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Full text of "Archivos do Museu Nacional"

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ARCHIVOS 


DO 


MUSEU NACIONAL 


DO 


RIO DE JANEIRO 


Nunquam aliud natura, aliud sapientia dicit. 
J. 14. 321. 

In silvis academi quærere rerum, 

Quamquam Socraticis madet sermonibus 


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VOLUME XVI 


Officinas Typographicas 
DA 
PAPELARIA MACEDO 


Rio DE JANEIRO 
1911 


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NRErIVOS 


DO 


MUSEU NACIONAL 


DO 


RIO DE JANEIRO 


Nunquam aliud natura, aliud sepientia dicit. 
J. 14. 321. 

In silvis academi quærere rerum, 

Quamquam Socraticis madet sermonibus 


H 


VOLUME XVI 


Officinas Typographicas 
DA 
PAPELARIA MACEDO 


Rio DE JANEIRO 
1911 


QUADRO DO PESSOAL 


DO 


MUSEU NACIONAL DO RIO DE JANEIRO 


DIRECTOR 


João Baptista de Lacerda, Dr. Meo. 


PESSOAL TECHNICO 
SECÇÕES 


1.º — Zoologia 


Professor — Hermillo Bourguy Macedo de Men- 
donça, Dr. Sci. Physicas Nat. Eng. Civil. 
Substituto — Alipio de Miranda Ribeiro. 
Naturalista Eduardo Teixeira de Siqueira. 
Preparador de Taxidermia — Severino Brandão 


— Cand. Med. 

Preparador de Taxidermia — Armando Fragoso 
— Cand. Dir. 

Preparador de Osteologia— Antero Martins Fer- 
reira. 

Praticante, Jonas Peixoto. 
> Pedro Pinto Peixoto Velho. 


2.º Botanica 


Professor — Amaro Ferreira das Neves Armond, 
Dr. Med. 

Substituto—Alberto José de Sampaio-Cand. Med. 

Nuturalista — julio Cesar Diogo — Pharm. 

Chefe de Culturas — Philippe Von Luetzelburg 
— Dr. Phil. 

Preparador — Alexandre M. de Mello Mattos. 


3.º Mineralogia e Geologia 


Professor — Hildebrando Teixeira Mendes — 
Eng. de Minas. 

Substituto — Alberto Betim Paes Leme — Eng. 
de Minas. 

Chimico — Alfredo Antonio de Andrade — Dr. 
Med. 

Preparador de Mineralogia — Oscar Publio de 
Mello — Dr. Med. 

Preparador de Mineralogia — (Chimica Mineral) 
— Raymundo de Souza Teixeira Mendes 
— Can. Med. 


4.2 Anthropologia, Ethnologia e Archeologia 


Professor — Domingos Sergio de Carvalho — 
Eng. agronomo (Ausente em commissão). 

Substituto — Edgard Roquette Pinto — Dr. Med. 
» Internio— Carlos da Silva Loureiro — 
Dr. Med. 

Preparador — Octavio da Silva Jorge. 

Annexo äs 4 secgöes 

Desenhista Calligrapho— Francisco Mana. 


Laboratorio 


DE CHIMICA VEGETAL 
Chefe — Julio Lohmann — Dr. Phil. 


Assistente — Felix Guimaräes — Pharm. 


Ajudante Preparador — Manoel Baptista Leoni 
— Pharm. 


DE ENTOMOLOGIA 


Chefe — Carlos Moreira. 
Ajudante Preparador — Luiz Augusto de Aze- 
vedo Marques. 


DE PHYTOPATOLOGIA 


Chefe — Arsene Puttemanns Dr. Phil. 
Assistente — Eugenio dos Santos Rangel — Eng. 
agron. 


PESSOAL ADMINISTRATIVO 


SECRETARIA 


Secretario—Manoel Soares de Carvalho Peixoto. 
Ra ITE emi onic Fernandes de Medeiros 
Bl. Dir. 


BIBLIOTHECA 


Bibliotheca — Balthazar de Abreu Sodré (Cel.) 
Ajudante — Mario Gomes de Araujo. 


PORTARIA 


Porteiro — Antonio Alves Ribeiro Catalão. 
Continuo-Ajudante de Porteiro — Pedro Prima- 
vera Filho. 


Correio — Joao Pinto dos Reis. 


DIARISTAS 


2 Guardas, 12 Serventes e 20 Jardineiros. 


ARCHIVOS . 


DO 


MUSEU NACIONAL 


DO 


RIO DE JANEIRO 


SUMMARIO 


ALıpıo DE MIRANDA RIBEIRO — Fauna Brasiliense — Peixes - T. IV— 


Eleutherobranchios Aspirophoros — Parte A — Physostomos Scleracanthos. 


ee OVA BRASILIENSE 


eal | PS SS 


POR 


Alipio de Miranda Ribeiro 


IV (A) 


| Elentherobranchios Aspirophoros) 


RESENHA HISTORICA 


SUMMARIO DO TOMO IV (A) 


Resenha historica. 
Eleutherobranchios (Aspirophoros). 
Bibliographia e Indice. 


RESENHA HISTORICA 


Postos 4 margem os autores pre-Linneanos, —abre Linneo a lista dos 

peixes que constituem esta parte do IV tomo, com as seguintes especies : 

1 Loricaria plecostomus (Plecostomus plecostomus). 

» cataphracta. 

3 Callichthys tamoata seu Silurus callichthys (Callichthys callichthys). 

4 Silurus carinatus (Mormiroides carinatus). 

5 »  cataphractus (Doras cataphractus). 

6 >»  costatus (Doras costatus). 

7 »  clarias (Pimelodus clarias). 

8 » fasciatus (Pseudoplastystoma fasciatum). 


9 »  bagre (Felichthys bagre). 
10 »  galeatus (Trachycorystes galeatus ) . 
11 »  platystacus (Platystacus aspredo). 


Tudo isso enumerado no Museu do Principe Adolpho Frederico ou nas 
duas edições do Systema Nature (X e XII)—1758 e 1766. 

Seguio-se-lhe Marc Elieser Bloch (1794) —o autor da interminavel 
“Ichthyologia Exotica” com : 

1 Loricaria maculata. 

2 Cataphractus punctactus (Corydoras punctatus ) . 

3 Silurus hersbergi ( Tachysurus hersbergi). 

4 »  nodosus (Pseudauchenipterus nodosus). 

5 Platystacus cotylephorus. 

6 » verrucosus (Bunocephalus verrucosus) ; a que Schnei- 
der juntou mais : 

1 Sorubim lima. 

2 Silurus hemiliopterus ( Phractocephalus hemiliopterus), (Syst. Ich- 
thyol 1881), emquanto Lacépede, na sua Hist. Naturelle des Poissons 
1803, só trazia : 

1 Pimelodus barbus ( Tachysurus barbus), de novo. 

Em 1814 Mitchill descrevendo : 

1 Silurus marinus (Felichthys marinus) entrava na lista dos ichthyo- 
logistas que trataram da fauna sul-americana (Trans. Litt. & Philos. Soc. 
INES York IE 


8 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


Tres annos mais tarde Humboldt e Valenciennes, o futuro e grande au- 
xiliar de Cuvier, determinavam nas Observações Zoologicas (N): 
1 Doras niger ( Oxydoras niger). 
2 » dorsalis. 
» granulosus. 


Trichomycterus nigricans. 
imelodus zungaro (Pseudopimelodus zungaro). 


P 
essas especies addieionou Lichtenstein : 
Pimelodus macropterus (Callophysus macropterus). 
» filamentosus (Brachyplatystoma filamentosum). 
Silurus cœcutiens (Cetopsis cæcutiens). 

O primeiro conhecido entre nós como Pirinampú-Amarello, o segundo 
como Pirahyba e o terceiro como Candirú.(Wiedemann's Zool. Mag. I--1819). 

Uma outra forma ahi foi descripta por Lichtenstein, a qual, porém, não 
incluimos no presente trabalho, por ser considerada duvidosa a procedencia 
assignada como brasileira. 

Trata-se de um peixe ( Paradyplomystes coruscans.) de 75 cm. de com- 
primento, existente nas colleccöes do Museu de Berlim,o qual tem por cara- 
cteristicos a presença unica dos barbilhöes maxillares que são chatos, os 
olhos no angulo da bocca, a dorsal com 8 raios e a anal com 13, sendo a 
caudal furcada e o processo occipital carenado e unido á placa predorsal. 

Em 1824 Quoy e Gaymard, medicos de bordo das corvetas Uranie e Phy- 
sicienne, que haviam passado pelo Brasil poucos annos antes, descreviam: 

1 Pimelodus quelen (Rhamdia quelen). 

2 Callichthys barbatus (Corydoras barbatus) na parte zoologica da re- 
lação dessa viagem. Em 1828 couberam á Hancock, 

1 Hypostomus multiradiatus (Pterygoplichthys multiradiatus), 
2 Cailichthys littorale (Hoplosternum littorale). 

«Zool. Journ. IV» começando então um novo periodo, onde o maiornu- 
mero de naturalistas trabalhando, cada um por seu lado, concorre para adi- 
antar a passos largos, o conhecimento dos peixes brasileiros,com trabalhos 
especiaes. 

Assim em 1829, Luiz Agassiz, que tão bons serviços havia de prestar 
mais tarde, colleccionando elle proprio nas nossas aguas, estudou os peixes 
levados para o Museu de Munich por João Baptista de Spix, publicando o 
seu trabalho juntamente com as notas e estampas executadas por este ultimo, 
em complemento da obra geral e a primeira de grande valor sobre a Natu- 
reza do Brasil—/fer brasiliensis de Spix e Martius. 

No grupo que nos occupa agora, encontramos ahi : 

1 Aypostoma etentaculatum (Pterygoplichthys etentaculatum). 
2 Acanthicus hystrix. 


3 
4 
5 
A 
1 

2 
3 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 


3 Rhinelepis aspera. 

4 Loricaria rostrata. 

5 Pimelodus pirinampus ( Pirinampus pirinampus). 
6 Platystoma planiceps (Surubimichthys planiceps). 
7 


» coruscans (Pseudoplatystoma coruscans). 


8 Pimelodus spixii (Tachysurus spixü). 
9 Silurus candiru (Hemiceptosis candiru). 
10 Hypophthalmus nuchalis (Auchenipterus nuchalis). 


Nas «Mem. of the Werner Soc. Vl», sahio 4 luz outro Tachysurus 
descripto por Trail, sob o nome de 


1 Silurus parkeri. 


Mas o primeiro grande impulso dado a este grupo foi produzido pela 
publicacäo do XIV (1839) e do XV (1840) volumes de «Histoire Nat. des 
Poissons», de Cuvier & Valenciennes. Eram os resultados, especialmente, 
des esforços de Lalande, por elles mandado a colleccionar no Brasil: 


1 Hypostomus cirrhosus (Ancistrus cirrhosus). 


» granosus (Neoplecostomus granosus). 


Plecostomus emarginatus. 


» verres. 
» commersoni. 
Rhinelepis hystrix ( Pseudacanthicus hystrix). 
> genibarbis. 
Loricaria acuta. 
» anus. 
» lœviuscula 
» vetula. 
» nudiventris. 


Callichthys thoracatus ( Hoplosternum thoracatum). 


Doras hancockii. 

Pimelodus mustelinus (Heptapterus mustelinus ) . 
Conorhynchus conirostris. 

Pimelodus raninus. 


» 


» 


6378 


gracilis (Rhamdia gracilis.) 


sapo Ge sapo). 
iii (3 > hilarit). 
seben 0 > sebæ). 


ati. 


p 
Platystoma emarginatum (Duopalatinus emarginatus). 


vaillanti (Brachyplatystoma vaillanti). 
platyrhynchum (Hemisorubim platyrhynchus). 


10 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


26 Bagrus proops (Tachysurus proops). 

27 Arius grandicassis ( » grandicassis). 
28 >»  luniscutis ( » luniscutis). 
29 Bagrus albicans ( » albicans). 

30 Arius rugispinis ( » rugispinis). 


31 Bagrus genidens (Genidens genidens). 
32 Ageneiosus brevifilis (Pseudageneiosus brevifilis). 
33 Auchenipterus trachycorystes (Trachycorystes trachycorystes'. 
34 Tracheliopterus coriaceus. 
Säo as novidades publicadas; e emquanto Jenys descrevia 
Pimelodus exudans (Rhamdia exudans) 
colligida por Darwin durante a excursäo do Beagle (Zool. Beagle, 1842) e 
Schomburgk, nos seus «Fishes of the British Guiana» (1842) 
| Pimelodus notatus (Rhamdia notata) 
2 » insignis ( »  insignis), 
3 Pimelodus arekaima, 
4 Hypophthalmus dawalla (Ageneiosus dawalla) 
e poucas outras especies que ficaram incluidas no numero das duvidosas, os 
dous eminentes naturalistas francezes augmentavam ainda a sua já extensa 
lista com 
35. Wandelia cirrhosa, 
(XVIII - 1845), havendo tambem mostrado que Temmink se inscrevera entre 
os ichihyologistas com 
36 Aspredo tibicen. 
Não houve pausa após o esforço de Cuvier & Valenciennes; Müller & 
Troschel, Filippi, Rudolph Kner e Francisco de Castelnau tomaram a palavra. 
Os primeiros, ora esquadrinhando as collecções de Schomburgk ( Reise 
in British Guiana— 1848), ora outras, descrevem aqui 
1 Pimelodus foina (Rhamdia foina , 
2 » egues, 
e nas «Horas Ichthyologicas» (1849, 
3 Pimelodus lateristriga (Rhamdia lateristriga’. 
4 Bagrus pictus (Sciades pictus). 
O segundo descreveu Auchenipterus heckelii (Rev. & Mag. Zool. 1853). 
Castelnau, ao contrario, teve a rara felecidade de aproveitar o material 
proprio, colhido pelas suas proprias mäos nos mares e nos rios d’esta grande 
terra por onde elle viajou, aproveitando a sua qualidade de consul francez ; 
e publicou os seus resultados na segunda obra de valor sobre a fauna brasi- 
leira, bellamente illustrada com estampas coloridas «Animaux Nouveaux 
ou Rares de ’Amerique du Sud» 1855. D’ahi auferimos: 
1 Plecostomus alatus. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 11 


2 Hypostomus niveatus (Hemiancistrus niveatus). 
3 » aurantiacus (Parancistrus aurantiacus). 
4 » spinosus (Pseudacanthicus spinosus). 
5 Callichthys splendens (Corydoras splendens). 
6 Doras wédellii. 
7 Trichomycterus punctatissimus. 
8 Vandellia plasai. 
9 Trichomycterus pusillus (Pareiodon pusillus). 
10 Galeichthys araguayensis (Platynematichthys araguayensis). 
11 Bagrus russeauxi (Brachyplatystoma resseauxi.) 
12 Ageneiosus ucayalensis. 


Mas Kner dispunha de todo o material resultante das excursöes de Jo- 
hannes Natterer, até hoje näo excedido como colleccionador de animaes da 
nossa fauna. 


1 Aypostomus auroguttalus (Plecostomus auroguttatus). 
2 Ancistrus scaphyrrhynchus (Hemiancistrus scaphyrrhynchus). 
3 » pictus. 
4 Hypostomum cochliodon (Panaque cochliodon). 
5 Ancistrus gibbiceps (Pterygoplichthys gibbiceps). 
» litturatus ( » litturatus). 
Acestra oxyrhyncha (Farlowella oxyrhyncha). 
Loricaria barbata (Sturisoma barbatum). 
Hemiodon acipenserinus (Hemiodontichthys acipenserinus). 
» depressus ( » depressus). 
» platycephalus (Pseudohemiodon platy cephalus). 
12 Loricaria nudirostris. 


— 
© © © J © 


— 
— 


13 nal. 

14 »  macrodon. 

15 Doras stenopeltis (Hemidoras stenopeltis). 
167 = brevis, ( » brevis). 

DE panctatusy ( » punctatus). 
18 »  fimbriatus ( » fimbriatus). 
19 » humeralis ( » humeralis). 


20 »  Zlipophthalmus (Hassar lipophthalmus). 

Di ajinıs: 

22 »  asterifrons). 

23 »  heckelir. 

24 Pareiodon microps. 

25 Pimelodus breviceps (Rhamdia Breviceps). 

26 » ornatus. 

27 Bagrus punctulatus (Platynematichthys punctulatus.) 


12 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


28 Platystoma sturio (Platystomatichtys sturio). 

29 Centromochlus aulopygius (Tatia aulopygia). 

30 Asterophysus batrachus. 

31 Auchenipterus ceratophysus (Trachycorystes ceratophysus\. 

32 » thoracatus (Auchenipterichthys). 

33 Tracheliopterus teeniatus (Trachelipterichthys tceniatus). 

34 Cetopsis gobioides (Pseudocetopsis gobioides). 

35 Bunocephalus hypsiurus (Bunocephalichthys hypsiurus.) 

36 Ageneiosus quadrifilis (Tetranematichthys quadrifilis). 

37 » dentatus 

Täo importante messe teve publicidade nas valiosas memorias farta- 
mente illustradas «Die Panserwelse des Hofnaturalien Cabinets zu Wien, I 
e II Abtheilugen (Denkschrif Akad.Wien, VIe VII 1854); «Ichthyologische 
Beiträge» I e II— Abtheil. (Sitzungsberichte d. Akad. Wien, XVII e XXVI. Bd. 
— 1855 e 1858 respectivamente). | 

A permanencia de Lund na Lagôa Santa, em Minas Geraes, para ali 
chamara Reinhardt que, näo sömente publicou a descripçäo e curiosa nota 
sobre Stegophilus insidiosus (Nat. histor. Foren. Vidensk. Meddelelser, 1858) 
como reuniu farto material do Rio das Velhas e afiluentes, o qual foi estu- 
dado mais tarde por Lutken. 

Tambem em 1858, P. van Bleeker, ichthyologista espantosamente acti- 
vo, virou a sua attenção para os peixes sul-americanos, especialmente co- 
dificando-os por generos melhor definidos por diagnoses e typos. Não obs- 
tante a sua acção especial pertencem-lhe as especies : 

1 Loricaria typus. 

2 Oxydoras kneri; 

3 Rhamdia schomburgki ; 

4 Bunocephalus gronowit; 
publicadas nos «Siluroidei-Prodromus I Ichothyol. Archip. Indici»e mais tarde, 
1863, no «Conspectus generum Doradinorum» (Nederl. Tydschriff Dierkunde). 

Chegou a vez do V volume do Catalogue of the Fishes of the British 
Museum, obra universal, a primeira ichthyologia descriptiva completa, na 
verdadeira accepção da palavra e que, apesar de terminada em 1870 com o 
VIII volume, é ainda hoje indispensavel ao ichthyologista. Principalmente 
baseada nas collecções daquelle Museu, encerrava tambem os resultados 
dos seus predecessores, na falta de material. 

Ali, nos «Proceedings of the Zool. Soc. of London», 1860 a 1868 e 1869 
e finalmente nos «Annals and Magasin of Nat. History», 4º ser., 10— 1880, 
vemol-o descrever : 

1 Plecostomus wuchereri. 

2 Chetostomus oligospilus. 

3 Pterygoplichthys punctatus. 
4 Acestra gladiola. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES -13 


5 Acestra amazona. 

6 Loricaria lanceolata. 

7 Stegophilus nemurus. 

8 Pimelodus jenynsi (Rhamdia jenynsi. ) 
9 » modestus. 

10 » platanus. 

11 Arius nuchalis (Tachisurus nuchalis). 

12 Auchenipterus longimaus. 

Não nos esqueçamos de Hensel que descreve nos «Archif f. Naturges- 
chich» 1868: 

1 Loricaria cadee. 
e 

2 Callichthys arcifer. 
numa boa «contribuição ao conhecimento dos vertebrados do sul do Brasil» 
e de Theodore Gil, o emulo de Günther que em 1870 publicou 

Sciades marmoratus 

(Proc. Acad. Nat. Sci. Philad.) 

O material de Reinhardt só foi publicado nos trabalhos de Lutken, in- 
titulados «Ichtyohraphische Bibrag», I e II (Videnskab. Meddelelser ; Kjo- 
benhaven— 1874) e «Velhas Flodens—Fiske» (Videnskab. Selsk.—1875), 
onde encontramos : 

1 Xenomystus gobio (Hemipsilintys gobio). 
2 Doras marmoratus 
3 Trichomycterus brasiliensis. 
4 Pimelodus westermanni (Iheringicythys westermanni). 
5 Rhamdia minuta. 
» microcephala. 
7 Pseudorhamdia vittata (Rhamdia vitata). 
8 Pimelodus valenciennis. 
9 Bagropsis reinhardti 

Em 1877, Peters descreveu Cketostomus nigrolineatus (Panaque ni- 
grolineatus), que os Profs. Eigenmann constataram mais tarde no material 
brasileiro, colligido por Agassiz. 

Mas desde 1867 que Franz Steindachner, o actual director do Museu 
de Vienna, trabalhava na nossa fauna qne elle quiz observar de visu, por 
duas vezes—a primeira durante a celebre excursão ichthyologica realizada 
por Agassiz, ás expensas de S. V. R. Thayer e a segnnda ha pouco tempo. 

Uma grande parte do material de Agassiz foi por elle approveitada e sci- 
entificamente descripta; outras vezes acquisições proprias forneciam-lhe es- 
pecies novas que ainda hoje continuam a apparecer, principalmente depois 
da sua ultima viagem. Tinha tambem o material da Natter lhe deu que fazer 
A mesma academia que recebera os trabalhos de Kner, acolheu os do seu 


14 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


eminente discipulo (1), cuja autoridade, em vigor e meticulosidade das suas 
descripgöes e pelo cuidado com que faz executar bellas estampas, de que as 
illustra, conquistou uma posigäo culminante entre todos os ichthyologistas 
que estudam a fauna sul-americana. No grande grupo que ora nos occupa 
cabe-lhe o record do numero : 


1 Xenocara damasceni (Ancistrus). 

2 Hemipsilichthys calmoni. 

3 Plecostomus wertheimeri. 

= » vaillanti. 

5 » une. 

6 Chetostomus vittatus (Ancistrus vittatus ) . 

7 » punctatissimus (Parancistrus punctatissimus). 
8 Plecostomus angulicauda (Delturus angulicauda). 

9 Rhinelepis parahybe. 
10 Ofocinclus maculicauda (Parotocinclus maculicauda . 
11 » affinis. 
12 Hypoptoma carinatum (Oxyropsis carinatus). 
13 Harttia loricariformis. 
14 Loricaria konopickii. 
15 » cubataonis. 
16 » parnahybae. 
17 Callichthys adspersus (Decapogon adspersum). 
18 Corydoras eques. 


19 » elegans. 
20 » nattereri. 
21 » multimaculatus. 


22 » Juli. 

23 » treitlii. 

24 Oxydoras nattereri (Hemidoras nattereri). 
ZI, un > morei ( » morei). 
26 » orestis (Hassar orestis). 
27 > affinis ( >» affinis). 
28 Rhinodoras amazonum. 

29 Wertheimeria maculata. 

30 Trichomycterus amazonicus. 

31 Stegophilus macrops. 

32 » reinhardti. 

33 Conorhynchus glaber. 


(1) Denkschrift e Sitzungsl ericht d. Akad. Wien e Akademische Anzeiger. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 15 


34 Pimelodina flavipinnis. 

35 Pseudopimelodus parahybe. 

36 Lophiosilurus alexandri ( Pseudopimelodus alexandri ). 
37 Pimelodella ignobilis ( Rhamdia ignobilis ). 

38 Pimelodus harttii ( Rhamdia hartii ). 


39 » brasiliensis (Rhandia brasiliensis ). 
40 » wesselü CURE wesselit ). 
41 » altipinnis. 


42 Pirinampus agassizi (Pimelodus agassizi). 

43 Zungaropsis multimaculatus. 

44 Platystoma parahybæ (Steindachneria parahybe). 

45 » lutkeni (Paulicea lutkeni ) 

46 Duopalatinus goeldii 

47 Arius grandoculis (Tachysurus grandoculis). 

48 Auhenipterus jequitinhonhæ (Pseudauchenipterus jequitinhonhæ). 
49 » affinis ( » affinis). 
50 Centromochlus intermedius (Tatia intermedia). 

51 Auchenipterus striatulus (Trachycorystes striatulus). 

52 Bunocephalus bicolor. 

53 » Knert. 

54 Agneiosus brevis. 


E. D. Cope, provando que os detalhes da nossa Natureza tambem Ihe 
mereciam attencäo, publicou nos «Proc. Acad. Sci. Philad». — 1871, e, 
depois, nos «Proc. of the Amer. Philos. Soc. XV e XXVIIb — 1878 e 
1894 : 

1 Otocinclus flexilis. 

2 Corydoras trilineatus. 

3 Doras brachiatus. 

4 Epapterus dispilurus. 

Clement Jobert, cujo nome jä citamos quando nos referimos 4 respira- 
ção intestinal dos Callichthys, effectuou uma viagem por conta do governo 
brasileiro ao norte do Brasil. Calderäo, no alto Amazonas, foi o ponto es- 
colhido para suas pesquizas, d’onde elle trouxe, segundo officio que vimos 
do entäo Director do Museu, Ladislau Netto, cerca de 5.000 exemplares de 
peixes, os quaes foram todos enriquecer ainda mais o Museu de Paris, a 
pretexto de que os referidos peixes não seriam Oz etes se ficassem no 
museu brasileiro — como deviam. 

Aquelle museu, foi de resto generoso, nos devolvendo algumas dupli- 
catas do material estudado (seria pueril esperar que nos devolvessem os 
typos das especies raras ou novas); os resultados d'esses estudos foram 
publicados em 1880, no «Bulletin de la Societé Philomatique» 7.º Ser., 


16 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


«Synopsis des espèces de Siluridæ recueillies par Mr. le Dr. Jobert à 
Calderon, Haute Amazone» ; ahi encontramos de novo: 

1 Hypoptoma joberfti. 

2 Doras calderonensis. 

Mas nös que assim entregamos aos outros as provas da nossa rique- 
za, só de 1889 a 1891, vimos approveitadas, em trabalhos de systematica 
de grande valor, as collecções feitas por Agassiz e hoje depositadas no 
Museu de Zoologia Comparada de Cambridge, na America do Norte; outra 
realizada por ordem de D. Pedro II no Rio Grande do Sul, além de duas 
outras effectuadas por Vinhas, do Xingú e Honorio. de Goyaz, tambem pro- 
priedade daquelle Museu, graças os esforços de dous naturalistas norte- 
americanos, cujos nomes permanecerão para sempre brilhantes na zoologia 
brasileira. 

São esses naturalistas Carlos H, Eigenmann e Rosa S. Eigenmann; e 
os seus trabalhos, primeiramente preliminares —- Preliminary Notes of the 
S. American Nemathognathi» (Proc. of the California Acad. of Science— de 
S. Francisco, 2º serie, I e II — 1889 1890, depois systematisos — «A Re- 
vision of the South American Nemathognathi» (Occasional Papers of the 
California Academ» of Science  I—1890) e por fim zoogeographicos «A 
catalogue of the Fresh-Water—Fishes o South America» (Proc. U.S. Nat. 
Mus—XIV 1891). 

O segnndo é a codificação de trabalhos anteriores á sua época e pos- 
teriores ao volume do celebre catalogo de Günther, além de encerrar tambem, 
um elevado numero de fórmas novas : 

1 Ancistrus stigmaticus. 

2 Plecostomus macrops. 

3 Delturus parahybe. 

4 Microlépidogaster perforatus. 

5 Rhinelepis lophophanes (—Microlepidogaster lophophanes). 
6 Hisonotus notatus (~Otocinclus notatus). 

7 Loricaria brevirostris (=Parasturisoma brevirostris). 

8 » phoxocephala. 

9 Corydoras hastatus. 

10 Doras spinossissimus. 

11 Pigydium immaculatum (Trichomycterus immaculaius). 

12 Tridens melanops. 

13 »  brevis. 

14 Miuroglanis platycephalus. 

15 Stegophilus intermedius. 

16 Nemuroglanis lanceolaus. 

17 Pimelodina nasus. 

18 Pseudopimelodus acanthochira. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 17 


19 Rhamdella eriarcha (—Rhamdia eriarcha). 

20 Pimelodella pectinifer -Rhamdia pectinifer). 

21 Rhamdia obesa. 

22 Pimelodella buckleyi (—Rhamdia eigenmannorum). 

23 Rkamdia poeyi. 

24 » tenella. 

25 Steidacyneria amblyura. 

26 » doceana. 

27 Tachysurus agassizi. 

28 » upsilonophorus. 

29 Felichthys flavescens. 

30 Trachycorystes porosus. 

31 » analis. 

32 Bunacephalus scabriceps. 

33 Auchenipterus fordicei. 

34 Ageneiosus atronasus. 

E emquanto Perugia descrevia Pferygoplichthys aculeatus e E. L. Hol- 
mberg Aristomata inexpectatum (—Hypoptoma inexpectatum), Rev- Zool 
Buenos Aires 1891, Carlos H. Eigenmann continuava na sua faina em col- 
laboração com os sevs patrícios Norris: 

(Revista do Museu Paulista, IV— 1900), onde se encontra: 

1 Nanogiannis bifaciatus. 

2 Imparfinnis piperatus. 

e Kennedy (Pr. Acad. Nat. Sc. Philad :-1903), onde vemos mais, 

1 Corydoras microps. 

2 Doras nebulosus; 
com o nosso patricio Rud. Ihering, (Nota Preliminares do Mus. Paulista, 
1907). 

1 Microlepidogaster tietensis. 

2 Loricaria piracicabe. 

3 Rhamdioglanis frenatus. 

e finalmente com Ward (Fishes of Paraguay) — Ann. Carnegie Museum IV, 
n. II, 1907 onde foram mais trazidos 4 luz : 

1 Dysichthys australe, além de novas informações sobre a distribuição 
de especies já conhecidas exoticas para o Brasil e que, ahi foram demons- 
tradas tambem no nosso territorio; taes como Loricaria labialis, L, apelto- 
gaster e Auchenipterus nigripinnis de Boulenger. 

Na collaboração de Eigenmann o proprio Rud. Ihering descreveu. 

1 Plecostomus (Rhinelepis) microps. | 

2 Aspidoras rochai. 

3 Heptapterus. multiradiatus. 

6378 3 


18 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONANL 


tendo jä em collaboragäo com Tate Regan: 

4 Plecostomus tietensis. 

Emquanto isto, G. Boulenger nos trouxe mais—Annals & Mag. Nat 

Hist. (77) XV— 1905 : 

1 Cheetotusmus bachi (Hemiancistrus bachi) ; 

2 Otocinclus nigricauda ; 

3 Hypoptoma steidachneri ; 

4 Acestra gladius (Farlowella gladius); 

5 Loricaria parva ; 


6 » latirostris. 

i » evanst. 

8 Oxydoras eigenmanni (—Hemidoras eigenmanni), 
9 » trachyparia (— » trachyparia). 
10 » trimaculatus = > trimaculatus). 
11 » elongatus (= » elongatus ). 
12 » bachi (= » bachi). 


13 Trychomycterus goeldi. 

14 Platystoma joruense (-Brachyplatystoma joruense ) . 

15 » platynema (= » platynema). 

16 Bunocephalus iheringi. 
(Proc. Zool. Soc, London— 1891 e 1895. Annals & Mag. of Nat. Hit., 1892 
e 1897. Trans. Zool. Soc. London. 1896 e 1898). 

O seu assistente no Museu Britannico, Tate Regan, publicou nas mes- 
mas «Trasactions«—1904—uma bella monographia sobre Loricarideos e 
Argiideos, com magníficas illustrações ; ali encontramos mais 

1 Xenocara brevipinnis. 


2 Plecostomus garmanni. 
3 Octocinclus vittatus. 


Quanto á nós só temos encontrado e descripto, neste grupo 


1 Hemipsilichthys duseni. 

2 Plecostomus agna. 

3 Kronichthys subteres. 

4 Microlepidogaster bourguyi. 
5 Octocinclus cephalacanthus. 


6 > lecofrenatus. 
i » obtusus. 
8 » gibbosus. 


9 Harttia kronei. 
10 Loricaria kronei. 
11 Hoplosternum schreneri. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 1% 


12 Decapogon verissimi. 

13 Trichomycterus proops. 

14 Heptapterus fissipinnis. 

15 Typhlobagrus kronei. 

16 Rhamdia transitoria. 

17 Rhamdioglanis transfasciatus. 

Publicados na Lavoura (n. 5, anno XI — 1907); no Kosmos, ns. 1, 
1907 e 2, 1908 e aqui. Mudamos para Rhinelepis rudolphi — Plecostomus 
(Rhinelepis) microps de Rudolph Ihering ; para Rhamdia eigenmanniorum, 
Rhamdia buckleyi de Eigenmann & Eigenmann e, finalmente, constatamos 
a existencia de Trichomycterus dispar de Tschudi em as aguas brasileiras. 


Chegämos ao momento de explicar como consideramos os Physosto- 
mos — segundo a nossa chave — pag. 122 do tomo I, primeira subdivisão 
dos Eleutherobranchios aspirophoros. 

São elles caracterizados pela presença de um ducto que communica a 
vesícula natatoria — quando esta existe com o cesophago e secundaria- 
mente vemos que ainda se grupam em duas secções, perfeitamente definidas 
e cujo caracter externo, palpavel, consiste na presença de denticulações 
ou aciculos mais ou menos desenvolvidos sobre o aculeo das peitoraes e 
da dorsal, para uma das secções, emquanto que na outra, este aculeo, 
quando presente, é sempre liso, spiniforme. 

O primeiro grupo foi considerado sob o criterio de familia até Giinther, 
com o nome de Siluridado, muito embora Agassiz já tivesse proposto em 
1829 a sua subdivisão em duas familias: Goniodontes (typo Loricaria) e 
Siluroidei, nas “ Selecta genera et species Piscium Brasiliensium ” 

Não foi Agassiz o unico a dividir os Siluros ; Bleeker, Cope. e Gill os 
dividiram segundo caracteres mais ou menos acceitaveis. 

Este ultimo autor os collocava no seu “Arrangement of the Families of 
Fishes”, sob o titulo de Nemathognathi, em 11 familias. Excluindo as for- 
mas exoticas, tinhamos a considerar : 

HFlypophthalmide, Trichomycteridae, Siluridae, Callichthyide, Lorica- 
rüde e Aspredinide ( Bunocephalide ). 

Assim, os que consideraram o conjuncto geral e semelhança estricta 
que ha entre as formas desse grupo o deixaram unidos, ao passo que os que 
entraram numa analyse mais rigorosa o subdividiram ; e entre uns e outros 
preferimos acompanhar os segundos, porque a mesma homogeneidade de 
conjuncto existe entre os Epitremati e nem por isso elles foram menos sub- 
divididos pela generalidade dos autores. 


20 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


E acresce que o espirito conservador dos autores inglezes jä os admitte 
subdivididos geralmente em tres familias (empregando este termo): Siluride, 
Asprediniade, Loricariide (Geo Boulenger e Tate R gan). 

Mas Giinther mesmo fôra mais longe. Elle reconhecera oito sub-familias 
o que já é alguma cousa, se considerarmos a relatividade dos nossos conhe- 
cimentos sobre os limites onde acabam as familias e começam as sub-fami- 
lias. Tanto vale, pois, grupar em a para subdividir em 6; será além disso 
sempre de vantagem eliminar um gräo, quando possivel för, para melhor 
concisão. 

Gill chamára aos Silurido de Günther Nemathognethi—o que quer di- 
zer «portador de fitas (barbilhões) nas maxillas». Não acceitamos essa de- 
signação, porque os barbilhões não são exclusivos desse grupo; encontra- 
mol-os nos Cobitidæ e até os Characinideos, de facies tão frisante, posuem 
formas providas desses orgãos. 

Ao contrario, só elles, em todo o vasto grupo dos peixes vivos, pos-. 
suem os aculeos da dorsal e das peitoraes aciculados ou providos de denti- 
culações dispostas em sentido opposto, quaes as de uma serra nos seus 
bordos externo e interno, bastantes por si só para fazel-os reconhecer; por 
isso os denominamos : 

Scleracanthi, dividido em 11 familias (explicados na parte especial) e 
em opposição aos Leiacanthi, que encerram todas as demais formas dos 
Physostomi. 


ELEUTHEROBRANCHIOS ASPIROPHOROS 


ELEUTHEROBRANCHII ' 
Aspirophori ? 


Peixes de forma variavel e tamanho moderado (quando muito attin- 
gindo a seis metros), com esqueleto osseo, o craneo articulado e provido de 
processos operculares perfeitamente diiferenciados. Branchias completamente 
livres das paredes lateraes do corpo, situadas na parte infero-posterior do 
craneo, dentro de uma cavidade commum, que se abre para föra por uma 
unica abertura de cada lado. Vesicula natatoria presente ou ausente; syste- 
ma vascular desenvolvido, sendo o coração provido de uma auricula em que 
termina um sinus vascular, de um ventrículo, de um bulbo aortico. Tubo di- 
gestivo desprovido de valvula espiral; orgãos genitaes poucas vezes exter- 
namente diferenciados. Nadadeiras geralmente raiadas, ás vezes mixtas 
(sendo uma adiposa); caudal diphicerca. Oviparos na maioria dos casos e 
mais raramente viviparos. Dividem-se em 


com a vesicula natatoria aberta, communicando-se com o 
exterionipeloRosophago Bis boss Gees 3 8 Oo ons : Physosthomi. 
com a vesicula natatoria fechada, sem communicação pelo 
@sophagso, para orexterion een > ugk andor Physoclisti. 


.Aspiraphoros. . . 


Te 


Physosthomi ° 


Aspirophoros, cuja forma se prende ao typos do fuso superiormente 
comprimido ou cylindro-conico e não attingem, no maximo a tres metros 
de comprimento. Tegumento externo nú ou provido de escamas placoides 
ou mesmo cycloides. Linha lateral nem sempre apparente. Nadadeiras nem 
sempre todas presentes; ás vezes quando a dorsal é dupla a posterior é adi- 
posa. Dorsal, peitoraes e ventraes, na regra, com o primeiro raio não rami- 
ficado. Vesicula natatoria aberta para o exterior por meio de um ducto mem- 
branoso, que se liga á parede superior do cesophago ; ás vezes, ella é envol- 


1 Eleuterobranchii (Gr.); de Eleuteros—livre; branchia=branchias, guelras. 

2 Aspirophori (Gr.); de A (privativo) não; spirophori=portador de (valvula) spiral (nos 
intestinos). a 

3 Physostomi (Gr.); de Physe—bexiga, vesicula; stoma=bocca, abertura. 


24 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


vida expansäo das apophyses lateraes das primeiras vertebras anteriores 
Intestino de extencäo variavel. Dividem-se em 


com a 1.º dorsal e as peitoraes providas de um aculeo aci- x 
Pp | CiladovoulsermlhadO = «is = o once ce Scleracanthi. 
hysostomos. . . . : : no 
com a 1.2 dorsal e as peitoraes, providas de um aculeo,nao 4 : 
SELUIA TO De are sel reuee Le lee Re emtemae Leiacanthi. 


Scleracanthi ! 


Peixes fusiformes, superiormente comprimidos, tendo os ossos do cra- 
neo geralmente revestidos de um tegumento cutaneo ou, quando expostos, 
geralmente granulosos, com os parietaes coniluentes com os supra occipitaes, 
post-occipital quasi sempre emittindo um proccesso posterior. Mais ou me- 
nos desenvolvido que se dirige ä base das dorsaes, vetebras anteriores re- 
unidas,transformando-se os seus proccessos em uma serie de peças especiaes 
— os ossiculos de Weber—no ducto de communicagäo dos orgãos do ouvi- 
do com a vesicula natatoria. Simplectico raramente presente, intermaxillares 
grandes e correspondentes aos mandibulares na constituição das maxillas 
(raras vezes tambem os maxillares). Cobertura das guelras presente, incom- 
pleta pela falta do sub-operculum e, ás vezes förtemente armada de aciculos. 
Cintura escapular muito desenvolvida, ás vezes exposta, com o processo 
coracoide ás vezes enormemente desenvolvido ou externo, recobrindo o tho- 
rax; corpo protegido por uma couraça de placas largas, aciculadas e mal 
imbricadas umas sobre as outras ou afastadas, dispostas sm series longitu- 
dinaes, ou inteiramente nú. Geralmente duas dorsaes, de posição variavel; 
quando armadas portadoras de um unico aculeo anterior ás nadadeiras, o da 
primeira quasi sempre articulado ä um fulcrum e tendo uma placa basilar 
mais ou menos ampla a placa predorsal; a segunda é sempre uma adiposa 
embora ás vezes tambem aculeada. 

Peitoraes e ventraes com um aculeo; o destas ultimas quasi sempre 
fraco e flexivel; caudal em certos casos tendo os raios externos differencia- 
dos em aculeos flexíveis, ás vezes se prolongando em filamento. 

Dentes geralmente villiformes, ás vezes ausentes; estomago syphonico 
como nos Desmobranchios ou ccecal; tubo intestinal normal ou muitas ve- 
zes mais longo do que o comprimeuto do corpo. 

Ovarios geralmente moderados; ovos géralmente muito volumosos. 
No auge do seu desenvolvimento, sobre tudo na agua doce, existem no mun- 
do inteiro exceptuada a Australia. nt: 

A seguinte chave mostra em quantas familias e de que mode conside- 
ramos os Sceleranthi brasileiros : 


1 Gr. Lat. Scleros = aspero ; acantha — espinho (dos peitoraes e da dorsal). 


25 


eprupeyyydodáW 


XPISOUIIY 


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æpreydasoung 


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PDIIjÁ ON 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 


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S2BUIPN}ISUO] Sar19S OdUID ap 2129 wa )-pinod opueutsoy 


6378 


26 _ ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


LORICARIIDÆ ! 


Corpo protegido por escamas placoides distribuidas em series longitu- 
dinaes e imbricadas mais ou menos estreitamente umas sobres as outras, 
deixando ás vezes a superficie abdominal nua.A cabeça obedece ao typo vo- 
meriforme, sendo a bocca, sempre inferior, constituida por intermaxillares 
mais ou menos livres, entre si e mandibulares sempre livres, providos am- 
bos de uma ou duas séries de dentes delgados, sinuosos, de corôa bifida 
ou rhomba, e que se roproduzem de dentro para fora desses ossos e se subs- 
tituem á medida que vão sendo desligados, justamente do mesmo modo que 
nos tubaröes. Em torno do hiatus se desenvolvem os labios em duas partes 
das quaes a posterior é muito mais ampla e provida ou não, na face infe- 
rior, de tuberculos de forma variavel. Do angulo e da espessura d'esses 
labios sahe um par de barbilhões geralmente muito pouco desenvolvidos. 

A bocca, assim constituida, é positivamente em forma de ventosa ; e 
empregada como tal, justamente como fazem as lampreias. Os maxillares 
são muito reduzidos não sendo percept veis externamente e sim envolvidos 
nos musculos do labio superior. 

As narinas são duplas, sempre superiores e ficam reunidas em uma 
fossa commum, entre os olhos e mais perto destes que da ponta do focinho; 
ellas são valvulares sendo que a valva da anterior obtura a posterior. Os 
olhos são superiores ou lateraes, circulares, emittindo commummente a iris 
um processo do meio da orla superior que, pode se dilatar, até emprestar á 
pupila a forma de um crescente, tal qual se observa nas rayas e que, natu- 
ralmente, serve de abat-jour para impedir a entrada dos raios verticaes de 
luz e, portanto, a offuscação da vista á esses peixes de fundo. 

Contorno do occipital quasi sempre aproximando-se da forma hexago- 
nal, tendo, porem, uma proeminencia posterior que pode tomar o desenvol- 
vimento de um proccesso e ser, ás vezes, carenados ; elle se une aos tem- 
poraes que são grandes, ás vezes carenados como o occipital,ás vezes, atra- 
vessados por foramens que podem tomar dimensões relativamente con- 
sideraveis. 

Abertura opercular mediocre, mais inferior do que lateral; o apparelho 
opercular so tem o operculo e o preoperculo e o interoperculo, faltando o 
sub-operculo ; o inter-operculo ás vezes forma um facho accessorio de ponta 
curva para diante, revestido de uma bainha cutanea e erecteis, á vontade 
do peixe e de funcção desconhecida. 


1 Loricaria, genero typico ; eidos — semelhante. 


u = an 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 27 


Nota-se tambem um rudimento de branchiostegio. Cintura escapular 
grande, fórte ás vezes sub-cutanea, ás vezes externa, larga. Tres ou mais 
placas sobre a região nucal. 

Dorsal com 1+6 4 14 raios. O aculeo é sempre flexivel, terete; ella 
fica sobre as ventraes. Adiposa ás vezes ausente, ds vezes vestigiaria, sem- 
pre posterior á anal quando reclinada. 

Peitoraes providas de um aculeo forte, mais ou menos fortemente aci- 
culado no lado superior o que, nesta familia,é característico e levado ao ex- 
tremo. Ventraes com o aculeo terete, denso e curtamente aciculado, flexivel, 
mais ou menos attingido a anal que, nunca attinge à grandes proporções e 
tende a desapparecer. Caudal sempre mais ou menos lunada ou truncada, 
vertical ou obliquamente se alongam de modo descommunal, transforman- 
do-se quasi sempre o superior em um filamento que pode attingir o com- 
primento do corpo. 

No esqueleto da cabeça falta o symplectico.As vertebras têm as apo- 
physes largas e lamellares, ás vezes bifurcadas. As costellas são erraticas, 
as parapophyses tambem faltam. Estomago coecal, grandemente extensivel ; 
intestino muito longe, com muitas circumvoluções, muitas vezes mais longo 
do que o corpo; nos que tem mais de uma série de placas nos lados do pe- 
dunculo, geralmente reduzido, egualando ao comprimento do corpo. 

Vesicula natatoria adaptada á face interna dos temporaes, reduzida. 


Os peixes desta familia são todos fluviaes e sul-americanos. No Bra- 
sil elles são encontrados de norte á sul de éste a véste. Vivem no fundo dos 
rios e lagos, parecendo serem sociavies. São geralmente nocturnos. 


Alguns delles emittem um som particular que se deixa perceber de 
fora da agua. São de Castelnau as seguintes palavras: «Estavanıos, uma 
tarde, na parte do Araguaya que é obstruida pelos baixios e corredeiras e 
o sol acabava de se occultar por detraz da espessa vegetação que margeia 
esse rio em todo o seu curso, quando de repente, um som estranho veio at- 
trahir a nossa attenção. Foi primeiro um queixume solitario, depois outras 
vozes lhe responderam ; á cada instante o ruido se tornava mais forte e dis- 
cordante ; em pouco tempo tornou-se um concerto singular de gemidos, de 
grunhidos bizarros, articulados nos tons os mais disparatados. Tudo era 
calmo em torno de nós e o suffocante calor parecia ter adormecido a natu- 
reza inteira; os macacos, fatigados, tinham cessado de pular pelos ramos; 
os periquitos já se haviam retirado para a noite e interrompido a sua alga- 
zarra discordante, em uma palavra, este momento da tarde dos tropicos em 
que as creaturas diurnas terminam o alarido da sua voz e em que ainda 
não começou o concerto sinistro dos animaes nocturnos. 


Nada eu podia descobrir e, 4 meu pezar, meio adormecido, uma especie 
de calefrio percorria o meu ser ; julguei-me sob um pesadêlo e meus olhos 


28 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


se dirigiram aos homens da minha equipagem ; mas eu os vi que se entreo- 
lhavam possuidos como eu, de uma especie de terror supersticioso. Só 
um velho, mas habituado 4 vida dos bosques, parecia rir do pavor geral ; 
depois elle apontou o rio e disse que o som vinha do fundo das aguas. 
Custei a admittir tal explicação ; mas, poucas horas depois, elle me trouxe 
um pequeno Hypostomo, de algumas pollegadas de comprimento e cujos 
numerosos rebanhos, povoando os baixios, eram a causa deste extraor- 
dinario vozerio.» 


Na clave junta teremos os 


E ee 


a 


: = a; te A e 3 U 
UNA BRASILIENSE—PEIXES 


Pedunculo geral- 
mente comprimido 
com mais de uma 
“Série de placas nos 
lados 


Pedunculo fortemen- 
— te deprimido, com 
uma unica série de 
placas lateraes. 


ggg 


diposa presente 
Bordo rostral a 
anterior desprovido / 


Pedunculo  geral- 
mente comprimido 
com mais de uma 
serie de placas nos 
lados 


Focinho totalmente nú, no lado superior e nos bordos provido de tentaculos cutaneos 


DRI ET 
uma pla- 
ca da se-. 
rie inferi- 
| or sob os /Focinho mais ou menos revestido de tegumento cutaneo, aciculado 
temporacs 
/ Superficie abdominal com uma placa granulosay quadrangular entre a 
o cintura escapular e a pelviana. o o D B o 
| Focinho des- | Dentes com a corôa , 
provido de‘ bifida 
tentaculos | 
cutaneos Interoperculo sem facho 
Superficie abdominal mais Dorsal isolada da movel de aciculos . 
ou menos irregularmen- adiposa . 
D1-|-7 4 te granulosa, a cabeça ap Interoperculo com facho 
ao anus movel de aciculos . 
Dorsal ligada a adiposa pela membrana inter- 
\Foeinho granu- / radial o 6 o 
loso, revestido 
de placas os- | Dentes de coröa larga, cochleariforme 
seas | 
| je 1-|-8 
D 1-|-8 4 14 
quinta mediana, entre a dorsal e a adiposa, com tres ou quatro placas for- 
D1-|-9414 . mando uma carena que precede a ultima o ö . 4 
| Viinha mediana, entre a dorsal e a adiposa, normal, sem carena. 


D. 1 -|- 6; 2 placas da série inferior sob os temporaes 
placas da série inferior sob o temporal. 


1 placa » » » » » . . . . . . D 


adiposa presente, normal. 


eneros em- . 
contrados Bordo rostral infero- 
em nossas anterior provido de 
aguas. aciculos curtos e for- 


de aciculos curtos e 
fortes, retrovertidos 
adiposa ausente. 


tes, retrovertido 
constante) 


Orbita desprovida de entalhe posterior. 


Pedunculo fortemen- 
te deprimido, com 
uma unica série de 
placas lateraes. 


Orbita provida de um entalhe posterior, 


Pag. 28 A 


adiposa ausente ou anormal, 


q Cabeça | não expandida no sentido lateral, olhos( Dorsal posterior ás ventraes; olhos superiores 
superiores ou supero-lateraes nunca transe) 
pondo o perfil superior da cadeça Dorsal anterior ás ventraes; olhos lateraes. 

(tendo só o aculeo muito delgado e de presença in- À 

( Pedunculo comprimido . 

Cabeça larga fortemente deprimida, olhos la-} tree 

teraes, transpondo o perfil inferior ( > deprimido 

\ longo e delgado; corpo aiongado, pentagonal . 


Focinho projectando-se em rostro recorberto de placas. tanto osupericy 
| como inferiormente . . 0 a 


curto e mais espesso, corpo mais espesso . . . . . . 


+ 


este triangular, vomeritorme, não aeiculado; abdomen revestido de 
placas. o 5 - o 5 . 


(ee triangular sem projecção e nua pela face inferior do focinho; 


semi- circular, finamente aciculado nos DeLee jabdomen mais ou 


menos nú. 
Focinho prolongado n’um rostro moderado revestido de placas na parte inferior . o e . . . ö D o o . . o 
: fee vestiginario . a o ö o 9 o 0 en 


Focinho vomeriforme, näo prolongado em rostro o 2 
Ventalhe desenvolvido. . + + + + + nn + © 


Ancistrus 


Hemipsilichthys 


Neoplecostomus 


Plecostomus 
Hemiancistrus 


Parancistrus 
Panaque 


Pseudacanthicus 


Delturus 
Pterygoplichthys 
Kronichthys 
Acanthicus 
Rhinelepis 
Parotocinclus 
Microlepidogaster 
Otocinclus 
Hypoptoma 
Oxyropsis 


Farlowella 
Sturisoma 
Parasturisoma 


Harttia 
Hemiodontichthys 
Pseudohemiodon 


Loricaria 


A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 29 


Ancistrus,' Kner. 
Denkschrift Akad. Wien, VII, 272-1840 


Corpo deprimindo-se para a parte cephalica, cujo contorno transverso 
superior € semi-circular e inferior recto. Escudos quando muito estriados, 
nunca providos de carênas. Bocca tendo labios espessos, granulosos na face 
inferior, o posterior redondo, e ambos de bordo inteiro. Barbiihões curtos 
Focinho desprovido de placas, porém, ornados de tentaculos carnudos, ás 
vezes Y-formes que se distribuem pelo seu borbo e pela linha mediana, até 
perto das narinas. Estas como os olhos, superiores. Olhos de orbita perfei- 
tamente circular. Interoperculo provido de um facho de espinhos moveis, de 
ponta curva para diante e revestidos de uma bainha na maior parte de sua 
extensão ; região sub-ocular com as placas moveis. Lado ventral, do focinho 
ate.a nadadeira anal, inteiramente nú. Dorsal com 1 + 7 ou nove raios so- 
bre as ventraes; adiposa posterior ao extremo da anal quando reclinada ; 
esta 1 +3 4 4; caudal truncada mais ou menos obliquamente.Os Eigenmann 
dizem; «Todas as especies deste genero são muitissimo semelhantes e seria 
uma repetição de palavras descrevel-as plenamente, etc.» Nos parece tra- 
tar-se de poucas especies extremamente variaveis, dahi a grande semelhança 
das numerosas especies descriptas. 


Peitoraes só attingin-( A. 1 +4 . . A. brevipinnis 
Espinhos do interoper-} do a base das ven- 4 
Especies consta- culo em numero me-, traes A.1+3.. A. damasceni 
tadas nos nos-/ Mor do que 20 (ee attingindo o meio ou pas- | 
sos rios. sando o meio do aculeo ventral . A. cirrhosus 
| Espinhos do interopereulo 20 ou mais . . . . . = . A. stigmaticus 


52—Ancistrus brevipinnis, ? Regan. 
DIE N TUE. 23% 26). 


«Altura do corpo aproximadamente 6 vezes no comprimento, compri- 
mento da cabeça 2 e ?, 4 3. Cabeça do comprimento ou um pouco mais 
longa do qne larga e 2 á 2 e '/, tão longa quanto alta. Diametro ocular 6.4 7 
no comprimento da cabeça,espaço interorbital 2e*/;, á 2 e */, comprimento do 


1 Ancistrum (Lat.)—gancho de separar as carnes ; allusão aos aciculos interoperculares. 
2 Brevipinnis—(Lat.)—de nadadeiras curtas., «un > ie Di ji = 


30 ARCHIVOS DO MUSEU NACIANAL 


focinho 2.Comprimento do ramo mandibular 1 e ?/, 4 2 'J, no espaço interor- 
bital, focinho com tentaculos. Interoperculo com 12 á 17 espinhos, o mais 
longo ?, do comprimento da cabeça. 23 4 26 escudos numa serie longitu- 
dinal, 6 ou 7 entre a dorsal e a adiposa, 11 ou 12 entre a anal e a caudal. 
Dorsal 1-7, o primeiro raio 2?,ä°, do comprimento da cabeça; o ul- 
timo ?,, quando reclinado não attingindo o aculeo da adiposa, que é preces 
dido de uma carena formada por um unico escudo. Comprimento da base da 
dorsal egual á sua distancia da parte anterior do espinho da adiposa. Anal 
1 +4. Aculeo peitoral projectando-se até a base das ventraes ou um pouco 
adeante. Caudal obliquamente truncada, o raio mais baixo */,4 “J; no com- 
primento da cabeça. Pedunculo caudal de altura 2e' ,ä2e ‘7, no compri- 
mento. Olivaceo, nadadeiras manchadas de escuro.» (Regan). 
Rio Graude do Sul. Rio de Janeiro (Theresopolis). 


53—Ancistrus damasceni ! (Steind.) 


D. 14-7; A. 1-35 L. lat. 23 42. 


«Dentre os numeros exemplares (até 73 mm. de comprimento) só 4 ex- 
emplares de 40 a 57 mm. (4 4?) mostram 2 pequenos tentaculos no meio 
da longa orla núa e anterior do focinho e, lateralmente á estes, um dos ex- 
emplares tem ainda um terceiro tentaculo delgado. Em todos os dem is, o 
focinho e os lapos da cabeça, adeante da cobertura opercular, são total- 
mente desprovidos de tentaculos como Xenocara (Ancistrus) lutifrons e X 
(A) gymnorhynchus. Em todos os exemplares, a anal contem apenas 1 + 3 
raios. Cabeça 2 e °/, á 2 e !|, no comprimento do corpo, largura da mesma 
um pouco mais de 1 e '/, 4 1 e 'l, comprimento do focinho 1 e */; 4 1 e 2°}; 
largura da fronte 2e '/;, á pouco mais de 2 e '/,, diametro orbitario 6 á 
6 e ’/,, comprimento de um ramo mandibular justamente ou pouco mais de 
4 vezes no comprimento da cabeça ou 2 no espaço interorbital. Cerca de 15 
aculeos interoperculares. Barbilhões muito curtos. Distancia entre o ultimo 
raio da dorsal e o da adiposa, nos exemplares de 7 cm. e em poucos dos 
exemplares moneres, distinctamente mais curta do que o comprimento da 
base dorsal. Altura da dorsal 1 e'/, 4 1 e 2), comprimento da base da 
mesma 2 4 1 e */;, comprimento da base das peitoraes I e'/;, á 1 '/, com- 
primento das ventraes um pouco mais de 1 e'/; a indistinctamente mais 1 
e '/,, altura do pendunculo caudal um pouco menor do que 4 à 3 e !), veses 
no comprimento da cabeça. A ponta da peitoral reclinada passa um pouco 
a base das ventraes. Aculeo das peitoraes pouco mais robusto do 
que o da dorsal, francamente curvo. Orla caudal posterior obliquamente. 
alongada, fracamente concava ; o raio marginal inferior da cauda nos exem- 
plares menores um pouco mais curtos, nos maiores, porem, mais longa do 


1 Um Sr. Damasceno não explicado por Steindackner. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 3E 


cinzento claro ou pardo escuro superior e lateralmente reticulado de violaceo 
escuro mais estreitamente sobre a cabeça. Essas linhas escuras desappare- 
cem nos exemplares de cerca de 7 cm. de comprimento e produzem total ou 
parcialmente uma côr violacea cineria que é apenas ás vezes interrompida, 
na parte superior do tronco, perto da linha dorsal, por algumas manchas 
mais claras diffusas. Ponta da caudal azul clara. Escudos do tronco não ca- 
renados, tendo numerosos aciculos dispostos em filas longitudinaes.» (Stein- 
dachner) 
Habitat: Victoria, R. Parnahyba — Piauhy. 


54—Ancistrus cirrhosus, ' Cuv. vai. 
Est. 22 fig. 1 ‘ 


DEI ER 7a 95 Ae To 4- Plat 23 


Cabeça 2 e 2); (A 2 e 3/;); no total de contorno rostral elliptico e altura 
2 vezes no proprio comprimento ; espaço interorbital largo, contendo a or- 
bita 3 e '/, vezes 4 3 '/, vezes 0 ramo mandibular; orbita; 6 e '/, 4 8 vezes 
na cabeça; dentes cerca 50/60 em cada lado da bocca; os superiores são um 
pouco mais fortes que os inferiores,têm a extremidade (amarelia) dividida e 
de abertura extrosa, com uma contricção subterminal; labios grossos, circu- 
lares, granulosos; barbilhão egual a '/, do diametro ocular. Aculeos do in- 
teroperculo com 10 espinhos mais ou menos. Dorsal originando-se em 
pouco á frente das ventraes e attingindo a ponta da adiposa com ponta dos 
ultimos raios. Peitoraes com o aculeo subterete, um pouco curvo para 
cima, maior que os demais raios e aciculado no bordo externo, attingindo, 
quando reclinado, o meio do aculeo ventral e quasi igual, em comprimento, 
ao raio caudal inferior. Ventraes menores, com o aculeo menor que os 4 
raios seguintes e egual ao quinto, ellas attingem o terço posterior da. anal 
que reclinada, occupa 6 anneis. Caudal obliquamente truncada; o raio ex- 
terno superior egual a '/, do inferior. Pardo uniforme é o individuo que ser- 
vio á presente descripção. Regan assigna-lhe o colorido pardacento man- 
chado de mais escuro, para o corpo & nadadeiras, com algumas nodoas es 
curas. Exemplar descripto 120 mm. 

Habitat: Amazonas e affluentes. dines 

Estabelecendo a diagnose de A. dolichopterus, Kner declara que este é 
tão parecido com A. cirrhosus que bem poderia ser,sómente uma sua varie- 
dade. Os caracteres principaes em que elle se baseia para a diferenciação 
das duas especies, são : Dorsal com 8 ou 9 raios e os olhos maiores em 4. 
dolichopterus do que em A. cirrhosus—dentes 40 4 50 em cada lado das 
maxillas n’este e 30 a 40 n’aquelle. ' 


1 Cirrhosus, cheio de cirros. 


32 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


Os Profs. Eigenmann, reconhecendo que todas as especies deste genero 
são por tal forma parecidas que as sua descripções seriam uma repetição 
de palavras, entretanto, dão para diagnose de Ancistrus cirrhosus — D. 1+ 7 
raramente 1+ 8, olhos 6'),ä 7 na cabeça e para À. dolichopterus que re- 
unem ä A. temminkü—D. 1 + 8 à 9, (raramente 1 + 7.) 

Regan baseia principalmente a differencial no comprimento do ramo 
mandibular, em relação ao espaço interorbital e no numero de raios da dor- 
sal. Para elle, A. dolichopterus é o unico que possue 1 + 8 4 9 raios e A. 
temminkii tem o ramo mandibular 3 e '/; 4 4 no espaço interorbital; e A cir- 
rhosus 2 e 'l, a 2 e °/, no espaço interorbital. 

Kner teve para descripção treze exemplares de A. cirrhosus e 4 de A. 
delichopterus ; os Prof. Eigenmann tiveram 18 exemplares de A. cirrhosus 
e mais de 50 de A. dolichopterus. 

Regan teve 1 exemplar de A. dolichopterus; 4 de A. temminkii e 8 de 
A. cirrhosus. 

Encontramos nas collecções do Museu um unico individuo, determinado 
por Schreiner como Chetestomus dolichopterus e tendo por procedencia o 
Estado do Pará, no qual verificamos a D. com 1 + 8 raios, interoperculo 
com dez aculeos e ramo mandibular 3 '/, vezes no interorbital, sendo os 
dentes em numero de em cada lado da bocca. 


Descriminadamente teriamos : 


A. temminkii A. cirrhosus. A. dolichopterus. 
DorsalB en o Vogue 1+7el+8 1+7e1+8 1+8 49 
OMOSE ERP Te. ee 6 1/2 à 8 6 2/3 4 8 Ig 
Ramo mandibular... . . . . . 3 e 1/2 à 4 2e 2/3 2 e 3/4 3e1/3 
Dentes o EN, ? 40—50 30—40 


Ora, duas differenças ressaltam da comparação supra: O raio mandibu- 
lar 2 e ?), e o numero de dentes. A segunda annulla-se pelo exemplar do 
Museu 


- 50 
(2 1 + 8; dentes =, 
donde se conclue que só permanece o indice do ramo mandibular, muito 
fraco e ainda não provado de valor real. 

“Nos parece que o estudo da forma dos dentes seria de vantagem para 
elucidação deste assumpto; comtudo, já Kner diz que os dentes de A. cirrho- 
sus e A. dolichopterus têm a mesma forma. 

Convem observar que este autor diz que A. temminkii deve pertencer 
pouco mais ou menos á diagnose de A. cirrhosus; aquelle «apenas não mos- 
tra os pontos esbranquiçados» deste. E visto como os Professores Eigen- 


"USA » "TU “snayewsns SHISIOUY — € ‘ol "EA © “AND “SNSOYAIO SNIJSIOUT — T ‘dl 
‘18 NEM 9 OUIQUS 
‘dur ‘ypruyos "f “youd “qui “IW ap “y 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 33 


mann, examinando mais de 50 exemplares reuniram as duas especies, se 
verifica que o ramo mandibular varia nellas de 2 e */, à 4. 

Günther estabeleceu A. hoplogenys dizendo :. «Muito semelhante 4 
A. cirrhosus, mas com os espinhos interoperculares mais curtos». 

Ora, Regan reune a esta especie C. alga, de Cope, cujos espinhos oper- 
culares são muito maiores do que a orbita; na sua chave Regan dá, ao lado 
da variação do aculeo dorsal, a orbita da seguinte maneira, como differen- 
cial de A. femminckü e A. hoplogenys. 


A. temminckii A. hoplogenys 
[o taiordaldorsali no 22 22 2/3 à 3/4 na cabeça 3/4 á 5/6 na cabeça 
OnDitase AE NT ER MAL LR e ce 8 6 e 1/3 


Mas na descripção de A. temminckii elle escreve—«Diametro ocular 6 
e !, 4 8 vezes na cabeça». 

Muito de proposito, annotamos o numero de espinhos interoperculares 
do exemplar do Museu que é o que se encontra em A. temminckii, o que 
tambem concorreu para nos convencer da identidade de todas estas especies 
descriptas, visto como n’ellas se verifica uma verdadeira troca de caractéres 
provando que umas nada mais são que variedades das outras. 


55—Ancistrus stigmaticus,! Eigenm. & Eigenm. 
BARBADINHO 


Est. 22 fig. 2 
DES dA AT ES AA EI lat= 2304624 


Cebeça 2e°,ä2e?,, altura '/, do comprimento da cabeça; olhos 2 
e*/; a3 e'/, no espaço interorbital, 7 4 10 e !/, vezes no comprimento da ca- 
beça ; ramo mandibular 1 e 7); 4 2 e “|; no espaço interorbital. Espinhos do 
interoperculo em numero de 20 4 30. 

Ultimo raio dorsal tocando o 6.º escudo posterior ä sua base, 7 entre 
ella e a adiposa. Peitoraes attingindo o meiv das ventraes, estas originando- 
se sob o 3.º raio dorsal e attingindo ou passando de pouco o meio da anal; 
caudal obliquamente truncada. Os jovens são denegridos, olivascentes, ma- 
culados de branco sobre o corpo ; os adultos são pardos (chocolate) com as 
manchas mais ou menos distinctas ; estas, em um exemplar procedente do 
Rio Tubarão, Santa Catharina, invadem a nadadeira, deixando interspaços 
regulares escuros que formam as fachas escuras de A. femminckii. 

Habitat: Goyaz, S. Paulo (Mogy-Guaçú e Ribeira) Santa, Catharina 
(Tubarão) e Espirito Santo (S. Matheus). 


1 Stigmaticus (Lat.) que tem estigmas, marcas. 
. 6378 


34 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 
Hemipsilichthys ', Eigenm. & Eigenm. 
Pr. Calif. Acad. Sci. 2°, Ser. 2° 46-1890 


Corpo um pouco deprimido anteriormente, comprimido na regiäo 
caudal. Escamas mais ou menos revestidas de pelle ou isoladas entre si, © 
que se dá especialmente no focinho que, ás vezes, € inteiramente nú; bocca 
ampla, com os dentes em ordens parallelas, das quaes a posterior,ás vezes, 
está occulta na gengiva e não é regularmente apparente, como a anterior. 
Labios grandes, espessos, granulosos ; barbilhão presente ou vestigiario, 
substituido por uma prega do angulo da bocca. Olhos pequenos, superiores. 
Margem rostral provida de entumecencias, ás vezes fortemente aciculadas, 
especialmente nos machos. Dorsal mais ou menos imperceptivelmente ante- 
rior ás ventraes com 1+7 raios, tendo um espaço circumjacente á base e que 
se prolonga um pouco por traz da nadadeira, nú ; o mesmo succede á anal, 
que é grande e tem 1-15 raios. 

Adiposa presente, bem desenvolvida. Caudal mais ou menos obliqua- 
mente entalhada em crescente, ‘com os cantos redondos. Superficie ventral, 
do focinho até a região da anal, mais ou menos totalmente nua ou com uma 
placa granulosa entre as peitoraes e ventraes. 


[ Peitoraes e ventraes eguaes, barbilhões presentes . . . . . . H. gobio 
SUES EOMEERERS Go Er ZEN 9 [focinho provido de cristas late- 
/ raes, cutaneas, aciculadas ; ab- 
domentni RE H. calmoni 


Peitoraes muito maiores que as 
ventraes. 


é 


cu... 


focinho desprovido de cristas la- 
teraes cutaneas, aciculadas ; 
abdomen granuloso . . . . H.duseni 


56—Hemipsilichthys gobio,” (Lutk.) 
D.1+7;A.1+5 46;L. lat. 27 a 29. 


«Altura do corpo 6 no seu comprimento, comprimento da cabeça 3 2 3. 
Cabeça delargura 1 e '/;e de altura 1e ° |, no proprio comprimento.Diametro 
ocular 9 vezes no comprimento da cabeça; espaço interorbital 2 e '/,,compri- 
mento do focinho 1 e '/, vezes.Cabeca sem rugas ou carenas,carenas supraor- 


1 (Gr.) Hemi—meio, semi ; psilé-vestes ; ichthys-peixe (peixe semi-nú). 
2 Gobio—Gobio, um peixe europeu com o qual Lutken achou ser a especie supra semelhante. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 35: 


bitaes näo elevadas, espaco interorbital e regiäo occipital chata,com os lados 
egualmente convexos; focinho largo, redondo, com a margem núa; operculo 
bem desenvolvido, interopeculo pouco movel, não espinhoso. Em alguns 
exemplares (machos) os lados da cabeça são tumidos e providos de poucos 
espinhos curtos. Escudos espinhosos, não carenados, 27 á 29 n’uma linha 
longitudinal, 5 entre o occipital e a dorsal, 9 entre a dorsal ea adiposa, 13 
entre a anal e a caudal. Face inferior núa, a area nua estendendo-se sobre 


Fig. 44—Hemipsilichthys gobio, seg. Lutken. 


os escudos inferiores até depois da anal. Machos com uma papilla anal alon-- 
gada. D. 1+7 ; o primeiro raio egual a °/, do comprimento da cabeça, o ul- 
timo '/,; comprimento da base da dorsal 1 e */; na sua distancia da adiposa. 
A 145. Aculeo peitoral curto, mal chegando á base das ventraes ; ventraes 
do comprimento das peitoraes ; aculeos peitoraes e ventraes grossos, den- 
samente recobertos de espinhos curtos, que são mais fortes nos machos. 
Caudal verticalmente truncada ou fracamente emarginada. Pedunculo caudal 
de comprimento contendo 3 vezes a altura. Olivaceo, nadadeiras maculadas- 
de escuro. 15 centimetros. Comparando a descripção e figura dadas por 
Lutken e o unico exemplar existente no Museu Britannico, encaro H. gobio- 
como o macho e Plecostomus heylandii como a femea de uma e mesma es-- 
pecie». (Regan). 
Habitat: Parahyba ; Santos. 


36 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


57 - Hemipsilichthys calmoni,' steina 


D1-+7:A. 1-+5; L. lat. 27429 


Cabeça 3 '/, 43), no comprimento (sem a caudal), largura quasi e al- 
tura egual ao comprimento da cabeça. Olhos 8 4 9 vezes, espaço interorbi- 
tal 2 e3/, ä 3 vezes, focinho 1'/,á 12), na cabeça. Orla rostral núa nas 


Fig. 45—Hemipsilichthys calmoni ©, 


seg. Steindachner. 


femeas, escamosa nos machos, como o alto da cabeça, sendo as placas oc- 
cultas na pelle espessa, donde emergem numerosos aciculos. O lado inferior 
da cabeça mostra em ambos os sexos um entumecimento longitudinal, mais 


FIG. 45 A— & 


desenvolvido para os lados 
no macho, provido de aciculos 
delgados, de ponta curva para 
baixo e, o maior delles fica 
sobre o extremo do segundo 
terço do dito entumecimento; 
e a sua parte emergente é 
egual 4 um ou dous diametros 
oculares. 3 rugas longitudi- 
naes indistinctas ‘apparente- 
mente tornadas mais fortes 
pelo alcool em que se acham 
os exemplares) recobertas de 
aciculos finos e curtos, per- 
correm o foccinho, dos olhos 
e d'entre as narinas ao bordo. 


Nos velhos, as placas do lado superior da cabeça ficam occultas na pelle 
espessa, ao passo que nos jovens ellas ficam de fóra e mostram a fórma 
polygonal.Narinas 4 '/, comprimento da cabeça, separadas dos olhos por um 
diametro ocular ou um pouco mais. Dentes em dupla fila, nas duas maxillas,. 


1) Dedicado ao Dr. Miguel Calmon Du Pin e Almeida. 


hivos do Museu Nacional, vol. XVI Fauna Brasiliense, est. XXIII 


— 


Fig. 1 


to 


Fig. 
le Mir. Rib. phot. 
Sabino & Karl gr. 


Fig. 1 — Hemipsilichthys duseni, Mir. Rib. 
Fig. 2 — Neoplecostomus granosus (Cuv. & Val.) 


J. Schmidt impr. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE— PEIXES 37 


-0s da fila anterior contiguos, muito curtos e curvos para dentro, na ponta; 
os da posterior muito mais longos, em menor numero e, ás vezes, não se 
-elevando tanto como os anteriores ou semi-occultos na mucosa da gengiva. 
Todos são dourados. Ramo mandibular menor de '/, á */. de diametro ocular 
do que o espaço interorbital. Barbilhão vestigiario e isso mesmo em alguns 
jovens. Dorsal um pouco mais proxima da adiposa do que da ponta do fo- 
cinho, com o aculeo revestido de aciculos e de altura mais ou menos egual 
-a0 comprimento da base; a primei- 
rales); a te 3), e a segunda fes; 
‘ou 1 '/,na cabeça; a orla superior 
truncada e os cantos redondos. Es- 
paço nú em torno da base não at- 
tingindo o ponto que attinge o ul- 
timo raio reclinado. Aculeo peito- 
ral pelo menos duas vezes mais 
forte do que o dorsal, curvo, de- 
primido e aciculado, attingindo o 
primeiro terço ou mesmo passando 
o meio das ventraes, nas femeas ; 
nos machos elle é fortemente des- 
envolvido, recto, de egual largura 
até a ponta de córte transverso tri- 
angular e tendo o lado superior aciculado; é, além disso, entumecido por 
um espessamento cutaneo e mais longo do que a cabeça, ao passo que o é 
mais curto nas femeas. Ventraes tendo o segundo raio mais longo, chegando 
á origem da anal; seu contorno posterior é oval. Anal mais alta do que longa 
e o espaço nú que a circumda se projecta até o ponto attingido pelos raios 
reclinados. Caudal obliquamente emarginada. Superficie ventral nua até a ori- 
gem da anal. Violaceo pardacento ou cobreado, manchado difiusamente de 
violaceo mais escuro. Lado inferior amarello avermelhado. Nadadeiras mais 
densamente maculadas de violaceo. Comp. 13 cent.» (Steindachner). 
Habitat: Rio Cubatão, Santa Catharina. | 


58 —Heinipsilichthys duseni,! mir. Rib. 
CASCUDINHO 


Est. 24 fig. 1 
ID HL A AY SE GEES er SU 


Fic. 45 B — à 


Cabeça 3 '/,; altura 4 '/, ‘cerca de 2 vezes na distancia que vae do fo- 
cinho ao aculeo dorsal). Dentes como ff. calmoni. A cabeça é arredondada, 
grande, com o espaço interorbital plano, sem elevação supra-orbitaria, aci- 


1) Duseni — do Dr. Pedro Carlos Djalmar Dusen, eminente botanico Sueco que foi o .primeiro,a colleccionar esta 
«especie em aguas do Estado do Paraná. 


38 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


culos do focinho mui delgados, curtos, amarellos; olhos 3 '/, no espaço inter-- 
orbital, 5 '/, vezes no focinho e '/, na cabeça; aculeo dorsal pouco menor do 
que o comprimento da cabeça, à meia distancia entre a ponta do focinho e: 
a orla livre da membrana adiposa; peitoraes grandes, sua ponta attingindo : 
o plano da base do ultimo raio dorsal e o meio do aculeo ventral; ellas säo- 
falcadas, muito maiores do que as ventraes, tendo o aculeo do tamanho do 
primeiro raio e a préga dermica de bordo parallelo ao anterior do aculeo, 
bordo este que é finamente aciculado; ventraes quasi attingindo á origem 
da anal com a préga dermica do aculeo maior do que a das peitoraes, anal 
originando-se no plano em que termina a dorsal, quando reclinada sobre o: 
corpo e terminando um pouco aquem daquelle em que toca O apice da adi-- 
posa ; esta é mais comprida do que larga; caudal obliquamente crescentifor- 
me; os escudos do corpo (31 numa linha longitudinal) são menos separados. 
do que em H. gobio Lutk.); porém, no indivíduo do Paraná, que é o menor, 
ellas são unidas e o focinho não é tão nú como nos outros,que são maiores; 
de que se trata de uma mesma especie é fóra de duvida; concluo por isso 
que, quanto mais velho forem os peixes deste genero, tanto mais separadas. 
ficam as placas dermicas e mais carnudo o focinho. 

O abdomen é finamente aciculado entre a cintura scapular e pelviana, 
como em Neoplecostomus. Cör de chumbo diffusamente manchado de ama- 
rello, essas manchas sobresahem mais nos jovens; parte inferior alvadia, 
nadadeiras impares com os raios plumbeos e a membrana alvadia; vestígios 
de macula sobre as outras e raramente sobre as primeiras. 10 centimetros. 

Habitat: Estado do Paraná e S. Paulo (Ribeira). 


Neoplecostomus,! Eigenm. & Eigenm. 
Prof. Calif. Acad. Sci. 2°, 22 Ser. 42 — 1890 


Cabeça deprimida parabolica; corpo subterete, comprimido pos-- 
teriormente. Labios grandes, dentes numerosos, em uma série; pseudo-bran- 
chias ausentes; placas postoccipitaes numerosas, mediocres,sem fórma espe-- 
cial e menores que as do resto do tronco. Dorsal sobre as ventraes, 1 + 7; 
cintura clavicular recoberta; peitoraes 1 + 6, com o aculeo terminando em 
ponta flexível; ventraes com um raio rudimentar, interno. «A adiposa com o 
aculeo normalmente desenvolvido, vertebras sob a dorsal com as neurespi-- 
nas, sobre a anal com hemespinas bifidas. Vertebras 5 + 8 + 18» Regan)» 


1) Neo (gr.) Novo; Plecostomus, genero Plecostomus. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 39 


59—Neoplecostomus granosus,' Cuv, & val. 


Est. 23 — fig. 2 


D.1+7; A1+546;L. lat. 27—30 


Cabeça 3 4 3 e 1/4 (sem a caudal) no comprimento total; moderada- 
‘mente deprimida, de contorno parabolico anteriormente. Olhos á 2/3 da orla 
«do focinho pequenos, 8 e 1/2 4 12 (a 13, Regan) no comprimento da cabeça, 
4 vezes no espaço interorbital. Uma ruga indist ncta dos olhos ao lado da 
-orla rostral anterior, ás vezes oulra mediana, dentre as narinas äquella orla. 
Lobios grossos, papillosos, um tanto quadrangulares posteriormente; barbi- 
lhão curto; 12 dentes em cada intermaxillare 7 4 8 em cada mandibular, 
são elles bifidos e curvos como em Loricaria.Todo o lado inferior da cabeça, 
desde a ponta do focinho, nú. Placas post-occipitaes pequenas. Placas do 
‘corpo desprovidas de carenas, nos individuos maiores, mui indistinctamente 
-carenadas, nos mais jovens. Abdomen recoberto por uma placa, um tanto 
quadrangular, de escudos pequenos, aciculados, entre as peitoraes e ven- 
traes. Dorsal mediocre, sobre as ventraes; peitoraes com o aculeo mais curto 
que o primeiro raio; aquelle é curvo, deprimido e aciculado (especialmente 
no bordo anterior),sendo a nadadeira falcada.Ventraes do tamanho das pei- 
toraes, com o aculeo tão ou mais forte que o desta. Região anal núa até por 
traz da nadadeira desse nome. Esta mediocre, attingindo o plano da adiposa 
que é normal. Caudal lunada, com o lobo inferior ligeiramente proeminente. 
Pardo uniforme ou marmorado de mais escuro. Nadadeiras transfasciadas 
-dessa côr, sendo as fachas formadas por manchas localizadas sobre os raios. 

Habitat: Os 27 exeplares que serviram á descripçäo supra procedem 
de Casal—Rio Parahyba—onde foram colleccionados pelos Srs. C. Moreira 
e Siqueira. Os profs. Eigenmann obtiveram-n'o de Goyaz. Cuvier e Valenci- 
ennes de Cayenna. 


Plecostomus, Gronow. 
Mus. 1, 24—1758. 


Corpo provido de placas grandes, contiguas, mais ou menos carenadas; 
com 1 4 3 placas post-occipitaes e 3 nucaes medianas (uma já contada como 
post-occipital); abdomen mais ou menos completamente revestido de pequenas 
placas, finamente aciculadas que vêm, no caso mais completo, do focinho, 
em torno dos labios, ao anus. Bocca moderada, lobios grossos, 0 posterior 


1) Granosus=cheio de protuberancias. 
2) Plecostomus (gr. lat.) ; plekei—trança, stoma—bocca. 


40 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


papilloso; barbilhäo presente, mediocre. Olhos lateraes, mediocres, narinas 
proximas dos olhos; operculo e interoperculo pouco moveis, desprovidos de 
aciculos desenvolvidos; temporaes grandes, irregularmente redondos, pouco 
(quando) carenados. Dorsal originando-se adeante das ventraes, com 1 +.7 
raios, livre posteriormente. Adiposa presente,provida de aculeo largo, medio- 
cremente aciculado. Peitoraes com aculeo forte, attingindo ou quasi attin- 
gindo as ventraes que nascem mais ou menos sob o 3 raio dorsal. Anal pe- 
quena (1 + 4). Caudal lunada mais ou menos obliquamente, sendo o ultimo 
raio inferior o maior. Peixes cummuns em nossas aguas, de coloração quasi 
sempre maculada de preto ou amarello e conhecidos pelo nome vulgar de 
Cascudos e Acarys. 


41 


PEIXES 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE 


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6378 


42 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


60—Plecostomus emarginatus, Cuv.& Val. 


Est. 24—fi. 1 
Deis. AS 4 E. lat. 28—30 


Todo o corpo superiormente hemi-terete, inferiormente quasi plano. 
Cabeça 3 e 1/3 ä 4 vezes no comprimento do corpo (sem a caudal) de con- 
torno anterior subtriangular. Ponta do focinho núa, o resto finamente acicu- 
lado; aciculos do interoperculo e do operculo mediocremente desenvolvidos. 
Ramo mandibular 2 e 1/2 vezes no espaço interorbital e tendo os dentes 
com um lobo lateral pequeno, pelo lado externo; labios moderados, granu- 
losos; barbilhões desenvolvidos, maiores que o diametro orbitario. Olhos 
no meio da distancia que vae da ponta do focinho á placa predorsal, 6 49 
vezes na distancia que vae da mesma ponta á do processo occipitale 3 e 1/2 
vezes no espaço interorbital. Narinas no meio da distancia que vae da 
processo ponta do focinha á base do occipital. Espaço interorbital 2 e 1/4 
á2e 1/2 vezes no comprimento da cabeça, quasi plano, apenas deprimido 
por traz da crista orbitaria superior. Occipital mediocre, terminando n'um 
processo que se eleva algum tanto, acima do plano da placa, em carena 
mais ou menos aciculada, tendo 1 á 3 placas nucaes em cada lado e uma 
grande, mediana, posterior. Escudos nucaes medianos bi-carenados, os do 
corpo mediocremente carenados e todos densamente recobertos de acicu- 
los muito finos e curtos, que se tornam maiores no extremo posterior da 
carena. 4 carenas longitudinaes, parallelas, continuas, as duas primeiras do 
início da dorsal á diposa, as demais da cabeça aos lados da cauda. Dorsal 
originando-se sobre o terço posterior das peitoraes encostadas ao corpo ; 
o seu aculeo é terete, fraco, menor do que a cabeça de um diametro ocular e 
espinhoso, do extremo do primeiro terço para cima. A base dessa nadadeira 
é menor do que a altura da mesma e egual ao comprimento do aculeo pei- 
toral que é forte, deprimido, curvo e recuberto de aciculos, dos quaes os su- 
periores vão augmentando de comprimento, 4 proporção que estão mais 
proximos da ponta. O primeiro raio é maior do que o aculeo e do que 
os demais raios da nadadeira, e todos elles têm o lado soperior aguçado e 
armado d'uma serrilha de aciculos. Nenhum attinge perfeitamente as ven- 
traes, que nascem sobre o terceiro raio dorsal e que mal attingem o aculeo 
da anal. Esta nadadeira é fraca, occupando, reclinada, 4 e 1/2 placas. 


1) Emarginatus (Lat.)}—emarginado, isto é, o escudo post-occipital assim considerado por 
Cuv. & Val, 


‘JPA D ‘AND ‘snyeuszwa snWoJsoda]d 


‘18 oulges 


“dur ypruyog '[ ‘youd “qui “IW ap “V 


AIVV “VA ‘AcCIINITICPIG pıınp I TAN ‘IOA “IPUODEN NOSNIW OD SOAIUDIV 


A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 43 


Distancia entre o ultimo raio dorsal e a adiposa, egual a que vae da ponta do 
focinho ao bordo posterior do 2.° escudo nucal; 8 anneis (7 placas media- 
nas) entre aquelle raio e o aculeo da adiposa que, reclinado, termina 4 4 
placas medianas do primeiro raio accessorio da caudal. Esta nadadeira, geral- 
mente furcada pelo extraordinario desenvolvimento dos raios externos 
que são comprimidos e fortemente aciculados. Os aciculos, com a edade, 
augmentam de comprimento, insensivelmente, para a ponta dos raios. Ab- 
domen fortemente granuloso, do focinho ä anal. Pardo amarellado, zebrado 
ou pontuado no corpo e irregularmente zebrado de mais escuro nas nadadei- 
ras. Nos jovens as nadadeiras são tambem pontuadas. O exemplar maior, 
das collecções do Museu, mede 78 cent. da ponta do focinho á do raio cau- 
dal inferior (o superior está quebrado ). 

Habitat: Amazonas e tributarios, Magdalena, Rios das Guianas, Colum- 
bia e Venezuela. 


6i—Plecostomus wertheimeri,! steina 


D'ART AS Wat 5 abe late 22 


«Cabeça (3 e 1 3 no corpo) e lados do corpo com placas não carenadas. 
As da orla lateral da cabeça providas de numerosas cerdas rijas externas. 
Superficie laterai do focinho fortemente deprimida; placas temporaes muito 
grandes, com sulcos vermiformes entre rugas asperas e obtusas e com 
grandes maculas escuras, redondas, qual o resto da cabeça; caudal obliqua- 
mente truncada; uma fila de escudos transversos em cada lado do ventre en- 
tre as peitoraes e as ventraes. Placas do tronco com maculas redondas de 
cor amarella clara. Dentes muito longos, villiformes, com uma ponta late- 
ral externa. 240 mm.» (Steindachner. 

Habitat: Rio Mucuri. 


62—Plecostomus vaillanti,? steind. 


«Altura 5 e '/, 4 6, comprimento da cabeça cerca de 3 vezes no com- 
primento, sem a caudal. Altura da cabeça 1 e *), ä 2, largura 1 e !h, compri- 
mento do focinho 1 e “/., diametro ocular 6 e '/,, espaço interorbital 2 e é), no 
comprimento da cabeça. Comprimento do ramo mandibular cerca de 2 e '/, 


1) Wertheimeri — de Wertheimer, que colleccionou peixes no Brasil para'o Prof. Steindachner. 
2) Vaillanti — de L. Vaillant, Ichthyologista do Mus. de Historia Natural de Paris. 


44 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


vezes na abertura interorbital. Focinho largo, redondo; margens supraorbi- 
taes fortemente elevadas; supra-occipital com uma carena mediana modera- 
damente elevada ; placas temporaes não carenadas; barbilhão do compri- 
mento do diametro ocular. Escudos espinhosos, não carenados, 27 à 28 
numa serie longitudinal, 7 á 8 entre a dorsal e a adiposa, 14 entre a anale a 
caudal. Supra-occipitaes bordadas posteriormente por um escudo mediano 
e por um ou dous de cada lado. Face inferior da cabeça e do abdomen 
quasi completamente recoberta de pequenas placas granulares; comprimento 
da base da dorsal maior do que a sua distancia da adiposa. A. 1 +4. Aculeo 
peitoral chegando ao terço anterior das ventraes. Caudal obliquamente emar- 
ginada. Pedunculo caudal contendo 3 e2/, a altura. Grandes manchas escuras 
na cabeça, no corpo e nadadeiras, as das nadadeiras, äs vezes, formando 


fachas transversaes. 200 mm.» (Regan.) 
Habitat: Rio Puty, Rio Preto, S. Gonçalo, Goyaz? 


63—Plecostomus wunchereri,' Günther 
Te AS LA Nat 20 


«Cabeça deprimida, apenas elevada no meio, seu comprimento sendo 
contido 3 e2/,no total (sem a caudal). Não ha crista entre os olhos e 
as narinas. Diametro ocular '/, da largura do espaço interorbital. Meio da 


FIG. 46 — Plecostomus wuchereri, seg. Regan. 


ponta do focinho nú. Pregas labiaes bem desenvolvidas com muitas papillas; 
barbilhões curtos, do comprimento de um diametro ocular. Maxilla superior 


1) Wuchereri — de Wucherer, que fez collecções de objectos de Historia Natural na Bahia. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE —PEIXES 45 


com cerca de 45 dentes em cada lado, a inferior com cerca de 36. Interor- 
perculo sem denticulações. Um espaço triangular em cada lado da face infe- 
rior da cabeça, entre a prega labial e a abertura das guelras, recoberto de 
pequenas placas. Interspaço posterior ao meio do labio inferior, nú. Thorax 
e quasi todo o abdomen, adiante das ventraes, recoberto de pequenas pla- 
cas, porção lateral do ventre núa. Comprimento da base da dorsal maior do 
que a sua distancia da segunda nadadeira, 6 ou 7 escudos entre as duas 
nadadeiras. Dorsal não muito mais alta do que longa, sendo o comprimento 
do seu primeiro raio menor do que o da cabeça. Caudal obliquamente sub- 
truncada; seus raios externos não espinhosos e o inferior sómente um pouco 
mais comprido do que o inferior; 13 ou 14 escudos entre a anal e a caudal. 
Aculeo peitoral muito forte, armado superiormente de longos espinhos curvos; 
elle se projecta, posteriormente, até ou quasi até o meio das ventraes. Escu- 
dos do corpo estriados, porém não carenados; a crista post-humeral é obtusa. 
Corpo e todas as nadadeiras recobertas de numerosas muculas redondas, 
pardas, que não são muito menores do que os olhos, formando duas series 
entre os raios dorsaes e uma entre os caudaes. 25 centimetros.» (Giinther) 

Bahia e Minas —Rio S. Francisco, Rio das Velhas. 

Considero esta especie identica a P. lufkeni Steind, em face das des- 
<ripçôes respectivas dadas por Tate Regan. 


64—Plecostomus agna, Mir. Rib. 
ANHÄ 
Est. 24 fig. 2 


D.1+7;A.1-+4; L. lat. 26. 


Cabeça 3e'/, no comprimento (sem a caudal) de contorno anterior para- 
bolico ; ponta do focinho tendo uma área subcircular nua; ramo mandibular 
contido 2 vezes no espaço interorbital; este chato, contido 2 2); na distancia 
que vai da ponta do focinho ao angulo posterior da placa occipital; esta cer- 
cada por tres outras; aculeo dorsal justamente em meio da distancia que vai 
da ponta do focinho á placa anterior do aculeo da adiposa; e quasi justa- 
mente egual ao comprimento que vae da ponta do focinho ao angulo poste- 
rior da placa occipital; orbita 2 e º/, no espaço interorbital; peitoraes tendo 
o aculeo ligeiramente menor do que o primeiro raio e passando de duas 
placas a base das ventraes ; estas fazem o mesmo com a anal; caudal obli- 
-quamente lunada, sendo o raio inferior o maior. 26 placas em uma linha 


1) Agna—latinisaçäo de Anhá, nome pelo qual Iporaguenses conhecem esse cascudo. - 


46 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


longitudinal; só as do pedunculo e tronco mui francamente carenadas; parte 
anterior mais lisa do que a posterior; parte inferior da cabeça, do thorax 
e do abdomen aciculada com algumas falhas nos lados e na região anal. 
Plumbeo; cabeça punctulada de preto; nadadeiras dorsal, peitoraes e ven- 
traes com as membranas maculadas de negro, sendo as maculas circuladas 
de cor alaranjada; parte inferior alvadia e bem assim a membrana interra- 
dial da nadadeira caudal. 1 exemplar de 0”, 22. 
Rio da Ribeira. 


65—Plecostomus tietensis,! (Rud. Ihering & Regan) 
Dees TEA — ASE wlat. 27 


«Altura 4 e 3/5, cabeça 3 e 1/5. Altura da cabeça 1 e 2/3 no compri- 
mento, largura da mesma 1; focinho 1 e 3/4; diametro ocular 6 e 2/3; espaço 
interorbital 2 e 2/3. Ramo mandibular 2 e 1/2 no espaço interorbital. Barbi- 
lhões 3/4 do diametro ocular. Focinho largo, redondo; margem supra-orbital 
ligeiramente elevada; supraoccipital sem crista mediana, quasi plana; placas 
temporaes não carenadas. Escudos espinulosos, não carenados, 27 numa 
série longitudinal, sete entre a dorsal e a adiposa, 14 entre a anal e a cau- 
dal. Supraoccipital marginada, posteriormente, por um escudo mediano e um 
em cada lado. Face inferior da cabeça e do abdomen núa, excepto para uma 
facha entre as bases das peitoraes. Dorsal 1 + 7, com o primeiro raio 4/5 
do comprimento da cabeça, quando reclinado chegando á frente da base do 
ultimo raio que é de 3/5 do comprimento do primeiro; comprimento da base 
da dorsal egual á sua distancia da parte posterior do aculeo da adiposa. 
Anal 1 + 4. Peitoraes chegando ao terço anterior das ventraes. Caudal li- 
geira e obliquamente emarginada. Pedunculo de comprimento contendo tres 
vezes a altura. Parte superior da cabeça com fachas escuras ou vermicula- 
ções; corpo com maculas escuras; nadadeiras com fachas transversaes escu- 
ras ou series de maculas. 160 mm.» (Rud. & Regan). 

Habitat: R. Tieté, S. Paulo. 


66—Plecostomus verres,? (Cuv. & Val.) 


EST. 25—FIG 1 
Delt ALAS A SIL. lat. 26.28. 


Cabeça tres vezes e de altura contida 4 e 2/3 no comprimento, sem a 
caudal. Bocca moderada; ramo mandibular 3 e 1/2 vezes no espaço interor- 
bital; orbita 7 e 1/3 (6 49 e 1/2 segundo Regan no comprimento da cabeça, 


1) Do rio Tieté, S. Paulo. 
2) Verres—barräo ou verrão. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES AT 


tres vezes no espaço interorbital que, por sua vez o é 2 e 1/3 no compri- 
mento da cabeça. Occipital carenado e circumdado por tres escudos nucaes, 
um mediano bicarenado e dous lateraes; escudos nucaes medianos bicare- 
nados. Aculeo dorsal pouco maior do que a base da nadadeira e pouco 
menor do que o comprimento da cabeça; a nadadeira é um tanto arredon- 
dada no bordo superior. Aculeo peitoral pouco maior, porém muito mais 
grosso do que o dorsal, achatado na base, claviforme na ponta onde os aci- 
culos que o recobrem são maiores, sobre o lado superior, attinge o primeiro 
terço do aculeo ventral que é fraco e não passa á anal; esta € pequena, 
accupando seis placas quando reclinada; sete placas entre a dorsal e a adi- 
posa; 13 4 14 entre a anal e a caudal. Adiposa com o aculeo curvo, occu- 
pando a sua extensão tres placas. Caudal semilunar, um pouco obliqua. Es- 
cudos do corpo carenados nas duas filas superiores até á adiposa ou antes 
desta; na fila post-humeral, até á ponta do aculeo peitoral sómente. Superfi- 
cie abdominal totalmente recoberta de placas granulares pequenas. Pardo 
maculado de preto no corpo e nadadeiras; as maculas menores sobre a 
cabeça. Maior comprimento registrado 35 cm. 
Habitat: Amazonas, Marajó, N. do Brasil e Goyanas. 


67—Plecostomus plecostomus,' (L.). 
ACARY 
DIET A UE Tat 2527 


Cabeça 3 e 1/3, de perfil ligeiramente convexo; bocca moderada ;*bar- 
bilhão igual 4 um diametro orbitario; ramo mandibular pouco menor do que 
esse diametro, que é contido 6 e 1/2 vezes na cabeça, 2 e 4/5 no espaço in- 
terorbitario, 3 e 2/3 no focinho; diametro orbitario 2 e 1/4 na cabeça. Duas 
cristas obsoletas partem das narinas para se reunirem sobre o occipital que 
é carenado em quasi toda a extensão (2/3 superiores) e limitado posterior- 
mente por um unico escudo. Crista supraorbitaria elevada, projectando-se 
para diante até ás narinas e para traz até o bordo dos temporaes. Altura 4 
e 1/2. Placas nucaes medianas bicarenadas, as do corpo moderadamente 
carenadas. As carenas da primeira fila superior terminam na adiposa, as da 
segunda um pouco adiante, as da linha lateral são apenas perceptiveis nos 
escudos anteriores, as da fila post-clavicular terminam, quando muito, sob o 
quarto raio dorsal. 

Abdomen e thorax granulosos; face inferior da cabeça tendo uma região 
posterior ao labio inferior, núa. Dorsal originando-se adiante do meio do 
aculeo peitoral, o seu aculeo (quebrado no exemplar que serve a esta des- 


1) Jà definido. 


48 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


cripçäo), segundo os autores, & igual ao comprimento da cabega. Oito pla- 
cas entre a dorsal e a adiposa, 1/4 entre a anal e a caudal. Peitoraes com o 
aculeo deprimido, curvo, mal passando a axilla das ventraes, cujo aculeo at- 
tinge o meio da base da anal. Esta, pequena, terminando adiante da verti- 
cal baixada do escudo anterior á adiposa. Caudal um pouco obliquamente 
lunada; uma placa transversa, mediana, adiante do primeiro raio anal. Pardo 
maculado de escuro; as maculas menores sobre a cabeça. Maior compri- 
mento registrado 35 cm. 

Habitat: Rio Negro, Ypanema, Matto Grosso, Amazonas para o Norte, 
Goyanas, Venezuela, Trindade. 


68—Plecostomus macrops,' (Eigenm.). 


EST. 25—FIG. 2 


D. 1-7; A. 1+ 4; L. lat. 25 à 27 


Cabeça 3 e 1/2 no comprimento do corpo, altura 5. Largura da cabeça 
quasi egual ao proprio comprimento. Ramo mandibular duas vezes no es- 
paço interorbital, este 2 e 2/3 no comprimento da cabeça. Barbilhäo quasi 
egual ou egual 4 um diametro orbital. Orbita (5 e 1/2 4 7) seis vezes na ca- 
beça, duas no espaço interorbital e tres no focinho. Espaço interorbital ligei- 
ramente concavo, placa occipital limitada posteriormente por um unico es- 
cudo nucal mediano, grande. Aculeo dorsal pouco mais comprido do que a 
cabeça, terminando sobre um dos quatro escudos anteriores á adiposa, quan- 
do reclinado. Peitoraes com o aculeo deprimido, aciculado mais fortemente 
sobre a face superior e passando a axilla das ventraes; estas passando 
a base da anal; sete placas entre a dorsal e a adiposa; adiposa com o acu- 
leo grande, em fórma de lamina de faca, occupando cinco placas com a sua 
extensão. 15 placas entre a anal e caudal (13 a 15. Caudal mais ou menos 
obliquamente lunada. Superfície abdominal núa por traz da parte mediana 
do labio pesterior, na cabeça e em torno da base das ventraes, no ab- 
domen; no resto granulosa. Pardacento uniforme. 

Habitat: S. Francisco. Araguaya; Matto Grosso. 


69 - Plecostomus garmani, 2 (Regan.). 


D 1 +7; À. 1 +4; L. lat. 26 


«Altura 6, comprimento da cabeça 3 e 1/2 vezes no comprimento total. 
Altura da cabeça 1 e 3/4 no proprio comprimento, largura 1 e 1/7, compri- 
mento do focinho 1 e 4/5, diametro ocular 6 e 1/2, espaço interorbital 3 e 


1) (Gr.) Macros = grande; ops olhos. 
2) Dr. Samuel Garmann, do Museu de Zoologia Comparada de Cambridge, Am. do Norte. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE— PEIXES 49 


1/6. Comprimento do ramo mandibular 1 e 4/5 no espaço inter-orbital. Bar- 
bilhão um pouco mais curto do que o diamentro ocular. Focinho largo, re- 
dondo, orlas supra-oculares não elevadas; supra-occipital ligeiramente con- 
vexa, sem crista mediana; placa temporal não carenada. Escudos espinu- 
losos, não carenados, 26 n’uma série longitudinal, sete entre a dorsale a 
adiposa, 14 entre a anal e a caudal. A supra-occipital inteiramente margi- 
nada por um unico escudo, posteriormente. Face inferior da cabeça e abdo- 
men recoberta de pequenas placas granulares, excepto para as regiões pos- 
teriores á bocca e proximas das ventraes que são núas. 


FIG. 47 — Plecostomus garmani, seg. Regann. 


D. 1 + 7, 0 primeiro raio do comprimento da cabeça não chegando a 
adiposa quando reclinada, o ultimo 1 2 do primeiro; comprimento da base 
da dorsal egual á sua distancia do meio do aculeo da adiposa. A. 1 +4. Acu- 
leo peitoral projectando-se ao quarto anterior das ventraes. Caudal emargi- 
nada. Pedunculo contendo a sua altura 2e 2 3 vezes. Olivaceo uniforme; 
dorsal com vestígios de manchas ou barras mais escuras, 26 cm.» (Regan) 

Habitat: Goyaz, Tocantis e Rio S. Francisco (R. das Velhas). 


70—Plecostomus une,’ steina. 
D. 1 +7; À. 5: L. lat. 26. 


«Cabeca deprimida, tendo apenas uma ligeira proeminencia no occiput 
e na nuca, sendo o seu comprimento '/, do total (sem a caudal); não ha cris- 
tas entre os olhos e as narinas. Focinho largo, sub-semi-circular, com a ex- 


1) Une — do Rio Una, Estado da Bahia. 
6378 


5 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


tremidade um pouco espessada e núa no meio, prega labial de largura mo-- 
derada, não entalhada posteriormente; interoperculo sem aculeos. Thorax e 
ventre inteiramente nús, havendo sómente pequenas granulações entre a pre- 
ga labial e a abertura das guelras. Dorsal mais comprida do que alta, sendo 
o comprimento de sua base maior do que a sua distancia da adiposa. Ha 
sete escudos entre as duas nadadeiras. Caudal obliquamente emarginada. 
Aculeo peitoral projectando-se até a base das ventraes, e tendo a sua extre-: 
midade recoberta de aciculos muito curtos, 14 escudos entre a anal e a cau- 
dal, os escudos lateraes do corpo sem carena ou espinhos proeminentes, pre-- 
ga post-humeral muito obtusa. Cabeça, corpo € nadadeiras, com maculas 
pretas redondas, as da cabeça sendo muito mais numerosas € consideravel- 
mente menores do que as outras. As maculas no corpo são arranjadas em 
cerca de 5 séries longitudinaes; só uma em cada espaço interradial da dor- 
sal, as maculas da caudal formam seis series transversaes.» (Günther). 
Habitat: Bahia, Rio Una. 


71—Plecostomus commersoni,! (Cuv. & Val.) 


YARU-ITACURA 2 


EST. 25, FIG. 3 
D. 147; A. 144;L. lat. 28 a 30 


Cabeça 3 '/,no corpo, ramo mandibular 3 vezes no espaço inter-orbital. 
Orbita posterior ao meio da cabeça, 3 '/, vezes no espaço inter-orbital, 10: 
vezes na cabeça. Espaço inter-orbital, indistinctemente convexo. Oc- 
cipital obtusamente carenado, limitado por uma unica placa nucal, pa-- 
pilliforme; temporaes grandes, mais ou menos carenados, não formando 
o bordo posterior ocular; 3 placas nucaes bicarenadas. Todas as placas 
da parte superior do corpo e dos flancos carenadas; a fila de carenas que 
nasce ao lado do inicio da dorsal, não pára na adiposa, mas, segue até 
o raio caudal superior. Peitoraes com o aculeo do comprimento da 
cabeça, aciculado para a ponta que attinge a axilla das ventraes; estas 
com o aculeo mais fraco, porém, attingindo á anal e originando-se sob o 3º 
ou 4º raio dorsal. Dorsal elevada, com o aculeo maior do que o compri- 
mento da base, porém egual aos aculeos peitoraes, em comprimento ou aos. 
comprimento da cabeça; a nadadeira reclinada, não attinge a diposa, 7 ou 849 
placas entre a dorsal e a adiposa, 15 entre a anal e a caudal que é ligeira- 
mente lunada, tendo os raios externos fracos e não prolongados. Cinereo- 
pontuado de preto; as pontuações da dorsal em 2 ou 4 filas e, neste caso,. 


1) Commersoni— de Commerson, 
2) Dos Guaranys. 


HUOSIOWIWIOD SNWOISOI]I — E I “USA 9 "wuadıg ‘sdomew snwoJsoad]d —Z "Std (EA © “AND) SOMA SNLOJSO99[ — | ‘ol 


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A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 51 


«constituindo ás vezes, zebruras irregulares. Caudal mais ou menos denegri- 
da pela reunião ou diffusão das maculas. Superficie ventral granulosa. O 
maior exemplar das collecções do Museu, mede 47 centimetros. 

Habitat: Do Rio S. Francisco ao Rio Paraná. Rio Pomba, Rio Parahyba. 


72—Plecostomus alatus,! (cast.). 


EST. 26, FIG. 1 


D.1+ 7; A. 1 + 4; L. lat. 27 4 29 


Cabeça quasi perfeitamente 3 vezes no comprimento ‘sem a caudal); 
‘bocca ampla, dentes em duas series, ramo mandibular 1 'l no espaço inter- 
orbital; barbilhão egual á '/, diametro orbitario; operculo e interoperculo 
-curtamente aciculados; olhos tendo o bordo posterior sobre o angulo poste- 
rior da abertura opercular, 5 e? ,no comprimento da cabeça, 2 ' no espaço 
interorbital que é contido 2'/, vezes no comprimento da cabeça, tem- 
poraes indistinctamente carenados e, como o occipital é um pouco elevado 
na linha mediana, formam-se duas depressões lateraes que se estendem até 
a fronte. Occipital marginado por um unico escudo em forma de leque total- 
niente aberto; processo occipital curto. Aculeo dorsal de comprimento egual 
ao que vae da base do fulcrum 4 ponta do focinho e não attingindo a pri- 
meira placa anterior á adiposa; a nadadeira dorsal é obliquamente truncada; 
a adiposa tem o aculeo occupando 4 placas, quando reclinado. Aculeos pei- 
toraas passando de pouco o 1º terço dos ventraes, estes attingindo a 3 
placa posterior 4 anal. Caudal obliquamente lunada. Carenas indistinctas, su- 
perficie ventral granulosa. Pardo recoberto de maculas redondas, amarellas, 
em toda a parte superior do corpo e nadadeiras; caudal com um sombreado 
indistincto em meio da sua margem posterior. 26 cent. 

Habitat : Rio S. Francisco. 


73—Plecostoinus auroguttatus,? (Kner). 


DIL 7g Ae AN at 251426 


«Cabeça 4 '/; e no total, '/, no comprimento do corpo; a maior largura 
eguala a um comprimento da cabeça; a maior altura (da base das peitoraes 
A nuca) eguala apenas 4 metade. Os olhos grandes e circulares ficam 4 3 e 
1, diametros da ponta do focinho, á 1 e'/,da orla dos temporaes e um pouco 
mais de 2 entre si. O seu diametro perfaz '/; do comprimento da cabeça. As 


1) Alatus (Lat.)—alado, isto é, de nadadeira grande. 
2) (Lat.) Auroguttatus = cheio de gotas de ouro. 


52 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


fossas nasaes mediocremente largas, são quasi equidistantes entre si e os: 
olhos, isto é, um pouco menos do que um diametro ocular; o focinho muito 
largo e obtuso constitue, em contorno até o angulo da bocca, um segmento 
de circulo e só dahi começam as suas orlas a divergir até a abertura oper- 
cular. Todo o alto da cabeça é como a orla, recoberto de escudos asperos, 
com excepção de uma larga região núa no meio da ponta do focinho. Dahi 
ás narinas, é o focinho fortemente entumecido, tornando-se, porém, concavo: 
dos olhos ás bochechas. Nem o escudo nucal, mediano, nem os temporaes 
são carenados; o primeiro, proeminente posteriormente com ponta obtusa, é 
variavel (elle mostra fórma diversa em cada exemplar assim como os escu- 
dos limitrophes, ás vezes divididos em mais partes). Operculos e interoper- 
culos têm, na orla, alguns aciculos um tanto mais longos, rectos. Egualmente 
augmentam em comprimento as asperezas de todos os escudos do corpo so- 
bre as suas orlas; e quasi se transformam, em quasi todas as filas, em curtos, 
espinhos, atravéz dos quaes sómente em parte apparecem as carenas late- 
raes. D'estas apenas a superior fica distincta, da primeira dorsal á caudal; 
as da segunda e terceira filas de escudos são apenas perceptiveis, a da 4º in- 
ferior começa em angulo agudo, diminuindo depois gradativamente para a 
cauda, de modo que, apenas na ultima, os lados são separados da face in- 
ferior por uma crista aguda, que começa nos lados da anal mas logo se eleva 
obliquamente, sobre os lados da cauda, e ahi mesmo termina com uma crista 
perceptivel. O córte transversal do pedunculo fórma, em consequencia das 
suas carenas lateraes superioros e inferiores, approximadamente, um tetra- 
gono alongado, regular, que é duplamente mais alto do que largo. Os escu- 
dos das-filas da cauda têm a forma e disposição de escamas que parecem, 
mais particularmente pelas suas orlas, com denticulações mais longas, as 
ditas ctenoides. Na face inferior da cabeça terminam, em os lados, com o an- 
gulo arredondado, os asperos escudos marginaes que se estendem á face ex- 
terna do labio anterior. Garganta, peito e ventre em grande parte nús, ape- 
nas cá e lá isoladamente recobertos de escamas; e as escamas do meio do 
ventre são as menores. Entre a anal e a caudal ha 12 a 13 escudos. As 
mandibulas são largas ; n’ellas contei n'um dos melhores exemplares, mais. 
de 60 dentes delgados e longos, com a ponta mais parda, amplamente curva 
e não entalhada. Junto á curva da coröa, ha, geralmente, uma curta ponta 
lateral que, frequentemente, falta tambem; a parte basilar horizontal é curta 
ou não desenvolvida. Os barbilhões são moderadamente desenvolvidos, o” 
labio posterior curto, fortemente papilloso. Distancia entre o focinho e a. 
dorsal, mais de 3 vezes no comprimento do corpo; essa nadadeira é mais. 
alta do que longa; seu primeiro raio é egual á um comprimento da cabeça 
e attinge, reclinado, as visinhanças da adiposa, cujo aculeo, moderadamente: 
curvo e comprimido, se salienta pelo tamanho, quasi egualando à anal. O acu-- 
leo peitoral é quasi egual ao aculeo dorsal em comprimento, e provido de 
aciculos curvos para cima e para diante dirigidos do meio de seu compri-- 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 53: 


mento para a ponta. Elle chega ao extremo ou além do extremo da base 
das ventraes. Estas nascem sob a metade anterior da dorsal e chegam até 
a anal que, como em todos os Hypostomus de cauda curta deste grupo, é 
mediocre, e muito proxima da fossa anal. A caudal é apenas entalhada, os 
seus raios medianos são, por isso, apenas mais curtos e só os raios termi- 
naes de ambos os lobos proeminam, sendo o inferior um pouco maior, com- 
tudo egual 4 um comprimento da cabeça. O museu de Vienna possue ape- 
nas 3 exemplares seccos desta especie, dentre os quaes o maior, macho, 
mede 28 cts. Na cabeça, sobretudo nos temporaes, nota-se ainda maculas 
redondas negras, que faltam, porém, no corpo e nadadeiras Ao contrario, 
mostram-se ao longo dos lados, manchas mais ou menos distinctas, claras, 
alongadas, variaveis, que certamente se reunem em fachas longitudinaes e 
em parte tambem se deixam ver na dorsal e nas ventraes. Ellas devem, em 
estado fresco, ser de côr amarella e, com certeza, valeram o nome desta es- 
pecie que Natterer já havia escolhido, na respectiva noticia, sem comtudo 
dar maior explicação sobre a mesma.» (Kner. 


Hemiancistrus,' Bleeker. 


Nederl. Tijdschr. Dierk. 1, 78, 1864. 


Corpo moderadamente alongado, cabeça revestida de escudos não pro- 
vida de aciculos senão no inter-operculo, que delles tem um facho erectil. 
Bocca mediocre, com dentes finos, sinuosos, de ponta bifida, mais ou menos 
æquilobada; labios granulosos; barbilhão moderado. Peitoraes com o 
aculeo grande, aciculado no bordo externo e no lado superior, cada vez mais 
fortemente, ä proporção que se caminha para a ponta, que attinge ou passa 
a base das ventraes; estas, nascendo mais ou menos sob o terceiro raio da 
dorsal; esta amplamente separada da adiposa, com 1 + 7, raios. Adiposa 
presente, sobre o extremo da anal reclinada; esta pequena. Caudal trunca- 
da ou entalhada mais ou menos obliquamente. Superfície ventral mais ou 
menos núa. 


1) Hemi (gr.) = semi; Ancistrus, genero já citado. 


54 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


Focinho grandemente entumecido, de contorno redondo ....1... . « + + + « nee H. scaphirhyn- 


chus. 
L. lat. 23 4 24 escudos do corpo carenados. . . . H. pictus. 
Especies brasi- 
leiras. Dorsal tendo o ts 
ultimo raio Olhos 5 vezes na 
livre posteri- cabeça, corpo 
ormente. e nadadeiras 
fasciados de 
| ESCULO ena H. vittatus. 
Uma crista oc- 
cipital; olhos 
2 no espaço 
interorbital. 
Focinho näo en- 
tumecido, de 
contorno an- 
gular, ligeira- L. lat. 26. es- 
mente parabo- cudos não Olhos 4 e 1/2 ve- 
lico. carenados. zes na cabeça; 


nadadeiras pin- 
tadas de preto. H. oligospilus. 


Occipital sem crista externa, 
olhos 3 e 12 no espaço inter- 
orbital e 6 vezes na cabeça. . . H. bachi. 


Dorsal tendo o ultimo raio ligado aos 3 escudos medianos que se : 
SEPUCIN stove. cre) leeren ea es oto) one) or alles eine) opi nie cn En H. niveatus. 


74 — Hemiancistrus scaphirhynchos, ' (Kner). 


D. 1 +7; À. 1 +5; L. lat. 25 a 26. 


«O comprimento da cabeça é egual 4 1/3 do comprimento do corpo ou 
á 1/4 do total, a maior altura (vertical do post-occipital ás peitoraes) apenas 
um pouco maior do que a propria largura. Os olhos de tamanho moderado 
ficam 4 4 diametros da ponta do focinho, 4 1 e 2/3 da orla escapular e a 
mais ou menos 3 diametros entre si; distancia das narinas e dos olhos e 
entre si é egual á 1 diametro orbitario. Todos os escudos da cabeça são 
desprovidos de carenas, apenas a orla ocular superior é levantada e produz, 
posterior e inferiormente, um angulo agudo; os grandes escudos alongados ; 
intermediarios entre osolhos e as fossas nasaes, são fortemente entumecidos. 
Os pequenos escudos marginaes, communicando com o lado inferior da ca- 
beça, são espessamente recobertos de cerdas pardacentas, muito curtas (se- 
melhantes á uma barba que renasce). 


1) (Gr.) Scaphe = Canoa, celha; rhynchos —rostro. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 55 


O focinho € mais largo e mais perfeitamente elliptico do que em qual- 
quer outra especie. O não muito movel preoperculo tem um facho de 15 à 
18 aciculos delgados, mais longos (não comprehendidos nos renascentes da 
orla) que, sómente na ponta pardacenta, se curvam, bruscamente, n’um an- 
gulo de cerca de 45º. Carena longitudinal dos escudos somaticos do mesmo 
numero e da mesma forma que em A. pictus; ao longo da linha lateral ha 
25 ou 26 escudos. O curso do canal sobre a cabeça é apenas visivel nos es- 
cudos sub-orbitaes que, pela posição lateral abrupta dos olhos, se mostram 
especialmente estreitos. 

Todos os escudos do tronco são 
providos de asperezas em quasi todo 
o comprimento e que não se prolon- 
gam em denticulaçães no bordo dos 
mesmos. Toda a face inferior até a 
anal núa, com excepção da orla em 
que confinam os escudos da cabeça e 
da pelle mediana do focinho, até o 
labio anterior que é egualmente aspe- 
ro, por causa da presença de peque- 
nos aciculos. 

Entre a anal e a caudal ha uma ue 
fila de 13 escudos. FIG. 48 —Hemiancistrus scaphirhynchus, seg. kner. 

O iabio anterior, curto, é provi- 
do de grandes papillas na pagina in- 
terna; egualmente o é, no meio dessa superficie, o superior; ao contrario, 
no angulo da bocca e na orla externa, essas papillas se tornam pequenas e 
espessamente accumuladas. Os barbilhões maxillares são muito curtos, os 
intermaxillares um pouco mais longos do que os ramos mandibulares, em 
ambos os dentes são finos e fracamente encurvados para dentro, sendo a 
sua ponta apenas ligeiramente entalhada e mais ou menos æquilobada; seu nu- 
mero é em cada lado dos intermaxillares, superior e dos mandibulares inferior 
á 30. Dorsal mais longa do que alta, sua distancia da ponta do focinho é 
egual á 13 do comprimento total; o mais baixo raio, como o primeiro, 
attinge, quando reclinado, a placa carenada basilar da adiposa, á cujo acu- 
leo, fracamente curvo, apenas se liga uma curta membrana. O primeiro raio 
das peitoraes é quasi do comprimento da cabeça e chega á base das ventraes; 
elle supporta numerosos aciculos curvos, uniformes, pardacentos, que aug- 
mentam de comprimento para a ponta do aculeo e, em dous exemplares se 
transformaram em longas e delgadas cerdas. O primeiro raio das ventraes 
é, depois do precedente o mais forte de todas as nadadeiras, porém mais 
curto do que o segundo raio ventral que, reclinado para traz, attinge a anal. 
Esta tem a orla verticalmente posterior á dorsal e é moderadamente desen- 
volvida; a caudal é obliquamente truncada para traz e para baixo, apenas. 


56 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


ligeiramente entalhada em crescente e com o lobo inferior contendo 1 e 1/3 
o superior. Pardo uniforme, até no desnudado ventre, só o lado inferior da 
bocca mais claro. A's vezes maculado de claro sobre a cabeça. Nadadeiras 
com traços indistinctos de estriação claras, mais apparentes sobre os raios 


e ás vezes ausentes.» (Kner 24 cts. R ‘ 
Habitat: Barra do Rio Negro, Javary, Coary, Telié, Lago Hyanuary. 


n 75 — Hemiancistrus pictus,! (Kner) 
D1 4-7; A. 1 +5; Lolat. 23 4.24. 


| «Conformaçäo moderadamente larga e deprimida; comprimento da ca- 
bdça 1/3 do comprimento do corpo e quasi egual à maior largura; ao con- 
trärio a maior altura, na parte post-occipital, 2 e 1/2 vezes mais estreita. Os 
grandes olhos circulares, cujo diametro é quasi 1/5 do comprimento da ca- 
bdça, ficam muito obliquamente e ä 2 e 1/2 ou 3 diametros do meio do foci- 
o, 1 e 1/2 da orla dos temporaes. As fossas nasaes são mediocremente 
quenas, seu maior diametro é apenas egual á 1/2 diametro ocular e sua 


ado superior da cabeça é, com excepção da ponta do focinho, recoberto 
escudos. Contornando o espaço nú, ahi mesmo chegam, porém, os as- 
peros escudos marginaes, tambem se projectando até o lado inferior e não 
conservam menos provida a superfície extrema do labio anterior. Todos os 
escudos da cabeça são desprovidos de carenas, apenas na orla anterior dos 
( fos, paste, de cada lado, uma carena mais obtusa, de sob as narinas para 
jante, pelo meio do focinho onde ellas se reunem, moderadamente entume- 
das, Todos os escudos cephalicos são percorridos por linhas longitudinaes 
eguaes, Os interoperculos supportam um facho de cerca de 20 aculeos 
ejgados dos quaes o ultimo e mais longo (egual 4 1/3 da cabeça) chega 4 
Basé «las peitoraes. Em tamanho, förma, etc., esses aculeos säo tatalmente 
fauars 905, das ouiras especies. Os escudos marginaes da cabeça parecem 
BR BPTopmusa do fino recobrimento externo de cerdas. Os lados do 
ronco Sao percorridos por tres carenas longitudinaes; muitos escudos sup- 
9) Ha ‚ualmente uma dupla carena. Os medianos anteriorcs ä primeira 
neto ps, ao contrario, a fila superior de escudos lateraes, a partir 
à exten. dessa nadadeira, é provida de uma carena semelhante que se in- 
je &, adiante da adiposa, porém reapparece mais para traz della e con- 
ú ‘ae Caudal, distinctamente perceptivel. Ao longo da linha lateral 
£ KA nue 4 escudos; d’essa, a parte cephalica é muito perceptivel 
AAA lhos. Todos os escudos do tronco são como os da cabeça, 
Ah! RS Nei due, comtudo, a sua orla livre seja denticulada. Lado inferior 
-na33D oinomsbs. 
nel E pintado. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 57 


nu até a fossa anal; d’ahi ä caudal ha uma fila mediana de 16 escudos. 
O grande labio posterior € inteiro e recoberto parcialmente de papilas 
piriformes, pediculadas, parcialmente de outras redondas; os barbilhöes 
säo curtos, delgados, porém distinctos. 

Os dentes em ambas as maxillas villiformes e, como na regra, com 
a ponta parda, æquilobadamente bifidos, da mesma forma que em Hyp. 
barbatus; ha delles, em cada intermaxillar mais e em cada mandibular 
(relativamente mais curtos e menos desenvolvidos) menos de 30. 

Ao contrario são os dentes medianos destes, mais longos do que 
os dos intermaxillares. 

A primeira dorsal é um pouco mais comprida do que alta e o seu 
primeiro raio tão curto quanto o das ventraes. Aculeo da adiposa falci- 
forme, mediocre, fortemente comprimido. O espesso primeiro raio peito- 
ral chega ä 1/2 comprimento das ventraes e é provido superiormente 
de longos aculeos delgados, inteiramente semelhantes aos dos inter-oper- 
culos, tendo, egualmente a ponta parda e recurvada para diante. 

O primeiro raio ventral é mais curto do que o seguinte, densa- 
mente provido, no meio, de espinhos dilatados e externa e inferioimente 
de outros curtos, rectos e de ponta parda; os raios articulados destas 
nadadeiras, chegam, posteriormente, ä metade da anal. Esta nasce justa- 
mente sob o extremo da dorsal e é fortemente desenvolvida, quasi do 
mesmo comprimento que as peitoraes. A caudal, obliquamente truncada, 
não é entalhada mas tem o lobo inferior alongado. A côr fundamental 
do tronco parece parda clara; lado superior com manchas amarelladas 
claras que, na região post-occipital e tambem na interocular, se reunem 
em uma larga iacha curva, ondeante. 

Egualmente corre uma facha longitudinal, identica, dos olhos ao 
focinho. O dorso é ornado, em ambos os lados da dorsal, de tres ä 
quatro grandes ocellos deseguaes, claros que, em dous exemplares, se 
reunem por decraz dessa nadadeira em uma facha transversal. Uma se- 
gunda fila de maculas maiores, de egual coloração, corre ao longo da 
facha lateral inferior. Todas as manchas claras do tronco, variam em 
tamanho e numero e se reunem commummente umas ás outras, especi- 
almente na cauda, constituindo fachas intercalladas brancas e escuras. 
A primeira dorsal é percorrida por tres fachas longitudinaes, escuras, 
das quaes a superior e a mediana se reunem em uma, posteriormente. 
Peitoraes, ventraes e anal mostram fachas escuras semelhantes, porém, 
mais fracas; a caudal só no meio tem uma estreita facha. Orla e base 
da mesma coloridas de escuro. Lado inferior alvadio, immaculado. 13 
cent.» (Kner). 

Habitat: Rio Negro. 

Regan reuniu Ancistrus pictus de Kner 4 A. brachyurus do mesmo, 
adoptando a designaçäo do segundo, apezar de vir este descripto em 
pagina subsequente äquelle, naturalmente porque A. pictus Kner, tinha 

6378 8 


58 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


um ponto de confusäo com A. pictus de Castelnau. Ora em tal caso 
seria A. pictus de Castelnau quem deveria desapparecer por ser de 1855, 
ao passo que o de Kner é de 1854, desde que se considerasse os dous 
como pertencendo ao mesmo genero. | | 

Näo seria repıovavel chamar aquella especie, descripta por Castel- 
nau sobre individuos do Ucayali, de Hemiancistrus castelnaui, visto que 
foi reconhecida välida. 


76 — Hemiancistrus vittatus ', (Steind.) 


Do) # 7; A! TA 4 lato 


Perfil inferior recto, anterior quasi perfeitamente recto da ponta do 
focinho 4 ponta do occipital; d'ahi á dorsal o superior é um pouco 
concavo e novamente recto, do aculeo dorsal à base dos raios rudimen- 
tares superiores da cauda. Cabeça 2 e 3/4 e altura, cerca de 4 e 1/2. 
Bocca pequena com 16/21 dentes em cada lado; ramo mandibular cerca 
de 2 1/2 no espaço interorbital, este 2 e 3/5 no comprimento, que vae 
da ponta do focinho á do occipital. Barbilhão egual á um diametro 
orbitario. Diametro ocular cinco vezes n’esse comprimento. Orla superior 
da orbita um tanto elevada, uma crista muito obtusa parte da sua parte 
posterior e percore os temporaes; occipital obtusamente carenado. Ter- 
ceiro escudo post-occipital um tanto elevado sobre os anteriores. Aciculos 
inter-operculares quando muito eguaes 4 um diametro orbital. Dorsal 
com o aculeo aciculado no bordo anterior, e altura maior do que a base, 
obliqua e abruptamente truncada do primeiro ao ultimo raio; seis escu- 
dos entre este e o aculeo da adiposa. Peitoraes passando a base das 
ventraes, aciculados mais fortemente no bordo externo; ventraes, passan- 
do a base da anal, caudal obliquamente lunada, com o lobo inferior 
um pouco maior do que o superior. Cabeça nua inferiormente com 
algumas placas no bordo da abertura opercular; uma cinta granulosa, 
imperfeita, entre as faces das peitoraes; uma facha de placas maiores em 
cada um dos lados do abdomen entre as peitoraes (as maiores) e ven- 
traes (as menores); uma placa de granulações adiante do anus, o resto 
do abdomen francamente granuloso, 14 cents. 

Pardo transfaciado de claro (corpo e nadadeiras). 

O exemplar do Museu não tem procedencia. 

Habitat: Rios Xingú, Madeira e Amazonas. 


1) (Lat ) Vittatus = cheio de listras. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 59 


77 — Hemiancistrus oligospilüs ', (Günther) 


Di 1 +73; ANT + 4; L. lat, 26 


«Cabeça não deprimida, tão longa quanto larga, seu comprimento 
3 vezes e 1/4 no total (sem a caudal); uma curta ruga muito distincta 
corre do angulo superior da orbita até em baixo das narinas; occiput 
com uma ligeira proeminencia longitudinal. Margem orbitaria elevada; 
olhos de dimensões mode- 
radas, seu diametro horison- 
tal, sendo 1/2 do espaço 
interorbital. Margem do fo- 
cinho granulosa, sem acicu- 
los; interoperculo com um 
facho de 16 aciculos cerdi- 
formes, dos quaes os mais 
longos säo quasi 1/3 do 
comprimento da cabega e se 
projectam para traz, até a 
raiz das peitoraes. 

Thorax e ventre quasi totalmente nús, sendo recobertos de placas 
de pequenas granulações sómente lateral e anteriormente. Dorsal mais 
alta do que longa, sendo o comprimento dos seus raios anteriores maiores 
do que a cabeça; o comprimento da sua base é menor do que a sua 
distancia da caudal; ha sete escudos entre as duas dorsaes. Caudal fur- 
cada, lobo inferior mais forte, porém não mais longo do que o superior. 

Aculeo peitoral projectando-se quasi ao meio das ventraes, as ven- 
traes além da anal. 

Treze escudos entre a anal e a caudal. Escudos do corpo sem 
carena, ruga post-humeral indistincta. Pardo, por toda a parte recoberto 
de maculas pretas de tamanho moderado; as da cabeça menores do que 
as do corpo, as das nadadeiras mais largas; ha sómente uma serie 
dessas maculas em cada espaço interradial da nadadeira dorsal; as 
maculas da caudal são do tamanho dos olhos. 12 cent.» (Günther). 

Regan representa esta especie com as manchas circumdadas de uma 
aureola mais clara que a côr fundamental. 


Habitat: Rio Capim, Pará. 


FIG. 49 — Hcmiancistrus oligespilus, seg. Regan 
g » Seg £ 


1) (Gr.) Oligos = parco de; Spilos = maculas. 


60 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


78 — Hemiancistrus bachi ', (Boul. ) 
Ded +07 A APM; dal 26 


«Cerca de 16 dentes em cada lado de cada uma das maxillas. Altura 
do corpo 4 e 1/2 no comprimento total, comprimento da cabeça 3 vezes. 
Cabeça muito pouco mais longa do que larga, inteiramente aspera, 


FIG. 50 — Hemiancistrus bachi, seg. Boulenger. 


com espinhos pequenos; focinho redondo; diametro ocular 6 vezes no 
comprimento da ‘cabeça, 3 vezes no comprimento do focinho, 3 e 1/2 


FıG. 50 A FIG. 59 B 


no espaço, inter-orbital; não ha sulco post-orbital; os mais longos espi- 
nhos erecteis; preoperculares, do comprimento do diametro dos olhos; 
barbilhões pequenos, apenas 1/2 diametro da orbita. 


1) J. C. Bach, viajante argentino que mandou esta especie, com outras do rio Juruá, ao 
Museu Britanico. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 61 


Garganta e ventre recobertos de escudos asperos. D. 1 + 7; primei- 
ro raio um pouco mais curto do que a cabeça. Aculeo peitoral do compri- 
mento da cabeça, recoberto de aculeos pequenos, chegando ao meio das 
ventraes. Veutraes 1 + 5, 2/3 do comprimento da cabeça. Anal 1 + 4. 
Caudal obliquamente truncada, raio inferior 1 e 1/2 o comprimento do 
superior. Escudos do corpo asperos com pequenos espinhos, sem carenas, 
26 numa série longitudinal. Pallido olivaceo, com grandes manchas mais 
escuras, indistinctas, redondas; caudal com fachas escuras transversaes. 
110 mm.» (Boulenger). 


Habitat: Rio Juruä. 


79 — Hemiancistrus niveatus ', Casteln. 


Dias asa Ano ato 24 


« Altura do corpo 4 e 1/2 no total, comprimento da cabeça cerca 
dens: ; 

Cabeça tão larga quanto longa e de altura 1 e 1/2 no comprimento. 
Diametro ocular cerca de 7 vezes no comprimento da cabeça, espaço 
inter-orbital 2 e 1/5; comprimento do focinho cerca de 1 e 3/5. Compri- 
mento do ramo mandibular cerca de 1 e 3/4 no espaço inter-orbital. 

Focinho largo, obtuso ; cristas supra-orbitaes não elevadas; supra- 
occipita, plano; placas temporaes não carenadas ; inter-operculo armado 
de numerosos espinhos delgados, com as pontas curvas, o mais longo 
egual ä 1/2 do comprimento da cabeça. Escudos espinhosos, não care- 
nados, 24 em linha longitudinal, 5 entre a dorsal e a adiposa, 13 entre 
a anal e a caudal; a supra-occipital inteiramente bordada, na margem 
posterior, por um unico escudo; superfície superior da cabeça e do 
abdomen nua. D. 1 + 7; o primeiro raio 2/3 do comprimento da cabeça, 
o ultimo 2/3 á 3/4, ligado por uma membrana aos 3 escudos seguintes. 
Comprimento da base da dorsal um pouco maior do que a sua distancia 
da caudal. A. 1 + 4. Aculeo peitoral projectando-se ao meio das ventraes. 
Caudal obliqua e francamente emarginada ou truncada. Pedunculo caudal 
de altura cerca de 2 e 3/5 no comprimento. Grandes manchas redondas, 
brancas, na cabeça, no corpo e nas nadadeiras. 280 mm.» (Regan ). 


Habitat, Goyaz, Araguaya e Tocantins. 


1) Miveatus (Lat.) = Cheiorde neve. 


62 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


Parancistrus ', Bleeker. 


Nederl. Tijdschrift Dierkunde 1,79 — 1863 


Este genero fundado por Bleeker sobre Hypostomus aurantiacus de 
Castelnau, é especialmente caracterisado pela união da dorsal ä adiposa 
por meio da membrana inter-radial. A sua apparencia geral é a de Del- 
turus, excluido o caracter do pedunculo. O focinho é desprovido de aci- 
culos na orla e o inter-operculo, ao contrario, armado de aciculos mais 
ou menos longos, de ponta curva para diante. 

Cerca de 4 pares de placas entre o occipital e a dorsal, desses 
pares o primeiro se funde numa placa impar; placas lateraes do thorax 
e ventre grandes. Superfície abdominal nua, ás vezes apenas villosa. Dorsal 
1 + 7. Adiposa muito proxima da caudal, esta obliquamente truncada ou 
ligeiramente marginada. Ventraes sob o 2º ou 3º raios dorsaes. Anal 
pequena. Peitoraes com o aculeo mais ou menos aciculado. 

E a | Coloração UNION ES US cac DOS Le ane ON UT TT IT A ES) 
Especies brasileiras . 


| Coloragäo fundamental esparsamente recoberta de 
pontos pequenos, azues. . . 2 . . . . P. puntactissimus 


80 — Parancistrus aurantiacus °, Casteln. 


De tf; TAROT 4 4: Le dar 22,— 23 


«Altura do corpo mais ou menos 4 e 1/3 no comprimento total, 
comprimento da cabeça 2e 3/5 ä 2e 4/5. Cabeça mais larga do que 
longa e de altura 1 e 4/5 ä 2 vezes do proprio comprimento. Diametro 
ocular 6 4 8 vezes no comprimento, espaço interorbital 2 e 2/5 a 2e 2/3; 
comprimento do focinho 1 e 2/3. Comprimento do ramo mandibular, 
cerca de 3 e 1/4 no espaço inter-orbital. Focinho largo, redondo; margens 
supra-orbitarias não elevadas; supra-occipital chato; placas temporaes 
nao carenadas. Escudos espinhosos, não carenados, 22 à 23 n’uma serie 
longitudinal, 5 á 6 entre a dorsal e a adiposa, 9 entre a anal e a caudal. 
Supra-occipital, posteriormente, marginado por um escudo mediano e 
por um outro em cada lado. Face inferior, da cabeça ao abdomen, núa. 
Primeiro raio dorsal 3/5 da cabeça, o ultimo 3/4, reunido por uma 
membrana á nadadeira adiposa. Comprimento da base da dorsal maior 
do que a sua distancia da caudal. Aculeo peitoral rijo, espinhoso, projec- 
tando-se até a base (joven) ou anterior ás ventraes. Caudal obliqua- 
mente truncada. Pedunculo caudal de altura 1 e 1/2 vezes no proprio 


1) (Gr.) Para = ao lado (de); Ancistrus, genero já citado. 
2) (Lat.) Aurantiacus — Cör de laranja. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 63 


comprimento, 240 mm. O maior exemplar empalhado é vermelho auran- 
ciaco ; os dois menores, no alcool, são denegridos. Um etiquetado Hy- 
postomus vicinus (') tem o aculeo da adiposa pequeno, recumbente e fixo 
ao escudo que lhe fica em baixo.» (Regan). 

Habitat: Alto Amazonas. 


81 — Parancistrus punctatissimus ?, Steind. 


Dre ASIA Eat 22. 


«Cabeça e nuca transversalmente entumecidos; cabeça superior e 
lateralmente recoberta de pequenos escudos. Vertical anterior do focinho 
para traz e mais juntamente para baixo núa. Numerosos aciculos longos 
no interoperculo, os mais longos da fila posterior c. de 2 e 2/3 no com- 
primento da cabeça e egualmente curvos para a frente, na ponta. Com- 
primento da cabeça, até o extremo da grande placa temporal, cerca de 
3 vezes no comprimento do corpo, diametro orbitario c. de 6, espaço 
interorbital de 3, comprimento do focinho um pouco menos de 1 e 2/3, 
altura da cabeça de 1 e 5/6, largura da mesma 1 e 1/5 no comprimento 
da cabeça. Abertura oral de tamanho moderado, com dentes relativa- 
mente longos e fendidos na extremidade recurvada (amarella dourada). 
Barbilhäo maxillar mais curto do que o diametro ocular. Dorsal ligado 
ao aculeo da adiposa por uma larga membrana, de modo aformar com 
o ultimo, apparentemente, uma unica nadadeira. Lado inferior da 
cabeça e ventre, até o anus, nú. Escudos somaticos com denticulações 
mais fortes, comtudo não carenados. Região temporal, tronco e nada- 
deiras pontuados de pequenas manchas. Post-humeral obtuso.» (Steind.) 

Habitat: Amazonas, Porto da Móz. 


Panaque °, Eigenm. & Eigenm. 


Pr. Calif. Acad. Sci. 2º Serie II, 44 — 1890 


Este genero, cujas especies näo conhecemos senäo pelas descri- 
pções dos autores, é baseado especialmente na forma dos dentes que 
são s-formes, com a corôa dilatada, o que ihes empresta o aspecto de 
uma colher. O interoperculo é provido de um facho de aciculos moveis, 
mais ou menos desenvolvido e a parte superior da cabeça é mais ou 


1) Por Castelnau — No Museu de Paris. 
2) (Lat.) Puntactissimus — Cheio de pontos. 
3) Nome que os venezuelanos dão ä especie typica deste genero. 


64 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


menos fortemente carenada. Dorsal sobre as ventras 1 + 7, anal 1 + 4; 
V. 1 +5. Abdomen recoberto de placas granulosas. 


| Interoperculo desprovido de aciculos longos (Regan) 
| Pardo pobremente maculado de negro. . . . P. cochliodon. 


Especies brasileiras. . 


Interoperculo provido de aciculos longos (Regan) 
Denegrido com linhas longitudinaes brancas . P. nigrolineatus 


82 — Panaque cochliodon ! (Kner.) 


AMIE 4; at 27 


«Cabeça um pouco mais comprida do que larga, egualando quasi 
1/3 do comprimento do corpo; a maior altura comprehende cerca de 3/4 
do comprimento da cabeça. Os olhos ficam á 4 diametros da ponta do 
focinho, 4 1 e 1/2 da orla posterior dos temporaes, 4 3 e 1/3 um do outro 
e a 1 das narinas; desta dimensão é o interespaço entre as ultimas. 

O contorno da cabeça é eyual ao de Plecostomus plecostomus, assim 
como a disposição de seus escudos, não exceptuada a propria area nua 


FIG. 51 — Panaque cochliodon, seg. Kner. 


longo da qual corre a linha lateral, é desprovida de carenas na ametade 
anterior do tronco; no pedunculo as asperezas de todos os escudos se 
tornam em denticulos mais longos, de modo que a orla livre parece a 
de uma escama ctenoide. A orla arredondada do focinho e da cabeça 
é provida de escudos asperos; no lado inferior recoberta de escudos ar- 
ticulados que, tambem se estendem á superficie externa do labio anterior. 


da ponta do focinho. Egualmente 
possuem os grandes escudos tempo- 
raes uma fraca quilha longitudinal; 
o escudo post-occipital mediano, for- 
temente elevado e entumecido, ter- 
mina com o extremo posterior arre- 
dondado no entalhe do primeiro 
escudo mediano dorsal. As peças 
operculares são pouco moveis e pro- 
vidas; na orla livre, de aciculos 
pouco desenvolvidos e rectos. Tam- 
bem as quilhas ou carenas dos es- 
cudos;do corpo são dispostas tal 
qual como em P. plecostomus, ape- 
nas a fila de escudos menores, ao 


1) (Gr.) Cochlias = concha, colher : odon = dente. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 65 


Posteriormente, este € densamente provido de filas transversaes de 
papillas mais curtas e mais largas, até perto dos dentes. As das duas filas 
mais proximas dos dentes teem uma expansäo terminal transversa que 
lhes empresta a apparencia cochlear dos dentes; egualmente, na ametade 
interna dos intermaxillares, encontra-se uma fila de papillas semelhantes 
no paladar. De egual modo é tambem o labio posterior, provido de 
series de papillas. Immediatamente depois dos dentes, que se inclinam 
fortemente uns sobre os outros no ramo mandibular, ha uma fila sim- 
ples de verrugas mais curtas; dahi segue uma larga ruga de pelle mais 
núa e depois recomeçam então as filas transversaes de papillas regula- 
res, que recobrem todo o resto do labio até a orla; sobre esta, entre- 
tanto e sobre o angulo da bocca, se tornam ellas sempre menores; mas 
ainda se projectam sobre a orla, dando-lhe o aspecto de finamente crenulada. 

Os barbilhões maxilares nascem com a base mais larga; são 
porém curtos e delgados. Cada ramo maxillar tem 7 á 8 curtos dentes de 
coröa mais larga, cochlear e de orla fracamente colorida de amarello. O 
dente mais proximo da linha mediana, em cada ramo maxillar, é o me- 
nor e mais delgado, os do meio são os maiores, os extremos, ou pos- 
teriores se tornam cada vez menores (veja a figura). Garganta, peito e 
ventre, como em PI. plecostomus, recobertos de escamas até a fossa 
anal; apenas o contorno da base do peito e especialmente das nadadei- 
ras ventraes fica parcialmente nú, comquanto no mesmo plano; pela 
mesma razão os escudos jazentes logo depois da dorsal e da anal, 
ficam um pouco menos asperos e, frequentemente de todo lisos, isto é, 
no ponto de contacto em que as nadadeiras se reclinam, o que seria 
impedido pela aspereza dos escudos. 

A primeira dorsal fica contida em cerca de 1/3 do comprimento 
do corpo, 4 contar da ponta do focinho; ella é de egual altura e com- 
primento, moderadamente pontuda para trás, e chega, reclinada, quasi a 
segunda dorsal, cujo curto aculeo é distinctamente mais afastado da 
caudal do que em PI. plecostomus, ao passo que ainda se conta 5 
a 6 escudos medianos. As peitoraes chegam ao extremo do primeiro 
terço das ventraes. Comprido, o seu primeiro e mais espesso raio, chega 
a egualar ao comprimento dos raios terminaes da caudal, e é em ambos 
os bordos e em torno da obtusa ponta, ora provido de curtos espinhos 
espessos, ora de longos ganchos em fórma de chifre de camurça (de- 
monstram a maior semelhança com os aciculos dos interoperculos dos 
Ancistris). As ventraes chegam posteriormente ao extremo da base da anal, 
o seu primeiro raio é de egual comprimento ao do primeiro raio dorsal, 
mais espesso no meio, na ponta flexivel e em toda a extensão muito 
aspero. À anal é mediocremente desenvolvida, seu primeiro e mais longo 
raio dá metade do comprimento do primeiro raio ventral; a caudal quasi 
equilobada é ligeiramente entalhada, o lobo inferior um pouco mais 
jongo, não se projectando o raio marginal além dos raios articulados 

6378 9 


66 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


immediatos. Segundo Natterer, a cor deste peixe é parda amarellada 
cinerea, mediocremente clara, a cabeça, especialmente no alto, com raras 
maculas pequenas, redondas, denegridas, das quaes, em todo o tronco, 
apenas os flancos teem 3 ou 4. Nadadeiras na base da cor do corpo, 
na ponta, porém, pardas denegridas, tambem pobremente maculadas de 
negro nas membranas interradiaes e nos raios. A pupilla é, aqui ainda, 
fortemente semilunar e a iris pallida dourada com desenhos pardos cine- 
reos. Comp. 200 mm.» (Kner.) 
Habitat: Rios Cuyabá, Jangada e Paraguay. 


83 — Panaque nigrolineatus ', (Peters). 
D'ACTE A ET Lala 28 


« Curto e massudo, a altura 1/5 menor do que a largura que é 
cerca de 1/3 do comprimento. Pedunculo caudal comparativamente del- 
gado, sua altura egual à 1/3 da maior altura. Cabeça grande, sua lar- 
gura nos operculos quasi egual ao comprimento do focinho e orbita; 
perfil recto da ponta do focinho aos olhos, occiput fortemente arqueado ; 
uma depressão em cima dos olhos; uma larga e obtusa ruga dos olhos 
para diante; occipital truncado posteriormente, marginado por uma larga 
e unica placa nucal; escudo temporal formando a margem posterior e 
metade da superior da orbita. Focinho pontudo, inteiramente granular, 
com a ponta ás vezes nüa. Orbita 5 vezes no focinho, 7 e 1/2 vezes 
na cabeça, 4 no espaço interorbital. Face inferior da cabeça granulosa; 
labios com papillas espessas; dentes grandes, de ponta larga. Preoper- 
culo grande, seus aciculos delgados, os mais longos variando em com- 
primento de 1 ä 2 diametros orbitarios. Região entre os olhos e as 
aberturas das guelras inteiramente granular. Prega humeral obtusa; os 
escudos lateraes com espinhos marginaes que são maiores e mais nume- 
rosos sobre a cauda e sobre as series superiores e inferiores. Face 
ventral inteiramente granular. Distancia entre a dorsal e a ponta do fo- 
cinho, cerca de 2 vezes no comprimento. Base da dorsal egual 4 sua 
distancia da base dos raios caudaes medianos. Caudal truncada obliqua- 
mente, os raios centraes contidos 2 vezes na cabeça. Anal curta, collo- 
cada sob o interspaço entre a dorsal e a adiposa. Ventraes inseridas 
sob o primeiro raio dorsal, chegando á frente da base da anal. 
Peitoraes chegando adiante da base das ventraes. Pardo escuro, com 
linhas brancas ondulantes, longitudinaes; nadadeiras coloridas, estriadas 
como o corpo» (Eigenmann & Eigenmann). 

Habitat: Goyaz. 


Pseudacanthicus ?, Bleeker. 
Nederl. Tijdschr. Dierkunde 1, 79 — 1863 
Não conhecemos nenhuma especie deste genero que foi assim dia- 


1) (Lat.) Nigrolineatus — listado de negro. 
2) Pseudos ( Gr.) — falso; Acanthicus, genero adiante referido. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 67 


gnosticado por T. Regan, na sua bella monographia sobre Loricariidæ : 
Intermaxillares muito mais curtos do que os dentarios e muito firme- 
mente unidos, seus dentes formando uma serie indivisa. Escudos da 
região nucal pequenos e numerosos. D. 1 + 8, A. 1 + 5; vertebras 5 + 
8 + 16 (em P. serratus). Em todas as especies o occipital não tem 
uma ruga distincta, as margens supraorbitaes são ligeiramente elevadas 
e o interoperculo é provido de aculeos fortes. A cabeça, o corpo e as na- 
dadeiras são asperos, recobertos de aculeos curtos; cada escudo do corpo 
tem uma serie mediana de 2 a 6 espinhos mais fortes, que augmentam 
de comprimento para o ultimo. A face inferior da cabeça e o abdomen 
são nús. Ha sempre uma adiposa.» 
Cabeça e corpo densamente espinhosos; ultimo raio 


j dorsal tocando a adiposa; aculeo peitoral com os aci- 


Especies brasileiras E culosmsmoderadoSu re sra ida eases jo mes e P. spinosus 


Cabeça e corpo moderadamente hispidos; ultimo raio dor- 
sal tocando a metade da distancia que vae de sua base 
á ponta da adiposa; aciculos dos 2/3 externos do acu- 
leo peitoral, quasi egualando ao focinho em comprimento. P. hystrix 


84 — Pseudacanthicus spinosus, ! Casteln. 
De 3h arte Nl ae Do bo diets 20% 


«Altura do corpo 4 e 2/3 no comprimento total, comprimento da 
cabeça 3 vezes, largura da cabeca 1 e 1/3 no proprio comprimento, 
diametro ocular 8 4 10 vezes, largura interorbital 2 e 4/5 4 3 e 1/5 
vezes, comprimento do focinho 1 e 3/5 ä 1 e 2/3 vezes. Maxilla infe- 
rior com 6 ou 7 dentes em cada lado. 26 escudos n’uma serie longitu- 
dinal. D. 1 + 8; comprimento da base dorsal menor do que a sua 
distancia da caudal. A. 1 + 5, projectando-se, quando reclinada para 
traz, 3/4 ou 4/5 da distancia da sua base 4 caudal. Aculeo peitoral 
projectando-se 4 base das ventraes. Caudal truncada ou ligeiramente 
emarginada, os raios externos prolongados. Pedunculo caudal 1 e 4/5 
vezes tao longo quanto alto. Numerosas maculas negras sobre a cabeça, 
corpo e nadadeiras. 330 mm.» (Regan). 

Habitat: Amazonas; Marajó. 


85 — Pseudacanthicus hystrix ?, (Cuv. & Val.) 
Uacary-Guacu 
DIES: AU 5 beilate26% 


«Corpo prismatico; cabeça mais larga do que alta, comprehenden- 
do-se 4,5 no comprimento total. Olhos pequenos, 1/15 do comprimento 
da cabeça. A bocca acha-se bastante deteriorada, mas pelo que se pöde 
ver é analoga ä de todas as especies deste grupo, isto é, apresenta um 
véo labial bastante largo, com um barbilhão em cada lado, e dentes 


1) (Lat.) Spinosus = Cheio de espinhos. 
2) Hystrix = Porco espinho. 


68 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


miudos em uma só ordem, sendo os da maxilla inferior divididos em 
dous grupos. Interoperculo com um feixe de espinhos compridos; não 
se pôde conhecer se éra movel, mas é provavel que o fosse. Duas 
dorsaes: a 1º, mais alta que comprida, é composta de um raio duro, 
grosso e granuloso, e de oito raios molles tambem cobertos de granu- 
lações; a 2º consta somente de uma peça prismatica, granulosa e denti- 
culada: não se lhe percebe membrana posteriormente mas é provavel 
que em fresco tenha existido; tambem é provavel que aquella peça 
tenha sido movel como tem logar em todas as especies (deste genero. 


Fig. 52 —— Pseudacanthicus hystrix, seg. Redr. Ferreira 


Peitoraes compostas de um espinho e seis raios: este espinho é a 
peça mais notavel deste peixe: com effeito, em todas as especies deste 
grupo apresenta granulações mais ou menos asperas, ou pequenos espi- 
nhos recurvados; este porém apresenta espinhos muito compridos pois 
alguns alcançam 1/3 do comprimento da peitoral. Estes appendices não 
são rijos e inflexiveis como os espinhos propriamente ditos, apresentam 
mais o aspecto de cerdas duras quasi todas de egual espessura em todo 
o seu comprimento e bastante flexiveis. 

Ventraes collocadas por baixo mas começando um pouco adiante 
da 1? dorsal; compostas de um raio duro e cinco molles, todos cober- 
tos de granulações mais ou menos asperas. Anal pequena, collocada 
um pouco atraz da vertical baixada do extremo da 1? dorsal. A 
caudal consta de 16 raios, todos granulosos e asperos; tal como hoje se 


Zu 2x 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 69 


acha o peixe, parecem ter sido proximamente eguaes; porém em um 
desenho antigo que existe no Museu, acha-se representado este peixe 
com o raio inferior da caudal excedendo o superior, proximamente me- 
tade do seu comprimento. Cabeça, espaço comprehendido entre a região 
occipital até a 1º dorsal, região thoraxica e ventral, cobertas de placas 
rugosas miudas e distanciadas; as do focinho e faces são mais regula- 
res; tres grandes placas rugosas existem por detraz da região ocular, 
uma occipital e duas lateraes. Nos flancos contam-se tres carreiras de 
escudos asperos denticulados nos bordos posteriores e apresentando na 
linha mediana uma aresta denticulada bastante saliente. 

Estas carreiras de escudos começam um pouco atraz das peitoraes 
e terminam na caudal. Outra carreira começando á mesma altura acha-se 
acima destas tres e é interrompida entre a 1º e 2º dorsaes, começando 
de novo no extremo desta ultima, e terminando na caudal. Entre as 
dorsaes correspondendo exactamente á interrupção da carreira de escu- 
dos de que acabamos de fallar, existem nove placas transversaes, vindo 
os seus bordos lateraes 4 tocar de um e outro lado, na primeira das 
tres carreiras de escudos dos flancos. Uma quinta carreira de escudos 
com sua aresta, menos saliente que as outras, forma o angulo de jun- 
cção dos ilancos com o ventre. Tronco da cauda deprimido. Estes es- 
cudos não formam pela sua união um corpo unico ou couraça, como 
acontece em muitas especies desse grupo; acham-se pelo contrario se- 
parados por um intervallo de pelle, de modo á parecer que este peixe 
tinha uma liberdade de movimentos e uma flexibilidade impropria das 
outras especies deste grupo. 

Este peixe foi adquirido em 1786 pelo naturalista Alexandre Ro- 
drigues Ferreira, na grande expedição scientifica, feita por elle no Brasil. 

Comprimento total 76 centimetros; cabeça, da ponta do focinho ao 
extremo da placa occipital, 18 cent. Patria — Rio-Negro, confluente do 
Amazonas. Esta especie que se acha representada no mundo scientifico 
por um só exemplar existente no Museu de Lisbôa, parece ser muito 
rara, se attendermos ás duas circumstancias de ser devido ao favor do 
capitão-general daquella capitania, João Pereira Caldas e não ter podido 
obter-se depois mais nenhum exemplar entre milhares de objectos en- 
viados daquella localidade pelo naturalista Rodrigues Ferreira.» (Capello). 


Delturus ', Eigenm. & Eigenm. 
Pr. Calif. Acad. Sci. — 2º Ser., 2º, 45 -— 1890. 


Forma geral de Plecostomus. Machos com o focinho provido de aci- 
culos baixos em toda a orla lateral até os interoperculos. Bocca provida 
de dences robustos bifidos æquilobados; labio desenvolvido; barbilhöes 


1) Delta = letra do alphabeto grego, de forma triangular; oura cauda, 


70 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


presentes; temporaes separados dos escudos da linha lateral por um in- 
terspaco nú; quatro pares de placas post-occipitaes; placas da linha 
lateral grandes, não penetrando no perfil abdominal. Dorsal sobre as ven- 
traes, com 1 + 9 a 10 raios; o ultimo adnato; adiposa presente, aculeo 
peitoral mais ou menos aciculado no bordo externo, especialmente nos 
machos. Pedunculo de corte transversal triangular. Superfície ventral, do 
focinho á anal, inteiramente núa. Escudos não carenados porém hispidos, 
exceptuados os da cauda, na face ventral desta. Caudal obliquamente 
truncada, com lado inferior mais longo. 


| D. 1 + 9; lat. 23 ä 24 aculeos ventraes menores 
| quetos peitordes EN MER SE DEZE D. angulicauda 
Especies conhecidas 
D. 1 + 10; L. lat. 25 à 27; aculeos ventraes maiores 
e mais fortes que os peitoraes. . . . . . . . D. parahybe 


86 — Delturus angulicauda ', (Steind). 
Dt ACIER OL AR 238 anes: 


«Cabeça larga, apenas moderadamente deprimida. Orla lateral da 
cabeça, no macho, provida de cerdas mais longas e ainda em mais alto 
gräo o aculeo peitoral. Escamas dorsaes entre a dorsal e a adiposa, con- 
stituindo uma carena cortante; uma carena mais obtusa na orla inferior 
lateral da cauda, esta, dahi, triangular em corte transverso. Escamas ce- 
phalicas e somaticas, com excepçäo das marginaes da cauda, totalmente 
desprovidas de carenas, com numerosas estrias elevadas, que são con- 
stituidas de pequenos aciculos enfileirados. Superfície ventral até a fossa 
anal totalmente lisa. Labio posterior fortemente desenvolvido, fracamente 
arqueado no bordo posterior; barbilhão presente, peitoraes se projectando 
sobre a inseıcäo das ventraes. Dorsal moderadamente elevada. Cabeça, 
até a ponta dos operculos, justamente ou um pouco menos de quatro 
vezes no comprimento do corpo, olhos 4 e 1/2 á 4 e 2/5, interorbital mais 
de 2 e 3/4 ou quasi 3, comprimento do focinho 1 e 2/5 4 1/3 no compri- 
mento da cabeça. Olhos circulares, de dimensões mediocres; fronte, trans- 
versalmente, um pouco deprimida. Dorso pardo dourado, maculado de 
pardo escuro, manchas e fachas estreitas na cabeça e nuca.» (Steind.) 
«Comp. 27 mm.» (Regan). 

Habitat: Mucury. 


87 — Delturus parahybæ °, Eigenm. & Eigenm. 
D: 1710: MED 3. lat. copa 


Cabeça 3 e 1/2, de largura egual ao comprimento; perfil recto até 
o angulo supero orbitario anterior e, dahi até a dorsal, formando, assim, 
um largo angulo obtuso. Bocca larga, tendo cerca de 15 dentes em cada 


1) (Lat.) Angulicauda — de cauda angular. 
2) Parahybe — do Rio Parahyba. 


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=, 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 71 


lado dos mandibulares (os intermaxilares estäo arrancados) e todos 
robustos, de ponta bifida æquilobada; labios espessos, reticulados, 
sendo os tuberculos formados pela reticulação, baixos; contorno do 
labio posterior, que se estende até a cintura sternal, redondo, inteiro. 
Margem lateral do focinho aciculada até perto do interoperculo, narinas 
entre o 1º e 2º terços do comprimento do focinho que é percorrido por 
uma crista longitudinal mediana, de pouca elevação; do angulo antero- 
superior da orbita para diante sahe outra crista ainda mais baixa. 
Olhos de direcção lateral, seis vezes no comprimento que vae da ponta 
do focinho a4 orla posterior do occipital, 1 e 1/2 vezes no espaço inter- 
orbital, que é concavo. Logo depois do temporal ha um grande espaço 
nú. Quatro pares de escamas, as vezes soldadas, entre o occipital e a 
dorsal; esta originando-se no meio da distancia que vae da ponta do 
focinho á 3° escama mediana anterior à adiposa (contadas desta), 
escama que é attingida pela ponta do ultimo raio dorsal, quando recli- 
nado sobre o corpo; quatro escamas medianas antes do aculeo da 
adiposa, o qual tem a sua ponta verticalmente acima da base do pri- 
meiro raio accessorio, rudimentar, da base da caudal. Quatro grandes 
placas lateraes entre a axilla do aculeo peitoral e a base das ventraes; 
essas placas não interessam a face ventral. Aculeo das peitoraes termi- 
nando entre o 1º e o 2º quartos do aculeo das ventraes; este é pouco 
mais longo, porém mais forte do que aquelle e asperamente aciculado 
no bordo extremo e na face inferior. Face ventral núa, da bocca ao 
anus e nessa face as placas caudaes são lizas. Anal pequena, sua base 
occupa quatro anneis caudaes. Caudal truncada obliquamente, com o 
lobo inferior mais longo. Maior comprimento registrado, 28 centimetros. 
Uniforme pardacento com as «nadadeiras tendo grandes manchas redon- 
das». O exemplar que serviu ä presente descripção está descorado pelo 
alcool. Habitat: Rio Parahyba. 


Pterygoplichthys ', Gill. 


Ann. Lyc. Nat. History N. York, VI. 408 — 1858 


Förma robusta, tendo es escudos lateraes quasi sempre carenados. 
Cabeça grande; bocca mediocre provida de dentes sinuosos, delgados, 
de ponta bifida, inæquilobada; labios granulosos, barbilhäo presente, 
mais ou menos de dimensões eguaes ao diametro orbitario; focinho 
totalmente recoberto de placas como o resto da cabeça; olhos medio- 
cres, supero-lateraes, mais ou menos posteriores ao meio da cabeça, 
interoperculo provido de aciculos, quasi sempre pouco numerosos ou 


1) Plerygoplichthys (Gr.) — Pterygos = nadadeira; plio — abundancia; ichthys — peixe; re- 
ferencia ao grande numero de raios da dorsal. 


12 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


rudimentares. Occipital quando muito attingindo posteriormente 0 mesmo 
plano que os temporacs, em geral muito mais curto do que estes. 
Dorsal com 1 + 10 a 14 raios, originando-se um pouco adiante das 
ventraes. Pedunculo curto, a dorsal fica, por isso, mais proxima da 
adiposa de que em Plecostomus. Anal pequena com 1 +4 ou 5 raios; 
caudal lunada mais ou menos forte e obliquamente. Superficie abdo- 
minal, desde os labios até a anal granulosa. 


Corpo densamente aciculado, aciculos for- 
mando tatuagens sobre a regiäo frontal; 
os do interoperculo grandes, numerosos, 

F SIE MUILOUMOVEIS EMULE TANT . P. aculeatus 
| Escudo occipital | 
terminando n’um } 
escudo nucal me- 
diano, que se pó- 
dedividirnalinha 


mediana. dr 
q À Corpo hispido apenas; placas da região 
Especies consta- frontal como as do corpo; inter-operculo 
tadas nos nos- | com poucos e curtos aciculos. . . . . . P. etentacu- 
SOs TIOS. tatus. 
Escudos nucaes lateraes bicarenados. . . . P. multira- 
diatus. 
Occipital terminan- 
do em 3 escudos J 
nucaes que se po- 1 RA a 
dem dividir. Carena occipital fraca, acu- 
leos peitoraes attingindo a 
base das ventraes. . . . P. punctatus 


Escudos nu- 
caes late- 
raes mono- 
carenados Espaço entre 
quando o a dorsal e 
sejam. a adiposa 2 
e56a 2 € 
3/3 no com- 
primento 
da cabega: 
j eimeneo 
azulado, 
: maculado 
Carena occi- de negro.. P. gibbiceps. 
pital forte; 
aculeos pei 
toraes pas- 
- sando o me- 
io do aculeo | 
dasventraes. | Espago entre 
a dorsal e 
a adiposa2 
e1/6a2e 
1/3no com- 
primento 
da cabega ; 
preto, irre- 
gularmente 
estriado de 
branco. . . P. litturatus. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 1 


88 — Pterygoplichthys aculeatus ', ( Perugia) 
Est. 27 


Drie ORA te om IE ato ZA! 


Um exemplar empalhado, das collecções do Museu e medindo 51 
centimetros da ponta do focinho á dos raios caudaes externos, apresenta 
os seguintes caractéres: Cabeça 3 vezes no comprimento do corpo, ex- 
cluida a caudal, deprimida no espaço interocular que é plano e cahindo 
nos lados, dahi até a linha do perfil inferior. Bocca pequena, com o labio 
redondo e papilloso; barbilhões longos, de ponta bifida; ramo mandi- 
bular 3 e 1/2 vezes no espaço interorbital; dentes sinuosos, longos, 
delgados, de ponta bifida, sendo o lobo externo menor do que o interno. 
Olhos sobre a articulação humeral, lateraes, 1/9 do comprimento da ca- 
beça e 3 e 4/5 no espaço interorbital; este 2 e 1/5 no comprimento da 
cabeça. Facho de aciculos do interoperculo grande, maiores aciculos 1 e 
1/3 no espaço interorbital. Tres pares de placas entre o occipital ( que 
termina em linha anterior aos temporaes ) e a dorsal; uma pequena placa 
impar adiante do fulcrum que é curto e obtuso. Dorsal com a base do 
comprimento do aculeo que é mais espinhoso no bordo anterior; nos 
lados, junto á base, os aciculos que o recobrem formam linhas paralle- 
las; ultimo raio 1/3 do aculeo que é justamente do comprimento da 
cabeça; 6 pares de placas entre a dorsal e a adiposa. Peitoraes com o 
aculeo curvo, deprimido, revestido de aciculos que se tornam maiores 
para a extremidade livre que attinge o meio do aculeo das ventraes. 
Este passando justamente a base da anal cujo aculeo é muito fraco, 
porém hispido por egual como os das ventraes. Treze placas entre a 
anal e a base da caudal; esta truncada. Todo o peixe muito hispido ; 
os aciculos que o recobrem formam placas circulares, isoladas, sobre o 
focinho até as narinas; d'estas para traz, elles se distribuem em linhas 
longitudinaes, ondeantes que produzem uma tatuagem muito regular so- 
bre todo o alto da cabeça e, depois se projectam pelos escudos post- 
occipitaes; nos escudos do corpo elles formam cristas longitudinaes; e 
como a mediana de cada um delles fica mais elevada, performam 4 ca- 
renas longitudinaes lateraes entre a cabeça e a cauda. Superfície ventral 
imperfeitamente nua, com granulações aciculares que as vezes formam 
placas circulares. Todos os raios das nadadeiras com 1 ä 2 filas longi- 
tudinaes de aciculos. Pardo escuro uniforme. 

Não obstante esse colorido e as pequenas diferenças observadas na 


1) (Lat.)- Aculeatus = cheio de aculeus, 
6378 10 


74 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


proporçäo da cabeça para a o corpo e dos olhos para com a cabeca 
(cabeça 3, em vez de 2 e 1/2) e do colorido que näo & geralmente 
maculado como na especie typica, é evidente que se trata da mesma des- 
cripta por Perugia, sobre um exemplar procedente do Paraguay. O 
exemplar do Museu é muito antigo nas suas collecgöes e comquanto 
näo haja a menor indicaçäo da sua procedencia é bem provavel que 
tenha sido colligido no Brasil. 
Habitat: Rio Paraguay. 


89 — Pterygoplichthys etentaculatus ', (Spix). 


Est. 28 fig. 1 


D'AMENER A ANNEES REM at 2150028: 


Förma reforçada, especialmente nos individuos maiores. Cabeça 2 
e 4/5 à 2 e 5/6 ou 3 vezes no comprimento; bocca mediocre, com cerca 
de 19/22 dentes em cada lado; barbilhäo pouco menor do que a orbita; 
labio posterior circular, revestido de papillas granulosas ; olhos 6 e 1/2 
E (el 201,0) comprimento da cabeça, 2 e 4/5 4 3 e 1/5 no espaço 
interorbital; este 2 e 1/2 a 2e 1/3 no comprimento da cabeça. Occipi- 
tal mediocremente Intels sua ponta encaixando-se num escudo medi- 
ano; escudos lateraes do rostro, entre os olhos e a margem, os que ficam 
entre as narinas e os temporaes, lisos, os demais finamente granulosos 
ou reticulados (essa differença mais sensivel nos adultos), interoperculos 
com poucos aciculos, äs vezes muito curtos, äs vezes um pouco 
maiores (medindo meio diametro ocular). Altura 4 e 1/3 4 4 e 1/2. 
Corpo percorrido por 4 carenas longitudinaes e todas as placas forte- 
mente estriadas. Dorsal de base mais longa do que alta; peitoraes pas- 
sando a base ou chegando ao meio das ventraes; estas nascendo sob 
o 3° ou 4° raio dorsal e attingindo o meio da base da anal, 6 placas 
entre a dorsal e a adiposa; 13 entre esta e a caudal, superficie abdomi- 
nal mais ou menos densamente granulosa especialmente entre os bordos 
do focinho e a cintura sternal. Pardo reticulado de branco. Essa reticu- 
lação sobre a cabeça e corpo desenha octogonos pequenos; sobre as 
nadadeiras, esses octogonos augmentam, sendo quasi do tamanho da 
orbita (3/4) sobre a dorsal; na caudal eiles quasi desapparecem poi 
completo, para dar logar a 2 tarjas marginaes sub-parallelas ao bordo 
posterior que é crescentiforme, sendo os raios externos mais ou menos 
prolongados. 

Habitat: S. Francisco. 


1) Etentaculatus (Lat.) = desprovido de tentaculos. 


-(eıidniad) snyeapnoe SAUJUOI do3419} 
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y P orıqeS 
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WAXX 18? ‘asuarisesg EUNEA IIAX “JOA ‘jeuomen nasnw Op soAlyory 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 75 


90 — Pterygoplichthys multiradiatus ', (Hancock) 
Est. 28 fig. 2 


DIRE PA ISSA EA: E: lat: 28 4 30! 


Cabeça 3 e 1/4 (joven) 4 3 e 1/2 ou 3 e 2/3 (adulto) no comprimento 
total (sem a caudal) labio posterior redondo, de bordo curtamente fran- 
jado, barbilhões pouco maiores do que o diametro orbitario; este 6 e 
1/2 (joven) á 9 vezes no comprimento da cabeça, medida da ponta 
do focinho 4 do processo superior do escudo temporal, 3 vezes 4 3 e 
2/3 no espaço interorbital, 4 4 5 no focinho. Espaço interorbital 2 e 1/4 
a 2 e 1/5 no comprimento da cabeça que é mediocremente aspera, pou- 
co carenada no adulto e um pouco mais no joven. Occipital fracamente 
carenado, no adulto verifica-se que essa carena procede de duas que 
partem do bordo interno das fossas nasaes (uma de cada); o seu pro- 
cesso se encaixa numa placa mediana que tem duas lateraes ante- 
riores; não só as placas nucaes medianas mas as duas de cada lado 
destas, bicarenadas; temporal carenado, a sua carena é o inicio da 2% 
carena lateral do corpo sob a base do aculeo dorsal; interoperculo com 
os aciculos rudimentares. Corpo percorrido por 4 carenas longitudinaes. 
Dorsal longa; a sua base é egual ao comprimento que vai da ponta do 
focinho ao da primeira ou da segunda placa nucal; sua distancia da 
adiposa 2 vezes no comprimento da propria base. O primeiro raio do 
adulto 1 e 1/2 vezes no comprimento da cabeça, no joven 1e 1/8: 6 
escudos entre a dorsal e a adiposa; 11 á 13 entre a anal e a caudal; 
ventraes nascendo sob o 3º raio dorsal, attingindo a anal no joven; esta, 
quando reclinada, terminando no mesmo plano em que a dorsal, attin- 
gindo a vertical da base da adiposa, no joven. Caudal moderadamente 
entalhada com os raios externos pouco prolongados. Pardo, recoberto 
de manchas escuras, tanto na supertícic superior como na inferior que é 
totalmente granulosa. Na dorsal as maculas occupam uma fila inter-radial ; 
na caudal ás vezes formam fachas transversaes. O maior dos 3 exem- 
plares que serviram á esta descripção mede 46 centms. 

Habitat: Systs, Amazonico e Paraguay. 


91 — Pterygoplichthys punctatus ?, Gunther. 
D. 1 +12; À. 1 + 5; L. lat. 28 4 30. 


« Muito commum no Amazonas em Tabatinga e Cudajas. Nos maio- 
res exemplares de 24 á 27 centms. de comprimento, apenas ha 1 ou 2 
aciculos no interoperculo ; nos menores individuos encontra-se 4 4 5 a- 
ciculos, porém de comprimento desegual. Cabeça e tronco fortemeic 
entumecidos, a -primeira pontuda para a frente e medida até a ponta da 


1) Multiradiatus (Lat.) — Com muitos raios (na dorsal). 
2) Punctatus (Lat.) — Cheio de pontos, 


76 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


placa post-occipital, nos individuos pequenos, indistinctamente maior do 
que 1/3; nos grandes 3 e 2/5 ä 3e 1/3 no comprimento do corpo. O 
tamanho dos olhos varia com a edade relativamente ao comprimento da 
cabeça, e é contido, nos exemplares de 15 centms., 6e 2/3; nos de 
cerca de 30,9 vezes; a maior altura da cabeça no primeiro é contida 
1 e 1/2 vezes, no ultimo pouco menos de 1 e 2/5, a maior largura da 
mesma é indistinctamente maior do que | vez; o espaço inter-orbital 
nos exemplares pequenos 2 e 2/5, nos grandes 2 e 3/5, o comprimento 
do focinho, em secção, um pouco menos do que 2 vezes no compri- 
mento da cabeça. O plectro post-occipital se entalha um pouco adiante 
do meio do escudo post-occipital e se perde com estes dous processos 
sobre o extremo anterior da fronte. A aguda carena temporal se pro- 
jecta para diante por sobre a orla superior dos olhos até junto das na- 
rinas anteriores, tornando-se porém mais obtusa e mais larga sobre os 
olhos. O comprimento do barbilhão maxillar nos pequenos exemplares 
é egual 4 1 diametro ocular, nos maiores 2 diametros. Ao longo do 
meio da altura de cada fila de escudos, eleva-se uma aguda carena 
provida de grandes dentes, como o resto do escudo. A dorsal contém 
ao todo 13 raios e é mais alta do que longa; na verdade mais dis- 
tinctamente nos individuos velhos dos que nos novos. A distancia entre 
a dorsal e a adiposa é quasi contida 3 vezes, nos jovers; nos adultos 
2e 1/2, na base da dorsal; ou nos primeiros cerca de 2e 4/5, nos 
ultimos cerca de 2 e 1/4, no comprimento da cabeça (até a ponta do 
processo post-occipital ). Comprimento da base da dorsal um pouco mais 
curto do que a distancia do primeiro aculeo dorsal da ponta do focinho. 
Aculeo peitoral apenas um pouco mais longo, porém mais forte do que 
o aculeo da dorsal ou das ventraes, apenas mais curto ou mesmo do 
comprimento da cabeça e sua ponta não transpõe a base das ventraes 
muito distinctamente. Nos exemplares maiores a parte terminal do aculeo 
peitoral tem aciculos moveis de mediocre comprimento, 6 ä 7 escudos 
entre a dorsal e a adiposa, 12 4 13 entre a anal e a caudal e 28 à 29 
na linha lateral. As manchas da cabeça são distinctamente menores do 
que as dos lados do tronco que augmentam gradativamente para a cau- 
da. Apenas entre os 5 raios dorsaes anteriores ha duas filas de maculas, 
ulteriormente só ha uma fila de maculas que augmentam de tamanho, 
Todo o lado inferior da cabeça (com excepção de partes recobertas 
pelo labio inferior) c tronco, até a nadadeira anal, asperamente esca- 
moso e maculado de preto.» (Steindachner). 

Regan diz ter esta especie a placa occipital terminando posterior- 
mente sobre uma post-occipital mediana e duas lateraes. 


Habitat: S. Vicente, Tabatinga e Cudajás. 


(pour) snyeipeampnu « Ro 
(xidS) snjejnovyuojo sAyyysdoskıgd — I "Std 


‘youd “qui IA ap V 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRAZILIENSE — PEIXES 77 


92 — Pterygoplichthys gibbiceps ', (Kner) 


DES ans FA A lat. 29, 


«O escudo post-occipital se eleva bruscamente para trás e tem um 
processo tubercular que, comtudo, só nos individuos velhos se torna pi- 
riforme. O focinho nos jovens mostra geralmente um espaço nú nitida- 
mente delimitado; nos adultos elle é totalmente recoberto de escudos 
pequenos. Comprimento da cabeça só nos individuos grandes algumas 
vezes é contido mais de tres, na generalidade justamente tres vezes no 
comprimento do corpo. A maior altura do corpo, sob o extremo poste- 
rior da carena post-occipital, é contida 1 e 2/3 4 1e 1/3; a maior lar- 
gura da cabeça é contida 1 e 1/6 4 1 e 1/4; o comprimento do focinho 
um pouco mais de 1 e 3/4, quasi duas vezes, a largura da fronte 2 e 1/3 
a 1e 5/6; o diametro dos olhos nos jovens 5 e 1/2, nos adultos 7 à 
7 e 3/5 no comprimento da cabeça, medida até a orla da grande placa 
temporal. O comprimento da base da dorsal chega ä 2/5 ou 3/8 do 
comprimento do corpo ou cerca de 5/4 do comprimento da cabeça; e 
só nos individuos velhos, ás vezes, eguala ä distancia que vae da dorsal 
à ponta do focinho. A dorsal na regra é mais longa do que os mais 
altos raios medianos; comtudo em alguns poucos exemplares de tamanho 
mediano da nossa collecção, talvez machos, ella é da mesma altura que 
o proprio comprimento (como se vê na figura). 

O aculeo peitoral é do mesmo tamanho que a cabeça, comtudo a 
sua ponta só nos individuos velhos chega ao meio do aculeo das ven- 
traes ou um pouco além. A separação da adiposa do ultimo raio dorsal 
é, nos jovens, um pouco maior do que nos velhos, nos primeiros é 
comtudo de 3 e 1/3 á tres vezes, nos ultimos de 2 e 5/6 a 2 3/4 no 
comprimento da cabeça. O lobo caudal inferior é mais longo, attinge 
4/9 a 2/5 do comprimento da cabeça. Cada lila de escudos, do corpo 
tem uma carena longitudinal mediana, que é denticulada na orla externa 
e gradativamente diminue para a caudal. 

A fila post-humeral é agudamente entalhada, do mesmo modo a fila 
do temporal. Quatro 4 seis escudos entre a dorsal e a adiposa, 13 4 
14 ao longo da base da dorsal, 11 4 12 entre a anal e a caudal, e 29 
na linha lateral. O numero dos raios dorsaes oscilla entre 13 á 14 
(1 + 12 4 13). Cabeça e tronco superior e lateralmente com grandes e 
pequenas manchas pardas escuras, tão densamente dispostas que a côr 
cinerea azulada fundamental se apresenta linearmente ou com estrias 
curtas entre as mesmas. 


1) Gibbiceps (Lat). gibba = corcova; ceps = alto da cabeça, 


78 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


Ventre egualmente, na regra, maculado; comtudo näo säo as ma- 
culas täo nitidamente marcadas como no tronco; muito raramente ellas 
faltam por completo. As grandes manchas sobre a dorsal constituem, só 
na parte posterior da nadadeira (entre os quatro ou cinco ultimos raios), 
uma unica fila, ao contrario ficam ellas em duas ou tres filas transver- 
saes entre os raios anteriores. As maculas nas nadadeiras são em uma 
fila, sobre as caudaes se tornam indistinctas» (Steindachner.) 

Habitat: Coary, Teffe, Porto da Mós, Lago Aleixo, Cudajás, Lago 
Hyanuary, Tabatinga, L. Maximo, Jutahy, Villa-Bella, Silva, Obidos, Ju- 
tuarana, Saracá, Nauta, Cupay. 


93 — Pterygoplichthys litturatus ', (Kner). 


DS A PAR NE 


Forma robusta, curta, pedunculo baixo e fraco em relaçäo ao corpo. 
Cabeça larga, vomeriforme, um tanto curva nos bordos do rostro e contida 
tres vezes no comprimento do corpo; bocca moderada, ramo dos mandibula- 
res quatro vezes no espaço inter-orbital; labio posterior papilloso, as 


Fic. 53 — Pterygoplichthys litturatus, seg.EKner Fy, fis 


papillas de dimensões mediocres; barbilhão egualando 4 1/2 da orbita ; 
esta 7 e 1/2 vezes no comprimento da cabeça, 3 e 1/2 no espaço inter- 
orbital, quatro vezes no focinho; os seus bordos são salientes; o supe- 


1) Litturatus (Lat.) — riscado, 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 79 


rior € entumescido anterior e posteriormente, o que mais concorre para 
achatar a larga região inter-orbital que é egual 4 1/2 do comprimento 
da cabeça. Duas cristas baixas sahem do bordo interno da fossa em 
que jazem as narinas e convergem para uma crista mediana muito exa- 
gerada sobre o occipital, onde esta se expande em forma de elmo; occi- 
pital terminando em um escudo nucal mediano e dous lateraes; tres 
escudos nucaes entre o occipital e a dorsal, bicarenados; segundo es- 
cudo ou os dous primeiros nucaes lateraes carenados. Temporaes care- 
nados na sua expansão superior; esta carena é a primeira de uma fila 
que termina adiante e no meio de duas outras que partem de sob o 3.º 
raio dorsal e vão terminar nos lados da cauda; debaixo d’estas ha duas 
outras carenas. 

Todo o corpo, inclusive a superfície ventral, que é granulosa, do 
focinho à anal, densamente recoberto de aciculos curtos, mais desenvol- 
vidos nas pontas dos aculeos peitoraes; estes attingindo o meio. dos 
ventraes que passam de cerca de duas placas ä base da anal; esta 
terminando quatro escudos adiante da vertical da adiposa. Dorsal longa, 
attingindo a adiposa quando reclinada, originando-se por tres raios antes 
das ventraes; sua base egual ao comprimento da cabeça e contendo uma 
vez e 1/4 a propria altura; sete escudos entre a dorsal e a adiposa, 
13 entre a anal e a caudal que é obliquamente lunada e tem o lobo 
inferior maior. Denegrido com linhas errantes brancas, 


Habitat: Rios Preto, Puty, Guaporé, Xingú e Amazonas. 


Kronichthys ', Mir. Rib. 


Kosmos, Anno V, n. 2 — 1908 


Corpo alongado, indistinctamente octogonal, focinho e lado inferior 
do corpo, até a parte posterior da anal, nús; cintura sternal sub-cutanea. 
Olhos superolateracs; uma placa alongada isolada (preoperculo ?) entre 
. os suborbitarios e o operculo; interoperculo inerme, placas nucaes mo- 
deradas, variaveis na forma e no tamanho; duas placas sob o temporal 
e delle separadas por um espaço relativamente largo; dentes numerosos, 
em forma de gancho, com uma constricção e um pequeno entalhe na 
base da parte colorida; barbilhões curtos. Dorsal sobre as ventraes com 
o aculeo fraco e sete raios; peitoraes (1 + 6) e ventraes (1 + 5) pequenas 
com o aculeo forte e hispido nos lados exterior e inferior; adiposa pre- 
sente, posterior ä extremidade da anal, quando reclinada; anal origi- 


1) Krone, o Sr. Ricardo Krone, de Iguape e que collecionou, no Rio da Ribeira, o primeiro 
peixe deste genero. 


80 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


nando-se sob o extremo do ultimo raio dorsal, quando reclinado, com 
1 +5 raios, caudal truncada, com os raios externo não prolongados, 
Especie conhecida : 


94 — Kronichthys subteres ', Mir. Rib. 


Mãe — do — Anhä 
Est. 29 fig. 1 


Dl 4575 TAM ERROS FL Blatt 


Cabeça 3 e 3/5 a 4; altura 6 e 1/3; maior largura 5 e 1/3; olhos 
8 à 8e 1/3 no comprimento da cabeça, 2 e 2/3 4 3 no espaço interor- 
bital; dentes “— em cada lado da bocca; ramo do mandibular 2 e 1/3 
A 2e 2/3 no espaço interorbital; peitoraes attingindo mais ou menos a 
base das ventraes, com o aculeo aciculado e menor do que os raios 
ventraes, do mesmo modo, não attingindo a anal; 7 placas entre a 
adiposa e a caudal; 15 entre a anal e a caudal. Ventre totalmente nú, 
sem placas lateraes; placas da região anal, entre o anus e o altimo raio 
da nadadeira, sub-cutaneas; uma depressão mediana corre da origem da 
dorsal á caudal, esta nadadeira transversal e obliquamente truncada, com 
o lado inferior ligeiramente maior que o superior. Placas do corpo mais 
ou menos finamente aciculadas, performando, ás vezes, quatro arestas 
longitudinaes que produziriam um prisma octogonal. 

Olivaceo, com quatro fachas negras transversaes, duas sob a dorsal, 
uma anterior e outra posterior 4 adiposa; duas estrias longi.udinaes 
negras, nos flancos, entre estas duas nadadeiras. 

Nadadeiras mais ou menos distinctamente maculadas de preto; dorsal 
e caudal mais uniformemente denegridas, com uma tarja marginal branca. 

Quatro exemplares, o maior de 12 centimetros. N’um delles, que 
presumo ser femea, os aciculos do corpo são mais desenvolvidos e de 


côr ferruginea; os dentes em numero de © e os labios em vez de gra- 


nulosos, papillosos; olhos 2e 2/3 no espaço interorbital e largura cinco 
vezes no comprimento total (sem a caudal). 


Habitat: Rios Bethary, Pardo e Iporanga. Vive sob as pedras. 


1) Sub-teres (Lat.) — quasi cylindriço. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 81 


Acanthicus ', Spix. 


Gen. Sp. Pisc. Bras. 2, 1829. 


Cabeça tendo os temporaes muito desenvolvidos, se projectando 
além do occipital, posteriormente; o operculo e interoperculo providos 
de aculeos que, no ultimo formam um facho movel; bocca mediocre, 
com uma serie de dentes bifidos nas maxillas; barbilhöes grandes ( quasi 
chegando ao operculo). Placas do corpo isoladas entre si; as maiores 
posteriores á dorsal; superficie abdominal granulosa. Dorsal sobre as 
memes 1 + 7 4 8; A. 1 +5; Vs. | +9; Ps. I + 5; adiposa ausente. 
Caudal lunada, com os raios exteriores prolongados. Especie unica: 


95 — Acanthicus hystrix ?, Spix. 


DIESE NL 29: NE la tas 2084027 


D’esta especie de que o Museu de Munich possue o typo descripto 
por Spix, medindo cinco decimetros e o Museu Britannico o exemplar 
colligido em Xeberos, de 45 centimetros e o Museu de Zoologia Com- 
parada de Cambridge possue outro de 71 centimetros, é assim descripto 
pelos professores Eigenmann: «Esta especie parece ser muito rara, pois 
só tres exemplares são conhecidos, é o mais hispido dos Plecostomini 
que póde ser em parte notado pela sua raridade nos Museus. Altura 1 
e 2/3 na largura que eguala ao comprimento da cabeça, até o angulo 
superior da abertura das guelras. Pedunculo caudal delgado. Cabeça 
larga, deprimida, chata superiormente; a superlicie das placas recoberta 
de espinhos curtos, conicos, dispostos em linhas irradiantes sobre as 
placas occipital e temporaes; margem do focinho provida de numerosos 
espinhos curtos. Orbita pequena, 8 e 1/2 vezes no focinho, 16 na cabe- 
ça, 3 e 1/2 no espaço interorbital. Interoperculo provido de numerosos 
espinhos que são achatados e curvos na ponta como os dentes da bocca. 
Barbilhão longo, quasi chegando ás guelras. Face inferior da cabeça re- 
coberta de granulos isolados. Superficie ventral inteiramente granular. 
Placas lateraes isoladas, as menores na base da dorsal, cada placa, 
excepto sobre a superficie ventral da cauda, com uma serie mediana de 
espinhos fortes; as maiores sobre as superficies dorsal e ventral da 
cauda. 

Distancia entre a dorsal e a ponta do focinho 2 e 1/2 vezes no 
comprimento; comprimento do aculeo dorsal egual 4 cabeça (até o an- 


1) Acanthicus — (do Gr. Acantha, espinho) espinhoso. 
2) Hystrix (Lat.) = Hystrix cristatus, o Porco Espinho. 
6378 11 


8 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


gulo superior das guelras), sua superficie anterior coberta de espinhos 
rijos, curtos; raios dorsaes divididos na ponta, cada porçäo com uma 
serie de espiculos. Caudal lunada, os raios externos prolongados, mais 
compridos do que o aculeo dorsal. 

Aculeo peitoral muito longo e forte, quasi 2 e 1/2 vezes no com- 
primento, chegando além do meio das ventraes, toda a sua superficie 
externa tendo espinhos curtos e rijos; as ventraes chegando ä frente da 
origem da anal. Pardo maculado de mais escuro, todas as nadadeiras 
densamente maculadas de mais escuro, ou quasi transfaciadas. Cabeça 
DreAl)2> 

Habitat: Amazonas, Rio Branco e affluentes. 


Rhinelepis, ' Spix. 
Gen. & Sps. Pisc. Bras. 4 — 1829 


Cabeça moderadamente deprimida, larga; olhos superiores, peque- 
nos; bocca larga provida de uma fila de dentes numerosos de uma unica 
ponta; placas somaticas hispidas, näo carenadas; tres placas post-occi- 
pitaes medianas (até a dorsal), podendo se subdividir. Dorsal sobre as 
ventraes; adiposa ausente, caudal lunada, ventre quando muito com pla- 


cas granulares, geralmente nu. 
Pedunculo despro- 
vido de carenas, 
peitoraes chegan- 
| do a axilla das 
Operculo e in- ventraes EEE R. parahibe 
ter-operculo 
desprovidos Pedunculo provido 
de aciculos. de carenas peito- 
raes, passando as 
ventraes de meia 
extensão... as R. rudolphi. 


Abdomen nú, L. lat. 25 
(Po ás eee ee 


Especies brasileiras ; 


| 
| Abdomen granuloso L. lat. 24............. R. aspera. 


ee e interoperculo providos de aciculos bem desen- 
VOIVIGOS 2502 2 a REA PR Re er RR R. genibarbis 


96 — Rinelepis parahybe °, Steind. 
D: NH ALTES EEE slater 20659020 


Cabeça 3 4 3 e 1/4 no comprimento do corpo; sua altura 1/2 do 
proprio comprimento; maior largura 3 e 1/2 á 4 vezes no comprimento 
total (sem a caudal). Olhos pequenos, superiores, 7 á 8 vezes no com- 
primento da cabeça, 2 e 1/2 4 3 no espaço interorbital. Focinho largo, 


1) Rhine (Gr.) = lima; lepis = escama. 
2) Parahybe = do rio Parahyba. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 83 


elliptico, com a ponta nua; nü é todo o lado inferior da cabeça, onde 
apenas apparecem algumas placas em baixo do interoperculo, nos adultos. 
Labios grossos, circulares granulosos; dentes & em cada lado dos inter- 
maxillares e dentarios; os dos intermaxillares ficam em arco muito fraco. 
Placa occipital hexagonal, seguida de tres placas transversaes medianas, 
até a origem da dorsal: essas placas ás vezes se decompõem. Dorsal 
com o aculeo egual 4 1/2 da distancia que vae da ponta do focinho à 
sua base. Peitoraes e ventraes do mesmo tamanho, o aculeo das pri- 
meiras é, porém, um pouco mais forte e termina em ponta cutanea, 


FIG. 54 — Rhinelepis parahybæ, seg. Steindachner 


embora sendo, como os das ventraes, aciculado nos bordos externo e 
inferior. Caudal lunada, ás vezes o lobo inferior ligeiramente mais longo. 
Ventre nú, ás vezes (nos mais velhos) algumas placas esporadicas sobre 
a cintura sternal e lados do abdomen. Os jovens são plumbeos, mar- 
morados de pardo na região post-occipital, tendo uma nodoa circular 
dessa côr em cada lado da dorsal e duas outras, maiores, sobre a linha 
mediana, entre a nadadeira dorsal e a caudal; uma pequenina na base 
da caudal, na mesma linha; nadadeiras pares claras, com os raios dif- 
fusamente manchados de escuro; margem superior da dorsal clara, colo- 


84 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


ração que é produzida pela terminação plumbea dos raios, á curta dis- 
tancia da orla; caudal clara com duas fachas transversaes plumbeas, 
uma perto da base e outra da margem, o que tambem é produzido pela 
coloração dos raios. Abdomen alvadio. Os adultos são pardos uniformes. 


Habitat: rio Parahyba. 


97 — Rhinelepis rudolphi 


DEI PET CARS Eat le 


Segundo Rudolph Ihering, esta especie -reproduz os caracteres de 
R. parahibæ differindo por ter «um sulco posterior á dorsal pela linha 
mediana, marginado por uma crista lateral que se encontra com a do 
lado opposto, em frente á dorsal; a face inferior da região caudal é 
plana, marginada por cristas lateraes; os lados da cauda, atraz, são 
planos, tornando-se arredondados na frente; outra crista não ha sobre 
os lados do corpo, à não ser a que corre parallela com a crista dorsal; 
nadadeiras inferiores arredondadas, extendendo-se ás peitoraes, por metade 
de seu comprimento, além da base das ventraes e estas até a anal; 
caudal com os lobos arredondados. Pardo uniforme, 6 cm.» Visto como 
o autor citado chamou esta especie de Plecostomus microps e esta de- 
signação já foi empregada por Steindachner em 1876 (Süsswasserfische 
Südöstlichen Brasilien, III est. XIII — Sitzungsber, LXXIV), não conser- 
vamos tal designação, substituindo-a pelo nome do joven ichthyologista. 


98 — Rhinelepis aspera ', Spix. 
Roncador, Ácary. 


DIRES A DE ate EA 


«Labio superior se prolongando em barbilhão curto, espesso, car- 
tilaginoso, recoberto de aciculos pequenos; aculeo peitoral muito largo, 
passando a inserção das ventraes; ventraes oppostas ao bordo anterior 
da dorsal; raio lateral da caudal provido de um gancho, cabeça quasi 
1/4 do corpo (excluida a caudal); corpo totalmente hispido. Cabeça 
obtusa, cordiforme, tronco um pouco imais largo, não egualando perfei- 
tamente á 1/5 do comprimento do peixe (incluida a caudal), excedendo 
irancamente ä 1/4. Labio superior sem véo, terminando em barbilhäo 


1) Aspera = aspera. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 85 


curto espesso Toda a cabeça recoberta de placas densamente aciculadas 
que lhe offerecem um aspecto de lima. Olhos relegados por tal fórma sobre 
a cervix que quasi ficam oppostos à inserção das peitoraes, muito iso- 
lados entre si e lateralmente dirigidos. Fossas nasaes superiores, valvu- 
lares não tão distantes entre si como as orbitas, a 3/4 mais isolados da 
ponta do focinho do que destas. Corpo quasi terete, gradativamente 
_ diminuindo, lateralmente comprimido para cauda. Placas rhomboidaes ; 
as dos lados maiores, imbricadas, as do abdomen não imbricadas e as 
menores. Todas são, como a cabeça, recobertas em toda a superfície 
de aciculos pequeninissimos e compactos que se salientam algo na margem 
posterior. Todos os raios das nadadeiras asperos do mesmo modo. 
Dorsal inserida numa depressão opposta ás nadadeiras ventraes, e que 
se estende para o lado da cauda. Aculeo peitoral passando além do 
início das ventraes. O aculeo de todas as nadadeiras muito forte, o das 
peitoraes especialmente deprimido, o mais largo. Raios externos da 
caudal providos de um gancho lateral. (O nosso exemplar tem a ponta 
dos raios quebrada.) Denegrido uniformemente. Os portuguezes chamam-n’o 
«Roncador», os indigenas «Acary». O exemplar unico do Museu de 
“Munich, empalhado, mede 56 centimetros.» (Spix). 

Habitat: S. Francisco, Paraná. 


99 — Rhinelepis genibarbis ', (Cuv. e Val.) 


DIET PAS ul lat 22 42 


«O caracter mais notavel desta especie é um facho de pellos ou 
aciculos delgados, rijos, contiguos e que occupa, de cada lado, um 
espaço oval, na base do operculo. A cabeça tem mais ou menos a 
forma da metade de uma pyramide que tivesse seis faces; uma em cada 
bochecha e uma entre os olhos. Sua largura nos operculos (que é ao 
mesmo tempo a d'entre as peitoraes) é contida 3 e 1/2 vezes no pro- 
prio comprimento, medida esta que, subindo do focinho á nuca, eguala 
essa largura. Sua altura entre os olhos vale a metade; mas a nuca se 
eleva e tem della 3/4. Os lados são curvilineos e a circumscripçäo do 
focinho é um angulo obtuso, redondo no vertice. A bocca e os dentes 
são pouco mais ou menos como em R. strigosa. Os olhos occupam 1/6 
do comprimento da cabeça em diametro, ficam á 3 e meio da ponta do 
focinho e á quatro um do outro. O craneo, entre ambos, é chato; e a 
nuca é longitudinalmente convexa. O ventre é quasi da largura da ca- 
beça: mas a cauda o é 3 vezes menos; ella só se comprime sensi- 
velmente para a caudal. A dorsal occupa um pouco menos de 1/4 do 


1) Genibarbis (Lat.); gena— faces ; barba — barba; os aciculos dos inter-operculos. 


86 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


comprimento e & perto de metade menos alta do que longa. Seu pri- 
meiro raio é redondo e mediocre. O primeiro das ventraes se lhe asse- 
melha e é pouco mais ou menos do mesmo comprimento; mas o pri- 


meiro das peitoraes é muito mais forte, comprimido e um pouco arqueado. | 


Seu comprimento é 4 vezes e meia o do peixe. Todos são asperos. 
As asperezas do das peitoraes são dispostas em estrias. A caudal é 
cortada transversalmente, mas seus raios externos proeminam um pouco. 
Todo o corpo é aspero e as asparezas formam em certos logares estrias 
diversamente dirigidas. As peças osseas da segunda e da terceira ordem, 
têm uma aresta um pouco saliente e estas ultimas que correspondem á 
linha lateral, têm um entalhe inferior ao extremo de sua aresta. As da quarta 
ordem que têm a maior altura, são ligeiramente plicadas em angulo, pelo meio. 
A quinta dá nove ou dez peças bem pequenas entre a peitoral e a 
ventral; atraz da dorsal ha dez pares de grandes placas, em seguida 
vêm seis pequenas impares, de que a ultima, pontuda, está sobre a 
base do primeiro raio da caudal. A ponta do focinho e toda a parte 
inferior da garganta, do peito e do ventre guarnecidas de numerosas 
peças irregulares, as mais asperas ficam sob a garganta, as mais lisas, 
mais compactas, sob os humeraes. Nosso exemplar secco, inteiramente 
pardo é de 5 pollegadas, foi cedido ao Museu de Pariz pelo de Lisboa; 
vem provavelmente do Brasil.» (Cuv. e Val.) 

Regan, referindo-se á esta especie diz: 

«O typo de Cuvier e Valenciennes éra um exemplar empalhado de 
375 mm. Os exemplares descriptos por Steindachner mediam até 280 mm., 
em comprimento total. Estou convencido de que R. agassizi seja iden- 
tica ä R. genibarbis, porque as descripções se parecem muito estreita- 
mente e as diferenças são de pouca importancia; a mais frisante sendo 
a nadadeira dorsal mais elevada em À. agassizi, devido, em parte, ao 
menor tamanho dos exemplares e provavelmente, á estar a nadadeira 
quebrada no typo de Valenciennes, e condição que este autor éra muito 
facil em omittir ou desprezar.» 

Por nossa vez consideramos R. pellegrini apenas uma variedade de 
R. genibarbis. 


Habitat: Manacapuri, Amazonas. 


Parotocinclus ', Eigenm. & Eigenm. 
Proc. Calif. Acad. Sci. — 2º, 2º ser. 41. — 1890 


- Forma geral de Rhinelepis. Cabeça nua inferiormente, porém, pro- 
vida de aciculos sobre o bordo inferior e no extremo superior do rostro. 
Olhos superiores, 3 placas nucaes entre o occipital (hexagonal) e o 


1) Para (Gr.) — ao lado (de); Ofocinclus, genero adiante citado. 


4 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 87 


aculeo da nadadeira dorsal. Esta posterior äs ventraes. Adiposa pre- 
sente, normal, com o aculeo granuloso. Peitoraes grandes, com oculeo 
provido de espinhos no bordo externo. Abdomen sem placas transver- 
saes, adeante da cintura sternal e recoberto de placas grandes depois 
da dita cintura. Anus sem placa circumdante. Caudal lunada. 


100 — Parotocinclus maculicauda ', (Steind.) 
Est. 29 fig. 2 


Dal VA EE ss lat 24 


Forma alongada, mediocremente entumecida na região thoraco-cer- 
vical. Cabeça 3 vezes no comprimento, de largura contida 1 e 1/3 no 
proprio comprimento, contorno parabolico; bocca relativamente ampla, 
com cerca de 20 dentes em cada lado de ambas as maxillas; barbi- 
lhões curtos, finos; labios semi-circulares, verrucosos. Olhos lateraes, 6 
vezes na cabeça, 2 e 3/4 no espaço interorbital. Occipital terminando 
num amplo escudo nucal e dois lateraes (um para cada lado). Dorsal 
sobre o meio da base das ventraes; distancia de seu fulcrum a ponta 
do focinho, egual ä que vae do mesmo, ä orla da primeira placa pos- 
terior ä ponta do aculeo da adiposa reclinado. O seu aculeo é maior 
que os demais raios que decrescem gradativamente, dando a förma 
triangular á nadadeira; elle é, porém, mais curto do. que o aculeo 
peitoral, flexivel e tem o bordo anterior densamente aciculado e o pos- 
terior reticulado, 9 placas entre a dorsal e a adiposa; 7 à 8 entre a 
base do aculeo desta e a caudal. Peitoraes com o aculeo forte, pas- 
sando o 2º terço das ventraes, aciculado no bordo externo, liso no 
interno. Ventraes attingindo o início da anal, com aculeo curvo e 
robusto, mais densamente aciculado no lado inferior. Anal occupando 7 
placas, com o aculeo nas condições do da dorsal, porém, muito mais 
curto e fraco; 14 placas entre a sua base e a caudal; esta lunada, 
com o lobo inferior um pouco maior. Superficie ventral recoberta por 3 
séries longitudinaes de placas e tanto estas como as demais do corpo 
densa e curtamente aciculadas. Fóge á esta regra um espaço parabolico 
correspondente á toda a base e projecção da anal e que é liso. Cintura 
sternal larga. Anus á meia distancia entre a base das centraes e 0 
início da anal. Olivaceo uniforme. Caudal com uma larga mancha negra 
sobre a base, estendendo-se obliquamente até o apice do lobo inferior. 

Habitat: Santa Cruz (R. Grande do Sul) e Ribeira (S. Paulo). 


1) Maculicauda (L.) = de macula na caudal, 


88 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


Microlepidogaster ' Eigenm. & Eigenm. 
Pr. Calif. Acad. Sci. 2? ser. 2º, 42 — 1890 


Corpo mediocre, mais reforgado do que em Rhinelepis, na parte 
anterior. Cabeça núa inferiormente, com a orla marginal de espinhos no 
bordo inferior e no extremo do rosto. Dentes numerosos em uma fila; 
olhos superiores. Peitoraes mediocres. Dorsal posterior ás ventraes. 


L. lat. 24 à 27 / Diametro ocular 6 na cabeça. M. nigricauda. 
| Abdomen recoberto de | ses 7° \ Diametro ocular 81/2nacebeça M. perforatus. 


placas granulosas pe- | 


quenas. LA 29H He ET HE IE FIN: M. tictensis. 
a P f Escamas fortemente carenadas ........ M. lophophanes. 
| Abdomen nu. - . . - - \ »  indistinctamente carenadas. . . . . . M. bourguyi. 


101 — Microlepidogaster nigricauda * Boul. 
Dil ESTRIAS IE ESS EAN ato 241226 


«Altura cerca de 5 e 1/3 no total, cabeça 3. Olhos seis vezes na 
cabeça, espaço interorbital 2 e 1/3, focinho 2 e 1/2 vezes, região occi- 
pital regularmente convexa, sem carenas. Escudos espinulosos, não 
carenados, 24 à 26 numa série longitudinal. Face inferior da cabeça 
com uma area núa na frente das claviculas; abdomen com muitas 
placas pequenas, ás vezes irregularmente arranjadas. D. 1 +7. Origem 
da dorsal posterior 4 das ventraes. Adiposa ausente. A. 1+5. Aculeo 
peitoral se projectando quasi até o meio das ventraes. Caudal ligeira- 
mente emarginada. Peduculo contendo 3 vezes o proprio comprimento. 
Olivaceo; caudal denegrida, com alguns pontos ou linhas que são mais 
distantes nos raios externos. Outras nadadeiras com faixas ou maculas 
escuras transversaes. 4 centms.» (Regan). 

Habitat: Rio Grande do Sul. 


102 — Microlepidogaster perforatus °, Eigenm. e Eigenm. 
D. is Ao lat. 27 


«Largo e deprimido anteriormente, a altura menor do que a lar- 
gura. Cabeça larga, deprimida, sua altura um pouco maior de 2 vezes 
no comprimento até o extremo da placa temporal; sua largura 1 e 1/2 
no comprimento. Focinho estreito, pontudo; região loreal concava; olhos 
pequenos, 4 vezes no focinho, 8 e 1/2 na cabeça; espaço inter-orbital 


1) Microlepidogaster (Gr.) = Micron = pequeno; lepis, pidos escama, gaster ventre, abdomen ; 
referencia ás escamas do recobrimento da superfície abdominal. 


2) Nigricauda (Lat.) = de cauda negra. 
3) Perforatus (Lat.) = perfurado (na região temporal) 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 89 


concavo, egnal ä porção post-orbital da cabeça. Placa temporal perfu- 
rada, um largo foramen posteriormente, logo atraz dos olhos. Um largo 
foramen acima e atraz do aculeo peitoral. Todas as placas hispidas, as 
da cauda mais intensamente, porém, sem carenas. Face inferior da ca- 
beça núa. Dentes bem desenvolvidos em ambas as maxillas. Coracoide 
e clavicula granulares. Ventre, até entre as ventraes, inteiramente reco- 
berto de pequenas placas granulares; região preanal longa, estreita e 
nua. Origem da dorsal æquidistante da ponta do focinho e da base da 
caudal; origem das ventraes zquidistante da ponta do focinho e da 
ponta da anal. 32 mm.». (Eigenm. e Eigenm.) 
Habitat: Rio Carandahy, Brasil. 


103 — Microlepidogaster tietensis !, Eigenm. e Ihering 


DD Sar nara nara tos ES das ÃO) 


« Cabeça 4, altura 7 e 3/4 no comprimento. Corpo alongado, pe- 
dunculo por traz da anal quadrangular, com os lados dorsal e ventral 
planos; na altura das ventraes o corpo apresenta, num corte transversal, 
7 arestas irregulares; cabeça com faces planas, crista orbital proemi- 
nente, espaço interorbital um pouco deprimido, partindo de entre as na- 
rinas uma crista que vae ao focinho; as margens deste são granuladas ; 
a face inferior da cabeça é núa com excepção de um triangulo de gra- 
nulações, cuja base está sobre o interoperculo. Beiços bem desenvol- 
vidos, cobertos de papillas, as maiores das quaes ficam proximas da 
bocca, ao redor da qual, porém, ha um pequeno espaço nú; bigodes 
distinctos, ainda que diminutos. Peito e barriga cobertos de pequenas 
placas granulares isoladas; região anal núa. 3 placas impares em frente 
da anal. Occipital com uma pequena crista; cerca de 3 placas entre o 
occipital e a dorsal, todas as placas são hispidas; a distancia entre a 
origem da dorsal e a ponta do focinho cabe 1 e 1/2 vezes na distancia 
entre aquelle ponto e a base da caudal; a origem da dorsal fica só 
pouco atraz das ventraes. A altura da dorsal eguala ao comprimento 
do focinho; caudal longa (quebrada no exemplar typico, porém, maior 
do que a distancia entre os olhos); peitoral do comprimento da distan- 
cia que vae do focinho ao olho, passando por 1/3 além da origem da 
ventral; esta cabe 1 e 1/3 vezes na peitoral e chega 4 1º placa impar 


em frente da anal; anal só um pouco mais comprida do que a ventral. 


Cör uniforme, amarello suja, coberto de minusculos pontinhos, 67 mm.» 
(Rud. Ihering. ) 
Habitat: Tieté, S. Paulo. 


1) Tietensis ( Latinisação ) de Tiete, Rio paulista, 
6378 12 


90 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


104 — Microlepidogaster (?) lophophanes ', Eigenm. & Eigenm. 
D'ÉTÉ PARIS arW22 


«Corpo curto e elevado, a maior altura egual a maior largura. 
Cabeça curta, apenas mais larga do que alta, sua altura é de 1 e */, no 
comprimento. Occipital com tres rugas espinhosas, a mediana a mais 
alta, curta, terminando de repente com o occipital. As outras duas cris- 
tas projectando-se de cima da margem posterior da orbita á margem 
do occipital; outras cristas estendendo-se da orbita, para traz, ä mar- 
gem da placa temporal. Fossas nasaes grandes, marginadas de cristas 
espiniferas ; duas séries divergeates de espinhos projectando-se de entre 
as narinas 4 margem do focinho. Região loreal concava. Face inferior 
da cabeça nua, a porção nua marginada por uma série de espinhos re- 
curvos, fortes. Olhos pequenos, ligeiramente á frente do meio da cabeça. 
Coracoide e escapula granulares; ventre com uma pequena placa gra- 
nular entre a margem posterior das ventraes e uma placa maior atraz 
das peitoraes; no mais, nú; placas dorsaes e lateraes com uma carena 
mediana conspicua. Dorsal inserida ligeiramente por traz da origem das 
ventraes, consideravelmente mais proximas da ponta do focinho do que 
da base da caudal; origem das ventraes &quidistantes entre a abertura 
das guelras e a origem da anal. Traços de uma facha lateral que se 
continúa sobre o meio dos raios caudaes medianos. » (Eigenm. & Ei- 
genm. ) 

Habitat: Sta. Cruz — Rio Grande do Sul. 


105 — Microlepidogaster bourguyi ?, Mir. Rib. 


Di SAE Ss EI MIA 2000027 


Cabeça 3 e '/,; altura 5 e !/,. Olhos seis vezes na cabeça, duas 
vezes e '/; no espaço interorbital; dentes ”/„ em cada lado de ambas as 
maxillas, bem desenvolvidos. Escudos indistinctamente carenados. Abdo- 
men com tres placas moderadas na região anal. Peitoraes attingindo o 
ultimo terço das ventraes, com o aculeo longitudinalmente estirado e 
granuloso e tendo espinhos no bordo externo. As ventraes terminam á 
tres escamas antes da anal e têm o aculeo curvo e revestido de espi- 
nhos fortes, introrsos, na face inferior; anal occupa oito placas. Adiposa 
ausente. Dorsal posterior 4 base das ventraes, o seu aculeo delgado, 
porém granuloso. 12 exemplares sem procedencia, encontrados na col- 
lecção do Museu. 

Habitat: Brasil. 


1) dr plane ( Gr.) Lophos — crista; Phanos — evidente. 
2) Bourguyi— do Dr. Hermillo Bourguy Macedo de Mendonça, on da Secgäo de 
Zoologia do Museu Nacional. 


Archivo do Museu Nacional, vol. XVI Fauna Brasiliense, est. XXIX 


A. de Mir. Rib. phot. J. Schmidt impr. 
Sabino & Karl gr. 
Fig. 1 — Kronichthys subteres, Mir. Rib. 
Fig. 2 — Parotocinclus maculicauda (Steind.) 
Fig. 3 — Otocinclus obtusus, Mir. Rib. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 91 


Otocinclus,' Cope. 


Pr. Acad. of Nat. Sci. — Philad. 283 — 1871 


Corpo curto, reforçado, muito comprimido sobre o pedunculo que, 
as vezes é baixo; cabeça tendo a superficie inferior núa, as placas 
marginaes providas de aciculos fortes iniravertidos; os temporaes gran- 
des, as placas sub-oculares presentes, grandes; bocca pequena, provida 
de uma série de dentes nos mandibulares e maxillares; narinas supe- 
riores; focinho recoberto de aciculos retrorsos; orbitas lateraes, não 
transpondo o bordo inferior lateral da cabeça; ventre mais ou menos 
recoberto de placas, nadadeiras peitoraes moderadas, providas de aculeo 
curvo, quasi sempre espinhoso no bordo externo; ventraes mediocres, 
as vezes com o aculeo tambem espinhoso; caudal furcada. 

(Occipital provido defOrbita Are AANANCADEC dE zer tico prata ne ue O. affinis. 
uma crista a de] 


ana recoberta de 
aculeos retrorsos 4 


bras 
brasi- a E 
a Orbitaubenarcabeca ee O fado 
Abdomenstotal= (slat. 2ileal 2270 sms O. vittatus. 
mente reco- 
berto de pla- [Orbita 6 à rare cla- 
CASES or: J na cabega,) ro... O. notatus. 
Occipital desprovido | 
de crista mediana | Denegrido 
acıeuladanı saan. |L. lat. 25, u SU 
percilios 
brancos. O. leucofrena 
tus. 
lorbita 4e 1/2451/2. . O. flexilis. 
Abdomen mais(Olhos 5e 1/3; altura 4e 1/3. . . O..obtusus. 
ou menos nú. 
loihos 8e 1/2; altura3e 3/5. . . O. gibbosus. 


106 — Otocinclus affinis,? Steind. 


Di 1 E75 AS +25, lato 23 24 


Um unico exemplar, encontrado em más condições de conservação 
e sem procedencia, apresenta os seguintes caracteres: corpo alto, curto; 
altura 4 no comprimento até a base da caudal; perfil inferior recto até 
o apice das ventraes; cabeça quasi tres vezes naquelle comprimento, 


1) Otocinclus; (Gr.) Otus = orelha; cinclus = entrada engradada; allusão aos crivos dos 
temporaes. 


2) Affinis (Lat.) Affim, parente, visinho (de Ofocinclus vestitus, Cope). 


92 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


perfil antero-superior recto da ponta do focinho até a ponta do occipi- 
tal; toda essa regiäo plana ou quasi plana, apenas enquilhada para a 
parte posterior da cabeça; contorno rostral anterior parabolico; orla 
rostral, face dorsal, no focinho, até as narinas e ponta do occipital 
recobertos de espinhos fortes. Orbita 4 e 1/4 na cabeça, lateral; fossas 
nasaes superiores e proximas á borda anterior da arcada orbitaria. 
Ha cerca de oito ä nove dentes em cada lado de ambas as maxillas. 
Abdomen recoberto de tres filas de placas. Aculeo peitoral attingindo 
o primeiro terço do das ventraes, estriado nos lados inferior e superior, 


Fic. 55 — Otocinclus affinis, seg. Steindachner 


granuloso no bordo externo e provido de algumas filas de espinhos 
nesse bordo, do meio para a ponta; esses espinhos são fortes, os 
superiores dirigidos para cima, para traz os exteriores, para baixo e 
para traz os inferiores. Ventraes quasi attingindo a anal, com o aculeo 
aciculado em derredor; anal tocando a 9 placa posterior ä sua origem; 
caudal quebrada. Todo o corpo é finamente aciculado, sendo os 
aciculos deciduos. Uma facha negra do focinho a cauda, mais intensa 
após os olhos. O maior comprimento registrado: quatro centm. 

Habitat: Riachos de Santa Cruz, perto do Rio de Janeiro. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 93 


107 — Otocinclus cephalacanthus ' 
Di CARAS PoE late 20, 


Corpo curto, pedunculo estreito, perfil supero-anterior convexo. 
Cabeça 2 e '/,; dentes cerca de */s; altura 5 (sem a caudal) olhos seis 
vezes na cabeça tres vezes no espaço inter-orbital; orbitas salientes; 
do seu angulo anterior sahe uma crista que circumda as narinas e se 
dirige ao meio do bordo superior; dentre essas cristas sahem duas para 
a ponta do focinho; do occipital partem duas carenas divergentes, tendo 
cada uma outra mais fraca pelo lado de dentro, as quaes, passando 
pelos lados da ponta da placa occipital, que é elevada, recoberta de 
espinhos, se dirigem pelos lados da dorsal, seguindo depois na carena 
supero-lateral das placas do corpo; temporaes triangulares, longitudinal- 
mente carenadas e recobertas as suas carenas, como as demais, de series 
de espinhos sesseis; escamas do corpo pluricarenadas, aciculadas, ventre 
recoberto de tres series de placas. Peitoraes de aculeo granuloso quasi 
attingindo o apice das ventraes; estas a anal; não ha adiposa. Caudal 
quebrada. Tres centms. 

Habitat? — Brazil. Um unico exemplar encontrado nas collecções 
do Museu, sem designação de especie alguma. 


108 — Otocinclus vittatus ?, Regan 


« Estreitamente alliado a O. affinis. Altura 5 no comprimento. Su- 
praoccipital sem prega mediana, não muito elevado posteriormente ; per- 
til dorsal elevando-se egualmente do focinho á origem da dorsal. 21 a 
22 escudos em uma serie longitudinal. Uma estria escura do focinho, 
atravez dos olhos, até o extremo dos raios caudaes medianos; caudal 
tambem com algumas manchas escuras que podem formar 2 ou 3 bar- 
ras verticacs. Em outros caracteres semelhante a especie precedente (O. 
affines) 35 mm.» (Regan). 

Habitat: Descalvados e Corumbá, Matto-Grosso. 


109 — Otocinclus notatus *, (Eigenm. & Eigenm.) 


i at; 25 


«Corpo um tanto deprimido anteriormente, mais larggo do que alto. 
Cabeça estreita e comparativamente elevada; occipital terminando n’um 
processo triangular que é bordado por uma unica placa nucal. Perfil antes 


1) Cephalacanthus (Gr.) cephale — cabeça; acantha — espinho. 
2) Vittatus ( Lat.) — listrado. ' 
3) Notatus (Lat. ) == notado, marcado, 


94 ARCHIVOS DO MUSEU. NACIONAL 


abrupto e ligeiramente convexo; todas as placas da cabeça fortemente 
hispidas; uma serie de grandes aculeos recurvos marginando a porgäo 
granular do focinho inferiormente. Orbita 3 e 1/2 no focinho, 7 na ca- 
beça, 3 vezes no espaço interorbital; contorno das placas marginaes do 
focinho indistincto. Superficie ventral inteiramente recoberta de cerca de 
3 series de placas irregulares. Placas lateraes fortemente hispidas, os 
espinhos lateraes ligeiramente augmentados. Distancia da dorsal á ponta 
do focinho, pouco maior do que 2 vezes no comprimento; margem da 
dorsal convexa. Caudal emarginada. Aculeo peitoral não chegando ao 
meio das ventraes, suas margens externas espinhosas. Nadadeiras ven- 
traes chegando um pouco á frente do anus. Pardo claro; caudal com 
uma larga mancha mediana denegrida que se projecta até a orla dos 
raios caudaes medianos; raios caudaes externos amarellos ». (Eigenm. 
& Eigenm.) 
Habitat: S. Cruz. Rio Grande do Sul — Juiz de Fóra. 


110 — Otocinclus leucofrenatus ', Mir. Rib. 


Parecido com O. nofatus. Corpo alongado, gradativamente compri- 
mido para a cauda e anteriormente deprimido. Cabeça 3 e '/,; altura 5 
e °/,,; maior largura 4 e '/,. Olhos 2 e '/, no espaço interorbital, 6 vezes 
na cabeça; cerca de 15 dentes em cada lado da bocca. Aculeo das 
peitoraes passando um pouco o meio do das ventraes e fortemente 
aciculado pelo lado de fora. Ventraes quasi attingindo a base do aculeo 
anal. Póro peitoral grande. Pardo denegrido mais intensamente sobre a 
cabeça e cauda; uma linha branca parte do rostro e, passando pelas 
narinas e arcada supraorbitaria, se bifurca no extremo do escudo tem- 
poral em duas, parallelas, a inferior das quaes segue a linha lateral. 
As vezes percebe-se outra superior, partindo da ponta do occipital e 
outra inferior partindo do operculo que é claro; os raios caudaes ex- 
ternos e a ponta dos seis immediatos superiores, brancos. Abdomen 
fina e irregularmente salpicado de negro. 6 centimetros. 

Habitat: Rio das Pedras, Iporanga — S. Paulo. 


111 — Otocinclus flexilis ?, Cope 


«Muito proximamente alliados ás duas especies precedentes. (O. 
vittatus e O. vestitus.) Diametro ocular 4 e '/, 4 5 '/, no comprimento 
da cabeça. 25 escudos em serie longitudinal. Pardo claro com uma serie 


1) Leucofrenatus ( Gr. lat.); leucos — branco; frenatus — que tem freios ( brancos » 
2) Flexilis ( Lat.) — flexivel. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 9 


de 446 manchas escuras pelo meio dos lados e uma serie semelhante 
acima dessas. Nadadeiras manchadas ou fasciadas de escuro. Compr. 
maximo obtido: 55 mm.» (Regan.) 

Habitat: Rio Grande do Sul — Rio Jacuhy. 


Fig, 56 — Otocinclus flexilis, Seg. Cope 


112 — Otocinclus obtusos ! 


De toe TEN Er SAD lat. 25 


Cabeça 2 e 7/6; altura 4 e 1/3; olhos 5 e 1/3; 2 e 2/3 no espaço in- 
terorbital; dentes cerca de '/,, em cada lado de ambas as maxillas ; occipi- 
tal e temporaes de ponta angular, formando um tridente de pontas eguaes; 
placas lateraes do corpo fracamente carenadas ao longo da linha lateral ; no 
tronco, após as peitoraes e sob a linha lateral duas outras carenas indistin- 
ctas. Ventre nú com 3 placas no angulo do coracoide e uma 4 2 anteriores 
ao anus. 

Peitoraes attingindo o meio das ventraes; estas não tocando a anal 
que, reclinada, occupa 6 anneis. Caudal quebrada, 33 mm. s. caudal. 

Habitat: Brasil. 

Encontrado nas collecções do Museu sem indicação de especie alguma. 


1) Obtusus (Lat.) — obtusus. 


96 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


113 — Otocinclus gibbosus ', Mir. Rib. 


Cabeça cerca de 2 e 1/2 vezes no comprimento; altura 3 e 3/5. Fo- 
cinho de contorno parabolico, muito regularmente dividido na orla pelas 
suturas das placas; zona central elevada; pre-orbitarios- salientes; for- 
mando com a zona rostral mediana uma depressão longitudinal em que 
ficam as narinas, em fossa ampla. Orbita 3 vezes no espaço interorbital; 
este 2 e 3/4 na cabeça; occipital com o centro saliente, formando uma 
gibba no alto da cabeça; temporaes grandes, finamente perfurados; 
quatro placas post-occipitaes delimitam a occipital; entre ellas e a dorsal 
ha duas placas transversaes divididas na linha mediana. Dentes ?/,, em 
cada lado da bocca; labios grandes recobrindo todo o espaço que vae 


da bocca à cintura sternal. Ventre com duas placas grandes na axilla 


das peitoraes, após a cintura sternal e algumas placas esparsas sobre 
a linha mediana, entre as bases das ventraes. Dorsal com o aculeo forte, 
tendo o bordo anterior aciculado e o posterior reticulado; peitoraes com 
o aculeo largo e curvo, densamente denticulado, do tamanho do primeiro 
raio e quasi attingindo o meio das ventraes. Estas com o aculeo muito 
robusto, porém menor do que os raios; emquanto aquelle chega á origem, 
estes attingem o meio do ultimo raio quando reclinado sobre o corpo. 
Caudal emarginada, com o raio inferior um pouco maior que o su- 
perior. Póro axillar grande, quasi do tamanho da orbita. Pardo até a 
dorsal, dahi para traz cada vez mais escuro até a cauda; uma nodoa 
triangular (de vertice anterior) atraz da dorsal duas outras sobre a linha 
mediana do pedunculo (a posterior sobre a base do raio caudal superior); 
duas outras inferiores, oppostas as superiores, amarellas de ochre. Dor- 
sal preta com a orla amarella; anal amarella com uma facha mediana 
transversal, negra; caudal amarella com a base e a orla e os raios ex- 
ternos de cor negra, peitoraes e ventraes tranfasciadas de escuro. 49 mm. 
Habitat: Bethary, S. Paulo. 


Hypoptopoma *, Gunther 


Proc. Zool. Soc. London, 234 — 1868 


Apparentemente distincto de Oxyropsis pela compressão do pedun- 
culo caudal. 
Cabeça grande, fortemente deprimida, de contorno anterior sub-oval, 
com o maior diametro na região ocular; orbitas lateraes, moderadas; 
1) Gibbosus (Lat.) =gibboso. 


2) Hypoptopoma (Gr.): Hypos= em baixo, inferiormente; piptein = cahido, deprimida, e 
poma face, bochechas, - 


Pr 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 97 


narinas superiores, linha orbital anterior. Duas placas post-oculares, mais 
ou menos divididas, de bordos parallelos, unindo-se quasi transversal- 
mente ao occipital, este hexagonal, terminando em duas placas post-occi- 
pitaes. Bocca pequena, com os dentes em uma fila, desenvolvidos; placas 
sub-orbitarias grandes, inferiores; 3 placas medianas ante a dorsal: 
esta elevada, com o aculeo mais fraco que o das peitoraes; adiposa, 
quando presente só annunciada pelo aculeo que é sempre rudimentar e 
anormal; peitoraes de aculeo deprimido, mais ou menos denticulado nos 
bordos, ventraes mediocres, inferiores ä dorsal, anal mediocre; thorax 
com a cintura sternal apparente, granulosa; abdomen recoberto por cer- 
ca de tres ordens de placas, das quaes as lateraes são transversalmente 
alongadas; região anal com placas grandes; caudal mais ou menos enta- 
lhada em crescente. 

Especies constatadas [Áculeo peitoral attingindo-a anal. ==. = renas H. steindachneri 


em nossas aguas.. 


\Acuteo peitoral näo Deu ocular 5 à 6 vezes 
* COE BNE gs Se 6 omen NA MCADECAME a NE H. inexpectatum 


Diametro ocular 6 el/2á 7 H. joberti 


114 — Hypoptoma steindachneri ', Boul. 


DÉSERT PAIE SENTE at 22 


«Comprimento da cabeça até o extremo posterior da placa post- 
occipital mediana apenas contido 2 e 3/4 no comprimento do corpo; a 
maior largura da cabeça um pouco mais de 1 e 1/3 no comprimento da 


- FIG. — 57/Hypoptoma”steindachneri"seg. Steindachner 


mesma. Olhos circulares, seu comprimento 1/3 da orla lateral do focinho. 
Dentes mandibulares pequenos, maxilla superior tendo em cada lado 17 
à 18 denticulos que, afinal, cahem facilmente. O barbilhão proximo ao 
angulo da bocca mede apenas 1/2 diametro ocular. 


1) Sfeindachneri — do prof. Dr, Franz Steindachner, 
6378 13 


98 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


A ponta dos raios peitoraes passa ainda um pouco o extremo 
posterior das ventraes e chega á origem da anal. 


O aculeo peitoral chega, em comprimento, á cerca de 1/3 do corpo 


e apenas quasi attinge a altura do acu- 
leo dorsal; elle é denticulado no bordo 
externo, deprimido e um pouco mais 
robusto que o aculeo dorsal que, no 
bordo anterior, é densamente aciculado. 
O aculeo ventral chega apenas á 1/2 
comprimento do peitoral, é mediocre- 
mente largo e, em redor, especialmente 
na superficie inferior, provido de aci- 
culos villiformes. O delgado aculeo anal 
eguala em comprimento ao aculeo das 
ventraes. A caudal, nos exemplares de- 
senvolvidos, sobretudo, é francamente 
semilunar, sendo ambos os lóbos de 


egual comprimento. Entre o extremo posterior dos grandes escudos tem- 
poraes e a base dos raios caudaes medianos, conto apenas 22 escudos 


que são percorridos pela linha lateral. 
o ultimo destes escudos é em toda ex- 
tensão supero e infero-posterior, semilu- 
nar e cercado por 4 escudos menores, 
sobre os quaes seguem depois, em fila 
transversal, os pequenos cscudos que 
ficam sobre os raios caudaes. Na cabeça, 
os escudos que protegem a orla, mais 
distinctamente providas de aciculos pon - 
teagudos; as demais placas cephalicas 
tornam-se distinctamente menos asperas 
e parecem na maior parte granulosas. 
O numero, o tamanho e a posição dos 


FiG. 57 b 


escudos abdominaes, seräo claramente apreciados na figura junta, sujei- 
tos porém, 4 apresentar variacöes individuaes» (Steindachner ). 
Habitat: Amazonas, perto da föz do Rio Negro. 


115 — Hypoptoma inexpectatum ', (Holmb.) 


D. 1 +7; A. 1+ 5; L. lat. 22 


«Altura do corpo 5 e 1/2 4 5 e 3/4 no comprimento total, com- 
primento da cabeça quasi tres vezes. Diametro ocular 5 4 6 vezes no 


1) Inexpectatem ( Lat.) —inesperado, 


PRE 


A, DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENE — PEIXES 99 


comprimento da cabeça, espaco interorbital 1 e 3/4. Regiäo occipital 
_ egualmente convexa, sem ruga mediana. 

Escudos espinhosos, näo carenados, 22 numa série longitudinal. Face 
inferior da cabeça com uma série transversa de 4 pequenas placas adi- 
ante das claviculas; abdomen coberto por duas series longitudinaes de 
placas, a 3° série representada por uma unica placa mediana. 

Origem da dorsal acima da das ventraes, o comprimento de sua 
base egual a sua distancia do supra-occipital. Adiposa ausente. 


FıG. 58 — Hypoptoma inexpectatum seg. Regan. 


Anal 1 + 5. Aculeo peitoral projectando-se à extremidade posterior 
das ventraes. Caudal emarginada. Pedunculo ligeiramente comprimido, 
de comprimento contendo 3 1/3 4 3 e 1/2 a propria altura. Dorsal e 
caudal com manchas ou fachas escuras. 65 mm.» (Regan). 

Habitat: Matto Grosso — Descalvados. 


116 — Hypoptoma joberti !, (Vaill.) 


«Comprimento da cabeça é mais ou menos 1/3 do comprimento 
do corpo, no adulto, a maior largura da cabeça, nos jovens, justamente 
1 1/2, nos adultos um pouco mais de 1 e 1/2; largura da fronte cerca 
de 1 e 2/3; diametro ocular 6 e 1/2 ä 7 vezes; comprimento do foci- 
nho 2 vezes no da cabeça até a ponta do post-occipital. Em todos os 
exemplares ha um pequeno barbilhão no canto da bocca; o labio infe- 
rior desenvolvido, é fortemente papilloso, curvo em arco na orla poste- 
rior e desprovido de franjas. 

Cada metade do inter-maxillar, tem nos mais velhos, mais de 20 
denticulos amarellos, dourados, bifurcados na ponta. Uma fila de 4 pla- 
cas osseas, transversalmente, no lado inferior da cabeça, entre os extremos 
inferiores das pequenas aberturas operculares ; algumas vezes separa-se 


1) Joberti — do Prof. Dr. C. Jobert., que colleccionou esta especie em Caldeirão, Alto Ama- 
zonas. 


100 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


do par mediano da mesma um quinto escudo que enche a regiäo entre 
o angulo interno da placa considerada por Günther e Cope como inter- 
operculo (?). O escudo post-occipital mediano varia em comprimento e 
constitue, posteriormente, sobre as placas cervicaes em meio de suas 
orlas posteriores, ora um angulo recto, ora um agudo. As narinas de 
cada lado da cabeça ficam tão aifastadas entre si, como dous angulos 
oculares anteriores. O lado inferior dos escudos marginaes anteriores 
do focinho são mais densa e grosseiramente den.ados do que os demais 
escudos cephalicos. O aculeo peitoral é de tamanho mais consideravel, 
sua ponta, chega justamente ou passa um pouco além do das ventraes, 
é sempre um tanto mais longo e robusto que o aculeo dorsal, contido cerca 


FIG. 59-— Hypoptoma jobertl, seg. Steindachneri 


de 3 e 2/5 à 3 e 3 3/5 no comprimento do corpo e denticulado no 
bordo externo. O aculeo ventral é, em relação ao seu comprimento, largo, 
deprimido, densamente denticulado em redor. Seu comprimento chega 
quasi ä 1/2 do dos aculeos peitoraes. O aculeo anal é egual á cerca de 
1/2 do comprimento da cabeça. Adiposa com o aculeo frequentemente 
ausente; quando presente fica sobre o oitavo escudo dorsal, por detraz 
da nadadeira cesse nome. A caudal, de orla posterior profundamente 
semilunar, é do mesmo comprimento que as peitoraes, seus dous lóbos 


tornam-se fortemente acuminados para traz. Cinco á sete pares de placas. 


À. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 101 


osseas recobrem a superticie ventral, dous à tres anteriores são sepa- 
rados entre si, por um ou dous escudos medianos; adiante d’esta placa 
ventral jazem dous pares peitoraes mais largos, porém muito mais curtos, 
entre as bases dos aculeos dorsaes. Um, muito variavel em tamanho e 
conformação, comquanto sempre muito longo, cobre a região entre as 
duas ventraes até a fossa anal; ás vezes se destaca, porém, a parte 
terminal, anterior, da mesma, immediatamente entre as ventraes, com 
uma placa especial. 23 4 24 escudos entre as placas temporaes e a 
base dos raios caudaes medianos, em uma linha, sobre o tronco. A 
dorsal e a caudal são coloridas de violeta suja sobre fundo amarello. 
As manchas da caudal constituem estrias transversaes, que correm 
parallelamente á orla posterior da nadadeira, e por isso são curvas em 
semi-circulo. As vezes ellas se fundem mais ou menos totalmente em 
fachas transversas. O lado superior da cabeça é (em exemplares em 
alcool) pardo-avermelhado claro, assim o são os escudos da linha su 
perior do tronco, ao passo que os lados do mesmo, muito mais claros, 
são de cor amarellada suja ou parda esbranquiçada.» (Steindachner). 
Habitat: Obidos, Lago Alexo, Manacápurú, Jutahy, Juruá. 


Oxyropsis ', Eigennm. & Eigenm. 


Proc. Calif. Acad. 2º Serie, 2º, 39 — 1890 


Este genero, baseado especialmente sobre a depressão do pedun- 
culo caudal da unica especie conhecida, é assim estabelecido pelos 
Profis. Eigenmann: 

«Cabeca deprimida, olhos marginaes, orbitas infringindo ligeiramente 
a superficie inferior da cabeca. Cauda deprimida. Uma carena lateral. 
Ventre recoberto de placas granulares. Adiposa nulla». Especie conhecida: 


117 — Oxyropsis carinatus °, (Steind.) 


DEZ Te AMIE bral later 25: 


«Corpo alongado, comprimido; comprimento da cabeça 3 vezes no 
comprimento do corpo, maior largura da cabeça cerca de 1 e 2/3; dia- 
metro ocular 5 e 1/2, largura da fronte cerca de 2e 1/3, comprimento 
do focinho pouco mais de 2 vezes no comprimento da cabeça (medida 
até o extremo posterior dos temporaes). O focinho é anteriormente muito 
obtuso, as duas orlas posteriores das placas post-occipitaes medianas, 
se articulam em um angulo obtuso. Dentes moderadamente numerosos. 
Lado inferior da cabeça até a orla lateral, recoberto de escudos como 


1) Oxyropsis (Gr.); oxys — agudo; opsis vista, face. 
2) Carinatus (Lat.) carenado. 


102 ÄRCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


nas demais especies conhecidas. Interoperculo presente. Aculeo dorsal 
mais longo, porém, distinctamente mais fraco do que os peitoraes, que 
säo mais fortemente denticulados no bordo interno do que no externo. 
Adiposa ausente nos exemplares examinados. Caudal fortemente enta- 
lhada em meia lua, com o lobo inferior denegrido. Ventraes curtas, cerca 
de 1 e 3/5 no comprimento das peitoraes, cuja ponta não attinge per- 
feitamente o meio das ventraes. 
Escudos lateraes 25 entre a ponta 
posterior dos temporaes e a caudal, 
em uma fila longitudinal; sobre o 
meio da altura dessa fila de escudos 
corre uma carena longitudinal den- 
ticulada que falta nas outras espe- 
cies de Hypoptoma. Uma estreita 
fila de escudos ao longo do meio, 
outra muito mais larga nos lados 
da face ventral, até as nadadeiras 
desse nome. Posteriormente, adiante 
da grande placa anal, os escudos 
lateraes reunem-se aos da fila me- 
diana por pequenos escudos; mais 
para frente, porém, os escudos ven- 
traes das filas lateraes são separados dos da mediana, por um inter- 
spaço nú de largura moderada. Fossa anal circumdada anteriormente por 
um grande escudo, lateral e posteriormente por dous outros. Geralmente 
os escudos da cabeça e do tronco providos de denticulações que, no corpo, 
constituem filas longitudinaes moderadas. Um exemplar pequeno proce- 
dente de um affluente do Amazonas, perto do limite peruano.» Steind. 
Habitat: Solimões — Lago Hyanuary. 


Fig. 69 — Oxyropsis carinatus, seg. Steindachner. 


Farlowella ', Eigenm. & Eigenm. 
r. Calif. Acad. Sci. 2° Ser. II, 33 — 1890 


Corpo muito alongado, mais ou menos pentagonal na parte ante- 
rior, muito deprimido na parte caudal; cabeça mediocre, com o focinho 
prolongado em rostro, um tanto elevado na ponta; bocca inferior, dentro 
de uma cavidade mais ou menos elliptica, circumdada de labios espesos 
e carnudos, bem desenvolvidos, reflexos, os anteriores apresentando 
maior ou menor numero de escamas entre o bordo rostral e o labial, o 
posterior granuloso; uma serie de dentes finos, angularmente curvos junto 
á ponta, de tamanho egual e dispostos como os dentes de um pente, para- 
rellamente nos intermaxillares e mandibulares; estes ultimos dispostos 


1) Dedicado ao Dr. W. G. Farlow, da Universidade de Harvard. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 103 


angularmente, de modo ä desenhar o conjuncto das maxillas um trian- 
gulo isoceles, de vertice posterior; narinas moderadas, superiores, den- 
tro de uma fossa proxima á parte anterior da arcada orbitaria; orbitas 
lateraes, mediocres; abertura opercular pequena, ossos operculares pouco 
moveis, pequenos, recobrindo 5 (?) branchiotegaes rudimentares; placa 
temporal grande, granulosa ou aciculada, dorsal sobre a anal, caudal 
furcada, com os raios externos prolongados; peitoraes e ventraes 
mediocres. As placas constituem anneis transversaes de que os do 
tronco são multipartidos e em numero de 6 á 8, entre o escudo post- 
occipital e a dorsal. 

Systemas do Orenoco, do Magdalena, do Amazonas e do Paraná. 

As especies constatadas no Brasil distribuem-se na seguinte chave. 
fA. AN crs nee La TE DITES F. gladiola 


Abdomen sem série mediana, longitudinal de placas. _ . 
la. (e OS ce ae F. amazona 


(te raio anal sob o 


à RNA ultimo dorsal . . . . F. oxyrhyncha 
Abdomen tendo uma série mediana longitudinal de placas; : : Toes, 
terceiro raio anal sob o 


| ultimo dorsal . . . . F. gladius 
118 — Farlowella gladiola ', (Günther) 
DAME ORA DA EP AIatU34 


1 

«Focinho excessivamente longo e estreito, em forma de espada 
distancia das aberturas branchiaes 4 sua ponta, maior do que a daquel- 
las ä dorsal; é inteiramente coberto de escudos lisos, sem aciculos. 


FIG. 61 — Farlowella gladiola, seg. Regan. 


Comprimento da cabeça (até o extremo do escudo occipital) apenas 
maior do que 1/3 do total (sem a cauda). Partes brandas circumdando 
a bocca, situadas em uma cavidade elliptica, cuja largura é 2/3 da 
propria largura; barbilhão maxillar curto, prega labial posterior mode- 
radamente desenvolvida. 

Olhos redondos, pequenos, seu diametro sendo 1/3 da largura do 
espaço inter-orbital. 


1) Gladiola (Lat.) — espadinha. 


104 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


Escudos com granulações pequenas arranjadas longitudinalmente ; 
escudo occipital com duas ligeiras quilhas divergentes posteriormente. 
Sete escudos entre a dorsal e o occiput, 22 entre a dorsal e a caudal. . 

O espaço enire a cavidade da bocca e a base das nadadeiras pei- 
toraes, recoberto por quatro séries longitudinaes de escudos arranjados 
em tres séries transversaes; ventre, com duas séries longitudinaes de 
escudos grandes, seis em cada série. L. lat. 34; as rugas lateraes 
apenas visiveis e coalescentes sobre a anal. 

Cauda muito deprimida. Peitoraes, 1 +5; ventraes, 1 +4; o raio 
externo dessas nadadeiras delgado e apenas espessado. 

Caudal pouco desenvolvida, com o raio superior e o inferior um 
tanto prolongados. Olivacea pardacenta uniforme; os raios externos das 
nadadeiras com manchas pardas». (Giinther). 

Habitat.: Rio Cupay. 


119 — Farlowella amazona ' (Günther). 
D. 1+6; A. 6 


«Focinho grandemente longo e estreito, a distancia das guelras ä 
sua extremidade sendo egual a distancia entre aquellas e a origem da 
dorsal; focinho inteiramente recoberto de pequenos escudos tuberculares, 
sem aciculos. 

O comprimento da cabeça (até o extremo do escudo oceipital) é 
1/4 do total (com a caudal); olhos redondos, pequenos, seu diametro 
sendo 1/4 da largura do escudo inter-orbital. 

Sete escudos entre a dorsale o occiput, 23 entre a dorsal e a caudal. 

Thorax e ventre com duas séries longitudinaes de escudos grandes; 
L. lat. 34. 

Cauda muito deprimida. Peitoraes, 1 +6; ventraes, 1+5, o raio 
externo espesso e liso. Nadadeiras com pontos pardos». (Giinther.) 

Habitat: Amazonas, Santarém, Teffe, Gurupá, Obidos, Jutahy e 
Tabatinga. 


120 — Farlowella oxyrhyncha * (Kner). 
Est. 30 fig. 1 
D.1+6; A.1+5 


Cabeça 3 e 2/3, distancia entre o supra occipital e a dorsal 5; 
largura da cabeça 3 e 2/3 no proprio comprimento; diametro occular 
(15 4 16) no comprimento da cabeça, tres no espaço inter-orbital, este 
cinco vezes na cabeça. 

Comprimento da parte prolongada do focinho, medido como em 


1) Amazona (Lat.) — amazonica. 
2) Oxyrhyncha (Gr.) — oxy, agudo; rhynch — rostro, focinho, 


(ou) bUOUAUIAXO BJOMOFIRA 


‘13 Ney 9 OUIQUS Sones conten 


‘adut IP 


IAX ‘JOA ‘jeuomen Nasnyw Op SOATYSIV 


VVV Sa 9sıallIspIdg PUNPA 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 


F. gladius, 3 e 1/4 na distancia que 
vae da sua ponta ao anus e tres da 
parte post-orbital da cabeça. 

Rostro e cabeça recobertos de 
aciculos quasi sómente perceptíveis ao 
tacto ou á uma lente; 33 placas em 
linha longitudinal, oito placas trans- 
versaes entre o supra occipital e a 
dorsal. Uma série mediana de placas 
ao longo do abdomen. Caudal, com 
os raios exteriores prolongados. 

Castanho escura, uniforme, nada- 
deiras com a membrana amarelada e 
os raios castanhos; caudal, tendo os 
raios exteriores claros e uma facha 
longitudinal negra, acompanhando os 
quatros raios superiores que se seguem 
ao exterior, do lobo superior. 

Habitat: O exemplar que serviu 
ä descripção de Kner, proveio da Ca- 
choeira da Bananeira, Estado de Matto 
Grosso; o que serviu á presente pro- 
vém de Cuyabá, provavelmente do 
rio do mesmo nome, do mesmo Esta- 
do, o que amplia a distribuição dos 
peixes deste genero, confinados no 
Brazil, até hoje, ao systema Amazo- 
nico, ao systema do Paraná. 


121 — Farlowella gladius ' (Boul.) 
DEI As 


« Comprimento da cabeça 3 e 2/3 
no total, distancia do supra occipital 
a base do primeiro raio dorsal 6. 

Largura da cabeça, quatro vezes 
no proprio comprimento, diametro dos 
olhos 18 vezes, espaço inter-orbital, 
cinco vezes. 

Comprimento da parte prolonga- 
da do focinho (medido na superficie 


1) Gladius ( Lat.) — gladio, espada. 
6378 


105 


Bordenger 


FIG. 62— Farlowella gladius, seg. 


14 


106 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


ventral, da orla da área núa contendo a bocca) tres vezes na distancia 
que vae de sua ponta ao anus e 2 e 3/4 da parte post-orbital da cabeça. 
Lados da cabeça sem aciculos, 33 escudos em uma série longitu- 
dinal, 14 + 19, sete, entre o occipital e a dorsal; abdomen com uma 
série mediana de placas entre as séries lateraes. 
Raios caudaes externos fortemente prolongados. Todos os raios 


FIG. 62 A 


das nadadeiras com maculas escuras; caudal com uma estria longitudinal, 
denegrida no lobo superior; 210 millimetros». (Boul.) 

Rio Juruá. 

E’ bem provavel que esta especie não passe de uma simples varie- 
dade de F. oxyrhyncha, o que não fica aqui resolvido por falta de 
exemplares para estudo. 


Sturisoma ', Swainson. 


On the Nat. Hist. & Classif. Fishes, Amphib., etc. I, 337 — 1838 


Corpo pentagonal, cabeça pouco deprimida, com o focinho recoberto 
de placas pela parte inferior e prolongado em rostro; barbilhöes pouco 
desenvolvidos; dentes numerosos e regularmente dispostos em uma fila 
nos intermaxillares e mandibulares; olhos pequenos, supero-lateraes, 
sem entalhe posterior; abdomen com ordens longitudinaes de placas 
mais ou menos regularmente dispostas. 


1) Sturisoma (Gr. Lat. ); Sturio— Acipenser sturio, o esturjão ; soma = corpo. 


(‚xıdg) umyensol LWOSMMIS 
“43 yo “youd ourqes 


mos I 


ye eet ee rer PRA PR DAC og WIN) (DIORA yh 


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2 = + B 2 ee 
eee nn ge nn een COS i ahnt Aa PT om ee te ve times ere ets ES ee 


À. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 107 


Das especies conhecidas, habitam o Brasil as seguintes: 


fAculeos ventraes attingindo a base do terceiro raio anal. S. rostrata. 
Vo» » passando a base da anal... . . . . S. barbata. 


122 — Sturisoma rostrata, ' Spix. 
Est. 31, fig. 2 
DD liar (So DL Sr ab Sus SS) elis 


Cabeça 4e 1/3 à 4e 2/3 no comprimento, tres placas depois de 
cada post-temporal, limitando os lados de uma mediana, dividida ao 
meio, a qual é tambem limitada, posteriormente, por um semi-circulo 
irregular, composto de duas á quatro placas (uma á duas para cada 
lado); placa predorsal heptagonal, inteira, cercada por seis placas; ca- 
renas dos lados do abdomen baixas, unindo-se mais ou menos sobre 
a 19? placa lateral, elevando-se um pouco antes dessa região e tendo 
quatro à seis aculeos moderados; as demais placas lateraes do pedun- 
culo são tambem aciculadas no meio; placas abdominaes medianas em 
tres series entre as peitoraes e ventraes. Olhos duas a duas e meia 
vezes no espaço inter-orbital, 7 e 1/2 4 9 1/2 no comprimento da cabeça. 
Lado da cabeça, até as peças operculares, nos machos, recobertos de 
aciculos finos, porém, curtos. Aculeo dorsal igualando á distancia que 
vae do labio inferior 4 placa préanal mediana; os outros raios gradati- 
vamente menores; peitoraes com aculeo (com aciculos curtos) pouco 
maior que o primeiro raio nos dous sexos e atlingindo o bordo da pri- 
meira placa posterior á axilla das ventraes; estas nadadeiras sob a base 
do aculeo ou do primeiro raio dorsal; o seu aculeo é quasi do mesmo 
tamanho que o segundo (nos dous sexos) e attinge quando muito a 
base do terceiro raio anal; esta nadadeira com o aculeo tambem pouco 
maior do que o primeiro raio; caudal com os raios externos prolongados. 

Os exemplares que serviram á presente descripçäo mediam de 171 
4 250 millimetros. Castanho claro, com os raios transfaciados de escuro. 

Habitat: Amazonas, Caldeirão, Manacapurú, Rio Branco, Jurúa e 
Paraguay. 


123 — Sturisoma barbata ?, (Kner). 
1D), I ara dba OS Ib, ein So 


«Fórma da precedente; a segunda e a terceira placas post-cervi- 
caes grandes, pela união das suturas o que as torna apparentemente 
simples. Olhos tres vezes no espaço inter-obital; aciculos lateraes da 
cabeça, grandes; peitoraes e ventraes com o aculeo prolongado, o das 


1) Rostrata (Lat.) = de rostro, de focinho grande. 
2) Barbata (Lat.) = barbada, referencia aos aciculos dos lados da cabeça. 


108 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


primeiras attinge a terceira placa posterior ä base e o primeiro raio a 
base das segundas; o das segundas attinge a primeira placa posterior 
á anal e o primeiro raio das mesmas chega à frente da ultima nada- 
deira. Abdomen com tres series longitudinaes de placas (Kner). 
Gunther (P. Z. Soc. 1868 — 235) disse que Kner, não sabendo que 
os machos das Loricarias tinham o focinho revestido de cerdas, descre- 
vera a femea de Loricaria rostrata como tal especie a o macho como 


FIG. 63 — Sturisoma barbata, Seg. Kner. 


L. barbata; esta asserção de Giinther induziu os Eingenmann a consi- 
derar as duas especies como synonymas; até T. Regan que as separou 
de novo. Com effeito não só a disposição das placas post-cervicaes é. 
diversa nas duas especies, como os aciculos dos lados da cabeça do 
macho de L. barbata são muito mais longos e espessos do que no 


clã cd di 0 7- 


Ea 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 109 


macho de L. rostrata; além disso a proporção das peitoraes e ventraes 
é muito differente, como se póde verificar comparando as figuras respe- 
ctivas, dadas no presente trabalho. 

Habitat. Cuyabá. 


Parasturisoma, ' Nob. 


Forma pentagonal e semelhante ä de Sturisoma; cabeça triangular, 
vomeriforme, sem projecção anterior nem revestimento inferior do rostro ; 
olhos sem entalhe posterior, parte inferior revestida de placas irregu- 
lares. Dentes numerosos setiformes; o mais como em Sturisoma. Especie 
conhecida : 


124 — Parasturisoma brevirostris * (Eigenm. & Eigenm.) 
D. 8; A. 6; L. lat. 34 


«Corpo pouco deprimido anteriormente, sua altura uma e meia vezes 
na largura. Altura da cabeca uma e meia no focinho. Cabeca sem carenas 
ou rugas, sua superfície e das placas, hispidas; perfil transversal do 
occiput regularmen.e convexo. Orbita sem entalhe, tres e meia no focinho, 
sete na cabeça, duas no inter-orbital: perfil anterior pouco concavo; fo- 
cinho triangular, agudo, pouco mais longo do que o resto da cabeça. 
Margem da cabeça com pequenos aciculos moveis. Dentes finos, nume- 
rosos, bem desenvolvidos em ambas as maxillas; labio superior gra- 
nuloso, labio inferior inteiro, redondo, densamente papilloso. Peito e face 
inferior da cabeça com numerosas placas irregulares; ventre com cinco 
series. Carenas lateraes coalescentes em uma á cerca do 20º escudo; a 
superior obsoleta na frente. Distancia entre a dorsal e a ponta do fo- 
cinho ligeiramente maior do que o terço do comprimento. Primeiro raio 
dorsal mais comprido do que a cabeça. Raios da dorsal e da caudal 
francamente maculados, outras nadadeiras uniformes ». ; 

(Eigenm. & Eigenm.) 210 mm. 

Habitat : Içá. 


Harttia °, Steindachner. 
Sitzungsher. Akad. Wein LXXIV, 668 — (110 in sep.) 1876. 


Corpo grandemente deprimido; cabeça moderada, com o focinho de 
contorno parabolico (especialmente nos machos); barbilhões impercepti- 


1) Parasturisoma (Gr. lat.) == Para = ao lado de; Sturisoma gen. citado. 

2) Brevirostris (Lat.) — de focinho curto. 

3) Justa homenagem ä Carlos Frederico Hartt, que foi chefe da Commissão Geologica do 
Brasil e não obstante a sua profissão muito concorreu para o conhecimento dos peixes do Brasil, 
colleccionando-os para o Museu Nacional do Rio de Janeiro e outros estabelecimentos conge- 
neres estrangeiros. 


112 > ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


Hemiodontichthys ', Bleeker 


Nederl. Tijdschr. Dierk, I, 81, 1863. 


Corpo deprimido, cabeça vomeriforme com o focinho prolongado 
n’um rostro moderado, egualmente recoberto de placas na face inferior; 
bocca provida de dentes curtos sómente nos mandibulares; orbita com 
entalhe posterior; abdomen recoberto de placas grandes. Dorsal sobre 
as ventraes, caudal com o raio superior prolongado. 


Especies conhecidas : 


Ponta do focinho provida de aculeos retrorsos, peitoraes com 
osjacíleos MENOFES QUE ONEMTAIO EEE E H. acipenserinum. 
) 


Ponta do focinho desprovida de aculeos retrorsos, peitoraes 
| compos) aculeos maiores QUE OM ÉTALO EN RE ee H. depressus. 


127 — Hemiodontichthys acipenserinus ?, (Kner). 
Est. 32 fig. 2 


DE TS AS EO db at 27: 


Grandemente deprimida; cabeça 3 e 2/3, com o rostro um tanto 
curvo para cima e dilatado na ponta que é provida de espinhos curtos 
retrovertidos; toda sua parte superior é longitudinalmente rugosa, sendo 
as rugas sobrepujadas por uma crista de aciculos finos; dentes nas 
mandibulas muito curtos e pouco numeros; labio inferior muito delgado ; 
narinas n'uma fossa oblonga, grande; orbitas grandes; excavação post- 
orbital idem, a iris emitte um processo superior bastante longo que 
chega até o meio da pupilla, tal qual como em cercas rayas, post-oc- 
cipital e as 2 placas que se lhe seguem bicarenadas; as carenas late- 
raes do corpo moderadamente aciculadas; dorsal sobre o ultimo raio 
das ventraes, anal posterior á dorsal, caudal com o raio superior pro- 
longado; peitoraes redondas com os aculeos curvos, menores do que o 
1º raio, finamente aciculados e de bordos denticulados; estas nadadei- 
ras quasi que se podem occultar por completo sob o corpo do peixe. 

Parda trasfasciada de escuro; dorsal com os raios annellados ; cau- 
dal denegrida na base. 14 cm. 

Habitat: Guaporé, Manacapurú, Caldeirão e Javary. 


1) Hemiodontichthys (Gr.)—Hemi=metade : odon—dente : ichthys—peixe. 
2) Acipenserinus (Lat.)—acipenserino, em forma de acipenser ou esturjão, 


a 


(19uyj) snunosuadioe SAYJUOUOPOILOH — q ‘SIA | 
"hy UN PUC eye — [BH 


‘18 HUM Ÿ OUIQUS 
dur prunps “f ‘youd “qui JUN ap ‘Vv 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 113 
128 — Hemiodontichthys depressus ', (Kner). 


«Comprimento da cabeça 4 no total, 3 1/4 ou 1/3, no comprimento 
do corpo; largura da cabeça 3/5 no seu comprimento e egual a dis- 
tancia entre a ponta do focinho e a orla anterior da fossa nasal; enta- 
lhe post-orbital fraco, seu comprimento egual 4 1/3 do diametro ocular; 
olhos muito proximos entre si, apenas 4 1 diametro; ao contrario a 5 
da ponta do focinho. Pupilla profundamente recortada em meia lua, com 
o processo redondo. O focinho termina em uma ponta estreita, rostri- 
forme, como nos esturjões, um tanto curvo anteriormente, desprovido 
de denticulações ou ganchos. Tambem toda a parte superior da cabeça, 
até o dorso, quasi totalmente lisa, todos os escudos da cabeça justa- 
mente soldados, suas suturas apenas visíveis, sua face externa fina- 
mente granulosa. Só no meio do focinho se elevam duas cristas lisas 
separadas por uma depressão e que se reunem, entre as narinas, em 
uma carena obtusa, mediana. As grandes placas da região temporal, se 
deprimem asperas e deseguaes adiante das demais em consequencia das 
numerosas depressões que as entalham. 

A parte anterior do tronco não tem carenas; ao longo do seu meio 
até a dorsal é deprimida em canal, em os lados mediocremente saliente 
e tambem muito deprimida, de modo que a altura do corpo, adiante 
da dorsal, apenas mede 1/3 da propria largura. Das duas carenas lon- 
gitudinaes lateraes, a superior é pouco apparente, só a inferior, fina- 
mente denticulada, produz uma verdadeira carena lateral. Ambas per- 
correm longitudinalmente 13 4 14 escudos, separadas, aproximam-se de- 
pois gradativamente e ficam como na regra, reunidas em uma sobre os 
ultimos 14 ou 15 escudos da cauda. A linha lateral, muito visivel ante- 
riormente nada offerece de irregular desde ahi. 

Os escudos marginaes da cabeça são fortemente angulosos, se es- 
tendendo ainda ä face inferior, deixando, porem, livre a região oral. O 
labio anterior é pouco, o posterior rasoavelmente desenvolvido, quasi 
liso, apenas recoberto de delgadas papillas, sua orla tem em cada lado, 
symetricamente, quatro pequenos cirrhos. Os filiformes barbilhões maxil- 
lares são curtos; os maxillares estão em connexão com a ponta do 
focinho por um processo osseo. Os intermaxillares são rudimentares; 
externamente e sobre nenhuma de suas partes se percebe dente algum, 
mesmo com fortes lentes. Os egualmente curtos mandibulares são, ao 
contrario, providos de dentes mui pequenos e que, sob a lente, appa- 
recem entalhados delicadamente ou simples e em fórma de colher e só 
em pequeno numero. Peito e ventre são em parte recobertos de placas 
osseas pequenas, parte de grandes. Perto da bocca ha numerosas pe- 


(1) Depressus (Lat.)—deprimido. 
6378 15 


114 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


quenas escamas ou em toda a largura entre os escudos lateraes da ca- 
beca, ou sömente na parte mediana que variam notoriamente de numero, 
forma e distribuição. 

Entre os escudos peitoraes começam depois os grandes escudos e 
sobre os lados justamente, uma fila de placas emquanto que a zona 
mediana fica occupada por 3 á 4 filas de curtos escudos polygonaes. A 
parte posterior do abdomen é recoberta por um escudo composto de 
peças mais intimamente unidas, o qual tem a forma de um triangulo 
cujo vertice truncado fica sobre a fossa anal. O peito e o ventre são 
completamente chatos, as peças abdominaes que se articulam com os 
escudos lateraes carenados, não se imbricam uns sobre os outros. À 
posição das nadadeiras, a extensão relativa de seus raios e o numero 
dos anneis caudaes que lhe ficam posteriores serão melhor comprehen- 
didos na figura feita do natural. Lado dorsal maculado de escuro, assim 
tambem os peitoraes; a dorsal mostra na base, entre os primeiros raios, 
uma grande macula; lado ventral, labios e as demais nadadeiras uni- 
formes. Comprimento 135 mm; filamento caudal, 15 mm.» (Kner). 

Habitat: Rio Negro, Marabitanos. 


Pseudohemiodon, ' Bleeker. 
Nederl. Tijdschr. Dierk. I, 80 — 1863 


Corpo deprimido; cabeça larga, vomeriforme, com o focinho cir- 
cumdado de placas sem area núa anteriormente; intermaxillares e man- 
dibulares com uma fila de 5 á 7 dentes ás vezes auzentes nos interma- 
xillares; barbilhões maxillares desenvolvidos; orbita com o entalhe pos- 
terior vestigiario; nadadeiras curtas, a dorsal sobre as ventraes, a anal 
posterior á dorsal; thorax e abdomen recobertos de placas mais ou 
menos regulares; caudal com o raio superior muito prolongado. 

Especie constatada no Brasil: P. platycephalus. 


129 — Pseudohemiodon platycephalus ? (Kner). 


DIS Ao 


«A largura da cabeça é egual ao seu comprimento e este é con-. 
tido 4e 1/2 vezes no comprimento do corpo; os olhos são pequenos e 
o entalhe post-orbital muito fraco, o espaço interorbital contém apenas 
le 1/2 diametros oculares; elles são por isso superiores, e ficam a um 
diametro da fossa nasal, 4 quatro grandes diametros (inclusive o en- 
talhe) orbitarios da ponta do focinho. Natterer induz pela descripção 


1) Pseudohemiodon (Gr.) = Pseudo, falso; Hemiodon (Hemodontichthys) gen? ref. 
2) Platycephalus (Gr.); Platys = chato; cephalê — cabeça. 


FRE 


À. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 115 


do seu exemplar, ä crer que tenha uma pupilla redonda «que seria re- 
coberta externamente por um revestimento dermico semicircular, con- 
tractil, de modo que da pupilla apenas apparece um semicirculo muito 
fino» e marginado por uma orla estreita, branca suja. A orla orbitaria 
superior, pouco elevada e apenas sensivelmente denticulada, se prolonga 
para irente em uma crista divergente da do olho opposto; ao longo do 
meio se elevam duas outras muito proximas, pelas quaes a linha me- 
diana apparece deprimida em sulco. Todos os escudos cephalicos são 
asperos, mais ou menos providos de curtas denticulações retrovertidas; 
a orla da cabeça e do largo e arredondado focinho, densamente pro- 
vida de finos aciculos. O escudo mediano post-occipital tem duas ca- 
renas aculeadas, contiguas, assim como os dous primeiros escudos dor- 
saes medianos, pelos quaes ellas correm juntamente e tambem paral- 
lelas, mas um pouco mais distantes. As placas post-cervicaes lateraes 
e as circumvisinhas dorsaes, são visivelmente carenadas; as duas ca- 
renas lateraes communs, porém, fortemente salientes e fortemente den- 
ticuladas. Ellas percorrem 13 á 14 escudos separadas e reunidas os 17 
anneis caudaes. A linha lateral é fracamente perceptível. No lado inferior 
da cabeça os escudos marginaes que a contornam constituem uma orla 
estreita, na ponta de focinho, porem, larga; esses escudos são muito 
asperos. O labio anterior, tanto quanto permitte ver a bocca ressecada, 
é provido de numerosos barbilhões dentre os quaes o barbilhão ma- 
xillar livre chega ä abertura das guelras; os inter maxillares são vesti- 
giarios. O labio posterior é grande, liso, provido de franjas curtas só- 


“mente na orla. As mandibulas são egualmente pouco. desenvolvidas ; os 


dentes (de que ha cinco de cada lado) são curtos, mas com a corôa 
relativamente muito larga, apenas emarginada na orla e não recortada 
plicadamente. Peito e ventre grandes e asperamente couraçados, o pri- 
meiro desde a região das aberturas branchias. A largura abdominal tem 
tres filas longitudinaes de escudos, uma no meio e duas lateraes as 
quaes são em numero de quatro de cada lado entre as nadadeiras pei- 
toraes e ventraes. A fossa anal fica fronteira ao extremo da base da 
dorsal, logo depois das ventraes ä tres grandes placas da nadadeira 
anal. O lado inferior do pedunculo caudal é fortemente arqueado no 
meio, o superior quasi plano. Pelo numero dos raios da nadadeira esta 
especie se aproxima das demais Loricarias, em relação da brevidade 
dos mesmos ella se approxima de Hemiodontichthys depressus e H. aci- 
penserinus. A dorsal se origina justamente no segundo terço do com- 
primento do corpo; o seu primeiro raio, moderadamente forte, é, com 
excepção do filamento caudal, o mais longo de todos os raios de todas 
as nadadeiras; comtudo, apenas é maior do que 2/3 do comprimento 
da cabeça. O primeiro raio peitoral é deprimido, curto, curvo e muito 
aspero; termina obtusamente, como se fosse quebrado, o que não é 
entretanto o caso. As ventraes ficam justamente no mesmo plano da 


116 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


origem da dorsal e não attingem a anal, que nasce 4 meio corpo € 
tem os raios mais curtos que a dorsal e mais longos, entretanto, que 
as das ventraes. O raio terminal do lobo caudal superior é prolongado 
em um filamento de cerca de 1/2 do comprimento do corpo. O exemplar 
secco, parece pardo claro uniforme, as nadadeiras, com excepção da anal, 
maculadas de denegrido. Natterer dá o colorido do seu exemplar do 
seguinte modo: «Iris parda, como toda a parte superior do corpo, lado 
inferior branco sujo, nadadeiras um tanto avermelhadas ». O mesmo 
estava egualmente indicado como sendo femea e provida de dous gran- 
des ovarios. Comprimento (sem o filamento caudal) cerca de sete pol- 
legadas. (Ca. 180 mm.)» (Kner). 

Habitat: Rio Cuyabá, Matto Grosso. 

Günther suppõe que a figura que se encontra em o Atlas de Cuv. 
& Valenc. da est. 452, seja Storisoma rostrata : Pr. Zool. Soc. 235-1868; 
a minha conjectura é que aquella estampa antes representa a especie 
acima descripta, como o fazem suppor a fórma deprimida do corpo, as 
placas cervicaes, o numero de placas posteriores á dorsal e o longo 
filamento caudal. 


Loricaria ' Linneu. 
Syst. Natura, 307 — 1758 


Corpo couraçado, ás vezes nú na superficie abdominal; cabeça in- 
feriormente nia, vomeriforme; bocca inferior, provida de labios carnu- 
dos e reflexos lisos ou papillosos redondos posteriormente ou truncados, 
mais ou menos divididos por uma préga longitudinal e com o bordo 
posterior inteiro ou franjado; elles empolgam o barbilhäo maxillar, em 
quasi todo o comprimento; em cada lado, quatro à 25 dentes bifidos, 
recurvos em uma série externa; olhos superiores, mais ou menos pro- 
ximos, orbita mais ou menos entalhada no bordo posterior. Duas ca- 
renas lateraes, aproximando-se ou unindo-se mais ou menos posterior- 
mente sobre os lados do pedunculo caudal. Dorsal 1 +7; A.1+5; 
peitoraes 1 + 6; ventraes 1 + 5. Os peixes deste genero são vulgar- 
mente conhecidos pelos nomes de Violas, Cachimbäos, etc. 

As seguintes 


1) Loricarius — couraceiro, que traz ou faz couraças. 


O TE E A EEE en 


GI a ee e RENA 
10 
dentes Td crete eee EEE 


SO QISODOVODO COD DOD OO OU OU ODO ODD DOE = = = UU GSE 0 else AVI CO DCO ete = + (= ie tele 


| vertex e placas post occipitaes indistinctamente aciculados 


iwertex e placas post occipitaes francamente aciculados 


lados do abdomen com 7 4 8 placas entre as peitoraes e as ventraes 


lados do abdomen com 12 placas entre as peitoraes e as ventraes... 


\ PAIat 3074037 
Orbita sem en- 


8 talhe posterior 
ei, aaa Ne in 


aguas do | 


aculeo peitoral [diametro orbital 5 
maior que os| € 1/2 vezes na ca- 
raios chegan-| beça, placa anal 


0 ausentes rer 
orbita com entalhe posterior bai- do o 1: terço E 


5 das ventraes 
xo L. lat. 31 á 32. maisoumenos | diametro orbital 6 


ä 7 vezes na ca- 
bega, placa anal 
presentererr er: 


aculeo peitoral maior que os raios € 
näo chegando ao bordo das ventraes 


. acuta. 
. typus. 


. anus. 


. nudirostris. 


. labialis. 
. cataphracta. 


. leviuscula. 


. cadée. 
. parva. 


. konopickii. 


L. maculata. 


. lanceolata. 


. phoxocephala. 
. cubataonis. 
. lima. 


. kronei. 


. latirostris. 


. microlepidogaster. 


. vetula. 


. apeltogaster. 


. macrodon. 


. parnahybæ. 


. piracicabæ. 


. nudiventris. 


. evansi, 


umaÿserie de placas{abDdOMINAR SERRE ere re eee eee nee STO PR RR ao 
bo ft OÙ suoos k x \ 
cabeca mais ou menos aciculada duasyseriesgdegplacasgaDdominges rer er eee pean EE eters acter rere CE 
sem estriagöes longitudinaes. | 
uma á duas series longitudinaes ...............- L. lat. 32-36.................................. BEE EE D nck ip Go GE CEE NEE CAP so DES CEST CEE 
placas nucaes lateraes carenadas.............. 
cabega fina e longitudinalmente es- 
triada Bs ee placas nucaes lateraes lisas ................... : 
de placas dis- 
FUSES Gone ies late 33/4135) acarenasipost-occipitaes\duplassy salicntessseeee sane eee esse eer ee à 
ae nen COTPOgAqUasIw SOFT re TIERE N 
ESS EINES diametro orbitario egual ou maior que o diametro 
es longitudinaes inter orbital 22 A ES PA eee een RR corpo um tanto hispido, aciculado .............. re AN ANDSadD opa as Oo SUBS Cana asa Ono nado SS LOU AAA CU OS 


L. lat. 25 4 31 | 
carenas post- 
occipitaes mo- 

deradas...... diametro orbita- 

rio menor que 

o diametro in- | 

ter-orbital.,.. 


ventrerecoberto 


= N de numerosas placas irregularmente dispostas .................... 
Especies que foram 

constatadas em 

aguas do Brasil. 


ventre nú, quando muito aciculado................ 


1) Não verificado em L. cubataonis, 
Pag. 116-a 


carenas lateraes reunindo-se sobre o 13° ou 14° annel; raios caudaes externos superiores e inferiores prolongados....................................... 
quatroraxcincosplacasgentresasipeitoraesgenventraestr EE ee 


corpo maculado indistinctamente transfaciado de negro, caudal com a ponta do lobo 


carenas lateraes A A A 
inferior denegrida 


reunindo-se 
sobre o 15° ou 
17º annel; cau- 


escamas do cor- 
po não carena- 


peitoraes nor-| das Corpo e nada: 


dal com o raio maes nos dous deiras larga- 

externo supe- sexos (1)... mente transfa-\ 

rior  prolon- ciados de ne- 

gado........., | sete a oito pla- Bro..........- | dentes numerosos 
cas entre as à 
peitoraes e as escamasidojcorpolpluricarena dag EEE das 
ventraes..... vertex e placas post occipitaes indistinctamente aciculados .. 


|machos com as peitoraes bastamente aciculadas . 
vertex e placas post occipitaes francamente aciculados............-.. 


lados do abdomen com 7 á 8 placas entre as peitoraes e as ventraes 


LAS CEA CL 5666000040 bs po baRs o vondosodosa 
lados do abdomen com 12 placas entre as peitoraes e as ventraes... 
EWEN CELA Tee posa cada ApLabosoaoBoo 
I Je fue Rire y talhe posterior 
Lo TENS EN ELSE ocooavodabasocodss RETTET 


diametro orbital 5 
e 1/2 vezes na ca- 
bega, placa anal 


aculeo peitoral 
maior que os 
raios chegan- 
do o 1º terço 
das ventraes 
mais ou menos 


É sem en- 


Vorbita com, entalhe posterior bai- 
xo L. lat. 31 á 32. diametro orbital 6 
á 7 vezes na ca- 
beça, placa anal 


presentem er 


aculeo peitoral maior que os raios e 
näo chegando ao bordo das ventraes 


ft lat. 32; 4 placas entre as peitoraes e as ventraes............ OO BALHOHSOU BGO OAGSObBODOOGOCUNS 


IR lat. 29:8 > +» > > 


. acuta. 
. typus. 


. anus. 


. nudirostris. 


. labialis. 
. cataphracta. 


. Iæviuscula. 


. cadêæ. 
. parva. 


. konopickii. 


L. maculata. 


L. lanceolata. 


. phoxocephala. 
. cubataonis. 
. lima, 


. kronei. 
. latirostris. 
. microlepidogaster. 


. vetula. 


. apeltogaster. 


- macrodon, 


. parnahybæ. 


. piracicaba. 


. nudiventris. 


. evansi, 


À. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 117 


130 — Loricaria acuta ', Cuv. & Val. 


DISS FAME ET lat. 31. 


«Esta especie, da qual só temos um exemplar secco e com as na- 
dadeiras pouco completas, tem o focinho tão agudo como Lor. anus e a 
cabeça ainda mais estreita. Sua largura é '/, do seu comprimento, de 
resto, suas proporções são pouco mais ou menos as mesmas; sua orbita 
tem atraz dos olhos, um prolongamento triangular, cavado no osso do 
craneo e do qual apenas se vê um começo nas precedentes, de modo 
que a sua extensão ,é cerca de '/, da cabeça. O diametro ocular é '/, 
menor e os olhos estão ä pouco mais de I diametro entre si. As cristas 
lateraes são tambem assignaladas, mas, as da parte superior do dorso 
estão quasi apagadas. Os dous angulos lateraes, são, até a 19? placa, 
seguidos de 12 ordens de gume simples. Os maxillares são pelo menos 
eguaes ao dobro dos da primeira especie e não vejo dentes nas ma- 
xillas. Comtudo não ouso informar sobre este caracter e nem posso 
dizer como éra o labio, nem se o raio superior da caudal se prolongava. 
A parte inferior do thorax é guarnecida de uma unica ordem de placas 
transversas em numero de seis, e há seis outras de cada lado entre as 
peitoraes e as ventraes. Os escudos são apenas espessos, os primeiros 
raios das peitoraes são comprimidos e cortantes; os das ventraes, mais 
arredondados, parecem ter sido, ao menos da mesma extenção. Todos 
são quasi lisos. O nosso exemplar d'um pardo amarellado, por inteiro, 
foi recebido do Museu de Lisbôa. Póde-se crêr que elle proceda do 
Brasil.» (Cuv. & Val.) 

Desta especie dizem os Profs. Eigenmann serem os dentes pequenos 
e numerosos, bem desenvolvidos; a placa anal grande precedida de tres 
outras; e a caudal emarginada; cabeça maculada obscuramente e corpo 
marmorado de escuro; dorsal idem com a ponta do lobo inferior dene- 
grido; anal maculada; peitoraes e ventraes escuras indistinctamente ma- 
culada, quasi negras nos machos; peito denegrido (nos machos) e mar- 
gem dos labios negra. Ca. 26 centimetros. 

Habitat: Rio Negro, Amazonas e afiluentes. 


131 — Loricaria typus * (Bleeker). 


«Comprimento da cabeça 4Ae!/,ä 4 e /, no total. Largura da 
mesma 1 e !/; no proprio comprimento, diametro ocular 6 e '/, 4 8; espaço 
interorbital 3 e !/; á 3 e °/,, comprimento do focinho 2e'/,42e'/;. Fo- 


1) Acutus (Lat.) — aguçado, agudo. 
2) Typus (Lat.) == imagem, 


118 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


cinho redondo, lado superior da cabeca, no adulto, sem carenas,, geral- 
mente convexo; orbita sem entalhe grande; labio inferior liso ou com 
papillas muito pequenas, com papillas um pouco maior posteriormente 
e franjas marginaes curtas; liso no macho, com as margens inteiras, 
muito grandes, cobrindo toda a superficie núa da cabeça; porção livre 
do barbilhão, mais comprida que o diametro ocular; intermaxillares com 
10 dentes pequenos, cada um; mandibulares com perto de 20. 31 escu- 
dos n'uma serie longitudinal 20 ä 21+ 10 ou 11, as carenas laleraes 
agudas, separadas em toda a extenção, os demais escudos não care- 
nados. Face inferior da cabeça núa; abdomen com duas series de placas 


Fio. 65 —lLoricaria typus — Ses. Eigenmann & Ward 


entre as series lateraes; placa anal bordada anteriormente; por 2 
ou 3. 

Primeiro raio dorsal um pouco mais comprido do que ja cabeça; 
aculeo peitoral projectando-se até a base das ventraes; segundo ou 
terceiro raio das ventraes o mais longo (no adulto); caudal emarginada. 
Largura do corpo no nivel do primeiro raio anal 3 e /, 4 4 vezes na 
distancia que vae desse ponto á caudal. 

Numerosas manchas escuras na cabeça e na parte anterior do 
corpo; nadadeiras com pequenas manchas, mais numerosas e parcial- 
mente confluindo em fachas junto dos bordos. 290 mm.» (Tate Regan). 

Habitat: Bacias do Amazonas e Paraná. Rios Puty e Preto; San- 
tarem, Javary. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 119 


132 — Loricaria anus !, Cuv. & Val. 
Est 33er 1 
DEE EEE lat 3222736 


Cabeça grande, vomeriforme, 4 e '/, no comprimento; largura 1 
e '/; ä 1 e'/,; focinho quasi duas ou mesmo duas vezes no compri- 
mento da cabeça; de cada narina parte uma depressäo larga o que 
mais realça a elevação da placa orbitaria superior; orbita 7 '/, 4 8 
(6 e '/, 4 13 segundo Regan); espaço interorbital 4 e ?/, (á 3 e!) 
segundo Regan); labios pouco franjados no bordo lateral, o posterior 
dividido ao meio por uma prega longitudinal; lado inferior da cabeça 
nú; placas post-occipitaes indistinctamente carenadas, as temporaes mais 
baixas, finamente aciculadas; ventre com uma série mediana de escudos 
entre as lateraes, ás vezes os escudos anteriores, da linha mediana se 
dividem; placa anal grande, marginada por tres escudos grandes, ante- 
riormente; as carenas lateraes se unem sobre o 24º (30º segundo Cuv. 
& Val.) annel caudal; da dorsal e da anal parte uma depressão que 
chega até a caudal. Dorsal trapezoidal, o aculeo maior que os demais 
raios, pouco mais ou menos egual ao comprimento da cabeça, o ultimo 
raio pouco menor que '/, do aculeo peitoral; estas nadadeiras attingindo 
a base das ventraes que são redondas tendo o 3º e o 4º raios maiores 
que os outros e attingem a base do aculeo anal; este maior que os 
raios anaes e egual ao aculeo peitoral; caudal obliquamente lunada, 
tendo o lobo superior prolongado, maior que o inferior; raio externo 
daquelle lobo prolongado em filamento curto. Castanho uniforme, nada- 
deiras, dorsal e caudal francamente maculadas; aquella um tanto 
obscura no bordo posterior; peitoraes e ventraes obscuras. 

Habitat: Descripta por Cuvier e Valenciennes sobre exemplares 
procedentes do Rio da Prata, foi mais tarde descoberta por Hensel no 
sul do Brasil, o que foi confirmado por Eigenmann & Eigenmann e 
depois descripta por Steindachner sob o nome de Lor. spixii, sobre 
exemplares do Parahyba, Santa Cruz, Rio Quenda, Samambaia e Men- 
des, Campos, Muriahé e S. Matheus. Um dos exemplares que serviram 
ä presente descripção procede do Rio Pomba — Minas Geraes. 


133 — Loricaria nudirostris ? Kner. 
Est. 33 fig. 2 
DU aly lat 30F4 32: 


Cabeça 4 e 1/2, longitudinalmente estriada e de perfil um tanto 
concavo, sua largura é egual a 1/2 da extensão que vae da ponta do 


1) Anus (Lat.) = velha. 
2) Nudirostrum (Lat.); nudus — nú; rostrum, rostro, bico, focinho, 


120 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


focinho a orla posterior da primeira placa post-occipital, olhos 7 a 8 
vezes no comprimento da cabeça, entalhe maior no joven, egualando á 
1/2 do diametro ocular. Bocca provida de labios grandes, com uma 
prega longitudinal mediana que divide o posterior em duas ametades ; 
o anterior é apenas denticulado nos bordos, até os barbilhões de cima, 
estes attingindo, no maximo o bordo opercular. Abdomen recoberto de 
placas numa série posteriormente, em duas e depois quatro anterior- 
mente, entre as lateraes; placa anal mediocre, precedida de tres escu- 
dos irregularmente pentagonaes, placas post-cervicaes medianas com 
duas carenas accentuadas, tambem se nota uma carena sobre as placas 
que ficam ao lado daquellas. Peitoraes mediocres, porém attingindo a 
base das ventraes, estas attingindo o 3º raio da anal sobre o terceiro 
raio ventral. Coloração uniforme em individuos em alcool. 

Dous individuos de 140 e 235 mm. 

Habitat: Rio Negro, Amazonas (Caldeirão). 


134 — Loricaria labialis ', Boul. 


DEE TIASIEIIES ACER: 


«Dentes pequenos, rudimentares, em ambas as maxillas. Cabeca 
1 e 2/5 tão longa quanto larga, 4 e 1/2 4 4 e 3/4 no comprimento 
total; focinho obtusamente pontudo francamente saliente adiante do 
labio; escudos cephalicos asperos, com espinhos villosos, excepto na 
orla da ponta do focinho sem carenas; diametro da orbita 6 4 6 e 1/2 
no comprimento da cabeça, 3 no do focinho, 1 e 1/2 no espaço inter- 
orbital; um largo entalhe post-orbital; préga labial inferior mediocre 
nas femeas, muito grande e chegando aos escudos peitoraes nos 
machos, sem entalhe e sem franjas. Dorsal com o primeiro raio quasi 
do comprimento da cabeça, justamente sobre a base das ventraes. 
Peitoraes | + 6 do comprimento da cabeça, medida até a borda poste- 
rior da orbita, não chegando 4 base das ventraes. Estas 1+5, do 
comprimento das peitoraes, chegando a origem da anal. Raio caudal 
superior prolongado em filamento. Escudos lateraes com as duas cristas 
se reunindo sobre o 21º ou 22°; escudos nucaes sem carena; 18 escu- 
dos entre a dorsal e a caudal, 16 entre a anal e a caudal. Peito e 
ventre recobertos de escudos; escudos peitoraes numerosos, polygonaes, 
irregulares; ventraes 4 ä 6, augmentados no sentido transverso em 
cada lado e 1 á 2 séries de outros menores no meio. Todos os escu- 
dos finamente granulosos e espinhosos. Olivaceo superiormente; dorsal 


1) Labialis (Lat.) — beiçuda, 


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A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 121 


e caudal com pequenas maculas escuras ao longo dos raios ; peitoraes 
e ventraes denegridas — 220 mm». ( Boulenger ). 


FiG. 66 — Loricaria labialis — Seg. Boulenger. 


Habitat: Rio Paraguay, Corumbá. 


6378 16 


122 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


135 — Loricaria cataphracta, ' L. 
Est. 33. Fig. 3 


D: 1 #7; A 11-55 Ly lat 3335: 


Cabeça 4 e 2/3 ä 4e 3/4 no comprimento, vomeriforme, núa infe- 
riormente; bocca pequena com 3 á 4 dentes grandes nos intermaxillares 
e 6 muito pequenos nos mandibulares; labios providos de appendices 
villiformes em toda superficie interna e franjas nas margens; barbilhäo 
attingindo a abertura das guelras; olhos cerca de 7 vezes no compri- 
mento da cabeça. das narinas se elevam imperceptivelmente duas care- 
nas que, na altura do entalhe post-orbital (baixo), convergem para a 
linha mediana e seguem parallelos e contiguamente até a placa mediana 
post-occipital, onde cada uma termina num espinho baixo. Todas as 
escamas que ficam entre o terceiro raio dorsal e a cabeça são carena- 
das; as 2 primeiras da linha mediana têm duas carenas. 

Abdomen recoberto de escamas em 3 á 5 series irregulares entre 
as series lateraes, que são de cerca de 8 placas; placa anal substituida 
por muitas placas pequenas. 

Aculeo das nadadeiras sempre maior que os raios; o da dorsal 
egual ao comprimento que vae da ponta do focinho ä orla posterior da 
placa post-occipital. as peitoraes passam de pouco a base das ventraes; 
estas estão no mesmo plano que o aculeo dorsal e passam a base do 
anal. N’um exemplar de 20 centimetros, as nadadeiras são maculadas e o 
corpo tem 7 fachas transversaes escuras, sendo a primeira sobre a nuca, 
a segunda sobre o início da dorsal, a terceira sobre a base da anal 
e quatro sobre o pendunculo; em outros exemplares cnnservados no 
alcool, tal coloração desappareceu para deixar sómente o castanho claro 
uniforme. 

Habitat: Rios Amazonas e Paraguay, Goyaz, Matto Grosso, Cuyabá, 
Guaporé, Vigia, S. Gonçalo, Cametá, Manäos, Pará, Coary, Villa Bella, 
Gurupá, Rio Preto, Tajapurú, Porto da Móz, Teffé e Obidos; Surinam; 
Perú e Republicas do Sul. 


136 — Loricaria læviuscula ? Cuv. & Val. 
DT -ETS AS o plana E 


« Esta especie, ainda muito semelhante á Lor. maculata e á L. acuta 
pela forma, muito se distingue, entretanto, em ter os angulos do lado 
do corpo, ainda que bem assignalados até 4 20? ordem, sem cristas 


1) Cataphractus ( Lat.) coberto de ferro, couraçado. 
2) Leviusculus (Lat. ) — lisinho, brunidinho. 


‘A. DEsMIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSES —/,PEIXES 123 


denticuladas e espinhosas; em ter os olhos, ao envez de pouco mais ou 
menos á meia extensão da cabeça, no terço superior e inuito mais pro- 
ximos uni do outro, sem mesmo ter entre si a largura de um diametro 
transverso : finalmente, por ter a parte inferior do peito guarnecida de 
numerosas placas pequenas, dispostas irregularmente e das quaes póde- 


FIG.f 67I—Loricaria leviuscula'— Seo, Kner., 


se contar quatro ou cinco numa linha transversal. Suas orbitas têm o 
entalhe triangular mediocre. A sua extensão é de um pouco mais do 
quinto da cabeça. O diametro transverso é menor 1/3. As peças da sua 
couraça são muito pouco asperas e o labio muito largo posteriormente, 
só é um pouco espesso e papilloso em duas partes lateraes oblongas. 


124 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


O bordo anterior é curto, guarnecido, assim como os lateraes, de fila- 
mentos carnudos. No angulo posterior externo, de cada lado, estä um 
pequeno barbilhäo curto e pontudo. Na parte anterior do labio estäo 
suspensos dous pequenos inter-maxillares, tendo cada. um uma fila de 
dentes finos, contiguos, formando um pente reclinado contra a gengiva; 
ellas terminam em gancho bilobado. A maxilla inferior tem duas fachas 
semelhantes. O primeiro raio das ventraes é mais grosso que o das 
peitoraes; este é um pouco cortante; todos dous são asperos e egualam 
approximadamente ä 1/6 do comprimento do peixe. 

A caudal 4 1/7; o seu raio superior pouco se prolonga. Este peixe, 
no alcool, parece pardacento. A parte superior de sua cabeça e a nuca 
são pontuadas de negro e vê-se o resto de duas series desses pontos 
sobre cada lado. Ha-os tambem sobre as peitoraes e sobre a base da 
dorsal.» (Cuv. & Val.) 

Habitat: Cuvier e Valenciennes descreveram esta especie provavel- 
mente de um exemplar do Museu de Lisbôa, mandado por Alexandre 
Rodrigues Ferreira — mas não lhe conheciam a procedencia. Kner esta- 
beleceu-a, descrevendo e figurando exemplares da Barra do Rio Negro 
e do Rio Branco — Marabitanos. : 

Hoje sabe-se que a zona de distribuição dessa especie vae pelo 
Amazonas, do Pará á Tabatinga; e muito provavelmente por todos os 
affluentes do Rio Mar até os Estados centraes. 


137 — Loricaria cadeæ, ' Hensel. 


D'ETAT 


«A forma geral do corpo se assemelha mais ainda que Lor. stri- 
gilata 4 illustração Loricaria nudirostris de Kner; apenas os lados da 
cabeça são mais rectos, e dahi a cabeça na região nasal parece mais 
estreita do que naquella especie, ao passo que ella é mais larga do que 
em Lor. strigilata. Todo o revestimento acicular do animal é tão fino 
que este parece liso, por isso não se nota signal algum de cristas for- 
madas pelos aciculos. Em cada inter-maxillar ha seis a oito dentes bi- 
furcados, da fórma geral, em cada mandibular nove, que são um tanto 
maiores e mais recurvados do que os superiores. A forma dos labios 
é a de Lor. strigilata, apenas menos distinctamente franjados; e tambem 
as papillas são um pouco menos desenvolvidas. 

O extremo exterior do focinho é nú, as cerdas que lhe ficam em 
cima são um pouco mais fortemente desenvolvidas do que as do cos- 
tume sobre o alto da cabeça. 

O diametro transverso da orbita é egual a */; da distancia interor- 
bital; o horizontal eguala á esta. 


1) Cadeæ = do rio Cadêa, Rio Grande do Sul. 


À. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 125 


Os lados têm 27 escudos, sobre 16 dos quaes as carenas lateraes 
correm separadas. A dorsal é acompanhada em cada lado, por cinco 
escudos; comtudo ella ainda projecta uma orla externa do extremo da 
sua base, sobre parte do escudo impar seguinte; dahi á nadadeira caudal 
conta-se 17 ä 18 escudos, conforme se inclua ou não o ultimo annel, 
em que se articula a nadadeira caudal. As peitoraes chegam á origem 
das ventraes e estas se estendem á origem da anal. Esta é seguida em 
cada lado de tres escudos. 

Entre a anal e a caudal 15 ä 16 escudos. O ventre é couraçado, 
comtudo percebe-se, ainda que diificilmente, tres filas longitudinaes no 
meio. Estas vão até a cintura sternal. A côr é cinerea, não perfeita- 
mente uniforme, pois que se percebe regiões mais escuras, comquanto 
não definidas em maculas. Ein todas as nadadeiras os raios são macu- 
lados; as membranas interradiaes são, comtudo, incolores. O lado infe- 
rior do animal é mais claro. Ha um póro lateral. Um exemplar maior 
mede 12 mm. (sem a caudal), um menor apenas 61 mm. (idem), tendo 
menor numero de dentes em cada intermaxillar — 4 4 5, e em cada 
mandibular casualmente o mesmo numero. A côr é geralmente mais clara 
e se divisa fachas transversaes mais escuras, no extremo anterior da 
dorsal, no seu extremo posterior, no logar onde esta inclinada toca o 
dorso, duas dahi à caudal e, tinalmente, uma nodoa mais escura sobre 
esta, perto da origem. O escudo peitoral chega á cintura sternal. O resto 
como no individuo maior, com a differenca de serem as carenas mais 
distinctas sobre a região post-occipital e nos dous escudos seguintes. » 
(Hensel.) 

Habitat: Rio Cadêa — Rio Grande do Sul. 


«Dentes pequenos, bem desenvolvidos em ambas as maxillas. Cabeça 
de comprimento contendo 1 e'/, vezes a largura, 47/, 4 5 0 comprimento 
total; focinho obtusamente pontudo, fracamente proeminente sobre o labio ; 
escudos cephalicos com estrias espinhosas longitudinaes, sem carenas; 
diametro da orbita 5’/, ä 6 vezes no comprimento da cabeça, 2 '} a 2°}; 
no comprimento do focinho; 1'/, 4 1°/, no espaço interorbital; um largo 
entalhe post-orbilal; prega labial inferior moderada, papillosa, fracamente 
entalhada, com uma franja de papillas obtusas. Dorsal 1+7; primeiro 
raio 1e'/,41e'/; no comprimento da cabeça, justamente acima da base 
das ventraes. Peitoraes 1 +6, do comprimento ou pouco mais curtas 
do que a cabeça, chegando ä frente da base das ventraes. Anal 1 +5. 
Raios caudaes externos muito prolongados, filiformes, o superior o mais 


1) Parvus (Lat.) — pequeno. 


126 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


longo. Escudos lateraes 26 — 28, com duas carenas approximando-se 
sobre o 13º ou 14º; escudos nucaes sem carenas; 16 á 17 entre a dorsal e 
a caudal, 14 ou 15 entre a anal e a caudal. Peito e ventre couracados; es- 
cudos peitoraes numerosos, polygonaes, irregulares; ventraes 7 4 9, trans- 
versalmente alongados em cada lado e tres series de outros menores no meio 


FIG. 68 — Loricaria parva, seg. Boulenger. 

Todos os escudos espinhosos e estriados. Olivaceo superiormente, 
com fachas transversaes, mal definidas; uma facha escura em cada lado 
do focinho, da ponta aos olhos; nadadeiras tendo manchas escuras, 
110 mm.» (Boulenger.) 

Habitat: Descalvados — Matto-Grosso. 


139 — Loricaria konopickii, ' Steind. 
D. 1 + 7; A. 1 + 55; L. lat. 29. 


«Conformaçäo do corpo moderadamente reforçada, cerviz e cabeça, 
no lado superior, entumecidos, tronco por detraz da dorsal fortemente 
deprimido e diminuindo bruscamente de largura. Comprimento da cabeça 
um pouco menor do que 1/5 do comprimento do corpo; maior largura 


1) Konopickii=de Ed. Konopicky que desenhava os peixes descriptos e figurados por Steindachner, 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 127 


da cabeca cerca de 1 e 2/5, altura d’este, no extremo do escudo mediano 
post-occipital, um pouco mais de 2 e 1/4 no comprimento da cabeca. 

Cabeca triangular, esvelta, tornando-se ‚ponteaguda para a frente, 
muito aspera no lado superior. Olhos com ~ RO 
um! entalhe: triangular, baixo, na orla pos- ss 
terior. Focinho quasi egual á 1/2 docom- | = 
primento da cabeça. As duas cristas en: 
convergentes, na frente da placa media- 
na post-occipital, se projectam no pesco- 
co, sobre os dous primeiros pares de 
escudos e n’estes diminuem de altura; |: 
tambem as restantes series de escudos, - 
da parte anterior do tronco, até a orla 
ventral, são carenadas ao longo do seu 
meio. Labios anterior e posteriores, finamente franjados na orla. Labio 
posterior de largura moderada, fortemente papilloso, arredondado em 
semicirculo na orla posterior, e fracamente entalhado no meio do bordo 
externo. Maxillas pequenas; 9 á 10 
denticulos delgados em cada lado, nos 
intermaxillares e mandibulares. Bar- 
bilhões apenas mais longos que o 
diametro ocular, sem o seu entalhe 
posterior, 4 á 5 escudos entre as pei- 
toraes e ventraes, na orla do abdomen. 
Escudos thoraxicos entre as duas 
peitoraes, não muito menores do que 
os escudos seguintes, posteriormente, 
do meio do abdomen. 

As duas quilhas lateraes do tronco 
se reunem n'uma unica sobre o 15º annel. Peitoraes e ventraes de 
egual comprimento, cerca de 1/6 do comprimento do corpo. Dorsal 
elevada, primeiro e mais longo raio da mesma 1/4, primeiro da anal 
1/5 do corpo. Caudal moderadamente entalhada em meia lua, na orla 
posterior. Seis fachas transversaes indistinctas no tronco e uma na re- 
gião post-occipital; pequenos póros redondos, quasi punctiformes, de- 
bruados de pardo escuro, apparecem em todo o lado superior da ca- 
beça e parte anterior do tronco. 96 min.» (Steindachner.) 

Habitat: Amazonas. 

140 — Loricaria maculata, ' Bl. 
D. 1+7; A. 1+5;L. lat. 28—29. 


«Altura 1 e 4/5 4 1 e 1/2 na largura. Cabeça longa, deprimida, sua 
altura cerca de 2 vezes a largura; occipital com duas carenas, marginado 


FIG. 69 — Loricaria konopickii. seg. Steidachner. 


FIG. 69-A 


1) Maculatus (Lat.) = maculado. 


128 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


posteriormente por 3 placas; espaço interorbital concavo; focinho de- 
primido, agudo, mais no joven, sua orla ligeiramente levantada e es- 
treitamente núa no adulto. Entalhe orbital baixo, parabolico, raramente 
um tanto anguloso; diametro ocular com o entalhe 4e 1/2 á 5 no com- 
primento da cabeça. Olhos 2 e 1/2 á 3 e 3/4 no focinho, 5 e 3/4 à 7 na 
cabeça, 1 e 2/5 4 1 e 1/3 no espaço interorbital. Face inferior da cabeça 
nua, excepto na estreita facha marginal. Dentes pouco numerosos, pe- 
quenos, na maxilla superior; outros semelhantes, porém, em maior nu- 
mero, nos mandibulares. Margem do labio superior ligeiramente franjada, 
labio inferior redondo. Placa anal pontuda anteriormente, marginada por 
2, raramente 3, placas anaes; ventre com 3 series de placas; peito com 
placas irregulares menores. Placas nucaes bicarenadas, carenas lateraes 
proeminentes, distinctas, approximando-se sobre o 16º ou 17º escudo. 
Superficie da cabeça e dos escudos anteriores com series longitudinaes 
de pequenos espinhos. Distancia entre a dorsal e a ponta do focinho, 
cerca de tres vezes no comprimento. Aculeo dorsal cerca de 1 e 1/4 no 
comprimento da cabeça. Caudal emarginada, o raio superior ligeiramente 
prolongado. Anal quasi da altura das ventraes; ventraes mais altas do 
que as peitoraes, chegando 4 origem da anal, peitoraes quasi ás ventraes. 
Dorso com cinco fachas transversaes escuras; dorsaes maculadas, as 
maculas estendendo-se sobre as membranas, na frente de cada raio, - 
pontas escuras; margem do lóbo caudal inferior denegrido, com os raios 
maculados; base da caudal escura; anal uniforme, ventraes ligeiramente 
escuras. 170 mm.» (Eigenm. & Eigenm.) 

Habitat: Guaporé, Amazonas (Caldeirão), Coary, Santarém, Içá, Ja- 
vary, Obidos, Teffé, Jutahy. 


141 — Loricaria lanceolata ', Gunth. 


DI #72 A 1 £15: L. tate 29) 4 31: 


«Cabega e corpo muito deprimidos, porém estreitos, a sua maior 
largura sendo 3/5 do comprimento. Labio inferior largo, ligeiramente en- 
talhado posteriormente; barbilhöes lateraes finos e curtos; franjas dos 
labios indistinctas. Dentes muito finos, em pequeno numero, cerca de 
cinco em cada lado dos intermaxillares e sete nos mandibulares. Orbita 
com o entalhe posterior baixo, seu diametro horisontal (incluido o entalhe) 
2/3 da largura do espaço interorbital, que é chato. Cabeça e corpo as- 
peros; um par de rugas obtusas no occiput e na nuca. Carenas lateraes 
do corpo confluentes sobre o 15° annel. L. 28. (*) Há uma serie de sete 
escudos entre as raizes das peitoraes e ventraes. Thorax e abdomen 
cobertos de escudos irregulares. Comprimento da cabeça (medida do 
occiputal) um pouco mais do que 1/5 do total (sem a caudal). Nenhum 


1) (Lonceolatus) lat. em forma de ferro de lança. 2) segundo Regan. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 129 


dos raios das nadadeiras muito prolongado; as peitoraes se projectam 
algum tanto além da origem das ventraes. Origem da dorsal opposta 
a raiz das ventraes. Parda; dorso com cerca de 5 fachas transversaes 
escuras; nadadeiras com largas fachas negras, transversaes, confluentes. 
3 pollegadas e 3/4» (Günther). 

O typo de Günther, era procedente de Xeberos, d’um tributario do 
Alto Amazonas. 

Steindachner descreveu e figurou mais tarde outra Loricaria de 14 
* centimetros, que chamou Lor. teffeana, sobre exemplares procedentes de 
Teffé — no proprio Rio 
Amazonas. Lê-se na sua 
descripção: «Na forma do 
corpo esta especie não se 
differencia perieitamente de 
Lor. lanceolata de Gün- 
ther—comtudo a cabeça é 
comparativamenie mais cur- 
im contida 5e 3/5 a be 
2/4 vezes no comprimento 
do corpo; a cabeça de Lo- e nn 
ricaria teffeana estreita-se, ae Er 
além disso, um pouco mais 
abertamente para diante do 
que na Lor. lanceolata e o 
raio marginal superior é 
prolongado em longo fila- 
mento emquanto que em 
Lor. lanceolata Günth. não 
parece ser este o caso (!)» 

Eigenmann & Eigen- 
mann dão para Lor. teffe- 
ana — a cabeça 5 a 5 e 1/2 no comprimento, dizem serza côr desta 
especie muito variavel, mas reproduzem a de Lor. lanceolafa, inclusive 
as fachas das nadadeiras peitoraes. O exame das descripções e boas 
figuras dadas por Günther e Steindachner não me convenceram da di- 
versidade das duas especies, o que é corroborado pela procedencia; e 
visto como o proprio Steindachner duvida de que Lor. lanceolata não 
tenha o ultimo raio superior prolongado, fica a differença das preten- 
didas especies apenas baseada em 1/4 do comprimento da cabeça em 
relação ao do corpo, o que bem póde ser levado á conta de variação 
local. Dahi cremos que a Loricaria teffeana seja synonyma de Lor. 
lanceolata. 17 centimetros. 

Habitat: Alto Amazonas, de Tefié para cima. 

6378 17 


FIG. 70j—Loricariazlanceolata, seg.=Giinther. 


130 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


142 — Loricaria phoxocephala ', Eigenm. & Eigemn. 


L. lat. 29 


«Cabeça 4 e 7/8 á 5, longa, pontuda, o focinho agudo; altura da 
cabeça 1 e 3/5 na largura; occipital com carenas apenas visiveis; espaço 
interorbital convexo; perfil anterior concavo; ponta do focinho nua. Um 
entalhe orbital estreito. Olhos 3 e 2/3 no focinho, 7 na cabeça, 1 e 2/3 
no espaço interorbital. Face inferior da cabeça núa; dentes numerosos 
e bem desenvolvidos em ambas as maxillas; placas thoracicas peque- 
nas, a margem anterior da região couraçada truncada, projectando-se 
até 4 abertura das guelras; cinco series longitudinaes de placas ventraes ; 
placas annaes e as anteriores 4 estas como em L. feffeana, placas nucaes 
obscuramente bicarenadas; carenas lateraes tornando-se mais ou menos 
inteiramente coalescentes sobre a 15º placa. Distancia entre a dorsal e 
a ponta do focinho 3 e 1/3 4 3 1/6 no comprimento; 1º raio dorsal mais 
alto do que o comprimento da cabeça; ultimos raios caudaes externos, 
prolongados; anal mais alta do que as ventraes ou peitoraes. 

Pardo-claro com seis largas fachas transversaes, a primeira sobre a 
nuca, a segunda sobre a origem da nadadeira dorsal; uma facha escura 
projectando-se dos olhos para a frente, outra mais estreita para baixo ; 
cabeça e parte anterior do corpo com póros negros; dorsal ligeiramente 
escura, obscuramente maculada, sua base com poucas manchas; base 
da caudal e uma facha que fica parallela ä sua margem de côr parda 
escura; anal e ventral claras; peitoraes semelhantes á dorsal: 140 mm.» 
(Eigenm. & Eigemn.) 


Habitat; Coary (Amazonas) e Posadas (R. Paraná). 


143 — Loricaria lima ', Kner. 
Cascudo barbado 
Est. 34 fig. 1 
D.1+7;A.1+5;L.lat. 25 4 29 


Cabeça 3 e 4/7 4 4e 3/5 no comprimento total, tendo os machos, 
nos lados, uma facha de aciculos; região orbitaria elevada e dando ori- 
gem a uma crista que se dirige para diante, terminando proximo á ponta 
do focinho, em cada lado da linha mediana rostral; esta bilurcada pos- 


1) Phoxocephalus (Gr.) = cabeça em fórma de pão de assucar, 
2) Lima (Lat.) = lima, instrumento. 


ei 


À. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 131 


teriormente; olhos seis á sete vezes no comprimento da cabeça e 1 e 
1/2 no espaço interorbital. Bocca pequena, com seis á oito dentes em 
cada intermaxillar e mandibular; labio moderadamente desenvolvido, 
com papillas na sua face ventral e mais ou menos provido de iranjas 
curtas no bordo livre; superficie ventral recoberta de tres á cinco series 


longitudinaes de placas, entre as sete ou oito lateraes; tres placas ab- 


dominaes adiante da anal. O post-occipital e as duas placas medianas 
que o seguem, formam duas carenas mediocremente elevadas e mode- 
radamente divergentes, ä proporção que se approxima da dorsal; as 
placas lateraes têm uma carena que descreve uma curva de concavidade 
interior, por fóra das placas medianas, encerrando-as em um parenthesis ; 
e seguem depois, obseletas pelos lados da dorsal, em linha recta, até 
perto da cauda; formam, dahi uma depressão dorsal mediana. As pei- 
toraes, aciculadas nos machos, attingem ás ventraes (estas um pouco 
menos aciculadas) e a dorsal, em suas origens, sendo que a dorsal, co- 
meça verticalmente acima do 3º raio ventral. 

As cristas lateraes do corpo se reunem no 16° annel; caudal me- 
diocremente lunada, com o raio superior prolongado. Cinerea, quatro 
fachas denegridas, transversaes, no corpo, depois da dorsal; caudal com 
a base e a orla denegridas e, como as demais nadadeiras, diffusamente 
maculada; póros da linha lateral denegridos, na femea. 

Habitat: Rio Preto, R. Parahyba, Guenda. Rio das Velhas, Santa 
Cruz, Iporanga, R. Grande do Sul, Pará, Norte até o isthmo de Panamá. 


144 — Loricaria cubataonis ', Steind. 


Eat e27e 


«Todo 0 corpo muito aspero, pois cada escama da cabeça e do 
tronco é mais ou menos provida de numerosas carenas delgadas, ar- 
madas de aciculos obliquamente dispostos e terminando em um aculeo 
saliente. Toda a obtusa orla lateral da cabeça densamente armada de 
curtos aciculos. Duas carenas pequenas sobre o processo occipital e em 
ambos os escudos nucaes. Ultimo raio externo superior da caudal, mais 
longo do que o inferior, comtudo não prolongado em filamento. Orla 
supraorbital um pouco elevada. Cabeça estreitando-se gradativamente 
para a ponta. Olhos pequenos, sete vezes; fronte cerca de 3 e 1/2, fo- 
cinho duas vezes; peitoraes cerca de 1 e 1/2; ventraes cerca de duas 
vezes; raio caudal superior cerca de 1 e 1/2 no comprimento da cabeça. 
27 escudos em uma serie longitudinal. As carenas lateraes da mesma, 
correm, da decima ä ultima placa caudal, muito juntas. Lado inferior da 
cabeça nú. SO entre as ventraes e um pouco adiante desta, os escudos 
venlraes se unem, constituindo um grupo oblongo, compacto. Entre as 


1) Cubataonis (Latinisação) —do rio Cubatão. 


132 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


duas ultimas da fila dos lados do ventre, säo ellas separadas entre si 
por uma facha de pelle, que é porém mais estreita do que as tres ou 
cinco filas longitudinaes de placas. 

Mais para diante, tornam-se as plaeas depressa menores, assim 
como muito mais numerosas e se projectam entre as placas lateraes 
anteriores que, egualmente, diminuem de dimensões (sobretudo trans- 
versalmente), até que se tornem apenas maiores do que pontos, irre- 
gularmente dispostos e circumdados por uma orla de pelle relativamente 
larga. A placa anal é circumdada anteriormente por tres outras em se- 
mi-circulo. A ponta do aculeo peitoral reclinada chega apenas á arti- 
culação das ventraes. Aculeo dorsal indistinctamente mais longo do que 
o aculeo das peitoraes. Tronco com quatro fachas violetas cinereas 
transversalmente dispostas justamente como em Lor. henselii (— Lor. 
lima). Caudal com duas fachas transversaes, as demais nadadeiras com 
duas á tres maculas menos desenvolvidas em fachas obliquas. Largura 
do tronco junto do principio da anal, cinco vezes na distancia entre os 
primeiros raios anaes e a base da caudal. 65 mm.» (Steindachner). 

Habitat: Cubatão: Santa Catharina (perto de Therezopolis). 


145 — Loricaria kronei !, Mir. Rib. 
Est. 34 fig. 2 
D.1+7:A.1+5; L. lat. 28. 


Fórma de Lor. magdalenæ, Steind. Cabeça 4 e 2/3 no comprimento 
(sem a caudal), sua largura 1 e 1/4 no proprio comprimento; olhos 8 
e 1/2 nesse mesmo comprimento e 1/2 no espaço interorbital; entalhe 
post-orbital estreito, porém maior que 1/2 do diametro ocular e ligeira- 
mente curvo para o vertex; espaço interorbital quatro vezes na cabeça, 
comprimento do focinho 1 e 9/10, bocca pequena com 7/8 dentes em 
cada lado; labios curtamente franjados nos bordos e o inferior recoberto 
de papillas hemisphericas, como em L. latirostris; porção livre de bar- 
bilhão maxillar egual a diametro orbitario. 

Lados da cabeça, da primeira metade rostral para traz, com uma 
facha larga de aciculos que se estende até sobre a base dos peitoraes ; 
alto da cabeça desde a regiäo interorbital e todas as placas pre-dorsaes 
e nadadeiras peitoraes, egualmente recobertas de aciculos um pouco mais 
curtos, nos machos. Carenas lateraes mediocres, encontrando-se no 16° 4 
17° anel; thorax, entre as peitoraes, recoberto de escamas pequenas; 
ventre, dessas nadadeiras para traz, com tres series longitudinaes medi- 
anas; ha sete placas lateraes entre as peitoraes e as ventraes; anal 
grande, bordada anteriormente por tres e estas ainda por cinco outras 
placas. Aculeo dorsal egual 4 distancia que vai da ponta do focinho 


1) De Ricardo Krone, de Iguape, quem a descobrio. 


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A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 133 


ao plano das aberturas das guelras ou 6/7 do comprimento da cabeça; 
peitoraes atingindo a base das ventraes, estas a anal: 2: e 3º raios 
ventraes os mais longos; raio caudal superior prolongado; largura do 
corpo sobre o 1º raio anal cinco vezes na distancia que vae deste 
ponto á caudal. Côr de canella; raios das nadadeiras dorsal, peitoraes 
e ventraes, pontuados de negro; caudal com a base e uma larga facha 
marginal negras; cinco fachas transversaes indistinctas sobre o corpo, 
a primeira no início da dorsal; thorax, entre as peitoraes, ligeiramente 
obscuro. Comp. 170 mm. Como se vê, esta especie muito se assemelha 
a Lor. magdalene e não a considero como variedade desta, devido a 
precedencia. 
Habitat: Rio Iporanga, S. Paulo. 


146 — Loricaria latirostris ', Boul. 
Stages) 


IDS SP 78 ANS lear bye libs Ven Aes 


Cabeca de contorno parabolico no macho, vomeriforme na femea 
3 e °/, no corpo; sua largura 1 e '/, no proprio comprimento; seus la- 
dos, até a abertura opercular recobertos de uma facha de cerdas eguaes 
a '/, decimetro ocular; toda a sua parte superior fortemente aciculada; 
olhos 8 4 10; orbita saliente por uma entumecencia que circumda o 
entalhe post-ocular mediocre e se dirige para diante, até o bordo rostral, 
em uma crista obtusa; linha rostral mediana egualmente elevada, bifur- 
cando-se por detrás das narinas; as duas primeiras placas post-occipitaes 
bicarenadas, as carenas baixas; toda a parte anterior do dorso mais 
fortemente hispido que a posterior; egualmente os lados do corpo e do 
pedunculo caudal são tambem mais fortemente hispidos que as zonas 
medianas superior e inferior que são deprimidas; abdomen recoberto de 
placas que diminuem da região das ventraes para o thorax; ha sete ou 
oito em cada lado do ventre, entre as bases dessas nadadeiras; a placa 
anal representa uma ponta de ilexa, cujo apice fosse transversalmente 
truncado; em cada um dos seus lados ha uma unica placa, e outra lhe 
fica por diante. 

A bocca é pequena, tendo cerca da sete dentes bifidos em cada 
maxillar e seis em cada mandibular; o labio é espesso, redondo, recor- 
tado no bordo e recoberto na face interna de grossas papillas esphe- 
roidaes; ponta do focinho nua e bem assim toda a parte inferior da 
cabeça; as carenas lateraes apenas perceptíveis se reunem sobre o 18 
annel. Peitoraes grandes, com o aculeo deprimido, largo e muito mais 
curvo no bordo externo do que no interno; tanto o aculeo como os 
raios, densamente recobertos de aciculos; ventraes pouco menores que 


1) Latirostris (Lot.); latus — amplo, largo; rostrum, focinho. 


134 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


as peitoraes, tendo sómente o bordo anterior do aculeo aciculado e uma 
fina estria sobres os raios; o 3º raio destes fica sob o aculeo da doisal 
e o seu aculeo é attingido pelo 4º raio peitoral. Aculeo dorsal quasi 
egual á largura da cabeça; caudal abrupta e verticalmante truncada. 
Olivacea obscura superiormente, mais clara inferiormente; quatro fachas 
negras, largas, transversas no corpo e abdomen; uma tarja negra na 
orla da dorsal, perto da orla da anal e na base e na orla da caudal. 

Habitat: O exemplar que servio a presente descripção procede do 
Rio Iporanga, Estado de S. Paulo; o typo de Boulenger procede do 
mesmo Estado, porém do Rio Mogy-Guassú. 

Pela comparação do meu exemplar com o desenho do de Boulenger, 
dado por Tate Regan, se verfiica que, com a edade, a parte anterior do 
abdomen vae mais e mais perdendo as placas que a recobrem no joven. 
Maior exemplar conhecido 270 mm. 


147 — Loricaria microlepidogaster ', Regan 


DS 7; Aviat 5 Tea 


«Comprimento da cabega quatro vezes no total. Largura da mesma 


FIG. 71 — Loricaria microlepidog: stre, seg. Regan. 


1 e '/, no proprio comprimento; diametro ocular 6 e '/3, espaço [interor- 
bital 4 e */,, comprimento do focinho duas vezes. Focinho redondo. 


1) Microlepidogaster (Gr.) vide pag. 91, nota. 


mate 
' 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 135 


Cabeça, labios, dentes, etc., como em Lor. strigilata. 29 escudos n’uma 
serie longitudinal, 18 + 11, os da frente da dorsal fracamente carenados, 
as carenas lateraes fracas, unidas posteriormente. Face inferior da cabe- 
ça nua; abdomen com placas numerosas em cinco ou seis series entre 
as placas da serie lateral, anteriormente muito menores. Placa anal bor- 
dada anteriormente por cinco. Primeiro raio dorsal */; do comprimento 
da cabeça; aculeo peitoral chegando ao 4º anterior das ventraes; ven- 
traes com os raios exteriores maiores. Largura do corpo no nivel do 
primeiro raio anal, 4 e °/, na distancia d'este ponto 4 caudal. 

Corpo com cinco á seis fachas transversaes escuras; raios das na- 
dadeiras com maculas denegridas. Caudal denegrida na base e na me- 
tade posterior. 95 mm.» (Regan) Habitat: Rio Grande do Sul. 


148 — Loricaria vetula ', Cuv. & Val. 


«Sua largura entre os operculos não excede á oito vezes no com- 
primento e eguala ao da cabeça. O angulo que forma o focinho seria 
recto, se o vertice não fosse um pouco arredondado. O diametro ocular 
é egual à '/; da sua distancia da ponta do focinho, e '/, do comprimento 
da cabeça; estão 4 um pouco mais de dous diametros transversos um 
do outro. Sua orbita não é aberta posteriormente. Os barbilhões lateraes 
são mais longos e melhor separados do véo. O primeiro raio das pei- 
toraes é '/, do comprimento do corpo e o das ventraes '/; menor. A 
distancia entre as ventraes eguala a !/; de seu proprio comprimento. A 
dorsal occupa a oitava parte do comprimento total. As placas da parte 
inferior do peito, entre as quatro series lateraes, são infinitamente mais 
numerosas; póde-se contar mais de 20 ou 25 de um a outro bordo 
deste espaço. Todo este peixe parece de um pardo olivaceo superior- 
mente, amarellado inferiormente. 

Adiante do bordo anterior de cada um dos raios da dorsal, ha uma 
ordem de pequenas maculas negras. Os intervallos dos raios de suas 
peitoraes são de um pordo escuro com manchas transversaes negras. 
Ha alguns pontos denegridos sobre as ventraes, 18 pollegadas e o fila- 
mento caudal 15» (Cuv. e Val.) 

Tate Regan que examinou o exemplar typo e dous outros mais, 
descreve-os assim: «Comprimento da cabeça 4e',a4e°/, no total. 
Largura da cabeça quasi egual ao seu comprimento. Diametro ocular 
9á11e'/, no comprimento da cabeça; espaço interorbital cinco vezes, 
comprimento do focinho duas vezes. Quatro ou cinco dentes em cada 
lado da maxilla superior, seis 4 oito na inferior. 36 4 37 escudos n'uma 
serie longitudinal, 21 4 23 + 13 a 15. No maior exemplar (480 mm.) o 
abdomen é recoberto de numerosas placas granulares, muito pequenas 


1) Vetula (Lat.), velhinha, 


136 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


até o nivel da abertura das guelras, uma placa granular na face inferior da 
cabeca, em frente da abertura das guelras. Em os exemplares menores 
(240 mm.) o abdomen é nú, excepto para a serie lateral de placas e para um: 
facha de duas a tres series de placas granulares pequenas, enviando 
um ramo anterior para cada lado da base das peitoraes. Aculeo pei- 
toral projectando-se sobre o terço anterior das ventraes ou, no exem- 
plar maior, sobre o seu meio. Dorsal com uma serie de manchas escuras 
na ametade posterior de cada membrana interradial. Raios peitoraes, 
ventraes e caudaes, com pontos indistinctos. Em outros caractéres seme- 
lhante 4 L. cataphracta. 48 mm.» (T. Regan). 
Habitat: Do Rio de Janeiro ä Buenos Ayres. 


149 — Loricaria apeltogaster, ' Boul. 
Ds I 7 FAR Ida Dos E late 31007327 


« Alguns dentes delgados em ambas as niaxillas. Cabeça ligeira- 
mente ınais longa, 5 vezes no total; focinho pontudo, francamente saliente 
sobre o labio; escudos cephalicos fortemente espinulosos; escudos occi- 
pitaes com duas carenas estreitamente proximas, parallelas; diametro da 


Ba. 


FIG. 72 — Loricaria apeltogaster, seg. Boulenger. 


orbita 7 e '/, a oito vezes no comprimento da cabeça, quatro vezes no 
focinho, 1 e '/; a 1 e '/, no espaço interorbital; não ha entalhe post- 
orbital; prega labial inferior algo mais larga, com franjas longas; bar- 


1) Apeltogaster (Gr.); de a, sem; pelte, escudo; gaster abdomen. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 137 


bilhão longo; primeiro raio um pouco mais longo do que a cabeça, 
justamente acima da base das ventraes. Peitoraes 1 + 6; aculeo mais 
ou menos prolongado, ao menos do comprimento da cabeça, chegando 
muito adiante da base das ventraes. Estas 1 + 5; primeiro raio prolon- 
gado, porém mais curto do que os peitoraes, chegando muito á frente 
da origem da anal. Raio caudal superior prolongado em um filamento 
muito longo. Escudos lateraes com duas rugas espinhosas, se reunindo 
do 17º ao 20º; escudos nucaes bicarenados, 21 ou 22 entre a dorsal e 
a caudal, 19 4 20 entre a anal e a caudal. Peito e ventre nús ou com 
pequenos escudos estrellados ; uma serie de seis á oito pequenos escu- 
dos transversos podem estar presentes em cada lado do ventre. Todos 
os escudos finamente granullados e espinhosos. Pardo pallido superior- 
mente, com tres ou quatro fachas transversaes, mais escuras, no corpo 
e na cabeça; nadadeiras parcialmente denegridas. 12 mm.» (Boulenger). 


Habitat: R. Paraguay, Corumbá. 


150 — Loricaria macrodon ', Kner. 


L. lat. 31 à 33 


«Cabeça de largura quasi egual ao proprio comprimento, o qual é 
contido 4 e 1/2 no comprimento do corpo. Os olhos são pequenos, seu 
entalhe marginal semilunar é tão fraco que, apenas augmenta de uma 
linha o diametro ocular; a prega dermica que os recobre se espessa em 
uma sorte de palpebra superior e lembra a palpebra adiposa menisciforme 
que existe adiante dos olhos dos salmões. A distancia entre a orla ocular 
anterior e a ponta do focinho, contem 5 e 1/2 pequenos diametros 
oculares, entre a mesma e as fossas nasaes 1, o espaço inter-ocular 
quasi 2 dos taes diametros. A pupilla performa uma meia lua profunda- 
mente cortada. Toda a orla ocular anterior e superior é elevada e provida 
de denticulações curtas e curvas para traz, as fossas nasaes quasi tão 
largas quanto longas separam as duas narinas (como em codas as Lori- 
carias) por um ligamento cutaneo alongado em valva erectil. Todos os es- 
cudos cephalicos asperos; entre as fossas nasaes e os olhos constituem 
tres cristas finamente denticuladas. No escudo occipital mediano, duas 
cristas divergentes para traz e ahi mais fortemente denticuladas. Tambem 
carenados mas um pouco mais fracamente, são os tres escudos post- 
occipitaes lateraes. Cobertura das guelras e escudos da orla lateral da 
cabeça e do focinho providos de aciculos villiformes, curtos, compacta- 
mente dispostos e coloridos de pardo. Dos tres escudos dorsaes medi- 
anos são os dois anteriores, egualmente atravessados por duas cristas 
parallelas e a ultima simplesmente carenada. Dos escudos lateraes supe- 


1) Macrodon (Gr.); Macros — grande; odons — dente. 
6378 18 


Er 


138 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


riores ha cerca de quatro carenados e denticulados; no mais, só existem 
as duas listas lateraes communs que correm separadas, sobre 18 à 19 
placas e depois unidas, sobre 13 ou 14 anneis -caudaes. Linha lateral 
conspicua. Póro lateral muito grande. Lado inferior da cabeça inteira- 


‘FIG..73 — Loricaria macroden, seg. Krer. 


mente nú, pois que as placas rostraes um tanto moveis, apenas trans- 
bordam inferiormente e só adiante das aberturas das guelras constituem 
uma orla triangular; de resto ellas são aqui tambem providas de aciculos 
villiformes. — A bocca fica muito proxima da ponta do focinho (apenas 
separada por um grande diametro ocular); o labio anterior é curto, 
porém provido de numerosos barbilhões livremente pendentes %dispostos 
em muitas filas; o barbilhão maxillar comprido, sua peça basilar ossea 


73% 
gr: 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE nr DEIXES 139 


(maxilla superior), cuja funcgäo geral parece ser a de expandir o labio, 
é entretanto curto e não chega ao angulo da bocca. O labio posterior 
é grande e provido, na orla posterior, de longas e delgadas franjas e 
na superficie oval densamente recoberto de papillas e barbellas curtas. 
O numero dos dentes de egual tamanho e forma é de 4 à 5 em cada 
intermaxillar e mandibular; a sua ponta curva para cima é de cor 
amarella vinacea ou pardacenta, alarga-se quasi em fórma de colher em 
gume arredondado, são dispostos firmemente para cima e sem peça 
basilar transversal. Atraz destes, como em L. cataphracta, escondidos 
na espessa gengiva, ha dentes inteiramente eguaes, que eu pude distin- 
guir e levantar, mas como não consegui deitar nenhum dos que já esti- 
vessem funccionando, pareceu-me que estes existem realmente ahi para 
servirem de substitutos aos outros, ligando-se só então definitivamente 
aos maxillares. 

Peito e ventre apenas parcialmente recobertos de pequenas escamas 
irregulares, das quaes mesmo as mais finas se deixam notar pela sua 
aspereza. O numero das placas lateraes maiores é, entre as nadadeiras 
peitoraes e ventraes, de 8 4 9. O numero dos raios das nadadeiras é 
como em Loricaria cataphracta. O aculeo da dorsal é de robustez medi- 
ocre, de egual comprimento dos raios articulados; sua altura é egual ä 
largura da cabeça. O aculeo da anal é mais curto do que o precedente, 
moderadamente espesso, flexivel e provido de aciculos villiformes, parda- 
centos. As peitoraes e ventraes são as mais fortes. O primeiro raio das 
peitoraes é do comprimento da cabeça, curvo, uniforme, deprimido, pro- 
vido de denticulações villiformes, de apice vermelho até a sua extremi- 
dade flexivel. O primeiro raio ventral é apenas mais curto que o prece- 
dente e quasi 1/3 mais longo do que o segundo raio articulado, mais 
espesso no meio e provido de denticulações villiformes semelhantes, 
porém ainda maiores do que os que se encontram na orla rostral e no 
aculeo peitoral. Ellas se assemelham na förma, substancia e coloração 
geralmente aos dentes da bocca, não ficam tambem nuamente firmes 
sobre os raios osseos, mas têm a base implantada sobre um tegumento 
esponjoso (denticulações semelhantes, mas quasi microscopicas, são 
tambem perceptiveis mesmo nos mais delgados escudos da face abdo- 
minal). Os raios externos de ambos os lóbos da cauda apparecem assim 
como os tres escudos basilares, lateraes e lanceolados, finamente denti- 
culados. Não ha filamento caudal. Todas as nadadeiras são maculadas, 
com excepção da anal; lado dorsal com vestígios de fachas transversaes 
mais escuras, e tambem sobre a região cervical, origem da dorsal e 
posteriormente á esta. Coberturas das guelras com grandes manchas; 
lado inferior e labios claros, immaculados. Comprimento do corpo do 
exemplar descripto 10”30”» (Kner). 


Habitat: Cuyabá. 


140 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


151 — Loricaria parnahybæ ', Steind. 


D. 154 75. Al 7055, late 3192734 


«Forma muito delicada; cabeça estreita, pontuda, triangular; seu 
comprimento 4e 3/5 4 mais de 4 e 3/4 do comprimento do corpo (sem 
a caudal). Largura da cabeça 1 e 1/2, altura do corpo 2 e 1/3 até cerca 
de 1 e 1/2 vezes, diametro ocular 6 ä 7 vezes, espaço interorbital 5 
vezes, comprimento do focinho indistinctamente mais ou menos duas 
vezes, primeiro raio dorsal 1 4 1 e 1/6, aculeo peitoral le 1/4 à le 
1/2, aculeo ventral 1 e 1/4. Primeiro raio anal 1 e 1/3 no comprimento 
da cabeça, largura do tronco na região do primeiro raio anal, mais de 
5 vezes na distancia entre este raio e a base da caudal. Labios completa 
e espessamente recobertos de longas papillas tentaculiformes e de franjas 
marginaes ainda maiores. Labios superiores nem sempre chegam ä aber- 
tura das guelras. Entalhe post-orbital muito breve, pouco profundo. Dentes 
da maxilla superior dourados, muito mais longos e em menor numero 
do que na mandibula e mettidos entre longas papillas. Supraoccipital e 
os dois seguintes escudos nucaes, com um delgado par de carenas. Acu- 
leo peitoral chegando com a ponta á cerca do extremo do primeiro quarto 
do comprimento das ventraes. O raio interno das ventraes cerca de 2 e 
1/2 mais curto do que o primeiro raio. Lado inferior da cabeça nú. 
Abdomen com muito poucas pequenas placas asperas, implantadas na 
pelle em maior numero entre os escudos lateraes posteriores e irregular- 
mente distribuidas; só adiante da fossa anal ha um mediocre escudo 
anal rhombo, limitado de escudos pequenos anteriormente e constituindo, 
com estes, um pequeno grupo mais ou menos unido; 31 á 34 escudos 
numa linha longitudinal no tronco (18 4 20 + 13 á 14); os anteriores 4 
dorsal indistinctamente carenados e as carenas lateraes, ao contrario, 
se apresentam nitidamente e são geralmente separadas. Cor de farinha 
manchado de nodoas mais escuras. Às vezes vestígios de fachas trans- 
versaes mais escuras no tronco. Maculas escuras sobre a dorsal, os 
peitoraes e caudal; raio caudal superior prolongado em filamento -— 152 
mm.» (Steindachner ). 

Habitat: Parnahyba (perto de Victoria), Estado do Piauhy. 


152 — Loricaria piracicabæ ?, Eigenm. & R. Ihering. 
D. 1 +7: À. 1 + 5: L. lat. 33. 
«A cabeça (até o fim do operculo) 5 vezes, a altura 12 e 1/2 


vezes no comprimento total; a largura do corpo, no inicio da dorsal, 
eguala co comprimento do focinho e olho. Beiços profusamente cobertos 


1) Parnahybe == do rio Parnahyba. 
2) Piracicabæ — do rio Piracicaba, 


À. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 141 


é marginados por tentaculos; os bigodes nao alcançam as aberturas 
branchiaes; sem placa anal. Focinho alongado e estreito, 3 ou 4 dentes 
no maxillar superior, sendo os do meio maiores do que os lateraes; 5 
ou 6 dentes no maxillar inferior, todos curtos. Abdomen e thorax in- 
teiramente cobertos com pequenas placas granuladas. Os espinhos pei- 
toraes näo alcangam a base das ventraes. A largura do corpo na origem 
da anal é contida quatro vezes na distancia entre as bases da anal e 
caudal. A largura da cabeca nos operculos eguala ao seu comprimento 
até este mesmo ponto; altura da cabeça 2e3/5 em seu comprimento: 
diametro ocular um pouco menor do que o espaço inter-orbital, cabendo 
seis vezes na cabeça; espaço inter-orbital concavo; occipital com duas 
“series de espinhos que augmentam em tamanho posteriormente; duas 
cristas sobre as placas que ficam entre o occipital e a placa impar em 
frente 4 dorsal; esta ultima placa tem uma só crista no meio. A mar- 
gem da cabeça é granulada, sua lace inferior núa; as placas superiores 
em frente 4 dorsal são carenadas, as outras só providas de minusculos 
espinhos; as carenas das placas lateraes, que a principio correm parel- 
lelamente, unem-se na 22? placa. O aculeo da dorsal é só um pouco 
mais curto do que a cabeça; caudal emarginada com os seus raios ex- 
ternos não (?) prolongados; os raios peitoraes, que são um pouco mais 
longos do que o primeiro espinho; chegam até as ventraes e estas al- 
cançam a anal. Amarello sujo, uniforme; nadadeiras ligeiramente macu- 
ladas; comprimento 190 mm.» (Eigenm. & Rudolph). 


153 — Loricaria nudiventris, ' Cuv. & Val. 
Dealt (tos ar as 2414126582? 


«Cabeça um pouco mais larga e focinho um pouco mais obtuso 
do que em Lor. cataphracta e menos do que em Lor. vetula. Suas pro- 
porções são ainda mais curtas que a d'esta. Sua largura nas peitoraes 
“é 1/5 do comprtimento, a da cabeça quatro vezes e meio. Olhos sete 
vezes na cabeça, á 4 diametros do focinho e á 2 diametros entre si. 
Orbita quasi não entalhada posteriormente; tem as mesmas cristas que 
as duas precedentes, sobre a parte anterior do dorso e sobre os lados, 
mas as duas sobre a parte posterior da cabeça faltam; estas cristas 
lateraes estão sobre dous angulos até a 20° ordem; mas em seguida 
só ha dez ordens, com um angulo simples. Todas as suas partes são 
mais asperas, sobretudo os raios de suas nadadeiras. As peitoraes são 
mais curtas do que a cabeça, de cerca de 1/3 e seu primeiro raio é 
cylindrico e muito herissado. O primeiro raio das ventraes o eguala e é 
egualmente aspero. O caracter principal desta especie consiste na pelle 
nua da garganta. Esta pelle molle se continua até entre as ventraes, 
sem peça alguma dura; sd ha quatro escudos na ordem inferior de cada 


1) Nudiventris (Lat.) = nudus = nú; venter = ventre, 


142 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


lado, entre as peitoraes e as ventraes. Os seus dentes se assemelham 
aos da primeira especie e os labios parecem ter sido ciliados pouco 
mais ou menos da mesma maneira; entretanto, como o individuo está 
secco, não posso informar sobre esta ultima circumstancia. Tambem 
não posso dizer se o raio superior da caudal era prolongado, visto como 
esta nadadeira está mutilada no nosso exemplar. Secco como está, pa- 
rece pardo cinereo e vê-se sobre o dorso, entre a dorsal e a caudal, 
quatro fachas transversaes denegridas. As nadadeiras parecem ter tido 
portos pardos nos intervallos de seus raios. Este peixe foi apanhado no 
rio de S. Francisco, no Brasil e doado ao Museu pelo Sr. Augusto de 
S. Hilaire.» (Cuv. & Val.) 


154 — Loricaria evansi ', Boul. 
Do Stal TEEPE eat. 220 


«Dentes bem desenvolvidos em ambas as maxillas. Cabeça um 
pouco mais comprida do 
| que larga, 1/4 do total 
| (sem a caudal), focinho 
obtusamente pontudo, com 
longas cerdas sobre os 
lados; tres curtas carenas 
sobre o alto da cabeça; 
entalhe post-orbital apenas 
distincto; diametro da or- 
bita 1/6 do comprimento 
da cabeça, 2/7 do focinho 
e 2/3 do espaço inter-orbi- 
tal, que é concavo. Préga 
labial muito desenvolvida, 
entalhada, papillosa e com 
longos cirrhos. 
Aculeo dorsal 2/7 daca- 
beça e justamente sobre a 
base das ventraes. Peito- 
raes 1 +6, um pouco mais 
CEE Sm curtas do que a cabeça, 
FiG. 74 — Loricaria evansi, seg. Boulengen 7° pfojectatido-se ate ame 
das ventraes. Estas 1+5 
do comprimento das peitoraes, chegando ä anal. Raio caudal superior 
prolongado em filamento, egual á 1/2 da cabeça e do corpo. Escudos 
lateraes 29, com duas carenas espinhosas que se encontram sobre o 19º 


1) Evansi — de J. W. Evans, que effectuou uma viagem scientifica a Matto Grosso e alli 
colligio a especie supra, 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 143 


escudos nucaes com carenas espinhosas. 20 escudos entre a dorsal e a 
caudal, 17 entre a anal e a caudal; peito e ventres nús, porém asperos 
com espinhos pequenos. Uma serie de 7 ou 8 escudos entre as peitoraes 
e as ventraes sobre cada lado do thorax. Pardo olivaceo superiormente, 
uma facha escura atravez da nuca e quatro outras entre as nadadeiras 
dorsal e caudal — nadadeiras manchadas de negro. 205 mm. Rio Jangadas, 
Matto Grosso.» (Boulenger.) 


ARGIID Æ 


Corpo alongado, posteriormente comprimido, anteriormente sub-cy- 
lindrico; cabeça grande, redonda, bocca em forma de ventosa inferior, 
provida de labios grandes, com o labio posterior reflexo e grande- 
mente expandido para traz, tendo um barbilhäo no angulo da bocca, 
mais ou menos desenvolvido, narinas superiores mais proximas do labio 
superior do que dos olhos, as anteriores providas de um prolonga- 
mento dermico, ás vezes prolongado em barbilhão e servindo de valva 
ás posteriores que ficam contiguas ä base das anteriores, olhos supe- 
riores, pequenos; aberturas branchiaes lateraes, mediocres, sendo a mem- 
brana das coberturas unida ao isthmo. Dorsal mais ou menos sobre as 
ventraes, com 1 + 6, um aculeo flexivel e quasi sempre maior que os 
raios; peitoraes e ventraes grandes, com um aculeo de ponta flexivel e 
nas mesmas condições que o da dorsal; as ventraes ás vezes ausen- 
tes; adiposa curta, com um raio osseo ou longa e baixa; papilla uroge- 
nital mais ou menos desenvolvida, caudal com os raios exteriores mais ou 
menos prolongados. L. lat. pouco perceptivel. Segundo Regan, o pteri- 
goide é pequeno, ás claviculas e o coracoide correm um pouco para 
diante da sua symphyse; das vertebras (5 + 12 + 17), as que ficam sob 
a dorsal tem as espinhas neuraes bifidas, as superiores á anal, ao con- 
trario, têm as hemaes dessa forma, os pharyngeaes inferiores e o 4: 
superiores são dentados; os dentes nas maxillas são em mais de uma 
serie e não ha pseudo-branchias. 

Desta família parece existir, no Brasil, um representante, citado 
por Castelnau sob o nome de Arges sabalo. Depois da monographia 
de Regan sob os «Peixes da familia Loricariidae (1904), a citação de 
Castelnau ficou em duvida, por não se saber ao certo de que especie 
se tratava. O culpado de tal facto é o proprio Castelnau, pois que, 
tudo quanto se lê 4 pagina 40 dos «Animaux Nouveaux ou Rares de 
PAmerique du Sud, é o seguinte: 

«Arges sabalo Cuv. & Val., Paris, t. XV, pag. 335. Eu trouxe dos 
rios centraes do Brasil um individuo que, comquanto menor que o do 
Sr. Pentland, não parece differir delle. » 

As collecções de Castelnau foram para o Museu de Paris. 


1) Arges = genero typico; eidos = semelhantes. 


144 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 
CALLICHTHYDE ' 


Os peixes d’esta familia säo reconhecidos promptamente pela pre- 
sença de duas filas de placas imbricadas sobre os lados do corpo que 
ellas protegem, mais ou menos perfeitamente, entre a cabeça e a caudal. 
A cabeça curta, a bocca p'quena, raras vezes provida de dentes e isso 
mesmo só nos mandibulares, os labios desenvolvidos, reflexos, não for- 
mando, comtudo, ventosa e parallelos ao contorno oral e terminando no 
rictus em dois barbilhões, sempre ınediocres, teretes ou tendo mais, no 
inferior, duas á seis outras barbellas muito pequenas. Focinho nú. Na- 
rinas superiores, isoladas; a anterior tubular ou as duas baixas, situa- 
das n'uma depressão perfeitamente circular tendo uni ossiculo transverso, 
movel, entre si. Olhos supero-lateraes, pequenos, ou lateraes, circumdados 
inferiormente pelos sub-orbitarios mais ou menos largos; assim tambem são 
o préoperculo e o operculo. A abertura das guelras é lateral, não se es- 
tendendo senão de pouco á face abdominal. Tres branchiostegos. Cin- 
tura escapular amplamente desenvolvida; post-clavicula e coracoide 
amplamente desenvolvidos, ás vezes occupando este toda a superficie 
thoraxica, pela reunião ao seu opposto, sobre a linha mediana ventral. 
Placas cephalicas e nucaes nitida ou imperceptivelmente delimitadas; 
no primeiro caso formando polygonos regulares que se distribuem em 
torno de um centro post-occipital, desprovido de processo; no segundo 
caso, o processo occipital atravessa pelos bordos de limite das placas 
nucaes, para se encontrar com uma placa pre-dorsal grande, relativa- 
mente e como elle quasi sempre perfeitamente triangular. Dorsal ante- 
rior ou sobre as ventraes, com um aculeo flexivel, terete, ou pungente, 
deprimido, ou ainda triangular, com vestígios de denticulações no bordo 
posterior. Peitoraes redondas ou triangulares, com o aculeo grosso, cla- 
viforme, tão fina e densamente aciculado que tem o aspecto de villoso, 
ou mais ou menos triangular, pungente ou ainda denticulado, se pro- 
longando, nos machos, em uma parte membranosa, terete, de compri- 
mento variavel, como os raios que seguem immediatamente. Ventraes 
grandes, redondas, ou pequenas e pontudas, com um aculeo flexivel e 
muito fraco. Anal mediocre, truncada, redond ı ou pontuda, situada, como 
a adiposa, sempre depois do 3’ quarto do comprimento total. 

Adiposa com um aculeo bem desenvolvido, aciculado e sempre 
presente. «A osteologia dos Callichthys, dizem Cuvier e Valenciennes, 
differe em muitos pontos da dos outros siluroides; o grande alarga- 
mento do craneo provém da dilatação dos ossos communs, os tres 
frontaes e, no angulo, por uma peça que nos parece formada da fusão 
do parietal, do mastoide e do supra-escapular. Os frontaes anteriores e 
posteriores e o osso em questão, são dispostos em semi-circulo, em 
torno do inter-parietal que tem a fórma de um grande polygono chato. 


1) Gallichthys, genero typico; ei.los, semelhantes. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 145 


Adiante ha um pequeno ethmoide pontudo, duas fossetas para as na- 
rinas e duas aberturas para os olhos. 

Os inter-maxillares são muito pequenos e os maxillares muito acha- 
tados. Atraz, o inter-parietal só dá uma proeminencia curta e obtusa. 
A primeira vertebra é ainda mais intimamente unida ao craneo do que 
em Clarias e Heterobranchus. Suas apophyses transversaes egualmente 
tubulosas, juntam-se ahi, de ponta á ponta e são obturadas, na extremi- 
dade, pela ponta do supra-escapular; só deixam um pequeno foramen 
entre ellas e o craneo. O primeiro inter-espinhoso, o que supporta o ves- 
tigio do raio, tem, de cada lado, uma longa apophyse transversa e arque- 
ada inteiramente, particular a este genero '. O primeiro par de costellas 
é muito mais forte que os seguintes, sendo 10 ou 11 o seu numero total. 
Depois vêm tres vertebras, cujas apophyses transversas, dilatadas e 
soldadas juntamente em um longo disco oval e concavo, formam o fundo 
do abdomen e, em seguida, quinze vertebras caudaes, comprehendida a 
ultima em forma de leque». 

Vesicula natatoria vestigiaria, encapsulada nas expanções lateraes 
das vertebras anteriores, communicando-se com o exterior pelos foramens 
do temporal. Quatro ossos branchiaes; branchias bem desenvolvidas. Esto- 
mago coecal (Callichthys) ou syphonico (Corydoras); tractus intestinal curto, 
com uma unica circumvolução, menor do que o comprimento do corpo. 

Ovarios volumosos, occupando toda a parte superior da cavidade 
abdominal. Ovos regulando 1.5 mm. 

Os seus habitos já se acham algo conhecidos, principalmente a facul- 
dade que têm os Callichthys — Tamoatás — de se transportarem de um 
ponto á outro, por terra. Attribuem-lhes tambem o habito de construírem 
um ninho para a próle. O que é facto é que elles vivem em buracos 
na lama dos rios, donde parece que só sahem 4 noite; e se são encon- 
trados em terra de dia, será naturalmente pela lentidão do seu meio de 
transporte, que os deixa surprehender pelo sol. Ao contrario dos Tamo- 
atás, os Sarros ou Marias-da-Serra (Corydoras) são diurnos e procuram 
as aguas limpas dos pequenos cursos, onde haja fundo arenoso ou pedre- 
goso: andam aos pares e quasi sempre contra a corrente. Emquanto não 
espantados são lentos, deixando-se apanhar com facilidade, mesmo á mão. 


Superficie abdominal, da bocca ás ventraes, am- 
plamente núa; processo coracoide subcutaneo, 
leabers deprimida! não percepulvel externamente esse. EEE Callichthys. 
| Superficie abdominal menos ENE : 
| núa; processo coracoide Labio inferior sem bar- 
externo, recobrindo | bilhöes............ Hoplosternum 


p LEE) ou menos a regiäo thora- À 
Generos nr cica Labio inferior com qua- 


tro á seis barbilhões. Decapogon. 


Processo post-occipital ausente, duas placas nucaes R 
| Ber entre a dorsal e a placa d’esse nome......... Aspidoras. 
Cabeça comprimida . 


Processo post-occipital presente, encontrando-se 
1) Callichthys. | com a placa pre-dorsal, quasi da mesma dimensäo Corydoras. 


6378 19 


SES Sector cesse 


146 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


Callichthys, ' Linnæus. 


Amecenitates Academicæ, 1, 317-1754 


Cabeca e cerviz deprimidas, corpo comprimido, ponta do foci- 
nho e lados da cabeca revestidos de pelle, bocca antero-inferior, mandi- 
bula recoberta pelo labio superior; dentes em facha, filiformes, sómente 
nos mandibulares ; dois barbilhões labiacs espessos, mais ou menos desen- 
volvides ; narinas anteriores ligeiramente tubulares; olhos latero-superiores, 
circulares, fontanella circular; quatro placas posteriores ao post-occipital, 
dois pares nucaes anteriores á dorsal, aberturas branchiaes moderadas, 
membrana branchiostega ligada 4 outra; parte inferior do corpo, do mento 
ao anus amplamente cutanea, sem placas osseas externas; coracoide não 
desenvolvido em placa thoracica, sub-cutaneo. Peitoraes com o aculeo 
claviforme, densa e curtamente aciculado; ventraes, com um aculeo nas 
mesmas condições, porém fraco e terminando em ponta flexivel, inferiores 
a metade posterior da dorsal; esta com o fulcrum saliente e 1 + 7 à 8 
raios, o aculeo fraco e flexivel, menor do que os 3 ou 4 raios seguintes; 
adiposa e anal contiguas a caudal, a primeira bem desenvolvida, com 
o aculeo aciculado e a membrana maior do que elle; anal relativamente 
grande, com o primeiro aculeo rudimentar, o seguudo como o primeiro 
da dorsal e 5 a 7 raios. Cauda redonda. 

Os Callichthys, vulgarmente conhecidos pelo nome de Tamoatá, têm 
o tubo digestivo provido de fachos papillosos, ricamente vasculares e que 
podem servir 4 respiração (vide o tomo I, pag. 57); dahi o poderem 
elles perambularem livremente por terra; quando pretendam mudar 
de aguas. 


Especies conhecidas : 


Barbilhões chegando 4 ponta ou ao meio dos peitoraes . .. C. callichthys 
BarbilhoesdchegandofaosTolhos RN TE C. arcifer 


155 — Callichthys callicthys, L. 
TAMOATÁ OU CAMBOATÁ. 


Est. 36 — fig. 1 


Cabeça 4 e 1/2, egual 4 maior altura; maior largura 3 e 2/3. Bocca 
pequena, antero-inferior; uma facha de dentes nos mandibulares, mais 
estreita e mais longa nos jovens do que nos adultos, onde ella occupa 
apenas a metade externa de cada osso; barbilhões mais longos nos jo- 
vens, chegando o interno ao apice do aculeo peitoral, ao passo que no 


1 (Gr. de Calos = bello; ichthys — peixe). Não era, comtudo, o Tamoatá o Callichthys 
pos Gregos. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 147 


adulto elle apenas attinge a axilla das peitoraes. Focinho recoberto de 
pelle, e bem assim os lados da cabeça até o operculo. Olhos pequenos 
7 vezes no espaço inter-orbital e 11 vezes no comprimento da cabeça. 
Fontanella oblonga no joven e circular, menor do que o diametro 
ocular, no adulto. Placas nucaes 3, a mediana dividida ao meio; = 
sobre os flancos, entre a cabeça e a cauda; cerca de 17 adiante da 
adiposa, pela linha mediana, no adulto; linha mediana dorsal, do inicio 
da nadadeira d’este nome até a cauda, nua; superficie abdominal, do 
focinho á caudal, idem. Linha lateral correndo em zigue-zague pelos 
flancos, entre as duas séries de placas. Peitoraes com o aculeo curvo, 
forte, de grossura egual em toda a extensão e ponta rhomba, fina, 
densa, e egualmente aciculado, em todo o comprimento, superior e 
inferiormente; o seu aspecto velutino; não attingem as ventraes, que 
são oblongas e occupam 6 e 1/2 placas com o seu comprimento. Aculeo 
da adiposa tocando o primeiro raio caudal accessorio; é curvo e forte; 
anal de bordo posterior redondo, relativamente grande, cheyando a9 
mesmo plano que as ultimas placas do corpo (basilares da caudal) ou 
passando-as de pouco; caudal espatulada, com o lado inferior um 
pouco maior. Papilla genito-urinaria desenvolvida. Todas as placas finas 
e densamente aciculadas, o que as torna asperas ao tacto, e tendo o 
bordo livre egual, porém mais fortemente aciculado. Pardo olivaceo 
uniforme. 190 mm. 

Habitat: Vive nos buracos, nas barrancas ou na lama dos rios de 
todo o Brasil. 


156 — Callichthys arcifer, ' Hensel. 
D. 1+8; A. 1+6; L. lat. À 


5 
27 


«Cabeça larga e chata, corpo lateralmente comprimido. Angulos da 
bocca com dous pequenos barbilhões, mediocremente espessos, dos 
quaes o inferior ou posterior chega até os olhos, sendo o anterior mais 
curto. Nas mandibulas encontra-se, junto ao angulo da bocca, alguns 
dentes pequenos. Os escudos lateraes, na fila superior 25, na inferior 
27, são pequenos e deixam no dorso e no ventre uma larga facha núa 
e são providos, na orla posterior, de aciculos moderados que tambem 
são encontrados na orla das coberturas das guelras. A origem da dor- 
sal cahe entre as peitoraes e as ventraes. Dahi parte, para cada lado, 
um processo osseo curvo, profundamente sub-cutaneo e dirigido para 
baixo e para diante, terminando na linha lateral. As peitoraes, cujos 
raios são providos de aculeos pequenos, não attingem a base das ven- 
traes e não ficam encaixadas nos lados do corpo, mas sob o ventre. 
Os raios das ventraes são egualmente providos de aciculos; egualmente 
a anal. Esta fica muito para traz, não chega, porém, á origem da cau- 
dal. A origem da adiposa, que se compõe apenas de um aculeo 


1) Arcifer (Lat.), de arcus, o arco e o verbo ferre, trazer, 


148 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


aciculado, cahe sobre a base da anal, attingindo, comtudo, a ponta do 
aculeo, o inicio da caudal. Adiante da adiposa encontram-se numerosos 
aciculos seguramente até o meio da distancia que vae á dorsal. Caudal 
cuneiforme. A côr (no alcool) é parda amarellada, com maculas mais 
escuras. Ventre e peito alvadios, immaculados. Comprimento sem a 
cauda , 34 mm.» (Hensel). 

Habitat: Rio de Janeiro. 


Hoplosternum, ' Gill. 
Syn. Fishes of Trinidad, Ann. Lyc. Nat. Hist. N. York, VI, 396 — 1858. 


Cabeça deprimida, corpo comprimido; focinho revestido de pelle, um 
tanto acuminado, bocca antero-inferior, desprovida de dentes; dois bar- 
bilhões labiaes no angulo da bocca, labio inferior desprovido de barbi- 
lhões; narinas situadas n'uma depressão perfeitamente circular, sendo 
as anteriores separadas das posteriores por um osso transverso movel; 
olhos lateraes, circumdados de ossos expostos; póros mucosos da 
cabeça, mais ou menos profundamente situados em depressão dos ossos 
cephalicos, que são rugosos; fontanella oblonga, quasi sempre com um 
processo transversal que a divide em duas metades; aberturas bran- 
chiaes moderadas; processo coracoide largo, laminar, estendendo-se 
exteriorniente por sobre os lados da face inferior do thorax e abdomen, 
recobrindo-o mais ou menos perfeitamente. Placas lateraes não deixando 
espaço nú superior, na linha mediana. Dorsal e anal com um aculeo 
chato, menor do que o primeiro raio; a primeira com 1+7 á 8, sobre 
as ventraes. Peitoraes com o aculeo mais curto do que os raios, denti- 
culado no bordo interno, aciculado no externo e lado superior; adiposa 
e anal situadas junto á caudal; a segunda redonda ou obliquamente 
truncada, com 1+6 ä 7. Caudal redonda-truncada ou emarginada. 
aca truncada (soares LUNETTES RENNES Ar H. thoracatum. 

I abdominal descoberta, processo coracoide 


| À Eureada não recobrindo inteiramente o thorax. . - . - - . H. litorale. 


| Superficie abdominal quasi totalmente recoberta, Stu 
| processo coracoide recobrindo o thorax. . . ... H. schreineri, 


157 — Hoplosternum thoracatum * (Cuv. & Val.) 
TAMOATÁ 
Est. 36 — fig. 2 
25 


DIMAS; Ast AEE lat. = 


Cabeça 3 e 2/3 à 4, altura 3 e 1/3 4 4 1/2. Bocca antero-inferior, 
mandibula inclinada, dentes ausentes, barbilhões bem desenvolvidos, o 


1) Hoplosternum (Gr.) Hopla = arma (couraça) sternum = sterno, peito, de peito couraçado. 
2) (Lat.) Thoracatus = armado de couraga. 


Archivos do Museu Nacional, vol. XVI 


Fauna Bi 


asiliense, est. XXXV 


de Mir. Rib. phot. 


Fig. 
Fig. 
Fig. 


Fig. 3 


— Callichthys callichthys (L.) 
— Hoplosternum thoracatum (Cuv. & Val.) 
— » schreineri, Mir. Rib. 


wm m 


J. Schmidt impr. 
Sabino &: Karl gr. 


he 


i a ee Eve 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 149 


interno chegando ao meio do aculeo ventral, labio inferior irregularmente 
franjado, profundamente entalhado na symphyse; focinho nú. Olhos quatro 
vezes no espaço inter-orbital, 6 e 1/2 na cabeça. Fontanella alongada, 
na linha do centro dos olhos, ás vezes obliterada, placas cephalicas lisas, 
rugosas. Peitoraes com o aculeo mais curto do que os raios, chegando 
aquelle á base e este à axilla das ventraes, que occupam 7 e 1/2 pla- 
cas. 11 placas entre a dorsal e a adiposa, havendo cerca de seis placas 
medianas na frente desta, 11 entre as ventraes e a anal; esta tendo o 
bordo posterior redondo, attingindo o plano das placas basilares da 
cauda, que é redonda-truncada. Pardo olivaceo, uniforme ou com man- 
chas pretas difiusas. Maior comprimento conhecido 225 mm. 
Habitat: Norte do Brasil, á partir de Pernambuco. 


158 — Hoplosternum litorale, ' Hancock. 


24 — 25 


DAS RA ali 7a nl alate 23 


«Cabeca 3 e 3/4, altura por toda a parte maior do que a largura 
3 43e 1/3. Cabeça mais longa do que larga, quasi tão longa quanto 
larga nos iudividuos muito velhos; sua altura 1 e 1/3 á 1 e 1/6 no com- 
primento; perfil egualmente convexo, perfil transversal arqueado ; fonta- 
nella oval ou piriforme com um processo atravessando o seu meio, a 
abertura posterior obliterando-se no adulto. Sub-orbitaes e operculos ex- 
postos, o primeiro mais largo do que a orbita no adulto. Olhos circulares, 
equidistantes da ponta do focinho e da margem do operculo, 3e 1/2 no 
focinho, 8 na cabeça, 5 no espaço interorbital. Barbilhão interno o mais 
longo, projectando-se mais ou menos á ponta do aculeo peitoral, mais 
curto nos muito velhos. Focinho deprimido, algo pontudo; intermaxillares 
rudimentares; placas de dentes pequenos nas maxillas. Labio inferior 
com uma larga orla livre, angularmente incisada na symphyse. Abertu- 
ras das guelras continuadas para baixo até o meio do coracoide externo, 
medindo o isthmo 2 43 diametros orbitarios. Lados inteiramente cober- 
tos por duas series de laminas marginadas de aciculos minusculos; uma 
serie de placas impares por de traz da dorsal, divide as laminas lateraes. 
Face central com uma ampla area nua. Coracoide e clavicula fortes em 
toda a sua extensão; processo coracoide divergindo posteriormente, dei- 
xando de permeio uma area cyathyforme, nua. Linha lateral presente, ao 
menos anteriormente, consistindo em um simples tubo que se projecta 
atravez da porção inferior da serie superior de laminas, continuadas para 
diante como póros, situada em cavidades ao longo dos lados da cabeça, 
por cima dos olhos. Distancia do aculeo dorsal ao focinho 2 e 1/2 vezes 
no comprimento; aculeo dorsal curto e chato, contendo de altura 2 4 3 
vezes os olhos; 2º raio dorsal o mais alto, margem da nadadeira redon- 


1) (Lat.) Litoralis, da praia, da margem, da barranca dos rios, 


150 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


da. Raios de todas as nadadeiras asperos, por causa de aciculos minus- 
culos. Adiposa triangular, composta de espinhos, quasi tão alta quanto 
o aculeo dorsal e de uma delgada membrana adnata. 

Raios externos da caudal espessados, a nadadeira emarginada, 3 á 
4 vezes no comprimento. Anal com um aculeo semelhante ao da dorsal, 
sendo a margem da nadadeira obliquamente truncada, o segundo raio 
2 á 3 vezes tão elevado quanto o ultimo, chegando a base da caudal. 
Ventraes inseridas em opposição ao terceiro raio dorsal, seu compri- 
mento 1 e 1/4 á 1 e 1/2 na cabeça. Aculeo peitoral muito variavel, 3 à 
6 vezes no comprimento, sua superficie externa densamente recoberta 
de aciculos curtos, sua margem interna ora lisa, ora serrilhada, sua ponta 
aguda no joven, obtusa e, ás vezes, em forma de garra ou em gancho 
no adulto. Papilla anal muito longa. Olivaceo, duas series de maculas 
claras pelo meio dos lados, nadadeiras escuras, 4s vezes marmoradas ; 
23 cm.» (Eigenm. & Eigenm.) 


Habitat: Systs. do Amazonas e do Paraná. 


159 — Hoplosternum schreineri. ' 


DFS: 72 ACPA EM iat. a 


D. 


Est. 36 fig. 3. 


Cabeça até o extremo dos temporaes 2 e 5/6 no comprimento, 
altura 3 e 1/2 (sem a caudal). Bocca pequena, sem dentes, mandibula 
incluida; barbilhão posterior chegando á ponta das peitoraes. Orbita 
circular, 3 e 2/3 no espaço interorbital, 5 e 2/3 no comprimento da ca- 
beça (medida da ponta do focinho ao bordo posterior do supra-occipital ) ; 
fontanella lanceolada, com um processo transversal que se divide em 
duas metades, a anterior maior do que a posterior; occipital polygonal, 
angular anteriormente, entrando no contorno posterior da fontanella ; alto 
da cabeça, orbitarios, base do operculo e processo do coracoide, rugo- 
sos; uma depressão circular entre a fontanella (e mais perto desta) e 
a orbita; desta depressão parte um sulco que se dirige em parabola, 
ao meio do occipital, meio á que não attinge, pois antes delle o dito 
sulco volta á encontrar-se com as depressões dos póros mucosos da 
linha lateral, na sua parte cephalica; post-occipital tendo uma saliencia 
posterior semi-circular; coracoide unido na linha mediana central em quasi 
metade de seu comprimento, divergindo pouco posteriormente; 3. placas 


1) De Carlos Schreiner, que occupou no Museu Nacional o cargo de Sub-Director da Secção 
de Zoologia, onde foi por muito tempo o principal elemento. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 151 


nucaes entre o post-occipital e a dorsal, 2 entre os coracoides e as 
ventraes, 9 entre a dorsal e a adiposa, 10 entre as ventraes e a anal. 
A dorsal está quebrada, porém ainda assim mesmo é mais alta do que 
longa; o seu aculeo é chato, terminando em ponta membranosa e de 
comprimento contido justamente uma vez na distancia que vae da ponta 
do focinho a constricção transversal da fontanella e situado verticalmente 
acima da juncção do 2º ao 3º terço do aculeo peitoral. Peitoraes me- 
diocres, o seu aculeo quasi attinge o plano da base das ventraes, é 
serrilhado no bordo interno e aciculado no externo e no superior; O 
1° e o 2° raios chegam 4 axilla das ventraes ; estas nadadeiras são de- 
senvolvidas chegando ao meio da 3º placa anterior á anal; esta obli- 
quamente truncada no bordo posterior, tendo um aculeo como a dorsal 
e quasi attingindo o bordo posterior das placas basilares da caudal; 
adiposa tendo a membrana excedendo o aculeo em ponta angular ; seis 
placas medianas entre a dorsal e a adiposa e duas logo depois da 
membrana desta; caudal moderadamente furcada. Os aciculos das placas 
são deciduos, além de muito pequenos; nem os dos bordos são perceptiveis 
facilmente, de modo que, essas placas parecem totalmente lisas ou apenas 
rugosas no sentido longitudinal do corpo. Linha lateral perceptivel nas 
quatro primeiras placas lateraes, cujo bordo é entalhado junto da união 
com as inferiores e duma serie de fossas que, nascendo por de traz 
da orla orbitaria superior, se encaminha para os flancos, por sobre os 
temporaes. Superfície ventral núa apenas entre as ventraes, como em 
Decapogon. Comprimento 115 mm. 

Dous exemplares deste peixe, das collecções do Museu, estavam 
acompanhados, no frasco que os continha, de uma etiqueta com a calli- 
graphia de Carlos Schreiner, com os seguintes dizeres: «Callichthys tho- 
racatus — Pará.» donde concluo a sua procedencia. 

Habitat: Amazonas? 


Decapogon, Eigenm. & Eigenm. 
Pr. Calif. Acad. Sci, 2° Ser. I, 165. 1889. 


«Coracoide exposto inferiormente e junto a clavicula, em toda a 
sua extensão, dois barbilhöes em cada angulo da bocca; labio inferior 
coin quatro à seis barbilhões. superficie ventral inteiramente coberta, 
caudal emarginada; aculeo dorsal alto e pontudo, subterete, os peito- 
raes serrilhados na margem interna, denticulações mais finas na exter- 
na.» Tal é a diagnosa dada pelos autores do genero, sobre Callich- 
thys adspe:sum de Steindachner. De resto, o unico caracter diffe- 
rencial consiste na presença dos barbilhões do labio inferior, pois quanto, 
todos os demais podem ser referidos ao genero Hoplosternum, cuja 
ligação é estabelecida por A. Schreineri, aqui descripto. 


152 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


Especies brasileiras. 


| Barbilhöes passando a ponta do aculeo peitoral; post-oceipital obtuso 


oustruricado »posteriormente ser Fri N HUF A .. D.adspersum 
| Barbilhões não attingindo a margem do operculo, post-oceipital com 
uma saliência, semi-circular posterior... susana si D. verissimi 


160 — Decapogon adspersum ', (Steind.) 
DIS ETA. Wee GAP RITES AVS MERS ao a > 


«O perfil cephalico superior se eleva promptamente sem curvatura 
até a dorsal. A cabeça é deprimida (especialmente na sua metade 
anterior) e na região frontal transversa e moderadamente convexa. A 
maior altura do corpo, sob a dorsal, é cerca de 3 e 1/4 vezes o com- 
primento da cabeça até o extremo superior da abertura opercular, cerca 
de 3e 2/5 no comprimento do corpo; a largura da cabeça, entre os 
operculos, cerca de 1 e 1/3, o comprimento do focinho duas vezes, a 
largura da fronte mais de 1 e 1/2 vezes; o diametro ocular cerca de 
4 e 1/2 vezes no comprimento da cabeça. 

O focinho se estreita, direito, para a frente e é ahi obtuso. O seu 
lado superior é, a partir da região nasal, nú. Adiante dos olhos elle 
se alarga um pouco mais nos lados superior e inferior. O sub-orbital é 
estreito externamente e limita o olho por inteiro pelo lado inferior. O 
focinho sobrepuja um tanto em forma de nariz, ä um tanto curva e pe- 
quena abertura oval. As narinas posteriores ficam mais proximas da 
orla orbitaria anterior, do que da ponta do focinho; e sua distancia 
dos olhos, é um pouco maior do que um decimetro orbitario. 

O labio inferior, pendente, é entalhado até perto da symphyse e 
multiplamente tentaculiforme no bordo posterior. Ambos os barbilhões 
do angulo da bocca são reunidos na base e longos; o superior é, de 
resto, sempre mais curto que o inferior, o qual, algumas vezes passa á 
ponta das peitoraes. O supra-occipital é quasi regularmente eneagonal, 
tão largo ou um pouco mais largo do que longo, o seu lado posterior 
é convexo, transversamente truncado; as demais partes lateraes são 
concavas, um escudo par, largo, triangular, separa o supra-occipital do 
primeiro par de escudos dorsaes. 

A fontanella frontal é, ora distinctamente mais longa, ora um pouco 
mais curta que um diametro orbitario, alongadamente oval e chega pos- 
teriormente, não raro, 4 ponta anterior do post-occipital; anteriormente, 
ella não se alonga até a parte núa do focinho. As placas humeraes são 
extraordinariamente desenvolvidas e circumdam a região peitoral por 
completo; ahi ellas se tocam em toda a extensão de sua margem in- 
ferior ou apenas se afastam um pouco na parte terminal, posterior, da 
dita margem, 


1) Adspersum (lat.) = espargido (de maculas), 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 153 


Por traz das peitoraes, mostram os escudos humeraes uma ampla 
cavidade ou depressäo em que se encaixa a peitoral, quando encostada. 
O aculeo peitoral é regularmente denticulado no bordo interno e excede 
um pouco o aculeo da primeira dorsal, em comprimento. O comprimento” 
do aculeo peitoral é contido cerca de 1e 1/2 e 1e1/4, o do aculeo 
dorsal 1e 1/2 4 1e 1/3 no comprimento da cabeça (até a abertura 
opercular ). 


FIG. 75 — Decapogon adspersum, seg. Steindachner 


O primeiro raio dorsal é distinctamente mais comprido do que o 
aculeo; a sua orla superior é obliqua e convexa. A caudal é crescen- 
tiforme e cerca do comprimento da cabeça (até a abertura das guelras). 
As ventraes aproximam-se sempre das peitoraes em comprimento; e a 
ponta das ultimas chega ä inserção das primeiras. O aculeo da adiposa, 
curvo, fica aproximadamente sobre a base do 3º raio anal. 24 á 25 
escudos lateraes na fila superior e 23 á 24 na inferior; a orla posterior 
dos mesmos é, sob a lente, finamente denticulada. Tres á cinco pe- 
quenos escudos jazem anteriormente ao aculeo da adiposa, sobre a - 
linha mediana do dorso; a ultima se eleva sobre a base do aculeo e 
é carenada. 

Os lados do dorso são entumecidos, apenas a parte caudal do 
corpo € comprimida. As nadadeiras säo immaculadas ; na parte em que 
se unem os escudos laleraes, ha pequenas maculas pardas, escuras, 
entre uma linha dupla de maculas diffusas, amarelladas que as vezes, 
porem, faltam. Näo raro ha, na orla posterior dos escudos lateraes, 

6378 20 


154 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


pequenas maculas pardas, esparsas de mado irregular, especialmente na 
ametade superior do tronco. A cör fundamental do corpo € a parda 
amarellada, mais claro em baixo do que em cima da Jinha lateral; sobre 
o lado superior da cabega, ha, frequentemente, pequenas maculas re- 
dondas, pardas escuras, em grande numero.» (Steindachner.) 


Habitat: Amazonas e afiluentes, entre Santarem e Tabatinga. 


161 — Decapogon verissimi 


Est. 36 — fig. 4 


i 5 a 
D. 1+7; À. 1+6; L. lat. 2 


Förma da especie precedente. Escudos lisos, apenas aciculados nos 
bordos. Cabega rugosa, 3 e 1/3. Bocca pequena, com callo em cada 
intermaxillar e uma estreita facha de dentes villiformes nos mandibu- 
lares; intermaxillares pouco proeminentes, não curvos para baixo; bar- 
bilhões do angulo da bocca muito delgados, não attingindo a margem 
do operculo; apenas quatro curtos barbilhões no labio inferior. Focinho 
2 e 1/3 na cabeça, bossa nasal imperceptivelmente mais proxima da 
orbita do que da ponta do focinho. Orbita 4 e 1/4 ou 4 1/2 na dis- 
tancia que vae da ponta do focinho ao bordo posterior do escudo post- 
occipital, tres vezes no espaço inter-orbital, uma vez no espaço nú do 
focinho. Post-occipital emittindo uma saliencia semi-circular posterior, 
limitado por uma placa mediana, dupla e uma em cada lado. Fontanella 
allongada, não chegando aos bordos anterior e posterior dos frontaes. 

Os quatro primeiros escudos lateraes entalhados no bordo poste- 
rior para deixar passar os póros mucosos. Dorsal verticalmente sobre 
o bordo posterior dos coracoides; 11 placas lateraes entre ella e a 
adiposa; 11 entre as ventraes e a anal. Peitoraes attingindo, coni o 
aculeo, a axilla das ventraes; aculeos regularmente denticulados no 
bordo interno e finamente aciculado no externo superior; dois escudos 
entre os coracoides e as ventraes; estas pequenas, occupando 5 e 1/2 
a seis escudos com o seu comprimento; anal um pouco anterjor 4 adi- 
posa; caudal emarginada (e como a anal, quebrada), cinco placas na 
linha mediana, adiante da adiposa; região entre as bases das ventraes 
e inferior da cabeça e do ultimo, núas. Coloração (no alcool) parda 
uniforme. 

Procedencia: Pará. Habitat: Amazonas? 


Dedico esta especie ao Sr. José Verissimo de Mattos, em homena- 
gem ao seu livro sobre a «Pesca da Amazonia». 


À. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 155 


Aspidoras', Rud. Ihering. 
Notas Preliminares do Museu Paulista. 31 — 1907 
«Em seu aspecto inteiramente alliado ä Corydoras, do qual se dis- 
tingue, tal como Callichthys e Hoplosternum, por ter dous pares de es- 
cudos nucaes entre o occipital hexagonal e a dorsal. A cabeça é alta, 
não deprimida, pouco comprimida lateralmente. Coracoides inteiramente 
cobertos de pelle. Barb.lhões curtos, não attingindo a abertura branchial. 
162 — Aspidoras rochai”, Rud. Ihering. 


DIET aus; piles listers. Mat, == 


to ty 
ae 


Cabeça contida 3 e 3/4 vezes no comprimento total (excl. caudal). 
Altura do corpo pouco maior, largura da cabeça pouco menor do que 
o comprimento da cabeça. Oiho contido 2 e 1/2 vezes no focinho, pou- 
co mais de 2 vezes na inter-orbital. Distancia do focinho á dorsal, que 
é um pouco menor (um ciametro do olho) do que a distancia entre a 
dorsal e a adiposa, é contida 2 e 1/2 vezes no comprimento do corpo. 
Espinho D. I pequeno (egual ao espaço interorbital), um pouco curvo, 
ponteagudo, quasi liso; P. I, pouco maior do que o D. I, um pouco 
mais forte, coberto de espinhos; os raios seguintes da P. são de com- 
primento quasi duplo no primeiro espinho; os ultimos são, porém, bem 
menores. Ventral egual em seu comprimento aos maiores raios da anal; 
primeiro raio da anal muito fraco. Adiposa de tamanho medio, distando 
da caudal cerca de | comprimento de base da dorsal (esta e a caudal 
estão quebradas). Focinho molle, obtuso; fontanella quasi oval, larga, 
situada na base da occipital; este prolonga-se em angulo recto em di- 
recção posterior, distando, porém, da base da dorsal cerca de espaço 
egual ao inter-orbital. 5 4 6 placas impares em frente da adiposa; 6 
pares de placas entre o fim da dorsal e as placas impares; 7 ä 8 pa- 
res entre a adiposa e a caudal. 2 pares de barbilhões curtos, de tama- 
nho egual entre-si, distando cerca de 1 diamentro ocular da abertura 
branchial; 1 par de barbiculas no mento, de comprimento de 1 diametro 
ocular. Peito inteiramente nú, coberto de numerosos espinhos, dispostos 
em series longitudinaes; processo coracoide completamente invisivel. 
Pardo denegrido superiormente claro inferiormente; lados com diversas 
manchas claras sobre o operculo e linha lateral, bem como uma listra 
indistincta, parallela á linha lateral e pouco acima d'esta, de côr menos 
clara do que o lado inferior. Essa listra une-se á do lado opposto, em fren- 


1) Aspidoras ; de aspis — escudo e doras genero adiante citado. 
2) O Sr. Francisco Dias da Rocha que mandou a especie supra ao Sr. R. Ihering, 


156 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


te 4 dorsal, formando ahi uma mancha clara. Nadadeiras peitoral e ven- 
tral incolores. Anal com algumas manchinhas que formam uma listra 
transversal. Dorsal escura na base, clara no meio e, ao que parece, com 
desenho preto subterminal, caudal com manchinhas em series obliquas 
ou transversaes em numero de 4 á 61. 49 mm.» (Rud. Ihering). 


Corydoras', Lacépède. 


Hist. Nat. Poiss. V, 145 — 1803 


Corpo comprimido, elevado; perfil superior arqueado, inferior recto; 
focinho sub-conico; bocca pequena, inferior, edentula, obturada pelo re- 
flexo do labio superior; labios moderados, prolongando-se em dous bar- 
bilhões em cada angulo e o inferior com um entalhe na symphyse, d'onde 
elles se prolongam em dous curtos barbilhões. Aberturas branchiaes mo- 
deradas, lateraes, olhos lateraes; narinas superiores proximas do bordo 
anterior, não. passando ao lado inferior da garganta; membranas bran- 
chiostegas reduzidas. Coracoides inferiormente sub-cutaneos ou expostos, 
encontrando-se mais ou menos anteriormente na linha mediana, com os 
bordos do processo mais ou menos separados. 

Post-clavicula larga, dilatada, exposta, encostada ao coracoide. Pro- 
cesso. occipital triangular, encontrando-se com a placa prédorsal, mais 
ou menos da mesma dimensão, na linha mediana nucal. Dorsal eleva- 
da, com q aculeo forte, na regra, mais curto do que os raios; adiposa 
presente, mais proxima da caudal do que da dorsal. Peitoraes aculea-: 
das, mais ou menos amplas, pontudas. Ventraes e anal mediocres. Cau- 
dal furcada. Duas séries de placas lateraes, recobrindo o tronco; uma 
série de placas impares na linha mediana, antes e ás vezes depois do 
aculeo da adiposa. Superficie ventral mais ou menos nua. 

São, peixes de pequeno porte (no maximo 115 mm.) communs nos 
corregos baixos e de fundo arenoso ou pedregoso. 


1) Corydoras ; de Corys (Gr.) elmo, crista e Doras, genero adiante citado. 


157 


À. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA — BRASILIENSE — PEIXES 


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158 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


163 — Corydoras eques ', Steind. 


«Perfil cephalico superior fortemente curvo, focinho não alongado, 
| nt a ponta. Infraorbital elevado, 
— FE) | s te ite protegidas. Processo oc- 
ch mente pontudo na extremidade 
en et ), com ella, a placa impar, 
oF 3 al da, anterior a base da dorsal. Fonta- 
= Ena n to estreita, não chegando á base 
ns 4 dc ‚ occipital. Escudos humeraes reu- 
Eq | nido mente sobre o peito. Tronco, 
| até perto do lado do ventre, azul denegridos 
le» | Cabeça até a orla posterior dos olhos, egual- 
TN mente | denegrida, posteriormente 4 mes- 
_ ma, até a orla posterior do escudo humeral, 
amarella. 

A maior altura do corpo é contida um pouco mais de 2 1/2 vezes, 
imento da cabeça, até a abertura das guelras, um pouco mais 
EE: a distancia entre a ponta do processo occipital e a do 
focinho 2 e 2/5 no comprimento do corpo; espaço interorbital cerca de 
2 e 1/4, diametro orbitario 4, focinho duas vezes no comprimento da 

cabeça (medida até a abertura das guelras). 

Altura da cabeça, sob a ponta do proceoso occipital, um pouco mais 
estreita do que a distancia entre a ultima e a ponta do focinho. Fronte 
fortemente convexa no sentido transversal; a ponta núa do locinho passa 
um pouco a estreita bocca, cujas orlas são cortantes. 

Dos dous barbilhões, o inferior, um pouco mais longo, chega á 
orla ocular posterior. Labio inferior pendente e valvu'ar; é entalhado, 
e tem em cada lado um barbilhão. Infra-orbital cobre as bochechas até 
o angulo da bocca; sua maior altura excede indistinctamente á um dia- 
metro ocular. As narinas posteriores ficam perto da orla orbitaria anterior. 
Os escudos humeraes são muito fortemente desenvolvidos e envolvem 
o peito, mais ou menos completamente, segundo os sexos. 

No macho, tocam-se elles pela orla inferior, em quasi toda a ex- 
tensão, na femea apenas na parte menor, anterior. 

O aculeo peitoral é sempre mais comprido do que o aculeo da 
dorsal, do mesmo comprimento que a cabeça, até a abertura das guelras 
e denticulado na orla inferior. O primeiro raio das. peitoraes passa o 
aculeo e chega até meio das muito curtas ventraes. Adiante do aculeo 
da adiposa, ha tres pequenos escudos que se elevam para cima em 


1) Eques (Lat.) — cavalleiro. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 159 


carena. À caudal é entalhada semilunarmente, na orla posterior. 22 á 23 
escudos, na fila superior, 20 á 21 na inferior, nos lados do tronco, até 
a base da caudal. A côr azul denegrida dos lados do tronco, se pro- 
jecta anteriormente sobre 9 lado superior da cabeça, na forma de um 
triangulo, cuja ponta chega até o extremo posterior da fontanella fron- 
tal. A facha amarella da cabeça é estreita na face superior; lateral- 
mente, ella se estende depressa em largura e chega obliquamente para 
traz e para baixo, projectando-se desde a orla ocular posterior, até a 
orla posterior dos escudos post-humeraes. Perto do perfil dorsal é o 
tronco amarello pardacento, sendo a parte inferior do corpo branco 
sujo amarellado, ou pardo amarellado. 

Nadadeiras immaculadas e, com excepção das ventraes amarelladas 
e da pagina inferior das peitoraes, pardacentas .Tamanho insignificante 
(c. 55 mm.)» (Steindachner). 

Habitat: Amazonas — Teffé. 


164 — Corydoras splendens ', Casteln. 


«Comprimento total 65 mm.; largura 15 mm. maior altura 25 mm. 
O unico individuo d’este bonito peixinho que eu trouxe do Tocantins, 
está em mão estado; tem 24 grandes escamas lateraes na ordem 
superior e 23 na inferior. E” de um bello verde dourado, com as nada- 
deiras côr de borra de vinho; sobre a caudal, uma facha transversa 
parda. Esta especie é muito visinha de C. punctatus, figurado nos 
«Peixes» do Sr. D'Orbigny, est. 5 fig. 1, mas d'elle se distingue pela 
disposição das côres e ausencia de maculas etc.» (Castelnau). 


165 — Corydoras punctatus >, BI. 


— CA) 
— | 


DEM HISEFAT TEL eae: lat. 2 


«Curto e elevado; cabeça 3 e 1/4 do comprimento da propria 
altura; perfil muito obtuso, redondo, superior e anteriormente aos olhos; 
fontanella alongada, projectando-se até o occipital; largura deste egual 
ao seu comprimento, até a ponta do processo, sua margem regularmente 
concava. Um conspicuo canal mucoso das narinas anteriores para traz 
e para baixo, por detraz dos olhos. Estes grandes, 1 e 1/2 vezes no 
focinho, 3 e 1/2 na cabeça, 1 e 2/3 no espaço interorbital. Focinho 
comprimido, pontudo; preorbitaes muito estreitos; barbilhões do angulo 
da bocca chegando até a altura das guelras; o externo pardo, o interno 
branco; labio inferior largo, livre, terminando em dous barbilhões; 
superficie superior dos ossos maxillares com aciculos finos. Processo 


1) Splendens (Lat.) — brilhante. 
2) Punctatus (Lat.) — pontuado. 


160 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


coracoide apenas invadindo o peito ou ventre. Duas ou tres placas 
impares adiante da adiposa. Distancia do aculeo dorsal ao focinho 2 
vezes no comprimento; aculeo dorsal pouco (quando o seja) mais curto 
do que a cabeça, liso na margem anterior, na posterior finamente serri- 
lhado; os dous primeiros raios dorsaes mais altos do que o aculeo. 
Caudal profundamente furcada, 2 e 1/3 no comprimento. Aculeo peitoral 
semelhante ou um pouco mais longo do que o aculeo dorsal. Pardo 
claro, lados e dorso com maculas pardas denegridas; uma barra dene- 
grida vertical sob os olhos; occiput denegrido; uma barra vertical 
escura sobre os 2 primeiros raios dorsaes, ás vezes continuados sobre 
os lados, o restante da nadadeira uniforme ou maculado de pardo 
escuro; caudal com 4 á 5 barras transversaes escuras; anal fasciada 
ou maculada de pardo; outras nadadeiras uniformes; operculeo e pro- 
cesso humeral com reflexos prateados.» (Eigenm & Eigenm.) 
Habitat: Solimões. 


166 — Corydoras paleatus ' Jenyns. 
D.1/+ 7; ,A..63 L. lat... 


«Forma geral assemelhando-se ä de C. punctatus. Altura, no 
comego da dorsal, 1/3 do comprimento, excluindo a caudal; espessura, 
nas peitoraes, 3/4 da altura. Cabeçc ligeiramente comprimida, sua 
altura muito pouco menor do que seu comprimento; este ultimo, medido 
até as guelras, menor do que 1/4 de toda a sua extensäo. Perfil 
cahindo da dorsal em uma obliqua regular e quasi rectilinea, até adiante 
dos olhos, onde elle se curva para baixo, fazendo obtusa a ponta do 
focinho. Bocca pequena, maxilla superior um pouco proeminente; dous 
cirrhos maxillares em cada angulo; estes quasi eguaes; o inferior um 
pouco mais longo, chegando até sob o meio dos olhos; tambem dous 
pequenos cirrhos, 1/2 do comprimento dos maxillares, pendentes do 
reflexo; labio inferior um pouco separado entre si, um em cada lado 
do meio. Dentes tão pequenos que dificilmente se deixam perceber; 
póde-se sentir justamente uma fila em cada maxillar e uma no vomer. 
Cabeça lisa. O numero das laminas dorsaes sóbe á 21; o das ventraes 
á 20. Peitoraes excedendo um pouco o comprimento da cabeça; o 
aculeo quasi do comprimento da nadadeira, porém não excedendo a 1/5 
de todo o comprimento; muito forte, comprimido e ponteagudo, com 
alguns dentes finos ou serrilhados na margem interna, porém liso na 
externa. Altura da dorsal mais de metade da do corpo e um pouco 
maior do que o seu proprio comprimento; este ultimo egualando ao 
espaço entre ella e a adiposa; o aculeo forte e semelhante ao das pei- 
toraes. Afinal directamente em baixo da adiposa e raramente occupando 


1) Paleatus (Lat.) = barreado com palhas. Não sei se Jenvns se referiu á côr ou quiz dizer 
em fórma de folha de lança — palea. 


À, DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 161 


maior espaço. Ventraes mais curtas do que as peitoraes, articuladas sob 
o ultimo terço dessas nadadeiras ou sob o segundo raio brando nn 
dorsal e apenas chegando ä mais de metade da distancia da anal; 

primeiro raio, assim como o da anal, algo hispido. Caudal furcada dor 
metade de sua extensäo que quasi eguala ä da cabeça; lobos œquilobados. 
Cör (em alcool) geral parda amarellada, com maculas e pontos escuros; 


FIG. 77 — Corydoras paleatus,'seg. Steindachner 


peito e lados do abdomen alvadios. Peitoraes, ventraes e anal, quasi 
inteiramente obscuras; dorsal e caudal maculadas». (Jenyns). 
Habitat: Rio Paraná, Rio Camacuam, (R. G. do Sul) Porto Alegre. 


167 — Corydoras elegans ', Steind. 


FD.1+8; A 1+647;L. lat. ASR 


«Escudo humeral inferiormente näo recobrindo a parte mediana do 
peito. Infraorbital estreito; ponta do focinho e maior parte da metade 
inferior das bochechas nuas. Processo occipital se estreitando gradativa- 
mente para traz, duas ou tres filas de maculas pardas ao longo do meio 
dos lados do corpo, sobre estas uma facha longitudinal parda escura 
que diminue de largura para traz. Uma estreita facha longitudinal, parda, 


=) Elegans (Lat.) = elegante. 
6378 21 


162 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


em cada lado da linha lateral. Nadadeiras immaculadas. Perfil cephalico 
superior mais francamente curvo do que em C. agassizi. Altura do tronco 
mais de 2 e 3/5, ou mais de 2 e 3/4, comprimento da cabeça, até a 
abertura das guelras; um pouco mais de 3 e 1/2; até a ponta do pro- 
cesso occipital, cerca de 2 e 3/5 no comprimento do corpo, diametro 
orbital 3 e 1/2, largura da fronte quasi duas vezes, comprimento do 
focinho um pouco mais de duas vezes no comprimento da cabeça (até 
a abertura das guelras). Escudos da cabega finamente rugosos. 

Fronte transversamente convexa, o focinho proemine em forma de 
nariz, por sobre a estreita bocca, cujos bordos säo agugados. 

Só a ponta do focinho € cutanea. Numero e disposição dos barbi- 
lhões do angulo da bocca e labio inferior, como nas especies até aqui 
descriptas (C. agassizi, C. eques). Infraorbital estreito, de modo que a 
maior parte das bochechas fica descoberta. 

A fórma do processo occipital é muito distincta do de Cor. agassizi; 
neste é o dito processo estreito já na raiz e dahi diminue um pouco 
de largura, até o seu extremo posterior; em C. elegans é elle largo na 
base e se estreita depressa para a ponta. Os escudos humeraes são, 
além disso, mais francamente desenvolvidos em C. elegans do que em 
C. agassizi; elles se estendem um pouco menos posteriormente até a 
base das peitoraes e deixam no peito entre as suas bordas inferiores 
mais ou menos francamente curvas, uma facha livre, cuja largura, afinal, 
é mais estreita no macho do que na femea. 

As placas lateraes são finalmente denticuladas na orla posterior, ha 
21 ou 22 na fila superior e 20 na inferior. Tres escudos pequenos adi- 
ante da adiposa. Aculeo peitoral distinctamente mais comprido do que 
o aculeo da dorsal e tem numerosos dentes na orla inferior, moderada- 
mente fortes, porém muito delgados na orla superior; o aculeo dorsal, 
ao contrario, é só na orla anterior provido de pequenos dentes externa- 
mente, cuja ponta é dirigida para cima. O mesmo succede com o aculeo 
da adiposa. 

Tambem o primeiro raio ventral é finamente denticulado na orla 
exterior. Na mais baixa das tres filas de maculas, na metade dos lados 
do tronco, alongam-se algumas manchas, ás vezes, em estrias transver- 
salmente obliquas.» (Steindachrer). 

Habitat: Cudajás, Teffé. 


168 — Corydoras trilineatus ', Cope. 
DA ase As lp eG ae lata 20: 


«Cabeça muito mais alta do que longa e é contida 3,5 no compri- 
mento, sem a caudal e a maior altura 1,5. Orbita 2,75 na cabeça, 1,5 
no convexo espaço interorbital. Duas placas impares grandemente care- 


1) Trilineatus (Lat.) = trilineado, com tres linhas (longitudinaes) 


À. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRÄSILIENSE — PEIXES 163 


nadas, o aculeo agudo, sem denticulações; o aculeo dorsal serrilhado 
em toda a extensão no bordo posterior, não se projectando até a base 
do aculeo da adiposa. Esta muito mais alta do que o aculeo anal, li- 
gada ä uma porção adiposa. Côr de pa- 
lha clara; pardacenta superiormente, com 
uma facha lateral amarellada com as 
márgêns pardas, diffüsas em cima e em 
baixo e linha mediana :denegrida. Uma 
nodoa negra, intensa, nas pontas dos 
raios dorsaes; cauda profundamente fur- 
cada com cinco fachas verticaes; anal 
maculada. Algumas linhas longitudinaes 
nos lados das bochechas. Comprimento 
49 m/m, altura 15. A bocca neste espe- 
cie é inteiramente inferior. A estructura 
peculiar do labio inferior que é um festao FIG. 78 — Corydoras trilineatus, seg. Steiadachner 
supportado por delgada membrana, foi 
por mim verificada em dous individuos. A espessa margem de cada 
lado traz um barbilhäo muito curto.» (Cope). 

Eigenmannn & Eigenmann identificaram 4 esta especie Cor. agassizi 
de Steindachner cuja figura é dada justamente, tendo em vista que o 
exemplar descripto e figurado por este Professor era um adulto ou, pelo 
menos, de quasi o dobro do tamanho do figurado e descripto por Cope. 

Habitat: Alto Amazonas, de Tabatinga para cima. 


169 — Corydoras hastatus ', Eigenm & Eigenm. 


D.1+748;A.1 +647; L. lat. = 


«Comprimido, comparativamente delgado. Cabeça 3 1/2 da altura, 
sua largura 1 e 1/3 no proprio comprimento; perfil recto, obtuso, pro- 
cesso occipital triangular, fontanella alongada, projectando-se até o osso 
occipital; preorbital pequeno. Olhos grandes, 1 e 1/2 no focinho, 3 e 
1/2 na cabeça, duas vezes no espaço interorbital. Focinho pouco curvo, 
barbilhões do angulo não se projectando até os olhos: labio inferior ter- 
minando em dous barbilhões. Processo coracoide estriado, formando uma 
ruga nos lados do ventre. Distancia do aculeo dorsal ao focinho, duas 
vezes no comprimento; aculeo dorsal um pouco mais curto do que a 
cabeça. 

Caudal profundamente furcada, 2 e 3/4 no comprimento. 


Aculeo peitoral pouco mais comprimido do que o aculeo dorsal, franca- 
mente serrilhado ao longo de ambas ás margens. Pardo claro; uma facha 
negra retinta, lateral, terminando na base da caudal, numa larga macula 


1) Hastatus (Lat.) = de lança. 


164 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


em forma de ferro de flecha a qual é bordada posteriormente de branco, 
borda que, por sua vez é strictamente marginada de denegrido; a caudal 
posteriormente enfumada; uma linha negra retinta se projecta em cada lado 
de uma curta distancia das ventraes, até por traz da anal; corpo e nada- 
deiras por toda a parte cobertos de pequenos pontos negros. Altura 2 
e 2/3.» (Eigenm & Eigenm). 

Habitat: Villa-Bella. 


170 — Corydoras nattereri ', Steind. 


Dot T;,A 1.45; Lo at, E 


Corpo elevado, reforçado, de altura 2 e 1/2 vezes no comprimento 
total, maior do que a cabeça (medida até a abertura opercular) que é 
contida tres vezes e 1/5 no mesmo comprimento; (sem a caudal); bocca 
pequena, labio superior grande, recobrindo o mento; barbilhão inferior 
attingindo o bordo anterior do coracoide; labio inferior entalhado na 
symphyse, tendo um barbilhão de cada lado do entalhe; focinho curto, co- 
nico, nú nos lados, sob o suborbitarios; preoperculo com a margem toda 
exposta, estreita; operculo largo; olhos 3 e 1/2 vezes na cabeça, 1 e 2/3 
no espaço interorbital; fontanella oblonga, entre a parte anterior medi- 
ana do post-occipital e a posterior interna dos post-irontaes: occipital 
longamente acuminado para traz, num processo que encontra a placa 
pre-dorsal. Linha lateral assignalada por póros na região post-temporal 
e por depressões lineares, no extremo inferior das placas lateraes supe- 
riores. Fulcrum dorsal robusto; o aculeo egualando em comprimento ä 
1/2 da distancia que vae da ponta do focinho ao apice do processo 
occipital; é robusto e transversamente reticulado, seguindo-se ao seu 
apice um prolongamento membranoso. Seis placas lateraes entre a dorsal 
e a adiposa, cujo aculeo pouco maior do que o diametro orbitario é pre- 
cedido de duas placas impares sobre a linha mediana; a membrana é 
mais comprida do que o aculeo; projectando-se um pouco além do apice 
deste; coracoides sub-cutaneos, tendo porém descoberto o apice do pro- 
cesso que não é unido ao seu opposto e deixa um amplo espaço medi- 
ano thoraco-abdominal. Peitoraes com o aculeo forte, passando a base 
das ventraes de duas placas, transversamente reticulado, e finamente 
villoso sobre o bordo supero lateral externo. Nove placas entre as ven- 
traes e a anal; ventraes pequenas, occupando seis placas; anal mode- 
rada; pontuda, attingindo a vertical do bordo posterior das placas da 
pase da caudal; esta furcada e fraca. Olivaceo uniforme, ventre branco. 

cm. 

Habitat: Rios Doce e Parahyba, Estados do Rio de free Minas 
Geraes e Espirito Santo, 


1 Nattereri (Latinitagäo) — de Joäo Natterer, 


hivos do Museu Nacional, vol. XVI Fauna Brasiliense, est. XXXVI 


Mir. Rib. phot. J. Schmidt impr. 
Sabino & Karl gr. 


Fig. 1 — Decapogon verissimi, Mir. Rib. 
Fig. 2 — Corydoras nattereri, Steind. 
Fig. 3 — > barbatus, (Quoy & Gmrd.) 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 165 


171 — Corydoras multimaculatus ', Steind. 


D. 1+8; A. 146; L. lat. a 


«Forma do corpo moderadamente reforçada, focinho recurvo para 
baixo. Fronte larga, fracamente arqueada no sentido transversal; olhos 
pequenos. Altura da dorsal menor do que a do tronco. Fontanella pro- 
jectando-se anteriormente até o meio da fronte, posteriormente quasi 
chegando á base do processo occipital. Aculeo das peitoraes quasi ou 
um pouco mais longo, assim como sempre distinctamente mais robusto 
do que o da dorsal e finamente denticulado na orla interna. Compri- 
mento da base da dorsal egual á distancia entre a ultima e a adiposa, 
a cujo aculeo se apoiam dous escudos impares, carenados; adiante 
destes quatro escudos pares, até a base do ultimo raio dorsal. 

_. Caudal mediocremente entalhada em crescente, o lobo superior um 
“pouco mais fortemente desenvolvido e mais ou menos indistinctamente 
longo do que a cabeça. 22 escudos no tronco, na fila superior e 20 na 
inferior. Região do thorax e do ventre nuas. Cabeça 3, altura 2 e 2/5 
a um pouco mais de 2 e 1/2 no comprimento do corpo (com excepção 
da caudal.) 

Diametro ocular 5, largura iuterorbital cerca de duas vezes, focinho 
pouco mais de 1 e 2/3 á duas vezes no comprimento da cabeça. Altura 
das dorsal | e 2/5 à 1 e 1/2, altura do pedunculo 2 e 1/4 a 1 e 2/3 
na maior altura do corpo. Barbilhões do canto da bocca chegam ao 
extremo inferior da abertura das guelras, barbilhões superiores um 
pouco mais curtos. 

Cabeça, lados do corpo, dorsal e adiposa densamente recobertos 
de maculas violetas, escuras, nitidas. Menos nitidas são essas maculas 
sobre a anal e ainda mais fracamente desenvolvidas e diffusas sobre 
os lados do peito e do ventre». (Steindachner). 

Habitat: Um aff. do Rio Preto, perto de Santa Rita, Estado da Bahia. 


172 — Corydoras julli >, Steind. 


; É 21 
D.1+8; A. 1+6; L. lat. o 


«Fórma moderadamente robusta, focinho curto, arqueado, diminuindo 
para a frente. Olhos muito pequenos, fronte mediocremente larga, trans- 
versalmente convexa. Fontanella curta, se projectando para a frente 
até meia extensão da fronte, posteriormente não attingindo bem a base 
do processo occipital. Este ultimo diminuindo moderadamente de largura 
para tráz. 


1) (Lat.) Multus, = muito; maculatus = maculado. 
2) Julii (Lat.) de Julio (não referido por Steindachner), 


166 ARCHIVOS DÖ MUSEU NACIONAL 


Caudal muito mais curta e com os lobos menos delgados do que 
Coryd. treitlii. Barbilhöes do angulo da bocca egualmente mais curtos, 
delgados e näo chegando ao extremo inferior da abertura das guelras. 
Altura do corpo 2e 1/2 4 2e 2/3, comprimento da cabeça até a orla 3ä 
3e 1/3 no total (sem a caudal). Diametro orbitario 4, interorbital, egua- 
lando ao focinho, duas vezes no comprimento do cabeça. Altura da 
cauda 2 e 1/3 na da maior altura do tronco. 

Aculeo da dorsal finamente denticulado na orla posterior e um pouco 
mais curto do que o das peitoraes; este ultimo do comprimento da 
cabeça e finamente denticulado no bordo interno. 

Escudo humeral apenas passando sobre a região thoraxica; 20 
placas na fila superior, 20 na inferior, mui fina e espessamente acicu- 
ladas no bordo livre. 3 escudos impares adiante do aculeo da adiposa. 

Lobo caudal superior mais comprido do que o inferior. Cabeça 
superior e lateralmente, tronco nos dous terços superiores de sua altura, 
caudal, dorsal e adiposa, raras vezes tambem a anal, densamente pon- 
tuadas de cinzento, em vida iridescente. Uma fila de maculas maiores, 
brancas, enfumadas ao longo da linha lateral, tão nitidamente limitadas 
que formam uma estria latero-superior e outra inferior, maculadas. Uma 
nodoa grande, negra, retinta, na parte supero-anterior da dorsal. 

Na caudal, constituem as numerosas manchas nove á 10 filas regu- 
lares, transversaes, no lobo superior e sete ä oito no inferior; 52 mm.» 
(Steindachner). 

Habitat: Parahim, Parnahyba; Estado do Piauhy. 


173 — Corydoras microps ', Eigenm. & Kennedy. 


D. 14748500146 4,7; Lo lat. SE 


«Curto, clevado, perfil ventral quasi recto até a base da anal; 
perfil abrupto até as narinas, menos e egualmente redondo d'ahi á dor- 
sal. Olhos ä 2e 1/4 no focinho, 4 e 1/2 4 5 na cabeça, 2 e 1/3 
a 2e 1/2 no espaço interorbital. Bocca inferior, focinho conico; barbi- 
lhões maxillares apenas chegando á abertura das guelras, os labiaes 
ligeiramente mais compridos. 

Fontanella alongada, estreita, projectando-se até a base do processo 
occipital. Processo coracoide estreito, distancia entre elles egual á 1/2 
da distancia entre as bases dos zculeos peitoraes; tres 4 quatro placas 
impares adiante da adiposa. Distancia do aculeo dorsal á ponta do 
focinho, 2 vezes no comprimento; aculeo 1 e 2/3 na cabeça; aspero 
posteriormente; os primeiros quatro ou cinco raios mais altos do que 
o aculeo. 


1) Mierops (Gr.) de micron — pequeno e ops olho, 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 167 


Aculeo peitoral 1 e '/, 4 1 e */; na cabeça, lado externo liso, o interno 
aspero. Caudal profundamente furcada, 2e'/, á tres no comprimento, 
seu lobo dorsal ligeiramente mais longo. Pardo amarellado cambiando 
para branco inferiormente; uma facha dorsal mediana, branca, projec- 
tando-se da fontanella 4 base da caudal. Na base da dorsal esta faixa 
se dilata em uma nodoa escura. 

Uma faixa lateral. Uma faixa lateral parte da base da caudal e se 
dilata para a frente terminando n'uma nodoa lateral mais ou menos 
distincta. Todas as nadadeiras são uniformemente coloridas; 3 dos es- 
pecimens (260) são mais escuros. A faixa lateral não é distincta da 
mediana dorsal. O alto e os lados da cabeça, as nadadeiras dorsal e 
caudal são tinctas de escuro.» (Eigenm. & Kennedy). 


174 — Corydoras treitlii ', Steind. 


D. 1+8; A. 1+7; L. lat. À 


«Fórma um pouco alongada, cabeça fortemente comprimida, focinho 
longamente estirado, apenas curvo, coracoides apenas passando para 0 
lado inferior do tronco, de modo que a região thoracica fica quasi to- 
talmente núa. Altura do corpo egual ao comprimento da cabeça (até a 
orla opercular posterior) ou passando-a de pouco; a ultima, cerca de 
3 42e '/, no comprimento do corpo (com a excepção da caudal). Fo- 
cinho, 1 e'/,;ä 1 e !/,, diametro ocular 4 e'/, à 5, largura da fronte, cerca 
de 3 4 3e°/, no comprimento da cabeça, altura do pedunculo 2%; na 
maior altura do corpo. Aculeo das peitoraes, um pouco mais curto do 
que o da dorsal e provido de denticulações no bordo interno. Caudal 
fortemente furcada, com os lobos muito pontudos, sendo o superior mais 
longo do que a cabeça. Barbilhões entumecidos, os do angulo da bocca 
longos, chegando á abertura das guelras e cerca de tres vezes mais 
longos do que os dous do labio inferior. Processo occipital tino, com as 
orlas lateraes concavas. Fontanella comprida, chegando anteriormente 
até sobre a região da orla orbital anterior, posteriormente até á base 
do processo occipital; 23 escudos na fila superior e 21 na inferior; 4 à 
5 escudos impares, terminando em carena superiormente, adeante do 
aculeo da adiposa. Escudos lateraes providos, na orla livre, de aciculos 
muito espessos, e na face externa, muito delgados. Metade superior do 
corpo, parda clara, inferior, branca amarellada. Uma estria cinzenta, 
denegrida, ao longo do meio da altura do corpo, começando verti- 
calmente sob a ametade inferior da dorsal, augmentando algum tanto 
para traz e terminando na base da caudal. A côr fundamental da ame- 


1) Treitlii (Latinizaçäo) de Treitle, 


168 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


tade superior do tronco é mais ou menos deslocada por uma facha 
transversal, sobre cada uma das placas da fila superior. do tronco e 
que ás vezes são totalmente cinzentos, denegridos. Só o lado superior 
do tronco e o escudo do pescoço se mostram pardos uniformes. Junto 
do extremo superior dos 5 á 10 primeiros escudos do tronco da fila in- 
ferior, fica uma nodoa cinzenta mais escura ou estria mais curta, obli- 
quamente disposta. Caudal frequentemente com uma facha mais escura 
não acuminada, ao longo das orlas superior e inferior. Mui raros vesti- 
gios de pequeninas manchas mais escuras sobre os raios medianos, na 
ametade anterior dessa nadadeira. 6 cm.» (Steindachner). 

Habitat: «Um pequeno regato que, proximo da villa da Victoria, 
desagua no Parnahyba.» — Estado do Piauhy. 


175 — Corydoras barbatus ', Quoi & Gaimard. 


Maria da Serra, Sarro ou Sarrinho 


ESt Ole 1072 
D-1 +8; A. LT L. lat 
ADULTO — —: Cabeça 3 e '/; (sem a caudal) elevada, comprimida; 


fontanella linear, curta; 2º barbilhão maxillar attingindo a orla da co- 
bertura da guelra, na terminação inferior da abertura; olhos, 6 e '/, no 
comprimento da cabeça, duas vezes no espaço interorbital; uma facha de 
aciculos nos lados do focinho entre a ponta deste e a base do operculo ; 
aculeo dorsal egual ao comprimento da base da nadadeira desse nome, 
com aculeos no bordo posterior, os quaes ficam envolvidos por uma pa- 
rede ossea, continua, transparente, de niodo a formar um gume inteiro; 
primeiro raio dorsal muito pouco maior do que o dobro do comprimento 
do aculeo, os outros raios decrescendo gradativamente. 

Peitoraes ponteagudas, muito grandes, ficando a sua ponta, que é 
o do aculeo, á distancia de uma placa do início da anal; o aculeo aci- 
culado e denticulado exteriormente e denticulado inferiormente; ventraes 


pequenas, terininando à tres placas antes da anal. Caudal furcada ; = 


placas em linha longitudinal; seis medianas antes da adiposa. Colorido 
fundamental branco, uma facha branca sobre o focinho, da ponta ás na- 
rinas posteriores; lados do focinho, lados e alto da cabeça, região dorsal, 
sob a nadadeira desse nome, vermiculados e punctulados de branco e: 
preto; uma facha transversa, preta, antes da adiposa; uma facha superior 
e outra inferior ä linha lateral, pretas; outra facha da mesma côr sobre a 
base da anal, desde o meio das ventraes, passando por detraz da anal, 
onde a de um lado se une ä do lado opposto; dorsal, ventraes, anal e 


1) Barbatus (Lat.) = barbado. 


A. DE MIRANDA’ RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 169 


caudal punctulados de negro, as punctulações perfazendo fachas estreitas, 
transversas, em zigue-zagues; peitoraes e adiposa brancas. Iris, negra. 
Superficie abdominal tenue e esparsamente aciculada. 

FEMEA E JOVEN — Fórma exacta de Corydoras trilineatus, tal qual 
foi descripto e figurado por Steindachner (Cor. agassizi), com a diffe- 
rença de ter os olhos ligeiramente menores, o focinho um pouco mais 
agudo e os lados da cabeça vermiculados de branco e uma facha negra, 
transversamente obliqua, sob as duas dorsaes e uma longitudinal sobre 
a base da anal; a facha de aciculos é atrophiada, sendo elles perce- 
ptiveis apenas com uma lente. 

Taes são as descripções de exemplares procedentes do Iporanga 
(Syst. da Ribeira), o maior adulto ; medindo 115 millimetros. Outros exem- 
plares procedentes da mesma localidade fizeram-nos ver, além da variação 
das peitoraes já deprehendida pela referencia ä Cor. agassizi, entre os 
machos adultos e as femeas ou machos jovens, ainda a variação do 
contorno da dorsal que nem sempre é elevada e triangular, como no 
macho, primeiro descripto, podendo ser um tanto arredondada e não ter 
o segundo raio maior de ?/; que o aculeo e sendo, ao contrario, menor 
do que o terceiro raio. Outros machos menores apresentavam reducção 
do focinho e reunião das manchas lateraes numa ampla facha negra 
que se dirigia da região escapular á cauda; outros apresentavam in- 
terrupções da facha superior 4 base da anal. 

Quando descrevemos pela primeira vez este peixe (sob o nome de 
Corydoras kronei, Lavoura, anno XI, n. 5, pag. 189 c. fig. — 1907) sus- 
peitämos a possibilidade de ter em mãos um Scleromystax o que reijei- 
tamos, então, após a leitura das diagnoses do Professor Günther e dos 
Professores Eigenmann. 

Diz o primeiro: Cabeça deprimida '; dizem os segundos: Dous pares 
de placas nucaes entre o occiput e a placa dorsal”. 

E dahi nos afastamos da senda verdadeira para o caminho da es- 
pecie nova. Não obstante, o extraordinario facto da presença de aciculos 
nos lados do focinho, a asseveração de Quoy e Gaimard de que o fo- 
cinho de Callichthys barbatus era alongado e não achatado e, das asse- 
verações de Cuvier e Valenciennes de que: «A producção occipital ia 
em ponta encontrar um escudo triangular, quasi da mesma dimensão » * 
nos fizeram procurar, no local donde havia sahido o Callichthys barbatus 
os exemplares necessarios a elucidação deste problema. A minha suspeita 
foi confirmada pelo encontro de cinco exemplares que apanhei em af- 
fluentes do Rio da Estrella, á poucas leguas da extincta fazenda da Man- 
dioca, onde haviam Quoy e Gaimard obtido a especie em questão. 


1) Cat. V, 225-— 1864. 

2) South American Nemathgnathi, 4501890. 

3) Hist. Nat. Poiss XV, 240— 1840. 

6378 22 


170 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


Os exemplares da Estrella são mais intensamente coloridos e têm 
a dorsal ligeiramente sinuosa no bordo posterior e as peitoraes denegridas; 
a facha nasal branca, ás vezes vae até a base da dorsal. 

E não sómente verificamos a veracidade das affirmativas de Quoy e 
Gaimard e de Cuvier e Valenciennes, como: a identidade das especies do 
Estrella e da Ribeira de Iguape, não se devendo levar á conta de ca- 
ractéres de especie, as differengas encontradas. Assim, a diagnose das 
chaves de Giinther e dos Eigenmanns está errada. E não sómente nós 
fomos, por ella, conduzidos ao erro, mas tambem o Prof. C. Eigenmann, 
com a descripção de Coridoras juquiae procedente do Rio Juquiá, afflu- 
ente do Rio da Ribeira ' 

E consequentemente “concluimos a impossibilidade da existencia do 


genero Scleromystax. 
DORADIDÆ ’ 


Cabeça deprimida ou comprimida, vertex descoberto, granuloso; pro- 
cesso occipital largo, unido indistinctamente á placa predorsal que é. fir- 
memente soldada à elle; fontanella variavel; focinho: provido ou não de 
placas osseas superiores; narinas isoladas providas de curtas valvas tu- 
bulares, as posteriores, ás vezes, protegidas por uma. crista exterior dos 
sub-nasaes; olhos variaveis, lateraes ás vezes, providos de palpebras adi- 
posas; dentes villiformes, nos intermaxillares e mandibulares, ás vezes, 
rudimentares ou ausentes; dorsal elevada com o aculeo sempre forte; 
peitoraes ás vezes, constituidas pelo aculeo sómente; pinturas esternal 
robusta, com um processo posterior desenvolvido ; nadadeira adiposa va- 
riavel; ventraes posteriores, á dorsal; anal quasi sempre inferior à adi- 
posa; linha lateral provida de largas ossificações armadas de um aculeo 
mediano retrovertido c de outros menores aos lados deste: -äs vezes, ha 
ossificações sobre a linha mediana, nos lados dorsal e ventral; ás vezes, 
ha ossificações sobre todo o corpo; malleos: formando as paredes -ante- 
riores da vesicula natatoria que é livre e bem desenvolvida, ás vezes, tendo 
constricções transversas ; tubo digestivo longo, com muitas circumvoluções, 
quasi sempre dilatado para o extremo terminal. 

Estes peixes são promptamente reconhecidos por causa da fila la- 
teral de placas que lhes é peculiar. Elles gosam da mesma propriedade 
que os Callichthys * de se transportarem de um lago á outro. por terra. 
Schomburgk relata ter encontrado uma especie da Guiana, em tão grande 
quantidade sobre a estrada em que elle viajava que os seus homens 
puderam encher diversas peneiras. Tem-se. verificado que alguns. cons- 
truem um ninho para depositar a prole. Os Doradideos habitam os tres 
grandes systemas pluviaes brasileiros, estando distribuidas, as especies 
que se encontram no Brasil, pelos seguintes 
1) Rud. Ihering, Notas Preliminares, 15 e 37—1907: 


2) Doras, genero tvpico ; eidos senelhante, 
3) Vide Tomo I, pg. 57. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 171 


Focinho não pro- 

longado em cur-| Olhos mediocres sem 

va para baixo; | palpebras adiposas.. Hemidoras. 
Barbilhões | de perfil inerte) 


Cabeça | villosos. 2 or recto ou mo- 
compri- deradamente| Olhos grandes, com 
Linha la- | mida,sub- elevado para| palpebras adiposas.. Hassar. 
teral re- | conica, cima. 
coberta |, bocca pe- : : 
de pla- | quena, in- Focinho mediocremente prolongado em 
Gene cas. ferior. curva para baixo, proboscidiforme .. Mormyrostoma. 
ros. - | Batbilhoesiteretes;ssimplesge. nr Keen Oxydoras. 
Cabeça 
deprimi- { Adiposa longa, baixa................ iii Rhinodoras. 
da, bocca 
anterior. adiposa CURE A ES) ETS E Re Se AIM A AE aloes Doras. 
Sómente a primeira placa da linha lateral presente ..................... Wertheimeria. 


Hemidoras ', Bleeker. 
Ichthyol. Alchip. Indici. Siluri, 1858 


Cabeça sub-conica, bocca infero-anterior, pequena; labios espessos, 
reflexos, barbilhöes maxillares villosos, os mentaes äs vezes tambem 
villosos ou papillosos reunidos na base por uma commissura commum; 
focinho nú, narinas sem subnasal apparente ; fontanella alongada, olhos me- 
diocres, lateraes, desprovidos de palpebra adiposa; placas lateraes, des- 
providos de palpebra adiposa; placas lateraes mediocres ; adiposa curta. 

Linha mediana dorsal provida de placas entre a dorsal e a adiposa . H. stenopeltis 


um processo accesso- 
rio inferior do pro- 
| Intermaxillares | cesso humeral ...... H. nattereri. 


sem den-tes. 
| sem processo accesso- 


rio do processo hu- 


meralal)e 02 

LES ADRESSE RS H. eigenmanni. 
i 1) Sem pro- Lados do 
Especies cesso acces- focinho nus; 
brasilei- sorio do 4 primeira 
ras. processo hu= placa late- 
meral. ral sem pro- 
L. lat. 29 4 34) cesso infe- 
rior appa- 
A. 13á 14) rente. L. 

lat. 29 à 30. H. brevis. 

{ Processo Lados do 
| sein focinhocom 
Linha | desprovi- placas os- 
mediana| do defon- seas; pri- 
dorsal | tanella meira placa 
despro- | em cada | lateral com 
ide lado da li- processo 
placas ) nha me- inferior ap- 
entre a) diana. parente. L. 

dorsal e lat. 33 á 34. H. trachyparia. 

a faire; Intermaxillares dentigeros L. lat. 294 34. H. punctatus. 
FLAD) À PE a hehe co RR Ce AURIS ee H. fimbriatus. 
Processo [ 
occipital 


provido = 12 4 13 
uma fonta- 


Lucas dorsal liso no bordo posterior... H. humeralis. 
nella em É | 


Aculeo dorsal espinhoso nos dous bordos H. trimaculatus 


‚da lado da 
linha media- 
na. 


1) Hemidoras ; de Hemi (Gr.) meio e Doras, genero adiante citado, 


ES ASS N eier H. morei. 


172 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONÁL 


176 — Hemidoras stenopeltis ', Kner. 
D. 1 + 6; A. 13-14; L. lat. 34-35 


Cabeça 3 e ?/, no comprimento total (sem a caudal), sub-triagonal, 
com o perfil inferior recto, o superior convexo; bocca pequena, inferior; 
barbilhões maxillares chegando á base das peitoraes e reunidos aos 
mentaes por uma commissura basilar, focinho nú, narinas posteriores 
mais proximas da orbita do que das anteriores; estas mais proximas 
das posteriores que da ponta do focinho; fontanella longa, projectando- 
se das narinas anteriores á orla posterior da iris e seguida, até ao 
fulcrum dorsal, de um sulco estreito; uma fontanella elliptica nos lados 
desse sulco, na base 
do processo occipital ; 
olhos grandes, 3 e ?/; 
na cabeça, */, do es- 
paço interorbital ; sub- 
orbitaes formando 
um estreito cordão 
ossificado; bochechas 
e operculos nús; pro- 
cesso occipital emittin- 
do um processo poste- 
ro-inferior; supra clavi- 
cula granulosa encontrando-se com a post-clavicula que é rugosa na base e 
de forma longamente triangular; cintura esternal sub-cutanea; região 
tympanica tendo um: serie de pequeninos aculeos que se dirigem pela 
linha lateral. Aculeo dorsal justamente do tamanho da cabeça, compri- 
mido, nos lados longitudinalmente estriado, serrilhado nos dous bordos, 
os espinhos do bordo anterior dirigidos para cima, os do posterior até 
o meio da mesma direcção mas inclinados para traz; do meio para a 
ponta elles se tornam retrovertidos. Aculeos peitoraes imperceptivelmente 
mais longos que o dorsal, fortemente estriado no sentido longitudinal e 
denticulado nos dous bordos, como na regra geral; ventraes mediocres. 
Adiposa pequena, superior a anal; esta mediocre. Caudal furcada. O 
primeiro escudo da linha lateral, articulado aos processos descendentes 
da placa prédorsal e extremo da post-clavicula, é o maior; os demais 
escudos gradativamente menores, até a cauda, todos elevados, estreitos, 
obliquamente inclinados para a frente e denticulado no bordo livre. 
Sete placas osseas sobre a linha dorsal, entre a nadadeira d'este nome 
e a adiposa. Uniformemente colorido. Dois pequenos exemplares pro- 
cedentes de Caldeirão, Alto Amazonas e determinados no Museu de 
Paris como O. carinatus. 


FIG. 79 — Hemidoras stenopeltis, seg. Kner 


1) Stenopeltis (Gr.); de stenos, estreito; e pelte, escudo, 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 173 


Maior comprimento registrado — 160 millimetros. 
Habitat: Manäos, Rio Negro, Hyavary, Manacapurú, Teffé, Obidos, 
Tabatinga, Juruá. 


177 — Hemidoras nattereri ', (Steind.) 
DSi os PATS) Se lat: 31 


«Na forma do corpo esta especie muito se approxima deZOxydo- 
ras humeralis Kner. A cabeça é comprimida, o focinho (visto de perfil) 
é curvo. Uma carena obtusa ainda que moderadamente mais alta, vae 
da região occipital ä base da dorsal. A fronte é estreita, os olhos maiores, 
o focinho mais fortemente curvo, o processo humeral menos elevado (e 
sem ponta no lado posterior singular e obliquamente truncado) do que 
em O. humeralis. Ainda mais que os ossos dos lados da cabeça e não 
sómente as coberturas das guelras, especialmente, tambem, a orla do 


FIG. 80 — Hemidoras nattereri, seg. Steindachner 


preoperculo, os sub-nasaes e uma estria inferior ao annel ocular, são 
granulosos e estriados; tambem falta a fosseta revestida de pelle entre 
as orlas lateraes do processo post-occipital e a carapaça núa. Na forma 
do processo humeral O. nattereri se parece coni O. stenopeltis Kner, 
comtudo, aparte as differenças da fórma da cabeça, são os escudos la- 
teraes, na primeira especie, muito mais baixos, menos numerosos e não 
ha, tambem, escudo nenhum dorsal em desenvolvimento. 

O comprimento da cabeça, até a orla posterior das coberturas oper- 
culares, é contido, c. 3 1/2; a maior altura do tronco, sob a origem da 
dorsal, o é egualmente 3e 1/2 vezes no comprimento do corpo; o dia- 
metro ocular, imperceptivelmente mais do que tres vezes, a largura in- 


1) Nattereri (Latinisação = de J. Natterer. 


174 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


terorbital tres vezes, o comprimento do focinho um pouco menos de 
duas vezes, a maior largura da cabeça, entre os operculos, 4 e 2/5 no compri- 
mento da cabeça. O mediocre hiatus (oral) não é muito perceptivelmen- 
te excedido pelo focinho. Os intermaxillares são edentados; junto á 
symphyse mandibular, em cada lado, ha um pequeno e estreito grupo 
de dentes dispostos curvamente em meia lua. Os barbilhões maxillares, 
villosos no lado externo, quasi attingem o meio dos olhos e medem um 
diametro ocular; os quatro barbilhões mandibulares, de egual compri- 
mento, são curtos, providos de papillas e reunidos na base por uma 
orla commum. Fontanella lanceolada, estreita e de ponta antevirtida. 
Posteriormente ella não se projecta além dos olhos. A ponta do focinho 
e mais partes adiante deste, entre as duas narinas, em cada lado da 
cabeça, não são asperos, unicamente revestidos de pelle lisa e fina. To- 
do o resto da metade superior da cabeça, é recoberto de escudos mo- 
deradamente rugosos. Egualmente estriados são, nos lados da cabeça, 
os subnasaes, os tres suborbitarios externos, estreitos, quasi lineares, as 
estreitas orlas dos preoperculos, fortemente recurvas, para diante e pa- 
ra baixo e os operculos por inteiro. 

Entre os sub-nasaes e a orla preopercular, as bochechas são reves- 
tidas de pelle lisa. O processo humeral, termina ao meio da extensão 
do aculeo peitoral; elle é, em perfil rasoavelmente egual de altura e na 
orla oblíqua, posterior, concavo. N'essa região encontra o primeiro escudo 
lateral do tronco, pela sua parte menor interior da orla anterior d'este. 

A placa predorsal envia, sob a base do aculeo dorsal, um processo 
lateral inferior que chega até meia altura do tronco e tambem se reune 
ao extremo superior do primeiro escudo lateral. O aculeo dorsal é mais 
curto, e sómente um pouco mais fraco que o peitoral, estriado em toda 
a altura, com grandes espinhos na orla anterior e muito pequenos gan- 
chos na orla posterior; elle se termina, superiormente, em fórma de 
agulha. A altura deste aculeo é egual ao comprimento da cabeça e mais 
visivelmente ä 2e 1/2 vezes o comprimento da base do dorsal. A adi- 
posa é de altura egual ao maior diametro ocular, e menos longa do que 
alta. O aculeo peitoral é mais longo do que a cabeça de quasi um diame- 
tro ocular, fortemente deprimido, estriado em todo o comprimento e pro- 
vido, nos dous bordos, de dentes curvos, dos quaes os da orla poste- 
rior que ficam proximos á ponta, são os mais longos. Na origem do 
processo humeral, debaixo da peitoral, ha um processo, ainda que cur- 
to porém egualmente granuloso, em fórma de haste que, comtudo, não 
attinge o primeiro terço longitudinal do aculeo peitoral. A articulação 
das ventraes, fica um pouco atraz do meio do comprimento do corpo, 
e é attingido pela ponta do aculeo peitoral. O comprimento das ventraes 
é um tanto mais consideravel do que a metade do comprimento da ca- 
beça; o numero dos raios ventraes sóbe, no exemplar examinado por 
nós, sobre um lado do corpo á 6 e á 7 no outro. A ponta das ven- 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 175 


traes näo attingem a origem da anal. A anal contem 13 raios dos quaes 
os tres primeiros simples. A altura do menor que é o 2º raio ramificado, 
excede um pouco ao comprimento da base da nadadeira, é egual ao com- 
primento das ventraes. A caudal é entalhada na orla posterior e o lobo in- 
ferior, um pouco mais longo e fortemente desenvolvido, é quasi do com- 
primento da cabeça. Os escudos lateraes do dorso, em numero de 31, 
augmentam em altura, do segundo ao quarto; e diminuem d'este ao ul- 
timo moderadamente. A altura do 4º escudo attinge bem o comprimen- 
to de um diametro ocular. O primeiro escudo lateral é visivelmente mais 
alto e mais longo que o segundo (quasi egual em altura ao comprimen- 
to do focinho) e fortemente granuloso em toda a face externa, emquan- 
to que, todos 9s demais, até proximo a orla posterior denticulada, são 
lisos e finamente recobertos de pelle. O grande aculeo mediano dos escu- 
dos do tronco, até o 21 ou 22º, augmenta gradativamente em compri- 
mento e robustez; e d'este até o ultimo, e menor dos escudos. Na re- 
gião fechada pela carapaça, processo humeral e primeiro escudo lateral, 
ha, ainda, duas à tres pequenas placas asperas, que realçam O curso 
do canal lateral e são desprovidas de serrilhas. 12 cm.» (Steindachner ). 

Amazonas — Tefé. 

O Museu possue um exemplar muito pequeno, desta especie, proce- 
dente de Caldeirão, que voltara do Museu de Paris com o nome de 
Doras brévis. 

178— Hemidoras eigenmanni ', (Boul.) 
D-1 + 6; Awl 4 14; L. lat. 26-27. 


«Ambas as maxillas providas de dentes, altura do corpo egual ao com- 
primento da cabeça, 4 vezes 
no comprimento total. Narinas 
posteriores mais proximas dos 
olhos do que das anteriores; 
diametro ocular 4 vezes na cabe- 
ça le 1/4no espaço interorbital 
e 3/4 no comprimento do fo- 
cinho; base de seis barbilhões 
unida pela prega da maxilla 
inferior. Barbilhöes maxillares 
ramosos, projectando-se um 
pouco a frente da base do acu- 
leo pei:oral, duas vezes do com- 
primento dos mandibulares. 

Aberturas das guelras pro- 
jectando-se até sob o bordo 
posterior dos olhos. Processo 
humeral estriado, egual á 1/2 


FIG. 81 — Hemidoras eigemanni, seg. Boulenger 


1) Eigenmanni (Latinisação) — de Eigenmann. 


176 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


do aculeo peitoral. Aculeo peitoral pouco mais comprimido que a cabega. 
Dorsal 1 +6; aculeo um pouco mais curto que a cabeca, muito fortemente 
serrilhado na frente, muito fracamente atraz. Adiposa um pouco mais curta 
que a base da anal. Näo ha aculeos entre as nadadeiras dorsaes. Escudos 
lateraes moderados, seu diametro vertical egual aos olhos, säo serrilhados 
posteriormente e em numero de 26 ou 27. Caudal bifurcada. Pardo superior- 
mente, alvadio inferiormente, nadadeiras uniformes ou com pequenas 
maculas negras. 80 mm.» (Boulenger). Habitat: Descalvados, Matto 
Grosso. 
179 — Hemidoras brevis ', (Kner). 


Dial EEE Als: AA EI. 20FA 34: 


«Forma curta, robusta; cabeça 3 e 3/4 no comprimento. bocca infe- 
rior; barbilhões maxillares passando a vertical do meio dos olhos; foci- 
nho totalmente nu; olhos circulares, 3 e 1/4 no comprimento na cabeça; 
processo occipital e placa pre-dorsal tectiformes, obliquamente ascenden- 
tes até a dorsal que occupa justamente o meio do corpo (sem a caudal). 

Processo clavicular externamente rugoso, obliquamente truncado no 
extremo posterior; placa predorsal não se projectando para traz do acu- 
leo dorsal e emittindo 
um processo curto in- 
ferior; aculeo peitoral 
da forma geral, um 
tanto curvo em S, at- 
tingindo o 8° escudo 
lateral; aculeo dorsal 
longo, attingindo a ori- 
gem da adiposa, serri- 
lhado anterior e pos- 
teriormente e longitu- 
dinalmente estriado ; 
adiposa elevada, tra- 
pezoide, de altura e- 
gual a um diametro e 
comprimento pouco 
maior; primeiro escudo da linha lateral, tendo de föra apenas a metade 
superior ao aculeo mediano, é larga e com duas ordens de espinhos 
curtos, revertidos; as maiores placas lateraes restantes, ficam sob dous 
penultimos raios dorsaes; o lado inferior dessas placas € mais desco- 
berto que o superior e os aculeos curtos de seu bordo, em numero de 
tres, são menores que os superiores; ventraes sob o quarto raio dorsal 
quasi attingindo a anal, este sob a adiposa mas obliquamente disposto ; 
caudal emarginada: compr. cinco pollegadas.» (Kner). Habitat: Rio Negro. 


FıG. 82 — Hemidoras brevis, seg. Kner. 


1) Brevis (Lat.) = breve, curto. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 177 


180— Hemidoras trachyparia', (Boul.) 
DEI VAIS LE Tat. 33) a <34: 


« Maxilla superior desprovida de dentes. Altura do corpo egual ao 
comprimento! da cabeça, 3 e 2/3 no comprimento total. 

Focinho redondo, rugoso, exceptuando-se o espaço internasal, de 
cada lado; narinas posteriores juntas aos olhos; diametro ocular quasi 
egual ao comprimento do focinho, mais de 1/3 do comprimento da ca- 


FIG. 83 — Hemidoras trachyparia, seg. Boulenger 


beça, egual ao espaço interorbital; preoperculo, sub-operculo e opercu- 
lo, osseos, rugosos; ossos craneanos granulosos; fontanella não se pro- 
jectando como um sulco posteriormente; barbilhöes não franjados (ou, 
antes, barbilhão maxillar com uma unica barba basilar), suas bases 
unidas por uma prega da maxilla inferior; barbilhöes maxillares não 
chegando á abertura opercular; barbilhöes mandibulares curtos. 

Aberturas das guelras projectando-se até sob o bordo posterior 
dos olhos. Processo humeral granuloso, mais largo de 1/2 e do compri- 
mento do aculeo peitoral, obliquamente truncado no extremo posterior. 
Aculeo peitoral do comprimento da dorsal e da cabeça, fortemente ser- 
rilhado no lado interno, fracamente no externo. Dorsal 1+6; aculeo for- 
temente serrilhado nos dous lados, um pouco mais proximo da adiposa 
do que do extremo do focinho. Adiposa egual 4 metade da anal. Anal 
13. Não ha escudos entre as dorsaes ou sobre o ventre. Escudos la- 
teraes 33 á 34, quasi eguaes á 1/2 da altura do corpo, com os bordos 
serrilhados e espinhos fracos, curvos; caudal profundamente furcada. Oli- 
vaceo pallido superiormente, alvadio nos lados e inferiormente; nada- 
deiras brancas. 93 mm.» (Boulenger ). 

Habitat: Juruá. 


1) Trachyparia (Gr.) de trachys — aspero e paria marmotes (fig. pelas placas osseas). 
6378 23 


178 ARCHIVOS: DO” MUSEU NACIONAL 


181 — Hemidoras punctatus', [( Kner. ) 
D. 1+ 6; A. 133 L. lat.528-29. 


«A maior altura anterior 4 dorsal, apenas excede a maior largura 
entre as bases das peitoraes e esta ultima é quasi egual ao comprimen- 
to da cabeça (até a abertura das guelras); contorno do focinho obtusa- 
mente parabolico, olhos grandes, quasi circulares, comtudo apenas na 
sua ametade superior semicircular, provido de escudos asperos, ao pas- 
so que os sub-orbitaes, estiolados, são revestidos de pelle e como todo 
o focinho até as narinas posteriores e, lateralmente até a cobertura das 
guelras, completamente nús. O diametro occular é contido no comprimen- 
to da cabeça, apenas um pouco mais de quatro vezes, sua distancia da 
orla do focinho não completa totalmente dous, das narinas anteriores 1, 
das aberturas das guelras 1 e 1/3, interorbital 1 e 1/2 diametros. A 
fronte, entre os olhos, é, portanto, larga e egualmente plana; só da 
região post-occipital a carapaça se eleva até a dorsal, constituindo uma 
carena muito obtusa. A comprida fontanella projecta-se para diante até 


FIG. 84 — Hemidoras punctatus, seg. Kner. 


sobre a pelle núa do focinho, que tambem occulta o escudo subnasal. 
A abertura oral occupa quasi toda a largura do estreito focinho, sendo cer- 
cada por labios carnudos; a mandíbula torna-se um tanto sobrepujada pela 
maxilla superior e por isso a bocca é semi-inferior; os barbilhões maxilla- 
res nunca chegam ä abertura das guelras, são geralmente muito curtos 
e ornados de 3 4 4 villosidades lateraes (semi-franjados ); o labio inferior 
constitue um curto véo papilloso, do qual os barbilhões labiaes, curtos, po- 
rém de egual comprimento, se ennovelam; o seu comprimento e numero, 
de resto, são variaveis (frequentes vezes comtudo 5 e 6). Os interma- 
xillares quasi rudimentares, têm poucos e pequenos dentes, vesti- 
giarios pelo lado de fóra e que, se tornam perfeitamente impercepti- 
veis; os mandibulares, comtudo, constituem uma visivel pequena facha 
firme. O processo humeral termina adiante do primeiro escudo lateral, 
sob o início da dorsal, ampla e abruptamente truncado e constitue, 
na sua orla inferior, uma quilha longitudinal não denticulada. O nu- 
mero de escudos lateraes é de 28 á 29, elles são fracos, baixos e com 


1) Punctatus (Lat.) = pontuado. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 179 


excepção dos dois primeiros quasi todos eguaes em altura e compri- 
mento, comtudo, os aculeos da linha lateral, muito compridos, augmentam 
em tamanho para a cauda; a orla de todos é provida de denticulações finas 
e rectas. O primeiro escudo lateral é realmente o mais elevado, porém da 
mesma largura e em consequencia do processo humeral, de larga terminação 
que lhe fica inferior e projectado sobre os seguintes, tambem o seu aculeo 
principal, menor, fica distinctamente mais alto. Por causa da pequenez 
dos escudos lateraes, fica o resto da maior parte dos lados, em cima e em 
baixo delles, nú. As placas peitoraes são na parte transversa anterior reco- 
bertas de pelle; os seus largos processos posteriores, porém, são livres e 
attingem, com a obtusa ponta, o extremv posterior do processo humeral. 
A dorsal origina-se adiante da metade do comprimento do corpo; o seu acu- 
leo é mais curto do que o da peitoral, que se projecta sobre a base das ven- 
traes; os dous aculeos são, de resto, denticulados nos dous bordos. As 
ventraes originam-se sob o extremo da dorsal. A fossa anal fica excentrica- 
mente entre e por traz da base das ventraes, a meio caminho da anal, porém 
já por traz da ametade d'essa extensão total. A anal chega ao primeiro raio 
accessorio da caudal; o primeiro raio fica vis-á-vis da pequena adiposa, a 
caudal é curta, fracamente entalhada, com os dous lobos de egual extensão, 
redondos; e a região, moderadamente larga, do dorso, entre a dorsal e a 
adiposa, núa; não ha escudos impares na base da caudal, ou, pelo menos, 
elles affectam a fórma dos raios accessorios. Não ha póro lateral. Lado dor- 
sal pardacento, todo o lado inferior alvadio uniforme, porém os lados, até a 
linha lateral, marcados de manchas ou pontos denegridos, assim como as 
nadadeiras, com excepção das ventraes e da anal. 3 á 5 pollegadas.» (Kner) 
Habitat: Matto-Grossso—Rio Guaporé. 


182 — Hemidoras fimbriatus, Kner 
DIE ANNE IS lat. 1202530) 


«Focinho de ponta obtusa, o contorno quasi parabolico e, até as peças 
operculares, nú, a fontanella alongada se projecta sobre o focinho nú, os 
sub-orbitaes são totalmente estiolados e tambem falta o escudo nasal denta- 
do. Os olhos são grandes, seu diametro contido 4 e 1/2 vezes no compri- 
mento da cabeça, sua distancia lateral cerca de 1 e 1/4, a da orla nasal 1 e 
1/2. A orla orbital superior não é elevada. Pela estreiteza do hiatus fica um 
muito pequeno espaço nos intermaxillares e mandibulares para os finos e pe- 
quenos dentes que, demais, não são externamente muito contiguos. 

; A região post-occipital eleva-se sobre a carapaça nitidamente, depois 
torna-se em ambos os lados fortemente retrahida e assim, no meio, quasi 
carenada. Os barbilhões maxillares franjados ou, em pouco mais da metade, 


IE ORDNET dE 
CN ER WESER 


1) Fimbriatus (Lat.) — franjado. 


180 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


viliosos, chegam até a base das peitoraes. Os quatro mentaes säo curtos 
mas de quasi egual comprimento e reunidos na base, em uma curta commis- 
sura. O processo do humeros näo se estreita em ponta, ao contrario, torna-se 
posteriormente ainda mais largo (algo), terminando redondo e na verdade, 
por causa da grande expansão do primeiro escudo lateral 4 sua frente. O 
numero dos escudos lateraes é de 29-30, elles são de egual altura, sendo na 
orla finamente pectinados, com a serie principal de espinhos simples, ao lon- 
go da linha lateral que se estende da cintura escapular até a nadadeira cau- 
dal. O primeiro escudo lateral é o maior de todos, tanto com o que concerne 
á altura como á largura; especialmente elle augmenta tanto sua ametade in- 
ferior da parte que fica em baixo da linha lateral que esta termina no extre- 
mo do humeros e na placa thoraxica, aqui irrompendo do peito num angulo, 
constituindo uma aguda ares- 
ta para cima, nos flancos; pa- ; 
ra cima cresce o primeiro es- | 
cudo lateral, do mesmo modo, 
até a carapaça. Logo depois 
do primeiro está a metade in- 
ferior do segundo escudo late- 
ral, como a mais comprida e 
larga, do terceiro em diante, 
tornam-se a largura e a altura 
dos escudos lateraes de egual 
dimensão, até a caudal; em [© © | | 
nenhuma outra especie che- |. eae Ber. 
gam, porém, os dous primei- 
ros escudos lateraes tão longe, FIG. 25—Hemidoras fimbriatus, seg. Kner 
até a superficie ventral e são tão largos como aqui. O dorso subterete, en- 
tre a dorsal e a anal é nú; adiante dos raios accessorios da caudal ha ape- 
nas, em cima e em baixo, um grande e largo escudo; todo o lado ventral, 
com excepção da larga e semilunar cintura esternal, de pontas viradas para 
traz, nú; dous exemplares têm um póro lateral, outro apenas uma funda de- 
pressão; fossa anal proxima das ventraes. O aculeo da dorsal e os das 
peitoraes são serrilhados nos dous bordos; o primeiro tem a ponta seguida 
de um lobo cutaneo e não chega a attingir a adiposa; o forte aculeo peito- 
ral, de egual comprimento em todos os exemplares, chega sobre a base das 
ventraes; estas ultimas não attingem a anal; esta, porém, chega á base da 
caudal que é prefundamente entalhada e de lobos eguaes. Dorso, lado, parte 
posterior do ventre e da cauda, quasi todas as nadadeiras, pardos mancha- 
dos e pontuados de escuro denegrido; barbilhões maxillares egualmente 
denegridos, os mandibulares mais claros; g rganta, região thoraxica, parte 
ventral anterior alvadias; 5 pollegadas.» (Kner). 
Habitat: Rio Guaporé. 


De I EEE TEE 


: mS 


EE I ESS 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE— PEIXES 181 
183 - Hemidoras humeralis,! (Kner) 
DP WG AUDE latı 32 


«A maior altura (e largura) eguala a 1/5 do comprimento total, a dis- 
tancia entre o aculeo dorsal e a ponta do focinho, quasi 1/3 do mesmo. Os 
olhos säo grandes, quasi circulares, seu diametro egualaä 1/4 do compri- 
mento da cabega (até a abertura das guelras) a distancia inlerorbital apenas 
1e 1/2, a da ponta 
do focinho dous dia- 
metros. Os sub-or- 
bitdes, recobertos 
de pelle formam uma 
estreita orla; face e 
focinho, até as nari- 
nas posteriores, nús; 
não ha placa subna- 
sal livre, as narinas 
anteriores tão afas- 
tadas das posterio- FIG. 36—Hemidoras humeralis, seg. Kner. 
res como estas dos olhos, aquellas, porém, ficam um pouco mais proximas 
do focinho; os escudos oculares superiores não se elevam. 

A fontanella se prolonga para traz em um sulco que se projecta até o 
extremo do processo occipital; do seu extremo em diante a carapaça offe- 
rece uma carena obtusa. Nos dous lados dessa quilha, nota-se ainda uma 
fontanella oval, menor. O hiatus, sub-inferior é estreito, os intermaxillares 
sem dentes, a estreita mandibula tem muito poucos dente finos. Os barbi- 
lhões maxillares semi-villosos ou franjados, chegam aos olhos ; os quatro 
mentaes de egual tamanho e externamente papillosos, são reunidos, na base, 
por uma breve commissura. O processo humeral expande-se tanto que a sua 
maior altura eguala 1/2 do seu comprimento; quasi em fórma de leme, ter- 
mina com ponta obtusa, sob o primeiro escudo lateral: a pelle do corpo de 
baixo delle e por traz da base do aculeo peitoral, não mostra verdadeira- 
mente nenhum póro lateral simples, é, porém, perfurada por numerosos pó- 
ros, apenas revestidos de pelle fina externamente (cribum pectorale). O pri- 
meiro escudo da linha lateral encaixado superiormente contra o processo 
descendente da carapaça, inferiormente no processo humeral, é o mais alto, 
mas egualmente o mais estreito na sua parte mediana e desprovido de es- 
pinho; todos os demais são escudos pectinados, fortemente constituidos de 


1) Humeralis (Lat.) espadaúdo. (Humerale, is, tambem significa uma capa militar que era trazida 
sobre os hombros) a referencia aqui porém é clara ao processo humeral cuja maior altura eguala ä 
1/2 do comprimento. ; 7 


182 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


altura moderada e aculeo mediano fraco e outros collateraes na orla; suas 
alturas (a maior perfaz 1/3 da altura do corpo atraz da dorsal) se conservam 
moderamente eguaes até sob a adiposa, tornando-se, porém, menores dahi 
por diante, até o ultimo, no extremo caudal; ao contrario, ahi tornam-se os 
espinhos principaes mais compridos e fortes. 

A área núa, entre o humeros e a carapaça, é frisantemente cordiforme ; 
nella estão dous á tres escutulos rudimentares ou muitas outras ossificações 
núas. A parte dorsal, moderadamente estreita e todo o lado inferior, nús; 
aqui a placa esternal é completamente revestida de pelle. O raio osseo da 
dorsal e os das peitoraes, são denticulados nos dous bordos. São quasi re- 
ctos e do mesmo comprimento. O primeiro não attinge longitudinalmente a 
adiposa; os ultimos, porém, chegam ä base das ventraes e são, ainda, quasi 
do comprimento do processo humeral. A adiposa fica vis-à-vis da mediocre 
anal e é de comprimento egual à altura. As ventraes são mediocres, apenas 
chegando ao anus que lhes fica posterior, entre as duas (no começo do ul- 
timo terço do comprimento do corpo); a caudal é profundamente entalhada, 
com os lobos eguaes. Dorso e lados de côr parda avermelhada, uniforme; 
lado ventral alvadio. Todo o peixe, inclusive as nadadeiras, sem manchas 
ou pontos. 5 poll.» (Kner). 

Habitat : Barra do Rio Negro. 


184—Hemidoras trimaculatus,! (Bout) 
D. 1+5; A. 13 


«Maxilla superior edentula. Altura do corpo 4 e 1/2 vezes no compri- 
mento total, comprimento da cabeça 3 e 2/3. Focinho comprimido, pontudo 


Fig 87 — Hemidoras trimaculatus, seg. Bonlenger. 


coberto de pelle; narinas posteriores juntas aos olhos; diametro ocular quasi 
egual ao comprimento do focinho,tres vezes no da cabeça,1 e 1 2n0 espaço in- 
terorbital; bochechas e operculos cobertos de pelle; craneo estriado superior- 


1) Trimaculatus (L.)=com tres maculas. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 18 


mente, granulado nos lados; fontanella não prolongada como um sulco pos: 
teriormente; base dos seus barbilhões unida por uma prega da manbibula; 
barbilhões maxillares ramosos, projectando-se até a base do aculeo peitoral: 
barbilhões mandibulares curtos.Abertura das guelras estendendo-se até sob 
a borda posterior dos olhos. Processo humeral estriado, mais largo do que 
1/2 do aculeo peitoral, obliquamente truncado no extremo posterior. Aculeo 
peitoral do comprimento ou ligeiramente mais comprido do que a dorsal, 1 
e 1/4 o comprimento da cabeça, projectando-se até o meio das ventraes, 
muito fortemente serrilhado, especialmente no lado interno. Dorsal 1+5; 
aculeo fracamente serrilhado anteriormente, fortemente nö bordo posterior, 
equidistante da ponta do focinho e da adiposa. Esta á 1/2 da base da anal. 
Anal 13. Não ha escudos entre as dorsaes nem sobre o ventre. Escudos la- 
teraes 31 a 32, quasi 1/2 da altura do corpo,com o bordo serrilhado e espi- 
nhos moderados. Caudal profundamente furcada. Amarellado ; uma nodoa 
sobre a dorsal, envolvendo a base do aculeo e dos tres primeiros raios; uma 
nodoa preta, alongada,horizontal, na base de cada lobo da caudal. Compri- 
mento total 62 mm.» (Boulenger). 
Habitat: Juruá. 


185—Hemidoras morei,! Stein. 


D 1--6j; A. 14. L. lat. 34. 


«Forma do corpo muito alongada; cebeça longa, comprimida, com 6 
focinho estreito fortemente estirado e carenado na região occipital até á dor- 
sal. Processo humeral 
aculeiforme, anterior- 
mente de menor altura, 
posteriormente pon- 
tudo, chegando até o 
meio da extensão do 
aculeo peitoral. Acule- 
os lateraes, no tronco, 
de altura moderada, o 
mais alto escudo ape- 
nas egual 1/2 da al- 
tura do tronco. Aculeo 
peitoral longo e como i FIG. 88—Hemidoras more, seg. Steidachner. 

0 processo humeral estriado. Dorso.sem escudos. O comprimento da cabega, 
medida até a orla, é contida cerca de 3 e 1/2 vezes, a maior altura do tronco 
no inicio da dorsal, cinco vezes, o comprimento do focinho um pouco me: 
nos que 2, o diametro ócular quasi quatro, a largura da fronte 5, a largura 


1) Morei, latinisação não-explicada por Steindachner. “vou © 1 21050 


184 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


da cabeça entre os operculos 1e 2/3, no comprimento da cabeça. A fontanella 
é muito estreita, de comprimento mais consideravel; anteriormente chega até 
entre as narinas anteriores, posteriormente até o meio do escudo post-occi- 
pital mediano: as orlas da fontanella são la- 
teralmente elevadas e constituem, para traz, 
uma dupla crista um tanto fortemente pro- 
longada até a origem da dorsal e que cada 
vez mais se approximam entre si eque, final- 
mente, apenas formam um sulco linear muito 
pouco profundo. Na região post-occipital ha, 
abaixo desta crista, sobre cadalado, ainda 
uma pequena fontanella arredondada, como 
| em Oxydoras humeralis. As narinas anteri- 
| E ores ficam bem no meio do comprimento do 
Los focinho e as aberturas nasaes, posteriores, 
são mais separadas das anteriores do que 
dos olhos. O focinho é, na sua orla anterior, 
um pouco debruado, não excedendo claramente o hiatus. Os barbilhões ma- 
xillares são longos e chegam com a ponta á base das peitoraes ; elles são 
providos, na orla externa, de villosidades lateraes mediocres ; os barbilhões 
externos do labio inferior, excedem os medianos um pouco em comprimento, 
não chegam, porém, perfeitamente ao plano vertical da orla ocular anterior 
e são, como os ultimos, villosos em ambos os lados. Um grupo de dentes 
muito pequenos, jaz em cada lado do meio dos inter-maxillares, outro, um 
pouco maior, aos dois lados da symphyse mandibular. Os sub-orbitaes 
apparecem como uma linha aspera e a cobertura das guelras é fraca e ra- 
dicalmente estriada. A estreita parte superior da cabeça e o seu ingreme 
declive lateral, são até a altura da orla orbital inferior e ás narinas ante- 
riores, granulosamente escudadas. O processo humeral é fundamente sulcado 
em todo o comprimento, nada offerece de extraordinario em altura e com- 
primento e se termina, na parte posterior, triangularmente ; sua ponta cahe 
sobre o meio do comprimento do aculeo peitoral. Na orla inferior d'esse 
processo, 4 menor distancia da base da peitoral, fica nm grande póro pei- 
toral. A placa postoccipital é um pouco mais larga do que longa, fraca- 
mente concava nas orlas lateraes, na posterior entalhada quasi em triangulo. 
O robusto aculeo dorsal, fraca e invertidamante curvo em S, é quasi do compri- 
mento da cabeça; sua orla anterior tem numerosos dentes ponteagudos 
que diminuem gradativamente para a ponta. A denticulação da orla pos- 
terior é distinctamente mais fraca que a da anterior. O aculeo peitoral não 
é mais comprido, comquanto mais robusto, do que o dorsal e, como este, 
é denticulado nos dois bordos. Salientam-se, pelo seu particular tamanho, 
os dentes da parte posterior da orla interna do aculeo peitoral. A ponta 
deste aculeo excede pouco notavelmente a base das ventraes, que terminam 


FIG. 88 À 


A. DE MIRANDA- RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 185 


verticalmente em baixo do extremo posterior da dorsal. O comprimento das 
ventraes eguala ao do focinho. A anal é um pouco mais alta do que longa, 
sua altura eguala ao comprimento pas ventraes. A distancia entre a adiposa 
e a dorsal é egual 4 que vae da orla posterior dos olhos 4 ponta do foci- 
nho. O alto, ainda que estreito o primeiro escudo da linha lateral, fica entre 
a ponta do processo humeral e o extremo lateral posterior da carapaça e 
tem uma posição vertical. Os seguintes escudos lateraes são inclinados de 
cima e de diante para traz e para baixo, recobertos de pelle na parte ante- 
rior e fortemente dentados na posterior ; elles diminuem do terceiro até o 
ultimo escudo lateral, gradativamente. Os aculeos, á meia altura dessa fita 
latereral de escudos, são, entre si, quasi de egual altura ou comprimento ; 
comtudo, elles se tornam um tanto mais fracos para a caudal. O primeiro 
escudo lateral mais alto, apenas attinge a metade da maior altura do tronco. 
Na área nua, encaixada entre a carapaça e o processo humerai, ha egual- 
mente como processos da fila de escudos da linha lateral, duas longas e 
estreitas placas osseas granulosas. Comprimento do exemplar descripto : : 
12 e 1/2 cm» (Steindachner). 
Habitat Rio Negro. 


Hassar,! Eigenmann e Eigenman 


Proc. Calif. Acad. Sci. —2.º Ser. 1, 158—1889 


Cabeça conica; bocca antero-inierior, estreita; 6 barbilhões villosos ou 
papillosos desenvolvidos e rudimentos de dous outros, lateraes, reunidos 
por uma commissura basilar, narinas isoladas ; focinho nú ; fontanella longa; 
olhos grandes, lateraes, providos de palpebra adiposa ; placas lateraes 
mediocres ; adiposa pequena. 

Especies brasileiras : 

ML ati 19-21 E afins: 


BN RN L. lat. 33-35. . . H. orestis. 
Commmissura latial muito desenvolvida na base dos barbilhöes mentaes 
CRÉES MORE a ERR Da SR eras H. lipophthalmus. 


186—Hassar orestis,? Steind. 
D. 116; A. 14; L. lat. 33 4 35 


Comissura labial curta, barbilhôes mentaes papillosos 


«Comprimento da cabeça, da ponta do focinho até o extremo pos- 
terior, osseo, das coberturas das guelras, é contido nos individuos muito 
pequenos tres, nos perfeitamente desenvolvidos mais de tres ; a altura do 
corpo, nos primeiros 4 e 3/4, nos ultimos cinco vezes no comprimento do 
corpo. A maior largura do corpo excede 4 metade do Kenpimenig da 

1) esse seg. o Dr. Eigenman, Hassar é o nome aruak das especies. de Doradida. 


2) Orestis en) “de Oreste St. jota que Goliseeionor: a especie SHE: 
6378 


186 _ ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


mesma de muito pouca cousa. O comprimento do focinho é, nos exemplares 
novos, um pouco mais de 2 vezes, nos velhos 1 e 2/3 á 1 e 3/4, o diametro 
ocular, nos primeiros, 3 e 1/4 nos ultimos, contido cinco vezes no compri- 
mento da cabeça. 

Espaço interorbital, nos jovens 2/3, nos adultos 1 e 4/5 diametros 
oculares. Os olhos são ovaes, mais compridos do que altos e nos jovens 
relativamente maiores do que nos adultos. 

Nos primeiros elles mostram apenas um fraco vestígio de palpebra 
adiposa, atraz e adiante dos olhos, nos adultos é ella fortemente desenvol- 


FIG. 86—Hassar orestes, seg. Steindackner. 


vida e os olhos transparecem da mesma augmentados e longitudinalmente 
piriformes. A parte posterior dessa palpebra constitue, na orla posterior e 
paralello 4 mesma, um rebordo ou picamento seminular. A parte anterior 
alonga-se um pouco sobre a propria orla ocular e vae, directamente até 
sobre a pelle nua da cabeça. O focinho é muito longo, mais ou menos com- 
primido, extraordinariamente redondo no sentido transverso, anteriormente 
arqueado para baixo, por isso geralmente de perfil triangular, de base mais 
larga. O perfil superior do corpo eleva-se moderadamente desde o focinho 
até o início da dorsal e é deprimido na região rostral. As pequenas na- 
rinas ficam completamente isoladas entre si; a distancia entre as poste- 
riores e a orla anterior dos olhos é um pouco maior do que a distancia 
entre as narinas e perfaz, nos adultos, cerca de um diametro longitudinal. 
As narinas anteriores ficam um pouco mais proximas da ponta do focinho 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 187 


do que da orla ocular. As posteriores ficam proximas do meio do compri- 
mento da cabeça. © hiato é pequeno, inferior e nos angulos circumdado 
por uma prega dermica muito extensível, na qual o par exterior dos bar- 
bilhões mentaes fica occulto por fora até quasi a ponta. Os quatro outros 
barbilhões mandibulares são reunidos, na base, por uma commissura e no 
lado inferior da parte livre, densamente providos de papillas alongadas. Os 
dous medianos são um pouco mais curtos que os immediatos lateraes. 

O labio superior alonga-se em cada um barbilhão maxillar villoso, 
cuja ponta chega quasi ao meio dos olhos. Em cada lado dos inter-maxi- 
lares ha apenas um pequenissimo grupo de dentes. Uma orla comparativa- 
mente muito grande constitue a facha dentaria em cada extremo de cada 
ametade dos mandibulares que, como em O. lipophthalmus terminam em an- 
gulo recto. Focinho, fronte, coberturas operculares e bochechas, recobertos 
de pelle nua espessa. A fontanella occupa sómente a ametade da largura da 
fronte, entre os olhos; ella se estreita posteriormente, sendo limitada em 
cada lado por uma orla de escudos cephalicos asperos. Ella chega poste- 
riormente até o extremo anterior do delgado escudo occipital qu , primeiro, 
se expande na base do aculeo dorsal, em forma de sella, e ahi emitte um 
processo anterior e um segundo posterior, muito mais longo e delgado que 
é, ora mais, ora menos completamente recoberto de pelle. 

O processo humeral tem uma coformagäo aliforme, augmenta sobre o 
terço longitudinal posterior e sua altura, nos exemplares crescidos, é cla- 
ramente duas ou tres vezes contida no comprimento; a sua orla posterior é 
ora mais ora menos fortemente convexa. A pelle sob o processo humeral 
é porosa como em A. humeralis Kner. 

A escapula é totalmente recoberta de pelle e pequena. Os escudos 
lateraes são fracamente desenvolvidos e constituem, primeiro, em uma 
separação por detraz da: base das ventraes (verticalmente , uma fila com- 
pletamente fechada, com uma quilha mediana que termina em um espinho. 

A orla posterior dos escudos, fortemente conformada, tem além disso, 
alguns dentes, cujo numero e robustez augmentam como desenvolvimento 
do escudo. Os maiores escudos lateraes ficam sob a adiposa e na parte 
anterior do pedunculo caudal. O aculeo dorsal é denticulado nas orlas an- 
terior e posterior, robusto, comprimidoe estriado longitudinalmente sobre 
os lados. O aculeo peitoral, um tanto mais longo, é deprimido, provido de 
numerosos espinhos nas orlas lateraes e attinge em comprimento quasi 
1/4 do comprimento do corpo. As ventraes começam á alguma distancia 
posterior 4 ponta do aculeo peitoral e é contido 2 e 1/2 4 2 1/4 do compri- 
mento da cabeça. A orla postero-inferior da anal é fracamente concava. O 
lobo caudal superior mais comprido que o inferior. Uma grande mancha 
negra sobre a-dorsal, entre o aculeo e terceiro raio, na ametade superar da 
nadadeira.» Steindachner.) 

Habitat: Xingú-Jutahy. 


188 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


187—Hassar affinis,' (Steind.) 


DS OM EN GREEN ER aa] 


«Corpo sub-terete, acuminado para traz, a altura maior do que a largura. 
Cabeça longa, mais alta do que larga, focinho longo e pontudo, perfil näo 
muito abruto, a dorsal para os olhos, daqui muito mais abrupto para di- 
ante, espago adiante das narinas anteriores um tanto concavo. Ossos da 
cabeça finamente granulares, as suturas apparecendo como sulcos lisos ; 
um foramen oval coberto de pelle entre a placa dorsal, o processo occipital 
e uma placa de ossificacdes dermicas. Escapula com uma ossificação der- 
mica distincta que, na sua parte mais estreita, é da largura do foramen, 


FıG.“90—Hassar affinis, seg. Steindachner. 


não encontrando o processo humeral; sua superficie é finamente granular. 
Fontanella estreira e curta, quasi attingindo o diametro ocular, seu centro 
sobre a pupilla; ha uma construcção atravez do seu quinto posterior. Placa 
dorsal reforçada nos lados por ossificações dermicas, suas divisões assigna- 
ladas por uma linha lisa. Olhos grandes, collocados alta e posteriormente, 
em meia distancia entre as margens posteriores da placa dorsal e da ponta 
do focinho, medindo, até a orla orbital 1 e 1/2 á 2 no focinho, 3ä3e 3/4 
na’cabeca; a largura interorbital 1/3 ou 1/4 menor do que o diametro or- 
bital. Barbilhão maxillar chegando 4 abertura das guelras, excepto nos 
adultos; todos os barbilhões unidos por uma membrana, os barbilhões men- 
taes continuando como um espessamento d'esta tornada espessa ; um ramo 


1) Affim=affim. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 189 


dos barbilhões post-mentaes, projectando-se até a margem da membrana, 
dando apparencia de um par de barbilhöes extraordinario ; os barbilhões 
mentaes curtos, suas bases espessas e cobertas de cirros curtos e carnudos. 
Focinho coberto de pelle, narinas posteriores quasi equidistantes entre as 
anteriores e os olhos, as anteriores quasi equidistantes entre os olhos e a 
ponta do focinho; bocca muito pequena, totalmente inferior; uma pequenis- 
sima placa de dentes villiformes em cada intermaxillar, uma outra maior 
em cada dentario. Abertura das guelras amplas, oisthmo quasi egualando ao 
diametro orbital. Coracoides cobertos de pelle mas evidentes exteriormente, 
como uma ruga. Escudos lateraes baixos, o mais alto acima da anal, sua 
altura cerca de 1/2 do diametro orbitario, 
tornando-se gradualmente menor para os 
dous extremos, ligeiramente adiante da pon- 
ta das ventraes, mas apparecendo como os- 
siculos pequeninos, implantados, que se 
projectam para diante, até um processo sub- 
cutaneo que se estende para baixo, do an- 
gulo posterior da placa dorsal, até o extre- 
mo posterior do processo humeral. Cada 
escudo com um gancho mediano. Distancia 
entre o focinho e a dorsal 2 e 1/3 42 e 1/2 no FIG. 00 A 
comprimento; aculeo dorsal 1e 1/3 4 1 e 1/4 na cabeça, denticulado nos dous 
bordos, menos fortemente no interno, os lados estriados. Espaço inter-dor- 
sal quasi 4 no comprimento ; a adiposa livre posteriormente, sua base 
quasi egual á da dorsal, aculeo exclusivo. Caudal furcada, seus raios cuta- 
neos, raios accessorios 10 ou 11, o ultimo formando uma pequena placa 
acima e abaixo do pedunculo caudal; o raio mais longo 1 e 1/24 le 
1/3 na cabeça. Anal um tanto cutanea, ligeiramente emarginada, seu maior 
raio 2 á 2e 1/2 na cabeça. Ventraes não attingindo a anal, quasi 2 vezes 
na cabeça. Aculeo peitoral serrilhado nos dous bordos, mais finamente no 
interno ; lados estriados. Pequenos póros na axilla, em baixo da margem 
inferior do processo humeral, tornando a pelle porosa. Processo humeral 
forte e largo, chegando ao terço posterior do aculeo peitoral, sua superfície 
estriada. Uma ou duas placas delgadas implantadas na pelle acima co pro- 
cesso humeral. Pur. ureo claro superiormente, tornando-se uniformemente 
claro em baixo ; nadadeira dorsal escura na ponta, peitoraes e caudal com 
pequeninas manchas. Ventraes e anal uniformemente claras. Uma delgada 
região na pelle, acima do processo humeral ; o «tympanum» n'um exem- 
plar de 14 mm., é estreitamente marginado de amarello, dando a apparen- 
cia de um oculo maior do que a pupilla. Cabeça 3 e 1/3 4 3e 1/5 ; altura 4 
e 2/3 á 5. 24 centimetros.» 
(Eigenmann & Eigenmann). 
Habitat : Rio Puty. 


190 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


188—Hassar lipophthalmus,' (Kner.). 
D. 1b 63 A. 12 


«O focinho é muito pontudo e é comprido ; o perfil eleva-se da ponta 
do focinho até a fronte entre os olhos abruptamente , attinge, porém, a sua 
maior altura ahi e corre depois, quasi em linha recta até a dorsal. A maior 
largura adiante das peitoraes, quasi eguala á altura da cabeça ; a distancia 
entre a ponta do focinho e a dorsal comprehende 1/3 do comprimento total 
(até o extremo da fontanella 1/4). Posteriormente 4 dorsal torna-se o dorso 
gradativamente abatido até a caudal e o contorno geral é, por consequencia, 
muito alongado. A maior altura anterior 4 dorsal comprehende apenas 1/5 


— re er ot ee 
a ps 
7 
# à ER 


FIG. 91—Hassar lipophthalmus, seg. Kner. 


do corpo ou 1/6 do comprimento total. Os olhos mostram-se caracterisados 
e augmentados por uma palpebra adiposa, menisciforme, anterior e poste- 
riormente, de modo que o seu diametro vertical apenas perfaz a metade ho- 
rizontal. Este ultimo é contido 2 e 1/2 vezes no comprimento do corpo (até 
a abertura das guelras) e o primeiro mais de 5 e 1/2 vezes ; os olhos ficam 
á um pouco mais de dois pequenos diametros do focinho, porém 4 um 
unico um do outro ou da orla escapular. 

Posteriormente, a palpebra adiposa produz uma dobra que recobre a 
orla posterior da orbita e, como esta, é semicircular ; o menisco anterior, 
porém, termina em um agudo angulo ocular e não tem dobra ou rebordo, im- 
mediatamente sobre a pelle núa da cabeça; o contorno ocular tem, por isso, 
a forma de uma pêra alongada, cuja ponta se dirige para diante. Focinho, 
fonte e bochechas completamente nús, tambem os reduzidos suborbitaese sub 
nasaes; só uma parte da cobertura das guelras transparece livremente fora 
da pelle. A fontanella occupa quasi toda a largura da fronte entre os olhos 


1) Lipophthalmus (Gr.); de lipein, desprotegido ; phthalmos, olho. 


Lac 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 191 


e é limitada, em ambos os lados, apenas por uma estreita orla granulosa 
dos escudos da cabeça; ella se termina em ponta, um tanto atraz dos 
olhos. As narinas posteriores jazem muito proximas dos olhos, as ante- 
riores justamente à um pequno diametro ocular daquellas, porém, egual- 
mente ainda mais proximas dos mesmos que da orla do focinho. Toda a 
carapaça é muito fracamente desenvolvida e na sua maior parte revestida 
de pelle; a bocca sub-inferior, os intermaxillares rudimentares, totalmente 
sem dentes, a estreita mandibula truncada em angulo recto, tem pequenos 
grupos de dentes finos, quasi microscopicos, com a ponta parda; o labio 
superior, carnudo, estende-se até sobre o barbilhão maxillar que é exter- 
namente appendiculado e chega até a abertura das guelras. Os quatro bar- 
bilhões são curtos, de egual comprimento, densamente providos de papillas 
alongadas e reunidos, na base, em uma commissura que se estende em 
larga prega sobre o barbilhäo maxillar. A escápula, sömente no angulo da 
abertura das gueiras não é revestida de pelle; o processo humeral, apenas 
eguala, em comprimento, ao dobro da altura, por traz é abruptamente trun- 
cado. O numero dos escudos lateraes é de 37 à 38; elles são pouco desen- 
volvidos, baixos, especialmente os anteriores, nos quaes quasi só o aculeo 
principal e uma parte da orla com os espinhos collateraes emergem da 
pelle; na cauda elles se tornam mais distinctos, mais altos, os aculeos mais 
fortes e sua forma mais papilionada. Uma área fechada entre a carapaça e 
o humerus, falta aqui, assim como, tanto o processo superior da carapaça 
como o primeiro escudo da linha lateral, são revestidos de pelle e tambem 
o humerus não chega ao referido escudo ; a maior parte dos lados, assim 
como o dorso sub-terete e todo o lado inferior, são, por conseguinte, nús ; 
tambem faltam os escudos impares adiante da base dos labios caudaes. 

O aculeo da dorsal e o das peitoraes são denticulados anterior e pos- 
teriormente, porém ambos desegualmente mais fracos na frente; o dorsal é o 
mais longo de todos os aculeos e raios,seu comprimento é egual à distancia 
que vae da orla posterior dos olhos 4 ponta do focinho; elle é totalmente 
recto e ainda continuado, na ponta, por um appendice cutaneo; por traz a 
dorsal é muito abruptamente truncada, de modo que os ultimos raios são 
tres ou quatro vezes mais baixos do queo primeiro. Depois do aculeo 
dorsal, o das peitoraes é o mais longo e chega além da base das ventraes. 
A fossa anal fica muito proxima destas ultimas e afastada da anal, sobre 
quem fica a adiposa e que possue as raios mais curtos entre todas as na- 
dadeiras. A caudal é profundamente entalhada ao meio, de lobos eguaes e 
redondos ; a adiposa que lhe fica perto anter ormente, é pequena, porém 
mais alta do que longa. Todos os exemplares mostram, sob o processo 
humeral, uma região triangular cribiriforme, porosa que apenas é recoberta 
de pelle porosa mais fina e além disto um póro lateral. Pardo avermelhado 
uniforme ; parte inferior até o anus alvadia. Nadadeiras egualmente sem 
maculas ou orlas. 7 e 1/2 pollegadas.» (Kner). 

Habitat : Rio Negro, Rio Capim. 


192 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


Mormyrostoma ' 


Cabeça grarde, sub-conica, bocca inferior, ro extremo do focinho 
curvo para baixo ; os barbilhões reunidos na base por uma commissura 
commum, villosos ou papillosos ; fontanella longa, olhos lateraes, poste- 
riores ao meio da cabeca, providos de palpebra adiposa; placas da linha 
lateral baixas ; adiposa pequena. 


189—Mormyrostoma carinatum,’ (cL. 
D. 1+ 6; A. 11; L. lat. 35 


«Os barbilhões maxillares chegam á abertura das guelras e têm, pelos 
lados de fóra e de cima, 10 á 12 appendices dos quaes o mais proximo da 
ponta, é simples e os da base providos de papillas villiformes. Os olhos 
são grandes e sua orla superior recoberta por uma espessa palpebra adi- 
posa ; seu diametro é contido cerca de 3 e 1/2 vezes no comprimento da 
cabeça ; sua distancia do focinho comprehende 2 e 1/3, a interorbital pouco 
menos de 1 diametro ocular ; a fronte é por isso estreita ; a fontarella que 
lhe é intermediaria, chega ä parte posterior dos olhos. A cabeça é, na sua 
maior parte, núa ; a carapaça pequena, sua carena percorrida ao longo de 
sua linha mediana por um sulco, seu processo lateral descendente e esca- 
pula, pequenos ; o processo humeral é, porém, largo e comprido (elle 
chega ao 2º ou 4º raio da dorsal), posteriormente convexo e sulcado longitu- 
dinalmente. Os escudos lateraes são todos pequenos e baixos, porém quasi 
de forma papilionacea ; na parte visivel de sua orla livre e denticulada, 
acima e abaixo do aculeo principal, airda ha um aculeo lateral maior; o 
tamanho dos escudos e o do aculeo diminuem para a cauda gradativamente. 
O aculeo da dorsal e o do peitoral são denticulados anterior e posteriormente; 
o primeiro, mais longo do que os ultimos, têm, além disso, um appendice 
dermico terminal ; os aculeos peitoraes chegam apenas ás ventraes; a adi- 
posa é mais comprida do que alta, a caudal moderadamente curta (1/7 do 
comprimento total) profundamente entalhada e de lobos eguaes. As linhas 
profundas acima e abaixo da linha de aculeos medianos, de que falla Va- 
lenciennes, são, na pelle macia e núa, muito visiveis ; o dorso entre a dor- 
sal e a adiposa, é rugoso na linha mediana e, como o lado inferior, total- 
mente nú. O anus fica afastado da anal, entre as ventraes, e tem uma 
papilla genital muito evidente. A região entre a carapaça e o processo hu- 
meral é geralmente toda núa ; a pelle da parte inferior do ultimo não mos- 
tra um unico póro peitoral, mas um longo cribrum triangular com grandes 
foramens mumerosos. Pardo amarellado uniforme no lado dorsal, prateado 
no ventre, sem maculas ou manchas». ( Kner). 

1) Mormyrostoma = Mormyrus, genero de peixe (africano) de focinho (bocca-stoma) comprido e curvo para baixo, 


<ujo aspecto é lembrado pelo typo do genero M. carinatus. 
2) Carinatus: carenado. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 193 


Oxydoras,' Kner. 


Sitzunsgsber. Akad. Wien. XVII — 115-1855 


Cabeça conica, bocca infero-anterior, edentula, labios espessos, refle- 
xos, intermaxillares amplos, salientes, sobre os lados da bocca, por dentro 
do labio superior; barbilhões curtos, simples; focinho nú ; narinas poste- 
riores afastadas dos olhos, fontanella longa, olhos posteriores ao meio da 
cabeça ; placas osseas da linha lateral mediocres ; adiposa presente, baixa. 


EHER DEZE Der SRS by RR DAN RE se e rr O. niger. 
/ Adiposa longae baixa., 
DESA has Ne. LE ee CEE OO EM SC O. knerii. 
Especies Brasileiras « 
| Processo humeral triangular; linha lat. 33; D.1 -|-6... O. elongatus. 
- Adiposa curta. ) 
Processo humeral trapezoidal; linha lat. 30; D.1-|-5.. O. bachi. 


190—Oxydoras niger,’ vai. 
CUYU-CUYU 
EST. 32 


D. 1 + 6; A. 11 4 12; L. lat. 17-25 


“E Cabeça conica 3 e 1/6 4 3 e 1/2 no comprimento, bocca antero-inferior 
tendo dous callos por dentes, tanto nos intermaxillares como nos mandibu- 
lares ; labio superior reilexo com os intermaxillares que se projectam para 
fora do angulo da bocca, sobre a mandibula cujo labio se projecta para 
frente, de modo a obturar completamente a abertura oral; barbilhäo 
maxillar attingindo a orla do operculo ; post-mentaes chegando á orla 
anterior da cintura sternal; mentaes menores de metade da extensäo dos 
post-mentaes. Sub-nasaes pouco elevados, ligeiramente estriados; ao 
contrario, fortemente estriados e mesmo granulosos, no adulto, säo os 
nasaes e todos os ossos da carapaca. Fontanella oblonga, pequena, na. 
linha do eixo ocular, no fundo de uma depressäo de largura egual ä 1/2 
diametro ocular, no bordo externo. Essa depressão, no joven, vae até o 
meio da placa supra occipital; no adulto termina na linha do bordo. 
posterior das orbitas ou mais adiante. Orbita quasi duas vezes no es- 
paço inter-orbital. 

Olhos mais proximos da orla: opercular do que do extremo do fo- 
cinho ; sub-oculares no adulto granulosos, estreitos. Operculo irradial- 


1) Oxydoras; Oxys (Gr.)=agudo e Doras, genero adiante referido. 
2) Niger (Lat.)=negro. 
6378 Ae pe, ES F zs 


194 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


mente estriado, granuloso no bordo superior. Processo clavicular longi- 
tudinalmente estriado, no joven, aciculado no adulto, attinge o unico es- 
cudo que fica em relação com o processo lateral da placa predorsal. Póro 
lateral presente. Aculeo peitoral em forma de sabre, fortemente deprimido, 
fracamente estriado no sentido longitudinal, sobre os dous lados superior 
e inferior, fortemente denticulado nos dous bordos e attingindo o 6º es- 
cudo da linha lateral. Dorsal moderada ; aculeo serrilhado nos dous bordos, 
no anterior distincto no posterior indistinctamente ; essa serrilha do bordo 
posterior se oblitera com a edade; adiposa lorga e muito baixa ; ella 
começa no ponto em que toca o apice do ultimo raio dorsal quando re- 
clirado sobre o dorso e segue para traz até sobre 14º escudo lateral ; 
ahi sua altura é egual á menos de 1/2 do diametro ocular ; escudos na linha 
lateral salientes serdo os do pedunculo os mais fortes e maiores; o 
primeiro é muito estreito e liga a ponta do processo clavicular ao pro- 
cesso postero-inferior da placa predorsal (em forma irregular de X no 
joven); nos adultos ha alguns aciculos sobre os lados dos escudos. 

Ventraes mediocres, nao attingindo 4 anal; esta curta e ligeiramente 
falcada ; pedunculo muito delgado e baixo, parecendo fraco ; caudal ro- 
busta, com os raios espessos, fracamente emarginada, e com o lobo 
superior um tanto maior que o inferior. Pardo, mais claro inferiormente, 
ás vezes marcado de branco, ás vezes de escuro. 37 centimetros. (Dous 
exemplares do Museu). 

Habitat : Guyanas, Amazonas, Caldeirão, Teffé, Gurupá, Manaca- 
purú, Coary, Obidos, R. S. Francisco. 


191 -Oxydoras kneri,' Bieek. 
FOCINHO DE PORCO 
D. 1 +6; A. 12. 


«Assemelha-se muito á D. carinatus, a carapaça é, porém, maior, 
obtusamente carenada e assim como a cobertura das branchias aspera- 
mente granulosa; a fontanella é muito lorga e estreita; as asperas pla- 
cas frontaes chegam até a frente dos olhos ; adiante das narinas posteriores 
fica o aspero escudo sub-nasal entalhado na orla, do qual nenhuma diffe- 
rença se nota de D. carinatus. 

Os olhos são muito menores, os barbilhões maxillares, ainda que for- 
temente reseccados, não parecem, comtudo, jamais ser tão villosos como 
n'essa especie ; ambas as maxillas parecem, n'esse estado, sem dentes. O 
numero dos escudos lateraes é de 34, e é essa aunica differença frisante de 
D. niger, para o qual Valenciennes dá o numero de 20; de resto são elles 
papilionados, tornando-se mais elevados para a cauda e os aculeos tambem 


1) Kneri (Latinisação), de Rudolph Kner, 


(eA) Jogtu SEIOPAXO 


"13 Ney P OuIqeS 
“dut pruyos “f 
“youd "qui JW ap “V 


TY ANXIUIX PY AGA CAQITATINOVNIOT VINDO T 
IAX ‘JOA “[RUOIILN NosnyW Op SOAIYIIV 


age" 


A DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 195 


mais fortes ; na região núa sobre a carapaça e o humerus, ha tres peque- 
nos escudos rudimentares ; o processo humeral é elevado na base, comtudo 
vae se estreitando em ponta gradativamente para traz e tem uma fraca 
quilha longitudinal. 

Lados superior e inferior, numeros dos raios das nadadeiras, estructura 
das mesmas e em tudo mais como em D. niger ; especialmente, tambem, 
na muito longa e baixa prega dermica que no dorso representa a adiposa. 
Us raios caudaes são aqui quasi tão fortemente ossificados como em D.murica 
e lithogaster. O exemplar (secco) de 34 cent. colligido em Cuyabá por 
Natterer, tinha o nome provinciano de Focinho de Porco e está etiquetado 
como macho». (Kner). 

Habitat : Rios Cuyabá, Paraguay e Paraná. 


192—Oxydoras elongatus,' Bout. 


DSL 6:2 12 


«Maxilla suprior sem dentes. A altura do corpo cinco vezes no com- 
primento total; comprimento da cabeça 3 e !/, vezes. Focinho obtusamente 
pontudo, coberto de pelle ; narinas posteriores, distantes das anteriores o 
dobro da sua distancia dos olhos: diametro ocular quasi o dobro do 
comprimento do focinho, 4 e */, vezes no comprimento da cabeça, 1 e 2); no 


FIG 92 Oxydoras elongatus, seg. Boulenger. 


espaço interorbital; bochechas e operculo recobertos de pelle; ossos cra- 
neanos granulosos; fontanella não prolongada com um sulco posteriormente; 
barbilhões simples, suas bases unidas por uma prega da mandibula ; barbi- 
lhões maxillares chegando á abertura opercular ; barbilhões mandibulares 
curtos. Abertura das guelras chegando até sobre a borda posterior dos olhos. 


1) Elongatus (Lat.)=alongado. 


— ey 


1 


| 


196 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


Processo humeral granuloso e estriado, duas vezes a largura e a metade do 
comprimento do aculeo peitoral, acuminando-se em ponta para traz. Aculeo 
peitoral do comprimento da dorsal, quasi do comprimento da cabeça, esten- 
dendo-se até a base das ventraes, fortemente serrilhadas no lado interno, 
mais fracamente no externo. Dorsal 1--6; aculeo fracamente serrilhado no 
bordo anterior, mais fortemente no posterior, equidistante da ponta do fo- 
cinho e da adiposa, este quasi '/, da base anal. Anal 12. Não ha escudos 
entre as dorsaes ou sobre o ventre. Escudos lateraes 33, pequenos, pluri- 
carenados, com fracos espinhos curvos. Caudal profundamente bifurcada. 
Olivaceo superiormente, branco inferiormente ; escudos lateraes e nadadei- 
ras côr de laranja. 105 mm.» (Boulenger). 


193—Oxydoras bachi, Bou. 


D. 1 + 5; A. 11; L. lat. 30 


«Maxillar superior sem dentes. Altura do corpo egual ao comprimento 
da cabeca, 3 e 2/3 no comprimento total. Focinho obtusamente pontudo, 
recoberto de pelle; narinas posteriores ligeiramente mais proximas dos olhos 
do que das narinas anteriores ; diametro ocular 1 2 no comprimento do fo- 
cinho, 1/4 do comprimento da cabeça, 2/3 do espaço inter-orbital ; bochechas 
e operculos cobertos de pelle; craneo estriado superiormente, granuloso 


FIG. 93—Oxydoras bachi, seg. Boulenger. 


nos lados ; fontanella nao prolongada, com um sulco posteriormente ; bar- 
bilhöes simples, com as bases reunidas por uma commissura da mandibula; 
barbilhöes maxillares chegando justamente ä abertura opercular ; barbilhöes 
mandibulares curtos. Abertura das guelras chegando até o centro dos olhos. 
Processo humeral estriado, egual ao dobro da largura ea 1/2 do compri- 
mento do aculeo peitoral, obliquamentetruncado no extremo posterior. Aculeo 
peitoral mais longo do que o dorsal, um pouco mais longo do que acabega, 


1) Bachi, do explorador argentino J. Bachi. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 197 


fortemente serrilhado nos lados. Aculeo dorsal fracamente serrilhado nos 
dous lados, um pouco mais curto do que a cabeça, um pouco mais proximo 
da adiposa do que que do extremo do focinho. Adiposa quasi egual a 1/2 
da anal. Näo ha escudos entre as dorsaes ou sobre o ventre. Escudos late- 
raes 30, 1/3 da altura do corpo, com bordos serrilhados e espinhos curvos, 
moderadamente fortes. Caudal profundamente bifurcada, com os lobos re- 
dondos. Olivaceo pailido, branco inferiormente ; nadadeiras brancas. 90 
mm.» (Boulenger). 
Habitat ; Juruä. 


194—Rhinodoras,' Bleeker. 
Nederl. Fidschrift Dierkund, 14 — 1683 


Cabeça moderada, deprimida, bocca antero-inferior, labios distinctos, 
espessos, dentes villiformes, seis barbilhões teretes, simples ; narinas pos- 
teriores protegidas pelos sub-nasaes externos ; focinho nú; fontanella am- 
pla, olhos lateraes, mais ou menos posteriores ao meio do comprimento da 
cabeça muito longa, porém baixa. 

Especie brasileira : 

R. amazanum. 


195—Rhinodoras amazonum,' (steina.) 


DIE 6 A SIZE Sat 20). 


«Comprimento da cabeça, até a abertura das guelras, quatro vezes, 
até a dorsal quasi 2 e 2/3 ; altura do corpo, sob a dorsal 5 e 1/2 vezes no 
comprimento do corpo : d’ahi facies geral alongado. Linha do perfil superior, 
elevando-se até a dorsal, sob uma curva moderada e successivamente de- 
primida, por detraz da mesma; a abertura da bocca é sub-inferior ; os 
longos barbilhöes maxillares, filiformes, chegam francamente sobre a base 
das peitoraes ; os quatro barbilhões mentaes livres, filiformes ; os externos 
um tanto maiores que a metade do comprimento dos barbilhöes maxillares 
e cerca de 1 e 1 2 mais compridos que os internos. Todos os barbilhöes 
mandibulares têm, na parte anterior, papillas alongadas. Tambem a pelle, 
em torno das maxillas, é papillosa. Os dentes maxillares são de egual nu- 
mero e obtusos na ponta ; elles constituem fachas moderadamente largas. O 
comprimento do focinho quasi egual á metade do comprimento da cabeça ; 
no lado superior, elle é convexo. Ambas as narinas terminam em tubos der- 
micos. As anteriores ficam totalmente na frente, sobre a base da curta ma- 
xilla superior e são menos amplos que os posteriores, em cuja orla anterior 


1) Rhinodoras, rhin (Gr.) nariz, focinho; Doras, genero adiante citado. 
1) Amazonanum (Lat.)—das Amazonas. 


198 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


começa o curto escudo sub-nasal. Os olhos são pequnos e alongados, o 
espaço interorbital attinge 1/5 do comprimento da cabeça. A fontanella 
frontal é mais larga na região orbitaria e acuminada anterior e posterior- 
mente; comtudo a sua maior largura não chega perfeitamente à um di- 
ametro longitudinal ocular. Só da parte superior da cobertura dos operculos 
partem algumas linhas elevadas irradiantes. Os lados da cabeça e do foci- 
nho, com excepção dos ossos frontaes, que chegam anteriormente ás nari- 
nas posteriores, lisos. Post-occipital expandido em forma de sella ; limita- 
se na frente immediatamente sobre os asperos e rugosos espiculos da região - 
post-occipital, que constituem uma quilha obtusa. Scapula e processo humeral, 


FIG. 94 -Rhinodoras amazonum, seg. Steindachner. 


na face extrerna, asperos e rugosos no sentido longitudinal. Sob o processo 
humeral, ha um pequeno póro peitoral. O extremo posterior do longo pro- 
cesso humeral fica verticalmente em baixo da base do grande aculeo dorsal, 
que é comprimido e armado na orla anterior e na posterior (sobre tudo n'esta) 
de longos dentes curvos. A ponta dos dentes da orla anterior do aculeo dorsal 
é virada para cima ; a dos da orla posterior virada para traz e para baixo. O 
mesmo acontece com os dentes das orlas do muito mais longo e forte aculeo 
peitoral, que é cerca de le 1 2 vezes do comprimento do aculeo dorsal e 
perto do dobro da base desta e de 1/3 do comprimento do corpo. O aculeo 
peitoral é francamente curvo, o dorsal, porém recto ; os dentes da orla ante- 
rior, em ambos, augmentam até a frente dos aculeos ; na orla posterior per- 
manecem á egual altura. A ponta dos aculeos peitoraes chega ou se projecta 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 199 


sobre a bese das ventraes. E’ muito frequente, n'um mesmo exemplar, ser 
esse aculeo mais comprido num lado do que no outro. Os dois primeiros es- 
cudos lateraes ficam na area incluida entre os bordos do extremo posterior 
do processo escapular, e o descendente da placa predorsal e o primeiro fica 
totalmente isolado, no meio da espessa pelle. O primeiro escudo é, alem 
disso, oval e, em toda a superficie externa, provido de pequenos dentes pon- 
teagudos; não ha carena mediana. O segundo escudo lateral, maior, é de 
forma irregular e provido de aculeos obtusos, na superfície externa ou cheio 
de tuberculos ; a carena mediana é apenas fracamente perceptivel. Os tres 
seguintes escudos lateraes, isto é, o terceiro, o quarto € o quinto, são for- 
temente desenvolvidos em altura e robustez, os maiores de toda a fila e 
tocam com a sua orla superior a orla posterior o processo da placa predorsal, 
de direcção postero-inferior. a altura do 4º e do 5º é contida cerca de 2 e 
1/2 vezes no comprimento da cabeça. Apenas o 3º e 4º escudos confinam 
inferiormente com o extremo posterior do processo humeral. Os dous se- 
guintes escudos (isto é, o 6° eo 7°) encurtam-se, os restantes apenas dimi- 
nuem de altura de modo que, immediatamente na base dos raios caudaes 
medianos fica o menor escudo de toda a longa linha lateral. Sobre a pelle 
da nadadeira, entre os raios caudaes medianos finalmente, se desenvolvem 
1 4 2 escudos muito pequenos. Os aculeos sobre os escudos lateraes au- 
gmentam gradativamente, em tamanho e robustez, do segundo até o meio 
do pedunculo caudal; sobre os ultimos, porém, diminuem de novo. No 
sexto ou setimo raio, attinge a anal a sua maior altura, que excede um 
pouco a metade do comprimento da cabeça. A nadadeira caudal é profun- 
damente entalhada ; e, medida da base dos raios medianos até a ponta do 
lobo caudal (mais longo que o inferior), mais longa, do que a cabeça (até 
a orla ossea da cobertura das guelras) emquanto que o comprimento da 
base da adiposa, constituida d'uma baixa orla, na sua parte anterior, excede 
de pouco o comprimento da cabeça. O lobo inferior da caudal é mais largo, 
porém mais curto do que o superior e fortemente redondo na ponta. Nume- 
rosos raios accessorios jazem adiante dos raios marginaes da nadadeira. 
As ventraes, redondas são eguaes á 1 2 do comprimento da cabeça. Entre a 
adiposa e a caudal, assim como entre esta e a anal, ha, na linha dorsal e 
na ventral, pequenos escudos. O animal descripto mede 11 pollegadas de 
comprimento e foi comprado a um commerciante de objectos de historia 
natural em Hamburgo. Procedencia — Amazonas, perto de Teffe.» . Stein- 
dachner). 
Doras,' Lacép. 
Hist. Nat. Poiss. V, 116—1803 


Cabeça volumosa, deprimida ; bocca anterior mandibulares, ligeira- 
mente reentrantes, labios indistinctos, dentes villiformes, em facha nos inter- 


1) Doras, (Gr.) dory, langa. 


200 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 

maxillares e mandibulares, 6 barbilhöes teretes, simples ; narinas anteriores 
proximas do labio superior, as posteriores protegidas anteriormente pela 
elevacäo dos preorbitarios (sub-nasaes) que säo exteriores; fontanella me- 
diocre ; olhos mediocres, redondos, desprovidos de palpebras adiposas, 


situados na parte anterior da cabeça; adiposa pequena superior à anal. 


Actleo..dorsal liso! ee SOUS fu) le 


| 


Pedunculo dıs- 
provido de 
placas depois 
da adiposa e 
daanal . . . D. affinis. 


| \ Pedunculo pro- 


Pedunculo recober- 
to de placas os- 
seas, superior e 
in eriormente. 


Especies brasi- 
leiras. 


as 
ed 


‚Excepto na ‘ 
/ margem, Na margem 
posterior. | anterior. / 
mente. x 
/ DE mi eta: soda te he 
Aculeo M 

dorsal. Na margem anterior e nos lados . . 
serri- 
lhado. \ 


\ 
Pedunculo nú, superior e inferior- 


Caudal lisa . . 


vido de placas 
depois da adi- 
posae da anal. D. weddellii. 


Pedunculo pro- 
vido de uma 
placa depois 
da adiposa e 
da anal L. lat. 
25 no maximo. D. asterifrons. 


Pedunculo pro- 
vido de muitas 
placas depois 
da adiposa e 
da anal; L. la’. 
29-30. . . . D. marmoratus 


. . D. keckelii. 


D.calderonensis 


. D.cataphractus 


Caudal tendo a 


base d s raios 
provica de acu- 


leos . . D.spinosissimus 
2 9. . . D. kancokii. 
/Placas lateraes muito altas ) 
recobrindo todo o flanco. | 
| ACE op D. costatus. 
\ 
Na margem interior e Adiposı menor 
posterior. Linha dorsal e) que a base da 
ventral media—? dursal . - D. dorsalis. 
Placas la-) nas recobertas } 
fer a eis.) Asaplaeas, A Adiposa 2/3 maior 
baixas, © que a base da 
el dorsal. . . . D. nebulosus. 
cres. 
Linha dorsal e ven- (L. lat. 27 4 28 D. granulosus. 
* tral medianas, 
nuas. 
L. lat. 40. . D. brachiatus. 


196—Doras affinis,'Kner. 
Dal 6 A2 


«Fronte e vertex redondos, não carenados; todo o 


revestimento osseo 


da cabeça aspera; fontanella mediocre, alorgeda; sub-orbitaes constituindo 


1) Affinis (Lat) — aftim. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 201 


apenas estreito aro. Os olhos são moderados, seu contorno circular, sta distan- 
cia lateral contendo algo mais de um, a da orla do focinho não chegando 4 um 
diametro completo. Orla obitaria superior não elevada; a placa sub-nasal, ex- 
ternamente, provida de finas denticulações. Barbilhões maxillares attingindo 
a ponta do processo clavicular, o par post-mental ligeiramente mais curto, O 
mental sómente da metade do comprimento daquelle. Os vinte e cinco ou 
vinte e seis escudos lateraes, são, na maior parte, recobertos de pelle, de 
modo que, apenas os aculeos dos mesmos ficam livres; acima.e abaixo delles, 
outras series de denticulações collateraes, como em D. dentatus, armando a 


Fic. 95 — Doras affinis, seg. Kner. 


arla de cada escudo. O primeiro destes occupa quasi toda a altura, entre a 
carapaça e o processo clavicular e é desprovido de espinho. Não ha poro late- 
ral. O nú, anacantha e longistriado aculeo dorsal, é mais curto do que © pei- 
toral que, se projecta além da ponta do processo clavicular, até sobre a base 
das ventraes e, como na regra, é denticulado nos bordos anterior e posterior; 
a caudal é abruptamente truncada e tem o lobo superior ligeiramente maior 
que o inferior, não ha adiante della, atraz da anal ou da adiposa, pequenos 
escudos impares. Em coloração, esta especie se assemelha á Doras arma- 
tulus; lado dorsal pardo, ventre claro, ambos maculados de pardo escuro; ao 
longo da linha longitudinal, uma facha clara, todas as nadadeiras maculadas 
de escuro. A caudal tem, na base, uma facha vertical escura, logo em seguida 
uma mais larga clara, depois outra mais escura. A orla da nadadeira é macu- 
lada.» (Kner . 
Habitat: Rios Branco e Guapore. 
6378 o 26 


202 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


197—Doras weddellii,' cast. 
D. 1 + 6; A. 13; L. lat. 26 — 27 


Forma robusta, curta; cabeça deprimida, grande, 3e 1/3 4 3 e 45 no 
comprimento; bocca anterior; maxilla inferior ligeiramente mais curta do que a 
superior; dentes mal perceptiveis, em fachaes de egual largura que däo uma 
ligeira aspeza á bocca: barbilhöes maxillares attingindo o primeiro terço do 
aculeo peitoral post-mentaes a base desse aculeo; mentaes um pouco meno- 
res, porem, chegando á orla posterior da cintura thoraxica; fontanella cunei- 
forme, sua orla posterior apenas passando a linha que vae d'um á autro bordo 
posterior dos olhos; estes moderados, 2 vezes no espaço inter-orbital; todo o 
alto da cabeça, processo occipital e placa predorsal granulosos; esta ultima 
envia um curto processo lateral posterior para baixo; processo clavicular 
tendo a base desenvolvida, finamente denticulado e attingindo a vertical bai- 
xada do 2º aculeo da linha lateral; cintura thoraxica saliente, revestida de pelle 
anteriormente, gronulosa e exposta posteriormente; aculeo peitoral curvo, 
fortemente denticulado nos dous berdos, chegando sobre a base das ventraes; 
aculeo dorsal elevado, sem espinhos, estriados longitudinalmente; o primeiro 
raio dorsal é ligeiramente maior do que esse aculeo; adiposa pequena, sobre a 
parte posterior da base da anal que é redonda e elevada; uma serie de placas 
por de traz dessas duas nadadeiras, na linha mediana superior e inferior e que 
vão se confundir com os raios accessorios da caudal; placas da linha lateral es- 
treitas, tendo, entretanto, aculeos maginaes ao lado da base do mediano, no 
bordolivre; ventraes pequenas, attingindo a anal; caudal furcada. Pardo oli- 
vaceo maculado de pardo chocolate sobre a carapaça e lados do corpo; linha 
lateral branca; barbilhöes maxillares anellados de pardo e branco; ás vezes 
tambem os post-mentaes; ventre regular e diffusamente manchado, como se 
estivesse cheio de areia. 7 exemplares, trazidos da foz do Amazonas, pelo fal- 
lecido Sr. Rumpelsberger para o Museu Nacional; o maior mede 13 centi- 
metros. 

Habitat: Fonte Bôa, Teffe. Serpa, Porto da Móz, Silva, Lago Saracä, 
Santarém Chiquitos, Ambiacú. Caldeirão. 


198 — Doras asterifrons,” Kner. 


D. 1+ 6; A. 11 4 12; L. lat. 24—25. 


«A extensäo que vae da ponta do focinho 4 nadadeira dorsal, é egual 
á 1/3 do comprimento total; maior largura, adiante das peitoraes, apenas 
mais estreita. Toda a carapaça externamente aspera e rugosa, tendo uma 


1) Weddellii=de Weddell. : 
2) Asterifrons (Lat.); de aster, astro, irradiaçôes e frons, fronte. 


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7 


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É 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 203 


carena mediana que por de traz da grande fontanella se bifurca. As buche- 
chas são núas, os sub orbitaes apenas aparecem como linhas asperas, não 
fechando o annel orbitario anteriormente, onde a placa sub-nasal fica um 
pouco afastada; esta é mais larga e mais forte do que a de E. affinis, forte- 
mente dentada ao longo da sua orla superior, quasi horizontal. A fronte entre, 
os olhos é, por causa de elevação da aria da orbitaria superior, concavo; os 
olhos grandes, ficam a um diametro apenas do extremo do focinho, um tanto 
mais do que isso entre si e, perfeitamente dous da cintura escapular (por de- 
traz da qual fica a area núa leteral). A bocca terminal é provida, nos inter- 
maxillares e mandibulares, até o angulo, d'uma estreita facha de dentes villi- 
formes. Os borbilhöes maxillares chegam ao segundo terço do aculeo pei- 


FIG. 96— Doras asteritrons. scg. Kner 


toral, os post-mentaes á metade desta distancia, os mentaes ainda á meta- 
de da ultima. Numero dos escudos lateraes—24 4 25; sua forma é a dos de 
D. affinis; acima dos aculeos principaes dos escudos anteriores, ha cinco, 
dos seguintes, trese dos caudaes, apenas um aculeo accessorio; na ametade 
inferior, tambem nos escudos anteriores, unicamente duas series lateraes, 
das quaes a superior começa egualmente com a fila principal e chega até 
os quatro ultimos escudos posteriores; a inferior apenas começa sobre a re- 
gião anal e termina adiante da base da caudal. As placas thoraxicas são 
em parte recobertas de pelle, as suas pontas dirigidas para traz, são mais 
curtas da metade do que o processo clavicular que chega á meia extensão 
do aculeo peitoral e á vertical dos raios articulados da dorsal. 


204 - ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


O aculeo desta nadadeira é quinque (ou hexa) carenado, sómente no 
lado anterior provido de curtas e finas denticulações; é quasi do mesmo 
comprimento que o das peitoraes, totalmente recto e chega, quando reclina- 
do para traz, sobre a curta adiposa. O aculeo peitoral. longitudinalmente 
rugoso, é curvo em fórma de sabre, provido interior e exteriormente, como 
na regra, de firmes denticulações; sua ponta chega, posteriormente, á pa- 
pilla genital. A anal origina-se um tanto adiante da adiposa, a caudal é 
abruptamente truncada e como em D. affinis, o lobo superior um pouco mais 
longo que o inferior; o tronco, por traz da dorsal até a caudal, é nú, largo e 
terete; rugoso ao longo da linha mediana; dor detraz da adiposa, cuja base 
é de comprimento maior que a altura da nadadeira; fica apenas uma larga 
placa rugosa, sobre a qual seguem, egualmente, os numerosos raios acces- 
sorios da caudal; outro semelhante se encontra na base do lobo caudal in- 
ferior. Não ha tambem um póro lateral. O lado dorsal é escuro, maculado 
de côr quasi negra; garganta alvadia, peito e ventre claro, com manchas 
pardas, todas as nadadeieas claras manchadas de escuro; estas maculas, em 
parte, constituem fachas transversaes, especialmente no aculeo peitoral, onde 
ha cinco ou seis dessas estrias.» (Kner). 

Maior comprimento registrado: 11 centimetros. 

Habitat: Barra do Rio Negro, Rio Guaporé, R. Cupai, Jutahi, Tiffe; 
Porto da Móz e Serpa. 


199—Doras marmoratus,' Lutk. 
EST. 33 —FIG. 2 


D. 1 + 6; A. 11; L. lat. 30 — 32 


Cabeca mediocre, moderadamente acuminada para diante até os angu- 
los da bocca que é anterior e tem a mandibula ligeiramente incluida; placa 
dentaria intermarxillar um pouco mais estreita do que a mandibular, porém, de 
altura maior do que esta; barbilhões maxillares chegando quasi ao meio do 
aculeo peitoral; post-mental á base do mesmo aculeo, mentaes quasi ao an- 
gulo da abertura das guelras; focinho nú; subnasaes muito baixas, de bordo 
irregular, não pectinadas e nem sempre se mostrando atravéz da pelle; fon- 
tanella ovoide, com o extremo mais fino virado para diante e precedida de 
uma estreita e curta fenda; o seu bordo posterior fica na linha do bordo 
posterior dos olhos; estes moderados, quasi 2 e 1/2 no espaço interorbital; 
este justamente contido cinco vezes no espaço que vae da orla anterior do 
focinho á ponta do fulcrum dorsal; suborbitaes estreitos, granulosos; vertex 
irregularmente rugoso; suturas dos ossos fortemente abertas, processo occi- 
pital perfeitamente pentagonal, com o angulo agudo virado para a placa 
predorsal que é grande, papillionada, de bordos externos curvos (concavos) 


1) Marmoratus (Lat.) = Marmorado. 


‘UM “NS sexo] — Z “SI 
“ANT 'snperounem Se10Q — | “S14 


VI Sly @ ‘SI “youd “qa “un op ‘y 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 205 


e com um processo posterior retrovertido; processo clavicular em förma de 
lamina de escalpello, transversalmente estriado na base que € entumecida e 
longitudinalmente na lamina, cuja ponta toca a vertical da base do aculeo 
dorsal; aculeo peitoral longo, estreito, longitudianalmente estriado nos lados 
superior e inferior, fortemente denticulado nos dois bordos, attingindo com a 
pontaa quinta placa da linha lateral ou melhor, a vertical baixada da base do 
ultimo raio dorsal; nadadeira deste nome, tendoo aculeo forte, longitudinal- 
mente estriados nos lados, fortemente denticulado no bordo anterior e só- 
mente provido de um sulco em toda a extensão do posterior; adiposa baixa, 
elevando-se gradativamente pelo retrahimento do pedunculo, porem, deixan- 
do perceber, na sua parte mais elevada, indícios de raios que mal se distin- 
guem atravez da pelle; ventraes mediocres, passando pouco além do anus; 
anal redonda, inferior ä adiposa, porém, excedendo de pouco a ponta da 
mesma, posteriormente; pedunculo de altura egual 4 largura; caudal furcada. 

A serie de placas lateraes, tem as tres primeiras tocando o processo 
da placa predorsal pelo seu lido superior, sendo as duas primeiras de acu- 
leos obsoletos ; as demais têm o aculeo mediano simples e uma serie mar- 
ginal de aculeos pequenos no bordo posterior dos azas lateraes, com ex- 
cepção das oito ultimas placas, onde só ha o aculeo mediano, sendo as 
azas lateraes lisas; acimae abaixo do pedunculo, ha uma serie mediana de 
placas que se vão confundir posteriormente com os raios accessorios da 
nadadeira caudal. A coloração do exemplar secco, das colleccöes do Museu 
e que serviu a esta discripção, apenas permitte verificar o marmorado sobre 
fundo claro, de que falla Lutken, da parte superior, e se estende sobre as na- 
dadeiras ; parte inferior branca uniforme. 

Comprimento do referido exemplar: 36 centimetros. 

Habitat: Rio S. Francisco e affluentes. 


200—Doras heckelii,' Kner 


EST. 33 — FIG. 3 


D.1+6;A.11ä12;L. lat. 29 4 30 


Cabeça mediocre, o seu comprimento € menor ea sua largura € contida 
1 e 2/5 na da arcada escapular ; carapaça moderamente comprimida, com 
o perfil, desde a arcada superior ocular, até a base da dorsal, um tanto 
concavo. Bocca anterior, com a facha de dentes villiformes dos infermaxil- 
lares mais estreita do que a dos mandibulares e ambas muito curtas; os 
dentes muito baixos e só perceptíveis com uma lente; mandibula ligeira- 
mente incluida ; barbilhões maxillares attingindo o meio e post-mentaes a 


1) Heckelii (Latinisação) de Heckel, ichthiologista austriaco que estudou muitos dos peixes 
enviados por Natterer, do Brasil. 


206 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


base do aculea peitoral; mentaes o meio dos post-mentaes; placas nasaes 
em fórma de crista, denticulados no bordo superior ; fontanella clariforme, 
occupando a metade do espaço interorbital ; este justamente egual ao maior 
diametro do espaço orbitario; olhos 1 e 3/5 no espaço interorbital ; sub-or- 
bitarios estreitos ; carapaça indistinctamente carenada, irradialmente rugosa; 
coberturas operculares lisas; processo clavicular longo, attingindo o ter- 
ceiro escudo da linha lateral ou a vertical do quarto raio dorsal, tendo a base 
entumecida eo lado externo longitudinalmente estriado e com uma ruga 
mais saliente finamente denticulada; placa thoraxica com os extremos poste- 
riores externos apparecendo de sob a pelle, não chegando ä vertical do 
fulcrum dorsal; aculeo peitoral attingindo o oitavo escudo lateral, forte- 
mente denticulado nos dois bordos e finamente estriado nos lados superior 
e inferior. 

Dorsal elevada; o aculeo serrilhado na aresta anterior e tendo quatro 
á cinco rugas longitudinaes, nas faces lateraes. Escudos da linha lateral 
pequenos, occupando o terça mediano da altura dos flancos; os dois pri- 
meiros ligando-se ao processo postero-inferior lateral da placa pre-dorsal. A 
linha mediana dorsal e a ventral sem placa de especie alguma ; ventraes pe- 
quenas, não attingindo a anal, que é redonda e tem o primeiro raio bi- 
furcado ; adiposa pequena, sobrea metade posterior da base da anal. Cau- 
dal grande, moderamente lunada. 

Pardo, irregularmente marcado de mais escuro. Face ventral alvadia; 
nadadeiras egualmente marcadas. 

O exemplar que serviu á presente descripção mede 14 centimetros; já 
ha registrados exemplares de 18. 

Habitat : Rio Negro, Jutahy, Tocantins, Teffé, Tabatinga. 


201—Doras calderonensis,' vai. 


D.1+44;A.12; L. lat. 30 


«Cabeça mui fortemente deprimida, no lado superior, transversalmente, 
quasi plana. Comprimento da cabega, até a orla do operculo, um pouco mais 
de quatro vezes no comprimento do corpo e um pouco mais reduzido do 
que a maior largura da cabega entre os operculos. Altura na nuca, quasi seis 
vezes ; a maior altura do tronco, na dorsal, cinco vezes; distancia entre a 
dorsal ea ponta do focinho, imperceptivelmente maior do que 1 e 1/2 vezes 
no comprimento do corpo. A larga orla anterior do focinho, constitue um 
arco moderado ; a linha do perfil superior, eleva-se pouco e quasi sem cur- 
vatura até a dorsal. Todo o alto da cabeça com a inclusão do processo occi- 
pital, provido de asperas placas osseas ; só a parte anterior do focinho é 


1) Calderonensis (Latinisação); do Caldeirão, alto Amazonas. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE— PEIXES 207 


revestida de pelle lisa. A fontanella frontal, no meio da fronte, entre os olhos 
€ circular. O diametro dos pequeninos olhos, attinge apenas 1/5 da largura 
da tronte, a distancia entre os olhos e a ponta do focinho eguala apenas 4 1/4 
do comprimento da cabeça. Os barbilhões maxillares attingem o meio do 
aculeo peitoral; os post-mentaes o extremo de primeiro terço do mesmo e 
os mentaes apenas a base das peitoraes. A largura da bocca que é anterior, 
quasi egual á 1/2 do comprimento da cabeça; a facha dentaria intermaxillar é 
apenas menor do que a dos mandibulares. O longo ‘ponteagudo processo cla- 
viculár, attinge o inicio do ultimo sexto do aculeo peitoral e tem, perto da sua 
ponta, na superlicie externa, 4 4 5 espinhos robustos que augmentam mo- 


FIG. 97 — Doris calderonensis, seg. St-indachner. 


deradamente para os anteriores e têm a ponta recurvada para diante. O 
processo occipital é quasi quadrangular, tão largo quanto longo, nas orlas 
lateraes apenas ligeiramente arqueado (concavo), mais fortemente entalhado 
na posterior; os seus extremos lateraes posteriores curvam-se um pouco 


«para baixo. À pequena dorsal tem o aculeo curto robusto e comprimido, 
provido de denticulações na orla anterior e terminando n’uma ponta cutanea; 
tem cinco raios, dos quaes os dois ultimos são muito proximos e mais de- 


pressa apresentam a apparencia de um unico. A altura da dorsal é contida 


cerca de 1 e 3/4 vezes no comprimento da cabeça (medida até a orla oper- 
cular.) O aculeo peitoral excessivamente robusto, fortemente deprimido e 
francamente arqueado ; é claviforme, do comprimento da cabeça, com fortes. 


denticulações nos dous bordos e uma fila de espinhos menores, obtusos, 
sobre a sua face superior. A adiposa começa como uma estreita crista, ver- 


ticalmente acima do meio da distancia que vae das ventrass á anal e ter- 


mina 4 curta distancia da origem dos pequenos raios accessorios superiores 


da caudal; só a parte delgada cutanea e elevada da adiposa, é pouco mais 


comprida do que a metade do comprimento da cabeça : incluindo-se, porém, 
a parte anterior, em forma de cordão, é essa nadadeira justamente do com- 
primento de toda a cabeça. A caudal é fortemente redonda na orla posterior, 
contida 1 e 2/5 no comprimento da cabeça. A anal é composta de 12 raios 


208 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


e arredondada no bordo inferior em arco convexo; a altura da nadadeira € 
egual ao comprimento da base d’esta. As ventraes contêm 6 raios, säo for- 
temente redondas na orla posterior e quasi eguaes 4 1/2 do comprimento da 
cabeça ; a sua ponta chega perto da origem da anal. 30 placas na linha la- 
teral ; fortemente revestidas de pelle, apenas recobrem o terço mediano da 
altura do tronco. Cada placa tem um espinho, no meio da altura, cuja ponta 
é retrovertida. A primeira placa anterior de toda a fila, fica verticalmente 
sobre a ponta do humerus e o aculeo do mesmo só se eleva, como os dous 
seguintes, pouco, para fora. A pelle do tronco tem rugas transversaes nu- 
merosas, equidistantes. O tronco é intensamente pardo escuro, o lado ven- 
tral alvadio, manchado diffusamente de escuro. Ao longo dos aculeos da 
linha lateral, ha uma estria amarella clara. As nadadeiras são de fundo 
amarello courado, maculadas de pardo. Sobre o vertex, menos intensamente 
colorido de pardo, se mostram, cá e lá, traços de um marmorado mais 
escuro. O unico exemplar da collecção do Museu de Vienna mede apenas 10 
e 1/2 centimetros e procede de um dos numerosos lagos (L. Alexo) do curso 
medio do Amazonas.» Steindachner). 

Vaillant descreve-o de exemplares procedentes de Caldeiräo levados ä 
determinar ao Museu de Paris, pelo Sr. Jobert, para o Museu Nacional que, 
até hoje espera por essas e outras provas do seu pouco cuidado em materia 
de colleccöes que custaram os dinheiros publicos. 


202—Doras cataphractus,' «L. 


D.1+445; A. 94 12; L. lat. 25—30 


«Bocca terminal, as estreitas fachas intermaxillares e mandibulares, 
occupam quasi toda a largura da bocca; todos os barbilhões longos elivres, 
os maxillares attingem á ponta do processo clavicular e os mentaes que são 
os mais curtos, á cintura thoraxica. Os olhos são pequenos, sua distancia um 
do outro, 2e 1/2 á 3, do extremo do focinho 4, de cada abertura das guelras 6 
diametros. Fontanella pequena, longamente ovoide ; placas sub-nasaes fina- 
mente denticuladas, fronte e vertex convexos, sem vestigios de carena. Pro- 
cesso clavicular tendo n'uma ruga simples, lougitudinal e fina, rectos e es- 
pessos aculeos. O peito é nú em ambos os sexos, sendo as placas thoracicas 
perfeitamente recobertas de pelle ; o numero dos escudos, varia de 25430; 
elles são altos, porém, pectinados, recobertos de pelle de modo que somente 
os principaes aculeos e seus collateraes, quasi rectos, deixam apparecer as 
suas orlas ; dos ultimos conta-se sobre afila de espinhos 6 ou 3, abaixo 4 ou 
2. Todos os exemplares mostram um grande póro lateral. O aculeo peitoral é 


1) Cataphractus (Gr. Lat.)— coberto de frrro, couraçodo. 


pa 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 209 


denticulado nos dous bordos, o dorsal, triangular e denticulado nas arestas 
anterior e lateraes; não, porém, na face posterior. Caudal redonda ; adiposa 
sem raio de especie alguma Coloração fundamental pardacenta ; ao longo 
da linha lateral e em cada lado d'esta, uma linha clara e uma outra ao longo 
do meio do dorso até a caudal. Todas as nadadeiras mostram maculas par- 
das sobre fundo claro. Adiposa orlada de branco». | Kner). 

Habitat: Rio Negro, Guyanas. 


293—Doras spinosissimus,' Eigenm. & Eigenm. 


D. 1+ 5; A. 12; L. lat. 26 


«Espesso e curto, largura em baixo do aculeo dorsal, maior do que a 
altura; pedunculo caudal pouco mais alto do que largo. Cabeça do compri- 
mento da propria largura, sua altura 1 e 1/2 no proprio comprimento; vertex, 
operculos, pre-operculo se sub-orbitaes firmemente granulosos; ossos nasaes 
com a margem livre espinhosa. Alto da cabeça largo e chato. Placa dorsal 
larga, sem processo proeminente para baixo ou para traz. Suturas do craneo 
marcadas por linhas lisas. Fontanella reduzida a uma pequena abertura oval, 
cercada de granulações. Olhos 1 e 3/4 no focinho, 7 na cabeça, 3 no espaço 
interorbital. Barbilhões mentaes e post-mentaes attingindo o póro peitoral; 
mentaes 2/3 dos post-mentaes. Focinho largo, sua largura 1 e 4/5 na cabeça. 
Maxillas sub eguaes; dentes finamente villiformes, facha intermaxillar de 
largura egual á 6 vezes a altura. Abertura das guelras continuada até sob 
o angulo do pre-operculo. Processo humeral chegando á cerca de um diame- 
tro ocular da ponta do aculeo peitoral; sua superfície com espinhos agudos 
e curtos, dos quaes a serie mais proxima da face inferior é a mais desenvol- 
vida. Escudos lateraes muito altos, cobrindo quasi totalmente os lados ; o 
que fica sobre o primeiro raio anal é o mais elevado, contido 1 e 2/3 na ca- 
beça; os do pedunculo caudal encontrando os seus oppostos por cima e por 
baixo do pedunculo ; cada escudo lateral posterior a placa dorsal com um 
espinho mediano e 5 á 14 aculeos menores em cima e em baixo. Metade ba- 
silar dos raios caudaes com cerca de 5 series de pequenos espinhos. Distan- 
cia entre o focinho e a dorsal 2 e 1/4 no comprimento; aculeo dorsal 1 e 22 
no comprimento da cabeça, sua margem posterior lisa, seus lados e margem 
anterior com muitos espinhos pequenos, um sulco liso entre os espinhos do- 
lados e a margem anterior. Distancia entre a dorsale a adiposa 3 e 1/2 no 
comprimento; adiposa oval, do comprimento da dorsal sem o espinho. Cau- 
dal redonda, 2 vezes na cabeça. Anal redonda, os raios centraes são os mais 


1) (Lat.) =espinhosissimo, cheio de aciculos. 
6378 37 


210 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


ores, do comprimento da anal. Ventraes não chegando 4 anal, 2 vezes na ca- 
beça. Aculeo peitoral forte. não attingindo ás ventraes; sua face inferior ob- 
tusamente granulosa, a superior com denticulações curtas, como as do pro- 
cesso clavicular, ambos os bordos finamente serrilhados. Pardo, manchado 
de branco; uma facha lateral branca quasi da largura dos olhos; uma serie me- 
diana de manchas no dorso; face ventral e lados da cabeça irregularmente 
maculados de branco; alto da cabeça com uma facha clara mediana, continua; 
dorsal, peitoral e ventraes maculados e marmorados de pardo e branco; 
margem posterior da adiposa branca; nadadeiras caudal e anal com fachas 
transversaes undulantes pardas e brancas. Barbilhões anelados de branco e 
pardo. Cabeça de 3 e 4/5; altura 5. 

Um unico exemplar de 15 centimetros, procedente de Coary» Eigen- 
mann & Eigenmann). 


204—Doras hancockii,' Cuv. & val. 


D. 1 + 6; A. 9; L. lat. 29—33 


«Placas lateraes muito altas, cobrindo todo o corpo e cauda, estendendo- 
se para baixo até a raiz da anal, com rugas longitudinaes numerosas; cada 
uma das quaes termina n’uma pequena ponta sobre a margem. O processo 
humeral € maior do que o aculeo peitoral, e näo se projecta, perfeitamente, 
até o terço posterior. Barbilhão maxillar até a origem da peitoral. Pardo, 
uma facha clara ao longo da lateral» (Günther). 


205—Doras costatus,’ (L.) 


D, 1-16: Al 


«Altura, sob o aculeo dorsal, pouco menor do que a largura; pedunculo 
caudal quasi da altura do proprio comprimento. Cabeça da largura e sua 
altura 1 e 1/2 no proprio comprimento; perfil anterior abrupto; operculos 
sub-orbitaes, nasaes e toda a parte superior da cabeça com series irradi- 
antes de granulos. Placa dorsal com im processo posterior estreito dirigido 
dara dentro. Porção anterior da cabeça deprimida, a posterior arqueada. 
Fontanella cuneiforme. Olhos grandes, 1 e 1/2 4 2 e 1/3 no focinho, 3 e 1/2 
4 5e 1/2 na cabeça, 1 e 1/2 4 2 no espaço interorbital. Barbilhões maxil- 
lares attingindo o segundo quarto do aculeo"peitoral; os post-mentaes pouco 
adiante da base das peitoraes; mentaes quasi eguaes á metade dos barbi- 
lhões post-mentaes. 


1) Hancockii (Latinisagäo)—de Hancock. 
2) Costatus (Lat.)—cheio de costellas. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 211 

Focinho estreitamente redondo, sua largura no angulo, 21/3 na cabega. 
Maxillar superior proeminente. Dentes villiformes, em fachas moderadas, 
Peito inteiramente recoberto de pelle. Primeira e segunda placas lateraes 
aculeadas, tocando a placa dorsal em cima, inferiores á terceira que é con- 
tida 1 e 1/2 vezes na cabeça; entre a clavicula e as placas aculeiferas, ha 
duas placas granulares; as aculeiferas cobrindo os lados inteiramente, dei- 
xando apenas descobertos os espaços entre ellas nos lados superior e inte- 
rior, e tornando-se menores para traz, de accordo com o perfil do corpo e 
não encontrando as bases das nadadeiras adiposa e anal; as superficies 
dos escudos recobertas de pequenas pregas, cada uma das quaes se termina 
n'um curto aculeo marginal. Pedunculo caudal inteiramente coberto por 
placas em cima e em baixo. 

Processo humeral attingindo a 2º ou 3º placa aculeada, sua superiicie, 
no joven granular e uma serie de espinhos junto 4 sua margem inferior ; 
finamente granular no adulto e tendo uma crista granular mais ou menos 
proeminente. Distancia entre a dorsal e o focinho 2 e 1/3 no comprimento ; 
o aculeo dorsal do comprimento da cabeça ou maior, sua margem externa 
com serrilhas viradas para cima, seus lados profundamente sulcados, sua 
margem interna com serrilhas ao longo da porção central. 

Espaço entre as nadadeiras dorsal e adiposa, coniido cinco vezes no. 
comprimento total. Base da adiposa mais curta do que a nadadeira dorsal 
Nadadeira caudal emarginada. Anal redonda, mais alta do que longa, com 
o quinto raio mais alto do que os outros, 1 e 1/2 4 2 vezes na cabeça. Ven- 
traes não attingindo a anal, 1 e 2/3 4 1 4/5 na cabeça. 

Aculeo peitoral muito forte, chegando adiante da base das ventraes, 
ambas as superfícies estriadas, ambas as margens fortemente serrilhadas. 
Póro peitoral simples. Pardo escuro; uma facha clara, evidente, ao longo do 
meio dos lados, continuada sobre a nadadeira caudal e encontrando-se na 
frente e acima dos olhos ; o pardo inferior á facha lateral, forma larga facha 
que se projecta por sobre os olhos e se encontra á sua opposta na frente da 
facha branca ; focinho e cabeça sob esta facha, brancos ; lado inferior, mais 
ou menos densamente cobertos de maculas pardas ; dorsal branca na base, 
com uma grande macula negra junto do apice, raios caudaes marginaes e 
medianos, brancos, os outros pardos escuros; peitoraes escuras com 0S 
aculeos e raios internos claros. Barbilhões claros. Cabeça 3 e 3/4, altura 4 
e 3/4 4 4e 1/2. 

Comprimento 37 mm.» (Eigenmann e Eigenmann.) 

Habitat: Paraná, Paraguay, Guaporé, Gurupá, Obidos, Xingú, S. Gon- 
calo, R. Preto, R. Puty. 


212 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


ve 206 —Doras dorsalis,' vai. 


VACU 
EST. 34 


D. 1+6; A. 14 


Adulto — Forma robusta, cabeça subquadangular, deprimida ; bocca an- 
terior; intermaxillares proeminente sebre os mandibulares e tanto aquelles 
csmo estes providos de uma ampla facha de dentes villiformes; largura da 
bocca quasi egual ao espaço interorbital; os barbilhões maxillares estão 
quebrados no exemplar que serve ä esta discripgäo ; post-mentaes pouco 
passando da articulação dos bronchiostegos ; mentaes pouco maiores que 
1/2 d'estes; olhos quatro vezes no espaço interorbital, preorbitarios gran- 
des, entumecidos, rugosos, de bordos não denticulados ; post e sub-orbital 
confluentes, de bordos paralellos e representando 1/4 de segmento de um 
anel circular; preoperculo visivel e saliente de sob a pelle nua que o reco- 
bre; operculo rugoso em quasi toda a extensão, exceptuados os bordos ; 
fontanella pouco maior que o diametro ocular, dentro d'uma depressão sub- 
elliptica; ossos nasaes e do vertex de toda a cabeça quasi planos; processo 
occipital e placa predorsal carenados ; a placa predorsal tem um prolonga- 
mento falciforme, muito desenvolvido ; em cada lado todos estes ossos são 
longitudinalmente rugusos. Processo clavicular mal passando o plano de 
união do 2º ao 3º quartos do comprimento do aculeo peitoral; este mal 
attingindo o plano da base do penultimo raio dorsal fortemente deprimido, 
com os lados superior e inferior planos e longitudinalmente estriados, forte- 
mente denticulados nos bordos anterior e posterior, aquelle envolvido por 
uma membrana delgada e as denticulações fazendo lembrar grãos-de-bico 
murchos; aculeo dorsal da mesma forma, porém, mais recto, attingindo 
o plano do inicio da anal; as denticulações muito irregulares, tubercu- 
ladas ; ventraes mediocres, de articulação posterior ao plano do ultimo raio 
dorsal; anal com os tres primeiros raios atrophiados, os dous segundos 
ossificados recobertos de acículos e o primeiro com denticulações abortadas 
no bordo anterior; caudal furcada, com o lobo superior um pouco mais 
longo e o inferior mais largo ; os tres raios externos de cada lobo, divididos 
em segmentos (dous a quatro); 17 (num lado) 4 18 (n'outro) placas, as 
quatro primeiras rudimentares, sem aculeo, as restantes muito largas pro- 
vidas de um espinho mediano, elevado, de ponta retro-vertida; nove placas 
na linha mediana, entre as bases das ventraes e duas outras após a anal; 
todo o resto do corpo entre essas filas de escamas, e o ventre até a linha , 
que vae de uma a outra abertura branchial, passando pela garganta, com- 
pletamente couraçados, pela presença de placas osseas, irregulares e fina- 


1) Dorsalis (Lat.), dorsal, isto é, com escudo na linha medina. 


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A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 213 


mente aciculadas; e tanto estas como as demais placas, finamente estriadas 
e rugosas, no sentido longitudinal do corpo. Um exemplar secco, medindo 
96 centimetros até a ponta dos raios caudaes ou 81 até o ultimo aculeo da 
linha lateral, apresenta colorido pardo amarellado, terroso alvadio para o 
ventre ; cada placa das linhas dorsal e lateral acima do espinho com o cen- 
tro negro—Tem a seguinte nota ; —«Amazonas, Tabatinga ; vive nos lagos. 
Preparado por Jacques Brunet.» 

Joven—Um exemplar de 20 contimetros, procedente do Pará, não apre- 
senta placas osseos senão entre a dorsal e a adiposa, na linha mediana su- 
perior, entre a anal e a caudal, na inferior e na linha lateral (21, contando 
com os dous rudimentos anteriores) e o diametro ocular é contido duas 
vezes no espaço interorbital ; os berbilhões mentaes chegam ao meio do 
aculeo peitoral : as denticulações tanto d'este como do aculeo dorsal, são 
muito desenvolvidas e spiniformes, como na regra geral; coloração, no al- 
cool, parda amarellada; iris preta; Nutre-se de sementes. 

O estomago é syphonico ; o intestino muito longo; o intestino grosso 
muito desenvolvido ; a vesicula natatoria é volumosa e apresenta uma con- 
stricção posterior que é dividida em duas porções; os interspaços lateraes 
d'essas constricções são occupados pelos rins. 

Habitat: Amazonas—Rio Negro—Cayenna. 


207—Doras ? nebulosus,' Eigemn. & Kennedy. 


D.1+6 A. 13; L. lat. 29 — 30 


«Forma alongada, altura sob a dorsal egual ä largura pedunculo caudal 
estreito, comprimido, com a largura de I e 1/5 na altura. Processo humeral 
com uma estreita base, ponta aguda. Placa dorsal tectiforme, prolongada 
posteriormente ao primeiro raio dorsal, em um estreito processo. Fontanella 
alongada, terminando na frente em um sulco que se projecta até entre as 
narinas posteriores. Processo humeral e ossos do alto da cabeca, finamente 
granulares. Operculos, sub-orbitaes e pre-nasaes inteiramente cobertos de 
pelle, olhos pequenos, 7 e 1/2 na cabeça e 3 e 1/2 no focinho, 2 no espaço 
interorbital. Centro do olho distante das narinas posteriores do mesmo 
modo que estas o são das anteriores ou como estas ultimas distam da ponta 
do focinho. Barbilhão maxillar attingindo ligeiramente a abertura das guel- 
ras. Mentaes egualando ao dobro do diametro ocular ; post-mentaes ligeira- 
mente mais longos. Focinho estreito ; largura logo atraz dos barbilhões 
maxillares, 4 vezes na cabeça. Bocca inferior ; largura 1 e 1 /2 no focinho. 
Uma pequena facha de dentes intermaxillares cujo cmprimento é 1/3 da lar- 
gura da bocca e largura 1/3 no proprio comprimento. Dentes maxillares 


1) Nebulosus (Lat.) nebuloso. hits ie 5 R 


214 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


emuma placa triangular, ligeiramente mais larga do que a facha interma- 
xillar e de altura 1/2 da largura. Membranas operculares separadas até 
sob as bases dos aculeos peitoraes. Peito inteiramente coberto de pelle. Pla- 
caslateraes estreitas, as primeiras 5 ou 6 sem azas dorso-ventraes, as mais 
altas sob a adiposa onde sua largura é contida 3 e 1/2 vezes na altura do 
corpo. Os aculeos medianos da mesma altura para toda a extensão. Uma 
serie mediana de 10á 12 placas entre a adiposa e a caudal, uma serie seme- 
lhante de 10 á 12 entre a anal e a caudal. Distancia do aculeo dorsal 4 ponta 
do focinho 2 e 1/2 a 2e 2/3 no comprimento do corpo. Aculeo dorsal quasi 
do comprimento da cabeça, muito fortemente serrilhado nos dous bordos, os 
aculeos do bordo posterior eguaes ao dobro do comprimehto dos do anterior, 
distancia entre a adiposa e a dorsal 4 e 1/3 no comprimento. Adiposa baixa 
sua base 2/3 mais longa do que a base da dorsal. Anal redonda, sua altura 1, 
e 2/3 na cabeça. Aculeo peitoral semelhante ao dorsal, attinginde o 5º ou o 
6º escudo. Pardo claro, esmaecendo para mais claro inferiormente, por toda 
a parte manchado e marmorado de sombras mais escuras. Nadadeiras de 
semelhante colorido. Cabeça 3 e 2/3 ; altura 4 e 3/4.» Eigenm & Kennedy. 
Habitat Rio Paraguay —Matto Grosso. 


208—Doras granlosus,' val. 
BOTOADO 


D. 1 + 6; A. 12 


«A largura da bocca comprehende toda aquella do redondo focinho; 
a bocca € provida em ambas as maxillas, até os angulos, de uma larga fa- 
cha continua de dentes villiformes e robustos. O longo barbilhäo maxillar, 
filiforme, attinge a ponta do processo clavicular, os quatro barbilhões mandi- 
bulares são egualmente livres, filiformes, os externos eguaes 4 1/2 da extensão 
dos barbilhões maxillares, os internos ainda mais curtos da metade. Os olhos 
são menores do que os de todas as especies restantes, seu diametro é con- 
tido 13 vezes no comprimento da cabeça (sem carapaça); ficama 4e 1/2 
diametros da orla do focinho, quasi 10 da abertura das guelras, e a cerca 
de 7 mm. do outro. Os suborbitaes são largos, asperos, egualmente os sub- 
nasaes que são longitudinalmente estriados e crenulados na orla superior. 
A orla do focinho e a região das narinas posteriores, os olhos e as boche- 
chas são nús; os operculos, porém, são asperamente escudados assim como 
o vertex e toda a parte superior post-cephalica. A longa e estreita fontanella 
bifurca-se interiormente ; a convexidade moderada da região occipital modi- 
fica-se para 0 processo n'uma carena fraca e obtusa. A extensão que vae 


mese 1 Granulosus (Lat.) cheio de granulos. 


cs 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 215 


do focinho à dorsal € contida 3 e 1/2 vezes no comprimento total; o pe- 
queno processo humeral, spiniforme attinge a parte posterior do primeiro 
escudo lateral e termina em ponta ; os processos lateraes do post-occipital 
são curtos ; vertex, processo clavicular e escudos lateraes não se tocam 
entre si; no espaço nú posterior à cintura escapular, fica uma reentrancia 
um pouco maior. Escudos lateraes 27 á 28; apresentam, do quarto em 
diante, a forma de uma borboleta e se tornam, assim como os fortes gan- 
chos retrovertidos,maiores para a cauda, de modo que, sob a adiposa ficam 
os maiores; a 3 placa lateral é certamente a mais alta (em que o lado su- 
perior ao aculeo se projecta grandemente para cima), porém, curto e sem 
a forma papillionada ; a 1? placa sómente é desprovida de espinho mas, 
como todos os seguintes, é aspera e tem curtos espiculos aciculares. 

O aculeo da dorsal é maior do que todos os raios das nadadeiras é den- 
sa e finamente serrilhado na orla anterior de toda sua extensão; na posteri- 
or apenas na ametade superior; o aculeo da peitoral, chato, porém muito 
largo e forte, é fortemento serrilhado nos bordos anteriores e posteriores e 
excede, em comprimento, o primeiro raio. As ventraes originam-se por de 
traz do extremo da base da dorsal, sob o decimo nono escudo lateral e são 
as menores de todas as nadadeiras; a anal é fortemente desenvolvida, o seu 
primeiro raio extremamente curto, do quinto ao nono estão os mais longos 

“e quasi de igual comprimento dos ventraes. Caudal semi-lunar, de lobos 
eguaes e sendo o maior raio quasi do tamanho da cabeça. A adiposa, de 
tamanho moderada, é rhomboide; o largo e redondo dorso totalmente nú; 
assim tambem é o lado inferior; o póro anal é mais proximo do anus do que 
“das ventraes. E’ notavel o característico espessamento e a ossificação dos 
raios, especialmente na caudal e parte da anal, menor porém nas ventraes 
e na dorsal; ao contrario, inteiramente ausente nas peitoraes. São especial- 
mente a causa de processos osseos solidos que apenas deixam de fóra a 
ponta, as secções e articulações dos raios. 

Esta ossificação tambem se encontra em varias outras especies; con- 
tudo, em parte alguma conheço egual tendencia nos raios articulados. De 
resto, a parte núa da pelle, mostra tendencia para esse deposito osseo; em 
todo o dorso, e nos lados, ha pequenas e delgadas ossificações implantadas 
que ficam sob a pelle como curtos aculeos e que apparecem como processos 
granulosos deseguaes. Segundo Netterer o dorso e os lados são esparça- 
mente punctulados de preto, nadadeiras uniculores, ossificações e raios es- 
branquiçados. O exemplar colleccionado em Cuyabá, mede 20 polegadas e, 
segundo Natterer, tem o nome local de Botoado» (Kner). 

Maior comprimenjo registrado: 92 cm. 

Habitat: Rio Cuyabä, Paraguay, Uruguay, Paranä. Serpa (Arary ?) 


- 216 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


209--Doras brachiatus,' (Cope, 


D. 1 + 6; A. 11; L. lat. 25 


«Uma especie que pöde ser tida como grande, de forma delgada, fronte 
lisa e aculeos peitoraes muito grandes. 40 escudos na linha lateral, baixos, 
chatos e largos, com um espinho chato retrovertido no meio, a orla poste- 
rior com tres a quatro denticulações junto da extremidade; tres oppostas 4 
dorsal muito elevadas, duas na frente pequenas, sem espinhos. Aculeo dor- 
sal muito forte, comprimido, com espinhos dirigidos para baixo, no lado 
posterior e para cima, no anterior; seu comprimento 1/2 do comprimento do 
peixe que lhe fica anterior. Aculeo peitoral chato, estriado, com denticula- 
ções fortes nos dous lados, os pesteriores os mais longos. Olhos parcial- 
mente superiores, recobertos de espessa cornea 8.5 xezes na extensão que 
vae até a margem ossea do operculo; um pouco menos de 1/2 da largura in- 
terorbital. Focinho achatado e estreito, as barbas maxillares attingindo o 
meio do processo humeral, as mentaes egualando á 1/2 d'essa extensão. Ru- 
gosidade da carapaça estriada, bifurcando-se na fontanella e enviando um 
angulo á fronte de cada orbita e cessando depois. Uma fraca estriação do 
pequeno osso preorbital visivel. Cabeça chata entre as orbitas, a carapaça 
fortemente tectiforme, contrahindo-se e depois expandindo-se para baixo, 
na altura do aculeo dorsal, porém não o passando. Processo humeral pro- 
jectando-se até ao aculeo dorsal, chato, estriado; post-coracoide curto, re- 
coberto de pelle lisa. Nadadeiras ventraes começando 4 alguma distancia 
por traz do ultimo raio dorsal, obfusa, não chegando ao anus, mas attingidas 
pelo aculeo peitoral; pedunculo caudal curto, nadadeira caudal profunda- 
mente furcada. Nadadeira adiposa bem dosenvolvida, porém baixa. Dentes 
numerosos, villiformes. Cores brilhantes ; em cima pardacento, lados carmi- 
neos, em baixo branco; nadadeiras vermelhas excepto as peitoraes e a 
dorsal que são mais pallidas.» (Cope). 

Habitat: Rio Amazonas, entre a embocadura dos Rio Negro e Huallaga. 


Wertheimeria, Steindachner. 
Sitzungsber. Akad. Wien LXXIV— Sussw. fisch Sô. Bras. 101 — 1876 


«Cabeça larga, deprimida, com o processo occipital fortemente desen- 
volvido. Tronco robusto, com o pedunculo caudal delgado, caudal semi- 
lunar. (Caudal mais curta do que em Auchenipterus, fortemente arredondada 
na orla, adiposa do comprimento da anal). Abertura opercular attingindo o 


1) Brachiatus (Lat.) esgalhado, de ramos (aqui aculeos peitoraes) oppostos e abertos em cruz 


como braços humanos. 
2 Wertheimeria (Latinisação) de Wertheimer. que colleccionou este corioso peixe no rio Je- 


quitinhonha. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 217 


lado inferior da cabeca, membrana opercular confluente com a pelle do 

isthmo, no meio da região jugular. Dorsal curta, com um aculeo e seis raios. 

Seis barbilhões cylindricos, quatro dos quaes sobre o maxillar inferior. 

Dentes nos intermaxillares e mandibulares, villiformes. Paladar sem dentes. 

Olhos pegenos,subcutaneos distantes da abertura da bocca e posteriores as na- 

rinas posteriores. Ventraes articulados verticalmente atraz dadorsal.» (Steind.) 
Especie conhecida : 


219 —Wertheimeria maculata,! Steind. 
D. 1-6; A. 15—16 


«Lado posterior da cabeça e região post-occipital muito francamente 
convexo em secção transversal; região frontal plana. Ossos da carapaça 
intimamente unidos entre si e com a grande placa predorsal sem suturas 
perceptíveis, externamente granulosos e rugosos. Comprimento da cabeça até 
a orla posterior ossea,das coberturas dasguelras,contido cercade4 vezes e 3/4; 
até o extremo posterior da carapaça mais de 2 e 3/4—quasi 3 vezes; altura 
do corpo 4 e 3/4 4 4e 1/2, no comprimento do corpo; largura da fronte 2 
e 1/3 42 e 2/5; diametro ocular 7 e 1,6 48 e 1/4 no comprimento da cabeça, 
medida até a orla ossea posterior das coberturas operculares. Hiatus largo, 
transversamente disposto e fracamente arqueado, um pouco excedido pelo 
focinho; largura da cabeca,entre as coberturas, excedendo um pouco ocompri- 
mento da mesma até a orla posterior das coberturas operculares. Olhos peque- 
nos, subcutaneos, situados nos lados da fronte e afastadamente, superiores, e 
posteriores ao angulo da bocca.Distancia entre as narinas egual a um diametro 
ocular. Barbilhão maxillar chegando ao primeiro terço do longo aculeo pei- 
toral ; barbilhão post-mental chegando á base do mesmo. Um escudo granu- 
loso entre a orla inferior da placa predorsal e a ponta.do longo processo 
humeral.que chega ao meio do aculeo peitoral. Aculeo dorsal denticulado 
apenas na orla anterior, mais curto do que a cabeça; o peitoral muito longo, 
fortemente deprimido, largo e muito mais comprido do que a cabeça. Anal 
sobrepujada pela adiposa, ambas com a base de comprimento sub-eguai ; 
caudal moderadamente entalhada no orla posterior, quasi do mesmo com- 
primento que a cabeça, lobo inferior redondo postetiormente. Póro peitoral 
situado muito para diante sob o processo humeral.Lados pardos com grandes 
múculas claras. Lado ventral alvadio. 12 pollegadas.» (Steindachner). ' 

Habitat: Rio Jequitinhonha. | 

Comquanto Steindachner näo tenha definido a posiçäo d’este peixe na 
systematica e os Eigemann o colloquem entre os Auchenipterus, penso, 
guiado apenas pelas descripções e figuras dadas pelo primeiro d’esses au- 
tores que, -a posição mais conveniente para Wertheimeria é a que. adopto 
neste trabalho. 
URNA NAN So meça Res Ti tae Sana BE el ea Bil, obey, aa LU) 
1) Maculata Lat. ; maculada. EI ee 
6378 


218 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


E sobretudo a conformagäo do processo occipital do peixe o que a 
isso o impelle, sendo que não tenha menor importancia a presença de uma 


en PE re a 


Fig. Wertheimeria maculata, seg, Steindachner 


placa ossea da linha lateral, tão caracteristica dos Doradide—stricto sensu 
logo por traz do processo escapular. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 219 


Trichomycteridæ ! 


Förma alongada, flexivel ; cabeca musculosa, deprimida, bocca anterior 
ou antero-inferior, provida de labios espessos, terminando em cada angulo 
em dous barbilhöes (ás vezes o anterior atrophiado) de comprimento sub- 
egual ; dentes villiformes, em fachas maxillares e mandibulares, ás vezes 
uma facha de dentes labiaes, moveis. Narinas separadas, as anteriores 
quasi sempre providas de uma expansão dermica modificada em barbilhão ; 
operculo e properculo geralmente armados de aciculos pungentes, curtos e 
fortes ; abertura branchial lateral moderada; o aculeo é prolongado em fila- 
mento. Dorsal superior ou posterior ás ventraes; anal moderada ou curta. 
Vesicula natatoria vestigiaria. 

Os peixes d'esta família são fluviaes e pequenos ; e a seu respeito cor- 
rem diversas versões, sendo uns accusados de parasitismo noutros peixes 
(Stegophilus) e outros de serem capazes de penetrar na urethra humana 
(Vandellia), produzindo molestias graves ou mesmo a morte. Se o primeiro 
caso foi constatado scientificamente, o segundo ainda carece de confirmação. 


Generos brasileiros : 


OLEO On O SOHAL OOO ARS EE SR PA SO PAS AR ESP ce A Trichomycterus. 


/ Barbilhões nasaes presentes 


ee Ghee om o 0 Choro ora e plana RERO Bop BUSCA Gen Tridens. 
Dentes villiformes. . 2 Barbilhões maxillares........ Miuroglanis. 
\ na curtain VAR | 5 
Aa tes labiaes 
Barbilhöes nasaes ha HE en 7 
an) | 1 parbiinao maxil | ausentes .. Vandelia. 


€ 
I, entes labiaes 
presentes. . Stegophilus. 


Pareiodon. 


PR... Se 


DENTES MIN CISIVOS NE NR NT EN Pa a0 06/5 


Tricomyctherus,” Vatenc. 
Obs. Zool. d’Humboldt. II, 348—1833 


Corpo alongado, extremamente flexivel, comprimido; cabeca deprimida; 
bocca antero-inferior, recoberta por labios espessos, terminando em dous 
barbilhöes mediocres ; narinas duplas, as anteriores providas de um barbi- 
Ihao.; olhos superiores, sub-cutaneos, mediocres; operculoe preoperculo 
providos de uma facha de aciculos ; abertura branchial moderada; dorsal 
posterior ao meio do corpo, ás vezes com o primeiro raio prolongado ; pei- 


1) Trychomyterus, gen. typico ; eidos—semelhante 
2) Trychomyterus (Gr.); de trix, trichos cabellos e mycter narina. 


220 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


toraes com o aculeo quasi sempre prolongado em filamento ; ventraes pe- 
quenas, anteriores ä dorsal; anal moderada, caudal com raios accesso- 
rios numerosos. 


Dorsal com o primeiro raio prolongado em filamento................... T. nigricans 


sal sobre a ori- 


[as da dor- 
gem da anal... T. amazonicus 


Especies bra- Cabecaltino Ato tala dar women o toi Papa a ey ee: 
sileiras. 


/ li da dor- 
sal um pouco 
ä frente da ori- 


Dorsal com os , gem anal.... T. proops. 


raios normaes 
Ventraes entre os 
olhos e a ponta 
bi redonddry IR EP RIRE da caudal. ... T. punctatissimus. 


Vent aes entre a 
ponta do foci- 
nhoeada caudal 7. goeldi. 


Cabeça 6 no to- 
tal 


Femeas pontua- 
/D. totalmente f das de preto . . T. dispar. 
Caudal truncada| anteriorá 
ou com os can- À anal À 


tos redondos. Coloração unifor- 


me nos dous 
SEXOS ee ee T. immaculatus 
D. tendo ao menos os 2 ultimos rai- 
os sobre os primeiros da anal. . T. brasiliensls, 
kur . . . 1 
211—Trichomycterus nigricans, vai. 


D. 11; A. 10 


«O Sr. Augusto de Saint-Hilaire, trouxe dos regatos de Santa Catha- 
rina, do Brasil, uma especie deste genero. E’ mesmo a primeira que eu 
conheci e sobre a qual eu estabeleci, na minha memoria sobre o Eromophi- 
lus, o genero sob o nome de Trichomycterus mas, sem o caracterisar suffi- 
cientemente. 

Esta especie tem os barbilhões curtos, passando apenas para traz, os 
olhos, que são muito pequenos. A cauda é larga e curta, a caudal pequena 
e truncada transversalmente, o primeiro raio da dorsal, alongado em fila- 
mento. Contei erradamente seis raios branchiostegos na memoria citada; mas, 
tendo-os separado pela dissecção com o maior cuidado e sem os destacar 
inteiramente do seu facho muscular, para não - perdel-os, só encontrei sete 
sobre este individuo. A cor é denegrida, uniforme, sobre todo o dorso; ella 
é mais escura sobre as nadadeiras. A garganta e sua parte inferior são al- 
vadias. As visceras parecem com as do Trichomycterus da costa oriental da 
America, os ovos são muito menores. Comprimento cinco pollegadas. 

O Sr. Menestrier nos deu um exemplar menor? » (Val.) 


1) Nigricans (Lat.)—denegrido 
2) Do Rio de Janeiro. 


bo 
DD 
>= 


A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 


212—Trichomycterus amazonicus,' Stein. 
DiiS At T 


«Cabeça sete vezes no comprimento. Origem da dorsal sobre a origem 
da anal; olhos grandes, na ametade anterior da cabeça; barbilhão maxillar 
superior chegando á base das peitoraes. Caudal redonda. Primeiro raio pei- 
toral prolongado. Pardo chocolate com maculas indistinctas sobre o pedun- 
culo ; raios dorsaes e caudaes maculados de violaceo.» (Stendachner e Ei- 
genm.) 

Habitat; Rio Amazonas. 


213—Trichomycterus proops Mir. Rib’. 
EST. 35 — FIG. 1 


DEI AT 


Cabeça contida quatro vezes no espaço que vae da orla labial ä nada- 
deira dorsal e seis vezes no corpo, até a base da caudal; dorsal inteiramente 
posterior ás ventraes e quasi toda sobre a anal; caudal arredondada. Ama- 
rello finamente espargido de pardo violaceo. Olhos contiguos ás narinas pos- 
teriores. 

Habitat : Ribeira de Iguape, S. Paulo. 


214—Trichomycterus punctatissimus,’ Castein. 
D?A? 


«Comprimento total 28 cm.; maior largura 6 cm.; maior altura 3 cm. 
Esta especie € muito visinha de Tr. punctulatus, Cuv. & Val., do qual differe 
pelo talhe muito maior e pela cor geral de um castanho claro. Elle é inteira- 
mente coberto de pontos pequenissimos de um pardo obscuro, muito conti- 
guos e cobrindo as nadadeiras superiores. A parte inferior do corpo e as 
nadadeiras inferiores são de um pardo amarellado. Do Araguaya.» (Casteln.) 


215—Trichomycterus goeldii, Bow. 
D. 10; A. 7 


«Cabeça muito deprimida, do mesmo comprimento que a propria lar- 
gura, seis vezes no comprimento total; olhos pequenos, á meia distancia entre 
a ponta do focinho e a orla opercular, seu diametro 1/2 da largura interor- 
bital; barbilhão supra maxillar attingindo as peitoraes ; membrana das guel- 


1) Amazonicus (Lat. = amazonico (do rio Amazonas) 

2) Proops (Gr.); de pro adiante; ops vista, olhos. 

3) Punctatissimus —pontuadissimo, densamente recoberto de pontos. À N 

4) Goeldii (Latinisaçäo); do Dr. Emilio Augusto Goeldi, ex-director do Museu Paraense de Historia Natural. 


222 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


ras estreitamente unida ao isthmo, projectando-se anteriormente até sob os 
olhos. Corpo da mesma altura que a largura ; pedunculo caudal fortemente 
comprimido, egual 4 duas vezes a propria altura. Dorsal com 10 raios, 
opposta ao espaço entre as ventraes e a anal, distante da ponta do focinho 
duas vszes a sua distancia da caudal ; anal com 7 raios. Peitoral com o raio 
externo prolongado, filiforme. Ventraes equidistantes do extremo do focinho 
e da orla posterior da caudal ; esta ultima redonda. Amarellado, com pontos 
pardos mal definidos, superiormente; 99 mm.» (Boulenger). 
Habitat: Colonia Alpina, Therezopolis, 858 m. sobre o nivel do mar. 


216—Trichomycterus dispar,' Tschudi. 
EST. 35—FIG. 2 
D. 10 a 12; À. 8 a 10 


Corpo moderadamente comprimido ; cabeça muito deprimida, 5 e 1/2, 
sem a caudal. Bocca 3 e 2/3 na cabeça, dentes em facha nos intermaxillares 
e mandibula, labios espessos, papillosos, os barbilhões maxillares passando 
de pouco a orla ocular posterior, os nasaes chegando ao mesmo ponto ; 
olhos subcutaneos, quasi perfeitamente circulares, seu diametro 2 e 1/2 ve- 
zes no espaço interocular ; póros mucosos da cabeça muito pequenos, um 
lateral outro posterior á narina posterior, tres espaçadamente dispostos em 
linha transversal por detraz dos olhos, desses tres o mediano fica na linha 
mediana da cabeça. Póro peitoral presente; abertura das guelras ampla, 
chegando inferiormente ao plano dos olhos, peitoraes com o primeiro raio 
prolongado, de comprimento egual ao da cabeça medida sobre linha me- 
diana, desde a ponta do focinho ao occipital. Dorsal originando-se entre a 
ponta da caudal e a linha inter-ocular anterior, ella fica entre as ventraes e 
a anal e tem o 5º raio ligeiramente prolongado, linha lateral indistincta. 
Pardo vinaceo profusamente recoberto de pontos cor de chocolate sobre 
todo o corpo e nadadeiras, exceptuando-se, apenas, a pagina inferior das 
nadadeiras pares e a região thoraxica inferior, jugular e cephalica que são de 
côr amarellada uniforme. O individuo que serviu à presente discripçäo mede 
155 millimetros e me foi trazido do rio Iporanga, Estado de S. Paulo, pelo 
Sr. Ricardo Krone, de Iguape. 


217—Trichomycterus immaculatus,' Eigenm. Eigenm. 
D.11; AO: 
«Alongado, comprimido posteriormente; cabega ligeiramente deprimida, 


focinho largo, espatul:do; largura da cabeça menor do que o proprio com- 
primento. Olhos comparativamente grandes, equidistantes da ponta do fo- 


1) Dispar (Lat.) desegual. dispar (o macho da femea). 
2) Immaculatus (Lat.)=- sem maculas. 


(ea) snuraysnu sniajdeyday — F “SI (1pnyosL) sedsıp "| — Z "ld 
(7) SISUAIIISRIQ "L — € ‘SI ‘ay ‘JW ‘sdooid snısysAwoyau] — | “SJ 


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AX 18º “asuayjseig euney IAX “[OA ‘JEUOIOEN nasny op soalyory 


A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 223° 


cinno e do operculo. Barbilhöes curtos; os nasaes apenas chegando ao 
occiput ou mais curtos ainda; os maxillares não attingindo a abertura das 
guelras. Abertura das guelras continuadas anteriormente até sob os olhos ; 
a membrana com uma orla livre atravez do isthmo. Peitoraes curtas e lar- 
gas, com O primeiro raio prolongado em filamento ; dorsal truncada, seu 
ultimo raio na frente da anal, sua origem equidistante da ponta caudal e 
da base do barbilhão ou ligeiramente mais proxima da ponta da caudal. 
Caudal larga, emarginada, com o lobo superior um tanto proeminente ; sua 
distancia da anal 5 e 1/2 vezes no comprimento. Origem das ventraes equi- 
distante da ponta da caudal e da do focinho ou um pouco mais proxima da 
ponta da caudal; suas pontas chegam ao anus. Pardacento, mais claro in- 
feriormente ; nadadeiras um pouco mais escuras; um exemplar procedente 
de S. Matheus é pardo denegrido. Cabeça 5 e 1/3 á 5/2.» (Eigenm. Eigenm.) 
Habitat: Juiz de Fôra ; S. Matheus; Goyaz. 


218—Trichomycterus brasiliensis,’ Lutk. 
CAMBEJA ; BAGRE-MOLLE 


EST. 35—FIG. 3 


DAS O AVS MS Rs: 7 


Cabeça (tomada do operculo) 5 e 1/3 4 6 e 1/8: altura egual ao com- 
primento da cabeça (tomada do occiput). Deprimido na parte anterior e 
comprimido na posterior do corpo. Cabeça de largura egual ao compri- 
mento (medida da orla labial anterior 4 margem dos operculos), labio supe- 
rior muito desenvolvido, recobrindo o inferior e prolongando-se para cada 
lado em um par de barbilhöes achatados na base e teretes para a extremi- 
dade ; o superior é o maior e attinge a abertura das guelras ; os barbilhöes 
nasaes que têm origem no limite posterior do labio, attingem as orlas dos 
preoperculos ; são achatados e apresentam, em toda a extensão, um sulco 
absoleto mais accentuado na base dos barbilhões que ahi apresentam mais 
uma dilatação dermica, juntando-se as extremidades das paredes do sulco 
e constituindo, de alguma forma, um pequeno funil, em cujo fundo ficam as 
narinas anteriores. Logo após ficam as aberturas nasaes posteriores, 
maiores e tambem providas de uma expansão dermica mas, em fórma de 
crescente só na parte anterior. Em meio da distancia que vae da margem 
anterior dos labios á linha dos operculos, estão os olhos, pequenos, sem 
palpebras livres, em distancia quasi egual ä um seu diametro das narinas 
posteriores. Na cabeça ha duas series de seis póros mucosos. O primeiro 
de cada serie atraz e para dentro da base dos barbilhões nasaes; o segundo: 
lateral e interno á cada narina posterior, o terceiro sobre a arcada orbitaria 


1) Brasiliensis (Lat.) brasiliensis, brasileiro. 


224 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


superior ; o quarto atraz dos angulos orbitarios posteriores; o quinto acima 
e o sexto no angulo superior das aberturas branchiaes. Ha outro póro mu- 
coso na parte posterior da zona orbitaria inferior e, finalmente, dois póros 
axillares precedendo a linha lateral que é obsoleta. Preoperculo e oper- 
culo providos de espinhos curtos, conicos e fortes, retrovertidos. Aber- 
tura branchial ampla. Peitoraes medianas, sendo o seu comprimento 
contido tres vezes na distancia que vae de sua base ä base das ventraes ; 
estas pequenas, não attingindo a base da anal; origem da dorsal verti- 
calmente sobre o anus ; origem da anal sob o meio da base da dorsal; 
caudal truncada com os cantos redondos. Coloração fundamental isabel, 
parte superior de todo o corpo maculada de fusco ; uma facha ampla e negra 
vae do angulo supurior da abertura branchial ao pedunculo caudal onde se 
desfaz em maculas que diminuem de tamanho e se confundem com as pri- 
meiras citadas. As maculas maiores são as da região dorsal, entre as fachas 
lateraes negras, o occiput e a nadadeira dorsal; ellas ahi como que formam 
tres series indistinctas e irregulares ; entre estas maculas as que estão jun- 
tas ao occiput são mais alongadas. Nadadeiras peitoraes, dorsal, anal e 
caudal tambem maculadas; as peitoraes, porem, sómente nos raios ante- 
riores e na face superior, pois na inferior ellas são brancas, tendo as extre- 
midades dos raios denegridas. Ventraes brancas; labios e barbilhões côr 
de chumbo. A symphise mandibular tambem apresenta uma pinta escura, 
assim como, ha uma pequena estria diffusa ao longo da região dos mandi- 
bulares. Parte inferior do corpo, até a nadadeira anal, branca. As maculas 
da cabeça, juntas ao contorno especial dessa parte do corpo do peixe, em- 
prestam-lhe uma effige de felino muito caracteristica. 


Os jovens differem muito dos adultos : São alvadios, tendo duas fachas 
emarginadas, escuras no dorso, que, na altura da dorsal desfazem-se em 
maculas e outra facha lateral negra que, nascendo no focinho, percorre os 
lados da cabeça, onde se interrompe e segue pelos lados do corpo, em linha 
recta, até a extremidade da caudal; duas maculas negras lateraes, uma su- 
perior, outra inferior, na base dessa nadadeira. Os espinhos operculares são 
mais apparentes e as nadadeiras, com excepção da dorsal, são immaculadas. 

Esta descripção é feita sobre exemplares procedentes do Itatiaya, dos 
quaes o maior mede 10 centimetros de comprimento ; a especie, entretanto, 
é fundada sobre medidas de 14 centimetros, do Rio das Velhas que tem a 
barra lateral interrompida. Não se deve ter em grande conta a fórma da 
caudal, quando Eigemnann e Eigemnann digam-n’a redonda, pois que Lu- 
tken diz, na descripção original : «Caudalis rotundato truncata». Emfim, as 
differenças essenciaes, entre as descripções existentes, vêm já referidas no 
meu trabalho sobre os vertebrados do Itatiaya e se rezumem no seguinte: 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 225 


Adultos. (T. brasiliensis) 
Caudal redonda ; extremidade das ventraes attingindo o anus ou 
chegando à sua frente. Cor parda escura com maculas mais escu- 
ras; lados variegados de pardo escuro, purpureo e cinzento; na- 
dadeiras obscuramente maculadas. 


Idem (exemplares do Itatiaya) 


Caudal sub-truncada; extremidade das ventraes passando além 
do anus e quasi attingindo a anal. Cor isabel, tres series irregu- 

. lares de maculas sépia no dorso; lados maculados tendo uma fa- 
cha negra intensa e ampla; nadadeiras ventraes immaculadas. 


Jovens (T. brasiliensis). 


Caudal redonda ; cabeça mais larga do que longa ; ultimo raio da 
dorsal attingindo o 1º da anal; côr amarellada, meio dos lados 
com uma serie de nove maculas purpureas mais ou menos con- 
fluentes ; maculas escuras na cauda sobre a serie mediana; costas 
com 10 barras transversaes, cinco destas adiante da dorsal ; na- 
dadeiras uniformes ou com barras escuras. 


Idem (Exemplares do Itatiaya). 


Caudal sub-truncada ; cabeça mais longa do que larga, ultimo 
raio da dorsal sobre o 4º da anal ; côr amarellada; meio dos la- 
dos com uma facha negra que vae do focinho à extremidade da 
caudal, dividindo-a longitudinalmente ; duas fachas longitudinaes 
diffusas, parallelas, no dorso, até a dorsal as outras nadadeiras 
immaculadas ; a caudal tem uma pequena mancha escura na parte 
superior e outra na inferior da sua base, sobre os raios acces- 
sorios. 


Essas differenças são menos frisantes, se comparamos com a descripção 
de Lutken, sobre exemplares dos Rios das Velhas, em Lagoa Santa, o que 
quer dizer que os individuos do Itatiaya approximam-se mais dos da Lagoa 
Santa, no Estado de Minas, do que dos do Rio Parahyba, no Estado do Rio 
que foram os que serviram 4 descripção dos Profs. Eigenmann. 

Cinco exemplares procedentes de Juiz de Fóra, representam ainda 
outravariedade deste peixe, comquanto muito muito mais semelhante ás des-. 
cripções dos autores e dos quaes se afastam, apenas, pela pela posição das 
ventraes que são um pouco mais proximas da ponta da cauda do que do 
focinho. A coloração é amarella profusa e irregularmente reticulada ou mar- 
morada de sepia ; os flancos têm laivos purpureos. 

Habitat: R. das Velhas, S. Francisco ; Parahyba, Itatiaya. 


6378 29 


226 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


Tridens,' Eigenm. & Eigenm. 
Pr. Calif. Aca I. Sci.—2* Ser. II, 53—1890 


Os professores Eigenmann fundaram este genero sobre duas espe- 
cies, uma representada por ume outra por 27 exemplares, de dimensöes 
muito pequenas, reconhecendo que elles deviam representar um estado jo- 
ven, podendo ser do genero Trichomycterus e que, se assim fosse, taes 
peixes deveriam soffrer uma metamorphose admiravel e, como nada era co- 
nhecido do estado joven dos Trichomycteros, elles julgaram melhor des- 
crever taesexemplares como novos. 

Temos tido em mäos os mais novos exemplares de Trichomycterus bra- 
siliensis, do Itatiaya e de Petropolis, não encontrando n’estes, nada que vá 
de encontro ao acto daquelles Professores ; por isso, mantemos aqui o ge- 
nero Tridens, cujos caractéres principaes são: Forma de Trichomycterus, 
com a cabeça muito deprimida; bocca inferior, ampla, com uma orla de 
dentes finos seguida de outros dentes mais fortes nas maxillas, dous barbi- 
lhões maxillares mais ou menos desenvolvidos; olhos entrando nas super- 
ficies superior e inferior da cabeça ; membrana branchiostega nnida, for- 
mando uma préga transversal, livre, sob o isthmo ; operculo e preoperculo 
com aculeos reunidos em facho; dorsal 9 á 12, superior á anal que é longa, 
ventraes pequenas, caudal mais ou menos truncada. 


Barbilhöes apenas perceptiveis; aculeos do operculo e pre- 
É J operculo em tridente. . >... 0... = vo cio me do T. melanops 
Especies conhecidas: 


Barbilhões francamente evidentes, operculo e preoperculo 
com um facho de 6 aculeos..... 2... euer...» T. brevis. 


219—Tridens melanops,' Eigenm. & Eigenm. 
D. 10 4 12; A. 20 a 25 


«Corpo comprimido, extremamente delgado. Cabeça larga, focinho re- 
dondo; bocca larga. inferior. Cperculo longo e delgado terminando em tres 
aculeos, tridentiformes. Preoperculo com espinhos semelhantes, porém, me- 
nores. 

Barbilhöes pequenos, apenas evidentes. Distancia da origem da dorsal 
ä extremidade da caudal, tres vezes no comprimento ; distancia entre a ori- 
gem da anal e a extremidade da caudal, 2 e 1/2 vezes no comprimento. 
Raios annaes diminuindo rapidamente de altura, para traz; o ultimo raio apro- 
ximadamente sob o ultimo da dorsal. 

Caudal redonda, se raios accessorios. Amarellado; ametade posterior 


1) Tridens (Lat.); de tres dentes. 
1) Melanops (Gr.) de mélas, (mélan) negro, preto e ops olhos. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 227 


da nadadeira caudal obscura; uma serie de maculas negras ao longo da 
base da anal. Cabeça 9 ; altura 13.» (27 mm.) (Eigenmann e Eigenmann). 
Habitat : Ica. 


220—Tridens brevis,' Eigenm. & Eigenm. 


D. 9; A. 22 


«Corpo curto e alto. Cabeça tão larga quanto longa, bocca larga, infe- 
rior. Operculo com um facho de 6 á mais aculeos, preoperculo com facho 
menor. Barbilhões bem desenvolvidos, os externos extendendo-se até a 
base dos peitoraes, os internos até as aberturas das guelras. Olhos grandes, 
mais proximos da ponta do operculo do que da do focinho. 

Distancia da origem da dorsal á frente da caudal, pouco mais de duas 
vezes no comprimento. Anal inserida muito pouco adiante da dorsal e es- 
tendendo-se à alguma distancia 4 sua frente, seus raios diminuindo em al- 
tura para a caudal, distancia entre a origem da anal e extremidade da cau- 
dal, menos de duas vezes no comprimento. 

Primeiro raio peitoral grandemente prolongado. Caudal emarginada. 
Amarellado ; pontos denegridos ao longo da base das nadadeiras; uma 
serie de pontos denegridos ao longo da linha mediana lateral, pontos seme- 
lhantes no dorso. Cabeça com pontos pardos. Cabeça 6 ; altura 8». (Eigenm. 
& Eigenm.) (1 exempl. 2! mm.) 

Habitat : Amazonas ; Tabatinga. 


Miuroglanis, Eigenm. & Eigenm. 
Pr. Calif. Acad. Sci. 2? Ser. II, 55—1890 


Este genero é assim estabelecido pelos seus autores : 

«Membrana das guelras largamente unidas ao isthmo, sem margem li- 
vre. Dois barbilhões maxillares. Bocca inferior, cada maxilla com muitas 
series de dentes fortes. Operculos e preoperculos com espinhos fortes, nu- 
merosos. Caudal redonda.» 

Especie conhecida : 


221--Miuroglanis platycephalus,’ Eigenm. & Eigenm. 
D. 10; A. 15 


«Corpo curto, comprimido e elevado. Cabeça grandemente deprimida, 
mais larga do que longa. Olhos grandes, lateraes, posteriores ao angulo da 


1) Brevis (Lat.) curto. 
2) Miuroglanis (Gr.); de meion—menos, oura=cauda, glanis—bagre (o da Europa Silurus glanis) 


3) Platycephalus (Gr.) de Platys=chato e cephale=cabeca. 


228 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


bocca. Esta sub-inferior, com a maxilla superior ligeiramente proeminente. 
Barbilhäo maxillar superior apenas chegando ä abertura das guelras, bar- 
bilhöes nasaes ou mentaes ausentes. As placas de espinhos operculares e 
preoperculares unidas. 

Origem da dorsal um pouco posterior äda anal ; sua distancia da ponta 
do focinho, um tanto menor do que a que vae da ponta do focinho ä caudal. 
Cabeca 5 e 1/2.» (Eigenmann e Eigenmann). 

Habitat : Jutahy. 


Vandellia,' Cuv. & val. 


Hist. Nat. Poiss. XVIII pag. 287—1846 


Forma alongada, sub-terete ; cabeça deprimida anteriormente, bocca 
sub-inferior, provida de uma serie de dentes conicos, curvos nos inter-ma- 
xiliares ; um barbilhäo curto no angulo da bocca ; olhos sub-cutaneos, mo- 
derados, superiores, aberturas branchiaes muito reduzidas, inferiores, situ- 
adas adiante das peitoraes. Dorsal posterior äs ventraes. Caudal truncada 
Peixes pequenos e dos quaes säo conhecidas as seguintes especies: 


Caudal truncada verticalmente ; cabega 9 ou 10 vezes no compri- 


mento LI LS OR sam SEE ER nO SA V. cirrhosa 


Caudal obliquamente truncada, com o lobo superior mais desen- 
volvido : cabeça 12 vezes no comprimento. ........... V. plazai. 


222—Vandellia cirrhosa; Cuv. & val. 
CANDIRÚ 


D. 9; A. 10 


«Este peixinho tem o corpo alongado, sub-terete adelgaçado anterior- 
mente, por causa da depressão da cabeça e do focinho; sobre a parte poste- 
rior do corpo elle é comprimido. A maior altura, egual ao comprimento da 
cabeça, é o decimo do comprimento total. A cabeça tem o focinho achatado, 
proeminente, a nuca um pouco desenvolvida. 

A largura d'esta é approximadamente o dobro da altura e egual á sua 
extensão ; a parte inferior é achatada, de modo que o aspecto geral é pouco 
mais ou menos triangular. 

A bocca é pequena e inteiramente inferior; a maxilla inferior é aberta 
e entalhada no meio, redonda e elevada nos lados. Os labios são bastante 
espessos. No angulo da bocca ha um barbilhão carnudo. Não creio que haja 


É 1) Vandellia, latinisagäo do nome do Prof. Domingos Vandelli que foi director do Museu de 
isböa. 
2) Cirrhosa (Lat.)—cheia de cirrhos os cirros. 
. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE— PEIXES 229 


dentes nas maxillas! mas sobre a crista do vomer que avanca,-como em 
Microtoma até o bordo dos intermaxillares, ha um pequeno grupo de cinco 
dentes pontudos e curvos dos quaes o mediano é o mais longo ; depois vêm 
os dos lateraes, um pouco mais curtos e emfim o extremo que é o menor. Os 
olhos são muito pequenos e correspondem ä parte anterior da bocca. As 
guelras são muito fendi- 

das e inferiormente, nos ~~ 
dous terços da extensão 
da bochecha, ve-se o 
bordo do preoperculo, 
ou melhor o seu angulo, 
que é armado de äculeos, 
em numero de 6 a 8, 
bastante fortes, recurva- 
dos para baixo; não pu- FiG. 99—Vandellia cirrhosa, seg. Rodrigues Ferreira 

de contar os raios da 
membrana branchiostiga. As peitoraes são tambem como que ligadas em 
baixo e afastam-se sobre os lados do peito, quando abrem o leque de seus 
raios, a maneira das peitoraes dos Callyonymos. As ventraes, extremamente 
pequenas, ficam relegadas para o ultimo terço do tronco; a dorsal é trape- 
zoide e mais afastada que as ventraes. 

A anal corresponde aos ultimos raios da dorsal; a caudal é pequena e 
truncada. Não vejo traço algum de escama sobre a pelle, que é mosqueada 
e assemelha-se inteiramente 4 da nossa Loche franca. O comprimento dos 
nossos exemplares é de duas pollegadas e nove linhas. Estes peixinhos ha- 
viam sido enviados, ha muito tempo, a Lacépède por Vandelli, professor de 
Historia Natural em Lisböa, em 18082.» (Cuv. & Val.) 


Br 


NT aaa 


223—Vandellia plazai,’ Castein. 


«Esta especie differe da que até agora era conhecida, pelo corpo muito 
mais alongado e cuja altura é contida 13 vezes no comprimento, ao passo 
que não o é mais de dez em V. cirrhosa. A cabeça é mais dilatada, mais 
arredondada anteriormente; a cauda obliquamente truncada; o corpo é de 
um branco azulado, uniforme, tornando-se um pouco amarello inferiormente; 
a cabeça é cor de terra de sienne; a cauda tem a metade superior rubra e a 
inferior negra.» (Castelnau). 

Habitat: Ucayale, Hyanuary, Caldeirão. 


1) A dentição é a marcada na diagnose generica. 

2) Este muito certamente os obteve de Alexandre Rodrigues Ferreira que desta especie dá 
uma boa figura nos seus desenhos de Peixes e a qual reproduzimos aqui. 

3) Padre Plaza, Prefeito das Missões do Pampa do Sacramento quando Castelnau visitou o 
Ucayale. (1846) { 


230 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


Stegophilus,' Reinhardt. 
Naturhist. Foren. Meddelesser—pag. 79—1858 


Corpo sub-terete, alongado, inferiormente deprimido. Cabega mediocre; 
bocca inferior, com series regulares de dentes finos nas maxillas e outras de 
dentes moveis no labio superior; dous barbilhões no angulo da bocca; o in- 
terno rudimentar, preoperculo e operculo com uma facha de aculeos curtos 
e fortes; aberturas branchiaes reduzidas, anteriores á base das peito- 
raes; narinas isoladas, olhos superiores, sub-cutaneos. Dorsal posterior ás 
anaes e estas posteriores ao meio do corpo; anal mediocre. 


| D A: Ee te easier its (od siete SAR Ag LUS S. nemurus. 
/ Caudal emarginada ou fur- F 
cada 5 ga. RE o copa to LE S. intermedius. 
\ D. 9a 10 
Especies brasileiras . . . . . .. ) VA O end NUE S. macrops. 
f Dorsal parcialmente sobre a anal. . .. S. reinhardti. 
\Caudal redonda . ...... 
\ Dorsal inteiramente anterior 4 anal. . . S. insidiosus. 


224 —Stegophilus nemurus, Gunther. 
D. 8; A. 6 


«Caudal profundamente furcada, lobo superior prolongado em filamento. 
Distancia da origem dorsal à origem caudal contida 1 vez e 1/2 na distancia 
entre esta e a ponta do focinho. Dorsal entre a origem das ventraes e a da 
anal. Parte anterior do dorso maculada de pardo. Cauda com fachas largas 
transversaes, escuras, tres pollegadas.» (Gunther). 

Habitat: Alto Amazonas, Juruá. 


225—Stegophilus interimedius,’ Eigenm. & Eigenm. 
D. 9; A. 7 


«Alongado, comprimido posteriormente, deprimido anteriormente; ca- 
beça um tanto mais longa do que larga, focinho pontudo; olhos grandes, 1 
no focinho, 3 e 1/2 na cabeça. Bocca larga; labio superior com 2 series de 
dentes, intermaxillares e mandibulares com 4 series de dentes depressiveis; 
os da serie interna augmentados na ponta. Labio inferior não dilatado, barbi- 
lhão mais curto do que os olhos. Operculo com 2 aculeos; preoperculo com 
5 ou 6 espinhos em forma de garra. Origem da dorsal quasi equidistante 
da pnota da caudal e do occiput; caudai emarginada; anal collocada inteira- 


1) Stegophilus (Gr): de stegein—coberta e philein—amor; quer dizer que gosta das dedo 
das guelras. Vide desc. Stegophilus insidiosus. 

2) Numerus. (Gr.): de nema—fio, fita e oura—cauda. 

3) Intermedius (Lat.)—intermedio. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 231 


mente por detraz da dorsal; origem das ventraes equidistante das bases da 
caudal e peitoraes. Pardo claro; toda a superfície dorsal com pontos pardos 
escuros; uma serie de pontos maiores escuros ao longo da linha mediana nos 
lados, os pontos tornando-se maiores para a cauda; caudal com poucos pon- 
tos escuros indistinctos. Cabeça 5 e 1/2.» 

(Eigenm. e Eigenm.) 8 cm. 

Habitat: Goyaz. 


226—Stegophilus macrops,! steina. 


D. 10; A.9 


«Caudal emarginada; dorso e lados uniformes; caudal com pontos escu- 
ros sendo a ponta do seu lobo inferior preta; origem da dorsal muito mais 
proxima da ponta da caudal do que da do focinho; cabeça mais comprida 
do que larga, cerca de 6 vezes no total; olhos 3 e 2/5 na cabeça; caudal 
com muitos raios accessorios. (Steindachner & Eigenm.) 

Habitat: Lagõa de Manacapurú. 


227—Stegophilus reinhardtii, ? Steind. 


D.9 4 10; A. 8 


«Caudal redonda, com muitos raios accessorios. Dorsal posterior ao 
maio do corpo e parcialmente sobre a anal. Cabeça 7 vezes no comprimento 
total. 

(Steindachner e Eigenm.) 


228—Stegophilus insidiosus,! Reinhardt. 


Do PA NET 


«Dimensões pequenas, cabeça larga, curta, redonda, deprimida; bocca 
inferior, com pequenos e numerosos dentes em cada maxilla; labio inferior 
dilatado; dois barbilhões maxillares pequenos em cada lado, nasaes nullos; 
olhos superiores, bastante grandes; espiculos operculares e preoperculares 
presentes. Cabeça sete vezes a altura, dez na extensão total (com a caudal); 


1) Macrops (Gr.) : de macros—grande e ops—olho. 


2) Reinharditii (Latinisação : do Prof. Reinhardt, que foi [companheiro de Lund na Lagoa 
Santa, onde descobrio o genero Stegophilus. 


3) Insidiosus (Lat.) insidioso, perfido. 


232 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


adiposa linhalateral e vesicula natatoria ausentes. Aberturas branchiaes pe- 
quenas, lateraes. Aculeos pungentes; dorsal e peitoraes nullos. Dorsal poste- 


FIG. 100—Stegophilus insidiosus, seg. Lutken 


rior, situada entre a anal e o anus peitoraes quasi horizontaes; póro peitoral 
presente. Comprimento 50 mm. (Lutken). Habitante commum das branchias 
dos Sorubis. (Pseudoplatystoma coruscans). 


Pareiodon,' Kner. 


Sitzungsber. Akad Wien, XVII, 160—1855. 


Förma sub-cylindrica, cabeca moderadamente deprimida, bocca anterior, 
com uma unica serie de dentes incisivos nas maxillas; dois barbilhöes ma- 
xillares, no angulo da bocca; narinas isoladas, olhos pequenos, superiores, 
subcutaneos; operculo e preoperculo providos de aciculos osseos; dorsal 
entre as ventraes e anal, caudal furcada, precedida de raios accessorios. Li- 
nha lateral simples ou apenas ramosa na regiäo thoracica. Vesicula natatoria 
presente (?). 


ara 6 e 1/2 no comprimento (sem caudal) altura 9... ..... P. microps 
Especies conhecidas . . ..... 
calcio 8 e 1/2 vezes no comprimento, altura 7 e 1/2......... P. pussillus 


1) Pareiodon (Gr.); de pareia—bochecha, face e odons dente; referencia aos aciculos do oper— 
culo e preopercnlo. 


f 


A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 233 


229—Pareiodon microps,' Kner. 


DO ADE 


_ «Estructura geral alongada, lembrando uma especie de Cobitis; tronco 
„quasi cylindrico e sómente um pouco mais alto do que largo. Comprimento 
da cabeça, até a orla opercular, 1/8 do comprimento total; maior altura 1/9; 
-dorsal á 4 e 1/2, fossa anal separada da ponta do focinho por cinco compri- 
mentos da cabeça. Dois curtos barbilhões em cada lado da bocca terminal, 
de quasi egual comprimento e não attingindo os interoperculos; os espessos 
-e debruados labios são densamente recobertos de curtas papillas. As largas 


FiG. 101 — Pareiodon microps, seg. Kner. 


maxillas têm uma fila simples de dentes incisivos de orla convexa, que 
apenas deixam esta ultima de fora das gengivas; paladar e lingua sem den- 
tes. Os pequenos olhos subcutaneos ficam 4 tres diametros um do outro, a 
dois da orla do focinho e á quasi seis da orla opercular. As narinas posteri- 
ores ficam justamente 4 um diametro uma da outra, as anteriores a egual 
-distancia destas e da orla do focinho. Os interoperculares têm cinco á seis 
espiculos relativamente fortes, que, como os dos operculos semicirculares 
estirados mais para trás e para cima, apenas surgem da espessa pelle da 
cabeça. As aberturas das guelras são estreitas, começam sob a primeira 
-ametade inferior do operculo e chegam tambem um pouco abaixo do inte- 
roperculo; ellas são, assim, totalmente fechadas na garganta e sobre esta 
corre transversalmente apenas uma baixa prega cutanea. A posição e as ou- 
tras relações das nadadeiras, são melhor comprehendidas pela figura juncta. 
O curso da linha lateral é, desde a cauda até a parte anterior do tronco, ape- 
nas apreciavel como um sulco e não se abre em póros, excepto n'uma curta 
extensão, posterior aos operculos, mostra-se ella coordenadamente mais am - 
pla e a pelle, acima e abaixo da mesma, é provida de tuberculos e tubos 
irregulares que constituem, aqui e acolá, aberturas e póros; verticalmente, 
sobreo extremo das peitoraes reclinadas sobre o corpo, fica um tuber- 
culo dermico, pontudo, com uma curta ponta em cada lado. O póro lateral 
“é um pouco menor do que em Cetopsis, porém perfeitamente visivel, ha in- 


1) Microps (Gr.); de micron — pequeno e ops — olho. 
6378 30 


234 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


ternamente uma orla saliente, a pelle que conduz a cavidade, mostra na cir- 
cumvizinhanca desta, estructura glandular. Na fossa anal estäo tres aberturas 
separadas, fracamente perceptiveis e certamente a anterior é o anus, a media- 
na o póro genital e a posterior, sobre a ponta de uma curta papilla, o póro 
uretrhal. Dos orgãos internos, apenas os ovarios e vesicula urinaria estão 
presentes; os primeiros mostram anteriormente saccos moderadamente cur- 
tos, pares, porém symetricos, destes o esquerdo se salienta pelo tamanho e 
comprimento, entre os dois fica a larga vesicula urinaria. O tractus intestinal e 
o figado faltam; comtudo, parece, de restos de pelle, dever existir uma curta 
vesicula natatoria. Lado dorsal cinzento, lados e ventre mais claros, alva- 
dios, com um cambiante avermelhado; do mesmo modo todas as nadadeiras, 
maculas, estrias ou pontuações ausentes totalmente. A espessa pelle sem es- 
camas faz lembrar um esqualoide pelo seu aspecto rude, rugoso e pela sua 
aspereza. Dois exemplares de cinco pollegadas, de Borba (?)» (Kner). 


230—Pareiodon pusillus,' (Castein.) 


«Esta especie é muito vizinha do Trichomycterus gracilis, trazido de 
Cusco por Pentland. Differe delle pela forma muito mais alongada, cabeça 
muito menos larga posteriormente, de aspecto mais quadrado; olhos situados 
muito mais anteriormente. A côr da minha especie é, sobre indiduos conser- 
vados em alcool, de um pardo obscuro, pontuado de mais claro, formando, 
em alguns exemplares, fachas longitudinaes pouco regulares. A parte inferior 
do corpo é branca. Encontrei pela primeira vez este peixinho no Araguaya 
e depois no Amazonas. O maior dos seus exemplares não mede mais de 
nove centimetros de comprimento. Esta especie é, da parte dos pescadores 
do Araguaya, o objecto de um preconceito dos mais singulares: pretendem 
elles ser muito perigoso urinar no rio, pois que este pequeno animal se atira 
fóra d'agua e penetra na uretrha subindo o curso da columna liquida. (Fiz so- 
bre o Araguaya, o desenho de um Trichomycterus que me parece se referir 
a esta especie e que tem uma nodoa de um pardo escuro sobre o alto da 


cabeca).» (Castelnau). 
SILURIDÆ ? 


Corpo sub-fusimerme, comprimido superiormente e sobre os lados do 
pedunculo; cabeça geralmente deprimida; bocca ampla, transversa, anterior 
ou reduzida (quando a cabeça for comprimida inferior ; provida de uma fila 
de dentes incisivos ou de uma facha de dentes villiformes nos inter-maxilla- 
res e mandibulares , ás vezes ausentes, de dentes villiformes sobre o vomer 


1) Pusillus (Lat.)— pequenino. 
2) Silurus, genero typico, eidos—semelhante. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 23 


A 


e palatinos, frequentemente ausentes ; maxillares vestigiarios, seguidos de 
um barbilhão terete ou lamelar, de comprimento variavel; um ou dois barbi- 
lhões sob cada um dos mandibulares. Narinas duplas, superiores, contiguas, 
numa fossa unica ou amplamente separadas, valvulares, tubulosas ou 
simples. Olhos superiores ou lateraes, sub-cutaneos ou de palpebras livres 
ou atrophiadas ou ausentes (caso unico). Fontanella longa, ampla ou redu- 
duzida ; occipital emittindo ou não um processo posterior mediano ; peças 
operculares presentes (execeptuado o sub-operculo), moveis ; coronoide e 
simpletico geralmete ausentes ; arcada escapular desenvolvida, em geral 
achatada transversalmente na região sternal ; isthmo mais ou menos largo ; 
membrana branchiostega livre ou unida n'uma prega através do isthmo ou 
ligada á elle. Corpo inteiramente nú, rarameute com alguns tuberculos os- 
seos, irregulares, na linha lateral ; esta quasi sempre presente. Vesicula na- 
tatoria livre membranosa ou algo ossificada, mais ou menos ligada ä parte 
supero-anterior da cavidade abdominal, tendo constricções longitudinaes ou 
transversas. Tubo intestinal longo, estomago syphonico ou coecal. Ovarios 
moderados, sendo os ovos geralmente grandes. Vertebras cervicaes ás vezes 
modificadas, formando expansões protectoras de vessiculas natatorias. As 
caudaes não comprimidas. Dorsal mediocre. Adiposa presente mais ou 
menos ampla, ás vezes confluente com a caudal. Ventraes anteriores, infe- 
riores ou mesmo posteriores á dorsal,reduzidas. Anal mais menos desenvol- 
vida e bem assim a caudal que é o mais das vezes bilobada. 

Geralmente conhecidos pelas designações de Bagres, Mandis, Jundiás, 
Sorubins. Douradas, Pirahybas, Piratingas, Piramutanas, Peixes- Lenha, etc, 
estes peixes constituem o mais importante grupo dos Scleracanthi, não só 
pelo numero como pelo tamanho das suas especies. Algumas reputadas de 
grande valor como alimento, attingem dimensões consideraveis de mais de 
dois metros ; outras. ao contrario, são de má fama, não obstante serem assim 
mesmo consumidas pelas classes menos favorecidas. 

Não poucas constituem fonte de renda, sendo pescadas com facilidade. 

Os Silurideos, tal como os encaramos aqui, estão representados por 
todo o mundo, com excepão, porém, de parte da Oceania (Australia). Na 
seguinte clave encontramos os 


En mediocre, vomerinos ausentes 
adiposa grande, vomerinos presentes . 


caudal com o lobo superior pontudo 
ma’or que o inferior. Barbilhöes 
menores do que a cabeça. 

i 

caudal mais ou menos æquilobada 
Barbilhöes maiores do que a ca- 
beça 6 . à o 


processo occipital \ 
indistincto. 0 
‚ na orla posterior 
D passando, com um « 
Generos br nessa região . 
leiros 
processo occipital grande, alto da cabeça quasi sempre 
granuloso A 6 : . o 5 o o E 


'processo transverso atraz dos olhos. 


I 


| 


olhos superiores, base dos tarbilhöes maxillares ossificada e curva para 
baixo 5 5 5 B o û - o o : o 


olhos lateraes, no mesmo plano do angulo da bocca, base dos barbilhões 
| não ossificada . à : 4 : E a 


s 


| vomcrinos parallelos aos inte maxillares . 


hi | fontanella med o- | 


Ro 


ff 


‚ fontanella longa, com uma constricção atraz dos olhos . 


R x vomerinos separados. 
cre, lanceolada. ) vomerinos não parallelos o P 5 


aos intermaxillares . . | yomerinos ligados entre si 


francamente os intermaxillares . 5 4 5 5 o 3 ‘ 


Nannoglanis. 
Heptapterus. 
Nemuroglanis. 
Callophysus, 
Conorhynchus. 
Iheringichthys. 
Pimelodina. 
Typhlobagrus. 
Pseudopimelodus. 


Imparfinnis. 


Rhamdioglanis. 


Rhamdia. 
Pimelodus. 
Steindachneria. 


Platynematichthys. 
Pinirampus. 


Platystomatichthys. 
Sorubimichthys. 


Sorubim. 

Sciades. 
Bagropsis. 
Duopalatinus. 
Paulicea. 
Zungaropsis. 
Brachyplatystoma. 
Pseudoplatystoma. 


Hemisorubim. 
Phractocephalus. 
Tachysurus. 
Genidens. 


Felichthys. 


dorsal sobre a parte posterior das ventraes ou pesterior ä essas nadadeiras 


Generos brasi 
leiros 


‚narinas separa- 
das. e . 


| dorsal anterior ou 
sobre a parte an- 
terior das ventraes 


narinas contiguas 


Pag. 230— A — 


| palatinos ausentes. . 


‘ palatinos 


x adiposa não confluente com a caudal . o D OS q a 
vomerinos e palatinos ausentes. 5 


adiposagconilucnteXcomgaxcaLıd ale ser u © g 6 o 6 6 «@ o 3 G@ 6 G 


vomerinos presentes - co o » à o 0.90 BS gq > G 6 9.50 6 9 q Sa og 80 8 6 Le à ‘0 Ge Go 
/dentes intermaxillares incisivos, em uma unica ordem. , . - od Doo God mw q © US D 0 vb 
É A adiposa mais alta do que longa. . . . . . poate DO. CORSA DS fou dps o (D 5 2 6 00.00 
deciduos, focinho conico . 4 5 q 8 
placa pre-dorsal adiposa mais longa do que alta. . o o D 5 o o > = a o e o o - 7 5 : a = B o 
pequena. . a 
ee HE ot o oo © Oo © © 6 0 
A 1 : olhos ausentes. . . 
dentes intermaxil- barbilhöes 2 
lares villiformes, teretes . adiposa mediocre, vomerinos ausentes 
em facha ampla, subcutaneos. 4 p 4 
> 4 adiposa grande, vomerinos presentes . © 
bocca anterior . 
LE caudal com o lobo superior pontudo 
processo occipital\ maior que o inferior. Barbilhöes 
| à : indistincto . menores do que a cabeça. . 
i OINOSIPTES ETES ae fontanella terminando na orla posterior f a 
En dos olhos ou, quando CS Ger um « caudal mais ou menos æquilobada 
Se P processo transverso nessa região ia maiores do que a ca- 
, processo occipital grande, alto da cabega quasi sempre 
normaes com a granuloso fg Eyl Rack ee aD 
orla livre 
5 \fontanella ampla sem processo transverso atraz dos olhos. à 
barbilhões tæniæformes . 4 4 + + + + . . 
placas pre-dorsal cordiforme, grande . o a o o o o 6 o a 6 a a 5 5 o 0 a . 0 o a o i é a a o o o o 
adiposa maior do que a anal . a dm o o ö 6 6 = . - o B 
intermaxillares projectando-se muito á frente dos mandibulares, cujos dentes ficam posteriores aos daquelles ossos ‘ olhos superiores, base dos tarbilhöes maxillares ossificada e curva para 
adiposa menor do que a anal + | baixo GR mee pb SP Er O abo) ad ug 
olhos lateraes, no mesmo plano do angulo da bocca, base dos barbilhões 
não ossificada : o 5 5 2 B 5 : D - © © 6 
pre- 
ultimo raio dorsal mais longo do que a cabeça . o O o . a a 5 . a e 6 . 5 ö . a o o R 5 . o a . 


faue são em quatro placas pequenas . 
vomerinos amplamente separados dos palatinos . 
le 4 4 \ que são em duas placas grandes 
\intermaxillares não se projectando 


anormalmente ä frente das vomerinos parallelos aos inte maxillares . 


mandibulares où O 
: ;_( fontanella med o- 7 i 3 
a N A d mand bula quando mui-| “cre, lanceolada. ) vomerinos näo  parallelos | Yomerinos separados. . 
ultimo raio dorsal mais curto do à A attingindo o plano dos | aos intermaxillares i i 
que a cabeça . o o 5 processo occipital mediocre, sub intermaxillares .  . 9 * | vomerinos ligados entre si 
od o 6 O o mó / À 
| fontanella longa, com uma constricçäo atraz dos olhos . 
vomerinos contiguos ou em 
confluencia com os palatinos f a 3 
mandibula passando francamente os intermaxillares . o B a e 6 5 ‘ 
processo occipital muito grande e largo, rugoso, externo o B 9 B o ti o 6 B o o 5 
E vomerinos presentes, contiguos aos palatinos e no mesmo plano em que o paladar . 5 B - - n O 5 o 4 3 o o o B o B 6 N o 5 o o o B o 0 
seis barbilhües. .  . E à i É 
vomerinos ausen'es; palatinos sobre saliencias do paladar . a 0 ö D . 6 5 0 o D 2 o t 5 6 o D 5 0 a = 6 . a A o o 
EDR Po RE. 1 LE NO ae Men ae eee we q “à o 9 6 © -O 6 oO © + o oO o 


Nannoglanis. 
Heptapterus. 
Nemuroglanis. 
Callophysus, 
Conorhynchus. 
Iheringichthys. 
Pimelodina. 
Typhlobagrus. 
Pseudopimelodus. 


Imparfinnis. 


Rhamdioglanis, 


Rhamdia, 
Pimelodus. 
Steindachneria. 


Platynematichthys. 
Pinirampus. 


Platystomatichthys. 
Sorubimichthys. 


Sorubim. 

Sciades. 
Bagropsis. 
Duopalatinus. 
Paulicea. 
Zungaropsis. 
Brachyplatystoma. 
Pseudoplatystoma. 


Hemisorubim. 
Phractocephalus. 
Tachysurus. 
Genidens. 
Felichthys. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 237 


Nannoglanis,' Boulenger. 


Proc. Zool. Soc. London—278—1887 


Barbilhöes em numero de seis ; fontanella em förma de fenda entre os 
olhos e outra semelhante na base do occipital, cujo processo € curto. Olhos 
sub-cutaneos. Dorsal sem aculeo pungente e inserindo-se sobre ou atraz das. 
ventraes. Adiposa presente. 

Especie brasileira. 


23l—Nannoglanis bifasciatus, Eigenm. & Noris. 


Die Ag 


«Typo : Um especimen medindo 70 "/,.. A largura da cabeça é compre- 
hendida 1 e 1/2 no seu comprimento, que é 1/4 do comprimento total, sem 
a nadadeira caudal. Corpo comprimido. Olhos pequenos, comprehendidos 
sete vezes na cabeça, tres no focinho e duas no espaço inter-orbital. Barbi- 
lhão maxillar é egual a .1/2 do comprimento da cabeça. Os mentaes não se 
estendem até as aberturas branchiaes e os post-mentaes se prolongam um 
pouco além dellas. A inserção da dorsal é mais proxima da ponta do focinho 
cerca do dobro do diametro ocular do que da base do raio mediano da nada- 
deira caudal. O seu primeiro raio acha-se situado sobre as ventraes. A base 
da dorsal é um pouco mais curta do que a distancia entre esta e a adiposa. 
A adiposa é comprida, 4 e 2/3 no corpo. Caudal truncada com o raio me- 
diano um pouco mais curto que os outros. Peitoraes um pouco maiores do 
que 1/2 da cabeça e comprehendidos 1 e 3/5 na distancia que vae da propria 
base ä base das ventraes. Estas se estendem, por metade de seu compri- 
mento, além do anus, chegando mais ou menos ao meio da anal. Uma estria 
escura da ponta do focinho até a base da caudal. A região abaixo dessa 
não tem côr. Uma estria estreita acima da mesma tambem incolor. Acima 
d'essa ha uma estria ainda mais estreita, de côr escura que se une com a 
sua semelhante do lado opposto, na nuca, na dorsal e adiante da adiposa, 
por intermedio de fachas de egual côr. A parte basilar e os raios da dorsal 
são bruno-escuros ; o resto hyalino. Adiposa clara, caudal, anal, ventraes e 
peitoraes escuras». ( Eigenmann & Norris. 

Habitat : Rios do Estado de S. Paulo. 


1) Nannoglanis : (Gr.) de nannos, anão e glanis, Silurus glanis. 
2) Bifasciatus (Lat.) bifasciado 


238 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


Heptapterus,' Bleeker. 


Ichtyol. Archip. Ind. Silur. 197—1858 


Cabeça pequena, revestida de pelle, lisa ; bocca anterior com as ma- 
xillas eguaes e providas de uma facha de dentes finos, os demais ausentes; 
barbilhöes moderados ; narinas valvulares, superiores ; fontanella estreita, 
projectando-se até a base do processo occipital, ligeiramente interrompida 
por detraz dos olhos; olhos pequenos superiores, sub-cutaneos , supra-es- 
capular obsoleto ; nadadeiras inermes, dorsal sobre as ventraes; adiposa 
longa, projectando-se até a caudal 4 qual se une; anal desenvolvida em 
comprimento ; caudal redonda com raios superiores maiores ou entalhada. 
Vesicula natatoria reniforme, livre. 


(A. VE Ne hoon a ect cho RED A H. mustelinus. 
Caucal redonda........ 
| (a. E RS ROSES Pr A SO OLE H. multiradiatus. 
Especies brasiieiras. . .\ 
| A. 19, cab. 7 e 1/2, altura 10 no compri- 
Caudal furcada........ J mentordo.scorpo. a. NRC at H. leptos. 


UN 23, cab. 5 e 1/2 altura, 8 no compri- 
mMENTOKAOLCOLP OFT EN Er ee ele H. fissipinnis. 


232—Heptapterus musielinus,’ (Cuv. & Valenc.) 
EST. 35—FIG. 4 


D. 1 +6 A. 14; (9) 4 18 


Corpo enguliforme, anteriormente deprimido, posteriormente compri- 
mido ; altura nove a 11 vezes no comprimento. Cabeça espatulada, 5 e 1 2 
á 6e 1 2 no comprimento. Bocca ampla, 1/2 do comprimento da cabeça, 
provida de uma basta facha de dentes villiformes, nas duas maxillas e de 
larga e espessa lingua. Barbilhões labiaes excedendo do pouco ou quando 
muito attingindo a axilla opercular ; abertura branchial muito ampla, pro- 
jectando-se superiormente até adiante dos olhos : estes mediocres, sub-cu- 
taneos, de maior diametro egual á 1/2 do diametro interocular, uma corôa 
de cinco póros no alto da cabeça. Peitoraes pequenas, menores do que 1 2 
do comprimento da cabeça, dorsal mais ou menos no início do 2º terço do 
compimento do corpo ; ventraes sob 03º raio dorsal ; adiposa começando a 
curta distancia da ponta da dorsal quando reclinada sobre o corpo; anal 
começando á uma distancia das ventraes que é egual á que vae destas na- 
dadeiras á axilla dasguelras e seguida immediatamente dos raios accesso- 


1) Heptapterus (G.); de epta, sete e pteron, aza (aqui raios da dorsal). 
2) Mustelinus (Lat.)—côr de marta. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 239 


rios infereriores da cauda que formam uma pseudo adiposa inferior, em 
connexäo com aquella nadadeira que € ablonga, tendo os raios superiores 
mais compridos. Pardo uniforme superiormente, alvadio inferiormente. O 
maior de tres individuos em alcool que serviram a esta descripção media 
NOS wale 

Habitat : Rio Grande do Sul; Rio Paraná (Prata). Riacho Maldonado. 
D'Orbigny diz ser este peixe sociavel, vivendo em familias e occultando-se 
sob as pedras, nas marés baixas; póde-se, ás vezes, virar até 200 pedras 
sem encontrar um unico ao passo que sob uma pedra encontram-se, ás 
vezes, 20 exemplares; nada com muita vivacidade e mesmo n’gua abun- 
dante procura sempre ocaultar-se sob as pedras. Berg diz tel-o obtido em 
altitude de 2.300 metros sobre o nivel do mar, no riacho Calchaqui (Prov. 
do Salto). 

Os exemplares do Museu procedem certamente do Rio grande do Sul, 
pois que elles trazem uma etiqueta com lettra de H. Ihering. 


233—Heptapterus multiradiatus, Rud. Ihering. 
D. 7; A. 36 


«Corpo muito alongado, em geral comprimido, especialmente na me- 
tade posterior ; largura no thorax egual 4 altura (umpouco menos do que o 
comprimento da cabeça). Cabeça deprimida na frente, elevando-se gradati- 
vamente para traz, onde attinge 4/5 da largura ; seu comprimento oito vezes 
nado corpo, coberta de pelle fina que passa sobre os olhos; numerosos póros 
no focinho entre os olhos e atraz delles e em linhas paralellas as aberturas 
branchiaes. Fontanella attingindo a base do processo occipital, que é muito 
fino e do comprimento de um diametro ocular. Olhos situados um pouco á 
irente da metade da cabeça ; narinas muito separadas, estando a posterior 
um diametro ocular à frente dos olhos e a anterior quasi sobre o beiço, 
com um pequeno tubo alongado ; espaço interorbital egual ao comprimento 
do focinho ; este 2 e 2/3 na cabeça. Os barbilhões maxillares alcançam o 
meio das peitoras e bem assim o par exterior dos barbilhões mentaes ; 
post-mentaes um pouco mais curtos. Distancia da dorsal á ponta do focinho 
um pouco maior do que 1/3 do comprimento do corpo ; a base da dorsal 
cabe 1 e 1/2 vezes no comprimento da cabeça ; seu primeiro raio não forma 
aculeo. A origem da adiposa é tão indisdincta que só com incerteza se 
pode dizer que começa a um comprimento da base da dorsal, atraz desta 
nadadeira ; seu comprimento eguala ä metade do comprimento do corpo, 
attinge a sua maior altura atraz, onde é continuada pela nadadeira cau “al, 
cnjos raios começam á distancia de uma base da dorsal ä frente do extremo 
posterior do corpo. Os raios caudaes medianos são os mais longos (eguaes 


1) Multiradiatus (Lat.): de muitos raios. 


240 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


ao comprimento da cabeça) ; inferiormente elles confluem com a anal, des- 
tacando-se esta por ter os seus ultimos raios alongados. Raios anaes sub- 
eguaes, ä excepgäo dos primeiros que säo muito mais curtos. O inicio da 
anal coincide com o da adiposa, pouco ä frente do meio do corpo. A base 
das ventraes fica um pouco atraz do meio da dorsal; os seus raios mais lon- 
gos passam a anal em meio comprimento. Distancia entre as bases das 
peitoraes e das ventraes 4e 1/2 vezes no comprimento do corpo. Peitoraes 
do comprimento das ventraes. Colorido uniforme no alcool. Comprimento 
107 mm.» (Rudolph Ihering). 
Habitat: Riachos do Alto da Serra, S. Paulo. 


234—Heptapterus leptos,' Eigenm. & Eigenm. 
D. 7; A. 19 


«Extremamente alongado, altura do pedunculo caudal näo muito menor 
do que a maior altura. Cabega longa e estreita, näo grandemente estreitada 
para diante, sua largura 1 e 2/3 no comprimento. Bochechas verticaes. Olhos 
pequenos, mais proximos de um diametro, da ponta do focinho, do que do 
extremo do operculo ; espaço interorbital cerca de dois no focinho. Barbi- 
lhões maxillares passando o meio das peitoraes, mentaes e post-mentaes 


além da base das peitoraes. Bocca ampla, terminal, com as maxillas eguaes ; - 


sua largura dois no comprimento da cabeça ; cada maxilla com uma facha 
de dentes fortes, villiformes. Distancia entre a origem da nadadeira dorsal 
e a ponta do focinho tres e 1/4 no comprimento. Adiposa baixa e longa 
confluente com a caudal; sua origem anterior 4 anal. Caudal com nume- 
rosos raios accessorios, amplamente furcada, com o lobo superior mais 
longo, cerca de 5 1/2 no comprimento. Origem da anal um pouco mais pro- 
xina da base da caudal do que da abertura branchial, com os raios de 
quasi egual altura. Ventraes compridas e estreitas, inseridas sob o 1º raio 
dorsal. Peitoraes longas e estreitas, apenas mais curtas do que a cabeça, 
com os raios medianos mais compridos. Pardacento, com traços de uma 
facha lateral escura ; uma facha escura anterior aos olhos; duas linhas es- 
curas sobre base da caudal e parallelas 4 sua raiz. Cabeça 7 e 1/2; altura 
10». (Eigenm & Eigenm.) 

Habitat: S. Matheus. 


235 —Heptapterus fissipinnis, 
EST. 35 FIG. 5 
DATA NS 


Maior altura oito vezes, altura do pedunculo 16, cabeça 5 e 1/2 no 
mesmo comprimento total (sem a caudal); de largura 1 e 3/5 no proprio 


== 


1) Leptos (Gr.): delegado. 
2) Fissipinnis (Lat.): de fissus, fendidos, e pinna nadadeira. 


oo 


A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 241 


comprimento ; mandibula imperceptivelmente prognatha; largura da bocca 
2 e 1/3 no comprimento da cabeça. Barbilhões muito delgados, os maxilla- 
res quasi chegando ä ponta dos peitoraes, mentaes e post-mentaes de com- 
primento sub-egual, chegando ao meio das nadadeiras peitoraes. Olhos 
sub-cutaneos, mediocres, 5 e 1/2 vezes na cabega, mais proximos de um 
diametro da ponta do focinho do que da do operculo ; espaço interorbital 
uma vez na focinho. Distancia entre a ponta do focinho e a origem da dor- 
sal, duas vezes e 2/3 no comprimento do corpo (sem a caudal); compri- 
mento da dorsal reclinada egual ao da cabeça ; adiposa baixa e longa, con- 
fluente com a caudal por meio de raios accessorios superiores; peitoraes 
fracas, pontudas, de comprimento egual ao que vae da pupilla 4 ponta do 
operculo. Ventraes sob o primeiro raio dorsal, mais compridas do que os 
peitoraes. Anal longa, com a origem imperceptivelmente mais proxima da 
base da caudal do que da abertura das guelras, tendo os raios desprovidos 
de membrana do meio para fóra; caudal furcada, com a ponta dos raios 
isolada e o lobo superior maior; uma prega cutanea baixa entre a anal e 
os raios accessorios inferiores da caudal. Pardo chocolate; cabeça dene- 
grida, uma facha langitudinal na linha mediana dorsal entrando pela base da 
dorsal, cuja orla é tambem escura; outra facha da mesma côr ao longo da 
linha lateral do focinho a origem da adiposa ; outra na base da anal e uma 
(em curva) marginando a base da caudal. Dorsal com uma facha marginal 
da mesma côr. Demais nadadeiras brancas, uniformes, 6 cm. 

Apanhamos este pequeno bagre em um corrego affluente do Rio 
Estrella. 


Nemuroglanis,' Eigenm. & Eigenm. 


«Dentes vomerinos. Caudal longa, lanceolada ; adiposa longa e baixa 
junto a caudal. Cabeça sem processo occipital evidento, näo ha escudos 
ante a dorsal que fica sobre as ventraes.» 

(Eingenm. & Eigenm.) 


236—Nemuroglanis laceolatus,’ Eigenm. & Eigenm. 
D.7; A. 13 


. «Alongado delgadamente, cauda deprimida, cabeça e corpo deprimi- 
dos. Cabeça estreita anteriormente, sua maior largura 1 e 2/5 no compri- 
mento ; sua largura no angulo da bocca cerca de duas vezes no proprio 
comprimento. Superficie da cabeça coberta de pelle delgada. Olhos 2 42 e 1/2 
no focino que é egual ao espaço interorbital. 

.. Barbilhão maxillar chegando adiante da origem da dorsal; mentaes e 
post-mentaes adiante da base das peitoraes. Distancia da origem das dor- 


1) Nemuroglanis (Gr.) de nema=fita, oura=cauda e a glanis. 
2) Laceolatus (Lat.)—em forma de lanceta. à 


6378 2 131 


242 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


saes da ponta do focinho 2 e 3/4 no comprimento. Dorsal sem uma placa 
basilar nem aculeos. Distancia entre aadiposa dorsal um tanto maior do que 
o comprimento da dorsal. Adiposa baixa junta 4 caudal. Raios caudaes acu- 
minando-se rapidamente para os medianos que säo grandementeprolongados, 
menos de 2 e 1/2 no comprimento. Raios anaes quasi todos da mesma al- 
tura. Ventraes longas e estreitas, inseridas sob a ametade anterior da dorsal 
e chegando a meio caminho até meio da anal. Peitoraes longas, lanceola- 
das, sem espinho. Amarello uniforme. Cabeça 4 e 1/2.» 

(Eigenm. & Eigenm.) 

Habitat : Jutahy. 


Callophysus,' Mull. & Trosch. 
Pora Ichthyologiscæ, III pag. 1-1849 


Corpo sub-cylindrico, completamente glabro, cabeça revestida de pelle, 
a da fontanella e da parte posterior da cabeça e espaduas papillosas ; bocca 
moderada, provida de uma ordem de dentes deprimidos nos inter-maxillares 
e de duas nos mandibulares ; atraz d’essas ordens de dentes ha uma ruga 
ossea (sobre a qual são moveis os dentes iutermaxillares ). Barbilhôes des- 
envolvidos, comprimidos moderadamente, em numero de 6; olhos pequenos, 
latero-superiores ; as aberturas branchiaes amplas ; as nadadeiras säo des- 
envolvidas com os aculeos flexiveis ; caudal furcada. 

Especie unica, fluviatil : 

Callophysus macropterus. 


237—Callophysus macropterus,” (Licht.) 
FIDALGO, PIRANAMPÜ-AMARELLO 
D. 1 +6 a 7; A. 72 


«Cabeça 4 e 1/2 no comprimento; completamente lisa; bocca moderada, 
tendo apenas ama ordem de dentes nos intermaxillares e duas nos mandi- 
bulares, um tanto comprimidos, seguidos de uma saliencia posterior, ossifi- 
cada ; barbilhäes labiaes attingindo a anal ; post-mentaes a base das ven- 
traes ; mentaes o meio das peitoraes, quando inclinados sobre o corpo; 
operculos moderadamente estriados ; olhos atraz de, meio comprimento da 
cabeca, 1/8 4 1/9 nesta. 

Processo occipital não apparente. Dorsal originando-se sobre a parte 
terminal do ultimo raio peitoral, tendo o aculeo flexivel e maior que os demais 
raios ; peitoraes idem, quasi attingindo a base das ventraes ; estas amplas, 
attingindo a 2/3 da distancia que vae de sua base a origem da anal; esta 
abliquamente truncada. Adiposa muito longa, originando-se sob o apice do 


1) Calophysus (Gr.); de calos, corda e physa vesicula. 
2) Macropterus (Gr. ); de Macros=grande e pteron=aza (nadadeira. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 243 


ultimo raio dorsal e terminando no plano que corta o ultimo raio anal ä meio 
Caudal lunada. Cinereo glauco, ligeiramente albicante na parte inferior. 
Habitat: Guyanas e Brasil Norte, Apuré, Caldeiräo, Rio Negro, José 
Açú, Tocantins, Lago Manacapurú, Amazonas, Cametä, Obidos, Santarém, 
Tabatinga, Mont' Alegre.» (Compilado) 
Segundo Goeldi este peixe, no Pará, temo nome de Pinampu-Ama- 
rello. Natterer diz que em Matto-Grosso chamam-n’o Fidalgo. 


Conorhynchus, Bleeker. 


Ichthyol. Archip. Ind. Siluri - 205-9-1858 


Cabeca longa, com a parte anterior sub-conica, curva, terminando em 
bocca sub-inferior provida de labios espessos, com poucos dentes, estes de- 
ciduos com a edade; barbilhöes curtos; fontanella presente, continuando-se 
para traz dos olhos por uma depressäo angular até ä base do processo occi- 
pital ; processo clavicular longo e forte. Dorsal e adiposa mais altas do que 
longas ; ventral posterior a dorsal, anal elevada ; caudal robusta. 

Linha lateral presente. 

Genuinamente brasileiros ; 2 especies conhecidas. 


Alto da cabeça deixando os ossos de fóra, esses fórtemente rugosos; i 2 
placaapredorsalstriang Wlarg-e Wa ee ee C. conirostris. 


Cabeça completamente revestida de pell2; placa predorsal e ponta de 
le cha Sida EEE Nc C. glaber. 


238 —Conorhynchus conirostris, (Cuv. & Val.) 
PIRÄ-TAMANDUÄ 
EST. 36 


D. 1 +6; A. 21; (1 + 6 a 7—D 18 — 26) 


Cabeça 3 e 1/2, robusta, de perfil superior curvo, dobrando-se abru- 
ptamente sobre a bocca; o perfil inferior acompanha o superior na curvatura 
o que empresta ao focinho do peixe o aspecto de uma chaminé de ferro de 
engommar. Focinho liso, maior que o resto da cabeça, 4 contar da orla anterior 
dos olhos; bocca mediocre, de diametro pouco maior que o diametro dos 
olhos, desprovida de dentes; labios espessos, reilexos como os de /herin- 
gichthys westermanni ; barbilhões maxillares pouco maiores que o dobro 
do diametro ocular; post-mentaes pouco maiores que o di:metro da bocca ; 


1) Conorhynchus (Gr.); de Conos, cone, cunha e rhynchus, focinho, bico. 
2) Conirostris (Lat.) de conus=cone e rostrum—bico, focinho, rostro. 


part ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


mentaes, exactamente do diametro desta ; olhos situados logo atraz do meio 
da cabeca ; o seu diametro se contém 8e 1 2 vezes no comprimento d’esta, 
2 e 1/2 vezes no espaço interorbital. 

A fontanella continúa sobre a parte superior do craneo, até quasi a 
base do processo occipital, por uma depressão em angulo agudo. Prefron- 
taes, frontaes e postfrontaes, supraclaviculares, claviculares e processo 
occipital, fortemente granulosos ; processo clavicular estriado longitudinal- 
mente, attingindo o início do 3º terço do aculeo peitoral ; operculo franca- 
mente estriado ; placa dorsal triangular, granulosa, sem projecções postero- 
lateraes e tendo o vertice encaixado n'uma bifurcação posterior do processo 
occipital. Altura 5 e 1/2 no comprimento. Aculeo dorsal forte, pouco maior 
ou egual ao 1ºraio, originando-se sobre a vertical do apice do 3º raio pei- 
toral, ligeiramente curvo, provido de denticulações curtas no lado posterior, 
maior do que o aculeo peitoral; os raios dessa nadadeira vão diminuindo 
gradativamente, o que a torna triangular; peitoraes da mesma forma; o 
aculeo, porém é menor que os dous primeiros raios e egual ao 3º; as suas 
denticulações são pequenas e rhombas no bordo posterior ; ventraes trian- 
gulares, originando-se sobre o plano vertical do apice do 3º raio e termi- 
nando a curta distancia do inicio da anal; ellas têm um aculeo que termina 
em ponta membranosa e quasi attinge o apice do seu primeiro raio. 

Anal grande, falcada ; comprimento do seu maior raio, maior que a me- 
tade da base da nadadeira e que a distancia que separa a base do ultimo 
raio da caudal; adiposa sobre a parte posterior do 3º quarto da base da anal 
e tendo a forma da adiposa dos Characinideos; caudal furcada, de lobos 
largos e eguaes. Linha lateral tubulosa, coloração «superiormente azul, in- 
feriormente lactea». 

O exemplar que servio a presente descripção, pertence ás collecções do 
Museu e mede 80 centimetros da ponta do focinho á da cauda e é procedente 
do Rio São Francisco. 

Habitat : Rios S. Francisco, das Velhas e Cipó. 


239—Conorhynchus glaber, Steine. 
D. 1 +6; A. 19 


«Lado superior da cabeça inteiramente liso, recoberto, até a regiäo 
occipital por uma pelle espessa, que se torna fina sobre o processo occipital 
e região posterior ao craneo. Cabeça comprimida, focinho comprido e curvo. 
Abertura oral pequena, semi-inferior, provida de dentes fracos : pequenos 
dentes no vomer. Barbilhões maxillares attingindo a orla anterior dos olhos, 
barbilhões mandibulares mais curtos. Comprimento da cabeça até a orla 
opercular 3 e 1/5, altura do tronco um pouco mais que 4, no comprimento 
do corpo; comprimento do focinho 1 e 3/4, diametro ocular cerca de 5 e 


1) Glaber (Lat.)=liso. 


“enpuetue perita “PIS 
"And “SLJSOJUOS SNUOUAUIOUOT 


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LN) 


a 


A 


A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA ERASILIENSE—PEIXES 


2/3, largura da fronte cerca de 3 e 1/3, maior largura da cabeça 2 vezes no 
comprimento desta. Processo occipital de comprimento quasi 1 e 1/2e maior 
do que a propria largura, chegando a ponta do da placa aliforme predorsal. 
Adiposa pequena, um pouco adiante do extremo posterior da base da anal. 


= em = co EEE 


FIG 102—Conorhynchus glaber, seg. Steindachner. 


Aculeo dorsal mais ou menos do mesmo tamanho e robustez que o peito- 
ral. Parte superior parda avermelhada, a metade inferior dos lados ama- 
rella dourada, parte abdominal cinerea escura, prateada. Nadadeiras dene- 
gridas.» (Steindachner). 

Um unico exemplar conhecido, de 19 centimetros de comprimento € 
procedente de um rio de Porto Seguro, Estado da Bahia. 


Iheringichthys,' Eigenmann & Norris 


Revista do Museu Paulista 1V—353-1900 


Este genero differecia-se do genero Pimelodus pelos beiços largos, o 
superior reflexo sobre o focinho, com um entalhe pouco profundo no meio 
da margem; focinho comprido, sub-conico e bocca estreita, sugadora. Os in- 
termaxillares que raramente têm uma carreira de dentes bem desenvolvidos, 
são geralmente desprovidos d’elles, o que tambem acontece nos mandi- 
bullares. 

Especie unica: 7. westermanni. 


1) Ihering—Dr. Hermann von lhering, eminente naturalista em boa hora collocado na direc- 
ção do Museu Paulista; ichths=peixes. 


346 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


240 - Iheringichthys westermanni,' (Reinh. &Lutk.) 
PAPA-ISCA-AÇÚ 
Est 37— FIG. | 


D. 125 6/A012E13 


Cabeça 3 2/3 4 3e 3/4, sub-conica, um tarto quadrangular ; rostro 
curvo, bocca pequena, cerca de 7 e 1/2 no comprimento da cabeça, 
protegido por labios grossos, espessos, que a tornam de aspecto sugador, 
desprovida geralmente de dentes intermaxillares e, tambem, ás vezes, dos 
mandibulares, que se apresentam em uma unica fila; ás vezes, porém, os 
intermaxillares tambem supportam uma fila de dentes conicos, desenvolvidos 
(Iheringichthys labrosus) o que se observa em exemplares jovens; barbi- 
lhões labiaes teretes, attingindo a extremidade da caudal, passando-a de 
pouco ou não attingindo esta nadadeira ; barbilhões post-mentaes attingindo 
a base do aculeo peitoral; mentaes não attingindo o bordo da membrana 
opercular ; olhos grandes, 4 vezes na cabeça, ellipticos, de maior diametro 
horisontal, pouco mais proximos da orla do operculo do que da ponta do 
focinho; fontanella triangular, não attingindo o plano do bordo posterior dos 
olhos; articulação dos ossos operculares formando uma crista basilar parallela 
aos bordos da cobertura; estes tocando-se sobre o isthmo e formando com a 
préga externa que fica atraz do lingual a figura de uma ponta de ilecha ; pro- 
cesso occipital formando um angulo agudo cujo vertice se entalha para 
receber a ponta do escudo predorsal; ossos escapulares salientes, rugosos, 
peitoraes pontudas com o aculeo maior que os raios, exceptuado o pri- 
meiro (que é pouco maior) curvo, denticulado nos dois bordos em sentidos 
inversos e attingindo a vertical do 4º raio dorsal; nadadeira d’este nome 
elevada, trapezoide, com o aculeo recto, serrilhado posteriormente, pouco 
menor queolº raio; este quasi attingindo o início da adiposa,trapezoide, tendo 
a base egualando ao aculeo dorsal ; ventraes originando-se sobre o ultimo 
raio dorsal ; ligeiramente falciforme, attingindo a vertical baixada do início 
da ediposa; anal fraca, originando-se sob o termo do 1º terço da adiposa e, 
quando reclinada, excedendo de pouco o apice posterior d'esta ; caudal fur- 
cada .Argyreo plumbeo superiormente e branco inferiormente. A presente 
descripção é feita sobre cinco exemplares do Museu Nacional; destes um re- 
presenta /heringichthys labrosus (Kroyer), sem procedencia ; dois /. wester- 
manni, de Penedo, Rio S. Francisco (Hartt, e dois outros não têm pro- 
cedencia. 

Habitat : Rio das Velhas, Piracicaba, Paraná (Rio) e affluentes. Descal- 
vados, Matto Grosso e Corumbá. 


1) Westermanni (Latinisação) de Westermann. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 247 


Pimelodina,' Steindachner. 
Ichthyol. Beitr. V.—101—Sitzungsber. Akad. Wien— LXXIV Bd. 1876. 


Este genero € assim caracterisado por Steindachner: 

«Focinho moderadamente comprimido, alongado; hiatus inferior, trans- 
verso com os dentes maxillares muito pouco desenvolvidos.Dentes vomeri- 
nos e palatinos ausentes. Lado superior da cabeça recoberto de pelle. Os de 
mais caractéres como em Pimelodus.» 

Brasileiro. 

Superficie cephalica reticulada, peitoraes mais curtas do que a 
Especie Cite ue | dorsal, corpo maculado de pardo............... P. flavipinnis 
Superficie cephalica lisa, peitoraes mais altas do que a dorsal 


corpo com uma nodoa humeral, no resto uniformemente 
COTON OO cs to er Re REN SS Tr og nue P. nasus 


241—Pimelodina flavipinnis Steina. 
DEN GA 12. 


«Pela situação do hiatus no lado enferior da cabeça, pelo fraco desen- 
volvimento dos dentes maxillares e pelo forte prognathismo do focinho chato 
do lado inferior, esta especie separa-se tanto das especies restantes do gene- 
ro Pimelodus (no sentido de 
Gunther) que ella póde ser 
considerada perfeitamente 
como a representante de um 
genero especial /Pimelodina) 
que em melhor posição, pelo 
menos medeia como passa- 
gem para Conorhynchus. 

O perfil superior da ca- 
beca eleva-se em moderada 
curvatura até a dorsal; a ca- 
beca mostra uma förma alon- 
gada e é moderadamente 
comprimida por de traz dos 
olhos. A fronte é quasi chata 
transversalmente; o focinho, 
do lado superior, moderada- . 


mente entumecido, no lado in- 
ferior completamente chato. Toda a cabeça é revestida por uma pelle espessa, 


de modo que a orla do processo occipital, assim como tambem a placa pre- 


FIG. 103—Pimelodina flavipinnis, seg. Steindachner 


1) Pimelodina (Lat.) deriv. de Pimelodus, gen. adiante citado. 
2) Flavipinnis (Lat.) de flava, amarella e pinna, nadadeira. 


248 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL . 


dorsal não transparece nitidamente. O comprimento da cabeça até a aber- 
tura das guelras é contido um pouco mais de cinco vezes (5 e 1/5—5 e 16) 
e a altura do tronco, nas ventraes, entre 5 € 1/2 4 5e 3/5 no comprimento 
do corpo, emquanto que o comprimento da cabeça, até a ponta do processo 
occipital, é comprehendido cerca de 4 e 3/5 no comprimento total, com ex- 
cepção da caudal. A largura da cabeça entre as coberturas das guelras attin- 
ge a 1/3 no proprio comprimento (até a abertura das guelras). A cabeça es- 
treita-se para a frente, de modo que a largura do focinho entre a base dos 
barbilhões maxillares apenas chega á 1/3 do comprimento cephalico. O fo- 
cinho é mui fracamente arqueado na orla anterior. O inter-espaço das nari- 
nas é egual a um diametro, a distancia das narinas posteriores da orla ante- 
rior dos olhos é egual a cerca de 1 e 1/2 diametros longitudinaes occulares. 
As narinas anteriores jazem proximas da orla anterior do focinho, são pe- 
quenas, circulares e circumdadas de uma orla particularmente mais elevada 
na parte de traz. As narinas posteriores abertas transversalmente, lineares 
e têm uma valva anterior. 

O hiatus jaz transversalmente, no lado inferior da cabeça; e a distancia 
entre o seu ponto mediano extremo e o anterior do focinho, comprehende 3/4 
de um diametro longitudinal ocular. 

Os dentes intermaxillares são totalmente pequenos e delgados, de 
modo que não são percebidos mesmo pelo tacto e ficam ocultos entre as 
papillas. Perfeitamente perceptives entretanto, ainda que menores do que nas 
restantes especies de Pimelodus, são os dentes mandibullares que constituem 
uma pequena facha exterior. Os barbilhões maxillares são muito compridos 
e fortes, em um corte transversal, redondos ou ovaes. 


Os mentaes attingem um pouco além da base das peitoraes. Espaço in- 
terorbital egualando a | e 2/3 do diametro ocular. 

O processo occipital diminue gradativamente para traz, terminando 
n'uma ponta aguda e mede em comprimento cerca de duas vezes a largura. 
Um estreito interespaço separa a ponta do processo occipital da espessa placa 
predorsal ponteaguda anteriormente e subcutanea. 


Todo o lado superior da cabeça é percorrido por canaes alongados 
que formam reticulações. O aculeo dorsal é delgado e no exemplar aqui 
descripto não attinge a mais do que o comprimento da nadadeira. Os se- 
guintes raios articulados são quasi do comprimento da cabeça (até a aber- 
tura das guelras) e cerca de 2 e 1/2 vezes mais altos do que o ultimo raio 
dorsal. 

O comprimento da dorsal attinge a metade da altura da nadadeira e 
mais do que a metade do comprimento da cabeça. 

A desenvolvida adiposa, um pouco rasa na origem, eleva-se egual- 
mente e tem um aspecto filamentoso e coriaceo. A sua distancia da dorsal 
comprehende um pouco mais que a metade do comprimento basilar desta 
nadadeira. O extremo posterior da adiposa cahe aproximadamente sobre 3/4 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 249 


de um comprimento da cabeça, adiante da base dosraios caudaes medianos; 
a maior altura da mesma excede um diametro ocular. 

As peitoraes egualam, em comprimento, aproximadamente, a altura da 
dorsal; o seu aculeo € tambem delgado, finamente denticulado na orla interna 
e ainda do comprimento do raio seguinte. 

As ventraes jazem verticalmente mais proximas do extremo posterior da 
dorsal, do que do inicio da adiposa e säo cerca de um diametro ocular mais 
curtas que as peitoraes. 

O extremo posterior da base da nadadeira anal, cahe adiante do ex- 
tremo da adiposa. A caudal parece pelo numero e desenvolvimento dos raios 
accessorios envolvidos por um espesso revestimento coriaceo, ser muito vigo- 
rosamente construida, particularmente no lobo inferior; no exemplar aqui 
descripto, infelizmente, apenas estäo completos os raios medianos, os quaes 
säo do comprimento do focinho. A metade do tronco mostra uma coloracäo 
pardacenta avermelhada; a ametade inferior é amarella. Muitas maculas par- 
das fortemente em estrias longitudinaes sobre a metade superior. Nadadei- 
ras immaculladas, amarellas avermelhadas. Comprimento do exemplar des- 
cripto, até a base dos raios caudaes medianos 10 e 1/2 pollegadas.—Ama- 
zonas— Pará». (Steindachner) 


242—Pimelodina nasus,' Eigenm. & Eigenm. 


Ds We Ny 1 


Barbilhöes maxillares projetam-se até o fim da nadadeira adiposa; 
estas duas vezes no comprimento. Olhos contidos oito vezes no compri- 
mento da cabeça que não é comprimida atraz desses orgãos, sendo, porém, 
fortemente convexa em qualquer secção transversal. 

Altura, das ventraes 4 e 1/2 no comprimento. Maior largura da cabeça 
1 e 3/5 no comprimento, sua largura entre os barbeis maxillares tres. Olhos 
2e 1/2 no espaço interorbitai. Parte superior da cabeça não reticulada. Dis- 
tancia entre a adiposa ea dorsal egualando ao diametro ocular. Peitoraes 
mais altos do que a dorsal, egual a cabaça. 

Labos caudaes de egual comprimento, mais longos do que a cabeça. Uma 
zona humeral escura, o resto amarello. Comp. do exemplar 34 mm. até a base 
da caudal. 

Habitat: Pará. 

(Eigenm. & Eigenm. 


1) Nasus (Lat.)—Nariz (aqui certamente por nasuta.) 


6378 32 


250 ARCHIVOS DO MUSEU NACI ONAL 


Typhlobagrus,' Mir. Rib. | 


Kosmos, n. 1, janeiro 1907 


Forma geral de Rhamdia. Cabeça deprimida, bocca anterior com uma 
facha de dentes villiformes nos intermaxillares e mandibulares ; 6 barbilhöes 
teretes, os maxillares maiores do que a cabega; narinas occupando os an- 
gulos de um quadrilatero quasi regular. 

Fontanella muito estreita, linear, com um processo transverso, por de 
traz dos olhos, attingindo a base do processo occipital; este externamente 
indistincto, attingindo porém a placa predorsal que é reduzida. Olhos ausen- 
tes em seu logar apenas uma fenda longitudinal. Peitoral e dorsal com 
o aculeo mediocre. D. totalmente anterior ás ventraes. 

Adiposa grande; anal mediocre; caudal lobada. Vesicula natatoria sim- 
ples, uniforme, ligada á base do craneo e as expansões lateraes das verte- 
bras cervicaes. Estomago coecal longo; intestino moderadamente longo. 

Especie conhecida. 


243—Typhlobagrus kronei,’ Mir. Rib. 
CEGUINHO 


EST. 37—FIG, 2 


DTG Anil 12 


Cabeca moderada, deprimida, contendo-se 4 ou 4 vezes e 2/5 no 
comprimento do corpo (sem a caudal); bocca anterior, com a maxilla supe- 
rior excedendo de pouco, a inferior, provida de labios finos que se adaptam, 
quasi perfeitamente, um ao outro de largura contida 2 e 1/3 no proprio compri- 
mento; barbilhdes maxillares, sub-teretes, espessos na base, acuminando-se 
para a extremidade rapidamente, attingindo a axilla das ventraes nos jovens 
e o apice das peitoraes, no adulto ; post-mentaes attingindo, no maximo, a 
axilla das peitoraes e os mentaes mal chegando 4a orla do preoperculo; na- 
rinas occupando os cantos de um quadrilatero regular, as anteriores na base 
dos barbilhões maxillares e tanto estas como as posteriores, providas de 
uma orla cutanea, muito baixa; fontanella imperceptivel exteriormente, 
muito estreita, projectando-se até a base do processo occipital e com uma 
interrupção transversa na região orbitaria posterior; processo occipital 
egualmente sub-cutaneo, não afastado da placa predorsal, como foi dito na 
descripção primitiva, mas intimamente ligado ä esta. Olhos ausentes—total- 
mente —uma depressão linear, mostrando a região orbitaria; espaço que me- 


1) Typhlobagrus (Latinisação); de Typhlos (Gr.—cego e bagrus—bagre. 
2) Kronei (Latinisaçäo)—do Snr. Ricardo Krone, de Iguape. 


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- 83 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE— PEIXES 251 


* deia entre estas duas depressões, justamente egual ä 1/4 da extensão que 
vae da ponta do focinho ao aculeo dorsal; aberturas branchiaes amplas, 
encontrando-se no isthmo, n’um ponto que fica no plano vertical das depres- 
sões orbitarias, tronco robusto, de altura contida 4e 1/2 á 5 vezes no com- 
primento; peitoraes providas de um aculeo forte, liso na margem anterior, 
denticulado na posterior, desde a base ao 2º terço do seu comprimento ; elle 
attinge o plano do primeiro raio dorsal; o contorno destas nadadeiras é ar- 
redondado e o seu 2º raio € o maior. 

Dorsal elevada, de altura maior do que a base e tendo o aculeo liso e 
modificado em ponta membranosa, no extremo livre; ventraes sem aculeo, 
attingindo a anal e nascendo logo após o plano da face do ultimo raio dor- 
sal; adiposa grande, originando-se aquem e terminando após a anal qne é 
elevada e de contorno arredondado ; caudal furcada, com o lobo superior um 
pouco maior ; linha lateral presente. 

Cör amarella de palha nos flancos; parte superior da cabeça, barbi- 
lhões maxillares, região clavicular, base e raios, lado superior dos raios pei- 
toraes, ventraes, anaes e caudaes, uma facha na base da adiposa, esta na- 
dadeira e linha lateral, de côr cinerea azulada; isthmo amarelado ; ventre 
branco, exemplares ha de côr amarella de palha, uniforme; n’outros, porém, 
o cinereo invade quasi totalmente o corpo. Maior comprimento conhecido 
155 millimetros. 

Os dentes são distribuidos em uma facha intermaxillar e outra mandi- 
bular como nos generos Pimelodus, Rhamdella e Pimelodella ; o coração é 
muito pequeno muito bem protegido pela préga anterior do peritonio ; o es- 
tomago é syphonico, mesculoso e o fubo digestivo tem algumas circumvo- 
luções ; em-um exemplar femea que examinei, os ovarios duplos, occupavam 
a parte supero-posterior do abdomen e estavam repletos de ovos maduros, 
de quasi um millimetro de diametro; por cima do estomago estende-se a 
visicula natatoria, globosa, simples, deprimida, as suas paredes são resis- 
tentes e intimamente ligadas 4 columna rachidiana e base do craeeo ; pare- 
cem-me serem as tres primeiras vertebras que se soldam em uma, cujo 
centro é inferiormente percorrido por um canal que fica sobre a vesícula 
natatoria ; as apophyses tranversas d'essas vertebras uneın-se em uma 
unica lamina que protege as paredes supero-anteriores da visicula. Os rins 
deserevem exactamente a figura de um crescente, por detraz da vesicula ; e, 
do meio dessa expansão crescentiforme segue para traz, um lobo unico, 
acompanhando a columna rachidiana; os uretéres já reunidos, são muito 
amplos junto á papilla urogenital. 

Toda a pelle do corpo, especialmente a da cabeça, é provida de peque- 
nas depressões circulares, cyathiformes, apparentes conjunctamente aos 
póros mucosos. Talvez essas depressões minusculas tenham que ver com o 
tacto extremamente desenvolvido do peixe. 

Dentre os exemplares que tivemos em mãos, um possue um olho des- 
envolvido. ; 


252 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


Este facto prova perfeitamente a reversäo, por heranga, ä um caracter 
de seus antepassados ; o orgam mede 4 millimetros no maior diametro e o 
peixe 150 millimetros. 

Essa predominancia hereditaria, täo frisante aqui, € certamente um do- 
cumento de valor para atheoria genealogica, quando se vê que em 35 outros 
exemplares de todos os tamanhos, apenas uma estricta fenda indica a posi- 
çäo que outr’ora occupou esse importantissimo orgäo. No exemplar que nôs 
dissecámos, não conseguimos encontrar, siquer, vestigios do nervo optico e 
o seu logar estava, ao contrario, occupado pelo grosso ramo nervoso do 
barbilhão maxillar. 

E” portanto fóra de duvida que os antepassados desse peixe tiveram 
olhos e que, confinados á escuridão absoluta, vieram os seus descendentes 
á perdel-os pela falta do respectivo funccionamento. 

Um outro facto característico é a existencia desta unica especie no logar 
em que ella se encontra ; isto certamente prova que só ella pôde resistir á 
mudança para a escuridão e ä este meio adaptar-se, perpetuando-se pela 
reproducção. 

O Sr. Ricardo Kröne que a descobriu, trouxe-nos um exemplar vivo 
que conservämos em aquario durante quatro mezes. Tinha por habito cavar 
a areia do fundo, naturalmente a cata de vermes; para isso encostava 0 fo- 
cinho na areia e batia fortemente com a cauda, propelindo o corpo para a 
frente ; nadava com facilidade, segurança e elegancia, tendo os barbilhões 
maxillares para frente e os mandibulares para baixo e para fora ; alimentá- 
mol-o com carne de vacca reduzida ä migalha e elle sentia, de qualquer 
parte do aquario, por mais afastado que estivesse (50 centimetros) a che- 
gada, ao fundo, do ped.cinho da carne; atirava-se então, sofirego, á procura, 
tal como o faria um cão em busca da pista de uma caça. 

Em vida era cinereo glauco, com uma nodoa dourada sobre o operculo 
e deixava ver, perto das guelras, a coloração sanguínea por debaixo da 
pelle. 

Habitat : Cavernas das Areias—Iporanga, S. Paulo 


Pseudopimelodus,' Bieeck. 


Ichthyol. Arch. Ind. Siluri—196—1858 


Cabeca grande, deprimida, quasi täo larga quanto longo ; bocca mode- 
rada, mandibula prognatha ; dentes villiformes, em facha interrompida no 
meio, tanto nos intermaxillares como nos mandibulares ; barbilhöes curtos, 
muito menores do que a cabeça ; olhos superiores pequenos, subcutaneos, 
circumdados externamente por uma crista ossea; alto da cabeça, processo 


1) Pseudopimelodus (Gr.); de Pseudo—falso e Pimelodus genero adiante citado. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 253 


occipital e placa dorsal descobertos, rugosos ; operculo visivel, rugoso ; fon- 
tanella terminando pouco atraz dos olhos ; cintura escapular muito ampla ; 
região humeral entumecida posterior e superiormente rugosa, não recoberta 
pela membrana opercular. Dorsal originando-se sobre o extremo das peito- 
raes, com o aculeo curto, desprovido de espinhos. Peitoraes moderadas, 
com o aculeo muito forte, curvo, armado de espinhos fortes nos dous bor- 
dos (extrorsos no anterior e introrsos no posterior). Ventraes e anal desen- 
volvidas ; adiposa rudimentar, precedida de uma prega cutanea ; pelle papil- 
losa. Linha lateral presente. 


dorsal originando-se sobre a ponta 

do processo clavicular. Olhos um 

2 sexto no espaco inter-ocular, uma 

caudal emarginada............. ‘ facha branca, transversa sobre a 
/ REIS ao 65640, Bin), En SHB one P. parahybe. 


\ dorsal originando-se sobre a parte 
membranosa do aculeo peitoral. 
Olhos um oitavo no espago inter- 
ocular; amarellado, marmorado de 
zebruras negras, obl quas, indis- 

inctas 10 RA ENS o garo. 

Especies conhecidas ARE 
no Brasill ..... barbilhôes maxillares quando muito 
passando pouco além dos olhos; 
cabeça 3 e 1/2 a 5 1/3 parte anterior do tronco e cabeça 
no comprimento ../ fortemente deprimidas, alto da 
cabega com os ossos apparentes, 

forntementeruirosos RER ae ae P. alexandri. 


\barbilhôes maxillares projectando- 
se até o extremo da cabeça; 
parte anterior do tronco e ca- 
beça moderadamente denrimidos; 
cabeça envolvida por pelle espes- 
savellutidan Roe do 0 010 P. raninus. 


caudal redonda « 


| 
\cabeca 22/3 NM ORCO mp rim ento rs PNEU eee RARE P. acanthochira 


244—Pseudopimelodus parahybæ, steina. 
D. 1 46; A. 10 4 ll. 


«Cabeca moderadamente deprimida, 3 e 1/3 no comprimento, de lar- 
gura contida 4 e 1/6 na distancia que vem do labio 4 base do aculeo dorsal, 
revestida de pelle espessa e vellutina, bocca ampla 1 e 3/4 no comprimento 
que vae do labio superior 4 origem da dorsal ; facha intermaxillar formando 
um angulo obtuso, contrahido na symphyse; facha mandibular crescenti- 
forme, estreita, dividida na symphyse; barbilhões maxillares quasi attingindo 
a base do aculeo peitoral ; mentaes 2/3 dos post-mentaes que excedem de 
muito pouco os barbilhões maxillares.O lhos pequenos, 1/6 no espaço inter- 
orbital que é pouco maior do que o que vae do meio do labio superior á 
orla anterior dos olhos. Dorsal originando-se sobre o apice do processo 
humeral com o aculeo (parte ossea) menor do que a base da nadadeira ; 
processo humeral forte; projectando-se sobre 2/3 do aculeo peitoral ; este 
deprimido, fortemente armado de espinhos nos dous bordos, sendo os do 


1) Ihering, suppõe Psp. cottoide Boul. synonymo provavel de Psp, parahybæ, não tivemos en- 
sejo de verificar nem de estudar essa especie. eu 
2) Parahybæ — do rio Parahyba. 


254 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


bordo posterior maiores ; parte ossea egual ä 1/2 da distancia que vem do 
labio 4 base do aculeo dorsal e seguido de uma ponta membranosa com a 
qual a nadadeira attinge o plano da base do ultimo raio dorsal, que é o 
mesmo da base do 1º raio das ventraes; esta nadadeira attingindo a anal 
que-é um ponco maior que a adiposa; esta é proxima da dorsal que quasi 


FIG. 104 —Pseudopimelodus parahybæ, seg. Steindachner 


lhe attinge a origem, quando reclinada ; pedunculo um tanto baixo, caudal 
ligeiramente emarginada. Pardo, uma facha ondulada clara de peitoral á 
peitoral, sobre a nuca; uma zona pallida entre as ventraes e a anal; outra 
depois d'esta; base da caudal amplamente clara, tendo uma facha escura 
na base dos raios e o extremo destes irregularmente salpicado de pardo ; a 
cabeça, os peitoraes, ventral e anal são ligeira e irregularmente marmo- 
rados, a dorsal é escura». (Steindachner). 
Habitat : Rio Parahyba e afflueutes—Santa Cruz. 


245—Pseudopimelodus zungaro,' (Humbolat. 


PACÚ-DO-RIO-PACAMÃO- PACAMÃO-DO-RIO, BRECUMBUCU 
Est. 38 fiz. 1 
D.1+6a7; A.9a 10 


Corpo bastante robusto, posteriormente comprimido; cabeça depri- 
mida, um tanto oblonga; 3 e 3/4 no comprimento, bocca anterior, ampla, de 
largura quasi egual ä 1/2 da distancia entre o labio a origem da dorsal ; 


1) Zungaro, palavra creola, significando tubarão. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 255 


labios bastante desenvolvidos ; mandibula proeminente ; dentes intermaxil- 
lares em duas fachas largas, contiguas, emittindo um prolongamento no 
“angulo postero-externo, sendo de comprimento na symphyse, egual á 1/6 
da largura das duas placas; dentes mandibulares formando duas placas cujo 
maior comprimento, na symphyse, é egual ao dobro do diametro ocular. 
“As narinas são ligeiramente tubuladas, as posteriores teem o tublo pos- 
teriormente fendido. Barbilhões maxillares mal passando o pre-operculo; men- 
taes quasi attingindo os post-mentaes 
e estes não attingindo a orla opercular. 
Olhos muito pequenos, subcutaneos, 
cerca de 1/8 no espaço que medeia en- 
tre os dous. A distancia da sua orla an- 
terior ao labio superior (na syphyse), é 
egual á 1/4 da que vae deste ultimo 
ponto 4 origem da dorsal, distancia in- 
terocular quasi 1/3 nesta ultima dimen- 
são. Todo o alto da cabeça, como o 
corpo, protegido por pelle espessa, 
mostrando grandes póros no labio supe- 
rior, em torno das narinas anteriores, 
atraz das posteriores, no meio da ca-- à 
beça sobre a parte superior do operculo. Abertura branchial ampla; processo 
humeral muito obliquo, tendo uma pequena porção posterior descoberta e 
rugosa. Dorsal originando-se sobre a parte membranosa do aculeo peitoral. 

Peitoraes moderados, com o aculeo deprimido, da mesma largura em 
toda a extensão, tendo os dous bordos fortemente espinhosos e terminando 
abruptamente como se fosse quebrado; desse ponto em dante elle é substi- 
tuido por uma membrana qne guarda a forma da parte basilar apresentando 
denticulações pelo lado de dentro e acuminando-se á proporção que se afasta 
da parte ossiticada: ventraes originando-se sobre o plano do ultimo raio dor- 
sal eexcendo o anus 1/3 da propria extensão; anal originando-se 4 uma 
distancia da axilla das ventraes que é egual ao proprio comprimento, medido 
da base do 1º ao apice do 6º raio anal, o comprimento da adiposa é egual 
a 1/2 da maior largura da cabeça, é excedida de pouco pela anal que toca a 
base da caudal. Toda a pelle é finamente papillosa e mesmo recticulada sobre 
a região da placa dorsal; os póros da linha lateral terminam em tubulos 
salientes, havendo parallelos a estas duas filas, uma inferior, de pequenos 
tubulos que se projectam até perto da caudal. Esta é ligeiramente entalhada 
parecendo, d'ahi, espatulada. 

O individuo que servio á presente descripção é amarellado, tendo man- 
chas escuras erregularmente espalhadas pelo corpo. Estava n’um frasco 
tendo por fóra um letreiro onde selia—Rio S. Francisco 2 Carys-(Acaris)- 
—2 Cumbacas—1 um Pacamão e 2 Piranhas». Effectivamente havia esses 


256 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


peixes no frasco e, como o unico era o aqui descripto, verifiquei que, no 
rio S. Francisco, elle chamava-se Pacamão, o que concorda com as informa- 
ções de Lutken e Reinhardt (Rio das Velhas Affluente do S. Francisco) e 
melhor com as deEigenmann que reuniu Pseudopimelodus ckarus (Cuv. & 
Val.) e Lutken 4 Pseudopimelodus zungaro de Humboldt. 

Um joven procedente de Iporanga, apresenta os desenhos de especie 
pronedente, com a differença de possuir uma banda branca na dorsal e uma 
tarja negra na anal e na caudal. 

Habitat: Amazonas e tributarios, Araguaya, Cuyabá, R. Cipó e R. das 
Velhas, S. Francisco, Paraguay, Magdalena Cauca - Segundo Natterer, em 
Matto Grosso o nome deste peixe é Brecumbucu. 


246—Pseudopimelodus alexandri,' Steineachner. 
Est. 33— Fig. 2 
D. 1+6; Ps. 1 + 6; A. 11 


Cabeça grande, deprimida, cerca de 3 4 3 1/3 no comprimento total de 
perfil recto até 4 base da dorsal, de contorno sub-circular; bocca conforma- 
da como nos Uranoscopos, moderada, coma mandibula proeminente, tendo 
os dentes dos intermaxillares em duas placas separadas na symphyse desses 
ossos, assim como os dentes mandibulares; barbilhôes maxillares curtos, 
quando muito passando pouco além dos 
olhos; os mentaes não attingem os post-men- | 
taes que, no maximo, egualam á 1/2 da dis- | 
tancia inter-ocular; labio inferior provido de | 
curtos tentaculos. As bochechas são salien- | 
tes como nos Trichompycteros; os olhos. 
muito pequenos, 1/14 do comprimento que 
vae do labio superior á base do processo 
occipital; ficam a uma distancia um do outro 
que é egual ao dobro da que vae da sua li- Fic. 106—Dentes intermaxillares de Psoudopi- 
nha dos centros á orla anterior do labio supe- a Woe 
rior,são externamente circumdados por uma crista ossea, visivel, de sob a pel- 
le delgada; todo o alte e centro da cabeça é osseo, fortemente rugoso e depri- 
mido; a fontanella termina quasi no mesmo plano em que as cristas oculares 
externas, seguindo-se do seu ponto terminal uma fenda que se torna mais 
nitida na base do processo occipital; as expansões osseas lateraes do alto 
da cabeça e o processo occipital seguido da placa dorsal que é em fórma de 
ponta de flecha antevertida, desenham um tridente sobre a região cervical 
do peixe. Operculo scapuliforme estriado. Cintura escapular extremamente 
desenvolvida, ficando o processo humeral completamente descoberto da 
membrana opercular e marcando maior largura do corpo, (pouco maior do 


1) Alexandri, de Alexandre Agassiz, actual director do Museu de Zoologia Comparada de Cambridge. 


‘oeweded — ‘PUIAIS “Hpurxope snpojouidopnosg — & “SH 
‘nonquinserg ‘oguvorg — (TEA 9 AND) o1e8unz snpopundopnasg — I "ld 
UEM » oulges 
“dut ypruyos f “youd “qui JW 2P "V 


N 
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E 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 257 


que o comprimento da cabeça, do focinho ao extremo do processo occipital). 
Dorsal pequena, com o aculeo curto e forte, näo denticulado e näo podendo 
elevar-se muito por causa da placa articular que o precede. Peitoraes mo- 
deradas, com o aculeo muito forte, denticulado nos dois bordos e näo muito 
menor do que os raios e terminando no plano da articulação do aculeo dorsal; 
ventraes originando-se sob a articulação do ultimo raio dorsal e terminando 
á 1/2 da distancia que vae do seu apice ao da adiposa; esta, pequena, pre- 
cedida de uma préga dorsal que vem da nadadeira d'esse nome; anal termi- 
nando sobre a base da caudal que é espatulada e desenvolvida. Anus pro- 
ximo ä base das ventraes. Linha lateral distincta, pelle finamente papillosa. 
Dois exemalares desse peixe, enipalhados, pertencentes ás collecções do 
Museu, não têm procedencia nem indicação de qualquer natureza. Steinda- 
chner, descrevendo-o pela primeira vez, inclue-o na lista dos «Peixes do 
Amazonas» explicando, comtudo, que o exemplar descripto foi comprado 
em Vienna, como procedente— Provavelmento do Amazonas. Mais tarde 
elle cita-o entre os peixes do cauca. Eigenmann e Eigenmann citam um ex- 
emplar de 24 centimetros procedente de Januaria sobre o Rio S. Francisco, 
Brasil. 


247—Pseudopimelodus raninus,' (Cuv. & val.) 
Est. 38, Fig. 3 
D. 1+6; A. Wäll 


Cabeça da largura do comprimento, sendo contida 3 e 2/3 no total. A 
facha de dentes intermaxillares € de largura moderada sem porçäo lateral 
prolongada. 

O osso maxillar do aculeo dorsal é estreito, do comprimento do pro- 
cesso occipital. O barbilhão maxillar projecta-se até o extremo da cabeça. 
O aculeo peitoral, muito rijo, deprimido, serrilhado nos dois bordos. Caudal 
redonda. Pardo, marmorado escuro; uma serie de manchas brancas ao longo 
da base da dorsal e da anal; dorsal, adiposa e anal pardas denegridas com 
a orla branca; caudal com maculas pardas e com uma facha marginal dene- 
grida, posteriormente fimbriada de branco, na margem; peitoraes e ventraes 
pardas denegridas (Gunther). 

Habitat: Do Estado do Rio (Mauá) para o Norte. Barra do Rio Negro ; 
Rios Guaporé (M. Grosso). Aporé até Essequibo—Rio Huailaga. 


248 Pseudopimelodus acanthochira,” Eigenm. & Eigenm. 
D. 1268 Ay 10h 
Corpo curto, robusto, cabeça grande, moderadamenfe deprimida, de 
largura egual ao comprimento, este contido 2 e 2/3 em a extensão total. 
Bocca ampla, de abertura contida 1 e 2/3 no comprimento da cabeça, ma- 


1) Raninus (Lat.) ranino, com aspecto de rã. } ) N 
2) Acanthochira (Gr.); de acantha=espinho cheir—mäo, com referencia aos espinhos do aculeo das peitos: 
6318 


258 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


xilla superior sobrepujando inperceptivelmente a inferior; dentes intermaxil- 
fares em facha larga, com um prolongamento posterior no lado externo; os 
mandibulares dispostos em duas placas que descrevem um semi-circulo; na 
symphyse as fachas são de altura egual a um diametro ocular. Narinas ante- 
riores tubulares; as posteriores, antevertidas, 

as posteriores tendo uma valva fendida na orla 777772020] 7537330 
posterior. Olhos mui pequenos, a sua distancia 
á symphyse intermaxillar, no bordo anterior do 
labio superior, contida 3 e 1/2 vezes na distan- 
cia que vae deste ultimo ponto á base do acu- 
leo dorsal; espaço interocular contido tres ve- 
zes na referida distancia; barbilhões maxilares, 
attingindo o apice do processo humeral; post- 
mentaes o bordo da membrana branchiostega, ria. 107- Dentiçãe de Pseudorimelodus 
mental o meio dos post-mentaes; o istmo é re 

largo. 

Nadadeira dorsal originando-se sobre o apice da parte espinhosa do 
aculeo peitoral e attingindo a adiposa que por sua vez quasi toca a base da 
caudal; tem o primeiro aculeo terminando em ponta flexivel, ainda que fra- 
camente granuloso no bordo anterior; processo humeral curto, triangular, at- 
tingindo o inicio do 2º quarto do aculeo peitoral; este, forte, deprimido, acu- 
minando-se para a ponta, com os espinhos nos dois bordos de extensão 
sub egual e terminando em uma ponta flexivel (membranosa) como em P. 
zungaro. Ventraes originando-se sobre o plaro da base do ultimo raio dor- 
sal, mas não attingindo a anal; esta nadadeira tocando a base da caudal 
Toda a pelle é densa e curtamente villosa, a cabeça cheia de poros tubulo- 
sos, estes existem tambem e são mais desenvolvidos na parte anterior da 
linha lateral que termina á curta distancia da caudal sem attingil-a. Côr de 
chocolate com uma estria irregular clara sobre a nuca, de operculo a oper- 
culo; o aculeo dorsal e a parte anterior da anal esbranquiçados assim como 
a parte inferior do corpo. Serviu á presente descripção um individuo de 17 
centimetros (sem a nadadeira caudal que falta , pertencente ás collecçães do 
Museu. Segundo Eigenmann & Eigenmann a nadadeira caudal deste peixe é 
redonda. 


Imparfinis,' Eigenm. & Norris. 
Rev. Mus. Paulista, IV, 351, 1900. 


Habitat: Amazonas até Tabatinga. 
Cabeça mais comprida do que larga, coberta de pelle solta, dentes vo- 
merinos presentes; olhos subcutaneos, processo occipital exiguo; fontanella 


1) Imparfinis (Lat.); de impar, desegual e finis, a extremidade, a cauda (os I bos da) 


A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 29 


projectando-se até a base do processo occipital, tendo uma constricção atraz 
dos olhos. Nadadeira caudal lobada, com o lobo superior muito mais com- 
prido e largo. Especie conhecida. 


249—Imparfinis piperatus,' Eisenm. & Norris. 
D. 1 + 6; A. 10 


«Typo—um exemplar medindo 40 mm. Cabeça 4 e 2/3, um pouco de- 
primida, maxillas eguaes. Largura da cabeça cerca de 1 e 1/3 no compri- 
mento. Olhos 1 e 1/2 no focinho, um pouco menos de quatro na cabeça; é 
um pouco menor do que a largura do espaço inter-orbitario. Barbilhões men- 
taes projectando-se até a base das nadadeiras peitoraes e os post-mentaes 
até o meio destas nadadeiras. O aculeo peitoral continuando-se com um 
raio membranoso, sendo a parte espinhosa mais ou menos 3/5 do proprio 
comprimento total e comprehendida 2e 1/4 na cabeça. 

Origem da dorsal á meia distancia entre a ponta do focinho e o centro 
da nadadeira adiposa, o meio sobre as nadadeiras ventraes, o aculeo é 
menor do que 1/2 do comprimento dos raios e egual ä parte post-orbitaria 
da cabeça. A adiposa é egual á sua distancia do aculeo dorsal, mas um 
pouco mais comprida do que a cabeça e comprehendida 4 e 1/5 no compri- 
mento total. O quinto raio, desenvolvido, contando-se de cima para baixo, 
na caudal, é o mais curto; em baixo delle ha nove raios e o maior é 1/3 
mais comprido do que o miaor do lobo superior e comprehendido 4 e 1/2 no 
comprimento total. As peitoraes não se projectam até as ventraes que são 
remotas em relação á anal. Os lados são densamente salpicados, tendo man- 
chas maiores e em maior numero logo abaixo da linha lateral. No dorso ha 
uma serie de pintas pretas como em Rhamdia minuta, à qual esta especie 
muito se assemelha. Nadadeiras peitoraes e ventraes pallidas ; dorsaes e 
caudal escuros. Rios de S. Paulo.» (Eigenm. & Norris.) 


Rhamdioglanis, Eigenm. & Rud. Ihering. 


Notas preliminares do Museu Paulista 16 e 17—1907 


Cabeça deprimida, fontanella indistincta, processo occipital curto, bocca 
anterior, com uma facha de dentes nos inter-maxillares e mandibulares só- 
mente ; seis barbilhöes mediocres ; olhos superiores, com orla livre , corpo 
sub-cylindrico, peitoraes curtas, redondas com 1+9 raios, todos flexiveis, ape- 
nas tendo a base mais rija nos jovens especialmente ; ventraes 1-7, curtas, 


1) Piperatus (Lat.) Cör de pimenta do reino moida 
2) Rhamdioglanis : Rhamdia, genero adiante citado e glanis, Silurus glanis, o bagre da Europa. 


260 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


totalmente em baixo da metade posterior da dorsal; esta com sete raios, sem 
aculeo ; adiposa desenvolvida, afastada da caudal; anal com 11 raios, em 
baixo da ametade anterior da adiposa; caudal bilobada, com o lobo supe- 
rior maior ; abertura branchial ampla, chegando até quasi ao mento, mem- 
brana branchiostega isolada do isthmo, 7 branchiostegos; rastros curtos, 
delgados, pouco numerosos ; estomago do typo coecal, grande ; intestino 
curto, vesicula natatoria em forma de 8, transversalmente encaixada em de- 
pressão, formada pelas vertebras anteriores de apophyses transversas mo- 
dificadas ; pelle inteiramente glabra, transparente, deixando perceber os 
musculos. 
Carnivoros, nutrindo-se de outros peixes e crustaceos. 


pols relativamente grandes 6 4 9 vezes na cabeca..,..... P. transfaciatus 


Especies conhecidas....... 
\othos pequenos 6ivezes no focinho: =. --0;........ R. frenatus. 


250 - Rhamdioglanis transfasciatus,' Mir. Rib. 
MANDI - PINTADO 


EsT. 39 


Cabeça quasi quadrangula, 4 e 1/2 (4 5 nos jovens), medida até a ponta 
do operculo ; altura da cabeça 2 e 1/5 no seu comprimento ;-largura 1 e 1/6 
(1 e 1/4 nos jovens) ; barbilhöes teretes, os maxillares chegando 4 axilla 
das peitoraes nos jovens e mal attingindo a do operculo no adulto ; os man- 
dibulares externos chegam ä orla da membrana branchiostega e os internos 
ao extremo do 2° terco daquelles; olhos 6(no joven a 9 vezes no compri- 
mento da cabeça 1 e 1/3 (no joven) 42 e 1/8 no espaço interorbital; narinas 
nos angulos de um quadrilatero regular, as posteriores pouco fugindo do 
meio da distancia entre as anteriores e a orla orbitaria anterior. 

Ventre obeso. Nadadeiras muito carnudas no adulto. Peitoraes redondas 
no adulto, pouco menores do que 1/2 do comprimento da cabeça, nos jo- 
vens ligeiramente pontudas e 1 e 1/2 vezes nesse comprimento ; origem da 
dorsal sobre a ponta das peitoraes nos jovens, afastada desta de meio com- 
primento das mesmas peitoraes no adulto. Ventraes do mesmo tamanho que 
as peitoraes, passando de pouco a ponta do ultimo raio dorsal, quando recli- 
nado. Dorsal pequena, com a parte terminal dos raios isolada, no adulto ; 
adiposa afastada da ponta da dorsal, quando reclinada, um comprimento das 
peitoraes (no adulto) ou 2/3 desse comprimento (no joven) em ambos os 
casos ella é maior que a anal e termina á 2 alturas do pedunculo, aquem da 
base da caudal. 


1) Transfasciatus (Lat.)—transfasciado. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 261 


Anal elevada, redonda anteriormente e pontuda posteriormente ; pe- 
dunculo baixo e mediocre em espessura ; lobo caudal superior pontudo, 
mais comprido que o inferior de 1/2 da extensão d'este. 

Anus entre as ventraes, ä meio comprimento dos raios internos. L. la- 
teral distincto, simples. Amarellado claro com laivos cærulescentes ; uma fa- 
cha transversal, negra, larga sobre a nuca, uma mais estreita e menor no 
início e outra sob o extremo posterior da base da dorsal; uma adiante da 
adiposa, outra sobre o extremo posterior desta e outra sobre o pedunculo, 
adiante da base da caudal; dorsai com a parte superior denegrida ; jovens 
com a cabeça mais escura. Maior comprimento 34 centimetros. 


251—Rhamdioglanis frenatus, Eigenm. & Rud. Ihering. 


D. 1 + 6; A. 1 + 9; P. 1 + 8-9 


«Cabeça contida 5-5 e 1/4 vezes no comprimento do corpo; largura 
da cabeça egual ao seu comprimento ou mais curto por 1 diametro ocular ; 
altura do corpo na dorsal contida 3 vezes na distancia da ponta do focinho 
á base da dorsal. 

Corpo muito alongado, delgado, com a maior largura no thorax, muito 
comprimido na região caudal. Altura da caudal contida 2 e 1/2 vezes no 
comprimento da cabeça. Focinho muito arredondado ; cabeça muito depri- 
mida ; sua altura mais curta por 1 2 diametro ocular do que o focinho; o 
resto da cabeça é mais ou menos como a de Rhamdia, toda coberta por pelle. 
Processo occipital muito pequeno ou quasi nullo. Fontanella indistincta, re- 
duzida é uma depressão no meio dos olhos. Narinas separadas por uma dis- 
tancia que é egual 4 que ha entre o par posterior ou dahi até o olho. 

Olho oval, ficando á 1 diametro atraz do meio da cabeça, 3-3 1/2 vezes 
no espaço interorbital ; interorbital 1 e 3/4 vezes no focinho. Bigodes ma- 
xillares muito curtos, estendendo-se um pouco para traz do olho, não attin- 
gindo porémas aberturas branchiaes. Barbiculas mentaes estendendo-se até 
as aberturas branchiaes ; barbiculas post-mentaes muito mais curtas, tendo 
o comprimento de | espaço interorbital. Maxillares sub-eguaes ; o maxillar 
inferior um pouco mais curto. Dentes villiformes, formando placas eguaes 
em forma ás de Rhamdia. 

Distancia do início da dorsal á ponta do focinho contida 2 e 3/4 vezes 
no comprimento total. Nadadeira dorsal menos longa do que alta, sua base 
um pouco mais curta que o focinho; primeiro raio da dorsal molle e liso, por 
1/4 de seu comprimento menor que os 3 ou 4 raios seguintes; o raio mais 
alto eguala ao comprimento do focinho, incl. olho. Distancia da dorsal até a 
adiposa egual ao comprimento da adiposa e á distancia da ponta do focinho 


1) Frenatus (Lat.)—provido de freio 


262 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


ao fim do operculo. Adiposa muito baixa no primeiro terço, elevando-se 
para traz, näo attingindo, porém, maior altura do que meio espaço interor- 
bital. A distancia entre a adiposa e a base caudal representa cerca de 2/3 
do comprimento da adiposa. 

Caudal profundamente dividida. O lobo superior um pouco mais curto 
do que a adiposa e 1/3 ou 1/3 mais longo que o lobo inferior. Anal um pouco 
arredondada ; o raio mais longo com ca. de 2/3 do comprimento da base; 
sua base por um diametro ocular mais longo do que o focinho e olho. O pri- 
meiro raio situado atraz do começo da adiposa. As ventraes arredondadas, 
collocadas abaixo do fim da dorsal; seu raio mais longo é egual ao da 
dorsal. 

Primeiro raio peitoral acha-se a meia distancia entre a ponta do focinho 
e a base da ventral, ou um pouco mais para diante, muito molle na sua me- 
tade terminal ; só os exemplares mais novos deixam ver numerosos espinhos 
na margem interior. A margem exterior é sempre lisa; primeiro raio por 1/4 
mais curto do que os seguintes. : 

Amarello sujo com manchas pretas sobre a cabeça, as faces, o dorso e 
a região caudal, peitoraes denegridos na margem anterior e a dorsal com 
uma facha clara transversa pelo meio. 22 cent.» (Eigenm & Rud. Ihering.) 

Rios da ilha de S. Sebastião. 


Rhamdia, Bieeker. 
Ichthyol. Arch. Ind. Sil. pag. 197— 1858 


Bagres de tamanho mediocre, forma esvelta, cabeça pouco deprimida, 
revestidos de pelle com poros mucosos quasi sempre duplos ou multiplos, 
bocca anterior, moderada, tendo uma unica facha de dentes intermaxillares, 
villiformes e outra mandibular; 6 barbilhöes, teretes ou mais raramente com- 
primidos, maxillares quasi sempre muito maiores do que os post-mentaes ; 
olhos superiores ou supero-lateraes, mediocres ; a fontanella e o processo 
occipital presentes ou ausentes, aquella não continuando por detraz dos 
olhos ; as vezes um vestígio de fontanella na base do processo occipital. Na- 
dadeira dorsal um tanto alongada, tendo um aculeo mediocre, originando-se 
quasi sempre em meio comprimento das peitoraes; estas pequenas, com 
o aculeo fraco, ventraes originando-se por detraz do ultimo raio dorsal ou 
sob esse raio; adiposa longa, mais ou menos occupando toda a região que 
fica entre a dorsal e o pedunculo, variando quanto a elevação ; anal curta 
mais ou menos sob o meio da adiposa caudal sempre furcada, com os lobos 
pontudos ou redondos. Fluviateis, occupando uma zona que vem do Rio da 
Prata ao Mexico, para o occidente até o Perú. 

São os bagres vulgarmente denominados Nhamdiás ou Jandiás cujo ca- 
racter constante do colorido consiste numa facha branca na base da dorsal. 


1) Rhamdia por Nhamdiá ou Jamdiá. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 263 


252 —Rhamdia ignobilis,' (steina.) 


DI 16,1. 10.8 12 


«Corpo comprimido, pedunculo caudal delgado, cabeca diminuindo de 
largura moderadamente para diante, na orla anterior de contorno oral. Ma- 
xilla superior excedendo muito pouco a inferior. Lado superior da nuca 
mais fortemente convexo, no sentido transversal, do que a regiäo frontal. 
Processo occipital delicado, finamente recoberto de pelle até a placa predor- 
sal; fontanella se projectand) até a base do processo occipital. Altura 5 e 1/5 
á mais de 5 e 1/3, comprimento da cabeça 4 a4 e 1/3 no comprimento do 
corpo (sem a caudal); largura da cabeça, entre os operculos 1e 2/5 al e 
1/3; largura da bocca 2 e 3/5 4 2 e 1/2. Diametro occular 4 e 1/3 4 4 vezes, 
espaço interorbital 3 43 e 1/4, comprimento do focinho 2e 1/5 e 2 1/3; 0 
delgado aculeo da dorsal 1 e 1/2, o robusto peitoral 1 e 1/4, comprimento da 
base da dorsal 1e 3/5 4 1 e 2/3, comprimento das ventraes um pouco mais de 
1 e 1/2, lobo caudal superior, um pouco mais longo, apenas mais de 1 vez no 
comprimento. da cabeça. Processo occipital contendo a largura da base cerca 
de 1 e 1/2á mais de 2 vezes. Facha dentaria inter-maxillar contendo a pro- 
pria altura cerca de 3 vezes. Barbilhões maxillares no maximo chegando ao 
extremo posterior da base da dorsal. Barbilhões post-mentaes apenas á base 
das peitoraes, os mentaes á orla posterior dos olhos ou indistinctamente além. 
O delgado aculeo dorsal é liso nos lados, o robusto aculeo peitoral provido 
de fortes denticulações no bordo anterior. A articulação das ventraes fica 
verticalmente abaixo do extremo posterior da dorsal. O comprimento da 
adiposa é egual ao da cabeça ou passa-o de pouco e a distancia entre a 
mesma e a base do ultimo raio dorsal, não é mais curta e em raros casos 
indistinctamente mais comprida do que a base da dorsal. Caudal profunda- 
mente entalhada, lobo superior um pouco mais longo do que o inferior. Ex- 
tremo posterior da base da anal fica anterior á adiposa. Menor altura do pe- 
dunculo caudal é egual 4 3/7 ou 4/9 da maior altura do tronco ou cerca de 
2/5 ou 1/3 do comprimento da cabeça. A metade inferior, menor, da dorsal, 
opalina, a superior muito densa e finamente pontuada de vinaceo cinereo. 
Uma linha cinzenta escura ou uma estria um pouco mais ampla, gradativa- 
mente acuminada para a panta, corre ao longo do meio corpo. 131 mm.» 
(Steindachner.) 


Habitat: Rio Cubatão —Santa Catharina. 


1) Ignobilis (Lat.)—Ignobil. 


264 ARCHIVOS. DO MUSEU NACIONAL 


253—Rhamdia minuta,' Lutken. 


D.1 +6; A. 10 


«Cabeca moderadamente deprimida, 4 e 2/3 no comprimento (sem a 
caudal) revestida de pelle; olhos 5 vezes na cabega; barbilhöes labiaes attin- 
gindo a origem das ven- 
DS traes, post-mentaes a axilla 
das peitoraes, mentaes 
quando muito passam a 
vertical da orla posterior da 
orbita. Altura 6 e 1/2 (sem 
a caudal). Dorsal medio- 
| cre, sua origem marca O 
meio da distancia que vae 
do mento ä anal. Adiposa 
FIG. 108—Rhamdia minuta, seg. Lutken saliente, de altura egual A 
1/6 do comprimento. Ven- 
traes originando-se sobre o interspaço do segundo ao terceiro raio dorsal, 
sua ponta attinge, quando muito, á vertical do apice do ultimo raio dorsal. 
Anal arredondada, de altura egual á 2/3 do comprimento da base, originan- 
do-se por traz do início da adiposa e não attingindo a vertical baixada do 
apice deste. Pedunculo® espactulado, caudal furcada. Pardo plumbeo com 5 
fachas diffusas transversaes sobre o dorso.» Lutken.) 
Habitat: Rio das Velhas, Rio de Janeiro—Ribeiräo das Lages? (Ma- 
cacos . 


254—Rhamdia jenynsii,’ (Günther.) 


D. 1 +6 A. 14-15 


«Placa dorsal lisa e não muito conspicua; processo occipital lanceo- 
lado, de comprimento egual ao triplo da largura, não se projectando até o 
osso basilar do aculeo dorsal. Espaço entre a dorsal e a nadadeira adiposa 
excede de pouco o comprimento da primeira, sendo a adiposa egual ao do- 
bro do comprimento dessa nadadeira. Barbilhões maxillares projetando-se 
até a origem da adiposa, os mandibullares externos até a frente da origem 
dos peitoraes. 

A altura do corpo é contida sete vezes e meia no comprimento total 
(com a caudal) o comprimento da cabeça seis vezes. O diametro dos olhos é 
contido quatro vezes e meia no comprimento da cabeça e uma vez e um quarto 


1) Minuta (Lat..)—peauena. 
2) Jenynsii (Latinisação); do ichthyologista inglez Jenyns que classificou os peixes colleccio— 
nados por Darwin, na sua viagem á bordo do «Beagle» 


NC 


Dorsal mais ou menos 


sobre as ventraes . 6 ni 


D. 1-|-6. 


Fontanella aberta | 
até o processo / 
occipital no adulto 
e com uma cons- | 
tricção posterior 
aos olhos. 


| 


\Dorsal anterior ás: 
ventraes. 


DSi STE oo © 


Foritarella fechada 
ou curta no adul- 
to; sem constric- 
ção posterior. 


Manbibula quurido 
muito attingindo O 
mesmo plano que 
os maxillares. 


Pag. 264 a 


D. 1 -|-7 


Cabeça de 4e 2/545 / A. 


Mandibula prognatha . 


uma facha longitu- 

Anal com menos de 14 raios . dinal, lateral. 
5 fachas transver- 
saes sobre o corpo 


D. 1-|-6. \ Barbilhöes labiaes projectando, -se até a 
14 415 origem da adiposa . o 
All Barbilhöes lab'aes projeciândos se até a 
margem do operculo . 
16 á 18. 


a com 14 raios ou menos, dorsal sem filamento no aculeo. 


Anal com mais de 14 raios, dorsal com filamento no aculeo . 


Cabeça no maximo 4 


espaço entre as dor- 
saes egual á 1 dia- 
metro ocular 


Barbilhões maxilla- 
res attingindo a 
adiposa. 

espaço entre as dor- 
saes egual á 1/2 da 
base da 1? dorsal. 


Olhos mais proximos da ponta opercular. 


A. 12. Color. unifor- 
me. 


Barbilhöes maxilla- 
res näo attingindo 


EEE 13. Uma facha 


longitudinal preta. 


altura 6 e 1/5. 

Aculeo dorsal mais 
proximo do foci- 
nho do que do anal 


Olhos 1 e 1/3 no es- 
altura 5 e 1/2 paço interorbital. 
Olhos 1 no espaço 


Olhos equidistantes 
interorbital . 


da ponta do fo-/ 

cinho e da oper- | 

cular. Espaço interorbital 
menor que o dia- 
metro ocular; lobo 
caudal superior 
mais comprido 
que o inferior 


Aculeo dorsal equidistante do focinbo e 
da anal. 


Espaço interorbital 
nıaior que o dia- 
metro ocular; lo- 
bo caudal inferior 
maior que o su- 
perior o 


‘ 


.(D.1-1-6; A. 10 


3e4/543e 1/2 

(D.1-|-7;48; A. 11 4 12 

brabilhöes maxilla- 

res näo chegando 

ao meio da adi- 
posa. 


póros em grupos 
rastros 2-|-7 . 


2 rastros no al póros no maximo 3 
superior do 1º arco rastros 2-|-10 . 
branchial externo. 


Dorsal 1 -|- 6 4 9; 


4e1/244, +. 4 barbilhões maxillares Er sauce á base 


cabeça. da adiposa. Rastros 2 -|- 8 
3 rastros no ramo (Anus entre as bases da caudal e dos 
superior do 10 arco peitoraes. A, 13. : : 
branchial externo. 
Anus mais proximo da base dos peitoraes 
do que da caudal, A. 11 B 
1 Processo occipital presente. A. 11 
BAGIDs a » ° S Bine 
( Processo occipital ausente. A. 12 
D, 1-|-10 . : ' 


. ignobilis. 


. minuta. 


. Jenynsii. 


. eriarcha. 
. microcephala. 
. exudans. 


. notata. 


insignis. 


weselii 


gracilis. 


pectinifer. 


harttii. 


. lateristriga. 
. vittata. 


. modesta. 


R. eigenmanniorum 


DDD yD 


>> DD 


. transitoria. 
. brasiliensis. 
. schomburgki. 


. obesa. 


sapo. 


. hilarii. 


quelen. 


. sebae. 


poeyi. 


. tenella. 
. foina. 
. breviceps. 


. arekaime. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE— PEIXES 265 


na largura do espaco interorbital. As peitoraes säo menores do que a cabe- 

ça e seu aculeo é fortemente serrilhado e muito pouco mais curto do que os 

raios molles. Nadadeira dorsal 1/3 mais alta do que longa, com o aculeo del- 

gado. Caudal furcada, com o lobo superior um pouco mais comprido do que 

o inferior. Uma facha escura ao longo da linha lateral.» (Jenyns-Giinther.) 
Habitat: Rio de Janeiro. 


255—Rhamdia eriarcha,' Eigenm. & Eigenm. 


D. 1 +6; A. 15 


«Corpo comprido, delgado, com a largura sobo aculeo dorsal menor do 
que a altura. Cabeça comprida, pontuda, a fontanella continua-se até a base do 
processo occipital que chega a cerca de 1/2 da distancia do aculeo dorsal. 
Toda a cabeça recoberta de pelle. Cabeça deprimida superiormente, foci- 
nho longo e pontudo, a largura no angulo da bocca 2 e 4/5 no comprimento 
da cabeça. Olhos grandes, seu centro á 1/3 ou 1/4 mais proximo da extre- 
midade do preoperculo do que da ponta do focinho, 2 no focinho, 4e 1/2 
na cabeça; espaço interorbital menor do que o diametro ocular. Barbilhões 
maxillares projetande-se ä margem do operculo, post-mentaes não attin- 
gindo o limbo da membrana branchiostega, se distendidos para traz, em 
linha recta; mandibula superior proeminente. Labios espessos e fortemente 
plicados. Facha de dentes intermaxillares profunda e estreita, dentes peque- 
nos. Dentes do vomer e do paladar ausentes; os da mandibula em uma fa- 
cha estreita que se projecta para traz; os dentes semelhantes ao da maxilla 
superior. Membranas operculares separadas até sob o meio dos olhos. Ras- 
tros 1 + 5. Distancia entre a dorsal e a ponta do focinho 2 e 4/5 no compri- 
mento; o primeiro raio da dorsal ligeiramente spiniforme, liso; sua altura, 
incluindo o filamento, 1 e 3/5 na cabeça; o mais alto raio mais comprido do 
que a base da nadadeira, 1 e 2 5 na cabeça. Distancia entre a adiposa ea 
dorsal, egualando ao comprimento da dorsal; nadadeir: adiposa 2 e 4/5 no 
comprimento. Caudal furcada até a base, o lobo superior grandemente pro- 
longado, mais comprido do que a cabeça (quebrado no exemplar). Anal 
comprida e baixa, raios posteriores mais altos, 2 e 1/2 na cabeça, as pon- 
tas, quando deprimidas, não attingem a vertical baixada da ponta da adi- 
posa, por mais de um diametro ocular. Ventraes largas, attingindo a anal, 1 
e 3/5 na cabeça. Aculeo peitoral forte, 1 e 4/5 na cabeça, aspero nos bordos, 
raios 1 e 1 4 na cabeça; uma facha lateral pretra, região superior côr de 
chocolate, inferior muito mais clara, nadadeiras unicolores. Cabeça 4 e 3/4, 
altura 7; pedunculo caudal 14; D.1 +6; A. 15. (Eigenm. & Eigenm. 


1) Eriarcha (Gr.); de eri desenvolvido e archos—anus. 
6378 34 


266 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


256—Rhamdia microcephala, Lutk. 
BAGRE 


D.1+546; Ps. 1+7 à 8; V.6; À. 16418 


«Cabeça 5 no comprimento, sem cauda; altura 6. Bocca moderada; 

barbilhäo labial attingindo o vertice das peitoraes; mentaes quasi ä base das 

peitoraes, post-mentaes 

CEEE ER m egualando a 1/2 do com- 

primento da cabeça, 

olhos 6 e 1/2 na cabeça, 

cuja fontanella é appa- 

rente; dois grandes póros 

post-oculares, 6 opercu- 

lares em duas series pa- 

rallelas. Peitoraes pe- 

quenas, de aculeo curto, 

FIG. 109—Rhamdia microcephala, seg. Lutken seguido de filamento e 

não attingindo a verti- 

cal da dorsal; esta tendo o penultimo raio sobre o primeiro das ventraes; 

adiposa espessa, longa, começando ligeiramente atraz da origem da anal e 

attingindo a base da caudal que é emarginada (um tanto furcada); anal em for- 

ma de lamina de yatagan, não attinge a caudal. Linha lateral bem saliente ; 

papilla genital desenvolvida. Cinereo marmorado de fusco; parte inferior e 
nadadeiras brancas. 96 mm. (Lutken) 

Habitat: Rio das Velhas. 


- Aa 


257—Rhamdia exudans, Jenyns 


D. 1 + 7; À. 13 4 14 


«Cabeça recoberta de pelle superiormente; processo occipital não se 
projectando sobre o osso basilar do aculeo dorsal e mais curto do que 
longo. O comprimento da dorsal é egual 4 sua distancia da adiposa e á *, do 
comprimento da ultima. Os barbilhões maxillares projectam-se até a extre- 
mi ade das ventraes e os mandibulares externos até a origem das peitoraes. 
A altura do corpo é menor do que o comprimento da cabeça e um quinto do 
comprimento total (com a caudal). Cabeça com series de grandes póros. 


1) Microcephala (Gr.\; de micron, pequeno e cepale, cabeça. 
2) Exudans (Lat.) suarento exudans do muco. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 267 


Maxillas de egual comprimento. Olhos um tanto anteriores ao meio da ca- 
" beça; seu diametro egual 4 1/5 do comprimento da cabeça e a 1/2 da largura 
do espaço interorbital. Aculeo peitoral serrilhado, comprido, porém pouco 
mais curto do que os raios. Nadadeira dorsal mais elevada do que comprida; 
caudal profundamente furcada, com os lobos de egual comprimento (Jenyns- 
Gunther). 

Habitat: Rio de Janeiro ? 


258—Rhamdia notata, (Schomb. 


B. 9—D. +6. A. 17; — 6. 1 + P. vert. 44 


Aculeos fracos, o dorsal prolongado em filamento ; adiposa pouco mais 
comprida do que a dorsale muito separada della. Barbilhöes maxillares 
attingindo as ventraes, os outros quando muito a extremidade dos peitoraes. 
Parte superior e dorsal tendo numerosas maculas pequenas negras. (Shomb. 
Gunther) 1 metro. 

Habitat : R. Branco (Forte de S. Joaquim). 


259—Rhamdia insignis,’ (Shomburgk) 
KONNAIRU 


EST. 40 — FIG. 1 


D. 1 + 6; A. 14 (12 — 15) 


Corpo esvelto, comprido, com a maior altura 5 e 4/5 no comprimento. 
Cabeça quasi quatro vezes no comprimento, um tanto elevada, não muito 
larga (a maior largura 1 e 1/2 no proprio comprimento) bocca anterior, es- 
treita, sua largura excedendo apenas o espaço interorbital ; barbilhão labial 
attingindo o apice da adiposa, post-mental 2/3 do aculeo peitoral, mental 
mal chegando á origem desta ; narinas anteriores tendo a valvula tubiforme 
um pouco elevada, seguidas de um póro mucoso ; olhos grandes, maior di- 
ametro orbital egualando justamente ao menor diametro interorbital ; fonta- 
nella projectando-se até a base do processo occipital ; este ligeiramente bi- 
fido, recebendo no entalhe terminal o vertice da placa dorsal v-forme ; pro- 
cesso humeral saliente, rugoso ; peitoraes providas de aculeo forte, porém 
não muito espesso, deprimido, serrilhado nos dous bordos, as serrilhas de 
ponta retrovertida ; todo o aculeo egual 4 distancia que vae do angulo da 
bocca ao apice do operculo. 


1) Notata (Lat.) notado, marcado 
2) Insignis (Lat.) insigne. 


268 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


Aculeo dorsal delgado, elevado, attingindo 2/3 do maior raio (o se- 
gundo), comprimido, tendo o apice serrilhado nos bordos anterior e poste- 
rior, com as serrilhas retrovertidas, as do bordo posterior muito pequenas ; 
adiposa de altura egual á 1/8 do comprimento, originando-se pouco atraz 
da base do ultimo raio dorsal ; ventraes originando-se sob a articulação do 
ultimo raio dorsal e terminando á uma distancia da origem da anal que é 
pouco menor do que a que vae da axilla das ventraes ao anus, papilla genital 
saliente, bastante afastada do anus, terminando á meia distancia entre este 
e a anal. Esta nadadeira de altura egual a distancia que vae da base do 
primeiro, á base do 10 raio anal, terminando o ultimo raio, quando encos- 
tado ao pedunculo, 4 uma distancia egual á extensão da base da nadadeira. 
Caudal furcada, com o lobo inferior maior. Pardo plumbeo uniforme. O 
exemplar descripto 23 centimetros, provavelmente do Alto Amazonas (Cal- 
deirão) e pertencente á collecção Jobert, determinada no Museu de Paris. O 
Habitat conhecido é S. Gonçalo, Avary, Villa Bella, Jutahy, Tapajoz, Mu- 
cury, Tabatinga, Javary, Coary, Capim, Takutu, Mahu. 


260—Rhamdia wesselii,' (Steind.) 


D. 1 + 6; A. 14 


«Forma do corpo fortemente alongada. Cabeça comprimida, com os 
lados cahindo abruptamente. Comprimento da cabeça, até o extremo da co- 
bertura das guelras, 4 e 2/5, altura do corpo mais de 5 e 1/3, comprimento 
da anal cerca de 2 e 2/5, no comprimento total, diametro ocular quasi 4, es- 
paço inter-ocular um pouco mais de 3, largura e a parte ossea da fronte 4 e 
1/3, comprimento do focinho 2 e 1/4 no comprimento da cabeça. Intermaxil- 
lares projectando-se apenas imperceptivelmente sobre a mandíbula. Facha 
dentaria dos intermaxillares quasi egual em comprimento ao quintuplo da 
largura. Barbilhão maxillar muito longo, attingindo a origem do ultimo 
quarto longitudinal da nadadeira anal ou o extremo posterior da base da 
anal; barbilhäo post-mental attingindo 4 ponta do aculeo peitoral. Póro 
axillar presente. 

A maior altura da dorsal (sobre o primeiro raio) egual ao comprimento 
da cabeça, comprimento da base da dorsal cerca de 1 e 2/3 no compri- 
mento da cabeça. Parte rija do aculeo dorsal imperceptivelmente mais curta 
do que o aculeo peitoral. Margem anterior e posterior do aculeo dorsal, 
orla exterior do peitoral com pequenas e orla interna do ultimo com grandes 
denticulações. O espaço que medeia entre a dorsal e a adiposa egual 4 um 
diametro ocular. Caudal um pouco mais comprida do que a cabeça. Com- 


1) Wesselii=de Wessel. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES à 269 


primento das peitoraes cerca de 1 e 1/5, comprimento das ventraes cerca 
de 1 e 2/5 no comprimento da cabeça; comprimento da base da anal, cerca 
de 2 e 2/3 na adiposa. Ponta exterior dos raios anaes, quando reclinados 
para traz, cahindo mais ou menos á um diametro ocular adiante do plano 
vertical do extremo posterior da base da adiposa. 

Coberturas das guelras e processo humeral estriados. Processo occipital 
de largura egual á 1/3 do comprimento e projectando-se até a placa articular 
do aculeo dorsal. Fontanella frontal terminando sobre a base do processo 
occipital. Olhos claramente mais proximos dos extremos lateraes da cabeça 
do que da ponta do focinho. Parte superior parda avermelhada, uma facha 
estreita, pouco fortemente delimitada, ao longa da linha lateral ; 4 pequena 
distancia sobre a base da nadadeira uma facha longitudinal transparente. 
Comprimento totol 7 e 1/2 pollegadas.» (Steindachner). 

Habitat: Cudajas, Pará, Marajó, Madeira, Puty, Santarem. (Fóra do 
Brasil Essequibo). 


261 Rhamdia gracilis,’ (Cuv. & vai) 
DUNDU 
D, 11.6; A. 12 


«Corpo delgado, sua largura, sobre as peitoraes, mais ou menos egual 
á altura; muito comprimido para a cauda. Cabeça curta, chata superiormente, 
com o perfil ligeiramente arqueado; largura | e 1/4 4 1 e 2/5 no proprio com- 
primento ; processo occipital da mesma largura em toda a extensão, tendo 
os lados paralellos e a largura 3 e 1/2 no proprio comprimento. Fontanellas 
estreitas, pontudas anterior e posteriormente, attingindo a base do processo 
occipital, tendo uma constricção transversa sobre a parte posterior dos olhos. 

Estes redondos, 1 e 3/5 no focinho, 4 na cabeça; seu diametro ligeira- 
mente menor do que o espaço-interorbital. Barbilhões maxillares attingindo 
a ponta das ventraes ou ao começo da anal; barbilhões mentaes adiante da 
base das peitoraes, post-mentaes ás pontas das peitoraes. Maxilla inferior 
ligeiramente mais curta do que a superior; abertura no rictus 2 42 e 1/2 na 
cabeça. Facha de dentes inter-maxillares quasi egual a facha mandibular na 
symphyse. Membranas operculares separadas até sob a margem anterior da 
orbita. Rastros 3+7. 

Distancia do aculeo dorsal á ponta do focinho, egual ä sua distancia 
da ponta dos raios ventraes e é contida 3 e 1/3 no comprimento, altura do 
aculeo dorsal 1 e 3/5 4 1 e 2/3 na cabeça. Distancia da adiposa á dorsal 
egualando á base da dorsal ou, ás vezes, sómente á metade d'esta. Adiposa 
2e1/3 42e 1/2 no comprimento. 

Caudal (furcada com o lobo superior mais longo que o inferior, 3e 1/2 
do comprimento total—Valenc.) quebrada nos exemplares examinados. Anal 


1) Gracilis (Lat.)—gracil, esvelta. 


270 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


mais alta do que longa, com o raio mais longo 1 e 1/2 na cabeça e a margem 
livre redonda. Ventraes 1 e 1/4 na cabeça. Aculeo peitoral largo com peque- 
nos dentes na sua orla externa, na ametade basilar e entalhes junto á ponta; 
a orla interna com fortes dentes recurvos até junto da sua extremidade ; 
altura dos aculeos 1 1/4 á1 e 1/5 na cabeça, a dos raios um pouco maior. 
Cor parda escura, cá e lá punctulada de escuro. Uma facha escura lateral ; 
todas as nadadeiras pontuadas. Cabeça 5. Altura 6 4 7 e 1/2.» (Eingenm. & 
Eingenm.) 

Habitat: Rio Paraná, Descalvados. Caiçara, Guaporé, Cuyabá, Goyaz. 
Orenoco. 


262 Rahmdia pectinifer,' (Eigenm. & Eigenm, 
DS IG VA DIZ 


«Corpo vigoroso, comprimido posteriormente ; cabeça conica, sua lar- 
gura 1 e 1/3 no comprimento, sua altura na base do processo occipital, 
egualando ä sua largura. Perfil superior recto, curvo adiante dos olhos ; ca- 
beça transversamente convexa. Margem lateral do processo occipital con- 
cavo. Distancia entre as aberturas nasaes 1 e 1/3 nos olhos. Barbilhão ma- 
xillar não attingindo a adiposa. Barbilhões mentaes attingindo a base, os 
post-mentaes o meio das peitoraes. Membranas operculares separadas até 
sob a margem anterior da orbita. Processo humeral projectando-se até o 
meio do aculeo peitoral. Olho 1 e 1/2 no focinho, quatro na cabeça, mais 
proximo da orla opercular do que da ponta do focinho. Aculeo dorsal mais 
proximo do focinho do que da anal, sua altura 1 e 1/5 na cabeça; o mais 
alto raio quasi egual ao comprimento da cabeça. Nadadeira adiposa 4 no 
comprimento, sua distacia da dorsal egualando á 3/5 de sua base. Caudal 
cerca de 4 vezes no comprimento. Margem livre da anal redonda, o maior 
raio 1 e 3/4 na cabeça. Ventraes posteriores á vertical do ultimo raio dorsal, 
sua ponta á 1/3 de seu comprimento da anal. Aculeo peitoral egual ao 
comprimento da cabeça, as pontas dos raios ficam á 1/2 do proprio compri- 
mento afastadas das ventraes. Pardo claro uniforme. Cabeça 4 e 3/4, altura 
6 e 1/2. Br. 6» (Eigenm. & Eigenm.) 

Habitat : Rio Parahyba, Campos. 


263—Rhamdia harttii (Steind.) 
D-12652, 13. 


«Tronco moderadamente alongado. Lado superior da cabega recoberto 
de pelle, transversalmente arqueado. Processo occipital de comprimento 


1) Pectinifer (Lat,); de pecten, pente e ferre trazer. 
2) Harttii (Latinisagäo); de Carlos Frederico Hartt, que foi o Director da Commissäo Geolo- 
gica do Brasil. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 271 


contendo cerca de 2 e 1/2 a largura, chegando muito proximo da placa tri- 
angular que dá articulação ao aculeo dorsal. Pöro axillar presente. Compri- 
mento da cabeça até a ponta do operculo, contido um pouco mais de 4 e 
1/2 vezes, até a ponta do processo occipital 3 e 2/3, maior altura do tronco 
cerca de 5, comprimento da adiposa 3 e 1/2, no comprimento do corpo. 
Diametro ocular 4 e 1/3 4 4 e 1/4, largura da parte ossea da fronte, cerca 
de 4 e 1/4, espaço inter-ocular (sobre a fronte) cerca de 3 e 2/5, largura da 
cabeça entre os operculos 1 e 1/5 no comprimento da cabeça até a ponta 
do operculo. Espaço entre a dorsal e a adiposa um pouco maior do que o 
comprimento da base da primeira. Aculeo peitoral, na orla interna, provido 
de fortes espinhos. Barbilhão maxillar projectando-se até o meio do compri- 
mento das ventraes (por-tanto não attingindo a origem da adiposa). 

Barbilhão post-mental não attingindo perfeitamente o meio do aculeo 
peitoral. Parte superior parda dourada escura; uma estria cinzenta escura ao 
longo da linha lateral até a caudal. Operculos e processo humeral lisos.» 
(Steind.) 

Habitat: Rio Parahyba. 


264—Rhamdia lateristriga,' (min. & Tr.) 
XUE 


D. 1 + 6; A. 10 4 12 


Corpo alongado, posterior e superiormente comprimido. Cabeça 4 e 1/2, 
sub-conica, bocca moderada, anterior, maxilla superior sobrepujando a infe- 
rior; barbilhões labiaes attingindo o meio da anal, mentaes e post-mentaes 
originando-se quasi na mesma linha transversal, os post-mentaes attingindo 
a axilla das peitoraes; olhos lateraes, de diametro pouco maior do que o 
diametro inter-orbital, fontanella estreita, attingindo a base do processo oc- 
cipital, este attingindo o vertice da placa dorsal que é v-forme, ligeiramente 
bifido, tendo um sulco longitudinal mediano. Peitoraes moderadas, attingindo 
a vertical do 3º raio dorsal e podendo reclinar-se sobre o processo humeral 
que é saliente, com o aculeo tendo 9 á 15 denticulações no bordo porterior, 
retrovertidas e de comprimento quasi ou perfeitamente egual ao maior dia- 
metro do aculeo. Dorsal elevada, primeiro aculeo delgado, tendo a extremi- 
dade superior serrilhada anteriormente e sendo as serrilhas retrovertidas. 
Ventraes posterioros á base do ultimo raio dorsal, não attingindo a anal. 
Adiposa baixa, não muito desenvolvida, começando atraz do vertice da dor- 
sal, quando reclinada sobre o corpo e terminando no mesmo plano que a 
anal, cuja altura é maior do que o comprimento da base e egual a distancia 
que vae do anus á origem da anal. Caudal furcada, tendo os lobos eguaes. 


1) Lateristriga (Lat.); com estria nos lados. 


272 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


Plumbea clara ; um estria escura vae dos olhos ac meio da base da caudal; 
essa estria, äs vezes, seprojecta até o focinho, äs vezes falta. 

Os individuos até cerca de um decimetro de comprimento têm a regiäo 
super-axillar translucida. Caldeiräo (Amazonas). 

Habitat: Ambyiacu, Parahyba, Doce, Mucuri, Trombetas, Obidos, Ica, 
Mendes, Rio das Velhas, Jequitinhonha, Cannavieiras, Muriahé, rios do Rio - 
de Janeiro, Porto Alegre, Descalvados: Matto Grosso. 


265—Rhamdia vittata,' (Kroyer & Lutken) 
CHORALAMBRE, CHUE 


EST. 40—FIG. 2 


Um pouco mais robusta do que a especie precedente; cabeça 4e 1/2, 
aitura 5 e 1/3. Cabeça deprimida anteriormente; abertura da bocca egual à 
distancia que vae da orbita ao meio do labio superior; barbilhão maxillar 
attingindo o meio da adiposa, post-mentaes 2/3 da peitoral, mentaes a axilla 
d'esta nadadeira ; olhos grandes, seu maior diametro 1 e 1/3 no espaço in- 
ter-ocular; fontanellas se projectando até a base do processo occipital, este 
como na especie precedente; peitoral attingindo a vertical do 4º raio dorsal, 
tendo o aculeo com as serrilhas muito mais curtas do que na especie prece- 
dente, em relação ao diametro do aculeo; comprimento do aculeo dorsal, não 
entrando em conta a parte membranosa que é egual 4 2/3 do comprimento 
da ossea, egual à 1/2 da cabeça ; ventraes originando-se sob a base do ul- : 
timo aculeo dorsal e terminando sobre a papilla genital; adiposa começando 
sobre a vertical do anus ; anal redonda, de altura egual á distancia que vae 
do primeiro 4 base do antepenultimo aculeo anal. Caudal amplamente fur- 
cada, com o lobo superior ligeiramente proeminente. Plumbea com uma es- 
tria mediana ao longo dos flancos, ás vezes projectando-se até o focinho, ás 
vezes ausentes. À região escapular em dous individuos de 75 mm. tem a 
zona translucida que se observa em 2. lateristriga ; num individuo de 11 
centimetros, porém, ella não existe. 

Habitat: Rio das Velhas, Rio S. Francisco, S. Matheus, Rio Jequiti- 
nhonha. 

Os exemplares que serviram á presente descripção, provem do Rio das 
Velhas, Jaguara, d'onde me foram trazidos pelo Sr. Carlos Moreira. 


266—Rhamdia modesta; (Gunth.) 
sD ae. Bach 


«Cabeça recoberta por uma membrana muito delgada, superiormente ; 
processo occipital estreito, alongado, projectando-se até um pequeno osso 


1) Vittatus (Lat.)—estriado, 
2) Modesta (Lat.)—modesta. 


QRI “HW euonsuem eıpweyy — ÿ "ld 
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‘13 Ney 9 OUIQES 
“dus ypruos ‘Î I “SI 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 273 


triangular da base do aculeo dorsal. Adiposa comprida, um pouco menor de 
que 1/3 do comprimento total (sem a caudal), sua distancia da dorsal & me- 
nor do que o comprimento desta ultima. Barbilhöes maxillares projectando- 
até a origem da nadadeira anal, os post-mentaes até o meio da peitoral. 


FIG. 110—Rhamdia modesta, seg. Gunther 


Altura do corpo cinco vezes e 1/2 no comprimento total, sem a caudal; 
o comprimento da cabeça quatro vezes e 2/3. Os olhos occupam o meio do 
comprimento da cabeça, de que o seu diametro é 1/4 e egual á largura do 
espaço interorbital. Nadadeira dorsal um pouco mais alta do que longa; seu 
aculeo delgado, um pouco maior do que 1/2 do comprimento da cabeça e um 
pouco mais curto do que a nadadeira peitoral. Caudal furcada, com o lobo 
superior mais comprido. Coloração uniforme.» (Giinther). 

Habitat: Brasil —Rio Juruá. Esmeraldas e Rio Chagres (Equador e Pa- 
namá Occidental.) 


267. Rhamdia eigenmanniorum, Mir. Rib. 
D. 1 L 6: À. 12 4 14 


«Corpo vigoroso, posteriormente comprimido, cabeça sub-conica, sua 
largura 1 e 2/5 no comprimento ; altura na base do processo eccipital 1 e 1/2; 
largura no angulo da bocca 2 e 2/3 4 3 na cabeça ; perfil curvo, secção trans- 
versal da cabeça convexa, processo occipital longo e delgado, sua largura 
na base tres no comprimento. Barbilhão maxillar attingindo a origem da anal; 


1) Eigenmanniorum (Latinisacäo)—dos Eigenmann; profs. Carlos H. e Rosa Smith Eigen- 
mann, autores da magnifica Synopse : «South American Nemathognathi» , 


274 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


barbilhäo näo attingindo a base da peitoral; post-mentaes cerca da metade 
da peitoral. Membranas operculares separadas até sob a margem anterior 
dos olhos. Olho 1 e 1/3 4 1 e 1/2 no focinho, 3 e 1/3 44 na cabeça, equi- 
distante do focinho e da margem posterior do operculo; espaço interorbital 
1 e 1/3 nos olhos. 

Aculeo dorsal equidistante do focinho e da anal, sua altura 1 e 1/3 na 
cabeça, o mais longo raio egual ao comprimento da cabeça. Adiposa 3 e 
2/5 á 4 no comprimento, sua distancia da nadadeira dorsal egualando 4 base 
da ultima. Lobos caudaes de egual largura, o superior mais comprido, quatro 
no comprimento. Anal redonda, o seu maior raio 1 e 1/2 41 e 4/5 na cabeça. 
Ventraes inseridas atraz da vertical do ultimo raio dorsal, 1 e 1/3 4 2 e 3/5 
na cabeça, suas pontas a cerca de 1/4 do proprio comprimento separadas 
da anal. Aculeo peitoral pouco menor do que o comprimento da cabeça. Côr 
parda clara; uma facha lateral, cinerea. Pontas das nadadeiras obscuras. 
Cabeça 4 e1/2á 5; altura 5 e 1/2 4 6e1/2;Br.7.> (Eigenmann & Ei- 
genmann). 

Habitat: Rio Parahyba. 


268—Rhamdia transitoria, Mir. Rib. 
MANDI - TINGA 
EST. 30—FIG. 3 
D. 1 + 6; A. 13 


Cabeça 4 e 1/4; altura 5; fontanella um pouco ampla, na parte anterior 
a constricção ocular ; barbilhões maxillares attingindo á axilla das ventraes; 
olhos grandes 1 e 1/4 no espaço interorbital (orla cutanea) equidistantes do 
focinho e da ponta do operculo ; processo occipital attingindo a placa pre- 
dorsal ; peitoraes pontudas, fortes, com o aculeo menor do que o segundo 
raio, deprimido, curvo, com denticulações fracas no apice que é envolvido 
por tegumento dermico; a concavidade do bordo posterior é fortemente pro- 
vida de denticulações de que as maiores são as do meio do aculeo ; dorsal 
elevada, redonda ; aculeo (quebrado) sobre a vertical que passa pela ponta 
do processo clavicular ; ventraes posteriores á vertical da base do ultimo 
raio anal, redonda ; caudal tendo o lobo superior um pouco mais longo, 
sendo, porém, mais fraco que o inferior. Amarella cinerea, com uma estria 
diffusa sobre a linha lateral ; parte superior obscura ; nadadeiras obscuras ; 
a dorsal com a facha branca das Rhamdias. 

Segundo o Sr.Krone, de Iguape, esse peixe passa por ser o «Ceguinho» com 

o qual realmente se assemelha tanto, na forma e no colorido, que eu acceito a 
opinião dos Iporanguenses, admittindo-o como a fonte originaria de Typhla- 
bogrus kronei. 

Habitat: Ribeirão do Alambary, Iporanga. Um exemplar 150 mm. 


1) Transitoria (Lat.)=transitoria (para Typhlobagrus). 


A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 


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| 
Qt 


269—Rhamdia brasiliensis,' (steina.) 


Oy i kT IN, 19 


FIG. 111 -Rhamdia brasiliensis, seg. Steindachner 


«Förma do corpo como em P. lateristriga. Pöro axillar ausente. Orla in- 
ternado aculeo peitoral apenas fracamente dentado. Comprimento da cabeca 
atéa ponta do processo occipital, cerca de 3 e 1/2, até a extremidade dos oper- 
culos cerca de 4 e 1/2, maior altura do tronco cerca de cinco vezes, compri- 
mento da anal cerca de quatro vezes no comprimento do corpo; diametro 
ocular cerca de quatro, comprimento do focinho um pouco mais do que 2 e 
1/2, espaço interocular quatro, largura da parte ossea da fronte, cerca de 
cinco, maior largura da cabeça cerca de 1 e 1/2 vezes no comprimento da 
cabeça (até o extremo posterior dos operculos). Os barbilhões maxillares 
attingem um pouco além do início da anal. Espaço entre a adiposa e a dorsal 
um pouco maior do que o comprimento da base da ultima. Parte superiorparda 
avermelhada. uma nodoa parda escura sobre a região humeral e uma facha 
estreita de identica coloração, ao longo da linha lateral, até a base dos raios 
caudaes medianos.» (Steindachner). 


1) Brasiliensis (Lat. —brasiliense ou brasileira. 


276 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


270—Rhamdia schomburgki, Biceker. 
JAMDIÀ 


D. 1 +6; A. 12 | 


Segundo Schomburgk que a chamou P. maculatus, esta epecie tem a 
cabeça deprimida com a mandibula proeminente, oito raios branchiostegos 
sob um operculo estriado e a nadadeira adiposa muito desenvolvida. De côr 
cinerea glauca superiormente e mais clara inferiormente, esse peixe é ma- 
culado de claro e habitante do Rio Negro, onde tambem o chamam Jundia. 


271—Rhamdia obesa; Eigenm. & Eigenm. 


D. 1+6; A. 10 


«Corpo curto e elevado ; sua maior largura menor do que a maior al- 
tura; cabeça curta, sua largura 1 e 1/5 no comprimento ; largura no an- 
gulo da bocca 2 vezes no comprimento; cabeça chata superiormente, co- 
berta de pelle fina, superficie ossea profundamente plicada, as estriações 
irradiando dos olhos e de uma depressão na base do processo occipital. A 
fontanella com uma estreita fenda entre os frontaes. Processo occipital muito 
largo, parcialmente occulto na pelle, attingindo a mais de meio caminho do 
aculeo dorsal até junto da grande e occulta placa dorsal. Póros espalhados 
sobre a cabeça. Olhos redondos, 2 e 1/4 no focinho, 6 e 1/4 na cabeça, 2 no 
espaço interorbital, sua margem posterior adiante do meio da cabeça. Bar- 
bilhões maxillares projectando-se até a ponta dos raios caudaes medianos ; 
mentaes até o meio das temporaes; post-mentaes até meio caminho entre 
as pontas das peitoraes e a base das ventraes. Maxillas eguaes, bocca com- 
parativamente pequena, dentes mandibulares na forma commum ; dentes in- 
termaxillares em uma facha que é reduzida e interrompida no meio; a sua 
altura cerca de 9 vezes a largura. Rastros 3+9. Distancia entre o aculeo dor- 
sal e o focinho 2 e 2/5 no comprimento. Nadadeira dorsal mais curta do que 
alta, o mais alto raio 1 e 2/5 na cabeça. Distancia entre a adiposa e a dorsal 
egualando á 1/3 do comprimento da ultima. Adipos : egual ao dobro da dor- 
sal; 3 no comprimento. Caudal profundamente furcada com os lobos mais 
longos do que a cabeça, cerca de 1/3 no comprimento. Anal curta e elevada, 


1) Schomburgki — de Richard Schomburgki, Naturalista inglez que effectuou excursões na região 
das Guyanas. 
2) Obesa (Lat.) = obeso. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 277 


sua margem livre estreitamente arredondada; o maior raio contido 2 na cabeça. 
Ventraes inseridas sobre a vertical dou Itimo raio dorsal, 1 e 4/5 na cabeça. 

Aculeo peitoral forte, terete, com espinhos curtos na orla anterior junto 
a ponta e curtos dentes quasi em todo o comprimento da margem posterior, 
1 e 1/2 na cabeça. Uma grande macula humeral escura: nadadeiras escuras; 
a barra branca, commum, na nadadeira dorsal, junto a base. Cabeça 3 e 
3/4; altura sob o aculeo dorsal, sobre o primeiro raio anal 4e 1/2, al- 
tura no pedunculo caudal 8. Com. 260 millimetros.» (Eigenmann & Eigen- 
mann). 

Habitat: Tefé. 


272—Rhamdia sapo," (Cuv. & vai) 


JUNDIÁ 
Est. 33, Fig. 1 


DEE 7 agi A 11a12 


Cabeca 3 e 3/4, grande, robusta, plana superiormente, revestida de 
pelle fina ; bocca anterior, de largura contida 2 vezes e 1/2 na distancia que 
vae do focinho á do processo occipital ; barbilhöes maxillares attingindo as 
ventraes ; post-mentaes passando a axilla das peitoraes ; mentaes a orla da 
membrana opercular ; olhos 3 vezes no espaco interorbital, 8 vezes na dis- 
tancia que vae do labio superior ao apice do processo occipital; fontanella 
tendo um grupo de póros mucusos no seu extremo posterior: que fica na 
linha do bordo posterior das orbitas; outros grupos longitudinaes de 
póros atraz das narinas posteriores e por dentro das anteriores ; outros pe- 
quenos grupos occupando os angulos de um quadrilatero regular de que um 
lado fica pouco atraz da linha do bordo posterior dos olhos. Rastros 3 á 
4+8 á 10. Aculeo dorsal terminando em ponta membranosa, delgado, curvo, 
liso, originando-se sobre o terço posterior do aculeo peitoral; este forte, 
denticulado na parte mediana do bordo anterior e em todo o posterior; a 
base das ventraes occupa uma facha correspondente ädistanciaentre a dorsal 
ea adiposa ; esta elevada projectando-se de um diametro ocular da base do 
ultimo raio dorsal 4 um diametro ocular da base dos raios accessorios ; anal 
originando-se 4 uma distancia da base das ventraes que é egual 4 1 e 1/2 
vezes o comprimento da sua base e terminando, quando reclinada sobre o 
corpo, um pouco adiante ou no plano onde termina a adiposa ; caudal 
furcada, com lobo inferior um pouco mais forte; linha lateral recta, muito 
distincta ; altura 5 e 3/4. Uniformemente denegrida com a parte inferior 
alvadia amarellada. 

Habitat: Guahyba Rio Grande do Sul, R. Paraná. 

Os exemplares que serviram á esta descripção me foram trazidos de 
Guahyba pelo Dr. E. Roquette Pinto. 


1) Sapo (Lat.) — sabão. 


278 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


273—Rhamdia hilarii,' (Cuv. & var) 
MANDÍ BAGRE 
D. 1 + 7 à 8; A. 124 14 
Cabeca mediocre, 4 e 1/2 no corpo, bocca moderada, barbilhöes ma- 
xillares quasi attingindo a anal, post-mentaes o meio das peitoraes, mentaes 


o extremo do segundo terço dos post-mentaes ; olhos 7 vezes na cabeça, 
lateraes. Processo humeral attingindo o extremo do terceiro quarto do aculeo 


FIG. 112 — Rhamdia hilarii, seg, Lutken 


peitoral. Rastros 2+7. Dorsal originando-se sobre o apice desse aculeo e 
tendo o ultimo raio sobre o primeiro ventral ; ventraes attingindo o anus ; 
adiposa começando sobre o extremo do ultimo raio dorsal e terminando 
proximo dos falsos raios caudaes superiores ; anal occupaudo o centro da 
distancia que vae da base das ventraes aos primeiros raios caudaes: a na- 
dadeira deste nome furcado, com os lobos arredondados e o inferior maior. 
Cinerea amarellada com vermiculações denegridas, indistinctas, superior- 
mente, alvadia inferiormente ; a facha branca commum da base da dorsal 
presente. 

Habitat : Rio S. Francisco, R. das Velhas, B. Jardim, Porto Alegre, Rio 
da Prata. 


274 Rhamdia quelen,? (Quoy & Gmra,) 


BAGRE ; SAPIPOCA 
Est 41 fio? 


Corpo alongado, bastante vigoroso, cabeça 4 e 1/4, um tanto chata, 
tornando-se mais deprimida anteriormente; bocca moderada 1/3 na distancia 
1) Hilarii (Latinisação)- de Saint-Hilaire (Aug:) 


2) Quelen— «Ce poisson port le nom de M l'abbé de Quelen, chanoine titulaire du chapitre royal de Saint Denis et aumo- 
nier de l’expedition, à qui nous l'avons dédié» (Quoy y Gaimard). 


A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 279 


que vae do labio superior á base do aculeo dorsal ; dentes villiformes em 
facha de egual largura em toda a extensäo nos intermaxillares, maxilla infe- 
rior um tanto sobrepujada pela superior e recoberta pelo labio; rastros 
2+10 barbilhöes maxillares attingindo as ventraes ; post-mentaes a axilla 
dos peitoraes e mentaes 2/3 dos post-mentaes ; olhos moderados supero-la- 
teraes, a sua distancia do meio do labio superior contida 3 e 1/2 vezes na 
que vae d'este ponto a base do aculeo dorsal, é quasi egual 4 distancia in- 
terocular.Dorsal originando-se sobre o extremo do aculeo peitoral; o oculeo 
_ dorsal termina em ponta membranosa ; adiposa grande, elevada, originando- 

se logo após a dorsal que attinge a sua origem ; peitoraes pequenas, tendo 
o aculeo deprimido, forte, curvo, porém seguido de uma parte terminal 
membranosa ; processo humeral moderado, attingindo o meio do aculeo pei- 
toral ; ventraes originando-se sobre o plano da base do ultimo raio dorsal e 
attingindo quando muito a pupilla post-anal ; anal moderada de contorno 
arredondado, e terminando pouco antes do plano em que termina a adiposa; 
caudal furcada tendo o lobo inferior maior e sendo ambos redondos ; linha 
lateral distincta, tubulada na origem ; muitos póros tubulados sobre a ca- 
beça. Cinereo glauco (cupreo no alcool) ou denegrido. Um bello exemplar de 
33 cent. que serviu á presente descripção foi capturado nos lagos da Quinta 
Boa Vista em S. Christovão. 

As dimensões da adiposa e o colorido variam, sendo aquella geralmente 
egual 4 2e 1/4 ou3e 1/2, um exemplar do Rio Branco é maculado de 
preto. 

Habitat: Santa Ciara, Rio Mucury, Juiz de Fora, Campos, Rio Jequiti- 
nhonha, Rio de Janeiro, Macacos, Rio Parahyba, S. Matheus, Canavieiras, 
Rio Grande do Sul, Rio Doce, Amazonas, Bahia, Maribatanos, Rio 
Branco, Cuyabá, Rio da Joanna, Mendes, Urucum e Carandasinho (Co- 
rumba). 


275—Rhamdia seb&,' (Cuv. & Val.) 
NHAMDIA ou JAMDIA — BAGRE DE LAGOA, MANDI-CHORAO 
Est. 41—Fig. 3 


D. 1+ 6; A. 9412 


Forma esvelta, bastante comprimida posteriormente; cabeça gradati- 
vamente achatada para a parte anterior, contida cerca de quatro vezes no 
comprimento ; bocca moderada de largura egual 4 1/2 do comprimento da 
cabeça ; barbilhöes maxiilares attingindo o terço posterior da adiposa, post- 
mentaes 0 meio do comprimento das peitoraes ou a base das ventraes; men- 
taes quasi a base das peitoraes; olhos um tanto ellipticos, contidos seis ve- 
zes na cabeca, cerca de 2 e 1/2 vezes no espaco interorbital, este 3 e 2/3 na 


1) Sebæ —d2 Alberto Seba, Etzela Oostfisius, auctor do hesaurum Rerum Naturalium, em que collaborou Artedt 
‘sobre OS pe xes. 


280 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


distancia que vem do labio superior 4 base da dorsal 3 rastros 2+8. Dorsal 
moderadamente elevada, tendo o aculeo delgado, terete, entalhado junto ao 
apice de modo a apresentar mais de uma ponta e origina-se sobre o termo 
do 3º quarto do comprimento do aculeo peitoral; as nadadeiras deste nome 
mediocres, sendo o aculeo fraco e fracamente serrilhado ; ventraes articulan- 
do-se sobre o plano do ultimo raio dorsal; adiposa grande, elevada, origi- 
nando-se á 1 diametro ocular da base do ultimo dorsal e terminando sobre 
o pedunculo, a menos de dois diametros do plano em que termina este; anal 
mediocre, mais elevada do que longa; caudal furcada; linha lateral presente, 
bastante nitida, projectando-se sobre a caudal. Côr negra uniforme no indi- 
viduo descripto. Varia entretanto para o pardo com uma nodoa negra sobre 
a região humeral. Alexandre Rodrigues Ferreira representa uma variedade 
desta especie com a caudal tendo os lobos pontudos e sendo de côr cinerea 
com maculas negras irregularmente exparsas sobre os lados do abdomen e 
pedunculo. E” um bagre bastante commum cujos barbilhões constituem um 
bom caracter differencial ; entretanto estes mesmos variam sendo ora teretes, 
ora achatados; os maxillares, no typo mais curto, dizem os Eigenmann, 
projectam-se até o meia da adiposa, quando mais longos até adiante da 
caudal. São mais longos em exemplares de 10 á 15 millimetros e mais curtos 
tanto no joven como no adulto. Os post-mentaes variam em comprimento, 
as suas pontas projectando-se até o meio das peitoraes ou no maximo, das 
ventraes. As vezes os barbilhões são muito mais curtos de um que de outro 
lado. 

Segundo Natterer, no Rio Branco chamam-n'o de Mandi-Chorão ou 
Bagre das Lagöas. 

Habitat : Maribatanos, Tocantins, (Amazonas) Gurupá, Xingú, Jutahy, 
Cudajas, Serpa, Tabatinga, Goyaz, Pará, Bahia, Rio de Janeiro, S. Matheus. 
Rio Doce, Santa Cruz, Urucum e Carandasinho (Corumbá) Cuyabá, Trin- 
dade e Surinam 


276—Rhamdia poeyi,' Eigenm. & Eigenm. 


DA" 6: AM 


«Largura do corpo mais ou menos egual á sua altura, muito comprimido 
para a cauda. Cabeça curta, chata superiormente, os lados não muito ver- 
ticaes, sua maior largura 1 e 1/4 no comprimento ; fontanella não se conti- 
nuando por detraz dos olhos; processo occipital muito curto, triangular, 
attingindo a 2/7 da distancia entre a sua base e o aculeo dorsal. Poucos 
póros grades em torno da cabeça. Olhos 3 no focinho, 7 na cabeça, 1 e 1/2 


1) Poeyi—de Felippe Poey, naturalista havanez, nascido em 1799 e morto em 1891; foi director do Museu de Havana e 
professor da Universidade ; escreveu principalmente sobre a Historia Natural de Cuba. 


(Ten 9 and) ‘aegas y — Big (prup 9 fond) ‘uopnb à — Z BL (IAP 'ANO) ‘odes eipureyy — I “Bld 


‘14 ey YW OUIGES 
‘dut ‘Ypruyas ‘Î “youd "qui ‘HW ap 'V 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE— PEIXES 281 


no espaço interorbital. Barbilhöes maxillares apenas attingindo á vertical do 
aculeo dorsal; barbilhäo post-mental quasi chegando 4 orla da membrana 
branchiostega, os mentaes menos da metade ; membrana branchiostega se- 
parada até sob a parte anterior dos olhos. Rastros 347. Distancia entre o 
aculeo dorsal e a ponta do focinho menos tres vezes no comprimento ; dis- 
tancia entre a adiposa e a dorsal egualando ao comprimento desta. Adiposa 
muito baixa anteriormente, seu comprimento cerca de 3e 1/4 no total. Pei- 
toraes e ventraes muito curtas. Aculeo peitoral curto, terete, cerca de me- 
tade do comprimento da cabeça, tendo a margem externa lisa e a interna 
com espinhos em toda a extensão. Pardo. Lados e dorso cobertos de peque- 
nas maculas escuras e outras menores negras ; uma nodoa humeral escura ; 
uma facha lateral da mesma côr. Cabeça 4 e 1/4; altura sobre o 1º raio anal 
7 ; altura do pedunculo 9 e 1/2. Branchiostegos 6. Comp. 175""» (Eigenm. 
& Eigenm. Habitat: Goyaz. 


277—Rhamdia tenella,’ (Eigenm. & Eigenm.) 
DATEN TE 


«Largura, atraz da cabeca, egual ä altura, acuminando-se para pe- 
dunculo c sudal que é fortemente comprimido. Cabeça larga e chata trans- 
versalmente, sua maior largura 1 e 1/3 no comprimento ; perfil regular e for- 
temente convexo, largura no angulo da bocca 2 no comprimento da cabeça. 
A fontanella é uma estreita fenda entre os ossos frontaes. O processo occi- 
pital projectando-se 4 1/3 no espaço que vae da sua base ao aculeo dorsal. 
Olhos 3 vezes no focinho, 9 na cabeça, 2 e 1/2 no espaço interorbital. Bar- 
bilhões maxillares chegando à frente da dorsal, mentaes 4 base das peitoraes, 
post-mentaes ao meio d'essas nadadeiras. Maxilla inferior mais curta que a 
superior, facha intermaxillar de dentes tendo os extremos de altura egual ao 
dobro da altura do meio; a maior da facha 3 e 1/2 na largura. Membranas 
branchiostegas separadas até sob o angulo da bocca; rastros ligeiramente ra- 
mosos, 3+10. Distancia entre a dorsal e o focinho tres vezes no compri- 
mento ; raios dorsaes de altura quasi uniforme, maiores do que o aculeo. 
Distancia entre a adiposa e a dorsal 2 no comprimento da dorsal, sua 
distancta da caudal menor do que o diametro ocular. Caudal profundamente 
furcada, com o lobo inferior mais largo redondo, 1 e 1/3 na cabeça. Anal 
mais comprida do que alta, seu maior raio 2 e 1/4 na cabeça ; ponta da anal 
não attingindo a vertical do extremo da adiposa pelo comprimento do foci- 
nho. Ventraes inseridas por traz da vertical do ultimo raio dorsal, duas ve- 
zes na cabeça. Aculeo peitoral muito forte, apenas mais curto do que o mais 
longo dos raios, espinhos curvos nos tres ultimos quartos da sua margem 
externa ; um profundo sulco em quasi toda a metade da margem interna, 


1) Tenella (Lat.)— Tenrasinha. 


282 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


sendo o terco basilar aspero ; seu comprimento 1 e 3/4 na cabega. Parda- 
cento ; nadadeiras escuras; adiposa marginada de negro. Cabeca 4 e 1/4; 
altura 6 3/4 ; acima do primeiro raio anal 8, a do pedunculo caudal 10. 
Branchiostegos 7 á 8. Comprimento 31 centimetros.» (Eigenm. & Ei- 
genm). Habitat: Cudajas. 


278 - Rhamdia foina,' (min. & Troschel.) 
D.116;A.11;Ps. 1 + 8; Vs. 6. 


«A cabeça é contida mais de cinco vezes em todo o comprimento. A 
maxilla superior projecta-se algo para a frente. Os olhos ficam a meio do 
comprimento da cabeça. O espaço interorbital é egual ao diametro longitu- 
dinal dos olhos, porém a parte interorbital do craneo é muito menor do que 
a parte cutanea que delimita o olho ; aquella perfaz apenas 1/2 de um dia- 
metro ocular. As narinas anteriores ficam na orla do focinho, as posteriores 
mais proximas dos olhos do que da orla do focinho. Toda a cabeça é muito 
chata, de modo que os olhos ficam superiores, ella é em toda a extensão 
recoberta de pelle fina. O processo occipital é extraordinariamente curto; a 
placa dorsal é recoberta de pelle de modo que não é visivel. Operculo e pro- 
cesso humeral tambem cobertos de pelle delgada, sente-se, porém, debaixo 
desta, a ponta do processo muito aspera superiormente e como que serri- 
lhada. O póro peitoral é muito pequeno. Us barbilhões maxillares apenas 
attingem o extremo das peitoraes; os post-mentaes ä origem dessas nada- 
deiras, os mentaes apenas 1/2 comprimento dos externos. A membrana 
branchiostega tem seis raios. O aculeo da dorsal é curto, pouco mais alto 
do que a metade dos raios, delgado, sua ponta tem anteriormente algumas 
denticulações, posteriormente é liso ; tem seis raios. Adiposa começa atraz 
do extremo das ventraes, sua base é egual ao dobro da base da dorsal. A 
anal fica sob o seu meio, conta-se nella 11 raios. A caudal tem o lobo supe- 
rior mais comprido do que o inferior. Nas peitoraes o aculeo é fortemente 
denticulado, especialmente na orla externa; tem 8 raios. A ventral tem 6. 
A vesicula natatoria é muito curta e tem as paredes muito delgadas. Cör: 
perdida no exemplar conservado em alcool; comprimento 8 pollegadas.» 
(Müller & Troschel). Habitat : Takutu. 


279—Rhamdia breviceps, Kner. 
DS 176: ALT 


«Cabeça 6 e 1/2 vezes no comprimento total, focinho pequeno, sem 
escudo livre. 

Olhos grandes, lateraes; dorsal quasi egual ao dobro da altura do cor- 
po; adiposa muito longa; barbilhões maxillares attingindo a anal. 


1) Foina—(Lat.) Mustela foine, a foinha, narta das fayas (fagina). 
2) Breviceps (Lat.) - de cabıza curta. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 283 


Aspecto total semelhante ao de P. gracilis; largura entre os operculos 
egual ao comprimento da distancia que vae da ponta do focinho á orla or- 
bital posterior; altura da cabeça um pouco menor, a do focinho entre as 
bases dos barbilhöes maxillares 2 e 1/2 vezes no comprimento da cabeça. 
O focinho é um tanto pontudo, seu contorno parabolico, a fronte suavemente 
arqueada, o perfil eleva-se em arco moderado até o aculeo dorsal. O dia- 
metro transverso dos olhos é eguala 1/5 do comprimento da cabeça, a 
distancia lateral um pouco menos de que 2,a do focinho mais que 2 
diametros. 

As narinas posteriores jazem mais proximas da orla da bocca do que 
dos olhos, as anteriores são alongadas em um curto tubo. Os intermaxillares 
projectam-se um pouco sobre os mandibulares; o hiatus é moderado, ambas 
as maxillas têm pequenas fachas de dentes villiformes; os barbilhões post- 
mentaes attingem o ultimo terço das peitoraes; os mentaes originando-se 
um pouco mais adiante, apenas attingem a base d'essas nadadeiras. 

Toda a cabeça é revestida de pelle espessa e lisa e nem o vertex nem a 
fontanella apparecem externamente, nem tampouco se precebe a placa pre- 
dorsal. As aberturas branchiaes se projectam até o isthmo. A dorsal é de 
altura maior que o dobro da base e moderadamente pontuda para traz, o seu 
1º e maior raio (aculeo) termina no 3º superior com uma ponta flexivel e 
fraca, é estriado longitudinalmente e desprovido de denticulações; a adiposa 
começa logo depois delle, elevando-se gradativamente, tornando-se, porém, 
em seguida de egual altura até a sua extremidade truncada em angulo recto, 
a qual fica à curta distancia da caudal. A anal que se origina mais ou menos 
sob o meio da adiposa é tão alta quanto longa e arredondada. 

As ventraes ficam sob o extremo da dorsal, são arredondadas e chegam 
apenas até sob um pouco além da origem da adiposa; entre ellas jaz, em 
metade de sua extensão, o anus, em alguma distancia para traz a papilla 
urogenital tambem afastada da parte anterior da anal. O aculeo das peitoraes 
attinge apenas o início da dorsal, é chato, denticulado na orla posterior, 
protegido por um tegumento dermico anteriormente, descoberto e com al- 
gumas denticulações perto da ponta. 

O precesso clavicular é o unico de todos os ossos externos que fica em 
parte descoberto, espiniforme, longitudinalmente rugoso e mais longo do 
que alto (attinge meio comprimento do aculeo peitoral) sob elle vê-se um 
pequeno póro peitoral. A caudal é profundamente entalhada ; o lóbo supe- 
rior um pouco mais comprido, comprehende mais de 1/5 do comprimento 
total. 

Nem a linha lateral nem os canaes cephalicos produzem reticulações. 
Pardo uniforme.» (Kner.) 

Um unico exemplar conservado no Museu de Vienna. 


Habitat: Marabitanos. 


D 
[0 2} 
+ 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


280—Rhamdia arekaima,' (Shomb.) 


JANDIÁ 


D. 1 + 10; A. 10 


«Dorsal com 10 raios; vertex rugoso, processo occipital entalhado no 
extremo posterior, placa prédorsal recoberta de pelle, barbilhäo maxillar 
projectando-se até a anal, mandibula mais curta que a maxilla superior, anal 
longa. 

Cabeça 1/5; largura, apenas 1/6 do comprimento total; contorno do fo- 
cinho semicircular; maior diametro ocular apenas 1/6 do comprimento da 
cabeça, olhos sobre o meio da cabeça, separados entre si por 2 e 1/2 dia- 
metros. As narinas posteriores transversalmente abertas, ficam muito affas- 
tadas dos olhos, a fontanella entre os mesmos é alongada. Os barbilhões 
post-mentaes chegam até sob a dorsal, os mentaes ou anteriores, até a base 
das peitoraes. Todos os raios da dorsal são de quasi egual comprimento, o 
aculeo desta nadadeira é longitudinalmente rugoso, não denticulado; as pei- 
toraes são mais fortemente desenvolvidas do que no cummum, e os seus 
raios são os maiores de todas as nadadeiras; o seu aculeo, quasi do mesmo 
comprimento, é longitudinalmente rugoso, no bordo anterior nodoso, denti- 
culado no posterior. 

As ventraes ficam sob o ultimo raio da dorsal, tendo raios mais curtos 
que as anteriores, porém mais longos do que a anal que, sobretudo, possue 
os mais curtos; a caudal é profundamente entalhada, o lobo superior (com- 
quanto anterior) parece ser um pouco mais comprido; a base da adiposa 
excede em cerca de 1/3 0 comprimento da dorsal. 

A linha lateral tem canaliculos dirigidos para baixo, uma fraca articula- 
ção nas bochechas em um póro peitoral presente. O anus fica quasi no meio da 
distancia entre a anal e as ventraes. Pardo no dorso e lados, manchado de 
mais claro, no ventre esbranquiçado, dois exemplares de dois pés de com- 
primento» Kner. 

Hab: Borba — Madeira, Forte do Rio Branco e Rio Tacutu. 


Pimelodus,” Lacép. 


Hist. Nat. Poiss. V—1803. 


Forma commum aos bagres. Cabeça grande, geralmente deprimida na 
metade anterior; a metade posterior mais ou menos granulosa; bocca trans- 
versa, ampla, maxillas mais ou menos eguaes; dentes em facha sobre os 


1) Arekaima, nome dado pelos indigenas Macuchis ao Jandiá figurado por Schomburgk sob esse nome. 
2) Pimelodus (Gr,): Pimele, gordura; didos, semelhante. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 285 


com os maxillares e maudibulares ; dentes vomerinos raramente presentes ; 
olhos mediocres, geralmente ellipticos ; narinas amplas, occupando os an- 
gulos de um espaçoso quadrilatero, as anteriores semilunares, retrovertidas, 
sem valvula ; 6 barbilhões teretes ; os maxillares geralmente da extensão 
do corpo ; fontanella projectando-se quando muito até ao plano do bordo 
posterior dos olhos. Abertura opercular ampla ; processo clavicular largo, 
deprimido, rhombo quando apparente. Aculeo da dorsal e da peitoral mo- 
derados, mais ou menos providos de espinhos de direcção opposta. Média 
para a dorsal 1+6. Rios de todo o Brasil e republicas limitrophes á E. dos 
Andes desde o R. Paraná (Prata). 
Especies constatadas no Brasil: 


CAR don da he a a N Se nen P. eques. 
/ 


A. 13; fasciado de ne- 
[ Placa predorsal STORE ENT rene P. ornatus. 


inteira. A : 
\ A. 10 a 12 (4 15 ?) uni- 
Barbilhöes formente colorido ou 
teretes. maculado de negro . P. clarlas. 
Cabeça com os 
OSSOS supe- 


VERS Placa predorsal dividida por um sulco 
\ riores nús. ) ESA (o yay ee ee NME P. altipinnis. 


raes e dorsal 


rovidos de fd ART 
p Barbilhões comprimidos, os mentaes na mesma 


denticulações - A . 
retro ere $ linhaicontisuosieisubeguaes! ran. on er P. valencennis. 
Cabeça recorberta de pelle superiormente . ...:.......... P. fur. 


« 
| /Aculeos  peito- 


 Caudalfurcada, 
\ 


INDO Steen cee P. agassizi. 

Olhos 5 a 9 ve- 
zes no compri- 
mento da ca- 

| beça; colora- 


psi compri- 


ção lue | 
Barbilhôes teretes . P. platanus. 


\Aculeos dorsal e peitoraes desprovidos de / 
denticulações retrosas. 


Clhos 11 vezes no comsrimenta da 
cabeca; coloragäo parda clara, ma- 
culas escuras sobre os flancos, 
uma risca escura adiante dos olhos. P. pati. 


8i—Pimelodus eques,' Mill. & Tr.) 
DE 1.6: Ae It 


«Corpo nas espaduas menos largo do que alto, comprimido para a cau- 
dal; cabeça chata, deprimida, sua maior largura 1 e 1/4 no comprimento, 
sua maior altura cerca de 2 e 1/2. Toda a parte superior da cabeça granu- 


1) Eques (Lat.)—cavalleiro ou cavalheiro. 


286 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


losa ou estriada ; fontanella continuando-se como um estreito sulco até a 
crista occlpital ; ponta da crista occipital emarginada; articulando-se com a 
placa dorsal escutiforme. Distancia entre as narinas egual á 2/3 do diametro 
ocular. Um profundo sulco do barbilhão maxillar até sobre os olhos, che- 
gando este barbilhão até adiante da caudal ou até a base da adiposa ; bar- 
bilhão post-mental inserido atraz e por fóra dos mentaes; mentaes proje- 
ctando-se até a base das peitoraes, ligeiramente mais curtas no adulto ; 
post-mentaes não chegando á ponta das peitoraes. Olhos grandes, cinco a 
seis vezes na cabeça, 2 4 2 1/2 no focinho, e 1 e 1 2 4 2 na região interor- 
bital, 1 e 1/3 diametros atraz do rictus. Maxillas subeguaes, a superior um 
pouco mais longa ; largura da bocca 2 e 1/2 no comprimento da cabeça ; 
ambos os labios papillosos ; dentes na maxilla inferior em uma facha egual 
á 1/5 do diametro dos olhos na altura, acuminando-se para traz do rictus; 
uma larga membrana papillosa atraz delles. não muito mais larga no rictus; 
dentes na maxilla superior n'uma facha apenas mais alta do que a facha da 
maxilla inferior, não interrompida no meio ; a facha da maxilla inferior lar- 
gamente interrompida no meio ; queixo e focinho com muitos póros. Mem- 
branas operculares separadas até quasi sob o rictus ; rastros sobrepostos, 
2--12, n'uma unica serie sobre os primeiros dous arcos. sendo a serie interna 
substituida por uma membrana recortada. Aculeo dorsal fraco, 1 e 3/5 na 
cabeça, o mais alto raio | e 2/5 na cabeça, a margem livre da nadadeira 
arredondada ; o fulcro basilar forte, o aculeo inserido anteriormente ao meio 
da distancia que separa a base das peitoraes das ventraes, equidistante- 
mente entre o focinho e o início da anal. Adiposa longa, 3á 3 e 1/2 no 
comprimento. 

Caudal obliquamente redonda com a porção inferior mais longa, e 1 
e 1/4 na cabeça. Anal com a sua margem livre estrictamente redonda, sendo 
O oitavo raio o mais ouro, 2 na cabeg a, a base da nadadeira egual á 2/3 da 
altura. Ventraes 1 e 2/3 na cabeça. Aculeo peitoral muito forte e comprido, 
apenas mais curtos do que os raios, | e 2/5 na cabeça ; fortes dentes extro- 
sos no anterior e retrosos no bordo posterior do aculeo. 


Altura do pedunculo caudal 3 e 1/3 no comprimento da cabeça. Côr 
perdacenta marmorada de escuro; membrana opercular largamente margi- 
nada de branco, adiante dessa margem ha uma barra negra; uma larga ma- 
cula negra nas espaduas, as vezes projectada atravez do dorso, adiante do 
aculeo da dorsal e como uma facha lateral até a caudal; base da caudal parda 
escura; nadadeiras obscuras, muculadas de côr mais branca. 

Cabeça 3 4 3e 3/5; altura 5; Br. 7; D.1.+6; A. 11. Os maiores exem- 
plares conhecidos medem 30 centimetros.» (Eigenmann & Eigenm.) Habitat: 
Tocantins; Fonteboa; José Fernandes; Jutahy; Xingú; Obidos; Jamary, 
Teffe ; Villa Bella. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO —FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 237 


282 Pinelodus ornatus,' Kner. 
CABEÇUDO ; MANDI-PIMINA; MANDI-GUARU 


D.1 + 16; A. 13 


«Cabeça 4, maior altura do corpo 6 no comprimento total; a maior lar- 
gura entre as coberturas das guelras egual 4 altura do corpo. Os olhos 
grandes, transversalmente ovaes, ficam proximos ao perfil frontal, seu maior 
diametro é contido 4 e 1/3 no comprimento da cabeça, sua distancia da orla 
mandibular 2, interocular apenas egual á 1 diametro. Orla do maxillar supe- 
rior desenha um arco muito fraco; o intermaxillar é, tanto quanto elle ex- 
cede a maxilla inferior, provido de uma larga faixa de dentes um pouco mais 
curtos. O barbilhäo maxillar attinge a anai, em outro exemplar quasi elle 
chega além do apice da caudal, o barbilhão posterior ou exterior, attinge O 
meio da peitoral, o mental a parte posterior dos olhos. O alto da cabeça é 
moderadamente chato, a fontanelia longa, mais larga posteriormente; a ca- 
rapaça externa em parte granulosa, em parte rugosa, projecta-se lateral- 
mente para deante, até sobre as narinas posteriores e se eleva primeiro so- 
bre o robusto processo occipital, que se estende até a ponta do escuco basi- 
lar triangular da nadadeira dorsal, sem comtudo unir-se com este. A cara- 
paça projecta-se ainda para os lados e para baixo, n'um processo escapular 
que, de quasi egual comprimento como altura, articula-se em aguda ponta 
sobre o escudo escapular. 


A abertura das guelras projecta se até sob os barbilhões post-mentaes, 
o numero dos branchiostegos é de 10; não ha um annel suborbital osseo, o 
canal corre como um fino tubo osseo sob os olhos até o barbilhão maxillar; 
o póro peitoral é pequeno, o canal lateral não constitue reticulação alguma. 

O-aculeo dorsal é asperamente granuloso no lado anterior; no posteri- 
or fracamente denticulado e termina em uma ponta elevada, flexivel, quasi 
egual em altura aos dous raios immediatos; a altura desta nadadeira excede 
claramente á do corpo e é egual ao comprimento que vae da ponta da foci- 
nho ä orla posterior dos olhos. 

As nadadeiras ventraes articulam-se sob o extremo da base da dorsal, 
são pontuadas e os seus maiores raios são sguaes áqueile da anal que nas- 
ce sob o meio da adiposa e tanto quanto esta se projecta para traz. A adi- 
posa tem a base egual á altura da anal, porém mais baixa do que esta de 
metade; o anus fica logo em seguida ás ventraes. | 


1) Ornatus (Lat.) ornado, enfeitado. 


288 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


As peitoraes chegam até sob o meio da dorsal, o seu largo e chato 
aculeo é mais curto do que os raios que lhes seguem e é fortemente denticu- 
lado em ambos os bordos. A caudal, profundamente furcada, tem os lobos 
pontudos sub-eguaes quasi do comprimento da cabeça. 

Coloração: Dorso pardacento, lados e ventraes prateados ou tisnados 
de amarello; a parte anterior do tronco, até sobre as peitoraes parda escu- 
ra, depois segue-se a faixa clara que se projecta directamente da base do 
do aculeo dorsal sobre as ventraes, e atraz dessa, sobre a linha lateral, uma 
facha denegrida, mais larga, na origem, se projecta sobre a base da caudal 
onde termina apenas como uma linha. A grande macula ocellada sobre o 
meio da dorsal, tarja-a do aculeo ao 5º raio; no meio de cada lobo caudal 
ha uma facha longitudinal denegrida, as demais nadadeiras são como os bar- 
bilhões claras e immauladas. 


FIG. 113 — Pimelodus o natus seg. K-er. 


Os exemplares adultos concordam em coloração e colorido completa- 
mente com os mais novos, apresentam, porém, as seguintes differenças de 
edade. O comprimeito da cabeça é contido 3 vezes e 1/3 no comprimento 
total (sem nadadeira caudal), a largura é egual ao seu comprimento desde o 
meio do focinho até a orla do preoperculo e o mesmo da altura do corpo 
adeante da dorsal; da cervix até a dorsal o perfil sobe bruscamente como 
no joven, a largura da fronte é claramente maior, a distancia interocular equi- 
vale 4 2 e 1/2 diametros; o elmo torna-se mais forte e asperamente granu- 
lado na frente, a fontanella persiste, porém, do mesmo comprimento, como 
nos jovens e augmenta para traz ainda em largura. A mandibula, ao contra- 
rio, fica menos para traz dos intarmaxillares e os barbilhões, especialmente 
os maxillares, são mais curtos e attingem no maximo as ventraes. Processo 
humeral e escapular não mudam de forma, o póro peitoral torna-se grande, 


A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 289 


o aculeo dorsal espesso porém sem denticulação, o peitoral chato, largo e 
denticulado nos dous bordos. 

As peitoraes não se projectam tanto sobre as ventraes, como nos jo- 
vens, a adiposa mantem o seu tamanho relativo, os lobos caudaes são mais 
arredondados, pois que como geralmente, elles gastam as suas pontas e os 
lobos se arredondam, mantendo entretanto egual comprimento. 

O estomago constitue um grande sacco que se projecta té além da 
extremidade da vesicula natatoria e toma por conseguinte a maior parte 
da e extensão da cavidade abdominal; a vesicula natatoria de paredes 
muito espessas, sobrepuja-o mais em largura, é simples externamente, in- 
ternamente dividida em tres camaras que se communicam, das quaes, as 
duas posteriores, tal como nas especies de Arius e Platystoma, conduzem a 
pequenas cellulas por plicamentos tendinosos proeminentes; no extremo an- 
terior ella é recoberta por uma moderada camada muscular. 

O ovario da femea attinge apenas o começo do 2º terço do compri- 
mento da vesicula natatoria; a vesicula urinaria é pequena e disposta lon- 
gitudinalmente. O Imp. Museu (de Vienna) possue exemplares empalhados 
e em alcool, de 5 pollegadas 4 1 pé de comprimento, procedentes de Suri- 
nam, do Rio Negro e de Cuvabá. Natterer etiquetou-o como Silurus megace- 
phalus e com o nome provinciano de: Cabeçudo.» (Kner.) 

O Sr. Geeldi diz que este peixe tem, no Igarapé Mirim (Pará), o nome 
de Mandi-Pinima. 

Habitat: Amazonas, Prata e tributarios ; Rio Negro ; Para; Goyaz ; Co- 
rumbá e Matto Grosso. Laguna e Arroyo-Trementina. 

O Sr. Anizitz diz que na Laguna da Assumpção (Paraguay , elle é de- 
nominada Mandi-Guarú. 


283—Pimelodus clarias, L. 
MANDI, MANDI-AMARELLO, MANDI CASACA, MANDI-DO-SALGADO, CURIACICA-DA-BRANCÁ 


D. 14.6; A. 10 


Corpo vigoroso, elevado; cabeça moderadamente deprimida sobre o 
focinho, de perfil recto desde o labio superior até a placa dorsal. Bocca mo- 
derada, egual ä distancia que vae d'um á outro bordo anterior da orbita ; 
barbilhã maxillar attingindo o meio da dorsal ou da adiposa; mental a base 
e post-mental o meio do aculeo peitoral; narinas anteriores, poriformes, 
posteriores crescentiformes, obliqumente dispestas, tendo a concavidade 


1) Clarias parece empregado aqui em vez de Callarias, que se julga ser uma designação antiga 
do Merlucio da Europa. 


290 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


posterior. Olhos ellipticos, o seu maior diametro é egual á 1/2 da distancia 
interorbital ; operculo estriado ; alto da cabeça, post-temporal e processo 
humeral, grannlosos ; processo occipital egualmente granuloso, tringular, de 
bordos rectos; placa dorsal um tanto escutiforme, dando articulação ä um 
aculeo longo, quasi tão longo como o primeiro raio e provido de espinhos 
duplos retrovertidos no bordo posterior; toda a nadadeira dorsal apresenta 
um contorno trapezoidal e o seu bordo posterior é ligeiramente concavo ; 
maior raio (o primeiro) egual á distancia que vae da base do aculeo ao apice 
do ultimo raio, quando reclinado sobre o dorso. Peitoraes mediocres, tendo 
um aculeo moderado, deprimido, finamente denticulado no bordo anterior e 
fortemente no posterior ; as denticulações do bordo anterior são extrosas, 
as do posterior retrorsas, o aculeo é quasi do tamanho do primeiro raio. 
Ventraes mediocres, muito afastadas entre si, na base. Adiposa originando- 
se logo depois do vertice da dorsal, quando reclinada sobre o dorso, de 
contorno superior ligeiramente redondo ou angular como nas pirahybas; 
anal originando-se sob o meio da adiposa, ligeiramente falcada, tendo o 3º 
raio maior que os outros, caudal furcada, tendo o lobo superior um pouco 
maior que o inferior. Anus sobre a vertical baixada da ponta do aculeo dor- 
sal, quando reclinada. Plumbeo com maculas circulares negras sobre os 
lados do corpo, dispostas mais ou menos na intersecção de rectas longitudi- 
naes e transversaes. Uma nodoa preta por detraz do escudo dorsal, na base 
do fulcro. Parece ser o bagre mais variavel dos nossos rios. O Museu Na- 
cional possue dous exemplares procedentes de Penedo, Rio S. Francisco, 
trazidos pela commissão Hart que repesentam a descripção acima; acham- 
se um tanto descorados; tendo mesmo os raios caudaes damnificados. Um 
exemplar denominado por Schreiner Piramutana blochii e procedente do 
Pará, differe dos precedentes pela ausencia das maculas do corpo e pela 
nadadeira adiposa que é trapezoide, como a adiposa de uma Pirabyba; esse 
exemplar tem uma etiqueta com lettras que me parecem ser do punho de Jo- 
bert, onde se lê «mandy casaca». Outro exemplar, provavelmente do Rio 
Grando do Sul, porque tem a etiqueta trazendo lettra de von Ihering, onde 
se lê Pimelodus maculatus, reproduz o colorido commum e a adiposa da ci- 
tada Piramutana blochit. 

Eingemann & Eigenmann, tendo examinada cerca de quatrocentos 
exemplares desta especie, descrevem della cinco variedades: 

«a— Labios distinctamente plicados; barbilhão maxillar projectando-se 
até a base da anal ou ligeiramente mais longo ; barbilhão mental até cerca 
da base da nadadeira peitoral; post-mental até depois do meio dos peito- 
raes ; mentaes e post-mentaes comprimidos. Olhos 2 e 1/3 4 2 e 2/3 no fo- 
cinho, 5 á 5 e 3/4 na cabeça, 1 e 1/2 41 e 3/4 no espaço interorbital. Lar- 
gura da bocca cerca de tres na cabeça, dentes da maxilla superior ligeira- 
mente proeminentes sobre os da mandibula ; altura da facha intermaxillar 4 
e 1/4 4 4e 1/2 na propria largura. Distancia entre as aberturas nasaes ante- 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 291 


riores e posteriores, quasi egual ao diametro ocular. Operculo ligeiramente 
mais comprido do que esse diametro. Placa peitoral alongada, sub-elliptica, 
sua largura cerca de tres vezes no comprimento. Lobos caudaes pontudos, 
o superior mais longo do que a cabeça. Adiposa 4 4 4e 1/2 no compri- 
mento. Aculeo dorsal quasi egual ao comprimento da cabeça; o peitoral 1 
e 1/5 4 1 e 1/2. As ventraes 1 e 1/2 4 2 na cabeça. Corpo com 4 ou 5 filas 
de grandes maculas negras ; maculas na cabeça ; äs vezes as maculas säo 
muito menores e irregularmente esquadradas, os especimens do Museu 
parecem-se muito com a figura dada por Lutken—Velhas Flodens 165; elles 
säo do Rio das Velhas, Urugauy, Giquitibä, Rio Grande e Buenos-Ayres. 
‘ erca de 20 exemplares de Goyaz representam uma variedade interme- 
diaria entre esta e a que sesegue. Elles näo têm os labiospl cados, os barbi- 
lhões maxillares projectando-se quasi sobre a caudal, a placa humeral an- 
gulosa superiormente ; numerosas maculas na cabeça e no corpo. Seis ou- 
tros especimens do Rio Grande do Sul, do collecçäo do Imperador. Alguns 
destes têm tres series de maculas, outros têm seis ou sete series cobrindo os 
lados. Dous têm dentes nos pterygoides. 

«6—Aculeo dorsal mais curto do que a cabeça; placa-peitoral sub- 
rhomboide suas margens superior e posterior concavas, um angulo visivel en- 
tre as duas faces. Lobos caudaes longos e ponteagudos, sendo os raios nor- 
maes; lobo superior mais longo, attingindo ou approximando-se da base da 
caudal ; mentaes junto á base dos peitoraes, post-mentaes junto á base das 
ventraes. 

Olhos 1 e 1/3 no focinho, 3 e 1/2 na cabeça, 1 e 1/4 4 dous no espaço 
interorbital. Bocca no angulo, quasi egual av focinho, 2 e 1/342e34 na 
cabeça; uma porção da facha de dentes intermaxillares projectando-se adi- 
ante da maxilla inferior ; sua altura cerca de quatro á seis na propria lar- 
gura ; distancia entre as narinas anteriores e posteriores 1 e 1/2 nos olhos. 
Operculo mais estreito do que os olhos, seu comprimento 1 e 1/3 4 1 e 1/2 
no diametro ocular. Processo humeral mais anguloso a mais delgado do que 
em qualquer outra variedade. Adiposa cerca de cinco no comprimento. 
Comprimento do aculeo dorsal quasi egual ao da cabeça, o peitoral e ven- 
tral 1 e 1/3 deste comprimento. Côr prateada, manchada de pardo, cabeça 
vermiculada de pardo ; corpo com cerca de quatro fachas longitudinaes de 
pardo, as vezes mais ou menos partidas em maculas; uma nodoa escura na 
base do aculeo dorsal; adiposa maculada de pardo;dorsal com as pontas de- 
negridas; outras nadadeiras uniformemente coloridas. Côr ás vezes uniforme. 

Esta variedade é uma das mais communs no systema do Amazonas. O 
Museu obteve especimens do Pará, Porto da Moz, Santarém, Obidos, Villa 
Bella, Coary, Teffé, Fonte Bôa, Tabatinga, Hyavary, Cudajäs, Rio Gonçalo, 
Rio Preto, Montalegre, Rio Puty, Manacapurú, Tocantins, Lago Aleixo, e 
Cometa. 

Esta variedade poderia ainda ser dividida; os exemplares mais occi- 
dentaes são mais uniformemente coloridos ; os signaes coloridos tornando-se 


292 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


mais distinctos nos de Este,até Santarém,nestes a côr existe em arêas bem 
definidas, como foi dito. Em alguns exemplares o perfil é recto; em outros a ca- 
beça é deprimida, com um angulo assignalado na base do processo occipital. 

Em alguns exemplares o corpo é mais curto e espesso e as fachas late- 
raes interrompem-se em maculas, produzindo copias exactas da estampa de 
macrospila e arekaima. 

«c)—Um unico individuo (160 mill. Rio S. Francisco), em más con- 
dições, differe das descripções dadas acima. Focinho pontudo ; olhos gran- 
des, 3e 2/5 na cabeça 1 e 1/2 no focinho; barbilhões maxillares projectan- 
do-se até adeante da anal; Processo humeral recto inferiormente, curvo 
superiormente terminando em ponta aguda. Aculeo dorsal 1 e 1/3 na cabeça; 
aculeo peitoral tão alto como o dorsal, liso anteriormente e provido de acu- 
leos agudos e recurvos em toda a extensão, no bordo posterior. Distancia 
internasal 3 nos olhos.» 

«d)—Barbilhäo maxillar projectando-se até o extremo da adiposa, 
mental quasi até o meio das peitoraes ; post-mentaes até a base das ventraes. 
Olhos 2 no focinho, 4 e 1/3 na cabeça, 1 e 2/3 no espaço interorbital. Bocca, 
até o angulo, 3 no comprimento da cabeça. Maxillar superior projectando-se 
sobre o inferior, altura da facha de dentes intermaxillares não egualando 
quando, muito,a dos dentes mandibulares; espaço internasal 2 nos olhos. 
Operculo de largura egual ao diametro dos olhos. Processo humeral muito 
angular, rhomboide. Adiposa 1 e 3/5 na cabeça. Aculeo dorsal 1 na cabeça; 
aculeo peitoral 1 e 1/5; ventraes 1 e 1 e 1/5 na cabeça. Uniformemente 
obscuro, todas as nadadeiras obscuras, uma nodoa obscura na base do 
aculeo dorsal, as vezes uma estria clara ao longo da linha lateral. Os exem- 
plares do Museu são de Avary, Pará, S. Gonçalo, Içá, Jutahy, Rio Puty. O 
maior exemplar mede 250 mm.» 

«e)—Aculeo dorsal mais longo do que a cabeça, processo humeral 
triangular. Barbilhão maxillar chegando á frente da base da caudal, mental 
a frente da base das ventraes post-mental até junto da ponta das peitoraes. 
Olhos 2 vezes no focinho, 3 4 4e 1/2 na cabeça. Distancia entre as narinas 
anteriores e posteriores 2 nos olhos. Largura da facha de dentes intermaxil- 
lares cerea de 6 no proprio comprimento. Operculo quasi egual ao diametro 
ocular. Lobos caudaes ponteagudos, 1/3 mais compridos que a cabeça. Adi- 
posa quasi 5 no comprimento. Aculeo dorsal 1/3 mais longo do que a ca- 
beça ; aculeo peitoral cerca do comprimento da cabeça. Nadadeiras ven- 
traes pouco mais curtas que a cabeça. Cör pardacenta, branca inferiormente. 
Esta variedade reproduzindo o macronema de Bleekeré reprseutada por 
muitos especimens do Amazonas». (Eigenmann & Eigen-mann. 

Ainda os mesmos auctores reunem ä P. Clarios, P. altipinnis, Stend, o 
que nos parece um tanto forte; conservamos, por isso, esta ultima especie 
separada daquella. 

Habitat: America do Sul, ao oriente dos Andes, desde o Rio da Prata 
(Paraná) até o Rio Mamoni, no Panamá. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 293 


284—Pimelodus altipinnis,' (Steind.) 
DRI GA 11 


Cabeça 4 vezes no comprimento total, de perfil superior mui franca- 
mente s-forme; intermaxillares um pouco proeminentes sobre os mandibul- 
lares; barbilhões maxillares tendo a base ossificada e subarticulada, attin- 
gindo o apice dos maiores raios caudaes; post-mentaes passando o apice 
das ventraes, mentaes o apice das peitoraes; narinas como em P. clarias; 
fontanella terminando abruptamente no plano do bordo posterior dos olhos; 


FIG. 114— Pimelodus altipinnis, seg. Steindachner 


estes supero-lateraes, 6 vezes na cabeça, 1 vez e 3/4 no espaço interorbital, 
mais proximo da ponta do operculo do que da do focinho; lados deste,buche- 
chas e região suborbitaria, carnudos; vertex, processo occipital, post-tem- 
poraes, supraclavicular, clavicula e processo clavicular, nús; rugosos; pro- 
cesso occipital attingindo a placa predorsal que é dividida por um sulco 
transverso, em duas porções. Aculeo peitoral attingindo o plano da base do 
3º raio dorsal, denticulado no bordo posterior; ventraes sob o 5º raio dorsal 
não attingindo a anal que termina sob a adiposa ou um pouco além quando 
reclinada; adiposa começando no ponto em que o apice do ultimo raio dor- 
sal toca o dorsal e dahi elevando-se em curva suave, que depois desce da 


1) Altipinnis (Lat.)— de nadadeiras (pinnæ) elevadas (alte). 


294 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


mesma forma até apice,maior altura dessa nadadeira 6 e 1/2 vezes na base; 
caudal furcada com os lobos muito longos e pontudos. Coloraçäo argentea 
mais obscura no dorso. As dimensöes da adiposa variam muito. 

Habitat: Amazonas. 


285— Pimelodus valenciennis,' Lutken 
MANDÍ 
EST. 42—FIG. 2 


D. 1 + 6; A. 17 (15 4) 


Cabeça 3 e 1/2, deprimida, de contorno anterior parabolico elevando- 
se o perfil desde a linha posterior dos olhos até a base da dorsal em uma 
curva fracamente convexa; bocca anterior, de largura contida 2 vezes e 2 e 
2/3 no comprimento, com a maxilla superior proeminente; os dente peque- 
nos, n'uma estreita facha oculta entre papillas da mucosa; barbilhões maxil- 
lares attingindo a anal,comprimidos, tænioides; os post-mentaes e mentaes na 
mesma linha de inserção, attingindo o apice das peitoraes; os mentaes ligei- 
ramente mais curtos; olhos grandes, lateraes, tangentes á horizontal do an- 
gulo da bocca; 5 vezes na cabeça; 2 no espaço interorbital; pre-frontaes 
salientes no angulo anterior dos olhos; fontanella até um pouco atraz da li- 
nha posterior da orbita, dilatando- se de diante para traz e seguindo, depois, 
numa depressão baixa até a base do processo occipital; este forte, triangular 
tendo a base perfeitamente delimitada por quatro linhas, duas obliquas an- 
teriores formando um angulo antevertido e duas outras posteriores lateraes 
parallelas entre si: o processo attinge a placa dorsal que é em ponta de fle- 
cha, mas cujos processos postero-lateraes são ligeiramente curvos para a 
frente; todo o alto da cabeça fortemente estriado, granuloso e bem assim o 
processo clavicular; dorsal tendo o aculeo estriado anteriormente e denticu- 
lado posteriormente; peitoraes com o aculeo fórtemente denticulado nos 
dous bordos, ventraes posteriores a vertical da base do ultimo raio mas 
não attingindo a anal; adiposa do mesmo comprimento que a anal, trape- 
zoide; caudal furcada, com o lobo superior ligeiramente maior; argyreo, 
plumbeo na parte superior; barbilhões, orla da dorsal e caudal denegridas, 
as outras nadadeiras brancas amarelladas. 1 exemplar medindo 1/6 cm. 

Habitat: Rio Paraná—Camaquan—Guahiba. 


1) Velenciennis (Latinisação) de Achilles Valenciennes, Preparador, depois Naturalista Ajudante 
do Museu de H. Natural, e por fim Professsr de Zoologia na Escola de Pharmacia de Paris, ich- 
thyologista famoso, collaborador de Cuvier na Hist. Naturelle des Poissons. Elle só redigio os 5 
ultimos volumes, tendo aliás recolhido apontamentos e material para toda a obra. Fôra collabora- 
dor de Lamark e Lacépède. Nasceu em 1794 em Paris e ahi morreu em 1865, era filho de um dos 
ajudantes de Daubenton. 


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A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 295 


286—Pimelodus fur (Lutken) 


PAPA-ISCA 


D. 1 + 6; A. 12 


«Muito semelhante 4 /heringichthys westermanni: cabeça e corpo me- 
diocremente comprimidos, focinho mais estreito do que largo: maxilla supe- 
rior proeminente, bocca mediocre, circumdada por um labio reflexo; área 
dentigera da maxilla superior mais estreita do que a da mandibula. Cabeça 


FIG. 115 — Pimelodus fur, seg. Lutken 


toda recoberta de pelle delgada, não granulosa; cabeça mais de 5 1/2 no 
comprimento total, incluída a caudal que é profundamente furcada. Diame- 
tro ocular da largura da fronte espaço interorbital); comprimento da cabe- 
ça, excede de 1/30 quadrupulo do espaço interocular. Aculeo dorsal egual 
ao da peitoral, e ä 1/3 do comprimento da cabeça; aquelle mais espesso, 
forte, agudo, quasi recto, liso anteriormente, fortemente serrilhado no bordo 
posterior; os peitoraes mais largos e mais curvos, com a parte interna an- 
terior serrilhada, a posterior mais fortemente serrilhada até a ponta. Dorsal 
quasi egualando ao espaço que a separa da adiposa, esta egual ao dobro 
ou a mais do dobro da anal. Barbilhões maxillares attingindo a base da 
caudal; as mandibulares, mais curtas, chegam á base das peitoraes. Côr 
fusca, indistinctamente maculada, cerca de 23 cm.» Lutken. 


Habitat: Rios S. Francisco, das Velhas, (Minas e Bahia) Irisanga, Rio 
Branco; Barra do Rio Negro; Rio Paraguay (Corumbá, Matto Grosso.) 


296 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


287—Pimelodus agassizi,' (Steind.) 
Di GERA 


«Comprimento da cabeça até a abertura das guelras 4e 1/3; altura do 
corpo 6 no comprimento do corpo; largura da fronte 3, comprimento do fo- 
cinho cerca de 2 e 1/3, diametro ocular 5, largura da cabeça le 2/3 no 


FIG. 116—Pimelodus agassizi, seg. Steindachner 


comprimento da cabeça. Toda a parte post-orbital do alto da cabeça fina- 
mente granulosa. Processo occipital pequeno, não attingindo a placa basilar 
da dorsal. Fontanella frontal dilatando-se um pouco para traz e de largura 
egual ao diametro ocular cujo plano posterior ella attinge; uma pequena fon- 
tanella oval, immediatamente na frente da base do processo occipital. 

Barbilhões longos teniiformes, maxillares e post-mentaes projectando- 
se até além da parte posterior da base da anal; mentaes, até quasi á ponta 
das ventraes. Aculeos dorsal e peitoral delgados. Adiposa muito longa; ori- 
ginando-se immediatamente atraz da dorsal contida 2 e 1/2 no comprimento 
do corpo. Barbilhões e peitoraes cinereos deregridos. Parte posterior das 
ventraes e superior da dorsal punctulada de cinsento» cerca de 195 millime- 
tros. (Steindachner) Habitat: Pará. Amazonas. 


1) Agassizi—de João Louis Rodolpho Agassiz, nascido em Motier, Suissa, em 1807 e morto na 
Am. do Norte, em Cambridge, no cargo de Director de Zoologia Comparada, onde elle guardou 
todo material colligido durante sua viagem ao Brazil em 1865 e 1866. Era principalmente geologo, 
paleontologista e ichthyologo tendo se celebrisado por muitos trabalhos de valor. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 297. 


Esta especie, € muito proxima, se näo for uma variedade de Pimelodus 
altipinnis, a julgar pela boa estampa dada por Steindachner. As differencas 
pricipaes jazem na forma do processo occipital, dos acules dorsal e peito- 
raes, proporção dos olhos e arcada scapular. 


288—Pimelodus platanus,' (Gunther) 


D. 16; Ps. 1 + 13; À. 12 


Cabeça recoberta de pelle superiormente; processo occipital estreito ; 
escudo predorsal ausente. Adiposa alta com o comprimento egual a 2/9 do 
total (sem a caudal) egual 4 sua distancia do quito raio dorsal. Barbilhões ma- 
xillares projectando-se até a origem da adiposa, indo os externos na mandi- 
dibula á origem das peitoraes. Comprimento da cabeça um pouco maior do 
que 1/4; focinho um tanto longo e espatulado, com a maxilla superior pro- 
eminente sobre a inferior. Os olhos occupam quasi o meio do comprimento 
da cabeça, tem as margens orbitaes livres e á cerca de 1/2 da largura do 
espaço interorbital; seu diainetro é 1/) do comprimento da cabeça. Os pri- 
meiros raios peitoral e dorsal não espinhosos. Caudal profundamente fur- 
cada, côr uniforme. Comprimento do exemplar 13 pollegadas. — Paraná, 
(Rio)» (Gunther), Piracicaba, S. Paulo. 


289—Pimelodus pati,’ (Cuv. & val.) 
PIRACATINGA 


Dra ae Atl: 


«Largura, sob o primeiro aculeo dorsal, menor do qne a altura, termi- 
nando em um delgado pedunculo caudal. Cabeça ampla, sua largura 1 e 2/3 
no comprimento; focinho comprido, d primido, espatulado, sua largura no 
canto duas no comprimento da cabeça; a metade superior da bochecha, re- 
giões nasal e occipital cobertas por pelle reticulada. Processo occipital uma 
simples ruga. Olhos posteriores ao meio da cabeça 5 e 1/2 vezes no focinho, 
11 na cabeça-e 2 e 2/3 no espaço interorbital, 3 e 3/4 diametros atraz do an- 
gulo da bocca; esta ampla, maxilla superior ligeiramente prognatha; largura 
da facha mand bular de dentes egual ao diametro ocular; facha intermaxillar 
dos dentes mais elevada nas orlas externas, que são emarginadas. Barbi- 
lhões maxillares um tanto compridos chegando á ponta das ventraes ou 
adiante da região anal; mentaes inseridos quasi directamente na frente dos 


1) Platanus—La Plata. 


2) Pati, nome vulgar do peixe em Corrientes. 
6378 


298 7 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


post-mentaes e chegando 4 frente da base das peitoraes ; post-mentaes ade- 
ante da base das ventraes. Rastros curtos ligeiramente sobrepostos 4,13. 

Primeiro raio dorsal delgado articulado na sua metade superior, porém 
nao ramificado, mais comprido do que os raios seguintes 1 e 1/5 na cabeça; 
raios dorsaes diminuindo rapidamente em altura até o ultimo que € menor 
do que 1 2 do comprimento do primeiro. Nadadeira adiposa 3 e 1/44 4 e 
1/4 no comprimento. Caudal profundamente furcada com os dous lobos 
prolongados e pontudos e eguaes em comprimento 4 cabeça. Margem livre 
da anal emarginada. 

O quarto raio é o mais elevado, 2 e 1/5 na cabeça. Ventraes inseridas 
atraz da vertical do ultimo raio dorsal, 1 e 3/5 äle 1/2 na cabeça. Primeiro 
raio peitoral semelhante ao primeiro dorsal, com dentes curtos na sua mar- 
gem posterior, o comprimento do maior raio attingindo a base das ventraes, 
nos exemplares maiores e contido 1 e 1/5 na cabeça. Pardo claro, pratea- 
do inferiormente, com maculas escuras ao longo dos lados; uma raia escura 
na frente dos olhos, pontas dos raios dorsaes escuras. Cabeça 4, altura 7 
(Eigenmann & Eigenmann, sobre 14 exemplares procedentes do Rio da 
Prata.) 

Habitat: Rio Branco (junto ao forte S. Joaquim, N. do Brazil), Rio 
(Paraná) da Prata. 


Steindachneria, I Eigenm. & Eigenm. 


Proc. Calif. Acad. Sci. II° Ser. I—137—1888. 


Cabeca grande, deprimida; bocca ampla, anterior, provida de dentes 
vomerinos em facha ou em duas placas ovaes isoladas, dentes palatinos au- 
sentes; os maxillares e mandibulares em facha de bordos parallelos sem 
prolongamento lateral; barbilhöes mediocres, teretes; narinas pouco afasta- 
das entre si; olhos supero-lateraes; fontanella estreita, mediocre; processo | 
occipital terminando mais ou menos proximo à placa predorsal que é lon- 
gamente triangular; acculeo dorsal fraco, terminando em ponta membrano- 
sa; peitoraes idem, adiposa maior que a anal. Exclusivamente brasileiro. 


| Maior altura do corpo 1e 14 no comprimento da cabeça 
Processo occipital attingindo perfeitamente a placa pre- 


, caudal bi-lobada D 1 -|- a 


dorsais Pre: A Shee PENSER MERE ETES 22 3 S. parahybe. 
\ \ I altura do corpo 2 a 2 e 1/2 no comprimento da ca- 
Especies . beça. Processo occipital não attingindo perfeitamente a 
placarpredorsal 2... eee eel eaten Pe S. doceana. 
Crvdaliredonda inteiras D MERDE RENE PEER RR SR S. amblyura. 


1) Steindachneria ; Designação em honra do Prof. Dr. Franz Steindachner, do Museu de Vienna 
que tanto tem trabalhado sobre os peixes do Brasil. 


ND 
le] 
o) 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE— PEIXES 


290 —Strindachneria parahybæ,' Steind. 
BAGRE, SURUBI 


Est. 43 


D.1i +7; A. 12—13 


Cabeça grande, deprimida, 3 e 1/2 no comprimento do corpo; bocca 
anterior, 1 e 1/2 na cabeça, maxilla um pouco proeminente, dentes vomeri- 
nos n'uma facha transversa, de contorno posterior concavo; barbilhões ma- 
. xillares attingindo a ponta das peitoraes; post-mentaes 4 base d'essas nada- 
deiras; mentaes a orla da membrana branchiostega ; aberturas branchiaes 
estendendo-se até adeante dos olhos ; narinas anteriores proximas á base 
dos barbilhões maxillares, as posteriores ä um diametro ocular d'estas e 
ambas providas de uma orla membranosa ; olhos á meio comprimento da 
cabeça, 2 e 2/3 43e 1/2 vezes no espaço interorbital; fontanella estreita, 
um pouco mais prolongada adiante do que atraz dos olhos; processo occi- 
pital tocando a placa predorsal, longa e agudamente lanceolada ; peitoraes 
ligeiramente falcadas, com o aculeo deprimido, terminando em ponta molle 
e densamente revestido de pelle, de comprimento do aculeo dorsal que é da 
mesma forma; ventraes amplas, immediatamente posteriores á base do 
ultimo raio dorsal e marcando com o apice o plano da papilla urogenital ; 
adiposa elevada, espessa, em forma de lamina de yatagan, com a base ori- 
ginando-se imperceptivelmente aquem e terminando após a base da 
anal; esta arredondada, terminando um pouco adiante do plano em que 
termina a adiposa; caudal moderadamente furcada. Parda olivacea, an- 
terior e superiormente, esvaecendo para o branco nas partes posterior e 
inferior, profusamente maculada de negro, violaceo na cabeça, parte superior 
do corpo e nadadeiras (exceptuada a pagina inferior das nadadeiras pares, 
que é da côr do ventre ; as maculas do tronco, depois da dorsal, vão au- 
gmentando sendo as maiores as da região da adiposa. 

Habitat: Rio Parahyba, rio Pomba. 


29i—Steindachneria doceana, Eigenm. & Eigenm. 
D ALA ER A, 
«Esta especie parece-se com S. parahybæ na forma da caudal, dentição 


do vomer, comprimento dos barbilhões e raios das nadadeiras. Difere gran- 
demente na forma da cabeça e na côr. Cabeça grande, deprimida, sua altura 


1) Parahybæ -do rio Parahyba. 
2) Doceana—do rio -Doce. 


300 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


na base do processo occipital 2 e 1/3 43 no proprio comprimento ; sua lar- 
gura 1e 2/9; maior altura do corpo 2 a 2 e 1/2 no comprimento da cabeça; 
processo occipital largo, não attingindo perfeitamente a longa e triangular 
placa predorsal. Fontanella frontal alongada. Olhos medianos, 3 e 1/5 4 5 
no focinho, 3 á 3 e 1/2 no espaço interorbital, 8 ä 11 na cabeça. Barbilhões 
maxillares attingindo o meio da dorsal, no menor, ou o meio da peitoral 
no maior exemplar ; mentaes ás aberturas das guelras ; post-mentaes 4 frente 
da base das peitoraes no exemplar menor, mais curta no maior. Nadadeira 
dorsal como em parahybæ. Base da adiposa 1/4 4 1/5 mais comprida do 
que a base da anal. Aculeo peitoral rijo, fortemente serrilhado na sua mar- 
gem interna no exemplar menor. Lados e toda parte superior parda escura 
com maculas e vermiculações claras. As nadadeiras impares e a face supe- 
rior das nadadeiras pares claras, profusamente maculadas de escuro; as ma- 
culas da dorsal e peitoraes, coniluentes em barras e estrias, nos exemplares 
maiores ; adiposa colorida como o dorso ; face ventral e pagina inferior das 
nadadeiras pares unicolores. Cabeça 3 e 3/5 ou 3 e 1/2; altura 6 e 1/2 ou 7 
e 1/2. 9 exemplares de 37 4 74 centimetros. (Eigenmann & Eigenmann). 
Habitat: Rio Doce. 


292 —Steindachneria amblyura,' Eigenm. & Eigenm. 


D. 1 + 6; A. 12 


«Dr. Steindachner descreveu o seu P. parahybe, sobre um exemplar de 
56 cent. de comprimento e referiu os outros exemplares do Museu de Zo 
ologia Comparada de Cambridge, dos rios Jeguitinhonha e Doce ä esta es 
pecie. Uma comparação de todos estes especimens mostra que os de Jequi- 
tinhonha differem grandemente dos do Parahyba, nada mais tendo em 
commum senão a côr. Escolhemos exemplares de tamanho egual, dos dous 
rios, para camparação. Corpo delgado. Cabeça muito deprimida, sua lar- 
gura no angulo da bocca é 2/3 de sua maior largura, que é egual ao com- 
primento da cabeça; maior altura da cabeça 2 e 13 no proprio compri- 
mento. Olhos 8 e 1/2 na cabeça, 3 no focinho, e 3 e 1/2 no espaço interor- 
bital, 4 1 diametro do angulo da bocca. Rastros 4 + 9 ou 12. Aculeo dorsal 
delgado, 2á 2 e 1/2 43 vezes na cabeça, com os raios 1 e 3/4 4 2. Base da 
adiposa quasi o dobro da base da anal. Aculeo peitoral 2 vezes na cabeça, 
com dentes agudos no bordo interno; margem externa aspera em toda a 
extensão. Ventraes projectando-se em 1/2 extensão para traz do anus. Mem- 
branas das nadadeiras delgadas. Parte superior pardacenta, com maculas 


1) Amblyura (Gr.) de amblys grosseiro, obtuso e oura, cauda. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 301 


redondas, que são menores sobre a cabeça, ás vezes confluentes em vermi- 
culações. A adiposa e caudal maculadas ; membrana da dorsal, ás vezes, 
com series verticaes de maculas:; outras nadadeiras obscuras. Parte inferior 
unicolor. Cabeça 4; altura 7 e 1/3.» (Eigenm & Eigenm.) 

Habitat : Rio Jequitinhonha. 


Platynematichthys,! Bieeker. 


Neder. Tydschrift Dierkunde, 1-99-1863 


Fórma robusta, cabeça revestida de pelle, bocca anterior, provida de 
dentes em facha muito larga no meio e de uma facha de dentes vomeri- 
nos; barbilhöes tænniæformes, grandes; processo occipital attingindo a 
placa predorsal ; nadadeira desse nome, elevada ; peitoraes grandes, com 0 
aculeo forte ; anal maior ou menor do que a adiposa. Peixes grandes, intei- 
ramente fluviaes e brasileiros. 


Base da adiposa mais curta do que a anal. Pardo 


: ge: pintado deipretos A plo tee P. punctulatus. 
Especies conhecidas . 


lee da adiposa muito maior do que a anal. 
Bardoiniionne aan ONE ARE RENE P. araguayensis. 


293 - Platynematichthys punctulatus,? (Kner.) 
MESTIÇO ; CARAVATAI 
D.1 + 6; A. 16 


«Comprimento da cabeça 1/5 do total; largura entre as coberturas das 
guelras egual á distancia que vae da ponta do focinho ao preoperculo e, a 
maior altura anterior á dorsal, cerca do comprimento da cabeça. O con- 
juncto do focinho. até os barbilhões maxillares, quasi semicircular ; o angulo 
da bocca chega até sob o bordo anterior da orla ocular, ambas as maxillas 
são de egual comprimento e as fachas dentarias das mesmas, muito largas, 
especialmente no centro (10 linhas ); a dos intermaxillares é continua, a dos 
mandibulares, porém, é dividida ao meio ; em ambas, sobretudo na ultima, 
os dentes se projectam para fóra, de modo que a orla oral apparece exter- 
namente tambem provida de dentes. O arco dentario transverso sobre o 
vomer é posteriormente, onde elle é mais largo, menor quasi de metade 
(10 linhas) da largura da facha intermaxillar e separado d'esta apenas por 
um estreito espaço. Os palatinos são edentulos. Os olhos ficam com a orla 


1) Platynematichthys (Gr .) de platys, chato, nema, fita, barbilhão e ichthys, peixe. 
2) Punctatus (Lat.)—pontuado. 


302 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


anterior ä mesma distancia da ponta do focinho que do preoperculo (o seu 
centro fica portanto mais perto deste); são abertos para os lados, quasi em 
angulo recto, longitudinalmente ovaes e 4 cerca de dois diametros da orla 
maxillar, 4 á 4 e 1/2 um do outro. Us barbilhões maxillares comquanto res- 
secados, da largura de 1/4 de pollegada, chegando além do meio do com- 
primento da dorsal, os externos ou posteriores mandibulares, um pouco 
mais estreitos, os anteriores apenas do comprimento da metade destes, são 
ao mesmo tempo de menor largura ; todos terminam em uma delgada facha 
e são providos de uma orla cutanea que se torna mais larga na base. As 
narinas são redondas, as posteriores proximas aos olhos,as anteriores, me- 
nores, juntas á orla rostral. O vertex apparece, atravez da espessa pelle 
translucida, enrugado longitudinalmente, assim como o processo occipital 
que attinge a placa predorsal obtusamente carenada e que, sendo de largura 
sub-egual em toda a extensão, termina com um contorno cordiforme; o 
escudo dorsal, egualmente revestido de pelle e enrugado, é triangular e tão 
largo quanto longo. O operculo mostra sulcos e rugas irradiantes para fora, 
sua orla posterior € emarginada. Branchiostegos—8 á 9. 

O aculeo dorsal xiphoide, curvo, attinge, apesar de ter a ponta que- 
brada no nosso exemplar, a altura do corpo e tem estructura semelhante ä 
que se nota no genero Galeichtys ; a orla desta nadadeira é, como a da 
anal, de contorno semilunar; a base da quasi triangular adiposa é mais curta 
do que a da anal. As relativamente pequenas ventraes apenas passam 0 
póro anal, o seu ultimo raio interno é o mais curto, porém, robusto. As 
peitoraes são as mais robustas, o seu espesso aculeo, com os seguintes raios 
de egual comprimento, attinge o extremo posterior da dorsal e é, no bordo 
anterior, fracamente e no posterior, junto á ponta, fortemente denticulado. O 
processo escapular triangular apenas mais comprido do que alto. Pôro peitoral 
ausente. Caudal furcada,o lobo inferior mais largo, arredondado; o superior 
pontudo e alongado comquanto jamais ficando no nosso exemplar e som- 
mando pouco mais de 2/3 do comprimento da cabeça). 

À linha lateral envia o maior numero de tubos lateraes para baixo, o 
menor, e isso mesmo mais sobre a cauda, para cima; a rede, em que elles 
se ramificam, alarga-se d'ahi até sobre mais de metade da linha lateral ( des- 
coberta tambem acima della )e deixa a maior parte da pelle livre. 

Côr uniformemente parda até a região inferior que é esbranquiçada ; 
até onde vae a coloração parda, é todo o peixe coberto de maculas sub- 
eguaes, regularmente redondas, pretas, as quaes, comtudo, faltam nas na- 
dadeiras pares. Comprimento total do maior exemplar tres pés, do menor 
dous pés, todos dous são empalhados e do sexo feminino.» (Kner). 


Habitat : Rios Guaporé, (Forte do Principe da Beira) e Branco, 


A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 303 


294 - Platynematichthys araguayensis,' (Cast.) 


DEI TEA 9 


«Cabeça 4 e 4/5, altura 5 e 4/5, sem caudal; olho 1/6 na cabeça; angulo 
da bocca anterior ao bordo anterior dos olhos; barbilhões maxillares attin- 
gindo o apice das ventraes, post-mentaes a axilla d'essas nadadeiras, men- 
taes quasi o apice das peitoraes. Dorsal elevada com o aculeo apenas as- 
pero no bordo anterior e isso mesmo junto ao apice; adiposa longa, 2 1/2 
vezes no comprimento (sem a caudal) total; peitoraes com o aculeo attin- 
gindo a vertical do ultimo raio dorsal e attingindo com o primeiro raio a 
base das ventraes; esta nadadeira provida de aculeo anterior 4 adiposa; 
anal ligeiramente falcada, situada sob o extremo posterior da adiposa; caudal 
sub-truncada; linha lateral presente. Côr castanha, alvadia na parte inferior 
do peixe. Comp. do exemplar descripto 67 centimetros» (Casteln). 

Habitat: Araguaya. 


Pirinampus,’ (Bleexer) 


Ichth. Arch. Ind. — Siluri, pag. 198 — 1858 


Corpo e cabeça glabros, bocca ampla, com o angulo posterior á im- 
plantação dos barbilhões maxillares, tendo apenas uma facha de dentes vil- 
liformes nos intermaxillares e outra identica, interrompida no meio, nos 
mandibulares. Barbilhões em numero de 6, muito longos, porém menores do 
que o corpo, comprimidos e um tanto largos. Olhos latero-superiores, pe- 


quenos; fontanella seguida de um sulco até sobre o processo occipital; este 


terminando proximo á placa dorsal reniforme. Dorsal elevada, com o aculeo 
flexivel, articulando-se sobre a axilla das peitoraes que são previdos de 
aculeo egualmente flexivel, porém serrilhado, essas nadadeiras são grandes 
e bem assim as ventraes; anal mediocre, adiposa moderadamente elevada, 
porém occupando a linha dorsal numa extensão que vae de sobre as ventraes 
ao apice do ultimo raio anal, caudal furcada. Linha lateral presente, ligeira- 
mente tubulada. Fluviatil, contendo apenas uma especie conhecida. 


1) Araguayensis — do Araguaya. 
2) Pirinampus — Latinisação do nome indigena do peixe Pirinampu, corruptéla de Pira-inambu 
(Pira peixe e inambu ave do genero Crypturus). 


304 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


295— Pirinampus pirinaınpus,' Ag. & Spix. 
PIRINAMPU, BARBADO 
D. 1 + 6; A. 11 


Forma curta, robusta; cabeça glabra, deprimida, anteriormente de perfil 
elevando-se até a dorsal; bocca ampla, aberta até quasi sob a orla anterior 
dos olhos; dentes nos intermaxillares e mandibulares em uma facha ampla; 
barbilhôes muito desenvolvidos; os labiaes originam-se aos lados e para 
traz das narinas anteriores, attingem o meio da anal; os post-mentaes pouco- 
menores, os mentaes o extremo das ventraes. Olhos pequenos, cerca de 1,10: 
da cabeça, latero-superiores; operculo venulado. A placa dorsal é um tanto: 
cordiiorme e como o processo occipital revestida de pelle; fontanella termina 
no plano da orla posterior dos olhos e é seguida de um sulco que vae ao 
processo occipital. Dorsal grande, com o aculeo flexivel; originando-se 
sobre a axilla das peitoraes o aculeo é maior do que os raios que dimi- 
nuem gradativamente de extensão; as peitoraes têm o aculeo serrilhado nos 
bordos, porém fraco na extremidade e tambem maior do que os raios; estas 
nadadeiras attingem a axilla das ventraes que por sua vez attingem a anal; 
esta nadadeira é moderadamente falcada. A adiposa começa a um diametro 
ocular da base do ultimo aculeo dorsal e termina sobre o extremo do ultimo 
anal; é bastante elevada e de contorno marginal curvo; caudal furcada. Ci- 
nereo glauco; albicante inferiormente. Como ınuito bem diz Natterer, o nome 
de Pirinampu, em Matto Grosso, é Barbado. 

Habitat: Guyana, Venezuela, Norte do Brasil, Tocantins, Amazonas e 
tributarios, Paraguay. 


Platystomatichthys,’ sleeker. 


Nederl. Tydschf. Dierkunde, 1, 98—1863. 


Este genero encerra a mais notavel das formas de silurideos dos nossos 
rios. ; 

Corpo moderadamente subfusiforme, comprimido, cabeca grande tendo 
o focinho muito desenvolvido em uma projecção rostral, da maxilla supe- 
rior, cuja face inferior é totalmente occupada por dentes villiformes; os den- 
tes vomerinos occupam uma placa mediana, transversa, pequena, isolada 
das fachas platinas por um amplo interespaço; estas egualmente pequenas 
e dispostas em angulo recto com a primeira citada, mandibulares em facha 


1) Vide etym. do genero. 
2) Platystomatichthys (Gr.) de Plctys chato stoma bocca e ichthys peixe. 


i da ad 


A..DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 305 


dividida ao meio; narinas afastadas da ponta do rostro; olhos superiores, 
moderados barbilhöes, osseos na base; processo occipital attingindo a placa 
predorsal; base da adiposa maior que ada anal; linha lateral com ossifica- 
ções granulares e reticulações anteriores. 

Especie conhecida: P. sturio. 


296—Platystomatichthys sturio,! (Kner.) 
SORUBIM-MENA--PIRAJAPEAUA—PEIXE-LENHA 
DE 1.26: Ar 12415 


D’este peixe que conhecemos apenas pelos autores que d’elle trataram, 
os quaes citamos na parte bibliographica, disse Kner: 

«O comprimento da cabeça é contido 3 vezes no do corpo, sua largura 
entre os operculos é egual approximadamente ao comprimento da projecção 


FIG. 117—Platystomatichthys sturio, seg. Kner. 


rostral sobre a mandibula; a cabeça torna-se por isso, desde a abertura das 
guelras até a ponta do rostro, conica; os olhos são transversamente ovaes 
e ficam muito para traz, (sobre o fim do 3º quarto do comprimento da ca- 


1) Sturio (Lat.)—o esturjão. 


306 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


beca , inteiramente proximos ao perfil frontal, a um pouco menos de 2 dia- 
metros um do outro, um pouco mais distantes da abertura das guelras, a 3 
das narinas posteriores e seis da ponta do focinho. Em consequencia da 
projecção do rostro ficam aqui as duas narinas anteriores excepcionalmente 
á 2 e 1/2 diametros da ponta rostral. O meio da fronte é fortemente concavo 
e percorrido pela larga e comprida fontanella. 

O vertex atraz dos olhos é granuloso; o processo occipital, furcado, 
attinge a placa predorsal; os frontaes medianos e preorbitarios, são fraca e 
longitudinalmente furcados. Na ponta do rostro ha, como no Esturjão, um 
revestimento rugoso que comprehende toda a largura anterior do mesmo. 

O barbilhão maxillar origina-se quasi justamente no meio da distancia 
entre a ponta do focinho e os olhos; e é provido de uma peça basilar resis- 
tente (os maxillares superiores). 

Os barbilhões mentaes e post-mentaes apenas chegam além da base 
das peitoraes, os anteriores são mais curtos. O lado inferior do rostro é, 
como mostra a figura 117, em toda a extensão, provido de dentes ponte- 
agudos, qual uma raspadeira; a metade inferior da parte nua dos barbilhões 
maxillares tem, em cada lado uma orla triangular, mais larga ahi e na ponta 
muito estreita. Os dentes da projecção rostral ligam-se estreitamente á larga 
facha dentaria intermaxillar; a placa vomerina tem uma facha dentaria sim- 
ples, mediocre, transversamente reniforme, a qual fica separada das placas 
semelhantes dos palatinos. 

A facha dentaria da mandibula é aqui mais larga do que nas especies 
mais proximas e dividida na linha mediana. O numero dos branchiostegos 
attinge apenas a 9. A dorsal origina-se adeante do meio do corpo; o seu 
aculeo delgado, porém denticulado tanto adeante como atraz, é de altura 
egual ao comprimento da base; ella é moderadamente truncada para traz. 
A adiposa tem entre todas o maior comprimento da base e eleva-se logo a 
uma altura que é egual ao extremo da cauda. A anal pontuda e fortemente 
truncada, chega quasi tanto para traz quanto aquella. O moderado aculeo 
peitoral é deprimido e denticulado em quasi todo o bordo posterior. O pro- 
cesso clavicular que termina em ponta, pequeno; o poro peitoral moderado; 
a caudal profundamente entalhada, pontuda, com os lobos de egual com- 
primento. 

A linha lateral emitte sobre a cauda e parte posterior do ventre ram - 
ficações inferiores; na metade inferior á dorsal, ella se eleva porém em for- 
ma de tuberculos asperos e a pelle torna-se até o perfil abdominal percorri- 
da por muitas reticulações (veias) que, de resto, se estendem tambem acima 
da linha lateral, de modo que esta região ca pelle, apresenta o aspecto da 
superficie de uma folha de dicotyledonea. Sob o canal cephalico o ramo 
suborbital é o mais forte, elle recorta toda a face com uma bonita reticula- 
ção que se dilata mais amplamente, como ramificações, até sobre os barbi- 
Ihöes maxillares e se separa, então, mais amplamente, em galhos que se 
projectam 4 ponta do rostro. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 307 


Coloragäo: Dorso pardo avermelhado. Lados e ventre prateados; sob 
o extremo da dorsal um grande ocello denegrido maior e um segundo an- 
terior á adiposa, sobre a linha lateral; dous menores contiguos, negros, 
retintos, um adiante e outro sobre a base do lobo caudal superior; todas 
as nadadeiras immaculadas, assim como os fortes barbilhões maxillares 
amarellos esbranquiçados desde a base. O comprimento total do nosso 
unico exemplar, que é macho, é de 12 pollegadas e 3 linhas, o comprimento 
do barbilhão maxillar sósinho 20 pollegadas. À vesicula é como nas espe- 
cies visinhas, recoberta de uma forte camada muscular, simples, alongada, 
seu ducto pneumatico amplo; interiormente constitue ella, em cada lado do 
extremo anterior, uma ampla cavidade; no posterior, porém, ella é dividida 
por enrugamentos transversos salientes em numerosas cellulas, entre as 
quaes ha uma communicação que liga a metade esquerda com a direita. Os 
testículos jazem na superficie anterior da vesicula natatoria e apresentam 
um aspecto esfarrapado ou melhor fortemente franjado. Procede do Rio 
Branco e foi etiquetado por Natterer com o nome de Sorubim-Mena.» 

Rodrigues Ferreira figura na estampa 46 um exemplar que tem os lobos 
caudaes prolongados em filamento. Os Profs. Eigenmann dizem: Caudal 
profundamente furcada, com os raios externos maiores do que a metade do 
comprimento do corpo; numerosos raios basilares. Por estes autores sabe- 
mos tambem que a parte ossea ou rija dos barbilhões maxillares mede 
mais de metade do comprimento d’estes. 

Goldi, que o obteve do Pará e Amazonas inferior, diz que o seu nome 
vulgar ahi é Sorubim, Pira-japé-auá e Peixe-Lenha. 

Habitat: Rio Branco, Amazonas, Rio Muria, Curucá, Pará. 


Surubimichthys,' Bieeker. 
Nederl. Tydschr. Dierkunde, 1—98—1863. 


Cabeça grande, muito deprimida, revestida de pelle fina; bocca antero-. 
inferior, inter-maxillares muito proeminentes com uma ampla facha dentaria 
seguida da dos vomerios e palatinos, que é sómente dividida por um sulco 
médio anterior; barbilhões maxillares com a base ossea, caracteristicamente 
curvos sobre o angulo da bocca; fontanella muito pequena e estreita, pro- 
cesso occipital largo, recebendo a ponta da placa predorsal n’um entalhe 
posterior; olhos mediocres, superiores. Dorsal elevada, com o aculeo termi- 


1) Sorubimichthys—Soruby ou Sorubim, nome brasilico designando o peixe do genero Sorubim adeante citado, 
ichthys (Gr.) —peixe. 


308 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


nando em ponta molle; ventraes pouco posteriores ao plano da base do 
ultimo raio dorsal; adiposa sobre a anal menor que esta, que, por sua vez 
é mais alta do que longa. Coloragäo variavel. 

Especie conhecida: 

S. planiceps. 


297—Sorubimichthys planicepis,! (Agass. & Spix.) 
PIRAUACA, PIRAYAPEA, PIRAYAPEANI 2 


Est. 44 fig. 1 


D. 1 + 6; A. 12 («ou 13) 


D’esta especie possue o Museu Nacional um exemplar pequeno, em 
alcool que reproduz o colorido e a conformação do processo occipital de S. 
spatula, sem denticulações no bordo anterior do aculeo peitoral e com as 
nadadeiras da forma da S. planiceps. Por sua vez, Alexandre Rodrigues 
Ferreira figura um exemplar com o colorido de S. planiceps e as nadadeiras 
de S. spatula. Esta figura mostra, além disso, a cabeça do peixe coberta de 
pelle e adiposa do comprimento da anal e a caudal pouco furcada. 

Concluo d'ahi que as duas primeiras especies são variedades de uma 
unica, como já o suppunham Eigenmann e Eigenmann e que tambem, muito 
provavelmente, S. gigas de Giinther é o adulto completamente desenvolvido 
d'esta especie. 

N’um exemplar de 35 cm. incl. a cauda, observa-se os seguintes cara- 
cteres: Cabeça 1/3 do comprimento sem a caudal), de bordos lateraes pa- 
rallelos, muito deprimida, perfil superior quasi recto, focinho proeminente, 
mandibular apenas tocando o interspaço que medeia entre os dentes inter- 
maxillares e vomerinos; narinas situadas de modo que a base do barbilhão 
maxillar fica entre as anteriores e posteriores; barbilhões maxillares tendo a 
base ossificada até perto do angulo da bocca, curvando-se dahi, caracte- 
risticamente, para cima e depois para fora em espiral, para ganhar a parte 
inferior da cabeça e depois se projectar para traz; post-mental mal chegando 
ao bordo da membrana opercular; fontanella pequena, começando no plano 
da orla anterior das orbitas e se projectando até um diametro posterior as 
mesmas; olhos pequenos, ellipticos, com o maior diametro contido quatro 
vezes no espaço interorbital, e a meia distancia entre a ponta do focinho e 
a do operculo; o processo occipital curto, attingindo a placa predorsal; aculeo 
dorsal terminando em ponta molle e sobre a divisão entre 2º de 3º terços 


1) Planiceps (Lat,))—cabeça chata. 
2) Estas duas ultimas denominações encontram-se em exemplares conservados no Museu 


Munich.(Vide Guv. & Val.) 


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A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 309 


do aculeo peitoral, anadadeira € arredondada; a peitoral & pontuda, o aculeo 
termina em ponta aguda, porém é seguido de um filamento curto; apenas 
vestigios de denticulações no bordo externo; a ponta do filamento attinge 
o plano da base do ultimo raio dorsal, ventraes sob o meio do ultimo raio 
dorsal, quando reclinado sobre o corpo. Adiposa pequena, originando-se 
pouco depois e terminando com a base da anal; esta alta, ligeiramente fal- 
cada; caudal furcada com os lobos pontudos e os ultimos raios prolonga- 
dos em filamento moderado. Côr parda com uma facha prateada nos flan- 
cos, alto da cabeça e nadadeiras, exeptuadas a anal, a caudal e o dorso 
(até a dorsal) maculados de preto; nota-se uma zona escura abaixo da facha 
lateral prateada. 

A figura Rodrigues Ferreira marca toda a parte superior maculada e 
zebrada de preto; uma facha preta, estreita do operculo á base da caudal, 
em linha recta, uma nodoa preta na base da peitoral, seguida de outra estria 
preta parallela á superior até a base da caudal, cinco maculas negras, in- 
feriores a esta facha, sobre os lados do ventre. 

O colorido fundamental na região dorsal; até á linha superior negra, 
côr de cinza; abaixo d'essa linha, branco. 

Habitat: Amazonas, Orenoco e tributarios; Huallaga? 


Sorubim,! spix. 
Gen. Sp. Pisc. Brasiliensium, est. XV-1829 


Cabeça muito longa, muito deprimida; bocca antero-inferior, mandibu- 
lares posteriores aos intermaxillares; estes com uma larga facha dentaria, 
crescentiforme; palatinos e vomerinos presentes, n’uma facha posterior, mui- 
to prolongada para traz; narinas anteriores quasi sobre o labio, posteriores 
na base dos barbilhões maxillares; estes e os demais mediocres; fontanella 
relativamente estreita, projectando-se n'uma fenda estreita até a base do 
processo occipital; olhos perfeitamente lateraes, immediatamente anteriores 
ao preoperculo, no mesmo plano em que a bocca. Dorsal pequena, estreita, 
ventraes muito posteriores ao plano da base do raio dorsal; adiposa peque- 
na, menor que a anal que é muito desenvolvida. 

Especie conhecida: 

Sorubim lima. 
298—Sorubim lima, BL & Schn. 

GERUPÖCA 
Est. 44, fig. 2 
D.1+6; A. 19 

Corpo moderadamente elevado. Cabeça muito deprimida, de bordos 

lateraes parallelos, contorno rostral parabolico; mandibula attingindo justa- 


1) Sorubim ou Soruby i 
2) Lima=lima, instrumento de limar, gastar ou cortar o ferro. 


310 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


mente o bordo posterior da facha dentaria intermaxillar, narinas a um dia- 
metro orbital, uma da outra; barbilhões maxillares attingindo o meio do 
aculeo peitoral, post-mental pouco atraz da cabeça; mentaes os olhos; estes 
a tres diametros da base dos barbilhões maxillares; fontanella pequena, co- 
meçando no plano da orla anterior dos olhos e terminando a pouco mais 
de um diametro após o da orlo posterior, processo occipital com uma de- 
pressão na base (nos jovens), elliptico, entalhado no extremo livre para 
receber a ponta da placa predorsal que é em ponta de flecha e grande; 
todo o alto da cabeça e operculo fracamente rugosos; processo clavicular 
robusto, de ponta obtusa; aculeo peitoral maior que os raios, longitudinal- 
mente estriado, serrilhado sómente no bordo interno. Dorsal sobre o ultimo 
quarto do aculeo peitoral, pequena, mais proxima da adiposa que da ponta 
do focinho; quando reclinada sobre o dorso, ella passa a axilla das ventraes; 
estas a meia distancia entre a orbita e a base da caudal; adiposa pequena, 
em meio da anal que é muito desenvolvida, com tres raios simples e aspe- 
cto de anal de piranha; caudal furcada, o lobo superior pontudo, muito me- 
nor que o inferior que é redondo e robusto. Linha lateral evidente, com al- 
gumas ossificações anteriores. Pardo cinereo superiormente, albicante pra- 
teado inferiormente; uma facha larga, negra, vae do operculo a base do 
lobo superior da caudal, donde se inclina para o inferior, cuja margem su- 
perior ella acompanha até á extremidade. 

Habitat: Manacupuru, Guaporé, R. Branco, R. Negro, Fonteboa, Taba- 
tinga, Javary, Teffe, Obidos, Amazonas, Ucayale, Içá, Lago do Maximo, 
Pará; Puty, Jutahy, Sario, Jaruá, Paraná e tributarios, S. Paulo. 

Desta especie o Museu possue tres exemplares em alcool e um empa- 
lhado, sem procedencia. 


Sciades,! Mui. & Troschel. 
Hor. Ichtyol. 111-8-1849 


Corpo sub fusiforme como o de qualquer Pimelodus; cabeça deprimi- 
da, olhos lateraes, a meio da cabeg , que é granulosa ou recoberta de pelle, 
na parte superior; fontanella pequena, não se projectando para traz dos 
frontaes; dentes vomerinos e palatinos em placas separadas, barbilhões te- 
retes, longos, os maxillares se projectando além das ventraes. Processo 
occipital attingindo a placa predorsal; nadadeira deste nome muito desen- 
volvida; adiposa moderada, superior á anal; ventraes sob o sexto raio dor- 
sal. Nadadeiras maculadas de escuro e barbilhões annellados de branco e 
preto. 


1) Sciades (Gr.) grandes ramos cheios de folhas dando sombra; allusão 4s manchas sombreadas 
esparsas como sombras pelo corpo do peixe. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 311 


Especies conhecidas : 


f Espaço post-orbital, da cabeça, granuloso ; olho seis vezes na cabeça 


Sc. pictus. 
\ Cabeça recoberta de pelle, olhos 10 vezes na cabeça 


Sc. marmoratus 


299 Sciades pictus,! Mütter & Trochel 
D.1+9410; A.11 


«A descripção e figura de Sc. pictus combin m com um exemplar de 28 
centimetros em todos os caractéres, excepto os dentes vomerinos que säo 
em duas placas isoladas. Müller e Trochel sem duvida que näo viram o es- 
treito espaço entre as placas vomerinas, como Castelnau não viu os 


dentes palatinos. Não pode haver duvida sobre a identitade de PICTUS M 
& T. e LONGIBARBIS Castelnau. 


FIG. 118—Sciades pictus. seg. Müller & Troschel 


Um exemplar de 28 centimetrosfoi colligido por Agassiz em Villa Bella, 
outro de 60 centimetros o foi por Dextrer no Rio Negro. 

Cabeça estreita, angular, achatada superiormente, sua largura, no rictus, 
1 e{2/3 na maior largura que é egual 4 1 e 1/5 no comprimento da cabeça ; 
fontanella não continuada atraz dos frontaes. Corpo mais elevado do que 
baixo sob a dorsal. Olhos 2 e 1/4 á 2 e 3/4 no focinho, 5 á 6 na cabeça, 2 
4 le 1/2 no espaço interorbital. 


1) Pictus (Lat.) pintado. 


312 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


‘ 


Barbilhöes maxillares projectando-se além das pontas da caudal, no 
exemplar de 28 centimetros, pouco adiante da dorsal no de 60 centimetros, 
mentaes até ä base dos peitoraes au antes; post-mentaes adiante da base 
das mentaes (28 centimetros) ou ao meio dos peitoraes (60 centimetros). 
Maxilla ligeiramente mais comprida. Dentes firmes, os da maxilla e mandi- 
bula em fachas de egual altura. Vomerinas em duas placas que se unem com 
a edade ; palatinos remotos, em duas placas ovaes, longitudinaes. Rastros 
entrecusando, 4 + 15. Aculeo dorsal muito variavel, mais longo do que a 
cabeca do joven, 1/3 mais curto do que esta no adulto. Base da adiposa 
eguai ao comprimento da cabeca. Caudal profundamente furcada, com os 
lobos quasi eguaes 4 cabega, em comprimento. Aculeo peitoral aspero na 
orla anterior, fortemente denticulado na posterior, seu comprimento 1 e 1/4 
á 1 e 1/5 na cabeça. Dorsal com grandes manchas escuras ; barbilhôes an- 
nelados de branco e escuro. Cabeça 4; altura 5 45 e 1/2. (Eigenmann & 
Eigenmann). 

Habitat: Amazonas, Barra do Rio Negro—Villa Bella. 


300—Sciades marmoratus,! Gil. 
D. 1 + 10; A. 12 


«Os exemplares examinados por nös säo de Tabatinga, medem 50 4 
58 centimetos. 

Os dentes do vomer são dispostos n’um oval paralello ao eixo do corpo 
e não «transverso» como no exemplar de Gill. Elles se mantêm em duas 
placas, mesmo no exemplar maior. Largura da cabeça, no angulo da bocca, 
1 e 1/2 na maior largura, 1 e 3/4 no comprimento da cabeça; olhos mirando 
para cima e para fora ; adulto sem ossificações dermicas. Corpo sub terete, 
mais espesso sob o primeiro aculeo dorsal. Cabeça achatada, deprimida. 
Olhos pequenos 4 e 1/4 no focinho, 10 na cabeça, 5 no espaço interorbital, 1 
e 1/2 diametros atraz do rictus; barbilhões maxillares projectando-se ao 
extremo da adiposa, mentaes 4 base das peitoraes, post-mentaes ás pontas 
dos peitoraes. Dentes como no joven de /ongibarbis ; placas palatinas 1/4 
dos vomerinos, ovaes longitudinalmente. Rastros entrecuzando-se no an- 
gulo, 4 + 10. Aculeo dorsal inserido sobre o meio da distancia que vae 
da base das peitoraes 4 das ventraes; sua distancia do focinho egual à 
da adiposa ; seu comprimento 1 e 1/5 na cabeça; base da adiposa egual ao 
comprimento da cabeça. Caudal furcada, raios exteriores mais do dobro dos 
raios medianos, 1 e 1/3 o comprimento da cabeça. Ventraes projectando-se 
a 1/3 do comprimento adiante do anus. Aculeo peitoral I e 1/5 na cabeça, 
liso na frente, dentes finos na sua orla posterior ; um pequeno póro peitoral. 


1) Marmoratus (L.‚=marmorado. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 313 


Cör cinerea manchada de escuro; todas as nadadeiras escuras indis- 
tinctamente manchadas ; barbilhöes annelados de claro e escuro. Cabeça 4; 
altura 5 e 1/2. SP. 9-10.» Eigenm. & Eigenm.) 

Habitat : Amazonas, Tabatinga. 


Bagropsis,' Lutken. 
Velhas Flodens, Fiske, 160 e iV—1875 


«Pelle não reticulada ; corpo arredondado; cabeça deprimida; rosto 
não prolongado ; maxilla superior muito pouco saliente ; olhos quasi perfei- 
tamente superiores, com a margem supraorbital livre ; vertex não granuloso, 
tenuemente estriado, recoberta de pelle delgada ; barbilhões teretes ; dentes 
palatinos dispostos em 4 fachas, vomerinos contiguos, distantes dos palati- 
nos; dorsal curta, com o aculeo delgado, porém rijo, e seis raios ; adiposa 
não radiada, bastante longa ; ventraes inseridas sob os ultimos raios da dor- 
sal, com seis raios; anal curta ; caudal furcada.» Lutken. 

Especie unica. 


301—Bagropsis reinhardti, Lut. 
MANDI-BAGRE 
Digg ser 63 An til 


«Cabeça egual 4 quarta parte do comprimento total (até 4 bifurcação da 
cauda, altura 5 e 1/2, largura egual a 
sexta parte do comprimento, até as 
extremidades da caudal; diametro 
dos olhos, que ficam um pouco mais 
proximos dos bordos das coberturas 
branchiaes do que da ponta do foci- 
nho, egual á 1/2 do espaço intereror- 
bital e.a 1/7 do comprimento da ca- 
beca;placa dos dentes palatinos maio- 
res, a dos vomerinos ovaes, peque- 
nas. Barbilhöes maxillares attingindo 
a ponta das ventraes ou além (quasi 
acaudal, nos jovens), os mandibula- 
res externos 4 axilla (ou mais, quasi 
a ponta dos peitoraes) ; os internos a 
abertura branchial (ou mais). O aculeo dorsal delgado porém regido, sub- 


FIG. 119—Bagorpsis reinhardti, seg, Lutken 


1) Bagropsis (Gr. Lat.) de Bagrus, gen. de silurideo e opsis facies. 
2) Reinhardti, do Dr. J. Reinhardt, naturalista dinamarquez, contemporaneo e collabsrador de 
Lund no estudo da fauna da Lagoa Santa e Rio das Velhas. 


314 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


serrilhado na parte postero-superior, maior que a metade do comprimento 
da cabeça; o peitoral curvo, rigido, um pouco mais largo, fortemente serri- 
lhado, no bordo posterior ; nadadeira adiposa quasi dupla ou dupla da anal, 
em comprimento. A côr dos individuos vivos é verde auromicante superior- 
mente, esparsamente maculada de escuro, inferiormente lactea. 33 centi- 
metros. (Lutken.) 

Habitat : Rio das Velhas.» 


Duopalatinus, Eigenm. & Eigenm, 


Cabeça grande, mais ou menos estriada e granulosa superiormente; bocca 
anterior: dentes vomerinos em 2 placas que se soldam com a edade, dei- 
xando um entalhe posterior, dentes palatinos em duas placas ellipticas, 
grandes e afastadas das vomerinas ; barbilhöes desenvolvidos, teretes ; 
olhos grandes, mais ou menos em meio da cabeça ; aculeo dorsal delgado, 
os peitoraes denticulados posteriormente, adiposa mais longa do que a anal. 
f barbilhöes maxillares excedendo ás ventraes, . . . D. emarginatus. 


Especies conhecidas 
\ barbilhöes maxillares excedendo ao corpo, . - . D. gôldii. 


302 — Duopalatinus emarginatus,’ (Cuv. & val.) 
MANDI-AÇÜ, MANDI-URUTU, URUTU 
DI CG AOS 


«Cabeça pouco deprimida, egual a 2/7 do comprimento (até á bifurca- 
ção da cauda); maior largura da mesma menor que 1/3; 
diametro dos olhos, que ficam um pouco mais proximos 
da abertura branchial do que da ponta do focinho, egual 
a 1/7 do comprimento da cabeça e maior do que o es- 
paço interorbital; barbilhões maxillares, no adulto, at- 
tingem ou excedem as ventraes, os post-mentaes a aber- 
tura branchial, os mentaes a base das nadadeiras peito- 
raes. Placa intermaxillar, nos lados de largura dupla da 
do meio ; zona dentaria vomerina irregularmente qua- 
drangular, entalhada profundamente no contorno poste- 
rior, nos novos dividida em duas placas ovaes, grande- 
mente afastadas das placas palatinas. . diposa egual em 
FIG. ne nn comprimento ao dobro da anal. O peixe vivo é auromi- 

Zuken. cante, salpicado de pequenas manchas, diffusas, obscu- 
ras, com a parte inferior branca, iridescente. O comprimento excede a 30 
centimetros. Nome brasileiro: «Mandi-Açú». 


1 Duopalatinus (Lat.) Dois palatinos, isto é com duas placas de dentes palatinos 
2 Emarginatus (Lat.)sem margem (na caudal.) 


A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 315 


O filhote differe por ter os olhos maiores, sulcos e granulações diffusas 
sobre a cabeça, os barbilhões mais compridos (os maxillares attingindo a 
caudal) fachas dos dentes intermaxillares não dilatadas lateralmente, as 
placas vomerinas separadas entre si e as palatinas pequenas. Bras. Mandi- 
Urutu, Urutú.» (Lutken.) 

Eigenmann & Eigenmann dizem que os olhos säo contidos 5 vezes na 
cabeça e 1 vez e 1/3 no espaço interorbital, ficando 1 e 1/2 diametros atraz 
do angulo da bocca e que os lobos caudaes são ponteagudos, tendo os raios 
simples ou bifurcados. 

Habitat: Ric das Velhas, R.S. Francisco. 


303 — Duopalatins goeldii,' Steina. 


«Altura do corpo 5 e 1.6 vezes, comprimento da cabeça 3 e 1/3 vezes 
no comprimento do corpo, diametro ocular 7 vezes, largura da fronte pouco 
mais de 5 vezes, comprimento do focinho 1 e 5/6 vezes, largura da bocca 
pouco mais de 2 e 1/2 vezes, comprimento da bocca 4 vezes, comprimento 
da peitorai 1 e 2/5 vezes, das ventraes 2 vezes, comprimento da base dor- 
sal reg. 2 vezes, o das nadadeiras adiposas 1 e 3/4 vezes; altura da cabeça 
sob a base da extensão occipital 2 vezes, a maior largura contida 1 e 1/2 
vezes no comprimento da cabeça. A cabeça é deprimida, estreitando-se re- 
gularmente para a frente; o contorno da ponta do focinho é o d'um arco 
muito abatido; a maxilla superior sobrepuja regularmente a inferior. A gin- 
giva do maxillar superior, bastante mais estreita que a do D. emarginatus 
(mal attingindo a metade d'este), para traz continúa terminando por uma 
pontuda saliencia ramificada que forma uma ancora. Os dois grupos de den- 
tes quasi quadrados são sómente separados por um pequeno espaço linear, 
(eguai aos dos exemplares maiores de D. emarginatus), bastante posteriores 
a estes estão dois grupos de dentes ovaes, no céo da bocca, que estão um 
pouco mais para fora. No exemplar que estudámos, o qual ainda não tinha 
attingido a metade do seu tamanho total, as barbas do maxillar tinham duas 
vezes o comprimento do tronco e cabeça reunidos. As barbas exteriores do ma- 
xillar inferior não chegam bem até ao peitoral; as interiores, sahindo pouco mais 
na frente, são quatro vezes menores que as exteriores. O lado superior do foci- 
nho é coberto por uma pelle dura até perto das narinas internas, todo o resto do 
craneo até ä saliencia occipital, é liso e listrado, tambem a carapaça é co- 
berta de pelle dura e listrada radialmente. Uma comprida e estreita fonta- 
nella tem começo perto das narinas internas, na direcção dos circulos dos 
olhos é interrompida por uma pequena ponte transversal ossea; depois desta, 
continúa n’um sulco linear, dividindo a placa dorsal na parte anterior. A sa- 
liencia occipital é comprida, estreitando-se pouco para traz, regulando o seu 
comprimento duas vezes a largura da sua base; esta, como que dividida pela 
continuação da fontenella frontal, termina em duas agudas pontas, as quaes 


1) Goeldii do Dr. Emilio Augusto Goeldi, ex-Director do Museu do Pará. 


31€ ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


estão cicatrisadas com a placa lyriforme da dorsal. O aculeo dorsal tem, na 
parte anterior, farpas pouco agudas e curtas; o peitoral é deprimido, mais 
forte e tem os lados cobertos de pequenas farpas, em posição de serra, das 
quaes as do lado interno são de ponta virada para frente, sendo tambem 
mais fortes e desenvolvidas que as do lado externo, as quaes tomam posi- 
ção opposta. A nadadeira adiposa começa antes e termina depois da pon- 
teaguda anal, sendo ligeira e irregularmente arredondada em cima. O afas- 
tamento da barbatana do raio dorsal é egual, menos um diametro ocular, 
ao comprimento da base dorsal; a altura da adiposa não é bem contida tres 
vezes no comprimento da sua base. Cauda bem recortada com dois com- 
pridos, pontudos lobos, os quaes além disto ainda terminam em um longo 
cordão. No extremo anterior da linha lateral estão oito ou nove placas 
osseas, asperas e onduladamente collocadas umas após outras em posição 
de escama. Tres maculas de um preto fusco, a primeira grande, redonda, 
quasi sobre a linha lateral, pouco abaixo do meio da largura da nadadeira 
dorsal, que é rica em raios; a segunda não attinge bem a metade do tamanho 
da precedente, está na base do lobo superior da cauda; a terceira apenas 
parecendo um pequeno ponto, mais egualmente fusca, bem escura, acha-se 
entre a base da nadadeira e do aculeo dorsal. Alem destas, vimos no exem- 
plar que estudámos e que tinha de tronco e cabeça junctos 0”. 178 (exclu- 
siva a cauda), pouco distante da grande macula redonda do lado, uma pe- 
quena, estreita, bem alta, em côr egual ás acima citadas e duas pequeninas, 
nais claras, na base da nadadeira adiposa mas só no lado direito d'esta.» 
(Steind.) 
Procedencia : Rio Purús. 


Paulicea,! H. Ihering 
Pr. Acad. Nat. Sci. Philad. 108--1898 


Forma robusta; cabeça grande, quasi quadrangular, deprimida, focinho 
transversamente sub-truncado; bocca ampla mais ou menos 2/3 da cabeça, 
dentes intermaxillares numa facha larga, projectando-se em angulo agudo 
nos extremos lateraes posteriores; vomerinos e palatinos n'uma facha es- 
treita, parallela 4 orla posterior da facha intermaxillar, com tres constricções 
dividindo-a em 4 partes sub-eguaes, nos jovens; no adulto desapparece a 
constricção mediana; barbilhões sub-teretes, mediocres; narinas anteriores 
post-labiaes, posteriores a pouco mais de um diametro das anteriores; fon- 
tanella estreita, originando-se pouco á frente da orla anterior da orbita e 
terminando longe do processo occipital; vertex rugoso e granuloso modera- 
damente; supraclaviculares aliformes; processo occipital triangular, encon- 
trando a placa predorsal, que é em ponta de flecha, muito alongada; dorsal 
4 meia distancia entre a ponta do focinho e a adiposa, provida de aculeo: 


1) Paulicea ; deriv. de S. Paulo, Estado Brasileiro. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 317 


moderado; peitoraes com aculeo mais forte, denticulado no bordo posterior, 
terminando em ponta membranosa; adiposa e anal subeguaes e mais ou 
menos no mesmo plano; caudal moderadamente furcada. Coloracäo obso- 


leta. 
Especie unica: Paulicea lutkeni (Steind.) 


304—Paulicea lutkeni,' Steina. 
JAHU 
D. 1+ 6; A. 12 
«O comprimento da cabeça é contido 3 vezes no comprimento do corpo, 
a sua largura 1 e 1/4, espaço interorbital 3, diametro ocular mais de 12 
vezes, comprimento do focinho cerca de 3 e 1/6, a maior altura do tronco 
sob a dorsal um pouco mais de 1 e 2/3 no comprimento da cabeça. Lado 
superior da cabeça chato, focinho cstreita-se pouco anteriormente e a sua 


FIG. 121—Paulicea Jutkenı, seg. Ste ndachner 


r 


orla anterior é fracamente arqueada. A facha dos intermaxillares é muito- 
larga e cerca de 3 1/3 no proprio comprimento, nos extremos lateraes pro- 
longa-se em uma ponta posterior. Facha dentaria sobre o vomer e palatinos 
estreita e dividida em quatro partes subeguaes por tres constricções. Dis- 
tancia das narinas anteriores das posteriores cerca de 1 1/2 diametros lon- 
gitudinaes dos olhos. Comprimento dos barbilhões mentaes contidos mais 


1) Lutkeni, do Dr. Lutken, celebre ichthyologista dinamarquez, que estudou os peixes do rio 
das velhas colligidos por J. Reinhardt. 


318 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


de2e 1/2 a 2e 2/3 dos postmentaes cerca de 2 e 1/4 vezes no comprimen- 
to da cabeca. Origem da dorsal a meio da distancia que vae da ponta do 
focinho ao meio da base da adiposa. Altura daquella nadadeira, que é cir- 
cular na orla superior, egualande a 3/5 da propria base, 2/5 do comprimento 
da cabeça. Aculeo dorsal moderado subtilmente denticulado na orla poste- 
rior. O aculeo peitoral, pouco mais forte e deprimido, tem na orla posterior 
denticulações mediocremente fortes. O comprimento das peitoraes regula a 
altura da dorsal. Distancia entre a dorsal e a adiposa não excedendo distin- 
ctamente o comprimento da base da ultima; a maior altura da adiposa, fi- 
namente radiada, preenchendo 2/11 e o comprimento da base da mesma 
cerca de 1/2 da cabeça, emquanto que o comprimento da base da anal é 
cerca de 2e 3/4 e a altura da mesma contida duas vezes no comprimento 
da cabeça. 

A caudal é, na orla posterior, contornada profundamente em meia lua 
e o seu lobo superior, um tanto mais longo, é contido cerca de 1 e 1/5 no com- 
primento da cabeça. As ventraes apenas attingem a 1/2 deste comprimento. 
Todo o corpo, com excepção do lado ventral, densamente maculado de vio- 


FIG. 122 A--Denticäo de Paulicea 
FIG, 122—Dentigäo de P. lutkeni. ahu, segundo Ihering. 
seg. Steindachner 


laceo denegrido. As maculas sobre a cabeca distinctamente menores e mais 
numerosas do que as do dorso. As das nadadeiras formam estrias e barras 
regulares sobre a caudal, anal e ventraes, na maior parte reunidas em fa- 
chas. O exemplar aqui descripto mede cerca de 32 cents. e foi pescado em 
meio curso do rio Amazonas» (Steindachner). Ihering constatou a presença 
deste peixe na bacia do Parana (Rio Tieté) em exemplares de 1,5 a 1,8. 
Taes exemplares têm os barbilhöes maxillares menores que a cabeça e a 
anal egual 4 adiposa. A facha dentaria vomerina tambem não apresenta 
constricção mediana. lhering é de opinião que se trata de uma especie nova 
que elle denominou P. jahu. Entretanto Berg, que possuiu um exemplar do 
Rio Paraná, pensa que se trata da mesma especie do Amazonas, 


Habitat: Bacias do Amazonas e Paraná. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 319 


Zungaropsis, Steind. 
Sitzungsber. Akad. Wien, Iharg. 1908—N. VI 67 


«Habitus, como nas especies typicas do genero Pseudopimelodus Bleck., 
mediocremente reforcado; comtudo, os olhos näo säo recobertos de pelle e 
têm a orla livre. Dentes palatinos e vomerinos presentes, um estreito espa- 
co por traz da larga facha intermaxillar, cabeça larga, deprimida. Aculeo 
dorsal e peitoraes bem desenvolvidos. Caudal entalhada. Narinas separa- 
das entre si. Um par de barbilhöes maxillares e dous de meñtaes.» (Stein- 
dachner). 

Especie unica: 


305 - Zungaropsis multimaculatus,' Steina. 


«Altura do tronco pouco mais de quatro vezes, comprimento da cabe- 
ça contida tres vezes no comprimento do corpo, largura da cabeça reg. I e 
1/5 vezes, largura da fronte 3e 1/4 vezes, comprimento do focinho pouco 
menos de tres vezes, largura da bocca 1 e 3/5 vezes, diametro do olho 10 
e 2/5 vezes, comprimento da cauda 1 e 1/3 vezes, comprimento da base da 
adiposa pouco menos que duas vezes, da anal, 3 e 1/3 vezes, comprimento 
da peitoral regula 1 e 3/5 vezes, o das ventraes contidas duas vezes no 
comprimento da cabeça. 

Cabeça bem deprimida, coberta de pelle grossa. A largura do hiatus é 
quasi egual ao comprimento do maxillar. A largura da gingiva no maxillar 
medio, eguala 4 um diametro ocular, na extremidade do lado se estende esta 
em uma saliencia comprida, terminando em uma ponta aguda. A gingiva do 
maxillar inferior, no meio, attinge a maior largura, a qual eguala a 2/3 do 
comprimento de um diametro ocular; para as extremidades ella se estreita. 
Os dois grupos de dentes ovaes são separados por pequeno espaço, porém 
se encontram com os grupos muito mais compridos dos palatinos. 

As barbas do maxillar dão até á ponta das ventraes; as muito mais 
delgadas barbas do exterior dão até á base do raio peitoral, as barbas 
mentaes, que nascem mais adeante, têm a metade do comprimento das in- 
ternas. A fontanella termina pouco atraz dos olhos. A saliencia do occipi- 
tal, bem como a estreita e longa placa predorsal, estão completamente es- 
condidas pela pelle, parece que as duas se tocam. A pelle do tronco bas- 
tante espessa é nos lados como que feltrada. O ferrão dorsal tem pequenas 
farpas no lado posterior e o da peitoral com ditos no interior é mais forte 
que o precedente; o dorsal tem pouco mais de 1 e 1/2 vezes a altura do 
comprimento, a altura delle é 1 e 3/5 vezes contidas no comprimento da ca- 


1) Multimaculatus (Lat.) —multimaculado. 


320 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


beça, o afastamento da adiposa da nadadeira dorsal não pacsa muito o 
comprimento -da base da ultima. A anal tem duas vezes mais altura que 
comprimento, é triangular, a adiposa é radiada e filamentosa e começa em 
posição anterior ä anal e termina apöz esta; a sua altura attinge 1/3 do 
comprimento proprio. O lobo superior da cauda é pontudo; o inferior arre- 
dondado. Maculas escuras e redondas espalhadas pelo tronco, cabeça e na- 
dadeiras em grande quantidade; as maculas da cabeça e nuca são menores 
e mais unidas que as do tronco, n'este as maculas crescem mais em tama- 
nho pelo lado da cauda; nas barbatanas as maculas são mais agglomera- 
das, formando cordões verticaes ou obliquos. D. 1 + 6. V. 1 + 5. A. 8. Um 
exemplar 28,4"" de comprimento provavelmente do Rio Xingú.» 


Brachyplatystoma,' Biecker. 
Nerderl. Tydschrift Dierkunde, I, 97—1863 


Forma robusta; cabeça grande, deprimida, de bordos lateraes subpa- 
rallelos, recoberta de pelle; bocca ampla, anterior; dentes villiformes, mais 
ou menos moveis, os superiores em duas fachas parallelas, das quaes a 
posterior (vomero palatina) é dividida em tres porções, uma mediana, trian- 
gular e duas outras subsequentes, lateraes. Barbilhões teretes, muito desen- 
volvidos nos jovens (duas a tres vezes o comprimento total); narinas dis- 
postas nos cantos de um quadrilatero, as anteriores um pouco mais para 
os lados. Olhos mediocres, de orla livre; fontarella não attingindo a base 
do processo occipital que, raras vezes, attinge a placa dorsal. Nadadeira 
deste nome triangular, situada sobre meia extensão das peitoraes, com o 
aculeo terminando em ponta flexivel, filamentosa; peitoraes com o aculeo 
serrilhado nos 3/4 externos; ventraes originando-se sob o ultimo raio dor- 
sal, adiposa trapezoide egual ou maior do que a anal; esta falcada; caudal 
furcada, com os lobos ponteagudos; linha lateral mais ou menos reticulada, 
presente. Pelle mais ou menos reticulada, especialmente sobre a cabeça, 
onde a reticulação forma pentagonos mui apparentes. 


1) Brachyplatystoma (Gr.) de Brachys=curto e Platystoma genero referido. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 321 
Especies todas brasileiras: 


Corpo attenuadamente trans- 
faciaao de claro e escuro. B. juruense. 


Ventraes moderadas, barbi- 
lhões sub-deprimidos . . . 
Anal originando-se por traz do ini- , Corpo attenuadamente colo- 
cio da adipósa . . . . . . rido, quando muito inde- 
finidamente maculado . . B.vaillante. 


| Ventraes muito grandes, maiores que as peitoraes, barbilhões 


largamenteideprimidos NE ns eee EU B. platynema. 


= originando-se no mesmo 


Altura 5 e 4/5 á 6; processo occipital; egualando á 1/3 da 
distancia que separa a sua base da placa predorsal. . B. rousseauxi. 
plano em que a adiposa . . . 


Altura 4 e 1/2 á 5; processo occipital egualando á 1/2 da 
distancia que separa a sua base da placa predorsal . B. filamentosum. 


306—Brachyplatystoma juruense,! Bout. 
DRE GUARA 


«Maxilla superior projectando-se ligeiramente sobre a inferior. Fachas 
de pequenos dentes villiformes nas maxillas e no paladar; facha vomerina 
tão larga como a dos premaxillares, unica, entalhada no meio, mui estreita- 
mente separada dos muito mais estreitos palatinos. Altura do corpo 5 e 2/3 
no comprimento total, comprimento da cabeça 3 e 1/2 vezes. Cabeça 1 e 
2/3, tão longa quanto larga, sua maior largura 1 e 2/5 na bocca; fontanella 
muito pequena, olhos extremamente pequenos, seu diametro quatro vezes 
no espaço interorbital, um pouco mais proximo do bordo opercular do que 
do extremo do focinho; processo occipital estreito, não attingindo o osso 
basilar do aculeo dorsal; barbilhäo maxillar projectando-se quasi até a ex- 
tremidade das ventraes; barbilhão mental projectando-se até o meio das 
peitoraes, externos até o meio das ventraes. Raios branchiostegos 11. Dor- 
sal I+ 6, originando-se ä egual distancia da ponta do focinho e do meio 
da adiposa. Aculeo fraco, não serrilhado, 3/4 do comprimento da cabeça. 
Adiposa do comprimento da base da dorsal ou anal. Peitoraes não attingindo 
as ventraes. Aculeo fracamente serrilhado, 3/5 do comprimento da cabeça. 
Caudal profundamente furcada, ambos os lados prolongados em filamentos. 
Pardo amarellado; nove fachas transversaes escuras, cabeça parda escura 
superiormente. Comprimento total 190 millimetros. Um unico exemplar» 
(Boulenger). Rio Juruä. 


1) Juruense (Latinisaçäo)—do Rio Juruä. 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


322 


A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 323 


307—Brachyplatystoma vaillanti,' (Cuv. & var.) 


PIRAMUTABA, PIRAMUTA OU PIRAMUTAUA, SORUBIM 
D. 1 + 6: A: 14 


«Cabeça de comprimento egualando 4 1 e 1/3 4 propria largura é con- 
tida tres vezes e 2/3 no comprimento (sem a caudal); parte superior, entre 
os olhos e o processo finamente granuloso; olhos pequenos, situados na li- 
nha que divide a cabeça em duas ametades (anterior e posterior) contidas 
tres vezes e 2/3 no espaço interorbital; barbilhões moderadamente compri- 
midos, os maxillares attingindo ä origem da adiposa, os post-mentaes, o 
meio das peitoraes, os mentaes á orla da membrana branchiostega. Dorsal 
tendo o aculeo terminando n’um filamento pouco prolongado; processo cla- 
vicular pouco apparente, ligeiramente granuloso; aculeo peitoral curvo, mais 
fortemente denticulado no bordo posterior, até perto do apice; adiposa ori- 
ginando-se adiante da anal e terminando egualmente adiante desta nadadei- 
ra, a sua base, porém, passa de pouco a base da anal, esta é grande e tem 
o bordo posterior concavo.» (Kner & Steindachner) Habitat: Amazonas e 
tributarios; Rio Negro, R. Madeira. 

Taes são os caracteres do adulto que se deprehende das descripções 
de Kner e Steindachner, feitas sobre exemplares seccos e em alcool. A des- 
cripção e as figuras de Steindachner, foram feitas sobre um individuo con- 
servado em alcool. O estudo d'essas descripções e figuras, comparadas com 
a estampa dada por Cuv. & Val. de Platystoma vaillantie com um exem- 
plar de Platystoma vaillanti, determinado por Schreiner e existente no Mu- 
seu Nacional, levaram-me á convicção de que Piramutana piramuta e Pla- 
tystoma vaillanti eram uma unica e mesma especie. 

A unica differença que mantem separadas as duas especies é a figura 
da dentição de Piramutana piramuta, dada por Steindachner. O typo de 
Steindachner media 59 centimetros e a figura da dentição está reproduzida 
aqui na Fig. 124. 

No individuo ent alcool das colleccöes do Museu, vemol-a assim : Fig. 
125: 

Ora, uma simples variação de edade, senão um erro de observação do 
desenhista, podem bem produzir a referida differença. 

O exemplar do Museu méde 16 centimetros. A cabeça é 3e 1/2 vezes 
contida no comprimento, sem a caudal; a sua largura é egual a uma vez e 
1/2 no proprio comprimento; os olhos são contidos 2 e 1/3 no espaço inter- 
orbital e ficam no meio do comprimento da cabeça; a fontanella termina 
atraz dos olhos sendo seguida de uma depressão que se esbate até perto 
do processo occipital; este não attinge a placa predorsal. Barbilhões maxil- 


1) Vaillanti, de L. Vaillant, ichthyologista francez. 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


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mea re meme mero mo nn moe + 


324 


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A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 32 


lares deprimidos, prolongando-se até a base da caudal; post-mentaes até o 
apice das ventraes, mentaes até a base das peitoraes; os aculeos destas näo 
attingem ás ventraes, são serrilhados no bordo externo perto do apice e no 
interno nos tres quartos de sua extensão. Dorsal com x 

o aculeo (quebrado), serrilhado no bordo posterior e 
com os tres primeiros raios situados sobre o aculeo 
ventral. Ventraes grandes, triangulares, com segundo 
raio pouco maior do que o primeiro e os aculeos 
maiores de todos; adiposa trapezoide; anal falcada, 
elevada, de altura egual 4 base da adiposa e origi- Fig, 125-Dentição de Brachy- 
nando-se justamente sob o meio d'esta; caudal gran- RR ue ET 

demente furcada com os 6º, 7°, 8° raios de cada lobo muito prolongados; 
coloração desmaiada no alcool. 

Habitat: Amazonas e tributarios; Parahyba, Rios da Guyana Franceza, 
(Cayenna e Surinam), Calaboso, Tabatinga, Pará; Porto da Mós, Avary, R. 
Puty, Parahyba (Juiz de Fóra), Rio Negro, Serpa. 

A Piramutaua (Kner copiou de Natterer o nome Piramutaua por Pira- 
mutana) é um dos peixes mais conhecidos no Amazonas; 1 metro e desenove 
centimetros é o maior comprimento registado. Com quanto a 

“ln, sua carne seja reputada grosseira, ella € acceita melhor do 
FR q que a da Pirahiba. A Piramutaua tem o habito da migração 

duas vezes por anno «nos principios da enchente e da va- 
area de Zante dos rios» em cardumes copiosissimos, «produzindo o 
sen; que chamamos, com os indigenas  pira-cema» (Virissimo). 
Talvez a causa principal dessas piracemas seja a desova. 

Um exemplar ainda menor, medindo 8 centimetros da ponta do focinho 
á base da cauda, (quebrada) determinado no Museu de Paris como Platys- 
toma mucosa tem a cabeça contida tres vezes e 1/3 no comprimento total, 
da largura contida uma veze 1 2 no proprio comprimento; a bocca é de 
largura contida duas vezes e 1/2 no comprimento da cabeça, os dentes dis- 
tribuem-se como na figura junta; os barbilhões maxillares attingem o dobro 
do comprimento do corpo sem a caudal) e são deprimidos; os post-men- 
taes passam o 3º extremo do aculeo das peitoraes; os mentaes terminam 
muito antes da orla opercular; a fontanella termina antes da orla posterior 
das orbitas e é seguida de um sulco que se projecta até o extremo posterior 
do processo occipital que ahi é bifurcado e recebe o apice da placa predor- 
sal; orbitas 1 e 1/5 no espaço interorbital, aculeo dorsal serrilhado no apice 
do bordo anterior e em todos os tres quartos terminaes do aculeo dorsal; 
peitoraes attingindo francamente as ventraes, com o aculeo forte, deprimi- 
do, serrilhado nos dous bordos; os espiculos do bordo externo são normal- 
mente extrorsos até perto do apice, onde elles desapparecem para dar logar 
á denticulações em sentido contrario; ventraes attingindo o plano do início 
da adiposa anal de origem claramente posterior ao da adiposa D. 1 + 6; 


JE TS 


326 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


As apparentes grandes differengas de estructura externa dos ossos da 
cabega, denticäo (Fig. 126) e processo preorbitario e aculeos peitoraes säo 
plenamente explicados pela edade do animal e acham vestigios intermedia- 
rios no exemplar denominado P.vaillanti. Provavelmente Brachyplatystoma 
göldi—Eigenm. & Bean é uma variedade d’esta especie que a projecçäo dos 
intermaxillares (vid. fig. 3 - Goldi), achatamento dos barbilhöes, posigäo da 
anal e diametro ocular e outros caracteres parecem confirmar. 


308—Brachyplatystoma platynema,' Boul. 


1) W516; MA) 15. 


«Cabeça extremamente deprimida, cerca de 3 vezes tão longa quanto 
alta, seu comprimento 3 e 1/2 vezes no comprimento do corpo. Dentes vo- 
merinos em facha muito mais larga do que os palatinos, as duas formando 


Fig. 127 — Brachyplatystoma platynema, seg. Eigenm. & Bean. 


uma figura em forma de virgula como em Pseudoplatystoma. Focinho es- 
patulado, projectando-se de pouco sobre a mandibula; olhos extremamente 
pequenos, na ametade posterior da cabeça, seu diametro contido tres ä 
quatro vezes no espaço interorbital; processo occipital curto, amplamente 
separado da placa predorsal, lado superior da cabeça reticulado; olhos um 


1) Platyncma (Gr.) de platys chato e nema fita (barbilhão). 


A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 327 


pouco mais do dobro dafontanella, seu diametro contido 17 vezes no com- 
primento da cabeça, cerca de dez no focinho. Barbilhöes maxillares attin- 
gindo a ponta das ventraes, tæniæformes. Branchiostegos 12. Primeiro 
raio dorsal contido 1 e 2/3 no comprimento da cabeça, adiposa 2 e 1/2, 
vezes täo longa quanto alta. Comprimento da base da adiposa, 1 e 1/2 vezes 
na sua distancia da dorsal. Anal emarginada; seu raio ramoso mais elevado, 
2e1/2 vezes tão longo quanto o ultimo; peitoral 1 3/5 na cabeça; ventraes mui- 
to mais longas do que as peitoraes, eguaes á sua distancia da base das peito- 
raes, 1 e 2/5 na cabeça. Caudal profundamente furcada, com os lobos pro- 
longados em filamento. Pedunculo caudal 2 e 1/2 vezes tão longo quanto 
alto. Prateado, superiormente mais escuro. 260 mm. Amazonas — Entre 
Pará e Manäos. (Eigenm. & Bean). 


309—Brachyplatystoma rousseauxii, (Cast.) 


DOURADA — PIRATINGA ? 
D. 1-6; À. 12 4 15. 


D’esta especie possue o Museu Nacional um exemplar de 1 m. 25 de 
comprimento. Cabeça grande, deprimida, contida exactamente quatro vezes 
no comprimento do corpo (sem acaudal), de largura contida 1 e 1/3 no 
comprimento, ligeiramente mais estreita proximo ao canto da bocca e tendo 
a parte mediana mais saliente de modo a accentuar um angulo mais forte 
do que em B. filamentosum. Olhos mediocres 5 e 1/3 no espaco interorbital; 
fontanella projectando-se até perto da base do processo occipital; este curto 
eeguulando a distancia que vae de sua base á placa predorsal; peitoraes 
com o aculeo liso, curvo, deprimido, denticulado na margem posterior em 
todos os 3/4 terminaes; o seu apice mal attinge ä vertical do 1° raio dorsal; 
aculeo d’esta nadadeira curvo, liso, terminando em ponta flexivel; parece 
que completo deve terminar em ponta membranosa; ventraes grandes, ligei- 
ramente falcadas, originando-se sob o ultimo raio dorsal, não attingindo o 
início da adiposa, esta nadadeira trapezoide, de base um pouco maior que 
a anal, porém, originando-se no mesmo plano em que esta que é falcada e 
forte; caudal grandemente furcada. Pelle grandemente pórosa. 

O exemplar empalhado do Museu é incompleto e defeituoso pela pre- 
paração. Em exemplares em alcool, descriptos por Eigenmann & Eigenmann, 
a cabeça é contida 3 e 3/4 no comprimento total, o aculeo dorsal prolonga- 
se em filamento e o lobo superior prolonga-se am filamento. Os aculeos 
peitoraes eram asperos anteriormente. Côr prateada com lustros azul e bron- 
zeado superiormente. 

Amazonas e tributarios. 


1) Rousseauxii (Latinisação); de Rosseaux, naturalista ajudante do Museu de Paris na epocha em 
que Castelnau descrevia os peixes colligidos no Brasil. 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


RENT 


a Pr DR LS 


A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 329 


310—Brachyplatystoma filamentosum,' (Licht.) 
PIRATINGA, PIRAHYBA ou FILHOTE 
D. 1+6; A. 12 — 13. 


Forma robusta, volumosa, cabeça cheia, contida 4 vezes no compri- 
mento total (sem a caudal) de largura contida uma vez e 1/3 no comprimento 
da cabeca do rostro ä base do processo occipital ; focinho deprimido, mo- 
deramente anguloso; barbilhöes maxillares curtos, attingindo a axilla das 
peitoraes ; post-mentaes a orla das membranas branchiostegas ; mentaes 
muito menores; fontanella ampla, disfargando-se gradativamente para os 
extremos; olhos pequenos, oito á nove vezes no espaço interorbital ; em 
meio da distancia que vae da ponta do focinho ä base do processo occipital; 
processo occipital modarado, occulto sob a pelle, terminando 4 4 e 1/2 da 
distancia que vae da sua base á placa pre-dorsal; altura 4 e 5/6 sobre o 
apice do ultimo raio peitoral, quando reclinado sobre o corpo; aculeo dorsal 
liso, ventraes de origem pouco posterior ao plano de implantação do ultimo 
raio dorsal, terminando muito aquem da adiposa que é quasi do mesmo ta- 
manho que a anal, originando-se as duas no mesmo plano caudal, com 
o lobo superior filamentoso. Côr bronzeada mais ou menos clara inferior- 
mente. 

Os dados acima colhemol-os dos autores que têm tratado do assum- 
pto e principalmente dos fornecidos por Göldi. 

A pirahiba, com a nadadeira dorsal completa, deve ter o aculeo se- 
guido de «um filamento comprimido, semelhante á lamina de uma folha de 
capim e de estructura caracteristica», conforme diz Kner, referindo-se 4 um 
individuo de 99 centimetros de comprimento, tal como se dá coma Piramu- 
táua e com a Dourada. As figuras dadas por Göldi de 2 filhotes, «um de 1/2 
metro aproximadamente» e outro maior figs. 3 e 2 art. I, mostram como que 
os vestígios desse filamento nos extremos destacados dos aculeos, o que, 
ainda, o facto da permanencia do filamento do lobo caudal superior parece 
corroborar. Entretanto este auctor diz :«Embora Kner, apoiado em nota ma= 
nuscripta de Naiterer, refira que a Piratinga reticulata tem indifferentemente 
os dois nomes de Pirahiba e Piratinga, eu pude convencer-me cabalmente 
que a Pirahiba do Pará não é identica a Piratinga reticulata, Não é por causa 
da pelle reticulada (tab. 1 fig. 1 do ref. autor), porqueesta, afinal de contas, 
tambem se observa tanto na Dourada como na Pirabiba paraense ; são 
outros caractéres ; olhos de tamanho mediocre—espinho da barbatana dor- 
sal prolongando-se em filamento, espinho da barbatana peitoral denticulado 
pelo lado interior—os raios branchiostegios em numero de 12 —» tudo isso, 
além de muitos outros signaes, nos permitte declarar que a Pirahiba do rio 


1) Filamentosum—filamentoso, cujos barbilhões são muito grandes. 


330 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


Madeira, descripta pelo mencionado autor com taes caracteres, é peixe di- 
verso do nosso, apesar de näo termos visto nem exemplar nem figura 
delle.» 

Teria sido para desejar que, aproveitando uma das suas frequentes 
viagens ä Europa, Göldi examinasse o typo de Brachyplatystoma reticula- 
tum (Kner) e assim —de visu— resolvesse este assumpto ce systematica. Por 
nossa parte o mesmo acontece; isto é, não conhemos aquelle original, accres- 
cendo mas que de visu, tambem não conhecemos a Pirahiba, como de resto 
ja dissemos acima. Isto não impede, comtudo que, pelo estudo das descri- 
pções existentes e das figuras photozincographicas dadas por Güldi, não 
manifestemos a nossa opinião que justamente é contraria á deste autor. 

A respeito dos olhos diz Kner : «Ficam mais proximos do operculo do 
que da orla do focinho e juntos ao perfil da fronte; tem o seu diametro lon- 
gitudinal alongado e ficam á cinco diametros (maiores) do meio da orla in- 
termaxillar e 3 e 1/2 um do outro.» 

A figura 3, de Goeldi (est. 2), reproduz um individuo de 1/2 metro, cujo 
maior diametro ocular é exactamente contido quatro vezes no espaço inter- 
orbital, n'um exemplar fresco. A sua tabella figura uma quota 56:12m/m., 
donde se conclue uma rasão de 4 e 6/12 ou 4 e 2/3. 


Essa differença a maior para o exemplar de Kner póde bem ser expli- 
cada por serem as suas medidas tomadas em um animal empalhado, isto é, 
secco, o que, por certo, ha de concorrer para augmento dos diametros 
oculares. 

Já nos manifestamos quanto ao filamento da nadadeira dorsal. 

Quanto ao aculeo peitoral diz Kner: «' er starke, fein längs gefurchte 
Pectoralstachel ist am Innenrand der ganzen Länge nach dicht bezahnt.» 

Göldi não diz como é o aculeo peitoral das Pirahibas , as suas figuras 
não permittem opinião á respeito; entretanto é como diz Kner que devem 
ser aquelles aculeos, isto é, fortes, finamente estriados no sentido longitudi- 
nal e espessamente denticulados em todo o bordo interno, num Filhote de 
quasi 1 metro, conforme nos ensinam os factos que se realisam com os ou- 
tros Scleracanthi. Como todo animal commum, a Pirahiba deve variar muito 
e por isso não serão para admirar as suas aberrações de forma. 


Pelo que acima dissemos se verifica, ao contrario do que pensam Carl 
e Rosa Eigenmann, considerarmos reticulatum synonimo de B. filamentosum 
e não de B. Vaillanti, e fundamos a nossa opinião nas figuras 2 e 3 (est. I 
e Il) de Göldi. 

O exemplar typico de Lichtenstein, era um joven de 23 centimetros cu- 
jos barbilhöes maxillares attingiam o triplo do comprimento do corpo; Göldi 
encontrou a confirmação desse facto em dous filhotes obtidos por Hagmnn 
no mercado do Pará. | 

Habitat : Araguaya, Salto Theotonio, Forte do Rio Branco, Rio Madeira, 
Tocantins, Amazonas. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 331 


Pseudoplatystoma,' Bieeker. 
Nederl. Tijdschr. Dlerkunde, 1,97 — 1863 


Este genero encerra os Surubins propriamente ditos, representados por 
duas especies que se encontram nas tres principaes bacias fluviaes do Brasil. 
Parece que tambem encerra o maior dos nossos peixes fluviateis. 

Corpo terete; cabeça grande, deprimida; bocca anterior provida de 
dentes vomerinos e palatinos ligados entre si numa facha que se acumina 
para traz e é separada da facha intermaxillar por um interespaço moderado; 
barbilhões mediocres, teretes ; narinas pequenas, proximas do bordo labial ; 
fontanella ampla, com uma ligação por detraz dos olhos; estes superiores, 
mais ou menos em meio comprimento da cabeça, mediocres ; processo occi- 
pital mediocre, mal attingindo a longamente acuminada placa predorsal que é 
em ponta de ilecha. Peitoraes mediocres, com o aculeo fraco, porém longo. 
Dorsal entre as peitoraes e ventraes, mais proximas das primeiras; adiposa 
menor que a anal; caudal furcada. Coloração mais ou menos fasciada ou 
maculada de preto. 


Processo occipital /anceolado, mui afastado da placa 


predorsal P. fasciatum. 


Processo occipital truncado, mal attingindo a placa 


predorsal . 5 o P. coruscans. 


311—Pseupoplatystoma fasciatum,’ (L. ) 
PIRAMBUCU (PIRACAMBUCU) SORUBIM 


De uma das variedades desta especie, possue o Museu Nacional um 
unico exemplar empalhado medindo 1,07. 

Cabeça 1 3 do comprimento do corpo, de largura egual á parte post- 
orbital de perfil superior ligeiramente concavo ; bocca anterior, com a man- 
dibula ligeiramente mais curto do que a maxilla superior, de largura egual á 
distancia que vae de um a outro canal suborbitario, justamente no plano 
mediano da orbita ; dentes intermaxillares tendo um entalhe em losango 
bastante accentuado; vomerinos em duas placas separadas seguidas imme- 
diatamente dos palatinos. 

Barbilhões maxillares projectando-se até o preoperculo, mentaes, até a 
symphise dos branchiostegos, post-mentaes até o operculo ; narinas ante- 
riores; olhos 2 e 1/2 á 3 e 1/2 no espaço interorbital, 4 4 ou 5 diametros por 


1) Fasciatum (Lat.) — fasciado. 
2) Pseudoplatystoma (Gr.), de Pseudo—falso e Platystoma, genero referido. 


332 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


traz do angulo da bocca; a uma distancia das posteriores maior de 1/3 do 
que o diametro orbitario ; fontanella ampla, de contorno losangular, grande- 
mente alongada, profunda, provida de cirros, projectando-se do focinho á 
base do processo occipital ; este e todos os ossos exteriores do alto da ca- 
beça e operculo, densamente enrugados. Um sulco transverso na base do 
processo occipital que, com as expansös ebasilares, affecta a forma de um tri- 
folio, muito caracteristicamente, e não encontra a 
extremidade anterior da placa predorsal ; esta é 77 
rugosa sómente na parte anterior 4 nadadeira que 
supporta, ficando sob a pelle as suas bifurcações 
lateraes. Tambem é estriado o processo supracla- 
vicular. Peitoraes attingindo o plano do 4º raio 
dorsal, com o aculeo fraco, longitudinalmente es- 
triado, tortuoso e provido de dentes agudos e 
pequenos no bordo posterior. Ventraes posteri- 
ores ao plano do ultimo raio dorsal; esta nada- 
deira tendo o aculeo fraco, subterete, longitudi- 
nalmente estriado, pouco denticulado no bordo 
anterior, na ponta, e não denticulado no posterior; FIG. 129-Dentição de Pseudo platystoma 
quando reclinada sobre o corpo toda a nadadeira, E 

os raios posteriores attingem o plano que passa pela axilla das ventraes. 
Adiposa originando-se um pouco aquem da anal e menor do que esta que 
é redonda. Caudal, tendo os bordos posteriores dos lobos redondos profun- 
damente entalhada. Região suborbitari : e região clavicular sobre a linha 
lateral e uma facha inferior a esta, reticuladas ; linha lateral com tubulos 
inferiores. 

Varia muito na proporção dos barbilhões e no colorido ; ás vezes os 
barbilhöes maxillares attingem a ponta das dorsaes, ás vezes são mais 
curtos que os post-mentaes; branco inferiormente e pardo superiormente com 
fachas brancas, transversas e algumas malhas negras sobre os lados, ora é 
pardo, alvacento, punctulado de escuro nas nadadeiras impares sómente ; 
ora é, além disso, transfaciado de preto. 

Habitat : Amazonas, Rio Negro, Coary, Javary, Hyanuary, Jutahy, Teffe, 
Puty, Obidos, Xingú, Caldeirão, Goyaz, Guyanas. 


——— 


312—Pseudoplatvstoma coruscans,' (Agass.) 
Caparary, Surubim, Caçonete, Loango, Pintado, Piracajiara, (Piraquora) 
Est. 45 fig. 2 
D. 1 +6. À, 14: 


O Museu possue 2 exemplares desta especie, dos quaes o maior mede 
1,"38 ; Cabeça 2 e 4/5 ä3e 1/5 vezes no comprimento, subquadrangular, 


1) Coruscans (Lat.) coruscante. 


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A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 333 


deprimida ; bocca anterior, maxilla muito pouco proeminente ; barbilhöes 
muito finos, os maxillares e post-mentaes mal chegando ao preoperculo; fon- 
tanella dilatando-se para traz dos olhos, estes superiores em 1/2 distancia 
da cabeça, separados um do outro de 3 e 1/2 diametros ; alto da cabeça 
rugoso, operculo estriado ; processo occipital truncado na extremidade, não 
attingindo a placa predorsal que é muito alongada; dorsal mediocre, 
originando-se no plano que toca a ponta dos aculeos peitoraes e terminando, 
quando reclinada sobre o dorso, no do inicio das ventraes ; aculeos peito- 
raes fracos, serrilhados no bordo interno; adiposa mediocre, anterior á anal 
de meia extensão ; anal muito maior que a adiposa, terminando proximo á 
base da caudal, cujos lobos, fortemente distinctos, são arredondados. 

Tronco e nadadeiras verticaes maculados de preto; o fundo geral pardo 
claro. 

Rios Amazonas, S. Francisco, Paraná e tributarios. E’ o maior dos nossos 
Sorubins, chegando, segundo Reinhardt, 4 3,3 de comprimento. E’ este peixe 
a morada ambulante de Sfegophilus insiduosus, Rnhrdt, um pequeno bagre, o 
qual vive na cavidade branchial do Loango, sendo ao mesmo tempo seu 
commensal. Eigenmann & Eigenmann dizem que no Museu de Zoologia 
Comparada de Cambridge existem exemplares procedentes de Manäos. 


Hemisorubim,' Bleeker 


Nederl. Tydschr, Dierk—97—1836 


Cabeca grande, deprimida; bocca supero-anterior, provida de dentes 
vomerinos e palatinos, logo atraz da facha intermaxillar que € estreita no 
centro, dilatando-se para os lados; barbilhöes teretes, moderados, os men- 
taes contiguos e proximos do labio inferior ; procosso occipital encontrando 
a placa predorsal e mais curto do que esta; pelle dos lados da cabeça e fo- 
cinho reticulada. Aculeo dorsal fraco e mais proximos das ventraes do que 
das peitoraes. Adiposa moderadamente desenvolvida, maior do que a anal. 

Especie conhecida : H. platyrhynchus. 


313—Hemisorubim platyrhynchus (uv. & val.) 
GERUPOCA 


D. 1 +6; A. 10 


«Esta especie parece-se com Pltystomatychthys sturio na colloragäo, 
tendo grandes manchas negras espalhadas sobe os lados e uma nodoa negra 


1) Hemisorubim de (Gr.) Hemi. meio e Sorubim (brasilico) genero referido. 
2) Platyrhynchus (Gr.) de bico chato. 


334 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


na base da cauda. Cabega deprimida, redonda no occiput. Olhos dirigidos 
para cima, 7 vezes na cabeça, 3 vezes no focinho, 1 e 3/4 no espaço inter- 
orbital. Mandibula proeminente e entrando no perfil. Barbilhöes maxillares 
projectando-se além da dorsal; mentaes proximos, projectando-se até sob 
os olhos ; post-mentaes até as peitoraes. Dentes mandibulares em uma es- 
treita facha. Dentes vomerinos e palatinos logo atraz dos dentes maxillares ; 
dentes vomerlnos numa unica placa separada das placas palatinas. Aculeo 
dorsal fraco e delgado, 2 e 1/2 vezes na cabeça sua distancia do focinho 
maior do que a orla posterior da adiposa, muito mais proxima da base das 
ventraes do que das peitoraes, com dentes retrorsos na orla posterior. Adi- . 
posa mais comprida do que a anal. 

Lobo caudal inferior mais largo e-mais comprido do que o superior, 
redondo no adulto, pontudo no joven. Ventraes projectando-se 4 2/5 de sua 
extensão adiante do anus. Aculeo peitoral 1 e 3/5 na cabeça com dentes 
egualmente fortes adiante e atraz. Branco inferiormente, olivaceo superi- 
ormente, com poucas maculas negras, esparsas sobre os lados, commum- 
mente uma nodoa semelhante na base do lobo caudal superior; nadadei- 
ras uniformemente coloridas. Cabeça 3, altura 6 4 7» (Eigenm. & Ei- 
genm.). 

O exemplar que serviu a Cuvier e Valenciennes procedia do Museu 
de Lisboa, provavelmente uma das remessas do Pará, de Alexandre Ro- 
drigues Pereira. 

Habitat: Orenoco, Amazonas, Caldeirão, Rio Negro, Manacapuru, Monte 
Alegre, Rio Puty, Santo Aleixo, Obidos, Coary, Tabatinga, Javary, To- 
cantins, S. Paulo, Paranahyba, Paraguay, (Corumbá). 


Phractocephalus,' (Agassiz) 


In Spix: Gen et. Sp. Pisc. Bras. 2s—1826 


Corpo curto, robusto ; cabeça larga, deprimida ; bocca anterior, pro- 
vida de dentes vomerinos em grande placa seguida de uma facha sobre os 
palatinos, além das fachas dentarias intermaxillares e mandibulares. Barbi- 
lhões teretes, mediocres ; olhos pequenos, lateraes, proximos da origem dos 
barbilhöes maxillares ; processo occipital muito largo, placa predorsal 
grande, fontanella pequena, posterior ao bordo anterior dos olhos. Aculeos 
robustos ; adiposa raiada. 

Especie conhecida : 


1) Phractocephalus (Gr.) phractos protegido e cephale cabeça. 


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XIX 353 ‘asualiserg euney IAX ‘JOA ‘jeuomeNn hesnw op soapy 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 335 


314—Phractocephalus hemiliopterus,' (Bi. & Schn.) 
PIRARÄRA—PARABE-PRE, LAI-TU, TO-RAI, UARARÁ. 
Est. 46. 


D. 1+17; A. G. 


Cabeça robusta, larga, deprimida, contida 3 vezes e 1/3 4 1/4 no com- 
primento, (sem caudal); bocca anterior, de maxillar sobrepujando e incluin- 
do a mandibula, 1 1/2 vezes no comprimento da cabeça; barbilhöes maxil- 
lares attingindo a base do aculeo peitoral; post-mentaes pouco menores, 
näo chegando ä orla da membrana opercular; nos jovens os barbilhöes säo 
maiores e os barbilhöes maxillares attingem ou passam a parte do aculeo 
peitoral. Fontanella pequena, começando no plano da orla anterior dos 
olhos e estendendo-se para traz destes em cerca de 2 diametros; olhos pe- 
quenos, á 2 diametros da base dos barbilhöes maxillares, 5 á 8 vezes no 
espaço interorbital, 9 4 14 vezes no comprimento da cabeça; alto da cabe- 
ça, processo occipital, supra claviculares, processo clavicular, placa predor- 
sal e preoperculo profundamente alveolados, apparentando o reticulado dos 
favos de abelha; processo occipital muito largo, seguindo a largura da ca- 
beça, truncado posteriormente em linha recta e contiguo á placa predorsal; 
esta uniforme, lárgura maior que o processo occipital; aculeos dorsal e pei- 
toral alveolados; estes ultimos muito fortes, attingindo o plano do 2º raio 
dorsal; ventraes logo atraz do ultimo raio dorsal, adiposa sobre a anal, de 
base quasi egual 4 d’este (um pouco maior), nadadeira raiada, anal alta, 
redonda; caudal ampla sub-truncada. 

Segundo Castelnau este peixe é côr de chocolate em todo lado superior, 
pintado de preto sobre a cabeça e região dorsal até o plano da nadadeira 
desse nome, lado inferior amarello de chromo, ventre branco; raios das na- 
dadeiras pares e anal denegridos; labios, barbilhões mentaes, aculeo peito- 
ral, extremo dos raios e membrana interradial da nadadeira dorsal, a me- 
tade externa da adiposa, ponta dos primeiros raios anaes, algumas man- 
chas sobre o pedunculo e toda a caudal de côr rubra viva. 

Os exemplares do Museu Nacional (2) medem 1",20; o maior tamanho 
registado é de 1,30. 

Habitat: Rios das Guyanas, Amazonas, Crixas, Araguaya, Cupai, 
Xingú, Coary, Teffé, Manacapurú, Obidos, Huamary. 


1) Hemiliopterus—Hemilio um e meio, pteron nadadeira ; parece que o que Schneider queria 
dizer era Hemi—leios—pteron, isto é, nadadeira meio lisa, 


336 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


Tachysurus,' Lacépède. 


Hist. Nat. Poiss. V. 151-—1803 


Forma commum, sub-fusiforme superiormente comprimida; cabeça 
grande; bocca anterior, provida de uma facha de dentes nos intermaxilla- 
res e mandibulares, vomer e palatinos; olhos lateraes; fontanella ampla; 
processo occipital desenvolvido attingindo a placa predorsal ou tendo de 
permeio um escudo interneural; 6 barbilhöes, dorsal mais elevada do que 
longa; adiposa moderada mais ou menos desenvolvida; anal mediocre; cau- 


dal furcada. Coloração na regra uniforme. 
Peixes marinhos, frequentando tambem a agua salobra ou subindo o 


curso dos rios. 


1) Tachysurus (Gr.) tachys veloz e oura cauda. 


337 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 


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338 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


315—Tachysurus pleurops,' (Boul.) 


D.1+,6; A. 20. 


«Dentes palatinos villiformes, em duas areas transversaes, largamente 
separadas, porém, mais estreitas do que a facha premaxillar. 

Largura do corpo 4 e 2/3 no comprimento total; cabeca 3 e 1/4; lar- 
gura d'esta 2/3 do proprio comprimento; vertex granuloso; fontanella pro- 
jectando-se desde as narinas até a base do processo occipital que & care- 
nado, quasi täo longo quanto largo e em contacto com a placa predorsal; 
partes descobertas da cabega com canaes reticulados ou ramificados. 

Olhos perfeitanente lateraes, justamente por traz e na mesma horison- 
tal do canto da bocca; seu diametro 5 vezes na cabeça, 1/2 vez no focinho 
2 e 1/2 vezes no espaço inter-orbital. Barbilhões curtos, não attingindo a 
fenda branchial. Aculeo dorsal cerca de 2/3 do comprimento da cabeça, 
granuloso anteriormente, retrorsamente denticulado posteriormente. 

Adiposa pequena, sua base egual 4 1/2 da base da dorsal. Aculeo pei- 
toral pouco mais curto que o da dorsal, egualmente granuloso no bordo an- 
terior e serrulado no posterior. Os mais longos raios anaes 2/5 no compri- 
mento da cabeça. Caudal profundamente entalhada. 

Pardo superiormente, argenteo inferiormento. 170 mm. O exemplar 
unico que tivemos em mãos tinha na bocca 18 ovos de 8 mm. de diametro 
em adiantado estado de desenvolvimento.» (Boulenger.) 


316—Tachysurus agassizii,’ (Eigenm. & Eigenm.) 


D. 1 + 6; A. 19 


«Corpo comprimido, especialmente para traz, altura maior do que a 
largura. Cabeça mais estreita para diante, sua maior largura 1 e 1/2 no 
comprimento, sua maior altura cerca de 1 e 1/3; largura na bocca 2 e 1/4 
no comprimento da cabeça. Alto da cabeça granular, as granulações for- 
mando estrias quasi por toda parte; processo occipital da largura do com- 
primento, com uma crista mediana e as margens concavas. 

Meio da fontanella sobre a orla posterior da pupilla, continuada pos- 
teriormente como um sulco triangular até a base do processo occipital; area 


1) Pleurops (Gr.) Pleuron, costella, lado; ops olhos. 
2) Agassizii; de Agassiz. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 339 


inter-orbital commummente com 4 rugas lisas; processo humeral aspero, 
coberto de pelle; lados da cabeça com canaes mucosos irradiantes. Olhos 1 
e 1/2 no focinho, 5 e 1/2 na cabeça, cerca de 3 no espaço inter-orbital. 

Barbilhões maxillares quasi attingindo as guelras, mentaes projectan- 
do-se á cerca de 1/2 caminho das guelras, post-mentaes não muito mais 
compridos. Maxilla superior proeminente; dentes villiformes nas maxillas, 
sub-granulares ou obtusamente conicos nos palatinos, pequenos; nenhum 
dente granular na serie interna da mandibula; placas palatinas muito me- 
nores e mais divergentes do que em 7. spixii. Meınbranas branchiostegas 
unidas, juntas até o isthmo. Rastros, 8 + 14. 

Póro peitoral moderado. Distancia do aculeo dorsal ao focinho 2 e 1/2 
no comprimento, o aculeo 1 e 1/2 na cabeça, serrilhado na sua orla poste- 
rior, granulado anteriormente na ametade basilar, tornando-se quasi liso em 
cima. Espaço entre a dorsal e a adiposa 3 e 1/2 no comprimento; a diposa 
mais curta do que a dorsal; livre posteriormente. Caudal furcada 4 e 2/5 no 
comprimento. Anal pouco mais comprida do que alta; seus maiores raios 
cerca de 1/2 do comprimento da cabeça. Ventraes cerca de 2 vezes na ca- 
beça. 

Aculeo peitoral tão longo quanto o dorsal, porém mais forte, serrilha- 
do em sua margem interior, granular na exterior. Parte dorsal parda; lados 
e parte ventral prateados; nadadeiras manchadas.» (Eigenm. & Eigenm.) 

Habitat: Rio Grande do Sul. 


3l7—Tachysurus spixii,' (Agass.) 


BAGRE AMARELLO; BAGRE-DE-AREIA 
Est. 47-fig, 1. 


D. 1+6; Ps I + 10; A. 21 —22 


Moderadamente comprimido; cabeça 3 e 2/3; bocca moderada, dentes 
superiores (fig. 130) distribuidos em uma facha intermaxillar e duas placas 
ovoides ou ellipticas, com o maior eixo obliquamente dis- 

, posto; labios papillosos; barbilhão labial geralmente attin- 
gindo o meio do aculeo peitoral, ás vezes, porém, de ex- 
SP Up tensão maior, ventraes não attingindo a orlada membrana 

Fig. 130 — Dentição de Dranchiostega, olhos 6 e 3/4 na cabeça; fontanella conti- 
Tachysurusspixii ya, estreita, de bordos parallelos, apenas acuminada nos 
extremos, quasi attingindo a base do processo cervical; alto da cabeça e 
processo cervical granulosos (nos jovens) nos adultos finamente vermicula- 


1) Spixi; de João Baptista Spix, companheiro de Martins na excursão que os dous emprehenderam pelo Brasil, 
tendo feito a collecção de peixes que foi a base do primeiro trabalho e Luiz Agassiz sobre a fauna brasileira. 


340 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


dos e excavados; (fig. 131) base do processo cervical com uma ruga trans- 
versa, sendo o processo triangular, com os lados posteriores concavos; pla- 
ca dorsal pequena V-forme. Aculeo dorsal sobre o ini- 
cio do ultimo quarto do aculeo peitoral, apenas granu- 
loso na aresta anterior; aculeo peitoral fortemente den- 
ticulado nas duas arestas; quasi tocando a anal; esta 
' grande, ligeiramente ondulada (S-forme) no bordo pos- 
terior; adiposa pequena, sobre o meio da base da anal; 
Fig. 131 —t Piaca  predorsal e Caudal furcada, com o lobo superior um tanto maior. 
ET Prateado purpureo, superiormente alvadio, amarellado 
inferiormente; esse amarellado torna-se mais intenso pela presença do muco 
que é dessa côr no peixe em questão. 
Habitat: Atlantico Occidental, de Santos 4 Surinam. 
No Rio de Janeiro o Bagre-Amarello é muito commum, sendo vendido 


ás classes pobres. 


318—Tachysurus nuchalis,' (Gunth.) 
IRIDECA 


DIE SIE HRS MNS JN 


«A altura do corpo é 1/5 do comprimento total (sem a caudal), o com- 
primento da cabeça 1/4. Cabeça tão larga quanto alta, sua maior largura 
sendo 2/3 de comprimento; sua parte superior granulada; processo occipital 
triangular, do comprimento da largura, com as margens lateraes ligeira- 
mente concavas; é elevado em uma prega obtusa que percorre a parte me- 
diana; o sulco longitudinal do meio da parte anterior da cabeça é largo, 
estreitando-se para traz, e não se projecta até a base do processo occipital. 
Os dentes do paladar são grosseiramente granulares e formam duas placas 
sub-triangulares de extensão moderada que, ás vezes, são sub-continuas 
com os angulos anteriores. Os barbilhões maxillares projectam-se até quasi 
o extremo das peitoraes. Aculeo dorsal de robustez moderada, ligeiramen- 
te serrilhado ao longo das duas arestas, e representa 5/6 do comprimento 
da cabeça. Nadadeira adiposa pequena, mais curta do que a dorsal. Aculeo 
peitoral do comprimento, porém, mais forte do que o da dorsal. Nadadeira 
peitoral mais curta do que a cabeça.» (Günther.) 

Habitat: Guyana Ingleza; segundo Göldi tambem em Magoary (Mara- 
j6), onde diz ser conhecido pelo nome de /ricéca. 


1) Nuchalis (Lat.) nucal, referencia ao processo nucal. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 341 


194—Tachysurus proops, (Cu. & val.) 
IRITINGA 
D.I+7; Ps. I +11; A. 18 4 19 


E’ assim descripto por Eigenmann & Eigenmann : 

«Delgado e comprido, mais largo do que alto. Cabeça deprimida, sua 
largura 1 e 1/3 no comprimento; altura 2, largura, na bocca 2; porcäo ante- 
rior da cabega plana superiormente; alto da cabeça, processo humeral e 
placa dorsal, toscamente granulares, sendo os granulos ordenados em series 
ao longo da fontanella. Processo occipital pontudo, mais largo do que lon- 
go, em forma de borboleta. Operculo estriado; fontanella 1 e 1/2 vezes o 
diametro ocular, o seu centro adiante do meio dos olhos e continuando-se 
como um sulco pouco profundo. Olhos 1 e 1/4 al e 1/2 no focinho, 5 e 1/2 
a 8 na cabeça, 1 e 3/4a 2e 2/3 no espaço inter-orbital 2 e 1/2 a3 e 3/4 
no espaço inter-orbital. Maxillas sub-eguaes; dentes villiformes, a facha 
inter-maxillar muito baixa; dentes no céo da bocca em seis placas continuas. 

Membranas branchiaes encontrando-se em angulo e formando uma 
larga prega atravez do isthmo. Rastros 5 + 10. Póro peitoral amplo; series 
verticaes de poros. Distancia do aculeo dorsal ao focinho 2e 4/5no com- 
primento; aculeo dorsal granular na frente, estriado nos lados, fracamente 
serrilhado por traz, sendo o seu comprimento: 1 e 1/4a 1 e 1/2 na cabeça. 
Espaço entre a dorsal e a nadadeira adiposa 2 e 4/5 a3 no comprimento, 
a adiposa pouco ma s curta do que a dorsal, a margem posterior livre. Cau- 
dal profundamente furcada, com o lobo superior mais comprido, 4a 4e 1/2 
no comprimento. Anal emarginada, tão elevada quanto longa, 2 a 2e 1/3 na 
cabeça; ventraes 2 vezes. Aculeos peitoraes asperos ou granulares na fren- 
te, serrilhados por detraz, 1e 1/5 a 1 e 1/3 na cabeça. Plumbeo superior- 
mente com lustro azulado, branco inferiormente; barbilhões maxillares es- 
curosba, rbilhões mentaes brancos; todas as »adadeiras mais ou menos ma- 
culadas de pardo.» 

Habitat: Atlantico occidental, de Pernambuco ás Guyanas. Segundo 
Göldi este bagre é chamado /ritinga em Magoary. 


320—Tachysurus grandoculis,’ (Steind.) 
D.1--7;Ps. I-+ 10; A. 19 
E” assim descripto por Steindachner : 


«O comprimento da cabeça até a ponta do processo occipital € contido 
cerca de 2 e 1 3 no corpo ou cerca de 3 e 2/3 no comprimento total. Perfil 


1) Proops (Gr.) de pro, adiante ; ops, olhos. 
2) Grandoculis (Lat.)—com olhos grandes. 


342 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


superior da cabeça eleva-se gradativamente até a dorsal e descreve um arco 
pouco pronunciado. O processo occipital não tem perfeitamente o dobro da 
largura e attinge a orla anterior da pequena placa basal semilunar da dor- 
sal. A fontanella inteira estende-se da ponta do focinho á proximidade da 
base do processo occipital, sendo a sua maior largura a que fica no extremo 
posterior da frontal, apenas egualando a 1/2 do diametro ocular. O centro 
dos olhos cahe sobre o meio do comprimento da cabeça. A fronte é pouco 
curva transversalmente, cahindo os lados da cabeça moderadamente para 
baixo. As narinas são grandes, srredondadas, a posterior é um pouco mais 
larga do que a anterior e obturavel por uma valva que se eleva sobre a sua 
orla anterior. A largura da bocca, entre os angulos, excede um pouco o 
comprimento do focinho; a facha dentaria intermaxillar tem a altura cerca 
de 5e 1/2 vezes contida na largura, sendo os dentes villiformes. A facha 
dentaria da maxilla inferior é medianamente interrompida, estende-se trans- 
versalmente bem do mesmo modo que a placa dos intermaxillares, é, porém, 
visivelmente menor do que esta. As pequenas placas dentarias do paladar, 
muito separadas uma da outra, são fracamente curvas em crescente e pon- 
tudas anteriormente. Numerosos canaliculos multifidos jazem sobre as par- 
tes da cabeça recobertas de pelle lisa, isto é, sobre o focinho, a fronte e 
lados da cabeça, especialmente atraz dos olhos, e coberturas branchiaes. A 
dorsal é de altura maior do dobro do comprimento, o comprimento da sua 
base é egual ao do focinho. 3 3 

A parte rija do vigoroso aculeo dorsal é um pouco mais curta do que 
a dos aculeos peitoraes e attinge cerca de 3/5 do comprimento da cabeça. 
A orla posterior do aculeo dorsal é muito finamente dentada, a orla anterior 
do mesmo, na ametade inferior como que granulosa; na ametade superior 
percebe-se fracos vestígios de aculeos curvos. Com inclusão da parte ter- 
minal flexivel, o aculeo dorsal é pouco mais curto do que o seguinte e mais 
alto raio dorsal. O aculeo peitoral é mais vigoroso do que o dorsal, forte- 
mente deprimido e dentado na orla posterior. Na ametade anterior da orla 
externa do aculeo, ha curtos denticulos rhombos e mais para traz, vestígios 
de dentes curvos como na orla anterior do aculeo dorsal. A peitoral eguala 
em comprimento á altura da dorsal e é cerca de 1 e 1/2 vezes o comprimen- 
to da ventral, cuja ponta quasi attinge o início do anal. Esta é imperceptivel- 
mente mais alta do que longa, concava na parte inferior da orla posterior e 
tendo o comprimento da base cerca de 2 e 1/4 do comprimento da cabeça ou 
egual a cerca do dobro do diametro ocular. A caudal salienta-se pela extensão 
de seus lobos que são pequenos e pontudos. O comprimento do lobo caudal su- 
perior um pouco menor do que o da cabeça. O pedunculo caudal moderada- 
mente comprido e delgado, sua altura não excede de muito o diametro 
ocular. A base da adiposa é do comprimento de um diametro ocular e jaz 
sobre a ametade posterior da anal, terminando porém um pouco mais adian- 
te do que esta. O espaço que medea entre a dorsal e adiposa é egual a um 
comprimento da cabeça. Ao longo da parte posterior do tronco, correm da 


A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 343 


linha lateral numerosos canaliculos curtos e simples, particularmente para 
baixo; na parte anterior, porém, expandem-se estes ramos collateraes para 
baixo e para cima e ramificam-se em forma de veios. O extremo posterior 
da linha lateral curva-se a bem pequena distancia da base deambos os raios 
caudaes medianos para cima e perde-se na parte basilar do lobo superior 
da caudal.» 

Habitat: Rio Doce. 


32l—Tachysurus barbus,’ (Lacép.) 
D.1+7; Ps. I + 19. A. 18 


Cabeça 3 e 3/4; bocca ampla 1/2 do comprimento da cabeça; dentes, 
palatinos em tres placas sobre cada lado; a primeira (vomerina) estreita, a 
segunda mais longa, as vezes com uma reentrancia no contorno posterior, 
a terceira dupla. Barbilhôes labiaes attingindo a axilla das peitoraes, men- 
taes chegando ao bordo da membrana branchiostega e post-mentaes ao 
bordo posterior da cintura escapular; fontanella seguida de um sulco que se 
origina sobre o eixo ocular e termina na base do processo occipital, este 
mais longo de que largo (1 e 1/2 da base) fortemente ca- 
renado; alto da cabeça e processo muito pouco granula- 
dos; placa dorsal pequena V-forme, lisa. Peitoraes attin- 
gindo com o extremo dos raios o plano da base do ultimo 
Mis raio dorsal; aculeos peitoraes e dorsal mais ou menos do 
Fig) 132 É Denticao de Mesmo comprimento, póro axilliar mediocre; ventraes trans- 

Tachylurus barbus mondo a posição do anus, porém, terminando ä meia dis- 
tancia entre este e a base da anal; esta moderadamente falcada, base da 
adiposa menor que base da dorsal; caudal furcada, com o lobo superior um 
pouco maior que o inferior; linha lateral distincta com tubulos inferiores sim- 
ples; argenteo plumbeo, com reflexos esverdeados no dorso, branco no 
ventre. 

Habitat: Costas do Brasil, do Rio Doce para o Sul. Rio Araguaya — 
Paraná. 


322—Tachysurus hersbergi (1) 


JAHÜ (AMAZONAS) 
DAC ET ERS TE SEINTIE 


Cabeca 3 e 3/4, moderadamente deprimida na parte anterior e abaula- 
da na posterior; bocca moderada, de largura egual á 1/3 da distancia que 
vae do focinho ao meio da placa dorsal; dentes palatinos dispostos em tres 


1) Barbys.—Barbys genero de cyprinoide europeu; por sua vez barbus significa barbilhäo. 
2) Hersbergi. -De Herzberg. 


344 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


grupos unidos numa curva transversa, sendo o central um tanto entalhado 
no meio; nos individuos adultos os grupos lateraes são acompanhados de 
um outro posterior. Barbilhões labiaes attingindo ou passando a ponta do 
aculeo peitoral recostado sobre o corpo; mental passando ou attingindo a 
orla da membrana branchiostega; post-mentaes attingindo a axilla da pei- 
toral; narinas anteriores ovoides ou circulares com um rebordo membra- 
noso; as posteriores valvulares, a valva de um lado ligando-se 
a do lado opposto por uma prega membranosa transversa; PU, 
olhos á um diametro da orla anterior das narinas, 5 e 1/2 vezes Ge, 
na cabeca; alto d’esta, d’uma linha transversa ligando os cen- É 
tros oculares, processo occipital e placa dorsal, granulosos. rm, 
Fontanella não divergindo posteriormente, não continuando 77; 
por sulco algum e terminando no plano post-orbital; parte su- G 74 
perior do focinho cheia de canaes mucosos mais ou menos dis- 
postos em estrella; processo post-orbital mais largo que longo; "ac *racnyauus 
placa dorsal scutiforme. Aculeos peitoraes serrilhados como na ""®' 
regra, assim como o dorsal que € mais ou menos egual em tamanho äquel- 
les; ventraes nao attingindo á anal que é relativamente grande; caudal 
furcada com o lobo superior ligeiramente maior; adiposa de comprimento 
egual ao da base da dorsal; linha lateral nitida, com tubos obliquamente di- 
rigidos para baixo. Plumbeo, alvadio inferiormente. 

Habitat: Costas septentrionaes do Brasil, desde Bahia. 


323—Tachysurus parkeri, (Trail) 
DZ IPS MEET AV MGR ALTO: 


«Proeminencia interparietal em triangulo muito obtuso e ligeiramente 
festonado; tem, em largura a metade de bordo posterior do vertex e 1/2 me- 
nos em comprimento. À parte granulosa do escudo projecta-se até meio 
dos olhos e não deixa senão 1/3 do comprimento da cabeça coberto por 
pelle lisa. Uma larga fenda ahi sobe até os preoperculos. O escudo é tra- 
pezoide, aberto anterior e posteriormente. O comprimento de cada um desses 
lobos é de 1/2 do da parte granulada do vertex ou do terço do da cabeça; 
porém, de uma abertura á outra ha alguma cousa de menos. Sua largura 
posterior, onde ella é maior, excede de 1/7 o seu maior comprimento. A 
parte lisa do focinho, as bochechas, os operculos egualmente lisos, teem 
venulas mui delgadas. Os olhos são eguaes a 1/7 do comprimento da ca- 
beça, até a ponta do operculo. O barbilhão maxillar não excede o meio 
do operculo; os outros são muito mais curtos de metade. A maxilla supe- 
rior sobrepuja sensivelmente a outra. Os dentes das maxillas são villiformes, 
um tanto grossos mas baixos; os do paladar, em forma de calçada, poupam 


1) Parkeri; do zoologo e anatomista inglez Parker. 


(TRA 9 And) synosiuny « — Z 8 
(‘ssesy) nxids snın s/yJeL — I I 


JS ey 9 oulqes 
“dir jpruos *f 


youd “qui JW ap ‘y 


A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 345 


dous grandes espaços ovaes que se tocam sobre toda a sua extensäo, pelo 
bordo interno. A-membrana opercular não é aberta. A espadua, tão alta 
quanto larga mediocremente pontuada, é grosseiramente granular; como o 
craneo, os aculeos dorsaes e peitoraes são estriados, granulares no bordo 
anterior, o primeiro é recto, francamente denticulado na parte de traz, os 
segundos um pouco arqueados e com fortes espinhos. A adiposa é quasi 
do comprimento da anal, um pouco mais baixa do que esta nadadeira. Ci- 
nereo pardo superiormente, prateados nos flancos e inferiormente. Ind. em 
alcool) Vertebras 18 + 12» (Cuv. & Val.) 
Habitat: Guyanas e N. do Brasil (Pará). 


324— Tachysurus luniscutis,' Cuv. & var. 


BAGRE GURY ; CANGATA ; GRUY-JUBA 
Est. 47 fig. 2 
DIET: Ps. 1 il; À 1e 21. 


Cabeça conica, moderadamente deprimida, quasi 4 vezes no compri- 
mento total; bocca mediocre, dentes superiores dispostos em duas fachas, 
uma anterior sobre os intermaxillares, moderadamente curva, outra sobre 
os palatinos, fortemente curva para traz, deixan- 
do um estreito espaço nú, mediano, no qual, ás = 
vezes, se nota uma zona elliptica pequena, tam. LQ 
bem provida de dentes. LE 

Us barbilhöes labiaes e post-mentaes attin- 7, / 
gem a orla opercular, sendo, entretanto, aquelles 
maiores do que estes; os mentaes attingem 0° X, 
extremo do 2º terço da distancia que vae do la-.. 
bio á orla da membrana branchiostega; narinas 
amplas, contiguas, as posteriores recobertas por en 
ima valva dermica; olhos: 1// da cabeça; meio = mann 
da fontanella sobre a linha posterior das orbitas; pj, 13:--Dentigäo de Tachysurus luniscutis 
alto da cabeça granuloso; processo occipital ir- 
regularmente triangular; placa dorsal geralmente crescentiforme, um tanto 
variavel. 

Aculeos peitoraes e dorsal fortemente espinhosos nos dous gumes an- 
terior e posterior; ventraes passando o anus, não attingindo, porém, a anal, 
esta symetrica com a adiposa que lhe fica superior; caudal furcada, com o 
lobo superior maior; linha lateral bem visivel. 

Prateado azulado superiormente, alvadio inferiofmente. Segundo Göldi, 
em Magoary chamam a este bagre Cangatá e em Marajó Gurijuba. 

Habitat: Costas do Brasil, de Norte a Sul. Surinam. 


1) Luniscutis (Lat.) luna—lua ; scutum=escudo predorsal. 


346 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


325 Tachysurus grandicassis,' Cuv. & vai 


D. 1+7; Ps. 1412; A. 18 


E’ assim descripto pelos Profs. Eigenmann: 

«Corpo anteriormente cylindrico, acuminando-se para um delgado pe- 
dunculo caudal. 

Cabeça grandemente deprimida, perfil quasi recto, descendente, largura 
da cabeça 1 e 1/3 ä 1 e 2/5 no comprimento, sua altura 1 e 4/5 á 2 no com- 
primento. Processo occipital com uma profunda constricção no ponto em 
que se reune ao occiput, conformado como um foliolo de trevo, muito mais 
do que em Ailurichthis panamensis, äs vezes mais largo do que longo, ás 
vezes quilhado. € entro da fontanella sobre o meio dos olhos; fontanella não 
continuando posteriormente como sulco. Processo occipital, alto da cabeça 
e processo humeral, granulares; região inter-orbital quadrirugada, as rugas 
internas limitando a fontanella, as externas correndo para traz das de pro- 
ximo ás aberturas nasaes posteriores. 

Olhos 3 4 3 e 1/2 no focinho, 8e 1/2 á 10 da cabeça, 4á 4 e 1/2 no 
espaço interorbital. 


Barbilhöes maxillares chegando á base das peitoraes, mentaes ä guelra, 
post-mentaes um pouco mais longos. Maxilla superior projectando-se 1 
diametro ocular ou mais; labios muito largos, especialmente na frente, tor- 
nando o focinho pontudo; dentes antes grandos do que pequenos, os do 
paladar um tanto menores; a altura da facha intermaxillar 7—9 na largura; 
facha mandibular muito baixa; dentes vomerinos ausentes em tres exempla- 
res, n'uma pequena placa em um dos lados, em outro, e em uma pequena 
placa nos dous lados em um quinto exemplar; placas palatinas, triangula- 
res, projectadas para traz. Membranas operculares encontrando-se em an- 
gulo e formando uma prega atravez d isthmo. 

Rastros 6 + 10. 

Distancia do aculeo dorsal ao focinho 2 e 1/3 á 2 e 1/2 no comprimento, 
estando o aculeo quebrado nos exemplares estudados. 

Distancia da adiposa á dorsal 3 e 3/5 44 nº comprimento; adiposa no 
minimo tão longa quanto 4 dorsal, adnata. Caudal furcada, lobo superior 
mais comprido, cerca de 5 no comprimento, tendo as pontas quebradas. Anal 
apparentemente mais longa do que alta, porém, os raios sao um tanto gas- 
tos. Ventraes pequenas. Póro peitoral amplo, fendido, Pardo claro supe- 
riormente, um tanto manchado inferiormente, pela occurrencia de pequenas 
maculas esparsas. Cabeça 3 e 2/5 à 3 3/4; altura 5 e 2/3 4 6.» 


1) Grandi-cassis (Lat.)—de capacete grande. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 347 


Eigenmann & Eigemann consideram Arius parmocassis e Arius stricti- 
cassis de Cuvier e Valenciennes, como duas variedades de Tachysurus gran- 
dicassis. A unica differença d’quellas duas formas para com esta ultima, 
está no contorno do processo occipital que é codiforme em T. parmocassis 
e bacillar, entalhado posteriormente, em T. stricticassis ; outra differença 
estaria na distribuição dos dentes palatinos. 

Assim sendo, as tres variedades poderiam ser diagnosticadas deste 
modo : 


Processo occipital scutiforme, largo, separado do occiput 
por uma estreita facha, dentes vomerinos quando 
presentes, em duas placas eae Mares, Dune em 
placas dessa forma. . . . HA T. grandicassis. 


Processo occipital cordiforme ou bacillar: 


Separado do occiput por uma facha mais estreita do que 
a largura da parte posterior do Bd Sue 
vomerinas triangulares. . . . . shee T. grandicassis parmocassis. 


Separada do occiput por uma facha de egual largura ä 
da parte posterior do processo, placas vomerinas au- 
SEILESE HERR D Re eta Tee Mints heres rer ir SE che T. grandicassis stricticassis. 


Habitat: Atlantico occidental, da Bahia ás Guyanas. 


326—Tachysurus albicans, (Cuv. & val.) 
a MIE AIO 


Cabeça elevada, robusta 3 4 3 e 3/4; bocca ampla com as maxillas 
eguaes ; dentes palatinos em facha ampla, tendo posteriormente, em cada 
lado, uma placa triangular ; barbilhöes labiaes attingindo a axilla peitoral ; 
mentaes terminando 4 menos de metade dos post-mentaes e estes apenas a 
orla da membrana branchiostega ; olhos pequenos á dous diametros do sulco 
labial, á cerca de 8 da orla preopercular; alto da cabeça granular, processo 
occipital muito reduzido; placa dorsal scutiforme, grande, egualmente gra- 
nulosa. Aculeo dorsal granuloso, menor que o peitoral e articulando-se so- 
bre a axilla dos peitoraes ; ventraes em meio da distancia que vae dos labios 
ao apice do lobo caudal inferior ; adiposa desenvolvida, sobre o espaço 
entre as ventraese a anal, esta não falcada, caudal furcada ; linha lateral 
accentuada. Pardacento com as pontas dos raios das nadadeiras alvadias. 

Habitat: Amazonas e Guyanas. 


1) Albicans (Lat.)=albicante, alvadio. 


348 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


327—Tachysurus rugispinis, (Cuv. & Val.) 


YURUPIRANGA, BAGRE BRANCO. 
D.I1-+ 7; A. 19 4 21. 


«Delgado, comprimido para a cauda. Cabeca grande e deprimida, acu- 
minada para a frente ; largura da cabeça | e 1/2 4 1 e 2/5 no comprimento, 
no angulo da bocca 2 e 2/5 4 2 e 1/2; altura da cabeça 1 e 3/5 á 2; perfil 
abrupto. Alto da cabeça, processos humeraes, fronte e lados dos espinhos 
e placa dorsal granulares, não se projectando as granulações para diante 
do meio das bochechas. Processo occipital triangular, quasi tão longo quanto 
largo, ruga mediana não muito proeminente. Meio da fontanella atraz dos 
olhos, parte posterior separada por uma prega, não continuada para traz 
como um sulco; região interorbital com quatro rugas ; olhos pequenos, tres 
vezes no focinho, 10 veses na cabeça, 3 e 1/2 no espaço inter-ocular. Barbi- 
lhões villiformes. Barbilhões maxilares attingindo ou chegando adiante da 
base das peitoraes ; post-mentaes a orla opercular; barbilhões mentaes 
muito mais curtos. Bocca inferior, maxilla inferior incluída, labios espessos; 
dentes villiformes, os anteriores das maxillas maiores ; altura da facha in- 
termaxillar 4 na largnra; placas palatinas um diametro dos olhos. Membra- 
nas do operculo encontrando-se em angulo, formando uma prega atravez 
do isthmo. Rastros 6-11. Póro peitoral nullo ; serie vertical de póros pre- 
sente. Distancia do aculeo dorsal ao focinho 2e 1/44 2e 1/2 no compri- 
mento, estando os aculeos quebrados nos exemplares ; espaço entre a dor- 
sal e a adiposa 4á 4e 2/3 no comprimento. Adiposa adnata, do compri- 
mento da anal. Ventraes 2 e 1/2 na cabeça. Aculeo peitoral serrilhado 
posteriormente (quebrado,) cabeça 3 e 1/2 4 4; altura 5 e 1/24 6. (Eigenmann 
& Eigenmann.) 

Habitat: Das Guyanas ao Maranhão. 

o Segundo Göldi, em Marajó este bagre é chamado Jurupirauga e Bagre 
ranco. 


328—Tachysurus upsulonophorus, Œigenm. & Eigenm.) 
PAPAI. BOCCA-LISA 
Est. 48-fig. 1 
D. 1 +7; Ps. I +11 ; Vs. 6 ;£A IT. 


Cabeca 3 e 2 4, robusta, moderadamente deprimida, plana entre os an- 
gulos anteriores dos olhos, granulosa na parte posterior e no processo occi- 
pital. Bocca ampla de largura contida 2 e 1/2 vezes na cabeça, com a facha 


1) Rugispinis (Lat.) de ruga, ruga, e spinna, aculeos (das nadadeiras). 


2) Upsulonophorus (Gr.) Upsulon=Y, lettra do alphabeto; phorein=trazer. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 349 


de dentes palatinos em forma de ferradura. Barbilhöes labiaes attingindo a 
base das peitoraes ; mentaes terminando aquem da orla da membrana bran- 
chiostega e post-mentaes attingindo a orla posterior do arco escapular. Oihos 
5 e 1/2. Fontanella divergindo posteriormente, seguida de um sulco que, 
nascendo no plano da orla posterior dos olhos, se prolonga até a base do 
processo occipital; este ensiforme, quilhado em seu meio ; placa dorsal fra- 
camente granulosa, V-forme. Aculeos peitoraes denticulados nos bordos e os 
denticulos occultos: por um tegumento mucoso; póro peitoral, axillar, redu- 
zido ; dorsal originando-se sobre o inicio do terço posterior do aculeo peito- 
ral, quando reclinado sobre o flanco e pouco mais ou menos do mesmo 
comprimento que aquelle ; ventraes originando-se sobre o plano em que ter- 
mina o 5º raio dorsal, excedendo o anus, não attingindo porém a anal que é 
moderadamente falcada ; adiposa sobre a parte basilar da anal e precedida 
de uma prega que vem da dorsal 4 sua origem; linha lateral visivel, com 
tubulos inferiores parallelos ; caudal furcada, com o lobo superior maior. Pra- 
teado escuro superiormente, branco inferiormente. 
Habitat : Atlantico—Rio Grande do Sul ao Rio de Janeiro. 


Genidens,' (Castein.) 


Anim. Nouv ou. Rares de l’Amerique du Sud. Poiss. pag. 33—1855. 


Forma moderadamente comprimida; bocca mediocre, armada de uma 
facha de dentes villiformes ; os intermaxillares formando uma facha egual, 
moderadamente arqueada, com os extremos virados em ponta para traz; os 
mundibulares em cinco á seis series irregulares sendo a facha interrom- 
pida anteriormente ; os dentes palatinos acham-se situados sobre duas sa- 
liencias muito accentuadas da mucosa do paladar, formando um angulo de 
vertice voltado para traz ; seis barbilhões mediocres; narinas contiguaes ás 
posteriores, tendo um rebordo valvular maior do que o das anteriores ; olhos 
ellipticos, lateraes ; aberturas branchiaes moderadas, sendo o isthmo largo ; 
fontanellas projectando-se anteriormente e seguindo-se em estreito tufo pos- 
teriormente aos olhos, sobre o processo occipital que é triangular, granu- 
loso como as da base e muito desenvolvido para traz; d'ahi decorre a peque- 
nez da placa dorsal que é <forme. Aculeos das. peitoraes e dorsal fortes ; 
caudal furcada. Unica especie conhecida—maritima e fluviatil. 


1) Genidens (Lat.) de Gena, palpebra e entumecencia cutanea do paladar e dens, dente. 


350 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


329 —Genidens genidens (Cuv. & Val.) 


BAGRE—URUTU 
Est. 48—fig. 2. 


Cabeça 3 e 2/3, altura 5 no comprimento total; bocca relativamente 
mediocre ; barbilhões labiaes terminando 4 frente da base das peitoraes ; 
mentaes contidos 1 vez e 1/2 nos post-mentaes que passam a membrana 
branchiostega ; narinas contiguas, as anteriores ovoides com vertice antrorso, 
posteriores triangulares como vertice retrorso ; olhos 1/5 da cabeça, ellipticos, 
tendo a palpebra superior um tanto carregada para baixo, o que dá um 
aspecto severo ao peixe; sulco que parte da fontanella originando-se na 
transversal da orla posterior da pupilla e terminando na transversal da ponta 
do operculo; alto da cabeça granuloso ; aculeo dorsal tendo uma orla de 
espinhos curtos, antrorsos, na aresta anterior, originando-se sobre extremo 
posterior do segundo terço do aculeo peitora!; este deprimido, fracamente 
aculeado na orla anterior, fo temente na posterior ; de tamanho egual ao do 
primeiro raio; ventraes pequenas, originando-se sobre o plano vertical do 
extremo da dorsai quando reclinada sobre o dorso, passam o anus, porém 
não attingem a anal que é falcada ; sobre esta fica a adiposa que é mode- 
rada ; caudal furcada. Purpureo denegrido com a parte inferior alvadia. O 
Urutu parece ser um bagre sociavel; vi muitos delles em aquario onde se 
conservam reunidos e nadando sempre em um unico magote, é um peixe 
de movimentos pouco vivos. 

Habitat: Costas orientaes da America do Sul, desde Guyana Ingleza até 
o Rio da Prata—Rio Araguaya. 


Felichthys,' (Swaisson.) 
Nat. Hist. Fishes, Il, 305-1839. 


Corpo subfusiforme; cabeça grande, moderadamente deprimida; bocca 
anterior com a maxilla superior proeminente, provida de uma facha de den- 
tes villiformes e seguida de um arco formado pelas placas contiguas dos 
vomerinos e palatinos; quatro barbilhões, os maxillares comprimidos, gran- 
des; narinas contiguas, as posteriores providas de valvas; fontanella ante- 
rior, grande; olhos lateraes, proximos do angulo da bocca; processo occipi- 
tal attingindo a placa predorsal; aculeo da dorsal elevado, forte, terminando 
em um filamento longo; o mesmo succede com o aculeo das peitoraes; ven- 
traes pequenas; adiposa pequena, menor que a anal, que é falcada; caudal 
furcada. 

Raios anaes 20 4 24 + + + + + + © «+ F. marinus. 


Especies brasileiras : 
Raios anaes 32/4735. > Sr We Do e NF bagre: 


1) Felichthys (Gr. Lat.) Felis—gato (os bagres säo chamados cat fishes pelos inglezes e norte- 
americanos) e ichthys—peixe. 


CU) — snunewm sÄyyyamag — 7 ‘Su 
(TEA © AND) — suapjuos suapiuan —- | “Si 


= 


‘15 Ney YW OUIQES Re 
“ıduy ypuuyog *f yoya “GY “HW ap ‘y 


D a ___ IT ‘189 ‘asuaniseig Pıınp ı 


A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 351 


330—Felichthys marinus,' itch.) 
BAGRE-BANDEIRA, BANDEIRADO, SARASARÀ 


Ext. 49. 


D. 117, P. 1-12: V.65;A, 20-24, 


Corpo elevado, comprimido; cabeça de contorno anterior elliptico, de- 
primida anteriormente, elevando-se gradativamente para traz com um sulco 
longitudinal, mediano, que desapparece sobre a transversal que une as duas 
axillas operculares. Processo occipital articulando-se com a placa dorsal, 
pouco granuloso e moderadamente elevado; região temporal moderadamente 
granulosa; bocca ampla, anterior, de contorno parabolico, ligeiramente obli- 
quo, maxilla inferior incluindo-se na superior, barbilhões maxillares compri- 
midos, passando pouco além da base das ventraes ; barbilhöes mentaes 
apenas attingindo o ponto de união das membranas branchiostegas; narinas 
amplas, contiguas ás anteriores, ovaes, tendo o vertice para fora; as poste- 
riores tambem ovaes, porém, muito mais alongadas e com o vertice para 
dentro; olhos grandes, ellipticos, contidos 4 e 1/4 vezes na distancia que 
vae da symphyse intermaxillar á base das peitoraes; abertura branchial am- 
pla, rastros 3 + 6. Dorsal elevada, com um aculeo forte, comprimido, trans- 
versamente nodulado em meia extensão; esses nodulos se transformam em 
espinhos antrorsos na ametade terminal; este aculeo é contido 1 vez e 1/3 
no maior raio dorsal que é o primeiro; sobre a margem dorsal deste raio, 
em seguimento ao aculeo, estão dispostos finos raios que transformam a 
membrana interradial em uma fita que se projecta muito além do extremo do 
1° raio; ao primeiro raio peitoral succede o mesmo, sendo o aculeo dentea- 
do nos dous bordos, extrorsamente no anterior e introrsamente no poste- 
rior. As ventraes são moderadas e attingem a anal com o apice, esta na- 
dadeira é curta e falcada; verticalmente sobre o meio da sua base, origina- 
se a adiposa que é curta; a caudal é amplamente furcada e bastante desen- 
volvida, o pedunculo é relativamente estreito. Azul metallico de aço, com 
laivos esverdeados superiormente ; lados prateados, tornando-se finamente 
ponctuados de sépia sobre o abdomen, parte inferior branca amarellada. 
Nadadeiras denegridas. Segundo Góldi, no Magoary chamam a este bagre 
— Bandeirado e no Pará Sardsará. 


331—Felichthys bagre, (L.) 
DIT EAN 32358 


Não o conhecemos; Eigenmann & Eigenmann assim o descreveram: 
«Alongado, comprimido; maior largura menor do que a maior altura. Cabe- 


1) Marinus (Lat.)—marinho. Z ; 
2) Bagre, nome portuguez, geral para quasi todo o grupo que é o objecto do presente livro. 


352 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


ca deprimida, curta, sua maior largura, 1 e 1/7 no comprimento, altura no 
processo occipital 1 e 1/3 4 1 e 1/2 no comprimento da cabeça; perfil muito 
abrupto; processo occipital muito mais largo na base, do que no apice que 
näo é entalhado, articulando-se com a placa dorsal; processo inter-orbital 
chato, a fontanella näo se projectando até a parte posterior dos olhos, con 

tinuada como um sulco até a base do processo occipital. Toda a parte su- 
perior e anterior da cabeça, muito porosa; olhos, 1 e 2/3 no focinho, I e 1/2 
ä 2 no espaço inter-orbital, 4e 1/2 4 6 na cabeça. Barbilhões maxillares, 
chegando além da origem da anal; barbilhões mentaes apenas attingindo ás 
guelras. Maxilla superior projectando-se ligeiramente; todos os dentes mui- 
to finos, villiformes; a facha intermaxillar mais baixa no meio, tornando-se 
o dobro mais alta sobre os lados, acuminando-se em uma fina ponta para 
traz; dentes do vomer em duas placas ellipticas, separadas; dentes palati- 
nos em uma placa semelhante em cade um lado muito mais comprida do que 
as placas vomerinas. Membranas operculares unidas e estreitamente juntas 
até o isthmo. Rastros muito delgados, 2 + 6. Distancia da dorsal da ponta 
do focinho, 3 e 1/2 no comprimento, o aculeo granular, denteado na frente, 
le 1/4 á1e 1/2 na cabeça, chegando o filamento até a caudal; o raio se- 
guinte egual ao comprimento da cabeça, distancia da nadadeira adiposa por 
detraz da nadadeira dorsal 2 e 1/5 a 2 e 1/2 no comprimento. Caudal, pro- 
fundamente furcada, cerca de 3 1/2 vezes no comprimento. Base da anal 
3 e 3/4 a4 e 1/4 no comprimento, o mais alto raio 2 e 1/3 na base. Base 
das ventraes mais ou menos equidistante entre o focinho e o fim da nada- 
deira anal, as ventraes 1 e 2/5 41 e 3/5 na cabeça. Aculeo peitoral 1 e 1/6 
na cabeça, os filamentos attingindo além da origem da anal. Purpureo es- 
curo, superiormente, gradualmente cambiando para a cör de prata, inferior- 
mente; todas as nadadeiras purpureas, mais ou menos densamente cobertas 
de maculas negras, com as pontas, äs vezes, purpureas escuras, äs vezes, 
a orla do ventre e partes inferioees dos lados com eguaes maculas. Cabega, 
4 e 3/4 á 6. Os exemplares examinados são de S. Matheus, Santos, Pará, 
Curucá, Pernambuco, Bahia e Guyana Ingleza.» 


TRACHYCORYSTIDA ' 


Forma robusta, cabeça curta, moderadamente deprimida, com os ossos 
apparentes, nús ou revestidos de pelle mediocremente espessa, com as 
suturas quasi sempre distinctas, formando desenhos geometricos percepti- 
veis; processo occipital curto; bocca mais ou menos anterior, mandibula 
quasi sempre desenvoivida, dentes villiformes, em facha nos intermaxillares 
e mandibulares, raramente no vomer; abertura oral seguida, na regra, de 
um sulco posterior ao angulo, bastante longo, ás vezes se prolongando li- 


1) Trachycorystes gen. typico; cidos, semelhante. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 353 


vremente para traz da vertical baixada da orla posterior dos olhos. Seis 
barbilhöes teretes, mediocres, os maxillares encaixando-se no sulco post- 
oral, osmandibulares dispostos em duas series afastadas; olhos lateraes, 
moderados ou grandes, sub-cutaneos ou providos de palpebras adiposas; 
narinas moderadamente afastadas, as anteriores supralabiaes; fontanella 
oval, mais ou menos prolongada para frente, näo attingindo posteriormente 
alinha da orla ocular anterior; membrana das guelras unida ao isthmo, dei- 
xando a abertura apenas lateral e superior a região das peitoraes; processo 
humeral apparente, moderado, nú ou sub-cutaneo, dirigido obliquamente 
para cima, nadadeira peitoral provida de aculeo forte, serrilhado nos dous 
bordos ou sómente no posterior, póro peitoral quasi sempre pr sente; na- 
dadeiras robustas, carnudas, com um aculeo forte e poucos raios, situados 
muito proximas da cabeça, placa predorsal mediocre, quasi sempre despro- 
vida de processos infero lateraes; adiposa pequena ou totalmente ausente; 
ventraes variaveis, ás vezes com grande numero de raios; anal idem, ge- 
ralmente supportando orgãos genito-urinarios nos raios anteriores; caudal 
furcada ou truncada, sendo os raios superiores, nos machos, mediocremente 
prolongados. Vesicula natatoria livre; as vertebras anteriores modificadas 
sem processo lateral. Linha lateral sinuosa, em zig zag, ás vezes emittindo 
ramos collateraes. Pelle muito espessa. Os peixes desta familia, todos flu- 
viaes, são vulgarmente conhecidos pelos nomes de Cumbaca, Cabeça de 
Ferro, Anujá, Peixe Cachorro, etc. Existem nos principaes systemas iluviaes 
sul americanos. São os seguintes os: 


Bocca e abdo- 


= 17a 0214 VS RE s | + + + + Pseudauchenipterus. 
men normaes. | 
4 


5 recoberta de pelle Glanidium. 


A. Ta 11; Vs.6. 
Papilla genital Centromochlus. 

| anterior aos 

Cabega nua. raios anaes . 


Caudal furcada. < Papilla genital 


| sobre oS raios 
anteriores da ; 
anal. Tatia. 
Generos consta- é | Bocca e abdomen enormemente dilatados - - + - - Asterophysus. 


tados no Bra- 
sil. 
Adiposa presen-fV- 6 (1) . Trachycorytes. 
te. 


Caudal truncada ou redonda, nos machos com a) \v. 9 à 10 Auchenipterichthys- 
raios superiores prolongados. : 

( V.6. Tracheiopterus. 

Adiposa ausen- 
te- 


V. 15 416 Tracheliopterichthys 


1) Cuvier e Valenciennes däo 10 raios para T. trachycorystes; é, porém, muito provavel que 
tenha havido engano, em vista das bifurcações dos raios se estendercm até a base da nadadeira. 


354 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


Pseudauchenipterus, Bieeker. 
Nederle. Tijdschrift Dierkunde, 1, 83—1863 


Förma robusta, cabeça curta, focinho redondo, bocca anterior com uma 
facha de dentes nos intermaxillares e outra nos mandibulares; narinas an- 
teriores, supra labiaes, olhos lateraes, subcutaneos, alto da cabeça osseo, 
rugoso ou liso; fontaneila näo se projectando para traz da linha orbital pos- 
terior, processo occipital firmemente unido ä placa pre-dorsal; dorsal provi- 
da de aculeo forte, peitoraes idem, adiposa pequena, anal longa, caudal 
furcada. 


Diametro ocular2 e 1 2 no espaço interorbital. Ps. 1-|-8 - - : - P. nodosus, 


Espécies raios Processo humer: 1 mais curto que o diametro orbita- 
/ rio. Orla anterior do aculeo dorsal lisa : P. jequitinhonhe. 
| 
| Diametro ocular 1 e 15a. 
1 e 3/4 no espaço inter- 
orbital. Ps. 1 -|- 6a 7. 


Processo humeral mais longo /Barbilhäo maxillar não 
qu: o diametro orbitario. chegando á ponta das 
Orla anterior do aculeo peitoraes ; diametro 
dorsal finamente denticu- À ocular 3 vezes na ca- 
lada ou granulosa beça. P. affinis. 


/ 


Barbilhäo maxillar che- 
gando ä ponta das 
nadadeiras, diametro 
ocular 3 e 1/2 vezes na 
cateça. . P. flavescens. 


332—Pseudauchenipterus nodosus, (8) 


CARATAHY—PEIXE CACHORRO 
D.1-+6;A. 2C; Vs. 8; Ps. 1+ 8 


«Alongado, ligeiramente comprimido; altura em qualquer ponto um 
pouco maior do que a largura. Cabeça curta, robusta, sua maior largura 1 
e 1/4 no proprio comprimento; sua largura, no rictus, 1 e 3/4 a 1 e 5/6; sua 
altura ra base do processo occipital 1 e 1/4 ale 1/6. Ossos do craneo 
cobertos de pelle excessivamente delgada, sua superficie finamente estriada 
e granular; frontaes entumecidos e profundamente alveolados. Fontanella 
frontal aberta anteriormente. Processo occipital parabolico posteriormente, 


1) Pseudauchenipterus (Gr.) Pseudo—falso; Aucheripterus, genero adiante citado. 
2) Nodosus—cheio de nós. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 339 


firmemente unido ä placa dorsal. Esta emarginada posteriormente, emittin- 
do dous longos processos curvos para traz e para baixo do aculeo dorsal 
onde elles se curvam para baixo e ligeiramente para frente. Suturas distin- 
ctas. Olhos moderados, situados immediatamente acima e atraz do angulo 
da bocca; seu diametro 1 no focinho, 4a 4e 1/2 na cabeça e 2 e 1/2 no es- 
paço interocular. Barbilhões maxillares chegando ao meio das peitoraes ou 
mais adiante, mentaes um pouco á frente da base das peitoraes, post-men- 
taes inseridos ligeiramente atraz do rictus e estendendo-se quasi tanto pos- 
teriormente como os barbilhões maxillares. Focinho largo, redondo anterior- 
mente; maxillas sub-eguaes as inferiores um pouco mais curtas; dentes vil- 
liformes,os dos intermaxillares formando uma facha curva de altura uniforme 
em toda a extensão, sendo sua altura egual a 1/7 da sua largura. Abertura 
das guelras extendendo-se até a base das peitoraes. Guelras muito curtas, 
6 + 16. Processo humeral estriado ou ligeiramente granular, não se esten- 
dendo até o meio do aculeo peitoral; póro peitoral presente. Linha lateral 
ondulante, tendo liames lateraes muito curtos. Distancia do aculeo dorsal ao 
focinho 2 e 3/4 no comprimento, aculeo dorsal co comprimento ou mais 
comprido do que a cabeça, ds vezes grandemente entumecido na base, sua 
margem externa aspera, a interna com dentes curtos; primeiro raio brando 
um pouco mais comprido que o aculeo. Distancia entre a dorsal e a adiposa 
2 e 3/4 a2 e 4/5 no comprimento. Adiposa curta. Caudal profundamente 
furcada, com os lobos sub-eguaes, pontudos, 3a 3 e 2/5 no comprimento. 
Nadadeira anal emarginada, com as pontas dos primeiros raios, na femea, 
não attingindo a base do ultimo. Ventraes não attingindo ou attingindo ape- 
nas a anal; 1 e 3/4 a2 na cabeça. Aculeo peitoral muito longo e forte, 2 e 
2/3 a3 e 1/3 no comprimento, seus lados e margem externa estriados, a 
margem interna fortemente serrilhada, um pouco mais comprida do que o 
aculeo dorsal. Primeiro raio brando um pouco menor do que o aculeo. Su- 
perficie dorsal côr de café, os lados abruptamente mais claros; região hu- 
meral densamente coberta de largas manchas pardas; todas as nadadeiras 
amarelladas uniformemente. Cabeça 4 a 4 e 1/3, altura 5; D. 1+ 6; A. 20; 
Vs. 8; P. 1 + 8—145 mm.» (Eigenm. & Eigenm.) 

Göldi diz chamarem os Marajoenses este peixe de Caralahy e P. Ca- 
chorro. 

Habitat: Bahia, Parä, Guyanas. 


333 Pseudauchenipterus jequitinhonhe,’ Stein. 
D. 115 a6; P. 147; V.8; À. 17 a 20 


«Cabeça, por traz dos olhos, comprimida; região occipital com uma 
carena longitudinal obtusa e baixa; lado superior da cabeça revestido de 
pelle. Olhos grandes, ovaes, recobertos de pelle espessa. Comprimento da 


1) Jequitinhonhæ (Latinisação) do rio Jequitinhonha. 


356 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


cabeça até a ponta da cobertura opercular de 4 e 2/3 a 4e 3/5, altura do 
corpo cerca de 4 e 3/5 a 5 vezes no comprimento do corpo; largura da ca- 
beça, entre as coberturas operculares, cerca de 1 e 2/5 vezes; diametro ocular 
3 a 3e 1/3, largura da fronte 2 e 1/3 a2 e 1/2, comprimento do focinho 5 
quasi 6 vezes no com- 
“zjprimento da cabeça. 
Maxillas de extensäo 
- jegual. Focinho redondo 
janteriormente. Barbi- 
Jlhões delgados; os ma- 
= |xillares chegando ape- 
- nas a pouco acima da 
base do aculeo peito- 
— ral. Processo humeral 
Fig. 135 — Pseudauchenipterus jequitinhombe seg. Steindachner estreito, aculeiforme, li- 
so, mais curto ou do 
mesmo comprimento que os olhos. Pöro axillar distinctamente visivel; 
aculeo dorsal e peitoral robustos; o ultimo mais comprido do que o primei- 
ro, fortemente denticulado no bordo interno, do mesmo modo o dorsal na 
orla posterior. Adiposa muito pequena, um pouco adiantada do extremo 
posterior da base da anal. Caudal entalhada triangularmente na orla poste- 
rior, com longos lobos pontudos. Macho com um tubo urogenital na anal, 
que na femea é talhada em linha recta no obliquo bordo inferior. No macho, 
pelo alongamento dos primeiros raios anteriores se mostra fortemente con- 
cava. Dorso violeta, metade inferior do corpo amarella clara, nadadeiras 
amarellas avermelhadas.» (Steindachner.) 
Habitat: Jequitinhonha. 


334 Pseudauchenipterus affinis,' Steind. 
D. 146; A. 20 a 21; Vs. 8 Ps. 146 


«Cabeca, na regiäo post occipital mais fracamente comprimida e menos 
descahida lateralmente; barbilhöes, especialmente os mandibulares, mais 
longos do que em P. Jeguitinhonhe. Comprimento da cabeça, até a ponta 
das coberturas das guelras, 4 vezes; altura do corpo 4 e 1/2 a 5 vezes no 
comprimento do corpo, largura da cabeça, entre os operculos, cerca de 1 e 
1/4; diametro ocular 3 vezes; largura entre a fronte 2 e 1/6 a 2 e 1/5, com- 
primento do focinho 5 e 1/2 a 6 vezes d'este comprimento da cabeça. Inter- 
maxillares e mandibulares de egual extensão ou os primeiros um pouco sa- 
lientes sobre os ultimos. Focinho redondo anteriormente. Barbilhões maxil- 


1) Affinis (Lat.) affim. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 357 


lares chegando até o meio do comprimento longitudinal ou quasi á ponta 
“do longo aculeo peitoral fortemente deprimido; barbilhões post-mentaes so- 

bre a base ou ao meio da extensão da peitoral. Processo humeral longo, 
forte, estriado, um pouco mais comprido do que os olhos, com a ponta, na 
regra, cahindo atraz do meio do comprimento do aculeo peitoral. Aculeos 
dorsal e peitoral robustos, o ultimo mais longo do que o primeiro e mais 
fortemente denticulado do que o dorsal na orla posterior. Orla anterior do 
aculeo dorsal finamente dentado ou granulado na metade inferior liso em 
P. Jequitinhonha). Caudal profundamente entalhada com os lobos pontu- 
dos. Macho com longos tubos urogenitaes na orla anterior da anal que, na 
femea, é talhada em linha recta na orla inferior e fortemente concava no 
macho. Dorso chocolate; lado dorsal cinereo prateado sujo e com innumeros 
pontos de côr violeta escura. Lado ventral branco amarellado.» (Steinda- 
cher.) 

Habitat: Rio S. Matheus, Mucury, Pará. 


335 Pseudachenipterus flavescens,' Eigenm. & Eigenm. 
D. I+6 A. 20; Vs. 8; Ps. 1+6a7 


«Alongado, comprimido, acuminando-se rapidamente para o pedunculo 
caudal; altura em toda a extensão muito mais longa do que a largura. Cabe- 
ça curta e elevada, sua maior altura pouco maior do que a sua maior largu- 
ra que é 1 e 1/2 do comprimento da cabeça; largura no rictus 2; cabeça co- 
berta de pelle fraca, a superfície dos ossos não evidente; ossos frontaes 
não entumecidos nem alveolados; fontanella aberta na frente, projectando-se 
para traz até cerca do centro dos olhos. Processo occipital egualando em 
largura ao triplo do comprimento. Placa dorsal muito amplamente furcada 
na frente, sua largura no logar mais estreito, mais do dobro do seu compri- 
mento em uma linha mediana; porção posterior da cabeça fortemente con- 
vexa n'uma secção transversal. Quatro póros no focinho, nenhum póro evi- 
dente nos lados ou no alto da cabeça. Olhos com o diametro mais comprido 
do que o focinho, 3 e 1/2 na cabeça, 1 e 3/4 no espaço inter-ocular. Barbi- 
lhão maxillar chegando junto á ponta das peitoraes; mental ä base destas 
e post-mental um pouco adiante da mesma base. Focinho redondo, maxil- 
lar superior proeminente; dentes villiformes, arranjados como em P. Jequi- 
tinhonhe. Abertura das guelras estendendo-se até ä base das peitoraes. 
Processo humeral recoberto de pelle, um pouco rugoso na superfície, proje- 
ctando-se um pouco adiante do meio das peitoraes. Póro peitoral grande. 
Linha lateral ondulante. Distancia entre o focinho e a nadadeira dorsal 3 e 
1/5 no comprimento; aculeo dorsal 1 e 1/2 na cabeça, sua margem externa 


1) Flavescens. (Lat .)=amarellado. 


358 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


apenas aspera, a interna ligeiramente serrilhada; primeiro raio 1 e 2/5 na 
cabeça. Distancia entre a dorsal e adiposa 2 e 1 2 no comprimento. Caudal . 
profundamente furcada, com os lobos pontudos, 3 e 3/5 no comprimento. 
Anal emarginada, com o primeiro raio não attingindo a base dos ultimos. 
Ventraes, não attingindo a anal, 1 e 3/4 na cabeça. Aculeo peitoral ligeira- 
mente mais curto do que a cabeça, com a margem externa e lados lisos, 
sua margem interna fortemente serrilhada. Dorso pardo, a côr sendo com- 
posta de numerosos pontos pardos; alto da cabeça e focinho manchado de 
pardo, sobre fundo amarello; operculo e uma nodoa triangular atraz dos 
olhos amarellos; região humeral coberta de numerosas manchas pardas 
conspicuas; lados e superfície ventral, amarellas; lobo caudal superior, ob- 
scuro, demais nadadeiras amarellas, uniformes. Cabeça 4 e 1/5, altura 5 e 
1/2» Eigenm. & Eigenm.) 

Habitat: S. Francisco. 

Glanidium,' Lutk. 


Corpo moderadamente deprimido no extremo anterior. Bocca anterior, 
mandibula prognatha; dentes inter-maxillares e mandibulares em facha des- 
envolvida; fontanella inter-ocular curta, olhos e ossos da cabeça subcuta- 
neos; placa predorsal com um processo lateral antvertido. Ventraes e anal 
mediocres, adiposa pequena, posterior á anal. 

Especie unica: G. albescens. 


336 — Glanidium albecens,’ Lutk. 


BUREVA, PACÚ-BRANCO 


Est. 50, fig. 1 


Cabeça e região post-occipital um pouco deprimidas, parte posterior 
do corpo comprimida. Focinho redondo. Bocca anterior, com a mandibula 
imperceptivelmente prognatha e uma forte facha de dentes villiformes nos 
intermaxillares e mandibulares; barbilhões maxillares chegando ao extremo 
do processo clavicular; mentaes muito pequenos, post mentaes attingindo a 
orla da cintura esternal. Olhos subcutaneos, com o centro sobre o angulo 
da bocca, 1/6 da cabeça (até a orla opercular). Aculeo dorsal curto, egual a 
1/2 do comprimento da cabeça, serrilhado no bordo posterior e menor que 
os dous raios que se seguem. Aculeo peitoral, grande, denticulado nos dous 
bordos, sendo as denticulações maiores para a extremidade; o seu compri- 
mento é egual ao da cabeça, a sua ponta passa folgadamente o limite pos- 
terior da dorsal. Ventraes pequenas, quasi attingindo o anus. Anal me- 


1) Glanidium (Gr.)—Glanis, Silurus glanis, o bagre da Europa e eidos semelhante. 


2) Albescens (Lat.)—albescente. 


(J) snyesje3 saSAIODAUOBIL — € ‘SIA (ddl) Woo sny9EWENUII) — q ‘SIA INT ‘SU99S9QE wnıpmuepn — | “Sid 


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A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 359 


diocre, mais alta do que as ventraes no macho, mais baixa na femea. Adi- 
posa logo posterior 4 anal. Caudal forte, moderadamente entalhada, com 
muitos raios accessorios. Parte superior plumbea, ás vezes manchada irre- 
gularmente de preto, parte inferior branca. Comprimento: 25 centimetros, 

Habitat: Rio das Velhas, Rio Parahyba, Macacos (Rio de Janeiro), Ipo- 
ranga (S. Paulo). 


Centromochlus,' Kner. 
Sitzgsber. Akad. Wien. XXVI, 430—1857 


Bocca moderada, anterior, mandibula estreita, obliquamente disposta, 
reentrante; dentes villiformes em facha nos maxillares e mandibulares, bar- 
bilhöes maxillares repousando n’um sulco sub-ocular que se projecta ate 
sobre o processo clavicular; todo o alto da cabeça, processo occipital e pla- 
ca predorsal, osseos nús; narinas anteriores marginaes; olhos grandes, pro- 
vidos de palpebra adiposa, obliquamente dispostos para baixo; preoperculo 
presente, linha lateral presente, sinuosa; dorsal moderada, anal pequena, 
anus entre este e as ventraes. 

Especie conhecida: C. heckelii. 


337—Centromochlus, heckelii,’ Fitippi 
Est.. 50, fig, 2 


D. 145 a6; À, 7. 


Alto de cabeça, processo occipital e placa predorsal em dous planos 
que se encontram na linha mediana como os lados de um telhado e tendo a 
superficie externa núa e finamente rugosa; bocca parecida com a dos peixes 
do genero Mugil, mandibula reentrante e deixando parcialmente de fóra a 
facha dentaria intermaxillar; barbilhäo maxillar terete, attingindo a ponta do 
processo humeral, encaixando-se numa depressão que se projecta do angulo 
da bocca por sob a orbita e ganha o processo humeral, percorrendo-o em 
toda a extensão; mentaes e post-mentaes curtos, narinas moderadas, as pos- 
teriores precedidas de sub nasaes apparentes. Olhos muito grandes, 1 e 1/3 
no espaço interorbital, 4 vezes na extensão que vae dos intermaxillares ao 
extremo posterior do processo occipital e providos de palpebra adiposa; 
operculo muito pequeno; post-temporal muito desenvolvido, salientando se 
sobre o processo humeral que termina no mesmo plano que a placa predor- 
sal, marcando o meio da distancia entre a ponta do focinho o a nadadeira 


1) Centromochlus (Gr.) de Centron aculeo e mochlos, alavanca, bastão endurecido ao fogo, 
com que Ulysses vasou os olhos de Polyphemo. 


2) Heckelii, do ichtyologista Heckel, que estudou os Cichlideos colligidos por Natterer. 


360 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


adiposa. Aculeo peitoral longo, quasi egual ao comprimento que vae da 
ponta do focinho ao fulcrum dorsal, granuloso no bordo anterior e serrilha- 
do no posterior; aculeo dorsal um pouco menor, egualmente granuloso no 
bordo anterior e serrilhado no posterior; ventraes articuladas entre as pontas 
dos aculeos peitoral e dorsal; anal pequena, anterior ä adiposa que ainda é 
muito menor; caudal furcada. Linha lateral presente. Pardo punctuado de 
preto, uma facha longitudinal escura nos lados. Um decimetro. 

Habitat: Villa-Bella, Obidos, Pará, Tabatinga, Gurupa, Manacapurú, 
Lago Aleixo, Javary, Caldeirão, (Amazonas), Juruá. 


Tatia,' 


Alto da cabeça e processo occipital nús, rugosos, processo occipital 
sem sutura apparente na placa predorsal; bocca anterior, maxillas eguaes, a 
inferior horisontal, desenvolvida; olhos moderados, lateraes, superiores ao 
plano da bocca; papilla genital sobre os raios anaes anteriores; anal pe- 
quena. 

Especies brasileiras: 


yj Olbes com a orla anterior sobre o angulo da bocca T. intermedia. 


À ” ” ” ” posterior ao ” »» Ds aulopygia. 


338—Tatia intermedia,’ Steind. 
D. 144; A. 9—10 


«Olhos maiores do que em C. aulopygus, comquanto menores do que 
em C. heckelii. Comprimento da cabeça até o extremo osseo posterior da 
cobertura dos guelras cerca de 4 e 1/2 vezes no corpo ou 5e 3/5 vezes no 
comprimento total. Altura 4 e 3/5 no comprimento do corpo. Diametro ocular 
contido 3 e 1/3, espaço interorbital 1 e 2/3, largura da bocca cerca de le 
4/5, largura da cabeça, entre os operculos, apenas maior de 1 vez, no 
comprimento da cabeça. Olhos moderados, circulares, comtudo com a orla 
anterior cahindo um pouco adiante do angulo da bocca, não attingindo a 
ultima inferiormente, subcutaneos. Distancia entre as narinas anteriores e 
posteriores um pouco mais estreita que um diametro ocular. Barbilhão ma- 
xillar ainda chegando ao 2º terço do aculeo peitoral. Barbilhão post-mental 
muito tenue e fino, com a ponta chegando atraz dos olhos. Maxillas de egual 
comprimento, largura do hiatus | e 2/3 no comprimento da cabeça, proces- 
so humeral muito estreito, fortemente elevado para traz. Aculeo peitoral 


1) Tatia—em honra de Tate Regan, do Museu Britannico e que se tem especialisado nos es- , 
tudos dos peixes sul-americanos. 


2) Intermedia (Lat.) intermediaria (entre T. aulopygia e T. heckelii). 


A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE —PEIXES 3€1 


denticulado apenas na orla anterior, peitoral nas duas orlas, o primeiro 
mais curto que os ultimos que excedem á cabeça um pouco em comprimen- 
to. Caudal fracamente entalhada, com os lobos pouco pontudos. Focinho 
redondo anteriormente, região frontal transversamente plana, região cervi- 
cal moderadamente convexa. Carapaça de aspecto finamente verrucoso, 
processo humeral mais grosseiramente granuloso. Aculeo dorsal um pouco 
mais fraco que o peitoral. Póro peitoral ausente. Os olhos ficam com a orla 
anterior sobre o angulo da bocca; em C. aulopygius Kner, posteriores e a 
alguma distancia d’estes». (Steindachner.) 

«Pardo escuro, face ventral branca, um dos exemplares tem o queixo 
muito escuro; nadadeiras inferiores alvadias; caudal, adiposa e base da dor- 
sal de côr parda escura. — Jovens com estrias alvadias, curtas, nos lados». 
(Eigenm. & Eigenm.) 

Habitat: Maribitanos, Jutahy, Jutuarana, Tajapurú, Teffé, Içá, Lago 
Aleixo. 


339—Tatia aulopygia, Kner. 


D.1+3a5; A.9a 10 


«A maior altura do corpo, no começo da dorsal, é quasi egual 4 maior 
largura anterior ás peitoraes e é apenas mais estreita que o comprimento 
da cabeça, que apenas é contida quatro vezes no comprimento do corpo e 
5 e 1/4 no total. O corpo diminue ligeiramente de altura para traz e o as- 
pecto geral parece, ahi, mais cheio do que em N 
C. heckelii; a menor altura, na cauda, compre- . Ds 
hende ainda 2/3 da maior. Os olhos ficam in- 
teiramente mais altos do que o angulo da bocca 
e são sub-cutaneos, seu diametro quasi egual m 
a 1/4 do comprimento da cabeça; ficam inci- — mn. 
dentemente a 1/2 diametro da orla da bocca e 
a 2 da orla dermica que fecha a abertura das 
guelras. A abertura oral chega até a orla anterior dos olhos; ambas são de 
egual comprimento e teem fachas moderadas de dentes granulosos e não 
pontudos. As narinas anteriores ficam proximas da orla maxillar, produ- 
zem curtos tubulos de direcção inferior, as posteriores e menores ficam so-. 
bre os olhos e entre estes a fontanella, aqui circular. Os barbilhões maxil- 
lares ficam em repouso como em C. heckelü, em um sulco subocular e che- 
gam á metade do aculeo peitoral; os mentaes, villiformes e muito curtos, se 
projectam apenas até a origem dos posteriores e estes tambem só até sob 
a orla ocular posterior. | 

A carapaça se comporta inteiramente como em C. heckelii, é modera- 
damente convexa, de aspecto granuloso e constitue ainda, sob a base da dor- 
sal, um processo de terminação larga. 


Fig. 136 — Tatia aulopygia, seg. Kner 


1) Aulopygia (Gr.) de aulos, canudo, tubo, e pige, posterior. 


362 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


O processo supra escapular (omolita) se estende até o processo es- 
capular que se dirige para cima, o qual, em todo o seu comprimento, é de 
egual largura e termina em ponta obtusa. A dorsal começa sobre a ponta 
do aculeo escapular, do extremo do ultimo quarto do comprimento total. 
Seu aculeo é mais curto do que o seguinte raio articulado, porém mais es- 
pesso do que em C. heckelii e denticulado sómente no lado anterior. A adi- 
posa se eleva de sobre o extremo da anal e é visivelmente maior do que na 
especie citada. O aculeo das peitoraes excede realmente o dorsal em com- 
primento, comtudo este é apenas egual á cabeça; é fortemente denticulado 
nos dous bordos, rugoso longitudinalmente e elevado no centro quasi em 
carena. As ventraes chegam ao póro anal, atraz do qual egualmente come- 
ça o espessamento musculoso do tubo urogenital (no macho) que é reunido 
ao primeiro raio anal e se abre á meia altura d'este. Na femea fica, ao con- 
trario, a curta papilla uro-genital mmediatamente adeante e sobre a base 
d’esta nadadeira, que, por conseguinte, parece maior e mais ramosa do que 
no macho, em que apenas os raios posteriores são livres e numerosos. À na- 
dadeira mais fortemente desenvolvida é a caudal, que é apenas semi-lunar- 
mente entalhada e mede nos raios externos mais do comprimento da cabeça, 
sendo o lobo superior algo mais longo que o inferior. A ampla linha lateral, 
de paredes espessas,emitte ramos para baixo,do lado inferior, a sua parte ce- 
phalica torna-se perceptivel apenas na mandibula por grandes poros. Pardo 
maculado de negro sobre o corpo até o ventre e garganta, de modo que só 
o meio do lobo inferior é alvadio e immaculado. Dorsal orlada e maculada 
de negro, os raios da caudal maculados alternadamente de negro e branco 
em toda a extensão; 8 centimetros». (Kner). 

Habitat: Guaporé, Cudajas, Essequibo. 


Asterophysus,' Kner. 
Sitzungsber. Akad. Wien, XXVi—Bd—402— 1878 


«Cabeca revestida de pelle, de largura egual ao comprimento, mandi- 
bula proeminente, abertura oral muito ampla, larga facha de dentes, gros- 
sos ou villiformes nas maxillas e sobre tcda a extensão do paladar; vomer 
sem dentes; 6 barbilhöes. Dorsal sobre a região cervical; adiposa pequena; 
numero dos raios branchiostegos (4 a 5), abertura das guelras estendendo- 
se até a base das nadadeiras peitoraes. O póro uro-genital, no macho, fica 
na ponta do primeiro raio anal; a vesicula natatoria arredondada, com 
cæcums de quasi egual comprimento ao redor». (Kner.) 


1) Asterophysus (Gr.) de aster, estrella, astro, e physa, vesicula (natatoria). 


A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 363 
340 —Asterophysus batrachus, 'Kner. 


D. 145; A. 13. V. 10 


«Os olhos sub-cutaneos situados na base dos barbilhões maxillares, 
estes chegando um pouco além da abertura das guelras, aculeos peitoraes e 
dorsal curtos, terminando em ponta flexivel, caudal de lobos eguaes, pelle 
do lado ventral provida de fundas rugas longitud naes e outras mais fracas 
transversaes. 


FIG. 137—Astero, hysus batrachus seg. Kner 


A estructura total é compacta e a cabeça parece, d'ahi, maior e mais 
larga; seu comprimento, desde o meio da mandibula até o extremo da co- 
bertura das guelras, comprehende no macho e na femea cerca de 1/3 do 
comprimento do corpo, é egual a largura posterior ao angulo da bocca; 
quasi justamente ahi as bochechas se mostram entumecidas; a maior altura 
sobre o aculeo dorsal é um pouco mais reduzida e eguala ao comprimento 
da cabeça, desde a orla dos intermaxillares até a placa predorsal. O hiatus, 
extraordinariamente grande, occupa quasi toda a largura e 2/3 do compri- 
mento da cabeça. A forte mandibula, arqueada para cima, excede em toda 
a largura de sua facha dentaria os intermaxillares e fica, com a bocca fe- 
chada, anterior e superior a estes. As fachas dentarias em ambas as maxil- 
las são separadas, na linha mediana, por um sulco; a dos intermaxillares é 
mais larga que as mandibulares, quasi do dobro e chegam posteriormente 
até o angulo da bocca. As fachas dentarias dos palatinos são quatro vezes 


1) Batrachus (Gr.): Batrachos—ra. 


364 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


mais compridas que largas e divergem posteriormente. O vomer € completa- 
mente desprovido de dentes e bem assim a lingua largamente arredondada 
e que näo tem ponta livre; n’ella chegam os primeiros arcos branchiaes la- 
teralmente até a orla anterior do osso lingual. Os barbilhöes maxillares 
nascem sobre mais de metade do comprimento dos intermaxillares e säo 
cutaneos até a base; dos quatro barbilhões mandibulares, os anteriores e 
mais curtos ficam juntos á symphyse, os posteriores que chegam á base 
das nadadeiras peitoraes nascem mais perto do angulo da bocca. Os olhos, 
sub-cutaneos, são transversamente ovaes e ficam situados lateralmente e 
dirigidos obliquamente para cima; sua distancia da orla maxillar compre- 
hende sua distancia lateral, quatro diametros oculares. As pequenas narinas 
posteriores ficam quasi sobre o meio dos olhos, as anteriores juntas á orla 
maxillar; ambas são prolongadas em curtos tubos. A carapaça da parte 
superior da cabeça deixa-se perceber granulosa através da pelle que a re- 
cobre, a fontanella chega até entre as narinas posteriores; o vertex é chato, 
o processo occipital toca a placa predorsal. As coberturas das guelras teem, 
na orla posterior, uma larga orla dermica, pela qual a abertura fica quasi 
fechada e que se projecta até a concavidade do supra clavicular que se ter- 
mina no processo escapular granuloso e dirigido para cima. Em consequen- 
cia da abertura branchial não attingir os lados da garganta e da espessura 
da pelle desta ultima, não são os raios branchiostegos, sem prejuizo dos 
exemplares, enumeraveis com justeza; comtudo, difficilmente poderão ser 
elles em numero maior de cinco. A dorsal começa sobre a abertura das 
guelras, a sua articulação anterior é espessa, o seu aculeo, porém, é curto, 
granuloso anteriormente, rugoso nos lados e sua ponta superior é compri- 
mida em lamina e de egual estructura ä que se encontra em Galeichthys, 
assim mesmo elle é mais baixo que os seguintes raios articulados, dos quaes 
o segundo é o mais longo, por isso a orla da nadadeira é redonda. A adi- 
posa fica vis-á-vis do extremo da anal e é redonda e um tanto mais alta 
do que longa. As nadadeiras ventraes que excedem a dorsale as peitoraes 
no numero dos raios chegam até a proeminente papilla anal; as peitoraes, 
mais curtas, sómente um pouco atraz do extremo da dorsal, o seu aculeo 
ainda mais curto que mais largo, € fortemente dentado no bordo interno, € 
no resto longitudinalmente rugoso. Os raios medianos da larga caudal re- 
donda säo divididos tres ou quatro vezes dichotomicamente. Os raios da 
anal são revestidos de pelle espessa ao longo da sua base; na femea é o 
primeiro raio mais curto e apenas 1/3 do comprimento do seguinte, que ape- 
nas se torna excedido em comprimento pelo 3° ou 4°; no macho o canal uro- 
genital se prolonga por elle que chega com a ponta, em que jaz aberto o 
meato, ao extremo do raio seguinte, ou o excede ainda de alguma extensão. 
Adeante da anal abre-se, por isso, no macho, apenas o anus, sobre uma pa- 
pilla saliente; na femea, ao contrario, posterior a esta papilla, ha uma fossa 
profunda, em que jazem as papillas uro-genitaes menores. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 365 


A linha lateral é apenas perceptivel na cauda onde emitte para cima e 
para baixo curtos tubulos curvos; mais adeante toda a pelle se mostra tão 
rugosa e desegual, além disso cá e lá como que levemente recoberta de 
curtas villosidades, que o seu percurso mais para frente não é perceptivel. 
Tambem da parte cephalica d’essa linha, apenas na mandibula ha grandes 
póros distinctos. O aspecto egual, finamente rugoso, não se mostra sómente 
em toda a parte anterior do tronco até o dorso, especialmente mais forte no 
lado ventral até á garganta, pois que ahi mesmo se eleva cheia de pregas 
longitudinaes, que ainda se tornam transfasciadas de outras mais finas e nu- 
merosas pregas transversaes, como que constituintes de uma especie de 
rede ou tricot, que faz lembrar a reticulação cutanea de Bagrusreticulatus e 
B. goliath; e se ella, mesmo aqui, não é de cordões salientes, ainda assim 
produz, da mesma förma, a desegualdade da pelle. 

coloração dos nossos exemplares, conservados em alcool, é parda 
amarellada, lado ventral branco, todas as nadadeiras são immaculadas. 

A estructura interna tambem se apresenta em uma não menos interes- 
sante especialisação, tal como a exterior. Antes de tudo merece menção a 
concavidade a que conduz o póro peitoral. Este jaz em uma profunda fosse- 
ta, como na regra sob o processo escapular, é redondo e de dimensões mo- 
deradas; conduz, porém, a uma excavação espheroidal que se desenvolve, 
amplamente, pela cavidade abdominal. 

Estas concavidades são atravessadas por numerosas camaras cellula- 
res cylindricas ou prismaticas, que estão cheias de uma substancia parda- 
centa, a qual, quando secca, torna-se amarella clara e se desfaz em um fino 
pó terroso, ao tacto. Toda a concavidade é recheiada desse pó, de modo 
que quando se comprime pelo lado de fóra as suas paredes, sente-se uma 
resistencia analog ä que se teria comprimindo uma cartilagem firme. Comp. 
total 9 pollegadas.» (Kner.) 

Habitat: Maribitanos. 


Trachycorystes,' Bieeker 


Nederl. Tijdschrift Dierkunde, 1, 88—1863 


Corpo curto, robusto, cabeca moderadamente deprimida; focinho re- 
dondo; bocca anterior, seguida de um entalhe depois do angulo, com a man- 
dibula proeminente e uma facha de dentes villiformes sobre os intermaxil- 
lares e mandibulares; barbilhöes maxillares projectando-se, no maximo, 
até a dorsal; mentaes menores que os post-mentaes; narinas anteriores pro- 
ximas aos labios, as posteriores proximas da linha do bordo anterior dos 


1) Trachycorystes (Gr.) de trachys, aspero, rude, e corystes (guerreiro portador de) elmo. 


366 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


olhos; estes mediocres, subcutaneos lateraes. Alto da cabega desde o focinho, 
processo occipital e placa predorsal osseos e granulosos,desprovidos de re- 
vestimento dermico; processo occipital intimamente unido á placa predorsal; 
esta sem processo descendente antevertido; fontanella muito curta, interocu- 
lar. Dorsal mais ou menos sobre a ponta do processo humeral e tendo um 
aculeo forte; processo humeral desenvolvido; peitoraes com os aculeos den- 
ticulados nos dous bordos; adiposa pequena; anal,no macho, com tubos uro- 
genitaes nos raios anteriores. 


Processo humeral mais comprido que o aculeo peitoral. 2 5 = = Trachycorystes trachy- 
\ corystes. 
Especie brasileira { Carapaça com sulcos providos de 
> P \ póros . = a . a - T. porosus, 
D.1-[-4a5 . . 
Processo hume- 
ral mais curto \ Carapaça da for- (A. 20 . 5 - T. ceratophysus. 
que o aculeo ma commum . 
peitoral 
/ A,25a27 . .  T, striatulus. 
D.1-1-6 fa: 22-25 . 5 o . o . T. galeatus. 
la 41. B 5 = 3 5 © T. analis. 


341—Trachycorystes trachycoristes Cuv. & val. 
D. 146 ; A. 20; V.9a10? 


«Cabeça 5 vezes no comprimento total, quasi do comprimento da pro- 
pria largura. Processo post-occipital mais largo 1/3 que o proprio compri- 
mento e dividido posteriormente em dous ramos dilatados nas extremidades 
que formam um semicirculo e abarcam a origem da dorsal; elles pertencem 
a este escudo em mosaico jä observado nas especies precedentes, mas 
cujos dous ramos anteriores säo aqui soldados com a placa do primeiro 
interespinhal e com interparietal, como em uma unica pega, em cada lado 
do craneo. O supraescapular produz uma longa ponta que desce obliqua- 


Arius oncina, Schomburgk. 

«Este peixe foi apanhado no Padauiri. Os aculeos dorsal e peitoral säo serrilhados o craneo 
€ duro, corpo sem escamas, porém ha um processo osseo sobre o qual se articula o aculeo dorsal, 
posterior äcarapaca ou craneo. Linha lateral recta. Corpo pardo amarellado, variadamente man- 
chado de negro e näo dissemelhante äs maculas do jaguar. As ventraes säo mais proximas da anal 
do que das peitoraes, a segunda dorsal é moderada; cauda ligeiramente furcada e tem o lobo su- 
perior mais comprido do que o inferior. Olhos pequenos, collocados junto ao focinho, itis parda; 
narinas proximas do focinho; dentes, uma serie densamente disposta em ambas as maxillas, todos 
finos. Superficie das guelras ligeiramente estriadas, margens lisas, abertura, semilunares; vive 
frequentemente 3 ou 4 horas depois de retirado d'agua. Cahe no anzol de espera com minhocas,de 
noite, e é um dos peixes de melhor sabor; elle é considerado um grande luxo e cresce até dez pol- 
legadas. Os intestinos formam circumvoluções e appendices.» (Schomburgk). 

Apezar da phrase: «Cauda ligeiramente furcada», quer nos parecer tratar-se pela comparação 
do que diz Schomburgk da estampa de Arius oncina, dada por elle, qus este peixe pertença ao 
genero Trachycorystes tal como o consideramos aqui e não estamos longe de admittir que se trate 
de T. trachycorystes de Cuv. & Val., com o qual Arius oncina se relaciona pelo processo descenden- 
te da placa post-occipital e pelo grande tamanho do processo humeral. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 367 


mente para o humeral que, por sua vez, emitte uma estreita ponta que se di- 
rige para traz, subindo um pouco e é inteiramente granulosa como a cara- 
paça. 

Mais adiante o humeral é um pouco entumecido e estriado em diversos 
sentidos. A carapaça enorme não tem por solução de continuidade mais 
que um pequeno espaço oval entre os olhos; a parte anterior do focinho é 
em arco muito aberto de que a bocca occupa toda a largura, mas não abre 
por mais de 1/6 a extensão da fenda. 

A mandibula é um pouco prognatha; em ambas as maxillas ha dentes 
villiformes. 

Os orifícios nasaes são muito pequenos, um supra labial, o outro um 
pouco mais acima em um entalho da carapaça. O olh» é mediocre, vertical- 
mente sobre a commissura e um pouco afastado della. Barbilhões delga- 
dos; não dou a medida dos mesmos porque parecem truncados no nosso 
individuo; mas os maxillares não deviam exceder as guelras. O aculeo pei- 
toral é muito forte, comprimido e armado, nos dous bordos, de denticula- 
ções fortes e pontudas, dirigidas um pouco obliquamente, os anteriores 
para a ponta, os posteriores para a base, seu comprimento é o 7º do do cor- 
po e não excede a ponta do processo humeral; o aculeo da dorsal, pouco 
mais ou menos do mesmo tamanho, mas menos espesso e redondo, é gra- 
nuloso anteriormente. A adiposa é muit - pequena, a caudal parece ter sido 
cortada transversalmente. Linha lateral finamente granulosa e tem ondula- 
ções numerosas, pouco regulares e pequenos ramos. O nosso exemplar, 
secco, é de 14 pollegadas e parece inteiramente pardo. Vem do gabinete de 
Lisboa e nós o acreditamos do Brasil.» (Cuv. & Val.) 

E” provavel que, pelas indicações acima e o que se dá com T. cerato- 
physus, esta especie tenha 5 ou 6 raios ventraes e não 10 e que a região de 
procedencia sejam os estados do Pará ou Matto Grosso, ambos visitados 
por Alexandre Rodrigues Ferreira, o fornecedor do Museu de Lisboa, de 
animaes do Brasil. 


342—Trachycorystes porosus,' Eigenm. & Eigenm. 
D. 115; A. 25 


«Curto e robusto, pouco comprimido; largura da cabeça quasi egual ao 
seu comprimento, sua altura 1 e 1/4 no comprimento. Ossos da cabeça gros- 
seiramente granulosos. Fontanella oval. Focinho e lados da cabeca com 
poros conspicuos. Tres sulcos no osso occipital formam uma figura Il-for- 
me e são guarnecidos de poros; outros poros no alto da cabeça. Olhos cir- 
culares, 2 vezes no focinho, 7 vezes na cabeça, 4 e 1/2 no espaço inter- 
ocular. Barbilhões maxillares e postmentaes projectando-se um pouco além 


1) Porosus (Lat.)—poroso. 


368 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


da base das peitoraes; barbilhöes mentaes até a immersão dos post-mentaes- 
e medindo 1 e 2/3 no comprimento da cabeça. Mandibula prognatha; dentes 
finos, a facha intermaxillar de largura egual a 8 vezes a altura. Processo 
humeral projectando-se obliquamente para cima, fortemente granular, com 
margem inferior serrilhada, e chegando além do meio do aculeo peitoral. 
Distancia entre o aculeo dorsal e a ponta do focinho 3 a 3 1/2 vezes no 
comprimento; aculeo dorsal delgado, 1 e 2/3 a 2 na cabeça, seu bordo in- 
terno aspero, sua margem anterior com uma serie mediana de espinhos di- 
vergentes e duas séries de dentes menores, o primeiro raio mais alto do que 
o aculeo. Espaço entre a dorsal e a adiposa 2 e 1/2 no comprimento; mar- 
gem anterior da adiposa continua com o perfil dorsal. Caudal obliquamente 
truncada. Anal fortemente connexa no bordo posterior mais alta posterior 
do que anteriormente. Aculeo peitoral fortemente serrilhado, as denticula- 
ções externas muito mais largas do que as internas, especialmente junto & 
ponta do aculeo, os lados deprimidos, fortemente granulosos, os granulos 
anteriormente augmentados, formando serras ao longo de cada lado dos 
dentes marginaes espiniformes; aculeo 5 a 6 do comprimento. Linha lateral 
um tanto ondulada, com poros conspicuos. Pardo avermelhado superior- 
mente, com fachas longitudinaes continuas; ventre uniforme. lado inferior 
da cabeça densamente maculado de mais escuro; nadadeiras dorsal e anal 
maculadas; caudal com fachas regulares transversas, escuras; face interna 
das ventraes e peitoraes mais ou menos obscura. Cabeça 4 e 1/4, altura 3 e 
1/2.» (Eigenm. & Eigenm.) 
Habitat : Brasil. 


343 Trachycsrystes ceratophysus,' Kner. 
D. 145; A. 20 


«Largura da cabeça, entre os operculos, quasi egual ao proprio 
comprimento e este 1/4 ao comprimento total; a maior altura do corpo 
sob a dorsal, excede de pouco o comprimento da cabeça e comprehende 
apenas o dobro da menor, na cauda. Os olhos, mediocres, ficam mais altos 
que o hiatus e mais para traz do que em outras especies; seu diametro é egual 
a 1/7 do comprimento da cabeça sua distancia da orla labial é egual a 
1 e 1/2 diametro. Cs barbilhões maxillares passam a base das peitoraes,. 
os postmentaes chegam a esta, os anteriores muito curtos apenas at- 
tingem os posteriores. A carapaça moderadamente granulosa, ele- 
va-se quasi da orla dos intermaxillares até a dorsal, circumda a 
metade superior dos olhos, terminando posteriormente em uma 
ponta curta, continuando, porém, por processo emergente das 


1) Ceratophysus (Gr.) de ceras, chifre, e physa, vesicula natatoria. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 369 


omolitas sobre o escudo escapular que se eleva perfeitamente sobre as pei- 
toraes. A carapaça é, até o extremo, brandamente convexa e produz, 
até a dorsal, uma curva moderada. A dorsal é baixa, seu aculeo espes- 
so, denticulado anteriormente e mais curto do que os seguintes raios, cuja 
orla produz um forte arco. O aculeo peitoral excede em comprimento 
e robustez o precedente e é denticulado nos dous bordos; a adiposa, muito 
pequena, fica sobre o extremo da anal, cujos raios apenas diminuem de com- 
primento para traz e são revestidos, na base, de espessa pelle. Na femea está 
perto de sua parte anterior e por traz do anus à papilla urogen:tal ; no macho, 


FIG. 138 — Trachycorystes ceratophysus, seg. Kner 


ao contrario, falta esta, e em seu logar está um tubo urogenital que se estende 
sobre o 1º raio anal, até 1/2 da extensão d'este, que é peculiarmente duplo, 
com duas aberturas, no extremo das quaes a anterior é seminifera e a posterior 
o meato urinario. Os cinco raios das ventraes são furcados até á base e ca- 
da ramo se bifurca depois dichotomicamente de modo que numa inspecção 
ligeira contam-se 10 raios. A caudal é truncada quasi em angulo recto, 
porém redonda nos cantos. A linha lateral emitte alguns tubos lateraes 
para baixo. Póro, lateral ausente. Parte superior parda escura com manchas 
pardas denegridas alongadas; côr fundamental do ventre e da garganta al- 
vadia, porém frequentemente com finos pontos pardos escuros. Todas as 
nadadeiras mais ou menos densamente manchadas de pardo denegrido. 11 
pollegadas.» (Kner.) 

Habitat: Rios Branco, Negro e Guaporé (Matto Grosso) R. Paraná. 


344 — Trachycorystes striatulus ', (Steind.) 
Dele Arab N 25 Bar 


«Lado superior da cabeça aspero,desprovido de’pelleg Olhos pequenos 
sub-cutaneos, situados lateralmente a pequena distancia por traz do angulo da 


1) Striatulus (Lat.) = riscadinho. 
6378 47 


370 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


bocca. Uma pequena fossa externa, fontanella alongada ou punctiforme na 
fronte; mandibula um tanto prognatha. Barbilhões maxillares attingindo o 
meio da extensão longitudinal ou o extremo do 2º terço longitudinal, os post- 
mentaes um pouco acima da base do aculeo das peitoraes ou apenas esta; 
barbilhões mentaes egualando a 1/2 dos post-mentaes. Processo hume- 
ral curto, estreito e aspero, com a ponta ainda mais adeantada do 


FIG. 139 Trachycorystes striatulus seg. Steindachner. 


meio do aculeo peitoral. Aculeo dorsal do comprimento ou um pouco 
mais comprido que os peitoraes, providos de denticulações finas, apenas 
na orla anterior. Aculeos peitoraes fortemente denticulados nos dous 
bordos. Caudal na orla posterior obliquamente disposta, fracamente ar- 
queada. Póro peitoral ausente. Linha lateral em zigue-zague. Cabeça até 
á orla posterior dos operculos 4 e 3/4 a 5, altura do tronco 4 e 1/2 a 
4 ne comprimento do corpo; espaço interorbital 1 e 3/4 a 1 e 3/5, diametro 
ocular 5 e 2/3 a 6 vezes no comprimento da cabeça. Cinzento claro 
na cabeça e lados do tronco, lado inferior da cabeça e ventre alvadios. 
Manchas pardas escuras grandes e pequenas sobre o lado superior da 
cabeça; manchas alongadas ou longitudinaes nos lados do tronco. Na- 
dadeiras com pequenas manchas escuras, redondas de côr parda. Ma- 
cho com um tubo urogenital na orla anterior da anal.» (Steind.) 

Com. 24 centimetros. 

Habitat: Rio Doce, Itabapoana, Campos, S. Matheus, Mucury, Pa- 
rahyba, Pará, Gurupá. 


345 — Trachycoristes galeatus ', L. 


Anujá, Cumbaca, Cabeça de Ferro, Chorão. 
Est. 50 fig. 3. 


D. 1 +6; A. 22-25 


Perfil rostrodorsal recto, elevando-se obliquamente até á dorsal, dahi 
á adiposa o perfil é horizontal. Focinho redondo, mandibula modera- 


1) Galeatus (Lat.): coberto de elmo, 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 371 


damente prognatha, barbilhöes maxillares attingindo o operculo ou o extremo 
do processo clavicular; postmentaes 4 axilla das peitoraes, mentaes curtos, 
passando apenas a base dos postmentaes. Olhos subcutaneos tocando 
o sulco do barbilhão maxillar 6 vezes na cabeça. Alto da cabeça, pro- 
cesso occipital e placa predorsal granulosos, deixando perceptiveis as 
suturas; post-temporal quasi encontrando o aculeo clavicular; este gra- 
nuloso, attingindo o 2.º terço do aculeo peitoral, que passa um pouco 
além do plano posterior da base da dorsal. Aculeo desta nadadeira ás 
vezes um pouco granuloso na base do bordo anterior, espinhoso no 
posterior, sendo os espinhos mediocres. Aculeo peitoral fortemente de- 
primido, serrilhado nos dous bordos. Ventraes attingindo a anal, esta 
posteriormente truncada. Adiposa estreita, carnuda, terminando aquem da 
anal, pedunculo mais alto do que longo. Caudal obliquamente redonda, 
ás vezes conı o lobo superior prolongado. Pardo escuro com figuras 
geometricas sobre o alto da cabeça, claras; manchas irregulares da 
mesma côr sobre o dorso e flancos; nadadeiras claras indistinctamente 
maculadas; uma nodoa preta no segundo raio dorsal, perto da ponta; 
ventre branco. Este colorido varia mui.o, havendo individuos em que 
os desenhos e manchas não apparecem. 

Habitat: Rio S. Francisco, Amazonas e tributarios, Marajó, Orenoco 
e ilha da Trindade, Matto Grosso. 


346 — Trachycorystes analis ', Eigenm. & Eigenm. 


D. 1+6; A. 41 


«Largura da cabeça egual ao seu comprimento; largura da bocca 
I e 3/4 no comprimento da cabeça; altura no processo occipital e 1 e 1/4 
no comprimento da cabeça. Fontanella oval, de bordo osseo. Barbilhões 
mentaes menores de 1/3 do comprimento da cabeça; aculeo dorsal 
le 1/5 na cabeça, sua margem anterior lisa, excepto junto á ponta, 
sua margem posterior ligeiramente serrilhada. Caudal dilacerada. Raios 
anaes coroados, ligeiramente diminuindo de altura para traz, com a margem 
ondulada. Aculeo peitoral muito forte, 3 e 1/2 no comprimento. Pardo 
escuro; superficie ventral escura com muitos pontos escuros; nadadeira 
dorsal com manchas escuras, mais proeminentes junto á margem; pon- 
tas das ventraes escuras, com a base profusamente maculada e a re- 
gião intermediaria quasi uniformemente amarellada. Peitoraes profusa- 
mente maculadas. Cabeça 4; altura 4 e 3/4.» (Eigenm. & Eigenm.) 

Habitat: Arari ? 


1) Analis (Lat.) anal, 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


ur 
=) 
bh 


Auchenipterichthys ', Bleeke 


Nederl. Tijdschrift Dierkunde, 1, 89,- 1863 


Corpo elevado e da mesma forma que em Trachycorystes ; focinho 
redondo, com a mandibula ligeiramente reentrante e nao prognatha; den- 
tes villiformes, facha nos intermaxillares e mandibulares sömente; nari- 
nas como em Trachycorystes; olhos lateraes; moderados, subcutaneos ; 
fontanella pequena, interoculor; prefrontaes largos, salientes sobre a or- 
bita e formando a orla anterior d'esta. Ossos da parte superior da ca- 
beça nús, granulosos, de suturas apparentes. Processo occipital firme- 
mente unido á placa predorsal, esta com um processo descendente an- 
tevertido. Dorsal mediocre, provida de aculeo forte; adiposa pequena, 
anal com tubos urogenitaes, caudal obliquamente truncada. 

Especies conhecidas : 


AEN223,V52 LOTEP Ise - 5 ARIS Ele one: A. longimanus 


ASZI a 21 VS 9 oS ee ee ea ere ASAE ee A. thoracatus 


347 — Auchenipterichthys longimanus *, Günther 


DS 1625: A722 SPEA O AVES; 


«Os ossos da cabeça e região cervical finamente granulares; sulco 
entre os frontaes aberto na frente. Maxillas eguaes anteriormente; bar- 
bilhões maxillares extendendo-se até o meio do processo humeral, men- 
taes não chegando aos olhos. Processo humeral projectando-se além do 
meio do aculeo peitoral; aculeos dorsal e peitoraes serrilhados nos dous 
bordos, o primeiro do comprimento da cabeça, porém muito mais curto 
que o aculeo peitoral que é fortemente comprimido e egual a 2/7 do 
compriment) total (sem a caudal); ventraes e anal com a base carnu- 
da. Caudal ligeiramente marginada com o lobo superior mais comprido 
e menos obtuso que o inferior. Uma série dupla de póros ao longo da 
linha lateral, cada póro sendo o centro de uma pequena macula alvadia. 
Corpo pardo escuro.» (Günther. ) 

18 cents. comp. 

Habitat: Rio Capim, Maues, Madeira, Cametä. 


1) Auchenipterichthys (Gr.) de Auchenipterus, genero referido e ichthys peixe. 
2) Longimanus (Lat.) longimano, isto é, com as nadadeiras peitoraes compridas, 


A. DE MIRANDA RIBEIRO. — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 373 
348 — Auchenipterichthys thoracatus ', (Kner) 


Del 10); vA. 2350227 


«Cabeça 5 e 1/2 vezes no comprimento total; sua largura é menor 
do que a altura na região post-occipital, a maior altura do corpo é con- 
tida 4 e 1/2 no comprimento total e a menor na cauda apenas eguala 
a 1/2 da maior. 

O diametro longitudinal dos olhos comprehende 1/3 do comprimento 
da cabeça, espaço interorbital um pouco mais de 2, a distancia entre os 
ultimos e a ponta do focinho é egual a 1/2 diametro. 


FiG. 140 — Auchenipterichthys thoracatus seg. Kner 


A mandibula é apenas mais curta do que a maxilla superior; os 
barbilhões maxillares apenas passam um pouco sobre a base das pei- 
toraes, os post-mentaes chegam aos olhos; os mentaes, que nascem junto 
á orla da mandibula, não chegam á depressão do isthmo.. 

A abertura das guelras abre-se até ä base ‚das peitoraes e é obtu- 
rada por uma valvula dermica. 

Os escudos da cintura escapular se reunem ä carapaça e são como 
esta finamente granulosos; o processo escapular é muito mais longo do 
que alto, chega ao extremo do aculeo peitoral e termina arredondada- 
mente sob o meio da dorsal. Esta é mais baixa do que a altura do 
corpo que lhe fica inferior e seu aculeo mais curto que o das peitoraes, 
é anteriormente um pouco crenulado e, posteriormente, distinctamente 
denticulado; os aculeos peitoraes, mais fortes, deprimidos e, como o pri- 
meiro, longitudinalmente rugosos, SãO fortemente denticulados em ambos 
os bordos e quasi attingem as ventraes; estas, porém, apenas chegam 
a anal cujos raios, na sua maior parte circumdados de pelle espessa, 
apenas diminuem gradativa e moderadamente para traz, em comprimento, 


1) Thoracatus (Lat.) = armado de couraça. 


374 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


_ A pequena adiposa fica verticalmente sobre o ultimo terço da anal. 
A caudal é obliquamente truncada na femea; no macho é, ao contrario, 
entalhada e o lobo superior que se alonga, egualando ao comprimento 
da cabeça, termina em ponta. A linha lateral corre tambem aqui em 
zigue-zague e emitte curtos ramos lateraes para cima e para baixo; tor- 
ha-se, porém, indistineta anteriormente, na região entre a carapaça e O 
processo escapular; sob o meio do comprimento deste percebe-se um 
poro peitoral pequeno. E 

A vesicula natatoria não se proloriga em cœcum pafa traz; o tubo 
digestivo estava cheio de restos de insectos e de plantas. 

Pardo claro, sobre os lados e abdomen alvadio; nadadeiras dorsal 
e caudal com larga margem, estreita na anal, de cêr preta; na ultima 
e na caudal, segue-se 4 facha negra outra mais clara e mais larga; base 
da peça articular anterior da dorsal, ornada com uma nodoa negfa. 

Ventraes e peitoraes claras; cabeça e dorso immaculados; .cabeça 
e tronco immaculados, apenas na região posterior 4 carapaça notam-se 
pequenos pontos brancos, que se prolongam, ás vezes, ao longo dos 
lados do tronco e da cauda, de modo que muitos individuos parecem 
ornados de asteriscos pallidos; 5 a 6 pollegadas». (Kner.) 

Habitat: Guaporé, Javary, Coary. 3 


Tracheliopterus ', Cuv. & Val. 


Hist. Nat. Poiss. XV, 164 — 1840 


Forma robusta; cabeça deprimida, moderadamente ; focinho redondo ; 
bocca com a mandibula prognatha e dentes villiformes em facha sobre 
os intermaxillares e mandibulares; 6 barbilhöes teretes e mediocres ; alto 
da cabeça osseo, fontanella oval; proceso occipital firmemente unido á 
placa predorsal; dorsal provida de aculeo pungente, adiposa ausente. 

Especie conhecida. + 


349 — Tracheliopterus coriaceus ?, Cuv. & Val. 


Do 15-7 A 32 


«Corpo curto e comprimido. Cabega 5, curta, sua largura e altura 
egual ao comprimento; perfil abrupto, focinho truncado, mandibula en- 


trando no perfil; ossos da cabega e processo humeral finamente granu- 
lares. 


1) Tracheliopterus (Gr.) de trachelia extremidade e pteron aza nadadeira, 
2) Coriaceus (Lat.) = coriaceo, 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 375° 


Olhos pequenos, redondos, 6 na cabeça, 3 a 3 e 1/2 no espaço in- 
terorbital. Barbilhöes maxillares chegando ä ponta do processo humeral ; 
os mentaes cerca de 1/2 do comprimento da cabeca, os post-mentaes 
um pouco mais compridos que os barbihöes maxillares. Dentes villi- 
formes, em fachas estreitas. 

Distancia entre o aculeo dorsal e o focinho 3 a 3 e 1/2 no compri- 
mento; aculeo dorsal fraco, terete, seu bordo anterior liso, o posterior 
com aculeos curtos; sua altura um pouco menor do que o comprimento 
da cabeça. 

Caudal obliquamente arredondada. Ventraes attingindo a anal. Aculeo 
peitoral liso na sua margem externa, dentes curtos na interna; contido 
no comprimento da cabeça. 

Processo humeral passando de pouco o meio do aculeo peitoral. 
Escuro. Dorsal com barras obliquas ; peitoraes e ventraes quasi negros; 
superficie ventral mais clara, com grandes manchas. Altura 3 e 3/5 a 4. 
Comp. 105 mm.» (Eigenmann & Eigenmann.) 

«Uma variedade deste peixe (T. maculosos, Eigenm. & Eigenm.) 
tem os lados pardos com series longitudinaes de maculas pardas queimadas.» 

Habitat: Obidos, Porto da Móz e Matto-Grosso. 


Tracheliopterichthys ', Bleeker. 


Nederl. Tijdschr. Dierkunde, I, III, 1863 


Cabeca curta, bocca anterior com a maxilla inferior pouco saliente, 
dentes villiformes; olhos lateraes, mediocres ; nadadeira adiposa ausente ; 
ventraes e a anal grandes, linha lateral presente. 

Especie conhecida. 


350 — Tracheliopterichthys tæniatus * (Kner) 


D. 1+4; A. 51-53. V. 15-16 


«Comprimento da cabeça, até a orla cutanea da abertura opercular, 
apenas 1/7 do comprimento total e € egual ä altura; no occiput, porém, 
menor do que a maior largura que se encontra adiante da base das 
peitoraes e se contem 6 e 1/2 vezes no comprimento total. 

A maior altura do corpo, adiante da origem da anal, é contida no 
mesmo comprimento 5 e 3/4; a menor, anterior á caudal, mais de 2 
vezes na maior. Os olhos, immediatamente posteriores e superiores aos 


1) Tracheliopterichthys (Gr.) Tracheliopterus, genero referido, ichthys peixe, 
2) Teniatus (Lat.): fasciado, 


376 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


barbilhöes maxillares, estäo a 3 diametros da orla posterior da abertura 
das guelras e cerca de 2e 1/2 um do outro. 

A largura da bocca € um pouco maior que a metade da anterior 
ás peitoraes; a mandibula fica um tanto anterior aos intermaxillares. as 
fachas dentarias de ambos são moderadamente estreitas, os dentes curtos 
e finos. As pequenas narinas posteriores ficam acima ás anteriores, 
maiores, adiante dos olhos e barbilhões maxillares. 


Fig. 141 — Tracheliopterichthys tæniatus, seg. Kner 


O perfil do focinho é rhombo e se projecta, depois, em curva mais 
forte sobre o convexo vertex; este termina em cada lado, abaixo do 
aculeo dorsal, com um processo que se prolonga. para baixo, formando 
uma especie de X, e se encaixa na pequena placa predorsal; sobre os 
lados estende-se elle ainda sobre o processo escapular granuloso, o qual 
attinge a metade do comprimento das peitoraes; tambem, atraz dos olhos, 
emitte elle um processo quasi em angulo recto, dirigido para baixo, que 
separa as bochechas nuas e longitudinalmente estriadas da cobertura 
das guelras. 

Os barbilhões maxillares chegam além da base das nadadeiras pei- 
toraes, os barbilhões post-mentaes, mais longos que os mentaes, chegam 
a base das peitoraes e os mentaes, finamente taenioides, apenas attingem 
os post-mentaes, entre os quaes fica pequena prega jugular. 

A abertura das guelras é estreita e se torna, como nas especies 
precedentes, perfeitamente obturada por uma valva cutanea. 

A dorsal começa sobre o inicio do segundo quinto do comprimento 
total; seu aculeo é largo, espesso e tanto, adiante como nos dous lados 
provido de asperos nodulos quasi pontudos; elle chega com a ponta a 
um pouco mais de metade do comprimento da cabeça e é aqui excedido 
pelos dous raios articulados seguintes. 

O comprimento do aculeo peitoral subrepuja o da cabeça; elle é, 
além d'isso, muito largo e deprimido, sulcado longitudinalmente e pro- 
vido de longos dentes dirigidos em angulo recto, para baixo, no bordo 
anterior e de outros curtos, curvos para föra, no posterior e, termina 
em um pequeno lobo cutaneo : os raios seguintes são de comprimento 
egual ao do aculeo. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES ST 


A base da anal comprehende a metade do comprimento do corpo 
e quasi attinge a nadadeira caudal. Seus raios, até sua extremidade, 
persistem de altura sub-egrual. 

As ventraes são especialmente desenvolvidas, e por ellas se diffe- 
rencia esta especie, essencialmente, de Trachelyopterus coriaceus e, tam- 
bem, dos demais siluroides. 

Em consequencia do grande numero de raios, elles ficam articulados 
sobre uma larga base, cujo comprimento eguala á sua distancia das pei- 
toraes e cujo extremo posterior chega sobre a vertical do anus; além 
disso, ellas occupam quasi toda a largura do lado ventral, tendo os bordos 
internos contiguos um do outro; e os seus maiores raios se estendem 
sobre a origem da anal. 

A caudal truncada quasi em angulo recto, é, ao contrario, apenas 
do comprimento da cabeça. O dorso, ainda largo e redondo por detraz 
da dorsal,estreita-se gradativamente para a cauda e constitue,antes da caudal, 
uma especie de gume. A linha lateral dirige-se quasi em linha recta e é pouco 
asssignalada. Não descobri o póro peitoral. 

O meio do dorso, até a nadadeira caudal, é pardo escuro; a este 
segue-se, inferiormente, uma dura facha, longitudinal, um tanto estreita 
e de bordos descontinuos, de sob o extremo da dorsal até a caudal; em 
seguida uma outra, parda escura, que ainda parece dividida pela linha 
lateral, mais clara; na metade inferior, segue-se uma facha clara, quasi 
branca e, finalmente ao longo da base da anal, ha uma fila parda escura 
de manchas diffusas. A anal tem uma larga orla negra; egualmente a 
caudal. Peitoraes e ventraes em todo o lado superior denegridas; no infe- 
rior, na base, alvadias; nos extremos denegridos. Cabeça, focinho e gar- 
ganta pardos; os barbilhões ainda mais escuros, peito e ventre, ao con- 
trario, alvadios.» (Kner). Comprimento 20 centimetros. 

Habitat: Guaporé, Teffe, Hyannary. 


CETOPSIDA (" 


Forma um tanto curta; cabeça moderada, envolvido o craneo por 
grande massa muscular; bocca anterior ou antero-inferior, provida de 
dentes incisivos, conicos ou villiformes, intermaxillares, mandibulares e 
vomer; labio superior recobrindo o inferior, seis barbilhões mediocres, 
encaixando-se em sulcos mais ou menos profundos; narinas anteriores 
supra-labiaes, as posteriores mais ou menos interoculares; olhos sub- 
cutaneos, lateraes ou latero-superiores; abertura das guelras latero-infe- 
riores, mediocres; dorsal e peitoraes sem aculeos, quasi sempre o primeiro 


1) Cetopis, genero typico e eidos semelhante. 
6378 48 


378 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


raio prolongado nos machos; a primeira anterior ás ventraes que são 
pequenas, ás vezes ligadas por uma commissura posterior; adiposa au- 
sente; anal longa; caudal entalhada; linha lateral simples; vesicula na- 
tatoria atrophiada; vertebras anteriores tendo os processos lateraes 
differenciados formando, capsulas osseas. 


Abertura das guelras es- | Dentes mandibulares vil- 
tendendo-se acima e a- | INOS) ee Pseudocetopsis. 
baixo da base das pei-\ 
tOraes O 1910 tee Dentes mandibulares inci- 


Generos brasileiros . . . L : 
SIVOS G eo. BER Cetopsis. 


Abertura das guelras reduzida, em baixo das { 
MNOS a 6 Bac à 0 re: .. . Hemicetopsis. 


| 
| 


Pseudocetopsis ', Bleeker. 


Nederl. Tydschrift Dierkunde I, III, 1863. 


Pequenos peixes sub-fusiformes, de bocca antero-inferior com os 
dentes inter-maxillares e mandibulares villiformes, em facha; os vome- 
rinos conicos em uma unica serie; os barbilhões encaixando-se num 
sulco cutaneo; narinas anteriores mais afastadas que as posteriores; olhos 
mediocres, sub-cutaneos, aberturas branchiaes extendendo-se superior e 
inferiormente pela frente da base das peitoraes, estas nadadeiras e a 
dorsal mediocres e com o primeiro raio prolongado, no macho; ventraes 
pequenas, ligadas entre si por uma commissura posterior; adiposa au- 
sente, anal longa e baixa, caudal furcada, linha lateral simples. 

Especie conhecida: 


351] — Pseudocetopsis gobioides ?, (Kner) 


«Comprimento da cabeça 5 e '/, no comprimento total; maior altura 
do corpo sobre as ventraes, quasi da mesma dimensão, largura da cabeça */, 
do seu proprio comprimento, abertura da bocca estendendo-se até sob o 
meio des olhos, a mandibula fica um pouco sobrepujada pelo entume- 
cido focinho. A mandibula tem como os intermaxillares uma estreita facha 
de finos dentes villiiormes e a placa vomerina uma fila transversal sim- 
ples de dentes conicos; a lingua não é livre na ponta ou, o mais das 
vezes, falta. Os barbilhões maxillares nascem em um sulco alongado sob 
os olhos e chegam, com as pontas filiformes, á orla anterior dos oper- 
culos; dos quatro barbilhões mandibulares, os internos, um pouco mais 
curtos, ficam mais proximos da symphyse do que os externos que attingem 


ue 


1) Pseudocetopsis ( Gr.) pseudo, falso e cetopsis, genero referido. 


2) Gobioides ( Gr.) em forma de Gobius, generos de peixes marinhos de que nos s occupa- 
remos mais tarde. 


À. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSÉ — PEIXES 379 


pösteriormente 4 orla da membrana opercular; os olhos são como nas 
outras especies sub-cutaneos, porém moderados, seu diametro apenas 
excedendo o sexto do comprimento da cabeça; sua distancia do focinho 
le}, a interocular 2 diametros. As narinas posteriores, maiores, ficam 
justamente entre os olhos, as anteriores juntas ä orla do focinho. Todas 
as peças das coberturas das guelras, são como o resto da cabeça, lisas 
e espessamente recobertas de pelle, a abertura das guelras estende-se 
tanto para baixo como para cima da base das peitoraes. 

A dorsal começa no extremo do primeiro terço do comprimento do 
corpo; o seu primeiro raio egualmente flexivel como os demais, prolon- 
ga-se, no macho, em um filamento, de modo que mede '/, do compri- 
mento do corpo; na femea elle ter- 
mina com effeito, tambem em uma 
ponta delgada, filiforme, a qual a- 
penas excede o segundo raio em 
cumprimento. A base da anal com- 
prehende !/; do comprimento do 
corpo e começa logo depois da pa- 
pilla genital, seus raios são reves- 
tidos de espessa pelle. As ventraes, 
de todas as nadadeiras, são as que FIG. 142 — Pseudocetopsis gobloides, seg. Kner 
têm mais curtos raios e são reuni- Ea 
das no bordo interno por uma commissura. O primeiro raio peitoral, 
tambem flexivel é, no macho, egualmente prolongado em filamento que 
chega até as ventraes; na femea, porém elle apenas é mais longo que 
o segundo raio. Os lobos da caudal, entaihada, são de egual compri- 
mento, moderadamente pontudos. O póro peitoral é em ambos os sexos 
alongado, no macho, porém, distinctamente maior e excede mesmo, em 
tamanho, os de Cetopsis cecutien e Hemicetopsis caudirú. A linha lateral 
é simples; do ramo cephalico apenas apparecem o mandibular e alguns 
poros. sobre o focinho. A papilla uro genital posterior ao anus é, no 
macho, larga e volumosa. Dorso pardo cinereo, com finas pontuações 
negras, lados argyreomicantes, nadadeiras imaculadas. Comprimento 3 
e !/, pollegadas. Natterer dä como local de procedencia para esta espe- 
cie, Irizanga e etiquetou-a como Silurus pygmeus.» (Kner). 


Cetopsis ', Agassiz. 
Pisc. Bras. 11 — 1829 


Peixes sub-fusiformes. Cabeça grande, obtusa; bocca antero-inferior 
com os dentes intermaxillares villiformes, em facha, os mandibulares com- 
primidos, incisivos, os do vomer egualmente incisivos e como os mandibu- 
lares em uma fila; 6 barbilhões, encaixando-se n'um sulco cutaneo; narinas 


1) Cetopsis (Gr.); de Cetos, baleia, cetaceo e ops, aspecto, 


380 ARCHIVOS DO MUSEO NACIONAL 


anteriores mais afastadas que as posteriores; olhos pequenos, sub-cutaneos, 
aberturas branchiaes estendendo-se acima e abaixo da base dos peitoraes ; 
dorsal e peitoraes mediocres, a primeira com 7 raios e todas com o 1º raio 
prolongado, no macho; adiposa ausente, anal longa, moderadamente eleva- 
da ; caudal moderadamente entalhada; linha lateral simples. 

Especie conhecida : 


352 — Cetopsis cæcutiens ', (Licht.) 
Candirú-Açú 


D. 7; A. 21 


«Corpo pesado, pouco comprimido, acuminando-se rapidamente para 
o pedunculo. Cabeça obtusamente conica, com os ossos completamente 
cobertos por espessa camada de musculos. Perfil arqueado, altura da 
cabeça consideravelmente maior que a propria largura. Narinas anteriores 
situadas junto ao labio;á quatro vezes entre si a distancia que separa. 
as posteriores que são grandes, ovaes, superiores ä margem anterior dos 
olhos. Olhos pequenos, rudimentares, cobertos de pelle, não maiores que 
as narinas posteriores. Barbilhões maxillares quasi inteiramente occultos 
n'uma fenda, 3 e 1/9 no comprimento da cabeça. Barbilhões mentaes e 
post-mentaes de comprimento quasi egual, dispostos em dous pares por 
detraz do angulo da bocca e encaixando-se eni sulcos baixos. Bocca 
inferior, sua largura no rictus, 2 e 1/3 na cabeça; uma faixa estreita de 
finos dentes villiformes sobre os intermaxillares : mandíbula e vomer com 
uma unica serie de dentes esparsos comprimidos e firmemente implan- 
tados. Operculo com uma larga orla membranosa. Abertura das guelras 
estendendo-se mais para diante inferiormente do que acima do raio peitoral; 
póro peitoral uma fenda alongada; linha lateral recta, simples. Distan- 
cia entre o focinho e o aculeo dorsal, 2 e 1/2 no comprimento, primeiro 
raio dorsal um tanto alongado, com os raios diminuindo rapidamente 
de altura para traz, o ultimo não egualando á 1/3 da altura do segun- 
do. Caudal profusamente emarginada, 4 e 1/2 no comprimento. Raios 
anaes diminuindo de altura para traz. Ventraes curtos, com a metade 
basilar das suas margens internas ligada ao ventre. Primeiro raio peito- 
ral alongado, chegando alêm da base das ventraes, (sua ponta quebra- 
da) provavelmente mais longo que a cabeça. Superficie dorsal cinerea 
pare, tornando-se cinzenta nos lados, mais clara inferiormente. Cabeça 

e 3/5; altura 4.» (Eigenmann & Eigenmann) 28 centimetros. 
Habitat: Amazonas até Cupay. Rio Branco. 


1) Cocutiens (Lat.)— que vê pouco, 


À. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 38i 


Hemicetopsis ', Bleeker 


Nederl. Tijdschr. Dierkunde, I, III — 1863 


Corpo alongado, cabeça obtusa, revestida de pelle e musculos, bocca 
anterior com o labio superior recobrindo o inferior, dentes em uma se- 
rie nos intermaxillares e mandibulares, comprimidos, incisivos, idem no 
vomer, onde elles formam um crescente que acompanha a fila dentaria 
intermaxillar; narinas anteriores mais afastadas que as posteriores, 6 
barbilhões, os mandibulares em dous pares e todos encaixando-se n'um 
sulco cutaneo, olhos pequenos, subcutaneos; abertura branchial estreita, 
situada na frente da base das peitoraes, inferiormente; dorsal mediocre, 
com 7 raios; peitoraes tambem mediocres e, como a dorsal, nos ma- 
chos, tem o primeiro raio grandemente prolongado e constituido de pe- 
quenas secções transversaes, obliquamente justapostas; ventraes peque- 
nas, livres; adiposa ausente; anal elevada, longa; caudal moderadamen- 
te entalhada; linha lateral simples. Vesicula natatoria atrophiada. 

Especie conhecida : 


353 — Hemicetopsis candirú ?, (Ag. & Spix) 
Candirú 


Est. 50 fig. 4. 


Corpo alongado, moderadamente comprimido; cabeça mediocre, egual 
á altura, 6 vezes no comprimento (até a base da caudal); bocca mo- 
derada, anterior, com os labios espessos, papillosos, o superior recobrin- 
do ligeiramente o inferior; dentes intermaxillares em uma fila, compri- 
midos, incisivos, 4 em. cada intermaxillar, separados os dous grupos 
por um interspaço consideravel; vomerinos um tanto mais largos, 8 em 
cada lado, os posteriores os mais largos, quadrangulares no extremo 
livre; narinas anteriores mais separadas que as posteriores de cerca de 
1/2 vez; olhos pequenos, 4 vezes no espaço inter-ocular, situados 4 2 
diametros das narinas anteriores; barbilhões subeguaes, encaixados n’um 
sulco da pelle; abertura branchial egualando á base das peitoraes e si- 
tuada justamente á frente d'esta, pelo lado inferior; dorsal situada ä 
meia distancia da ponta do focinho e do início da anal; os seus dous 
primeiros raios são muito alongados, sendo, no exemplar que ser- 
ve a esta descripção, o primeiro de extensão quasi egual á que vae da sua 


1) Hemicetopsis (Gr.). Hemi meio; cetopsis, genero referido. 
2) Candirü, nome brasilico com os quaes são designados os peixes d'este grupo e outros 
mais do genero Vandellia, 


383 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


base 4 ponta do focinho; o ultimo raio quasi attinge a ponta do 3°; 
peitoraes 1 e 1/2 na cabeça, terminando antes da metade da distancia 
que vae ás ventraes, o seu primeiro raio é grandemente prolongado 
chegando adiante da base destas ä uma distancia egual a que medeia 
entre as narinas anteriores; ventraes pequenas, inteiramente livres, 4 meio 
da distancia que vae do focinho ao extremo posterior da base da anal, 
esta moderadamente elevada, de contorno arredondado ; caudal furcada, 
coloração carnea, mais escura para o lado da dorsal; dorsal e peitoraes 
denegridas com o primeiro raio branco. 28 centimetros. 

Tabatinga, Jutahy, Tocantins, Içá, Pará, Cupaí, Huallaga e Rio Branco. 


BUNOCEPHALIDÆ ' 


Forma anteriormente deprimida, um tanto rhomboidal, posteriormen 
te comprimida; bocca infero-anterior, provida de dentes villiformes inter- 
maxillares e mandibulares; 6 á 8 barbilhões sendo, no ultimo caso, dous 
adnatos a base dos barbilhões maxillares; narinas, pequenas, desprovi- 
das de barbilhões, isoladas entre si; olhos, pequenos, superiores, sem 
palpebra livre: abertura branchial muito reduzida, transversalmente dis- 
posta adiante da base das peitoraes; um póro peitoral atrás destas na- 
dadeiras que são armadas de um forte aculeo deprimido mais ou me- 
nos estriado e tendo os bordos anterior e posterior por sua vez muni- 
dos de espinhos extrosos naquelle e entrosos n'estes, dorsal unica, pe- 
quena, com 1+1 á 1+6 raios, com o aculeo flexivel, situado mais ou 
menos sobre as ventraes; anal variavel, caudal pequena, redonda ou as 
vezes com os raios externos prolongados. Pelle nua, ás vezes a linha 
lateral é ligeiramente granulosa ou provida de placas pequenas. 


As vertebras anteriores são coalescentes, com os processos lateraes 
curvos para tráz e desenvolvidos a ponto de attingir o tegumento ex- 
terno; cintura escapular muito desenvolvida, sendo os ossos perceptiveis 
exteriormente. O intestino é curto, vesicula natatoria livre. Oviparos; em 
um dos generos cujos costumes estão mais conhecidos, a femea traz os 
ovos, após a postura, adherentes á face abdominal do corpo. 


Habitat: Guyana e Norte do Brasil. No Brasil foram constatados 
nos Rios Pará, Branco, Jutahy, Negro, Javary, Tajapurú e no Lago Avary. 


1) Bunocephalus, genero typico ; eidos = semelhante, 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 383 


Uma cinta dorsol 
sobre o penduncu- 
lo, anal. Anal lon- 
ga, com 5l ä 57 


| Nadadeira dorsal 
desenvolvida com 
1+4 raios, pedun- 


culo caudal fila-) raios............ Platystacus. 
Barbilhões mentaes | mentoso no terete 
e post-mentaes ou quadrangular. 
presentes. 
| Pendunculo despro- 
vido de crista dor- 
enerosrepresen- sal anal curta com 
CES no Brasil, ‘ 64 Siraios2 22. 521 Bunocephalus. 
Nadadeira dorsal obliterada, com I +1 
raio, pedunculo caudal comprimido, la- 
mellanzelevadonge a en Bunocephalichthys. 
Barbilhöes mentaes e post-mentaes auseutes.............. Dysichthys. 


Platystacus ', Bl. 
Ausl. Fische, VII — 1794 


Corpo deprimido e rhomboide, de maior eixo longitudinal anterior- 
mente, seguindo-se para traz o pedunculo caudal que é longo, compri- 
mido e termina n'uma nadadeira pouco desenvolvida. Bocca pequena, 
maxilla superior proeminente, intermaxillares com uma placa de dentes 
villiformes, mandibulares idem; seis barbilhões, olhos pequenos, superiores ; 
aberturas branchiaes pequenas; uma dorsal pouco desenvolvida com 1 + 5 
raios; peitoraes com um forte aculeo deprimido, armado de espinhos 
fortes nos dous bordos; os do anterior extrorsos, os do posterior en- 
trorsos; processo coracoide e humeral desenvolvidos; ventraes pequenas 
“com 6 raios situadas sob a dorsal; por detraz d'esta nadadeira segue-se 
sobre a parte postero-superior do corpo, uma crosta formada de pequenas 
placas verticalmente dispostas, em opposição a serie ventral em que se 
articula os raios da anal que é muito longa, acompanhando toda a ex- 
tenção do pedunculo, até a caudal, sem se unir a ella. A respeito de 
sua reproducção diz Giinther: Bloch e Valenciennes encontraram o ventre 
de muitos individuos deste genero coberto de curtos e macios appendices, 
cada um dos quaes tinha uma base styliforme e uma dilatação discoide 
terminal. Emquanto o primeiro considerou esta peculiaridade um ca- 
racter especifico, o ultimo mostrou que estes appendices se desenvolvem 
em certa edade; mas, ao passo que na pag. 430 elle diz que observou-os 
somente em certas femeas, na pag 440, descreve um macho provido 
com os mesmos orgãos. Estou habilitado, pelo exame de uma femea de 
A. batrachus ( Platistacus aspredo), a mostrar que os peixes deste genero 
pertencem áquelles siluroides que cuidam da prole e que os appendices 
menccionados, servem para o fim de manter os ovos ligados ao ventre 
materno. Os ovarios dos peixes examinados são dous saccos quasi vasios, 
com as peredes espessas taes como se os ovos tivessem sido postos 


1) Platystacus (Gr. Lat.) Platys = chato; acus (agulha) peixe agulha. 


384 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


á pouco; alguns delles que não haviam se desenvolvido ainda, jaziam 
entre as pregas do interior. Toda a superficie do ventre, thorax, garganta 
e uma porção das nadadeiras peitoraes mostravam numerosas impressões 
baixas a que ainda adheria uma parte dos ovos. Estes ultimos são dis- 
postos em um unico plano e sendo corpos globulosos deixam entre si 
pequenos espaços. Estes interspaços são cheios pelos appendices men- 
cionados e a sua dilatação terminal é de um valor essencial em conservar 
os ovos em sua posição. Se as bolsas dorsaes da Pipa fossem reduzidas 
a meras impressões e as paredes entre ellas se transformassem em 
fraldas, teriamos a mesma disposição que em Aspredo ( Platystacus ). 
Tendo examinado muitos machos adultos e femeas de Aspredo, chego 
á conclusão que somente as femeas trazem comsigo os ovos e que so- 
mente ellas são providas de taes appendices. E’ mais que provavel que 
na epocha da postura a pelle das partes inferiores torne-se esponjosa ; 
que, depois da postura, a femea os liga a si, simplesmente fazendo pressão 
sobre elles e que, a substancia esponjosa dentre os ovos, é absorvida 
pela pressão dos ultimos, excepto nos interespaços onde adquire a forma 
dos descriptos appendices. Os ovos, comtudo, são retidos não somente 
pelos ultimos mas, tambem, pela adherencia á inteira superficie de pressão, 
ainda que fracamente. Após a eclosão, as exclescencias desapparecem 
e a pelle do ventre torna-se lisa como dantes. Os ovos têm um diametro 
de 1/2 ä 2/3 de linha». 
São tambem brasileiras as seguintes: 


Focinho desprovi-fBarbilhôes maxillares sem um barbilhão sup- 
do de aculeos, face plementar na base, processo humeral não 
inferior da cabeça | excedendo posteriormente ao coracoide, Ps. 
apenasiconrosibar=)| = 1.46, A534 97... 2: efeito rojois [Sento foto quo Et P. cotylephorus. 
bilhões mentaes e} 
post-mentaes. | 
Especies.... | 
Barbilhões maxillares com um outro supple- 
mentar na base, processo humeral não ex- 
cedendo ao coracoide posteriormente Ps. 
ISAAC I cy lo snes NE EEE ES P. aspredo. 


Focinho com uma serie transversa de 4 espinhos, face inferior 
da cabeça com 4 serieside espinhos [224.0 er. nee. P. tibicen. 


354 — Platystacus cotylephorus ', Bl. 


Rabecca 
Est. 51 fig. 1 
DAS ANS TE PS AIR O AVS 6 


Corpo anteriormente muito deprimido, de contorno rhomboide com 
o maior eixo no sentido antero-posterior, sendo o menor eixo marcado 
pela linha das peitoraes e o lado posterior do rhombo alongando-se 


1) Cotylephorus (Gr.) Cotyles — glandula, umbigo ; phöros = portador, 


(Jouy) ‘sninisdéy sXyyyoyeydeosoung — € “Std 
pooqey — (9) ‘sn1oydo4}09 snopisáeld — 7 ‘SIA 
(xıds 9 “Sy) 'mılpued sisdojaoiwiay] — I ‘SM 


‘18 HUM 9 OUIQES ‘youd “qui JN ap Vv 
“id ypruyos ‘f 


IAX ‘I0A ‘EUOIIEN nosnW Op SOATYOIV 


sv 307 faonNAlNCDIO DIINY I 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENE — PEIXES 385 


gradualmente até a dorsal, donde o corpo se torna comprimido, adelga- 
cando-se para a cauda. Focinho redondo, tres vezes na cabeça (até o 
extremo posterior do operculo), bocca antero-inferior, tendo duas placas 
rhomboides de dentes villiformes nos inter-maxillares; mandibulares com 
duas outras mais longas, abertura oral 1/5 da distancia que vae do fo- 
cinho á base da dorsal; barbilhões maxillares, attingindo a abertura 
opercular; mentaes ou post-mentaes e estes attingindo a linha dos aculeos 
peitoraes; olhos pequenos situados no início do 2º quinto da distancia 
que vai da ponta do focinho á primeira dorsal; essa distancia é de 3 
e 1/2 4 4 no comprimento total (incluindo a caudal); por detrás dos olhos 
elevam-se duas cristas convergentes atraz da linha dos aculeos peitoraes, 
dahi segue-se uma crista mediana até a placa articular da dorsal, que é 
pequena. Processo coracoide ligeiramente divergente e humeral não exce- 
dendo áquelle e tendo o póro peitoral por detrás da sua terminação. 
Aculeos peitoraes attingindo a base da dorsal, tendo os espinhos margi- 
naes envolvidos por membrana, ventraes articulando-se sob o início da 
placa articular dorsal e não attingindo o extremo dos raios da dorsal; 
57 placas verticaes formando a crosta dorsal do pedunculo. Pardo uni- 
forme ou pardo maculado de claro. 
“Habitat: no Brasil — rio Pari. Goyanas. 
Segundo Göldi, este peixe é conhecido no Pará pelo nome de Rabecca. 


355 — Platystacus aspredo ', (L.) 


A. 51 & 55 


«Cabeca grandemente deprimida; espatulada, largura interorbital, 
3.e 1/2 na distancia entre a base das peitoraes e a ponta do focinho, 
cabeça ampla, o: focinho projectando-se quasi em seu comprimento total; 
cada maxilla com duas fachas de pequenos dentes. Barbilhões maxillares 
attingindo a base das peitoraes, um barbilhão accessorio anterior; barbi- 
lhões mentaes collocados junto aos labios e projectando-se até sobre os 
post-mentaes, que são eguaes aos inter-orbitaes. Processo coracoide, 
divergindo ligeiramente para traz, com o comprimento egual ao espaço 
entre elles. Póro peitoral pequeno na extremidade do processo coracoide. 
Processo humeral um pouco mais longo do que o coracoide e exceden- 
do-o. Distancia entre a ponta do focinho e a dorsal 3 e 4/5 no com- 
primento; primeiro raio dorsal raramente prolongado. Raios caudaes 
externos ligeiramente prolongados. Aculeo peitoral como em P. fibicen 
(achatado, curvo para cima e para traz, com a margem posterior provida 
de uma serie de espinhos que são mais longos e mais fortes para a 
ponta, e o anterior com os espinhos um tanto mais fracos, chegando a 


1) Lat. Aspredo — (genero referido) asperesa. 
6478 49 


386 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


sua ponta adiante da origem das ventraes). Face dorsal parda purpu- 
rea uniforme, ventral uniformemente clara, cambiando para purpureo claro 
ou carmineo; dorsal escura, commummente com uma sombra mediana 
na membrana interradial; caudal escura, excepto nos raios externos; 
peitoraes sujas, ventraes usualmente brancas, com a metade posterior 
geralmente escura; anal branca anteriormente, -tornando-se escura para 
traz; barbilhöes maxillares mais ou menos escuro. Maior largura adiante 
das peitoraes 5 e 2/3 á 6, no comprimento total. (Eigenmann & Eigen- 
mann). 


356 — Platystacus tibicen ', ( Temm.) 


D.5— Ps. 1+8; Vs. 6; A. 57 4.58 


Tambem assim descripto por Eigenmann & Eigenmann: 

«Esta especie pode ser promptamente distincta pelos espinhos nasaes 
(2); cabeca um tanto alongada, sub-conica. Largura interorbital cinco 
vezes na distancia entre a base das peitoraes e a ponta do focinho. 
Bocca estreita, o focinho pouco proeminente; dentes finos e compridos, 
a facha intermaxillar continua. Barbilhão maxillar quasi attingindo a aber- 
tura branchial; um barbilhão accessorio na margem anterior de sua base 
ossea; face inferior da cabeça com quatro series irregulares de cirrhos, 
a serie externa continuada posteriormente até atraz das peitoraes. Pro- 
cesso coracoide divergindo posteriormente, seu comprimento cerca de 1 
e 1/3 e 1e 1/2 na distancia entre as bases do mesmo. Processo hume- 
ral coextensivo com o processo coracoide, o .póro peitoral quasi imme- 
diatamente em baixo da sua terminação. Distancia entre a dorsal e a 
ponta do focinho cerca de 4 no comprimento : primeiro raio dorsal gran- 
demente prolongado, filiforme, um tanto mais comprido do que a sua 
distancia do focinho. Raios caudaes externos ligeiramente prolongados. 
Aculeo peitoral achatado, curvo para cima e para traz, sua margem 
posterior com uma serie de aculeos que são maiores e mais fortes á 
proporção que se aproximam do extremo, a anterior com os espinhos 
um pouco fracos; a ponta do aculeo apparece além da origem das ven- 
traes. Face dorsal chocolate: uma serie de manchas quadradas mais es- 
curas em cada lado da prega dorsal, as quaes são mais ou menos 
confluentes; face abdominal uniforme, quasi branca; nadadeiras dorsal, 
peitoraes, caudal e parte posterior da anal de côr parda escura; ventraes 
e parte anterior da anal claras; a face superior das ventraes é macu- 
lada de escuro. Maior largura, adiante das peitoraes, cerca de 7 vezes 
no comprimento ». 


1) (Lat.) Tibicen — flautista. 


2) (Uma serie transversa de quatro pequenos espinhos curvos, no lado superior do focinho, 
dois delles pertencendo ao ethmoide e dois aos ossos nasaes — Günther). 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 387 


_ Habitat: Goyanas; os 5 exemplares que serviram aos professores 
Eigenmann eram de Curuca (Rio Muria) Estado de Pará, e mediam 20 á 22" /,. 


Bunocephalus ', Kner. 


Sitzungsber. Akad. Wissenschaft z. Wien, 17 Bd. — Hft. I pag. 95-1855. 


Corpo deprimido na parte anterior, estreitando-se para a cauda abru- 
ptamente; cabeça moderada, deprimida, granulosa-rugosa ; bocca anterior, 
pequena com duas fachas de dentes villiformes em cada maxilla; seis 
barbilhões moderados; narinas duplas, as anteriores ligeiramente tubulares; 
olhos pequenos, superiores; aberturas branchiaes pequenas, fendidas 
adiante da base das peitoraes; estas com um aculeo deprimido forte- 
mente armado nas arestas externa e interna, sendo os aculeos 
exteriores extrorsos e os interiores introrsos, os do extremo do aculeo 
maiores; dorsal desenvolvida com cinco aculeos flexiveis; ventraes 1 +5; 
A. 1 + 6: o pedunculo cylindroconico ou quadrangular; linha lateral 
distincta, pelle revestida de papillas tuberculares. 

No Brasil os peixes deste genero são encontrados no Amazonas 
de serpa para cima. ' 


Maior altura menor do que [ caudal quadrangular; pardo maculado 
3/4 da distancia que vae| de claro e escuro .......... B. verrucosus. 
do focinho ä base das pei- 
Especies brasi-| toraes; pedunculo..... 
leiras (2). . 
caudal terete, delgado; pardo cinereo 
maculado de escuro......... B. bicolor. 


Maior altura egual ou maior (Distancia entre a ponta do focinho e 
do que a distancia que vae} a base da dorsal 2 e 1/2 no com- 
do focinho à base das pei-| primento total; pardo com tres fa- 
toraes ees le chas transversaes . . 2. 22.2.0. B. kneri. 


Distancia entre af Aculeo peitotal at- 
ponta do foci-| tingindo ás ven- 
nho ea base da traes, pardo ma- 
dorsal 2e 2/5 4{ culado de escuro B. gronovit. 
2e 1/6 no com- 
primento. . 
‚Aculeo peitoral at- 
tingindo a ponta 
do processo co- 
racoide. Pardo 
maculado de cla- 
ro e de escuro . B. scabriceps. 


(1) (Gr.) Buno = tuberosidade; cephale = cabeça. 
(2) Não tivemos ensejo de estudar B. iheringü, Boul. br. Zool, Soc. Lond. 1891, 


388 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


357 — Bunocephalus verrucosus ', (Bl.) 
ACAO. 


São ainda Carl & Rosa Eigenmann que dizem: 


«Cauda quadrangular, mais alta do que larga; corpo não muito 
deprimido; altura da cabeça, na base do occiput, um tanto menor do 
que 1 e 1/2 do espaço entre a ponta do focinho e a base da peitoral. 
Placa nuchal larga, sua largura na base cerca de 3 e 1/2 no comprimento ; 
uma ruga transversa na sua base voltando-se abruptamente para traz e 
para cima exteriormente; uma outra ruga transversa na frente desta e 
ligada á primeira descripta por uma ruga mediana, continuação da 
placa nuchal. Largura interorbital maior do que o comprimento do fo- 
cinho. Barbilhões maxillares chegando um pouco a frente da origem das 
peitoraes; barbilhões mentaes quasi attingindo os post-mentaes, estes 
quasi do comprimento da distancia interorbital. Dentes em duas fachas 
em cada maxilla. Processos coracoides parallelos, do comprimento da 
distancia que medeia entre elles. Processo ‘humeral attingindo o meio 
do aculeo peitoral. Póro peitoral fendido. Pelle cá e lá recoberta de 
tuberculos. Distancia entre a dorsal e a ponta do focinho 2 e 1/2 no 
comprimento total. O aculeo peitoral ligeiramente curvo; chegando a frente 
do da ponta do processo coracoide e tendo os lados com espinhos recur- 
vados que são maiores ao passo que se aproximam da ponta. Pardo 
escuro, ponteado e maculado de mais claro e mais escuro; ventre um 
tanto mais claro, com maculas pardas um tanto grandes, todas as nada- 
deiras de côr parda escura, tendo os raios pequenas maculas transpa- 
rentes, as pontas das dorsaes anaes e ventraes transparentes. 11 mun.» 

Habitat: Serpa, Amazonas abaixo do Madeira. 


358 — Bunocephalus bicolor ?, Steind. 


A. Tä8 


«Cauda longa e delgada. Cabeça e corpo grandemente deprimidos 
sendo a altura, no occiput, contida duas vezes na distancia que vae da 
ponta do focinho á base das peitoraes. A placa nuchal é uma delgada 
crista baixa e as cristas e rugas da cabeça baixas, não proeminentes. 
Maior largura da frente das peitoraes pouco maior do que 1/3 do com- 
primento total: perfil um tanto deprimido atraz dos olhos. Largura inte- 
rorbital egualando ao focinho mais os olhos. Barbilhões maxillares 


1) Verrucossus, (Lat.) = cheio de verrugas. 
2) Bicolor. (Lat.) = de duas cores, 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 389 


chegando quasi 4 base das peitoraes; os mentaes aos post-mentaes 
que egualam ao espaço interorbital, dentes pequenos, villiformes, em 
duas fachas em cada maxilla. Processo coracoide convergindo ligeira- 
mente, no minimo de comprimento da distancia entre as suas bases. Póro 
peitoral presente. Parte superior da cabeça comparativamente lisa, focinho, 
parte inferior e cauda, densamente coberta de tuberculos. Distancia entre a 
dorsal e a ponta do focinho 2 e 1/4 no comprimento. Aculeo peitoral attin- 
gindo as ventraes, tendo nos bordos espinhos recurvos. Cinereo-pardo, es- 
curo, mais pardacento no jovem; alto da cabeça e nuca claros maculados 
de escuro; cauda mais escura; tres areas claras no lado dorsal ventre ma- 
culado de mais claro; nadadeiras pardas escuras com as pontas dos raios 
claros. 50 4 73 millimetros ». (Eigenmann & Eigenm.). 
Habitat: Jutahy, Cudajás (Amazonas até Huallaga.) 


359 — Bunocephalus knerii *, Steind. 
A. 7—8 


«Caudal delgada, terete, altura no occiput 1 e 1/2 no espaco entre a 
ponta do focinho e a base das peitoraes. A placa nuchal é uma delgada 
crista baixa; rugas da cabeça menos proeminentes do que em quaesquer 
outras especies. Espaço inter-orbital egualando ao focinho mais a orbita. 
Barbilhão maxillar attingindo a base das peitoraes; barbilhões mentaes 
apenas mais compridas do que os olhos, post-mentaes cerca do dobro. 
Processos coracoides muito curtas, eguaes a cerca de 1/2 da distancia 
entre elles. Pelle espessamente verrugosa, a face inferior da cabeça menos 
tuberculada. Distancia entre a dorsal e a ponta do focinho 2e 1/2 no 
comprimento. Ponta do aculeo peitoral á meia distancia entre a ponta 
dos processos coracoides e da origem das ventraes. Lados cinzentos es- 
curos com uma serie de maculas claras; cabeça mais clara manchada 
de obscuro; cerca de tres fachas transversaes cinzentas escuras sobre a 
dorsal; caudal denegrida, maculada e marginada de clara; outras nada- 
deiras claras, pontuadas ou manchadas de cinzento, comprimento 35 mil- 
limetros.» (Eigenm. & Eigenm.) 

Habitat: Tabatinga, Javary, Cudajás e Canelos. ( Amazonas e tribu- 
tarios desde Cudajás até Canelos). 


360 — Bunocephalus gronovii ?, Bleek. 
D.5; Ps. 1+5; A. 6;C. 10 


«A distancia entre 0 focinho ¢ a origem da dorsal cerca de 1/3 do com- 
primento total, a que vae até a orla opercular 7 e 1/2 vezes contida no mesmo 


1) Knerii— de R. Kner, illustre naturalista de Vienna, creador do genero Bunocephalus. 
2) De L. Gronow, allemão que residia na Hollanda e que havia descripto e figurado o peixe 
em questão no seu livro Museo Ichthyologico, em 1754, 


300 ARCHIVOS DÔ MUSEU NACIONAL 


comprimento; a maior largura adiante das peitoraes & egual 4 1/4 do 
comprimento total; a maior altura, na gibbosidade anterior á dorsal, 
egual a cerca de 1/5 desse comprimento ou 1/2 da distancia entre a 
ponta do focinho e a dorsal. O hiato oral é terminal, estreito, ambas as 
maxillas são providas de grupos allongados de dentes villiformes. Os 
barbilhões do canto da bocca chegam até além da base das peitoraes, os dous 
posteriores do labio inferior que é papilloso, são muito curtos e finos, os 
dous mais afastados para traz da garganta com o dobro do comprimen- 
to destes. Olhos pequenos, 5 diametros separam-n'os um do outro, 3 
da orla do focinho, 1 das narinas posteriores; a abertura nasal anterior é 
prolongada em um pequeno tubo. O alto da cabeça assim como os lados 
da parte anterior do corpo nodulados pelas callosidades e rugas que ahi se 
encontram. As duas protuberancias anteriores, limitam em cada lado, os 
olhos adiante e atraz; tres tuberculos maiores projectam-se ao longo do 
meio da parte posterior do pescoço, um atraz do outro; e em cada lado dos 
mesmos eleva-se uma ruga longitudinal; mais para traz ha uma outra qui- 
lha mediana, moderadamente aguçada, que se projecta abruptamente so- 
bre a dorsal. Tambem a cintura escapular constitue, sobre as peitoraes, 
nodosidades salientes e se dirige para traz, sobre as peitoraes em um pro- 
cesso ponteagudo, por detraz do qual ainda se encontra um tuberculo re 
dondo, um pouco mais alto em cada lado. Posteriormente a cintura es- 
capular constitue duas largas laminas, ligadas no meio por uma sutura 
e projectando-se para traz em um processo acuminado, terminal, que 
attinge a origem da dorsal. Todas estas saliencias são de granulações 
de tamanho variavel, tuberculiformes, que tambem recobrem a base da 
dorsal e mesmo todo o aculeo das peitoraes. A dorsal origina-se um 
pouco adiante do meio do comprimento total do corpo, o seu primeiro raio 
flexivel é um pouco mais curto do que o segundo e mais longo, caudal re- 
donda. Pelle recoberta de papillas conicas que se avolumam sobre a linha 
lateral, de modo a tornarem quilhados os lados do pedunculo. Porus late. 
ralis semilunar. Côr pardacenta, maculada de mais escuro, especialmente ao 
longo da linha lateral; dorsal, anal e caudal de côr parda-escura uniforme 
ou apenas maculadas nos raios, peitoraes e ventraes mais claras, fasci- 
adas de escuro.» (Kner). 
Habitat: Barra do Rio Negro. 


361 — Bunocephalus scabriceps ', Eigenm, & Eigenm. 
A. 6 


E’ assim descripto pelos seus descobridores : 
« Distingue-se pelo extremo desenvolvimento das protuberancias da ca- 
beça. E’ apenas conhecido pelos typos. Cauda delgada, acuminada. Cabeça e 


1) Scabriceps (Lat. Gr.) scabet = aspero; ceps= cabeça, 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 391 


corpo altos a altura na base do processo occipital apenas menor do que 
a distancia da ponta do focinho ä base das peitoraes. A placa nuchal 
é uma delgada crista com dous altos callos e com outro callo em sua 
base; uma crista transversa na base da placa nuchal, dirigida externa- 
mente para traz; entre os olhos ha uma crista baixa, duas cristas pro- 
jectam-se para traz, tornando-se convergentes para traz e formando uma 
figura lyriforme; cada lado deste processo lyriforme provido de tres 
callos; uma crista projectando-se dos olhos para a frente e, encontran- 
do-se com a sua correspondente na ponta do focinho. Espaço interor- 
bital eguzlando ao focinho mais os olhos. Olhos quasi lateraes. Barbi- 
lhões maxillares attingindo quasi a base das peitoraes; os mentaes não 
attingindo os post-mentaes e estes menores do que a largura do espaço 
interorbital; dentes villiformes em duas estreitas fachas em cada maxilla. 
Processos coracoides convergindo para traz sendo as margens do osso 
coracoide marcadas por cristas salientes que, com os processos, formam 
a figura lyriforme; o comprimento dos processos é quasi egual ao espa- 
ço entre elles. O processo humeral estende-se á quasi o meio do aculeo 
peitoral. O póro peitoral grande, fendido. Pelle cá e lá revestida de pe- 
quenos tuberculos. Distancia da dorsal da ponta do focinho 2 e 1/6 no 
comprimento. Aculeo peitoral attingindo a ponta do processo coracoide, 
tendo ambas as margens com fortes espinhos cada vez mais fortes para 
a extremidade do aculeo. Dorso maculado de pardo claro e denegrido ; 
ventre mais uniformemente pardo ; todas as nadadeiras de côr parda escura 
manchadas de mais claro. A maior largura adiante das peitoraes 3 vezes 
no comprimento. Dous exemplares de .04 a .043 m». 
Habitat: Jutahy. 


Bunocephalichthys ', Bleek. 


Nederl. Tydschr. Dierk. I pg. 118 — 1863. 


Corpo anteriormente deprimido, posteriormente comprimido; um acu- 
leo e um raio dorsaes rudimentares; aculeo peitoral provido de espinhos 
no lado posterior (internos) da ametade terminal; dous barbilhões labiaes 
(maxillares) dous mentaes e dous post-mentaes; ventraes situadas logo 
atraz da dorsal, anal elevada; raios de todas as nadadeiras (excepto a 
dorsal) bifidos. Especie conhecida : 


1) Bunocephalus — genero acima referido; ichthys = peixe, 


392 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


362 — Bunocephalichthys hypsiurus ' (Kner.) 
Est. 51 fig. 2 
Dieses. TIR SE AVS LED E Aare, 


Corpo em forma de guitarra, anteriormente deprimido, posteriormente 
comprimido de tal modo que da anal, para traz, é perfeitamente lamellar. 
Pelle granulosa como a de um sapo. Cabeça de largura maior que o 
comprimento, é contida 4 e 2/3 no comprimento; focinho proeminente 
por dous tuberculos contiguos, anteriores; maxilla superior projectando-se 
além da inferior, tendo as narinas anteriores tubulares na base dos tuber- 
culos citados; entre estas e a base do barbilhão labial ha outro tuber- 
culo menor que fica situado sobre o angulo da bocca; atraz desse tuberculo 
ficam as narinas posteriores, crescentiformes, de concavidade posterior ; 
logo atraz das narinas anteriores, ficam os olhos, pequeninos sobrepu- 
jados por um tuberculo ceratoide; o diametro ocular é egual ä 1/4 do 
comprimento do focinho que é muito pouco menor do que a distancia 
ante-ocular e eguala ä que vae de vertice á vertice dos tuberculos super- 
oculares. Abertura oral justamente egual ao diametro inter-ocular; a 
mandibula tem os ossos muito salientes e reunindo-se, na symphyse, em 
angulo bastante accentuado; os dentes são substituídos por papillas der- 
micas que, na maxilla, superior, formam uma facha de egual altura, em 
toda a largura da bocca; da base dos barbilhões labiaes partem os labios 
inferiores, delgados, que formam com os ossos mandibulares uma fossa 
externa no angulo da bocca; os barbilhões labiaes têm a base muito 
espessa e attingem á abertura das guelras, os mentaes são muito curtos 
e os post-mentaes de pouco os excedem; os mandibulares espessam-se 
na sua parte articular, de modo a formar um tuberculo inferior; atraz 
deste mas do lado de cima e sobre a linha do contorno lateral da cabeça, 
ha outro tuberculo donde parte uma crista baixa para traz; por detraz 
deste tuberculo, no contorno, só ha um tuberculo humeral, donde parte 
outra ruga baixa, parallela ä primeira citada, seguida de outra mais baixa 
acompanhada duma crista que se dirige para traz, em curva, buscando 
a base da dorsal. Por detraz de cada um dos tuberculos oculares, se- 
gue-se uma fila de tres outros em linha um tanto curva, de concavidade 
virada para dentro; na linha mediana ha tres outras predorsaes ; os primeiros 
post-oculares estão em connexão com o primeiro predorsal, por uma 
ruga baixa e com elles, por esse modo, formam a figura de um M. As 
peitoraes são relativamente grandes, tendo o aculeo flexivel, membra- 
noso, na extremidade ainda que offerecendo ahi, posteriormente, os de- 
senhos de aciculos extrorsos. 

O annel escapular, inferiormente, apparece por debaixo da pelle dese- 
nhando o contorno de um escudo; a dorsal é rudimentar. 


1) Aypsiurus (Gr.); de hypsi, ao alto e oura, cauda. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIESE — PEIXES 393 


As ventraes marcam o plano em que comeca a lamina caudal abru- 
ptamente elevada, ä uma distancia da base do raio dorsal que eguala 
ao comprimento do aculeo dessa nadadeira; as ventraes distam entre 
si, anteriormente, cerca do proprio comprimento; ellas são dispostas quasi 
que verticalmente e terminam pouco depois da papilla genital. Em segui- 
da encontra-se um callo oblongo que marca a origem da anal; esta é 
arredondada e de altura egual ao comprimento. 

A linha lateral estende-se do segundo tuberculo predorsal á base da 
cauda com uma serie de pequenos tuberculos marginada superior e infe- 
riormente por uma outra parallela de tuberculos menores; bordo superior 
e inferior do pedunculo parallelo 4 partir do inicio da anal, ligeiramente 
recortado nas proximidades da caudal; esta nadadeira redonda, maior 
altura 6 e 2/3. O exemplar que serviu a presente descripção, mede 8 
centimetros de comprimento; é cinerio obscuro uniforme. Encontrei-o no 
Museu em um frasco sem indicação de especie alguma. 

Habitat : 


DYSICHTHYS ! Cope 


Pr. Acad. Nat. Sci. Philad. 133 — 1874 


«Cauda curta; anus quasi equidistante entre a ponta do focinho e 
a base da caudal; anal com menos de 10 raios; dorsal bem desenvol- 
vida, com cinco raios, o ultimo dos quaes adnato; cabeça mais alta do 
que a porção posterior da cauda, 2 barbilhões (nos maxillares sómente). » 
(Eigenm. & Eigenm). 


363 — Dysichthys australe ? Eigenm. & Ward. 


D ISA PP IRA AVE RO ARE CAIO) 


«Corpo delgado, sua maior largura na base das peitoraes 3 e 1/4 
no comprimento; altura na origem da dorsal 6 vezes no comprimento ; 
cabeça deprimida; focinho redondo; duas rugas divergindo de perto da 
porção central do focinho, correndo para traz por cima dos olhos, encon- 
trando-se ainda para formar a crista nuchal, deixando uma depressão 
em diamante entre as rugas; crista nuchal continuada para traz até a 
base da nadadeira dorsal; uma crista em cada lado começando no operculo 
e correndo parallela ás cristas lateraes e nucaes; as rugas e verrugas 
da cabeça bem desenvolvidas; espaço interorbital muito concavo; a parte 
da crista que limita a orbita especialmente forte; uma verruga adiante e 
outra atraz dos olhos. Estes collocados quasi lateralmente em baixo das 


1) Dysichthys (Gr.); de Dys, privação e ichthys, peixe (referencia a falta dos barbilhöes). 
2) Australis (Lat.) austral, do sul. 
6378 50 


394 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


rugas; olho 1 e 1/2 no focinho, 7 vezes na cabeça, 3 vezes no espaco 
interorbital; barbilhöes maxillares näo chegando ä base das peitoraes 
por 1/4 do seu comprimento. Processo coracoide parallelo posteriormente ; 
seu comprimento 2 vezes na distancia entre os dous. Processo humeral 
ligeiramente mais curto; pelle cä e lä recoberta de papillas muito cons- 
picuas, as dos lados do corpo arranjadas em cerca de 7 filas; distan- 
cia da dorsal ä ponta do focinho 2 e 1/2 vezes no comprimento ; aculeo 
peitoral armado, em ambos os lados, de longos ganchos. Pardo escuro, 
maculado de mais claro, nadadeiras de um pardo claro; ventre macu- 
lado de branco; cabeça 5; altura 6, largura 3 e 1/4. 

Habitat: Paraguay, Corumbá. 


AUCHENIPTERIDAE ' 


Corpo longo, comprimido; cabeça curta, focinho curto com as ma- 
xillas sub-eguaes, 6 barbilhöes, os mentaes em uma unica fila post-labial ; 
ossos da cabeça mediocremente desenvolvidos; fontanella projectando-se 
até o occipital, processo occipital terminando em parabola sobre a placa 
predorsal e curto; membrana branchiostega ligada ao isthmo; cintura 
esternal saliente; processo post-clavicular curto, com um aculeo dorsal 
mediocre; adiposa pequena, na parte posterior da anal; peitoraes mode- 
radas, ventraes amplas, äs vezes unidas entre si, posteriores ä dorsal; 
anal longa caudal furcada e linha lateral em zigue-zague. 


| Adiposa ausente . . . .. Epapterus 
Generos conhecidos 
| SE presenteni aaa Auchenipterus 


Epapterus ?, Cope 
Pr. Am. Philos. Soc. XVII — 677 - 1878 


Forma alongada, comprimida, perfil superior mais arqueado que o 
inferior; cabeça curta, com os ossos recobertos de pelle; bocca anterior, 
sem dentes; 6 barbilhões teretes; olhos lateraes, sub-cutaneos; fonta- 
nella longa, chegando ao occipital; processo occipital longo, membrana 
branchiostega unida ao isthmo ; dorsal rudimentar, 1 + 3; adiposa ausente; 
coracoide e humeral ponteagudos; peitoraes com aculeos fortes; ventraes 
com 14 raios; anal longa; caudal emarginada e linha lateral em zigue- 
zague. 

Especie conhecida: 


1) Auchenipterus, genero typieo e, eidos semelhante. 
2) Epapterus (Gr.); de epi em cima a, sem e pteron, nadadeira. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 395 


364 — Epapterus dispilurus ', Cope. 
DAMES PAGE 


« Alongado, fortemente comprimido ; perfil ventral quasi recto, dorsal 
fracamente arqueado. Cabeça curta, sua maior altura um pouco menor 
que a maior largura que é 1 e *; no proprio comprimento; superficie dos 
ossos aspera, coberta de pelle espessa. Fontanella continuada até o oc- 
cipital. Processo d’esse nome egualando, em comprimento, ä mais do 
dobro da largura, redondo posteriormente e unido á placa dorsal. Lados 
e orla anterior da placa dorsal emarginados, amplamente furcada por 
detraz, os ramos da bifurcação projectando-se muito á frente da dorsal 
e mais longos do que o resto da placa. Olhos grandes, lateraes, 1 vez 
no focinho, 3 vezes na cabeça e 1 e 1/2 no espaço interocular. Barbilhões 
attingindo o início das ventraes; maxillas sub-eguaes, largura da bocca 
1 e 1/2 na largura da cabeça, no angulo. Rastros longos e delgados, 13 +23. 
Póro peitoral presente. Linha lateral em zigue-zague, com numerosos 
ramos. Distancia entre a dorsal e o focinho 5 vezes no comprimento ; 
o aculeo pouco mais comprido que a pupilla. Caudal emarginada; 5 
vezes no comprimento. Anal muito longa, a distancia entre sua origem 
e o focinho 2 e 1/2 no comprimento. Ventraes chegando muito adiante 
da origem da anal, 1/4 mais longas do que a cabeça. Aculeo peitoral 
forte, attingindo as ventraes, seus lados e bordo externo lisos, o interno 
denticulado, 1 e 1/3 na cabeça. Dorso mais escuro ; cabeça, nuca e região 
humeral com maculas redondas escuras; uma nodoa escura no centro 
de cada lobo caudal; pagina superior das peitoraes maculada. 

Cabeça 5 e 4/5, altura 5; comprimento 13 centimetros». (Eigenm. 
& Eigenm.). 

Habitat: Alto Amazonas, Javary. 


AUCHENIPTERUS ?, Cuv. & Val. 


Hist. Nat. Poiss. XV, 154-1840 


Forma alongada, comprimida; cabeça revestida de pelle, de perfil 
superior recto, obliquo, o que pela opposição do inferior, lhe empresta 
um perfil cuneiforme. Bocca anterior, com as maxillas sub eguaes e dentes 
nos inter-maxillares e mandibulares; 6 barbilhões teretes, os mandibu- 
lares n’uma unica linha post-labial; narinas anteriores labiaes; fontanella 
longa, larga, de bordos sub-parallelos, projectando-se até o occipital por 
um sulco posterior; processo occipital mediocre, de contorno posterior 
parabolico; olhos lateraes, contiguos ao angulo da bocca. Membrana 
branchiostega unida ao isthmo. Cintura esternal vigorosa, com o post- 


1) Dispilurus (Gr.); Dis = duas vezes; spile = macula; oura = cauda. 
2) Auchenipterus (Gr.); de auchen, pescoço: nuca e pferon, asa (nadadeira). 


398 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


367 — Auchenipterus fordicei ' Eigenm. & Eigenm. 


D.1+6; A. 46; Vs. 13 4 14 


«Corpo curto, elevado, comprimido. Cabega curta, sua largura egual 
á distancia entre a ponta do focinho e o meio do operculo; altura na 
base do processo occipital, pouco menor do que a sua largura. Alto da 
cabeça coberto de pelle muito fina, superfície dos ossos estriada. Pro- 
cesso occipital de comprimento egual ao dobro da largura, parabolico 
posteriormente, na união da placa predorsal; esta profundamente enta- 
lhada na frente e atraz, menos nos lados; seu comprimento na linha me- 
diana 2 e 1/2 vezes no diametro ocular. Olhos 1 no focinho, 3 e 1/5 na 
cabeça, 2 e 1/3 no espaço interocular. Barbilhöes niaxillares chegando 
adeante da base das ventraes, sua base ossea, não attingindo o meio 
dos olhos; barbilhões mentaes chegando ao meio das ventraes; post- 
mentaes não attingindo o meio das peitoraes. Focinho redondo na fren- 
te, maxillas quasi eguaes, largura da bocca, no rictus, 1 e 3/5 na do 
focinho, no mesmo logar. Dentes como em A. nuchalis. Distancia entre 
o aculeo dorsal e o focinho 3 e 1/2 no comprimento; aculeo dorsal 1 
e 1/4 na cabeça, delgado, sua margem, anterior lisa, a posterior com 
dentes curtos; sua ponta, quando deprimida, chegando a vertical do ex- 
tremo do primeiro terço das ventraes. Caudal 4 e 2/5 no comprimento. 
Origem da anal equidistante entre o focinho e a base da caudal. Ven- 
tiaes grandes, 1/6 mais compridas do que a cabeça, com os raios in- 
ternos ligados por uma membrana, as pontas dos raios mais longos, 
chegando ao 8.º ou 9.º raios anaes. Aculeo peitoral longo e delgado, 1 
na cabeça, curvo, chegando um pouco adeante da origem das ventraes, 
com a orla externa lisa, a interna com dentes recurvados, agudos. Póro 
peitoral grande. Quasi uniforme, dorso um pouco mais escuro do que a 
parte inferior, raios internos das peitoraes e ventraes escuros; pontas dos 
raios anteriores da anal escuras, nadadeiras claras uniformes. Cabeça 
cinco, altura do aculeo dorsal, cinco; maior altura 4 e 3/5.» (Eigenm. & 
Eigenm.) 

Habitat: Esta especie foi fundamentada sobre um exemplar de 12 
centimetros de comprimento, procedente do lago Coary. 


AGENEIOSIDÆ * 


Forma alongada, comprimida; cabeça curta, larga, deprimida anterior- 
mente com a parte superior revestida de pelle; bocca antero-inferior com uma 
facha de dentes villiformes nos intermaxillares e mandibulares: barbilhões 
rudimentares geralmente com a base ossificada, os mentaes sempre ausen- 


1) Fordicei (Latinização). De Fordice. 
2) Ageneiosus, gen. typico; eidos semelhante, 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENE — PEIXES 399 


tes e os post-mentaes sómente presentes em um genero; olhos lateraes, 
posteriores ao angulo da bocca, sub-cutaneos; aberturas branchiaes 
amplas, se prolongando até o isthmo: fontanella longa, se projectando 
até a base do processo occipital; este curto, mais ou menos Y-forme ; 
nadadeira dorsal com um aculeo, articulada sobre as peitoraes; estas 
moderadas, ventraes largas, as vezes reunidas por uma commissura pos- 
terior; adiposa pequena, sobre a parte posterior da anal; esta longa, 
baixa; caudal furcada obliquamente ou verticalmente truncada. Linha la- 
teral simples, recta ou em zigue-zague, vesicula natatoria atrophiada ou 
quando desenvolvida, dividida em cellulas moderadas e tendo um septum 
longitudinal mediano. 

As especies brasileiras conhecidas, distribuem-se pelos seguintes 
generos : 


Linha lateral simples; 
barbilhões post-men- 
Caudal truncada .. taesgspresentesie en > Tetranematichthys 


Linha lateral ramosa; 
barbilhões post-men- 
taesimausentes em" Pseudageneiosus 


Can dal TURC Ad SE ee No ora o ee Ageneiosus 


TETRANEMATICHTHYS ', Bleeker. 


Nerderl. Tijdschrift Dierkunde, I, 108 - 1863. 


Corpo comprimido, cabeça moderada, com os ossos superiores nús ; 
bocca anterior, barbilhões atıophiados, os mentaes totalmente ausentes, 
olhos mediocres, lateraes, dorsal mediocre, adiposa pequena, caudal trun- 
cada, anal longa; linha lateral simples; vesicula natatoria livre na cavi- 
dade abdominal, dividida longitudinalmente por um septo mediano. 

Especie unica: 


368 — Tetranematichthys quadrifilis *, (Kner) 
DEC WAN ATV PS ME TOR ECO! 


«Comprimento da cabeça quatro vezes no total; largura adiante das 
peitoraes apenas um pouco mais estreita, a maior altura sob o inicio da 
dorsal quasi 1/5 do cemprimento total. Contorno rostral semicircular, a 


1) Tetranematichthys (Gr.); de tetra, quatro; nema, fita, barbilhäo e ichthys peixe, 
2) Quadrifilis (Lat.) = com quatro fios, isto é barbilhões, 


400 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


bocca occupa toda a sua largura, os intermaxillares apenas excedem um 
pouco os mandibulares, e tanto aquelles como estes possuem estreitas 
fachas de dentes, apenas perceptiveis, externamente mais finos; o bar- 
bilhão maxillar, villiforme, fica dissimulado numa prega sobre o angulo 
da bocca e é mais curto do que o barbilhão mandibular que lhe fica 
inferior e attinge a vertical dos olhos. Estes ultimos ficam bem poste- 
riores ao angulo da bocca, são de tamanho moderado e sub-cutaneos, 
ao contrario da granulosa parte superior da cabeça. As narinas que ficam 
entre os olhos são tambem pequenas. Os pharyngeanos superiores têm 
placas alongadas de grossos dentes compostos ou cardiformes. O aculeo 
dorsal é 1/3 mais curto 
do que o raio seguinte, 
que não attinge total- 
_ mente a altura do corpo; 
: O fulcrum da nadadeira, 
| até sob o qual chega a 
| Carapaça, é notavelmen- 
' te expesso; o aculeo das 
| peitoraes mais curto do 
“| que aquelle e que os 
raios articulados seguin- 
tes, é porém, fracamente 
FIG. 144 — Tetranematichthys quadrifilis, seg. Kner dentado no bordo exter- 
no e mais fortemente no 
interno. As peitoraes attingem o início da anal, cuja base comprehende 
mais de 1/3 do comprimento total, até os raios accessorios da caudal e 
cujos raios diminuem um pouco a altura para a sua parte posterior. A 
pequenina e pontuda adiposa fica sobre o extremo da anal. 

Linha lateral simples. Póro peitoral apenas perceptível. A coloração 
parece parda uniforme, a anal marginada de negro, ao longo da linha 
lateral ha uma estria denegrida. 

A vesicula natatoria é dividida por uma constricção em duas partes, 
uma anterior, arredondada e outra posterior mais comprida e terminando 
em ponta; ella occupa todo o comprimento da cavidade abdominal e 
encontra-se anteriormente e em cada lado em um sacculo provavelmente 
em relação com os orgãos do ouvido. A parede capsular longitudinal 
mediana prolonga-se pelas duas camaras da vesicula, só na posterior 
porém, partem della septos transversos, pelos quaes a sua concavidade 
se torna dividida em cellulas mediocremente numerosas. O estomago é 
grande, o tubo digestivo recto, os rins ficam á esquerda, os orgãos se- 
xuaes constituem saccos pares, fechados. (Sobre ovarios, pelo conteúdo 
elles não permittiram decidir com segurança.» (Kner). 

Deste raro peixe é o Museu de Vienna possuidor do unico exem- 
plar até hoje conhecido; esse exemplar mede cerca de nove centimetros. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 401 


Pseudageneiosus !, Bleeker 


Nerderl. Tydschrift. Dierkunde. 1, 1863. 


Forma alongada, comprimida: cabeça curta, deprimida; focinho de 
contorno semicircular, com a mandibula reentrante; dentes villiformes, 
em facha nos inter-maxillares e mandibulares ; barbilhöes maxillares os 
unicos presentes, de base ossea, não attingindo o angulo da bocca; 
olhos sub-cutaneos, lateraes, posteriores ao angulo da bocca; articula- 
ção da dorsal sobre a base das peitoraes, ventraes largas, adiposa 
pequena, sobre a parte posterior da anal; anal baixa, com os raios 
anteriores maiores, caudal obliquamente truncada. Linha lateral em zigue- 
zague, ramosa. Aberturas branchiaes se prolongando até o isthmo. 
Fontanella ampla, chegando ao processo occipital; parte superior da 
cabeça recoberta de pelle. 

Especie brasileira. 


369 — Pseudageneiosus brevifilis ?, (Cuv. & Val.) 
Mandubi 
Est. 52, fig. 2. 


D. 1+6; A.34 


Corpo comprimido, maior altura 5 vezes no comprimento (sem a 
caudal). Cabeca cuneiforme, 3 e 2/3, com o perfil inferior horizontal, 
parallelo ao plano do corpo, perfil superior obliquo sobre o mesmo 
plano, um tanto concavo pela forte elevaçäo do processo occipital; 
contorno rostral parabolico, bocca ampla com a maxilla superior exce- 
dendo um pouco a inferior; barbilhöes attingindo o angulo da bocca; 
olhos logo em seguida a este, 3 e 1/3 no focinho e 6 vezes na cabeca; 
fontanella se projectando até a base do processo occipital, este regu- 
larmente chanfrado no extremo posterior e de bordos fracamente 
concavos; todos os ossos da cabeça recobertos de pelle; aculeo dorsal 
robusto, obtusamente denticulado no bordo anterior, pouco menor que 
as nadadeiras peitoraes; aculeo destas fraco, flexivel, não denticulado 
porém transverso e obliquamente estriado, as nadadeiras chegam fran- 
camente á axilla das ventraes; estas não reunidas por commissura 
posterior; anal um tanto falciforme pela elevação dos raios anteriores; 
adiposa sobre o ultimo terço da anal; caudal obliquamente truncada, 
com uma reentrancia fraca entre os lobos e o inferior redondo, 


1) Pseudagenelosus (Gr.); de pseudos, falso ; “ageneiosos, genero referido. 
2) Brevifilis (Lat.) com os fios (barbilhões) curtos. 


6478 5 As Ve ng | 54 


402 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


Parte superior, axilla, pagina superior das nadadeiras pares, dorsal 
e adiposa pardas; uma larga facha obscura marginando a caudal; face 
ventral alvadia (em alcool), 32 centimetros. Maior comprimento registado 
5 decimetros. 

Habitat: Amazonas, Paraguay. 


Ageneiosus ', Lacép. 


Hist. Nat. Pois. V, 132, 1805 


Corpo comprimido, de perfil superior e inferior convexos; dorsal 
anterior, superior á axilla das peitoraes; cabeça cuneiforme, anterior- 
mente deprimida, contorno superior do focinho mais ou menos largamente 
parabolico, pelo desenvolvimento dos intermaxillares, dentes em facha 
nos intermaxillares e mandibulares; barbilhões maxillares os unicos 
presentes, com a base ossificada, quando muito apenas attingindo o 
angulo posterior da bocca; olhos lateraes, subcutaneos; fontanella longa, 
chegando ao processo occipital, mais ou menos; este mais ou menos 
Y-forme; todos os ossos do alto da. cabeça delgados, revestidos de 
pelle; abertura branchial ampla, chegando até o isthmo; ventraes largas 
com 7 a 8 raios, ás vezes reunidas por uma commissura posterior; anal 
baixa: caudal profundamente furcada; linha lateral em zigue-zague, ra- 
mosa nos lados; vesicula natatoria atrophiada. 


Anal não chegando a. 35 raios 2u..e te. era ai a o dante, = ee A. brevis, 

Especies brasileiras barbilhöes Rit 38-39... . A. dawalla. 
| [Olhos6e1/2a7 formes Mis. An Ag. A A. dentatus. 
A.38-44... Jel/2na a 


Olhos 7 e 1/2 a 8 vezes na cabeça. A. ucayalensis. 
1) Ageneiosus (Gr.) = imberbe; isto é, sem os barbilhões mentaes e post mentaes. 
2) Ageneiosus atronasus pertence a este grupo e differe de A. brevis em ter o pediculo do 
barbilhão espinhoso. 


Ageneiosus atronasus, Eigenm. & Eigenm. 
Dis +/63 A730: 


«Corpo da mesma largura que a altura sob o aculeo dorsal. Cabeça curta, deprimida, não 
muito elevada por detrás dos olhos; perfil quasi recto, muito menos abrupto que em A. brevis; 
cabeça coberta por pelle delgada, com a superficie ossea longitudinalmente rugosa, a maior 
largura da cabeça 1 e 1/3 do seu comprimento; largura no rictus 1 e 1/2; o focinho como em 
brevis largamente redondo na frente. 

Fontanella curta, terminando no centro dos olhos porém continuando como um sulco para trás 
até a margem posterior dos olhos. Processo occipital apenas de comprimento egual 4 sua largura 
basilar, coossificado com a placa dorsal, suas rugas superficiaes um tanto granulares. Olhos 1 no 
focinho, 3 e 1/3 na cabeça, 2 no espaço interocular. 


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A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 403 


370 — Ageneiosus brevis ', Steind. 


D. 1+6; A. 32 a 34 


«Comprimento da cabeça até o extremo osseo das coberturas das 
guelras 3 e 1/3 maior altura do tronco, sob o aculeo dorsal 4 e 1/2 
vezes no comprimento do corpo, diametro ocular 3 e 1/2, comprimento 
do focinho um pouco mais de 3 vezes, largura da bocca, entre os an- 
gulos, um pouco menos do que 2 vezes no comprimento da cabeça. 


Ossos no lado superior da cabeça estriados e só recobertos por 
pelle muito fina. A metade anterior da cabeça mui fortemente deprimida ; 
olhos grandes, ovaes, recobertos por uma ‘pelle opaca, posteriores ao 
angulo da bocca e dirigidos em parte para o lado inferior da cabeça. 


Barbilhões maxillares no curto rudimento externo pedicular dos 
maxillares superiores, curto e delgado, não ramificado. Dentes ponte- 
agudos, villiformes. Intermaxillares projectando-se circularmente para a 
frente e excedendo de pouco os mandibulares; focinho largo anterior- 
mente, curvo em amplo arco. Por trás da fronte se eleva o perfil su- 
perior da cabeça muito abruptamente até a base do aculeo dorsal. Este 
ultimo é mui finamente denticulado na orla anterior e um tanto forte- 
mente na posterior. 


A parte rija do aculeo dorsal excede o focinho de pouco em com- 
primento, o primeiro e mais elevado raio da mesma nadadeira, eguala 
ao comprimento da cabeça mais meio ou todo um diametro ocular. 


——_ eee 


1) Brevis (Lat.) = curto, 


Porção ossea dos barbilhões maxillares 2/3 no comprimento total dos mesmos, projectando- 
se a metade de sua extensão ä frente do rictus, sua margem inferior mui finamente crenulada 
junto 4 ponta. Focinhö curto como em A. brevis, quasi 2 no espaco interocular. 

Maxilla superior por toda a extensão estreitamente proeminente, com a facha intermaxillar 
de dentes como em A. brevis. Linha lateral em zigue-zague, com ramificações partindo dos 
angulos. Distancia da dorsal ao focinho 2 e 3/5 no comprimento; o aculeo dorsal*1 e 1/3 
na cabeça, aspero naifrente e tendo curtos dentes na margem interna, excepto junto á base. 


Espaço interdofsal 2 e 1/2 no comprimento, adiposa alta e curta. Caudal furcada, com 
os lobos ponteagudos, 1 na cabeça. Origem da anal 3/5 mais proxima da base da caudal do 
que do rictus. Ventraes chegando 4 anal, le 4/5 na cabeça. Aculeo peitoral como ode A. brevis, 
um pouco mais curto, 1 e 1/2 na cabeça. Dorso purpureo; cabeça punctulada superior e infe- 
riormente de purpureo; labio superior purpureo escuro, o inferior mui estreitamente marginado ; 
uma: facha lateral obscura formada de manchas escuras; punctulação pequena acima-da anal, 
todas as nadadeiras mais ou menos punctuladas de purpureo, a caudal estreitamente marginada 
desta côr. Cabeça 3 e 3/5, altura, sob a dorsal 6, sobre a anal 5; D. 1 +6, A. 30. 95 centimetros. 


(Eigenm. & Eigenm.) Estes autóres presumem ser A. atronasus procedente do Brasil, 


404 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


O aculeo das peitoraes é sempre distinctamente mais longo e mais 
forte do que o da dorsal; é deprimido e provido de denticulações muito 
curtas no bordo externo e mais robustas no interno (do mesmo modo 
que o dorsal). Póro peitoral distinctamente visivel. 

O primeiro raio peitoral chega incidentemente ao mesmo comprimento 
que o da dorsal; a ponta das peitoraes excede um pouco as ponteagu- 
das ventraes; as ultimas egualam, em comprimento, a cabeça com 
excepção do focinho. A adiposa é muito estreita na base, comquanto 
mediocremente elevada; a caudal é entalhada profundamente em forma 
semilunar na orla posterior. Os lobos caudaes terminam posteriormente 
em ponta e o superior é um pouco mais longo que o inferior. A linha 
lateral emite, de todo o curso, pelo tronco até a caudal, certas ramifi- 
cações para cima e para baixo e é delicadamente anfractuosa em zigue- 
zague. Troncos e nadadeiras immaculados, 11 centimetros.» (Steindachner). 

Habitat: Coary, Javary — Amazonas. 


371 — Ageneiosus dawalla ', Schumb. 
Mapará ; Lalau. 


D. 1+6; A. 38 4 39. 


«Cabeça 3 e 1/3; quando as guelras são contrahidas, ella é 1/3 
mais longa do que larga, quando muito abertas a differença não é maior 
do que 1/5. O contorno horisontal do focinho é parabolico. A maxilla 
superior avança mais que a inferior, todas duas têm uma facha de dentes 
villiformes; o paladar não tem dentes. O barbilhão maxillar é reduzido 
a um filamento mais fino que um cabello, o qual excede, entretanto, a 
commissura e chega até os olhos. A fenda oral occupa 1/2 da extensão 
da cabeça. Os olhos, immediatamente posteriores á commissura e quasi 
sem bochecha inferior a si, occupam o sexto desse comprimento em 
diametro e ficam a mais de quatro diametros um do outro; as narinas, 
os operculos, as membranas branchiostegas, são como em A. valenciennesi ; 
os aculeos, quer o dorsal quer os-peitoraes, são muito delgados, sem 
denticulações, mais curtos de metade que as nadadeiras, bastante rudes 
entretanto para não terem perdido o caracter de aculeos. De resto, as 
nadadeiras são dispostas pouco mais ou menos como em A. valenciennesi. 
A linha lateral tem as mesmas ondulações e os mesmos ramos. O joven 
que serviu de motivo a esta descripção e cujo tamanho não excede de 
11 centimetros, parece, no alcool, cinzento, com largas maculas ou 
fachas irregulares e pholigonos de um pardo desbotado. A dorsal e as 


1) Dawalla, nome pelo qual os Aruaks designam este peixe, 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 405 


quatro nadadeiras pares são de cor parda obscura; a anal e caudal 
coloridas como o corpo; garganta e abdomen alvadios.» (Cuvier & Va- 
lenciennes.) 

Habitat: Amazonas, Guyana. 


372 — Ageneiosus dentatus ', Kner. 


D. 1+6; A. 4 


Moderadamente alongado, comprimido; altura 4 e 1/2 (sem a caudal). 
Cabeça deprimida, cuneiforme; bocca infero anterior, com os intermaxil- 
lares proeminentes, descrevendo um semi-circulo completo; facha dentaria 
intermaxillar de altura egual á 1/2 do diametro ocular, mandibula reen- 
trante, com os dentes föra de contacto com os da maxilla superior; bar- 
bilhão maxillar não attingindo o angulo da bocca ; fontanella se projectando 
até o nieio do occipital; processo desse nome V-forme, com as hastes 
mais curtas que a base; olhos tres no focinho, 6 e 1/2 na cabeça; dorsal 
originando-se na vertical da axilla peitoral, com o aculeo delgado, pro- 
vido de denticulações obtusas no bordo anterior. Aculeo peitoral recto, 
egualando ao comprimento que vae da ponta do focinho ao bordo ocular 
posterior, maior que o aculeo dorsal e serrilhado no bordo posterior; 
depois da dorsal o perfil superior se eleva e depois desce em curva 
fraca até a caudal; a adiposa, pequena, porém espessa, fica sobre o 
ultimo quinto da anal; esta é baixa; as ventraes são largas porem não 
reunidas posteriormente por uma commissura caudal furcada. O exem- 
plar que serviu á presente descripção, conservado em alcool, é de cor 
escura superiormente, nas axillas e pagina superior das peitoraes, sendo 
os lados e parte inferior do corpo branco; maior comprimento regista- 
do — 25 centimetros. 

Habitat: Amazonas e Magdalena. 


373 — Ageneiosus ucayalensis ? Casteln. 


D. 1+6; A. 43 


«Corpo alongado, quasi do mesmo comprimento que a largura, na 
frente das ventraes, tornando-se fortemente comprimido aträs destas. 
Cabega recoberta de pelle, muito deprimida, focinho pontudo, espatulado ; 
superficie dos ossos longitudinalmente rugosa. Fontanella continuada para 
träs por um sulco até junto do processo occipital. Este da mesma lar- 
gura que o comprimento, firmemente unido á placa dorsal. Largura da 
cabeça pouco mais do que duas vezes no proprio comprimento; largura 


1) Dentatus (Lat.) = provido de dentes. 
2) Ucayalensis — do rio Ucayale. 


406 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


do rictus apenas menor do que a maior largura. Olhos lateraes, tres e 
meia a quatro vezes no focinho, sete e meia a oito na cabega, tres e 
meia no espaço interocular. Barbilnöes maxillares simples, não attingindo 
o angulo da bocca. Comprimento do focinho maior do que a largura 
interocular. Abertura da bocca duas vezes € um terço na cabeça. Dentes 
como em À. valenciennesi, com altura da facha intermaxillar, na frente, 
egual ao diamentro ocular. Membrana das guelras confluente com a pelle 
do isthmo por detrás dos olhos. Rastros, 5 + 12; poro peitoral pequeno. 
Linha lateral em zigue-zague, ramosa. Distancia entre o aculeo dorsal e 
a ponta do focinho 3 e 2/5 a 3 e 1/5 no comorimento da cabeça; o 
aculeo 2 a 21/5 da cabeça, delgado, flexivel com pequenos dentes nas 
margens. Distancia entre a dorsal e adiposa quasi duas vezes no com- 
primento, adiposa alta e curta, egual 4 metade do comprimento da dorsal. 
A caudal é profundamente furcada, com os lobos ponteagudos, 4 e 1/2 
no comprimento. Origem da anal equidistante da base da caudal e do 
ricto ou da margem posterior dos olhos. Ventraes attingindo a anal e 
duas vezes na cabeça; aculeo peitoral liso na sua margem externa, ex- 
cepto junto da base; sua margem interna serrilhada; muito mais delgado 
do que em A. dentatus; duas vezes na cabeça. Superficie dorsal azul 
escura, tornando-se abertamente pallida sobre os lados; nadadeiras pal- 
lidas; cabeça 3 e 4/5 a 4; altura em baixo da dorsal 7 e 1/3 a 8 e 1/2, 
de cima da anal 5 e 3/4 Br. 11. 26 centimeiros». (Eigenmann & Eigen- 
mann). 
Amazonas e tributarios, Paraná, Cuyabá, Rio Puty. 


HYPOPHTHALMIDÆ ' 


Forma alongada, comprimida, cabeça com os ossos delgados, reticula - 
dos;bocca anterior, edentula ou com dentes villiformes nos intermaxillares, 
mandibulares e vomer; 6 barbilhöes variaveis; olhos lateraes, sobre o 
angulo da bocca ou sobre a articulação dos mandibulares; processo «cci- 
pital delgado, muito afastado da dorsal; abertura das guelras projectando- 
se até o isthmo; rastros numerosos, altos; rudimento de lingua sub-cu- 
taneo, bifido; dorsal sobre a parte anterior da anal, peitoraes moderadas, 
ventraes pequenas, adiposa idem sobre a parte posterior da anal, que é 
longa e baixa; caudal iurcada; linha lateral recta, com reticulações pro- 
duzidas por entrecruzamento de bifurcações dos ramos lateraes supe- 
riores e inferiores, os quaes quasi attingem os bordos superior e inferior 
do perfil lateral; vesicula natatoria atrophiada. 

Genero brasileiro: 


1) Hypophthalmidæ (Gr.) Hypophthalmus, genero typico; eidos, semelhante. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENE — PEIXES 407 


Hypophthalmus !, Spix. 


Pisc. Bras. 16 — est. 9 — 1829. 


Caracterisado principalmente pela ausencia de dentes sobre o vomer, 
mandibulares e intermaxillares, é representado pela especie unica: 


374 — Hypophthalmos edentatus ?, Spix. 


Manduby 


Corpo alongado, comprimido, contorno superior mais arqueado que 
o inferior; cabeça alongada, deprimida anteriormente, de perfil que faz 
lembrar vagamente o da cabeça de um robalo e com os ossos muito 
delgados, reticulades e revestidos de pelle fina; bocca ampla, anterior, 
edentula, mandibula prognatha; olhos sobre a articulação mandibular, 
mediocres 11 e 1/2 vezes na cabeça; operculo estriado; abertura bran- 
chial projectando-se até a symphisis; rudimento de lingua bifido, sub- 
cutaneo; rastros numerosos, finos, villiformes e altos, constituindo uma 
escova cesophagiana; em vez de fontanella um sulco que se prolonga 
até o processo occipital, este delgado e mediocre 3 e 1/3 no comprimento 
da cabeça; dorsal afastada do processo occipital e sobre o 2º nono do 
comprimento da anal; peitoraes mediocres, attingindo, porém, a parte 
posterior dos raios internos das ventraes; estas pequenas, tendo o anus 
posterior ä sua base e quasi attingindo, com a ponta dos raios exteriores, 
o início da anal; esta, baixa e longa, com os raios anteriores um tanto 
maiores que os posteriores; caudal amplamente furcada, com os raios 
externos prolongados, muitos raios accessorios superior e inferiormente 
e o lobo inferior mais robusto que o superior. Linha lateral recta, cur- 
vando-se junto á caudal para o lobo superior e emittindo, em toda a 
extensão, raios collateraes para cima e para baixo, os quaes attingindo 
as proximidades das orlas superior e inferior se curvam para trás; os 
ramos superiores emittem outros para cima e para a frente e os inferi- 
ores para cima e para trás, rectos, e como todos estão situados em 
distancias eguaes e teem direcção parallela entre si, segue-se que nas 
visinhanças da linha lateral, parte dita, forma-se uma recticulação que 
faz lembrar o contorno das escamas dos ganoides, ao passo que os 
inferiores e superiores lembram a disposição das escamas do genero 
Callichthys ou dos fosseis; em os dois lados de cada ramo ha pequenos 
tubos onde se abrem póros mucosos. 


1) Hypophthalmus, (Gr.) Hypo, em baixo; ophthalmus, olhos. 
2) Edentatus (Lat.) — desdentado. 


408 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


Os barbilhöes säo fimbriados e variam de comprimento, sendo que, 
no exemplar que serviu á presente descripgäo, os maxillares attingem a 
base das peitoraes, os mentaes a base das peitoraes e os post-mentaes 
a orla opercular. A’s vezes a extensäo € maior. Comprimento 42 cent. 
o maior registrado, 1/2 metro. 

E’ este um dos peixes mais curiosos da fauna brasiliense e o es- 
tudo do seu desenvolvimento merece a attenção dos que se occupam 
com os problemas da phylogenia dos animaes. Com effeito, os seus 
caracteres, tanto externos como internos, säo muito aberrantes e pro- 
mettem favorecer grandemente as pesquizas de sua evolucäo. 

Habitat: Amazonas e tributarios, Rio Paraná. 


BIBLIOGRAPHIA 


BIBLIOGRAPHIA 


Ancistrus brevipinnis, Regan — Xenocara brevipinnis, Regan, Trans. Zool. Soc. 


Ancistrus damasceni 


Ancistrus cirrhosus, 


London, XVII, 3º parte—252 e 257—1904; o mesmo, Annals 
& Mag. Nat. Hist. XVII (7º Ser.) — 97 — 1906; Xenocara 
brevipinnis, Steind. Sitzungsber. Akad. Wien CXVI — Bd. 
488— 1907. 


(Steind.) = Aenocara damasceni, Steind. Akad. Anzeigen, 
XVII, 292 — 1907. 
Cuv. & Val. = Hypostomus cirrhosus e H. temminckii, Cuv. 


& Val. — XV, 378 e 3801840; Val. em D'Orbigny: Voyage 
dans |" Am. Merid. Poiss. IX, est. VII, ig. 3 — 1847; Ancistrus 
cirrhosus, A. dolichopterus, Kner, Denkschrift, Akad. Wien, 
VII, 272 e 274, est. III, fig. 1— 1854; "Ancistrns temminckü 
Bleeker, Silur. Surin. 11, est. 1, fig. 3e est. 2, fig. 2 — 1864; 
Chaetostomus hoplogenys, C. lencostictus, C. cirrhosus, e C. 
dolichopterus Günther, Cat. V. 247 a 249 — 1864; Chaetosto- 
mus alga, C. malacops, C. variolosus, Cope, Pr. Acad. Philad. 
287 e 288, est. XV, figs. 2 e3— 1871; Ancistrus cirrhosus, 
A. hoplogenys, A. leucostictus, e A. temminckii Eigenmann y 
Eigenmann, Pr. Calif. Acad. Sci. 2°. 2º Ser. 47 e 48—1890; 
os mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci. —l. 445, 446 e 
448 — 1890; os mesmos, Pr. U.S. Nat. Mus., XIV, 43, 1891; 
Chaetostomus cirrhosus, C. leucostictus, Boul. Trans. Zool. 
— Soc. London, XIV, 31—1806, Chaetostuma cirrohosum e 
C. hoplogenys Berg. An. Mus. B. Aires, V, 275 e 277 
— 1897. Xenocara dolichoptera, X. temminckü, X. hoplo- 
genys, X. cirrhosa, Regan, Trans. Zool Soc. London XVII, 
3º parte, 252 — 254 e 256 — 1904. 


412 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


Ancistrus stigmaticus, Figenm. y Eigenm. — Ancistrus stigmaticus, Eigenm. y Ei- 
genm., Proc. Calif. Acad. Sci.—2!, 2! Ser. 48 — 1890; os 
mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad. Sci. I, 445 e 446— 
1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus, XIV, 43 — 1891; 
Xenocara stigmatica, Regan, Trans. Zool. Soc. London, 
XVII, 3% parte —253 e 259 —1904; A. de Miranda Ribei- 
ro, Lavoura, anno XII, n. 5— 186 — março de 1907. 

Hemipsilichthys gobio (Lutks.)— Xenomystus(preoccupado) gobio, Lutken, Ichthyogra- 
phiske Bidrag — Videnskabelige Meddelelser i Kjöbenhavn— 
217, est. IV—1874; Hemipsilichthys gobio, Eigenm.y Eigenm. 
Pr. Calif. Acad. Sci. — 2°, 2° Ser. 46—1890; Occas. Papers 
Calif. Acad. Sci., 438 — 1890; os mesmos, Plecostomus hey- 
landii, Boulenger, Annals y Mag. Nat. History, 7? ser. V, 
165 —1900. Hemipsilichthys gobio, Regan, Trans. Zool. Soc. 
London, 221 —1904 

Hemipsilichthys cameroni, Steind.—Hemipsilichthys cameroni, Steindachner, Ue- 
ber einige Fischarten aus dem Flusse Cubatäo, im Staate 
Sta. Catharina bei Theresopolis (Brasilien) pag. 1, est. 1, 
fig. 1, est. II, — Sitzungsber. Akad. Wien — Bd. CXVI — 
1907. 

Hemipsilichthys duseni, Mr. Rib.— Hemipsilichthys duseni, Alípio de Miranda Ri- 
beiro, Peixes do Iporanga, Lavoura, anno XI, n. 5 —187— 
1907; o mesmo, On Fishes from the Iporanga, Arkiv för 
Zoology, Bd. IV, N: 19—Junho 1908; o mesmo, Kosmos, 
n. 1—1908. 

Neoplecostomus granosus (Cuv. |& Val) — Aypostomus granosus, Cuvier & Valen- 
ciennes, Hist. Nat. Poiss. XV, 371—1840, Plecostomus gra- 
nosus, Günther, Cat. V, 237—1864; Plecostomus microps, 
Steindachner, Süsswasserfische. Brasilien (III), 130, est. 
XII —LXXIV Bde. Sitzungsber. Akad. Wien — 1876; Neo- 
plecostomus granosus e N. microps, Eigenm. & Eigenm. Pr. 
Calif. Acad. Sci — 2º 2º Ser. 42 — 1890; os mesmos, Occas. 
Papers Calif. Acad. Sci. I, 395, 1890; os mesmos, Pr. U. 
S. Nat. Mus. XIV, 40, 1891; Ncoplecostomus granosos, Re- 
gan, Trans. Zool. Soc. London, XVII — 3º parte, 306 — 
1904. 

Plecostomus emarginatus (Cuv. & Val.)— Hypostomus emarginatus, Cuv. & Val. 
Hist. Nat. Poiss. XV, 369—1840 — Hypostomus squalinus, 
Schomb. Fishes Brit. Guiana, III, 142, est. 2— 1841; Aypos. 
tomus horridus e H. emarginatus, Kner, Denkschrift Akad. 
Wien, VII, 259 e 260 — est. 1, figs. 1 e 2— 1854; Plecos- 
tomus emarginatus e P. horridus. Günther, Cat. V, 232 e 233 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE 


PEIXES 413 


— 1864; Plecostomus scopularios e P. biseriatus, Cope. Pr. 
Acda. Philad. pgs. 55 e 285, est. 16, figs. 1 e 2— 2871: 
Plecostomus virescens, o mesmo, op. cit. 137 — 1874; Plecos- 
tomus horridus, Peters. Monatsber. Akad. Berl., 471 — 
1877; Plecostomus villarsi, Lutken, Overs. Dan. Selsk, 211 
— 1874; Plecostomus virescens, Cope, Pr. Am. Philos. Soc. 
XVII, 681 — 1878; Plecostomus tenuicauda e P, villarsi, 
Steindachner, Denkschrift Akad. Wien, XXXIX, pgs. 40 
e 42, ests. VI e VII; Plecostomus tenuicauda Steindachner, 
Denkschrift Akad. Wien XLII, 63— 1888; Plecostomus annae, 
o mesmo , Denkschrift, XLIII, 112 —est. III fig. 2 —1881; 
Plecostomus emarginatus, P. biseriatus, P. villarst, P. vi. 
recens, e P. annae Kigenm. y Eigenm. Pr. Calif. Acad. 
Sci., 2. Ser. 1°, 167, 1889; os mesmos, : Occas. Papers 
Calif. Acad. Sci., —I, 397, 398, 401, 408 e 409 —1890; os 
mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 40 e 41—1891; Plecos. 
tomus emarginatus, Regan, Trans. Zool. Soc. London, XVII, 
parte 3°, 204 e 210 — 1904; ?. tenuicauda Regan, Annals 
& Mag. Nat. Hist. Ser. 7º, — vol. XVII, pag. 94 — 1906. 


Plecostomus wertheimert, Steind. — Plecostomus wertheimeri, Steindachner, Sit- 
zungsber. Akad. Wien (Ueber eine Plecostomus-Art aus 
Brasilien) LV Bd. 701 — est. I—1867; Pseudancistrus wer- 
theimeri, Kigenm y Eigenm., Pr. Calif. Acad. Sci—2°, 2? 
ser., 45—1890; os mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad. Sci. 
I, 435, 436—1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 
42—1891; Plecostomus wertheimeri. Regan. Trans. Zool. Soc. 
London, XVII, 3: parte, 205 e 218—1904. 

Plecostomus vaillanti, Steind = Plecostomus vaillanti, Steindachner, Süsswasser- 
fische Sudöstliche Brasiliens (IV), 9 — Sitzungsber. Akad. 
Wien LXXVI—1877; Eigenm. y Eigenm. Pr. Calif., Acad. 
Sci—2* ser. 1º, 169—1888; 0s mesmos, Occas. Papers. Calif. 
Acad. Sci. I, 398 e 407—1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. 
Mus. 41—1891; Regan, Trans. Zool. Soc. London, XVII, 
204 e 210 — 1904. 


Plecostomus wuchereri, Gunther — Plecostomus wuchererie P. brevicauda, Gunther, 
Cat. V, 235 — 1864; Pl. Lima, Lutken, Overs. Selskaab, 
n. 3—70 — 1873; o mesmo, Vidensk, Selsk. Skr, 5 
Raekke, A. 12, Bd. II, 140 — 1875; Steind. Sussewasser- 
fiche Sudöstlichen Bras. 121, Sitzungsber, Akad. Wien. 
LXXIV — 1876; Pl. lutkent, o mesmo Sitzungsber, LX; 
VI, 217 — 1877; Pl. vermicularis, Pl. lutkeni, Pl. wuche- 
reri Eigenmann y Eigenmann, Pr. Calif. Acad. Nat, Sci. 


414 


ARCHIYOS DO MUSEU NACIONAL 


2º, Ser. I, 170 e 171 — 1898; os mesmos, Occas. Papers. 
etc. I, 399, 400, 411 e 413 — 1891; os mesmos, Pr. U.S. 
Nat. Mus. XIV, 41 — 1891; Plecostomus vermicularis, Boul. 
Trans. Zool. Soc: London, XIV, 2º parte 30 — 1896; Ple- 
costomus wuchereri e Pl. luetkeni, Regan, Trans. Zool. Soc. 
London, XVII, 205, 216 e 217— est. X, fig. 2— 1904. 
Plecostomus obitusirostris, Steindachner, Sitzungsber, Akad. 
Wien. CXVI, 4901907. 


Plecostomus agna, Mir. Rib. = Plecostomus agna, Alipio de Miranda Ribeiro, 


Peixes do Iporanga) — Lavoura, anno XI, n. 5 — Maio de 
P g 
1907. 


Plecostomus tietensis, Rud. Ihering e P. metensis, Rud. Ihering e Tate Regan, 


Ann. & Mag. Nat, History, Ser. 7-XV de 1905, 569. 


Plecostomos verres (Cuv. & Val.) = Hypostomus plecostomus e P. verres Cuv. y 


Val. XV, 361 e 365 — 1840; Plecostomus bicirrhosus, Gun- 
ther (parte) Cat. V. 231 — 1864; Plecostomus carinatus, 
Steind, Denkschrift Akad, Wien, XLIII, 108, est. IV, fig. 
2 — 1881; Plecostomus carinatus. Eigenm. y Eigenm., Occas. 
Papers Calif. Acad. Sci. I, 398 e 416 — 1890; os mesmos, 
Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 40 — 1891 Plecostomus verres e 
Pl. carinatus, Regan. Trans. Zool. Soc. London, XVII, 
204-209 — 1904. 


Plecostomus plecostomus (L.) — Loricaria plecostomus, Linnaeus, Syst. Naturae, 508 


— 1766; Bl. Ichthyol. VIII, 374; Bl. & Schn. 124 — 1801; 
Hypostomus guacary, Lacép., V, 145 — 1803; Loricaria flava, 
Shaw, Zool., V, 38 — est. CI— 1805; Zypostomus plecostomus, 
Schomburgk, Fishes Guiana, I, 139 — 1841; Kner, Denks- 
chrift. Akad. Wien. VII, 263—1853; Plecostomus bicirrhosus, 
Gronow, Cat. 158— 1854; Aypostomus robini, Gill, Ann, 
Lyc. N. York, VII, 46— 1858; Plecostomus brasiliensis, 
Bleeker, Sil. Surin. 7 Nat Verh. Holl. Maats. XX — 1864; 
Plecostomus bicirrhosus, Günther, Cat. V, 231 — 1864; Kner 
& Steindachner, Abhandl. Bayer. Akad. X, 60 — 1865; 
Hensel, Wiegmns, Archif für Naturg.. 75 — 1870; Steind. 
Flussfissche Südamerica II — 109. Denkschrift Akad. Wien. 
XLIII, 1881; Plecostomus flavus, Eigenm. y Eigenm, Bull. 
Soc. Philomatique, Setima serie, IV, 155 — 1880; P/ecos- 
tomus plecostomus e P. seminudus, Eigenmann y Eigenmann, 
Pr: Calif; Acad. Seis, 280 Send 1687 e 2169 1889; M0S 
mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci. —I, 398, 408 e 
409 — 1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 40 e 41 
— 1891; Plecostomus boulengeri, Eignm, & Knnedy. Pr. Acad. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 415 


Philad. 502 — 1903; Pecostomus guacary, Regan, Trans. 
Zoolog. Soc. London, VXI, 203 e 205 — 1904; 
Eigenm, & Ward, Annals Carnegie Museum, IV, n° I, 
122— 1907. 


Plecostomus macrops, Eigenm. & Kigenm.— Plecostomus macrops, Eigenmann 


& Eigenmann, Pr.Calif. Acad. Sci.—2? Ser. I. 170— 1889; 
os mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci. —I, 399 e 
410 — 1890; Pl. pantherinus Boul. Ann. & Mag. Nat. 


Hist, vol. 10, n. 55, pag. 9, — 1892; Plecostomus terres- 
tris, Boul. Pr. Zool. Soc. London, 525 — 1895; o mesmo, 


Trans. Zool. Soc, Lond. XIV, 2? parte, 30,est. V — 1896; 
Plecostomus latirostris, Pl. terrestris e Pl. macrops, Re- 
gan. Trans. Zool. Soc. London, 3* parte, 204, 213 e 214 
— est. XI, fig. 1, — 1904. 


Plecostomus garmani, Regan — Plecostomus lima e Pl. lima atropinnis, Ei- 


Plecostomus 


unae, 


genm. y Eigenm. Ocas. Papers Calif. Acad. Sci — 399, 
409 e 410 — 1890; Plecostomus lima, os mesmos, Pr. U. 
S. Nat. Mus. XIV, 41— 1891; Plecostomus garmani, Re- 
gan. Trans. Zool. Soc. London, XVII, 3* parte, 205 e 
214, est. X, fig. 1 — 1904. Ann. & Mag. Nat. Hist., Ser. 
7%, vol. XVII, 95 - - 1906. Plecostomus paulinus, Pl. her- 
manni. Rhud. Ihering & Regan. Ann. & Mag. Nat. Hist. 
Ser. 12, XV, 560 — 1905. 

Steid. — Plecostomus robinii, Gunther, Cat. V, 236 — 1864; 
Steindachner, Susswasserfische Sudostlichen Brasilien, III, 
118, Sitzungsber. Akad, Wien, LXXIV, — 1876; Plecosto- 
unae, Steindachner, Sitzungsber Akad. Wien (Ichthyol, 
Beitr. VI), 383 — 1878; Plecostomus robini, Figenm. y Ei- 
genm. Pr. Calif. Acad. Sci. 2º Ser. I, 170 — 1889%e Occas. 
Papers Calif. Acad. Sci. — I, 400 e 412 — (nec synonyma) 
1890 ; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 41 — 1891; 
Plecostomus unae, Regan, Trans. Zool. Soc. London, XVIII, 
3: parte, pags. 205 e 215 — 1904. 


Plecostomus commersoni (Cuv & Val.) = Hyppostomus commersoni e H. punc- 


tatus, Cuv. & Val. XV, 364 e366 — 1840; Valenciennes in 
d’Orbigny, Vovage dans 1'Amérique Meridionale, IX, 
Atlas 2,est VII, fig. 2 — 1847; Hypostomus subcarinatus, 
Casteln. Anim. Nouv. etc., Poiss. 42, est. X, fig. 1— 
1855. Plecostomus commersoni e P. punctatus, Gunther, 
Cat. V, 232 — 1864; Plecostomus spiniger, Hensel, Wieg- 


“man's Archif für Naturgeschichte, 1, 73 — 1870 ; Plecosto- 


mus affinis, Steindachner, Sitzungsber. Akad. Wien., 
LXIV, 685 —1876. P. limosus, P. commersoni, P. commer- 


416 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONL 


soni afınis e P. c. scabriceps, Eigenmann y Eigenmann, 
Pr. Calif. Acad. Sci.— 2% Ser. I, 167 e 168 —1899 ; os 
mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci. — I, 398 e 405 
— 1890 ; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. vol. XIV, 40 — 
1891; Plecostomus aspilogaster, Cope, Pr. Am. Philos Soc. 
XXXII, pg. 100, fig. 14—1894; Pl. commersont, Pl. ce. 
afınis, Berg. Peces de Agua Dulce, An. Mus. B. Aires — 
— Tomo IV, II Ser: vol. ’II—- 139, 141 — 1895. Plecosto- 
mus commesoni e P. puntactus, Regan. Trans. Zool Soc. 
London XVII, 3º parte. 204 e 206 — 1904; A. de Miranda 
Ribeiro, Lavoura, anno XI, n. 5, 188 — 1907. 


Plecostomus alatus (Cast.) — Hypostomus alatus, Castelnau, Anim. Nouv. etc., 
pag. 41, est. XX, fig. 1 — 1855; Plecostomus alatus, Gün- 
ther, Cat. V, 234= 1864; Pl. Froncisct, Lutk, Overs: 
Dansk, Selsk, n. 3, pag. 39 — 1873; P. francisci, Pl. ala- 
Zus Lutken, Velhas Flodens, Fiske, Videnskab. Selsk. Skr. 
5 Raekke — 143, 144, II e III — 1875; Engenm. y En- 
genm. Occas. Papers. Calif. Acad. Sci.—I, 399 e 410 — 
1890; os mesmos, Pr. U. S, Nat. Mus. XIV, 41 — 1891; 
Plecostomus alatus Regan, Trans. Zool. Soc. London XVII, 
parte 3º — 204 e 211 — 1904; Plecostomus regani, Rud. 
Ihering & Regan, Annals & Mag. Nat. Hist. 7º Ser. Juny 
— 1905. 


Plecostomus auroguttatus (Rner) = Hypostomus auroguttatus, Kner, Denkschrift 
Akad. Wien VII, 269 —est. II, fig. 3— 1854; 4. aspera- 
Zus Castellnau, Anim. Nouv. etc. 41, est. XX, fig. 2— 
1855; Plecostomus auroguttatus, Gunther, Cat. V, 234 — 
1864; Plecostomus jonhii, Steid. Sitzungsber Akad. Wien 
LXXIV parte 1,691 — 1876; Pl. auroguttatus, Steindachner, 
Denkschrift Akad. Wien XLIV — 6 — 1881; Plocostomus 
auroguttatus, Pl. jonhü, Eigenm. y Eigenm., Occas. Pa- 
pers Calif. Akad. Sci. —I, 399, 400, 410 e 413 — 1890; 
os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus, XIV, 41 — 1891; PU. 
auroguttatus, Regan, Trans. Zool. Socc. London, 205 e 
217 — 1904; Pl. johni, Eigenm & Ward, Ann. Carnegie 
Museum. IV, n. II, 122 — 1907. 

Hemiancistrus scaphirhynchus (Kner) — Ancistrus scaphirhynchus Kner, Den- 
kschrift, Akad. Wien, VII, 280, est. III, fig. 2 — 1854; 
Chaetostomus scaphirhynchus, Günther, V, 244 — 1864; 
Hemiancistrus scaphirhynchus, Eigenm. y Eigenm. Pr. 
Calif. Akad. Sci. 2º Ser. 2º, 43 — 1890; os mesmos, Occas. 
Papers. Calif. Acad. Sci. I, 419— 1890; os mesmos, Pr. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 417 


U. S. Nat. Mus. XIV, 41 — 1891; Kindle, Ann. Acad. N. 
York. VIII, 254 — 1895; Regan, Trans. Zool. Soc. Lon- 
don, XVII, 3% pte, 223 e 231 — 1904. 

Hemiancistrus pictus (Kner) — Ancistrus pictus e A. brachyurus, Kner, Die Hy- 
postomiden, etc. Denkschrift Akad. Wien, VII, 277 e 279— 
est. IV, figs. 1e 2—1854; Chaetostomus pictuse C. brachyu- 
rus, Günther Cat. V, 242— 1864; Hemiancistrus pictus e A. 
brachyurus. Eigenm. & Eigenm., Pr. Calif. Acad. Sci. 2, 2° 
Ser. 43-1890; os mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci. 
I. 418—1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. 41—1891; 
Kindle Ann. N. York. Acad. Sci. VIII, 254—1895; Ancis- 
trus brachyurus, Regan, Trans. Zool. Soc. London., 3º pte., 
223 e 231 — 1904. 

Hemiancistrus vittatus (Steind.)—Chaetostomus vittatus, Steindachner, Denks- 
chrift Akad. Wien (Beitr. z. Kenntniss Flussfische Suda- 
merika's) XLIII, 115— 1882; Hemiancistrus vittatus, 
Eigenm. & Eigenm., Pr. Calif. Acad. Sci, 2°, 2? Ser. 44— 
1890; os mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I, 421— 
1899; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 41— 1891; 
Kindle, Ann. Acad. N. York. VIII, 254 — 1895; Ancis- 
trus vittatus Regan, Trans. Zool. Soc. London, XVII, 
223 e 232 — 1904. 

Hemiancistrus oligospilus (Günther) = Chaetostomus oligospilus, Günther Cat. 
V, 244 — 1864; Hemiancistrus, oligospilus. Eigenmann & 
Eigenmann, Pr. Calif. Acad. Sci.—2°, 2? Ser., 43—1890; os 
mesmos, Ocas. Papers Calif. Acad. Sci. I, 420—1890 ; os 
mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 41—1891. Kindle, Ann. 
Acad. N. York. VIII, 253—1894; Ancistrus oligospilus, Re- 
gan, Trans. Zool. Soc. London, XVII, 3? pte.—223 e 232, 
est. 3?—1904. 

Hemiancistrus bachi (Boul.) — Chaetostomus bachi, Boulenger, Trans. Zool. Soc. 
Lond. XIV, 7º parte, 425, est. XLI, fig. 1—1898; Ancis- 
trus bacht, Regan, op. cit. XVII, 3? pte., 323 e233—1904. 

Hemiancistrusniveatus (Casteln.)— Hypostomus niveatus, Castelnau, Anim. Nouv. 
etc. 43, est. XXI, fig. 3—1855; Chaetostomus niveatus, 
Günther, Cat., 243—1864; Hemiancistrus longipinnis, Kin- 
dle, Annals. Acad. N. Y. VII, 255—1895; Ancistrus ni- 
veatus, Regan, Trans. Zool. Soc. London, XVII, 3 pte., 
224 e 235—1904. 

Parancistrus aurantiacus (Casteln.)—Hypostomus aurantiacus, H. nigricans, 
H. vicinus, Castelnau, Anim. Nouv. ou Rares etc., pags. 


43 a 45—est. XX, fig, 2, est. XXII, fig. 1 e est. 
6478 5 


418 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


XXXII, fig. 1—1855; Parancistrus aurantiacus, Bleeker, 
Nederl. Tijdschrift Dierkunde 1, 79—1863; Chaetostomus 
aurantiacus e C. negricans, Günther, Cat. V, 246—1864 ; 
Parancistrus aurantiacus e P. Negricans, Eigenm & Eigenm. 
Pr. Calif. Acad. Sci.— 2°, 2? Ser. 44—1890 ; os mesmos, 
Occas. Papers Calif. Acad. Sci—I, 423 e 424—1890; os 
mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 42—1891. Ancistrus 
aurantiacus, Regan, Trans. Zool. Soc. London, XVII, 3? 
pte. 224 e 236 —1904. 

Parancistrus  punctatissimus, (Steind.) = Chaetostomus punctatissimus, 
Steindachner, Denkschrift Akad. Wien (Beitr. Z. Kenntniss 
des Flussfische Südam.) XLIII Bd — 1191882; Parancis- 
trus punctatissimus, Eigenm. & Eigenm., Pr. Calif. Acad. 
Sci. 2º, 2º Ser. 441890; os mesmos, Occas. Papers Calif. 
Acad. Sci.,I, 4231890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. 
XIV, 421891; Regan. Trans. Zool. Soc. London, XVII, 
224 e 2361904. 

Panaque cochliodon (Kner) — Hypostomus cochliodon, Kner, Denkschrift. Akad. 
Wien, VII, 265, est. II, fig. 1—1854, Plecostomus cochlio- 
don, Günther, Cat. V, 238—1864; Cochliodon cochliodon, 
Eigenm. & Eigenm., Proc. Calif. Acad. Sci. — 2°, 2º ser. 
44—1890 e Occas. Papers. Calif. Acad. Sci. I, 425—1890; 
Plecostomus cochliodon Boul. Ann.& Mag. Nat. Hist., vol. 
10, n. 55, pag. 10—1892; o mesmo, Trans. Zool. Soc. 
London, XIV. 2: pte. 30—1896; Berg. An. Mus. B. Ai- 
res, V, 273—1897; Eigenm & Eigenm., Pr. U. St. Nat. 
Mus. XIV, 42—1891; Panaque cochliodon, Regan, Trans. 
Zool. Soc. London 242—1904. 


Panaque nigrolineatus (Peters)— Chetostomus nigrolineatus, Peters, Monatsbe- 
richt Akad. Berl. 471—1877; Steindachner, Flussfische Süd- 
amerikas III, 7 — Denkschrift Akad. Wien XLIV—1881; 
Panaque nigrolineatus, Eigenm. & Eigenm., Pr. Calif. 
Acad. Sci. II, 2º ser. 44—1890; os mesmos, Occas. Pa- 
pers, etc. I, 425 e 426—1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. 
Mus. XIV, 421891; Regan, Trans. Zool. Soc. London, 
XVII, 3º pte. 242-244—1904. 


Pseudacanthicus spinosus (Casteln.)— Hypostomus spinosus, Castelnau, Anim. 
Nouv. ou Rares etc. 45, est. XXII. fig. 3—1855; Chaetos- 
tomus spinosus, Günther, Cat. V, 241—1864; Hemiancis- 
trus spinosus, Eigenm. & Egenm., Pr. Calif. Acad. Sci. 
II, 43—1890 ; os mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci. 
—I, 418—1890; os mesmos, Pr. U.S. Nat. Mus. VIV, 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 419 


41—1891 ; Pseudacanthicus spinosus, Regan, Trans. Zool. 
Soc. London, XVII, 260—1904, 

Pseudacanthicus hystrix (Cuv. & Val.)— Est. 39, Desenhos de Peixes etc. 
Alexandre Rodrigues Ferreira, etc. 1783—93 ; Rhinelepis 
hystrix, Cuv. & Val. XV, 359-1840; Chaetostomus hystrix, 
Capello, Jornal de Sciencias etc. de Lisboa, 2°, 64, est. 
VII, 1870; Hemiancistrus hystrix, Eigenm & Eigenm. 
Pr. Calif. Acad. Sci. 22,2º 43—1890; os mesmos, Occas. 
Papers Calif. Acad. Sci. I, 418—1890 ; os mesmos, Pr. U. 
S. Nat. Mus. XIV, 41-1891; Pseudacanthicus hystrix, 
Regan, Trans. Zool. Soc. London, XVII, 3? pte. 
260-261— 1904. 

Delturus angulicauda (Steind.) — Plecostomus angulicauda, Steindachner, Suss- 
wassfische Südöstliche Brasilien (III)114, est. XII—Sitzun- 
gsber. Akad. Wien, LXXIV — Bd. 1876 ; Delturus angu- 
licauda, Figenm & Eigenm. Pr. Calif. Acad. Sci. 2º Ser, 


2°, 45—1890 ; os mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci. 
437 e 438—1890 ; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 


42—1891 ; Ancistrus angulicauda, Regan, Trans. Zool. Soc. 
London, XVII, 3º pte.—225 e 241—1904. 

Delturus Parahybae, Eigenm. & Eigenm.=— Delturus Parahybae, Figenmann & 
Eigenmann, Pr. Calif. Acad. Sci. 2°, 2° ser. 45—1890 ; os 
mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad. Sci. I, 437-438—1890; 
os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus, vol. XIV. 42- 1891. Ay- 
cistrus parahybae, Regan, Trans. Zool. Soc. London XVII, 
225 e 241—1904. 

Pierygoplichthys aculeatus (Perugia)= Chaetostomus aculeatus, Perugia, Pesci 
Sud-Americani, Annalidel Museu Civico de Storia Naturale 
de Genova, Ser. 2°, Vol. X (XXX).— 1890-1892; Chaetosto- 
mus gigas, Boulenger. Pr. Zool. Soc. London, 526- 1895 e 
Trans. Zool. Soc. London XIV, 30 est. VI—1896; Ancis- 
trus gigas, Regan, Trans. Zool. Soc. London, XVII 32, 
parte, pgs. 223 e 240—1904. 

Pterygoplichthys etentaculatus (Spix) Hypostoma etentaculatum, Spix; Gen. & 
Spec. Prsc Bras. 7,est. IV, fig. 182 — 1829; Hypostomus 
duodecimalis, Cuv. & Val. XV, 367, est. 454 — 1840; An- 
cistrus longimanus, Kner, Denkschrift Akad. Wien, VII, 
283—1854; Prerygoplichthys duodecimalis, Günther, Cat. 
V, 251—1864; P. etentaculatus Eigenm. & Eigenm. Pr. 
Calif. Acad. Sci. 2°, 2? Ser. 44—1890 ; os mesmos, Occas. 
Papers. Calif. Acad. Sci. I, 428—1890 ; os mesmos, Pr. U. 
S. Nat. Mus. XIV, 42—1891; Ancistrus etentaculatus, Re- 
gan, Trans. Zool, Soc. London. VXII, 223 e 226—1904. 


420 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


Pterygoplichthys multiradiatus (Hancock) — Hypostomus multiradiatus (Hancock, 
Zool., Journ. IV, 246—1828 ; Hypostomus pardalis Casteln. 
Anim. Nouv. etc., 42, est- XX, fig. 3—1855; Liposarcus 
multiradiatus e L. pardalis, Günther, Cat., V., 238 e 239 
— 1864: Liposarcus varius, Cope, Pr. Acad. Philad., 284— 
1871; o mesmo, Liposarcus jeanesianus, 135 op. cit.—1874; 
Plecostomus pardalis, Peters, Monatsber. Akad. Berl. 
471-1877 ; Steind. Denkschrift Akad. Wien XLIII, 112-1181; 
o mesmo, op. cit. 6, XLVI Bd. 1882; Pferygoplichthys 
pardalis P. jeanesianus e P. multiradiatus Eigenm. & Ei- 
genm. Pr. Calif. Acad. Sci. 2º, 2º Ser. 45 e 461890; os 
mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci. 1,428, 431 e 
433—1890 ; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus., vol. XIV, 42 
— 1891; Péerygoplichthys pardalis, Berg. An. Mus. B. Ai- 
res. Tomo IV, (ser. II, t. I) 1421895; Ancistrus multira- 
diatus, Regan, Pro. Zool. Soc. London, XVII, 223 e 
228—1904. 

Pterygoplichthys punctatus, Günther. = Ancıstrus duodecimalis. Kner, Den- 
kschr. Akad. Wien, VII, 281—1854 (nec synonyma) Pte- 
rygoplichthys punctatus, Günther, Cat. V, 251—1864 ; Chae- 
tostomus punctatus, Steind, Beitr. z. Kenntnis der Flus- 
sfische Sudamerika’s, Denkschrift Akad. Wien, 43 Bd. 
113—1882; Péerygoplichthys punctatus,, Eigenm Eigenm. 
Pr. Calif. Acad. Sci., 2°, 2º Ser. 45—1890; os mesmos, 
Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I, 428 e 4311890: os 
mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 42-1891 ; Aneistrus 
punctatus, Regan, Trans. Zool. Soc. Lond. XVII — 3º pte. 
223 e 229 — 1904. 


Pterygoplichthys gibbiceps (Kner) — Ancistrus gibbiceps, Kner, Denkschrift 
Akad. Wien, VII, 284—est. V, fig. 2 — 1854; Liposarcus 
altipinnis e Pterygoplichthys gibbieceps, Günther, Cat. V, 239 
e 252 — 1864; Liposarcus scrophus, Cop. Pr. Acad. Philad., 
136—1874; Chaetostomus gibbiceps, Steind—1.Denkschr. Akad. 
Wien, XLIII — 114 est. IV, fig. 1—1881; Pterygoplichthys 
gibbiceps, Eigenm & Eigenm. Pr. Calif. Acad. Sci. 2°, 2% 
ser. 44 — 1890; os mesmos, Occas, Papers Calif. Acad. Sci. 
I, 428 e 429 —1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. 
XIV, 42—1891; Ancistrus gibbiceps, Regan, Trans. Zool. 
Soc. London, XVII, 3? pte. 223-227 — 1904. 


Pterygoplichthys litturatus (Kuer)— Ancistrus litturatus, Kner, Denkschrift 
Akad. Wien, VII, 285 est. V, fig. 3—1854; Prerygopli- 
chthys litturatus Günther, Cat.—252-1864; Chaetostomus littu- 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 421 


ratus Steind. Denkschrift Akad. Wien, XLIII, 115 — 1881; 
Pterygoplichthys litturatus, Eigenm. & Eigenm. Pr. Calif. 
Acad. Sci. 2°, 2º Ser. 45—1890; os mesmos, Occas. Papers 
Calif. Acad. Sci. I, 428 e 433 —1890 ; os mesmos, Pr. U. S. 
Nat. Mus., 42-1891 ; Regan, Trans. Zool. Soc. London, 
XVII, 3° parte, 223 e 227—1904, 

Kronichthys subteres, Mir. Rib.—Xronichthys subteres, Alipio de Miranda Ribeiro, 
Kosmos, n. 2—Fev. 1908. 

Acanthicus hysthrix. Spis—Acanthicus hysthrix. Spix et. Agassix, Gen. & Sp. Pisc. 
Bras., 3, est. 1—1829 ; Rhinelepis acanthicus, Cuv. & Val. 
XV, 360—1840; Schomburgk, Fish British Guiana, I, 131, 
est. 1—1841; Günther, Cat. V,253—1864 ; o mesmo, Pr. 
Zool. Soc. Lond. 233—1868 ; Eigenmann & Eigenmann, Pr. 
Acad. Nat. Sci. Philad. 2º, 2º ser. 46—1889; os mesmos, 
Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I, 440—1890 ; os mesmos, Pr. 
U. S. Nat. Mus. XIV, 42—1891; Tate Regan, Trans. Zool. 
Soc. London, XVII, 3º parte, 262—1904. 

Rhinelepis parahibae, Steind = Rhinelepis parahibae, Steindachner, Die Susswas- 
serfische des Sudöstlichen Brasilien (IV) pag. 2, est. II, Sit- 
zungsber. Akad. Wien, LXXVI Bande—1877 ; Eigenm. & 
Eigenm. Pr. Calif. Acad. Sci. 2°, 2º ser, pag. 42—1890; os 
mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad. Sci—l, pag. 414—1891; 
os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus., XIV, 41—1891 ; Plecos- 
tomus Parahibae, Regan, Trans. Zool. Soc. London, XVII, 3º 
pte., 205 e 219—1903 ; Rhinelepis parahibae, Mir. Rib° — 
Vertebrados do Itatiaya—Archivos do Museu Nacional do 
do Rio de Janeiro, vol. XIII, pag. 177—1906. 

Rhinelepis rudolphi. Mir. Rib’ = Plecostomus (Rhinelepis) microps, Rudolph Ihering, 
Notas Preliminares, 25—1907. 

Rhinelepis aspera, Spix — Rhinelepis aspera. Spix. & Agassiz, Pisc. Bras. 4, est. 2 
—1829 ; À. strigosa, R. aspera, Cuv. & Val. XV, 354—1840 ; 
Günther, Cat. V, 253- -1864 ; Higenm. & Eigenm., Pr. Calif. 
Acad. Sci. 2°, 2? ser., 42—1890; os mesmos, Occas. 
Papers. Calif. Acad. Sci.—I, 415 e 417—1890; os mesmos, 
Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 41—1891 ; Berg. An. Mus. B. 
Aires, V. 275—1897. Regan, Trans. Zool. Soc. London, 
XVI, 205 e 220—1904. 

Rhinelepis genibarbis, Cuv. & Val— Rhinelepis genibarbis, Cuv. & Valenciennes, 
Hist. Nat., XV, 357, est. 453—1840 ; Acanthicus genibarbis, 
Günther Cat. V. 253—1864 ; Rhinelepis agassizi, Steinda- 
chner, Die Susswasserfische Südostlichen Brasilien (IV),pag.12, 
— LXXVI Bd. Sitzungsber, Akad. Wien—1877 ; o mesmo, 
Flussfische Südam. IV, 7 Denkschrift. Akad. Wien, XLVI 


422 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


1882; Rhinelepis agassizi, Acanthicus genibarbis, Eigenm. 
& Eigenm. Pr. Calif. Acad. 2º ser., 2°—42 e 46—1890; os 
mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci—l, 415, 416 e 441 
1800 Mosemesmos Pr UM S Nat Ms, cl Vi.) Alge42— 
1891 ; Plecostomus pellegrinni, P. gennibarbis Regan, Trans. 
Zool. Soc. London, XVII. 205 e 219—1904. 

Parotocinclus maculicauda (Steind.) = Otocinclus maculicauda, Steindachner, 
Sitzungsber. Akad. Wien, LXXVI Bd. — Süsswasserfische 
Sudostlichen Brasilien (IV), pag. 6, est. 1, fig. 2 — 1877; 
Parotocinclus maculicauda, Eigenm. & Eigenm. Pr. Calif. 
Acad. Sci. 5°, 2º ser. 41— 1890 ; os mesmos, Occas. Papers 
Calif. Acad. Sci—l, pag. 392—1890; os mesmos, Pr. U.S. 
Nat. Mus. XIV, pag. 40—1891 ; Otocinclus notatus, Regan, 
Trans. Zool. Soc. London, XVII, 266 e 268—1904. 

Microlepidogaster nigricauda, Boul. — Otocinclus nigricauda, Boulenger, Pr. Zool. 
Soc. London, 234, est. XXV, fig. 3—1891 ; Zisonotus le- 
vior e H. leptochilus, Cope, Pr. Am. Philos. Soc. XXIII, 95, 
est. VII. fig. 12—1894 ; Otocinclus nigricauda, Regan, Trans. 
Zool. Soc. London, XVII, 266 e 268—1904. 

Microlepidogaster perforatus, Eigenm. & Eigenm. — Microlepidogaster perforatus, 
Eigenm. & Eigenman, Pr. Calif. Acad. Sci. 2º Ser. 2°, 42— 
1890; os mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad. Sci. 1—394 
1890 ; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 40—1891 ; 
Otocinclus  microlepidogaster, Regan, Trans. Zool. Socc. 
London, XVII, 3º pte.—266-269—1904. 

Microlepidogaster tientensis (Eigenm & Rud. Ihering) — Ofocinclus (Microlepido- 
gaster) tientensis, Rudolph Ihering. Notas preliminares do 
Museu Paulista. Fasc. I, 27—1907 ; 

Macrolepidogaster (?) lophophanes (Eigenm. & Eigenm), — Rhinelepis lophophanes, 
Eigenmann & Eigenmann, Pr. Calif. Acad. Sci. 2? — 28 
ser., 42 — 1890 ; os mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci. 
—I, 414 e 416—1890 ; Otocinclus lophophanes, Regan. Trans. 
Zool. Soc. London, VII, 3% parte, 266 e 269—1904. 


Otocinclus affinis Steind. — Otocinclus affinis, Steindachner, Die Süsswasserfische 
Sudöstlichen Brasilien (IV)—7—est 1—fig. 1 e 1 a, Sit- 
zungsber. Akad. Wied, LXXVIBd.—1877; Eigenm., & Ei- 
genm. Pr. Calif. Acad. Sci. 5? Ser. 2°-41 — 1890 ; os mesmos 
Occas. Papers Calif. Acad. Sci., I, 392 — 1890 ; os mesmos, 
Pr. U, S. Nat. Mus. vol. XIV, 40 — 1891; Regan, Trans. 
Zool. Soc. London XVII, 266 e 267 — 1904. 

Otocinclus vitatus, Regan=Ottocinclus affinis, Boulenger, Trans. Zool. Soc. Lon- 
don, XIV, 32—1896. Otocinclus vittatus, Regan, Trans. Zool. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 423 


Soc. London, XVII—3? pte, 266 e 267, est. XV., fig. 3— 
1904; Eigenmann & Ward, Annals Carnegie Museum, IV 121 
— 1907. 

Otocinclus notatus (Eigenm. & Eigenm.) — Hisonotus notatus, Eigenmann & Ei- 
genmann, Pr. Calif. Acad. Sci.—2! Ser., 2° 42—1890; os 
mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci.—I, 391—1890; os 
mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 40—1891 ; Otocinclus 
notatus, Regan, Trans. Zool. Soc. London, XVII, 3º pte., 
266 e 268— 1904. 

Otocinclus leucofrenatus, Mir. Rib°.—Otocinclus leucofrenatus, Alipio de Miranda 
Ribeiro, Kosmos, n. 2 — Fevereiro — 1908. 

Otocinclus flexilis, Cope, — Otocinclus flexilis, O. fimbriatus Cope, Pr. Am. Phi- 
los. Soc. XXXIII, 97, est. XII, fig. 13 — 1894; Otocinclus 
flexilis, Regan, Trans. Zool. Soc. London, XVII, 3º pte., 
266 e 267— 1904. 

Otocinclus gibbosus, Mir. Rib”. — Otocinclus gibbosus, Alipio de Miranda Ribeiro, 
Kosmos n. 21908. 


Hypoptopoma steindackneri, Boul.—Hypoptopoma thoracatum, Steindachner, Denk- 
schrift Akad. Wien, XLI, 47, est. VI, fig. 12 b.—1879; Ei- 
genm. & Eigenm, Pr. Calif, Acad. 2º Ser. 2º, 40—1890 
(parte); os mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I, 339 — 
1890 (parte); os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. 40— 
1891 (idem); Hypoptopoma steindachneri, Boulenger, Pr. Zool. 
Soc. Lond. 527 — 1895 ; Regan, Trans. Zool. Soc. Lond. 

- XVII—263 e 265—1904. 

Hypoptopoma inexpectatum (Holmb.) = Aristomata inexpectata Holmberg, Rev. 
Jard. Zool. B. Aires I, 96 e 354—1893; Hypoptopoma guntheri, 
Boulenger, Pr. Zool. Soc. London, 526—1895; Æypotopoma 
güntheri, Boulenger, Trans. Zool. Soc. London, XIV, 31, 
1896— Hypoptopoma inexpectatum, Berg, Com. Mus. Nat. B. 
Aires, n. 1 tomo 1—11—1898; Aypoptopoma güntheri 
Regan Trans. Zool. Soc. London, XVII (3º parte), est. XV, 
fig. 2—1904. 

Hipoptopoma joberti (Vail.) = Hypoptopoma bilobatum (preocc.) Steindachner, Denk- 
schrift Akad. Wien, XLI, pag. 47, est. V, fig. 2—1879 ; 
Otocinclus joberti, Vaillant Bull. Soc. Philomatique (7) IV, 
147—1880 ; Aypoptopoma thoracatum, Kigenmann & Eigen- 
matin, Pr. Calif. Acad. Sie. 22, 2% Ser., 40\(parte) 1890; 
os mesmos. Occas. Papers. Calif. Acad. Sci. I, 388 (parte) 
1890 e Pr. U. S. Nat. Mus. 40 (parte)—1891 ; Aypoptopoma 
joberti, Regan, Trans. Zool. Soc. London, XVII, 3º parte — 
263 e 265—1904. 


424 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


Oxyropsis carinatus (Steind.) — Hypoptopoma carinatus, Steindachner, Denks- 
chrift Akad. Wien XLI, 48, est. IV, fig. 3—1879; Oxyropsis 
wrightiana, e Hypoptopoma carinatum, Eigenmann & Eigenm. 
Pr. Calif. Acad. Sci— 2º Ser. 2°, 39 e 40—1890 ; os mes- 
mos, Occas. Papers. Calif. Acad. Sci. I, 387, 388 e 390—1890; 
Hypoptopoma carinatum, Regan, Trans. Zool. Soc. London, 
XVII, 32 pte. 2637e 2641904. 

Farlowella gladiola (Günth.)—Acestra gladiolus, Günther, Cat. V, 261—1864; Far- 
lowella gladiola, Eigenmann & Kigenmann, Pr. Calif. Acad. 
Sci— 2 Ser. II 33—1890 ; os mesmos, Occas. Papers Calif. 
Acad. Sci—l, 355 e 356—1890 ; os mesmos, Pr. U.S. Nat. 
Mus. XIV, 38—1891 ; Farlowella gladiolus, Regan, Trans. 
Zool. Soc. London, XVII, 303-305, est. XX fig. 2 — 1904. 

Farlowella amazona (Günth.)—Acestra amazonum, Günther Cat. V, 261—1864 ; 
Farlowella carinata e F. amazona ; Eigenmann & Eigenmann, 
Pr. Calif. Acad. Sci. 2º Ser. II, pags. 32 e 33—1890; os 
mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad. Sci. I, 356 e 357— 1890; 
os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 38— 1891; Farlo- 
wella amazonum, Regan, Trans. Zoll. Soc. London, XVII, 
3º pte, pags. 303 e 305—1904. 

Farlowella oxyrhyncha (Kner)—Est.51, Desenhos de Peixes, etc, Alexandre Rodr. 
Ferreira-1783-93; Acestra oxyryncha, Kner, Denkschrift. Akad. 
Wien. VI, 95, est. VIII, fig. 21854; Farlowella oxyrhyncha, 
Günther, Cat. V., 96—1864; Eigenm. & Eigenmann, Pr.Calif. 
Acad. Sci., 2º Ser. 2°33 — 1890; os mesmos, Occas. Papers. 
Calif. Acad. Sci.—356 e 358—1890; os mesmos, Pr. U.S. 
Nat. Mus., XIV, 38—1891; Regan, Trans. Zool. Soc. London 
XVII, 3º pte., pags., 303 e 304—1904. 

Farlowella gladius (Boul)—Acestra gladius Boulenger, On a collection of Fishes 
from the Rio Juruá — Trans. Zool. Soc. London — XIV, 
pte. 7°, pag. 425, est. XLI—1898; Farlowella gladius, Regan, 
A monogragh of the Fishes of the Family Zoricariidæ 
Trans. Zool. Soc. London, XVII, pte. 3,pags. 302-303—1904. 

Sturisoma rostrata (Spix). — Loricaria rostrata, Spix, Gen. et. Sp. Pisc. Bras. 
5, est. III, figs. 1e 2—1829 ; Cuv.& Val. XV, 353—1840; Kner 
Denkschrift Akad. Wien, VI, 83—1854; Günther, Cat. V 
256—1864 ; o mesmo, Pr. Zool. Soc. London, 235—1868 ; 
Peters. Monatsbericht Akad. Berl. 471 — 1877; Cope, Pr. 
Amer. Philos. Soc. XVII, 681—1878; Steindachner, Fluss- 
fiche Sudmerikas, I—17, Denkschrift Akad. Wien XLI— 1879; 
Vaillant, Synopsys des espèces de Siluridae recuellis par M. le 
Dr. Jobert 4 Caldeiron, Bul. Soc. Philom 7? Ser. IV, 156— 
1880; Eigenm. & Eigenm., Pr. Calif. Acad. 2º Ser. II, 33 — 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 425 


1890 ; os mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci.I, 362 e 
366 (mec. syn.)—1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. 
XIV, 38, (nec synonyma) Boulenger, On fishes collected by 
Mr. Ternets in Matto-Grosso — Trans. Zool. Soc. London, 
XIV, 32—1896 ; Loricaria rostrata, Jord. & Evermann, Bull. 
U. S. Nat. Mus. 47—pte. 1º, pag. 157 (nec synonyma)—1896. 
Oxyloricaria  güntheri, O. robusta, O. Lyra, O. rostrata 
Regan, Trans. Zool. Soc. London, XVII, 3º pte., pgs. 298, 
299 e 300, est. XVIII fig. 1 e est. XIX. figs. 1 e 2—1904; 
S. robusta Eigenm. & Ward, Ann. Carnegie Mus. IV,n.II 
—120—est. XXXVI, 1907. 

Sturisoma barbata (Kner) = Loricaria barbata, Kner, Denkschrift Akad. Wien 
vol. VI. 87. est. V— 1854; Günther, Cat., V, 257 — 1864 ; 
T. Regan, Trans. Zool. Soc. London, vol. XVII, pte. 3%, 
298 e 301—1904. 

Parasturisoma brevirostris (Kigenm. & Eigenm.)—Zoricaria brevirostris, Eigen- 
mann & Eigenmann, Pr. Calif. Acad. Sci., 2º Ser. Il, 35 — 
1890 ; os mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I, 362 
e 367 —1890 ; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 39 — 
1891; Oxyloricaria brevirostris, Tate Regan, Trans. Zool. 
Soc. London, XVII, pte. 3%. 299—1904. 

Harttia loricartiformis, Steind.—Harttia loricariiformis, Steindachner, Die Suss- 
wasserfische des südöstlichen Brasiliens (III) 110—est. VI, 
fig. 2—Sitzungsber. Akad. Wien, LXXIV — 1876 ; Eigen- 
mann & Eigenmann, Pr. Acad. Nat. Sci. Philad., 2°, 2! Ser. 
39—1890; os mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci.— 
I, 386—1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 39— 
1890 ; Oxyloricaria loricariiformis, Boul. Trans. Zool. Soc. 
London, XVII, 3°, 297 e 298—1904. 


Harttia kronei, Mir. Rib. — Hartiia kronei, Alipio de Miranda Ribeiro, Kosmos, 
; n. 2—1908. 


Hemiodontichthys acipenserinus (Kner.) — Hemiodon acipenserinus, Kner, Denk- 
schrift Akad. Wien, VI, 92, est. VII, fig. 2—1854; Æe- 
miodontichthys acipenserinus, Bleeker, Nederl. Tijd. Dierk. I, 
81, 1863; Loricaria acipenserina, Günther Cat. V, 260 — 
1864; Vaillant, Bul. Soc. Philom., Ser. 7°, IV, 159—1880: 
Hemiodontichthys acipenserinus, Eigenm. & Figenm., Proc. 
Calif. Acad. Sci. II, 34—1890; os mesmos, Occas. Papers 
Calif. Acad. Sci. I, 359 — 1890; os mesmos, Pr. U. S. 
Nat. Mus. XIV, 38—1891 ; Tate Regan, Trans. Zool. Soc. 
Lond. XVII, pte. 3%, 296—1904 ; Eigenm & Ward, An. Car- 
negie Mus. IV, n. II, 120, est. XXXV, fig. 1—1907. 


426 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


Hemisdontichthys depressus (Kuer) — Hemiodon depressus Kner, Denkschrift. 
Akad. Wien. VI, 91, est. VII, fig. 1—1854; Loricaria de- 
pressa, Günther, Cat. V, 259—1864; Eigenm. & Eigenm., 
Pr. Calif. Acad. Sci. 2, 2% Ser. 34—1890; os mesmos, 
Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I, 361 e 305—1890; os 
mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus., XIV, 38 — 1891; Hemzio- 
dontichthys depressus, Regan, Trans. Zool. Soc. XVII, 3 
pte. 267—1904. 

Pseudohemiodon platycephalus (Natt. & Kner) — Hemiodon ? platycephalus, 
Natterer & Kner, Denkschrift Akad. Wien, VI, 89—est. VI, 
fig. 2— 1854; Loricaria platycephala, Günther, Cat. V, 
258—1864; Eigenm. & Eigenm., Pr. Calif. Acad. Sci. 2? 
Ser. 2º, 37—1890 ; os mesmos, Occas Papers Calif. Acad. 
Sci. I, 362 e 370—1890 ; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. 
XIV, 39—1891; Regan, Trans. Zool. Soc. London, XVII 
— 3º pte. 295—1904. 

Loricaria acuta, Cuv. & Val.—Zoricaria acuta, Cuv. & Valenciennes, Hist. Nat. 
Pois. XV, 349 (nec. fig.)—1840 ; Kner, Denkschrift Akad. 
Wien VI, 1853; Günther, Cat. V, 258 — 1864; Vaillant, 
Bul. Soc. Philom. 7* Ser,, IV. 159—1880; Eigenm. & Ei- 
genm., Proc. Calif. Acad. Sci. (2º Ser.) II, 38 — 1890 ; os 
mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I, 363 e 375 — 
1890 ; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. 39—1891 ; Regan 
Trans. Zool. Soc. London, VII, 273 e 287 —1904. 

Loricaria typus, Bleeker—Locaria maculata, Cuv. & Val. Hist. Nat. Poiss. XV, 
350—1840 ; Valenciennes, in D’Orbigny, est. VI, fig. 3-— 1847. 
Voyage dansl’Amer. merid. Parahemiodon typus, Bleek , Nat. 
Verh. Holl. Silures Suriname, 20 est. VI, fig. I eest. XIII— 
1863 ; Maats. XX—1864; Loricaria parahemiodon, Günther, 
Cat. V., 258— 1864; Loricaria valenciennest, Vaillant. Bul.Soc. 
Philom.7*ser. IV, 157—1880; Loricaria stubeltii,Steind. Denks- 
schriff Akad. Wien, XLVI, 7, est III, fig. 2—1882 ; Loricaria 
stubelii e Loricaria typus, Eigenm. & Eigenm. Pr. Calif. Acad. 
Sci. 2º Ser. II, pag. 37—1890 ; os mesmos, Occas. Papers Calif. 
Acad. Sci. I, pag. 363-370 e 373—1890; os mesmos, Pr. U. 
S. Nat. Mus. XIV, 39—1891; Loricaria typus, Regan, Trans. 
Zool. Soc. Lond. XVII, 273 e 286—1904; Eigenm. & Ward, 
Ann. Carnegie Museum, IV, no II, est. XXXV, figs. 2 e 3 
—1907. 

Loricaria anus, Cuv. & Val. — Zoricaria anus, Cuvier & Valenciennes, Hist. 
Nat. Poiss. XV, 347— 1840; Valenciennesin D'Orbigny, Voy. 
Am. Merid., Poiss. IX. est. VI, fig. 1— 1847 ; Loricaria cas- 
tania, Casteln, Anim. Nouv. etc., 46, est XXXI, fig. 4—1855; 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 427 


Lor. anus, Gunther, Cat. 2581864; Hensel, Arch. fur Na- 
turg — (Beitr. z. kenntniss Wirbelthiere sudbrasiliens) 
36—Iharg. I Bd—77—1870; Loricaria spixii, Denkschrift. 
Akad. Wien, XLIV, est. 2—1881; Locaria spixiz e Lor. anus, 
Eigenmann & Eigenmann, Pr. Calif. Acad. Sci., 2º ser. II, 
37 e 38—1889 ; os mesmos, Occas, Papers Calif. Acad. Sci. 
— I, 363-372 e 374—1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. 
Mus. XIV, 39—1891; Zoricaria acuta A. de M. Ribeiro, 
Peixes do Rio Pomba—Lavoura Anno VI,ns. 7 a 8 — 1902, 
(nec synonyma) Regan, Trans. Zool. Soc. London, XVII, 
273, 289—1904. 

Loricaria nudirostris, Kner — Laricaria nudirostris, Kner. Denkschrift Akad. 
Wien, VI, 86, est. IV; Günther, Cat. V. 259—1864 ; Lori- 
caria nudirostris Regan, Trans. Zool. Soc. London, XVII- 
273, 288—1904. 

Loricaria labialis, Boul.—Loricaria labialis, Boulenger, Trans. Zool. Soc. London 
XIV, 2º serie, 32 est. 7, fig. I—1896; Eigenmann & Ward, 
Annals Carnegie Museum, IV, n. II. 121—1907. 

Loricaria cataphracta, L —Lortcaria dura, Linneu, Mus. Ad. Fred. 79 — est. 29, 
figs. 1 e 2; Loricaria cotaphracta, o mesmo, Syst. Nature 
307—1758 ; Bloch, Ichtyol., VIII, 76 est. 75 figs. 3 e 4—1794; 
Liricaria cirrrhosa, Bl. & Schn., Syst. 125 est. 34 — 1801; 
Loricaria setifera, Lacép., Hist. Nat. Poiss. V, 140 — 1803; 
Loricaria cataphracta Cuv. & Val. XV, 339—1840; Plecos- 
tomus flagellaris, Gronow, Cat. 158—1854 ; Zoricaria ca- 
rinata, Casteln, Anim. Amer. Sud. 46, est. XXIII—fg. 3 
— 1855; Loricaria cataphracta, Kner, Denkschrift Akad. 
Wien—VI, 77—1854; Loricaria dura, Bleeker, Silur. Su- 
riname, 18—1864; Loricaria cataphracta, Holmberg, Viage 
a Missiones, 1883; Günther. cat. V. 255 — 1864 , Peters, 
Monatsber. Akad. Berl. 471---1877; Cope, Pr. Amer. 
Philos. Soc. XVII. 681, 1878, Lorioaria cataphracta e Lor. 
lata, Eigenm. & Eigenm. Pr. Calif. Acad. Sci. II, 2° Ser. 
36 — 1890 ; os mesmos Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I, 
364, 382—1890 ; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. vol. 
XIV, 39—1891; Zorzcaria cataphracta e Lor. carinata. Regan, 
Trans.Zool. Soc. London. XVII, 3º pte. 274, 291 e 292— 
1904, Eigenm. & Ward, Ann. Carnegie Mus. IV, n. II, 
120 ; est. 37., figs. 1 e 2—1907. 

Loricaria laeviuscula, Cuv. & Val.—Zoricaria leviuscula, Cuvier & Valenciennes, 
XV, 352—1840; Kner, Denkschrift. Akad. Wien, VI, 81, est. 
III, 1854; Günther, Cat. V. 256 — 1864; Eigenmann & Ei- 
genm, Pr. Calif. Acad. Sci. 2*ser. 2° 37 — 1890; os mesmos, 


428 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


Occas Papers Calif. Acad. Sci. 1, 364, 380 —1890; os mes- 
mos, Pr. U. S. Nat. Mus. 39—1891 ; Zoricaria laeviuscula, 
Lor. punctata, Tate Regan, Trans. Zool. Soc. London 
XVII 3? pte.— 272, 284 e 285—1904. 

Loricaria cadee, Hensel — Loricaria cadew Hensel, Beiträge Zur Kenntniss 
der Wirbelthiere Sud-Brasiliens—Archif. fur Nuturg. 34— 
pg. 369—1868, e op. cit. 36 pag. 77—1870; Eigenm. & 
Eigenm., Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I, 361—1890; os 
mesmos, Pr. U. Nat. Mus. XIV, 39, 1891; Cop. Pr. Am. 
Philos. Soc., XXXIII —94—fig. 15 — 1894 ; Regan, Trans. 
Zool. Soc. London XVII — 1904. 

Loricaria parva, Boul. =Loricaria parva, Boulenger Pr. Zool. Soc. Lond. 527 — 
1895; Trans. Zool. Soc. London, XIV, 2? pte. pg. 32, est. 
VIII-fig. 1—1896; Regan, Op. cit. XVII, 3% pte. 271 e276 
1904; Eigenm. & Ward, Ann. Carnegie Mus. IV, n. II 
12121907 

Loricaria konopickü, Steind — Loricaria konopickii, Steindachner, Denkschrift 
Akad. Wien. XL— 40, 45, est. VI, fig. 3 e est. VII, figs. 1 
e 1º — 1876; Eigenm. & Eigeum. Pr. Calif. Acad. Sci. 2° 
Ser. 2° — 39 —1890; os mesmos, Occas, Papers Calif. Acad. 
Sci, I, 364 e 378 (nec synonyma), 1890; os mesmos, Pr. 
U. S. Nat. Mus. 39— 1891; Regan, Trans. Zool. Soc. 
London, XVII, 272 e 281 — 1904. 

Loricaria maculata Bl. = Loricaria maculata Bloch, Ichthyol., VIII, 73, est. 
375, fig. 1— 1794; Loricaria cirrhosa, var. maculata, Bl. & 
Schn., Syst. 1251801; Plecostomus maculatus, Swaius., 
Fishes, II, 304— 1839; Loricaria amazonica, Casteln., Anim. 
Nouv. etc. fig. 46, est. XXIII, fig. 2— 1855; Loricarich. 
thys maculatus, Bleeker, Sil. Suriname, 16— 1864; 
Loricaria maculata, Gunther, Cat. V., 257—1864; Vaillant. 
Bul. Soc. Philom — (7) IV, 157—1880; Eigenm. & Eigenm., 
Proc. Calif. Acad. Sci. 2º ser, II, 38 —1890; os mesmos, 
Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I, pags. 363 e 377—1890 ; 
os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. 39—1891: Regan, Trans. 
Zool. Soc. London, XVII, 273 e 286—1904. 


Loricaria lanceolata, Gunther,=Lor. lanceolata, Gunther, Pr. Zool Soc. London, 
235, fig. 3—1868; Lor. teffeana, Steindachner, Denkschrift 
Akad. Wien, XLI Bd. 44, est. VI, fig. 2—1879; Boulenger, 
Pr. Zool.Soc.,277—1887; Lor. lanceolata, Lor. teffeana,Eigenm. 
& Eigenm., Pr. Calif. Acad. Sci. — 2? ser. 2°, 39 — 1890; os 
mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad. Sci., 364,378 e 379— 
1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 39 1891; 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 429 


Regan, Trans. Zool. Soc. London, XVII, 271, 272, 277 e 
280 — 1904. 

Loricaria phoxocephala, Eigenm. & Eigenm.—Zoricaria phoxocephala, Eigenm. 
& Eigenm., Pr. Calif. Acad. 2º Ser., II, 37—1890; os mesmos, 
Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I. 363 e 372 — 1890; os 
mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 39—1891; Regan, 
Trans. Zool. Soc. London. XVII, 3º parte, 276 = 1904. 

Loricaria cubataonis, Steind.—Loricaria cubataonis, Steindachner, Ueber einige 
Fisch arten aus dem Flusse Cubatäo, im Staat Santa Ca- 
tharina bei Theresopolis (Brasilien), Sitzunsgerber, Akad. 
Wien — Bd. CXVI — 151907. 

Loricaria lima, Kner—Loricaria lima, Kner, Denkschrift Akad. Wien, VI, 89, 
est. VI, fig. 1 e 1 a—1854; Kner & Steindachner, Fischen aus 
Centr. Am., Abhandl. Mat. Phys. Cl. Bayerische Akad. 
Wiscenschaft., X. I, pag. 58—1866; Gunther, Cat. V, 260 
— 1864; Gunther, Fishes Centr. Am., 393:; Pr. Zool. Soc. 
London— 1866 ; Loricaria lima e Lor. strigilata. Hensel, 
Archif für Zoologie, Anno 34—367, 368, 1868 e anno 36— 
77, 1870; Loricaria lima, Lutken. Velhas Flodens, Fiske, 
Vidensk, Selsk. Skr. V. Raekke, 139 e II—1875; Steinda- 
chner, Denkschrift Akad. Wien, Bd. XLIV—pag. 6—est. 
I—1882; Eigenm. & Eigenm., Pr. Calif. Acad. Sc. 2? Ser., 
II, 35—1890; os mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad. Sci. I, 
362 e 368—1890; os mesmos, Pr. U.S. Nat. Mus. 39—1891; 
Loricaria nigricauda, Lor. steindachneri, Loricaria lima, 
Lor. strigilata., Regan, Trans. Zool. Soc. London, XVII. 
3º parte—271, 272, 275, 281 a 283, est. XVI, fig. 2—1904; 
Loricaria lima, A. de Mir. Ribeiro, Lavoura,n. 5—Maio— 
187 (parte) 1907; Steindachner, Akad. Anzeiger, n. 10—1907, 
Loricaria henseli, Steindachner Sitzungsber Akad. Wien. 

CXVI Bd. — 1907. 

Loricaria kronet—Loricariajlima, (parte o”) nob. Lavoura, n.5, anno XI—187, 
1907. 

Loricaria latirostris, Boul.==Loricaria latirostris e Lor. paulina Boulenger, Ann.& 
Mag. Nut. History (7° Ser.) V, 165 e 166, 1899; Regan, 
Trans. Zool. Soc. London XVII, 3º parte—272 e 283— 
1904: A. de Mir. Ribeiro, Peixes do Iporanha, Lavoura n. 
5—anno XI Maio 187, 1907. 

Loricaria microlepidogaster, Regan.—Loricaria microlepidogaster, Tate Regan, 
Trans. Zool. Soc. London XVII, 272 e 283 est. XV, fig.4. 

Eoricaria vetula Cuv. & Val.=Loricaria vetula, Cuvier & Val.—XV, 3441840; 
Val. in D'Orb. Voyage en Am. Mer., Poiss. IX atlas, est. 
VI, fig. 2—1847; Günther, Cat. V, 2561864; Eigenm. & 


430 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


Eigenm., Pr. Calif. Acad. Sci. 2% Ser. II, 37—1890; os 
mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad. Sci.—I, 365—385— 
1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 39—1891; Berg, 
An. Mus. B. Aires, 270—1897; Regan, Trans. Zool. Soc. 
London. XVII, 293—1904. 

Loricaria apeltogster, Boul.—Loricaria apeltogaster, Boulenger, Trans. Zool. Soc. 
London, XIV, parte 2*—33, est. VII, fig. 2—1907; Eigenm. 
& Ward, Ann. Carnegie Mus. IV, n. II, 120—1907. 

Loricaria macrodon, Kner=Loricaria macrodon, Kner, Denkschrift Akad. Wien 
VI. 79 — est. II— 1854; Hyrtl, Denkschrift. Akad. Wien 
XVI, 18—1860. Gunther. Cat. V, 255—1864. Eigenmann 
& Eigenmann, Proc. Calif. Acad. Sci. II, Ser. II. 361590; 
os mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad. Sci, 364 e 382 — 
1890; os mesmos, Proc. U. S. Nac. Mus. XIV, 39 — 1891; 
Regan, Trans-Zool. Soc. London, XVII, parte 3°, 274-293 
— 1904. 

Loricaria parnahybe, Steindachner,—Loricaria parnahybae, Steindachner, Akad 
Anzeiger, n. X, pag. 2—1907. 

Loricaria piracicabe, Eigenm. & Rud. Ihering.—Notas Preliminares, 29—1907. 

Loricaria nudiventris,Cuv. & Val.—Lortcaria nudiventris, Cuv. & Val. Hist. Nat. 
Poiss. XV, 348—1840; Eigenm & Eigenm, Pr. Calif. Acad. 
Sci. II, II! Ser, 36—1890; os mesmos, Occas. Papers Calif. 
Acad. Sci. I, 364 a 382—1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. 
Mus. XIV, 39 (nec synonyma) 1891; Kegan Trans. Zool. 
London, XVII, 3? parte, 273 e 290—1904. 

Loricaria evansii, Boul.=Loricaria evansü, Boulenger, On Fishes obtained by 
Dr. Evans e Mr. S. Moore during their recent expedition to 
the Province of Matto-Grosso, Brazil, Annals & Mag. Nat. Hist. 
vol. X. No. LV pg. 10, est. 1—1892; Regan, Trans. Zool. 
Soc. London, XVII, 273-290 — 1904. 

Callichthys callichthys, L=Callichthys tamoata, L. Mus. Adolph Fred., 73—1754; 
Silurus Callichthys, o mesmo, Syst. Nat., 307—1758; Gmlin 
in Syst. Nat.,L.,I. 1861; Cataphractus callichthys, Bl. Ichthyol 
VIII, 86 est. 377. fig. 1—1794; Bl & Schn. Syst. 107—1801; 
Lacep. Hist. Nat. Poiss. V, 124—1803; Callichthys asper, 
Quoy & Gaymard, Voyage de 1l’Uranie, Zool. 232—1829 ; 
Cataphractus depressus, Swains. Fishes, II, 304 — 1839; 
Callichthys asper, C. laeviceps Cuv. & Val. XV, 225 e 229— 
1840, Callichthys loricatus, Gronow, Cat. 157 — 1854; Cal 
lichthys kneri Gill Syn. Fishes Trinidad. Am. Lyc. Nat. Hist. 
N. York. VI, 394—1858; Callichthys asper. Kner. Ichthyol. 
Beitr. 107, Sitzungsber. Akad. Wien XVII—1855; Castelnau 
Anim. Nouv. etc.;38—1855; Bleeker, Ichthyol. Arch. Ind. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 431 


Siluri, 53—1858; Callichthys tamoaté, o mesmo, Silures 
Surin., 22—1864 Callichthys asper, C. affinis e C. Kneri 
Gunther, Cat. V. 226 e 227—1864; Callichthys hemiphractus, 
Hensel, Wiegman, Archif fur Naturg. 1, 374—1868; Cal- 
lychthys kneri, Lutken. Vid. Medd. 18, 214-217—1873; 
Callichthys asper, Cope, Pr. Am. Philos. Soc. XVII, 681— 
1878; Callichthys kneri, Jordan, Pr. U. S. Nat. Mus. SE 
1886; Callichthys callichthys, Kigenm. & Eingenm. Pr. Calif. 
Acad. Sci.-164, — 1889; os mesmos, Occas Papers Calif. 
Acad. Sci. I, 481-452 — 1890; os mesmos, S. Nat. Mus. 
XIV, 43—1891; Callichthys asper, Boul. Bol. Mus. Torino 
X, 33—1895 e Trans. Zool. Soc. Lond. XIV, 2° parte—29 
—1896. Callichthys callichthys, Ihering (Hermann) Peixes 
d’agua doce do Rio Grande do Sul, 15—1897. 

Callichthys arcifer, Hensel—Callichthys arcifer. Hensel, Beiträge z. Kenntniss der 
Wirbelthiere Südbrasiliens, Archife für Naturg. 34 Iharg. I 
Bd. 373, 1868; Eigenm. & Eigenm. Pr. Calif. Acad. Sci. 
2: ser. I, 164—1889; os mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. 
Sci. I, 451 e 455—1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. 
XIV, 43—1891. 

Hoplosternum thoracatum (Cuv. & Val.)— Callichthys thoracatus e C. longifilis 
Couvier & Valenciennes, XX, 230, est. 443 e 235—1840; C. 
longifilis, Schomburgk, Fish Guiana, pte. I, 150, 151e 154— 
1841; C. personatus, Ranzani, Nov. Comm. Acad. Sci. Inst. 
Bonon, 332, est. 24—1842; C. pictus, Müller & Tr. in Schomb. 
Brit. Guiana, III, 630—1848; C. thoracatus e C. sulcatus, 
Kner, Ichthyol. Beitr. 108 e 110—Sitzungksber, Akad. Wien 
XVII, 1855; Hoplosternum thoracatume H. longifilis, Gill, 
Fishes Trinidad 36— Ann. Lyc. Nat. Hist. N. Y., VI, 1858; 
Hoplosternum thoracatum e H. longifilis, Bleeker, Sil. Suri- 
name, 26 e 27—1864; Callichthys thoracatum, C. longifilis 
Günther, Cat. V,228—1864; C.thoracathus, Peters, Monatsber. 
Akad. Berl. 471—1877; Callichthys (Hoplosternum) thora- 
catus, Steindachner, Fish-Fauna des Cauca Flusse bei Guaya- 
quil, 14, Denkschrift Akad. Wien XLII, 1880; Callichthys 
thoracatus, Jordan, Pr. U. S. Nat. Mus., 5591886; Hoplos- 
ternum thoracatum, Kigenm& Eigenm. Pr. Calif. Acad. Sci., 
2* ser. I, 164—1889; os mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. 
Sci. I, 455 e 458—1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. 
44—1891. 

Hoplosternum littoralle (Hancock)—Callichthys littoralis, Hancock, Zool: Journ. IV, 
244, 1828; Callichthys laevigatus, Callichthys subulatus e C. 
albida, Cuv. & Val., XV, 231, 232 e 235, 1840; D’Orbigny, 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


Voyage dans l’Am. Merid., IX, atlas II, est. V, fig. 2, 1847; 
Callichthys laevigatus, Kner, Icthyol. Beitr. 109, Sitzungsber. 
Akad. Wien XVII, 1855; Hoplosternum laevigatum e H. 
stevardi, Gill. Ann. Ly. Nat. Hist N. Y. VI, 396 e 401— 1855; 
Bleeker, Sil Suriname, 24—1864; Callichthys littoralis, 
Gunther Cat. V, 227, 1864; Lutken. Videnk. Med. 215—1874; 
Vaillant, Boull. Soc. Philom., 7º ser. IV, 155—1880; Steinda- 
chner, Flussefische Sudamerikas, VI, 6, Denkschrift Akad. 
Wien XLVI,1882; Jordan, Pr. U. S. Nat. Mus., 559—1886; 
Hoplosternum littoralle, Kigenm. & Eigenm. Pr. Calif. Acad. 
Sci., 2? ser. I, 164—1889 e Occas. Papers Calif. Acad. Sci., 
455 e 456—1890; Proc. U. S. Nat. Mus. XIV, 44—1891, 
Berg, An. Mus. B. Aires Tomo V, serie II, tomo I, 136—1895; 
Callichthys littoralis e C. laevigatus, Göldi, Bol. Mus. Pa- 
raense, II, 468 e 480—1898. 


Decapogon adspersum (Steind) — Callichthys adspersus, Steindachner, Ichthio- 


logisch Bestrage, V, 87, est. XI, fig. 2—Sitzungsber. Akad. 
Wien LXXIV Bd. 1876; Decapogon adspersum, Eigenm & 
Eigenm, Pr. Calif. Acad. Sci 2? Ser. I, 165 — 1889, os 
mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I, 461 — 1890; os 
mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 44—1891. 


Aspidoras rochai Rud. ther — Aspidoras rochai, Rudolph Ihering, Notas Prelimi- 


nares do Museu Paulista, Fasc. I do vol. I, 31—1907. 


Corydoras eques, Steindachner — Corydoras eques, Steindachner, Ichthyol Beitr. 


Corydoras splendens 


Corydoras punctatus 


(V), 92 est. XII, figs.3e3 A. LXXIV Bd. Sitzber. Akad. Wien, 
1876 ; Eigenm & Eigenm. Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I, 
455 e 4685-1890 ; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 
44—1891 ; Eigenm. & Kennedey, Pr. Acad. Nat. Sci. Philad., 
505—1903. 

(Cast.) Callichthys splendens, Castelnau, Anim. Nouv., etc. 
pag. 39, est. XVIII, fig. 3—1855; Eigenm & Eigenm. Pr. 
Calif. Acad. Sci., 2º ser. I, 165—1889; os mesmos, Occas. 
Papers Calif. Acad. Sci. I, 465 e 468 — 1890; os mesmos, 
Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 44—1891; Eigenm & Kennedy. 
Pr. Acad. Nat. Sci. Philad. 505— 1903. 

(BL) = Cataphractus punctatus, Bloch, Ichthyol, 377. fig. 2, 
Bl. & Schn.108 — 1801; C. punctatus e Corydoras geofroyi, 
Lacépède, Hist. Nat. Poiss. V, 125 e 147 — 1803; Hoplisoma 
punctata, Sawainson, Fishes, Rept. etc. II, 304—1839; Cal- 
lichthys punctatus, Günther, Cat. V, 329 — 1864; Corydoras 
ambiacus Cope, Pr. Acad. Nat. Sci., Philad., 280 — 1871; 
Gasteroderma ambiacus, o mesmo, op. cit., vol. XVII, 681 
— 1878; Corydoras punctatus, Eigenm. & Eigenm., Pr. Calif. 


A, DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 433 


Acad. Sci., 2? ser1,166—1889; os mesmos, Occas. Papers Calif, 
Acad., I, 466 e 472—1890; os mesmos, Pr. U.S. Nat. Mus. 
XIV, 44—1891 ; Eigenm. & Kennedy, Pr. Acad. Nat. Sci, 
Philad. 506—1903. 


Corydoras paleatus (Jenyns) = Callichthys punctatus, Cuv.& Val., XV, 236—1840; 


Valenc. in D’Orbigny, Voyage dans l’Am. Merid.. IX, est. 
V, fig. 1, 1847; Collichthys paleatus, Jenyns, Zool. Beagle, 
Fishes, IV, 113 — 1842; Günther, Cat. V. 230 — 1864; 
Hensel Archif. f. Naturg. I, 71—1870; Corydoras marmora- 
tus, Steindachner, Über einige neue and seltene Fisch Arten 
aus den Zool. Museen z. Wien, etc., Denskschrift Akad. 
Wien, XLI Bd. 26—1879. Corydoras paleatus, Eigenm. & 
Eigenm., Pr. Calif. Acad. Sci., 2º Ser. I, 166 — 1889; os 
mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I, 471 — 1890; os 
mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 44 — 1891; Callichthys 
paleatus, Boulenger, Trans. Zool. Soc. London, XIV. |2? 
parte, pg. 29—1896; Corydoras paleatus, Eigenm. & Kennedy, 
Pr. Acad. Nat. Sci. Philad. 506—1903. 


Corydoras elegans, Steind — Corydoras elegans, Steindachner, Ichthyol. Beitr. (V) 


93—LXXIV Bd. Sitzungsber. Akad. Wien —1876; Eigenm 
& Eigenm. Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I, 465 e 469 
— 1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 44 — 1891 ; 
Eigenm. & Kennedy, Pr. Acad. Nat. Sci. Philad. 505—1903. 


Corydoras trilineatus, Cope — Corydoras trilineatus Cope, Pr. Acad. Nat. Sci. 


Corydoras hastatus, 


Corydoras nattereri, 


Philad., 281, est. VI, fig. 2 — 1871; C. agassizi, Steind. 
Ichthyol. Beitr. V, 90 e 186, est. 12, figs. 2 e 2 A. Sitzun- 
gsber. Akad. Wien LXXIV,Bd. 1876; Corydoras trilineatus, 
Eigenm. & Eigenm. Occas. Papers. Calif. Acad. Sci., I, 
466 e 473—1890 ; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 
44—1891 Eigenmn. & Kennedy, Pr. Acad. Nat. Sc. Philad. 
506—1903. 

Eigenm. & Eigenm.—Corydoras hastatus, Eigenm. & Eigenm 
Pr. Calif. Acad. Sci., 2? Ser. I, 166 — 1889; os mesmos, 
Occas. Papers. Calif. Acad. Sci., I, 466 e 474 — 1890 ; os 
mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 44—1891; Eigenmann & 
Kennedy, Pr. Acad. Nat. Sci. Philad. 506—1903; Corydoras 
australe, Eigenm & Ward, Annals Carnegie Museum, IV; 
n. II, 123—1907. 

Steind.—Corydoras Nattereri, Steindachner, Ichthyol. Beitr. 
V, 95, est. XI, figs. 1 el b; Eigenm. & Eigenm. Pr. Calif. 
Acad. Sci—2* Ser. I, 165—1889; os mesmos, Occas. Papers 
Calif. Acad. Sci.—I, 465 e 470 — 1890; os mesmos, Pr. U. 


434 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


S. Nat. Mus. vol. XIV, 44 — 1891; Eigenm. & Kennedy, 
Pr. Acad. Nat. Sci. Philad.—505—1903 . 

Corydoras multimaculatus, Steind.— Corydoras multimaculatus. Steindachner, Akad. 
Anzeiger,—n. XVII—291—1907. 

Corydoras julii, Steindachner— Corydoras juli, Steindachner Akademische An- 
zeiger d. D. Akad. Wien. n. XXVII—2—1906. 

Corydoras microps, Eigenm, & Kennedy—Corydoras microps, Eigenmann & Ken- 
nedy, Pr. Acad Nat. Sci.—Philad.—505—1903. 

Corydoras treitlii Steind. — Corydoras treitlii, Steindachner, Akademische Anzei- 
ger d. Akad. Wien, n. XXVII, 1—1906. 

Corydoras barbatus (Quoy & Gaimard.)= Callichthys barbatus; Quoy & Gaimard, 
Voyage de l’Uranie etc, Zoologie, pag. 234; Cuv. & Val. XV, 
2391840; Günther, Cat, V, 2291864; Scleromystax bar- 
batus, Eigenm, & Eigenm, Pr. Calif Acad. Sci. 2º Ser. I, 164— 
1889; os mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci—I, 451— 
1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 43—1891; Cory- 
doras kronei, A. de Mir. Rib”, Lavoura, anno XI,n.5—maio 
de 1907: pg. 189, c. fig.— 1907; C. eigenmani, C. juquiae, 
Rud. Ihering (e C. Eigenmann), Notas Preliminares, 35 e 
37- -1907. 

Hemidoras stenopeltis (Kner)=-Doras (Oxydoras) stenopeltis, Kner, Sitzungsbe- 
richte Akad. Wien. XVII—142—est. IV — fig. 7 — 1855; 
Hemidoras stenopeltis, Günther, Cat. V, 208 — 1864; Hemi. 
doras stenopeltis, Eigenm. & Eigenm. Pr. Calif. Acad. 2º Ser. 
I— 158—1889; Oxydoras carinatus. Vaillant, Bull. Soc. 
Philom, ser. 7.IV,154—1880; osmesmos, Occas. Papers Calif. 
Acad. Sci. —I— 252, 255—1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. 


Mus. XIV, 33—1891; Boulenger, Trans. Zool. Soc. London. 
XIV pt. 7º, 422—1896. 


Hemidoras nattereri (Steindachner)=Oxydoras nattereri, Steindachner, Denks- 
chrift Acad. Wien, 43 Bd — 104 — 1881; Hemidoras natte- 
reri, Eigenmann & Eigenmann Pr. Calif. Acad. Sci. 2º Ser. 
158—1889;0s mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci.—251 
253—1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus.vol. XIV, 33— 
1891; 7. paraguayensis. Kigenm. & Ward, Ann. Carnegie Mus. 
IV, n. Il, 116 e 134 fig. 1—1907. 

Hemidoras eigenmanni (Blgr.)=Oxydoras eigenmanni Boulenger, Proc. Zool Soc. 
Lond. pg. 524—1895; o mesmo, Trans. Zool. Soc. Lond. 
XIV, 2º parte, 28, est. IV,fig. 3—1896; Oxydoras eigenmanni, 
Eigenm. & Ward, Ann. Carnegie Museum, IV,n. II, 116— 
1907. 

Hemidoras brevis (Kner), —Doras brevis Kner, Sitzungsber. Akad. Wien, XVII, 
138—est. VI fig. 11—1855; Oxydoras brevis, Günther, Cat. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 435 


V, 207—1864; Eigemann & Eigenmann, Pr. Calif. Acad. 
Sci. —2º Ser. I, 158—1889. Os mesmos, Occas. Papers Calif. 
Acad. Sci.—I, 251 e 254—1890. Os mesmos, Pr. U.S. Nat. 
Mus. XIV, 331891. 
Hemidoras trachyparia (Boul.)=Oxydoras trachyparia, Boulenger, Fishes from 
the Rio Juruá. —Trans. Zool. Soc, London. XIV. 7º parte, 423 
est. XL. fig. 2—1896. 
Hemidoras punctatus—Doras ? Kner, Sitzungsber. Akad. Wien, XVII—136—est. 
VI fig. 101855; Corydoras punctatus, Hyrtl, Denkschrift 
Akad. Wien, XVI, 17—1859; Oxydoras punctatus, Günther, 
Cat. V, 2071864; Hemidoras punctatus Eigenmann & Ei- 
genemann, Pr. Calif. Acad. Sci. 2º Ser. I, 158—1889; Os 
mesmos, Occas, Papers Colif. Acad. Sci. I—251 e 255— 
1890; os?mesmos, Pr. U. Si „Nat. Mus. XIV, 331891. 
emidoras Jimbriatus. (Kner)—Doras fimbriatus, Kner, Sitzungsber, Akad Wien. 
XVII, 134 est. III fig. 5—1855; Oxydoras fimbriatus, Günther, 
Cat., V, 207—1864; Hemidoras fimbriatus, Eigenm & Eigenm. 
Pr. Calif. Acad. 2% Ser.I, 158—1889; Os mesmos, Occas. 
Papers, Calif. Acad. of Sciences I, 251, 255—1890; os 
mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 33—1891. 
Hemidoras humeralis (Kner)—Doras humeralis, Kner, Sitzungsber. Akad. Wien 
XVII — 140 — est. IV fig. 6 — 1855; Oxydoras humeralis, 
Günther, Cat. V, 206—1864; Hemidoras humeralis, Eigenm. 
& a. Pr. Calif. Acad. 2? Ser. I, 158—1888; os mes- 
, Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I, 252 e 257—1890; 
os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, pag. 33—1891. 
Eleicoes trimaculatus (Boul,) — Oxydoras trimaculatus, Boulenger, On Fishes, 
fron the Rio Jurua. Trans. Zool Soc. London, XIV, pt. 
7—422 est. XL fig. 1—1898. 
Henidoris morei (Steind.)—Oxydoras morei, Steindachner, Denkschrft Akad. 
Wien, 43 Bd—106—est. I, fig. 2—1882—Hernidoras morei, 
Eigenm. e Eigenm. Pr. Calif. Acad. 2º Ser I, 158—1889; os 
mesmos; Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I—252 e 257— 
1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 33—1891. 
Hassar orestes (Steind.)—Oxydoras orestes, Steindachner, Uber einige brasilia- 
nische Siluroiden aus der Gruppe der Doradinen 1, est. ISit. 
zungesber Akad. Wien, LXXI Bd.—1875; Hemidoras orestis 
Eigenm. & Eigenm. Proc. Calif. Acad. 2º Ser. I, 158—1889; 
Hemidoras (Hassar) orestis, os mesmos, Occas. Papers. Calif, 
Acad. Sci. 1, 253—258—1890; os mesmos. Pr. U. S. Nat. 
Mus, XIV, 33—1891. 
Hassar AS, (Steind.)—Oxydoras affinis, Steindachner, Denkschrift Akad, 
Wien, 43 Bd., 107, est. I fig. I—1882; Æemidoras affinis, 


436 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


Eigenmann e Eigenmann, Pr. Calif. Acad. Sci., 2º Ser. I, 
158—1889; os mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad. I, 253 
258—1890 : Hemidoras (Hassar) affinis, os mesmos, Pr. U. 
S. Nat. Mus. 33—1891. 


Hassar lipophthalmus (Kner) — Doras (Oxydoras) lipophthalmus, Kner, Sitzungsber. 


Akad. Wien, XVII—147—est. V. fig. 8—1845 ; Oxydoras 
lipophthalmus, Günther, Cat. V, 208 — 1864; Hemidoras 
lipophthalmus. Eigenm. e Eigenm. Pr. Calif. Acad., 2º Ser. 
I, 158—1889; Os mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad. Sci. 
I—251 e 2551890; os mesmos, Pr. U.S. Nat. Mus. XIV, 
33— 1891. 


Mormyropsis carinatus (Lin.) — Silurus carinatus Linnaeus, Syst. Nat., ed. XII 


—I, 504—1766 ; Bloch e Schn. — Syst. Nat. 108 — 1801 ; 
Doras carinatus, Lacép., Hist. Nat. Poiss. V. 116—1803 ; 
Doras oxyrhynchus Val. in Humboldt, Obs. Zool., II — 
184—1833; Doras carinatus Cuv. e Val., XV, 214. est. 
4421840; Mull. e Trosch. in Schomburgk, Reise in British 
Guiana, Ill, 6291848; Kner, Sitzungsber. Akad. Wien, 
XVII—144—1855 ; Bleeker, Ichthyol. Arch. Ind. Siluri, 54 
— 1858; o mesmo, Nederl. Tijdschr. Dierkunde, 1, 13, 1863; 
id. Silur. Suriname, 31, 1864; Oxydoras carinatus, Günther, 
Cat. V, 206—1864, Hemidoras carinatus, Kigenm. e Eigenm. 
Proc. Calif. Acad. Sci. 2º Ser. I, 158—1889 ; os mesmos, 
Occas. Papers Calif. Acad. Sci.—I. pags. 252 e 258—1890; 
os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 33—1891. 


Oxydoras niger (Val.) — Doras niger, Valenciennes in Humboldt Obs. Zool. 


II, 184, 1833; Doras humboldti e D. edentatus, Agass.e Spix 
—Pisc. Bras. 14, est. V—1829; Cuv. e Val. XV — 216 — 
1840; Shomburgk, Fishes Brit. Guiana, pte I, 165—1841 ; 
Müll. e Troschel, in Shomburgk Reise in Britsh Guiana, III 
629—1848 ; Doras niger. Bleeker, Nederl. Tijd. Dierk., I, 
14, 1863; Rhinodoras niger, Gunther, Cat. V.—209— 1864 ; 
Doras humboldti., Agass. Journey in Brasil — 1868. Rhino- 
doras prionosmus, Cope, Proc. Acad. Nat. Sci. Philad—134 
1874; Rhinodoras teffeanus, Steindachner, Sitzungsberichte 
Akad. Wien LXXI, 145 est. III—1875; Rhinodoras priono- 
mus, e Rhinodoras niger, Cope, Pr. Amer. Philos. Society. 
678 — Rhinodoras niger Vaillant. Bull. Soc. Philom. Ser 7, 
IV, 1880; Oxydoras niger, Eigenmann e Eigenmann. Pro- 
ceedings Calif. Acad. Sci. —2º Serie I, 159—1889; Os mes- 
mos, Occas Papers Calif. Acad. Sci. I, 246 e 247— 1890 ; 
os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV— 33 — 1891; Gœldi, 
Bol. Mus. Paraense, II, 457—1898. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 437 


Oxydoras knerii, Bleeker — Doras (Oxydoras) niger, Kner — Sitzungsber. Akad. 


Oxydoras elongatus, 


Wien, XVII, 146— 1855; Oxydoras knerii Bleeker. Nederl. 
Tydschrift Dierkunde, I, 12, e 14—1863; Günther, Cat. Wo 
209—1864; Eigenmann e Eigenmann, Occas. Papers Calif. 
Acad. Sci.—246 e 249—1890; os mesmos Pr. U. S. Nat. 
Mus. 33—1891; Rhınodoras knerii, Perugia, Ann. Mus. di 
Genova (2? Ser.) X. 635 — 1892. Oxydoras knerü, Lahille. 
Rev. Mus La Plata, VI—270 — 1895; Berg. Comunicaciones 
Mus. B. Aires—Tomo I —n. 89—300 — 1901; Rhinodoras 
knerü, Boulenger, Trans. Zool. Soc. Lond., XIV, 2º pte, 
29—1896; Oxydoras niger, Gœdi. Bol. Mus. Paraense, II, 
458—1898; Oxydoras knerü, Eigenm. e Kennedy. Pr. Calif. _ 
Acad. Sci.—501—1903. 

Boulenger=Oxydoras elongatus, Boul., On Fishes from the 
Rio Jurua—Trans. Zool. Soc. Lond., XIV, pte 7,—424— 
est XL—fig. 4—1896. 


Oxydoras bachi, Boul.—Oxydoras bachi. Boulenger, On Fishes from the Rio 


Jurua—Trans. Zool. Soc. Lond. XIV, 7º parte—433—1896. 


Rhinodoras amazonum Steind. — Rhinodoras amazonum, Steindachner, Sitzungs 


Doras affinis, Kner, 


berichte Akademie z. Wien, LXXI Bd. «Uber einige neuc 
brasilianische siluroiden aus der Gruppe der Doradinen, 4 
— est. II — 1875; Oxydoras amazonum, Eigenmann e Ei- 
genmann, Proc. Calif. Acad. Sci. —2º Ser. I—159—1889; 
os mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad. Sci.—I, 247—250 
— 1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus., vol. KIV—33 
1891. 

=Doras affinis, Kner, Sitzungsber. Akad. Wien, XVII Bd., 
121, est. II fig. 1—1855; Amblydoras affinis e A. truncatus, 
Bleeker, Nederl. Tijidschrift. Dierk. I — 17 e 18 — 1863; 
Doras affinis, Günther, Cat. V, 205 — 1864: Eigenmann e 
Eigenmann, Occas. Papers. Calif. Acad. of Sciences—I— 
224—-238—1890; Os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 
32—1891. 


Doras weddellii, Casteln.—Doras weddellii, Castelnau, Anim. Nouv. etc. 48, est. 


XVII fig. 1—1855; Günther, Cat. V, 203 — 1864; Doras 
grypus, Cope, Pr. Acad. Nat. Sci. Philad., 270 — est. XV. 
fig. 1—1872; Doras weddellii, Vaillant, Bull. Socc. Philom., 
ser. 7, IV, 154, 1880; Eigenmann e Eigenmann, Pr. Calif. 
Acad. Sci., 2% Ser. I. 163—1899 ; os mesmos, Occas. Papers. 
Calif. Acad. of Sci. I—224, 229, 1890; os mesmos, Pr. U. 
S. Nac. Mus. vol. XIV, 32—1891; Boulenger, Trans. Zool. 
Soc. Lond. XIV, 2º pte. 28—1896; Goldi, Boi. Mus. Paraense 
II, 457 e 480—1898. Boulenger, Ann. Mus. Civ. Hist. Nat. 


438 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


di Genova, XIX (2° Ser.) 126—1899. 

Doras asterifrons, Kuer—Doras asterifrons, Heckel, Manuscr.—Kner, Sitzun- 
gsber. Akad. Wien— XVII, 123—Est II—fig. 2—1855; 
Astrodoras asterifrons, Bleeker. Nederl. Tijdschrift. Dier- 
kund I—1863; Doras asterifrons, Gunther, Cat. V, 203— 
1864; Eigenm. e Eigenm. Pr. Calif. Acad. Sci. 2º Ser., I, 
163—1889; os mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad. Sci. 225 
e 241-1890; os mesmos,Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 
33— 1891. 

Doras marmoratus, Lutk.—Doras marmoratus, Lutken. Dan. Selsk. 30—1874 
Steindachner, Sitzungsber. |Akad. Wien, LXXI—147—est. 
IV—1875; Lutken, Velhas Flodens, Fishe—146 e III est. I 
fig. 1—1875, Eigenmann & Eigenmann, Proc. Calif. Acad. 
Sci..—2? Ser. I, 163—1889, os mesmos, Occas. Papers Calif. 
Acad. Sci—I— 224, 237—1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. 
Museum, vol. XIV, 32—1891. 

Doras heckelit, Kner—Doras heckelii, Kner, Sitzungsbericht Akad, Wien 
XVII, 125, fig. 4— 1855; Gunther, Cat.- V. 204 — 1864; 
Eigenmann & Eigenmann, Pr.;Calif. Acad. Sci.—2? Ser. I— 
163—1889 : Eigenmann & Eigenman, Occas. Papers. Calif. 
Acad. Sci.—I, pags. 225—243—1890; os mesmos, Pr. U. 
Nat. Mus. XIV, 33—1891. 

Doras calderonensis, Naïllant—Dor. calderonensis, Vaillant, Bull. Soc. Phi- 
lon., Ser. 7, IV, 154, 1880; Doras depressus, Steindachner, 
Denkschrift Akad. Wien, XLIII Bd.—103—est. 1 figs. 3 e 3 
a— 1882; Doras calderonensis, Eingenmann e Eigenmann, 
Occas. Papers Calif. Acad. of Sci.—I pags. 223 e 234— 
1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV-32-1891: 

Doras cataphractus (L)—Stlurus cataphractus, Linzus, Syst. Nat. ed. X, 307 — 
— 1758; Cataphractus americanus, Bl. & Schn., Syst. 107, 
est. 23—1801; Lacép., Hist. Nat. Poiss. V, 124 e 127; 1803; 
Doras cataphractus, e D. Blochi, Cuv. & Val. XV, 205 e 
207, 1840; Doras caphractus, e D. Brunnescens, Schomb, 
Fishes Brit. Guiana, pt. I, 158 e 163—1841; Callichthys 
asper, Gronow, Cat. ed. Gray, 157—1854; Doras cataphra- 
ctus, Kner, Sitzungsber. Akad. Wien, XVII, 126—1855; 
Bleeker, Ichtyol. Arch. Arch. Ind.—Siluri. 54—1858; Acantho. 
doras cataphractus. Bleeker, Nederl. Tijdschrift Dierk., I, 
16, 1863; o mesmo, Sil. Suriname, 40, 1864; Doras cata- 
phractus, Günther, Cat. V, 204 — 1864; Eigenmann & 
Eigenmann, Occas. Pagers Calif. Sci. —I, pags. 223 e 234 
1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. 32—1891; Doras 
brunnescens, D. cataphractus, Goldi Bol. Mus. Paraense, 


A DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 439 


II, 456, 457—1898. 

Doras spinosissimus, Eigenmann & Eigenmann—Doras spinossimus, Eigenmann 
e Eigenm. Pr. Calif. Acad. Sci.—2? Ser. I, 161. 1889; 
os mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad. Sci.—I—223e 235 
—1891; os mesmos, Pr. U.S. Nat. Mus. Vol. XIV, 32—1891. 

Doras hancockiiCuv. & Val=Doras costatus, Hancock, Zool. Journ. IV—242— 
1828; Doras hancockü, Cuv. e Val, XV—209—1840; Gun- 
ther, Cat. V, 207—1864; Eigenmann & Eigenmann, Occas. 
Papers. Calif. Acad. Sci.—I—1890; os mesmos, Proc. U. 
S. Nat. Mus. XIV-32—1891. 

Doras costatus (L)=Silurus costatus, Linneus, Syst. Naturae, ed. XII, 506— 
1766; Cataphractus costatus, Bloch, Aust. Fishe—8—82— 
est. 376—1794; Doras costatus Lacépe. V, 116, etc.—1803; 
Doras costatus e Doras armatulus, Cuv. & Val. XV, 
200 e 204—1840; Doras costatus, Schomburgk, Fish. 
Guyana, part. 1, 156, 1841; Castelnau, Anim. Nouv. etc., 
48—1855; Doras armatulus, Kner, S.B. Akad. Wien. XVII, 
16—1855; Platydoras costatus, Bleek. Nederl Tydschr. 
Dierk, 1, 16, 1863; o mesmo, Sil. Suriname, 38, 1864; Doras 
costatus e D. armatulus, Gunther, ICat. V., 201, 1864; 
Doras costatus e Doras armatulus, Peters, Monatsbericht 
Akad. Berlin, 4701877; Eigenmann & Eigenmann, Pr. Cal. 
Acad. Sci. 2º Ser. vol. I, 161—1889; Doras armatulus, 
Steind. Flussfisch Sud. Am. IV, 5, Denkschrift Akad. 
Wien, XLVI—1882; Doras costatus e D. armatulus, Kige- 
mann & Eigemann, Occas. Papers Calif. Acad. of Sci. I, 
pgs. 223, 231 e 234—1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat, 
Mus. vol. XIV, pag. 32—1881; Doras costatus Perugia, 
Anns. Mus. Hist. Nat. de Genova, (2º Ser.) X, 634—1892 ; 
Boulenge. Trans. Zool. Soc. Lond. XIV, 2% pte. 23—1896 ; 
Göldi, Bol. Mus. ‘Paraense, II, 456-460, 470 e 479—1898; 
Doras costatus, Eigenmann & Kennedy, Pr. Acad. Nat. Sci. 
Philad. 5001—1903; Doras costatus, Eigenmann & Ward, 
Ann. Carnegie Museum, IV, nº II, 116, 1907. 

Doras dorsalis, Val.—Doras carinatus, Valenciennes. in Humboldt Observations 
Zoologiques—II—184—1817; Doras dorsalis, Cuv. & Val., 
Hist. Nat. Poiss. V,211,— 1840; Guerin, Icon, Régn. Anim. 
est. 52 fg. 2; Doras papilionatus, Filippi, Guér. Menev.Rev. 
Mag. Zool. — 167 — 1853. Doras lithogaster, Bleek. Nederl. 
Tijdschrift Dierk. I—15—1863; Doras dorsalis e D. litho- 
gaster, Kner Ichthyol. Beitr., Sitzungsber; Akad. Wien— 
129 e 132—XVII—Bd.—1885; Doras dorsalis, D. lithogaster e 
D. papillionatus, Günth, Cat. V, 205—1864. Doras dorsalis, 


440 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


Eigenmann & Eigenmann. Pr. Calif. Acad. 2º Ser. I—159 
—1889; os mesmos, Occas. Papers Acad. Sci. —I, 222, 225 
— 1890; os mesmos—Pr. U. S. Nat, Mus. vol. XIV, 32— 
1891; Doras lithogaster, Doras dorsalis, Göldi, Bol, Mus. Pa- 
raense, II, 462, 469 e 480—1898; Doras dorsalis; Eigenmann 
& Bean, Amazon. Fishes—Pr. U.S. Nat. Mus, XXXI, 663 
— 1907. 


Doras nebulosus, Eigenm. & Kdy.—Doras nebulosus Eigenmann & Kennedy, Pr. 


Acad. Nat. Sci. Philad.—500—1903. 


Doras granulosus Val.—Doras granulosus, Valenciennes, in Humboldt Obs. Zool. 


II—184— 1812 (?) Doras maculatus, Cuv. & Val. XV, 209 — 
1840; Val. Voyage D’Orbigny, IX atlas II, est V, fig. 3 
1847; Doras murica, Kner, Sitzungsber, Akad. Wien, XVII 
—129—1855; Pterodoras granulosus, Bleeker, Nederl. Tijds- 
crift. Dierk I—15—1863; o mesmo, Silur. Suriname, 36— 
1864 Doras muricus, Gunther, Cat. V. 202 1864 ; Doras 
maculatus, Steindachner, Denks. Akad. Wien, 28—1879; 
Doras maculatus, Lahille, Rev. Mus. La Plata VI, 270; 
— 1895; Doras maculatus, Günther, Annals & Mag. Nat. 
Hist. pg. 11. N. 31—Jnly—1880; Eigenmann &  Eigen- 
maun,, Pr. Cal. Acad. Sci., 2º Ser., I—160—1889 ; os mes- 
mos, Occas. Papers. Calif. Acad. Sci. I, 222 e 229—1890; 
os mesmos Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 32- 1891; Doras ma- 
culatus, Perugia, Annali del Museu civico d’Hist. Nat. di 
Genova (2º Ser.) X, 634—1892; Eigenmann & Kennedy, Pr. 
Acad. Nat. Sci. Philad. 500—1903 ; Boulenger, Trans. 
Zool. Soc. Lond. XIV, 2? parte, 28 — 1886; Goeldi, Bol. 
Mus. Paraense, II, 456-1898. 


Doras brachiatus, Cope=Doras brachiata, Cope, Proc. of the Academy of Nat. 


Sciences of Philadelphia—270 — 1871— (1872); Eigenmann 
& Eigenmann, Occas. Papers Calif. Acad. of Sciences I 
pags. 223 e 234- 1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. 
SIN SSSI 


Wertheimeria maculata, Steind. — Wertheimeria maculata, Steindachner, Sus- 


swasserfische des Sudöstlichen Brasilien (III) 102, est X — 
Sitzungsber. Akad. Wien LXXIV — 1876; Eigenmann & 
Eigenmann, Occas. Papers. Balif. Acad. Sci—I, 265—1890; 
os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 34—1891. 


Trichomycterus nigricans, Val. in Humboldt, Obs. Zool II, 348; Cuy. & Val. 


XVIII, 836—1846; Gunther, Cat. V. 274; Pygidium nigricans 
Eigenm. & Eigenm. Pr. Calif. Acad. Sci. 2º Ser. II, 53— 
1890; os mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci. (nec sy- 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 441 


nonyma) 328—1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 
37—1891; A. de Mir. Rib.—Vert. Itatiaya, 7, Archivos do 
Mus. vol. XIII, 1906. 

Trichomycterus amazonicus, Steind. = Trichomycterus amazonicus, Steindachner 
Flussefische Südamerikas, IV, 29, est. VI figs. 4 e 4 a— 
1882; Pygidium amazonicum, Eigenmann & Eigenm; Pr. 
Calif. Acad. Sci., 2º Ser. 2º, 53—1890; os mesmos. Occas, 
Papers Calif. Acad. Sci. 328 e 338—1890; os mesmos, Pr. 
U. S. Nat. Mus. XIV. 37— 1891. 

Trichomyterus proops, Mir. Rib.==Trichomycterus proops, Mir. Rib. Kosmos, n. 2 
—Fev'—1908. 

Trichomycterus punctatissimus, Casteln. = Trichomycterus punctatissimus, Castelnau, 
Animaux Nouveaux etc., 49—est. 24, fig. 3 — 1855; Pygidium 
punctatissimum, Eigenm. & Eigenm. Pr. Calif. Acad. Sci. 
2% Ser. II—52— 1889; os mesmos, Occas. Papers Calif. 
Acad. Sci. I, 327 e 334—1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. 
Mus., 36—1891; Trichomycterus punctatissimus, A. de Mi- 
randa Rib.—Vertebrados de Itatiaya, 7.—1906. 


Trichomycterus goeldi, Boul=Trichomycterus goeldi, Boulenger, Description of a 
new Siluroid Fish from the Organ Moutains, Brasil—Ann. 
& Mag. Nat. Hist. vol. 18. n. CIV pag. 154, 1896; A. de 
Miranda Ribeiro, Vertebrados do Itatiaya, 7—1906. 

Trichomycterus dispar (Tschudi) = Pygidium dispar, Tschudi; Fauna Peruana, 
Ichthyol, 22 est. 3—1845; Trichomycterus punctulatus e T. 
functatus, Cuv. & Val. XVIII pg. 362, est. 552 — 1846. 
Lutken Velhas Flodens, Fiske, 137—1875; Pygidium dispar 
e P. dispar punctulatum Eigenm & Eigenm. Pr. Calif. Acad. 
2º Ser. II, 52—1889; os mesmos Occas. Papers Calif. Acad. 
Sci. I, 317—335 e 366—1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. 
Mus. XIV—36—1891. 


Trichomycterus immaculatus (Eigenm. & Eigenm.)—Pygidium immaculatum, Fa. 
genmann & Eigenmann, Pr. Calif. Acad. 2º Ser. II—1890; os 
mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad. Sci.—I, pags. 328 e 
337—1890 ; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 37 — 
1891; A. de Mir. Ribeiro, Vertebrados do Itatiaya, pg. 7 


— 1906. 


Trichomycterus brasiliensis, Lutk.=Trichomycterus brasiliensis, Lutken, Overs. 
Selsk. 3 fig. 29—1893 ; 7. brasiliensis, e T. b. var. tristis O 
mesmo, Velhas Flodens, Fiske, 135 e I, est. III, fig. 8 — 


442 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


1875; Pygidium brasiliense, Figenmann & Eigenmann, Pr. 
Calif. Acad. Sci. — 2? Ser., II—51—1889; os mesmos, I, 327 
— 3321890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 36— 
1891; Trichomycterus brasiliensis Boul. Pr. Zool. Soc. Lon- 
don 2311891; Boulenger, Trans. Zool. Soc. London, XIV, 
2º Pte. 34—1895; Pygidium brasiliensis, Inhering, Peixes de 
agua doce do Rio Grande do Sul 121897; Trichomycterus 
brasiliensis var Itatiayæ, A. de Miranda Ribeiro, Vertebrados 
do Itatiaya, 7 e 15—est. I, fig. 1 a, 1 be 1 c—1906. 


Tridens melanops, Eigenm. & Eigenm.—Tridens melanops, Eigenmann & Eigen- 
mann, Pr. Calif. Acad. Sci., 2º Ser. vol. II, 531890; os 
mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci.—I, 3391890; os 
mesmos; Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 37— 1891. 


Tridens brevis, Figenm. & Eigenm.=Tridens brevis, Eigenmann & Eigenmann, 
Pr. Calif. Acad. Sci.—2* Ser., II, 54 — 1890; os mesmos, 
Occas. Papers. Calif. Acad. Sci.—I, 340—1890; os mesmos, 
Pr. U. S. Nat: Mus. XIV, 37—1891. 


Minroglanis platycephalus, Eigen. & Eigenm.—Miuroglanis platycephalus, Eigen- 
mann & Eigenmann, Pr. Calif. Acad. Sci., 2? Ser. II. 56 
— 1890; os mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci., —I, 
347—1890: os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus., XIV, 37 — 
1891. 

Vandellia cirrhosa, Cuv. & Val.=Vandellia cirrhosa,Cuv. & Val. Hist. Nat. Poiss., 
XVIII, 278, est. 547—1846; Castelnau, Anim. Nouv. etc.,51 
est. 28 fig. 2; Gunther, Cat. V, 277—1864; Eigenm & Ei- 
genmann, Pr. Calif. Acad. Sci—2* Ser. II, 55 — 1890; os 
mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci.—I, 345—1890; os 
mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 37 — 1891; Boulenger, 
Proc. Zool. Soc. London, 1891—1897; o mesmo, Trans. 
Zool. Soc. London, XIV, 7º parte—426—1898. 


Vandellia plazai, Casteln.—Vandellia plazai, Castelnau, Animaux Nouveaux ou 
Rares de l’Amerique du Sud—51 est. 28 fig. 1—1855; Vail- 
lant, Bull. Soc. Philomatique, Ser. 7—IV, 159—1880; Ei- 
genmann & Eigenmann, Pr. Calif. Acad. Sci. 2º Ser, II, 
55—1890; os mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I, 
345—1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 37—1891. 


Stegophilus nemurus, Günther—Stegophilus nemurus, Günther, Proceedings of the 
Zool. Society of London, 429 — 1869; Pseudostegophilus ne- 
murus Eigenm. & Eigenm., Pr. Calif. Acad. Sci.—2* Ser. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 443 


II, 54—1890; os mesmos, Occ. Papers Calif. Acad. Sci.—I, 
341—1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. 37—1891; Ste- 
gophilus nemurus, Boul. Trans. Zool. Soc. London, XIV, 7° 
parte 426—1896, 

Stegophilus intermedius, Eigenm. & Kigenm.—Stegophilus intermedius, Figenmann 
& Eigenmann, Pr. Calif. Acad. Sci. 2* Ser. II, 54—1890 ; 
os mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad. Sci.—I, 342 e 343 
— 189005 mesmos, Pr. U.S. Nat. Mus. XIV. 37 189% 


Stegophilus macrops, Steind—Stegophilus macrops, Steindachner, Flussfische Süd- 
amerika IV, 28, est. VI figs. 2 e 2 a.—1882; Eigenm. & 
Eigenm,. Pr. Calif. Acad. Sci. 2° Ser. II, 55—1890; os mes- 
mos; Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I, 343 e 344 — 1890; 
os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. 37—1891. 


Stegophilus reinhardti, Steind. — Setagrophilus reinhardti Steindachner, Flussfi- 
sche Sudamerikas IV, 28, est. VI, fig. 1—1882; Eigenm. & 
Eigenm. Pr. Cal. Acad. Sci. 2º Ser. II, 55— 1890; os mesmos 
Occas. Papers Calif. Acad. Sci., I, 343, 344—1890 os mes- 
mos; Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 37—1891. 

Stegophilus insidiosus, Reinhardt— Séegophilus insidiosus, Reinhardt, Naturgist 
Foren, Videnskabelige, Meddelelser, 79—est. II; Gunther, 
Cat. V, 276—1864; Lutken, Velhas Flodens—Fiske 135 e 
I, figs. 1 a 3—1875; Figenmann & Eigenmann, Pr. Calif. 
Acad. Sci., 2º Ser. II, 45—1800 ; os mesmos, Occas. Papers. 
Calif. Acad. Sci —I. 343, 344—1890, os mesmos, Pr. U.S. 
Nat. Mus. 37—1891. 


Pareiodon microps, Kner,—Pareiodon microps, Kner, Sitzungsber. Akad. Wien, 
XVII, 160 c. fig. 1855; Günther Cat. V. 275—parte—1864; 
Cope. Pr. Acad. Nat. Sci. Philad.—290—1871; Eigenmann 
& Eigenmann, Pr. Calif. Acad. Sci., 2º Ser., II, 55—1890; 
os mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad. Sci.—346 (parte) 
1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus., XIV, 37—1891. 


Pareidon pusillus, (Casteln.) = Trychomicterus pusilus. Castelnau, Animaux 
Nouveaux, etc., pg. 50—est 24—fig. 4 — 1855; Astemomy- 
cterus pusillus, Guichen. Rev. & Mag. Nat. Hist. XII — 
525—1890; Eigenmann & Eigenmann, Pr. U. S. Nat. Mus. 

a 37—1891. 

Nannoglanis bifasciatus, Bigenmann & Norris = Nannoglanis bifasciatus, Eigen- 
mann & Norris — Sobre alguns peixes do Estado de S. Paulo, 
Brasil — Rev. do Museu Paulista, vol. IV, 350 — 1900. 


444 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


Heptapterus mustelinus (Valenc.) — Pimelodus mustelinus, Valenciennes, D'Or- 
bygny, Voyage dans l’Amer. Merid. Poiss. Pl. 2 fig. 
1—4—1847 (?) Cuv. & Val. Hist. Nat. des Poisons, vol. 
XV—122—1840; Heptapterus mustelinus, Gunther Cat. V, 
2711864; Hensel, Beitrage z. Kenntniss Wirbelthiere 
Süd Brasilien — Wigman’s Archif. 77—1870; Eigenmann & 
Eigenm. Proc. Calif. Acad. Sci. 2? Ser, I, pg. 172—1889 ; 
os mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad. Sci —I— 144, 
1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV—29—1891. 
Perugia, An. Museo Civico di Genova, X— (2º ser.) 639 — 
1890-92; Berg. Peces de Agua dulce — Annales del Mus. 
de B. Ayres; tomo IV (Ser. 2? T. I, 135—1895 ; Lahille— 
Rev. Mus. La Plata—VI—275—1895, o mesmo, Peces sud 
americanos, loc. cit. tomo V (Ser. 2? T. II) 264—1897; 
C. Eigenmann, Notes on Fishes, Dr. Ihering, R. Grande 
do Sul, Annales N. York Acad. of Sci., VII-632—1894 ; 
v. Ihering—Peixes d’agua doce do R. Grande do Sul— 
12—1897 ; Boulenger — Boll. Musei de Zool. ed. Anat. 
Comp. della R. Univers. di Torino—XII—279—1897 ; Stein- 
dachner, Sitzungsber. Akad. Wien CXVI—12—1907. 


Heptapterus multiradiatus, Rud. Ihering, = Heptapterus multiradiatus, Rud. 
Ihering Notas Preliminares do Mus. Paulista— 20 e 21 — 
1907. 

Heptapterus leptus (Figenm. & Eigenm.) — Acentronichthys leptus Eigenm. & 
Eigenm. Proc. Calif. Acad. Sci., vol II—28 — 1890, os 
mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad. Sci. I—145—1890; os 
mesmos Pr. U. S. Nat. Mus. 29—1891. 


Nemuroglanis lanceolatus, Figenm. & Eigenm.= Nemuroglanis lanceolatus, Eigen- 
mann & Eigenmann, Pr. Calif. Acad. Sci., 2º Ser. II — 
29—1889 ; os mesmos Occas. Papers. Calif. Acad. Sci.—193 
— 1890 ; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus., vol XIV, 30—1891: 


Callophysos macropterus (Licht.) = Pimelodus macropterus Lichtenstein, Wiedem, 
Zool. Mag., I (pt. 3º) pg. 59—1819; Pimelodus ctenodus 
Agass. Gen. Spec. Pisc., Spix,& Mart. pg. 21 — est. VIII a — 
1829; Cuv. & Val. Hist. Nat. Poiss. XV pg. 186—1840; Pime- 
lodus insignis, Schomburgk, Fish British Guian. I,est VI, 1843; 
Callophisus macropterus Mull & Trosch. in Schomb. Reise 
British. Guian 629 — 1848; Callophysus macropterus cteno- 
dus, Mull. & Trosch., Horae Ichtyol. III pg. 92 —1849 
Pimelodus ctenodus, Casteln, Anim. Nouv. etc. pg. 35 — 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 445 


1855 — Callophysus ctenodus Kner, Sitzungsber. Akad. Wien 
XXVI pg. 422 — 1857; Pimeletropis lateralis, Gill, Pr. Acad. 
Nat. Sci. Philad. pg. 1961859; Callophysus lateralis, C.macro- 
pteruse C. ctenodus, Gunther, Cat. V pg. 137 — 1864; Callo- 
Physos lateralis, Steindachner, Ichtyol. Beitr. V pg. 105 — 
Sitzungsber. Akad. Wien. LXXIV—1876; Callophysus macro- 
pterus Peters, Monatsbericht Akad. Berlin. pg. 470 — 1877. 
Callophysus lateralis Cope, Proceedings Amer. Philos. Soc. 
XVII, 676 — 1878; Callophysus ctenodus, Goeldi, Bol. Mus. 
Paraense, II, pgs. 458,464 e 476—Vaillant. Bull. Soc. Philom. 
serie 7% IV — 1880; Callophysus macropterus, Eigenm. & 
Eigenm. Proc. Calif. Acad. 2º serie vol. I pg. 120 — 1888; os 
mesmos Occas. Papers Calif. Acad. Sci. —I—pg. 95—1890; os 
mesmos Proc. U. S. Nat. Mus. vol XIV pg. 27—1891; Eigen- 
mann & Bean, Pr. U. S. Nat. Mus. vol XX XI — 659 — 1907. 


Conorhyncus conirostris (Cuv. & Val.)=Pimulodus controstris, Cuv. & Val. XV, 151 
est. 436 — 1840; Conostoma conirostris, Dumeril, « Ichtyol. 
Analytique, 484 — 1856; Conorhynchus conirostris, Bleeker, 
Nederl. Tydschr. Dierk. I,102—1863 ; Gunther, Cat. V, 135— 
1864; Lutken, Velhas Flodens, Fiske 162 e V — 1875; 
Eigenmann & Eigenmann, South Amer. Nemathognati — 185 
— 1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. 30 — 1891. 


Conorhynchus glaber, Steind.—Conorhynchus glaber, Steindachner Suswasserfische 
S. O. Brasilien (III) 79 — est. VIII—Sitzungsber. Acad. Wien 
LXXIV — 1876. Eigenm. & Eigenm. Occas. Papers Calif. 
Acad. Sci. I, 185 — 1890 ; os mesmos, Pr. U.S. Nat. Mus. vol. 
DEVA 20 11891 


lheringichthys westermanni (Reinhard & Lutken) — Pimelodus westermanni e P. 
labrosus. R. & Lutken, Videnskab. Medel — 32 e 200 — 1874; 
Eigenmann & Eigenmann, Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I, 
— 166 e180 — 1890; os mesmos, Pr. U. S, Nat. Mus., vol. 
XIV pg. 29— 1891; Pimelodus labrosus, Boulenger Trans. 
Zool. Soc. Lond., XIV — 2º parte — pg. 27 — 1896. Jheringi- 
chthys labrosus e Bergiella westermanni Eigenmann & Norris 
— Revista do Museu Paulista IV,354e 355 — 1900. Pimelodus 
labrosus Berg,—Communicaciones del Mus. de B. Aires— Tomo 
I, nº9 — 296 — 1901. Eigenmann & Kennedy, Pr. Acad. 
Nat. Sci. Philad.—449—1903 ; Jheringichthys labrosus, Ei- 
genm. & Ward. Ann. Carnegie Museum, IV, n. II, 116— 
1907. 


446 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


Pimelodina flavipinnis, Steind. = Pimelodina flavipinnis Steindachner, Ichthyol. 
Beitr. V—102— est. VIII— fig. 2— Sitzungsber. Akad. 
Wien, LXXIV Bd. — 1876 ; Eigenmann & Eigenmann,South 
American Nemetognathi—Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I 
— 1011890; os mesmos. Pr. U. S. Nat. Mus. vol. XIV, 
27—1891. 


Pimelodina nasus, Eigenm. & Eigenm. — Pimelodina nasus, Eigenmann & Ei- 
genmann, Proc. Calif. Acad. Sci.—2* serie pg. 120—1889; 
os mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad. Sci. —I pg. 101, 
1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. vol. XIV pg. 27— 
1891. 


Pseudopimelodus parahybae, Steind., — Pseudopimelodus charus, Steind, Susswas- 
ser-Fische. S. O. Brasilien, III, pg. 74-Sitzungsber. Akad. 
Wien, LXXIV Bd. 1876; P. parahybae,o mesmo, Denkschrift. 
Akad. Wien — pg. 60—est. I, figs. 2, 2-a e 2-b XLII Bd. 
— 1880 ; Eigenmann & Eigenmann, Pr. Calif. Acad. Sci. 2? 
serie—vol.Ipg. 122—1889; os mesmos, Occas. Papers, Calif. 
Acad. Sci. pg. 109 e 110—1890;s, os mesmo Pr. U. S. 
Nat. Mus. vol. XIV pg. 27—1891. 


Pseudopimelodus zungaro (Humb.)=Pimelodus zungaro, Humboldt, Obs. Zool. II 
pg. 170 est. XLVI fig. I—1833; Pimelodus bufonius, P. man- 
gurus, P. charus e P. Zungaro Cuv. & Val. XV ps. 115, 
116.118 e 1191840; Pimelodus zungaro. Schomburgk,Fishes 
B. Guiana, II, fig. 205—1843; Pimelodns mangurus; Valenc. 
in D’Orb. est. I figs. 4 4 6 — 1847; Pimelodus bufonius, 
Kner, Stzungsber. Akad Wien, XXVI Bd. pag. 421—1857; 
Zungaro humboldti Bleek., Nederl. Tydschr. Dierk. I, pg. 
101—1863; Pimelodus bufonius, , P. mangurus, Gunther, Cat. 
V pg. 133 e 134 — 1864; Pseudopimelodus charus, Lutken, 
Velhas Flodens, Fiske, pg. 180 e app. VIII 1875; Pimelodus 
bufenius, Göldi—Bol. Mus. Paraense, II—pg. 456; Pimelodus 
bufonius, Cope, Pr. Am. Philos, Soc. 675, 17, —1878; Ste- 
indachner, Denkschrift Akad. Wien. vol. 42—pg. 59 est. 
II figs. 1, 1-ae 1-b—1880; Pseudopimelodus zungaro, Ei- 
genm. & Eigenm., Proc. Calif. Acad. Sci.—2? serie I, pag. 
122—1889; os mesmos, Occas, Papers Calif. Acad. Sci— 
I, pags. 109 e 112—1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. 
vol. XIV. pg. 28—1891; Lahille, Rev. Mus. La Plata,tomo 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 447 


VI, pg. 270, 1895; Eigenmann & Norris, Rev. Mus. Pau- 
lista, 1V—350, 1900. 


Pseudopimelodus alexandri (Steind.)= Lophiosilurus alexandri, Steindachner-Ichtyol. 
Beiträge V, pag. 106, est. XV—Sitzungsbericht Akad. Wis- 
senschaft Wien, LX XIV Bd.— 1876; Pseudopimelodus agassizi, 
Steind, Denkschrift Akad. Wien, XLII Bd., pag. 61—1880; 
Pseudopimelodus alexandri, Figenm & Eigenm. Occas. Pa- 
pers. Calif. Acad. Sci. T, pags. 109 e 110 — 1890; os mes- 
mos, Pr. U. S. Nat. Mus., vol. XIV, pag. 27—1891. 


Pseudopimelodus raninus (Cuv & Val.) =Pimelodus raninus, Cuv. & Val. AVE 
pag. 117, est. 434— 1840: Kner, Sitzungsber. Akad. Wien 
XXVI, pag. 421—1857; Gunther, Cat. V, pag. 133—1864; 
Peters, Monatsber. Akad. Berl., pag. 470-1877; Pseudopt- 
melodus raninus, Eigenmann & Eigenmann, Pr. Calif.Acad. 
Sci., 2? serie, vol. 1 pag. 122 — 1889; os mesmos, Occas. 
Papers. Calif. Acad. Sci. I, pags. 109 e 111—1890; os mes- 
mos, Pr. U. S. Nat. Mus., vol. XIV, pag. 27—1891. 


Pseudopimelodus acantochira, Eigenm. & Eigenm. — Pseudopimelodus raninus, 
Steind. Denkschr. Akad. Wien, pags., 61, 42. Bd. — 1880; 
Pseudopimelodus acantochira. Proc. Calif. Acad. Sci., 2º se- 
rie, vol. I, pag. 122—1889; os mesmos, Occas. Papers Acad. 
Sci. I, pags. 110 e 114—1890; os mesmos Pr. U. S. Nat. 
Mus., vol. XIV, pag. 27—1891. 


Imparfinis piperatus, Figenm. & Norris = /mparfinis piperatus. Figenmann & 
Norris, Revista do Museu Paulista, IV, pag. 352—1900. 


Rhamdia ignobilis (Steind.) = Rhamdella ignobilis, Steindachner, Sitzungsber. 
Akad. Wien, CXVI—486—1907. 


Rhamdia minuta, Lutken—=Ramdia minuta, Lutken, Velhas Flodens Fiske,179 
e VIII, est. III, fig. 6 — 1875; Eigenm. & Eigenm. Pr. 
Calif. Acad. Sci. 2º serie I, 131, 1889; os mesmos Occas. 
Papers. Calif. Acad. Sci I, 138 e 142 — 1890; os mesmos, 
Pr. U. S. Nat. Mus., vol. XIV, 28—1891. 


Rhamdia jenynsii (Ginther.)—Pimelodus gracilis, Jenyns, Zool. Beagle, Fishes, 
110 — 1842; Pimelodus jenynsü, Günther, Cat. V, 128 — 
1864; Rhamdia jenynsii ? Kigenm. & Kigenm. Proc. Cal. 
Acad. 2º serie I, 130—1889; Rhamdella jenynsii ? os mes- 


448 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


mos, Occas. Papers. Calif. Acad. Sci. I—138 e 140—1890; 
os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus., vol. XIV—28—1891. 


Rhamdia eriarcha (Figenm. & Eigenm.) — Rhamdella eriarcha, Figenmann & 
Eigenmann, Proc. Calif. Acad. Sci. 2º ser. I, 129 — 1889; 
Os mesmos,Occas. Papers.Calif. Acad. Sci. I—138 e 139 —1890; 
os mesmos, Proc. U. S. Nat. Mus. vol. XIV 28-1891. H. von 
Ihering, Peixes do Rio Grande do Sul— 11 — 1897. 


Rhandia microcephala (Lutk.)— Rhandia microcephala, Lutken, Velhas Flodens, 
Fiske, 177 c VIII, est. III, figs. 7 e 7 a — 1875, Eigenm 
& Eigenm. South. Amer. Nemath. 138—1590; os mesmos 
Pr. U. S. Nat. Mus. XIV—28—1891. 


Rhamdia exudans (Jenyns)=Pimelodus exudans, Jenyns Zool. Beagle, Fishes 
111— 1842; Günther, Cat. V, 132—1864; Rhamdia exudans 
Eigenmann. & Eigenmann, Pr. Calif. Acad. Sci. 2º Ser. I, 
130—1889; os mesmos Occas. Papers. Calif. Acad. Sci. I 
138 e 140—1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. vol. 
XIV 28—1891. 


Rhamdia notata (Shomb.)—Pimelodus notatus, Shomb., Fishes Guian., I, 181, 
est. 7-18; Günther, Cat. V, 131 — 1864; Rhamdia notata, 
Eigenm. & Eigenm. Proc. Calif, Acad. 2? Ser. I, 129 — 
1888; os mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad. Sci. I, 138 
e 139—1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV. 28 
—1891. Pimelodus notatus, Göldi, Bol. Mus. Paraense III, 
457—1898. 


Rhamdia insignis (Shomb.) = Pimelodus insignis, Shomburgk, Fishes Brit. 
Guian. 180-1843; Pimelodus cristatus, Müll & Trosch. in 
Shomb. Reise in B. Guian. 628—1848; os mesmos, Horae 
Ichthyologicae III, 4—1849; Günther, Cat. V. 117—1864; 
Pimelodus agassisi, Steindachner, Sitzungsber. Akad. 
Wien, LXXIV Bd. (Ichthyol. Beitr.) pag. 99—1876; Pime- 
lodus ophthalmicus, Cope. Pr. Amer. Philos. Soc. XVII, 
675—1878; Pimelodella cristata, Vaillant, Bull. Soc. Philom. 
7° Serie, IV, 152—1880; Steindachner, Denkschrift Akad. 
Wien XLVI, Beitr. Kenntn. Flussfische Sud Amerikas, IV 
4—1882: Pimelodus cristatus, Eigenm & Eigenm., Pr. Calif. 
Acad. Sci. I, 2? Serie, I, 132 — 1889; os mesmos, Occas. 
Papers. Calif. Acad. Sci. I, 147 — 150 — 1890; os mesmos, 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 449 


Pr. U. S. Nat. Mus. vol, XIV, 29—1891; Pimelodus cris- 
tatus, Perugia. An. Mus. de Genova X, 631—1892 : Pime- 
lodus insignis, P. cristatus, Goeldi, Bol. Mus. Paraense, II, 
459, 466 e 476 — 1898; Pimelodella cristata, Eigenm. & 
Bean, Pr. U. S. Nat. Mus. vol. XXXI, 660—1907. 


Rhamdia wesselii (Steind.)=Pimelodus (Pseudorhamdia) wesselii, Steindachner 


Sitzungsber. Akad. Wien, LXXIV Bd, I Absh. Sussw, 
Fische S. O. Bras.(III) 56— 1876. Pimelodella wesselii, Eigenm. 
& Eigenm. Pr. Calif. Acad. Sci. 2º Ser. I, 132, 1889; os 
mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. of. Sci. I, pgs. 148 e 


152—1890; os mesmos. Pr. U. S. Nat. Mus. vol. XIV, 29 
1891. 


Rhamdia gracilis (Cuv. & Val)= Pimelodus gracilis, Cuvier & Valenciennes, 


Rhamdia pectinifer 


XV 134—1840; Valenciennes in d’Orbigny, Voyage dans 
l’Am. Merid. atlas II fig. 5 — 1847; Kner, Sitzungsber. 
Akad, Wien XXVI, pg. 418—1857 ; P. Pseudorhamdia gra- 
cilis, Steindachner Flusf. Sud. Am. I, 9—Denkschrift. Akad. 
Wien — XLI—1879; Pimelodella gracilis, Figenm. & Ei- 
genm. Pr. Calif. Acad. Sci. 2? Ser. I, 132—1889; os mes- 
mos, Occas. Papers. Calif. Acad. Sci. I, pags. 148 e 153 
— 1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. vol. XIV—1891; 
Pimelodus gracitis, Boulenger. Trans. Zool. Soc. London— 
XIV, pt 22, 27—1896; Pimelodella gracilis, Pimelodus gra- 
cilis, Goeld, Bol. Mus. Paraense, 458—1898; Eigenmann & 
Ward, Annals Carnegie Museum IV, 114—1907. 


(Eigenm. & Eigenm.) Pimelodella pectinifer, Figenmann & 
Eigenmann,Proc. Calif. Acad. Sci., 2? serie I, 132—1889; os 
mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad. Sci. I, 148 e 154 — 
1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. vol. XIV — 29 — 
1891. 


Rhamdia harttii (Steind.) Pimelodus (Pseudorhamdia) hartii, Steindachner Suss- 


wasserfische des südöstlichen Brasilien (III), 53 Sitzungsber. 
Akad. Wien, LXXIV Bd.—1878 ; Pimelodella hartü, Ei- 
genm. & Eigenm. Proc. Calif. Akad. Sein 22 Ser. 1,5133, 
1889; os mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad Sera 149 
__158—1890 ; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. vol. XIV 
—29— 1891. 


450 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


Rhamdia lateristriga (Muller & Tr.) = Pimelodus lateristriga, Muller & Tros- 
chel, Horae Ichthiol., III, 3, 1849 ; Gunther Cat. V, 118— 
1864 ; Hensel, Archif. Naturg. Anno 36, 69—1870 ; Cope, 
Pr. Philad. Acad. Nat. Sci. 270—1872; Pseudorhamdia la- 
teristriga Lutken, Velhas Flodens. 172 c. fig. e VI—1875, 
Steindachner, Susw. fische. Sudöstlichen Bras. III, 45—Si- 
tzungsber. Akad. Wien, 1876. Vaillant. Bull. Soc. Philom. 
7? serie—IV—52—1880; Pimelodella lateristriga, Eigenm. 
& Eigenm. Pr. Calif. Acad. Sci 2? Ser. 1—133—1889 ; os 
mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I—149—156—1890; 
Pimelodus lateristriga, Boulenger. Trans. Zool. Socc. Lon- 
XIV Pte. 3227. 1896. Os mesmos, Pr. US. Nat Mas: 
vol. XIV, 29- -1891 ; Ihering, Peixes d'Agua doce do R. 
Grande do Sul, 11—1897. 


Rhamdia vittata (Kroyer-Lutk.)—Pseudorhamdia vittata (Kryeer) Lutken, Velhas 
Flodens Fiske, 172 c. f. e VII, 1874; Pimelodella vittata, 
Eigenm. & Eigenm. Pr. Calif. Acad. 2? serie I, 183-1889 ; 
os mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci., I, 149 e 159 
1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. vol. XIV, 29-1891. 


Rhamdia modesta (Günth) — Pimelodus modestus, Gunther, Proc. Zool. Socc. 
Lond. 239—est. 10, fig. C. 1860; o mesmo, Cat. V, 117— 
1864, o mesmo, Fishes Centr. Amer.—393—1866 ; Pimelo- 
della modesta, Eigenm. & Eigenm. Pr. Calif. Acad. Sci. — 
2º Ser. I—183—1889; os mesmos, Occas. Papers. Calif. 
Acad. Sci. I. 148 e 155— 1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. 
Mus. vol. XIV, pg. 29—1891; Pimelodus modestus, Boulen- 
ger, Trans. Zool. Soc. London, vol. XIV, pt e. 8, 422— 
1898. 


Rhamdia eigenmanniorum,Mir. Rib.—Pimelodella buckley Eigemann & Eigemann, 
Proc. Calif. Acad. Sci. 2º ser. I, 133 — 1889; os mesmos, 
Occas. Papers. Calif. Acad. Sci. 1°—pgs. 149 e 158 (parte) 
1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. vol. XIV, 29—1891, 
(parte.) 

Rhamdia transitoria, Mir. Rib.=Pimelodella transitoria, Alipio de miranda Ri- 
beiro. Peixes do Yporanga, Lavoura, anno XI, 404 n. 5 
pg. 186-Maio de 1905. 

Rhamdia brasiliensis (Steind.)=Pimelodus (Pseudorhamdia) brasiliensis,Steind. 
Sursw, fiche So, Bras. (III) 50, est. VII, Sitzungsber Akad. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 451 


Wien LXXIV Bd. 1876; Pimelodella brasiliensis. Eigenm. & 
Eigenm. Pr. Calif. Acad. Sci. 2º Ser. I, 133 — 1889; os 
mesmos, Occas, Papers, Calif. Acad. Sci. vol. I, 140 e162 : 
—1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. vol. XIV, 29 — 
1901 


Rhamdia schomburgki, Bleeker—Pimelodus maculatus, Schomburgk, Fishes, B. 
Guiana, 1—175, 1843; Rhamdia schomburgki Bleeker, Ich- 
thyol. Arch. Ind. pg. 208—1858; Eigenmann & Eigenmann 
Pr. Calif. Acad. Sci—2? Ser. Vol. I pg. 124 — 1889; os 
mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I pgs. 118 e 122 
—1890; Pr. U. S. Nat. Mus. vol. XIV pg. 28 — 1891; Pi- 
melodus maculatus, Goeldi, Bol. Mus. Paraense, II vol. pg. 
459. 


Rhamdia obesa, Eigenmann & Eigenmann— Rhamdia obesa, Eigenmann & Ei- 
genmann, Proc. Calif. Acad. Sci. 2º Serie, vol. I, pag. 124 
1889—Os mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad. Sci. I, pgs. 
119/€ 1221890; 05 mesmos) Pr. US. Nat. Mus. vol; 
XIV pg. 281891. 


Rhamdia sapo (Cuv. & Val.) = Pimelodus sapo, Cuv. & Val., XV, pg. 133 — 
1840; Valenciennes in D'Orbigny — IX, Atlas II fig. 6 à 
8-1847; Kner, Sitzungsber. Akad. Wien, XXVI, pag. 417 
1857; Gunther, Cat. pg. 1321864; Steindachner, Ichthyol 
Notizen IX pg. 5, Sitzungsber. Akad. Wien, LX — 1869; 
Hensel, Wiegman’s Archif, I pg. 69 — 1870; Steindachner, 
SW. Fische SO. Brasilien, III pg. 60—I. cit. LXXIV Bd 
— 1876; Rhamdia sapo, Eigenm. & Eigenm. — Pr. Calif. 
Acad. Sci. 2º Serie, vol. I, pag. 126 — 1889; os mesmos, 
Occas. Papers Calif. Acad. Sci.—I, pgs. 120 e 130—1890; 
os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus., vol. XIV pag. 28—1891; 
Pimelodus sapo, Perugia, An. Mus. de Genova X, 631 — 
1892; Lahille, Revista do Mus. de La Plata, tomo VI pg. 
270— 1895. 


Rhamdia hilarii (Cuv. & Val.) —=Pimelodus hilarü, Cuv. & Val., XV, pg. 134 
1840; Günther Cat. V, pg. 132 — 1864; Rhamdia hilarii, 
Lutken, Velhas Flodens, Fiske pg. 175 c.f. e pg. VII app. 
1875; Eigenm. & Eigenm.—Pr. Calif. Acad. Sci. — 2º Serie, 
I—pg. 1261889; os mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad. 
Sci. —I pg. 120 e 1311890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


Mus. XIV pg.28—1891; H. v. Ihering: Os peixes d’agua 
doce do Rio Grande do Sul, pg. 11—1897. 


“ Rhamdia quelen (Quoy & Gmrd.)—Pimelodus quelen, Quoy & Gmrd, Voyage 


Rhamdia sebae (Cuv. 


Uran., Zool est. 49—figs. 3 e 4—1824; Heterobranchus sex- 
tentaculatus, Agass. in Spix Pisc. Bras., pg. 28 est. 11— 
1829; Pimelodus sellonis, Müll. & Trosch. Horae Ichthyol, 
III—pg. 2 — 1849; Pimelodus bahianus, Castelnau, Anim. 
Nouv. etc. pg. 35—est. XVI fg. 2—1885; Pimelodus sebae 
e P. sapipoca Kner, Sitzungsber. Akad Wien XXVI pgs. 
417 e 418-— est. 191857; Rhamdia queleni, Bleek, Nederl. 
Tijdschr, Dierk I, pg. 101 — 1863; Pimelodus queleni, P. 
wurchereri, Gunther, Cat. V, pg. 1231864; Pimelodus que- 
leni, P. queleni cuprea e P. cuyabae, Steindachner, Suss- 
wasserfische SO. Bras. III, pgs. 64, 65 e 76—Sitzungsber, 
Akad. Wien LXXIV-— 1876; Ramdia quelen, Eigenm & Ei- 
genm. Pr. Calif. Acad. Wien 2? Serie — vol. I. pg. 126— 
1889; Rhamdia quelen, Berg, Anales del Mus. Nac. de B. 
Ayres, tomo IV (Ser. II, tomo I) pg. 133 — 1895; os mes- 
mos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I, pgs. 120 e 1261890; 
os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. pg. 28, 1891; Pimelodus 
queleni Boulenger—Bol. Mus. di Torino—370 e vol. XV— 
1900 Eigenm. & Norris, Rev. Mus. Paulista IV, 3501900; 
Rhamdia quelen, Eigenm. & Kennedy, Proc. Acad. Nat. 
Sci. Philad.—499- 1903; A. de Miranda Ribeiro—Archivos 
do Museu Nacional, vol. XIII pg. 177, 1906; Eigenm. & 
Bean, Pr. U. S. Nat. Mus. vol. XXXI, pg. 660 — 1907; 
Eigenman & Ward, Annals Carnegie Museum. vol IV, 113 
1907. 


& Val.)—Artedi, Thes sebae, III est. 29 fig. 5, Rhamdia 
ou Bagre de Rio, Marcgrav, Pisc. Bras. pg. 149, c. fig., 
1648; Gronow. Mus. Ichthyol.—I, pg. 34—1744; Zoophyl. 
pg. 125 — 1763; Estampa 48 — Alex. Rodrigues Ferreira: 
1783—93; Quoy, & Gmrd. Voyage Freyc, Zool. pg. 228 est. 
XLIX figs. 3 e 4, 1824; Pımelodus sebae, Cuv. & Val., XV . 
pg. 125, 1840; Pimelodus stegelichit e P. musculus, Mull. & 
Trosch., Hor. Ichthyol. III, pg. 3 e 4—1849; Pimelodus se- 
bae, Kner, Sitzungsber, Akad Wien, pg. 417—XXVI Bd— 
1857; Hyrtl, Denkschr. Akad. Wien, XVI pg. 16 — 1859. 
Pimelodus holomelas, Gunther, Ann. & Mag. Nat. H., XII 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 453 


442— 1863; Rhamdia queleni, Bleek., Sil. Sur. pg. 75—1864; 
Pimelodus sebae, P. mülleri, P. holomelas, P. stegelichü, Gün- 
ther, Cat. V pgs. 119, 120 e 121—1864 ; Pimelodus sebae e 
P. kneri, Steindachner, Sussw. fische. SO. Bras. III pgs. 
68 e 73—Sitzungsber, Akad. Wien LXXIV—1876; P. sebae, 
o mesmo, Fische-Fauna Magdal. Str. pg. 17, Denkschrift 
Akad. Wien XXXIX Bd. — 1878; o mesmo Fisch. Fauna 
des Cauca und Flusse bei Guayaquil, pg. 7, Denkschrift 
Akad. Wien, XL Bd.— 1879; Rhamdia sebae e R. sebae kneri 
Eigenmann. & Eigenmann, Proc. Calif. Acad. Sci., vol. I 
pg. 126—1889; Occas. Papers. Calif. Acad. Sci.—Ipgs. 119, 
1232871261890, Pr. U.S. Nat. Mus. Vol. XIVips. 28 
—1891 ; Pimelodus mulleri e P. sebae, Göldi, Bol. Mus. Pa- 
raense, II pgs. 459, 461-e 476—1898; Pimelodus sebae, Bou- 
lenger, Annali del Mus. di Genova, vol. XIX—126—1899 
e Boll. Mus. di Torino— XV n. 370—1900. 


Rhamdia poey, Eigenm. & Eigenm — Rhamdia poeyi, Eigenmann & Eigenmann, 
Pr. Calif. Acad of Sci, 2? serie, I vol. gg. 127 — 1889; os 
mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad. Sci, I, pgs. 121 e 135 
1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus., vol. XIV. pg. 28 
1891. 


Rhamdia tenella, Eigenm & Eigenm. = Rhamdia tenella, Eigenm. & Eigenm., 
Proc. Calif. Acad. Scf, 2? serie, 1° vol. pg. 127—1889; os 
mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci, — I, pgs. 121 e 
136—1890; Pr. U. S. Nat. Mus., vol. XIV, pg. 28—1891. 


Rhamdia foina (Müll. & Trosch.)—Pimelodus foina, Müller & Troschelin Schom- 
burgk B. Guiana, pg. 628—1848; os mesmos Horae Ich- 
thyol, III, pg. 5—1849; Gunther, Cat. V, pag. 130—1864; 
Rhamdia foina, Eigenmann & Eigenmann, Proc. Calif. Acad. 
Sci. 2º serie—1° vol., pg. 126 — 1889 — os mesmos, Occas. 
Papers. Calif. Acad. Sci., I pgs. 119 e 1261890; os mes- 
mos; Pr. U. S. Nat. Mus., vol. XIV pg. 281891. 


Rhamdia breviceps (Kner)=—Pimelodus breviceps, Kner Sitzungsber. Akad. Wien 
— XXVI Bd.—pg. 4191857; Gunther, Cat. V, 1221864 
Rhamdia breviceps, Eigenmann & Eigenmann, Proc. Calif. 


454 A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 


Acad, Sci. 2º ser. I, 124—1888; os mesmos, Occas. Papers 
Calif. Acad. Sci—I—118—121—1890; os mesmos Pr. U.S. 
Nat. Mus., XIV—28—1891. 


Rhamdia arekaima (Schomb)—Pimelodus arekaima, Schomburgk, Fishes British 
Guiana—pt I,—178 (nec fig.) 1841; Pimelodus multiradiatus 
Kner—Sitzungsber. Akad. Wien—XXVI—414—1858; Noto- 
glanis multiradiatus, Gunth. Cat. V—136—1864; Rhamdia 
multiradiatus, Eigenmann & Eigenmann, Proc. Calif. Acad. 
Sci. 2% Ser. —I—126—1889; os mesmos, Occas. Papers. Calif. 
Acad. Sci.—I, 120 e 130—1890; os mesmos, Proc. U. S. 
Nat. Mus. XIV, 28—1891 ; Pimelodus multiradiatus, P. are- 
kaima, Goeldi—Bol. Mus. Paraense—II—459—1898. 


Pimelodus eques (Miiller.)—Pimelodus eques, Muller e Troschel in Schomburg 
British Guiana, 3º, 628—1848; os mesmos, Horae Ichthyol, 
III, 5—1849; Gunther, Cat. V, 116 — 1864; Steindachner, 
Ichthyol. Beitr. V. pg. 99—Sitzungsber. Acad. Wien, LXXIV 
Bd — 1876 ; Eigenmann & Eigenm. Pr. Calif. Acad. Sci. 
2º Ser. I—134—1889; os mesmos, South. Am. Nemato- 
gnathi—165 e 166—Occas. Papers. Calif. Acad. Sci— 1890; 
os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. vol. XIV—pg. 29—1891; 
Goeldiella eques, Eigenm. & Norris, Rev. do Mus. Paulista 
IV, 3583-1900. — 


Pimelodus ornatus, Kner—Pimelodus ornatus, Kner, Sitzungsbsr Akad. Wien 
XXVI Bd,—pg. 411, Est. VI, fig. 18, Ichthyol Beitr. II 
— 1858; Gunther, Cat. V—116—1864; Pseudorhamdia ornata, 
Bleeker, Sil. Surin. 77—1864; Pimelodus ornatus, Eigenm. 
& Eigenm. Pr. Calif. Acad. 2* Ser. I — 134 — 1889 ; os 
mesmos, Occas. Papers, Calif. Acad. Sci.—I—168—1890; 
os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. pg. 29—1891; Goeldi, Bol. 
Mus. Paraense, II pgs. 456, 461 e 475; Eigenmann & Ken- 
nedy, On a collection of Fishes from Parguay (Proc. Acad. 
Nat. Sci. Phila.) pg. 499 julho 1903; Eigenm. & Ward, 
Annals Carnegie Museum, IV, no II, 115—1907. 


Pimelodus clarias (L) = Silurus clarias, Linneo, Syst. Nat. Ed. X, 306 — 
(parte)—1758; Bloch, Ichthyol, est. 35, pags. 1 e 2—Bloch 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 455 


& Shn. Syst., 379—(parte) 1801; Pimelodus clarias, P. ma- 
culatus, Lacép Hist. Nat. Poiss. V, pgs. 93, 94 e 107 — 
1803; Pimelodus rigidus, Spix, Pisc. Bras. pag. 19 — est. 
VII fig. 2 — 1829; P. blochii, P. maculatus, Cuv. & Val. 
Hist. Nat. Poiss. XV, pgs, 139 e 143—1840; P. maculatus, 
P. arekaima Schomburgk, Fishes of Guiana, 1, 175 — (es- 
tampa só.) 1741; P. maculatus Val. in D’Orbigny, Voyag 
en Am. Merid. IX, atlas, II, est. I figs. 1—3—1847; Ba- 
grus clarias, Müll & Troschel, in Schomb., Reise in B. 
Guiana. pag. 627—— 1848; Artodes clarias, os mesmos,Hor. 
Ichthyol., III, 10—1849; Mystus ascita, Gronow, Cat. (Ed. 
Gray) —156 — 1854; Pimelodus clarias., Casteln. Anim. 
Nouv. etc. pag. 34—1855; Arzodes clarias, Kner, Sitzungs- 
ber. Akad. Wien, 413, XXVI, Bd. — 1857; Pseudorhamdia 
ascita, Bleeker, Verh. & Medel. Akad. Wetensk. Amst. 348 
—1862; Pseudariodes clarias, Bleeker, Nederl. Tydschr. 
Dierk., I, 99—1863; P. macronema, Bleek, Sil. Sur. 79, est. 
14,—1864; Piramutana blochi, e Pimelodus maculatus, Gun- 
ther, Cat. V, 111 e 115—1864; Pimelodus maculatus, Steind. 
Ichthyol. Not. VI—32—LVI Bd. Sitzungsber. Akad. Wien. 
1807; Ichthyol. Not. IX, — 6 — Sitzungsber. Akad. Wien 
—Bd. LX—1869; Hensel, Wiegm. Archif. 1, 69 — 1870 ; 
Pseudariodes piscatrix, Cope, Pr. Amer. Philos. Soc. XI, 
569—1870; o mesmo, Pr. Philad. Acad. 262 — 1872; Pseu- 
dariodes clarias, Pim. albicans e P. pantherinus Lutken, 
Meddel, Naturhist, Foren, 192—194 e 199—1 e 4—1874; o 
mesmo P. maculatus, Velhas Flodens, Fiske, 163 (c. fig.), 
168, 169 V e VI—est. II, fig. 3—1875; Pimelodus macula- 
tus, Steind. Susswasserfische S. O. Brasilien, III, 40, 
LXXIV Bd. Sitzungsber Akad. Wien — 1876; Monatsber. 
Akad. Brl. 460—1877; Pimelodus clariase P. albicans, Steind. 
Fischf. Magdal. Stromes—15 e 16 — 1878; Pseudorhamdia 
piscatrix, Cope, Pr. Amer. Philos. Soc. XVII, 674—1878; 
Pimelodus clarias, Steindachner, Fluss. f. Sud Amer. I, 10 
Denkschrift. Akad. Wien VII—1879; Piramutana macros- 
pila, Ann. & Mag. Nat. Hist. July—10 — est. II — 1880: 
Pimelodus clarias Eigenmann & Eigenmann, Pr. Calif. Acad. 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 


Sci. 2º Ser. I, 134 e 135—1888; Pimelodus clarias Eigen- 
mann & Eigenmann. Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I, 
gs. 165, 171, 180 e 182—1890; Pr. U. S. Nat. Mus.,vol. 
XVI, pgs. 29 e 30—1891; P. argenteus, Pimelodus macula- 
zus Perugia Ann. Muss. d’Hist. Nat. di Genova—X, 630 e 
631—1892; Pimelodus clarias e P. argenteus, Labille, Rev. 
Mus. de La Plata—6, 270 e 274—1895; Pimelodus macula- 
tus, Jord. & Evermann, Bul. 47 U. S. Nat. Mus, parte 155 
— 1896; Pimelodus maculatus, Blgr. Trans. Zool. Soc. Lond. 
XIV, parte 2*, 271897, e Bollettino dei Musei di Zool. 
ed. Anat. Comp. della R. U. di Torino — XII — n. 170 — 
1897; Pimelodus clarias, Ihering—Peixes d’agua doce do 
R. G. do Sul, pg. 12—1897; Pimelodus maculatus, Goeldi. 
Bol. Mus. Paraense, vol. II, pgs. 461 e 475—1898; Pi- 
melodus maculatus, Boulenger. Trans. Zool. Soc. Lond. vol. 
XIV, 422—1898 e Annali Mus. Civ. d’Historia Naturale de 
Genova—XIX—pag. 126—1899. P. clarias, Eigenmann & 
Norris Rev. Mus. Paulista, vol. IV—353—1900; Pimelodus 
clarias, Eigenmann & Kennedy, Pr. Acad. Nat. Sci. Phi- 
lad. 499— 1903; Eigenmann & Ward, An. Carnegie Museum, 
IV, n. 2, 115—1907. 


Pimelodus altipinnis, Steind. — Pimelodus altipinnis, Steindachner. Ichthyol. 


Not. 1, 14 est. II figs. 3 e 4; Sitzungsber, Akad. Wien, 
XLIX. B.—1864; e Ichthyol. Beitr. IV, 56 est. XI—Sit- 
zungsber. LXXIV— 1876; Eigenmann & Eigenm. Pr. Calif. 
Acad. 2º Ser. I, 135—1889 ; os mesmos, Occas. Papers 
Calif. Acad. of Sci., I—pgs. 166 e 180—1890; os mesmos, 
Pr. U. S. Nat. Mus. vol. XIV, 30 — 1891; Göldi, Bol- 
Mus. Paraense II, 461 e 476 — 1898, Eigenmann & Bean, 
Pr. U. S. Nat. Mus., vol. XXXI, pg. 660—1907. 


Pimelodus valenciennis, Lutken—Pimelodus valenciennis Kröyer—Lutken, Viden- 


shab. Meddel—201 e 204 — 1874; Pimelodus nigribarbis, 
Boulenger, Annals & Mg. Nat. Hist: 6 ser — IV — 266 — 
1889; Pimelodusvalenciennis, Eigenmann & Eigenmann, Occas. 
Papers. Calif. Acad. Sci. —I-—166 e 180; os mesmos, Pr. 
U. S. Nat. Mus., vol. XIV—29—1891; Pimelodus spegaz- 
zintt, Perugia, Alc. Pesc. Sud. Am. — Annali del 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 457 


Museu Civico d’Historia Naturale di Genova—Ser. II vol, X 
— 632 — 1892; Eigenmann — Annals N. Y. Acad. Sci. — VII 
— 632 — 1894 ; Pimelodus spegazzinii e P. valenciennis, Lahille, 
Rev. Mus. de La Plata — VI—274 e 275 — 1895. Ihering, 
Peixes d’agua doce do Rio Grande do Sul, pag. 11—1897 ; Berg, 
— Communicaciones del Mus. de B. Aires — tomo I—n. 9 — 
297 — 1901 ; Eigenmann & Kennedy, Proc. Acad. Nat. Sci — 
Philad. — July — 499 — 1903. 

Pimelodus fur (Lutken) —Pseudcrhamdia fur, Lutken, Dan. Vidensk. Selsk. 3 — 1874; 


Velhas Flodens, Fiske, Vidensk. Selsk. Shr., 5 Raekke 12 te. 
Afd. Bd. 11 — 169 e VI est. II e III— fig. 3 — 1875; Prmelo- 
dus maculatus, Kner, Sitzungsber. Akad. Wien XXVI, 413 — 
(parte) 1857 ; Pimelodus microstoma, Steind. Stzungsber. Akad. 
Wien. LXXIV — 1876; Pimelodus fur, Eigenm, & Eigenm. 
Proc. Calif. Acad. Sci. 2a ser. I, 135—1889 ; os mesmos, Occas 
Papers Calif. Acad Sci. 166 e 182 — 1890 ; os mesmos, Pr. U. 
S. Nat. Mus. XIV — 30 — 1881 ; Eigenm, & Ward, Annals Car- 
negie Mus. IV, no II—115—1907. 

“Pimelodus agassizi (Steind.)—Pirinampus agassizi, Steindachner, Ichthyol. Beitr. IV, 
57 est. 12. Sitzungsbericht Akad. Wien DXXIV Bd. —1876; 
Vaillant, Bul. Soc. Philom., 7? serie, EIV—153—1880 ; Pimelo- 
dus agassizi, Kigenmann & Eigenmann, a Papers Calif. 
Acad. Sci. I, pg. 183—1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus, 
30—1891; Perugia agassizi, Eigenm. & ni Rev. Mus. 
Paulista, vol. [V355—1900; Luciopimelodus agassizi, Eigenmann 
Bean, Pr. U. S. Nat. Mus. vol. XXXI—660—1907. 

Luciopimelodus platanus (Gunth.)—Pimelodus platanus, Gunth. Anals & Magazin of 
Nat. History, 4º serie pg. 10—July—1880. Luctopimelodus pla- 
tanus Eigenm. & Eigenm. Occas. Papers Calif. Acad. Sci.—I 

—pgs. 106 e 108—1890; os mesmos, Pr. U.S. Nat. Mus. vol. 

XIV pg. 27—1891; Lahille, Rev, Mus. la Plata, tomo VI, pg. 
270—1895 ; Pimelodus platanus, Boulenger, Trans. Zool. Soc. 
London—XIV—27—1896 ; Eigenmann & Norris, sobre alguns 
peixes do E. de S. Paulo, Rev. Mus. Paulista, vol. IV, pg. 
350—1900. 

77 pati (Cuv. & Valenc.)\—Pimelodus pati, Cuv. & Valenc. XV. pg. 131— 
1840; Valenciennes, in d’Orbigny, Voyage Am. est. 1 figs.7 a 
91847 ; Kner, Sitzungsbericht Akad, Wieien, XXVI—Bad. pag 
4161857 Gunther, Cat. V. pg. 128; Luciopimelodus pati Ei- 


458 A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 


genm. & Eigenm. Pr. Calif. Acad. 2, serie—vol. I, pg. 122— 
1889 ; os mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I, 106—1890 
os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. vol XIV—1891; Pimelodus 
pati, Perurgia, Ann. Mus. di genova, X 631—1892 ; Zuciopime- 
lodus pati,Lahille,Revista del Museu de La Plata,tomoVI pg. 270 
— 1895. Luciopimelodus pati, Boulenger, Trans. Zool. Soc. Lond. 
XIV—pte. 2%, pg. 27—1896; Pimelodus pati, Goldi Bol. Mus. 
Paraense II—pg. 464—1898. 

Steindachneria parahybae. (Steind — Platystoma parahybae, Steindachner. Susswasserfis- 
che S:Q. Brasilien, III—82—est. IX—LXXIV Bd:, Stzungsber. 
Akad. Wien.—I Abth. Nov. Heft.—1876 ; Steindachneria para- 
hybae, Eigenmann & Eigenman, Pr. Cal. Acad. Sci. 2a Ser. I— 
137— 1888; os mesmos Occas. Papers. Calif. Acad. Sci. I—202 
e 204—1890 ; os mesmos, Pr. U.S. Nat. Mus. XIV, 31—1891; 
Alipio de Miranda Ribeiro, oito especies de peixes do Rio Pomba 
«Lavoura: ns. 7— 8—julho e agosto, 255—1902—(nec syno- 
nyma). 

Steindachneria doceana, Eigenm.& Eigenm.— Platystoma parahibae, Steindachner, Sus- 
sw. of. S.O. Bras. III—82 pte) Stizungsber. Akad.Wien— 
LXXIV Bd—1876 ; Steindchneria doceana, Eigenmann & Eigen- 
mann, Proc. Calif. Acad. Sci., 22 Ser. II, 30—1889; 
os mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad. Sci.—I, 202 e 204— 
1890 ; os mesmos, Pr.U. S. Nat.Mus., vol., XIV—31—1891. 

Steindachneria amblyura, Eigenm. & Eigenm. —Platystoma parahybae, Steind, Suswas- 
serfische SO «Brasilien, 82 (parte) LXXIV—Bd. Sitzungsber. 
Akad. Wien— 1976. Steindachneria amblyura, Eignem. & Ei- 
genm. Pr. Calif. Acad. Sci. 2a ser. I-137— 1888; os mes- 
mos Occas. Papers. Calif. Accad. Sci. I—202—203—1890 ; 
os mesmos Pr. U. S. Nat. Mus., XIV—31—1891. 

Platynematichthys punctulatus (Kner)—Bagrus punctulatus, Kner. Sitsungsber. Akad. 
Wien 26, 380—1858; B. nigripunctactus Kner, Wiegman’s Archif. 
345—1858. Platystomatichthys punctulatus Bleeker Nederl. Tijds- 
chrift Dierkunde, I-99—1863 ; Gunther, Cat. V. 1121864; 
Eigenmann & Eigenmann. South. Am. Nematognathi, 187— 
1890 ; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. 1891; Bagrus puncta- 
tatus, Goldi, Bol. Mus. Paraense, II—457. 

Platynematichthys araguayensis (Cast.)—Galeichthys araguayensis, Castelnau, Anim. 
Nouv. ou Rares del’Am. du Sud—37—1855 ; Gunther, V— 
111— 1864 ; Platynematichthys araguayensis, Eigenmann & 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 459 


Eigenm., Pr. Calif. Acad. Sci., 2a ser. I, 135—1889; os 
mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad. of Sci., I, 187— 1890; 
os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. vol. XIV. pag. 30 — 1891. 

Pirinampus pirinampus (Spix) — Pimelodus pirinampus, Spix. Gen. Spec. Pisc. Bras. 
pg. 20 est. VIII—1829 ; Pimelodus barbancho Humboldt, Obs. 
Zool., II, pg. 172 —1838; Pimelodos pirinampus Cuv. & Val. Hist. 
Nat. Poiss. XV, pg. 146—1840; Pimelodus pirinampi, Schomb. 
Fishes B. Guiana. Part. I, pag. 183—1841; Castelnau, Anim. 
Nouv. etc., pag. 35—1855: Pimelodus pirinampus, Kner, Sitzun- 
gsberichte Akad. Wien. XXVI Bd. pg. 416—1857 ; Pirinampus 
typus Bleeker,Nederl. Tydschr. Dierk., I, pg. 100—1863, Piri- 
nampus typus, Gunther, Cat.V pag. 135—1864; Pirinampus piri- 
nampu, Eigenm. & Eigenm. Proc. Calif. Acad. 2º Serie — vol. 
I, pag. 121—1889; os mesmos Occas.Papers Calif. Acad. Sci. I 
pg. 104—1890 : os mesmos, U.S. Nat. Mus., vol XIV pg. 27- 
1891; Pimelodus pirinampus e Pirinampus typus, Goeldi, Bol. Mus- 
Paraense, II, pgs. 456, 461, 464, e 476—1898, Pimelodus piri- 
nampus Boulenger, Trans. Zool. Soc. Lond., XIV, pte 2º, pg. 
27—1896; Pirinampus pirinampi, Eigenm.& Bean, Pr.U.S. Nat. 
Mus. vol. XXXI, 659—1907. 

Platystomatichthys sturio(Kner, — Estampa 46—Alexandre Rodrigues Ferreira, Dese- 
nhos de peixes etc. 1783—93; Platystoma sturio, Kner, Sitzungs- 
ber. Akad.Wien, XXVI, 395—Est. 9, fig. 1e 2—1858; Platysto- 
matichthys sturio, Bleeker, Nederl. Tijdschr. Dierkunde, 1, 98- 
1863, Gunther; Cat. V, 110—1864; Eigenmann & Eigenmann, 
Pr. Calif. Akad 2º Ser.1, 139—1888; os mesmos,Occas.Papers. 
Calif. Ac. Sci. I, 217—218—1890, e Pr. U. S.Nat. Mus., vol 
XIV, 31— 1891; Platystomatichthys sturio ePlatystoma sturio Goeldi, 
Bol. Mus.Paraense, II pags. 463, 464, 467 e 477—1898; Platys- 
tomatichthys sturio, Eigenm. & Bean, Pr. U. S. Nat. Mus. vol. 
XXXI, 663—1907. 

Surubimichthys planiceps (Agass.) — n. 6 — Artedi, in Seba Thesaurum, III, 84 est. 
29, 6e n. 386; Gronow, Zoophill. 125—1763—81; Estampa 44. 
Alexandre Rodrigues Ferreira, Desenhos de Peixes etc., 1783- 
93; Platystoma planiceps e P. spatula. Agass. Gen. & Sp. Pisc. 
Brasiliensium,25 e 26— 1829; Surubim pirauaca, e S. Jandia, Spix 
loc. cit, 25e 26 ests. XII e XIV. Platystoma spatula e P. pirau- 
aca, Cuv. & Val XV —13 e 14—1840; Platystoma planiceps, 
Schomburgk.Fishes Guiana, 1—187—1841; Kner, Sitzungesber- 


460 A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIYES 


Akad.Wien, XXVI—400—1858; P. planiceps e P. spatula e P. ar- 
tedi, Gunther, Cat. V—106—1864; P. planiceps, Peters, Mona- 
tsber. Akad. Berl.-469—1877 Surubimichthys ortoni, Gill, Pr. 
Acad. Pat. Sci. Philad. 94—1870; Platystoma jigas Gunther, 
An. & Mag. Nat. Hist., X-449—1872; Platystoma artedi, N ail- 
lant, Bull.Soc. Philom, Ser, 7”—IV—850—1880; Surubimichthys 
planiceps e S. spatula Figenmann & Eigenmann, Pr. Calif. 
Acad.Sci.,ser 2°, I—139—1888; Surubimichthys gigas? Eigenm, 
& Eigenm. Proc.Calif. Acad. Sci. 2º ser-1-139—1888; Sorubi- 
michthys planiceps, Sor. spatula, ? Sor. gigas, os mesmos, Occas. 
Papers. Calif. Acad. Sci.—I—215 e 217—1890 ; os mesmos. 
Pr.U.S. Nat.Mus. 31—1891; Platystoma spatula, P. planiceps, 
Sorubim pirauaca, Goeldi, Bol. Mus. Paraense, II—466, 1898. 


Sorubim lima, (Bl. & Schn.) — Szlurus lima, Bloch & Schneider, Systema, Ichthyol, 


384 — 1801; Platystoma lima Spix, Gen. et Sp. Pscium Bras — 
24 — 1829 ; Sorubim infraocularis, Spix, loc. cit. est. XV; 
Platystoma lima, Kner, Sitzungsber. Akad. Wien, XXVI, 399 — 
1858; Sorubim lima Gunther, Cat, V. 105 — 1864; Peters, Mo- 
natsber. Akad. Berl. 469 — 1877; Platystoma luceri, Weyern- 
bergh, Nuevos Pescados, 10. est. III figs. 1e 3 (Actas Acad: 
Sienc. Exactas, III — 1877; Sorubim lima Steindachner, Fich* 
Magdalenen Stromes. 15—Denskschrift Akad. Wien, XXXIX 
—1878; Cope, Proc. Am. Philos. Soc. XVII, 674-1878; 
Steindachner, Fisch-Fauna des Cauca, etc. Denkschrift. Akad. 
Wien, XLII—1880 ; Vaillant, Bul. Soc. Philom. Ser. 7,IV 
150—1880 ; Steindachner, Flussefische Sud-Amerikas. IV, 4, 
Denkschrift. Akad. Wien. XLVI, 1882; Eigenmann & Ei- 
genmann, Proc. Calif. Acad., 2° Ser. I, 188—1889 ; os mes- 
mos Occas. Papers. Calif. Acad. Sci. I, 213—1890; os mes- 
mos, Pr. U. S. Nat. Mus., vol. XIV — 31 — 1891 ; Platys- 
toma lima Perugia, Ann. Mus. d’Hist. Nat. di Genova, X 
—630—1892; Sorubim lima, Boulenger, Trans. Zool. Soc. 
London XIV—pte. II, 2º, pg. 27—1896 ; Sorubim lima.Bou- 
lenger, Trans. Zool. Soc. Lond. vol. XIV—pte — 7—421 — 
1898 ; Eigenm. & Kennedy. Pr. Acad. Nat. Sci.—Philad. 
— 500—1903. 


Sciades pictus, Mull. & Tr.—Bagrus (Sciades) pictus. Muller e Troschel,Hor. Ichthyol., 


III, 8, est. I, fig.1—1849; Arius longibarbis Casteln. Anim. 
Nouv. etc. 36, est. XV fig, 2— 1855; Bagrus & Sciades 


A. DE MIKANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 461 
pictus, Kner, Sitzwngsber Akad. Wien XXVI 386—1858 ; Sci- 
ades pictus e Sc. longibarbis, Gunther, Cat. V, 113 e 1141864 * 
Sciades pictus, Eigenmann & Eigenmann, Pr. Calif, Acad. 2a 
Ser. I, 136—1889 ; os mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad. 


Sci. I. 191—1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. 


vol. 
IW; 30-1891; 


Sciades marmoratus Gill—Sciades marmoratus, Gill. Pr. Acad. Nat. Sci. Philad, 95— 
1870; Eigenmann & Eigenmann, Pr. Calif, Acad. Sci., 2? 
Ser. I, 136—1888; os mesmos, Occas. Papers. Cali. Acad. Sci. 
I, 191 e 192—1890; os mesmos, Pr. U S. Nat. Mus. vol. 
XIV -—30—1891; Boulenger Trans. Zool. Soc. London — 
XIV—pag. 27—1896. 

Bagropsis reinhardii, Lutk.—Bagropsis reinhardti, Lutken, Velhas Flodens, Fisk, 
160 e V—Tab. I, fig. 2—1875; Eigenmann & Eigenmann, 
South-American : emathognathi, 186—1890 ; os mesmos Pr. 
DÉS EN at Muss XIV 130-18 Oile 

Duopalatinus emarginatus (Cuv. & Val)—Platystoma emarginatum, Cuv. Val., XV— 
19—1840 ; Lutken, Velhas Flodens. Fiske—152 e V—c. f. 
1875; Duopalatinus emarginatus, Eigenmann & Eigenmann, 
Proc. Calif?” Acad, 2a) Ser,, I- 137-1889; Vos mesmos; 
Occas. Papers. Cal. Acad. sci. I, 200—1890 ; os mesmos, Pr. 
U.S. Nat. Mus. 31—1891. 

Duopalatinus göldi, Steind.—Duofalatinus göldi, Steindachner, Akad. Anzeiger, 1908. 

Paulicea lutkeni, (Steind.)—Est. 45. Alexandre Rodrigues Ferreira, Desenhos de pei- 
xes, etc.—1783—93. Platystoma lutkeni, Steindachner, Ich- 
thyol Beiträge, IV, 59—est. XIII, Sitzungsber. Akad. Wien, 
LXXII Ba.— 1875 ; ? /utkeni, Eigenm. & Eigenm. Occas. Pa- 
pers. Calif. Acad Sci. I, 201—1890 ; os mesmos, Proc. U.S. 
Nat. Mus. vol. XIV, 31—1891 ; Brachyplatystoma lutkenês 
Berg. Peces de agua dulce, An. Mus. Nac. B. Ayres—Tomo 
IV (Ser. II—tomo I) pg. 126 — 1895; Paulicéa jaht, H. von 
Ihering, Proc. Acad. Nat. Sci. Philad. 108—1898; Göldi. 
Bol. Mus. Paraense, vol. III, n. 2—1901. 

Zungaropsis multimaculatus (Steind.)—Zungaropsis multimaculatus, Steindachner. Sit- 
zungsber. Akad. Wien n. 6—65—20 de Fev. 1908. 

Brachyplatystoma juruense, Boul. — Platystoma juruense, Boulenger, Trans, Zool. 
Soc. London, vol. XIV—-Parte 74, 422 est. XXXIX—1898. 

Brachyplatystoma vaillanti (Cuv. & Val.) — Platystoma vaillanti e P. affine, Cuv. & 
Val., XV, 16, e 18 est. 43—1840 ; Castelnau Anim. Nouveaux, 


462 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


etc, Poiss. 40—1855; Bagrus piramuta ; B. Vaillanti Kner, 
Ichthyol. Beitr, II Sitzber. Akad. Wien. 26 Bd. 384—1858 ; 
Brachiplatystoma vaillanti e Piramutana piramuta, Bleeker, 
Nerderl. Tydschr.Dierk I, 97 e 99—1863 e Sil. Sur. 70—1864; 
Platystoma vaillanti, P. affine Piramutana piramuta, Günther, 
Cat. V, 108, 109 e 111—1864 ; Platystoma vaillanti, Peters. 
M. B. Akad. Berl., 469— 1877; Platystoma mucosa, Vaillant, 
Bull. Soc. Philom. Ser. 7a, IV, 151—1880 ; Platystoma verru- 
cosum, Boulenger, Zool. Record, XIX, Pisces—1880; Piramu- 
tana piramuta, Steindachner, Denkschrift Akad. Wien, 44 Bd. 
2—1882; Prachyplatoma voillanti Eigenm. & Eigenm. Pr. 
Calif. Acad. 2a Ser., vol. I—1888; Piramutana piramuta e B. 
vaillanti, os mesmos Occas. Papers. Calif. Acad. Sci. I, pgs. 
78, 195 e 196—1890; os mesmos, Pr. U.S. Nat. Mus. vol. 
XIV, 30—1891 ; Piramutana piramuta Virissimo, Pescas na 
Amazonia, 26, 108, 172 e 190—1895 ; Platystoma vaillanti, e 
Bagrus piramuta, Goeldi, Bol. Mus. Gceldi. vol: IL 464 e 476 
—fig. 3; Piramutana piramuta, o mesmo—pg, 184 (nota) Bol. 
cit. 1901; Brachyplatystoma göldi e B. vaillanti Eigenm 

& Bean—Pr. U S. Nat. Mus., vol. 661 c. f. e 6621907, 


Brachyplatystoma platynema Boulenger—Pr. Zool. Soc. Lond. 177—1897; Taenionema 


steerei, Eigenmann & Bean, Pr, U. S. Nat. Mus. volume 
Rex 1662) Cr 1907: 


Brachyplatystoma rousseauxit (Cast.) Bagrus rousseauxii, Castelnau, Anim. Nouv. ou 


Rares de "Am. du Sud, pg. 32 est. 14 fig. 1—1855; Bagrus 
goliath, (Hekel Ms.) Kner. Sitzungsber. Akad. Wien. 26, Bd. 
379—1857 ; B. rousseauxii e Piratinga goliath, Gunther. Cat. 
V, 112 nota e 113—1864; Piratinga goliath, Steindachner 
Denkschritt Akad. Wien, XLIV Bd. 1. est. III—1882; Bra- 
chyplatystoma roussaueaxii, Eigenmann & Eigenmann Pr. 
Calif. Akad. Sic. 2, Ser. I, 136—1889 ; os mesmos Occas. 
Papers. Calif. Acad. Sci. 195 e 198—1890 ; os mesmos Pr. 
U. S. Nat. Mus. 31—1891; Piratinga rousseauxii e Bagrus 
goliath Goeldi Bol. Mus. Goeldi II, 457, 458 e 477; Pira- 
tinga goliath, o mesmo, Bol. Cit. vol. II!. n. 2, 185, 186, 
192 e 1931901; Brachyplatystoma rousseauxii, Everm.& Bean, 
Pr. U. S. Nat. Mus. vol. XXXI, pg. 6621907. 


A. DE MIKANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 463 
Brachyplatystoma filamentosum (Licht) Estampa 47, Alexandre Rodrigues Ferreira, de- 
. senhos de Peixes—1783—93.— Pimelodus filametosus, Lichten- 
stein, Wiedman Zool. Mag. 1, pt. 3,60—1819 , Bagrus reticu 
latus Kner, Sitzungsber. Akad. Wien, XXVI Bd. 376—1857 ; 
Piratinga reticulata e Malacobagrus filamentosus, Bleeker Nederl. 
Tijdschr. Dierkunde, 1, 99 e 160—1863 ; Piratinga filamentosa 
e P. reticulata, Gunther, Cat. V, 111 e 112—1864 ; Brachypla- 
Zystoma filamentosum e B. reticulatum, Eigenmann Pr. Calif. 
Acad. Sci. 2° Serie vol. [, 136—1888; os mesmos Occas. Pa- 
pers Calif. Acad. Sci. I pgs. 195 e 198—1890; os mesmos 
Pr. U.S. Nat Mus. vol. XIV, 30 e 31—1891 ; Bagrus ve- 
ticulatus e Piratingu pira-aiba Göldi, Bol. Mus. Goeldi, 464 e 
477; Piratinga pira-aiba e P. filamentosa, o mesmo, Bol. Cit. 

vol. III, n. 2, 181 e seg.— 1901 (c. fig.) 


Pseudoplatystoma fasciatum (L)—Silurus fasciatum, Linnœus, Syst. Nat. ed XII—I, 
505—1766 e ed XIII, 1759—1788 ; Bonaterre, Encyclop- Ich- 
thyol. 154—252—1788; Estamp. 43— Alexandre Rodrigues 
Ferreira, Desenhos de Peixes, etc.—1783 - 93; Bl.& Shn.Syst. 
372—1801; Pimelodus fasciatum, Lacép. Hist. Nat. Poiss, V, 
94, 99 e 100—1803; Platystoma truncatum, Agass. in Spix. 
Gen Sp. Pisc. Bras. 27 est. XIII a—1829; Platystoma ti- 
grinum fasciatum e P. truncatum, Cuv. & Val. vol. XV, 8—11 
e 15 est. 422—1840 ; Platystoma tigrinum, Shomburgk, Fishes 
B. Guiana pt. 1,—185. est. VIII—1840; Platystoma tigrinum 
e P. punctifer, Castelnau, Anim. Nouv etc. 39 e 40—est IX fig. 
2—1855; Platystoma truncatum, Hyrtle, Denk. Akad. Wissen- 
chaftz. Wien, XVI,—17—1859 Pseudoplatystoma fasciatum, Blee- 
ker, Nerdel. Tydschrift Dierk. 97- 1863 e Sil Surin. 72— 
1864 ; Platystoma tigrinum fasciatum e P. truncatum, Gunther, 
Cat. V, 107 108—1864 ; Platystoma fasciatum, Peters. Mona- 
tsber. Akad. Berl. 469—1877; Steindachner, Fische-Fauna 
des Magdalenen Stromes Denkschrift Akad. Wien— XXX IX— 
1878 ; Cope Proc. Am, Philos. Soc. XVII. 674— 1878 ; Ich- 
thyol. Beitr. VIII, 54—Sitzungsber. Akad. Wien, LXXX Bd. 
— 1889; Platystoma tigrinum, Vaillant, Bull, Soc. Philom. 7? 
ser. IV., 151— 1880; Platystoma fasciatum, Steindachner Fische 
Fauna d. Cauca & Flusse Guayaquil, Denkschrift Akad. Wien 
— XLII-1880 ; Flusse Fische Sud-Amerika, IV, 4 — Denks- 


464 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


chrift Akad. Wien, XLVI—1882 : Platystoma fasciatum e vari- 
edades—nigrinus, brevifile, intermedium reticulatum e tigrinum, 
Eigenmann & Eigenmann, Ir. Calif. Acad. 2º ser. I, 138 — 
1888 e 2! ser. II, 30 e 31—1889 ; Occas. Papers. California 
Akad. Sci. I, 208, 211, 1890 : os mesmos, Pr. U. S, Nat. 
31—1891; Platystoma tigrinum e P. fasciatum, Göldi Bol. Mus. 
Mus. vol. XIV Göldi II—— 464, 467, 468, e 477—1898. 

Pseudoplatystoma coruscans (Agass.)—Platystoma coruscans, Agass in Spix. Gen et 
Sp. Pisc. Brasiliensium, 26—1829; P. caparary, Spix. loc. 
cit. est. XIII: Platystoma orbignyanum, P. pardale. P. corus- 
canse P. punctatum, Cuv. & Val. XV, 9,12, 13 e 15—1840; 
P. pardalis e P. orbignyanum, Val., in D’Orbigny, Voyage 
dans "Am. Merid. IX, Atlas II. est IV figs. 2 e 3—1847 ; 
Platystoma caparary, Castelnau. Anim. Nouv. etc, 40—1855; 
Platystoma pardale, Kner Sitzungsber Akad. Wien, XXVI Bd. 
402—1858, Platystoma orbignyanum, P. coruscans e P. pardale 
Gunther, Cat. 107 e 108—1864; Platystoma orbignyanum e 
P. forskhammeri Reinhard, M. S.) Lutken Velhas Flodens, 
Fiske, 154 c. f. e IV—1875; Platystoma coruscans. Figen- 
mann & Eigenmann. Pr. Calif, Acad., 2 ser. I, 138—1888 ; 
Platystoma ceruscans, Eigenmann & Eigenmann Occas. Papers 
Calif. Acad. Sci. I, pgs. 208 e 211—1890 ; os mesmos Pr. U. 
S. Nat. Mus. vol. XIV, 31—1891; Platystoma coruscans Kou- 
lowsky, Rev. Mus, de La Plata VI, 398—1895 Pseudoplatys- 
toma coruscans, Lahille Rev. Mus. La Plata VI, 270—1895; 
Platystoma orbignyanum, Boul. Trans. Zool. Soc. Londen, 
XIV 27—1826 ; Platystoma pardale, e P. coruscans Göldi, Bol. 
Am. Paraense, II, 464 e 467—1898; Pseudoplatystoma corus- 
cans, Eigenmann & Kennedy, Pr. Acad. Nat. Sc. Philad. 
499—1903 ; Pintado Henriqne Silva, Fana Fluviatil de Goyaz, 
24 1905 e Pseudoplatystoma coruscans 20,—1906. 

Hemisorubim platyrhynchus Cuv. & Val. —Platystoma platyrhynchus, Cuv. & Val. 
XV —20—1840 ; Casteln. Anim. etc 40—1855; Kner. Sitzun- 
gsber. Akad. Wien, XXVI—398—1857 ; Hemisorubim platyr- 
hynchus, Bleeker. Nederl. Tydschr. Dierk—97—1863 ; Gun- 
ther, Cat. V.—109—1864 ; Peters. Monatsbeer Akad. Berl 
470—1877 ; Cope; Pr. Am. Philos. Soc. XVII—674—1878 ; 
Vaillant, Bulle Sock Philom, Ser. 72 1V — 1527 71880 ; 
Eigenm & Eigenm. Pr. Calif. Acad. 2º Ser. I— 138 — 1888 ; 
os mesmos, Occas. Papers Calif. Akad. Sci. I— 206 — 1890 ; 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 465 


os mesmos, Pr. U. S. Nai. Mus., vol. IV, 31 — 1891; 
Boulenger — Trans Zool. Soc. London XIV — 2% pte. — 
27 — 1896; Platystoma platyrhynchus, Goeldi — Bol. Mus. 
Goldi — 458 — 1898; ; Hemisorubim platyrhynchus, Eigenm. 
& Kennedy, Proc. Acad. Nat. Sci. Philad.—499- 1903; Ei- 
genm & Ward. Annals Carnegie Museum, IV, n. II — 116 
— 1907. 


Phractocephalus ‚hemiliopterus (Bl. & Schn.) = Est. 49 — Alexandre Rodrigues 


Ferreira, Desenhos de Peixes 1783—93— Silurus hemiliopterus, 
Bloch & Schneider, «Systema Ichthyol, 385 — 1801; Phracto. 
cephalus bicolor, Agassiz, Pirara bicolor, Spix in Spix, Gen. 
Spec. Pisc. Bras. 23—est. VI — 1829; Phractocephalus hemi- 
hoprerus, Cuv. & Val., XV, 2, 4211840; Schomburgk, Fishes 
of Guiana, pt. 1— 1691841; Muller & Troschel in Schomb. 
British Guiana, 643-— 1849; Castelnau. Anim. Nouv. etc; 47— 
est. XV, fig. 1—1855; Gunther, Cat. V.—110—1864; Vaillant, 
Bull. Soc. Philom., 7% ser. IV—152—1880; Cope, Pr. Am, 
Philos. Soc., 17—674—1878; Eigenmann & Eigenmann, Proc. 
Calif. Acad. Sci.,2"Ser.1,135—1889; os mesmos,Occas. Papers. 
Calif. Acad. Sci.,1—188, 1890; os mesmos Pr. U.S. Nat. Mus. 
XIV, 30 — 1891; Goldi, Mus. Paraense II, 463; Pirarára 
Henrique Silva, Fauna Fluvial de Goyaz, 231905: 


Tachysurus pleurops (Boul.) = Arius pleurops, Boulenger, Annals & Magasin of 


Nat. Hystory— XX—296— 1897; Goeldi, Bol. Mus. Paraensse, 
II, 458 e 478 — 1898. 


Tachysurusagassizü, Eigenm. & Eigenm.—Tac/ysurus agassizü,Bigenmann & Ei- 


genmann., Proc. Calif. Acad. Sci.—2? Serie, vol. I, pg. 145— 
1889; os mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad. Sci. I—pgs. 
49 e ‘86—1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. vol. XIV 
pag. 27—1891; v. Ihering—Os peixes d'agua doce do R.G. 
do Sul pag. 10—1897. 


Tachysurus spixii(Agass.)=Pimelodus albidus, Spix e Pimelodus spixii Agassiz, 


6378 


in Spix Genera et Species Piscium, pg. 19, fig. 1 da est. VII— 
1829; Arius spixii e A. arenatus, Cuv. & Val., Hist. Nat. 
Poiss. vol. XV, pgs. 57e79—1840; A. /aticefs e Artus arenatus, 
Gunther,Cat. V, pgs. 171 e 172—1864; Arius arenatus, Bleeker, 
Silur. Surin. pg. 53 est. IV fig. 2—1864; Galeychthys are- 
natus laticeps, Jord, Proc. U. S. Nat. Mus. pg. 55 e 559— 
1886; Tachysurus spixii. Eigenmann & Eigenm. Pr. Calif. 
Acad.Sci., 2º Ser., vol.I,pg. 146—1889; os mesmos,Occas. Pa- 


59 


466 


A. 


DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 


pers Calif. Acad. ofSci., I, pg. 88—1890 ; os mesmos, Pr. U.S. 
Nat. Mus., vol. XIV, pg. 27—1891; Jord & Everm. Bull. 47 
U.S. Nat. Mus., I parte, pg. 13121896. 


Tachysurus nuchalis (Giinth.)=Arius nuchalis, Günther, Cat. V. pg. 171 — 1864; 


Galeychthys nuchalis, Jord. Pr. U.S. Nat. Mus., pg. 559 — 
1886; Tachysurus nuchalis, Eigenmann & Eigenmann, 
Proc. Calif. Acad. Sci., 2º serie, vol. I, pg. 145 — 1889; os 
mesmos, Occas. Papers Calif. Acad., Sci.. I,pgs. 49e 86 —1890; 
Arius nuchalis, Perugia—Ann. Mus. Civ. di Genova, 634— 
1892; Jord. & Everm. Bull. 47. U.S. Nat. Mus. I, pg. 131 
— 1896; Arius nuchalis, Goldi, Bull. Mus. Par. II, pgs. 458 
e 478-— 1898. 


Tachysurus proops (Cuv.& Val.) = Bagrus proops. Cuv. & Val. Histoire Nat. 


Poiss. XIV, pg. 3391839; Kner, Sitzungsber. Akad Wien, 
XXVI Bd. pg. 386 — 1857; Netuma proops, Bleek. Ichth. 
Arch. Ind., Prod.I, pg. 67 (seg. Eigenm. & Eigenm.),Bleeker 
Sil- Surino pg. 162, e VII fe XI fies 271864, runs 
proops, Günther, Cat. V pg. 148 — 1864; Galeichthys proops, 
Jord. Proc. U. S. Nat. Mus. pag. 5591886 ; Sciadeichthys 
proops, Jord. & Uverm. Bull. 47, E. S. Nat. Mus. I, pag. 123 
— 1886; Tachysurus proops, Eigenm. & Eigenm., Pr. Calif. 
Acad. Sci., 2º Ser., vol. I, pag. 141 — 1889; os mesmos, 
Occas. Papers. Calif. Acad. Sci., I — pag. 57 — 1890; Arius 
proops, Goeldi, Bol. Mus. Paraense, II pgs. 458 e 477, 1898. 


Tachysurus grandoculis (Steindachner) = Arius grandoculis, Steindachner, SW, 


Fische Sö Brasilien, III, pag. 86 est. XI— Sitzungsber. Ak. 
Wien, LXXIV Bd. 1879; Tachysurus grandoculis, Figenmann 
& Eigenmann, Pr. Calif. Acad, Sci., 2º serie, pg. 145—1889 ; 
os mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. I, pgs. 49 e 85—1890; 
os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. vol. XIV pg. 27 — 1891. 


Tachysurus barbus (Lacep.)—Pimeledus barbus, Lacépêde, Hist. Nat. Poiss., V,pgs. 


94 e 106 — 1803; Pimelodus commersonii, o mesmo, Op. 
cit. pgs. 95 e 108, est. 3fig. 1; Bagrus barbatus, Quoy & 
Gaimar, Voyage de L’Uranie, Zool. pg. 230, est. 49, figs. 1 e 
2 — 1824; Bagrus commersonii, Cuv. & Val, Hist. Nat. Pois. 
XIV, pg. 333—1839; Valenc. in D'Orb. Voyage Am. Merid. 
Poiss., atlas II, est. 3, fig. 1 — 1847; Pimelodus versi- 
color, Casteln. Anim, Amer. Sud. Poiss, pgs. 35, est. 16, 
fig. 3 (a numeração está trocada), Bagrus commersonii Kner, 
Sitzungsberrichi Akad. Wien. XXVI Bd., pg. 386—1857;Arius 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 467 


commer sont, Günther, Cat. V pg. 143—1864 ; Hensel, Wiegm. 
Archit. I, pgs. 69—1870; Steidachner, Susswasserfische Sô 
Brasiliens III, pg. 85—Sitzungsber Akad. Wien, LXXIV — 
1876; Tachysurus barbus, Eigenmann & Eigenmann, Proc, 
Calif. Acad. of Sci. 2? serie, I, pg. 142 — 1889; os mesmos, 
Occas. Papers Calif. Acad. of Sci. I pgs. 47 e 76 — 1890; os 
mesmos Pr. U. S. Nat. Mus., vol. XIV; pg. 27—1891; Arius 
commersonti, Perugia, Ann. Mu . Civ. de Genova, X, 633 — 
1892; Ihering — Os peixes d’agua doce do Rio Grande do 
Sul, pg. 10 — 1897. 


Tachysurus hersbergii (Bl.) = Silurus hersbergii Bloch, Ausl. Fische, XI pg. 24, 
est. 367; Bl. & Schn. Syst., pg. 383 — 1801; Pimelodus 
argenteus, Lacép. Hist. Nat. Poiss., vol. V, pgs. 94 e 102 — 
1801; Bagrus hersbergi e B. pemecus, Cuv.e Val. Hist. Nat. 
Poiss., XIV, — 1839;. Bagrus celestinus, Müll. & 
Trosch., III, pg. 7 — 1849; Bagrus mesops e B. hersbergi, 
Kner, Sitzunbgsber. Akad. Wien, XXVI Bd. pgs. 384 e 386, 
est. I, fig. 2— 1857; Selenaspis hersbergi, Bleek., Ichthyol. 
Arch. Ind. Prod., I, pg.63 (segundo Eigenmann & Eigenmnn) 
Hexanemichthys hymenorhinus e Netuna hersbergii Bleeker, 
Silur. Surin. pgs. 57 e 61 est. 11, fig. 2, est. XIII, fig. 4—1864 ; 
Artus hersbergii Günther, Cat. V pg. 144 — 1864; Bagrus 
mesops e Arius (Netuma) hersbergi Göldi, Boletim do Museu 
Paraense, vol. II, pgs. 456, 459 e 477; Galeichthys hersbergit, 
Jord. Proc. U. S. Nat. Mus. pg. 559 — 1886; Tachysurus 
hersbergi, Eigenm. & Eignm. Proc. Calif. Acad. Sci. 2º serie 
vol. I, pg. 141 -- 1888; os mesmos, Occas. Papers Calif. 
Acad. Sci. I, pg. 59 — 1890; os mesmos, Pr. U.S. Nat. Mus. 
vol. XIV — 1891; Selenaspis hersbergü, Jord. & Everm, 
Bull. 47. U.S. Nat. Mus., 1º pte. pg. 127 — 1896; Selenaspis 
hersbergi, Figenmann & Bean, Pr. U.S. Nat. Mus., vol. XXX 
pg. 659 — 1907. 


Tachysurus parkeri (Traill)=Silurus parkeri, Traill,Mems. Wern. Soc. VI, pg. 377 
est. 6 fig. 1— 1832; Arius quadriscutis, Cuv. & Val. Hist. 
Nat. Poiss, XV. pg. 85 — 1840: Schomburgk, Fisches Brit. 
Guian. pt. I, pg. 188 — 1843; Arius Quadriscutis, Kner, Si- 
tzungsberichte Akad. Wien, XXVI pg. 3891857; Arius par- 
keri, Gunth, Cat. V pg. 1531864; Netuma quadriscutis, Bleek 
Silur. Surin. pg. 59,est. VIII e XIII fig. 21864; Galeichthys 
parkeri, Jord. Pr. U.S. Nat. Mus., pg. 559 — 1886; Tachy- 


468 


Tach 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 


surus porkeri,Eigenm.& Eigenm. Proc.Calif Acad.Sci. 2? serie 
vol. I, pg. 141 — 1889; os mesmos, Occas. Papers Calif. 
Acad. Sci. I, pgs. 45 e 65 — 1890; Selenaspis parkeri Jord. 
& Everm., Bul. 47 U.S. Nat. Mus. I, pg. 125 — 1896. 


surus luniscutis (Cuv. & Val.) = Arius luniscutis, Cuv. & Val. Hist. Nat. 


Poiss. XV p. S2—1840;Kner, Sitzungsber. Akad. Wien, XX VI 

g. 390 — 1858; Gunther, Cat. V, pg. 58—1864; Galeichthys 
luniscutis, Jord. Pr. U. S. Nat. Mus. pg. 559—1886; Tachy- 
surus luniscutis, Eigenm & Eigenm. Pr. Calif. Acad. 2? serie 
Voll, pg. 141 — 1889; os mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad. 
Sci. I, pg. 63 — 1890; Selenaspis luniscutis, Jord. & Everm. 
Bull. 47. U. S. Nat. Mus., I parte pg. 125 — 1896; Arzus lu- 
niscutis, Goeldi, Boletim do Museu Paraense, vol. II, pgs. 457 
458, 460 © 477 — 1898. 


Tachysurus grandicassis (Cuv. & Val.) Arius Grandicassis,A.parmocassis & Arius 


strictcassts,Cuv. & Val. H. N. des Pois. XV pgs. 41,43 e 44 est. 
427—1840; Arzus stricticassts,Bleek,Silur. Surin. pg.55— est. 
XII fig. 4 — 1864; Gunth. Cat. V, pgs. 153 e 1541864; Ga- 
leichthys grandicassis, Jord. Pr. U.S. Nat. Mus. pg. 559 — 
1886; Tachysurus grandicassis, T. grandicassis parmocassts 
e 7. grandicassis stricticassis, Eigenmanm Eigenmanm, Pr. 
Calif. Acad. of Sci., 2º serie I, pg. 141 — 1889; os mesmos, 
Occas. Papers. Calif. Acad. Sei. I, pgs. 45, 46, 65 e 68 — 
1890; Netuma grandicassis e N. stricticassis Jord. & Everm. 
Bull. 47 U. S. Nat. Mus., I pgs. 126 — 1896. 


Tachysurus albicans(Cuv. & Val.)—=Bagrus albicans, Cuv. & Val. Hist. Nat. Poiss; 


XIV — est. 420 — 1839; Bagrus valenctenest Casteln. Anim. 
Nouv. etc. Am. du Sud. pg. 31, est. XIII fig. I — 1855; Arzus 
valencienesi, Gunth. Cat. V, pg. 150 — 1864; Galeichthys 
albicans, Jord. Pr. U.S. Nat. Mus. pgs. 559 — 1886; Tachy- 
surus albicans Eigenm. & Eigenm.,Pr. Calif. Acad. Sci.,2º serie 
vol. I, pgs. 45, 441 — 1889; os mesmos, Occas. Papers. 
Calif. Acad. Sci. I, pgs. 45 e 59 — 1890; os mesmos: Pr. U, 
S. Nat. Mus. vol. XIV pg. 27 — 1891; Sczadeiachithys 
albicans, Jord. & Everm. Bull, 47, U.S. Nat. Mus. pag. 124 
— 1896. 


Tachysurus rugispinis (Cuv. & Val.) = Arius rugispinis e A. pkrygiatus Cuv. 


& Val., H. Nat. Poiss. XV, pgs. 58 e 59—1840;Kner,Sitzungs- 
berichte Akad. Wien XXVI pg. 338 — 1857: Gunther Cat. V 
pg. 156 — 1864; Gakichthys rugispinis e G. phrygiatus, 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 469 


Jord. Pr. U. S. Nat. Mus. pg. 559 — 1886; Tachysurus ru- 
gispinis e T. phrygiatus, Kigenmann & Eigenmann, Pr. 
Calif. Acad. Sei., 2% serie — vol. I, pg. 145 — 1889; os 
mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci. pg. 48, 49, 83 e 84 
— 1890; Heranemichthys rugispinis, H. phrygiatus, Jord. & 
Everm. Bull. 47 U. S. Nat. Mus. FI, pe. 130: — 1896. 
Arius rugispinis, Goldi, Bull. Mus. Paraense, II, pg. 456 
460 e 478 — 1898. 


Tachysurus upsulonophorus Eigenm. & Eigenm. — Tachysurus upsulonophorus, 
Eignm. & Bignm. Proc. Calif. Acad. Sci. 2% ser. II — pg. 
31—1889; os mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad. of Sci. 
I, pags. 47 e 73, — 1899; os mesmos Proc. U. S. Nat. 
Mus., vol. XIV pg. 27 — 1891; H.v. Ihering, Os peixes 
d'agua doce do R. Grande do Sul, pg. 10—1897. 


Genidens genidens (Cuv. e Val.)=Bagrus genidens, Cuv. e Val. Hist. Nat. Poiss.. 
XIV, pag. 335—est. 419 — 1839; Genidens cuvieri, G. gra- 
nulosus, Casteln. Anim. Nouv. etc., pg. 34—est. XVI fig. 3 
(a numeração esta trocada)— 1855; Rhamdia laukidi, Bleeker, 
‘Nederl. Tijdschr. Dierk., I, pg. 208—1563; Genidens cuvieri, 
Gunther, Cat. V pg. 175—1864; Kner, Novara Reise Fische, 
pg. 312—est. XII figs. 3-3a—1869; Hensel, Wiegmans, 
Archif. I pg. 71—1870; Steindachner, SWF. SO. Bras., III, 

g. 89; Sitzungsber. Akad. Wien. LX XIV Bd.—1876; Genidens 
genidens, Eigenm. e Eignm. Proc. Calif. Acad. Sci., 2% Ser. 
vol. I, pg. 148—1889; Occasionals Papers Calif. Acad. Sci. 
I pg. 38—1890; Proc. U. S. Nat. Mus. vol XIV, pg. 26— 
1891; H. v. Ihering—Os peixes d'agua doce do R. Grande 
do Sul pg. 10 — 1897. 


Felichtys marinus (Mitch.)=Silurus bagre, Bl. Ausl. Fische XI, est. 365—1794; 
(preoccupado) Bl. e Schn. Syst. pg. 377 — 1801; Silurus 
marinus, Mitchill, Trans. Litt. e Philos. Soe. N. York I 
pg. 143—1814; Marcgrav (Bagre specie alia (4º). H. Nat. 
Bras, pg. 174 ec. fig. — 1648; Galeichthys marinus, De 
Kay New York Fauna—Fishes, pg. 178, est. 37, figs. 118 
181; Zelichthys filamentosus,, Swains. Fishes, II pg. 305- 
—1837; Ailurichthys marinus, Girard, U. S. and. Mexican 
Boundary Surv. 31 est. 14; Galeicthys parrae e G. blochii 
Cuv. e Val. Hist. Nat. Poiss, XV, pgs. 25 e 33—1840; Az- 
lurichthys marinus, Baird e Girard, Pr. Acad. Nat. Sci. 
Philad., pg. 26 — 1854; Galeichthys parrae e G. bahiensis, 


470 


Felichthys bagre (L.) 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 


Castelnau, Anim. etc. pg. 37 est. XVIII, fig. 1 — 1855; 
Galeichthys parrae, Hyrtle, Denkschrift Akad. Wien, XVI, 
g. 17—1859; Pimelodus filamentosus, Bleek, Silures Surin., 
pg. 67—1864; Ailurichthys marinus e A. longipinnis, Gun- 
ther, Cat. V pg. 178—1864; Ailurichthys marinus, Goode, 
Pr. U. S. Nat. Mus. pg. 119 — 1879; Steindachner Flusse- 
fische Sud Am. Denkschrift Akad. Wissenschaft Wien. XLI 
— 1879; Jordan e Gilbert, Pr. U. S. Nat. Mus. pgs. 246 e 
548—1882; Jord. Pr. U. S. Nat. Mus. pg. 106—1883; Jord. 
e Gilbert, Synopsis pg. 111—1883; Jord. Cat. Fishes N.Am. 
pg. 16—1885; Adlurichthys marinus, A. longipinnis, Jord. 
Pr. U. S. Nat. Mus. pgs. 26 e 559—1886; Eigenm e Eigenm. 
Pr. Calif. Acad. Sci. 2º serie, vol I,pg. 148—1889; os mesmos, 
South Am. Nemat., pg. 36 — 1890; Ailurichthys gronovii, 
Göldi Bol. Mus. Paraense, II, pgs. 456, 467 e 479—1898; 
Felichthys filamentosus, F. marinus, e F. bahiensis, Jord. e 
Everm. Bull. 47 U. S. Nat. Mus. I, pgs. 117 e 118—1896 
e IV est. 23 fig. 52—1900. 

= Bagre Marcgrav, Hist. Nat. Bras. pg. 174 c. fig.— 1648; Piso 
pg. 54 (seg. Gunther) Willughby, est. H;7 fig. 6—1686; Parra, 
est. 31 fig. I—1787; Mystus, Gron. Zoolophyl. 338 pg. 124 
—1763; Silurus bagre, Linneus, Syst. Nat. Ed. XII pg. 505 
— 1766; Pimelodus bagrus, Lacep. Hist. Nat. Poiss. V, 
pgs. 93 e 98 — 1803; Gmlin. Syst. Nat. pg. 270 — 1818; 
Felichthys filamentosus, Swains. Fishes Rept. e Amphib. 
vol. II pg. 3091839; Galeichthys gronovit, G. erdouxii, Cuv. 
e Val: bust.) Nat Poiss: vol EVE pes: SUMMER 
1840; Bagrus macronemus, Ranzani, Nuov. Comm. Acad.Sci. 
Instit. Bonon, V pg. 334 est. 281842; Galeichthys gronovit 
Müller e Trosch. in Schomburgk, Reise Brit. Guiana pg. 628 
— 1848; Kner,Sitzungsber. Akad. Wien, XXVI Bd. pg. 392— 
1857; Mystus carolinensis, Gronow, Syst. Ed. Gray pg. 156 — 
1854; Pimelodus bagre Bleek. Silur. Sur. pg. 66—1864; Ailuri- 
chthys gronovii, Gunther, Cat. V pg. 178-— 1864; Azlurichthys 
eidouxii, Jord. Pr. U. S. Nat. Mus. pg 40—1884 ; Azlurichthys 
bagre, Jord. op. cit. pg. 559 — 1886; Aizlurichthys bagre 
Eigenm. e Eigenm., Proc. Calif. Acad. Sci.,IIser. vol. I pg. 148 
— 1889 ; Ocas. Papers Calif. Acad. Sci. I, pgs. 31e 33 — 1890; 
Felichthys bagre, F.'eidouxii e F. filamentosus, Jord. e 
Everm. Bull. 47 U. S. Nat. Mus., I parte, pgs. 117 e 118 
— 1896. 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 471 


Pseudauchenipterus nodosus (Bl.)—=Silurus nodosus, Bloch, Ichthyol. VIII, 35 est. 
368 fig. 1—1794; Bloch e Schneider, 333—1801; Arzus nodo- 
suse Auchenipterus furcatus, Cuv.e Val., XV, pgs. 53 e 157— 
1840; Auchenipterus nodosus, Mille. e Troschel,Hor. Ichthyol, 
III, 11, 1849; Kner, Sitzungsber. Akad, Wien, XXVI, 424 — 
1858; Pseudauchenipterus nodosus, Bleeker, Nederl. Tijd- 
schrift Dierk. I. 88—1863; o mesmo, Silur. Suriname, 43 est. 
XI, fig 1, est. XIII, fig. 6—1864; Gunther,Cat. V, 194 — 1864 
Felichthys nodosus, Eigenmann e Eigenmann, Pr. Calif. Acad. 
2º Ser.I, 154—1889; os mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. 
Sci. I, 286 e 290 — 1890; Pseudauchenipterus nodosus, os 
mesmos, Pr. U.S. Nat, Mus. XIV, 34—1891; Auchenipterus 
nodosus, Goeldj, Bol. Mus. Par. II 479—1898; Pseudauche- 
nipterus nodosus, Eigenman e Bean; Pr. U.S. Nat. Mus. XXX 
663 — 1907. 

Pseudauchenipterus jequitinhohae (Steid.) = Auchenipterus (Pseudauchenipterus 
Jequitinhonhae,, Steindachner, Die Susswasserfische des Su. 
döstlichen Brasilien (III) — 89 — est. VI—fig. 1 e 1 a Sitzun- 
gsber. Akad. Wien — LXXIV — 1876; Helichthys jequtte- 
nhonhae, Eigenm. & Eigenm. Pr. Calif. Acad. 2? ser. I, 152- 
1889; os mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. of Sci-I-286- 
1890; os mesmos Pr. U.S, Nat. Mus. XIV, 34—1891. 


Pseudauchenipterus affinis, (Steind.)— Auchenipterus (Pseudauchenipterus) affinis » 
Steindachner, Susswasserfische S. O. Brasilien (III), 93 — 
Sitzungsber. Akad. Wien, LXXIV—1876; Felichthys afınıs, 
Eigenm. & Eigenm. Pr. Cal. Acad. Sci.2* Ser. I, 154 — 1889; 
Os mesmos,Occas. Papers. Calif. Acad. of Sci.1,286-288—1890; 
os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 341891. 


Pseudauchenipterus flavescens, Figenm & Eigenm—Felichthys flavescens, Eigenm. 
& Eigenm. Pr. Calif. Acad. of Sci. 2º Ser.1-152—1889; os mes- 
mos, Occas. Papers. Calif. Acad. of Sci. I, 286-288—1890; os 
mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 34—1891. 


Glanidium albescens Lutk.—Glanidium albescens Lutken, Dan. Vidensk. Selskab,31- 
1874; o mesmo, Velhas Flodens, Fiske, 150, est. III fig. 5- 
1875; Centromochlus (Glanidium) albescens Steindachner, Sus- 
swasserfische Sudöstliches Brasilien (III) 106-Sitzungsber- 
Acad.Wien, LXXIV—1876; Glanidiumalbescens Eigenm. & Ei- 
genm. Pr. Calif. Acad. Sci.—2? Ser. 1,157—1889; Os mesmos 
Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I, 267, 270 — 1890; 
os mesmos Pr. U. S. Nat. Mus., XIV, 34—1891; Mir. 


472 


Centron 


A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 


Rib. Peixes do Iporanga — Lavoura Anno XI, m. 5, pag. 
186 — 1907. 


rochlus heckelä, (Filippi) = Auchenipterus heckelii Filippi, in Guerin Rev. 


& Mag. de Zool. 166—1853; Centromochlus megalops, Kner, 
Sitzungsber. Acad. Wien, XX VI, 430,est. VIII, figs. 24 e 24 a- 
1857; Centromochlus heckelit, Gunther, Cat. V. 197—1864; 


Cope, Pr. Am. Philos. Soc., XVII, 667—1878; Vaillant, Bul. 


Soc. Philom, 7º Ser. IV, 1880; Eigenmann & Eigenmann 
Proc. Cal. Acad. 5º Ser. I. 156-1889: os mesmos, Occas. Pa. 
pers. Calif. Acad. of Sic. I, 266 e 267—1890; os mesmos, Pr. 
U.S. Nat. Mus. XIV,34—1891;Boulenger, On Fishes from the 
Juruá — Trans. Zool. Soc. London, XIV. Pte. 77—422—1898. 


Tatia intermedia (Steind.) == Centromochlus itermedius, Steindachner, Susse- 


Tatia aulopygia, 


wassertische S. O. Brasilien (III) — 106-Sitzuugsber. Akad. 
Wien. LXXIV— 1876; o mesmo, Flussfische S. America (III), 
4-Denkschrift Akad. Wien (XLIV)—1881;Eigenmann & Eigen- 
mann, Proc. Calif. Acad. 2º Ser., I, 156 — 1889; os mesmos, 
Occas, Papers Calif. Acad. of Sci. I 267 e 269 — 1890; os 
mesmos. Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 34 — 1891. 


Kner. = Centromochlus aulopygyus, Kuer. Sitzungsber. Akad. 


Wien., XXVI. 432—est. VIII fig. 25—1857; Günther. Cat. 
V, 198—1864; Eigenmann & Eigenmann, Pr. Cal. Acad. Sci. 
2° Ser. I—157—1889; os mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. 
Sci. I. pgs. 267—270—1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. 
XIV — 34 — 1891. 


Asterophysus batrachus Kner.— Asterophysus batrachus, Kner. Sitzungsber. Akad. 


Wien XXVI — 403 — 1858; Günther, Cat. V, 200 — 1864; 
Eisenmann & Eigenmann, Occas. Papers Calif. Acad. of Sci. 
I, 262 — 1890; os mesmos Pr. U. S. Nat. Mus., vol. XIV, 33 
— 1891. 


Trachycorystes trachycorystes (Cuv. & Val.) = Auchenipterus trachycorystes, 


Cuvier & Valenciennes, Hist. Nat. Poiss. XV. 159 — est. 437 
— 1840; Trachychorystes typus, Bleek. Nerdel. Tijdschrift 
Dierkunde, 1 — 88 — 1863; Anuchmepterus trachycorystes, 
Gunther Cat. V, 195 — 1854; Trachycorystes trochycorystes, 
Eigenm. & Eigenm. Pr. Calif. Acad. Sci. 2° Ser. I—154—1889; 
os mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad. Sci. I — 274—276 — 
1590, os ifiesmos, Pr. U. S. Nat. Müs.. XIV — 1891. 


Trachycorystes porosus, Eigenm. & Eigenm. = Trachycorystes porosus, Eigen- 


mann & Eigenmann Proc. Calif. Acad. Sci. I, 2º Ser. 154 — 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 473 


1889; os mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I, 274 
—276—1890; os mesmos,Pr. U.S. Nat. Mus. XIV—34—1891. 
Trachycorystes ceratophysus (Kner) = Auchenipterus ceratophysus, Kner, Sitzun- 
gsber. Akad. Wien, XXVI,427 est. VII fig. 23 e est. VIII fig. 
23a, b, c,— 1857; Günther, Cat. V,196—1864; Trachycorystes 
ceratophysus, Eigenmann & Eigenmann, Pr. Cal. Acad. 
Sci. —I — 154 — 1889; os mesmos, Occas. Papers Calif. 
Acad. Sci. I, 274 e 276 — 1890; os mesmos, Pr. U. S. 


Nat. Mus, XIV, 34 — 1891; Auchenipterus ceratophysus, 
3 Perugia, Ann. Mus., de Genova, X (2º Ser.) 636— 1890-92. 
Trachycorystes striatulus (Steind.) = Auchenipterus striatulus, Steindachner, 


9 
; 
2 
D 
4 
; 
o 
] 


Susswasserfische des S. O. Brasilien. III, 98—est. V,—Sit- 
zungsber. Akad. Wien. LXXIV — 1876; Trachycoristes 
striatulus, Eigenm. & Eigenm. Pr. Calif. Acad. Sci. — 23 
Ser. I — 155—1889; os mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. 
Sci. — I— 274, 277 — 1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. 
Mus. XIV, 34 — 1891; Auchenipterus strialatus, Goeldi,Bol. 
Mus. Paraense, II, 456 e Auchenipterus striatutus, Goeldi, 
Bol. Mus. Paraense, II, 463, 479 — 1898; Eigenmann & 
Kennedy, Proc. Calif. Acad. Sci. 501—1903. 
Trachycorystes galeatus (L.)=Artedi, in Sebae Thesaurum,III,est. 29 fig. 7—1738; 
Silurus galeatus, Linnaeus, Syst. Nat. ed. XII, 503 — 1766 
e ed. XIII—1357-1788; Bloch. Ichthyol. pt. 8-39—est. 369 
fig. 1—1794; Bloch. & Schn., Syst. 304 — 1801; Pümnelo- 
dus galeatus, Lacepede—Hist. Nat. Poiss. V, 97 e 114 — 
1803; Auchenipterus maculosus, Auchenipterus immaculatus 
e A. punctatus Cuv. & Val. XV, 161, 162 e 163—1840; Auche- 
nipterus muculosus e A. punctatus, Kner, Sitzungsber. Akad. 
Wien, 26, 425 — 1858; Parauchenipterus galeatus, Bleeker, 
Nederl. Tidschrift Dierk., I, 88 — 1863; Auchenipterus ga- 
leatus e A. maculosus, Gunther, Cat. V, 196 — 1864; Au- 
chenipterus lacustris, Lutken, Velhas Flodens, Fiske, 147 e 
III c. fig. — 1875; Auchenipterus galeatus, Peters Monats- 
bericht Acad. Berl. 470 — 1877; Trachycorystes galeatus, 
Eigenmann & Eigenmann, Pr. Calif, Acad. Sci. 22 Ser. I 
155—1889; os mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I, 
pgs. 274 e 279—1890; os mesmos, Pr. U.S. Nat. Mus. XIV 
34 — 1891; Auchenipterus galeatus, Boul. Trans. Zool. 
Soc. Lond. XIV, 2% pte. 28 — 1896; Parauchenipterus pas- 
seae (descripção) e Pseudachenipterus guppy estampa, Tate 


6378 E 


474 A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 


Regan, Proc. Zool. Soc. London I, 387 est. XXIV—1906; Tra- 
chycorystes galeatus, Eigenm & Bean, Pr. U. S. Nat. Mus. 
XXXI, 663—1907. 

Trachycorystes analis, Eigenm. & Eigenm=Trachycorystes analis, Eigenmann & 
Eigenmann, Pr. Calif. Acad. 2º Ser. I, 156—1889; os mesmos 
Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I, 275 e 288 —1890; os mesmos 
Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 34—1891. 

Auchenipterichthys longimanus (Günther) — Auchenipterus longimanus, Günther, 
Cat. X, 195—1864; Auchenipterichthys longimanus, Eigenm. 
& Eigenm. Pr. Cal. Acad. 2? Ser. I, 154—1889; os mesmos 
Occas. Papers Calif. Acad. Sci. 284—1890; os mesmos, Pr. 
U.S. Nat. Mus. XIV, 341891. 


Auchenipterichthys thoracatus (Kner.) = Auchenipterus thoracatus, Kner, Sitzun- 
gsber. Akad Wien, XXVI, 425 est. VII, fig. 22—1858; Auche- 
nipterichthys thoracatus, Bleeker, Nederl. Tydschrift Dierk. I- 
89— 1863; Auchenipterus thoracatus, Günther, Cat. V, 194 
— 1864; Auchenipterichthys thoracatus, Eigenm. & Eigenm. 
Pr. Calif. Acad. Sci. 1,2º Ser., 154—1889; os mesmos,Occas. 
Papers Calif. Acad. Sci. I, 32—1898; os mesmos, Pr. U. S. 
Nat. Mus. XIV, 34—1891. 

Tracheliopterus coriaceus Cuv. & Val.— Tracheliopterus coriaceus, Cuvier & Valen 
ciennes XV, 164 est. 438—1840; Günther, Cat. V, 198 — 
1864; Eigenm. & Eigenm. Pr. Cal. Acad. 2? Ser. I, 157 — 
1889; Tracheliopterus coriaceus maculosus, os mesmos, loc. 
cit.; os mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad. Sci. I, 264 e 
265—1890; Tracheliopterus coriaceus e T. maculosus, Kigen- 
mann & Eigenm., Pr. U.S. Nat. Mus. XIV,33 — 1891; Bou- 
lenger Trans. Zool. Soc. London, XIV, 2º Pte, 28—1896. 


Tracheliopterichthys taeniatus (Kner)—Tracheliopterus taeniatus, Kner, Sitzun- 
gsber. Akad. Wien, XXVI,Bd. 434, est. VIII, fig.26—1858, 
Steind. Denkschrift. Akad. Wien, XLIV Bd. 4—1882; Tra- 
cheliopterichthys taeniatus, Bleeker, Nederl. Tijdscrift Dierk 
I, 111 — 1863; Trachelyopterus coriaceus, Günther, Cat. V, 
198—1864; Tracheliopterichthys taeniatus, Eigenm. & Eigenm. 
Pr. Calif. Acad. Sci. 2º Ser, I, 157—1889; os mesmos,Occas. 
Papers. Calif. Acad. Sci. I, 263—1890; os mesmos, Pr.U. 
S. Nat. Mus. XIV, 33—1891. 


Pseudoceptosis gobioides (Kner) = Cetopsis gobioides Kner, Sitzungsber. Acad. 
Wien, XXVI, 407—1857; Pseudocetopsis gobioides Bleeker, 
Nederl. Tijdschrift Dierk. I, 111 — 1863; Cetopsis gobioides, 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 475 


Günther, Cat. V, 199—1864; Eigenm. & Eigenm. Occas. Pa- 
pers Calif. Acad. Sci. I, 319 e 322 — 1890; os mesmos, Pr. 
U. S. Nat. Mus. XIV, 36 = 1891. 


Cetopsis cœcutiens (Licht)—Szlurus cecutiens Lichtenstein, Wiedem.Zool.Mag. I, 
pt. 3, 61—1829; Spix, Gen. et Sp. Pisc. Bras. 12, est. X, fig. 2; 
Cetopsis cecutiens, Agassiz, in Spix. loc. cit. — 1829; 
Cuv. & Val. XIV, 285—1839; Kner, Sitzungsber. Akad. Wien, 
XXVI, 409 — 1858; Bleeker, Nederl. Tijdschrift Dierk I, 111 
— 1863; Günther, Cat. V, 199 — 1864; Eigenm. & Eigenm. 
Pr. Calif. Acad. Sci., 2º Ser. I, 157 — 1889; os mesmos, 
Occas. Papers Calif. Acad. Sci. 318 e 320 — 1890; os mesmos 
Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 36 — 1891; Goeldi, Bol. Mus. Pa- 
raense, II, 457 e 179 — 1898. 


Hemicetopsis candirıi (Spix )— Estampa 42, Alexandre Rodrigues Ferreira, Dese- 
nhos de Peixes, etc. — 1783-93; Sz/urus candiri e Cetopsis 
candiri, Agas. & Spix. Pisc. Brasil. 13, est. X fig. 1 — 1829; 
Cetopsis candiri, Cuv. & Val. XIV, 286 — 1839; Hemicetopsis 
candiri Bleeker Nederl. Tijdschrift Dierk, 111 — 1863; Ceto- 
psis candiri Günther, Cat. V, 199 — 1864; Cope, Pr. Am. 
Philos. Soc., XVII, 678 — 1878; Steindachner, Flussefische S. 
Amerika's, IV, 5. Denkschrift Akad. Wien XLVI — 1882; 
Eigenm. & Eigenm. Pr. Calif. Akad, 2º Ser. 1,157 — 1889; 
os mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci., 318e 319 — 1890; 
os mesmos, Pr. U.S. Nat. Mus. XIV 36 — 1891; Cefopsis can- 
diri, Boulenger, Trans. Zool Soc. London, XIV, pte. 7º, 422 
— 1898; Cetopsis sp. altera, aff. plumbeus, Goldi Bol. Mus. 
Paraense, II, 479 — 1898; Hemicetopsis candiri, Eigenm 
& Bean Pr. U. S. Nat. Mus. XXXI, 664 — 1907. 


Platystacus cotylephorus, Bl. = Mystus, Artedi Thes. Sebae III, pag. 86 n. 9est. 
29—fig. 9 — 1738; Batrachus sp. Klein, Miss. III, Pisc. pg. 86 
— 11est. 4 flgs. 7 e 8— 1745; Aspredo sp. Gronow. Mus. 
Ichthyol. I pag. 8, n.26—1754 & Zoophyl. n. 3241763. Pla- 
tystacus cotylephorus, Bloch Ausl. Fische VIII pg. 54—est. 372 
—1749;Bl. & Schn. Syst.pg. 3721801: Szlurus cotylephorus, 
Lacep. Hys. Nat. Poiss. V pgs. 78 e 821803; Aspredo sex- 
cirrhis Cuv. & Val. Hist.Nat. Poiss.,XV pg. 3261840; Aspredo 
spectrum, Gronow, «Syst. Ichthyol. pag. 137, Ed. Gray 1854; 
Aspredo sex-cirrhis, Kner, Sitzungsber. Akad. Wien, XVII. 
pg. 93 — 1855; Bleek. Sil. Surin, pag. 95 — 1864; Aspredo 
cotylephorus, Gunther, Cat. V pg. 269 — 1864; Aspredo coty- 


476 A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 


lephorus, Goeldi Bol. Mus. Paraense, II, pgs. 466 e 481; Pla- 
tystacus catylephorus, Eigenm. & Eigenm. Proc. Calif. Acad, 
Sci. II, 2º serie, pg, 50—1890; os mesmos; Occas. Papers Calif. 
Acad, Sci. I pg, 211890; Os mesmos, Pr. U.S. Nat. Mus. 
vol. XIV pg. 26 — 1891. 

Platystacus tibecen (Temmink ) = Aspred tibicen, Temmink in Cuv. & Val. Hist. 
Nat. des Poiss. XV pg. 320, — 1840; Gunther, Cat. pg. 270 
1864; Platystacus tibicen, Kigenmann & Eigenm. Pr. Calif. 
Acad. Sci. II, 2º serie pg. 50 — 1890; os mesmos. Occas Pa- 
pers Calif. Acad. of Sci. I pg. 24 — 1890; os mesmos, Pr. 
U. S. Nat, Mus. pg. 26 — 1891. 


Ptatystacus aspredo(L.) = Mystus 10 — Artedi, Thes. Sebae III pg. 86, est. 29 
fig. 10—1738; Aspredo sp. Gronow, Zoophyll, pg. 102. n. 326; 
Aspredo batrachus Linneus, Mus. Adolph. Fred, pg. 73—1754; 
Amænit. Acad. I pg. 311, est. I fig. 5—1749; Silurus aspredo, 
Linneus, Syst. Nat. ed. X pg. 304 — 1758; Bonat, Tabl. En- 
cyclop. Ichthyol. pg. 150 — 1788; Platystacus laevis. Bl., 
Ausl. Fische, VIII pag. 58—1794; Bl. & Schn, pg. 373—1801; 
Silurus aspredo, Lacep. Hist. Nat. Poiss. V, pg. 78 — 1803; 
Aspredo laevis, Cuv. & Val. Hist. Nat. Poiss. XV, 320 — 
1840; Mul. & Troschel in Schomburgk. Reise Brit. Guian pg. 
630—1848; Aspredo batrachus Gronow pg. 137—1854; (Syst. 
Ed. Gray) Aspredo batrachus Bleeker, Silurus Surin. pg. 93 
— 1864; Gunther Cat. V. pg. 268—1864; Gunther, Annals & 
Mag. Nat. History; Platystacus aspredo, Eigenmann & 
Eegenmann, Proc. Calif Acad. Sci. II, 2º Serie—pg. 50— 1890; 
os mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci. Ipg. 23—1890; os 
mesmos, Proc. U.S.N. Hist. vol. XIV, pg. 26—1891. 


Bunocephalus verrucosus ( Bl.) = Platystacus verrucosus, Bloch Ausl. Fische, XI 
pg. 63 est. 363 fig. 3; Sz/urus verrucosus, Bloch. & Schn. pg. 379 
— 1801; Aspredo verrucosus Cuv. & Val. XV pg. 328 — 1840; 
Bunocephalus verrucosus, Gunther, Cat. V, pg. 266 — 1864; 
Eigenm & Eigenm. Proc. Calif. Acad. Sci. II, (2? Serie), pg. 48 
— 1890; Eigenmann & Eigenmann Occas. Papers. Calif. Acad. 
Sci., I pg.16—1890; Pr.U.S. Nat.Mus.vol. XIV pg. 26—1891. 


Bunocephalus bicolor, Steind — Bunocephalus bicolor, Steindachner, Fluss Fische 
Sudam. — IV — Denkschrift Akad. Wiss. Wien — 46 Bd. pg. 
8, est. II fig. I, 1882; Eigenmann & Eigenmann Preliminary 
notes Proc. Calif. Acad.Sci., II,2?serie—pg. 48—1890. Os mes- 
mos, South Am. Nem. — Occas. Papers Calif. Acad. Sci —I 


ARCHIVOS DC MUSEU NACIONAL 477 


Pg. 17—1890; os mesmos—Pr. U. S. Nat. Mus. vol. XIV, 
pg. 26—1891. 

Bunocephalus kneri, Steind.==Bunocephalus kneri, Steindachner, Flussf. Sudam. 
IV—pg. 9 est. II fig. 2 — Denkschrift Akad. Wiss. Wien 
XLVI-—1882; Boulenger, Proc. Zool. Soc. Lond. pg. 278 — 
1887; Eigenmann & Kigenmann, Pr. Calif. Acad. of Sci. pg. 
48 do II vol. 2º Serie 1890 e Occas. Papers Calif. Ac. Sci., 
I pg. 19—1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. vol. XIV 

g. 26—1891. 

Bunocephalus gronowti, Bleek—Aspredo sp. e A. verrucosa,Gronow. Mus. Ichthyol. 
II pg. 5—153, est. 5, fig. 3—1745,Zoophyl. pg. 102—n.325— 
1754 Syst. (ed. Gray) pg. 137—1854; Bunocephalus verrucosus 
Kner, Sitzungsber Acad. Wien, XII Bd. I Heeft. pg. 96—1855; 
Bunocephalus gronowi, Bleeker, Prodr. Silur. pg. 329—1858; 
Gunther Cat. V, pg. 266—1864; Eigenmann & Figenmann, 
Proc. Calif. Acad. Sci., II, 2º serie, pg. 48—1890 e Occas. 
Papers Calif. Acad. Sci., I pg. 17—18)0; 0s mesmos,Proc. 
U. S. Nat. Mus. vol. XIV pg. 26—1891. 

Bunocephalus scabriceps, Eigenm. & Eigenm. — Bunocephalus scabriceps, Eigen- 
mann & Eigenmann, Proc. Calif. Acad. of Sci.,II, 2º Serie, 
pg. 49—1890; os mesmos Occas. Papers. Calif. Acad. of 
Sci., I pg. 15—1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus., 
vol. XIV, pg. 26—1891. 

Bunecephalichthys hypsiurus (Kner) = Bunocephalus hypsiurus., Kuer, Sitzun- 
gsber. Akad. Wien, XII Bd., I Heft. pg. 98, est. 1 figs. 1 
e 1 a—1855; Dunocephalichthys hypsiurus, Bleek, Nederl. 
Tydschr. Dierk. I, pg. 118—1863; Gunther, Cat. V pg. 267 — 
— 1864; Kigenmann & Kigenmann, Proc. Calif. Ac. of Sci. II, 
2° Serie — pg. 48 — 1890 e Occas. Papers. Calif. Acad. of 
Sciences —I pg. 14—1890; os mesmos Pr. U. S. Nat. Mus. 
vol. XIV pg. 25. — 1891. 

Dysichthys australe, Figenm, & Ward=Dysichthys australe, Eigenmann & Ward, 
Ann. Carnegie Museum, vol. IV n. 2—1907. 

Epapterus dispilurus, Cope=Epapterus dispilurus, Cope, Am. Philos. Soc., XVII, 
677—1878; Euanemus longipinnis, Steindachner, Flussefische 
Süd Amerikas,III,17—Denkschrift Akad. Wien XLIV, 1882; 
Epapterus dispilurus, o mesmo, op. cit. (IV) XLVI Bd. 
1883; Eigenm. & Eigenm. Pr. Cal. Acad. of Sci, 2° Ser. 1,152 
— 1889; os mesmos. Occas. Papers Calif. Acad. Sci. 1,293— 
1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 34—1891. 


475 A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 


Auchenipterus nigripinnis (Boulenger) — Euanemus nigripinnis, Boulenger 
Trans. Zool. Soc. Lond., XIV, pte. 2—28 est. IV figs,2 e 2a 
— 1896; Auchenipterus negripinnis. Eigenm. & Ward, Ann. 
Carnegie Mus. IV, n. II—117—1907. 


Auchenipterus nuchalis (Spix.)—=Hypophthalmus nuchalis, Spix, Gen. et Sp. Pisc. 
Bras, 17 — est. 17 — 1829; Auchenipterus nuchalis, A. 
dentatus Cuv. & Val. XV, 155 e 156 — 1840; Zuanemus 
colymbetes, Müll. & Tr. Hor. Ichthyol. III, 11, est. I, fig. 2 
1849; Auchenipterus nuchalis, Castelnau, Anim. Nouv. etc. 
47—1855; Kner, Sitzingsber. Akad. Wien, XXVI, 422 — 
1857; Zuanemus nuchalis, Günther, Cat. V, 193 — 1864 ; 
Cope, Pr. Am. Philos. Soc. XVI, 676 — 1878; Vaillant 
Bull. Soc. Philom. 7 — IV — 1880; Zuanemus colymbetes, 
J. Müller, Beobacht. Schwimblase etc., Monatsber, Akad. 
Berlin 203—1842; o mesmo, Arch. f. Anat. Phys. und Wiss. 
Med. 230—1842; Troschel, Archif. f. Naturg. IX, 2, 109— 
1843; Euanemus colymbetes, J. Müller, Arch. fur. Naturg. IX 
318—1843; Auchenipterus nuchalis, Eigenm. & Eigenm., 
Pr. Calif. Acad. 2º Ser. vol. I, 151 — 1889; os mesmos, 
Occas. Papers Calif. Acad. of Sci., I. 295—1890; os mesmos 
Pr.U.S.Nat. Mus. XIV, 35—1891; Goeldi,Bol. Mus. Paraen- 
se, II, 479—1898; Auc:nipterus nuchalis, Berg. Com. Ictio- 
logicas—Communicaciones del Mus. B. Ayres— Tom. I, n.9 
—301— 1901. 


Auchenipterus fordicei, Eigenm. & Eigenm. — Arc henipterus fordicei, Eigenmann 
& Eigenmann, Pr. Calif. Acad. of Sci., 2° Ser. I, 151—1889; 
os mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I, 295 e 297 — 
1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 35—1891. 


Setranematichthys quadrifilis (Kner)—Ageneiosus quadrifilis, Kner, Sitzungsber. 
Akad. Wien, XXVI, 442—est. IX fig. 29 — 1857; Tetrane- 
matichthys quadrifilis, Bleeker, Nederl. Tydschrift Dier. I, 
108—1863; Gunther, Cat. V, 193 — 1864; Eigenmann & 
Eigenmann, Occas. Papers Calif. Acad. of Sciences I, 298 
— 1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 35—1891. 
Pseudageneiosus brevifilis, Cuv. & Val. Hist. Nat. Poiss. XV.180—1840; Kner 
Sitzungsber. Akad. Wien, XXVI, 438 --1857; Pseudagenetosus 
brevifilis, Bleeker. Silur. Suriname (83—est. XVI—fig. 1— 
1864; Ageneiosus brevifilis, Gunther, Cat. V., 192—1864; o 
mesmo, Pr. Zool. Soc. Lond. 229—1878 ; Cope, Pr. Am, 
Philos. Soc. XVII—676— 1878; Eigenm & Eigenm. Pr. Calif. 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 479 


Acad. Sci., 2? Ser. I, 150—1889: os mesmos, Occas. Papers 
Calif. Acad. Sci. 2º Ser. I, 301, 309 —1890; os mesmos,Pr. 
U. S. Nat. Mus., XIV, 35—1891; Perugia, Ann. Museo di 
Genova—(Pesci.—Sud-Americani) — Ser. 2º — Vol.X. — 
1890-92; Ageneiosus brevifilis., Boul. Trans. Zool. Soc. Lond. 
XIV— 2? parte—1896; Ageneiosus (Pseudageneiosus) bre- 
vifilis, Berg. An. Mus. B. Aires, V, 265 — 1897; Göldi, 
Bol. Mus. Paraense, IF, 461 e 481—1898. 

Ageneiosus atronasus, Eigenm. & Eigenm. Pr. Cal. Acad. 2º Ser. I, 149—1889; 
os mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I, 300, 302— 
1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus., XIV, 35—1891. 

Ageneiosus brevis, Steind.=Agenetosus brevis, Steindachner, Denkschrift Akad. 
Wien=XLIV Bd. pg. 16 — 1882; Eigenm. & Eigenm. Pr. 
Calif. Acad. Sci. 2? Ser., I, pgs. 149 — 1889; os mesmos, 
Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I — 300 e 301—1890; os 
mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 35—1891. 

Ageneiosus dawalla (Schomb.)—N. 8. Artedi in Thesaurum Sebae est. 29 — 
tom. III—1738; Agenetosus inermis,Cuv. & Val. XV, 178 est. 
440 — 1840; Appophtalmus dawalla, Schomburgk, Fishes 
Britsh Guiana, 191 est. 9— 1849; Agenetosus inermis, Cas- 
teln. Anim. Nouv. etc, 48— 1855 ; Ageneiosus sebae, Gun- 
ther, Cat. V. 192—1864; Ageneiosus dawalla, Eigenm. & 
Eigenm. Pr. Calif. Acad. Sci. — 2º Ser. I, 150—1889; os 
mesmos, Occas. Papers Cal. Acad. Sci. I, 301 e 309 — 
1890 ; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 35 — 1891 ; 
Goldi, Bol. Mus. Paraense, II, 461—1898. 

Ageneiosus dentatus, Kner. — Ageneiosus dentatas, Kner, Sitzungsber. Akad. 
Wien, XXVI, 441 — 1857; Günther Cat. V. 192 — 1864; 
Ageneiosus pardalis, Lutken, Vidensk. Medel., 190—1874; 
Steindachner, Fische-Fauna Magdalenen Stromes, 17—III— 
figs. 1 e 1a; Denkschrift Akad. Wien, XXXIX — 1878; o 
mesmo, Fisk-Fauna des Cauca, etc. 10, Denkschrift Akad. 
Wien, XLII — 1880; Eigenmann & Eigenmann, Pr. Calif. 
Acad. Sci., 2? ser. I, 150 — 1889; os mesmos, Occas. 
Papers Calif. Acad. Sci. I, 300 e 306 — 1890; os mesmos, 
Pr. U). Se Nat. Mus. XIV 7351838 

Ageneiosus ucayalensis, Casteln.—Estampa 41, Alexandre Rodrigues Ferveira,de- 
senho de Peixes etc. — 1783-1793; Ageneiosus militaris, 
Cuv. & Val. Hist. Nat. Poiss. XV, 173—1840; Ageneiosus 
ucayalensis, Casteln. Anim. Nouv. etc. 49, est. XVII. fig. 2- 


480 A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 


1855; Valenciennes in D’Orbigny, Voyage dans l’ Am. Merid. 
IX, Atlas II, est. IV, fig. 1—1847: Kner, Sitzungsber. Akad. 
Wien, XXVI,437—1858, Ageneiosus valenciennesi, Bleeker, 
Sil. Suriname, 28—1864; Ageneiosus militaris, Gunther, 
Cat. V, 1911864; Ageneiosus ucayalensis e A. valenciennest, 
Engenm. & Eigenm.,Pr. Calif. Acad. Sci. 2º Ser. 1,1501889, 
os mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I, 300, 304 e 306 
— 1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 35—1891; 
Ageneiosus valenciennesi Lahille, Revista del Museu de la 
Plata, VI, 270—1895: Ageneiosus militaris, Goeldi, Bol. Mus. 
Paraense, II, 463—1898; A. ucayalensis, Eigenm. & Bean, 
Pr. U. S. Nat. Mus. XXXI, 663—1907. 

Hypophthalmus edentatus, Spixs—=Hypophthalmus edentatus, Spix, Pisc. Bras. 16 
est. IX. 1826; Hypophthalmus marginatus, AH. longifilis e H. 
spixit, Cuv. & Val. XV, 168, 171e172—est. 439—1840; Æy- 
pophtalmus edentulus, Casteln., Anim. Nouv. etc. 47—1885; 
Hypophtalmus fimbriatus, H. spixi Kner, Sitzungsber, Akad. 
Wien, XXVI, 444e446—1857; Notophthalmus marginatus, 
Hyrtle, Denkschrif Akad. Wien, XVI Bd.-17—1859; Æy- 
pophthalmus longifilis, Bleeker, Sil. Suriname. 88 — 1864; 
Hypophthalmus edentulus, H. longifilis, H. marginatus, A. 
Jfimbriatus, Gunther, Cat. V. 67, 681864; Aypophthalmus 
edentatus e H. perporosus, Cop. Pr. Am. Philos. Soc. XVII 
673- 1878; 7. marginatus, Vaillant, Bul. Soc. Philom. 7? 
Ser. IV, 150—1880. #7. perporosus, Steindachner, Flusse- 
fische Sud-Amerika,(IV) 4 Denkschrift Akad. Wien XLVI— 
1882; R. Wright, Trans. Roy. Soc. Can. III, 107, esc. 8 e 10 | 
1885; HM. edentatus, Eigenmann & Kigenmann, Pr. Calif. | 
Acad. Sci. 2° Ser. I, 120—1889; os mesmos, Occas. Papers | 
Calif. Acad. Sci. I, 313—1890; os mesmos, Pr. U.S. Nat. Mus, | 
XIV, 35—1891; Berg. Com. Ictiologicas, Communicaciones | 
del Mus. B. Aires. Tomo I,N.1, 10—1898; Eigenmann & 
Bean, Pr. U. S. Nat. Mus. XXXI, 664—1907. 


EXPLICAÇAO DAS ESTAMPAS © 


PAG 
ESPN OG se ana a ese dei a ates E MR DO E cie nee coos Eee 32-33 
Fig. 1 Ancistrus cirrhosus, Cuv. & Val. 
DIZ, > stigmaticus, Eigenm. & Eigenm. 
SIDA CO CINE RO DO RR SR re 36-37 
Fig. 1  Hemipsilichthys duseni, Mir. Ribr°. 
» 2  Neoplecostomus granosus (Cuv. & Val.) 
STAND 3.0.4 BR EUER ae DE DO AS O BE SGaSBB SS E 42-43 
Plecostomus emarginatus (Cuv. & Val.) 
ISLAM IT REMO RE Be RR Te opa ARNO SER MS 50-51 
Fig. 1  Plecostomus verres (Cuv. & Val.) 
2, > macrops, Eigenm. & Eigenm. 
58 » . commersonii (Cuv. & Val.) 
IBS AMD PAD OQ Ca er He ne ea ie RE ou as bas De 70-71 
Fig. 1  Plecostomus alatus (Cast.) 
» 2 Delturus parahybæ, Eigenm. & Eigenm. 
SIPAM A DOCA ne ae ee TEE 74-75 
Pterygoplichthys aculeatus (Perugia) 
ISIS MOORE aids bas ee TERRE Re N ee Serra GA PACE 76-77 
Fig. 1 Pterygoplichthys etentaculatus (Spix) 
DAS 2 » multiradiatus (Hancock) 


(*) Tendo sahido erradas as indicações das estampas constantes do texto, passam a 
ter effeito somente as exaradas nas ditas estampas e na presente explicação. 


482 A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 


PAG 
JOSIP DA DRITTE ER NR ASS tete eric 90-91 
Fig. 1 _  Kronichthys subteres, Mir. Ribr’. 
» 2 Parotocinclus maculicauda (Stein.) 
» 3  Otocinculus gibbosus, Mir. Ribr”. 
DUNN COS eh ore nose a este lei ae SER ET fo ASAE jeto 104-105 
Farlowella oxyrhyncha (Kner.) 
SANTE DO O ER Ce EEE SRA DECS POC RR Coe 106-107 
Sturisoma rostrata (Spix) 
ESTAMPA, XD EE Eee nr rec PS Dr tele ee eee 112-113 
Fig. 1 Harttia kronei, Mir. Ribr”. 
» 2 Hemiodontichthys acipenserinus Kner) 
EST AP ANR SORTE EEE rec Ce do svao ace ado con apucbpopoa) ECC 120-121 
Fig. 1 Loricaria anus, Cuv. 
» 2 » nudirostris, Kner. 
> 3 » cataphracta, L. 
ES YA VEEDANEIERERTENV Br navono Deo erteilen cactiiee ei 132-133 
Fig. 1  Loricaria lima, Kner. 
» 02 » latirostris, Boul. 
ESTAMPAMRXNE EE Fonte dere $ slstal eis sta esse ame 148-149 
Fig. 1 Callichthys callichthys, L. 
» 2  Hoplosternum thoracatnm (Cuv. & Val.) 
a 53 » schreineri (Hancock) 
HBSS LVAD A TIEREN ee erde gen ER 164-165 


Fig. 1 Decapogon verissimi, Mir. Ribr”. 
» 2 Corydoras natteri, Steind. 
4 8) » barbatus (Quoy & Gmrd.) 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 483 


PAG 
STAND ODER ner ae an nee cree EL 194-195 
Oxydoras niger (Val.) 
ESPN NOON TIT I Re a sane once noces 204-205 
Fig. 1 Doras marmoratus, Lutk 
> 2 »  keckelii, Kner. 
ST AIN ZA se NO NON GTENE E ces ayeln ved eye assis eier ele CAS nase haette 212-213 
Doras dorsalis, Val. 
SPAIN AMENER aA a AAS A DO Aran 222-223 
Fig. 1 — Tricomycterus proops, Mir. Ribr°. 
> 2— > dispar (Tschudi) 
3 3— » brasiliensis, Lutk. 
4 4 — Heptapterus mustelinus (Val.) 
IE SABINE ZANORSTET PE dane ee nennen ale seen ee ee ee Te 244-245 
Conorhynchus conirostris (Cuv. & Val.) 
ESAMPAN XI" te RR PA onto non pd eng nn po a dut 250-251 
Fig. 1 — Iheringichthys westermanni (Reinhardt & Lutk) 
» 2 — Typhlobagrus kronei, Mir. Ribr! 
BST MPAMEXTLIIT |... TEE . 256-257 
Fig. 1 — Pseudopimelodus zungaro (Humb.) 
5 Dax » alexandri (Steind.) 
ESTAMPA XLIV 


RS ES PO 10400090.00600960.0008.08 0000 272-273 


Fig. 1 — Rhamdioglanis transfasciatus, Mir. Ribrº 
» 2 — Rhamdia insignis (Shomb.) 
>» 3 — » vittata (Kröyer & Lutk.) 
> de » transitoria, Mir. Ribr°. 


484 A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 


ESDAMEPA. UV us orne seele SS Saia cla ce Toe AREA OISE 280-281 


— Rhamdia sapo (Cuv. & Val.) 
— » quelen (Quoy & Gmrd.) 
us » sabæ (Cuv. & Val.) 


¥ 
OO D HH 


ESTAMPA XL VE nee see ce ie RERO RAR EN En 294-295 


Fig. 1 — Pimelodus clarias (L.) 
» 2 — » valenciennis, Lutk 


ESTAMPA XL VII N ee de ee ET 308-309 


— Steindachneria parahybæ (Steind.) 
— Surubimichthys planiceps (Agass.) 
— Surubim lima (Bl. & Schn.) 


Y 
On 


ESTAMPA SUG VIDE Sa er a Pega adorn ee eee 332-333 


Fig. 


1 — Pseudoplatystoma fasciatus (L.) 
> 2 » coruscans (Agass.) 


BESTAND ee es EN A 334-335 


SE N a A io Dt ae ANNE QN sooo aaa ane a 344-345 


Fig. 1 — Tachysurus spixii (Agass.) 
» 2— » luniscutis (Cuv. & Val.) 


ES TEAM ASIE een ent cm e sta cre lato [eia ajo =!s sis vielen slereloveisielelere siareigeretele 350-351 


Fig. 1 — Genidens genidens (Cuv. & Val.) 
» 2 — Felichthys marinus (Mitch.) 


BISA JOL cmo cenas aonavacasomooosconavacansac op DappadPoocavasaBonbapdoos 358-359 


Fig. 1 — Glanidium albescens, Lutk. 
» 2 — Centromochlus heckelii (Filippi.) 
« 3 — Trachycorystes galeatus (L.) 


485 


PAG. 


Eee Eee len ee ee 384-385 


Fig. 1 = Hemicetopsis candirá (Spix) 
> 2 — Platystacus cotylephorus, Bl. 
3 — Bunocephalichthys hypsiurus (Kner.) 


. 402-403 


q 


PO Ru EAN pu 
BLUE In 


EN DICE 


A 


Acanthicus, 28, A, 81 
» hystrix, 8, 81. 
» (Rhinelepis), 421, 


acanthochira (Pseudopimelodus), 16, 253, 257. 


448. 
Acary, 47, 84. 
Acestra amazona, 13. 

» gladiola, 12. 

» gladius, 18. 

» oxyrhyncha, 11. 
acipenserina (Loricaria), 426. 
acipenserinus (Hemiodon),11, 425, 426. 

» (Hemiodontichthys), 11, 112, 425, 

426. 
aculeatus (Chætostomus), 419. 

» (Pterygoplichthys), 
acuta (Loricaria), 9, 116 A, 117, 426, 427. 
adspersum (Decapogon), 14, 152, 433. 
adspersus (Callichthys), 14, 443. 
affine (Platystoma), 461, 462. 

Affinis (Amblydoras), 438. 

» (Auchenipterus), 15, 471. 

» (Callichthys), 431. 

» (Doras), 11, 200, 436, 438. 

» (Felichthys), 471. 

» (Hassar), 14, 185, 188, 436. 

» (Oxydoras), 14, 436. 

» (Otocinclus), 14, 91, 422, 423. 

» (Plecostomus), 415. 


» (Pseudauchenipterus), 15,354,356. 


agassizi (Luciopimelodus), 457. 

» (Pimelodus), 15, 285, 449. 

» (Pirinampus), 15, 457. 

» (Perugia), 457. 

» (Pseudopimelodus), 448. 

» (Rhinelepsis), 421, 422. 
Agassizi (Tachysurus), 17, 337, 338, 465. 
Agenciosidae, 25, 398. 

Agenciosus, 399, 402. 
» atronasus, 17, 402. 


17, 72, 419. 


agenciosus brevis, 15, 402, 403, 

» brevifilis, 10. 

» dawalla, 10, 402, 404, 

» dentatus, 12, 402, 405. 

» quadrifilis, 12. 

» neayalensis, 11, 402, 405. 
agna (Plecostomus), 18, 41, 45, 414. 
alatus ( » ), 10, 41, 51, 416. 
albescens (Centromochlus), 371. 

» (Glassidium), 353, 471. 
albicans (Arius), 468. 

» (Bagrus), 10, 468. 

» (Galeichthys), 468. 

» (Pimelodus), 455. 

» (Sciadeichthys, 468. 

» (Tachysurus), 10, 337, 347, 468. 
albidus (Pimelodus), 465. 
alexandri (Lophiosilurus), 15, 448. 

» (Pseudopimelodus) 15,253,256,448 
alga (Chaetostomus), 411. 
altipinnis (Liposarcus), 420. 

» (Pimelodus), 15, 285, 293 456. 

» (Rhamdia), 15. 
amazona (Farlowella(, 13, 103, 104, 424. 
amazonica (Loricaria), 429. 
amazonicum (Pygidium), 442. 
amazonicus (Trichomycterus), 14, 220, 221, 442. 
amazonum (Acestra), 13, 424. 

» (Oxydoras), 438, 

» Rhinodoras), 14, 197, 438. 
ambiacus (Corydoras), 433. 

» (Gasteroderma), 433. 

americanus (Cataphractus), 439. 
amblyura (Steindachneria), 17, 298, 300, 458. 
analis (Trachycorystes), 17, 366, 371, 474. 
Anhä, 45. 
Anujá, 370. 
Anus (Loricaria), 427. 
Ancistrus, 28 A, 29. 

» cirrhosus, 9. 

» damasceni, 14. 

» gibbiceps, 11. 


488 


ancistrus pictus, 11. 

» scaphyrhynchus, 11. 

» stigmaticus, 16. 

» vittatus, 14. 
angulicauda (Ancistrus), 419, 

» (Delturus), 14, 70, 419. 

» (Plecostomus), 14, 419. 
anne ( « ), 413. 
anus (Loricaria), 9,116 A, 119, 427. 
apeltogaster ( » ), 17, 116A, 136, 430. 
araguayensis (Galeichthys), 11, 458. 


» (Platynematichthys, 11, 301. 


303, 458. 
arcifer (Callichthys), 13, 146, 147, 431. 
arekaima (Pimelodus), 10: 454, 455. 

» (Rhamdia), 262 A, 274, 454. 
arenatus (Arius), 465. 

» (Galeichthys) 465. 

Argiide, 143. 

argenteus (Pimelodus), 456, 467. 
Arges sabalo, 143. 

Aristomata inexpectatum, 17. 
Arius grandicassis, 10. 

»  grandoculis, 15. 

»  luniscutis, 10. 

» nuchalis 13. 

» rugispinis, 10. 
armatulus (Doras), 440. 
artedi (Platystoma), 460. 
ascita (Mystus), 455. 

»  (Psendorhamdia), 455. 
asper (Callichthys), 431, 439. 
aspera (Rhinelepis), 9, 82, 84, 421. 
asperatus (Hypostomus), 416. 
aspidoras, 145. 155. 

» rochai, 17, 155. 
aspilogaster (Plecostomus), 416. 
Aspirophori, 23. 

Aspirophoros (Eleutherobranchios), 21. 
Aspredinidæ, 19, 20. 
aspredo (Platystacus), 384, 385, 477. 

» (Silurus), 476. 

» tibicen, 10, 476. 
asterifrons (Astrodoras), 439. 

» (Doras), 11, 200, 202, 439, 
Asterophysus. 253, 262. 
» batrachus, 12, 263. 


INDICE 


atronasus (Ageneiosus), 17, 402, 479. 
Auchenipterichthys. 372. 
» longimanus, 372. 
» thoracatus, 12, 372, 393. 
Auchenipleridæ, 25, 394. 
Auchenipterus, 394, 395. 
» affinis, 15, 
» ceratophysus, 12. 
» fordicei, 17, 396, 398. 
» heckellii, 10. 
» jequitinhonhae, 15. 
» longimanus, 13. 
» nigripinnis, 18, 396. 
» mechalis, 9, 396, 397. 
» striatulus, 15. 
» thoracatus, 12. 
» trachycorystes, 10. 
aulopygia (Tatia), 12, 360, 361, 472. 
» (Centromochlus), 12, 472. 
auranthiacus (Ancistrus), 418, 
» (Chaetostomus), 417. 
» (Hypostomus), 11, 417. 
» (Parancistrus), 11, 417, 418. 
auroguttatus (Hypostomus), 11, 416. 


» (Plecostomus), 11, 41, 51, 416. 
australe (Corydoras), 434. 
» (Disichthys), 17, 393, 477. 
B 


bachi (Chaetostomus-, 18, 417. 

» (Hemiancistrus), 18, 54, 60, 417. 

»  (Hemidoras), 18, 438. 

» (Oxydoras). 18, 195, 196, 438. 
Bagre, 266, 278, 290. 

» Amarello, 339. 

» Branco, 348. 

» Bandeira, 351. 

» de Areia, 329. 

» » Lagoa, 279. 

» » Rio, 453. 

» (Felichthys), 350, 351, 470. 

» Gury, 345. 

» Molle, 233. 

“ (Silurus), 469, 470. 


» Urutu’, 350. 
Bagropsis, 236 A. 313. 


INDICE 439 


Bagropsis reinhardti, 13, 313. 
bagrus albicans, 10. 


» genidens, 10. 

» pictus, 10. 

» (Pimelodus), 470. 
» props, 10. 

» punctatus, 10. 

» rusieauxi, 11. 


bahianus (Pimelodus), 452. 
bahiensis (Galeichthys), 469; 470. 
Bandeirado, 351. 

Barbadinho, 33. 

Barbado, 304. 

barbata (Loricaria), 11, 425. 


barbatum (Sturisoma), 11, 106, 107, 425. 
barbatus (Callichthys), 8, 435. 

» (Bagrus), 466. 

» (Scleromystax), 435. 

» (Corydoras), 8, 465. 
barbus (Pimelodus), 456, 467 

» (Tachysurus), 4, 337, 343, 466 467 
batrachus (Aspredo), 475. 


» (Asterophysus), 12, 363, 472. 
bicirrhosus (Plecostomus), 414. 
bicolor (Bunocephalus), 15, 387, 388, 476. 
»  (Phrastocephalus), 465. 
» (Pirarara), 468 
bifasciatus (Nannoglanis) 17, 
bilobatum (Hypostoma), 425. 
biseriatus. 
Bituva, 111. 
blochi (Doras(, 439. 
» (Galeichthys), 469. 
» (Pimelodus),555. 


257, 445. 


»  (Piramutana), 455. 
bourguyi (Microlepidogaster), 18, 88, 90. 
brachiatus (Doras), 15, 200, 216, 441. 
Brachyplatystoma, 260 A, 320. 


» filamentosum, 8, 321, 329. 


» juruense, 18, 321, 329. 
» platynema, 18, 321, 327. 
» rousseauxi,ll, 321, 327. 
» vaillanti, 9, 321, 323. 
brachyurus (Ancistrus), 417. 
» (Hemiancistrus) 417. 
brasiliensis (Plecostomus), 414, 451. 
» (Pimeiodus), 15. 


brasiliensis (Pygidium), 443. 

» (Rhamdia). 15, 262 A, 275, 451. 
Brecumbucú, 254. 
brevicauda (Plecostomus), 412. 
breviceps (Rhamdia), 11, 262 A, 282. 

(Pimelodus), 11, 454. 

» (Rhamdia), 454. 
brevifilis (Ageneiosus), 10. 470 479. 

» (Pseudageneiosus) 10, 401, 478,479. 
brevipinnis (Ancistrus) 29, 411. 


» (Xenocara), 18, 411. 
brevirostris (Loricatia), 16, 425, 
» (Parastu ma), 16, 109, 425. 


brevis (Ageneiosus) 15, 402, 403, 479. 

» (Doras), 11, 435. 

» (Hemidoras), 11, 171, 176, 435. 

»  (Oxydoras), 435. 

»  (Tridens), 16, 226, 227, 443. 
brunnecens (Doras), 439, 440. 
Bocca-Lisa, 348. 

Botoado, 214. 

boulengeri, (Plecostomus), 414. 
buckleyi (Pimelodella, 17, 451. 
buckleyi (Rhamdia), 19. 
bufonius (Pimelodus), 447. 
Bunocephalichthys, 383, 391. 

» hypsiurus, 12, 392. 
Bunocephalidae, 19, 21, 328. 
Bunocephalus, 383, 387. 

» bicolor, 15, 387, 388. 


» iheringi, 18, 387. 
» kneri, 15, 387, 389. 
» gronovii, 12, 387, 389. 


» hypsiurus, 12. 

» scabriceps, 18, 387, 390. 

» verrucosus, 387, 388. 
Bureva, 358. 


Ú 


Cabeça de Ferro, 370. 
Cabeçudo, 287. 
Caçonete, 352. 
cadeae (Loricaria), 13, 116, 124, 428. 
caecutiens (Cetopsis), 380, 475. 

» (Silurus), 475. À ! 
calderonensis (Doras), 16, 200, 201, 439. 


490 INDICE 


Callichthydae, 19, 25, 144. 
Callichthys, 145, 146, 170. 
» arcifer, 13, 146, 147. 
» adspersus, 14. 
» barbatus, 8. 
» callichthys, 7, 146, 431. 
» cataphractus, 431. 
» » littoralis, 8. 
(Silurus), 431. 
» splendens, 11. 
» tamoata, 7. 
» thoracatus, 9. 
Callophysus, 236 A, 242. 
» macropterus, 8, 242. 
Calmoni (Hemipsilichthys), 14, 34, 39,412. 
Cambeja, 223. 
Candirti, 228, 381, 475. 
» Açú, 380. 
» (Hemicetopsis), 9, 381, 475. 
» (Silurus), 9, 475. 
Cangatá, 345. 
Caparary (Platystoma), 464. 
Caratahy, 354. 
caravatahy. 301. 
428. 
carinatum (Hypoptopoma), 14, 424. 


carinata (Loricaria), 427, 


» (Mormyrostoma), 7, 191, 437. 
Carinatus (Doras), 437, 441. 

» (Oxydoras), 435, 437. 

» (Oxyropsis), 14, 101, 424. 

» (Plecostomus), 414. 
carolinensis (Myrtus), 470. 
Cascudinho, 37. 
Cascudo-Barbado, 130. 


cataphracta (Loricaria), 7, 116, 122, 427, 428. 


Cataphractus (Acanthodoras), 439. 


» (Doras, 7, 200, 208, 439, 440. 
» (Silurus), 439, 440. 
» punctatus, 7. 


Ceguinho, 250. 
Centromochlus, 353, 359. 


» aulopygius, 12. 
» heckelii, 359. 
» intermedius, 15. 


cephalacanthus (Otocinclus), 18. 
ceratophyrus (Auchenipterus), 12, 473. 


» (Trachycorystes), 12,366,368,473. 


Cetopsidae, 25, 377. 
Cetopsis, 378, 379. 
» caecutiens, 380. 
» gobioides, 12, 474. 
Chaetostomus bachi, 18. 
» oligospilus, 12. 
» nigrolineatus, 13. 
» punctatissimus, 14. 
Characinedeos, 20. 
charus (Pseudopimelodus), 447. 
Choralambre, 272. 
Choräo, 370. 
cirrhosa (Loricaria), 327, 428. 
» (Vandellia), 10, 228, 443. 
» (Xenocara), 441 
cirrhosum (Chaetostoma), 411. 
cirrhosus (Ancistrus), 9, 29, 51, 411. 
» (Hypostomus), 9, 411. 
» (Chaetostomus), 411. 
clarias (Ariodes), 455. 
» (Bagrus), 455. 
»  (Pseudariodes), 455. 
» (Pimelodus), 7, 285, 289, 455. 
» (Silurus), 455. 
Cobitidae, 20. . 
cochliodon (Hypostomus), 11, 48. 
» (Panaque), 11. 64, +18. 
» (Plecostomus), 418. 
coelestinus (Bagrus), 467. 
colymbetes (Euanemus), 478. 
commersonii (Arius), 466, 467. 
» (Bagrus), 466. 
» (Hypostomus), 415. 
: (Pimelodus), 466. 


» (Plecostomus), 9, 41, 50, 415,416. 
» affinis (Plecostomus), 416. 
Conorynchus, 236 A, 243. 
» conirostris, 9, 243, 246. 
» glaber. 14, 244, 246. 


cariaceus (Tracheliopterus), 10, 374, 474. 
Coruscans (Paradiplomystes), 8. 

» (Platystoma), 9, 464. 

» (Pseudoplatystoma), 9, 331,332,464. 
Corydoras, 145, 156. 

» barbatus, 8, 157, 168. 

» elegans, 14, 157, 161. 

» eques, 14, 157, 158. 


Corydoras hastatus, 16, 157, 163. 


» julii, 14, 157, 166. 

» microps, 17, 157, 165. 

» multimaculatus, 14, 157, 165. 
» nattereri, 14, 157, 164. 

» paicatus, 157, 160. 


» punctatus, 7, 157, 159. 
a BL 

» treitlii, 14, 157, 167. 

» trilineatus, 15, 157, 162. 
costatus (Cataphractus), 440. 

» (Doras), 7, 200, 210, 440. 

»  (Platidoras), 440. 

» (Silurus), 440. 
cotylephorus (Aspredo), 475. 

» (Silurus), 475. 

» (Platystacus), 384, 475, 476. 
crisata (Pimelodella), 449. 
cristatus (Pimelodus), 449. 
ctenodus (Callophysus), 440. 

» (Pimelodus), 445. 
eubataonis (Loricaria), 14, 
Cumbaca, 370. 
cupreus (Pimelodus), 452. 
Curiacica-da-Branca, 289. 
Cuvieri (Genidens), 469. 
Cuyabae (Pinelodus), 452. 


Cuyu-Cuyú, 193. 


» splendens, 


116 


D 


damasceni (Ancistrus). 14, 29, 30, 411. 
» (Xenocara), 14, 411. 

dawalla (Ageneiosus), 10, 402,404, 479. 
» (Hypophthalmus), 10 479. 


Decapogon, 145, 151. 
°» adspersum, 14, 152 
De vıcıssimi, 19/0152 0154 
Delturus, 28 A, 69. 
» angulicauda, 14, 70. 


» parahybae, 16, 70. 
dentatus (Agenejosus), 12, 402, 405, 479. 
» (Auchenipterus), 478. 
depre-sus (Cataphractus), 431. 
» (Doras), 439. 
» (Hemiodon), 11. 


» (Hemiodontichthys), 11, 112,113,426. 


A, 131, 429. | » 


INDICE 


Disichthys, 393. 
» australe, 17, 393, 


dispar (Pygidium), 442. 


dispilurus (Epapterus), 15, 395 477. 
doceaua (Steiudachueria), 11572983 299, 
dolychoptera (Xeuocara), 411, 
dolychopterus (Aneistrus), 411. 
» (Chaetostomus), 441. 

Doradidae, 25, 170. 
Doras, 171, 199, 

» affinis, 11, 200, 

» austerifrous, 11, 200, 202. 

» brachiatus, 15, 200, 216. 

» brevis, 11. 

» calderonensis, 16, 200, 205. 

» cataphractus, 7, 200, 208. 

» costatus, 7, 200, 210. 

» dorsalis, 8, 200, 212, 213. 441, 

» fimbriatus, 11. 

» granulosus, 8, 200, 214. 
hancockii, 9, 200. 
» heckelii, 11, 200, 205. 
» humeralis, 11. 
» lipophthalmus, 11. 
» marmoratus, 13, 200, 204. 


» nebulosus, 17, 200. 

» niger, 8. 

» punctatus, 11. 

» spinosissimus, 16, 200, 209. 
» stenopeltis, 11. 

« weddellii, 11, 200, 202, 210. 


Dourada, 327. 
Dundü, 269 
duodecimalis (Hypostomus), 419. 
» (Pterigoplichthys), 415. 
Duopalatinus, 236 A, 314. 
» emarginatus, 9, 314. 
» goldii, 15, 314, 315. 
dura (Loricaria), 427. 
duseni (Hemipsilichthys), 18, 34, 37, 412. 


E 
edentatus (Doras) 437. 7 
» (Hypophthalmus), 407, 480. 
dentulus ( » ), 480. 


491 


» (Trichomycterus) 19, 220, 222, 442. 


458. 


492 


eidouxii (Galeichthys), 470. 
eigenmanni (Corydoras), 435. 


» (Hemidoras), 18, 171. 175, 435. 


» (Oxydoras), 18, 435. 


eigenmanniorum (Rhamdia), 17, 19, 262 
213, 451. 
elegans (Corydoras), 14, 157, 161, 434. 


Eleutherobranchii, 23. 
» (Aspirophori), 5, 21, 
elongatus, (Hemidoras), 18. 

» (Oxydoras), 18, 193, 195, 438. 
emarginatum (Platystoma), 9, 461. 
emarginatus (Duopalatinus), 9, 313, 461. 

» (Hypostomus), 412. 


» (Plecostomus), 9, 41, 42, 412,413, 


Epapterus, 394. 
» dispilurus, 15, 395, 
Epitremati, 1». 
eques (Corydoras), 14, 157, 
» (Goeldiella, 454. 
»  (Pimelodus), 10, 285, 454. 
eriarcha (Rhamdella), 17, 448. 

» (Rhamdia), 10, 262 A, 266, 448. 
etentaculatum (Hypostoma), 8, 419. 
etentaculatus (Ancistrus), 419. 

» (Pterygoplichthys), 8, 72, 74, 
419. 
evansi (Loricaria), 18, 431. 
Explicagäo das estampas, 481. 
exudans (Pimelodus), 10, 449, 
» (Rhamdia), 10, 262 A, 266, 449. 


158, 433. 


F 

Farlowella, 28 A, 102. 

» amazona, 103, 104. 

» gladiola, 103. 

» gladius, 18, 103. 105. 

» oxyrincha, 11, 103, 104, 
fasciatum (Platystoma), 463, 464. 

» (Pseudoplatystoma), 331, 463. 


fasciatus (Pimelodus), 463. 
» (Silurus), 463. 
Felichthys, 236 A, 350. 


» bagre, 7, 350, 351. 
» flavescens, 17. 
» filamentosus, 469, 470, 


A, 


INDICE 


ı Felichthys marinus, 7, 350, 351. 
Fidalgo, 242, 329. 
filamentosa (Piratinga), 463. 
filamentosum, (Brachyplatystoma,) 463, 
filamentosus (Malacobagrus), 463. 
» (Pimelodus), 463, 470. 
(Doras), 11, 436. 
» (Hemidoras), 11, 171, 179, 436. 
» (Hypophtalmus), 480. 
» (Otocinclus, 423, 
(Oxydoras), 436. 
fissipinnis (Heptapterus), 19, 238, 240. 
flagellaris (Plecostomus), 427. 
flava (Loricaria), 414. 
flavescens (Felichthys), 471. 
» (Pseudauchenipterus), 354, 357 
471. 
flavipinnis (Pimelodina), 15, 247, 447. 
flavus (Plecostomus), 414. 
flexilis (Otocinclus), 15, 94, 423. 
Focinho de Porco, 194. 
foina (Rhamdia), 10, 262 A, 282, 454. 
» (Pimelodus), 10, 454. 
fordicei (Auchenipterus), 17, 396, 398, 478. 
forskhammeri (Platystoma), 464. 
francisci (Plecostomus), 416. 
frenatus (Rhamdioglanis), 17, 260, 261. 
fur (Pimelodus), 285, 295, 457. 
furcatus (Auchenipterus), 470. 


fimbriatus 


’ 


G 


galeatus (Parauchenipterus), 474. 
» (Pimelodus), 473. 


» (Silurus), 473. 


Galeichthys araguayensis, 11. 
garmanni (Plecostomus), 18, 41, 48, 415. 
genibarbis (Acanthicus), 421, 422. 

» (Plecostomus), 422. 

» (Rhinelepsis), 9, 82, 83, 321. 
Genidens, 236 A, 349. 

» (Bagrus), 10, 469, 

» genidens, 10, 350, 469, 
geoffroyi (Corydoras), 433. 

Gerupöca, 309, 333. 

gibbiceps (Ancistrus), 11, 420. 


» (Tachycorystes), 366, 370, 473, 474. 


INDICE 


gibbiceps (Chaetostomus), 420, 
» (Pterygoplichthys), 
420. 
gibbosus (Otocinclus), 18, 91, 95, 
gigas (Ancistrus), 419. 
» (Chaetostomus), 419. 
»  (Platystoma), 460. 
glaber (Conorhyn:hus), 14, 244. 
gladiola (Acestra), 12, 424. 
» (Farlowella), 103, 424. 
gladius (Acestra), 18, 424. 
» (Farlowella), 18, 
Glanidium, 353, 358. 
» albescens, 358. 


SST 
at Ay Cg 


423, 


103, 105, 424. 


gobio (Hemipsilichthys), 13, 34, 412. 

»  (Xenomystus), 13, 412: 
gobioides (Cetopsis), 12, 474. 

» (Pseudocetopsis), 12, 378, 474. 

göldi (Brachyplatistoma), 462. 

» (Duopalatinus), 15, 314, 461. 

« (Trichomycterus), 18, 220, 221, 
goliath (Bagrus), 462. 

» (Piratinga), 462. 
-Goniodontes, 19. 
gracilis (Pimelodella), 450. 

» (Pimelodus), 9, 110, 448, 450. 

» (Pseudorhamdia), 450. 

» (Rhamdia), 9, 262 A, 269, 450. 
grandicassis (Arius), 10, 408, 


442. 


» (Netuma), 468. 

» (Tachysurus), 10, 337, 346, 468. 
grandoculis (Arius), 15, 466. 

» (Tachysurus), 15, 337, 341, 466. 


granosus (Hypostomus), 9, 412, 
» (Neoplecostomus), 9, 39, 412. 
granulosus (Doras), 8, 200, 214, 441. 
» (Genidens), 467. 
» (Pterodoras), 441, 
gronovii (Ailurichthys), 470. 
» (Bunocephalus), 12, 387, 389, 477. 
» (Galeychthys), 470. 
grypus (Doras), 438. 
Guacary (Hypostomus), 414, 415. 
Gury-Juba, 345. 
guntheri (Hypoptopoma), 423. 
» (Oxyloricaria), 425. 
gupyi (Pseudauchenipterus), 473. 


493 


HM 


| hancockii (Doras) 9, 200, 210, 440. 


Harttia, 28 A, 109. 

» kronei, 18, 110, 111. 

» loricariformis, 14, 110. 
hartii (Pimelodus), 13, 450. 

» (Pseudorhamdia), 450. 

» (Rhamdia), 12, 272 A, 
Hassar, 171, 185. 

» affinis, 14, 186, 188. 

»  lipophthalmus, 11, 185, 

» Orestis, 14, 185. 
hastatus (Corydoras), 16. 


270, 450. 


190. 


heckelii (Auchenipterus), 10, 472. 


» (Centromochlus), 359, 472. 
» (Doras), 11, 200, 205, 439. 
Hemiancistrus, 28 A, 53. 
» bachi, 18, 54. 
» niviatus, 11. 


» oligospilus, 54, 59. 
» pictus, 54, 56. 
» scaphyrhynchus, 11, 54. 
» vittatus, 54, 58, 60. 
Hemicetopsis, 378, 381. 
» candirú, 9, 381. 
Hemidoras, 171. 
» bachi, 18. 
» brevis, 11, 171, 176. 
» eigenmanni, 18, 171, 175. 
» elongatus, 18. 


» fimbriatus, 11, 171, 179. 
» humeralis, 11, 171, 181. 
» morei, 14, 171, 183. 

» nattereri, 14, 171, 173. 

» punctatus, 11, 171, 178. 
» stenopeltis, 11, 171, 172. 
» trachyparia, 18, 171, 177. 


» trimaculatus, 18, 172, 182. 
hemiliopterus (Phractocephalus), 7, 335, 465. 
» (Silurus), 465. 
Hemiodon acipenserinus, 11. 
» depressus, 11. 


» platynocephalus, 11. 
Hemiodontichthys, 28 A, 112. 
» acipenserinus, 11, 112, 
» depressus, 11, 112, 113. 


494 


hemiphractus (Callichthys), 431. 
Hemipsilichthys, 25 A. 
» calmoni, 14, 34, 36. 
» duseni, 18, 34, 37. 
» gobio, 13, 34. 


Ha ‘ hi, A26 A ep] 
Hemisorubim, 236 A, 353. 


n platyrhynchus, 9, 333. 
henselii (Loricaria), 430. 
Heptapterus nssipinnis, 19, 255, 240, 
» leptos, 238, 240. 
» multiradiatus, 17, 97, 98. 
hersbergi (Arius), +67. 
» (Galeichthys), 467. 
» (Netuma). 467. 
» (Silenaspis), 467. 
» (Silurus), 467. 
» (Tachysurus), 7, 337, 343, 467. 
hermanoni (Plecostomus), 415. 


heylandii ( » )» 412. 
hilarii (Pimelodus), 9, 432. 
» (Rhamdia), 9, 272 A, 278, 452. 


Hisonotus notatus, 416. 
holomelas (Pimelodus), 453. 
hoplogenys (Amcistrus), 411. 

» (Chaetostomus), 411. 
Hoplosternum, 145, 148, 


fittorale) Q 14Q 140 429 
ai 145, 172, 392. 


ttorale), 8, 


\ 
» schreineri, 18, 148, 150. 
» thoracatum, 9, 148. 
horridus (Hypostomus), 412. 
» (Plecostomu=), 412, 413. 
humboldti (Doras), 437. 
» (Zungaro), 447. 


humeralis (Hemidoras), 11, 171, 181, 436. 


» (Oxydoras). 436. 
hemenorhinus (Hexanemichthys), 467. 
Hypophthalmidae, 19, 25, 406. 
Hypophtalmus, 407. 


» dawalla, 10. 
» edentatus, 407. 
» nuchalis, 9 


Hypoptopoma, 28 A, 34, 96. 


» carinatum, 14. 

» inexpectatum, 17, 97, 98. 
» joberti, 16, 97, 99, 

» steindachneri, 18, 97. 


Hypostoma etentaculatum, 8. 


INDICE 


Hypostomus aurantiacus, 11. 


» aurogultatus, 11, 416. 
» cochliodon, 11. 

» granosus, 9. 

» multiradiatus. 8. 


nivezs!t 14 
nivcatus, ii. 


hypsiurus (Bunocephalus), 12. 


» (Bunocephalichthys), 12, 362, 477. 
hyxtrix (Acanthicus), &, 421. 
» (Chaetostomus), 419. 
» (Hemiancistrus), 419. 


» (Rhinelepis), 9, 418. 
» (Pseudacanthicus), 9, 67, 418, 419. 


I 


ignobiiis (Pimelodella), 15. 448. 

» (Rhamdia), 15, 262, 263, 448. 
iheringii (Bunocephalus), 18. 
Theringichthys, 236, 245. 

» westermanni, 13, 246, 
immaculatum (Pygidium), 16, 442. 
immaculatus (Trichomycterus), 16, 220, 222, 

442, 473, 
Imparfinnis, 236 A, 258. 
» piperatus, 17, 259, 


1), 479, 


inermis ( A cet 
imerr s (Ager 


inexpectata (Aristomata), 17, 423. 
inexpectatum (Hypoptopoma), 17, 97, 98, 423, 
infraocularis (Spix), 460. 

insidiosus (Stegophilus), 12, 230, 231, 444. 
insignis (Pimelodus), 10, 445, 449. 

» (Rhamdia), 16, 262, 267, 449. 
intermedia (Tatia), 15, 360, 472. 
intermedius (Centromochlus), 15, 472. 

» (Stegophilus), 444. 
Iricéca, 341. 
Iritinga, 341. 
itatiayae (Trichomycterus bras.), 443. 


J 


Jahú, 317, 343. 
» (Paulicéa), 461. 
Jandia, 276, 279, 
284. 
» (Surubim), 459. 


INDICE 


arm 


Jundiá, 277. 
jeanesianus (Liposarcus), 420. 
» (Pterygoplichthys), 420. 
jenynsii (Pimelodus), 13, 448. 
» (Rhamdia), 13, 262 A, 264, 448, 
» (Rhamdella), 44. 
jequitinhonhæ (Auchenipterus), 15, 471. 
» (Felichthys). 470. 


» (Pseudauchenipterus),15,355,471, | 


johni (Plecostomus), 416. 
joberti (Hypoptopoma), 16, 97, 99, 423. 
»  (Otocinclus), 423. 
julii (Corydoras), 14, 157, 165, 434. 
joruense (Brachyplatystoma), 18, 321, 461. 
» (Platystoma), 18, 461. 
Jurupiranga, 348. 
juquiæ (Corydoras), 435. 


Fá 


kneri (Bunocephalus), 15, 387, 389, 477. 

»  (Callichthys), 431. 

»  (Oxydoras), 12, 193, 194, 438. 

»  (Pimelodus), 453. 

» (Rhamdia), 453. 

»  (Rhinodoras), 438. 
Konnairú, 267. 
Konopickii (Loricaria), 
kronei (Corydoras), 435. 

» (Harttia), 18, 110, 111, 425. 

» (Loricaria), 18, 116 A, 132, 

» (Typhlobagrus), 19. 250. 
Kronichthys, 28 A, 79. 

» subteres, 18, 80, 421. 


14, 116, 126, 428. 


430. 


L 


lacustris, (Auchenipterus), 473. 

labialis (Loricaria). 17, 116 A, 120, 427. 
labrosa (Bergiella), 446. 

labrosus (Iheringichthys), 446, 447. 
leviceps (Callichthys), 431. 

levigatum (Hoplostermem), 432. 
levigatus (Callichthys), 432. 


levior (Hisonotus), 422. 
1æviuscula (Loricaria), 9, 116 A, 122, 428, 


Lai-Tu, 435. 
lanceolata (Loricaria), 13, 116 A, 128. 


495 

lanceolatus (Nemuroglanis), 16, 241, 445. 
lata (Loricaria), 428. 
lateralis (Callophysus), 446. 

» (Pimeletropis), 446. 
lateristriga (Pimelodella), 450. 

) (Pimelodus), 10, 450. 

» (Psendorhamdia), 450. 

» (Rhamdia), 10, 262 A, 271, 450. 


latirostris (Loricaria), 18. 116 À, 133, 430. 
» (Plecostomus), 415. 

laukidi (Khamdia), 469. 

Leiacanthi, 20, 24. 

leptos (Acentronichthys), 445. 

» (Heptapterus), 238, 240, 445. 
leptochilus (Heisonotus), 422. 
leucofrenatus (Otocinclus), 18, 91, 94, 423. 
leucostictus (Ancistrus), +11. 

» (Chætostomus), 411. 
lima (Loricaria), 11, 116 A, 130, 429, 430. 

» (Plathystoma), 460. 

» (Plecostomus), 413, 415. 

» (Silurus), 460, 

» (Sorubim), 309, 460. 
limosus (Plecostomus), 415 
lipophthalmus (Doras), 11, 437. 

» (Hanar), 11, 185, 190, 437. 
« (Hemidoras), 437. 
jithogaster (Doras), 441. 


littorale (Hoplosternum), 8, 14°, 149, 432 
littoralis (Callichthys), 432. 
litturalus (Ancistrus), 11, 420. 

» (Chætostomus), 420. 

» (Pterygoplichthys), 11, 72, 78, 420: 
Loango, 332. 
longibarbis (Arius), 460, 461, 
longifilis (Callichthys), 432. 

» (Hypophtalmus), 480. 
longimanus (Ancistrus), 419. 

» (Auchenipterichthys), 372, 374. 

» (Auchenipterus), 13, 474. 
longipinnis (Ailurichthys), 470. 

» (Euanemus), 477. 

» (Hemiancistrus) 417. 
lophophanes (Microlepidogaster), 16,38,90,422. 

» (Otocinclus), 422. 

» (Rhinelepis, 16. 422. 


Loricaria, 19, 28 A, 116. 


496 


Loricaria acuta, 9, 116 A, 117. 
» apeltogaster, 17, 116 A, 136. 


» anus, 9, 116 A, 119. 
» barbata, 11. 
» cadeæ, 13, 116 A, 124. 


) cataphracta, 7, 116 A, 122 
„14.116 A, 131. 
» evansii, 18, 116 A, 142, 

» kouopickii, 14, 116 A, 126. 


) krenei, 18, 116 A, 132. 


» cubataonis 


» labiatis, 17, 116 A, 120. 
» læviuscula, 9, 116 A, 122. 
» lanceolata, 13, 116 A, 128. 


, 


» latirostris, 18, 116 A, 133. 
» lima, 11, 116 A, 130. 
Loricaria macrodon, 11, 116 A, 137. 
» microlepidogaster, 116 A, 134. 
» nudirostris, 110 A, 119. 
» nudiventris, 9, 116 A, 141. 
» parva, 18, 116 A, 125. 
14, 116 A, 140, 
» phoxocephala, 16. 
17, 116 A, 140. 
» plecostomus, 7. 


» parnahybæ, 
» piracicabæ, 


» rostrata, 0. 

» typus, 12, 116 A, 117. 

Mba AS aS 

Loricaride, 19, 20, 25, 26, 143. 

loricarii formis, (Harttia), 14, 110, 425. 
» (Oxyloricaria), 425. 

loricatus (Callichthys), 431. 

luceri (Platystoma), 460. 

luniscutis (Arius), 10, 468, 


» vetula, 9, 


» (Galeichthys), 468, 
» (Selenaspis), 468. 
» (Tachysurus), 10, 337, 345, 368. 


lutkeni (Brachyplatystoma), 461. 
» (Paulicea), 15, 317, 461. 
» (Platystoma), 15, 461. 
» (Plecostomus), 413, 414. 
lyra, (Oxyloricaria), 425 


M 
macrodon (Loricaria), 11, 116 A, 137, 430. 


macronema (Pimelodus), 455. 
macronemus (Bagrus), 470. 


INDICE 


macrops (Plecostomus), 16, 41, 48, 415. 
» (Stegophilus), 14, 230, 231, 444. 
macropterus (Callophysus), 8, 242, 415,446. 
» (Pimelodus), 445, 446. 
macrospila (Pıramuta). 456, 457. 


[a NANTES ON NES er $96 429 


maculata (Loricaria), 7, 116 A, 127,426,429. 
(Werlheimeri), 14, 217, 442. 
maculatus (Doras), 441. 
» (Lovicarichthys), 428 
) (Pimelodus), 451, 455, 456. 
maculicauda (Otocinclus), 14, 422, 


» (Parotocinclus), 14, 87, 422. 
maculosus (Anchenipterus), 473. 
» (Tracheliopterus,) 474. 


Mãe-do-Anhá, 80. 
malacops (Chaetostomus), 411. 
Mandi, 289, 294. 
Mandi-Açú, 314. 
» Amarello, 280. 
» Bagre, 278, 313. 
» Casaca, 289. 
» Chorão, 279. 
» do-Salgado, 289, 
» Guarú, 287. 
» Pinima,287. 
» Pintado, 260. 
» Tinga, 274. 
» Urutü, 314. 
Mandubé, 397, 401, 407. 
mangurus (Pimelodus) 447. 
Maria-da-Serra, 168. 
marinus (Ailurichthys) 469, 470. 
» (Felichthys) 7, 350, 351. 
» (Galeichthys), 467. 
» (Silurus), 469. 
marginatus (Hypophthalmus), 480. 
» (Notophthalmus), 480. 
marmoratus (Doras), 13, 200, 204, 439, 
» (Sciades), 13, 311, 312, 461. 
megalops(Centromochlus), 472. j 
melanops (Tridens), 16,226,412. 
mesops (Bagrus), 567. 
Mestiço, 301. 
microcephala (Rhamdia), 13, 262 A, 266, 449. 
microlepidogaster, 28 À, 88. 
Microlepidogaster bourguyi, 18, 68. 
» lophophanes, 16, 88, 90. 


INDICE 497 


Microlepidogaster (Loricaria), 116, 134, 430. 
Microlepidogaster nigricauda, 88. 


Microlepidogaster (Otocinclus), 422. 
Microlepidogaster perforatas, 16, 88. 
» tietensis, 18, 88, 89, 422, 
microps (Corydoiras), 17, 157. 165, 434. 
» (Neoplecostomus), 412. 
» (Pareiodon), 11, 232, 233, 444. 
» (Plecostomus), 17, 412. 
» (Rhinelepis), 17. 
microstoma (Pimelodus), 457. 
anilitaris (Ageneiosus), 479, 480. 
minuta (Rhanıdia), 262, 264,. 448. 
Miuroglanis, 219, 227. 

» platycephalus, 443. 
modesta (Rhamdia), 262 A, 272, 451. 
modestus (Pimelodus), 13, 451. 
morei (Hemidoras), 14, 171, 183, 436. 

» (Oxydoras), 14, 436, 
Mormyrostoma, 171, 172. 

» carinatum, 7, 192. 
mucosa (Platystoma), 462. 
multimaculatus (Corydoras), 14, 157 ‚163, 434, 461, 

» (Zungaropsis), 15, 319. 
mulleri (Pimelodus), 453, 454, 
multiradiatus (Ancistrus), 420. 
(Hehtapterus)17, 238, 239, 445, 
» (Hypostomus) 8, 419. 

» (Liposarcus), 419, 420. 

(Notoglanis), 454. 

» (Pterygoplichthys), 8, 420, 
murico (Doras), 441. 
mustelinus (Pimelodus), 453. 


» 


» (Heptapterus),, 9, 238, 444. 
» (Pimelodus), 9, 444. 
N 


Nanoglanis, 236 A, 237. 

» bifasciatus, 17, 237. 
nasus (Pimelodina), 16, 247, 249, 447. — 
nattereri( Corydoras), 14, 157, 164, 434. 

» (Oxydoras), 14. 

» (Hemiodoras\, 14, 171, 173, 435. 
nebulosus (Doras) 17. 200, 213, 441. 
Nemathognathi, 20. 

Nemuroglanis, 236 A, 241. 


Nemuroglanis lanceolatus, 16. 
nemurus (Pseudostegophilus), 443. 

» (Stegophilus) 13, 230, 444. 
Neoplecostomus, 23 A, 38, 


» granosus, 9, 39. 


» (Rhinodoras), 437. 

» (Oxydoras), 8, 193, 457, 438. 
nigribarbis (Pimelodus), 4 6. 
nigricans (Hypostomus), 417, 418. 

» (Pygidium), 442. 
» Trichomycterus, 8, 220. 442, 
nigricauda (Loricaria), 430. 
» (Microlepidogaster), 88, 422. 
» (Otocinclus) 18, 422. 
nigripinnis (Auchenipterus), 17, 396, 478. 
» (Euanemus), 478. 
nigripunctatus (Bagrus), 458. 
nigrolineatus (Chactostomus), 13, 418. 
» (Panaque), 13, 418. 
niveatus (Ancistrus), 417, 

» (Chætostomus), 417. 

» (Hemiancistrus), 11, 54, 61, 417. 

» (Hypostomus), 417. 
nodosus (Arius), 471. 

» (Auchenipterus), 471. 

» (Pseudauchenipterus), 354, 471. 

» (Silurus), 470. 
niveatus (llypostomus), 11, 417. 
notata (Rhamdia), 10, 262 A, 267, 449. 
notatus (Heisonotus), 16, 423, 

» (Otocinclus), 16, 91, 93, 422, 423. 

» (Pimelodus), 10, 449. 
nuchalis (Arius), 13, 466. 

» (Auchenipterus), 9, 396, 397, 478. 

» (Euanemus), 478. : 

» (Hypophthalmus), 9. 478. 

» (Tachysurus), 13, 337, 340, 466. 
nudirostris (Loricaria), 11,116 A, 119, 427, 430. 
nudiventris ( » ) O OS Ag EHE 


© 


obessa (Rhamdia), 17, 262 A, 276, 451. 
obtusirostris (Plecostomus), 414. 
obtusus (Otocinclus, 18, 91, 95. 


498 


oligospilus (Ancistrus), 417. 

» (Chætostomus), 22, 417. 

» (Hemiancistrus), 54, 59, 417. 
ophtalmicus (Pimelodus), 449. 
orbignyanum (Platystoma), 464. 
orestis (Hassar), 14, 185, 436. 

» (Oxydoras), 14, 436 
ornatus (Pimelodus), 11, 285, 287, 454. 
ortoni (Surubimichthys), 460. 
Otocinclus, 23 A, 91. 

» affinis, 422, 

» cephalacanthus, 18, 91, 93. 

» flexilis, 15, 91, 96. 

» leucofrenatus, 18, 91, 94. 

» maculicauda, 14. 
» nigricauda, 18. 
» notatus, 16, 91, 93. 
obtusos, 18, 91, 95, 
vittatus, 18, 91, 93. 
171 193. i 
» affinis, 14. 
» bachi, 18, 193, 196. 
» eigenmanni, 18. 
» elongatus, 18, 193, 195. 
» kneri 12, 193, 194. 

» morei, 14. 

» nattereri, 14. 

» niger, 8, 193. 

» oreitis, 14. 

» trachyparia, 18. 

» trimaculatus, 18. 
oxyrhyncha (Acestra), 11, 424. 

» (Farlowella), 11, 103, 104, 424. 
Oxyropsis, 28 A, 101. 

» carinatus, 14, 101. 


P 


Pacamã-do-Rio, 254. 
Pacú Branco, 358. 

» do-Rio, 254. 
paleatus (Callichthys), 433, 434. 

» (Corydoras), 157, 160, 433, 434. 
Panaque, 28 A, 63. 

»  cochliodon, 11, 64. 

»  nigrolineatus, 13,64, 66. 
pantherinus (Pimelodus), 455. 


INDICE 


pantherinus (Plecostomus), 415. 
Papai, 348. 
paplionatus (Doras) 441. 
Paradiplomystes coruscans, 8. 
paraguayensis (Hemiodoras), 435. 
parahemiodon (Loricaria), 426. 
parahybæ (Ancistrus), 419. 

» (Delturus), 16, 70, 419. 

» (Platystoma), 15, 458. 

» (Plecostomus), 421. 

» (Pseudopimelodus), 15, 258, 447. 

» (Rhinelepis, 14, 82, 421. 
» (Steindachneria),15, 298,299, 458. 
Parancistrus, 28 A. 
» aurantiacus, 11, 62. 
» punctatissimus, 11, 62. 
Parasturisoma, 28 A, 62, 109. 
» brevirostris, 16, 109. 
Pardale (Platystoma), 464. 
pardalis (Ageneiosus), 478. 
» (Hypostomus), 419. 
» (Liposarcus), 410. 
» (Platystoma) 464. 
» (Plecostomus), 420. 
» (Pterygophichthys), 420. 
Pareiodon, 219, 232. 

» microps, 11, 232, 

» pusillus, 11, 232, 234. 
Papa-Isca, 295. 

» » Açú, 246. 
parkeri (Arius), 467. 

» (Galeichthys), 467. 

» (Selenaspis), 467. 

» (Silurus), 9, 467. 

» (Tachysurus) 9, 337, 344, 467. 
parnahybæ (Loricaria), 14, 116, 140, 430. 
Parotocinclus, 28 A, 86. 

Parotocinclus maculicuada, 14, 87. 
parræ (Galeichthys), 469, 470. 

parva (Loricaria), 18, 116 À, 125, 428. 
pati (Luciopimelodus), 458. 

» (Pimelodus) 9, 457, 468. 
Paulicea, 236 A, 317. 

» jahu. 16, 317. 

» lutkeni, 15, 317. 
paulina (Loricaria), 430. 
paulinus (Plecostomus), 415. 


Pectinifer (Pimelodella), 17, 450. 


» (Rhamdia), 17, 262 A, 270, 450. 


Peixe-Cachorro, 354, 
Peixe-Lenha, 305. 
pellegrini (Plecostomus), 422, 


pemecus (Bagrus), +67. 


perforatus (Microlepidogaster), 16, 88, 422, 


perporosus (Hypophthalmus), 480. 
personatus (Callichthys), 432. 
Phractocephalus, 236 A, 334, 
» hemiliopterus, 7, 335, 
phrigiatus (Arius), 468, 469. 
» (Galeichthys), 468, 469. 
» (Hexanemichthys), 463, 469. 
» Tachysurus, 468, 469. 
Physoclisti, 23. 
Physostomi, 23. 
pictus (Ancistrus), 11, 417. 
»  (Bagrus), 10, 460. 
»  (Chaetostomus), 417. 
» (Hemiancistrus), 54, 56, 417. 
» (Sciades), 10, 511, 460, 461. 
Pimelodella, 251. 
» buckleyi, fie 451. 
» ignobilis, 15. 
» pectinifer, 17. 
Pimelodina, 236 A, 247. 


» flavipinnis, 15, 247. 


» nasus, 16, 247, 249. 
Pimelodus, 236 A, 284, 251. 

» agassizi, 15, 285, 296. 

» altipinnis, 15, 285, 293, 294. 

» arekaima, 10. 

» barbus, 7. 

» brasiliensis, 15. 

» clarias, 7, 285, 289, 

» breviceps, 11. 

.» eques, 10, 235. 

» exudans, 10. 

» filamentosus, 8. 

» foina, 10. 

» fur, 285, 295. 

» gracilis, 9. 

» harttii, 15. 

» hilarii, 9. 

» iusignis, 10. 


» jenynsii;. 13. © 


INDICE 499 


1 


Pimelodus, lateristriga, 10, 
» macropterus, 8, 
» modestus, 13. 
» mustelinus, 9 
» ornatus, 11, 285, 287. 
paty, ©, 285, 297. 
» pirinampus, 9. 
» platanus, 13, 285, 297. 
» queien, à. 


» vaninus, 9. 

» sapo, 9. 

» sebae, 9. 

» spixii, 9. L 

» valenciennis, 13, 285. 
» wesselii, 15. 

» westermanni, 13. 

» zungaro, 8. 


Pintado, 464. 
piperatus (Imparfinnis, 17, 259, 448. 
piracicaba, (Loricaria), 17, 430. 
Pirabe-Pre 335. 
Piracajiara, 332. 
Piracatisga, 297. 
Piracambucú, 331. 
pirahyba, (Piratinga), 463 
Pirahyba 329. 
Pirajapeau4, 305. 
Pirambueu, 331. 

» (Bagrus), 462. 
Piramuta, 323. 
Piramutaba, 323. 
Piranampu-Amarello, 242. 
Piraquara, 332. 
Piraräre, 335. - 
Pirá Tamanduá, 243. 
Piratinga, 327, 329. 
Pirauaca, 308. 
pirauaca (Soribim), 459. 
Pirayapea, 308, 
Pirayapeani, 308, 
Pirinampu, 304. 
pirinampus (Pimelodus), 9, 459. 
Pirinampus pirinampus, 9, 304, 459. 
piscatrix (Pseudariodes), 455. 
Pseudorhaindia, 455. 
planiceps (Platystoma), 459, 460. 

» (Surubimichthys), 9, 308, 459, 460. 


500 


platanus (Lucio-pimelodus), 457. 
» (Pimelodus), 13, 285, 297, 457. 
platycephala (Loricaria), 426. 
platycephalus (Hemiodon), 11, 426. 
» (Miuroglanis), 16, 227, 443. 
» (Pseudohemiodon), 11, 114, 426. 


platynema (Brachyplatystoma), 18, 321, 326, 462. 


Platynematichthys, 236 A, 301. 
» araguayensis, 11, 301. 303. 
» punctatus, 11, 301. 


222 


platyrrhynchus (Hemisorubim), 9, 333, 

» (Platystoma), 9, 464, 465. 
Piatystacus, 383, 
Platystacus aspredo, 384, : 

) cotylephorus, 

» tibicen, 384, 386. 

» verrucosus, 7, 476. 
Platystoma coruscans, 9, 

» emarginatum, 9. 

» juruense, 18, 

» lutkeni, 15. 

» parahybæ, 15. 

» planiceps, 9. 

» platynema, 18. 

» platyrrhynchus, 9. 

» sturio, 12. 

» vaiilanti, 9. 
Platystomalichthys, 236 A, 304. 

» sturio, 12, 305. 

plazai (Vandellia), 11, 228, 229, 443. 
Plecostomus, 28 A, 39. 

» agna 18, 41, 45. 

alatus, 10, 41, 51. 


» angulicauda, 14. 

» auroguttatus, 11, 41, 51. 

» commersonni, 9, 41, 50. 

» emarginatus, 9, 41, 42, 

» garmani, 18, 41, 48. 
plecostomus (Hypostomus), 414. 

» (Loricaria), 414. 
Plecostomus macrops, 16, 41, 48. 

» microps, 17, 19. 

» plecostomus. 7, 41, 47, 414. 

« tietensis, 18, 41, 46, 

» unce, 14, 41, 49. 

» vaillanti, 14, 41, 43. 

» verres, 9, 91, 46. 


464, 465. 


INDICE 


Plecostomus wertheimeri, 14, 41, 43. 
» wuchereri, 12, 41, 44. 
pleurops (Arius), 465. 

» (Tachysurus). 337, 338, 465, 
poeyi (Rhamdia), 17, 262 A, 280, 453, 
porosus (Trachycorystes), 17, 366, 367, 472. 
prionomus (Rhinodoras) 437. 
proops (Bagrus), 10, 466. 

» (Netuma), 10, 466. 
» (Sciadeichthys) 466. 
»  (Tachysuruso), 10, 337, 341, 466. 

» (Trichomycterus), 19, 220, 221, 442. 
Pseudacanthicus, 28 A, 66. 

» hystrix, 9, 67. 

» spinosus 11, 67. 
Pseudageneiosus 399, 401. 

» brevifilis, 10, 101. 
Pseudauchenipterus, 353, 354. a 


» affinis, 15. 
» flavescens, 354, 357. 
» jequitinhonhæ, 15, 354, 335. 
» nodusus, 354. 
Pseudocetopsis, 378. 
» gobiodes, 12, 378, 474. 
Pseudohemiodon, 28 A, 114. 
» platicephalus 11, 114. 
Pseudopimelodus, 236 A, 252. 
» acanthochira, 16, 253 257. 
» alexandri, 15, 203, 256. 
» parahybe, 15, 253. 
» raninus, 253, 257. 
» zungaro, 8, 253, 254. 


Pseudoplatystoma, 236 A, 331. 
» coruscans, 9, 331, 332. 
» fasciatum, 331. 
Pseudorhamdia vittata, 13. 
Pterygoplichthys, 28 A, 71. 


» aculeatus, 17, 72, 73. 

» etentaculatum, 8. 

» giboiceps, 11, 72, 77 

» litturatus, 11, 72, 78. 

» punctatus, 12, 72, 75 

» multiradiatus, 8, 72, 75. 


punctata (Loricaria), 428, 433. 
punctatum (Platystoma), 453. 
punctatus (Ancistrus), 420, 

» (Auchenipterus), 473. 


INDICE 501 


punctatus (Calaphractus), 7, 433. 
» (Chaetostomus), 420. 
» (Corydoras), 7, 157, 159, 433, 436. 
» (Doras),- 11. 436. 

» (Hemidoras), 11, 171, 178, 436. 

» (Oxydoras), 436. 

» (Pterygoplichthys), 420. 


» (Trichomycterus), 442, 
punctatissimus (Chaetostomus), 14, 418, 
» (Chaestostomos), 14, 418. 
» (Parancistrus), 14, 418. 


» (Trichomycterus), 11, 220,221, +22. 


punctyfer (Platistoma), 463 
punctulatus (Bagrus) 11, 458. 


» (Platynematichthys), 11, 301), 458. 
» (Platystomatichthys), 458. 

» (Plecostomus), 415, 416. 

» (Trichomycterus), 442. 


pusillus (Astemomycterus), 444. 
» (Pareiodon), 11, 252, 234, 444. 
» (Trichomycterus), 11, 444. 
Pygidium immaculatum, 16. 


Q 


quadrifilis (Ageneiosus), 12, 478. 


» (Tetranematichthys), 12, 339, 478. 
quadriscutis (Arius), +67. 
» (Netuma), 467. 


quelen (Pimelodus), 8, 452. 
» (Rhanıdia), 8, 262 A, 278, 452, 453. 
queleni. Pimelodus, 452. 


R 


Rabecca, 384. 
raninus (Pimelodus), 17, 448. 
» (Pseudopimelodus), 253, 257, 448. 
regani (Plecostomus), 416. 
Resenha historica, 5, 6, 7. 
reinhardti (Bagropsis), 13, 313, 461. 
a (Stegophilus), 14, 230, 231, 444. 
reticulata (Piratinga), 463. 
reticulatus (Bagrus), 463. 
Ramdella, 251. 
» eriarcha, 17. 
Rhamdia. 236 a 262. 


Rhamdia arekaima, 262 à, 284. 
» brasiliensis, 15, 262 a, 275. 
» breviceps, 11, 262 a, 282. 
» buckleyi, 19. 
» eigenmanniorum, 17,19, 262 a, 273. 
» eriarcha, 17, 262 a, 265. 
» exudans, 10, 262 a, 266. 


» foina, 10, 262 a, 282, 


» gracilis, 9, 262 a, 269. 
» harttii, 15, 262 a, 270. 

» hilarii, 9,.262, 278. 

» ignobilis, 15, 262 a, 263. 
» insignis, 10, 262 a, 267. 


» jenynsii, 13, 202 a, 264. 


» lateristriga, 10, 262 a, 271: 
» modesta, 262 a, 272, 
» microcephala, 13, 262 a, 266. 
» minuta, 13, 262 a, 264. 
» notata, 10, 262 a, 267. 
» obesa, 17, 262 a, 276.. 
» pectinifer '17, 262 a, 270. 
» poeyi, 17, 262 a, 280. 
» quelen, 8, 262 a, 278. 
» sapo, 9. 262 a, 277. 
» schomburgki, 12, 262 a, 276. 
» sebae, 9, 262 a, 279. 
» tenella, 17, 262 a, 231. 
» transitoria, 19, 262 a, 274. 
» vittata, 13, 262 a, 272. 
Rhandioglanis, 236 a, 259. 
» frenatus, 17, 260, 261, 
» transfasciatus, 19, 260. 
Rhinelepis, 28 A, 82. 
» aspera, 9, 82, 84. 
» genibarbis, 9, 82, 85. 
» hystrix, 9. 
» lophophanes, 16. 
» mycrops, 17, 19. 
» parahybae, 1+, 82. 
» rudolphi, 19, 82, S4. 
Rhinodoras, 171, 197. 
» amasonum, 14, 197. 


robini (Hypostomus), 414. 

»  (Plecostomus), 415. 
robusta (Oxyloricaria), 425. 

» (Sturisoma), 425. 
rochai (Aspidoras), 17, 155, 433. 


202 INDICE 


rostrata (Lo:icaria), 9, 424, 425. 

»  (Oxiloricaria), 4, 5. 

»  (Sturisoma), 106, 107, 421, 
Roncador, 84. 
rousseauxi (Bagrus), 11, 462. 


» (Rrachrnlatystoma), 11, 321, 327,46? 
x a N a he PAU D ‚> , a 


rudolphi (Rhımelepis), 421. 
rugispinis (Arius), 10, 468, 469. 

n (Galeichthys) 468. 

» (Hexanemichthys), 469. 

» (Tachysurus), 10, 468, 469, 


Ss 


sabalo (Arges), 143. 
sapo (Pimelodus), 9, 452. 

» : (Rhamdia), 9, 262 A. 277, 452, 
scabriceps (Bunocephalus), 17, 387, 390, 477. 
scaphyrrhynchus (Ancistrus), 11, 416. 

« (Hemiancistrus), 11, 54, 416. 


schomburgki (Rhamdia), 12, 262 A, 276, 451. 


schreineri (Hoplosternum), 18, 148, 150. 
Sciades, 233 A, 310. 
Sciades pictus, 10, 311. 

» marmoratus, 13, 311, 312. 
Scleracanthi, 20, 24, 235. 
Scleromystax, 169, 170. 
scopularius (Plecostomus), 413. 
scrophus (Livosarcus), 420. 
sebae (Pimelodus), 9, 453. 

» (Rhamulia), 9, 262 A, 270, 453. 
sellonis (Pimelodus), 452. 
seminudus (l’lecostomus), 414. 
setifera (Loricaria), 427. 
sexcirrhis (Aspredo), 475. 
Siluridae, 19, 20, 25, 234. 
Siluroidei, 19. 

Silurus bagre, 7. 

» cæcutiens, 8. 

» callichthys, 7. 

» carinatus, 7. 

» cataphractus, 7. 


: = 
» clarias, 7. 


» costutus, 7. 
» fasciatus, 7. 
( = 
» galeatus, 7. 


nm hemiliopterus, 65. 


Silirus marinus, 469. 
» nodosus, {fe 
» parkeri, 9. 
»  platystacus, 7. 


Sorubim, 323, 331, 332. 

(Tinta) 7,809. 
Sorubim Mena, 305, 
spathula (Piatystoma), 459, 460. 
spectiuui (Aspicdu), 475. 
spegasini (Pimelodus), 456, 457. 
spiniger (Plecostomus), 415. 
spinosus (Chæstostomus), 418. 

» (Hypostomns), 11, 418. 

» (Pseudacanthicus), 11, 67, 418. 
spinosissimus (Doras), 16, 200, 209, 440, 
spixii (Arius), 465. 

»  (Hypophthalmus), 480. 

» (Pimelodus), Y, 405. 

» (Tachysurus), 9, 337, 339, 465. 
splendens (Callichthys), 11, 433. 

» (Corydoras), 11, 157, 159, 433. 
squalinus (Hypostomus), 412. 
steerei (Tænionema), 462. 
Steindachneria 236 A, 298. 
steindachneri (Hypoptopoma), 18, 97, 423. 

» (Loricaria), 430. 
Steindachneria ambiynra, 298, 310, 

» parahybæ 15, 298, 299. 

» doceana, 298, 299. 
stegelichii (Pimelodus), 453. 
Stegophilus, 219, 230. 


» insidiosus, 12, 230, 231. 
» intermedius, 12, 230. 
» macrops, 14, 230, 231. 
» nemurus, 13, 230. 
» reinhardti, 14, 230, 231. 
stenopeltis (Doras), 11, 435. 
» (Hemidoras), 11, 171, 172, 435. 


stigmatica (Xenocara), 412. ; 
stigmaticus (Ancistrus), 16, 29, 33, 412, 
striatulus (Auchenipterus), 15, 473. 

» (Trachycorystes), 15, 366, 369, 473. 
strigilata (Loricaria), 429, 430. 
strigosa (Rhinelepis), 421. 
stubelii (Loricaria), 426, 427. 
Sturisoma, 28 A, 106. 

» barbatum, 11, 106, 107. 


Striusoma rostratum, 106, 107, 
Sturisio (Platystoma), 12, 459. 
» (Platystomalichthys), 12, 305, 459, 
Subcarinatus (Plecostomus), 415. 
Subteres (Kronichthys), 18, 80. 
Subulatus (Callichthys), 432. 
Surubi, 299. 
Surubim, 236 A, 307. 
Surubimichthys, 236 A, 307. 
Surubimichthys planiceps, 9, 308. 


d'à 
Tachysurus, 236 A, 336. 
» agassisi, 17, 337, 338. 
» albicans, 10, 337, 343 
» barbus, 7, 337, 343, 
» grandicassis, 10, 337, 346. 
» grandoculis, 15, 337, 341 
» hersbergi, 7, 337, 343 
» luniscutis, 10, 337, 345 
» nuchalis, 13, 337, 340. 
» parkery, 9, 337, 344 


, 3 , 

» pleurops, 337, 338 
» proops, 10, 337, 

» rugispinis, 10, 337, 348. 

» Spixii, 9, 337, 339. 

» upsulonophorus, 17, 337, 348. 


tæniatus (Tracheleopterichthys), 12, 378, 474. 


»  (Tracheleopterus), 12, 375, 474. 
Tamoata, 148. 
tamoatá (Callichthys), 431. 
Tatia, 353, 360. 
» aulopygia, 11, 360, 361. 
» intermedia, 15, 360. 
teffeana (Loricaria), 429. 
teffeanas (Rhinodoras), 437. 
temminckii (Ancistus), 411. 
» (Hypostomus), 411. 
» (Xenocara), 411. 
tenella (Rhamdia), 17, 262 A, 281, 453. 
tenuicauda- (Plecostomus), 413. 
terrestris (Plecostomus), 415. 
Tehanematichthys, 399. 
Tetranematichthys quadrifilis, 12, 399. 
thoracatum (Hoplosternum), 9, 148, 432. 
» (Hypoptopoma), 423. 


INDICE 


thoracatus (Auchenipterichthys), 12, 372, 373. 
» (Auchenipterus), 12. 
» (Callichthys), 9, +32. 
tibicen (Aspredo), 10, 384, 386, 476. 
» (Platystacus), 476. 
tietensis (Microlepidogaster), 17, %8, 89, 422. 
» (Plecostomus), 18, 41, 46, 414. 
tigrinum (Platystoma), 463, 464. 
To-Rai, 335. 
Tracheliopterichthys, 375. 
Tracheliopterichthys teniatus, 12, 375. 
tracheliopterus teniatus, 12. 
Tracheliopterus, 374. 
» coriaceus, 374. 
Trachycorytidae, 25, 352. 
Trachycorystes, 353, 365. 
trachycorystes (Auchenipterus), 10, 472. 
Trachycorystes analis, 17, 366, 371. 


» ceratophysus, 12, 366, 368. 
» galeatus, 366, 370. 
» porosus, 17. 
» striatulus, 15, 366, 369. 
» trachycorystes, 10, 366. 472. 
trachyparia (Hemidoras), 18, 171, 177, 435. 
« (Oxydoras), 18, 435. 


Transitoria (Rhamdia), 19, 262 A, 451. 
transfasciatus (Rhamdioglanis), 19, 260. 
treiflii (Corydoras), 14( 157, 167, 434. 
Trichomycteridae, 19, 25, 219. 
Trichomycterus, 219. 


» amasonicus, 14, 220, 221. 

» brasiliensis, 13, 220, 223, 443. 
» dispar, 19, 220, 222. 

» goldii, 18, 220, 221. 

» immaculatus, 16, 220, 222. 

» nigricans, 18, 220. 

» proops, 19, 220, 221. 

» punctatissimus, 11, 220, 221. 
» pusillus, 11. 


Tridens, 219, 226. 

» brevis, 16, 226, 227. 

» melanops, 16, 226. 
trilineatus (Corydoras), 15, 157, 162, 434. 
trimaculatus (Hemidoras), 1°, 436. 

» (Oxydoras), 18, 436. 

truncatum (Platystoma), 463. 
truncatus (Amblydoras), 438. 


504 INDICE 


Typhlobagrus, 236 A, 250. 
» kronei, 19, 250. 
typus (Loricaria) 12, 116 A, 117, 426. 


» (Parahemiodon), 426, 427. { 
»  (Pirinampus), 459. 
Trachycorystes), 472. 


Uacary-Guaçú. 67. 

Uararä, 335. 

ucayalensis (Ageneiosus), 11, 402, 405, 479, 480. 
unæ (Plecostomus), 14, 41, 49, 415. 
upsulonophorus (Lachysurus), 17, 327, 348, 469. 


Vv 


Vact, 212. 
vaillanti (Bagıus), +02. 
» (Brachyplatystoma), 9, 321, 323, 461, 
462. 
» (Platystoma), 9, 461, 462. 
» (Plecostomus), 14, 41, 43, 413. 
valenciennis (Ageneiosus), 480, 


» (A rius), 468. 
» (Bagrus), 468. 


» (Loricaria), 426. 
valenciennis (Pımolodus), 13, 285, 294, 456, 
457. 

Vandellia, 219, 228. 

» cirrhosa, 10, 228. 

» plazai,,11,.228, 229, 
variolosus (Chætostomus), 411. 
varius (Liposarcus), 420. 
verissimi (Decapogon), 19, 152, 154. 
vermiculatus Plecostomus), 413, 414. 
verres (Plecostomus), 9, 41, 46, 414. 
verrucosum (Plitystoma), 462. 
verrucosus (Aspredo), 476, 477. 

» (Bunocephalus), 387, 388, 476, 477. 
versicolor (Pimolodus), 466. . 
vetula (Loricari: ), 9, 116 A, 135, 430. 


vieinus (Hypostomus), 417. 
villarsi (Piecostomus), 415. 
virescens » 413. 
vittata (Pimelodella), 451. 
» (Pseudorhamdia), 13, 262 À, 272, 451, 
(Rhanidia), 19, 451. 
vittatus (Ancistrus), 14, 417. 
» (Chætostomus), 14, 417. 
» (Hemiancistrus), 54, 58, 417. 
» (Otocinclus), 17, 91, 93, 423. 


Ww 


wedellii (Doras), 11, 200, 202, 438. 
wertheimeri (Plecostomus), 14, 41, 43, 413. 
» (Pseudancistrus), 413. 
Wertheimeria, 171, 216. 
» (maculata), 14, 217. 
wesselii (Pimelodella), 449. 
» (Pimelodus), 15, 449. 
westermanni (Iheringichthys), 13, 246, 446. 
» (Pimelodus), 13, 446, 
wrightiana (Oxyrcpsis), 424. 
wuchereri (Plecostomus), 12, 41, 44, 413, 414. 


x 


Xenocata damasceni, 14. 

» brevipinnis, 18. 
Xenomyrtus gobio, 13. 
Xué, 271. 


Y 
Yarü-Itacuä, 50. 
VA 


zungaro (Pimelodus), 447. 
» (Pseudopimelodus), 8, 253, 254, 447. 
Zungaropsis, 236 A, 319. 
» multimaculatus, 15, 319. 


u; 


Depois de ter jazido tres annos nas officinas da Im- 
prensa Nacional, este trabalho deveria ser distribuido em 
Setembro do anno passado, quando o incendio d’aquella 
Imprensa destruio toda a ediçäo composta de 1.100 exem- 
plares. 

Por um acaso, dous exemplares que estavam n’uma 
prensa, foram encontrados ainda em condigöes de permit- 
tirem a reproducgäo do livro. E’ obvio que as figuras feitas 
em photozincographia näo dariam bom resultado, sendo- 
preciso novas photographias e novas gravuras. Comtudo, 
como eu me achasse na Europa, em commissäo do Museu, 
os Srs. Drs. Pedro de Toledo, Ministro da Agricultura e 
Joäo Baptista de Lacerda, director d’este estabelecimento, 
näo querendo retardar mais o jä täo atrazado trabalho, 
ordenaram a reimpressäo pelos exemplares salvos. 

A casa Luiz Macedo, d’esta praga, se desempenhou 
d’esse encargo no praso de 90 dias. Foram revisores ä 
meu pedido os Srs. Severino Brandäo e Pedro Pinto Pei- 
xoto Velho, funccionarios da seccäo de Zoologia. 

Aqui faço publica a minha gratidão ao Sr. Ministro, 
ao Snr. Director do Museu Nacional e aos meus dous. 
companheiros de trabalho. 


Rio 31—1— 1912 
Alipio de Miranda Ribeiro 


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Wandelia 
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I. Ichothyol EE 
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cuja autoridade, em 
vigor 5 
Hypoptoma ER 
Silzungslericht 55 
Rhandia a 
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Auhenipterus ee 
Hypoptoma ae 
Academ Es 
eigemmannorum E 
Steidacyneria se 
Nanogiannis DD 
Nota =; 
Hipoptoma steid- 
achneri 5 
lecofrenatus 5 
Siluridæ 5 
Nematognethi 5 


envolvida expansão ,, 


dispostas em serie ,, 


Sceleracanthi 5 
Rio Graude, 5 
Theresopolis 5 
lapos À 
exemplares moneres ,, 
da base dorsal 55 
pendunculo à 
veses : 


mais longa do cinzento ,, 


cineria que € apenas 
as vezes ” 


os Prof Eigermann po 


alutus 55 
est. 24 fig. 1 “5 
diposa a 
recuberto E 
soperior ss 
wunchereri D 
muculas > 


leia-se Vandellia 


niveatus 
plazai 
Panzerwelse 
Denkschrift 
Ichthyol. 
Cadeæ 

Gill 

Bidrag 
Hemipsilichthys 
Chetostomus 
de Natterer que 


cuja autorida- 
de pelo vigor 
Hypoptopoma 
Sitzungsbericht 
Rhamdia 
parahybæ 
Auchenipterus 
Hypoptopoma 
Academy 
eigemmannio- 
rum 
Steindachneria 
Nannoglanis 
Notas 


Hypoptopoma 
steindachneri 
leucofrenatus 
Siluridæ 
Nematognathi 
envolvida pela 
expansäo 
disposta em 
series 
Scleracanthi 
Rio Grande 
Therezopolis 
lados 
exemplares 
menores 

da base da 
dorsal 
pedunculo 
vezes 

mais longo do 
que o superior. 
Cinzento. 


cinerea que é, 
apenas e ás 
vezes 

os Profs. Ei- 
genmann 
alatus 

Est. 24 
adiposa 
recoberto 
superior 
wuchereri 
maculas 


Anhá, Est 24, fig 2 


47 ” ” » accupando 

49 » 9» » O ultimo 12 do pri- 
meiro 

” ” ” ” 2 e 23 vezes 

50 ” ” ” Ytacura 

5 DD o Apeitoraas 

” ” ” » Caveça 4/3 e no total 

54 ” ” ” scaphirhynchos 

56 » » » extrema 

» En ap » tatalmente 

60 ” ” ” Britanico 

61 Na aa O cCipita 

63 ar » puntactissimus 

65 a, SeATICISERIS 

70 ” LE ” A. 1+5 

71 ” ” ” extremo 

82 ” ” » Rinelepis 

90 ” ” estirado 

XXIX onde se lê obtusus, 

93 DA RA TIN ES; 

96 ” ” ” est. 29 fig 4 

97, 98, 99 e 100 „ ,, » Hypoptoma 


102 


” 


” ” 


” 
” 


TeeGalitvAcadsn.. 


Anha 
occupando 


o ultimo 1/2 do 
primeiro 
2 e 2/3 vezes 
Ytacua 
peitoraes 
cabega 4e 1/3 
no total 
scaphirhyn- 
chus 
externa 
totalmente 
Britannico 
occipital 
punctatissi- 
mus 
Ancistri 
A. 1+5 
externo 
Rhinelepis 
estriado 
gibbosus 
affinis 
est. 29 fig. 3 
Hypoptopoma 
Proc. Calif. 
Acad. 


108 a figura dada pertence ä pag. 123 e vice versa. 


109 onde se 


115 à 
116 x 
124 À 
132 E 
133 5 
135 q 
145 x 
146 E 
148 e 149 ? 
149 7 
154 ds 
161 E 
168 > 
170 x 
” ” 
” ” 
180 h 
186 à 


” 


lê 


” 


Setzungsher Akad. 
Wein 


Peito e ventre gran- 
des etc 


Storisoma 
a illustragäo Loricaria 
etc 


Loricaria Kronei. 
Est 34 fig 2 


base dos peitoraes 


precedencia 
Est.735 

pordo 

expanções 

calos 

litorale 

litoralis 

Est. 36 fig. 4 
cequilobados 
Quoi & Gaimard 


cinturas esternal 


gosam 
systemas pluviaes 


prefundamente 


picamento semilunar 


leia-se 


” 


Sitzungsber. 
Akad. Wien. 


Peito e ventre 
grande etc. 
Sturisoma 

a 1llustraçäo 
de Loricaria 
etc. 


Lolicaria Kro- 
nei 

base das pei- 
toraes 
procedencia 
Est 34 fig. 2 
pardo 
expansoes 
callos 
littorale 
littoralis 

Est 36 fig. 1 
æquilobados 
Quoy & Gai- 
mard 

cintura es- 
ternal 

gozam 
systemas flu- 
viaes 
profundamen- 
te 

plicamento se- 
milunar 


” 


” 


2) 


” 


1 


1) 
1) 

” 
LL 
2 


2) 


” 


2 


” 


188 


» 


197 


” 


” 


” 


” 


” 


” 
” 
” 
” 
” 


” 


„ 


” 


” 


” 


” 


” 
” 
” 
” 

” 


” 


” 


” 


” 


” 


aculeo peitoral e é 


contido etc 


abrupto, a dorsal para 


os olhos 


Fontanella estreita 


constucção 


Abertura das guelhas 


amplas, 


oculo 
cribiriforme 
Est. 32 
suprior 

4 e 2/2 


diametro ocular 12 no 
comprimento etc 


Fidschrift 
extrerna 


são eguaes a 12 do 
comprimento etc. 


arla 
buchecha 
E affinis 
nadadeias 
Titte 

Est. 33 fig 2 
Est 33 fig 3 
aculea 
clariforme 
couraçodo 
2/2 


espinhos do lados 


säo os mais 
confido 

est. 34 

sebre 

csme 
bronchiostego 


acima do espinho 


contimetros 
osseos 
csprimento 
xeves 

muculas 
Auchenipterus 
properculo 
Vandelia 
Tricomyetherus 


Est 35 fig | 


caudal se raios etc. 


corusçans 
inviduos 
subfusimerme 


” 


” 


” 


» 


” 


LL 


” 


” 


aculeo peito- 
ral e são con- 
tidas etc. 


abrupto, da 
dorsal para 
os olhos 
Fontanella es- 
treita 
constricção 


abertura das 
guelras ampla 
ocello 
cribriforme 
Est. 37 
superior 
4e1/2 


diametro 
ocular 1/2 no 
comprimento 
etc. 

Tidschrift 
externa 


sao eguaes a 
1/2 do compri- 
mento etc. 
orla 

bochecha 

D. affinis 
nadadeiras 
Teffé 

Est. 38 fig. 1 
Est. 38 fig. 2 
aculeo 
claviforme 
couraçado 

1/2 

espinhos dos 
lados 
são os 
contido 
est. 39 
sobre 
como 
branchiostego 
acima e abai- 
xo do espinho 
centimetros 
osseas 
comprimento 
vezes 

maculas 
Auchenipteri 
preoperculo 
Vandellia 
Trichomy- 
cterus 

Est. 34 fig 1. 
caudal sem 
raios etc. 
coruscans 
individuos 
subfusiforme 


mai- 


” 


236 a 


236 a 


” 


” 


placa predorsal pequena ,, 


placas predorsal cordi- 


forme ” 
Est 35 fig 4 ” 
enguliforme a 


excedendo do pouco ,, 
comprimeuto » 
acaultar-se Fe 
oito vezes na do corpo ,, 


Heptapterus fissipinnis, 
est 35 fig 5, » 


Poræ Ichthyologicæ 5 


ama ordem ss 
Est. 36 ” 
posterior ao craneo ,, 
labos caudaes an 
Est. 36 fig. 2 5 
mesculoso 1) 
visicula ” 
ponco O 
afflueutes 5 
Est. 38 fig 1 » 
tublo ” 
erregularmente ” 
pronedente » 
Est. 38 fig. 2 5 
Dois exemalares + 


Pseudopimelodus ra- 
ninus, Est. 38 fig 3 ss 


miaor a 
ESt89 3) 
1/3 ou 1/3 5 
panta » 
espactaculo ss 
pretra » 
cepale 5 
Est 40 fig. 1 5 
posterioros 5 
um estria = 


Est. 40 fig 2 
Est. 30 fig 3 
francamente dentado a 


Richard Schomburgki ss 


deste nome furcado 6 
Est. 41 fig 2 ” 
Est. 41 fig 3 ” 
hesaurum 


»” 
dentes em facha sobre os ,, 


placa predor- 
sal pequena, 
em ponte de 
flecha 


placa predor- 
sal anchori- 
forme 

Est. 40 fig. 4 
enguiiforme 
excedendo de 
pouco 
comprimento 
occultar-se 
oito vezes no 
do corpo 


Heptapterus 
fissipinnis 
Horæ Ichthy- 
ologicæ 

uma ordem 
Est. 41 
posterior do 
craneo 

lobos caudaes 
Est. 42 fig. 2 
musculoso 
vesicula 
pouco 
affluentes 
Est. 43 fig. ? 
tubo 
irregular- 
mente 
procedente 
Est. 43 fig. 2 
Dous exem- 
plares 


Pseudopime- 
lodusraninus 


maior 

Est 44 fig. 
1/3 ou 1/2 
ponta 
espatulado 
preta 
cephale 

Est. 46 fig. 2 
posteriores 
uma estria 
Est. 46 fig. 3 
Est. 44 fig. 4 
francamente 
dentada 
Richard 
Schomburgk 
d’este nome 
furcada 

Est. 45 fig. 2 
Est. 45 fig. 3 
Thesanrum 
dentes em 
facha sobre 


285 


” 


com os maxillares e 
maudibulares 


P. valencennis 


comsrimenta 
dispesta 
Cometa 
areas 

Stend 
buchecha 
toca o dorsal 
Est. 42 fig 2 
tæniiforme 
cinsento 
acules 

quftos 
Est243 
comquanto Jamais fi- 
cando 


previdos 

um tanto cordifome 
Est. 44fig. 1 
Jaruä 
entrecuzando 


centimetros 
Bagorpsis 

regido ' 
collabsrador 
Duopalatins 
Bleck 

vaillante 
symphise 
Goyas, Guyanas 


Est. 45 fig. 2 
insiduosus 
colloração 
Rodrigues Pereira 


Est. 46 

Est. 47 fig 1 
Iridéca 

Barbys 

Est. 47 fig 2 
Est. 48 fig 2 
Est. 49 
Tracheiopterus 


Steindacher 
Est. 50 fig. 1 
Est. 50 fig 2 
trachycoristes 


trachycsristes 
Est. 50 fig 3 
Blecke 

uma dura facha 


cæcutien 
caudirú 


os interma- 
xillares e 
mandibula- 
res 

P. valencien- 
nis 
comprimento 
disposta 
Cametá 
áreas 

Steind. 
bochecha 
tóca o dorso 
Est. 46 fig 2 
tæniæforme 
cinzento 
aculeos 
quintos 

Est. 47 fig. 1 


comquanto 
mutilada 
providos 
anchoriforme 
Est. 47 fig. 2 
Juruá 
entrecruzan- 
do 
centimetros 
Bagropsis 
rigido 
collaborador 
Duopalatinus 
Bleek. 
vaillanti 
symphyse 
Goyaz, Guy- 
anas e Para- 


guay 

Est. 48 fig. 2 
insidiosus 
coloração 
Rodrigues 
Ferreira 

Est. 49 

Est. 50 fig. 1 
Iricéca 
Barbus 

Est. 50 fig. 2 
Est. 51 fig. 1 
Est. 51 fig. 2 
Tracheliopte- 
rus 
Steindachner 
Est. 52 fig. 1 
Est. 52 fig. 2 
trachycorys- 
tes 
trachycorys- 
tes 

Est. 52 fig. 3 
Bleeker 

uma escura 
facha 
cæcutiens 
candirú 


447 


imaculadas 
Est. 50 
Rago Avary 


os liga a si 
Est. 51 fig 1 


mais ou menos escuro 


Est. 53 fig 2 
Habitat 


Est. 52 fig 2 
Symphisis 
Manduby 


Mormyropsis carinatus 


depois de Pimelodina nasus e antes 
de Pseudopimelodus pardhybe 


entre Imparfinnis piperatus e Rhamdia 
ignobilis 


CCG 592 


” 


” 


immaculadas 
Est. 53 fig. 1 
Lago Arary e 
Rio Paraguay 
os ligue a si 
Est. 33 tie 2 
mais ou me- 
nos escuros 
Est. 53 fig. 3 
Habitat. Rio 
Branco 

Est. 54 fig 2 
Symphyse 
Mandubé. 
Est. 54 fig. 3 
Mormyrosto- 
ma carinatum 


Typhlobagrus 
Kronei Mir 
Rib. Kosmos, 
n. 1. Janº.— 
1908; id. n. 2, 
Fev. 1908, 
Arkiv. för Zo- 
ologi Bd. IV- 
n. 19-1908. 


Rhamdiogla- 
nis transfas- 
ciatus Kos- 
mos, n. 2, 

Fev. 1908, e 
Rhamdiogla- 
nis frenatus 
Rud Ihering 
Notas Preli- 
minares do 
Museu Pau- 
lista-1907. 


_ 


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SR 


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3 5185 00274 07 


» DIDO