos. É armado e tem folhas ovadas ou
elliptico — oblongas, acuminadas, integras ou pouco serradas
do meio para a ponta. Inílorescencia em cymas axillares, hir-
tas. Fruto drupaceo, comestivel, porém, seu sahor ó um tanto
insulso.
É vulgarissima nas capoeiras e nos capoeirões e floresce
nos mezes da-primavera.
O primeiro dos nomes deve prevalecer porque refere-se aos
espinhos curvos.
FARINHA SECCA
MANGA DO MATO
Fam. Oclmacem. OURATEA CASTANEAEFO LIA . Engl.
Arvore mediocre. Ramos grossos, cylindricos. Folhas pe-
cioladas, oblongas, de base obtusa, serradas, nervo medio sa-
liente nas duas faces, rigndas, coriaceas, de 10 — 16 ctms. de
comprimento e 4 — 6 ctms. de largura. Flores regulares em
paniculas thyrsoideas, amplas, amarellas. Fruto drupaoeo, pe-
queno.
É planta extremamente ornamental, mas cujos usos ou
propriedades não conhecemos.
Habita os cerrados e floresce nos mezes do verão. '
O ultimo nome deve prevalecer, pela similhança das folhas
com as da manga verdadeiro. Mang*a é nome malaio.
FAVEIRO
SüCCUPIRA LISA
Fam. Legíiminosoe. PTERODON PUBE.‘^CENS. Benth.
Arvore até 8 metros de altura; de casca lisa. Folhas com-
postas, foliolos 20 — 36, de apice redondada ou obtusa, quasi
glabras, mollemente pubescentes por cima, em baixo com pontos
pellucidos. InflorescenCia em panicula grande. Flores pallido-
'vermelhas, pequenas. Fruto legumen semilenhoso, cheio de
balsamo de um cheiro penetrante e sabor fortemente amargo.
O oleo ou balsamo da semente é muito preconisado contra
rheumatismo. 9—10 sementes pisadas em aguardente, da qual
se toma um cálice 3 vezes por dia constitue a dose commum
Habita de preferencia os cerrados e floresce nos mezes do
inverno e da primavera.
O nome de Faveiro é o mais proprio, mesmo para estabe-
lecer uma differença maior com as Sumpiras.
FEDEGOSO
Fam. Leguminosos. CASSIA AFFINIS. Benth.
Arbusto de ramos angulosos, foliolos bijugos, obliquos,
ovaes, obtusos ou levemente acuminados, pubescentes com
glandula grossa entre o par inferior. Flgrès amarellas em ra-
cemos axillares ou subpaniculadas no apice dos ramos. Fruto
legumen recto.
A casca da raiz é diurética e tônica; emprega-se contra
hydropisia e nas moléstias do figado. As folhas dizem ser pur-
gativas
Habita as capoeiras^e floresce nos mezes do inverno.
O nome de Fedegoso é generico para muitas Cassias, co-
mo G. ffllcata^ L. O. occidentalis, L. O. sericea Sm. e outras.
O nome é portuguez e deve ser conservado.
FEIJÃO DA PRAIA
Lmn. Leguminosos. VINHA LUTEOLA. Benth.
Planta herbacea, volúvel até prostrada, lisa até piloso-
hirta, folhas ovaes até ovato-lanceoladas, pedúnculos floraes
variaveis em tamanho, flores amarellas, fuscas. Fruto vagem
como feijão.
Habita as praias do mar de S. Sebastião a übatuba e flo-
resce nos mezes do outono.
O nome é o unico que conhecemas desta planta.
FAVA DE PO’ DE MICO
MÜCUNA
Fam. Leguminosas. MUCUNA URENS. D. C.
Cipd altissimo, lenhoso, liso; foliolos 3: ovaes, agudos, de
base subtruncada, membranaceos, munidos de pellos esparsos,
estipulados. Floces grandes, vermelhas, côr de cinabrio. Fruto
legumen, grande, hirto, de pellos curtos, amarellos, rigidos.
62 —
que facilmente entram na pelle onde ficam, produzindo com-
michão e as vezes pequena inflammação.
Usos e propriedades desconhecidos. A fava é reputada
toxica.
Habita as capoeiras e floresce nos mezes do outono.
O nome de Mucuna deve prevalecer.
FOLHA DE BOLO
PÁO PEREIRA
Fam. Leguminosce. PLATYSCYAMUS REGNELLI. W.
Arvore, ás vezes grande, folhas trifoliadas, foliolos gran-
des, cordiformes, acuminadas, lisas, attingindo .até 30 ctms.
de comprimento e dargura. Inflorescencia em panicula, toda
revestida de uma tomentosidade avelludada, côr de castanha
escura. Flores pallido-roseas. Fruto não lhe conhecemos.
As suas grandes folhas servem em vez de papel para pôr
no forno com bolos e biscoutos. A casca e a raiz gozam da
mesma fama que o verdadeiro. Páo Pereira o qual pertence á
familia das Apocynaceas. É tonico antifebril.
Habita as mattas e floresce nos mezes do inverno.
Para evitar duvida será melhor conservar o primeiro
nome.
FOLHA DE BOLO. ( utra).
Fam. Melastomacece.. MICONIA CHAMISSONIl. (?) Naud.
Arbusto lenhoso de 1 — 3 metros alto. Folhas pecioladas,
lisas, verde-escuras na face de cima, mais clara embaixo, ovaes,
arredondadas, apice agudo. Inflorescencia em panicula termi-
nal, flores pequenas, brancas. Fruto baga preta, pequena, carnosa.
Habita os cerrados húmidos e floresce nos mezes do in-
verno.
Usos não lhe conhecemos.
O nome é evidentemente confundido, porém, outro não
lhe conhecemos.
FOLHA SANTA
MALVA DO CAMPO
Fam. Ternstroemiacece. KIELMEYERA SPECIOSA. St. Hil.
Arbusto até 2 metros de altura, ramos grossos, tortuosos,
de casca suberosa; folhas reunidas na ponta dos ramos, coria-
— 63 ~
ceas, oblongas, obtusas, invorso-espathuladas, de base cunei-
forme; flores grandes, albas, terminaes, fruto capsula trigonal,
oblonga, elliptica ou cylindrica, lenhosa. Toda a planta tem
um sueco espesso amarellad#.
Passa por ter as mesmas propriedades calmantes da malva
dos jardins e seu sueco é empregado para curar as dores de
dentes.
Habita os campos e floresce nos mezes da primavera e
do verão.
Por causa das suas propriedades é melhor conservar-lhe
0 nome de malva do cam'po mesmo porque ha uma outra folha
santa que ainda não temos no herbário.
FRUTA DE CACHORRO
JASMIM DO MATO
LIMÃO DO MATO
MORORÓ
Fam. RuUacem. BÁSANACANTHA SPINOSA. Schum.
var. ptihescens Schum.
Arbusto até 2 metros alto. Ramos cylindricos munidos
nas extremidades de 2 — 4 espinhos lenhosos ; folhas agglome-
radas na extremidade dos ramos, pecioladas, ovaes, rhomboi-
daes ou oblongas até 3 ctms.
Usos não conhecemos, porém, merece ser cultivada pela
fragrancia de suas flores.
Habita as capoeiras e floresce nos mezes da primavera.
O nome de Mororó deve sér conservado, apesar de não
conhecermos a etymologia.
FRUTA DE LOBO
Fam. Solanaceoe. SOLANUM GRANDIFLORUM. R. & Pav.
Arbusto sublenhoso, todo revestido de um indumento al-
vacento de cabellos estelliformes e de aculeos. Folhas oblon-
gas, muito e, ás vezes, irregularmente recortadas. Inflorescen-
cia em cyma terminal ou extrafoliacea. Flores azues. Fruto
grande, baccacea até 12 ctms. de diâmetro.
Ha muitas opiniões a respeito desta planta, cujo fruto
ora dizem comestível ora reputam toxic©. Segundo um tra-
balho do Dr. Domingues Freire do Rio de Janeiro, esta fruta
64 —
é toxica e exhala um cheiro nauseabundo. Nós ao contrario
sempre achámos nella um cheiro aromatico de maçã e já co-
mémos ella sem inconveniente algum. Ouvimos dizer que
em Minas Geraes e outros logares fabrica-se com ella uma
especie de marmelada. Os Srs. v. d. Steinen na sua obra
«Durch Zentralbrasilien» também aíiirmam a sua comesti-
bilidade.
Além disso somos autorisados pelo Ulmo. Snr. Dr. Cotrim
de Franca para relatar que elle com o xarope deste fruto tem
alcançado curas maravilhosas em casos de asthma chronica.
Habita os campos e cerrados, ás vezes em quantidade
grande. Floresce nos mezes do verão mas temol-a visto em
flor quasi todo o anno.
Outro nome não lhe conhecemos.
FRUTA DE POMBA
PÁO POMBO
Fam. Anacardiacem. TAPIRIRA GUYANENSIS Engl.
var. cuneata Engl.
Arvore alta atè 13 metros ; as folhas novas e as inflores-
cencias são cobertas de pubescencia ferruginosa; folhas 4 — 5
jugas, foliolos membranaceos, oblong'os, elliptico-oblongos ou
obovato-lanceolados, acuminados ; inflorescencia em paniculas
lateraes, flores pequenas verdes ; fruto pequeno, drupaceo.
Seu lenho é bom e resistente pelo que é empregado para
vários fins.
Habita capoeiras e capoeirões e floresce nos jnezes da
primavera.
Com este nome comprehende-se também algumas Ery-
throxylaceas como p. ex : Erytliroocylon Pelleterianurrt St. HiL
e E. subrotundwm St. Hil., mas que não temos no herbário.
Qualquer dos nomes é empregado indistinctamente.
FRUTA DE TUCANO
Fam. Erythroxylaceoe. ERYTHROXYLUM MICRO PHYLLUM.
St. Hil.
Arbusto regular, muito variavel, ramos verrugosos. Den-
samente estipulados ; folhas pequenas desde lineares atéovaes,
base aguda, consistência coriacea ; flores pequenas, brancas;
fruto drupaceo vermelho.
Habita os campos e beira-cerrados e capões e floresce nos
mezes ca primavera.
Nenhum outro nome lhe conhecemos,
FUMO BRAVO
PETUM
PETY
Fam. Solem acem. SOLANJjM LANGSDORFII. Weinm.
Planta herbacea, annua, glanduloso-pilosa ; folhas radica-
es, spathulato-oblongas, peciolo largamente alado, as superio-
res ovaes ou inverso-ovaes, oblongas, obtusas e as ultimas
lanceoladas, sesseis, agudas. Jnflorescencia ampla, flores verdes,
fruto capsula com sementes pequenas. Toda a planta é viscosa.
Esta planta é uzada pelos indigenas para os mesmos fins
que 0 fumo vulgar e dão-lhe o nome de Petum ou Pety.
Martius diz: «Hujus igitur Nicotianoe Langsdorfü et forsan
aliarum quarundam specierum Sj ontanearum folia exsiccata
et in cylindrum ssepe pedem longum pollicemque crassum
coacta, producendo fumo Indi Brasilise orientalis pari arte aes-
uostrates Zigarros suos circunferunh usu inter omnus recepto.»
Além disto emprega-se muito em cozimento para clysteres
nas feiires malignas. Em íorma de chá é empregada nos pleu-
rizes catarrhaes. Bebido em cozimento ou infusão, dizem cu-
rar a embriaguez da manipoeira on seiva da mandioca, assim
como contra mordeduras de cobras.
Habita de preferencia pastos sujos e cultivados abando-
nados. Floresce nos mezes do inverno.
O nome de y)etum ou y^ety deve ser conservado.
FUMO BRAVO. (Outra).
HERVA COLLEGIO
HERVA GROSSA
suçuaia’
Fam. ComyositeB. ELEFHANTOPUS SCABER. L.
' ' var. tomentosus Sch. Bip.
Herbacea perenne, caule cylindrico, densamente pardo-
pn escente; folhas radicaes oblanceolado-oblongas, sesseis, cre-
66 —
nadas, obtu as ou agudas, membranaceas até subcoriaceas, na
face de cima lisas, rugosas, embaixo pardo-pubescentes. Flores
em glomerulas, azuladas. Planta muito variavel.
A raiz é amarga e considerada tônica e u ada nas febres
intermittentes e as suas folhas como emollientes são empre-
gadas em infusão nas bronchites. Juntas são usadas para cu-
rar elephantiasis. ,
Além deste ha mais E. micro2)appus Leso., E. elongatus
Garda e E. apicatus Juss. que se empregam para os mes-
mos fins.
Habitam ao redor das casas, no campo e á beira dos ca-
minhos e florescem nos mezes do inverno. Segundo Dr. Maia o
nome vem de p^çw-tremor de febre, fraqueza etc: e aiá—rt-
medio, pelo que o nome de suçuaid deve prevalecer.
GALLINHA CHOCA
MERCÚRIO DO CAMPO
Eam. Erythroxylacem ERYTHROXYLUM SUBEROSUM. St. Hil.
Arbusto lenhoso, ramos grossos suberosos ; folhaes ovaes
ou inverso ovato-oblongas, glabras; flores geralmente em feixes,
brancas; fruto pequeno, obtuso, ovoideo.
Sendo a casca adstringente é usada nas dysenterias leves.
Habita os campos e cerrados e floresce nos mezes da pri-
mavera e do verão.
É diíScillimo propor aqui o melhor nome, pois, nenhum
dolles nos parece proprio. Entretanto o primeiro talvez deve
prevalecer porque os frutos se dão ás gallinhas que não devem
cho':ar.
GERVÃO DE FOLHA GRANDE
Fam. Verlenacece. BOUCHEA PSEUDOGERVÃO. Cham.
Arbusto herbáceo; folhas alternas, cordiformes, acumina-
das, serradas; flor grande, côr de rosa violacea.
Esta planta é considerada como antiemetica e ó empre-
gada em casos de febre pouco forte.
Habita as capoeiras e mattas e floresce nos mezes da pri-
mavera.
O nome é bem dado, porque a planta se parece com o
Gervão vulgar.
67 —
GIRIQUITI
OLHO DE POMBA
Fam. Leguminosm. RHYNCHOSIa PBASEOLOIDES. D.G.
Planta sublenhosa, trepadeira, caule chato (tceuieforme),.
folhas ternadas, foliolos rhomhicos, acuminados, de dorso e
face velutinos, flores pequenas, fruto leg*umen curto, sementes
vermelhas e pretas.
Empregam-se as sementes pisadas como collyrio em ophtal-
mias.
Com 0 nome de Giriquiti designa- se tamhem Abrus pre-
■catorius.
Cresce em capoeirões e floresce nos mezes do outono.
Não conhecemos a etymologia do nome indigena que é o
■que deve prevalecer.
GUABIROBA
Fcm. Myrtaceúi. CAMPOMANESIA SALVIAEFOLIA. Berg.
var. augustifolia.
Arbusto lenhoso, ramos pubescentes, folhas membranaceas,
oblongas, base e apice agudas, ás vezes mucronulado-rugosas,
peliucido-pontuadas, pubescentes. Flores ás vezes solitárias,
ás vezes reunidas em corym bo. Fruto baga, redonda, ama-
rella quando madura.
Este arbusto é bastante vulgar e seu nome indigena serve
para designar uma porção de outras plantas, pertencentes a
especies e até generos diversos. Todos produzem frutos comes-
tíveis e saudaveis, porém, sempre um tanto adstringentes.
Habita os campos e cerrados e floresce nos mezes da pri-
mavera.
Segundo Dr. Maia o nome vem de fruta e iroud—
amargo ou adstringente.
HERVA DE ANDORINHA
HERVA DE S.TA LUZIA
Fam. EuFhorbiacem. EUPHÓRBIA COECORUM. Mart.
Herbacea, pequena, caule erecto; folhas oppostas ou 3—5
verticilladas, lineares, agudas, acuminadas, base obliqua; estipu-
las duas soldadas, triangulares, agudas, lado interno hirto; inflo^
— 68 —
rescienciaem cymasdichotomicas; flor pequena verde. Raiz ou-
rhizoma grosso sublenlioso tortuoso. Toda a planta leitosa.
É muito preconisada em moléstias de olhos e dizem que-
seu sueco resolve e liquefaz os endurecimentos da córnea.
Cresce no campo e terrenos arenosos e floresce nos niezes.
do inverno.
Tanto esta planta como a seguinte confundem-se pelo-
que será difficil mudar-se-lhes o nome.
( Outra)
Fam. EíiphorUacem. EUPHORBIA BRASILIENSIS. Lam.
Herbacea, suberecta, folhas todas oppostas, base obliqua,
lineares, acurninadas ou arredondadas no apice; estipulas trian-
gulares solitárias ou soldadas duas a duas. Iníloresciencia em
cyma terminal, flores pequenas verdes.
É preconisada para os mesmos fins que a precedente.
Habita as capoeiras e samambaiaes e floresce quasi todo o-
anno.
HERVA DE BICHO
HEKVA DE STA. MARIA
Fam. Salsolacee. CHENOPODIUM AMBROSIOIDES. L.
Herbacea, annua, caule erecto ou ascendente, sulcado, liso-
ou pubescente, até hirsuto; ora pyramidali-ramosa ora pro-
fusamente; ramos foliosos; folhas do eixo primário e ramos in-
feriores oblongos, lanceolados ou largo-lineares, attenuadas em
peciolo, acurninadas, sinuosas ou dentadas, raras vezes inteiras,
glabras ou um tanto hirtas por baixo, resinoso-glandulosas,.
verdes; as superiores menores, lanceoladas até lineares, den-
tadas ou inteiras. Inflorescencia glomerada; flores pequenas,
verdes,
Esta planta è muito preconisada como anthelmintica e
insecticida. Segundo 'Martius, contem ella: oleo volátil, resina
molle verde, matéria azotada e extractiva, sal oxalico, mali-
co, nitrico e sulfurico, albumen solúvel, acido acético, gomma,.,
amylon e cellulose. Do oleo volátil o Engelhardt extrahiu um
alcaloide que denominou Ohenopodiua e que constitue o prin-
cipio activo. Diz Martins também que vários médicos empregam
-esta planta em amenorrheas e para expellir foetos mortos.
— 69 —
Habita por toda a parte ao redor das habitações e culti-
Tados antigos. Floresce quasi todo o anno.
Sendo o nome de H. de Santa Maria o mais conhecido
e mais espalhado, deve prevalecer.
HERVA DE LAGARTO
língua de tiú
PÁO DE LAGARTO
Fam. Bixacece. CASEARIA SYL VES TE/S. Swartz.
Arbusto arborescente de ramos bastante alongados, flexí-
veis; folhas subalternadas, incequilateras subfalci formes,, ser-
Tadas, acuminadas, attenuadas na base e lisas nas duas faces.
Flores em umbellas, densas nas axillas das folhas; fruto capsula
pequena globosa.
É reputada excellente reraedio para gado hervado e o sueco
das folhas contra mordeduras de cobras. Segundo a crença po-
pular é esta a folha que o lagarto mordido por cobra procura.
Habita os campos e as capoeiras e floresce nos inezes dO'
■outono.
O primeiro nome é o mais vulgar e deve, pois, prevalecer..
HERVA DE PASSARINHO
GUÊRAREPOTY
OÈRA
UIRAREPOTI
Fanii Loranihaeeoe.
Este nome é generico e comprehende todos os generos e
todas as especies da familia supra. As principaes que temos
■são as seguintes :
Gen. PSITTACANTHUS
FS. ROBUSTUS. Mart.
Planta verdad- iramente parasita, robusta, lisa, ramosa,
Tamos quadrangulares, folhas ovadas, ou ovato-oblongas, mui-
tas vezes obliquas em forma de fouce (falciformes), grossas,
•coriaceas e sem nervação visivel; flores em feixes umbellifor-
mes, grandes, amarellas, até 10— 15 ctms. de comprimento.
Parasita em varias arvores; habita principalmente em cer-
70 —
rados sobre iKio terra ( Voclii/sias e Qiialeas), floresce nos me-
zes da primavera.
Gen. PHRYGILANTHUS
EUGENIDIDES. H. B. K.
Arbusto terrestre, trepador; alcançando certa altitude larg-a
o solo para continuar viver a custa da arvore em que subiu;
caule lenhoso, ramoso; folhas lisas, oppostas, ovato-lineari-lan-
eeoladas, attenuadas ou acumiiiadas, base continuando em pe-
ciolo. Inílorescencia racemosa, opposta, axillar e terminal; flo-
res brancas, numerosas.
Bastante vu^ar em cerrados altos e mattas e floresce nos-
mezes da primavera.
Gen. STRUTHANTHUS
STR. DICHOTRIANIEIUS. Eichl.
Arbusto scandens, com radioellas de preliensão: ramos sob-
voluveis, eylindricos; folhas oblong-as ou lanceoladas, base e
ponta attenuadas com estomatas em ambas as faces, peque-
nas, 3—5 ctms. longas. Inílorescencia em pseudo-cjma, raras
vezes umbellada; flores pequenas, verde-amarelladas.
Parasita, vulgar em mattas, especialmente de beira rio.
Floresce nos mezes do inverno.
STR. VÍTLGARIS. Mart.
Muito parecida com a precedente, dichotomo — ou opposto-
ramosa; folhas ovaes ou oblongas, acuminadas, grossas, inflo-
resciencia ternada em pseudo-cjmas axiliares; flores pequenas.
Parasita vulgar até em cerrados; floresce na mesma epo-
cha que as outras.
Gen. PHORADENDRON
PH. TUNAEFORME. D. C.
Parasita arbustiva, pendente, verde, ramosissima. Ramos
oppostos ou reunidos em 3 ou 4 formando verticilla, em geral
dichotoiD' ; os internodios fusiformes, torcidos e chatos, estria-
dos longn a.inalmente, folhas nullas. Flores immersas nos pe-
ciolos formando espigas curtas, axiliares.
Rara, habita os cerrados e floresce nos mezes da primavera.
— 71 —
PH. RUBRUM. (L.) Grriseb.
Parasita em arvores, ramos quadrangulares comprimidos,
folhas inverso-oblongas ou inverso-lineari-lanceoladas, redon-
das ou obtusas e emarginadas, base prolongada, em peciolo.
Inílorescencia em espigas articuladas, raras vezes unisexuaes,
cada articulação com 2 X — 3) flores; fruto baga globosa,
rubra, granulada.
Parasita em arvores de cerrado. Floresce nos mezes da
primavera.
PH. LANCEOLATO-ELLIPTICUM. Pohl.
Parasita de ramos cylindricos, comprimidos por baixo dos
nôs; folhas alongadas ou oblongas até subelliptico-lanceoladas,
obtusas ou arredondadas, base tornando-se peciolo. Inflores-
cencia em espigas unisexuees dioicas 3 — 5 articuladas; arti-
culações com 2 X (13 — 1^) flores. Fruto baga ellipsoidea. Toda
a planta fusco-amarella.
Habita arvores das mattas, especialmente a beira rios ;
floresce nos mezes do inverno.
HERVA DE PASSARINHO DE FOLHA GRANDE
PH. CRASSIFOLJUM. Pobl. V. PARVIFOLIA.
Parasita de ramos cylindricos; folhas ovato-oblongas, raras
vezes lanceolato oblongas, coriaceas, amarello-fuscas, gordas,
obtusas 5 — 7 nervosas; inílorescencia em espigas androgynas
4—9 articuladas, articulações com 2 X flores, dis-
postas em series de 2 X 2 ou 2 X 3- Fruto em bagas ovoideas.
Vulgar em mattas e cerrados, floresce nos mezes da pri-
mavera.
Todas ellas são nocivas ás arvores sobre as quaes vivem
e não é raro vel-as destruirem pomares inteiros por falta de
vigilância dos donos.
Como usada na medicina só conhecemos. Pli. tunaforme
que, com um pouco de sal, é empregado como chá em pleu-
rises e defluxos. O visgo que contem os frutos é ás vezes em-
pregado pelas creanças, para untar varas com que apanham
passarinhos. Apezar de ser o nome de H. de 'passarinho tão divul-
gado, obstamos para que não seja esquecido o nome de Uirare-
foti.! de passaro e excremento, segundo Dr. Maia.
— 72 —
HERVA DE RATO
Fam. Ruhiaceoe. PSYCBOTRIA MARCGRAVU. Spreng-.
Arbusto de 0.60 até 3 mts. de altura; ramos cjlindricos
stipulas soldadas pela base, subtriang-ulares, agudas; folhas
oppostas de peciolos curtos, oblongo-ovadas, lisas, agudas e de
base subobtusa, verde -brilhantes na face de cima, verde fusco
por baixo. Inflorescencia em paniculas corjmboso-thjrsoideas ;
flores até 2.5 ctms. pétalas roxas e o tubo amarello na base
com a parte superior corallino; fruto baga, ovoidea 3 5 costada,
O nome de herva de rato é também mais ou menos ge-
nérico para uma meia duzia de plantas, pertencentes todas ás
rubiaceas, porém, distribuidas por vários generos. A verdadeira
é esta
É reputada muito venenosa para o gado mas parece que
ainda não é convenientemente analysada. Empregam-se os
frutos pisados e misturados em banha de porco para matar ratos.
Habita logares húmidos em mattas e floresce nos mezes
da primavera e do verão.
Esperamos obter sementes maduras para fazer experiên-
cias physiologicas com este vegetal.
O nome vem da propriedade de matar ratos.
OUTRA
Fam. RuUaceúi. HAMELIA PA TENS. Jacq.
Arbusto arborescente. Ramos cylindricos; os raminhos fer-
rugineo-pubescentes. Folhas longo-pecioladas, oblongo-ovaes,
agudas, de base aguda, mais ou menos pubescentes grandes
até 15 ctms. longas. Flores em cincinnos terminaes, vermelhas
e amarellas. Fruto em baga pequena.
E também tida por venenosa para o gado.
Habita os cerrados e floresce nos mezes do verão.
Por emquanto nenhum outro nome conhecemos.
HERVA DO PAE CAETANO
Fam. Verlenacem. VERBENA LITORALIS. H. B. Kth.
Planta herbacea de 0.80 a 1.20 de altura. Caule quadran-
gular, ramos patentes. Folhas sesseis, lisas ou pouco pubes-
centes, lanceoladas, as superiores inteiras ou finamente ser-
— 73 —
radas, as inferiores maiores quasi inciso-serradas. Infiores-
cencia em espigas curtas e cylindricas; flores pequenas, azues.
Fruto capsula.
Habita antigos cultivados e floresce nos mezes da pri-
mavera.
Nenhuma propriedade ou emprego lhe conhecemos.
Não conhecemos a etymologia deste nome.
HERVA LANCETA
Fam. Coinposit(B. SEISÍECIO BRASILIENSIS. Pers.
Arbusto herbáceo, perenne; caule liso ; folhas pecioladas^
oblongo-deltoideas, simplesmente partidas, segmentos inteiros
lineares, alongados, verdes na face de cima, por baixo albo-
tomentosos; inflorescencia densa, corymboso-paniculata; flores
amarellas.
Empregam-se as folhas seccas desta planta no curativo
de feridas.
É vulgar em capoeiras e cultivados e floresce nos mezes
da primavera.
O nome foi dado pela forma das lobos das folhas.
HERVA MOURA
Fam. jSolanacece. SOLANUM NIGRUM. L.
Herva pequena, muito variavel. Caule anguloso, herbáceo,
liso ou com pellos simples. Folhas pequenas, ovaes, rhombeas
ou lanceoladas, inteiras ou sinuosas ou dentadas. Inflores-
cencia cymoso-umbelliforme. Flores pequenas, brancas. Fruto
baga preta.
E reputada venenosa e empregada como calmante e emol-
liente em cataplasmas. Com a decocção das folhas lavam-se
as partes inflammadas e as folhas frescas e inteiras empregam-se
com vantagem sobre ulcerações.
Habita capoeiras e roças antigas e floresce nos mezes da
primavera.
Nada sabemos a respeito deste nome, que deve ser portuguez.
HERVA SANTA
Fam. Compositce. BACCHARIS VULNERARIA. Baker.
Arbusto regular, subscandens, liso. Folhas oblongas, agu-
das, pouco serradas, grandes. Flores raras, unidas em capitulas.
74
Suas folhas pisadas são empregadas contra ulceras.
Hahita as capoeiras e floresce nos mezes do inverno.
O nome foi dado pelas suppostas virtudes da planta.
HERVA SOLDADO
Fdííi. CliloTantlicice(B. HEDYOSMUM BRASILIENSE. Mart.
Arbusto suhlenhoso, liso, verde claro todo, de ramos em-
bainhados. Folhas grandes, gordas, pecioladas, oblongo lanceo-
ladas, subcuneadas na base, serradas. Flores em cachos peque-
nos formando paniculas. Fruto drudaceo, monospermo, de
polpa (pericarpio) branca, quasi hyalina.
Segundo Martius na sua «Matéria médica» é empregada
em decocções contra febres, enxaqueca e frieiras. É dotada de
um aroma forte.
Vulgar em capões de campo, floresce nos mezes do verão.
Não conhecemos a orig*em deste nome.
HERVA TOSTÃO
Fam. NictagacecB. BOERHAVlA HIRSUTA. Wild.
Caule herbáceo, meio deitado, ascendente, cylindrico, hirto.
Folhas pecioladas oppostas, ovaes-oblongas, agudas, onduladas,
base redonda, subcoriaceas. Na face de cima verde escuras,
por baixo mais ciaras, revestidas de pellos glandulosos. Flo-
res vermelhas em panicula ampla. Fruto capsula indehiscente,
pequena.
Segundo Martius contém um sueco amargo e serve de
resolvente nas congestões hepaticas. Emprega-se a folha em
infusão.
Cresce por toda a parte, até nas ruas das cidades. Floresce
nos mezes do verão.
Ignoramos o motivos desta denominação.
IMBIRI
Ear,i. SeTOTlmlariacee. ESTERHAZYA SPLENDIDA. Mik. ,
Arbusto herbáceo, muito variavel ; caule anguloso; folhas
oppostas, pecioladas, approximadas, oblongo-lanceoladas ou lan-
ceoladas ou inverso-ovatas, até lineares, nervo médio mucro-
nado, de margem finamente serrada ou crenada. Flores em
geral solitárias, mais ou menos grossas, côr de rosa pallida,
— 75 —
salpicada de pontos escuros. Fruto capsula com numerosas se-
mentes.
É extreinamente ornamental, habita ás beiras das m.attas,
em logares húmidos ou brejos e floresce nos mezes da pri-
mavera.
Imbiri Mbiri sig-nifica também folha larga o que não com-
bina com esta planta.
INFALLIVEL
Fam. Amarantliacem. GOMPHRENA POHLIl. Mag.
Subarbusto herbáceo, caule subramoso, villoso-pubescente
até hispido, áspero. Folhas subcordato -ovadas ou ovato —
oblongas, agudas, todas villoso - asperas na face de cima, al
vacentas e villoso-molles por baixo. Iníiorescencia trichotomo
ramosa, flores em glomerulas capituladas, albas, rijas, pe-
quenas.
Alguns attribuem ás suas raizes as mesmas propriedades
que ás do ara tudo (vide esta), porém muitas pessoas affirmam
que não.
E’ bastante vulgar em campo secco arenoso e floresce nos
mezes da primavera.
E’ outro nome dado pelas suppostas virtudes da planta.
( Outra)
Fam. Coruposit(B. P2PTOCARPHA ROTUNDIFOLIA. Baker.
Arbusto lenhoso; folhas ovadas ou inverso-ovadas, obtusas,
inteiras, rijas, coriaceas, verde-foscas, rugosas na face de cima,
por baixo pardo-tomentosas. Flores em capitulas axilares 4 — 5
floraes. - *
E’ considerada poderoso especifico anti-syphilitico ; empre-
gam-se as folhas em infusão.
Habita de preferencia os campos seccos, denominados sujos
6 floresce nos mezes da primavera.
Para esta planta o nome é mais merecido e aqui deve ser
conservado.
INGÁ MIRIM
Eam. Leguminos(S. INGÁ MARGINATA. Willd.
Arvore regular até 6 mts; ramos lisos ou pouco pubescentes,
peciolo alado entre os foliolos superiores, munido de glandulas
— 76 —
na inserção dos foliolos; os foliolos bi-jug-os cblong-os ou ob -
long-o-lanceolados, acuminados, lisos e pergaminaceos. Inflores-
cencia em espigas fasciculadas. Flores brancas ; fruto legumen
pluri-sementifero.
Não conhecemos emprego algum especial desta arvore; até
seu lenho não tem uso industrial. As sementes são envolvidas
numa fina camada de polpa doce que se come.
E’ vulgaríssima em capoeirões e beira de mattas ; floresce
nos mezes da primavera.
Ha grande quantidade de Ing'ás no Estado de S. Paulo que
poiico diífere entre si.
O nome de Inga é generico e serve para designar muitas
arvores das quaes temos as seguintes no herbário :
Inga sessilis Mart., Inga sulnuda Salzm., Inga, edulis Mart.
(Inga cipò), Inga spuria Humb & BompL, Inga Uruguayensis
Hook tk Arn., Inga Heteropliylla. Willd.
De quasi todos elles come se a polpa que envolve as se-
mentes no legumen. E’ um pouco adocicada, insipida e com
propriedades indiíferentes.
A mais vulgar cosfuma ser
INGA SPURIA. Humb. & Bonpl.
Arvore bastante grande, toda ferrugineo-pubescente, pe-
ciolo alado, glanduloso, foliolos 5—6 jugas, oblongo-ellipticos.
Inflorescencia em espiga curta, flores brancas, fruto legumen
grande com bastante polpa doce. '
Também não tem uso medicinal nem industrial.
Habita as mattas e beiras rios e floresce nos mezes do in-
verno.
O nome deve ser conservado porque é o mesmo por toda
a parte.
IPECACUANHA
POAYA
E’ este outro nome que serve para uma grande porção de
plantas differentes, cujas raizes possuem propriedades emeticas.
Martiusna sua cc Glossário linguarum Brasiliensium » diz deste
no e; O nome popular desta planta {Qepliaelis Ipecacuanha,) não
é Ipecacuanha, mas Poaya : algumas outras plantas da familia
das Menispermaceas : (Cissampelos glaberrima, ovalifolia, ebrac-
teata) St. Hil., receberam o nome de Pé-cad-guene, isto é herva
de caminho que faz vomitar. Ksta palavra foi abreviada para
Pe-ca-cuem e depois transformada em Picahonha. Por causa da
similhança das raizes destas plantas com as da verdadeira, foi
este nome dado também á esta, e para diíferencial-a das cujas
raizes são maiores chamou-se a ella /(pequena) pe—caa — guene,
de qne se fez Ipecacuanha. O nome de Poaya qno ainda pre-
valece em todo o paiz é uma composição de Gepó (Sipó, Sipú)
e Aya que quer dizer raiz de contra veneno. » Dr. Maia de-
compõe 0 nome do seguinte modo: capó~raiz, e dmd,=.rmm.
k Ipecacuanha verdadeira CepliaSlis Ipecacuanha Rich. da
familia Rubiacoe não temos no herbário. As que temos com
este nome são:
Fam. Polygalacem. POLYGALA CO MATA Mart.
Planta herbacea, pequena, erecta, racemosa ; caule e ra-
mos estriados; folhas sesseis, alternas, lanceoladas, agudas; inflo-
rescencia racemosa, densiílora, espigada, flores pequenas, róseas.
A raiz desta planta é considerada emetica e usada nas
bronchites catarrhaes.
Habita o campo e floresce nos mezes do inv^erno.
Fam. PolygalacecB. POLYGALA ANGULATA. D. C.
var. angustifolia. Mart.
. Herbacea pequena, maior que a precedente, erecta, ramosa,
raiz grossa, caule anguloso, folhas coriaceas, lanceoladas, agu-
das, veiadas; infiorescencia racemosa, terminal, formando es-
piga, densiflora. Flores pequenas, róseas.
Tem. os mesmos usos e habita as mesmas localidades e flo-
resce na mesma epocha.
Outra (também PRATEADINHA)
Fam. LaUatm. HYPTlS SERICEA. Benth.
Herbacea, erecta, toda coberta de indumento alho argên-
teo; caule menos coberto, anguloso; folhas oppostas ou ^ verti-
cilladas, subsesseis, rhombeo-obovadas, levemente acuminadas,
base aguda, cobertas nas duas faces de tomentosidade lanosa,
argentea. Infiorescencia racemosa, flores azues em glomerulas.
A raiz é considerada emetica.
78
Habita os campos sujos e cerrados e floresce nos mezes da
primavera.
Ipecacuanha falsa é idêntica com cega-olho (vide pag-. 46)
.JABORANDI
Fa/m. RiUacece. PILOCARFC/S PJNAíAIVFOLlüS. Lem.
Arbusto de 1.5— 2.5 mts. de altura. Caule g-rosso, cylin-
drico, pubescente. Folhas imparipiimadas. Peciolo commum.
pubescente. Foliolos 3— 4 jug-os, lineari-oblongos de 8 - 12ctms,
de cumprimento, 3 — 5 ctms. de maior largmra, coriaceos, pel-
lucido ponteados (pontos resinosos) margem reflexa, lisos na
face de cima e finamente pubescentes por baixo. Flores em
cachos, atropurpureas, crassas, pedicelladas. Fruto capsula uni-
valva. Sementes em pericarpio elástico.
È reputada febrifuga e as suas folhas em cozimento são
altamente sudorifica .
Habita as capoeiras e floresce nos mezes do inverno.
Além deste vegetal temos muitos outros que no Estado de
S. Paulo, têm o mesmo nome. Pertencem, porém, á familia das
Piperaceas, a qual ainda não está classificada no nosso herbário.
O nome é corruptela de Jaurandi, mas deve assim mesmo
ser conservado.
.jacarandA do campo
Fcm. Leguminosa}. PLATYPODIUM ELEGANS. Vog.
Arvore regular, ornamental. Os ramos novos, peciolos e
pedúnculos rufo-tomentosos. Foliolos 10 — 20, oblongo-lineares,
penninervados, glabros na face de cima e pubescentes por baixo.
Flores em pequenos racemos axillares, amarellas, grandes.
Sua madeira é rigida e muito procurada pela sua dureza.
Habita os cerrados arenosos em Araraquara e floresce nos
mezes da primavera.
É provável que o nome seja. Nhd — cara,ndd, porém, sendo
duvidoso melhor é conservar o de jdcarandd.
JACATIRÁO
Fam. Melastomacem. MICONIA THEEZANS. subsp.
flo;vescens var. niillijlora Cogn.
Arbusto até 3 mts., todo liso, ramos ás vezes subquadran-
gu ares; folhas membranaceas até rigidas, ovadas, base subre-
— 79 —
donda apice agudo, margem remoto-serrada, trinervias, ver-
de-amarelladas, brilhantes na face de cima, foscas por baixo ;
inflorescencia em panicula alongada, multiílora; flores peque-
nas, brancas, fruto baga pequena, roxa, escura.
A decocção das folhas é aromatica e considerada tônica e
digestiva.
Habita os cerrados e capões húmidos e floresce nos mezes
da primavera.
Não conhecemos a etymologia desto nome.
^JALAPINHA
Fam. AFOcynaceae. DIPLADENIA SPIGELlAEFLORA M. Arg.
Herbacea, glabra, simples; folhas oppostas, subsesseis, lan-
ceoladas, agudas, base obtusa; inflorescencia' racemosa 10 — 15
floraes; flores regulares côr de fogo vermelhão) ; pétalas tor-
cidas para a esquerda (sinistrorsas) ; fruto folliculo.
E considerada depurativa e purgativa.
Habita os campos e floresce nos mezes do inverno.
0 nome de (Jalapa) não é brazileiro, foi introduzido, parece
das Antilhas.
JALAPA BRANCA
FLÔR DE BABADO
VELAME BRANCO
VELAME DO RIO GRANDE
Fam. Apocynacece MACROSIPHOiVJA LONG2FLORA. M. Arg.
Herbacea, caule erecto subsimples, coberto de pellos tenues,
longos, rnolles, crespos, flexuosos e brancos ; folhas oppostas,
subsesseis, oblongo-ovadas ou ovato-lanceoladas, até lineari-
lanceoladas, base pouco cordiforme, acuminadas verde-foscas,
ás vezes lisas na face de cima, mas sempre albo-lanosas por
baixo. Flor sol itar ia, grande, branca, corolla campanulada, lobos
obovados, crespos, ondeados.
A raiz é considerada depurativa.
Habita os campos e floresce nos mezes do inverno.
O nome que deve prevalecer e o de í ãs Ixibãdo^ por
«er 0 mais espalhado.
80 —
JALAPA VERMELHA
HERVA VENENOSA (CAMINHOÀ)
PURGA DO CAMPO
ROSA DO CAMPO
Fam. Afocynaceoe DIPLADENIA ILLUSTRlS M. Arg-.
V. tomentosa.
Planta herbacea, erecta, simples, raras vezes ramificada,
toda a planta tomentosa ; folhas muito variaveis, subsesseis ou
curtamente pecioladas, oppostas, ovadas, inverso-ovadas, ellip
ticas, subrotundas, ag*udas ou obtusas, base cordiforme. Inflo-
rescencia racemosa, axilar e terminal; flores campanularifor-
mes, 5-lobadas, lobos turbinados, garg^anta apertada, côr de fogo
roseo, esplendidas. Fruto folliculo gemeo; sementes ciliadas.
Por alguns autores é esta planta reputada venenosa e muito
nociva para o g’ado, porém, nem uma vez ouvimos isto aífir-
mado pelos habitantes do campo e tão pouco vimos ella cor-
tada pelo gado, que parece despresal-a. A raiz é considerada
poderoso purgativo e depurativo ; contem uma resina e um
sueco leitoso.
A variedade glabra M. Arg. goza daz mesmas propriedades
porém, não é reputada venenosa. Diífere sómente em ser toda
lisa; é tãe variavel na forma de suas folhas como a primeira.
Habitam ambas os campos onde são avistadas em grande
distancia por causa do brilho da fllor. Florescem nos mezes
da primavera.
Para esta especie o nome de Rosa do Oamg)o deve preva-
lecer attento á belleza da ílôr e por ser o nome mais conhecido.
JANGADA BRAVA
Fam,. Tiliaceae. HELJOCARFUS AMERJCANUS. L.
Arvore regular até 6 — 15 mts. de altura ; ramos lisos de
casca cinzenta, ramos novos pubescentes ; folhas longo-pecio-
ladas, estipulas pequenas, lamina ampla, largamente ovada, ás
vezes trilobada, acuminada, base largamente cuneiforme, re-
donda ou subcordiforme ; margem dentado — serrada, adulta
lisa na face de cima ou coberta de pellos estelliformes, por baixo
(e em estado novo nas duas faces) ferrugineo-tomentosa. Inflo-
rescencia em panicula ramosissima e na base ás vezes munida
— 81 —
de folhas. Flores pequenas amarei lo-foscas ou alvacentas. Fruto
capsula munida de cilios plumosos.
E’ considerada como um dos principaes padrões de terra
boa para cultura de café, tanto no sentido da composição do
solo como da altitude e consequente isenção de geadas.
. Habita as mattas virgens e floresce nos mezes da primavera.
Não conhecemos a origem deste nome, porque a arvore
nada tem com a verdadeira jangada.
JAPECANGA
As japecangas da familia das Liliaceas, subfamilia Smila-
cacea ainda não temos definitivamente classificadas.
JAERINHA
MIL HOMENS
E’ nome generico para todas as Aristolochias. Temos no
herbário :
Fam. Aristolochiaceú}. ARISTOLOCHIA BÜRCHELLI. Master.
Trepadeira herbacea; folhas densamente pubscentes por
baixo, oblongas-obtusas, profundamente cordiformes; flores so-
litárias, axillares, base inchada, no meio cylindrico-tubulosas,
limbo horizontal, formando labio oblongo, maculado e fim-
briado, purpurascente com pintas negras.
Habita capoeiras, de preferencia á beira rios; floresce nos
mezes da primavera e do verão.
O nome é dado por causa da forma da flor e serve para
. todas as Aristolochias.
( Outra)
A. BRASILIENSIS. Mart. & Zucc. var. PARVIFLORA. Duchtn.
Trepadeira perenne; caule cylindrico, glauco como toda a
planta; folhas cordato-orbicu lares ; flores grandes, solitárias,
axillares, longe pedunculadas ; base ventricosa no meio curta-
mente tubulada, labio superior lanceolado, agudo ; inferior
longamente continuado, dilatando-se em dous lobos grandes
oblongos, interiormente purpureo fusca, r.oberto de pellos alvos .
distantes, exteriormente verde e violáceo.
Habita capoeiras e beiras dos caminhos e floresce nos me-
zes da primavera.
— 82
( Outra)
A. CIlAMlSaONIS. Duchtre.
Trepadeira, sublenhosa até lenhosa, ramos cylindricos;. fo-
lhas coriaceas, na face de cima glabras, por baixo venoso-re-
ticuladas, glaucas, munidas de pellos rijos ; subcordiformes,
ovaes, agudas; flores solitárias ou gemeas axillares; base ven-
tricosa, labio inferior oblongo acuminado, caudato, reticulado,
veooso, côr de carne, fresca.
Habita as mattas de beira-rio e floresce nos mezes da pri-
mavera.
( Outra)
A. CRENAl^A. Mart.
Trepadeira, ramos sulcados angulosos; folhas distantes
membranaceas; glabras na face de cima, pubescentes por baixo,
5 — 7 nervias, hastato-cordiformes ; flores solitárias, axillares,
pequenas, tubo ventricoso na base, no meió infundibuliforme,
labio inferior em forma de lingua larga, obtusa, fimbriata,
pardas e verdes com pintas purpureas.
Habita as mattas pequenas e capoeiras e floresce na mesma
epocha.
Todas estas são consideradas medicinaes e dizem que a
decocção da raiz é um poderoso antidoto do veneno das cobras.
São consideradas exitantes e antifebris até abortivas.
JERATACA
MANACÁ
MERCÚRIO VEGETAL
CANGABÁ OU CANGAMBÁ (Bahia).
Fam. ScrophulariacecB. BEUNFELSIA ffOPEANA. Benth. ,
Arbusto rarissimo, ramos lisos; folhas aproximadas, variá-
veis, ovato-oblongas, ou inverso-ovadas, agudas ou curtamente
acuminadas, raramente obtusas, inteiras, base promulgada em
peciolo canaliculado, glabras nas duas faces ou pubescentes
nas nervuras dorsaes, de baixo da lente pontuadas, verdes, mais
pallidas na face inferior. Flores solitárias no apice dos ramos,
grandes, disciformes, tubulosas, roxas azuladas até róseas e
brancas.
— 83 —
É considerada muito util nas moléstias venereas sendo
“principalmente a raiz que se usa. Na medie na ofíicial já se
^onta alguns preparados. Em dose elevada toxica. A dose
vulgar é de 15 grms. da raiz para 500 grms. de agua.
Habita as mattas e floresce nos mezes da primavera.
O nome de Manacá é o mais conhecido, mas não lhe co-
nhecemos a etymologia.
JUÁ
JUÁ-TY
JUCIRI
Fam. Solanace(B. SOLANUM BALBISll. Don.
Herhacea arbustiva, aculeos rectos, pouco curvos, caule
villoso, viscoso ; folhas ovadas ou oblongas pinnato-partidas,
agudas, sinuoso dentadas, molles, aculeadas, pubescentes até
villosas; inflorescencia cymosa, scorpoidea-cincinniforme; flores
estelliformes 5 — angulares, brancas; fruto baga, grande, ver-
melha, sementes muitas.
E’ comestivel e faz-se da fruta um doce excellente por
causa da sua acidez peculiar. E’ considerada fruta quente e
possue propriedes aphrodisiacas
Habita terras boas, beirá-mattas e capoeiras e floresce nos
mezes da primavera.
O nome de Juá deve ahi prevalecer porque significa planta
aculeada.
JUÁ BRAVO
Fam. SolanaceoB. SOLANUM OOCARPUM. Sendt.
Arbustiva, sublenhosa,’ robusta, tomentosa de pellos estel-
liformes com espinhos, folhas solitárias descoradas, ovato-oblon-
gas, agudas, base inteira, acuminadas, sublobadas. Inflorescen-
•cia cymosa, simples scorpoidea; flor pequena branca, fruto ba-
ga grande.
E’ considerada venenosa para o gado, porém, parece-nos
difficil os animaes comêl-a. Contaram-nos também que entre
os indigenas o fruto soccado depois de seceo e reduzido a pó
lhes serve para feitiço, especialmente para acordor o amor, pu-
nir infidelidade, etc.
E’ muito vulgar em capoeiras seceas e floresce quasi todo'
o anno. Temol-a encontrado em todas as estações do anno.
O nome deve continuar.
— 81 —
JUQUIRY
Fam. Sterculiacece. BÜTTNERlA SC ABRA.
var. liastata. Sclium.
Subarbusto armado, caule cylindrico na base, ag-udo, an-
guloso nos ramos, penta-até octagonal, lisa ou pilosa ; folhas
curtamente pecioladas ou sesseis, variaveis. Na variedade pre-
sente são ovadas as inferiores e lanceoladas de base arredon-
dada as superiores, serradas ou inteiras, lisas; flores em pe-
quenas paniculas axillares, pequenas, escuras. Fruto capsula
pentagona dehiecente.
Em S. Paulo é reputada poderoso remedio contra as aífei-
ções da pelle como sarna, etc. Em Minas Geraes, segundo Mar-
tins (que escreve Huquiri), serão as folhas comidas como re-
polho.
Habita as capoeiras e mattas pequenas e floresce nos me-
zes do outono.
( Outra)
B. AUSTRALIS. St. Hil.
Arbusto trepador, armado. Caule cylindrico com acmleos-
curvos, pequenos. Folhas lanceoladas, integras, com pellos nas-
axiilas dos nerv^os dorsaes. Flores em pequenas umbellas. Fruto
capsula secca, muricada.
( Outra)
B. FILIPES. Mart.
Differe da anterior apenas em ter folhas menores, de base-
mais ou menos obliqua. Ambas habitam as capoeiras e flores-
cem no outono.
V. Martius na sua Olossaria linguarum JBrasiliensium diz.
deste nome: /tó=spina, espinho; dormiens, dormindo; «—
parvo, pequeno.
JURUBEBA
Fam. Solanacem. SOLANUM PANICULATUM. L.
Arbusto até 3 mts. Ramos e folhas revestidas de pellOs
stellariformes, estipitados. Folhas inteiras ou sinuosas ou sub-
lobadas, grossas, ovaes, ou ovaes lanceoladas, acuminadas, de
base inteira ou subcuneiforme desigual. Flores em paniculas-
terminaes albas, não laciniadas. Fruto baga, redonda, lisa.
— 85 —
E’ considerada poderoso antisyphilitico.
Habita as capoeiras e beiras de caminhos e floresce nos
mezes do verão.
Não encontramos a etymologia deste nome.
LARANGÍNHA
LIMÃOSINHO
Fam. Polygalacem. ACANTBOCLADES BRASILIEiVSIS. Mart.
Arbusto arborescente, espinhoso: folhas pequenas, inverso-
, ovadas ou ellipticas; flores axillares, solitárias ou 2 — 5 fasci
caladas pedunculadas, brancas; fruto compresso, bilocular, lo
culicida dehiscente.
As folhas desta planta são reputadas sudoríficas, peitoraes
0 anticatarrhaes usadas em infusão. Além disso é um arbusto
muito ornamental e tem o porte do hu.xo.
Habita os cerrados e beira-mattas e floresce nos mezes
•do inverno.
Nada sabemos a respeito da origem deste nome.
LIMÃO BRAVO
Fam. Monimiacecd. CITRIOSMA APIOCYSE. Mart.
Arbusto arborescente, de ramos obtuso-quadran guiares,
avelludados, pardacentos ; folhas oppostaso ovadas, curtamente
acuminadas, dentadas, ávelludado-tomentosas nas duas faces.
Inflorescencia dioica ; flores pequenas, insignificantes. As fo-
lhas desta planta, contusas e em chá, são consideradas exci-
tantes, aromaticas e carminativas.
Habita as mattas em logares sombrios e floresce nos me-
^es da primavera.
O nome foi dado por causa do aroma da ? folhas quando
machucadas.
língua de araçari
LINGIJA DE TUCANO
Fam. Umlelliferce. ERYjVGJUM ERISTEF Chãm.
Herbacea, caule reduzido, apice 4 — 5 radiato, folhas basaes
planas, até o apice spinoso-pilosas, aculeos rectos, subcompri-
midos, 3 — angulares, sulcadas, mais largas no meio. Inflores-
•cencia polycephala, capítulos não coloridos, globosos, semio-
vados.
_ 86 —
E’ considerada diurética e usada em g-arg-arejos contra
aphtas na boca e ulcerações da g-arganta.
Habita os campos húmidos e brejos e floresce nos mezes-
do inverno.
Qualquer dos nomes é expressivo e designa a forma das-
folhas.
língua de vacca
Fam. Compositoe. CHAPTALIA INTEGRÍFOLIA Baber.
Herbacea, baixa; folhas reunidas na base, oblanceoladas,.
oblongas ou subagudas, integras ou dentadas, verdes na face-
de cima, albotomentosas por baixo ; flores terminaes, brancas.
E’ considerada tônica e aperiente. Empregam-se as folhas
0 as raizes em cozimento contra as bronchites. A’s vezes é
também empreg'ada exteriormente contra ulceras.
Habita por toda a parte, especialmente nos campos sujos
e carrascaes e floresce nos mezes do inverno.
Não sabemos a origem deste nome.
MACELLA BRANCA
MACELLINHA
Fam. Amarantaceoe. GOMPHRENA JUBATA Moq.
Herbacea, erecta, pequena ; caule subramoso ; folhas lineari-
lanceoladas, villosas ; inflorescencia em capitulos ovato-oblon-
gas até cylindricas, albas. Raiz perenne, lenhosa, engrossada
como uma tubera.
Empreg’a-se a raiz em casos de indigestão e como purga-
tivo brando.
Habita os campos e floresce nos mezes do inverno.
O nome lhe vem da semelhança com a Macella galega.
MANDIOQUINHA FALSA
Far,i. Hederaceasc. DIDYMOPANAX VE NOS UM. E. March.
Arbusto elegante, alto até 3 mts. todo coberto de um in-
dumento fino, avelludado, côr de castanha; folhas compostas
7 — 14 digitadas, foliolos peciolados ou sesseis, oblongos ou
ovatOj-oblongos, apice arredondado-obtuso mais ou menos pro-
fundamente emarginado e mucronulado, base longo -attenuada
aguda, coriaceas, rigidas, no estado adulto lisas e verdes na
face de cima por baixo sempre tomentosas; inflorescencia em
— 87
panicula grande, flores pequenas; fruto drupa comprimida, mais
larga que longa.
Não conhecemos propriedades desta planta, além de ser
muito ornamental.
Hahita os cerrados e campos e floresce nos mezes do inverno.
As folhas e o habito da planta muito tem da Mandioca
verdadeira e d’ahi o nome.
MARMELINHO
MARMELLO DO CAMPO
Mm. Bubiacece. THIÊLEODOXA LANCEOLATA. Cham.
Arbusto de 2 — 3 mts. de altura, lenhoso, ramos cylindricos.
Folhas coriaceas, curto pecioladas, largo-lanceoladas até
20 ctms. de comprimento. Flores pequenas, brancas, sesseis.
Fruto baga grande, verde escura.
Sua fruta é comestível.
Habita os cerrados e frutifica nos mezes do verão.
Não sabemos a origem destes nomes que além disso são
muito genericos.
MANHUBI-GÜASSU’
PINHÃO DE PAEAGUAY
PINHÃO DE PURGA
Fam. Fuphorbiace(B. JATROPHA CURCAS. Linné.
Arbusto arboresçente; todo elle com sueco lacto-aguoso;
folhas orbiculari-ovadas ou orbiculari -triangulares, 3—5 loba-
das ou inteiras, base 'cordiforme ; no estado novo pubescentes
e no estado adulto lisas. Inflo rescencia em cyma ; fruto cap-
sula 3-locular, oblonga ovoidea grande.
x\s sementes constituem um purgativo poderoso na dose
de 1 a 3 castanhas ou amêndoas, tornando-se venenosa em
doses fortes.
Habita por toda a parte ao redor das casas e é muito cul-
tivado em certos logares, floresce nos mezes da primavera.
O nome verdadeiro deve ser o de Mandubi-guassú.
MANGABEIRA
TIMBIÍT-CATÚ
Fam. Apocynacem. HANCORNIA SPECIOSA. Muell :
Arvore contorcida de 5—7 mts., ramos suberosos, suban-
— 88 —
gulosos, pouco folhudos ; folhas elliptico-ohlongas ou elliptico-
lanceóladas, 5—7 ctms. longas, 3-4 ctms, largas, nervuras se-
cundarias dichotomicas na margem e ali anastamoseadas; su-
hacuminadas, lisas, verde brilhantes ; flores reunidas no apice
dos ramos em numero de duas a tres, brancas ; fruto baga.
grande, amarella. Toda a planta fornece um sueco leitoso e
pegajoso, branco.
E’ uma arvore ntilissima de eujo sueco se fabrica uma
borracha excellente. A fruta, além de comestivel no estado crú,
serve para fazer doces e fabrica-se delia um vinho saboroso.
Dizem que o sueco constitue excellente remedio para resolu-
ção de apostemas internas e contra aífeições pulmonares. A
casca também fornece um emetico estimado.
Habita de preferencia os cerrados e campos e floresce nos
mezes da primavera.
Parece que o limite sul desta arvore não passa o parallelo
22 pelo menos não no Estado de S, Paulo como temos verificado.
Sendo o nome de Mangabeira o mais usado, deve ser con-
servado, apezar de que o nome indigena tem o direito da prio-
ridade.
MANGABEIRA BRAVA
MAEMELLEIRO DO CAMPO
Fam. Celastrinacem. PLEISÍCKIA POPULNEA. Reiss.
Arvore elegante de 5 — 10 mts. de altura. Ramos cjlindri-
COS, subnodosos ; folhas dehiscentes no inverno, alternas, longe-
pecioladas, ovadas, acuminadas, base arredondada ou pouco e
abruptamente attenuada, verde-glauciscentes. Inflorescencia cy-
mosa, axillar ou subterminal; flores pequenas, verde-amarel -
ladas fructa samaroidea de pericarpio túmido.
Sua madeira é considerada boa.
Habita os logares húmidos do campo e dos cerrados e flo-
resce nos mezes do verão.
Nenhum dos nomes tem razão de ser e desconfiamos que
ha outro melhor.
MARACUJÁ DE COBRA
Fam. PassifloraceoR. PASSIFLORA EICHLERIAFA. Gardn.
Herbacea, trepadeira, folhas lisas, suborbiculares, larga-
mente cordiformes 3 —lobas; lobos oblongos, agudos, inteiros.
89 —
mucronados, os lateraes divergindo ; flores solitárias brancas,
não grandes, fruto baga coriacea oblonga.
É comestível porém muito menos saborosa que as outras
maracujás.
Habita as capoeiras e floresce nos mezes do inverno.
O nome de maracujá, segundo Dr. Maia vem de maracd-
mi-já ou planta de 'pequenas maracds. V. Martins pouco differe.
Maracd-vui-iba. A differenciação se faz com adjectivos.
MARACUJÁ MIRIM
Fa'>n. Passifloraceoe. PASSIFLORA ORGANENSJS. Gardn.
Trepaderia sublenhosa ; folhas membranaceas, lisas, ocel-
ladas, subpeltadas, semiorbiculares ou transversalmente ovaes
;bilobas, lobos oblongos divaricados ; peciolos compridos não
glandulosos ; flores largamonte campanuladas, brancas, violaceas
no centro ; fruto pequeno redondo.
Não sabemos si é comestivel e de outras propriedades nada
conhecemos.
Habita os capões e capoeiras e floresce nos mezes do in-
verno.
MARIA PEREIRA
Fam. Bubiacem. POSO QUE RIA MACRO PUS. Mart.
Arbusto regular, lenhoso. Folhas peei oladas até 20 ctms.
longas, ovato laneeoladas ou ellipticas, todo lisas, crassas, co-
riaceas. Flores não conhecemos. Fruto baga grande, multi-
sperma.
Habita as mattas da beira mar e fructifica nos mezes do
verão.
Nenhuma propriedade tem-nos sido assignalada.
Não conhecemos a origem deste nome, aliás, bastante di-
vulgado.
MARICÁ
SESSENTA FERIDAS
UNHA DE GATO
Fam. Leguminos<B. ACACIA PANICULATA. FSÍiWà.
Arbusto trepadeira, sarmentoso. Ramos, peciolos e inflo-
rescencia mais ou menos tomentosos; espinhos recurvados,
esparsos nos ramos, mais aproximados nas folhas ; estas são
\
90
compostas, pinnadas; foliolos 20 — 60 jugos, lineares, agudíssi-
mos, oblíquos, lisos na face superior, por baixo pa Ilido s, pu-
bescentes, ás vezes, também lisos. Inílorescencia paniculada;
flores em capítulos brancos; fruto legumen chato com margens
Serve para fecho de terrenos.
Habita por toda a parte e prefere as capoeiras onde ás
vezes forma moitas impenetráveis e floresce nos mezes do ve-
rão e do outono.
O nome de unha ãe gato participa com quasi todas as nos-
sas acacias espinhosas.
Sendo o nome de Maricá o verdadeiro e primitivo, deve
ser conservado.
Fam. Meliacee. GUAREA MULTIFLORA. A. Juss.
x\rvore grande, copada. Folhas compostas, longas. Foliolos
5-jugos, elliptico -oblongos, lisos. Flores albas em paniculas
pilosas. Fruto capsula sublenhosa.
O lenho é pouco estimado por ser branco e quebradiço.
Entretanto é uma linda arvore ornamental.
Habita os capoeirões e mattas e floresce nos mezes da
primavera.
Não conhecemos o origem destes nomes.
MARMELINHO DO CAMPO
Fam. Bubiacem. Gen. ALIBERTIA.
A. CONCOLOR. Schum.
Arbusto lenhoso de 2 — 3 mts. Folhas quasi sesseis, ellip-
ticas, acuminadas com a base aguda. Flores pequenas, albas,
axillares, sesseis. Fruto baga pequena.
Habita as capoeiras e floresce nos mezes da primavera.
A. SESSILIS. Schum.
Diítere do precedente por ser menor, ter folhas menores,
Inverso-ovaes, obtusas e mais escuras. As flores são quasi sem-
pre solitárias nas axillas das folhas ou terminaes. O fruto e
uma baga pequena, vermelha.
Habita os cerrados e campos e floresce nos mesmos mezes.
engrossadas
MARINHEIRO
MACAQUEIRO
— 91 —
Usos desconliecidos.
Nada sabemos em relação a este nome.
MASSAMBARÁ
MILHO BRAVO
Fam. Graminacm. SORGHUM HALEPENSE. Pers.
Graminea alta até 2.50 mts. Colmo simples, robusto, pu-
bescente nos nós, vagina cylindrica, ás vezes barbada por baixo
da lamina ; folhas lineari-lanceoladas, longamente acuminadas,
chegando até 1 m. de comprimento sobre 4 — 6 ctms. de lar-
gura. Inílorescencia em paniculas grandes, grãos grandes e
comestiveis.
È considerada boa foragem, porém, parece-nos nunca cul-
tivada. Attribuem aos grãos (sementes) as propriedades da
cevada.
Habita cultivados' antigos, roças, e capoeiras e floresce nos
mezes do verão.
O nome indigeno parece uma corruptela impossivel de
recompôr, si não fôr africano. Deve, pois antes, prevalecer o
segundo nome.
MELANCIA DO CAMPO
Fam. GucurUtaceae. MELANCIUM CAMPESTRE. Nand.
Herbacea, raiz grossa, caule delgado, prostrado, villoso, emit-
tindo raizes nos nós; folhas pequenas, curtamente pecioladas ou
subsesseis, ovado-triangulares, emarginadas na base, crenadas,
3 — 5 lobadas, pubescentes nas duas faces, nervuras 5 — 7 pal-
madas. Inflorescencia masculina em racemos 3 — 9 floraes, a fe-
minina solitaria, amarella ; fruto carnoso verde, albo-maculado.
A fruta é comestível ainda que pouco saborosa.
Habita os campos e beira-caminho, principalmente nos
terrenos arenosos e floresce nos mezes do outono.
Nome alludindo ao forma e côr do fruto.
MELÃO DE S. CAETANO
MELÃO nE S. VICENTE
Fam. OucurUtaceíB. MO MO RD IC A CHARANTIA. L.
Trepadeira de caule herbáceo, ramoso, estriado, pubescente
até tomentoso. Folhas partidas até o meio ou mais, lobadas,
lobos externos mais curtos, os intervallos arredondados, gavi-
— 92 —
nlias simples ; flores masculinas solitárias, amarellas, as femi-
ninas long-opedunculadas^friito oblongo, carnoso, côr de laranja.
A raiz é reputada levemente emetica e purgativa ; o fruto
é comestivel.
Habita os cultivados, quintaes e capoeiras e floresce nos
mezes do verão e do ontono.
Não sabemos a origem deste nome.
MINDUBI BRAVO
RAIZ DE CORVO
RAIZ PRETA
Fani. LeguminosíB. CASSIA RUGOSA. Don.
Arbusto lenhoso, foliolos bijugos, obliquo-ovaes-oblongos,
obtusos, coriaceos, rugosos, munidos de glandulas pequenas
entre o par inferior, ás vezes entre ambos os pares. Flor grande
amarella. Fruto legumen grosso, preto, obtuso.
Sua raiz em decocção é empregada contra o veneno das
cobras.
Habita os cerrados arenosos e floresce nos mezes do inverno.
O nome mais vulgarisado é o de Raiz Rreta que portanto
deve ser conservado.
MIRORO’
UNHA DE VACCA PEQUENA
Fam. Leguminosoe. BAUHINIA PULCHELLA. Benth.
Arbusto até 3 mts. de altura. Ramos horizontaes. s ra-
minhos da inflorescencia rufo-fusco-tomentosos, folhas peque-
nas bilobas, partidas até cerca de um quarto do comprimento,
lobos arredondados, obtusos, base largamente cordiforme, mem-
branaceas, glaucas, lisas, por baixo rufo-tomentosas nas ner-
vuras. Inflorescencia racemosa, flor branca ; fruto legumen
chato, fauciforme.
É reputada emetica em decocção.
Habita capoeiras e cultivados abandonados e floresce nos
mezes da primavera.
Não conhecemos a origem ou etymologia deste nome.
MOCETAIBA (ex Mart.)
Fam. Leguminosoe. ZOLLERNIA ILICIFOLIA. Vog.
Arbusto regular, lenhoso; folhas largamente oblongas, ás
— 93
vezes espinhosas e onduladas nas marg-ens. Flores em pani-
culas, pequenas; fruto legumen.
Usos e propriedades desconhecidos.
Só a encontramos na heira-mar onde floresce nos mezes
do outono.
O proprio V. Martins não dá a origem do nome.
MULUNGU’
OLHO DE CABRA
Fam. Leguminosm. ORMOSIA COCCINEA. Jacks.
Arvore alta, pouco espinhosa ; folhas compostas, peciolo
commum rufo-tomentoso, foliolos oppostos, grandes, lineato-
ovados de margem ondulada, apice agudo, base levemente
obliqua, cordiformes, caducas ; inflorescencia em racemos axil-
lares ; flores grandes vermelhas ; fruto legumen/uni a tri-ovu-
lado ; sementes duras, grandes, vermelhas e pretas.
A madeira é considerada muito boa e as sementes servem
para botões, ornamentos e para tentos em jogos.
Habita as mattas mas é bastante rara ; floresce nos mezes
do verão.
O primeiro nome é africano; deve, pois prevalecer o se-
gundo.
ORELHA DE NEGRO
TAMBUVI
TIMBAHYVA
TIMBÒ
TIMBO-UBA
XIMBÒ
XIMBUVA
Fam. Leguminosa}. ENTEROLOBIUM lUMBOUVA. Mart.
Arvore alta, copada, guande, lenho molle, branco, levís-
simo ; folhas compostas, glandulosas ; glandulas situadas na
inserção dos peciolos secundários ; foliolos sesseis, agudos, ob-
tusos, lisos, raras vezes pilosos na margem (ciliados). Florem
capitulos brancos, fruto legumen, preto, torcido, uniforme,
sublenhoso.
A casca é considerada adstringente e os fructos tidos por ,
venenosos. A madeira é ás vezes empregada para taboas de
forro por serem muito leves.
— 94
Habita os campos e logares seccos e floresce nos mezes da
primavera.
O nome que deve prevalecer é o de Tinibo-uba por ser o
unico cuja etymologia pode ser investigada de : /m^d-veneno
e ula ou ivÃÍ arvore. O nome de orellia de negro vem da forma
exquisita do fruto.
ORELHA DE ONÇA
iam. Menisfermaceoe. CISSAMPELOS OVALIFOLIA. V>. C.
Planta lierbacea, trepadeira, raiz ou ou rliizoma grosso;
folhas reniformes, orbiculares ou largamente cordiformes, ás
vezes obtusas, pouco emarginadas, crenadas ou inteiras, sub-
coriaceas, em cima finamente pubescentes até tomentosas ou
lisas, glaucas; inflorescencia dioica cymosa; flores pequenas,
as femininas bracteadas. Fruto drupa, comprimida, inverso-
ovada.
É considerada febrifuga e tónica. Alguns também attri-
buem-na a propriedade de resolver cálculos e areias da bexiga;
emprega-se também contra mordeduras de cobra. É a raiz que
se usa, depois de tirada a casca.
Habita os campos, cerrados e capoeiras seccas e floresce
nos mezes da primavera.
O nome é dado por causa da forma da folha.
ORTIGA BRANCA
Fam. Urticaceoe. URERA PUNU. AVedd.
Herbacea alta. Folhas grandes cordiformes, levemente pu-
bescentes. Inflorescencia cyma axillar branca, não urente.
Usos desconhecidos.
Habita as mattas da beira mar e floresce nos mezes do
verão.
O nome de ortiga é portuguez e generico. A diíferencia-
ção só pode ser feita por meio de qualificativos.
ORTIGA VERMELHA
Fam. UrticacecB. URERA ARMIGERA. Alig.'
Arbusto alto, ramos pubescentes com aculeos curvos, es-
parsos. Folhas longe-pecioladas, ovaes ou lanceolato-oblongas
acuminadas, base obtusa, grosso sinuoso dentadas, lisas nas
duas faces. Cymas gemeas axillares, vermelhas.
— 95 —
É laastante urente e dotado de um principio acre e um
elemento volátil segundo Martius.
Hadita as beiras das mattas do littoral e floresce nos mezes
do verão.
PAINA DE SEDA
Fcm. Asclepiadacee. GOMPHOCARPLS BRAZILIENSIS. Fourn.
Arbusto herbáceo alto ; caule herbáceo, primeiro incanes-
cente, depois liso; folhas lineares compridas; inflorescencia
umbellada lateral ; flores grandes, brancas ; fruto folliculo verde,
grande, espinhoso, espinhos molles, sementes ciliadas.
A paina das sementes é recolhida para enchimento de tra-
vesseiros e colchões.
Sô a encontramos cultivada, florescendo nos mezes do in-
verno.
O nome vem da paina das sementes.
PÁO LIXA
Fam. Verbenaceoe. LIPPIA URTICOIDES. Stend.
Arbusto alto de lenho molle, casca cinzenta verrucosa, bas-
tante ramosa. Folhas peci<dadas, oppostas, oblongo-lanceoladas,
agudas ; aspérrimas na face de cima, pubescentes por baixo,
de 5 a 8 ctms. de comprimento, finamente serradas. Flores
em longos racemos axillares, pequenas, brancas e vanillodoras.
É planta extremamente florifera e fragrante. Nenhum uso
therapeutico ou domestico delia conhecemos.
Habita sómente as melhores terras de café para as quaes
constitue padrão importante. Floresce nos mezes da primavera.
O nome foi dado por causa da asperidade das folhas.
PÁO TERRA
PÁO TERRA DO CAMPO
UVA-PUVA DO CAMPO
Fam. Voçhysiace<B. QUALEA GRANDIFLORA. Mart.
Arvore alta, até 10 mts., copada, bonita; de ramos sub-
quadrangulares folhas grandes, curtamente pecioladas, coria-
ceas, rigidas, largamente oblongas ou oblongo-ellipticas, apice
abruptamente attenuado em acumen curto ou raras vezes ob-
tusas; base arredondada, obtusa, até levemente cordiforme, na
face de cima lisas, por baixo densamente tomentosas; nervu-
96 —
ras penninervias parallelas desde o nervo medio até dos nervos
marg-inaes onde se anastomosam; flores em cymas unilateraes
(cincinno) uni-labiadas, labio branco de fundo amarello ; frutn
capsula secca, lenhosa, sementes aladas.
É arvore elegante e ornamental, cujo crescimento é rapido.-
A madeira é considerada boa. Emprega-se também a casca
para banhos em lymphatites e para extracção de uma matéria
corante amarella.
Habita de preferencia os cerrados e floresce nos mezes da
primavera.
O nome de terra é generico e deve ser conservado. O’
nome indigena parece-nos errado.
PAPO DE PAVO’
J^am. Gombreiacem. COMBRETUM LOEFFLlNGil Eichl.
Arbusto trepador, lenhoso, ramos cylindricos; folhas ellip-
ticas até lanceoladas, base aguda, cartaceas; na face de cima
um pouco pilosas ou lisas, por baixo aureo ou rufo-tomentosas;
inflorescencia em espigas axillares e horizontaes, diminuindo ,
de comprimento para a ponta dos ramos; flores dispostas para
cima, cor de laranja e amarellas; fruta samara orbiculare el-
liptica ou elliptica, vermelha, tomentosa.
Usos e propriedades desconhecidos. Entretanto julgamos
que podia ser | lanta ornamental porquê suas flores são lindas
e muito abundantes, podendo provavelmente serem amelho-
radas pela cultura.
Habita as capoeiras grandes um tanto húmidas e floresce
nos mezes da primavera.
O nome vem da côr das flores que se assimilha ás das
pennas do peito do Pavo.
PARA— TUDO
PERPETUA
RAIZ DE PADRE SALERMA
Fam. Amarantacece. GOMPHRENA OFFICJNALIS. Mart.
Herbacea, raiz perenne, tuberosa, chegando até a grossura
do punho; sublenhosa, amarella ; caule herbáceo, ás vezes suble-
nhoso na base, ascendente, quadrangular, densamente coberto
de pellos côr de ferrugem; folhas ovaes ou ovali-oblongas, ob-
tusas, curtamente mucronadas, hirtas; inflorescencia em capi-
tules grandes; flores côr de rosa.
— 97 —
A raiz é amarga e aromatica; é empregada como tonico
estimulante no fastio, debilidade, diarrhea, febres intermitten-
tes e até contra mordeduras de cobra.
Habita os campos e floresce nos mezes da primavera.
O nome de 'pctTd-tudo é o mais vulgar e deve ser adoptado.
PEROBA— ASSU’
Fam. Apocynacece. ASPIDOSPERMAPOL YNEURON Müll. Arg.
Arvore com tronco altissimo de lenho duro. Ramos rigi-
dos, verrucosos, cylindricos. Folhas curtamente pecioladas,
lanceoladas, espatuladas ou oblongo -ovaes, de apice obtuso e
base aguda, attenuada em peciolo, lisas, com margens mais
ou menos onduladas, 6—10 ctms. longas, 1.5— 2.5 largas, ner-
vura media proeminente nas duas faces e as nervuras secun-
darias numerosas, parallelas e aproximadas. Inflorescencia cy-
mosa com flores pequenas, albo-luteas. Fruto folliculo lenhoso,
cylindrico, sementes pequenas, aladas.
A sua madeira é boa e a casca fornece um adstringente
muito apreciado. Alguns lhe contam entre os febrifugos.
Habita as mattas virgens e floresce nos mezes do outono.
O nome é indigena e vem de ^^>e=--casca e róua—z. mar-
goso segundo v. Martins.
PEROBINHA
Fam. Leguminosa. SWEETIA ELEGA JFS. Benth.
Arvore até 5 a 6 mts. de altura, bonita; folhas compostas,
foliolos de 5 a 11, longo-peciolados, ovaes ou ovali-oblongos,
obtusos ou pouco acuminados, emarginados; base arredondada
ou cuneiforme. Inflorescencia racemosa; flores brancas, peque-
nas; fruto legumen.
É considerada poderoso antisyphilitico e antifebril.
Habita os cerrados e floresce nos mezes da primavera.
O nome apezar de errado, deve prevalecer porque é muito
divulgado.
PERO’— MIRIM
Fam. Leguminoso}. SWEETIA BRACHYSTACHYA. Benth.
Arvore pequena, elegante. Casca suberosa; folhas compos-
tas, foliolos lisos, brilhantes, ovaes, obtusos, pequenos, penni-
nervios. Flores albas em paniculas; fruto não conhecemos.
— 98 —
Suas folhas são empregadas em banho para curar sarnas
e outras moléstias.
Habita os cerrados e cerradões e floresce nos mezes do
verão.
Não conhecemos a origem deste nome.
PIMENTA COMARI
PIMENTA MALAGUETTA
Fam. Solanacce. CAPSICUM FRUTESCENS. Willd.
Arbusto herbáceo todo liso, ramos e raminhos quadran-
gulados; folhas ovaes acuminadas, base continuando em pe-
ciolo.
Flores em geral solitárias, axillares, brancas e pequenas.
Fruto ovoideo, vermelho.
Emprega-se especialmente como condimento nas comidas.
Floresce em varias épocas e é cultivada por toda a parte.
O nome é portuguez
PINHA DO BREJO
Fam. Magnoliacee. TALAUMA O VA TA. St. Hil.
Arvore 10 a 12 mts., toda lisa; folhas até 20 ctms. longas
e 10 — 12 ctms. largas, ovaes ou ovaes-ellipticas ou ovaes-re-
dondas, obtusas, apice mais agudo, planas, verde-escuras, lisas
na face de cima, por baixo mais claras, margens callosas, in-
teiras. Flor solitaria, grande, branca, grossa como a da ma-
gnolia. Fruto aggregado como a fruta de Conde, escamosa por
fóra, epicarpio lenhoso, endocarpio coriaceo até osseo, sementes
drupaceas.
Arv(>re muito ornamental e com flores muito aromaticas.
A casca é considerada febrifuga.
Habita os capões húmidos dos campos e floresce nos mezes
do verão.
O nome de pinha do brejo, lhe vem do fruto secco que
tem alguma semelhança com a pinha da Araucaria.
QUINA DO SERRADO
Fam. Loganiacea,. STRyCHNOS PSEUDOQUINA. S. Hil.
Arvore não grande, de casca grossa, esponjosa, pallido-fosça;
ramos tortuosos, cylindricos, rufo-avelludados; folhas coriaceas,
ovaes oblongas ou ovaes-lanceoladas, apice pouco acuminado ou
— 99 —
obtuso, base atteuuada em peciolo; emcima verde-eseuras, em-
baixo mollemente ferrugineo-tomentosas, quintuplinervias. In-
florescencia em cymas axiliares, flores brancas; fruto baga
preta.
É considerada febri fuga e é empregada nas moléstias do
figado e do baço. Nada contem de venenoso.
Habita os cerrados e campos e floresce nos mezes do in-
verno.
As qualidades febrifugas da casca valeu-lhe o nome.
ROSCA
ROSCA PARA MULAS
SACAROLHAS
Fam. Sterculiacece. HELICTERES S AC ARO LHA. St. Hil.
Herbacea, caule simples, direito, duro, coberto de tomen-
tosidade densa, aurea; folhas pecioladas ou subsesseis, subor-
biculares, as superiores ovaes, obtusas ou agudas, base arre-
dondada, desiguahnente se rradas ou crenado-serradas, tomen-
tosas nas duas faces, molles ou um tanto asperas; inflo rescen-
cia em dichasio bi-ou trifloro composto; flores vermelhas gran-
des, fruto formado de cinco carpidios folliculares torcidos em
espiral como um sacatrapo.
/ Outra)
Fam. Sterculiacece. HELICTERES O VAI" A. Lam.
Arbusto arborescento até 5 mts. de altura, ramos cylin-
dricos, amarellados quando , novos e ferrugineo-tomentosos nas
pontas; folhas longe pecioladas, ovaes, raras vezes de margens
onduladas, agudas ou acuminadas, desigualmente crénato-ser-
radas, base cordiforme, tomentosas em ambas as faces no es-
tado novo, adultas lisas na face de cima e ferrugineo-cine-
reo tomentosas por baixo. Inflorescencia em dichasios opposi-
tifolios ou axiliares, compostos de 2 — 3 flores de côr variavel;
desde amarello até vermelho intenso. Fruto egual ao prece-
dente, attingindo até 4 ctms. de comprimento.
Tanto esta como a precedente sãa preconisadas como an-
ti syphiliticas e adstringentes. O liber (entrecasca) é constituí-
do por fibras excellentes, que indubitavelmente poderão ter
vantajoso emprego no fabrico de papel.
— 100
Esta especie cresce nas capoeiras seccas e cerrados e flo-
resce em diversas épocas.
O nome acima é uma allusão á forma do fruto.
SALTA— MARTINHO
Fam. Loganiacem. STRYCBN-QS BRASJLIENSIS . Mart.
Arbusto lenhoso, subtrepadeira, ramos alongados, avellu-
dado-tomentosos no estado novo, espinhosa de aculeos rectos,
caducos e com gavinhas raras, bifidas; folhas cartaceas, ovaes-
ellipticas, apice mucronulado, base obtusa ou aguda peciola-
da, quintuplinervias, lisas na face de cima, tomentoso-avellu-
dadas por baixo; inflorescencia em cyma terminal, de poucas
flores; flores pequenas brancas, fruto baga globosa, ' amarella ;
a semente também globosa, com albumen cartilaginoso, elástico.
É tida por toxica. As sementes constituem um brinquedo
para as creanças, depois de limpas da polpa.
Habita os cerrados e floresce nos mezes do verão.
A elasticidade da semente deu origem ao nome.
SAPÚVA
=^F(im. Leguminosce. MACHAERIUM STIPITATUM. Vog.
Arvore alta, elegantíssima, toda lisa, foliolos 9 — 15, ovaes-
lanceolados ou oblongos, lisos, pequenos. Panicula ampla; flo-
res minimas; fruto legumen unialado.
Só vimos um exemplar em S. Carlos do Pinhal. Infor-
maram-nos que habita as mattas. Sua madeira é considerada
muito boa. Floresce nos mezes do verão.
Apezar de ser fácil a etymologia do nome, é provável que
não seja exacta, pelo que consideramos o nome duvidoso.
SEBIPIRA
SUCUPIRA
Fam. Leguminosos. BOWDICHIA VIRGILIOIDES. H. B. K.
V. glaljTata.
Arvore grande, chegando a mais de um metro de grossu-
ra, copa ampla, lenho escuro amarellado; folhas caducas com-
postas, foliolos 13 — 17 oppostos ou subalternados, inverso-ova-
es-oblongos, obtusos até retusos, base arredondada, cuneiforme
ou aguda; na face de cima lisas, por baixo sericeo-pubescentes,
— 101 —
mais pallidas. Flores pequenas amarelladas odoríferas; fruto
legumen uniovular.
Encerrando o fruto uma resina e um oleo essencial extre-
mamente amargo e aromatico, ó elle usado como o da verda-
deira sucupira contra rheumatismo sjphilitico. A madeira é
uma das melhores das de lei, especialmente para esteios e para
dormentes, razao pela qual esta se tornando cada vez mais
escassa;
Habita os cerrados e mattas abertos e floresce antes da
vinda das fdflas nos mezes do inverno.
A etymologia destes nomes nós é desconhecida.
SENNE DO CAMPO
Fam. Legumínosm. CASSlA CATARCTICA. Mart.
Arbusto pequeno, lenhoso, viscoso; Miolos ellipticos, ob-
tusos de margem recurvada, pubescentes e viscosos. Flores
grandes, amarellas, longe-pedunculadas, de calyce viscoso,
pubescentes. Fruto legumen curto.
A decocção das folhas ó purgativa e substitue a senne
das boticas.
Habita os cerradões e floresce nos mezes do verão.
O nome designa a qualidade da: planta que é a mesma
da senne europea.
SERRALHO
Fam. Gomfositm. . .ONCHUS OLERACEUS. L.
Herbacea, annua, erecta, lisa. Folhas radicaes, pecioladas,
profundamentè pinnati fidas; as do caule amplexicaules, auri-
culadas, de base cuspidada. Inflorescencia em capitulo corym-
boso fasciculada; flores amarellas. Toda a planta tem sueco
lácteo.
Está planta é indubitavelmente introduzida no Brazil. As
folhas servem para salada e o sueco é empregado como ape-
ritivo e emolliente. Como forragem é boa, especialmente para
o gado vaceum do qual augmenta o leite. Fornece também
uma matéria corante amarella.
Habita os cultivados ou visinhanças das hal)itaQões e flo-
resce quasi todo o anno.
Planta Europea que conservou o nome.
— 102
SORÓCA
Fam. Moracem. SOROCEA ILICIFOLIA. Miq.
Arvore regular de galhos longos. Folhas oblongo-lanceo-
ladas, grandes, serradas com espinhos na ponta dos dentes.
Flores insignificantes, verdes, pequenas.
Ê reputada venenosa por causa do sueco amarellado que
contem.
Habita as capoeiras ao longo dos rios e floresce nos mezes
do verão.
Ignoramos a procedência deste nome.
TAPIXABA
TUPIXABA
vassourinha
Fam. ScropJmlariace(B. SCO PA RI A DULCIS. L.
Herbacea, annua ou perenne; caule erecto, ás vezes com
a parte inferior deitada, liso, ramos angulosos; folhas oppostas
ou 3 — verticilladas muito variaveis, approximadas, ovaes-lan-
ceoladas ou oblongas ou lineari-lanceoladas. agudas, denta-
das, crenadas ou crenuladas até subintegras; base cuneiforme
ou attenuado em peciolo, canellado sempre, glanduloso-pon-
tuadas. Flores axillares, solitárias ou pares, pequenas, verdes;
fruto capsula pequena.
E’ considerada emolliente e calmante pelo que é muito-
empregada nas inflammações internas.
Habita os campos e floresce nos mezes da primavera.
O nome do tapixaba deve prevalecer segundo M artius.
TARUMÃ
Fam. Verlenaeem. VITEX MONTEVIDENSIS. Cham.
Arbusto arborescente. Ramos novos tomentosos ; folhas
quinquepartidas desiguaes, sendo o lobo centr al maior ; pubes-
cehtes na face de cima, tomentosas por baixo. Flores em cymas
axillares, pedunculadas, com toda a inflorescencia tomentosa;
são relativamente grandes, de calyee tomentoso e corolla to-
mentosa por fóre Msa por dentro, de cor violacea. Fruto dru-
paceo, comestive) semelhante á azeitona.
A fruta muciiaginosa é ompregada com vantagem em
afifeições syphiliticas segundo Martius. Em S. Paulo os pesca-
— 103
dores empregam-na pára isca de peixes de rio, especialmente
a lambari e tabarána.
Habita de preferencia as mattas de beira rio e floresce
nos mezes do verão.
Em parte alguma encontramos a etymologia deste nome.
TARUMÃ (outra)
MARIA PRETA (mINAS GERAES)
Fam. Verbenacem. VITEX POLYGAMA. Cham.
Differe do precedente pelo indumento que nas folhas no-
vas ou nos brotos novos é de um avelludado especial, côr de
pinhão dourado ; pelas flores mui agglomeradas e mais tomen-
tosas com bracteas mais desenvolvidas e pelos fructos que ahi
são globosos em vez de ter a forma de azeitona, amarellos.
Tem os mesmos usos habita os mesmos logares e floresce
na mesma época que a precedente.
TEPHROSIÃ
Fam. Leguminosos. TEPHRO^IA RUFESCEN& Benth.
Planta herbacea de raiz grossa. Caule pequeno, ás vezes
prostrado, revestido de longos pellos ruivos ; em geral 3 — fo-
liolada, foliolos oblongos, mais ou menos obtusos. Flores pe-
quenas, róseas ; fruto legumen piloso, ruivo.
Esta planta não tem nome vulgar que saibamos, mas
sendo muito toxica é bastante vulgar nos campos, apontámos
ella aqui. Algumas outraS especies deste genero são usadas
no Amazonas para envenenar as aguas para a pesca, segun-
do Martius.
Cresce nos campos arenosos e floresce nos mezes do verão.
Somos nós que pronomos o nome afim de conhecer-se o
vegetal sujos qualidade toxicas devem ser evitadas.
UBA— PEBA
UVAIASINHA DO CAMPO
Fam. Myrtaceoe. HEXACHLAMYS HUMILIS. Berg.
Arbusto anão, lenhoso ; raiz rasteira, comprida, lenhosa ^
caule curtíssimo, ás vezes faltando; ramos ascendentes, finos
cylindricos ; folhas erectas, sesseis, oppostas, coriaceas, alon-
gadas, lineares, subcarinadas, obtusas, base attenuada ; no es-
tado novo pubescentes, adultas, lisas na face de cima e sub-
— 104 —
pubescentes por baixo. Flores grandes brancas ; fruto drupa
grande, globosa, amarella.
E’ uma das mais interessantes plantinhas do campo. Cresce
em sociedade formando moitas que no tempo da florescência
desapparecem debaixo da abundancia de suas brancas flores.
O fruto é comestivel, de um doce acidulado, muito agradavel
para o paladar. Propriedades medicinaes não, conhecemos.
Habita os campos e floresce nos mezes da primavera.
O nome de uba-peba significa planta rasteria e deve ser
conservado.
UNHA DE BOI
TJNHA DE VACCA
Fam. LeguminosoB. Gen. BAUHJNIA.
A maior parte das especies deste genero tem o nome aci-
ma. Na nossa collecção existem :
B. BONGARDl Steud.
Arbusto lenhoso até 4 mts. alto; ramos e inflorescencia
ferrugineo-tomentosos ; folhas ovaes, obtusas, divergentes, base
subcordiforme, coriaceas, 7 9 nervias, na face de cima lisas
por baixo ferrugineo-subtomentosas ; flores grandes, brancas ;
fruto legumen ensiforme, liso no estado adulto.
Habita as capoeiras e floresce nos mezes do verão.
B. FORFICATA. Link.
Arbusto lenhoso, alto, arborescente, ás vezes espinhoso,
ramos pêndulos, lisos ; folhas acima do meio divididas, bilo-
badas, lobos ovaes lanceolados, divergentes, obtusos ou agu-
dos até acuminados, base arredondada ate subcordiforme, va-
riáveis no tamanho, membranaceas, lisas ou finamente pube-
scentes por baixo ; inflorescencia em panicula ; flores grandes
brancas; fruto legumen comprido, chato, liso, escuro.
Habita as capoeiras e beira — caminhos e floresce nos mezes
da primavera.
B. HOLOPHYLLA. Steud
Arbusto regular, lenhoso ferrugineo-tomentoso até hirto ;
folhas inteiras, largamente cordato-ovaes, agudas, curtamente
acuminadas ou as inferiores obtusas, coriaceas, grandes, 9 — 11
nervias, na face de cima lisas, por baixo vestidas de uma to-
mentosidade ferruginea, curta ; inflorescencia racemosa, ter-
105 —
minai ; flores brancas, um pouco rosadas ; legumen comprido,
chato, tomentoso.
Habita as mattas seccas e floresce nos mezes da prima-
vera.
B. LEJOFETALA. Benth.
Cipó altissimo, no estado novo parecendo formado de 3
cordões cylindricos, um grosso no meio e dois finos dos lados;
ramos novos finamente pubescentes ; folhas bilobas, divi-
didas até a metade do comprimento, lobos ovaes, obtusos ou
curtamente acuminados, base largamente cordiforme, na face
de cima lisas, por baixo finamente pubescentes, especialmente
nas nervuras; inflorescencia em espiga; flores albo-roseas; fruto
não temos visto.
Habita as , mattas e floresce nos mezes do inverno.
As suppostas propriedades medicinaes são bastante duvi-
dosas.
Alguns lhes attribuem propriedades diuréticas e a facul-
dade de resolver os cálculos vesicaes, outros dizem que cu-
ram a morphea e ainda outros lhes usam em cataplasmas para
resolver abscessos.
As partes lenhosas ou os cipós são muito apreciados pelos
marcineiros que delias tiram córtes transversaes íinissimos
para embutir em mezas e quadros por causa dos desenhos in-
teressantes que apresentam.
Sendo o nome tãO' caracteristico deve ser conservado.
VINHATICO DO CAMPO
Fam. Leguminoscs. ENTEROLOBIUM ELLIPTICUM. Benth.
Forma planifoUa. B.
Arvore de 5 mts. elegante, ornamental. Ramos patentes,
foliosos, lineare-oblongos, verde-escuros na face de cima, mais
claros por baixo. Flores em capitules albos, insignificantes.
A madeira é bastante apreciada.
Habita os cerrados e floresce nos mezes do verão.
Não conhecemos a origem deste nome.
índice alphabetico
A.
PAG.
Aboborinha do mato . . 7
Abutüon Bedfordiaimm . 24
Acacia paniculata . . . 89
Acanthoclades b r a s i-
liensis 85
Acantbospermum xantoi-
des . . . . . . . 41
Açoita- cavallo .... 7
» » outra . . 8
Açucena do mato ... 8
Agrião . 8
Agua-pé. . .... . 9
Alcaçuz 10
Alcanphoreira .... 10
Alecrim do campo. . . 11
Alfafa . 11
Alfavaca 11
Algodeiro do campo . . 12
Alibertia concolor ... 90
» sessilis ... 90
Almecega vermelha . . 12
Ambrosia polystachia . 52
Amêndoa ue espinho . . 13
Amora preta ..... 13
» » outra ... 14
Anacardium humile . . 29
» pumilum . . 29
PAG.
Andira humilis .... 14
Andropogon virginicus . 36
Angelim 14
Angico ....... 14
Anil . . . 15
Animé 12
Anona coriacea .... 17
Anona furfuracea ... . 17
Apanha saia 15
Apó . . 15
Araçá . 16
Araçá felpudo .... 16
Arara-uva 16
Araribá. . . . . . .16
» do campo . . 17
Araticum do campo . . 17
» » )) outra 17
Araujia cericifera . ' . . 49
Arctium minus. ... 41
Aroeira branca . . . . 18
» commum ... 18
» do campo . . . 18
Aristida pallens .... 33
Aristolochia crenata . . 82
» brasiliensis. 81
» Burchellii . 81
» Chamissonis 82
— 108 —
PAG.
Arrebenta-cavallo ... 19
Arvore copal 19
Arvore de espinho. . . 57
Asclepsia Curassavica . 46
Aspidosperma polyneu-
ron 97
Assa-peixe 20
Ataúba ....... 20
Azedinha do campo . . 21
Brunfelsia Hopeana .
Buddleia brasiliensis.
Butereiro
Butuá de corvo . . .
Buttneria australis .
)) catalpifolia.
)) filipes. . .
» scabra. . .
Byrsonima verbascifolia
B.
C
Baccharis articulata . .
)) genistelloides.
» stenocephala .
Baccharis tarchonanthoi-
des
» vulneraria . .
Bacupari
Banana do Brejo . . .
Bananeirinha
Barbasco
Barbatimão
Baririçó amarello . . .
Barnadesia rosea . . .
Basanacantha spinosa .
Batata de purga . . .
» do campo . . .
Batatinha do campo .
Bauhinia Bongardi
» forficata . . .
» holophyila . .
» leiopetala . .
» pulchella . .
Belangera tomentosa . .
Bençam de Deus . . .
Bico de pato
Boehmeria caudata . .
Boerhavia hirsuta . . .
Bolsa do pastor ....
Bombas gracilipes. . .
» pubescens. . .
Bouchea pseudogervão .
Bowdichia virgiloides
Bredo fedorento . . . !
Briza Neesii . . .
Brosimum Gaudichaudii.’
43
43
43
39
73
21
21
22
22
■ 22
23
58
63
23
23
23
104
104
104
105
92
8
24
25
20
74
25
57
57
66
100
24
38
15
Caangai
Caa-été
Caapeba . . . . .
Caa-piá-assú ....
» » mirim . . .
Cabaceiro
Cabello de negro . .
Cabriuvinha do campo
Cabureiba
Caixetta
Cajanus indicus . .
Cajueiro bravo . . .
» do campo . .
Caladium striatipes
Calção de velha . .
Camará
» do mato . . .
Camarú. . . . . .
Camapü
Cambaiba
Cambará
Campomanesia salviae
folia . . . . . .
Camptosemarubicundum
Candeia de cajú. . .
Canellas . . . . •
Canna aurantiaca . .
Cangabá
Cangambá ....
Cansanção ....
Canudo de pito . . .
Capa-homem . . . .
Caperiçoba vermelha .
Capim amargoso . .
y> barba de bode
PAG.
28
22
26
12
84
26
84
84
55
26
22
26
27
27'
28
17
28
28
29
53
28
29
21
22
30
30
31
31
28
30
67
54
31
32
22
82
82
32
32
28
33
33
33
109 —
Capim branco . . .
» flecha ....
» flechinha . .
» flor . . . .
y> gordura . . .
» lanceta . . .
» membeca . .
» mellado . . .
» milhã g"rande .
» mourão . . .
» papouã . . .
y> roxo ....
» trigo ....
Capixim . . . .
Capixingmi . . . .
Caporordca . . . .
Capsicum frutescens .
Carapacü- peteca . .
Carupucú-peteca . .
Carapiá . . . . •
Carapicho da calçada.
» outra . .
y> do grande .
Carasco do campo. .
Carobinha do campo .
» outra. . .
y> miuda . .
Carqueija . ... .
Carurú amargoso . .
» bravo . . .
Caryocar brasiliensis .
Casca d’anta . . .
Cascavellaria. . . .
Casearia sylvestris
Cassia afiinis. . . .
Cassia cathartica . .
» ofíicinalis . .
» rugosa . . .
Cataguá
Caxi-coém
Caya-piá .....
Cega-olho ... . .
Ceitis glycycarpa . .
Cephaeiis Ipecacuanha
Centro 1 o b i u m tomen-
tosum . . . . .
Chá de bugre . . .
Chá inglez .....
PAG,
47
Chaptalia integrifolia .
86
Chenopodium ambrosioi-
des
68
Chupa-ferro.
48
Chuquiragua glabra . .
58
» tomentosa .
58
)) vagans . .
58
Chusquea capituliflora .
52
Cingeira *
29
Cinnamomo . . . . .
48
Cipo caboclo .....
28
» chumbo ....
48
» cruz ......
49
» de carijó ....
28
)) de cobra ....
26
y> sapo
49
Cissampelos ovalifolia .
77
y> glaberrima .
26
Citriosma Apiocyse . .
85
Clematis dioica ...
49
Cleome spinosa ....
24
Clitoria Guayanensis . .
57
Coari bravo
50
Coatindiva .....
50
Cochlospermum insigne.
12
Cobretum Loeíflingii
96
Connarus suberosus . .
17
Congonha do gentio . .
47
Contra-herva
27'
Copahyba
50
Copaifera LangsdoríR. .
50
Coração de Jesus . . .
51
Coração de frade . . .
51
» de S. Francisco .
51
Coroanha
52
Cotó
47
Cotó-Cotó ....
47
Coxi-cahen
46
Cravo do campo . . .
52
Cravorana
52
Crindiuva ......
50
Crixiuma . . . . . .
52
Crotalaria anagyroides .
44
3> brachystachya.
44
» flavicoma .
44
» Hilariana . .
44±
PAG.
34
34
35
35
35
35
36
35
37
37
38
35
38
38
39
42
98
39
39
. 27
40
40
41
39
41
42
42
43
33
54
13
42
44
69
61
101
61
92
45
46
27
46
60
77-
16
47
— 110 —
Crotalaria holosoricea
)) striata . .
)) subdecurrens
)) vitellina .
Croton antisyphiliticus
» floribundus. .
Cruzeiro ,
Cuandü
Cuitello
Cupiero
Curraleira
Curucai
Cuscuta racemosa . .
Cuspe de tropeiro . .
D
Dama dos lagos. . . .
Daphnopsis brasiliensis .
Davilla rugosa . . . .
Declieuxia cordigera . .
Didymopanax venosum .
Dioclea rufescens . . .
Dipladenia spigeliseílora.
3) illustris . .
Dorstenia brasiliensis. .
» bryonisefolia .
Douradinba
» falsa . . .
» grande. , ,
)) verdadeira. .
Drimys Winterii . . .
E
Eichhornia azurea. . .
Elephantopus spicatus .
» elongatus .
3) micropap-
pus
3) scaber . .
Elionurus latiílorus . .
Embira branca . . . .
» » outra . .
33 de folha lisa . .
33 guassú . . . .
» outra ....
Embir-ussú
PAG.
44
44
45
44
10
39
53
53
54
54
10
12
48
54
9
56
28
53
86
52
79
80
27
27
55
55
55
56
42
9
66
66
66
65
33
56
56
57
57
57
57
Enterolobium e 1 1 i p t i-
cum
Enterolobium Timbouva.
Eragrostis lugens . . .
Erechtites valeriansefolia
Eryngium pristis . . .
Erytbroxylum micro-
phyllum
Erytbroxylum Pelleteria-
num .
Erytbroxylum sube-
rosum ......
Erytbroxyllum subrotun-
dum
Espelina falsa ....
3) verdadeira . .
Espinbo de agulha . .
Espinho de cachorro . .
33 de carneiro . .
33 de judeo . . .
Espora de gallo. . . .
Esterhazya splendida. .
Euphorbia brasiliensis .
33 coecorum . .
PAG. ’
105
93
34
33 /
85 '
64
64
66 ;
64 "
57
58
58
54
59
59
60
74
68
67
F
Farinha secca . .
Fava de pó de mico
Faveiro
Fedegoso ....
Feijão da praia. .
Flor de badado . .
33 -de mico. . .
33 S.ta Cruz . .
Folha de bolo . .
33 33 33 outra
33 de lixa . .
33 Santa . .
Fruta de cachorro.
33 33 lobo . .
33 33 pomba .
» 33 tucano .
Fumo bravo . . .
» 33 outro .
<7
Galipea jasminiflora .
60
61
60
61
61
79
8
53
62
62
28
62
I
63
64
64
65
65
' I
111 —
Oallinha choca . . , .
Oanha-saia . . , . .
Gervão de folha grande.
Gesnera alagophylla . .
Geriquiti
Geriquiti
Gomphocarpus h r a s i-
liensis
Gomphrena juhata. . .
» Pohlii . .
» oíiicinalis .
Grão de cavallo. . . .
» de gallo. ... .
Guahiroha. . . . . .
Guaco . . . . . . .
Guamixinga . . . . .
Guandú.
Guarea inultiílora . . .
» tuherculata . .
Guaxica.
Guérarepoty . ...
Guiso de cascavel . . ,
H-
Hamelia patens ....
Hancornia speciosa . .
Hedyosmum hrasiliense.
Helicteres ovata. .
Helicteres sacarolha . .
Heliocarpus americanus.
Herva collegio . . . .
» de andorinha . .
» » » outra. .
» » bicho . . .
» » lagarto . .
» » Nossa Senhora
» » passarinho .
» )) 3) grande .
)) » rato ....
» )) )) outra . .
» » S. Maria . .
» » S. Luzia . .
3) » veado . . .
3) do pãe Caetano .
3) gritadeira . . .
33 grossa
PAG.
Herva lanceta . • . . 73
35 moura 73
3) mular . . . . 10
3) Santa 73
33 soldado .... 74
33 tostão 74
33 venenosa .... 80
Hexachlamys humilis . 103
Hymenea stigonocarpa . 19
33 courbaril. . . 19
Hyptis sericea .... 77
I
Ichnanthus caudicans .. 38
Imbiri 74
Indigofera anil .... 15
Infallivel 75
33 outra .... 75
Inga edulis 76
33 heterophylla. . . 76
33 marginata .... 75
33 mirim 75
33 sessillis ..... 76
33 spuria ..... 76
33 subnuda .... 76
33 Uruguayensis . . 76
lonidium atropurpureum 15
33 bigibbosum. . 39
Ipecacuanha ..... 76
33 falsa ... 46
Isostigma peucedanifo-
lium . . . . . . . 52
Ivitinga 7
J
Jaborandi 78
Jacarandá ...... 25
33 decurrens . , 42
33 do campo . . 78
33 rufa .... 42
» subrhombea . 41
Jacatirão 78
Jalapa branca . . . . 79
33 vermelha ... 80
Jalapinha 79
Jangada brava . ... 80
PAG.
66
15
66
23
67
67
95
86
75
96
13
60
67
51
48
53
90
20
16
69
44
72
87
74
99
99
80
65
67
67
68
69
26
69
71
72
72
68
67
39
72
55
65
112 —
Japecanga
Jarrinha
Jasmim do mato . .
)) do soldado.
Jatahy
Jatobá
Jatropha curcas. . .
Jerataca
Jetaicica
Joápoca. , . , , .
Juá
» bravo
» -poca
» -ti
Juciri
Jurubeba
Juquiri
Jutahy
K.
Kielmeyera speciosa . .
L.
Lafoensia replicata. .
Lansbergia cathartica
Lantana brasiliensis .
y> camará. . .
» lilacina . .
y> macrophylla.
Larangeira do mato .
Laranginha ....
» do campo.
Leandra scabra . . .
Leonotis nepeteefolia .
Leucas Martinicensis.
Limão bravo ....
» do mato. . .
Limãosinho . . . .,
Limoeiro do mato . .
Lingua de Araçari .
y> » Tiú . . .
» » tucano. .
» » vacca . .
Lippia urticoipes . .
Ltihea divaricata . .
» paniculata . .
y> speciosa . . .
PAG.
M
Mãbea fistulifera ... 32
Macaqueiro 90
Macella branca .... 86
Macellinha 86
Machaerium acutifolium 25
» discolor . . 25
)) stipitatum. . 100
Macrosiphonia longiílora 79
Malva do campo . . 62
Maminha de cachorra . 15
Manacá 82
Mandioquinha do campo 25
)) falsa . ... 86
Mandubi-guassú . . . 87
Mangabeira 87
y> brava ... 88
Manga do mato. ... 60
Maracujá de cobra . . 88
» mirim .... 89
Maria Pereira .... 89
)) preta 103
Maricá ....... 89
Marinheiro . ... . 90
Marmelinho ..... 87
» do campo . 90
Marmello do campo . . 87
Massambará ..... 91
Mata-olho ...... 46
Medicago sativa ... 11
Melancia do campo . . 91
Melancium campestre . 91
Melão de S. Caetano . . 91
» )) S. Vicente . . 91
Melia Azedarach ... 48
Mercúrio do campo . . 66
» vegetal ... 82
Metrodorea pubescens . 45
Miconia Chamissonis . 62
)) theezans ... 78
Mikania officinalis. . . 51
Mil-homens ..... 81
Milho bravo ..... 91
Mindubi bravo . . . . 92
Miroró . 92
Mocetaiba ...... 92
PAG.
81
81
63
48
19
19
87
82
19
31
83
83
31
83
84
84
84
19
62
31
23
30
30
30
30
45
85
21
30
51
5
85
63
85
45
85
69
85
86
95
7
7
7
— 113
Mollinedia sp. . . . .
Momordica charantia.
Mororó . . . ...
Morus nigra ....
Muciina .....
Mucuna urens .
Mulungu
Mussambé de espinho
» de sete folhas
Mjrocarpus fastigiatus
N.
Nasturtium oíiicinale. .
O
Ocimum gratissimum .
Oéra
Oííicial da sala . . . .
Oleo pardo . . . . .(
Olho de cabra . . . .
» » pomba ....
Orelha de negro . . .
» » onça ....
Ormosia coccinea . . .
Ortiga branca . . . .
y> mansa. . . . .
)) vermelha . . .
Ortigão .......
Ouratea castaneifolia. .
Oxalis hirsutissima . .
P.
Paina de seda . . . .
» do campo . .
Panicum Echinolaena .
» Melinis ...
Páo de lagarto . . . .
y> )) praga ....
» » tucano ....
)) doce
» do campo . . . .
» ferro. . . . . .
» lixa . . . . . .
» Pereira
» pombo . . . . .
» terra. . . . . .
» do campo . . . .
Papo de pavò ....
PAG.
96
Para-tudo
42
» outra . . . .
96
Parova-tuum-tumune.
22
Paspalum griseum.
37
Passiílora Eichleriana.
88
)) Organensis .
89
Pe-cáa-guene. ....
76
» » cuem . . . .
76
Pé de perdiz
10
Periandra dulcis. . . .
10
Perianthopodus Espelina
58
Peroba-assú . ' . . . .
97
Perobinha
97
Peró-mirim
97
Perpetua
96
Petum
65
Pety
Phorandendron crassifo-
65
lium
Phoradendron lanceolato-
71
ellipticum . . . . .
71
Phoradendron rubrum .
71
Phoradendron tunseforme
Phrygilanthus Eugenioi-
70
des . . . . . . .
70
Physalis angulata . . .
31
)) brasiliensis . .
31
» pubescens . .
31
Phytolacca thyrsiílora .
54
Picahonha
77
Pilocarpus pinnatifolius.
78
Pimenta Comari ...
98
» malagueta . .
98
Pindahyba
56
Pinhão de Paraguay . .
87
» )) purga . . .
87
Pinha do brejo. . . . .
98
Piptadenia macrocarpa .
14
Piptocarpha rotundifolia.
75
Piqui ;
13
Piquiá
13
Pixirica.
30
Platypodium elegan-. .
78
Platyscyamus Regnelli .
62
Plenckia populnea. . .
88
Poaya .......
76
/
PAG.
38
51
63
14
61
61
93
24
24
28
8
11
69
46
28
93
67
93
94
93
94
94
94
32
60
21
95
49
35
35
69
51
29
29
95
17
95
62
64
95
95
— 114 —
Pontederia cordifolia . .
Polygala angulata. . .
» comata . . .
Posoqueria latifolia . .
)) macropus. .
Prateadinlia
Protium heptaphyllum .
Psidium incanescens .
Psittacanthus robustus .
Psycbotria Marogravii .
)) rigida . . .
)) xantopliylla .
Pterodon pubescens . .
Purga do campo. . . .
y> de vento . . . .
» de carijó . . . .
Q
Qualea grandiflora. . .
Quarenta feridas . . .
Quina do cerrado . . .
» falsa . . . . .
R
Rainha dos lagos . . .
Raiz de corvo . . . .
» do padre Salerma .
» preta - .
Rolbunium hirtum . .
Rhopala brasiliensis . .
» tomentosa. . .
Rhuibarbo do campo . .
Rhynchosia phaseoloides
Rosa do campo . . . .
Rosca
» outra
Rosca para mulas . . .
Rubus urticsefolius . .
Rudgea viburnioides . .
Ruivinha
S
Sacarolhas
Salacia campestris. . .
Salgueiro do mato. . .
Salta-Martinho . .
Sàmbaiba ....
PAG.
Sambaibinlia 28
Sapuva 100
Scíiinus terebinthifolia . 18
» » var.
Selloana 18
Schinus Weinmannisefo-
lius 18
Scoparia dulcis. . . . 102
Sebipira ...... 100
Senecio brasiliensis . . 73
Senne do campo . . . 101
Serralho ...... 101
Sessenta feridas. ... 89
Sete Marias 24
» sangrias .... 52
Sida rhombifolia ... 47
Solanum aculeatissimum 19
)) Balbisii' ... 83
» grandiílorum . 63
y> Langsdorfíii . . 65
)) nigrum ... 73
)) oocarpum . . . 83
» paniculatum. . 84
Soliva sessilis .... 54
Sonchus oleraceus\ . . 101
Sorghum halepense . . 91
Soróca 102
Sorocea illicifolia . . . 102
Sponia (Celtisj micrantha 50
Sporobolus indicus . . 37
Stiíftia parviflora ... 28
Struthanthus dichotrian-
thus 70
Struthanthus vulgaris . 70
Strychnos brasiliensis . 100
» pseudoquina . 98
Stryphnodendron barba-
timão. .... . 22
Sucuayá ...... 65
Sucupira ...... 100
» lisa 60
Sweetia brachystachys . 97
» elegans. ... 97
T
Tacahamaca . . . . . 12
Tagetes minuta . . . . 50
PAG.
9
77
77
8
89
77
72
16
69
72
55
56
60
80
15
58
95
59
98
48
9
92
96
92
26
46
46
23
67
80
99
99
99
13
47
26
99
24
8
100
28
— 115 —
Taiuiá
Talauma ovata . . . .
Tambuvi . . . . . .
Tapirira Gruayanénsis. .
Tapixaba
Tapixing-ui . . , . .
Tarairaya . . . . . .
Tareriaya ......
Tarumã. . . . . . .
» outra
Tephrosia rufescens .
Thielodoxa lauceolata
Teju-assu
Timbahyba
Timbó . . . . . . .
» uba
Timbucatú
Tomba . . . . . . .
Trez folhas brancas . .
» » do mato . ,
Trianosperma Tuiuyá. .
Tristachya chrysotliriz .
» leiostachya .
Triumfetta longicoma .
y> nemoralis
» semitriloba .
Tuiuiú
Tupixaba ... . . .
U
Ubá-peba . . ... .
Ubatinga
Uirarepoti
Unha de boi
» » gato . . . .
» .» vacca . . . .
PAG.
Unha de vacca pequena . 21
Uvacupari 21
Uva-puva do campo . . 95
Urera armigera. . . . 94
» Punu 94
)) subpeltata . . 94
Uvaiasinha do campo. . 103
Y
Vassoura 22
Vassourinha 47
» outra . . . 102
Velame branco . . . 79
. » do Rio Grande . 79
Verbasco 22
Verbena littoralis . . . 72
Vernonia brevifolia- . . 11
Vigna luteola .... 61
Vinhatico do campo . . 105
Vinheiro do mato ... 29
Vitex Montevidensis . . 102
y> polygama. . . . 103
Vochysia tucanorum . . 2<)
W
Walteria communis . . 55
X
Xanthium strumarium . 59
Ximbó 93
Ximbuva ...... 93
Xylopia grandiflora . . 56
Xylosma Salzmanni . . 59
Z
Zeyhera montana ... 25
Zollernia ilicifolia ... 92
PAG.
7
98
93
64
102
39
24
24
102
103
103
103
27
93
93
93
87
58
48
48
7
35
34
40
40
40
7
102
103
7
69
104
89
104