Skip to main content

Full text of "Archivos do Museu Nacional do Rio de Janeiro"

See other formats


ISSN 0365-4508 



Nunquam aliud natura, aliud sapienta dicit 
Juvenal, 14, 321 
In silvis academi quoerere rerum, 
Quamquam Socraticis madet sermonibus 
Ladisl. Netto, exHor 


VOL. LXII 




RIO DE JANEIRO 

Janeiro/Março 

2004 






























Arquivos do Museu Nacional 


Universidade Federal do Rio de Janeiro 

Reitor 

Aloísio Teixeira 



Museu Nacional 

Diretor 

Sérgio Alex K. Azevedo 

Editor Geral 

Célia Ricci 
Editores de Área 

Alexander Wilhelm Armin Kellner 
Cátia Antunes de Mello Patiu 
Ciro Alexandre Ávila 
Débora de Oliveira Pires 
Gabriel Luiz Figueira Mejdalani 
João Alves de Oliveira 
Marcelo Araújo de Carvalho 
Maria Dulce Barcellos Gaspar de Oliveira 
Marília Lopes da Costa Facó Soares 
Miguel Angel Monné Barrios 
Paulo Secchin Young 
Ulisses Caramaschi 
Vânia Gonçalves Lourenço Esteves 

Normalização 

Vera de Figueiredo Barbosa 

Diagramação e arte-final 
Célia Ricci, Lia Ribeiro 


Conselho Editorial 


André Pierre Prous-Poirier 

Universidade Federal de Minas Gerais 

David G. Reid 

The Natural History Museum - Reino Unido 
David John Nicholas Hind 
Royal Botanic Gardens - Reino Unido 

Fábio Lang da Silveira 

Universidade de São Paulo 

François M. Catzeflis 

Institut des Sciences de VÉvolution - França 

Gustavo Gabriel Politis 

Universidad Nacional dei Centro - Argentina 

John G. Maisey 

Americam Museun of Natural Flistory - EUA 

Jorge Carlos Delia Favera 

Universidade do Estado do Rio de Janeiro 

J. Van Remsen 

Louisiana State University - EUA 

Maria Antonieta da Conceição Rodrigues 

Universidade do Estado do Rio de Janeiro 


Maria Carlota Amaral Paixão Rosa 

Universidade Federal do Rio de Janeiro 

Maria Helena Paiva Henriques 

Universidade de Coimbra - Portugal 

Maria Marta Cigliano 

Universidad Nacional La Plata - Argentina 

Miguel Trefaut Rodrigues 

Universidade de São Paulo 

Miriam Lemle 

Universidade Federal do Rio de Janeiro 

Paulo A. D. DeBlasis 

Universidade de São Paulo 

Philippe Taquet 

Museum National d'Histoire Naturelle - França 

Rosana Moreira da Rocha 

Universidade Federal do Paraná 

Suzanne K. Fish 

University of Arizona - EUA 

W. Ronald Heyer 
Smithsonian Institution - EUA 




ARQUIVOS 

DO 


MUSEU NACIONAL 

VOLUME 62 
NÚMERO 1 

JANEIRO/MARÇO 

2004 

RIO DE JANEIRO 


Arq. Mus. Nac. 

Rio de Janeiro 

v. 62 

n.l 

p.1-100 

jan./mar.2004 








ISSN 0365-4508 


Arquivos do Museu Nacional, mais antigo periódico 
científico do Brasil (1876), é uma publicação trimestral 
(março, junho, setembro e dezembro), com tiragem de 
1000 exemplares, editada pelo Museu Nacional/ 
Universidade Federal do Rio de Janeiro. Tem por 
finalidade publicar artigos científicos inéditos nas áreas 
de Antropologia, Arqueologia, Botânica, Geologia, 
Paleontologia e Zoologia. Está indexado nas seguintes 
bases de dados bibliográficos: Biological Abstracts, ISI - 
Thomson Scientific, Ulrich's International Periodicals 
Directory, Zoological Record, NISC Colorado e Periódica. 

As normas para preparação dos manuscritos encontram- 
se disponíveis em cada número dos Arquivos e em 
htpp://acd. ufrj.br/~museuhp/publ.htm. Os artigos 
são avaliados por, pelo menos, dois especialistas na área 
envolvida e que, eventualmente, pertencem ao Conselho 
Editorial. O conteúdo dos artigos é de responsabilidade 
exclusiva do(s) respectivo(s) autor(es). 

Os manuscritos deverão ser encaminhados para Museu 
Nacional/UFRJ, Quinta da Boa Vista, São Cristóvão, 
20940-040, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. 


Financiamento 

CNPq 

Conselho Nacional de Desenvolvimento 
Cientifico e Tecnológico 


Arquivos do Museu Nacional, the oldest Brazilian scientific 
publication (1876), is issued every three months (March, 
June, September and December). It is edited by Museu 
Nacional/Universidade Federal do Rio de Janeiro, with a 
circulation of 1000 copies. Its purpose is the edition of 
unpublished scientific articles in the areas of Anthropology, 
Archaeology, Botany, Geology, Paleontology and Zoology. 
It is indexed in the following bases of bibliographical data: 
Biological Abstracts, ISI - Thomson Scientific, Ulrich's 
International Periodicals Directory, Zoological Record, 
NISC Colorado and Periódica. 

Instructions for the preparation of the manuscripts 
are available in each edition of the publication and 
at htpp://acd. ufrj.br/~museuhp/publ.htm. The 
articles are reviewed, at least, by two specialists in the 
area that may, eventually, belong to the Editorial Board. 
The authors are totally responsible for the content of 
the texts. 

The manuscripts should be sent to Museu Nacional/ 
UFRJ, Quinta da Boa Vista, São Cristóvão, 20940-040, 
Rio de Janeiro, RJ, Brasil. 


© 2004 - Museu Nacional/UFRJ 


Arquivos do Museu Nacional - vol.l (1876) - 
Rio de Janeiro: Museu Nacional. 

Trimestral 

Até o v.59, 2001, periodicidade irregular 
ISSN 0365-4508 


1. Ciências Naturais - Periódicos. I. Museu Nacional 
(Brasil). 


CDD 500.1 




TmnrronnnrtnnnrT i 

nnniiituiíiüífflnnni 


Arquivos do Museu Nacional, Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.3-14, jan./mar.2004 
ISSN 0365-4508 


TEORIA E MÉTODOS EM ANTRACOLOGIA. 

1. CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS E PERSPECTIVAS * 

RITA SCHEEL-YBERT 1 2 


RESUMO: Este artigo apresenta uma discussão das premissas metodológicas teóricas sobre as quais repousam 
atualmente os estudos antracológicos, com ênfase em sua aplicação ao meio tropical. Os principais temas 
abordados são: representatividade paleoecológica dos carvões coletados em contexto arqueológico ou 
pedológico, seleção de espécies, utilização de madeira morta, carbonização, processos pós-deposicionais, 
análise das amostras (ubiquidade, peso ou contagem dos fragmentos), e perspectivas oferecidas pela análise 
antracológica em termos de informações paleoambientais e paleoetnológicas. 

Palavras-chave: antracologia, paleoecologia, seleção de espécies, carbonização, processos pós-deposicionais. 

ABSTRACT: Anthracology theory and methods. 1. Theoretical considerations and perspectives. 

This paper presents a discussion of the theoretical methodological premises on which anthracological studies 
are presently based, with an emphasis on its application to the tropical vegetation. The major topics discussed 
are the palaeoecological representativity of archaeological and pedological charcoal, species selection, use of 
dead wood, carbonization, post-depositional processes, methods of charcoal analysis (ubiquity, weight or 
fragments counting), and the perspectives offered by anthracological analyses in terms of palaeoenvironmental 
and palaeoethnological information. 

Key words: anthracology, palaeoecology, species selection, carbonization, post-depositional processes. 


INTRODUÇÃO 

A reconstituição da paleovegetação associada à 
ocupação de uma região por populações pré- 
históricas permite uma melhor interpretação sobre 
modos de vida, recursos ambientais disponíveis, 
influência das populações sobre o meio (manejo, 
agricultura, desmatamento, incêndios etc.) e 
influência do meio sobre as populações 
(migrações, dieta alimentar, tipo de hábitat etc.). 
No entanto, os estudos relativos à pré-história se 
limitam geralmente a aspectos tecnológicos 
(indústria lítica, cerâmica...), pois os métodos 
arqueológicos não permitem um conhecimento do 
meio natural nem do clima existentes durante a 
época de ocupação. Essas informações são 
essenciais para se compreender o modo de vida, 
a evolução cultural das populações pré-históricas 
e suas migrações eventuais. 

Diversos métodos de investigação podem ser 
usados na reconstrução do paleoambiente vegetal. 
A palinologia se firmou nas últimas décadas como 
a principal técnica de investigação paleoecológica 
do Quaternário, mas o estudo de outros materiais 


de origem biológica é muito útil para complementar 
as interpretações palinológicas e, principalmente, 
para oferecer evidências em áreas ou sítios em que 
grãos de pólen e esporos não são preservados, como 
é em geral o caso dos sítios arqueológicos. 

A antracologia, em particular, que é o estudo e 
interpretação dos restos lenhosos carbonizados 
provenientes de solos ou de sítios arqueológicos 
(SCHEEL, GASPAR & YBERT, 1996a, 1996b), 
permite uma reconstituição bastante fiel da 
vegetação lenhosa local, ao contrário da palinologia, 
que fornece uma imagem da vegetação que é mais 
completa (árvores, ervas, etc.), mas em nível regional. 
Ela apresenta inclusive algumas vantagens em 
relação à palinologia, pois a confrontação com os 
dados fitossociológicos é mais direta e a 
determinação taxonômica, freqüentemente no nível 
de gênero, é em geral mais precisa do que no caso 
de estudos palinológicos. 

Em contexto arqueológico, a antracologia é um 
método de estudo privilegiado (SCHEEL, GASPAR 
85 YBERT, 1996a, 1996b; SCHEEL-YBERT, 1999, 
2000, 2001). Os sedimentos arqueológicos são em 
geral extremamente ricos em fragmentos de carvão, 


1 Submetido em 28 de fevereiro de 2003. Aceito em 23 de outubro de 2003. 

Apoio financeiro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), PROFIX n°540207/01-2. 

2 Museu Nacional/UFRJ, Departamento de Antropologia. Quinta da Boa Vista, São Cristóvão, 20940-040, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. 
E-mail: rita@scheel.com 






4 


R. SCHEEL-YBERT 


material que até hoje era utilizado exclusivamente 
para a datação dos sítios. Além da perspectiva 
paleoecológica, que permite a reconstituição do 
paleoambiente vegetal e, em conseqüência, do 
paleoclima, esta disciplina fornece informações 
paleoetnológicas relacionadas à utilização da 
madeira (combustível, artesanato, material de 
construção etc.) e à alimentação das populações 
pré-históricas (conservação de restos alimentares 
carbonizados). Os estudos antracológicos 
permitem uma avaliação, geralmente bastante 
precisa, tanto da paleovegetação e das relações 
entre o homem e seu meio ambiente como do 
impacto antrópico exercido. 

Atualmente, a análise antracológica de carvões 
arqueológicos é largamente reconhecida como 
uma ferramenta fiável para a reconstituição 
paleoecológica, mas a maior parte dos estudos 
foi realizada em regiões temperadas da Europa 
(VERNET & THIÉBAULT, 1987; VERNET, 1992; 
HEINZ, 1991; BADAL, BERNABEU & VERNET, 
1994; FIGUEIRAL, 1995; THIÉBAULT, 1997; 
HEINZ 85 THIÉBAULT, 1998) e da Patagônia 
(SOLARI, 1990, 1993/94; PIQUÉ I HUERTA, 
1999), na África do Sul ou no Sahel (PRIOR 8 s 
WILLIAMS, 1985; TUSENIUS, 1989; NEUMANN, 
1989; NEUMANN, KAHLHEBER 8 s UEBEL, 1998). 
Poucos estudos foram feitos em áreas de clima 
tropical, onde a diversidade florística é muito 
maior. Nos trópicos, os estudos antracológicos 
se referem sobretudo a aspectos paleoetnológicos, 
por exemplo no Equador (PEARSALL, 1979, 
1983), no sul da Flórida e Caribe (NEWSON, 
1991, 1993) e na Tailândia (THOMPSON, 1994). 
Estudos de abordagem paleoecológica existem 
apenas para a Guiana Francesa (TARDY, 1998) 
e o Brasil (SCHEEL-YBERT, 1998, 1999, 2000, 
2001 , 2002 a). 

A preocupação com aspectos metodológicos se 
desenvolveu muito entre os antracólogos nas 
últimas décadas, principalmente em trabalhos 
realizados na França (CHABAL, 1988, 1997; 
HEINZ, 1990; BADAL-GARCIA 8 s HEINZ, 1991; 
THÉRY-PARISOT, 2001), mas também, em menor 
grau, nos Estados Unidos (SMART 85 HOFFMAN, 
1988). Muitos dos princípios estabelecidos nestes 
trabalhos podem ser aplicados aos estudos de 
antracologia tropical, mas isso deve ser feito com 
precaução, devido às especificidades dos diversos 
ambientes tropicais. 

Será apresentada a seguir uma breve discussão 
das premissas metodológicas teóricas sobre as 
quais repousam atualmente os estudos 


antracológicos, tentando demonstrar a pertinência 
de sua aplicação ao meio tropical. O desenvolvimento 
de uma metodologia adaptada ao ambiente 
tropical ainda deve ser feito, e este trabalho tem 
o intuito de lançar as primeiras bases nessa 
direção. 

Considerações teóricas 

1. Representatividade paleoecológica dos 
carvões fósseis 

1.1. Carvões coletados em contexto arqueológico 
A representatividade paleoetnológica dos carvões 
provenientes de sítios arqueológicos nunca é 
questionada, mas a antracologia é freqüentemente 
criticada em relação à sua aplicação 
paleoecológica, por causa dos problemas devidos 
a uma possível seleção cultural da madeira 
coletada, e à preservação ou à fragmentação 
diferencial dos taxa. 

No entanto, a validade da aplicação paleoecológica 
do estudo antracológico em sítios arqueológicos é 
garantida devido ao caráter pouco seletivo da coleta 
de lenha para uso doméstico. O uso de fogo 
doméstico implica numa utilização das estruturas 
ou locais de combustão durante um grande lapso 
de tempo e, principalmente, numa superfície 
relativamente grande de território percorrida para 
coleta de lenha (VERNET, 1973; CHABAL, 1992, 
1997), especialmente no caso de populações 
sedentárias ou semi-sedentárias. A coerência 
paleoecológica dos estudos antracológicos é 
suportada essencialmente por cinco fatores, que são 
os mesmos tanto em regiões temperadas (VERNET, 
1977; CHABAL, 1988, 1992, 1997) quanto tropicais 
(SCHEEL-YBERT, 1998, 2000): 

1 ) grande riqueza taxonômica das amostras; 

2 ) forte concordância entre as diferentes 
análises, isto é, a similaridade dos resultados 
antracológicos em sítios vizinhos e entre os 
diferentes níveis de um mesmo sítio; 

3) possibilidade de reprodução das observações; 

4) concordância entre análises de disciplinas 
diferentes (por exemplo, a boa correlação entre 
os espectros antracológicos e palinológicos 
regionais); 

5) boa correlação entre espectros antracológicos 
e tipos de vegetação atuais. 

1.2. Carvões coletados em contexto pedológico 
Ao contrário do que ocorre com os carvões de 
origem arqueológica, a representatividade 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.3-14, jan./mar.2004 


TEORIA E MÉTODO EM ANTRACOLOGIA. I: CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS E PERSPECTIVAS 


5 


paleoecológica dos carvões de origem pedológica 
raramente é questionada. No entanto as amostras 
de solo, provenientes de incêndios naturais, 
sempre apresentam uma baixa diversidade 
taxonômica, inversamente ao material 
arqueológico. 

Uma reconstituição da estrutura da 
paleovegetação baseada no estudo antracológico 
de carvões do solo depende de uma amostragem 
muito ampla. Somente a amostragem de um 
grande número de trincheiras (perfis de solo) em 
cada localidade de estudo permite uma boa 
representatividade da diversidade florística e da 
evolução da cobertura vegetal em cada área. 
Como os carvões que se conservam num 
determinado local provém de um número limitado 
de plantas que aí se queimaram, amostras 
pontuais de solo sempre apresentam um número 
de espécies muito reduzido, tornando as 
reconstituições paleoambientais menos fiáveis e 
aumentando a imprecisão das interpretações 
O esforço metodológico necessário para essa 
amostragem é imenso, e os resultados são 
freqüentemente inferiores, em termos de 
diversidade florística, ao que pode ser obtido a 
partir da análise de carvões arqueológicos. 

No entanto, análises antracológicas associadas 
a análises de composição isotópica dos solos 
(8 13 C) no Estado de São Paulo permitiram 
demonstrar que o clima da região era mais seco 
durante o início do Holoceno e em seguida mais 
úmido, semelhante ao atual, a partir de ca. 3000 
anos BP (SCHEEL-YBERT etal, 2003; GOUVEIA 
et al, 1999, 2002), apesar do número pequeno 
de taxa encontrados (apenas 4 ou 5 espécies, 
mesmo em amostras com mais de 300 
fragmentos). Neste caso, os resultados são 
apresentados em tabelas de presença e ausência 
e sob forma de histogramas cumulativos 
indicando o número de taxa característicos de 
cada tipo de vegetação (cerrado e mata 
semidecídua), pois a utilização de porcentagens 
não teria significado devido à pobreza específica 
das amostras (SCHEEL-YBERT et al, 2003). 

2. Seleção de espécies 

A madeira utilizada pelos homens pré-históricos 
para fins específicos (material de construção, 
objetos manufaturados, combustível para fornos 
de cerâmica, metalurgia etc.) era muito 
provavelmente selecionada entre as espécies 
disponíveis. Os carvões provenientes dessas 


atividades não são representativos da estrutura da 
vegetação no entorno do sítio, mas podem trazer 
importantes informações paleoetnológicas. Na 
maior parte das vezes, esses restos são facilmente 
reconhecidos durante a escavação. 

No entanto, mesmo com relação à lenha, a 
representatividade paleoecológica dos carvões é 
freqüentemente questionada pelo fato de o 
transporte da madeira (lenha) do meio de coleta 
até o meio de depósito ser indubitavelmente 
devido à ação humana (THINON, 1978; SMART 
& HOFFMAN, 1988). Considera-se que existiria 
necessariamente uma seleção de espécies ligada 
a aspectos culturais de cada população. 

A questão da escolha dos combustíveis foi 
abordada num estudo sobre o Paleolítico francês. 
THÉRY-PARISOT (2001) observa que os autores 
que defendem a tese de seleção da madeira 
utilizam noções como “melhor combustível” ou 
“temperatura mais elevada”, mas que os critérios 
que presidem à escolha da lenha na realidade 
nem sempre se baseiam em dados objetivos de 
combustão e de propriedades combustíveis. Em 
sociedades primitivas atuais, por exemplo, esses 
critérios variam quase tanto quanto o número 
de situações estudadas pelos etnólogos. Além 
disso, a noção de “bom combustível” está 
intimamente ligada ao uso que se quer fazer do 
fogo, isto é, se o objetivo é o de obter chamas, ou 
brasas, ou fumaça. Existem inúmeras funções 
diferentes para as fogueiras: transformação de 
matérias primas, aquecimento, cozimento, 
secagem, defumação, iluminação, proteção 
(THÉRY-PARISOT, 2001), produção de fumaça 
como meio de comunicação (STERNBERG, 1968) 
ou para afastar os insetos, utilização do fogo em 
cerimônias rituais ( e.g ., cremação), etc. Como as 
essências têm propriedades distintas, não existiria 
um bom combustível, mas combustíveis diferentes 
adaptados a usos específicos. 

O estado da madeira (viva ou morta, seca ou verde, 
sã ou alterada) e sua morfologia (tamanho e 
diâmetro) têm um papel predominante na 
combustão, e é possível responder a qualquer 
função da fogueira com qualquer espécie de 
madeira (THÉRY-PARISOT, 2001). Como resultado 
de seu trabalho, a autora sugere que pode ter 
existido seleção de lenha na França durante o 
Paleolítico, mas principalmente em função do 
estado da madeira. No entanto, THÉRY-PARISOT 
(< op.cit .) argumenta que, mesmo quando a coleta de 
lenha é orientada por seleções desse tipo, a quase 
totalidade das espécies presentes na área de 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.3-14, jan./mar.2004 


6 


R.SCHEEL-YBERT 


captação de recursos vem a ser coletada ao longo 
do tempo. Se a seleção é baseada no estado da 
madeira, há fortes chances de que espécimes de 
toda a vegetação lenhosa sejam coletados, já que 
todas as espécies podem se apresentar 
indiferentemente em todos os estados. Assim sendo, 
tanto na hipótese de ausência de seleção quanto 
na hipótese de uma seleção baseada no estado ou 
morfologia, os carvões residuais num sítio 
arqueológico forneceriam, com o tempo, uma boa 
reconstituição do ambiente vegetal. 

ASCH, FORD & ASCH (1972), VERNET (1973, 
1977, 1990), VERNET, BAZILE & EVIN (1979), 
CHABAL (1991, 1992), SCHEEL-YBERT (1998, 
2000, 2001) postulam que, para a lenha de uso 
doméstico, as populações pré-históricas recolhiam 
praticamente toda a madeira disponível nos 
arredores, sem nenhuma seleção de espécies. 

O estudo de sambaquis brasileiros demonstrou que 
a coleta aleatória de madeira morta constituía a 
principal fonte de lenha para as populações de 
pescadores-coletores. A coleta aleatória de lenha é 
indicada pela alta diversidade das amostras de 
carvões arqueológicos, tanto entre os carvões 
dispersos quanto nas amostras de carvões 
concentrados provenientes de fogueiras, enquanto 
o uso de madeira morta é sugerido por numerosos 
fragmentos apresentando traços de decomposição 
(ataque por larvas de insetos e apodrecimento) 
antes da carbonização (SCHEEL-YBERT, 2001). 
Apesar disso, existia provavelmente entre os 
sambaquieiros seleção da madeira de uma espécie, 
por razões culturais que não é possível definir no 
momento (SCHEEL-YBERT, 1999, 2000, 2001). 
Condalia sp. é muito abundante nos diagramas 
antracológicos dos sítios da região de Cabo Frio e 
Arraial do Cabo. Essa espécie foi explorada 
sistematicamente durante mais de três mil anos, e 
para isso ela deve ter sido suficientemente 
freqüente no ambiente. Logo, essa planta era pelo 
menos mais freqüente na época do que atualmente. 
Condalia buxifolia, característica da restinga e única 
espécie desse gênero que ocorre na região, é muito 
rara atualmente (SILVA & OLIVEIRA, 1989). Ela 
não podería ser dominante na paisagem durante a 
época de ocupação pré-histórica, pois isso indicaria 
uma vegetação muito diferente das formações 
conhecidas atualmente, o que entra em contradição 
com todos os outros elementos do espectro 
antracológico. Em conseqüência, havia seleção 
dessa espécie, o que pode ser explicado por diversas 
características próprias a este taxon : a madeira, 
muito densa, é considerada como um excelente 


combustível e permitiría a extração de um pigmento 
azul; o fruto, uma pequena drupa, é comestível; e 
a casca das raízes de algumas espécies desse 
gênero, é medicinal e pode ser utilizada como sabão 
(RECORD & HESS, 1943). 

Este trabalho demonstrou que a seleção de espécies 
não invalida a reconstituição paleoambiental, desde 
que ela se restrinja a uma fração limitada do cortejo 
vegetal. Se apenas uma ou poucas espécies são 
selecionadas, haverá uma super-representação no 
cortejo antracológico, mas essa distorção poderá, 
normalmente, ser identificada durante a análise 
dos resultados. Em palinologia depara-se com um 
problema equivalente, no caso de espécies que 
produzem grandes quantidades de grãos de pólen 
e são super-representadas no espectro palinológico, 
ou inversamente. 

Via de regra, a maior parte das plantas presentes 
no ambiente são representadas nos restos de 
carvão, sobretudo se a lenha para uso doméstico é 
obtida a partir da coleta de madeira morta, e é 
provável que as espécies mais abundantes 
apresentem freqüências mais altas. Para que um 
taxon seja selecionado, ele deve ser suficientemente 
freqüente no ambiente: para que uma planta seja 
escolhida, ela deve antes existir. 

A grande diversidade de taxa encontrados no registro 
antracológico dos sambaquis da costa brasileira 
indica o caráter pouco seletivo da coleta de lenha 
pelos sambaquieiros. Associado à acumulação de 
vestígios durante um longo lapso de tempo, que 
decorre das próprias características destes sítios 
arqueológicos, esse argumento justifica a utilização 
dos estudos antracológicos para a reconstituição do 
paleoambiente vegetal em sambaquis, mesmo que 
exista seleção de um ou de alguns taxa para fins 
específicos. O estudo de sítios de outros sistemas 
socioculturais deverá, num futuro próximo, verificar 
a pertinência da hipótese de não-seleção da lenha 
de uso doméstico para outras populações da pré- 
história brasileira. 

3. Utilização de madeira morta 

As formações vegetais produzem constantemente 
madeira seca por queda natural dos ramos, morte 
das árvores etc. Vários autores consideram que a 
coleta desta madeira constituía o essencial do 
combustível utilizado para lenha, invocando, 
sobretudo, a facilidade de obtenção (HEIZER, 
1963; ASCH, FORD & ASCH, 1972; VERNET, 
1973; CHABAL, 1991; THÉRY-PARISOT, 2001), 
mas também a pretendida ineficácia dos 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.3-14, jan./mar.2004 


TEORIA E MÉTODO EM ANTRACOLOGIA. I: CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS E PERSPECTIVAS 


7 


instrumentos líticos (SALISBURY & JANE, 1940) 
ou a taxa de umidade elevada da árvore viva, que 
obrigaria a um tempo de armazenagem 
relativamente longo (THÉRY-PARISOT, 2001). 
Evidências concretas de utilização de madeira 
morta por populações pré-históricas são muito 
difíceis. Na verdade, ela só se diferencia da madeira 
cortada recentemente pela proporção de água livre 
que contém, e somente sua alteração por agentes 
fitopatogênicos pode ser perceptível no nível da 
microestrutura anatômica (THÉRY-PARISOT, 
2001). Até hoje, a utilização de madeira morta pôde 
ser demonstrada nos sítios de Maiden Castle 
(Inglaterra), La Combette (França) e em diversos 
sambaquis da Região dos Lagos (Estado do Rio de 
Janeiro, Brasil), onde foram encontrados 
fragmentos de carvão apresentando sinais de 
ataque por larvas de coleópteros xilófagos e/ou 
indícios de decomposição parcial antes da 
carbonização (SALISBURY & JANE, 1940; THÉRY- 
PARISOT, 2001; SCHEEL-YBERT, 2001). 

A representação paleoecológica dos espectros 
antracológicos baseados na coleta de madeira 
morta foi contestada sob o pretexto de que a 
necromassa de um sub-bosque não refletiria as 
proporções específicas da vegetação lenhosa dessa 
comunidade, especialmente em função da 
inegalidade entre a queda natural dos ramos e 
as taxas diferenciais de decomposição (GODWIN 
86 TANSLEY, 1941; SMART 86 HOFFMAN, 1988). 
Isto pode, de fato, acarretar uma sub- ou super- 
representação de certas espécies, mas, por outro 
lado, é evidente que todas as espécies de uma 
comunidade serão, a um momento ou outro, 
representadas na necromassa, e que os taxa mais 
freqüentes serão provavelmente representados em 
maior proporção. 

4. Carbonização e processos pós-deposicionais 

A qualidade da conservação de um fragmento de 
carvão é devida mais ao sedimento no qual ele está 
depositado e a seu grau de combustão do que a 
sua idade (THIÉBAULT 86 VERNET, 1987), mas a 
preservação e o estado de fragmentação dos carvões 
são fatores que também devem ser considerados. 
SMART 8& HOFFMAN (1988), POPPER (1988) e 
THOMPSON (1994), dentre outros, consideram que 
o número de fragmentos presentes num sítio não 
está diretamente relacionado com a quantidade de 
madeira queimada, pois as proporções entre os taxa 
podem ser alteradas pela preservação ou 
fragmentação diferenciais e pela redução de massa. 


Redução de massa e fragmentação são devidas 
principalmente à combustão, mas não 
exclusivamente (CHABAL, 1997). A redução de 
massa é a perda de matéria durante a combustão, 
sob forma de água, compostos voláteis e cinzas, 
mas uma redução poderia ocorrer também após 
esse evento. A fragmentação é o mecanismo pelo 
qual os carvões se quebram durante a combustão 
e posteriormente, isto é, durante os processos 
de deposição e sedimentação das partículas e 
durante a escavação. 

A redução de massa devida à combustão é 
muito importante, podendo atingir até 70 % do 
peso seco inicial a uma temperatura de 550 °C 
(BAILEYS 86 BLANKENHORN, 1982). Reduções 
de massa de cerca de 4%, 69% e 76% do peso 
seco inicial foram registradas em temperaturas 
de 250°C, 400°C e 600°C, respectivamente. O 
rendimento em carvão após carbonização é 
influenciado por diversos fatores, como a 
espécie escolhida, o tamanho do pedaço 
queimado, as características da curva de 
temperatura e, sobretudo, a temperatura final 
alcançada (STIMELY 86 BLANKENHORN, 1985). 
Reduções de massa de 98 % a mais de 99 % foram 
obtidas durante combustões experimentais, com 
temperaturas máximas entre 600°C e 900°C, em 
fogueiras feitas no interior de um recipiente 
isolado (LOREAU, 1994). Este autor realizou 
experiências a fim de estimar a redução de massa, 
assim como a influência da interação entre 
espécies sobre esse fenômeno. LOREAU (1994) 
observou que, após combustão, madeiras 
menos densas deixam mais resíduos de carvão 
que madeiras mais densas, mas que sua 
redução de massa é mais importante quando 
queimadas junto com madeiras mais densas. 
Da mesma forma, uma taxa de umidade mais 
alta aumenta a perda de massa da madeira 
durante a combustão, independentemente da 
densidade da espécie. 

No entanto, deve-se notar que todas essas 
experiências foram feitas no laboratório, e que elas 
não levam em conta outros fatores que podem 
influenciar a quantidade dos restos carbonizados, 
como a forma da fogueira e as condições 
meteorológicas (vento, chuva, etc.). 

As taxas de retração e de redução de massa após 
carbonização poderiam ser bons indicadores da 
“aptidão” à conservação dos carvões de origem 
arqueológica (ROSSEN 86 OLSON, 1985). Madeiras 
que apresentam contração e redução de massa 
mais expressivas produzem carvões mais frágeis 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.3-14, jan./mar.2004 


R. SCHEEL-YBERT 


e quebradiços que são, em consequência, menos 
bem preservados. Em combustões experimentais 
de 21 espécies diferentes, ROSSEN & OLSON 
(1985) encontraram diminuições volumétricas 
variando entre 23% e 61%, e reduções de massa 
entre 56% e 84%. 

WILLCOX (1974), BAZILE-ROBERT (1982), 
ZALUCHA (1982), LOPINOT (1984) observaram que 
a combustão acarreta uma fragmentação 
diferencial das espécies. CHABAL (1990, 1997), 
que se opõe a essa asserção, considera que existe 
uma “lei estatística de fragmentação” segundo a 
qual a taxa de fragmentação dos carvões 
arqueológicos não seria ligada à espécie. Esta 
autora analisou a distribuição do número de 
fragmentos por classe de massa em histogramas 
de fragmentação, seja todas as espécies 
misturadas, seja por espécie. Deste estudo, que 
considerou 1491 fragmentos de 18 taxa, 
provenientes de dois níveis arqueológicos de um 
mesmo sítio, CHABAL (1990) concluiu que a forma 
geral das curvas de fragmentação é a mesma para 
os dois níveis e para cada taxon e que os fragmentos 
são mais numerosos quanto menores eles forem, 
qualquer que seja o taxon considerado. 

De todo modo, a fragmentação diferencial dos 
carvões durante a combustão é provavelmente 
“compensada” pelos processos pós-deposicionais, 
na medida em que carvões menos densos, que 
deixam mais fragmentos, teriam uma taxa de 
desaparecimento mais elevada que carvões mais 
densos (LO RE AU, 1994; CHABAL, 1997; THÉRY- 
PARISOT, 2001). Em conseqüência, haveria um re- 
equilíbrio das proporções numéricas entre as 
espécies posteriormente à combustão. 

As transformações físicas sofridas pela madeira 
durante a carbonização e pelos carvões durante os 
processos pós-deposicionais são muito numerosas e 
variáveis, e elas não são, e não serão provavelmente 
jamais, completamente dominadas pelos 
antracólogos. É preciso, em conseqüência, ter sempre 
em mente que as proporções entre as espécies podem 
ser super- ou sub-representadas no espectro 
antracológico, mas que isso não invalida as 
interpretações paleoambientais feitas a partir desta 
disciplina. Diversos estudos paleoecológicos baseados 
nos carvões vêm apoiar a validade dessa afirmação 
[e.g. VERNET & THIÉBAULT, 1987; NEUMANN, 
1989; TUSENIUS, 1989; HEINZ, 1991; VERNET, 
1992, 1997; FIGUEIRAL, 1993, 1995; HOPKINS et 
al, 1993; SOLARI, 1993/94; BADAL, BERNABEU & 
VERNET, 1994; THIÉBAULT, 1997; HEINZ & 
THIÉBAULT, 1998; SCHEEL-YBERT, 2000). 


5. Análise das amostras 

A análise antracológica pode ser feita utilizando-se 
métodos qualitativos ou quantitativos. Em geral, a 
escolha do método depende dos objetivos da 
pesquisa e das características da amostra disponível. 

5.1. Um método qualitativo: a ubiqüidade 

Esse método de apresentação dos dados 
arqueobotânicos foi desenvolvido principalmente em 
países anglo-saxões (KOHLER & MATTHEWS, 1988; 
POPPER, 1988; SMITH, VELLEN & PASK, 1995). 
Os taxa são tratados unicamente em termos de 
presença e ausência, mas uma freqüência pode ser 
calculada em função do número de amostras nos 
quais eles estão presentes. Essa técnica não leva 
em consideração a quantificação dos carvões 
baseada na contagem ou na massa, pois seus 
adeptos consideram que esta última é 
excessivamente influenciada pelos contingentes de 
amostragem, preservação, fragmentação, volume de 
sedimento etc., para ser significativa (WILLCOX, 
1974; SMART & HOFFMAN, 1988; POPPER, 1988). 
Uma variação desse método é a utilização de classes 
de abundância (POPPER, 1988). Por exemplo, pode- 
se contar os fragmentos de carvão e quantificar os 
taxa em “abundantes” (mais que 25 fragmentos), 
“médios” (entre 5 e 25 fragmentos) ou “raros” 
(menos que 5 fragmentos) (WILLCOX, 1974). 

No entanto, uma análise estatística demonstrou que 
tanto a freqüência quanto a presença de um taxon 
em qualquer amostra arqueológica depende dos 
contingentes de combustão e preservação e do 
volume de sedimento amostrado (KADANE, 1988). 
A utilização de métodos baseados na presença ou 
ausência só é fiável quando as amostras são 
semelhantes (mesma superfície, mesmo peso do 
sedimento amostrado, etc.). Quanto maior é a 
quantidade de sedimento amostrado, maior será a 
probabilidade de encontrar um determinado taxon 
(JONES, 1991). A contagem dos fragmentos de 
carvão também pode ser influenciada pela 
fragmentação diferencial, mas JONES (1991) 
considera que os contingentes pré- e pós- 
deposicionais afetam mais os dados baseados em 
presença ou ausência do que os dados quantitativos. 

5.2. Métodos quantitativos: peso ou contagem dos 
fragmentos? 

Uma questão importante referente à quantificação 
dos fragmentos de carvão é saber o que representa 
melhor a proporção original das espécies lenhosas 
utilizadas como combustível, se a massa dos 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.3-14, jan./mar.2004 


TEORIA E MÉTODO EM ANTRACOLOGIA. I: CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS E PERSPECTIVAS 


9 


fragmentos ou o seu número. Alguns autores 
apresentam seus resultados sob a forma de 
freqüências relativas tanto do número de fragmentos 
quanto do peso de cada taxon (CASTELLETTI, 
CREMASCHI & NOTINI, 1976; CASTELLETTI, 1978; 
THOMPSON, 1994), enquanto outros consideram que 
somente a expressão da presença de cada espécie 
em porcentagem ponderai é válida, pois a biomassa 
vegetal seria assim levada em consideração (THINON, 
1979; CARCAILLET& THINON, 1996). Essa asserção 
é baseada na premissa de que a contagem introduz 
um fator de erro na análise, devido às diferenças de 
tamanho dos fragmentos. 

No entanto, HEINZ (1991), SOLARI & VERNET 
(1992), THIÉBAULT (1994, 1997) e SCHEEL- 
YBERT (1998, 2000) interpretam seus dados a 
partir da contagem dos fragmentos expressa em 
porcentagens relativas de cada taxon, pois 
consideram que um maior número de fragmentos 
tende a testemunhar de uma biomassa vegetal mais 
importante, qualquer que seja seu tamanho. 

Na verdade, o valor das porcentagens obtidas pelo 
número ou pela massa relativa dos fragmentos é 
diferente e a hierarquia das espécies pode ser 
modificada segundo o método empregado, mas os 
diagramas antracológicos correspondentes 
mostram, em geral, a mesma evolução do conjunto 
da cobertura vegetal (KRAUSS-MARGUET, 1980, 
1981; CASTELLETTI, CREMASCHI 8 s NOTINI, 
1976; CASTELLETTI, 1978; THOMPSON, 1994). 
Diagramas antracológicos construídos a partir das 
porcentagens em número e em massa de fragmentos 
de carvão provenientes de uma fogueira atual de 
uso culinário que funcionou quotidianamente 
durante mais de dois meses foram comparados a 
uma estimativa da composição da vegetação local 
(BAZILE-ROBERT, 1982), mostrando uma boa 
correspondência entre os resultados da análise 
antracológica e a flora atual. A hierarquia das 
espécies foi mais bem respeitada pelas freqüências 
numéricas do que pelas freqüências ponderais. Nos 
dois casos houve sub- ou super-representação de 
alguns taxa nos resíduos carbonizados, mas essas 
foram mais importantes no caso das freqüências 
ponderais. Ou seja, as porcentagens numéricas 
forneceram uma melhor representação da 
vegetação do que as porcentagens de massa. 
Combustões experimentais realizadas com um 
mesmo volume de madeira de diferentes taxa 
(mesmo número de ramos de dimensões iguais), 
mostraram que sub- e super-representação 
poderiam ser devidas à redução de massa e à 
fragmentação diferencial durante a combustão. 


CHABAL (1997) argumenta que as diferenças de 
porcentagens obtidas pelo peso ou pela contagem 
dos fragmentos traduzem unicamente uma 
variabilidade aleatória no estado de fragmentação 
dos carvões. Segundo CHABAL ( op.cit .), contagem 
e peso conduziriam sensivelmente aos mesmos 
resultados, desde que fossem feitas correções 
baseadas na “lei de fragmentação”, mas a contagem 
dos fragmentos seria preferível por razões práticas. 
Essa hipótese se apóia no postulado que um peso 
mais importante significa uma maior quantidade 
de madeira. Ora, o peso é evidentemente 
proporcional à massa, mas, a volume igual, uma 
madeira mais densa produzirá resíduos mais 
pesados que uma madeira menos densa, já que a 
densidade dos carvões é correlacionada à 
densidade da madeira original. O coeficiente de 
transformação de massa é da ordem de 50% 
(BRIANE 85 DOAT, 1985; BEALL et al, 1974), ou 
seja, uma madeira de densidade 0 , 6 , por exemplo, 
produzirá um carvão cuja densidade variará entre 
0,25 e 0,35. Como a densidade de madeiras 
temperadas só pode variar entre 0,35 e 0,7, a 
escala de densidade dos carvões temperados é 
pequena, autorizando uma extrapolação do peso 
à biomassa. No entanto, essa variação é muito 
maior no caso das madeiras tropicais, cuja 
densidade seca pode ir de 0,1 a 1,3 (BRIANE 8s 
DOAT, 1985). Em conseqüência, a escala de 
densidade dos carvões também é muito maior nos 
trópicos, e seu peso não corresponde de modo 
algum à quantidade de biomassa original. 

A isso se soma o fato de que os fragmentos de 
carvão podem apresentar impregnações 
minerais posteriores à combustão que 
aumentam o peso dos fragmentos em proporções 
incontroláveis. No Sambaqui da Ilha da Boa 
Vista I, por exemplo, todos os vestígios 
arqueológicos estão fortemente impregnados por 
um depósito calcário, o que inclusive inviabiliza 
a determinação antracológica. Esse fenômeno, 
que também foi observado em um grande 
número de fragmentos de outros sambaquis, 
embora em menor grau (SCHEEL-YBERT, 1998), 
pode aumentar muito a margem de erro 
associada ao uso de porcentagens ponderais. 
Em conclusão, o emprego do peso dos carvões para 
estimar a quantidade de biomassa é totalmente 
desaconselhável para a reconstituição 
paleoambiental nos trópicos, não só devido à 
grande amplitude da escala de densidades 
estabelecida para as madeiras tropicais como pelo 
risco de existência de impregnações minerais. 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.3-14, jan./mar.2004 


10 


R. SCHEEL-YBERT 


Aplicações e perspectivas 

Os estudos realizados até o momento mostraram 
que a antracologia permite a obtenção, a partir 
das mesmas amostras, de informações 
importantes tanto no domínio das variações 
paleoambientais e paleoclimáticas quanto em 
aspectos paleoetnológicos. Os primeiros estudos 
realizados no Brasil (SCHEEL-YBERT, 2000, 2001; 
SCHEEL-YBERT etal, 2003) mostraram que esta 
disciplina, desenvolvida essencialmente em 
regiões temperadas, é perfeitamente aplicável às 
regiões tropicais. 

Partindo de uma abordagem inovadora, inédita no 
Brasil e no mundo tanto no que se refere à 
arqueologia quanto aos estudos paleoambientais, 
foi mostrado que estes dois temas interpretativos 
não são incompatíveis e podem ser abordados a 
partir do mesmo material. A intervenção do homem 
pré-histórico no transporte da madeira até o sítio 
arqueológico não invalida as reconstituições da 
vegetação passada baseadas na antracologia. Da 
mesma forma, o uso da antracologia para as 
reconstituições paleoambientais não deve ofuscar 
as informações paleoetnológicas contidas na 
mesma amostra. 

O material antracológico pode fornecer informações 
paleoetnológicas diversas em função dos elementos 
vegetais representados e do seu estado: 

1. Dados paleoambientais 

Os dados paleoambientais são fundamentais, pois 
eles permitem situar as populações pré-históricas 
no seu meio natural e compreender certos traços 
de sua evolução. Eles podem também fornecer uma 
explicação às migrações dos povos pré-históricos 
e a seu modo de vida. 

Por exemplo, a reconstituição paleoambiental do 
litoral sudeste do Estado do Rio de Janeiro 
(SCHEEL-YBERT, 1999, 2000, 2001) mostrou que 
a vegetação regional, que era constituída pelas 
diversas fisionomias da restinga, pela mata seca 
característica da região de Cabo Frio, pelo mangue 
e, mais para o interior, pela Mata Atlântica, não 
variou durante toda a segunda metade do Holoceno 
(aproximadamente 5500 a 1400 anos BP). Os 
sambaquieiros que ocuparam o litoral brasileiro 
habitavam basicamente a restinga, procurando se 
situar também nas proximidades de outras 
formações vegetais. 

Apesar da idéia bastante difundida de que os 
ambientes costeiros seriam extremamente sensíveis 


às mudanças climáticas, e que a vegetação costeira 
reagiria rapidamente a essas oscilações, a vegetação 
de terra firme deste litoral não sofreu alterações 
nem de origem antrópica, nem de origem climática, 
ao longo de vários séculos de ocupação. No entanto, 
variações significativas foram verificadas na 
vegetação de mangue, as quais foram associadas a 
oscilações climáticas (SCHEEL-YBERT, 2000). 

A estabilidade do meio ambiente vegetal é 
aparentemente contraditória com a ocorrência de 
variações climáticas, mas ela é uma conseqüência 
do caráter edáfico dos ecossistemas costeiros, que 
são pouco sensíveis às mudanças do clima 
(SCHEEL-YBERT, 2000, 2002b). A estabilidade do 
meio ambiente vegetal teve certamente 
conseqüências muito importantes para as 
populações pré-históricas. Ela pode ter sido um 
fator decisivo na vida dos sambaquieiros, 
contribuindo para sua sedentarização e para a 
conservação de um sistema sociocultural estável 
que se manteve por mais de 6000 anos. 

2. Economia do combustível 

A diversidade taxonômica da madeira, seu estado 
(madeira verde ou madeira morta) e sua morfologia 
(tamanho, diâmetro) no momento da coleta 
fornecem indicações importantes sobre a economia 
do combustível. 

No caso dos sambaquieiros, foi demonstrado que 
não havia seleção da lenha coletada para uso 
doméstico (SCHEEL-YBERT, 1999, 2001). Toda a 
lenha utilizada por essas populações provinha da 
coleta aleatória de madeira morta, realizada nas 
proximidades dos sambaquis. No entanto, em 
outros casos, ligados por exemplo à produção de 
cerâmica, é provável que uma seleção fosse 
praticada. O estudo de sítios ceramistas de tradição 
Tupiguarani será particularmente interessante 
para verificar essa hipótese. 

3. Desenvolvimento sociocultural 

Certos dados podem fornecer indicações sobre o 
desenvolvimento sociocultural de populações pré- 
históricas. Por exemplo, alguns dos resultados 
obtidos em sambaquis sugerem a prática de 
manejo (SCHEEL-YBERT, 2001), de ritos culturais 
de caráter religioso, ou uma utilização da madeira 
de certas espécies por razões econômicas 
específicas (ver discussão sobre Condalia; 
SCHEEL-YBERT, 1999, 2001), enquanto outros 
resultados puderam corroborar a hipótese de 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.3-14, jan./mar.2004 


TEORIA E MÉTODO EM ANTRACOLOGIA. I: CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS E PERSPECTIVAS 


11 


existência de sítios exclusivamente funerários 
(SCHEEL-YBERT, no prelo). 

Em todos esses casos, um certo nível de 
desenvolvimento sociocultural das populações em 
questão é sugerido. 

4. Dieta alimentar 

A presença de carvões de espécies vegetais 
cujos frutos são comestíveis, e sobretudo a 
presença de frutos, sementes e tubérculos, 
fornece indicações preciosas sobre a dieta 
alimentar das populações pré-históricas. 
Embora o estudo destes restos seja mais do 
campo da arqueobotânica do que da 
antracologia propriamente dita, eles são 
geralmente conservados por carbonização e 
encontrados em associação com o material 
antracológico. Sua análise é particularmente 
importante, pois esses vestígios são geralmente 
pouco distintos e freqüentemente ignorados 
pelos arqueólogos, ao contrário dos restos 
animais, maiores e de melhor preservação. 

A descoberta de fragmentos de tubérculos, cuja 
conservação é extremamente delicada, em sítios 
da Região dos Lagos (SCHEEL-YBERT, 1999, 
2001), atesta que eles eram largamente 
utilizados pelos sambaquieiros. A coleta de 
produtos vegetais era com certeza muito mais 
importante para a alimentação dessas 
populações do que precedentemente considerado 
pela comunidade científica. Todos os sítios 
analisados apresentaram fragmentos de 
coquinhos carbonizados, sementes e tubérculos 
de monocotiledôneas (provavelmente gramíneas, 
ciperáceas, taboa - Typha domingensis - e carás 
- Dioscorea spp.), esses últimos assinalados pela 
primeira vez no material proveniente de 
sambaquis. 

CONCLUSÕES 

Os estudos antracológicos são essencialmente 
interdisciplinares, e podem trazer uma série de 
informações úteis para as várias ciências e técnicas 
analíticas a eles relacionadas - Arqueologia, 
Paleoetnologia, Botânica, Paleoobotânica, Ecologia, 
Paleoecologia, Paleoclimatologia, Geologia do 
Quaternário, Pedologia, Análise de radioisótopos, 
entre outras. 

As pesquisas antracológicas, ao permitirem uma 
análise das variações paleoambientais e 


paleoclimáticas, podem fornecer subsídios aos 
quaternaristas e climatólogos que, a partir do 
conhecimento de situações passadas, procuram 
prever as situações ambientais relacionadas às 
variações climáticas atuais. 

Elas podem, em particular, oferecer resultados 
significativos no esclarecimento de diversas 
questões para a arqueologia brasileira, como o 
entorno da área de habitação, a área de captação 
de recursos etc., podendo levar a uma melhor 
compreensão das interações entre o homem e o 
meio ambiente e do desenvolvimento sociocultural 
das populações pré-históricas. 

AGRADECIMENTOS 

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento 
Científico e Tecnológico (CNPq - PROFIX 540207/ 
02-1) e à Fundação de Amparo à Pesquisa do 
Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ, E-26/152.430/ 
02 - Projeto “Soberanos da Costa”, sob coordenação 
de M.D. Gaspar), pelo apoio financeiro. 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

ASCH, N.B.; FORD, R.I. & ASCH, D.L., 1972. 

Paleoethnobotany of the Koster site: the Archaic 
horizons. Springfield: Illinois State Museum. 34p. 
(Reports of Investigations n.24). 

BADAL, E.; BERNABEU, J. & VERNET, J.L., 1994. 
Vegetation changes and human action from the Neolithic 
to the Bronze Age (7000-4000 BP) in Alicante, Spain, 
based on charcoal analysis. Vegetation History and 
Archaeobotany, Berlin, 3:155-166. 

BADAL-GARCIA, E. & HEINZ, C., 1991. Méthodes utilisées 
en anthracologie pour 1’étude de sites préhistoriques. 
In: WALDREN, W.H.; ENSENYAT, J.A. & KENNARD, R.C. 
(Eds.) Ilnd Deya International Conference of 
Prehistory. Recent developments in Western 
Mediterranean prehistory: Archaeological 
techniques, technology and theory. v.l. British 
Archaeological Reports International Series, Oxford, 
573:17- 47. 

BAILEYS, R.T. & BLANKENHORN, P.R., 1982. Calorific and 
porosity development in carbonized wood. Wood 
Science, Madison, 15(1): 19-28. 

BAZILE-ROBERT, E., 1982. Données expérimentales pour 
Tanthracoanalyse. Études Quaternaires Languedo 
ciennes, Vauvert, Cahier 2:19-28. 

BEALL, F.C.; BLANKENHORN, P.R. & MOORE, G.R., 1974. 
Carbonized wood - Physical properties and use as an 
SEM preparation. Wood Science, Madison, 6(3):212-219. 
BRIANE, D. & DOAT, J., 1985. Guide technique de la 
carbonisation. La fabrication du charbon de bois. Aix- 
en-Provence: EDISUD/Centre Technique Forestier 
Tropical. 178p. 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.3-14, jan./mar.2004 


12 


R.SCHEEL-YBERT 


CARCAILLET, C. & THINON, M., 1996. 

Pedoanthacological contribution to the study of the 
evolution of the upper treeline in the Maurienne 
Valley (North French Alps): methodology and 
preliminary data. Review of Palaeobotany and 
Palynology, Amsterdam, 91:399-416. 

CASTELLETTI, L., 1978. I carboni delia Grotta “Latronico 3” 
(Latronico, Provincia di Potenza). In: ATTI DELLA 
RIUNIONE SCIENTIFICA DELL’INSTITUTO ITALIANO DI 
PREISTORIA E PROTOISTORIA. 20. Florença, p.227-239. 

CASTELLETTI, L.; CREMASCHI, M. 8 & NOTINI, P., 1976. 
L’insediamento mesolitico di Lama Lite sulFApennino 
Tosco-Emiliano (Reggio Emilia). Preistoria Alpina, 
Trento, 12:7-32. 

CHABAL, L., 1988. Pourquoi et comment prélever les 
charbons de bois pour la période antique: les méthodes 
utilisées sur le site de Lattes (Hérault). Lattara, Lattes, 
1:187-222. 

CHABAL, L., 1988. L’étude paléoécologique de sites 
protohistoriques à partir des charbons de bois: la 
question de 1’unité de mesure. Dénombrements de 
fragments ou pesées? In: HACKENS, T.; MUNAUT, 
A.V. & TILL, C. (Eds.) Wood and Archaeology. 
PACT, Bruxelas, 22:189-205. (FIRST EUROPEAN 
CONFERENCE). 

CHABAL, L., 1991. L’Homme et l’évolution de la 
végétation méditerranéenne des Âges des Métaux à 
la Période Romaine: recherches anthracologiques 
théoriques, appliquées principalement à des sites du 
Bas-Languedoc. Montpellier. 435p. Tese (Doutorado em 
Fisiologia e Biologia de Organismos e Populações), 
Université des Sciences et Techniques du Languedoc. 

CHABAL, L., 1992. La représentativité paléo-écologique des 
charbons de bois archéologiques issus du bois de feu. 
Bulletin de la Société Botanique de France, 
Actualités Botaniques, Paris, 139(2/3/4):213-236. 

CHABAL, L., 1997. Forêts et sociétés en Languedoc 
(Néolithique final, Antiquité tardive): L’anthracologie, 
méthode et paléoécologie. Paris: Documents 
d’Archéologie Française. v.63, 188p. 

FIGUEIRAL, L, 1993. Charcoal analysis and the vegetational 
evolution of north-west Portugal. Oxford Journal of 
Archaeology, Oxford, 12(2):209-222. 

FIGUEIRAL, L, 1995. Evidence from charcoal analysis 
environmental change during the interval late Bronze 
Age to Roman, at the archaeological site of Castro de 
Penices, N.W. Portugal. Vegetation History and 
Archaeobotany, Berlin, 4:93-100. 

FISH, S.K.; DE BLASIS, P.; GASPAR, M.D. & FISH, P.R., 
2000. Eventos incrementais na construção de 
sambaquis, litoral sul do estado de Santa Catarina. 
Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, São 
Paulo, 10:69-87. 

GASPAR, M.D. (No prelo). Soberanos da Costa. In: 
CONGRESSO DA SOCIEDADE DE ARQUEOLOGIA 
BRASILEIRA, 11., Rio de Janeiro. Atas. 

GODWIN, H. 86 TANSLEY, A.G., 1941.Prehistoric charcoals 
as evidence of former vegetation, soil and climate. 
Journal of Ecology, Putney, 29(1):117-126. 

GOUVEIA, S.E.M.; PESSENDA, L.C.R.; BOULET, R.; 
ARAVENA, R. 8 & SCHEEL-YBERT, R., 1999. Isótopos do 


carbono dos carvões e da matéria orgânica de solos em 
estudos de trocas de vegetação e clima no Quaternário 
recente e da taxa de formação de solos no Estado de 
São Paulo. Anais da Academia Brasileira de Ciências, 
Rio de Janeiro, 71(4-11) :969-980. 

GOUVEIA, S.E.M; PESSENDA, L.C.R.; ARAVENA, R.; 
SCHEEL-YBERT, R. 86 BOULET, R., 2002. Carbon 
isotopes in charcoal and soils in studies of 
palaeovegetation and climate changes during the late 
Pleistocene and the Holocene in the São Paulo State 
(southeast Brazil). Global and Planetary Change, 
Amsterdam, 33:95-106. 

HEINZ, C., 1990. Dynamique des végétations Holocènes en 
Méditerranée nord occidentale d’après 1’anthracoanalyse 
de sites préhistoriques : méthodologie et paléoécologie. 

Paléobiologie Continentale, Montpellier, 16(2): 1-212. 

HEINZ, C., 1991. Upper Pleistocene and Holocene 
vegetation in the south of France and Andorra. 
Adaptations and first ruptures: New charcoal analysis 
data. Review of Palaeobotany and Palynology, 
Amsterdam, 69:299-324. 

HEINZ, C. 86 THIÉBAULT, S., 1998. Characterization and 
palaeoecological significance of archaeological charcoal 
assemblages during late and post-glacial phases in 
Southern France. Quaternary Research, Washington, 
50:56-68. 

HEIZER, R.F., 1963. Domestic fuel in primitive society. The 
Journal of the Royal Anthropological Institute of 
Great Britain and Ireland, Londres, 93:186-194. 

HOPKINS, M.S.; ASH, J.; GRAHAM, A.W.; HEAD, J. 8 & 
HEWETT, R.K., 1993. Charcoal evidence of the spatial 
extent of the Eucalyptus woodland expansions and 
rainforest contractions in North Queensland during the 
late Pleistocene. Journal of Biogeography, Oxford, 
20:357-372. 

JONES, G.E.M., 1991. Numerical analysis in 

archaeobotany. In: VAN ZEIST, W.; WASYLIKOWA, K. 8 & 
BEHRE, K.-E. (Eds.) Progress in Old World 
Palaeoethnobotany. Rotterdam: Balkema. p.63-80. 

KADANE, J.B., 1988. Possible statistical contributions to 
paleoethnobotany. In: HASTORF, C.A. 85 POPPER, V.S. 
Current Paleoethnobotany: Analytical methods and 
cultural interpretation of archaeological plant 
remains. Chicago, London: The University of Chicago 
Press. p.206-214. 

KOHLER, T.A. 8 & MATTHEWS, M.H., 1988. Long-term 
Anasazi land use and forest reduction: a case study from 
Southwest Colorado. American Antiquity, Washington, 
53(3):537-564. 

KRAUSS-MARGUET, L, 1980. Contribution à 1’histoire de 
la végétation postglaciaire des Grands Causses d’après 
1’analyse anthracologique du gisement préhistorique 
de la Poujade (Commune de Millau, Aveyron). 

Montpellier. 75p. Diplome d’Études Supérieures, 
Université des Sciences et Techniques du Languedoc. 

KRAUSS-MARGUET, L, 1981. Analyse anthracologique du 
gisement post-glaciaire de la Poujade (Millau, Aveyron). 
In: VERNET, J.L. (Dir.) Le milieu naturel au 
Quaternaire dans les Causses et vallées 
périphériques. Paléobiologie Continentale, 
Montpellier, 12(1):93-110. 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.3-14, jan./mar.2004 


TEORIA E MÉTODO EM ANTRACOLOGIA. I: CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS E PERSPECTIVAS 


13 


LOPINOT, N.H., 1984. Archaeobotanical formation 
processes and the Late Middle Archaic human-plant 
interrelationships in the midcontinental USA. 529p. 
Tese (Doutorado), Southern Illinois University at 
Carbondale. 

LOREAU, P., 1994. Du bois au charbon de bois : approche 
expérimentale de la combustion. Montpellier. 64p. 
Dissertação (Mestrado - DEA - em Ambiente e 
Arqueologia), Université des Sciences et Techniques du 
Languedoc. 

NEUMANN, K., 1989. Holocene vegetation of the Eastern 
Sahara: charcoal from prehistoric sites. The African 
Archaeological Review, Dordrecht, 7:97-116. 

NEUMANN, K.; KAHLHEBER, S. 85 UEBEL, D., 1998. 
Remains of woody plants from Saouga, a medieval west 
African village. Vegetation History and 
Archaeobotany, Berlin, 7:57-77. 

NEWSOM, L.A., 1991. Paleoethnobotanical analysis ofmidden 
remains from the Wanapa site (B-016), Bonaire. In: 
HAVISER, J.B. (Ed.) The First Bonaireans. Curaçao: 
Archaeological-Anthropological Institute of the Netherlands 
Antilles, Report n.10, p.242-262. (Appendix I). 

NEWSOM, L.A., 1993. Plants and people: cultural, biological 
and ecological responses to wood exploitation. In: 
SCARRY, C.M. (Ed.) Foraging and Farming in the 
Eastern Woodlands. Gainesville: University Presses of 
Florida, p. 115-137. 

PEARSALL, D.M., 1979. The application of ethnobotanical 
techniques to the problem of subsistence in the 
Ecuadorian Formative. Urbana. 280p. Tese (Doutorado 
em Antropologia), University of Illinois. University 
Microfilms. 

PEARSALL, D.M., 1983. Evaluating the stability of 
substistence strategies by use of paleoethnobotanical 
data. Journal of Ethnobiology, Chapei Hill, 3:121-137. 

PIQUÉ I HUERTA, R., 1999. Producción y uso dei 
combustible vegetal: una evaluación arqueológica. 
Barcelona: Universitat Autónoma de Barcelona. 308p. 
(Treballs d’Etnoarqueologia, 3). 

POPPER, V.S., 1988. Selecting quantitative measurements 
in paleoethnobotany. In: HASTORF, C.A. & POPPER, 
V.S. Current Paleoethnobotany: Analytical methods 
and cultural interpretation of archaeological plant 
remains. Chicago, London: The University of Chicago 
Press. p.53-71. 

PRIOR, J. & WILLIAMS, D.P., 1985. An investigation of climatic 
change in the Holocene epoch using archaeological 
charcoal from Swaziland, Southern África. Journal of 
Archaeological Science, San Diego, 12:457-475. 

RECORD, S.J. & HESS, R.W., 1943. Timbers of the New 
World. New Haven: Yale Univ. Press. 640p. 

ROSSEN, J. 86 OLSON, J., 1985. The controlled 
carbonization and archaeological analysis of SE U.S. 
wood charcoals. Journal of Field Archaeology, Boston, 
12(4):445-456. 

SALISBURY, E.J. 8 & JANE, F.W., 1940. Charcoals from 
Maiden Castle and their significance in relation to the 
vegetation and climatic conditions in prehistoric times. 
Journal of Ecology, Putney, 28:310-325. 

SCHEEL, R.; GASPAR, M.D. 86 YBERT, J.P., 1996a. A 
anatomia dos carvões pré-históricos. Arqueologia 


encontra respostas em restos de fogueiras e incêndios 
florestais. Revista Ciência Hoje, Rio de Janeiro, 
21(122):66-69. 

SCHEEL, R.; GASPAR, M.D. 86 YBERT, J.P., 1996b. 
Antracologia, uma nova fonte de informações para a 
arqueologia brasileira. Revista do Museu de 
Arqueoogia e Etnologia, São Paulo, 6:3-9. 

SCHEEL-YBERT, R., 1998. Stabilité de l’écosystème sur le 
littoral Sud-Est du Brésil à 1’Holocène Supérieur (5500- 
1400 ans BP). Les pêcheurs-cueilleurs-chasseurs et le 
milieu végétal: apports de l’anthracologie. Montpellier. 
3 volumes. 520p. Tese (Doutorado em Biologia de 
Populações e Ecologia), Université des Sciences et 
Techniques du Languedoc. 

SCHEEL-YBERT, R., 1999. Paleoambiente e paleoetnologia 
de populações sambaquieiras do sudeste do Estado do 
Rio de Janeiro. Revista do Museu de Arqueoogia e 
Etnologia, São Paulo, 9:43-59. 

SCHEEL-YBERT, R., 2000. Vegetation stability in the 
Southeastem Brazilian Coastal area from 5500 to 1400 14 C 
yr BP deduced from charcoal analysis. Review of 
Palaeobotany and Palynology , Amsterdam, 110:111-138. 

SCHEEL-YBERT, R., 2001. Man and vegetation in the 
Southeastem Brazil during the Late Holocene. Journal 
of Archaeological Science, San Diego, 28(5):471-480. 

SCHEEL-YBERT, R., 2002a. Late Holocene south-eastern 
Brazilian fisher-gatherer-hunters: environment, wood 
exploitation and diet. In: THIÉBAULT, S. (Ed.) Charcoal 
analysis: methodological approaches, 

palaeoecological results and wood uses. British 
Archaeological Reports International Series, Oxford, 
1063:159-168. 

SCHEEL-YBERT, R., 2002b. Vegetation stability in the 
Brazilian littoral during the late Holocene: 
anthracological evidence. Revista Pesquisas em 
Geociências, Porto Alegre, 28(2):315-323. 

SCHEEL-YBERT, R. (No prelo). Os sambaquieiros e o mundo 
vegetal: meio ambiente, utilização da madeira e 
alimentação. In: CONGRESSO DA SOCIEDADE DE 
ARQUEOLOGIA BRASILEIRA, 11., Rio de Janeiro. Atas... 

SCHEEL-YBERT, R.; GOUVEIA, S.E.M.; PESSENDA, L.C.R.; 
ARAVENA, R.; COUTINHO, L.M. 8 & BOULET, R., 2003. 
Holocene palaeoenvironmental evolution in the São 
Paulo State (Brazil), based on anthracology and soil d 13 C 
analysis. The Holocene, Londres, 13(1):73-81. 

SILVA, J.G. 86 OLIVEIRA, A.S., 1989. A vegetação de restinga 
no município de Maricá, RJ. Acta Botanica Brasílica, 
São Paulo, supl., 3(2):253-272. 

SMART, T.L. 86 HOFFMAN, E.S., 1988. Environmental 
interpretation of archaeological charcoal. In: HASTORF, 
C.A. 86 POPPER, V.S. Current Paleoethnobotany: 
Analytical methods and cultural interpretation of 
archaeological plant remains. Chicago, London: The 
University of Chicago Press. p. 167-205. 

SMITH, M.A.; VELLEN, L. 86 PASK, J., 1995. Vegetation 
history from archaeological charcoals in central 
Australia: The late Quaternary record from Puritjarra 
rock shelter. Vegetation History and Archaeobotany, 
Berlin, 4:171-177. 

SOLARI, M.E., 1990. Estúdio antracologico dei sitio Punta 
Baja I (Mar de Otway). Anales dei Instituto de la 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.3-14, jan./mar.2004 


14 


R.SCHEEL-YBERT 


Patagônia, sér. Ciências Sociales, Punta Arenas, 
19:115-120. 

SOLARI, M.E., 1993/94. Estúdio antracologico dei 
Archipielago dei Cabo de Hornos y Seno Grandi. Anales 
dei Instituto de la Patagônia, sér. Ciências Humanas, 

Punta Arenas, 22:137-148. 

SOLARI, M.E. 86 VERNET, J.L., 1992. Late glacial and 
Holocene vegetation of the Corbières based on charcoal 
analysis at the Cova de 1’Espérit (Salses, Pyrénées 
orientales, France). Review of Palaeobotany and 
Palynology, Amsterdam, 71:111-120. 

STERNBERG, H.O’R., 1968. Man and environmental change 
in South America. In: FITTKAU, E.J.; ILLIES, J.; KLINGE, 
H.; SCHWABE, G.H. 8& SIOLI, H. (Eds.) Biogeography 
and ecology in South America. The Hague: Dr. W. Junk 
N.V. publ. p.413-445. 

STIMELY, G.L. 86 BLANKENHORN, P.R., 1985. Effects of 
species, specimen size, and heating rate on char yield 
and fuel properties. Wood and Fiber Science, Madison, 
17(14):477-489. 

TARDY, C., 1998. Paléoincendies naturels, feux 
anthropiques et environnements forestiers de 
Guyane Française du Tardiglaciaire à 1’Holocène 
récent. Approches chronologique et anthracologique. 

Montpellier. 493p. Tese (Doutorado em Biologia de 
Populações e Ecologia), Université des Sciences et 
Techniques du Languedoc. 

THÉRY-PARISOT, L, 2001. Économie des combustibles 

au Paléolithique. Paris: CNRS. 196p. 

THIÉBAULT, S., 1994. Evolution de la végétation holocène 
à la Balme de Thuy (Haute-Savoie, France), 1’apport de 
1’anthracologie. Revue de Paléobiologie, Genève, 
13(2):341-350. 

THIÉBAULT, S., 1997. Early-Holocene vegetation and the 
human impact in central Provence (Var, France): 
charcoal analysis of the Baume de Fontbrégoua. The 
Holocene, Londres, 7(3):343-349. 

THIÉBAULT, S. 86 VERNET, J.-L., 1987. Macro-restes. In: 
RENAULT-MISKOVSKI, J. (Ed.) Géologie de la 
Préhistoire. Paris: Association pour 1’Étude de 
1’Environnement Géologique de la Préhistoire, Maison de 
la Géologie. p.619-634. 

THINON, M., 1978. La pédoanthracologie: une nouvelle 
méthode d’analyse phytochronologique depuis le 
néolithique. Comptes Rendus de l’Académie des 
Sciences de Paris, Paris, sér. D, 287:1203-1206. 

THINON, M., 1979. Incidence écologique des reboisements 
du Mont Ventoux (Vaucluse). Aspects floristiques et 
pédologiques. Marseille. 117p. Tese (Doutorado em 


Ciências Biológicas), Université d’Aix-Marseille, Faculté 
des Sciences et Techniques de Saint Jérôme. 

THOMPSON, G.B., 1994. Wood charcoals for tropical sites: 
a contribution to methodology and interpretation. In: 
HATHER, J.G. (Ed.) Tropical Archaeobotany. 
Applications and new developments. London, New 
York: Routledge. p.9-33. 

TUSENIUS, M.L., 1989. Charcoal analytical studies on the 
north-eastern Cape, South África. South African 
Archaeological Society Goodwin Series, Cape Town, 
6:77-83. 

VERNET, J.L., 1973. Étude sur 1’histoire de la végétation 
du sud-est de la France au Quaternaire, d’après les 
charbons de bois principalement. Paléobiologie 
Continentale, Montpellier, 4(1): 1-90. 

VERNET, J.L., 1977. Les macrofossiles végétaux et la 
paléoécologie du Pléistocène. Bulletin de l’Association 
Française pour l’étude du Quaternaire, Paris, suppl., 
47:53-55. 

VERNET, J.L., 1990. Man and vegetation in the 
Mediterranean area during the last 20,000 years. In: 
CASTRI, F. Dl; HANSEN, A.J. 8& DEBUSSCHE, M. (Eds.) 

Biological invasions in Burope and the 
Mediterranean Basin. Dordrecht: Kluwer Academic 
Publishers. p. 161-168. 

VERNET, J.L. (Org.), 1992. Les charbons de bois, les anciens 
écosystèmes et le rôle de 1’homme. Actes du Colloque. 

Bulletin de la Société Botanique de France, Paris, 
Actual. bot., 139(2/3/4):725p. 

VERNET, J.L., 1997 - L’homme et la forêt 

méditerranéenne de la préhistoire à nos jours. Paris: 
editions Errance. 248p. 

VERNET, J.L. 86 THIÉBAULT, S., 1987. An approach to 
northwestern Mediterranean recent prehistoric 
vegetation and ecologic implications. Journal of 
Biogeography, Oxford, 14:117-127. 

VERNET, J.L.; BAZILE, E. 8& EVIN, J., 1979. Coordination 
des analyses anthracologiques et des datations 
absolues sur charbon de bois. Bulletin de la Société 
Préhistorique Française, Paris, 76(3):76-79. 

WILLCOX, G.H., 1974. A history of deforestation as 
indicated by charcoal analysis of four sites in 
eastern Anatolia. Journal of the British Institute 
of Archaeology at Ankara, Londres, Ankara, 
24:117-133. 

ZALUCHA, L.A., 1982. Methodology in paleoethnobotany: 
a study in vegetational reconstruction dealing with 
the Mill Creek culture of northwestern Iowa. Madison. 
384p. Tese (Doutorado). University of Wisconsin-Madison. 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.3-14, jan./mar.2004 


nnniTOnnnrtnnnn i 

nnniiitiiiMiftfinnni 


Arquivos do Museu Nacional, Rio de Janeiro, v.62, n.l, p. 15-23, jan./mar.2004 
ISSN 0365-4508 


ESTUDO POLÍNICO DE ESPÉCIES DE PTICAIRNIOIDEAE E 
TILLANDSIOIDEAE (BROMELIACEAE JUSS.) OCORRENTES NA 
RESTINGA DE CARAPEBUS, ESTADO DO RIO DE JANEIRO * 

(Com 57 figuras) 


FABIANA CARVALHO DE SOUZA 2 3 
CLÁUDIA BARBIERI FERRREIRA MENDONÇA 2 4 
VANIA GONÇALVES-ESTEVES 2 5 


RESUMO: São tratadas, palinologicamente, 12 espécies de duas subfamílias de Bromeliaceae encontradas 
em restinga do Estado do Rio de Janeiro: subfamília Pticairnioideae, uma espécie: Dyckia pseudococcinea e 
subfamília Tillandsoideae (onze espécies): Tillandsia gardneri; T. geminiflora; T. globosa; T. mallemontii; T. 
polystachia; T. recurvata; T stricta; T. tenuifolia; T. tricholepis, T. usneoides e Vriesea neoglutinosa. Os grãos 
de pólen foram tratados pela acetólise láctica, medidos, descritos e ilustrados sob microscopia de luz e 
eletrônica de varredura (MEV). As espécies aqui estudadas apresentaram grãos de pólen predominantemente 
médios, heteropolares, âmbito elíptico, plano-convexos ou biconvexos em vista equatorial, monocolpados, 
exina microrreticulada, reticulada com perfurações ou perfurada. Apesar da pequena amostragem estudada, 
pode-se concluir que as espécies de Tillandsia são relativamente heterogêneas quando são consideradas as 
características da ornamentação e os valores do intervalo de confiança a 95%. 

Palavras-chave: Palinologia, Bromeliaceae, Dyckia, Tillandsia, Vriesea. 

ABSTRACT: Polinical study of species of Pticairnoideae and Tillandsoideae (Bromeliaceae Juss.) ocurring at 
Restinga de Carapebus, Rio de Janeiro State. 

Twelve species (Pticairnioideae subfamily - one species: Dyckia pseudococcinea; Tillandsoideae subfamily 
- eleven species: Tillandsia gardneri; T. geminiflora; T. globosa; T. mallemontii; T. polystachia; T. recurvata; 
T. stricta; T. tenuifolia;. T. tricholepis; T. usneoides and Vriesea neoglutinosa ) belonging to the Bromeliaceae 
family which were found in the “restinga” of the State of Rio de Janeiro are palynologically treated in this 
paper. The pollen material was submited to lactic acetolize, measured, described and illustrated with light 
or eletronmicrography (SEM). The results showed that the species presented médium size, heteropolars, 
elliptical amb, plano-convex equatorially or biconvex, 1-colpate pollen grains, microreticulate, reticulate 
with perforate or perforate exine. The authors conclude that Tillandsia species were palynologically relatively 
heterogeneous and when it could be considered to characteristics of the sexine ornamentation and of the 
confidence interval to 95% values. 

Key words: Palynology, Bromeliaceae, Dyckia, Tillandsia, Vriesea. 


INTRODUÇÃO 

A família Bromeliaceae está bem representada nas 
restingas do Estado do Rio de Janeiro e em 
Carapebus são encontradas cerca de 19 espécies 
distribuídas em duas subfamílias. O presente 
trabalho retrata os resultados do estudo 
palinológico de 12 espécies desta restinga onde a 
subfamília Pticairnioideae está representada por 
uma espécie Dyckia pseudococcinea L.B. Sm. e a 
Tillandsioideae, pelas seguintes espécies: Tillandsia 
gardneri Lindl.; T. geminiflora Brongn.; T. globosa 


Wawra.; T. mallemontii Glaz. ex. Mez.; T. polystachia 
(L.) L.; T. recurvata (L.) L.; T. stricta Sol.; T. tenuifolia 
L.; T. tricholepis Baker., T. usneoides (L.) L. e Vriesea 
neoglutinosa Mez. Pretende-se com este trabalho, 
contribuir para a formação de um catálogo polínico 
da flora das restingas fluminenses analisando, 
inicialmente, a restinga de Carapebus. 

MATERIAL E MÉTODOS 

O material polínico foi obtido de exsicatas 
depositadas nos herbários do Museu Nacional - Rio 


1 Submetido em 27 de abril de 2001. Aceito em 19 de setembro de 2003. 

2 Museu Nacional/UFRJ, Departamento de Botânica. Quinta da Boa Vista, São Cristóvão, 20940-040, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. 

3 Bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ). 

4 Bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). 

5 Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). 






16 


F.C. SOUZA, C.B.F.MENDONÇA & V. GONÇALVES-ES TEVES 


de Janeiro (R), do Jardim Botânico do Rio de Janeiro 
(RB) e da Fundação Estadual de Engenharia do Meio 
ambiente Alberto Castellanos (GUA). 

Quando não foi encontrado material fértil na 
restinga de Carapebus, procurou-se espécimens de 
outras regiões e/ou estados brasileiros para 
representar a espécie. 

Para cada espécie determinou-se um espécime 
como “padrão”, indicado por asterisco junto à sigla 
do herbário depositário. Procurou-se estudar 
outros espécimes de cada espécie, denominados 
“material de comparação” com a finalidade de se 
estabelecer a variação morfométrica dos 
espécimes. Segue a relação do material estudado: 
Pticairnioideae 

Dyckia pseudococcinea - RIO DE JANEIRO, 
Itaipuaçu, R197371, R.Moura 134, XI/1998; 
R197387, R.Moura 135, XI/1998; *R181954, 
A.Souza s.n., XI/1984. 

Tillandsioideae 

Tillandsia gardneri- RIO DE JANEIRO, Carapebus, 
*R189734, V.L.C.Martins 323, e outros, 27/VI/ 
1996; MINAS GERAIS, RB62565, Brade 19071 e 
outros, 03/V/1948; SANTA CATARINA, RB329099, 
G.Martinelli 14995 e outros, 1998. 

T. geminiflora - RIO DE JANEIRO, Mangaratiba, 
*R192973, R.Moura 91, 17-19/X/1997; R48884, 
R.Reitz 1509, 07/X/1944; RI 15837, Z.A.Trinta 897 
e outros, 20/IX/1964. 

T. globosa - RIO DE JANEIRO, Mangaratiba, 
*R192974, R.Moura 92, 17-19/X/1997; R28036, 
W.Till s.n., 21 /XIII/ 1997, RIO DE JANEIRO, 
MAUÁ, R46210, E.Ule 4067, 04/XIII/1997. 

T. mallemontii - RIO DE JANEIRO, Restinga de 
Grumari, R102775, G.K.Brown s.n.,09/X/1997; 
*R46285, F.O.Pecbolt s.n. e outros, 09/X/1997; 
R163463, J.Vidal 954, XII/1997. 

T. polystachia - RIO DE JANEIRO, Restinga de Cabo 
Frio, *RB195585, G.Martinelli 2567, 27/VI/1977; 
RIO DE JANEIRO, Rio das Flores, RB 163621, 

D. Sucre 7762, 07/X/19971. 

T. recurvata - RIO DE JANEIRO, Jardim Botânico, 
*RB78021, Brade 15027, 1/1936; RB136497, 

E. Pereira 10544, 14/11/1967. 

T. tricholepis - RIO DE JANEIRO, Restinga da 
Tijuca, *RB75072, Machado s.n., 16/1/1947; RIO 
DE JANEIRO, Jardim Botânico, RB77533, Brade 
20620, 13/11/1952; RB136500, E.Pereira 10504, 
27/XII/1996. 

T. stricta- RIO DE JANEIRO, Carapebus, R187548, 
L.Gusmão 27 e outros, 28/111/1995; *R187346, 


A.S.Oliveira 3695 e outros, 15/111/1995; R187481, 
J.G. da Silva 3040 e outros, 19/IV/1995. 

T. tenuifolia - RIO DE JANEIRO, Teresópolis, 
R46835, A.C.Brade 10410, 13/V/1939; *R46865, 
A.Sampaio 2538, V/1977; R46864, A.Sampaio 
252, V/1977. 

T. usneoides - RIO DE JANEIRO, Carapebus, 
R190493, A.S.Oliveira 3812 e outros, 28/XI/ 
1996; *R192032, F.C.Pereira 19, 29/1/1997; 
R192309, M.G.Santos 104, 18/IV/1995. 
Vriesea neoglutinosa - RIO DE JANEIRO, 
Saquarema, *R191136, A.Costa 699 e outros, VI/ 
1996; R189313, A.Costa 509 e outros, 11/1995; 
RIO DE JANEIRO, Angra dos Reis, R189663, 
A.Costa s.n., IV/1997. 

Para a análise sob microscopia de luz foi 
utilizado o método da acetólise láctica a 40% 
(RAYNAL 85 RAYNAL, 1971) para os gêneros 
Dyckia e Tillandsia por serem os grãos de pólen, 
na maioria, frágeis e 60% (RAYNAL 8s RAYNAL, 
1971) para a espécie do gênero Vriesea por 
apresentar grãos de pólen, muito frágeis. Para 
a montagem das lâminas, foram colocadas 
esferas de massa de modelagem (ca. lmm de 
diâmetro) entre a lâmina e a lamínula para 
evitar o amassamento dos grãos de pólen com 
parede frágil (REITSMA 1969). Os grãos de 
pólen foram medidos e fotomicrografados até 
três dias após sua preparação (WANDERLEY 
8s MELHEM, 1991). 

Para a obtenção das eletromicrografias, 2 a 3 
anteras foram maceradas, liberando os grãos de 
pólen (não acetolisados) sobre stubs previamente 
recobertos por fita adesiva de carbono dupla face. 
O material sobre o suporte foi metalizado em ouro 
puro por três minutos. 

Do material padrão foram medidos os diâmetros 
de 25 grãos de pólen: diâmetro maior (D J e menor 
(D m ) em vista polar; diâmetro polar (P) e diâmetro 
maior (DJ em vista equatorial. 

Foram realizados os tratamentos estatísticos 
(VIEIRA, 1981) calculando-se a média aritmética 
(x), o desvio padrão da amostra (s), o desvio 
padrão da média (s-), o coeficiente de 
variabilidade (cv%) e o intervalo de confiança a 
95% (IC 95%). Para os demais caracteres como 
as aberturas, as camadas da exina e os 
diâmetros/eixos dos grãos de pólen do material 
de comparação, foi calculada a média aritmética 
de 10 medidas. 

As descrições tiveram como base as observações 
realizadas sob microscópio óptico [sensu 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p. 15-23, jan./mar.2004 


ESTUDO POLÍNICO DE ESPÉCIES DE PTICAIRNIOIDEAE E TILLANDSIOIDEAE DE CARAPEBUS, RJ 


17 


ERDTMAN, 1952); a terminologia adotada foi a 
de BARTH & MELHEM (1988) e a de PUNT et 
dl. (1999). 

RESULTADOS 
Subfamília Pticairnioideae 

Dyckiapseudococcinea (Figs. 1-6) apresentou grãos 
de pólen médios (Tabs.1-2), heteropolares, amb 
elíptico, monocolpados (Fig.l), equatorialmente 
biconvexos, exina microrreticulada (Figs.3-5). Os 
colpos são longos, largos (Tab.3); a exina é 
microrreticulada, simplescolumelada, muros 
largos, lúmens de contornos variáveis (Figs.4-5), 
a sexina é ligeiramente mais espessa do que a 
nexina (Tab.3). Em MEV pode-se observar que os 
muros são baixos, largos, com perfurações 
esparsas (Fig.3). 

Subfamília Tillandsioideae 

As espécies de Tillandsia (Figs.7-53) apresentaram 
grãos de pólen, predominantemente, médios 
(Tabs.1-2), âmbito elíptico, heteropolares, 
monocolpados (Figs.l, 7, 25, 41), exina 
microrreticulada ( T. geminiflora, T. stricta, T. 
usneoides), reticulada (T. mallemontii, T. recurvata, 
T. tenuifolia e T. tricholepis) ou perfurada em T. 
gardneri e T. globosa (Figs.9, 22). Em vista 


equatorial observa-se que a face proximal é 
convexa e a distai, pode ser plana ou levemente 
convexa (T. gardneri, T. globosa e T. usneoides). 
Os colpos são longos, largos ou muito largos em 
T. mallemontii e T. tenuifolia (Tab.3); a sexina é 
simplescolumelada, podendo ser igual ou 
ligeiramente mais espessa que a nexina (Tab.2). 
Pode-se observar em MEV que os lúmens dos 
retículos apresentam ornamentação em T. 
mallemontii, T. recurvata e T. tricholepis (Figs.29, 
31, 48); que a exina de T. stricta é considerada 
microrreticulada com perfurações em microscopia 
de luz (Fig.38) e perfurada em MEV (Fig.40). A 
única espécie de Vrisea estudada, V. neoglutinosa 
(Figs.54-57) os grãos de pólen são de tamanho 
médio (Tabs.1-2), heteropolares, âmbito elíptico 
(Fig.54), monocolpados, equatorialmente, plano- 
convexos (Fig. 55), com exina reticulada. Os colpos 
são recobertos por membrana ornamentada, o que 
dificulta a visualização dos limites do colpo 
(Fig.54), a exina é heterorreticulada, 
simplescolumelada, os muros são estreitos, com 
perfurações esparsas (Figs.56-57). 

A tabela 4 mostra que, na maioria dos táxons 
estudados, as medidas dos grãos de pólen do 
material de comparação se mantiveram dentro dos 
limites do intervalo de confiança ou da faixa de 
variação, encontrados para o material padrão. 


Tabela 1. Medidas (em pm) dos grãos de pólen, em vista equatorial, de espécies de Dyckia, Tillandsia e 
Vriesea (n=25) 


ESPÉCIES 

FAIXA DE 
VARIAÇÃO 

DIÂMETRO POLAR (P) 

x± Sx- S I.C. 95% 

CV% 

FAIXA DE 
VARIAÇÃO 

DIÂMETRO MAIOR (Dm) 

X± Sx s I.C. 95% 

CV% 

Dyckia pseudococcinea 

28,7-31,2 

30,2+0,2 

0,9 

29,8-30,6 

3,0 

18,7-21,2 

19,9±0,2 

0,8 

19,5-20,3 

4,0 

Tillandsia gardneri 

30,0-32,5 

30,7±0,2 

0,8 

30,3-31,1 

2,6 

42,5-45,0 

44,1±0,2 

0,9 

43,7-44,5 

2,0 

T. geminiflora 

29,0-31,0 

30,0+0,2 

1,0 

29,6-30,4 

3,3 

41,2-42,5 

41,7±0,1 

0,6 

41,5-41,9 

1,4 

T. globosa 

32,5-34,5 

33,2+0,1 

0,6 

33,0-33,4 

1,8 

45,0-46,0 

45,4+0,1 

0,6 

45,2-45,6 

1,3 

T. mallemontii 

16,0-18,5 

17,5±0,2 

1,0 

17,1-17,9 

5,7 

32,5-35,0 

33,0±0,2 

1,0 

32,6-33,4 

3,0 

T. polystachia 

37,5-40,0 

39,0±0,2 

0,9 

38,6-39,4 

2,4 

61,2-65,0 

62,6±0,4 

1,8 

61,8-63,4 

2,9 

T. recurvata 

20,0-21,25 

20,4±0,1 

0,6 

20 ,2-20,6 

2,9 

28,7-30,0 

29,4±0,1 

0,6 

29,2-29,6 

2,0 

T. stricta 

25,0-27,5 

26,6+0,2 

1,0 

26,2-27,0 

3,8 

35,0-40,0 

37,8±0,3 

1,0 

37,4-38,2 

2,6 

T. tenuifolia 

25,0-26,0 

25,7±0,1 

0,6 

25,5-25,9 

2,3 

40,0-41,0 

40,5±0,1 

0,6 

40,3-40,7 

1,5 

T. tricholepis 

16,2-18,7 

17,4±0,2 

0,8 

17,4-17,8 

4,6 

27,5-30,0 

29,1±0,2 

1,1 

28,7-29,5 

3,8 

T. usneoides 

20,0-22,5 

20 ,2+0,2 

1,0 

19,8-20,6 

5,0 

25,0-28,7 

26,0+0,2 

1,2 

25,6-26,4 

4,6 

Vriesea neoglutinosa 

35,0-40,0 

36,7+0,4 

1,9 

35,9-37,5 

5,2 

55,0-57,5 

56,0±0,2 

1,2 

55,6-56,4 

2,2 


(jc) média aritmética, (s-) desvio-padrão da média, (s) o desvio-padrão da amostra, (I.C.) intervalo de confiança, 
(CV) coeficiente de variabilidade. 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p. 15-23, jan./mar.2004 





F.C. SOUZA, C.B.F.MENDONÇA & V. GONÇALVES-ES TEVES 


Tabela 2. Medidas (em pm) dos grãos de pólen, em vista polar, de espécies de Dyckia, Tillandsia e 
Vriesea (n=25) 




Diâmetro maior (Dm) 



Diâmetro menor (Dm) 


ESPÉCIES 

Faixa de 
Variação 

-X + Sx 

s 

I.C. 95% 

CV% 

Faixa de 
Variação 

1 Sx 

s 

I.C. 95% 

CV% 

Dyckia pseudococcinea 

29,0-31,2 

30,6+0,2 

0,9 

30,2-31,0 

2,9 

20 ,0-21,2 

20,4+0,1 

0,6 

20 ,2-20,6 

2,9 

Tillandsia gardneri 

31,2-33,7 

32,3+0,2 

0,8 

31,9-32,7 

2,5 

43,7-46,2 

45,0+0,2 

0,8 

44,5-45,3 

1,8 

T. geminiflora 

43,5-45,0 

44,3±0,1 

0,6 

44,1-44,5 

1,4 

33,7-35,0 

34,3±0,1 

0,6 

34,1-34,5 

1,8 

T. globosa 

45,0-47,5 

46,5+0,2 

1,0 

46,1-46,9 

2,2 

35,0-37,5 

36,2+0,2 

1,0 

35,8-36,6 

2,8 

T. mallemontii 

32,5-36,0 

34,2+0,3 

1,4 

33,6-34,8 

4,1 

20,0-24,0 

21,4±0,3 

1,3 

20 ,8-22,0 

6,1 

T. polystachia 

62,5-65,0 

63,7+0,2 

1,1 

63,3-64,1 

1,8 

45,0-46,2 

45,4+0,1 

0,6 

45,2-45,6 

1,3 

T. recurvata 

28,7-30,0 

29,3±0,1 

0,6 

29,1-29,5 

2,0 

22,5-23,7 

23,0+0,1 

0,6 

22,8-23,2 

2,6 

T. stricta 

36,2-40,0 

37,6±0,2 

0,8 

37,2-38,0 

2,1 

28,7-32,5 

30,4+0,3 

1,3 

29,8-31,0 

4,3 

T. tenuifolia 

41,2-42,5 

41,8±0,1 

0,7 

41,6-42,0 

1,7 

27,5-29,0 

20,4+0,1 

0,6 

27,9-28,3 

2,1 

T. tricholepis 

27,5-28,7 

28,0±0,1 

0,6 

27,8-28,2 

2,1 

20 ,0-21,2 

20,4+0,1 

0,6 

20 ,2-20,6 

2,9 

T. usneoides 

25,0-28,8 

27,5+0,2 

1,2 

27,1-27,9 

4,4 

21,2-23,8 

22,5+0,2 

1,1 

22,1-22,9 

4,9 

Vriesea neoglutinosa 

52,5-55,0 

53,6+0,2 

1,2 

53,2-54,0 

2,2 

37,5-40,0 

39,3+0,2 

1,1 

38,9-39,7 

2,8 


(x) média aritmética, (s-) desvio-padrão da média, (s) o desvio-padrão da amostra, (I.C.) intervalo de confiança, 
(CV) coeficiente de variabilidade. 


Tabela 3. Média (em pm) das medidas das aberturas e das camadas da exina, em vista polar, dos grãos 
de pólen de espécies de Dyckia, Tillandsia e Vriesea (n=10) 


ESPÉCIES 

COLPO 

comprimento 

largura 

total 

Exina 

sexina 

nexina 

Dyckia pseudococcinea 

23,3 

2,6 

1,1 

0,6 

0,5 

Tillandsia gardneri 

40,0 

3,0 

2,0 

1,0 

0,9 

T. geminiflora 

34,1 

3,2 

2,0 

1,0 

1,0 

T. globosa 

36,5 

5,6 

2,0 

1,0 

1,0 

T. mallemontii 

36,1 

7,1 

2,0 

1,1 

0,9 

T polystachia 

40,2 

4,5 

2,0 

1,0 

1,0 

T. recurvata 

19,3 

2,8 

2,4 

1,3 

0,9 

T. stricta 

28,2 

3,4 

2,0 

1,1 

0,9 

T tenuifolia 

35,5 

8,6 

1,7 

0,9 

0,8 

T. tricholepis 

20,5 

2,3 

2,0 

1,2 

0,9 

T usneoides 

25,3 

2,8 

2,6 

1,7 

0,9 

Vriesea neoglutinosa 

37,8 

5,5 

1,9 

1,0 

0,9 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p. 15-23, jan./mar.2004 








ESTUDO POLÍNICO DE ESPÉCIES DE PTICAIRNIOIDEAE E TILLANDSIOIDEAE DE CARAPEBUS, RJ 


19 






A 

J 

yc < 




‘ÍLíTTÍ 


4 * 4 






10pm 


lOprri 


10um 


Fotomicrografias e eletromicrografias dos grãos de pólen de espécies de Dyckia e Tillandsia - Dyckia pseudococcinea - vista 
polar distai: fig.l- corte óptico; vista equatorial: fig.2- corte óptico; fig.3- superfície (MEV); vista polar proximal: figs.4-5- 
análise de L.O.; vista equatorial: fig.6- superfície (MEV). Tillandsia gardneri - vista polar distai: fig.7- corte óptico; vista 
equatorial: fig.8- corte óptico; figs.9-10- análise de L.O.; fig.l 1- superfície (MEV). T. geminiflora - vista equatorial: fig.12- corte 
óptico; vista polar distai: fig. 13- abertura; fig. 14- vista equatorial: abertura (MEV); vista polar proximal: fig. 15- corte óptico; 
figs. 16-17- análise de L.O.; fig. 18- superfície (MEV). T. globosa- vista polar distai: fig. 19- abertura; fig.20- abertura (MEV); 
vista equatorial: fig.21- corte óptico; figs.22-23- análise de L.O.; fig.24- superfície (MEV). T. mallemontii- vista polar distai: 
fig.25- corte óptico; fig.26- abertura (MEV); vista polar proximal: figs.27-28- análise de L.O.; fig.29- superfície (MEV). 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p. 15-23, jan./mar.2004 











20 


F.C. SOUZA, C.B.F.MENDONÇA & Y.GONÇALVES-ESTEVES 



Fotomicrografias e eletromicrografias dos grãos de pólen de espécies de Tillandsia e Vriesea - T. recurtvata - vista polar 
distai: fig.30- abertura (MEV); fig.31- superfície (MEV); vista polar proximal: fig.32- corte óptico; figs.33-34- análise de 
L.O. T. stricta - vista equatorial: fig.35- corte óptico; vista polar distai: fig.36- corte óptico; fig.37- abertura (MEV); vista 
polar proximal: figs.38-39- análise de L.O.; fig.40- superfície (MEV). T. tenuifolia - vista polar distai: fig.41- corte óptico; 
vista equatorial: fig.42- corte óptico; figs.43-44- superfície (MEV). T. tricholepis - vista polar distai: fig.45- corte óptico; 
fig.46- abertura (MEV); vista polar proximal: figs.47-48- superfície (MEV). T. usneoides - vista equatorial: fig.49- corte 
óptico; figs.50-51- análise de L.O.; vista polar proximal: figs.52-53- superfície (MEV). Vriesea neoglutinosa - vista polar 
distai: fig.54- corte óptico; vista equatorial: fig.55- corte óptico; figs.56-57- análise de L.O. 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p. 15-23, jan./mar.2004 







ESTUDO POLÍNICO DE ESPÉCIES DE PTICAIRNIOIDEAE E TILLANDSIOIDEAE DE CARAPEBUS, RJ 


21 


Tabela 4. Média (em pm) do diâmetro polar (P), diâmetro maior (D m ) e do diâmetro menor (DJ dos grãos de 
pólen de espécies de Dyckia, Tillandsia e Vriesea, do material de comparação (n=10) 


ESPÉCIES 

Dyckia pseudococcinea 

R197371 

R197387 

Tillandsia gardneri 

RB62565 

RB195599 

T. geminiflora 
R48884 
RI 15837 

T. globosa 

R192974 

R46210 

T. mallemontii 

R102775 

R163463 

T. polystachia 
RB163621 

T. recurvata 
RB136497 

T. stricta 
R187548 
R187481 

T. tenuifolia 

R46835 

R46864 

T. tricholepis 

RB7753 

RB136500 

T. usneoides 

R190493 

R192309 

Vriesea neoglutinosa 

R189663 

R189313 


Vista equatorial Vista polar 


p 

Dm 

Dm 

Dm 

30,6 

19,1 

31,0 

18,0 

33,0 

19,4 

30,7 

18,0 

31,1 

44,1 

32,0 

44,4 

31,1 

44,2 

32,1 

44,3 

30,0 

41,5 

44,6 

34,2 

29,7 

41,2 

43,8 

33,5 

33,0 

46,7 

45,7 

35,6 

33,2 

46,3 

45,6 

35,5 

16,8 

32,0 

34,8 

22,6 

17,3 

32,8 

34,4 

22,5 

39,1 

62,8 

64,2 

45,5 

20,6 

29,3 

29,6 

27,4 

27,1 

38,2 

37,9 

29,3 

26,5 

37,6 

38,2 

29,4 

26,8 

41,8 

42,7 

28,2 

26,8 

41,6 

42,1 

28,2 

19,4 

29,5 

28,4 

20,5 

19,4 

29,2 

28,3 

20,7 

21,3 

25,6 

27,7 

22,0 

21,2 

26,1 

27,2 

21,9 

36,0 

56,0 

53,7 

39,0 

37,0 

55,2 

54,0 

39,0 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p. 15-23, jan./mar.2004 





22 


F.C. SOUZA, C.B.F.MENDONÇA & V. GONÇALVES-ES TEVES 


DISCUSSÃO E CONCLUSÃO 

As espécies de Tillandsia estudadas apresentaram 
características morfopolínicas similares porém, 
quando se confrontou os valores dos intervalos de 
confiança a 95%, pôde-se separar a maioria das 
espécies, verificando-se que T. globosa apresentou 
grãos de pólen com os maiores diâmetros. A 
ornamentação da exina mostrou diferenças quando 
foram consideradas as características do muro e 
do lúmen nas espécies com exina reticulada. 
Foram poucos os estudos sobre os grãos de pólen 
de Dyckia e Tillandsia. Assim, pode-se comentar os 
trabalhos de SALGADO-LABOURIAU (1973) que 
fizeram pequena descrição sobre os grãos de pólen 
de Dyckia considerando-os semelhantes aos de 
Bromelia L. Os resultados aqui encontrados são 
semelhantes aos de SALGADO-LABOURIAU (1973) 
no que se refere à forma dos grãos de pólen e na 
ornamentação da exina. 

ROUBIK & MORENO (1991) estudaram os grãos 
de pólen acetolisados de Tillandsia anceps Lodd. e 
T. bulbosa Hook. e apesar de serem espécies não 
estudadas no presente trabalho, as características 
aqui encontradas, são similares àquelas obtidas 
pelos autores supracitados. 

WANDERLEY & MELHEM (1991) estudaram os 
grãos de pólen de 31 espécies pertencentes a nove 
gêneros, dentre elas Dyckia tuberosa (Vell.) Beer. e 
sete espécies de Tillandsia. Destas, T. geminiflora, T. 
strícta, T. tenuifolia e T. usneoides também foram 
analisadas no presente trabalho. Os resultados 
encontrados para os grãos de pólen de Dyckia 
tuberosa (Vell.) Beer. foram semelhantes aos de D. 
pseudococcinea aqui estudados. T. geminiflora foi 
considerada pelas autoras como tendo superfície 
perfurada; T. strícta e T tenuifolia, como tendo sexina 
reticulada com pilos ausentes ou delicados; T. 
usneoides, sexina retipilada, muros curtos, estreitos 
e sinuosos intercalados aos báculos isolados. Do 
conjunto das características apresentadas por 
WANDERLEY & MELHEM ( op.cit .) para as espécies, 
apenas as de T strícta e T tenuifolia se assemelharam 
àquelas encontradas no presente estudo embora não 
tenham sido observados pilos delicados. Em T. 
geminiflora a sexina foi considerada perfurada 
quando a análise foi realizada em MEV e em 
microscopia de luz, a sexina foi descrita como 
reticulada. Em T. usneoides a sexina foi descrita 
como reticulada com muros sinuosos e estreitos 
diferindo assim, dos resultados de WANDERLEY & 
MELHEM (1991). 

PIRE & SCHININI (1992) elaboraram uma chave 


polínica para separar os gêneros de Bromeliaceae. 
Nessa chave, Dyckia está próxima de Tillandsia 
distinguindo-se pelas características: Dyckia por 
apresentar grãos de pólen plano-convexos em vista 
equatorial, exina semitectado-estriada e Tillandsia 
por possuir grãos de pólen biconvexos em vista 
equatorial, exina tectado-perforada. No presente 
estudo, a única espécie de Dyckia apresentou grãos 
de pólen equatorialmente biconvexos e exina 
microrreticulada, tendo-se, portanto, encontrado 
resultado diferente de PIRE & SCHININI [op.cit.). 
HALBRITTER (1992) teceu considerações sobre o 
uso das características polínicas de Bromeliaceae 
na taxonomia e optou por trabalhar com material 
fresco e vivo para a análise em microscópio de luz; 
tratou de três subfamílias e concluiu que o 
tamanho do pólen dependia do grau de 
entumescimento do pólen devido à exina ser 
delgada na maioria das espécies. HALBRITTER 
(1992) classificou as aberturas (sulcos) em tipos. 
Dentre estes, o tipo “sulco simples” subtipo “Puya” 
está restrito à subfamília Pticairnoideae e se 
caracterizava por apresentar borda da exina 
gradual até o sulco; o tipo “sulco complexo”, subtipo 
“difuso” foi encontrado em Tillandsia subgênero 
Tillandsia, caracterizando-se pelo sulco não ter uma 
borda precisa, nem zonas de rupturas pré- 
formadas, tornando-se irregularmente rompidas 
durante a hidratação; o subtipo “insulae”, 
encontrado no subgênero Vriesea apresentava 
elementos da exina isolados, distribuídos sobre a 
área do sulco. Nas espécies de Tillandsia e de 
Vriesea aqui analisadas não foi possível enquadrá- 
las nos tipos ou subtipos estabelecidos por 
HALBRITTER [op.cit.) uma vez que em muitas 
espécies os colpos possuíam membrana 
ornamentada o que dificultou a observação dos 
limites das aberturas porém, apesar da presença 
da membrana, a margem (borda) é visível e com a 
mesma espessura em toda a sua extensão. 

Vriesea neoglutinosa, apresentou características 
polínicas típicas do gênero quando comparados os 
resultados com aqueles encontrados por 
WANDERLEY & MELHEM (1991). Neste trabalho, 
as autoras analisaram 11 espécies do gênero e 
confeccionaram uma chave polínica. Pelas 
características encontradas em V. neoglutinosa, a 
espécie ficaria próxima de V. drepanocarpa e V. 
gigantea na chave polínica elaborada por V. 
neoglutinosa WANDERLEY & MELHEM (1991) 
devido à presença de grãos de pólen com lúmens 
grandes, muros estreitos, simplescolumelados. 
Pode-se concluir que as espécies de Dyckia, 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p. 15-23, jan./mar.2004 


ESTUDO POLÍNICO DE ESPÉCIES DE PTICAIRNIOIDEAE E TILLANDSIOIDEAE DE CARAPEBUS, RJ 


23 


Tillandsia e de Vriesea estudadas apresentaram 
certa heterogeneidade tendo sido registradas 
algumas distinções na ornamentação da sexina e 
nos resultados estatísticos encontrados nos 
diâmetros em vista polar e equatorial. Apesar destes 
valores permitirem separar as espécies optou-se 
por não elaborar uma chave polínica. 

AGRADECIMENTOS 

Ao Laboratório de Microscopia Eletrônica da Pontifícia 
Universidade Católica, Rio de Janeiro, na pessoa da 
MSc. Maria de Fátima Lopes (in memorian), que 
forneceu condições de trabalho para a obtenção das 
eletromicrografias; à Fundação Universitária José 
Bonifácio (FUJB), à Fundação de Amparo à Pesquisa 
do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ - Proc. n° E- 
26/172.045/1999), pelos auxílios e bolsa concedidos, 
e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico 
e Tecnológico (CNPq), pela bolsa de Produtividade 
concedida à V.Gonçalves-Esteves. 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

BARTH, O.M. 8 s MELHEM, T.S., 1988. Glossário 
ilustrado de palinologia, Campinas: Ed. 
Unicamp. 76p., 101 figs. 

ERDTMAN, G., 1952. Pollen morphology and plant 
taxonomy Angiosperms. Stockholm: Almqvist 85 
Wiksell. 539p., 261 figs. 


HALBRITTER, H., 1992. Morphologie und 

systematische bedeutun des pollens der 
Bromeliaceae. Grana, Viena, 31:197-212. 

PIRE, S.M. 85 SCHININI, A., 1992. Estúdio palinologico 
de las Bromeliaceae dei noreste argentino. In: 
SIMPOSIO ARGENTINO PALEOBOTÂNICO E 
PALINOLOGIA, 8 ., Buenos Aires. Publicación 
Especial 2, Associación Paleontologia 
Argentina, 89-90p. 

PUNT, W.; BLACKMORE, S.; NILSSON, S. 85 LE 
THOMAS, A., 1999. Glossary of pollen and spore 
terminology . Disponível em: <http:// 
www.biol.ruu.nl/~palaeo/glossary/glos-int.htm>. 
Acesso em: 18 abr. 1999. 

RAYNAL, A. 85 RAYNAL, J., 1971. Une technique de 
préparation des grains de pollen fragilis. 
Adansonia, Paris, ll(l):77-79. 

REITSMA, T., 1969. Size modification of recent pollen 
grains unter different tratments. Review 
Palaeobotany and Palynology, Amsterdam, 
9:175-202. 

ROUBIK, D.W. & MORENO, J.E., 1991. Pollen and 
spores of Barro Colorado Island. St.Louis: Mo. 
Botanical Garden. 269p. 

S ALG AD O - LABO URI AU, M.L., 1973. Contribuição 
à palinologia dos cerrados. Rio de Janeiro: 
Academia Brasileira de Ciências. 29 lp. 

VIEIRA, S., 1981. Introdução à Bioestatística. Rio 

de Janeiro: Ed. Campus Ltda. 294p. 

WANDERLEY, M.G.L. 85 MELHEM, T.S., 1991. Flora 
polínica da reserva do Parque Estadual das Fontes 
do Ipiranga (São Paulo, Brasil). Família: 178- 
Bromeliaceae. Hoehnea, São Paulo, 18(l):5-42. 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p. 15-23, jan./mar.2004 




TmnrronnnrtnnnrT i 

nnniiituiíiüífflnnni 


Arquivos do Museu Nacional, Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.25-30, jan./mar.2004 
ISSN 0365-4508 


ON THE VALIDITY OF LITTLE-KNOWN SPECIES OF SCALPELLIDAE 
(CRUSTACEA, CIRRIPEDIA) COLLECTED BY THE “CAMPAGNES 
SCIENTIFIQUES DU S.A.S. PRINCE DE MONACO” FROM NORTH ATLANTIC 1 

(With 2 figures) 


PAULO S. YOUNG 2 


ABSTRACT: Four little-known species of Scalpellidae collected by the SAS Le Prince de Monaco and described by 
Aurivillius and Gruvel are reevaluated after examining the type-series: Scalpellum anceps Aurivillius, 1898 is 
considered a young specimen of Litoscalpellum anceps (Aurivillius, 1898) n. comb. Litoscalpellum meteoria Young, 
1998 is probably a junior synonym of this species. Weltnerium pusillum (Aurivillius, 1898) and W. richardi (Gruvel, 
1920) are young specimens and hence junior synonyms of Scalpellum scalpellum (Linnaeus, 1767). Scalpellum 
incisum Aurivillius, 1898 is transferred to Arcoscalpellum and it is considered a sênior synonym of Arcoscalpellum 
atlanticum (Gruvel, 1900). The synonym of Scalpellum alboranense (Gruvel, 1912) with Neoscalpellum debile 
(Aurivillius, 1989) is reaffirmed. 

Key words: Crustacea, Cirripedia, Scalpellidae, taxonomy, North Atlantic. 

RESUMO: Sobre a validade de espécies pouco conhecidas de Scalpellidae (Crustacea, Cirripedia) coletadas pelas 
“Campanhas Científicas do S.A.S. Prince de Monaco” no Atlântico Norte. 

Quatro espécies pouco conhecidas de Scalpellidae coletadas pelo SAS Le Prince de Monaco e descritas por 
Aurivillius e Gruvel são reavaliadas depois de exame das séries-tipo: Scalpellum anceps Aurivillius, 1898 é 
considerado um exemplar jovem de meroscalpelíneo e é realocado para Litoscalpellum anceps (Aurivillius, 
1898) n.comb. Litoscalpellum meteoria Young, 1998 provavelmente também é um sinônimo desta espécie. 
Weltnerium pusillum (Aurivillius, 1898) e W. richardi ( Gruvel, 1920) são exemplares jovens e sinônimos juniores 
de Scalpellum scalpellum (Linnaeus, 1767). Scalpellum incisum Aurivillius, 1898 é realocado para 
Arcoscalpellum e considerado um sinônimo sênior de Arcoscalpellum atlanticum (Gruvel, 1900). A sinonímia 
de Scalpellum alboranense (Gruvel, 1912) como igual a Neoscalpellum debile (Aurivillius, 1989) é reafirmada. 

Palavras-chave: Crustacea, Cirripedia, Scalpellidae, taxonomia, Atlântico Norte. 


INTRODUCTION 

The cirripeds collected from the Campagnes of 
S.A.S. Le Prince de Monaco, presented 12 species 
of Scalpellum described briefly by AURIVILLIUS 
(1898), but he did not figured them. GRUVEL 
(1920), subsequently, studied those specimens 
and, with additional material, recognized 20 species 
of Scalpellum, including two new species. Table 1 
lists these species and presents their current 
taxonomic status. Four of these species described 
from the Azores region have not been recorded 
again and therefore have not been reevaluated. 
They are Teloscalpellum anceps (Aurivillius, 1898), 
Telo scalpellum incisum (Aurivillius, 1898), 
Weltnerium pusilum (Aurivillius, 1898) and 
Weltnerium richardi (Gruvel, 1920). Despite recent 
collections in the region, they have not been 
collected again (YOUNG, 1998a; 1998b; 2001). 
Therefore, I undertook a study of the species 


described by Aurivillius and Gruvel and deposited 
in the collections of the Museum national d £ Histoire 
Naturelle, Paris (YOUNG, 2002a; 2002b) and the 
Museé Océanographique de Monaco (YOUNG, 2003 
and herein). In the present paper I reevaluate the 
status of these little-known species, plus the type- 
series of Scalpellum alboranense. 

Family Scalpellidae Pilsbry, 1907 

Scalpellum alboranense (Gruvel, 1912) 

[= Neoscalpellum debile (Aurivillius, 1989)] 

Scalpellum alboranense Gruvel, 1920:33, pl.5, 
figs.4-6; NILSSON-CANTELL, 1955:218; 
BELLOC, 1959:4. 

Material - SAS le Prince de Monaco, sta.650, 
36°54'N, 20°46'15”W, 4400m; sta.749, 38°54'N, 
21°06'45”W, 5005m, lectotype, cl (tl): 25.6 (34.8)mm, 
paralectotype, cl (tl): 20.3 (26.4), M.Oc.Monaco. 


1 Submitted on March 14, 2003. Accepted on October 15, 2003. 

2 Museu Nacional/UFRJ, Departamento de Invertebrados. Quinta da Boa Vista, São Cristóvão, 20940-040, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. E-mail: psyoung@acd.ufij.br. 






26 


P.S.YOUNG 


Table 1 - Species collected by the “S.A.S. PRINCE DE MONACO” and cited by Aurivillius and Gruvel, with their present 
taxonomic status. 


Aurivillius (1898) 

Gruvel (1920) 

Present status 

References 



CALANTICIDAE 


Scalpellum grimaldii 
Aurivillius, 1898 

Scalpellum Grimaldii 

Aurivillius, 1898 

Scillaelepas grimaldi 
(Aurivillius, 1898) 

NEWMAN (1980) 

Scalpellum calyculus 
Aurivillius, 1898 

Scalpellum calyculus 

Aurivillius, 1898 

Aurivillialepas calycula 
(Aurivillius, 1898)’ 

NEWMAN (1980) 

Scalpellum fale atum 
Aurivillius, 1898 

Scalpellum falcatum 

Aurivillius, 1898 

Aurivillialepas falcata 
(Aurivillius, 1898) 

NEWMAN (1980) 


Scalpellum acutum 

Hoek, 1883 

Smilium acutum 
(Hoek, 1883) 

ZEVINA (1978a) 



sr.AT.PRTJ.mAF. 


Scalpellum debile 
Aurivillius, 1898 

Scalpellum debile 

Aurivillius, 1898 

Neoscalpellum debile 
(Aurivillius, 1898) 

NEWMAN & 

ROSS (1971) 

Scalpellum rigidum 
Aurivillius, 1898 


Amigdoscalpellum rigidum 
(Aurivillius, 1888) 

ZEVINA (1978b) 

Scalpellum sordidum 
Aurivillius, 1898 


[= Arcoscalpellum michelottianum 
(Seguenza, 1876)] 

ZEVINA (1981) 

Scalpellum manúüatum 
Aurivillius, 1898 

Scalpellum mamillatum 
Aurivillius, 1898 

Arcoscalpellum mamillatum 
(Aurivillius, 1898) 

YOUNG (2001) 

Scalpellum anceps 
Aurivillius, 1898 

Scalpellum anceps 

Aurivillius, 1898 

Litoscalpellum anceps 
(Aurivillius, 1898) 

n.comb. 

Scalpellum molle 
Aurivillius, 1898 

Scalpellum molle 

Aurivillius, 1898 

[= Trianguloscalpellum regium 
(W.Thomson, 1873)] 

ZEVINA (1981) 

Scalpellum erectum 
Aurivillius, 1898 


[= A. michelottianum 
(Seguenza, 1876)] 

ZEVINA (1981) 

Scalpellum incisum 
Aurivillius, 1898 

Scalpellum incisum 

Aurivillius, 1898 

Arcoscalpellum incisum 
(Aurivillius, 1898) 

n.comb. 

Scalpellum pusillum 
Aurivillius, 1898 

Scalpellum pusillum 

Aurivillius, 1898 

[= Scalpellum scalpellum 
(Linnaeus, 1767)] 

n.synonym 


Scalpellum groênlandicum 
Aurivillius, 1894 

[= Weltnerium nymphocola 
(Hoek, 1883)] 

ZEVINA (1981) 


Scalpellum vulgare 

Leach, 1824 

[= Scalpellum scalpellum 
(Linnaeus, 1767)] 

ZEVINA (1981) 


Scalpellum carinatum 

Hoek, 1883 

Verum carinatum 
(Hoek, 1883) 

ZEVINA (1978b) 


Scalpellum gracile 

Hoek, 1907 

Teloscalpellum gracile 
(Hoek, 1907) 

ZEVINA (1978b) 


Scalpellum striatum 

Gruvel, 1900 

(= Amigdoscalpellum rigidum 
(Aurivillius, 1888)) 

ZEVINA (1981) 


Scalpellum atlanticum 

Gruvel, 1900 

[= Arcoscalpellum incisum 
(Aurivillius, 1898)] 

n.synonym 


Scalpellum velutinum 

Hoek, 1883 

[= A. michelottianum 
(Seguenza, 1876)] 

ZEVINA (1981) 


Scalpellum regium 

W.Thompson, 1873 

Trianguloscalpellum regium 
(W.Thomson, 1873) 

ZEVINA (1978b) 


Scalpellum Richardi 

Gruvel, 1920 

[= S. scalpellum 
(Linnaeus, 1767)] 

n.synonym 


Scalpellum alboranense 

Gruvel, 1920 

[= Neoscalpellum debile 
(Aurivillius, 1898)] 

NEWMAN & 

ROSS (1971) 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.25-30, jan./mar.2004 





LITTLE-KNOWN SPECIES OF SCALPELLIDAE (CIRRIPEDIA) FROM NORTH ATLANTIC 


27 


GRUVEL (1920) cited one specimen collected in each 
station, but both specimens are included in the same 
vial, without differentiation from where they come from. 

Remarks - As NEWMAN & ROSS (1971) and ZEVINA 
(1976, 1981) observed, Scalpellum alboranense is a 
synonym of Neoscalpellum debile (Aurivillius, 1898). 
This species reduces the coverage of the capitular plates 
during its development, and the specimens identified 
as S. alboranense are in an intermediary stage. 

Litoscalpellum anceps [ Aurivillius, 1898) n.comb. 
(Figs.la-c) 

Scalpellum anceps Aurivillius, 1898:191; GRUVEL, 
1902a:246; 1905:65; 1920:25, pl.5, figs.1-3; 
SCHMALZ, 1906:68; NILSSON-CANTELL, 


1955:218; BELLOC, 1959:2; ZEVINA, 1976:1155. 
Teloscalpellum anceps - ZEVINA, 1978b: 1350; 
1981:374, fig.290. 

Material examined - SAS Le Prince de Monaco, 
sta.652, 36°55’N, 22°22’45"W, 4261m, lectotype, 
cl (tl): 14.0 (18.0)mm, 1 paralectotype, cl (tl): 13.9 
(16.5)mm, M.Oc.Monaco. 

Remarks - The redescription of Scalpellum anceps 
(Aurivillius, 1898) was based on specimens from 
station 652, two of which were deposited in 
Museé océanographique de Monaco and 
examined by GRUVEL (1920). ZEVINA (1978b; 
1981) subsequently included this species in 
Teloscalpellum. But, these specimens are juvenile 
meroscalpelline scalpellids, which had yet to complete 
proportional reduction of the capitular plates (Fig. 1). 



Fig. 1- Litoscalpellum anceps (Aurivillius, 1898) - lectotype: (A) left lateral view; (B) carinal view; paralectotype: (C) 
right lateral view. 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.25-30, jan./mar.2004 












28 


P.S.YOUNG 


But even in these specimens, the enlargement of 
the cuticular sutures between the plates is visible, 
showing the inception of plate reduction. These 
specimens are very similar to young specimens of 
Litoscalpellum meteoriaY oung, 1998, especially that 
figured in 12b, which is similar in size. The general 
shape, and the appendages, are very similar to the 
description of YOUNG (1998b). But in L. anceps, 
the upper-latus has a conspicuous upper limbus 
above and the carino-latus has its umbo a little more 
distai along its posterior margin. 

Weltnerium richardi (Gruvel, 1920) 

[= Scalpellum scalpellum (Linnaeus, 1767)] 
(Fig.2a) 

Scalpellum Richardi Gruvel, 1912:2; 1920:30, pl.3, 
figs.l 1-13; BELLOC, 1959:3. 

Weltnerium richardi - ZEVINA, 1978b: 1347; 
1981:201, fig. 140. 

Material examined - SAS le Prince de Monaco, 
sta.2974, Parages de Belle Isle, 47°23’N, 3°25’W, 
85m, lectotype, cl (tl): 2.8 (3.8)mm, 3 
paralectotypes, cl (tl): 1.1 (1.6)mm to 2.1 (3.1)mm, 
M.Oc.Monaco. 

Remarks - All the specimens observed are 
clearly very young specimens of scalpellines, 
with their length varying from 1.1 to 2.8mm. 
The largest specimen (Fig.2a) show the carina 
with the umbo placed in a medial position, and 
the carino-latus elongated, tapering distally as 
in young specimens of Scalpellum scalpellum 
(Linnaeus, 1767). Otherwise, its scutum still 
has an apical umbo and the inframedian-latus 
is small with the umbo in a higher position. 
These specimens are similar to those young 
specimens of S. scalpellum figured by NILSSON- 
CANTELL (1978, fig.6b) and FOSTER & 
BUCKERIDGE (1995, fig.9d). 

Weltnerium pusillum (Aurivillius, 1898) 

[= Scalpellum scalpellum (Linnaeus, 1767)] 

Scalpellum pusillum Aurivillius, 1898:194; 
GRUVEL, 1902a:246; 1905:60; 1920:24, pl.6, 
fig. 10; SCHMALZ, 1906:68; BELLOC, 1959:3. 
Weltnerium pusillum - ZEVINA, 1978b: 1347; 
1981:212, fig. 150. 

Material examined - SAS Le Prince de Monaco, 
sta. 161, 46°04’40”N, 46°42’15”W, 1267m; sta. 188, 
38°59’N, 28°20’57”W, 2000m, lectotype, cl (tl): 3.8 
(4.9) mm, M.Oc.Monaco. 


Remarks - AURIVILLIUS (1898) described 
Weltnerium pusillum from two North Atlantic 
stations, but the only sample I examined was that 
figured by GRUVEL (1920) (M.Oc.Monaco) but 
without any station identified. GRUVEL (1920) 
observed that S. pusillum described by 
AURIVILLIUS (1898) were very young specimens, 
subsequently decalcified probably due an acid 
alcohol. The specimen in M.Oc.Monaco is actually 
very small (4.9mm of total length) and totally 
decalcified, but under the microscope I can observe 
that GRUVEL (1920) mistakenly figured its scutum 
with a medial umbo. This specimen has an apical 
umbo. As with Weltnerium richardi, it is a very young 
specimen of Scalpellum scalpellum (Linnaeus, 1767). 

Arcoscalpellum incisum (Aurivillius, 1898) 
n.comb. 

(Fig.2b) 

Scalpellum incisum Aurivillius, 1898:194; GRUVEL, 
1902a:246; 1905:71; 1912:2; 1920:26, pl.2, 
figs.1-3, pl.6, fig. 11; SCHMALZ, 1906:68; HOEK, 
1907:9; BELLOC, 1959:3. 

Scalpellum atlanticum Gruvel, 1900:190; 
1902a:246; 1902b:74, pl.2, figs.3F, 17-18; 
1902c:523; 1905:68, fig.76; 1920:26, pl.7, fig.5; 
HOEK, 1914:4; BELLOC, 1959:3. 

Teloscalpellum incisum - ZEVINA, 1978b: 1350; 
1981:383, fig.300. 

Teloscalpellum atlanticum - ZEVINA, 1978b: 1350; 
1981:377, fig.294. 

Arcoscalpellum crenulatum FOSTER & 
BUCKERIDGE, 1995:170, fig.5a-f. 
Arcoscalpellum tritonis - YOUNG, 1998a:36, fig.l; 
1998b: 19, figs. 15-16 - not Arcoscalpellum 
tritonis (Hoek, 1883). 

Arcoscalpellum atlanticum - YOUNG, 2001:739, 
figs.23-24; 2002b:321, figs.10-12. 

Material examined - SAS Le Prince de Monaco, 
sta.616, 38°47’40”N, 28°17’05"W, 1022m, 
lectotype, cl (tl): 11.9 (14.8)mm, 2 paralectotypes, 
cl (tl): 8.1 (10.5)mm and 8.4 (ll.l)mm, 
M.Oc.Monaco. 

Remarks - The type series of Arcoscalpellum 
incisum (Fig.2b) is identical to that redescribed 
for Arcoscalpellum atlanticum by YOUNG (2002b). 
Therefore, the latter is considered a junior 
synonym of A. incisum. The type localities of both 
species were also nearby; 38°47’40”N, 
28° 17’05"W for A. incisum and 38°7’N, 29°32’W 
for A. atlanticum. 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.25-30, jan./mar.2004 


LITTLE-KNOWN SPECIES OF SCALPELLIDAE (CIRRIPEDIA) FROM NORTH ATLANTIC 


29 




Fig.2- Weltnerium richardi (Gruvel, 1920) - lectotype: (A) left lateral view; Arcoscalpellum incisum (Aurivillius, 1898) - 
lectotype: (B) right lateral view. 


Other material - I also examined the sample of 
Trianguloscalpellum regium (Thomson, 1873) cited 
by GRUVEL (1920) from sta.3006 (43°21’N, 
10°02W, 2779m), to reevaluate its identification. 
However, the specimens had dried out and only 
disarticulated plates remained, so it would be 
difficult to reevaluate their specific status. 

ACKNOWLEDGEMENTS 

To Michéle Bruni (Museé Oceánographique de 
Monaco), for allowing me to study this collection. 
This study was supported by Conselho Nacional 
de Desenvolvimento Científico e Tecnológico 
(CNPq), and Fundação de Amparo à Pesquisa do 
Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ). 


LITERATURE CITED 

AURIVILLIUS, C.W.S., 1898. Cirrhipèdes nouveaux 
provenant des Campagnes Scientifiques de S.A.S. le 
Prince de Monaco. Bulletin de la Société Zoologique 
de France, Paris, 23:189-198. 

BELLOC, G., 1959. Catalogue des types de Cirrhipèdes 
du Musée océanographique de Monaco. Bulletin de 
rinstitute Océanographique, Monaco, 1157:1-7. 

FOSTER, B.A. & BUCKERIDGE, J. S., 1995. Barnacles 
(Cirripedia: Thoracica) of seas off the Straits of 
Gibraltar. Bulletin du Muséum National d’Histoire 
Naturelle, ser.4, Paris, 17:163-191. 

GRUVEL, A., 1900. Sur quelques espèces nouvelles du 
genre Scalpellum provenant des dragages du 
“Talisman”. Bulletin du Muséum National 
d’Histoire Naturelle, Paris, 6:189-194. 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.25-30, jan./mar.2004 










30 


P.S.YOUNG 


GRUVEL, A., 1902a. Revision des Cirrhipèdes 
appartenant a la collection du Muséum d‘Histoire 
Naturelle. Nouvelles Archives du Muséum 
d‘Histoire Naturelle, ser.4, Paris, 4:215-312, 
pis.11-14. 

GRUVEL, A., 1902b. Cirrhipèdes. Expéditions 
Scientifiques du “Travailleur” et du “Talisman”, 
pendant les années 1880, 1881, 1882, 1883, Paris: 
Masson, 1-178, pis. 1-7. 

GRUVEL, A., 1902c. Catalogue des Cirrhipèdes 
appartenant a la collection du Muséum. Bulletin 
du Muséum d’Histoire Naturelle de Marseille, 

8:522-526. 

GRUVEL, A., 1905 - Monographie des Cirrhipèdes ou 
Thecostracés. Paris: Masson et Cie Éditeurs, 472p. 

GRUVEL, A., 1912. Note préliminaire sur les Cirrhipèdes 
recueillis pendant les campagnes de S.A.S. le Prince 
de Monaco. Bulletin de l’Institute Océanographique, 
Monaco, 241:1-7. 

GRUVEL, A., 1920. Cirrhipèdes provenant des 
campagnes scientifiques de S.A.S. le Prince de 
Monaco. Résultats des Campagnes Scientifiques 
accomplies sur son yacht par Albert ler, Prince 
Souverain de Monaco, 53:1-89, pis. 1-7. 

HOEK, P.P.C., 1907. The Cirripedia of the Siboga 
Expedition. A. Cirripedia Pedunculata. Siboga 
Expeditie, Leiden, 31a: 1-127, pis. 1-10. 

HOEK, P.P.C., 1914 - Cirripedia. “Michael Sars” North 
Atlantic Deep-sea Expedition 1910, Zoology, 
Bergen, 3:1-6. 

NEWMAN, W.A., 1980. A review of extant Scillaelepas 
(Cirripedia: Scalpellidae) including recognition of new 
species from the North Atlantic, West Indies and New 
Zealand. Tethys, Marseille, 9(4):379-398. 

NEWMAN, W.A. & ROSS, A., 1971. Antarctic Cirripedia. 
Antarctic Research Series, Baltimore, 14:1-257. 

NILSSON-CANTELL, C.A., 1955 - Cirripedia. Reports 
of the Swedish Deep-Sea Expedition 2, Zoology, 
Stockholm (17):215-220. 

NILSSON-CANTELL, C.A., 1978. Cirripedia Thoracica 
and Acrothoracica. Marine Invertebrates of 
Scandinavia, Oslo, 5:1-133. 

SCHMALZ, C., 1906. Die ordnung der Cirripedien. 

Nürnberg: Verlag von Bauer & Raspe. 82p., 14 pis. 


YOUNG, P.S., 1998a. Cirripedia (Crustacea) from the 
“Campagne Biaçores” in the Azores region, including 
a generic revision of Verrucidae. Zoosystema, Paris, 
20(l):31-92. 

YOUNG, P.S., 1998b. The Cirripedia (Crustacea) collected 
by the Fisheries Steamer “Meteor” in the Eastern 
Atlantic. Arquivos do Museu Nacional, Rio de 

Janeiro, 58:1-53. 

YOUNG, P.S. 2001. Deep-sea Cirripedia Thoracica 
(Crustacea) from the northeastern Atlantic collected 
by French expeditions. Zoosystema, Paris, 
23(4):705-756. 

YOUNG, P.S., 2002a. Revision of the Verrucidae 
(Crustacea, Cirripedia) from the Atlantic Ocean studied 
by Abel Gruvel (Travailleur and Talisman Scientific 
Expeditions). Zoosystema, Paris 24(4):771-797. 
YOUNG, P.S., 2002b. Revision of the Scalpellidae 
(Crustacea, Cirripedia) in the collection of the 
Muséum National d‘Histoire Naturelle-Paris studied 
by Abel Gruvel. Zoosystema, Paris, 24(2):309-435. 
YOUNG, P.S., 2003. On the validity of four little-known 
species of Verrucidae (Crustacea, Ciripedia) from 
Azores region. Boletim do Museu Nacional, Nova 
Série, Zoologia, Rio de Janeiro (507): 1-13. 

ZEVINA, G.B., 1976. Abyssal species of barnacles 
(Cirripedia, Thoracica) of the North Atlantic. 
Zoologicheskii Zhurnal, Moscow, 55(8) :1149-1156. 
[in Russian]. 

ZEVINA, G.B., 1978a. A new classification of the family 
Scalpellidae Pilsbry (Cirripedia, Thoracica). 1. 
Subfamilies Lithotryinae, Calanticinae, Pollicipinae, 
Scalpellinae, Brochiinae and Scalpellopsinae. 

Zoologicheskii Zhurnal, Moscow, 7:998-1005. [in 
Russian]. 

ZEVINA, G.B., 1978b. A new classification of the family 
Scalpellidae Pilsbry (Cirripedia, Thoracica). 2. 
Subfamilies Arcoscalpellinae and Meroscalpellinae. 

Zoologicheskii Zhurnal, Moscow, 9:1343-1352. [in 
Russian]. 

ZEVINA, G.B., 1981. Barnacles of the suborder 
Lepadomorpha of the world ocean. I. Family 
Scalpellidae. Fauna SSSR, Leningrad, 127:1-406. 
(Zoological Institute, Academy of Sciences of SSSR) 
[in Russian]. 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.25-30, jan./mar.2004 


TmnrronnnjfnnnrT i 

nnniiituiíiüífflnnni 


Arquivos do Museu Nacional, Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.31-44, jan./mar.2004 
ISSN 0365-4508 


DEEP-SEA SHRIMPS OF THE GENUS GLYPHOCRANGON A. MILNE-EDWARDS 
(CRUSTACEA, DECAPODA, CARIDEA, GLYPHOCRANGONIDAE) 

FROM OFF SOUTHEASTERN COAST OF BRAZIL 
COLLECTED DURING THE REVIZEE PROGRAM 1 
(With 4 figures) 

TOMOYUKI KOMAI 2 


ABSTRACT: This paper reports on species of the deep-water shrimp genus Glyphocrangon A. Milne-Edwards, 
1881 collected during Revizee Program in 1999 and 2000 from southwestern Atlantic off Brazil (ranging 
from 12°S to 21°S) conducted by R/V “Thalassa”. The collection is represented by the following eight species: 
G. aculeata A. Milne Edwards, 1881; G. alispina Chace, 1939; G. aurantiaca Holthuis, 1971; G longirostris 
(Smith, 1882); G. neglecta Faxon, 1896; G nobilis A. Milne Edwards, 1881; G sculpta (Smith, 1882); and G. 
spinicauda A. Milne-Edwards, 1881. The four species, G aurantiaca, G. longirostris, G. nobilis and G sculpta 
are recorded from the southwestern Atlantic (southeast Brazil) for the first time, with considerable range 
extensions to south. Brief diagnoses are given for the species. 

Key words: Crustacea; Decapoda; Caridea; Glyphocrangonidae; Glyphocrangon-, new records; Brazil. 

RESUMO: Camarões de mar profundo do gênero Glyphocrangon A.Milne-Edwards (Crustacea, Decapoda, 
Caridea, Glyphocrangonidae) coletados ao largo do sudeste do Brasil durante o Programa Revizee. 

Este trabalho registra as espécies de camarão de mar profundo do gênero Glyphocrangon A.Milne-Edwards, 
1881, coletados durante o Programa Revizee em 1999 e 2000 no sudoeste do Atlântico, ao largo do Brasil (de 
12°S a 21°S) realizado pelo N/O. “Thalassa”. A coleção é representada por oito espécies: G. aculeata A.Milne 
Edwards, 1881; G. alispina Chace, 1939; G. aurantiaca Holthuis, 1971; G. longirostris (Smith, 1882); G. 
neglecta Faxon, 1896; G. nobilis A. Milne Edwards, 1881; G. sculpta (Smith, 1882); and G. spinicauda A.Milne- 
Edwards, 1881. Quatro espécies, G. aurantiaca, G. longirostris, G. nobilis and G. sculpta, são registradas pela 
primeira vez para o Atlântico sudoeste (sudeste do Brasil), com significativas extensões de distribuição 
meridional. Breves diagnoses são apresentadas para as espécies. 

Palavras-chave: Crustacea; Decapoda; Caridea; Glyphocrangonidae; Glyphocrangon-, novos registros; Brasil. 


INTRODUCTION 

Knowledge on deep-water decapod crustaceans in 
the southwestern Atlantic off Brazil has been 
enriched by recent studies (M.TAVARES, 1998, 
1999a, 1999b; C.TAVARES & YOUNG, 2002; 
RODRIGUES 86 YOUNG, 2003), although the 
inventory of the fauna is still far from complete. This 
paper deals with a collection of deep-water shrimps 
of the genus Glyphocrangon A.Milne-Edwards, 1881, 
taken from the southwestern Atlantic during the 
Revizee Program of the Brazilian government in 1999 
and 2000. This program was carried out in the 
purpose of making a census of fisheries resources 
on the continental shelf and slope off the Brazilian 
coast. During the trawling survey conducted by the 
R/V “Thalassa,” a total of 69 benthic stations were 
investigated (10 stations between 19°S to 21°S at 
depth of 518 to 910m in 1999, and 59 stations 
between 13°S and 21°S, at depths of 233 to 2271m 


in 2000). The study of the extensive material 
produced by this program has revealed the 
existence of eight species of Glyphocrangon 
A.Milne-Edwards, 1881, of which four species are 
recorded from Brazil for the first time: G. aurantiaca 
Holthuis, 1971, G. longirostris (Smith 1882), G. 
nobilis A. Milne Edwards, 1881, and G. sculpta 
(Smith, 1882). In this paper, brief diagnoses 
facilitating the identification and taxonomic notes 
are provided for the species. 

MATERIAL AND METHODS 

Material examined in this study is deposited in the 
collection of the Museu Nacional - Rio de Janeiro 
(MNRJ). Supplemental specimens housed in the 
Nationaal Natuurhistorisch Museum, Leiden, the 
Netherlands (previously Rijksmuseum van 
Natuurtijke Historie - RMNH), were also examined 
for comparison. The terminology generally folio ws 


1 Submitted on July 7, 2003. Accepted on December 18, 2003. 

2 Natural History Museum and Institute. Chiba. 955-2 Aoba-cho, Chuo-ku, Chiba 260-8682, Japan. E-mail: komai@chiba-muse.or.jp. 






32 


T.KOMAI 


KOMAI (in press). Carapace length (cl) represents 
specimen size, measured from the posterior margin 
of the orbit to the midpoint of the posterior margin of 
the carapace. Synonymies are not intended to be 
complete, as HOLTHUIS (1971) published an 
excellent review of the Atlantic species of 
Glyphocrangon. They are restricted to the original 
references, synonyms, most significant works 
accompanied with illustrations and those providing 
information on distribution. 

TAXONOMIC ACCOUNT 

Glyphocrangon aculeata A.Milne Edwards, 1881 
(Fig.lA, B) 

Glyphocrangon aculeatum A.Milne Edwards, 1881:5 
(type locality: off St.Vincent, West Indies, 
1030m); 1883. pl.39. 

Rhacocaris agassizii Smith, 1882:43, pl.5, fig.2, 
pl.6, fig.2 (type locality: south of Cape Hatteras, 
North Carolina, 33°42.15’N, 76°00.50W, 835m). 

Glyphocrangon aculeata - BATE, 1888:521, pl.94, 
fig.l; MOREIRA, 1901:15; PEQUEGNAT, 
1970:104; HOLTHUIS, 1971:323, fig.10; 
COELHO & RAMOS, 1972:156; BOSCHI, 
1973:234, fig.lb; FOREST & HOLTHUIS, 
1997:56; RAMOS-PORTO & COELHO, 1998:342. 

Material examined - R/V “Thalassa”: stn D-503, 
19°39.943’S, 38°38.435W, 808m, 20/VI/1999, l9 
23.4mm, 3 ovig. 29.1-29.4mm (MNRJ 13740); stn 
D-0504, 19°42.734’S, 28°36.472W, 910m, 29/VI/ 
1999, l9 21.9mm, 1 ovig. 32.0mm (MNRJ 13741); 
stn D-0506, 19°42.734’S, 38°36.472W, 910m, 29/ 
VI/1999, 2d" 18.0, 20.9mm, 1 ovig. 31.7mm (MNRJ 
13743); stn E-0496, 13°17.580’S, 38°17.599’W, 
1717m, 07/VI/2000, l9 21.0mm (MNRJ 14928); 
stn E-0497, 13°13.841’S, 38°19.525W, 1374m, 
07/VI/2000, 1d (crashed), 29 (damaged) (MNRJ 
14931); stn E-0499, 13°23.826’S, 38°37.541’W, 
761m, 08/VI/2000, l9 25.1mm, 13 ovig. 23.6- 
28.3mm (MNRJ 14921); stn E-0501, 14°13.986’S, 
38°40.277W, 1654m, 09/VI/2000, l9 20.1mm, 
3 ovig. 25.7-26.5mm (MNRJ 14932); stn E-0503, 
14°34.565’S, 38°52.029’W, 740m, 10/VI/2000, 3 
ovig. 22.1-25.2mm (MNRJ 14934); stn E-0505, 
14°36.606’S, 38°49.345W, 1089m, 10/VI/2000, 
ld 17.6mm (MNRJ 14933); stn E-0506, 
14°36.579’S, 38°49.544W, 1067m, 10/VI/2000, 
10d 18.2-20.9mm, l9 17.2mm (MNRJ 14918); 
stn E-0507, 15°08.595’S, 38°40.638W, 1026m, 
11 /VI/2000, 3d 12.6-20.lmm, l9 17.9mm, 3 


ovig. 24.7-28.7mm, 1 juv. 11.6mm (MNRJ 14924); 
stn E-517, 13°22.173’S, 38°36.566’W, 750m, 19/ 
VI/2000, 39 26.6-29.8mm, 4 ovig. 25.0-29.2mm 
(MNRJ 14919); stn E-522, 13°30.495’S, 

38°38.977W, 1144m, 21/VI/2000, 26d 17.4- 
21.4mm, 49 14.2-26. lmm, 1 ovig. 25.0mm (MNRJ 
14920); stn E-523, 19°42.685’S, 38°32.030W, 
922m, 27/VI/2000, 2d 19.7, 20.6mm, 29 21.5, 
27.9mm, 1 ovig. 27.3mm (MNRJ 14923); same 
data, 1 ovig. 33.8mm (MNRJ 14887); stn E-524, 
19°43.663’S, 38°39.838W, 925m, 27/VI/2000, ld 
24.4mm, 2 ovig. 30.3, 31.2mm (MNRJ 14926); stn 
E-527, 19°50.736’S, 39°10.817W, 1402m, 29/VI/ 
2000, l9 22.8mm (MNRJ 14925); stn E-528, 
19°45.258’S, 39°03.003W, 1237m, 29/VI/2000, 
l9 25.2mm (MNRJ 14929); stn E-535, 
19°58.936’S, 39°38.657W, 1002m, 01/VII/2000, 
ld 20.2mm (MNRJ 14930); stn E-547, 
21°46.569’S, 39°53.364W, 1105m, 06/VII/2000, 
ld 17.8mm, 39 12.2-22.6mm (MNRJ 14922); stn 
E-551, 21°07.780’S, 39°49.106W, 1642m, 08/VII/ 
2000, ld 18.lmm (MNRJ 14917). 

Supplemental specimens - “Pillsbury”: stn 741, 
Caribbean Sea off Venezuela, 11°47.8’N, 
66°06.8’W, 1051-1066m, 23/VII/1968, 4d 
19.9-23.5mm, 29 23.9, 25.2mm, 1 ovig. 

31.7mm (RMNH 25467). 

Diagnosis - Carapace and abdômen naked. 
Rostrum shorter than carapace in adult, with 2 
pairs of lateral spines; dorsal surface lacking 
corrugation or transverse septa. Carapace with first 
(submedian) carina composed of relatively high, 
laterally compressed, sharp tubercles; anteriormost 
tubercle of anterior second (intermediate) carina 
spiniform; anterior third (antennal) carina short, 
not extending to hepatic region; posterior third 
(antennal) carina terminating anteriorly in strong 
tooth; anterior fourth (lateral) carina forming large, 
vertically compressed, acute lamina; antennal spine 
long, slender, few small tubercles on median and 
branchial regions. Abdômen with high median 
carinae; dorsolateral carinae and tergal and pleural 
tubercles conspicuous. Eye moderately large 
(maximal diameter 0.20-0.23 of carapace length), 
darkly pigmented in adult. Dactyli of fourth and 
fifth pereopod subspatulate, acuminate. 

Variations - Possible sexual dimorphism is found 
in the development of the acute lamina of the 
anterior fourth carina and ornamentation of the 
abdômen. The acute lamina of the fourth anterior 
carina is more slender and more strongly produced 
in males than in females. The tooth-like median 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.31-44, jan./mar.2004 


GLYPHOCRANGON FROM BRAZIL 


33 


carinae on the first and second abdominal somites 
are more strongly erect in females than in males. 
The posterior section of the median carina on the 
fifth abdominal somite is produced in an acute 
tooth in females, while it is lower and not produced 
posteriorly in males. The tergal and pleural 
tubercles on the abdômen are more developed in 
females than in males. 

Distribution - This species has been recorded 
from off Cape Hatteras (North Carolina, U.S.A.) 
to off Recife (northeastern Brazil), and from the 
entire Gulf of México and Caribbean; at depths 
of 707-1760m (HOLTHUIS, 1971). The previous 
record from Brazilian waters was made by BATE 
(1888) from off Recife at a depth of 1215m. 

Remarks - The specimens from off Brazil agree 
very well with the detailed description by 
HOLTHUIS (1971) and supplemental specimens 
from off Venezuela used by HOLTHUIS (1971). 
The ovigerous female from “Thalassa” station E- 
523 has a distally bidentate, right, acute lamina 
of the anterior fourth carina. This abnormality 
is perhaps due to injury and regeneration. 

This species is referable to the G. regalis species 
complex (KOMAI, in press) because of the anterior 
fourth carina on the carapace forming a vertically 
compressed, acute lamina, naked body integument 
and flat ventral surface of the rostrum. These 
characters immediately distinguish G. aculeata from 
the other Atlantic representatives of the genus. In 
the lack of transverse septa on the dorsal surface of 
the rostrum and the possession of only a few 
intercarinal tubercles on the carapace, this species 
is similar to G. wagini Burukovsky, 1990 known from 
Sala-y-Gomez Ridge in the southeastern Pacific. 
However, the shape of the antennal scaphocerite of 
G aculeata is characteristic among the G. regalis 
species complex. The distai part of the scaphocerite 
tapers distally in G aculeata, while in the other 
members of the G regalis species complex the distai 
part of the scaphocerite is broadly rounded. Further, 
the stronger anterior tooth of the posterior third 
carina and the straight acute lamina of the anterior 
fourth carina distinguish G aculeata from G. wagini. 

Glyphocrangon alispina Chace, 1939 
(Fig.lC, D) 

Glyphocrangon alispina Chace, 1939:39 (north of 
Matanzas Province, Cuba, 23°24’N, 81°00.5’W); 
PEQUEGNAT, 1970:105; HOLTHUIS, 
1971:347, fig.15. 


Material examined - R/V “Thalassa”: stn E-499, 
13°23.826’S, 38°37.541’W, 761m, 8/VI/2000, 
39 11.9-14. lmm, 14 ovig. 16.0-18.8mm (MNRJ 
18917); stn E-503, 14°37.834’S, 38°52.029’W, 
740m, 10/VI/2000, 5cf 11.0-13.2mm, 29 9.9- 
14.0mm, 16 ovig. 15.7-19.6mm (MNRJ 14910); 
stn E-517, 13°22.173’S, 38°36.566’W, 750m, 19/ 
VI/2000, 59 11.0- 13.6mm, 21 ovig. 15.4- 

19.0mm, 3 juv. 9.6-9.8mm (MNRJ 18918); stn 
E-518, 13°21.199’S, 38°39.782’W, 518m, 19/VI/ 
2000, 1 ovig. 17.4mm (MNRJ 14927). 

Supplemental specimens - “Pillsbury”: stn 413, 
Caribbean Sea offColombia, 09°01.5’N, 76°53.0’W, 
1267-952m, 18/VII/1966, 3cf 13.2-14.5mm, 5 
ovig. 13.7-16.2mm (RMNH 25258). 

Diagnosis - Carapace and abdômen covered with 
short, dense pubescence. Rostrum shorter than 
carapace in adult, with 2 pairs of lateral spines; 
dorsal surface without transverse septa or 
corrugation. Carapace with first (submedian) 
carina composed of low, but acute tubercles; 
anteriormost tubercle of anterior second 
(intermediate) carina spiniform; anterior third 
(antennal) carina short, not extending to hepatic 
region; posterior third carina terminating 
anteriorly in small spine or low, right angle; 
anterior fourth (lateral) carina not expanded, 
nearly aligned with anterior third carina, 
terminating in small spine far remote from 
anterolateral margin of carapace; antennal spine 
very strong, vertically compressed, usually far 
more strongly divergent than branchiostegal spine; 
no conspicuous intercarinal tubercles on median 
and branchial regions. Abdômen with low, broad 
median carinae; dorsolateral carinae also low: 
tergal and pleural tubercles few, obsolete. Eye 
large (maximal diameter 0.28-0.30 of carapace 
length), darkly pigmented. Dactyli of fourth and 
fifth pereopods subspatulate, 0.60-0.70 times as 
long as propodus in fourth, 0.50-0.60 in fifth. 

Variations - The development of the carinae on 
the carapace and abdômen is generally similar 
between males and females in this species. 

Distribution - This species has been recorded 
from the entire Caribbean area, including the 
Gulf of México, from the Florida Straits to British 
Guiana; at depths of 548-1865m (HOLTHUIS, 
1971). MUNIZ et al. (2002) mentioned the 
occurrence of this species in Brazilian waters. 
This study confirms the occurrence of G. alispina 
in Brazil and extends the geographical range 
southward to 14°37.8’S. 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.31-44, jan./mar.2004 


34 


T.KOMAI 


Remarks - This species is very similar to the 
sympatric G. nobilis. HOLTHUIS (1971) used the 
direction of the antennal spine and armature of 
the posterior third (antennal) carina as key 
characters in distinguishing the two species. 
However, it has been found that these characters 
are variable in either species and thus they are 
not reliable. The antennal spine of G. nobilis is 


sometimes divergent, approaching the condition 
shown by G. alispina. The armature of the 
posterior third carina is quite variable in the two 
species, from terminating in a low right angle to 
terminating in a small spine. Nevertheless, the 
size of the eye and length of the dactyli of the 
fourth and fifth pereopods serve to distinguish 
the two species. The eyes are larger in G. alispina 



Fig. 1- (A, B) Glyphocrangon aculeata A. Milne-Edwards, 1881, habitus (lateral and dorsal views), ovigerous female 
(cl 28.0mm: MNRJ 14924): (C, D) Glyphocranqon alispina Chace, 1939, habitus (lateral and dorsal views), ovigerous 
female (cl 17.4mm; MNRJ 14927). 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.31-44, jan./mar.2004 




GLYPHOCRANGON FROM BRAZIL 


35 


than in G. nobilis (maximal diameter 0.28-0.30 
of carapace length versus 0.20-0.23). The dactyli 
of the fourth and fifth pereopods are more 
elongate in G. alispina than in G. nobilis (0.40- 
0.50 times as long as propodus versus 0.60-0.70 
as long in fourth pereopod, 0.30-0.40 versus 
0.50-0.60 in fifth). 

Glyphocrangon aurantiaca Holthuis, 1971 
(Fig.2A, B) 

Glyphocrangon aurantiaca Holthuis, 1971:303, 
fig.8 (type-locality: Caribbean Sea off Tobago, 
11°37.3’N, 60°59.4’W, 720-1260m); Takeda 
and Okutani, 1983:68, unnumbered fig. 

Material examined - R/V “Thalassa”: stn D-464, 
21°48.496’S, 40°01.539’W, 592-618m, 22/VI/ 
1999, 1 ovig. 25.8mm (MNRJ 13742); stn E-499, 
13°23.826’S, 38°37.541W, 761m, 8/VI/2000, 2cf 
18.5, 19.5mm (MNRJ 14896); stn E-500, 
13°22.057’S, 38°40.204W, 394m, 8/VI/2000, l9 
12.7mm (MNRJ 14900); stn E-510, 15°48.503’S, 
38°35.265W, 599m, 12/VI/2000, 1 ovig. 24.7mm 
(MNRJ 14895); stn E-517, 13°22.173’S, 
38°36.566’W, 750m, 19/VI/2000, 5cf 17.3- 
19.5mm, 29 18.7, 19.1mm (MNRJ 14899). 

Supplemental specimens - “Oregon”: stn 4300, off 
Suriname, 07°44’N, 54°19’W, 23/111/1963, 1 ovig. 
24.9mm (paratype, RMNH 26965). 

Diagnosis - Carapace and abdômen covered with 
short, dense pubescence. Rostrum shorter than 
carapace in adult, with 2 pairs of lateral spines; 
dorsal surface lacking transverse septa or 
corrugations. Carapace with first (submedian) 
carina composed of low, blunt tubercles; 
anteriormost tubercle of anterior second 
(intermediate) carina obsolete; anterior third 
(antennal) carina short, not extending to hepatic 
region; posterior third carina terminating 
anteriorly in blunt tubercle; anterior fourth 
(lateral) carina not forming acute lamina, armed 
with 2 spines (including terminal spine); antennal 
spine strong, far more strongly divergent than 
branchiostegal spine; few intercarinal tubercles 
on median and branchial regions. Abdômen with 
low, broad median carinae; dorsolateral carinae 
also low: tergal and pleural tubercles few, 
obsolete. Eye large (maximal diameter 0.28-0.30 
of carapace length), darkly pigmented. Dactyli of 
fourth and fifth pereopods subspatulate, 0.60- 
0.70 times as long as propodus in fourth, 0.50- 
0.60 in fifth. 


Variations - The development of the carinae on the 
carapace and abdômen is generally similar between 
males and females in this species. 

Distribution - Previously known only from off 
north coast of South America between Tobago and 
French Guiana; at depths of 410-733m. The 
present material considerably extends the known 
geographical range of this species to south and 
east (21°48’S, 40°01’W). 

Remarks - The present specimens agree well with 
the original description by HOLTHUIS (1971). 
One paratype (RMNH 6965) was also examined 
for comparison (see “Material examined”). 

The densely pubescent carapace and abdômen and 
the possession of two spines on the anterior fourth 
(lateral) carina links this species to G. spinicauda 
A.Milne-Edwards, 1881, G haematonotus Holthuis, 
1871, and G. longleyi Schmitt, 1931. The elongate, 
strongly divergent antennal spine immediately 
separates G. aurantiaca from the latter three species. 
If the second spine on the anterior fourth carina is 
broken off, specimens may be misidentified with G. 
alispina. The blunt, rather than acuminate, 
anteriormost tubercle of the anterior second carina 
on the carapace and low, obsolete tubercles on the 
first carinae on the carapace will serve to distinguish 
G. aurantiaca from G. alispina. 

Glyphocrangon longirostris (Smith, 1882) 
(Fig.2C, D) 

Rhacocaris longirostris Smith, 1882:51, pl.5, fig. 1, 
pl.6, fig.l (type locality: off Cape Hatteras, 
North Carolina, U.S.A., 35°41.03’N, 

74°31.00’W, 1885m). 

Glyphocrangon longirostris - PEQUEGNAT, 
1970:106; HOLTHUIS, 1971:330, figs.11-13; 
CROSNIER & FOREST, 1973:230, fig.73a, b; 
DTJDEKEM D’ACOZ, 1999:138. 

Material examined - R/V “Thalassa”: stn E-496, 
13°17.580’S, 38°17.599’W, 1717m, 07/VI/2000, 
39 16.6-17.2mm, 49 14.2-19.6mm, 4 ovig. 19.4- 
22.2mm, 1 juv. 8.0mm (MNRJ 14915); stn E- 
0509, 15°47.725’S, 38°21.973’W, 2076m, 12/VI/ 
2000, 4cf 14.3-18.0mm, 69 17.2-21.2mm, 1 
ovig. 21.8mm (MNRJ 14901); stn E-519, 
13° 19.944’S, 38°19.654’W, 1730m, 20/VI/2000, 
ÍCT 18.0mm (MNRJ 14916); stn E-520, 
13°21.837’S, 38°16.683’W, 2137m, 20/VI/2000, 
49 13.0-21.7mm, 2 ovig. 19.2, 19.4mm (MNRJ 
14916); stn E-525, 20°08.145’S, 38°38.081’W, 
1639m, 28/VI/2000, 29 18.9, 19.8mm (MNRJ 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.31-44, jan./mar.2004 


36 


T.KOMAI 


14911); stn E-526, 20°03.984’S, 38°40.502’W, 
1637m, 28/VI/2000, 39 12.3-16.9mm, 1 ovig. 
22.0mm, ld 15.2mm (MNRJ 14911); stn E-527, 
19°50.736’S, 39°10.817’W, 1402m, 29/VI/2000, 
ld 16.7mm, l9 19.0mm (MNRJ 14908); stn E- 
537, 20°26.850’S, 39°41.636’W, 1545m, 02/VII/ 
2000, l9 16.0mm (MNRJ 14916); stn E-538, 
20°27.677’S, 39°38.101W, 1680m, 02/VII/2000, 
2 d 14.7, 18.7mm (MNRJ 14916); stn E-549, 
21°25.738’S, 39°43.946W, 1718m, 07/VII/2000, 
3 ovig. 20.8-30.3mm (MNRJ 14904); stn E-550, 
21°26.324’S, 39°49.113W, 1598m, 07/VII/2000, 


1 ovig. 23.7mm (MNRJ 14903); stn E-552, 
21°07.493’S, 39°46,423’W, 1694m, 08/VII/2000: 
2d 20.2, 22.0mm, 29 16.4, 24.6mm, 1 ovig. 
24.8mm (MNRJ 14914). 

Supplemental specimens - “Pillsbury”: stn 309, 
off Nigéria, West África, 04°15’N, 04°27’E, 1280- 
1320m, 26/V/1965, ld 18.7mm, 29 9 18.3, 
21. lmm, 7 ovig. 21.1-27.1mm (RMNH 26584). 

Diagnosis - Carapace and abdômen naked. 
Rostrum shorter than carapace in adult, with 2 
pairs of lateral spines; dorsal surface with 



Fig.2- (A, B) Glyphocrangon aurantiaca Holthuis, 1971, habitus (lateral and dorsal views), ovigerous female (cl 24.7 
mm; MNRJ 14895); (C, D) Glyphocranqon lonqirostris (Smith, 1882), habitus (lateral and dorsal views), ovigerous 
female (cl 21.8mm; MNRJ 14915). 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.31-44, jan./mar.2004 



GLYPHOCRANGON FROM BRAZIL 


37 


corrugations. Carapace with first (submedian) 
carina composed of small, acute or subacute 
tubercles; anteriormost tubercle of anterior 
second (intermediate) carina spiniform; anterior 
third (antennal) carina short, not extending to 
hepatic region; posterior third carina terminating 
anteriorly in low, right angle; anterior fourth 
(lateral) carina not expanded, not aligned with 
anterior third carina, terminating in small spine, 
but otherwise unarmed; antennal spine strong, 
usually more strongly divergent than 
branchiostegal spine; few intercarinal tubercles 
on median and branchial regions. Abdômen with 
relatively high median carinae in females; 
dorsolateral carinae low, but distinct: tergal and 
pleural tubercles low, but distinct in females. Eye 
moderately large (maximal diameter 0.23-0.25 of 
carapace length), darkly pigmented in adults, 
pale in young specimens. Dactyli of fourth and 
fifth pereopods subspatulate, 0.30-0.40 times as 
long as propodus in fourth, 0.25-0.35 in fifth. 

Variations - Possible sexual dimorphism is found 
in the development of the carinae and tubercles 
on the carapace and abdômen. The anterior first 
carina on the carapace and median carinae on 
the abdômen are lower in males than in females. 
The abdominal tubercles are also less conspicuous 
in males than in females. 

Distribution - As HOLTHUIS (1971) summarized, 
this species has a wide distribution in the Atlantic 
Ocean: from east of Massachusetts, U.S.A. to off 
Suriname in the western Atlantic; from Southwest 
of Ireland to Cape Point, South África in the 
eastern Atlantic; at depths of 1280-2500m. In 
spite of the known wide geographical distribution, 
there has been no record of G. longirostris from 
Brazilian waters before this study. 

Remarks - The present specimens agree well with 
the extensive account of G. longirostris by 
HOLTHUIS (1971). The specimens from off Nigéria, 
West África, used by HOLTHUIS (1971), were also 
examined (RMNH 26584; see material examined) 
for comparison. The specimens from the two 
distant localities are very similar, and there is little 
doubt that they represent the same species. 

This species is similar to G. nobilis and G alispina 
in the anterior fourth (lateral) carina on the 
carapace armed only with a terminal spine. The 
naked body and the presence of corrugations on 
the dorsal surface of the rostrum immediately 
distinguish G. longirostris from the latter two 
species. Further, the anterior fourth carina of G 


longirostris is only slightly obliqúe, and thus it is 
not aligned with the anterior third carina. In G. 
nobilis and G. alispina, the anterior fourth carina 
is strongly obliqúe and nearly aligned with the 
anterior third carina. 

Glyphocrangon neglecta Faxon, 1896 
(Fig.3A, B) 

Glyphocrangon neglecta Faxon, 1896:159, pl.l, figs.5, 
6 (type locality: offGrenada, 12°03.3TM, 61°47.1W, 
524m); HOLTHUIS, 1971:319, fig.9; TAKEDA & 
OKUTANI, 1983:69, unnumbered fig. 

Material examined - R/V “Thalassa”: stn D-464, 
21°48.496’S, 40°01.539’W, 592-618m, 22/VI/ 

1999, lcT 13.1mm, l9 13.1mm, 1 ovig. 16.7mm 

(MNRJ 14087); stn E-510, 15°48.503’S, 
38°35.265’W, 599m, 12/VI/2000, 49 9.7- 

13.5mm, 2 juv. 8.2, 8.2mm (MNRJ 14895); stn E- 
511, 15°42.675’S, 38°37.298’W, 251m, 12/VI/ 

2000, l9 9.7mm (MNRJ 14890); stn E-519, 
13° 19.944’S, 38°19.654’W, 1730m, 20/VI/2000, 
1 ovig. 15.6mm (MNRJ 14916); stn D-538, 
13°40.741’S, 38°71.601’W, 450-500m, 07/VII/ 
1999, 39cf 10.4-13.0mm, 1109 9.2-12.4mm, 110 
ovig. 12.3-16.0mm, 1 juv. 8.0mm (MNRJ 14088); 
stn E-518, 13°21.199’S, 38°38.896’W, 518m, lOcf 
11.0-14.9mm, 109 11.4-13.1mm, 359 13.6- 
15.8mm (MNRJ 14894); stn E-521, 13°27.306’S, 
38°43.286’W, 376m, 21/VI/2000, 2cf 13.5, 
13.7mm, 29 9.7, lO.lmm (MNRJ 14893). 

Supplemental specimens - “Pillsbury”: stn 776, 
Caribbean Sea off Colombia, 12°13.3’N, 
72°50.0’W, 408-576m, 29/VII/1968, 17cf 11.7- 
16.7mm, 129 10.3-17.lmm, 17 ovig. 14.1- 

16.8mm (RMNH 25476). 

Diagnosis - Carapace and abdômen naked. Rostrum 
longer than carapace, with 2 pairs of lateral spines; 
dorsal surface corrugate with reticulate pattern of 
ridges. Carapace with low, entire or slightly lobate 
first (submedian) carinae; anteriormost tubercle of 
anterior second (intermediate) carina obsolete; 
anterior third (antennal) carina extending to 
posterior part of hepatic region; posterior third 
carina terminating anteriorly in low, right angle; 
anterior fourth (lateral) carina not expanded, 
continuous with branchiostegal spine, unarmed; 
antennal spine strong, somewhat divergent; no 
intercarinal tubercles on median and branchial 
regions. Abdômen with low median carinae (those 
on second, third and anterior section of fourth 
somites faint or absent); dorsolateral carinae on 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.31-44, jan./mar.2004 


38 


T.KOMAI 


second to fourth somites faint or absent: no tergal 
and pleural tubercles. Eye large (maximal diameter 
0.25-0.28 of carapace length), darkly pigmented. 
Dactyli of fourth and fifth pereopods subspatulate, 
0.55-0.65 times as long as propodus in fourth, 
0.40-0.50 in fifth. 

Variations - The development of the carinae on the 
carapace and abdômen is similar between males 
and females. 

Distribution - This species was known with 
certainty only from the Southern Caribbean and 


along the north coast of South America (from 
Panama to Surinam); at depths of 365-1050m 
(HOLTHUIS, 1971). The occurrence of G. neglecta 
from Brazilian waters was mentioned by RAMOS- 
PORTO & SILVA (1998) and MUNIZ et al. (2002), 
although papers have not been published. 

Remarks - The present specimens agree well with 
the account of HOLTHUIS (1971) and the 
supplemental specimens from off Colombia used 
by HOLTHUIS (1971). This species is distinctive 
among the Atlantic species of Glyphocrangon in 



Fig.3- (A, B) Glyphocrangon neglecta Faxon, 1896, habitus (lateral and dorsal views), ovigerous female (cl 16.7mm; 
MNRJ 14087); (C, D) Glyphocrangon nobilis A. Milne Edwards, 1881, habitus (lateral and dorsal views), ovigerous 
female (cl lõ.Omm; MNRJ 18919). 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.31-44, jan./mar.2004 



GLYPHOCRANGON FROM BRAZIL 


39 


the fully developed anterior third (antennal) carina 
on the carapace, which extends to the posterior 
part of the hepatic region, and the rostrum being 
longer than the carapace. 

Glyphocrangon nobilis A.Milne-Edwards, 1881 
(Fig.3C, D) 

Glyphocrangon nobile A.Milne-Edwards, 1881:5 
(type locality: off Dominica, 15°26.36’N, 
61°36.45’W, 2036m); 1883, pl.40, fig.2, 2a; 
PEQUEGNAT, 1970:107. 

Glyphocrangon nobilis- HOLTHUIS, 1971:341, fig.14; 
FOREST & HOLTHUIS, 1997:56, pl.40, fig.2, 2a. 

Material examined - R/V “Thalassa”: stn E-506, 
14°36.579’S, 38°49.544’W, 1067m, 10/VI/2000, 
2 ovig. 14.4, 16.0mm (MNRJ 18919); stn E-0522, 
13°30.495’S, 38°38.977’W, 1144m, 21/VI/2000, 
1 ovig. 14.9mm (MNRJ 18920); same data, 3 ovig. 
18.1-18.3 mm (MNRJ 14907). 

Supplemental specimens - “Iselin”: stn 58, Bahama, 
24°14’N, 77°17W, 1390m, 27/11/1973, 59 11.9- 
14.3mm, 5 ovig. 14.9-16.0mm (NNM 29495). 

Diagnosis - Carapace and abdômen covered with 
short, dense pubescence. Rostrum shorter than 
carapace in adult, with 2 pairs of lateral spines; 
dorsal surface without transverse septa or 
corrugation. Carapace with first (submedian) 
carina composed of low, subacute or acute 
tubercles; anteriormost tubercle of anterior 
second (intermediate) carina spiniform; anterior 
third (antennal) carina short, not extending to 
hepatic region; posterior third carina 
terminating anteriorly in small spine or low, 
right angle; anterior fourth (lateral) carina not 
expanded, nearly aligned with anterior third 
carina, terminating in small spine far remote 
from anterolateral margin of carapace, otherwise 
unarmed; antennal spine strong, slightly to 
strongly divergent than branchiostegal spine; no 
conspicuous intercarinal tubercles on median 
and branchial regions. Abdômen with low, broad 
median carinae; dorsolateral carinae also low: 
tergal and pleural tubercles few, obsolete. Eye 
moderately large (maximal diameter 0.20-0.23 
of carapace length), darkly pigmented. Dactyli 
of fourth and fifth pereopods subspatulate, 0.45- 
0.50 times as long as propodus in fourth, 0.30- 
0.40 in fifth. 

Distribution - This species has been recorded 
from South Carolina (U.S.A) and the Bahama 
Islands south to Suriname, including the greater 


part of the West Indian area; at depths of 410- 
2150m (HOLTHUIS, 1971). 

Remarks - The present specimens from Brazil 
agree well with the detailed account of G. nobilis 
by HOLTHUIS (1971). Differences between G. 
nobilis and G. alispina are discussed under account 
of the latter species. 

The status of the type material of G. nobilis is 
discussed by FOREST & HOLTHUIS (1997). 

Glyphocrangon sculpta (Smith, 1882) 
(Fig.4A, B) 

Rhachocaris sculpta Smith, 1882:49, pl.5, fig.3, pl.6, 
fig.3-3d (type locality: off Delaware, U.S.A., 
38°16.45’N, 73°10.30W). 

Glyphocrangon sculptus - SMITH, 1886:608, 655, 
pl.8, fig.3, pl.9, figs.l, 2. 

(?) Glyphocrangon sculptus- PEQUEGNAT, 1970:109. 
Glyphocrangon sculpta - HOLTHUIS, 1971:279, 
figs.2, 3. 

Material examined - R/V “Thalassa”: stn E-520, 
13°21.837’S, 38°16.683’W, 2137m, l9 22.5mm 
(MNRJ 14889); stn E-549, 21°25.738’S, 
39°43.946’W, 1718m, 07/VII/2000, 1 ovig. 
22.8mm (MNRJ 18921). 

Supplemental specimens - “Iselin”: stn 93, Bahama, 
24°24.8’N, 76°11.4W, 1757m, 13/11/1974, 1 ovig. 
19.4mm (RMNH 29854); stn 187, Bahama, 23°59.5’N, 
75°49.0W, 1880m, 12/11/1974, l9 15.6mm (RMNH 
29859); stn 177, Bahama, 24°22.9’N, 76°08.9W, 
1767m, 29 12.5, 17.3mm (RMNH 29858). 

Diagnosis - Carapace and abdômen naked or with 
sparse, minute setae. Rostrum shorter than 
carapace in adult, with 2 pairs of lateral spines; 
dorsal surface without transverse septa or 
corrugation. Carapace with first (submedian) 
carina composed of small spines; anteriormost 
tubercle of anterior second (intermediate) carina 
strong, dentate; anterior third (antennal) carina 
confined to antennal spine; posterior third carina 
terminating in small spine; anterior fourth (lateral) 
carina divided in two sections each terminating 
in large spine; antennal spine strong, slightly to 
strongly divergent than branchiostegal spine; 
numerous small spiniform tubercles on median 
and branchial regions. Abdômen with high, 
strongly compressed median carinae; dorsolateral 
carinae also high, strongly compressed laterally: 
tergal and pleural tubercles numerous, spiniform. 
Eye moderately large (maximal diameter 0.20-0.23 
of carapace length), darkly pigmented. Dactyli of 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.31-44, jan./mar.2004 


40 


T.KOMAI 


fourth and fifth pereopods subcylindrical, distally 
bifid in adult females. 

Variations- In the original description, Smith (1882) 
described that the dactyli of the fourth and fifth 
pereopods as bifid. BARNARD (1950) pointed out 
correctly that this feature is only shown by females, 
while in males the dactyli are of the usual oval shape, 
at most with a slight additional hump in the distai 
part of lateral margin (HOLTHUIS, 1971). It has been 
found that the shape of the dactyli in females varies 
with increase of the size of animais. In the small 
specimens (cl 12.5, 15.6mm), the dactyli terminate 
simple, acuminate unguis, while in large specimens 
(cl 17.3-22.8mm) the dactyli are bifid. 

Distribution - This species has a wide distribution 
in the Atlantic Ocean: from off the east coast of 
U.S.A. between Massachusetts and Delaware to 
West Indies in the western Atlantic; from Iceland 
to South África in the eastern Atlantic; at depths 
of 1645-3219m (HOLTHUIS, 1971). However, the 
records from South África (STEBBING, 1908, 
1910; BARNARD, 1950; KENSLEY 1968) are 
questionable (see remarks). 

Remarks - The present specimens agree well with 
the description by HOLTHUIS (1971) and the 
supplemental specimens from Bahama. Differences 
between males and females were not evaluated 
during this study, as no male specimens were 
available for examination. 

HOLTHUIS (1971) mentioned that the presence 
of three pleural teeth on the fifth abdominal 
somite was constant in G. sculpta. However, 
PEQUEGNAT (1970) and KOMAI (in press) 
demonstrated that the development of the third 
tooth on the posterior pleural margin is 
considerably variable in this species. Therefore, 
the number of the pleural teeth is not reliable in 
diagnosing G. sculpta. Nevertheless, this species 
is quite distinctive among the Atlantic members 
of the genus in the combination of the spinulose 
carapace and abdómen, distinctly bi-dentate 
anterior fourth (lateral) carina and subcylindrical 
dactyli of the fourth and fifth pereopod. The 
closest relative of G. sculpta is perhaps G. podager 
Bate, 1888, known only by the holotype from the 
southwestern Indian Ocean (KOMAI, in press). 
Differences between G. sculpta and G. podager 
were discussed by KOMAI (in press). 

During this study, two specimens from South 
África referred to G sculpta by Kensley (1968) have 
been preliminary examined. The South African 
specimens are different from the western Atlantic 


specimens in having a covering of numerous short 
setae on the carapace and abdómen. The difference 
may suggest that the South African specimens 
represent a separate species, as the setation on 
the body is constant in other species of 
Glyphocrangon (KOMAI, in press). In order to 
assess satisfactorily the taxonomic status of the 
South African population, however, it is necessary 
to compare more specimens. 

Glyphocrangon spinicauda A.Milne-Edwards, 1881 
(Fig.4C, D) 

Glyphocrangon spinicauda A.Milne Edwards, 
1881:3 (type locality: off St. Christopher, West 
Indies, 17°19.27’S, 62°50.30W, 450m); 1883, 
pl.40, fig.l, la; PEQUEGNAT, 1970:110; 
HOLTHUIS, 1971:295, figs.6-7; COELHO & 
RAMOS, 1972:157; RAMOS-PORTO & 
COELHO, 1998:342; FOREST & HOLTHUIS, 
1997:56, pl.40, fig.l, la. 

Material examined - R/V “Thalassa”: stn E-502, 
14°28.385’S, 38°52.395’W, 522m, 09/VI/2000, 
99 11.3-18.7mm (MNRJ 14888); stn E-507, 
15°08.595’S, 38°40.638’W, 1026m, 11/VI/ 
2000, 19 (damaged) (MNRJ 14898); stn E-509, 
15°47.725’S, 38°21.973’W, 2076m, 12/VI/ 
2000, 19 (damaged) (MNRJ 14897). 

Supplemental specimens - “Gerda”: stn 885, 
Gulf of México, 21°10’N, 86°28’W, 9/IX/1967, 
lcT 19.4mm, l9 16.2mm, 2 ovig. 18.2, 21.7mm 
(RMNH 25474). 

Diagnosis - Carapace and abdómen covered with 
veiy short, dense pubescence. Rostrum shorter than 
carapace in adult, with 2 pairs of lateral spines; dorsal 
surface lacking transverse septa or corrugations. 
Carapace with first (submedian) carina composed of 
blunt tubercles; anteriormost tubercle of anterior 
second (intermediate) carina small, usually blunt; 
trace of anterior third (antennal) carina on hepatic 
region represented by row of small, low tubercles; 
posterior third carina terminating anteriorly in low, 
light angle; anterior fourth (lateral) carina not 
expanded, armed with 2 spines (including terminal 
spine); antennal spine moderately strong, directed 
forward; some intercarinal tubercles on median and 
branchial regions. Abdómen with moderately high, 
somewhat compressed median carinae; 
dorsolateral carinae also moderately high; tergal 
and pleural tubercles conspicuous. Eye moderately 
large (maximal diameter 0.20-0.23 of carapace 
length), darkly pigmented. Dactyli of fourth and 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.31-44, jan./mar.2004 


GLYPHOCRANGON FROM BRAZIL 


41 



Fig.4- (A, B) Glyphocrangon sculpta (Smith, 1882), habitus (lateral and dorsal views), female (cl 22.5mm; MNRJ 
14889); (C, D) Glyphocranqon spinicauda A. Milne-Edwards, 1881, habitus (lateral and dorsal views), ovigerous 
female (cl 16.7mm; MNRJ 14888). 


fifth pereopods subspatulate, 0.40-0.50 times as 
long as propodus in fourth, 0.35-0.40 in fifth. 
Distribution - This species has been recorded from 
the western Atlantic from the east coast of Florida 
south to Barbados and in the Caribbean area as 


far west as Yucatan, Honduras and Nicaragua; 
at depths of 256-692m (HOLTHUIS, 1971). The 
occurrence of G. spinicauda from Brazilian 
waters was mentioned by RAMOS-PORTO & 
SILVA (1998), although a paper has not been 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.31-44, jan./mar.2004 




42 


T.KOMAI 


published. This study confirms the occurrence of 
this species in Brazil. 

Remarks - The present specimens agree well with 
the detailed description by HOLTHUIS (1971) and 
the supplemental specimens from the Gulf of México. 
As indicated by HOLTHUIS (1971), G. spinicauda 
resembles G. aurantiaca, G. haematonotus and G 
longleyi The anterior third carina represented by a 
row of small, low tubercles on the hepatic region 
and the conspicuous tergal and pleural tubercles 
on the abdômen distinguish G spinicauda from the 
latter three species. 

In the key to the species of Glyphocrangon known 
at that time, CHACE (1983) stated that the 
posterior third carina on the carapace was 
dentate anteriorly in G. spinicauda. In fact, 
however, that carina terminates in a blunt point 
in this species. 

The status of the type material of G. spinicauda is 
discussed by FOREST & HOLTHUIS (1997). 

DISCUSSION 

Thanks to the excellent study by HOLTHUIS 
(1971), the taxonomy of the Atlantic species of 
Glyphocrangon is well established. In addition to 
the eight species herein recorded from the 
southwestern Atlantic, other four species are 
known from the Atlantic: G. atlantica Chace, 
1939, G. haematonotus Holthuis, 1971, G. longleyi 
Schmitt, 1931 and G. rimapes Bate, 1888. Of 
them, G. rimapes has been reported from the 
northeastern Atlantic off Ireland at depths of 
3022-4104m (RICE, 1981) and southwestern 
Atlantic off Argentina at depth of 3138m (BATE, 
1888). Therefore, future investigation of bathyal 
zone at depths greater than 3000m may 
eventually reveal the existence of this rare species 
off the Brazilian coast. Other three species are 
known from the Gulf of México as well as the eight 
species occurring in Brazilian waters, and 
therefore it is not surprising if they are discovered 
in Brazilian waters. 

It is interesting to note that the Atlantic species 
of Glyphocrangon are not highly localized. Three 
species, G. atlantica, G. longirostris, and G. sculpta 
are widely distributed in western and northeastern 
Atlantic (HOLTHUIS, 1971); of them, G. 
longirostris and G sculpta extend the geographical 
ranges to the southeastern Atlantic off west 
coast of África (CROSNIER & FOREST, 1973). 


The other eight species (G. aculeata, G. alispina, 
G. aurantiaca, G. haematonotus, G. longleyi, G. 
neglecta, G. nobilis and G. spinicauda) are 
confined to the western Atlantic, although three 
species, G. aculeata, G. longirostris and G sculpta, 
are longitudinally widely distributed from east 
coast of United States to Brazil. In contrast, 
KOMAI (in press) showed that Indo-West Pacific 
species of the genus are highly localized. The lack 
of high degree of endemism in the Atlantic species 
of Glyphocrangon may be explained by the 
existence of the Gulf Stream which enables the 
wide-spread dispersai of larvae. 

ACKNOWLEDGMENTS 

To Dr. P.S.Young (Museu Nacional - Rio de 
Janeiro), for making available material for study 
and for his kind advice; to Dr. C.H.J.M.Fransen 
(Nationaal Natuurhistorisch Museum, Leiden), 
for his kind hospitality during my stay at the 
museum and to Dr. A.Crosnier (Muséum National 
d’Histoire Naturelle, Paris), for his advice and 
encouragements. Thanks are also extended to 
Dr. M.Tavares (Museu de Zoologia, Universidade 
de São Paulo), for reviewing the manuscript. 

LITERATURE CITED 

BARNARD, K.H., 1950. Descriptive catalogue of 
South African decapod Crustacea. Annals of 
the South african Museum, Cape Town, 
38:1-837. 

BATE, C.S., 1888. Report on the Crustacea Macrura 
collected by H.M.S.Challenger during the years 
1873-76. Report on the Scientific Results of 
the Voyage of H.M.S. Challenger During 
Years 1873-76, Zoology, London, 24:i-xc, 1- 
942, pis.1-150. 

BOSCHI, E.E., 1973. Aportes al conocimiento de tres 
especies de camarones de agues profundas dei 
Atlântico sur (Crustacea, Caridea). Physis, 
Section A, Buenos Aires, 32(85):233-244. 
CHACE JR., F.A., 1939. Preliminary descriptions of 
one new genus and seventeen new species of 
decapod and stomatopod Crustacea. Reports on 
the scientific results of the first Atlantis Expedition 
to the West Indies, under the joint auspices of 
the University of Havana and Harvard University. 
Memórias de la Sociedad Cubana de Historia 
Natural, Havana, 13:31-54. 

CHACE JR., F.A., 1983. The caridean shrimps 
(Crustacea: Decapoda) of the Albatross Philippine 
Expedition, 1907-1910, Part 2: families 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.31-44, jan./mar.2004 


GLYPHOCRANGON FROM BRAZIL 


43 


Glyphocrangonidae and Crangonidae. 

Smithsonian Contributions to Zoology, 

Washington, D.C., 397:1-63. 

COELHO, P.A. & RAMOS, M. A., 1972. A constituição 
e a distribuição da fauna de decápodos do litoral 
leste da América do Sul entre as latitude de 50°N 
e 39°S. Trabalhos Oceanográficos da 
Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 
13:133-236. 

CROSNIER, A. & FOREST, J., 1973. Les crevettes 
profondes de 1’Atlantique oriental tropical. Faune 
Tropicale, Paris, 19:1-409. 

D’UDEKEM D’ACOZ, C., 1999. Inventaire et 
distribution des crustacés décapodes de 
1’Atlantique nord-oriental, de la Médirranée et 
des eaux continentales adjacentes au nord de 
25°N. Collection Patrimoines Naturels, Paris, 
40:1-383. 

FAXON, W., 1896. Supplementary notes on the 
Crustacea. Reports on the results of dredging 
under the supervision of Alexander Agassiz, in 
the Gulf of México and the Caribbean Sea, and 
on the east coast of the United States, 1877 to 

1880, by the U. S. Coast Survey Steamer “Blake.” 
XXXVII. Bulletin of the Museum of 
Comparative Zoology, Harvard College, 
Boston, 30:153-166, pis.1-2. 

FOREST, J. & HOLTHUIS, L.B., 1997. A. Milne- 
Edwards Recueil de figures de Crustacés 
nouveaux ou peu connus, 1883. New facsimile 
edition with comments and annotations. 
Leiden: Backhuys Publishers. 128p. 

HOLTHUIS, L.B., 1971. The Atlantic shrimps of the 
deep-sea genus Glyphocrangon A. Milne Edwards, 

1881. Bulletin of Marine Science, Miami, 
21(l):267-373. 

KENSLEY, B., 1968. Deep sea decapod Crustacea 
from west of Cape Point, South África. Annals of 
the South African Museum, Cape Town, 
50(12):283-323. 

KOMAI, T. (in press). Crustacea Decapoda: A review 
of the Indo-West Pacific species of the genus 
Glyphocrangon A. Milne Edwards, 1881 (except 
for G. caeca Wood-Mason, 1891 species group) 
(Caridea: Glyphocrangonidae). In: MARSHALL, B. 
& RICHER DE FORGES, B. (Eds.) Tropical Deep 
Sea Benthos. v.23. Mémoires du Muséum 
National d’Histoire Naturelle, Paris. 

MILNE-EDWARDS, A., 1881. Description de 
quelques Crustacés Macroures provenant des 
grandes profondeurs de la mer des Antilles. 
Annales des Sciences Naturelles, Zoologie, 
Paris (6)11(4):1-16. 

MILNE-EDWARDS, A., 1883. Recueil de figures 
de Crustacés nouveaux ou peu connus. Paris. 
3p., 44 pis. 

MOREIRA, C., 1901. Crustáceos do Brazil. 
Contribuições para o conhecimento da fauna 


Brazileira. Arquivos do Museu Nacional, Rio de 

Janeiro, 11:1-151, i-iv, pis. 1-4. 

MUNIZ, A.P.M.; SILVA, K.C.A.; RAMOS-PORTO, M.; 
VIANA, G.F.S. & CINTRA, I.H.A., 2002. Camarões 
da Infraordem Caridea coletados durante o 
REVIZEE/NO (Crustacea: Decapoda). In: 
CONGRESO BRASILEIRO DE ZOOLOGIA, 24., 
Itajai. Resumos..., Itajai: Universidade do Vale 
do Itajai, p. 123-124. 

PEQUEGNAT, L., 1970. Deep-sea caridean shrimps 
with descriptions of six new species. In: 
PEQUEGNAT, W.E. & CHACE, F.A. Jr. (Eds.) 
Contributions on the Biology of the Gulf of 
México. Houston: Texas A. & M. University 
Oceanographic Studies. v.l, p.59-123. 

RAMOS-PORTO, M. & COELHO, P.A., 1998. 
Malacostraca - Eucarida. Caridea (Alpheoidea 
excluded). In: YOUNG, P.S. (Ed.) Catalogue of 
Crustacea of Brazil, Rio de Janeiro: Museu 
Nacional, p.325-350. (Série Livros, 6). 

RAMOS-PORTO, M. & SILVA, K.C.A., 1998. Camarões 
de profundidade coletados na costa norte do 
Brasil (Crustacea: Penaeidea e Caridea). 
CONGRESO BRASILEIRO DE ZOOLOGIA, 22., 
Recife. Resumos..., Recife: Universidade Federal 
de Pernambuco, p.101. 

RICE, A.L., 1981. The status of Glyphocrangon 
rimapes Bate, 1888 (Crustacea, Decapoda, 
Glyphocrangonidae). Bulletin of the British 
Museum, Natural History (Zoology), London, 
40(5):275-285. 

RODRIGUES, C. & YOUNG, P.S., 2003. Duas 
espécies de Acanthocarpus (Curstacea, 
Calappidae) para a costa do Brasil. Boletim do 
Museu Nacional, Nova Série, Zoologia, Rio de 
Janeiro (505):l-8. 

SMITH, S.I., 1882. Report on the Crustacea. Part I. 
Decapoda. Reports on the results of dredging, under 
the supervision of Alexander Agassiz, on the east 
coast of the United States, during the summer of 
1880, by the U. S. Coast Survey Steamer “Blake,” 
Commander J.R.Bartlett, U.S.N., commanding. 
Bulletin of the Museum of Comparative Zoology, 
Harvard College, Boston, 20:1-108, pis. 1-15. 

SMITH, S.I., 1886. Report on the decapod Crustacea 
of the Albatross dredgings off the east coast of 
United States, during the summer and autumn 
of 1884. Report of the Commissioner for 1885, 
United States Comission of Fish and Fisheries, 
Washington, 13:605-706, pis. 1-20. 

STEBBING, T.R.R., 1908. South African Crustacea 
(Part IV). Annals of the South African Museum, 
Cape Town, 6:1-96, pis. 1-15. 

STEBBING, T.R.R., 1910. General catalogue of South 
African Crustacea (Part V. of S. A. Crustacea, for 
the Marine Investigations in South África). Annals 
of the South African Museum, Cape Town, 
6:281-593, pis. 15-22. 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.31-44, jan./mar.2004 


44 


T.KOMAI 


TAKEDA, M. & OKUTANI, T., 1983. Crustaceans 
and Mollusks trawled off Suriname and 
French Guiana. Tokyo: Japan Marine Fishery 
Resource Research Center. 354p. 

TAVARES, C.R. & YOUNG, P.S., 2002. Nephropidae 
(Crustacea: Decapoda) collected by the Revizee 
Score-Central Program from off Bahia to Rio de 
Janeiro States, Brazil. Arquivos do Museu 
Nacional, Rio de Janeiro, 60(2):79-88. 

TAVARES, M., 1998. Three new records of deep-sea 
squat lobsters of the genus Munidopsis 
Whiteaves from the southwestern Atlantic Ocean 


(Decapoda: Galatheidae). Crustacean Research, 
Tokyo, 27:88-100. 

TAVARES, M., 1999a. Deilocerus captabüis, a new 
species of cyclodorippid crab from southeastern 
Brazil (Crustacea: Decapoda: Brachyura: 
Cyclodorippidae). Proceedings of the Biological 
Society of Washington, Washington, 
112(1): 141-144. 

TAVARES, M., 1999b. New species and new records 
of deep-water caridean shrimps from the South 
Atlantic Ocean (Crustacea, Decapoda). 
Zoosystema, Paris, 21(4):671-677. 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.31-44, jan./mar.2004 


wnnmmnjfflnnTT l 

nnnigttEiarmnnrTi 


Arquivos do Museu Nacional, Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.45-66, jan./mar.2004 
ISSN 0365-4508 


REDESCRIÇÃO DOS MACHOS DE DEZ ESPÉCIES NEOTROPICAIS DE 
RAVINIA ROBINEAU-DESVOIDY, 1863 (DIPTERA, SARCOPHAGIDAE) 1 

(Com 60 figuras) 

HUGO JOSÉ LOPES GUIMARÃES 2 


RESUMO: A redescrição dos machos de dez espécies neotropicais de Ravinia : R. advena (Walker, 1852), R. 
almeidai (Lopes, 1946), R. barroi[ Dodge,1956), R. dampfi (Lopes, 1946), R. derelicta (Walker, 1852), R. effrenata 
(Walker, 1861), R. errabunda (Wulp, 1895), R. globulus (Aldrich, 1916), R. postnoda (Dodge, 1968) e R. vagabunda 
(Wulp, 1895) é apresentada, incluindo revisões detalhadas da morfologia, com destaque para a terminália, 
acompanhadas de ilustrações e de dados sobre distribuição geográfica e listas sinonímicas atualizadas. 

Palavras-chave: Sarcophagidae, Ravinia, Diptera, taxonomia. 

ABSTRACT: Redescription of the males of ten neotropical species of Ravinia Robineau-Desvoidy, 1863 (Diptera, 
Sarcophagidae). 

Redescription of the males of ten neotropical species of Ravinia: R. advena (Walker, 1852), R. almeidai (Lopes, 
1946), R. barroi (Dodge, 1956), R. dampfi (Lopes, 1946), R. derelicta (Walker, 1852), R. effrenata (Walker, 1861), 
R. errabunda (Wulp, 1895), R. globulus (Aldrich, 1916), R. postnoda (Dodge, 1968) e R. vagabunda (Wulp, 
1895) is presented, including detailed redescriptions of morphology, especially of the terminalia, accompanied 
by illustrations and updated geographical distribution data and synonymy lists. 

Key words: Sarcophagidae, Ravinia, Diptera, taxonomy. 


INTRODUÇÃO 

Ravinia Robineau-Desvoidy, 1863 abriga 
atualmente 43 espécies, a grande maioria de 
distribuição neotropical e neártica (PAPE, 1996). 
As espécies R. advena (Walker, 1852), R. almeidai 
(Lopes, 1946), R. barroi (Dodge, 1956), R. dampfi 
(Lopes, 1946), R. derelicta (Walker, 1852), R. 
effrenata (Walker, 1861), R. errabunda (Wulp, 
1895), R. globulus (Aldrich, 1916), R. postnoda 
(Dodge, 1968) e R. vagabunda (Wulp, 1895), eram 
consideradas anteriormente como pertencentes a 
um gênero distinto: Chaetoravinia Townsend, 1917. 
Atualmente, esse gênero têm sido tratado como 
sinônimo júnior de Ravinia, segundo conceitos de 
ROBACK (1954) e PAPE (1996). Diversas 
interpretações das estruturas do distifalo dessas 
espécies têm sido apresentadas pelos autores e 
muitas carecem de descrições detalhadas da 
genitália. O presente trabalho visa contribuir para 
a ampliação do conhecimento das espécies deste 
gênero, através de um estudo pormenorizado da 
morfologia, com destaque para a terminália 
masculina, incluindo caracteres relevantes na 


definição das espécies, não mencionados por 
autores anteriores em descrições e revisões, tais 
como: hillae, haste dorsal e processo mediano. As 
redescrições são acompanhadas de ilustrações, 
dados sobre distribuição geográfica e listas 
sinonímicas atualizadas. 

MATERIAL E MÉTODOS 

Para a morfologia geral a terminologia utilizada 
foi a de McALPINE (1981), exceto para terminália 
masculina, para a qual foram aplicados os termos 
propostos por ROBACK (1954) e LOPES (1956). 
As abreviaturas utilizadas foram baseadas em 
CARVALHO (1989) e MELLO (1996). O material 
estudado encontra-se depositado nas seguintes 
instituições: The Natural History Museum, 
Londres, Inglaterra (BMNH); Museu Nacional - 
Rio de Janeiro, Brasil (MNRJ); Museu de Zoologia, 
Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil 
(MZSP); National Museum of Natural History, 
Smithsonian Institution, Washington, E.U.A. 
(NMNH) e Staatliches Museum für Naturkunde in 
Stuttgard, Stuttgard, Alemanha (SMN). 


1 Submetido em 09 de janeiro de 2003. Aceito em 03 de julho de 2003. 

Parte da Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas/Zoologia, Museu Nacional/UFRJ. Quinta da Boa Vista, 
São Cristóvão, 20940-040, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Com auxílio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). 

2 Universidade Santa Úrsula, Instituto de Ciências Biológicas e Ambientais (ICBA). Rua Fernando Ferrari, 75, Botafogo, 22231-040, Rio de Janeiro, RJ, 
Brasil. E-mail: hjlogu@yahoo.com.br. 






46 


HJ.L.GUIMARAES 


Ravinia derelicta (Walker, 1852) 

(Figs.1-6) 

Sarcophaga derelicta Walker, 1852:322. Localidade- 
tipo: “EUA”; série sintípica, BMNH; Aldrich, 
1930:17 (síntipo examinado). 

Helicobia quadrisetosa Coquillett, 1901:17. 
Localidade-tipo: EUA, Distrito de Columbia; 
holótipo macho, NMNH. 

Ravinia quadrisetosa; PARKER, 1914:60. 
Sarcophaga quadrisetosa; ALDRICH, 1916:296; 
HALL, 1928. 

Chaetoravinia quadrisetosa; TOWNSEND, 1917:195. 
Sarcophaqa stimulans; ALDRICH, 1930:17 (nec. 
Walker). 

Chaetoravinia derelicta; DODGE 1956b: 188 (fêmea 
examinada); LOPES, 1969:22 (cat.), 1977:43 
(síntipos macho e fêmea examinados). 

Ravinia (Chaetoravinia) derelicta; DOWNES, 1965: 
954 (cat.). 

Ravinia derelicta; PAPE, 1996:286 (cat.). 

d - Comprimento total = 6,5-7mm. 

Cabeça. Parafrontália e parafaciália cinzentas com 
polinosidade dourada; fronte medindo 0,29mm da 
largura da cabeça; frontália preta; parafrontália e 
parafaciália com uma fileira de pequenos pêlos que 
acompanham toda a órbita ocular anterior e também 
com outros pêlos escassos espalhados por estas; 
órbita ocular posterior cinzenta com polinosidade 
dourada. Cerdas: 6 a 8 frontais convergentes; vte não 
diferenciada dos cílios pós-oculares; frontorbital 
reclinada com o mesmo tamanho das ocelares. Gena 
cinzenta com polinosidade dourada, com pêlos pretos 
e alguns pêlos brancos ao redor do occiput; pós-gena 
cinzenta com polinosidade dourada; antena de cor 
castanho; flagelo castanho com polinosidade cinzenta 
e arista plumosa na 1/2 basal; palpo castanho. 
Tórax. Cinzento; proesterno com pêlos. Cerdas: 
ac=2-3+l; dc=3-4+4; ia= 3+2; sa=2+3; apical 
escutelar ausente; 1 subapical escutelar; 1 discai 
escutelar; 1 basal escutelar; 6-7 mer, 3 ctpl. Asa: 
nervura R x basalmente com cerdas até 1 /2 de sua 
extensão e R 4+5 basalmente com cerdas até 3/4 da 
distância da r-m. Pernas pretas com polinosidade 
cinzenta nos fêmures; fêmur II apresentando 
ctenídio de 8 espinhos; tíbia II com 1 cerda mediana 
na face A e 1 mediana na margem PD; tíbia III com 
2 cerdas medianas na face A, 2 medianas na 
margem PD e 1 mediana na margem AV. 

Abdome. Cinzento; tergito III com 1 cerda marginal 
lateral bem desenvolvida; tergito IV com as cerdas 
marginais medianas e laterais não diferenciadas; 
tergito V com cerca de 16 cerdas ao longo da margem 


posterior; esternitos com pêlos pretos esparsos e 
decumbentes com cerdas diferenciadas na margem 
posterior. Esternito V com a região posterior 
apresentando fenda larga, com margens internas 
bem separadas, divergentes e apresentando também 
1 par de lobos semi-cilíndricos e cerdosos, cujo ápice 
se dobra para a região ventral (fig.4). 

Terminália. Protândrio castanho-avermelhado com 
polinosidade dourada, com 3 pares de cerdas e 
epândrio castanho-avermelhado com cerdas esparsas 
(Fig. 1); cerco reto, com o ápice levemente curvo para 
frente (Fig. 1); surstilo com cerdas, sendo as da região 
ventral mais desenvolvidas (Fig.l); parâmero longo, 
levemente curvo, com pêlos e ápice dobrado para fora 
(Fig.3); gonópodo longo, curvo e com pêlos e alargado 
na região mediana; edeago apresentando basifalo, 
distifalo e placa apical fusionados (Figs.3, 5); placa 
apical formando distalmente 2 pares de apófises 
(Figs.5-6); ventrália curta e em vista ventral, bilobada 
(Figs. 5-6); haste dorsal clavada com a região distai 
larga terminando na margem da placa apical (Figs. 5- 
6); o par de hillae livre (não encoberto pelo distifalo), de 
formato sub-retangular, com uma projeção proximal 
pontiaguda e região distai bífida (Figs.5-6); processo 
mediano cônico e com base posicionada mais próximo 
da placa apical do que da ventrália (Figs.5-6). 

Material examinado - EUA: WISCONSIN, Lake Mills, 
MNRJ, ld , Fred Snyder col., 18/VII/1935; KANSAS, 
Douglas col., MNRJ, 1 d, F.H.Snow col., [data ?]; 
FLÓRIDA, Hilliard col., MNRJ, lcf , J.Nottingham col., 
19/VIII/1930; MÉXICO: TABASCO, MNRJ, lcf , 
A.Dampf col., 31/VII/1938. 

Distribuição - Neártica: Canadá (Ontario), EUA 
(Massachusetts, Connecticut, Nova Iorque, 
Pennsylvania, Distrito de Columbia, Ohio, 
Delaware, West Virgínia, Maryland, Washington, 
Colorado, Dakota do Sul, Wisconsin, Michigan, 
Minesota, Nebraska, Illinois, Indiana, Kansas, 
Kentucky, Virgínia, Carolina do Norte, Oklahoma, 
Arkansas, Tennessee, Carolina do Sul, Texas, 
Louisiana, Mississipi, Missouri, Alabama, Geórgia, 
Flórida). Neotropical: México (Michoacán, Nayarít, 
Tabasco, Vera Cruz). 

Comentários - Próxima de R. vagabunda pelo 
aspecto do esternito V que é extremamente 
semelhante, pela placa apical formando 2 pares de 
apófises anteriores, pelo formato cônico do processo 
mediano e pela localização da base placa apical. 
Difere de R. vagabunda por apresentar o ápice do 
parâmero dobrado para fora, gonópodo com um 
alargamento na região mediana, o par de hillae com 
projeção proximal pontiaguda e pelo aspecto da 
região proximal da haste dorsal. 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.45-66, jan./mar.2004 


REDESCRIÇÃO DOS MACHOS DE DEZ ESPECIES NEOTROPICAIS DE RAVINIA 


47 



R. derelicta (Walker): fig. 1- segmentos genitais, vista lateral; fig.2- ápice do cerco, vista lateral; fig.3- edeago e anexos, vista 
lateral; fig.4- esternito V, vista ventral; fig.5- ápice do edeago, vista lateral; fig.6: idem, vista ventral. (bf) basifalo, (ce) cerco, 
(df) distifalo, (ep) epândrio, (go) gonópodo, (hd) haste dorsal, (hi) hillae, (pa) placa apical, (pm) processo mediano, (po) parâmero, 
(pr) protândrio, (su) surstilo, (ve) ventrália. 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.6, n.l, p.45-66, jan./mar.2004 

























48 


HJ.L.GUIMARAES 


Ravinia advena (Walker, 1852) 
(Figs.7-12) 

Sarcophaga advena Walker, 1852:324. Localidade- 
tipo: “Brasil”; holótipo macho, BMNH; ALDRICH, 
1930:17 (cit.). 

?Sarcophaga contermina Walker, 1852:327. 
Localidade-tipo: “Brasil”; holótipo fêmea, BMNH; 
ALDRICH, 1930:18 (cit.). 

Catasarcophaga trivittata Townsend, 1927:295. 
Localidade-tipo: Brasil, São Paulo; holótipo 
macho, MZSP. 

Sarcophaga ( Chaetoravinia ) townsendi Engel, 
1931:149. Localidade-tipo: Bolívia, Nordeste de 
Chiquitos; holótipo macho, SMN. 

Chaetoravinia trivittata; LOPES, 1932:46 (parátipo 
examinado), 1939:497 (cit.), 1941:381, 
1969:23 (cat.). 

Ravinia trivittata; ROBACK, 1954:74. 

Chaetoravinia advena; LOPES, 1976:629 (holótipo 
examinado); LEITE & LOPES, 1987:222 (larva); 
LOPES & LEITE, 1991:98 (redesc. terminália.). 
Ravinia advena; PAPE, 1996:284 (cat.) 

d - Comprimento total = 6-8mm. 

Cabeça. Parafrontália e parafaciália castanhas com 
intensa polinosidade dourada; fronte medindo 
0,25mm da largura da cabeça; frontália de cor 
castanho-avermelhado na metade basal e preta na 
metade superior; parafrontália e parafaciália com 
uma fileira de pequenos pêlos que acompanham toda 
a órbita ocular anterior; órbita ocular posterior 
cinzenta; Cerdas: 6 a 8 frontais convergentes; vte não 
diferenciada dos cílios pós-oculares; frontorbital 
reclinada com o mesmo tamanho das ocelares. Gena 
cinzenta com polinosidade dourada, com pêlos pretos 
e alguns pêlos brancos ao redor do occiput; pós-gena 
cinzenta com polinosidade dourada; antena 
castanha; flagelo castanho com polinosidade cinzenta 
e arista plumosa na 1/2 basal; palpo castanho. 
Tórax. Cinzento; proesterno com pêlos. Cerdas: 
ac = 4+2; dc= 3+4; ia = 3+2; sa= 2+3; apical escutelar 
ausente; 1 subapical escutelar; 1 discai escutelar; 1 
basal escutelar; 7 mer; 3 ctpl. Asa: nervura R x 
basalmente com cerdas até 1 / 2 de sua extensão e 
R 4+5 basalmente com cerdas até 1 / 2 da distância da 
r-m. Pernas de cor castanho com polinosidade 
cinzenta nos fêmures; fêmur II apresentando ctenídio 
de 4 espinhos; tíbia II com 1 cerda mediana na face 
A, 1 mediana na margem PD e 1 mediana na face V; 
tíbia III com 2 cerdas medianas na face A, 2 medianas 
na margem PD e 1 mediana na margem AV. 
Abdome. Cinzento; tergito III com 1 cerda marginal 
lateral bem desenvolvida; tergito IV com 1 marginal 


mediana e 2 marginais laterais; tergito V com cerca 
de 16 cerdas ao longo da margem posterior; 
esternitos com pêlos pretos esparsos e decumbentes 
com cerdas diferenciadas na margem posterior. 
Esternito V com a região posterior apresentando 
fenda estreita, com margens internas paralelas, 
muito próximas, com uma projeção de cada lado, 
cerdosas e dobradas para trás (Fig. 10). 

Terminália. Protândrio vermelho com polinosidade 
dourada com 3 a 4 pares de cerdas marginais e 
epândrio vermelho com cerdas esparsas (Fig.7); 
cerco com projeção conspícua na margem posterior 
e ápice curvo para frente (Fig. 7), com ápices retos 
(Fig.8); surstilo com cerdas, sendo as da região 
ventral mais desenvolvidas (Fig.7); parâmero curvo 
e com pêlos no ápice (Fig.9); gonópodo curvo e com 
pêlos (Fig.9); edeago apresentando basifalo e distifalo 
fusionados (Fig.9); o distifalo apresenta 1 par de 
esporões localizados lateralmente nas paredes 
internas (Fig. 11); placa apical inteiramente 
fusionada ao distifalo e bem desenvolvida, formando 
2 lobos e apresentando a margem distai arredondada 
(Figs. 11-12); ventrália larga, com forma de quilha 
na superfície superior e ápice rugoso (Figs. 11-12); 
haste dorsal com rugosidades na região basal e 
transformando-se em uma estrutura foliar na região 
ventral (Figs. 11-12); o par de hillae parcialmente 
encoberto pelo distifalo, de formato triangular, com 
a região inferior mais esclerosada (Figs. 11-12); 
processo mediano cônico, circundado pela haste 
dorsal e com base posicionada mais próximo da 
ventrália do que da placa apical (Figs. 11-12). 

Material examinado - BRASIL, GOIÁS, Goiânia, 
MNRJ, 1 d , H.Ebert col., VIII/1969; ESPÍRITO 
SANTO, Linhares, MNRJ, lcf , P.C.Elias col., VI/1972; 
SÃO PAULO, Araçatuba, MNRJ, ld , Lane e Rabello 
cols., X/1961; RIO GRANDE DO SUL, Santa Maria, 
MNRJ, 1 d , H.S.Lopes col., 7/XII/1978 e lcf , 
H.S.Lopes col., 9/XII/1978; ARGENTINA: SALTA, San 
Martin, MNRJ, lcf, Wygozinsky col., 10/1/1957. 

Distribuição - Neotropical: Bolívia, Brasil (Mato 
Grosso, Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo, São 
Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul), 
Argentina (Misiones, Salta). 

Comentários - Próxima de R. almeidai pela presença 
de estruturas extremamente semelhantes como o par 
de hillae triangular com a região inferior mais 
esclerosada, a haste dorsal cilíndrica com rugosidades 
na região basal, pelo formato cônico do processo 
mediano. Difere de R. almeidai por apresentar uma 
projeção conspícua no cerco, distifalo sem pilosidade 
e parede interna do distifalo com esporão. 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.45-66, jan./mar.2004 


REDESCRIÇÃO DOS MACHOS DE DEZ ESPÉCIES NEOTROPICAIS DE RAVINIA 


49 



R. advena (Walker): fig.7- segmentos genitais, vista lateral; fig.8- ápice do cerco, vista lateral; fig.9- edeago e anexos, 
vista lateral; fig.10- esternito V, vista ventral; fig.ll- ápice do edeago, vista lateral; fig.12- idem, vista ventral. 
(bf) basifalo, (df) distifalo, (go) gonópodo, (hd) haste dorsal, (hi) hillae, (pa) placa apical, (pm) processo mediano, 
(po) parâmero, (ve) ventrália. 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.6, n.l, p.45-66, jan./mar.2004 
























50 


HJ.L.GUIMARAES 


Ramnia almeidai [ Lopes, 1946) 

(Figs. 13-18) 

Chaetoravinia almeidai Lopes, 1946b:227. 
Localidade-tipo: Brasil, Mato Grosso, Salobra; 
holótipo macho, MNRJ; LOPES, 1969:22 (cat.), 
1982:315 (larva); LEITE & LOPES, 1987:221 
(cit.); LOPES 85 LEITE, 1991:98 (cit.). 

Ravinia almeidai; ROBACK, 1954:74; PAPE, 1996: 
284 (cat.). 

d - Comprimento total = 6-6,5mm. 

Cabeça. Parafrontália e parafaciália cinzentas 
com polinosidade dourada; fronte medindo 
0,22mm da largura da cabeça; frontália de cor 
castanho-avermelhado; parafrontália e 
parafaciália com uma fileira de pequenos pêlos 
que acompanham toda a órbita ocular anterior, 
órbita ocular posterior cinzenta com polinosidade 
dourada. Cerdas: 6 a 7 frontais convergentes; vte 
não externa diferenciada dos cílios pós-oculares; 
frontorbital reclinada com o mesmo tamanho das 
ocelares. Gena cinzenta com polinosidade 
dourada e com pêlos pretos; pós-gena cinzenta 
com polinosidade dourada; antena castanha com 
polinosidade cinzenta, flagelo castanho com 
polinosidade cinzenta e arista plumosa na 1/2 
basal; palpo castanho. 

Tórax. Cinzento; proesterno com pêlos. Cerdas: 
ac = 4+1; dc = 3+4; ia = 2+2; sa = 2+3; apical 
escutelar ausente; 2 subapicais escutelares; 1 
discai escutelar; 1 basal escutelar; 8 mer, 3 ctpl. 
Asa: nervura R x com cerdas em toda sua 
extensão e R 4+5 basalmente com cerdas até 3/4 
da distância da r-m. Pernas castanhas com 
polinosidade cinzenta nos fêmures; fêmur II 
apresentando ctenídio de 5 espinhos; tíbia II com 
1 cerda mediana na face A, 2 medianas na 
margem PD; tíbia III com 2 cerdas medianas na 
face A, 2 medianas na margem PD e 1 mediana 
na margem AV. 

Abdome. Cinzento; tergito III com 2 cerdas 
marginais laterais bem desenvolvidas; tergito 
IV com as cerdas marginais medianas e 
laterais não diferenciadas; tergito V com cerca 
de 16 cerdas ao longo da margem posterior; 
esternitos com pêlos pretos esparsos e 
decumbentes com cerdas diferenciadas na 
margem posterior Esternito V com a região 
posterior apresentando fenda estreita, com 
margens internas paralelas, muito próximas, 
com lobos semi-cilíndricos e cerdosos (Fig.16). 


Terminália. Protândrio vermelho com 
polinosidade dourada e com 3 cerdas; e epândrio 
vermelho com cerdas esparsas (Fig.13); cerco 
com margem posterior apresentando 
concavidade mediana e ápice levemente curvo 
(Figs. 13-14); surstilo com cerdas, sendo as da 
região ventral mais desenvolvidas (Fig.13); 
parâmero curvo, região distai alargada e com 
pêlos (Fig.15); gonópodo curvo, com pêlos e 
região basal alargada (Fig.15); edeago 
apresentando basifalo e distifalo fusionados 
(Fig.15); placa apical inteiramente fusionada ao 
distifalo e bem desenvolvida, com margem distai 
reta e formada por 1 par de lobos (Figs. 17-18); 
distifalo com região apical e parede interna 
cobertos por pilosidade esparsa; ventrália larga 
em forma de quilha na superfície superior e 
ápice rugoso (Figs. 17-18); haste dorsal cilíndrica 
com rugosidades na região basal e 
transformando-se em uma estrutura foliar na 
região apical (Figs. 17-18); o par de hillae 
parcialmente encoberto pelo distifalo, de formato 
sub-triangular, com a região inferior mais 
esclerosada (Figs. 17-18); processo mediano 
cônico, circundado pela haste dorsal e com base 
posicionada mais próximo da ventrália do que 
da placa apical (Figs. 17-18). 

Material examinado - BRASIL: MARANHÃO, 
Igarapé, Paraqueú, Rosário, MNRJ, 1 d , 
[coletor ?], 20-22/XI/ 1970; CEARÁ, Pacatuba, 
MNRJ, ld , H.S.Lopes col., 5/VIII/1973 e lcf , 
H.S.Lopes col., 22/VIII/ 1973; MATO GROSSO, 
Salobra, MNRJ, 1 d, holótipo, COM. I. OC. col., 
1/1941, e Bodoquema, MNRJ, 1 cf , parátipo, 
COM. I. OC. col., X/1941; MINAS GERAIS, 
Lassance, MNRJ, 1 d, parátipo, Martins, Lopes 
e Mangabeira cols., 20-31/1/1939; RIO DE 
JANEIRO, Tinguá, MNRJ, ld", J.Evangelista 
col., 1 /XII/ 1958; Angra dos Reis, MNRJ, 2d , 
H.S.Lopes col., XI/1972. 

Distribuição - Neotropical: Brasil (Maranhão, 
Ceará, Mato Grosso, Minas Gerais, São Paulo, 
Paraná). 

Comentários - Próxima de R. postnoda pela 
forma semelhante de certas estruturas do 
edeago como: haste dorsal e processo mediano; 
como também pela presença de pilosidade no 
distifalo. Difere de R. postnoda por apresentar 
um parâmero sem espinhos na região basal, o 
par de hillae sub-triangular e uma placa apical 
com a margem reta. 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.45-66, jan./mar.2004 


REDESCRIÇÃO DOS MACHOS DE DEZ ESPÉCIES NEOTROPICAIS DE RAVINIA 


51 



R. almeidai (Lopes): fig.13- segmentos genitais, vista lateral; fig.14- ápice do cerco, vista lateral; fig. 15- edeago e 
anexos, vista lateral; fig. 16- esternito V, vista ventral; fig. 17- ápice do edeago, vista lateral; fig. 18- idem, vista ventral. 
(bf) basifalo, (df) distifalo, (go) gonópodo, (hd) haste dorsal, (hi) hillae, (pa) placa apical, (pm) processo mediano, (po) 
parâmero, (ve) ventrália. 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.6, n.l, p.45-66, jan./mar.2004 































52 


HJ.L.GUIMARAES 


Ravinia barroi (Dodge, 1956) 

(Figs. 19-24) 

Chaetoravinia barroi Dodge, 1956a:97. Localidade- 
tipo: Cuba, Havana, Lomas de Camoa; holótipo 
macho, NMNH; LOPES, 1969:22 (cat.); 
ROHDENDORF, 1970:97 (cit.). 

Ravinia barroi ; PAPE, 1996:285 (cat.) 

d - Comprimento total = 7 mm. 

Cabeça. Parafrontália e parafaciália cinzentas com 
polinosidade dourada; fronte medindo 0,26mm da 
largura da cabeça; frontália preta; parafrontália e 
parafaciália com uma fileira de pequenos pêlos que 
acompanham toda a órbita ocular anterior; órbita 
ocular posterior cinzenta com polinosidade 
dourada. Cerdas: 7 frontais convergentes; vte não 
diferenciada dos cílios pós-oculares; frontorbital 
reclinada um pouco maior que as ocelares. Gena 
cinzenta com polinosidade dourada, com pêlos 
pretos e alguns pêlos brancos ao redor do occiput; 
pós-gena cinzenta com polinosidade dourada; 
antena de cor castanho com polinosidade cinzenta, 
flagelo castanho com polinosidade cinzenta e arista 
plumosa na 1/2 basal; palpo castanho. 

Tórax. Cinzento; proesterno com pêlos. Cerdas: 
ac= 3+2; dc= 3+4; ia = 1+3; sa= 2+2; apical escutelar 
ausente; 2 subapicais escutelares; 2 discais 
escutelares; 2 basais escutelares; 8 mer, 3 ctpl. Asa: 
nervura R x com cerdas até 1/2 de sua extensão e 
R 4+5 basalmente com cerdas até 1/2 da distância 
da r-m. Pernas de cor castanho com polinosidade 
cinzenta nos fêmures; fêmur II apresentando 
ctenídio de 6 espinhos; tíbia II com 1 cerda mediana 
na face A, 1 mediana na margem PD, tíbia III com 2 
cerdas medianas na face A, 2 medianas na margem 
PD e 1 mediana na margem AV. 

Abdome. Cinzento; tergito III com 1 cerda marginal 
lateral bem desenvolvida; tergito IV com as cerdas 
marginais medianas e laterais não diferenciadas; 
tergito V com margem posterior amarelada e com 
cerca de 16 cerdas ao longo da margem posterior; 
esternitos com pêlos pretos esparsos e 
decumbentes com cerdas diferenciadas na margem 
posterior. Esternito V com a região posterior 
apresentando fenda larga, com margens internas, 
bem separadas, divergentes e com 1 par de lobos 
digitiformes conspícuos e cerdosos (Fig.22). 
Terminália. Protândrio amarelo com 3 pares de 
cerdas e epândrio amarelo com cerdas esparsas 
(Fig.19); cerco escuro e alargado na base e 
estreitando-se apenas na região distai (Fig. 19), com 
margem posterior e ápice reto (Fig.20); surstilo com 


cerdas, com as da região distai mais desenvolvidas 
(Fig.19); parâmero longo, curvo e sem pêlos (Fig.21); 
gonópodo longo, curvo e com pêlos (Fig.21); edeago 
apresentando basifalo e distifalo fusionados 
(Fig.21); placa apical curva e inteiramente 
fusionada ao distifalo (Figs.23-24); ventrália longa, 
estreita e em vista ventral, bilobada (Figs.23-24); 
haste dorsal com a maior parte da projeção proximal 
exposta, com pequenos espinhos no ápice e com a 
extremidade distai globosa e espinhosa (Figs.23-24); 
o par de hillae livre (não encoberto pelo distifalo) e 
fusionado medianamente apresentando a forma de 
ferradura, em vista ventral (Figs.23-24); processo 
mediano tubular, fixado na margem da placa apical 
e projetando-se além desta, com ápice voltado para 
a região proximal (Figs.23-24). 

Material examinado - Neotropical: CUBA: Havana, 
MNRJ, ld , F.Gregor col., 20/IV/1966. 

Distribuição - Neotropical: Cuba. 

Comentários - Próxima de R. derelicta pelo aspecto 
do esternito V com sua região posterior 
apresentando fenda larga e pelo processo mediano 
estar localizado mais próximo da placa apical que 
da ventrália. Difere de R. derelicta pelo processo 
mediano que se projeta muito além da placa apical 
e pelo formato do par de hillae e da haste dorsal. 

Ravinia dampfi (Lopes, 1946) 

(Figs.25-30) 

Chaetoravinia dampfi Lopes, 1946a: 135. 

Localidade-tipo: México, Chapultepec; holótipo 

macho, MNRJ; LOPES & LEITE, 1991:98 (cit.). 
Ravinia dampfi) ROBACK, 1954:74; PAPE 1996: 

286 (cat.). 

d - Comprimento total = 6-7mm. 

Cabeça. Parafrontália e parafaciália cinzentas com 
polinosidade dourada; fronte medindo 0,22mm da 
largura da cabeça; frontália preta; parafrontália e 
parafaciália com uma fileira de pequenos pêlos que 
acompanham toda a órbita ocular anterior e também 
com outros pêlos escassos espalhados por estas; 
órbita ocular posterior cinzenta com polinosidade 
dourada. Cerdas: 9 a 10 cerdas frontais 
convergentes; vte não diferenciada dos cílios pós- 
oculares; cerda frontorbital reclinada igual às 
ocelares. Gena cinzenta com polinosidade dourada, 
com pêlos pretos e alguns pêlos brancos ao redor 
do occiput, pós-gena cinzenta com polinosidade 
dourada; antena de cor castanho com polinosidade 
cinzenta; flagelo castanho com polinosidade cinzenta 
e arista plumosa na 1/2 basal; palpo preto. 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.45-66, jan./mar.2004 


REDESCRIÇÃO DOS MACHOS DE DEZ ESPÉCIES NEOTROPICAIS DE RAVINIA 


53 



21 




R. barroi (Dodge): fig. 19- segmentos genitais, vista lateral; fig.20- ápice do cerco, vista lateral; fig.21: edeago e anexos, 
vista lateral; fig.22- esternito V, vista ventral; fig.23- ápice do edeago, vista lateral; fig.24- idem, vista ventral. 
(bf) basifalo, (df) distifalo, (go) gonópodo, (hd) haste dorsal, (hi) hillae, (pa) placa apical, (pm) processo mediano,(po) 
parâmero, (ve) ventrália. 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.6, n.l, p.45-66, jan./mar.2004 
































54 


HJ.L.GUIMARAES 


Tórax. Cinzento; proesterno com pêlos. Cerdas: 
ac = 3+1; dc = 3+4; ia = 3+2; sa = 2+3; apical escutelar 
ausente; 2 subapicais escutelares; 1 discai escutelar; 
2 basais escutelares; 7 mer, 3 ctpl. Asa: nervura R x 
basalmente com cerdas até 1/2 de sua extensão e 
R 4+5 basalmente com cerdas até 1 / 2 da distância da 
r-m. Pernas castanhas com polinosidade cinzenta nos 
fêmures; fêmur II apresentando ctenídio de 6 espinhos; 
tíbia II com 1 cerda mediana na face A, 1 cerda 
mediana na margem PD e 1 cerda mediana na margem 
AV; tíbia III com 2 cerdas medianas na face A, 2 
medianas na margem PD e 1 mediana na margem AV. 
Abdome. Cinzento; tergito III com 1 cerda marginal 
lateral bem desenvolvida; tergito IV com as cerdas 
marginais medianas e laterais não diferenciadas; 
tergito V com cerca de 16 cerdas ao longo da margem 
posterior; esternitos com pêlos pretos esparsos e 
decumbentes com cerdas diferenciadas na margem 
posterior. Esternito V com a região posterior 
apresentando fenda estreita, com margens internas 
paralelas, muito próximas e com um par de lobos 
semi-cilíndricos e cerdosos (Fig.28). 

Terminália. Protândrio amarelo com polinosidade 
dourada e 4 pares de cerdas e epândrio amarelo com 
cerdas esparsas (Fig.25); cerco levemente curvo, 
estreitando-se na região distai, com o ápice dobrado 
para frente (Figs.25-26); surstilo com cerdas, sendo 
as da região ventral mais desenvolvidas (Fig.25); 
parâmero curvo e com pêlos (Fig.27); gonópodo longo, 
curvo e com pêlos (Fig.27); edeago apresentando 
basifalo, distifalo e placa apical fusionados (Figs.27, 
29-30); ventrália sub-quadrangular longa, sem quilha 
e com a margem proximal com pequena elevação na 
região mediana (Figs.29-30); haste dorsal clavada, 
com a região posterior estreitada (Figs.29-30), o par 
de hillae parcialmente encoberto pelo distifalo, de 
formato dolabriforme (Figs.29-30); processo mediano 
cônico, muito longo e dividido em 3 lobos, com base 
posicionada mais próximo da ventrália do que da 
placa apical (Figs.29-30). 

Material examinado - MÉXICO: DISTRITO 
FEDERAL, [localidade ?], MNRJ, ld , holótipo, 
A.Dampf col., 1941;.CHIAPAS, San Cristobal, 
MNRJ, ld, H.J.Teskey col., l/VI/1969. 

Distribuição - México (Distrito Federal, Chiapas). 

Comentários - Próxima a R. almeidai pelo esternito 
V com a região posterior apresentando fenda 
estreita e pela localização da base do processo 
mediano. Difere de R. almeidai por apresentar 
gonópodo longo e estreito, o par de hillae 
dolabriforme, haste dorsal clavada e processo 
mediano muito longo e dividido em 3 lobos. 


Ravinia effrenata (Walker, 1861) 

(Figs.31-36) 

Sarcophaga effrenata Walker, 1861:309. Localidade- 
tipo: “México”; holótipo macho, BMNH; ALDRICH, 
1930:20, 30 (holótipo examinado). 

Sarcophaga xanthopyga Wulp, 1895:271. 
Localidade-tipo: México, Guerrero (Amula e La 
Venta), Morelos (Cuernavaca), Vera Cruz 
(Orizaba); holótipo macho, BMNH. 
Sarcophaga conjungens Wulp, 1895:272. 
Localidade-tipo: México, Vera Cruz, Atoyac; 
holótipo macho, BMNH. 

Sarcophaga adamsii Hall, 1928:345. Localidade- 
tipo: “Jamaica”; holótipo macho, NMNH. 
Chaetoravinia effrenata ; LOPES, 1941:381, 
1946a: 131 (cit.), 1969:22 (cat.), 1975:475 
(distr. geogr.); DODGE, 1956b:188 (cit.); 
ROHDENDORF, 1970:97 (cit.); LOPES & 
LEITE, 1991:101 (redescr. terminália). 

Ravinia effrenata-, ROBACK, 1954:74; PAPE, 1996: 
286 (cat.). 

Ravinia (Chaetoravinia) effrenata-, DOWNES, 1965: 
954 (cat.). 

d - Comprimento total = 6-8mm. 

Cabeça. Parafrontália e parafaciália cinzentas com 
polinosidade dourada; fronte medindo 0,23mm da 
largura da cabeça; frontália preta; parafrontália e 
parafaciália com uma fileira de pequenos pêlos que 
acompanham toda a órbita ocular anterior e também 
com outros pêlos escassos espalhados por estas; 
órbita ocular posterior cinzenta com polinosidade 
dourada. Cerdas: 6 a 7 frontais convergentes; vte 
não diferenciada dos cílios pós-oculares; frontorbital 
reclinada um pouco maior que as ocelares. Gena 
cinzenta com polinosidade dourada, com pêlos 
pretos e alguns pêlos brancos ao redor do occiput; 
pós-gena cinzenta com polinosidade dourada; 
antena de cor castanho clara com polinosidade 
cinzenta; flagelo castanho com polinosidade cinzenta 
e arista plumosa na 1/2 basal; palpo castanho. 
Tórax. Cinzento; proesterno com pêlos. Cerdas: 
ac = 3-4+1-2; dc = 3-4+4; ia = 3+3; sa = 2+3; apical 
escutelar ausente; 2 subapicais escutelares; 1 discai 
escutelar; 2 basais escutelares; 8-9 mer, 3 ctpl Asa: 
nervura R x basalmente com cerdas até 1 /2 de sua 
extensão e R 4+5 basalmente com cerdas até 1/2 da 
distância da r-m. Pernas de cor castanho com 
polinosidade cinzenta nos fêmures; fêmur II 
apresentando ctenídio de 7 espinhos; tíbia II com 1 
cerda mediana na face A e 1 mediana na margem PD; 
tíbia III com 2 cerdas medianas na face A, 2 medianas 
na margem PD e 1 mediana na margem AV. 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.45-66, jan./mar.2004 


REDESCRIÇÃO DOS MACHOS DE DEZ ESPECIES NEOTROPICAIS DE RAVINIA 


55 



R. dampfi (Lopes): fig.25- segmentos genitais, vista lateral; fig.26- ápice do cerco, vista lateral; fig.27- edeago e 
anexos, vista lateral; fig.28- esternito V, vista ventral; fig.29- ápice do edeago, vista lateral; fig.30- idem, vista ventral. 
(bf) basifalo, (df) distifalo, (go) gonópodo, (hd) haste dorsal, (hi) hillae, (pa) placa apical, (pm) processo mediano, 
(po) parâmero, (ve) ventrália. 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.6, n.l, p.45-66, jan./mar.2004 





































56 


HJ.L.GUIMARAES 


Abdome. Cinzento; tergito III com 1 cerda marginal 
lateral bem desenvolvida; tergito IV com 1 cerda 
marginal mediana e 2 cerdas marginais laterais; 
tergito V com cerca de 16 cerdas ao longo da 
margem posterior; esternitos com pêlos pretos 
esparsos e decumbentes com cerdas diferenciadas 
na margem posterior. Esternito V com a região 
posterior apresentando fenda larga, com margens 
internas bem separadas, divergentes e com 1 par 
de lobos digitiformes e cerdosos (Fig.34). 
Terminália. Protândrio amarelo com polinosidade 
dourada e 3 pares cerdas e epândrio amarelo com 
cerdas esparsas (Fig.31); cerco levemente curvo 
para frente (Fig.31), com ápice reto (Fig.32); surstilo 
com cerdas, com as da região distai mais 
desenvolvidas (Fig.31); parâmero longo e levemente 
curvo, com pêlos (Fig.33); gonópodo muito longo, 
estreito, curvo e com pêlos (Fig.33); edeago 
apresentando basifalo, distifalo e placa apical 
fusionados (Figs.33, 35-36); distifalo apresentando 
ventralmente dois pares de apófises, curvas, o par 
proximal, voltado para baixo, com extremidade 
crenada e o par distai voltado em sentido contrário 
(Fig.36); placa apical em forma de concha e com 
rugosidades (Figs.35-36); ventrália larga e em vista 
ventral, bilobada (Figs.35-36); haste dorsal com 
projeção proximal clavada e membranosa 
distalmente (Figs.35-36); o par de hillae 
parcialmente encoberto pelo distifalo, de formato 
fusiforme, com uma apófise pontiaguda na região 
proximal (Figs.35-36); processo mediano cônico 
com o ápice em forma de uma longa papila e com a 
base posicionada mais próximo da placa apical do 
que da ventrália. (Figs.35-36). 

Material examinado - MÉXICO: SAN LUÍS POTOSÍ, 
El Bonito, MNRJ, lcf , P.H. e M.Arnaud cols., 20/ 
XII/1970; CUBA: Ciego Mantero, MNRJ, ld , [coletor 
?], V/1918; JAMAICA: Try Duncans, MNRJ, lcf, 
Howden e Becker cols., 23/VIII/1966; DOMINICA: 
CLARKE HALL, [localidade ?], MNRJ, ld , R.J.Gagne 
col., 27/IV/1966 e lcf , G.Steyskal col., 7/VI/1966. 

Distribuição - Neártica: EUA (Arizona, Texas), 
México (Baja Califórnia Norte, Sonora, San Luís 
Potosí, Morelos). Neotropical: México (Sinaloa, 
Tamaulipas, Nayarít, Jalisco, Vera Cruz, Guerrero), 
Cuba, Guatemala, El Salvador, Costa Rica, 
Panamá, Colômbia, Jamaica, Bahamas (Eleuthera), 
Dominica, Peru. 

Comentários - Próxima de R. derelicta pelo aspecto 
do esternito V com sua região posterior 
apresentando fenda larga, pela haste dorsal 
clavada, pelo formato cônico do processo mediano 


e pela localização de sua base. Difere de R. derelicta 
por apresentar cerco com o ápice reto, o par de 
hillae parcialmente encoberto pelo distifalo e com 
apenas uma projeção, distifalo ventralmente com 
dois pares de apófises. 

Ravinia errabunda (Wulp, 1895) 

(Figs.37-42) 

Sarcophaga errabunda Wulp, 1895:278. Localidade- 
tipo: México, Tabasco; holótipo macho, BMNH; 
Aldrich, 1930:33 (holótipo examinado). 
Sarcophaga reinhardii Hall, 1928:346. Localidade- 
tipo: EUA, Texas; holótipo macho, NMNH. 
Chaetoravinia errabunda; LOPES, 1941:381, 
1969:23 (cat); DODGE, 1956b: 188 (cit.); LOPES 
& LEITE, 1991:98 (cit.). 

Ravinia errabunda ; ROBACK, 1954:74; PAPE, 
1996:287 (cat.). 

Ravinia ( Chaetoravinia ) errabunda; DOWNES; 
1965:954 (cat.). 

d - Comprimento total = 9-1 Omm. 

Cabeça. Parafrontália e parafaciália cinzentas com 
polinosidade dourada; fronte medindo 0,19mm da 
largura da cabeça; frontália preta; parafrontália e 
parafaciália com uma fileira de pequenos pêlos que 
acompanham toda a órbita ocular anterior e 
também com outros pêlos escassos espalhados por 
estas; órbita ocular posterior cinzenta com 
polinosidade dourada. Cerdas: 6 a 8 frontais 
convergentes; vte não externa diferenciada dos 
cílios pós-oculares; frontorbital reclinada um pouco 
maior que as ocelares. Gena cinzenta com 
polinosidade dourada, com pêlos pretos e alguns 
pêlos brancos ao redor do occiput; pós-gena 
cinzenta com polinosidade dourada; antena de cor 
castanho-claro com polinosidade cinzenta; flagelo 
castanho com polinosidade cinzenta e arista 
plumosa na 1/2 basal; palpo castanho. 

Tórax. Cinzento; proesterno com pêlos. Cerdas: 
ac = 3+1; dc = 3+4; ia = 3+4; sa = 3+2; apical 
escutelar ausente; 1 subapical escutelar; 1 discai 
escutelar; 2 basais escutelares; 7 a 8 mer, 3 ctpl. 
Asa: nervura R x basalmente com cerdas até 1 /2 de 
sua extensão e R 4+5 basalmente com cerdas até 1 / 
2 da distância da r-m. Pernas de cor castanho com 
polinosidade cinzenta nos fêmures; fêmur II 
apresentando ctenídio de 5 espinhos; tíbia II com 

1 cerda mediana na face A, 2 medianas na margem 
PD e 1 cerda mediana na margem A V; tíbia III com 

2 cerdas medianas na face A, 2 medianas na 
margem PD e 1 mediana na margem AV. 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.45-66, jan./mar.2004 


REDESCRIÇÃO DOS MACHOS DE DEZ ESPÉCIES NEOTROPICAIS DE RAVINIA 


57 



R. effrenata (Walker): fig.31- segmentos genitais, vista lateral; fig.32- ápice do cerco, vista lateral; fig.33- edeago e 
anexos, vista lateral; fig.34- esternito V, vista ventral; fig.35- ápice do edeago, vista lateral; fig.36- idem, vista ventral. 
(bf) basifalo, (df) distifalo, (go) gonópodo, (hd) haste dorsal, (hi) hillae, (pa) placa apical, (pm) processo mediano, 
(po) parâmero, (ve) ventrália. 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.6, n.l, p.45-66, jan./mar.2004 


























58 


HJ.L.GUIMARAES 


Abdome. Cinzento; tergito III com 1 cerda marginal 
lateral bem desenvolvida; tergito IV com as cerdas 
marginais medianas e laterais não diferenciadas; 
tergito V com margem posterior avermelhada e com 
cerca de 16 cerdas ao longo da margem posterior; 
esternitos com pêlos pretos esparsos e 
decumbentes com cerdas diferenciadas na margem 
posterior. Esternito V com a região posterior 
apresentando fenda estreita, com margens internas 
paralelas, muito próximas, apresentando lobos 
semi-cilíndricos e cerdosos (Fig.40). 

Terminália. Protândrio vermelho com polinosidade 
dourada com 4 a 5 pares de cerdas e epândrio 
vermelho com cerdas esparsas (Fig.37); cerco reto 
com ápice reto (Figs.37-38); surstilo com cerdas, 
sendo as da região ventral mais desenvolvidas 
(Fig.37); parâmero curvo e com pêlos (Fig.39); 
gonópodo curvo muito largo e com pêlos (Fig.39); 
edeago apresentando basifalo, distifalo fusionados 
(Fig.39); placa apical inteiramente fusionada ao 
distifalo, com espinhos nas paredes internas e com 
1 par de lobos distais (Figs.41-42); ventrália pequena 
e em vista ventral, bilobada e com margem ventral 
muito fendida (Figs.41-42); haste dorsal bem 
cilíndrica (Figs.41-42); o par de hillae parcialmente 
encoberto pelo distifalo, de formato reniforme em vista 
ventral (Figs.41-42); processo mediano cônico e com 
a base posicionada mais próximo da ventrália do que 
da placa apical, com pequenos espinhos e um par de 
lobos retangulares e espinhosos (Figs.41-42). 

Material examinado - MÉXICO: DISTRITO FEDERAL, 
Cidade do México, MNRJ, ld , W.G.Downs col., 15/ 
VII/1951, Mixquic, MNRJ, lcf , W.G.Downs col., 22/ 
IV/1948ePueblo Nuevo, MNRJ, ld , W.G.Downs col., 
6/11/1948; GUERRERO, Colonia, MNRJ, ld , 
H.B.Leech col., 24/VI/1963. 

Distribuição - Neártica: EUA (Nevada, Califórnia, 
Arizona, Novo México, Texas, Kansas, Lousiania), 
México (Baja Califórnia Norte, Sonora, Durango, 
San Luís Potosí, Hidalgo, México, Distrito Federal, 
Morelos, Puebla). Neotropical - México (Sinaloa, 
Nayarít, Jalisco, Oaxaca, Tabasco, Chiapas), 
Guatemala, El Salvador. 

Comentários - Próxima de R. almeidai por 
apresentar o esternito V com a região posterior 
apresentando fenda estreita, pelo grande 
desenvolvimento da placa apical e pela localização 
da base da placa apical. Difere de R. almeidai por 
apresentar gonópodo muito largo, ventrália 
profundamente fendida na margem anterior, o par 
de hillae reniforme, processo mediano espinhoso 
com lobos retangulares. 


Ravinia globulus (Aldrich, 1916) 

(Figs.43-48) 

Sarcophaga globulus Aldrich, 1916:299. Localidade- 
tipo: Cuba, Havana; holótipo macho, NMNH; 
HALL, 1928:346. (cit.). 

Chaetoravinia globulus ; LOPES, 1941:381, 1969:23 
(cat); DODGE 1956a:99 (redescr.); ROHDENDORF, 
1970:96 (cit.). 

Ravinia globulus; ROBACK, 1954:74; PAPE, 1996: 
287 (cat.). 

d - Comprimento total = 6-6,5mm. 

Cabeça. Parafrontália e parafaciália cinzentas com 
polinosidade dourada; fronte medindo 0,23mm da 
largura da cabeça; frontália preta; parafrontália e 
parafaciália com uma fileira de pequenos pêlos que 
acompanham toda a órbita ocular anterior e 
também com outros pêlos escassos espalhados por 
estas; órbita ocular posterior cinzenta com 
polinosidade dourada. Cerdas: 6 a 7 frontais 
convergentes; vte não externa diferenciada dos 
cílios pós-oculares; frontorbital reclinada um pouco 
maior que as ocelares. Gena cinzenta com 
polinosidade dourada, com pêlos pretos e alguns 
pêlos brancos ao redor do occiput; pós-gena 
cinzenta com polinosidade dourada; antena de cor 
castanho-claro com polinosidade cinzenta; flagelo 
castanho com polinosidade cinzenta e arista 
plumosa na 1/2 basal; palpo castanho. 

Tórax. Cinzento; proesterno com pêlos. Cerdas: 
ac= 4+3; dc= 3+4; ia = 3+4; sa= 2+3; apical escutelar 
presente; 1 subapical escutelar; 1 discai escutelar; 
2 basais escutelares; 8-9 mer, 3 ctpl Asa: nervura 
R x basalmente com cerdas até 1/2 de sua extensão 
e R 4+5 basalmente com cerdas até 1 / 2 da distância 
da r-m. Pernas de cor castanho com polinosidade 
cinzenta nos fêmures; fêmur II apresentando 
ctenídio de 7 espinhos; tíbia II com 1 cerda mediana 
na face A e 1 mediana na margem PD; tíbia III com 
2 cerdas medianas na face A, 2 medianas na margem 
PD e 1 mediana na margem AV. 

Abdome. Cinzento; tergito III com 2 cerdas 
marginais laterais bem desenvolvidas; tergito IV 
com as cerdas marginais medianas e laterais não 
diferenciadas; tergito V com cerca de 16 cerdas 
ao longo da margem posterior; esternitos com 
pêlos pretos esparsos e decumbentes com cerdas 
diferenciadas na margem posterior. Esternito V 
com a região posterior apresentando fenda larga, 
com margens internas bem separadas, paralelas, 
com 1 par de lobos semi-cilíndricos e cerdosos 
(Fig.46). 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.45-66, jan./mar.2004 


REDESCRIÇÃO DOS MACHOS DE DEZ ESPÉCIES NEOTROPICAIS DE RAVINIA 


59 



R. errabunda (Wulp): fig.37- segmentos genitais, vista lateral; fig.38- ápice do cerco, vista lateral; fig.39- edeago e 
anexos, vista lateral; fig.40- esternito V, vista ventral; fig.41- ápice do edeago, vista lateral; fig.42- idem, vista ventral. 
(bf) basifalo, (df) distifalo, (go) gonópodo, (hd) haste dorsal, (hi) hillae, (pa) placa apical, (pm) processo mediano, 
(po) parâmero, (ve) ventrália. 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.6, n.l, p.45-66, jan./mar.2004 



























60 


HJ.L.GUIMARAES 


Terminália. Protândrio amarelo com 3 pares de cerdas 
e epândrio amarelo com cerdas esparsas (Fig.43); 
cerco reto com margem posterior e ápice reto (Fig.43- 
44); surstilo com cerdas, sendo as da região ventral 
mais desenvolvidas (Fig.43); parâmero pequeno, 
curvo e sem pêlos (Fig.45); gonópodo, longo, curvo, 
alargando-se na região basal, onde apresenta uma 
apófise triangular (Fig.45); edeago apresentando 
basifalo, distifalo e placa apical fusionados (Figs.45, 
47-48); distifalo globuloso com uma placa apical 
dividida em 3 lobos (Figs.47-48); ventrália longa, 
estreita na base e mais larga distalmente (em vista 
ventral) e em posição paralela ao distifalo (Figs.47- 
48); haste dorsal em forma de fita (Figs.47-48); o par 
de hillae livre (não encoberto pelo distifalo), pequeno, 
oval e pouco esclerosado (Figs.47-48); processo 
mediano tubular e longo, com a base posicionada 
mais próximo da placa apical e com extremidade 
distai abaixo da base da ventrália (Figs.47-48). 

Material examinado - CUBA: Havana, MNRJ, 1 d , 
F.Gregor col., 20/IV/1966 e Ciego Mantero, MNRJ, 
lcf, [coletor?], V/1918. 

Distribuição - Neotropical: Cuba, Porto Rico. 

Comentários - Próxima a R. derelicta por apresentar 
estemito V com a região posterior apresentando fenda 
larga e pela localização da base do processo mediano. 
Difere de R. derelicta por apresentar uma apófise 
triangular no gonópodo, um distifalo globuloso, 
ventrália longa, estreita e paralela ao distifalo, haste 
dorsal em forma de fita, o par de hillae oval e pouco 
esclerosado e processo mediano tubular e longo. 

Raviniapostnoda (Dodge, 1968) 

(Figs.49-54) 

Chaetoravinia postnoda Dodge, 1968:426. 
Localidade-tipo: México, Morelos; holótipo 
macho, NMNH. 

Ravinia postnoda; PAPE, 1996:289 (cat.). 

Ó - Comprimento total = 6-7mm. 

Cabeça. Parafrontália e parafaciália cinzentas com 
polinosidade dourada; fronte medindo 0,27mm da 
largura da cabeça; frontália preta; parafrontália e 
parafaciália com uma fileira de pequenos pêlos que 
acompanham toda a órbita ocular anterior; órbita 
ocular posterior cinzenta com polinosidade 
dourada. Cerdas: 6 a 8 frontais convergentes; vte 
pouco diferenciada dos cílios pós-oculares; 
frontorbital reclinada um pouco maior que as 
ocelares. Gena cinzenta com leve polinosidade 
dourada e com pêlos pretos; pós-gena cinzenta; 


antena de cor castanho; flagelo castanho com 
polinosidade cinzenta e arista plumosa na 1/2 
basal; palpo castanho-escuro. 

Tórax. Cinzento; proesterno com pêlos. Cerdas: 
ac = 3+1; dc = 3+4; ia = 2+4; sa = 2+2; apical 
escutelar ausente; 2 subapicais escutelares; 1 
discai escutelar; 2 basais escutelares; 9 mer, 3 ctpl. 
Asa: nervura R x com cerdas em toda sua extensão 
e R 4+5 basalmente com cerdas até 1 / 2 da distância 
da r-m. Pernas de cor castanho com polinosidade 
cinzenta nos fêmures; fêmur II apresentando 
ctenídio de 7 espinhos; tíbia II com 1 cerda mediana 
na face A e 1 mediana na margem PD; tíbia III com 
2 cerdas medianas na face A, 2 medianas na 
margem PD e 1 mediana na margem AV. 

Abdome. Cinzento; tergito III com 1 cerda marginal 
lateral bem desenvolvida; tergito IV com 1 cerda 
marginal mediana e 2 cerdas marginais laterais; 
tergito V com cerca de 16 cerdas ao longo da 
margem posterior; esternitos com pêlos pretos 
esparsos e decumbentes com cerdas diferenciadas 
na margem posterior. Esternito V com a região 
posterior apresentando fenda estreita, com 
margens internas paralelas, muito próximas e 
apresentando um lobo cerdoso de cada lado com 
projeção dobrada para trás (Fig.52). 

Terminália. Protândrio com polinosidade dourada 
podendo ser amarelo ou avermelhado, com 3 pares 
de cerdas; epândrio amarelo ou avermelhado, com 
cerdas esparsas (Fig.49); cerco com margem 
posterior apresentando concavidade mediana e 
ápice curvo para frente (Fig.49-50); surstilo com 
cerdas, sendo as da região ventral mais 
desenvolvidas (Fig.49); parâmero curvo, alargado, 
com espinhos na região basal e pêlos na região 
apical (Fig.51); gonópodo curvo, com pêlos e com 
região basal alargada (Fig. 51); edeago apresentando 
basifalo e distifalo fusionados (Fig.51); distifalo com 
região ventral e a parede interna cobertas por 
pilosidade (Figs.53-54); placa apical inteiramente 
fusionada ao distifalo, alongada, com margem 
arredondada e formando 1 par de lobos; ventrália 
larga em forma de quilha na superfície superior e 
forma quadrangular em vista ventral (Figs.53-54); 
haste dorsal cilíndrica, com rugosidades na região 
basal e transformando-se em uma estrutura foliar 
na região apical (Figs.53-54); o par de hillae 
parcialmente encoberto pelo distifalo, de formato 
sub-retangular, com região inferior mais 
esclerosada (Figs.53-54); processo mediano cônico, 
circundado pela haste dorsal e com base 
posicionada mais próximo da ventrália do que da 
placa apical (Figs.53-54). 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.45-66, jan./mar.2004 


REDESCRIÇÃO DOS MACHOS DE DEZ ESPÉCIES NEOTROPICAIS DE RAVINIA 


61 



R. globulus (Aldrich): fig.43- segmentos genitais, vista lateral; fig.44- ápice do cerco, vista lateral; fig.45- edeago e 
anexos, vista lateral; fig.46- esternito V, vista ventral; fig.47- ápice do edeago, vista lateral; fig.48- idem, vista ventral. 
(bf) basifalo, (df) distifalo, (go) gonópodo, (hd) haste dorsal, (hi) hillae, (pa) placa apical, (pm) processo mediano, 
(po) parâmero, (ve) ventrália. 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.6, n.l, p.45-66, jan./mar.2004 






















62 


HJ.L.GUIMARAES 


Material examinado - MÉXICO: MORELOS, Cuemavaca, 
MNRJ, lcT , A.Dampf col., I/XI. a 5/XII/[ano ?]; PERU: 
CAJAMARCA, MNRJ, San Miguel, La Florida, lcf, 
C.Koiytkowski col., 19/1/1969; S.MIGUEL, Sa. Gregório, 
MNRJ, ld , I.Asencios col., 15/VII/1976; Torgopampa, 
MNRJ, 2d , C.Koiytkowski col., 1/111/1968. 

Distribuição - Neártica: México (Sonora, San Luís 
Potosí). Neotropical: México (Taumalipas, Vera 
Cruz, Guerrero), Guatemala, Honduras, Costa Rica, 
Panamá, Colômbia, Trindade, Guiana, Equador, 
Perú (Cajamarca, S.Miguel). 

Comentários - Próxima de R. almeidai por 
apresentar a haste dorsal e o processo mediano 
com formas muito semelhantes, além da presença 
de pilosidade no distifalo. Difere de R. almeidai por 
apresentar o parâmero com espinhos na região 
basal, o par de hillae sub-retangular e placa apical 
mais alongada, com a margem arredondada. 

Ravinia vagabunda (Wulp, 1895) 

(Figs.55-60) 

Sarcophaga vagabunda Wulp, 1895:270. Localidade- 
tipo: México, Distrito Federal, (Cidade do México), 
Guerrero (Amula e Xucumanathan), Morelos 
(Cuernavaca), Vera Cruz (Atoyac); série sintípica, 
BMNH; ALDRICH, 1930:29 (cit.). 

Chaetoravinia vagabunda ; LOPES, 1946a: 132, 
1978:221 (desig. lectót.). 

Ravinia vagabunda; ROBACK, 1954:74; PAPE, 
1996:290 (cat.). 

d - Comprimento total = 6,5-7,5mm. 

Cabeça. Parafrontália e parafaciália cinzentas com 
polinosidade dourada; fronte medindo 0,3 lmm da 
largura da cabeça; frontália preta; parafrontália e 
parafaciália com uma fileira de pequenos pêlos que 
acompanham toda a órbita ocular anterior e também 
com outros pêlos escassos espalhados por estas; órbita 
ocular posterior cinzenta com polinosidade dourada. 
Cerdas: 7 frontais convergentes; vte diferenciada dos 
cílios pós-oculares; cerda frontorbital reclinada igual 
as ocelares. Gena cinzenta com polinosidade dourada, 
com pêlos pretos e alguns pêlos brancos ao redor do 
occiput; pós-gena cinzenta com polinosidade dourada; 
antena de cor castanho-claro com polinosidade 
cinzenta; flagelo castanho com polinosidade cinzenta 
e arista plumosa na 1/2 basal; palpo castanho. 
Tórax. Cinzento; proesterno com pêlos. Cerdas: 
ac=3+l; dcF= 3+4; ia= 3+4; sa=2+3; apical escutelar 
ausente; 1 subapical escutelar; 1 discai escutelar; 1 
basal escutelar; 7 mer ; 3 ctpl. Asa: nervura R x 
basalmente com cerdas até 1 / 2 de sua extensão e 
R 4+5 basalmente com cerdas até 1/2 da distância 


da r-m. Pernas de cor castanho com polinosidade 
cinzenta nos fêmures; fêmur II apresentando ctenídio 
de 6 espinhos; tíbia II com 2 cerdas medianas na 
face A, 2 medianas na margem PD; tíbia III com 2 
cerdas medianas na face A, 1 cerda basal e 1 mediana 
na margem PD e 1 mediana na margem A V. 
Abdome. Cinzento; tergito III com 1 cerda marginal 
lateral bem desenvolvida; tergito IV com as cerdas 
marginais medianas e laterais não diferenciadas; 
tergito V com cerca de 16 cerdas ao longo da margem 
posterior; esternitos com pêlos pretos esparsos e 
decumbentes com cerdas diferenciadas na margem 
posterior. Esternito V com a região posterior 
apresentando fenda larga, com margens internas 
bem separadas, divergentes e com 1 par de lobos 
semi-cilíndricos e cerdosos, cujos ápices se dobram 
para a região ventral (Fig.58). 

Terminália. Protândrio cinzento com polinosidade 
dourada e com 3 pares de cerdas; epândrio amarelo 
com cerdas esparsas (Fig.55); cerco com margem 
posterior e ápice reto (Figs.55-56); surstilo com cerdas, 
sendo as da região ventral mais desenvolvidas (Fig.55); 
parâmero longo, curvo e com pêlos (Fig.57); gonópodo 
curvo, longo, estreito e com pêlos (Fig.57); edeago 
apresentando basifalo, distifalo e placa apical 
fusionados (Figs.57, 59-60); placa apical formando 2 
pares de apófises distais (Figs.59-60); ventrália longa e 
em vista ventral, bilobada (Figs.59-60); haste dorsal 
clavada com a extremidade distai espinhosa e 
terminando na margem da placa apical (Figs.59-60); o 
par de hillae livre (não encoberto pelo distifalo) de 
formato triangular (vista lateral), projeção proximal 
arredondada e região distai bífida (Figs.59-60); processo 
mediano cônico, base posicionada mais próximo da 
placa apical do que da ventrália (Figs.59-60). 

Material examinado - MÉXICO: DISTRITO 
FEDERAL, Calzada de Los Galos, MNRJ, 1 cf , 
A.Dampf col., 4/X/1938 e Chapultepec, MNRJ, lcf, 
A.Dampf col., VII/1941; MORELOS, Cuernavaca, 
MNRJ, 4-d , A.Dampf col., 1/XI. a5/XII/[ano ?]. 

Distribuição - Neártica: E.U.A. (Califórnia, Arizona, 
Novo México, Texas), México (Baja Califórnia Norte, 
Sonora, Baja Califórnia Sur, Durango, Zacatecas, 
México, Distrito Federal, Morelos, Puebla). Neotropical: 
México (Jalisco, Michoacán, Vera Cruz e Guerrero). 

Comentários - Próxima de R. derelicta pelo aspecto 
do esternito V e da placa apical, como também pelo 
formato do processo mediano e localização de sua 
base. Difere de R. derelicta pelo parâmero sem o 
ápice voltado para fora, gonópodo estreito, o par 
de hillae com a projeção proximal arredondada e 
pela existência de uma estrutura espinhosa na 
região distai da haste dorsal. 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.45-66, jan./mar.2004 


REDESCRIÇÃO DOS MACHOS DE DEZ ESPÉCIES NEOTROPICAIS DE RAVINIA 


63 



0,2 mm 


R. postnoda (Dodge). Fig.49- segmentos genitais, vista lateral; fig.50- ápice do cerco, vista lateral; fig.51- edeago e 
anexos, vista lateral; fig.52- esternito V, vista ventral; fig.53- ápice do edeago, vista lateral; fig.54- idem, vista ventral. 
(bf) basifalo, (df) distifalo, (go) gonópodo, (hd) haste dorsal, (hi) hillae, (pa) placa apical, (pm) processo mediano, 
(po) parâmero, (ve) ventrália. 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.6, n.l, p.45-66, jan./mar.2004 

























64 


HJ.L.GUIMARAES 



R. vagabunda (Wulp): fig.55- segmentos genitais, vista lateral; fig.56- ápice do cerco, vista lateral; fig.57- edeago e 
anexos, vista lateral; fig.58- esternito V, vista ventral, fig.59- ápice do edeago, vista lateral; fig.60- idem, vista ventral. 
(bf) basifalo, (df) distifalo, (go) gonópodo, (hd) haste dorsal, (hi) hillae, (pa) placa apical, (pm) processo mediano, 
(po) parâmero, (ve) ventrália. 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.45-66, jan./mar.2004 
























REDESCRIÇÃO DOS MACHOS DE DEZ ESPÉCIES NEOTROPICAIS DE RAVINIA 


65 


AGRADECIMENTOS 

À Chanceler da Universidade Santa Úrsula, Dra. 
Jeanete Maron Ramos, pelo apoio e incentivo a esta 
pesquisa. Aos professores Cátia Antunes de Mello- 
Patiu, Rita Tibana e Márcia Souto Couri (MNRJ) e 
Nelson Papavero (Museu Paraense Emílio Goeldi), 
pelas sugestões. 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

ALDRICH, J.M., 1916. Sarcophaga and Allies in North 
America. Thomas Say Foundation of the Entomological 
Society of America, La Fayette. v.l, 302p., il. 

ALDRICH, J.M., 1930. Notes on the types of American 
two-winged flies of the genus Sarcophaga and few 
related forms, described by the early authors. 
Proceedings of the United States National 
Museum, Washington, 78:1-39, figs.1-27. 

CARVALHO, C.J.B., 1989. Revisão das espécies e posição 
sistemática de Palpibracus Rondani (Diptera, 
Muscidae). Revista Brasileira de Zoologia, Curitiba, 
6(2):325-375, figs.1-88. 

COQUILLETT, D.W., 1901. Three new species of Diptera. 
Entomological News, Philadelphia, 12:16-18. 

DODGE, H.R., 1956a. Two new sarcophagid flies from 
Cuba (DIPTERA). Memórias de la Sociedad Cubana 
de História Natural, Havana, 23:97-101, figs.1-3. 

DODGE, H.R., 1956b. New North Americam 

Sarcophagidae, with some New Synonymy (DIPTERA). 
Annals of the Entomological Society of America, 
Washington, 49(2): 182-190, figs.1-20. 

DODGE, H.R., 1968. The Sarcophagidae of Barro 
Colorado Island, Panama. (Diptera). Annals of the 
Entomological Society of America, Washington, 
61(2):421-450, figs.1-89. 

DOWNES, W.L., 1965. Family Sarcophagidae. p.933-961. 
In: STONE, A.; SABROSKY, C.W.; WIRTH, W.W.; 
FOOTE, R.H. & COULSON, J.R. (Eds.) A Catalogue of 
the Diptera of America North of México. Washington: 
United States Department of Agriculture. 1549p. 

ENGEL, O., 1931. Die Ausbeute der deutschen Chaco- 
Expedition 1925/26, Diptera XXVIII. Sarcophagidae. 
Konowia, Wien, 10: 140-154, figs. 1 -21. 

HALL, D.G., 1928. Sarcophaga pallinervis and related 
species in Américas. Annals of the Entomological 
Society of America, Washington, 21(2):331-353, 
figs.1-20. 

LEITE, A.C.R. & LOPES, H.S., 1987. Second contribution 
to the knowledge of the larvae of Raviniini (Diptera, 
Sarcophagidae) based on observations using 
scanning electron microscope. Memórias do 
Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 82(2):219- 
226, figs. 1-37. 

LOPES, H.S., 1932. Sobre dois paratypos de Townsend 
do Museu Paulista (Diptera, Sarcophagidae). Boletim 
Biológico, São Paulo, 21:45-52, pis. 1-4. 


LOPES, H.S., 1939. Contribuição ao conhecimento do 
gênero Helicobia Coquillett (Diptera, Sarcophagidae). 

Revista de Entomologia, Rio de Janeiro, 10(3) :497- 
517, figs. 1-54. 

LOPES, H.S., 1941. Sobre alguns Sarcophagídeos 
neotrópicos da coleção do Museu Britânico (Diptera). 

Archivos de Zoologia do Estado de São Paulo, São 

Paulo, 2(16):357-388, figs. 1-22. 

LOPES, H.S., 1946a. Sarcophagidae do México, 
capturados pelo Professor A. Dampf (Diptera). 

Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, Rio de 

Janeiro, 44(1):1 19-146, figs.1-62. 

LOPES, H.S., 1946b. Chaetoravinia almeidai n.sp., novo 
Sarcophagidae do Brasil (Diptera). Livro jubilar de 
homenagem a Romualdo Ferreira d’Almeida, Rio 
de Janeiro, 23:227-230, figs. 1-5. 

LOPES, H.S., 1956. Sobre a genitália masculina dos 
“Sarcophagidae” (Diptera). Revista Brasileira de 
Biologia, Rio de Janeiro, 16(l):59-64, figs. 1-5. 
LOPES, H.S., 1969. Family Sarcophagidae. In: PAPAVERO, 
N. (Ed.) A Catalogue of the Diptera of the Américas 
South of the United States. São Paulo: Departamento 
de Zoologia, Secretaria de Agricultura, v.103, p.1-88. 
LOPES, H.S., 1975. Bredin-Archibold Smithsonian 
Biological Survey of Dominica: Sarcophagidae of 
Dominica (Diptera). Anais da Academia Brasileira 
de Ciências, Rio de Janeiro, 45(3/4):466-487, figs.l- 
87 [1973]. 

LOPES, H.S., 1976. On the holotypes, mostly females, 
of some Sarcophagidae (Diptera) described by Francis 
Walker. Revista Brasileira de Biologia, Rio de 
Janeiro, 36(3):629-641, figs. 1-50. 

LOPES, H.S., 1977. Notes on Chaetoravinia (Diptera, 
Sarcophagidae) with examination of some Walker 
types. Revista Brasileira de Biologia, Rio de Janeiro, 
37(l):43-47, figs.1-20. 

LOPES, H.S., 1978. On the types of some Mexican 
Sarcophagidae (Diptera) described by F. M. Van der 
Wulp. Revista Brasileira de Biologia, Rio de Janeiro, 
38(l):219-226, figs.1-28. 

LOPES, H.S., 1982. The importance of the mandible and 
clypeal arch of the first instar larvae in the 
classification of the Sarcophagidae. Revista 
Brasileira de Entomologia, Rio de Janeiro, 26(3/ 
4):293-326, figs. 1-90. 

LOPES, H.S. & LEITE, A.C.R., 1991. Notes on the male 
genitalia of species of Ravinia and Chaetoravinia 
(Diptera: Sarcophagidae). Memórias do Instituto 
Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 86(1):95-101, figs.1-22. 
MELLO, C.A., 1996. Revisão do gênero Farrimyia 
Dodge, 1965 (Diptera, Sarcophagidae). Revista 
Brasileira de Biologia, Rio de Janeiro, 56(3) :459- 
471, figs. 1-45. 

McALPINE, J.F., 1981. Morphology and terminology - Adults. 
In: MCALPINE J.F.; PETERSON, B.V.; SHEWELL, G.E.; 
TESKEY, H.J.; VOCKEROTH, J.R. & WOOD, D.M. 
(Coords.) Manual of Neartic Diptera, Otawa: Research 
Branch, Agriculture Canada, v. 1, p.9-63. (Monograph 27). 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.6, n.l, p.45-66, jan./mar.2004 


66 


HJ.L.GUIMARAES 


PAPE, T., 1996. Catalogue of Sarcophagidae of the 
World (Insecta, Diptera). Memoirs on Entomology, 
International, Florida, v.8, 558p. 

PARKER, R.R., 1914. Sarcophagidae of New England: 
males of the genera Ravinia and Boettcheria. 
Proceedings of the Boston Society of Natural 
History, Boston, 35:1-77, figs.1-46. 

ROBACK, S.S., 1954. The evolution and taxonomy of the 
Sarcophaginae (Diptera, Sarcophagidae). Illinois Biological 
Monographs, Urbana, 23(3/4): 1-181, figs. 1-460. 

ROHDENDORF, B.B., 1970. On the Sarcophaginae from 
Cuba (Diptera). Casopis Moravského Zemského 
Musea, Brna, 55:89-114, figs. 1-6. 

TOWNSEND, C.H.T., 1917. Genera of the dipterous tribe 
Sarcophagini. Proceedings of Biological Society of 
Washington, Washington, 30:189-198. 


TOWNSEND, C.H.T., 1927. Synopse dos Gêneros 
muscoídeos da região húmida tropical da America, 
com gêneros e espécies novas. Revista do Museu 
Paulista, São Paulo, 15:205-385. 

WALKER, F., 1852. Insecta Saundersiana or 
characters of undescribed insects in the colections 
of W. W. Saunders. Insecta Saundersiana, London, 
4:253-414. 

WALKER, F., 1861. Characters of undescribed Diptera 
in the collection of W. W. Saunders. Transactions 
of the Royal Entomological Society of London, 

London, 5:297-334. 

WULP, F.M Van der, 1895. Group Sarcophaginae, p.262- 
272. In: GODMAN, F.D. & SALVIN, O. (Eds.) Biologia 
Centrali-Americana, Class Insecta, Diptera, 
London: R.H.Porter, Dulau & Co. v.2, 489p., il. 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.45-66, jan./mar.2004 


nnniTOnnnrtnnnn i 

nnniiitiiiMiftfinnni 


Arquivos do Museu Nacional, Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.67-68, jan./mar.2004 
ISSN 0365-4508 


DESCRIPTION OF A NEW SPECIES OF THAUMASIOCHAETA STEIN (1911) 
FROM PERU (DIPTERA, MUSCIDAE, COENOSIINAE, LIMNOPHORINI) 1 

(With 3 figures) 

MÁRCIA S. COURI 2 > 3 
MARCELO JOSÉ FONSECA LEANDRO 2 


ABSTRACT - Thaumasiochaeta beneditae sp.nov. is described from Peru. The species of this genus occur at 
high altitudes in three countries of South America (Bolivia, Chile and Peru). 

Key words: Diptera, Muscidae, Taxonomy, Thaumasiochaeta beneditae sp.nov. 

RESUMO - Descrição de uma nova espécie de Thaumasiochaeta Stein (1911) (Diptera, Muscidae, Coenosiinae, 
Limnophorini) 

Thaumasiochaeta beneditae do Peru é descrita. As espécies deste gênero ocorrem em grandes altitudes em 
três países da América do Sul (Bolívia, Chile e Peru). 

Palavras-chave: Diptera, Muscidae, Taxonomy, Thaumasiochaeta beneditae sp. nov. 


INTRODUCTION 

STEIN (1911) described several new species 
collected by Schnuse in Bolivia, Chile and Peru, at 
high altitudes. Among the material he described 
four new genera, collected around Lake Titicaca - 
Thaumasiochaeta, Mesochaeta, Teleutochaeta and 
Rhyncholimnophora. These genera were mainly 
diagnosed based on male striking characters. 
Subsequent authors treated these taxa differently. 
In the most recent Neotropical Muscidae catalogue 
(CARVALHO et ah, 1993) the authors followed PONT 
(1972), who considered Thaumasiochaeta and 
Rhyncholimnophora as valid genus and Mesochaeta 
as a sênior synonym of Teleutochaeta, all of them 
belonging to the tribe Limnophorini, sub-family 
Coenosiinae. 

COURI (1999) examined the type-material of these 
species and considered all of them as belonging to 
the same genus - Thaumasiochaeta, with the following 
species described by Stein, 1911: T. pilitarsis (type- 
species), T. compressitarsis, T haustellata, T incaica, 
T Iongipalpis, T nigriceps and T vahegata. COURI 
[op.cit.) presented redescriptions of these species, a 
key for identification and illustrations. 
Thaumasiochaeta differs from the other Limnophorini 
for the epistomal projection; presence of setulae on 
the anepimeron, meron and scutelum sides; wings 
with strong spines on the costal margin and hind 
tibia with a median and a supramedian bristle on 
posterodorsal surface; also by the black color and 


the extra hairs that are commonly found among the 
high-altitude Muscidae (COURI, 1999). 

The main proposal of this paper is to describe a 
new species of Thaumasiocheata from Peru. 

Thaumasiochaeta beneditae sp.nov. 
(Figs.1-3) 

Diagnosis - Epistoma strongly projected; eyes with 
strong bristles posteriorly (Fig. 1). Outer vertical 
bristles inwards directed. Acrostical hairs 0:1. 

9 - Body: 5.0-6.0mm; wing: 4.8-5.0mm. 

Color - Frons and fronto-orbital plates dark brown; 
golden pollinose on basal third near lunule. Face and 
gena brown. Parafacialia strongly silver pollinose. 
Antenna dark brown. Arista and palpus brown. 
Calypter whitish, lower one with brown margin. Wing 
yellowish. Haltere brown. Legs dark brown. Abdômen 
bluish-grey with some pollinosity at certain lights. 

Head - Eyes with strong bristles posteriorly (Fig. 1) 
and at levei of anterior ocellus separated by 0.38- 
0.41 of head width. Inner and outer vertical bristles 
long, the latter one inwards directed. Frontal row 
with 6-7 pairs of long bristles, the upper three 
outwards directed. Antenna with flagellum about 
twice as long as pedicel. Epistoma strongly projected. 

Thorax - Acrostichal 0:1. supra-alar 1; post-supra- 
alar 2. Scutellum with a pair of lateral and a pair 
of apical bristles, both long. Katepisternals 1:1. 
Fore femur on dorsal, posterodorsal and 


1 Submitted on August 1, 2002. Accepted on June 17, 2003. 

2 Museu Nacional/UFRJ, Departamento de Entomologia. Quinta da Boa Vista, São Cristóvão, 20940-040, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. 

3 Fellow of Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). 






68 


M.S.COURI & MJ.F.LEANDRO 


posteroventral surfaces with a complete row of 
bristles. Fore tibia on posterodorsal and 
posteroventral surfaces with two bristles on middle 
third inserted at the same levei; dorsal surface 
with an apical bristle. Mid femur on anteroventral 
and posteroventral surfaces with a row of bristles. 
Mid tibia on anterior surface with a row of bristles 
on middle third, ventral surface with a median 
bristle and a row of fine bristles on apical third 
and four separated bristles on basal third, 
posterodorsal surface with six separated bristles. 
Fore femur on anterior surface with two 
submedian bristles; anterodorsal surface with an 
irregular row of bristles on basal two thirds; 
anterodorsal surface with a row of bristles on 
apical two thirds; posterodorsal surface with three 
bristles on apical third and with a row of bristles 
on apical two thirds. Hind tibia on anterodorsal 
surface with a submedian bristle; anteroventral 
surface with four bristles on the middle third, 
posterodorsal surface with a row of about seven 
separated bristles; two preapical anterodorsal 
bristles and one apical anterodorsal. 



Thaumasiochaeta beneditae sp.nov.: fig. 1- head, lateral view. 

Abdômen - No strong bristles. 

Terminalia - Ovipositor with microtrichia on 
membrane of segment 7 and spicules on membrane 
of segment 8; cerci longer than hipoproct (Fig.2). 
Spermatheca pear-shaped, 3 in number (Fig.3). 

Material examined - Holotype: PERU, Yauli, 
Morococha, 9 , XII/1977, Baumgartner col. (MNRJ). 

Paratypes - 39 . Same labeis as holotype (MNRJ). 
Geographical register - Peru. 

Etymology - In honor to the junior author’s mother. 



Thaumasiochaeta beneditae sp.nov.: fig.2- ovipositor, dorsal 
view (left), ventral view (right); fig.3- spermathecae. 

DISCUSSION 

T. beneditae sp.nov. approaches T. haustellata 
(Stein) in COURI (1999) key for identification. Both 
species have a similar aspect of the head, specially 
the projection of the epistoma. But they can be 
easily distinguished by the long hairs on the 
posterior margin of the eyes T. beneditae sp.nov. 
Unfortunately we found no male in the series. 

LITERATURE CITED 

CARVALHO, C.J.B.; COURI, M.C.; PONT, A.C.; 
PAMPLONA, D. & LOPES, S.M., 1993 - Part II. 
Muscidae. In: CARVALHO, C.J.B. (Ed.) A Catalogue 
of the Fanniidae and Muscidae (Diptera) of the 
Neotropical region. São Paulo: Sociedade Brasileira 
de Entomologia. 201p. 

COURI, M.S., 1999 - A Revision of Thaumasiochaeta 
Stein and allied genera (Diptera: Muscidae: 
Coenosiinae: Limnophorini). Proccedings of the 
Entomological Society of Washington, Washington, 
10(4):788-803. 

PONT, A.C., 1972 - Family Muscidae. In: A Catalogue 
of the Diptera of the Américas South of the United 
States, 97. São Paulo: Museu de Zoologia, 
Universidade de São Paulo. llp. 

STEIN, P., 1911 - Die von Schnuse in Südamerika 
gefangenen Anthomyiden. Archives für 
Naturgeschichte, Berlin, 77(1):61-189. 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.67-68, jan./mar.2004 











nrnmnfsminm l 

nnnttirtriwnfftinnni 


^1 


Arquivos do Museu Nacional, Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.69-82, jan./mar.2004 
ISSN 0365-4508 


A NEW GENUS AND SIX NEW SPECIES OF GALL MIDGES 
(DIPTERA, CECIDOMYIIDAE) FROM SERRA DE SÃO JOSÉ 
(MINAS GERAIS STATE, BRAZIL) 1 

(With 73 figures) 

VALÉRIA CID MAIA 2 


ABSTRACT: A new genus - Couridiplosis, and six new species of gall inducers - Asphondylia serrata, 
Couridiplosis vena, Lopesia bilobata, Lopesia spinosa, Lopesia tibouchinae and Myrciariamyia 
fernandesi, are herein described based on material from rupestrian fields and cerrado of Serra de 
São José (Minas Gerais State, Brazil). Illustrations of larvae, pupae, males and females are given. 

Key words: Diptera, Cecidomyiidae, rupestrian fileds, cerrado, taxonomy. 

RESUMO: Um novo gênero e seis espécies novas de galhadores (Diptera, Cecidomyiidae) da serra de São 
José (Estado de Minas Gerais, Brasil) 

Um gênero novo - Couridiplosis, e seis espécies novas de galhadores - Asphondylia serrata, 
Couridiplosis vena, Lopesia bilobata, Lopesia spinosa, Lopesia tibouchinae e Myrciariamyia fernandesi, 
são aqui descritos com base em material de campos rupestres e cerrado da Serra de São José (Estado 
de Minas Gerais, Brasil). Ilustrações das larvas, pupas, machos e fêmeas são fornecidas. 

Palavras-chave: Diptera, Cecidomyiidae, campos rupestres, cerrado, taxonomia. 


INTRODUCTION 

Serra de São José is an area of rupestrian 
fields and cerrado (Brazilian savanna) in the 
Minas Gerais State, southeastern Brazil 
(21°03-07’S and 44°06-13’W). It is a 15km long 
mountain range elevated from 900 to 1430m 
above sea levei, running from WSW to ENE at 
the contact zone of two main mountain chains: 
Serra do Espinhaço wich extends northward 
and Serra da Mantiqueira to south and west 
(ALVES, 1992). 

According to FERNANDES & PRICE (1988) and 
LARA & FERNANDES (1996), rupestrian fields and 
the cerrado vegetation of southeastern Brazil 
comprises the hottest spot for the richness of 
galling insect species. But in despite of its 
richness, little is known about the taxonomy of 
these galling species. 

MAIA & FERNANDES (in press) investigated the 
Serra de São José over a period of twelve months 
from August, 2001 to July, 2002 and recorded 
137 morphotypes of insect galls, being 101 
induced by Cecidomyiidae. The majority of the 


gall midges showed only one generation peryear 
and almost all of the galls were rare. Because of 
it, few material was obtained and many gall 
midges could not be determined. Nevertheless, 
six new species and a new genus were found 
and they are described herein. The descriptions 
are presented by alphabetical order. 

MATERIAL AND METHODS 

The material studied was obtained from galls 
collected by the author in Serra de São José 
(Minas Gerais State) and reared in the laboratory 
of Diptera (Museu Nacional - Rio de Janeiro). 
Data on the area of collection and the methods 
are outlined in MAIA & FERNANDES (in press). 
Larvae, pupae and adults (males and females) 
mounted on slides and deposited in the Diptera 
collection of Museu Nacional - Rio de Janeiro 
(MNRJ) were studied. The gall midges genera 
were identified based mainly on the keys of 
GAGNÉ (1994). The diagnostic characters were 
illustrated. All studied material is deposited in 
the Diptera collection of MNRJ. 


1 Submitted on March 20, 2003. Accepted on June 24, 2003. 

2 Museu Nacional/UFRJ, Departamento de Entomologia. Quinta da Boa Vista, São Cristóvão, 20940-040, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. 
E-mail: maiavcid@acd.ufrj.br. 






70 Y.C.MAIA 


RESULTS 

Asphondylia serrata sp.nov. 

(Figs.1-15) 

Adult 

Body length - 3.7-4.5 mm (N=6). 

Head - eye facets hexagonal, closely approximate. 
Antenna with scape ca. twice longer than pedicel 
(in male) and ca. 3.2 times longer than pedicel (in 
female); pedicel about as wide as large; first 
flagellomere about 1.5 times (in male) and 2.5 times 
(in female) longer than scape; circumfila sinuous in 
male (Fig.l), not sinuous in female (Fig.2); 
proportions of antenomeres as in figures 3 and 4. 
Frons with many setae (more than 50); clypeus 
asetose dorsally, with short setae 
laterally; hypopharynx closed lined with 
setulae dorsoapically; labellae setose 
and setulose laterally and ventrally (with 
a small area of setulae and 0-1 setae 
mesally). 

Palpus - first segment about as long as 
wide (length: 0.03-0.04mm); second 
segment about 3.3-4.2 times as long as 
wide (length: 0.09-0.lOmm); third 
segment narrower than the second, 
about 6.0-7.5 times as long as wide 
(length: 0.12-0.15mm); all segments 
covered with setae and setulae. 

Thorax - wing length: 2.7mm (in male); 

3.3-3.7mm (in female); venation as in 
figure 5. Dorsal row of setae at 
midlength with two-three rows of setae 
intermixed with scales, the row 
continuing onto scutellum to posterior 
margin. Scutellum bare between 
dorsocentral rows of setae, with setae 
posteriorly laterad of dorsocentral rows 
and otherwise with sparse scales 
laterally. Anepisternum with setae and 
scales on dorsal half. Anepimeron 
covered with setae. Katepisternum bare. 

Tarsal claws strong, empodium as long 
as bend in claws (Fig.6). First 
tarsomeres with a spur 0.04mm of 
length (Fig.7). 

Abdômen - Tergites without anterior 
pair of trichoid sensilla; tergites 1-7 
rectangular with mostly double row 
of posterior setae (sparser in male 
than in female), several lateral 
setae, elsewhere covered with scales; 


tergite 8 short, bandlike without vestiture. 
Sternites without anterior pair of trichoid 
sensilla. In male: width of tergite 6 about 3.6 
times length; width of tergite 7 ca. 2.9 times 
length; width of tergite 8 ca. 9.5 times length; 
width of sternite 6 about twice length; sternite 7 
as wide as long; width of sternite 8 ca. twice 
length. In female: width of tergites 6 about 3.3 
times length; width of tergite 7 ca. 2.4 times 
length; width of sternite 6 about twice length; 
sternite 7 as wide as long. Male terminalia (Fig.8): 
gonocoxite wide, gonostylus rounded, cercus 
setose, hypoproct bilobed, aedeagus elongate, 
tapering to the apex. Ovipositor: 1.87 times as 
long as sternite 7. 





3 

4 




0.05 


0.25 


0.25 



Asphondylia serrata sp.nov. - adult: fig.l- flagellomere 5, d ; fig.2- 
flagellomere 5, 9 ; fig.3- flagellomere 7-12, d" ; fig.4- flagellomere 7-12, 9 ; 
fig.5- wing, 9 ; fig.6- tarsal claw and empodium, midleg, 9 ; fig.7- tarsomere 
1, midleg, 9 ; fig.8- male terminalia (lateral view). Scales in mm. 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.69-82, jan./mar.2004 




































A NEW GENUS AND SIX NEW SPECIES OF GALL MIDGES FROM SERRA DE SÃO JOSÉ, MG, BRAZIL 


71 


PUPA 

Body length: 4.0-4.6mm (N=5). Cephalic region 
(Fig.9): antennal horn rectangular with margin 
serrated; length: 0.10-0.19mm; N=5); cervical 
sclerite with two pairs of papillae (one setose and 
one bare); cervical setae with 0.04-0.06mm of 
length; upper margin of cephalic region slightly 
thickened laterally; upper frontal horn triangular 
with 0.04-0.05mm of length; lower frontal horn 
trifid (medial horn with 0.02-0.03mm of length) 
(Fig. 10); two pairs of lower facial papillae (one with 
seta and one bare) (Fig. 10); three pairs of lateral 
facial papillae (two bare and one setose) (Fig. 11). 
Prothoracic spiracle setiform with 0.15-0.17mm of 
length (Fig. 12). Fore leg sheath reaching the distai 



margin of abdominal segment V; mid leg sheath 
the shortest one, reaching the distai limit of the 
basal third of abdominal segment V; hind leg sheath 
reaching the distai limit of the second third of 
abdominal segment V. Wing sheath reaching the 
distai limit of the second third of abdominal 
segment III. Abdominal tergites 2-8 with spines 
progressively longer and closer to each from 
anterior to posterior margin, irregularly distributed 
in the basal half of each tergite, forming a row of 
well-developed spines near distai margin (Fig. 13). 
Larva 

Body length: 3.0mm (N=l). Colour: yellow. General 
aspect: body wide anteriorly and slightly tapered 
at the posterior end. Spatula 4-toothed with 
0.22mm of length (N=l) (Fig. 14). Three 
pairs of setose lateral papillae similar 
in size (Fig. 14). Sternal papillae setose. 
Terminal segment reduced (Fig. 15). 
Pupation in the gall. Number of larvae/ 
gall: 01. 

Material (MNRJ) - Holotype cf , 
BRAZIL, MINAS GERAIS, Tiradentes, 
Serra de São José, 28/IX/2001, 
V.Maia col. Paratypes: 49 , 28/IX/ 
2001; 19 , 29/IX/2001; l9 , 25/X/ 
2001; 1 pupa, 28/IX/2001; 1 pupa 
24/X/2001; 3 pupal exuviae 28/IX/ 
2001; 1 pupal exuvia 29/IX/2001; 1 
pupal exuvia 25/X/2001; 1 larva 28/ 
IX/2001 (same locality and collector 
as holotype). 

Gall - Leaf gall, yellowish, ovoid, one- 
chambered (MAIA 85 FERNANDES, in 
press: fig. 13). 

Host-plant - Vanilosmopsis erythropappa 
Schult (Asteraceae). 

Etymology - The name serrata refers to 
the micro serrated margin of the 
antennal horn (pupa). 

Remarks - This species differs from all 
other Asphondylia spp. in having 
microserrated antennal horn (pupa). 

Couridiplosis gen.nov. 
(Figs.16-17, 19-22, 26-27) 


Asphondylia serrata sp.nov. - pupa: fig.9- cephalic region, frontal 
view; fig. 10- lower frontal horn and lower facial papillae; fig. 11- 
lateral facial papillae; fig. 12 - prothoracic spiracle; fig. 13- abdominal 
segments 7-9 (dorsal view). Scales in mm. 


Adult 

Head - eyes not contiguous at vertex; 
antenna with 8 flagellomeres (Fig. 16), 
flagellomeres 1 and 2 connate; male 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.69-82, jan./mar.2004 










72 


V.C.MAIA 


circumfila gynecoidy (Fig.17), flagellomere 8 
without apical process; palpus one-segmented; 
wing venation (Fig.19): Rs lacking, R5 ca. two- 
thirds as long as the wing, straight and almost 
parallel with C; Cu simple, M3 vestigial; tarsal 
claws toothed beyond midlength, empodia longer 
than bend in claws (Fig.20); female tergite 7 with 
a mesally interrupted row of posterior setae 
(Fig.23); ovipositor protrusible and striated, striae 
interrupted at basal half and sclerotized 
processes present there (Fig.23); male terminalia 
(Figs.21-22): gonostylus wide; hypoproct simple; 
parameres reduced. 

PUPA 

Antennal horn absent, antennal sheath short; 
facial papillae absent, cephalic seta absent; 
prothoracic spiracle reduced; abdominal segments 
2-8 without spines. 

Larva 

Spatula two-toothed; four papillae lateral per 
side (two setose and two bare) (Fig.26); four pairs 
of setose terminal papillae (Fig.27). 


female, N = 3); pedicel about as wide as long; 
first flagellomere about 3.0 times (in male) and 
2.5 times (in female) longer than scape; 
proportions of antennal segments as in Fig.l, 
male and female circumfila similar in shape 
(Figs. 17-18). Fronswith 3 pairs of setae; clypeus 
asetose dorsally, with short setae laterally; 
hypopharynx closed lined with setulae 
dorsoapically; labellae setose and setulose 
laterally and ventrally (with a small area of 
setulae and three setae mesally). Palpus with one 
cylindrical setose segment (length: 0.04mm). 
Thorax - wing length: 1.2mm (in male); 1.4mm 
(in female). Dorsal setal row at midlength with 
two-three rows of setae intermixed with scales, 
the row continuing onto scutellum to posterior 
margin. Scutellum bare between dorsocentral 
rows of setae, with setae posteriorly laterad of 
dorsocentral rows and otherwise with sparse 
scales laterally. Anepisternum bare. Anepimeron 
with few setae. Katepisternum bare. Tarsal claws 
simple on all legs (Fig.19). 


Etymology - Couridiplosis is a feminine 
name. The genus is named in honor of 
Dr. Márcia Couri (MNRJ). 

Remarks - The ovipositor of 
Couridiplosis gen.nov. has striae 
interrupted by sclerotized processes as 
in all Alycauline, but the entirely 
sclerotized abdominal tergites and the 
lack of mesal setae on abdominal 
tergites 1-7 and sternites 2-7 do not 
allow to include this new genus into 
Alycauline. Other diagnostic characteres 
are: eyes not contiguous at vertex, 
antennae with 8 flagellomeres, palpus 
one-segmented; abdominal tergite 8 not 
sclerotized with only a pair of trichoid 
sensilla as vestiture (in female); 
parameres reduced. 

Couridiplosis vena sp.nov. 

Figs. 16-19, 21-27 


Adult 

Body length - 1.3mm (in male, N=l); 
1.8-2.3mm (in female, N=4). 

Head - eye facets circular. Antenna 
with scape ca. 1.4 times longer than 
pedicel (in male, N = 1) and ca. 1.4- 
1.6 times longer than pedicel (in 




Asphondylia serrata sp.nov. - larva: fig.14- spatula and associated 
papillae (ventral view); fig. 15- abdominal segment 8 and 9 (dorsal view). 
Scales in mm. 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.69-82, jan./mar.2004 







A NEW GENUS AND SIX NEW SPECIES OF GALL MIDGES FROM SERRA DE SÃO JOSÉ, MG, BRAZIL 


73 


Abdômen - d : tergites and sternites not clear 
in the preparation. 9 : tergites 1-7 rectangular 
with caudal row of setae interrupted mesally; 
a pair of trichoid sensilla and scattered 
scales elsewhere. Tergite 8 unsclerotized and 
with a pair of trichoid sensilla. Sternites 2- 
6 rectangular with caudal row of setae 
interrupted mesally; some lateral setae; a 
pair of trichoid sensilla and scattered scales 
elsewhere. Sternite 7 with scattered setae 
and a pair of trichoid sensilla. Male 
terminalia (Figs. 2 1-22): gonocoxite not 
splayed; gonostylus 0.6 times shorter than 
gonocoxite; cercal lobes elongate-ovoid and 
setose; hypoproct shorter than cercus and 
setose; aedeagus truncate at apex. Female 
cercus ovoid and setose. 



PUPA 

Body length: 1.6-1.7 (N=3). Cephalic region 
(Fig.24): antennal sheath with 0.30-0.35mm 
(N=3). Antennal margin slightly thickened near 
base. Prothoracic spiracle as a dark spot 
(Fig.25). Fore leg sheath reaching the distai 
margin of abdominal segment 5; mid leg sheath 
reaching the distai margin of abdominal segment 
6; hind leg sheath reaching the distai margin of 
abdominal segment 7. Wing sheath reaching the 
distai margin of abdominal segment 5. 
Abdominal tergites 2-8 without spines; spinules 
scattered elsewhere. 

Larva 

Body length: 1.0-1.2mm (N=2). Colour: yellow. 
Spatula with 0.10-0.12mm of length (N=2) 
(Fig.26). Lateral papillae as in figure 26. 
Sternal papillae bare. Four pairs of 
setose terminal papillae similar in size 
(Fig.27). Pupation in the gall. Number of 
larvae/gall: 01. 



Material (MNRJ) - Holotype d , BRAZIL, 
MINAS GERAIS, Tiradentes, Serra de 
São José, 28/IX/2001, V.Maia col. 
Paratypes: lcf , 28/IX/2001; l9,22/11/ 
2001; 79 , 28/IX/2001; 49 , 24/X/ 
2001; 22 pupal exuviae 28/IX/2001 
(one of them on the same slide of 
holotype); 3 larvae 28/IX/2001 and 1 
larva 21/XI/2001 (same locality and 
collector as holotype). 

Other material (MNRJ) - 29 , 28/IX/ 
2001; l9,27/V/2002 (same locality and 
collector as holotype). 

Gall - Vein swelling, one-chambered 
(MAIA & FERNANDES, in press: fig.37.) 

Host-plant - Croton floribundus Spreng 
(Euphorbiaceae). 

Etymology - The name vena means vein 
and refers to the part plant where the gall 
grows. 


Lopesia bilobata sp.nov. 
Figs.28-40 


Couridiplosis vena sp.nov. - adult: fig. 16- antenna, d ; fig. 17- 
flagellomere 4, d ; fig. 18- falgellomere 5, 9 ; fig. 19- wing, d ; fig.20- 
tarsal claw and empodium, fore leg, d ; fig.21- male terminalia 
(dorsal view); fig.22- gonocoxite and gonostylus, d (dorsal view). 
Scales in mm. 


Adult 

Body length - 2.2-2.3mm (in male, N=2); 
3.1 mm (in female, N=l). 

Head - occipital process present. Eye 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.69-82, jan./mar.2004 









74 


V.C.MAIA 



Couridiplosis vena sp.nov. - fig.23- abdominal segments 6 to end, 9 
(dorsolateral view); fig.24- cephalic region, pupa (ventral view); fig.25- 
prothoracic spiracle, pupa; fig.26- spatula and associated papillae, larva 
(ventral view); fig.27- abdominal segments 8 and 9, larva (dorsal view). 
Scales in mm. 


facets circular; male flagellomeres 
binodal and tricircumfilar, all 
loops short and subequal in length 
(Fig.28); female flagellomeres 
cylindrical with circumfila as in 
figure 29. Frontoclypeus with five 
long setae. Labrum triangular, 
long-attenuate, with three pairs 
of ventral sensory setae and 
lateral setulae. Hypopharynx of 
the same shape as labrum with 
lateral setulae. Labella elongate- 
convex, each with few lateral and 
few mesal sensory setae. 

Palpus - first segment about as 
long as wide (length: 0.015mm); 
second segment the longest one 
about 2.7 times as long as wide 
(length: 0.042mm); third segment 
about twice as long as wide 
(length: 0.030mm), all covered 
with setulae and setae. 

Thorax - wing length: 2.1 mm (in 
male, N=l); 2.4-2.9mm (in female, 

N=4) (Fig.30). Anepisternum with 
a few scales near middle. 

Anepimeron with vertical row of 
9 setae. Tarsal claws bent near 
basal third, toothed on all legs 
(Fig.31). Empodium not reaching 
beyond bend in claws (Fig.31). 

Abdômen - Ó : tergites 1-6 
rectangular with single, 
complete row of caudal setae, 
several lateral setae, one pair of 
basal trichoid sensilla, and 
elsewhere with scattered scales; 
tergite 7 rectangular with caudal row of setae and 
scales only present laterally, lateral setae and two 
basal trichoid sensilla present. Tergite 8 
sclerotized, bandlike with only a pair of trichoid 
sensilla as vestiture. Sternites 2-6 rectangular and 
setose, setae more abundant mesally and 
caudally. Sternites 7-8 quadrate, each one with 
caudal and midlength rows of setae and basal pair 
of trichoid sensilla. 9 : tergites 1-7 rectangular, 
setose (setae more abundant mesally and caudally, 
scales elsewhere; tergite 8 unsclerotized with a 
few scattered setae and basal pair of trichoid 
sensilla. Sternites 2-8 rectangular with setae 
mesally and caudally, scales elsewhere. Sternite 
9 with scattered setae. Male terminalia (Fig.32): 


gonocoxites sligthly splayed, gonostylus elongate, 
narrow, discreetly bent and tapered near the apex, 
cercus wider than hypoproct, cercus and hypoproct 
similar in length, aedeagus conspicuously longer than 
hypoproct. Ovipositor barely protrusible, female cerci 
not fused, elongate-ovoid and setose (two setae 
stronger than the others) (Figs.33-34). 

Pupa 

Body length: 3.15-3.70mm (N=4). Cephalic 
region (Fig.35): antennal horn triangular with 
0.015-0.031mm of length; antennal base with a 
small denticle; upper cephalic margin thickened 
laterally. Full complement of cephalic, lower and 
lateral papillae; cephalic setae with 0.042- 
0.053mm of length (N=4). Thorax: prothoracic 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.69-82, jan./mar.2004 














A NEW GENUS AND SIX NEW SPECIES OF GALL MIDGES FROM SERRA DE SÃO JOSÉ, MG, BRAZIL 


75 


spiracle with 0.28-0.33mm of length (N=4) 
(Fig.36). Wing sheath reaching basal 1/4 of 
abdominal segment 3; fore leg sheath reaching 
distai 1/7 of abdominal segment 4; mid leg 
sheath reaching distai margin of segment 4 and 
hind leg sheath reaching basal 1 /5 of segment 
5. Abdominal segments 2-7 with only one row 
of few and conspicuous spines on the basal 
half of each esclerite (Fig.37). 

Larva (Fig.38) 

Body length: 3.0mm (N=l). Colour: white. 
Spatula 2-toothed; full complement of lateral 
papillae (Fig.39). Terminal segment with two 
elongate caudal lobes, each one with four setose 
papillae (one much longer than the others) 


(Fig.40). Pupation in the gall. Number of larvae/ 
gall: 01. 

Gall - Leaf gal, circular spot, yellowish, one- 
chambered (MAIA & FERNANDES, in press: 
fig.88). 

Host-plant - Guapira sp. (Nyctaginaceae). 

Material (MNRJ) - Holotype cf : BRAZIL, 
MINAS GERAIS, Tiradentes, Serra de São 
José, 21 /XI/2001, V.Maia col. Paratypes: 1 d , 
2 1 / XI/200 1; 29 , 28/IX/2001; 6 pupal 
exuviae and 1 pupa 28/IX/2001; 2 pupal 
exuviae 21/XI/2001; 1 pupal exuvia 30/1/ 
2002; 1 larva 20/XI/2001 (same locality and 
collector as holotype). 

Other material (MNRJ) - 29 , 28/IX/ 
2001; 2 larvae (2 nd instar) 20/XI/2001; 2 
larvae (2 nd instar) 21/XI/2001; 7 larvae 
(2nd instar) 28/V/2002 (same locality 
and collector as holotype). 

Etymology - The name bilobata refers to 
the presence of two caudal lobes on the 
terminal segment of larva. 

Remarks - The larva of L. bilobata sp.nov. 
resembles that of L. singularis Maia, 
2001 specially due to the presence of two 
caudal lobes on the terminal segment, 
but it differs in having prothoracic 
spatula and four pairs of terminal 
papillae (in L. singularis : spatula absent 
and only 3 pairs of terminal papillae). 
The pupae differ mainly in having dorsal 
spines on abdominal segments 2-8 
(these spines are absent in L. singularis) 
and the male in having circumfilar loops 
similar in length (in L. singularis they 
are not similar in length). This is the first 
species of Lopesia known on 
Nyctaginaceae. 

Lopesia spinosa sp.nov. 
Figs.41-51 

Adult 

Body length - 2.6mm (in male, N=l); 3.9- 
4.6mm (in female, N=3). 

Head - occipital process absent. Eye facets 
circular; male flagellomeres binodal and 
tricircumfilar, all loops short and subequal 
in length (Fig.41); female flagellomeres 
cylindrical with circumfila as in figure 
42. Flagellomere 12 with apical process 



Lopesia bilobata sp.nov. - adult: fig.28- flagellomere 5, d ; fig.29- 
flagellomere 5, 9 ; fig.30- wing, 9 ; fig.31- tarsal claw and 
empodium, hind leg, 9 ; fig.32- male terminalia (dorsal view). 
Scales in mm. 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.69-82, jan./mar.2004 




















76 


Y.C.MAIA 


(Fig.43). Frontoclypeus with twelve long setae. 
Labrum triangular, long-attenuate, with three pairs 
of ventral sensory setae and lateral setulae. 
Hypopharynx of the same shape as labrum with 
lateral setulae. Labellae elongate-convex, with 
twelve lateral and four mesal sensory setae. 
Palpus - first segment about as long as wide (length: 
0.03-0.04mm); second about 1.8-2.5 times as long 
as wide (length: 0.04-0.07mm); third segment 
about 2.8-4.5 times as long as wide (length: 0.07- 
O.lOmm), all covered with setulae and setae. 
Thorax- wing length: 2.0mm (in male, N=l); 2.85- 
2.95mm (in female, n=2). Venation as in figure 
44. Anepisternum bare. Anepimeron with vertical 
row of ten setae. Tarsal claws bent beyond 
midlength and simple on all legs; empodium very 
short (Fig.45). 



Lopesia bilobata sp.nov. -9 : fig.33- ovipositor (lateral view); 
fig.34- ovipositor (dorsal view). Scales in mm. 



Lopesia bilobata sp.nov. - pupa: fig.35- cephalic region 
(ventral view); fig.36- prothoracic spiracle; fig.37- abdominal 
segments 5-9 (dorsal view). Scales in mm. 

Abdômen - d : tergites 1-6 rectangular with 
single, complete row of caudal setae, several 
lateral setae, one pair of basal trichoid sensilla, 
and elsewhere with scattered scales; tergite 7 
rectangular with caudal row of setae and scales 
only present laterally, lateral setae and two basal 
trichoid sensilla present. Tergite 8 not sclerotized 
with only a pair of trichoid sensilla as vestiture. 
Sternites 2-6 rectangular and setose, setae more 
abundant messally and caudally. Sternites 7-8 
quadrate, each one with caudal and midlength 
rows of setae and basal pair of trichoid sensilla. 
9 : tergites 1-7 as 1-6 in male; tergite 8 
unsclerotized with row of setae and a pair of 
trichoid sensilla. Sternites 2-6 rectangular with 
setae mesally, caudally and laterally, a pair of 
trichoid sensilla and scales elsewhere. Sternite 
7 square with the same chaetotaxy of the 
preceding ones. Sternite 8 unsclerotized with only 
a pair of trichoid sensilla as vestiture. Male 
terminalia (Fig.46): gonocoxites not splayed, 
gonostylus elongate, narrow, discreetly bent and 
tapered near the apex, cercus wider than 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.69-82, jan./mar.2004 
















A NEW GENUS AND SIX NEW SPECIES OF GALL MIDGES FROM SERRA DE SÃO JOSÉ, MG, BRAZIL 


77 


hypoproct, cercal lobes triangular and setose; 
hypoproct longer than cercus; aedeagus longer 
than hypoproct and truncate. Ovipositor 
protrusible, female cerci not fused, elongate-ovoid 
and setose (Fig.47). 

PUPA 

Body length: 3.8-4.6mm (N=4). Cephalic region 
(Fig.48): antennal horn 2-toothed with 0.09- 
0.13mm of length (N=4); upper cephalic margin 
thickened laterally; face with a pair of sclerotized 
spine-like lateral processes. Full complement of 
cephalic, lower and lateral papillae; cephalic 
setae with 0.05-0.08mm of length (N=4). Lower 
facial papillae in two sclerotized spine-like 
processes (Fig.49). Thorax: prothoracic spiracle 
with 0.20-0.25mm of length (N=4) (Fig.50). Wing 
sheath reaching basal 1/3-1/2 of abdominal 
segment 3; fore leg sheath reaching distai margin 



Lopesia bilobata sp.nov.- larva: fig.38- general aspect 
(dorsal view); fig.39- spatula and associated papillae 
(ventral view); fig.40. abdominal segments 8 and 9 (dorsal 
view). Scales in mm. 


of abdominal segment 5 or midlength of segment 
4; mid leg sheath reaching midlength of segment 
4 or basal margin of segment 5 and hind leg 
sheath reaching distai 1 /3 of segment 4 or basal 
1/5 of segment 5. Abdominal segments 2-8 with 
only one row of few and conspicuous spines; 
central area not sclerotized and with 6 setose 
dorsal papillae, integument rough and sclerotized 
elsewhere (Fig.51). Pupation in the gall. Number 
of larvae/gall: 01. 

Gall - Leaf gal, ovoid, yellowish, hairy and one- 
chambered (MAIA & FERNANDES, in press: 
fig.35). 

Host-plant - Croton floribundus Spreng. 
(Euphorbiaceae). 

Material (MNRJ) - Holotype Ó : BRAZIL, MINAS 
GERAIS, Tiradentes, Serra de São José, 28/XI/ 
2001, V. Maia col. Paratypes: l9 ,21/XI/2001; 29 , 
30/1/2002; 1 pupal exuvia 28/IX/2001; 1 pupal 
exuvia 21/XI/2001; 1 pupa 21/XI/2001; 1 pupal 
exuvia 30/1/2002; 1 pupa 28/IX/2001 (same 
locality and collector as holotype). 

Other material (MNRJ) - 3 pupal exuviae 27/V/ 
2002 (same locality and collector as holotype). 

Etymology - The name spinosa refers to the 
presence of spine-like sclerotized processes on 
pupal face. 

Remarks - Lopesia spinosa sp.nov. differs from 
all other Lopesia species mainly by the 
presence of sclerotized facial processes and 2- 
toothed antennal horn of the pupa. Besides, 
this is the first species of Lopesia associated 
with Euphorbiaceae. 

Lopesia tibouchinae sp.nov. 

(Figs.52-61) 

Adult 

Body length - 3.1-3.5mm (in male, N=4); 4.1- 
4.7mm (in female, N=4). 

Head - occipital process present. Eye facets 
circular; male flagellomeres binodal and 
tricircumfilar, basal and distai similar with 
loops subequal in length (Fig.52); mid 
circumfila with reduced loops; female 
flagellomeres cylindrical with circumfila as in 
figure 53. Flagellomeres 1 and 2 not connate. 
Flagellomere 12 with apical process. 
Frontoclypeus with 8 long setae. Labrum 
triangular, long-attenuate, with two pairs of 
ventral sensory setae and lateral setulae. 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.69-82, jan./mar.2004 













78 Y.C.MAIA 




Lopesia spinosa sp.nov. - adult: fig.41- flagellomere 5, d ; fig.42- 
flagellomere 5, 9 ; fig.43- flagellomeres 10-12, d ; fig.44- wing, 9 ; 
fig.45- tarsal claw and empodium, fore leg, 9 . Scales in mm. 


Hypopharynx of the same shape as 
labrum with lateral setulae. Labellae 
elongate-convex, with five lateral and 0- 
lmesal sensory setae. 

Palpus - first segment about as long as 
wide (length: 0.04mm); second about 1.6 
times as long as wide (length: 0.04mm); 
third segment about 5.0-6.0 times as 
long as wide (length: 0.08mm), all covered 
with setulae and setae. 

Thorax - wing length: 2.7mm (in male, 

N=l); 3.4-3.5mm (in female, n=4). Venation 
as in figure 54. Anepisternum bare. 
Anepimeron with vertical row of ten setae. 

Tarsal claws toothed on all legs; empodium 
very short reaching bend in claws (Fig.55). 
Abdômen - <d : tergites 1-6 rectangular 
with single, complete row of caudal setae, 
some lateral setae, a pair of basal trichoid 
sensilla, and elsewhere with scattered 
scales; tergites 7-8 not sclerotized 
mesally at distai margin, each one with 
a pair of trichoid sensilla and scattered 
scales elsewhere. Sternites 2-7 
rectangular and setose, setae more 
abundant mesally and caudally, each 
with a pair of trichoid sensilla and 
scattered scales elsewhere. Sternite 8 
square with scattered setae and a pair of 
trichoid sensilla. 9 : tergites 1-7 as 1-6 
in male; tergite 8 sclerotized, band-like 
with a pair of trichoid sensilla. Sternites 
2-7 as in male. Sternite 8 unsclerotized 
with only a pair of trichoid sensilla as 
vestiture. Male terminalia (Fig.56): 
gonocoxites not splayed, gonostylus elongate, 
narrow and discretely bent; cercus wider and longer 
than hypoproct, cercal lobes triangular and setose; 
hypoproct bilobate; aedeagus longer than 
hypoproct, triangular and rounded at the apex. 
Ovipositor barely protrusible, female cerci not 
fused, elongate-ovoid and setose (Fig.57). 

PUPA 

Body length: 4.6-4.7mm (N=2). Cephalic region 
(Fig.58): antennal horn simple, triangular, with 
0.11-0.12mm of length (N=2); upper cephalic 
margin thickened laterally. Full complement of 
cephalic, lower and lateral papillae; cephalic 
setae with 0.07mm of length (N=4) (Fig.59). 
Thorax: prothoracic spiracle setiform with 
0.40mm of length (N=4) (Fig.60). Wing sheath 
reaching 1/2 of abdominal segment 3; fore leg 


sheath reaching distai margin of abdominal 
segment 4; mid leg sheath reaching basal 1/6 of 
segment 5 and hind leg sheath reaching basal 
1/4 of segment 5. Abdominal segments 2-8 with 
only one row of few and conspicuous spines and 
six setose dorsal papillae; integument rough; 
terminal segment with two apical spiny lobes in 
both sexes (Fig.61). Pupation in the gall. Number 
of larvae/gall: 01. 

Gall - Swelling of leaf veins or petiole, one- 
chambered. 

Host-plant - Tibouchina candolleana (DC.) Cogn. 
(Melastomataceae). 

Material (MNRJ) - Holotype d : BRAZIL, MINAS 
GERAIS, Tiradentes, Serra de São José, 28/XI/ 
2001, V.Maia col. Paratypes: 5cf, 28/V/2002; 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.69-82, jan./mar.2004 








A NEW GENUS AND SIX NEW SPECIES OF GALL MIDGES FROM SERRA DE SÃO JOSÉ, MG, BRAZIL 


79 



Lopesia spinosa sp.nov. - adult: fig.46- male terminalia, dorsal view; 
fig.47- ovipositor (dorsal view). Scales in mm. 


19,25/X/2001; 59,28/V/2002; 1 pupal exuvia 
24/X/2001; 1 pupal exuvia and 2 pupae 24/IV/ 
2002; 13 pupal exuviae and 1 pupa 28/V/2002 
(same locality and collector as holotype). 

Other material (MNRJ) - 1 pupal exuvia 31/VIII/ 
2001; 1 pupal exuvia 25/X/2001 (same locality and 
collector as holotype). 

Etymology - The name tibouchinae refers to the 
generic name of the host plant. 

Remarks - Lopesia tibouchinae sp.nov. differs from 
all other Lopesia species mainly by the 
arrangement of dorsal spines on abdominal 
segments of the pupa and by the presence of 
two terminal lobes on the last segment of the 
pupa. This is the second species of Lopesia known 
on Melastomataceae. The other species, L. 
brasiliensis Rübsaamen, 1908 induces galls on 
Ossaea DC in Brazil. 


Myrciariamuia fernandesi sp.nov. 
(Figs.62-73) 

Adult d 

Body length - 3.8-4.0mm (N=2). 

Head - eye facets hexagonal; eyes not joined 
at vertex; flagellomeres cylindrical, neck 
setulose and as long as or longer than the 
node in male; short neck in female; 
circumfila flat and joined by a transverse 
connection (Figs.62-63); frontoclypeus with 
16-18 long setae; labrum triangular, long 
attenuate with two or three pairs of ventral 
sensory and long, anteriorly directed lateral 
setulae; labella elongate-convex and setose; 
palpus with four setose and cylindrical 
segments (segments 1, 2, 3 and 4 
measuring 0.05mm, 0.07mm, 0.1 lmm and 
0.1 lmm, respectively). 

Thorax - Wing length: 2.7-3.0mm (N=4); 
venation (Fig.64): Rs absent, R5 almost 
straight, reaching the margin just 
before the apex, M3 present but 
evanescent, Cu forked, CuP present; 
anepisternum with few scales near 
midlength; anepimeron with a group of 
setae; legs: tarsal claws with a single 
tooth on all legs; empodium as long as 
claws (Fig.65). 

Abdômen - tergites 1-7 rectangular 
with a irregular row of setae at distai 
margin and a pair of trichoid sensilla, 
scattered scales elsewhere; tergite 8 
ovoid with a pair of trichoid sensilla; sternites 
2-7 rectangular with a row of setae at distai 
margin, some lateral setae and irregular rows 
of setae mesally. Terminalia (Fig.66): 
gonocoxite wide, gonostylus widest at basal 
half and narrowing toward the apex; cerci 
elongate-ovoid and setose; hypoproct bilobed 
(lobes narrow, setulose, rounded at the apex 
and with a single apical setae); aedeagus 
elongate with truncate apex; parameres well 
developed, longer than hypoproct. 

Adult 9 

Body length - 4. lmm (N=l); 29 flagellomeres; 
flagellomeres 1-28 cylindrical with short and 
almost glabrous neck; ílagellomere 29 elongate- 
cylindrical, longer than the others; circumfila 
as in male (Fig.63). 

Wing length - 3.1-3.5mm (N=4). Tergites 1-8 as 1- 
7 in male; sternites 2-7 as in male. Ovipositor 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.69-82, jan./mar.2004 








80 


Y.C.MAIA 



Lopesia spinosa sp.nov. - pupa: fig.48- cephalic region 
(ventral view); fig.49- lower facial papillae (ventral view); 
fig.50- prothoracic spiracle; fig.51- abdominal segment 6 
(dorsal view). Scales in mm. 


protrusible, cerci not fused and ovoid (Fig.67). 
Other characters as in male. 

Pupa 

Body length: 4.5-4.6mm (N= 2). Colour: brownish. 
Cephalic region (Fig.68): antennal horn short (length: 
0.03-0.04mm, N=2); cephalic seta with 0.06- 
0.07mm (N=2); facial integument smooth; upper 
cephalic margin thickened laterally; three pairs of 
lateral facial papillae (two setose and one without 
seta); one pair of lower facial papillae (with seta). 
Thorax: prothoracic spirale (Fig.69) setiform with 
0.20-0.22mm of length (N=4). Abdominal tergites 
2-8 with irregular rows of spines, less numerous 
on the last segments (Fig.70). 

Larva (Fig.71) 

Body length: 3.0-4.0mm (N=4). Colour: yellow. 
Integument rough. Spatula (Fig.72): length 0.09- 
0.1 lmm (N=4); 2 -toothed with short stalk; two 


groups of three setose lateral papillae per side and 
each group with two papillae similar in shape; 
sternal and ventral papillae setose; dorsal papillae 
with seta conspicuously longer than the ventral 
ones. Terminal segment (Fig.73) greatly narrowed 
and elongated with 3 pairs of setose terminal 
papillae subequal in length and two pairs of setose 
anal papillae (one pair smaller than the other). 
Pupation in the gall. Number of larvae/gall: 01. 
Gall - Bud gall, green, composed by two valves. 

Host plant - Myrciaria tenella (DC.) O.Berg. 
(Myrtaceae). 

Material (MNRJ) - Holotype d : BRAZIL, MINAS 
GERAIS, Tiradentes, Serra de São José, 21/XI/ 
2001, V. Maia col. Paratypes: ld , 24/X/2001; l9 , 
24/X/2001; l9 ,21/XI/2001; 2 pupae and 3 pupal 
exuviae 21/IX/2001; 3 pupal exuviae 24/X/2001; 
4 larvae 24/X/2001 (same locality and collector 
as holotype). 



Lopesia tibouchinae sp.nov. - adult: fig.52- flagellomere 5, d ; 
fig.53- flagellomere, 5, 9 ; fig.54- wing, d ; fig.55- tarsal claw 
and empodium, fore leg, d ; fig.56- male terminalia (dorsal 
view); fig.57- female cerci (dorsal view). Scales in mm. 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.69-82, jan./mar.2004 



























A NEW GENUS AND SIX NEW SPECIES OF GALL MIDGES FROM SERRA DE SÃO JOSÉ, MG, BRAZIL 


81 



Lopesia tibouchinae sp.nov. - pupa: fig.58- cephalic region 
(ventral view); fig.59- apical setae; fig.60- prothoracic 
spiracle; fig.61- abdominal segments 8 and 9 (dorsal 
view). Scales in mm. 


Etymology - The species is named in honor of Dr. 
Geraldo Wilson Fernandes (Universidade Federal 
de Minas Gerais, Brazil). 

Distribution - BRAZIL: MINAS GERAIS (Serra de 
São José). 

Remarks - This is the second described 
species of Myrciariamyia Maia, 1994. The 
previous known species, Myrciariamyia bivalva 
Maia, 1994, induces bivalve bud galls on 
Myrciaria floribunda (Camb.) (Myrtaceae) and 
has been recorded for restinga areas of Rio 
de Janeiro State (Brazil) (MAIA, 2001). 
Interestingly, the new species also induces 
bivalve bud galls and is associated with the 
same genus of host plant. Both species are 
univoltine, but the adults of M. bivalva emerge 
during the winter (July and August), while 
those of Myrciariamyia fernandesi sp.nov. 
emerge during the spring (September- 
November). The pupa of both species are 


easily distinguishable mainly due to the 
arrangement of the lower facial papillae (two 
pairs in M. bivalva and one pair in M. 
fernandesi sp.nov.) and the dorsal abdominal 
spines (spines forming evident rows in M. 
bivalva and spines more grouped in M. 
fernandesi sp.nov.) and to the length of the 
prothoracic spiracle (with 0.40mm in M. 
bivalva and 0.20-0.22mm in M. fernandesi 
sp.nov.). The larva of both species show small 
differences, the most conspicuous ones refer 
to the shape of lateral papillae (all of them 
similar in M. bivalva and one papilla more 
robust than the others in M. fernandesi 
sp.nov.) and to the length of the terminal 
segment (longer in M. fernandesi sp.nov.). 
Besides, M. fernandesi sp.nov. adults are 
shorter than those of M. bivalva, and in the 
new species, the male cercus has more 
' pronounced lobes. 



0.03 



Myrciariamyia fernandesi sp.nov. - adults: fig.62- 
flagellomere 5, d ; fig.63- flagellomere 5, 9 ; fig.64- wing, 
d ; fig.65- tarsal claw and empodium, mid leg, d ; fig.66- 
male terminalia (dorsal view); fig.67- female cerci (lateral 
view). Scales in mm. 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.69-82, jan./mar.2004 
























82 


V.C.MAIA 



Myrciariamyiafemandesi sp.nov. - pupa: fig.68- cephalic region (ventral view) (facial papillae not drawn); fig.69- prothoracic 
spiracle; fig.70- abdominal segments 7 and 9 (dorsal view); larva: fig.71- general aspect (dorsal view); fig.72- spatula and 
associated papillae (ventral view); fig.73- abdominal segments 8 and 9 (dorsal view). Scales in mm. 


ACKNOWLEDGMENTS 

To the Conselho Nacional de Desenvolvimento 
Científico e Tecnológico (CNPq) for the financial 
support (Proc. 1500611/01-3 NV). 

LITERATURE CITED 

ALVES, R.J.V., 1992. The flora and vegetation of the 
Serra de São José in Minas Gerais, Brazil. Praga: 
Tropicaleaf Nature Publishers. 67p. 
FERNANDES, G.W. & PRICE, P.W., 1988. 

Biogeographic gradients in galling species 


richness: test of hypotheses. Oecologia, Berlim, 
76 : 161-167. 

GAGNÉ, R.J.,1994. The Gall Midges of the Neotropical 
Region. Ithaca: University Press, xiv, 352p., 4 pis. 

LARA, A.C.F. & FERNANDES, G.W., 1996. The 
highest diversity of galling species: Serra do 
Cipó, Brazil. Biodiversity Letters, AA- 
Wageningen, 3:111-114. 

MAIA, V.C., 2001. The gall midges (Diptera, 
Cecidomyiidae) from three restingas of Rio de 
Janeiro State, Brazil. Revista Brasileira de 
Zoologia, Curitiba, 18(2):583-629, 100 figs. 

MAIA, V.C. & FERNANDES, G.W., in press. Insect galls 
from Serra de São José (Tiradentes, MG, Brazil). 
Brazilian Journal of Biology, São Paulo. 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.69-82, jan./mar.2004 

















TmnrronnnrtnnnrT i 

nnniiituiíiüífflnnni 


Arquivos do Museu Nacional, Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.83-98, jan./mar.2004 
ISSN 0365-4508 


GEOLOGIA E PETROGRAFIA DO QUARTZO MONZODIORITO GLÓRIA, 
CINTURÃO MINEIRO, PORÇÃO SUL DO CRÁTON SÃO FRANCISCO, 

ESTADO DE MINAS GERAIS 1 


(Com 15 figuras) 


CIRO ALEXANDRE ÁVILA 2 
WILSON TEIXEIRA 3 
RONALDO MELLO PEREIRA 4 


RESUMO: A região entre as cidades de Lavras e Conselheiro Lafaiete, na borda meridional do Cráton 
São Francisco, é caracterizada pela presença de diversos corpos plutônicos félsicos e máficos, que 
encontram-se relacionados à evolução paleoproterozóica do Cinturão Mineiro. Dentre os corpos 
máficos, destaca-se o Quartzo Monzodiorito Glória, que ocorre encaixado em anfibolitos e rochas 
metassedimentares da Faixa Greenstone Rio das Mortes. Este corpo apresenta enclaves de rochas 
metaultramáficas e anfibolitos, além de ser cortado por pegmatitos, diques e apófises correlacionados 
ao Granitóide Ritápolis. As rochas do Quartzo Monzodiorito Glória foram subdivididas em três fácies 
granulométricas (fina, fina/média, média), que são mesocráticas e abrangem litótipos dioríticos, 
quartzo dioríticos, quartzo monzodioríticos, tonalíticos e, muito restritamente, quartzo monzoníticos. 
Sugere-se que as rochas dessas três fácies poderiam ser membros cogenéticos de uma associação 
ígnea originada a partir da diferenciação de um magma subalcalino andesítico/diorítico. A mineralogia 
primária do Quartzo Monzodiorito Glória foi parcialmente substituída por uma paragênese 
metamórfica de fácies xisto verde, representada principalmente por actinolita, albita, titanita e epidoto. 
Fluidos potássicos relacionados aos diques do Granitóide Ritápolis proporcionaram o crescimento 
metassomático de biotita a partir da substituição da actinolita de origem metamórfica. Propõe-se 
que as transformações metamórficas e metassomáticas potássicas estariam associadas ao intervalo 
entre 2.131 ± 4 Ma e 2.121 ± 7 Ma e, desta forma, relacionadas à evolução paleoproterozóica do 
Cinturão Mineiro. 

Palavras-chave: petrografia; metamorfismo; metassomatismo; Cinturão Mineiro; Paleoproterozóico. 

ABSTRACT: Geology and petrography of the Glória Quartz-Monzodiorite, Mineiro Belt, Southern portion of 
the São Francisco Cráton, Minas Gerais State. 

Mafic and felsic plutons of the Mineiro Belt occur nearby the Lavras and Conselheiro Lafaiete cities, in 
the Southern portion of the São Francisco Cráton. The Glória Quartz-Monzodiorite is a small mafic 
intrusion (9km 2 ) emplaced into schists, metapelites, and amphibolites associated with the Rio das Mortes 
Greenstone Belt. This pluton bears ultramafic and amphibolite xenoliths, and is intruded by pegmatite 
and granitic dikes of the Ritápolis Granitoid. The Glória Quartz-Monzodiorite includes diorites, quartz- 
diorites, quartz-monzodiorites, and tonalites. These rocks are subdivided into three coeval granolumetric 
fácies that may represent members of associated subalkaline series resulting from differentiation of a 
parental andesitic/dioritic liquid. The primary mineral assemblage of the Glória Quartz-Monzodiorite 
was overprinted by a greenschist metamorphic paragenesis composed of actinolite, albite, sphene, and 
epidote. Actinolite was further replaced by metassomatic biotite taken as derived from a potassic fluid 
influx associated with pegmatite and granitic dikes of the Ritápolis Granitoid. The metamorphic and 
metassomatic mineral assemblages of the Glória Quartz-Monzodiorite may have taken place in the 2.131 
± 4 Ma and 2.121 ± 7 Ma time range, according to available minimum ages from the crystallization of 
Brumado Diorite and Ritápolis Granitoid. Therefore, both processes are probably tectonically related 
with the Paleoproterozoic evolution of the Mineiro Belt. 

Key words: Petrographic; metamorphic; metassomatism; Mineiro Belt; Paleoproterozoic. 


1 Submetido em 04 de outubro de 2002. Aceito em 11 de julho de 2003. 

Projeto desenvolvido no Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro (MNRJ). 

2 Museu Nacional/UFRJ, Departamento de Geologia e Paleontologia. Quinta da Boa Vista, São Cristóvão, 20940-040, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. 
E-mail: avila@mn.ufrj.br. 

3 Universidade de São Paulo, Instituto de Geociências, Departamento de Mineralogia e Geotectônica. Rua do Lago 562, Cidade Universitária, 05508-900, 
São Paulo, SP, Brasil. 

4 Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Faculdade de Geologia, Departamento de Geologia Aplicada. Rua São Francisco Xavier 524/2019A, Maracanã, 
20540-900, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. 






84 


C.A.ÁVILA, W.TEIXEIRA & R.M.PEREIRA 


INTRODUÇÃO 

Na borda meridional do Cráton São Francisco, no 
âmbito do Cinturão Mineiro, afloram diversos corpos 
plutônicos paleoproterozóicos (QUEMÉNÉUR, NOCE 
86 GARCIA, 1994; ÁVILA, 2000; TEIXEIRA et al, 2000; 
NOCE etal, 2000; ÁVILA etal, 2003). Nesse contexto, 
destacam-se corpos de composição gabróica, 
(quartzo) diorítica e (quartzo) monzodiorítica, 
representados pelo Gabro São Sebastião da Vitória 
(2.220 ± 3 Ma), Gabro Vitoriano Veloso, Gabro- 
Piroxenito Manuel Inácio, Gabro Rio Grande, Gabro 
Rio dos Peixes, Quartzo Diorito do Brito (2.196 ± 6 
Ma), Diorito Brumado (2.131 ± 4 Ma), Diorito Rio 
Grande (2.155 ± 3 Ma) e pelo Quartzo Monzodiorito 
Glória (EBERT, 1963; ÁVILA, 2000; COUTO, 2000; 
VALENÇA etal., 2000; TOLEDO, 2002). Estes corpos 
associam-se tectonicamente a outros plútons 
graníticos na borda sul do Cráton São Francisco 
(QUÉMÉNEUR 8& NOCE, 2000), estando relacionados 
à evolução paleoproterozóica do Cinturão Mineiro. 
Recentemente, foram realizados estudos geológicos 
e petrográficos na maioria dos corpos mencionados 
anteriormente (ÁVILA, 1992, 2000; SILVA, 1996; 
ÁVILA et al, 1998a; DAL CERE, 1999; COUTO, 
2000; TOLEDO, 2002), seguidos de trabalhos 
isotópicos 207pb/2oepb (evaporação de Pb em zircão) 
e U/Pb (zircão) para a obtenção da idade de 
cristalização dos mesmos (ÁVILA et al, 1998b, 
1999a; ÁVILA, 2000; VALENÇA et al, 2000; 
CHERMAN, 2002). 

O presente estudo caracteriza geologicamente o 
Quartzo Monzodiorito Glória, destacando sua 
faciologia, bem como as transformações decorrentes 
dos eventos - metamórfico e metassomático 
potássico - superimpostos. Propõe-se que as 
transformações mineralógicas processadas nas 
rochas do Quartzo Monzodiorito Glória 
(metamórficas e metassomáticas potássicas) teriam 
transcorrido durante à evolução Paleoproterozóica 
do Cinturão Mineiro, com base em determinações 
radiométricas disponíveis para a região. 

Geologia regional 

A borda meridional do Cráton São Francisco é 
representada principalmente por gnaisses bandados 
e migmatitos dos complexos metamórficos 
(TEIXEIRA et al, 1998, 2000) e por rochas 
metaultramáficas komatiíticas, anfibolíticas e 
metassedimentares (pelitos, gonditos e quartzitos) 
pertencentes aos greenstone belts Rio das Velhas e 
Barbacena (PIRES, RIBEIRO 86 BARBOSA, 1990; 


SCHRANK 86 SILVA, 1993). Essas unidades são 
cortadas por diversos corpos plutônicos 
paleoproterozóicos, que variam em composição 
desde gabros até granitos (Fig. 1). Nas proximidades 
de São João dei Rei, rochas metassedimentares 
paleo, meso e neoproterozóicas das bacias São João 
dei Rei, Carandaí e Andrelândia recobrem 
parcialmente algumas das unidades anteriormente 
descritas por discordância litológica e angular 
(RIBEIRO etal, 1995; VALLADARES etal, 2001). 
Dentre os corpos plutônicos paleoproterozóicos de 
composição (quartzo) diorítica e (quartzo) 
monzodiorítica, destacam-se na região entre as 
cidades de Ritápolis, Coronel Xavier Chaves e São 
João dei Rei, o Diorito Brumado e o Quartzo 
Monzodiorito Glória (Fig.2). Estes dois corpos 
ocorrem em área muito próxima, apresentam 
conteúdo de minerais máficos muito semelhante nas 
rochas da fácies média (entre 30 e 60%), porém 
diferem em relação ao conteúdo de feldspato 
potássico, normalmente muito maior no Quartzo 
Monzodiorito Glória. 

Admite-se que grande parte das rochas, 
consideradas como embasamento dos litótipos 
metassedimentares proterozóicos das bacias São 
João dei Rei, Carandaí e Andrelândia, foi afetada 
por três fases deformacionais e por pelo menos dois 
pulsos metamórficos regionais. O evento 
metamórfico mais antigo possui caráter progressivo 
e condições de fácies anfibolito inferior a médio, 
enquanto que o evento mais novo é retrógrado e da 
fácies xisto verde a anfibolito inferior (ÁVILA, 1992, 
2000; SILVA, 1996; RIBEIRO et al, 1998; 
CHERMAN, 1999; RODRIGUES, 2000; COUTO, 
2000; TOLEDO, 2002). Nesse contexto, o Quartzo 
Monzodiorito Glória, o Diorito Brumado e o Diorito 
Rio Grande apresentam evidências petrográficas de 
transformações mineralógicas associadas 
unicamente ao pulso metamórfico mais novo. 

Feições de campo 

Rochas dioríticas aflorantes nas proximidades do 
vilarejo de Ibitutinga foram originalmente descritas 
por ERICHSEN (1929) e estudadas petrograficamente 
por GUIMARÃES 86 GUEDES (1944), que as 
denominaram de Quartzo Diorito Ibitutinga. 
Posteriormente, ÁVILA (1992) e ÁVILA 86 VALENÇA 
(1992), com base em estudos geológicos de 
semidetalhe, subdividiram as rochas do Quartzo 
Diorito Ibitutinga em dois corpos distintos, 
denominando-os de Diorito Brumado e Quartzo 
Monzodiorito Glória. 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.83-98, jan./mar.2004 


GEOLOGIA E PETROGRAFIA DO QUARTZO MONZODIORITO GLÓRIA 


85 



Fig.l- Mapa geológico esquemático da borda meridional do Cráton São Francisco mostrando a localização aproximada dos 
principais corpos plutônicos paleoproterozóicos. Modificado de ÁVILA et al (2003). Forma aproximada dos corpos plutônicos 
modificada de ENDO (1997), NOCE, MACHADO & TEIXEIRA (1998), ÁVILA (2000) e TOLEDO (2002). (I) embasamento Arqueano 
parcialmente retrabalhado no Paleoproterozóico, (II) greenstone belts Rio das Velhas e Barbacena, (III) complexo granulítico de 
Lavras, (IV) granitóide arqueano, (V) supergrupo Minas, (VI) gabros, dioritos e granitóides paleoproterozóicos, (VII) rochas 
metassedimentares das bacias São João dei Rei (paleoproterozóica), Carandaí (mesoproterozóica) e Andrelândia (neoproterozóica), 
(VIII) falhas. Cidades: (Lv) Lavras, (Sjr) São João dei Rei, (Rtp) Ritápolis, (Bc) Barbacena, (Cl) Conselheiro Lafaiete. Corpos 
plutônicos: (1) Quartzo Monzodiorito Glória, (2) Diorito Brumado, (3) Gabro Rio dos Peixes, (4) Diorito Rio Grande, (5) Gabro 
Rio Grande, (6) Gabro-Piroxenito Manuel Inácio, (7) Gabro São Sebastião da Vitória, (8) Quartzo Diorito do Brito, (9) Gabro 
Vitoriano Veloso, (10) Granodiorito Lavras, (11) Granito Itutinga, (12) Tonalito/Trondhjemito Cassiterita, (13) Trondhjemito 
Tabuões, (14) Granitóide Ritápolis, (15) Granodiorito Brumado de Baixo, (16) Granodiorito Brumado de Cima, (17) Granitóide 
de Tiradentes, (18) Granito Campolide, (19) Complexo Ressaquinha, (20) Gnaisse Granítico Fé, (21) Batólito Alto Maranhão, 
(22) Trondhjemito Congonhas, (23) Granito Alto Jacarandá, (24) Granitóide Oliveira, (25) Granito Bom Sucesso. A Geologia da 
área marcada ao redor da cidade de Ritápolis será detalhada na figura 2. 


O Quartzo Monzodiorito Glória aflora na porção 
nordeste da folha topográfica São João dei Rei (SF- 
23-X-C-II-l) e noroeste da folha topográfica 
Tiradentes (SF-23-X-C-II-2), ambas do IBGE - escala 
1:50.000. Subtende área de aproximadamente 9 km 2 
e encontra-se encaixado em rochas do Greenstone 
Belt Barbacena (DAL CERE, 1999). ÁVILA (2000) 
subdividiu as rochas desse greenstone belt em duas 
unidades distintas com base em feições de campo e 
litológicas, denominando-as de sucessão greenstone 
belt I e II. Já TOLEDO (2002) designou as rochas 
metaultramáficas komatiíticas próximas à cidade 
de Nazareno e os metassedimentos associados à 
mesma de Faixa Greenstone Nazareno, e as rochas 
anfibolíticas, xistos, metapelitos e gonditos, que 
ocorrem próximos ao Rio das Mortes, de Faixa 


Greenstone Rio das Mortes (Fig.2). 

Excelentes exposições de rochas do Quartzo 
Monzodiorito Glória podem ser observadas na 
pedreira da Mineração Semenge, destacando-se a 
abundância de enclaves xenolíticos de rochas 
metaultramáficas, quase que integralmente 
constituídos por actinolita, que variam em tamanho 
de cerca de lcm até 15m e com formas desde 
arredondadas até angulosas (Figs.3-4). Esses 
enclaves encontram-se alinhados segundo a foliação 
principal (160°/58 o ) presente nas rochas do Quartzo 
Monzodiorito Glória e foram correlacionados à 
unidade designada por ÁVILA et al (1999b) de 
Corpos Piroxeníticos-Gabróicos, que ocorre nas 
proximidades do corpo em questão. Anfibolitos 
também são encontrados como enclaves xenolíticos 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.83-98, jan./mar.2004 
















86 


C.A.ÁVILA, W.TEIXEIRA & R.M.PEREIRA 



Fig.2- Mapa geológico da região entre as cidades de Ritápolis (Rtp), São João dei Rei (Sjr) e Coronel Xavier Chaves (Cxa). 
Modificado de ÁVILA (2000). (I) rochas metaultramáficas, metapelitos e metaquartzitos da Faixa Greenstone Nazareno, (II) 
Rochas anfibolíticas, metapelitos e gonditos da Faixa Greenstone Rio das Mortes, (III) gnaisse leucocrático (milonítico), 
(IV) rochas metaultramáficas, (V) corpos piroxeníticos-gabróicos (A, B, C, D), (VI) Tonalito/Trondhjemito Cassiterita, (VII) 
Gnaisse Granítico Fé, (VIII) corpos dioríticos - monzodioríticos: (E) Diorito Brumado e (F) Quartzo Monzodiorito Glória), 
(IX) Granitóide Ritápolis, (X) rochas metassedimentares das bacias São João dei Rei (paleoproterozóica), Carandaí 
(mesoproterozóica) e Andrelândia (neoproterozóica), (XI) falhas. Cidades e vilarejos: (Sjr) São João dei Rei, (Rtp) Ritápolis, 


(Cxa) Coronel Xavier Chaves, (Go) Glória, (Pe) Penedo, (Ca) 
Xavier Chaves será detalhada na figura 8. 

nesse mesmo afloramento (Fig.5) e foram associados 
à Faixa Greenstone Rio das Mortes, que envolve o 
Quartzo Monzodiorito Glória. Por outro lado, rochas 
desse mesmo corpo são cortadas por aplitos quartzo - 
feldspáticos, pegmatitos (Fig.6) e por diques de 
composição petrográfica variando de granodiorítica 
até sienogranítica (Fig.7). Esses corpos foram 
correlacionados ao Granitóide Ritápolis, que aflora 
em área adjacente (Fig.2). 

As rochas do Quartzo Monzodiorito Glória 
apresentam coloração variando de esverdeada a 
acinzentada, granulação entre 0,1 e 5,0mm e 
encontram-se foliadas segundo a direção ENE-WSW, 
destacando-se a orientação dos grãos de actinolita e 
biotita formados durante o evento metamórfico 
regional. As rochas desse corpo foram subdivididas 
em três fácies granulométricas distintas (ÁVILA, 
2000), admitidas no presente trabalho como 
cogenéticas e denominadas respectivamente de fácies 


Caburu. A Geologia da área próxima à cidade de Coronel 


fina, fácies fina/média e fácies média. Devido à 
carência de afloramentos contínuos na área de 
exposição do mesmo, não foi possível representar a 
distribuição espacial de suas fácies em mapa, porém 
as observações de campo e petrográficas sugerem que 
as rochas da fácies fina/média predominam (Fig.8). 
Em termos de cronologia relativa, as rochas da 
fácies fina são as mais antigas, pois as mesmas são 
cortadas por apófises e/ou diques de rochas das 
duas outras variedades faciológicas (Fig.9). Dentre 
essas, as rochas da fácies média são mais novas, 
pois diques desta última mostram relações 
intrusivas com rochas da fácies fina e fina/média 
(Fig.5), além de portarem enclaves autolíticos de 
rochas da fácies fina/média (Fig. 10). Destaca-se que 
as rochas das três fácies do Quartzo Monzodiorito 
Glória apresentam enclaves xenolíticos de rochas 
piroxeníticas (pseudotransformadas em 
actinolititos) e de anfibolitos. 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.83-98, jan./mar.2004 












GEOLOGIA E PETROGRAFIA DO QUARTZO MONZODIORITO GLÓRIA 


87 



Fig.3- Enclaves xenolíticos (Xen) de rocha metaultramáfica, que variam em forma de sub-arredondados (A) a alongados 
(B) presentes em rochas da fácies média (Fm) do Quartzo Monzodiorito Glória. Os enclaves são compostos quase que 
exclusivamente por anfibólio (actinolita) e foram correlacionados aos corpos piroxeníticos-gabróicos presentes em área 
próxima; fig.4- enclaves xenolíticos (Xen) de rocha metaultramáfica com forma alongada em rochas da fácies fina (Ff) e da 
fácies média (Fm) do Quartzo Monzodiorito Glória. Os enclaves são compostos quase que exclusivamente por anfibólio 
(actinolita) e foram correlacionados aos corpos piroxeníticos-gabróicos presentes em área próxima. Destaca-se que um 
pequeno corpo pegmatítico (Peg), com cerca de 5cm de largura, corta o enclave xenolítico e as rochas das duas fácies do 
Quartzo Monzodiorito Glória. O contato aproximado entre rochas das duas fácies está tracejado. 


PETROGRAFIA 

O estudo petrográfico do Quartzo Monzodiorito 
Glória mostrou evidências de transformações 
mineralógicas desenvolvidas após a sua 
cristalização magmática. Essas transformações 
foram atribuídas a dois eventos distintos 
(metamórfico e metassomático potássico), que 
modificaram parcialmente a mineralogia primária 
de grande parte das rochas das três fácies do 
Quartzo Monzodiorito Glória. 

A assembléia mineralógica global encontrada nas 
rochas do Quartzo Monzodiorito Glória é 
representada por zircão, apatita, allanita, ilmenita, 
hornblenda verde, plagioclásio cálcico, feldspato 
potássico, quartzo 1 2 e 3 , biotita 1 2 3 e 4 , actinolita, 
titanita 1 2e3 , plagioclásio sódico (albita), epidoto 1 2e3 , 
mica branca, clorita e carbonato. As rochas das três 
fácies granulométricas são mesocráticas, possuem 
conteúdo de minerais máficos variando entre 30 e 
53% e diferem principalmente em relação à 
porcentagem de feldspato potássico, onde as rochas 
da fácies fina/média apresentam, normalmente, 
conteúdo mais elevado desse mineral. 

As principais características das três fácies estão 
sumarizadas na tabela 1, enquanto as variedades 
petrográficas podem ser visualizadas na figura 


11. Variações nas análises modais de rochas das 
três fácies do Quartzo Monzodiorito Glória 
encontram-se na tabela 2. Nessas rochas, o 
conteúdo de anfibólio é normalmente superior ao 
de biotita; o de plagioclásio é próximo ou superior 
ao dos minerais máficos; o feldspato potássico 
varia amplamente, desde ausente até cerca de 
21%; e o quartzo raramente ultrapassa a 14%. 
Dentre os minerais acessórios, ressalta-se o 
elevado conteúdo de titanita e a presença 
constante de apatita, zircão e allanita, essa última 
podendo alcançar até lmm. 

Apesar das transformações mineralógicas, foi 
possível caracterizar a presença de minerais, 
texturas e/ou tramas reliquiares ígneas nas rochas 
das fácies fina/média e média do Quartzo 
Monzodiorito Glória coexistentes com associações 
minerais metamórficas. Essas evidências apontam 
que zircão, apatita, allanita, ilmenita, hornblenda 
verde, plagioclásio cálcico, biotita^ quartzo 1 e 
feldspato potássico corresponderiam a minerais 
magmáticos (Tab. 3), que não foram completamente 
modificados durante os eventos metamórfico e 
metassomático potássico. A hornblenda verde, 
interpretada como magmática, possui pleocroísmo 
variando de verde-amarronzado a verde-amarelado 
e apresenta em sua seção basal linhas de inclusões 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.83-98, jan./mar.2004 




C.A.ÁVILA, W.TEIXEIRA & R.M.PEREIRA 



Fig.5- Enclave xenolítico (Xen) sub-arredondado de anfibolito, correlacionado à Faixa Greenstone Rio das Mortes, em 
rochas da fácies fina (Ff) do Quartzo Monzodiorito Glória. Pequenos aplitos da fácies média (Fm) cortam rochas da fácies 
fina. O enclave encontra-se orientado segundo a foliação regional presente nas rochas da fácies fina; fig.6- dique de 
pegmatito (Peg) sub-vertical com cerca de 15cm de espessura cortando enclave xenolítico (Xen) e rochas da fácies média 
(Fm) do Quartzo Monzodiorito Glória; fig.7- dique de rocha granítica (Gran), correlacionado ao Granitóide Ritápolis, 
cortando rochas da fácies média (Fm) do Quartzo Monzodiorito Glória. 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.83-98, jan./mar.2004 



GEOLOGIA E PETROGRAFIA DO QUARTZO MONZODIORITO GLÓRIA 


89 



Fig.8- Mapa geológico do Quartzo Monzodiorito Glória e de suas rochas encaixardes, destacando-se a distribuição das 
diferentes fácies granulométricas e a localização aproximada dos principais afloramentos estudados (modificado de DAL 
CERE, 1999). (I) Faixa Greenstone Rio das Mortes, (II) Quartzo Monzodiorito Glória, (III) Granitóide Ritápolis, (IV) diques 
máficos. (O) fácies fina, (□) fácies fina/média, (□) fácies média. Número no interior das figuras geométricas refere-se a 
numeração da amostra na tabela 2. Predomínio litológico: (Trm) tremolitito, (Anf) anfibolito, (Bmx) biotita-muscovita 
xisto, (Gna) gnaisse bandado, (Pel) metapelito, (Turm) turmalinito. (Zen) zona de enclaves. Parte do afloramento BC-05 do 
Quartzo Monzodiorito Glória será detalhado na figura 9. 


de ilmenita, dispostas segundo as suas duas 
direções de clivagem. 

Os dados apresentados na tabela 1 e na figura 
11 indicam que as rochas das três fácies do 
Quartzo Monzodiorito Glória incluem uma grande 
variedade de tipos petrográficos, representados 
por quartzo dioritos, tonalitos, quartzo 
monzodioritos e, mais raramente, quartzo 
monzonitos. Não obstante, essas rochas possuem 
características petrográficas muito semelhantes; 
apresentam enclaves xenolíticos de anfibolitos e 
de rochas metaultramáficas compostas 
basicamente por actinolita; além de serem 
cortadas por diques de rochas graníticas 
correlacionados ao Granitóide Ritápolis. A partir 
desses dados, sugere-se que as rochas das três 
fácies do Quartzo Monzodiorito Glória poderiam 
ser membros cogenéticos de uma associação 


ígnea, originada a partir da diferenciação de um 
provável magma subalcalino andesítico/diorítico, 
no qual processos de cristalização fracionada 
foram, possivelmente, os mecanismos mais 
importantes. ÁVILA (1992, 2000) e COUTO (2000) 
interpretaram que processos semelhantes seriam 
os responsáveis pela diversidade litológica dos 
dioritos Brumado e Rio Grande. 

Metamorfismo 

Com base nas feições texturais e nos dados 
petrográficos, admite-se que actinolita, quartzo 2 , 
titanita 1 e 2 , albita, epidoto 1 e 2 , mica branca, 
carbonato, biotita^g representariam fases minerais 
formadas e/ou relacionadas ao evento metamórfico 
superimposto na paragênese primária das rochas 
do Quartzo Monzodiorito Glória (Tab.3). Dentre as 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.83-98, jan./mar.2004 

















90 


C.A.ÁVILA, W.TEIXEIRA & R.M.PEREIRA 



Fig.9- Perfil esquemático na pedreira da Mineração Semenge (afloramento BC-05 da figura 8) mostrando as principais 
relações de campo entre as rochas das diferentes fácies do Quartzo Monzodiorito Glória e destas com aplitos quartzo 
feldspáticos, corpos pegmatíticos e diques correlacionados ao Granitóide Ritápolis. (I) fácies fina do Quartzo Monzodiorito 
Glória, (II) fácies fina/média do Quartzo Monzodiorito Glória, (III) fácies média do Quartzo Monzodiorito Glória, (IV) granitóide 
orientado, (V) Granitóide Ritápolis, (VI) pegmatitos e aplitos quartzo-feldspáticos, (VII) rocha metaultramáfica composta 
basicamente por actinolita (correlacionada aos corpos piroxeníticos-gabróicos de ÁVILA et al, 1999b), (VIII) solo, (IX) 
falha ou fratura; fig. 10- enclave autolítico (Aut) de rocha da fácies fina/média do Quartzo Monzodiorito Glória parcialmente 
digerido pelo magma que formou as rochas da fácies média do mesmo corpo; fig. 11- diagrama QAP (STRECKEISEN, 1976) 
para as rochas das diferentes fácies do Quartzo Monzodiorito Glória. (I) rochas da fácies fina, (II) rochas da fácies fina/ 
média, (III) rochas da fácies média. Campos do diagrama: (1) quartzo diorito, (2) quartzo monzodiorito, (3) quartzo monzonito, 
(4) tonalito, (5) granodiorito, (6) monzogranito. (+) amostras isoladas da fácies fina. 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.83-98, jan./mar.2004 
















GEOLOGIA E PETROGRAFIA DO QUARTZO MONZODIORITO GLÓRIA 


91 


diversas reações metamórficas destacam-se: 
transformação da hornblenda verde em actinolita 
com pleocroísmo verde-claro (Fig. 12); formação de 
blebs de quartzo 2 contemporaneamente à formação 
da actinolita (Fig. 13); decalcificação do plagioclásio 
cálcico com a formação de plagioclásio sódico, 
epidotcq, mica branca e carbonato, inclusive com 
a nucleação subordinada de biotita 2 ; substituição 
completa ou parcial de grãos de ilmenita primária 
por titanita 1 (Fig. 14); formação de biotita 3 
substituindo grãos de hornblenda devido à 
liberação do potássio presente nessa; formação de 
titanita 2 a partir da exsolução de Ti da biotita^ e 
formação de epidoto 2 ao redor da allanita. 

Nas rochas em questão, caracterizou-se a presença 
da associação actinolita + albita + epidoto + titanita. 
Esses minerais teriam sido formados a partir da 
transformação metamórfica da hornblenda verde, do 
plagioclásio cálcico e da ilmenita, todos magmáticos. 
A presença de albita e a paragênese actinolita + 
albita implicam condições metamórficas entre 
300°C e 500°C, compatíveis com a fácies xisto 
verde, enquanto o surgimento de hornblenda 
metamórfica processa-se por volta de 500°C, 
compatível com a fácies anfibolito inferior 
(TOMASSON 86 KRISTMANSDOTTIR, 1972; 
WINKLER, 1977; YARDLEY, 1989). Já os 
minerais do grupo do epidoto são estáveis em 
uma grande faixa de condições de P e T, não 
sendo dessa maneira, indicados como minerais 
índices para o intervalo metamórfico em questão 
(FRANZ 86 SILVERSTONE, 1992). Como nas 
rochas do Quartzo Monzodiorito Glória a 
hornblenda observada foi interpretada como de 
origem magmática, admite-se que os protólitos 
do mesmo teriam sido submetidos a condições 
de pressão e temperatura condizentes com 


aquelas da fácies xisto verde. Propõe-se idade 
máxima de 2.131 ± 4 Ma para esse evento 
metamórfico, pois esta é a idade admitida como a 
de cristalização do Diorito Brumado (ÁVILA, 2000), 
que também apresenta sua paragênese primária 
modificada por transformações semelhantes 
(ÁVILA et al ., 1997). 

Sugere-se que o evento metamórfico atuante nas 
rochas do Quartzo Monzodiorito Glória tenha 
sido isoquímico e que as transformações 
mineralógicas ocorridas estariam somente 
relacionadas à incorporação de água do fluído, 
sem adição ou remoção substancial de outros 
componentes químicos, o que proporcionaria a 
caracterização das composições originais dos 
protólitos, a partir dos seus minerais. 

Metassomatismo potássico 

O Quartzo Monzodiorito Glória apresenta uma 
geração de minerais neoformados, representada por 
biotita 4 , titanita 3 , epidoto 3 , quartzo 3 e clorita 
(Tab.3), que são aqui interpretados como 
provenientes da interação de fluidos 
metassomáticos ricos em potássio com as rochas 
do Quartzo Monzodiorito Glória. 

O crescimento de biotita substituindo a actinolita 
formada durante o evento metamórfico (orientada 
segundo a foliação), e a abundância desta na 
região de contato entre os pegmatitos/diques do 
Granitóide Ritápolis e as rochas do Quartzo 
Monzodiorito Glória, sugerem que o magma que 
originou as rochas do Granitóide Ritápolis seria 
o responsável pelos fluídos potássicos que 
ocasionaram essas transformações. Nesse 
modelo, a formação de biotita metassomática 
(biotitaj nas rochas das três fácies do Quartzo 


Tabela 1. Características das diferentes fácies granulométricas do Quartzo Monzodiorito Glória. 


cor das rochas 

intervalo da granulação 
(predomínio) 

foliação 

forma dos minerais 
texturas preservadas 

classificação petrográfica 


FÁCIES FINA 

cinza esverdeada 

0,l-l,4mm 

(0,3-0,8mm) 

amplamente 

desenvolvida 

xenoblásticos 

não 

quartzo dioritos e 
quartzo monzodioritos 


FÁCIES FINA/MÉDIA 

branca acinzentada 

0,l-3,5mm 

(0,5-2,0mm) 

incipiente 

hipidiomórficos 

equigranular 

quartzo dioritos, tonalitos, 
quartzo monzodioritos e 
quartzo monzonito 


FÁCIES MÉDIA 

cinza esbranquiçada 

l,0-5,0mm 

(l,5-2,5mm) 

incipiente 

hipidiomórfico s 
equigranular 

tonalitos e quartzo 
dioritos 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.83-98, jan./mar.2004 








Tabela 2. Modas (a) de rochas das três fácies granulométricas do Quartzo Monzodiorito Glória. 


92 


C.A.ÁVILA, W.TEIXEIRA & R.M.PEREIRA 


8 

00 

CM 

◄ 

■ 

S 

o 

8 


8 

o 

cm" 

o 

IN 

1 

o 

cm" 

CD 

Cl 

p 

p 

p 

p 

1 

a 

00 

1—1 

◄ 

■ 

8 

8 

o 

£ 

8 

' 

1 

o 

mo" 

o 

cm" 

P 

p 

p 

p 

' 

p 

p 

m 

DQ 

ip 

CM 

◄ 

■ 

8 

o 

o 

i 

8 

P 

8 

o 

ot 

o 

cm" 

P 

Cl 

p 

p 

p 

p 

p 

a 

35 

CM 

◄ 

■ 

8 

o„ 

21 

Q, 

8 

o„ 

1 

o 

oo" 

o„ 

2 

o 

cm" 

P 

o 

cm" 

p 

Cl 

1—1 

p 

p 

p 


35 

CM 

◄ 

□ 

i-H 

tf- 

o 

00" 

o 

3= 

8 

P 

1 

2 

o 

CM 

P 

o 

CM 

Cl 

Cl 

1—1 

o 

ís" 

p 

p 

a 

s 

◄ 

■ 

o 

CO 

8 

o 

8 

o 

00 

Cl 

1—1 

8 

1—1 

o 

ÍN 

<3 

P 

p 

p 

p 

1—1 

p 

p 

8 


◄ 

■ 

U0 

CO 

8 

8 

Q, 

tf; 

£ 

o 

ot 

o 

mo" 

o 

cm" 

P 

p 

p 

p 

p 

p 

p 

& 

8 

CO 

◄ 

□ 

1—1 

Q, 

8 

Q. 

Çf 

Q, 

Oi 

1 

o 

2 

CD 

tf-" 

o 

co" 

P 

p 

Cl 

p 

p 

p 

p 

a 

LO 

♦ 

• 

9 

o 

Q 

Q, 

S 

8 

o 

oT 

o 

in" 

o 

ctT 

o 

co" 

Cl 

Cl 

p 

p 

p 

p 

p 

a 

CO 

♦ 

• 

8 

Q. 

CM 

1 

Q, 

o 

o" 

o 

mo" 

Q, 

2 

CD 

p 

o 

p 

p 

p 

p 

p 

a 

85 

♦ 

• 

1—1 

CO 

O 

i>" 

1 

q 

i-H 

o 

o-T 

o 

oo" 

o, 

1—1 

1—1 

o 

p 

o 

p 

p 

p 

p 

p 

a 

$ 

1—1 

♦ 

■ 

8 

O 

o 

i 

8 

o 

co" 

o„ 

1—1 

T—í 

o 

in" 

c 

p 

p 

p 

p 

p 

p 

p 

a 

35 

M5 

♦ 

O 

tf* 

8 

O 

IN 

CM 

o„ 

CM 

co„ 

1—1 

CM 

o„ 

o 

1—1 

o 

o 

cm" 

p 

Cl 

p 

p 

p 

p 

p 

a 

DQ 

£8 

♦ 

□ 


o 

CO" 

<D„ 

tf* 

O 

UO 

<3 

tf-" 

o 

2 

o 

2 

p 

o 

cm" 

Cl 

p 

Cl 

T—1 

p 

p 

p 

a 

< 
i—1 

CM 

♦ 

• 

8 

o 

co" 

O 

8 

o 

Cf 

l—1 
i— ( 

o 

2" 

o 

oo" 

P 

o 

co" 

Cl 

Cl 

p 

p 

p 

p 

a 

8 

♦ 

■ 

IO 

CO 

Q, 

CM 

§ 

8 

P 

o„ 

2 

o 

IN 

p 

o 

cm" 

p 

p 

c 

1—1 

p 

p 

p 

a 

fi 

♦ 

■ 

1—1 

CO 

O 

00" 

Q, 

8 

8 

C 

l—l 

O 

a 

o 

M)" 

p 

o 

cm" 

p 

p 

p 

p 

p 

p 

a 

$ 

♦ 

• 

8 

8 

CD 

8 

o„ 

2 

o„ 

2 

o 

oo" 

p 

o 

p 

p 

c 

1—1 

p 

p 

p 

& 

gj 

♦ 

• 

in 

tf- 

Cl 

CM 

o 

8 

o 

K 

o 

2 

o 

oo" 

o 

in 

p 

o 

CM 

p 

p 

p 

p 

p 

p 

& 

§ 

♦ 

• 

8 

1 

o 

8 

Q. 

CM 

Q, 

2 

o 

oo" 

o 

mo" 

p 

o 

co" 

Cl 

p 

p 

p 

p 

p 

a 

g 

* 

■ 

8 

O 

00" 

o 

Ed 

O 

o 

co" 

8 

1—1 

o 

oo" 

p 

o 

cm" 

Cl 

p 

p 

p 

p 

p 

a 

5? 

* 

■ 

8 

o 

crT 

Q, 

8 


o 

mo" 

o„ 


p 

o 

cm" 

Cl 

p 

p 

p 

p 

p 

a 

DQ 

00 

T—1 

* 

■ 

S 

00 

8 

o 

Ed 

CM 

o 

in" 

o 

ot 

o 

ct 

p 

tf-" 

Cl 

p 

p 

p 

p 

p 

a 

8 

* 

■ 

8 

2 

o 

s 

n 

o 

cm" 


m 

o\ 

p 

o 

cm" 

co 

p 

p 

p 

p 

p 

a 

8 

* 

■ 

o 

CO 

1 

IO 

íd 

8 

CM 

tf-" 

Q 

a 

1—1 

oo" 

p 

1—1 

cm" 

p 

p 

p 

p 

p 

p 

a 

§ 

* 

■ 

i-H 

uo 

Oi 

8 

°o„ 

8 

c> 

2 

O 

cm" 

CM 

ct 

o 

2 

p 

tf-" 

Cl 

Cl 

p 

«1 

1—1 

p 

p 

& 

T—1 

Q\ 

CM 

* 

□ 

■tf- 

co 

g 


ã 

1 

Cl 

T—H 

CM 

1— 1 
co" 

1 

*1 


p 

c 

1—1 

p 

p 

p 


ti 




1 


E 


n 


o 

DQ 


t 

I 

ti 


5 


I 

I 



I 

ctí 


5 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.83-98, jan./mar.2004 


(a) média baseada na contagem de 300 pontos; fácies: (*) fácies fina; (♦) fácies fina/média; (a) fácies média; (*) refere-se aos protólitos: (■) quartzo diorito; 
(□) tonalito; (•) quartzo monzodiorito; (o) quartzo monzonito; (£ Min. Máf.) somatório dos minerais máficos; (K-feldspato) feldspato potássico; (Min. Opaco) 
mineral opaco; (Tr) <1%; (-) mineral ausente ou não observado. 






GEOLOGIA E PETROGRAFIA DO QUARTZO MONZODIORITO GLÓRIA 


93 



2,5 mm 3,5mm 

Fig. 12- Grão de hornblenda (Horn) primária com inclusão de apatita (Ap) e parcialmente substituído ao longo da sua 
clivagem por actinolita (Act). O plagioclásio (Plag) encontra-se localmente epidotizado e biotita se desenvolve nas 
bordas do grão de hornblenda. Polarizadores paralelos; fig. 13- cristal primário de hornblenda (Horn - tonalidade 
mais escura) quase que completamente substituído por actinolita (Act). Associado a essa transformação formam-se 
blebs de quartzo em meio à actinolita. O plagioclásio (Plag) encontra-se fortemente transformado em minerais do 
grupo do epidoto (Ep). Polarizadores paralelos. 


Monzodiorito Glória envolveria a adição de 
potássio ao sistema. Outros minerais, tais como 
epidoto, titanita, quartzo e clorita foram formados 
em associação com a biotita na região de contato 
com os diques do Granitóide Ritápolis, a partir 
da remobilização interna de certos elementos 
químicos, que estariam relacionados à interação 
da rocha invadida com a fase fluída potássica. 

A injeção de diques do magma relacionado ao 
Granitóide Ritápolis, e das fases fluidas associadas 
ao mesmo, ocasionou, nas rochas já 
metamorfisadas do Quartzo Monzodiorito Glória, 
as condições necessárias para que alguns 
elementos fossem trocados (adição e remoção de 
componentes), propiciando, dessa maneira, a 
formação de novos minerais nas zonas de contato 
e/ou cercanias destas. A circulação dos fluidos 
potássicos processou-se, provavelmente, ao longo 
de regiões de maior porosidade e/ou permeabilidade 
das rochas (fraturas e foliação), ocasionando o 
desenvolvimento do metassomatismo potássico 
por infiltração. Nessas regiões, caracteriza-se a 
ampla substituição do anfibólio metamórfico por 
biotita (Fig. 15). 

CONSIDERAÇÕES FINAIS 

O posicionamento estratigráfico do Quartzo 
Monzodiorito Glória, em relação aos demais 
litótipos regionais, é bem definido e muito 


semelhante ao observado para outros corpos 
dioríticos ao longo do Cinturão Mineiro, dentre os 
quais o Diorito Brumado (2.131 ±4 Ma) e o Diorito 
Rio Grande (2.155 ± 3 Ma). Todos estes três corpos 
dioríticos possuem enclaves xenolíticos de 
anfibolitos correlacionados à Faixa Greenstone Rio 
das Mortes, bem como de rochas metaultramáficas 
(actinolititos), além de serem cortados por apófises 
graníticas de idade paleoproterozóica (ÁVILA, 
1992, 2000; COUTO, 2000; CHERMAN, 2002). O 
Quartzo Monzodiorito Glória, o Diorito Brumado 
e o Diorito Rio Grande encontram-se, em mapa, 
alinhados segundo a direção ENE-WSW, e 
apresentam suas paragêneses primárias 
modificadas por um evento metamórfico na 
fácies xisto verde, que ocasionou a ampla 
substituição da hornblenda magmática por 
actinolita (ÁVILA, 1992, 2000; COUTO, 2000). 
Destaca-se que no Quartzo Monzodiorito Glória 
e no Diorito Rio Grande, a actinolita encontra-se 
alinhada segundo a foliação, indicando que a 
mesma teria se formado durante o evento 
metamórfico regional. Esse evento metamórfico 
também foi o responsável pelo surgimento de uma 
nova paragênese mineralógica no Quartzo 
Monzodiorito Glória, representada principalmente 
por actinolita + albita + epidoto + titanita. 

ÁVILA (1992) sugeriu que nas rochas do Diorito 
Brumado, uma pequena parte da biotita teria 
sido formada a partir da liberação do potássio 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.83-98, jan./mar.2004 





94 


C.A.ÁVILA, W.TEIXEIRA & R.M.PEREIRA 


presente no plagioclásio e na hornblenda 
durante o evento metamórfico de fácies xisto 
verde. Nas rochas do Quartzo Monzodiorito 
Glória, admite-se de forma semelhante, que uma 
pequena parte da biotita teria sido formada a 
partir da liberação do potássio presente no 
plagioclásio (formação de biotitaj e na 
hornblenda (formação de biotita 3 ) durante o 
metamorfismo superimposto. No primeiro caso, 
a liberação de K se daria durante a epidotização 
do plagioclásio, enquanto no segundo a partir 


da transformação da hornblenda em actinolita. 
Admite-se que o pulso metamórfico da fácies xisto 
verde que modificou a mineralogia dos três corpos 
dioríticos (Quartzo Monzodiorito Glória, Diorito 
Brumado e Diorito Rio Grande) teria idade variando 
entre 2.131 ± 4 Mae 2.121 ± 7 Ma, pois aparagênese 
primária do Diorito Brumado (hornblenda + biotita 
+ plagioclásio cálcico + ilmenita), que tem idade 
mínima de cristalização de 2.131 ± 4 Ma (ÁVILA, 
2000), foi substituída parcialmente por uma 
paragênese metamórfica em condições de fácies xisto 


Tabela 3. Seqüência de cristalização ígnea e transformações metamórficas e metassomáticas potássica sugeridas para as 
rochas das três fácies do Quartzo Monzodiorito Glória. 


Minerais /Processos 

Zircão 

Apatita 

Allanita 

Ilmenita 

Hornblenda Verde 
Plagioclásio Cálcico 
Biotitai 
Quartzo i 

Feldspato Potássico 
Actinolita (Hornb) 
Quartzo 2 (Actinolita) 

Albita (Plag. Ca) 

Epidotoi (Plag. Ca) 

Mica Branca (Plag. Ca) 
Carbonato (Plag. Ca.) 
Biotita 2 (Plag. Ca) 

Titanitai (Ilmenita) 

Biotita3 (Hornb) 

Titanita 2 (Biotitai) 
Epidoto 2 (Allanita) 

Biotita4 (Actinolita) 
Titanita3 (Biotita2-3) 
Epidot03 (Biotitas s) 

Clorita (Biotita) 

Quartzo3 (Biotita) 


Cristalização 

Ígnea 


Metamorfismo metassomatismo 

regional potássico 


Obs: O nome do mineral entre parênteses refere-se a principal fase reagente utilizada para formar o mineral considerado 
como produto; (Hornb) hornblenda verde; (Plag.Ca) plagioclásio cálcico. 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.83-98, jan./mar.2004 































GEOLOGIA E PETROGRAFIA DO QUARTZO MONZODIORITO GLÓRIA 


95 



2,0 mm 


2,5 mm 


Fig. 14- Cristal de ilmenita (Ilm), parcialmente substituído por titanita (Tit), em paragênese com grão de hornblenda 
(Horn), que também encontra-se parcialmente substituído pela actinolita (Act). Polarizadores paralelos; fig. 15- cristal de 
actinolita (Act) parcialmente substituído, ao longo de suas clivagens, por biotita (Bio). Polarizadores paralelos. 


verde, representada principalmente por actinolita, 
albita, biotita, epidoto e titanita. Tanto no Diorito 
Brumado, quanto no Quartzo Monzodiorito Glória, 
a actinolita metamórfica foi posteriormente 
substituída por biotita, principalmente nas bordas 
dos diques associados ao Granitóide Ritápolis, cuja 
idade mínima de cristalização é de 2.121 ± 7 Ma 
(evaporação de Pb em zircão). Como as rochas do 
Quartzo Monzodiorito Glória encontram-se foliadas 
e mostram sua mineralogia primária modificada pelo 
mesmo evento metamórfico de fácies xisto verde, 
sugere-se que o referido corpo tenha idade de 
cristalização mais antiga que o evento metamórfico 
superimposto em suas rochas. 

Feições relacionadas ao evento metassomático 
potássico, tais como a formação de biotita a partir 
da transformação da actinolita metamórfica, 
também foram caracterizadas nas rochas do Diorito 
Brumado (ÁVILA, 1992, 2000). Nas rochas do 
Quartzo Monzodiorito Glória definiu-se a presença 
de uma incipiente foliação tectônica, segundo a 
qual se alinharam a actinolita e, mais raramente, 
a biotita metamórfica. Os diques de rochas 
graníticas, que ocorrem paralelos ou truncando 
essa foliação metamórfica foram considerados como 
os responsáveis pelos fluidos potássicos, 
necessários para a transformação do anfibólio 
metamórfico (actinolita) em biotita metassomática, 
podendo essa última predominar amplamente nas 
interfaces de contato. Essas transformações foram 
englobadas no presente trabalho sob a designação 
de metassomatismo potássico. Ao se afastar da 


região de contato entre as rochas do Quartzo 
Monzodiorito Glória e a dos referidos diques, 
normalmente volta a predominar a actinolita sobre 
a biotita. 

Seguindo-se essa proposta, sugere-se que o 
potássio necessário para a transformação do 
anfibólio metamórfico (actinolita) em biotita 
estaria relacionado a fluidos provenientes dos 
diques e das apófises do Granitóide Ritápolis, que 
tem idade mínima de cristalização de 2.121 ± 7 
Ma. Dessa maneira, as transformações 
mineralógicas observadas nas rochas do Quartzo 
Monzodiorito Glória teriam se desenvolvido no 
intervalo de 2.131 ± 4 Ma e 2.121 ± 7 Ma e estariam 
associadas à evolução paleoproterozóica do 
Cinturão Mineiro. 

AGRADECIMENTOS 

Aos professores Joel Gomes Valença, André Ribeiro, 
Rudolph Trouw e Fábio Paciullo (Universidade 
Federal do Rio de Janeiro), pelo apoio nas 
atividades de campo e pelas diversas discussões 
envolvendo a evolução geológica da região de São 
João dei Rei; ao geólogo Márcio Antônio Silva 
(Companhia de Recursos Minerais de Belo 
Horizonte) e aos revisores anônimos, pelas 
sugestões ao texto; ao professor Antônio Carlos 
Sequeira Fernandes (MNRJ) pela transformação 
dos slides com as feições de campo e petrográficas 
em fotografias; e ao professor Victor de Carvalho 
Klein (MNRJ), pelo incentivo para o desenvolvimento 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.83-98, jan./mar.2004 




96 


C.A.ÁVILA, W.TEIXEIRA & R.M.PEREIRA 


de atividades de pesquisa no Museu Nacional - Rio 
de Janeiro. À Fundação de Amparo à Pesquisa do 
Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ - Proc. 170-905/ 
2001, para C.A.Ávila), pelo apoio financeiro. 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

ÁVILA, C.A., 1992. Geologia, petrografia e 
geoquímica das rochas Pré-Cambrianas 
(Unidade Metadiorítca Ibitutinga e Unidade 
Metatrondhjemítica Caburu) intrusivas nas 
rochas do Greenstone Belt Barbacena, São João 
dei Rei, Minas Gerais. Rio de Janeiro. 265p. 
Dissertação (Mestrado em Geologia), Programa de 
Pós-Graduação em Geologia, Departamento de 
Geologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro. 
ÁVILA, C.A., 2000. Geologia, petrografia e 
geocronologia de corpos plutônicos 
Paleoproterozóicos da borda meridional do 
Cráton São Francisco, região de São João dei 
Rei, Minas Gerais. Rio de Janeiro. 40lp. Tese 
(Doutorado em Geologia), Programa de Pós- 
Graduação em Geologia, Departamento de 
Geologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro. 
ÁVILA, C.A. & VALENÇA, J.G., 1992. Rochas 
intrusivas precambrianas na região de São João 
dei Rei, (MG). Unidade Metadiorítica Ibitutinga, 
definição, posicionamento estratigráfico e 
características petrográficas. In: CONGRESSO 
BRASILEIRO DE GEOLOGIA, 37., São Paulo. 
Boletim de Resumos Expandidos..., São Paulo: 
Sociedade Brasileira de Geologia, v.2, p.59-60. 
ÁVILA, C.A.; VALENÇA, J.G.; NISSEN, A.S. & COUTO, 
F.M., 1997. Petrografia e geoquímica das rochas 
dioríticas-tonalíticas pertencentes ao Metadiorito 
Brumado, São João dei Rei, sudeste de Minas 
Gerais. Anais da Acadêmia Brasileira de 
Ciências, Rio de Janeiro, 69(1):129-130. 

ÁVILA, C.A.; VALENÇA, J.G.; MOURA, C.A.M.; COUTO, 
F.M; DUTRA, D.C.; CHERMAN, A.F.; MAZZA, C.M.; 
SILVEIRA, R.S.; DAL CERE, P.R. & PORTUGUAL, 
B., 1998a. Corpos metaplutônicos do sul do Cráton 
do São Francisco (folhas São João dei Rei e 
Tiradentes, Minas Gerais). In: CONGRESSO 
BRASILEIRO DE GEOLOGIA, 40., Belo Horizonte. 
Boletim de Resumos..., Belo Horizonte: Sociedade 
Brasileira de Geologia, v. 1, p.461. 

ÁVILA, C.A.; VALENÇA, J.G.; MOURA, C.A.V.; 
RIBEIRO, A. & PACIULLO, F.V., 1998b. Idades 
2°7pb/2°6pb em zircões de corpos metaplutônicos 
da região de São João dei Rei, borda sul do Cráton 
do São Francisco, Minas Gerais. In: CONGRESSO 
BRASILEIRO DE GEOLOGIA, 40., Belo Horizonte. 
Boletim de Resumos..., Belo Horizonte: Sociedade 
Brasileira de Geologia,, v.l, p.75-78. 

ÁVILA, C.A.; VALENÇA, J.G.; MOURA, C.A.V. & 
TEIXEIRA, W., 1999a. Geoquímica e geocronologia 


do Diorito Brumado, região de São João dei Rei, 
Minas Gerais. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE 
GEOQUÍMICA, 7., Porto Seguro. Boletim de 
Resumos Expandidos..., Porto Seguro: Sociedade 
Brasileira de Geoquímica, v.l, p.300-302. 

ÁVILA, C.A.; VALENÇA, J.G.; NETO, A.A. & 
COUTO, F.M., 1999b. Geologia e petrografia de 
rochas piroxeníticas-gabróicas Arqueanas/ 
Paleoproterozóicas da borda sul do Cráton do 
São Francisco. Boletim do Museu Nacional, 
Nova Serie, Geologia, Rio de Janeiro, 50:1-30. 

ÁVILA, C.A.; VALENÇA, J.G.; MOURA, C.A.V.; 
PEREIRA, R.M. & KLEIN, V.C., 2003. Geoquímica 
e idade do Tonalito/Trondhjemito Cassiterita, 
borda meridional do Cráton São Francisco, Minas 
Gerais, Brasil. Arquivos do Museu Nacional, Rio 
de Janeiro, 61(4):267-284. 

CHERMAN, A.F., 1999. Geologia e petrografia de 
áreas dos Greenstone Belt Rio Capivari-Rio das 
Mortes e Itumirim-Tiradentes e rochas 
granitóides associadas, entre Nazareno e Lavras 
(Estado de Minas Gerais). Rio de Janeiro. 161p. 
Dissertação (Mestrado em Geologia), Programa de 
Pós-Graduação em Geologia, Departamento de 
Geologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro. 

CHERMAN, A.F., 2002. Geologia, petrografia, 
feições estruturais e geocronologia dos corpos 
metaplutônicos intrusivos no Greenstone Belt 
Barbacena, na região entre Lavras e Nazareno 
(sul de Minas Gerais). Rio de Janeiro. 60p. Exame 
de Qualificação (Doutorado em Geologia), 
Programa de Pós-Graduação em Geologia, 
Departamento de Geologia, Universidade Federal 
do Rio de Janeiro. 

COUTO, F.M., 2000. Metadioritos, metaquartzo 
dioritos e metatonalitos (associação MDQT) e 
suas rochas encaixantes do Greenstone Belt 
Barbacena, na região de Lavras - Nazareno (sul 
do Estado de Minas Gerais). Rio de Janeiro. 75p. 
Dissertação (Mestrado em Geologia), Programa de 
Pós-Graduação em Geologia, Departamento de 
Geologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro. 

DAL CERE, P.R., 1999. Geologia e petrografia do 
Metaquartzo Monzodiorito Glória e do 
Metagranitóide Ritápolis na região entre 
Coronel Xavier Chaves e Ritápolis, Minas 
Gerais. Rio de Janeiro. 148p. Monografia 
(Graduação em Geologia), Departamento de 
Geologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro. 

EBERT, H., 1963. The manganese-bearing Lafaiete 
Formation as a guide-horizon in the Pré-Cambrian 
of Minas Gerais. Anais da Academia Brasileira 
de Ciências, Rio de Janeiro, 35(4):545-559. 

ENDO, I., 1997. Regimes tectônicos do Arqueano 
e Proterozóico no interior da Placa 
Sanfranciscana: Quadrilátero ferrífero e 
áreas adjacentes, Minas Gerais. São Paulo. 
243p. Tese (Doutorado em Geologia), Programa 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.83-98, jan./mar.2004 


GEOLOGIA E PETROGRAFIA DO QUARTZO MONZODIORITO GLÓRIA 


97 


de Pós-Graduação em Geoquímica e 
Geotectônica, Instituto de Geociências, 
Universidade de São Paulo. 

ERICHSEN, A.I., 1929. Geologia da Folha São João 
D’E1 Rey, Estado de Minas Gerais. Boletim do 
Departamento Nacional da Produção Mineral - 
Serviço de Geologia e Mineralogia, Rio de 
Janeiro, 36:1-26. 

FRANZ, G. & SILVERSTONE, J., 1992. An empirical 
phase diagram for the clinozoisite-zoisite 
transformation in the system Ca 2 Al 3 Si 3 0 12 (0H)- 
Ca 2 Al 2 Fe +3 Si 3 0 12 (0H). American Mineralogist, 
Lawrence, 77(5-6):631-642. 

GUIMARÃES, D. & GUEDES, S.V., 1944. Nota 
preliminar sobre a região estanífera de São João 
Del Rei, Minas Gerais. Avulso do Departamento 
Nacional da Produção Mineral - Departamento 
de Fomento Produção Mineral, Rio de Janeiro, 
58:13-26. 

NOCE, C.M.; MACHADO, N. & TEIXEIRA, W., 1998. 
U/Pb Geochronology of gnaisses and granitoids 
in the Quadrilátero Ferrífero (Southern São 
Francisco Craton): age constraints for archean and 
paleoproterozoic magmatism and metamorphism. 
Revista Brasileira de Geociências, São Paulo, 
28(1):95-102. 

NOCE, C.M.; TEIXEIRA, W.; QUÉMÉNEUR, J.J.G.; 
MARTINS, V.T.S. & BOLZACHINI, E., 2000. Isotopic 
signatures of paleoproterozoic granitoids from the 
Southern São Francisco Craton and implications 
for the evolution of the Transamazonian Orogeny. 
Journal of South American Earth Sciences, 
Oxford, 13(2):225-239. 

PEDROSA SOARES, A.C.; DARDENNE, M.A.; HASUY, 
I.; CASTRO, F.D.C.; CARVALHO, M.V.A. & REIS, 
A.C., 1994. Mapa geológico do Estado de Minas 
Gerais, escala 1:1.000.000. Belo Horizonte: 
COMIG. 

PIRES, F.R.M.; RIBEIRO, A. & BARBOSA, M.I.M., 
1990. Distribuição do “Greenstone Belt” 
Barbacena na região de São João Del Rei, Minas 
Gerais In: CONGRESSO BRASILEIRO DE 
GEOLOGIA, 36., Natal. Anais..., Natal: Sociedade 
Brasileira de Geologia, v.5, p.2941-2951. 

QUEMÉNÉUR, J.J.G. & NOCE, C.M., 2000. 
Geochemistry and petrology of felsic and mafic 
suites related to the Paleoproterozoic 
Transamazonian orogeny in Minas Gerais, Brazil. 
Revista Brasileira de Geociências, São Paulo, 
30(1):87-90. 

QUEMÉNÉUR, J.J.G.; NOCE, C.M. & GARCIA, D., 
1994. Caracterização das suítes granitóides do 
arco magmático transamazônico na borda 
meridional do Craton do São Francisco, Minas 
Gerais. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE 
GEOLOGIA, 38., Camboriú. Boletim de Resumos 
Expandidos, Camboriú: Sociedade Brasileira de 
Geologia, v.l, p. 117-119. 


RIBEIRO, A.; TROUW, R.A.J.; ANDREIS, R.R.; 
PACIULLO, F.V.P. & VALENÇA, J.G., 1995. 
Evolução das bacias Proterozóicas e o termo- 
tectonismo brasiliano na margem sul do Craton 
do São Francisco. Revista Brasileira de 
Geociências, São Paulo, 25(4):235-248. 

RIBEIRO, A.; PACIULLO, F.; VALENÇA, J.; ÁVILA, C.; 
ANDREIS, R. & TROUW, R., 1998. Domínios do 
embasamento na região de São João Del Rei, borda 
sul do Cráton do São Francisco, Sul de Minas 
Gerais. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE 
GEOLOGIA, 40., Belo Horizonte. Boletim de 
Resumos..., Belo Horizonte: Sociedade Brasileira 
de Geologia, v.l, p.21. 

RODRIGUES, A.C.P., 2000. Rochas metamórficas 
máficas e ultramáficas do Greenstone Belt 
Barbacena na região de Itutinga, MG. Campinas. 
114p. Dissertação (Mestrado em Geologia), 
Programa de Pós-Graduação em Geociências, 
Universidade Estadual de Campinas. 

SCHRANK, A. & SILVA, M.G., 1993. Os Greenstone 
Belts do Cráton do São Francisco. In: 
DOMINGUEZ, J.M.L. & MISI, A. (Eds.) O Cráton 
do São Francisco. Salvador: Sociedade Brasileira 
de Geologia/Núcleo Bahia-Sergipe. p.85-118. 

SILVA, M.A., 1996. Geologia e petrografia do corpo 
metagabróico pré-cambriano de São Sebastião 
da Vitória, Minas Gerais. Rio de Janeiro. 125p. 
Dissertação (Mestrado em Geologia), Programa de 
Pós-Graduação em Geologia, Departamento de 
Geologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro. 

STRECKEISEN, A., 1976. To each plutonic rock, its 
proper name. Earth Science Review, Amsterdam, 
12(l):l-33. 

TOLEDO, C.L.B., 2002. Evolução geológica das 
rochas máficas e ultramáficas no Greenstone 
Belt Barbacena, na região de Nazareno, MG. 
Campinas. 308p. Tese (Doutorado em Geologia), 
Programa de Pós-Graduação em Geociências, 
Universidade Estadual de Campinas. 

TOMASSON, J. & KRISTMANSDOTTIR, H., 1972. 
High temperature alteration minerais and thermal 
brines, Reykjanes, Iceland. Contributions to 
Mineralogy and Petrology, Berlin, 36(2): 123-134. 

TEIXEIRA, W.; CORDANI, U.G.; NUTMAN, A.P. & 
SATO, K., 1998. Poliphase archean evolution in 
the Campo Belo Metamorphic Complex, Southern 
São Francisco Cráton, Brazil: shrimp and U-Pb 
zircon evidence. Journal of South American 
Earth Science, Oxford, ll(3):279-289. 

TEIXEIRA, W.; SABATÉ, P.; BARBOSA, J.; NOCE, 
C.M. & CARNEIRO, M.A., 2000. Archean and 
Paleoproteroizoic tectonic evolution of the São 
Francisco Craton. In: CORDANI, U.G; MILANI, 
E.J.; THOMAS FILHO, A. & CAMPOS, D.A. (Eds.) 
Tectonic Evolution of South America. Rio de 
Janeiro: Departamento Nacional de Produção 
Mineral, p.101-137. 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.83-98, jan./mar.2004 


98 


C.A.ÁVILA, W.TEIXEIRA & R.M.PEREIRA 


VALLADARES, C.S.; MACHADO, N.; RIBEIRO, A.; 
PACIULLO, P.V.P.; HEILBRON, M.L. & GAUTHIER, 
G., 2001. Ages of detrital zircon from siliciclastic 
successions of the Brasília Belt, Southern border 
of São Francisco Craton: implications for the 
evolution of proterozoic basins. In: SIMPOSIO 
SUDAMERICANO DE GEOLOGIA ISOTOPICA, 3., 
Pucon, Chile. Anais..., Pucon: Sociedad Geologica 
de Chile, p.261-264. 

VALENÇA, J.G.; SILVA, M.A.; SCHIMITT, R.S.; 
TROUW, R.A.J. & NOCE, C.M., 2000. 

Transamazonian gabbronoritic intrusive rocks 


from the southernmost São Francisco Craton 
(Brazil). In: INTERNATIONAL GEOLOGICAL 
CONGRESS, 31., Rio de Janeiro, Brazil. 
Abstracts..., Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira 
de Geologia (CD-ROOM). 

WINKLER, G.F., 1977. Petrogênese das rochas 
metamórficas. Tradução: Carlos Burger Júnior. São 
Paulo: Edgard Blucher; Porto Alegre: Universidade 
Federal do Rio Grande do Sul. 4.ed, 254p. 

YARDLEY, B.W.D., 1989. An introduction to 
metamorphic petrology. London: Longman 
Group. 240p. 


Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.62, n.l, p.83-98, jan./mar.2004 


INSTRUÇÕES PARA AUTORES 

O conteúdo dos artigos é de inteira responsabilidade do(s) autor(es) 

1- O MUSEU NACIONAL/UFRJ edita, nas áreas das Ciências Naturais e Antropológicas: 

Arquivos do Museu Nacional (ISSN 0365-4508); Publicações Avulsas do Museu Nacional 
(ISSN 0100-6304); Relatório Anual do Museu Nacional (ISSN 0557-0689); Boletim do Museu 
Nacional , Nova Série- Antropologia (ISSN 0080-3189), Botânica (ISSN 0080-3197), Geologia 
(ISSN 0080-3200) e Zoologia (ISSN 0080-312X); Série Livros (ISBN 85-7427). Indexadas 
nas bases de dados: BIOSES, Zoological Record, UlridTs International Periodicals Directory, 
Biological Abstracts, Periódica e C.A.B.International. 

2- Os originais devem ser apresentados em três vias, em papel A4, espaço duplo, em uma só 
face do papel, bem como em disquete no programa Word for Windows, em fonte Times 
New Roman (corpo 12), sem qualquer tipo de formatação. Os manuscritos podem ser 
encaminhados em português ou inglês (outro idioma ficará a critério da Comissão Editorial). 
Os termos estrangeiros no texto deverão ser grafados em itálico. 

3- Os textos deverão ser precedidos de identificação do autor (nome e instituição de vínculo 
com endereço completo). 

4- Deverão constar Resumo e Abstract, juntamente com título e palavras-chave em português 
e inglês. 

5- As ilustrações, designadas no texto como figura (Fig.l, Fig.2, etc.), deverão conter escalas 
com as unidades abreviadas (legendas à parte). Quando digitalizadas, deverão ser salvas 
individualmente em arquivos com a extensão JPG/JPEG (inclusive quando apresentadas 
em pranchas). 

6- As citações no texto devem ser indicadas pelo sistema autor-data que compreende o 
sobrenome do(s) autor(es), em caixa alta, seguido do ano de publicação do documento, 
separado por vírgula e entre parêntese. Ex.: (PEREIRA, 1996). 

7- As referências bibliográficas (adaptadas das normas da ABNT) deverão ser apresentadas 
no final do texto, em ordem alfabética única dos autores. 

Livro: 

LIMA, D.A., 1982 - Present-day forest refuges in Northeastern Brazil. In: PRANCE, G.T. 
(Ed.) Biological diversification in the tropics. New York: Columbia University Press, 
p.245-251. 

Periódico: 

MORA, O.A., SIMÕES, M.J. & SASSO, W.S., 1987 - Aspectos ultra-estruturais dos 
fibroblastos durante a regressão da cauda dos girinos. Revista Brasileira de Biologia, 
Rio de Janeiro, 47 ( 4 ) :615-618, figs.1-2. 

Trabalhos apresentados em encontros científicos: 

VENTURA, P.E.C., 1985 - Avifauna de Morro Azul do Tinguá, Miguel Pereira, Rio de 
Janeiro. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOLOGIA, 12., Campinas. Resumos..., 
Campinas: Universidade Estadual de Campinas, p.273. 

Documentos disponíveis na internet: 

POMERANCE, R., 1999 - Coral mortality, and global climate change. Disponível em: 
<http://www.gov/topical/global/envinon/99031002.htm>. Acesso em: 18 abr. 1999. 

8- Serão fornecidos ao(s) autor(es) 50 (cinqüenta) exemplares por artigo. 

9- A correspondência editorial e os artigos deverão ser enviados para: 

Comissão de Publicações 

Museu Nacional/UFRJ 

Quinta da Boa Vista, São Cristóvão 

20940-040 - Rio de Janeiro, RJ, Brasil 

Tels.: (0xx21) 2567 6316 / 2568 8262 - ramal 203 

E-mail: <compubli@mn.ufrj.br> 


Arquivos do Museu Nacional, Rio de Janeiro, v.62, n.l, jan./mar.2004 

ISSN 0365-4508 


SUMÁRIO / CONTENTS 


Artigos originais / Original articles 
Antropologia / Anthropology 

Teoria e métodos em Antracologia. 1. Considerações teóricas e perspectivas. 

Anthracology theory and methods. 1. Theoretical considerations and perspectives. 

R.SCHEEL-YBERT.3 


Botânica / Botanics 

Estudo polínico de espécies de Pticairnioideae e Tillandsioideae (Bromeliaceae juss.) ocorrentes na Restinga de Carapebus, 
Estado do Rio de janeiro. 

Polinical study of species of Pticairnioideae and Tillandsioideae (Bromeliaceae juss.) occurring at Restinga de Carapebus, Rio 
de janeiro State. 

F.C.SOUZA, C.B.F.MENDONÇA St V.GONÇALVES-ESTEVES.15 


Zoologia / Zoology 

Sobre a validade de espécies pouco conhecidas de Scalpellidae (Crustacea, Cirripedia) coletadas pelas "Campanhas Científicas 
do S.A.S. Prince de Monaco" no Atlântico Norte. 

On the validity of little-known species of Scalpellidae (Crustacea, Cirripedia) collected by the "Campagnes Scientifiques du 
S.A.S. Prince de Monaco" from North Atlantic. 

P.S.YOUNG.25 


Camarões de mar profundo do gênero Glyphocrangon A.Milne-Edwards (Crustacea, Decapoda, Caridea, Glyphocrangonidae) 
coletados ao largo do sudeste do Brasil durante o Programa Revizee. 

Deep-sea shrimps of the genus Glyphocrangon A.Milne-Edwards (Crustacea, Decapoda, Caridea, Glyphocrangonidae) from 
off southeastern coast of Brazil collected during the Revizee Program. 


Redescrição dos machos de dez espécies neotropicais de Ravinia Robineau-Desvoidy, 1863 (Diptera, Sarcophagidae). 
Redescription of the males of ten neotropical species of Ravinia Robineau-Desvoidy, 1863 (Diptera, Sarcophagidae). 
H.j.L.GUIMARÀES.45 


Descrição de uma nova espécie de Thaumasiochaeta Stein (1911) (Diptera, Muscidae, Coenosiinae, Limnophorini) do Peru. 
Description of a new species of Thaumasiochaeta Stein (1911) (Diptera, Muscidae, Coenosiinae, Limnophorini) from Peru. 
M.S.COURI St M.j.F.LEANDRO.67 


Um novo gênero e seis espécies novas de galhadores (Diptera, Cecidomyiidae) da serra de São josé (Estado de Minas 
Gerais, Brasil). 

A new genus and six new species of gall midges (Diptera, Cecidomyiidae) from serra de São josé (Minas Gerais State, Brazil). 


V.C.MAIA 


69 


Geologia / Geology 

Geologia e petrografia do Quartzo Monzodiorito Glória, Cinturão Mineiro, porção sul do Cráton São Francisco, Estado de 
Minas Gerais. 

Geology and petrography of the Glória Quartz-Monzodiorite, Mineiro Belt, Southern portion of the São Francisco Craton, 
Minas Gerais State. 

C.A.ÁVILA, W.TEIXEIRA SC R.M.PEREIRA.83 














MUSEU NACIONAL 
Universidade Federal do Rio de Janeiro 
Quinta da Boa Vista, São Cristóvão 
20940-040 - Rio de Janeiro, RJ, Brasil 


Impresso na Gráfica da UFRJ