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ARCHIVOS
DO
MUSEU NACIONAL
DO
RIO DE JANEIRO
Nunquam aliud natura, aliud sapientia dicit.
J. 14. 321.
In silvis academi quærere rerum,
Quamquam Socraticis madet sermonibus
H
VOLUME XVI
Officinas Typographicas
DA
PAPELARIA MACEDO
Rio DE JANEIRO
1911
ho. te)
NRErIVOS
DO
MUSEU NACIONAL
DO
RIO DE JANEIRO
Nunquam aliud natura, aliud sepientia dicit.
J. 14. 321.
In silvis academi quærere rerum,
Quamquam Socraticis madet sermonibus
H
VOLUME XVI
Officinas Typographicas
DA
PAPELARIA MACEDO
Rio DE JANEIRO
1911
QUADRO DO PESSOAL
DO
MUSEU NACIONAL DO RIO DE JANEIRO
DIRECTOR
João Baptista de Lacerda, Dr. Meo.
PESSOAL TECHNICO
SECÇÕES
1.º — Zoologia
Professor — Hermillo Bourguy Macedo de Men-
donça, Dr. Sci. Physicas Nat. Eng. Civil.
Substituto — Alipio de Miranda Ribeiro.
Naturalista Eduardo Teixeira de Siqueira.
Preparador de Taxidermia — Severino Brandão
— Cand. Med.
Preparador de Taxidermia — Armando Fragoso
— Cand. Dir.
Preparador de Osteologia— Antero Martins Fer-
reira.
Praticante, Jonas Peixoto.
> Pedro Pinto Peixoto Velho.
2.º Botanica
Professor — Amaro Ferreira das Neves Armond,
Dr. Med.
Substituto—Alberto José de Sampaio-Cand. Med.
Nuturalista — julio Cesar Diogo — Pharm.
Chefe de Culturas — Philippe Von Luetzelburg
— Dr. Phil.
Preparador — Alexandre M. de Mello Mattos.
3.º Mineralogia e Geologia
Professor — Hildebrando Teixeira Mendes —
Eng. de Minas.
Substituto — Alberto Betim Paes Leme — Eng.
de Minas.
Chimico — Alfredo Antonio de Andrade — Dr.
Med.
Preparador de Mineralogia — Oscar Publio de
Mello — Dr. Med.
Preparador de Mineralogia — (Chimica Mineral)
— Raymundo de Souza Teixeira Mendes
— Can. Med.
4.2 Anthropologia, Ethnologia e Archeologia
Professor — Domingos Sergio de Carvalho —
Eng. agronomo (Ausente em commissão).
Substituto — Edgard Roquette Pinto — Dr. Med.
» Internio— Carlos da Silva Loureiro —
Dr. Med.
Preparador — Octavio da Silva Jorge.
Annexo äs 4 secgöes
Desenhista Calligrapho— Francisco Mana.
Laboratorio
DE CHIMICA VEGETAL
Chefe — Julio Lohmann — Dr. Phil.
Assistente — Felix Guimaräes — Pharm.
Ajudante Preparador — Manoel Baptista Leoni
— Pharm.
DE ENTOMOLOGIA
Chefe — Carlos Moreira.
Ajudante Preparador — Luiz Augusto de Aze-
vedo Marques.
DE PHYTOPATOLOGIA
Chefe — Arsene Puttemanns Dr. Phil.
Assistente — Eugenio dos Santos Rangel — Eng.
agron.
PESSOAL ADMINISTRATIVO
SECRETARIA
Secretario—Manoel Soares de Carvalho Peixoto.
Ra ITE emi onic Fernandes de Medeiros
Bl. Dir.
BIBLIOTHECA
Bibliotheca — Balthazar de Abreu Sodré (Cel.)
Ajudante — Mario Gomes de Araujo.
PORTARIA
Porteiro — Antonio Alves Ribeiro Catalão.
Continuo-Ajudante de Porteiro — Pedro Prima-
vera Filho.
Correio — Joao Pinto dos Reis.
DIARISTAS
2 Guardas, 12 Serventes e 20 Jardineiros.
ARCHIVOS .
DO
MUSEU NACIONAL
DO
RIO DE JANEIRO
SUMMARIO
ALıpıo DE MIRANDA RIBEIRO — Fauna Brasiliense — Peixes - T. IV—
Eleutherobranchios Aspirophoros — Parte A — Physostomos Scleracanthos.
ee OVA BRASILIENSE
eal | PS SS
POR
Alipio de Miranda Ribeiro
IV (A)
| Elentherobranchios Aspirophoros)
RESENHA HISTORICA
SUMMARIO DO TOMO IV (A)
Resenha historica.
Eleutherobranchios (Aspirophoros).
Bibliographia e Indice.
RESENHA HISTORICA
Postos 4 margem os autores pre-Linneanos, —abre Linneo a lista dos
peixes que constituem esta parte do IV tomo, com as seguintes especies :
1 Loricaria plecostomus (Plecostomus plecostomus).
» cataphracta.
3 Callichthys tamoata seu Silurus callichthys (Callichthys callichthys).
4 Silurus carinatus (Mormiroides carinatus).
5 » cataphractus (Doras cataphractus).
6 >» costatus (Doras costatus).
7 » clarias (Pimelodus clarias).
8 » fasciatus (Pseudoplastystoma fasciatum).
9 » bagre (Felichthys bagre).
10 » galeatus (Trachycorystes galeatus ) .
11 » platystacus (Platystacus aspredo).
Tudo isso enumerado no Museu do Principe Adolpho Frederico ou nas
duas edições do Systema Nature (X e XII)—1758 e 1766.
Seguio-se-lhe Marc Elieser Bloch (1794) —o autor da interminavel
“Ichthyologia Exotica” com :
1 Loricaria maculata.
2 Cataphractus punctactus (Corydoras punctatus ) .
3 Silurus hersbergi ( Tachysurus hersbergi).
4 » nodosus (Pseudauchenipterus nodosus).
5 Platystacus cotylephorus.
6 » verrucosus (Bunocephalus verrucosus) ; a que Schnei-
der juntou mais :
1 Sorubim lima.
2 Silurus hemiliopterus ( Phractocephalus hemiliopterus), (Syst. Ich-
thyol 1881), emquanto Lacépede, na sua Hist. Naturelle des Poissons
1803, só trazia :
1 Pimelodus barbus ( Tachysurus barbus), de novo.
Em 1814 Mitchill descrevendo :
1 Silurus marinus (Felichthys marinus) entrava na lista dos ichthyo-
logistas que trataram da fauna sul-americana (Trans. Litt. & Philos. Soc.
INES York IE
8 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Tres annos mais tarde Humboldt e Valenciennes, o futuro e grande au-
xiliar de Cuvier, determinavam nas Observações Zoologicas (N):
1 Doras niger ( Oxydoras niger).
2 » dorsalis.
» granulosus.
Trichomycterus nigricans.
imelodus zungaro (Pseudopimelodus zungaro).
P
essas especies addieionou Lichtenstein :
Pimelodus macropterus (Callophysus macropterus).
» filamentosus (Brachyplatystoma filamentosum).
Silurus cœcutiens (Cetopsis cæcutiens).
O primeiro conhecido entre nós como Pirinampú-Amarello, o segundo
como Pirahyba e o terceiro como Candirú.(Wiedemann's Zool. Mag. I--1819).
Uma outra forma ahi foi descripta por Lichtenstein, a qual, porém, não
incluimos no presente trabalho, por ser considerada duvidosa a procedencia
assignada como brasileira.
Trata-se de um peixe ( Paradyplomystes coruscans.) de 75 cm. de com-
primento, existente nas colleccöes do Museu de Berlim,o qual tem por cara-
cteristicos a presença unica dos barbilhöes maxillares que são chatos, os
olhos no angulo da bocca, a dorsal com 8 raios e a anal com 13, sendo a
caudal furcada e o processo occipital carenado e unido á placa predorsal.
Em 1824 Quoy e Gaymard, medicos de bordo das corvetas Uranie e Phy-
sicienne, que haviam passado pelo Brasil poucos annos antes, descreviam:
1 Pimelodus quelen (Rhamdia quelen).
2 Callichthys barbatus (Corydoras barbatus) na parte zoologica da re-
lação dessa viagem. Em 1828 couberam á Hancock,
1 Hypostomus multiradiatus (Pterygoplichthys multiradiatus),
2 Cailichthys littorale (Hoplosternum littorale).
«Zool. Journ. IV» começando então um novo periodo, onde o maiornu-
mero de naturalistas trabalhando, cada um por seu lado, concorre para adi-
antar a passos largos, o conhecimento dos peixes brasileiros,com trabalhos
especiaes.
Assim em 1829, Luiz Agassiz, que tão bons serviços havia de prestar
mais tarde, colleccionando elle proprio nas nossas aguas, estudou os peixes
levados para o Museu de Munich por João Baptista de Spix, publicando o
seu trabalho juntamente com as notas e estampas executadas por este ultimo,
em complemento da obra geral e a primeira de grande valor sobre a Natu-
reza do Brasil—/fer brasiliensis de Spix e Martius.
No grupo que nos occupa agora, encontramos ahi :
1 Aypostoma etentaculatum (Pterygoplichthys etentaculatum).
2 Acanthicus hystrix.
3
4
5
A
1
2
3
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES
3 Rhinelepis aspera.
4 Loricaria rostrata.
5 Pimelodus pirinampus ( Pirinampus pirinampus).
6 Platystoma planiceps (Surubimichthys planiceps).
7
» coruscans (Pseudoplatystoma coruscans).
8 Pimelodus spixii (Tachysurus spixü).
9 Silurus candiru (Hemiceptosis candiru).
10 Hypophthalmus nuchalis (Auchenipterus nuchalis).
Nas «Mem. of the Werner Soc. Vl», sahio 4 luz outro Tachysurus
descripto por Trail, sob o nome de
1 Silurus parkeri.
Mas o primeiro grande impulso dado a este grupo foi produzido pela
publicacäo do XIV (1839) e do XV (1840) volumes de «Histoire Nat. des
Poissons», de Cuvier & Valenciennes. Eram os resultados, especialmente,
des esforços de Lalande, por elles mandado a colleccionar no Brasil:
1 Hypostomus cirrhosus (Ancistrus cirrhosus).
» granosus (Neoplecostomus granosus).
Plecostomus emarginatus.
» verres.
» commersoni.
Rhinelepis hystrix ( Pseudacanthicus hystrix).
> genibarbis.
Loricaria acuta.
» anus.
» lœviuscula
» vetula.
» nudiventris.
Callichthys thoracatus ( Hoplosternum thoracatum).
Doras hancockii.
Pimelodus mustelinus (Heptapterus mustelinus ) .
Conorhynchus conirostris.
Pimelodus raninus.
»
»
6378
gracilis (Rhamdia gracilis.)
sapo Ge sapo).
iii (3 > hilarit).
seben 0 > sebæ).
ati.
p
Platystoma emarginatum (Duopalatinus emarginatus).
vaillanti (Brachyplatystoma vaillanti).
platyrhynchum (Hemisorubim platyrhynchus).
10 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
26 Bagrus proops (Tachysurus proops).
27 Arius grandicassis ( » grandicassis).
28 >» luniscutis ( » luniscutis).
29 Bagrus albicans ( » albicans).
30 Arius rugispinis ( » rugispinis).
31 Bagrus genidens (Genidens genidens).
32 Ageneiosus brevifilis (Pseudageneiosus brevifilis).
33 Auchenipterus trachycorystes (Trachycorystes trachycorystes'.
34 Tracheliopterus coriaceus.
Säo as novidades publicadas; e emquanto Jenys descrevia
Pimelodus exudans (Rhamdia exudans)
colligida por Darwin durante a excursäo do Beagle (Zool. Beagle, 1842) e
Schomburgk, nos seus «Fishes of the British Guiana» (1842)
| Pimelodus notatus (Rhamdia notata)
2 » insignis ( » insignis),
3 Pimelodus arekaima,
4 Hypophthalmus dawalla (Ageneiosus dawalla)
e poucas outras especies que ficaram incluidas no numero das duvidosas, os
dous eminentes naturalistas francezes augmentavam ainda a sua já extensa
lista com
35. Wandelia cirrhosa,
(XVIII - 1845), havendo tambem mostrado que Temmink se inscrevera entre
os ichihyologistas com
36 Aspredo tibicen.
Não houve pausa após o esforço de Cuvier & Valenciennes; Müller &
Troschel, Filippi, Rudolph Kner e Francisco de Castelnau tomaram a palavra.
Os primeiros, ora esquadrinhando as collecções de Schomburgk ( Reise
in British Guiana— 1848), ora outras, descrevem aqui
1 Pimelodus foina (Rhamdia foina ,
2 » egues,
e nas «Horas Ichthyologicas» (1849,
3 Pimelodus lateristriga (Rhamdia lateristriga’.
4 Bagrus pictus (Sciades pictus).
O segundo descreveu Auchenipterus heckelii (Rev. & Mag. Zool. 1853).
Castelnau, ao contrario, teve a rara felecidade de aproveitar o material
proprio, colhido pelas suas proprias mäos nos mares e nos rios d’esta grande
terra por onde elle viajou, aproveitando a sua qualidade de consul francez ;
e publicou os seus resultados na segunda obra de valor sobre a fauna brasi-
leira, bellamente illustrada com estampas coloridas «Animaux Nouveaux
ou Rares de ’Amerique du Sud» 1855. D’ahi auferimos:
1 Plecostomus alatus.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 11
2 Hypostomus niveatus (Hemiancistrus niveatus).
3 » aurantiacus (Parancistrus aurantiacus).
4 » spinosus (Pseudacanthicus spinosus).
5 Callichthys splendens (Corydoras splendens).
6 Doras wédellii.
7 Trichomycterus punctatissimus.
8 Vandellia plasai.
9 Trichomycterus pusillus (Pareiodon pusillus).
10 Galeichthys araguayensis (Platynematichthys araguayensis).
11 Bagrus russeauxi (Brachyplatystoma resseauxi.)
12 Ageneiosus ucayalensis.
Mas Kner dispunha de todo o material resultante das excursöes de Jo-
hannes Natterer, até hoje näo excedido como colleccionador de animaes da
nossa fauna.
1 Aypostomus auroguttalus (Plecostomus auroguttatus).
2 Ancistrus scaphyrrhynchus (Hemiancistrus scaphyrrhynchus).
3 » pictus.
4 Hypostomum cochliodon (Panaque cochliodon).
5 Ancistrus gibbiceps (Pterygoplichthys gibbiceps).
» litturatus ( » litturatus).
Acestra oxyrhyncha (Farlowella oxyrhyncha).
Loricaria barbata (Sturisoma barbatum).
Hemiodon acipenserinus (Hemiodontichthys acipenserinus).
» depressus ( » depressus).
» platycephalus (Pseudohemiodon platy cephalus).
12 Loricaria nudirostris.
—
© © © J ©
—
—
13 nal.
14 » macrodon.
15 Doras stenopeltis (Hemidoras stenopeltis).
167 = brevis, ( » brevis).
DE panctatusy ( » punctatus).
18 » fimbriatus ( » fimbriatus).
19 » humeralis ( » humeralis).
20 » Zlipophthalmus (Hassar lipophthalmus).
Di ajinıs:
22 » asterifrons).
23 » heckelir.
24 Pareiodon microps.
25 Pimelodus breviceps (Rhamdia Breviceps).
26 » ornatus.
27 Bagrus punctulatus (Platynematichthys punctulatus.)
12 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
28 Platystoma sturio (Platystomatichtys sturio).
29 Centromochlus aulopygius (Tatia aulopygia).
30 Asterophysus batrachus.
31 Auchenipterus ceratophysus (Trachycorystes ceratophysus\.
32 » thoracatus (Auchenipterichthys).
33 Tracheliopterus teeniatus (Trachelipterichthys tceniatus).
34 Cetopsis gobioides (Pseudocetopsis gobioides).
35 Bunocephalus hypsiurus (Bunocephalichthys hypsiurus.)
36 Ageneiosus quadrifilis (Tetranematichthys quadrifilis).
37 » dentatus
Täo importante messe teve publicidade nas valiosas memorias farta-
mente illustradas «Die Panserwelse des Hofnaturalien Cabinets zu Wien, I
e II Abtheilugen (Denkschrif Akad.Wien, VIe VII 1854); «Ichthyologische
Beiträge» I e II— Abtheil. (Sitzungsberichte d. Akad. Wien, XVII e XXVI. Bd.
— 1855 e 1858 respectivamente). |
A permanencia de Lund na Lagôa Santa, em Minas Geraes, para ali
chamara Reinhardt que, näo sömente publicou a descripçäo e curiosa nota
sobre Stegophilus insidiosus (Nat. histor. Foren. Vidensk. Meddelelser, 1858)
como reuniu farto material do Rio das Velhas e afiluentes, o qual foi estu-
dado mais tarde por Lutken.
Tambem em 1858, P. van Bleeker, ichthyologista espantosamente acti-
vo, virou a sua attenção para os peixes sul-americanos, especialmente co-
dificando-os por generos melhor definidos por diagnoses e typos. Não obs-
tante a sua acção especial pertencem-lhe as especies :
1 Loricaria typus.
2 Oxydoras kneri;
3 Rhamdia schomburgki ;
4 Bunocephalus gronowit;
publicadas nos «Siluroidei-Prodromus I Ichothyol. Archip. Indici»e mais tarde,
1863, no «Conspectus generum Doradinorum» (Nederl. Tydschriff Dierkunde).
Chegou a vez do V volume do Catalogue of the Fishes of the British
Museum, obra universal, a primeira ichthyologia descriptiva completa, na
verdadeira accepção da palavra e que, apesar de terminada em 1870 com o
VIII volume, é ainda hoje indispensavel ao ichthyologista. Principalmente
baseada nas collecções daquelle Museu, encerrava tambem os resultados
dos seus predecessores, na falta de material.
Ali, nos «Proceedings of the Zool. Soc. of London», 1860 a 1868 e 1869
e finalmente nos «Annals and Magasin of Nat. History», 4º ser., 10— 1880,
vemol-o descrever :
1 Plecostomus wuchereri.
2 Chetostomus oligospilus.
3 Pterygoplichthys punctatus.
4 Acestra gladiola.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES -13
5 Acestra amazona.
6 Loricaria lanceolata.
7 Stegophilus nemurus.
8 Pimelodus jenynsi (Rhamdia jenynsi. )
9 » modestus.
10 » platanus.
11 Arius nuchalis (Tachisurus nuchalis).
12 Auchenipterus longimaus.
Não nos esqueçamos de Hensel que descreve nos «Archif f. Naturges-
chich» 1868:
1 Loricaria cadee.
e
2 Callichthys arcifer.
numa boa «contribuição ao conhecimento dos vertebrados do sul do Brasil»
e de Theodore Gil, o emulo de Günther que em 1870 publicou
Sciades marmoratus
(Proc. Acad. Nat. Sci. Philad.)
O material de Reinhardt só foi publicado nos trabalhos de Lutken, in-
titulados «Ichtyohraphische Bibrag», I e II (Videnskab. Meddelelser ; Kjo-
benhaven— 1874) e «Velhas Flodens—Fiske» (Videnskab. Selsk.—1875),
onde encontramos :
1 Xenomystus gobio (Hemipsilintys gobio).
2 Doras marmoratus
3 Trichomycterus brasiliensis.
4 Pimelodus westermanni (Iheringicythys westermanni).
5 Rhamdia minuta.
» microcephala.
7 Pseudorhamdia vittata (Rhamdia vitata).
8 Pimelodus valenciennis.
9 Bagropsis reinhardti
Em 1877, Peters descreveu Cketostomus nigrolineatus (Panaque ni-
grolineatus), que os Profs. Eigenmann constataram mais tarde no material
brasileiro, colligido por Agassiz.
Mas desde 1867 que Franz Steindachner, o actual director do Museu
de Vienna, trabalhava na nossa fauna qne elle quiz observar de visu, por
duas vezes—a primeira durante a celebre excursão ichthyologica realizada
por Agassiz, ás expensas de S. V. R. Thayer e a segnnda ha pouco tempo.
Uma grande parte do material de Agassiz foi por elle approveitada e sci-
entificamente descripta; outras vezes acquisições proprias forneciam-lhe es-
pecies novas que ainda hoje continuam a apparecer, principalmente depois
da sua ultima viagem. Tinha tambem o material da Natter lhe deu que fazer
A mesma academia que recebera os trabalhos de Kner, acolheu os do seu
14 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
eminente discipulo (1), cuja autoridade, em vigor e meticulosidade das suas
descripgöes e pelo cuidado com que faz executar bellas estampas, de que as
illustra, conquistou uma posigäo culminante entre todos os ichthyologistas
que estudam a fauna sul-americana. No grande grupo que ora nos occupa
cabe-lhe o record do numero :
1 Xenocara damasceni (Ancistrus).
2 Hemipsilichthys calmoni.
3 Plecostomus wertheimeri.
= » vaillanti.
5 » une.
6 Chetostomus vittatus (Ancistrus vittatus ) .
7 » punctatissimus (Parancistrus punctatissimus).
8 Plecostomus angulicauda (Delturus angulicauda).
9 Rhinelepis parahybe.
10 Ofocinclus maculicauda (Parotocinclus maculicauda .
11 » affinis.
12 Hypoptoma carinatum (Oxyropsis carinatus).
13 Harttia loricariformis.
14 Loricaria konopickii.
15 » cubataonis.
16 » parnahybae.
17 Callichthys adspersus (Decapogon adspersum).
18 Corydoras eques.
19 » elegans.
20 » nattereri.
21 » multimaculatus.
22 » Juli.
23 » treitlii.
24 Oxydoras nattereri (Hemidoras nattereri).
ZI, un > morei ( » morei).
26 » orestis (Hassar orestis).
27 > affinis ( >» affinis).
28 Rhinodoras amazonum.
29 Wertheimeria maculata.
30 Trichomycterus amazonicus.
31 Stegophilus macrops.
32 » reinhardti.
33 Conorhynchus glaber.
(1) Denkschrift e Sitzungsl ericht d. Akad. Wien e Akademische Anzeiger.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 15
34 Pimelodina flavipinnis.
35 Pseudopimelodus parahybe.
36 Lophiosilurus alexandri ( Pseudopimelodus alexandri ).
37 Pimelodella ignobilis ( Rhamdia ignobilis ).
38 Pimelodus harttii ( Rhamdia hartii ).
39 » brasiliensis (Rhandia brasiliensis ).
40 » wesselü CURE wesselit ).
41 » altipinnis.
42 Pirinampus agassizi (Pimelodus agassizi).
43 Zungaropsis multimaculatus.
44 Platystoma parahybæ (Steindachneria parahybe).
45 » lutkeni (Paulicea lutkeni )
46 Duopalatinus goeldii
47 Arius grandoculis (Tachysurus grandoculis).
48 Auhenipterus jequitinhonhæ (Pseudauchenipterus jequitinhonhæ).
49 » affinis ( » affinis).
50 Centromochlus intermedius (Tatia intermedia).
51 Auchenipterus striatulus (Trachycorystes striatulus).
52 Bunocephalus bicolor.
53 » Knert.
54 Agneiosus brevis.
E. D. Cope, provando que os detalhes da nossa Natureza tambem Ihe
mereciam attencäo, publicou nos «Proc. Acad. Sci. Philad». — 1871, e,
depois, nos «Proc. of the Amer. Philos. Soc. XV e XXVIIb — 1878 e
1894 :
1 Otocinclus flexilis.
2 Corydoras trilineatus.
3 Doras brachiatus.
4 Epapterus dispilurus.
Clement Jobert, cujo nome jä citamos quando nos referimos 4 respira-
ção intestinal dos Callichthys, effectuou uma viagem por conta do governo
brasileiro ao norte do Brasil. Calderäo, no alto Amazonas, foi o ponto es-
colhido para suas pesquizas, d’onde elle trouxe, segundo officio que vimos
do entäo Director do Museu, Ladislau Netto, cerca de 5.000 exemplares de
peixes, os quaes foram todos enriquecer ainda mais o Museu de Paris, a
pretexto de que os referidos peixes não seriam Oz etes se ficassem no
museu brasileiro — como deviam.
Aquelle museu, foi de resto generoso, nos devolvendo algumas dupli-
catas do material estudado (seria pueril esperar que nos devolvessem os
typos das especies raras ou novas); os resultados d'esses estudos foram
publicados em 1880, no «Bulletin de la Societé Philomatique» 7.º Ser.,
16 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
«Synopsis des espèces de Siluridæ recueillies par Mr. le Dr. Jobert à
Calderon, Haute Amazone» ; ahi encontramos de novo:
1 Hypoptoma joberfti.
2 Doras calderonensis.
Mas nös que assim entregamos aos outros as provas da nossa rique-
za, só de 1889 a 1891, vimos approveitadas, em trabalhos de systematica
de grande valor, as collecções feitas por Agassiz e hoje depositadas no
Museu de Zoologia Comparada de Cambridge, na America do Norte; outra
realizada por ordem de D. Pedro II no Rio Grande do Sul, além de duas
outras effectuadas por Vinhas, do Xingú e Honorio. de Goyaz, tambem pro-
priedade daquelle Museu, graças os esforços de dous naturalistas norte-
americanos, cujos nomes permanecerão para sempre brilhantes na zoologia
brasileira.
São esses naturalistas Carlos H, Eigenmann e Rosa S. Eigenmann; e
os seus trabalhos, primeiramente preliminares —- Preliminary Notes of the
S. American Nemathognathi» (Proc. of the California Acad. of Science— de
S. Francisco, 2º serie, I e II — 1889 1890, depois systematisos — «A Re-
vision of the South American Nemathognathi» (Occasional Papers of the
California Academ» of Science I—1890) e por fim zoogeographicos «A
catalogue of the Fresh-Water—Fishes o South America» (Proc. U.S. Nat.
Mus—XIV 1891).
O segnndo é a codificação de trabalhos anteriores á sua época e pos-
teriores ao volume do celebre catalogo de Günther, além de encerrar tambem,
um elevado numero de fórmas novas :
1 Ancistrus stigmaticus.
2 Plecostomus macrops.
3 Delturus parahybe.
4 Microlépidogaster perforatus.
5 Rhinelepis lophophanes (—Microlepidogaster lophophanes).
6 Hisonotus notatus (~Otocinclus notatus).
7 Loricaria brevirostris (=Parasturisoma brevirostris).
8 » phoxocephala.
9 Corydoras hastatus.
10 Doras spinossissimus.
11 Pigydium immaculatum (Trichomycterus immaculaius).
12 Tridens melanops.
13 » brevis.
14 Miuroglanis platycephalus.
15 Stegophilus intermedius.
16 Nemuroglanis lanceolaus.
17 Pimelodina nasus.
18 Pseudopimelodus acanthochira.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 17
19 Rhamdella eriarcha (—Rhamdia eriarcha).
20 Pimelodella pectinifer -Rhamdia pectinifer).
21 Rhamdia obesa.
22 Pimelodella buckleyi (—Rhamdia eigenmannorum).
23 Rkamdia poeyi.
24 » tenella.
25 Steidacyneria amblyura.
26 » doceana.
27 Tachysurus agassizi.
28 » upsilonophorus.
29 Felichthys flavescens.
30 Trachycorystes porosus.
31 » analis.
32 Bunacephalus scabriceps.
33 Auchenipterus fordicei.
34 Ageneiosus atronasus.
E emquanto Perugia descrevia Pferygoplichthys aculeatus e E. L. Hol-
mberg Aristomata inexpectatum (—Hypoptoma inexpectatum), Rev- Zool
Buenos Aires 1891, Carlos H. Eigenmann continuava na sua faina em col-
laboração com os sevs patrícios Norris:
(Revista do Museu Paulista, IV— 1900), onde se encontra:
1 Nanogiannis bifaciatus.
2 Imparfinnis piperatus.
e Kennedy (Pr. Acad. Nat. Sc. Philad :-1903), onde vemos mais,
1 Corydoras microps.
2 Doras nebulosus;
com o nosso patricio Rud. Ihering, (Nota Preliminares do Mus. Paulista,
1907).
1 Microlepidogaster tietensis.
2 Loricaria piracicabe.
3 Rhamdioglanis frenatus.
e finalmente com Ward (Fishes of Paraguay) — Ann. Carnegie Museum IV,
n. II, 1907 onde foram mais trazidos 4 luz :
1 Dysichthys australe, além de novas informações sobre a distribuição
de especies já conhecidas exoticas para o Brasil e que, ahi foram demons-
tradas tambem no nosso territorio; taes como Loricaria labialis, L, apelto-
gaster e Auchenipterus nigripinnis de Boulenger.
Na collaboração de Eigenmann o proprio Rud. Ihering descreveu.
1 Plecostomus (Rhinelepis) microps. |
2 Aspidoras rochai.
3 Heptapterus. multiradiatus.
6378 3
18 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONANL
tendo jä em collaboragäo com Tate Regan:
4 Plecostomus tietensis.
Emquanto isto, G. Boulenger nos trouxe mais—Annals & Mag. Nat
Hist. (77) XV— 1905 :
1 Cheetotusmus bachi (Hemiancistrus bachi) ;
2 Otocinclus nigricauda ;
3 Hypoptoma steidachneri ;
4 Acestra gladius (Farlowella gladius);
5 Loricaria parva ;
6 » latirostris.
i » evanst.
8 Oxydoras eigenmanni (—Hemidoras eigenmanni),
9 » trachyparia (— » trachyparia).
10 » trimaculatus = > trimaculatus).
11 » elongatus (= » elongatus ).
12 » bachi (= » bachi).
13 Trychomycterus goeldi.
14 Platystoma joruense (-Brachyplatystoma joruense ) .
15 » platynema (= » platynema).
16 Bunocephalus iheringi.
(Proc. Zool. Soc, London— 1891 e 1895. Annals & Mag. of Nat. Hit., 1892
e 1897. Trans. Zool. Soc. London. 1896 e 1898).
O seu assistente no Museu Britannico, Tate Regan, publicou nas mes-
mas «Trasactions«—1904—uma bella monographia sobre Loricarideos e
Argiideos, com magníficas illustrações ; ali encontramos mais
1 Xenocara brevipinnis.
2 Plecostomus garmanni.
3 Octocinclus vittatus.
Quanto á nós só temos encontrado e descripto, neste grupo
1 Hemipsilichthys duseni.
2 Plecostomus agna.
3 Kronichthys subteres.
4 Microlepidogaster bourguyi.
5 Octocinclus cephalacanthus.
6 > lecofrenatus.
i » obtusus.
8 » gibbosus.
9 Harttia kronei.
10 Loricaria kronei.
11 Hoplosternum schreneri.
A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 1%
12 Decapogon verissimi.
13 Trichomycterus proops.
14 Heptapterus fissipinnis.
15 Typhlobagrus kronei.
16 Rhamdia transitoria.
17 Rhamdioglanis transfasciatus.
Publicados na Lavoura (n. 5, anno XI — 1907); no Kosmos, ns. 1,
1907 e 2, 1908 e aqui. Mudamos para Rhinelepis rudolphi — Plecostomus
(Rhinelepis) microps de Rudolph Ihering ; para Rhamdia eigenmanniorum,
Rhamdia buckleyi de Eigenmann & Eigenmann e, finalmente, constatamos
a existencia de Trichomycterus dispar de Tschudi em as aguas brasileiras.
Chegämos ao momento de explicar como consideramos os Physosto-
mos — segundo a nossa chave — pag. 122 do tomo I, primeira subdivisão
dos Eleutherobranchios aspirophoros.
São elles caracterizados pela presença de um ducto que communica a
vesícula natatoria — quando esta existe com o cesophago e secundaria-
mente vemos que ainda se grupam em duas secções, perfeitamente definidas
e cujo caracter externo, palpavel, consiste na presença de denticulações
ou aciculos mais ou menos desenvolvidos sobre o aculeo das peitoraes e
da dorsal, para uma das secções, emquanto que na outra, este aculeo,
quando presente, é sempre liso, spiniforme.
O primeiro grupo foi considerado sob o criterio de familia até Giinther,
com o nome de Siluridado, muito embora Agassiz já tivesse proposto em
1829 a sua subdivisão em duas familias: Goniodontes (typo Loricaria) e
Siluroidei, nas “ Selecta genera et species Piscium Brasiliensium ”
Não foi Agassiz o unico a dividir os Siluros ; Bleeker, Cope. e Gill os
dividiram segundo caracteres mais ou menos acceitaveis.
Este ultimo autor os collocava no seu “Arrangement of the Families of
Fishes”, sob o titulo de Nemathognathi, em 11 familias. Excluindo as for-
mas exoticas, tinhamos a considerar :
HFlypophthalmide, Trichomycteridae, Siluridae, Callichthyide, Lorica-
rüde e Aspredinide ( Bunocephalide ).
Assim, os que consideraram o conjuncto geral e semelhança estricta
que ha entre as formas desse grupo o deixaram unidos, ao passo que os que
entraram numa analyse mais rigorosa o subdividiram ; e entre uns e outros
preferimos acompanhar os segundos, porque a mesma homogeneidade de
conjuncto existe entre os Epitremati e nem por isso elles foram menos sub-
divididos pela generalidade dos autores.
20 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
E acresce que o espirito conservador dos autores inglezes jä os admitte
subdivididos geralmente em tres familias (empregando este termo): Siluride,
Asprediniade, Loricariide (Geo Boulenger e Tate R gan).
Mas Giinther mesmo fôra mais longe. Elle reconhecera oito sub-familias
o que já é alguma cousa, se considerarmos a relatividade dos nossos conhe-
cimentos sobre os limites onde acabam as familias e começam as sub-fami-
lias. Tanto vale, pois, grupar em a para subdividir em 6; será além disso
sempre de vantagem eliminar um gräo, quando possivel för, para melhor
concisão.
Gill chamára aos Silurido de Günther Nemathognethi—o que quer di-
zer «portador de fitas (barbilhões) nas maxillas». Não acceitamos essa de-
signação, porque os barbilhões não são exclusivos desse grupo; encontra-
mol-os nos Cobitidæ e até os Characinideos, de facies tão frisante, posuem
formas providas desses orgãos.
Ao contrario, só elles, em todo o vasto grupo dos peixes vivos, pos-.
suem os aculeos da dorsal e das peitoraes aciculados ou providos de denti-
culações dispostas em sentido opposto, quaes as de uma serra nos seus
bordos externo e interno, bastantes por si só para fazel-os reconhecer; por
isso os denominamos :
Scleracanthi, dividido em 11 familias (explicados na parte especial) e
em opposição aos Leiacanthi, que encerram todas as demais formas dos
Physostomi.
ELEUTHEROBRANCHIOS ASPIROPHOROS
ELEUTHEROBRANCHII '
Aspirophori ?
Peixes de forma variavel e tamanho moderado (quando muito attin-
gindo a seis metros), com esqueleto osseo, o craneo articulado e provido de
processos operculares perfeitamente diiferenciados. Branchias completamente
livres das paredes lateraes do corpo, situadas na parte infero-posterior do
craneo, dentro de uma cavidade commum, que se abre para föra por uma
unica abertura de cada lado. Vesicula natatoria presente ou ausente; syste-
ma vascular desenvolvido, sendo o coração provido de uma auricula em que
termina um sinus vascular, de um ventrículo, de um bulbo aortico. Tubo di-
gestivo desprovido de valvula espiral; orgãos genitaes poucas vezes exter-
namente diferenciados. Nadadeiras geralmente raiadas, ás vezes mixtas
(sendo uma adiposa); caudal diphicerca. Oviparos na maioria dos casos e
mais raramente viviparos. Dividem-se em
com a vesicula natatoria aberta, communicando-se com o
exterionipeloRosophago Bis boss Gees 3 8 Oo ons : Physosthomi.
com a vesicula natatoria fechada, sem communicação pelo
@sophagso, para orexterion een > ugk andor Physoclisti.
.Aspiraphoros. . .
Te
Physosthomi °
Aspirophoros, cuja forma se prende ao typos do fuso superiormente
comprimido ou cylindro-conico e não attingem, no maximo a tres metros
de comprimento. Tegumento externo nú ou provido de escamas placoides
ou mesmo cycloides. Linha lateral nem sempre apparente. Nadadeiras nem
sempre todas presentes; ás vezes quando a dorsal é dupla a posterior é adi-
posa. Dorsal, peitoraes e ventraes, na regra, com o primeiro raio não rami-
ficado. Vesicula natatoria aberta para o exterior por meio de um ducto mem-
branoso, que se liga á parede superior do cesophago ; ás vezes, ella é envol-
1 Eleuterobranchii (Gr.); de Eleuteros—livre; branchia=branchias, guelras.
2 Aspirophori (Gr.); de A (privativo) não; spirophori=portador de (valvula) spiral (nos
intestinos). a
3 Physostomi (Gr.); de Physe—bexiga, vesicula; stoma=bocca, abertura.
24 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
vida expansäo das apophyses lateraes das primeiras vertebras anteriores
Intestino de extencäo variavel. Dividem-se em
com a 1.º dorsal e as peitoraes providas de um aculeo aci- x
Pp | CiladovoulsermlhadO = «is = o once ce Scleracanthi.
hysostomos. . . . : : no
com a 1.2 dorsal e as peitoraes, providas de um aculeo,nao 4 :
SELUIA TO De are sel reuee Le lee Re emtemae Leiacanthi.
Scleracanthi !
Peixes fusiformes, superiormente comprimidos, tendo os ossos do cra-
neo geralmente revestidos de um tegumento cutaneo ou, quando expostos,
geralmente granulosos, com os parietaes coniluentes com os supra occipitaes,
post-occipital quasi sempre emittindo um proccesso posterior. Mais ou me-
nos desenvolvido que se dirige ä base das dorsaes, vetebras anteriores re-
unidas,transformando-se os seus proccessos em uma serie de peças especiaes
— os ossiculos de Weber—no ducto de communicagäo dos orgãos do ouvi-
do com a vesicula natatoria. Simplectico raramente presente, intermaxillares
grandes e correspondentes aos mandibulares na constituição das maxillas
(raras vezes tambem os maxillares). Cobertura das guelras presente, incom-
pleta pela falta do sub-operculum e, ás vezes förtemente armada de aciculos.
Cintura escapular muito desenvolvida, ás vezes exposta, com o processo
coracoide ás vezes enormemente desenvolvido ou externo, recobrindo o tho-
rax; corpo protegido por uma couraça de placas largas, aciculadas e mal
imbricadas umas sobre as outras ou afastadas, dispostas sm series longitu-
dinaes, ou inteiramente nú. Geralmente duas dorsaes, de posição variavel;
quando armadas portadoras de um unico aculeo anterior ás nadadeiras, o da
primeira quasi sempre articulado ä um fulcrum e tendo uma placa basilar
mais ou menos ampla a placa predorsal; a segunda é sempre uma adiposa
embora ás vezes tambem aculeada.
Peitoraes e ventraes com um aculeo; o destas ultimas quasi sempre
fraco e flexivel; caudal em certos casos tendo os raios externos differencia-
dos em aculeos flexíveis, ás vezes se prolongando em filamento.
Dentes geralmente villiformes, ás vezes ausentes; estomago syphonico
como nos Desmobranchios ou ccecal; tubo intestinal normal ou muitas ve-
zes mais longo do que o comprimeuto do corpo.
Ovarios geralmente moderados; ovos géralmente muito volumosos.
No auge do seu desenvolvimento, sobre tudo na agua doce, existem no mun-
do inteiro exceptuada a Australia. nt:
A seguinte chave mostra em quantas familias e de que mode conside-
ramos os Sceleranthi brasileiros :
1 Gr. Lat. Scleros = aspero ; acantha — espinho (dos peitoraes e da dorsal).
25
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A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES
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6378
26 _ ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
LORICARIIDÆ !
Corpo protegido por escamas placoides distribuidas em series longitu-
dinaes e imbricadas mais ou menos estreitamente umas sobres as outras,
deixando ás vezes a superficie abdominal nua.A cabeça obedece ao typo vo-
meriforme, sendo a bocca, sempre inferior, constituida por intermaxillares
mais ou menos livres, entre si e mandibulares sempre livres, providos am-
bos de uma ou duas séries de dentes delgados, sinuosos, de corôa bifida
ou rhomba, e que se roproduzem de dentro para fora desses ossos e se subs-
tituem á medida que vão sendo desligados, justamente do mesmo modo que
nos tubaröes. Em torno do hiatus se desenvolvem os labios em duas partes
das quaes a posterior é muito mais ampla e provida ou não, na face infe-
rior, de tuberculos de forma variavel. Do angulo e da espessura d'esses
labios sahe um par de barbilhões geralmente muito pouco desenvolvidos.
A bocca, assim constituida, é positivamente em forma de ventosa ; e
empregada como tal, justamente como fazem as lampreias. Os maxillares
são muito reduzidos não sendo percept veis externamente e sim envolvidos
nos musculos do labio superior.
As narinas são duplas, sempre superiores e ficam reunidas em uma
fossa commum, entre os olhos e mais perto destes que da ponta do focinho;
ellas são valvulares sendo que a valva da anterior obtura a posterior. Os
olhos são superiores ou lateraes, circulares, emittindo commummente a iris
um processo do meio da orla superior que, pode se dilatar, até emprestar á
pupila a forma de um crescente, tal qual se observa nas rayas e que, natu-
ralmente, serve de abat-jour para impedir a entrada dos raios verticaes de
luz e, portanto, a offuscação da vista á esses peixes de fundo.
Contorno do occipital quasi sempre aproximando-se da forma hexago-
nal, tendo, porem, uma proeminencia posterior que pode tomar o desenvol-
vimento de um proccesso e ser, ás vezes, carenados ; elle se une aos tem-
poraes que são grandes, ás vezes carenados como o occipital,ás vezes, atra-
vessados por foramens que podem tomar dimensões relativamente con-
sideraveis.
Abertura opercular mediocre, mais inferior do que lateral; o apparelho
opercular so tem o operculo e o preoperculo e o interoperculo, faltando o
sub-operculo ; o inter-operculo ás vezes forma um facho accessorio de ponta
curva para diante, revestido de uma bainha cutanea e erecteis, á vontade
do peixe e de funcção desconhecida.
1 Loricaria, genero typico ; eidos — semelhante.
u = an
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 27
Nota-se tambem um rudimento de branchiostegio. Cintura escapular
grande, fórte ás vezes sub-cutanea, ás vezes externa, larga. Tres ou mais
placas sobre a região nucal.
Dorsal com 1+6 4 14 raios. O aculeo é sempre flexivel, terete; ella
fica sobre as ventraes. Adiposa ás vezes ausente, ds vezes vestigiaria, sem-
pre posterior á anal quando reclinada.
Peitoraes providas de um aculeo forte, mais ou menos fortemente aci-
culado no lado superior o que, nesta familia,é característico e levado ao ex-
tremo. Ventraes com o aculeo terete, denso e curtamente aciculado, flexivel,
mais ou menos attingido a anal que, nunca attinge à grandes proporções e
tende a desapparecer. Caudal sempre mais ou menos lunada ou truncada,
vertical ou obliquamente se alongam de modo descommunal, transforman-
do-se quasi sempre o superior em um filamento que pode attingir o com-
primento do corpo.
No esqueleto da cabeça falta o symplectico.As vertebras têm as apo-
physes largas e lamellares, ás vezes bifurcadas. As costellas são erraticas,
as parapophyses tambem faltam. Estomago coecal, grandemente extensivel ;
intestino muito longe, com muitas circumvoluções, muitas vezes mais longo
do que o corpo; nos que tem mais de uma série de placas nos lados do pe-
dunculo, geralmente reduzido, egualando ao comprimento do corpo.
Vesicula natatoria adaptada á face interna dos temporaes, reduzida.
Os peixes desta familia são todos fluviaes e sul-americanos. No Bra-
sil elles são encontrados de norte á sul de éste a véste. Vivem no fundo dos
rios e lagos, parecendo serem sociavies. São geralmente nocturnos.
Alguns delles emittem um som particular que se deixa perceber de
fora da agua. São de Castelnau as seguintes palavras: «Estavanıos, uma
tarde, na parte do Araguaya que é obstruida pelos baixios e corredeiras e
o sol acabava de se occultar por detraz da espessa vegetação que margeia
esse rio em todo o seu curso, quando de repente, um som estranho veio at-
trahir a nossa attenção. Foi primeiro um queixume solitario, depois outras
vozes lhe responderam ; á cada instante o ruido se tornava mais forte e dis-
cordante ; em pouco tempo tornou-se um concerto singular de gemidos, de
grunhidos bizarros, articulados nos tons os mais disparatados. Tudo era
calmo em torno de nós e o suffocante calor parecia ter adormecido a natu-
reza inteira; os macacos, fatigados, tinham cessado de pular pelos ramos;
os periquitos já se haviam retirado para a noite e interrompido a sua alga-
zarra discordante, em uma palavra, este momento da tarde dos tropicos em
que as creaturas diurnas terminam o alarido da sua voz e em que ainda
não começou o concerto sinistro dos animaes nocturnos.
Nada eu podia descobrir e, 4 meu pezar, meio adormecido, uma especie
de calefrio percorria o meu ser ; julguei-me sob um pesadêlo e meus olhos
28 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
se dirigiram aos homens da minha equipagem ; mas eu os vi que se entreo-
lhavam possuidos como eu, de uma especie de terror supersticioso. Só
um velho, mas habituado 4 vida dos bosques, parecia rir do pavor geral ;
depois elle apontou o rio e disse que o som vinha do fundo das aguas.
Custei a admittir tal explicação ; mas, poucas horas depois, elle me trouxe
um pequeno Hypostomo, de algumas pollegadas de comprimento e cujos
numerosos rebanhos, povoando os baixios, eram a causa deste extraor-
dinario vozerio.»
Na clave junta teremos os
E ee
a
: = a; te A e 3 U
UNA BRASILIENSE—PEIXES
Pedunculo geral-
mente comprimido
com mais de uma
“Série de placas nos
lados
Pedunculo fortemen-
— te deprimido, com
uma unica série de
placas lateraes.
ggg
diposa presente
Bordo rostral a
anterior desprovido /
Pedunculo geral-
mente comprimido
com mais de uma
serie de placas nos
lados
Focinho totalmente nú, no lado superior e nos bordos provido de tentaculos cutaneos
DRI ET
uma pla-
ca da se-.
rie inferi-
| or sob os /Focinho mais ou menos revestido de tegumento cutaneo, aciculado
temporacs
/ Superficie abdominal com uma placa granulosay quadrangular entre a
o cintura escapular e a pelviana. o o D B o
| Focinho des- | Dentes com a corôa ,
provido de‘ bifida
tentaculos |
cutaneos Interoperculo sem facho
Superficie abdominal mais Dorsal isolada da movel de aciculos .
ou menos irregularmen- adiposa .
D1-|-7 4 te granulosa, a cabeça ap Interoperculo com facho
ao anus movel de aciculos .
Dorsal ligada a adiposa pela membrana inter-
\Foeinho granu- / radial o 6 o
loso, revestido
de placas os- | Dentes de coröa larga, cochleariforme
seas |
| je 1-|-8
D 1-|-8 4 14
quinta mediana, entre a dorsal e a adiposa, com tres ou quatro placas for-
D1-|-9414 . mando uma carena que precede a ultima o ö . 4
| Viinha mediana, entre a dorsal e a adiposa, normal, sem carena.
D. 1 -|- 6; 2 placas da série inferior sob os temporaes
placas da série inferior sob o temporal.
1 placa » » » » » . . . . . . D
adiposa presente, normal.
eneros em- .
contrados Bordo rostral infero-
em nossas anterior provido de
aguas. aciculos curtos e for-
de aciculos curtos e
fortes, retrovertidos
adiposa ausente.
tes, retrovertido
constante)
Orbita desprovida de entalhe posterior.
Pedunculo fortemen-
te deprimido, com
uma unica série de
placas lateraes.
Orbita provida de um entalhe posterior,
Pag. 28 A
adiposa ausente ou anormal,
q Cabeça | não expandida no sentido lateral, olhos( Dorsal posterior ás ventraes; olhos superiores
superiores ou supero-lateraes nunca transe)
pondo o perfil superior da cadeça Dorsal anterior ás ventraes; olhos lateraes.
(tendo só o aculeo muito delgado e de presença in- À
( Pedunculo comprimido .
Cabeça larga fortemente deprimida, olhos la-} tree
teraes, transpondo o perfil inferior ( > deprimido
\ longo e delgado; corpo aiongado, pentagonal .
Focinho projectando-se em rostro recorberto de placas. tanto osupericy
| como inferiormente . . 0 a
curto e mais espesso, corpo mais espesso . . . . . .
+
este triangular, vomeritorme, não aeiculado; abdomen revestido de
placas. o 5 - o 5 .
(ee triangular sem projecção e nua pela face inferior do focinho;
semi- circular, finamente aciculado nos DeLee jabdomen mais ou
menos nú.
Focinho prolongado n’um rostro moderado revestido de placas na parte inferior . o e . . . ö D o o . . o
: fee vestiginario . a o ö o 9 o 0 en
Focinho vomeriforme, näo prolongado em rostro o 2
Ventalhe desenvolvido. . + + + + + nn + ©
Ancistrus
Hemipsilichthys
Neoplecostomus
Plecostomus
Hemiancistrus
Parancistrus
Panaque
Pseudacanthicus
Delturus
Pterygoplichthys
Kronichthys
Acanthicus
Rhinelepis
Parotocinclus
Microlepidogaster
Otocinclus
Hypoptoma
Oxyropsis
Farlowella
Sturisoma
Parasturisoma
Harttia
Hemiodontichthys
Pseudohemiodon
Loricaria
A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 29
Ancistrus,' Kner.
Denkschrift Akad. Wien, VII, 272-1840
Corpo deprimindo-se para a parte cephalica, cujo contorno transverso
superior € semi-circular e inferior recto. Escudos quando muito estriados,
nunca providos de carênas. Bocca tendo labios espessos, granulosos na face
inferior, o posterior redondo, e ambos de bordo inteiro. Barbiihões curtos
Focinho desprovido de placas, porém, ornados de tentaculos carnudos, ás
vezes Y-formes que se distribuem pelo seu borbo e pela linha mediana, até
perto das narinas. Estas como os olhos, superiores. Olhos de orbita perfei-
tamente circular. Interoperculo provido de um facho de espinhos moveis, de
ponta curva para diante e revestidos de uma bainha na maior parte de sua
extensão ; região sub-ocular com as placas moveis. Lado ventral, do focinho
ate.a nadadeira anal, inteiramente nú. Dorsal com 1 + 7 ou nove raios so-
bre as ventraes; adiposa posterior ao extremo da anal quando reclinada ;
esta 1 +3 4 4; caudal truncada mais ou menos obliquamente.Os Eigenmann
dizem; «Todas as especies deste genero são muitissimo semelhantes e seria
uma repetição de palavras descrevel-as plenamente, etc.» Nos parece tra-
tar-se de poucas especies extremamente variaveis, dahi a grande semelhança
das numerosas especies descriptas.
Peitoraes só attingin-( A. 1 +4 . . A. brevipinnis
Espinhos do interoper-} do a base das ven- 4
Especies consta- culo em numero me-, traes A.1+3.. A. damasceni
tadas nos nos-/ Mor do que 20 (ee attingindo o meio ou pas- |
sos rios. sando o meio do aculeo ventral . A. cirrhosus
| Espinhos do interopereulo 20 ou mais . . . . . = . A. stigmaticus
52—Ancistrus brevipinnis, ? Regan.
DIE N TUE. 23% 26).
«Altura do corpo aproximadamente 6 vezes no comprimento, compri-
mento da cabeça 2 e ?, 4 3. Cabeça do comprimento ou um pouco mais
longa do qne larga e 2 á 2 e '/, tão longa quanto alta. Diametro ocular 6.4 7
no comprimento da cabeça,espaço interorbital 2e*/;, á 2 e */, comprimento do
1 Ancistrum (Lat.)—gancho de separar as carnes ; allusão aos aciculos interoperculares.
2 Brevipinnis—(Lat.)—de nadadeiras curtas., «un > ie Di ji =
30 ARCHIVOS DO MUSEU NACIANAL
focinho 2.Comprimento do ramo mandibular 1 e ?/, 4 2 'J, no espaço interor-
bital, focinho com tentaculos. Interoperculo com 12 á 17 espinhos, o mais
longo ?, do comprimento da cabeça. 23 4 26 escudos numa serie longitu-
dinal, 6 ou 7 entre a dorsal e a adiposa, 11 ou 12 entre a anal e a caudal.
Dorsal 1-7, o primeiro raio 2?,ä°, do comprimento da cabeça; o ul-
timo ?,, quando reclinado não attingindo o aculeo da adiposa, que é preces
dido de uma carena formada por um unico escudo. Comprimento da base da
dorsal egual á sua distancia da parte anterior do espinho da adiposa. Anal
1 +4. Aculeo peitoral projectando-se até a base das ventraes ou um pouco
adeante. Caudal obliquamente truncada, o raio mais baixo */,4 “J; no com-
primento da cabeça. Pedunculo caudal de altura 2e' ,ä2e ‘7, no compri-
mento. Olivaceo, nadadeiras manchadas de escuro.» (Regan).
Rio Graude do Sul. Rio de Janeiro (Theresopolis).
53—Ancistrus damasceni ! (Steind.)
D. 14-7; A. 1-35 L. lat. 23 42.
«Dentre os numeros exemplares (até 73 mm. de comprimento) só 4 ex-
emplares de 40 a 57 mm. (4 4?) mostram 2 pequenos tentaculos no meio
da longa orla núa e anterior do focinho e, lateralmente á estes, um dos ex-
emplares tem ainda um terceiro tentaculo delgado. Em todos os dem is, o
focinho e os lapos da cabeça, adeante da cobertura opercular, são total-
mente desprovidos de tentaculos como Xenocara (Ancistrus) lutifrons e X
(A) gymnorhynchus. Em todos os exemplares, a anal contem apenas 1 + 3
raios. Cabeça 2 e °/, á 2 e !|, no comprimento do corpo, largura da mesma
um pouco mais de 1 e '/, 4 1 e 'l, comprimento do focinho 1 e */; 4 1 e 2°};
largura da fronte 2e '/;, á pouco mais de 2 e '/,, diametro orbitario 6 á
6 e ’/,, comprimento de um ramo mandibular justamente ou pouco mais de
4 vezes no comprimento da cabeça ou 2 no espaço interorbital. Cerca de 15
aculeos interoperculares. Barbilhões muito curtos. Distancia entre o ultimo
raio da dorsal e o da adiposa, nos exemplares de 7 cm. e em poucos dos
exemplares moneres, distinctamente mais curta do que o comprimento da
base dorsal. Altura da dorsal 1 e'/, 4 1 e 2), comprimento da base da
mesma 2 4 1 e */;, comprimento da base das peitoraes I e'/;, á 1 '/, com-
primento das ventraes um pouco mais de 1 e'/; a indistinctamente mais 1
e '/,, altura do pendunculo caudal um pouco menor do que 4 à 3 e !), veses
no comprimento da cabeça. A ponta da peitoral reclinada passa um pouco
a base das ventraes. Aculeo das peitoraes pouco mais robusto do
que o da dorsal, francamente curvo. Orla caudal posterior obliquamente.
alongada, fracamente concava ; o raio marginal inferior da cauda nos exem-
plares menores um pouco mais curtos, nos maiores, porem, mais longa do
1 Um Sr. Damasceno não explicado por Steindackner.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 3E
cinzento claro ou pardo escuro superior e lateralmente reticulado de violaceo
escuro mais estreitamente sobre a cabeça. Essas linhas escuras desappare-
cem nos exemplares de cerca de 7 cm. de comprimento e produzem total ou
parcialmente uma côr violacea cineria que é apenas ás vezes interrompida,
na parte superior do tronco, perto da linha dorsal, por algumas manchas
mais claras diffusas. Ponta da caudal azul clara. Escudos do tronco não ca-
renados, tendo numerosos aciculos dispostos em filas longitudinaes.» (Stein-
dachner)
Habitat: Victoria, R. Parnahyba — Piauhy.
54—Ancistrus cirrhosus, ' Cuv. vai.
Est. 22 fig. 1 ‘
DEI ER 7a 95 Ae To 4- Plat 23
Cabeça 2 e 2); (A 2 e 3/;); no total de contorno rostral elliptico e altura
2 vezes no proprio comprimento ; espaço interorbital largo, contendo a or-
bita 3 e '/, vezes 4 3 '/, vezes 0 ramo mandibular; orbita; 6 e '/, 4 8 vezes
na cabeça; dentes cerca 50/60 em cada lado da bocca; os superiores são um
pouco mais fortes que os inferiores,têm a extremidade (amarelia) dividida e
de abertura extrosa, com uma contricção subterminal; labios grossos, circu-
lares, granulosos; barbilhão egual a '/, do diametro ocular. Aculeos do in-
teroperculo com 10 espinhos mais ou menos. Dorsal originando-se em
pouco á frente das ventraes e attingindo a ponta da adiposa com ponta dos
ultimos raios. Peitoraes com o aculeo subterete, um pouco curvo para
cima, maior que os demais raios e aciculado no bordo externo, attingindo,
quando reclinado, o meio do aculeo ventral e quasi igual, em comprimento,
ao raio caudal inferior. Ventraes menores, com o aculeo menor que os 4
raios seguintes e egual ao quinto, ellas attingem o terço posterior da. anal
que reclinada, occupa 6 anneis. Caudal obliquamente truncada; o raio ex-
terno superior egual a '/, do inferior. Pardo uniforme é o individuo que ser-
vio á presente descripção. Regan assigna-lhe o colorido pardacento man-
chado de mais escuro, para o corpo & nadadeiras, com algumas nodoas es
curas. Exemplar descripto 120 mm.
Habitat: Amazonas e affluentes. dines
Estabelecendo a diagnose de A. dolichopterus, Kner declara que este é
tão parecido com A. cirrhosus que bem poderia ser,sómente uma sua varie-
dade. Os caracteres principaes em que elle se baseia para a diferenciação
das duas especies, são : Dorsal com 8 ou 9 raios e os olhos maiores em 4.
dolichopterus do que em A. cirrhosus—dentes 40 4 50 em cada lado das
maxillas n’este e 30 a 40 n’aquelle. '
1 Cirrhosus, cheio de cirros.
32 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Os Profs. Eigenmann, reconhecendo que todas as especies deste genero
são por tal forma parecidas que as sua descripções seriam uma repetição
de palavras, entretanto, dão para diagnose de Ancistrus cirrhosus — D. 1+ 7
raramente 1+ 8, olhos 6'),ä 7 na cabeça e para À. dolichopterus que re-
unem ä A. temminkü—D. 1 + 8 à 9, (raramente 1 + 7.)
Regan baseia principalmente a differencial no comprimento do ramo
mandibular, em relação ao espaço interorbital e no numero de raios da dor-
sal. Para elle, A. dolichopterus é o unico que possue 1 + 8 4 9 raios e A.
temminkii tem o ramo mandibular 3 e '/; 4 4 no espaço interorbital; e A cir-
rhosus 2 e 'l, a 2 e °/, no espaço interorbital.
Kner teve para descripção treze exemplares de A. cirrhosus e 4 de A.
delichopterus ; os Prof. Eigenmann tiveram 18 exemplares de A. cirrhosus
e mais de 50 de A. dolichopterus.
Regan teve 1 exemplar de A. dolichopterus; 4 de A. temminkii e 8 de
A. cirrhosus.
Encontramos nas collecções do Museu um unico individuo, determinado
por Schreiner como Chetestomus dolichopterus e tendo por procedencia o
Estado do Pará, no qual verificamos a D. com 1 + 8 raios, interoperculo
com dez aculeos e ramo mandibular 3 '/, vezes no interorbital, sendo os
dentes em numero de em cada lado da bocca.
Descriminadamente teriamos :
A. temminkii A. cirrhosus. A. dolichopterus.
DorsalB en o Vogue 1+7el+8 1+7e1+8 1+8 49
OMOSE ERP Te. ee 6 1/2 à 8 6 2/3 4 8 Ig
Ramo mandibular... . . . . . 3 e 1/2 à 4 2e 2/3 2 e 3/4 3e1/3
Dentes o EN, ? 40—50 30—40
Ora, duas differenças ressaltam da comparação supra: O raio mandibu-
lar 2 e ?), e o numero de dentes. A segunda annulla-se pelo exemplar do
Museu
- 50
(2 1 + 8; dentes =,
donde se conclue que só permanece o indice do ramo mandibular, muito
fraco e ainda não provado de valor real.
“Nos parece que o estudo da forma dos dentes seria de vantagem para
elucidação deste assumpto; comtudo, já Kner diz que os dentes de A. cirrho-
sus e A. dolichopterus têm a mesma forma.
Convem observar que este autor diz que A. temminkii deve pertencer
pouco mais ou menos á diagnose de A. cirrhosus; aquelle «apenas não mos-
tra os pontos esbranquiçados» deste. E visto como os Professores Eigen-
"USA » "TU “snayewsns SHISIOUY — € ‘ol "EA © “AND “SNSOYAIO SNIJSIOUT — T ‘dl
‘18 NEM 9 OUIQUS
‘dur ‘ypruyos "f “youd “qui “IW ap “y
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 33
mann, examinando mais de 50 exemplares reuniram as duas especies, se
verifica que o ramo mandibular varia nellas de 2 e */, à 4.
Günther estabeleceu A. hoplogenys dizendo :. «Muito semelhante 4
A. cirrhosus, mas com os espinhos interoperculares mais curtos».
Ora, Regan reune a esta especie C. alga, de Cope, cujos espinhos oper-
culares são muito maiores do que a orbita; na sua chave Regan dá, ao lado
da variação do aculeo dorsal, a orbita da seguinte maneira, como differen-
cial de A. femminckü e A. hoplogenys.
A. temminckii A. hoplogenys
[o taiordaldorsali no 22 22 2/3 à 3/4 na cabeça 3/4 á 5/6 na cabeça
OnDitase AE NT ER MAL LR e ce 8 6 e 1/3
Mas na descripção de A. temminckii elle escreve—«Diametro ocular 6
e !, 4 8 vezes na cabeça».
Muito de proposito, annotamos o numero de espinhos interoperculares
do exemplar do Museu que é o que se encontra em A. temminckii, o que
tambem concorreu para nos convencer da identidade de todas estas especies
descriptas, visto como n’ellas se verifica uma verdadeira troca de caractéres
provando que umas nada mais são que variedades das outras.
55—Ancistrus stigmaticus,! Eigenm. & Eigenm.
BARBADINHO
Est. 22 fig. 2
DES dA AT ES AA EI lat= 2304624
Cebeça 2e°,ä2e?,, altura '/, do comprimento da cabeça; olhos 2
e*/; a3 e'/, no espaço interorbital, 7 4 10 e !/, vezes no comprimento da ca-
beça ; ramo mandibular 1 e 7); 4 2 e “|; no espaço interorbital. Espinhos do
interoperculo em numero de 20 4 30.
Ultimo raio dorsal tocando o 6.º escudo posterior ä sua base, 7 entre
ella e a adiposa. Peitoraes attingindo o meiv das ventraes, estas originando-
se sob o 3.º raio dorsal e attingindo ou passando de pouco o meio da anal;
caudal obliquamente truncada. Os jovens são denegridos, olivascentes, ma-
culados de branco sobre o corpo ; os adultos são pardos (chocolate) com as
manchas mais ou menos distinctas ; estas, em um exemplar procedente do
Rio Tubarão, Santa Catharina, invadem a nadadeira, deixando interspaços
regulares escuros que formam as fachas escuras de A. femminckii.
Habitat: Goyaz, S. Paulo (Mogy-Guaçú e Ribeira) Santa, Catharina
(Tubarão) e Espirito Santo (S. Matheus).
1 Stigmaticus (Lat.) que tem estigmas, marcas.
. 6378
34 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Hemipsilichthys ', Eigenm. & Eigenm.
Pr. Calif. Acad. Sci. 2°, Ser. 2° 46-1890
Corpo um pouco deprimido anteriormente, comprimido na regiäo
caudal. Escamas mais ou menos revestidas de pelle ou isoladas entre si, ©
que se dá especialmente no focinho que, ás vezes, € inteiramente nú; bocca
ampla, com os dentes em ordens parallelas, das quaes a posterior,ás vezes,
está occulta na gengiva e não é regularmente apparente, como a anterior.
Labios grandes, espessos, granulosos ; barbilhão presente ou vestigiario,
substituido por uma prega do angulo da bocca. Olhos pequenos, superiores.
Margem rostral provida de entumecencias, ás vezes fortemente aciculadas,
especialmente nos machos. Dorsal mais ou menos imperceptivelmente ante-
rior ás ventraes com 1+7 raios, tendo um espaço circumjacente á base e que
se prolonga um pouco por traz da nadadeira, nú ; o mesmo succede á anal,
que é grande e tem 1-15 raios.
Adiposa presente, bem desenvolvida. Caudal mais ou menos obliqua-
mente entalhada em crescente, ‘com os cantos redondos. Superficie ventral,
do focinho até a região da anal, mais ou menos totalmente nua ou com uma
placa granulosa entre as peitoraes e ventraes.
[ Peitoraes e ventraes eguaes, barbilhões presentes . . . . . . H. gobio
SUES EOMEERERS Go Er ZEN 9 [focinho provido de cristas late-
/ raes, cutaneas, aciculadas ; ab-
domentni RE H. calmoni
Peitoraes muito maiores que as
ventraes.
é
cu...
focinho desprovido de cristas la-
teraes cutaneas, aciculadas ;
abdomen granuloso . . . . H.duseni
56—Hemipsilichthys gobio,” (Lutk.)
D.1+7;A.1+5 46;L. lat. 27 a 29.
«Altura do corpo 6 no seu comprimento, comprimento da cabeça 3 2 3.
Cabeça delargura 1 e '/;e de altura 1e ° |, no proprio comprimento.Diametro
ocular 9 vezes no comprimento da cabeça; espaço interorbital 2 e '/,,compri-
mento do focinho 1 e '/, vezes.Cabeca sem rugas ou carenas,carenas supraor-
1 (Gr.) Hemi—meio, semi ; psilé-vestes ; ichthys-peixe (peixe semi-nú).
2 Gobio—Gobio, um peixe europeu com o qual Lutken achou ser a especie supra semelhante.
A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 35:
bitaes näo elevadas, espaco interorbital e regiäo occipital chata,com os lados
egualmente convexos; focinho largo, redondo, com a margem núa; operculo
bem desenvolvido, interopeculo pouco movel, não espinhoso. Em alguns
exemplares (machos) os lados da cabeça são tumidos e providos de poucos
espinhos curtos. Escudos espinhosos, não carenados, 27 á 29 n’uma linha
longitudinal, 5 entre o occipital e a dorsal, 9 entre a dorsal ea adiposa, 13
entre a anal e a caudal. Face inferior núa, a area nua estendendo-se sobre
Fig. 44—Hemipsilichthys gobio, seg. Lutken.
os escudos inferiores até depois da anal. Machos com uma papilla anal alon--
gada. D. 1+7 ; o primeiro raio egual a °/, do comprimento da cabeça, o ul-
timo '/,; comprimento da base da dorsal 1 e */; na sua distancia da adiposa.
A 145. Aculeo peitoral curto, mal chegando á base das ventraes ; ventraes
do comprimento das peitoraes ; aculeos peitoraes e ventraes grossos, den-
samente recobertos de espinhos curtos, que são mais fortes nos machos.
Caudal verticalmente truncada ou fracamente emarginada. Pedunculo caudal
de comprimento contendo 3 vezes a altura. Olivaceo, nadadeiras maculadas-
de escuro. 15 centimetros. Comparando a descripção e figura dadas por
Lutken e o unico exemplar existente no Museu Britannico, encaro H. gobio-
como o macho e Plecostomus heylandii como a femea de uma e mesma es--
pecie». (Regan).
Habitat: Parahyba ; Santos.
36 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
57 - Hemipsilichthys calmoni,' steina
D1-+7:A. 1-+5; L. lat. 27429
Cabeça 3 '/, 43), no comprimento (sem a caudal), largura quasi e al-
tura egual ao comprimento da cabeça. Olhos 8 4 9 vezes, espaço interorbi-
tal 2 e3/, ä 3 vezes, focinho 1'/,á 12), na cabeça. Orla rostral núa nas
Fig. 45—Hemipsilichthys calmoni ©,
seg. Steindachner.
femeas, escamosa nos machos, como o alto da cabeça, sendo as placas oc-
cultas na pelle espessa, donde emergem numerosos aciculos. O lado inferior
da cabeça mostra em ambos os sexos um entumecimento longitudinal, mais
FIG. 45 A— &
desenvolvido para os lados
no macho, provido de aciculos
delgados, de ponta curva para
baixo e, o maior delles fica
sobre o extremo do segundo
terço do dito entumecimento;
e a sua parte emergente é
egual 4 um ou dous diametros
oculares. 3 rugas longitudi-
naes indistinctas ‘apparente-
mente tornadas mais fortes
pelo alcool em que se acham
os exemplares) recobertas de
aciculos finos e curtos, per-
correm o foccinho, dos olhos
e d'entre as narinas ao bordo.
Nos velhos, as placas do lado superior da cabeça ficam occultas na pelle
espessa, ao passo que nos jovens ellas ficam de fóra e mostram a fórma
polygonal.Narinas 4 '/, comprimento da cabeça, separadas dos olhos por um
diametro ocular ou um pouco mais. Dentes em dupla fila, nas duas maxillas,.
1) Dedicado ao Dr. Miguel Calmon Du Pin e Almeida.
hivos do Museu Nacional, vol. XVI Fauna Brasiliense, est. XXIII
—
Fig. 1
to
Fig.
le Mir. Rib. phot.
Sabino & Karl gr.
Fig. 1 — Hemipsilichthys duseni, Mir. Rib.
Fig. 2 — Neoplecostomus granosus (Cuv. & Val.)
J. Schmidt impr.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE— PEIXES 37
-0s da fila anterior contiguos, muito curtos e curvos para dentro, na ponta;
os da posterior muito mais longos, em menor numero e, ás vezes, não se
-elevando tanto como os anteriores ou semi-occultos na mucosa da gengiva.
Todos são dourados. Ramo mandibular menor de '/, á */. de diametro ocular
do que o espaço interorbital. Barbilhão vestigiario e isso mesmo em alguns
jovens. Dorsal um pouco mais proxima da adiposa do que da ponta do fo-
cinho, com o aculeo revestido de aciculos e de altura mais ou menos egual
-a0 comprimento da base; a primei-
rales); a te 3), e a segunda fes;
‘ou 1 '/,na cabeça; a orla superior
truncada e os cantos redondos. Es-
paço nú em torno da base não at-
tingindo o ponto que attinge o ul-
timo raio reclinado. Aculeo peito-
ral pelo menos duas vezes mais
forte do que o dorsal, curvo, de-
primido e aciculado, attingindo o
primeiro terço ou mesmo passando
o meio das ventraes, nas femeas ;
nos machos elle é fortemente des-
envolvido, recto, de egual largura
até a ponta de córte transverso tri-
angular e tendo o lado superior aciculado; é, além disso, entumecido por
um espessamento cutaneo e mais longo do que a cabeça, ao passo que o é
mais curto nas femeas. Ventraes tendo o segundo raio mais longo, chegando
á origem da anal; seu contorno posterior é oval. Anal mais alta do que longa
e o espaço nú que a circumda se projecta até o ponto attingido pelos raios
reclinados. Caudal obliquamente emarginada. Superficie ventral nua até a ori-
gem da anal. Violaceo pardacento ou cobreado, manchado difiusamente de
violaceo mais escuro. Lado inferior amarello avermelhado. Nadadeiras mais
densamente maculadas de violaceo. Comp. 13 cent.» (Steindachner).
Habitat: Rio Cubatão, Santa Catharina. |
58 —Heinipsilichthys duseni,! mir. Rib.
CASCUDINHO
Est. 24 fig. 1
ID HL A AY SE GEES er SU
Fic. 45 B — à
Cabeça 3 '/,; altura 4 '/, ‘cerca de 2 vezes na distancia que vae do fo-
cinho ao aculeo dorsal). Dentes como ff. calmoni. A cabeça é arredondada,
grande, com o espaço interorbital plano, sem elevação supra-orbitaria, aci-
1) Duseni — do Dr. Pedro Carlos Djalmar Dusen, eminente botanico Sueco que foi o .primeiro,a colleccionar esta
«especie em aguas do Estado do Paraná.
38 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
culos do focinho mui delgados, curtos, amarellos; olhos 3 '/, no espaço inter--
orbital, 5 '/, vezes no focinho e '/, na cabeça; aculeo dorsal pouco menor do
que o comprimento da cabeça, à meia distancia entre a ponta do focinho e:
a orla livre da membrana adiposa; peitoraes grandes, sua ponta attingindo :
o plano da base do ultimo raio dorsal e o meio do aculeo ventral; ellas säo-
falcadas, muito maiores do que as ventraes, tendo o aculeo do tamanho do
primeiro raio e a préga dermica de bordo parallelo ao anterior do aculeo,
bordo este que é finamente aciculado; ventraes quasi attingindo á origem
da anal com a préga dermica do aculeo maior do que a das peitoraes, anal
originando-se no plano em que termina a dorsal, quando reclinada sobre o:
corpo e terminando um pouco aquem daquelle em que toca O apice da adi--
posa ; esta é mais comprida do que larga; caudal obliquamente crescentifor-
me; os escudos do corpo (31 numa linha longitudinal) são menos separados.
do que em H. gobio Lutk.); porém, no indivíduo do Paraná, que é o menor,
ellas são unidas e o focinho não é tão nú como nos outros,que são maiores;
de que se trata de uma mesma especie é fóra de duvida; concluo por isso
que, quanto mais velho forem os peixes deste genero, tanto mais separadas.
ficam as placas dermicas e mais carnudo o focinho.
O abdomen é finamente aciculado entre a cintura scapular e pelviana,
como em Neoplecostomus. Cör de chumbo diffusamente manchado de ama-
rello, essas manchas sobresahem mais nos jovens; parte inferior alvadia,
nadadeiras impares com os raios plumbeos e a membrana alvadia; vestígios
de macula sobre as outras e raramente sobre as primeiras. 10 centimetros.
Habitat: Estado do Paraná e S. Paulo (Ribeira).
Neoplecostomus,! Eigenm. & Eigenm.
Prof. Calif. Acad. Sci. 2°, 22 Ser. 42 — 1890
Cabeça deprimida parabolica; corpo subterete, comprimido pos--
teriormente. Labios grandes, dentes numerosos, em uma série; pseudo-bran-
chias ausentes; placas postoccipitaes numerosas, mediocres,sem fórma espe--
cial e menores que as do resto do tronco. Dorsal sobre as ventraes, 1 + 7;
cintura clavicular recoberta; peitoraes 1 + 6, com o aculeo terminando em
ponta flexível; ventraes com um raio rudimentar, interno. «A adiposa com o
aculeo normalmente desenvolvido, vertebras sob a dorsal com as neurespi--
nas, sobre a anal com hemespinas bifidas. Vertebras 5 + 8 + 18» Regan)»
1) Neo (gr.) Novo; Plecostomus, genero Plecostomus.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 39
59—Neoplecostomus granosus,' Cuv, & val.
Est. 23 — fig. 2
D.1+7; A1+546;L. lat. 27—30
Cabeça 3 4 3 e 1/4 (sem a caudal) no comprimento total; moderada-
‘mente deprimida, de contorno parabolico anteriormente. Olhos á 2/3 da orla
«do focinho pequenos, 8 e 1/2 4 12 (a 13, Regan) no comprimento da cabeça,
4 vezes no espaço interorbital. Uma ruga indist ncta dos olhos ao lado da
-orla rostral anterior, ás vezes oulra mediana, dentre as narinas äquella orla.
Lobios grossos, papillosos, um tanto quadrangulares posteriormente; barbi-
lhão curto; 12 dentes em cada intermaxillare 7 4 8 em cada mandibular,
são elles bifidos e curvos como em Loricaria.Todo o lado inferior da cabeça,
desde a ponta do focinho, nú. Placas post-occipitaes pequenas. Placas do
‘corpo desprovidas de carenas, nos individuos maiores, mui indistinctamente
-carenadas, nos mais jovens. Abdomen recoberto por uma placa, um tanto
quadrangular, de escudos pequenos, aciculados, entre as peitoraes e ven-
traes. Dorsal mediocre, sobre as ventraes; peitoraes com o aculeo mais curto
que o primeiro raio; aquelle é curvo, deprimido e aciculado (especialmente
no bordo anterior),sendo a nadadeira falcada.Ventraes do tamanho das pei-
toraes, com o aculeo tão ou mais forte que o desta. Região anal núa até por
traz da nadadeira desse nome. Esta mediocre, attingindo o plano da adiposa
que é normal. Caudal lunada, com o lobo inferior ligeiramente proeminente.
Pardo uniforme ou marmorado de mais escuro. Nadadeiras transfasciadas
-dessa côr, sendo as fachas formadas por manchas localizadas sobre os raios.
Habitat: Os 27 exeplares que serviram á descripçäo supra procedem
de Casal—Rio Parahyba—onde foram colleccionados pelos Srs. C. Moreira
e Siqueira. Os profs. Eigenmann obtiveram-n'o de Goyaz. Cuvier e Valenci-
ennes de Cayenna.
Plecostomus, Gronow.
Mus. 1, 24—1758.
Corpo provido de placas grandes, contiguas, mais ou menos carenadas;
com 1 4 3 placas post-occipitaes e 3 nucaes medianas (uma já contada como
post-occipital); abdomen mais ou menos completamente revestido de pequenas
placas, finamente aciculadas que vêm, no caso mais completo, do focinho,
em torno dos labios, ao anus. Bocca moderada, lobios grossos, 0 posterior
1) Granosus=cheio de protuberancias.
2) Plecostomus (gr. lat.) ; plekei—trança, stoma—bocca.
40 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
papilloso; barbilhäo presente, mediocre. Olhos lateraes, mediocres, narinas
proximas dos olhos; operculo e interoperculo pouco moveis, desprovidos de
aciculos desenvolvidos; temporaes grandes, irregularmente redondos, pouco
(quando) carenados. Dorsal originando-se adeante das ventraes, com 1 +.7
raios, livre posteriormente. Adiposa presente,provida de aculeo largo, medio-
cremente aciculado. Peitoraes com aculeo forte, attingindo ou quasi attin-
gindo as ventraes que nascem mais ou menos sob o 3 raio dorsal. Anal pe-
quena (1 + 4). Caudal lunada mais ou menos obliquamente, sendo o ultimo
raio inferior o maior. Peixes cummuns em nossas aguas, de coloração quasi
sempre maculada de preto ou amarello e conhecidos pelo nome vulgar de
Cascudos e Acarys.
41
PEIXES
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE
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6378
42 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
60—Plecostomus emarginatus, Cuv.& Val.
Est. 24—fi. 1
Deis. AS 4 E. lat. 28—30
Todo o corpo superiormente hemi-terete, inferiormente quasi plano.
Cabeça 3 e 1/3 ä 4 vezes no comprimento do corpo (sem a caudal) de con-
torno anterior subtriangular. Ponta do focinho núa, o resto finamente acicu-
lado; aciculos do interoperculo e do operculo mediocremente desenvolvidos.
Ramo mandibular 2 e 1/2 vezes no espaço interorbital e tendo os dentes
com um lobo lateral pequeno, pelo lado externo; labios moderados, granu-
losos; barbilhões desenvolvidos, maiores que o diametro orbitario. Olhos
no meio da distancia que vae da ponta do focinho á placa predorsal, 6 49
vezes na distancia que vae da mesma ponta á do processo occipitale 3 e 1/2
vezes no espaço interorbital. Narinas no meio da distancia que vae da
processo ponta do focinha á base do occipital. Espaço interorbital 2 e 1/4
á2e 1/2 vezes no comprimento da cabeça, quasi plano, apenas deprimido
por traz da crista orbitaria superior. Occipital mediocre, terminando n'um
processo que se eleva algum tanto, acima do plano da placa, em carena
mais ou menos aciculada, tendo 1 á 3 placas nucaes em cada lado e uma
grande, mediana, posterior. Escudos nucaes medianos bi-carenados, os do
corpo mediocremente carenados e todos densamente recobertos de acicu-
los muito finos e curtos, que se tornam maiores no extremo posterior da
carena. 4 carenas longitudinaes, parallelas, continuas, as duas primeiras do
início da dorsal á diposa, as demais da cabeça aos lados da cauda. Dorsal
originando-se sobre o terço posterior das peitoraes encostadas ao corpo ;
o seu aculeo é terete, fraco, menor do que a cabeça de um diametro ocular e
espinhoso, do extremo do primeiro terço para cima. A base dessa nadadeira
é menor do que a altura da mesma e egual ao comprimento do aculeo pei-
toral que é forte, deprimido, curvo e recuberto de aciculos, dos quaes os su-
periores vão augmentando de comprimento, 4 proporção que estão mais
proximos da ponta. O primeiro raio é maior do que o aculeo e do que
os demais raios da nadadeira, e todos elles têm o lado soperior aguçado e
armado d'uma serrilha de aciculos. Nenhum attinge perfeitamente as ven-
traes, que nascem sobre o terceiro raio dorsal e que mal attingem o aculeo
da anal. Esta nadadeira é fraca, occupando, reclinada, 4 e 1/2 placas.
1) Emarginatus (Lat.)}—emarginado, isto é, o escudo post-occipital assim considerado por
Cuv. & Val,
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A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 43
Distancia entre o ultimo raio dorsal e a adiposa, egual a que vae da ponta do
focinho ao bordo posterior do 2.° escudo nucal; 8 anneis (7 placas media-
nas) entre aquelle raio e o aculeo da adiposa que, reclinado, termina 4 4
placas medianas do primeiro raio accessorio da caudal. Esta nadadeira, geral-
mente furcada pelo extraordinario desenvolvimento dos raios externos
que são comprimidos e fortemente aciculados. Os aciculos, com a edade,
augmentam de comprimento, insensivelmente, para a ponta dos raios. Ab-
domen fortemente granuloso, do focinho ä anal. Pardo amarellado, zebrado
ou pontuado no corpo e irregularmente zebrado de mais escuro nas nadadei-
ras. Nos jovens as nadadeiras são tambem pontuadas. O exemplar maior,
das collecções do Museu, mede 78 cent. da ponta do focinho á do raio cau-
dal inferior (o superior está quebrado ).
Habitat: Amazonas e tributarios, Magdalena, Rios das Guianas, Colum-
bia e Venezuela.
6i—Plecostomus wertheimeri,! steina
D'ART AS Wat 5 abe late 22
«Cabeça (3 e 1 3 no corpo) e lados do corpo com placas não carenadas.
As da orla lateral da cabeça providas de numerosas cerdas rijas externas.
Superficie laterai do focinho fortemente deprimida; placas temporaes muito
grandes, com sulcos vermiformes entre rugas asperas e obtusas e com
grandes maculas escuras, redondas, qual o resto da cabeça; caudal obliqua-
mente truncada; uma fila de escudos transversos em cada lado do ventre en-
tre as peitoraes e as ventraes. Placas do tronco com maculas redondas de
cor amarella clara. Dentes muito longos, villiformes, com uma ponta late-
ral externa. 240 mm.» (Steindachner.
Habitat: Rio Mucuri.
62—Plecostomus vaillanti,? steind.
«Altura 5 e '/, 4 6, comprimento da cabeça cerca de 3 vezes no com-
primento, sem a caudal. Altura da cabeça 1 e *), ä 2, largura 1 e !h, compri-
mento do focinho 1 e “/., diametro ocular 6 e '/,, espaço interorbital 2 e é), no
comprimento da cabeça. Comprimento do ramo mandibular cerca de 2 e '/,
1) Wertheimeri — de Wertheimer, que colleccionou peixes no Brasil para'o Prof. Steindachner.
2) Vaillanti — de L. Vaillant, Ichthyologista do Mus. de Historia Natural de Paris.
44 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
vezes na abertura interorbital. Focinho largo, redondo; margens supraorbi-
taes fortemente elevadas; supra-occipital com uma carena mediana modera-
damente elevada ; placas temporaes não carenadas; barbilhão do compri-
mento do diametro ocular. Escudos espinhosos, não carenados, 27 à 28
numa serie longitudinal, 7 á 8 entre a dorsal e a adiposa, 14 entre a anale a
caudal. Supra-occipitaes bordadas posteriormente por um escudo mediano
e por um ou dous de cada lado. Face inferior da cabeça e do abdomen
quasi completamente recoberta de pequenas placas granulares; comprimento
da base da dorsal maior do que a sua distancia da adiposa. A. 1 +4. Aculeo
peitoral chegando ao terço anterior das ventraes. Caudal obliquamente emar-
ginada. Pedunculo caudal contendo 3 e2/, a altura. Grandes manchas escuras
na cabeça, no corpo e nadadeiras, as das nadadeiras, äs vezes, formando
fachas transversaes. 200 mm.» (Regan.)
Habitat: Rio Puty, Rio Preto, S. Gonçalo, Goyaz?
63—Plecostomus wunchereri,' Günther
Te AS LA Nat 20
«Cabeça deprimida, apenas elevada no meio, seu comprimento sendo
contido 3 e2/,no total (sem a caudal). Não ha crista entre os olhos e
as narinas. Diametro ocular '/, da largura do espaço interorbital. Meio da
FIG. 46 — Plecostomus wuchereri, seg. Regan.
ponta do focinho nú. Pregas labiaes bem desenvolvidas com muitas papillas;
barbilhões curtos, do comprimento de um diametro ocular. Maxilla superior
1) Wuchereri — de Wucherer, que fez collecções de objectos de Historia Natural na Bahia.
A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE —PEIXES 45
com cerca de 45 dentes em cada lado, a inferior com cerca de 36. Interor-
perculo sem denticulações. Um espaço triangular em cada lado da face infe-
rior da cabeça, entre a prega labial e a abertura das guelras, recoberto de
pequenas placas. Interspaço posterior ao meio do labio inferior, nú. Thorax
e quasi todo o abdomen, adiante das ventraes, recoberto de pequenas pla-
cas, porção lateral do ventre núa. Comprimento da base da dorsal maior do
que a sua distancia da segunda nadadeira, 6 ou 7 escudos entre as duas
nadadeiras. Dorsal não muito mais alta do que longa, sendo o comprimento
do seu primeiro raio menor do que o da cabeça. Caudal obliquamente sub-
truncada; seus raios externos não espinhosos e o inferior sómente um pouco
mais comprido do que o inferior; 13 ou 14 escudos entre a anal e a caudal.
Aculeo peitoral muito forte, armado superiormente de longos espinhos curvos;
elle se projecta, posteriormente, até ou quasi até o meio das ventraes. Escu-
dos do corpo estriados, porém não carenados; a crista post-humeral é obtusa.
Corpo e todas as nadadeiras recobertas de numerosas muculas redondas,
pardas, que não são muito menores do que os olhos, formando duas series
entre os raios dorsaes e uma entre os caudaes. 25 centimetros.» (Giinther)
Bahia e Minas —Rio S. Francisco, Rio das Velhas.
Considero esta especie identica a P. lufkeni Steind, em face das des-
<ripçôes respectivas dadas por Tate Regan.
64—Plecostomus agna, Mir. Rib.
ANHÄ
Est. 24 fig. 2
D.1+7;A.1-+4; L. lat. 26.
Cabeça 3e'/, no comprimento (sem a caudal) de contorno anterior para-
bolico ; ponta do focinho tendo uma área subcircular nua; ramo mandibular
contido 2 vezes no espaço interorbital; este chato, contido 2 2); na distancia
que vai da ponta do focinho ao angulo posterior da placa occipital; esta cer-
cada por tres outras; aculeo dorsal justamente em meio da distancia que vai
da ponta do focinho á placa anterior do aculeo da adiposa; e quasi justa-
mente egual ao comprimento que vae da ponta do focinho ao angulo poste-
rior da placa occipital; orbita 2 e º/, no espaço interorbital; peitoraes tendo
o aculeo ligeiramente menor do que o primeiro raio e passando de duas
placas a base das ventraes ; estas fazem o mesmo com a anal; caudal obli-
-quamente lunada, sendo o raio inferior o maior. 26 placas em uma linha
1) Agna—latinisaçäo de Anhá, nome pelo qual Iporaguenses conhecem esse cascudo. -
46 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
longitudinal; só as do pedunculo e tronco mui francamente carenadas; parte
anterior mais lisa do que a posterior; parte inferior da cabeça, do thorax
e do abdomen aciculada com algumas falhas nos lados e na região anal.
Plumbeo; cabeça punctulada de preto; nadadeiras dorsal, peitoraes e ven-
traes com as membranas maculadas de negro, sendo as maculas circuladas
de cor alaranjada; parte inferior alvadia e bem assim a membrana interra-
dial da nadadeira caudal. 1 exemplar de 0”, 22.
Rio da Ribeira.
65—Plecostomus tietensis,! (Rud. Ihering & Regan)
Dees TEA — ASE wlat. 27
«Altura 4 e 3/5, cabeça 3 e 1/5. Altura da cabeça 1 e 2/3 no compri-
mento, largura da mesma 1; focinho 1 e 3/4; diametro ocular 6 e 2/3; espaço
interorbital 2 e 2/3. Ramo mandibular 2 e 1/2 no espaço interorbital. Barbi-
lhões 3/4 do diametro ocular. Focinho largo, redondo; margem supra-orbital
ligeiramente elevada; supraoccipital sem crista mediana, quasi plana; placas
temporaes não carenadas. Escudos espinulosos, não carenados, 27 numa
série longitudinal, sete entre a dorsal e a adiposa, 14 entre a anal e a cau-
dal. Supraoccipital marginada, posteriormente, por um escudo mediano e um
em cada lado. Face inferior da cabeça e do abdomen núa, excepto para uma
facha entre as bases das peitoraes. Dorsal 1 + 7, com o primeiro raio 4/5
do comprimento da cabeça, quando reclinado chegando á frente da base do
ultimo raio que é de 3/5 do comprimento do primeiro; comprimento da base
da dorsal egual á sua distancia da parte posterior do aculeo da adiposa.
Anal 1 + 4. Peitoraes chegando ao terço anterior das ventraes. Caudal li-
geira e obliquamente emarginada. Pedunculo de comprimento contendo tres
vezes a altura. Parte superior da cabeça com fachas escuras ou vermicula-
ções; corpo com maculas escuras; nadadeiras com fachas transversaes escu-
ras ou series de maculas. 160 mm.» (Rud. & Regan).
Habitat: R. Tieté, S. Paulo.
66—Plecostomus verres,? (Cuv. & Val.)
EST. 25—FIG 1
Delt ALAS A SIL. lat. 26.28.
Cabeça tres vezes e de altura contida 4 e 2/3 no comprimento, sem a
caudal. Bocca moderada; ramo mandibular 3 e 1/2 vezes no espaço interor-
bital; orbita 7 e 1/3 (6 49 e 1/2 segundo Regan no comprimento da cabeça,
1) Do rio Tieté, S. Paulo.
2) Verres—barräo ou verrão.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES AT
tres vezes no espaço interorbital que, por sua vez o é 2 e 1/3 no compri-
mento da cabeça. Occipital carenado e circumdado por tres escudos nucaes,
um mediano bicarenado e dous lateraes; escudos nucaes medianos bicare-
nados. Aculeo dorsal pouco maior do que a base da nadadeira e pouco
menor do que o comprimento da cabeça; a nadadeira é um tanto arredon-
dada no bordo superior. Aculeo peitoral pouco maior, porém muito mais
grosso do que o dorsal, achatado na base, claviforme na ponta onde os aci-
culos que o recobrem são maiores, sobre o lado superior, attinge o primeiro
terço do aculeo ventral que é fraco e não passa á anal; esta € pequena,
accupando seis placas quando reclinada; sete placas entre a dorsal e a adi-
posa; 13 4 14 entre a anal e a caudal. Adiposa com o aculeo curvo, occu-
pando a sua extensão tres placas. Caudal semilunar, um pouco obliqua. Es-
cudos do corpo carenados nas duas filas superiores até á adiposa ou antes
desta; na fila post-humeral, até á ponta do aculeo peitoral sómente. Superfi-
cie abdominal totalmente recoberta de placas granulares pequenas. Pardo
maculado de preto no corpo e nadadeiras; as maculas menores sobre a
cabeça. Maior comprimento registrado 35 cm.
Habitat: Amazonas, Marajó, N. do Brasil e Goyanas.
67—Plecostomus plecostomus,' (L.).
ACARY
DIET A UE Tat 2527
Cabeça 3 e 1/3, de perfil ligeiramente convexo; bocca moderada ;*bar-
bilhão igual 4 um diametro orbitario; ramo mandibular pouco menor do que
esse diametro, que é contido 6 e 1/2 vezes na cabeça, 2 e 4/5 no espaço in-
terorbitario, 3 e 2/3 no focinho; diametro orbitario 2 e 1/4 na cabeça. Duas
cristas obsoletas partem das narinas para se reunirem sobre o occipital que
é carenado em quasi toda a extensão (2/3 superiores) e limitado posterior-
mente por um unico escudo. Crista supraorbitaria elevada, projectando-se
para diante até ás narinas e para traz até o bordo dos temporaes. Altura 4
e 1/2. Placas nucaes medianas bicarenadas, as do corpo moderadamente
carenadas. As carenas da primeira fila superior terminam na adiposa, as da
segunda um pouco adiante, as da linha lateral são apenas perceptiveis nos
escudos anteriores, as da fila post-clavicular terminam, quando muito, sob o
quarto raio dorsal.
Abdomen e thorax granulosos; face inferior da cabeça tendo uma região
posterior ao labio inferior, núa. Dorsal originando-se adiante do meio do
aculeo peitoral, o seu aculeo (quebrado no exemplar que serve a esta des-
1) Jà definido.
48 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
cripçäo), segundo os autores, & igual ao comprimento da cabega. Oito pla-
cas entre a dorsal e a adiposa, 1/4 entre a anal e a caudal. Peitoraes com o
aculeo deprimido, curvo, mal passando a axilla das ventraes, cujo aculeo at-
tinge o meio da base da anal. Esta, pequena, terminando adiante da verti-
cal baixada do escudo anterior á adiposa. Caudal um pouco obliquamente
lunada; uma placa transversa, mediana, adiante do primeiro raio anal. Pardo
maculado de escuro; as maculas menores sobre a cabeça. Maior compri-
mento registrado 35 cm.
Habitat: Rio Negro, Ypanema, Matto Grosso, Amazonas para o Norte,
Goyanas, Venezuela, Trindade.
68—Plecostomus macrops,' (Eigenm.).
EST. 25—FIG. 2
D. 1-7; A. 1+ 4; L. lat. 25 à 27
Cabeça 3 e 1/2 no comprimento do corpo, altura 5. Largura da cabeça
quasi egual ao proprio comprimento. Ramo mandibular duas vezes no es-
paço interorbital, este 2 e 2/3 no comprimento da cabeça. Barbilhäo quasi
egual ou egual 4 um diametro orbital. Orbita (5 e 1/2 4 7) seis vezes na ca-
beça, duas no espaço interorbital e tres no focinho. Espaço interorbital ligei-
ramente concavo, placa occipital limitada posteriormente por um unico es-
cudo nucal mediano, grande. Aculeo dorsal pouco mais comprido do que a
cabeça, terminando sobre um dos quatro escudos anteriores á adiposa, quan-
do reclinado. Peitoraes com o aculeo deprimido, aciculado mais fortemente
sobre a face superior e passando a axilla das ventraes; estas passando
a base da anal; sete placas entre a dorsal e a adiposa; adiposa com o acu-
leo grande, em fórma de lamina de faca, occupando cinco placas com a sua
extensão. 15 placas entre a anal e caudal (13 a 15. Caudal mais ou menos
obliquamente lunada. Superfície abdominal núa por traz da parte mediana
do labio pesterior, na cabeça e em torno da base das ventraes, no ab-
domen; no resto granulosa. Pardacento uniforme.
Habitat: S. Francisco. Araguaya; Matto Grosso.
69 - Plecostomus garmani, 2 (Regan.).
D 1 +7; À. 1 +4; L. lat. 26
«Altura 6, comprimento da cabeça 3 e 1/2 vezes no comprimento total.
Altura da cabeça 1 e 3/4 no proprio comprimento, largura 1 e 1/7, compri-
mento do focinho 1 e 4/5, diametro ocular 6 e 1/2, espaço interorbital 3 e
1) (Gr.) Macros = grande; ops olhos.
2) Dr. Samuel Garmann, do Museu de Zoologia Comparada de Cambridge, Am. do Norte.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE— PEIXES 49
1/6. Comprimento do ramo mandibular 1 e 4/5 no espaço inter-orbital. Bar-
bilhão um pouco mais curto do que o diamentro ocular. Focinho largo, re-
dondo, orlas supra-oculares não elevadas; supra-occipital ligeiramente con-
vexa, sem crista mediana; placa temporal não carenada. Escudos espinu-
losos, não carenados, 26 n’uma série longitudinal, sete entre a dorsale a
adiposa, 14 entre a anal e a caudal. A supra-occipital inteiramente margi-
nada por um unico escudo, posteriormente. Face inferior da cabeça e abdo-
men recoberta de pequenas placas granulares, excepto para as regiões pos-
teriores á bocca e proximas das ventraes que são núas.
FIG. 47 — Plecostomus garmani, seg. Regann.
D. 1 + 7, 0 primeiro raio do comprimento da cabeça não chegando a
adiposa quando reclinada, o ultimo 1 2 do primeiro; comprimento da base
da dorsal egual á sua distancia do meio do aculeo da adiposa. A. 1 +4. Acu-
leo peitoral projectando-se ao quarto anterior das ventraes. Caudal emargi-
nada. Pedunculo contendo a sua altura 2e 2 3 vezes. Olivaceo uniforme;
dorsal com vestígios de manchas ou barras mais escuras, 26 cm.» (Regan)
Habitat: Goyaz, Tocantis e Rio S. Francisco (R. das Velhas).
70—Plecostomus une,’ steina.
D. 1 +7; À. 5: L. lat. 26.
«Cabeca deprimida, tendo apenas uma ligeira proeminencia no occiput
e na nuca, sendo o seu comprimento '/, do total (sem a caudal); não ha cris-
tas entre os olhos e as narinas. Focinho largo, sub-semi-circular, com a ex-
1) Une — do Rio Una, Estado da Bahia.
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5 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
tremidade um pouco espessada e núa no meio, prega labial de largura mo--
derada, não entalhada posteriormente; interoperculo sem aculeos. Thorax e
ventre inteiramente nús, havendo sómente pequenas granulações entre a pre-
ga labial e a abertura das guelras. Dorsal mais comprida do que alta, sendo
o comprimento de sua base maior do que a sua distancia da adiposa. Ha
sete escudos entre as duas nadadeiras. Caudal obliquamente emarginada.
Aculeo peitoral projectando-se até a base das ventraes, e tendo a sua extre-:
midade recoberta de aciculos muito curtos, 14 escudos entre a anal e a cau-
dal, os escudos lateraes do corpo sem carena ou espinhos proeminentes, pre--
ga post-humeral muito obtusa. Cabeça, corpo € nadadeiras, com maculas
pretas redondas, as da cabeça sendo muito mais numerosas € consideravel-
mente menores do que as outras. As maculas no corpo são arranjadas em
cerca de 5 séries longitudinaes; só uma em cada espaço interradial da dor-
sal, as maculas da caudal formam seis series transversaes.» (Günther).
Habitat: Bahia, Rio Una.
71—Plecostomus commersoni,! (Cuv. & Val.)
YARU-ITACURA 2
EST. 25, FIG. 3
D. 147; A. 144;L. lat. 28 a 30
Cabeça 3 '/,no corpo, ramo mandibular 3 vezes no espaço inter-orbital.
Orbita posterior ao meio da cabeça, 3 '/, vezes no espaço inter-orbital, 10:
vezes na cabeça. Espaço inter-orbital, indistinctemente convexo. Oc-
cipital obtusamente carenado, limitado por uma unica placa nucal, pa--
pilliforme; temporaes grandes, mais ou menos carenados, não formando
o bordo posterior ocular; 3 placas nucaes bicarenadas. Todas as placas
da parte superior do corpo e dos flancos carenadas; a fila de carenas que
nasce ao lado do inicio da dorsal, não pára na adiposa, mas, segue até
o raio caudal superior. Peitoraes com o aculeo do comprimento da
cabeça, aciculado para a ponta que attinge a axilla das ventraes; estas
com o aculeo mais fraco, porém, attingindo á anal e originando-se sob o 3º
ou 4º raio dorsal. Dorsal elevada, com o aculeo maior do que o compri-
mento da base, porém egual aos aculeos peitoraes, em comprimento ou aos.
comprimento da cabeça; a nadadeira reclinada, não attinge a diposa, 7 ou 849
placas entre a dorsal e a adiposa, 15 entre a anal e a caudal que é ligeira-
mente lunada, tendo os raios externos fracos e não prolongados. Cinereo-
pontuado de preto; as pontuações da dorsal em 2 ou 4 filas e, neste caso,.
1) Commersoni— de Commerson,
2) Dos Guaranys.
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A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 51
«constituindo ás vezes, zebruras irregulares. Caudal mais ou menos denegri-
da pela reunião ou diffusão das maculas. Superficie ventral granulosa. O
maior exemplar das collecções do Museu, mede 47 centimetros.
Habitat: Do Rio S. Francisco ao Rio Paraná. Rio Pomba, Rio Parahyba.
72—Plecostomus alatus,! (cast.).
EST. 26, FIG. 1
D.1+ 7; A. 1 + 4; L. lat. 27 4 29
Cabeça quasi perfeitamente 3 vezes no comprimento ‘sem a caudal);
‘bocca ampla, dentes em duas series, ramo mandibular 1 'l no espaço inter-
orbital; barbilhão egual á '/, diametro orbitario; operculo e interoperculo
-curtamente aciculados; olhos tendo o bordo posterior sobre o angulo poste-
rior da abertura opercular, 5 e? ,no comprimento da cabeça, 2 ' no espaço
interorbital que é contido 2'/, vezes no comprimento da cabeça, tem-
poraes indistinctamente carenados e, como o occipital é um pouco elevado
na linha mediana, formam-se duas depressões lateraes que se estendem até
a fronte. Occipital marginado por um unico escudo em forma de leque total-
niente aberto; processo occipital curto. Aculeo dorsal de comprimento egual
ao que vae da base do fulcrum 4 ponta do focinho e não attingindo a pri-
meira placa anterior á adiposa; a nadadeira dorsal é obliquamente truncada;
a adiposa tem o aculeo occupando 4 placas, quando reclinado. Aculeos pei-
toraas passando de pouco o 1º terço dos ventraes, estes attingindo a 3
placa posterior 4 anal. Caudal obliquamente lunada. Carenas indistinctas, su-
perficie ventral granulosa. Pardo recoberto de maculas redondas, amarellas,
em toda a parte superior do corpo e nadadeiras; caudal com um sombreado
indistincto em meio da sua margem posterior. 26 cent.
Habitat : Rio S. Francisco.
73—Plecostoinus auroguttatus,? (Kner).
DIL 7g Ae AN at 251426
«Cabeça 4 '/; e no total, '/, no comprimento do corpo; a maior largura
eguala a um comprimento da cabeça; a maior altura (da base das peitoraes
A nuca) eguala apenas 4 metade. Os olhos grandes e circulares ficam 4 3 e
1, diametros da ponta do focinho, á 1 e'/,da orla dos temporaes e um pouco
mais de 2 entre si. O seu diametro perfaz '/; do comprimento da cabeça. As
1) Alatus (Lat.)—alado, isto é, de nadadeira grande.
2) (Lat.) Auroguttatus = cheio de gotas de ouro.
52 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
fossas nasaes mediocremente largas, são quasi equidistantes entre si e os:
olhos, isto é, um pouco menos do que um diametro ocular; o focinho muito
largo e obtuso constitue, em contorno até o angulo da bocca, um segmento
de circulo e só dahi começam as suas orlas a divergir até a abertura oper-
cular. Todo o alto da cabeça é como a orla, recoberto de escudos asperos,
com excepção de uma larga região núa no meio da ponta do focinho. Dahi
ás narinas, é o focinho fortemente entumecido, tornando-se, porém, concavo:
dos olhos ás bochechas. Nem o escudo nucal, mediano, nem os temporaes
são carenados; o primeiro, proeminente posteriormente com ponta obtusa, é
variavel (elle mostra fórma diversa em cada exemplar assim como os escu-
dos limitrophes, ás vezes divididos em mais partes). Operculos e interoper-
culos têm, na orla, alguns aciculos um tanto mais longos, rectos. Egualmente
augmentam em comprimento as asperezas de todos os escudos do corpo so-
bre as suas orlas; e quasi se transformam, em quasi todas as filas, em curtos,
espinhos, atravéz dos quaes sómente em parte apparecem as carenas late-
raes. D'estas apenas a superior fica distincta, da primeira dorsal á caudal;
as da segunda e terceira filas de escudos são apenas perceptiveis, a da 4º in-
ferior começa em angulo agudo, diminuindo depois gradativamente para a
cauda, de modo que, apenas na ultima, os lados são separados da face in-
ferior por uma crista aguda, que começa nos lados da anal mas logo se eleva
obliquamente, sobre os lados da cauda, e ahi mesmo termina com uma crista
perceptivel. O córte transversal do pedunculo fórma, em consequencia das
suas carenas lateraes superioros e inferiores, approximadamente, um tetra-
gono alongado, regular, que é duplamente mais alto do que largo. Os escu-
dos das-filas da cauda têm a forma e disposição de escamas que parecem,
mais particularmente pelas suas orlas, com denticulações mais longas, as
ditas ctenoides. Na face inferior da cabeça terminam, em os lados, com o an-
gulo arredondado, os asperos escudos marginaes que se estendem á face ex-
terna do labio anterior. Garganta, peito e ventre em grande parte nús, ape-
nas cá e lá isoladamente recobertos de escamas; e as escamas do meio do
ventre são as menores. Entre a anal e a caudal ha 12 a 13 escudos. As
mandibulas são largas ; n’ellas contei n'um dos melhores exemplares, mais.
de 60 dentes delgados e longos, com a ponta mais parda, amplamente curva
e não entalhada. Junto á curva da coröa, ha, geralmente, uma curta ponta
lateral que, frequentemente, falta tambem; a parte basilar horizontal é curta
ou não desenvolvida. Os barbilhões são moderadamente desenvolvidos, o”
labio posterior curto, fortemente papilloso. Distancia entre o focinho e a.
dorsal, mais de 3 vezes no comprimento do corpo; essa nadadeira é mais.
alta do que longa; seu primeiro raio é egual á um comprimento da cabeça
e attinge, reclinado, as visinhanças da adiposa, cujo aculeo, moderadamente:
curvo e comprimido, se salienta pelo tamanho, quasi egualando à anal. O acu--
leo peitoral é quasi egual ao aculeo dorsal em comprimento, e provido de
aciculos curvos para cima e para diante dirigidos do meio de seu compri--
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 53:
mento para a ponta. Elle chega ao extremo ou além do extremo da base
das ventraes. Estas nascem sob a metade anterior da dorsal e chegam até
a anal que, como em todos os Hypostomus de cauda curta deste grupo, é
mediocre, e muito proxima da fossa anal. A caudal é apenas entalhada, os
seus raios medianos são, por isso, apenas mais curtos e só os raios termi-
naes de ambos os lobos proeminam, sendo o inferior um pouco maior, com-
tudo egual 4 um comprimento da cabeça. O museu de Vienna possue ape-
nas 3 exemplares seccos desta especie, dentre os quaes o maior, macho,
mede 28 cts. Na cabeça, sobretudo nos temporaes, nota-se ainda maculas
redondas negras, que faltam, porém, no corpo e nadadeiras Ao contrario,
mostram-se ao longo dos lados, manchas mais ou menos distinctas, claras,
alongadas, variaveis, que certamente se reunem em fachas longitudinaes e
em parte tambem se deixam ver na dorsal e nas ventraes. Ellas devem, em
estado fresco, ser de côr amarella e, com certeza, valeram o nome desta es-
pecie que Natterer já havia escolhido, na respectiva noticia, sem comtudo
dar maior explicação sobre a mesma.» (Kner.
Hemiancistrus,' Bleeker.
Nederl. Tijdschr. Dierk. 1, 78, 1864.
Corpo moderadamente alongado, cabeça revestida de escudos não pro-
vida de aciculos senão no inter-operculo, que delles tem um facho erectil.
Bocca mediocre, com dentes finos, sinuosos, de ponta bifida, mais ou menos
æquilobada; labios granulosos; barbilhão moderado. Peitoraes com o
aculeo grande, aciculado no bordo externo e no lado superior, cada vez mais
fortemente, ä proporção que se caminha para a ponta, que attinge ou passa
a base das ventraes; estas, nascendo mais ou menos sob o terceiro raio da
dorsal; esta amplamente separada da adiposa, com 1 + 7, raios. Adiposa
presente, sobre o extremo da anal reclinada; esta pequena. Caudal trunca-
da ou entalhada mais ou menos obliquamente. Superfície ventral mais ou
menos núa.
1) Hemi (gr.) = semi; Ancistrus, genero já citado.
54 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Focinho grandemente entumecido, de contorno redondo ....1... . « + + + « nee H. scaphirhyn-
chus.
L. lat. 23 4 24 escudos do corpo carenados. . . . H. pictus.
Especies brasi-
leiras. Dorsal tendo o ts
ultimo raio Olhos 5 vezes na
livre posteri- cabeça, corpo
ormente. e nadadeiras
fasciados de
| ESCULO ena H. vittatus.
Uma crista oc-
cipital; olhos
2 no espaço
interorbital.
Focinho näo en-
tumecido, de
contorno an-
gular, ligeira- L. lat. 26. es-
mente parabo- cudos não Olhos 4 e 1/2 ve-
lico. carenados. zes na cabeça;
nadadeiras pin-
tadas de preto. H. oligospilus.
Occipital sem crista externa,
olhos 3 e 12 no espaço inter-
orbital e 6 vezes na cabeça. . . H. bachi.
Dorsal tendo o ultimo raio ligado aos 3 escudos medianos que se :
SEPUCIN stove. cre) leeren ea es oto) one) or alles eine) opi nie cn En H. niveatus.
74 — Hemiancistrus scaphirhynchos, ' (Kner).
D. 1 +7; À. 1 +5; L. lat. 25 a 26.
«O comprimento da cabeça é egual 4 1/3 do comprimento do corpo ou
á 1/4 do total, a maior altura (vertical do post-occipital ás peitoraes) apenas
um pouco maior do que a propria largura. Os olhos de tamanho moderado
ficam 4 4 diametros da ponta do focinho, 4 1 e 2/3 da orla escapular e a
mais ou menos 3 diametros entre si; distancia das narinas e dos olhos e
entre si é egual á 1 diametro orbitario. Todos os escudos da cabeça são
desprovidos de carenas, apenas a orla ocular superior é levantada e produz,
posterior e inferiormente, um angulo agudo; os grandes escudos alongados ;
intermediarios entre osolhos e as fossas nasaes, são fortemente entumecidos.
Os pequenos escudos marginaes, communicando com o lado inferior da ca-
beça, são espessamente recobertos de cerdas pardacentas, muito curtas (se-
melhantes á uma barba que renasce).
1) (Gr.) Scaphe = Canoa, celha; rhynchos —rostro.
A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 55
O focinho € mais largo e mais perfeitamente elliptico do que em qual-
quer outra especie. O não muito movel preoperculo tem um facho de 15 à
18 aciculos delgados, mais longos (não comprehendidos nos renascentes da
orla) que, sómente na ponta pardacenta, se curvam, bruscamente, n’um an-
gulo de cerca de 45º. Carena longitudinal dos escudos somaticos do mesmo
numero e da mesma forma que em A. pictus; ao longo da linha lateral ha
25 ou 26 escudos. O curso do canal sobre a cabeça é apenas visivel nos es-
cudos sub-orbitaes que, pela posição lateral abrupta dos olhos, se mostram
especialmente estreitos.
Todos os escudos do tronco são
providos de asperezas em quasi todo
o comprimento e que não se prolon-
gam em denticulaçães no bordo dos
mesmos. Toda a face inferior até a
anal núa, com excepção da orla em
que confinam os escudos da cabeça e
da pelle mediana do focinho, até o
labio anterior que é egualmente aspe-
ro, por causa da presença de peque-
nos aciculos.
Entre a anal e a caudal ha uma ue
fila de 13 escudos. FIG. 48 —Hemiancistrus scaphirhynchus, seg. kner.
O iabio anterior, curto, é provi-
do de grandes papillas na pagina in-
terna; egualmente o é, no meio dessa superficie, o superior; ao contrario,
no angulo da bocca e na orla externa, essas papillas se tornam pequenas e
espessamente accumuladas. Os barbilhões maxillares são muito curtos, os
intermaxillares um pouco mais longos do que os ramos mandibulares, em
ambos os dentes são finos e fracamente encurvados para dentro, sendo a
sua ponta apenas ligeiramente entalhada e mais ou menos æquilobada; seu nu-
mero é em cada lado dos intermaxillares, superior e dos mandibulares inferior
á 30. Dorsal mais longa do que alta, sua distancia da ponta do focinho é
egual á 13 do comprimento total; o mais baixo raio, como o primeiro,
attinge, quando reclinado, a placa carenada basilar da adiposa, á cujo acu-
leo, fracamente curvo, apenas se liga uma curta membrana. O primeiro raio
das peitoraes é quasi do comprimento da cabeça e chega á base das ventraes;
elle supporta numerosos aciculos curvos, uniformes, pardacentos, que aug-
mentam de comprimento para a ponta do aculeo e, em dous exemplares se
transformaram em longas e delgadas cerdas. O primeiro raio das ventraes
é, depois do precedente o mais forte de todas as nadadeiras, porém mais
curto do que o segundo raio ventral que, reclinado para traz, attinge a anal.
Esta tem a orla verticalmente posterior á dorsal e é moderadamente desen-
volvida; a caudal é obliquamente truncada para traz e para baixo, apenas.
56 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
ligeiramente entalhada em crescente e com o lobo inferior contendo 1 e 1/3
o superior. Pardo uniforme, até no desnudado ventre, só o lado inferior da
bocca mais claro. A's vezes maculado de claro sobre a cabeça. Nadadeiras
com traços indistinctos de estriação claras, mais apparentes sobre os raios
e ás vezes ausentes.» (Kner 24 cts. R ‘
Habitat: Barra do Rio Negro, Javary, Coary, Telié, Lago Hyanuary.
n 75 — Hemiancistrus pictus,! (Kner)
D1 4-7; A. 1 +5; Lolat. 23 4.24.
| «Conformaçäo moderadamente larga e deprimida; comprimento da ca-
bdça 1/3 do comprimento do corpo e quasi egual à maior largura; ao con-
trärio a maior altura, na parte post-occipital, 2 e 1/2 vezes mais estreita. Os
grandes olhos circulares, cujo diametro é quasi 1/5 do comprimento da ca-
bdça, ficam muito obliquamente e ä 2 e 1/2 ou 3 diametros do meio do foci-
o, 1 e 1/2 da orla dos temporaes. As fossas nasaes são mediocremente
quenas, seu maior diametro é apenas egual á 1/2 diametro ocular e sua
ado superior da cabeça é, com excepção da ponta do focinho, recoberto
escudos. Contornando o espaço nú, ahi mesmo chegam, porém, os as-
peros escudos marginaes, tambem se projectando até o lado inferior e não
conservam menos provida a superfície extrema do labio anterior. Todos os
escudos da cabeça são desprovidos de carenas, apenas na orla anterior dos
( fos, paste, de cada lado, uma carena mais obtusa, de sob as narinas para
jante, pelo meio do focinho onde ellas se reunem, moderadamente entume-
das, Todos os escudos cephalicos são percorridos por linhas longitudinaes
eguaes, Os interoperculos supportam um facho de cerca de 20 aculeos
ejgados dos quaes o ultimo e mais longo (egual 4 1/3 da cabeça) chega 4
Basé «las peitoraes. Em tamanho, förma, etc., esses aculeos säo tatalmente
fauars 905, das ouiras especies. Os escudos marginaes da cabeça parecem
BR BPTopmusa do fino recobrimento externo de cerdas. Os lados do
ronco Sao percorridos por tres carenas longitudinaes; muitos escudos sup-
9) Ha ‚ualmente uma dupla carena. Os medianos anteriorcs ä primeira
neto ps, ao contrario, a fila superior de escudos lateraes, a partir
à exten. dessa nadadeira, é provida de uma carena semelhante que se in-
je &, adiante da adiposa, porém reapparece mais para traz della e con-
ú ‘ae Caudal, distinctamente perceptivel. Ao longo da linha lateral
£ KA nue 4 escudos; d’essa, a parte cephalica é muito perceptivel
AAA lhos. Todos os escudos do tronco são como os da cabeça,
Ah! RS Nei due, comtudo, a sua orla livre seja denticulada. Lado inferior
-na33D oinomsbs.
nel E pintado.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 57
nu até a fossa anal; d’ahi ä caudal ha uma fila mediana de 16 escudos.
O grande labio posterior € inteiro e recoberto parcialmente de papilas
piriformes, pediculadas, parcialmente de outras redondas; os barbilhöes
säo curtos, delgados, porém distinctos.
Os dentes em ambas as maxillas villiformes e, como na regra, com
a ponta parda, æquilobadamente bifidos, da mesma forma que em Hyp.
barbatus; ha delles, em cada intermaxillar mais e em cada mandibular
(relativamente mais curtos e menos desenvolvidos) menos de 30.
Ao contrario são os dentes medianos destes, mais longos do que
os dos intermaxillares.
A primeira dorsal é um pouco mais comprida do que alta e o seu
primeiro raio tão curto quanto o das ventraes. Aculeo da adiposa falci-
forme, mediocre, fortemente comprimido. O espesso primeiro raio peito-
ral chega ä 1/2 comprimento das ventraes e é provido superiormente
de longos aculeos delgados, inteiramente semelhantes aos dos inter-oper-
culos, tendo, egualmente a ponta parda e recurvada para diante.
O primeiro raio ventral é mais curto do que o seguinte, densa-
mente provido, no meio, de espinhos dilatados e externa e inferioimente
de outros curtos, rectos e de ponta parda; os raios articulados destas
nadadeiras, chegam, posteriormente, ä metade da anal. Esta nasce justa-
mente sob o extremo da dorsal e é fortemente desenvolvida, quasi do
mesmo comprimento que as peitoraes. A caudal, obliquamente truncada,
não é entalhada mas tem o lobo inferior alongado. A côr fundamental
do tronco parece parda clara; lado superior com manchas amarelladas
claras que, na região post-occipital e tambem na interocular, se reunem
em uma larga iacha curva, ondeante.
Egualmente corre uma facha longitudinal, identica, dos olhos ao
focinho. O dorso é ornado, em ambos os lados da dorsal, de tres ä
quatro grandes ocellos deseguaes, claros que, em dous exemplares, se
reunem por decraz dessa nadadeira em uma facha transversal. Uma se-
gunda fila de maculas maiores, de egual coloração, corre ao longo da
facha lateral inferior. Todas as manchas claras do tronco, variam em
tamanho e numero e se reunem commummente umas ás outras, especi-
almente na cauda, constituindo fachas intercalladas brancas e escuras.
A primeira dorsal é percorrida por tres fachas longitudinaes, escuras,
das quaes a superior e a mediana se reunem em uma, posteriormente.
Peitoraes, ventraes e anal mostram fachas escuras semelhantes, porém,
mais fracas; a caudal só no meio tem uma estreita facha. Orla e base
da mesma coloridas de escuro. Lado inferior alvadio, immaculado. 13
cent.» (Kner).
Habitat: Rio Negro.
Regan reuniu Ancistrus pictus de Kner 4 A. brachyurus do mesmo,
adoptando a designaçäo do segundo, apezar de vir este descripto em
pagina subsequente äquelle, naturalmente porque A. pictus Kner, tinha
6378 8
58 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
um ponto de confusäo com A. pictus de Castelnau. Ora em tal caso
seria A. pictus de Castelnau quem deveria desapparecer por ser de 1855,
ao passo que o de Kner é de 1854, desde que se considerasse os dous
como pertencendo ao mesmo genero. | |
Näo seria repıovavel chamar aquella especie, descripta por Castel-
nau sobre individuos do Ucayali, de Hemiancistrus castelnaui, visto que
foi reconhecida välida.
76 — Hemiancistrus vittatus ', (Steind.)
Do) # 7; A! TA 4 lato
Perfil inferior recto, anterior quasi perfeitamente recto da ponta do
focinho 4 ponta do occipital; d'ahi á dorsal o superior é um pouco
concavo e novamente recto, do aculeo dorsal à base dos raios rudimen-
tares superiores da cauda. Cabeça 2 e 3/4 e altura, cerca de 4 e 1/2.
Bocca pequena com 16/21 dentes em cada lado; ramo mandibular cerca
de 2 1/2 no espaço interorbital, este 2 e 3/5 no comprimento, que vae
da ponta do focinho á do occipital. Barbilhão egual á um diametro
orbitario. Diametro ocular cinco vezes n’esse comprimento. Orla superior
da orbita um tanto elevada, uma crista muito obtusa parte da sua parte
posterior e percore os temporaes; occipital obtusamente carenado. Ter-
ceiro escudo post-occipital um tanto elevado sobre os anteriores. Aciculos
inter-operculares quando muito eguaes 4 um diametro orbital. Dorsal
com o aculeo aciculado no bordo anterior, e altura maior do que a base,
obliqua e abruptamente truncada do primeiro ao ultimo raio; seis escu-
dos entre este e o aculeo da adiposa. Peitoraes passando a base das
ventraes, aciculados mais fortemente no bordo externo; ventraes, passan-
do a base da anal, caudal obliquamente lunada, com o lobo inferior
um pouco maior do que o superior. Cabeça nua inferiormente com
algumas placas no bordo da abertura opercular; uma cinta granulosa,
imperfeita, entre as faces das peitoraes; uma facha de placas maiores em
cada um dos lados do abdomen entre as peitoraes (as maiores) e ven-
traes (as menores); uma placa de granulações adiante do anus, o resto
do abdomen francamente granuloso, 14 cents.
Pardo transfaciado de claro (corpo e nadadeiras).
O exemplar do Museu não tem procedencia.
Habitat: Rios Xingú, Madeira e Amazonas.
1) (Lat ) Vittatus = cheio de listras.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 59
77 — Hemiancistrus oligospilüs ', (Günther)
Di 1 +73; ANT + 4; L. lat, 26
«Cabeça não deprimida, tão longa quanto larga, seu comprimento
3 vezes e 1/4 no total (sem a caudal); uma curta ruga muito distincta
corre do angulo superior da orbita até em baixo das narinas; occiput
com uma ligeira proeminencia longitudinal. Margem orbitaria elevada;
olhos de dimensões mode-
radas, seu diametro horison-
tal, sendo 1/2 do espaço
interorbital. Margem do fo-
cinho granulosa, sem acicu-
los; interoperculo com um
facho de 16 aciculos cerdi-
formes, dos quaes os mais
longos säo quasi 1/3 do
comprimento da cabega e se
projectam para traz, até a
raiz das peitoraes.
Thorax e ventre quasi totalmente nús, sendo recobertos de placas
de pequenas granulações sómente lateral e anteriormente. Dorsal mais
alta do que longa, sendo o comprimento dos seus raios anteriores maiores
do que a cabeça; o comprimento da sua base é menor do que a sua
distancia da caudal; ha sete escudos entre as duas dorsaes. Caudal fur-
cada, lobo inferior mais forte, porém não mais longo do que o superior.
Aculeo peitoral projectando-se quasi ao meio das ventraes, as ven-
traes além da anal.
Treze escudos entre a anal e a caudal. Escudos do corpo sem
carena, ruga post-humeral indistincta. Pardo, por toda a parte recoberto
de maculas pretas de tamanho moderado; as da cabeça menores do que
as do corpo, as das nadadeiras mais largas; ha sómente uma serie
dessas maculas em cada espaço interradial da nadadeira dorsal; as
maculas da caudal são do tamanho dos olhos. 12 cent.» (Günther).
Regan representa esta especie com as manchas circumdadas de uma
aureola mais clara que a côr fundamental.
Habitat: Rio Capim, Pará.
FIG. 49 — Hcmiancistrus oligespilus, seg. Regan
g » Seg £
1) (Gr.) Oligos = parco de; Spilos = maculas.
60 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
78 — Hemiancistrus bachi ', (Boul. )
Ded +07 A APM; dal 26
«Cerca de 16 dentes em cada lado de cada uma das maxillas. Altura
do corpo 4 e 1/2 no comprimento total, comprimento da cabeça 3 vezes.
Cabeça muito pouco mais longa do que larga, inteiramente aspera,
FIG. 50 — Hemiancistrus bachi, seg. Boulenger.
com espinhos pequenos; focinho redondo; diametro ocular 6 vezes no
comprimento da ‘cabeça, 3 vezes no comprimento do focinho, 3 e 1/2
FıG. 50 A FIG. 59 B
no espaço, inter-orbital; não ha sulco post-orbital; os mais longos espi-
nhos erecteis; preoperculares, do comprimento do diametro dos olhos;
barbilhões pequenos, apenas 1/2 diametro da orbita.
1) J. C. Bach, viajante argentino que mandou esta especie, com outras do rio Juruá, ao
Museu Britanico.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 61
Garganta e ventre recobertos de escudos asperos. D. 1 + 7; primei-
ro raio um pouco mais curto do que a cabeça. Aculeo peitoral do compri-
mento da cabeça, recoberto de aculeos pequenos, chegando ao meio das
ventraes. Veutraes 1 + 5, 2/3 do comprimento da cabeça. Anal 1 + 4.
Caudal obliquamente truncada, raio inferior 1 e 1/2 o comprimento do
superior. Escudos do corpo asperos com pequenos espinhos, sem carenas,
26 numa série longitudinal. Pallido olivaceo, com grandes manchas mais
escuras, indistinctas, redondas; caudal com fachas escuras transversaes.
110 mm.» (Boulenger).
Habitat: Rio Juruä.
79 — Hemiancistrus niveatus ', Casteln.
Dias asa Ano ato 24
« Altura do corpo 4 e 1/2 no total, comprimento da cabeça cerca
dens: ;
Cabeça tão larga quanto longa e de altura 1 e 1/2 no comprimento.
Diametro ocular cerca de 7 vezes no comprimento da cabeça, espaço
inter-orbital 2 e 1/5; comprimento do focinho cerca de 1 e 3/5. Compri-
mento do ramo mandibular cerca de 1 e 3/4 no espaço inter-orbital.
Focinho largo, obtuso ; cristas supra-orbitaes não elevadas; supra-
occipita, plano; placas temporaes não carenadas ; inter-operculo armado
de numerosos espinhos delgados, com as pontas curvas, o mais longo
egual ä 1/2 do comprimento da cabeça. Escudos espinhosos, não care-
nados, 24 em linha longitudinal, 5 entre a dorsal e a adiposa, 13 entre
a anal e a caudal; a supra-occipital inteiramente bordada, na margem
posterior, por um unico escudo; superfície superior da cabeça e do
abdomen nua. D. 1 + 7; o primeiro raio 2/3 do comprimento da cabeça,
o ultimo 2/3 á 3/4, ligado por uma membrana aos 3 escudos seguintes.
Comprimento da base da dorsal um pouco maior do que a sua distancia
da caudal. A. 1 + 4. Aculeo peitoral projectando-se ao meio das ventraes.
Caudal obliqua e francamente emarginada ou truncada. Pedunculo caudal
de altura cerca de 2 e 3/5 no comprimento. Grandes manchas redondas,
brancas, na cabeça, no corpo e nas nadadeiras. 280 mm.» (Regan ).
Habitat, Goyaz, Araguaya e Tocantins.
1) Miveatus (Lat.) = Cheiorde neve.
62 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Parancistrus ', Bleeker.
Nederl. Tijdschrift Dierkunde 1,79 — 1863
Este genero fundado por Bleeker sobre Hypostomus aurantiacus de
Castelnau, é especialmente caracterisado pela união da dorsal ä adiposa
por meio da membrana inter-radial. A sua apparencia geral é a de Del-
turus, excluido o caracter do pedunculo. O focinho é desprovido de aci-
culos na orla e o inter-operculo, ao contrario, armado de aciculos mais
ou menos longos, de ponta curva para diante.
Cerca de 4 pares de placas entre o occipital e a dorsal, desses
pares o primeiro se funde numa placa impar; placas lateraes do thorax
e ventre grandes. Superfície abdominal nua, ás vezes apenas villosa. Dorsal
1 + 7. Adiposa muito proxima da caudal, esta obliquamente truncada ou
ligeiramente marginada. Ventraes sob o 2º ou 3º raios dorsaes. Anal
pequena. Peitoraes com o aculeo mais ou menos aciculado.
E a | Coloração UNION ES US cac DOS Le ane ON UT TT IT A ES)
Especies brasileiras .
| Coloragäo fundamental esparsamente recoberta de
pontos pequenos, azues. . . 2 . . . . P. puntactissimus
80 — Parancistrus aurantiacus °, Casteln.
De tf; TAROT 4 4: Le dar 22,— 23
«Altura do corpo mais ou menos 4 e 1/3 no comprimento total,
comprimento da cabeça 2e 3/5 ä 2e 4/5. Cabeça mais larga do que
longa e de altura 1 e 4/5 ä 2 vezes do proprio comprimento. Diametro
ocular 6 4 8 vezes no comprimento, espaço interorbital 2 e 2/5 a 2e 2/3;
comprimento do focinho 1 e 2/3. Comprimento do ramo mandibular,
cerca de 3 e 1/4 no espaço inter-orbital. Focinho largo, redondo; margens
supra-orbitarias não elevadas; supra-occipital chato; placas temporaes
nao carenadas. Escudos espinhosos, não carenados, 22 à 23 n’uma serie
longitudinal, 5 á 6 entre a dorsal e a adiposa, 9 entre a anal e a caudal.
Supra-occipital, posteriormente, marginado por um escudo mediano e
por um outro em cada lado. Face inferior, da cabeça ao abdomen, núa.
Primeiro raio dorsal 3/5 da cabeça, o ultimo 3/4, reunido por uma
membrana á nadadeira adiposa. Comprimento da base da dorsal maior
do que a sua distancia da caudal. Aculeo peitoral rijo, espinhoso, projec-
tando-se até a base (joven) ou anterior ás ventraes. Caudal obliqua-
mente truncada. Pedunculo caudal de altura 1 e 1/2 vezes no proprio
1) (Gr.) Para = ao lado (de); Ancistrus, genero já citado.
2) (Lat.) Aurantiacus — Cör de laranja.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 63
comprimento, 240 mm. O maior exemplar empalhado é vermelho auran-
ciaco ; os dois menores, no alcool, são denegridos. Um etiquetado Hy-
postomus vicinus (') tem o aculeo da adiposa pequeno, recumbente e fixo
ao escudo que lhe fica em baixo.» (Regan).
Habitat: Alto Amazonas.
81 — Parancistrus punctatissimus ?, Steind.
Dre ASIA Eat 22.
«Cabeça e nuca transversalmente entumecidos; cabeça superior e
lateralmente recoberta de pequenos escudos. Vertical anterior do focinho
para traz e mais juntamente para baixo núa. Numerosos aciculos longos
no interoperculo, os mais longos da fila posterior c. de 2 e 2/3 no com-
primento da cabeça e egualmente curvos para a frente, na ponta. Com-
primento da cabeça, até o extremo da grande placa temporal, cerca de
3 vezes no comprimento do corpo, diametro orbitario c. de 6, espaço
interorbital de 3, comprimento do focinho um pouco menos de 1 e 2/3,
altura da cabeça de 1 e 5/6, largura da mesma 1 e 1/5 no comprimento
da cabeça. Abertura oral de tamanho moderado, com dentes relativa-
mente longos e fendidos na extremidade recurvada (amarella dourada).
Barbilhäo maxillar mais curto do que o diametro ocular. Dorsal ligado
ao aculeo da adiposa por uma larga membrana, de modo aformar com
o ultimo, apparentemente, uma unica nadadeira. Lado inferior da
cabeça e ventre, até o anus, nú. Escudos somaticos com denticulações
mais fortes, comtudo não carenados. Região temporal, tronco e nada-
deiras pontuados de pequenas manchas. Post-humeral obtuso.» (Steind.)
Habitat: Amazonas, Porto da Móz.
Panaque °, Eigenm. & Eigenm.
Pr. Calif. Acad. Sci. 2º Serie II, 44 — 1890
Este genero, cujas especies näo conhecemos senäo pelas descri-
pções dos autores, é baseado especialmente na forma dos dentes que
são s-formes, com a corôa dilatada, o que ihes empresta o aspecto de
uma colher. O interoperculo é provido de um facho de aciculos moveis,
mais ou menos desenvolvido e a parte superior da cabeça é mais ou
1) Por Castelnau — No Museu de Paris.
2) (Lat.) Puntactissimus — Cheio de pontos.
3) Nome que os venezuelanos dão ä especie typica deste genero.
64 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
menos fortemente carenada. Dorsal sobre as ventras 1 + 7, anal 1 + 4;
V. 1 +5. Abdomen recoberto de placas granulosas.
| Interoperculo desprovido de aciculos longos (Regan)
| Pardo pobremente maculado de negro. . . . P. cochliodon.
Especies brasileiras. .
Interoperculo provido de aciculos longos (Regan)
Denegrido com linhas longitudinaes brancas . P. nigrolineatus
82 — Panaque cochliodon ! (Kner.)
AMIE 4; at 27
«Cabeça um pouco mais comprida do que larga, egualando quasi
1/3 do comprimento do corpo; a maior altura comprehende cerca de 3/4
do comprimento da cabeça. Os olhos ficam á 4 diametros da ponta do
focinho, 4 1 e 1/2 da orla posterior dos temporaes, 4 3 e 1/3 um do outro
e a 1 das narinas; desta dimensão é o interespaço entre as ultimas.
O contorno da cabeça é eyual ao de Plecostomus plecostomus, assim
como a disposição de seus escudos, não exceptuada a propria area nua
FIG. 51 — Panaque cochliodon, seg. Kner.
longo da qual corre a linha lateral, é desprovida de carenas na ametade
anterior do tronco; no pedunculo as asperezas de todos os escudos se
tornam em denticulos mais longos, de modo que a orla livre parece a
de uma escama ctenoide. A orla arredondada do focinho e da cabeça
é provida de escudos asperos; no lado inferior recoberta de escudos ar-
ticulados que, tambem se estendem á superficie externa do labio anterior.
da ponta do focinho. Egualmente
possuem os grandes escudos tempo-
raes uma fraca quilha longitudinal;
o escudo post-occipital mediano, for-
temente elevado e entumecido, ter-
mina com o extremo posterior arre-
dondado no entalhe do primeiro
escudo mediano dorsal. As peças
operculares são pouco moveis e pro-
vidas; na orla livre, de aciculos
pouco desenvolvidos e rectos. Tam-
bem as quilhas ou carenas dos es-
cudos;do corpo são dispostas tal
qual como em P. plecostomus, ape-
nas a fila de escudos menores, ao
1) (Gr.) Cochlias = concha, colher : odon = dente.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 65
Posteriormente, este € densamente provido de filas transversaes de
papillas mais curtas e mais largas, até perto dos dentes. As das duas filas
mais proximas dos dentes teem uma expansäo terminal transversa que
lhes empresta a apparencia cochlear dos dentes; egualmente, na ametade
interna dos intermaxillares, encontra-se uma fila de papillas semelhantes
no paladar. De egual modo é tambem o labio posterior, provido de
series de papillas. Immediatamente depois dos dentes, que se inclinam
fortemente uns sobre os outros no ramo mandibular, ha uma fila sim-
ples de verrugas mais curtas; dahi segue uma larga ruga de pelle mais
núa e depois recomeçam então as filas transversaes de papillas regula-
res, que recobrem todo o resto do labio até a orla; sobre esta, entre-
tanto e sobre o angulo da bocca, se tornam ellas sempre menores; mas
ainda se projectam sobre a orla, dando-lhe o aspecto de finamente crenulada.
Os barbilhões maxilares nascem com a base mais larga; são
porém curtos e delgados. Cada ramo maxillar tem 7 á 8 curtos dentes de
coröa mais larga, cochlear e de orla fracamente colorida de amarello. O
dente mais proximo da linha mediana, em cada ramo maxillar, é o me-
nor e mais delgado, os do meio são os maiores, os extremos, ou pos-
teriores se tornam cada vez menores (veja a figura). Garganta, peito e
ventre, como em PI. plecostomus, recobertos de escamas até a fossa
anal; apenas o contorno da base do peito e especialmente das nadadei-
ras ventraes fica parcialmente nú, comquanto no mesmo plano; pela
mesma razão os escudos jazentes logo depois da dorsal e da anal,
ficam um pouco menos asperos e, frequentemente de todo lisos, isto é,
no ponto de contacto em que as nadadeiras se reclinam, o que seria
impedido pela aspereza dos escudos.
A primeira dorsal fica contida em cerca de 1/3 do comprimento
do corpo, 4 contar da ponta do focinho; ella é de egual altura e com-
primento, moderadamente pontuda para trás, e chega, reclinada, quasi a
segunda dorsal, cujo curto aculeo é distinctamente mais afastado da
caudal do que em PI. plecostomus, ao passo que ainda se conta 5
a 6 escudos medianos. As peitoraes chegam ao extremo do primeiro
terço das ventraes. Comprido, o seu primeiro e mais espesso raio, chega
a egualar ao comprimento dos raios terminaes da caudal, e é em ambos
os bordos e em torno da obtusa ponta, ora provido de curtos espinhos
espessos, ora de longos ganchos em fórma de chifre de camurça (de-
monstram a maior semelhança com os aciculos dos interoperculos dos
Ancistris). As ventraes chegam posteriormente ao extremo da base da anal,
o seu primeiro raio é de egual comprimento ao do primeiro raio dorsal,
mais espesso no meio, na ponta flexivel e em toda a extensão muito
aspero. À anal é mediocremente desenvolvida, seu primeiro e mais longo
raio dá metade do comprimento do primeiro raio ventral; a caudal quasi
equilobada é ligeiramente entalhada, o lobo inferior um pouco mais
jongo, não se projectando o raio marginal além dos raios articulados
6378 9
66 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
immediatos. Segundo Natterer, a cor deste peixe é parda amarellada
cinerea, mediocremente clara, a cabeça, especialmente no alto, com raras
maculas pequenas, redondas, denegridas, das quaes, em todo o tronco,
apenas os flancos teem 3 ou 4. Nadadeiras na base da cor do corpo,
na ponta, porém, pardas denegridas, tambem pobremente maculadas de
negro nas membranas interradiaes e nos raios. A pupilla é, aqui ainda,
fortemente semilunar e a iris pallida dourada com desenhos pardos cine-
reos. Comp. 200 mm.» (Kner.)
Habitat: Rios Cuyabá, Jangada e Paraguay.
83 — Panaque nigrolineatus ', (Peters).
D'ACTE A ET Lala 28
« Curto e massudo, a altura 1/5 menor do que a largura que é
cerca de 1/3 do comprimento. Pedunculo caudal comparativamente del-
gado, sua altura egual à 1/3 da maior altura. Cabeça grande, sua lar-
gura nos operculos quasi egual ao comprimento do focinho e orbita;
perfil recto da ponta do focinho aos olhos, occiput fortemente arqueado ;
uma depressão em cima dos olhos; uma larga e obtusa ruga dos olhos
para diante; occipital truncado posteriormente, marginado por uma larga
e unica placa nucal; escudo temporal formando a margem posterior e
metade da superior da orbita. Focinho pontudo, inteiramente granular,
com a ponta ás vezes nüa. Orbita 5 vezes no focinho, 7 e 1/2 vezes
na cabeça, 4 no espaço interorbital. Face inferior da cabeça granulosa;
labios com papillas espessas; dentes grandes, de ponta larga. Preoper-
culo grande, seus aciculos delgados, os mais longos variando em com-
primento de 1 ä 2 diametros orbitarios. Região entre os olhos e as
aberturas das guelras inteiramente granular. Prega humeral obtusa; os
escudos lateraes com espinhos marginaes que são maiores e mais nume-
rosos sobre a cauda e sobre as series superiores e inferiores. Face
ventral inteiramente granular. Distancia entre a dorsal e a ponta do fo-
cinho, cerca de 2 vezes no comprimento. Base da dorsal egual 4 sua
distancia da base dos raios caudaes medianos. Caudal truncada obliqua-
mente, os raios centraes contidos 2 vezes na cabeça. Anal curta, collo-
cada sob o interspaço entre a dorsal e a adiposa. Ventraes inseridas
sob o primeiro raio dorsal, chegando á frente da base da anal.
Peitoraes chegando adiante da base das ventraes. Pardo escuro, com
linhas brancas ondulantes, longitudinaes; nadadeiras coloridas, estriadas
como o corpo» (Eigenmann & Eigenmann).
Habitat: Goyaz.
Pseudacanthicus ?, Bleeker.
Nederl. Tijdschr. Dierkunde 1, 79 — 1863
Não conhecemos nenhuma especie deste genero que foi assim dia-
1) (Lat.) Nigrolineatus — listado de negro.
2) Pseudos ( Gr.) — falso; Acanthicus, genero adiante referido.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 67
gnosticado por T. Regan, na sua bella monographia sobre Loricariidæ :
Intermaxillares muito mais curtos do que os dentarios e muito firme-
mente unidos, seus dentes formando uma serie indivisa. Escudos da
região nucal pequenos e numerosos. D. 1 + 8, A. 1 + 5; vertebras 5 +
8 + 16 (em P. serratus). Em todas as especies o occipital não tem
uma ruga distincta, as margens supraorbitaes são ligeiramente elevadas
e o interoperculo é provido de aculeos fortes. A cabeça, o corpo e as na-
dadeiras são asperos, recobertos de aculeos curtos; cada escudo do corpo
tem uma serie mediana de 2 a 6 espinhos mais fortes, que augmentam
de comprimento para o ultimo. A face inferior da cabeça e o abdomen
são nús. Ha sempre uma adiposa.»
Cabeça e corpo densamente espinhosos; ultimo raio
j dorsal tocando a adiposa; aculeo peitoral com os aci-
Especies brasileiras E culosmsmoderadoSu re sra ida eases jo mes e P. spinosus
Cabeça e corpo moderadamente hispidos; ultimo raio dor-
sal tocando a metade da distancia que vae de sua base
á ponta da adiposa; aciculos dos 2/3 externos do acu-
leo peitoral, quasi egualando ao focinho em comprimento. P. hystrix
84 — Pseudacanthicus spinosus, ! Casteln.
De 3h arte Nl ae Do bo diets 20%
«Altura do corpo 4 e 2/3 no comprimento total, comprimento da
cabeça 3 vezes, largura da cabeca 1 e 1/3 no proprio comprimento,
diametro ocular 8 4 10 vezes, largura interorbital 2 e 4/5 4 3 e 1/5
vezes, comprimento do focinho 1 e 3/5 ä 1 e 2/3 vezes. Maxilla infe-
rior com 6 ou 7 dentes em cada lado. 26 escudos n’uma serie longitu-
dinal. D. 1 + 8; comprimento da base dorsal menor do que a sua
distancia da caudal. A. 1 + 5, projectando-se, quando reclinada para
traz, 3/4 ou 4/5 da distancia da sua base 4 caudal. Aculeo peitoral
projectando-se 4 base das ventraes. Caudal truncada ou ligeiramente
emarginada, os raios externos prolongados. Pedunculo caudal 1 e 4/5
vezes tao longo quanto alto. Numerosas maculas negras sobre a cabeça,
corpo e nadadeiras. 330 mm.» (Regan).
Habitat: Amazonas; Marajó.
85 — Pseudacanthicus hystrix ?, (Cuv. & Val.)
Uacary-Guacu
DIES: AU 5 beilate26%
«Corpo prismatico; cabeça mais larga do que alta, comprehenden-
do-se 4,5 no comprimento total. Olhos pequenos, 1/15 do comprimento
da cabeça. A bocca acha-se bastante deteriorada, mas pelo que se pöde
ver é analoga ä de todas as especies deste grupo, isto é, apresenta um
véo labial bastante largo, com um barbilhão em cada lado, e dentes
1) (Lat.) Spinosus = Cheio de espinhos.
2) Hystrix = Porco espinho.
68 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
miudos em uma só ordem, sendo os da maxilla inferior divididos em
dous grupos. Interoperculo com um feixe de espinhos compridos; não
se pôde conhecer se éra movel, mas é provavel que o fosse. Duas
dorsaes: a 1º, mais alta que comprida, é composta de um raio duro,
grosso e granuloso, e de oito raios molles tambem cobertos de granu-
lações; a 2º consta somente de uma peça prismatica, granulosa e denti-
culada: não se lhe percebe membrana posteriormente mas é provavel
que em fresco tenha existido; tambem é provavel que aquella peça
tenha sido movel como tem logar em todas as especies (deste genero.
Fig. 52 —— Pseudacanthicus hystrix, seg. Redr. Ferreira
Peitoraes compostas de um espinho e seis raios: este espinho é a
peça mais notavel deste peixe: com effeito, em todas as especies deste
grupo apresenta granulações mais ou menos asperas, ou pequenos espi-
nhos recurvados; este porém apresenta espinhos muito compridos pois
alguns alcançam 1/3 do comprimento da peitoral. Estes appendices não
são rijos e inflexiveis como os espinhos propriamente ditos, apresentam
mais o aspecto de cerdas duras quasi todas de egual espessura em todo
o seu comprimento e bastante flexiveis.
Ventraes collocadas por baixo mas começando um pouco adiante
da 1? dorsal; compostas de um raio duro e cinco molles, todos cober-
tos de granulações mais ou menos asperas. Anal pequena, collocada
um pouco atraz da vertical baixada do extremo da 1? dorsal. A
caudal consta de 16 raios, todos granulosos e asperos; tal como hoje se
Zu 2x
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 69
acha o peixe, parecem ter sido proximamente eguaes; porém em um
desenho antigo que existe no Museu, acha-se representado este peixe
com o raio inferior da caudal excedendo o superior, proximamente me-
tade do seu comprimento. Cabeça, espaço comprehendido entre a região
occipital até a 1º dorsal, região thoraxica e ventral, cobertas de placas
rugosas miudas e distanciadas; as do focinho e faces são mais regula-
res; tres grandes placas rugosas existem por detraz da região ocular,
uma occipital e duas lateraes. Nos flancos contam-se tres carreiras de
escudos asperos denticulados nos bordos posteriores e apresentando na
linha mediana uma aresta denticulada bastante saliente.
Estas carreiras de escudos começam um pouco atraz das peitoraes
e terminam na caudal. Outra carreira começando á mesma altura acha-se
acima destas tres e é interrompida entre a 1º e 2º dorsaes, começando
de novo no extremo desta ultima, e terminando na caudal. Entre as
dorsaes correspondendo exactamente á interrupção da carreira de escu-
dos de que acabamos de fallar, existem nove placas transversaes, vindo
os seus bordos lateraes 4 tocar de um e outro lado, na primeira das
tres carreiras de escudos dos flancos. Uma quinta carreira de escudos
com sua aresta, menos saliente que as outras, forma o angulo de jun-
cção dos ilancos com o ventre. Tronco da cauda deprimido. Estes es-
cudos não formam pela sua união um corpo unico ou couraça, como
acontece em muitas especies desse grupo; acham-se pelo contrario se-
parados por um intervallo de pelle, de modo á parecer que este peixe
tinha uma liberdade de movimentos e uma flexibilidade impropria das
outras especies deste grupo.
Este peixe foi adquirido em 1786 pelo naturalista Alexandre Ro-
drigues Ferreira, na grande expedição scientifica, feita por elle no Brasil.
Comprimento total 76 centimetros; cabeça, da ponta do focinho ao
extremo da placa occipital, 18 cent. Patria — Rio-Negro, confluente do
Amazonas. Esta especie que se acha representada no mundo scientifico
por um só exemplar existente no Museu de Lisbôa, parece ser muito
rara, se attendermos ás duas circumstancias de ser devido ao favor do
capitão-general daquella capitania, João Pereira Caldas e não ter podido
obter-se depois mais nenhum exemplar entre milhares de objectos en-
viados daquella localidade pelo naturalista Rodrigues Ferreira.» (Capello).
Delturus ', Eigenm. & Eigenm.
Pr. Calif. Acad. Sci. — 2º Ser., 2º, 45 -— 1890.
Forma geral de Plecostomus. Machos com o focinho provido de aci-
culos baixos em toda a orla lateral até os interoperculos. Bocca provida
de dences robustos bifidos æquilobados; labio desenvolvido; barbilhöes
1) Delta = letra do alphabeto grego, de forma triangular; oura cauda,
70 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
presentes; temporaes separados dos escudos da linha lateral por um in-
terspaco nú; quatro pares de placas post-occipitaes; placas da linha
lateral grandes, não penetrando no perfil abdominal. Dorsal sobre as ven-
traes, com 1 + 9 a 10 raios; o ultimo adnato; adiposa presente, aculeo
peitoral mais ou menos aciculado no bordo externo, especialmente nos
machos. Pedunculo de corte transversal triangular. Superfície ventral, do
focinho á anal, inteiramente núa. Escudos não carenados porém hispidos,
exceptuados os da cauda, na face ventral desta. Caudal obliquamente
truncada, com lado inferior mais longo.
| D. 1 + 9; lat. 23 ä 24 aculeos ventraes menores
| quetos peitordes EN MER SE DEZE D. angulicauda
Especies conhecidas
D. 1 + 10; L. lat. 25 à 27; aculeos ventraes maiores
e mais fortes que os peitoraes. . . . . . . . D. parahybe
86 — Delturus angulicauda ', (Steind).
Dt ACIER OL AR 238 anes:
«Cabeça larga, apenas moderadamente deprimida. Orla lateral da
cabeça, no macho, provida de cerdas mais longas e ainda em mais alto
gräo o aculeo peitoral. Escamas dorsaes entre a dorsal e a adiposa, con-
stituindo uma carena cortante; uma carena mais obtusa na orla inferior
lateral da cauda, esta, dahi, triangular em corte transverso. Escamas ce-
phalicas e somaticas, com excepçäo das marginaes da cauda, totalmente
desprovidas de carenas, com numerosas estrias elevadas, que são con-
stituidas de pequenos aciculos enfileirados. Superfície ventral até a fossa
anal totalmente lisa. Labio posterior fortemente desenvolvido, fracamente
arqueado no bordo posterior; barbilhão presente, peitoraes se projectando
sobre a inseıcäo das ventraes. Dorsal moderadamente elevada. Cabeça,
até a ponta dos operculos, justamente ou um pouco menos de quatro
vezes no comprimento do corpo, olhos 4 e 1/2 á 4 e 2/5, interorbital mais
de 2 e 3/4 ou quasi 3, comprimento do focinho 1 e 2/5 4 1/3 no compri-
mento da cabeça. Olhos circulares, de dimensões mediocres; fronte, trans-
versalmente, um pouco deprimida. Dorso pardo dourado, maculado de
pardo escuro, manchas e fachas estreitas na cabeça e nuca.» (Steind.)
«Comp. 27 mm.» (Regan).
Habitat: Mucury.
87 — Delturus parahybæ °, Eigenm. & Eigenm.
D: 1710: MED 3. lat. copa
Cabeça 3 e 1/2, de largura egual ao comprimento; perfil recto até
o angulo supero orbitario anterior e, dahi até a dorsal, formando, assim,
um largo angulo obtuso. Bocca larga, tendo cerca de 15 dentes em cada
1) (Lat.) Angulicauda — de cauda angular.
2) Parahybe — do Rio Parahyba.
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A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 71
lado dos mandibulares (os intermaxilares estäo arrancados) e todos
robustos, de ponta bifida æquilobada; labios espessos, reticulados,
sendo os tuberculos formados pela reticulação, baixos; contorno do
labio posterior, que se estende até a cintura sternal, redondo, inteiro.
Margem lateral do focinho aciculada até perto do interoperculo, narinas
entre o 1º e 2º terços do comprimento do focinho que é percorrido por
uma crista longitudinal mediana, de pouca elevação; do angulo antero-
superior da orbita para diante sahe outra crista ainda mais baixa.
Olhos de direcção lateral, seis vezes no comprimento que vae da ponta
do focinho a4 orla posterior do occipital, 1 e 1/2 vezes no espaço inter-
orbital, que é concavo. Logo depois do temporal ha um grande espaço
nú. Quatro pares de escamas, as vezes soldadas, entre o occipital e a
dorsal; esta originando-se no meio da distancia que vae da ponta do
focinho á 3° escama mediana anterior à adiposa (contadas desta),
escama que é attingida pela ponta do ultimo raio dorsal, quando recli-
nado sobre o corpo; quatro escamas medianas antes do aculeo da
adiposa, o qual tem a sua ponta verticalmente acima da base do pri-
meiro raio accessorio, rudimentar, da base da caudal. Quatro grandes
placas lateraes entre a axilla do aculeo peitoral e a base das ventraes;
essas placas não interessam a face ventral. Aculeo das peitoraes termi-
nando entre o 1º e o 2º quartos do aculeo das ventraes; este é pouco
mais longo, porém mais forte do que aquelle e asperamente aciculado
no bordo extremo e na face inferior. Face ventral núa, da bocca ao
anus e nessa face as placas caudaes são lizas. Anal pequena, sua base
occupa quatro anneis caudaes. Caudal truncada obliquamente, com o
lobo inferior mais longo. Maior comprimento registrado, 28 centimetros.
Uniforme pardacento com as «nadadeiras tendo grandes manchas redon-
das». O exemplar que serviu ä presente descripção está descorado pelo
alcool. Habitat: Rio Parahyba.
Pterygoplichthys ', Gill.
Ann. Lyc. Nat. History N. York, VI. 408 — 1858
Förma robusta, tendo es escudos lateraes quasi sempre carenados.
Cabeça grande; bocca mediocre provida de dentes sinuosos, delgados,
de ponta bifida, inæquilobada; labios granulosos, barbilhäo presente,
mais ou menos de dimensões eguaes ao diametro orbitario; focinho
totalmente recoberto de placas como o resto da cabeça; olhos medio-
cres, supero-lateraes, mais ou menos posteriores ao meio da cabeça,
interoperculo provido de aciculos, quasi sempre pouco numerosos ou
1) Plerygoplichthys (Gr.) — Pterygos = nadadeira; plio — abundancia; ichthys — peixe; re-
ferencia ao grande numero de raios da dorsal.
12 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
rudimentares. Occipital quando muito attingindo posteriormente 0 mesmo
plano que os temporacs, em geral muito mais curto do que estes.
Dorsal com 1 + 10 a 14 raios, originando-se um pouco adiante das
ventraes. Pedunculo curto, a dorsal fica, por isso, mais proxima da
adiposa de que em Plecostomus. Anal pequena com 1 +4 ou 5 raios;
caudal lunada mais ou menos forte e obliquamente. Superficie abdo-
minal, desde os labios até a anal granulosa.
Corpo densamente aciculado, aciculos for-
mando tatuagens sobre a regiäo frontal;
os do interoperculo grandes, numerosos,
F SIE MUILOUMOVEIS EMULE TANT . P. aculeatus
| Escudo occipital |
terminando n’um }
escudo nucal me-
diano, que se pó-
dedividirnalinha
mediana. dr
q À Corpo hispido apenas; placas da região
Especies consta- frontal como as do corpo; inter-operculo
tadas nos nos- | com poucos e curtos aciculos. . . . . . P. etentacu-
SOs TIOS. tatus.
Escudos nucaes lateraes bicarenados. . . . P. multira-
diatus.
Occipital terminan-
do em 3 escudos J
nucaes que se po- 1 RA a
dem dividir. Carena occipital fraca, acu-
leos peitoraes attingindo a
base das ventraes. . . . P. punctatus
Escudos nu-
caes late-
raes mono-
carenados Espaço entre
quando o a dorsal e
sejam. a adiposa 2
e56a 2 €
3/3 no com-
primento
da cabega:
j eimeneo
azulado,
: maculado
Carena occi- de negro.. P. gibbiceps.
pital forte;
aculeos pei
toraes pas-
- sando o me-
io do aculeo |
dasventraes. | Espago entre
a dorsal e
a adiposa2
e1/6a2e
1/3no com-
primento
da cabega ;
preto, irre-
gularmente
estriado de
branco. . . P. litturatus.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 1
88 — Pterygoplichthys aculeatus ', ( Perugia)
Est. 27
Drie ORA te om IE ato ZA!
Um exemplar empalhado, das collecções do Museu e medindo 51
centimetros da ponta do focinho á dos raios caudaes externos, apresenta
os seguintes caractéres: Cabeça 3 vezes no comprimento do corpo, ex-
cluida a caudal, deprimida no espaço interocular que é plano e cahindo
nos lados, dahi até a linha do perfil inferior. Bocca pequena, com o labio
redondo e papilloso; barbilhões longos, de ponta bifida; ramo mandi-
bular 3 e 1/2 vezes no espaço interorbital; dentes sinuosos, longos,
delgados, de ponta bifida, sendo o lobo externo menor do que o interno.
Olhos sobre a articulação humeral, lateraes, 1/9 do comprimento da ca-
beça e 3 e 4/5 no espaço interorbital; este 2 e 1/5 no comprimento da
cabeça. Facho de aciculos do interoperculo grande, maiores aciculos 1 e
1/3 no espaço interorbital. Tres pares de placas entre o occipital ( que
termina em linha anterior aos temporaes ) e a dorsal; uma pequena placa
impar adiante do fulcrum que é curto e obtuso. Dorsal com a base do
comprimento do aculeo que é mais espinhoso no bordo anterior; nos
lados, junto á base, os aciculos que o recobrem formam linhas paralle-
las; ultimo raio 1/3 do aculeo que é justamente do comprimento da
cabeça; 6 pares de placas entre a dorsal e a adiposa. Peitoraes com o
aculeo curvo, deprimido, revestido de aciculos que se tornam maiores
para a extremidade livre que attinge o meio do aculeo das ventraes.
Este passando justamente a base da anal cujo aculeo é muito fraco,
porém hispido por egual como os das ventraes. Treze placas entre a
anal e a base da caudal; esta truncada. Todo o peixe muito hispido ;
os aciculos que o recobrem formam placas circulares, isoladas, sobre o
focinho até as narinas; d'estas para traz, elles se distribuem em linhas
longitudinaes, ondeantes que produzem uma tatuagem muito regular so-
bre todo o alto da cabeça e, depois se projectam pelos escudos post-
occipitaes; nos escudos do corpo elles formam cristas longitudinaes; e
como a mediana de cada um delles fica mais elevada, performam 4 ca-
renas longitudinaes lateraes entre a cabeça e a cauda. Superfície ventral
imperfeitamente nua, com granulações aciculares que as vezes formam
placas circulares. Todos os raios das nadadeiras com 1 ä 2 filas longi-
tudinaes de aciculos. Pardo escuro uniforme.
Não obstante esse colorido e as pequenas diferenças observadas na
1) (Lat.)- Aculeatus = cheio de aculeus,
6378 10
74 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
proporçäo da cabeça para a o corpo e dos olhos para com a cabeca
(cabeça 3, em vez de 2 e 1/2) e do colorido que näo & geralmente
maculado como na especie typica, é evidente que se trata da mesma des-
cripta por Perugia, sobre um exemplar procedente do Paraguay. O
exemplar do Museu é muito antigo nas suas collecgöes e comquanto
näo haja a menor indicaçäo da sua procedencia é bem provavel que
tenha sido colligido no Brasil.
Habitat: Rio Paraguay.
89 — Pterygoplichthys etentaculatus ', (Spix).
Est. 28 fig. 1
D'AMENER A ANNEES REM at 2150028:
Förma reforçada, especialmente nos individuos maiores. Cabeça 2
e 4/5 à 2 e 5/6 ou 3 vezes no comprimento; bocca mediocre, com cerca
de 19/22 dentes em cada lado; barbilhäo pouco menor do que a orbita;
labio posterior circular, revestido de papillas granulosas ; olhos 6 e 1/2
E (el 201,0) comprimento da cabeça, 2 e 4/5 4 3 e 1/5 no espaço
interorbital; este 2 e 1/2 a 2e 1/3 no comprimento da cabeça. Occipi-
tal mediocremente Intels sua ponta encaixando-se num escudo medi-
ano; escudos lateraes do rostro, entre os olhos e a margem, os que ficam
entre as narinas e os temporaes, lisos, os demais finamente granulosos
ou reticulados (essa differença mais sensivel nos adultos), interoperculos
com poucos aciculos, äs vezes muito curtos, äs vezes um pouco
maiores (medindo meio diametro ocular). Altura 4 e 1/3 4 4 e 1/2.
Corpo percorrido por 4 carenas longitudinaes e todas as placas forte-
mente estriadas. Dorsal de base mais longa do que alta; peitoraes pas-
sando a base ou chegando ao meio das ventraes; estas nascendo sob
o 3° ou 4° raio dorsal e attingindo o meio da base da anal, 6 placas
entre a dorsal e a adiposa; 13 entre esta e a caudal, superficie abdomi-
nal mais ou menos densamente granulosa especialmente entre os bordos
do focinho e a cintura sternal. Pardo reticulado de branco. Essa reticu-
lação sobre a cabeça e corpo desenha octogonos pequenos; sobre as
nadadeiras, esses octogonos augmentam, sendo quasi do tamanho da
orbita (3/4) sobre a dorsal; na caudal eiles quasi desapparecem poi
completo, para dar logar a 2 tarjas marginaes sub-parallelas ao bordo
posterior que é crescentiforme, sendo os raios externos mais ou menos
prolongados.
Habitat: S. Francisco.
1) Etentaculatus (Lat.) = desprovido de tentaculos.
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A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 75
90 — Pterygoplichthys multiradiatus ', (Hancock)
Est. 28 fig. 2
DIRE PA ISSA EA: E: lat: 28 4 30!
Cabeça 3 e 1/4 (joven) 4 3 e 1/2 ou 3 e 2/3 (adulto) no comprimento
total (sem a caudal) labio posterior redondo, de bordo curtamente fran-
jado, barbilhões pouco maiores do que o diametro orbitario; este 6 e
1/2 (joven) á 9 vezes no comprimento da cabeça, medida da ponta
do focinho 4 do processo superior do escudo temporal, 3 vezes 4 3 e
2/3 no espaço interorbital, 4 4 5 no focinho. Espaço interorbital 2 e 1/4
a 2 e 1/5 no comprimento da cabeça que é mediocremente aspera, pou-
co carenada no adulto e um pouco mais no joven. Occipital fracamente
carenado, no adulto verifica-se que essa carena procede de duas que
partem do bordo interno das fossas nasaes (uma de cada); o seu pro-
cesso se encaixa numa placa mediana que tem duas lateraes ante-
riores; não só as placas nucaes medianas mas as duas de cada lado
destas, bicarenadas; temporal carenado, a sua carena é o inicio da 2%
carena lateral do corpo sob a base do aculeo dorsal; interoperculo com
os aciculos rudimentares. Corpo percorrido por 4 carenas longitudinaes.
Dorsal longa; a sua base é egual ao comprimento que vai da ponta do
focinho ao da primeira ou da segunda placa nucal; sua distancia da
adiposa 2 vezes no comprimento da propria base. O primeiro raio do
adulto 1 e 1/2 vezes no comprimento da cabeça, no joven 1e 1/8: 6
escudos entre a dorsal e a adiposa; 11 á 13 entre a anal e a caudal;
ventraes nascendo sob o 3º raio dorsal, attingindo a anal no joven; esta,
quando reclinada, terminando no mesmo plano em que a dorsal, attin-
gindo a vertical da base da adiposa, no joven. Caudal moderadamente
entalhada com os raios externos pouco prolongados. Pardo, recoberto
de manchas escuras, tanto na supertícic superior como na inferior que é
totalmente granulosa. Na dorsal as maculas occupam uma fila inter-radial ;
na caudal ás vezes formam fachas transversaes. O maior dos 3 exem-
plares que serviram á esta descripção mede 46 centms.
Habitat: Systs, Amazonico e Paraguay.
91 — Pterygoplichthys punctatus ?, Gunther.
D. 1 +12; À. 1 + 5; L. lat. 28 4 30.
« Muito commum no Amazonas em Tabatinga e Cudajas. Nos maio-
res exemplares de 24 á 27 centms. de comprimento, apenas ha 1 ou 2
aciculos no interoperculo ; nos menores individuos encontra-se 4 4 5 a-
ciculos, porém de comprimento desegual. Cabeça e tronco fortemeic
entumecidos, a -primeira pontuda para a frente e medida até a ponta da
1) Multiradiatus (Lat.) — Com muitos raios (na dorsal).
2) Punctatus (Lat.) — Cheio de pontos,
76 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
placa post-occipital, nos individuos pequenos, indistinctamente maior do
que 1/3; nos grandes 3 e 2/5 ä 3e 1/3 no comprimento do corpo. O
tamanho dos olhos varia com a edade relativamente ao comprimento da
cabeça, e é contido, nos exemplares de 15 centms., 6e 2/3; nos de
cerca de 30,9 vezes; a maior altura da cabeça no primeiro é contida
1 e 1/2 vezes, no ultimo pouco menos de 1 e 2/5, a maior largura da
mesma é indistinctamente maior do que | vez; o espaço inter-orbital
nos exemplares pequenos 2 e 2/5, nos grandes 2 e 3/5, o comprimento
do focinho, em secção, um pouco menos do que 2 vezes no compri-
mento da cabeça. O plectro post-occipital se entalha um pouco adiante
do meio do escudo post-occipital e se perde com estes dous processos
sobre o extremo anterior da fronte. A aguda carena temporal se pro-
jecta para diante por sobre a orla superior dos olhos até junto das na-
rinas anteriores, tornando-se porém mais obtusa e mais larga sobre os
olhos. O comprimento do barbilhão maxillar nos pequenos exemplares
é egual 4 1 diametro ocular, nos maiores 2 diametros. Ao longo do
meio da altura de cada fila de escudos, eleva-se uma aguda carena
provida de grandes dentes, como o resto do escudo. A dorsal contém
ao todo 13 raios e é mais alta do que longa; na verdade mais dis-
tinctamente nos individuos velhos dos que nos novos. A distancia entre
a dorsal e a adiposa é quasi contida 3 vezes, nos jovers; nos adultos
2e 1/2, na base da dorsal; ou nos primeiros cerca de 2e 4/5, nos
ultimos cerca de 2 e 1/4, no comprimento da cabeça (até a ponta do
processo post-occipital ). Comprimento da base da dorsal um pouco mais
curto do que a distancia do primeiro aculeo dorsal da ponta do focinho.
Aculeo peitoral apenas um pouco mais longo, porém mais forte do que
o aculeo da dorsal ou das ventraes, apenas mais curto ou mesmo do
comprimento da cabeça e sua ponta não transpõe a base das ventraes
muito distinctamente. Nos exemplares maiores a parte terminal do aculeo
peitoral tem aciculos moveis de mediocre comprimento, 6 ä 7 escudos
entre a dorsal e a adiposa, 12 4 13 entre a anal e a caudal e 28 à 29
na linha lateral. As manchas da cabeça são distinctamente menores do
que as dos lados do tronco que augmentam gradativamente para a cau-
da. Apenas entre os 5 raios dorsaes anteriores ha duas filas de maculas,
ulteriormente só ha uma fila de maculas que augmentam de tamanho,
Todo o lado inferior da cabeça (com excepção de partes recobertas
pelo labio inferior) c tronco, até a nadadeira anal, asperamente esca-
moso e maculado de preto.» (Steindachner).
Regan diz ter esta especie a placa occipital terminando posterior-
mente sobre uma post-occipital mediana e duas lateraes.
Habitat: S. Vicente, Tabatinga e Cudajás.
(pour) snyeipeampnu « Ro
(xidS) snjejnovyuojo sAyyysdoskıgd — I "Std
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A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRAZILIENSE — PEIXES 77
92 — Pterygoplichthys gibbiceps ', (Kner)
DES ans FA A lat. 29,
«O escudo post-occipital se eleva bruscamente para trás e tem um
processo tubercular que, comtudo, só nos individuos velhos se torna pi-
riforme. O focinho nos jovens mostra geralmente um espaço nú nitida-
mente delimitado; nos adultos elle é totalmente recoberto de escudos
pequenos. Comprimento da cabeça só nos individuos grandes algumas
vezes é contido mais de tres, na generalidade justamente tres vezes no
comprimento do corpo. A maior altura do corpo, sob o extremo poste-
rior da carena post-occipital, é contida 1 e 2/3 4 1e 1/3; a maior lar-
gura da cabeça é contida 1 e 1/6 4 1 e 1/4; o comprimento do focinho
um pouco mais de 1 e 3/4, quasi duas vezes, a largura da fronte 2 e 1/3
a 1e 5/6; o diametro dos olhos nos jovens 5 e 1/2, nos adultos 7 à
7 e 3/5 no comprimento da cabeça, medida até a orla da grande placa
temporal. O comprimento da base da dorsal chega ä 2/5 ou 3/8 do
comprimento do corpo ou cerca de 5/4 do comprimento da cabeça; e
só nos individuos velhos, ás vezes, eguala ä distancia que vae da dorsal
à ponta do focinho. A dorsal na regra é mais longa do que os mais
altos raios medianos; comtudo em alguns poucos exemplares de tamanho
mediano da nossa collecção, talvez machos, ella é da mesma altura que
o proprio comprimento (como se vê na figura).
O aculeo peitoral é do mesmo tamanho que a cabeça, comtudo a
sua ponta só nos individuos velhos chega ao meio do aculeo das ven-
traes ou um pouco além. A separação da adiposa do ultimo raio dorsal
é, nos jovens, um pouco maior do que nos velhos, nos primeiros é
comtudo de 3 e 1/3 á tres vezes, nos ultimos de 2 e 5/6 a 2 3/4 no
comprimento da cabeça. O lobo caudal inferior é mais longo, attinge
4/9 a 2/5 do comprimento da cabeça. Cada lila de escudos, do corpo
tem uma carena longitudinal mediana, que é denticulada na orla externa
e gradativamente diminue para a caudal.
A fila post-humeral é agudamente entalhada, do mesmo modo a fila
do temporal. Quatro 4 seis escudos entre a dorsal e a adiposa, 13 4
14 ao longo da base da dorsal, 11 4 12 entre a anal e a caudal, e 29
na linha lateral. O numero dos raios dorsaes oscilla entre 13 á 14
(1 + 12 4 13). Cabeça e tronco superior e lateralmente com grandes e
pequenas manchas pardas escuras, tão densamente dispostas que a côr
cinerea azulada fundamental se apresenta linearmente ou com estrias
curtas entre as mesmas.
1) Gibbiceps (Lat). gibba = corcova; ceps = alto da cabeça,
78 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Ventre egualmente, na regra, maculado; comtudo näo säo as ma-
culas täo nitidamente marcadas como no tronco; muito raramente ellas
faltam por completo. As grandes manchas sobre a dorsal constituem, só
na parte posterior da nadadeira (entre os quatro ou cinco ultimos raios),
uma unica fila, ao contrario ficam ellas em duas ou tres filas transver-
saes entre os raios anteriores. As maculas nas nadadeiras são em uma
fila, sobre as caudaes se tornam indistinctas» (Steindachner.)
Habitat: Coary, Teffe, Porto da Mós, Lago Aleixo, Cudajás, Lago
Hyanuary, Tabatinga, L. Maximo, Jutahy, Villa-Bella, Silva, Obidos, Ju-
tuarana, Saracá, Nauta, Cupay.
93 — Pterygoplichthys litturatus ', (Kner).
DS A PAR NE
Forma robusta, curta, pedunculo baixo e fraco em relaçäo ao corpo.
Cabeça larga, vomeriforme, um tanto curva nos bordos do rostro e contida
tres vezes no comprimento do corpo; bocca moderada, ramo dos mandibula-
res quatro vezes no espaço inter-orbital; labio posterior papilloso, as
Fic. 53 — Pterygoplichthys litturatus, seg.EKner Fy, fis
papillas de dimensões mediocres; barbilhão egualando 4 1/2 da orbita ;
esta 7 e 1/2 vezes no comprimento da cabeça, 3 e 1/2 no espaço inter-
orbital, quatro vezes no focinho; os seus bordos são salientes; o supe-
1) Litturatus (Lat.) — riscado,
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 79
rior € entumescido anterior e posteriormente, o que mais concorre para
achatar a larga região inter-orbital que é egual 4 1/2 do comprimento
da cabeça. Duas cristas baixas sahem do bordo interno da fossa em
que jazem as narinas e convergem para uma crista mediana muito exa-
gerada sobre o occipital, onde esta se expande em forma de elmo; occi-
pital terminando em um escudo nucal mediano e dous lateraes; tres
escudos nucaes entre o occipital e a dorsal, bicarenados; segundo es-
cudo ou os dous primeiros nucaes lateraes carenados. Temporaes care-
nados na sua expansão superior; esta carena é a primeira de uma fila
que termina adiante e no meio de duas outras que partem de sob o 3.º
raio dorsal e vão terminar nos lados da cauda; debaixo d’estas ha duas
outras carenas.
Todo o corpo, inclusive a superfície ventral, que é granulosa, do
focinho à anal, densamente recoberto de aciculos curtos, mais desenvol-
vidos nas pontas dos aculeos peitoraes; estes attingindo o meio. dos
ventraes que passam de cerca de duas placas ä base da anal; esta
terminando quatro escudos adiante da vertical da adiposa. Dorsal longa,
attingindo a adiposa quando reclinada, originando-se por tres raios antes
das ventraes; sua base egual ao comprimento da cabeça e contendo uma
vez e 1/4 a propria altura; sete escudos entre a dorsal e a adiposa,
13 entre a anal e a caudal que é obliquamente lunada e tem o lobo
inferior maior. Denegrido com linhas errantes brancas,
Habitat: Rios Preto, Puty, Guaporé, Xingú e Amazonas.
Kronichthys ', Mir. Rib.
Kosmos, Anno V, n. 2 — 1908
Corpo alongado, indistinctamente octogonal, focinho e lado inferior
do corpo, até a parte posterior da anal, nús; cintura sternal sub-cutanea.
Olhos superolateracs; uma placa alongada isolada (preoperculo ?) entre
. os suborbitarios e o operculo; interoperculo inerme, placas nucaes mo-
deradas, variaveis na forma e no tamanho; duas placas sob o temporal
e delle separadas por um espaço relativamente largo; dentes numerosos,
em forma de gancho, com uma constricção e um pequeno entalhe na
base da parte colorida; barbilhões curtos. Dorsal sobre as ventraes com
o aculeo fraco e sete raios; peitoraes (1 + 6) e ventraes (1 + 5) pequenas
com o aculeo forte e hispido nos lados exterior e inferior; adiposa pre-
sente, posterior ä extremidade da anal, quando reclinada; anal origi-
1) Krone, o Sr. Ricardo Krone, de Iguape e que collecionou, no Rio da Ribeira, o primeiro
peixe deste genero.
80 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
nando-se sob o extremo do ultimo raio dorsal, quando reclinado, com
1 +5 raios, caudal truncada, com os raios externo não prolongados,
Especie conhecida :
94 — Kronichthys subteres ', Mir. Rib.
Mãe — do — Anhä
Est. 29 fig. 1
Dl 4575 TAM ERROS FL Blatt
Cabeça 3 e 3/5 a 4; altura 6 e 1/3; maior largura 5 e 1/3; olhos
8 à 8e 1/3 no comprimento da cabeça, 2 e 2/3 4 3 no espaço interor-
bital; dentes “— em cada lado da bocca; ramo do mandibular 2 e 1/3
A 2e 2/3 no espaço interorbital; peitoraes attingindo mais ou menos a
base das ventraes, com o aculeo aciculado e menor do que os raios
ventraes, do mesmo modo, não attingindo a anal; 7 placas entre a
adiposa e a caudal; 15 entre a anal e a caudal. Ventre totalmente nú,
sem placas lateraes; placas da região anal, entre o anus e o altimo raio
da nadadeira, sub-cutaneas; uma depressão mediana corre da origem da
dorsal á caudal, esta nadadeira transversal e obliquamente truncada, com
o lado inferior ligeiramente maior que o superior. Placas do corpo mais
ou menos finamente aciculadas, performando, ás vezes, quatro arestas
longitudinaes que produziriam um prisma octogonal.
Olivaceo, com quatro fachas negras transversaes, duas sob a dorsal,
uma anterior e outra posterior 4 adiposa; duas estrias longi.udinaes
negras, nos flancos, entre estas duas nadadeiras.
Nadadeiras mais ou menos distinctamente maculadas de preto; dorsal
e caudal mais uniformemente denegridas, com uma tarja marginal branca.
Quatro exemplares, o maior de 12 centimetros. N’um delles, que
presumo ser femea, os aciculos do corpo são mais desenvolvidos e de
côr ferruginea; os dentes em numero de © e os labios em vez de gra-
nulosos, papillosos; olhos 2e 2/3 no espaço interorbital e largura cinco
vezes no comprimento total (sem a caudal).
Habitat: Rios Bethary, Pardo e Iporanga. Vive sob as pedras.
1) Sub-teres (Lat.) — quasi cylindriço.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 81
Acanthicus ', Spix.
Gen. Sp. Pisc. Bras. 2, 1829.
Cabeça tendo os temporaes muito desenvolvidos, se projectando
além do occipital, posteriormente; o operculo e interoperculo providos
de aculeos que, no ultimo formam um facho movel; bocca mediocre,
com uma serie de dentes bifidos nas maxillas; barbilhöes grandes ( quasi
chegando ao operculo). Placas do corpo isoladas entre si; as maiores
posteriores á dorsal; superficie abdominal granulosa. Dorsal sobre as
memes 1 + 7 4 8; A. 1 +5; Vs. | +9; Ps. I + 5; adiposa ausente.
Caudal lunada, com os raios exteriores prolongados. Especie unica:
95 — Acanthicus hystrix ?, Spix.
DIESE NL 29: NE la tas 2084027
D’esta especie de que o Museu de Munich possue o typo descripto
por Spix, medindo cinco decimetros e o Museu Britannico o exemplar
colligido em Xeberos, de 45 centimetros e o Museu de Zoologia Com-
parada de Cambridge possue outro de 71 centimetros, é assim descripto
pelos professores Eigenmann: «Esta especie parece ser muito rara, pois
só tres exemplares são conhecidos, é o mais hispido dos Plecostomini
que póde ser em parte notado pela sua raridade nos Museus. Altura 1
e 2/3 na largura que eguala ao comprimento da cabeça, até o angulo
superior da abertura das guelras. Pedunculo caudal delgado. Cabeça
larga, deprimida, chata superiormente; a superlicie das placas recoberta
de espinhos curtos, conicos, dispostos em linhas irradiantes sobre as
placas occipital e temporaes; margem do focinho provida de numerosos
espinhos curtos. Orbita pequena, 8 e 1/2 vezes no focinho, 16 na cabe-
ça, 3 e 1/2 no espaço interorbital. Interoperculo provido de numerosos
espinhos que são achatados e curvos na ponta como os dentes da bocca.
Barbilhão longo, quasi chegando ás guelras. Face inferior da cabeça re-
coberta de granulos isolados. Superficie ventral inteiramente granular.
Placas lateraes isoladas, as menores na base da dorsal, cada placa,
excepto sobre a superficie ventral da cauda, com uma serie mediana de
espinhos fortes; as maiores sobre as superficies dorsal e ventral da
cauda.
Distancia entre a dorsal e a ponta do focinho 2 e 1/2 vezes no
comprimento; comprimento do aculeo dorsal egual 4 cabeça (até o an-
1) Acanthicus — (do Gr. Acantha, espinho) espinhoso.
2) Hystrix (Lat.) = Hystrix cristatus, o Porco Espinho.
6378 11
8 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
gulo superior das guelras), sua superficie anterior coberta de espinhos
rijos, curtos; raios dorsaes divididos na ponta, cada porçäo com uma
serie de espiculos. Caudal lunada, os raios externos prolongados, mais
compridos do que o aculeo dorsal.
Aculeo peitoral muito longo e forte, quasi 2 e 1/2 vezes no com-
primento, chegando além do meio das ventraes, toda a sua superficie
externa tendo espinhos curtos e rijos; as ventraes chegando ä frente da
origem da anal. Pardo maculado de mais escuro, todas as nadadeiras
densamente maculadas de mais escuro, ou quasi transfaciadas. Cabeça
DreAl)2>
Habitat: Amazonas, Rio Branco e affluentes.
Rhinelepis, ' Spix.
Gen. & Sps. Pisc. Bras. 4 — 1829
Cabeça moderadamente deprimida, larga; olhos superiores, peque-
nos; bocca larga provida de uma fila de dentes numerosos de uma unica
ponta; placas somaticas hispidas, näo carenadas; tres placas post-occi-
pitaes medianas (até a dorsal), podendo se subdividir. Dorsal sobre as
ventraes; adiposa ausente, caudal lunada, ventre quando muito com pla-
cas granulares, geralmente nu.
Pedunculo despro-
vido de carenas,
peitoraes chegan-
| do a axilla das
Operculo e in- ventraes EEE R. parahibe
ter-operculo
desprovidos Pedunculo provido
de aciculos. de carenas peito-
raes, passando as
ventraes de meia
extensão... as R. rudolphi.
Abdomen nú, L. lat. 25
(Po ás eee ee
Especies brasileiras ;
|
| Abdomen granuloso L. lat. 24............. R. aspera.
ee e interoperculo providos de aciculos bem desen-
VOIVIGOS 2502 2 a REA PR Re er RR R. genibarbis
96 — Rinelepis parahybe °, Steind.
D: NH ALTES EEE slater 20659020
Cabeça 3 4 3 e 1/4 no comprimento do corpo; sua altura 1/2 do
proprio comprimento; maior largura 3 e 1/2 á 4 vezes no comprimento
total (sem a caudal). Olhos pequenos, superiores, 7 á 8 vezes no com-
primento da cabeça, 2 e 1/2 4 3 no espaço interorbital. Focinho largo,
1) Rhine (Gr.) = lima; lepis = escama.
2) Parahybe = do rio Parahyba.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 83
elliptico, com a ponta nua; nü é todo o lado inferior da cabeça, onde
apenas apparecem algumas placas em baixo do interoperculo, nos adultos.
Labios grossos, circulares granulosos; dentes & em cada lado dos inter-
maxillares e dentarios; os dos intermaxillares ficam em arco muito fraco.
Placa occipital hexagonal, seguida de tres placas transversaes medianas,
até a origem da dorsal: essas placas ás vezes se decompõem. Dorsal
com o aculeo egual 4 1/2 da distancia que vae da ponta do focinho à
sua base. Peitoraes e ventraes do mesmo tamanho, o aculeo das pri-
meiras é, porém, um pouco mais forte e termina em ponta cutanea,
FIG. 54 — Rhinelepis parahybæ, seg. Steindachner
embora sendo, como os das ventraes, aciculado nos bordos externo e
inferior. Caudal lunada, ás vezes o lobo inferior ligeiramente mais longo.
Ventre nú, ás vezes (nos mais velhos) algumas placas esporadicas sobre
a cintura sternal e lados do abdomen. Os jovens são plumbeos, mar-
morados de pardo na região post-occipital, tendo uma nodoa circular
dessa côr em cada lado da dorsal e duas outras, maiores, sobre a linha
mediana, entre a nadadeira dorsal e a caudal; uma pequenina na base
da caudal, na mesma linha; nadadeiras pares claras, com os raios dif-
fusamente manchados de escuro; margem superior da dorsal clara, colo-
84 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
ração que é produzida pela terminação plumbea dos raios, á curta dis-
tancia da orla; caudal clara com duas fachas transversaes plumbeas,
uma perto da base e outra da margem, o que tambem é produzido pela
coloração dos raios. Abdomen alvadio. Os adultos são pardos uniformes.
Habitat: rio Parahyba.
97 — Rhinelepis rudolphi
DEI PET CARS Eat le
Segundo Rudolph Ihering, esta especie -reproduz os caracteres de
R. parahibæ differindo por ter «um sulco posterior á dorsal pela linha
mediana, marginado por uma crista lateral que se encontra com a do
lado opposto, em frente á dorsal; a face inferior da região caudal é
plana, marginada por cristas lateraes; os lados da cauda, atraz, são
planos, tornando-se arredondados na frente; outra crista não ha sobre
os lados do corpo, à não ser a que corre parallela com a crista dorsal;
nadadeiras inferiores arredondadas, extendendo-se ás peitoraes, por metade
de seu comprimento, além da base das ventraes e estas até a anal;
caudal com os lobos arredondados. Pardo uniforme, 6 cm.» Visto como
o autor citado chamou esta especie de Plecostomus microps e esta de-
signação já foi empregada por Steindachner em 1876 (Süsswasserfische
Südöstlichen Brasilien, III est. XIII — Sitzungsber, LXXIV), não conser-
vamos tal designação, substituindo-a pelo nome do joven ichthyologista.
98 — Rhinelepis aspera ', Spix.
Roncador, Ácary.
DIRES A DE ate EA
«Labio superior se prolongando em barbilhão curto, espesso, car-
tilaginoso, recoberto de aciculos pequenos; aculeo peitoral muito largo,
passando a inserção das ventraes; ventraes oppostas ao bordo anterior
da dorsal; raio lateral da caudal provido de um gancho, cabeça quasi
1/4 do corpo (excluida a caudal); corpo totalmente hispido. Cabeça
obtusa, cordiforme, tronco um pouco imais largo, não egualando perfei-
tamente á 1/5 do comprimento do peixe (incluida a caudal), excedendo
irancamente ä 1/4. Labio superior sem véo, terminando em barbilhäo
1) Aspera = aspera.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 85
curto espesso Toda a cabeça recoberta de placas densamente aciculadas
que lhe offerecem um aspecto de lima. Olhos relegados por tal fórma sobre
a cervix que quasi ficam oppostos à inserção das peitoraes, muito iso-
lados entre si e lateralmente dirigidos. Fossas nasaes superiores, valvu-
lares não tão distantes entre si como as orbitas, a 3/4 mais isolados da
ponta do focinho do que destas. Corpo quasi terete, gradativamente
_ diminuindo, lateralmente comprimido para cauda. Placas rhomboidaes ;
as dos lados maiores, imbricadas, as do abdomen não imbricadas e as
menores. Todas são, como a cabeça, recobertas em toda a superfície
de aciculos pequeninissimos e compactos que se salientam algo na margem
posterior. Todos os raios das nadadeiras asperos do mesmo modo.
Dorsal inserida numa depressão opposta ás nadadeiras ventraes, e que
se estende para o lado da cauda. Aculeo peitoral passando além do
início das ventraes. O aculeo de todas as nadadeiras muito forte, o das
peitoraes especialmente deprimido, o mais largo. Raios externos da
caudal providos de um gancho lateral. (O nosso exemplar tem a ponta
dos raios quebrada.) Denegrido uniformemente. Os portuguezes chamam-n’o
«Roncador», os indigenas «Acary». O exemplar unico do Museu de
“Munich, empalhado, mede 56 centimetros.» (Spix).
Habitat: S. Francisco, Paraná.
99 — Rhinelepis genibarbis ', (Cuv. e Val.)
DIET PAS ul lat 22 42
«O caracter mais notavel desta especie é um facho de pellos ou
aciculos delgados, rijos, contiguos e que occupa, de cada lado, um
espaço oval, na base do operculo. A cabeça tem mais ou menos a
forma da metade de uma pyramide que tivesse seis faces; uma em cada
bochecha e uma entre os olhos. Sua largura nos operculos (que é ao
mesmo tempo a d'entre as peitoraes) é contida 3 e 1/2 vezes no pro-
prio comprimento, medida esta que, subindo do focinho á nuca, eguala
essa largura. Sua altura entre os olhos vale a metade; mas a nuca se
eleva e tem della 3/4. Os lados são curvilineos e a circumscripçäo do
focinho é um angulo obtuso, redondo no vertice. A bocca e os dentes
são pouco mais ou menos como em R. strigosa. Os olhos occupam 1/6
do comprimento da cabeça em diametro, ficam á 3 e meio da ponta do
focinho e á quatro um do outro. O craneo, entre ambos, é chato; e a
nuca é longitudinalmente convexa. O ventre é quasi da largura da ca-
beça: mas a cauda o é 3 vezes menos; ella só se comprime sensi-
velmente para a caudal. A dorsal occupa um pouco menos de 1/4 do
1) Genibarbis (Lat.); gena— faces ; barba — barba; os aciculos dos inter-operculos.
86 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
comprimento e & perto de metade menos alta do que longa. Seu pri-
meiro raio é redondo e mediocre. O primeiro das ventraes se lhe asse-
melha e é pouco mais ou menos do mesmo comprimento; mas o pri-
meiro das peitoraes é muito mais forte, comprimido e um pouco arqueado. |
Seu comprimento é 4 vezes e meia o do peixe. Todos são asperos.
As asperezas do das peitoraes são dispostas em estrias. A caudal é
cortada transversalmente, mas seus raios externos proeminam um pouco.
Todo o corpo é aspero e as asparezas formam em certos logares estrias
diversamente dirigidas. As peças osseas da segunda e da terceira ordem,
têm uma aresta um pouco saliente e estas ultimas que correspondem á
linha lateral, têm um entalhe inferior ao extremo de sua aresta. As da quarta
ordem que têm a maior altura, são ligeiramente plicadas em angulo, pelo meio.
A quinta dá nove ou dez peças bem pequenas entre a peitoral e a
ventral; atraz da dorsal ha dez pares de grandes placas, em seguida
vêm seis pequenas impares, de que a ultima, pontuda, está sobre a
base do primeiro raio da caudal. A ponta do focinho e toda a parte
inferior da garganta, do peito e do ventre guarnecidas de numerosas
peças irregulares, as mais asperas ficam sob a garganta, as mais lisas,
mais compactas, sob os humeraes. Nosso exemplar secco, inteiramente
pardo é de 5 pollegadas, foi cedido ao Museu de Pariz pelo de Lisboa;
vem provavelmente do Brasil.» (Cuv. e Val.)
Regan, referindo-se á esta especie diz:
«O typo de Cuvier e Valenciennes éra um exemplar empalhado de
375 mm. Os exemplares descriptos por Steindachner mediam até 280 mm.,
em comprimento total. Estou convencido de que R. agassizi seja iden-
tica ä R. genibarbis, porque as descripções se parecem muito estreita-
mente e as diferenças são de pouca importancia; a mais frisante sendo
a nadadeira dorsal mais elevada em À. agassizi, devido, em parte, ao
menor tamanho dos exemplares e provavelmente, á estar a nadadeira
quebrada no typo de Valenciennes, e condição que este autor éra muito
facil em omittir ou desprezar.»
Por nossa vez consideramos R. pellegrini apenas uma variedade de
R. genibarbis.
Habitat: Manacapuri, Amazonas.
Parotocinclus ', Eigenm. & Eigenm.
Proc. Calif. Acad. Sci. — 2º, 2º ser. 41. — 1890
- Forma geral de Rhinelepis. Cabeça nua inferiormente, porém, pro-
vida de aciculos sobre o bordo inferior e no extremo superior do rostro.
Olhos superiores, 3 placas nucaes entre o occipital (hexagonal) e o
1) Para (Gr.) — ao lado (de); Ofocinclus, genero adiante citado.
4
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 87
aculeo da nadadeira dorsal. Esta posterior äs ventraes. Adiposa pre-
sente, normal, com o aculeo granuloso. Peitoraes grandes, com oculeo
provido de espinhos no bordo externo. Abdomen sem placas transver-
saes, adeante da cintura sternal e recoberto de placas grandes depois
da dita cintura. Anus sem placa circumdante. Caudal lunada.
100 — Parotocinclus maculicauda ', (Steind.)
Est. 29 fig. 2
Dal VA EE ss lat 24
Forma alongada, mediocremente entumecida na região thoraco-cer-
vical. Cabeça 3 vezes no comprimento, de largura contida 1 e 1/3 no
proprio comprimento, contorno parabolico; bocca relativamente ampla,
com cerca de 20 dentes em cada lado de ambas as maxillas; barbi-
lhões curtos, finos; labios semi-circulares, verrucosos. Olhos lateraes, 6
vezes na cabeça, 2 e 3/4 no espaço interorbital. Occipital terminando
num amplo escudo nucal e dois lateraes (um para cada lado). Dorsal
sobre o meio da base das ventraes; distancia de seu fulcrum a ponta
do focinho, egual ä que vae do mesmo, ä orla da primeira placa pos-
terior ä ponta do aculeo da adiposa reclinado. O seu aculeo é maior
que os demais raios que decrescem gradativamente, dando a förma
triangular á nadadeira; elle é, porém, mais curto do. que o aculeo
peitoral, flexivel e tem o bordo anterior densamente aciculado e o pos-
terior reticulado, 9 placas entre a dorsal e a adiposa; 7 à 8 entre a
base do aculeo desta e a caudal. Peitoraes com o aculeo forte, pas-
sando o 2º terço das ventraes, aciculado no bordo externo, liso no
interno. Ventraes attingindo o início da anal, com aculeo curvo e
robusto, mais densamente aciculado no lado inferior. Anal occupando 7
placas, com o aculeo nas condições do da dorsal, porém, muito mais
curto e fraco; 14 placas entre a sua base e a caudal; esta lunada,
com o lobo inferior um pouco maior. Superficie ventral recoberta por 3
séries longitudinaes de placas e tanto estas como as demais do corpo
densa e curtamente aciculadas. Fóge á esta regra um espaço parabolico
correspondente á toda a base e projecção da anal e que é liso. Cintura
sternal larga. Anus á meia distancia entre a base das centraes e 0
início da anal. Olivaceo uniforme. Caudal com uma larga mancha negra
sobre a base, estendendo-se obliquamente até o apice do lobo inferior.
Habitat: Santa Cruz (R. Grande do Sul) e Ribeira (S. Paulo).
1) Maculicauda (L.) = de macula na caudal,
88 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Microlepidogaster ' Eigenm. & Eigenm.
Pr. Calif. Acad. Sci. 2? ser. 2º, 42 — 1890
Corpo mediocre, mais reforgado do que em Rhinelepis, na parte
anterior. Cabeça núa inferiormente, com a orla marginal de espinhos no
bordo inferior e no extremo do rosto. Dentes numerosos em uma fila;
olhos superiores. Peitoraes mediocres. Dorsal posterior ás ventraes.
L. lat. 24 à 27 / Diametro ocular 6 na cabeça. M. nigricauda.
| Abdomen recoberto de | ses 7° \ Diametro ocular 81/2nacebeça M. perforatus.
placas granulosas pe- |
quenas. LA 29H He ET HE IE FIN: M. tictensis.
a P f Escamas fortemente carenadas ........ M. lophophanes.
| Abdomen nu. - . . - - \ » indistinctamente carenadas. . . . . . M. bourguyi.
101 — Microlepidogaster nigricauda * Boul.
Dil ESTRIAS IE ESS EAN ato 241226
«Altura cerca de 5 e 1/3 no total, cabeça 3. Olhos seis vezes na
cabeça, espaço interorbital 2 e 1/3, focinho 2 e 1/2 vezes, região occi-
pital regularmente convexa, sem carenas. Escudos espinulosos, não
carenados, 24 à 26 numa série longitudinal. Face inferior da cabeça
com uma area núa na frente das claviculas; abdomen com muitas
placas pequenas, ás vezes irregularmente arranjadas. D. 1 +7. Origem
da dorsal posterior 4 das ventraes. Adiposa ausente. A. 1+5. Aculeo
peitoral se projectando quasi até o meio das ventraes. Caudal ligeira-
mente emarginada. Peduculo contendo 3 vezes o proprio comprimento.
Olivaceo; caudal denegrida, com alguns pontos ou linhas que são mais
distantes nos raios externos. Outras nadadeiras com faixas ou maculas
escuras transversaes. 4 centms.» (Regan).
Habitat: Rio Grande do Sul.
102 — Microlepidogaster perforatus °, Eigenm. e Eigenm.
D. is Ao lat. 27
«Largo e deprimido anteriormente, a altura menor do que a lar-
gura. Cabeça larga, deprimida, sua altura um pouco maior de 2 vezes
no comprimento até o extremo da placa temporal; sua largura 1 e 1/2
no comprimento. Focinho estreito, pontudo; região loreal concava; olhos
pequenos, 4 vezes no focinho, 8 e 1/2 na cabeça; espaço inter-orbital
1) Microlepidogaster (Gr.) = Micron = pequeno; lepis, pidos escama, gaster ventre, abdomen ;
referencia ás escamas do recobrimento da superfície abdominal.
2) Nigricauda (Lat.) = de cauda negra.
3) Perforatus (Lat.) = perfurado (na região temporal)
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 89
concavo, egnal ä porção post-orbital da cabeça. Placa temporal perfu-
rada, um largo foramen posteriormente, logo atraz dos olhos. Um largo
foramen acima e atraz do aculeo peitoral. Todas as placas hispidas, as
da cauda mais intensamente, porém, sem carenas. Face inferior da ca-
beça núa. Dentes bem desenvolvidos em ambas as maxillas. Coracoide
e clavicula granulares. Ventre, até entre as ventraes, inteiramente reco-
berto de pequenas placas granulares; região preanal longa, estreita e
nua. Origem da dorsal æquidistante da ponta do focinho e da base da
caudal; origem das ventraes zquidistante da ponta do focinho e da
ponta da anal. 32 mm.». (Eigenm. e Eigenm.)
Habitat: Rio Carandahy, Brasil.
103 — Microlepidogaster tietensis !, Eigenm. e Ihering
DD Sar nara nara tos ES das ÃO)
« Cabeça 4, altura 7 e 3/4 no comprimento. Corpo alongado, pe-
dunculo por traz da anal quadrangular, com os lados dorsal e ventral
planos; na altura das ventraes o corpo apresenta, num corte transversal,
7 arestas irregulares; cabeça com faces planas, crista orbital proemi-
nente, espaço interorbital um pouco deprimido, partindo de entre as na-
rinas uma crista que vae ao focinho; as margens deste são granuladas ;
a face inferior da cabeça é núa com excepção de um triangulo de gra-
nulações, cuja base está sobre o interoperculo. Beiços bem desenvol-
vidos, cobertos de papillas, as maiores das quaes ficam proximas da
bocca, ao redor da qual, porém, ha um pequeno espaço nú; bigodes
distinctos, ainda que diminutos. Peito e barriga cobertos de pequenas
placas granulares isoladas; região anal núa. 3 placas impares em frente
da anal. Occipital com uma pequena crista; cerca de 3 placas entre o
occipital e a dorsal, todas as placas são hispidas; a distancia entre a
origem da dorsal e a ponta do focinho cabe 1 e 1/2 vezes na distancia
entre aquelle ponto e a base da caudal; a origem da dorsal fica só
pouco atraz das ventraes. A altura da dorsal eguala ao comprimento
do focinho; caudal longa (quebrada no exemplar typico, porém, maior
do que a distancia entre os olhos); peitoral do comprimento da distan-
cia que vae do focinho ao olho, passando por 1/3 além da origem da
ventral; esta cabe 1 e 1/3 vezes na peitoral e chega 4 1º placa impar
em frente da anal; anal só um pouco mais comprida do que a ventral.
Cör uniforme, amarello suja, coberto de minusculos pontinhos, 67 mm.»
(Rud. Ihering. )
Habitat: Tieté, S. Paulo.
1) Tietensis ( Latinisação ) de Tiete, Rio paulista,
6378 12
90 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
104 — Microlepidogaster (?) lophophanes ', Eigenm. & Eigenm.
D'ÉTÉ PARIS arW22
«Corpo curto e elevado, a maior altura egual a maior largura.
Cabeça curta, apenas mais larga do que alta, sua altura é de 1 e */, no
comprimento. Occipital com tres rugas espinhosas, a mediana a mais
alta, curta, terminando de repente com o occipital. As outras duas cris-
tas projectando-se de cima da margem posterior da orbita á margem
do occipital; outras cristas estendendo-se da orbita, para traz, ä mar-
gem da placa temporal. Fossas nasaes grandes, marginadas de cristas
espiniferas ; duas séries divergeates de espinhos projectando-se de entre
as narinas 4 margem do focinho. Região loreal concava. Face inferior
da cabeça nua, a porção nua marginada por uma série de espinhos re-
curvos, fortes. Olhos pequenos, ligeiramente á frente do meio da cabeça.
Coracoide e escapula granulares; ventre com uma pequena placa gra-
nular entre a margem posterior das ventraes e uma placa maior atraz
das peitoraes; no mais, nú; placas dorsaes e lateraes com uma carena
mediana conspicua. Dorsal inserida ligeiramente por traz da origem das
ventraes, consideravelmente mais proximas da ponta do focinho do que
da base da caudal; origem das ventraes &quidistantes entre a abertura
das guelras e a origem da anal. Traços de uma facha lateral que se
continúa sobre o meio dos raios caudaes medianos. » (Eigenm. & Ei-
genm. )
Habitat: Sta. Cruz — Rio Grande do Sul.
105 — Microlepidogaster bourguyi ?, Mir. Rib.
Di SAE Ss EI MIA 2000027
Cabeça 3 e '/,; altura 5 e !/,. Olhos seis vezes na cabeça, duas
vezes e '/; no espaço interorbital; dentes ”/„ em cada lado de ambas as
maxillas, bem desenvolvidos. Escudos indistinctamente carenados. Abdo-
men com tres placas moderadas na região anal. Peitoraes attingindo o
ultimo terço das ventraes, com o aculeo longitudinalmente estirado e
granuloso e tendo espinhos no bordo externo. As ventraes terminam á
tres escamas antes da anal e têm o aculeo curvo e revestido de espi-
nhos fortes, introrsos, na face inferior; anal occupa oito placas. Adiposa
ausente. Dorsal posterior 4 base das ventraes, o seu aculeo delgado,
porém granuloso. 12 exemplares sem procedencia, encontrados na col-
lecção do Museu.
Habitat: Brasil.
1) dr plane ( Gr.) Lophos — crista; Phanos — evidente.
2) Bourguyi— do Dr. Hermillo Bourguy Macedo de Mendonça, on da Secgäo de
Zoologia do Museu Nacional.
Archivo do Museu Nacional, vol. XVI Fauna Brasiliense, est. XXIX
A. de Mir. Rib. phot. J. Schmidt impr.
Sabino & Karl gr.
Fig. 1 — Kronichthys subteres, Mir. Rib.
Fig. 2 — Parotocinclus maculicauda (Steind.)
Fig. 3 — Otocinclus obtusus, Mir. Rib.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 91
Otocinclus,' Cope.
Pr. Acad. of Nat. Sci. — Philad. 283 — 1871
Corpo curto, reforçado, muito comprimido sobre o pedunculo que,
as vezes é baixo; cabeça tendo a superficie inferior núa, as placas
marginaes providas de aciculos fortes iniravertidos; os temporaes gran-
des, as placas sub-oculares presentes, grandes; bocca pequena, provida
de uma série de dentes nos mandibulares e maxillares; narinas supe-
riores; focinho recoberto de aciculos retrorsos; orbitas lateraes, não
transpondo o bordo inferior lateral da cabeça; ventre mais ou menos
recoberto de placas, nadadeiras peitoraes moderadas, providas de aculeo
curvo, quasi sempre espinhoso no bordo externo; ventraes mediocres,
as vezes com o aculeo tambem espinhoso; caudal furcada.
(Occipital provido defOrbita Are AANANCADEC dE zer tico prata ne ue O. affinis.
uma crista a de]
ana recoberta de
aculeos retrorsos 4
bras
brasi- a E
a Orbitaubenarcabeca ee O fado
Abdomenstotal= (slat. 2ileal 2270 sms O. vittatus.
mente reco-
berto de pla- [Orbita 6 à rare cla-
CASES or: J na cabega,) ro... O. notatus.
Occipital desprovido |
de crista mediana | Denegrido
acıeuladanı saan. |L. lat. 25, u SU
percilios
brancos. O. leucofrena
tus.
lorbita 4e 1/2451/2. . O. flexilis.
Abdomen mais(Olhos 5e 1/3; altura 4e 1/3. . . O..obtusus.
ou menos nú.
loihos 8e 1/2; altura3e 3/5. . . O. gibbosus.
106 — Otocinclus affinis,? Steind.
Di 1 E75 AS +25, lato 23 24
Um unico exemplar, encontrado em más condições de conservação
e sem procedencia, apresenta os seguintes caracteres: corpo alto, curto;
altura 4 no comprimento até a base da caudal; perfil inferior recto até
o apice das ventraes; cabeça quasi tres vezes naquelle comprimento,
1) Otocinclus; (Gr.) Otus = orelha; cinclus = entrada engradada; allusão aos crivos dos
temporaes.
2) Affinis (Lat.) Affim, parente, visinho (de Ofocinclus vestitus, Cope).
92 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
perfil antero-superior recto da ponta do focinho até a ponta do occipi-
tal; toda essa regiäo plana ou quasi plana, apenas enquilhada para a
parte posterior da cabeça; contorno rostral anterior parabolico; orla
rostral, face dorsal, no focinho, até as narinas e ponta do occipital
recobertos de espinhos fortes. Orbita 4 e 1/4 na cabeça, lateral; fossas
nasaes superiores e proximas á borda anterior da arcada orbitaria.
Ha cerca de oito ä nove dentes em cada lado de ambas as maxillas.
Abdomen recoberto de tres filas de placas. Aculeo peitoral attingindo
o primeiro terço do das ventraes, estriado nos lados inferior e superior,
Fic. 55 — Otocinclus affinis, seg. Steindachner
granuloso no bordo externo e provido de algumas filas de espinhos
nesse bordo, do meio para a ponta; esses espinhos são fortes, os
superiores dirigidos para cima, para traz os exteriores, para baixo e
para traz os inferiores. Ventraes quasi attingindo a anal, com o aculeo
aciculado em derredor; anal tocando a 9 placa posterior ä sua origem;
caudal quebrada. Todo o corpo é finamente aciculado, sendo os
aciculos deciduos. Uma facha negra do focinho a cauda, mais intensa
após os olhos. O maior comprimento registrado: quatro centm.
Habitat: Riachos de Santa Cruz, perto do Rio de Janeiro.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 93
107 — Otocinclus cephalacanthus '
Di CARAS PoE late 20,
Corpo curto, pedunculo estreito, perfil supero-anterior convexo.
Cabeça 2 e '/,; dentes cerca de */s; altura 5 (sem a caudal) olhos seis
vezes na cabeça tres vezes no espaço inter-orbital; orbitas salientes;
do seu angulo anterior sahe uma crista que circumda as narinas e se
dirige ao meio do bordo superior; dentre essas cristas sahem duas para
a ponta do focinho; do occipital partem duas carenas divergentes, tendo
cada uma outra mais fraca pelo lado de dentro, as quaes, passando
pelos lados da ponta da placa occipital, que é elevada, recoberta de
espinhos, se dirigem pelos lados da dorsal, seguindo depois na carena
supero-lateral das placas do corpo; temporaes triangulares, longitudinal-
mente carenadas e recobertas as suas carenas, como as demais, de series
de espinhos sesseis; escamas do corpo pluricarenadas, aciculadas, ventre
recoberto de tres series de placas. Peitoraes de aculeo granuloso quasi
attingindo o apice das ventraes; estas a anal; não ha adiposa. Caudal
quebrada. Tres centms.
Habitat? — Brazil. Um unico exemplar encontrado nas collecções
do Museu, sem designação de especie alguma.
108 — Otocinclus vittatus ?, Regan
« Estreitamente alliado a O. affinis. Altura 5 no comprimento. Su-
praoccipital sem prega mediana, não muito elevado posteriormente ; per-
til dorsal elevando-se egualmente do focinho á origem da dorsal. 21 a
22 escudos em uma serie longitudinal. Uma estria escura do focinho,
atravez dos olhos, até o extremo dos raios caudaes medianos; caudal
tambem com algumas manchas escuras que podem formar 2 ou 3 bar-
ras verticacs. Em outros caracteres semelhante a especie precedente (O.
affines) 35 mm.» (Regan).
Habitat: Descalvados e Corumbá, Matto-Grosso.
109 — Otocinclus notatus *, (Eigenm. & Eigenm.)
i at; 25
«Corpo um tanto deprimido anteriormente, mais larggo do que alto.
Cabeça estreita e comparativamente elevada; occipital terminando n’um
processo triangular que é bordado por uma unica placa nucal. Perfil antes
1) Cephalacanthus (Gr.) cephale — cabeça; acantha — espinho.
2) Vittatus ( Lat.) — listrado. '
3) Notatus (Lat. ) == notado, marcado,
94 ARCHIVOS DO MUSEU. NACIONAL
abrupto e ligeiramente convexo; todas as placas da cabeça fortemente
hispidas; uma serie de grandes aculeos recurvos marginando a porgäo
granular do focinho inferiormente. Orbita 3 e 1/2 no focinho, 7 na ca-
beça, 3 vezes no espaço interorbital; contorno das placas marginaes do
focinho indistincto. Superficie ventral inteiramente recoberta de cerca de
3 series de placas irregulares. Placas lateraes fortemente hispidas, os
espinhos lateraes ligeiramente augmentados. Distancia da dorsal á ponta
do focinho, pouco maior do que 2 vezes no comprimento; margem da
dorsal convexa. Caudal emarginada. Aculeo peitoral não chegando ao
meio das ventraes, suas margens externas espinhosas. Nadadeiras ven-
traes chegando um pouco á frente do anus. Pardo claro; caudal com
uma larga mancha mediana denegrida que se projecta até a orla dos
raios caudaes medianos; raios caudaes externos amarellos ». (Eigenm.
& Eigenm.)
Habitat: S. Cruz. Rio Grande do Sul — Juiz de Fóra.
110 — Otocinclus leucofrenatus ', Mir. Rib.
Parecido com O. nofatus. Corpo alongado, gradativamente compri-
mido para a cauda e anteriormente deprimido. Cabeça 3 e '/,; altura 5
e °/,,; maior largura 4 e '/,. Olhos 2 e '/, no espaço interorbital, 6 vezes
na cabeça; cerca de 15 dentes em cada lado da bocca. Aculeo das
peitoraes passando um pouco o meio do das ventraes e fortemente
aciculado pelo lado de fora. Ventraes quasi attingindo a base do aculeo
anal. Póro peitoral grande. Pardo denegrido mais intensamente sobre a
cabeça e cauda; uma linha branca parte do rostro e, passando pelas
narinas e arcada supraorbitaria, se bifurca no extremo do escudo tem-
poral em duas, parallelas, a inferior das quaes segue a linha lateral.
As vezes percebe-se outra superior, partindo da ponta do occipital e
outra inferior partindo do operculo que é claro; os raios caudaes ex-
ternos e a ponta dos seis immediatos superiores, brancos. Abdomen
fina e irregularmente salpicado de negro. 6 centimetros.
Habitat: Rio das Pedras, Iporanga — S. Paulo.
111 — Otocinclus flexilis ?, Cope
«Muito proximamente alliados ás duas especies precedentes. (O.
vittatus e O. vestitus.) Diametro ocular 4 e '/, 4 5 '/, no comprimento
da cabeça. 25 escudos em serie longitudinal. Pardo claro com uma serie
1) Leucofrenatus ( Gr. lat.); leucos — branco; frenatus — que tem freios ( brancos »
2) Flexilis ( Lat.) — flexivel.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 9
de 446 manchas escuras pelo meio dos lados e uma serie semelhante
acima dessas. Nadadeiras manchadas ou fasciadas de escuro. Compr.
maximo obtido: 55 mm.» (Regan.)
Habitat: Rio Grande do Sul — Rio Jacuhy.
Fig, 56 — Otocinclus flexilis, Seg. Cope
112 — Otocinclus obtusos !
De toe TEN Er SAD lat. 25
Cabeça 2 e 7/6; altura 4 e 1/3; olhos 5 e 1/3; 2 e 2/3 no espaço in-
terorbital; dentes cerca de '/,, em cada lado de ambas as maxillas ; occipi-
tal e temporaes de ponta angular, formando um tridente de pontas eguaes;
placas lateraes do corpo fracamente carenadas ao longo da linha lateral ; no
tronco, após as peitoraes e sob a linha lateral duas outras carenas indistin-
ctas. Ventre nú com 3 placas no angulo do coracoide e uma 4 2 anteriores
ao anus.
Peitoraes attingindo o meio das ventraes; estas não tocando a anal
que, reclinada, occupa 6 anneis. Caudal quebrada, 33 mm. s. caudal.
Habitat: Brasil.
Encontrado nas collecções do Museu sem indicação de especie alguma.
1) Obtusus (Lat.) — obtusus.
96 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
113 — Otocinclus gibbosus ', Mir. Rib.
Cabeça cerca de 2 e 1/2 vezes no comprimento; altura 3 e 3/5. Fo-
cinho de contorno parabolico, muito regularmente dividido na orla pelas
suturas das placas; zona central elevada; pre-orbitarios- salientes; for-
mando com a zona rostral mediana uma depressão longitudinal em que
ficam as narinas, em fossa ampla. Orbita 3 vezes no espaço interorbital;
este 2 e 3/4 na cabeça; occipital com o centro saliente, formando uma
gibba no alto da cabeça; temporaes grandes, finamente perfurados;
quatro placas post-occipitaes delimitam a occipital; entre ellas e a dorsal
ha duas placas transversaes divididas na linha mediana. Dentes ?/,, em
cada lado da bocca; labios grandes recobrindo todo o espaço que vae
da bocca à cintura sternal. Ventre com duas placas grandes na axilla
das peitoraes, após a cintura sternal e algumas placas esparsas sobre
a linha mediana, entre as bases das ventraes. Dorsal com o aculeo forte,
tendo o bordo anterior aciculado e o posterior reticulado; peitoraes com
o aculeo largo e curvo, densamente denticulado, do tamanho do primeiro
raio e quasi attingindo o meio das ventraes. Estas com o aculeo muito
robusto, porém menor do que os raios; emquanto aquelle chega á origem,
estes attingem o meio do ultimo raio quando reclinado sobre o corpo.
Caudal emarginada, com o raio inferior um pouco maior que o su-
perior. Póro axillar grande, quasi do tamanho da orbita. Pardo até a
dorsal, dahi para traz cada vez mais escuro até a cauda; uma nodoa
triangular (de vertice anterior) atraz da dorsal duas outras sobre a linha
mediana do pedunculo (a posterior sobre a base do raio caudal superior);
duas outras inferiores, oppostas as superiores, amarellas de ochre. Dor-
sal preta com a orla amarella; anal amarella com uma facha mediana
transversal, negra; caudal amarella com a base e a orla e os raios ex-
ternos de cor negra, peitoraes e ventraes tranfasciadas de escuro. 49 mm.
Habitat: Bethary, S. Paulo.
Hypoptopoma *, Gunther
Proc. Zool. Soc. London, 234 — 1868
Apparentemente distincto de Oxyropsis pela compressão do pedun-
culo caudal.
Cabeça grande, fortemente deprimida, de contorno anterior sub-oval,
com o maior diametro na região ocular; orbitas lateraes, moderadas;
1) Gibbosus (Lat.) =gibboso.
2) Hypoptopoma (Gr.): Hypos= em baixo, inferiormente; piptein = cahido, deprimida, e
poma face, bochechas, -
Pr
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 97
narinas superiores, linha orbital anterior. Duas placas post-oculares, mais
ou menos divididas, de bordos parallelos, unindo-se quasi transversal-
mente ao occipital, este hexagonal, terminando em duas placas post-occi-
pitaes. Bocca pequena, com os dentes em uma fila, desenvolvidos; placas
sub-orbitarias grandes, inferiores; 3 placas medianas ante a dorsal:
esta elevada, com o aculeo mais fraco que o das peitoraes; adiposa,
quando presente só annunciada pelo aculeo que é sempre rudimentar e
anormal; peitoraes de aculeo deprimido, mais ou menos denticulado nos
bordos, ventraes mediocres, inferiores ä dorsal, anal mediocre; thorax
com a cintura sternal apparente, granulosa; abdomen recoberto por cer-
ca de tres ordens de placas, das quaes as lateraes são transversalmente
alongadas; região anal com placas grandes; caudal mais ou menos enta-
lhada em crescente.
Especies constatadas [Áculeo peitoral attingindo-a anal. ==. = renas H. steindachneri
em nossas aguas..
\Acuteo peitoral näo Deu ocular 5 à 6 vezes
* COE BNE gs Se 6 omen NA MCADECAME a NE H. inexpectatum
Diametro ocular 6 el/2á 7 H. joberti
114 — Hypoptoma steindachneri ', Boul.
DÉSERT PAIE SENTE at 22
«Comprimento da cabeça até o extremo posterior da placa post-
occipital mediana apenas contido 2 e 3/4 no comprimento do corpo; a
maior largura da cabeça um pouco mais de 1 e 1/3 no comprimento da
- FIG. — 57/Hypoptoma”steindachneri"seg. Steindachner
mesma. Olhos circulares, seu comprimento 1/3 da orla lateral do focinho.
Dentes mandibulares pequenos, maxilla superior tendo em cada lado 17
à 18 denticulos que, afinal, cahem facilmente. O barbilhão proximo ao
angulo da bocca mede apenas 1/2 diametro ocular.
1) Sfeindachneri — do prof. Dr, Franz Steindachner,
6378 13
98 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
A ponta dos raios peitoraes passa ainda um pouco o extremo
posterior das ventraes e chega á origem da anal.
O aculeo peitoral chega, em comprimento, á cerca de 1/3 do corpo
e apenas quasi attinge a altura do acu-
leo dorsal; elle é denticulado no bordo
externo, deprimido e um pouco mais
robusto que o aculeo dorsal que, no
bordo anterior, é densamente aciculado.
O aculeo ventral chega apenas á 1/2
comprimento do peitoral, é mediocre-
mente largo e, em redor, especialmente
na superficie inferior, provido de aci-
culos villiformes. O delgado aculeo anal
eguala em comprimento ao aculeo das
ventraes. A caudal, nos exemplares de-
senvolvidos, sobretudo, é francamente
semilunar, sendo ambos os lóbos de
egual comprimento. Entre o extremo posterior dos grandes escudos tem-
poraes e a base dos raios caudaes medianos, conto apenas 22 escudos
que são percorridos pela linha lateral.
o ultimo destes escudos é em toda ex-
tensão supero e infero-posterior, semilu-
nar e cercado por 4 escudos menores,
sobre os quaes seguem depois, em fila
transversal, os pequenos cscudos que
ficam sobre os raios caudaes. Na cabeça,
os escudos que protegem a orla, mais
distinctamente providas de aciculos pon -
teagudos; as demais placas cephalicas
tornam-se distinctamente menos asperas
e parecem na maior parte granulosas.
O numero, o tamanho e a posição dos
FiG. 57 b
escudos abdominaes, seräo claramente apreciados na figura junta, sujei-
tos porém, 4 apresentar variacöes individuaes» (Steindachner ).
Habitat: Amazonas, perto da föz do Rio Negro.
115 — Hypoptoma inexpectatum ', (Holmb.)
D. 1 +7; A. 1+ 5; L. lat. 22
«Altura do corpo 5 e 1/2 4 5 e 3/4 no comprimento total, com-
primento da cabeça quasi tres vezes. Diametro ocular 5 4 6 vezes no
1) Inexpectatem ( Lat.) —inesperado,
PRE
A, DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENE — PEIXES 99
comprimento da cabeça, espaco interorbital 1 e 3/4. Regiäo occipital
_ egualmente convexa, sem ruga mediana.
Escudos espinhosos, näo carenados, 22 numa série longitudinal. Face
inferior da cabeça com uma série transversa de 4 pequenas placas adi-
ante das claviculas; abdomen coberto por duas series longitudinaes de
placas, a 3° série representada por uma unica placa mediana.
Origem da dorsal acima da das ventraes, o comprimento de sua
base egual a sua distancia do supra-occipital. Adiposa ausente.
FıG. 58 — Hypoptoma inexpectatum seg. Regan.
Anal 1 + 5. Aculeo peitoral projectando-se à extremidade posterior
das ventraes. Caudal emarginada. Pedunculo ligeiramente comprimido,
de comprimento contendo 3 1/3 4 3 e 1/2 a propria altura. Dorsal e
caudal com manchas ou fachas escuras. 65 mm.» (Regan).
Habitat: Matto Grosso — Descalvados.
116 — Hypoptoma joberti !, (Vaill.)
«Comprimento da cabeça é mais ou menos 1/3 do comprimento
do corpo, no adulto, a maior largura da cabeça, nos jovens, justamente
1 1/2, nos adultos um pouco mais de 1 e 1/2; largura da fronte cerca
de 1 e 2/3; diametro ocular 6 e 1/2 ä 7 vezes; comprimento do foci-
nho 2 vezes no da cabeça até a ponta do post-occipital. Em todos os
exemplares ha um pequeno barbilhão no canto da bocca; o labio infe-
rior desenvolvido, é fortemente papilloso, curvo em arco na orla poste-
rior e desprovido de franjas.
Cada metade do inter-maxillar, tem nos mais velhos, mais de 20
denticulos amarellos, dourados, bifurcados na ponta. Uma fila de 4 pla-
cas osseas, transversalmente, no lado inferior da cabeça, entre os extremos
inferiores das pequenas aberturas operculares ; algumas vezes separa-se
1) Joberti — do Prof. Dr. C. Jobert., que colleccionou esta especie em Caldeirão, Alto Ama-
zonas.
100 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
do par mediano da mesma um quinto escudo que enche a regiäo entre
o angulo interno da placa considerada por Günther e Cope como inter-
operculo (?). O escudo post-occipital mediano varia em comprimento e
constitue, posteriormente, sobre as placas cervicaes em meio de suas
orlas posteriores, ora um angulo recto, ora um agudo. As narinas de
cada lado da cabeça ficam tão aifastadas entre si, como dous angulos
oculares anteriores. O lado inferior dos escudos marginaes anteriores
do focinho são mais densa e grosseiramente den.ados do que os demais
escudos cephalicos. O aculeo peitoral é de tamanho mais consideravel,
sua ponta, chega justamente ou passa um pouco além do das ventraes,
é sempre um tanto mais longo e robusto que o aculeo dorsal, contido cerca
FIG. 59-— Hypoptoma jobertl, seg. Steindachneri
de 3 e 2/5 à 3 e 3 3/5 no comprimento do corpo e denticulado no
bordo externo. O aculeo ventral é, em relação ao seu comprimento, largo,
deprimido, densamente denticulado em redor. Seu comprimento chega
quasi ä 1/2 do dos aculeos peitoraes. O aculeo anal é egual á cerca de
1/2 do comprimento da cabeça. Adiposa com o aculeo frequentemente
ausente; quando presente fica sobre o oitavo escudo dorsal, por detraz
da nadadeira cesse nome. A caudal, de orla posterior profundamente
semilunar, é do mesmo comprimento que as peitoraes, seus dous lóbos
tornam-se fortemente acuminados para traz. Cinco á sete pares de placas.
À. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 101
osseas recobrem a superticie ventral, dous à tres anteriores são sepa-
rados entre si, por um ou dous escudos medianos; adiante d’esta placa
ventral jazem dous pares peitoraes mais largos, porém muito mais curtos,
entre as bases dos aculeos dorsaes. Um, muito variavel em tamanho e
conformação, comquanto sempre muito longo, cobre a região entre as
duas ventraes até a fossa anal; ás vezes se destaca, porém, a parte
terminal, anterior, da mesma, immediatamente entre as ventraes, com
uma placa especial. 23 4 24 escudos entre as placas temporaes e a
base dos raios caudaes medianos, em uma linha, sobre o tronco. A
dorsal e a caudal são coloridas de violeta suja sobre fundo amarello.
As manchas da caudal constituem estrias transversaes, que correm
parallelamente á orla posterior da nadadeira, e por isso são curvas em
semi-circulo. As vezes ellas se fundem mais ou menos totalmente em
fachas transversas. O lado superior da cabeça é (em exemplares em
alcool) pardo-avermelhado claro, assim o são os escudos da linha su
perior do tronco, ao passo que os lados do mesmo, muito mais claros,
são de cor amarellada suja ou parda esbranquiçada.» (Steindachner).
Habitat: Obidos, Lago Alexo, Manacápurú, Jutahy, Juruá.
Oxyropsis ', Eigennm. & Eigenm.
Proc. Calif. Acad. 2º Serie, 2º, 39 — 1890
Este genero, baseado especialmente sobre a depressão do pedun-
culo caudal da unica especie conhecida, é assim estabelecido pelos
Profis. Eigenmann:
«Cabeca deprimida, olhos marginaes, orbitas infringindo ligeiramente
a superficie inferior da cabeca. Cauda deprimida. Uma carena lateral.
Ventre recoberto de placas granulares. Adiposa nulla». Especie conhecida:
117 — Oxyropsis carinatus °, (Steind.)
DEZ Te AMIE bral later 25:
«Corpo alongado, comprimido; comprimento da cabeça 3 vezes no
comprimento do corpo, maior largura da cabeça cerca de 1 e 2/3; dia-
metro ocular 5 e 1/2, largura da fronte cerca de 2e 1/3, comprimento
do focinho pouco mais de 2 vezes no comprimento da cabeça (medida
até o extremo posterior dos temporaes). O focinho é anteriormente muito
obtuso, as duas orlas posteriores das placas post-occipitaes medianas,
se articulam em um angulo obtuso. Dentes moderadamente numerosos.
Lado inferior da cabeça até a orla lateral, recoberto de escudos como
1) Oxyropsis (Gr.); oxys — agudo; opsis vista, face.
2) Carinatus (Lat.) carenado.
102 ÄRCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
nas demais especies conhecidas. Interoperculo presente. Aculeo dorsal
mais longo, porém, distinctamente mais fraco do que os peitoraes, que
säo mais fortemente denticulados no bordo interno do que no externo.
Adiposa ausente nos exemplares examinados. Caudal fortemente enta-
lhada em meia lua, com o lobo inferior denegrido. Ventraes curtas, cerca
de 1 e 3/5 no comprimento das peitoraes, cuja ponta não attinge per-
feitamente o meio das ventraes.
Escudos lateraes 25 entre a ponta
posterior dos temporaes e a caudal,
em uma fila longitudinal; sobre o
meio da altura dessa fila de escudos
corre uma carena longitudinal den-
ticulada que falta nas outras espe-
cies de Hypoptoma. Uma estreita
fila de escudos ao longo do meio,
outra muito mais larga nos lados
da face ventral, até as nadadeiras
desse nome. Posteriormente, adiante
da grande placa anal, os escudos
lateraes reunem-se aos da fila me-
diana por pequenos escudos; mais
para frente, porém, os escudos ven-
traes das filas lateraes são separados dos da mediana, por um inter-
spaço nú de largura moderada. Fossa anal circumdada anteriormente por
um grande escudo, lateral e posteriormente por dous outros. Geralmente
os escudos da cabeça e do tronco providos de denticulações que, no corpo,
constituem filas longitudinaes moderadas. Um exemplar pequeno proce-
dente de um affluente do Amazonas, perto do limite peruano.» Steind.
Habitat: Solimões — Lago Hyanuary.
Fig. 69 — Oxyropsis carinatus, seg. Steindachner.
Farlowella ', Eigenm. & Eigenm.
r. Calif. Acad. Sci. 2° Ser. II, 33 — 1890
Corpo muito alongado, mais ou menos pentagonal na parte ante-
rior, muito deprimido na parte caudal; cabeça mediocre, com o focinho
prolongado em rostro, um tanto elevado na ponta; bocca inferior, dentro
de uma cavidade mais ou menos elliptica, circumdada de labios espesos
e carnudos, bem desenvolvidos, reflexos, os anteriores apresentando
maior ou menor numero de escamas entre o bordo rostral e o labial, o
posterior granuloso; uma serie de dentes finos, angularmente curvos junto
á ponta, de tamanho egual e dispostos como os dentes de um pente, para-
rellamente nos intermaxillares e mandibulares; estes ultimos dispostos
1) Dedicado ao Dr. W. G. Farlow, da Universidade de Harvard.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 103
angularmente, de modo ä desenhar o conjuncto das maxillas um trian-
gulo isoceles, de vertice posterior; narinas moderadas, superiores, den-
tro de uma fossa proxima á parte anterior da arcada orbitaria; orbitas
lateraes, mediocres; abertura opercular pequena, ossos operculares pouco
moveis, pequenos, recobrindo 5 (?) branchiotegaes rudimentares; placa
temporal grande, granulosa ou aciculada, dorsal sobre a anal, caudal
furcada, com os raios externos prolongados; peitoraes e ventraes
mediocres. As placas constituem anneis transversaes de que os do
tronco são multipartidos e em numero de 6 á 8, entre o escudo post-
occipital e a dorsal.
Systemas do Orenoco, do Magdalena, do Amazonas e do Paraná.
As especies constatadas no Brasil distribuem-se na seguinte chave.
fA. AN crs nee La TE DITES F. gladiola
Abdomen sem série mediana, longitudinal de placas. _ .
la. (e OS ce ae F. amazona
(te raio anal sob o
à RNA ultimo dorsal . . . . F. oxyrhyncha
Abdomen tendo uma série mediana longitudinal de placas; : : Toes,
terceiro raio anal sob o
| ultimo dorsal . . . . F. gladius
118 — Farlowella gladiola ', (Günther)
DAME ORA DA EP AIatU34
1
«Focinho excessivamente longo e estreito, em forma de espada
distancia das aberturas branchiaes 4 sua ponta, maior do que a daquel-
las ä dorsal; é inteiramente coberto de escudos lisos, sem aciculos.
FIG. 61 — Farlowella gladiola, seg. Regan.
Comprimento da cabeça (até o extremo do escudo occipital) apenas
maior do que 1/3 do total (sem a cauda). Partes brandas circumdando
a bocca, situadas em uma cavidade elliptica, cuja largura é 2/3 da
propria largura; barbilhão maxillar curto, prega labial posterior mode-
radamente desenvolvida.
Olhos redondos, pequenos, seu diametro sendo 1/3 da largura do
espaço inter-orbital.
1) Gladiola (Lat.) — espadinha.
104 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Escudos com granulações pequenas arranjadas longitudinalmente ;
escudo occipital com duas ligeiras quilhas divergentes posteriormente.
Sete escudos entre a dorsal e o occiput, 22 entre a dorsal e a caudal. .
O espaço enire a cavidade da bocca e a base das nadadeiras pei-
toraes, recoberto por quatro séries longitudinaes de escudos arranjados
em tres séries transversaes; ventre, com duas séries longitudinaes de
escudos grandes, seis em cada série. L. lat. 34; as rugas lateraes
apenas visiveis e coalescentes sobre a anal.
Cauda muito deprimida. Peitoraes, 1 +5; ventraes, 1 +4; o raio
externo dessas nadadeiras delgado e apenas espessado.
Caudal pouco desenvolvida, com o raio superior e o inferior um
tanto prolongados. Olivacea pardacenta uniforme; os raios externos das
nadadeiras com manchas pardas». (Giinther).
Habitat.: Rio Cupay.
119 — Farlowella amazona ' (Günther).
D. 1+6; A. 6
«Focinho grandemente longo e estreito, a distancia das guelras ä
sua extremidade sendo egual a distancia entre aquellas e a origem da
dorsal; focinho inteiramente recoberto de pequenos escudos tuberculares,
sem aciculos.
O comprimento da cabeça (até o extremo do escudo oceipital) é
1/4 do total (com a caudal); olhos redondos, pequenos, seu diametro
sendo 1/4 da largura do escudo inter-orbital.
Sete escudos entre a dorsale o occiput, 23 entre a dorsal e a caudal.
Thorax e ventre com duas séries longitudinaes de escudos grandes;
L. lat. 34.
Cauda muito deprimida. Peitoraes, 1 +6; ventraes, 1+5, o raio
externo espesso e liso. Nadadeiras com pontos pardos». (Giinther.)
Habitat: Amazonas, Santarém, Teffe, Gurupá, Obidos, Jutahy e
Tabatinga.
120 — Farlowella oxyrhyncha * (Kner).
Est. 30 fig. 1
D.1+6; A.1+5
Cabeça 3 e 2/3, distancia entre o supra occipital e a dorsal 5;
largura da cabeça 3 e 2/3 no proprio comprimento; diametro occular
(15 4 16) no comprimento da cabeça, tres no espaço inter-orbital, este
cinco vezes na cabeça.
Comprimento da parte prolongada do focinho, medido como em
1) Amazona (Lat.) — amazonica.
2) Oxyrhyncha (Gr.) — oxy, agudo; rhynch — rostro, focinho,
(ou) bUOUAUIAXO BJOMOFIRA
‘13 Ney 9 OUIQUS Sones conten
‘adut IP
IAX ‘JOA ‘jeuomen Nasnyw Op SOATYSIV
VVV Sa 9sıallIspIdg PUNPA
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES
F. gladius, 3 e 1/4 na distancia que
vae da sua ponta ao anus e tres da
parte post-orbital da cabeça.
Rostro e cabeça recobertos de
aciculos quasi sómente perceptíveis ao
tacto ou á uma lente; 33 placas em
linha longitudinal, oito placas trans-
versaes entre o supra occipital e a
dorsal. Uma série mediana de placas
ao longo do abdomen. Caudal, com
os raios exteriores prolongados.
Castanho escura, uniforme, nada-
deiras com a membrana amarelada e
os raios castanhos; caudal, tendo os
raios exteriores claros e uma facha
longitudinal negra, acompanhando os
quatros raios superiores que se seguem
ao exterior, do lobo superior.
Habitat: O exemplar que serviu
ä descripção de Kner, proveio da Ca-
choeira da Bananeira, Estado de Matto
Grosso; o que serviu á presente pro-
vém de Cuyabá, provavelmente do
rio do mesmo nome, do mesmo Esta-
do, o que amplia a distribuição dos
peixes deste genero, confinados no
Brazil, até hoje, ao systema Amazo-
nico, ao systema do Paraná.
121 — Farlowella gladius ' (Boul.)
DEI As
« Comprimento da cabeça 3 e 2/3
no total, distancia do supra occipital
a base do primeiro raio dorsal 6.
Largura da cabeça, quatro vezes
no proprio comprimento, diametro dos
olhos 18 vezes, espaço inter-orbital,
cinco vezes.
Comprimento da parte prolonga-
da do focinho (medido na superficie
1) Gladius ( Lat.) — gladio, espada.
6378
105
Bordenger
FIG. 62— Farlowella gladius, seg.
14
106 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
ventral, da orla da área núa contendo a bocca) tres vezes na distancia
que vae de sua ponta ao anus e 2 e 3/4 da parte post-orbital da cabeça.
Lados da cabeça sem aciculos, 33 escudos em uma série longitu-
dinal, 14 + 19, sete, entre o occipital e a dorsal; abdomen com uma
série mediana de placas entre as séries lateraes.
Raios caudaes externos fortemente prolongados. Todos os raios
FIG. 62 A
das nadadeiras com maculas escuras; caudal com uma estria longitudinal,
denegrida no lobo superior; 210 millimetros». (Boul.)
Rio Juruá.
E’ bem provavel que esta especie não passe de uma simples varie-
dade de F. oxyrhyncha, o que não fica aqui resolvido por falta de
exemplares para estudo.
Sturisoma ', Swainson.
On the Nat. Hist. & Classif. Fishes, Amphib., etc. I, 337 — 1838
Corpo pentagonal, cabeça pouco deprimida, com o focinho recoberto
de placas pela parte inferior e prolongado em rostro; barbilhöes pouco
desenvolvidos; dentes numerosos e regularmente dispostos em uma fila
nos intermaxillares e mandibulares; olhos pequenos, supero-lateraes,
sem entalhe posterior; abdomen com ordens longitudinaes de placas
mais ou menos regularmente dispostas.
1) Sturisoma (Gr. Lat. ); Sturio— Acipenser sturio, o esturjão ; soma = corpo.
(‚xıdg) umyensol LWOSMMIS
“43 yo “youd ourqes
mos I
ye eet ee rer PRA PR DAC og WIN) (DIORA yh
am AR a, = ah a x i ¥ ro A - 1 dá Rui o. Ma load
2 = + B 2 ee
eee nn ge nn een COS i ahnt Aa PT om ee te ve times ere ets ES ee
À. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 107
Das especies conhecidas, habitam o Brasil as seguintes:
fAculeos ventraes attingindo a base do terceiro raio anal. S. rostrata.
Vo» » passando a base da anal... . . . . S. barbata.
122 — Sturisoma rostrata, ' Spix.
Est. 31, fig. 2
DD liar (So DL Sr ab Sus SS) elis
Cabeça 4e 1/3 à 4e 2/3 no comprimento, tres placas depois de
cada post-temporal, limitando os lados de uma mediana, dividida ao
meio, a qual é tambem limitada, posteriormente, por um semi-circulo
irregular, composto de duas á quatro placas (uma á duas para cada
lado); placa predorsal heptagonal, inteira, cercada por seis placas; ca-
renas dos lados do abdomen baixas, unindo-se mais ou menos sobre
a 19? placa lateral, elevando-se um pouco antes dessa região e tendo
quatro à seis aculeos moderados; as demais placas lateraes do pedun-
culo são tambem aciculadas no meio; placas abdominaes medianas em
tres series entre as peitoraes e ventraes. Olhos duas a duas e meia
vezes no espaço inter-orbital, 7 e 1/2 4 9 1/2 no comprimento da cabeça.
Lado da cabeça, até as peças operculares, nos machos, recobertos de
aciculos finos, porém, curtos. Aculeo dorsal igualando á distancia que
vae do labio inferior 4 placa préanal mediana; os outros raios gradati-
vamente menores; peitoraes com aculeo (com aciculos curtos) pouco
maior que o primeiro raio nos dous sexos e atlingindo o bordo da pri-
meira placa posterior á axilla das ventraes; estas nadadeiras sob a base
do aculeo ou do primeiro raio dorsal; o seu aculeo é quasi do mesmo
tamanho que o segundo (nos dous sexos) e attinge quando muito a
base do terceiro raio anal; esta nadadeira com o aculeo tambem pouco
maior do que o primeiro raio; caudal com os raios externos prolongados.
Os exemplares que serviram á presente descripçäo mediam de 171
4 250 millimetros. Castanho claro, com os raios transfaciados de escuro.
Habitat: Amazonas, Caldeirão, Manacapurú, Rio Branco, Jurúa e
Paraguay.
123 — Sturisoma barbata ?, (Kner).
1D), I ara dba OS Ib, ein So
«Fórma da precedente; a segunda e a terceira placas post-cervi-
caes grandes, pela união das suturas o que as torna apparentemente
simples. Olhos tres vezes no espaço inter-obital; aciculos lateraes da
cabeça, grandes; peitoraes e ventraes com o aculeo prolongado, o das
1) Rostrata (Lat.) = de rostro, de focinho grande.
2) Barbata (Lat.) = barbada, referencia aos aciculos dos lados da cabeça.
108 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
primeiras attinge a terceira placa posterior ä base e o primeiro raio a
base das segundas; o das segundas attinge a primeira placa posterior
á anal e o primeiro raio das mesmas chega à frente da ultima nada-
deira. Abdomen com tres series longitudinaes de placas (Kner).
Gunther (P. Z. Soc. 1868 — 235) disse que Kner, não sabendo que
os machos das Loricarias tinham o focinho revestido de cerdas, descre-
vera a femea de Loricaria rostrata como tal especie a o macho como
FIG. 63 — Sturisoma barbata, Seg. Kner.
L. barbata; esta asserção de Giinther induziu os Eingenmann a consi-
derar as duas especies como synonymas; até T. Regan que as separou
de novo. Com effeito não só a disposição das placas post-cervicaes é.
diversa nas duas especies, como os aciculos dos lados da cabeça do
macho de L. barbata são muito mais longos e espessos do que no
clã cd di 0 7-
Ea
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 109
macho de L. rostrata; além disso a proporção das peitoraes e ventraes
é muito differente, como se póde verificar comparando as figuras respe-
ctivas, dadas no presente trabalho.
Habitat. Cuyabá.
Parasturisoma, ' Nob.
Forma pentagonal e semelhante ä de Sturisoma; cabeça triangular,
vomeriforme, sem projecção anterior nem revestimento inferior do rostro ;
olhos sem entalhe posterior, parte inferior revestida de placas irregu-
lares. Dentes numerosos setiformes; o mais como em Sturisoma. Especie
conhecida :
124 — Parasturisoma brevirostris * (Eigenm. & Eigenm.)
D. 8; A. 6; L. lat. 34
«Corpo pouco deprimido anteriormente, sua altura uma e meia vezes
na largura. Altura da cabeca uma e meia no focinho. Cabeca sem carenas
ou rugas, sua superfície e das placas, hispidas; perfil transversal do
occiput regularmen.e convexo. Orbita sem entalhe, tres e meia no focinho,
sete na cabeça, duas no inter-orbital: perfil anterior pouco concavo; fo-
cinho triangular, agudo, pouco mais longo do que o resto da cabeça.
Margem da cabeça com pequenos aciculos moveis. Dentes finos, nume-
rosos, bem desenvolvidos em ambas as maxillas; labio superior gra-
nuloso, labio inferior inteiro, redondo, densamente papilloso. Peito e face
inferior da cabeça com numerosas placas irregulares; ventre com cinco
series. Carenas lateraes coalescentes em uma á cerca do 20º escudo; a
superior obsoleta na frente. Distancia entre a dorsal e a ponta do fo-
cinho ligeiramente maior do que o terço do comprimento. Primeiro raio
dorsal mais comprido do que a cabeça. Raios da dorsal e da caudal
francamente maculados, outras nadadeiras uniformes ». ;
(Eigenm. & Eigenm.) 210 mm.
Habitat : Içá.
Harttia °, Steindachner.
Sitzungsher. Akad. Wein LXXIV, 668 — (110 in sep.) 1876.
Corpo grandemente deprimido; cabeça moderada, com o focinho de
contorno parabolico (especialmente nos machos); barbilhões impercepti-
1) Parasturisoma (Gr. lat.) == Para = ao lado de; Sturisoma gen. citado.
2) Brevirostris (Lat.) — de focinho curto.
3) Justa homenagem ä Carlos Frederico Hartt, que foi chefe da Commissão Geologica do
Brasil e não obstante a sua profissão muito concorreu para o conhecimento dos peixes do Brasil,
colleccionando-os para o Museu Nacional do Rio de Janeiro e outros estabelecimentos conge-
neres estrangeiros.
112 > ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Hemiodontichthys ', Bleeker
Nederl. Tijdschr. Dierk, I, 81, 1863.
Corpo deprimido, cabeça vomeriforme com o focinho prolongado
n’um rostro moderado, egualmente recoberto de placas na face inferior;
bocca provida de dentes curtos sómente nos mandibulares; orbita com
entalhe posterior; abdomen recoberto de placas grandes. Dorsal sobre
as ventraes, caudal com o raio superior prolongado.
Especies conhecidas :
Ponta do focinho provida de aculeos retrorsos, peitoraes com
osjacíleos MENOFES QUE ONEMTAIO EEE E H. acipenserinum.
)
Ponta do focinho desprovida de aculeos retrorsos, peitoraes
| compos) aculeos maiores QUE OM ÉTALO EN RE ee H. depressus.
127 — Hemiodontichthys acipenserinus ?, (Kner).
Est. 32 fig. 2
DE TS AS EO db at 27:
Grandemente deprimida; cabeça 3 e 2/3, com o rostro um tanto
curvo para cima e dilatado na ponta que é provida de espinhos curtos
retrovertidos; toda sua parte superior é longitudinalmente rugosa, sendo
as rugas sobrepujadas por uma crista de aciculos finos; dentes nas
mandibulas muito curtos e pouco numeros; labio inferior muito delgado ;
narinas n'uma fossa oblonga, grande; orbitas grandes; excavação post-
orbital idem, a iris emitte um processo superior bastante longo que
chega até o meio da pupilla, tal qual como em cercas rayas, post-oc-
cipital e as 2 placas que se lhe seguem bicarenadas; as carenas late-
raes do corpo moderadamente aciculadas; dorsal sobre o ultimo raio
das ventraes, anal posterior á dorsal, caudal com o raio superior pro-
longado; peitoraes redondas com os aculeos curvos, menores do que o
1º raio, finamente aciculados e de bordos denticulados; estas nadadei-
ras quasi que se podem occultar por completo sob o corpo do peixe.
Parda trasfasciada de escuro; dorsal com os raios annellados ; cau-
dal denegrida na base. 14 cm.
Habitat: Guaporé, Manacapurú, Caldeirão e Javary.
1) Hemiodontichthys (Gr.)—Hemi=metade : odon—dente : ichthys—peixe.
2) Acipenserinus (Lat.)—acipenserino, em forma de acipenser ou esturjão,
a
(19uyj) snunosuadioe SAYJUOUOPOILOH — q ‘SIA |
"hy UN PUC eye — [BH
‘18 HUM Ÿ OUIQUS
dur prunps “f ‘youd “qui JUN ap ‘Vv
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 113
128 — Hemiodontichthys depressus ', (Kner).
«Comprimento da cabeça 4 no total, 3 1/4 ou 1/3, no comprimento
do corpo; largura da cabeça 3/5 no seu comprimento e egual a dis-
tancia entre a ponta do focinho e a orla anterior da fossa nasal; enta-
lhe post-orbital fraco, seu comprimento egual 4 1/3 do diametro ocular;
olhos muito proximos entre si, apenas 4 1 diametro; ao contrario a 5
da ponta do focinho. Pupilla profundamente recortada em meia lua, com
o processo redondo. O focinho termina em uma ponta estreita, rostri-
forme, como nos esturjões, um tanto curvo anteriormente, desprovido
de denticulações ou ganchos. Tambem toda a parte superior da cabeça,
até o dorso, quasi totalmente lisa, todos os escudos da cabeça justa-
mente soldados, suas suturas apenas visíveis, sua face externa fina-
mente granulosa. Só no meio do focinho se elevam duas cristas lisas
separadas por uma depressão e que se reunem, entre as narinas, em
uma carena obtusa, mediana. As grandes placas da região temporal, se
deprimem asperas e deseguaes adiante das demais em consequencia das
numerosas depressões que as entalham.
A parte anterior do tronco não tem carenas; ao longo do seu meio
até a dorsal é deprimida em canal, em os lados mediocremente saliente
e tambem muito deprimida, de modo que a altura do corpo, adiante
da dorsal, apenas mede 1/3 da propria largura. Das duas carenas lon-
gitudinaes lateraes, a superior é pouco apparente, só a inferior, fina-
mente denticulada, produz uma verdadeira carena lateral. Ambas per-
correm longitudinalmente 13 4 14 escudos, separadas, aproximam-se de-
pois gradativamente e ficam como na regra, reunidas em uma sobre os
ultimos 14 ou 15 escudos da cauda. A linha lateral, muito visivel ante-
riormente nada offerece de irregular desde ahi.
Os escudos marginaes da cabeça são fortemente angulosos, se es-
tendendo ainda ä face inferior, deixando, porem, livre a região oral. O
labio anterior é pouco, o posterior rasoavelmente desenvolvido, quasi
liso, apenas recoberto de delgadas papillas, sua orla tem em cada lado,
symetricamente, quatro pequenos cirrhos. Os filiformes barbilhões maxil-
lares são curtos; os maxillares estão em connexão com a ponta do
focinho por um processo osseo. Os intermaxillares são rudimentares;
externamente e sobre nenhuma de suas partes se percebe dente algum,
mesmo com fortes lentes. Os egualmente curtos mandibulares são, ao
contrario, providos de dentes mui pequenos e que, sob a lente, appa-
recem entalhados delicadamente ou simples e em fórma de colher e só
em pequeno numero. Peito e ventre são em parte recobertos de placas
osseas pequenas, parte de grandes. Perto da bocca ha numerosas pe-
(1) Depressus (Lat.)—deprimido.
6378 15
114 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
quenas escamas ou em toda a largura entre os escudos lateraes da ca-
beca, ou sömente na parte mediana que variam notoriamente de numero,
forma e distribuição.
Entre os escudos peitoraes começam depois os grandes escudos e
sobre os lados justamente, uma fila de placas emquanto que a zona
mediana fica occupada por 3 á 4 filas de curtos escudos polygonaes. A
parte posterior do abdomen é recoberta por um escudo composto de
peças mais intimamente unidas, o qual tem a forma de um triangulo
cujo vertice truncado fica sobre a fossa anal. O peito e o ventre são
completamente chatos, as peças abdominaes que se articulam com os
escudos lateraes carenados, não se imbricam uns sobre os outros. À
posição das nadadeiras, a extensão relativa de seus raios e o numero
dos anneis caudaes que lhe ficam posteriores serão melhor comprehen-
didos na figura feita do natural. Lado dorsal maculado de escuro, assim
tambem os peitoraes; a dorsal mostra na base, entre os primeiros raios,
uma grande macula; lado ventral, labios e as demais nadadeiras uni-
formes. Comprimento 135 mm; filamento caudal, 15 mm.» (Kner).
Habitat: Rio Negro, Marabitanos.
Pseudohemiodon, ' Bleeker.
Nederl. Tijdschr. Dierk. I, 80 — 1863
Corpo deprimido; cabeça larga, vomeriforme, com o focinho cir-
cumdado de placas sem area núa anteriormente; intermaxillares e man-
dibulares com uma fila de 5 á 7 dentes ás vezes auzentes nos interma-
xillares; barbilhões maxillares desenvolvidos; orbita com o entalhe pos-
terior vestigiario; nadadeiras curtas, a dorsal sobre as ventraes, a anal
posterior á dorsal; thorax e abdomen recobertos de placas mais ou
menos regulares; caudal com o raio superior muito prolongado.
Especie constatada no Brasil: P. platycephalus.
129 — Pseudohemiodon platycephalus ? (Kner).
DIS Ao
«A largura da cabeça é egual ao seu comprimento e este é con-.
tido 4e 1/2 vezes no comprimento do corpo; os olhos são pequenos e
o entalhe post-orbital muito fraco, o espaço interorbital contém apenas
le 1/2 diametros oculares; elles são por isso superiores, e ficam a um
diametro da fossa nasal, 4 quatro grandes diametros (inclusive o en-
talhe) orbitarios da ponta do focinho. Natterer induz pela descripção
1) Pseudohemiodon (Gr.) = Pseudo, falso; Hemiodon (Hemodontichthys) gen? ref.
2) Platycephalus (Gr.); Platys = chato; cephalê — cabeça.
FRE
À. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 115
do seu exemplar, ä crer que tenha uma pupilla redonda «que seria re-
coberta externamente por um revestimento dermico semicircular, con-
tractil, de modo que da pupilla apenas apparece um semicirculo muito
fino» e marginado por uma orla estreita, branca suja. A orla orbitaria
superior, pouco elevada e apenas sensivelmente denticulada, se prolonga
para irente em uma crista divergente da do olho opposto; ao longo do
meio se elevam duas outras muito proximas, pelas quaes a linha me-
diana apparece deprimida em sulco. Todos os escudos cephalicos são
asperos, mais ou menos providos de curtas denticulações retrovertidas;
a orla da cabeça e do largo e arredondado focinho, densamente pro-
vida de finos aciculos. O escudo mediano post-occipital tem duas ca-
renas aculeadas, contiguas, assim como os dous primeiros escudos dor-
saes medianos, pelos quaes ellas correm juntamente e tambem paral-
lelas, mas um pouco mais distantes. As placas post-cervicaes lateraes
e as circumvisinhas dorsaes, são visivelmente carenadas; as duas ca-
renas lateraes communs, porém, fortemente salientes e fortemente den-
ticuladas. Ellas percorrem 13 á 14 escudos separadas e reunidas os 17
anneis caudaes. A linha lateral é fracamente perceptível. No lado inferior
da cabeça os escudos marginaes que a contornam constituem uma orla
estreita, na ponta de focinho, porem, larga; esses escudos são muito
asperos. O labio anterior, tanto quanto permitte ver a bocca ressecada,
é provido de numerosos barbilhões dentre os quaes o barbilhão ma-
xillar livre chega ä abertura das guelras; os inter maxillares são vesti-
giarios. O labio posterior é grande, liso, provido de franjas curtas só-
“mente na orla. As mandibulas são egualmente pouco. desenvolvidas ; os
dentes (de que ha cinco de cada lado) são curtos, mas com a corôa
relativamente muito larga, apenas emarginada na orla e não recortada
plicadamente. Peito e ventre grandes e asperamente couraçados, o pri-
meiro desde a região das aberturas branchias. A largura abdominal tem
tres filas longitudinaes de escudos, uma no meio e duas lateraes as
quaes são em numero de quatro de cada lado entre as nadadeiras pei-
toraes e ventraes. A fossa anal fica fronteira ao extremo da base da
dorsal, logo depois das ventraes ä tres grandes placas da nadadeira
anal. O lado inferior do pedunculo caudal é fortemente arqueado no
meio, o superior quasi plano. Pelo numero dos raios da nadadeira esta
especie se aproxima das demais Loricarias, em relação da brevidade
dos mesmos ella se approxima de Hemiodontichthys depressus e H. aci-
penserinus. A dorsal se origina justamente no segundo terço do com-
primento do corpo; o seu primeiro raio, moderadamente forte, é, com
excepção do filamento caudal, o mais longo de todos os raios de todas
as nadadeiras; comtudo, apenas é maior do que 2/3 do comprimento
da cabeça. O primeiro raio peitoral é deprimido, curto, curvo e muito
aspero; termina obtusamente, como se fosse quebrado, o que não é
entretanto o caso. As ventraes ficam justamente no mesmo plano da
116 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
origem da dorsal e não attingem a anal, que nasce 4 meio corpo €
tem os raios mais curtos que a dorsal e mais longos, entretanto, que
as das ventraes. O raio terminal do lobo caudal superior é prolongado
em um filamento de cerca de 1/2 do comprimento do corpo. O exemplar
secco, parece pardo claro uniforme, as nadadeiras, com excepção da anal,
maculadas de denegrido. Natterer dá o colorido do seu exemplar do
seguinte modo: «Iris parda, como toda a parte superior do corpo, lado
inferior branco sujo, nadadeiras um tanto avermelhadas ». O mesmo
estava egualmente indicado como sendo femea e provida de dous gran-
des ovarios. Comprimento (sem o filamento caudal) cerca de sete pol-
legadas. (Ca. 180 mm.)» (Kner).
Habitat: Rio Cuyabá, Matto Grosso.
Günther suppõe que a figura que se encontra em o Atlas de Cuv.
& Valenc. da est. 452, seja Storisoma rostrata : Pr. Zool. Soc. 235-1868;
a minha conjectura é que aquella estampa antes representa a especie
acima descripta, como o fazem suppor a fórma deprimida do corpo, as
placas cervicaes, o numero de placas posteriores á dorsal e o longo
filamento caudal.
Loricaria ' Linneu.
Syst. Natura, 307 — 1758
Corpo couraçado, ás vezes nú na superficie abdominal; cabeça in-
feriormente nia, vomeriforme; bocca inferior, provida de labios carnu-
dos e reflexos lisos ou papillosos redondos posteriormente ou truncados,
mais ou menos divididos por uma préga longitudinal e com o bordo
posterior inteiro ou franjado; elles empolgam o barbilhäo maxillar, em
quasi todo o comprimento; em cada lado, quatro à 25 dentes bifidos,
recurvos em uma série externa; olhos superiores, mais ou menos pro-
ximos, orbita mais ou menos entalhada no bordo posterior. Duas ca-
renas lateraes, aproximando-se ou unindo-se mais ou menos posterior-
mente sobre os lados do pedunculo caudal. Dorsal 1 +7; A.1+5;
peitoraes 1 + 6; ventraes 1 + 5. Os peixes deste genero são vulgar-
mente conhecidos pelos nomes de Violas, Cachimbäos, etc.
As seguintes
1) Loricarius — couraceiro, que traz ou faz couraças.
O TE E A EEE en
GI a ee e RENA
10
dentes Td crete eee EEE
SO QISODOVODO COD DOD OO OU OU ODO ODD DOE = = = UU GSE 0 else AVI CO DCO ete = + (= ie tele
| vertex e placas post occipitaes indistinctamente aciculados
iwertex e placas post occipitaes francamente aciculados
lados do abdomen com 7 4 8 placas entre as peitoraes e as ventraes
lados do abdomen com 12 placas entre as peitoraes e as ventraes...
\ PAIat 3074037
Orbita sem en-
8 talhe posterior
ei, aaa Ne in
aguas do |
aculeo peitoral [diametro orbital 5
maior que os| € 1/2 vezes na ca-
raios chegan-| beça, placa anal
0 ausentes rer
orbita com entalhe posterior bai- do o 1: terço E
5 das ventraes
xo L. lat. 31 á 32. maisoumenos | diametro orbital 6
ä 7 vezes na ca-
bega, placa anal
presentererr er:
aculeo peitoral maior que os raios €
näo chegando ao bordo das ventraes
. acuta.
. typus.
. anus.
. nudirostris.
. labialis.
. cataphracta.
. leviuscula.
. cadée.
. parva.
. konopickii.
L. maculata.
. lanceolata.
. phoxocephala.
. cubataonis.
. lima.
. kronei.
. latirostris.
. microlepidogaster.
. vetula.
. apeltogaster.
. macrodon.
. parnahybæ.
. piracicabæ.
. nudiventris.
. evansi,
umaÿserie de placas{abDdOMINAR SERRE ere re eee eee nee STO PR RR ao
bo ft OÙ suoos k x \
cabeca mais ou menos aciculada duasyseriesgdegplacasgaDdominges rer er eee pean EE eters acter rere CE
sem estriagöes longitudinaes. |
uma á duas series longitudinaes ...............- L. lat. 32-36.................................. BEE EE D nck ip Go GE CEE NEE CAP so DES CEST CEE
placas nucaes lateraes carenadas..............
cabega fina e longitudinalmente es-
triada Bs ee placas nucaes lateraes lisas ................... :
de placas dis-
FUSES Gone ies late 33/4135) acarenasipost-occipitaes\duplassy salicntessseeee sane eee esse eer ee à
ae nen COTPOgAqUasIw SOFT re TIERE N
ESS EINES diametro orbitario egual ou maior que o diametro
es longitudinaes inter orbital 22 A ES PA eee een RR corpo um tanto hispido, aciculado .............. re AN ANDSadD opa as Oo SUBS Cana asa Ono nado SS LOU AAA CU OS
L. lat. 25 4 31 |
carenas post-
occipitaes mo-
deradas...... diametro orbita-
rio menor que
o diametro in- |
ter-orbital.,..
ventrerecoberto
= N de numerosas placas irregularmente dispostas ....................
Especies que foram
constatadas em
aguas do Brasil.
ventre nú, quando muito aciculado................
1) Não verificado em L. cubataonis,
Pag. 116-a
carenas lateraes reunindo-se sobre o 13° ou 14° annel; raios caudaes externos superiores e inferiores prolongados.......................................
quatroraxcincosplacasgentresasipeitoraesgenventraestr EE ee
corpo maculado indistinctamente transfaciado de negro, caudal com a ponta do lobo
carenas lateraes A A A
inferior denegrida
reunindo-se
sobre o 15° ou
17º annel; cau-
escamas do cor-
po não carena-
peitoraes nor-| das Corpo e nada:
dal com o raio maes nos dous deiras larga-
externo supe- sexos (1)... mente transfa-\
rior prolon- ciados de ne-
gado........., | sete a oito pla- Bro..........- | dentes numerosos
cas entre as à
peitoraes e as escamasidojcorpolpluricarena dag EEE das
ventraes..... vertex e placas post occipitaes indistinctamente aciculados ..
|machos com as peitoraes bastamente aciculadas .
vertex e placas post occipitaes francamente aciculados............-..
lados do abdomen com 7 á 8 placas entre as peitoraes e as ventraes
LAS CEA CL 5666000040 bs po baRs o vondosodosa
lados do abdomen com 12 placas entre as peitoraes e as ventraes...
EWEN CELA Tee posa cada ApLabosoaoBoo
I Je fue Rire y talhe posterior
Lo TENS EN ELSE ocooavodabasocodss RETTET
diametro orbital 5
e 1/2 vezes na ca-
bega, placa anal
aculeo peitoral
maior que os
raios chegan-
do o 1º terço
das ventraes
mais ou menos
É sem en-
Vorbita com, entalhe posterior bai-
xo L. lat. 31 á 32. diametro orbital 6
á 7 vezes na ca-
beça, placa anal
presentem er
aculeo peitoral maior que os raios e
näo chegando ao bordo das ventraes
ft lat. 32; 4 placas entre as peitoraes e as ventraes............ OO BALHOHSOU BGO OAGSObBODOOGOCUNS
IR lat. 29:8 > +» > >
. acuta.
. typus.
. anus.
. nudirostris.
. labialis.
. cataphracta.
. Iæviuscula.
. cadêæ.
. parva.
. konopickii.
L. maculata.
L. lanceolata.
. phoxocephala.
. cubataonis.
. lima,
. kronei.
. latirostris.
. microlepidogaster.
. vetula.
. apeltogaster.
- macrodon,
. parnahybæ.
. piracicaba.
. nudiventris.
. evansi,
À. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 117
130 — Loricaria acuta ', Cuv. & Val.
DISS FAME ET lat. 31.
«Esta especie, da qual só temos um exemplar secco e com as na-
dadeiras pouco completas, tem o focinho tão agudo como Lor. anus e a
cabeça ainda mais estreita. Sua largura é '/, do seu comprimento, de
resto, suas proporções são pouco mais ou menos as mesmas; sua orbita
tem atraz dos olhos, um prolongamento triangular, cavado no osso do
craneo e do qual apenas se vê um começo nas precedentes, de modo
que a sua extensão ,é cerca de '/, da cabeça. O diametro ocular é '/,
menor e os olhos estão ä pouco mais de I diametro entre si. As cristas
lateraes são tambem assignaladas, mas, as da parte superior do dorso
estão quasi apagadas. Os dous angulos lateraes, são, até a 19? placa,
seguidos de 12 ordens de gume simples. Os maxillares são pelo menos
eguaes ao dobro dos da primeira especie e não vejo dentes nas ma-
xillas. Comtudo não ouso informar sobre este caracter e nem posso
dizer como éra o labio, nem se o raio superior da caudal se prolongava.
A parte inferior do thorax é guarnecida de uma unica ordem de placas
transversas em numero de seis, e há seis outras de cada lado entre as
peitoraes e as ventraes. Os escudos são apenas espessos, os primeiros
raios das peitoraes são comprimidos e cortantes; os das ventraes, mais
arredondados, parecem ter sido, ao menos da mesma extenção. Todos
são quasi lisos. O nosso exemplar d'um pardo amarellado, por inteiro,
foi recebido do Museu de Lisbôa. Póde-se crêr que elle proceda do
Brasil.» (Cuv. & Val.)
Desta especie dizem os Profs. Eigenmann serem os dentes pequenos
e numerosos, bem desenvolvidos; a placa anal grande precedida de tres
outras; e a caudal emarginada; cabeça maculada obscuramente e corpo
marmorado de escuro; dorsal idem com a ponta do lobo inferior dene-
grido; anal maculada; peitoraes e ventraes escuras indistinctamente ma-
culada, quasi negras nos machos; peito denegrido (nos machos) e mar-
gem dos labios negra. Ca. 26 centimetros.
Habitat: Rio Negro, Amazonas e afiluentes.
131 — Loricaria typus * (Bleeker).
«Comprimento da cabeça 4Ae!/,ä 4 e /, no total. Largura da
mesma 1 e !/; no proprio comprimento, diametro ocular 6 e '/, 4 8; espaço
interorbital 3 e !/; á 3 e °/,, comprimento do focinho 2e'/,42e'/;. Fo-
1) Acutus (Lat.) — aguçado, agudo.
2) Typus (Lat.) == imagem,
118 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
cinho redondo, lado superior da cabeca, no adulto, sem carenas,, geral-
mente convexo; orbita sem entalhe grande; labio inferior liso ou com
papillas muito pequenas, com papillas um pouco maior posteriormente
e franjas marginaes curtas; liso no macho, com as margens inteiras,
muito grandes, cobrindo toda a superficie núa da cabeça; porção livre
do barbilhão, mais comprida que o diametro ocular; intermaxillares com
10 dentes pequenos, cada um; mandibulares com perto de 20. 31 escu-
dos n'uma serie longitudinal 20 ä 21+ 10 ou 11, as carenas laleraes
agudas, separadas em toda a extenção, os demais escudos não care-
nados. Face inferior da cabeça núa; abdomen com duas series de placas
Fio. 65 —lLoricaria typus — Ses. Eigenmann & Ward
entre as series lateraes; placa anal bordada anteriormente; por 2
ou 3.
Primeiro raio dorsal um pouco mais comprido do que ja cabeça;
aculeo peitoral projectando-se até a base das ventraes; segundo ou
terceiro raio das ventraes o mais longo (no adulto); caudal emarginada.
Largura do corpo no nivel do primeiro raio anal 3 e /, 4 4 vezes na
distancia que vae desse ponto á caudal.
Numerosas manchas escuras na cabeça e na parte anterior do
corpo; nadadeiras com pequenas manchas, mais numerosas e parcial-
mente confluindo em fachas junto dos bordos. 290 mm.» (Tate Regan).
Habitat: Bacias do Amazonas e Paraná. Rios Puty e Preto; San-
tarem, Javary.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 119
132 — Loricaria anus !, Cuv. & Val.
Est 33er 1
DEE EEE lat 3222736
Cabeça grande, vomeriforme, 4 e '/, no comprimento; largura 1
e '/; ä 1 e'/,; focinho quasi duas ou mesmo duas vezes no compri-
mento da cabeça; de cada narina parte uma depressäo larga o que
mais realça a elevação da placa orbitaria superior; orbita 7 '/, 4 8
(6 e '/, 4 13 segundo Regan); espaço interorbital 4 e ?/, (á 3 e!)
segundo Regan); labios pouco franjados no bordo lateral, o posterior
dividido ao meio por uma prega longitudinal; lado inferior da cabeça
nú; placas post-occipitaes indistinctamente carenadas, as temporaes mais
baixas, finamente aciculadas; ventre com uma série mediana de escudos
entre as lateraes, ás vezes os escudos anteriores, da linha mediana se
dividem; placa anal grande, marginada por tres escudos grandes, ante-
riormente; as carenas lateraes se unem sobre o 24º (30º segundo Cuv.
& Val.) annel caudal; da dorsal e da anal parte uma depressão que
chega até a caudal. Dorsal trapezoidal, o aculeo maior que os demais
raios, pouco mais ou menos egual ao comprimento da cabeça, o ultimo
raio pouco menor que '/, do aculeo peitoral; estas nadadeiras attingindo
a base das ventraes que são redondas tendo o 3º e o 4º raios maiores
que os outros e attingem a base do aculeo anal; este maior que os
raios anaes e egual ao aculeo peitoral; caudal obliquamente lunada,
tendo o lobo superior prolongado, maior que o inferior; raio externo
daquelle lobo prolongado em filamento curto. Castanho uniforme, nada-
deiras, dorsal e caudal francamente maculadas; aquella um tanto
obscura no bordo posterior; peitoraes e ventraes obscuras.
Habitat: Descripta por Cuvier e Valenciennes sobre exemplares
procedentes do Rio da Prata, foi mais tarde descoberta por Hensel no
sul do Brasil, o que foi confirmado por Eigenmann & Eigenmann e
depois descripta por Steindachner sob o nome de Lor. spixii, sobre
exemplares do Parahyba, Santa Cruz, Rio Quenda, Samambaia e Men-
des, Campos, Muriahé e S. Matheus. Um dos exemplares que serviram
ä presente descripção procede do Rio Pomba — Minas Geraes.
133 — Loricaria nudirostris ? Kner.
Est. 33 fig. 2
DU aly lat 30F4 32:
Cabeça 4 e 1/2, longitudinalmente estriada e de perfil um tanto
concavo, sua largura é egual a 1/2 da extensão que vae da ponta do
1) Anus (Lat.) = velha.
2) Nudirostrum (Lat.); nudus — nú; rostrum, rostro, bico, focinho,
120 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
focinho a orla posterior da primeira placa post-occipital, olhos 7 a 8
vezes no comprimento da cabeça, entalhe maior no joven, egualando á
1/2 do diametro ocular. Bocca provida de labios grandes, com uma
prega longitudinal mediana que divide o posterior em duas ametades ;
o anterior é apenas denticulado nos bordos, até os barbilhões de cima,
estes attingindo, no maximo o bordo opercular. Abdomen recoberto de
placas numa série posteriormente, em duas e depois quatro anterior-
mente, entre as lateraes; placa anal mediocre, precedida de tres escu-
dos irregularmente pentagonaes, placas post-cervicaes medianas com
duas carenas accentuadas, tambem se nota uma carena sobre as placas
que ficam ao lado daquellas. Peitoraes mediocres, porém attingindo a
base das ventraes, estas attingindo o 3º raio da anal sobre o terceiro
raio ventral. Coloração uniforme em individuos em alcool.
Dous individuos de 140 e 235 mm.
Habitat: Rio Negro, Amazonas (Caldeirão).
134 — Loricaria labialis ', Boul.
DEE TIASIEIIES ACER:
«Dentes pequenos, rudimentares, em ambas as maxillas. Cabeca
1 e 2/5 tão longa quanto larga, 4 e 1/2 4 4 e 3/4 no comprimento
total; focinho obtusamente pontudo francamente saliente adiante do
labio; escudos cephalicos asperos, com espinhos villosos, excepto na
orla da ponta do focinho sem carenas; diametro da orbita 6 4 6 e 1/2
no comprimento da cabeça, 3 no do focinho, 1 e 1/2 no espaço inter-
orbital; um largo entalhe post-orbital; préga labial inferior mediocre
nas femeas, muito grande e chegando aos escudos peitoraes nos
machos, sem entalhe e sem franjas. Dorsal com o primeiro raio quasi
do comprimento da cabeça, justamente sobre a base das ventraes.
Peitoraes | + 6 do comprimento da cabeça, medida até a borda poste-
rior da orbita, não chegando 4 base das ventraes. Estas 1+5, do
comprimento das peitoraes, chegando a origem da anal. Raio caudal
superior prolongado em filamento. Escudos lateraes com as duas cristas
se reunindo sobre o 21º ou 22°; escudos nucaes sem carena; 18 escu-
dos entre a dorsal e a caudal, 16 entre a anal e a caudal. Peito e
ventre recobertos de escudos; escudos peitoraes numerosos, polygonaes,
irregulares; ventraes 4 ä 6, augmentados no sentido transverso em
cada lado e 1 á 2 séries de outros menores no meio. Todos os escu-
dos finamente granulosos e espinhosos. Olivaceo superiormente; dorsal
1) Labialis (Lat.) — beiçuda,
u
ad
ra:
D
ee),
bl LOLE AD
Da) HT
r
el
“youd
arg IW op “Vv
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 121
e caudal com pequenas maculas escuras ao longo dos raios ; peitoraes
e ventraes denegridas — 220 mm». ( Boulenger ).
FiG. 66 — Loricaria labialis — Seg. Boulenger.
Habitat: Rio Paraguay, Corumbá.
6378 16
122 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
135 — Loricaria cataphracta, ' L.
Est. 33. Fig. 3
D: 1 #7; A 11-55 Ly lat 3335:
Cabeça 4 e 2/3 ä 4e 3/4 no comprimento, vomeriforme, núa infe-
riormente; bocca pequena com 3 á 4 dentes grandes nos intermaxillares
e 6 muito pequenos nos mandibulares; labios providos de appendices
villiformes em toda superficie interna e franjas nas margens; barbilhäo
attingindo a abertura das guelras; olhos cerca de 7 vezes no compri-
mento da cabeça. das narinas se elevam imperceptivelmente duas care-
nas que, na altura do entalhe post-orbital (baixo), convergem para a
linha mediana e seguem parallelos e contiguamente até a placa mediana
post-occipital, onde cada uma termina num espinho baixo. Todas as
escamas que ficam entre o terceiro raio dorsal e a cabeça são carena-
das; as 2 primeiras da linha mediana têm duas carenas.
Abdomen recoberto de escamas em 3 á 5 series irregulares entre
as series lateraes, que são de cerca de 8 placas; placa anal substituida
por muitas placas pequenas.
Aculeo das nadadeiras sempre maior que os raios; o da dorsal
egual ao comprimento que vae da ponta do focinho ä orla posterior da
placa post-occipital. as peitoraes passam de pouco a base das ventraes;
estas estão no mesmo plano que o aculeo dorsal e passam a base do
anal. N’um exemplar de 20 centimetros, as nadadeiras são maculadas e o
corpo tem 7 fachas transversaes escuras, sendo a primeira sobre a nuca,
a segunda sobre o início da dorsal, a terceira sobre a base da anal
e quatro sobre o pendunculo; em outros exemplares cnnservados no
alcool, tal coloração desappareceu para deixar sómente o castanho claro
uniforme.
Habitat: Rios Amazonas e Paraguay, Goyaz, Matto Grosso, Cuyabá,
Guaporé, Vigia, S. Gonçalo, Cametá, Manäos, Pará, Coary, Villa Bella,
Gurupá, Rio Preto, Tajapurú, Porto da Móz, Teffé e Obidos; Surinam;
Perú e Republicas do Sul.
136 — Loricaria læviuscula ? Cuv. & Val.
DT -ETS AS o plana E
« Esta especie, ainda muito semelhante á Lor. maculata e á L. acuta
pela forma, muito se distingue, entretanto, em ter os angulos do lado
do corpo, ainda que bem assignalados até 4 20? ordem, sem cristas
1) Cataphractus ( Lat.) coberto de ferro, couraçado.
2) Leviusculus (Lat. ) — lisinho, brunidinho.
‘A. DEsMIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSES —/,PEIXES 123
denticuladas e espinhosas; em ter os olhos, ao envez de pouco mais ou
menos á meia extensão da cabeça, no terço superior e inuito mais pro-
ximos uni do outro, sem mesmo ter entre si a largura de um diametro
transverso : finalmente, por ter a parte inferior do peito guarnecida de
numerosas placas pequenas, dispostas irregularmente e das quaes póde-
FIG.f 67I—Loricaria leviuscula'— Seo, Kner.,
se contar quatro ou cinco numa linha transversal. Suas orbitas têm o
entalhe triangular mediocre. A sua extensão é de um pouco mais do
quinto da cabeça. O diametro transverso é menor 1/3. As peças da sua
couraça são muito pouco asperas e o labio muito largo posteriormente,
só é um pouco espesso e papilloso em duas partes lateraes oblongas.
124 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
O bordo anterior é curto, guarnecido, assim como os lateraes, de fila-
mentos carnudos. No angulo posterior externo, de cada lado, estä um
pequeno barbilhäo curto e pontudo. Na parte anterior do labio estäo
suspensos dous pequenos inter-maxillares, tendo cada. um uma fila de
dentes finos, contiguos, formando um pente reclinado contra a gengiva;
ellas terminam em gancho bilobado. A maxilla inferior tem duas fachas
semelhantes. O primeiro raio das ventraes é mais grosso que o das
peitoraes; este é um pouco cortante; todos dous são asperos e egualam
approximadamente ä 1/6 do comprimento do peixe.
A caudal 4 1/7; o seu raio superior pouco se prolonga. Este peixe,
no alcool, parece pardacento. A parte superior de sua cabeça e a nuca
são pontuadas de negro e vê-se o resto de duas series desses pontos
sobre cada lado. Ha-os tambem sobre as peitoraes e sobre a base da
dorsal.» (Cuv. & Val.)
Habitat: Cuvier e Valenciennes descreveram esta especie provavel-
mente de um exemplar do Museu de Lisbôa, mandado por Alexandre
Rodrigues Ferreira — mas não lhe conheciam a procedencia. Kner esta-
beleceu-a, descrevendo e figurando exemplares da Barra do Rio Negro
e do Rio Branco — Marabitanos. :
Hoje sabe-se que a zona de distribuição dessa especie vae pelo
Amazonas, do Pará á Tabatinga; e muito provavelmente por todos os
affluentes do Rio Mar até os Estados centraes.
137 — Loricaria cadeæ, ' Hensel.
D'ETAT
«A forma geral do corpo se assemelha mais ainda que Lor. stri-
gilata 4 illustração Loricaria nudirostris de Kner; apenas os lados da
cabeça são mais rectos, e dahi a cabeça na região nasal parece mais
estreita do que naquella especie, ao passo que ella é mais larga do que
em Lor. strigilata. Todo o revestimento acicular do animal é tão fino
que este parece liso, por isso não se nota signal algum de cristas for-
madas pelos aciculos. Em cada inter-maxillar ha seis a oito dentes bi-
furcados, da fórma geral, em cada mandibular nove, que são um tanto
maiores e mais recurvados do que os superiores. A forma dos labios
é a de Lor. strigilata, apenas menos distinctamente franjados; e tambem
as papillas são um pouco menos desenvolvidas.
O extremo exterior do focinho é nú, as cerdas que lhe ficam em
cima são um pouco mais fortemente desenvolvidas do que as do cos-
tume sobre o alto da cabeça.
O diametro transverso da orbita é egual a */; da distancia interor-
bital; o horizontal eguala á esta.
1) Cadeæ = do rio Cadêa, Rio Grande do Sul.
À. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 125
Os lados têm 27 escudos, sobre 16 dos quaes as carenas lateraes
correm separadas. A dorsal é acompanhada em cada lado, por cinco
escudos; comtudo ella ainda projecta uma orla externa do extremo da
sua base, sobre parte do escudo impar seguinte; dahi á nadadeira caudal
conta-se 17 ä 18 escudos, conforme se inclua ou não o ultimo annel,
em que se articula a nadadeira caudal. As peitoraes chegam á origem
das ventraes e estas se estendem á origem da anal. Esta é seguida em
cada lado de tres escudos.
Entre a anal e a caudal 15 ä 16 escudos. O ventre é couraçado,
comtudo percebe-se, ainda que diificilmente, tres filas longitudinaes no
meio. Estas vão até a cintura sternal. A côr é cinerea, não perfeita-
mente uniforme, pois que se percebe regiões mais escuras, comquanto
não definidas em maculas. Ein todas as nadadeiras os raios são macu-
lados; as membranas interradiaes são, comtudo, incolores. O lado infe-
rior do animal é mais claro. Ha um póro lateral. Um exemplar maior
mede 12 mm. (sem a caudal), um menor apenas 61 mm. (idem), tendo
menor numero de dentes em cada intermaxillar — 4 4 5, e em cada
mandibular casualmente o mesmo numero. A côr é geralmente mais clara
e se divisa fachas transversaes mais escuras, no extremo anterior da
dorsal, no seu extremo posterior, no logar onde esta inclinada toca o
dorso, duas dahi à caudal e, tinalmente, uma nodoa mais escura sobre
esta, perto da origem. O escudo peitoral chega á cintura sternal. O resto
como no individuo maior, com a differenca de serem as carenas mais
distinctas sobre a região post-occipital e nos dous escudos seguintes. »
(Hensel.)
Habitat: Rio Cadêa — Rio Grande do Sul.
«Dentes pequenos, bem desenvolvidos em ambas as maxillas. Cabeça
de comprimento contendo 1 e'/, vezes a largura, 47/, 4 5 0 comprimento
total; focinho obtusamente pontudo, fracamente proeminente sobre o labio ;
escudos cephalicos com estrias espinhosas longitudinaes, sem carenas;
diametro da orbita 5’/, ä 6 vezes no comprimento da cabeça, 2 '} a 2°};
no comprimento do focinho; 1'/, 4 1°/, no espaço interorbital; um largo
entalhe post-orbilal; prega labial inferior moderada, papillosa, fracamente
entalhada, com uma franja de papillas obtusas. Dorsal 1+7; primeiro
raio 1e'/,41e'/; no comprimento da cabeça, justamente acima da base
das ventraes. Peitoraes 1 +6, do comprimento ou pouco mais curtas
do que a cabeça, chegando ä frente da base das ventraes. Anal 1 +5.
Raios caudaes externos muito prolongados, filiformes, o superior o mais
1) Parvus (Lat.) — pequeno.
126 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
longo. Escudos lateraes 26 — 28, com duas carenas approximando-se
sobre o 13º ou 14º; escudos nucaes sem carenas; 16 á 17 entre a dorsal e
a caudal, 14 ou 15 entre a anal e a caudal. Peito e ventre couracados; es-
cudos peitoraes numerosos, polygonaes, irregulares; ventraes 7 4 9, trans-
versalmente alongados em cada lado e tres series de outros menores no meio
FIG. 68 — Loricaria parva, seg. Boulenger.
Todos os escudos espinhosos e estriados. Olivaceo superiormente,
com fachas transversaes, mal definidas; uma facha escura em cada lado
do focinho, da ponta aos olhos; nadadeiras tendo manchas escuras,
110 mm.» (Boulenger.)
Habitat: Descalvados — Matto-Grosso.
139 — Loricaria konopickii, ' Steind.
D. 1 + 7; A. 1 + 55; L. lat. 29.
«Conformaçäo do corpo moderadamente reforçada, cerviz e cabeça,
no lado superior, entumecidos, tronco por detraz da dorsal fortemente
deprimido e diminuindo bruscamente de largura. Comprimento da cabeça
um pouco menor do que 1/5 do comprimento do corpo; maior largura
1) Konopickii=de Ed. Konopicky que desenhava os peixes descriptos e figurados por Steindachner,
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 127
da cabeca cerca de 1 e 2/5, altura d’este, no extremo do escudo mediano
post-occipital, um pouco mais de 2 e 1/4 no comprimento da cabeca.
Cabeca triangular, esvelta, tornando-se ‚ponteaguda para a frente,
muito aspera no lado superior. Olhos com ~ RO
um! entalhe: triangular, baixo, na orla pos- ss
terior. Focinho quasi egual á 1/2 docom- | =
primento da cabeça. As duas cristas en:
convergentes, na frente da placa media-
na post-occipital, se projectam no pesco-
co, sobre os dous primeiros pares de
escudos e n’estes diminuem de altura; |:
tambem as restantes series de escudos, -
da parte anterior do tronco, até a orla
ventral, são carenadas ao longo do seu
meio. Labios anterior e posteriores, finamente franjados na orla. Labio
posterior de largura moderada, fortemente papilloso, arredondado em
semicirculo na orla posterior, e fracamente entalhado no meio do bordo
externo. Maxillas pequenas; 9 á 10
denticulos delgados em cada lado, nos
intermaxillares e mandibulares. Bar-
bilhões apenas mais longos que o
diametro ocular, sem o seu entalhe
posterior, 4 á 5 escudos entre as pei-
toraes e ventraes, na orla do abdomen.
Escudos thoraxicos entre as duas
peitoraes, não muito menores do que
os escudos seguintes, posteriormente,
do meio do abdomen.
As duas quilhas lateraes do tronco
se reunem n'uma unica sobre o 15º annel. Peitoraes e ventraes de
egual comprimento, cerca de 1/6 do comprimento do corpo. Dorsal
elevada, primeiro e mais longo raio da mesma 1/4, primeiro da anal
1/5 do corpo. Caudal moderadamente entalhada em meia lua, na orla
posterior. Seis fachas transversaes indistinctas no tronco e uma na re-
gião post-occipital; pequenos póros redondos, quasi punctiformes, de-
bruados de pardo escuro, apparecem em todo o lado superior da ca-
beça e parte anterior do tronco. 96 min.» (Steindachner.)
Habitat: Amazonas.
140 — Loricaria maculata, ' Bl.
D. 1+7; A. 1+5;L. lat. 28—29.
«Altura 1 e 4/5 4 1 e 1/2 na largura. Cabeça longa, deprimida, sua
altura cerca de 2 vezes a largura; occipital com duas carenas, marginado
FIG. 69 — Loricaria konopickii. seg. Steidachner.
FIG. 69-A
1) Maculatus (Lat.) = maculado.
128 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
posteriormente por 3 placas; espaço interorbital concavo; focinho de-
primido, agudo, mais no joven, sua orla ligeiramente levantada e es-
treitamente núa no adulto. Entalhe orbital baixo, parabolico, raramente
um tanto anguloso; diametro ocular com o entalhe 4e 1/2 á 5 no com-
primento da cabeça. Olhos 2 e 1/2 á 3 e 3/4 no focinho, 5 e 3/4 à 7 na
cabeça, 1 e 2/5 4 1 e 1/3 no espaço interorbital. Face inferior da cabeça
nua, excepto na estreita facha marginal. Dentes pouco numerosos, pe-
quenos, na maxilla superior; outros semelhantes, porém, em maior nu-
mero, nos mandibulares. Margem do labio superior ligeiramente franjada,
labio inferior redondo. Placa anal pontuda anteriormente, marginada por
2, raramente 3, placas anaes; ventre com 3 series de placas; peito com
placas irregulares menores. Placas nucaes bicarenadas, carenas lateraes
proeminentes, distinctas, approximando-se sobre o 16º ou 17º escudo.
Superficie da cabeça e dos escudos anteriores com series longitudinaes
de pequenos espinhos. Distancia entre a dorsal e a ponta do focinho,
cerca de tres vezes no comprimento. Aculeo dorsal cerca de 1 e 1/4 no
comprimento da cabeça. Caudal emarginada, o raio superior ligeiramente
prolongado. Anal quasi da altura das ventraes; ventraes mais altas do
que as peitoraes, chegando 4 origem da anal, peitoraes quasi ás ventraes.
Dorso com cinco fachas transversaes escuras; dorsaes maculadas, as
maculas estendendo-se sobre as membranas, na frente de cada raio, -
pontas escuras; margem do lóbo caudal inferior denegrido, com os raios
maculados; base da caudal escura; anal uniforme, ventraes ligeiramente
escuras. 170 mm.» (Eigenm. & Eigenm.)
Habitat: Guaporé, Amazonas (Caldeirão), Coary, Santarém, Içá, Ja-
vary, Obidos, Teffé, Jutahy.
141 — Loricaria lanceolata ', Gunth.
DI #72 A 1 £15: L. tate 29) 4 31:
«Cabega e corpo muito deprimidos, porém estreitos, a sua maior
largura sendo 3/5 do comprimento. Labio inferior largo, ligeiramente en-
talhado posteriormente; barbilhöes lateraes finos e curtos; franjas dos
labios indistinctas. Dentes muito finos, em pequeno numero, cerca de
cinco em cada lado dos intermaxillares e sete nos mandibulares. Orbita
com o entalhe posterior baixo, seu diametro horisontal (incluido o entalhe)
2/3 da largura do espaço interorbital, que é chato. Cabeça e corpo as-
peros; um par de rugas obtusas no occiput e na nuca. Carenas lateraes
do corpo confluentes sobre o 15° annel. L. 28. (*) Há uma serie de sete
escudos entre as raizes das peitoraes e ventraes. Thorax e abdomen
cobertos de escudos irregulares. Comprimento da cabeça (medida do
occiputal) um pouco mais do que 1/5 do total (sem a caudal). Nenhum
1) (Lonceolatus) lat. em forma de ferro de lança. 2) segundo Regan.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 129
dos raios das nadadeiras muito prolongado; as peitoraes se projectam
algum tanto além da origem das ventraes. Origem da dorsal opposta
a raiz das ventraes. Parda; dorso com cerca de 5 fachas transversaes
escuras; nadadeiras com largas fachas negras, transversaes, confluentes.
3 pollegadas e 3/4» (Günther).
O typo de Günther, era procedente de Xeberos, d’um tributario do
Alto Amazonas.
Steindachner descreveu e figurou mais tarde outra Loricaria de 14
* centimetros, que chamou Lor. teffeana, sobre exemplares procedentes de
Teffé — no proprio Rio
Amazonas. Lê-se na sua
descripção: «Na forma do
corpo esta especie não se
differencia perieitamente de
Lor. lanceolata de Gün-
ther—comtudo a cabeça é
comparativamenie mais cur-
im contida 5e 3/5 a be
2/4 vezes no comprimento
do corpo; a cabeça de Lo- e nn
ricaria teffeana estreita-se, ae Er
além disso, um pouco mais
abertamente para diante do
que na Lor. lanceolata e o
raio marginal superior é
prolongado em longo fila-
mento emquanto que em
Lor. lanceolata Günth. não
parece ser este o caso (!)»
Eigenmann & Eigen-
mann dão para Lor. teffe-
ana — a cabeça 5 a 5 e 1/2 no comprimento, dizem serza côr desta
especie muito variavel, mas reproduzem a de Lor. lanceolafa, inclusive
as fachas das nadadeiras peitoraes. O exame das descripções e boas
figuras dadas por Günther e Steindachner não me convenceram da di-
versidade das duas especies, o que é corroborado pela procedencia; e
visto como o proprio Steindachner duvida de que Lor. lanceolata não
tenha o ultimo raio superior prolongado, fica a differença das preten-
didas especies apenas baseada em 1/4 do comprimento da cabeça em
relação ao do corpo, o que bem póde ser levado á conta de variação
local. Dahi cremos que a Loricaria teffeana seja synonyma de Lor.
lanceolata. 17 centimetros.
Habitat: Alto Amazonas, de Tefié para cima.
6378 17
FIG. 70j—Loricariazlanceolata, seg.=Giinther.
130 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
142 — Loricaria phoxocephala ', Eigenm. & Eigemn.
L. lat. 29
«Cabeça 4 e 7/8 á 5, longa, pontuda, o focinho agudo; altura da
cabeça 1 e 3/5 na largura; occipital com carenas apenas visiveis; espaço
interorbital convexo; perfil anterior concavo; ponta do focinho nua. Um
entalhe orbital estreito. Olhos 3 e 2/3 no focinho, 7 na cabeça, 1 e 2/3
no espaço interorbital. Face inferior da cabeça núa; dentes numerosos
e bem desenvolvidos em ambas as maxillas; placas thoracicas peque-
nas, a margem anterior da região couraçada truncada, projectando-se
até 4 abertura das guelras; cinco series longitudinaes de placas ventraes ;
placas annaes e as anteriores 4 estas como em L. feffeana, placas nucaes
obscuramente bicarenadas; carenas lateraes tornando-se mais ou menos
inteiramente coalescentes sobre a 15º placa. Distancia entre a dorsal e
a ponta do focinho 3 e 1/3 4 3 1/6 no comprimento; 1º raio dorsal mais
alto do que o comprimento da cabeça; ultimos raios caudaes externos,
prolongados; anal mais alta do que as ventraes ou peitoraes.
Pardo-claro com seis largas fachas transversaes, a primeira sobre a
nuca, a segunda sobre a origem da nadadeira dorsal; uma facha escura
projectando-se dos olhos para a frente, outra mais estreita para baixo ;
cabeça e parte anterior do corpo com póros negros; dorsal ligeiramente
escura, obscuramente maculada, sua base com poucas manchas; base
da caudal e uma facha que fica parallela ä sua margem de côr parda
escura; anal e ventral claras; peitoraes semelhantes á dorsal: 140 mm.»
(Eigenm. & Eigemn.)
Habitat; Coary (Amazonas) e Posadas (R. Paraná).
143 — Loricaria lima ', Kner.
Cascudo barbado
Est. 34 fig. 1
D.1+7;A.1+5;L.lat. 25 4 29
Cabeça 3 e 4/7 4 4e 3/5 no comprimento total, tendo os machos,
nos lados, uma facha de aciculos; região orbitaria elevada e dando ori-
gem a uma crista que se dirige para diante, terminando proximo á ponta
do focinho, em cada lado da linha mediana rostral; esta bilurcada pos-
1) Phoxocephalus (Gr.) = cabeça em fórma de pão de assucar,
2) Lima (Lat.) = lima, instrumento.
ei
À. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 131
teriormente; olhos seis á sete vezes no comprimento da cabeça e 1 e
1/2 no espaço interorbital. Bocca pequena, com seis á oito dentes em
cada intermaxillar e mandibular; labio moderadamente desenvolvido,
com papillas na sua face ventral e mais ou menos provido de iranjas
curtas no bordo livre; superficie ventral recoberta de tres á cinco series
longitudinaes de placas, entre as sete ou oito lateraes; tres placas ab-
dominaes adiante da anal. O post-occipital e as duas placas medianas
que o seguem, formam duas carenas mediocremente elevadas e mode-
radamente divergentes, ä proporção que se approxima da dorsal; as
placas lateraes têm uma carena que descreve uma curva de concavidade
interior, por fóra das placas medianas, encerrando-as em um parenthesis ;
e seguem depois, obseletas pelos lados da dorsal, em linha recta, até
perto da cauda; formam, dahi uma depressão dorsal mediana. As pei-
toraes, aciculadas nos machos, attingem ás ventraes (estas um pouco
menos aciculadas) e a dorsal, em suas origens, sendo que a dorsal, co-
meça verticalmente acima do 3º raio ventral.
As cristas lateraes do corpo se reunem no 16° annel; caudal me-
diocremente lunada, com o raio superior prolongado. Cinerea, quatro
fachas denegridas, transversaes, no corpo, depois da dorsal; caudal com
a base e a orla denegridas e, como as demais nadadeiras, diffusamente
maculada; póros da linha lateral denegridos, na femea.
Habitat: Rio Preto, R. Parahyba, Guenda. Rio das Velhas, Santa
Cruz, Iporanga, R. Grande do Sul, Pará, Norte até o isthmo de Panamá.
144 — Loricaria cubataonis ', Steind.
Eat e27e
«Todo 0 corpo muito aspero, pois cada escama da cabeça e do
tronco é mais ou menos provida de numerosas carenas delgadas, ar-
madas de aciculos obliquamente dispostos e terminando em um aculeo
saliente. Toda a obtusa orla lateral da cabeça densamente armada de
curtos aciculos. Duas carenas pequenas sobre o processo occipital e em
ambos os escudos nucaes. Ultimo raio externo superior da caudal, mais
longo do que o inferior, comtudo não prolongado em filamento. Orla
supraorbital um pouco elevada. Cabeça estreitando-se gradativamente
para a ponta. Olhos pequenos, sete vezes; fronte cerca de 3 e 1/2, fo-
cinho duas vezes; peitoraes cerca de 1 e 1/2; ventraes cerca de duas
vezes; raio caudal superior cerca de 1 e 1/2 no comprimento da cabeça.
27 escudos em uma serie longitudinal. As carenas lateraes da mesma,
correm, da decima ä ultima placa caudal, muito juntas. Lado inferior da
cabeça nú. SO entre as ventraes e um pouco adiante desta, os escudos
venlraes se unem, constituindo um grupo oblongo, compacto. Entre as
1) Cubataonis (Latinisação) —do rio Cubatão.
132 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
duas ultimas da fila dos lados do ventre, säo ellas separadas entre si
por uma facha de pelle, que é porém mais estreita do que as tres ou
cinco filas longitudinaes de placas.
Mais para diante, tornam-se as plaeas depressa menores, assim
como muito mais numerosas e se projectam entre as placas lateraes
anteriores que, egualmente, diminuem de dimensões (sobretudo trans-
versalmente), até que se tornem apenas maiores do que pontos, irre-
gularmente dispostos e circumdados por uma orla de pelle relativamente
larga. A placa anal é circumdada anteriormente por tres outras em se-
mi-circulo. A ponta do aculeo peitoral reclinada chega apenas á arti-
culação das ventraes. Aculeo dorsal indistinctamente mais longo do que
o aculeo das peitoraes. Tronco com quatro fachas violetas cinereas
transversalmente dispostas justamente como em Lor. henselii (— Lor.
lima). Caudal com duas fachas transversaes, as demais nadadeiras com
duas á tres maculas menos desenvolvidas em fachas obliquas. Largura
do tronco junto do principio da anal, cinco vezes na distancia entre os
primeiros raios anaes e a base da caudal. 65 mm.» (Steindachner).
Habitat: Cubatão: Santa Catharina (perto de Therezopolis).
145 — Loricaria kronei !, Mir. Rib.
Est. 34 fig. 2
D.1+7:A.1+5; L. lat. 28.
Fórma de Lor. magdalenæ, Steind. Cabeça 4 e 2/3 no comprimento
(sem a caudal), sua largura 1 e 1/4 no proprio comprimento; olhos 8
e 1/2 nesse mesmo comprimento e 1/2 no espaço interorbital; entalhe
post-orbital estreito, porém maior que 1/2 do diametro ocular e ligeira-
mente curvo para o vertex; espaço interorbital quatro vezes na cabeça,
comprimento do focinho 1 e 9/10, bocca pequena com 7/8 dentes em
cada lado; labios curtamente franjados nos bordos e o inferior recoberto
de papillas hemisphericas, como em L. latirostris; porção livre de bar-
bilhão maxillar egual a diametro orbitario.
Lados da cabeça, da primeira metade rostral para traz, com uma
facha larga de aciculos que se estende até sobre a base dos peitoraes ;
alto da cabeça desde a regiäo interorbital e todas as placas pre-dorsaes
e nadadeiras peitoraes, egualmente recobertas de aciculos um pouco mais
curtos, nos machos. Carenas lateraes mediocres, encontrando-se no 16° 4
17° anel; thorax, entre as peitoraes, recoberto de escamas pequenas;
ventre, dessas nadadeiras para traz, com tres series longitudinaes medi-
anas; ha sete placas lateraes entre as peitoraes e as ventraes; anal
grande, bordada anteriormente por tres e estas ainda por cinco outras
placas. Aculeo dorsal egual 4 distancia que vai da ponta do focinho
1) De Ricardo Krone, de Iguape, quem a descobrio.
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A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 133
ao plano das aberturas das guelras ou 6/7 do comprimento da cabeça;
peitoraes atingindo a base das ventraes, estas a anal: 2: e 3º raios
ventraes os mais longos; raio caudal superior prolongado; largura do
corpo sobre o 1º raio anal cinco vezes na distancia que vae deste
ponto á caudal. Côr de canella; raios das nadadeiras dorsal, peitoraes
e ventraes, pontuados de negro; caudal com a base e uma larga facha
marginal negras; cinco fachas transversaes indistinctas sobre o corpo,
a primeira no início da dorsal; thorax, entre as peitoraes, ligeiramente
obscuro. Comp. 170 mm. Como se vê, esta especie muito se assemelha
a Lor. magdalene e não a considero como variedade desta, devido a
precedencia.
Habitat: Rio Iporanga, S. Paulo.
146 — Loricaria latirostris ', Boul.
Stages)
IDS SP 78 ANS lear bye libs Ven Aes
Cabeca de contorno parabolico no macho, vomeriforme na femea
3 e °/, no corpo; sua largura 1 e '/, no proprio comprimento; seus la-
dos, até a abertura opercular recobertos de uma facha de cerdas eguaes
a '/, decimetro ocular; toda a sua parte superior fortemente aciculada;
olhos 8 4 10; orbita saliente por uma entumecencia que circumda o
entalhe post-ocular mediocre e se dirige para diante, até o bordo rostral,
em uma crista obtusa; linha rostral mediana egualmente elevada, bifur-
cando-se por detrás das narinas; as duas primeiras placas post-occipitaes
bicarenadas, as carenas baixas; toda a parte anterior do dorso mais
fortemente hispido que a posterior; egualmente os lados do corpo e do
pedunculo caudal são tambem mais fortemente hispidos que as zonas
medianas superior e inferior que são deprimidas; abdomen recoberto de
placas que diminuem da região das ventraes para o thorax; ha sete ou
oito em cada lado do ventre, entre as bases dessas nadadeiras; a placa
anal representa uma ponta de ilexa, cujo apice fosse transversalmente
truncado; em cada um dos seus lados ha uma unica placa, e outra lhe
fica por diante.
A bocca é pequena, tendo cerca da sete dentes bifidos em cada
maxillar e seis em cada mandibular; o labio é espesso, redondo, recor-
tado no bordo e recoberto na face interna de grossas papillas esphe-
roidaes; ponta do focinho nua e bem assim toda a parte inferior da
cabeça; as carenas lateraes apenas perceptíveis se reunem sobre o 18
annel. Peitoraes grandes, com o aculeo deprimido, largo e muito mais
curvo no bordo externo do que no interno; tanto o aculeo como os
raios, densamente recobertos de aciculos; ventraes pouco menores que
1) Latirostris (Lot.); latus — amplo, largo; rostrum, focinho.
134 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
as peitoraes, tendo sómente o bordo anterior do aculeo aciculado e uma
fina estria sobres os raios; o 3º raio destes fica sob o aculeo da doisal
e o seu aculeo é attingido pelo 4º raio peitoral. Aculeo dorsal quasi
egual á largura da cabeça; caudal abrupta e verticalmante truncada.
Olivacea obscura superiormente, mais clara inferiormente; quatro fachas
negras, largas, transversas no corpo e abdomen; uma tarja negra na
orla da dorsal, perto da orla da anal e na base e na orla da caudal.
Habitat: O exemplar que servio a presente descripção procede do
Rio Iporanga, Estado de S. Paulo; o typo de Boulenger procede do
mesmo Estado, porém do Rio Mogy-Guassú.
Pela comparação do meu exemplar com o desenho do de Boulenger,
dado por Tate Regan, se verfiica que, com a edade, a parte anterior do
abdomen vae mais e mais perdendo as placas que a recobrem no joven.
Maior exemplar conhecido 270 mm.
147 — Loricaria microlepidogaster ', Regan
DS 7; Aviat 5 Tea
«Comprimento da cabega quatro vezes no total. Largura da mesma
FIG. 71 — Loricaria microlepidog: stre, seg. Regan.
1 e '/, no proprio comprimento; diametro ocular 6 e '/3, espaço [interor-
bital 4 e */,, comprimento do focinho duas vezes. Focinho redondo.
1) Microlepidogaster (Gr.) vide pag. 91, nota.
mate
'
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 135
Cabeça, labios, dentes, etc., como em Lor. strigilata. 29 escudos n’uma
serie longitudinal, 18 + 11, os da frente da dorsal fracamente carenados,
as carenas lateraes fracas, unidas posteriormente. Face inferior da cabe-
ça nua; abdomen com placas numerosas em cinco ou seis series entre
as placas da serie lateral, anteriormente muito menores. Placa anal bor-
dada anteriormente por cinco. Primeiro raio dorsal */; do comprimento
da cabeça; aculeo peitoral chegando ao 4º anterior das ventraes; ven-
traes com os raios exteriores maiores. Largura do corpo no nivel do
primeiro raio anal, 4 e °/, na distancia d'este ponto 4 caudal.
Corpo com cinco á seis fachas transversaes escuras; raios das na-
dadeiras com maculas denegridas. Caudal denegrida na base e na me-
tade posterior. 95 mm.» (Regan) Habitat: Rio Grande do Sul.
148 — Loricaria vetula ', Cuv. & Val.
«Sua largura entre os operculos não excede á oito vezes no com-
primento e eguala ao da cabeça. O angulo que forma o focinho seria
recto, se o vertice não fosse um pouco arredondado. O diametro ocular
é egual à '/; da sua distancia da ponta do focinho, e '/, do comprimento
da cabeça; estão 4 um pouco mais de dous diametros transversos um
do outro. Sua orbita não é aberta posteriormente. Os barbilhões lateraes
são mais longos e melhor separados do véo. O primeiro raio das pei-
toraes é '/, do comprimento do corpo e o das ventraes '/; menor. A
distancia entre as ventraes eguala a !/; de seu proprio comprimento. A
dorsal occupa a oitava parte do comprimento total. As placas da parte
inferior do peito, entre as quatro series lateraes, são infinitamente mais
numerosas; póde-se contar mais de 20 ou 25 de um a outro bordo
deste espaço. Todo este peixe parece de um pardo olivaceo superior-
mente, amarellado inferiormente.
Adiante do bordo anterior de cada um dos raios da dorsal, ha uma
ordem de pequenas maculas negras. Os intervallos dos raios de suas
peitoraes são de um pordo escuro com manchas transversaes negras.
Ha alguns pontos denegridos sobre as ventraes, 18 pollegadas e o fila-
mento caudal 15» (Cuv. e Val.)
Tate Regan que examinou o exemplar typo e dous outros mais,
descreve-os assim: «Comprimento da cabeça 4e',a4e°/, no total.
Largura da cabeça quasi egual ao seu comprimento. Diametro ocular
9á11e'/, no comprimento da cabeça; espaço interorbital cinco vezes,
comprimento do focinho duas vezes. Quatro ou cinco dentes em cada
lado da maxilla superior, seis 4 oito na inferior. 36 4 37 escudos n'uma
serie longitudinal, 21 4 23 + 13 a 15. No maior exemplar (480 mm.) o
abdomen é recoberto de numerosas placas granulares, muito pequenas
1) Vetula (Lat.), velhinha,
136 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
até o nivel da abertura das guelras, uma placa granular na face inferior da
cabeca, em frente da abertura das guelras. Em os exemplares menores
(240 mm.) o abdomen é nú, excepto para a serie lateral de placas e para um:
facha de duas a tres series de placas granulares pequenas, enviando
um ramo anterior para cada lado da base das peitoraes. Aculeo pei-
toral projectando-se sobre o terço anterior das ventraes ou, no exem-
plar maior, sobre o seu meio. Dorsal com uma serie de manchas escuras
na ametade posterior de cada membrana interradial. Raios peitoraes,
ventraes e caudaes, com pontos indistinctos. Em outros caractéres seme-
lhante 4 L. cataphracta. 48 mm.» (T. Regan).
Habitat: Do Rio de Janeiro ä Buenos Ayres.
149 — Loricaria apeltogaster, ' Boul.
Ds I 7 FAR Ida Dos E late 31007327
« Alguns dentes delgados em ambas as niaxillas. Cabeça ligeira-
mente ınais longa, 5 vezes no total; focinho pontudo, francamente saliente
sobre o labio; escudos cephalicos fortemente espinulosos; escudos occi-
pitaes com duas carenas estreitamente proximas, parallelas; diametro da
Ba.
FIG. 72 — Loricaria apeltogaster, seg. Boulenger.
orbita 7 e '/, a oito vezes no comprimento da cabeça, quatro vezes no
focinho, 1 e '/; a 1 e '/, no espaço interorbital; não ha entalhe post-
orbital; prega labial inferior algo mais larga, com franjas longas; bar-
1) Apeltogaster (Gr.); de a, sem; pelte, escudo; gaster abdomen.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 137
bilhão longo; primeiro raio um pouco mais longo do que a cabeça,
justamente acima da base das ventraes. Peitoraes 1 + 6; aculeo mais
ou menos prolongado, ao menos do comprimento da cabeça, chegando
muito adiante da base das ventraes. Estas 1 + 5; primeiro raio prolon-
gado, porém mais curto do que os peitoraes, chegando muito á frente
da origem da anal. Raio caudal superior prolongado em um filamento
muito longo. Escudos lateraes com duas rugas espinhosas, se reunindo
do 17º ao 20º; escudos nucaes bicarenados, 21 ou 22 entre a dorsal e
a caudal, 19 4 20 entre a anal e a caudal. Peito e ventre nús ou com
pequenos escudos estrellados ; uma serie de seis á oito pequenos escu-
dos transversos podem estar presentes em cada lado do ventre. Todos
os escudos finamente granullados e espinhosos. Pardo pallido superior-
mente, com tres ou quatro fachas transversaes, mais escuras, no corpo
e na cabeça; nadadeiras parcialmente denegridas. 12 mm.» (Boulenger).
Habitat: R. Paraguay, Corumbá.
150 — Loricaria macrodon ', Kner.
L. lat. 31 à 33
«Cabeça de largura quasi egual ao proprio comprimento, o qual é
contido 4 e 1/2 no comprimento do corpo. Os olhos são pequenos, seu
entalhe marginal semilunar é tão fraco que, apenas augmenta de uma
linha o diametro ocular; a prega dermica que os recobre se espessa em
uma sorte de palpebra superior e lembra a palpebra adiposa menisciforme
que existe adiante dos olhos dos salmões. A distancia entre a orla ocular
anterior e a ponta do focinho, contem 5 e 1/2 pequenos diametros
oculares, entre a mesma e as fossas nasaes 1, o espaço inter-ocular
quasi 2 dos taes diametros. A pupilla performa uma meia lua profunda-
mente cortada. Toda a orla ocular anterior e superior é elevada e provida
de denticulações curtas e curvas para traz, as fossas nasaes quasi tão
largas quanto longas separam as duas narinas (como em codas as Lori-
carias) por um ligamento cutaneo alongado em valva erectil. Todos os es-
cudos cephalicos asperos; entre as fossas nasaes e os olhos constituem
tres cristas finamente denticuladas. No escudo occipital mediano, duas
cristas divergentes para traz e ahi mais fortemente denticuladas. Tambem
carenados mas um pouco mais fracamente, são os tres escudos post-
occipitaes lateraes. Cobertura das guelras e escudos da orla lateral da
cabeça e do focinho providos de aciculos villiformes, curtos, compacta-
mente dispostos e coloridos de pardo. Dos tres escudos dorsaes medi-
anos são os dois anteriores, egualmente atravessados por duas cristas
parallelas e a ultima simplesmente carenada. Dos escudos lateraes supe-
1) Macrodon (Gr.); Macros — grande; odons — dente.
6378 18
Er
138 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
riores ha cerca de quatro carenados e denticulados; no mais, só existem
as duas listas lateraes communs que correm separadas, sobre 18 à 19
placas e depois unidas, sobre 13 ou 14 anneis -caudaes. Linha lateral
conspicua. Póro lateral muito grande. Lado inferior da cabeça inteira-
‘FIG..73 — Loricaria macroden, seg. Krer.
mente nú, pois que as placas rostraes um tanto moveis, apenas trans-
bordam inferiormente e só adiante das aberturas das guelras constituem
uma orla triangular; de resto ellas são aqui tambem providas de aciculos
villiformes. — A bocca fica muito proxima da ponta do focinho (apenas
separada por um grande diametro ocular); o labio anterior é curto,
porém provido de numerosos barbilhões livremente pendentes %dispostos
em muitas filas; o barbilhão maxillar comprido, sua peça basilar ossea
73%
gr:
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE nr DEIXES 139
(maxilla superior), cuja funcgäo geral parece ser a de expandir o labio,
é entretanto curto e não chega ao angulo da bocca. O labio posterior
é grande e provido, na orla posterior, de longas e delgadas franjas e
na superficie oval densamente recoberto de papillas e barbellas curtas.
O numero dos dentes de egual tamanho e forma é de 4 à 5 em cada
intermaxillar e mandibular; a sua ponta curva para cima é de cor
amarella vinacea ou pardacenta, alarga-se quasi em fórma de colher em
gume arredondado, são dispostos firmemente para cima e sem peça
basilar transversal. Atraz destes, como em L. cataphracta, escondidos
na espessa gengiva, ha dentes inteiramente eguaes, que eu pude distin-
guir e levantar, mas como não consegui deitar nenhum dos que já esti-
vessem funccionando, pareceu-me que estes existem realmente ahi para
servirem de substitutos aos outros, ligando-se só então definitivamente
aos maxillares.
Peito e ventre apenas parcialmente recobertos de pequenas escamas
irregulares, das quaes mesmo as mais finas se deixam notar pela sua
aspereza. O numero das placas lateraes maiores é, entre as nadadeiras
peitoraes e ventraes, de 8 4 9. O numero dos raios das nadadeiras é
como em Loricaria cataphracta. O aculeo da dorsal é de robustez medi-
ocre, de egual comprimento dos raios articulados; sua altura é egual ä
largura da cabeça. O aculeo da anal é mais curto do que o precedente,
moderadamente espesso, flexivel e provido de aciculos villiformes, parda-
centos. As peitoraes e ventraes são as mais fortes. O primeiro raio das
peitoraes é do comprimento da cabeça, curvo, uniforme, deprimido, pro-
vido de denticulações villiformes, de apice vermelho até a sua extremi-
dade flexivel. O primeiro raio ventral é apenas mais curto que o prece-
dente e quasi 1/3 mais longo do que o segundo raio articulado, mais
espesso no meio e provido de denticulações villiformes semelhantes,
porém ainda maiores do que os que se encontram na orla rostral e no
aculeo peitoral. Ellas se assemelham na förma, substancia e coloração
geralmente aos dentes da bocca, não ficam tambem nuamente firmes
sobre os raios osseos, mas têm a base implantada sobre um tegumento
esponjoso (denticulações semelhantes, mas quasi microscopicas, são
tambem perceptiveis mesmo nos mais delgados escudos da face abdo-
minal). Os raios externos de ambos os lóbos da cauda apparecem assim
como os tres escudos basilares, lateraes e lanceolados, finamente denti-
culados. Não ha filamento caudal. Todas as nadadeiras são maculadas,
com excepção da anal; lado dorsal com vestígios de fachas transversaes
mais escuras, e tambem sobre a região cervical, origem da dorsal e
posteriormente á esta. Coberturas das guelras com grandes manchas;
lado inferior e labios claros, immaculados. Comprimento do corpo do
exemplar descripto 10”30”» (Kner).
Habitat: Cuyabá.
140 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
151 — Loricaria parnahybæ ', Steind.
D. 154 75. Al 7055, late 3192734
«Forma muito delicada; cabeça estreita, pontuda, triangular; seu
comprimento 4e 3/5 4 mais de 4 e 3/4 do comprimento do corpo (sem
a caudal). Largura da cabeça 1 e 1/2, altura do corpo 2 e 1/3 até cerca
de 1 e 1/2 vezes, diametro ocular 6 ä 7 vezes, espaço interorbital 5
vezes, comprimento do focinho indistinctamente mais ou menos duas
vezes, primeiro raio dorsal 1 4 1 e 1/6, aculeo peitoral le 1/4 à le
1/2, aculeo ventral 1 e 1/4. Primeiro raio anal 1 e 1/3 no comprimento
da cabeça, largura do tronco na região do primeiro raio anal, mais de
5 vezes na distancia entre este raio e a base da caudal. Labios completa
e espessamente recobertos de longas papillas tentaculiformes e de franjas
marginaes ainda maiores. Labios superiores nem sempre chegam ä aber-
tura das guelras. Entalhe post-orbital muito breve, pouco profundo. Dentes
da maxilla superior dourados, muito mais longos e em menor numero
do que na mandibula e mettidos entre longas papillas. Supraoccipital e
os dois seguintes escudos nucaes, com um delgado par de carenas. Acu-
leo peitoral chegando com a ponta á cerca do extremo do primeiro quarto
do comprimento das ventraes. O raio interno das ventraes cerca de 2 e
1/2 mais curto do que o primeiro raio. Lado inferior da cabeça nú.
Abdomen com muito poucas pequenas placas asperas, implantadas na
pelle em maior numero entre os escudos lateraes posteriores e irregular-
mente distribuidas; só adiante da fossa anal ha um mediocre escudo
anal rhombo, limitado de escudos pequenos anteriormente e constituindo,
com estes, um pequeno grupo mais ou menos unido; 31 á 34 escudos
numa linha longitudinal no tronco (18 4 20 + 13 á 14); os anteriores 4
dorsal indistinctamente carenados e as carenas lateraes, ao contrario,
se apresentam nitidamente e são geralmente separadas. Cor de farinha
manchado de nodoas mais escuras. Às vezes vestígios de fachas trans-
versaes mais escuras no tronco. Maculas escuras sobre a dorsal, os
peitoraes e caudal; raio caudal superior prolongado em filamento -— 152
mm.» (Steindachner ).
Habitat: Parnahyba (perto de Victoria), Estado do Piauhy.
152 — Loricaria piracicabæ ?, Eigenm. & R. Ihering.
D. 1 +7: À. 1 + 5: L. lat. 33.
«A cabeça (até o fim do operculo) 5 vezes, a altura 12 e 1/2
vezes no comprimento total; a largura do corpo, no inicio da dorsal,
eguala co comprimento do focinho e olho. Beiços profusamente cobertos
1) Parnahybe == do rio Parnahyba.
2) Piracicabæ — do rio Piracicaba,
À. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 141
é marginados por tentaculos; os bigodes nao alcançam as aberturas
branchiaes; sem placa anal. Focinho alongado e estreito, 3 ou 4 dentes
no maxillar superior, sendo os do meio maiores do que os lateraes; 5
ou 6 dentes no maxillar inferior, todos curtos. Abdomen e thorax in-
teiramente cobertos com pequenas placas granuladas. Os espinhos pei-
toraes näo alcangam a base das ventraes. A largura do corpo na origem
da anal é contida quatro vezes na distancia entre as bases da anal e
caudal. A largura da cabeca nos operculos eguala ao seu comprimento
até este mesmo ponto; altura da cabeça 2e3/5 em seu comprimento:
diametro ocular um pouco menor do que o espaço inter-orbital, cabendo
seis vezes na cabeça; espaço inter-orbital concavo; occipital com duas
“series de espinhos que augmentam em tamanho posteriormente; duas
cristas sobre as placas que ficam entre o occipital e a placa impar em
frente 4 dorsal; esta ultima placa tem uma só crista no meio. A mar-
gem da cabeça é granulada, sua lace inferior núa; as placas superiores
em frente 4 dorsal são carenadas, as outras só providas de minusculos
espinhos; as carenas das placas lateraes, que a principio correm parel-
lelamente, unem-se na 22? placa. O aculeo da dorsal é só um pouco
mais curto do que a cabeça; caudal emarginada com os seus raios ex-
ternos não (?) prolongados; os raios peitoraes, que são um pouco mais
longos do que o primeiro espinho; chegam até as ventraes e estas al-
cançam a anal. Amarello sujo, uniforme; nadadeiras ligeiramente macu-
ladas; comprimento 190 mm.» (Eigenm. & Rudolph).
153 — Loricaria nudiventris, ' Cuv. & Val.
Dealt (tos ar as 2414126582?
«Cabeça um pouco mais larga e focinho um pouco mais obtuso
do que em Lor. cataphracta e menos do que em Lor. vetula. Suas pro-
porções são ainda mais curtas que a d'esta. Sua largura nas peitoraes
“é 1/5 do comprtimento, a da cabeça quatro vezes e meio. Olhos sete
vezes na cabeça, á 4 diametros do focinho e á 2 diametros entre si.
Orbita quasi não entalhada posteriormente; tem as mesmas cristas que
as duas precedentes, sobre a parte anterior do dorso e sobre os lados,
mas as duas sobre a parte posterior da cabeça faltam; estas cristas
lateraes estão sobre dous angulos até a 20° ordem; mas em seguida
só ha dez ordens, com um angulo simples. Todas as suas partes são
mais asperas, sobretudo os raios de suas nadadeiras. As peitoraes são
mais curtas do que a cabeça, de cerca de 1/3 e seu primeiro raio é
cylindrico e muito herissado. O primeiro raio das ventraes o eguala e é
egualmente aspero. O caracter principal desta especie consiste na pelle
nua da garganta. Esta pelle molle se continua até entre as ventraes,
sem peça alguma dura; sd ha quatro escudos na ordem inferior de cada
1) Nudiventris (Lat.) = nudus = nú; venter = ventre,
142 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
lado, entre as peitoraes e as ventraes. Os seus dentes se assemelham
aos da primeira especie e os labios parecem ter sido ciliados pouco
mais ou menos da mesma maneira; entretanto, como o individuo está
secco, não posso informar sobre esta ultima circumstancia. Tambem
não posso dizer se o raio superior da caudal era prolongado, visto como
esta nadadeira está mutilada no nosso exemplar. Secco como está, pa-
rece pardo cinereo e vê-se sobre o dorso, entre a dorsal e a caudal,
quatro fachas transversaes denegridas. As nadadeiras parecem ter tido
portos pardos nos intervallos de seus raios. Este peixe foi apanhado no
rio de S. Francisco, no Brasil e doado ao Museu pelo Sr. Augusto de
S. Hilaire.» (Cuv. & Val.)
154 — Loricaria evansi ', Boul.
Do Stal TEEPE eat. 220
«Dentes bem desenvolvidos em ambas as maxillas. Cabeça um
pouco mais comprida do
| que larga, 1/4 do total
| (sem a caudal), focinho
obtusamente pontudo, com
longas cerdas sobre os
lados; tres curtas carenas
sobre o alto da cabeça;
entalhe post-orbital apenas
distincto; diametro da or-
bita 1/6 do comprimento
da cabeça, 2/7 do focinho
e 2/3 do espaço inter-orbi-
tal, que é concavo. Préga
labial muito desenvolvida,
entalhada, papillosa e com
longos cirrhos.
Aculeo dorsal 2/7 daca-
beça e justamente sobre a
base das ventraes. Peito-
raes 1 +6, um pouco mais
CEE Sm curtas do que a cabeça,
FiG. 74 — Loricaria evansi, seg. Boulengen 7° pfojectatido-se ate ame
das ventraes. Estas 1+5
do comprimento das peitoraes, chegando ä anal. Raio caudal superior
prolongado em filamento, egual á 1/2 da cabeça e do corpo. Escudos
lateraes 29, com duas carenas espinhosas que se encontram sobre o 19º
1) Evansi — de J. W. Evans, que effectuou uma viagem scientifica a Matto Grosso e alli
colligio a especie supra,
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 143
escudos nucaes com carenas espinhosas. 20 escudos entre a dorsal e a
caudal, 17 entre a anal e a caudal; peito e ventres nús, porém asperos
com espinhos pequenos. Uma serie de 7 ou 8 escudos entre as peitoraes
e as ventraes sobre cada lado do thorax. Pardo olivaceo superiormente,
uma facha escura atravez da nuca e quatro outras entre as nadadeiras
dorsal e caudal — nadadeiras manchadas de negro. 205 mm. Rio Jangadas,
Matto Grosso.» (Boulenger.)
ARGIID Æ
Corpo alongado, posteriormente comprimido, anteriormente sub-cy-
lindrico; cabeça grande, redonda, bocca em forma de ventosa inferior,
provida de labios grandes, com o labio posterior reflexo e grande-
mente expandido para traz, tendo um barbilhäo no angulo da bocca,
mais ou menos desenvolvido, narinas superiores mais proximas do labio
superior do que dos olhos, as anteriores providas de um prolonga-
mento dermico, ás vezes prolongado em barbilhão e servindo de valva
ás posteriores que ficam contiguas ä base das anteriores, olhos supe-
riores, pequenos; aberturas branchiaes lateraes, mediocres, sendo a mem-
brana das coberturas unida ao isthmo. Dorsal mais ou menos sobre as
ventraes, com 1 + 6, um aculeo flexivel e quasi sempre maior que os
raios; peitoraes e ventraes grandes, com um aculeo de ponta flexivel e
nas mesmas condições que o da dorsal; as ventraes ás vezes ausen-
tes; adiposa curta, com um raio osseo ou longa e baixa; papilla uroge-
nital mais ou menos desenvolvida, caudal com os raios exteriores mais ou
menos prolongados. L. lat. pouco perceptivel. Segundo Regan, o pteri-
goide é pequeno, ás claviculas e o coracoide correm um pouco para
diante da sua symphyse; das vertebras (5 + 12 + 17), as que ficam sob
a dorsal tem as espinhas neuraes bifidas, as superiores á anal, ao con-
trario, têm as hemaes dessa forma, os pharyngeaes inferiores e o 4:
superiores são dentados; os dentes nas maxillas são em mais de uma
serie e não ha pseudo-branchias.
Desta família parece existir, no Brasil, um representante, citado
por Castelnau sob o nome de Arges sabalo. Depois da monographia
de Regan sob os «Peixes da familia Loricariidae (1904), a citação de
Castelnau ficou em duvida, por não se saber ao certo de que especie
se tratava. O culpado de tal facto é o proprio Castelnau, pois que,
tudo quanto se lê 4 pagina 40 dos «Animaux Nouveaux ou Rares de
PAmerique du Sud, é o seguinte:
«Arges sabalo Cuv. & Val., Paris, t. XV, pag. 335. Eu trouxe dos
rios centraes do Brasil um individuo que, comquanto menor que o do
Sr. Pentland, não parece differir delle. »
As collecções de Castelnau foram para o Museu de Paris.
1) Arges = genero typico; eidos = semelhantes.
144 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
CALLICHTHYDE '
Os peixes d’esta familia säo reconhecidos promptamente pela pre-
sença de duas filas de placas imbricadas sobre os lados do corpo que
ellas protegem, mais ou menos perfeitamente, entre a cabeça e a caudal.
A cabeça curta, a bocca p'quena, raras vezes provida de dentes e isso
mesmo só nos mandibulares, os labios desenvolvidos, reflexos, não for-
mando, comtudo, ventosa e parallelos ao contorno oral e terminando no
rictus em dois barbilhões, sempre ınediocres, teretes ou tendo mais, no
inferior, duas á seis outras barbellas muito pequenas. Focinho nú. Na-
rinas superiores, isoladas; a anterior tubular ou as duas baixas, situa-
das n'uma depressão perfeitamente circular tendo uni ossiculo transverso,
movel, entre si. Olhos supero-lateraes, pequenos, ou lateraes, circumdados
inferiormente pelos sub-orbitarios mais ou menos largos; assim tambem são
o préoperculo e o operculo. A abertura das guelras é lateral, não se es-
tendendo senão de pouco á face abdominal. Tres branchiostegos. Cin-
tura escapular amplamente desenvolvida; post-clavicula e coracoide
amplamente desenvolvidos, ás vezes occupando este toda a superficie
thoraxica, pela reunião ao seu opposto, sobre a linha mediana ventral.
Placas cephalicas e nucaes nitida ou imperceptivelmente delimitadas;
no primeiro caso formando polygonos regulares que se distribuem em
torno de um centro post-occipital, desprovido de processo; no segundo
caso, o processo occipital atravessa pelos bordos de limite das placas
nucaes, para se encontrar com uma placa pre-dorsal grande, relativa-
mente e como elle quasi sempre perfeitamente triangular. Dorsal ante-
rior ou sobre as ventraes, com um aculeo flexivel, terete, ou pungente,
deprimido, ou ainda triangular, com vestígios de denticulações no bordo
posterior. Peitoraes redondas ou triangulares, com o aculeo grosso, cla-
viforme, tão fina e densamente aciculado que tem o aspecto de villoso,
ou mais ou menos triangular, pungente ou ainda denticulado, se pro-
longando, nos machos, em uma parte membranosa, terete, de compri-
mento variavel, como os raios que seguem immediatamente. Ventraes
grandes, redondas, ou pequenas e pontudas, com um aculeo flexivel e
muito fraco. Anal mediocre, truncada, redond ı ou pontuda, situada, como
a adiposa, sempre depois do 3’ quarto do comprimento total.
Adiposa com um aculeo bem desenvolvido, aciculado e sempre
presente. «A osteologia dos Callichthys, dizem Cuvier e Valenciennes,
differe em muitos pontos da dos outros siluroides; o grande alarga-
mento do craneo provém da dilatação dos ossos communs, os tres
frontaes e, no angulo, por uma peça que nos parece formada da fusão
do parietal, do mastoide e do supra-escapular. Os frontaes anteriores e
posteriores e o osso em questão, são dispostos em semi-circulo, em
torno do inter-parietal que tem a fórma de um grande polygono chato.
1) Gallichthys, genero typico; ei.los, semelhantes.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 145
Adiante ha um pequeno ethmoide pontudo, duas fossetas para as na-
rinas e duas aberturas para os olhos.
Os inter-maxillares são muito pequenos e os maxillares muito acha-
tados. Atraz, o inter-parietal só dá uma proeminencia curta e obtusa.
A primeira vertebra é ainda mais intimamente unida ao craneo do que
em Clarias e Heterobranchus. Suas apophyses transversaes egualmente
tubulosas, juntam-se ahi, de ponta á ponta e são obturadas, na extremi-
dade, pela ponta do supra-escapular; só deixam um pequeno foramen
entre ellas e o craneo. O primeiro inter-espinhoso, o que supporta o ves-
tigio do raio, tem, de cada lado, uma longa apophyse transversa e arque-
ada inteiramente, particular a este genero '. O primeiro par de costellas
é muito mais forte que os seguintes, sendo 10 ou 11 o seu numero total.
Depois vêm tres vertebras, cujas apophyses transversas, dilatadas e
soldadas juntamente em um longo disco oval e concavo, formam o fundo
do abdomen e, em seguida, quinze vertebras caudaes, comprehendida a
ultima em forma de leque».
Vesicula natatoria vestigiaria, encapsulada nas expanções lateraes
das vertebras anteriores, communicando-se com o exterior pelos foramens
do temporal. Quatro ossos branchiaes; branchias bem desenvolvidas. Esto-
mago coecal (Callichthys) ou syphonico (Corydoras); tractus intestinal curto,
com uma unica circumvolução, menor do que o comprimento do corpo.
Ovarios volumosos, occupando toda a parte superior da cavidade
abdominal. Ovos regulando 1.5 mm.
Os seus habitos já se acham algo conhecidos, principalmente a facul-
dade que têm os Callichthys — Tamoatás — de se transportarem de um
ponto á outro, por terra. Attribuem-lhes tambem o habito de construírem
um ninho para a próle. O que é facto é que elles vivem em buracos
na lama dos rios, donde parece que só sahem 4 noite; e se são encon-
trados em terra de dia, será naturalmente pela lentidão do seu meio de
transporte, que os deixa surprehender pelo sol. Ao contrario dos Tamo-
atás, os Sarros ou Marias-da-Serra (Corydoras) são diurnos e procuram
as aguas limpas dos pequenos cursos, onde haja fundo arenoso ou pedre-
goso: andam aos pares e quasi sempre contra a corrente. Emquanto não
espantados são lentos, deixando-se apanhar com facilidade, mesmo á mão.
Superficie abdominal, da bocca ás ventraes, am-
plamente núa; processo coracoide subcutaneo,
leabers deprimida! não percepulvel externamente esse. EEE Callichthys.
| Superficie abdominal menos ENE :
| núa; processo coracoide Labio inferior sem bar-
externo, recobrindo | bilhöes............ Hoplosternum
p LEE) ou menos a regiäo thora- À
Generos nr cica Labio inferior com qua-
tro á seis barbilhões. Decapogon.
Processo post-occipital ausente, duas placas nucaes R
| Ber entre a dorsal e a placa d’esse nome......... Aspidoras.
Cabeça comprimida .
Processo post-occipital presente, encontrando-se
1) Callichthys. | com a placa pre-dorsal, quasi da mesma dimensäo Corydoras.
6378 19
SES Sector cesse
146 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Callichthys, ' Linnæus.
Amecenitates Academicæ, 1, 317-1754
Cabeca e cerviz deprimidas, corpo comprimido, ponta do foci-
nho e lados da cabeca revestidos de pelle, bocca antero-inferior, mandi-
bula recoberta pelo labio superior; dentes em facha, filiformes, sómente
nos mandibulares ; dois barbilhões labiacs espessos, mais ou menos desen-
volvides ; narinas anteriores ligeiramente tubulares; olhos latero-superiores,
circulares, fontanella circular; quatro placas posteriores ao post-occipital,
dois pares nucaes anteriores á dorsal, aberturas branchiaes moderadas,
membrana branchiostega ligada 4 outra; parte inferior do corpo, do mento
ao anus amplamente cutanea, sem placas osseas externas; coracoide não
desenvolvido em placa thoracica, sub-cutaneo. Peitoraes com o aculeo
claviforme, densa e curtamente aciculado; ventraes, com um aculeo nas
mesmas condições, porém fraco e terminando em ponta flexivel, inferiores
a metade posterior da dorsal; esta com o fulcrum saliente e 1 + 7 à 8
raios, o aculeo fraco e flexivel, menor do que os 3 ou 4 raios seguintes;
adiposa e anal contiguas a caudal, a primeira bem desenvolvida, com
o aculeo aciculado e a membrana maior do que elle; anal relativamente
grande, com o primeiro aculeo rudimentar, o seguudo como o primeiro
da dorsal e 5 a 7 raios. Cauda redonda.
Os Callichthys, vulgarmente conhecidos pelo nome de Tamoatá, têm
o tubo digestivo provido de fachos papillosos, ricamente vasculares e que
podem servir 4 respiração (vide o tomo I, pag. 57); dahi o poderem
elles perambularem livremente por terra; quando pretendam mudar
de aguas.
Especies conhecidas :
Barbilhões chegando 4 ponta ou ao meio dos peitoraes . .. C. callichthys
BarbilhoesdchegandofaosTolhos RN TE C. arcifer
155 — Callichthys callicthys, L.
TAMOATÁ OU CAMBOATÁ.
Est. 36 — fig. 1
Cabeça 4 e 1/2, egual 4 maior altura; maior largura 3 e 2/3. Bocca
pequena, antero-inferior; uma facha de dentes nos mandibulares, mais
estreita e mais longa nos jovens do que nos adultos, onde ella occupa
apenas a metade externa de cada osso; barbilhões mais longos nos jo-
vens, chegando o interno ao apice do aculeo peitoral, ao passo que no
1 (Gr. de Calos = bello; ichthys — peixe). Não era, comtudo, o Tamoatá o Callichthys
pos Gregos.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 147
adulto elle apenas attinge a axilla das peitoraes. Focinho recoberto de
pelle, e bem assim os lados da cabeça até o operculo. Olhos pequenos
7 vezes no espaço inter-orbital e 11 vezes no comprimento da cabeça.
Fontanella oblonga no joven e circular, menor do que o diametro
ocular, no adulto. Placas nucaes 3, a mediana dividida ao meio; =
sobre os flancos, entre a cabeça e a cauda; cerca de 17 adiante da
adiposa, pela linha mediana, no adulto; linha mediana dorsal, do inicio
da nadadeira d’este nome até a cauda, nua; superficie abdominal, do
focinho á caudal, idem. Linha lateral correndo em zigue-zague pelos
flancos, entre as duas séries de placas. Peitoraes com o aculeo curvo,
forte, de grossura egual em toda a extensão e ponta rhomba, fina,
densa, e egualmente aciculado, em todo o comprimento, superior e
inferiormente; o seu aspecto velutino; não attingem as ventraes, que
são oblongas e occupam 6 e 1/2 placas com o seu comprimento. Aculeo
da adiposa tocando o primeiro raio caudal accessorio; é curvo e forte;
anal de bordo posterior redondo, relativamente grande, cheyando a9
mesmo plano que as ultimas placas do corpo (basilares da caudal) ou
passando-as de pouco; caudal espatulada, com o lado inferior um
pouco maior. Papilla genito-urinaria desenvolvida. Todas as placas finas
e densamente aciculadas, o que as torna asperas ao tacto, e tendo o
bordo livre egual, porém mais fortemente aciculado. Pardo olivaceo
uniforme. 190 mm.
Habitat: Vive nos buracos, nas barrancas ou na lama dos rios de
todo o Brasil.
156 — Callichthys arcifer, ' Hensel.
D. 1+8; A. 1+6; L. lat. À
5
27
«Cabeça larga e chata, corpo lateralmente comprimido. Angulos da
bocca com dous pequenos barbilhões, mediocremente espessos, dos
quaes o inferior ou posterior chega até os olhos, sendo o anterior mais
curto. Nas mandibulas encontra-se, junto ao angulo da bocca, alguns
dentes pequenos. Os escudos lateraes, na fila superior 25, na inferior
27, são pequenos e deixam no dorso e no ventre uma larga facha núa
e são providos, na orla posterior, de aciculos moderados que tambem
são encontrados na orla das coberturas das guelras. A origem da dor-
sal cahe entre as peitoraes e as ventraes. Dahi parte, para cada lado,
um processo osseo curvo, profundamente sub-cutaneo e dirigido para
baixo e para diante, terminando na linha lateral. As peitoraes, cujos
raios são providos de aculeos pequenos, não attingem a base das ven-
traes e não ficam encaixadas nos lados do corpo, mas sob o ventre.
Os raios das ventraes são egualmente providos de aciculos; egualmente
a anal. Esta fica muito para traz, não chega, porém, á origem da cau-
dal. A origem da adiposa, que se compõe apenas de um aculeo
1) Arcifer (Lat.), de arcus, o arco e o verbo ferre, trazer,
148 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
aciculado, cahe sobre a base da anal, attingindo, comtudo, a ponta do
aculeo, o inicio da caudal. Adiante da adiposa encontram-se numerosos
aciculos seguramente até o meio da distancia que vae á dorsal. Caudal
cuneiforme. A côr (no alcool) é parda amarellada, com maculas mais
escuras. Ventre e peito alvadios, immaculados. Comprimento sem a
cauda , 34 mm.» (Hensel).
Habitat: Rio de Janeiro.
Hoplosternum, ' Gill.
Syn. Fishes of Trinidad, Ann. Lyc. Nat. Hist. N. York, VI, 396 — 1858.
Cabeça deprimida, corpo comprimido; focinho revestido de pelle, um
tanto acuminado, bocca antero-inferior, desprovida de dentes; dois bar-
bilhões labiaes no angulo da bocca, labio inferior desprovido de barbi-
lhões; narinas situadas n'uma depressão perfeitamente circular, sendo
as anteriores separadas das posteriores por um osso transverso movel;
olhos lateraes, circumdados de ossos expostos; póros mucosos da
cabeça, mais ou menos profundamente situados em depressão dos ossos
cephalicos, que são rugosos; fontanella oblonga, quasi sempre com um
processo transversal que a divide em duas metades; aberturas bran-
chiaes moderadas; processo coracoide largo, laminar, estendendo-se
exteriorniente por sobre os lados da face inferior do thorax e abdomen,
recobrindo-o mais ou menos perfeitamente. Placas lateraes não deixando
espaço nú superior, na linha mediana. Dorsal e anal com um aculeo
chato, menor do que o primeiro raio; a primeira com 1+7 á 8, sobre
as ventraes. Peitoraes com o aculeo mais curto do que os raios, denti-
culado no bordo interno, aciculado no externo e lado superior; adiposa
e anal situadas junto á caudal; a segunda redonda ou obliquamente
truncada, com 1+6 ä 7. Caudal redonda-truncada ou emarginada.
aca truncada (soares LUNETTES RENNES Ar H. thoracatum.
I abdominal descoberta, processo coracoide
| À Eureada não recobrindo inteiramente o thorax. . - . - - . H. litorale.
| Superficie abdominal quasi totalmente recoberta, Stu
| processo coracoide recobrindo o thorax. . . ... H. schreineri,
157 — Hoplosternum thoracatum * (Cuv. & Val.)
TAMOATÁ
Est. 36 — fig. 2
25
DIMAS; Ast AEE lat. =
Cabeça 3 e 2/3 à 4, altura 3 e 1/3 4 4 1/2. Bocca antero-inferior,
mandibula inclinada, dentes ausentes, barbilhões bem desenvolvidos, o
1) Hoplosternum (Gr.) Hopla = arma (couraça) sternum = sterno, peito, de peito couraçado.
2) (Lat.) Thoracatus = armado de couraga.
Archivos do Museu Nacional, vol. XVI
Fauna Bi
asiliense, est. XXXV
de Mir. Rib. phot.
Fig.
Fig.
Fig.
Fig. 3
— Callichthys callichthys (L.)
— Hoplosternum thoracatum (Cuv. & Val.)
— » schreineri, Mir. Rib.
wm m
J. Schmidt impr.
Sabino &: Karl gr.
he
i a ee Eve
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 149
interno chegando ao meio do aculeo ventral, labio inferior irregularmente
franjado, profundamente entalhado na symphyse; focinho nú. Olhos quatro
vezes no espaço inter-orbital, 6 e 1/2 na cabeça. Fontanella alongada,
na linha do centro dos olhos, ás vezes obliterada, placas cephalicas lisas,
rugosas. Peitoraes com o aculeo mais curto do que os raios, chegando
aquelle á base e este à axilla das ventraes, que occupam 7 e 1/2 pla-
cas. 11 placas entre a dorsal e a adiposa, havendo cerca de seis placas
medianas na frente desta, 11 entre as ventraes e a anal; esta tendo o
bordo posterior redondo, attingindo o plano das placas basilares da
cauda, que é redonda-truncada. Pardo olivaceo, uniforme ou com man-
chas pretas difiusas. Maior comprimento conhecido 225 mm.
Habitat: Norte do Brasil, á partir de Pernambuco.
158 — Hoplosternum litorale, ' Hancock.
24 — 25
DAS RA ali 7a nl alate 23
«Cabeca 3 e 3/4, altura por toda a parte maior do que a largura
3 43e 1/3. Cabeça mais longa do que larga, quasi tão longa quanto
larga nos iudividuos muito velhos; sua altura 1 e 1/3 á 1 e 1/6 no com-
primento; perfil egualmente convexo, perfil transversal arqueado ; fonta-
nella oval ou piriforme com um processo atravessando o seu meio, a
abertura posterior obliterando-se no adulto. Sub-orbitaes e operculos ex-
postos, o primeiro mais largo do que a orbita no adulto. Olhos circulares,
equidistantes da ponta do focinho e da margem do operculo, 3e 1/2 no
focinho, 8 na cabeça, 5 no espaço interorbital. Barbilhão interno o mais
longo, projectando-se mais ou menos á ponta do aculeo peitoral, mais
curto nos muito velhos. Focinho deprimido, algo pontudo; intermaxillares
rudimentares; placas de dentes pequenos nas maxillas. Labio inferior
com uma larga orla livre, angularmente incisada na symphyse. Abertu-
ras das guelras continuadas para baixo até o meio do coracoide externo,
medindo o isthmo 2 43 diametros orbitarios. Lados inteiramente cober-
tos por duas series de laminas marginadas de aciculos minusculos; uma
serie de placas impares por de traz da dorsal, divide as laminas lateraes.
Face central com uma ampla area nua. Coracoide e clavicula fortes em
toda a sua extensão; processo coracoide divergindo posteriormente, dei-
xando de permeio uma area cyathyforme, nua. Linha lateral presente, ao
menos anteriormente, consistindo em um simples tubo que se projecta
atravez da porção inferior da serie superior de laminas, continuadas para
diante como póros, situada em cavidades ao longo dos lados da cabeça,
por cima dos olhos. Distancia do aculeo dorsal ao focinho 2 e 1/2 vezes
no comprimento; aculeo dorsal curto e chato, contendo de altura 2 4 3
vezes os olhos; 2º raio dorsal o mais alto, margem da nadadeira redon-
1) (Lat.) Litoralis, da praia, da margem, da barranca dos rios,
150 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
da. Raios de todas as nadadeiras asperos, por causa de aciculos minus-
culos. Adiposa triangular, composta de espinhos, quasi tão alta quanto
o aculeo dorsal e de uma delgada membrana adnata.
Raios externos da caudal espessados, a nadadeira emarginada, 3 á
4 vezes no comprimento. Anal com um aculeo semelhante ao da dorsal,
sendo a margem da nadadeira obliquamente truncada, o segundo raio
2 á 3 vezes tão elevado quanto o ultimo, chegando a base da caudal.
Ventraes inseridas em opposição ao terceiro raio dorsal, seu compri-
mento 1 e 1/4 á 1 e 1/2 na cabeça. Aculeo peitoral muito variavel, 3 à
6 vezes no comprimento, sua superficie externa densamente recoberta
de aciculos curtos, sua margem interna ora lisa, ora serrilhada, sua ponta
aguda no joven, obtusa e, ás vezes, em forma de garra ou em gancho
no adulto. Papilla anal muito longa. Olivaceo, duas series de maculas
claras pelo meio dos lados, nadadeiras escuras, 4s vezes marmoradas ;
23 cm.» (Eigenm. & Eigenm.)
Habitat: Systs. do Amazonas e do Paraná.
159 — Hoplosternum schreineri. '
DFS: 72 ACPA EM iat. a
D.
Est. 36 fig. 3.
Cabeça até o extremo dos temporaes 2 e 5/6 no comprimento,
altura 3 e 1/2 (sem a caudal). Bocca pequena, sem dentes, mandibula
incluida; barbilhão posterior chegando á ponta das peitoraes. Orbita
circular, 3 e 2/3 no espaço interorbital, 5 e 2/3 no comprimento da ca-
beça (medida da ponta do focinho ao bordo posterior do supra-occipital ) ;
fontanella lanceolada, com um processo transversal que se divide em
duas metades, a anterior maior do que a posterior; occipital polygonal,
angular anteriormente, entrando no contorno posterior da fontanella ; alto
da cabeça, orbitarios, base do operculo e processo do coracoide, rugo-
sos; uma depressão circular entre a fontanella (e mais perto desta) e
a orbita; desta depressão parte um sulco que se dirige em parabola,
ao meio do occipital, meio á que não attinge, pois antes delle o dito
sulco volta á encontrar-se com as depressões dos póros mucosos da
linha lateral, na sua parte cephalica; post-occipital tendo uma saliencia
posterior semi-circular; coracoide unido na linha mediana central em quasi
metade de seu comprimento, divergindo pouco posteriormente; 3. placas
1) De Carlos Schreiner, que occupou no Museu Nacional o cargo de Sub-Director da Secção
de Zoologia, onde foi por muito tempo o principal elemento.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 151
nucaes entre o post-occipital e a dorsal, 2 entre os coracoides e as
ventraes, 9 entre a dorsal e a adiposa, 10 entre as ventraes e a anal.
A dorsal está quebrada, porém ainda assim mesmo é mais alta do que
longa; o seu aculeo é chato, terminando em ponta membranosa e de
comprimento contido justamente uma vez na distancia que vae da ponta
do focinho a constricção transversal da fontanella e situado verticalmente
acima da juncção do 2º ao 3º terço do aculeo peitoral. Peitoraes me-
diocres, o seu aculeo quasi attinge o plano da base das ventraes, é
serrilhado no bordo interno e aciculado no externo e no superior; O
1° e o 2° raios chegam 4 axilla das ventraes ; estas nadadeiras são de-
senvolvidas chegando ao meio da 3º placa anterior á anal; esta obli-
quamente truncada no bordo posterior, tendo um aculeo como a dorsal
e quasi attingindo o bordo posterior das placas basilares da caudal;
adiposa tendo a membrana excedendo o aculeo em ponta angular ; seis
placas medianas entre a dorsal e a adiposa e duas logo depois da
membrana desta; caudal moderadamente furcada. Os aciculos das placas
são deciduos, além de muito pequenos; nem os dos bordos são perceptiveis
facilmente, de modo que, essas placas parecem totalmente lisas ou apenas
rugosas no sentido longitudinal do corpo. Linha lateral perceptivel nas
quatro primeiras placas lateraes, cujo bordo é entalhado junto da união
com as inferiores e duma serie de fossas que, nascendo por de traz
da orla orbitaria superior, se encaminha para os flancos, por sobre os
temporaes. Superfície ventral núa apenas entre as ventraes, como em
Decapogon. Comprimento 115 mm.
Dous exemplares deste peixe, das collecções do Museu, estavam
acompanhados, no frasco que os continha, de uma etiqueta com a calli-
graphia de Carlos Schreiner, com os seguintes dizeres: «Callichthys tho-
racatus — Pará.» donde concluo a sua procedencia.
Habitat: Amazonas?
Decapogon, Eigenm. & Eigenm.
Pr. Calif. Acad. Sci, 2° Ser. I, 165. 1889.
«Coracoide exposto inferiormente e junto a clavicula, em toda a
sua extensão, dois barbilhöes em cada angulo da bocca; labio inferior
coin quatro à seis barbilhões. superficie ventral inteiramente coberta,
caudal emarginada; aculeo dorsal alto e pontudo, subterete, os peito-
raes serrilhados na margem interna, denticulações mais finas na exter-
na.» Tal é a diagnosa dada pelos autores do genero, sobre Callich-
thys adspe:sum de Steindachner. De resto, o unico caracter diffe-
rencial consiste na presença dos barbilhões do labio inferior, pois quanto,
todos os demais podem ser referidos ao genero Hoplosternum, cuja
ligação é estabelecida por A. Schreineri, aqui descripto.
152 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Especies brasileiras.
| Barbilhöes passando a ponta do aculeo peitoral; post-oceipital obtuso
oustruricado »posteriormente ser Fri N HUF A .. D.adspersum
| Barbilhões não attingindo a margem do operculo, post-oceipital com
uma saliência, semi-circular posterior... susana si D. verissimi
160 — Decapogon adspersum ', (Steind.)
DIS ETA. Wee GAP RITES AVS MERS ao a >
«O perfil cephalico superior se eleva promptamente sem curvatura
até a dorsal. A cabeça é deprimida (especialmente na sua metade
anterior) e na região frontal transversa e moderadamente convexa. A
maior altura do corpo, sob a dorsal, é cerca de 3 e 1/4 vezes o com-
primento da cabeça até o extremo superior da abertura opercular, cerca
de 3e 2/5 no comprimento do corpo; a largura da cabeça, entre os
operculos, cerca de 1 e 1/3, o comprimento do focinho duas vezes, a
largura da fronte mais de 1 e 1/2 vezes; o diametro ocular cerca de
4 e 1/2 vezes no comprimento da cabeça.
O focinho se estreita, direito, para a frente e é ahi obtuso. O seu
lado superior é, a partir da região nasal, nú. Adiante dos olhos elle
se alarga um pouco mais nos lados superior e inferior. O sub-orbital é
estreito externamente e limita o olho por inteiro pelo lado inferior. O
focinho sobrepuja um tanto em forma de nariz, ä um tanto curva e pe-
quena abertura oval. As narinas posteriores ficam mais proximas da
orla orbitaria anterior, do que da ponta do focinho; e sua distancia
dos olhos, é um pouco maior do que um decimetro orbitario.
O labio inferior, pendente, é entalhado até perto da symphyse e
multiplamente tentaculiforme no bordo posterior. Ambos os barbilhões
do angulo da bocca são reunidos na base e longos; o superior é, de
resto, sempre mais curto que o inferior, o qual, algumas vezes passa á
ponta das peitoraes. O supra-occipital é quasi regularmente eneagonal,
tão largo ou um pouco mais largo do que longo, o seu lado posterior
é convexo, transversamente truncado; as demais partes lateraes são
concavas, um escudo par, largo, triangular, separa o supra-occipital do
primeiro par de escudos dorsaes.
A fontanella frontal é, ora distinctamente mais longa, ora um pouco
mais curta que um diametro orbitario, alongadamente oval e chega pos-
teriormente, não raro, 4 ponta anterior do post-occipital; anteriormente,
ella não se alonga até a parte núa do focinho. As placas humeraes são
extraordinariamente desenvolvidas e circumdam a região peitoral por
completo; ahi ellas se tocam em toda a extensão de sua margem in-
ferior ou apenas se afastam um pouco na parte terminal, posterior, da
dita margem,
1) Adspersum (lat.) = espargido (de maculas),
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 153
Por traz das peitoraes, mostram os escudos humeraes uma ampla
cavidade ou depressäo em que se encaixa a peitoral, quando encostada.
O aculeo peitoral é regularmente denticulado no bordo interno e excede
um pouco o aculeo da primeira dorsal, em comprimento. O comprimento”
do aculeo peitoral é contido cerca de 1e 1/2 e 1e1/4, o do aculeo
dorsal 1e 1/2 4 1e 1/3 no comprimento da cabeça (até a abertura
opercular ).
FIG. 75 — Decapogon adspersum, seg. Steindachner
O primeiro raio dorsal é distinctamente mais comprido do que o
aculeo; a sua orla superior é obliqua e convexa. A caudal é crescen-
tiforme e cerca do comprimento da cabeça (até a abertura das guelras).
As ventraes aproximam-se sempre das peitoraes em comprimento; e a
ponta das ultimas chega ä inserção das primeiras. O aculeo da adiposa,
curvo, fica aproximadamente sobre a base do 3º raio anal. 24 á 25
escudos lateraes na fila superior e 23 á 24 na inferior; a orla posterior
dos mesmos é, sob a lente, finamente denticulada. Tres á cinco pe-
quenos escudos jazem anteriormente ao aculeo da adiposa, sobre a -
linha mediana do dorso; a ultima se eleva sobre a base do aculeo e
é carenada.
Os lados do dorso são entumecidos, apenas a parte caudal do
corpo € comprimida. As nadadeiras säo immaculadas ; na parte em que
se unem os escudos laleraes, ha pequenas maculas pardas, escuras,
entre uma linha dupla de maculas diffusas, amarelladas que as vezes,
porem, faltam. Näo raro ha, na orla posterior dos escudos lateraes,
6378 20
154 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
pequenas maculas pardas, esparsas de mado irregular, especialmente na
ametade superior do tronco. A cör fundamental do corpo € a parda
amarellada, mais claro em baixo do que em cima da Jinha lateral; sobre
o lado superior da cabega, ha, frequentemente, pequenas maculas re-
dondas, pardas escuras, em grande numero.» (Steindachner.)
Habitat: Amazonas e afiluentes, entre Santarem e Tabatinga.
161 — Decapogon verissimi
Est. 36 — fig. 4
i 5 a
D. 1+7; À. 1+6; L. lat. 2
Förma da especie precedente. Escudos lisos, apenas aciculados nos
bordos. Cabega rugosa, 3 e 1/3. Bocca pequena, com callo em cada
intermaxillar e uma estreita facha de dentes villiformes nos mandibu-
lares; intermaxillares pouco proeminentes, não curvos para baixo; bar-
bilhões do angulo da bocca muito delgados, não attingindo a margem
do operculo; apenas quatro curtos barbilhões no labio inferior. Focinho
2 e 1/3 na cabeça, bossa nasal imperceptivelmente mais proxima da
orbita do que da ponta do focinho. Orbita 4 e 1/4 ou 4 1/2 na dis-
tancia que vae da ponta do focinho ao bordo posterior do escudo post-
occipital, tres vezes no espaço inter-orbital, uma vez no espaço nú do
focinho. Post-occipital emittindo uma saliencia semi-circular posterior,
limitado por uma placa mediana, dupla e uma em cada lado. Fontanella
allongada, não chegando aos bordos anterior e posterior dos frontaes.
Os quatro primeiros escudos lateraes entalhados no bordo poste-
rior para deixar passar os póros mucosos. Dorsal verticalmente sobre
o bordo posterior dos coracoides; 11 placas lateraes entre ella e a
adiposa; 11 entre as ventraes e a anal. Peitoraes attingindo, coni o
aculeo, a axilla das ventraes; aculeos regularmente denticulados no
bordo interno e finamente aciculado no externo superior; dois escudos
entre os coracoides e as ventraes; estas pequenas, occupando 5 e 1/2
a seis escudos com o seu comprimento; anal um pouco anterjor 4 adi-
posa; caudal emarginada (e como a anal, quebrada), cinco placas na
linha mediana, adiante da adiposa; região entre as bases das ventraes
e inferior da cabeça e do ultimo, núas. Coloração (no alcool) parda
uniforme.
Procedencia: Pará. Habitat: Amazonas?
Dedico esta especie ao Sr. José Verissimo de Mattos, em homena-
gem ao seu livro sobre a «Pesca da Amazonia».
À. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 155
Aspidoras', Rud. Ihering.
Notas Preliminares do Museu Paulista. 31 — 1907
«Em seu aspecto inteiramente alliado ä Corydoras, do qual se dis-
tingue, tal como Callichthys e Hoplosternum, por ter dous pares de es-
cudos nucaes entre o occipital hexagonal e a dorsal. A cabeça é alta,
não deprimida, pouco comprimida lateralmente. Coracoides inteiramente
cobertos de pelle. Barb.lhões curtos, não attingindo a abertura branchial.
162 — Aspidoras rochai”, Rud. Ihering.
DIET aus; piles listers. Mat, ==
to ty
ae
Cabeça contida 3 e 3/4 vezes no comprimento total (excl. caudal).
Altura do corpo pouco maior, largura da cabeça pouco menor do que
o comprimento da cabeça. Oiho contido 2 e 1/2 vezes no focinho, pou-
co mais de 2 vezes na inter-orbital. Distancia do focinho á dorsal, que
é um pouco menor (um ciametro do olho) do que a distancia entre a
dorsal e a adiposa, é contida 2 e 1/2 vezes no comprimento do corpo.
Espinho D. I pequeno (egual ao espaço interorbital), um pouco curvo,
ponteagudo, quasi liso; P. I, pouco maior do que o D. I, um pouco
mais forte, coberto de espinhos; os raios seguintes da P. são de com-
primento quasi duplo no primeiro espinho; os ultimos são, porém, bem
menores. Ventral egual em seu comprimento aos maiores raios da anal;
primeiro raio da anal muito fraco. Adiposa de tamanho medio, distando
da caudal cerca de | comprimento de base da dorsal (esta e a caudal
estão quebradas). Focinho molle, obtuso; fontanella quasi oval, larga,
situada na base da occipital; este prolonga-se em angulo recto em di-
recção posterior, distando, porém, da base da dorsal cerca de espaço
egual ao inter-orbital. 5 4 6 placas impares em frente da adiposa; 6
pares de placas entre o fim da dorsal e as placas impares; 7 ä 8 pa-
res entre a adiposa e a caudal. 2 pares de barbilhões curtos, de tama-
nho egual entre-si, distando cerca de 1 diamentro ocular da abertura
branchial; 1 par de barbiculas no mento, de comprimento de 1 diametro
ocular. Peito inteiramente nú, coberto de numerosos espinhos, dispostos
em series longitudinaes; processo coracoide completamente invisivel.
Pardo denegrido superiormente claro inferiormente; lados com diversas
manchas claras sobre o operculo e linha lateral, bem como uma listra
indistincta, parallela á linha lateral e pouco acima d'esta, de côr menos
clara do que o lado inferior. Essa listra une-se á do lado opposto, em fren-
1) Aspidoras ; de aspis — escudo e doras genero adiante citado.
2) O Sr. Francisco Dias da Rocha que mandou a especie supra ao Sr. R. Ihering,
156 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
te 4 dorsal, formando ahi uma mancha clara. Nadadeiras peitoral e ven-
tral incolores. Anal com algumas manchinhas que formam uma listra
transversal. Dorsal escura na base, clara no meio e, ao que parece, com
desenho preto subterminal, caudal com manchinhas em series obliquas
ou transversaes em numero de 4 á 61. 49 mm.» (Rud. Ihering).
Corydoras', Lacépède.
Hist. Nat. Poiss. V, 145 — 1803
Corpo comprimido, elevado; perfil superior arqueado, inferior recto;
focinho sub-conico; bocca pequena, inferior, edentula, obturada pelo re-
flexo do labio superior; labios moderados, prolongando-se em dous bar-
bilhões em cada angulo e o inferior com um entalhe na symphyse, d'onde
elles se prolongam em dous curtos barbilhões. Aberturas branchiaes mo-
deradas, lateraes, olhos lateraes; narinas superiores proximas do bordo
anterior, não. passando ao lado inferior da garganta; membranas bran-
chiostegas reduzidas. Coracoides inferiormente sub-cutaneos ou expostos,
encontrando-se mais ou menos anteriormente na linha mediana, com os
bordos do processo mais ou menos separados.
Post-clavicula larga, dilatada, exposta, encostada ao coracoide. Pro-
cesso. occipital triangular, encontrando-se com a placa prédorsal, mais
ou menos da mesma dimensão, na linha mediana nucal. Dorsal eleva-
da, com q aculeo forte, na regra, mais curto do que os raios; adiposa
presente, mais proxima da caudal do que da dorsal. Peitoraes aculea-:
das, mais ou menos amplas, pontudas. Ventraes e anal mediocres. Cau-
dal furcada. Duas séries de placas lateraes, recobrindo o tronco; uma
série de placas impares na linha mediana, antes e ás vezes depois do
aculeo da adiposa. Superficie ventral mais ou menos nua.
São, peixes de pequeno porte (no maximo 115 mm.) communs nos
corregos baixos e de fundo arenoso ou pedregoso.
1) Corydoras ; de Corys (Gr.) elmo, crista e Doras, genero adiante citado.
157
À. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA — BRASILIENSE — PEIXES
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158 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
163 — Corydoras eques ', Steind.
«Perfil cephalico superior fortemente curvo, focinho não alongado,
| nt a ponta. Infraorbital elevado,
— FE) | s te ite protegidas. Processo oc-
ch mente pontudo na extremidade
en et ), com ella, a placa impar,
oF 3 al da, anterior a base da dorsal. Fonta-
= Ena n to estreita, não chegando á base
ns 4 dc ‚ occipital. Escudos humeraes reu-
Eq | nido mente sobre o peito. Tronco,
| até perto do lado do ventre, azul denegridos
le» | Cabeça até a orla posterior dos olhos, egual-
TN mente | denegrida, posteriormente 4 mes-
_ ma, até a orla posterior do escudo humeral,
amarella.
A maior altura do corpo é contida um pouco mais de 2 1/2 vezes,
imento da cabeça, até a abertura das guelras, um pouco mais
EE: a distancia entre a ponta do processo occipital e a do
focinho 2 e 2/5 no comprimento do corpo; espaço interorbital cerca de
2 e 1/4, diametro orbitario 4, focinho duas vezes no comprimento da
cabeça (medida até a abertura das guelras).
Altura da cabeça, sob a ponta do proceoso occipital, um pouco mais
estreita do que a distancia entre a ultima e a ponta do focinho. Fronte
fortemente convexa no sentido transversal; a ponta núa do locinho passa
um pouco a estreita bocca, cujas orlas são cortantes.
Dos dous barbilhões, o inferior, um pouco mais longo, chega á
orla ocular posterior. Labio inferior pendente e valvu'ar; é entalhado,
e tem em cada lado um barbilhão. Infra-orbital cobre as bochechas até
o angulo da bocca; sua maior altura excede indistinctamente á um dia-
metro ocular. As narinas posteriores ficam perto da orla orbitaria anterior.
Os escudos humeraes são muito fortemente desenvolvidos e envolvem
o peito, mais ou menos completamente, segundo os sexos.
No macho, tocam-se elles pela orla inferior, em quasi toda a ex-
tensão, na femea apenas na parte menor, anterior.
O aculeo peitoral é sempre mais comprido do que o aculeo da
dorsal, do mesmo comprimento que a cabeça, até a abertura das guelras
e denticulado na orla inferior. O primeiro raio das. peitoraes passa o
aculeo e chega até meio das muito curtas ventraes. Adiante do aculeo
da adiposa, ha tres pequenos escudos que se elevam para cima em
1) Eques (Lat.) — cavalleiro.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 159
carena. À caudal é entalhada semilunarmente, na orla posterior. 22 á 23
escudos, na fila superior, 20 á 21 na inferior, nos lados do tronco, até
a base da caudal. A côr azul denegrida dos lados do tronco, se pro-
jecta anteriormente sobre 9 lado superior da cabeça, na forma de um
triangulo, cuja ponta chega até o extremo posterior da fontanella fron-
tal. A facha amarella da cabeça é estreita na face superior; lateral-
mente, ella se estende depressa em largura e chega obliquamente para
traz e para baixo, projectando-se desde a orla ocular posterior, até a
orla posterior dos escudos post-humeraes. Perto do perfil dorsal é o
tronco amarello pardacento, sendo a parte inferior do corpo branco
sujo amarellado, ou pardo amarellado.
Nadadeiras immaculadas e, com excepção das ventraes amarelladas
e da pagina inferior das peitoraes, pardacentas .Tamanho insignificante
(c. 55 mm.)» (Steindachner).
Habitat: Amazonas — Teffé.
164 — Corydoras splendens ', Casteln.
«Comprimento total 65 mm.; largura 15 mm. maior altura 25 mm.
O unico individuo d’este bonito peixinho que eu trouxe do Tocantins,
está em mão estado; tem 24 grandes escamas lateraes na ordem
superior e 23 na inferior. E” de um bello verde dourado, com as nada-
deiras côr de borra de vinho; sobre a caudal, uma facha transversa
parda. Esta especie é muito visinha de C. punctatus, figurado nos
«Peixes» do Sr. D'Orbigny, est. 5 fig. 1, mas d'elle se distingue pela
disposição das côres e ausencia de maculas etc.» (Castelnau).
165 — Corydoras punctatus >, BI.
— CA)
— |
DEM HISEFAT TEL eae: lat. 2
«Curto e elevado; cabeça 3 e 1/4 do comprimento da propria
altura; perfil muito obtuso, redondo, superior e anteriormente aos olhos;
fontanella alongada, projectando-se até o occipital; largura deste egual
ao seu comprimento, até a ponta do processo, sua margem regularmente
concava. Um conspicuo canal mucoso das narinas anteriores para traz
e para baixo, por detraz dos olhos. Estes grandes, 1 e 1/2 vezes no
focinho, 3 e 1/2 na cabeça, 1 e 2/3 no espaço interorbital. Focinho
comprimido, pontudo; preorbitaes muito estreitos; barbilhões do angulo
da bocca chegando até a altura das guelras; o externo pardo, o interno
branco; labio inferior largo, livre, terminando em dous barbilhões;
superficie superior dos ossos maxillares com aciculos finos. Processo
1) Splendens (Lat.) — brilhante.
2) Punctatus (Lat.) — pontuado.
160 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
coracoide apenas invadindo o peito ou ventre. Duas ou tres placas
impares adiante da adiposa. Distancia do aculeo dorsal ao focinho 2
vezes no comprimento; aculeo dorsal pouco (quando o seja) mais curto
do que a cabeça, liso na margem anterior, na posterior finamente serri-
lhado; os dous primeiros raios dorsaes mais altos do que o aculeo.
Caudal profundamente furcada, 2 e 1/3 no comprimento. Aculeo peitoral
semelhante ou um pouco mais longo do que o aculeo dorsal. Pardo
claro, lados e dorso com maculas pardas denegridas; uma barra dene-
grida vertical sob os olhos; occiput denegrido; uma barra vertical
escura sobre os 2 primeiros raios dorsaes, ás vezes continuados sobre
os lados, o restante da nadadeira uniforme ou maculado de pardo
escuro; caudal com 4 á 5 barras transversaes escuras; anal fasciada
ou maculada de pardo; outras nadadeiras uniformes; operculeo e pro-
cesso humeral com reflexos prateados.» (Eigenm & Eigenm.)
Habitat: Solimões.
166 — Corydoras paleatus ' Jenyns.
D.1/+ 7; ,A..63 L. lat...
«Forma geral assemelhando-se ä de C. punctatus. Altura, no
comego da dorsal, 1/3 do comprimento, excluindo a caudal; espessura,
nas peitoraes, 3/4 da altura. Cabeçc ligeiramente comprimida, sua
altura muito pouco menor do que seu comprimento; este ultimo, medido
até as guelras, menor do que 1/4 de toda a sua extensäo. Perfil
cahindo da dorsal em uma obliqua regular e quasi rectilinea, até adiante
dos olhos, onde elle se curva para baixo, fazendo obtusa a ponta do
focinho. Bocca pequena, maxilla superior um pouco proeminente; dous
cirrhos maxillares em cada angulo; estes quasi eguaes; o inferior um
pouco mais longo, chegando até sob o meio dos olhos; tambem dous
pequenos cirrhos, 1/2 do comprimento dos maxillares, pendentes do
reflexo; labio inferior um pouco separado entre si, um em cada lado
do meio. Dentes tão pequenos que dificilmente se deixam perceber;
póde-se sentir justamente uma fila em cada maxillar e uma no vomer.
Cabeça lisa. O numero das laminas dorsaes sóbe á 21; o das ventraes
á 20. Peitoraes excedendo um pouco o comprimento da cabeça; o
aculeo quasi do comprimento da nadadeira, porém não excedendo a 1/5
de todo o comprimento; muito forte, comprimido e ponteagudo, com
alguns dentes finos ou serrilhados na margem interna, porém liso na
externa. Altura da dorsal mais de metade da do corpo e um pouco
maior do que o seu proprio comprimento; este ultimo egualando ao
espaço entre ella e a adiposa; o aculeo forte e semelhante ao das pei-
toraes. Afinal directamente em baixo da adiposa e raramente occupando
1) Paleatus (Lat.) = barreado com palhas. Não sei se Jenvns se referiu á côr ou quiz dizer
em fórma de folha de lança — palea.
À, DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 161
maior espaço. Ventraes mais curtas do que as peitoraes, articuladas sob
o ultimo terço dessas nadadeiras ou sob o segundo raio brando nn
dorsal e apenas chegando ä mais de metade da distancia da anal;
primeiro raio, assim como o da anal, algo hispido. Caudal furcada dor
metade de sua extensäo que quasi eguala ä da cabeça; lobos œquilobados.
Cör (em alcool) geral parda amarellada, com maculas e pontos escuros;
FIG. 77 — Corydoras paleatus,'seg. Steindachner
peito e lados do abdomen alvadios. Peitoraes, ventraes e anal, quasi
inteiramente obscuras; dorsal e caudal maculadas». (Jenyns).
Habitat: Rio Paraná, Rio Camacuam, (R. G. do Sul) Porto Alegre.
167 — Corydoras elegans ', Steind.
FD.1+8; A 1+647;L. lat. ASR
«Escudo humeral inferiormente näo recobrindo a parte mediana do
peito. Infraorbital estreito; ponta do focinho e maior parte da metade
inferior das bochechas nuas. Processo occipital se estreitando gradativa-
mente para traz, duas ou tres filas de maculas pardas ao longo do meio
dos lados do corpo, sobre estas uma facha longitudinal parda escura
que diminue de largura para traz. Uma estreita facha longitudinal, parda,
=) Elegans (Lat.) = elegante.
6378 21
162 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
em cada lado da linha lateral. Nadadeiras immaculadas. Perfil cephalico
superior mais francamente curvo do que em C. agassizi. Altura do tronco
mais de 2 e 3/5, ou mais de 2 e 3/4, comprimento da cabeça, até a
abertura das guelras; um pouco mais de 3 e 1/2; até a ponta do pro-
cesso occipital, cerca de 2 e 3/5 no comprimento do corpo, diametro
orbital 3 e 1/2, largura da fronte quasi duas vezes, comprimento do
focinho um pouco mais de duas vezes no comprimento da cabeça (até
a abertura das guelras). Escudos da cabega finamente rugosos.
Fronte transversamente convexa, o focinho proemine em forma de
nariz, por sobre a estreita bocca, cujos bordos säo agugados.
Só a ponta do focinho € cutanea. Numero e disposição dos barbi-
lhões do angulo da bocca e labio inferior, como nas especies até aqui
descriptas (C. agassizi, C. eques). Infraorbital estreito, de modo que a
maior parte das bochechas fica descoberta.
A fórma do processo occipital é muito distincta do de Cor. agassizi;
neste é o dito processo estreito já na raiz e dahi diminue um pouco
de largura, até o seu extremo posterior; em C. elegans é elle largo na
base e se estreita depressa para a ponta. Os escudos humeraes são,
além disso, mais francamente desenvolvidos em C. elegans do que em
C. agassizi; elles se estendem um pouco menos posteriormente até a
base das peitoraes e deixam no peito entre as suas bordas inferiores
mais ou menos francamente curvas, uma facha livre, cuja largura, afinal,
é mais estreita no macho do que na femea.
As placas lateraes são finalmente denticuladas na orla posterior, ha
21 ou 22 na fila superior e 20 na inferior. Tres escudos pequenos adi-
ante da adiposa. Aculeo peitoral distinctamente mais comprido do que
o aculeo da dorsal e tem numerosos dentes na orla inferior, moderada-
mente fortes, porém muito delgados na orla superior; o aculeo dorsal,
ao contrario, é só na orla anterior provido de pequenos dentes externa-
mente, cuja ponta é dirigida para cima. O mesmo succede com o aculeo
da adiposa.
Tambem o primeiro raio ventral é finamente denticulado na orla
exterior. Na mais baixa das tres filas de maculas, na metade dos lados
do tronco, alongam-se algumas manchas, ás vezes, em estrias transver-
salmente obliquas.» (Steindachrer).
Habitat: Cudajás, Teffé.
168 — Corydoras trilineatus ', Cope.
DA ase As lp eG ae lata 20:
«Cabeça muito mais alta do que longa e é contida 3,5 no compri-
mento, sem a caudal e a maior altura 1,5. Orbita 2,75 na cabeça, 1,5
no convexo espaço interorbital. Duas placas impares grandemente care-
1) Trilineatus (Lat.) = trilineado, com tres linhas (longitudinaes)
À. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRÄSILIENSE — PEIXES 163
nadas, o aculeo agudo, sem denticulações; o aculeo dorsal serrilhado
em toda a extensão no bordo posterior, não se projectando até a base
do aculeo da adiposa. Esta muito mais alta do que o aculeo anal, li-
gada ä uma porção adiposa. Côr de pa-
lha clara; pardacenta superiormente, com
uma facha lateral amarellada com as
márgêns pardas, diffüsas em cima e em
baixo e linha mediana :denegrida. Uma
nodoa negra, intensa, nas pontas dos
raios dorsaes; cauda profundamente fur-
cada com cinco fachas verticaes; anal
maculada. Algumas linhas longitudinaes
nos lados das bochechas. Comprimento
49 m/m, altura 15. A bocca neste espe-
cie é inteiramente inferior. A estructura
peculiar do labio inferior que é um festao FIG. 78 — Corydoras trilineatus, seg. Steiadachner
supportado por delgada membrana, foi
por mim verificada em dous individuos. A espessa margem de cada
lado traz um barbilhäo muito curto.» (Cope).
Eigenmannn & Eigenmann identificaram 4 esta especie Cor. agassizi
de Steindachner cuja figura é dada justamente, tendo em vista que o
exemplar descripto e figurado por este Professor era um adulto ou, pelo
menos, de quasi o dobro do tamanho do figurado e descripto por Cope.
Habitat: Alto Amazonas, de Tabatinga para cima.
169 — Corydoras hastatus ', Eigenm & Eigenm.
D.1+748;A.1 +647; L. lat. =
«Comprimido, comparativamente delgado. Cabeça 3 1/2 da altura,
sua largura 1 e 1/3 no proprio comprimento; perfil recto, obtuso, pro-
cesso occipital triangular, fontanella alongada, projectando-se até o osso
occipital; preorbital pequeno. Olhos grandes, 1 e 1/2 no focinho, 3 e
1/2 na cabeça, duas vezes no espaço interorbital. Focinho pouco curvo,
barbilhões do angulo não se projectando até os olhos: labio inferior ter-
minando em dous barbilhões. Processo coracoide estriado, formando uma
ruga nos lados do ventre. Distancia do aculeo dorsal ao focinho, duas
vezes no comprimento; aculeo dorsal um pouco mais curto do que a
cabeça.
Caudal profundamente furcada, 2 e 3/4 no comprimento.
Aculeo peitoral pouco mais comprimido do que o aculeo dorsal, franca-
mente serrilhado ao longo de ambas ás margens. Pardo claro; uma facha
negra retinta, lateral, terminando na base da caudal, numa larga macula
1) Hastatus (Lat.) = de lança.
164 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
em forma de ferro de flecha a qual é bordada posteriormente de branco,
borda que, por sua vez é strictamente marginada de denegrido; a caudal
posteriormente enfumada; uma linha negra retinta se projecta em cada lado
de uma curta distancia das ventraes, até por traz da anal; corpo e nada-
deiras por toda a parte cobertos de pequenos pontos negros. Altura 2
e 2/3.» (Eigenm & Eigenm).
Habitat: Villa-Bella.
170 — Corydoras nattereri ', Steind.
Dot T;,A 1.45; Lo at, E
Corpo elevado, reforçado, de altura 2 e 1/2 vezes no comprimento
total, maior do que a cabeça (medida até a abertura opercular) que é
contida tres vezes e 1/5 no mesmo comprimento; (sem a caudal); bocca
pequena, labio superior grande, recobrindo o mento; barbilhão inferior
attingindo o bordo anterior do coracoide; labio inferior entalhado na
symphyse, tendo um barbilhão de cada lado do entalhe; focinho curto, co-
nico, nú nos lados, sob o suborbitarios; preoperculo com a margem toda
exposta, estreita; operculo largo; olhos 3 e 1/2 vezes na cabeça, 1 e 2/3
no espaço interorbital; fontanella oblonga, entre a parte anterior medi-
ana do post-occipital e a posterior interna dos post-irontaes: occipital
longamente acuminado para traz, num processo que encontra a placa
pre-dorsal. Linha lateral assignalada por póros na região post-temporal
e por depressões lineares, no extremo inferior das placas lateraes supe-
riores. Fulcrum dorsal robusto; o aculeo egualando em comprimento ä
1/2 da distancia que vae da ponta do focinho ao apice do processo
occipital; é robusto e transversamente reticulado, seguindo-se ao seu
apice um prolongamento membranoso. Seis placas lateraes entre a dorsal
e a adiposa, cujo aculeo pouco maior do que o diametro orbitario é pre-
cedido de duas placas impares sobre a linha mediana; a membrana é
mais comprida do que o aculeo; projectando-se um pouco além do apice
deste; coracoides sub-cutaneos, tendo porém descoberto o apice do pro-
cesso que não é unido ao seu opposto e deixa um amplo espaço medi-
ano thoraco-abdominal. Peitoraes com o aculeo forte, passando a base
das ventraes de duas placas, transversamente reticulado, e finamente
villoso sobre o bordo supero lateral externo. Nove placas entre as ven-
traes e a anal; ventraes pequenas, occupando seis placas; anal mode-
rada; pontuda, attingindo a vertical do bordo posterior das placas da
pase da caudal; esta furcada e fraca. Olivaceo uniforme, ventre branco.
cm.
Habitat: Rios Doce e Parahyba, Estados do Rio de free Minas
Geraes e Espirito Santo,
1 Nattereri (Latinitagäo) — de Joäo Natterer,
hivos do Museu Nacional, vol. XVI Fauna Brasiliense, est. XXXVI
Mir. Rib. phot. J. Schmidt impr.
Sabino & Karl gr.
Fig. 1 — Decapogon verissimi, Mir. Rib.
Fig. 2 — Corydoras nattereri, Steind.
Fig. 3 — > barbatus, (Quoy & Gmrd.)
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 165
171 — Corydoras multimaculatus ', Steind.
D. 1+8; A. 146; L. lat. a
«Forma do corpo moderadamente reforçada, focinho recurvo para
baixo. Fronte larga, fracamente arqueada no sentido transversal; olhos
pequenos. Altura da dorsal menor do que a do tronco. Fontanella pro-
jectando-se anteriormente até o meio da fronte, posteriormente quasi
chegando á base do processo occipital. Aculeo das peitoraes quasi ou
um pouco mais longo, assim como sempre distinctamente mais robusto
do que o da dorsal e finamente denticulado na orla interna. Compri-
mento da base da dorsal egual á distancia entre a ultima e a adiposa,
a cujo aculeo se apoiam dous escudos impares, carenados; adiante
destes quatro escudos pares, até a base do ultimo raio dorsal.
_. Caudal mediocremente entalhada em crescente, o lobo superior um
“pouco mais fortemente desenvolvido e mais ou menos indistinctamente
longo do que a cabeça. 22 escudos no tronco, na fila superior e 20 na
inferior. Região do thorax e do ventre nuas. Cabeça 3, altura 2 e 2/5
a um pouco mais de 2 e 1/2 no comprimento do corpo (com excepção
da caudal.)
Diametro ocular 5, largura iuterorbital cerca de duas vezes, focinho
pouco mais de 1 e 2/3 á duas vezes no comprimento da cabeça. Altura
das dorsal | e 2/5 à 1 e 1/2, altura do pedunculo 2 e 1/4 a 1 e 2/3
na maior altura do corpo. Barbilhões do canto da bocca chegam ao
extremo inferior da abertura das guelras, barbilhões superiores um
pouco mais curtos.
Cabeça, lados do corpo, dorsal e adiposa densamente recobertos
de maculas violetas, escuras, nitidas. Menos nitidas são essas maculas
sobre a anal e ainda mais fracamente desenvolvidas e diffusas sobre
os lados do peito e do ventre». (Steindachner).
Habitat: Um aff. do Rio Preto, perto de Santa Rita, Estado da Bahia.
172 — Corydoras julli >, Steind.
; É 21
D.1+8; A. 1+6; L. lat. o
«Fórma moderadamente robusta, focinho curto, arqueado, diminuindo
para a frente. Olhos muito pequenos, fronte mediocremente larga, trans-
versalmente convexa. Fontanella curta, se projectando para a frente
até meia extensão da fronte, posteriormente não attingindo bem a base
do processo occipital. Este ultimo diminuindo moderadamente de largura
para tráz.
1) (Lat.) Multus, = muito; maculatus = maculado.
2) Julii (Lat.) de Julio (não referido por Steindachner),
166 ARCHIVOS DÖ MUSEU NACIONAL
Caudal muito mais curta e com os lobos menos delgados do que
Coryd. treitlii. Barbilhöes do angulo da bocca egualmente mais curtos,
delgados e näo chegando ao extremo inferior da abertura das guelras.
Altura do corpo 2e 1/2 4 2e 2/3, comprimento da cabeça até a orla 3ä
3e 1/3 no total (sem a caudal). Diametro orbitario 4, interorbital, egua-
lando ao focinho, duas vezes no comprimento do cabeça. Altura da
cauda 2 e 1/3 na da maior altura do tronco.
Aculeo da dorsal finamente denticulado na orla posterior e um pouco
mais curto do que o das peitoraes; este ultimo do comprimento da
cabeça e finamente denticulado no bordo interno.
Escudo humeral apenas passando sobre a região thoraxica; 20
placas na fila superior, 20 na inferior, mui fina e espessamente acicu-
ladas no bordo livre. 3 escudos impares adiante do aculeo da adiposa.
Lobo caudal superior mais comprido do que o inferior. Cabeça
superior e lateralmente, tronco nos dous terços superiores de sua altura,
caudal, dorsal e adiposa, raras vezes tambem a anal, densamente pon-
tuadas de cinzento, em vida iridescente. Uma fila de maculas maiores,
brancas, enfumadas ao longo da linha lateral, tão nitidamente limitadas
que formam uma estria latero-superior e outra inferior, maculadas. Uma
nodoa grande, negra, retinta, na parte supero-anterior da dorsal.
Na caudal, constituem as numerosas manchas nove á 10 filas regu-
lares, transversaes, no lobo superior e sete ä oito no inferior; 52 mm.»
(Steindachner).
Habitat: Parahim, Parnahyba; Estado do Piauhy.
173 — Corydoras microps ', Eigenm. & Kennedy.
D. 14748500146 4,7; Lo lat. SE
«Curto, clevado, perfil ventral quasi recto até a base da anal;
perfil abrupto até as narinas, menos e egualmente redondo d'ahi á dor-
sal. Olhos ä 2e 1/4 no focinho, 4 e 1/2 4 5 na cabeça, 2 e 1/3
a 2e 1/2 no espaço interorbital. Bocca inferior, focinho conico; barbi-
lhões maxillares apenas chegando á abertura das guelras, os labiaes
ligeiramente mais compridos.
Fontanella alongada, estreita, projectando-se até a base do processo
occipital. Processo coracoide estreito, distancia entre elles egual á 1/2
da distancia entre as bases dos zculeos peitoraes; tres 4 quatro placas
impares adiante da adiposa. Distancia do aculeo dorsal á ponta do
focinho, 2 vezes no comprimento; aculeo 1 e 2/3 na cabeça; aspero
posteriormente; os primeiros quatro ou cinco raios mais altos do que
o aculeo.
1) Mierops (Gr.) de micron — pequeno e ops olho,
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 167
Aculeo peitoral 1 e '/, 4 1 e */; na cabeça, lado externo liso, o interno
aspero. Caudal profundamente furcada, 2e'/, á tres no comprimento,
seu lobo dorsal ligeiramente mais longo. Pardo amarellado cambiando
para branco inferiormente; uma facha dorsal mediana, branca, projec-
tando-se da fontanella 4 base da caudal. Na base da dorsal esta faixa
se dilata em uma nodoa escura.
Uma faixa lateral. Uma faixa lateral parte da base da caudal e se
dilata para a frente terminando n'uma nodoa lateral mais ou menos
distincta. Todas as nadadeiras são uniformemente coloridas; 3 dos es-
pecimens (260) são mais escuros. A faixa lateral não é distincta da
mediana dorsal. O alto e os lados da cabeça, as nadadeiras dorsal e
caudal são tinctas de escuro.» (Eigenm. & Kennedy).
174 — Corydoras treitlii ', Steind.
D. 1+8; A. 1+7; L. lat. À
«Fórma um pouco alongada, cabeça fortemente comprimida, focinho
longamente estirado, apenas curvo, coracoides apenas passando para 0
lado inferior do tronco, de modo que a região thoracica fica quasi to-
talmente núa. Altura do corpo egual ao comprimento da cabeça (até a
orla opercular posterior) ou passando-a de pouco; a ultima, cerca de
3 42e '/, no comprimento do corpo (com a excepção da caudal). Fo-
cinho, 1 e'/,;ä 1 e !/,, diametro ocular 4 e'/, à 5, largura da fronte, cerca
de 3 4 3e°/, no comprimento da cabeça, altura do pedunculo 2%; na
maior altura do corpo. Aculeo das peitoraes, um pouco mais curto do
que o da dorsal e provido de denticulações no bordo interno. Caudal
fortemente furcada, com os lobos muito pontudos, sendo o superior mais
longo do que a cabeça. Barbilhões entumecidos, os do angulo da bocca
longos, chegando á abertura das guelras e cerca de tres vezes mais
longos do que os dous do labio inferior. Processo occipital tino, com as
orlas lateraes concavas. Fontanella comprida, chegando anteriormente
até sobre a região da orla orbital anterior, posteriormente até á base
do processo occipital; 23 escudos na fila superior e 21 na inferior; 4 à
5 escudos impares, terminando em carena superiormente, adeante do
aculeo da adiposa. Escudos lateraes providos, na orla livre, de aciculos
muito espessos, e na face externa, muito delgados. Metade superior do
corpo, parda clara, inferior, branca amarellada. Uma estria cinzenta,
denegrida, ao longo do meio da altura do corpo, começando verti-
calmente sob a ametade inferior da dorsal, augmentando algum tanto
para traz e terminando na base da caudal. A côr fundamental da ame-
1) Treitlii (Latinizaçäo) de Treitle,
168 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
tade superior do tronco é mais ou menos deslocada por uma facha
transversal, sobre cada uma das placas da fila superior. do tronco e
que ás vezes são totalmente cinzentos, denegridos. Só o lado superior
do tronco e o escudo do pescoço se mostram pardos uniformes. Junto
do extremo superior dos 5 á 10 primeiros escudos do tronco da fila in-
ferior, fica uma nodoa cinzenta mais escura ou estria mais curta, obli-
quamente disposta. Caudal frequentemente com uma facha mais escura
não acuminada, ao longo das orlas superior e inferior. Mui raros vesti-
gios de pequeninas manchas mais escuras sobre os raios medianos, na
ametade anterior dessa nadadeira. 6 cm.» (Steindachner).
Habitat: «Um pequeno regato que, proximo da villa da Victoria,
desagua no Parnahyba.» — Estado do Piauhy.
175 — Corydoras barbatus ', Quoi & Gaimard.
Maria da Serra, Sarro ou Sarrinho
ESt Ole 1072
D-1 +8; A. LT L. lat
ADULTO — —: Cabeça 3 e '/; (sem a caudal) elevada, comprimida;
fontanella linear, curta; 2º barbilhão maxillar attingindo a orla da co-
bertura da guelra, na terminação inferior da abertura; olhos, 6 e '/, no
comprimento da cabeça, duas vezes no espaço interorbital; uma facha de
aciculos nos lados do focinho entre a ponta deste e a base do operculo ;
aculeo dorsal egual ao comprimento da base da nadadeira desse nome,
com aculeos no bordo posterior, os quaes ficam envolvidos por uma pa-
rede ossea, continua, transparente, de niodo a formar um gume inteiro;
primeiro raio dorsal muito pouco maior do que o dobro do comprimento
do aculeo, os outros raios decrescendo gradativamente.
Peitoraes ponteagudas, muito grandes, ficando a sua ponta, que é
o do aculeo, á distancia de uma placa do início da anal; o aculeo aci-
culado e denticulado exteriormente e denticulado inferiormente; ventraes
pequenas, terininando à tres placas antes da anal. Caudal furcada ; =
placas em linha longitudinal; seis medianas antes da adiposa. Colorido
fundamental branco, uma facha branca sobre o focinho, da ponta ás na-
rinas posteriores; lados do focinho, lados e alto da cabeça, região dorsal,
sob a nadadeira desse nome, vermiculados e punctulados de branco e:
preto; uma facha transversa, preta, antes da adiposa; uma facha superior
e outra inferior ä linha lateral, pretas; outra facha da mesma côr sobre a
base da anal, desde o meio das ventraes, passando por detraz da anal,
onde a de um lado se une ä do lado opposto; dorsal, ventraes, anal e
1) Barbatus (Lat.) = barbado.
A. DE MIRANDA’ RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 169
caudal punctulados de negro, as punctulações perfazendo fachas estreitas,
transversas, em zigue-zagues; peitoraes e adiposa brancas. Iris, negra.
Superficie abdominal tenue e esparsamente aciculada.
FEMEA E JOVEN — Fórma exacta de Corydoras trilineatus, tal qual
foi descripto e figurado por Steindachner (Cor. agassizi), com a diffe-
rença de ter os olhos ligeiramente menores, o focinho um pouco mais
agudo e os lados da cabeça vermiculados de branco e uma facha negra,
transversamente obliqua, sob as duas dorsaes e uma longitudinal sobre
a base da anal; a facha de aciculos é atrophiada, sendo elles perce-
ptiveis apenas com uma lente.
Taes são as descripções de exemplares procedentes do Iporanga
(Syst. da Ribeira), o maior adulto ; medindo 115 millimetros. Outros exem-
plares procedentes da mesma localidade fizeram-nos ver, além da variação
das peitoraes já deprehendida pela referencia ä Cor. agassizi, entre os
machos adultos e as femeas ou machos jovens, ainda a variação do
contorno da dorsal que nem sempre é elevada e triangular, como no
macho, primeiro descripto, podendo ser um tanto arredondada e não ter
o segundo raio maior de ?/; que o aculeo e sendo, ao contrario, menor
do que o terceiro raio. Outros machos menores apresentavam reducção
do focinho e reunião das manchas lateraes numa ampla facha negra
que se dirigia da região escapular á cauda; outros apresentavam in-
terrupções da facha superior 4 base da anal.
Quando descrevemos pela primeira vez este peixe (sob o nome de
Corydoras kronei, Lavoura, anno XI, n. 5, pag. 189 c. fig. — 1907) sus-
peitämos a possibilidade de ter em mãos um Scleromystax o que reijei-
tamos, então, após a leitura das diagnoses do Professor Günther e dos
Professores Eigenmann.
Diz o primeiro: Cabeça deprimida '; dizem os segundos: Dous pares
de placas nucaes entre o occiput e a placa dorsal”.
E dahi nos afastamos da senda verdadeira para o caminho da es-
pecie nova. Não obstante, o extraordinario facto da presença de aciculos
nos lados do focinho, a asseveração de Quoy e Gaimard de que o fo-
cinho de Callichthys barbatus era alongado e não achatado e, das asse-
verações de Cuvier e Valenciennes de que: «A producção occipital ia
em ponta encontrar um escudo triangular, quasi da mesma dimensão » *
nos fizeram procurar, no local donde havia sahido o Callichthys barbatus
os exemplares necessarios a elucidação deste problema. A minha suspeita
foi confirmada pelo encontro de cinco exemplares que apanhei em af-
fluentes do Rio da Estrella, á poucas leguas da extincta fazenda da Man-
dioca, onde haviam Quoy e Gaimard obtido a especie em questão.
1) Cat. V, 225-— 1864.
2) South American Nemathgnathi, 4501890.
3) Hist. Nat. Poiss XV, 240— 1840.
6378 22
170 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Os exemplares da Estrella são mais intensamente coloridos e têm
a dorsal ligeiramente sinuosa no bordo posterior e as peitoraes denegridas;
a facha nasal branca, ás vezes vae até a base da dorsal.
E não sómente verificamos a veracidade das affirmativas de Quoy e
Gaimard e de Cuvier e Valenciennes, como: a identidade das especies do
Estrella e da Ribeira de Iguape, não se devendo levar á conta de ca-
ractéres de especie, as differengas encontradas. Assim, a diagnose das
chaves de Giinther e dos Eigenmanns está errada. E não sómente nós
fomos, por ella, conduzidos ao erro, mas tambem o Prof. C. Eigenmann,
com a descripção de Coridoras juquiae procedente do Rio Juquiá, afflu-
ente do Rio da Ribeira '
E consequentemente “concluimos a impossibilidade da existencia do
genero Scleromystax.
DORADIDÆ ’
Cabeça deprimida ou comprimida, vertex descoberto, granuloso; pro-
cesso occipital largo, unido indistinctamente á placa predorsal que é. fir-
memente soldada à elle; fontanella variavel; focinho: provido ou não de
placas osseas superiores; narinas isoladas providas de curtas valvas tu-
bulares, as posteriores, ás vezes, protegidas por uma. crista exterior dos
sub-nasaes; olhos variaveis, lateraes ás vezes, providos de palpebras adi-
posas; dentes villiformes, nos intermaxillares e mandibulares, ás vezes,
rudimentares ou ausentes; dorsal elevada com o aculeo sempre forte;
peitoraes ás vezes, constituidas pelo aculeo sómente; pinturas esternal
robusta, com um processo posterior desenvolvido ; nadadeira adiposa va-
riavel; ventraes posteriores, á dorsal; anal quasi sempre inferior à adi-
posa; linha lateral provida de largas ossificações armadas de um aculeo
mediano retrovertido c de outros menores aos lados deste: -äs vezes, ha
ossificações sobre a linha mediana, nos lados dorsal e ventral; ás vezes,
ha ossificações sobre todo o corpo; malleos: formando as paredes -ante-
riores da vesicula natatoria que é livre e bem desenvolvida, ás vezes, tendo
constricções transversas ; tubo digestivo longo, com muitas circumvoluções,
quasi sempre dilatado para o extremo terminal.
Estes peixes são promptamente reconhecidos por causa da fila la-
teral de placas que lhes é peculiar. Elles gosam da mesma propriedade
que os Callichthys * de se transportarem de um lago á outro. por terra.
Schomburgk relata ter encontrado uma especie da Guiana, em tão grande
quantidade sobre a estrada em que elle viajava que os seus homens
puderam encher diversas peneiras. Tem-se. verificado que alguns. cons-
truem um ninho para depositar a prole. Os Doradideos habitam os tres
grandes systemas pluviaes brasileiros, estando distribuidas, as especies
que se encontram no Brasil, pelos seguintes
1) Rud. Ihering, Notas Preliminares, 15 e 37—1907:
2) Doras, genero tvpico ; eidos senelhante,
3) Vide Tomo I, pg. 57.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 171
Focinho não pro-
longado em cur-| Olhos mediocres sem
va para baixo; | palpebras adiposas.. Hemidoras.
Barbilhões | de perfil inerte)
Cabeça | villosos. 2 or recto ou mo-
compri- deradamente| Olhos grandes, com
Linha la- | mida,sub- elevado para| palpebras adiposas.. Hassar.
teral re- | conica, cima.
coberta |, bocca pe- : :
de pla- | quena, in- Focinho mediocremente prolongado em
Gene cas. ferior. curva para baixo, proboscidiforme .. Mormyrostoma.
ros. - | Batbilhoesiteretes;ssimplesge. nr Keen Oxydoras.
Cabeça
deprimi- { Adiposa longa, baixa................ iii Rhinodoras.
da, bocca
anterior. adiposa CURE A ES) ETS E Re Se AIM A AE aloes Doras.
Sómente a primeira placa da linha lateral presente ..................... Wertheimeria.
Hemidoras ', Bleeker.
Ichthyol. Alchip. Indici. Siluri, 1858
Cabeça sub-conica, bocca infero-anterior, pequena; labios espessos,
reflexos, barbilhöes maxillares villosos, os mentaes äs vezes tambem
villosos ou papillosos reunidos na base por uma commissura commum;
focinho nú, narinas sem subnasal apparente ; fontanella alongada, olhos me-
diocres, lateraes, desprovidos de palpebra adiposa; placas lateraes, des-
providos de palpebra adiposa; placas lateraes mediocres ; adiposa curta.
Linha mediana dorsal provida de placas entre a dorsal e a adiposa . H. stenopeltis
um processo accesso-
rio inferior do pro-
| Intermaxillares | cesso humeral ...... H. nattereri.
sem den-tes.
| sem processo accesso-
rio do processo hu-
meralal)e 02
LES ADRESSE RS H. eigenmanni.
i 1) Sem pro- Lados do
Especies cesso acces- focinho nus;
brasilei- sorio do 4 primeira
ras. processo hu= placa late-
meral. ral sem pro-
L. lat. 29 4 34) cesso infe-
rior appa-
A. 13á 14) rente. L.
lat. 29 à 30. H. brevis.
{ Processo Lados do
| sein focinhocom
Linha | desprovi- placas os-
mediana| do defon- seas; pri-
dorsal | tanella meira placa
despro- | em cada | lateral com
ide lado da li- processo
placas ) nha me- inferior ap-
entre a) diana. parente. L.
dorsal e lat. 33 á 34. H. trachyparia.
a faire; Intermaxillares dentigeros L. lat. 294 34. H. punctatus.
FLAD) À PE a hehe co RR Ce AURIS ee H. fimbriatus.
Processo [
occipital
provido = 12 4 13
uma fonta-
Lucas dorsal liso no bordo posterior... H. humeralis.
nella em É |
Aculeo dorsal espinhoso nos dous bordos H. trimaculatus
‚da lado da
linha media-
na.
1) Hemidoras ; de Hemi (Gr.) meio e Doras, genero adiante citado,
ES ASS N eier H. morei.
172 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONÁL
176 — Hemidoras stenopeltis ', Kner.
D. 1 + 6; A. 13-14; L. lat. 34-35
Cabeça 3 e ?/, no comprimento total (sem a caudal), sub-triagonal,
com o perfil inferior recto, o superior convexo; bocca pequena, inferior;
barbilhões maxillares chegando á base das peitoraes e reunidos aos
mentaes por uma commissura basilar, focinho nú, narinas posteriores
mais proximas da orbita do que das anteriores; estas mais proximas
das posteriores que da ponta do focinho; fontanella longa, projectando-
se das narinas anteriores á orla posterior da iris e seguida, até ao
fulcrum dorsal, de um sulco estreito; uma fontanella elliptica nos lados
desse sulco, na base
do processo occipital ;
olhos grandes, 3 e ?/;
na cabeça, */, do es-
paço interorbital ; sub-
orbitaes formando
um estreito cordão
ossificado; bochechas
e operculos nús; pro-
cesso occipital emittin-
do um processo poste-
ro-inferior; supra clavi-
cula granulosa encontrando-se com a post-clavicula que é rugosa na base e
de forma longamente triangular; cintura esternal sub-cutanea; região
tympanica tendo um: serie de pequeninos aculeos que se dirigem pela
linha lateral. Aculeo dorsal justamente do tamanho da cabeça, compri-
mido, nos lados longitudinalmente estriado, serrilhado nos dous bordos,
os espinhos do bordo anterior dirigidos para cima, os do posterior até
o meio da mesma direcção mas inclinados para traz; do meio para a
ponta elles se tornam retrovertidos. Aculeos peitoraes imperceptivelmente
mais longos que o dorsal, fortemente estriado no sentido longitudinal e
denticulado nos dous bordos, como na regra geral; ventraes mediocres.
Adiposa pequena, superior a anal; esta mediocre. Caudal furcada. O
primeiro escudo da linha lateral, articulado aos processos descendentes
da placa prédorsal e extremo da post-clavicula, é o maior; os demais
escudos gradativamente menores, até a cauda, todos elevados, estreitos,
obliquamente inclinados para a frente e denticulado no bordo livre.
Sete placas osseas sobre a linha dorsal, entre a nadadeira d'este nome
e a adiposa. Uniformemente colorido. Dois pequenos exemplares pro-
cedentes de Caldeirão, Alto Amazonas e determinados no Museu de
Paris como O. carinatus.
FIG. 79 — Hemidoras stenopeltis, seg. Kner
1) Stenopeltis (Gr.); de stenos, estreito; e pelte, escudo,
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 173
Maior comprimento registrado — 160 millimetros.
Habitat: Manäos, Rio Negro, Hyavary, Manacapurú, Teffé, Obidos,
Tabatinga, Juruá.
177 — Hemidoras nattereri ', (Steind.)
DSi os PATS) Se lat: 31
«Na forma do corpo esta especie muito se approxima deZOxydo-
ras humeralis Kner. A cabeça é comprimida, o focinho (visto de perfil)
é curvo. Uma carena obtusa ainda que moderadamente mais alta, vae
da região occipital ä base da dorsal. A fronte é estreita, os olhos maiores,
o focinho mais fortemente curvo, o processo humeral menos elevado (e
sem ponta no lado posterior singular e obliquamente truncado) do que
em O. humeralis. Ainda mais que os ossos dos lados da cabeça e não
sómente as coberturas das guelras, especialmente, tambem, a orla do
FIG. 80 — Hemidoras nattereri, seg. Steindachner
preoperculo, os sub-nasaes e uma estria inferior ao annel ocular, são
granulosos e estriados; tambem falta a fosseta revestida de pelle entre
as orlas lateraes do processo post-occipital e a carapaça núa. Na forma
do processo humeral O. nattereri se parece coni O. stenopeltis Kner,
comtudo, aparte as differenças da fórma da cabeça, são os escudos la-
teraes, na primeira especie, muito mais baixos, menos numerosos e não
ha, tambem, escudo nenhum dorsal em desenvolvimento.
O comprimento da cabeça, até a orla posterior das coberturas oper-
culares, é contido, c. 3 1/2; a maior altura do tronco, sob a origem da
dorsal, o é egualmente 3e 1/2 vezes no comprimento do corpo; o dia-
metro ocular, imperceptivelmente mais do que tres vezes, a largura in-
1) Nattereri (Latinisação = de J. Natterer.
174 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
terorbital tres vezes, o comprimento do focinho um pouco menos de
duas vezes, a maior largura da cabeça, entre os operculos, 4 e 2/5 no compri-
mento da cabeça. O mediocre hiatus (oral) não é muito perceptivelmen-
te excedido pelo focinho. Os intermaxillares são edentados; junto á
symphyse mandibular, em cada lado, ha um pequeno e estreito grupo
de dentes dispostos curvamente em meia lua. Os barbilhões maxillares,
villosos no lado externo, quasi attingem o meio dos olhos e medem um
diametro ocular; os quatro barbilhões mandibulares, de egual compri-
mento, são curtos, providos de papillas e reunidos na base por uma
orla commum. Fontanella lanceolada, estreita e de ponta antevirtida.
Posteriormente ella não se projecta além dos olhos. A ponta do focinho
e mais partes adiante deste, entre as duas narinas, em cada lado da
cabeça, não são asperos, unicamente revestidos de pelle lisa e fina. To-
do o resto da metade superior da cabeça, é recoberto de escudos mo-
deradamente rugosos. Egualmente estriados são, nos lados da cabeça,
os subnasaes, os tres suborbitarios externos, estreitos, quasi lineares, as
estreitas orlas dos preoperculos, fortemente recurvas, para diante e pa-
ra baixo e os operculos por inteiro.
Entre os sub-nasaes e a orla preopercular, as bochechas são reves-
tidas de pelle lisa. O processo humeral, termina ao meio da extensão
do aculeo peitoral; elle é, em perfil rasoavelmente egual de altura e na
orla oblíqua, posterior, concavo. N'essa região encontra o primeiro escudo
lateral do tronco, pela sua parte menor interior da orla anterior d'este.
A placa predorsal envia, sob a base do aculeo dorsal, um processo
lateral inferior que chega até meia altura do tronco e tambem se reune
ao extremo superior do primeiro escudo lateral. O aculeo dorsal é mais
curto, e sómente um pouco mais fraco que o peitoral, estriado em toda
a altura, com grandes espinhos na orla anterior e muito pequenos gan-
chos na orla posterior; elle se termina, superiormente, em fórma de
agulha. A altura deste aculeo é egual ao comprimento da cabeça e mais
visivelmente ä 2e 1/2 vezes o comprimento da base do dorsal. A adi-
posa é de altura egual ao maior diametro ocular, e menos longa do que
alta. O aculeo peitoral é mais longo do que a cabeça de quasi um diame-
tro ocular, fortemente deprimido, estriado em todo o comprimento e pro-
vido, nos dous bordos, de dentes curvos, dos quaes os da orla poste-
rior que ficam proximos á ponta, são os mais longos. Na origem do
processo humeral, debaixo da peitoral, ha um processo, ainda que cur-
to porém egualmente granuloso, em fórma de haste que, comtudo, não
attinge o primeiro terço longitudinal do aculeo peitoral. A articulação
das ventraes, fica um pouco atraz do meio do comprimento do corpo,
e é attingido pela ponta do aculeo peitoral. O comprimento das ventraes
é um tanto mais consideravel do que a metade do comprimento da ca-
beça; o numero dos raios ventraes sóbe, no exemplar examinado por
nós, sobre um lado do corpo á 6 e á 7 no outro. A ponta das ven-
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 175
traes näo attingem a origem da anal. A anal contem 13 raios dos quaes
os tres primeiros simples. A altura do menor que é o 2º raio ramificado,
excede um pouco ao comprimento da base da nadadeira, é egual ao com-
primento das ventraes. A caudal é entalhada na orla posterior e o lobo in-
ferior, um pouco mais longo e fortemente desenvolvido, é quasi do com-
primento da cabeça. Os escudos lateraes do dorso, em numero de 31,
augmentam em altura, do segundo ao quarto; e diminuem d'este ao ul-
timo moderadamente. A altura do 4º escudo attinge bem o comprimen-
to de um diametro ocular. O primeiro escudo lateral é visivelmente mais
alto e mais longo que o segundo (quasi egual em altura ao comprimen-
to do focinho) e fortemente granuloso em toda a face externa, emquan-
to que, todos 9s demais, até proximo a orla posterior denticulada, são
lisos e finamente recobertos de pelle. O grande aculeo mediano dos escu-
dos do tronco, até o 21 ou 22º, augmenta gradativamente em compri-
mento e robustez; e d'este até o ultimo, e menor dos escudos. Na re-
gião fechada pela carapaça, processo humeral e primeiro escudo lateral,
ha, ainda, duas à tres pequenas placas asperas, que realçam O curso
do canal lateral e são desprovidas de serrilhas. 12 cm.» (Steindachner ).
Amazonas — Tefé.
O Museu possue um exemplar muito pequeno, desta especie, proce-
dente de Caldeirão, que voltara do Museu de Paris com o nome de
Doras brévis.
178— Hemidoras eigenmanni ', (Boul.)
D-1 + 6; Awl 4 14; L. lat. 26-27.
«Ambas as maxillas providas de dentes, altura do corpo egual ao com-
primento da cabeça, 4 vezes
no comprimento total. Narinas
posteriores mais proximas dos
olhos do que das anteriores;
diametro ocular 4 vezes na cabe-
ça le 1/4no espaço interorbital
e 3/4 no comprimento do fo-
cinho; base de seis barbilhões
unida pela prega da maxilla
inferior. Barbilhöes maxillares
ramosos, projectando-se um
pouco a frente da base do acu-
leo pei:oral, duas vezes do com-
primento dos mandibulares.
Aberturas das guelras pro-
jectando-se até sob o bordo
posterior dos olhos. Processo
humeral estriado, egual á 1/2
FIG. 81 — Hemidoras eigemanni, seg. Boulenger
1) Eigenmanni (Latinisação) — de Eigenmann.
176 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
do aculeo peitoral. Aculeo peitoral pouco mais comprimido que a cabega.
Dorsal 1 +6; aculeo um pouco mais curto que a cabeca, muito fortemente
serrilhado na frente, muito fracamente atraz. Adiposa um pouco mais curta
que a base da anal. Näo ha aculeos entre as nadadeiras dorsaes. Escudos
lateraes moderados, seu diametro vertical egual aos olhos, säo serrilhados
posteriormente e em numero de 26 ou 27. Caudal bifurcada. Pardo superior-
mente, alvadio inferiormente, nadadeiras uniformes ou com pequenas
maculas negras. 80 mm.» (Boulenger). Habitat: Descalvados, Matto
Grosso.
179 — Hemidoras brevis ', (Kner).
Dial EEE Als: AA EI. 20FA 34:
«Forma curta, robusta; cabeça 3 e 3/4 no comprimento. bocca infe-
rior; barbilhões maxillares passando a vertical do meio dos olhos; foci-
nho totalmente nu; olhos circulares, 3 e 1/4 no comprimento na cabeça;
processo occipital e placa pre-dorsal tectiformes, obliquamente ascenden-
tes até a dorsal que occupa justamente o meio do corpo (sem a caudal).
Processo clavicular externamente rugoso, obliquamente truncado no
extremo posterior; placa predorsal não se projectando para traz do acu-
leo dorsal e emittindo
um processo curto in-
ferior; aculeo peitoral
da forma geral, um
tanto curvo em S, at-
tingindo o 8° escudo
lateral; aculeo dorsal
longo, attingindo a ori-
gem da adiposa, serri-
lhado anterior e pos-
teriormente e longitu-
dinalmente estriado ;
adiposa elevada, tra-
pezoide, de altura e-
gual a um diametro e
comprimento pouco
maior; primeiro escudo da linha lateral, tendo de föra apenas a metade
superior ao aculeo mediano, é larga e com duas ordens de espinhos
curtos, revertidos; as maiores placas lateraes restantes, ficam sob dous
penultimos raios dorsaes; o lado inferior dessas placas € mais desco-
berto que o superior e os aculeos curtos de seu bordo, em numero de
tres, são menores que os superiores; ventraes sob o quarto raio dorsal
quasi attingindo a anal, este sob a adiposa mas obliquamente disposto ;
caudal emarginada: compr. cinco pollegadas.» (Kner). Habitat: Rio Negro.
FıG. 82 — Hemidoras brevis, seg. Kner.
1) Brevis (Lat.) = breve, curto.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 177
180— Hemidoras trachyparia', (Boul.)
DEI VAIS LE Tat. 33) a <34:
« Maxilla superior desprovida de dentes. Altura do corpo egual ao
comprimento! da cabeça, 3 e 2/3 no comprimento total.
Focinho redondo, rugoso, exceptuando-se o espaço internasal, de
cada lado; narinas posteriores juntas aos olhos; diametro ocular quasi
egual ao comprimento do focinho, mais de 1/3 do comprimento da ca-
FIG. 83 — Hemidoras trachyparia, seg. Boulenger
beça, egual ao espaço interorbital; preoperculo, sub-operculo e opercu-
lo, osseos, rugosos; ossos craneanos granulosos; fontanella não se pro-
jectando como um sulco posteriormente; barbilhöes não franjados (ou,
antes, barbilhão maxillar com uma unica barba basilar), suas bases
unidas por uma prega da maxilla inferior; barbilhöes maxillares não
chegando á abertura opercular; barbilhöes mandibulares curtos.
Aberturas das guelras projectando-se até sob o bordo posterior
dos olhos. Processo humeral granuloso, mais largo de 1/2 e do compri-
mento do aculeo peitoral, obliquamente truncado no extremo posterior.
Aculeo peitoral do comprimento da dorsal e da cabeça, fortemente ser-
rilhado no lado interno, fracamente no externo. Dorsal 1+6; aculeo for-
temente serrilhado nos dous lados, um pouco mais proximo da adiposa
do que do extremo do focinho. Adiposa egual 4 metade da anal. Anal
13. Não ha escudos entre as dorsaes ou sobre o ventre. Escudos la-
teraes 33 á 34, quasi eguaes á 1/2 da altura do corpo, com os bordos
serrilhados e espinhos fracos, curvos; caudal profundamente furcada. Oli-
vaceo pallido superiormente, alvadio nos lados e inferiormente; nada-
deiras brancas. 93 mm.» (Boulenger ).
Habitat: Juruá.
1) Trachyparia (Gr.) de trachys — aspero e paria marmotes (fig. pelas placas osseas).
6378 23
178 ARCHIVOS: DO” MUSEU NACIONAL
181 — Hemidoras punctatus', [( Kner. )
D. 1+ 6; A. 133 L. lat.528-29.
«A maior altura anterior 4 dorsal, apenas excede a maior largura
entre as bases das peitoraes e esta ultima é quasi egual ao comprimen-
to da cabeça (até a abertura das guelras); contorno do focinho obtusa-
mente parabolico, olhos grandes, quasi circulares, comtudo apenas na
sua ametade superior semicircular, provido de escudos asperos, ao pas-
so que os sub-orbitaes, estiolados, são revestidos de pelle e como todo
o focinho até as narinas posteriores e, lateralmente até a cobertura das
guelras, completamente nús. O diametro occular é contido no comprimen-
to da cabeça, apenas um pouco mais de quatro vezes, sua distancia da
orla do focinho não completa totalmente dous, das narinas anteriores 1,
das aberturas das guelras 1 e 1/3, interorbital 1 e 1/2 diametros. A
fronte, entre os olhos, é, portanto, larga e egualmente plana; só da
região post-occipital a carapaça se eleva até a dorsal, constituindo uma
carena muito obtusa. A comprida fontanella projecta-se para diante até
FIG. 84 — Hemidoras punctatus, seg. Kner.
sobre a pelle núa do focinho, que tambem occulta o escudo subnasal.
A abertura oral occupa quasi toda a largura do estreito focinho, sendo cer-
cada por labios carnudos; a mandíbula torna-se um tanto sobrepujada pela
maxilla superior e por isso a bocca é semi-inferior; os barbilhões maxilla-
res nunca chegam ä abertura das guelras, são geralmente muito curtos
e ornados de 3 4 4 villosidades lateraes (semi-franjados ); o labio inferior
constitue um curto véo papilloso, do qual os barbilhões labiaes, curtos, po-
rém de egual comprimento, se ennovelam; o seu comprimento e numero,
de resto, são variaveis (frequentes vezes comtudo 5 e 6). Os interma-
xillares quasi rudimentares, têm poucos e pequenos dentes, vesti-
giarios pelo lado de fóra e que, se tornam perfeitamente impercepti-
veis; os mandibulares, comtudo, constituem uma visivel pequena facha
firme. O processo humeral termina adiante do primeiro escudo lateral,
sob o início da dorsal, ampla e abruptamente truncado e constitue,
na sua orla inferior, uma quilha longitudinal não denticulada. O nu-
mero de escudos lateraes é de 28 á 29, elles são fracos, baixos e com
1) Punctatus (Lat.) = pontuado.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 179
excepção dos dois primeiros quasi todos eguaes em altura e compri-
mento, comtudo, os aculeos da linha lateral, muito compridos, augmentam
em tamanho para a cauda; a orla de todos é provida de denticulações finas
e rectas. O primeiro escudo lateral é realmente o mais elevado, porém da
mesma largura e em consequencia do processo humeral, de larga terminação
que lhe fica inferior e projectado sobre os seguintes, tambem o seu aculeo
principal, menor, fica distinctamente mais alto. Por causa da pequenez
dos escudos lateraes, fica o resto da maior parte dos lados, em cima e em
baixo delles, nú. As placas peitoraes são na parte transversa anterior reco-
bertas de pelle; os seus largos processos posteriores, porém, são livres e
attingem, com a obtusa ponta, o extremv posterior do processo humeral.
A dorsal origina-se adiante da metade do comprimento do corpo; o seu acu-
leo é mais curto do que o da peitoral, que se projecta sobre a base das ven-
traes; os dous aculeos são, de resto, denticulados nos dous bordos. As
ventraes originam-se sob o extremo da dorsal. A fossa anal fica excentrica-
mente entre e por traz da base das ventraes, a meio caminho da anal, porém
já por traz da ametade d'essa extensão total. A anal chega ao primeiro raio
accessorio da caudal; o primeiro raio fica vis-á-vis da pequena adiposa, a
caudal é curta, fracamente entalhada, com os dous lobos de egual extensão,
redondos; e a região, moderadamente larga, do dorso, entre a dorsal e a
adiposa, núa; não ha escudos impares na base da caudal, ou, pelo menos,
elles affectam a fórma dos raios accessorios. Não ha póro lateral. Lado dor-
sal pardacento, todo o lado inferior alvadio uniforme, porém os lados, até a
linha lateral, marcados de manchas ou pontos denegridos, assim como as
nadadeiras, com excepção das ventraes e da anal. 3 á 5 pollegadas.» (Kner)
Habitat: Matto-Grossso—Rio Guaporé.
182 — Hemidoras fimbriatus, Kner
DIE ANNE IS lat. 1202530)
«Focinho de ponta obtusa, o contorno quasi parabolico e, até as peças
operculares, nú, a fontanella alongada se projecta sobre o focinho nú, os
sub-orbitaes são totalmente estiolados e tambem falta o escudo nasal denta-
do. Os olhos são grandes, seu diametro contido 4 e 1/2 vezes no compri-
mento da cabeça, sua distancia lateral cerca de 1 e 1/4, a da orla nasal 1 e
1/2. A orla orbital superior não é elevada. Pela estreiteza do hiatus fica um
muito pequeno espaço nos intermaxillares e mandibulares para os finos e pe-
quenos dentes que, demais, não são externamente muito contiguos.
; A região post-occipital eleva-se sobre a carapaça nitidamente, depois
torna-se em ambos os lados fortemente retrahida e assim, no meio, quasi
carenada. Os barbilhões maxillares franjados ou, em pouco mais da metade,
IE ORDNET dE
CN ER WESER
1) Fimbriatus (Lat.) — franjado.
180 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
viliosos, chegam até a base das peitoraes. Os quatro mentaes säo curtos
mas de quasi egual comprimento e reunidos na base, em uma curta commis-
sura. O processo do humeros näo se estreita em ponta, ao contrario, torna-se
posteriormente ainda mais largo (algo), terminando redondo e na verdade,
por causa da grande expansão do primeiro escudo lateral 4 sua frente. O
numero dos escudos lateraes é de 29-30, elles são de egual altura, sendo na
orla finamente pectinados, com a serie principal de espinhos simples, ao lon-
go da linha lateral que se estende da cintura escapular até a nadadeira cau-
dal. O primeiro escudo lateral é o maior de todos, tanto com o que concerne
á altura como á largura; especialmente elle augmenta tanto sua ametade in-
ferior da parte que fica em baixo da linha lateral que esta termina no extre-
mo do humeros e na placa thoraxica, aqui irrompendo do peito num angulo,
constituindo uma aguda ares-
ta para cima, nos flancos; pa- ;
ra cima cresce o primeiro es- |
cudo lateral, do mesmo modo,
até a carapaça. Logo depois
do primeiro está a metade in-
ferior do segundo escudo late-
ral, como a mais comprida e
larga, do terceiro em diante,
tornam-se a largura e a altura
dos escudos lateraes de egual
dimensão, até a caudal; em [© © | |
nenhuma outra especie che- |. eae Ber.
gam, porém, os dous primei-
ros escudos lateraes tão longe, FIG. 25—Hemidoras fimbriatus, seg. Kner
até a superficie ventral e são tão largos como aqui. O dorso subterete, en-
tre a dorsal e a anal é nú; adiante dos raios accessorios da caudal ha ape-
nas, em cima e em baixo, um grande e largo escudo; todo o lado ventral,
com excepção da larga e semilunar cintura esternal, de pontas viradas para
traz, nú; dous exemplares têm um póro lateral, outro apenas uma funda de-
pressão; fossa anal proxima das ventraes. O aculeo da dorsal e os das
peitoraes são serrilhados nos dous bordos; o primeiro tem a ponta seguida
de um lobo cutaneo e não chega a attingir a adiposa; o forte aculeo peito-
ral, de egual comprimento em todos os exemplares, chega sobre a base das
ventraes; estas ultimas não attingem a anal; esta, porém, chega á base da
caudal que é prefundamente entalhada e de lobos eguaes. Dorso, lado, parte
posterior do ventre e da cauda, quasi todas as nadadeiras, pardos mancha-
dos e pontuados de escuro denegrido; barbilhões maxillares egualmente
denegridos, os mandibulares mais claros; g rganta, região thoraxica, parte
ventral anterior alvadias; 5 pollegadas.» (Kner).
Habitat: Rio Guaporé.
De I EEE TEE
: mS
EE I ESS
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE— PEIXES 181
183 - Hemidoras humeralis,! (Kner)
DP WG AUDE latı 32
«A maior altura (e largura) eguala a 1/5 do comprimento total, a dis-
tancia entre o aculeo dorsal e a ponta do focinho, quasi 1/3 do mesmo. Os
olhos säo grandes, quasi circulares, seu diametro egualaä 1/4 do compri-
mento da cabega (até a abertura das guelras) a distancia inlerorbital apenas
1e 1/2, a da ponta
do focinho dous dia-
metros. Os sub-or-
bitdes, recobertos
de pelle formam uma
estreita orla; face e
focinho, até as nari-
nas posteriores, nús;
não ha placa subna-
sal livre, as narinas
anteriores tão afas-
tadas das posterio- FIG. 36—Hemidoras humeralis, seg. Kner.
res como estas dos olhos, aquellas, porém, ficam um pouco mais proximas
do focinho; os escudos oculares superiores não se elevam.
A fontanella se prolonga para traz em um sulco que se projecta até o
extremo do processo occipital; do seu extremo em diante a carapaça offe-
rece uma carena obtusa. Nos dous lados dessa quilha, nota-se ainda uma
fontanella oval, menor. O hiatus, sub-inferior é estreito, os intermaxillares
sem dentes, a estreita mandibula tem muito poucos dente finos. Os barbi-
lhões maxillares semi-villosos ou franjados, chegam aos olhos ; os quatro
mentaes de egual tamanho e externamente papillosos, são reunidos, na base,
por uma breve commissura. O processo humeral expande-se tanto que a sua
maior altura eguala 1/2 do seu comprimento; quasi em fórma de leme, ter-
mina com ponta obtusa, sob o primeiro escudo lateral: a pelle do corpo de
baixo delle e por traz da base do aculeo peitoral, não mostra verdadeira-
mente nenhum póro lateral simples, é, porém, perfurada por numerosos pó-
ros, apenas revestidos de pelle fina externamente (cribum pectorale). O pri-
meiro escudo da linha lateral encaixado superiormente contra o processo
descendente da carapaça, inferiormente no processo humeral, é o mais alto,
mas egualmente o mais estreito na sua parte mediana e desprovido de es-
pinho; todos os demais são escudos pectinados, fortemente constituidos de
1) Humeralis (Lat.) espadaúdo. (Humerale, is, tambem significa uma capa militar que era trazida
sobre os hombros) a referencia aqui porém é clara ao processo humeral cuja maior altura eguala ä
1/2 do comprimento. ; 7
182 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
altura moderada e aculeo mediano fraco e outros collateraes na orla; suas
alturas (a maior perfaz 1/3 da altura do corpo atraz da dorsal) se conservam
moderamente eguaes até sob a adiposa, tornando-se, porém, menores dahi
por diante, até o ultimo, no extremo caudal; ao contrario, ahi tornam-se os
espinhos principaes mais compridos e fortes.
A área núa, entre o humeros e a carapaça, é frisantemente cordiforme ;
nella estão dous á tres escutulos rudimentares ou muitas outras ossificações
núas. A parte dorsal, moderadamente estreita e todo o lado inferior, nús;
aqui a placa esternal é completamente revestida de pelle. O raio osseo da
dorsal e os das peitoraes, são denticulados nos dous bordos. São quasi re-
ctos e do mesmo comprimento. O primeiro não attinge longitudinalmente a
adiposa; os ultimos, porém, chegam ä base das ventraes e são, ainda, quasi
do comprimento do processo humeral. A adiposa fica vis-à-vis da mediocre
anal e é de comprimento egual à altura. As ventraes são mediocres, apenas
chegando ao anus que lhes fica posterior, entre as duas (no começo do ul-
timo terço do comprimento do corpo); a caudal é profundamente entalhada,
com os lobos eguaes. Dorso e lados de côr parda avermelhada, uniforme;
lado ventral alvadio. Todo o peixe, inclusive as nadadeiras, sem manchas
ou pontos. 5 poll.» (Kner).
Habitat : Barra do Rio Negro.
184—Hemidoras trimaculatus,! (Bout)
D. 1+5; A. 13
«Maxilla superior edentula. Altura do corpo 4 e 1/2 vezes no compri-
mento total, comprimento da cabeça 3 e 2/3. Focinho comprimido, pontudo
Fig 87 — Hemidoras trimaculatus, seg. Bonlenger.
coberto de pelle; narinas posteriores juntas aos olhos; diametro ocular quasi
egual ao comprimento do focinho,tres vezes no da cabeça,1 e 1 2n0 espaço in-
terorbital; bochechas e operculos cobertos de pelle; craneo estriado superior-
1) Trimaculatus (L.)=com tres maculas.
A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 18
mente, granulado nos lados; fontanella não prolongada como um sulco pos:
teriormente; base dos seus barbilhões unida por uma prega da manbibula;
barbilhões maxillares ramosos, projectando-se até a base do aculeo peitoral:
barbilhões mandibulares curtos.Abertura das guelras estendendo-se até sob
a borda posterior dos olhos. Processo humeral estriado, mais largo do que
1/2 do aculeo peitoral, obliquamente truncado no extremo posterior. Aculeo
peitoral do comprimento ou ligeiramente mais comprido do que a dorsal, 1
e 1/4 o comprimento da cabeça, projectando-se até o meio das ventraes,
muito fortemente serrilhado, especialmente no lado interno. Dorsal 1+5;
aculeo fracamente serrilhado anteriormente, fortemente nö bordo posterior,
equidistante da ponta do focinho e da adiposa. Esta á 1/2 da base da anal.
Anal 13. Não ha escudos entre as dorsaes nem sobre o ventre. Escudos la-
teraes 31 a 32, quasi 1/2 da altura do corpo,com o bordo serrilhado e espi-
nhos moderados. Caudal profundamente furcada. Amarellado ; uma nodoa
sobre a dorsal, envolvendo a base do aculeo e dos tres primeiros raios; uma
nodoa preta, alongada,horizontal, na base de cada lobo da caudal. Compri-
mento total 62 mm.» (Boulenger).
Habitat: Juruá.
185—Hemidoras morei,! Stein.
D 1--6j; A. 14. L. lat. 34.
«Forma do corpo muito alongada; cebeça longa, comprimida, com 6
focinho estreito fortemente estirado e carenado na região occipital até á dor-
sal. Processo humeral
aculeiforme, anterior-
mente de menor altura,
posteriormente pon-
tudo, chegando até o
meio da extensão do
aculeo peitoral. Acule-
os lateraes, no tronco,
de altura moderada, o
mais alto escudo ape-
nas egual 1/2 da al-
tura do tronco. Aculeo
peitoral longo e como i FIG. 88—Hemidoras more, seg. Steidachner.
0 processo humeral estriado. Dorso.sem escudos. O comprimento da cabega,
medida até a orla, é contida cerca de 3 e 1/2 vezes, a maior altura do tronco
no inicio da dorsal, cinco vezes, o comprimento do focinho um pouco me:
nos que 2, o diametro ócular quasi quatro, a largura da fronte 5, a largura
1) Morei, latinisação não-explicada por Steindachner. “vou © 1 21050
184 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
da cabeça entre os operculos 1e 2/3, no comprimento da cabeça. A fontanella
é muito estreita, de comprimento mais consideravel; anteriormente chega até
entre as narinas anteriores, posteriormente até o meio do escudo post-occi-
pital mediano: as orlas da fontanella são la-
teralmente elevadas e constituem, para traz,
uma dupla crista um tanto fortemente pro-
longada até a origem da dorsal e que cada
vez mais se approximam entre si eque, final-
mente, apenas formam um sulco linear muito
pouco profundo. Na região post-occipital ha,
abaixo desta crista, sobre cadalado, ainda
uma pequena fontanella arredondada, como
| em Oxydoras humeralis. As narinas anteri-
| E ores ficam bem no meio do comprimento do
Los focinho e as aberturas nasaes, posteriores,
são mais separadas das anteriores do que
dos olhos. O focinho é, na sua orla anterior,
um pouco debruado, não excedendo claramente o hiatus. Os barbilhões ma-
xillares são longos e chegam com a ponta á base das peitoraes ; elles são
providos, na orla externa, de villosidades lateraes mediocres ; os barbilhões
externos do labio inferior, excedem os medianos um pouco em comprimento,
não chegam, porém, perfeitamente ao plano vertical da orla ocular anterior
e são, como os ultimos, villosos em ambos os lados. Um grupo de dentes
muito pequenos, jaz em cada lado do meio dos inter-maxillares, outro, um
pouco maior, aos dois lados da symphyse mandibular. Os sub-orbitaes
apparecem como uma linha aspera e a cobertura das guelras é fraca e ra-
dicalmente estriada. A estreita parte superior da cabeça e o seu ingreme
declive lateral, são até a altura da orla orbital inferior e ás narinas ante-
riores, granulosamente escudadas. O processo humeral é fundamente sulcado
em todo o comprimento, nada offerece de extraordinario em altura e com-
primento e se termina, na parte posterior, triangularmente ; sua ponta cahe
sobre o meio do comprimento do aculeo peitoral. Na orla inferior d'esse
processo, 4 menor distancia da base da peitoral, fica nm grande póro pei-
toral. A placa postoccipital é um pouco mais larga do que longa, fraca-
mente concava nas orlas lateraes, na posterior entalhada quasi em triangulo.
O robusto aculeo dorsal, fraca e invertidamante curvo em S, é quasi do compri-
mento da cabeça; sua orla anterior tem numerosos dentes ponteagudos
que diminuem gradativamente para a ponta. A denticulação da orla pos-
terior é distinctamente mais fraca que a da anterior. O aculeo peitoral não
é mais comprido, comquanto mais robusto, do que o dorsal e, como este,
é denticulado nos dois bordos. Salientam-se, pelo seu particular tamanho,
os dentes da parte posterior da orla interna do aculeo peitoral. A ponta
deste aculeo excede pouco notavelmente a base das ventraes, que terminam
FIG. 88 À
A. DE MIRANDA- RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 185
verticalmente em baixo do extremo posterior da dorsal. O comprimento das
ventraes eguala ao do focinho. A anal é um pouco mais alta do que longa,
sua altura eguala ao comprimento pas ventraes. A distancia entre a adiposa
e a dorsal é egual 4 que vae da orla posterior dos olhos 4 ponta do foci-
nho. O alto, ainda que estreito o primeiro escudo da linha lateral, fica entre
a ponta do processo humeral e o extremo lateral posterior da carapaça e
tem uma posição vertical. Os seguintes escudos lateraes são inclinados de
cima e de diante para traz e para baixo, recobertos de pelle na parte ante-
rior e fortemente dentados na posterior ; elles diminuem do terceiro até o
ultimo escudo lateral, gradativamente. Os aculeos, á meia altura dessa fita
latereral de escudos, são, entre si, quasi de egual altura ou comprimento ;
comtudo, elles se tornam um tanto mais fracos para a caudal. O primeiro
escudo lateral mais alto, apenas attinge a metade da maior altura do tronco.
Na área nua, encaixada entre a carapaça e o processo humerai, ha egual-
mente como processos da fila de escudos da linha lateral, duas longas e
estreitas placas osseas granulosas. Comprimento do exemplar descripto : :
12 e 1/2 cm» (Steindachner).
Habitat Rio Negro.
Hassar,! Eigenmann e Eigenman
Proc. Calif. Acad. Sci. —2.º Ser. 1, 158—1889
Cabeça conica; bocca antero-inierior, estreita; 6 barbilhões villosos ou
papillosos desenvolvidos e rudimentos de dous outros, lateraes, reunidos
por uma commissura basilar, narinas isoladas ; focinho nú ; fontanella longa;
olhos grandes, lateraes, providos de palpebra adiposa ; placas lateraes
mediocres ; adiposa pequena.
Especies brasileiras :
ML ati 19-21 E afins:
BN RN L. lat. 33-35. . . H. orestis.
Commmissura latial muito desenvolvida na base dos barbilhöes mentaes
CRÉES MORE a ERR Da SR eras H. lipophthalmus.
186—Hassar orestis,? Steind.
D. 116; A. 14; L. lat. 33 4 35
Comissura labial curta, barbilhôes mentaes papillosos
«Comprimento da cabeça, da ponta do focinho até o extremo pos-
terior, osseo, das coberturas das guelras, é contido nos individuos muito
pequenos tres, nos perfeitamente desenvolvidos mais de tres ; a altura do
corpo, nos primeiros 4 e 3/4, nos ultimos cinco vezes no comprimento do
corpo. A maior largura do corpo excede 4 metade do Kenpimenig da
1) esse seg. o Dr. Eigenman, Hassar é o nome aruak das especies. de Doradida.
2) Orestis en) “de Oreste St. jota que Goliseeionor: a especie SHE:
6378
186 _ ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
mesma de muito pouca cousa. O comprimento do focinho é, nos exemplares
novos, um pouco mais de 2 vezes, nos velhos 1 e 2/3 á 1 e 3/4, o diametro
ocular, nos primeiros, 3 e 1/4 nos ultimos, contido cinco vezes no compri-
mento da cabeça.
Espaço interorbital, nos jovens 2/3, nos adultos 1 e 4/5 diametros
oculares. Os olhos são ovaes, mais compridos do que altos e nos jovens
relativamente maiores do que nos adultos.
Nos primeiros elles mostram apenas um fraco vestígio de palpebra
adiposa, atraz e adiante dos olhos, nos adultos é ella fortemente desenvol-
FIG. 86—Hassar orestes, seg. Steindackner.
vida e os olhos transparecem da mesma augmentados e longitudinalmente
piriformes. A parte posterior dessa palpebra constitue, na orla posterior e
paralello 4 mesma, um rebordo ou picamento seminular. A parte anterior
alonga-se um pouco sobre a propria orla ocular e vae, directamente até
sobre a pelle nua da cabeça. O focinho é muito longo, mais ou menos com-
primido, extraordinariamente redondo no sentido transverso, anteriormente
arqueado para baixo, por isso geralmente de perfil triangular, de base mais
larga. O perfil superior do corpo eleva-se moderadamente desde o focinho
até o início da dorsal e é deprimido na região rostral. As pequenas na-
rinas ficam completamente isoladas entre si; a distancia entre as poste-
riores e a orla anterior dos olhos é um pouco maior do que a distancia
entre as narinas e perfaz, nos adultos, cerca de um diametro longitudinal.
As narinas anteriores ficam um pouco mais proximas da ponta do focinho
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 187
do que da orla ocular. As posteriores ficam proximas do meio do compri-
mento da cabeça. © hiato é pequeno, inferior e nos angulos circumdado
por uma prega dermica muito extensível, na qual o par exterior dos bar-
bilhões mentaes fica occulto por fora até quasi a ponta. Os quatro outros
barbilhões mandibulares são reunidos, na base, por uma commissura e no
lado inferior da parte livre, densamente providos de papillas alongadas. Os
dous medianos são um pouco mais curtos que os immediatos lateraes.
O labio superior alonga-se em cada um barbilhão maxillar villoso,
cuja ponta chega quasi ao meio dos olhos. Em cada lado dos inter-maxi-
lares ha apenas um pequenissimo grupo de dentes. Uma orla comparativa-
mente muito grande constitue a facha dentaria em cada extremo de cada
ametade dos mandibulares que, como em O. lipophthalmus terminam em an-
gulo recto. Focinho, fronte, coberturas operculares e bochechas, recobertos
de pelle nua espessa. A fontanella occupa sómente a ametade da largura da
fronte, entre os olhos; ella se estreita posteriormente, sendo limitada em
cada lado por uma orla de escudos cephalicos asperos. Ella chega poste-
riormente até o extremo anterior do delgado escudo occipital qu , primeiro,
se expande na base do aculeo dorsal, em forma de sella, e ahi emitte um
processo anterior e um segundo posterior, muito mais longo e delgado que
é, ora mais, ora menos completamente recoberto de pelle.
O processo humeral tem uma coformagäo aliforme, augmenta sobre o
terço longitudinal posterior e sua altura, nos exemplares crescidos, é cla-
ramente duas ou tres vezes contida no comprimento; a sua orla posterior é
ora mais ora menos fortemente convexa. A pelle sob o processo humeral
é porosa como em A. humeralis Kner.
A escapula é totalmente recoberta de pelle e pequena. Os escudos
lateraes são fracamente desenvolvidos e constituem, primeiro, em uma
separação por detraz da: base das ventraes (verticalmente , uma fila com-
pletamente fechada, com uma quilha mediana que termina em um espinho.
A orla posterior dos escudos, fortemente conformada, tem além disso,
alguns dentes, cujo numero e robustez augmentam como desenvolvimento
do escudo. Os maiores escudos lateraes ficam sob a adiposa e na parte
anterior do pedunculo caudal. O aculeo dorsal é denticulado nas orlas an-
terior e posterior, robusto, comprimidoe estriado longitudinalmente sobre
os lados. O aculeo peitoral, um tanto mais longo, é deprimido, provido de
numerosos espinhos nas orlas lateraes e attinge em comprimento quasi
1/4 do comprimento do corpo. As ventraes começam á alguma distancia
posterior 4 ponta do aculeo peitoral e é contido 2 e 1/2 4 2 1/4 do compri-
mento da cabeça. A orla postero-inferior da anal é fracamente concava. O
lobo caudal superior mais comprido que o inferior. Uma grande mancha
negra sobre a-dorsal, entre o aculeo e terceiro raio, na ametade superar da
nadadeira.» Steindachner.)
Habitat: Xingú-Jutahy.
188 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
187—Hassar affinis,' (Steind.)
DS OM EN GREEN ER aa]
«Corpo sub-terete, acuminado para traz, a altura maior do que a largura.
Cabeça longa, mais alta do que larga, focinho longo e pontudo, perfil näo
muito abruto, a dorsal para os olhos, daqui muito mais abrupto para di-
ante, espago adiante das narinas anteriores um tanto concavo. Ossos da
cabeça finamente granulares, as suturas apparecendo como sulcos lisos ;
um foramen oval coberto de pelle entre a placa dorsal, o processo occipital
e uma placa de ossificacdes dermicas. Escapula com uma ossificação der-
mica distincta que, na sua parte mais estreita, é da largura do foramen,
FıG.“90—Hassar affinis, seg. Steindachner.
não encontrando o processo humeral; sua superficie é finamente granular.
Fontanella estreira e curta, quasi attingindo o diametro ocular, seu centro
sobre a pupilla; ha uma construcção atravez do seu quinto posterior. Placa
dorsal reforçada nos lados por ossificações dermicas, suas divisões assigna-
ladas por uma linha lisa. Olhos grandes, collocados alta e posteriormente,
em meia distancia entre as margens posteriores da placa dorsal e da ponta
do focinho, medindo, até a orla orbital 1 e 1/2 á 2 no focinho, 3ä3e 3/4
na’cabeca; a largura interorbital 1/3 ou 1/4 menor do que o diametro or-
bital. Barbilhão maxillar chegando 4 abertura das guelras, excepto nos
adultos; todos os barbilhões unidos por uma membrana, os barbilhões men-
taes continuando como um espessamento d'esta tornada espessa ; um ramo
1) Affim=affim.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 189
dos barbilhões post-mentaes, projectando-se até a margem da membrana,
dando apparencia de um par de barbilhöes extraordinario ; os barbilhões
mentaes curtos, suas bases espessas e cobertas de cirros curtos e carnudos.
Focinho coberto de pelle, narinas posteriores quasi equidistantes entre as
anteriores e os olhos, as anteriores quasi equidistantes entre os olhos e a
ponta do focinho; bocca muito pequena, totalmente inferior; uma pequenis-
sima placa de dentes villiformes em cada intermaxillar, uma outra maior
em cada dentario. Abertura das guelras amplas, oisthmo quasi egualando ao
diametro orbital. Coracoides cobertos de pelle mas evidentes exteriormente,
como uma ruga. Escudos lateraes baixos, o mais alto acima da anal, sua
altura cerca de 1/2 do diametro orbitario,
tornando-se gradualmente menor para os
dous extremos, ligeiramente adiante da pon-
ta das ventraes, mas apparecendo como os-
siculos pequeninos, implantados, que se
projectam para diante, até um processo sub-
cutaneo que se estende para baixo, do an-
gulo posterior da placa dorsal, até o extre-
mo posterior do processo humeral. Cada
escudo com um gancho mediano. Distancia
entre o focinho e a dorsal 2 e 1/3 42 e 1/2 no FIG. 00 A
comprimento; aculeo dorsal 1e 1/3 4 1 e 1/4 na cabeça, denticulado nos dous
bordos, menos fortemente no interno, os lados estriados. Espaço inter-dor-
sal quasi 4 no comprimento ; a adiposa livre posteriormente, sua base
quasi egual á da dorsal, aculeo exclusivo. Caudal furcada, seus raios cuta-
neos, raios accessorios 10 ou 11, o ultimo formando uma pequena placa
acima e abaixo do pedunculo caudal; o raio mais longo 1 e 1/24 le
1/3 na cabeça. Anal um tanto cutanea, ligeiramente emarginada, seu maior
raio 2 á 2e 1/2 na cabeça. Ventraes não attingindo a anal, quasi 2 vezes
na cabeça. Aculeo peitoral serrilhado nos dous bordos, mais finamente no
interno ; lados estriados. Pequenos póros na axilla, em baixo da margem
inferior do processo humeral, tornando a pelle porosa. Processo humeral
forte e largo, chegando ao terço posterior do aculeo peitoral, sua superfície
estriada. Uma ou duas placas delgadas implantadas na pelle acima co pro-
cesso humeral. Pur. ureo claro superiormente, tornando-se uniformemente
claro em baixo ; nadadeira dorsal escura na ponta, peitoraes e caudal com
pequeninas manchas. Ventraes e anal uniformemente claras. Uma delgada
região na pelle, acima do processo humeral ; o «tympanum» n'um exem-
plar de 14 mm., é estreitamente marginado de amarello, dando a apparen-
cia de um oculo maior do que a pupilla. Cabeça 3 e 1/3 4 3e 1/5 ; altura 4
e 2/3 á 5. 24 centimetros.»
(Eigenmann & Eigenmann).
Habitat : Rio Puty.
190 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
188—Hassar lipophthalmus,' (Kner.).
D. 1b 63 A. 12
«O focinho é muito pontudo e é comprido ; o perfil eleva-se da ponta
do focinho até a fronte entre os olhos abruptamente , attinge, porém, a sua
maior altura ahi e corre depois, quasi em linha recta até a dorsal. A maior
largura adiante das peitoraes, quasi eguala á altura da cabeça ; a distancia
entre a ponta do focinho e a dorsal comprehende 1/3 do comprimento total
(até o extremo da fontanella 1/4). Posteriormente 4 dorsal torna-se o dorso
gradativamente abatido até a caudal e o contorno geral é, por consequencia,
muito alongado. A maior altura anterior 4 dorsal comprehende apenas 1/5
— re er ot ee
a ps
7
# à ER
FIG. 91—Hassar lipophthalmus, seg. Kner.
do corpo ou 1/6 do comprimento total. Os olhos mostram-se caracterisados
e augmentados por uma palpebra adiposa, menisciforme, anterior e poste-
riormente, de modo que o seu diametro vertical apenas perfaz a metade ho-
rizontal. Este ultimo é contido 2 e 1/2 vezes no comprimento do corpo (até
a abertura das guelras) e o primeiro mais de 5 e 1/2 vezes ; os olhos ficam
á um pouco mais de dois pequenos diametros do focinho, porém 4 um
unico um do outro ou da orla escapular.
Posteriormente, a palpebra adiposa produz uma dobra que recobre a
orla posterior da orbita e, como esta, é semicircular ; o menisco anterior,
porém, termina em um agudo angulo ocular e não tem dobra ou rebordo, im-
mediatamente sobre a pelle núa da cabeça; o contorno ocular tem, por isso,
a forma de uma pêra alongada, cuja ponta se dirige para diante. Focinho,
fonte e bochechas completamente nús, tambem os reduzidos suborbitaese sub
nasaes; só uma parte da cobertura das guelras transparece livremente fora
da pelle. A fontanella occupa quasi toda a largura da fronte entre os olhos
1) Lipophthalmus (Gr.); de lipein, desprotegido ; phthalmos, olho.
Lac
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 191
e é limitada, em ambos os lados, apenas por uma estreita orla granulosa
dos escudos da cabeça; ella se termina em ponta, um tanto atraz dos
olhos. As narinas posteriores jazem muito proximas dos olhos, as ante-
riores justamente à um pequno diametro ocular daquellas, porém, egual-
mente ainda mais proximas dos mesmos que da orla do focinho. Toda a
carapaça é muito fracamente desenvolvida e na sua maior parte revestida
de pelle; a bocca sub-inferior, os intermaxillares rudimentares, totalmente
sem dentes, a estreita mandibula truncada em angulo recto, tem pequenos
grupos de dentes finos, quasi microscopicos, com a ponta parda; o labio
superior, carnudo, estende-se até sobre o barbilhão maxillar que é exter-
namente appendiculado e chega até a abertura das guelras. Os quatro bar-
bilhões são curtos, de egual comprimento, densamente providos de papillas
alongadas e reunidos, na base, em uma commissura que se estende em
larga prega sobre o barbilhäo maxillar. A escápula, sömente no angulo da
abertura das gueiras não é revestida de pelle; o processo humeral, apenas
eguala, em comprimento, ao dobro da altura, por traz é abruptamente trun-
cado. O numero dos escudos lateraes é de 37 à 38; elles são pouco desen-
volvidos, baixos, especialmente os anteriores, nos quaes quasi só o aculeo
principal e uma parte da orla com os espinhos collateraes emergem da
pelle; na cauda elles se tornam mais distinctos, mais altos, os aculeos mais
fortes e sua forma mais papilionada. Uma área fechada entre a carapaça e
o humerus, falta aqui, assim como, tanto o processo superior da carapaça
como o primeiro escudo da linha lateral, são revestidos de pelle e tambem
o humerus não chega ao referido escudo ; a maior parte dos lados, assim
como o dorso sub-terete e todo o lado inferior, são, por conseguinte, nús ;
tambem faltam os escudos impares adiante da base dos labios caudaes.
O aculeo da dorsal e o das peitoraes são denticulados anterior e pos-
teriormente, porém ambos desegualmente mais fracos na frente; o dorsal é o
mais longo de todos os aculeos e raios,seu comprimento é egual à distancia
que vae da orla posterior dos olhos 4 ponta do focinho; elle é totalmente
recto e ainda continuado, na ponta, por um appendice cutaneo; por traz a
dorsal é muito abruptamente truncada, de modo que os ultimos raios são
tres ou quatro vezes mais baixos do queo primeiro. Depois do aculeo
dorsal, o das peitoraes é o mais longo e chega além da base das ventraes.
A fossa anal fica muito proxima destas ultimas e afastada da anal, sobre
quem fica a adiposa e que possue as raios mais curtos entre todas as na-
dadeiras. A caudal é profundamente entalhada ao meio, de lobos eguaes e
redondos ; a adiposa que lhe fica perto anter ormente, é pequena, porém
mais alta do que longa. Todos os exemplares mostram, sob o processo
humeral, uma região triangular cribiriforme, porosa que apenas é recoberta
de pelle porosa mais fina e além disto um póro lateral. Pardo avermelhado
uniforme ; parte inferior até o anus alvadia. Nadadeiras egualmente sem
maculas ou orlas. 7 e 1/2 pollegadas.» (Kner).
Habitat : Rio Negro, Rio Capim.
192 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Mormyrostoma '
Cabeça grarde, sub-conica, bocca inferior, ro extremo do focinho
curvo para baixo ; os barbilhões reunidos na base por uma commissura
commum, villosos ou papillosos ; fontanella longa, olhos lateraes, poste-
riores ao meio da cabeca, providos de palpebra adiposa; placas da linha
lateral baixas ; adiposa pequena.
189—Mormyrostoma carinatum,’ (cL.
D. 1+ 6; A. 11; L. lat. 35
«Os barbilhões maxillares chegam á abertura das guelras e têm, pelos
lados de fóra e de cima, 10 á 12 appendices dos quaes o mais proximo da
ponta, é simples e os da base providos de papillas villiformes. Os olhos
são grandes e sua orla superior recoberta por uma espessa palpebra adi-
posa ; seu diametro é contido cerca de 3 e 1/2 vezes no comprimento da
cabeça ; sua distancia do focinho comprehende 2 e 1/3, a interorbital pouco
menos de 1 diametro ocular ; a fronte é por isso estreita ; a fontarella que
lhe é intermediaria, chega ä parte posterior dos olhos. A cabeça é, na sua
maior parte, núa ; a carapaça pequena, sua carena percorrida ao longo de
sua linha mediana por um sulco, seu processo lateral descendente e esca-
pula, pequenos ; o processo humeral é, porém, largo e comprido (elle
chega ao 2º ou 4º raio da dorsal), posteriormente convexo e sulcado longitu-
dinalmente. Os escudos lateraes são todos pequenos e baixos, porém quasi
de forma papilionacea ; na parte visivel de sua orla livre e denticulada,
acima e abaixo do aculeo principal, airda ha um aculeo lateral maior; o
tamanho dos escudos e o do aculeo diminuem para a cauda gradativamente.
O aculeo da dorsal e o do peitoral são denticulados anterior e posteriormente;
o primeiro, mais longo do que os ultimos, têm, além disso, um appendice
dermico terminal ; os aculeos peitoraes chegam apenas ás ventraes; a adi-
posa é mais comprida do que alta, a caudal moderadamente curta (1/7 do
comprimento total) profundamente entalhada e de lobos eguaes. As linhas
profundas acima e abaixo da linha de aculeos medianos, de que falla Va-
lenciennes, são, na pelle macia e núa, muito visiveis ; o dorso entre a dor-
sal e a adiposa, é rugoso na linha mediana e, como o lado inferior, total-
mente nú. O anus fica afastado da anal, entre as ventraes, e tem uma
papilla genital muito evidente. A região entre a carapaça e o processo hu-
meral é geralmente toda núa ; a pelle da parte inferior do ultimo não mos-
tra um unico póro peitoral, mas um longo cribrum triangular com grandes
foramens mumerosos. Pardo amarellado uniforme no lado dorsal, prateado
no ventre, sem maculas ou manchas». ( Kner).
1) Mormyrostoma = Mormyrus, genero de peixe (africano) de focinho (bocca-stoma) comprido e curvo para baixo,
<ujo aspecto é lembrado pelo typo do genero M. carinatus.
2) Carinatus: carenado.
A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 193
Oxydoras,' Kner.
Sitzunsgsber. Akad. Wien. XVII — 115-1855
Cabeça conica, bocca infero-anterior, edentula, labios espessos, refle-
xos, intermaxillares amplos, salientes, sobre os lados da bocca, por dentro
do labio superior; barbilhões curtos, simples; focinho nú ; narinas poste-
riores afastadas dos olhos, fontanella longa, olhos posteriores ao meio da
cabeça ; placas osseas da linha lateral mediocres ; adiposa presente, baixa.
EHER DEZE Der SRS by RR DAN RE se e rr O. niger.
/ Adiposa longae baixa.,
DESA has Ne. LE ee CEE OO EM SC O. knerii.
Especies Brasileiras «
| Processo humeral triangular; linha lat. 33; D.1 -|-6... O. elongatus.
- Adiposa curta. )
Processo humeral trapezoidal; linha lat. 30; D.1-|-5.. O. bachi.
190—Oxydoras niger,’ vai.
CUYU-CUYU
EST. 32
D. 1 + 6; A. 11 4 12; L. lat. 17-25
“E Cabeça conica 3 e 1/6 4 3 e 1/2 no comprimento, bocca antero-inferior
tendo dous callos por dentes, tanto nos intermaxillares como nos mandibu-
lares ; labio superior reilexo com os intermaxillares que se projectam para
fora do angulo da bocca, sobre a mandibula cujo labio se projecta para
frente, de modo a obturar completamente a abertura oral; barbilhäo
maxillar attingindo a orla do operculo ; post-mentaes chegando á orla
anterior da cintura sternal; mentaes menores de metade da extensäo dos
post-mentaes. Sub-nasaes pouco elevados, ligeiramente estriados; ao
contrario, fortemente estriados e mesmo granulosos, no adulto, säo os
nasaes e todos os ossos da carapaca. Fontanella oblonga, pequena, na.
linha do eixo ocular, no fundo de uma depressäo de largura egual ä 1/2
diametro ocular, no bordo externo. Essa depressão, no joven, vae até o
meio da placa supra occipital; no adulto termina na linha do bordo.
posterior das orbitas ou mais adiante. Orbita quasi duas vezes no es-
paço inter-orbital.
Olhos mais proximos da orla: opercular do que do extremo do fo-
cinho ; sub-oculares no adulto granulosos, estreitos. Operculo irradial-
1) Oxydoras; Oxys (Gr.)=agudo e Doras, genero adiante referido.
2) Niger (Lat.)=negro.
6378 Ae pe, ES F zs
194 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
mente estriado, granuloso no bordo superior. Processo clavicular longi-
tudinalmente estriado, no joven, aciculado no adulto, attinge o unico es-
cudo que fica em relação com o processo lateral da placa predorsal. Póro
lateral presente. Aculeo peitoral em forma de sabre, fortemente deprimido,
fracamente estriado no sentido longitudinal, sobre os dous lados superior
e inferior, fortemente denticulado nos dous bordos e attingindo o 6º es-
cudo da linha lateral. Dorsal moderada ; aculeo serrilhado nos dous bordos,
no anterior distincto no posterior indistinctamente ; essa serrilha do bordo
posterior se oblitera com a edade; adiposa lorga e muito baixa ; ella
começa no ponto em que toca o apice do ultimo raio dorsal quando re-
clirado sobre o dorso e segue para traz até sobre 14º escudo lateral ;
ahi sua altura é egual á menos de 1/2 do diametro ocular ; escudos na linha
lateral salientes serdo os do pedunculo os mais fortes e maiores; o
primeiro é muito estreito e liga a ponta do processo clavicular ao pro-
cesso postero-inferior da placa predorsal (em forma irregular de X no
joven); nos adultos ha alguns aciculos sobre os lados dos escudos.
Ventraes mediocres, nao attingindo 4 anal; esta curta e ligeiramente
falcada ; pedunculo muito delgado e baixo, parecendo fraco ; caudal ro-
busta, com os raios espessos, fracamente emarginada, e com o lobo
superior um tanto maior que o inferior. Pardo, mais claro inferiormente,
ás vezes marcado de branco, ás vezes de escuro. 37 centimetros. (Dous
exemplares do Museu).
Habitat : Guyanas, Amazonas, Caldeirão, Teffé, Gurupá, Manaca-
purú, Coary, Obidos, R. S. Francisco.
191 -Oxydoras kneri,' Bieek.
FOCINHO DE PORCO
D. 1 +6; A. 12.
«Assemelha-se muito á D. carinatus, a carapaça é, porém, maior,
obtusamente carenada e assim como a cobertura das branchias aspera-
mente granulosa; a fontanella é muito lorga e estreita; as asperas pla-
cas frontaes chegam até a frente dos olhos ; adiante das narinas posteriores
fica o aspero escudo sub-nasal entalhado na orla, do qual nenhuma diffe-
rença se nota de D. carinatus.
Os olhos são muito menores, os barbilhões maxillares, ainda que for-
temente reseccados, não parecem, comtudo, jamais ser tão villosos como
n'essa especie ; ambas as maxillas parecem, n'esse estado, sem dentes. O
numero dos escudos lateraes é de 34, e é essa aunica differença frisante de
D. niger, para o qual Valenciennes dá o numero de 20; de resto são elles
papilionados, tornando-se mais elevados para a cauda e os aculeos tambem
1) Kneri (Latinisação), de Rudolph Kner,
(eA) Jogtu SEIOPAXO
"13 Ney P OuIqeS
“dut pruyos “f
“youd "qui JW ap “V
TY ANXIUIX PY AGA CAQITATINOVNIOT VINDO T
IAX ‘JOA “[RUOIILN NosnyW Op SOAIYIIV
age"
A DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 195
mais fortes ; na região núa sobre a carapaça e o humerus, ha tres peque-
nos escudos rudimentares ; o processo humeral é elevado na base, comtudo
vae se estreitando em ponta gradativamente para traz e tem uma fraca
quilha longitudinal.
Lados superior e inferior, numeros dos raios das nadadeiras, estructura
das mesmas e em tudo mais como em D. niger ; especialmente, tambem,
na muito longa e baixa prega dermica que no dorso representa a adiposa.
Us raios caudaes são aqui quasi tão fortemente ossificados como em D.murica
e lithogaster. O exemplar (secco) de 34 cent. colligido em Cuyabá por
Natterer, tinha o nome provinciano de Focinho de Porco e está etiquetado
como macho». (Kner).
Habitat : Rios Cuyabá, Paraguay e Paraná.
192—Oxydoras elongatus,' Bout.
DSL 6:2 12
«Maxilla suprior sem dentes. A altura do corpo cinco vezes no com-
primento total; comprimento da cabeça 3 e !/, vezes. Focinho obtusamente
pontudo, coberto de pelle ; narinas posteriores, distantes das anteriores o
dobro da sua distancia dos olhos: diametro ocular quasi o dobro do
comprimento do focinho, 4 e */, vezes no comprimento da cabeça, 1 e 2); no
FIG 92 Oxydoras elongatus, seg. Boulenger.
espaço interorbital; bochechas e operculo recobertos de pelle; ossos cra-
neanos granulosos; fontanella não prolongada com um sulco posteriormente;
barbilhões simples, suas bases unidas por uma prega da mandibula ; barbi-
lhões maxillares chegando á abertura opercular ; barbilhões mandibulares
curtos. Abertura das guelras chegando até sobre a borda posterior dos olhos.
1) Elongatus (Lat.)=alongado.
— ey
1
|
196 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Processo humeral granuloso e estriado, duas vezes a largura e a metade do
comprimento do aculeo peitoral, acuminando-se em ponta para traz. Aculeo
peitoral do comprimento da dorsal, quasi do comprimento da cabeça, esten-
dendo-se até a base das ventraes, fortemente serrilhadas no lado interno,
mais fracamente no externo. Dorsal 1--6; aculeo fracamente serrilhado no
bordo anterior, mais fortemente no posterior, equidistante da ponta do fo-
cinho e da adiposa, este quasi '/, da base anal. Anal 12. Não ha escudos
entre as dorsaes ou sobre o ventre. Escudos lateraes 33, pequenos, pluri-
carenados, com fracos espinhos curvos. Caudal profundamente bifurcada.
Olivaceo superiormente, branco inferiormente ; escudos lateraes e nadadei-
ras côr de laranja. 105 mm.» (Boulenger).
193—Oxydoras bachi, Bou.
D. 1 + 5; A. 11; L. lat. 30
«Maxillar superior sem dentes. Altura do corpo egual ao comprimento
da cabeca, 3 e 2/3 no comprimento total. Focinho obtusamente pontudo,
recoberto de pelle; narinas posteriores ligeiramente mais proximas dos olhos
do que das narinas anteriores ; diametro ocular 1 2 no comprimento do fo-
cinho, 1/4 do comprimento da cabeça, 2/3 do espaço inter-orbital ; bochechas
e operculos cobertos de pelle; craneo estriado superiormente, granuloso
FIG. 93—Oxydoras bachi, seg. Boulenger.
nos lados ; fontanella nao prolongada, com um sulco posteriormente ; bar-
bilhöes simples, com as bases reunidas por uma commissura da mandibula;
barbilhöes maxillares chegando justamente ä abertura opercular ; barbilhöes
mandibulares curtos. Abertura das guelras chegando até o centro dos olhos.
Processo humeral estriado, egual ao dobro da largura ea 1/2 do compri-
mento do aculeo peitoral, obliquamentetruncado no extremo posterior. Aculeo
peitoral mais longo do que o dorsal, um pouco mais longo do que acabega,
1) Bachi, do explorador argentino J. Bachi.
A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 197
fortemente serrilhado nos lados. Aculeo dorsal fracamente serrilhado nos
dous lados, um pouco mais curto do que a cabeça, um pouco mais proximo
da adiposa do que que do extremo do focinho. Adiposa quasi egual a 1/2
da anal. Näo ha escudos entre as dorsaes ou sobre o ventre. Escudos late-
raes 30, 1/3 da altura do corpo, com bordos serrilhados e espinhos curvos,
moderadamente fortes. Caudal profundamente bifurcada, com os lobos re-
dondos. Olivaceo pailido, branco inferiormente ; nadadeiras brancas. 90
mm.» (Boulenger).
Habitat ; Juruä.
194—Rhinodoras,' Bleeker.
Nederl. Fidschrift Dierkund, 14 — 1683
Cabeça moderada, deprimida, bocca antero-inferior, labios distinctos,
espessos, dentes villiformes, seis barbilhões teretes, simples ; narinas pos-
teriores protegidas pelos sub-nasaes externos ; focinho nú; fontanella am-
pla, olhos lateraes, mais ou menos posteriores ao meio do comprimento da
cabeça muito longa, porém baixa.
Especie brasileira :
R. amazanum.
195—Rhinodoras amazonum,' (steina.)
DIE 6 A SIZE Sat 20).
«Comprimento da cabeça, até a abertura das guelras, quatro vezes,
até a dorsal quasi 2 e 2/3 ; altura do corpo, sob a dorsal 5 e 1/2 vezes no
comprimento do corpo : d’ahi facies geral alongado. Linha do perfil superior,
elevando-se até a dorsal, sob uma curva moderada e successivamente de-
primida, por detraz da mesma; a abertura da bocca é sub-inferior ; os
longos barbilhöes maxillares, filiformes, chegam francamente sobre a base
das peitoraes ; os quatro barbilhões mentaes livres, filiformes ; os externos
um tanto maiores que a metade do comprimento dos barbilhöes maxillares
e cerca de 1 e 1 2 mais compridos que os internos. Todos os barbilhöes
mandibulares têm, na parte anterior, papillas alongadas. Tambem a pelle,
em torno das maxillas, é papillosa. Os dentes maxillares são de egual nu-
mero e obtusos na ponta ; elles constituem fachas moderadamente largas. O
comprimento do focinho quasi egual á metade do comprimento da cabeça ;
no lado superior, elle é convexo. Ambas as narinas terminam em tubos der-
micos. As anteriores ficam totalmente na frente, sobre a base da curta ma-
xilla superior e são menos amplos que os posteriores, em cuja orla anterior
1) Rhinodoras, rhin (Gr.) nariz, focinho; Doras, genero adiante citado.
1) Amazonanum (Lat.)—das Amazonas.
198 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
começa o curto escudo sub-nasal. Os olhos são pequnos e alongados, o
espaço interorbital attinge 1/5 do comprimento da cabeça. A fontanella
frontal é mais larga na região orbitaria e acuminada anterior e posterior-
mente; comtudo a sua maior largura não chega perfeitamente à um di-
ametro longitudinal ocular. Só da parte superior da cobertura dos operculos
partem algumas linhas elevadas irradiantes. Os lados da cabeça e do foci-
nho, com excepção dos ossos frontaes, que chegam anteriormente ás nari-
nas posteriores, lisos. Post-occipital expandido em forma de sella ; limita-
se na frente immediatamente sobre os asperos e rugosos espiculos da região -
post-occipital, que constituem uma quilha obtusa. Scapula e processo humeral,
FIG. 94 -Rhinodoras amazonum, seg. Steindachner.
na face extrerna, asperos e rugosos no sentido longitudinal. Sob o processo
humeral, ha um pequeno póro peitoral. O extremo posterior do longo pro-
cesso humeral fica verticalmente em baixo da base do grande aculeo dorsal,
que é comprimido e armado na orla anterior e na posterior (sobre tudo n'esta)
de longos dentes curvos. A ponta dos dentes da orla anterior do aculeo dorsal
é virada para cima ; a dos da orla posterior virada para traz e para baixo. O
mesmo acontece com os dentes das orlas do muito mais longo e forte aculeo
peitoral, que é cerca de le 1 2 vezes do comprimento do aculeo dorsal e
perto do dobro da base desta e de 1/3 do comprimento do corpo. O aculeo
peitoral é francamente curvo, o dorsal, porém recto ; os dentes da orla ante-
rior, em ambos, augmentam até a frente dos aculeos ; na orla posterior per-
manecem á egual altura. A ponta dos aculeos peitoraes chega ou se projecta
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 199
sobre a bese das ventraes. E’ muito frequente, n'um mesmo exemplar, ser
esse aculeo mais comprido num lado do que no outro. Os dois primeiros es-
cudos lateraes ficam na area incluida entre os bordos do extremo posterior
do processo escapular, e o descendente da placa predorsal e o primeiro fica
totalmente isolado, no meio da espessa pelle. O primeiro escudo é, alem
disso, oval e, em toda a superficie externa, provido de pequenos dentes pon-
teagudos; não ha carena mediana. O segundo escudo lateral, maior, é de
forma irregular e provido de aculeos obtusos, na superfície externa ou cheio
de tuberculos ; a carena mediana é apenas fracamente perceptivel. Os tres
seguintes escudos lateraes, isto é, o terceiro, o quarto € o quinto, são for-
temente desenvolvidos em altura e robustez, os maiores de toda a fila e
tocam com a sua orla superior a orla posterior o processo da placa predorsal,
de direcção postero-inferior. a altura do 4º e do 5º é contida cerca de 2 e
1/2 vezes no comprimento da cabeça. Apenas o 3º e 4º escudos confinam
inferiormente com o extremo posterior do processo humeral. Os dous se-
guintes escudos (isto é, o 6° eo 7°) encurtam-se, os restantes apenas dimi-
nuem de altura de modo que, immediatamente na base dos raios caudaes
medianos fica o menor escudo de toda a longa linha lateral. Sobre a pelle
da nadadeira, entre os raios caudaes medianos finalmente, se desenvolvem
1 4 2 escudos muito pequenos. Os aculeos sobre os escudos lateraes au-
gmentam gradativamente, em tamanho e robustez, do segundo até o meio
do pedunculo caudal; sobre os ultimos, porém, diminuem de novo. No
sexto ou setimo raio, attinge a anal a sua maior altura, que excede um
pouco a metade do comprimento da cabeça. A nadadeira caudal é profun-
damente entalhada ; e, medida da base dos raios medianos até a ponta do
lobo caudal (mais longo que o inferior), mais longa, do que a cabeça (até
a orla ossea da cobertura das guelras) emquanto que o comprimento da
base da adiposa, constituida d'uma baixa orla, na sua parte anterior, excede
de pouco o comprimento da cabeça. O lobo inferior da caudal é mais largo,
porém mais curto do que o superior e fortemente redondo na ponta. Nume-
rosos raios accessorios jazem adiante dos raios marginaes da nadadeira.
As ventraes, redondas são eguaes á 1 2 do comprimento da cabeça. Entre a
adiposa e a caudal, assim como entre esta e a anal, ha, na linha dorsal e
na ventral, pequenos escudos. O animal descripto mede 11 pollegadas de
comprimento e foi comprado a um commerciante de objectos de historia
natural em Hamburgo. Procedencia — Amazonas, perto de Teffe.» . Stein-
dachner).
Doras,' Lacép.
Hist. Nat. Poiss. V, 116—1803
Cabeça volumosa, deprimida ; bocca anterior mandibulares, ligeira-
mente reentrantes, labios indistinctos, dentes villiformes, em facha nos inter-
1) Doras, (Gr.) dory, langa.
200 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
maxillares e mandibulares, 6 barbilhöes teretes, simples ; narinas anteriores
proximas do labio superior, as posteriores protegidas anteriormente pela
elevacäo dos preorbitarios (sub-nasaes) que säo exteriores; fontanella me-
diocre ; olhos mediocres, redondos, desprovidos de palpebras adiposas,
situados na parte anterior da cabeça; adiposa pequena superior à anal.
Actleo..dorsal liso! ee SOUS fu) le
|
Pedunculo dıs-
provido de
placas depois
da adiposa e
daanal . . . D. affinis.
| \ Pedunculo pro-
Pedunculo recober-
to de placas os-
seas, superior e
in eriormente.
Especies brasi-
leiras.
as
ed
‚Excepto na ‘
/ margem, Na margem
posterior. | anterior. /
mente. x
/ DE mi eta: soda te he
Aculeo M
dorsal. Na margem anterior e nos lados . .
serri-
lhado. \
\
Pedunculo nú, superior e inferior-
Caudal lisa . .
vido de placas
depois da adi-
posae da anal. D. weddellii.
Pedunculo pro-
vido de uma
placa depois
da adiposa e
da anal L. lat.
25 no maximo. D. asterifrons.
Pedunculo pro-
vido de muitas
placas depois
da adiposa e
da anal; L. la’.
29-30. . . . D. marmoratus
. . D. keckelii.
D.calderonensis
. D.cataphractus
Caudal tendo a
base d s raios
provica de acu-
leos . . D.spinosissimus
2 9. . . D. kancokii.
/Placas lateraes muito altas )
recobrindo todo o flanco. |
| ACE op D. costatus.
\
Na margem interior e Adiposı menor
posterior. Linha dorsal e) que a base da
ventral media—? dursal . - D. dorsalis.
Placas la-) nas recobertas }
fer a eis.) Asaplaeas, A Adiposa 2/3 maior
baixas, © que a base da
el dorsal. . . . D. nebulosus.
cres.
Linha dorsal e ven- (L. lat. 27 4 28 D. granulosus.
* tral medianas,
nuas.
L. lat. 40. . D. brachiatus.
196—Doras affinis,'Kner.
Dal 6 A2
«Fronte e vertex redondos, não carenados; todo o
revestimento osseo
da cabeça aspera; fontanella mediocre, alorgeda; sub-orbitaes constituindo
1) Affinis (Lat) — aftim.
A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 201
apenas estreito aro. Os olhos são moderados, seu contorno circular, sta distan-
cia lateral contendo algo mais de um, a da orla do focinho não chegando 4 um
diametro completo. Orla obitaria superior não elevada; a placa sub-nasal, ex-
ternamente, provida de finas denticulações. Barbilhões maxillares attingindo
a ponta do processo clavicular, o par post-mental ligeiramente mais curto, O
mental sómente da metade do comprimento daquelle. Os vinte e cinco ou
vinte e seis escudos lateraes, são, na maior parte, recobertos de pelle, de
modo que, apenas os aculeos dos mesmos ficam livres; acima.e abaixo delles,
outras series de denticulações collateraes, como em D. dentatus, armando a
Fic. 95 — Doras affinis, seg. Kner.
arla de cada escudo. O primeiro destes occupa quasi toda a altura, entre a
carapaça e o processo clavicular e é desprovido de espinho. Não ha poro late-
ral. O nú, anacantha e longistriado aculeo dorsal, é mais curto do que © pei-
toral que, se projecta além da ponta do processo clavicular, até sobre a base
das ventraes e, como na regra, é denticulado nos bordos anterior e posterior;
a caudal é abruptamente truncada e tem o lobo superior ligeiramente maior
que o inferior, não ha adiante della, atraz da anal ou da adiposa, pequenos
escudos impares. Em coloração, esta especie se assemelha á Doras arma-
tulus; lado dorsal pardo, ventre claro, ambos maculados de pardo escuro; ao
longo da linha longitudinal, uma facha clara, todas as nadadeiras maculadas
de escuro. A caudal tem, na base, uma facha vertical escura, logo em seguida
uma mais larga clara, depois outra mais escura. A orla da nadadeira é macu-
lada.» (Kner .
Habitat: Rios Branco e Guapore.
6378 o 26
202 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
197—Doras weddellii,' cast.
D. 1 + 6; A. 13; L. lat. 26 — 27
Forma robusta, curta; cabeça deprimida, grande, 3e 1/3 4 3 e 45 no
comprimento; bocca anterior; maxilla inferior ligeiramente mais curta do que a
superior; dentes mal perceptiveis, em fachaes de egual largura que däo uma
ligeira aspeza á bocca: barbilhöes maxillares attingindo o primeiro terço do
aculeo peitoral post-mentaes a base desse aculeo; mentaes um pouco meno-
res, porem, chegando á orla posterior da cintura thoraxica; fontanella cunei-
forme, sua orla posterior apenas passando a linha que vae d'um á autro bordo
posterior dos olhos; estes moderados, 2 vezes no espaço inter-orbital; todo o
alto da cabeça, processo occipital e placa predorsal granulosos; esta ultima
envia um curto processo lateral posterior para baixo; processo clavicular
tendo a base desenvolvida, finamente denticulado e attingindo a vertical bai-
xada do 2º aculeo da linha lateral; cintura thoraxica saliente, revestida de pelle
anteriormente, gronulosa e exposta posteriormente; aculeo peitoral curvo,
fortemente denticulado nos dous berdos, chegando sobre a base das ventraes;
aculeo dorsal elevado, sem espinhos, estriados longitudinalmente; o primeiro
raio dorsal é ligeiramente maior do que esse aculeo; adiposa pequena, sobre a
parte posterior da base da anal que é redonda e elevada; uma serie de placas
por de traz dessas duas nadadeiras, na linha mediana superior e inferior e que
vão se confundir com os raios accessorios da caudal; placas da linha lateral es-
treitas, tendo, entretanto, aculeos maginaes ao lado da base do mediano, no
bordolivre; ventraes pequenas, attingindo a anal; caudal furcada. Pardo oli-
vaceo maculado de pardo chocolate sobre a carapaça e lados do corpo; linha
lateral branca; barbilhöes maxillares anellados de pardo e branco; ás vezes
tambem os post-mentaes; ventre regular e diffusamente manchado, como se
estivesse cheio de areia. 7 exemplares, trazidos da foz do Amazonas, pelo fal-
lecido Sr. Rumpelsberger para o Museu Nacional; o maior mede 13 centi-
metros.
Habitat: Fonte Bôa, Teffe. Serpa, Porto da Móz, Silva, Lago Saracä,
Santarém Chiquitos, Ambiacú. Caldeirão.
198 — Doras asterifrons,” Kner.
D. 1+ 6; A. 11 4 12; L. lat. 24—25.
«A extensäo que vae da ponta do focinho 4 nadadeira dorsal, é egual
á 1/3 do comprimento total; maior largura, adiante das peitoraes, apenas
mais estreita. Toda a carapaça externamente aspera e rugosa, tendo uma
1) Weddellii=de Weddell. :
2) Asterifrons (Lat.); de aster, astro, irradiaçôes e frons, fronte.
ue
7
ern
ego
É
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 203
carena mediana que por de traz da grande fontanella se bifurca. As buche-
chas são núas, os sub orbitaes apenas aparecem como linhas asperas, não
fechando o annel orbitario anteriormente, onde a placa sub-nasal fica um
pouco afastada; esta é mais larga e mais forte do que a de E. affinis, forte-
mente dentada ao longo da sua orla superior, quasi horizontal. A fronte entre,
os olhos é, por causa de elevação da aria da orbitaria superior, concavo; os
olhos grandes, ficam a um diametro apenas do extremo do focinho, um tanto
mais do que isso entre si e, perfeitamente dous da cintura escapular (por de-
traz da qual fica a area núa leteral). A bocca terminal é provida, nos inter-
maxillares e mandibulares, até o angulo, d'uma estreita facha de dentes villi-
formes. Os borbilhöes maxillares chegam ao segundo terço do aculeo pei-
FIG. 96— Doras asteritrons. scg. Kner
toral, os post-mentaes á metade desta distancia, os mentaes ainda á meta-
de da ultima. Numero dos escudos lateraes—24 4 25; sua forma é a dos de
D. affinis; acima dos aculeos principaes dos escudos anteriores, ha cinco,
dos seguintes, trese dos caudaes, apenas um aculeo accessorio; na ametade
inferior, tambem nos escudos anteriores, unicamente duas series lateraes,
das quaes a superior começa egualmente com a fila principal e chega até
os quatro ultimos escudos posteriores; a inferior apenas começa sobre a re-
gião anal e termina adiante da base da caudal. As placas thoraxicas são
em parte recobertas de pelle, as suas pontas dirigidas para traz, são mais
curtas da metade do que o processo clavicular que chega á meia extensão
do aculeo peitoral e á vertical dos raios articulados da dorsal.
204 - ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
O aculeo desta nadadeira é quinque (ou hexa) carenado, sómente no
lado anterior provido de curtas e finas denticulações; é quasi do mesmo
comprimento que o das peitoraes, totalmente recto e chega, quando reclina-
do para traz, sobre a curta adiposa. O aculeo peitoral. longitudinalmente
rugoso, é curvo em fórma de sabre, provido interior e exteriormente, como
na regra, de firmes denticulações; sua ponta chega, posteriormente, á pa-
pilla genital. A anal origina-se um tanto adiante da adiposa, a caudal é
abruptamente truncada e como em D. affinis, o lobo superior um pouco mais
longo que o inferior; o tronco, por traz da dorsal até a caudal, é nú, largo e
terete; rugoso ao longo da linha mediana; dor detraz da adiposa, cuja base
é de comprimento maior que a altura da nadadeira; fica apenas uma larga
placa rugosa, sobre a qual seguem, egualmente, os numerosos raios acces-
sorios da caudal; outro semelhante se encontra na base do lobo caudal in-
ferior. Não ha tambem um póro lateral. O lado dorsal é escuro, maculado
de côr quasi negra; garganta alvadia, peito e ventre claro, com manchas
pardas, todas as nadadeieas claras manchadas de escuro; estas maculas, em
parte, constituem fachas transversaes, especialmente no aculeo peitoral, onde
ha cinco ou seis dessas estrias.» (Kner).
Maior comprimento registrado: 11 centimetros.
Habitat: Barra do Rio Negro, Rio Guaporé, R. Cupai, Jutahi, Tiffe;
Porto da Móz e Serpa.
199—Doras marmoratus,' Lutk.
EST. 33 —FIG. 2
D. 1 + 6; A. 11; L. lat. 30 — 32
Cabeca mediocre, moderadamente acuminada para diante até os angu-
los da bocca que é anterior e tem a mandibula ligeiramente incluida; placa
dentaria intermarxillar um pouco mais estreita do que a mandibular, porém, de
altura maior do que esta; barbilhões maxillares chegando quasi ao meio do
aculeo peitoral; post-mental á base do mesmo aculeo, mentaes quasi ao an-
gulo da abertura das guelras; focinho nú; subnasaes muito baixas, de bordo
irregular, não pectinadas e nem sempre se mostrando atravéz da pelle; fon-
tanella ovoide, com o extremo mais fino virado para diante e precedida de
uma estreita e curta fenda; o seu bordo posterior fica na linha do bordo
posterior dos olhos; estes moderados, quasi 2 e 1/2 no espaço interorbital;
este justamente contido cinco vezes no espaço que vae da orla anterior do
focinho á ponta do fulcrum dorsal; suborbitaes estreitos, granulosos; vertex
irregularmente rugoso; suturas dos ossos fortemente abertas, processo occi-
pital perfeitamente pentagonal, com o angulo agudo virado para a placa
predorsal que é grande, papillionada, de bordos externos curvos (concavos)
1) Marmoratus (Lat.) = Marmorado.
‘UM “NS sexo] — Z “SI
“ANT 'snperounem Se10Q — | “S14
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A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 205
e com um processo posterior retrovertido; processo clavicular em förma de
lamina de escalpello, transversalmente estriado na base que € entumecida e
longitudinalmente na lamina, cuja ponta toca a vertical da base do aculeo
dorsal; aculeo peitoral longo, estreito, longitudianalmente estriado nos lados
superior e inferior, fortemente denticulado nos dois bordos, attingindo com a
pontaa quinta placa da linha lateral ou melhor, a vertical baixada da base do
ultimo raio dorsal; nadadeira deste nome, tendoo aculeo forte, longitudinal-
mente estriados nos lados, fortemente denticulado no bordo anterior e só-
mente provido de um sulco em toda a extensão do posterior; adiposa baixa,
elevando-se gradativamente pelo retrahimento do pedunculo, porem, deixan-
do perceber, na sua parte mais elevada, indícios de raios que mal se distin-
guem atravez da pelle; ventraes mediocres, passando pouco além do anus;
anal redonda, inferior ä adiposa, porém, excedendo de pouco a ponta da
mesma, posteriormente; pedunculo de altura egual 4 largura; caudal furcada.
A serie de placas lateraes, tem as tres primeiras tocando o processo
da placa predorsal pelo seu lido superior, sendo as duas primeiras de acu-
leos obsoletos ; as demais têm o aculeo mediano simples e uma serie mar-
ginal de aculeos pequenos no bordo posterior dos azas lateraes, com ex-
cepção das oito ultimas placas, onde só ha o aculeo mediano, sendo as
azas lateraes lisas; acimae abaixo do pedunculo, ha uma serie mediana de
placas que se vão confundir posteriormente com os raios accessorios da
nadadeira caudal. A coloração do exemplar secco, das colleccöes do Museu
e que serviu a esta discripção, apenas permitte verificar o marmorado sobre
fundo claro, de que falla Lutken, da parte superior, e se estende sobre as na-
dadeiras ; parte inferior branca uniforme.
Comprimento do referido exemplar: 36 centimetros.
Habitat: Rio S. Francisco e affluentes.
200—Doras heckelii,' Kner
EST. 33 — FIG. 3
D.1+6;A.11ä12;L. lat. 29 4 30
Cabeça mediocre, o seu comprimento € menor ea sua largura € contida
1 e 2/5 na da arcada escapular ; carapaça moderamente comprimida, com
o perfil, desde a arcada superior ocular, até a base da dorsal, um tanto
concavo. Bocca anterior, com a facha de dentes villiformes dos infermaxil-
lares mais estreita do que a dos mandibulares e ambas muito curtas; os
dentes muito baixos e só perceptíveis com uma lente; mandibula ligeira-
mente incluida ; barbilhões maxillares attingindo o meio e post-mentaes a
1) Heckelii (Latinisação) de Heckel, ichthiologista austriaco que estudou muitos dos peixes
enviados por Natterer, do Brasil.
206 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
base do aculea peitoral; mentaes o meio dos post-mentaes; placas nasaes
em fórma de crista, denticulados no bordo superior ; fontanella clariforme,
occupando a metade do espaço interorbital ; este justamente egual ao maior
diametro do espaço orbitario; olhos 1 e 3/5 no espaço interorbital ; sub-or-
bitarios estreitos ; carapaça indistinctamente carenada, irradialmente rugosa;
coberturas operculares lisas; processo clavicular longo, attingindo o ter-
ceiro escudo da linha lateral ou a vertical do quarto raio dorsal, tendo a base
entumecida eo lado externo longitudinalmente estriado e com uma ruga
mais saliente finamente denticulada; placa thoraxica com os extremos poste-
riores externos apparecendo de sob a pelle, não chegando ä vertical do
fulcrum dorsal; aculeo peitoral attingindo o oitavo escudo lateral, forte-
mente denticulado nos dois bordos e finamente estriado nos lados superior
e inferior.
Dorsal elevada; o aculeo serrilhado na aresta anterior e tendo quatro
á cinco rugas longitudinaes, nas faces lateraes. Escudos da linha lateral
pequenos, occupando o terça mediano da altura dos flancos; os dois pri-
meiros ligando-se ao processo postero-inferior lateral da placa pre-dorsal. A
linha mediana dorsal e a ventral sem placa de especie alguma ; ventraes pe-
quenas, não attingindo a anal, que é redonda e tem o primeiro raio bi-
furcado ; adiposa pequena, sobrea metade posterior da base da anal. Cau-
dal grande, moderamente lunada.
Pardo, irregularmente marcado de mais escuro. Face ventral alvadia;
nadadeiras egualmente marcadas.
O exemplar que serviu á presente descripção mede 14 centimetros; já
ha registrados exemplares de 18.
Habitat : Rio Negro, Jutahy, Tocantins, Teffé, Tabatinga.
201—Doras calderonensis,' vai.
D.1+44;A.12; L. lat. 30
«Cabeça mui fortemente deprimida, no lado superior, transversalmente,
quasi plana. Comprimento da cabega, até a orla do operculo, um pouco mais
de quatro vezes no comprimento do corpo e um pouco mais reduzido do
que a maior largura da cabega entre os operculos. Altura na nuca, quasi seis
vezes ; a maior altura do tronco, na dorsal, cinco vezes; distancia entre a
dorsal ea ponta do focinho, imperceptivelmente maior do que 1 e 1/2 vezes
no comprimento do corpo. A larga orla anterior do focinho, constitue um
arco moderado ; a linha do perfil superior, eleva-se pouco e quasi sem cur-
vatura até a dorsal. Todo o alto da cabeça com a inclusão do processo occi-
pital, provido de asperas placas osseas ; só a parte anterior do focinho é
1) Calderonensis (Latinisação); do Caldeirão, alto Amazonas.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE— PEIXES 207
revestida de pelle lisa. A fontanella frontal, no meio da fronte, entre os olhos
€ circular. O diametro dos pequeninos olhos, attinge apenas 1/5 da largura
da tronte, a distancia entre os olhos e a ponta do focinho eguala apenas 4 1/4
do comprimento da cabeça. Os barbilhões maxillares attingem o meio do
aculeo peitoral; os post-mentaes o extremo de primeiro terço do mesmo e
os mentaes apenas a base das peitoraes. A largura da bocca que é anterior,
quasi egual á 1/2 do comprimento da cabeça; a facha dentaria intermaxillar é
apenas menor do que a dos mandibulares. O longo ‘ponteagudo processo cla-
viculár, attinge o inicio do ultimo sexto do aculeo peitoral e tem, perto da sua
ponta, na superlicie externa, 4 4 5 espinhos robustos que augmentam mo-
FIG. 97 — Doris calderonensis, seg. St-indachner.
deradamente para os anteriores e têm a ponta recurvada para diante. O
processo occipital é quasi quadrangular, tão largo quanto longo, nas orlas
lateraes apenas ligeiramente arqueado (concavo), mais fortemente entalhado
na posterior; os seus extremos lateraes posteriores curvam-se um pouco
«para baixo. À pequena dorsal tem o aculeo curto robusto e comprimido,
provido de denticulações na orla anterior e terminando n’uma ponta cutanea;
tem cinco raios, dos quaes os dois ultimos são muito proximos e mais de-
pressa apresentam a apparencia de um unico. A altura da dorsal é contida
cerca de 1 e 3/4 vezes no comprimento da cabeça (medida até a orla oper-
cular.) O aculeo peitoral excessivamente robusto, fortemente deprimido e
francamente arqueado ; é claviforme, do comprimento da cabeça, com fortes.
denticulações nos dous bordos e uma fila de espinhos menores, obtusos,
sobre a sua face superior. A adiposa começa como uma estreita crista, ver-
ticalmente acima do meio da distancia que vae das ventrass á anal e ter-
mina 4 curta distancia da origem dos pequenos raios accessorios superiores
da caudal; só a parte delgada cutanea e elevada da adiposa, é pouco mais
comprida do que a metade do comprimento da cabeça : incluindo-se, porém,
a parte anterior, em forma de cordão, é essa nadadeira justamente do com-
primento de toda a cabeça. A caudal é fortemente redonda na orla posterior,
contida 1 e 2/5 no comprimento da cabeça. A anal é composta de 12 raios
208 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
e arredondada no bordo inferior em arco convexo; a altura da nadadeira €
egual ao comprimento da base d’esta. As ventraes contêm 6 raios, säo for-
temente redondas na orla posterior e quasi eguaes 4 1/2 do comprimento da
cabeça ; a sua ponta chega perto da origem da anal. 30 placas na linha la-
teral ; fortemente revestidas de pelle, apenas recobrem o terço mediano da
altura do tronco. Cada placa tem um espinho, no meio da altura, cuja ponta
é retrovertida. A primeira placa anterior de toda a fila, fica verticalmente
sobre a ponta do humerus e o aculeo do mesmo só se eleva, como os dous
seguintes, pouco, para fora. A pelle do tronco tem rugas transversaes nu-
merosas, equidistantes. O tronco é intensamente pardo escuro, o lado ven-
tral alvadio, manchado diffusamente de escuro. Ao longo dos aculeos da
linha lateral, ha uma estria amarella clara. As nadadeiras são de fundo
amarello courado, maculadas de pardo. Sobre o vertex, menos intensamente
colorido de pardo, se mostram, cá e lá, traços de um marmorado mais
escuro. O unico exemplar da collecção do Museu de Vienna mede apenas 10
e 1/2 centimetros e procede de um dos numerosos lagos (L. Alexo) do curso
medio do Amazonas.» Steindachner).
Vaillant descreve-o de exemplares procedentes de Caldeiräo levados ä
determinar ao Museu de Paris, pelo Sr. Jobert, para o Museu Nacional que,
até hoje espera por essas e outras provas do seu pouco cuidado em materia
de colleccöes que custaram os dinheiros publicos.
202—Doras cataphractus,' «L.
D.1+445; A. 94 12; L. lat. 25—30
«Bocca terminal, as estreitas fachas intermaxillares e mandibulares,
occupam quasi toda a largura da bocca; todos os barbilhões longos elivres,
os maxillares attingem á ponta do processo clavicular e os mentaes que são
os mais curtos, á cintura thoraxica. Os olhos são pequenos, sua distancia um
do outro, 2e 1/2 á 3, do extremo do focinho 4, de cada abertura das guelras 6
diametros. Fontanella pequena, longamente ovoide ; placas sub-nasaes fina-
mente denticuladas, fronte e vertex convexos, sem vestigios de carena. Pro-
cesso clavicular tendo n'uma ruga simples, lougitudinal e fina, rectos e es-
pessos aculeos. O peito é nú em ambos os sexos, sendo as placas thoracicas
perfeitamente recobertas de pelle ; o numero dos escudos, varia de 25430;
elles são altos, porém, pectinados, recobertos de pelle de modo que somente
os principaes aculeos e seus collateraes, quasi rectos, deixam apparecer as
suas orlas ; dos ultimos conta-se sobre afila de espinhos 6 ou 3, abaixo 4 ou
2. Todos os exemplares mostram um grande póro lateral. O aculeo peitoral é
1) Cataphractus (Gr. Lat.)— coberto de frrro, couraçodo.
pa
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 209
denticulado nos dous bordos, o dorsal, triangular e denticulado nas arestas
anterior e lateraes; não, porém, na face posterior. Caudal redonda ; adiposa
sem raio de especie alguma Coloração fundamental pardacenta ; ao longo
da linha lateral e em cada lado d'esta, uma linha clara e uma outra ao longo
do meio do dorso até a caudal. Todas as nadadeiras mostram maculas par-
das sobre fundo claro. Adiposa orlada de branco». | Kner).
Habitat: Rio Negro, Guyanas.
293—Doras spinosissimus,' Eigenm. & Eigenm.
D. 1+ 5; A. 12; L. lat. 26
«Espesso e curto, largura em baixo do aculeo dorsal, maior do que a
altura; pedunculo caudal pouco mais alto do que largo. Cabeça do compri-
mento da propria largura, sua altura 1 e 1/2 no proprio comprimento; vertex,
operculos, pre-operculo se sub-orbitaes firmemente granulosos; ossos nasaes
com a margem livre espinhosa. Alto da cabeça largo e chato. Placa dorsal
larga, sem processo proeminente para baixo ou para traz. Suturas do craneo
marcadas por linhas lisas. Fontanella reduzida a uma pequena abertura oval,
cercada de granulações. Olhos 1 e 3/4 no focinho, 7 na cabeça, 3 no espaço
interorbital. Barbilhões mentaes e post-mentaes attingindo o póro peitoral;
mentaes 2/3 dos post-mentaes. Focinho largo, sua largura 1 e 4/5 na cabeça.
Maxillas sub eguaes; dentes finamente villiformes, facha intermaxillar de
largura egual á 6 vezes a altura. Abertura das guelras continuada até sob
o angulo do pre-operculo. Processo humeral chegando á cerca de um diame-
tro ocular da ponta do aculeo peitoral; sua superfície com espinhos agudos
e curtos, dos quaes a serie mais proxima da face inferior é a mais desenvol-
vida. Escudos lateraes muito altos, cobrindo quasi totalmente os lados ; o
que fica sobre o primeiro raio anal é o mais elevado, contido 1 e 2/3 na ca-
beça; os do pedunculo caudal encontrando os seus oppostos por cima e por
baixo do pedunculo ; cada escudo lateral posterior a placa dorsal com um
espinho mediano e 5 á 14 aculeos menores em cima e em baixo. Metade ba-
silar dos raios caudaes com cerca de 5 series de pequenos espinhos. Distan-
cia entre o focinho e a dorsal 2 e 1/4 no comprimento; aculeo dorsal 1 e 22
no comprimento da cabeça, sua margem posterior lisa, seus lados e margem
anterior com muitos espinhos pequenos, um sulco liso entre os espinhos do-
lados e a margem anterior. Distancia entre a dorsale a adiposa 3 e 1/2 no
comprimento; adiposa oval, do comprimento da dorsal sem o espinho. Cau-
dal redonda, 2 vezes na cabeça. Anal redonda, os raios centraes são os mais
1) (Lat.) =espinhosissimo, cheio de aciculos.
6378 37
210 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
ores, do comprimento da anal. Ventraes não chegando 4 anal, 2 vezes na ca-
beça. Aculeo peitoral forte. não attingindo ás ventraes; sua face inferior ob-
tusamente granulosa, a superior com denticulações curtas, como as do pro-
cesso clavicular, ambos os bordos finamente serrilhados. Pardo, manchado
de branco; uma facha lateral branca quasi da largura dos olhos; uma serie me-
diana de manchas no dorso; face ventral e lados da cabeça irregularmente
maculados de branco; alto da cabeça com uma facha clara mediana, continua;
dorsal, peitoral e ventraes maculados e marmorados de pardo e branco;
margem posterior da adiposa branca; nadadeiras caudal e anal com fachas
transversaes undulantes pardas e brancas. Barbilhões anelados de branco e
pardo. Cabeça de 3 e 4/5; altura 5.
Um unico exemplar de 15 centimetros, procedente de Coary» Eigen-
mann & Eigenmann).
204—Doras hancockii,' Cuv. & val.
D. 1 + 6; A. 9; L. lat. 29—33
«Placas lateraes muito altas, cobrindo todo o corpo e cauda, estendendo-
se para baixo até a raiz da anal, com rugas longitudinaes numerosas; cada
uma das quaes termina n’uma pequena ponta sobre a margem. O processo
humeral € maior do que o aculeo peitoral, e näo se projecta, perfeitamente,
até o terço posterior. Barbilhão maxillar até a origem da peitoral. Pardo,
uma facha clara ao longo da lateral» (Günther).
205—Doras costatus,’ (L.)
D, 1-16: Al
«Altura, sob o aculeo dorsal, pouco menor do que a largura; pedunculo
caudal quasi da altura do proprio comprimento. Cabeça da largura e sua
altura 1 e 1/2 no proprio comprimento; perfil anterior abrupto; operculos
sub-orbitaes, nasaes e toda a parte superior da cabeça com series irradi-
antes de granulos. Placa dorsal com im processo posterior estreito dirigido
dara dentro. Porção anterior da cabeça deprimida, a posterior arqueada.
Fontanella cuneiforme. Olhos grandes, 1 e 1/2 4 2 e 1/3 no focinho, 3 e 1/2
4 5e 1/2 na cabeça, 1 e 1/2 4 2 no espaço interorbital. Barbilhões maxil-
lares attingindo o segundo quarto do aculeo"peitoral; os post-mentaes pouco
adiante da base das peitoraes; mentaes quasi eguaes á metade dos barbi-
lhões post-mentaes.
1) Hancockii (Latinisagäo)—de Hancock.
2) Costatus (Lat.)—cheio de costellas.
A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 211
Focinho estreitamente redondo, sua largura no angulo, 21/3 na cabega.
Maxillar superior proeminente. Dentes villiformes, em fachas moderadas,
Peito inteiramente recoberto de pelle. Primeira e segunda placas lateraes
aculeadas, tocando a placa dorsal em cima, inferiores á terceira que é con-
tida 1 e 1/2 vezes na cabeça; entre a clavicula e as placas aculeiferas, ha
duas placas granulares; as aculeiferas cobrindo os lados inteiramente, dei-
xando apenas descobertos os espaços entre ellas nos lados superior e inte-
rior, e tornando-se menores para traz, de accordo com o perfil do corpo e
não encontrando as bases das nadadeiras adiposa e anal; as superficies
dos escudos recobertas de pequenas pregas, cada uma das quaes se termina
n'um curto aculeo marginal. Pedunculo caudal inteiramente coberto por
placas em cima e em baixo.
Processo humeral attingindo a 2º ou 3º placa aculeada, sua superiicie,
no joven granular e uma serie de espinhos junto 4 sua margem inferior ;
finamente granular no adulto e tendo uma crista granular mais ou menos
proeminente. Distancia entre a dorsal e o focinho 2 e 1/3 no comprimento ;
o aculeo dorsal do comprimento da cabeça ou maior, sua margem externa
com serrilhas viradas para cima, seus lados profundamente sulcados, sua
margem interna com serrilhas ao longo da porção central.
Espaço entre as nadadeiras dorsal e adiposa, coniido cinco vezes no.
comprimento total. Base da adiposa mais curta do que a nadadeira dorsal
Nadadeira caudal emarginada. Anal redonda, mais alta do que longa, com
o quinto raio mais alto do que os outros, 1 e 1/2 4 2 vezes na cabeça. Ven-
traes não attingindo a anal, 1 e 2/3 4 1 4/5 na cabeça.
Aculeo peitoral muito forte, chegando adiante da base das ventraes,
ambas as superfícies estriadas, ambas as margens fortemente serrilhadas.
Póro peitoral simples. Pardo escuro; uma facha clara, evidente, ao longo do
meio dos lados, continuada sobre a nadadeira caudal e encontrando-se na
frente e acima dos olhos ; o pardo inferior á facha lateral, forma larga facha
que se projecta por sobre os olhos e se encontra á sua opposta na frente da
facha branca ; focinho e cabeça sob esta facha, brancos ; lado inferior, mais
ou menos densamente cobertos de maculas pardas ; dorsal branca na base,
com uma grande macula negra junto do apice, raios caudaes marginaes e
medianos, brancos, os outros pardos escuros; peitoraes escuras com 0S
aculeos e raios internos claros. Barbilhões claros. Cabeça 3 e 3/4, altura 4
e 3/4 4 4e 1/2.
Comprimento 37 mm.» (Eigenmann e Eigenmann.)
Habitat: Paraná, Paraguay, Guaporé, Gurupá, Obidos, Xingú, S. Gon-
calo, R. Preto, R. Puty.
212 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
ve 206 —Doras dorsalis,' vai.
VACU
EST. 34
D. 1+6; A. 14
Adulto — Forma robusta, cabeça subquadangular, deprimida ; bocca an-
terior; intermaxillares proeminente sebre os mandibulares e tanto aquelles
csmo estes providos de uma ampla facha de dentes villiformes; largura da
bocca quasi egual ao espaço interorbital; os barbilhões maxillares estão
quebrados no exemplar que serve ä esta discripgäo ; post-mentaes pouco
passando da articulação dos bronchiostegos ; mentaes pouco maiores que
1/2 d'estes; olhos quatro vezes no espaço interorbital, preorbitarios gran-
des, entumecidos, rugosos, de bordos não denticulados ; post e sub-orbital
confluentes, de bordos paralellos e representando 1/4 de segmento de um
anel circular; preoperculo visivel e saliente de sob a pelle nua que o reco-
bre; operculo rugoso em quasi toda a extensão, exceptuados os bordos ;
fontanella pouco maior que o diametro ocular, dentro d'uma depressão sub-
elliptica; ossos nasaes e do vertex de toda a cabeça quasi planos; processo
occipital e placa predorsal carenados ; a placa predorsal tem um prolonga-
mento falciforme, muito desenvolvido ; em cada lado todos estes ossos são
longitudinalmente rugusos. Processo clavicular mal passando o plano de
união do 2º ao 3º quartos do comprimento do aculeo peitoral; este mal
attingindo o plano da base do penultimo raio dorsal fortemente deprimido,
com os lados superior e inferior planos e longitudinalmente estriados, forte-
mente denticulados nos bordos anterior e posterior, aquelle envolvido por
uma membrana delgada e as denticulações fazendo lembrar grãos-de-bico
murchos; aculeo dorsal da mesma forma, porém, mais recto, attingindo
o plano do inicio da anal; as denticulações muito irregulares, tubercu-
ladas ; ventraes mediocres, de articulação posterior ao plano do ultimo raio
dorsal; anal com os tres primeiros raios atrophiados, os dous segundos
ossificados recobertos de acículos e o primeiro com denticulações abortadas
no bordo anterior; caudal furcada, com o lobo superior um pouco mais
longo e o inferior mais largo ; os tres raios externos de cada lobo, divididos
em segmentos (dous a quatro); 17 (num lado) 4 18 (n'outro) placas, as
quatro primeiras rudimentares, sem aculeo, as restantes muito largas pro-
vidas de um espinho mediano, elevado, de ponta retro-vertida; nove placas
na linha mediana, entre as bases das ventraes e duas outras após a anal;
todo o resto do corpo entre essas filas de escamas, e o ventre até a linha ,
que vae de uma a outra abertura branchial, passando pela garganta, com-
pletamente couraçados, pela presença de placas osseas, irregulares e fina-
1) Dorsalis (Lat.), dorsal, isto é, com escudo na linha medina.
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A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 213
mente aciculadas; e tanto estas como as demais placas, finamente estriadas
e rugosas, no sentido longitudinal do corpo. Um exemplar secco, medindo
96 centimetros até a ponta dos raios caudaes ou 81 até o ultimo aculeo da
linha lateral, apresenta colorido pardo amarellado, terroso alvadio para o
ventre ; cada placa das linhas dorsal e lateral acima do espinho com o cen-
tro negro—Tem a seguinte nota ; —«Amazonas, Tabatinga ; vive nos lagos.
Preparado por Jacques Brunet.»
Joven—Um exemplar de 20 contimetros, procedente do Pará, não apre-
senta placas osseos senão entre a dorsal e a adiposa, na linha mediana su-
perior, entre a anal e a caudal, na inferior e na linha lateral (21, contando
com os dous rudimentos anteriores) e o diametro ocular é contido duas
vezes no espaço interorbital ; os berbilhões mentaes chegam ao meio do
aculeo peitoral : as denticulações tanto d'este como do aculeo dorsal, são
muito desenvolvidas e spiniformes, como na regra geral; coloração, no al-
cool, parda amarellada; iris preta; Nutre-se de sementes.
O estomago é syphonico ; o intestino muito longo; o intestino grosso
muito desenvolvido ; a vesicula natatoria é volumosa e apresenta uma con-
stricção posterior que é dividida em duas porções; os interspaços lateraes
d'essas constricções são occupados pelos rins.
Habitat: Amazonas—Rio Negro—Cayenna.
207—Doras ? nebulosus,' Eigemn. & Kennedy.
D.1+6 A. 13; L. lat. 29 — 30
«Forma alongada, altura sob a dorsal egual ä largura pedunculo caudal
estreito, comprimido, com a largura de I e 1/5 na altura. Processo humeral
com uma estreita base, ponta aguda. Placa dorsal tectiforme, prolongada
posteriormente ao primeiro raio dorsal, em um estreito processo. Fontanella
alongada, terminando na frente em um sulco que se projecta até entre as
narinas posteriores. Processo humeral e ossos do alto da cabeca, finamente
granulares. Operculos, sub-orbitaes e pre-nasaes inteiramente cobertos de
pelle, olhos pequenos, 7 e 1/2 na cabeça e 3 e 1/2 no focinho, 2 no espaço
interorbital. Centro do olho distante das narinas posteriores do mesmo
modo que estas o são das anteriores ou como estas ultimas distam da ponta
do focinho. Barbilhão maxillar attingindo ligeiramente a abertura das guel-
ras. Mentaes egualando ao dobro do diametro ocular ; post-mentaes ligeira-
mente mais longos. Focinho estreito ; largura logo atraz dos barbilhões
maxillares, 4 vezes na cabeça. Bocca inferior ; largura 1 e 1 /2 no focinho.
Uma pequena facha de dentes intermaxillares cujo cmprimento é 1/3 da lar-
gura da bocca e largura 1/3 no proprio comprimento. Dentes maxillares
1) Nebulosus (Lat.) nebuloso. hits ie 5 R
214 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
emuma placa triangular, ligeiramente mais larga do que a facha interma-
xillar e de altura 1/2 da largura. Membranas operculares separadas até
sob as bases dos aculeos peitoraes. Peito inteiramente coberto de pelle. Pla-
caslateraes estreitas, as primeiras 5 ou 6 sem azas dorso-ventraes, as mais
altas sob a adiposa onde sua largura é contida 3 e 1/2 vezes na altura do
corpo. Os aculeos medianos da mesma altura para toda a extensão. Uma
serie mediana de 10á 12 placas entre a adiposa e a caudal, uma serie seme-
lhante de 10 á 12 entre a anal e a caudal. Distancia do aculeo dorsal 4 ponta
do focinho 2 e 1/2 a 2e 2/3 no comprimento do corpo. Aculeo dorsal quasi
do comprimento da cabeça, muito fortemente serrilhado nos dous bordos, os
aculeos do bordo posterior eguaes ao dobro do comprimehto dos do anterior,
distancia entre a adiposa e a dorsal 4 e 1/3 no comprimento. Adiposa baixa
sua base 2/3 mais longa do que a base da dorsal. Anal redonda, sua altura 1,
e 2/3 na cabeça. Aculeo peitoral semelhante ao dorsal, attinginde o 5º ou o
6º escudo. Pardo claro, esmaecendo para mais claro inferiormente, por toda
a parte manchado e marmorado de sombras mais escuras. Nadadeiras de
semelhante colorido. Cabeça 3 e 2/3 ; altura 4 e 3/4.» Eigenm & Kennedy.
Habitat Rio Paraguay —Matto Grosso.
208—Doras granlosus,' val.
BOTOADO
D. 1 + 6; A. 12
«A largura da bocca comprehende toda aquella do redondo focinho;
a bocca € provida em ambas as maxillas, até os angulos, de uma larga fa-
cha continua de dentes villiformes e robustos. O longo barbilhäo maxillar,
filiforme, attinge a ponta do processo clavicular, os quatro barbilhões mandi-
bulares são egualmente livres, filiformes, os externos eguaes 4 1/2 da extensão
dos barbilhões maxillares, os internos ainda mais curtos da metade. Os olhos
são menores do que os de todas as especies restantes, seu diametro é con-
tido 13 vezes no comprimento da cabeça (sem carapaça); ficama 4e 1/2
diametros da orla do focinho, quasi 10 da abertura das guelras, e a cerca
de 7 mm. do outro. Os suborbitaes são largos, asperos, egualmente os sub-
nasaes que são longitudinalmente estriados e crenulados na orla superior.
A orla do focinho e a região das narinas posteriores, os olhos e as boche-
chas são nús; os operculos, porém, são asperamente escudados assim como
o vertex e toda a parte superior post-cephalica. A longa e estreita fontanella
bifurca-se interiormente ; a convexidade moderada da região occipital modi-
fica-se para 0 processo n'uma carena fraca e obtusa. A extensão que vae
mese 1 Granulosus (Lat.) cheio de granulos.
cs
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 215
do focinho à dorsal € contida 3 e 1/2 vezes no comprimento total; o pe-
queno processo humeral, spiniforme attinge a parte posterior do primeiro
escudo lateral e termina em ponta ; os processos lateraes do post-occipital
são curtos ; vertex, processo clavicular e escudos lateraes não se tocam
entre si; no espaço nú posterior à cintura escapular, fica uma reentrancia
um pouco maior. Escudos lateraes 27 á 28; apresentam, do quarto em
diante, a forma de uma borboleta e se tornam, assim como os fortes gan-
chos retrovertidos,maiores para a cauda, de modo que, sob a adiposa ficam
os maiores; a 3 placa lateral é certamente a mais alta (em que o lado su-
perior ao aculeo se projecta grandemente para cima), porém, curto e sem
a forma papillionada ; a 1? placa sómente é desprovida de espinho mas,
como todos os seguintes, é aspera e tem curtos espiculos aciculares.
O aculeo da dorsal é maior do que todos os raios das nadadeiras é den-
sa e finamente serrilhado na orla anterior de toda sua extensão; na posteri-
or apenas na ametade superior; o aculeo da peitoral, chato, porém muito
largo e forte, é fortemento serrilhado nos bordos anteriores e posteriores e
excede, em comprimento, o primeiro raio. As ventraes originam-se por de
traz do extremo da base da dorsal, sob o decimo nono escudo lateral e são
as menores de todas as nadadeiras; a anal é fortemente desenvolvida, o seu
primeiro raio extremamente curto, do quinto ao nono estão os mais longos
“e quasi de igual comprimento dos ventraes. Caudal semi-lunar, de lobos
eguaes e sendo o maior raio quasi do tamanho da cabeça. A adiposa, de
tamanho moderada, é rhomboide; o largo e redondo dorso totalmente nú;
assim tambem é o lado inferior; o póro anal é mais proximo do anus do que
“das ventraes. E’ notavel o característico espessamento e a ossificação dos
raios, especialmente na caudal e parte da anal, menor porém nas ventraes
e na dorsal; ao contrario, inteiramente ausente nas peitoraes. São especial-
mente a causa de processos osseos solidos que apenas deixam de fóra a
ponta, as secções e articulações dos raios.
Esta ossificação tambem se encontra em varias outras especies; con-
tudo, em parte alguma conheço egual tendencia nos raios articulados. De
resto, a parte núa da pelle, mostra tendencia para esse deposito osseo; em
todo o dorso, e nos lados, ha pequenas e delgadas ossificações implantadas
que ficam sob a pelle como curtos aculeos e que apparecem como processos
granulosos deseguaes. Segundo Netterer o dorso e os lados são esparça-
mente punctulados de preto, nadadeiras uniculores, ossificações e raios es-
branquiçados. O exemplar colleccionado em Cuyabá, mede 20 polegadas e,
segundo Natterer, tem o nome local de Botoado» (Kner).
Maior comprimenjo registrado: 92 cm.
Habitat: Rio Cuyabä, Paraguay, Uruguay, Paranä. Serpa (Arary ?)
- 216 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
209--Doras brachiatus,' (Cope,
D. 1 + 6; A. 11; L. lat. 25
«Uma especie que pöde ser tida como grande, de forma delgada, fronte
lisa e aculeos peitoraes muito grandes. 40 escudos na linha lateral, baixos,
chatos e largos, com um espinho chato retrovertido no meio, a orla poste-
rior com tres a quatro denticulações junto da extremidade; tres oppostas 4
dorsal muito elevadas, duas na frente pequenas, sem espinhos. Aculeo dor-
sal muito forte, comprimido, com espinhos dirigidos para baixo, no lado
posterior e para cima, no anterior; seu comprimento 1/2 do comprimento do
peixe que lhe fica anterior. Aculeo peitoral chato, estriado, com denticula-
ções fortes nos dous lados, os pesteriores os mais longos. Olhos parcial-
mente superiores, recobertos de espessa cornea 8.5 xezes na extensão que
vae até a margem ossea do operculo; um pouco menos de 1/2 da largura in-
terorbital. Focinho achatado e estreito, as barbas maxillares attingindo o
meio do processo humeral, as mentaes egualando á 1/2 d'essa extensão. Ru-
gosidade da carapaça estriada, bifurcando-se na fontanella e enviando um
angulo á fronte de cada orbita e cessando depois. Uma fraca estriação do
pequeno osso preorbital visivel. Cabeça chata entre as orbitas, a carapaça
fortemente tectiforme, contrahindo-se e depois expandindo-se para baixo,
na altura do aculeo dorsal, porém não o passando. Processo humeral pro-
jectando-se até ao aculeo dorsal, chato, estriado; post-coracoide curto, re-
coberto de pelle lisa. Nadadeiras ventraes começando 4 alguma distancia
por traz do ultimo raio dorsal, obfusa, não chegando ao anus, mas attingidas
pelo aculeo peitoral; pedunculo caudal curto, nadadeira caudal profunda-
mente furcada. Nadadeira adiposa bem dosenvolvida, porém baixa. Dentes
numerosos, villiformes. Cores brilhantes ; em cima pardacento, lados carmi-
neos, em baixo branco; nadadeiras vermelhas excepto as peitoraes e a
dorsal que são mais pallidas.» (Cope).
Habitat: Rio Amazonas, entre a embocadura dos Rio Negro e Huallaga.
Wertheimeria, Steindachner.
Sitzungsber. Akad. Wien LXXIV— Sussw. fisch Sô. Bras. 101 — 1876
«Cabeça larga, deprimida, com o processo occipital fortemente desen-
volvido. Tronco robusto, com o pedunculo caudal delgado, caudal semi-
lunar. (Caudal mais curta do que em Auchenipterus, fortemente arredondada
na orla, adiposa do comprimento da anal). Abertura opercular attingindo o
1) Brachiatus (Lat.) esgalhado, de ramos (aqui aculeos peitoraes) oppostos e abertos em cruz
como braços humanos.
2 Wertheimeria (Latinisação) de Wertheimer. que colleccionou este corioso peixe no rio Je-
quitinhonha.
A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 217
lado inferior da cabeca, membrana opercular confluente com a pelle do
isthmo, no meio da região jugular. Dorsal curta, com um aculeo e seis raios.
Seis barbilhões cylindricos, quatro dos quaes sobre o maxillar inferior.
Dentes nos intermaxillares e mandibulares, villiformes. Paladar sem dentes.
Olhos pegenos,subcutaneos distantes da abertura da bocca e posteriores as na-
rinas posteriores. Ventraes articulados verticalmente atraz dadorsal.» (Steind.)
Especie conhecida :
219 —Wertheimeria maculata,! Steind.
D. 1-6; A. 15—16
«Lado posterior da cabeça e região post-occipital muito francamente
convexo em secção transversal; região frontal plana. Ossos da carapaça
intimamente unidos entre si e com a grande placa predorsal sem suturas
perceptíveis, externamente granulosos e rugosos. Comprimento da cabeça até
a orla posterior ossea,das coberturas dasguelras,contido cercade4 vezes e 3/4;
até o extremo posterior da carapaça mais de 2 e 3/4—quasi 3 vezes; altura
do corpo 4 e 3/4 4 4e 1/2, no comprimento do corpo; largura da fronte 2
e 1/3 42 e 2/5; diametro ocular 7 e 1,6 48 e 1/4 no comprimento da cabeça,
medida até a orla ossea posterior das coberturas operculares. Hiatus largo,
transversamente disposto e fracamente arqueado, um pouco excedido pelo
focinho; largura da cabeca,entre as coberturas, excedendo um pouco ocompri-
mento da mesma até a orla posterior das coberturas operculares. Olhos peque-
nos, subcutaneos, situados nos lados da fronte e afastadamente, superiores, e
posteriores ao angulo da bocca.Distancia entre as narinas egual a um diametro
ocular. Barbilhão maxillar chegando ao primeiro terço do longo aculeo pei-
toral ; barbilhão post-mental chegando á base do mesmo. Um escudo granu-
loso entre a orla inferior da placa predorsal e a ponta.do longo processo
humeral.que chega ao meio do aculeo peitoral. Aculeo dorsal denticulado
apenas na orla anterior, mais curto do que a cabeça; o peitoral muito longo,
fortemente deprimido, largo e muito mais comprido do que a cabeça. Anal
sobrepujada pela adiposa, ambas com a base de comprimento sub-eguai ;
caudal moderadamente entalhada no orla posterior, quasi do mesmo com-
primento que a cabeça, lobo inferior redondo postetiormente. Póro peitoral
situado muito para diante sob o processo humeral.Lados pardos com grandes
múculas claras. Lado ventral alvadio. 12 pollegadas.» (Steindachner). '
Habitat: Rio Jequitinhonha. |
Comquanto Steindachner näo tenha definido a posiçäo d’este peixe na
systematica e os Eigemann o colloquem entre os Auchenipterus, penso,
guiado apenas pelas descripções e figuras dadas pelo primeiro d’esses au-
tores que, -a posição mais conveniente para Wertheimeria é a que. adopto
neste trabalho.
URNA NAN So meça Res Ti tae Sana BE el ea Bil, obey, aa LU)
1) Maculata Lat. ; maculada. EI ee
6378
218 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
E sobretudo a conformagäo do processo occipital do peixe o que a
isso o impelle, sendo que não tenha menor importancia a presença de uma
en PE re a
Fig. Wertheimeria maculata, seg, Steindachner
placa ossea da linha lateral, tão caracteristica dos Doradide—stricto sensu
logo por traz do processo escapular.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 219
Trichomycteridæ !
Förma alongada, flexivel ; cabeca musculosa, deprimida, bocca anterior
ou antero-inferior, provida de labios espessos, terminando em cada angulo
em dous barbilhöes (ás vezes o anterior atrophiado) de comprimento sub-
egual ; dentes villiformes, em fachas maxillares e mandibulares, ás vezes
uma facha de dentes labiaes, moveis. Narinas separadas, as anteriores
quasi sempre providas de uma expansão dermica modificada em barbilhão ;
operculo e properculo geralmente armados de aciculos pungentes, curtos e
fortes ; abertura branchial lateral moderada; o aculeo é prolongado em fila-
mento. Dorsal superior ou posterior ás ventraes; anal moderada ou curta.
Vesicula natatoria vestigiaria.
Os peixes d'esta família são fluviaes e pequenos ; e a seu respeito cor-
rem diversas versões, sendo uns accusados de parasitismo noutros peixes
(Stegophilus) e outros de serem capazes de penetrar na urethra humana
(Vandellia), produzindo molestias graves ou mesmo a morte. Se o primeiro
caso foi constatado scientificamente, o segundo ainda carece de confirmação.
Generos brasileiros :
OLEO On O SOHAL OOO ARS EE SR PA SO PAS AR ESP ce A Trichomycterus.
/ Barbilhões nasaes presentes
ee Ghee om o 0 Choro ora e plana RERO Bop BUSCA Gen Tridens.
Dentes villiformes. . 2 Barbilhões maxillares........ Miuroglanis.
\ na curtain VAR | 5
Aa tes labiaes
Barbilhöes nasaes ha HE en 7
an) | 1 parbiinao maxil | ausentes .. Vandelia.
€
I, entes labiaes
presentes. . Stegophilus.
Pareiodon.
PR... Se
DENTES MIN CISIVOS NE NR NT EN Pa a0 06/5
Tricomyctherus,” Vatenc.
Obs. Zool. d’Humboldt. II, 348—1833
Corpo alongado, extremamente flexivel, comprimido; cabeca deprimida;
bocca antero-inferior, recoberta por labios espessos, terminando em dous
barbilhöes mediocres ; narinas duplas, as anteriores providas de um barbi-
Ihao.; olhos superiores, sub-cutaneos, mediocres; operculoe preoperculo
providos de uma facha de aciculos ; abertura branchial moderada; dorsal
posterior ao meio do corpo, ás vezes com o primeiro raio prolongado ; pei-
1) Trychomyterus, gen. typico ; eidos—semelhante
2) Trychomyterus (Gr.); de trix, trichos cabellos e mycter narina.
220 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
toraes com o aculeo quasi sempre prolongado em filamento ; ventraes pe-
quenas, anteriores ä dorsal; anal moderada, caudal com raios accesso-
rios numerosos.
Dorsal com o primeiro raio prolongado em filamento................... T. nigricans
sal sobre a ori-
[as da dor-
gem da anal... T. amazonicus
Especies bra- Cabecaltino Ato tala dar women o toi Papa a ey ee:
sileiras.
/ li da dor-
sal um pouco
ä frente da ori-
Dorsal com os , gem anal.... T. proops.
raios normaes
Ventraes entre os
olhos e a ponta
bi redonddry IR EP RIRE da caudal. ... T. punctatissimus.
Vent aes entre a
ponta do foci-
nhoeada caudal 7. goeldi.
Cabeça 6 no to-
tal
Femeas pontua-
/D. totalmente f das de preto . . T. dispar.
Caudal truncada| anteriorá
ou com os can- À anal À
tos redondos. Coloração unifor-
me nos dous
SEXOS ee ee T. immaculatus
D. tendo ao menos os 2 ultimos rai-
os sobre os primeiros da anal. . T. brasiliensls,
kur . . . 1
211—Trichomycterus nigricans, vai.
D. 11; A. 10
«O Sr. Augusto de Saint-Hilaire, trouxe dos regatos de Santa Catha-
rina, do Brasil, uma especie deste genero. E’ mesmo a primeira que eu
conheci e sobre a qual eu estabeleci, na minha memoria sobre o Eromophi-
lus, o genero sob o nome de Trichomycterus mas, sem o caracterisar suffi-
cientemente.
Esta especie tem os barbilhões curtos, passando apenas para traz, os
olhos, que são muito pequenos. A cauda é larga e curta, a caudal pequena
e truncada transversalmente, o primeiro raio da dorsal, alongado em fila-
mento. Contei erradamente seis raios branchiostegos na memoria citada; mas,
tendo-os separado pela dissecção com o maior cuidado e sem os destacar
inteiramente do seu facho muscular, para não - perdel-os, só encontrei sete
sobre este individuo. A cor é denegrida, uniforme, sobre todo o dorso; ella
é mais escura sobre as nadadeiras. A garganta e sua parte inferior são al-
vadias. As visceras parecem com as do Trichomycterus da costa oriental da
America, os ovos são muito menores. Comprimento cinco pollegadas.
O Sr. Menestrier nos deu um exemplar menor? » (Val.)
1) Nigricans (Lat.)—denegrido
2) Do Rio de Janeiro.
bo
DD
>=
A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES
212—Trichomycterus amazonicus,' Stein.
DiiS At T
«Cabeça sete vezes no comprimento. Origem da dorsal sobre a origem
da anal; olhos grandes, na ametade anterior da cabeça; barbilhão maxillar
superior chegando á base das peitoraes. Caudal redonda. Primeiro raio pei-
toral prolongado. Pardo chocolate com maculas indistinctas sobre o pedun-
culo ; raios dorsaes e caudaes maculados de violaceo.» (Stendachner e Ei-
genm.)
Habitat; Rio Amazonas.
213—Trichomycterus proops Mir. Rib’.
EST. 35 — FIG. 1
DEI AT
Cabeça contida quatro vezes no espaço que vae da orla labial ä nada-
deira dorsal e seis vezes no corpo, até a base da caudal; dorsal inteiramente
posterior ás ventraes e quasi toda sobre a anal; caudal arredondada. Ama-
rello finamente espargido de pardo violaceo. Olhos contiguos ás narinas pos-
teriores.
Habitat : Ribeira de Iguape, S. Paulo.
214—Trichomycterus punctatissimus,’ Castein.
D?A?
«Comprimento total 28 cm.; maior largura 6 cm.; maior altura 3 cm.
Esta especie € muito visinha de Tr. punctulatus, Cuv. & Val., do qual differe
pelo talhe muito maior e pela cor geral de um castanho claro. Elle é inteira-
mente coberto de pontos pequenissimos de um pardo obscuro, muito conti-
guos e cobrindo as nadadeiras superiores. A parte inferior do corpo e as
nadadeiras inferiores são de um pardo amarellado. Do Araguaya.» (Casteln.)
215—Trichomycterus goeldii, Bow.
D. 10; A. 7
«Cabeça muito deprimida, do mesmo comprimento que a propria lar-
gura, seis vezes no comprimento total; olhos pequenos, á meia distancia entre
a ponta do focinho e a orla opercular, seu diametro 1/2 da largura interor-
bital; barbilhão supra maxillar attingindo as peitoraes ; membrana das guel-
1) Amazonicus (Lat. = amazonico (do rio Amazonas)
2) Proops (Gr.); de pro adiante; ops vista, olhos.
3) Punctatissimus —pontuadissimo, densamente recoberto de pontos. À N
4) Goeldii (Latinisaçäo); do Dr. Emilio Augusto Goeldi, ex-director do Museu Paraense de Historia Natural.
222 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
ras estreitamente unida ao isthmo, projectando-se anteriormente até sob os
olhos. Corpo da mesma altura que a largura ; pedunculo caudal fortemente
comprimido, egual 4 duas vezes a propria altura. Dorsal com 10 raios,
opposta ao espaço entre as ventraes e a anal, distante da ponta do focinho
duas vszes a sua distancia da caudal ; anal com 7 raios. Peitoral com o raio
externo prolongado, filiforme. Ventraes equidistantes do extremo do focinho
e da orla posterior da caudal ; esta ultima redonda. Amarellado, com pontos
pardos mal definidos, superiormente; 99 mm.» (Boulenger).
Habitat: Colonia Alpina, Therezopolis, 858 m. sobre o nivel do mar.
216—Trichomycterus dispar,' Tschudi.
EST. 35—FIG. 2
D. 10 a 12; À. 8 a 10
Corpo moderadamente comprimido ; cabeça muito deprimida, 5 e 1/2,
sem a caudal. Bocca 3 e 2/3 na cabeça, dentes em facha nos intermaxillares
e mandibula, labios espessos, papillosos, os barbilhões maxillares passando
de pouco a orla ocular posterior, os nasaes chegando ao mesmo ponto ;
olhos subcutaneos, quasi perfeitamente circulares, seu diametro 2 e 1/2 ve-
zes no espaço interocular ; póros mucosos da cabeça muito pequenos, um
lateral outro posterior á narina posterior, tres espaçadamente dispostos em
linha transversal por detraz dos olhos, desses tres o mediano fica na linha
mediana da cabeça. Póro peitoral presente; abertura das guelras ampla,
chegando inferiormente ao plano dos olhos, peitoraes com o primeiro raio
prolongado, de comprimento egual ao da cabeça medida sobre linha me-
diana, desde a ponta do focinho ao occipital. Dorsal originando-se entre a
ponta da caudal e a linha inter-ocular anterior, ella fica entre as ventraes e
a anal e tem o 5º raio ligeiramente prolongado, linha lateral indistincta.
Pardo vinaceo profusamente recoberto de pontos cor de chocolate sobre
todo o corpo e nadadeiras, exceptuando-se, apenas, a pagina inferior das
nadadeiras pares e a região thoraxica inferior, jugular e cephalica que são de
côr amarellada uniforme. O individuo que serviu à presente discripçäo mede
155 millimetros e me foi trazido do rio Iporanga, Estado de S. Paulo, pelo
Sr. Ricardo Krone, de Iguape.
217—Trichomycterus immaculatus,' Eigenm. Eigenm.
D.11; AO:
«Alongado, comprimido posteriormente; cabega ligeiramente deprimida,
focinho largo, espatul:do; largura da cabeça menor do que o proprio com-
primento. Olhos comparativamente grandes, equidistantes da ponta do fo-
1) Dispar (Lat.) desegual. dispar (o macho da femea).
2) Immaculatus (Lat.)=- sem maculas.
(ea) snuraysnu sniajdeyday — F “SI (1pnyosL) sedsıp "| — Z "ld
(7) SISUAIIISRIQ "L — € ‘SI ‘ay ‘JW ‘sdooid snısysAwoyau] — | “SJ
‘18 Ley Ÿ OUIQGES
“Id }PIUOS ~f ‘youd “arg “MW ap ‘Vv
AX 18º “asuayjseig euney IAX “[OA ‘JEUOIOEN nasny op soalyory
A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 223°
cinno e do operculo. Barbilhöes curtos; os nasaes apenas chegando ao
occiput ou mais curtos ainda; os maxillares não attingindo a abertura das
guelras. Abertura das guelras continuadas anteriormente até sob os olhos ;
a membrana com uma orla livre atravez do isthmo. Peitoraes curtas e lar-
gas, com O primeiro raio prolongado em filamento ; dorsal truncada, seu
ultimo raio na frente da anal, sua origem equidistante da ponta caudal e
da base do barbilhão ou ligeiramente mais proxima da ponta da caudal.
Caudal larga, emarginada, com o lobo superior um tanto proeminente ; sua
distancia da anal 5 e 1/2 vezes no comprimento. Origem das ventraes equi-
distante da ponta da caudal e da do focinho ou um pouco mais proxima da
ponta da caudal; suas pontas chegam ao anus. Pardacento, mais claro in-
feriormente ; nadadeiras um pouco mais escuras; um exemplar procedente
de S. Matheus é pardo denegrido. Cabeça 5 e 1/3 á 5/2.» (Eigenm. Eigenm.)
Habitat: Juiz de Fôra ; S. Matheus; Goyaz.
218—Trichomycterus brasiliensis,’ Lutk.
CAMBEJA ; BAGRE-MOLLE
EST. 35—FIG. 3
DAS O AVS MS Rs: 7
Cabeça (tomada do operculo) 5 e 1/3 4 6 e 1/8: altura egual ao com-
primento da cabeça (tomada do occiput). Deprimido na parte anterior e
comprimido na posterior do corpo. Cabeça de largura egual ao compri-
mento (medida da orla labial anterior 4 margem dos operculos), labio supe-
rior muito desenvolvido, recobrindo o inferior e prolongando-se para cada
lado em um par de barbilhöes achatados na base e teretes para a extremi-
dade ; o superior é o maior e attinge a abertura das guelras ; os barbilhöes
nasaes que têm origem no limite posterior do labio, attingem as orlas dos
preoperculos ; são achatados e apresentam, em toda a extensão, um sulco
absoleto mais accentuado na base dos barbilhões que ahi apresentam mais
uma dilatação dermica, juntando-se as extremidades das paredes do sulco
e constituindo, de alguma forma, um pequeno funil, em cujo fundo ficam as
narinas anteriores. Logo após ficam as aberturas nasaes posteriores,
maiores e tambem providas de uma expansão dermica mas, em fórma de
crescente só na parte anterior. Em meio da distancia que vae da margem
anterior dos labios á linha dos operculos, estão os olhos, pequenos, sem
palpebras livres, em distancia quasi egual ä um seu diametro das narinas
posteriores. Na cabeça ha duas series de seis póros mucosos. O primeiro
de cada serie atraz e para dentro da base dos barbilhões nasaes; o segundo:
lateral e interno á cada narina posterior, o terceiro sobre a arcada orbitaria
1) Brasiliensis (Lat.) brasiliensis, brasileiro.
224 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
superior ; o quarto atraz dos angulos orbitarios posteriores; o quinto acima
e o sexto no angulo superior das aberturas branchiaes. Ha outro póro mu-
coso na parte posterior da zona orbitaria inferior e, finalmente, dois póros
axillares precedendo a linha lateral que é obsoleta. Preoperculo e oper-
culo providos de espinhos curtos, conicos e fortes, retrovertidos. Aber-
tura branchial ampla. Peitoraes medianas, sendo o seu comprimento
contido tres vezes na distancia que vae de sua base ä base das ventraes ;
estas pequenas, não attingindo a base da anal; origem da dorsal verti-
calmente sobre o anus ; origem da anal sob o meio da base da dorsal;
caudal truncada com os cantos redondos. Coloração fundamental isabel,
parte superior de todo o corpo maculada de fusco ; uma facha ampla e negra
vae do angulo supurior da abertura branchial ao pedunculo caudal onde se
desfaz em maculas que diminuem de tamanho e se confundem com as pri-
meiras citadas. As maculas maiores são as da região dorsal, entre as fachas
lateraes negras, o occiput e a nadadeira dorsal; ellas ahi como que formam
tres series indistinctas e irregulares ; entre estas maculas as que estão jun-
tas ao occiput são mais alongadas. Nadadeiras peitoraes, dorsal, anal e
caudal tambem maculadas; as peitoraes, porem, sómente nos raios ante-
riores e na face superior, pois na inferior ellas são brancas, tendo as extre-
midades dos raios denegridas. Ventraes brancas; labios e barbilhões côr
de chumbo. A symphise mandibular tambem apresenta uma pinta escura,
assim como, ha uma pequena estria diffusa ao longo da região dos mandi-
bulares. Parte inferior do corpo, até a nadadeira anal, branca. As maculas
da cabeça, juntas ao contorno especial dessa parte do corpo do peixe, em-
prestam-lhe uma effige de felino muito caracteristica.
Os jovens differem muito dos adultos : São alvadios, tendo duas fachas
emarginadas, escuras no dorso, que, na altura da dorsal desfazem-se em
maculas e outra facha lateral negra que, nascendo no focinho, percorre os
lados da cabeça, onde se interrompe e segue pelos lados do corpo, em linha
recta, até a extremidade da caudal; duas maculas negras lateraes, uma su-
perior, outra inferior, na base dessa nadadeira. Os espinhos operculares são
mais apparentes e as nadadeiras, com excepção da dorsal, são immaculadas.
Esta descripção é feita sobre exemplares procedentes do Itatiaya, dos
quaes o maior mede 10 centimetros de comprimento ; a especie, entretanto,
é fundada sobre medidas de 14 centimetros, do Rio das Velhas que tem a
barra lateral interrompida. Não se deve ter em grande conta a fórma da
caudal, quando Eigemnann e Eigemnann digam-n’a redonda, pois que Lu-
tken diz, na descripção original : «Caudalis rotundato truncata». Emfim, as
differenças essenciaes, entre as descripções existentes, vêm já referidas no
meu trabalho sobre os vertebrados do Itatiaya e se rezumem no seguinte:
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 225
Adultos. (T. brasiliensis)
Caudal redonda ; extremidade das ventraes attingindo o anus ou
chegando à sua frente. Cor parda escura com maculas mais escu-
ras; lados variegados de pardo escuro, purpureo e cinzento; na-
dadeiras obscuramente maculadas.
Idem (exemplares do Itatiaya)
Caudal sub-truncada; extremidade das ventraes passando além
do anus e quasi attingindo a anal. Cor isabel, tres series irregu-
. lares de maculas sépia no dorso; lados maculados tendo uma fa-
cha negra intensa e ampla; nadadeiras ventraes immaculadas.
Jovens (T. brasiliensis).
Caudal redonda ; cabeça mais larga do que longa ; ultimo raio da
dorsal attingindo o 1º da anal; côr amarellada, meio dos lados
com uma serie de nove maculas purpureas mais ou menos con-
fluentes ; maculas escuras na cauda sobre a serie mediana; costas
com 10 barras transversaes, cinco destas adiante da dorsal ; na-
dadeiras uniformes ou com barras escuras.
Idem (Exemplares do Itatiaya).
Caudal sub-truncada ; cabeça mais longa do que larga, ultimo
raio da dorsal sobre o 4º da anal ; côr amarellada; meio dos la-
dos com uma facha negra que vae do focinho à extremidade da
caudal, dividindo-a longitudinalmente ; duas fachas longitudinaes
diffusas, parallelas, no dorso, até a dorsal as outras nadadeiras
immaculadas ; a caudal tem uma pequena mancha escura na parte
superior e outra na inferior da sua base, sobre os raios acces-
sorios.
Essas differenças são menos frisantes, se comparamos com a descripção
de Lutken, sobre exemplares dos Rios das Velhas, em Lagoa Santa, o que
quer dizer que os individuos do Itatiaya approximam-se mais dos da Lagoa
Santa, no Estado de Minas, do que dos do Rio Parahyba, no Estado do Rio
que foram os que serviram 4 descripção dos Profs. Eigenmann.
Cinco exemplares procedentes de Juiz de Fóra, representam ainda
outravariedade deste peixe, comquanto muito muito mais semelhante ás des-.
cripções dos autores e dos quaes se afastam, apenas, pela pela posição das
ventraes que são um pouco mais proximas da ponta da cauda do que do
focinho. A coloração é amarella profusa e irregularmente reticulada ou mar-
morada de sepia ; os flancos têm laivos purpureos.
Habitat: R. das Velhas, S. Francisco ; Parahyba, Itatiaya.
6378 29
226 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Tridens,' Eigenm. & Eigenm.
Pr. Calif. Aca I. Sci.—2* Ser. II, 53—1890
Os professores Eigenmann fundaram este genero sobre duas espe-
cies, uma representada por ume outra por 27 exemplares, de dimensöes
muito pequenas, reconhecendo que elles deviam representar um estado jo-
ven, podendo ser do genero Trichomycterus e que, se assim fosse, taes
peixes deveriam soffrer uma metamorphose admiravel e, como nada era co-
nhecido do estado joven dos Trichomycteros, elles julgaram melhor des-
crever taesexemplares como novos.
Temos tido em mäos os mais novos exemplares de Trichomycterus bra-
siliensis, do Itatiaya e de Petropolis, não encontrando n’estes, nada que vá
de encontro ao acto daquelles Professores ; por isso, mantemos aqui o ge-
nero Tridens, cujos caractéres principaes são: Forma de Trichomycterus,
com a cabeça muito deprimida; bocca inferior, ampla, com uma orla de
dentes finos seguida de outros dentes mais fortes nas maxillas, dous barbi-
lhões maxillares mais ou menos desenvolvidos; olhos entrando nas super-
ficies superior e inferior da cabeça ; membrana branchiostega nnida, for-
mando uma préga transversal, livre, sob o isthmo ; operculo e preoperculo
com aculeos reunidos em facho; dorsal 9 á 12, superior á anal que é longa,
ventraes pequenas, caudal mais ou menos truncada.
Barbilhöes apenas perceptiveis; aculeos do operculo e pre-
É J operculo em tridente. . >... 0... = vo cio me do T. melanops
Especies conhecidas:
Barbilhões francamente evidentes, operculo e preoperculo
com um facho de 6 aculeos..... 2... euer...» T. brevis.
219—Tridens melanops,' Eigenm. & Eigenm.
D. 10 4 12; A. 20 a 25
«Corpo comprimido, extremamente delgado. Cabeça larga, focinho re-
dondo; bocca larga. inferior. Cperculo longo e delgado terminando em tres
aculeos, tridentiformes. Preoperculo com espinhos semelhantes, porém, me-
nores.
Barbilhöes pequenos, apenas evidentes. Distancia da origem da dorsal
ä extremidade da caudal, tres vezes no comprimento ; distancia entre a ori-
gem da anal e a extremidade da caudal, 2 e 1/2 vezes no comprimento.
Raios annaes diminuindo rapidamente de altura, para traz; o ultimo raio apro-
ximadamente sob o ultimo da dorsal.
Caudal redonda, se raios accessorios. Amarellado; ametade posterior
1) Tridens (Lat.); de tres dentes.
1) Melanops (Gr.) de mélas, (mélan) negro, preto e ops olhos.
A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 227
da nadadeira caudal obscura; uma serie de maculas negras ao longo da
base da anal. Cabeça 9 ; altura 13.» (27 mm.) (Eigenmann e Eigenmann).
Habitat : Ica.
220—Tridens brevis,' Eigenm. & Eigenm.
D. 9; A. 22
«Corpo curto e alto. Cabeça tão larga quanto longa, bocca larga, infe-
rior. Operculo com um facho de 6 á mais aculeos, preoperculo com facho
menor. Barbilhões bem desenvolvidos, os externos extendendo-se até a
base dos peitoraes, os internos até as aberturas das guelras. Olhos grandes,
mais proximos da ponta do operculo do que da do focinho.
Distancia da origem da dorsal á frente da caudal, pouco mais de duas
vezes no comprimento. Anal inserida muito pouco adiante da dorsal e es-
tendendo-se à alguma distancia 4 sua frente, seus raios diminuindo em al-
tura para a caudal, distancia entre a origem da anal e extremidade da cau-
dal, menos de duas vezes no comprimento.
Primeiro raio peitoral grandemente prolongado. Caudal emarginada.
Amarellado ; pontos denegridos ao longo da base das nadadeiras; uma
serie de pontos denegridos ao longo da linha mediana lateral, pontos seme-
lhantes no dorso. Cabeça com pontos pardos. Cabeça 6 ; altura 8». (Eigenm.
& Eigenm.) (1 exempl. 2! mm.)
Habitat : Amazonas ; Tabatinga.
Miuroglanis, Eigenm. & Eigenm.
Pr. Calif. Acad. Sci. 2? Ser. II, 55—1890
Este genero é assim estabelecido pelos seus autores :
«Membrana das guelras largamente unidas ao isthmo, sem margem li-
vre. Dois barbilhões maxillares. Bocca inferior, cada maxilla com muitas
series de dentes fortes. Operculos e preoperculos com espinhos fortes, nu-
merosos. Caudal redonda.»
Especie conhecida :
221--Miuroglanis platycephalus,’ Eigenm. & Eigenm.
D. 10; A. 15
«Corpo curto, comprimido e elevado. Cabeça grandemente deprimida,
mais larga do que longa. Olhos grandes, lateraes, posteriores ao angulo da
1) Brevis (Lat.) curto.
2) Miuroglanis (Gr.); de meion—menos, oura=cauda, glanis—bagre (o da Europa Silurus glanis)
3) Platycephalus (Gr.) de Platys=chato e cephale=cabeca.
228 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
bocca. Esta sub-inferior, com a maxilla superior ligeiramente proeminente.
Barbilhäo maxillar superior apenas chegando ä abertura das guelras, bar-
bilhöes nasaes ou mentaes ausentes. As placas de espinhos operculares e
preoperculares unidas.
Origem da dorsal um pouco posterior äda anal ; sua distancia da ponta
do focinho, um tanto menor do que a que vae da ponta do focinho ä caudal.
Cabeca 5 e 1/2.» (Eigenmann e Eigenmann).
Habitat : Jutahy.
Vandellia,' Cuv. & val.
Hist. Nat. Poiss. XVIII pag. 287—1846
Forma alongada, sub-terete ; cabeça deprimida anteriormente, bocca
sub-inferior, provida de uma serie de dentes conicos, curvos nos inter-ma-
xiliares ; um barbilhäo curto no angulo da bocca ; olhos sub-cutaneos, mo-
derados, superiores, aberturas branchiaes muito reduzidas, inferiores, situ-
adas adiante das peitoraes. Dorsal posterior äs ventraes. Caudal truncada
Peixes pequenos e dos quaes säo conhecidas as seguintes especies:
Caudal truncada verticalmente ; cabega 9 ou 10 vezes no compri-
mento LI LS OR sam SEE ER nO SA V. cirrhosa
Caudal obliquamente truncada, com o lobo superior mais desen-
volvido : cabeça 12 vezes no comprimento. ........... V. plazai.
222—Vandellia cirrhosa; Cuv. & val.
CANDIRÚ
D. 9; A. 10
«Este peixinho tem o corpo alongado, sub-terete adelgaçado anterior-
mente, por causa da depressão da cabeça e do focinho; sobre a parte poste-
rior do corpo elle é comprimido. A maior altura, egual ao comprimento da
cabeça, é o decimo do comprimento total. A cabeça tem o focinho achatado,
proeminente, a nuca um pouco desenvolvida.
A largura d'esta é approximadamente o dobro da altura e egual á sua
extensão ; a parte inferior é achatada, de modo que o aspecto geral é pouco
mais ou menos triangular.
A bocca é pequena e inteiramente inferior; a maxilla inferior é aberta
e entalhada no meio, redonda e elevada nos lados. Os labios são bastante
espessos. No angulo da bocca ha um barbilhão carnudo. Não creio que haja
É 1) Vandellia, latinisagäo do nome do Prof. Domingos Vandelli que foi director do Museu de
isböa.
2) Cirrhosa (Lat.)—cheia de cirrhos os cirros.
.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE— PEIXES 229
dentes nas maxillas! mas sobre a crista do vomer que avanca,-como em
Microtoma até o bordo dos intermaxillares, ha um pequeno grupo de cinco
dentes pontudos e curvos dos quaes o mediano é o mais longo ; depois vêm
os dos lateraes, um pouco mais curtos e emfim o extremo que é o menor. Os
olhos são muito pequenos e correspondem ä parte anterior da bocca. As
guelras são muito fendi-
das e inferiormente, nos ~~
dous terços da extensão
da bochecha, ve-se o
bordo do preoperculo,
ou melhor o seu angulo,
que é armado de äculeos,
em numero de 6 a 8,
bastante fortes, recurva-
dos para baixo; não pu- FiG. 99—Vandellia cirrhosa, seg. Rodrigues Ferreira
de contar os raios da
membrana branchiostiga. As peitoraes são tambem como que ligadas em
baixo e afastam-se sobre os lados do peito, quando abrem o leque de seus
raios, a maneira das peitoraes dos Callyonymos. As ventraes, extremamente
pequenas, ficam relegadas para o ultimo terço do tronco; a dorsal é trape-
zoide e mais afastada que as ventraes.
A anal corresponde aos ultimos raios da dorsal; a caudal é pequena e
truncada. Não vejo traço algum de escama sobre a pelle, que é mosqueada
e assemelha-se inteiramente 4 da nossa Loche franca. O comprimento dos
nossos exemplares é de duas pollegadas e nove linhas. Estes peixinhos ha-
viam sido enviados, ha muito tempo, a Lacépède por Vandelli, professor de
Historia Natural em Lisböa, em 18082.» (Cuv. & Val.)
Br
NT aaa
223—Vandellia plazai,’ Castein.
«Esta especie differe da que até agora era conhecida, pelo corpo muito
mais alongado e cuja altura é contida 13 vezes no comprimento, ao passo
que não o é mais de dez em V. cirrhosa. A cabeça é mais dilatada, mais
arredondada anteriormente; a cauda obliquamente truncada; o corpo é de
um branco azulado, uniforme, tornando-se um pouco amarello inferiormente;
a cabeça é cor de terra de sienne; a cauda tem a metade superior rubra e a
inferior negra.» (Castelnau).
Habitat: Ucayale, Hyanuary, Caldeirão.
1) A dentição é a marcada na diagnose generica.
2) Este muito certamente os obteve de Alexandre Rodrigues Ferreira que desta especie dá
uma boa figura nos seus desenhos de Peixes e a qual reproduzimos aqui.
3) Padre Plaza, Prefeito das Missões do Pampa do Sacramento quando Castelnau visitou o
Ucayale. (1846) {
230 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Stegophilus,' Reinhardt.
Naturhist. Foren. Meddelesser—pag. 79—1858
Corpo sub-terete, alongado, inferiormente deprimido. Cabega mediocre;
bocca inferior, com series regulares de dentes finos nas maxillas e outras de
dentes moveis no labio superior; dous barbilhões no angulo da bocca; o in-
terno rudimentar, preoperculo e operculo com uma facha de aculeos curtos
e fortes; aberturas branchiaes reduzidas, anteriores á base das peito-
raes; narinas isoladas, olhos superiores, sub-cutaneos. Dorsal posterior ás
anaes e estas posteriores ao meio do corpo; anal mediocre.
| D A: Ee te easier its (od siete SAR Ag LUS S. nemurus.
/ Caudal emarginada ou fur- F
cada 5 ga. RE o copa to LE S. intermedius.
\ D. 9a 10
Especies brasileiras . . . . . .. ) VA O end NUE S. macrops.
f Dorsal parcialmente sobre a anal. . .. S. reinhardti.
\Caudal redonda . ......
\ Dorsal inteiramente anterior 4 anal. . . S. insidiosus.
224 —Stegophilus nemurus, Gunther.
D. 8; A. 6
«Caudal profundamente furcada, lobo superior prolongado em filamento.
Distancia da origem dorsal à origem caudal contida 1 vez e 1/2 na distancia
entre esta e a ponta do focinho. Dorsal entre a origem das ventraes e a da
anal. Parte anterior do dorso maculada de pardo. Cauda com fachas largas
transversaes, escuras, tres pollegadas.» (Gunther).
Habitat: Alto Amazonas, Juruá.
225—Stegophilus interimedius,’ Eigenm. & Eigenm.
D. 9; A. 7
«Alongado, comprimido posteriormente, deprimido anteriormente; ca-
beça um tanto mais longa do que larga, focinho pontudo; olhos grandes, 1
no focinho, 3 e 1/2 na cabeça. Bocca larga; labio superior com 2 series de
dentes, intermaxillares e mandibulares com 4 series de dentes depressiveis;
os da serie interna augmentados na ponta. Labio inferior não dilatado, barbi-
lhão mais curto do que os olhos. Operculo com 2 aculeos; preoperculo com
5 ou 6 espinhos em forma de garra. Origem da dorsal quasi equidistante
da pnota da caudal e do occiput; caudai emarginada; anal collocada inteira-
1) Stegophilus (Gr): de stegein—coberta e philein—amor; quer dizer que gosta das dedo
das guelras. Vide desc. Stegophilus insidiosus.
2) Numerus. (Gr.): de nema—fio, fita e oura—cauda.
3) Intermedius (Lat.)—intermedio.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 231
mente por detraz da dorsal; origem das ventraes equidistante das bases da
caudal e peitoraes. Pardo claro; toda a superfície dorsal com pontos pardos
escuros; uma serie de pontos maiores escuros ao longo da linha mediana nos
lados, os pontos tornando-se maiores para a cauda; caudal com poucos pon-
tos escuros indistinctos. Cabeça 5 e 1/2.»
(Eigenm. e Eigenm.) 8 cm.
Habitat: Goyaz.
226—Stegophilus macrops,! steina.
D. 10; A.9
«Caudal emarginada; dorso e lados uniformes; caudal com pontos escu-
ros sendo a ponta do seu lobo inferior preta; origem da dorsal muito mais
proxima da ponta da caudal do que da do focinho; cabeça mais comprida
do que larga, cerca de 6 vezes no total; olhos 3 e 2/5 na cabeça; caudal
com muitos raios accessorios. (Steindachner & Eigenm.)
Habitat: Lagõa de Manacapurú.
227—Stegophilus reinhardtii, ? Steind.
D.9 4 10; A. 8
«Caudal redonda, com muitos raios accessorios. Dorsal posterior ao
maio do corpo e parcialmente sobre a anal. Cabeça 7 vezes no comprimento
total.
(Steindachner e Eigenm.)
228—Stegophilus insidiosus,! Reinhardt.
Do PA NET
«Dimensões pequenas, cabeça larga, curta, redonda, deprimida; bocca
inferior, com pequenos e numerosos dentes em cada maxilla; labio inferior
dilatado; dois barbilhões maxillares pequenos em cada lado, nasaes nullos;
olhos superiores, bastante grandes; espiculos operculares e preoperculares
presentes. Cabeça sete vezes a altura, dez na extensão total (com a caudal);
1) Macrops (Gr.) : de macros—grande e ops—olho.
2) Reinharditii (Latinisação : do Prof. Reinhardt, que foi [companheiro de Lund na Lagoa
Santa, onde descobrio o genero Stegophilus.
3) Insidiosus (Lat.) insidioso, perfido.
232 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
adiposa linhalateral e vesicula natatoria ausentes. Aberturas branchiaes pe-
quenas, lateraes. Aculeos pungentes; dorsal e peitoraes nullos. Dorsal poste-
FIG. 100—Stegophilus insidiosus, seg. Lutken
rior, situada entre a anal e o anus peitoraes quasi horizontaes; póro peitoral
presente. Comprimento 50 mm. (Lutken). Habitante commum das branchias
dos Sorubis. (Pseudoplatystoma coruscans).
Pareiodon,' Kner.
Sitzungsber. Akad Wien, XVII, 160—1855.
Förma sub-cylindrica, cabeca moderadamente deprimida, bocca anterior,
com uma unica serie de dentes incisivos nas maxillas; dois barbilhöes ma-
xillares, no angulo da bocca; narinas isoladas, olhos pequenos, superiores,
subcutaneos; operculo e preoperculo providos de aciculos osseos; dorsal
entre as ventraes e anal, caudal furcada, precedida de raios accessorios. Li-
nha lateral simples ou apenas ramosa na regiäo thoracica. Vesicula natatoria
presente (?).
ara 6 e 1/2 no comprimento (sem caudal) altura 9... ..... P. microps
Especies conhecidas . . .....
calcio 8 e 1/2 vezes no comprimento, altura 7 e 1/2......... P. pussillus
1) Pareiodon (Gr.); de pareia—bochecha, face e odons dente; referencia aos aciculos do oper—
culo e preopercnlo.
f
A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 233
229—Pareiodon microps,' Kner.
DO ADE
_ «Estructura geral alongada, lembrando uma especie de Cobitis; tronco
„quasi cylindrico e sómente um pouco mais alto do que largo. Comprimento
da cabeça, até a orla opercular, 1/8 do comprimento total; maior altura 1/9;
-dorsal á 4 e 1/2, fossa anal separada da ponta do focinho por cinco compri-
mentos da cabeça. Dois curtos barbilhões em cada lado da bocca terminal,
de quasi egual comprimento e não attingindo os interoperculos; os espessos
-e debruados labios são densamente recobertos de curtas papillas. As largas
FiG. 101 — Pareiodon microps, seg. Kner.
maxillas têm uma fila simples de dentes incisivos de orla convexa, que
apenas deixam esta ultima de fora das gengivas; paladar e lingua sem den-
tes. Os pequenos olhos subcutaneos ficam 4 tres diametros um do outro, a
dois da orla do focinho e á quasi seis da orla opercular. As narinas posteri-
ores ficam justamente 4 um diametro uma da outra, as anteriores a egual
-distancia destas e da orla do focinho. Os interoperculares têm cinco á seis
espiculos relativamente fortes, que, como os dos operculos semicirculares
estirados mais para trás e para cima, apenas surgem da espessa pelle da
cabeça. As aberturas das guelras são estreitas, começam sob a primeira
-ametade inferior do operculo e chegam tambem um pouco abaixo do inte-
roperculo; ellas são, assim, totalmente fechadas na garganta e sobre esta
corre transversalmente apenas uma baixa prega cutanea. A posição e as ou-
tras relações das nadadeiras, são melhor comprehendidas pela figura juncta.
O curso da linha lateral é, desde a cauda até a parte anterior do tronco, ape-
nas apreciavel como um sulco e não se abre em póros, excepto n'uma curta
extensão, posterior aos operculos, mostra-se ella coordenadamente mais am -
pla e a pelle, acima e abaixo da mesma, é provida de tuberculos e tubos
irregulares que constituem, aqui e acolá, aberturas e póros; verticalmente,
sobreo extremo das peitoraes reclinadas sobre o corpo, fica um tuber-
culo dermico, pontudo, com uma curta ponta em cada lado. O póro lateral
“é um pouco menor do que em Cetopsis, porém perfeitamente visivel, ha in-
1) Microps (Gr.); de micron — pequeno e ops — olho.
6378 30
234 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
ternamente uma orla saliente, a pelle que conduz a cavidade, mostra na cir-
cumvizinhanca desta, estructura glandular. Na fossa anal estäo tres aberturas
separadas, fracamente perceptiveis e certamente a anterior é o anus, a media-
na o póro genital e a posterior, sobre a ponta de uma curta papilla, o póro
uretrhal. Dos orgãos internos, apenas os ovarios e vesicula urinaria estão
presentes; os primeiros mostram anteriormente saccos moderadamente cur-
tos, pares, porém symetricos, destes o esquerdo se salienta pelo tamanho e
comprimento, entre os dois fica a larga vesicula urinaria. O tractus intestinal e
o figado faltam; comtudo, parece, de restos de pelle, dever existir uma curta
vesicula natatoria. Lado dorsal cinzento, lados e ventre mais claros, alva-
dios, com um cambiante avermelhado; do mesmo modo todas as nadadeiras,
maculas, estrias ou pontuações ausentes totalmente. A espessa pelle sem es-
camas faz lembrar um esqualoide pelo seu aspecto rude, rugoso e pela sua
aspereza. Dois exemplares de cinco pollegadas, de Borba (?)» (Kner).
230—Pareiodon pusillus,' (Castein.)
«Esta especie é muito vizinha do Trichomycterus gracilis, trazido de
Cusco por Pentland. Differe delle pela forma muito mais alongada, cabeça
muito menos larga posteriormente, de aspecto mais quadrado; olhos situados
muito mais anteriormente. A côr da minha especie é, sobre indiduos conser-
vados em alcool, de um pardo obscuro, pontuado de mais claro, formando,
em alguns exemplares, fachas longitudinaes pouco regulares. A parte inferior
do corpo é branca. Encontrei pela primeira vez este peixinho no Araguaya
e depois no Amazonas. O maior dos seus exemplares não mede mais de
nove centimetros de comprimento. Esta especie é, da parte dos pescadores
do Araguaya, o objecto de um preconceito dos mais singulares: pretendem
elles ser muito perigoso urinar no rio, pois que este pequeno animal se atira
fóra d'agua e penetra na uretrha subindo o curso da columna liquida. (Fiz so-
bre o Araguaya, o desenho de um Trichomycterus que me parece se referir
a esta especie e que tem uma nodoa de um pardo escuro sobre o alto da
cabeca).» (Castelnau).
SILURIDÆ ?
Corpo sub-fusimerme, comprimido superiormente e sobre os lados do
pedunculo; cabeça geralmente deprimida; bocca ampla, transversa, anterior
ou reduzida (quando a cabeça for comprimida inferior ; provida de uma fila
de dentes incisivos ou de uma facha de dentes villiformes nos inter-maxilla-
res e mandibulares , ás vezes ausentes, de dentes villiformes sobre o vomer
1) Pusillus (Lat.)— pequenino.
2) Silurus, genero typico, eidos—semelhante.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 23
A
e palatinos, frequentemente ausentes ; maxillares vestigiarios, seguidos de
um barbilhão terete ou lamelar, de comprimento variavel; um ou dois barbi-
lhões sob cada um dos mandibulares. Narinas duplas, superiores, contiguas,
numa fossa unica ou amplamente separadas, valvulares, tubulosas ou
simples. Olhos superiores ou lateraes, sub-cutaneos ou de palpebras livres
ou atrophiadas ou ausentes (caso unico). Fontanella longa, ampla ou redu-
duzida ; occipital emittindo ou não um processo posterior mediano ; peças
operculares presentes (execeptuado o sub-operculo), moveis ; coronoide e
simpletico geralmete ausentes ; arcada escapular desenvolvida, em geral
achatada transversalmente na região sternal ; isthmo mais ou menos largo ;
membrana branchiostega livre ou unida n'uma prega através do isthmo ou
ligada á elle. Corpo inteiramente nú, rarameute com alguns tuberculos os-
seos, irregulares, na linha lateral ; esta quasi sempre presente. Vesicula na-
tatoria livre membranosa ou algo ossificada, mais ou menos ligada ä parte
supero-anterior da cavidade abdominal, tendo constricções longitudinaes ou
transversas. Tubo intestinal longo, estomago syphonico ou coecal. Ovarios
moderados, sendo os ovos geralmente grandes. Vertebras cervicaes ás vezes
modificadas, formando expansões protectoras de vessiculas natatorias. As
caudaes não comprimidas. Dorsal mediocre. Adiposa presente mais ou
menos ampla, ás vezes confluente com a caudal. Ventraes anteriores, infe-
riores ou mesmo posteriores á dorsal,reduzidas. Anal mais menos desenvol-
vida e bem assim a caudal que é o mais das vezes bilobada.
Geralmente conhecidos pelas designações de Bagres, Mandis, Jundiás,
Sorubins. Douradas, Pirahybas, Piratingas, Piramutanas, Peixes- Lenha, etc,
estes peixes constituem o mais importante grupo dos Scleracanthi, não só
pelo numero como pelo tamanho das suas especies. Algumas reputadas de
grande valor como alimento, attingem dimensões consideraveis de mais de
dois metros ; outras. ao contrario, são de má fama, não obstante serem assim
mesmo consumidas pelas classes menos favorecidas.
Não poucas constituem fonte de renda, sendo pescadas com facilidade.
Os Silurideos, tal como os encaramos aqui, estão representados por
todo o mundo, com excepão, porém, de parte da Oceania (Australia). Na
seguinte clave encontramos os
En mediocre, vomerinos ausentes
adiposa grande, vomerinos presentes .
caudal com o lobo superior pontudo
ma’or que o inferior. Barbilhöes
menores do que a cabeça.
i
caudal mais ou menos æquilobada
Barbilhöes maiores do que a ca-
beça 6 . à o
processo occipital \
indistincto. 0
‚ na orla posterior
D passando, com um «
Generos br nessa região .
leiros
processo occipital grande, alto da cabeça quasi sempre
granuloso A 6 : . o 5 o o E
'processo transverso atraz dos olhos.
I
|
olhos superiores, base dos tarbilhöes maxillares ossificada e curva para
baixo 5 5 5 B o û - o o : o
olhos lateraes, no mesmo plano do angulo da bocca, base dos barbilhões
| não ossificada . à : 4 : E a
s
| vomcrinos parallelos aos inte maxillares .
hi | fontanella med o- |
Ro
ff
‚ fontanella longa, com uma constricção atraz dos olhos .
R x vomerinos separados.
cre, lanceolada. ) vomerinos não parallelos o P 5
aos intermaxillares . . | yomerinos ligados entre si
francamente os intermaxillares . 5 4 5 5 o 3 ‘
Nannoglanis.
Heptapterus.
Nemuroglanis.
Callophysus,
Conorhynchus.
Iheringichthys.
Pimelodina.
Typhlobagrus.
Pseudopimelodus.
Imparfinnis.
Rhamdioglanis.
Rhamdia.
Pimelodus.
Steindachneria.
Platynematichthys.
Pinirampus.
Platystomatichthys.
Sorubimichthys.
Sorubim.
Sciades.
Bagropsis.
Duopalatinus.
Paulicea.
Zungaropsis.
Brachyplatystoma.
Pseudoplatystoma.
Hemisorubim.
Phractocephalus.
Tachysurus.
Genidens.
Felichthys.
dorsal sobre a parte posterior das ventraes ou pesterior ä essas nadadeiras
Generos brasi
leiros
‚narinas separa-
das. e .
| dorsal anterior ou
sobre a parte an-
terior das ventraes
narinas contiguas
Pag. 230— A —
| palatinos ausentes. .
‘ palatinos
x adiposa não confluente com a caudal . o D OS q a
vomerinos e palatinos ausentes. 5
adiposagconilucnteXcomgaxcaLıd ale ser u © g 6 o 6 6 «@ o 3 G@ 6 G
vomerinos presentes - co o » à o 0.90 BS gq > G 6 9.50 6 9 q Sa og 80 8 6 Le à ‘0 Ge Go
/dentes intermaxillares incisivos, em uma unica ordem. , . - od Doo God mw q © US D 0 vb
É A adiposa mais alta do que longa. . . . . . poate DO. CORSA DS fou dps o (D 5 2 6 00.00
deciduos, focinho conico . 4 5 q 8
placa pre-dorsal adiposa mais longa do que alta. . o o D 5 o o > = a o e o o - 7 5 : a = B o
pequena. . a
ee HE ot o oo © Oo © © 6 0
A 1 : olhos ausentes. . .
dentes intermaxil- barbilhöes 2
lares villiformes, teretes . adiposa mediocre, vomerinos ausentes
em facha ampla, subcutaneos. 4 p 4
> 4 adiposa grande, vomerinos presentes . ©
bocca anterior .
LE caudal com o lobo superior pontudo
processo occipital\ maior que o inferior. Barbilhöes
| à : indistincto . menores do que a cabeça. .
i OINOSIPTES ETES ae fontanella terminando na orla posterior f a
En dos olhos ou, quando CS Ger um « caudal mais ou menos æquilobada
Se P processo transverso nessa região ia maiores do que a ca-
, processo occipital grande, alto da cabega quasi sempre
normaes com a granuloso fg Eyl Rack ee aD
orla livre
5 \fontanella ampla sem processo transverso atraz dos olhos. à
barbilhões tæniæformes . 4 4 + + + + . .
placas pre-dorsal cordiforme, grande . o a o o o o 6 o a 6 a a 5 5 o 0 a . 0 o a o i é a a o o o o
adiposa maior do que a anal . a dm o o ö 6 6 = . - o B
intermaxillares projectando-se muito á frente dos mandibulares, cujos dentes ficam posteriores aos daquelles ossos ‘ olhos superiores, base dos tarbilhöes maxillares ossificada e curva para
adiposa menor do que a anal + | baixo GR mee pb SP Er O abo) ad ug
olhos lateraes, no mesmo plano do angulo da bocca, base dos barbilhões
não ossificada : o 5 5 2 B 5 : D - © © 6
pre-
ultimo raio dorsal mais longo do que a cabeça . o O o . a a 5 . a e 6 . 5 ö . a o o R 5 . o a .
faue são em quatro placas pequenas .
vomerinos amplamente separados dos palatinos .
le 4 4 \ que são em duas placas grandes
\intermaxillares não se projectando
anormalmente ä frente das vomerinos parallelos aos inte maxillares .
mandibulares où O
: ;_( fontanella med o- 7 i 3
a N A d mand bula quando mui-| “cre, lanceolada. ) vomerinos näo parallelos | Yomerinos separados. .
ultimo raio dorsal mais curto do à A attingindo o plano dos | aos intermaxillares i i
que a cabeça . o o 5 processo occipital mediocre, sub intermaxillares . . 9 * | vomerinos ligados entre si
od o 6 O o mó / À
| fontanella longa, com uma constricçäo atraz dos olhos .
vomerinos contiguos ou em
confluencia com os palatinos f a 3
mandibula passando francamente os intermaxillares . o B a e 6 5 ‘
processo occipital muito grande e largo, rugoso, externo o B 9 B o ti o 6 B o o 5
E vomerinos presentes, contiguos aos palatinos e no mesmo plano em que o paladar . 5 B - - n O 5 o 4 3 o o o B o B 6 N o 5 o o o B o 0
seis barbilhües. . . E à i É
vomerinos ausen'es; palatinos sobre saliencias do paladar . a 0 ö D . 6 5 0 o D 2 o t 5 6 o D 5 0 a = 6 . a A o o
EDR Po RE. 1 LE NO ae Men ae eee we q “à o 9 6 © -O 6 oO © + o oO o
Nannoglanis.
Heptapterus.
Nemuroglanis.
Callophysus,
Conorhynchus.
Iheringichthys.
Pimelodina.
Typhlobagrus.
Pseudopimelodus.
Imparfinnis.
Rhamdioglanis,
Rhamdia,
Pimelodus.
Steindachneria.
Platynematichthys.
Pinirampus.
Platystomatichthys.
Sorubimichthys.
Sorubim.
Sciades.
Bagropsis.
Duopalatinus.
Paulicea.
Zungaropsis.
Brachyplatystoma.
Pseudoplatystoma.
Hemisorubim.
Phractocephalus.
Tachysurus.
Genidens.
Felichthys.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 237
Nannoglanis,' Boulenger.
Proc. Zool. Soc. London—278—1887
Barbilhöes em numero de seis ; fontanella em förma de fenda entre os
olhos e outra semelhante na base do occipital, cujo processo € curto. Olhos
sub-cutaneos. Dorsal sem aculeo pungente e inserindo-se sobre ou atraz das.
ventraes. Adiposa presente.
Especie brasileira.
23l—Nannoglanis bifasciatus, Eigenm. & Noris.
Die Ag
«Typo : Um especimen medindo 70 "/,.. A largura da cabeça é compre-
hendida 1 e 1/2 no seu comprimento, que é 1/4 do comprimento total, sem
a nadadeira caudal. Corpo comprimido. Olhos pequenos, comprehendidos
sete vezes na cabeça, tres no focinho e duas no espaço inter-orbital. Barbi-
lhão maxillar é egual a .1/2 do comprimento da cabeça. Os mentaes não se
estendem até as aberturas branchiaes e os post-mentaes se prolongam um
pouco além dellas. A inserção da dorsal é mais proxima da ponta do focinho
cerca do dobro do diametro ocular do que da base do raio mediano da nada-
deira caudal. O seu primeiro raio acha-se situado sobre as ventraes. A base
da dorsal é um pouco mais curta do que a distancia entre esta e a adiposa.
A adiposa é comprida, 4 e 2/3 no corpo. Caudal truncada com o raio me-
diano um pouco mais curto que os outros. Peitoraes um pouco maiores do
que 1/2 da cabeça e comprehendidos 1 e 3/5 na distancia que vae da propria
base ä base das ventraes. Estas se estendem, por metade de seu compri-
mento, além do anus, chegando mais ou menos ao meio da anal. Uma estria
escura da ponta do focinho até a base da caudal. A região abaixo dessa
não tem côr. Uma estria estreita acima da mesma tambem incolor. Acima
d'essa ha uma estria ainda mais estreita, de côr escura que se une com a
sua semelhante do lado opposto, na nuca, na dorsal e adiante da adiposa,
por intermedio de fachas de egual côr. A parte basilar e os raios da dorsal
são bruno-escuros ; o resto hyalino. Adiposa clara, caudal, anal, ventraes e
peitoraes escuras». ( Eigenmann & Norris.
Habitat : Rios do Estado de S. Paulo.
1) Nannoglanis : (Gr.) de nannos, anão e glanis, Silurus glanis.
2) Bifasciatus (Lat.) bifasciado
238 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Heptapterus,' Bleeker.
Ichtyol. Archip. Ind. Silur. 197—1858
Cabeça pequena, revestida de pelle, lisa ; bocca anterior com as ma-
xillas eguaes e providas de uma facha de dentes finos, os demais ausentes;
barbilhöes moderados ; narinas valvulares, superiores ; fontanella estreita,
projectando-se até a base do processo occipital, ligeiramente interrompida
por detraz dos olhos; olhos pequenos superiores, sub-cutaneos , supra-es-
capular obsoleto ; nadadeiras inermes, dorsal sobre as ventraes; adiposa
longa, projectando-se até a caudal 4 qual se une; anal desenvolvida em
comprimento ; caudal redonda com raios superiores maiores ou entalhada.
Vesicula natatoria reniforme, livre.
(A. VE Ne hoon a ect cho RED A H. mustelinus.
Caucal redonda........
| (a. E RS ROSES Pr A SO OLE H. multiradiatus.
Especies brasiieiras. . .\
| A. 19, cab. 7 e 1/2, altura 10 no compri-
Caudal furcada........ J mentordo.scorpo. a. NRC at H. leptos.
UN 23, cab. 5 e 1/2 altura, 8 no compri-
mMENTOKAOLCOLP OFT EN Er ee ele H. fissipinnis.
232—Heptapterus musielinus,’ (Cuv. & Valenc.)
EST. 35—FIG. 4
D. 1 +6 A. 14; (9) 4 18
Corpo enguliforme, anteriormente deprimido, posteriormente compri-
mido ; altura nove a 11 vezes no comprimento. Cabeça espatulada, 5 e 1 2
á 6e 1 2 no comprimento. Bocca ampla, 1/2 do comprimento da cabeça,
provida de uma basta facha de dentes villiformes, nas duas maxillas e de
larga e espessa lingua. Barbilhões labiaes excedendo do pouco ou quando
muito attingindo a axilla opercular ; abertura branchial muito ampla, pro-
jectando-se superiormente até adiante dos olhos : estes mediocres, sub-cu-
taneos, de maior diametro egual á 1/2 do diametro interocular, uma corôa
de cinco póros no alto da cabeça. Peitoraes pequenas, menores do que 1 2
do comprimento da cabeça, dorsal mais ou menos no início do 2º terço do
compimento do corpo ; ventraes sob 03º raio dorsal ; adiposa começando a
curta distancia da ponta da dorsal quando reclinada sobre o corpo; anal
começando á uma distancia das ventraes que é egual á que vae destas na-
dadeiras á axilla dasguelras e seguida immediatamente dos raios accesso-
1) Heptapterus (G.); de epta, sete e pteron, aza (aqui raios da dorsal).
2) Mustelinus (Lat.)—côr de marta.
A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 239
rios infereriores da cauda que formam uma pseudo adiposa inferior, em
connexäo com aquella nadadeira que € ablonga, tendo os raios superiores
mais compridos. Pardo uniforme superiormente, alvadio inferiormente. O
maior de tres individuos em alcool que serviram a esta descripção media
NOS wale
Habitat : Rio Grande do Sul; Rio Paraná (Prata). Riacho Maldonado.
D'Orbigny diz ser este peixe sociavel, vivendo em familias e occultando-se
sob as pedras, nas marés baixas; póde-se, ás vezes, virar até 200 pedras
sem encontrar um unico ao passo que sob uma pedra encontram-se, ás
vezes, 20 exemplares; nada com muita vivacidade e mesmo n’gua abun-
dante procura sempre ocaultar-se sob as pedras. Berg diz tel-o obtido em
altitude de 2.300 metros sobre o nivel do mar, no riacho Calchaqui (Prov.
do Salto).
Os exemplares do Museu procedem certamente do Rio grande do Sul,
pois que elles trazem uma etiqueta com lettra de H. Ihering.
233—Heptapterus multiradiatus, Rud. Ihering.
D. 7; A. 36
«Corpo muito alongado, em geral comprimido, especialmente na me-
tade posterior ; largura no thorax egual 4 altura (umpouco menos do que o
comprimento da cabeça). Cabeça deprimida na frente, elevando-se gradati-
vamente para traz, onde attinge 4/5 da largura ; seu comprimento oito vezes
nado corpo, coberta de pelle fina que passa sobre os olhos; numerosos póros
no focinho entre os olhos e atraz delles e em linhas paralellas as aberturas
branchiaes. Fontanella attingindo a base do processo occipital, que é muito
fino e do comprimento de um diametro ocular. Olhos situados um pouco á
irente da metade da cabeça ; narinas muito separadas, estando a posterior
um diametro ocular à frente dos olhos e a anterior quasi sobre o beiço,
com um pequeno tubo alongado ; espaço interorbital egual ao comprimento
do focinho ; este 2 e 2/3 na cabeça. Os barbilhões maxillares alcançam o
meio das peitoras e bem assim o par exterior dos barbilhões mentaes ;
post-mentaes um pouco mais curtos. Distancia da dorsal á ponta do focinho
um pouco maior do que 1/3 do comprimento do corpo ; a base da dorsal
cabe 1 e 1/2 vezes no comprimento da cabeça ; seu primeiro raio não forma
aculeo. A origem da adiposa é tão indisdincta que só com incerteza se
pode dizer que começa a um comprimento da base da dorsal, atraz desta
nadadeira ; seu comprimento eguala ä metade do comprimento do corpo,
attinge a sua maior altura atraz, onde é continuada pela nadadeira cau “al,
cnjos raios começam á distancia de uma base da dorsal ä frente do extremo
posterior do corpo. Os raios caudaes medianos são os mais longos (eguaes
1) Multiradiatus (Lat.): de muitos raios.
240 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
ao comprimento da cabeça) ; inferiormente elles confluem com a anal, des-
tacando-se esta por ter os seus ultimos raios alongados. Raios anaes sub-
eguaes, ä excepgäo dos primeiros que säo muito mais curtos. O inicio da
anal coincide com o da adiposa, pouco ä frente do meio do corpo. A base
das ventraes fica um pouco atraz do meio da dorsal; os seus raios mais lon-
gos passam a anal em meio comprimento. Distancia entre as bases das
peitoraes e das ventraes 4e 1/2 vezes no comprimento do corpo. Peitoraes
do comprimento das ventraes. Colorido uniforme no alcool. Comprimento
107 mm.» (Rudolph Ihering).
Habitat: Riachos do Alto da Serra, S. Paulo.
234—Heptapterus leptos,' Eigenm. & Eigenm.
D. 7; A. 19
«Extremamente alongado, altura do pedunculo caudal näo muito menor
do que a maior altura. Cabega longa e estreita, näo grandemente estreitada
para diante, sua largura 1 e 2/3 no comprimento. Bochechas verticaes. Olhos
pequenos, mais proximos de um diametro, da ponta do focinho, do que do
extremo do operculo ; espaço interorbital cerca de dois no focinho. Barbi-
lhões maxillares passando o meio das peitoraes, mentaes e post-mentaes
além da base das peitoraes. Bocca ampla, terminal, com as maxillas eguaes ; -
sua largura dois no comprimento da cabeça ; cada maxilla com uma facha
de dentes fortes, villiformes. Distancia entre a origem da nadadeira dorsal
e a ponta do focinho tres e 1/4 no comprimento. Adiposa baixa e longa
confluente com a caudal; sua origem anterior 4 anal. Caudal com nume-
rosos raios accessorios, amplamente furcada, com o lobo superior mais
longo, cerca de 5 1/2 no comprimento. Origem da anal um pouco mais pro-
xina da base da caudal do que da abertura branchial, com os raios de
quasi egual altura. Ventraes compridas e estreitas, inseridas sob o 1º raio
dorsal. Peitoraes longas e estreitas, apenas mais curtas do que a cabeça,
com os raios medianos mais compridos. Pardacento, com traços de uma
facha lateral escura ; uma facha escura anterior aos olhos; duas linhas es-
curas sobre base da caudal e parallelas 4 sua raiz. Cabeça 7 e 1/2; altura
10». (Eigenm & Eigenm.)
Habitat: S. Matheus.
235 —Heptapterus fissipinnis,
EST. 35 FIG. 5
DATA NS
Maior altura oito vezes, altura do pedunculo 16, cabeça 5 e 1/2 no
mesmo comprimento total (sem a caudal); de largura 1 e 3/5 no proprio
==
1) Leptos (Gr.): delegado.
2) Fissipinnis (Lat.): de fissus, fendidos, e pinna nadadeira.
oo
A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 241
comprimento ; mandibula imperceptivelmente prognatha; largura da bocca
2 e 1/3 no comprimento da cabeça. Barbilhões muito delgados, os maxilla-
res quasi chegando ä ponta dos peitoraes, mentaes e post-mentaes de com-
primento sub-egual, chegando ao meio das nadadeiras peitoraes. Olhos
sub-cutaneos, mediocres, 5 e 1/2 vezes na cabega, mais proximos de um
diametro da ponta do focinho do que da do operculo ; espaço interorbital
uma vez na focinho. Distancia entre a ponta do focinho e a origem da dor-
sal, duas vezes e 2/3 no comprimento do corpo (sem a caudal); compri-
mento da dorsal reclinada egual ao da cabeça ; adiposa baixa e longa, con-
fluente com a caudal por meio de raios accessorios superiores; peitoraes
fracas, pontudas, de comprimento egual ao que vae da pupilla 4 ponta do
operculo. Ventraes sob o primeiro raio dorsal, mais compridas do que os
peitoraes. Anal longa, com a origem imperceptivelmente mais proxima da
base da caudal do que da abertura das guelras, tendo os raios desprovidos
de membrana do meio para fóra; caudal furcada, com a ponta dos raios
isolada e o lobo superior maior; uma prega cutanea baixa entre a anal e
os raios accessorios inferiores da caudal. Pardo chocolate; cabeça dene-
grida, uma facha langitudinal na linha mediana dorsal entrando pela base da
dorsal, cuja orla é tambem escura; outra facha da mesma côr ao longo da
linha lateral do focinho a origem da adiposa ; outra na base da anal e uma
(em curva) marginando a base da caudal. Dorsal com uma facha marginal
da mesma côr. Demais nadadeiras brancas, uniformes, 6 cm.
Apanhamos este pequeno bagre em um corrego affluente do Rio
Estrella.
Nemuroglanis,' Eigenm. & Eigenm.
«Dentes vomerinos. Caudal longa, lanceolada ; adiposa longa e baixa
junto a caudal. Cabeça sem processo occipital evidento, näo ha escudos
ante a dorsal que fica sobre as ventraes.»
(Eingenm. & Eigenm.)
236—Nemuroglanis laceolatus,’ Eigenm. & Eigenm.
D.7; A. 13
. «Alongado delgadamente, cauda deprimida, cabeça e corpo deprimi-
dos. Cabeça estreita anteriormente, sua maior largura 1 e 2/5 no compri-
mento ; sua largura no angulo da bocca cerca de duas vezes no proprio
comprimento. Superficie da cabeça coberta de pelle delgada. Olhos 2 42 e 1/2
no focino que é egual ao espaço interorbital.
.. Barbilhão maxillar chegando adiante da origem da dorsal; mentaes e
post-mentaes adiante da base das peitoraes. Distancia da origem das dor-
1) Nemuroglanis (Gr.) de nema=fita, oura=cauda e a glanis.
2) Laceolatus (Lat.)—em forma de lanceta. à
6378 2 131
242 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
saes da ponta do focinho 2 e 3/4 no comprimento. Dorsal sem uma placa
basilar nem aculeos. Distancia entre aadiposa dorsal um tanto maior do que
o comprimento da dorsal. Adiposa baixa junta 4 caudal. Raios caudaes acu-
minando-se rapidamente para os medianos que säo grandementeprolongados,
menos de 2 e 1/2 no comprimento. Raios anaes quasi todos da mesma al-
tura. Ventraes longas e estreitas, inseridas sob a ametade anterior da dorsal
e chegando a meio caminho até meio da anal. Peitoraes longas, lanceola-
das, sem espinho. Amarello uniforme. Cabeça 4 e 1/2.»
(Eigenm. & Eigenm.)
Habitat : Jutahy.
Callophysus,' Mull. & Trosch.
Pora Ichthyologiscæ, III pag. 1-1849
Corpo sub-cylindrico, completamente glabro, cabeça revestida de pelle,
a da fontanella e da parte posterior da cabeça e espaduas papillosas ; bocca
moderada, provida de uma ordem de dentes deprimidos nos inter-maxillares
e de duas nos mandibulares ; atraz d’essas ordens de dentes ha uma ruga
ossea (sobre a qual são moveis os dentes iutermaxillares ). Barbilhôes des-
envolvidos, comprimidos moderadamente, em numero de 6; olhos pequenos,
latero-superiores ; as aberturas branchiaes amplas ; as nadadeiras säo des-
envolvidas com os aculeos flexiveis ; caudal furcada.
Especie unica, fluviatil :
Callophysus macropterus.
237—Callophysus macropterus,” (Licht.)
FIDALGO, PIRANAMPÜ-AMARELLO
D. 1 +6 a 7; A. 72
«Cabeça 4 e 1/2 no comprimento; completamente lisa; bocca moderada,
tendo apenas ama ordem de dentes nos intermaxillares e duas nos mandi-
bulares, um tanto comprimidos, seguidos de uma saliencia posterior, ossifi-
cada ; barbilhäes labiaes attingindo a anal ; post-mentaes a base das ven-
traes ; mentaes o meio das peitoraes, quando inclinados sobre o corpo;
operculos moderadamente estriados ; olhos atraz de, meio comprimento da
cabeca, 1/8 4 1/9 nesta.
Processo occipital não apparente. Dorsal originando-se sobre a parte
terminal do ultimo raio peitoral, tendo o aculeo flexivel e maior que os demais
raios ; peitoraes idem, quasi attingindo a base das ventraes ; estas amplas,
attingindo a 2/3 da distancia que vae de sua base a origem da anal; esta
abliquamente truncada. Adiposa muito longa, originando-se sob o apice do
1) Calophysus (Gr.); de calos, corda e physa vesicula.
2) Macropterus (Gr. ); de Macros=grande e pteron=aza (nadadeira.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 243
ultimo raio dorsal e terminando no plano que corta o ultimo raio anal ä meio
Caudal lunada. Cinereo glauco, ligeiramente albicante na parte inferior.
Habitat: Guyanas e Brasil Norte, Apuré, Caldeiräo, Rio Negro, José
Açú, Tocantins, Lago Manacapurú, Amazonas, Cametä, Obidos, Santarém,
Tabatinga, Mont' Alegre.» (Compilado)
Segundo Goeldi este peixe, no Pará, temo nome de Pinampu-Ama-
rello. Natterer diz que em Matto-Grosso chamam-n’o Fidalgo.
Conorhynchus, Bleeker.
Ichthyol. Archip. Ind. Siluri - 205-9-1858
Cabeca longa, com a parte anterior sub-conica, curva, terminando em
bocca sub-inferior provida de labios espessos, com poucos dentes, estes de-
ciduos com a edade; barbilhöes curtos; fontanella presente, continuando-se
para traz dos olhos por uma depressäo angular até ä base do processo occi-
pital ; processo clavicular longo e forte. Dorsal e adiposa mais altas do que
longas ; ventral posterior a dorsal, anal elevada ; caudal robusta.
Linha lateral presente.
Genuinamente brasileiros ; 2 especies conhecidas.
Alto da cabeça deixando os ossos de fóra, esses fórtemente rugosos; i 2
placaapredorsalstriang Wlarg-e Wa ee ee C. conirostris.
Cabeça completamente revestida de pell2; placa predorsal e ponta de
le cha Sida EEE Nc C. glaber.
238 —Conorhynchus conirostris, (Cuv. & Val.)
PIRÄ-TAMANDUÄ
EST. 36
D. 1 +6; A. 21; (1 + 6 a 7—D 18 — 26)
Cabeça 3 e 1/2, robusta, de perfil superior curvo, dobrando-se abru-
ptamente sobre a bocca; o perfil inferior acompanha o superior na curvatura
o que empresta ao focinho do peixe o aspecto de uma chaminé de ferro de
engommar. Focinho liso, maior que o resto da cabeça, 4 contar da orla anterior
dos olhos; bocca mediocre, de diametro pouco maior que o diametro dos
olhos, desprovida de dentes; labios espessos, reilexos como os de /herin-
gichthys westermanni ; barbilhões maxillares pouco maiores que o dobro
do diametro ocular; post-mentaes pouco maiores que o di:metro da bocca ;
1) Conorhynchus (Gr.); de Conos, cone, cunha e rhynchus, focinho, bico.
2) Conirostris (Lat.) de conus=cone e rostrum—bico, focinho, rostro.
part ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
mentaes, exactamente do diametro desta ; olhos situados logo atraz do meio
da cabeca ; o seu diametro se contém 8e 1 2 vezes no comprimento d’esta,
2 e 1/2 vezes no espaço interorbital.
A fontanella continúa sobre a parte superior do craneo, até quasi a
base do processo occipital, por uma depressão em angulo agudo. Prefron-
taes, frontaes e postfrontaes, supraclaviculares, claviculares e processo
occipital, fortemente granulosos ; processo clavicular estriado longitudinal-
mente, attingindo o início do 3º terço do aculeo peitoral ; operculo franca-
mente estriado ; placa dorsal triangular, granulosa, sem projecções postero-
lateraes e tendo o vertice encaixado n'uma bifurcação posterior do processo
occipital. Altura 5 e 1/2 no comprimento. Aculeo dorsal forte, pouco maior
ou egual ao 1ºraio, originando-se sobre a vertical do apice do 3º raio pei-
toral, ligeiramente curvo, provido de denticulações curtas no lado posterior,
maior do que o aculeo peitoral; os raios dessa nadadeira vão diminuindo
gradativamente, o que a torna triangular; peitoraes da mesma forma; o
aculeo, porém é menor que os dous primeiros raios e egual ao 3º; as suas
denticulações são pequenas e rhombas no bordo posterior ; ventraes trian-
gulares, originando-se sobre o plano vertical do apice do 3º raio e termi-
nando a curta distancia do inicio da anal; ellas têm um aculeo que termina
em ponta membranosa e quasi attinge o apice do seu primeiro raio.
Anal grande, falcada ; comprimento do seu maior raio, maior que a me-
tade da base da nadadeira e que a distancia que separa a base do ultimo
raio da caudal; adiposa sobre a parte posterior do 3º quarto da base da anal
e tendo a forma da adiposa dos Characinideos; caudal furcada, de lobos
largos e eguaes. Linha lateral tubulosa, coloração «superiormente azul, in-
feriormente lactea».
O exemplar que servio a presente descripção, pertence ás collecções do
Museu e mede 80 centimetros da ponta do focinho á da cauda e é procedente
do Rio São Francisco.
Habitat : Rios S. Francisco, das Velhas e Cipó.
239—Conorhynchus glaber, Steine.
D. 1 +6; A. 19
«Lado superior da cabeça inteiramente liso, recoberto, até a regiäo
occipital por uma pelle espessa, que se torna fina sobre o processo occipital
e região posterior ao craneo. Cabeça comprimida, focinho comprido e curvo.
Abertura oral pequena, semi-inferior, provida de dentes fracos : pequenos
dentes no vomer. Barbilhões maxillares attingindo a orla anterior dos olhos,
barbilhões mandibulares mais curtos. Comprimento da cabeça até a orla
opercular 3 e 1/5, altura do tronco um pouco mais que 4, no comprimento
do corpo; comprimento do focinho 1 e 3/4, diametro ocular cerca de 5 e
1) Glaber (Lat.)=liso.
“enpuetue perita “PIS
"And “SLJSOJUOS SNUOUAUIOUOT
TAP
god qui IN 0 V
NS TOA “IPUIOI9BN nos OP SOAIYOIY
5 3
LN)
a
A
A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA ERASILIENSE—PEIXES
2/3, largura da fronte cerca de 3 e 1/3, maior largura da cabeça 2 vezes no
comprimento desta. Processo occipital de comprimento quasi 1 e 1/2e maior
do que a propria largura, chegando a ponta do da placa aliforme predorsal.
Adiposa pequena, um pouco adiante do extremo posterior da base da anal.
= em = co EEE
FIG 102—Conorhynchus glaber, seg. Steindachner.
Aculeo dorsal mais ou menos do mesmo tamanho e robustez que o peito-
ral. Parte superior parda avermelhada, a metade inferior dos lados ama-
rella dourada, parte abdominal cinerea escura, prateada. Nadadeiras dene-
gridas.» (Steindachner).
Um unico exemplar conhecido, de 19 centimetros de comprimento €
procedente de um rio de Porto Seguro, Estado da Bahia.
Iheringichthys,' Eigenmann & Norris
Revista do Museu Paulista 1V—353-1900
Este genero differecia-se do genero Pimelodus pelos beiços largos, o
superior reflexo sobre o focinho, com um entalhe pouco profundo no meio
da margem; focinho comprido, sub-conico e bocca estreita, sugadora. Os in-
termaxillares que raramente têm uma carreira de dentes bem desenvolvidos,
são geralmente desprovidos d’elles, o que tambem acontece nos mandi-
bullares.
Especie unica: 7. westermanni.
1) Ihering—Dr. Hermann von lhering, eminente naturalista em boa hora collocado na direc-
ção do Museu Paulista; ichths=peixes.
346 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
240 - Iheringichthys westermanni,' (Reinh. &Lutk.)
PAPA-ISCA-AÇÚ
Est 37— FIG. |
D. 125 6/A012E13
Cabeça 3 2/3 4 3e 3/4, sub-conica, um tarto quadrangular ; rostro
curvo, bocca pequena, cerca de 7 e 1/2 no comprimento da cabeça,
protegido por labios grossos, espessos, que a tornam de aspecto sugador,
desprovida geralmente de dentes intermaxillares e, tambem, ás vezes, dos
mandibulares, que se apresentam em uma unica fila; ás vezes, porém, os
intermaxillares tambem supportam uma fila de dentes conicos, desenvolvidos
(Iheringichthys labrosus) o que se observa em exemplares jovens; barbi-
lhões labiaes teretes, attingindo a extremidade da caudal, passando-a de
pouco ou não attingindo esta nadadeira ; barbilhões post-mentaes attingindo
a base do aculeo peitoral; mentaes não attingindo o bordo da membrana
opercular ; olhos grandes, 4 vezes na cabeça, ellipticos, de maior diametro
horisontal, pouco mais proximos da orla do operculo do que da ponta do
focinho; fontanella triangular, não attingindo o plano do bordo posterior dos
olhos; articulação dos ossos operculares formando uma crista basilar parallela
aos bordos da cobertura; estes tocando-se sobre o isthmo e formando com a
préga externa que fica atraz do lingual a figura de uma ponta de ilecha ; pro-
cesso occipital formando um angulo agudo cujo vertice se entalha para
receber a ponta do escudo predorsal; ossos escapulares salientes, rugosos,
peitoraes pontudas com o aculeo maior que os raios, exceptuado o pri-
meiro (que é pouco maior) curvo, denticulado nos dois bordos em sentidos
inversos e attingindo a vertical do 4º raio dorsal; nadadeira d’este nome
elevada, trapezoide, com o aculeo recto, serrilhado posteriormente, pouco
menor queolº raio; este quasi attingindo o início da adiposa,trapezoide, tendo
a base egualando ao aculeo dorsal ; ventraes originando-se sobre o ultimo
raio dorsal ; ligeiramente falciforme, attingindo a vertical baixada do início
da ediposa; anal fraca, originando-se sob o termo do 1º terço da adiposa e,
quando reclinada, excedendo de pouco o apice posterior d'esta ; caudal fur-
cada .Argyreo plumbeo superiormente e branco inferiormente. A presente
descripção é feita sobre cinco exemplares do Museu Nacional; destes um re-
presenta /heringichthys labrosus (Kroyer), sem procedencia ; dois /. wester-
manni, de Penedo, Rio S. Francisco (Hartt, e dois outros não têm pro-
cedencia.
Habitat : Rio das Velhas, Piracicaba, Paraná (Rio) e affluentes. Descal-
vados, Matto Grosso e Corumbá.
1) Westermanni (Latinisação) de Westermann.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 247
Pimelodina,' Steindachner.
Ichthyol. Beitr. V.—101—Sitzungsber. Akad. Wien— LXXIV Bd. 1876.
Este genero € assim caracterisado por Steindachner:
«Focinho moderadamente comprimido, alongado; hiatus inferior, trans-
verso com os dentes maxillares muito pouco desenvolvidos.Dentes vomeri-
nos e palatinos ausentes. Lado superior da cabeça recoberto de pelle. Os de
mais caractéres como em Pimelodus.»
Brasileiro.
Superficie cephalica reticulada, peitoraes mais curtas do que a
Especie Cite ue | dorsal, corpo maculado de pardo............... P. flavipinnis
Superficie cephalica lisa, peitoraes mais altas do que a dorsal
corpo com uma nodoa humeral, no resto uniformemente
COTON OO cs to er Re REN SS Tr og nue P. nasus
241—Pimelodina flavipinnis Steina.
DEN GA 12.
«Pela situação do hiatus no lado enferior da cabeça, pelo fraco desen-
volvimento dos dentes maxillares e pelo forte prognathismo do focinho chato
do lado inferior, esta especie separa-se tanto das especies restantes do gene-
ro Pimelodus (no sentido de
Gunther) que ella póde ser
considerada perfeitamente
como a representante de um
genero especial /Pimelodina)
que em melhor posição, pelo
menos medeia como passa-
gem para Conorhynchus.
O perfil superior da ca-
beca eleva-se em moderada
curvatura até a dorsal; a ca-
beca mostra uma förma alon-
gada e é moderadamente
comprimida por de traz dos
olhos. A fronte é quasi chata
transversalmente; o focinho,
do lado superior, moderada- .
mente entumecido, no lado in-
ferior completamente chato. Toda a cabeça é revestida por uma pelle espessa,
de modo que a orla do processo occipital, assim como tambem a placa pre-
FIG. 103—Pimelodina flavipinnis, seg. Steindachner
1) Pimelodina (Lat.) deriv. de Pimelodus, gen. adiante citado.
2) Flavipinnis (Lat.) de flava, amarella e pinna, nadadeira.
248 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL .
dorsal não transparece nitidamente. O comprimento da cabeça até a aber-
tura das guelras é contido um pouco mais de cinco vezes (5 e 1/5—5 e 16)
e a altura do tronco, nas ventraes, entre 5 € 1/2 4 5e 3/5 no comprimento
do corpo, emquanto que o comprimento da cabeça, até a ponta do processo
occipital, é comprehendido cerca de 4 e 3/5 no comprimento total, com ex-
cepção da caudal. A largura da cabeça entre as coberturas das guelras attin-
ge a 1/3 no proprio comprimento (até a abertura das guelras). A cabeça es-
treita-se para a frente, de modo que a largura do focinho entre a base dos
barbilhões maxillares apenas chega á 1/3 do comprimento cephalico. O fo-
cinho é mui fracamente arqueado na orla anterior. O inter-espaço das nari-
nas é egual a um diametro, a distancia das narinas posteriores da orla ante-
rior dos olhos é egual a cerca de 1 e 1/2 diametros longitudinaes occulares.
As narinas anteriores jazem proximas da orla anterior do focinho, são pe-
quenas, circulares e circumdadas de uma orla particularmente mais elevada
na parte de traz. As narinas posteriores abertas transversalmente, lineares
e têm uma valva anterior.
O hiatus jaz transversalmente, no lado inferior da cabeça; e a distancia
entre o seu ponto mediano extremo e o anterior do focinho, comprehende 3/4
de um diametro longitudinal ocular.
Os dentes intermaxillares são totalmente pequenos e delgados, de
modo que não são percebidos mesmo pelo tacto e ficam ocultos entre as
papillas. Perfeitamente perceptives entretanto, ainda que menores do que nas
restantes especies de Pimelodus, são os dentes mandibullares que constituem
uma pequena facha exterior. Os barbilhões maxillares são muito compridos
e fortes, em um corte transversal, redondos ou ovaes.
Os mentaes attingem um pouco além da base das peitoraes. Espaço in-
terorbital egualando a | e 2/3 do diametro ocular.
O processo occipital diminue gradativamente para traz, terminando
n'uma ponta aguda e mede em comprimento cerca de duas vezes a largura.
Um estreito interespaço separa a ponta do processo occipital da espessa placa
predorsal ponteaguda anteriormente e subcutanea.
Todo o lado superior da cabeça é percorrido por canaes alongados
que formam reticulações. O aculeo dorsal é delgado e no exemplar aqui
descripto não attinge a mais do que o comprimento da nadadeira. Os se-
guintes raios articulados são quasi do comprimento da cabeça (até a aber-
tura das guelras) e cerca de 2 e 1/2 vezes mais altos do que o ultimo raio
dorsal.
O comprimento da dorsal attinge a metade da altura da nadadeira e
mais do que a metade do comprimento da cabeça.
A desenvolvida adiposa, um pouco rasa na origem, eleva-se egual-
mente e tem um aspecto filamentoso e coriaceo. A sua distancia da dorsal
comprehende um pouco mais que a metade do comprimento basilar desta
nadadeira. O extremo posterior da adiposa cahe aproximadamente sobre 3/4
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 249
de um comprimento da cabeça, adiante da base dosraios caudaes medianos;
a maior altura da mesma excede um diametro ocular.
As peitoraes egualam, em comprimento, aproximadamente, a altura da
dorsal; o seu aculeo € tambem delgado, finamente denticulado na orla interna
e ainda do comprimento do raio seguinte.
As ventraes jazem verticalmente mais proximas do extremo posterior da
dorsal, do que do inicio da adiposa e säo cerca de um diametro ocular mais
curtas que as peitoraes.
O extremo posterior da base da nadadeira anal, cahe adiante do ex-
tremo da adiposa. A caudal parece pelo numero e desenvolvimento dos raios
accessorios envolvidos por um espesso revestimento coriaceo, ser muito vigo-
rosamente construida, particularmente no lobo inferior; no exemplar aqui
descripto, infelizmente, apenas estäo completos os raios medianos, os quaes
säo do comprimento do focinho. A metade do tronco mostra uma coloracäo
pardacenta avermelhada; a ametade inferior é amarella. Muitas maculas par-
das fortemente em estrias longitudinaes sobre a metade superior. Nadadei-
ras immaculladas, amarellas avermelhadas. Comprimento do exemplar des-
cripto, até a base dos raios caudaes medianos 10 e 1/2 pollegadas.—Ama-
zonas— Pará». (Steindachner)
242—Pimelodina nasus,' Eigenm. & Eigenm.
Ds We Ny 1
Barbilhöes maxillares projetam-se até o fim da nadadeira adiposa;
estas duas vezes no comprimento. Olhos contidos oito vezes no compri-
mento da cabeça que não é comprimida atraz desses orgãos, sendo, porém,
fortemente convexa em qualquer secção transversal.
Altura, das ventraes 4 e 1/2 no comprimento. Maior largura da cabeça
1 e 3/5 no comprimento, sua largura entre os barbeis maxillares tres. Olhos
2e 1/2 no espaço interorbitai. Parte superior da cabeça não reticulada. Dis-
tancia entre a adiposa ea dorsal egualando ao diametro ocular. Peitoraes
mais altos do que a dorsal, egual a cabaça.
Labos caudaes de egual comprimento, mais longos do que a cabeça. Uma
zona humeral escura, o resto amarello. Comp. do exemplar 34 mm. até a base
da caudal.
Habitat: Pará.
(Eigenm. & Eigenm.
1) Nasus (Lat.)—Nariz (aqui certamente por nasuta.)
6378 32
250 ARCHIVOS DO MUSEU NACI ONAL
Typhlobagrus,' Mir. Rib. |
Kosmos, n. 1, janeiro 1907
Forma geral de Rhamdia. Cabeça deprimida, bocca anterior com uma
facha de dentes villiformes nos intermaxillares e mandibulares ; 6 barbilhöes
teretes, os maxillares maiores do que a cabega; narinas occupando os an-
gulos de um quadrilatero quasi regular.
Fontanella muito estreita, linear, com um processo transverso, por de
traz dos olhos, attingindo a base do processo occipital; este externamente
indistincto, attingindo porém a placa predorsal que é reduzida. Olhos ausen-
tes em seu logar apenas uma fenda longitudinal. Peitoral e dorsal com
o aculeo mediocre. D. totalmente anterior ás ventraes.
Adiposa grande; anal mediocre; caudal lobada. Vesicula natatoria sim-
ples, uniforme, ligada á base do craneo e as expansões lateraes das verte-
bras cervicaes. Estomago coecal longo; intestino moderadamente longo.
Especie conhecida.
243—Typhlobagrus kronei,’ Mir. Rib.
CEGUINHO
EST. 37—FIG, 2
DTG Anil 12
Cabeca moderada, deprimida, contendo-se 4 ou 4 vezes e 2/5 no
comprimento do corpo (sem a caudal); bocca anterior, com a maxilla supe-
rior excedendo de pouco, a inferior, provida de labios finos que se adaptam,
quasi perfeitamente, um ao outro de largura contida 2 e 1/3 no proprio compri-
mento; barbilhdes maxillares, sub-teretes, espessos na base, acuminando-se
para a extremidade rapidamente, attingindo a axilla das ventraes nos jovens
e o apice das peitoraes, no adulto ; post-mentaes attingindo, no maximo, a
axilla das peitoraes e os mentaes mal chegando 4a orla do preoperculo; na-
rinas occupando os cantos de um quadrilatero regular, as anteriores na base
dos barbilhões maxillares e tanto estas como as posteriores, providas de
uma orla cutanea, muito baixa; fontanella imperceptivel exteriormente,
muito estreita, projectando-se até a base do processo occipital e com uma
interrupção transversa na região orbitaria posterior; processo occipital
egualmente sub-cutaneo, não afastado da placa predorsal, como foi dito na
descripção primitiva, mas intimamente ligado ä esta. Olhos ausentes—total-
mente —uma depressão linear, mostrando a região orbitaria; espaço que me-
1) Typhlobagrus (Latinisação); de Typhlos (Gr.—cego e bagrus—bagre.
2) Kronei (Latinisaçäo)—do Snr. Ricardo Krone, de Iguape.
'soyjo sop um,p OLSI9AOI EL opuensowm Jejduioxo un « « — en]
‘[PSIOP PJSIA « « — Vz lg
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youd “qui “IW ap “Vv
- 83
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE— PEIXES 251
* deia entre estas duas depressões, justamente egual ä 1/4 da extensão que
vae da ponta do focinho ao aculeo dorsal; aberturas branchiaes amplas,
encontrando-se no isthmo, n’um ponto que fica no plano vertical das depres-
sões orbitarias, tronco robusto, de altura contida 4e 1/2 á 5 vezes no com-
primento; peitoraes providas de um aculeo forte, liso na margem anterior,
denticulado na posterior, desde a base ao 2º terço do seu comprimento ; elle
attinge o plano do primeiro raio dorsal; o contorno destas nadadeiras é ar-
redondado e o seu 2º raio € o maior.
Dorsal elevada, de altura maior do que a base e tendo o aculeo liso e
modificado em ponta membranosa, no extremo livre; ventraes sem aculeo,
attingindo a anal e nascendo logo após o plano da face do ultimo raio dor-
sal; adiposa grande, originando-se aquem e terminando após a anal qne é
elevada e de contorno arredondado ; caudal furcada, com o lobo superior um
pouco maior ; linha lateral presente.
Cör amarella de palha nos flancos; parte superior da cabeça, barbi-
lhões maxillares, região clavicular, base e raios, lado superior dos raios pei-
toraes, ventraes, anaes e caudaes, uma facha na base da adiposa, esta na-
dadeira e linha lateral, de côr cinerea azulada; isthmo amarelado ; ventre
branco, exemplares ha de côr amarella de palha, uniforme; n’outros, porém,
o cinereo invade quasi totalmente o corpo. Maior comprimento conhecido
155 millimetros.
Os dentes são distribuidos em uma facha intermaxillar e outra mandi-
bular como nos generos Pimelodus, Rhamdella e Pimelodella ; o coração é
muito pequeno muito bem protegido pela préga anterior do peritonio ; o es-
tomago é syphonico, mesculoso e o fubo digestivo tem algumas circumvo-
luções ; em-um exemplar femea que examinei, os ovarios duplos, occupavam
a parte supero-posterior do abdomen e estavam repletos de ovos maduros,
de quasi um millimetro de diametro; por cima do estomago estende-se a
visicula natatoria, globosa, simples, deprimida, as suas paredes são resis-
tentes e intimamente ligadas 4 columna rachidiana e base do craeeo ; pare-
cem-me serem as tres primeiras vertebras que se soldam em uma, cujo
centro é inferiormente percorrido por um canal que fica sobre a vesícula
natatoria ; as apophyses tranversas d'essas vertebras uneın-se em uma
unica lamina que protege as paredes supero-anteriores da visicula. Os rins
deserevem exactamente a figura de um crescente, por detraz da vesicula ; e,
do meio dessa expansão crescentiforme segue para traz, um lobo unico,
acompanhando a columna rachidiana; os uretéres já reunidos, são muito
amplos junto á papilla urogenital.
Toda a pelle do corpo, especialmente a da cabeça, é provida de peque-
nas depressões circulares, cyathiformes, apparentes conjunctamente aos
póros mucosos. Talvez essas depressões minusculas tenham que ver com o
tacto extremamente desenvolvido do peixe.
Dentre os exemplares que tivemos em mãos, um possue um olho des-
envolvido. ;
252 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Este facto prova perfeitamente a reversäo, por heranga, ä um caracter
de seus antepassados ; o orgam mede 4 millimetros no maior diametro e o
peixe 150 millimetros.
Essa predominancia hereditaria, täo frisante aqui, € certamente um do-
cumento de valor para atheoria genealogica, quando se vê que em 35 outros
exemplares de todos os tamanhos, apenas uma estricta fenda indica a posi-
çäo que outr’ora occupou esse importantissimo orgäo. No exemplar que nôs
dissecámos, não conseguimos encontrar, siquer, vestigios do nervo optico e
o seu logar estava, ao contrario, occupado pelo grosso ramo nervoso do
barbilhão maxillar.
E” portanto fóra de duvida que os antepassados desse peixe tiveram
olhos e que, confinados á escuridão absoluta, vieram os seus descendentes
á perdel-os pela falta do respectivo funccionamento.
Um outro facto característico é a existencia desta unica especie no logar
em que ella se encontra ; isto certamente prova que só ella pôde resistir á
mudança para a escuridão e ä este meio adaptar-se, perpetuando-se pela
reproducção.
O Sr. Ricardo Kröne que a descobriu, trouxe-nos um exemplar vivo
que conservämos em aquario durante quatro mezes. Tinha por habito cavar
a areia do fundo, naturalmente a cata de vermes; para isso encostava 0 fo-
cinho na areia e batia fortemente com a cauda, propelindo o corpo para a
frente ; nadava com facilidade, segurança e elegancia, tendo os barbilhões
maxillares para frente e os mandibulares para baixo e para fora ; alimentá-
mol-o com carne de vacca reduzida ä migalha e elle sentia, de qualquer
parte do aquario, por mais afastado que estivesse (50 centimetros) a che-
gada, ao fundo, do ped.cinho da carne; atirava-se então, sofirego, á procura,
tal como o faria um cão em busca da pista de uma caça.
Em vida era cinereo glauco, com uma nodoa dourada sobre o operculo
e deixava ver, perto das guelras, a coloração sanguínea por debaixo da
pelle.
Habitat : Cavernas das Areias—Iporanga, S. Paulo
Pseudopimelodus,' Bieeck.
Ichthyol. Arch. Ind. Siluri—196—1858
Cabeca grande, deprimida, quasi täo larga quanto longo ; bocca mode-
rada, mandibula prognatha ; dentes villiformes, em facha interrompida no
meio, tanto nos intermaxillares como nos mandibulares ; barbilhöes curtos,
muito menores do que a cabeça ; olhos superiores pequenos, subcutaneos,
circumdados externamente por uma crista ossea; alto da cabeça, processo
1) Pseudopimelodus (Gr.); de Pseudo—falso e Pimelodus genero adiante citado.
A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 253
occipital e placa dorsal descobertos, rugosos ; operculo visivel, rugoso ; fon-
tanella terminando pouco atraz dos olhos ; cintura escapular muito ampla ;
região humeral entumecida posterior e superiormente rugosa, não recoberta
pela membrana opercular. Dorsal originando-se sobre o extremo das peito-
raes, com o aculeo curto, desprovido de espinhos. Peitoraes moderadas,
com o aculeo muito forte, curvo, armado de espinhos fortes nos dous bor-
dos (extrorsos no anterior e introrsos no posterior). Ventraes e anal desen-
volvidas ; adiposa rudimentar, precedida de uma prega cutanea ; pelle papil-
losa. Linha lateral presente.
dorsal originando-se sobre a ponta
do processo clavicular. Olhos um
2 sexto no espaco inter-ocular, uma
caudal emarginada............. ‘ facha branca, transversa sobre a
/ REIS ao 65640, Bin), En SHB one P. parahybe.
\ dorsal originando-se sobre a parte
membranosa do aculeo peitoral.
Olhos um oitavo no espago inter-
ocular; amarellado, marmorado de
zebruras negras, obl quas, indis-
inctas 10 RA ENS o garo.
Especies conhecidas ARE
no Brasill ..... barbilhôes maxillares quando muito
passando pouco além dos olhos;
cabeça 3 e 1/2 a 5 1/3 parte anterior do tronco e cabeça
no comprimento ../ fortemente deprimidas, alto da
cabega com os ossos apparentes,
forntementeruirosos RER ae ae P. alexandri.
\barbilhôes maxillares projectando-
se até o extremo da cabeça;
parte anterior do tronco e ca-
beça moderadamente denrimidos;
cabeça envolvida por pelle espes-
savellutidan Roe do 0 010 P. raninus.
caudal redonda «
|
\cabeca 22/3 NM ORCO mp rim ento rs PNEU eee RARE P. acanthochira
244—Pseudopimelodus parahybæ, steina.
D. 1 46; A. 10 4 ll.
«Cabeca moderadamente deprimida, 3 e 1/3 no comprimento, de lar-
gura contida 4 e 1/6 na distancia que vem do labio 4 base do aculeo dorsal,
revestida de pelle espessa e vellutina, bocca ampla 1 e 3/4 no comprimento
que vae do labio superior 4 origem da dorsal ; facha intermaxillar formando
um angulo obtuso, contrahido na symphyse; facha mandibular crescenti-
forme, estreita, dividida na symphyse; barbilhões maxillares quasi attingindo
a base do aculeo peitoral ; mentaes 2/3 dos post-mentaes que excedem de
muito pouco os barbilhões maxillares.O lhos pequenos, 1/6 no espaço inter-
orbital que é pouco maior do que o que vae do meio do labio superior á
orla anterior dos olhos. Dorsal originando-se sobre o apice do processo
humeral com o aculeo (parte ossea) menor do que a base da nadadeira ;
processo humeral forte; projectando-se sobre 2/3 do aculeo peitoral ; este
deprimido, fortemente armado de espinhos nos dous bordos, sendo os do
1) Ihering, suppõe Psp. cottoide Boul. synonymo provavel de Psp, parahybæ, não tivemos en-
sejo de verificar nem de estudar essa especie. eu
2) Parahybæ — do rio Parahyba.
254 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
bordo posterior maiores ; parte ossea egual ä 1/2 da distancia que vem do
labio 4 base do aculeo dorsal e seguido de uma ponta membranosa com a
qual a nadadeira attinge o plano da base do ultimo raio dorsal, que é o
mesmo da base do 1º raio das ventraes; esta nadadeira attingindo a anal
que-é um ponco maior que a adiposa; esta é proxima da dorsal que quasi
FIG. 104 —Pseudopimelodus parahybæ, seg. Steindachner
lhe attinge a origem, quando reclinada ; pedunculo um tanto baixo, caudal
ligeiramente emarginada. Pardo, uma facha ondulada clara de peitoral á
peitoral, sobre a nuca; uma zona pallida entre as ventraes e a anal; outra
depois d'esta; base da caudal amplamente clara, tendo uma facha escura
na base dos raios e o extremo destes irregularmente salpicado de pardo ; a
cabeça, os peitoraes, ventral e anal são ligeira e irregularmente marmo-
rados, a dorsal é escura». (Steindachner).
Habitat : Rio Parahyba e afflueutes—Santa Cruz.
245—Pseudopimelodus zungaro,' (Humbolat.
PACÚ-DO-RIO-PACAMÃO- PACAMÃO-DO-RIO, BRECUMBUCU
Est. 38 fiz. 1
D.1+6a7; A.9a 10
Corpo bastante robusto, posteriormente comprimido; cabeça depri-
mida, um tanto oblonga; 3 e 3/4 no comprimento, bocca anterior, ampla, de
largura quasi egual ä 1/2 da distancia entre o labio a origem da dorsal ;
1) Zungaro, palavra creola, significando tubarão.
A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 255
labios bastante desenvolvidos ; mandibula proeminente ; dentes intermaxil-
lares em duas fachas largas, contiguas, emittindo um prolongamento no
“angulo postero-externo, sendo de comprimento na symphyse, egual á 1/6
da largura das duas placas; dentes mandibulares formando duas placas cujo
maior comprimento, na symphyse, é egual ao dobro do diametro ocular.
“As narinas são ligeiramente tubuladas, as posteriores teem o tublo pos-
teriormente fendido. Barbilhões maxillares mal passando o pre-operculo; men-
taes quasi attingindo os post-mentaes
e estes não attingindo a orla opercular.
Olhos muito pequenos, subcutaneos,
cerca de 1/8 no espaço que medeia en-
tre os dous. A distancia da sua orla an-
terior ao labio superior (na syphyse), é
egual á 1/4 da que vae deste ultimo
ponto 4 origem da dorsal, distancia in-
terocular quasi 1/3 nesta ultima dimen-
são. Todo o alto da cabeça, como o
corpo, protegido por pelle espessa,
mostrando grandes póros no labio supe-
rior, em torno das narinas anteriores,
atraz das posteriores, no meio da ca-- à
beça sobre a parte superior do operculo. Abertura branchial ampla; processo
humeral muito obliquo, tendo uma pequena porção posterior descoberta e
rugosa. Dorsal originando-se sobre a parte membranosa do aculeo peitoral.
Peitoraes moderados, com o aculeo deprimido, da mesma largura em
toda a extensão, tendo os dous bordos fortemente espinhosos e terminando
abruptamente como se fosse quebrado; desse ponto em dante elle é substi-
tuido por uma membrana qne guarda a forma da parte basilar apresentando
denticulações pelo lado de dentro e acuminando-se á proporção que se afasta
da parte ossiticada: ventraes originando-se sobre o plano do ultimo raio dor-
sal eexcendo o anus 1/3 da propria extensão; anal originando-se 4 uma
distancia da axilla das ventraes que é egual ao proprio comprimento, medido
da base do 1º ao apice do 6º raio anal, o comprimento da adiposa é egual
a 1/2 da maior largura da cabeça, é excedida de pouco pela anal que toca a
base da caudal. Toda a pelle é finamente papillosa e mesmo recticulada sobre
a região da placa dorsal; os póros da linha lateral terminam em tubulos
salientes, havendo parallelos a estas duas filas, uma inferior, de pequenos
tubulos que se projectam até perto da caudal. Esta é ligeiramente entalhada
parecendo, d'ahi, espatulada.
O individuo que servio á presente descripção é amarellado, tendo man-
chas escuras erregularmente espalhadas pelo corpo. Estava n’um frasco
tendo por fóra um letreiro onde selia—Rio S. Francisco 2 Carys-(Acaris)-
—2 Cumbacas—1 um Pacamão e 2 Piranhas». Effectivamente havia esses
256 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
peixes no frasco e, como o unico era o aqui descripto, verifiquei que, no
rio S. Francisco, elle chamava-se Pacamão, o que concorda com as informa-
ções de Lutken e Reinhardt (Rio das Velhas Affluente do S. Francisco) e
melhor com as deEigenmann que reuniu Pseudopimelodus ckarus (Cuv. &
Val.) e Lutken 4 Pseudopimelodus zungaro de Humboldt.
Um joven procedente de Iporanga, apresenta os desenhos de especie
pronedente, com a differença de possuir uma banda branca na dorsal e uma
tarja negra na anal e na caudal.
Habitat: Amazonas e tributarios, Araguaya, Cuyabá, R. Cipó e R. das
Velhas, S. Francisco, Paraguay, Magdalena Cauca - Segundo Natterer, em
Matto Grosso o nome deste peixe é Brecumbucu.
246—Pseudopimelodus alexandri,' Steineachner.
Est. 33— Fig. 2
D. 1+6; Ps. 1 + 6; A. 11
Cabeça grande, deprimida, cerca de 3 4 3 1/3 no comprimento total de
perfil recto até 4 base da dorsal, de contorno sub-circular; bocca conforma-
da como nos Uranoscopos, moderada, coma mandibula proeminente, tendo
os dentes dos intermaxillares em duas placas separadas na symphyse desses
ossos, assim como os dentes mandibulares; barbilhôes maxillares curtos,
quando muito passando pouco além dos
olhos; os mentaes não attingem os post-men- |
taes que, no maximo, egualam á 1/2 da dis- |
tancia inter-ocular; labio inferior provido de |
curtos tentaculos. As bochechas são salien- |
tes como nos Trichompycteros; os olhos.
muito pequenos, 1/14 do comprimento que
vae do labio superior á base do processo
occipital; ficam a uma distancia um do outro
que é egual ao dobro da que vae da sua li- Fic. 106—Dentes intermaxillares de Psoudopi-
nha dos centros á orla anterior do labio supe- a Woe
rior,são externamente circumdados por uma crista ossea, visivel, de sob a pel-
le delgada; todo o alte e centro da cabeça é osseo, fortemente rugoso e depri-
mido; a fontanella termina quasi no mesmo plano em que as cristas oculares
externas, seguindo-se do seu ponto terminal uma fenda que se torna mais
nitida na base do processo occipital; as expansões osseas lateraes do alto
da cabeça e o processo occipital seguido da placa dorsal que é em fórma de
ponta de flecha antevertida, desenham um tridente sobre a região cervical
do peixe. Operculo scapuliforme estriado. Cintura escapular extremamente
desenvolvida, ficando o processo humeral completamente descoberto da
membrana opercular e marcando maior largura do corpo, (pouco maior do
1) Alexandri, de Alexandre Agassiz, actual director do Museu de Zoologia Comparada de Cambridge.
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A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 257
que o comprimento da cabeça, do focinho ao extremo do processo occipital).
Dorsal pequena, com o aculeo curto e forte, näo denticulado e näo podendo
elevar-se muito por causa da placa articular que o precede. Peitoraes mo-
deradas, com o aculeo muito forte, denticulado nos dois bordos e näo muito
menor do que os raios e terminando no plano da articulação do aculeo dorsal;
ventraes originando-se sob a articulação do ultimo raio dorsal e terminando
á 1/2 da distancia que vae do seu apice ao da adiposa; esta, pequena, pre-
cedida de uma préga dorsal que vem da nadadeira d'esse nome; anal termi-
nando sobre a base da caudal que é espatulada e desenvolvida. Anus pro-
ximo ä base das ventraes. Linha lateral distincta, pelle finamente papillosa.
Dois exemalares desse peixe, enipalhados, pertencentes ás collecções do
Museu, não têm procedencia nem indicação de qualquer natureza. Steinda-
chner, descrevendo-o pela primeira vez, inclue-o na lista dos «Peixes do
Amazonas» explicando, comtudo, que o exemplar descripto foi comprado
em Vienna, como procedente— Provavelmento do Amazonas. Mais tarde
elle cita-o entre os peixes do cauca. Eigenmann e Eigenmann citam um ex-
emplar de 24 centimetros procedente de Januaria sobre o Rio S. Francisco,
Brasil.
247—Pseudopimelodus raninus,' (Cuv. & val.)
Est. 38, Fig. 3
D. 1+6; A. Wäll
Cabeça da largura do comprimento, sendo contida 3 e 2/3 no total. A
facha de dentes intermaxillares € de largura moderada sem porçäo lateral
prolongada.
O osso maxillar do aculeo dorsal é estreito, do comprimento do pro-
cesso occipital. O barbilhão maxillar projecta-se até o extremo da cabeça.
O aculeo peitoral, muito rijo, deprimido, serrilhado nos dois bordos. Caudal
redonda. Pardo, marmorado escuro; uma serie de manchas brancas ao longo
da base da dorsal e da anal; dorsal, adiposa e anal pardas denegridas com
a orla branca; caudal com maculas pardas e com uma facha marginal dene-
grida, posteriormente fimbriada de branco, na margem; peitoraes e ventraes
pardas denegridas (Gunther).
Habitat: Do Estado do Rio (Mauá) para o Norte. Barra do Rio Negro ;
Rios Guaporé (M. Grosso). Aporé até Essequibo—Rio Huailaga.
248 Pseudopimelodus acanthochira,” Eigenm. & Eigenm.
D. 1268 Ay 10h
Corpo curto, robusto, cabeça grande, moderadamenfe deprimida, de
largura egual ao comprimento, este contido 2 e 2/3 em a extensão total.
Bocca ampla, de abertura contida 1 e 2/3 no comprimento da cabeça, ma-
1) Raninus (Lat.) ranino, com aspecto de rã. } ) N
2) Acanthochira (Gr.); de acantha=espinho cheir—mäo, com referencia aos espinhos do aculeo das peitos:
6318
258 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
xilla superior sobrepujando inperceptivelmente a inferior; dentes intermaxil-
fares em facha larga, com um prolongamento posterior no lado externo; os
mandibulares dispostos em duas placas que descrevem um semi-circulo; na
symphyse as fachas são de altura egual a um diametro ocular. Narinas ante-
riores tubulares; as posteriores, antevertidas,
as posteriores tendo uma valva fendida na orla 777772020] 7537330
posterior. Olhos mui pequenos, a sua distancia
á symphyse intermaxillar, no bordo anterior do
labio superior, contida 3 e 1/2 vezes na distan-
cia que vae deste ultimo ponto á base do acu-
leo dorsal; espaço interocular contido tres ve-
zes na referida distancia; barbilhões maxilares,
attingindo o apice do processo humeral; post-
mentaes o bordo da membrana branchiostega, ria. 107- Dentiçãe de Pseudorimelodus
mental o meio dos post-mentaes; o istmo é re
largo.
Nadadeira dorsal originando-se sobre o apice da parte espinhosa do
aculeo peitoral e attingindo a adiposa que por sua vez quasi toca a base da
caudal; tem o primeiro aculeo terminando em ponta flexivel, ainda que fra-
camente granuloso no bordo anterior; processo humeral curto, triangular, at-
tingindo o inicio do 2º quarto do aculeo peitoral; este, forte, deprimido, acu-
minando-se para a ponta, com os espinhos nos dois bordos de extensão
sub egual e terminando em uma ponta flexivel (membranosa) como em P.
zungaro. Ventraes originando-se sobre o plaro da base do ultimo raio dor-
sal, mas não attingindo a anal; esta nadadeira tocando a base da caudal
Toda a pelle é densa e curtamente villosa, a cabeça cheia de poros tubulo-
sos, estes existem tambem e são mais desenvolvidos na parte anterior da
linha lateral que termina á curta distancia da caudal sem attingil-a. Côr de
chocolate com uma estria irregular clara sobre a nuca, de operculo a oper-
culo; o aculeo dorsal e a parte anterior da anal esbranquiçados assim como
a parte inferior do corpo. Serviu á presente descripção um individuo de 17
centimetros (sem a nadadeira caudal que falta , pertencente ás collecçães do
Museu. Segundo Eigenmann & Eigenmann a nadadeira caudal deste peixe é
redonda.
Imparfinis,' Eigenm. & Norris.
Rev. Mus. Paulista, IV, 351, 1900.
Habitat: Amazonas até Tabatinga.
Cabeça mais comprida do que larga, coberta de pelle solta, dentes vo-
merinos presentes; olhos subcutaneos, processo occipital exiguo; fontanella
1) Imparfinis (Lat.); de impar, desegual e finis, a extremidade, a cauda (os I bos da)
A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 29
projectando-se até a base do processo occipital, tendo uma constricção atraz
dos olhos. Nadadeira caudal lobada, com o lobo superior muito mais com-
prido e largo. Especie conhecida.
249—Imparfinis piperatus,' Eisenm. & Norris.
D. 1 + 6; A. 10
«Typo—um exemplar medindo 40 mm. Cabeça 4 e 2/3, um pouco de-
primida, maxillas eguaes. Largura da cabeça cerca de 1 e 1/3 no compri-
mento. Olhos 1 e 1/2 no focinho, um pouco menos de quatro na cabeça; é
um pouco menor do que a largura do espaço inter-orbitario. Barbilhões men-
taes projectando-se até a base das nadadeiras peitoraes e os post-mentaes
até o meio destas nadadeiras. O aculeo peitoral continuando-se com um
raio membranoso, sendo a parte espinhosa mais ou menos 3/5 do proprio
comprimento total e comprehendida 2e 1/4 na cabeça.
Origem da dorsal á meia distancia entre a ponta do focinho e o centro
da nadadeira adiposa, o meio sobre as nadadeiras ventraes, o aculeo é
menor do que 1/2 do comprimento dos raios e egual ä parte post-orbitaria
da cabeça. A adiposa é egual á sua distancia do aculeo dorsal, mas um
pouco mais comprida do que a cabeça e comprehendida 4 e 1/5 no compri-
mento total. O quinto raio, desenvolvido, contando-se de cima para baixo,
na caudal, é o mais curto; em baixo delle ha nove raios e o maior é 1/3
mais comprido do que o miaor do lobo superior e comprehendido 4 e 1/2 no
comprimento total. As peitoraes não se projectam até as ventraes que são
remotas em relação á anal. Os lados são densamente salpicados, tendo man-
chas maiores e em maior numero logo abaixo da linha lateral. No dorso ha
uma serie de pintas pretas como em Rhamdia minuta, à qual esta especie
muito se assemelha. Nadadeiras peitoraes e ventraes pallidas ; dorsaes e
caudal escuros. Rios de S. Paulo.» (Eigenm. & Norris.)
Rhamdioglanis, Eigenm. & Rud. Ihering.
Notas preliminares do Museu Paulista 16 e 17—1907
Cabeça deprimida, fontanella indistincta, processo occipital curto, bocca
anterior, com uma facha de dentes nos inter-maxillares e mandibulares só-
mente ; seis barbilhöes mediocres ; olhos superiores, com orla livre , corpo
sub-cylindrico, peitoraes curtas, redondas com 1+9 raios, todos flexiveis, ape-
nas tendo a base mais rija nos jovens especialmente ; ventraes 1-7, curtas,
1) Piperatus (Lat.) Cör de pimenta do reino moida
2) Rhamdioglanis : Rhamdia, genero adiante citado e glanis, Silurus glanis, o bagre da Europa.
260 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
totalmente em baixo da metade posterior da dorsal; esta com sete raios, sem
aculeo ; adiposa desenvolvida, afastada da caudal; anal com 11 raios, em
baixo da ametade anterior da adiposa; caudal bilobada, com o lobo supe-
rior maior ; abertura branchial ampla, chegando até quasi ao mento, mem-
brana branchiostega isolada do isthmo, 7 branchiostegos; rastros curtos,
delgados, pouco numerosos ; estomago do typo coecal, grande ; intestino
curto, vesicula natatoria em forma de 8, transversalmente encaixada em de-
pressão, formada pelas vertebras anteriores de apophyses transversas mo-
dificadas ; pelle inteiramente glabra, transparente, deixando perceber os
musculos.
Carnivoros, nutrindo-se de outros peixes e crustaceos.
pols relativamente grandes 6 4 9 vezes na cabeca..,..... P. transfaciatus
Especies conhecidas.......
\othos pequenos 6ivezes no focinho: =. --0;........ R. frenatus.
250 - Rhamdioglanis transfasciatus,' Mir. Rib.
MANDI - PINTADO
EsT. 39
Cabeça quasi quadrangula, 4 e 1/2 (4 5 nos jovens), medida até a ponta
do operculo ; altura da cabeça 2 e 1/5 no seu comprimento ;-largura 1 e 1/6
(1 e 1/4 nos jovens) ; barbilhöes teretes, os maxillares chegando 4 axilla
das peitoraes nos jovens e mal attingindo a do operculo no adulto ; os man-
dibulares externos chegam ä orla da membrana branchiostega e os internos
ao extremo do 2° terco daquelles; olhos 6(no joven a 9 vezes no compri-
mento da cabeça 1 e 1/3 (no joven) 42 e 1/8 no espaço interorbital; narinas
nos angulos de um quadrilatero regular, as posteriores pouco fugindo do
meio da distancia entre as anteriores e a orla orbitaria anterior.
Ventre obeso. Nadadeiras muito carnudas no adulto. Peitoraes redondas
no adulto, pouco menores do que 1/2 do comprimento da cabeça, nos jo-
vens ligeiramente pontudas e 1 e 1/2 vezes nesse comprimento ; origem da
dorsal sobre a ponta das peitoraes nos jovens, afastada desta de meio com-
primento das mesmas peitoraes no adulto. Ventraes do mesmo tamanho que
as peitoraes, passando de pouco a ponta do ultimo raio dorsal, quando recli-
nado. Dorsal pequena, com a parte terminal dos raios isolada, no adulto ;
adiposa afastada da ponta da dorsal, quando reclinada, um comprimento das
peitoraes (no adulto) ou 2/3 desse comprimento (no joven) em ambos os
casos ella é maior que a anal e termina á 2 alturas do pedunculo, aquem da
base da caudal.
1) Transfasciatus (Lat.)—transfasciado.
A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 261
Anal elevada, redonda anteriormente e pontuda posteriormente ; pe-
dunculo baixo e mediocre em espessura ; lobo caudal superior pontudo,
mais comprido que o inferior de 1/2 da extensão d'este.
Anus entre as ventraes, ä meio comprimento dos raios internos. L. la-
teral distincto, simples. Amarellado claro com laivos cærulescentes ; uma fa-
cha transversal, negra, larga sobre a nuca, uma mais estreita e menor no
início e outra sob o extremo posterior da base da dorsal; uma adiante da
adiposa, outra sobre o extremo posterior desta e outra sobre o pedunculo,
adiante da base da caudal; dorsai com a parte superior denegrida ; jovens
com a cabeça mais escura. Maior comprimento 34 centimetros.
251—Rhamdioglanis frenatus, Eigenm. & Rud. Ihering.
D. 1 + 6; A. 1 + 9; P. 1 + 8-9
«Cabeça contida 5-5 e 1/4 vezes no comprimento do corpo; largura
da cabeça egual ao seu comprimento ou mais curto por 1 diametro ocular ;
altura do corpo na dorsal contida 3 vezes na distancia da ponta do focinho
á base da dorsal.
Corpo muito alongado, delgado, com a maior largura no thorax, muito
comprimido na região caudal. Altura da caudal contida 2 e 1/2 vezes no
comprimento da cabeça. Focinho muito arredondado ; cabeça muito depri-
mida ; sua altura mais curta por 1 2 diametro ocular do que o focinho; o
resto da cabeça é mais ou menos como a de Rhamdia, toda coberta por pelle.
Processo occipital muito pequeno ou quasi nullo. Fontanella indistincta, re-
duzida é uma depressão no meio dos olhos. Narinas separadas por uma dis-
tancia que é egual 4 que ha entre o par posterior ou dahi até o olho.
Olho oval, ficando á 1 diametro atraz do meio da cabeça, 3-3 1/2 vezes
no espaço interorbital ; interorbital 1 e 3/4 vezes no focinho. Bigodes ma-
xillares muito curtos, estendendo-se um pouco para traz do olho, não attin-
gindo porémas aberturas branchiaes. Barbiculas mentaes estendendo-se até
as aberturas branchiaes ; barbiculas post-mentaes muito mais curtas, tendo
o comprimento de | espaço interorbital. Maxillares sub-eguaes ; o maxillar
inferior um pouco mais curto. Dentes villiformes, formando placas eguaes
em forma ás de Rhamdia.
Distancia do início da dorsal á ponta do focinho contida 2 e 3/4 vezes
no comprimento total. Nadadeira dorsal menos longa do que alta, sua base
um pouco mais curta que o focinho; primeiro raio da dorsal molle e liso, por
1/4 de seu comprimento menor que os 3 ou 4 raios seguintes; o raio mais
alto eguala ao comprimento do focinho, incl. olho. Distancia da dorsal até a
adiposa egual ao comprimento da adiposa e á distancia da ponta do focinho
1) Frenatus (Lat.)—provido de freio
262 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
ao fim do operculo. Adiposa muito baixa no primeiro terço, elevando-se
para traz, näo attingindo, porém, maior altura do que meio espaço interor-
bital. A distancia entre a adiposa e a base caudal representa cerca de 2/3
do comprimento da adiposa.
Caudal profundamente dividida. O lobo superior um pouco mais curto
do que a adiposa e 1/3 ou 1/3 mais longo que o lobo inferior. Anal um pouco
arredondada ; o raio mais longo com ca. de 2/3 do comprimento da base;
sua base por um diametro ocular mais longo do que o focinho e olho. O pri-
meiro raio situado atraz do começo da adiposa. As ventraes arredondadas,
collocadas abaixo do fim da dorsal; seu raio mais longo é egual ao da
dorsal.
Primeiro raio peitoral acha-se a meia distancia entre a ponta do focinho
e a base da ventral, ou um pouco mais para diante, muito molle na sua me-
tade terminal ; só os exemplares mais novos deixam ver numerosos espinhos
na margem interior. A margem exterior é sempre lisa; primeiro raio por 1/4
mais curto do que os seguintes. :
Amarello sujo com manchas pretas sobre a cabeça, as faces, o dorso e
a região caudal, peitoraes denegridos na margem anterior e a dorsal com
uma facha clara transversa pelo meio. 22 cent.» (Eigenm & Rud. Ihering.)
Rios da ilha de S. Sebastião.
Rhamdia, Bieeker.
Ichthyol. Arch. Ind. Sil. pag. 197— 1858
Bagres de tamanho mediocre, forma esvelta, cabeça pouco deprimida,
revestidos de pelle com poros mucosos quasi sempre duplos ou multiplos,
bocca anterior, moderada, tendo uma unica facha de dentes intermaxillares,
villiformes e outra mandibular; 6 barbilhöes, teretes ou mais raramente com-
primidos, maxillares quasi sempre muito maiores do que os post-mentaes ;
olhos superiores ou supero-lateraes, mediocres ; a fontanella e o processo
occipital presentes ou ausentes, aquella não continuando por detraz dos
olhos ; as vezes um vestígio de fontanella na base do processo occipital. Na-
dadeira dorsal um tanto alongada, tendo um aculeo mediocre, originando-se
quasi sempre em meio comprimento das peitoraes; estas pequenas, com
o aculeo fraco, ventraes originando-se por detraz do ultimo raio dorsal ou
sob esse raio; adiposa longa, mais ou menos occupando toda a região que
fica entre a dorsal e o pedunculo, variando quanto a elevação ; anal curta
mais ou menos sob o meio da adiposa caudal sempre furcada, com os lobos
pontudos ou redondos. Fluviateis, occupando uma zona que vem do Rio da
Prata ao Mexico, para o occidente até o Perú.
São os bagres vulgarmente denominados Nhamdiás ou Jandiás cujo ca-
racter constante do colorido consiste numa facha branca na base da dorsal.
1) Rhamdia por Nhamdiá ou Jamdiá.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 263
252 —Rhamdia ignobilis,' (steina.)
DI 16,1. 10.8 12
«Corpo comprimido, pedunculo caudal delgado, cabeca diminuindo de
largura moderadamente para diante, na orla anterior de contorno oral. Ma-
xilla superior excedendo muito pouco a inferior. Lado superior da nuca
mais fortemente convexo, no sentido transversal, do que a regiäo frontal.
Processo occipital delicado, finamente recoberto de pelle até a placa predor-
sal; fontanella se projectand) até a base do processo occipital. Altura 5 e 1/5
á mais de 5 e 1/3, comprimento da cabeça 4 a4 e 1/3 no comprimento do
corpo (sem a caudal); largura da cabeça, entre os operculos 1e 2/5 al e
1/3; largura da bocca 2 e 3/5 4 2 e 1/2. Diametro occular 4 e 1/3 4 4 vezes,
espaço interorbital 3 43 e 1/4, comprimento do focinho 2e 1/5 e 2 1/3; 0
delgado aculeo da dorsal 1 e 1/2, o robusto peitoral 1 e 1/4, comprimento da
base da dorsal 1e 3/5 4 1 e 2/3, comprimento das ventraes um pouco mais de
1 e 1/2, lobo caudal superior, um pouco mais longo, apenas mais de 1 vez no
comprimento. da cabeça. Processo occipital contendo a largura da base cerca
de 1 e 1/2á mais de 2 vezes. Facha dentaria inter-maxillar contendo a pro-
pria altura cerca de 3 vezes. Barbilhões maxillares no maximo chegando ao
extremo posterior da base da dorsal. Barbilhões post-mentaes apenas á base
das peitoraes, os mentaes á orla posterior dos olhos ou indistinctamente além.
O delgado aculeo dorsal é liso nos lados, o robusto aculeo peitoral provido
de fortes denticulações no bordo anterior. A articulação das ventraes fica
verticalmente abaixo do extremo posterior da dorsal. O comprimento da
adiposa é egual ao da cabeça ou passa-o de pouco e a distancia entre a
mesma e a base do ultimo raio dorsal, não é mais curta e em raros casos
indistinctamente mais comprida do que a base da dorsal. Caudal profunda-
mente entalhada, lobo superior um pouco mais longo do que o inferior. Ex-
tremo posterior da base da anal fica anterior á adiposa. Menor altura do pe-
dunculo caudal é egual 4 3/7 ou 4/9 da maior altura do tronco ou cerca de
2/5 ou 1/3 do comprimento da cabeça. A metade inferior, menor, da dorsal,
opalina, a superior muito densa e finamente pontuada de vinaceo cinereo.
Uma linha cinzenta escura ou uma estria um pouco mais ampla, gradativa-
mente acuminada para a panta, corre ao longo do meio corpo. 131 mm.»
(Steindachner.)
Habitat: Rio Cubatão —Santa Catharina.
1) Ignobilis (Lat.)—Ignobil.
264 ARCHIVOS. DO MUSEU NACIONAL
253—Rhamdia minuta,' Lutken.
D.1 +6; A. 10
«Cabeca moderadamente deprimida, 4 e 2/3 no comprimento (sem a
caudal) revestida de pelle; olhos 5 vezes na cabega; barbilhöes labiaes attin-
gindo a origem das ven-
DS traes, post-mentaes a axilla
das peitoraes, mentaes
quando muito passam a
vertical da orla posterior da
orbita. Altura 6 e 1/2 (sem
a caudal). Dorsal medio-
| cre, sua origem marca O
meio da distancia que vae
do mento ä anal. Adiposa
FIG. 108—Rhamdia minuta, seg. Lutken saliente, de altura egual A
1/6 do comprimento. Ven-
traes originando-se sobre o interspaço do segundo ao terceiro raio dorsal,
sua ponta attinge, quando muito, á vertical do apice do ultimo raio dorsal.
Anal arredondada, de altura egual á 2/3 do comprimento da base, originan-
do-se por traz do início da adiposa e não attingindo a vertical baixada do
apice deste. Pedunculo® espactulado, caudal furcada. Pardo plumbeo com 5
fachas diffusas transversaes sobre o dorso.» Lutken.)
Habitat: Rio das Velhas, Rio de Janeiro—Ribeiräo das Lages? (Ma-
cacos .
254—Rhamdia jenynsii,’ (Günther.)
D. 1 +6 A. 14-15
«Placa dorsal lisa e não muito conspicua; processo occipital lanceo-
lado, de comprimento egual ao triplo da largura, não se projectando até o
osso basilar do aculeo dorsal. Espaço entre a dorsal e a nadadeira adiposa
excede de pouco o comprimento da primeira, sendo a adiposa egual ao do-
bro do comprimento dessa nadadeira. Barbilhões maxillares projetando-se
até a origem da adiposa, os mandibullares externos até a frente da origem
dos peitoraes.
A altura do corpo é contida sete vezes e meia no comprimento total
(com a caudal) o comprimento da cabeça seis vezes. O diametro dos olhos é
contido quatro vezes e meia no comprimento da cabeça e uma vez e um quarto
1) Minuta (Lat..)—peauena.
2) Jenynsii (Latinisação); do ichthyologista inglez Jenyns que classificou os peixes colleccio—
nados por Darwin, na sua viagem á bordo do «Beagle»
NC
Dorsal mais ou menos
sobre as ventraes . 6 ni
D. 1-|-6.
Fontanella aberta |
até o processo /
occipital no adulto
e com uma cons- |
tricção posterior
aos olhos.
|
\Dorsal anterior ás:
ventraes.
DSi STE oo ©
Foritarella fechada
ou curta no adul-
to; sem constric-
ção posterior.
Manbibula quurido
muito attingindo O
mesmo plano que
os maxillares.
Pag. 264 a
D. 1 -|-7
Cabeça de 4e 2/545 / A.
Mandibula prognatha .
uma facha longitu-
Anal com menos de 14 raios . dinal, lateral.
5 fachas transver-
saes sobre o corpo
D. 1-|-6. \ Barbilhöes labiaes projectando, -se até a
14 415 origem da adiposa . o
All Barbilhöes lab'aes projeciândos se até a
margem do operculo .
16 á 18.
a com 14 raios ou menos, dorsal sem filamento no aculeo.
Anal com mais de 14 raios, dorsal com filamento no aculeo .
Cabeça no maximo 4
espaço entre as dor-
saes egual á 1 dia-
metro ocular
Barbilhões maxilla-
res attingindo a
adiposa.
espaço entre as dor-
saes egual á 1/2 da
base da 1? dorsal.
Olhos mais proximos da ponta opercular.
A. 12. Color. unifor-
me.
Barbilhöes maxilla-
res näo attingindo
EEE 13. Uma facha
longitudinal preta.
altura 6 e 1/5.
Aculeo dorsal mais
proximo do foci-
nho do que do anal
Olhos 1 e 1/3 no es-
altura 5 e 1/2 paço interorbital.
Olhos 1 no espaço
Olhos equidistantes
interorbital .
da ponta do fo-/
cinho e da oper- |
cular. Espaço interorbital
menor que o dia-
metro ocular; lobo
caudal superior
mais comprido
que o inferior
Aculeo dorsal equidistante do focinbo e
da anal.
Espaço interorbital
nıaior que o dia-
metro ocular; lo-
bo caudal inferior
maior que o su-
perior o
‘
.(D.1-1-6; A. 10
3e4/543e 1/2
(D.1-|-7;48; A. 11 4 12
brabilhöes maxilla-
res näo chegando
ao meio da adi-
posa.
póros em grupos
rastros 2-|-7 .
2 rastros no al póros no maximo 3
superior do 1º arco rastros 2-|-10 .
branchial externo.
Dorsal 1 -|- 6 4 9;
4e1/244, +. 4 barbilhões maxillares Er sauce á base
cabeça. da adiposa. Rastros 2 -|- 8
3 rastros no ramo (Anus entre as bases da caudal e dos
superior do 10 arco peitoraes. A, 13. : :
branchial externo.
Anus mais proximo da base dos peitoraes
do que da caudal, A. 11 B
1 Processo occipital presente. A. 11
BAGIDs a » ° S Bine
( Processo occipital ausente. A. 12
D, 1-|-10 . : '
. ignobilis.
. minuta.
. Jenynsii.
. eriarcha.
. microcephala.
. exudans.
. notata.
insignis.
weselii
gracilis.
pectinifer.
harttii.
. lateristriga.
. vittata.
. modesta.
R. eigenmanniorum
DDD yD
>> DD
. transitoria.
. brasiliensis.
. schomburgki.
. obesa.
sapo.
. hilarii.
quelen.
. sebae.
poeyi.
. tenella.
. foina.
. breviceps.
. arekaime.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE— PEIXES 265
na largura do espaco interorbital. As peitoraes säo menores do que a cabe-
ça e seu aculeo é fortemente serrilhado e muito pouco mais curto do que os
raios molles. Nadadeira dorsal 1/3 mais alta do que longa, com o aculeo del-
gado. Caudal furcada, com o lobo superior um pouco mais comprido do que
o inferior. Uma facha escura ao longo da linha lateral.» (Jenyns-Giinther.)
Habitat: Rio de Janeiro.
255—Rhamdia eriarcha,' Eigenm. & Eigenm.
D. 1 +6; A. 15
«Corpo comprido, delgado, com a largura sobo aculeo dorsal menor do
que a altura. Cabeça comprida, pontuda, a fontanella continua-se até a base do
processo occipital que chega a cerca de 1/2 da distancia do aculeo dorsal.
Toda a cabeça recoberta de pelle. Cabeça deprimida superiormente, foci-
nho longo e pontudo, a largura no angulo da bocca 2 e 4/5 no comprimento
da cabeça. Olhos grandes, seu centro á 1/3 ou 1/4 mais proximo da extre-
midade do preoperculo do que da ponta do focinho, 2 no focinho, 4e 1/2
na cabeça; espaço interorbital menor do que o diametro ocular. Barbilhões
maxillares projetande-se ä margem do operculo, post-mentaes não attin-
gindo o limbo da membrana branchiostega, se distendidos para traz, em
linha recta; mandibula superior proeminente. Labios espessos e fortemente
plicados. Facha de dentes intermaxillares profunda e estreita, dentes peque-
nos. Dentes do vomer e do paladar ausentes; os da mandibula em uma fa-
cha estreita que se projecta para traz; os dentes semelhantes ao da maxilla
superior. Membranas operculares separadas até sob o meio dos olhos. Ras-
tros 1 + 5. Distancia entre a dorsal e a ponta do focinho 2 e 4/5 no compri-
mento; o primeiro raio da dorsal ligeiramente spiniforme, liso; sua altura,
incluindo o filamento, 1 e 3/5 na cabeça; o mais alto raio mais comprido do
que a base da nadadeira, 1 e 2 5 na cabeça. Distancia entre a adiposa ea
dorsal, egualando ao comprimento da dorsal; nadadeir: adiposa 2 e 4/5 no
comprimento. Caudal furcada até a base, o lobo superior grandemente pro-
longado, mais comprido do que a cabeça (quebrado no exemplar). Anal
comprida e baixa, raios posteriores mais altos, 2 e 1/2 na cabeça, as pon-
tas, quando deprimidas, não attingem a vertical baixada da ponta da adi-
posa, por mais de um diametro ocular. Ventraes largas, attingindo a anal, 1
e 3/5 na cabeça. Aculeo peitoral forte, 1 e 4/5 na cabeça, aspero nos bordos,
raios 1 e 1 4 na cabeça; uma facha lateral pretra, região superior côr de
chocolate, inferior muito mais clara, nadadeiras unicolores. Cabeça 4 e 3/4,
altura 7; pedunculo caudal 14; D.1 +6; A. 15. (Eigenm. & Eigenm.
1) Eriarcha (Gr.); de eri desenvolvido e archos—anus.
6378 34
266 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
256—Rhamdia microcephala, Lutk.
BAGRE
D.1+546; Ps. 1+7 à 8; V.6; À. 16418
«Cabeça 5 no comprimento, sem cauda; altura 6. Bocca moderada;
barbilhäo labial attingindo o vertice das peitoraes; mentaes quasi ä base das
peitoraes, post-mentaes
CEEE ER m egualando a 1/2 do com-
primento da cabeça,
olhos 6 e 1/2 na cabeça,
cuja fontanella é appa-
rente; dois grandes póros
post-oculares, 6 opercu-
lares em duas series pa-
rallelas. Peitoraes pe-
quenas, de aculeo curto,
FIG. 109—Rhamdia microcephala, seg. Lutken seguido de filamento e
não attingindo a verti-
cal da dorsal; esta tendo o penultimo raio sobre o primeiro das ventraes;
adiposa espessa, longa, começando ligeiramente atraz da origem da anal e
attingindo a base da caudal que é emarginada (um tanto furcada); anal em for-
ma de lamina de yatagan, não attinge a caudal. Linha lateral bem saliente ;
papilla genital desenvolvida. Cinereo marmorado de fusco; parte inferior e
nadadeiras brancas. 96 mm. (Lutken)
Habitat: Rio das Velhas.
- Aa
257—Rhamdia exudans, Jenyns
D. 1 + 7; À. 13 4 14
«Cabeça recoberta de pelle superiormente; processo occipital não se
projectando sobre o osso basilar do aculeo dorsal e mais curto do que
longo. O comprimento da dorsal é egual 4 sua distancia da adiposa e á *, do
comprimento da ultima. Os barbilhões maxillares projectam-se até a extre-
mi ade das ventraes e os mandibulares externos até a origem das peitoraes.
A altura do corpo é menor do que o comprimento da cabeça e um quinto do
comprimento total (com a caudal). Cabeça com series de grandes póros.
1) Microcephala (Gr.\; de micron, pequeno e cepale, cabeça.
2) Exudans (Lat.) suarento exudans do muco.
A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 267
Maxillas de egual comprimento. Olhos um tanto anteriores ao meio da ca-
" beça; seu diametro egual 4 1/5 do comprimento da cabeça e a 1/2 da largura
do espaço interorbital. Aculeo peitoral serrilhado, comprido, porém pouco
mais curto do que os raios. Nadadeira dorsal mais elevada do que comprida;
caudal profundamente furcada, com os lobos de egual comprimento (Jenyns-
Gunther).
Habitat: Rio de Janeiro ?
258—Rhamdia notata, (Schomb.
B. 9—D. +6. A. 17; — 6. 1 + P. vert. 44
Aculeos fracos, o dorsal prolongado em filamento ; adiposa pouco mais
comprida do que a dorsale muito separada della. Barbilhöes maxillares
attingindo as ventraes, os outros quando muito a extremidade dos peitoraes.
Parte superior e dorsal tendo numerosas maculas pequenas negras. (Shomb.
Gunther) 1 metro.
Habitat : R. Branco (Forte de S. Joaquim).
259—Rhamdia insignis,’ (Shomburgk)
KONNAIRU
EST. 40 — FIG. 1
D. 1 + 6; A. 14 (12 — 15)
Corpo esvelto, comprido, com a maior altura 5 e 4/5 no comprimento.
Cabeça quasi quatro vezes no comprimento, um tanto elevada, não muito
larga (a maior largura 1 e 1/2 no proprio comprimento) bocca anterior, es-
treita, sua largura excedendo apenas o espaço interorbital ; barbilhão labial
attingindo o apice da adiposa, post-mental 2/3 do aculeo peitoral, mental
mal chegando á origem desta ; narinas anteriores tendo a valvula tubiforme
um pouco elevada, seguidas de um póro mucoso ; olhos grandes, maior di-
ametro orbital egualando justamente ao menor diametro interorbital ; fonta-
nella projectando-se até a base do processo occipital ; este ligeiramente bi-
fido, recebendo no entalhe terminal o vertice da placa dorsal v-forme ; pro-
cesso humeral saliente, rugoso ; peitoraes providas de aculeo forte, porém
não muito espesso, deprimido, serrilhado nos dous bordos, as serrilhas de
ponta retrovertida ; todo o aculeo egual 4 distancia que vae do angulo da
bocca ao apice do operculo.
1) Notata (Lat.) notado, marcado
2) Insignis (Lat.) insigne.
268 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Aculeo dorsal delgado, elevado, attingindo 2/3 do maior raio (o se-
gundo), comprimido, tendo o apice serrilhado nos bordos anterior e poste-
rior, com as serrilhas retrovertidas, as do bordo posterior muito pequenas ;
adiposa de altura egual á 1/8 do comprimento, originando-se pouco atraz
da base do ultimo raio dorsal ; ventraes originando-se sob a articulação do
ultimo raio dorsal e terminando á uma distancia da origem da anal que é
pouco menor do que a que vae da axilla das ventraes ao anus, papilla genital
saliente, bastante afastada do anus, terminando á meia distancia entre este
e a anal. Esta nadadeira de altura egual a distancia que vae da base do
primeiro, á base do 10 raio anal, terminando o ultimo raio, quando encos-
tado ao pedunculo, 4 uma distancia egual á extensão da base da nadadeira.
Caudal furcada, com o lobo inferior maior. Pardo plumbeo uniforme. O
exemplar descripto 23 centimetros, provavelmente do Alto Amazonas (Cal-
deirão) e pertencente á collecção Jobert, determinada no Museu de Paris. O
Habitat conhecido é S. Gonçalo, Avary, Villa Bella, Jutahy, Tapajoz, Mu-
cury, Tabatinga, Javary, Coary, Capim, Takutu, Mahu.
260—Rhamdia wesselii,' (Steind.)
D. 1 + 6; A. 14
«Forma do corpo fortemente alongada. Cabeça comprimida, com os
lados cahindo abruptamente. Comprimento da cabeça, até o extremo da co-
bertura das guelras, 4 e 2/5, altura do corpo mais de 5 e 1/3, comprimento
da anal cerca de 2 e 2/5, no comprimento total, diametro ocular quasi 4, es-
paço inter-ocular um pouco mais de 3, largura e a parte ossea da fronte 4 e
1/3, comprimento do focinho 2 e 1/4 no comprimento da cabeça. Intermaxil-
lares projectando-se apenas imperceptivelmente sobre a mandíbula. Facha
dentaria dos intermaxillares quasi egual em comprimento ao quintuplo da
largura. Barbilhão maxillar muito longo, attingindo a origem do ultimo
quarto longitudinal da nadadeira anal ou o extremo posterior da base da
anal; barbilhäo post-mental attingindo 4 ponta do aculeo peitoral. Póro
axillar presente.
A maior altura da dorsal (sobre o primeiro raio) egual ao comprimento
da cabeça, comprimento da base da dorsal cerca de 1 e 2/3 no compri-
mento da cabeça. Parte rija do aculeo dorsal imperceptivelmente mais curta
do que o aculeo peitoral. Margem anterior e posterior do aculeo dorsal,
orla exterior do peitoral com pequenas e orla interna do ultimo com grandes
denticulações. O espaço que medeia entre a dorsal e a adiposa egual 4 um
diametro ocular. Caudal um pouco mais comprida do que a cabeça. Com-
1) Wesselii=de Wessel.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES à 269
primento das peitoraes cerca de 1 e 1/5, comprimento das ventraes cerca
de 1 e 2/5 no comprimento da cabeça; comprimento da base da anal, cerca
de 2 e 2/3 na adiposa. Ponta exterior dos raios anaes, quando reclinados
para traz, cahindo mais ou menos á um diametro ocular adiante do plano
vertical do extremo posterior da base da adiposa.
Coberturas das guelras e processo humeral estriados. Processo occipital
de largura egual á 1/3 do comprimento e projectando-se até a placa articular
do aculeo dorsal. Fontanella frontal terminando sobre a base do processo
occipital. Olhos claramente mais proximos dos extremos lateraes da cabeça
do que da ponta do focinho. Parte superior parda avermelhada, uma facha
estreita, pouco fortemente delimitada, ao longa da linha lateral ; 4 pequena
distancia sobre a base da nadadeira uma facha longitudinal transparente.
Comprimento totol 7 e 1/2 pollegadas.» (Steindachner).
Habitat: Cudajas, Pará, Marajó, Madeira, Puty, Santarem. (Fóra do
Brasil Essequibo).
261 Rhamdia gracilis,’ (Cuv. & vai)
DUNDU
D, 11.6; A. 12
«Corpo delgado, sua largura, sobre as peitoraes, mais ou menos egual
á altura; muito comprimido para a cauda. Cabeça curta, chata superiormente,
com o perfil ligeiramente arqueado; largura | e 1/4 4 1 e 2/5 no proprio com-
primento ; processo occipital da mesma largura em toda a extensão, tendo
os lados paralellos e a largura 3 e 1/2 no proprio comprimento. Fontanellas
estreitas, pontudas anterior e posteriormente, attingindo a base do processo
occipital, tendo uma constricção transversa sobre a parte posterior dos olhos.
Estes redondos, 1 e 3/5 no focinho, 4 na cabeça; seu diametro ligeira-
mente menor do que o espaço-interorbital. Barbilhões maxillares attingindo
a ponta das ventraes ou ao começo da anal; barbilhões mentaes adiante da
base das peitoraes, post-mentaes ás pontas das peitoraes. Maxilla inferior
ligeiramente mais curta do que a superior; abertura no rictus 2 42 e 1/2 na
cabeça. Facha de dentes inter-maxillares quasi egual a facha mandibular na
symphyse. Membranas operculares separadas até sob a margem anterior da
orbita. Rastros 3+7.
Distancia do aculeo dorsal á ponta do focinho, egual ä sua distancia
da ponta dos raios ventraes e é contida 3 e 1/3 no comprimento, altura do
aculeo dorsal 1 e 3/5 4 1 e 2/3 na cabeça. Distancia da adiposa á dorsal
egualando á base da dorsal ou, ás vezes, sómente á metade d'esta. Adiposa
2e1/3 42e 1/2 no comprimento.
Caudal (furcada com o lobo superior mais longo que o inferior, 3e 1/2
do comprimento total—Valenc.) quebrada nos exemplares examinados. Anal
1) Gracilis (Lat.)—gracil, esvelta.
270 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
mais alta do que longa, com o raio mais longo 1 e 1/2 na cabeça e a margem
livre redonda. Ventraes 1 e 1/4 na cabeça. Aculeo peitoral largo com peque-
nos dentes na sua orla externa, na ametade basilar e entalhes junto á ponta;
a orla interna com fortes dentes recurvos até junto da sua extremidade ;
altura dos aculeos 1 1/4 á1 e 1/5 na cabeça, a dos raios um pouco maior.
Cor parda escura, cá e lá punctulada de escuro. Uma facha escura lateral ;
todas as nadadeiras pontuadas. Cabeça 5. Altura 6 4 7 e 1/2.» (Eingenm. &
Eingenm.)
Habitat: Rio Paraná, Descalvados. Caiçara, Guaporé, Cuyabá, Goyaz.
Orenoco.
262 Rahmdia pectinifer,' (Eigenm. & Eigenm,
DS IG VA DIZ
«Corpo vigoroso, comprimido posteriormente ; cabeça conica, sua lar-
gura 1 e 1/3 no comprimento, sua altura na base do processo occipital,
egualando ä sua largura. Perfil superior recto, curvo adiante dos olhos ; ca-
beça transversamente convexa. Margem lateral do processo occipital con-
cavo. Distancia entre as aberturas nasaes 1 e 1/3 nos olhos. Barbilhão ma-
xillar não attingindo a adiposa. Barbilhões mentaes attingindo a base, os
post-mentaes o meio das peitoraes. Membranas operculares separadas até
sob a margem anterior da orbita. Processo humeral projectando-se até o
meio do aculeo peitoral. Olho 1 e 1/2 no focinho, quatro na cabeça, mais
proximo da orla opercular do que da ponta do focinho. Aculeo dorsal mais
proximo do focinho do que da anal, sua altura 1 e 1/5 na cabeça; o mais
alto raio quasi egual ao comprimento da cabeça. Nadadeira adiposa 4 no
comprimento, sua distacia da dorsal egualando á 3/5 de sua base. Caudal
cerca de 4 vezes no comprimento. Margem livre da anal redonda, o maior
raio 1 e 3/4 na cabeça. Ventraes posteriores á vertical do ultimo raio dorsal,
sua ponta á 1/3 de seu comprimento da anal. Aculeo peitoral egual ao
comprimento da cabeça, as pontas dos raios ficam á 1/2 do proprio compri-
mento afastadas das ventraes. Pardo claro uniforme. Cabeça 4 e 3/4, altura
6 e 1/2. Br. 6» (Eigenm. & Eigenm.)
Habitat : Rio Parahyba, Campos.
263—Rhamdia harttii (Steind.)
D-12652, 13.
«Tronco moderadamente alongado. Lado superior da cabega recoberto
de pelle, transversalmente arqueado. Processo occipital de comprimento
1) Pectinifer (Lat,); de pecten, pente e ferre trazer.
2) Harttii (Latinisagäo); de Carlos Frederico Hartt, que foi o Director da Commissäo Geolo-
gica do Brasil.
A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 271
contendo cerca de 2 e 1/2 a largura, chegando muito proximo da placa tri-
angular que dá articulação ao aculeo dorsal. Pöro axillar presente. Compri-
mento da cabeça até a ponta do operculo, contido um pouco mais de 4 e
1/2 vezes, até a ponta do processo occipital 3 e 2/3, maior altura do tronco
cerca de 5, comprimento da adiposa 3 e 1/2, no comprimento do corpo.
Diametro ocular 4 e 1/3 4 4 e 1/4, largura da parte ossea da fronte, cerca
de 4 e 1/4, espaço inter-ocular (sobre a fronte) cerca de 3 e 2/5, largura da
cabeça entre os operculos 1 e 1/5 no comprimento da cabeça até a ponta
do operculo. Espaço entre a dorsal e a adiposa um pouco maior do que o
comprimento da base da primeira. Aculeo peitoral, na orla interna, provido
de fortes espinhos. Barbilhão maxillar projectando-se até o meio do compri-
mento das ventraes (por-tanto não attingindo a origem da adiposa).
Barbilhão post-mental não attingindo perfeitamente o meio do aculeo
peitoral. Parte superior parda dourada escura; uma estria cinzenta escura ao
longo da linha lateral até a caudal. Operculos e processo humeral lisos.»
(Steind.)
Habitat: Rio Parahyba.
264—Rhamdia lateristriga,' (min. & Tr.)
XUE
D. 1 + 6; A. 10 4 12
Corpo alongado, posterior e superiormente comprimido. Cabeça 4 e 1/2,
sub-conica, bocca moderada, anterior, maxilla superior sobrepujando a infe-
rior; barbilhões labiaes attingindo o meio da anal, mentaes e post-mentaes
originando-se quasi na mesma linha transversal, os post-mentaes attingindo
a axilla das peitoraes; olhos lateraes, de diametro pouco maior do que o
diametro inter-orbital, fontanella estreita, attingindo a base do processo oc-
cipital, este attingindo o vertice da placa dorsal que é v-forme, ligeiramente
bifido, tendo um sulco longitudinal mediano. Peitoraes moderadas, attingindo
a vertical do 3º raio dorsal e podendo reclinar-se sobre o processo humeral
que é saliente, com o aculeo tendo 9 á 15 denticulações no bordo porterior,
retrovertidas e de comprimento quasi ou perfeitamente egual ao maior dia-
metro do aculeo. Dorsal elevada, primeiro aculeo delgado, tendo a extremi-
dade superior serrilhada anteriormente e sendo as serrilhas retrovertidas.
Ventraes posterioros á base do ultimo raio dorsal, não attingindo a anal.
Adiposa baixa, não muito desenvolvida, começando atraz do vertice da dor-
sal, quando reclinada sobre o corpo e terminando no mesmo plano que a
anal, cuja altura é maior do que o comprimento da base e egual a distancia
que vae do anus á origem da anal. Caudal furcada, tendo os lobos eguaes.
1) Lateristriga (Lat.); com estria nos lados.
272 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Plumbea clara ; um estria escura vae dos olhos ac meio da base da caudal;
essa estria, äs vezes, seprojecta até o focinho, äs vezes falta.
Os individuos até cerca de um decimetro de comprimento têm a regiäo
super-axillar translucida. Caldeiräo (Amazonas).
Habitat: Ambyiacu, Parahyba, Doce, Mucuri, Trombetas, Obidos, Ica,
Mendes, Rio das Velhas, Jequitinhonha, Cannavieiras, Muriahé, rios do Rio -
de Janeiro, Porto Alegre, Descalvados: Matto Grosso.
265—Rhamdia vittata,' (Kroyer & Lutken)
CHORALAMBRE, CHUE
EST. 40—FIG. 2
Um pouco mais robusta do que a especie precedente; cabeça 4e 1/2,
aitura 5 e 1/3. Cabeça deprimida anteriormente; abertura da bocca egual à
distancia que vae da orbita ao meio do labio superior; barbilhão maxillar
attingindo o meio da adiposa, post-mentaes 2/3 da peitoral, mentaes a axilla
d'esta nadadeira ; olhos grandes, seu maior diametro 1 e 1/3 no espaço in-
ter-ocular; fontanellas se projectando até a base do processo occipital, este
como na especie precedente; peitoral attingindo a vertical do 4º raio dorsal,
tendo o aculeo com as serrilhas muito mais curtas do que na especie prece-
dente, em relação ao diametro do aculeo; comprimento do aculeo dorsal, não
entrando em conta a parte membranosa que é egual 4 2/3 do comprimento
da ossea, egual à 1/2 da cabeça ; ventraes originando-se sob a base do ul- :
timo aculeo dorsal e terminando sobre a papilla genital; adiposa começando
sobre a vertical do anus ; anal redonda, de altura egual á distancia que vae
do primeiro 4 base do antepenultimo aculeo anal. Caudal amplamente fur-
cada, com o lobo superior ligeiramente proeminente. Plumbea com uma es-
tria mediana ao longo dos flancos, ás vezes projectando-se até o focinho, ás
vezes ausentes. À região escapular em dous individuos de 75 mm. tem a
zona translucida que se observa em 2. lateristriga ; num individuo de 11
centimetros, porém, ella não existe.
Habitat: Rio das Velhas, Rio S. Francisco, S. Matheus, Rio Jequiti-
nhonha.
Os exemplares que serviram á presente descripção, provem do Rio das
Velhas, Jaguara, d'onde me foram trazidos pelo Sr. Carlos Moreira.
266—Rhamdia modesta; (Gunth.)
sD ae. Bach
«Cabeça recoberta por uma membrana muito delgada, superiormente ;
processo occipital estreito, alongado, projectando-se até um pequeno osso
1) Vittatus (Lat.)—estriado,
2) Modesta (Lat.)—modesta.
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A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 273
triangular da base do aculeo dorsal. Adiposa comprida, um pouco menor de
que 1/3 do comprimento total (sem a caudal), sua distancia da dorsal & me-
nor do que o comprimento desta ultima. Barbilhöes maxillares projectando-
até a origem da nadadeira anal, os post-mentaes até o meio da peitoral.
FIG. 110—Rhamdia modesta, seg. Gunther
Altura do corpo cinco vezes e 1/2 no comprimento total, sem a caudal;
o comprimento da cabeça quatro vezes e 2/3. Os olhos occupam o meio do
comprimento da cabeça, de que o seu diametro é 1/4 e egual á largura do
espaço interorbital. Nadadeira dorsal um pouco mais alta do que longa; seu
aculeo delgado, um pouco maior do que 1/2 do comprimento da cabeça e um
pouco mais curto do que a nadadeira peitoral. Caudal furcada, com o lobo
superior mais comprido. Coloração uniforme.» (Giinther).
Habitat: Brasil —Rio Juruá. Esmeraldas e Rio Chagres (Equador e Pa-
namá Occidental.)
267. Rhamdia eigenmanniorum, Mir. Rib.
D. 1 L 6: À. 12 4 14
«Corpo vigoroso, posteriormente comprimido, cabeça sub-conica, sua
largura 1 e 2/5 no comprimento ; altura na base do processo eccipital 1 e 1/2;
largura no angulo da bocca 2 e 2/3 4 3 na cabeça ; perfil curvo, secção trans-
versal da cabeça convexa, processo occipital longo e delgado, sua largura
na base tres no comprimento. Barbilhão maxillar attingindo a origem da anal;
1) Eigenmanniorum (Latinisacäo)—dos Eigenmann; profs. Carlos H. e Rosa Smith Eigen-
mann, autores da magnifica Synopse : «South American Nemathognathi» ,
274 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
barbilhäo näo attingindo a base da peitoral; post-mentaes cerca da metade
da peitoral. Membranas operculares separadas até sob a margem anterior
dos olhos. Olho 1 e 1/3 4 1 e 1/2 no focinho, 3 e 1/3 44 na cabeça, equi-
distante do focinho e da margem posterior do operculo; espaço interorbital
1 e 1/3 nos olhos.
Aculeo dorsal equidistante do focinho e da anal, sua altura 1 e 1/3 na
cabeça, o mais longo raio egual ao comprimento da cabeça. Adiposa 3 e
2/5 á 4 no comprimento, sua distancia da nadadeira dorsal egualando 4 base
da ultima. Lobos caudaes de egual largura, o superior mais comprido, quatro
no comprimento. Anal redonda, o seu maior raio 1 e 1/2 41 e 4/5 na cabeça.
Ventraes inseridas atraz da vertical do ultimo raio dorsal, 1 e 1/3 4 2 e 3/5
na cabeça, suas pontas a cerca de 1/4 do proprio comprimento separadas
da anal. Aculeo peitoral pouco menor do que o comprimento da cabeça. Côr
parda clara; uma facha lateral, cinerea. Pontas das nadadeiras obscuras.
Cabeça 4 e1/2á 5; altura 5 e 1/2 4 6e1/2;Br.7.> (Eigenmann & Ei-
genmann).
Habitat: Rio Parahyba.
268—Rhamdia transitoria, Mir. Rib.
MANDI - TINGA
EST. 30—FIG. 3
D. 1 + 6; A. 13
Cabeça 4 e 1/4; altura 5; fontanella um pouco ampla, na parte anterior
a constricção ocular ; barbilhões maxillares attingindo á axilla das ventraes;
olhos grandes 1 e 1/4 no espaço interorbital (orla cutanea) equidistantes do
focinho e da ponta do operculo ; processo occipital attingindo a placa pre-
dorsal ; peitoraes pontudas, fortes, com o aculeo menor do que o segundo
raio, deprimido, curvo, com denticulações fracas no apice que é envolvido
por tegumento dermico; a concavidade do bordo posterior é fortemente pro-
vida de denticulações de que as maiores são as do meio do aculeo ; dorsal
elevada, redonda ; aculeo (quebrado) sobre a vertical que passa pela ponta
do processo clavicular ; ventraes posteriores á vertical da base do ultimo
raio anal, redonda ; caudal tendo o lobo superior um pouco mais longo,
sendo, porém, mais fraco que o inferior. Amarella cinerea, com uma estria
diffusa sobre a linha lateral ; parte superior obscura ; nadadeiras obscuras ;
a dorsal com a facha branca das Rhamdias.
Segundo o Sr.Krone, de Iguape, esse peixe passa por ser o «Ceguinho» com
o qual realmente se assemelha tanto, na forma e no colorido, que eu acceito a
opinião dos Iporanguenses, admittindo-o como a fonte originaria de Typhla-
bogrus kronei.
Habitat: Ribeirão do Alambary, Iporanga. Um exemplar 150 mm.
1) Transitoria (Lat.)=transitoria (para Typhlobagrus).
A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES
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Qt
269—Rhamdia brasiliensis,' (steina.)
Oy i kT IN, 19
FIG. 111 -Rhamdia brasiliensis, seg. Steindachner
«Förma do corpo como em P. lateristriga. Pöro axillar ausente. Orla in-
ternado aculeo peitoral apenas fracamente dentado. Comprimento da cabeca
atéa ponta do processo occipital, cerca de 3 e 1/2, até a extremidade dos oper-
culos cerca de 4 e 1/2, maior altura do tronco cerca de cinco vezes, compri-
mento da anal cerca de quatro vezes no comprimento do corpo; diametro
ocular cerca de quatro, comprimento do focinho um pouco mais do que 2 e
1/2, espaço interocular quatro, largura da parte ossea da fronte, cerca de
cinco, maior largura da cabeça cerca de 1 e 1/2 vezes no comprimento da
cabeça (até o extremo posterior dos operculos). Os barbilhões maxillares
attingem um pouco além do início da anal. Espaço entre a adiposa e a dorsal
um pouco maior do que o comprimento da base da ultima. Parte superiorparda
avermelhada. uma nodoa parda escura sobre a região humeral e uma facha
estreita de identica coloração, ao longo da linha lateral, até a base dos raios
caudaes medianos.» (Steindachner).
1) Brasiliensis (Lat. —brasiliense ou brasileira.
276 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
270—Rhamdia schomburgki, Biceker.
JAMDIÀ
D. 1 +6; A. 12 |
Segundo Schomburgk que a chamou P. maculatus, esta epecie tem a
cabeça deprimida com a mandibula proeminente, oito raios branchiostegos
sob um operculo estriado e a nadadeira adiposa muito desenvolvida. De côr
cinerea glauca superiormente e mais clara inferiormente, esse peixe é ma-
culado de claro e habitante do Rio Negro, onde tambem o chamam Jundia.
271—Rhamdia obesa; Eigenm. & Eigenm.
D. 1+6; A. 10
«Corpo curto e elevado ; sua maior largura menor do que a maior al-
tura; cabeça curta, sua largura 1 e 1/5 no comprimento ; largura no an-
gulo da bocca 2 vezes no comprimento; cabeça chata superiormente, co-
berta de pelle fina, superficie ossea profundamente plicada, as estriações
irradiando dos olhos e de uma depressão na base do processo occipital. A
fontanella com uma estreita fenda entre os frontaes. Processo occipital muito
largo, parcialmente occulto na pelle, attingindo a mais de meio caminho do
aculeo dorsal até junto da grande e occulta placa dorsal. Póros espalhados
sobre a cabeça. Olhos redondos, 2 e 1/4 no focinho, 6 e 1/4 na cabeça, 2 no
espaço interorbital, sua margem posterior adiante do meio da cabeça. Bar-
bilhões maxillares projectando-se até a ponta dos raios caudaes medianos ;
mentaes até o meio das temporaes; post-mentaes até meio caminho entre
as pontas das peitoraes e a base das ventraes. Maxillas eguaes, bocca com-
parativamente pequena, dentes mandibulares na forma commum ; dentes in-
termaxillares em uma facha que é reduzida e interrompida no meio; a sua
altura cerca de 9 vezes a largura. Rastros 3+9. Distancia entre o aculeo dor-
sal e o focinho 2 e 2/5 no comprimento. Nadadeira dorsal mais curta do que
alta, o mais alto raio 1 e 2/5 na cabeça. Distancia entre a adiposa e a dorsal
egualando á 1/3 do comprimento da ultima. Adipos : egual ao dobro da dor-
sal; 3 no comprimento. Caudal profundamente furcada com os lobos mais
longos do que a cabeça, cerca de 1/3 no comprimento. Anal curta e elevada,
1) Schomburgki — de Richard Schomburgki, Naturalista inglez que effectuou excursões na região
das Guyanas.
2) Obesa (Lat.) = obeso.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 277
sua margem livre estreitamente arredondada; o maior raio contido 2 na cabeça.
Ventraes inseridas sobre a vertical dou Itimo raio dorsal, 1 e 4/5 na cabeça.
Aculeo peitoral forte, terete, com espinhos curtos na orla anterior junto
a ponta e curtos dentes quasi em todo o comprimento da margem posterior,
1 e 1/2 na cabeça. Uma grande macula humeral escura: nadadeiras escuras;
a barra branca, commum, na nadadeira dorsal, junto a base. Cabeça 3 e
3/4; altura sob o aculeo dorsal, sobre o primeiro raio anal 4e 1/2, al-
tura no pedunculo caudal 8. Com. 260 millimetros.» (Eigenmann & Eigen-
mann).
Habitat: Tefé.
272—Rhamdia sapo," (Cuv. & vai)
JUNDIÁ
Est. 33, Fig. 1
DEE 7 agi A 11a12
Cabeca 3 e 3/4, grande, robusta, plana superiormente, revestida de
pelle fina ; bocca anterior, de largura contida 2 vezes e 1/2 na distancia que
vae do focinho á do processo occipital ; barbilhöes maxillares attingindo as
ventraes ; post-mentaes passando a axilla das peitoraes ; mentaes a orla da
membrana opercular ; olhos 3 vezes no espaco interorbital, 8 vezes na dis-
tancia que vae do labio superior ao apice do processo occipital; fontanella
tendo um grupo de póros mucusos no seu extremo posterior: que fica na
linha do bordo posterior das orbitas; outros grupos longitudinaes de
póros atraz das narinas posteriores e por dentro das anteriores ; outros pe-
quenos grupos occupando os angulos de um quadrilatero regular de que um
lado fica pouco atraz da linha do bordo posterior dos olhos. Rastros 3 á
4+8 á 10. Aculeo dorsal terminando em ponta membranosa, delgado, curvo,
liso, originando-se sobre o terço posterior do aculeo peitoral; este forte,
denticulado na parte mediana do bordo anterior e em todo o posterior; a
base das ventraes occupa uma facha correspondente ädistanciaentre a dorsal
ea adiposa ; esta elevada projectando-se de um diametro ocular da base do
ultimo raio dorsal 4 um diametro ocular da base dos raios accessorios ; anal
originando-se 4 uma distancia da base das ventraes que é egual 4 1 e 1/2
vezes o comprimento da sua base e terminando, quando reclinada sobre o
corpo, um pouco adiante ou no plano onde termina a adiposa ; caudal
furcada, com lobo inferior um pouco mais forte; linha lateral recta, muito
distincta ; altura 5 e 3/4. Uniformemente denegrida com a parte inferior
alvadia amarellada.
Habitat: Guahyba Rio Grande do Sul, R. Paraná.
Os exemplares que serviram á esta descripção me foram trazidos de
Guahyba pelo Dr. E. Roquette Pinto.
1) Sapo (Lat.) — sabão.
278 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
273—Rhamdia hilarii,' (Cuv. & var)
MANDÍ BAGRE
D. 1 + 7 à 8; A. 124 14
Cabeca mediocre, 4 e 1/2 no corpo, bocca moderada, barbilhöes ma-
xillares quasi attingindo a anal, post-mentaes o meio das peitoraes, mentaes
o extremo do segundo terço dos post-mentaes ; olhos 7 vezes na cabeça,
lateraes. Processo humeral attingindo o extremo do terceiro quarto do aculeo
FIG. 112 — Rhamdia hilarii, seg, Lutken
peitoral. Rastros 2+7. Dorsal originando-se sobre o apice desse aculeo e
tendo o ultimo raio sobre o primeiro ventral ; ventraes attingindo o anus ;
adiposa começando sobre o extremo do ultimo raio dorsal e terminando
proximo dos falsos raios caudaes superiores ; anal occupaudo o centro da
distancia que vae da base das ventraes aos primeiros raios caudaes: a na-
dadeira deste nome furcado, com os lobos arredondados e o inferior maior.
Cinerea amarellada com vermiculações denegridas, indistinctas, superior-
mente, alvadia inferiormente ; a facha branca commum da base da dorsal
presente.
Habitat : Rio S. Francisco, R. das Velhas, B. Jardim, Porto Alegre, Rio
da Prata.
274 Rhamdia quelen,? (Quoy & Gmra,)
BAGRE ; SAPIPOCA
Est 41 fio?
Corpo alongado, bastante vigoroso, cabeça 4 e 1/4, um tanto chata,
tornando-se mais deprimida anteriormente; bocca moderada 1/3 na distancia
1) Hilarii (Latinisação)- de Saint-Hilaire (Aug:)
2) Quelen— «Ce poisson port le nom de M l'abbé de Quelen, chanoine titulaire du chapitre royal de Saint Denis et aumo-
nier de l’expedition, à qui nous l'avons dédié» (Quoy y Gaimard).
A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 279
que vae do labio superior á base do aculeo dorsal ; dentes villiformes em
facha de egual largura em toda a extensäo nos intermaxillares, maxilla infe-
rior um tanto sobrepujada pela superior e recoberta pelo labio; rastros
2+10 barbilhöes maxillares attingindo as ventraes ; post-mentaes a axilla
dos peitoraes e mentaes 2/3 dos post-mentaes ; olhos moderados supero-la-
teraes, a sua distancia do meio do labio superior contida 3 e 1/2 vezes na
que vae d'este ponto a base do aculeo dorsal, é quasi egual 4 distancia in-
terocular.Dorsal originando-se sobre o extremo do aculeo peitoral; o oculeo
_ dorsal termina em ponta membranosa ; adiposa grande, elevada, originando-
se logo após a dorsal que attinge a sua origem ; peitoraes pequenas, tendo
o aculeo deprimido, forte, curvo, porém seguido de uma parte terminal
membranosa ; processo humeral moderado, attingindo o meio do aculeo pei-
toral ; ventraes originando-se sobre o plano da base do ultimo raio dorsal e
attingindo quando muito a pupilla post-anal ; anal moderada de contorno
arredondado, e terminando pouco antes do plano em que termina a adiposa;
caudal furcada tendo o lobo inferior maior e sendo ambos redondos ; linha
lateral distincta, tubulada na origem ; muitos póros tubulados sobre a ca-
beça. Cinereo glauco (cupreo no alcool) ou denegrido. Um bello exemplar de
33 cent. que serviu á presente descripção foi capturado nos lagos da Quinta
Boa Vista em S. Christovão.
As dimensões da adiposa e o colorido variam, sendo aquella geralmente
egual 4 2e 1/4 ou3e 1/2, um exemplar do Rio Branco é maculado de
preto.
Habitat: Santa Ciara, Rio Mucury, Juiz de Fora, Campos, Rio Jequiti-
nhonha, Rio de Janeiro, Macacos, Rio Parahyba, S. Matheus, Canavieiras,
Rio Grande do Sul, Rio Doce, Amazonas, Bahia, Maribatanos, Rio
Branco, Cuyabá, Rio da Joanna, Mendes, Urucum e Carandasinho (Co-
rumba).
275—Rhamdia seb&,' (Cuv. & Val.)
NHAMDIA ou JAMDIA — BAGRE DE LAGOA, MANDI-CHORAO
Est. 41—Fig. 3
D. 1+ 6; A. 9412
Forma esvelta, bastante comprimida posteriormente; cabeça gradati-
vamente achatada para a parte anterior, contida cerca de quatro vezes no
comprimento ; bocca moderada de largura egual 4 1/2 do comprimento da
cabeça ; barbilhöes maxiilares attingindo o terço posterior da adiposa, post-
mentaes 0 meio do comprimento das peitoraes ou a base das ventraes; men-
taes quasi a base das peitoraes; olhos um tanto ellipticos, contidos seis ve-
zes na cabeca, cerca de 2 e 1/2 vezes no espaco interorbital, este 3 e 2/3 na
1) Sebæ —d2 Alberto Seba, Etzela Oostfisius, auctor do hesaurum Rerum Naturalium, em que collaborou Artedt
‘sobre OS pe xes.
280 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
distancia que vem do labio superior 4 base da dorsal 3 rastros 2+8. Dorsal
moderadamente elevada, tendo o aculeo delgado, terete, entalhado junto ao
apice de modo a apresentar mais de uma ponta e origina-se sobre o termo
do 3º quarto do comprimento do aculeo peitoral; as nadadeiras deste nome
mediocres, sendo o aculeo fraco e fracamente serrilhado ; ventraes articulan-
do-se sobre o plano do ultimo raio dorsal; adiposa grande, elevada, origi-
nando-se á 1 diametro ocular da base do ultimo dorsal e terminando sobre
o pedunculo, a menos de dois diametros do plano em que termina este; anal
mediocre, mais elevada do que longa; caudal furcada; linha lateral presente,
bastante nitida, projectando-se sobre a caudal. Côr negra uniforme no indi-
viduo descripto. Varia entretanto para o pardo com uma nodoa negra sobre
a região humeral. Alexandre Rodrigues Ferreira representa uma variedade
desta especie com a caudal tendo os lobos pontudos e sendo de côr cinerea
com maculas negras irregularmente exparsas sobre os lados do abdomen e
pedunculo. E” um bagre bastante commum cujos barbilhões constituem um
bom caracter differencial ; entretanto estes mesmos variam sendo ora teretes,
ora achatados; os maxillares, no typo mais curto, dizem os Eigenmann,
projectam-se até o meia da adiposa, quando mais longos até adiante da
caudal. São mais longos em exemplares de 10 á 15 millimetros e mais curtos
tanto no joven como no adulto. Os post-mentaes variam em comprimento,
as suas pontas projectando-se até o meio das peitoraes ou no maximo, das
ventraes. As vezes os barbilhões são muito mais curtos de um que de outro
lado.
Segundo Natterer, no Rio Branco chamam-n'o de Mandi-Chorão ou
Bagre das Lagöas.
Habitat : Maribatanos, Tocantins, (Amazonas) Gurupá, Xingú, Jutahy,
Cudajas, Serpa, Tabatinga, Goyaz, Pará, Bahia, Rio de Janeiro, S. Matheus.
Rio Doce, Santa Cruz, Urucum e Carandasinho (Corumbá) Cuyabá, Trin-
dade e Surinam
276—Rhamdia poeyi,' Eigenm. & Eigenm.
DA" 6: AM
«Largura do corpo mais ou menos egual á sua altura, muito comprimido
para a cauda. Cabeça curta, chata superiormente, os lados não muito ver-
ticaes, sua maior largura 1 e 1/4 no comprimento ; fontanella não se conti-
nuando por detraz dos olhos; processo occipital muito curto, triangular,
attingindo a 2/7 da distancia entre a sua base e o aculeo dorsal. Poucos
póros grades em torno da cabeça. Olhos 3 no focinho, 7 na cabeça, 1 e 1/2
1) Poeyi—de Felippe Poey, naturalista havanez, nascido em 1799 e morto em 1891; foi director do Museu de Havana e
professor da Universidade ; escreveu principalmente sobre a Historia Natural de Cuba.
(Ten 9 and) ‘aegas y — Big (prup 9 fond) ‘uopnb à — Z BL (IAP 'ANO) ‘odes eipureyy — I “Bld
‘14 ey YW OUIGES
‘dut ‘Ypruyas ‘Î “youd "qui ‘HW ap 'V
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE— PEIXES 281
no espaço interorbital. Barbilhöes maxillares apenas attingindo á vertical do
aculeo dorsal; barbilhäo post-mental quasi chegando 4 orla da membrana
branchiostega, os mentaes menos da metade ; membrana branchiostega se-
parada até sob a parte anterior dos olhos. Rastros 347. Distancia entre o
aculeo dorsal e a ponta do focinho menos tres vezes no comprimento ; dis-
tancia entre a adiposa e a dorsal egualando ao comprimento desta. Adiposa
muito baixa anteriormente, seu comprimento cerca de 3e 1/4 no total. Pei-
toraes e ventraes muito curtas. Aculeo peitoral curto, terete, cerca de me-
tade do comprimento da cabeça, tendo a margem externa lisa e a interna
com espinhos em toda a extensão. Pardo. Lados e dorso cobertos de peque-
nas maculas escuras e outras menores negras ; uma nodoa humeral escura ;
uma facha lateral da mesma côr. Cabeça 4 e 1/4; altura sobre o 1º raio anal
7 ; altura do pedunculo 9 e 1/2. Branchiostegos 6. Comp. 175""» (Eigenm.
& Eigenm. Habitat: Goyaz.
277—Rhamdia tenella,’ (Eigenm. & Eigenm.)
DATEN TE
«Largura, atraz da cabeca, egual ä altura, acuminando-se para pe-
dunculo c sudal que é fortemente comprimido. Cabeça larga e chata trans-
versalmente, sua maior largura 1 e 1/3 no comprimento ; perfil regular e for-
temente convexo, largura no angulo da bocca 2 no comprimento da cabeça.
A fontanella é uma estreita fenda entre os ossos frontaes. O processo occi-
pital projectando-se 4 1/3 no espaço que vae da sua base ao aculeo dorsal.
Olhos 3 vezes no focinho, 9 na cabeça, 2 e 1/2 no espaço interorbital. Bar-
bilhões maxillares chegando à frente da dorsal, mentaes 4 base das peitoraes,
post-mentaes ao meio d'essas nadadeiras. Maxilla inferior mais curta que a
superior, facha intermaxillar de dentes tendo os extremos de altura egual ao
dobro da altura do meio; a maior da facha 3 e 1/2 na largura. Membranas
branchiostegas separadas até sob o angulo da bocca; rastros ligeiramente ra-
mosos, 3+10. Distancia entre a dorsal e o focinho tres vezes no compri-
mento ; raios dorsaes de altura quasi uniforme, maiores do que o aculeo.
Distancia entre a adiposa e a dorsal 2 no comprimento da dorsal, sua
distancta da caudal menor do que o diametro ocular. Caudal profundamente
furcada, com o lobo inferior mais largo redondo, 1 e 1/3 na cabeça. Anal
mais comprida do que alta, seu maior raio 2 e 1/4 na cabeça ; ponta da anal
não attingindo a vertical do extremo da adiposa pelo comprimento do foci-
nho. Ventraes inseridas por traz da vertical do ultimo raio dorsal, duas ve-
zes na cabeça. Aculeo peitoral muito forte, apenas mais curto do que o mais
longo dos raios, espinhos curvos nos tres ultimos quartos da sua margem
externa ; um profundo sulco em quasi toda a metade da margem interna,
1) Tenella (Lat.)— Tenrasinha.
282 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
sendo o terco basilar aspero ; seu comprimento 1 e 3/4 na cabega. Parda-
cento ; nadadeiras escuras; adiposa marginada de negro. Cabeca 4 e 1/4;
altura 6 3/4 ; acima do primeiro raio anal 8, a do pedunculo caudal 10.
Branchiostegos 7 á 8. Comprimento 31 centimetros.» (Eigenm. & Ei-
genm). Habitat: Cudajas.
278 - Rhamdia foina,' (min. & Troschel.)
D.116;A.11;Ps. 1 + 8; Vs. 6.
«A cabeça é contida mais de cinco vezes em todo o comprimento. A
maxilla superior projecta-se algo para a frente. Os olhos ficam a meio do
comprimento da cabeça. O espaço interorbital é egual ao diametro longitu-
dinal dos olhos, porém a parte interorbital do craneo é muito menor do que
a parte cutanea que delimita o olho ; aquella perfaz apenas 1/2 de um dia-
metro ocular. As narinas anteriores ficam na orla do focinho, as posteriores
mais proximas dos olhos do que da orla do focinho. Toda a cabeça é muito
chata, de modo que os olhos ficam superiores, ella é em toda a extensão
recoberta de pelle fina. O processo occipital é extraordinariamente curto; a
placa dorsal é recoberta de pelle de modo que não é visivel. Operculo e pro-
cesso humeral tambem cobertos de pelle delgada, sente-se, porém, debaixo
desta, a ponta do processo muito aspera superiormente e como que serri-
lhada. O póro peitoral é muito pequeno. Us barbilhões maxillares apenas
attingem o extremo das peitoraes; os post-mentaes ä origem dessas nada-
deiras, os mentaes apenas 1/2 comprimento dos externos. A membrana
branchiostega tem seis raios. O aculeo da dorsal é curto, pouco mais alto
do que a metade dos raios, delgado, sua ponta tem anteriormente algumas
denticulações, posteriormente é liso ; tem seis raios. Adiposa começa atraz
do extremo das ventraes, sua base é egual ao dobro da base da dorsal. A
anal fica sob o seu meio, conta-se nella 11 raios. A caudal tem o lobo supe-
rior mais comprido do que o inferior. Nas peitoraes o aculeo é fortemente
denticulado, especialmente na orla externa; tem 8 raios. A ventral tem 6.
A vesicula natatoria é muito curta e tem as paredes muito delgadas. Cör:
perdida no exemplar conservado em alcool; comprimento 8 pollegadas.»
(Müller & Troschel). Habitat : Takutu.
279—Rhamdia breviceps, Kner.
DS 176: ALT
«Cabeça 6 e 1/2 vezes no comprimento total, focinho pequeno, sem
escudo livre.
Olhos grandes, lateraes; dorsal quasi egual ao dobro da altura do cor-
po; adiposa muito longa; barbilhões maxillares attingindo a anal.
1) Foina—(Lat.) Mustela foine, a foinha, narta das fayas (fagina).
2) Breviceps (Lat.) - de cabıza curta.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 283
Aspecto total semelhante ao de P. gracilis; largura entre os operculos
egual ao comprimento da distancia que vae da ponta do focinho á orla or-
bital posterior; altura da cabeça um pouco menor, a do focinho entre as
bases dos barbilhöes maxillares 2 e 1/2 vezes no comprimento da cabeça.
O focinho é um tanto pontudo, seu contorno parabolico, a fronte suavemente
arqueada, o perfil eleva-se em arco moderado até o aculeo dorsal. O dia-
metro transverso dos olhos é eguala 1/5 do comprimento da cabeça, a
distancia lateral um pouco menos de que 2,a do focinho mais que 2
diametros.
As narinas posteriores jazem mais proximas da orla da bocca do que
dos olhos, as anteriores são alongadas em um curto tubo. Os intermaxillares
projectam-se um pouco sobre os mandibulares; o hiatus é moderado, ambas
as maxillas têm pequenas fachas de dentes villiformes; os barbilhões post-
mentaes attingem o ultimo terço das peitoraes; os mentaes originando-se
um pouco mais adiante, apenas attingem a base d'essas nadadeiras.
Toda a cabeça é revestida de pelle espessa e lisa e nem o vertex nem a
fontanella apparecem externamente, nem tampouco se precebe a placa pre-
dorsal. As aberturas branchiaes se projectam até o isthmo. A dorsal é de
altura maior que o dobro da base e moderadamente pontuda para traz, o seu
1º e maior raio (aculeo) termina no 3º superior com uma ponta flexivel e
fraca, é estriado longitudinalmente e desprovido de denticulações; a adiposa
começa logo depois delle, elevando-se gradativamente, tornando-se, porém,
em seguida de egual altura até a sua extremidade truncada em angulo recto,
a qual fica à curta distancia da caudal. A anal que se origina mais ou menos
sob o meio da adiposa é tão alta quanto longa e arredondada.
As ventraes ficam sob o extremo da dorsal, são arredondadas e chegam
apenas até sob um pouco além da origem da adiposa; entre ellas jaz, em
metade de sua extensão, o anus, em alguma distancia para traz a papilla
urogenital tambem afastada da parte anterior da anal. O aculeo das peitoraes
attinge apenas o início da dorsal, é chato, denticulado na orla posterior,
protegido por um tegumento dermico anteriormente, descoberto e com al-
gumas denticulações perto da ponta.
O precesso clavicular é o unico de todos os ossos externos que fica em
parte descoberto, espiniforme, longitudinalmente rugoso e mais longo do
que alto (attinge meio comprimento do aculeo peitoral) sob elle vê-se um
pequeno póro peitoral. A caudal é profundamente entalhada ; o lóbo supe-
rior um pouco mais comprido, comprehende mais de 1/5 do comprimento
total.
Nem a linha lateral nem os canaes cephalicos produzem reticulações.
Pardo uniforme.» (Kner.)
Um unico exemplar conservado no Museu de Vienna.
Habitat: Marabitanos.
D
[0 2}
+
ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
280—Rhamdia arekaima,' (Shomb.)
JANDIÁ
D. 1 + 10; A. 10
«Dorsal com 10 raios; vertex rugoso, processo occipital entalhado no
extremo posterior, placa prédorsal recoberta de pelle, barbilhäo maxillar
projectando-se até a anal, mandibula mais curta que a maxilla superior, anal
longa.
Cabeça 1/5; largura, apenas 1/6 do comprimento total; contorno do fo-
cinho semicircular; maior diametro ocular apenas 1/6 do comprimento da
cabeça, olhos sobre o meio da cabeça, separados entre si por 2 e 1/2 dia-
metros. As narinas posteriores transversalmente abertas, ficam muito affas-
tadas dos olhos, a fontanella entre os mesmos é alongada. Os barbilhões
post-mentaes chegam até sob a dorsal, os mentaes ou anteriores, até a base
das peitoraes. Todos os raios da dorsal são de quasi egual comprimento, o
aculeo desta nadadeira é longitudinalmente rugoso, não denticulado; as pei-
toraes são mais fortemente desenvolvidas do que no cummum, e os seus
raios são os maiores de todas as nadadeiras; o seu aculeo, quasi do mesmo
comprimento, é longitudinalmente rugoso, no bordo anterior nodoso, denti-
culado no posterior.
As ventraes ficam sob o ultimo raio da dorsal, tendo raios mais curtos
que as anteriores, porém mais longos do que a anal que, sobretudo, possue
os mais curtos; a caudal é profundamente entalhada, o lobo superior (com-
quanto anterior) parece ser um pouco mais comprido; a base da adiposa
excede em cerca de 1/3 0 comprimento da dorsal.
A linha lateral tem canaliculos dirigidos para baixo, uma fraca articula-
ção nas bochechas em um póro peitoral presente. O anus fica quasi no meio da
distancia entre a anal e as ventraes. Pardo no dorso e lados, manchado de
mais claro, no ventre esbranquiçado, dois exemplares de dois pés de com-
primento» Kner.
Hab: Borba — Madeira, Forte do Rio Branco e Rio Tacutu.
Pimelodus,” Lacép.
Hist. Nat. Poiss. V—1803.
Forma commum aos bagres. Cabeça grande, geralmente deprimida na
metade anterior; a metade posterior mais ou menos granulosa; bocca trans-
versa, ampla, maxillas mais ou menos eguaes; dentes em facha sobre os
1) Arekaima, nome dado pelos indigenas Macuchis ao Jandiá figurado por Schomburgk sob esse nome.
2) Pimelodus (Gr,): Pimele, gordura; didos, semelhante.
A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 285
com os maxillares e maudibulares ; dentes vomerinos raramente presentes ;
olhos mediocres, geralmente ellipticos ; narinas amplas, occupando os an-
gulos de um espaçoso quadrilatero, as anteriores semilunares, retrovertidas,
sem valvula ; 6 barbilhões teretes ; os maxillares geralmente da extensão
do corpo ; fontanella projectando-se quando muito até ao plano do bordo
posterior dos olhos. Abertura opercular ampla ; processo clavicular largo,
deprimido, rhombo quando apparente. Aculeo da dorsal e da peitoral mo-
derados, mais ou menos providos de espinhos de direcção opposta. Média
para a dorsal 1+6. Rios de todo o Brasil e republicas limitrophes á E. dos
Andes desde o R. Paraná (Prata).
Especies constatadas no Brasil:
CAR don da he a a N Se nen P. eques.
/
A. 13; fasciado de ne-
[ Placa predorsal STORE ENT rene P. ornatus.
inteira. A :
\ A. 10 a 12 (4 15 ?) uni-
Barbilhöes formente colorido ou
teretes. maculado de negro . P. clarlas.
Cabeça com os
OSSOS supe-
VERS Placa predorsal dividida por um sulco
\ riores nús. ) ESA (o yay ee ee NME P. altipinnis.
raes e dorsal
rovidos de fd ART
p Barbilhões comprimidos, os mentaes na mesma
denticulações - A .
retro ere $ linhaicontisuosieisubeguaes! ran. on er P. valencennis.
Cabeça recorberta de pelle superiormente . ...:.......... P. fur.
«
| /Aculeos peito-
Caudalfurcada,
\
INDO Steen cee P. agassizi.
Olhos 5 a 9 ve-
zes no compri-
mento da ca-
| beça; colora-
psi compri-
ção lue |
Barbilhôes teretes . P. platanus.
\Aculeos dorsal e peitoraes desprovidos de /
denticulações retrosas.
Clhos 11 vezes no comsrimenta da
cabeca; coloragäo parda clara, ma-
culas escuras sobre os flancos,
uma risca escura adiante dos olhos. P. pati.
8i—Pimelodus eques,' Mill. & Tr.)
DE 1.6: Ae It
«Corpo nas espaduas menos largo do que alto, comprimido para a cau-
dal; cabeça chata, deprimida, sua maior largura 1 e 1/4 no comprimento,
sua maior altura cerca de 2 e 1/2. Toda a parte superior da cabeça granu-
1) Eques (Lat.)—cavalleiro ou cavalheiro.
286 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
losa ou estriada ; fontanella continuando-se como um estreito sulco até a
crista occlpital ; ponta da crista occipital emarginada; articulando-se com a
placa dorsal escutiforme. Distancia entre as narinas egual á 2/3 do diametro
ocular. Um profundo sulco do barbilhão maxillar até sobre os olhos, che-
gando este barbilhão até adiante da caudal ou até a base da adiposa ; bar-
bilhão post-mental inserido atraz e por fóra dos mentaes; mentaes proje-
ctando-se até a base das peitoraes, ligeiramente mais curtas no adulto ;
post-mentaes não chegando á ponta das peitoraes. Olhos grandes, cinco a
seis vezes na cabeça, 2 4 2 1/2 no focinho, e 1 e 1 2 4 2 na região interor-
bital, 1 e 1/3 diametros atraz do rictus. Maxillas subeguaes, a superior um
pouco mais longa ; largura da bocca 2 e 1/2 no comprimento da cabeça ;
ambos os labios papillosos ; dentes na maxilla inferior em uma facha egual
á 1/5 do diametro dos olhos na altura, acuminando-se para traz do rictus;
uma larga membrana papillosa atraz delles. não muito mais larga no rictus;
dentes na maxilla superior n'uma facha apenas mais alta do que a facha da
maxilla inferior, não interrompida no meio ; a facha da maxilla inferior lar-
gamente interrompida no meio ; queixo e focinho com muitos póros. Mem-
branas operculares separadas até quasi sob o rictus ; rastros sobrepostos,
2--12, n'uma unica serie sobre os primeiros dous arcos. sendo a serie interna
substituida por uma membrana recortada. Aculeo dorsal fraco, 1 e 3/5 na
cabeça, o mais alto raio | e 2/5 na cabeça, a margem livre da nadadeira
arredondada ; o fulcro basilar forte, o aculeo inserido anteriormente ao meio
da distancia que separa a base das peitoraes das ventraes, equidistante-
mente entre o focinho e o início da anal. Adiposa longa, 3á 3 e 1/2 no
comprimento.
Caudal obliquamente redonda com a porção inferior mais longa, e 1
e 1/4 na cabeça. Anal com a sua margem livre estrictamente redonda, sendo
O oitavo raio o mais ouro, 2 na cabeg a, a base da nadadeira egual á 2/3 da
altura. Ventraes 1 e 2/3 na cabeça. Aculeo peitoral muito forte e comprido,
apenas mais curtos do que os raios, | e 2/5 na cabeça ; fortes dentes extro-
sos no anterior e retrosos no bordo posterior do aculeo.
Altura do pedunculo caudal 3 e 1/3 no comprimento da cabeça. Côr
perdacenta marmorada de escuro; membrana opercular largamente margi-
nada de branco, adiante dessa margem ha uma barra negra; uma larga ma-
cula negra nas espaduas, as vezes projectada atravez do dorso, adiante do
aculeo da dorsal e como uma facha lateral até a caudal; base da caudal parda
escura; nadadeiras obscuras, muculadas de côr mais branca.
Cabeça 3 4 3e 3/5; altura 5; Br. 7; D.1.+6; A. 11. Os maiores exem-
plares conhecidos medem 30 centimetros.» (Eigenmann & Eigenm.) Habitat:
Tocantins; Fonteboa; José Fernandes; Jutahy; Xingú; Obidos; Jamary,
Teffe ; Villa Bella.
A. DE MIRANDA RIBEIRO —FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 237
282 Pinelodus ornatus,' Kner.
CABEÇUDO ; MANDI-PIMINA; MANDI-GUARU
D.1 + 16; A. 13
«Cabeça 4, maior altura do corpo 6 no comprimento total; a maior lar-
gura entre as coberturas das guelras egual 4 altura do corpo. Os olhos
grandes, transversalmente ovaes, ficam proximos ao perfil frontal, seu maior
diametro é contido 4 e 1/3 no comprimento da cabeça, sua distancia da orla
mandibular 2, interocular apenas egual á 1 diametro. Orla do maxillar supe-
rior desenha um arco muito fraco; o intermaxillar é, tanto quanto elle ex-
cede a maxilla inferior, provido de uma larga faixa de dentes um pouco mais
curtos. O barbilhäo maxillar attinge a anai, em outro exemplar quasi elle
chega além do apice da caudal, o barbilhão posterior ou exterior, attinge O
meio da peitoral, o mental a parte posterior dos olhos. O alto da cabeça é
moderadamente chato, a fontanelia longa, mais larga posteriormente; a ca-
rapaça externa em parte granulosa, em parte rugosa, projecta-se lateral-
mente para deante, até sobre as narinas posteriores e se eleva primeiro so-
bre o robusto processo occipital, que se estende até a ponta do escuco basi-
lar triangular da nadadeira dorsal, sem comtudo unir-se com este. A cara-
paça projecta-se ainda para os lados e para baixo, n'um processo escapular
que, de quasi egual comprimento como altura, articula-se em aguda ponta
sobre o escudo escapular.
A abertura das guelras projecta se até sob os barbilhões post-mentaes,
o numero dos branchiostegos é de 10; não ha um annel suborbital osseo, o
canal corre como um fino tubo osseo sob os olhos até o barbilhão maxillar;
o póro peitoral é pequeno, o canal lateral não constitue reticulação alguma.
O-aculeo dorsal é asperamente granuloso no lado anterior; no posteri-
or fracamente denticulado e termina em uma ponta elevada, flexivel, quasi
egual em altura aos dous raios immediatos; a altura desta nadadeira excede
claramente á do corpo e é egual ao comprimento que vae da ponta da foci-
nho ä orla posterior dos olhos.
As nadadeiras ventraes articulam-se sob o extremo da base da dorsal,
são pontuadas e os seus maiores raios são sguaes áqueile da anal que nas-
ce sob o meio da adiposa e tanto quanto esta se projecta para traz. A adi-
posa tem a base egual á altura da anal, porém mais baixa do que esta de
metade; o anus fica logo em seguida ás ventraes. |
1) Ornatus (Lat.) ornado, enfeitado.
288 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
As peitoraes chegam até sob o meio da dorsal, o seu largo e chato
aculeo é mais curto do que os raios que lhes seguem e é fortemente denticu-
lado em ambos os bordos. A caudal, profundamente furcada, tem os lobos
pontudos sub-eguaes quasi do comprimento da cabeça.
Coloração: Dorso pardacento, lados e ventraes prateados ou tisnados
de amarello; a parte anterior do tronco, até sobre as peitoraes parda escu-
ra, depois segue-se a faixa clara que se projecta directamente da base do
do aculeo dorsal sobre as ventraes, e atraz dessa, sobre a linha lateral, uma
facha denegrida, mais larga, na origem, se projecta sobre a base da caudal
onde termina apenas como uma linha. A grande macula ocellada sobre o
meio da dorsal, tarja-a do aculeo ao 5º raio; no meio de cada lobo caudal
ha uma facha longitudinal denegrida, as demais nadadeiras são como os bar-
bilhões claras e immauladas.
FIG. 113 — Pimelodus o natus seg. K-er.
Os exemplares adultos concordam em coloração e colorido completa-
mente com os mais novos, apresentam, porém, as seguintes differenças de
edade. O comprimeito da cabeça é contido 3 vezes e 1/3 no comprimento
total (sem nadadeira caudal), a largura é egual ao seu comprimento desde o
meio do focinho até a orla do preoperculo e o mesmo da altura do corpo
adeante da dorsal; da cervix até a dorsal o perfil sobe bruscamente como
no joven, a largura da fronte é claramente maior, a distancia interocular equi-
vale 4 2 e 1/2 diametros; o elmo torna-se mais forte e asperamente granu-
lado na frente, a fontanella persiste, porém, do mesmo comprimento, como
nos jovens e augmenta para traz ainda em largura. A mandibula, ao contra-
rio, fica menos para traz dos intarmaxillares e os barbilhões, especialmente
os maxillares, são mais curtos e attingem no maximo as ventraes. Processo
humeral e escapular não mudam de forma, o póro peitoral torna-se grande,
A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 289
o aculeo dorsal espesso porém sem denticulação, o peitoral chato, largo e
denticulado nos dous bordos.
As peitoraes não se projectam tanto sobre as ventraes, como nos jo-
vens, a adiposa mantem o seu tamanho relativo, os lobos caudaes são mais
arredondados, pois que como geralmente, elles gastam as suas pontas e os
lobos se arredondam, mantendo entretanto egual comprimento.
O estomago constitue um grande sacco que se projecta té além da
extremidade da vesicula natatoria e toma por conseguinte a maior parte
da e extensão da cavidade abdominal; a vesicula natatoria de paredes
muito espessas, sobrepuja-o mais em largura, é simples externamente, in-
ternamente dividida em tres camaras que se communicam, das quaes, as
duas posteriores, tal como nas especies de Arius e Platystoma, conduzem a
pequenas cellulas por plicamentos tendinosos proeminentes; no extremo an-
terior ella é recoberta por uma moderada camada muscular.
O ovario da femea attinge apenas o começo do 2º terço do compri-
mento da vesicula natatoria; a vesicula urinaria é pequena e disposta lon-
gitudinalmente. O Imp. Museu (de Vienna) possue exemplares empalhados
e em alcool, de 5 pollegadas 4 1 pé de comprimento, procedentes de Suri-
nam, do Rio Negro e de Cuvabá. Natterer etiquetou-o como Silurus megace-
phalus e com o nome provinciano de: Cabeçudo.» (Kner.)
O Sr. Geeldi diz que este peixe tem, no Igarapé Mirim (Pará), o nome
de Mandi-Pinima.
Habitat: Amazonas, Prata e tributarios ; Rio Negro ; Para; Goyaz ; Co-
rumbá e Matto Grosso. Laguna e Arroyo-Trementina.
O Sr. Anizitz diz que na Laguna da Assumpção (Paraguay , elle é de-
nominada Mandi-Guarú.
283—Pimelodus clarias, L.
MANDI, MANDI-AMARELLO, MANDI CASACA, MANDI-DO-SALGADO, CURIACICA-DA-BRANCÁ
D. 14.6; A. 10
Corpo vigoroso, elevado; cabeça moderadamente deprimida sobre o
focinho, de perfil recto desde o labio superior até a placa dorsal. Bocca mo-
derada, egual ä distancia que vae d'um á outro bordo anterior da orbita ;
barbilhã maxillar attingindo o meio da dorsal ou da adiposa; mental a base
e post-mental o meio do aculeo peitoral; narinas anteriores, poriformes,
posteriores crescentiformes, obliqumente dispestas, tendo a concavidade
1) Clarias parece empregado aqui em vez de Callarias, que se julga ser uma designação antiga
do Merlucio da Europa.
290 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
posterior. Olhos ellipticos, o seu maior diametro é egual á 1/2 da distancia
interorbital ; operculo estriado ; alto da cabeça, post-temporal e processo
humeral, grannlosos ; processo occipital egualmente granuloso, tringular, de
bordos rectos; placa dorsal um tanto escutiforme, dando articulação ä um
aculeo longo, quasi tão longo como o primeiro raio e provido de espinhos
duplos retrovertidos no bordo posterior; toda a nadadeira dorsal apresenta
um contorno trapezoidal e o seu bordo posterior é ligeiramente concavo ;
maior raio (o primeiro) egual á distancia que vae da base do aculeo ao apice
do ultimo raio, quando reclinado sobre o dorso. Peitoraes mediocres, tendo
um aculeo moderado, deprimido, finamente denticulado no bordo anterior e
fortemente no posterior ; as denticulações do bordo anterior são extrosas,
as do posterior retrorsas, o aculeo é quasi do tamanho do primeiro raio.
Ventraes mediocres, muito afastadas entre si, na base. Adiposa originando-
se logo depois do vertice da dorsal, quando reclinada sobre o dorso, de
contorno superior ligeiramente redondo ou angular como nas pirahybas;
anal originando-se sob o meio da adiposa, ligeiramente falcada, tendo o 3º
raio maior que os outros, caudal furcada, tendo o lobo superior um pouco
maior que o inferior. Anus sobre a vertical baixada da ponta do aculeo dor-
sal, quando reclinada. Plumbeo com maculas circulares negras sobre os
lados do corpo, dispostas mais ou menos na intersecção de rectas longitudi-
naes e transversaes. Uma nodoa preta por detraz do escudo dorsal, na base
do fulcro. Parece ser o bagre mais variavel dos nossos rios. O Museu Na-
cional possue dous exemplares procedentes de Penedo, Rio S. Francisco,
trazidos pela commissão Hart que repesentam a descripção acima; acham-
se um tanto descorados; tendo mesmo os raios caudaes damnificados. Um
exemplar denominado por Schreiner Piramutana blochii e procedente do
Pará, differe dos precedentes pela ausencia das maculas do corpo e pela
nadadeira adiposa que é trapezoide, como a adiposa de uma Pirabyba; esse
exemplar tem uma etiqueta com lettras que me parecem ser do punho de Jo-
bert, onde se lê «mandy casaca». Outro exemplar, provavelmente do Rio
Grando do Sul, porque tem a etiqueta trazendo lettra de von Ihering, onde
se lê Pimelodus maculatus, reproduz o colorido commum e a adiposa da ci-
tada Piramutana blochit.
Eingemann & Eigenmann, tendo examinada cerca de quatrocentos
exemplares desta especie, descrevem della cinco variedades:
«a— Labios distinctamente plicados; barbilhão maxillar projectando-se
até a base da anal ou ligeiramente mais longo ; barbilhão mental até cerca
da base da nadadeira peitoral; post-mental até depois do meio dos peito-
raes ; mentaes e post-mentaes comprimidos. Olhos 2 e 1/3 4 2 e 2/3 no fo-
cinho, 5 á 5 e 3/4 na cabeça, 1 e 1/2 41 e 3/4 no espaço interorbital. Lar-
gura da bocca cerca de tres na cabeça, dentes da maxilla superior ligeira-
mente proeminentes sobre os da mandibula ; altura da facha intermaxillar 4
e 1/4 4 4e 1/2 na propria largura. Distancia entre as aberturas nasaes ante-
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 291
riores e posteriores, quasi egual ao diametro ocular. Operculo ligeiramente
mais comprido do que esse diametro. Placa peitoral alongada, sub-elliptica,
sua largura cerca de tres vezes no comprimento. Lobos caudaes pontudos,
o superior mais longo do que a cabeça. Adiposa 4 4 4e 1/2 no compri-
mento. Aculeo dorsal quasi egual ao comprimento da cabeça; o peitoral 1
e 1/5 4 1 e 1/2. As ventraes 1 e 1/2 4 2 na cabeça. Corpo com 4 ou 5 filas
de grandes maculas negras ; maculas na cabeça ; äs vezes as maculas säo
muito menores e irregularmente esquadradas, os especimens do Museu
parecem-se muito com a figura dada por Lutken—Velhas Flodens 165; elles
säo do Rio das Velhas, Urugauy, Giquitibä, Rio Grande e Buenos-Ayres.
‘ erca de 20 exemplares de Goyaz representam uma variedade interme-
diaria entre esta e a que sesegue. Elles näo têm os labiospl cados, os barbi-
lhões maxillares projectando-se quasi sobre a caudal, a placa humeral an-
gulosa superiormente ; numerosas maculas na cabeça e no corpo. Seis ou-
tros especimens do Rio Grande do Sul, do collecçäo do Imperador. Alguns
destes têm tres series de maculas, outros têm seis ou sete series cobrindo os
lados. Dous têm dentes nos pterygoides.
«6—Aculeo dorsal mais curto do que a cabeça; placa-peitoral sub-
rhomboide suas margens superior e posterior concavas, um angulo visivel en-
tre as duas faces. Lobos caudaes longos e ponteagudos, sendo os raios nor-
maes; lobo superior mais longo, attingindo ou approximando-se da base da
caudal ; mentaes junto á base dos peitoraes, post-mentaes junto á base das
ventraes.
Olhos 1 e 1/3 no focinho, 3 e 1/2 na cabeça, 1 e 1/4 4 dous no espaço
interorbital. Bocca no angulo, quasi egual av focinho, 2 e 1/342e34 na
cabeça; uma porção da facha de dentes intermaxillares projectando-se adi-
ante da maxilla inferior ; sua altura cerca de quatro á seis na propria lar-
gura ; distancia entre as narinas anteriores e posteriores 1 e 1/2 nos olhos.
Operculo mais estreito do que os olhos, seu comprimento 1 e 1/3 4 1 e 1/2
no diametro ocular. Processo humeral mais anguloso a mais delgado do que
em qualquer outra variedade. Adiposa cerca de cinco no comprimento.
Comprimento do aculeo dorsal quasi egual ao da cabeça, o peitoral e ven-
tral 1 e 1/3 deste comprimento. Côr prateada, manchada de pardo, cabeça
vermiculada de pardo ; corpo com cerca de quatro fachas longitudinaes de
pardo, as vezes mais ou menos partidas em maculas; uma nodoa escura na
base do aculeo dorsal; adiposa maculada de pardo;dorsal com as pontas de-
negridas; outras nadadeiras uniformemente coloridas. Côr ás vezes uniforme.
Esta variedade é uma das mais communs no systema do Amazonas. O
Museu obteve especimens do Pará, Porto da Moz, Santarém, Obidos, Villa
Bella, Coary, Teffé, Fonte Bôa, Tabatinga, Hyavary, Cudajäs, Rio Gonçalo,
Rio Preto, Montalegre, Rio Puty, Manacapurú, Tocantins, Lago Aleixo, e
Cometa.
Esta variedade poderia ainda ser dividida; os exemplares mais occi-
dentaes são mais uniformemente coloridos ; os signaes coloridos tornando-se
292 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
mais distinctos nos de Este,até Santarém,nestes a côr existe em arêas bem
definidas, como foi dito. Em alguns exemplares o perfil é recto; em outros a ca-
beça é deprimida, com um angulo assignalado na base do processo occipital.
Em alguns exemplares o corpo é mais curto e espesso e as fachas late-
raes interrompem-se em maculas, produzindo copias exactas da estampa de
macrospila e arekaima.
«c)—Um unico individuo (160 mill. Rio S. Francisco), em más con-
dições, differe das descripções dadas acima. Focinho pontudo ; olhos gran-
des, 3e 2/5 na cabeça 1 e 1/2 no focinho; barbilhões maxillares projectan-
do-se até adeante da anal; Processo humeral recto inferiormente, curvo
superiormente terminando em ponta aguda. Aculeo dorsal 1 e 1/3 na cabeça;
aculeo peitoral tão alto como o dorsal, liso anteriormente e provido de acu-
leos agudos e recurvos em toda a extensão, no bordo posterior. Distancia
internasal 3 nos olhos.»
«d)—Barbilhäo maxillar projectando-se até o extremo da adiposa,
mental quasi até o meio das peitoraes ; post-mentaes até a base das ventraes.
Olhos 2 no focinho, 4 e 1/3 na cabeça, 1 e 2/3 no espaço interorbital. Bocca,
até o angulo, 3 no comprimento da cabeça. Maxillar superior projectando-se
sobre o inferior, altura da facha de dentes intermaxillares não egualando
quando, muito,a dos dentes mandibulares; espaço internasal 2 nos olhos.
Operculo de largura egual ao diametro dos olhos. Processo humeral muito
angular, rhomboide. Adiposa 1 e 3/5 na cabeça. Aculeo dorsal 1 na cabeça;
aculeo peitoral 1 e 1/5; ventraes 1 e 1 e 1/5 na cabeça. Uniformemente
obscuro, todas as nadadeiras obscuras, uma nodoa obscura na base do
aculeo dorsal, as vezes uma estria clara ao longo da linha lateral. Os exem-
plares do Museu são de Avary, Pará, S. Gonçalo, Içá, Jutahy, Rio Puty. O
maior exemplar mede 250 mm.»
«e)—Aculeo dorsal mais longo do que a cabeça, processo humeral
triangular. Barbilhão maxillar chegando á frente da base da caudal, mental
a frente da base das ventraes post-mental até junto da ponta das peitoraes.
Olhos 2 vezes no focinho, 3 4 4e 1/2 na cabeça. Distancia entre as narinas
anteriores e posteriores 2 nos olhos. Largura da facha de dentes intermaxil-
lares cerea de 6 no proprio comprimento. Operculo quasi egual ao diametro
ocular. Lobos caudaes ponteagudos, 1/3 mais compridos que a cabeça. Adi-
posa quasi 5 no comprimento. Aculeo dorsal 1/3 mais longo do que a ca-
beça ; aculeo peitoral cerca do comprimento da cabeça. Nadadeiras ven-
traes pouco mais curtas que a cabeça. Cör pardacenta, branca inferiormente.
Esta variedade reproduzindo o macronema de Bleekeré reprseutada por
muitos especimens do Amazonas». (Eigenmann & Eigen-mann.
Ainda os mesmos auctores reunem ä P. Clarios, P. altipinnis, Stend, o
que nos parece um tanto forte; conservamos, por isso, esta ultima especie
separada daquella.
Habitat: America do Sul, ao oriente dos Andes, desde o Rio da Prata
(Paraná) até o Rio Mamoni, no Panamá.
A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 293
284—Pimelodus altipinnis,' (Steind.)
DRI GA 11
Cabeça 4 vezes no comprimento total, de perfil superior mui franca-
mente s-forme; intermaxillares um pouco proeminentes sobre os mandibul-
lares; barbilhões maxillares tendo a base ossificada e subarticulada, attin-
gindo o apice dos maiores raios caudaes; post-mentaes passando o apice
das ventraes, mentaes o apice das peitoraes; narinas como em P. clarias;
fontanella terminando abruptamente no plano do bordo posterior dos olhos;
FIG. 114— Pimelodus altipinnis, seg. Steindachner
estes supero-lateraes, 6 vezes na cabeça, 1 vez e 3/4 no espaço interorbital,
mais proximo da ponta do operculo do que da do focinho; lados deste,buche-
chas e região suborbitaria, carnudos; vertex, processo occipital, post-tem-
poraes, supraclavicular, clavicula e processo clavicular, nús; rugosos; pro-
cesso occipital attingindo a placa predorsal que é dividida por um sulco
transverso, em duas porções. Aculeo peitoral attingindo o plano da base do
3º raio dorsal, denticulado no bordo posterior; ventraes sob o 5º raio dorsal
não attingindo a anal que termina sob a adiposa ou um pouco além quando
reclinada; adiposa começando no ponto em que o apice do ultimo raio dor-
sal toca o dorsal e dahi elevando-se em curva suave, que depois desce da
1) Altipinnis (Lat.)— de nadadeiras (pinnæ) elevadas (alte).
294 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
mesma forma até apice,maior altura dessa nadadeira 6 e 1/2 vezes na base;
caudal furcada com os lobos muito longos e pontudos. Coloraçäo argentea
mais obscura no dorso. As dimensöes da adiposa variam muito.
Habitat: Amazonas.
285— Pimelodus valenciennis,' Lutken
MANDÍ
EST. 42—FIG. 2
D. 1 + 6; A. 17 (15 4)
Cabeça 3 e 1/2, deprimida, de contorno anterior parabolico elevando-
se o perfil desde a linha posterior dos olhos até a base da dorsal em uma
curva fracamente convexa; bocca anterior, de largura contida 2 vezes e 2 e
2/3 no comprimento, com a maxilla superior proeminente; os dente peque-
nos, n'uma estreita facha oculta entre papillas da mucosa; barbilhões maxil-
lares attingindo a anal,comprimidos, tænioides; os post-mentaes e mentaes na
mesma linha de inserção, attingindo o apice das peitoraes; os mentaes ligei-
ramente mais curtos; olhos grandes, lateraes, tangentes á horizontal do an-
gulo da bocca; 5 vezes na cabeça; 2 no espaço interorbital; pre-frontaes
salientes no angulo anterior dos olhos; fontanella até um pouco atraz da li-
nha posterior da orbita, dilatando- se de diante para traz e seguindo, depois,
numa depressão baixa até a base do processo occipital; este forte, triangular
tendo a base perfeitamente delimitada por quatro linhas, duas obliquas an-
teriores formando um angulo antevertido e duas outras posteriores lateraes
parallelas entre si: o processo attinge a placa dorsal que é em ponta de fle-
cha, mas cujos processos postero-lateraes são ligeiramente curvos para a
frente; todo o alto da cabeça fortemente estriado, granuloso e bem assim o
processo clavicular; dorsal tendo o aculeo estriado anteriormente e denticu-
lado posteriormente; peitoraes com o aculeo fórtemente denticulado nos
dous bordos, ventraes posteriores a vertical da base do ultimo raio mas
não attingindo a anal; adiposa do mesmo comprimento que a anal, trape-
zoide; caudal furcada, com o lobo superior ligeiramente maior; argyreo,
plumbeo na parte superior; barbilhões, orla da dorsal e caudal denegridas,
as outras nadadeiras brancas amarelladas. 1 exemplar medindo 1/6 cm.
Habitat: Rio Paraná—Camaquan—Guahiba.
1) Velenciennis (Latinisação) de Achilles Valenciennes, Preparador, depois Naturalista Ajudante
do Museu de H. Natural, e por fim Professsr de Zoologia na Escola de Pharmacia de Paris, ich-
thyologista famoso, collaborador de Cuvier na Hist. Naturelle des Poissons. Elle só redigio os 5
ultimos volumes, tendo aliás recolhido apontamentos e material para toda a obra. Fôra collabora-
dor de Lamark e Lacépède. Nasceu em 1794 em Paris e ahi morreu em 1865, era filho de um dos
ajudantes de Daubenton.
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A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 295
286—Pimelodus fur (Lutken)
PAPA-ISCA
D. 1 + 6; A. 12
«Muito semelhante 4 /heringichthys westermanni: cabeça e corpo me-
diocremente comprimidos, focinho mais estreito do que largo: maxilla supe-
rior proeminente, bocca mediocre, circumdada por um labio reflexo; área
dentigera da maxilla superior mais estreita do que a da mandibula. Cabeça
FIG. 115 — Pimelodus fur, seg. Lutken
toda recoberta de pelle delgada, não granulosa; cabeça mais de 5 1/2 no
comprimento total, incluída a caudal que é profundamente furcada. Diame-
tro ocular da largura da fronte espaço interorbital); comprimento da cabe-
ça, excede de 1/30 quadrupulo do espaço interocular. Aculeo dorsal egual
ao da peitoral, e ä 1/3 do comprimento da cabeça; aquelle mais espesso,
forte, agudo, quasi recto, liso anteriormente, fortemente serrilhado no bordo
posterior; os peitoraes mais largos e mais curvos, com a parte interna an-
terior serrilhada, a posterior mais fortemente serrilhada até a ponta. Dorsal
quasi egualando ao espaço que a separa da adiposa, esta egual ao dobro
ou a mais do dobro da anal. Barbilhões maxillares attingindo a base da
caudal; as mandibulares, mais curtas, chegam á base das peitoraes. Côr
fusca, indistinctamente maculada, cerca de 23 cm.» Lutken.
Habitat: Rios S. Francisco, das Velhas, (Minas e Bahia) Irisanga, Rio
Branco; Barra do Rio Negro; Rio Paraguay (Corumbá, Matto Grosso.)
296 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
287—Pimelodus agassizi,' (Steind.)
Di GERA
«Comprimento da cabeça até a abertura das guelras 4e 1/3; altura do
corpo 6 no comprimento do corpo; largura da fronte 3, comprimento do fo-
cinho cerca de 2 e 1/3, diametro ocular 5, largura da cabeça le 2/3 no
FIG. 116—Pimelodus agassizi, seg. Steindachner
comprimento da cabeça. Toda a parte post-orbital do alto da cabeça fina-
mente granulosa. Processo occipital pequeno, não attingindo a placa basilar
da dorsal. Fontanella frontal dilatando-se um pouco para traz e de largura
egual ao diametro ocular cujo plano posterior ella attinge; uma pequena fon-
tanella oval, immediatamente na frente da base do processo occipital.
Barbilhões longos teniiformes, maxillares e post-mentaes projectando-
se até além da parte posterior da base da anal; mentaes, até quasi á ponta
das ventraes. Aculeos dorsal e peitoral delgados. Adiposa muito longa; ori-
ginando-se immediatamente atraz da dorsal contida 2 e 1/2 no comprimento
do corpo. Barbilhões e peitoraes cinereos deregridos. Parte posterior das
ventraes e superior da dorsal punctulada de cinsento» cerca de 195 millime-
tros. (Steindachner) Habitat: Pará. Amazonas.
1) Agassizi—de João Louis Rodolpho Agassiz, nascido em Motier, Suissa, em 1807 e morto na
Am. do Norte, em Cambridge, no cargo de Director de Zoologia Comparada, onde elle guardou
todo material colligido durante sua viagem ao Brazil em 1865 e 1866. Era principalmente geologo,
paleontologista e ichthyologo tendo se celebrisado por muitos trabalhos de valor.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 297.
Esta especie, € muito proxima, se näo for uma variedade de Pimelodus
altipinnis, a julgar pela boa estampa dada por Steindachner. As differencas
pricipaes jazem na forma do processo occipital, dos acules dorsal e peito-
raes, proporção dos olhos e arcada scapular.
288—Pimelodus platanus,' (Gunther)
D. 16; Ps. 1 + 13; À. 12
Cabeça recoberta de pelle superiormente; processo occipital estreito ;
escudo predorsal ausente. Adiposa alta com o comprimento egual a 2/9 do
total (sem a caudal) egual 4 sua distancia do quito raio dorsal. Barbilhões ma-
xillares projectando-se até a origem da adiposa, indo os externos na mandi-
dibula á origem das peitoraes. Comprimento da cabeça um pouco maior do
que 1/4; focinho um tanto longo e espatulado, com a maxilla superior pro-
eminente sobre a inferior. Os olhos occupam quasi o meio do comprimento
da cabeça, tem as margens orbitaes livres e á cerca de 1/2 da largura do
espaço interorbital; seu diainetro é 1/) do comprimento da cabeça. Os pri-
meiros raios peitoral e dorsal não espinhosos. Caudal profundamente fur-
cada, côr uniforme. Comprimento do exemplar 13 pollegadas. — Paraná,
(Rio)» (Gunther), Piracicaba, S. Paulo.
289—Pimelodus pati,’ (Cuv. & val.)
PIRACATINGA
Dra ae Atl:
«Largura, sob o primeiro aculeo dorsal, menor do qne a altura, termi-
nando em um delgado pedunculo caudal. Cabeça ampla, sua largura 1 e 2/3
no comprimento; focinho comprido, d primido, espatulado, sua largura no
canto duas no comprimento da cabeça; a metade superior da bochecha, re-
giões nasal e occipital cobertas por pelle reticulada. Processo occipital uma
simples ruga. Olhos posteriores ao meio da cabeça 5 e 1/2 vezes no focinho,
11 na cabeça-e 2 e 2/3 no espaço interorbital, 3 e 3/4 diametros atraz do an-
gulo da bocca; esta ampla, maxilla superior ligeiramente prognatha; largura
da facha mand bular de dentes egual ao diametro ocular; facha intermaxillar
dos dentes mais elevada nas orlas externas, que são emarginadas. Barbi-
lhões maxillares um tanto compridos chegando á ponta das ventraes ou
adiante da região anal; mentaes inseridos quasi directamente na frente dos
1) Platanus—La Plata.
2) Pati, nome vulgar do peixe em Corrientes.
6378
298 7 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
post-mentaes e chegando 4 frente da base das peitoraes ; post-mentaes ade-
ante da base das ventraes. Rastros curtos ligeiramente sobrepostos 4,13.
Primeiro raio dorsal delgado articulado na sua metade superior, porém
nao ramificado, mais comprido do que os raios seguintes 1 e 1/5 na cabeça;
raios dorsaes diminuindo rapidamente em altura até o ultimo que € menor
do que 1 2 do comprimento do primeiro. Nadadeira adiposa 3 e 1/44 4 e
1/4 no comprimento. Caudal profundamente furcada com os dous lobos
prolongados e pontudos e eguaes em comprimento 4 cabeça. Margem livre
da anal emarginada.
O quarto raio é o mais elevado, 2 e 1/5 na cabeça. Ventraes inseridas
atraz da vertical do ultimo raio dorsal, 1 e 3/5 äle 1/2 na cabeça. Primeiro
raio peitoral semelhante ao primeiro dorsal, com dentes curtos na sua mar-
gem posterior, o comprimento do maior raio attingindo a base das ventraes,
nos exemplares maiores e contido 1 e 1/5 na cabeça. Pardo claro, pratea-
do inferiormente, com maculas escuras ao longo dos lados; uma raia escura
na frente dos olhos, pontas dos raios dorsaes escuras. Cabeça 4, altura 7
(Eigenmann & Eigenmann, sobre 14 exemplares procedentes do Rio da
Prata.)
Habitat: Rio Branco (junto ao forte S. Joaquim, N. do Brazil), Rio
(Paraná) da Prata.
Steindachneria, I Eigenm. & Eigenm.
Proc. Calif. Acad. Sci. II° Ser. I—137—1888.
Cabeca grande, deprimida; bocca ampla, anterior, provida de dentes
vomerinos em facha ou em duas placas ovaes isoladas, dentes palatinos au-
sentes; os maxillares e mandibulares em facha de bordos parallelos sem
prolongamento lateral; barbilhöes mediocres, teretes; narinas pouco afasta-
das entre si; olhos supero-lateraes; fontanella estreita, mediocre; processo |
occipital terminando mais ou menos proximo à placa predorsal que é lon-
gamente triangular; acculeo dorsal fraco, terminando em ponta membrano-
sa; peitoraes idem, adiposa maior que a anal. Exclusivamente brasileiro.
| Maior altura do corpo 1e 14 no comprimento da cabeça
Processo occipital attingindo perfeitamente a placa pre-
, caudal bi-lobada D 1 -|- a
dorsais Pre: A Shee PENSER MERE ETES 22 3 S. parahybe.
\ \ I altura do corpo 2 a 2 e 1/2 no comprimento da ca-
Especies . beça. Processo occipital não attingindo perfeitamente a
placarpredorsal 2... eee eel eaten Pe S. doceana.
Crvdaliredonda inteiras D MERDE RENE PEER RR SR S. amblyura.
1) Steindachneria ; Designação em honra do Prof. Dr. Franz Steindachner, do Museu de Vienna
que tanto tem trabalhado sobre os peixes do Brasil.
ND
le]
o)
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE— PEIXES
290 —Strindachneria parahybæ,' Steind.
BAGRE, SURUBI
Est. 43
D.1i +7; A. 12—13
Cabeça grande, deprimida, 3 e 1/2 no comprimento do corpo; bocca
anterior, 1 e 1/2 na cabeça, maxilla um pouco proeminente, dentes vomeri-
nos n'uma facha transversa, de contorno posterior concavo; barbilhões ma-
. xillares attingindo a ponta das peitoraes; post-mentaes 4 base d'essas nada-
deiras; mentaes a orla da membrana branchiostega ; aberturas branchiaes
estendendo-se até adeante dos olhos ; narinas anteriores proximas á base
dos barbilhões maxillares, as posteriores ä um diametro ocular d'estas e
ambas providas de uma orla membranosa ; olhos á meio comprimento da
cabeça, 2 e 2/3 43e 1/2 vezes no espaço interorbital; fontanella estreita,
um pouco mais prolongada adiante do que atraz dos olhos; processo occi-
pital tocando a placa predorsal, longa e agudamente lanceolada ; peitoraes
ligeiramente falcadas, com o aculeo deprimido, terminando em ponta molle
e densamente revestido de pelle, de comprimento do aculeo dorsal que é da
mesma forma; ventraes amplas, immediatamente posteriores á base do
ultimo raio dorsal e marcando com o apice o plano da papilla urogenital ;
adiposa elevada, espessa, em forma de lamina de yatagan, com a base ori-
ginando-se imperceptivelmente aquem e terminando após a base da
anal; esta arredondada, terminando um pouco adiante do plano em que
termina a adiposa; caudal moderadamente furcada. Parda olivacea, an-
terior e superiormente, esvaecendo para o branco nas partes posterior e
inferior, profusamente maculada de negro, violaceo na cabeça, parte superior
do corpo e nadadeiras (exceptuada a pagina inferior das nadadeiras pares,
que é da côr do ventre ; as maculas do tronco, depois da dorsal, vão au-
gmentando sendo as maiores as da região da adiposa.
Habitat: Rio Parahyba, rio Pomba.
29i—Steindachneria doceana, Eigenm. & Eigenm.
D ALA ER A,
«Esta especie parece-se com S. parahybæ na forma da caudal, dentição
do vomer, comprimento dos barbilhões e raios das nadadeiras. Difere gran-
demente na forma da cabeça e na côr. Cabeça grande, deprimida, sua altura
1) Parahybæ -do rio Parahyba.
2) Doceana—do rio -Doce.
300 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
na base do processo occipital 2 e 1/3 43 no proprio comprimento ; sua lar-
gura 1e 2/9; maior altura do corpo 2 a 2 e 1/2 no comprimento da cabeça;
processo occipital largo, não attingindo perfeitamente a longa e triangular
placa predorsal. Fontanella frontal alongada. Olhos medianos, 3 e 1/5 4 5
no focinho, 3 á 3 e 1/2 no espaço interorbital, 8 ä 11 na cabeça. Barbilhões
maxillares attingindo o meio da dorsal, no menor, ou o meio da peitoral
no maior exemplar ; mentaes ás aberturas das guelras ; post-mentaes 4 frente
da base das peitoraes no exemplar menor, mais curta no maior. Nadadeira
dorsal como em parahybæ. Base da adiposa 1/4 4 1/5 mais comprida do
que a base da anal. Aculeo peitoral rijo, fortemente serrilhado na sua mar-
gem interna no exemplar menor. Lados e toda parte superior parda escura
com maculas e vermiculações claras. As nadadeiras impares e a face supe-
rior das nadadeiras pares claras, profusamente maculadas de escuro; as ma-
culas da dorsal e peitoraes, coniluentes em barras e estrias, nos exemplares
maiores ; adiposa colorida como o dorso ; face ventral e pagina inferior das
nadadeiras pares unicolores. Cabeça 3 e 3/5 ou 3 e 1/2; altura 6 e 1/2 ou 7
e 1/2. 9 exemplares de 37 4 74 centimetros. (Eigenmann & Eigenmann).
Habitat: Rio Doce.
292 —Steindachneria amblyura,' Eigenm. & Eigenm.
D. 1 + 6; A. 12
«Dr. Steindachner descreveu o seu P. parahybe, sobre um exemplar de
56 cent. de comprimento e referiu os outros exemplares do Museu de Zo
ologia Comparada de Cambridge, dos rios Jeguitinhonha e Doce ä esta es
pecie. Uma comparação de todos estes especimens mostra que os de Jequi-
tinhonha differem grandemente dos do Parahyba, nada mais tendo em
commum senão a côr. Escolhemos exemplares de tamanho egual, dos dous
rios, para camparação. Corpo delgado. Cabeça muito deprimida, sua lar-
gura no angulo da bocca é 2/3 de sua maior largura, que é egual ao com-
primento da cabeça; maior altura da cabeça 2 e 13 no proprio compri-
mento. Olhos 8 e 1/2 na cabeça, 3 no focinho, e 3 e 1/2 no espaço interor-
bital, 4 1 diametro do angulo da bocca. Rastros 4 + 9 ou 12. Aculeo dorsal
delgado, 2á 2 e 1/2 43 vezes na cabeça, com os raios 1 e 3/4 4 2. Base da
adiposa quasi o dobro da base da anal. Aculeo peitoral 2 vezes na cabeça,
com dentes agudos no bordo interno; margem externa aspera em toda a
extensão. Ventraes projectando-se em 1/2 extensão para traz do anus. Mem-
branas das nadadeiras delgadas. Parte superior pardacenta, com maculas
1) Amblyura (Gr.) de amblys grosseiro, obtuso e oura, cauda.
A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 301
redondas, que são menores sobre a cabeça, ás vezes confluentes em vermi-
culações. A adiposa e caudal maculadas ; membrana da dorsal, ás vezes,
com series verticaes de maculas:; outras nadadeiras obscuras. Parte inferior
unicolor. Cabeça 4; altura 7 e 1/3.» (Eigenm & Eigenm.)
Habitat : Rio Jequitinhonha.
Platynematichthys,! Bieeker.
Neder. Tydschrift Dierkunde, 1-99-1863
Fórma robusta, cabeça revestida de pelle, bocca anterior, provida de
dentes em facha muito larga no meio e de uma facha de dentes vomeri-
nos; barbilhöes tænniæformes, grandes; processo occipital attingindo a
placa predorsal ; nadadeira desse nome, elevada ; peitoraes grandes, com 0
aculeo forte ; anal maior ou menor do que a adiposa. Peixes grandes, intei-
ramente fluviaes e brasileiros.
Base da adiposa mais curta do que a anal. Pardo
: ge: pintado deipretos A plo tee P. punctulatus.
Especies conhecidas .
lee da adiposa muito maior do que a anal.
Bardoiniionne aan ONE ARE RENE P. araguayensis.
293 - Platynematichthys punctulatus,? (Kner.)
MESTIÇO ; CARAVATAI
D.1 + 6; A. 16
«Comprimento da cabeça 1/5 do total; largura entre as coberturas das
guelras egual á distancia que vae da ponta do focinho ao preoperculo e, a
maior altura anterior á dorsal, cerca do comprimento da cabeça. O con-
juncto do focinho. até os barbilhões maxillares, quasi semicircular ; o angulo
da bocca chega até sob o bordo anterior da orla ocular, ambas as maxillas
são de egual comprimento e as fachas dentarias das mesmas, muito largas,
especialmente no centro (10 linhas ); a dos intermaxillares é continua, a dos
mandibulares, porém, é dividida ao meio ; em ambas, sobretudo na ultima,
os dentes se projectam para fóra, de modo que a orla oral apparece exter-
namente tambem provida de dentes. O arco dentario transverso sobre o
vomer é posteriormente, onde elle é mais largo, menor quasi de metade
(10 linhas) da largura da facha intermaxillar e separado d'esta apenas por
um estreito espaço. Os palatinos são edentulos. Os olhos ficam com a orla
1) Platynematichthys (Gr .) de platys, chato, nema, fita, barbilhão e ichthys, peixe.
2) Punctatus (Lat.)—pontuado.
302 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
anterior ä mesma distancia da ponta do focinho que do preoperculo (o seu
centro fica portanto mais perto deste); são abertos para os lados, quasi em
angulo recto, longitudinalmente ovaes e 4 cerca de dois diametros da orla
maxillar, 4 á 4 e 1/2 um do outro. Us barbilhões maxillares comquanto res-
secados, da largura de 1/4 de pollegada, chegando além do meio do com-
primento da dorsal, os externos ou posteriores mandibulares, um pouco
mais estreitos, os anteriores apenas do comprimento da metade destes, são
ao mesmo tempo de menor largura ; todos terminam em uma delgada facha
e são providos de uma orla cutanea que se torna mais larga na base. As
narinas são redondas, as posteriores proximas aos olhos,as anteriores, me-
nores, juntas á orla rostral. O vertex apparece, atravez da espessa pelle
translucida, enrugado longitudinalmente, assim como o processo occipital
que attinge a placa predorsal obtusamente carenada e que, sendo de largura
sub-egual em toda a extensão, termina com um contorno cordiforme; o
escudo dorsal, egualmente revestido de pelle e enrugado, é triangular e tão
largo quanto longo. O operculo mostra sulcos e rugas irradiantes para fora,
sua orla posterior € emarginada. Branchiostegos—8 á 9.
O aculeo dorsal xiphoide, curvo, attinge, apesar de ter a ponta que-
brada no nosso exemplar, a altura do corpo e tem estructura semelhante ä
que se nota no genero Galeichtys ; a orla desta nadadeira é, como a da
anal, de contorno semilunar; a base da quasi triangular adiposa é mais curta
do que a da anal. As relativamente pequenas ventraes apenas passam 0
póro anal, o seu ultimo raio interno é o mais curto, porém, robusto. As
peitoraes são as mais robustas, o seu espesso aculeo, com os seguintes raios
de egual comprimento, attinge o extremo posterior da dorsal e é, no bordo
anterior, fracamente e no posterior, junto á ponta, fortemente denticulado. O
processo escapular triangular apenas mais comprido do que alto. Pôro peitoral
ausente. Caudal furcada,o lobo inferior mais largo, arredondado; o superior
pontudo e alongado comquanto jamais ficando no nosso exemplar e som-
mando pouco mais de 2/3 do comprimento da cabeça).
À linha lateral envia o maior numero de tubos lateraes para baixo, o
menor, e isso mesmo mais sobre a cauda, para cima; a rede, em que elles
se ramificam, alarga-se d'ahi até sobre mais de metade da linha lateral ( des-
coberta tambem acima della )e deixa a maior parte da pelle livre.
Côr uniformemente parda até a região inferior que é esbranquiçada ;
até onde vae a coloração parda, é todo o peixe coberto de maculas sub-
eguaes, regularmente redondas, pretas, as quaes, comtudo, faltam nas na-
dadeiras pares. Comprimento total do maior exemplar tres pés, do menor
dous pés, todos dous são empalhados e do sexo feminino.» (Kner).
Habitat : Rios Guaporé, (Forte do Principe da Beira) e Branco,
A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 303
294 - Platynematichthys araguayensis,' (Cast.)
DEI TEA 9
«Cabeça 4 e 4/5, altura 5 e 4/5, sem caudal; olho 1/6 na cabeça; angulo
da bocca anterior ao bordo anterior dos olhos; barbilhões maxillares attin-
gindo o apice das ventraes, post-mentaes a axilla d'essas nadadeiras, men-
taes quasi o apice das peitoraes. Dorsal elevada com o aculeo apenas as-
pero no bordo anterior e isso mesmo junto ao apice; adiposa longa, 2 1/2
vezes no comprimento (sem a caudal) total; peitoraes com o aculeo attin-
gindo a vertical do ultimo raio dorsal e attingindo com o primeiro raio a
base das ventraes; esta nadadeira provida de aculeo anterior 4 adiposa;
anal ligeiramente falcada, situada sob o extremo posterior da adiposa; caudal
sub-truncada; linha lateral presente. Côr castanha, alvadia na parte inferior
do peixe. Comp. do exemplar descripto 67 centimetros» (Casteln).
Habitat: Araguaya.
Pirinampus,’ (Bleexer)
Ichth. Arch. Ind. — Siluri, pag. 198 — 1858
Corpo e cabeça glabros, bocca ampla, com o angulo posterior á im-
plantação dos barbilhões maxillares, tendo apenas uma facha de dentes vil-
liformes nos intermaxillares e outra identica, interrompida no meio, nos
mandibulares. Barbilhões em numero de 6, muito longos, porém menores do
que o corpo, comprimidos e um tanto largos. Olhos latero-superiores, pe-
quenos; fontanella seguida de um sulco até sobre o processo occipital; este
terminando proximo á placa dorsal reniforme. Dorsal elevada, com o aculeo
flexivel, articulando-se sobre a axilla das peitoraes que são previdos de
aculeo egualmente flexivel, porém serrilhado, essas nadadeiras são grandes
e bem assim as ventraes; anal mediocre, adiposa moderadamente elevada,
porém occupando a linha dorsal numa extensão que vae de sobre as ventraes
ao apice do ultimo raio anal, caudal furcada. Linha lateral presente, ligeira-
mente tubulada. Fluviatil, contendo apenas uma especie conhecida.
1) Araguayensis — do Araguaya.
2) Pirinampus — Latinisação do nome indigena do peixe Pirinampu, corruptéla de Pira-inambu
(Pira peixe e inambu ave do genero Crypturus).
304 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
295— Pirinampus pirinaınpus,' Ag. & Spix.
PIRINAMPU, BARBADO
D. 1 + 6; A. 11
Forma curta, robusta; cabeça glabra, deprimida, anteriormente de perfil
elevando-se até a dorsal; bocca ampla, aberta até quasi sob a orla anterior
dos olhos; dentes nos intermaxillares e mandibulares em uma facha ampla;
barbilhôes muito desenvolvidos; os labiaes originam-se aos lados e para
traz das narinas anteriores, attingem o meio da anal; os post-mentaes pouco-
menores, os mentaes o extremo das ventraes. Olhos pequenos, cerca de 1,10:
da cabeça, latero-superiores; operculo venulado. A placa dorsal é um tanto:
cordiiorme e como o processo occipital revestida de pelle; fontanella termina
no plano da orla posterior dos olhos e é seguida de um sulco que vae ao
processo occipital. Dorsal grande, com o aculeo flexivel; originando-se
sobre a axilla das peitoraes o aculeo é maior do que os raios que dimi-
nuem gradativamente de extensão; as peitoraes têm o aculeo serrilhado nos
bordos, porém fraco na extremidade e tambem maior do que os raios; estas
nadadeiras attingem a axilla das ventraes que por sua vez attingem a anal;
esta nadadeira é moderadamente falcada. A adiposa começa a um diametro
ocular da base do ultimo aculeo dorsal e termina sobre o extremo do ultimo
anal; é bastante elevada e de contorno marginal curvo; caudal furcada. Ci-
nereo glauco; albicante inferiormente. Como ınuito bem diz Natterer, o nome
de Pirinampu, em Matto Grosso, é Barbado.
Habitat: Guyana, Venezuela, Norte do Brasil, Tocantins, Amazonas e
tributarios, Paraguay.
Platystomatichthys,’ sleeker.
Nederl. Tydschf. Dierkunde, 1, 98—1863.
Este genero encerra a mais notavel das formas de silurideos dos nossos
rios. ;
Corpo moderadamente subfusiforme, comprimido, cabeca grande tendo
o focinho muito desenvolvido em uma projecção rostral, da maxilla supe-
rior, cuja face inferior é totalmente occupada por dentes villiformes; os den-
tes vomerinos occupam uma placa mediana, transversa, pequena, isolada
das fachas platinas por um amplo interespaço; estas egualmente pequenas
e dispostas em angulo recto com a primeira citada, mandibulares em facha
1) Vide etym. do genero.
2) Platystomatichthys (Gr.) de Plctys chato stoma bocca e ichthys peixe.
i da ad
A..DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 305
dividida ao meio; narinas afastadas da ponta do rostro; olhos superiores,
moderados barbilhöes, osseos na base; processo occipital attingindo a placa
predorsal; base da adiposa maior que ada anal; linha lateral com ossifica-
ções granulares e reticulações anteriores.
Especie conhecida: P. sturio.
296—Platystomatichthys sturio,! (Kner.)
SORUBIM-MENA--PIRAJAPEAUA—PEIXE-LENHA
DE 1.26: Ar 12415
D’este peixe que conhecemos apenas pelos autores que d’elle trataram,
os quaes citamos na parte bibliographica, disse Kner:
«O comprimento da cabeça é contido 3 vezes no do corpo, sua largura
entre os operculos é egual approximadamente ao comprimento da projecção
FIG. 117—Platystomatichthys sturio, seg. Kner.
rostral sobre a mandibula; a cabeça torna-se por isso, desde a abertura das
guelras até a ponta do rostro, conica; os olhos são transversamente ovaes
e ficam muito para traz, (sobre o fim do 3º quarto do comprimento da ca-
1) Sturio (Lat.)—o esturjão.
306 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
beca , inteiramente proximos ao perfil frontal, a um pouco menos de 2 dia-
metros um do outro, um pouco mais distantes da abertura das guelras, a 3
das narinas posteriores e seis da ponta do focinho. Em consequencia da
projecção do rostro ficam aqui as duas narinas anteriores excepcionalmente
á 2 e 1/2 diametros da ponta rostral. O meio da fronte é fortemente concavo
e percorrido pela larga e comprida fontanella.
O vertex atraz dos olhos é granuloso; o processo occipital, furcado,
attinge a placa predorsal; os frontaes medianos e preorbitarios, são fraca e
longitudinalmente furcados. Na ponta do rostro ha, como no Esturjão, um
revestimento rugoso que comprehende toda a largura anterior do mesmo.
O barbilhão maxillar origina-se quasi justamente no meio da distancia
entre a ponta do focinho e os olhos; e é provido de uma peça basilar resis-
tente (os maxillares superiores).
Os barbilhões mentaes e post-mentaes apenas chegam além da base
das peitoraes, os anteriores são mais curtos. O lado inferior do rostro é,
como mostra a figura 117, em toda a extensão, provido de dentes ponte-
agudos, qual uma raspadeira; a metade inferior da parte nua dos barbilhões
maxillares tem, em cada lado uma orla triangular, mais larga ahi e na ponta
muito estreita. Os dentes da projecção rostral ligam-se estreitamente á larga
facha dentaria intermaxillar; a placa vomerina tem uma facha dentaria sim-
ples, mediocre, transversamente reniforme, a qual fica separada das placas
semelhantes dos palatinos.
A facha dentaria da mandibula é aqui mais larga do que nas especies
mais proximas e dividida na linha mediana. O numero dos branchiostegos
attinge apenas a 9. A dorsal origina-se adeante do meio do corpo; o seu
aculeo delgado, porém denticulado tanto adeante como atraz, é de altura
egual ao comprimento da base; ella é moderadamente truncada para traz.
A adiposa tem entre todas o maior comprimento da base e eleva-se logo a
uma altura que é egual ao extremo da cauda. A anal pontuda e fortemente
truncada, chega quasi tanto para traz quanto aquella. O moderado aculeo
peitoral é deprimido e denticulado em quasi todo o bordo posterior. O pro-
cesso clavicular que termina em ponta, pequeno; o poro peitoral moderado;
a caudal profundamente entalhada, pontuda, com os lobos de egual com-
primento.
A linha lateral emitte sobre a cauda e parte posterior do ventre ram -
ficações inferiores; na metade inferior á dorsal, ella se eleva porém em for-
ma de tuberculos asperos e a pelle torna-se até o perfil abdominal percorri-
da por muitas reticulações (veias) que, de resto, se estendem tambem acima
da linha lateral, de modo que esta região ca pelle, apresenta o aspecto da
superficie de uma folha de dicotyledonea. Sob o canal cephalico o ramo
suborbital é o mais forte, elle recorta toda a face com uma bonita reticula-
ção que se dilata mais amplamente, como ramificações, até sobre os barbi-
Ihöes maxillares e se separa, então, mais amplamente, em galhos que se
projectam 4 ponta do rostro.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 307
Coloragäo: Dorso pardo avermelhado. Lados e ventre prateados; sob
o extremo da dorsal um grande ocello denegrido maior e um segundo an-
terior á adiposa, sobre a linha lateral; dous menores contiguos, negros,
retintos, um adiante e outro sobre a base do lobo caudal superior; todas
as nadadeiras immaculadas, assim como os fortes barbilhões maxillares
amarellos esbranquiçados desde a base. O comprimento total do nosso
unico exemplar, que é macho, é de 12 pollegadas e 3 linhas, o comprimento
do barbilhão maxillar sósinho 20 pollegadas. À vesicula é como nas espe-
cies visinhas, recoberta de uma forte camada muscular, simples, alongada,
seu ducto pneumatico amplo; interiormente constitue ella, em cada lado do
extremo anterior, uma ampla cavidade; no posterior, porém, ella é dividida
por enrugamentos transversos salientes em numerosas cellulas, entre as
quaes ha uma communicação que liga a metade esquerda com a direita. Os
testículos jazem na superficie anterior da vesicula natatoria e apresentam
um aspecto esfarrapado ou melhor fortemente franjado. Procede do Rio
Branco e foi etiquetado por Natterer com o nome de Sorubim-Mena.»
Rodrigues Ferreira figura na estampa 46 um exemplar que tem os lobos
caudaes prolongados em filamento. Os Profs. Eigenmann dizem: Caudal
profundamente furcada, com os raios externos maiores do que a metade do
comprimento do corpo; numerosos raios basilares. Por estes autores sabe-
mos tambem que a parte ossea ou rija dos barbilhões maxillares mede
mais de metade do comprimento d’estes.
Goldi, que o obteve do Pará e Amazonas inferior, diz que o seu nome
vulgar ahi é Sorubim, Pira-japé-auá e Peixe-Lenha.
Habitat: Rio Branco, Amazonas, Rio Muria, Curucá, Pará.
Surubimichthys,' Bieeker.
Nederl. Tydschr. Dierkunde, 1—98—1863.
Cabeça grande, muito deprimida, revestida de pelle fina; bocca antero-.
inferior, inter-maxillares muito proeminentes com uma ampla facha dentaria
seguida da dos vomerios e palatinos, que é sómente dividida por um sulco
médio anterior; barbilhões maxillares com a base ossea, caracteristicamente
curvos sobre o angulo da bocca; fontanella muito pequena e estreita, pro-
cesso occipital largo, recebendo a ponta da placa predorsal n’um entalhe
posterior; olhos mediocres, superiores. Dorsal elevada, com o aculeo termi-
1) Sorubimichthys—Soruby ou Sorubim, nome brasilico designando o peixe do genero Sorubim adeante citado,
ichthys (Gr.) —peixe.
308 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
nando em ponta molle; ventraes pouco posteriores ao plano da base do
ultimo raio dorsal; adiposa sobre a anal menor que esta, que, por sua vez
é mais alta do que longa. Coloragäo variavel.
Especie conhecida:
S. planiceps.
297—Sorubimichthys planicepis,! (Agass. & Spix.)
PIRAUACA, PIRAYAPEA, PIRAYAPEANI 2
Est. 44 fig. 1
D. 1 + 6; A. 12 («ou 13)
D’esta especie possue o Museu Nacional um exemplar pequeno, em
alcool que reproduz o colorido e a conformação do processo occipital de S.
spatula, sem denticulações no bordo anterior do aculeo peitoral e com as
nadadeiras da forma da S. planiceps. Por sua vez, Alexandre Rodrigues
Ferreira figura um exemplar com o colorido de S. planiceps e as nadadeiras
de S. spatula. Esta figura mostra, além disso, a cabeça do peixe coberta de
pelle e adiposa do comprimento da anal e a caudal pouco furcada.
Concluo d'ahi que as duas primeiras especies são variedades de uma
unica, como já o suppunham Eigenmann e Eigenmann e que tambem, muito
provavelmente, S. gigas de Giinther é o adulto completamente desenvolvido
d'esta especie.
N’um exemplar de 35 cm. incl. a cauda, observa-se os seguintes cara-
cteres: Cabeça 1/3 do comprimento sem a caudal), de bordos lateraes pa-
rallelos, muito deprimida, perfil superior quasi recto, focinho proeminente,
mandibular apenas tocando o interspaço que medeia entre os dentes inter-
maxillares e vomerinos; narinas situadas de modo que a base do barbilhão
maxillar fica entre as anteriores e posteriores; barbilhões maxillares tendo a
base ossificada até perto do angulo da bocca, curvando-se dahi, caracte-
risticamente, para cima e depois para fora em espiral, para ganhar a parte
inferior da cabeça e depois se projectar para traz; post-mental mal chegando
ao bordo da membrana opercular; fontanella pequena, começando no plano
da orla anterior das orbitas e se projectando até um diametro posterior as
mesmas; olhos pequenos, ellipticos, com o maior diametro contido quatro
vezes no espaço interorbital, e a meia distancia entre a ponta do focinho e
a do operculo; o processo occipital curto, attingindo a placa predorsal; aculeo
dorsal terminando em ponta molle e sobre a divisão entre 2º de 3º terços
1) Planiceps (Lat,))—cabeça chata.
2) Estas duas ultimas denominações encontram-se em exemplares conservados no Museu
Munich.(Vide Guv. & Val.)
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A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 309
do aculeo peitoral, anadadeira € arredondada; a peitoral & pontuda, o aculeo
termina em ponta aguda, porém é seguido de um filamento curto; apenas
vestigios de denticulações no bordo externo; a ponta do filamento attinge
o plano da base do ultimo raio dorsal, ventraes sob o meio do ultimo raio
dorsal, quando reclinado sobre o corpo. Adiposa pequena, originando-se
pouco depois e terminando com a base da anal; esta alta, ligeiramente fal-
cada; caudal furcada com os lobos pontudos e os ultimos raios prolonga-
dos em filamento moderado. Côr parda com uma facha prateada nos flan-
cos, alto da cabeça e nadadeiras, exeptuadas a anal, a caudal e o dorso
(até a dorsal) maculados de preto; nota-se uma zona escura abaixo da facha
lateral prateada.
A figura Rodrigues Ferreira marca toda a parte superior maculada e
zebrada de preto; uma facha preta, estreita do operculo á base da caudal,
em linha recta, uma nodoa preta na base da peitoral, seguida de outra estria
preta parallela á superior até a base da caudal, cinco maculas negras, in-
feriores a esta facha, sobre os lados do ventre.
O colorido fundamental na região dorsal; até á linha superior negra,
côr de cinza; abaixo d'essa linha, branco.
Habitat: Amazonas, Orenoco e tributarios; Huallaga?
Sorubim,! spix.
Gen. Sp. Pisc. Brasiliensium, est. XV-1829
Cabeça muito longa, muito deprimida; bocca antero-inferior, mandibu-
lares posteriores aos intermaxillares; estes com uma larga facha dentaria,
crescentiforme; palatinos e vomerinos presentes, n’uma facha posterior, mui-
to prolongada para traz; narinas anteriores quasi sobre o labio, posteriores
na base dos barbilhões maxillares; estes e os demais mediocres; fontanella
relativamente estreita, projectando-se n'uma fenda estreita até a base do
processo occipital; olhos perfeitamente lateraes, immediatamente anteriores
ao preoperculo, no mesmo plano em que a bocca. Dorsal pequena, estreita,
ventraes muito posteriores ao plano da base do raio dorsal; adiposa peque-
na, menor que a anal que é muito desenvolvida.
Especie conhecida:
Sorubim lima.
298—Sorubim lima, BL & Schn.
GERUPÖCA
Est. 44, fig. 2
D.1+6; A. 19
Corpo moderadamente elevado. Cabeça muito deprimida, de bordos
lateraes parallelos, contorno rostral parabolico; mandibula attingindo justa-
1) Sorubim ou Soruby i
2) Lima=lima, instrumento de limar, gastar ou cortar o ferro.
310 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
mente o bordo posterior da facha dentaria intermaxillar, narinas a um dia-
metro orbital, uma da outra; barbilhões maxillares attingindo o meio do
aculeo peitoral, post-mental pouco atraz da cabeça; mentaes os olhos; estes
a tres diametros da base dos barbilhões maxillares; fontanella pequena, co-
meçando no plano da orla anterior dos olhos e terminando a pouco mais
de um diametro após o da orlo posterior, processo occipital com uma de-
pressão na base (nos jovens), elliptico, entalhado no extremo livre para
receber a ponta da placa predorsal que é em ponta de flecha e grande;
todo o alto da cabeça e operculo fracamente rugosos; processo clavicular
robusto, de ponta obtusa; aculeo peitoral maior que os raios, longitudinal-
mente estriado, serrilhado sómente no bordo interno. Dorsal sobre o ultimo
quarto do aculeo peitoral, pequena, mais proxima da adiposa que da ponta
do focinho; quando reclinada sobre o dorso, ella passa a axilla das ventraes;
estas a meia distancia entre a orbita e a base da caudal; adiposa pequena,
em meio da anal que é muito desenvolvida, com tres raios simples e aspe-
cto de anal de piranha; caudal furcada, o lobo superior pontudo, muito me-
nor que o inferior que é redondo e robusto. Linha lateral evidente, com al-
gumas ossificações anteriores. Pardo cinereo superiormente, albicante pra-
teado inferiormente; uma facha larga, negra, vae do operculo a base do
lobo superior da caudal, donde se inclina para o inferior, cuja margem su-
perior ella acompanha até á extremidade.
Habitat: Manacupuru, Guaporé, R. Branco, R. Negro, Fonteboa, Taba-
tinga, Javary, Teffe, Obidos, Amazonas, Ucayale, Içá, Lago do Maximo,
Pará; Puty, Jutahy, Sario, Jaruá, Paraná e tributarios, S. Paulo.
Desta especie o Museu possue tres exemplares em alcool e um empa-
lhado, sem procedencia.
Sciades,! Mui. & Troschel.
Hor. Ichtyol. 111-8-1849
Corpo sub fusiforme como o de qualquer Pimelodus; cabeça deprimi-
da, olhos lateraes, a meio da cabeg , que é granulosa ou recoberta de pelle,
na parte superior; fontanella pequena, não se projectando para traz dos
frontaes; dentes vomerinos e palatinos em placas separadas, barbilhões te-
retes, longos, os maxillares se projectando além das ventraes. Processo
occipital attingindo a placa predorsal; nadadeira deste nome muito desen-
volvida; adiposa moderada, superior á anal; ventraes sob o sexto raio dor-
sal. Nadadeiras maculadas de escuro e barbilhões annellados de branco e
preto.
1) Sciades (Gr.) grandes ramos cheios de folhas dando sombra; allusão 4s manchas sombreadas
esparsas como sombras pelo corpo do peixe.
A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 311
Especies conhecidas :
f Espaço post-orbital, da cabeça, granuloso ; olho seis vezes na cabeça
Sc. pictus.
\ Cabeça recoberta de pelle, olhos 10 vezes na cabeça
Sc. marmoratus
299 Sciades pictus,! Mütter & Trochel
D.1+9410; A.11
«A descripção e figura de Sc. pictus combin m com um exemplar de 28
centimetros em todos os caractéres, excepto os dentes vomerinos que säo
em duas placas isoladas. Müller e Trochel sem duvida que näo viram o es-
treito espaço entre as placas vomerinas, como Castelnau não viu os
dentes palatinos. Não pode haver duvida sobre a identitade de PICTUS M
& T. e LONGIBARBIS Castelnau.
FIG. 118—Sciades pictus. seg. Müller & Troschel
Um exemplar de 28 centimetrosfoi colligido por Agassiz em Villa Bella,
outro de 60 centimetros o foi por Dextrer no Rio Negro.
Cabeça estreita, angular, achatada superiormente, sua largura, no rictus,
1 e{2/3 na maior largura que é egual 4 1 e 1/5 no comprimento da cabeça ;
fontanella não continuada atraz dos frontaes. Corpo mais elevado do que
baixo sob a dorsal. Olhos 2 e 1/4 á 2 e 3/4 no focinho, 5 á 6 na cabeça, 2
4 le 1/2 no espaço interorbital.
1) Pictus (Lat.) pintado.
312 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
‘
Barbilhöes maxillares projectando-se além das pontas da caudal, no
exemplar de 28 centimetros, pouco adiante da dorsal no de 60 centimetros,
mentaes até ä base dos peitoraes au antes; post-mentaes adiante da base
das mentaes (28 centimetros) ou ao meio dos peitoraes (60 centimetros).
Maxilla ligeiramente mais comprida. Dentes firmes, os da maxilla e mandi-
bula em fachas de egual altura. Vomerinas em duas placas que se unem com
a edade ; palatinos remotos, em duas placas ovaes, longitudinaes. Rastros
entrecusando, 4 + 15. Aculeo dorsal muito variavel, mais longo do que a
cabeca do joven, 1/3 mais curto do que esta no adulto. Base da adiposa
eguai ao comprimento da cabeca. Caudal profundamente furcada, com os
lobos quasi eguaes 4 cabega, em comprimento. Aculeo peitoral aspero na
orla anterior, fortemente denticulado na posterior, seu comprimento 1 e 1/4
á 1 e 1/5 na cabeça. Dorsal com grandes manchas escuras ; barbilhôes an-
nelados de branco e escuro. Cabeça 4; altura 5 45 e 1/2. (Eigenmann &
Eigenmann).
Habitat: Amazonas, Barra do Rio Negro—Villa Bella.
300—Sciades marmoratus,! Gil.
D. 1 + 10; A. 12
«Os exemplares examinados por nös säo de Tabatinga, medem 50 4
58 centimetos.
Os dentes do vomer são dispostos n’um oval paralello ao eixo do corpo
e não «transverso» como no exemplar de Gill. Elles se mantêm em duas
placas, mesmo no exemplar maior. Largura da cabeça, no angulo da bocca,
1 e 1/2 na maior largura, 1 e 3/4 no comprimento da cabeça; olhos mirando
para cima e para fora ; adulto sem ossificações dermicas. Corpo sub terete,
mais espesso sob o primeiro aculeo dorsal. Cabeça achatada, deprimida.
Olhos pequenos 4 e 1/4 no focinho, 10 na cabeça, 5 no espaço interorbital, 1
e 1/2 diametros atraz do rictus; barbilhões maxillares projectando-se ao
extremo da adiposa, mentaes 4 base das peitoraes, post-mentaes ás pontas
dos peitoraes. Dentes como no joven de /ongibarbis ; placas palatinas 1/4
dos vomerinos, ovaes longitudinalmente. Rastros entrecuzando-se no an-
gulo, 4 + 10. Aculeo dorsal inserido sobre o meio da distancia que vae
da base das peitoraes 4 das ventraes; sua distancia do focinho egual à
da adiposa ; seu comprimento 1 e 1/5 na cabeça; base da adiposa egual ao
comprimento da cabeça. Caudal furcada, raios exteriores mais do dobro dos
raios medianos, 1 e 1/3 o comprimento da cabeça. Ventraes projectando-se
a 1/3 do comprimento adiante do anus. Aculeo peitoral I e 1/5 na cabeça,
liso na frente, dentes finos na sua orla posterior ; um pequeno póro peitoral.
1) Marmoratus (L.‚=marmorado.
A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 313
Cör cinerea manchada de escuro; todas as nadadeiras escuras indis-
tinctamente manchadas ; barbilhöes annelados de claro e escuro. Cabeça 4;
altura 5 e 1/2. SP. 9-10.» Eigenm. & Eigenm.)
Habitat : Amazonas, Tabatinga.
Bagropsis,' Lutken.
Velhas Flodens, Fiske, 160 e iV—1875
«Pelle não reticulada ; corpo arredondado; cabeça deprimida; rosto
não prolongado ; maxilla superior muito pouco saliente ; olhos quasi perfei-
tamente superiores, com a margem supraorbital livre ; vertex não granuloso,
tenuemente estriado, recoberta de pelle delgada ; barbilhões teretes ; dentes
palatinos dispostos em 4 fachas, vomerinos contiguos, distantes dos palati-
nos; dorsal curta, com o aculeo delgado, porém rijo, e seis raios ; adiposa
não radiada, bastante longa ; ventraes inseridas sob os ultimos raios da dor-
sal, com seis raios; anal curta ; caudal furcada.» Lutken.
Especie unica.
301—Bagropsis reinhardti, Lut.
MANDI-BAGRE
Digg ser 63 An til
«Cabeça egual 4 quarta parte do comprimento total (até 4 bifurcação da
cauda, altura 5 e 1/2, largura egual a
sexta parte do comprimento, até as
extremidades da caudal; diametro
dos olhos, que ficam um pouco mais
proximos dos bordos das coberturas
branchiaes do que da ponta do foci-
nho, egual á 1/2 do espaço intereror-
bital e.a 1/7 do comprimento da ca-
beca;placa dos dentes palatinos maio-
res, a dos vomerinos ovaes, peque-
nas. Barbilhöes maxillares attingindo
a ponta das ventraes ou além (quasi
acaudal, nos jovens), os mandibula-
res externos 4 axilla (ou mais, quasi
a ponta dos peitoraes) ; os internos a
abertura branchial (ou mais). O aculeo dorsal delgado porém regido, sub-
FIG. 119—Bagorpsis reinhardti, seg, Lutken
1) Bagropsis (Gr. Lat.) de Bagrus, gen. de silurideo e opsis facies.
2) Reinhardti, do Dr. J. Reinhardt, naturalista dinamarquez, contemporaneo e collabsrador de
Lund no estudo da fauna da Lagoa Santa e Rio das Velhas.
314 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
serrilhado na parte postero-superior, maior que a metade do comprimento
da cabeça; o peitoral curvo, rigido, um pouco mais largo, fortemente serri-
lhado, no bordo posterior ; nadadeira adiposa quasi dupla ou dupla da anal,
em comprimento. A côr dos individuos vivos é verde auromicante superior-
mente, esparsamente maculada de escuro, inferiormente lactea. 33 centi-
metros. (Lutken.)
Habitat : Rio das Velhas.»
Duopalatinus, Eigenm. & Eigenm,
Cabeça grande, mais ou menos estriada e granulosa superiormente; bocca
anterior: dentes vomerinos em 2 placas que se soldam com a edade, dei-
xando um entalhe posterior, dentes palatinos em duas placas ellipticas,
grandes e afastadas das vomerinas ; barbilhöes desenvolvidos, teretes ;
olhos grandes, mais ou menos em meio da cabeça ; aculeo dorsal delgado,
os peitoraes denticulados posteriormente, adiposa mais longa do que a anal.
f barbilhöes maxillares excedendo ás ventraes, . . . D. emarginatus.
Especies conhecidas
\ barbilhöes maxillares excedendo ao corpo, . - . D. gôldii.
302 — Duopalatinus emarginatus,’ (Cuv. & val.)
MANDI-AÇÜ, MANDI-URUTU, URUTU
DI CG AOS
«Cabeça pouco deprimida, egual a 2/7 do comprimento (até á bifurca-
ção da cauda); maior largura da mesma menor que 1/3;
diametro dos olhos, que ficam um pouco mais proximos
da abertura branchial do que da ponta do focinho, egual
a 1/7 do comprimento da cabeça e maior do que o es-
paço interorbital; barbilhões maxillares, no adulto, at-
tingem ou excedem as ventraes, os post-mentaes a aber-
tura branchial, os mentaes a base das nadadeiras peito-
raes. Placa intermaxillar, nos lados de largura dupla da
do meio ; zona dentaria vomerina irregularmente qua-
drangular, entalhada profundamente no contorno poste-
rior, nos novos dividida em duas placas ovaes, grande-
mente afastadas das placas palatinas. . diposa egual em
FIG. ne nn comprimento ao dobro da anal. O peixe vivo é auromi-
Zuken. cante, salpicado de pequenas manchas, diffusas, obscu-
ras, com a parte inferior branca, iridescente. O comprimento excede a 30
centimetros. Nome brasileiro: «Mandi-Açú».
1 Duopalatinus (Lat.) Dois palatinos, isto é com duas placas de dentes palatinos
2 Emarginatus (Lat.)sem margem (na caudal.)
A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 315
O filhote differe por ter os olhos maiores, sulcos e granulações diffusas
sobre a cabeça, os barbilhões mais compridos (os maxillares attingindo a
caudal) fachas dos dentes intermaxillares não dilatadas lateralmente, as
placas vomerinas separadas entre si e as palatinas pequenas. Bras. Mandi-
Urutu, Urutú.» (Lutken.)
Eigenmann & Eigenmann dizem que os olhos säo contidos 5 vezes na
cabeça e 1 vez e 1/3 no espaço interorbital, ficando 1 e 1/2 diametros atraz
do angulo da bocca e que os lobos caudaes são ponteagudos, tendo os raios
simples ou bifurcados.
Habitat: Ric das Velhas, R.S. Francisco.
303 — Duopalatins goeldii,' Steina.
«Altura do corpo 5 e 1.6 vezes, comprimento da cabeça 3 e 1/3 vezes
no comprimento do corpo, diametro ocular 7 vezes, largura da fronte pouco
mais de 5 vezes, comprimento do focinho 1 e 5/6 vezes, largura da bocca
pouco mais de 2 e 1/2 vezes, comprimento da bocca 4 vezes, comprimento
da peitorai 1 e 2/5 vezes, das ventraes 2 vezes, comprimento da base dor-
sal reg. 2 vezes, o das nadadeiras adiposas 1 e 3/4 vezes; altura da cabeça
sob a base da extensão occipital 2 vezes, a maior largura contida 1 e 1/2
vezes no comprimento da cabeça. A cabeça é deprimida, estreitando-se re-
gularmente para a frente; o contorno da ponta do focinho é o d'um arco
muito abatido; a maxilla superior sobrepuja regularmente a inferior. A gin-
giva do maxillar superior, bastante mais estreita que a do D. emarginatus
(mal attingindo a metade d'este), para traz continúa terminando por uma
pontuda saliencia ramificada que forma uma ancora. Os dois grupos de den-
tes quasi quadrados são sómente separados por um pequeno espaço linear,
(eguai aos dos exemplares maiores de D. emarginatus), bastante posteriores
a estes estão dois grupos de dentes ovaes, no céo da bocca, que estão um
pouco mais para fora. No exemplar que estudámos, o qual ainda não tinha
attingido a metade do seu tamanho total, as barbas do maxillar tinham duas
vezes o comprimento do tronco e cabeça reunidos. As barbas exteriores do ma-
xillar inferior não chegam bem até ao peitoral; as interiores, sahindo pouco mais
na frente, são quatro vezes menores que as exteriores. O lado superior do foci-
nho é coberto por uma pelle dura até perto das narinas internas, todo o resto do
craneo até ä saliencia occipital, é liso e listrado, tambem a carapaça é co-
berta de pelle dura e listrada radialmente. Uma comprida e estreita fonta-
nella tem começo perto das narinas internas, na direcção dos circulos dos
olhos é interrompida por uma pequena ponte transversal ossea; depois desta,
continúa n’um sulco linear, dividindo a placa dorsal na parte anterior. A sa-
liencia occipital é comprida, estreitando-se pouco para traz, regulando o seu
comprimento duas vezes a largura da sua base; esta, como que dividida pela
continuação da fontenella frontal, termina em duas agudas pontas, as quaes
1) Goeldii do Dr. Emilio Augusto Goeldi, ex-Director do Museu do Pará.
31€ ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
estão cicatrisadas com a placa lyriforme da dorsal. O aculeo dorsal tem, na
parte anterior, farpas pouco agudas e curtas; o peitoral é deprimido, mais
forte e tem os lados cobertos de pequenas farpas, em posição de serra, das
quaes as do lado interno são de ponta virada para frente, sendo tambem
mais fortes e desenvolvidas que as do lado externo, as quaes tomam posi-
ção opposta. A nadadeira adiposa começa antes e termina depois da pon-
teaguda anal, sendo ligeira e irregularmente arredondada em cima. O afas-
tamento da barbatana do raio dorsal é egual, menos um diametro ocular,
ao comprimento da base dorsal; a altura da adiposa não é bem contida tres
vezes no comprimento da sua base. Cauda bem recortada com dois com-
pridos, pontudos lobos, os quaes além disto ainda terminam em um longo
cordão. No extremo anterior da linha lateral estão oito ou nove placas
osseas, asperas e onduladamente collocadas umas após outras em posição
de escama. Tres maculas de um preto fusco, a primeira grande, redonda,
quasi sobre a linha lateral, pouco abaixo do meio da largura da nadadeira
dorsal, que é rica em raios; a segunda não attinge bem a metade do tamanho
da precedente, está na base do lobo superior da cauda; a terceira apenas
parecendo um pequeno ponto, mais egualmente fusca, bem escura, acha-se
entre a base da nadadeira e do aculeo dorsal. Alem destas, vimos no exem-
plar que estudámos e que tinha de tronco e cabeça junctos 0”. 178 (exclu-
siva a cauda), pouco distante da grande macula redonda do lado, uma pe-
quena, estreita, bem alta, em côr egual ás acima citadas e duas pequeninas,
nais claras, na base da nadadeira adiposa mas só no lado direito d'esta.»
(Steind.)
Procedencia : Rio Purús.
Paulicea,! H. Ihering
Pr. Acad. Nat. Sci. Philad. 108--1898
Forma robusta; cabeça grande, quasi quadrangular, deprimida, focinho
transversamente sub-truncado; bocca ampla mais ou menos 2/3 da cabeça,
dentes intermaxillares numa facha larga, projectando-se em angulo agudo
nos extremos lateraes posteriores; vomerinos e palatinos n'uma facha es-
treita, parallela 4 orla posterior da facha intermaxillar, com tres constricções
dividindo-a em 4 partes sub-eguaes, nos jovens; no adulto desapparece a
constricção mediana; barbilhões sub-teretes, mediocres; narinas anteriores
post-labiaes, posteriores a pouco mais de um diametro das anteriores; fon-
tanella estreita, originando-se pouco á frente da orla anterior da orbita e
terminando longe do processo occipital; vertex rugoso e granuloso modera-
damente; supraclaviculares aliformes; processo occipital triangular, encon-
trando a placa predorsal, que é em ponta de flecha, muito alongada; dorsal
4 meia distancia entre a ponta do focinho e a adiposa, provida de aculeo:
1) Paulicea ; deriv. de S. Paulo, Estado Brasileiro.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 317
moderado; peitoraes com aculeo mais forte, denticulado no bordo posterior,
terminando em ponta membranosa; adiposa e anal subeguaes e mais ou
menos no mesmo plano; caudal moderadamente furcada. Coloracäo obso-
leta.
Especie unica: Paulicea lutkeni (Steind.)
304—Paulicea lutkeni,' Steina.
JAHU
D. 1+ 6; A. 12
«O comprimento da cabeça é contido 3 vezes no comprimento do corpo,
a sua largura 1 e 1/4, espaço interorbital 3, diametro ocular mais de 12
vezes, comprimento do focinho cerca de 3 e 1/6, a maior altura do tronco
sob a dorsal um pouco mais de 1 e 2/3 no comprimento da cabeça. Lado
superior da cabeça chato, focinho cstreita-se pouco anteriormente e a sua
FIG. 121—Paulicea Jutkenı, seg. Ste ndachner
r
orla anterior é fracamente arqueada. A facha dos intermaxillares é muito-
larga e cerca de 3 1/3 no proprio comprimento, nos extremos lateraes pro-
longa-se em uma ponta posterior. Facha dentaria sobre o vomer e palatinos
estreita e dividida em quatro partes subeguaes por tres constricções. Dis-
tancia das narinas anteriores das posteriores cerca de 1 1/2 diametros lon-
gitudinaes dos olhos. Comprimento dos barbilhões mentaes contidos mais
1) Lutkeni, do Dr. Lutken, celebre ichthyologista dinamarquez, que estudou os peixes do rio
das velhas colligidos por J. Reinhardt.
318 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
de2e 1/2 a 2e 2/3 dos postmentaes cerca de 2 e 1/4 vezes no comprimen-
to da cabeca. Origem da dorsal a meio da distancia que vae da ponta do
focinho ao meio da base da adiposa. Altura daquella nadadeira, que é cir-
cular na orla superior, egualande a 3/5 da propria base, 2/5 do comprimento
da cabeça. Aculeo dorsal moderado subtilmente denticulado na orla poste-
rior. O aculeo peitoral, pouco mais forte e deprimido, tem na orla posterior
denticulações mediocremente fortes. O comprimento das peitoraes regula a
altura da dorsal. Distancia entre a dorsal e a adiposa não excedendo distin-
ctamente o comprimento da base da ultima; a maior altura da adiposa, fi-
namente radiada, preenchendo 2/11 e o comprimento da base da mesma
cerca de 1/2 da cabeça, emquanto que o comprimento da base da anal é
cerca de 2e 3/4 e a altura da mesma contida duas vezes no comprimento
da cabeça.
A caudal é, na orla posterior, contornada profundamente em meia lua
e o seu lobo superior, um tanto mais longo, é contido cerca de 1 e 1/5 no com-
primento da cabeça. As ventraes apenas attingem a 1/2 deste comprimento.
Todo o corpo, com excepção do lado ventral, densamente maculado de vio-
FIG. 122 A--Denticäo de Paulicea
FIG, 122—Dentigäo de P. lutkeni. ahu, segundo Ihering.
seg. Steindachner
laceo denegrido. As maculas sobre a cabeca distinctamente menores e mais
numerosas do que as do dorso. As das nadadeiras formam estrias e barras
regulares sobre a caudal, anal e ventraes, na maior parte reunidas em fa-
chas. O exemplar aqui descripto mede cerca de 32 cents. e foi pescado em
meio curso do rio Amazonas» (Steindachner). Ihering constatou a presença
deste peixe na bacia do Parana (Rio Tieté) em exemplares de 1,5 a 1,8.
Taes exemplares têm os barbilhöes maxillares menores que a cabeça e a
anal egual 4 adiposa. A facha dentaria vomerina tambem não apresenta
constricção mediana. lhering é de opinião que se trata de uma especie nova
que elle denominou P. jahu. Entretanto Berg, que possuiu um exemplar do
Rio Paraná, pensa que se trata da mesma especie do Amazonas,
Habitat: Bacias do Amazonas e Paraná.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 319
Zungaropsis, Steind.
Sitzungsber. Akad. Wien, Iharg. 1908—N. VI 67
«Habitus, como nas especies typicas do genero Pseudopimelodus Bleck.,
mediocremente reforcado; comtudo, os olhos näo säo recobertos de pelle e
têm a orla livre. Dentes palatinos e vomerinos presentes, um estreito espa-
co por traz da larga facha intermaxillar, cabeça larga, deprimida. Aculeo
dorsal e peitoraes bem desenvolvidos. Caudal entalhada. Narinas separa-
das entre si. Um par de barbilhöes maxillares e dous de meñtaes.» (Stein-
dachner).
Especie unica:
305 - Zungaropsis multimaculatus,' Steina.
«Altura do tronco pouco mais de quatro vezes, comprimento da cabe-
ça contida tres vezes no comprimento do corpo, largura da cabeça reg. I e
1/5 vezes, largura da fronte 3e 1/4 vezes, comprimento do focinho pouco
menos de tres vezes, largura da bocca 1 e 3/5 vezes, diametro do olho 10
e 2/5 vezes, comprimento da cauda 1 e 1/3 vezes, comprimento da base da
adiposa pouco menos que duas vezes, da anal, 3 e 1/3 vezes, comprimento
da peitoral regula 1 e 3/5 vezes, o das ventraes contidas duas vezes no
comprimento da cabeça.
Cabeça bem deprimida, coberta de pelle grossa. A largura do hiatus é
quasi egual ao comprimento do maxillar. A largura da gingiva no maxillar
medio, eguala 4 um diametro ocular, na extremidade do lado se estende esta
em uma saliencia comprida, terminando em uma ponta aguda. A gingiva do
maxillar inferior, no meio, attinge a maior largura, a qual eguala a 2/3 do
comprimento de um diametro ocular; para as extremidades ella se estreita.
Os dois grupos de dentes ovaes são separados por pequeno espaço, porém
se encontram com os grupos muito mais compridos dos palatinos.
As barbas do maxillar dão até á ponta das ventraes; as muito mais
delgadas barbas do exterior dão até á base do raio peitoral, as barbas
mentaes, que nascem mais adeante, têm a metade do comprimento das in-
ternas. A fontanella termina pouco atraz dos olhos. A saliencia do occipi-
tal, bem como a estreita e longa placa predorsal, estão completamente es-
condidas pela pelle, parece que as duas se tocam. A pelle do tronco bas-
tante espessa é nos lados como que feltrada. O ferrão dorsal tem pequenas
farpas no lado posterior e o da peitoral com ditos no interior é mais forte
que o precedente; o dorsal tem pouco mais de 1 e 1/2 vezes a altura do
comprimento, a altura delle é 1 e 3/5 vezes contidas no comprimento da ca-
1) Multimaculatus (Lat.) —multimaculado.
320 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
beça, o afastamento da adiposa da nadadeira dorsal não pacsa muito o
comprimento -da base da ultima. A anal tem duas vezes mais altura que
comprimento, é triangular, a adiposa é radiada e filamentosa e começa em
posição anterior ä anal e termina apöz esta; a sua altura attinge 1/3 do
comprimento proprio. O lobo superior da cauda é pontudo; o inferior arre-
dondado. Maculas escuras e redondas espalhadas pelo tronco, cabeça e na-
dadeiras em grande quantidade; as maculas da cabeça e nuca são menores
e mais unidas que as do tronco, n'este as maculas crescem mais em tama-
nho pelo lado da cauda; nas barbatanas as maculas são mais agglomera-
das, formando cordões verticaes ou obliquos. D. 1 + 6. V. 1 + 5. A. 8. Um
exemplar 28,4"" de comprimento provavelmente do Rio Xingú.»
Brachyplatystoma,' Biecker.
Nerderl. Tydschrift Dierkunde, I, 97—1863
Forma robusta; cabeça grande, deprimida, de bordos lateraes subpa-
rallelos, recoberta de pelle; bocca ampla, anterior; dentes villiformes, mais
ou menos moveis, os superiores em duas fachas parallelas, das quaes a
posterior (vomero palatina) é dividida em tres porções, uma mediana, trian-
gular e duas outras subsequentes, lateraes. Barbilhões teretes, muito desen-
volvidos nos jovens (duas a tres vezes o comprimento total); narinas dis-
postas nos cantos de um quadrilatero, as anteriores um pouco mais para
os lados. Olhos mediocres, de orla livre; fontarella não attingindo a base
do processo occipital que, raras vezes, attinge a placa dorsal. Nadadeira
deste nome triangular, situada sobre meia extensão das peitoraes, com o
aculeo terminando em ponta flexivel, filamentosa; peitoraes com o aculeo
serrilhado nos 3/4 externos; ventraes originando-se sob o ultimo raio dor-
sal, adiposa trapezoide egual ou maior do que a anal; esta falcada; caudal
furcada, com os lobos ponteagudos; linha lateral mais ou menos reticulada,
presente. Pelle mais ou menos reticulada, especialmente sobre a cabeça,
onde a reticulação forma pentagonos mui apparentes.
1) Brachyplatystoma (Gr.) de Brachys=curto e Platystoma genero referido.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 321
Especies todas brasileiras:
Corpo attenuadamente trans-
faciaao de claro e escuro. B. juruense.
Ventraes moderadas, barbi-
lhões sub-deprimidos . . .
Anal originando-se por traz do ini- , Corpo attenuadamente colo-
cio da adipósa . . . . . . rido, quando muito inde-
finidamente maculado . . B.vaillante.
| Ventraes muito grandes, maiores que as peitoraes, barbilhões
largamenteideprimidos NE ns eee EU B. platynema.
= originando-se no mesmo
Altura 5 e 4/5 á 6; processo occipital; egualando á 1/3 da
distancia que separa a sua base da placa predorsal. . B. rousseauxi.
plano em que a adiposa . . .
Altura 4 e 1/2 á 5; processo occipital egualando á 1/2 da
distancia que separa a sua base da placa predorsal . B. filamentosum.
306—Brachyplatystoma juruense,! Bout.
DRE GUARA
«Maxilla superior projectando-se ligeiramente sobre a inferior. Fachas
de pequenos dentes villiformes nas maxillas e no paladar; facha vomerina
tão larga como a dos premaxillares, unica, entalhada no meio, mui estreita-
mente separada dos muito mais estreitos palatinos. Altura do corpo 5 e 2/3
no comprimento total, comprimento da cabeça 3 e 1/2 vezes. Cabeça 1 e
2/3, tão longa quanto larga, sua maior largura 1 e 2/5 na bocca; fontanella
muito pequena, olhos extremamente pequenos, seu diametro quatro vezes
no espaço interorbital, um pouco mais proximo do bordo opercular do que
do extremo do focinho; processo occipital estreito, não attingindo o osso
basilar do aculeo dorsal; barbilhäo maxillar projectando-se quasi até a ex-
tremidade das ventraes; barbilhão mental projectando-se até o meio das
peitoraes, externos até o meio das ventraes. Raios branchiostegos 11. Dor-
sal I+ 6, originando-se ä egual distancia da ponta do focinho e do meio
da adiposa. Aculeo fraco, não serrilhado, 3/4 do comprimento da cabeça.
Adiposa do comprimento da base da dorsal ou anal. Peitoraes não attingindo
as ventraes. Aculeo fracamente serrilhado, 3/5 do comprimento da cabeça.
Caudal profundamente furcada, ambos os lados prolongados em filamentos.
Pardo amarellado; nove fachas transversaes escuras, cabeça parda escura
superiormente. Comprimento total 190 millimetros. Um unico exemplar»
(Boulenger). Rio Juruä.
1) Juruense (Latinisaçäo)—do Rio Juruä.
ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
322
A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 323
307—Brachyplatystoma vaillanti,' (Cuv. & var.)
PIRAMUTABA, PIRAMUTA OU PIRAMUTAUA, SORUBIM
D. 1 + 6: A: 14
«Cabeça de comprimento egualando 4 1 e 1/3 4 propria largura é con-
tida tres vezes e 2/3 no comprimento (sem a caudal); parte superior, entre
os olhos e o processo finamente granuloso; olhos pequenos, situados na li-
nha que divide a cabeça em duas ametades (anterior e posterior) contidas
tres vezes e 2/3 no espaço interorbital; barbilhões moderadamente compri-
midos, os maxillares attingindo ä origem da adiposa, os post-mentaes, o
meio das peitoraes, os mentaes á orla da membrana branchiostega. Dorsal
tendo o aculeo terminando n’um filamento pouco prolongado; processo cla-
vicular pouco apparente, ligeiramente granuloso; aculeo peitoral curvo, mais
fortemente denticulado no bordo posterior, até perto do apice; adiposa ori-
ginando-se adiante da anal e terminando egualmente adiante desta nadadei-
ra, a sua base, porém, passa de pouco a base da anal, esta é grande e tem
o bordo posterior concavo.» (Kner & Steindachner) Habitat: Amazonas e
tributarios; Rio Negro, R. Madeira.
Taes são os caracteres do adulto que se deprehende das descripções
de Kner e Steindachner, feitas sobre exemplares seccos e em alcool. A des-
cripção e as figuras de Steindachner, foram feitas sobre um individuo con-
servado em alcool. O estudo d'essas descripções e figuras, comparadas com
a estampa dada por Cuv. & Val. de Platystoma vaillantie com um exem-
plar de Platystoma vaillanti, determinado por Schreiner e existente no Mu-
seu Nacional, levaram-me á convicção de que Piramutana piramuta e Pla-
tystoma vaillanti eram uma unica e mesma especie.
A unica differença que mantem separadas as duas especies é a figura
da dentição de Piramutana piramuta, dada por Steindachner. O typo de
Steindachner media 59 centimetros e a figura da dentição está reproduzida
aqui na Fig. 124.
No individuo ent alcool das colleccöes do Museu, vemol-a assim : Fig.
125:
Ora, uma simples variação de edade, senão um erro de observação do
desenhista, podem bem produzir a referida differença.
O exemplar do Museu méde 16 centimetros. A cabeça é 3e 1/2 vezes
contida no comprimento, sem a caudal; a sua largura é egual a uma vez e
1/2 no proprio comprimento; os olhos são contidos 2 e 1/3 no espaço inter-
orbital e ficam no meio do comprimento da cabeça; a fontanella termina
atraz dos olhos sendo seguida de uma depressão que se esbate até perto
do processo occipital; este não attinge a placa predorsal. Barbilhões maxil-
1) Vaillanti, de L. Vaillant, ichthyologista francez.
ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
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A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 32
lares deprimidos, prolongando-se até a base da caudal; post-mentaes até o
apice das ventraes, mentaes até a base das peitoraes; os aculeos destas näo
attingem ás ventraes, são serrilhados no bordo externo perto do apice e no
interno nos tres quartos de sua extensão. Dorsal com x
o aculeo (quebrado), serrilhado no bordo posterior e
com os tres primeiros raios situados sobre o aculeo
ventral. Ventraes grandes, triangulares, com segundo
raio pouco maior do que o primeiro e os aculeos
maiores de todos; adiposa trapezoide; anal falcada,
elevada, de altura egual 4 base da adiposa e origi- Fig, 125-Dentição de Brachy-
nando-se justamente sob o meio d'esta; caudal gran- RR ue ET
demente furcada com os 6º, 7°, 8° raios de cada lobo muito prolongados;
coloração desmaiada no alcool.
Habitat: Amazonas e tributarios; Parahyba, Rios da Guyana Franceza,
(Cayenna e Surinam), Calaboso, Tabatinga, Pará; Porto da Mós, Avary, R.
Puty, Parahyba (Juiz de Fóra), Rio Negro, Serpa.
A Piramutaua (Kner copiou de Natterer o nome Piramutaua por Pira-
mutana) é um dos peixes mais conhecidos no Amazonas; 1 metro e desenove
centimetros é o maior comprimento registado. Com quanto a
“ln, sua carne seja reputada grosseira, ella € acceita melhor do
FR q que a da Pirahiba. A Piramutaua tem o habito da migração
duas vezes por anno «nos principios da enchente e da va-
area de Zante dos rios» em cardumes copiosissimos, «produzindo o
sen; que chamamos, com os indigenas pira-cema» (Virissimo).
Talvez a causa principal dessas piracemas seja a desova.
Um exemplar ainda menor, medindo 8 centimetros da ponta do focinho
á base da cauda, (quebrada) determinado no Museu de Paris como Platys-
toma mucosa tem a cabeça contida tres vezes e 1/3 no comprimento total,
da largura contida uma veze 1 2 no proprio comprimento; a bocca é de
largura contida duas vezes e 1/2 no comprimento da cabeça, os dentes dis-
tribuem-se como na figura junta; os barbilhões maxillares attingem o dobro
do comprimento do corpo sem a caudal) e são deprimidos; os post-men-
taes passam o 3º extremo do aculeo das peitoraes; os mentaes terminam
muito antes da orla opercular; a fontanella termina antes da orla posterior
das orbitas e é seguida de um sulco que se projecta até o extremo posterior
do processo occipital que ahi é bifurcado e recebe o apice da placa predor-
sal; orbitas 1 e 1/5 no espaço interorbital, aculeo dorsal serrilhado no apice
do bordo anterior e em todos os tres quartos terminaes do aculeo dorsal;
peitoraes attingindo francamente as ventraes, com o aculeo forte, deprimi-
do, serrilhado nos dous bordos; os espiculos do bordo externo são normal-
mente extrorsos até perto do apice, onde elles desapparecem para dar logar
á denticulações em sentido contrario; ventraes attingindo o plano do início
da adiposa anal de origem claramente posterior ao da adiposa D. 1 + 6;
JE TS
326 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
As apparentes grandes differengas de estructura externa dos ossos da
cabega, denticäo (Fig. 126) e processo preorbitario e aculeos peitoraes säo
plenamente explicados pela edade do animal e acham vestigios intermedia-
rios no exemplar denominado P.vaillanti. Provavelmente Brachyplatystoma
göldi—Eigenm. & Bean é uma variedade d’esta especie que a projecçäo dos
intermaxillares (vid. fig. 3 - Goldi), achatamento dos barbilhöes, posigäo da
anal e diametro ocular e outros caracteres parecem confirmar.
308—Brachyplatystoma platynema,' Boul.
1) W516; MA) 15.
«Cabeça extremamente deprimida, cerca de 3 vezes tão longa quanto
alta, seu comprimento 3 e 1/2 vezes no comprimento do corpo. Dentes vo-
merinos em facha muito mais larga do que os palatinos, as duas formando
Fig. 127 — Brachyplatystoma platynema, seg. Eigenm. & Bean.
uma figura em forma de virgula como em Pseudoplatystoma. Focinho es-
patulado, projectando-se de pouco sobre a mandibula; olhos extremamente
pequenos, na ametade posterior da cabeça, seu diametro contido tres ä
quatro vezes no espaço interorbital; processo occipital curto, amplamente
separado da placa predorsal, lado superior da cabeça reticulado; olhos um
1) Platyncma (Gr.) de platys chato e nema fita (barbilhão).
A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 327
pouco mais do dobro dafontanella, seu diametro contido 17 vezes no com-
primento da cabeça, cerca de dez no focinho. Barbilhöes maxillares attin-
gindo a ponta das ventraes, tæniæformes. Branchiostegos 12. Primeiro
raio dorsal contido 1 e 2/3 no comprimento da cabeça, adiposa 2 e 1/2,
vezes täo longa quanto alta. Comprimento da base da adiposa, 1 e 1/2 vezes
na sua distancia da dorsal. Anal emarginada; seu raio ramoso mais elevado,
2e1/2 vezes tão longo quanto o ultimo; peitoral 1 3/5 na cabeça; ventraes mui-
to mais longas do que as peitoraes, eguaes á sua distancia da base das peito-
raes, 1 e 2/5 na cabeça. Caudal profundamente furcada, com os lobos pro-
longados em filamento. Pedunculo caudal 2 e 1/2 vezes tão longo quanto
alto. Prateado, superiormente mais escuro. 260 mm. Amazonas — Entre
Pará e Manäos. (Eigenm. & Bean).
309—Brachyplatystoma rousseauxii, (Cast.)
DOURADA — PIRATINGA ?
D. 1-6; À. 12 4 15.
D’esta especie possue o Museu Nacional um exemplar de 1 m. 25 de
comprimento. Cabeça grande, deprimida, contida exactamente quatro vezes
no comprimento do corpo (sem acaudal), de largura contida 1 e 1/3 no
comprimento, ligeiramente mais estreita proximo ao canto da bocca e tendo
a parte mediana mais saliente de modo a accentuar um angulo mais forte
do que em B. filamentosum. Olhos mediocres 5 e 1/3 no espaco interorbital;
fontanella projectando-se até perto da base do processo occipital; este curto
eeguulando a distancia que vae de sua base á placa predorsal; peitoraes
com o aculeo liso, curvo, deprimido, denticulado na margem posterior em
todos os 3/4 terminaes; o seu apice mal attinge ä vertical do 1° raio dorsal;
aculeo d’esta nadadeira curvo, liso, terminando em ponta flexivel; parece
que completo deve terminar em ponta membranosa; ventraes grandes, ligei-
ramente falcadas, originando-se sob o ultimo raio dorsal, não attingindo o
início da adiposa, esta nadadeira trapezoide, de base um pouco maior que
a anal, porém, originando-se no mesmo plano em que esta que é falcada e
forte; caudal grandemente furcada. Pelle grandemente pórosa.
O exemplar empalhado do Museu é incompleto e defeituoso pela pre-
paração. Em exemplares em alcool, descriptos por Eigenmann & Eigenmann,
a cabeça é contida 3 e 3/4 no comprimento total, o aculeo dorsal prolonga-
se em filamento e o lobo superior prolonga-se am filamento. Os aculeos
peitoraes eram asperos anteriormente. Côr prateada com lustros azul e bron-
zeado superiormente.
Amazonas e tributarios.
1) Rousseauxii (Latinisação); de Rosseaux, naturalista ajudante do Museu de Paris na epocha em
que Castelnau descrevia os peixes colligidos no Brasil.
ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
RENT
a Pr DR LS
A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 329
310—Brachyplatystoma filamentosum,' (Licht.)
PIRATINGA, PIRAHYBA ou FILHOTE
D. 1+6; A. 12 — 13.
Forma robusta, volumosa, cabeça cheia, contida 4 vezes no compri-
mento total (sem a caudal) de largura contida uma vez e 1/3 no comprimento
da cabeca do rostro ä base do processo occipital ; focinho deprimido, mo-
deramente anguloso; barbilhöes maxillares curtos, attingindo a axilla das
peitoraes ; post-mentaes a orla das membranas branchiostegas ; mentaes
muito menores; fontanella ampla, disfargando-se gradativamente para os
extremos; olhos pequenos, oito á nove vezes no espaço interorbital ; em
meio da distancia que vae da ponta do focinho ä base do processo occipital;
processo occipital modarado, occulto sob a pelle, terminando 4 4 e 1/2 da
distancia que vae da sua base á placa pre-dorsal; altura 4 e 5/6 sobre o
apice do ultimo raio peitoral, quando reclinado sobre o corpo; aculeo dorsal
liso, ventraes de origem pouco posterior ao plano de implantação do ultimo
raio dorsal, terminando muito aquem da adiposa que é quasi do mesmo ta-
manho que a anal, originando-se as duas no mesmo plano caudal, com
o lobo superior filamentoso. Côr bronzeada mais ou menos clara inferior-
mente.
Os dados acima colhemol-os dos autores que têm tratado do assum-
pto e principalmente dos fornecidos por Göldi.
A pirahiba, com a nadadeira dorsal completa, deve ter o aculeo se-
guido de «um filamento comprimido, semelhante á lamina de uma folha de
capim e de estructura caracteristica», conforme diz Kner, referindo-se 4 um
individuo de 99 centimetros de comprimento, tal como se dá coma Piramu-
táua e com a Dourada. As figuras dadas por Göldi de 2 filhotes, «um de 1/2
metro aproximadamente» e outro maior figs. 3 e 2 art. I, mostram como que
os vestígios desse filamento nos extremos destacados dos aculeos, o que,
ainda, o facto da permanencia do filamento do lobo caudal superior parece
corroborar. Entretanto este auctor diz :«Embora Kner, apoiado em nota ma=
nuscripta de Naiterer, refira que a Piratinga reticulata tem indifferentemente
os dois nomes de Pirahiba e Piratinga, eu pude convencer-me cabalmente
que a Pirahiba do Pará não é identica a Piratinga reticulata, Não é por causa
da pelle reticulada (tab. 1 fig. 1 do ref. autor), porqueesta, afinal de contas,
tambem se observa tanto na Dourada como na Pirabiba paraense ; são
outros caractéres ; olhos de tamanho mediocre—espinho da barbatana dor-
sal prolongando-se em filamento, espinho da barbatana peitoral denticulado
pelo lado interior—os raios branchiostegios em numero de 12 —» tudo isso,
além de muitos outros signaes, nos permitte declarar que a Pirahiba do rio
1) Filamentosum—filamentoso, cujos barbilhões são muito grandes.
330 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Madeira, descripta pelo mencionado autor com taes caracteres, é peixe di-
verso do nosso, apesar de näo termos visto nem exemplar nem figura
delle.»
Teria sido para desejar que, aproveitando uma das suas frequentes
viagens ä Europa, Göldi examinasse o typo de Brachyplatystoma reticula-
tum (Kner) e assim —de visu— resolvesse este assumpto ce systematica. Por
nossa parte o mesmo acontece; isto é, não conhemos aquelle original, accres-
cendo mas que de visu, tambem não conhecemos a Pirahiba, como de resto
ja dissemos acima. Isto não impede, comtudo que, pelo estudo das descri-
pções existentes e das figuras photozincographicas dadas por Güldi, não
manifestemos a nossa opinião que justamente é contraria á deste autor.
A respeito dos olhos diz Kner : «Ficam mais proximos do operculo do
que da orla do focinho e juntos ao perfil da fronte; tem o seu diametro lon-
gitudinal alongado e ficam á cinco diametros (maiores) do meio da orla in-
termaxillar e 3 e 1/2 um do outro.»
A figura 3, de Goeldi (est. 2), reproduz um individuo de 1/2 metro, cujo
maior diametro ocular é exactamente contido quatro vezes no espaço inter-
orbital, n'um exemplar fresco. A sua tabella figura uma quota 56:12m/m.,
donde se conclue uma rasão de 4 e 6/12 ou 4 e 2/3.
Essa differença a maior para o exemplar de Kner póde bem ser expli-
cada por serem as suas medidas tomadas em um animal empalhado, isto é,
secco, o que, por certo, ha de concorrer para augmento dos diametros
oculares.
Já nos manifestamos quanto ao filamento da nadadeira dorsal.
Quanto ao aculeo peitoral diz Kner: «' er starke, fein längs gefurchte
Pectoralstachel ist am Innenrand der ganzen Länge nach dicht bezahnt.»
Göldi não diz como é o aculeo peitoral das Pirahibas , as suas figuras
não permittem opinião á respeito; entretanto é como diz Kner que devem
ser aquelles aculeos, isto é, fortes, finamente estriados no sentido longitudi-
nal e espessamente denticulados em todo o bordo interno, num Filhote de
quasi 1 metro, conforme nos ensinam os factos que se realisam com os ou-
tros Scleracanthi. Como todo animal commum, a Pirahiba deve variar muito
e por isso não serão para admirar as suas aberrações de forma.
Pelo que acima dissemos se verifica, ao contrario do que pensam Carl
e Rosa Eigenmann, considerarmos reticulatum synonimo de B. filamentosum
e não de B. Vaillanti, e fundamos a nossa opinião nas figuras 2 e 3 (est. I
e Il) de Göldi.
O exemplar typico de Lichtenstein, era um joven de 23 centimetros cu-
jos barbilhöes maxillares attingiam o triplo do comprimento do corpo; Göldi
encontrou a confirmação desse facto em dous filhotes obtidos por Hagmnn
no mercado do Pará. |
Habitat : Araguaya, Salto Theotonio, Forte do Rio Branco, Rio Madeira,
Tocantins, Amazonas.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 331
Pseudoplatystoma,' Bieeker.
Nederl. Tijdschr. Dlerkunde, 1,97 — 1863
Este genero encerra os Surubins propriamente ditos, representados por
duas especies que se encontram nas tres principaes bacias fluviaes do Brasil.
Parece que tambem encerra o maior dos nossos peixes fluviateis.
Corpo terete; cabeça grande, deprimida; bocca anterior provida de
dentes vomerinos e palatinos ligados entre si numa facha que se acumina
para traz e é separada da facha intermaxillar por um interespaço moderado;
barbilhões mediocres, teretes ; narinas pequenas, proximas do bordo labial ;
fontanella ampla, com uma ligação por detraz dos olhos; estes superiores,
mais ou menos em meio comprimento da cabeça, mediocres ; processo occi-
pital mediocre, mal attingindo a longamente acuminada placa predorsal que é
em ponta de ilecha. Peitoraes mediocres, com o aculeo fraco, porém longo.
Dorsal entre as peitoraes e ventraes, mais proximas das primeiras; adiposa
menor que a anal; caudal furcada. Coloração mais ou menos fasciada ou
maculada de preto.
Processo occipital /anceolado, mui afastado da placa
predorsal P. fasciatum.
Processo occipital truncado, mal attingindo a placa
predorsal . 5 o P. coruscans.
311—Pseupoplatystoma fasciatum,’ (L. )
PIRAMBUCU (PIRACAMBUCU) SORUBIM
De uma das variedades desta especie, possue o Museu Nacional um
unico exemplar empalhado medindo 1,07.
Cabeça 1 3 do comprimento do corpo, de largura egual á parte post-
orbital de perfil superior ligeiramente concavo ; bocca anterior, com a man-
dibula ligeiramente mais curto do que a maxilla superior, de largura egual á
distancia que vae de um a outro canal suborbitario, justamente no plano
mediano da orbita ; dentes intermaxillares tendo um entalhe em losango
bastante accentuado; vomerinos em duas placas separadas seguidas imme-
diatamente dos palatinos.
Barbilhões maxillares projectando-se até o preoperculo, mentaes, até a
symphise dos branchiostegos, post-mentaes até o operculo ; narinas ante-
riores; olhos 2 e 1/2 á 3 e 1/2 no espaço interorbital, 4 4 ou 5 diametros por
1) Fasciatum (Lat.) — fasciado.
2) Pseudoplatystoma (Gr.), de Pseudo—falso e Platystoma, genero referido.
332 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
traz do angulo da bocca; a uma distancia das posteriores maior de 1/3 do
que o diametro orbitario ; fontanella ampla, de contorno losangular, grande-
mente alongada, profunda, provida de cirros, projectando-se do focinho á
base do processo occipital ; este e todos os ossos exteriores do alto da ca-
beça e operculo, densamente enrugados. Um sulco transverso na base do
processo occipital que, com as expansös ebasilares, affecta a forma de um tri-
folio, muito caracteristicamente, e não encontra a
extremidade anterior da placa predorsal ; esta é 77
rugosa sómente na parte anterior 4 nadadeira que
supporta, ficando sob a pelle as suas bifurcações
lateraes. Tambem é estriado o processo supracla-
vicular. Peitoraes attingindo o plano do 4º raio
dorsal, com o aculeo fraco, longitudinalmente es-
triado, tortuoso e provido de dentes agudos e
pequenos no bordo posterior. Ventraes posteri-
ores ao plano do ultimo raio dorsal; esta nada-
deira tendo o aculeo fraco, subterete, longitudi-
nalmente estriado, pouco denticulado no bordo
anterior, na ponta, e não denticulado no posterior; FIG. 129-Dentição de Pseudo platystoma
quando reclinada sobre o corpo toda a nadadeira, E
os raios posteriores attingem o plano que passa pela axilla das ventraes.
Adiposa originando-se um pouco aquem da anal e menor do que esta que
é redonda. Caudal, tendo os bordos posteriores dos lobos redondos profun-
damente entalhada. Região suborbitari : e região clavicular sobre a linha
lateral e uma facha inferior a esta, reticuladas ; linha lateral com tubulos
inferiores.
Varia muito na proporção dos barbilhões e no colorido ; ás vezes os
barbilhöes maxillares attingem a ponta das dorsaes, ás vezes são mais
curtos que os post-mentaes; branco inferiormente e pardo superiormente com
fachas brancas, transversas e algumas malhas negras sobre os lados, ora é
pardo, alvacento, punctulado de escuro nas nadadeiras impares sómente ;
ora é, além disso, transfaciado de preto.
Habitat : Amazonas, Rio Negro, Coary, Javary, Hyanuary, Jutahy, Teffe,
Puty, Obidos, Xingú, Caldeirão, Goyaz, Guyanas.
———
312—Pseudoplatvstoma coruscans,' (Agass.)
Caparary, Surubim, Caçonete, Loango, Pintado, Piracajiara, (Piraquora)
Est. 45 fig. 2
D. 1 +6. À, 14:
O Museu possue 2 exemplares desta especie, dos quaes o maior mede
1,"38 ; Cabeça 2 e 4/5 ä3e 1/5 vezes no comprimento, subquadrangular,
1) Coruscans (Lat.) coruscante.
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A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 333
deprimida ; bocca anterior, maxilla muito pouco proeminente ; barbilhöes
muito finos, os maxillares e post-mentaes mal chegando ao preoperculo; fon-
tanella dilatando-se para traz dos olhos, estes superiores em 1/2 distancia
da cabeça, separados um do outro de 3 e 1/2 diametros ; alto da cabeça
rugoso, operculo estriado ; processo occipital truncado na extremidade, não
attingindo a placa predorsal que é muito alongada; dorsal mediocre,
originando-se no plano que toca a ponta dos aculeos peitoraes e terminando,
quando reclinada sobre o dorso, no do inicio das ventraes ; aculeos peito-
raes fracos, serrilhados no bordo interno; adiposa mediocre, anterior á anal
de meia extensão ; anal muito maior que a adiposa, terminando proximo á
base da caudal, cujos lobos, fortemente distinctos, são arredondados.
Tronco e nadadeiras verticaes maculados de preto; o fundo geral pardo
claro.
Rios Amazonas, S. Francisco, Paraná e tributarios. E’ o maior dos nossos
Sorubins, chegando, segundo Reinhardt, 4 3,3 de comprimento. E’ este peixe
a morada ambulante de Sfegophilus insiduosus, Rnhrdt, um pequeno bagre, o
qual vive na cavidade branchial do Loango, sendo ao mesmo tempo seu
commensal. Eigenmann & Eigenmann dizem que no Museu de Zoologia
Comparada de Cambridge existem exemplares procedentes de Manäos.
Hemisorubim,' Bleeker
Nederl. Tydschr, Dierk—97—1836
Cabeca grande, deprimida; bocca supero-anterior, provida de dentes
vomerinos e palatinos, logo atraz da facha intermaxillar que € estreita no
centro, dilatando-se para os lados; barbilhöes teretes, moderados, os men-
taes contiguos e proximos do labio inferior ; procosso occipital encontrando
a placa predorsal e mais curto do que esta; pelle dos lados da cabeça e fo-
cinho reticulada. Aculeo dorsal fraco e mais proximos das ventraes do que
das peitoraes. Adiposa moderadamente desenvolvida, maior do que a anal.
Especie conhecida : H. platyrhynchus.
313—Hemisorubim platyrhynchus (uv. & val.)
GERUPOCA
D. 1 +6; A. 10
«Esta especie parece-se com Pltystomatychthys sturio na colloragäo,
tendo grandes manchas negras espalhadas sobe os lados e uma nodoa negra
1) Hemisorubim de (Gr.) Hemi. meio e Sorubim (brasilico) genero referido.
2) Platyrhynchus (Gr.) de bico chato.
334 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
na base da cauda. Cabega deprimida, redonda no occiput. Olhos dirigidos
para cima, 7 vezes na cabeça, 3 vezes no focinho, 1 e 3/4 no espaço inter-
orbital. Mandibula proeminente e entrando no perfil. Barbilhöes maxillares
projectando-se além da dorsal; mentaes proximos, projectando-se até sob
os olhos ; post-mentaes até as peitoraes. Dentes mandibulares em uma es-
treita facha. Dentes vomerinos e palatinos logo atraz dos dentes maxillares ;
dentes vomerlnos numa unica placa separada das placas palatinas. Aculeo
dorsal fraco e delgado, 2 e 1/2 vezes na cabeça sua distancia do focinho
maior do que a orla posterior da adiposa, muito mais proxima da base das
ventraes do que das peitoraes, com dentes retrorsos na orla posterior. Adi- .
posa mais comprida do que a anal.
Lobo caudal inferior mais largo e-mais comprido do que o superior,
redondo no adulto, pontudo no joven. Ventraes projectando-se 4 2/5 de sua
extensão adiante do anus. Aculeo peitoral 1 e 3/5 na cabeça com dentes
egualmente fortes adiante e atraz. Branco inferiormente, olivaceo superi-
ormente, com poucas maculas negras, esparsas sobre os lados, commum-
mente uma nodoa semelhante na base do lobo caudal superior; nadadei-
ras uniformemente coloridas. Cabeça 3, altura 6 4 7» (Eigenm. & Ei-
genm.).
O exemplar que serviu a Cuvier e Valenciennes procedia do Museu
de Lisboa, provavelmente uma das remessas do Pará, de Alexandre Ro-
drigues Pereira.
Habitat: Orenoco, Amazonas, Caldeirão, Rio Negro, Manacapuru, Monte
Alegre, Rio Puty, Santo Aleixo, Obidos, Coary, Tabatinga, Javary, To-
cantins, S. Paulo, Paranahyba, Paraguay, (Corumbá).
Phractocephalus,' (Agassiz)
In Spix: Gen et. Sp. Pisc. Bras. 2s—1826
Corpo curto, robusto ; cabeça larga, deprimida ; bocca anterior, pro-
vida de dentes vomerinos em grande placa seguida de uma facha sobre os
palatinos, além das fachas dentarias intermaxillares e mandibulares. Barbi-
lhões teretes, mediocres ; olhos pequenos, lateraes, proximos da origem dos
barbilhöes maxillares ; processo occipital muito largo, placa predorsal
grande, fontanella pequena, posterior ao bordo anterior dos olhos. Aculeos
robustos ; adiposa raiada.
Especie conhecida :
1) Phractocephalus (Gr.) phractos protegido e cephale cabeça.
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A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 335
314—Phractocephalus hemiliopterus,' (Bi. & Schn.)
PIRARÄRA—PARABE-PRE, LAI-TU, TO-RAI, UARARÁ.
Est. 46.
D. 1+17; A. G.
Cabeça robusta, larga, deprimida, contida 3 vezes e 1/3 4 1/4 no com-
primento, (sem caudal); bocca anterior, de maxillar sobrepujando e incluin-
do a mandibula, 1 1/2 vezes no comprimento da cabeça; barbilhöes maxil-
lares attingindo a base do aculeo peitoral; post-mentaes pouco menores,
näo chegando ä orla da membrana opercular; nos jovens os barbilhöes säo
maiores e os barbilhöes maxillares attingem ou passam a parte do aculeo
peitoral. Fontanella pequena, começando no plano da orla anterior dos
olhos e estendendo-se para traz destes em cerca de 2 diametros; olhos pe-
quenos, á 2 diametros da base dos barbilhöes maxillares, 5 á 8 vezes no
espaço interorbital, 9 4 14 vezes no comprimento da cabeça; alto da cabe-
ça, processo occipital, supra claviculares, processo clavicular, placa predor-
sal e preoperculo profundamente alveolados, apparentando o reticulado dos
favos de abelha; processo occipital muito largo, seguindo a largura da ca-
beça, truncado posteriormente em linha recta e contiguo á placa predorsal;
esta uniforme, lárgura maior que o processo occipital; aculeos dorsal e pei-
toral alveolados; estes ultimos muito fortes, attingindo o plano do 2º raio
dorsal; ventraes logo atraz do ultimo raio dorsal, adiposa sobre a anal, de
base quasi egual 4 d’este (um pouco maior), nadadeira raiada, anal alta,
redonda; caudal ampla sub-truncada.
Segundo Castelnau este peixe é côr de chocolate em todo lado superior,
pintado de preto sobre a cabeça e região dorsal até o plano da nadadeira
desse nome, lado inferior amarello de chromo, ventre branco; raios das na-
dadeiras pares e anal denegridos; labios, barbilhões mentaes, aculeo peito-
ral, extremo dos raios e membrana interradial da nadadeira dorsal, a me-
tade externa da adiposa, ponta dos primeiros raios anaes, algumas man-
chas sobre o pedunculo e toda a caudal de côr rubra viva.
Os exemplares do Museu Nacional (2) medem 1",20; o maior tamanho
registado é de 1,30.
Habitat: Rios das Guyanas, Amazonas, Crixas, Araguaya, Cupai,
Xingú, Coary, Teffé, Manacapurú, Obidos, Huamary.
1) Hemiliopterus—Hemilio um e meio, pteron nadadeira ; parece que o que Schneider queria
dizer era Hemi—leios—pteron, isto é, nadadeira meio lisa,
336 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Tachysurus,' Lacépède.
Hist. Nat. Poiss. V. 151-—1803
Forma commum, sub-fusiforme superiormente comprimida; cabeça
grande; bocca anterior, provida de uma facha de dentes nos intermaxilla-
res e mandibulares, vomer e palatinos; olhos lateraes; fontanella ampla;
processo occipital desenvolvido attingindo a placa predorsal ou tendo de
permeio um escudo interneural; 6 barbilhöes, dorsal mais elevada do que
longa; adiposa moderada mais ou menos desenvolvida; anal mediocre; cau-
dal furcada. Coloração na regra uniforme.
Peixes marinhos, frequentando tambem a agua salobra ou subindo o
curso dos rios.
1) Tachysurus (Gr.) tachys veloz e oura cauda.
337
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES
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338 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
315—Tachysurus pleurops,' (Boul.)
D.1+,6; A. 20.
«Dentes palatinos villiformes, em duas areas transversaes, largamente
separadas, porém, mais estreitas do que a facha premaxillar.
Largura do corpo 4 e 2/3 no comprimento total; cabeca 3 e 1/4; lar-
gura d'esta 2/3 do proprio comprimento; vertex granuloso; fontanella pro-
jectando-se desde as narinas até a base do processo occipital que & care-
nado, quasi täo longo quanto largo e em contacto com a placa predorsal;
partes descobertas da cabega com canaes reticulados ou ramificados.
Olhos perfeitanente lateraes, justamente por traz e na mesma horison-
tal do canto da bocca; seu diametro 5 vezes na cabeça, 1/2 vez no focinho
2 e 1/2 vezes no espaço inter-orbital. Barbilhões curtos, não attingindo a
fenda branchial. Aculeo dorsal cerca de 2/3 do comprimento da cabeça,
granuloso anteriormente, retrorsamente denticulado posteriormente.
Adiposa pequena, sua base egual 4 1/2 da base da dorsal. Aculeo pei-
toral pouco mais curto que o da dorsal, egualmente granuloso no bordo an-
terior e serrulado no posterior. Os mais longos raios anaes 2/5 no compri-
mento da cabeça. Caudal profundamente entalhada.
Pardo superiormente, argenteo inferiormento. 170 mm. O exemplar
unico que tivemos em mãos tinha na bocca 18 ovos de 8 mm. de diametro
em adiantado estado de desenvolvimento.» (Boulenger.)
316—Tachysurus agassizii,’ (Eigenm. & Eigenm.)
D. 1 + 6; A. 19
«Corpo comprimido, especialmente para traz, altura maior do que a
largura. Cabeça mais estreita para diante, sua maior largura 1 e 1/2 no
comprimento, sua maior altura cerca de 1 e 1/3; largura na bocca 2 e 1/4
no comprimento da cabeça. Alto da cabeça granular, as granulações for-
mando estrias quasi por toda parte; processo occipital da largura do com-
primento, com uma crista mediana e as margens concavas.
Meio da fontanella sobre a orla posterior da pupilla, continuada pos-
teriormente como um sulco triangular até a base do processo occipital; area
1) Pleurops (Gr.) Pleuron, costella, lado; ops olhos.
2) Agassizii; de Agassiz.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 339
inter-orbital commummente com 4 rugas lisas; processo humeral aspero,
coberto de pelle; lados da cabeça com canaes mucosos irradiantes. Olhos 1
e 1/2 no focinho, 5 e 1/2 na cabeça, cerca de 3 no espaço inter-orbital.
Barbilhões maxillares quasi attingindo as guelras, mentaes projectan-
do-se á cerca de 1/2 caminho das guelras, post-mentaes não muito mais
compridos. Maxilla superior proeminente; dentes villiformes nas maxillas,
sub-granulares ou obtusamente conicos nos palatinos, pequenos; nenhum
dente granular na serie interna da mandibula; placas palatinas muito me-
nores e mais divergentes do que em 7. spixii. Meınbranas branchiostegas
unidas, juntas até o isthmo. Rastros, 8 + 14.
Póro peitoral moderado. Distancia do aculeo dorsal ao focinho 2 e 1/2
no comprimento, o aculeo 1 e 1/2 na cabeça, serrilhado na sua orla poste-
rior, granulado anteriormente na ametade basilar, tornando-se quasi liso em
cima. Espaço entre a dorsal e a adiposa 3 e 1/2 no comprimento; a diposa
mais curta do que a dorsal; livre posteriormente. Caudal furcada 4 e 2/5 no
comprimento. Anal pouco mais comprida do que alta; seus maiores raios
cerca de 1/2 do comprimento da cabeça. Ventraes cerca de 2 vezes na ca-
beça.
Aculeo peitoral tão longo quanto o dorsal, porém mais forte, serrilha-
do em sua margem interior, granular na exterior. Parte dorsal parda; lados
e parte ventral prateados; nadadeiras manchadas.» (Eigenm. & Eigenm.)
Habitat: Rio Grande do Sul.
3l7—Tachysurus spixii,' (Agass.)
BAGRE AMARELLO; BAGRE-DE-AREIA
Est. 47-fig, 1.
D. 1+6; Ps I + 10; A. 21 —22
Moderadamente comprimido; cabeça 3 e 2/3; bocca moderada, dentes
superiores (fig. 130) distribuidos em uma facha intermaxillar e duas placas
ovoides ou ellipticas, com o maior eixo obliquamente dis-
, posto; labios papillosos; barbilhão labial geralmente attin-
gindo o meio do aculeo peitoral, ás vezes, porém, de ex-
SP Up tensão maior, ventraes não attingindo a orlada membrana
Fig. 130 — Dentição de Dranchiostega, olhos 6 e 3/4 na cabeça; fontanella conti-
Tachysurusspixii ya, estreita, de bordos parallelos, apenas acuminada nos
extremos, quasi attingindo a base do processo cervical; alto da cabeça e
processo cervical granulosos (nos jovens) nos adultos finamente vermicula-
1) Spixi; de João Baptista Spix, companheiro de Martins na excursão que os dous emprehenderam pelo Brasil,
tendo feito a collecção de peixes que foi a base do primeiro trabalho e Luiz Agassiz sobre a fauna brasileira.
340 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
dos e excavados; (fig. 131) base do processo cervical com uma ruga trans-
versa, sendo o processo triangular, com os lados posteriores concavos; pla-
ca dorsal pequena V-forme. Aculeo dorsal sobre o ini-
cio do ultimo quarto do aculeo peitoral, apenas granu-
loso na aresta anterior; aculeo peitoral fortemente den-
ticulado nas duas arestas; quasi tocando a anal; esta
' grande, ligeiramente ondulada (S-forme) no bordo pos-
terior; adiposa pequena, sobre o meio da base da anal;
Fig. 131 —t Piaca predorsal e Caudal furcada, com o lobo superior um tanto maior.
ET Prateado purpureo, superiormente alvadio, amarellado
inferiormente; esse amarellado torna-se mais intenso pela presença do muco
que é dessa côr no peixe em questão.
Habitat: Atlantico Occidental, de Santos 4 Surinam.
No Rio de Janeiro o Bagre-Amarello é muito commum, sendo vendido
ás classes pobres.
318—Tachysurus nuchalis,' (Gunth.)
IRIDECA
DIE SIE HRS MNS JN
«A altura do corpo é 1/5 do comprimento total (sem a caudal), o com-
primento da cabeça 1/4. Cabeça tão larga quanto alta, sua maior largura
sendo 2/3 de comprimento; sua parte superior granulada; processo occipital
triangular, do comprimento da largura, com as margens lateraes ligeira-
mente concavas; é elevado em uma prega obtusa que percorre a parte me-
diana; o sulco longitudinal do meio da parte anterior da cabeça é largo,
estreitando-se para traz, e não se projecta até a base do processo occipital.
Os dentes do paladar são grosseiramente granulares e formam duas placas
sub-triangulares de extensão moderada que, ás vezes, são sub-continuas
com os angulos anteriores. Os barbilhões maxillares projectam-se até quasi
o extremo das peitoraes. Aculeo dorsal de robustez moderada, ligeiramen-
te serrilhado ao longo das duas arestas, e representa 5/6 do comprimento
da cabeça. Nadadeira adiposa pequena, mais curta do que a dorsal. Aculeo
peitoral do comprimento, porém, mais forte do que o da dorsal. Nadadeira
peitoral mais curta do que a cabeça.» (Günther.)
Habitat: Guyana Ingleza; segundo Göldi tambem em Magoary (Mara-
j6), onde diz ser conhecido pelo nome de /ricéca.
1) Nuchalis (Lat.) nucal, referencia ao processo nucal.
A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 341
194—Tachysurus proops, (Cu. & val.)
IRITINGA
D.I+7; Ps. I +11; A. 18 4 19
E’ assim descripto por Eigenmann & Eigenmann :
«Delgado e comprido, mais largo do que alto. Cabeça deprimida, sua
largura 1 e 1/3 no comprimento; altura 2, largura, na bocca 2; porcäo ante-
rior da cabega plana superiormente; alto da cabeça, processo humeral e
placa dorsal, toscamente granulares, sendo os granulos ordenados em series
ao longo da fontanella. Processo occipital pontudo, mais largo do que lon-
go, em forma de borboleta. Operculo estriado; fontanella 1 e 1/2 vezes o
diametro ocular, o seu centro adiante do meio dos olhos e continuando-se
como um sulco pouco profundo. Olhos 1 e 1/4 al e 1/2 no focinho, 5 e 1/2
a 8 na cabeça, 1 e 3/4a 2e 2/3 no espaço inter-orbital 2 e 1/2 a3 e 3/4
no espaço inter-orbital. Maxillas sub-eguaes; dentes villiformes, a facha
inter-maxillar muito baixa; dentes no céo da bocca em seis placas continuas.
Membranas branchiaes encontrando-se em angulo e formando uma
larga prega atravez do isthmo. Rastros 5 + 10. Póro peitoral amplo; series
verticaes de poros. Distancia do aculeo dorsal ao focinho 2e 4/5no com-
primento; aculeo dorsal granular na frente, estriado nos lados, fracamente
serrilhado por traz, sendo o seu comprimento: 1 e 1/4a 1 e 1/2 na cabeça.
Espaço entre a dorsal e a nadadeira adiposa 2 e 4/5 a3 no comprimento,
a adiposa pouco ma s curta do que a dorsal, a margem posterior livre. Cau-
dal profundamente furcada, com o lobo superior mais comprido, 4a 4e 1/2
no comprimento. Anal emarginada, tão elevada quanto longa, 2 a 2e 1/3 na
cabeça; ventraes 2 vezes. Aculeos peitoraes asperos ou granulares na fren-
te, serrilhados por detraz, 1e 1/5 a 1 e 1/3 na cabeça. Plumbeo superior-
mente com lustro azulado, branco inferiormente; barbilhões maxillares es-
curosba, rbilhões mentaes brancos; todas as »adadeiras mais ou menos ma-
culadas de pardo.»
Habitat: Atlantico occidental, de Pernambuco ás Guyanas. Segundo
Göldi este bagre é chamado /ritinga em Magoary.
320—Tachysurus grandoculis,’ (Steind.)
D.1--7;Ps. I-+ 10; A. 19
E” assim descripto por Steindachner :
«O comprimento da cabeça até a ponta do processo occipital € contido
cerca de 2 e 1 3 no corpo ou cerca de 3 e 2/3 no comprimento total. Perfil
1) Proops (Gr.) de pro, adiante ; ops, olhos.
2) Grandoculis (Lat.)—com olhos grandes.
342 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
superior da cabeça eleva-se gradativamente até a dorsal e descreve um arco
pouco pronunciado. O processo occipital não tem perfeitamente o dobro da
largura e attinge a orla anterior da pequena placa basal semilunar da dor-
sal. A fontanella inteira estende-se da ponta do focinho á proximidade da
base do processo occipital, sendo a sua maior largura a que fica no extremo
posterior da frontal, apenas egualando a 1/2 do diametro ocular. O centro
dos olhos cahe sobre o meio do comprimento da cabeça. A fronte é pouco
curva transversalmente, cahindo os lados da cabeça moderadamente para
baixo. As narinas são grandes, srredondadas, a posterior é um pouco mais
larga do que a anterior e obturavel por uma valva que se eleva sobre a sua
orla anterior. A largura da bocca, entre os angulos, excede um pouco o
comprimento do focinho; a facha dentaria intermaxillar tem a altura cerca
de 5e 1/2 vezes contida na largura, sendo os dentes villiformes. A facha
dentaria da maxilla inferior é medianamente interrompida, estende-se trans-
versalmente bem do mesmo modo que a placa dos intermaxillares, é, porém,
visivelmente menor do que esta. As pequenas placas dentarias do paladar,
muito separadas uma da outra, são fracamente curvas em crescente e pon-
tudas anteriormente. Numerosos canaliculos multifidos jazem sobre as par-
tes da cabeça recobertas de pelle lisa, isto é, sobre o focinho, a fronte e
lados da cabeça, especialmente atraz dos olhos, e coberturas branchiaes. A
dorsal é de altura maior do dobro do comprimento, o comprimento da sua
base é egual ao do focinho. 3 3
A parte rija do vigoroso aculeo dorsal é um pouco mais curta do que
a dos aculeos peitoraes e attinge cerca de 3/5 do comprimento da cabeça.
A orla posterior do aculeo dorsal é muito finamente dentada, a orla anterior
do mesmo, na ametade inferior como que granulosa; na ametade superior
percebe-se fracos vestígios de aculeos curvos. Com inclusão da parte ter-
minal flexivel, o aculeo dorsal é pouco mais curto do que o seguinte e mais
alto raio dorsal. O aculeo peitoral é mais vigoroso do que o dorsal, forte-
mente deprimido e dentado na orla posterior. Na ametade anterior da orla
externa do aculeo, ha curtos denticulos rhombos e mais para traz, vestígios
de dentes curvos como na orla anterior do aculeo dorsal. A peitoral eguala
em comprimento á altura da dorsal e é cerca de 1 e 1/2 vezes o comprimen-
to da ventral, cuja ponta quasi attinge o início do anal. Esta é imperceptivel-
mente mais alta do que longa, concava na parte inferior da orla posterior e
tendo o comprimento da base cerca de 2 e 1/4 do comprimento da cabeça ou
egual a cerca do dobro do diametro ocular. A caudal salienta-se pela extensão
de seus lobos que são pequenos e pontudos. O comprimento do lobo caudal su-
perior um pouco menor do que o da cabeça. O pedunculo caudal moderada-
mente comprido e delgado, sua altura não excede de muito o diametro
ocular. A base da adiposa é do comprimento de um diametro ocular e jaz
sobre a ametade posterior da anal, terminando porém um pouco mais adian-
te do que esta. O espaço que medea entre a dorsal e adiposa é egual a um
comprimento da cabeça. Ao longo da parte posterior do tronco, correm da
A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 343
linha lateral numerosos canaliculos curtos e simples, particularmente para
baixo; na parte anterior, porém, expandem-se estes ramos collateraes para
baixo e para cima e ramificam-se em forma de veios. O extremo posterior
da linha lateral curva-se a bem pequena distancia da base deambos os raios
caudaes medianos para cima e perde-se na parte basilar do lobo superior
da caudal.»
Habitat: Rio Doce.
32l—Tachysurus barbus,’ (Lacép.)
D.1+7; Ps. I + 19. A. 18
Cabeça 3 e 3/4; bocca ampla 1/2 do comprimento da cabeça; dentes,
palatinos em tres placas sobre cada lado; a primeira (vomerina) estreita, a
segunda mais longa, as vezes com uma reentrancia no contorno posterior,
a terceira dupla. Barbilhôes labiaes attingindo a axilla das peitoraes, men-
taes chegando ao bordo da membrana branchiostega e post-mentaes ao
bordo posterior da cintura escapular; fontanella seguida de um sulco que se
origina sobre o eixo ocular e termina na base do processo occipital, este
mais longo de que largo (1 e 1/2 da base) fortemente ca-
renado; alto da cabeça e processo muito pouco granula-
dos; placa dorsal pequena V-forme, lisa. Peitoraes attin-
gindo com o extremo dos raios o plano da base do ultimo
Mis raio dorsal; aculeos peitoraes e dorsal mais ou menos do
Fig) 132 É Denticao de Mesmo comprimento, póro axilliar mediocre; ventraes trans-
Tachylurus barbus mondo a posição do anus, porém, terminando ä meia dis-
tancia entre este e a base da anal; esta moderadamente falcada, base da
adiposa menor que base da dorsal; caudal furcada, com o lobo superior um
pouco maior que o inferior; linha lateral distincta com tubulos inferiores sim-
ples; argenteo plumbeo, com reflexos esverdeados no dorso, branco no
ventre.
Habitat: Costas do Brasil, do Rio Doce para o Sul. Rio Araguaya —
Paraná.
322—Tachysurus hersbergi (1)
JAHÜ (AMAZONAS)
DAC ET ERS TE SEINTIE
Cabeca 3 e 3/4, moderadamente deprimida na parte anterior e abaula-
da na posterior; bocca moderada, de largura egual á 1/3 da distancia que
vae do focinho ao meio da placa dorsal; dentes palatinos dispostos em tres
1) Barbys.—Barbys genero de cyprinoide europeu; por sua vez barbus significa barbilhäo.
2) Hersbergi. -De Herzberg.
344 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
grupos unidos numa curva transversa, sendo o central um tanto entalhado
no meio; nos individuos adultos os grupos lateraes são acompanhados de
um outro posterior. Barbilhões labiaes attingindo ou passando a ponta do
aculeo peitoral recostado sobre o corpo; mental passando ou attingindo a
orla da membrana branchiostega; post-mentaes attingindo a axilla da pei-
toral; narinas anteriores ovoides ou circulares com um rebordo membra-
noso; as posteriores valvulares, a valva de um lado ligando-se
a do lado opposto por uma prega membranosa transversa; PU,
olhos á um diametro da orla anterior das narinas, 5 e 1/2 vezes Ge,
na cabeca; alto d’esta, d’uma linha transversa ligando os cen- É
tros oculares, processo occipital e placa dorsal, granulosos. rm,
Fontanella não divergindo posteriormente, não continuando 77;
por sulco algum e terminando no plano post-orbital; parte su- G 74
perior do focinho cheia de canaes mucosos mais ou menos dis-
postos em estrella; processo post-orbital mais largo que longo; "ac *racnyauus
placa dorsal scutiforme. Aculeos peitoraes serrilhados como na ""®'
regra, assim como o dorsal que € mais ou menos egual em tamanho äquel-
les; ventraes nao attingindo á anal que é relativamente grande; caudal
furcada com o lobo superior ligeiramente maior; adiposa de comprimento
egual ao da base da dorsal; linha lateral nitida, com tubos obliquamente di-
rigidos para baixo. Plumbeo, alvadio inferiormente.
Habitat: Costas septentrionaes do Brasil, desde Bahia.
323—Tachysurus parkeri, (Trail)
DZ IPS MEET AV MGR ALTO:
«Proeminencia interparietal em triangulo muito obtuso e ligeiramente
festonado; tem, em largura a metade de bordo posterior do vertex e 1/2 me-
nos em comprimento. À parte granulosa do escudo projecta-se até meio
dos olhos e não deixa senão 1/3 do comprimento da cabeça coberto por
pelle lisa. Uma larga fenda ahi sobe até os preoperculos. O escudo é tra-
pezoide, aberto anterior e posteriormente. O comprimento de cada um desses
lobos é de 1/2 do da parte granulada do vertex ou do terço do da cabeça;
porém, de uma abertura á outra ha alguma cousa de menos. Sua largura
posterior, onde ella é maior, excede de 1/7 o seu maior comprimento. A
parte lisa do focinho, as bochechas, os operculos egualmente lisos, teem
venulas mui delgadas. Os olhos são eguaes a 1/7 do comprimento da ca-
beça, até a ponta do operculo. O barbilhão maxillar não excede o meio
do operculo; os outros são muito mais curtos de metade. A maxilla supe-
rior sobrepuja sensivelmente a outra. Os dentes das maxillas são villiformes,
um tanto grossos mas baixos; os do paladar, em forma de calçada, poupam
1) Parkeri; do zoologo e anatomista inglez Parker.
(TRA 9 And) synosiuny « — Z 8
(‘ssesy) nxids snın s/yJeL — I I
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A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 345
dous grandes espaços ovaes que se tocam sobre toda a sua extensäo, pelo
bordo interno. A-membrana opercular não é aberta. A espadua, tão alta
quanto larga mediocremente pontuada, é grosseiramente granular; como o
craneo, os aculeos dorsaes e peitoraes são estriados, granulares no bordo
anterior, o primeiro é recto, francamente denticulado na parte de traz, os
segundos um pouco arqueados e com fortes espinhos. A adiposa é quasi
do comprimento da anal, um pouco mais baixa do que esta nadadeira. Ci-
nereo pardo superiormente, prateados nos flancos e inferiormente. Ind. em
alcool) Vertebras 18 + 12» (Cuv. & Val.)
Habitat: Guyanas e N. do Brasil (Pará).
324— Tachysurus luniscutis,' Cuv. & var.
BAGRE GURY ; CANGATA ; GRUY-JUBA
Est. 47 fig. 2
DIET: Ps. 1 il; À 1e 21.
Cabeça conica, moderadamente deprimida, quasi 4 vezes no compri-
mento total; bocca mediocre, dentes superiores dispostos em duas fachas,
uma anterior sobre os intermaxillares, moderadamente curva, outra sobre
os palatinos, fortemente curva para traz, deixan-
do um estreito espaço nú, mediano, no qual, ás =
vezes, se nota uma zona elliptica pequena, tam. LQ
bem provida de dentes. LE
Us barbilhöes labiaes e post-mentaes attin- 7, /
gem a orla opercular, sendo, entretanto, aquelles
maiores do que estes; os mentaes attingem 0° X,
extremo do 2º terço da distancia que vae do la-..
bio á orla da membrana branchiostega; narinas
amplas, contiguas, as posteriores recobertas por en
ima valva dermica; olhos: 1// da cabeça; meio = mann
da fontanella sobre a linha posterior das orbitas; pj, 13:--Dentigäo de Tachysurus luniscutis
alto da cabeça granuloso; processo occipital ir-
regularmente triangular; placa dorsal geralmente crescentiforme, um tanto
variavel.
Aculeos peitoraes e dorsal fortemente espinhosos nos dous gumes an-
terior e posterior; ventraes passando o anus, não attingindo, porém, a anal,
esta symetrica com a adiposa que lhe fica superior; caudal furcada, com o
lobo superior maior; linha lateral bem visivel.
Prateado azulado superiormente, alvadio inferiofmente. Segundo Göldi,
em Magoary chamam a este bagre Cangatá e em Marajó Gurijuba.
Habitat: Costas do Brasil, de Norte a Sul. Surinam.
1) Luniscutis (Lat.) luna—lua ; scutum=escudo predorsal.
346 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
325 Tachysurus grandicassis,' Cuv. & vai
D. 1+7; Ps. 1412; A. 18
E’ assim descripto pelos Profs. Eigenmann:
«Corpo anteriormente cylindrico, acuminando-se para um delgado pe-
dunculo caudal.
Cabeça grandemente deprimida, perfil quasi recto, descendente, largura
da cabeça 1 e 1/3 ä 1 e 2/5 no comprimento, sua altura 1 e 4/5 á 2 no com-
primento. Processo occipital com uma profunda constricção no ponto em
que se reune ao occiput, conformado como um foliolo de trevo, muito mais
do que em Ailurichthis panamensis, äs vezes mais largo do que longo, ás
vezes quilhado. € entro da fontanella sobre o meio dos olhos; fontanella não
continuando posteriormente como sulco. Processo occipital, alto da cabeça
e processo humeral, granulares; região inter-orbital quadrirugada, as rugas
internas limitando a fontanella, as externas correndo para traz das de pro-
ximo ás aberturas nasaes posteriores.
Olhos 3 4 3 e 1/2 no focinho, 8e 1/2 á 10 da cabeça, 4á 4 e 1/2 no
espaço interorbital.
Barbilhöes maxillares chegando á base das peitoraes, mentaes ä guelra,
post-mentaes um pouco mais longos. Maxilla superior projectando-se 1
diametro ocular ou mais; labios muito largos, especialmente na frente, tor-
nando o focinho pontudo; dentes antes grandos do que pequenos, os do
paladar um tanto menores; a altura da facha intermaxillar 7—9 na largura;
facha mandibular muito baixa; dentes vomerinos ausentes em tres exempla-
res, n'uma pequena placa em um dos lados, em outro, e em uma pequena
placa nos dous lados em um quinto exemplar; placas palatinas, triangula-
res, projectadas para traz. Membranas operculares encontrando-se em an-
gulo e formando uma prega atravez d isthmo.
Rastros 6 + 10.
Distancia do aculeo dorsal ao focinho 2 e 1/3 á 2 e 1/2 no comprimento,
estando o aculeo quebrado nos exemplares estudados.
Distancia da adiposa á dorsal 3 e 3/5 44 nº comprimento; adiposa no
minimo tão longa quanto 4 dorsal, adnata. Caudal furcada, lobo superior
mais comprido, cerca de 5 no comprimento, tendo as pontas quebradas. Anal
apparentemente mais longa do que alta, porém, os raios sao um tanto gas-
tos. Ventraes pequenas. Póro peitoral amplo, fendido, Pardo claro supe-
riormente, um tanto manchado inferiormente, pela occurrencia de pequenas
maculas esparsas. Cabeça 3 e 2/5 à 3 3/4; altura 5 e 2/3 4 6.»
1) Grandi-cassis (Lat.)—de capacete grande.
A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 347
Eigenmann & Eigemann consideram Arius parmocassis e Arius stricti-
cassis de Cuvier e Valenciennes, como duas variedades de Tachysurus gran-
dicassis. A unica differença d’quellas duas formas para com esta ultima,
está no contorno do processo occipital que é codiforme em T. parmocassis
e bacillar, entalhado posteriormente, em T. stricticassis ; outra differença
estaria na distribuição dos dentes palatinos.
Assim sendo, as tres variedades poderiam ser diagnosticadas deste
modo :
Processo occipital scutiforme, largo, separado do occiput
por uma estreita facha, dentes vomerinos quando
presentes, em duas placas eae Mares, Dune em
placas dessa forma. . . . HA T. grandicassis.
Processo occipital cordiforme ou bacillar:
Separado do occiput por uma facha mais estreita do que
a largura da parte posterior do Bd Sue
vomerinas triangulares. . . . . shee T. grandicassis parmocassis.
Separada do occiput por uma facha de egual largura ä
da parte posterior do processo, placas vomerinas au-
SEILESE HERR D Re eta Tee Mints heres rer ir SE che T. grandicassis stricticassis.
Habitat: Atlantico occidental, da Bahia ás Guyanas.
326—Tachysurus albicans, (Cuv. & val.)
a MIE AIO
Cabeça elevada, robusta 3 4 3 e 3/4; bocca ampla com as maxillas
eguaes ; dentes palatinos em facha ampla, tendo posteriormente, em cada
lado, uma placa triangular ; barbilhöes labiaes attingindo a axilla peitoral ;
mentaes terminando 4 menos de metade dos post-mentaes e estes apenas a
orla da membrana branchiostega ; olhos pequenos á dous diametros do sulco
labial, á cerca de 8 da orla preopercular; alto da cabeça granular, processo
occipital muito reduzido; placa dorsal scutiforme, grande, egualmente gra-
nulosa. Aculeo dorsal granuloso, menor que o peitoral e articulando-se so-
bre a axilla dos peitoraes ; ventraes em meio da distancia que vae dos labios
ao apice do lobo caudal inferior ; adiposa desenvolvida, sobre o espaço
entre as ventraese a anal, esta não falcada, caudal furcada ; linha lateral
accentuada. Pardacento com as pontas dos raios das nadadeiras alvadias.
Habitat: Amazonas e Guyanas.
1) Albicans (Lat.)=albicante, alvadio.
348 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
327—Tachysurus rugispinis, (Cuv. & Val.)
YURUPIRANGA, BAGRE BRANCO.
D.I1-+ 7; A. 19 4 21.
«Delgado, comprimido para a cauda. Cabeca grande e deprimida, acu-
minada para a frente ; largura da cabeça | e 1/2 4 1 e 2/5 no comprimento,
no angulo da bocca 2 e 2/5 4 2 e 1/2; altura da cabeça 1 e 3/5 á 2; perfil
abrupto. Alto da cabeça, processos humeraes, fronte e lados dos espinhos
e placa dorsal granulares, não se projectando as granulações para diante
do meio das bochechas. Processo occipital triangular, quasi tão longo quanto
largo, ruga mediana não muito proeminente. Meio da fontanella atraz dos
olhos, parte posterior separada por uma prega, não continuada para traz
como um sulco; região interorbital com quatro rugas ; olhos pequenos, tres
vezes no focinho, 10 veses na cabeça, 3 e 1/2 no espaço inter-ocular. Barbi-
lhões villiformes. Barbilhões maxilares attingindo ou chegando adiante da
base das peitoraes ; post-mentaes a orla opercular; barbilhões mentaes
muito mais curtos. Bocca inferior, maxilla inferior incluída, labios espessos;
dentes villiformes, os anteriores das maxillas maiores ; altura da facha in-
termaxillar 4 na largnra; placas palatinas um diametro dos olhos. Membra-
nas do operculo encontrando-se em angulo, formando uma prega atravez
do isthmo. Rastros 6-11. Póro peitoral nullo ; serie vertical de póros pre-
sente. Distancia do aculeo dorsal ao focinho 2e 1/44 2e 1/2 no compri-
mento, estando os aculeos quebrados nos exemplares ; espaço entre a dor-
sal e a adiposa 4á 4e 2/3 no comprimento. Adiposa adnata, do compri-
mento da anal. Ventraes 2 e 1/2 na cabeça. Aculeo peitoral serrilhado
posteriormente (quebrado,) cabeça 3 e 1/2 4 4; altura 5 e 1/24 6. (Eigenmann
& Eigenmann.)
Habitat: Das Guyanas ao Maranhão.
o Segundo Göldi, em Marajó este bagre é chamado Jurupirauga e Bagre
ranco.
328—Tachysurus upsulonophorus, Œigenm. & Eigenm.)
PAPAI. BOCCA-LISA
Est. 48-fig. 1
D. 1 +7; Ps. I +11 ; Vs. 6 ;£A IT.
Cabeca 3 e 2 4, robusta, moderadamente deprimida, plana entre os an-
gulos anteriores dos olhos, granulosa na parte posterior e no processo occi-
pital. Bocca ampla de largura contida 2 e 1/2 vezes na cabeça, com a facha
1) Rugispinis (Lat.) de ruga, ruga, e spinna, aculeos (das nadadeiras).
2) Upsulonophorus (Gr.) Upsulon=Y, lettra do alphabeto; phorein=trazer.
A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 349
de dentes palatinos em forma de ferradura. Barbilhöes labiaes attingindo a
base das peitoraes ; mentaes terminando aquem da orla da membrana bran-
chiostega e post-mentaes attingindo a orla posterior do arco escapular. Oihos
5 e 1/2. Fontanella divergindo posteriormente, seguida de um sulco que,
nascendo no plano da orla posterior dos olhos, se prolonga até a base do
processo occipital; este ensiforme, quilhado em seu meio ; placa dorsal fra-
camente granulosa, V-forme. Aculeos peitoraes denticulados nos bordos e os
denticulos occultos: por um tegumento mucoso; póro peitoral, axillar, redu-
zido ; dorsal originando-se sobre o inicio do terço posterior do aculeo peito-
ral, quando reclinado sobre o flanco e pouco mais ou menos do mesmo
comprimento que aquelle ; ventraes originando-se sobre o plano em que ter-
mina o 5º raio dorsal, excedendo o anus, não attingindo porém a anal que é
moderadamente falcada ; adiposa sobre a parte basilar da anal e precedida
de uma prega que vem da dorsal 4 sua origem; linha lateral visivel, com
tubulos inferiores parallelos ; caudal furcada, com o lobo superior maior. Pra-
teado escuro superiormente, branco inferiormente.
Habitat : Atlantico—Rio Grande do Sul ao Rio de Janeiro.
Genidens,' (Castein.)
Anim. Nouv ou. Rares de l’Amerique du Sud. Poiss. pag. 33—1855.
Forma moderadamente comprimida; bocca mediocre, armada de uma
facha de dentes villiformes ; os intermaxillares formando uma facha egual,
moderadamente arqueada, com os extremos virados em ponta para traz; os
mundibulares em cinco á seis series irregulares sendo a facha interrom-
pida anteriormente ; os dentes palatinos acham-se situados sobre duas sa-
liencias muito accentuadas da mucosa do paladar, formando um angulo de
vertice voltado para traz ; seis barbilhões mediocres; narinas contiguaes ás
posteriores, tendo um rebordo valvular maior do que o das anteriores ; olhos
ellipticos, lateraes ; aberturas branchiaes moderadas, sendo o isthmo largo ;
fontanellas projectando-se anteriormente e seguindo-se em estreito tufo pos-
teriormente aos olhos, sobre o processo occipital que é triangular, granu-
loso como as da base e muito desenvolvido para traz; d'ahi decorre a peque-
nez da placa dorsal que é <forme. Aculeos das. peitoraes e dorsal fortes ;
caudal furcada. Unica especie conhecida—maritima e fluviatil.
1) Genidens (Lat.) de Gena, palpebra e entumecencia cutanea do paladar e dens, dente.
350 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
329 —Genidens genidens (Cuv. & Val.)
BAGRE—URUTU
Est. 48—fig. 2.
Cabeça 3 e 2/3, altura 5 no comprimento total; bocca relativamente
mediocre ; barbilhões labiaes terminando 4 frente da base das peitoraes ;
mentaes contidos 1 vez e 1/2 nos post-mentaes que passam a membrana
branchiostega ; narinas contiguas, as anteriores ovoides com vertice antrorso,
posteriores triangulares como vertice retrorso ; olhos 1/5 da cabeça, ellipticos,
tendo a palpebra superior um tanto carregada para baixo, o que dá um
aspecto severo ao peixe; sulco que parte da fontanella originando-se na
transversal da orla posterior da pupilla e terminando na transversal da ponta
do operculo; alto da cabeça granuloso ; aculeo dorsal tendo uma orla de
espinhos curtos, antrorsos, na aresta anterior, originando-se sobre extremo
posterior do segundo terço do aculeo peitora!; este deprimido, fracamente
aculeado na orla anterior, fo temente na posterior ; de tamanho egual ao do
primeiro raio; ventraes pequenas, originando-se sobre o plano vertical do
extremo da dorsai quando reclinada sobre o dorso, passam o anus, porém
não attingem a anal que é falcada ; sobre esta fica a adiposa que é mode-
rada ; caudal furcada. Purpureo denegrido com a parte inferior alvadia. O
Urutu parece ser um bagre sociavel; vi muitos delles em aquario onde se
conservam reunidos e nadando sempre em um unico magote, é um peixe
de movimentos pouco vivos.
Habitat: Costas orientaes da America do Sul, desde Guyana Ingleza até
o Rio da Prata—Rio Araguaya.
Felichthys,' (Swaisson.)
Nat. Hist. Fishes, Il, 305-1839.
Corpo subfusiforme; cabeça grande, moderadamente deprimida; bocca
anterior com a maxilla superior proeminente, provida de uma facha de den-
tes villiformes e seguida de um arco formado pelas placas contiguas dos
vomerinos e palatinos; quatro barbilhões, os maxillares comprimidos, gran-
des; narinas contiguas, as posteriores providas de valvas; fontanella ante-
rior, grande; olhos lateraes, proximos do angulo da bocca; processo occipi-
tal attingindo a placa predorsal; aculeo da dorsal elevado, forte, terminando
em um filamento longo; o mesmo succede com o aculeo das peitoraes; ven-
traes pequenas; adiposa pequena, menor que a anal, que é falcada; caudal
furcada.
Raios anaes 20 4 24 + + + + + + © «+ F. marinus.
Especies brasileiras :
Raios anaes 32/4735. > Sr We Do e NF bagre:
1) Felichthys (Gr. Lat.) Felis—gato (os bagres säo chamados cat fishes pelos inglezes e norte-
americanos) e ichthys—peixe.
CU) — snunewm sÄyyyamag — 7 ‘Su
(TEA © AND) — suapjuos suapiuan —- | “Si
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D a ___ IT ‘189 ‘asuaniseig Pıınp ı
A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 351
330—Felichthys marinus,' itch.)
BAGRE-BANDEIRA, BANDEIRADO, SARASARÀ
Ext. 49.
D. 117, P. 1-12: V.65;A, 20-24,
Corpo elevado, comprimido; cabeça de contorno anterior elliptico, de-
primida anteriormente, elevando-se gradativamente para traz com um sulco
longitudinal, mediano, que desapparece sobre a transversal que une as duas
axillas operculares. Processo occipital articulando-se com a placa dorsal,
pouco granuloso e moderadamente elevado; região temporal moderadamente
granulosa; bocca ampla, anterior, de contorno parabolico, ligeiramente obli-
quo, maxilla inferior incluindo-se na superior, barbilhões maxillares compri-
midos, passando pouco além da base das ventraes ; barbilhöes mentaes
apenas attingindo o ponto de união das membranas branchiostegas; narinas
amplas, contiguas ás anteriores, ovaes, tendo o vertice para fora; as poste-
riores tambem ovaes, porém, muito mais alongadas e com o vertice para
dentro; olhos grandes, ellipticos, contidos 4 e 1/4 vezes na distancia que
vae da symphyse intermaxillar á base das peitoraes; abertura branchial am-
pla, rastros 3 + 6. Dorsal elevada, com um aculeo forte, comprimido, trans-
versamente nodulado em meia extensão; esses nodulos se transformam em
espinhos antrorsos na ametade terminal; este aculeo é contido 1 vez e 1/3
no maior raio dorsal que é o primeiro; sobre a margem dorsal deste raio,
em seguimento ao aculeo, estão dispostos finos raios que transformam a
membrana interradial em uma fita que se projecta muito além do extremo do
1° raio; ao primeiro raio peitoral succede o mesmo, sendo o aculeo dentea-
do nos dous bordos, extrorsamente no anterior e introrsamente no poste-
rior. As ventraes são moderadas e attingem a anal com o apice, esta na-
dadeira é curta e falcada; verticalmente sobre o meio da sua base, origina-
se a adiposa que é curta; a caudal é amplamente furcada e bastante desen-
volvida, o pedunculo é relativamente estreito. Azul metallico de aço, com
laivos esverdeados superiormente ; lados prateados, tornando-se finamente
ponctuados de sépia sobre o abdomen, parte inferior branca amarellada.
Nadadeiras denegridas. Segundo Góldi, no Magoary chamam a este bagre
— Bandeirado e no Pará Sardsará.
331—Felichthys bagre, (L.)
DIT EAN 32358
Não o conhecemos; Eigenmann & Eigenmann assim o descreveram:
«Alongado, comprimido; maior largura menor do que a maior altura. Cabe-
1) Marinus (Lat.)—marinho. Z ;
2) Bagre, nome portuguez, geral para quasi todo o grupo que é o objecto do presente livro.
352 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
ca deprimida, curta, sua maior largura, 1 e 1/7 no comprimento, altura no
processo occipital 1 e 1/3 4 1 e 1/2 no comprimento da cabeça; perfil muito
abrupto; processo occipital muito mais largo na base, do que no apice que
näo é entalhado, articulando-se com a placa dorsal; processo inter-orbital
chato, a fontanella näo se projectando até a parte posterior dos olhos, con
tinuada como um sulco até a base do processo occipital. Toda a parte su-
perior e anterior da cabeça, muito porosa; olhos, 1 e 2/3 no focinho, I e 1/2
ä 2 no espaço inter-orbital, 4e 1/2 4 6 na cabeça. Barbilhões maxillares,
chegando além da origem da anal; barbilhões mentaes apenas attingindo ás
guelras. Maxilla superior projectando-se ligeiramente; todos os dentes mui-
to finos, villiformes; a facha intermaxillar mais baixa no meio, tornando-se
o dobro mais alta sobre os lados, acuminando-se em uma fina ponta para
traz; dentes do vomer em duas placas ellipticas, separadas; dentes palati-
nos em uma placa semelhante em cade um lado muito mais comprida do que
as placas vomerinas. Membranas operculares unidas e estreitamente juntas
até o isthmo. Rastros muito delgados, 2 + 6. Distancia da dorsal da ponta
do focinho, 3 e 1/2 no comprimento, o aculeo granular, denteado na frente,
le 1/4 á1e 1/2 na cabeça, chegando o filamento até a caudal; o raio se-
guinte egual ao comprimento da cabeça, distancia da nadadeira adiposa por
detraz da nadadeira dorsal 2 e 1/5 a 2 e 1/2 no comprimento. Caudal, pro-
fundamente furcada, cerca de 3 1/2 vezes no comprimento. Base da anal
3 e 3/4 a4 e 1/4 no comprimento, o mais alto raio 2 e 1/3 na base. Base
das ventraes mais ou menos equidistante entre o focinho e o fim da nada-
deira anal, as ventraes 1 e 2/5 41 e 3/5 na cabeça. Aculeo peitoral 1 e 1/6
na cabeça, os filamentos attingindo além da origem da anal. Purpureo es-
curo, superiormente, gradualmente cambiando para a cör de prata, inferior-
mente; todas as nadadeiras purpureas, mais ou menos densamente cobertas
de maculas negras, com as pontas, äs vezes, purpureas escuras, äs vezes,
a orla do ventre e partes inferioees dos lados com eguaes maculas. Cabega,
4 e 3/4 á 6. Os exemplares examinados são de S. Matheus, Santos, Pará,
Curucá, Pernambuco, Bahia e Guyana Ingleza.»
TRACHYCORYSTIDA '
Forma robusta, cabeça curta, moderadamente deprimida, com os ossos
apparentes, nús ou revestidos de pelle mediocremente espessa, com as
suturas quasi sempre distinctas, formando desenhos geometricos percepti-
veis; processo occipital curto; bocca mais ou menos anterior, mandibula
quasi sempre desenvoivida, dentes villiformes, em facha nos intermaxillares
e mandibulares, raramente no vomer; abertura oral seguida, na regra, de
um sulco posterior ao angulo, bastante longo, ás vezes se prolongando li-
1) Trachycorystes gen. typico; cidos, semelhante.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 353
vremente para traz da vertical baixada da orla posterior dos olhos. Seis
barbilhöes teretes, mediocres, os maxillares encaixando-se no sulco post-
oral, osmandibulares dispostos em duas series afastadas; olhos lateraes,
moderados ou grandes, sub-cutaneos ou providos de palpebras adiposas;
narinas moderadamente afastadas, as anteriores supralabiaes; fontanella
oval, mais ou menos prolongada para frente, näo attingindo posteriormente
alinha da orla ocular anterior; membrana das guelras unida ao isthmo, dei-
xando a abertura apenas lateral e superior a região das peitoraes; processo
humeral apparente, moderado, nú ou sub-cutaneo, dirigido obliquamente
para cima, nadadeira peitoral provida de aculeo forte, serrilhado nos dous
bordos ou sómente no posterior, póro peitoral quasi sempre pr sente; na-
dadeiras robustas, carnudas, com um aculeo forte e poucos raios, situados
muito proximas da cabeça, placa predorsal mediocre, quasi sempre despro-
vida de processos infero lateraes; adiposa pequena ou totalmente ausente;
ventraes variaveis, ás vezes com grande numero de raios; anal idem, ge-
ralmente supportando orgãos genito-urinarios nos raios anteriores; caudal
furcada ou truncada, sendo os raios superiores, nos machos, mediocremente
prolongados. Vesicula natatoria livre; as vertebras anteriores modificadas
sem processo lateral. Linha lateral sinuosa, em zig zag, ás vezes emittindo
ramos collateraes. Pelle muito espessa. Os peixes desta familia, todos flu-
viaes, são vulgarmente conhecidos pelos nomes de Cumbaca, Cabeça de
Ferro, Anujá, Peixe Cachorro, etc. Existem nos principaes systemas iluviaes
sul americanos. São os seguintes os:
Bocca e abdo-
= 17a 0214 VS RE s | + + + + Pseudauchenipterus.
men normaes. |
4
5 recoberta de pelle Glanidium.
A. Ta 11; Vs.6.
Papilla genital Centromochlus.
| anterior aos
Cabega nua. raios anaes .
Caudal furcada. < Papilla genital
| sobre oS raios
anteriores da ;
anal. Tatia.
Generos consta- é | Bocca e abdomen enormemente dilatados - - + - - Asterophysus.
tados no Bra-
sil.
Adiposa presen-fV- 6 (1) . Trachycorytes.
te.
Caudal truncada ou redonda, nos machos com a) \v. 9 à 10 Auchenipterichthys-
raios superiores prolongados. :
( V.6. Tracheiopterus.
Adiposa ausen-
te-
V. 15 416 Tracheliopterichthys
1) Cuvier e Valenciennes däo 10 raios para T. trachycorystes; é, porém, muito provavel que
tenha havido engano, em vista das bifurcações dos raios se estendercm até a base da nadadeira.
354 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Pseudauchenipterus, Bieeker.
Nederle. Tijdschrift Dierkunde, 1, 83—1863
Förma robusta, cabeça curta, focinho redondo, bocca anterior com uma
facha de dentes nos intermaxillares e outra nos mandibulares; narinas an-
teriores, supra labiaes, olhos lateraes, subcutaneos, alto da cabeça osseo,
rugoso ou liso; fontaneila näo se projectando para traz da linha orbital pos-
terior, processo occipital firmemente unido ä placa pre-dorsal; dorsal provi-
da de aculeo forte, peitoraes idem, adiposa pequena, anal longa, caudal
furcada.
Diametro ocular2 e 1 2 no espaço interorbital. Ps. 1-|-8 - - : - P. nodosus,
Espécies raios Processo humer: 1 mais curto que o diametro orbita-
/ rio. Orla anterior do aculeo dorsal lisa : P. jequitinhonhe.
|
| Diametro ocular 1 e 15a.
1 e 3/4 no espaço inter-
orbital. Ps. 1 -|- 6a 7.
Processo humeral mais longo /Barbilhäo maxillar não
qu: o diametro orbitario. chegando á ponta das
Orla anterior do aculeo peitoraes ; diametro
dorsal finamente denticu- À ocular 3 vezes na ca-
lada ou granulosa beça. P. affinis.
/
Barbilhäo maxillar che-
gando ä ponta das
nadadeiras, diametro
ocular 3 e 1/2 vezes na
cateça. . P. flavescens.
332—Pseudauchenipterus nodosus, (8)
CARATAHY—PEIXE CACHORRO
D.1-+6;A. 2C; Vs. 8; Ps. 1+ 8
«Alongado, ligeiramente comprimido; altura em qualquer ponto um
pouco maior do que a largura. Cabeça curta, robusta, sua maior largura 1
e 1/4 no proprio comprimento; sua largura, no rictus, 1 e 3/4 a 1 e 5/6; sua
altura ra base do processo occipital 1 e 1/4 ale 1/6. Ossos do craneo
cobertos de pelle excessivamente delgada, sua superficie finamente estriada
e granular; frontaes entumecidos e profundamente alveolados. Fontanella
frontal aberta anteriormente. Processo occipital parabolico posteriormente,
1) Pseudauchenipterus (Gr.) Pseudo—falso; Aucheripterus, genero adiante citado.
2) Nodosus—cheio de nós.
A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 339
firmemente unido ä placa dorsal. Esta emarginada posteriormente, emittin-
do dous longos processos curvos para traz e para baixo do aculeo dorsal
onde elles se curvam para baixo e ligeiramente para frente. Suturas distin-
ctas. Olhos moderados, situados immediatamente acima e atraz do angulo
da bocca; seu diametro 1 no focinho, 4a 4e 1/2 na cabeça e 2 e 1/2 no es-
paço interocular. Barbilhões maxillares chegando ao meio das peitoraes ou
mais adiante, mentaes um pouco á frente da base das peitoraes, post-men-
taes inseridos ligeiramente atraz do rictus e estendendo-se quasi tanto pos-
teriormente como os barbilhões maxillares. Focinho largo, redondo anterior-
mente; maxillas sub-eguaes as inferiores um pouco mais curtas; dentes vil-
liformes,os dos intermaxillares formando uma facha curva de altura uniforme
em toda a extensão, sendo sua altura egual a 1/7 da sua largura. Abertura
das guelras extendendo-se até a base das peitoraes. Guelras muito curtas,
6 + 16. Processo humeral estriado ou ligeiramente granular, não se esten-
dendo até o meio do aculeo peitoral; póro peitoral presente. Linha lateral
ondulante, tendo liames lateraes muito curtos. Distancia do aculeo dorsal ao
focinho 2 e 3/4 no comprimento, aculeo dorsal co comprimento ou mais
comprido do que a cabeça, ds vezes grandemente entumecido na base, sua
margem externa aspera, a interna com dentes curtos; primeiro raio brando
um pouco mais comprido que o aculeo. Distancia entre a dorsal e a adiposa
2 e 3/4 a2 e 4/5 no comprimento. Adiposa curta. Caudal profundamente
furcada, com os lobos sub-eguaes, pontudos, 3a 3 e 2/5 no comprimento.
Nadadeira anal emarginada, com as pontas dos primeiros raios, na femea,
não attingindo a base do ultimo. Ventraes não attingindo ou attingindo ape-
nas a anal; 1 e 3/4 a2 na cabeça. Aculeo peitoral muito longo e forte, 2 e
2/3 a3 e 1/3 no comprimento, seus lados e margem externa estriados, a
margem interna fortemente serrilhada, um pouco mais comprida do que o
aculeo dorsal. Primeiro raio brando um pouco menor do que o aculeo. Su-
perficie dorsal côr de café, os lados abruptamente mais claros; região hu-
meral densamente coberta de largas manchas pardas; todas as nadadeiras
amarelladas uniformemente. Cabeça 4 a 4 e 1/3, altura 5; D. 1+ 6; A. 20;
Vs. 8; P. 1 + 8—145 mm.» (Eigenm. & Eigenm.)
Göldi diz chamarem os Marajoenses este peixe de Caralahy e P. Ca-
chorro.
Habitat: Bahia, Parä, Guyanas.
333 Pseudauchenipterus jequitinhonhe,’ Stein.
D. 115 a6; P. 147; V.8; À. 17 a 20
«Cabeça, por traz dos olhos, comprimida; região occipital com uma
carena longitudinal obtusa e baixa; lado superior da cabeça revestido de
pelle. Olhos grandes, ovaes, recobertos de pelle espessa. Comprimento da
1) Jequitinhonhæ (Latinisação) do rio Jequitinhonha.
356 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
cabeça até a ponta da cobertura opercular de 4 e 2/3 a 4e 3/5, altura do
corpo cerca de 4 e 3/5 a 5 vezes no comprimento do corpo; largura da ca-
beça, entre as coberturas operculares, cerca de 1 e 2/5 vezes; diametro ocular
3 a 3e 1/3, largura da fronte 2 e 1/3 a2 e 1/2, comprimento do focinho 5
quasi 6 vezes no com-
“zjprimento da cabeça.
Maxillas de extensäo
- jegual. Focinho redondo
janteriormente. Barbi-
Jlhões delgados; os ma-
= |xillares chegando ape-
- nas a pouco acima da
base do aculeo peito-
— ral. Processo humeral
Fig. 135 — Pseudauchenipterus jequitinhombe seg. Steindachner estreito, aculeiforme, li-
so, mais curto ou do
mesmo comprimento que os olhos. Pöro axillar distinctamente visivel;
aculeo dorsal e peitoral robustos; o ultimo mais comprido do que o primei-
ro, fortemente denticulado no bordo interno, do mesmo modo o dorsal na
orla posterior. Adiposa muito pequena, um pouco adiantada do extremo
posterior da base da anal. Caudal entalhada triangularmente na orla poste-
rior, com longos lobos pontudos. Macho com um tubo urogenital na anal,
que na femea é talhada em linha recta no obliquo bordo inferior. No macho,
pelo alongamento dos primeiros raios anteriores se mostra fortemente con-
cava. Dorso violeta, metade inferior do corpo amarella clara, nadadeiras
amarellas avermelhadas.» (Steindachner.)
Habitat: Jequitinhonha.
334 Pseudauchenipterus affinis,' Steind.
D. 146; A. 20 a 21; Vs. 8 Ps. 146
«Cabeca, na regiäo post occipital mais fracamente comprimida e menos
descahida lateralmente; barbilhöes, especialmente os mandibulares, mais
longos do que em P. Jeguitinhonhe. Comprimento da cabeça, até a ponta
das coberturas das guelras, 4 vezes; altura do corpo 4 e 1/2 a 5 vezes no
comprimento do corpo, largura da cabeça, entre os operculos, cerca de 1 e
1/4; diametro ocular 3 vezes; largura entre a fronte 2 e 1/6 a 2 e 1/5, com-
primento do focinho 5 e 1/2 a 6 vezes d'este comprimento da cabeça. Inter-
maxillares e mandibulares de egual extensão ou os primeiros um pouco sa-
lientes sobre os ultimos. Focinho redondo anteriormente. Barbilhões maxil-
1) Affinis (Lat.) affim.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 357
lares chegando até o meio do comprimento longitudinal ou quasi á ponta
“do longo aculeo peitoral fortemente deprimido; barbilhões post-mentaes so-
bre a base ou ao meio da extensão da peitoral. Processo humeral longo,
forte, estriado, um pouco mais comprido do que os olhos, com a ponta, na
regra, cahindo atraz do meio do comprimento do aculeo peitoral. Aculeos
dorsal e peitoral robustos, o ultimo mais longo do que o primeiro e mais
fortemente denticulado do que o dorsal na orla posterior. Orla anterior do
aculeo dorsal finamente dentado ou granulado na metade inferior liso em
P. Jequitinhonha). Caudal profundamente entalhada com os lobos pontu-
dos. Macho com longos tubos urogenitaes na orla anterior da anal que, na
femea, é talhada em linha recta na orla inferior e fortemente concava no
macho. Dorso chocolate; lado dorsal cinereo prateado sujo e com innumeros
pontos de côr violeta escura. Lado ventral branco amarellado.» (Steinda-
cher.)
Habitat: Rio S. Matheus, Mucury, Pará.
335 Pseudachenipterus flavescens,' Eigenm. & Eigenm.
D. I+6 A. 20; Vs. 8; Ps. 1+6a7
«Alongado, comprimido, acuminando-se rapidamente para o pedunculo
caudal; altura em toda a extensão muito mais longa do que a largura. Cabe-
ça curta e elevada, sua maior altura pouco maior do que a sua maior largu-
ra que é 1 e 1/2 do comprimento da cabeça; largura no rictus 2; cabeça co-
berta de pelle fraca, a superfície dos ossos não evidente; ossos frontaes
não entumecidos nem alveolados; fontanella aberta na frente, projectando-se
para traz até cerca do centro dos olhos. Processo occipital egualando em
largura ao triplo do comprimento. Placa dorsal muito amplamente furcada
na frente, sua largura no logar mais estreito, mais do dobro do seu compri-
mento em uma linha mediana; porção posterior da cabeça fortemente con-
vexa n'uma secção transversal. Quatro póros no focinho, nenhum póro evi-
dente nos lados ou no alto da cabeça. Olhos com o diametro mais comprido
do que o focinho, 3 e 1/2 na cabeça, 1 e 3/4 no espaço inter-ocular. Barbi-
lhão maxillar chegando junto á ponta das peitoraes; mental ä base destas
e post-mental um pouco adiante da mesma base. Focinho redondo, maxil-
lar superior proeminente; dentes villiformes, arranjados como em P. Jequi-
tinhonhe. Abertura das guelras estendendo-se até ä base das peitoraes.
Processo humeral recoberto de pelle, um pouco rugoso na superfície, proje-
ctando-se um pouco adiante do meio das peitoraes. Póro peitoral grande.
Linha lateral ondulante. Distancia entre o focinho e a nadadeira dorsal 3 e
1/5 no comprimento; aculeo dorsal 1 e 1/2 na cabeça, sua margem externa
1) Flavescens. (Lat .)=amarellado.
358 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
apenas aspera, a interna ligeiramente serrilhada; primeiro raio 1 e 2/5 na
cabeça. Distancia entre a dorsal e adiposa 2 e 1 2 no comprimento. Caudal .
profundamente furcada, com os lobos pontudos, 3 e 3/5 no comprimento.
Anal emarginada, com o primeiro raio não attingindo a base dos ultimos.
Ventraes, não attingindo a anal, 1 e 3/4 na cabeça. Aculeo peitoral ligeira-
mente mais curto do que a cabeça, com a margem externa e lados lisos,
sua margem interna fortemente serrilhada. Dorso pardo, a côr sendo com-
posta de numerosos pontos pardos; alto da cabeça e focinho manchado de
pardo, sobre fundo amarello; operculo e uma nodoa triangular atraz dos
olhos amarellos; região humeral coberta de numerosas manchas pardas
conspicuas; lados e superfície ventral, amarellas; lobo caudal superior, ob-
scuro, demais nadadeiras amarellas, uniformes. Cabeça 4 e 1/5, altura 5 e
1/2» Eigenm. & Eigenm.)
Habitat: S. Francisco.
Glanidium,' Lutk.
Corpo moderadamente deprimido no extremo anterior. Bocca anterior,
mandibula prognatha; dentes inter-maxillares e mandibulares em facha des-
envolvida; fontanella inter-ocular curta, olhos e ossos da cabeça subcuta-
neos; placa predorsal com um processo lateral antvertido. Ventraes e anal
mediocres, adiposa pequena, posterior á anal.
Especie unica: G. albescens.
336 — Glanidium albecens,’ Lutk.
BUREVA, PACÚ-BRANCO
Est. 50, fig. 1
Cabeça e região post-occipital um pouco deprimidas, parte posterior
do corpo comprimida. Focinho redondo. Bocca anterior, com a mandibula
imperceptivelmente prognatha e uma forte facha de dentes villiformes nos
intermaxillares e mandibulares; barbilhões maxillares chegando ao extremo
do processo clavicular; mentaes muito pequenos, post mentaes attingindo a
orla da cintura esternal. Olhos subcutaneos, com o centro sobre o angulo
da bocca, 1/6 da cabeça (até a orla opercular). Aculeo dorsal curto, egual a
1/2 do comprimento da cabeça, serrilhado no bordo posterior e menor que
os dous raios que se seguem. Aculeo peitoral, grande, denticulado nos dous
bordos, sendo as denticulações maiores para a extremidade; o seu compri-
mento é egual ao da cabeça, a sua ponta passa folgadamente o limite pos-
terior da dorsal. Ventraes pequenas, quasi attingindo o anus. Anal me-
1) Glanidium (Gr.)—Glanis, Silurus glanis, o bagre da Europa e eidos semelhante.
2) Albescens (Lat.)—albescente.
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A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 359
diocre, mais alta do que as ventraes no macho, mais baixa na femea. Adi-
posa logo posterior 4 anal. Caudal forte, moderadamente entalhada, com
muitos raios accessorios. Parte superior plumbea, ás vezes manchada irre-
gularmente de preto, parte inferior branca. Comprimento: 25 centimetros,
Habitat: Rio das Velhas, Rio Parahyba, Macacos (Rio de Janeiro), Ipo-
ranga (S. Paulo).
Centromochlus,' Kner.
Sitzgsber. Akad. Wien. XXVI, 430—1857
Bocca moderada, anterior, mandibula estreita, obliquamente disposta,
reentrante; dentes villiformes em facha nos maxillares e mandibulares, bar-
bilhöes maxillares repousando n’um sulco sub-ocular que se projecta ate
sobre o processo clavicular; todo o alto da cabeça, processo occipital e pla-
ca predorsal, osseos nús; narinas anteriores marginaes; olhos grandes, pro-
vidos de palpebra adiposa, obliquamente dispostos para baixo; preoperculo
presente, linha lateral presente, sinuosa; dorsal moderada, anal pequena,
anus entre este e as ventraes.
Especie conhecida: C. heckelii.
337—Centromochlus, heckelii,’ Fitippi
Est.. 50, fig, 2
D. 145 a6; À, 7.
Alto de cabeça, processo occipital e placa predorsal em dous planos
que se encontram na linha mediana como os lados de um telhado e tendo a
superficie externa núa e finamente rugosa; bocca parecida com a dos peixes
do genero Mugil, mandibula reentrante e deixando parcialmente de fóra a
facha dentaria intermaxillar; barbilhäo maxillar terete, attingindo a ponta do
processo humeral, encaixando-se numa depressão que se projecta do angulo
da bocca por sob a orbita e ganha o processo humeral, percorrendo-o em
toda a extensão; mentaes e post-mentaes curtos, narinas moderadas, as pos-
teriores precedidas de sub nasaes apparentes. Olhos muito grandes, 1 e 1/3
no espaço interorbital, 4 vezes na extensão que vae dos intermaxillares ao
extremo posterior do processo occipital e providos de palpebra adiposa;
operculo muito pequeno; post-temporal muito desenvolvido, salientando se
sobre o processo humeral que termina no mesmo plano que a placa predor-
sal, marcando o meio da distancia entre a ponta do focinho o a nadadeira
1) Centromochlus (Gr.) de Centron aculeo e mochlos, alavanca, bastão endurecido ao fogo,
com que Ulysses vasou os olhos de Polyphemo.
2) Heckelii, do ichtyologista Heckel, que estudou os Cichlideos colligidos por Natterer.
360 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
adiposa. Aculeo peitoral longo, quasi egual ao comprimento que vae da
ponta do focinho ao fulcrum dorsal, granuloso no bordo anterior e serrilha-
do no posterior; aculeo dorsal um pouco menor, egualmente granuloso no
bordo anterior e serrilhado no posterior; ventraes articuladas entre as pontas
dos aculeos peitoral e dorsal; anal pequena, anterior ä adiposa que ainda é
muito menor; caudal furcada. Linha lateral presente. Pardo punctuado de
preto, uma facha longitudinal escura nos lados. Um decimetro.
Habitat: Villa-Bella, Obidos, Pará, Tabatinga, Gurupa, Manacapurú,
Lago Aleixo, Javary, Caldeirão, (Amazonas), Juruá.
Tatia,'
Alto da cabeça e processo occipital nús, rugosos, processo occipital
sem sutura apparente na placa predorsal; bocca anterior, maxillas eguaes, a
inferior horisontal, desenvolvida; olhos moderados, lateraes, superiores ao
plano da bocca; papilla genital sobre os raios anaes anteriores; anal pe-
quena.
Especies brasileiras:
yj Olbes com a orla anterior sobre o angulo da bocca T. intermedia.
À ” ” ” ” posterior ao ” »» Ds aulopygia.
338—Tatia intermedia,’ Steind.
D. 144; A. 9—10
«Olhos maiores do que em C. aulopygus, comquanto menores do que
em C. heckelii. Comprimento da cabeça até o extremo osseo posterior da
cobertura dos guelras cerca de 4 e 1/2 vezes no corpo ou 5e 3/5 vezes no
comprimento total. Altura 4 e 3/5 no comprimento do corpo. Diametro ocular
contido 3 e 1/3, espaço interorbital 1 e 2/3, largura da bocca cerca de le
4/5, largura da cabeça, entre os operculos, apenas maior de 1 vez, no
comprimento da cabeça. Olhos moderados, circulares, comtudo com a orla
anterior cahindo um pouco adiante do angulo da bocca, não attingindo a
ultima inferiormente, subcutaneos. Distancia entre as narinas anteriores e
posteriores um pouco mais estreita que um diametro ocular. Barbilhão ma-
xillar ainda chegando ao 2º terço do aculeo peitoral. Barbilhão post-mental
muito tenue e fino, com a ponta chegando atraz dos olhos. Maxillas de egual
comprimento, largura do hiatus | e 2/3 no comprimento da cabeça, proces-
so humeral muito estreito, fortemente elevado para traz. Aculeo peitoral
1) Tatia—em honra de Tate Regan, do Museu Britannico e que se tem especialisado nos es- ,
tudos dos peixes sul-americanos.
2) Intermedia (Lat.) intermediaria (entre T. aulopygia e T. heckelii).
A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE —PEIXES 3€1
denticulado apenas na orla anterior, peitoral nas duas orlas, o primeiro
mais curto que os ultimos que excedem á cabeça um pouco em comprimen-
to. Caudal fracamente entalhada, com os lobos pouco pontudos. Focinho
redondo anteriormente, região frontal transversamente plana, região cervi-
cal moderadamente convexa. Carapaça de aspecto finamente verrucoso,
processo humeral mais grosseiramente granuloso. Aculeo dorsal um pouco
mais fraco que o peitoral. Póro peitoral ausente. Os olhos ficam com a orla
anterior sobre o angulo da bocca; em C. aulopygius Kner, posteriores e a
alguma distancia d’estes». (Steindachner.)
«Pardo escuro, face ventral branca, um dos exemplares tem o queixo
muito escuro; nadadeiras inferiores alvadias; caudal, adiposa e base da dor-
sal de côr parda escura. — Jovens com estrias alvadias, curtas, nos lados».
(Eigenm. & Eigenm.)
Habitat: Maribitanos, Jutahy, Jutuarana, Tajapurú, Teffé, Içá, Lago
Aleixo.
339—Tatia aulopygia, Kner.
D.1+3a5; A.9a 10
«A maior altura do corpo, no começo da dorsal, é quasi egual 4 maior
largura anterior ás peitoraes e é apenas mais estreita que o comprimento
da cabeça, que apenas é contida quatro vezes no comprimento do corpo e
5 e 1/4 no total. O corpo diminue ligeiramente de altura para traz e o as-
pecto geral parece, ahi, mais cheio do que em N
C. heckelii; a menor altura, na cauda, compre- . Ds
hende ainda 2/3 da maior. Os olhos ficam in-
teiramente mais altos do que o angulo da bocca
e são sub-cutaneos, seu diametro quasi egual m
a 1/4 do comprimento da cabeça; ficam inci- — mn.
dentemente a 1/2 diametro da orla da bocca e
a 2 da orla dermica que fecha a abertura das
guelras. A abertura oral chega até a orla anterior dos olhos; ambas são de
egual comprimento e teem fachas moderadas de dentes granulosos e não
pontudos. As narinas anteriores ficam proximas da orla maxillar, produ-
zem curtos tubulos de direcção inferior, as posteriores e menores ficam so-.
bre os olhos e entre estes a fontanella, aqui circular. Os barbilhões maxil-
lares ficam em repouso como em C. heckelü, em um sulco subocular e che-
gam á metade do aculeo peitoral; os mentaes, villiformes e muito curtos, se
projectam apenas até a origem dos posteriores e estes tambem só até sob
a orla ocular posterior. |
A carapaça se comporta inteiramente como em C. heckelii, é modera-
damente convexa, de aspecto granuloso e constitue ainda, sob a base da dor-
sal, um processo de terminação larga.
Fig. 136 — Tatia aulopygia, seg. Kner
1) Aulopygia (Gr.) de aulos, canudo, tubo, e pige, posterior.
362 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
O processo supra escapular (omolita) se estende até o processo es-
capular que se dirige para cima, o qual, em todo o seu comprimento, é de
egual largura e termina em ponta obtusa. A dorsal começa sobre a ponta
do aculeo escapular, do extremo do ultimo quarto do comprimento total.
Seu aculeo é mais curto do que o seguinte raio articulado, porém mais es-
pesso do que em C. heckelii e denticulado sómente no lado anterior. A adi-
posa se eleva de sobre o extremo da anal e é visivelmente maior do que na
especie citada. O aculeo das peitoraes excede realmente o dorsal em com-
primento, comtudo este é apenas egual á cabeça; é fortemente denticulado
nos dous bordos, rugoso longitudinalmente e elevado no centro quasi em
carena. As ventraes chegam ao póro anal, atraz do qual egualmente come-
ça o espessamento musculoso do tubo urogenital (no macho) que é reunido
ao primeiro raio anal e se abre á meia altura d'este. Na femea fica, ao con-
trario, a curta papilla uro-genital mmediatamente adeante e sobre a base
d’esta nadadeira, que, por conseguinte, parece maior e mais ramosa do que
no macho, em que apenas os raios posteriores são livres e numerosos. À na-
dadeira mais fortemente desenvolvida é a caudal, que é apenas semi-lunar-
mente entalhada e mede nos raios externos mais do comprimento da cabeça,
sendo o lobo superior algo mais longo que o inferior. A ampla linha lateral,
de paredes espessas,emitte ramos para baixo,do lado inferior, a sua parte ce-
phalica torna-se perceptivel apenas na mandibula por grandes poros. Pardo
maculado de negro sobre o corpo até o ventre e garganta, de modo que só
o meio do lobo inferior é alvadio e immaculado. Dorsal orlada e maculada
de negro, os raios da caudal maculados alternadamente de negro e branco
em toda a extensão; 8 centimetros». (Kner).
Habitat: Guaporé, Cudajas, Essequibo.
Asterophysus,' Kner.
Sitzungsber. Akad. Wien, XXVi—Bd—402— 1878
«Cabeca revestida de pelle, de largura egual ao comprimento, mandi-
bula proeminente, abertura oral muito ampla, larga facha de dentes, gros-
sos ou villiformes nas maxillas e sobre tcda a extensão do paladar; vomer
sem dentes; 6 barbilhöes. Dorsal sobre a região cervical; adiposa pequena;
numero dos raios branchiostegos (4 a 5), abertura das guelras estendendo-
se até a base das nadadeiras peitoraes. O póro uro-genital, no macho, fica
na ponta do primeiro raio anal; a vesicula natatoria arredondada, com
cæcums de quasi egual comprimento ao redor». (Kner.)
1) Asterophysus (Gr.) de aster, estrella, astro, e physa, vesicula (natatoria).
A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 363
340 —Asterophysus batrachus, 'Kner.
D. 145; A. 13. V. 10
«Os olhos sub-cutaneos situados na base dos barbilhões maxillares,
estes chegando um pouco além da abertura das guelras, aculeos peitoraes e
dorsal curtos, terminando em ponta flexivel, caudal de lobos eguaes, pelle
do lado ventral provida de fundas rugas longitud naes e outras mais fracas
transversaes.
FIG. 137—Astero, hysus batrachus seg. Kner
A estructura total é compacta e a cabeça parece, d'ahi, maior e mais
larga; seu comprimento, desde o meio da mandibula até o extremo da co-
bertura das guelras, comprehende no macho e na femea cerca de 1/3 do
comprimento do corpo, é egual a largura posterior ao angulo da bocca;
quasi justamente ahi as bochechas se mostram entumecidas; a maior altura
sobre o aculeo dorsal é um pouco mais reduzida e eguala ao comprimento
da cabeça, desde a orla dos intermaxillares até a placa predorsal. O hiatus,
extraordinariamente grande, occupa quasi toda a largura e 2/3 do compri-
mento da cabeça. A forte mandibula, arqueada para cima, excede em toda
a largura de sua facha dentaria os intermaxillares e fica, com a bocca fe-
chada, anterior e superior a estes. As fachas dentarias em ambas as maxil-
las são separadas, na linha mediana, por um sulco; a dos intermaxillares é
mais larga que as mandibulares, quasi do dobro e chegam posteriormente
até o angulo da bocca. As fachas dentarias dos palatinos são quatro vezes
1) Batrachus (Gr.): Batrachos—ra.
364 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
mais compridas que largas e divergem posteriormente. O vomer € completa-
mente desprovido de dentes e bem assim a lingua largamente arredondada
e que näo tem ponta livre; n’ella chegam os primeiros arcos branchiaes la-
teralmente até a orla anterior do osso lingual. Os barbilhöes maxillares
nascem sobre mais de metade do comprimento dos intermaxillares e säo
cutaneos até a base; dos quatro barbilhões mandibulares, os anteriores e
mais curtos ficam juntos á symphyse, os posteriores que chegam á base
das nadadeiras peitoraes nascem mais perto do angulo da bocca. Os olhos,
sub-cutaneos, são transversamente ovaes e ficam situados lateralmente e
dirigidos obliquamente para cima; sua distancia da orla maxillar compre-
hende sua distancia lateral, quatro diametros oculares. As pequenas narinas
posteriores ficam quasi sobre o meio dos olhos, as anteriores juntas á orla
maxillar; ambas são prolongadas em curtos tubos. A carapaça da parte
superior da cabeça deixa-se perceber granulosa através da pelle que a re-
cobre, a fontanella chega até entre as narinas posteriores; o vertex é chato,
o processo occipital toca a placa predorsal. As coberturas das guelras teem,
na orla posterior, uma larga orla dermica, pela qual a abertura fica quasi
fechada e que se projecta até a concavidade do supra clavicular que se ter-
mina no processo escapular granuloso e dirigido para cima. Em consequen-
cia da abertura branchial não attingir os lados da garganta e da espessura
da pelle desta ultima, não são os raios branchiostegos, sem prejuizo dos
exemplares, enumeraveis com justeza; comtudo, difficilmente poderão ser
elles em numero maior de cinco. A dorsal começa sobre a abertura das
guelras, a sua articulação anterior é espessa, o seu aculeo, porém, é curto,
granuloso anteriormente, rugoso nos lados e sua ponta superior é compri-
mida em lamina e de egual estructura ä que se encontra em Galeichthys,
assim mesmo elle é mais baixo que os seguintes raios articulados, dos quaes
o segundo é o mais longo, por isso a orla da nadadeira é redonda. A adi-
posa fica vis-á-vis do extremo da anal e é redonda e um tanto mais alta
do que longa. As nadadeiras ventraes que excedem a dorsale as peitoraes
no numero dos raios chegam até a proeminente papilla anal; as peitoraes,
mais curtas, sómente um pouco atraz do extremo da dorsal, o seu aculeo
ainda mais curto que mais largo, € fortemente dentado no bordo interno, €
no resto longitudinalmente rugoso. Os raios medianos da larga caudal re-
donda säo divididos tres ou quatro vezes dichotomicamente. Os raios da
anal são revestidos de pelle espessa ao longo da sua base; na femea é o
primeiro raio mais curto e apenas 1/3 do comprimento do seguinte, que ape-
nas se torna excedido em comprimento pelo 3° ou 4°; no macho o canal uro-
genital se prolonga por elle que chega com a ponta, em que jaz aberto o
meato, ao extremo do raio seguinte, ou o excede ainda de alguma extensão.
Adeante da anal abre-se, por isso, no macho, apenas o anus, sobre uma pa-
pilla saliente; na femea, ao contrario, posterior a esta papilla, ha uma fossa
profunda, em que jazem as papillas uro-genitaes menores.
A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 365
A linha lateral é apenas perceptivel na cauda onde emitte para cima e
para baixo curtos tubulos curvos; mais adeante toda a pelle se mostra tão
rugosa e desegual, além disso cá e lá como que levemente recoberta de
curtas villosidades, que o seu percurso mais para frente não é perceptivel.
Tambem da parte cephalica d’essa linha, apenas na mandibula ha grandes
póros distinctos. O aspecto egual, finamente rugoso, não se mostra sómente
em toda a parte anterior do tronco até o dorso, especialmente mais forte no
lado ventral até á garganta, pois que ahi mesmo se eleva cheia de pregas
longitudinaes, que ainda se tornam transfasciadas de outras mais finas e nu-
merosas pregas transversaes, como que constituintes de uma especie de
rede ou tricot, que faz lembrar a reticulação cutanea de Bagrusreticulatus e
B. goliath; e se ella, mesmo aqui, não é de cordões salientes, ainda assim
produz, da mesma förma, a desegualdade da pelle.
coloração dos nossos exemplares, conservados em alcool, é parda
amarellada, lado ventral branco, todas as nadadeiras são immaculadas.
A estructura interna tambem se apresenta em uma não menos interes-
sante especialisação, tal como a exterior. Antes de tudo merece menção a
concavidade a que conduz o póro peitoral. Este jaz em uma profunda fosse-
ta, como na regra sob o processo escapular, é redondo e de dimensões mo-
deradas; conduz, porém, a uma excavação espheroidal que se desenvolve,
amplamente, pela cavidade abdominal.
Estas concavidades são atravessadas por numerosas camaras cellula-
res cylindricas ou prismaticas, que estão cheias de uma substancia parda-
centa, a qual, quando secca, torna-se amarella clara e se desfaz em um fino
pó terroso, ao tacto. Toda a concavidade é recheiada desse pó, de modo
que quando se comprime pelo lado de fóra as suas paredes, sente-se uma
resistencia analog ä que se teria comprimindo uma cartilagem firme. Comp.
total 9 pollegadas.» (Kner.)
Habitat: Maribitanos.
Trachycorystes,' Bieeker
Nederl. Tijdschrift Dierkunde, 1, 88—1863
Corpo curto, robusto, cabeca moderadamente deprimida; focinho re-
dondo; bocca anterior, seguida de um entalhe depois do angulo, com a man-
dibula proeminente e uma facha de dentes villiformes sobre os intermaxil-
lares e mandibulares; barbilhöes maxillares projectando-se, no maximo,
até a dorsal; mentaes menores que os post-mentaes; narinas anteriores pro-
ximas aos labios, as posteriores proximas da linha do bordo anterior dos
1) Trachycorystes (Gr.) de trachys, aspero, rude, e corystes (guerreiro portador de) elmo.
366 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
olhos; estes mediocres, subcutaneos lateraes. Alto da cabega desde o focinho,
processo occipital e placa predorsal osseos e granulosos,desprovidos de re-
vestimento dermico; processo occipital intimamente unido á placa predorsal;
esta sem processo descendente antevertido; fontanella muito curta, interocu-
lar. Dorsal mais ou menos sobre a ponta do processo humeral e tendo um
aculeo forte; processo humeral desenvolvido; peitoraes com os aculeos den-
ticulados nos dous bordos; adiposa pequena; anal,no macho, com tubos uro-
genitaes nos raios anteriores.
Processo humeral mais comprido que o aculeo peitoral. 2 5 = = Trachycorystes trachy-
\ corystes.
Especie brasileira { Carapaça com sulcos providos de
> P \ póros . = a . a - T. porosus,
D.1-[-4a5 . .
Processo hume-
ral mais curto \ Carapaça da for- (A. 20 . 5 - T. ceratophysus.
que o aculeo ma commum .
peitoral
/ A,25a27 . . T, striatulus.
D.1-1-6 fa: 22-25 . 5 o . o . T. galeatus.
la 41. B 5 = 3 5 © T. analis.
341—Trachycorystes trachycoristes Cuv. & val.
D. 146 ; A. 20; V.9a10?
«Cabeça 5 vezes no comprimento total, quasi do comprimento da pro-
pria largura. Processo post-occipital mais largo 1/3 que o proprio compri-
mento e dividido posteriormente em dous ramos dilatados nas extremidades
que formam um semicirculo e abarcam a origem da dorsal; elles pertencem
a este escudo em mosaico jä observado nas especies precedentes, mas
cujos dous ramos anteriores säo aqui soldados com a placa do primeiro
interespinhal e com interparietal, como em uma unica pega, em cada lado
do craneo. O supraescapular produz uma longa ponta que desce obliqua-
Arius oncina, Schomburgk.
«Este peixe foi apanhado no Padauiri. Os aculeos dorsal e peitoral säo serrilhados o craneo
€ duro, corpo sem escamas, porém ha um processo osseo sobre o qual se articula o aculeo dorsal,
posterior äcarapaca ou craneo. Linha lateral recta. Corpo pardo amarellado, variadamente man-
chado de negro e näo dissemelhante äs maculas do jaguar. As ventraes säo mais proximas da anal
do que das peitoraes, a segunda dorsal é moderada; cauda ligeiramente furcada e tem o lobo su-
perior mais comprido do que o inferior. Olhos pequenos, collocados junto ao focinho, itis parda;
narinas proximas do focinho; dentes, uma serie densamente disposta em ambas as maxillas, todos
finos. Superficie das guelras ligeiramente estriadas, margens lisas, abertura, semilunares; vive
frequentemente 3 ou 4 horas depois de retirado d'agua. Cahe no anzol de espera com minhocas,de
noite, e é um dos peixes de melhor sabor; elle é considerado um grande luxo e cresce até dez pol-
legadas. Os intestinos formam circumvoluções e appendices.» (Schomburgk).
Apezar da phrase: «Cauda ligeiramente furcada», quer nos parecer tratar-se pela comparação
do que diz Schomburgk da estampa de Arius oncina, dada por elle, qus este peixe pertença ao
genero Trachycorystes tal como o consideramos aqui e não estamos longe de admittir que se trate
de T. trachycorystes de Cuv. & Val., com o qual Arius oncina se relaciona pelo processo descenden-
te da placa post-occipital e pelo grande tamanho do processo humeral.
A. DE MIRANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 367
mente para o humeral que, por sua vez, emitte uma estreita ponta que se di-
rige para traz, subindo um pouco e é inteiramente granulosa como a cara-
paça.
Mais adiante o humeral é um pouco entumecido e estriado em diversos
sentidos. A carapaça enorme não tem por solução de continuidade mais
que um pequeno espaço oval entre os olhos; a parte anterior do focinho é
em arco muito aberto de que a bocca occupa toda a largura, mas não abre
por mais de 1/6 a extensão da fenda.
A mandibula é um pouco prognatha; em ambas as maxillas ha dentes
villiformes.
Os orifícios nasaes são muito pequenos, um supra labial, o outro um
pouco mais acima em um entalho da carapaça. O olh» é mediocre, vertical-
mente sobre a commissura e um pouco afastado della. Barbilhões delga-
dos; não dou a medida dos mesmos porque parecem truncados no nosso
individuo; mas os maxillares não deviam exceder as guelras. O aculeo pei-
toral é muito forte, comprimido e armado, nos dous bordos, de denticula-
ções fortes e pontudas, dirigidas um pouco obliquamente, os anteriores
para a ponta, os posteriores para a base, seu comprimento é o 7º do do cor-
po e não excede a ponta do processo humeral; o aculeo da dorsal, pouco
mais ou menos do mesmo tamanho, mas menos espesso e redondo, é gra-
nuloso anteriormente. A adiposa é muit - pequena, a caudal parece ter sido
cortada transversalmente. Linha lateral finamente granulosa e tem ondula-
ções numerosas, pouco regulares e pequenos ramos. O nosso exemplar,
secco, é de 14 pollegadas e parece inteiramente pardo. Vem do gabinete de
Lisboa e nós o acreditamos do Brasil.» (Cuv. & Val.)
E” provavel que, pelas indicações acima e o que se dá com T. cerato-
physus, esta especie tenha 5 ou 6 raios ventraes e não 10 e que a região de
procedencia sejam os estados do Pará ou Matto Grosso, ambos visitados
por Alexandre Rodrigues Ferreira, o fornecedor do Museu de Lisboa, de
animaes do Brasil.
342—Trachycorystes porosus,' Eigenm. & Eigenm.
D. 115; A. 25
«Curto e robusto, pouco comprimido; largura da cabeça quasi egual ao
seu comprimento, sua altura 1 e 1/4 no comprimento. Ossos da cabeça gros-
seiramente granulosos. Fontanella oval. Focinho e lados da cabeca com
poros conspicuos. Tres sulcos no osso occipital formam uma figura Il-for-
me e são guarnecidos de poros; outros poros no alto da cabeça. Olhos cir-
culares, 2 vezes no focinho, 7 vezes na cabeça, 4 e 1/2 no espaço inter-
ocular. Barbilhões maxillares e postmentaes projectando-se um pouco além
1) Porosus (Lat.)—poroso.
368 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
da base das peitoraes; barbilhöes mentaes até a immersão dos post-mentaes-
e medindo 1 e 2/3 no comprimento da cabeça. Mandibula prognatha; dentes
finos, a facha intermaxillar de largura egual a 8 vezes a altura. Processo
humeral projectando-se obliquamente para cima, fortemente granular, com
margem inferior serrilhada, e chegando além do meio do aculeo peitoral.
Distancia entre o aculeo dorsal e a ponta do focinho 3 a 3 1/2 vezes no
comprimento; aculeo dorsal delgado, 1 e 2/3 a 2 na cabeça, seu bordo in-
terno aspero, sua margem anterior com uma serie mediana de espinhos di-
vergentes e duas séries de dentes menores, o primeiro raio mais alto do que
o aculeo. Espaço entre a dorsal e a adiposa 2 e 1/2 no comprimento; mar-
gem anterior da adiposa continua com o perfil dorsal. Caudal obliquamente
truncada. Anal fortemente connexa no bordo posterior mais alta posterior
do que anteriormente. Aculeo peitoral fortemente serrilhado, as denticula-
ções externas muito mais largas do que as internas, especialmente junto &
ponta do aculeo, os lados deprimidos, fortemente granulosos, os granulos
anteriormente augmentados, formando serras ao longo de cada lado dos
dentes marginaes espiniformes; aculeo 5 a 6 do comprimento. Linha lateral
um tanto ondulada, com poros conspicuos. Pardo avermelhado superior-
mente, com fachas longitudinaes continuas; ventre uniforme. lado inferior
da cabeça densamente maculado de mais escuro; nadadeiras dorsal e anal
maculadas; caudal com fachas regulares transversas, escuras; face interna
das ventraes e peitoraes mais ou menos obscura. Cabeça 4 e 1/4, altura 3 e
1/2.» (Eigenm. & Eigenm.)
Habitat : Brasil.
343 Trachycsrystes ceratophysus,' Kner.
D. 145; A. 20
«Largura da cabeça, entre os operculos, quasi egual ao proprio
comprimento e este 1/4 ao comprimento total; a maior altura do corpo
sob a dorsal, excede de pouco o comprimento da cabeça e comprehende
apenas o dobro da menor, na cauda. Os olhos, mediocres, ficam mais altos
que o hiatus e mais para traz do que em outras especies; seu diametro é egual
a 1/7 do comprimento da cabeça sua distancia da orla labial é egual a
1 e 1/2 diametro. Cs barbilhões maxillares passam a base das peitoraes,.
os postmentaes chegam a esta, os anteriores muito curtos apenas at-
tingem os posteriores. A carapaça moderadamente granulosa, ele-
va-se quasi da orla dos intermaxillares até a dorsal, circumda a
metade superior dos olhos, terminando posteriormente em uma
ponta curta, continuando, porém, por processo emergente das
1) Ceratophysus (Gr.) de ceras, chifre, e physa, vesicula natatoria.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 369
omolitas sobre o escudo escapular que se eleva perfeitamente sobre as pei-
toraes. A carapaça é, até o extremo, brandamente convexa e produz,
até a dorsal, uma curva moderada. A dorsal é baixa, seu aculeo espes-
so, denticulado anteriormente e mais curto do que os seguintes raios, cuja
orla produz um forte arco. O aculeo peitoral excede em comprimento
e robustez o precedente e é denticulado nos dous bordos; a adiposa, muito
pequena, fica sobre o extremo da anal, cujos raios apenas diminuem de com-
primento para traz e são revestidos, na base, de espessa pelle. Na femea está
perto de sua parte anterior e por traz do anus à papilla urogen:tal ; no macho,
FIG. 138 — Trachycorystes ceratophysus, seg. Kner
ao contrario, falta esta, e em seu logar está um tubo urogenital que se estende
sobre o 1º raio anal, até 1/2 da extensão d'este, que é peculiarmente duplo,
com duas aberturas, no extremo das quaes a anterior é seminifera e a posterior
o meato urinario. Os cinco raios das ventraes são furcados até á base e ca-
da ramo se bifurca depois dichotomicamente de modo que numa inspecção
ligeira contam-se 10 raios. A caudal é truncada quasi em angulo recto,
porém redonda nos cantos. A linha lateral emitte alguns tubos lateraes
para baixo. Póro, lateral ausente. Parte superior parda escura com manchas
pardas denegridas alongadas; côr fundamental do ventre e da garganta al-
vadia, porém frequentemente com finos pontos pardos escuros. Todas as
nadadeiras mais ou menos densamente manchadas de pardo denegrido. 11
pollegadas.» (Kner.)
Habitat: Rios Branco, Negro e Guaporé (Matto Grosso) R. Paraná.
344 — Trachycorystes striatulus ', (Steind.)
Dele Arab N 25 Bar
«Lado superior da cabeça aspero,desprovido de’pelleg Olhos pequenos
sub-cutaneos, situados lateralmente a pequena distancia por traz do angulo da
1) Striatulus (Lat.) = riscadinho.
6378 47
370 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
bocca. Uma pequena fossa externa, fontanella alongada ou punctiforme na
fronte; mandibula um tanto prognatha. Barbilhões maxillares attingindo o
meio da extensão longitudinal ou o extremo do 2º terço longitudinal, os post-
mentaes um pouco acima da base do aculeo das peitoraes ou apenas esta;
barbilhões mentaes egualando a 1/2 dos post-mentaes. Processo hume-
ral curto, estreito e aspero, com a ponta ainda mais adeantada do
FIG. 139 Trachycorystes striatulus seg. Steindachner.
meio do aculeo peitoral. Aculeo dorsal do comprimento ou um pouco
mais comprido que os peitoraes, providos de denticulações finas, apenas
na orla anterior. Aculeos peitoraes fortemente denticulados nos dous
bordos. Caudal na orla posterior obliquamente disposta, fracamente ar-
queada. Póro peitoral ausente. Linha lateral em zigue-zague. Cabeça até
á orla posterior dos operculos 4 e 3/4 a 5, altura do tronco 4 e 1/2 a
4 ne comprimento do corpo; espaço interorbital 1 e 3/4 a 1 e 3/5, diametro
ocular 5 e 2/3 a 6 vezes no comprimento da cabeça. Cinzento claro
na cabeça e lados do tronco, lado inferior da cabeça e ventre alvadios.
Manchas pardas escuras grandes e pequenas sobre o lado superior da
cabeça; manchas alongadas ou longitudinaes nos lados do tronco. Na-
dadeiras com pequenas manchas escuras, redondas de côr parda. Ma-
cho com um tubo urogenital na orla anterior da anal.» (Steind.)
Com. 24 centimetros.
Habitat: Rio Doce, Itabapoana, Campos, S. Matheus, Mucury, Pa-
rahyba, Pará, Gurupá.
345 — Trachycoristes galeatus ', L.
Anujá, Cumbaca, Cabeça de Ferro, Chorão.
Est. 50 fig. 3.
D. 1 +6; A. 22-25
Perfil rostrodorsal recto, elevando-se obliquamente até á dorsal, dahi
á adiposa o perfil é horizontal. Focinho redondo, mandibula modera-
1) Galeatus (Lat.): coberto de elmo,
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 371
damente prognatha, barbilhöes maxillares attingindo o operculo ou o extremo
do processo clavicular; postmentaes 4 axilla das peitoraes, mentaes curtos,
passando apenas a base dos postmentaes. Olhos subcutaneos tocando
o sulco do barbilhão maxillar 6 vezes na cabeça. Alto da cabeça, pro-
cesso occipital e placa predorsal granulosos, deixando perceptiveis as
suturas; post-temporal quasi encontrando o aculeo clavicular; este gra-
nuloso, attingindo o 2.º terço do aculeo peitoral, que passa um pouco
além do plano posterior da base da dorsal. Aculeo desta nadadeira ás
vezes um pouco granuloso na base do bordo anterior, espinhoso no
posterior, sendo os espinhos mediocres. Aculeo peitoral fortemente de-
primido, serrilhado nos dous bordos. Ventraes attingindo a anal, esta
posteriormente truncada. Adiposa estreita, carnuda, terminando aquem da
anal, pedunculo mais alto do que longo. Caudal obliquamente redonda,
ás vezes conı o lobo superior prolongado. Pardo escuro com figuras
geometricas sobre o alto da cabeça, claras; manchas irregulares da
mesma côr sobre o dorso e flancos; nadadeiras claras indistinctamente
maculadas; uma nodoa preta no segundo raio dorsal, perto da ponta;
ventre branco. Este colorido varia mui.o, havendo individuos em que
os desenhos e manchas não apparecem.
Habitat: Rio S. Francisco, Amazonas e tributarios, Marajó, Orenoco
e ilha da Trindade, Matto Grosso.
346 — Trachycorystes analis ', Eigenm. & Eigenm.
D. 1+6; A. 41
«Largura da cabeça egual ao seu comprimento; largura da bocca
I e 3/4 no comprimento da cabeça; altura no processo occipital e 1 e 1/4
no comprimento da cabeça. Fontanella oval, de bordo osseo. Barbilhões
mentaes menores de 1/3 do comprimento da cabeça; aculeo dorsal
le 1/5 na cabeça, sua margem anterior lisa, excepto junto á ponta,
sua margem posterior ligeiramente serrilhada. Caudal dilacerada. Raios
anaes coroados, ligeiramente diminuindo de altura para traz, com a margem
ondulada. Aculeo peitoral muito forte, 3 e 1/2 no comprimento. Pardo
escuro; superficie ventral escura com muitos pontos escuros; nadadeira
dorsal com manchas escuras, mais proeminentes junto á margem; pon-
tas das ventraes escuras, com a base profusamente maculada e a re-
gião intermediaria quasi uniformemente amarellada. Peitoraes profusa-
mente maculadas. Cabeça 4; altura 4 e 3/4.» (Eigenm. & Eigenm.)
Habitat: Arari ?
1) Analis (Lat.) anal,
ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
ur
=)
bh
Auchenipterichthys ', Bleeke
Nederl. Tijdschrift Dierkunde, 1, 89,- 1863
Corpo elevado e da mesma forma que em Trachycorystes ; focinho
redondo, com a mandibula ligeiramente reentrante e nao prognatha; den-
tes villiformes, facha nos intermaxillares e mandibulares sömente; nari-
nas como em Trachycorystes; olhos lateraes; moderados, subcutaneos ;
fontanella pequena, interoculor; prefrontaes largos, salientes sobre a or-
bita e formando a orla anterior d'esta. Ossos da parte superior da ca-
beça nús, granulosos, de suturas apparentes. Processo occipital firme-
mente unido á placa predorsal, esta com um processo descendente an-
tevertido. Dorsal mediocre, provida de aculeo forte; adiposa pequena,
anal com tubos urogenitaes, caudal obliquamente truncada.
Especies conhecidas :
AEN223,V52 LOTEP Ise - 5 ARIS Ele one: A. longimanus
ASZI a 21 VS 9 oS ee ee ea ere ASAE ee A. thoracatus
347 — Auchenipterichthys longimanus *, Günther
DS 1625: A722 SPEA O AVES;
«Os ossos da cabeça e região cervical finamente granulares; sulco
entre os frontaes aberto na frente. Maxillas eguaes anteriormente; bar-
bilhões maxillares extendendo-se até o meio do processo humeral, men-
taes não chegando aos olhos. Processo humeral projectando-se além do
meio do aculeo peitoral; aculeos dorsal e peitoraes serrilhados nos dous
bordos, o primeiro do comprimento da cabeça, porém muito mais curto
que o aculeo peitoral que é fortemente comprimido e egual a 2/7 do
compriment) total (sem a caudal); ventraes e anal com a base carnu-
da. Caudal ligeiramente marginada com o lobo superior mais comprido
e menos obtuso que o inferior. Uma série dupla de póros ao longo da
linha lateral, cada póro sendo o centro de uma pequena macula alvadia.
Corpo pardo escuro.» (Günther. )
18 cents. comp.
Habitat: Rio Capim, Maues, Madeira, Cametä.
1) Auchenipterichthys (Gr.) de Auchenipterus, genero referido e ichthys peixe.
2) Longimanus (Lat.) longimano, isto é, com as nadadeiras peitoraes compridas,
A. DE MIRANDA RIBEIRO. — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 373
348 — Auchenipterichthys thoracatus ', (Kner)
Del 10); vA. 2350227
«Cabeça 5 e 1/2 vezes no comprimento total; sua largura é menor
do que a altura na região post-occipital, a maior altura do corpo é con-
tida 4 e 1/2 no comprimento total e a menor na cauda apenas eguala
a 1/2 da maior.
O diametro longitudinal dos olhos comprehende 1/3 do comprimento
da cabeça, espaço interorbital um pouco mais de 2, a distancia entre os
ultimos e a ponta do focinho é egual a 1/2 diametro.
FiG. 140 — Auchenipterichthys thoracatus seg. Kner
A mandibula é apenas mais curta do que a maxilla superior; os
barbilhões maxillares apenas passam um pouco sobre a base das pei-
toraes, os post-mentaes chegam aos olhos; os mentaes, que nascem junto
á orla da mandibula, não chegam á depressão do isthmo..
A abertura das guelras abre-se até ä base ‚das peitoraes e é obtu-
rada por uma valvula dermica.
Os escudos da cintura escapular se reunem ä carapaça e são como
esta finamente granulosos; o processo escapular é muito mais longo do
que alto, chega ao extremo do aculeo peitoral e termina arredondada-
mente sob o meio da dorsal. Esta é mais baixa do que a altura do
corpo que lhe fica inferior e seu aculeo mais curto que o das peitoraes,
é anteriormente um pouco crenulado e, posteriormente, distinctamente
denticulado; os aculeos peitoraes, mais fortes, deprimidos e, como o pri-
meiro, longitudinalmente rugosos, SãO fortemente denticulados em ambos
os bordos e quasi attingem as ventraes; estas, porém, apenas chegam
a anal cujos raios, na sua maior parte circumdados de pelle espessa,
apenas diminuem gradativa e moderadamente para traz, em comprimento,
1) Thoracatus (Lat.) = armado de couraça.
374 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
_ A pequena adiposa fica verticalmente sobre o ultimo terço da anal.
A caudal é obliquamente truncada na femea; no macho é, ao contrario,
entalhada e o lobo superior que se alonga, egualando ao comprimento
da cabeça, termina em ponta. A linha lateral corre tambem aqui em
zigue-zague e emitte curtos ramos lateraes para cima e para baixo; tor-
ha-se, porém, indistineta anteriormente, na região entre a carapaça e O
processo escapular; sob o meio do comprimento deste percebe-se um
poro peitoral pequeno. E
A vesicula natatoria não se proloriga em cœcum pafa traz; o tubo
digestivo estava cheio de restos de insectos e de plantas.
Pardo claro, sobre os lados e abdomen alvadio; nadadeiras dorsal
e caudal com larga margem, estreita na anal, de cêr preta; na ultima
e na caudal, segue-se 4 facha negra outra mais clara e mais larga; base
da peça articular anterior da dorsal, ornada com uma nodoa negfa.
Ventraes e peitoraes claras; cabeça e dorso immaculados; .cabeça
e tronco immaculados, apenas na região posterior 4 carapaça notam-se
pequenos pontos brancos, que se prolongam, ás vezes, ao longo dos
lados do tronco e da cauda, de modo que muitos individuos parecem
ornados de asteriscos pallidos; 5 a 6 pollegadas». (Kner.)
Habitat: Guaporé, Javary, Coary. 3
Tracheliopterus ', Cuv. & Val.
Hist. Nat. Poiss. XV, 164 — 1840
Forma robusta; cabeça deprimida, moderadamente ; focinho redondo ;
bocca com a mandibula prognatha e dentes villiformes em facha sobre
os intermaxillares e mandibulares; 6 barbilhöes teretes e mediocres ; alto
da cabeça osseo, fontanella oval; proceso occipital firmemente unido á
placa predorsal; dorsal provida de aculeo pungente, adiposa ausente.
Especie conhecida. +
349 — Tracheliopterus coriaceus ?, Cuv. & Val.
Do 15-7 A 32
«Corpo curto e comprimido. Cabega 5, curta, sua largura e altura
egual ao comprimento; perfil abrupto, focinho truncado, mandibula en-
trando no perfil; ossos da cabega e processo humeral finamente granu-
lares.
1) Tracheliopterus (Gr.) de trachelia extremidade e pteron aza nadadeira,
2) Coriaceus (Lat.) = coriaceo,
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 375°
Olhos pequenos, redondos, 6 na cabeça, 3 a 3 e 1/2 no espaço in-
terorbital. Barbilhöes maxillares chegando ä ponta do processo humeral ;
os mentaes cerca de 1/2 do comprimento da cabeca, os post-mentaes
um pouco mais compridos que os barbihöes maxillares. Dentes villi-
formes, em fachas estreitas.
Distancia entre o aculeo dorsal e o focinho 3 a 3 e 1/2 no compri-
mento; aculeo dorsal fraco, terete, seu bordo anterior liso, o posterior
com aculeos curtos; sua altura um pouco menor do que o comprimento
da cabeça.
Caudal obliquamente arredondada. Ventraes attingindo a anal. Aculeo
peitoral liso na sua margem externa, dentes curtos na interna; contido
no comprimento da cabeça.
Processo humeral passando de pouco o meio do aculeo peitoral.
Escuro. Dorsal com barras obliquas ; peitoraes e ventraes quasi negros;
superficie ventral mais clara, com grandes manchas. Altura 3 e 3/5 a 4.
Comp. 105 mm.» (Eigenmann & Eigenmann.)
«Uma variedade deste peixe (T. maculosos, Eigenm. & Eigenm.)
tem os lados pardos com series longitudinaes de maculas pardas queimadas.»
Habitat: Obidos, Porto da Móz e Matto-Grosso.
Tracheliopterichthys ', Bleeker.
Nederl. Tijdschr. Dierkunde, I, III, 1863
Cabeca curta, bocca anterior com a maxilla inferior pouco saliente,
dentes villiformes; olhos lateraes, mediocres ; nadadeira adiposa ausente ;
ventraes e a anal grandes, linha lateral presente.
Especie conhecida.
350 — Tracheliopterichthys tæniatus * (Kner)
D. 1+4; A. 51-53. V. 15-16
«Comprimento da cabeça, até a orla cutanea da abertura opercular,
apenas 1/7 do comprimento total e € egual ä altura; no occiput, porém,
menor do que a maior largura que se encontra adiante da base das
peitoraes e se contem 6 e 1/2 vezes no comprimento total.
A maior altura do corpo, adiante da origem da anal, é contida no
mesmo comprimento 5 e 3/4; a menor, anterior á caudal, mais de 2
vezes na maior. Os olhos, immediatamente posteriores e superiores aos
1) Tracheliopterichthys (Gr.) Tracheliopterus, genero referido, ichthys peixe,
2) Teniatus (Lat.): fasciado,
376 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
barbilhöes maxillares, estäo a 3 diametros da orla posterior da abertura
das guelras e cerca de 2e 1/2 um do outro.
A largura da bocca € um pouco maior que a metade da anterior
ás peitoraes; a mandibula fica um tanto anterior aos intermaxillares. as
fachas dentarias de ambos são moderadamente estreitas, os dentes curtos
e finos. As pequenas narinas posteriores ficam acima ás anteriores,
maiores, adiante dos olhos e barbilhões maxillares.
Fig. 141 — Tracheliopterichthys tæniatus, seg. Kner
O perfil do focinho é rhombo e se projecta, depois, em curva mais
forte sobre o convexo vertex; este termina em cada lado, abaixo do
aculeo dorsal, com um processo que se prolonga. para baixo, formando
uma especie de X, e se encaixa na pequena placa predorsal; sobre os
lados estende-se elle ainda sobre o processo escapular granuloso, o qual
attinge a metade do comprimento das peitoraes; tambem, atraz dos olhos,
emitte elle um processo quasi em angulo recto, dirigido para baixo, que
separa as bochechas nuas e longitudinalmente estriadas da cobertura
das guelras.
Os barbilhões maxillares chegam além da base das nadadeiras pei-
toraes, os barbilhões post-mentaes, mais longos que os mentaes, chegam
a base das peitoraes e os mentaes, finamente taenioides, apenas attingem
os post-mentaes, entre os quaes fica pequena prega jugular.
A abertura das guelras é estreita e se torna, como nas especies
precedentes, perfeitamente obturada por uma valva cutanea.
A dorsal começa sobre o inicio do segundo quinto do comprimento
total; seu aculeo é largo, espesso e tanto, adiante como nos dous lados
provido de asperos nodulos quasi pontudos; elle chega com a ponta a
um pouco mais de metade do comprimento da cabeça e é aqui excedido
pelos dous raios articulados seguintes.
O comprimento do aculeo peitoral subrepuja o da cabeça; elle é,
além d'isso, muito largo e deprimido, sulcado longitudinalmente e pro-
vido de longos dentes dirigidos em angulo recto, para baixo, no bordo
anterior e de outros curtos, curvos para föra, no posterior e, termina
em um pequeno lobo cutaneo : os raios seguintes são de comprimento
egual ao do aculeo.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES ST
A base da anal comprehende a metade do comprimento do corpo
e quasi attinge a nadadeira caudal. Seus raios, até sua extremidade,
persistem de altura sub-egrual.
As ventraes são especialmente desenvolvidas, e por ellas se diffe-
rencia esta especie, essencialmente, de Trachelyopterus coriaceus e, tam-
bem, dos demais siluroides.
Em consequencia do grande numero de raios, elles ficam articulados
sobre uma larga base, cujo comprimento eguala á sua distancia das pei-
toraes e cujo extremo posterior chega sobre a vertical do anus; além
disso, ellas occupam quasi toda a largura do lado ventral, tendo os bordos
internos contiguos um do outro; e os seus maiores raios se estendem
sobre a origem da anal.
A caudal truncada quasi em angulo recto, é, ao contrario, apenas
do comprimento da cabeça. O dorso, ainda largo e redondo por detraz
da dorsal,estreita-se gradativamente para a cauda e constitue,antes da caudal,
uma especie de gume. A linha lateral dirige-se quasi em linha recta e é pouco
asssignalada. Não descobri o póro peitoral.
O meio do dorso, até a nadadeira caudal, é pardo escuro; a este
segue-se, inferiormente, uma dura facha, longitudinal, um tanto estreita
e de bordos descontinuos, de sob o extremo da dorsal até a caudal; em
seguida uma outra, parda escura, que ainda parece dividida pela linha
lateral, mais clara; na metade inferior, segue-se uma facha clara, quasi
branca e, finalmente ao longo da base da anal, ha uma fila parda escura
de manchas diffusas. A anal tem uma larga orla negra; egualmente a
caudal. Peitoraes e ventraes em todo o lado superior denegridas; no infe-
rior, na base, alvadias; nos extremos denegridos. Cabeça, focinho e gar-
ganta pardos; os barbilhões ainda mais escuros, peito e ventre, ao con-
trario, alvadios.» (Kner). Comprimento 20 centimetros.
Habitat: Guaporé, Teffe, Hyannary.
CETOPSIDA ("
Forma um tanto curta; cabeça moderada, envolvido o craneo por
grande massa muscular; bocca anterior ou antero-inferior, provida de
dentes incisivos, conicos ou villiformes, intermaxillares, mandibulares e
vomer; labio superior recobrindo o inferior, seis barbilhões mediocres,
encaixando-se em sulcos mais ou menos profundos; narinas anteriores
supra-labiaes, as posteriores mais ou menos interoculares; olhos sub-
cutaneos, lateraes ou latero-superiores; abertura das guelras latero-infe-
riores, mediocres; dorsal e peitoraes sem aculeos, quasi sempre o primeiro
1) Cetopis, genero typico e eidos semelhante.
6378 48
378 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
raio prolongado nos machos; a primeira anterior ás ventraes que são
pequenas, ás vezes ligadas por uma commissura posterior; adiposa au-
sente; anal longa; caudal entalhada; linha lateral simples; vesicula na-
tatoria atrophiada; vertebras anteriores tendo os processos lateraes
differenciados formando, capsulas osseas.
Abertura das guelras es- | Dentes mandibulares vil-
tendendo-se acima e a- | INOS) ee Pseudocetopsis.
baixo da base das pei-\
tOraes O 1910 tee Dentes mandibulares inci-
Generos brasileiros . . . L :
SIVOS G eo. BER Cetopsis.
Abertura das guelras reduzida, em baixo das {
MNOS a 6 Bac à 0 re: .. . Hemicetopsis.
|
|
Pseudocetopsis ', Bleeker.
Nederl. Tydschrift Dierkunde I, III, 1863.
Pequenos peixes sub-fusiformes, de bocca antero-inferior com os
dentes inter-maxillares e mandibulares villiformes, em facha; os vome-
rinos conicos em uma unica serie; os barbilhões encaixando-se num
sulco cutaneo; narinas anteriores mais afastadas que as posteriores; olhos
mediocres, sub-cutaneos, aberturas branchiaes extendendo-se superior e
inferiormente pela frente da base das peitoraes, estas nadadeiras e a
dorsal mediocres e com o primeiro raio prolongado, no macho; ventraes
pequenas, ligadas entre si por uma commissura posterior; adiposa au-
sente, anal longa e baixa, caudal furcada, linha lateral simples.
Especie conhecida:
351] — Pseudocetopsis gobioides ?, (Kner)
«Comprimento da cabeça 5 e '/, no comprimento total; maior altura
do corpo sobre as ventraes, quasi da mesma dimensão, largura da cabeça */,
do seu proprio comprimento, abertura da bocca estendendo-se até sob o
meio des olhos, a mandibula fica um pouco sobrepujada pelo entume-
cido focinho. A mandibula tem como os intermaxillares uma estreita facha
de finos dentes villiiormes e a placa vomerina uma fila transversal sim-
ples de dentes conicos; a lingua não é livre na ponta ou, o mais das
vezes, falta. Os barbilhões maxillares nascem em um sulco alongado sob
os olhos e chegam, com as pontas filiformes, á orla anterior dos oper-
culos; dos quatro barbilhões mandibulares, os internos, um pouco mais
curtos, ficam mais proximos da symphyse do que os externos que attingem
ue
1) Pseudocetopsis ( Gr.) pseudo, falso e cetopsis, genero referido.
2) Gobioides ( Gr.) em forma de Gobius, generos de peixes marinhos de que nos s occupa-
remos mais tarde.
À. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSÉ — PEIXES 379
pösteriormente 4 orla da membrana opercular; os olhos são como nas
outras especies sub-cutaneos, porém moderados, seu diametro apenas
excedendo o sexto do comprimento da cabeça; sua distancia do focinho
le}, a interocular 2 diametros. As narinas posteriores, maiores, ficam
justamente entre os olhos, as anteriores juntas ä orla do focinho. Todas
as peças das coberturas das guelras, são como o resto da cabeça, lisas
e espessamente recobertas de pelle, a abertura das guelras estende-se
tanto para baixo como para cima da base das peitoraes.
A dorsal começa no extremo do primeiro terço do comprimento do
corpo; o seu primeiro raio egualmente flexivel como os demais, prolon-
ga-se, no macho, em um filamento, de modo que mede '/, do compri-
mento do corpo; na femea elle ter-
mina com effeito, tambem em uma
ponta delgada, filiforme, a qual a-
penas excede o segundo raio em
cumprimento. A base da anal com-
prehende !/; do comprimento do
corpo e começa logo depois da pa-
pilla genital, seus raios são reves-
tidos de espessa pelle. As ventraes,
de todas as nadadeiras, são as que FIG. 142 — Pseudocetopsis gobloides, seg. Kner
têm mais curtos raios e são reuni- Ea
das no bordo interno por uma commissura. O primeiro raio peitoral,
tambem flexivel é, no macho, egualmente prolongado em filamento que
chega até as ventraes; na femea, porém elle apenas é mais longo que
o segundo raio. Os lobos da caudal, entaihada, são de egual compri-
mento, moderadamente pontudos. O póro peitoral é em ambos os sexos
alongado, no macho, porém, distinctamente maior e excede mesmo, em
tamanho, os de Cetopsis cecutien e Hemicetopsis caudirú. A linha lateral
é simples; do ramo cephalico apenas apparecem o mandibular e alguns
poros. sobre o focinho. A papilla uro genital posterior ao anus é, no
macho, larga e volumosa. Dorso pardo cinereo, com finas pontuações
negras, lados argyreomicantes, nadadeiras imaculadas. Comprimento 3
e !/, pollegadas. Natterer dä como local de procedencia para esta espe-
cie, Irizanga e etiquetou-a como Silurus pygmeus.» (Kner).
Cetopsis ', Agassiz.
Pisc. Bras. 11 — 1829
Peixes sub-fusiformes. Cabeça grande, obtusa; bocca antero-inferior
com os dentes intermaxillares villiformes, em facha, os mandibulares com-
primidos, incisivos, os do vomer egualmente incisivos e como os mandibu-
lares em uma fila; 6 barbilhões, encaixando-se n'um sulco cutaneo; narinas
1) Cetopsis (Gr.); de Cetos, baleia, cetaceo e ops, aspecto,
380 ARCHIVOS DO MUSEO NACIONAL
anteriores mais afastadas que as posteriores; olhos pequenos, sub-cutaneos,
aberturas branchiaes estendendo-se acima e abaixo da base dos peitoraes ;
dorsal e peitoraes mediocres, a primeira com 7 raios e todas com o 1º raio
prolongado, no macho; adiposa ausente, anal longa, moderadamente eleva-
da ; caudal moderadamente entalhada; linha lateral simples.
Especie conhecida :
352 — Cetopsis cæcutiens ', (Licht.)
Candirú-Açú
D. 7; A. 21
«Corpo pesado, pouco comprimido, acuminando-se rapidamente para
o pedunculo. Cabeça obtusamente conica, com os ossos completamente
cobertos por espessa camada de musculos. Perfil arqueado, altura da
cabeça consideravelmente maior que a propria largura. Narinas anteriores
situadas junto ao labio;á quatro vezes entre si a distancia que separa.
as posteriores que são grandes, ovaes, superiores ä margem anterior dos
olhos. Olhos pequenos, rudimentares, cobertos de pelle, não maiores que
as narinas posteriores. Barbilhões maxillares quasi inteiramente occultos
n'uma fenda, 3 e 1/9 no comprimento da cabeça. Barbilhões mentaes e
post-mentaes de comprimento quasi egual, dispostos em dous pares por
detraz do angulo da bocca e encaixando-se eni sulcos baixos. Bocca
inferior, sua largura no rictus, 2 e 1/3 na cabeça; uma faixa estreita de
finos dentes villiformes sobre os intermaxillares : mandíbula e vomer com
uma unica serie de dentes esparsos comprimidos e firmemente implan-
tados. Operculo com uma larga orla membranosa. Abertura das guelras
estendendo-se mais para diante inferiormente do que acima do raio peitoral;
póro peitoral uma fenda alongada; linha lateral recta, simples. Distan-
cia entre o focinho e o aculeo dorsal, 2 e 1/2 no comprimento, primeiro
raio dorsal um tanto alongado, com os raios diminuindo rapidamente
de altura para traz, o ultimo não egualando á 1/3 da altura do segun-
do. Caudal profusamente emarginada, 4 e 1/2 no comprimento. Raios
anaes diminuindo de altura para traz. Ventraes curtos, com a metade
basilar das suas margens internas ligada ao ventre. Primeiro raio peito-
ral alongado, chegando alêm da base das ventraes, (sua ponta quebra-
da) provavelmente mais longo que a cabeça. Superficie dorsal cinerea
pare, tornando-se cinzenta nos lados, mais clara inferiormente. Cabeça
e 3/5; altura 4.» (Eigenmann & Eigenmann) 28 centimetros.
Habitat: Amazonas até Cupay. Rio Branco.
1) Cocutiens (Lat.)— que vê pouco,
À. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 38i
Hemicetopsis ', Bleeker
Nederl. Tijdschr. Dierkunde, I, III — 1863
Corpo alongado, cabeça obtusa, revestida de pelle e musculos, bocca
anterior com o labio superior recobrindo o inferior, dentes em uma se-
rie nos intermaxillares e mandibulares, comprimidos, incisivos, idem no
vomer, onde elles formam um crescente que acompanha a fila dentaria
intermaxillar; narinas anteriores mais afastadas que as posteriores, 6
barbilhões, os mandibulares em dous pares e todos encaixando-se n'um
sulco cutaneo, olhos pequenos, subcutaneos; abertura branchial estreita,
situada na frente da base das peitoraes, inferiormente; dorsal mediocre,
com 7 raios; peitoraes tambem mediocres e, como a dorsal, nos ma-
chos, tem o primeiro raio grandemente prolongado e constituido de pe-
quenas secções transversaes, obliquamente justapostas; ventraes peque-
nas, livres; adiposa ausente; anal elevada, longa; caudal moderadamen-
te entalhada; linha lateral simples. Vesicula natatoria atrophiada.
Especie conhecida :
353 — Hemicetopsis candirú ?, (Ag. & Spix)
Candirú
Est. 50 fig. 4.
Corpo alongado, moderadamente comprimido; cabeça mediocre, egual
á altura, 6 vezes no comprimento (até a base da caudal); bocca mo-
derada, anterior, com os labios espessos, papillosos, o superior recobrin-
do ligeiramente o inferior; dentes intermaxillares em uma fila, compri-
midos, incisivos, 4 em. cada intermaxillar, separados os dous grupos
por um interspaço consideravel; vomerinos um tanto mais largos, 8 em
cada lado, os posteriores os mais largos, quadrangulares no extremo
livre; narinas anteriores mais separadas que as posteriores de cerca de
1/2 vez; olhos pequenos, 4 vezes no espaço inter-ocular, situados 4 2
diametros das narinas anteriores; barbilhões subeguaes, encaixados n’um
sulco da pelle; abertura branchial egualando á base das peitoraes e si-
tuada justamente á frente d'esta, pelo lado inferior; dorsal situada ä
meia distancia da ponta do focinho e do início da anal; os seus dous
primeiros raios são muito alongados, sendo, no exemplar que ser-
ve a esta descripção, o primeiro de extensão quasi egual á que vae da sua
1) Hemicetopsis (Gr.). Hemi meio; cetopsis, genero referido.
2) Candirü, nome brasilico com os quaes são designados os peixes d'este grupo e outros
mais do genero Vandellia,
383 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
base 4 ponta do focinho; o ultimo raio quasi attinge a ponta do 3°;
peitoraes 1 e 1/2 na cabeça, terminando antes da metade da distancia
que vae ás ventraes, o seu primeiro raio é grandemente prolongado
chegando adiante da base destas ä uma distancia egual a que medeia
entre as narinas anteriores; ventraes pequenas, inteiramente livres, 4 meio
da distancia que vae do focinho ao extremo posterior da base da anal,
esta moderadamente elevada, de contorno arredondado ; caudal furcada,
coloração carnea, mais escura para o lado da dorsal; dorsal e peitoraes
denegridas com o primeiro raio branco. 28 centimetros.
Tabatinga, Jutahy, Tocantins, Içá, Pará, Cupaí, Huallaga e Rio Branco.
BUNOCEPHALIDÆ '
Forma anteriormente deprimida, um tanto rhomboidal, posteriormen
te comprimida; bocca infero-anterior, provida de dentes villiformes inter-
maxillares e mandibulares; 6 á 8 barbilhões sendo, no ultimo caso, dous
adnatos a base dos barbilhões maxillares; narinas, pequenas, desprovi-
das de barbilhões, isoladas entre si; olhos, pequenos, superiores, sem
palpebra livre: abertura branchial muito reduzida, transversalmente dis-
posta adiante da base das peitoraes; um póro peitoral atrás destas na-
dadeiras que são armadas de um forte aculeo deprimido mais ou me-
nos estriado e tendo os bordos anterior e posterior por sua vez muni-
dos de espinhos extrosos naquelle e entrosos n'estes, dorsal unica, pe-
quena, com 1+1 á 1+6 raios, com o aculeo flexivel, situado mais ou
menos sobre as ventraes; anal variavel, caudal pequena, redonda ou as
vezes com os raios externos prolongados. Pelle nua, ás vezes a linha
lateral é ligeiramente granulosa ou provida de placas pequenas.
As vertebras anteriores são coalescentes, com os processos lateraes
curvos para tráz e desenvolvidos a ponto de attingir o tegumento ex-
terno; cintura escapular muito desenvolvida, sendo os ossos perceptiveis
exteriormente. O intestino é curto, vesicula natatoria livre. Oviparos; em
um dos generos cujos costumes estão mais conhecidos, a femea traz os
ovos, após a postura, adherentes á face abdominal do corpo.
Habitat: Guyana e Norte do Brasil. No Brasil foram constatados
nos Rios Pará, Branco, Jutahy, Negro, Javary, Tajapurú e no Lago Avary.
1) Bunocephalus, genero typico ; eidos = semelhante,
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 383
Uma cinta dorsol
sobre o penduncu-
lo, anal. Anal lon-
ga, com 5l ä 57
| Nadadeira dorsal
desenvolvida com
1+4 raios, pedun-
culo caudal fila-) raios............ Platystacus.
Barbilhões mentaes | mentoso no terete
e post-mentaes ou quadrangular.
presentes.
| Pendunculo despro-
vido de crista dor-
enerosrepresen- sal anal curta com
CES no Brasil, ‘ 64 Siraios2 22. 521 Bunocephalus.
Nadadeira dorsal obliterada, com I +1
raio, pedunculo caudal comprimido, la-
mellanzelevadonge a en Bunocephalichthys.
Barbilhöes mentaes e post-mentaes auseutes.............. Dysichthys.
Platystacus ', Bl.
Ausl. Fische, VII — 1794
Corpo deprimido e rhomboide, de maior eixo longitudinal anterior-
mente, seguindo-se para traz o pedunculo caudal que é longo, compri-
mido e termina n'uma nadadeira pouco desenvolvida. Bocca pequena,
maxilla superior proeminente, intermaxillares com uma placa de dentes
villiformes, mandibulares idem; seis barbilhões, olhos pequenos, superiores ;
aberturas branchiaes pequenas; uma dorsal pouco desenvolvida com 1 + 5
raios; peitoraes com um forte aculeo deprimido, armado de espinhos
fortes nos dous bordos; os do anterior extrorsos, os do posterior en-
trorsos; processo coracoide e humeral desenvolvidos; ventraes pequenas
“com 6 raios situadas sob a dorsal; por detraz d'esta nadadeira segue-se
sobre a parte postero-superior do corpo, uma crosta formada de pequenas
placas verticalmente dispostas, em opposição a serie ventral em que se
articula os raios da anal que é muito longa, acompanhando toda a ex-
tenção do pedunculo, até a caudal, sem se unir a ella. A respeito de
sua reproducção diz Giinther: Bloch e Valenciennes encontraram o ventre
de muitos individuos deste genero coberto de curtos e macios appendices,
cada um dos quaes tinha uma base styliforme e uma dilatação discoide
terminal. Emquanto o primeiro considerou esta peculiaridade um ca-
racter especifico, o ultimo mostrou que estes appendices se desenvolvem
em certa edade; mas, ao passo que na pag. 430 elle diz que observou-os
somente em certas femeas, na pag 440, descreve um macho provido
com os mesmos orgãos. Estou habilitado, pelo exame de uma femea de
A. batrachus ( Platistacus aspredo), a mostrar que os peixes deste genero
pertencem áquelles siluroides que cuidam da prole e que os appendices
menccionados, servem para o fim de manter os ovos ligados ao ventre
materno. Os ovarios dos peixes examinados são dous saccos quasi vasios,
com as peredes espessas taes como se os ovos tivessem sido postos
1) Platystacus (Gr. Lat.) Platys = chato; acus (agulha) peixe agulha.
384 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
á pouco; alguns delles que não haviam se desenvolvido ainda, jaziam
entre as pregas do interior. Toda a superficie do ventre, thorax, garganta
e uma porção das nadadeiras peitoraes mostravam numerosas impressões
baixas a que ainda adheria uma parte dos ovos. Estes ultimos são dis-
postos em um unico plano e sendo corpos globulosos deixam entre si
pequenos espaços. Estes interspaços são cheios pelos appendices men-
cionados e a sua dilatação terminal é de um valor essencial em conservar
os ovos em sua posição. Se as bolsas dorsaes da Pipa fossem reduzidas
a meras impressões e as paredes entre ellas se transformassem em
fraldas, teriamos a mesma disposição que em Aspredo ( Platystacus ).
Tendo examinado muitos machos adultos e femeas de Aspredo, chego
á conclusão que somente as femeas trazem comsigo os ovos e que so-
mente ellas são providas de taes appendices. E’ mais que provavel que
na epocha da postura a pelle das partes inferiores torne-se esponjosa ;
que, depois da postura, a femea os liga a si, simplesmente fazendo pressão
sobre elles e que, a substancia esponjosa dentre os ovos, é absorvida
pela pressão dos ultimos, excepto nos interespaços onde adquire a forma
dos descriptos appendices. Os ovos, comtudo, são retidos não somente
pelos ultimos mas, tambem, pela adherencia á inteira superficie de pressão,
ainda que fracamente. Após a eclosão, as exclescencias desapparecem
e a pelle do ventre torna-se lisa como dantes. Os ovos têm um diametro
de 1/2 ä 2/3 de linha».
São tambem brasileiras as seguintes:
Focinho desprovi-fBarbilhôes maxillares sem um barbilhão sup-
do de aculeos, face plementar na base, processo humeral não
inferior da cabeça | excedendo posteriormente ao coracoide, Ps.
apenasiconrosibar=)| = 1.46, A534 97... 2: efeito rojois [Sento foto quo Et P. cotylephorus.
bilhões mentaes e}
post-mentaes. |
Especies.... |
Barbilhões maxillares com um outro supple-
mentar na base, processo humeral não ex-
cedendo ao coracoide posteriormente Ps.
ISAAC I cy lo snes NE EEE ES P. aspredo.
Focinho com uma serie transversa de 4 espinhos, face inferior
da cabeça com 4 serieside espinhos [224.0 er. nee. P. tibicen.
354 — Platystacus cotylephorus ', Bl.
Rabecca
Est. 51 fig. 1
DAS ANS TE PS AIR O AVS 6
Corpo anteriormente muito deprimido, de contorno rhomboide com
o maior eixo no sentido antero-posterior, sendo o menor eixo marcado
pela linha das peitoraes e o lado posterior do rhombo alongando-se
1) Cotylephorus (Gr.) Cotyles — glandula, umbigo ; phöros = portador,
(Jouy) ‘sninisdéy sXyyyoyeydeosoung — € “Std
pooqey — (9) ‘sn1oydo4}09 snopisáeld — 7 ‘SIA
(xıds 9 “Sy) 'mılpued sisdojaoiwiay] — I ‘SM
‘18 HUM 9 OUIQES ‘youd “qui JN ap Vv
“id ypruyos ‘f
IAX ‘I0A ‘EUOIIEN nosnW Op SOATYOIV
sv 307 faonNAlNCDIO DIINY I
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENE — PEIXES 385
gradualmente até a dorsal, donde o corpo se torna comprimido, adelga-
cando-se para a cauda. Focinho redondo, tres vezes na cabeça (até o
extremo posterior do operculo), bocca antero-inferior, tendo duas placas
rhomboides de dentes villiformes nos inter-maxillares; mandibulares com
duas outras mais longas, abertura oral 1/5 da distancia que vae do fo-
cinho á base da dorsal; barbilhões maxillares, attingindo a abertura
opercular; mentaes ou post-mentaes e estes attingindo a linha dos aculeos
peitoraes; olhos pequenos situados no início do 2º quinto da distancia
que vai da ponta do focinho á primeira dorsal; essa distancia é de 3
e 1/2 4 4 no comprimento total (incluindo a caudal); por detrás dos olhos
elevam-se duas cristas convergentes atraz da linha dos aculeos peitoraes,
dahi segue-se uma crista mediana até a placa articular da dorsal, que é
pequena. Processo coracoide ligeiramente divergente e humeral não exce-
dendo áquelle e tendo o póro peitoral por detrás da sua terminação.
Aculeos peitoraes attingindo a base da dorsal, tendo os espinhos margi-
naes envolvidos por membrana, ventraes articulando-se sob o início da
placa articular dorsal e não attingindo o extremo dos raios da dorsal;
57 placas verticaes formando a crosta dorsal do pedunculo. Pardo uni-
forme ou pardo maculado de claro.
“Habitat: no Brasil — rio Pari. Goyanas.
Segundo Göldi, este peixe é conhecido no Pará pelo nome de Rabecca.
355 — Platystacus aspredo ', (L.)
A. 51 & 55
«Cabeca grandemente deprimida; espatulada, largura interorbital,
3.e 1/2 na distancia entre a base das peitoraes e a ponta do focinho,
cabeça ampla, o: focinho projectando-se quasi em seu comprimento total;
cada maxilla com duas fachas de pequenos dentes. Barbilhões maxillares
attingindo a base das peitoraes, um barbilhão accessorio anterior; barbi-
lhões mentaes collocados junto aos labios e projectando-se até sobre os
post-mentaes, que são eguaes aos inter-orbitaes. Processo coracoide,
divergindo ligeiramente para traz, com o comprimento egual ao espaço
entre elles. Póro peitoral pequeno na extremidade do processo coracoide.
Processo humeral um pouco mais longo do que o coracoide e exceden-
do-o. Distancia entre a ponta do focinho e a dorsal 3 e 4/5 no com-
primento; primeiro raio dorsal raramente prolongado. Raios caudaes
externos ligeiramente prolongados. Aculeo peitoral como em P. fibicen
(achatado, curvo para cima e para traz, com a margem posterior provida
de uma serie de espinhos que são mais longos e mais fortes para a
ponta, e o anterior com os espinhos um tanto mais fracos, chegando a
1) Lat. Aspredo — (genero referido) asperesa.
6478 49
386 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
sua ponta adiante da origem das ventraes). Face dorsal parda purpu-
rea uniforme, ventral uniformemente clara, cambiando para purpureo claro
ou carmineo; dorsal escura, commummente com uma sombra mediana
na membrana interradial; caudal escura, excepto nos raios externos;
peitoraes sujas, ventraes usualmente brancas, com a metade posterior
geralmente escura; anal branca anteriormente, -tornando-se escura para
traz; barbilhöes maxillares mais ou menos escuro. Maior largura adiante
das peitoraes 5 e 2/3 á 6, no comprimento total. (Eigenmann & Eigen-
mann).
356 — Platystacus tibicen ', ( Temm.)
D.5— Ps. 1+8; Vs. 6; A. 57 4.58
Tambem assim descripto por Eigenmann & Eigenmann:
«Esta especie pode ser promptamente distincta pelos espinhos nasaes
(2); cabeca um tanto alongada, sub-conica. Largura interorbital cinco
vezes na distancia entre a base das peitoraes e a ponta do focinho.
Bocca estreita, o focinho pouco proeminente; dentes finos e compridos,
a facha intermaxillar continua. Barbilhão maxillar quasi attingindo a aber-
tura branchial; um barbilhão accessorio na margem anterior de sua base
ossea; face inferior da cabeça com quatro series irregulares de cirrhos,
a serie externa continuada posteriormente até atraz das peitoraes. Pro-
cesso coracoide divergindo posteriormente, seu comprimento cerca de 1
e 1/3 e 1e 1/2 na distancia entre as bases do mesmo. Processo hume-
ral coextensivo com o processo coracoide, o .póro peitoral quasi imme-
diatamente em baixo da sua terminação. Distancia entre a dorsal e a
ponta do focinho cerca de 4 no comprimento : primeiro raio dorsal gran-
demente prolongado, filiforme, um tanto mais comprido do que a sua
distancia do focinho. Raios caudaes externos ligeiramente prolongados.
Aculeo peitoral achatado, curvo para cima e para traz, sua margem
posterior com uma serie de aculeos que são maiores e mais fortes á
proporção que se aproximam do extremo, a anterior com os espinhos
um pouco fracos; a ponta do aculeo apparece além da origem das ven-
traes. Face dorsal chocolate: uma serie de manchas quadradas mais es-
curas em cada lado da prega dorsal, as quaes são mais ou menos
confluentes; face abdominal uniforme, quasi branca; nadadeiras dorsal,
peitoraes, caudal e parte posterior da anal de côr parda escura; ventraes
e parte anterior da anal claras; a face superior das ventraes é macu-
lada de escuro. Maior largura, adiante das peitoraes, cerca de 7 vezes
no comprimento ».
1) (Lat.) Tibicen — flautista.
2) (Uma serie transversa de quatro pequenos espinhos curvos, no lado superior do focinho,
dois delles pertencendo ao ethmoide e dois aos ossos nasaes — Günther).
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 387
_ Habitat: Goyanas; os 5 exemplares que serviram aos professores
Eigenmann eram de Curuca (Rio Muria) Estado de Pará, e mediam 20 á 22" /,.
Bunocephalus ', Kner.
Sitzungsber. Akad. Wissenschaft z. Wien, 17 Bd. — Hft. I pag. 95-1855.
Corpo deprimido na parte anterior, estreitando-se para a cauda abru-
ptamente; cabeça moderada, deprimida, granulosa-rugosa ; bocca anterior,
pequena com duas fachas de dentes villiformes em cada maxilla; seis
barbilhões moderados; narinas duplas, as anteriores ligeiramente tubulares;
olhos pequenos, superiores; aberturas branchiaes pequenas, fendidas
adiante da base das peitoraes; estas com um aculeo deprimido forte-
mente armado nas arestas externa e interna, sendo os aculeos
exteriores extrorsos e os interiores introrsos, os do extremo do aculeo
maiores; dorsal desenvolvida com cinco aculeos flexiveis; ventraes 1 +5;
A. 1 + 6: o pedunculo cylindroconico ou quadrangular; linha lateral
distincta, pelle revestida de papillas tuberculares.
No Brasil os peixes deste genero são encontrados no Amazonas
de serpa para cima. '
Maior altura menor do que [ caudal quadrangular; pardo maculado
3/4 da distancia que vae| de claro e escuro .......... B. verrucosus.
do focinho ä base das pei-
Especies brasi-| toraes; pedunculo.....
leiras (2). .
caudal terete, delgado; pardo cinereo
maculado de escuro......... B. bicolor.
Maior altura egual ou maior (Distancia entre a ponta do focinho e
do que a distancia que vae} a base da dorsal 2 e 1/2 no com-
do focinho à base das pei-| primento total; pardo com tres fa-
toraes ees le chas transversaes . . 2. 22.2.0. B. kneri.
Distancia entre af Aculeo peitotal at-
ponta do foci-| tingindo ás ven-
nho ea base da traes, pardo ma-
dorsal 2e 2/5 4{ culado de escuro B. gronovit.
2e 1/6 no com-
primento. .
‚Aculeo peitoral at-
tingindo a ponta
do processo co-
racoide. Pardo
maculado de cla-
ro e de escuro . B. scabriceps.
(1) (Gr.) Buno = tuberosidade; cephale = cabeça.
(2) Não tivemos ensejo de estudar B. iheringü, Boul. br. Zool, Soc. Lond. 1891,
388 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
357 — Bunocephalus verrucosus ', (Bl.)
ACAO.
São ainda Carl & Rosa Eigenmann que dizem:
«Cauda quadrangular, mais alta do que larga; corpo não muito
deprimido; altura da cabeça, na base do occiput, um tanto menor do
que 1 e 1/2 do espaço entre a ponta do focinho e a base da peitoral.
Placa nuchal larga, sua largura na base cerca de 3 e 1/2 no comprimento ;
uma ruga transversa na sua base voltando-se abruptamente para traz e
para cima exteriormente; uma outra ruga transversa na frente desta e
ligada á primeira descripta por uma ruga mediana, continuação da
placa nuchal. Largura interorbital maior do que o comprimento do fo-
cinho. Barbilhões maxillares chegando um pouco a frente da origem das
peitoraes; barbilhões mentaes quasi attingindo os post-mentaes, estes
quasi do comprimento da distancia interorbital. Dentes em duas fachas
em cada maxilla. Processos coracoides parallelos, do comprimento da
distancia que medeia entre elles. Processo ‘humeral attingindo o meio
do aculeo peitoral. Póro peitoral fendido. Pelle cá e lá recoberta de
tuberculos. Distancia entre a dorsal e a ponta do focinho 2 e 1/2 no
comprimento total. O aculeo peitoral ligeiramente curvo; chegando a frente
do da ponta do processo coracoide e tendo os lados com espinhos recur-
vados que são maiores ao passo que se aproximam da ponta. Pardo
escuro, ponteado e maculado de mais claro e mais escuro; ventre um
tanto mais claro, com maculas pardas um tanto grandes, todas as nada-
deiras de côr parda escura, tendo os raios pequenas maculas transpa-
rentes, as pontas das dorsaes anaes e ventraes transparentes. 11 mun.»
Habitat: Serpa, Amazonas abaixo do Madeira.
358 — Bunocephalus bicolor ?, Steind.
A. Tä8
«Cauda longa e delgada. Cabeça e corpo grandemente deprimidos
sendo a altura, no occiput, contida duas vezes na distancia que vae da
ponta do focinho á base das peitoraes. A placa nuchal é uma delgada
crista baixa e as cristas e rugas da cabeça baixas, não proeminentes.
Maior largura da frente das peitoraes pouco maior do que 1/3 do com-
primento total: perfil um tanto deprimido atraz dos olhos. Largura inte-
rorbital egualando ao focinho mais os olhos. Barbilhões maxillares
1) Verrucossus, (Lat.) = cheio de verrugas.
2) Bicolor. (Lat.) = de duas cores,
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 389
chegando quasi 4 base das peitoraes; os mentaes aos post-mentaes
que egualam ao espaço interorbital, dentes pequenos, villiformes, em
duas fachas em cada maxilla. Processo coracoide convergindo ligeira-
mente, no minimo de comprimento da distancia entre as suas bases. Póro
peitoral presente. Parte superior da cabeça comparativamente lisa, focinho,
parte inferior e cauda, densamente coberta de tuberculos. Distancia entre a
dorsal e a ponta do focinho 2 e 1/4 no comprimento. Aculeo peitoral attin-
gindo as ventraes, tendo nos bordos espinhos recurvos. Cinereo-pardo, es-
curo, mais pardacento no jovem; alto da cabeça e nuca claros maculados
de escuro; cauda mais escura; tres areas claras no lado dorsal ventre ma-
culado de mais claro; nadadeiras pardas escuras com as pontas dos raios
claros. 50 4 73 millimetros ». (Eigenmann & Eigenm.).
Habitat: Jutahy, Cudajás (Amazonas até Huallaga.)
359 — Bunocephalus knerii *, Steind.
A. 7—8
«Caudal delgada, terete, altura no occiput 1 e 1/2 no espaco entre a
ponta do focinho e a base das peitoraes. A placa nuchal é uma delgada
crista baixa; rugas da cabeça menos proeminentes do que em quaesquer
outras especies. Espaço inter-orbital egualando ao focinho mais a orbita.
Barbilhão maxillar attingindo a base das peitoraes; barbilhões mentaes
apenas mais compridas do que os olhos, post-mentaes cerca do dobro.
Processos coracoides muito curtas, eguaes a cerca de 1/2 da distancia
entre elles. Pelle espessamente verrugosa, a face inferior da cabeça menos
tuberculada. Distancia entre a dorsal e a ponta do focinho 2e 1/2 no
comprimento. Ponta do aculeo peitoral á meia distancia entre a ponta
dos processos coracoides e da origem das ventraes. Lados cinzentos es-
curos com uma serie de maculas claras; cabeça mais clara manchada
de obscuro; cerca de tres fachas transversaes cinzentas escuras sobre a
dorsal; caudal denegrida, maculada e marginada de clara; outras nada-
deiras claras, pontuadas ou manchadas de cinzento, comprimento 35 mil-
limetros.» (Eigenm. & Eigenm.)
Habitat: Tabatinga, Javary, Cudajás e Canelos. ( Amazonas e tribu-
tarios desde Cudajás até Canelos).
360 — Bunocephalus gronovii ?, Bleek.
D.5; Ps. 1+5; A. 6;C. 10
«A distancia entre 0 focinho ¢ a origem da dorsal cerca de 1/3 do com-
primento total, a que vae até a orla opercular 7 e 1/2 vezes contida no mesmo
1) Knerii— de R. Kner, illustre naturalista de Vienna, creador do genero Bunocephalus.
2) De L. Gronow, allemão que residia na Hollanda e que havia descripto e figurado o peixe
em questão no seu livro Museo Ichthyologico, em 1754,
300 ARCHIVOS DÔ MUSEU NACIONAL
comprimento; a maior largura adiante das peitoraes & egual 4 1/4 do
comprimento total; a maior altura, na gibbosidade anterior á dorsal,
egual a cerca de 1/5 desse comprimento ou 1/2 da distancia entre a
ponta do focinho e a dorsal. O hiato oral é terminal, estreito, ambas as
maxillas são providas de grupos allongados de dentes villiformes. Os
barbilhões do canto da bocca chegam até além da base das peitoraes, os dous
posteriores do labio inferior que é papilloso, são muito curtos e finos, os
dous mais afastados para traz da garganta com o dobro do comprimen-
to destes. Olhos pequenos, 5 diametros separam-n'os um do outro, 3
da orla do focinho, 1 das narinas posteriores; a abertura nasal anterior é
prolongada em um pequeno tubo. O alto da cabeça assim como os lados
da parte anterior do corpo nodulados pelas callosidades e rugas que ahi se
encontram. As duas protuberancias anteriores, limitam em cada lado, os
olhos adiante e atraz; tres tuberculos maiores projectam-se ao longo do
meio da parte posterior do pescoço, um atraz do outro; e em cada lado dos
mesmos eleva-se uma ruga longitudinal; mais para traz ha uma outra qui-
lha mediana, moderadamente aguçada, que se projecta abruptamente so-
bre a dorsal. Tambem a cintura escapular constitue, sobre as peitoraes,
nodosidades salientes e se dirige para traz, sobre as peitoraes em um pro-
cesso ponteagudo, por detraz do qual ainda se encontra um tuberculo re
dondo, um pouco mais alto em cada lado. Posteriormente a cintura es-
capular constitue duas largas laminas, ligadas no meio por uma sutura
e projectando-se para traz em um processo acuminado, terminal, que
attinge a origem da dorsal. Todas estas saliencias são de granulações
de tamanho variavel, tuberculiformes, que tambem recobrem a base da
dorsal e mesmo todo o aculeo das peitoraes. A dorsal origina-se um
pouco adiante do meio do comprimento total do corpo, o seu primeiro raio
flexivel é um pouco mais curto do que o segundo e mais longo, caudal re-
donda. Pelle recoberta de papillas conicas que se avolumam sobre a linha
lateral, de modo a tornarem quilhados os lados do pedunculo. Porus late.
ralis semilunar. Côr pardacenta, maculada de mais escuro, especialmente ao
longo da linha lateral; dorsal, anal e caudal de côr parda-escura uniforme
ou apenas maculadas nos raios, peitoraes e ventraes mais claras, fasci-
adas de escuro.» (Kner).
Habitat: Barra do Rio Negro.
361 — Bunocephalus scabriceps ', Eigenm, & Eigenm.
A. 6
E’ assim descripto pelos seus descobridores :
« Distingue-se pelo extremo desenvolvimento das protuberancias da ca-
beça. E’ apenas conhecido pelos typos. Cauda delgada, acuminada. Cabeça e
1) Scabriceps (Lat. Gr.) scabet = aspero; ceps= cabeça,
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 391
corpo altos a altura na base do processo occipital apenas menor do que
a distancia da ponta do focinho ä base das peitoraes. A placa nuchal
é uma delgada crista com dous altos callos e com outro callo em sua
base; uma crista transversa na base da placa nuchal, dirigida externa-
mente para traz; entre os olhos ha uma crista baixa, duas cristas pro-
jectam-se para traz, tornando-se convergentes para traz e formando uma
figura lyriforme; cada lado deste processo lyriforme provido de tres
callos; uma crista projectando-se dos olhos para a frente e, encontran-
do-se com a sua correspondente na ponta do focinho. Espaço interor-
bital eguzlando ao focinho mais os olhos. Olhos quasi lateraes. Barbi-
lhões maxillares attingindo quasi a base das peitoraes; os mentaes não
attingindo os post-mentaes e estes menores do que a largura do espaço
interorbital; dentes villiformes em duas estreitas fachas em cada maxilla.
Processos coracoides convergindo para traz sendo as margens do osso
coracoide marcadas por cristas salientes que, com os processos, formam
a figura lyriforme; o comprimento dos processos é quasi egual ao espa-
ço entre elles. O processo humeral estende-se á quasi o meio do aculeo
peitoral. O póro peitoral grande, fendido. Pelle cá e lá revestida de pe-
quenos tuberculos. Distancia da dorsal da ponta do focinho 2 e 1/6 no
comprimento. Aculeo peitoral attingindo a ponta do processo coracoide,
tendo ambas as margens com fortes espinhos cada vez mais fortes para
a extremidade do aculeo. Dorso maculado de pardo claro e denegrido ;
ventre mais uniformemente pardo ; todas as nadadeiras de côr parda escura
manchadas de mais claro. A maior largura adiante das peitoraes 3 vezes
no comprimento. Dous exemplares de .04 a .043 m».
Habitat: Jutahy.
Bunocephalichthys ', Bleek.
Nederl. Tydschr. Dierk. I pg. 118 — 1863.
Corpo anteriormente deprimido, posteriormente comprimido; um acu-
leo e um raio dorsaes rudimentares; aculeo peitoral provido de espinhos
no lado posterior (internos) da ametade terminal; dous barbilhões labiaes
(maxillares) dous mentaes e dous post-mentaes; ventraes situadas logo
atraz da dorsal, anal elevada; raios de todas as nadadeiras (excepto a
dorsal) bifidos. Especie conhecida :
1) Bunocephalus — genero acima referido; ichthys = peixe,
392 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
362 — Bunocephalichthys hypsiurus ' (Kner.)
Est. 51 fig. 2
Dieses. TIR SE AVS LED E Aare,
Corpo em forma de guitarra, anteriormente deprimido, posteriormente
comprimido de tal modo que da anal, para traz, é perfeitamente lamellar.
Pelle granulosa como a de um sapo. Cabeça de largura maior que o
comprimento, é contida 4 e 2/3 no comprimento; focinho proeminente
por dous tuberculos contiguos, anteriores; maxilla superior projectando-se
além da inferior, tendo as narinas anteriores tubulares na base dos tuber-
culos citados; entre estas e a base do barbilhão labial ha outro tuber-
culo menor que fica situado sobre o angulo da bocca; atraz desse tuberculo
ficam as narinas posteriores, crescentiformes, de concavidade posterior ;
logo atraz das narinas anteriores, ficam os olhos, pequeninos sobrepu-
jados por um tuberculo ceratoide; o diametro ocular é egual ä 1/4 do
comprimento do focinho que é muito pouco menor do que a distancia
ante-ocular e eguala ä que vae de vertice á vertice dos tuberculos super-
oculares. Abertura oral justamente egual ao diametro inter-ocular; a
mandibula tem os ossos muito salientes e reunindo-se, na symphyse, em
angulo bastante accentuado; os dentes são substituídos por papillas der-
micas que, na maxilla, superior, formam uma facha de egual altura, em
toda a largura da bocca; da base dos barbilhões labiaes partem os labios
inferiores, delgados, que formam com os ossos mandibulares uma fossa
externa no angulo da bocca; os barbilhões labiaes têm a base muito
espessa e attingem á abertura das guelras, os mentaes são muito curtos
e os post-mentaes de pouco os excedem; os mandibulares espessam-se
na sua parte articular, de modo a formar um tuberculo inferior; atraz
deste mas do lado de cima e sobre a linha do contorno lateral da cabeça,
ha outro tuberculo donde parte uma crista baixa para traz; por detraz
deste tuberculo, no contorno, só ha um tuberculo humeral, donde parte
outra ruga baixa, parallela ä primeira citada, seguida de outra mais baixa
acompanhada duma crista que se dirige para traz, em curva, buscando
a base da dorsal. Por detraz de cada um dos tuberculos oculares, se-
gue-se uma fila de tres outros em linha um tanto curva, de concavidade
virada para dentro; na linha mediana ha tres outras predorsaes ; os primeiros
post-oculares estão em connexão com o primeiro predorsal, por uma
ruga baixa e com elles, por esse modo, formam a figura de um M. As
peitoraes são relativamente grandes, tendo o aculeo flexivel, membra-
noso, na extremidade ainda que offerecendo ahi, posteriormente, os de-
senhos de aciculos extrorsos.
O annel escapular, inferiormente, apparece por debaixo da pelle dese-
nhando o contorno de um escudo; a dorsal é rudimentar.
1) Aypsiurus (Gr.); de hypsi, ao alto e oura, cauda.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIESE — PEIXES 393
As ventraes marcam o plano em que comeca a lamina caudal abru-
ptamente elevada, ä uma distancia da base do raio dorsal que eguala
ao comprimento do aculeo dessa nadadeira; as ventraes distam entre
si, anteriormente, cerca do proprio comprimento; ellas são dispostas quasi
que verticalmente e terminam pouco depois da papilla genital. Em segui-
da encontra-se um callo oblongo que marca a origem da anal; esta é
arredondada e de altura egual ao comprimento.
A linha lateral estende-se do segundo tuberculo predorsal á base da
cauda com uma serie de pequenos tuberculos marginada superior e infe-
riormente por uma outra parallela de tuberculos menores; bordo superior
e inferior do pedunculo parallelo 4 partir do inicio da anal, ligeiramente
recortado nas proximidades da caudal; esta nadadeira redonda, maior
altura 6 e 2/3. O exemplar que serviu a presente descripção, mede 8
centimetros de comprimento; é cinerio obscuro uniforme. Encontrei-o no
Museu em um frasco sem indicação de especie alguma.
Habitat :
DYSICHTHYS ! Cope
Pr. Acad. Nat. Sci. Philad. 133 — 1874
«Cauda curta; anus quasi equidistante entre a ponta do focinho e
a base da caudal; anal com menos de 10 raios; dorsal bem desenvol-
vida, com cinco raios, o ultimo dos quaes adnato; cabeça mais alta do
que a porção posterior da cauda, 2 barbilhões (nos maxillares sómente). »
(Eigenm. & Eigenm).
363 — Dysichthys australe ? Eigenm. & Ward.
D ISA PP IRA AVE RO ARE CAIO)
«Corpo delgado, sua maior largura na base das peitoraes 3 e 1/4
no comprimento; altura na origem da dorsal 6 vezes no comprimento ;
cabeça deprimida; focinho redondo; duas rugas divergindo de perto da
porção central do focinho, correndo para traz por cima dos olhos, encon-
trando-se ainda para formar a crista nuchal, deixando uma depressão
em diamante entre as rugas; crista nuchal continuada para traz até a
base da nadadeira dorsal; uma crista em cada lado começando no operculo
e correndo parallela ás cristas lateraes e nucaes; as rugas e verrugas
da cabeça bem desenvolvidas; espaço interorbital muito concavo; a parte
da crista que limita a orbita especialmente forte; uma verruga adiante e
outra atraz dos olhos. Estes collocados quasi lateralmente em baixo das
1) Dysichthys (Gr.); de Dys, privação e ichthys, peixe (referencia a falta dos barbilhöes).
2) Australis (Lat.) austral, do sul.
6378 50
394 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
rugas; olho 1 e 1/2 no focinho, 7 vezes na cabeça, 3 vezes no espaco
interorbital; barbilhöes maxillares näo chegando ä base das peitoraes
por 1/4 do seu comprimento. Processo coracoide parallelo posteriormente ;
seu comprimento 2 vezes na distancia entre os dous. Processo humeral
ligeiramente mais curto; pelle cä e lä recoberta de papillas muito cons-
picuas, as dos lados do corpo arranjadas em cerca de 7 filas; distan-
cia da dorsal ä ponta do focinho 2 e 1/2 vezes no comprimento ; aculeo
peitoral armado, em ambos os lados, de longos ganchos. Pardo escuro,
maculado de mais claro, nadadeiras de um pardo claro; ventre macu-
lado de branco; cabeça 5; altura 6, largura 3 e 1/4.
Habitat: Paraguay, Corumbá.
AUCHENIPTERIDAE '
Corpo longo, comprimido; cabeça curta, focinho curto com as ma-
xillas sub-eguaes, 6 barbilhöes, os mentaes em uma unica fila post-labial ;
ossos da cabeça mediocremente desenvolvidos; fontanella projectando-se
até o occipital, processo occipital terminando em parabola sobre a placa
predorsal e curto; membrana branchiostega ligada ao isthmo; cintura
esternal saliente; processo post-clavicular curto, com um aculeo dorsal
mediocre; adiposa pequena, na parte posterior da anal; peitoraes mode-
radas, ventraes amplas, äs vezes unidas entre si, posteriores ä dorsal;
anal longa caudal furcada e linha lateral em zigue-zague.
| Adiposa ausente . . . .. Epapterus
Generos conhecidos
| SE presenteni aaa Auchenipterus
Epapterus ?, Cope
Pr. Am. Philos. Soc. XVII — 677 - 1878
Forma alongada, comprimida, perfil superior mais arqueado que o
inferior; cabeça curta, com os ossos recobertos de pelle; bocca anterior,
sem dentes; 6 barbilhões teretes; olhos lateraes, sub-cutaneos; fonta-
nella longa, chegando ao occipital; processo occipital longo, membrana
branchiostega unida ao isthmo ; dorsal rudimentar, 1 + 3; adiposa ausente;
coracoide e humeral ponteagudos; peitoraes com aculeos fortes; ventraes
com 14 raios; anal longa; caudal emarginada e linha lateral em zigue-
zague.
Especie conhecida:
1) Auchenipterus, genero typieo e, eidos semelhante.
2) Epapterus (Gr.); de epi em cima a, sem e pteron, nadadeira.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 395
364 — Epapterus dispilurus ', Cope.
DAMES PAGE
« Alongado, fortemente comprimido ; perfil ventral quasi recto, dorsal
fracamente arqueado. Cabeça curta, sua maior altura um pouco menor
que a maior largura que é 1 e *; no proprio comprimento; superficie dos
ossos aspera, coberta de pelle espessa. Fontanella continuada até o oc-
cipital. Processo d’esse nome egualando, em comprimento, ä mais do
dobro da largura, redondo posteriormente e unido á placa dorsal. Lados
e orla anterior da placa dorsal emarginados, amplamente furcada por
detraz, os ramos da bifurcação projectando-se muito á frente da dorsal
e mais longos do que o resto da placa. Olhos grandes, lateraes, 1 vez
no focinho, 3 vezes na cabeça e 1 e 1/2 no espaço interocular. Barbilhões
attingindo o início das ventraes; maxillas sub-eguaes, largura da bocca
1 e 1/2 na largura da cabeça, no angulo. Rastros longos e delgados, 13 +23.
Póro peitoral presente. Linha lateral em zigue-zague, com numerosos
ramos. Distancia entre a dorsal e o focinho 5 vezes no comprimento ;
o aculeo pouco mais comprido que a pupilla. Caudal emarginada; 5
vezes no comprimento. Anal muito longa, a distancia entre sua origem
e o focinho 2 e 1/2 no comprimento. Ventraes chegando muito adiante
da origem da anal, 1/4 mais longas do que a cabeça. Aculeo peitoral
forte, attingindo as ventraes, seus lados e bordo externo lisos, o interno
denticulado, 1 e 1/3 na cabeça. Dorso mais escuro ; cabeça, nuca e região
humeral com maculas redondas escuras; uma nodoa escura no centro
de cada lobo caudal; pagina superior das peitoraes maculada.
Cabeça 5 e 4/5, altura 5; comprimento 13 centimetros». (Eigenm.
& Eigenm.).
Habitat: Alto Amazonas, Javary.
AUCHENIPTERUS ?, Cuv. & Val.
Hist. Nat. Poiss. XV, 154-1840
Forma alongada, comprimida; cabeça revestida de pelle, de perfil
superior recto, obliquo, o que pela opposição do inferior, lhe empresta
um perfil cuneiforme. Bocca anterior, com as maxillas sub eguaes e dentes
nos inter-maxillares e mandibulares; 6 barbilhões teretes, os mandibu-
lares n’uma unica linha post-labial; narinas anteriores labiaes; fontanella
longa, larga, de bordos sub-parallelos, projectando-se até o occipital por
um sulco posterior; processo occipital mediocre, de contorno posterior
parabolico; olhos lateraes, contiguos ao angulo da bocca. Membrana
branchiostega unida ao isthmo. Cintura esternal vigorosa, com o post-
1) Dispilurus (Gr.); Dis = duas vezes; spile = macula; oura = cauda.
2) Auchenipterus (Gr.); de auchen, pescoço: nuca e pferon, asa (nadadeira).
398 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
367 — Auchenipterus fordicei ' Eigenm. & Eigenm.
D.1+6; A. 46; Vs. 13 4 14
«Corpo curto, elevado, comprimido. Cabega curta, sua largura egual
á distancia entre a ponta do focinho e o meio do operculo; altura na
base do processo occipital, pouco menor do que a sua largura. Alto da
cabeça coberto de pelle muito fina, superfície dos ossos estriada. Pro-
cesso occipital de comprimento egual ao dobro da largura, parabolico
posteriormente, na união da placa predorsal; esta profundamente enta-
lhada na frente e atraz, menos nos lados; seu comprimento na linha me-
diana 2 e 1/2 vezes no diametro ocular. Olhos 1 no focinho, 3 e 1/5 na
cabeça, 2 e 1/3 no espaço interocular. Barbilhöes niaxillares chegando
adeante da base das ventraes, sua base ossea, não attingindo o meio
dos olhos; barbilhões mentaes chegando ao meio das ventraes; post-
mentaes não attingindo o meio das peitoraes. Focinho redondo na fren-
te, maxillas quasi eguaes, largura da bocca, no rictus, 1 e 3/5 na do
focinho, no mesmo logar. Dentes como em A. nuchalis. Distancia entre
o aculeo dorsal e o focinho 3 e 1/2 no comprimento; aculeo dorsal 1
e 1/4 na cabeça, delgado, sua margem, anterior lisa, a posterior com
dentes curtos; sua ponta, quando deprimida, chegando a vertical do ex-
tremo do primeiro terço das ventraes. Caudal 4 e 2/5 no comprimento.
Origem da anal equidistante entre o focinho e a base da caudal. Ven-
tiaes grandes, 1/6 mais compridas do que a cabeça, com os raios in-
ternos ligados por uma membrana, as pontas dos raios mais longos,
chegando ao 8.º ou 9.º raios anaes. Aculeo peitoral longo e delgado, 1
na cabeça, curvo, chegando um pouco adeante da origem das ventraes,
com a orla externa lisa, a interna com dentes recurvados, agudos. Póro
peitoral grande. Quasi uniforme, dorso um pouco mais escuro do que a
parte inferior, raios internos das peitoraes e ventraes escuros; pontas dos
raios anteriores da anal escuras, nadadeiras claras uniformes. Cabeça
cinco, altura do aculeo dorsal, cinco; maior altura 4 e 3/5.» (Eigenm. &
Eigenm.)
Habitat: Esta especie foi fundamentada sobre um exemplar de 12
centimetros de comprimento, procedente do lago Coary.
AGENEIOSIDÆ *
Forma alongada, comprimida; cabeça curta, larga, deprimida anterior-
mente com a parte superior revestida de pelle; bocca antero-inferior com uma
facha de dentes villiformes nos intermaxillares e mandibulares: barbilhões
rudimentares geralmente com a base ossificada, os mentaes sempre ausen-
1) Fordicei (Latinização). De Fordice.
2) Ageneiosus, gen. typico; eidos semelhante,
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENE — PEIXES 399
tes e os post-mentaes sómente presentes em um genero; olhos lateraes,
posteriores ao angulo da bocca, sub-cutaneos; aberturas branchiaes
amplas, se prolongando até o isthmo: fontanella longa, se projectando
até a base do processo occipital; este curto, mais ou menos Y-forme ;
nadadeira dorsal com um aculeo, articulada sobre as peitoraes; estas
moderadas, ventraes largas, as vezes reunidas por uma commissura pos-
terior; adiposa pequena, sobre a parte posterior da anal; esta longa,
baixa; caudal furcada obliquamente ou verticalmente truncada. Linha la-
teral simples, recta ou em zigue-zague, vesicula natatoria atrophiada ou
quando desenvolvida, dividida em cellulas moderadas e tendo um septum
longitudinal mediano.
As especies brasileiras conhecidas, distribuem-se pelos seguintes
generos :
Linha lateral simples;
barbilhões post-men-
Caudal truncada .. taesgspresentesie en > Tetranematichthys
Linha lateral ramosa;
barbilhões post-men-
taesimausentes em" Pseudageneiosus
Can dal TURC Ad SE ee No ora o ee Ageneiosus
TETRANEMATICHTHYS ', Bleeker.
Nerderl. Tijdschrift Dierkunde, I, 108 - 1863.
Corpo comprimido, cabeça moderada, com os ossos superiores nús ;
bocca anterior, barbilhões atıophiados, os mentaes totalmente ausentes,
olhos mediocres, lateraes, dorsal mediocre, adiposa pequena, caudal trun-
cada, anal longa; linha lateral simples; vesicula natatoria livre na cavi-
dade abdominal, dividida longitudinalmente por um septo mediano.
Especie unica:
368 — Tetranematichthys quadrifilis *, (Kner)
DEC WAN ATV PS ME TOR ECO!
«Comprimento da cabeça quatro vezes no total; largura adiante das
peitoraes apenas um pouco mais estreita, a maior altura sob o inicio da
dorsal quasi 1/5 do cemprimento total. Contorno rostral semicircular, a
1) Tetranematichthys (Gr.); de tetra, quatro; nema, fita, barbilhäo e ichthys peixe,
2) Quadrifilis (Lat.) = com quatro fios, isto é barbilhões,
400 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
bocca occupa toda a sua largura, os intermaxillares apenas excedem um
pouco os mandibulares, e tanto aquelles como estes possuem estreitas
fachas de dentes, apenas perceptiveis, externamente mais finos; o bar-
bilhão maxillar, villiforme, fica dissimulado numa prega sobre o angulo
da bocca e é mais curto do que o barbilhão mandibular que lhe fica
inferior e attinge a vertical dos olhos. Estes ultimos ficam bem poste-
riores ao angulo da bocca, são de tamanho moderado e sub-cutaneos,
ao contrario da granulosa parte superior da cabeça. As narinas que ficam
entre os olhos são tambem pequenas. Os pharyngeanos superiores têm
placas alongadas de grossos dentes compostos ou cardiformes. O aculeo
dorsal é 1/3 mais curto
do que o raio seguinte,
que não attinge total-
_ mente a altura do corpo;
: O fulcrum da nadadeira,
| até sob o qual chega a
| Carapaça, é notavelmen-
' te expesso; o aculeo das
| peitoraes mais curto do
“| que aquelle e que os
raios articulados seguin-
tes, é porém, fracamente
FIG. 144 — Tetranematichthys quadrifilis, seg. Kner dentado no bordo exter-
no e mais fortemente no
interno. As peitoraes attingem o início da anal, cuja base comprehende
mais de 1/3 do comprimento total, até os raios accessorios da caudal e
cujos raios diminuem um pouco a altura para a sua parte posterior. A
pequenina e pontuda adiposa fica sobre o extremo da anal.
Linha lateral simples. Póro peitoral apenas perceptível. A coloração
parece parda uniforme, a anal marginada de negro, ao longo da linha
lateral ha uma estria denegrida.
A vesicula natatoria é dividida por uma constricção em duas partes,
uma anterior, arredondada e outra posterior mais comprida e terminando
em ponta; ella occupa todo o comprimento da cavidade abdominal e
encontra-se anteriormente e em cada lado em um sacculo provavelmente
em relação com os orgãos do ouvido. A parede capsular longitudinal
mediana prolonga-se pelas duas camaras da vesicula, só na posterior
porém, partem della septos transversos, pelos quaes a sua concavidade
se torna dividida em cellulas mediocremente numerosas. O estomago é
grande, o tubo digestivo recto, os rins ficam á esquerda, os orgãos se-
xuaes constituem saccos pares, fechados. (Sobre ovarios, pelo conteúdo
elles não permittiram decidir com segurança.» (Kner).
Deste raro peixe é o Museu de Vienna possuidor do unico exem-
plar até hoje conhecido; esse exemplar mede cerca de nove centimetros.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 401
Pseudageneiosus !, Bleeker
Nerderl. Tydschrift. Dierkunde. 1, 1863.
Forma alongada, comprimida: cabeça curta, deprimida; focinho de
contorno semicircular, com a mandibula reentrante; dentes villiformes,
em facha nos inter-maxillares e mandibulares ; barbilhöes maxillares os
unicos presentes, de base ossea, não attingindo o angulo da bocca;
olhos sub-cutaneos, lateraes, posteriores ao angulo da bocca; articula-
ção da dorsal sobre a base das peitoraes, ventraes largas, adiposa
pequena, sobre a parte posterior da anal; anal baixa, com os raios
anteriores maiores, caudal obliquamente truncada. Linha lateral em zigue-
zague, ramosa. Aberturas branchiaes se prolongando até o isthmo.
Fontanella ampla, chegando ao processo occipital; parte superior da
cabeça recoberta de pelle.
Especie brasileira.
369 — Pseudageneiosus brevifilis ?, (Cuv. & Val.)
Mandubi
Est. 52, fig. 2.
D. 1+6; A.34
Corpo comprimido, maior altura 5 vezes no comprimento (sem a
caudal). Cabeca cuneiforme, 3 e 2/3, com o perfil inferior horizontal,
parallelo ao plano do corpo, perfil superior obliquo sobre o mesmo
plano, um tanto concavo pela forte elevaçäo do processo occipital;
contorno rostral parabolico, bocca ampla com a maxilla superior exce-
dendo um pouco a inferior; barbilhöes attingindo o angulo da bocca;
olhos logo em seguida a este, 3 e 1/3 no focinho e 6 vezes na cabeca;
fontanella se projectando até a base do processo occipital, este regu-
larmente chanfrado no extremo posterior e de bordos fracamente
concavos; todos os ossos da cabeça recobertos de pelle; aculeo dorsal
robusto, obtusamente denticulado no bordo anterior, pouco menor que
as nadadeiras peitoraes; aculeo destas fraco, flexivel, não denticulado
porém transverso e obliquamente estriado, as nadadeiras chegam fran-
camente á axilla das ventraes; estas não reunidas por commissura
posterior; anal um tanto falciforme pela elevação dos raios anteriores;
adiposa sobre o ultimo terço da anal; caudal obliquamente truncada,
com uma reentrancia fraca entre os lobos e o inferior redondo,
1) Pseudagenelosus (Gr.); de pseudos, falso ; “ageneiosos, genero referido.
2) Brevifilis (Lat.) com os fios (barbilhões) curtos.
6478 5 As Ve ng | 54
402 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Parte superior, axilla, pagina superior das nadadeiras pares, dorsal
e adiposa pardas; uma larga facha obscura marginando a caudal; face
ventral alvadia (em alcool), 32 centimetros. Maior comprimento registado
5 decimetros.
Habitat: Amazonas, Paraguay.
Ageneiosus ', Lacép.
Hist. Nat. Pois. V, 132, 1805
Corpo comprimido, de perfil superior e inferior convexos; dorsal
anterior, superior á axilla das peitoraes; cabeça cuneiforme, anterior-
mente deprimida, contorno superior do focinho mais ou menos largamente
parabolico, pelo desenvolvimento dos intermaxillares, dentes em facha
nos intermaxillares e mandibulares; barbilhões maxillares os unicos
presentes, com a base ossificada, quando muito apenas attingindo o
angulo posterior da bocca; olhos lateraes, subcutaneos; fontanella longa,
chegando ao processo occipital, mais ou menos; este mais ou menos
Y-forme; todos os ossos do alto da. cabeça delgados, revestidos de
pelle; abertura branchial ampla, chegando até o isthmo; ventraes largas
com 7 a 8 raios, ás vezes reunidas por uma commissura posterior; anal
baixa: caudal profundamente furcada; linha lateral em zigue-zague, ra-
mosa nos lados; vesicula natatoria atrophiada.
Anal não chegando a. 35 raios 2u..e te. era ai a o dante, = ee A. brevis,
Especies brasileiras barbilhöes Rit 38-39... . A. dawalla.
| [Olhos6e1/2a7 formes Mis. An Ag. A A. dentatus.
A.38-44... Jel/2na a
Olhos 7 e 1/2 a 8 vezes na cabeça. A. ucayalensis.
1) Ageneiosus (Gr.) = imberbe; isto é, sem os barbilhões mentaes e post mentaes.
2) Ageneiosus atronasus pertence a este grupo e differe de A. brevis em ter o pediculo do
barbilhão espinhoso.
Ageneiosus atronasus, Eigenm. & Eigenm.
Dis +/63 A730:
«Corpo da mesma largura que a altura sob o aculeo dorsal. Cabeça curta, deprimida, não
muito elevada por detrás dos olhos; perfil quasi recto, muito menos abrupto que em A. brevis;
cabeça coberta por pelle delgada, com a superficie ossea longitudinalmente rugosa, a maior
largura da cabeça 1 e 1/3 do seu comprimento; largura no rictus 1 e 1/2; o focinho como em
brevis largamente redondo na frente.
Fontanella curta, terminando no centro dos olhos porém continuando como um sulco para trás
até a margem posterior dos olhos. Processo occipital apenas de comprimento egual 4 sua largura
basilar, coossificado com a placa dorsal, suas rugas superficiaes um tanto granulares. Olhos 1 no
focinho, 3 e 1/3 na cabeça, 2 no espaço interocular.
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A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 403
370 — Ageneiosus brevis ', Steind.
D. 1+6; A. 32 a 34
«Comprimento da cabeça até o extremo osseo das coberturas das
guelras 3 e 1/3 maior altura do tronco, sob o aculeo dorsal 4 e 1/2
vezes no comprimento do corpo, diametro ocular 3 e 1/2, comprimento
do focinho um pouco mais de 3 vezes, largura da bocca, entre os an-
gulos, um pouco menos do que 2 vezes no comprimento da cabeça.
Ossos no lado superior da cabeça estriados e só recobertos por
pelle muito fina. A metade anterior da cabeça mui fortemente deprimida ;
olhos grandes, ovaes, recobertos por uma ‘pelle opaca, posteriores ao
angulo da bocca e dirigidos em parte para o lado inferior da cabeça.
Barbilhões maxillares no curto rudimento externo pedicular dos
maxillares superiores, curto e delgado, não ramificado. Dentes ponte-
agudos, villiformes. Intermaxillares projectando-se circularmente para a
frente e excedendo de pouco os mandibulares; focinho largo anterior-
mente, curvo em amplo arco. Por trás da fronte se eleva o perfil su-
perior da cabeça muito abruptamente até a base do aculeo dorsal. Este
ultimo é mui finamente denticulado na orla anterior e um tanto forte-
mente na posterior.
A parte rija do aculeo dorsal excede o focinho de pouco em com-
primento, o primeiro e mais elevado raio da mesma nadadeira, eguala
ao comprimento da cabeça mais meio ou todo um diametro ocular.
——_ eee
1) Brevis (Lat.) = curto,
Porção ossea dos barbilhões maxillares 2/3 no comprimento total dos mesmos, projectando-
se a metade de sua extensão ä frente do rictus, sua margem inferior mui finamente crenulada
junto 4 ponta. Focinhö curto como em A. brevis, quasi 2 no espaco interocular.
Maxilla superior por toda a extensão estreitamente proeminente, com a facha intermaxillar
de dentes como em A. brevis. Linha lateral em zigue-zague, com ramificações partindo dos
angulos. Distancia da dorsal ao focinho 2 e 3/5 no comprimento; o aculeo dorsal*1 e 1/3
na cabeça, aspero naifrente e tendo curtos dentes na margem interna, excepto junto á base.
Espaço interdofsal 2 e 1/2 no comprimento, adiposa alta e curta. Caudal furcada, com
os lobos ponteagudos, 1 na cabeça. Origem da anal 3/5 mais proxima da base da caudal do
que do rictus. Ventraes chegando 4 anal, le 4/5 na cabeça. Aculeo peitoral como ode A. brevis,
um pouco mais curto, 1 e 1/2 na cabeça. Dorso purpureo; cabeça punctulada superior e infe-
riormente de purpureo; labio superior purpureo escuro, o inferior mui estreitamente marginado ;
uma: facha lateral obscura formada de manchas escuras; punctulação pequena acima-da anal,
todas as nadadeiras mais ou menos punctuladas de purpureo, a caudal estreitamente marginada
desta côr. Cabeça 3 e 3/5, altura, sob a dorsal 6, sobre a anal 5; D. 1 +6, A. 30. 95 centimetros.
(Eigenm. & Eigenm.) Estes autóres presumem ser A. atronasus procedente do Brasil,
404 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
O aculeo das peitoraes é sempre distinctamente mais longo e mais
forte do que o da dorsal; é deprimido e provido de denticulações muito
curtas no bordo externo e mais robustas no interno (do mesmo modo
que o dorsal). Póro peitoral distinctamente visivel.
O primeiro raio peitoral chega incidentemente ao mesmo comprimento
que o da dorsal; a ponta das peitoraes excede um pouco as ponteagu-
das ventraes; as ultimas egualam, em comprimento, a cabeça com
excepção do focinho. A adiposa é muito estreita na base, comquanto
mediocremente elevada; a caudal é entalhada profundamente em forma
semilunar na orla posterior. Os lobos caudaes terminam posteriormente
em ponta e o superior é um pouco mais longo que o inferior. A linha
lateral emite, de todo o curso, pelo tronco até a caudal, certas ramifi-
cações para cima e para baixo e é delicadamente anfractuosa em zigue-
zague. Troncos e nadadeiras immaculados, 11 centimetros.» (Steindachner).
Habitat: Coary, Javary — Amazonas.
371 — Ageneiosus dawalla ', Schumb.
Mapará ; Lalau.
D. 1+6; A. 38 4 39.
«Cabeça 3 e 1/3; quando as guelras são contrahidas, ella é 1/3
mais longa do que larga, quando muito abertas a differença não é maior
do que 1/5. O contorno horisontal do focinho é parabolico. A maxilla
superior avança mais que a inferior, todas duas têm uma facha de dentes
villiformes; o paladar não tem dentes. O barbilhão maxillar é reduzido
a um filamento mais fino que um cabello, o qual excede, entretanto, a
commissura e chega até os olhos. A fenda oral occupa 1/2 da extensão
da cabeça. Os olhos, immediatamente posteriores á commissura e quasi
sem bochecha inferior a si, occupam o sexto desse comprimento em
diametro e ficam a mais de quatro diametros um do outro; as narinas,
os operculos, as membranas branchiostegas, são como em A. valenciennesi ;
os aculeos, quer o dorsal quer os-peitoraes, são muito delgados, sem
denticulações, mais curtos de metade que as nadadeiras, bastante rudes
entretanto para não terem perdido o caracter de aculeos. De resto, as
nadadeiras são dispostas pouco mais ou menos como em A. valenciennesi.
A linha lateral tem as mesmas ondulações e os mesmos ramos. O joven
que serviu de motivo a esta descripção e cujo tamanho não excede de
11 centimetros, parece, no alcool, cinzento, com largas maculas ou
fachas irregulares e pholigonos de um pardo desbotado. A dorsal e as
1) Dawalla, nome pelo qual os Aruaks designam este peixe,
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 405
quatro nadadeiras pares são de cor parda obscura; a anal e caudal
coloridas como o corpo; garganta e abdomen alvadios.» (Cuvier & Va-
lenciennes.)
Habitat: Amazonas, Guyana.
372 — Ageneiosus dentatus ', Kner.
D. 1+6; A. 4
Moderadamente alongado, comprimido; altura 4 e 1/2 (sem a caudal).
Cabeça deprimida, cuneiforme; bocca infero anterior, com os intermaxil-
lares proeminentes, descrevendo um semi-circulo completo; facha dentaria
intermaxillar de altura egual á 1/2 do diametro ocular, mandibula reen-
trante, com os dentes föra de contacto com os da maxilla superior; bar-
bilhão maxillar não attingindo o angulo da bocca ; fontanella se projectando
até o nieio do occipital; processo desse nome V-forme, com as hastes
mais curtas que a base; olhos tres no focinho, 6 e 1/2 na cabeça; dorsal
originando-se na vertical da axilla peitoral, com o aculeo delgado, pro-
vido de denticulações obtusas no bordo anterior. Aculeo peitoral recto,
egualando ao comprimento que vae da ponta do focinho ao bordo ocular
posterior, maior que o aculeo dorsal e serrilhado no bordo posterior;
depois da dorsal o perfil superior se eleva e depois desce em curva
fraca até a caudal; a adiposa, pequena, porém espessa, fica sobre o
ultimo quinto da anal; esta é baixa; as ventraes são largas porem não
reunidas posteriormente por uma commissura caudal furcada. O exem-
plar que serviu á presente descripção, conservado em alcool, é de cor
escura superiormente, nas axillas e pagina superior das peitoraes, sendo
os lados e parte inferior do corpo branco; maior comprimento regista-
do — 25 centimetros.
Habitat: Amazonas e Magdalena.
373 — Ageneiosus ucayalensis ? Casteln.
D. 1+6; A. 43
«Corpo alongado, quasi do mesmo comprimento que a largura, na
frente das ventraes, tornando-se fortemente comprimido aträs destas.
Cabega recoberta de pelle, muito deprimida, focinho pontudo, espatulado ;
superficie dos ossos longitudinalmente rugosa. Fontanella continuada para
träs por um sulco até junto do processo occipital. Este da mesma lar-
gura que o comprimento, firmemente unido á placa dorsal. Largura da
cabeça pouco mais do que duas vezes no proprio comprimento; largura
1) Dentatus (Lat.) = provido de dentes.
2) Ucayalensis — do rio Ucayale.
406 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
do rictus apenas menor do que a maior largura. Olhos lateraes, tres e
meia a quatro vezes no focinho, sete e meia a oito na cabega, tres e
meia no espaço interocular. Barbilnöes maxillares simples, não attingindo
o angulo da bocca. Comprimento do focinho maior do que a largura
interocular. Abertura da bocca duas vezes € um terço na cabeça. Dentes
como em À. valenciennesi, com altura da facha intermaxillar, na frente,
egual ao diamentro ocular. Membrana das guelras confluente com a pelle
do isthmo por detrás dos olhos. Rastros, 5 + 12; poro peitoral pequeno.
Linha lateral em zigue-zague, ramosa. Distancia entre o aculeo dorsal e
a ponta do focinho 3 e 2/5 a 3 e 1/5 no comorimento da cabeça; o
aculeo 2 a 21/5 da cabeça, delgado, flexivel com pequenos dentes nas
margens. Distancia entre a dorsal e adiposa quasi duas vezes no com-
primento, adiposa alta e curta, egual 4 metade do comprimento da dorsal.
A caudal é profundamente furcada, com os lobos ponteagudos, 4 e 1/2
no comprimento. Origem da anal equidistante da base da caudal e do
ricto ou da margem posterior dos olhos. Ventraes attingindo a anal e
duas vezes na cabeça; aculeo peitoral liso na sua margem externa, ex-
cepto junto da base; sua margem interna serrilhada; muito mais delgado
do que em A. dentatus; duas vezes na cabeça. Superficie dorsal azul
escura, tornando-se abertamente pallida sobre os lados; nadadeiras pal-
lidas; cabeça 3 e 4/5 a 4; altura em baixo da dorsal 7 e 1/3 a 8 e 1/2,
de cima da anal 5 e 3/4 Br. 11. 26 centimeiros». (Eigenmann & Eigen-
mann).
Amazonas e tributarios, Paraná, Cuyabá, Rio Puty.
HYPOPHTHALMIDÆ '
Forma alongada, comprimida, cabeça com os ossos delgados, reticula -
dos;bocca anterior, edentula ou com dentes villiformes nos intermaxillares,
mandibulares e vomer; 6 barbilhöes variaveis; olhos lateraes, sobre o
angulo da bocca ou sobre a articulação dos mandibulares; processo «cci-
pital delgado, muito afastado da dorsal; abertura das guelras projectando-
se até o isthmo; rastros numerosos, altos; rudimento de lingua sub-cu-
taneo, bifido; dorsal sobre a parte anterior da anal, peitoraes moderadas,
ventraes pequenas, adiposa idem sobre a parte posterior da anal, que é
longa e baixa; caudal iurcada; linha lateral recta, com reticulações pro-
duzidas por entrecruzamento de bifurcações dos ramos lateraes supe-
riores e inferiores, os quaes quasi attingem os bordos superior e inferior
do perfil lateral; vesicula natatoria atrophiada.
Genero brasileiro:
1) Hypophthalmidæ (Gr.) Hypophthalmus, genero typico; eidos, semelhante.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENE — PEIXES 407
Hypophthalmus !, Spix.
Pisc. Bras. 16 — est. 9 — 1829.
Caracterisado principalmente pela ausencia de dentes sobre o vomer,
mandibulares e intermaxillares, é representado pela especie unica:
374 — Hypophthalmos edentatus ?, Spix.
Manduby
Corpo alongado, comprimido, contorno superior mais arqueado que
o inferior; cabeça alongada, deprimida anteriormente, de perfil que faz
lembrar vagamente o da cabeça de um robalo e com os ossos muito
delgados, reticulades e revestidos de pelle fina; bocca ampla, anterior,
edentula, mandibula prognatha; olhos sobre a articulação mandibular,
mediocres 11 e 1/2 vezes na cabeça; operculo estriado; abertura bran-
chial projectando-se até a symphisis; rudimento de lingua bifido, sub-
cutaneo; rastros numerosos, finos, villiformes e altos, constituindo uma
escova cesophagiana; em vez de fontanella um sulco que se prolonga
até o processo occipital, este delgado e mediocre 3 e 1/3 no comprimento
da cabeça; dorsal afastada do processo occipital e sobre o 2º nono do
comprimento da anal; peitoraes mediocres, attingindo, porém, a parte
posterior dos raios internos das ventraes; estas pequenas, tendo o anus
posterior ä sua base e quasi attingindo, com a ponta dos raios exteriores,
o início da anal; esta, baixa e longa, com os raios anteriores um tanto
maiores que os posteriores; caudal amplamente furcada, com os raios
externos prolongados, muitos raios accessorios superior e inferiormente
e o lobo inferior mais robusto que o superior. Linha lateral recta, cur-
vando-se junto á caudal para o lobo superior e emittindo, em toda a
extensão, raios collateraes para cima e para baixo, os quaes attingindo
as proximidades das orlas superior e inferior se curvam para trás; os
ramos superiores emittem outros para cima e para a frente e os inferi-
ores para cima e para trás, rectos, e como todos estão situados em
distancias eguaes e teem direcção parallela entre si, segue-se que nas
visinhanças da linha lateral, parte dita, forma-se uma recticulação que
faz lembrar o contorno das escamas dos ganoides, ao passo que os
inferiores e superiores lembram a disposição das escamas do genero
Callichthys ou dos fosseis; em os dois lados de cada ramo ha pequenos
tubos onde se abrem póros mucosos.
1) Hypophthalmus, (Gr.) Hypo, em baixo; ophthalmus, olhos.
2) Edentatus (Lat.) — desdentado.
408 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Os barbilhöes säo fimbriados e variam de comprimento, sendo que,
no exemplar que serviu á presente descripgäo, os maxillares attingem a
base das peitoraes, os mentaes a base das peitoraes e os post-mentaes
a orla opercular. A’s vezes a extensäo € maior. Comprimento 42 cent.
o maior registrado, 1/2 metro.
E’ este um dos peixes mais curiosos da fauna brasiliense e o es-
tudo do seu desenvolvimento merece a attenção dos que se occupam
com os problemas da phylogenia dos animaes. Com effeito, os seus
caracteres, tanto externos como internos, säo muito aberrantes e pro-
mettem favorecer grandemente as pesquizas de sua evolucäo.
Habitat: Amazonas e tributarios, Rio Paraná.
BIBLIOGRAPHIA
BIBLIOGRAPHIA
Ancistrus brevipinnis, Regan — Xenocara brevipinnis, Regan, Trans. Zool. Soc.
Ancistrus damasceni
Ancistrus cirrhosus,
London, XVII, 3º parte—252 e 257—1904; o mesmo, Annals
& Mag. Nat. Hist. XVII (7º Ser.) — 97 — 1906; Xenocara
brevipinnis, Steind. Sitzungsber. Akad. Wien CXVI — Bd.
488— 1907.
(Steind.) = Aenocara damasceni, Steind. Akad. Anzeigen,
XVII, 292 — 1907.
Cuv. & Val. = Hypostomus cirrhosus e H. temminckii, Cuv.
& Val. — XV, 378 e 3801840; Val. em D'Orbigny: Voyage
dans |" Am. Merid. Poiss. IX, est. VII, ig. 3 — 1847; Ancistrus
cirrhosus, A. dolichopterus, Kner, Denkschrift, Akad. Wien,
VII, 272 e 274, est. III, fig. 1— 1854; "Ancistrns temminckü
Bleeker, Silur. Surin. 11, est. 1, fig. 3e est. 2, fig. 2 — 1864;
Chaetostomus hoplogenys, C. lencostictus, C. cirrhosus, e C.
dolichopterus Günther, Cat. V. 247 a 249 — 1864; Chaetosto-
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287 e 288, est. XV, figs. 2 e3— 1871; Ancistrus cirrhosus,
A. hoplogenys, A. leucostictus, e A. temminckii Eigenmann y
Eigenmann, Pr. Calif. Acad. Sci. 2°. 2º Ser. 47 e 48—1890;
os mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci. —l. 445, 446 e
448 — 1890; os mesmos, Pr. U.S. Nat. Mus., XIV, 43, 1891;
Chaetostomus cirrhosus, C. leucostictus, Boul. Trans. Zool.
— Soc. London, XIV, 31—1806, Chaetostuma cirrohosum e
C. hoplogenys Berg. An. Mus. B. Aires, V, 275 e 277
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genys, X. cirrhosa, Regan, Trans. Zool Soc. London XVII,
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412 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
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genm., Proc. Calif. Acad. Sci.—2!, 2! Ser. 48 — 1890; os
mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad. Sci. I, 445 e 446—
1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus, XIV, 43 — 1891;
Xenocara stigmatica, Regan, Trans. Zool. Soc. London,
XVII, 3% parte —253 e 259 —1904; A. de Miranda Ribei-
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Hemipsilichthys gobio (Lutks.)— Xenomystus(preoccupado) gobio, Lutken, Ichthyogra-
phiske Bidrag — Videnskabelige Meddelelser i Kjöbenhavn—
217, est. IV—1874; Hemipsilichthys gobio, Eigenm.y Eigenm.
Pr. Calif. Acad. Sci. — 2°, 2° Ser. 46—1890; Occas. Papers
Calif. Acad. Sci., 438 — 1890; os mesmos, Plecostomus hey-
landii, Boulenger, Annals y Mag. Nat. History, 7? ser. V,
165 —1900. Hemipsilichthys gobio, Regan, Trans. Zool. Soc.
London, 221 —1904
Hemipsilichthys cameroni, Steind.—Hemipsilichthys cameroni, Steindachner, Ue-
ber einige Fischarten aus dem Flusse Cubatäo, im Staate
Sta. Catharina bei Theresopolis (Brasilien) pag. 1, est. 1,
fig. 1, est. II, — Sitzungsber. Akad. Wien — Bd. CXVI —
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Hemipsilichthys duseni, Mr. Rib.— Hemipsilichthys duseni, Alípio de Miranda Ri-
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n. 1—1908.
Neoplecostomus granosus (Cuv. |& Val) — Aypostomus granosus, Cuvier & Valen-
ciennes, Hist. Nat. Poiss. XV, 371—1840, Plecostomus gra-
nosus, Günther, Cat. V, 237—1864; Plecostomus microps,
Steindachner, Süsswasserfische. Brasilien (III), 130, est.
XII —LXXIV Bde. Sitzungsber. Akad. Wien — 1876; Neo-
plecostomus granosus e N. microps, Eigenm. & Eigenm. Pr.
Calif. Acad. Sci — 2º 2º Ser. 42 — 1890; os mesmos, Occas.
Papers Calif. Acad. Sci. I, 395, 1890; os mesmos, Pr. U.
S. Nat. Mus. XIV, 40, 1891; Ncoplecostomus granosos, Re-
gan, Trans. Zool. Soc. London, XVII — 3º parte, 306 —
1904.
Plecostomus emarginatus (Cuv. & Val.)— Hypostomus emarginatus, Cuv. & Val.
Hist. Nat. Poiss. XV, 369—1840 — Hypostomus squalinus,
Schomb. Fishes Brit. Guiana, III, 142, est. 2— 1841; Aypos.
tomus horridus e H. emarginatus, Kner, Denkschrift Akad.
Wien, VII, 259 e 260 — est. 1, figs. 1 e 2— 1854; Plecos-
tomus emarginatus e P. horridus. Günther, Cat. V, 232 e 233
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE
PEIXES 413
— 1864; Plecostomus scopularios e P. biseriatus, Cope. Pr.
Acda. Philad. pgs. 55 e 285, est. 16, figs. 1 e 2— 2871:
Plecostomus virescens, o mesmo, op. cit. 137 — 1874; Plecos-
tomus horridus, Peters. Monatsber. Akad. Berl., 471 —
1877; Plecostomus villarsi, Lutken, Overs. Dan. Selsk, 211
— 1874; Plecostomus virescens, Cope, Pr. Am. Philos. Soc.
XVII, 681 — 1878; Plecostomus tenuicauda e P, villarsi,
Steindachner, Denkschrift Akad. Wien, XXXIX, pgs. 40
e 42, ests. VI e VII; Plecostomus tenuicauda Steindachner,
Denkschrift Akad. Wien XLII, 63— 1888; Plecostomus annae,
o mesmo , Denkschrift, XLIII, 112 —est. III fig. 2 —1881;
Plecostomus emarginatus, P. biseriatus, P. villarst, P. vi.
recens, e P. annae Kigenm. y Eigenm. Pr. Calif. Acad.
Sci., 2. Ser. 1°, 167, 1889; os mesmos, : Occas. Papers
Calif. Acad. Sci., —I, 397, 398, 401, 408 e 409 —1890; os
mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 40 e 41—1891; Plecos.
tomus emarginatus, Regan, Trans. Zool. Soc. London, XVII,
parte 3°, 204 e 210 — 1904; ?. tenuicauda Regan, Annals
& Mag. Nat. Hist. Ser. 7º, — vol. XVII, pag. 94 — 1906.
Plecostomus wertheimert, Steind. — Plecostomus wertheimeri, Steindachner, Sit-
zungsber. Akad. Wien (Ueber eine Plecostomus-Art aus
Brasilien) LV Bd. 701 — est. I—1867; Pseudancistrus wer-
theimeri, Kigenm y Eigenm., Pr. Calif. Acad. Sci—2°, 2?
ser., 45—1890; os mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad. Sci.
I, 435, 436—1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV,
42—1891; Plecostomus wertheimeri. Regan. Trans. Zool. Soc.
London, XVII, 3: parte, 205 e 218—1904.
Plecostomus vaillanti, Steind = Plecostomus vaillanti, Steindachner, Süsswasser-
fische Sudöstliche Brasiliens (IV), 9 — Sitzungsber. Akad.
Wien LXXVI—1877; Eigenm. y Eigenm. Pr. Calif., Acad.
Sci—2* ser. 1º, 169—1888; 0s mesmos, Occas. Papers. Calif.
Acad. Sci. I, 398 e 407—1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat.
Mus. 41—1891; Regan, Trans. Zool. Soc. London, XVII,
204 e 210 — 1904.
Plecostomus wuchereri, Gunther — Plecostomus wuchererie P. brevicauda, Gunther,
Cat. V, 235 — 1864; Pl. Lima, Lutken, Overs. Selskaab,
n. 3—70 — 1873; o mesmo, Vidensk, Selsk. Skr, 5
Raekke, A. 12, Bd. II, 140 — 1875; Steind. Sussewasser-
fiche Sudöstlichen Bras. 121, Sitzungsber, Akad. Wien.
LXXIV — 1876; Pl. lutkent, o mesmo Sitzungsber, LX;
VI, 217 — 1877; Pl. vermicularis, Pl. lutkeni, Pl. wuche-
reri Eigenmann y Eigenmann, Pr. Calif. Acad. Nat, Sci.
414
ARCHIYOS DO MUSEU NACIONAL
2º, Ser. I, 170 e 171 — 1898; os mesmos, Occas. Papers.
etc. I, 399, 400, 411 e 413 — 1891; os mesmos, Pr. U.S.
Nat. Mus. XIV, 41 — 1891; Plecostomus vermicularis, Boul.
Trans. Zool. Soc: London, XIV, 2º parte 30 — 1896; Ple-
costomus wuchereri e Pl. luetkeni, Regan, Trans. Zool. Soc.
London, XVII, 205, 216 e 217— est. X, fig. 2— 1904.
Plecostomus obitusirostris, Steindachner, Sitzungsber, Akad.
Wien. CXVI, 4901907.
Plecostomus agna, Mir. Rib. = Plecostomus agna, Alipio de Miranda Ribeiro,
Peixes do Iporanga) — Lavoura, anno XI, n. 5 — Maio de
P g
1907.
Plecostomus tietensis, Rud. Ihering e P. metensis, Rud. Ihering e Tate Regan,
Ann. & Mag. Nat, History, Ser. 7-XV de 1905, 569.
Plecostomos verres (Cuv. & Val.) = Hypostomus plecostomus e P. verres Cuv. y
Val. XV, 361 e 365 — 1840; Plecostomus bicirrhosus, Gun-
ther (parte) Cat. V. 231 — 1864; Plecostomus carinatus,
Steind, Denkschrift Akad, Wien, XLIII, 108, est. IV, fig.
2 — 1881; Plecostomus carinatus. Eigenm. y Eigenm., Occas.
Papers Calif. Acad. Sci. I, 398 e 416 — 1890; os mesmos,
Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 40 — 1891 Plecostomus verres e
Pl. carinatus, Regan. Trans. Zool. Soc. London, XVII,
204-209 — 1904.
Plecostomus plecostomus (L.) — Loricaria plecostomus, Linnaeus, Syst. Naturae, 508
— 1766; Bl. Ichthyol. VIII, 374; Bl. & Schn. 124 — 1801;
Hypostomus guacary, Lacép., V, 145 — 1803; Loricaria flava,
Shaw, Zool., V, 38 — est. CI— 1805; Zypostomus plecostomus,
Schomburgk, Fishes Guiana, I, 139 — 1841; Kner, Denks-
chrift. Akad. Wien. VII, 263—1853; Plecostomus bicirrhosus,
Gronow, Cat. 158— 1854; Aypostomus robini, Gill, Ann,
Lyc. N. York, VII, 46— 1858; Plecostomus brasiliensis,
Bleeker, Sil. Surin. 7 Nat Verh. Holl. Maats. XX — 1864;
Plecostomus bicirrhosus, Günther, Cat. V, 231 — 1864; Kner
& Steindachner, Abhandl. Bayer. Akad. X, 60 — 1865;
Hensel, Wiegmns, Archif für Naturg.. 75 — 1870; Steind.
Flussfissche Südamerica II — 109. Denkschrift Akad. Wien.
XLIII, 1881; Plecostomus flavus, Eigenm. y Eigenm, Bull.
Soc. Philomatique, Setima serie, IV, 155 — 1880; P/ecos-
tomus plecostomus e P. seminudus, Eigenmann y Eigenmann,
Pr: Calif; Acad. Seis, 280 Send 1687 e 2169 1889; M0S
mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci. —I, 398, 408 e
409 — 1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 40 e 41
— 1891; Plecostomus boulengeri, Eignm, & Knnedy. Pr. Acad.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 415
Philad. 502 — 1903; Pecostomus guacary, Regan, Trans.
Zoolog. Soc. London, VXI, 203 e 205 — 1904;
Eigenm, & Ward, Annals Carnegie Museum, IV, n° I,
122— 1907.
Plecostomus macrops, Eigenm. & Kigenm.— Plecostomus macrops, Eigenmann
& Eigenmann, Pr.Calif. Acad. Sci.—2? Ser. I. 170— 1889;
os mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci. —I, 399 e
410 — 1890; Pl. pantherinus Boul. Ann. & Mag. Nat.
Hist, vol. 10, n. 55, pag. 9, — 1892; Plecostomus terres-
tris, Boul. Pr. Zool. Soc. London, 525 — 1895; o mesmo,
Trans. Zool. Soc, Lond. XIV, 2? parte, 30,est. V — 1896;
Plecostomus latirostris, Pl. terrestris e Pl. macrops, Re-
gan. Trans. Zool. Soc. London, 3* parte, 204, 213 e 214
— est. XI, fig. 1, — 1904.
Plecostomus garmani, Regan — Plecostomus lima e Pl. lima atropinnis, Ei-
Plecostomus
unae,
genm. y Eigenm. Ocas. Papers Calif. Acad. Sci — 399,
409 e 410 — 1890; Plecostomus lima, os mesmos, Pr. U.
S. Nat. Mus. XIV, 41— 1891; Plecostomus garmani, Re-
gan. Trans. Zool. Soc. London, XVII, 3* parte, 205 e
214, est. X, fig. 1 — 1904. Ann. & Mag. Nat. Hist., Ser.
7%, vol. XVII, 95 - - 1906. Plecostomus paulinus, Pl. her-
manni. Rhud. Ihering & Regan. Ann. & Mag. Nat. Hist.
Ser. 12, XV, 560 — 1905.
Steid. — Plecostomus robinii, Gunther, Cat. V, 236 — 1864;
Steindachner, Susswasserfische Sudostlichen Brasilien, III,
118, Sitzungsber. Akad, Wien, LXXIV, — 1876; Plecosto-
unae, Steindachner, Sitzungsber Akad. Wien (Ichthyol,
Beitr. VI), 383 — 1878; Plecostomus robini, Figenm. y Ei-
genm. Pr. Calif. Acad. Sci. 2º Ser. I, 170 — 1889%e Occas.
Papers Calif. Acad. Sci. — I, 400 e 412 — (nec synonyma)
1890 ; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 41 — 1891;
Plecostomus unae, Regan, Trans. Zool. Soc. London, XVIII,
3: parte, pags. 205 e 215 — 1904.
Plecostomus commersoni (Cuv & Val.) = Hyppostomus commersoni e H. punc-
tatus, Cuv. & Val. XV, 364 e366 — 1840; Valenciennes in
d’Orbigny, Vovage dans 1'Amérique Meridionale, IX,
Atlas 2,est VII, fig. 2 — 1847; Hypostomus subcarinatus,
Casteln. Anim. Nouv. etc., Poiss. 42, est. X, fig. 1—
1855. Plecostomus commersoni e P. punctatus, Gunther,
Cat. V, 232 — 1864; Plecostomus spiniger, Hensel, Wieg-
“man's Archif für Naturgeschichte, 1, 73 — 1870 ; Plecosto-
mus affinis, Steindachner, Sitzungsber. Akad. Wien.,
LXIV, 685 —1876. P. limosus, P. commersoni, P. commer-
416 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONL
soni afınis e P. c. scabriceps, Eigenmann y Eigenmann,
Pr. Calif. Acad. Sci.— 2% Ser. I, 167 e 168 —1899 ; os
mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci. — I, 398 e 405
— 1890 ; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. vol. XIV, 40 —
1891; Plecostomus aspilogaster, Cope, Pr. Am. Philos Soc.
XXXII, pg. 100, fig. 14—1894; Pl. commersont, Pl. ce.
afınis, Berg. Peces de Agua Dulce, An. Mus. B. Aires —
— Tomo IV, II Ser: vol. ’II—- 139, 141 — 1895. Plecosto-
mus commesoni e P. puntactus, Regan. Trans. Zool Soc.
London XVII, 3º parte. 204 e 206 — 1904; A. de Miranda
Ribeiro, Lavoura, anno XI, n. 5, 188 — 1907.
Plecostomus alatus (Cast.) — Hypostomus alatus, Castelnau, Anim. Nouv. etc.,
pag. 41, est. XX, fig. 1 — 1855; Plecostomus alatus, Gün-
ther, Cat. V, 234= 1864; Pl. Froncisct, Lutk, Overs:
Dansk, Selsk, n. 3, pag. 39 — 1873; P. francisci, Pl. ala-
Zus Lutken, Velhas Flodens, Fiske, Videnskab. Selsk. Skr.
5 Raekke — 143, 144, II e III — 1875; Engenm. y En-
genm. Occas. Papers. Calif. Acad. Sci.—I, 399 e 410 —
1890; os mesmos, Pr. U. S, Nat. Mus. XIV, 41 — 1891;
Plecostomus alatus Regan, Trans. Zool. Soc. London XVII,
parte 3º — 204 e 211 — 1904; Plecostomus regani, Rud.
Ihering & Regan, Annals & Mag. Nat. Hist. 7º Ser. Juny
— 1905.
Plecostomus auroguttatus (Rner) = Hypostomus auroguttatus, Kner, Denkschrift
Akad. Wien VII, 269 —est. II, fig. 3— 1854; 4. aspera-
Zus Castellnau, Anim. Nouv. etc. 41, est. XX, fig. 2—
1855; Plecostomus auroguttatus, Gunther, Cat. V, 234 —
1864; Plecostomus jonhii, Steid. Sitzungsber Akad. Wien
LXXIV parte 1,691 — 1876; Pl. auroguttatus, Steindachner,
Denkschrift Akad. Wien XLIV — 6 — 1881; Plocostomus
auroguttatus, Pl. jonhü, Eigenm. y Eigenm., Occas. Pa-
pers Calif. Akad. Sci. —I, 399, 400, 410 e 413 — 1890;
os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus, XIV, 41 — 1891; PU.
auroguttatus, Regan, Trans. Zool. Socc. London, 205 e
217 — 1904; Pl. johni, Eigenm & Ward, Ann. Carnegie
Museum. IV, n. II, 122 — 1907.
Hemiancistrus scaphirhynchus (Kner) — Ancistrus scaphirhynchus Kner, Den-
kschrift, Akad. Wien, VII, 280, est. III, fig. 2 — 1854;
Chaetostomus scaphirhynchus, Günther, V, 244 — 1864;
Hemiancistrus scaphirhynchus, Eigenm. y Eigenm. Pr.
Calif. Akad. Sci. 2º Ser. 2º, 43 — 1890; os mesmos, Occas.
Papers. Calif. Acad. Sci. I, 419— 1890; os mesmos, Pr.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 417
U. S. Nat. Mus. XIV, 41 — 1891; Kindle, Ann. Acad. N.
York. VIII, 254 — 1895; Regan, Trans. Zool. Soc. Lon-
don, XVII, 3% pte, 223 e 231 — 1904.
Hemiancistrus pictus (Kner) — Ancistrus pictus e A. brachyurus, Kner, Die Hy-
postomiden, etc. Denkschrift Akad. Wien, VII, 277 e 279—
est. IV, figs. 1e 2—1854; Chaetostomus pictuse C. brachyu-
rus, Günther Cat. V, 242— 1864; Hemiancistrus pictus e A.
brachyurus. Eigenm. & Eigenm., Pr. Calif. Acad. Sci. 2, 2°
Ser. 43-1890; os mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci.
I. 418—1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. 41—1891;
Kindle Ann. N. York. Acad. Sci. VIII, 254—1895; Ancis-
trus brachyurus, Regan, Trans. Zool. Soc. London., 3º pte.,
223 e 231 — 1904.
Hemiancistrus vittatus (Steind.)—Chaetostomus vittatus, Steindachner, Denks-
chrift Akad. Wien (Beitr. z. Kenntniss Flussfische Suda-
merika's) XLIII, 115— 1882; Hemiancistrus vittatus,
Eigenm. & Eigenm., Pr. Calif. Acad. Sci, 2°, 2? Ser. 44—
1890; os mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I, 421—
1899; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 41— 1891;
Kindle, Ann. Acad. N. York. VIII, 254 — 1895; Ancis-
trus vittatus Regan, Trans. Zool. Soc. London, XVII,
223 e 232 — 1904.
Hemiancistrus oligospilus (Günther) = Chaetostomus oligospilus, Günther Cat.
V, 244 — 1864; Hemiancistrus, oligospilus. Eigenmann &
Eigenmann, Pr. Calif. Acad. Sci.—2°, 2? Ser., 43—1890; os
mesmos, Ocas. Papers Calif. Acad. Sci. I, 420—1890 ; os
mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 41—1891. Kindle, Ann.
Acad. N. York. VIII, 253—1894; Ancistrus oligospilus, Re-
gan, Trans. Zool. Soc. London, XVII, 3? pte.—223 e 232,
est. 3?—1904.
Hemiancistrus bachi (Boul.) — Chaetostomus bachi, Boulenger, Trans. Zool. Soc.
Lond. XIV, 7º parte, 425, est. XLI, fig. 1—1898; Ancis-
trus bacht, Regan, op. cit. XVII, 3? pte., 323 e233—1904.
Hemiancistrusniveatus (Casteln.)— Hypostomus niveatus, Castelnau, Anim. Nouv.
etc. 43, est. XXI, fig. 3—1855; Chaetostomus niveatus,
Günther, Cat., 243—1864; Hemiancistrus longipinnis, Kin-
dle, Annals. Acad. N. Y. VII, 255—1895; Ancistrus ni-
veatus, Regan, Trans. Zool. Soc. London, XVII, 3 pte.,
224 e 235—1904.
Parancistrus aurantiacus (Casteln.)—Hypostomus aurantiacus, H. nigricans,
H. vicinus, Castelnau, Anim. Nouv. ou Rares etc., pags.
43 a 45—est. XX, fig, 2, est. XXII, fig. 1 e est.
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418 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
XXXII, fig. 1—1855; Parancistrus aurantiacus, Bleeker,
Nederl. Tijdschrift Dierkunde 1, 79—1863; Chaetostomus
aurantiacus e C. negricans, Günther, Cat. V, 246—1864 ;
Parancistrus aurantiacus e P. Negricans, Eigenm & Eigenm.
Pr. Calif. Acad. Sci.— 2°, 2? Ser. 44—1890 ; os mesmos,
Occas. Papers Calif. Acad. Sci—I, 423 e 424—1890; os
mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 42—1891. Ancistrus
aurantiacus, Regan, Trans. Zool. Soc. London, XVII, 3?
pte. 224 e 236 —1904.
Parancistrus punctatissimus, (Steind.) = Chaetostomus punctatissimus,
Steindachner, Denkschrift Akad. Wien (Beitr. Z. Kenntniss
des Flussfische Südam.) XLIII Bd — 1191882; Parancis-
trus punctatissimus, Eigenm. & Eigenm., Pr. Calif. Acad.
Sci. 2º, 2º Ser. 441890; os mesmos, Occas. Papers Calif.
Acad. Sci.,I, 4231890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus.
XIV, 421891; Regan. Trans. Zool. Soc. London, XVII,
224 e 2361904.
Panaque cochliodon (Kner) — Hypostomus cochliodon, Kner, Denkschrift. Akad.
Wien, VII, 265, est. II, fig. 1—1854, Plecostomus cochlio-
don, Günther, Cat. V, 238—1864; Cochliodon cochliodon,
Eigenm. & Eigenm., Proc. Calif. Acad. Sci. — 2°, 2º ser.
44—1890 e Occas. Papers. Calif. Acad. Sci. I, 425—1890;
Plecostomus cochliodon Boul. Ann.& Mag. Nat. Hist., vol.
10, n. 55, pag. 10—1892; o mesmo, Trans. Zool. Soc.
London, XIV. 2: pte. 30—1896; Berg. An. Mus. B. Ai-
res, V, 273—1897; Eigenm & Eigenm., Pr. U. St. Nat.
Mus. XIV, 42—1891; Panaque cochliodon, Regan, Trans.
Zool. Soc. London 242—1904.
Panaque nigrolineatus (Peters)— Chetostomus nigrolineatus, Peters, Monatsbe-
richt Akad. Berl. 471—1877; Steindachner, Flussfische Süd-
amerikas III, 7 — Denkschrift Akad. Wien XLIV—1881;
Panaque nigrolineatus, Eigenm. & Eigenm., Pr. Calif.
Acad. Sci. II, 2º ser. 44—1890; os mesmos, Occas. Pa-
pers, etc. I, 425 e 426—1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat.
Mus. XIV, 421891; Regan, Trans. Zool. Soc. London,
XVII, 3º pte. 242-244—1904.
Pseudacanthicus spinosus (Casteln.)— Hypostomus spinosus, Castelnau, Anim.
Nouv. ou Rares etc. 45, est. XXII. fig. 3—1855; Chaetos-
tomus spinosus, Günther, Cat. V, 241—1864; Hemiancis-
trus spinosus, Eigenm. & Egenm., Pr. Calif. Acad. Sci.
II, 43—1890 ; os mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci.
—I, 418—1890; os mesmos, Pr. U.S. Nat. Mus. VIV,
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 419
41—1891 ; Pseudacanthicus spinosus, Regan, Trans. Zool.
Soc. London, XVII, 260—1904,
Pseudacanthicus hystrix (Cuv. & Val.)— Est. 39, Desenhos de Peixes etc.
Alexandre Rodrigues Ferreira, etc. 1783—93 ; Rhinelepis
hystrix, Cuv. & Val. XV, 359-1840; Chaetostomus hystrix,
Capello, Jornal de Sciencias etc. de Lisboa, 2°, 64, est.
VII, 1870; Hemiancistrus hystrix, Eigenm & Eigenm.
Pr. Calif. Acad. Sci. 22,2º 43—1890; os mesmos, Occas.
Papers Calif. Acad. Sci. I, 418—1890 ; os mesmos, Pr. U.
S. Nat. Mus. XIV, 41-1891; Pseudacanthicus hystrix,
Regan, Trans. Zool. Soc. London, XVII, 3? pte.
260-261— 1904.
Delturus angulicauda (Steind.) — Plecostomus angulicauda, Steindachner, Suss-
wassfische Südöstliche Brasilien (III)114, est. XII—Sitzun-
gsber. Akad. Wien, LXXIV — Bd. 1876 ; Delturus angu-
licauda, Figenm & Eigenm. Pr. Calif. Acad. Sci. 2º Ser,
2°, 45—1890 ; os mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci.
437 e 438—1890 ; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV,
42—1891 ; Ancistrus angulicauda, Regan, Trans. Zool. Soc.
London, XVII, 3º pte.—225 e 241—1904.
Delturus Parahybae, Eigenm. & Eigenm.=— Delturus Parahybae, Figenmann &
Eigenmann, Pr. Calif. Acad. Sci. 2°, 2° ser. 45—1890 ; os
mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad. Sci. I, 437-438—1890;
os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus, vol. XIV. 42- 1891. Ay-
cistrus parahybae, Regan, Trans. Zool. Soc. London XVII,
225 e 241—1904.
Pierygoplichthys aculeatus (Perugia)= Chaetostomus aculeatus, Perugia, Pesci
Sud-Americani, Annalidel Museu Civico de Storia Naturale
de Genova, Ser. 2°, Vol. X (XXX).— 1890-1892; Chaetosto-
mus gigas, Boulenger. Pr. Zool. Soc. London, 526- 1895 e
Trans. Zool. Soc. London XIV, 30 est. VI—1896; Ancis-
trus gigas, Regan, Trans. Zool. Soc. London, XVII 32,
parte, pgs. 223 e 240—1904.
Pterygoplichthys etentaculatus (Spix) Hypostoma etentaculatum, Spix; Gen. &
Spec. Prsc Bras. 7,est. IV, fig. 182 — 1829; Hypostomus
duodecimalis, Cuv. & Val. XV, 367, est. 454 — 1840; An-
cistrus longimanus, Kner, Denkschrift Akad. Wien, VII,
283—1854; Prerygoplichthys duodecimalis, Günther, Cat.
V, 251—1864; P. etentaculatus Eigenm. & Eigenm. Pr.
Calif. Acad. Sci. 2°, 2? Ser. 44—1890 ; os mesmos, Occas.
Papers. Calif. Acad. Sci. I, 428—1890 ; os mesmos, Pr. U.
S. Nat. Mus. XIV, 42—1891; Ancistrus etentaculatus, Re-
gan, Trans. Zool, Soc. London. VXII, 223 e 226—1904.
420 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Pterygoplichthys multiradiatus (Hancock) — Hypostomus multiradiatus (Hancock,
Zool., Journ. IV, 246—1828 ; Hypostomus pardalis Casteln.
Anim. Nouv. etc., 42, est- XX, fig. 3—1855; Liposarcus
multiradiatus e L. pardalis, Günther, Cat., V., 238 e 239
— 1864: Liposarcus varius, Cope, Pr. Acad. Philad., 284—
1871; o mesmo, Liposarcus jeanesianus, 135 op. cit.—1874;
Plecostomus pardalis, Peters, Monatsber. Akad. Berl.
471-1877 ; Steind. Denkschrift Akad. Wien XLIII, 112-1181;
o mesmo, op. cit. 6, XLVI Bd. 1882; Pferygoplichthys
pardalis P. jeanesianus e P. multiradiatus Eigenm. & Ei-
genm. Pr. Calif. Acad. Sci. 2º, 2º Ser. 45 e 461890; os
mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci. 1,428, 431 e
433—1890 ; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus., vol. XIV, 42
— 1891; Péerygoplichthys pardalis, Berg. An. Mus. B. Ai-
res. Tomo IV, (ser. II, t. I) 1421895; Ancistrus multira-
diatus, Regan, Pro. Zool. Soc. London, XVII, 223 e
228—1904.
Pterygoplichthys punctatus, Günther. = Ancıstrus duodecimalis. Kner, Den-
kschr. Akad. Wien, VII, 281—1854 (nec synonyma) Pte-
rygoplichthys punctatus, Günther, Cat. V, 251—1864 ; Chae-
tostomus punctatus, Steind, Beitr. z. Kenntnis der Flus-
sfische Sudamerika’s, Denkschrift Akad. Wien, 43 Bd.
113—1882; Péerygoplichthys punctatus,, Eigenm Eigenm.
Pr. Calif. Acad. Sci., 2°, 2º Ser. 45—1890; os mesmos,
Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I, 428 e 4311890: os
mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 42-1891 ; Aneistrus
punctatus, Regan, Trans. Zool. Soc. Lond. XVII — 3º pte.
223 e 229 — 1904.
Pterygoplichthys gibbiceps (Kner) — Ancistrus gibbiceps, Kner, Denkschrift
Akad. Wien, VII, 284—est. V, fig. 2 — 1854; Liposarcus
altipinnis e Pterygoplichthys gibbieceps, Günther, Cat. V, 239
e 252 — 1864; Liposarcus scrophus, Cop. Pr. Acad. Philad.,
136—1874; Chaetostomus gibbiceps, Steind—1.Denkschr. Akad.
Wien, XLIII — 114 est. IV, fig. 1—1881; Pterygoplichthys
gibbiceps, Eigenm & Eigenm. Pr. Calif. Acad. Sci. 2°, 2%
ser. 44 — 1890; os mesmos, Occas, Papers Calif. Acad. Sci.
I, 428 e 429 —1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus.
XIV, 42—1891; Ancistrus gibbiceps, Regan, Trans. Zool.
Soc. London, XVII, 3? pte. 223-227 — 1904.
Pterygoplichthys litturatus (Kuer)— Ancistrus litturatus, Kner, Denkschrift
Akad. Wien, VII, 285 est. V, fig. 3—1854; Prerygopli-
chthys litturatus Günther, Cat.—252-1864; Chaetostomus littu-
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 421
ratus Steind. Denkschrift Akad. Wien, XLIII, 115 — 1881;
Pterygoplichthys litturatus, Eigenm. & Eigenm. Pr. Calif.
Acad. Sci. 2°, 2º Ser. 45—1890; os mesmos, Occas. Papers
Calif. Acad. Sci. I, 428 e 433 —1890 ; os mesmos, Pr. U. S.
Nat. Mus., 42-1891 ; Regan, Trans. Zool. Soc. London,
XVII, 3° parte, 223 e 227—1904,
Kronichthys subteres, Mir. Rib.—Xronichthys subteres, Alipio de Miranda Ribeiro,
Kosmos, n. 2—Fev. 1908.
Acanthicus hysthrix. Spis—Acanthicus hysthrix. Spix et. Agassix, Gen. & Sp. Pisc.
Bras., 3, est. 1—1829 ; Rhinelepis acanthicus, Cuv. & Val.
XV, 360—1840; Schomburgk, Fish British Guiana, I, 131,
est. 1—1841; Günther, Cat. V,253—1864 ; o mesmo, Pr.
Zool. Soc. Lond. 233—1868 ; Eigenmann & Eigenmann, Pr.
Acad. Nat. Sci. Philad. 2º, 2º ser. 46—1889; os mesmos,
Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I, 440—1890 ; os mesmos, Pr.
U. S. Nat. Mus. XIV, 42—1891; Tate Regan, Trans. Zool.
Soc. London, XVII, 3º parte, 262—1904.
Rhinelepis parahibae, Steind = Rhinelepis parahibae, Steindachner, Die Susswas-
serfische des Sudöstlichen Brasilien (IV) pag. 2, est. II, Sit-
zungsber. Akad. Wien, LXXVI Bande—1877 ; Eigenm. &
Eigenm. Pr. Calif. Acad. Sci. 2°, 2º ser, pag. 42—1890; os
mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad. Sci—l, pag. 414—1891;
os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus., XIV, 41—1891 ; Plecos-
tomus Parahibae, Regan, Trans. Zool. Soc. London, XVII, 3º
pte., 205 e 219—1903 ; Rhinelepis parahibae, Mir. Rib° —
Vertebrados do Itatiaya—Archivos do Museu Nacional do
do Rio de Janeiro, vol. XIII, pag. 177—1906.
Rhinelepis rudolphi. Mir. Rib’ = Plecostomus (Rhinelepis) microps, Rudolph Ihering,
Notas Preliminares, 25—1907.
Rhinelepis aspera, Spix — Rhinelepis aspera. Spix. & Agassiz, Pisc. Bras. 4, est. 2
—1829 ; À. strigosa, R. aspera, Cuv. & Val. XV, 354—1840 ;
Günther, Cat. V, 253- -1864 ; Higenm. & Eigenm., Pr. Calif.
Acad. Sci. 2°, 2? ser., 42—1890; os mesmos, Occas.
Papers. Calif. Acad. Sci.—I, 415 e 417—1890; os mesmos,
Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 41—1891 ; Berg. An. Mus. B.
Aires, V. 275—1897. Regan, Trans. Zool. Soc. London,
XVI, 205 e 220—1904.
Rhinelepis genibarbis, Cuv. & Val— Rhinelepis genibarbis, Cuv. & Valenciennes,
Hist. Nat., XV, 357, est. 453—1840 ; Acanthicus genibarbis,
Günther Cat. V. 253—1864 ; Rhinelepis agassizi, Steinda-
chner, Die Susswasserfische Südostlichen Brasilien (IV),pag.12,
— LXXVI Bd. Sitzungsber, Akad. Wien—1877 ; o mesmo,
Flussfische Südam. IV, 7 Denkschrift. Akad. Wien, XLVI
422 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
1882; Rhinelepis agassizi, Acanthicus genibarbis, Eigenm.
& Eigenm. Pr. Calif. Acad. 2º ser., 2°—42 e 46—1890; os
mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci—l, 415, 416 e 441
1800 Mosemesmos Pr UM S Nat Ms, cl Vi.) Alge42—
1891 ; Plecostomus pellegrinni, P. gennibarbis Regan, Trans.
Zool. Soc. London, XVII. 205 e 219—1904.
Parotocinclus maculicauda (Steind.) = Otocinclus maculicauda, Steindachner,
Sitzungsber. Akad. Wien, LXXVI Bd. — Süsswasserfische
Sudostlichen Brasilien (IV), pag. 6, est. 1, fig. 2 — 1877;
Parotocinclus maculicauda, Eigenm. & Eigenm. Pr. Calif.
Acad. Sci. 5°, 2º ser. 41— 1890 ; os mesmos, Occas. Papers
Calif. Acad. Sci—l, pag. 392—1890; os mesmos, Pr. U.S.
Nat. Mus. XIV, pag. 40—1891 ; Otocinclus notatus, Regan,
Trans. Zool. Soc. London, XVII, 266 e 268—1904.
Microlepidogaster nigricauda, Boul. — Otocinclus nigricauda, Boulenger, Pr. Zool.
Soc. London, 234, est. XXV, fig. 3—1891 ; Zisonotus le-
vior e H. leptochilus, Cope, Pr. Am. Philos. Soc. XXIII, 95,
est. VII. fig. 12—1894 ; Otocinclus nigricauda, Regan, Trans.
Zool. Soc. London, XVII, 266 e 268—1904.
Microlepidogaster perforatus, Eigenm. & Eigenm. — Microlepidogaster perforatus,
Eigenm. & Eigenman, Pr. Calif. Acad. Sci. 2º Ser. 2°, 42—
1890; os mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad. Sci. 1—394
1890 ; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 40—1891 ;
Otocinclus microlepidogaster, Regan, Trans. Zool. Socc.
London, XVII, 3º pte.—266-269—1904.
Microlepidogaster tientensis (Eigenm & Rud. Ihering) — Ofocinclus (Microlepido-
gaster) tientensis, Rudolph Ihering. Notas preliminares do
Museu Paulista. Fasc. I, 27—1907 ;
Macrolepidogaster (?) lophophanes (Eigenm. & Eigenm), — Rhinelepis lophophanes,
Eigenmann & Eigenmann, Pr. Calif. Acad. Sci. 2? — 28
ser., 42 — 1890 ; os mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci.
—I, 414 e 416—1890 ; Otocinclus lophophanes, Regan. Trans.
Zool. Soc. London, VII, 3% parte, 266 e 269—1904.
Otocinclus affinis Steind. — Otocinclus affinis, Steindachner, Die Süsswasserfische
Sudöstlichen Brasilien (IV)—7—est 1—fig. 1 e 1 a, Sit-
zungsber. Akad. Wied, LXXVIBd.—1877; Eigenm., & Ei-
genm. Pr. Calif. Acad. Sci. 5? Ser. 2°-41 — 1890 ; os mesmos
Occas. Papers Calif. Acad. Sci., I, 392 — 1890 ; os mesmos,
Pr. U, S. Nat. Mus. vol. XIV, 40 — 1891; Regan, Trans.
Zool. Soc. London XVII, 266 e 267 — 1904.
Otocinclus vitatus, Regan=Ottocinclus affinis, Boulenger, Trans. Zool. Soc. Lon-
don, XIV, 32—1896. Otocinclus vittatus, Regan, Trans. Zool.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 423
Soc. London, XVII—3? pte, 266 e 267, est. XV., fig. 3—
1904; Eigenmann & Ward, Annals Carnegie Museum, IV 121
— 1907.
Otocinclus notatus (Eigenm. & Eigenm.) — Hisonotus notatus, Eigenmann & Ei-
genmann, Pr. Calif. Acad. Sci.—2! Ser., 2° 42—1890; os
mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci.—I, 391—1890; os
mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 40—1891 ; Otocinclus
notatus, Regan, Trans. Zool. Soc. London, XVII, 3º pte.,
266 e 268— 1904.
Otocinclus leucofrenatus, Mir. Rib°.—Otocinclus leucofrenatus, Alipio de Miranda
Ribeiro, Kosmos, n. 2 — Fevereiro — 1908.
Otocinclus flexilis, Cope, — Otocinclus flexilis, O. fimbriatus Cope, Pr. Am. Phi-
los. Soc. XXXIII, 97, est. XII, fig. 13 — 1894; Otocinclus
flexilis, Regan, Trans. Zool. Soc. London, XVII, 3º pte.,
266 e 267— 1904.
Otocinclus gibbosus, Mir. Rib”. — Otocinclus gibbosus, Alipio de Miranda Ribeiro,
Kosmos n. 21908.
Hypoptopoma steindackneri, Boul.—Hypoptopoma thoracatum, Steindachner, Denk-
schrift Akad. Wien, XLI, 47, est. VI, fig. 12 b.—1879; Ei-
genm. & Eigenm, Pr. Calif, Acad. 2º Ser. 2º, 40—1890
(parte); os mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I, 339 —
1890 (parte); os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. 40—
1891 (idem); Hypoptopoma steindachneri, Boulenger, Pr. Zool.
Soc. Lond. 527 — 1895 ; Regan, Trans. Zool. Soc. Lond.
- XVII—263 e 265—1904.
Hypoptopoma inexpectatum (Holmb.) = Aristomata inexpectata Holmberg, Rev.
Jard. Zool. B. Aires I, 96 e 354—1893; Hypoptopoma guntheri,
Boulenger, Pr. Zool. Soc. London, 526—1895; Æypotopoma
güntheri, Boulenger, Trans. Zool. Soc. London, XIV, 31,
1896— Hypoptopoma inexpectatum, Berg, Com. Mus. Nat. B.
Aires, n. 1 tomo 1—11—1898; Aypoptopoma güntheri
Regan Trans. Zool. Soc. London, XVII (3º parte), est. XV,
fig. 2—1904.
Hipoptopoma joberti (Vail.) = Hypoptopoma bilobatum (preocc.) Steindachner, Denk-
schrift Akad. Wien, XLI, pag. 47, est. V, fig. 2—1879 ;
Otocinclus joberti, Vaillant Bull. Soc. Philomatique (7) IV,
147—1880 ; Aypoptopoma thoracatum, Kigenmann & Eigen-
matin, Pr. Calif. Acad. Sie. 22, 2% Ser., 40\(parte) 1890;
os mesmos. Occas. Papers. Calif. Acad. Sci. I, 388 (parte)
1890 e Pr. U. S. Nat. Mus. 40 (parte)—1891 ; Aypoptopoma
joberti, Regan, Trans. Zool. Soc. London, XVII, 3º parte —
263 e 265—1904.
424 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Oxyropsis carinatus (Steind.) — Hypoptopoma carinatus, Steindachner, Denks-
chrift Akad. Wien XLI, 48, est. IV, fig. 3—1879; Oxyropsis
wrightiana, e Hypoptopoma carinatum, Eigenmann & Eigenm.
Pr. Calif. Acad. Sci— 2º Ser. 2°, 39 e 40—1890 ; os mes-
mos, Occas. Papers. Calif. Acad. Sci. I, 387, 388 e 390—1890;
Hypoptopoma carinatum, Regan, Trans. Zool. Soc. London,
XVII, 32 pte. 2637e 2641904.
Farlowella gladiola (Günth.)—Acestra gladiolus, Günther, Cat. V, 261—1864; Far-
lowella gladiola, Eigenmann & Kigenmann, Pr. Calif. Acad.
Sci— 2 Ser. II 33—1890 ; os mesmos, Occas. Papers Calif.
Acad. Sci—l, 355 e 356—1890 ; os mesmos, Pr. U.S. Nat.
Mus. XIV, 38—1891 ; Farlowella gladiolus, Regan, Trans.
Zool. Soc. London, XVII, 303-305, est. XX fig. 2 — 1904.
Farlowella amazona (Günth.)—Acestra amazonum, Günther Cat. V, 261—1864 ;
Farlowella carinata e F. amazona ; Eigenmann & Eigenmann,
Pr. Calif. Acad. Sci. 2º Ser. II, pags. 32 e 33—1890; os
mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad. Sci. I, 356 e 357— 1890;
os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 38— 1891; Farlo-
wella amazonum, Regan, Trans. Zoll. Soc. London, XVII,
3º pte, pags. 303 e 305—1904.
Farlowella oxyrhyncha (Kner)—Est.51, Desenhos de Peixes, etc, Alexandre Rodr.
Ferreira-1783-93; Acestra oxyryncha, Kner, Denkschrift. Akad.
Wien. VI, 95, est. VIII, fig. 21854; Farlowella oxyrhyncha,
Günther, Cat. V., 96—1864; Eigenm. & Eigenmann, Pr.Calif.
Acad. Sci., 2º Ser. 2°33 — 1890; os mesmos, Occas. Papers.
Calif. Acad. Sci.—356 e 358—1890; os mesmos, Pr. U.S.
Nat. Mus., XIV, 38—1891; Regan, Trans. Zool. Soc. London
XVII, 3º pte., pags., 303 e 304—1904.
Farlowella gladius (Boul)—Acestra gladius Boulenger, On a collection of Fishes
from the Rio Juruá — Trans. Zool. Soc. London — XIV,
pte. 7°, pag. 425, est. XLI—1898; Farlowella gladius, Regan,
A monogragh of the Fishes of the Family Zoricariidæ
Trans. Zool. Soc. London, XVII, pte. 3,pags. 302-303—1904.
Sturisoma rostrata (Spix). — Loricaria rostrata, Spix, Gen. et. Sp. Pisc. Bras.
5, est. III, figs. 1e 2—1829 ; Cuv.& Val. XV, 353—1840; Kner
Denkschrift Akad. Wien, VI, 83—1854; Günther, Cat. V
256—1864 ; o mesmo, Pr. Zool. Soc. London, 235—1868 ;
Peters. Monatsbericht Akad. Berl. 471 — 1877; Cope, Pr.
Amer. Philos. Soc. XVII, 681—1878; Steindachner, Fluss-
fiche Sudmerikas, I—17, Denkschrift Akad. Wien XLI— 1879;
Vaillant, Synopsys des espèces de Siluridae recuellis par M. le
Dr. Jobert 4 Caldeiron, Bul. Soc. Philom 7? Ser. IV, 156—
1880; Eigenm. & Eigenm., Pr. Calif. Acad. 2º Ser. II, 33 —
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 425
1890 ; os mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci.I, 362 e
366 (mec. syn.)—1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus.
XIV, 38, (nec synonyma) Boulenger, On fishes collected by
Mr. Ternets in Matto-Grosso — Trans. Zool. Soc. London,
XIV, 32—1896 ; Loricaria rostrata, Jord. & Evermann, Bull.
U. S. Nat. Mus. 47—pte. 1º, pag. 157 (nec synonyma)—1896.
Oxyloricaria güntheri, O. robusta, O. Lyra, O. rostrata
Regan, Trans. Zool. Soc. London, XVII, 3º pte., pgs. 298,
299 e 300, est. XVIII fig. 1 e est. XIX. figs. 1 e 2—1904;
S. robusta Eigenm. & Ward, Ann. Carnegie Mus. IV,n.II
—120—est. XXXVI, 1907.
Sturisoma barbata (Kner) = Loricaria barbata, Kner, Denkschrift Akad. Wien
vol. VI. 87. est. V— 1854; Günther, Cat., V, 257 — 1864 ;
T. Regan, Trans. Zool. Soc. London, vol. XVII, pte. 3%,
298 e 301—1904.
Parasturisoma brevirostris (Kigenm. & Eigenm.)—Zoricaria brevirostris, Eigen-
mann & Eigenmann, Pr. Calif. Acad. Sci., 2º Ser. Il, 35 —
1890 ; os mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I, 362
e 367 —1890 ; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 39 —
1891; Oxyloricaria brevirostris, Tate Regan, Trans. Zool.
Soc. London, XVII, pte. 3%. 299—1904.
Harttia loricartiformis, Steind.—Harttia loricariiformis, Steindachner, Die Suss-
wasserfische des südöstlichen Brasiliens (III) 110—est. VI,
fig. 2—Sitzungsber. Akad. Wien, LXXIV — 1876 ; Eigen-
mann & Eigenmann, Pr. Acad. Nat. Sci. Philad., 2°, 2! Ser.
39—1890; os mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci.—
I, 386—1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 39—
1890 ; Oxyloricaria loricariiformis, Boul. Trans. Zool. Soc.
London, XVII, 3°, 297 e 298—1904.
Harttia kronei, Mir. Rib. — Hartiia kronei, Alipio de Miranda Ribeiro, Kosmos,
; n. 2—1908.
Hemiodontichthys acipenserinus (Kner.) — Hemiodon acipenserinus, Kner, Denk-
schrift Akad. Wien, VI, 92, est. VII, fig. 2—1854; Æe-
miodontichthys acipenserinus, Bleeker, Nederl. Tijd. Dierk. I,
81, 1863; Loricaria acipenserina, Günther Cat. V, 260 —
1864; Vaillant, Bul. Soc. Philom., Ser. 7°, IV, 159—1880:
Hemiodontichthys acipenserinus, Eigenm. & Figenm., Proc.
Calif. Acad. Sci. II, 34—1890; os mesmos, Occas. Papers
Calif. Acad. Sci. I, 359 — 1890; os mesmos, Pr. U. S.
Nat. Mus. XIV, 38—1891 ; Tate Regan, Trans. Zool. Soc.
Lond. XVII, pte. 3%, 296—1904 ; Eigenm & Ward, An. Car-
negie Mus. IV, n. II, 120, est. XXXV, fig. 1—1907.
426 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Hemisdontichthys depressus (Kuer) — Hemiodon depressus Kner, Denkschrift.
Akad. Wien. VI, 91, est. VII, fig. 1—1854; Loricaria de-
pressa, Günther, Cat. V, 259—1864; Eigenm. & Eigenm.,
Pr. Calif. Acad. Sci. 2, 2% Ser. 34—1890; os mesmos,
Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I, 361 e 305—1890; os
mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus., XIV, 38 — 1891; Hemzio-
dontichthys depressus, Regan, Trans. Zool. Soc. XVII, 3
pte. 267—1904.
Pseudohemiodon platycephalus (Natt. & Kner) — Hemiodon ? platycephalus,
Natterer & Kner, Denkschrift Akad. Wien, VI, 89—est. VI,
fig. 2— 1854; Loricaria platycephala, Günther, Cat. V,
258—1864; Eigenm. & Eigenm., Pr. Calif. Acad. Sci. 2?
Ser. 2º, 37—1890 ; os mesmos, Occas Papers Calif. Acad.
Sci. I, 362 e 370—1890 ; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus.
XIV, 39—1891; Regan, Trans. Zool. Soc. London, XVII
— 3º pte. 295—1904.
Loricaria acuta, Cuv. & Val.—Zoricaria acuta, Cuv. & Valenciennes, Hist. Nat.
Pois. XV, 349 (nec. fig.)—1840 ; Kner, Denkschrift Akad.
Wien VI, 1853; Günther, Cat. V, 258 — 1864; Vaillant,
Bul. Soc. Philom. 7* Ser,, IV. 159—1880; Eigenm. & Ei-
genm., Proc. Calif. Acad. Sci. (2º Ser.) II, 38 — 1890 ; os
mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I, 363 e 375 —
1890 ; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. 39—1891 ; Regan
Trans. Zool. Soc. London, VII, 273 e 287 —1904.
Loricaria typus, Bleeker—Locaria maculata, Cuv. & Val. Hist. Nat. Poiss. XV,
350—1840 ; Valenciennes, in D’Orbigny, est. VI, fig. 3-— 1847.
Voyage dansl’Amer. merid. Parahemiodon typus, Bleek , Nat.
Verh. Holl. Silures Suriname, 20 est. VI, fig. I eest. XIII—
1863 ; Maats. XX—1864; Loricaria parahemiodon, Günther,
Cat. V., 258— 1864; Loricaria valenciennest, Vaillant. Bul.Soc.
Philom.7*ser. IV, 157—1880; Loricaria stubeltii,Steind. Denks-
schriff Akad. Wien, XLVI, 7, est III, fig. 2—1882 ; Loricaria
stubelii e Loricaria typus, Eigenm. & Eigenm. Pr. Calif. Acad.
Sci. 2º Ser. II, pag. 37—1890 ; os mesmos, Occas. Papers Calif.
Acad. Sci. I, pag. 363-370 e 373—1890; os mesmos, Pr. U.
S. Nat. Mus. XIV, 39—1891; Loricaria typus, Regan, Trans.
Zool. Soc. Lond. XVII, 273 e 286—1904; Eigenm. & Ward,
Ann. Carnegie Museum, IV, no II, est. XXXV, figs. 2 e 3
—1907.
Loricaria anus, Cuv. & Val. — Zoricaria anus, Cuvier & Valenciennes, Hist.
Nat. Poiss. XV, 347— 1840; Valenciennesin D'Orbigny, Voy.
Am. Merid., Poiss. IX. est. VI, fig. 1— 1847 ; Loricaria cas-
tania, Casteln, Anim. Nouv. etc., 46, est XXXI, fig. 4—1855;
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 427
Lor. anus, Gunther, Cat. 2581864; Hensel, Arch. fur Na-
turg — (Beitr. z. kenntniss Wirbelthiere sudbrasiliens)
36—Iharg. I Bd—77—1870; Loricaria spixii, Denkschrift.
Akad. Wien, XLIV, est. 2—1881; Locaria spixiz e Lor. anus,
Eigenmann & Eigenmann, Pr. Calif. Acad. Sci., 2º ser. II,
37 e 38—1889 ; os mesmos, Occas, Papers Calif. Acad. Sci.
— I, 363-372 e 374—1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat.
Mus. XIV, 39—1891; Zoricaria acuta A. de M. Ribeiro,
Peixes do Rio Pomba—Lavoura Anno VI,ns. 7 a 8 — 1902,
(nec synonyma) Regan, Trans. Zool. Soc. London, XVII,
273, 289—1904.
Loricaria nudirostris, Kner — Laricaria nudirostris, Kner. Denkschrift Akad.
Wien, VI, 86, est. IV; Günther, Cat. V. 259—1864 ; Lori-
caria nudirostris Regan, Trans. Zool. Soc. London, XVII-
273, 288—1904.
Loricaria labialis, Boul.—Loricaria labialis, Boulenger, Trans. Zool. Soc. London
XIV, 2º serie, 32 est. 7, fig. I—1896; Eigenmann & Ward,
Annals Carnegie Museum, IV, n. II. 121—1907.
Loricaria cataphracta, L —Lortcaria dura, Linneu, Mus. Ad. Fred. 79 — est. 29,
figs. 1 e 2; Loricaria cotaphracta, o mesmo, Syst. Nature
307—1758 ; Bloch, Ichtyol., VIII, 76 est. 75 figs. 3 e 4—1794;
Liricaria cirrrhosa, Bl. & Schn., Syst. 125 est. 34 — 1801;
Loricaria setifera, Lacép., Hist. Nat. Poiss. V, 140 — 1803;
Loricaria cataphracta Cuv. & Val. XV, 339—1840; Plecos-
tomus flagellaris, Gronow, Cat. 158—1854 ; Zoricaria ca-
rinata, Casteln, Anim. Amer. Sud. 46, est. XXIII—fg. 3
— 1855; Loricaria cataphracta, Kner, Denkschrift Akad.
Wien—VI, 77—1854; Loricaria dura, Bleeker, Silur. Su-
riname, 18—1864; Loricaria cataphracta, Holmberg, Viage
a Missiones, 1883; Günther. cat. V. 255 — 1864 , Peters,
Monatsber. Akad. Berl. 471---1877; Cope, Pr. Amer.
Philos. Soc. XVII. 681, 1878, Lorioaria cataphracta e Lor.
lata, Eigenm. & Eigenm. Pr. Calif. Acad. Sci. II, 2° Ser.
36 — 1890 ; os mesmos Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I,
364, 382—1890 ; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. vol.
XIV, 39—1891; Zorzcaria cataphracta e Lor. carinata. Regan,
Trans.Zool. Soc. London. XVII, 3º pte. 274, 291 e 292—
1904, Eigenm. & Ward, Ann. Carnegie Mus. IV, n. II,
120 ; est. 37., figs. 1 e 2—1907.
Loricaria laeviuscula, Cuv. & Val.—Zoricaria leviuscula, Cuvier & Valenciennes,
XV, 352—1840; Kner, Denkschrift. Akad. Wien, VI, 81, est.
III, 1854; Günther, Cat. V. 256 — 1864; Eigenmann & Ei-
genm, Pr. Calif. Acad. Sci. 2*ser. 2° 37 — 1890; os mesmos,
428 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Occas Papers Calif. Acad. Sci. 1, 364, 380 —1890; os mes-
mos, Pr. U. S. Nat. Mus. 39—1891 ; Zoricaria laeviuscula,
Lor. punctata, Tate Regan, Trans. Zool. Soc. London
XVII 3? pte.— 272, 284 e 285—1904.
Loricaria cadee, Hensel — Loricaria cadew Hensel, Beiträge Zur Kenntniss
der Wirbelthiere Sud-Brasiliens—Archif. fur Nuturg. 34—
pg. 369—1868, e op. cit. 36 pag. 77—1870; Eigenm. &
Eigenm., Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I, 361—1890; os
mesmos, Pr. U. Nat. Mus. XIV, 39, 1891; Cop. Pr. Am.
Philos. Soc., XXXIII —94—fig. 15 — 1894 ; Regan, Trans.
Zool. Soc. London XVII — 1904.
Loricaria parva, Boul. =Loricaria parva, Boulenger Pr. Zool. Soc. Lond. 527 —
1895; Trans. Zool. Soc. London, XIV, 2? pte. pg. 32, est.
VIII-fig. 1—1896; Regan, Op. cit. XVII, 3% pte. 271 e276
1904; Eigenm. & Ward, Ann. Carnegie Mus. IV, n. II
12121907
Loricaria konopickü, Steind — Loricaria konopickii, Steindachner, Denkschrift
Akad. Wien. XL— 40, 45, est. VI, fig. 3 e est. VII, figs. 1
e 1º — 1876; Eigenm. & Eigeum. Pr. Calif. Acad. Sci. 2°
Ser. 2° — 39 —1890; os mesmos, Occas, Papers Calif. Acad.
Sci, I, 364 e 378 (nec synonyma), 1890; os mesmos, Pr.
U. S. Nat. Mus. 39— 1891; Regan, Trans. Zool. Soc.
London, XVII, 272 e 281 — 1904.
Loricaria maculata Bl. = Loricaria maculata Bloch, Ichthyol., VIII, 73, est.
375, fig. 1— 1794; Loricaria cirrhosa, var. maculata, Bl. &
Schn., Syst. 1251801; Plecostomus maculatus, Swaius.,
Fishes, II, 304— 1839; Loricaria amazonica, Casteln., Anim.
Nouv. etc. fig. 46, est. XXIII, fig. 2— 1855; Loricarich.
thys maculatus, Bleeker, Sil. Suriname, 16— 1864;
Loricaria maculata, Gunther, Cat. V., 257—1864; Vaillant.
Bul. Soc. Philom — (7) IV, 157—1880; Eigenm. & Eigenm.,
Proc. Calif. Acad. Sci. 2º ser, II, 38 —1890; os mesmos,
Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I, pags. 363 e 377—1890 ;
os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. 39—1891: Regan, Trans.
Zool. Soc. London, XVII, 273 e 286—1904.
Loricaria lanceolata, Gunther,=Lor. lanceolata, Gunther, Pr. Zool Soc. London,
235, fig. 3—1868; Lor. teffeana, Steindachner, Denkschrift
Akad. Wien, XLI Bd. 44, est. VI, fig. 2—1879; Boulenger,
Pr. Zool.Soc.,277—1887; Lor. lanceolata, Lor. teffeana,Eigenm.
& Eigenm., Pr. Calif. Acad. Sci. — 2? ser. 2°, 39 — 1890; os
mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad. Sci., 364,378 e 379—
1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 39 1891;
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 429
Regan, Trans. Zool. Soc. London, XVII, 271, 272, 277 e
280 — 1904.
Loricaria phoxocephala, Eigenm. & Eigenm.—Zoricaria phoxocephala, Eigenm.
& Eigenm., Pr. Calif. Acad. 2º Ser., II, 37—1890; os mesmos,
Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I. 363 e 372 — 1890; os
mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 39—1891; Regan,
Trans. Zool. Soc. London. XVII, 3º parte, 276 = 1904.
Loricaria cubataonis, Steind.—Loricaria cubataonis, Steindachner, Ueber einige
Fisch arten aus dem Flusse Cubatäo, im Staat Santa Ca-
tharina bei Theresopolis (Brasilien), Sitzunsgerber, Akad.
Wien — Bd. CXVI — 151907.
Loricaria lima, Kner—Loricaria lima, Kner, Denkschrift Akad. Wien, VI, 89,
est. VI, fig. 1 e 1 a—1854; Kner & Steindachner, Fischen aus
Centr. Am., Abhandl. Mat. Phys. Cl. Bayerische Akad.
Wiscenschaft., X. I, pag. 58—1866; Gunther, Cat. V, 260
— 1864; Gunther, Fishes Centr. Am., 393:; Pr. Zool. Soc.
London— 1866 ; Loricaria lima e Lor. strigilata. Hensel,
Archif für Zoologie, Anno 34—367, 368, 1868 e anno 36—
77, 1870; Loricaria lima, Lutken. Velhas Flodens, Fiske,
Vidensk, Selsk. Skr. V. Raekke, 139 e II—1875; Steinda-
chner, Denkschrift Akad. Wien, Bd. XLIV—pag. 6—est.
I—1882; Eigenm. & Eigenm., Pr. Calif. Acad. Sc. 2? Ser.,
II, 35—1890; os mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad. Sci. I,
362 e 368—1890; os mesmos, Pr. U.S. Nat. Mus. 39—1891;
Loricaria nigricauda, Lor. steindachneri, Loricaria lima,
Lor. strigilata., Regan, Trans. Zool. Soc. London, XVII.
3º parte—271, 272, 275, 281 a 283, est. XVI, fig. 2—1904;
Loricaria lima, A. de Mir. Ribeiro, Lavoura,n. 5—Maio—
187 (parte) 1907; Steindachner, Akad. Anzeiger, n. 10—1907,
Loricaria henseli, Steindachner Sitzungsber Akad. Wien.
CXVI Bd. — 1907.
Loricaria kronet—Loricariajlima, (parte o”) nob. Lavoura, n.5, anno XI—187,
1907.
Loricaria latirostris, Boul.==Loricaria latirostris e Lor. paulina Boulenger, Ann.&
Mag. Nut. History (7° Ser.) V, 165 e 166, 1899; Regan,
Trans. Zool. Soc. London XVII, 3º parte—272 e 283—
1904: A. de Mir. Ribeiro, Peixes do Iporanha, Lavoura n.
5—anno XI Maio 187, 1907.
Loricaria microlepidogaster, Regan.—Loricaria microlepidogaster, Tate Regan,
Trans. Zool. Soc. London XVII, 272 e 283 est. XV, fig.4.
Eoricaria vetula Cuv. & Val.=Loricaria vetula, Cuvier & Val.—XV, 3441840;
Val. in D'Orb. Voyage en Am. Mer., Poiss. IX atlas, est.
VI, fig. 2—1847; Günther, Cat. V, 2561864; Eigenm. &
430 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Eigenm., Pr. Calif. Acad. Sci. 2% Ser. II, 37—1890; os
mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad. Sci.—I, 365—385—
1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 39—1891; Berg,
An. Mus. B. Aires, 270—1897; Regan, Trans. Zool. Soc.
London. XVII, 293—1904.
Loricaria apeltogster, Boul.—Loricaria apeltogaster, Boulenger, Trans. Zool. Soc.
London, XIV, parte 2*—33, est. VII, fig. 2—1907; Eigenm.
& Ward, Ann. Carnegie Mus. IV, n. II, 120—1907.
Loricaria macrodon, Kner=Loricaria macrodon, Kner, Denkschrift Akad. Wien
VI. 79 — est. II— 1854; Hyrtl, Denkschrift. Akad. Wien
XVI, 18—1860. Gunther. Cat. V, 255—1864. Eigenmann
& Eigenmann, Proc. Calif. Acad. Sci. II, Ser. II. 361590;
os mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad. Sci, 364 e 382 —
1890; os mesmos, Proc. U. S. Nac. Mus. XIV, 39 — 1891;
Regan, Trans-Zool. Soc. London, XVII, parte 3°, 274-293
— 1904.
Loricaria parnahybe, Steindachner,—Loricaria parnahybae, Steindachner, Akad
Anzeiger, n. X, pag. 2—1907.
Loricaria piracicabe, Eigenm. & Rud. Ihering.—Notas Preliminares, 29—1907.
Loricaria nudiventris,Cuv. & Val.—Lortcaria nudiventris, Cuv. & Val. Hist. Nat.
Poiss. XV, 348—1840; Eigenm & Eigenm, Pr. Calif. Acad.
Sci. II, II! Ser, 36—1890; os mesmos, Occas. Papers Calif.
Acad. Sci. I, 364 a 382—1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat.
Mus. XIV, 39 (nec synonyma) 1891; Kegan Trans. Zool.
London, XVII, 3? parte, 273 e 290—1904.
Loricaria evansii, Boul.=Loricaria evansü, Boulenger, On Fishes obtained by
Dr. Evans e Mr. S. Moore during their recent expedition to
the Province of Matto-Grosso, Brazil, Annals & Mag. Nat. Hist.
vol. X. No. LV pg. 10, est. 1—1892; Regan, Trans. Zool.
Soc. London, XVII, 273-290 — 1904.
Callichthys callichthys, L=Callichthys tamoata, L. Mus. Adolph Fred., 73—1754;
Silurus Callichthys, o mesmo, Syst. Nat., 307—1758; Gmlin
in Syst. Nat.,L.,I. 1861; Cataphractus callichthys, Bl. Ichthyol
VIII, 86 est. 377. fig. 1—1794; Bl & Schn. Syst. 107—1801;
Lacep. Hist. Nat. Poiss. V, 124—1803; Callichthys asper,
Quoy & Gaymard, Voyage de 1l’Uranie, Zool. 232—1829 ;
Cataphractus depressus, Swains. Fishes, II, 304 — 1839;
Callichthys asper, C. laeviceps Cuv. & Val. XV, 225 e 229—
1840, Callichthys loricatus, Gronow, Cat. 157 — 1854; Cal
lichthys kneri Gill Syn. Fishes Trinidad. Am. Lyc. Nat. Hist.
N. York. VI, 394—1858; Callichthys asper. Kner. Ichthyol.
Beitr. 107, Sitzungsber. Akad. Wien XVII—1855; Castelnau
Anim. Nouv. etc.;38—1855; Bleeker, Ichthyol. Arch. Ind.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 431
Siluri, 53—1858; Callichthys tamoaté, o mesmo, Silures
Surin., 22—1864 Callichthys asper, C. affinis e C. Kneri
Gunther, Cat. V. 226 e 227—1864; Callichthys hemiphractus,
Hensel, Wiegman, Archif fur Naturg. 1, 374—1868; Cal-
lychthys kneri, Lutken. Vid. Medd. 18, 214-217—1873;
Callichthys asper, Cope, Pr. Am. Philos. Soc. XVII, 681—
1878; Callichthys kneri, Jordan, Pr. U. S. Nat. Mus. SE
1886; Callichthys callichthys, Kigenm. & Eingenm. Pr. Calif.
Acad. Sci.-164, — 1889; os mesmos, Occas Papers Calif.
Acad. Sci. I, 481-452 — 1890; os mesmos, S. Nat. Mus.
XIV, 43—1891; Callichthys asper, Boul. Bol. Mus. Torino
X, 33—1895 e Trans. Zool. Soc. Lond. XIV, 2° parte—29
—1896. Callichthys callichthys, Ihering (Hermann) Peixes
d’agua doce do Rio Grande do Sul, 15—1897.
Callichthys arcifer, Hensel—Callichthys arcifer. Hensel, Beiträge z. Kenntniss der
Wirbelthiere Südbrasiliens, Archife für Naturg. 34 Iharg. I
Bd. 373, 1868; Eigenm. & Eigenm. Pr. Calif. Acad. Sci.
2: ser. I, 164—1889; os mesmos, Occas. Papers Calif. Acad.
Sci. I, 451 e 455—1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus.
XIV, 43—1891.
Hoplosternum thoracatum (Cuv. & Val.)— Callichthys thoracatus e C. longifilis
Couvier & Valenciennes, XX, 230, est. 443 e 235—1840; C.
longifilis, Schomburgk, Fish Guiana, pte. I, 150, 151e 154—
1841; C. personatus, Ranzani, Nov. Comm. Acad. Sci. Inst.
Bonon, 332, est. 24—1842; C. pictus, Müller & Tr. in Schomb.
Brit. Guiana, III, 630—1848; C. thoracatus e C. sulcatus,
Kner, Ichthyol. Beitr. 108 e 110—Sitzungksber, Akad. Wien
XVII, 1855; Hoplosternum thoracatume H. longifilis, Gill,
Fishes Trinidad 36— Ann. Lyc. Nat. Hist. N. Y., VI, 1858;
Hoplosternum thoracatum e H. longifilis, Bleeker, Sil. Suri-
name, 26 e 27—1864; Callichthys thoracatum, C. longifilis
Günther, Cat. V,228—1864; C.thoracathus, Peters, Monatsber.
Akad. Berl. 471—1877; Callichthys (Hoplosternum) thora-
catus, Steindachner, Fish-Fauna des Cauca Flusse bei Guaya-
quil, 14, Denkschrift Akad. Wien XLII, 1880; Callichthys
thoracatus, Jordan, Pr. U. S. Nat. Mus., 5591886; Hoplos-
ternum thoracatum, Kigenm& Eigenm. Pr. Calif. Acad. Sci.,
2* ser. I, 164—1889; os mesmos, Occas. Papers Calif. Acad.
Sci. I, 455 e 458—1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus.
44—1891.
Hoplosternum littoralle (Hancock)—Callichthys littoralis, Hancock, Zool: Journ. IV,
244, 1828; Callichthys laevigatus, Callichthys subulatus e C.
albida, Cuv. & Val., XV, 231, 232 e 235, 1840; D’Orbigny,
ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Voyage dans l’Am. Merid., IX, atlas II, est. V, fig. 2, 1847;
Callichthys laevigatus, Kner, Icthyol. Beitr. 109, Sitzungsber.
Akad. Wien XVII, 1855; Hoplosternum laevigatum e H.
stevardi, Gill. Ann. Ly. Nat. Hist N. Y. VI, 396 e 401— 1855;
Bleeker, Sil Suriname, 24—1864; Callichthys littoralis,
Gunther Cat. V, 227, 1864; Lutken. Videnk. Med. 215—1874;
Vaillant, Boull. Soc. Philom., 7º ser. IV, 155—1880; Steinda-
chner, Flussefische Sudamerikas, VI, 6, Denkschrift Akad.
Wien XLVI,1882; Jordan, Pr. U. S. Nat. Mus., 559—1886;
Hoplosternum littoralle, Kigenm. & Eigenm. Pr. Calif. Acad.
Sci., 2? ser. I, 164—1889 e Occas. Papers Calif. Acad. Sci.,
455 e 456—1890; Proc. U. S. Nat. Mus. XIV, 44—1891,
Berg, An. Mus. B. Aires Tomo V, serie II, tomo I, 136—1895;
Callichthys littoralis e C. laevigatus, Göldi, Bol. Mus. Pa-
raense, II, 468 e 480—1898.
Decapogon adspersum (Steind) — Callichthys adspersus, Steindachner, Ichthio-
logisch Bestrage, V, 87, est. XI, fig. 2—Sitzungsber. Akad.
Wien LXXIV Bd. 1876; Decapogon adspersum, Eigenm &
Eigenm, Pr. Calif. Acad. Sci 2? Ser. I, 165 — 1889, os
mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I, 461 — 1890; os
mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 44—1891.
Aspidoras rochai Rud. ther — Aspidoras rochai, Rudolph Ihering, Notas Prelimi-
nares do Museu Paulista, Fasc. I do vol. I, 31—1907.
Corydoras eques, Steindachner — Corydoras eques, Steindachner, Ichthyol Beitr.
Corydoras splendens
Corydoras punctatus
(V), 92 est. XII, figs.3e3 A. LXXIV Bd. Sitzber. Akad. Wien,
1876 ; Eigenm & Eigenm. Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I,
455 e 4685-1890 ; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV,
44—1891 ; Eigenm. & Kennedey, Pr. Acad. Nat. Sci. Philad.,
505—1903.
(Cast.) Callichthys splendens, Castelnau, Anim. Nouv., etc.
pag. 39, est. XVIII, fig. 3—1855; Eigenm & Eigenm. Pr.
Calif. Acad. Sci., 2º ser. I, 165—1889; os mesmos, Occas.
Papers Calif. Acad. Sci. I, 465 e 468 — 1890; os mesmos,
Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 44—1891; Eigenm & Kennedy.
Pr. Acad. Nat. Sci. Philad. 505— 1903.
(BL) = Cataphractus punctatus, Bloch, Ichthyol, 377. fig. 2,
Bl. & Schn.108 — 1801; C. punctatus e Corydoras geofroyi,
Lacépède, Hist. Nat. Poiss. V, 125 e 147 — 1803; Hoplisoma
punctata, Sawainson, Fishes, Rept. etc. II, 304—1839; Cal-
lichthys punctatus, Günther, Cat. V, 329 — 1864; Corydoras
ambiacus Cope, Pr. Acad. Nat. Sci., Philad., 280 — 1871;
Gasteroderma ambiacus, o mesmo, op. cit., vol. XVII, 681
— 1878; Corydoras punctatus, Eigenm. & Eigenm., Pr. Calif.
A, DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 433
Acad. Sci., 2? ser1,166—1889; os mesmos, Occas. Papers Calif,
Acad., I, 466 e 472—1890; os mesmos, Pr. U.S. Nat. Mus.
XIV, 44—1891 ; Eigenm. & Kennedy, Pr. Acad. Nat. Sci,
Philad. 506—1903.
Corydoras paleatus (Jenyns) = Callichthys punctatus, Cuv.& Val., XV, 236—1840;
Valenc. in D’Orbigny, Voyage dans l’Am. Merid.. IX, est.
V, fig. 1, 1847; Collichthys paleatus, Jenyns, Zool. Beagle,
Fishes, IV, 113 — 1842; Günther, Cat. V. 230 — 1864;
Hensel Archif. f. Naturg. I, 71—1870; Corydoras marmora-
tus, Steindachner, Über einige neue and seltene Fisch Arten
aus den Zool. Museen z. Wien, etc., Denskschrift Akad.
Wien, XLI Bd. 26—1879. Corydoras paleatus, Eigenm. &
Eigenm., Pr. Calif. Acad. Sci., 2º Ser. I, 166 — 1889; os
mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I, 471 — 1890; os
mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 44 — 1891; Callichthys
paleatus, Boulenger, Trans. Zool. Soc. London, XIV. |2?
parte, pg. 29—1896; Corydoras paleatus, Eigenm. & Kennedy,
Pr. Acad. Nat. Sci. Philad. 506—1903.
Corydoras elegans, Steind — Corydoras elegans, Steindachner, Ichthyol. Beitr. (V)
93—LXXIV Bd. Sitzungsber. Akad. Wien —1876; Eigenm
& Eigenm. Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I, 465 e 469
— 1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 44 — 1891 ;
Eigenm. & Kennedy, Pr. Acad. Nat. Sci. Philad. 505—1903.
Corydoras trilineatus, Cope — Corydoras trilineatus Cope, Pr. Acad. Nat. Sci.
Corydoras hastatus,
Corydoras nattereri,
Philad., 281, est. VI, fig. 2 — 1871; C. agassizi, Steind.
Ichthyol. Beitr. V, 90 e 186, est. 12, figs. 2 e 2 A. Sitzun-
gsber. Akad. Wien LXXIV,Bd. 1876; Corydoras trilineatus,
Eigenm. & Eigenm. Occas. Papers. Calif. Acad. Sci., I,
466 e 473—1890 ; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV,
44—1891 Eigenmn. & Kennedy, Pr. Acad. Nat. Sc. Philad.
506—1903.
Eigenm. & Eigenm.—Corydoras hastatus, Eigenm. & Eigenm
Pr. Calif. Acad. Sci., 2? Ser. I, 166 — 1889; os mesmos,
Occas. Papers. Calif. Acad. Sci., I, 466 e 474 — 1890 ; os
mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 44—1891; Eigenmann &
Kennedy, Pr. Acad. Nat. Sci. Philad. 506—1903; Corydoras
australe, Eigenm & Ward, Annals Carnegie Museum, IV;
n. II, 123—1907.
Steind.—Corydoras Nattereri, Steindachner, Ichthyol. Beitr.
V, 95, est. XI, figs. 1 el b; Eigenm. & Eigenm. Pr. Calif.
Acad. Sci—2* Ser. I, 165—1889; os mesmos, Occas. Papers
Calif. Acad. Sci.—I, 465 e 470 — 1890; os mesmos, Pr. U.
434 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
S. Nat. Mus. vol. XIV, 44 — 1891; Eigenm. & Kennedy,
Pr. Acad. Nat. Sci. Philad.—505—1903 .
Corydoras multimaculatus, Steind.— Corydoras multimaculatus. Steindachner, Akad.
Anzeiger,—n. XVII—291—1907.
Corydoras julii, Steindachner— Corydoras juli, Steindachner Akademische An-
zeiger d. D. Akad. Wien. n. XXVII—2—1906.
Corydoras microps, Eigenm, & Kennedy—Corydoras microps, Eigenmann & Ken-
nedy, Pr. Acad Nat. Sci.—Philad.—505—1903.
Corydoras treitlii Steind. — Corydoras treitlii, Steindachner, Akademische Anzei-
ger d. Akad. Wien, n. XXVII, 1—1906.
Corydoras barbatus (Quoy & Gaimard.)= Callichthys barbatus; Quoy & Gaimard,
Voyage de l’Uranie etc, Zoologie, pag. 234; Cuv. & Val. XV,
2391840; Günther, Cat, V, 2291864; Scleromystax bar-
batus, Eigenm, & Eigenm, Pr. Calif Acad. Sci. 2º Ser. I, 164—
1889; os mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci—I, 451—
1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 43—1891; Cory-
doras kronei, A. de Mir. Rib”, Lavoura, anno XI,n.5—maio
de 1907: pg. 189, c. fig.— 1907; C. eigenmani, C. juquiae,
Rud. Ihering (e C. Eigenmann), Notas Preliminares, 35 e
37- -1907.
Hemidoras stenopeltis (Kner)=-Doras (Oxydoras) stenopeltis, Kner, Sitzungsbe-
richte Akad. Wien. XVII—142—est. IV — fig. 7 — 1855;
Hemidoras stenopeltis, Günther, Cat. V, 208 — 1864; Hemi.
doras stenopeltis, Eigenm. & Eigenm. Pr. Calif. Acad. 2º Ser.
I— 158—1889; Oxydoras carinatus. Vaillant, Bull. Soc.
Philom, ser. 7.IV,154—1880; osmesmos, Occas. Papers Calif.
Acad. Sci. —I— 252, 255—1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat.
Mus. XIV, 33—1891; Boulenger, Trans. Zool. Soc. London.
XIV pt. 7º, 422—1896.
Hemidoras nattereri (Steindachner)=Oxydoras nattereri, Steindachner, Denks-
chrift Acad. Wien, 43 Bd — 104 — 1881; Hemidoras natte-
reri, Eigenmann & Eigenmann Pr. Calif. Acad. Sci. 2º Ser.
158—1889;0s mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci.—251
253—1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus.vol. XIV, 33—
1891; 7. paraguayensis. Kigenm. & Ward, Ann. Carnegie Mus.
IV, n. Il, 116 e 134 fig. 1—1907.
Hemidoras eigenmanni (Blgr.)=Oxydoras eigenmanni Boulenger, Proc. Zool Soc.
Lond. pg. 524—1895; o mesmo, Trans. Zool. Soc. Lond.
XIV, 2º parte, 28, est. IV,fig. 3—1896; Oxydoras eigenmanni,
Eigenm. & Ward, Ann. Carnegie Museum, IV,n. II, 116—
1907.
Hemidoras brevis (Kner), —Doras brevis Kner, Sitzungsber. Akad. Wien, XVII,
138—est. VI fig. 11—1855; Oxydoras brevis, Günther, Cat.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 435
V, 207—1864; Eigemann & Eigenmann, Pr. Calif. Acad.
Sci. —2º Ser. I, 158—1889. Os mesmos, Occas. Papers Calif.
Acad. Sci.—I, 251 e 254—1890. Os mesmos, Pr. U.S. Nat.
Mus. XIV, 331891.
Hemidoras trachyparia (Boul.)=Oxydoras trachyparia, Boulenger, Fishes from
the Rio Juruá. —Trans. Zool. Soc, London. XIV. 7º parte, 423
est. XL. fig. 2—1896.
Hemidoras punctatus—Doras ? Kner, Sitzungsber. Akad. Wien, XVII—136—est.
VI fig. 101855; Corydoras punctatus, Hyrtl, Denkschrift
Akad. Wien, XVI, 17—1859; Oxydoras punctatus, Günther,
Cat. V, 2071864; Hemidoras punctatus Eigenmann & Ei-
genemann, Pr. Calif. Acad. Sci. 2º Ser. I, 158—1889; Os
mesmos, Occas, Papers Colif. Acad. Sci. I—251 e 255—
1890; os?mesmos, Pr. U. Si „Nat. Mus. XIV, 331891.
emidoras Jimbriatus. (Kner)—Doras fimbriatus, Kner, Sitzungsber, Akad Wien.
XVII, 134 est. III fig. 5—1855; Oxydoras fimbriatus, Günther,
Cat., V, 207—1864; Hemidoras fimbriatus, Eigenm & Eigenm.
Pr. Calif. Acad. 2% Ser.I, 158—1889; Os mesmos, Occas.
Papers, Calif. Acad. of Sciences I, 251, 255—1890; os
mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 33—1891.
Hemidoras humeralis (Kner)—Doras humeralis, Kner, Sitzungsber. Akad. Wien
XVII — 140 — est. IV fig. 6 — 1855; Oxydoras humeralis,
Günther, Cat. V, 206—1864; Hemidoras humeralis, Eigenm.
& a. Pr. Calif. Acad. 2? Ser. I, 158—1888; os mes-
, Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I, 252 e 257—1890;
os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, pag. 33—1891.
Eleicoes trimaculatus (Boul,) — Oxydoras trimaculatus, Boulenger, On Fishes,
fron the Rio Jurua. Trans. Zool Soc. London, XIV, pt.
7—422 est. XL fig. 1—1898.
Henidoris morei (Steind.)—Oxydoras morei, Steindachner, Denkschrft Akad.
Wien, 43 Bd—106—est. I, fig. 2—1882—Hernidoras morei,
Eigenm. e Eigenm. Pr. Calif. Acad. 2º Ser I, 158—1889; os
mesmos; Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I—252 e 257—
1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 33—1891.
Hassar orestes (Steind.)—Oxydoras orestes, Steindachner, Uber einige brasilia-
nische Siluroiden aus der Gruppe der Doradinen 1, est. ISit.
zungesber Akad. Wien, LXXI Bd.—1875; Hemidoras orestis
Eigenm. & Eigenm. Proc. Calif. Acad. 2º Ser. I, 158—1889;
Hemidoras (Hassar) orestis, os mesmos, Occas. Papers. Calif,
Acad. Sci. 1, 253—258—1890; os mesmos. Pr. U. S. Nat.
Mus, XIV, 33—1891.
Hassar AS, (Steind.)—Oxydoras affinis, Steindachner, Denkschrift Akad,
Wien, 43 Bd., 107, est. I fig. I—1882; Æemidoras affinis,
436
ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Eigenmann e Eigenmann, Pr. Calif. Acad. Sci., 2º Ser. I,
158—1889; os mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad. I, 253
258—1890 : Hemidoras (Hassar) affinis, os mesmos, Pr. U.
S. Nat. Mus. 33—1891.
Hassar lipophthalmus (Kner) — Doras (Oxydoras) lipophthalmus, Kner, Sitzungsber.
Akad. Wien, XVII—147—est. V. fig. 8—1845 ; Oxydoras
lipophthalmus, Günther, Cat. V, 208 — 1864; Hemidoras
lipophthalmus. Eigenm. e Eigenm. Pr. Calif. Acad., 2º Ser.
I, 158—1889; Os mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad. Sci.
I—251 e 2551890; os mesmos, Pr. U.S. Nat. Mus. XIV,
33— 1891.
Mormyropsis carinatus (Lin.) — Silurus carinatus Linnaeus, Syst. Nat., ed. XII
—I, 504—1766 ; Bloch e Schn. — Syst. Nat. 108 — 1801 ;
Doras carinatus, Lacép., Hist. Nat. Poiss. V. 116—1803 ;
Doras oxyrhynchus Val. in Humboldt, Obs. Zool., II —
184—1833; Doras carinatus Cuv. e Val., XV, 214. est.
4421840; Mull. e Trosch. in Schomburgk, Reise in British
Guiana, Ill, 6291848; Kner, Sitzungsber. Akad. Wien,
XVII—144—1855 ; Bleeker, Ichthyol. Arch. Ind. Siluri, 54
— 1858; o mesmo, Nederl. Tijdschr. Dierkunde, 1, 13, 1863;
id. Silur. Suriname, 31, 1864; Oxydoras carinatus, Günther,
Cat. V, 206—1864, Hemidoras carinatus, Kigenm. e Eigenm.
Proc. Calif. Acad. Sci. 2º Ser. I, 158—1889 ; os mesmos,
Occas. Papers Calif. Acad. Sci.—I. pags. 252 e 258—1890;
os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 33—1891.
Oxydoras niger (Val.) — Doras niger, Valenciennes in Humboldt Obs. Zool.
II, 184, 1833; Doras humboldti e D. edentatus, Agass.e Spix
—Pisc. Bras. 14, est. V—1829; Cuv. e Val. XV — 216 —
1840; Shomburgk, Fishes Brit. Guiana, pte I, 165—1841 ;
Müll. e Troschel, in Shomburgk Reise in Britsh Guiana, III
629—1848 ; Doras niger. Bleeker, Nederl. Tijd. Dierk., I,
14, 1863; Rhinodoras niger, Gunther, Cat. V.—209— 1864 ;
Doras humboldti., Agass. Journey in Brasil — 1868. Rhino-
doras prionosmus, Cope, Proc. Acad. Nat. Sci. Philad—134
1874; Rhinodoras teffeanus, Steindachner, Sitzungsberichte
Akad. Wien LXXI, 145 est. III—1875; Rhinodoras priono-
mus, e Rhinodoras niger, Cope, Pr. Amer. Philos. Society.
678 — Rhinodoras niger Vaillant. Bull. Soc. Philom. Ser 7,
IV, 1880; Oxydoras niger, Eigenmann e Eigenmann. Pro-
ceedings Calif. Acad. Sci. —2º Serie I, 159—1889; Os mes-
mos, Occas Papers Calif. Acad. Sci. I, 246 e 247— 1890 ;
os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV— 33 — 1891; Gœldi,
Bol. Mus. Paraense, II, 457—1898.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 437
Oxydoras knerii, Bleeker — Doras (Oxydoras) niger, Kner — Sitzungsber. Akad.
Oxydoras elongatus,
Wien, XVII, 146— 1855; Oxydoras knerii Bleeker. Nederl.
Tydschrift Dierkunde, I, 12, e 14—1863; Günther, Cat. Wo
209—1864; Eigenmann e Eigenmann, Occas. Papers Calif.
Acad. Sci.—246 e 249—1890; os mesmos Pr. U. S. Nat.
Mus. 33—1891; Rhınodoras knerii, Perugia, Ann. Mus. di
Genova (2? Ser.) X. 635 — 1892. Oxydoras knerü, Lahille.
Rev. Mus La Plata, VI—270 — 1895; Berg. Comunicaciones
Mus. B. Aires—Tomo I —n. 89—300 — 1901; Rhinodoras
knerü, Boulenger, Trans. Zool. Soc. Lond., XIV, 2º pte,
29—1896; Oxydoras niger, Gœdi. Bol. Mus. Paraense, II,
458—1898; Oxydoras knerü, Eigenm. e Kennedy. Pr. Calif. _
Acad. Sci.—501—1903.
Boulenger=Oxydoras elongatus, Boul., On Fishes from the
Rio Jurua—Trans. Zool. Soc. Lond., XIV, pte 7,—424—
est XL—fig. 4—1896.
Oxydoras bachi, Boul.—Oxydoras bachi. Boulenger, On Fishes from the Rio
Jurua—Trans. Zool. Soc. Lond. XIV, 7º parte—433—1896.
Rhinodoras amazonum Steind. — Rhinodoras amazonum, Steindachner, Sitzungs
Doras affinis, Kner,
berichte Akademie z. Wien, LXXI Bd. «Uber einige neuc
brasilianische siluroiden aus der Gruppe der Doradinen, 4
— est. II — 1875; Oxydoras amazonum, Eigenmann e Ei-
genmann, Proc. Calif. Acad. Sci. —2º Ser. I—159—1889;
os mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad. Sci.—I, 247—250
— 1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus., vol. KIV—33
1891.
=Doras affinis, Kner, Sitzungsber. Akad. Wien, XVII Bd.,
121, est. II fig. 1—1855; Amblydoras affinis e A. truncatus,
Bleeker, Nederl. Tijidschrift. Dierk. I — 17 e 18 — 1863;
Doras affinis, Günther, Cat. V, 205 — 1864: Eigenmann e
Eigenmann, Occas. Papers. Calif. Acad. of Sciences—I—
224—-238—1890; Os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV,
32—1891.
Doras weddellii, Casteln.—Doras weddellii, Castelnau, Anim. Nouv. etc. 48, est.
XVII fig. 1—1855; Günther, Cat. V, 203 — 1864; Doras
grypus, Cope, Pr. Acad. Nat. Sci. Philad., 270 — est. XV.
fig. 1—1872; Doras weddellii, Vaillant, Bull. Socc. Philom.,
ser. 7, IV, 154, 1880; Eigenmann e Eigenmann, Pr. Calif.
Acad. Sci., 2% Ser. I. 163—1899 ; os mesmos, Occas. Papers.
Calif. Acad. of Sci. I—224, 229, 1890; os mesmos, Pr. U.
S. Nac. Mus. vol. XIV, 32—1891; Boulenger, Trans. Zool.
Soc. Lond. XIV, 2º pte. 28—1896; Goldi, Boi. Mus. Paraense
II, 457 e 480—1898. Boulenger, Ann. Mus. Civ. Hist. Nat.
438 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
di Genova, XIX (2° Ser.) 126—1899.
Doras asterifrons, Kuer—Doras asterifrons, Heckel, Manuscr.—Kner, Sitzun-
gsber. Akad. Wien— XVII, 123—Est II—fig. 2—1855;
Astrodoras asterifrons, Bleeker. Nederl. Tijdschrift. Dier-
kund I—1863; Doras asterifrons, Gunther, Cat. V, 203—
1864; Eigenm. e Eigenm. Pr. Calif. Acad. Sci. 2º Ser., I,
163—1889; os mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad. Sci. 225
e 241-1890; os mesmos,Pr. U. S. Nat. Mus. XIV,
33— 1891.
Doras marmoratus, Lutk.—Doras marmoratus, Lutken. Dan. Selsk. 30—1874
Steindachner, Sitzungsber. |Akad. Wien, LXXI—147—est.
IV—1875; Lutken, Velhas Flodens, Fishe—146 e III est. I
fig. 1—1875, Eigenmann & Eigenmann, Proc. Calif. Acad.
Sci..—2? Ser. I, 163—1889, os mesmos, Occas. Papers Calif.
Acad. Sci—I— 224, 237—1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat.
Museum, vol. XIV, 32—1891.
Doras heckelit, Kner—Doras heckelii, Kner, Sitzungsbericht Akad, Wien
XVII, 125, fig. 4— 1855; Gunther, Cat.- V. 204 — 1864;
Eigenmann & Eigenmann, Pr.;Calif. Acad. Sci.—2? Ser. I—
163—1889 : Eigenmann & Eigenman, Occas. Papers. Calif.
Acad. Sci.—I, pags. 225—243—1890; os mesmos, Pr. U.
Nat. Mus. XIV, 33—1891.
Doras calderonensis, Naïllant—Dor. calderonensis, Vaillant, Bull. Soc. Phi-
lon., Ser. 7, IV, 154, 1880; Doras depressus, Steindachner,
Denkschrift Akad. Wien, XLIII Bd.—103—est. 1 figs. 3 e 3
a— 1882; Doras calderonensis, Eingenmann e Eigenmann,
Occas. Papers Calif. Acad. of Sci.—I pags. 223 e 234—
1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV-32-1891:
Doras cataphractus (L)—Stlurus cataphractus, Linzus, Syst. Nat. ed. X, 307 —
— 1758; Cataphractus americanus, Bl. & Schn., Syst. 107,
est. 23—1801; Lacép., Hist. Nat. Poiss. V, 124 e 127; 1803;
Doras cataphractus, e D. Blochi, Cuv. & Val. XV, 205 e
207, 1840; Doras caphractus, e D. Brunnescens, Schomb,
Fishes Brit. Guiana, pt. I, 158 e 163—1841; Callichthys
asper, Gronow, Cat. ed. Gray, 157—1854; Doras cataphra-
ctus, Kner, Sitzungsber. Akad. Wien, XVII, 126—1855;
Bleeker, Ichtyol. Arch. Arch. Ind.—Siluri. 54—1858; Acantho.
doras cataphractus. Bleeker, Nederl. Tijdschrift Dierk., I,
16, 1863; o mesmo, Sil. Suriname, 40, 1864; Doras cata-
phractus, Günther, Cat. V, 204 — 1864; Eigenmann &
Eigenmann, Occas. Pagers Calif. Sci. —I, pags. 223 e 234
1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. 32—1891; Doras
brunnescens, D. cataphractus, Goldi Bol. Mus. Paraense,
A DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 439
II, 456, 457—1898.
Doras spinosissimus, Eigenmann & Eigenmann—Doras spinossimus, Eigenmann
e Eigenm. Pr. Calif. Acad. Sci.—2? Ser. I, 161. 1889;
os mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad. Sci.—I—223e 235
—1891; os mesmos, Pr. U.S. Nat. Mus. Vol. XIV, 32—1891.
Doras hancockiiCuv. & Val=Doras costatus, Hancock, Zool. Journ. IV—242—
1828; Doras hancockü, Cuv. e Val, XV—209—1840; Gun-
ther, Cat. V, 207—1864; Eigenmann & Eigenmann, Occas.
Papers. Calif. Acad. Sci.—I—1890; os mesmos, Proc. U.
S. Nat. Mus. XIV-32—1891.
Doras costatus (L)=Silurus costatus, Linneus, Syst. Naturae, ed. XII, 506—
1766; Cataphractus costatus, Bloch, Aust. Fishe—8—82—
est. 376—1794; Doras costatus Lacépe. V, 116, etc.—1803;
Doras costatus e Doras armatulus, Cuv. & Val. XV,
200 e 204—1840; Doras costatus, Schomburgk, Fish.
Guyana, part. 1, 156, 1841; Castelnau, Anim. Nouv. etc.,
48—1855; Doras armatulus, Kner, S.B. Akad. Wien. XVII,
16—1855; Platydoras costatus, Bleek. Nederl Tydschr.
Dierk, 1, 16, 1863; o mesmo, Sil. Suriname, 38, 1864; Doras
costatus e D. armatulus, Gunther, ICat. V., 201, 1864;
Doras costatus e Doras armatulus, Peters, Monatsbericht
Akad. Berlin, 4701877; Eigenmann & Eigenmann, Pr. Cal.
Acad. Sci. 2º Ser. vol. I, 161—1889; Doras armatulus,
Steind. Flussfisch Sud. Am. IV, 5, Denkschrift Akad.
Wien, XLVI—1882; Doras costatus e D. armatulus, Kige-
mann & Eigemann, Occas. Papers Calif. Acad. of Sci. I,
pgs. 223, 231 e 234—1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat,
Mus. vol. XIV, pag. 32—1881; Doras costatus Perugia,
Anns. Mus. Hist. Nat. de Genova, (2º Ser.) X, 634—1892 ;
Boulenge. Trans. Zool. Soc. Lond. XIV, 2% pte. 23—1896 ;
Göldi, Bol. Mus. ‘Paraense, II, 456-460, 470 e 479—1898;
Doras costatus, Eigenmann & Kennedy, Pr. Acad. Nat. Sci.
Philad. 5001—1903; Doras costatus, Eigenmann & Ward,
Ann. Carnegie Museum, IV, nº II, 116, 1907.
Doras dorsalis, Val.—Doras carinatus, Valenciennes. in Humboldt Observations
Zoologiques—II—184—1817; Doras dorsalis, Cuv. & Val.,
Hist. Nat. Poiss. V,211,— 1840; Guerin, Icon, Régn. Anim.
est. 52 fg. 2; Doras papilionatus, Filippi, Guér. Menev.Rev.
Mag. Zool. — 167 — 1853. Doras lithogaster, Bleek. Nederl.
Tijdschrift Dierk. I—15—1863; Doras dorsalis e D. litho-
gaster, Kner Ichthyol. Beitr., Sitzungsber; Akad. Wien—
129 e 132—XVII—Bd.—1885; Doras dorsalis, D. lithogaster e
D. papillionatus, Günth, Cat. V, 205—1864. Doras dorsalis,
440
ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Eigenmann & Eigenmann. Pr. Calif. Acad. 2º Ser. I—159
—1889; os mesmos, Occas. Papers Acad. Sci. —I, 222, 225
— 1890; os mesmos—Pr. U. S. Nat, Mus. vol. XIV, 32—
1891; Doras lithogaster, Doras dorsalis, Göldi, Bol, Mus. Pa-
raense, II, 462, 469 e 480—1898; Doras dorsalis; Eigenmann
& Bean, Amazon. Fishes—Pr. U.S. Nat. Mus, XXXI, 663
— 1907.
Doras nebulosus, Eigenm. & Kdy.—Doras nebulosus Eigenmann & Kennedy, Pr.
Acad. Nat. Sci. Philad.—500—1903.
Doras granulosus Val.—Doras granulosus, Valenciennes, in Humboldt Obs. Zool.
II—184— 1812 (?) Doras maculatus, Cuv. & Val. XV, 209 —
1840; Val. Voyage D’Orbigny, IX atlas II, est V, fig. 3
1847; Doras murica, Kner, Sitzungsber, Akad. Wien, XVII
—129—1855; Pterodoras granulosus, Bleeker, Nederl. Tijds-
crift. Dierk I—15—1863; o mesmo, Silur. Suriname, 36—
1864 Doras muricus, Gunther, Cat. V. 202 1864 ; Doras
maculatus, Steindachner, Denks. Akad. Wien, 28—1879;
Doras maculatus, Lahille, Rev. Mus. La Plata VI, 270;
— 1895; Doras maculatus, Günther, Annals & Mag. Nat.
Hist. pg. 11. N. 31—Jnly—1880; Eigenmann & Eigen-
maun,, Pr. Cal. Acad. Sci., 2º Ser., I—160—1889 ; os mes-
mos, Occas. Papers. Calif. Acad. Sci. I, 222 e 229—1890;
os mesmos Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 32- 1891; Doras ma-
culatus, Perugia, Annali del Museu civico d’Hist. Nat. di
Genova (2º Ser.) X, 634—1892; Eigenmann & Kennedy, Pr.
Acad. Nat. Sci. Philad. 500—1903 ; Boulenger, Trans.
Zool. Soc. Lond. XIV, 2? parte, 28 — 1886; Goeldi, Bol.
Mus. Paraense, II, 456-1898.
Doras brachiatus, Cope=Doras brachiata, Cope, Proc. of the Academy of Nat.
Sciences of Philadelphia—270 — 1871— (1872); Eigenmann
& Eigenmann, Occas. Papers Calif. Acad. of Sciences I
pags. 223 e 234- 1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus.
SIN SSSI
Wertheimeria maculata, Steind. — Wertheimeria maculata, Steindachner, Sus-
swasserfische des Sudöstlichen Brasilien (III) 102, est X —
Sitzungsber. Akad. Wien LXXIV — 1876; Eigenmann &
Eigenmann, Occas. Papers. Balif. Acad. Sci—I, 265—1890;
os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 34—1891.
Trichomycterus nigricans, Val. in Humboldt, Obs. Zool II, 348; Cuy. & Val.
XVIII, 836—1846; Gunther, Cat. V. 274; Pygidium nigricans
Eigenm. & Eigenm. Pr. Calif. Acad. Sci. 2º Ser. II, 53—
1890; os mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci. (nec sy-
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 441
nonyma) 328—1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV,
37—1891; A. de Mir. Rib.—Vert. Itatiaya, 7, Archivos do
Mus. vol. XIII, 1906.
Trichomycterus amazonicus, Steind. = Trichomycterus amazonicus, Steindachner
Flussefische Südamerikas, IV, 29, est. VI figs. 4 e 4 a—
1882; Pygidium amazonicum, Eigenmann & Eigenm; Pr.
Calif. Acad. Sci., 2º Ser. 2º, 53—1890; os mesmos. Occas,
Papers Calif. Acad. Sci. 328 e 338—1890; os mesmos, Pr.
U. S. Nat. Mus. XIV. 37— 1891.
Trichomyterus proops, Mir. Rib.==Trichomycterus proops, Mir. Rib. Kosmos, n. 2
—Fev'—1908.
Trichomycterus punctatissimus, Casteln. = Trichomycterus punctatissimus, Castelnau,
Animaux Nouveaux etc., 49—est. 24, fig. 3 — 1855; Pygidium
punctatissimum, Eigenm. & Eigenm. Pr. Calif. Acad. Sci.
2% Ser. II—52— 1889; os mesmos, Occas. Papers Calif.
Acad. Sci. I, 327 e 334—1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat.
Mus., 36—1891; Trichomycterus punctatissimus, A. de Mi-
randa Rib.—Vertebrados de Itatiaya, 7.—1906.
Trichomycterus goeldi, Boul=Trichomycterus goeldi, Boulenger, Description of a
new Siluroid Fish from the Organ Moutains, Brasil—Ann.
& Mag. Nat. Hist. vol. 18. n. CIV pag. 154, 1896; A. de
Miranda Ribeiro, Vertebrados do Itatiaya, 7—1906.
Trichomycterus dispar (Tschudi) = Pygidium dispar, Tschudi; Fauna Peruana,
Ichthyol, 22 est. 3—1845; Trichomycterus punctulatus e T.
functatus, Cuv. & Val. XVIII pg. 362, est. 552 — 1846.
Lutken Velhas Flodens, Fiske, 137—1875; Pygidium dispar
e P. dispar punctulatum Eigenm & Eigenm. Pr. Calif. Acad.
2º Ser. II, 52—1889; os mesmos Occas. Papers Calif. Acad.
Sci. I, 317—335 e 366—1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat.
Mus. XIV—36—1891.
Trichomycterus immaculatus (Eigenm. & Eigenm.)—Pygidium immaculatum, Fa.
genmann & Eigenmann, Pr. Calif. Acad. 2º Ser. II—1890; os
mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad. Sci.—I, pags. 328 e
337—1890 ; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 37 —
1891; A. de Mir. Ribeiro, Vertebrados do Itatiaya, pg. 7
— 1906.
Trichomycterus brasiliensis, Lutk.=Trichomycterus brasiliensis, Lutken, Overs.
Selsk. 3 fig. 29—1893 ; 7. brasiliensis, e T. b. var. tristis O
mesmo, Velhas Flodens, Fiske, 135 e I, est. III, fig. 8 —
442 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
1875; Pygidium brasiliense, Figenmann & Eigenmann, Pr.
Calif. Acad. Sci. — 2? Ser., II—51—1889; os mesmos, I, 327
— 3321890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 36—
1891; Trichomycterus brasiliensis Boul. Pr. Zool. Soc. Lon-
don 2311891; Boulenger, Trans. Zool. Soc. London, XIV,
2º Pte. 34—1895; Pygidium brasiliensis, Inhering, Peixes de
agua doce do Rio Grande do Sul 121897; Trichomycterus
brasiliensis var Itatiayæ, A. de Miranda Ribeiro, Vertebrados
do Itatiaya, 7 e 15—est. I, fig. 1 a, 1 be 1 c—1906.
Tridens melanops, Eigenm. & Eigenm.—Tridens melanops, Eigenmann & Eigen-
mann, Pr. Calif. Acad. Sci., 2º Ser. vol. II, 531890; os
mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci.—I, 3391890; os
mesmos; Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 37— 1891.
Tridens brevis, Figenm. & Eigenm.=Tridens brevis, Eigenmann & Eigenmann,
Pr. Calif. Acad. Sci.—2* Ser., II, 54 — 1890; os mesmos,
Occas. Papers. Calif. Acad. Sci.—I, 340—1890; os mesmos,
Pr. U. S. Nat: Mus. XIV, 37—1891.
Minroglanis platycephalus, Eigen. & Eigenm.—Miuroglanis platycephalus, Eigen-
mann & Eigenmann, Pr. Calif. Acad. Sci., 2? Ser. II. 56
— 1890; os mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci., —I,
347—1890: os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus., XIV, 37 —
1891.
Vandellia cirrhosa, Cuv. & Val.=Vandellia cirrhosa,Cuv. & Val. Hist. Nat. Poiss.,
XVIII, 278, est. 547—1846; Castelnau, Anim. Nouv. etc.,51
est. 28 fig. 2; Gunther, Cat. V, 277—1864; Eigenm & Ei-
genmann, Pr. Calif. Acad. Sci—2* Ser. II, 55 — 1890; os
mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci.—I, 345—1890; os
mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 37 — 1891; Boulenger,
Proc. Zool. Soc. London, 1891—1897; o mesmo, Trans.
Zool. Soc. London, XIV, 7º parte—426—1898.
Vandellia plazai, Casteln.—Vandellia plazai, Castelnau, Animaux Nouveaux ou
Rares de l’Amerique du Sud—51 est. 28 fig. 1—1855; Vail-
lant, Bull. Soc. Philomatique, Ser. 7—IV, 159—1880; Ei-
genmann & Eigenmann, Pr. Calif. Acad. Sci. 2º Ser, II,
55—1890; os mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I,
345—1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 37—1891.
Stegophilus nemurus, Günther—Stegophilus nemurus, Günther, Proceedings of the
Zool. Society of London, 429 — 1869; Pseudostegophilus ne-
murus Eigenm. & Eigenm., Pr. Calif. Acad. Sci.—2* Ser.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 443
II, 54—1890; os mesmos, Occ. Papers Calif. Acad. Sci.—I,
341—1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. 37—1891; Ste-
gophilus nemurus, Boul. Trans. Zool. Soc. London, XIV, 7°
parte 426—1896,
Stegophilus intermedius, Eigenm. & Kigenm.—Stegophilus intermedius, Figenmann
& Eigenmann, Pr. Calif. Acad. Sci. 2* Ser. II, 54—1890 ;
os mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad. Sci.—I, 342 e 343
— 189005 mesmos, Pr. U.S. Nat. Mus. XIV. 37 189%
Stegophilus macrops, Steind—Stegophilus macrops, Steindachner, Flussfische Süd-
amerika IV, 28, est. VI figs. 2 e 2 a.—1882; Eigenm. &
Eigenm,. Pr. Calif. Acad. Sci. 2° Ser. II, 55—1890; os mes-
mos; Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I, 343 e 344 — 1890;
os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. 37—1891.
Stegophilus reinhardti, Steind. — Setagrophilus reinhardti Steindachner, Flussfi-
sche Sudamerikas IV, 28, est. VI, fig. 1—1882; Eigenm. &
Eigenm. Pr. Cal. Acad. Sci. 2º Ser. II, 55— 1890; os mesmos
Occas. Papers Calif. Acad. Sci., I, 343, 344—1890 os mes-
mos; Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 37—1891.
Stegophilus insidiosus, Reinhardt— Séegophilus insidiosus, Reinhardt, Naturgist
Foren, Videnskabelige, Meddelelser, 79—est. II; Gunther,
Cat. V, 276—1864; Lutken, Velhas Flodens—Fiske 135 e
I, figs. 1 a 3—1875; Figenmann & Eigenmann, Pr. Calif.
Acad. Sci., 2º Ser. II, 45—1800 ; os mesmos, Occas. Papers.
Calif. Acad. Sci —I. 343, 344—1890, os mesmos, Pr. U.S.
Nat. Mus. 37—1891.
Pareiodon microps, Kner,—Pareiodon microps, Kner, Sitzungsber. Akad. Wien,
XVII, 160 c. fig. 1855; Günther Cat. V. 275—parte—1864;
Cope. Pr. Acad. Nat. Sci. Philad.—290—1871; Eigenmann
& Eigenmann, Pr. Calif. Acad. Sci., 2º Ser., II, 55—1890;
os mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad. Sci.—346 (parte)
1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus., XIV, 37—1891.
Pareidon pusillus, (Casteln.) = Trychomicterus pusilus. Castelnau, Animaux
Nouveaux, etc., pg. 50—est 24—fig. 4 — 1855; Astemomy-
cterus pusillus, Guichen. Rev. & Mag. Nat. Hist. XII —
525—1890; Eigenmann & Eigenmann, Pr. U. S. Nat. Mus.
a 37—1891.
Nannoglanis bifasciatus, Bigenmann & Norris = Nannoglanis bifasciatus, Eigen-
mann & Norris — Sobre alguns peixes do Estado de S. Paulo,
Brasil — Rev. do Museu Paulista, vol. IV, 350 — 1900.
444 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Heptapterus mustelinus (Valenc.) — Pimelodus mustelinus, Valenciennes, D'Or-
bygny, Voyage dans l’Amer. Merid. Poiss. Pl. 2 fig.
1—4—1847 (?) Cuv. & Val. Hist. Nat. des Poisons, vol.
XV—122—1840; Heptapterus mustelinus, Gunther Cat. V,
2711864; Hensel, Beitrage z. Kenntniss Wirbelthiere
Süd Brasilien — Wigman’s Archif. 77—1870; Eigenmann &
Eigenm. Proc. Calif. Acad. Sci. 2? Ser, I, pg. 172—1889 ;
os mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad. Sci —I— 144,
1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV—29—1891.
Perugia, An. Museo Civico di Genova, X— (2º ser.) 639 —
1890-92; Berg. Peces de Agua dulce — Annales del Mus.
de B. Ayres; tomo IV (Ser. 2? T. I, 135—1895 ; Lahille—
Rev. Mus. La Plata—VI—275—1895, o mesmo, Peces sud
americanos, loc. cit. tomo V (Ser. 2? T. II) 264—1897;
C. Eigenmann, Notes on Fishes, Dr. Ihering, R. Grande
do Sul, Annales N. York Acad. of Sci., VII-632—1894 ;
v. Ihering—Peixes d’agua doce do R. Grande do Sul—
12—1897 ; Boulenger — Boll. Musei de Zool. ed. Anat.
Comp. della R. Univers. di Torino—XII—279—1897 ; Stein-
dachner, Sitzungsber. Akad. Wien CXVI—12—1907.
Heptapterus multiradiatus, Rud. Ihering, = Heptapterus multiradiatus, Rud.
Ihering Notas Preliminares do Mus. Paulista— 20 e 21 —
1907.
Heptapterus leptus (Figenm. & Eigenm.) — Acentronichthys leptus Eigenm. &
Eigenm. Proc. Calif. Acad. Sci., vol II—28 — 1890, os
mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad. Sci. I—145—1890; os
mesmos Pr. U. S. Nat. Mus. 29—1891.
Nemuroglanis lanceolatus, Figenm. & Eigenm.= Nemuroglanis lanceolatus, Eigen-
mann & Eigenmann, Pr. Calif. Acad. Sci., 2º Ser. II —
29—1889 ; os mesmos Occas. Papers. Calif. Acad. Sci.—193
— 1890 ; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus., vol XIV, 30—1891:
Callophysos macropterus (Licht.) = Pimelodus macropterus Lichtenstein, Wiedem,
Zool. Mag., I (pt. 3º) pg. 59—1819; Pimelodus ctenodus
Agass. Gen. Spec. Pisc., Spix,& Mart. pg. 21 — est. VIII a —
1829; Cuv. & Val. Hist. Nat. Poiss. XV pg. 186—1840; Pime-
lodus insignis, Schomburgk, Fish British Guian. I,est VI, 1843;
Callophisus macropterus Mull & Trosch. in Schomb. Reise
British. Guian 629 — 1848; Callophysus macropterus cteno-
dus, Mull. & Trosch., Horae Ichtyol. III pg. 92 —1849
Pimelodus ctenodus, Casteln, Anim. Nouv. etc. pg. 35 —
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 445
1855 — Callophysus ctenodus Kner, Sitzungsber. Akad. Wien
XXVI pg. 422 — 1857; Pimeletropis lateralis, Gill, Pr. Acad.
Nat. Sci. Philad. pg. 1961859; Callophysus lateralis, C.macro-
pteruse C. ctenodus, Gunther, Cat. V pg. 137 — 1864; Callo-
Physos lateralis, Steindachner, Ichtyol. Beitr. V pg. 105 —
Sitzungsber. Akad. Wien. LXXIV—1876; Callophysus macro-
pterus Peters, Monatsbericht Akad. Berlin. pg. 470 — 1877.
Callophysus lateralis Cope, Proceedings Amer. Philos. Soc.
XVII, 676 — 1878; Callophysus ctenodus, Goeldi, Bol. Mus.
Paraense, II, pgs. 458,464 e 476—Vaillant. Bull. Soc. Philom.
serie 7% IV — 1880; Callophysus macropterus, Eigenm. &
Eigenm. Proc. Calif. Acad. 2º serie vol. I pg. 120 — 1888; os
mesmos Occas. Papers Calif. Acad. Sci. —I—pg. 95—1890; os
mesmos Proc. U. S. Nat. Mus. vol XIV pg. 27—1891; Eigen-
mann & Bean, Pr. U. S. Nat. Mus. vol XX XI — 659 — 1907.
Conorhyncus conirostris (Cuv. & Val.)=Pimulodus controstris, Cuv. & Val. XV, 151
est. 436 — 1840; Conostoma conirostris, Dumeril, « Ichtyol.
Analytique, 484 — 1856; Conorhynchus conirostris, Bleeker,
Nederl. Tydschr. Dierk. I,102—1863 ; Gunther, Cat. V, 135—
1864; Lutken, Velhas Flodens, Fiske 162 e V — 1875;
Eigenmann & Eigenmann, South Amer. Nemathognati — 185
— 1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. 30 — 1891.
Conorhynchus glaber, Steind.—Conorhynchus glaber, Steindachner Suswasserfische
S. O. Brasilien (III) 79 — est. VIII—Sitzungsber. Acad. Wien
LXXIV — 1876. Eigenm. & Eigenm. Occas. Papers Calif.
Acad. Sci. I, 185 — 1890 ; os mesmos, Pr. U.S. Nat. Mus. vol.
DEVA 20 11891
lheringichthys westermanni (Reinhard & Lutken) — Pimelodus westermanni e P.
labrosus. R. & Lutken, Videnskab. Medel — 32 e 200 — 1874;
Eigenmann & Eigenmann, Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I,
— 166 e180 — 1890; os mesmos, Pr. U. S, Nat. Mus., vol.
XIV pg. 29— 1891; Pimelodus labrosus, Boulenger Trans.
Zool. Soc. Lond., XIV — 2º parte — pg. 27 — 1896. Jheringi-
chthys labrosus e Bergiella westermanni Eigenmann & Norris
— Revista do Museu Paulista IV,354e 355 — 1900. Pimelodus
labrosus Berg,—Communicaciones del Mus. de B. Aires— Tomo
I, nº9 — 296 — 1901. Eigenmann & Kennedy, Pr. Acad.
Nat. Sci. Philad.—449—1903 ; Jheringichthys labrosus, Ei-
genm. & Ward. Ann. Carnegie Museum, IV, n. II, 116—
1907.
446 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Pimelodina flavipinnis, Steind. = Pimelodina flavipinnis Steindachner, Ichthyol.
Beitr. V—102— est. VIII— fig. 2— Sitzungsber. Akad.
Wien, LXXIV Bd. — 1876 ; Eigenmann & Eigenmann,South
American Nemetognathi—Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I
— 1011890; os mesmos. Pr. U. S. Nat. Mus. vol. XIV,
27—1891.
Pimelodina nasus, Eigenm. & Eigenm. — Pimelodina nasus, Eigenmann & Ei-
genmann, Proc. Calif. Acad. Sci.—2* serie pg. 120—1889;
os mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad. Sci. —I pg. 101,
1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. vol. XIV pg. 27—
1891.
Pseudopimelodus parahybae, Steind., — Pseudopimelodus charus, Steind, Susswas-
ser-Fische. S. O. Brasilien, III, pg. 74-Sitzungsber. Akad.
Wien, LXXIV Bd. 1876; P. parahybae,o mesmo, Denkschrift.
Akad. Wien — pg. 60—est. I, figs. 2, 2-a e 2-b XLII Bd.
— 1880 ; Eigenmann & Eigenmann, Pr. Calif. Acad. Sci. 2?
serie—vol.Ipg. 122—1889; os mesmos, Occas. Papers, Calif.
Acad. Sci. pg. 109 e 110—1890;s, os mesmo Pr. U. S.
Nat. Mus. vol. XIV pg. 27—1891.
Pseudopimelodus zungaro (Humb.)=Pimelodus zungaro, Humboldt, Obs. Zool. II
pg. 170 est. XLVI fig. I—1833; Pimelodus bufonius, P. man-
gurus, P. charus e P. Zungaro Cuv. & Val. XV ps. 115,
116.118 e 1191840; Pimelodus zungaro. Schomburgk,Fishes
B. Guiana, II, fig. 205—1843; Pimelodns mangurus; Valenc.
in D’Orb. est. I figs. 4 4 6 — 1847; Pimelodus bufonius,
Kner, Stzungsber. Akad Wien, XXVI Bd. pag. 421—1857;
Zungaro humboldti Bleek., Nederl. Tydschr. Dierk. I, pg.
101—1863; Pimelodus bufonius, , P. mangurus, Gunther, Cat.
V pg. 133 e 134 — 1864; Pseudopimelodus charus, Lutken,
Velhas Flodens, Fiske, pg. 180 e app. VIII 1875; Pimelodus
bufenius, Göldi—Bol. Mus. Paraense, II—pg. 456; Pimelodus
bufonius, Cope, Pr. Am. Philos, Soc. 675, 17, —1878; Ste-
indachner, Denkschrift Akad. Wien. vol. 42—pg. 59 est.
II figs. 1, 1-ae 1-b—1880; Pseudopimelodus zungaro, Ei-
genm. & Eigenm., Proc. Calif. Acad. Sci.—2? serie I, pag.
122—1889; os mesmos, Occas, Papers Calif. Acad. Sci—
I, pags. 109 e 112—1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus.
vol. XIV. pg. 28—1891; Lahille, Rev. Mus. La Plata,tomo
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 447
VI, pg. 270, 1895; Eigenmann & Norris, Rev. Mus. Pau-
lista, 1V—350, 1900.
Pseudopimelodus alexandri (Steind.)= Lophiosilurus alexandri, Steindachner-Ichtyol.
Beiträge V, pag. 106, est. XV—Sitzungsbericht Akad. Wis-
senschaft Wien, LX XIV Bd.— 1876; Pseudopimelodus agassizi,
Steind, Denkschrift Akad. Wien, XLII Bd., pag. 61—1880;
Pseudopimelodus alexandri, Figenm & Eigenm. Occas. Pa-
pers. Calif. Acad. Sci. T, pags. 109 e 110 — 1890; os mes-
mos, Pr. U. S. Nat. Mus., vol. XIV, pag. 27—1891.
Pseudopimelodus raninus (Cuv & Val.) =Pimelodus raninus, Cuv. & Val. AVE
pag. 117, est. 434— 1840: Kner, Sitzungsber. Akad. Wien
XXVI, pag. 421—1857; Gunther, Cat. V, pag. 133—1864;
Peters, Monatsber. Akad. Berl., pag. 470-1877; Pseudopt-
melodus raninus, Eigenmann & Eigenmann, Pr. Calif.Acad.
Sci., 2? serie, vol. 1 pag. 122 — 1889; os mesmos, Occas.
Papers. Calif. Acad. Sci. I, pags. 109 e 111—1890; os mes-
mos, Pr. U. S. Nat. Mus., vol. XIV, pag. 27—1891.
Pseudopimelodus acantochira, Eigenm. & Eigenm. — Pseudopimelodus raninus,
Steind. Denkschr. Akad. Wien, pags., 61, 42. Bd. — 1880;
Pseudopimelodus acantochira. Proc. Calif. Acad. Sci., 2º se-
rie, vol. I, pag. 122—1889; os mesmos, Occas. Papers Acad.
Sci. I, pags. 110 e 114—1890; os mesmos Pr. U. S. Nat.
Mus., vol. XIV, pag. 27—1891.
Imparfinis piperatus, Figenm. & Norris = /mparfinis piperatus. Figenmann &
Norris, Revista do Museu Paulista, IV, pag. 352—1900.
Rhamdia ignobilis (Steind.) = Rhamdella ignobilis, Steindachner, Sitzungsber.
Akad. Wien, CXVI—486—1907.
Rhamdia minuta, Lutken—=Ramdia minuta, Lutken, Velhas Flodens Fiske,179
e VIII, est. III, fig. 6 — 1875; Eigenm. & Eigenm. Pr.
Calif. Acad. Sci. 2º serie I, 131, 1889; os mesmos Occas.
Papers. Calif. Acad. Sci I, 138 e 142 — 1890; os mesmos,
Pr. U. S. Nat. Mus., vol. XIV, 28—1891.
Rhamdia jenynsii (Ginther.)—Pimelodus gracilis, Jenyns, Zool. Beagle, Fishes,
110 — 1842; Pimelodus jenynsü, Günther, Cat. V, 128 —
1864; Rhamdia jenynsii ? Kigenm. & Kigenm. Proc. Cal.
Acad. 2º serie I, 130—1889; Rhamdella jenynsii ? os mes-
448 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
mos, Occas. Papers. Calif. Acad. Sci. I—138 e 140—1890;
os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus., vol. XIV—28—1891.
Rhamdia eriarcha (Figenm. & Eigenm.) — Rhamdella eriarcha, Figenmann &
Eigenmann, Proc. Calif. Acad. Sci. 2º ser. I, 129 — 1889;
Os mesmos,Occas. Papers.Calif. Acad. Sci. I—138 e 139 —1890;
os mesmos, Proc. U. S. Nat. Mus. vol. XIV 28-1891. H. von
Ihering, Peixes do Rio Grande do Sul— 11 — 1897.
Rhandia microcephala (Lutk.)— Rhandia microcephala, Lutken, Velhas Flodens,
Fiske, 177 c VIII, est. III, figs. 7 e 7 a — 1875, Eigenm
& Eigenm. South. Amer. Nemath. 138—1590; os mesmos
Pr. U. S. Nat. Mus. XIV—28—1891.
Rhamdia exudans (Jenyns)=Pimelodus exudans, Jenyns Zool. Beagle, Fishes
111— 1842; Günther, Cat. V, 132—1864; Rhamdia exudans
Eigenmann. & Eigenmann, Pr. Calif. Acad. Sci. 2º Ser. I,
130—1889; os mesmos Occas. Papers. Calif. Acad. Sci. I
138 e 140—1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. vol.
XIV 28—1891.
Rhamdia notata (Shomb.)—Pimelodus notatus, Shomb., Fishes Guian., I, 181,
est. 7-18; Günther, Cat. V, 131 — 1864; Rhamdia notata,
Eigenm. & Eigenm. Proc. Calif, Acad. 2? Ser. I, 129 —
1888; os mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad. Sci. I, 138
e 139—1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV. 28
—1891. Pimelodus notatus, Göldi, Bol. Mus. Paraense III,
457—1898.
Rhamdia insignis (Shomb.) = Pimelodus insignis, Shomburgk, Fishes Brit.
Guian. 180-1843; Pimelodus cristatus, Müll & Trosch. in
Shomb. Reise in B. Guian. 628—1848; os mesmos, Horae
Ichthyologicae III, 4—1849; Günther, Cat. V. 117—1864;
Pimelodus agassisi, Steindachner, Sitzungsber. Akad.
Wien, LXXIV Bd. (Ichthyol. Beitr.) pag. 99—1876; Pime-
lodus ophthalmicus, Cope. Pr. Amer. Philos. Soc. XVII,
675—1878; Pimelodella cristata, Vaillant, Bull. Soc. Philom.
7° Serie, IV, 152—1880; Steindachner, Denkschrift Akad.
Wien XLVI, Beitr. Kenntn. Flussfische Sud Amerikas, IV
4—1882: Pimelodus cristatus, Eigenm & Eigenm., Pr. Calif.
Acad. Sci. I, 2? Serie, I, 132 — 1889; os mesmos, Occas.
Papers. Calif. Acad. Sci. I, 147 — 150 — 1890; os mesmos,
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 449
Pr. U. S. Nat. Mus. vol, XIV, 29—1891; Pimelodus cris-
tatus, Perugia. An. Mus. de Genova X, 631—1892 : Pime-
lodus insignis, P. cristatus, Goeldi, Bol. Mus. Paraense, II,
459, 466 e 476 — 1898; Pimelodella cristata, Eigenm. &
Bean, Pr. U. S. Nat. Mus. vol. XXXI, 660—1907.
Rhamdia wesselii (Steind.)=Pimelodus (Pseudorhamdia) wesselii, Steindachner
Sitzungsber. Akad. Wien, LXXIV Bd, I Absh. Sussw,
Fische S. O. Bras.(III) 56— 1876. Pimelodella wesselii, Eigenm.
& Eigenm. Pr. Calif. Acad. Sci. 2º Ser. I, 132, 1889; os
mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. of. Sci. I, pgs. 148 e
152—1890; os mesmos. Pr. U. S. Nat. Mus. vol. XIV, 29
1891.
Rhamdia gracilis (Cuv. & Val)= Pimelodus gracilis, Cuvier & Valenciennes,
Rhamdia pectinifer
XV 134—1840; Valenciennes in d’Orbigny, Voyage dans
l’Am. Merid. atlas II fig. 5 — 1847; Kner, Sitzungsber.
Akad, Wien XXVI, pg. 418—1857 ; P. Pseudorhamdia gra-
cilis, Steindachner Flusf. Sud. Am. I, 9—Denkschrift. Akad.
Wien — XLI—1879; Pimelodella gracilis, Figenm. & Ei-
genm. Pr. Calif. Acad. Sci. 2? Ser. I, 132—1889; os mes-
mos, Occas. Papers. Calif. Acad. Sci. I, pags. 148 e 153
— 1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. vol. XIV—1891;
Pimelodus gracitis, Boulenger. Trans. Zool. Soc. London—
XIV, pt 22, 27—1896; Pimelodella gracilis, Pimelodus gra-
cilis, Goeld, Bol. Mus. Paraense, 458—1898; Eigenmann &
Ward, Annals Carnegie Museum IV, 114—1907.
(Eigenm. & Eigenm.) Pimelodella pectinifer, Figenmann &
Eigenmann,Proc. Calif. Acad. Sci., 2? serie I, 132—1889; os
mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad. Sci. I, 148 e 154 —
1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. vol. XIV — 29 —
1891.
Rhamdia harttii (Steind.) Pimelodus (Pseudorhamdia) hartii, Steindachner Suss-
wasserfische des südöstlichen Brasilien (III), 53 Sitzungsber.
Akad. Wien, LXXIV Bd.—1878 ; Pimelodella hartü, Ei-
genm. & Eigenm. Proc. Calif. Akad. Sein 22 Ser. 1,5133,
1889; os mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad Sera 149
__158—1890 ; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. vol. XIV
—29— 1891.
450 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Rhamdia lateristriga (Muller & Tr.) = Pimelodus lateristriga, Muller & Tros-
chel, Horae Ichthiol., III, 3, 1849 ; Gunther Cat. V, 118—
1864 ; Hensel, Archif. Naturg. Anno 36, 69—1870 ; Cope,
Pr. Philad. Acad. Nat. Sci. 270—1872; Pseudorhamdia la-
teristriga Lutken, Velhas Flodens. 172 c. fig. e VI—1875,
Steindachner, Susw. fische. Sudöstlichen Bras. III, 45—Si-
tzungsber. Akad. Wien, 1876. Vaillant. Bull. Soc. Philom.
7? serie—IV—52—1880; Pimelodella lateristriga, Eigenm.
& Eigenm. Pr. Calif. Acad. Sci 2? Ser. 1—133—1889 ; os
mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I—149—156—1890;
Pimelodus lateristriga, Boulenger. Trans. Zool. Socc. Lon-
XIV Pte. 3227. 1896. Os mesmos, Pr. US. Nat Mas:
vol. XIV, 29- -1891 ; Ihering, Peixes d'Agua doce do R.
Grande do Sul, 11—1897.
Rhamdia vittata (Kroyer-Lutk.)—Pseudorhamdia vittata (Kryeer) Lutken, Velhas
Flodens Fiske, 172 c. f. e VII, 1874; Pimelodella vittata,
Eigenm. & Eigenm. Pr. Calif. Acad. 2? serie I, 183-1889 ;
os mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci., I, 149 e 159
1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. vol. XIV, 29-1891.
Rhamdia modesta (Günth) — Pimelodus modestus, Gunther, Proc. Zool. Socc.
Lond. 239—est. 10, fig. C. 1860; o mesmo, Cat. V, 117—
1864, o mesmo, Fishes Centr. Amer.—393—1866 ; Pimelo-
della modesta, Eigenm. & Eigenm. Pr. Calif. Acad. Sci. —
2º Ser. I—183—1889; os mesmos, Occas. Papers. Calif.
Acad. Sci. I. 148 e 155— 1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat.
Mus. vol. XIV, pg. 29—1891; Pimelodus modestus, Boulen-
ger, Trans. Zool. Soc. London, vol. XIV, pt e. 8, 422—
1898.
Rhamdia eigenmanniorum,Mir. Rib.—Pimelodella buckley Eigemann & Eigemann,
Proc. Calif. Acad. Sci. 2º ser. I, 133 — 1889; os mesmos,
Occas. Papers. Calif. Acad. Sci. 1°—pgs. 149 e 158 (parte)
1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. vol. XIV, 29—1891,
(parte.)
Rhamdia transitoria, Mir. Rib.=Pimelodella transitoria, Alipio de miranda Ri-
beiro. Peixes do Yporanga, Lavoura, anno XI, 404 n. 5
pg. 186-Maio de 1905.
Rhamdia brasiliensis (Steind.)=Pimelodus (Pseudorhamdia) brasiliensis,Steind.
Sursw, fiche So, Bras. (III) 50, est. VII, Sitzungsber Akad.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES 451
Wien LXXIV Bd. 1876; Pimelodella brasiliensis. Eigenm. &
Eigenm. Pr. Calif. Acad. Sci. 2º Ser. I, 133 — 1889; os
mesmos, Occas, Papers, Calif. Acad. Sci. vol. I, 140 e162 :
—1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. vol. XIV, 29 —
1901
Rhamdia schomburgki, Bleeker—Pimelodus maculatus, Schomburgk, Fishes, B.
Guiana, 1—175, 1843; Rhamdia schomburgki Bleeker, Ich-
thyol. Arch. Ind. pg. 208—1858; Eigenmann & Eigenmann
Pr. Calif. Acad. Sci—2? Ser. Vol. I pg. 124 — 1889; os
mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I pgs. 118 e 122
—1890; Pr. U. S. Nat. Mus. vol. XIV pg. 28 — 1891; Pi-
melodus maculatus, Goeldi, Bol. Mus. Paraense, II vol. pg.
459.
Rhamdia obesa, Eigenmann & Eigenmann— Rhamdia obesa, Eigenmann & Ei-
genmann, Proc. Calif. Acad. Sci. 2º Serie, vol. I, pag. 124
1889—Os mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad. Sci. I, pgs.
119/€ 1221890; 05 mesmos) Pr. US. Nat. Mus. vol;
XIV pg. 281891.
Rhamdia sapo (Cuv. & Val.) = Pimelodus sapo, Cuv. & Val., XV, pg. 133 —
1840; Valenciennes in D'Orbigny — IX, Atlas II fig. 6 à
8-1847; Kner, Sitzungsber. Akad. Wien, XXVI, pag. 417
1857; Gunther, Cat. pg. 1321864; Steindachner, Ichthyol
Notizen IX pg. 5, Sitzungsber. Akad. Wien, LX — 1869;
Hensel, Wiegman’s Archif, I pg. 69 — 1870; Steindachner,
SW. Fische SO. Brasilien, III pg. 60—I. cit. LXXIV Bd
— 1876; Rhamdia sapo, Eigenm. & Eigenm. — Pr. Calif.
Acad. Sci. 2º Serie, vol. I, pag. 126 — 1889; os mesmos,
Occas. Papers Calif. Acad. Sci.—I, pgs. 120 e 130—1890;
os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus., vol. XIV pag. 28—1891;
Pimelodus sapo, Perugia, An. Mus. de Genova X, 631 —
1892; Lahille, Revista do Mus. de La Plata, tomo VI pg.
270— 1895.
Rhamdia hilarii (Cuv. & Val.) —=Pimelodus hilarü, Cuv. & Val., XV, pg. 134
1840; Günther Cat. V, pg. 132 — 1864; Rhamdia hilarii,
Lutken, Velhas Flodens, Fiske pg. 175 c.f. e pg. VII app.
1875; Eigenm. & Eigenm.—Pr. Calif. Acad. Sci. — 2º Serie,
I—pg. 1261889; os mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad.
Sci. —I pg. 120 e 1311890; os mesmos, Pr. U. S. Nat.
ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Mus. XIV pg.28—1891; H. v. Ihering: Os peixes d’agua
doce do Rio Grande do Sul, pg. 11—1897.
“ Rhamdia quelen (Quoy & Gmrd.)—Pimelodus quelen, Quoy & Gmrd, Voyage
Rhamdia sebae (Cuv.
Uran., Zool est. 49—figs. 3 e 4—1824; Heterobranchus sex-
tentaculatus, Agass. in Spix Pisc. Bras., pg. 28 est. 11—
1829; Pimelodus sellonis, Müll. & Trosch. Horae Ichthyol,
III—pg. 2 — 1849; Pimelodus bahianus, Castelnau, Anim.
Nouv. etc. pg. 35—est. XVI fg. 2—1885; Pimelodus sebae
e P. sapipoca Kner, Sitzungsber. Akad Wien XXVI pgs.
417 e 418-— est. 191857; Rhamdia queleni, Bleek, Nederl.
Tijdschr, Dierk I, pg. 101 — 1863; Pimelodus queleni, P.
wurchereri, Gunther, Cat. V, pg. 1231864; Pimelodus que-
leni, P. queleni cuprea e P. cuyabae, Steindachner, Suss-
wasserfische SO. Bras. III, pgs. 64, 65 e 76—Sitzungsber,
Akad. Wien LXXIV-— 1876; Ramdia quelen, Eigenm & Ei-
genm. Pr. Calif. Acad. Wien 2? Serie — vol. I. pg. 126—
1889; Rhamdia quelen, Berg, Anales del Mus. Nac. de B.
Ayres, tomo IV (Ser. II, tomo I) pg. 133 — 1895; os mes-
mos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I, pgs. 120 e 1261890;
os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. pg. 28, 1891; Pimelodus
queleni Boulenger—Bol. Mus. di Torino—370 e vol. XV—
1900 Eigenm. & Norris, Rev. Mus. Paulista IV, 3501900;
Rhamdia quelen, Eigenm. & Kennedy, Proc. Acad. Nat.
Sci. Philad.—499- 1903; A. de Miranda Ribeiro—Archivos
do Museu Nacional, vol. XIII pg. 177, 1906; Eigenm. &
Bean, Pr. U. S. Nat. Mus. vol. XXXI, pg. 660 — 1907;
Eigenman & Ward, Annals Carnegie Museum. vol IV, 113
1907.
& Val.)—Artedi, Thes sebae, III est. 29 fig. 5, Rhamdia
ou Bagre de Rio, Marcgrav, Pisc. Bras. pg. 149, c. fig.,
1648; Gronow. Mus. Ichthyol.—I, pg. 34—1744; Zoophyl.
pg. 125 — 1763; Estampa 48 — Alex. Rodrigues Ferreira:
1783—93; Quoy, & Gmrd. Voyage Freyc, Zool. pg. 228 est.
XLIX figs. 3 e 4, 1824; Pımelodus sebae, Cuv. & Val., XV .
pg. 125, 1840; Pimelodus stegelichit e P. musculus, Mull. &
Trosch., Hor. Ichthyol. III, pg. 3 e 4—1849; Pimelodus se-
bae, Kner, Sitzungsber, Akad Wien, pg. 417—XXVI Bd—
1857; Hyrtl, Denkschr. Akad. Wien, XVI pg. 16 — 1859.
Pimelodus holomelas, Gunther, Ann. & Mag. Nat. H., XII
ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 453
442— 1863; Rhamdia queleni, Bleek., Sil. Sur. pg. 75—1864;
Pimelodus sebae, P. mülleri, P. holomelas, P. stegelichü, Gün-
ther, Cat. V pgs. 119, 120 e 121—1864 ; Pimelodus sebae e
P. kneri, Steindachner, Sussw. fische. SO. Bras. III pgs.
68 e 73—Sitzungsber, Akad. Wien LXXIV—1876; P. sebae,
o mesmo, Fische-Fauna Magdal. Str. pg. 17, Denkschrift
Akad. Wien XXXIX Bd. — 1878; o mesmo Fisch. Fauna
des Cauca und Flusse bei Guayaquil, pg. 7, Denkschrift
Akad. Wien, XL Bd.— 1879; Rhamdia sebae e R. sebae kneri
Eigenmann. & Eigenmann, Proc. Calif. Acad. Sci., vol. I
pg. 126—1889; Occas. Papers. Calif. Acad. Sci.—Ipgs. 119,
1232871261890, Pr. U.S. Nat. Mus. Vol. XIVips. 28
—1891 ; Pimelodus mulleri e P. sebae, Göldi, Bol. Mus. Pa-
raense, II pgs. 459, 461-e 476—1898; Pimelodus sebae, Bou-
lenger, Annali del Mus. di Genova, vol. XIX—126—1899
e Boll. Mus. di Torino— XV n. 370—1900.
Rhamdia poey, Eigenm. & Eigenm — Rhamdia poeyi, Eigenmann & Eigenmann,
Pr. Calif. Acad of Sci, 2? serie, I vol. gg. 127 — 1889; os
mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad. Sci, I, pgs. 121 e 135
1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus., vol. XIV. pg. 28
1891.
Rhamdia tenella, Eigenm & Eigenm. = Rhamdia tenella, Eigenm. & Eigenm.,
Proc. Calif. Acad. Scf, 2? serie, 1° vol. pg. 127—1889; os
mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci, — I, pgs. 121 e
136—1890; Pr. U. S. Nat. Mus., vol. XIV, pg. 28—1891.
Rhamdia foina (Müll. & Trosch.)—Pimelodus foina, Müller & Troschelin Schom-
burgk B. Guiana, pg. 628—1848; os mesmos Horae Ich-
thyol, III, pg. 5—1849; Gunther, Cat. V, pag. 130—1864;
Rhamdia foina, Eigenmann & Eigenmann, Proc. Calif. Acad.
Sci. 2º serie—1° vol., pg. 126 — 1889 — os mesmos, Occas.
Papers. Calif. Acad. Sci., I pgs. 119 e 1261890; os mes-
mos; Pr. U. S. Nat. Mus., vol. XIV pg. 281891.
Rhamdia breviceps (Kner)=—Pimelodus breviceps, Kner Sitzungsber. Akad. Wien
— XXVI Bd.—pg. 4191857; Gunther, Cat. V, 1221864
Rhamdia breviceps, Eigenmann & Eigenmann, Proc. Calif.
454 A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES
Acad, Sci. 2º ser. I, 124—1888; os mesmos, Occas. Papers
Calif. Acad. Sci—I—118—121—1890; os mesmos Pr. U.S.
Nat. Mus., XIV—28—1891.
Rhamdia arekaima (Schomb)—Pimelodus arekaima, Schomburgk, Fishes British
Guiana—pt I,—178 (nec fig.) 1841; Pimelodus multiradiatus
Kner—Sitzungsber. Akad. Wien—XXVI—414—1858; Noto-
glanis multiradiatus, Gunth. Cat. V—136—1864; Rhamdia
multiradiatus, Eigenmann & Eigenmann, Proc. Calif. Acad.
Sci. 2% Ser. —I—126—1889; os mesmos, Occas. Papers. Calif.
Acad. Sci.—I, 120 e 130—1890; os mesmos, Proc. U. S.
Nat. Mus. XIV, 28—1891 ; Pimelodus multiradiatus, P. are-
kaima, Goeldi—Bol. Mus. Paraense—II—459—1898.
Pimelodus eques (Miiller.)—Pimelodus eques, Muller e Troschel in Schomburg
British Guiana, 3º, 628—1848; os mesmos, Horae Ichthyol,
III, 5—1849; Gunther, Cat. V, 116 — 1864; Steindachner,
Ichthyol. Beitr. V. pg. 99—Sitzungsber. Acad. Wien, LXXIV
Bd — 1876 ; Eigenmann & Eigenm. Pr. Calif. Acad. Sci.
2º Ser. I—134—1889; os mesmos, South. Am. Nemato-
gnathi—165 e 166—Occas. Papers. Calif. Acad. Sci— 1890;
os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. vol. XIV—pg. 29—1891;
Goeldiella eques, Eigenm. & Norris, Rev. do Mus. Paulista
IV, 3583-1900. —
Pimelodus ornatus, Kner—Pimelodus ornatus, Kner, Sitzungsbsr Akad. Wien
XXVI Bd,—pg. 411, Est. VI, fig. 18, Ichthyol Beitr. II
— 1858; Gunther, Cat. V—116—1864; Pseudorhamdia ornata,
Bleeker, Sil. Surin. 77—1864; Pimelodus ornatus, Eigenm.
& Eigenm. Pr. Calif. Acad. 2* Ser. I — 134 — 1889 ; os
mesmos, Occas. Papers, Calif. Acad. Sci.—I—168—1890;
os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. pg. 29—1891; Goeldi, Bol.
Mus. Paraense, II pgs. 456, 461 e 475; Eigenmann & Ken-
nedy, On a collection of Fishes from Parguay (Proc. Acad.
Nat. Sci. Phila.) pg. 499 julho 1903; Eigenm. & Ward,
Annals Carnegie Museum, IV, no II, 115—1907.
Pimelodus clarias (L) = Silurus clarias, Linneo, Syst. Nat. Ed. X, 306 —
(parte)—1758; Bloch, Ichthyol, est. 35, pags. 1 e 2—Bloch
ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 455
& Shn. Syst., 379—(parte) 1801; Pimelodus clarias, P. ma-
culatus, Lacép Hist. Nat. Poiss. V, pgs. 93, 94 e 107 —
1803; Pimelodus rigidus, Spix, Pisc. Bras. pag. 19 — est.
VII fig. 2 — 1829; P. blochii, P. maculatus, Cuv. & Val.
Hist. Nat. Poiss. XV, pgs, 139 e 143—1840; P. maculatus,
P. arekaima Schomburgk, Fishes of Guiana, 1, 175 — (es-
tampa só.) 1741; P. maculatus Val. in D’Orbigny, Voyag
en Am. Merid. IX, atlas, II, est. I figs. 1—3—1847; Ba-
grus clarias, Müll & Troschel, in Schomb., Reise in B.
Guiana. pag. 627—— 1848; Artodes clarias, os mesmos,Hor.
Ichthyol., III, 10—1849; Mystus ascita, Gronow, Cat. (Ed.
Gray) —156 — 1854; Pimelodus clarias., Casteln. Anim.
Nouv. etc. pag. 34—1855; Arzodes clarias, Kner, Sitzungs-
ber. Akad. Wien, 413, XXVI, Bd. — 1857; Pseudorhamdia
ascita, Bleeker, Verh. & Medel. Akad. Wetensk. Amst. 348
—1862; Pseudariodes clarias, Bleeker, Nederl. Tydschr.
Dierk., I, 99—1863; P. macronema, Bleek, Sil. Sur. 79, est.
14,—1864; Piramutana blochi, e Pimelodus maculatus, Gun-
ther, Cat. V, 111 e 115—1864; Pimelodus maculatus, Steind.
Ichthyol. Not. VI—32—LVI Bd. Sitzungsber. Akad. Wien.
1807; Ichthyol. Not. IX, — 6 — Sitzungsber. Akad. Wien
—Bd. LX—1869; Hensel, Wiegm. Archif. 1, 69 — 1870 ;
Pseudariodes piscatrix, Cope, Pr. Amer. Philos. Soc. XI,
569—1870; o mesmo, Pr. Philad. Acad. 262 — 1872; Pseu-
dariodes clarias, Pim. albicans e P. pantherinus Lutken,
Meddel, Naturhist, Foren, 192—194 e 199—1 e 4—1874; o
mesmo P. maculatus, Velhas Flodens, Fiske, 163 (c. fig.),
168, 169 V e VI—est. II, fig. 3—1875; Pimelodus macula-
tus, Steind. Susswasserfische S. O. Brasilien, III, 40,
LXXIV Bd. Sitzungsber Akad. Wien — 1876; Monatsber.
Akad. Brl. 460—1877; Pimelodus clariase P. albicans, Steind.
Fischf. Magdal. Stromes—15 e 16 — 1878; Pseudorhamdia
piscatrix, Cope, Pr. Amer. Philos. Soc. XVII, 674—1878;
Pimelodus clarias, Steindachner, Fluss. f. Sud Amer. I, 10
Denkschrift. Akad. Wien VII—1879; Piramutana macros-
pila, Ann. & Mag. Nat. Hist. July—10 — est. II — 1880:
Pimelodus clarias Eigenmann & Eigenmann, Pr. Calif. Acad.
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES
Sci. 2º Ser. I, 134 e 135—1888; Pimelodus clarias Eigen-
mann & Eigenmann. Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I,
gs. 165, 171, 180 e 182—1890; Pr. U. S. Nat. Mus.,vol.
XVI, pgs. 29 e 30—1891; P. argenteus, Pimelodus macula-
zus Perugia Ann. Muss. d’Hist. Nat. di Genova—X, 630 e
631—1892; Pimelodus clarias e P. argenteus, Labille, Rev.
Mus. de La Plata—6, 270 e 274—1895; Pimelodus macula-
tus, Jord. & Evermann, Bul. 47 U. S. Nat. Mus, parte 155
— 1896; Pimelodus maculatus, Blgr. Trans. Zool. Soc. Lond.
XIV, parte 2*, 271897, e Bollettino dei Musei di Zool.
ed. Anat. Comp. della R. U. di Torino — XII — n. 170 —
1897; Pimelodus clarias, Ihering—Peixes d’agua doce do
R. G. do Sul, pg. 12—1897; Pimelodus maculatus, Goeldi.
Bol. Mus. Paraense, vol. II, pgs. 461 e 475—1898; Pi-
melodus maculatus, Boulenger. Trans. Zool. Soc. Lond. vol.
XIV, 422—1898 e Annali Mus. Civ. d’Historia Naturale de
Genova—XIX—pag. 126—1899. P. clarias, Eigenmann &
Norris Rev. Mus. Paulista, vol. IV—353—1900; Pimelodus
clarias, Eigenmann & Kennedy, Pr. Acad. Nat. Sci. Phi-
lad. 499— 1903; Eigenmann & Ward, An. Carnegie Museum,
IV, n. 2, 115—1907.
Pimelodus altipinnis, Steind. — Pimelodus altipinnis, Steindachner. Ichthyol.
Not. 1, 14 est. II figs. 3 e 4; Sitzungsber, Akad. Wien,
XLIX. B.—1864; e Ichthyol. Beitr. IV, 56 est. XI—Sit-
zungsber. LXXIV— 1876; Eigenmann & Eigenm. Pr. Calif.
Acad. 2º Ser. I, 135—1889 ; os mesmos, Occas. Papers
Calif. Acad. of Sci., I—pgs. 166 e 180—1890; os mesmos,
Pr. U. S. Nat. Mus. vol. XIV, 30 — 1891; Göldi, Bol-
Mus. Paraense II, 461 e 476 — 1898, Eigenmann & Bean,
Pr. U. S. Nat. Mus., vol. XXXI, pg. 660—1907.
Pimelodus valenciennis, Lutken—Pimelodus valenciennis Kröyer—Lutken, Viden-
shab. Meddel—201 e 204 — 1874; Pimelodus nigribarbis,
Boulenger, Annals & Mg. Nat. Hist: 6 ser — IV — 266 —
1889; Pimelodusvalenciennis, Eigenmann & Eigenmann, Occas.
Papers. Calif. Acad. Sci. —I-—166 e 180; os mesmos, Pr.
U. S. Nat. Mus., vol. XIV—29—1891; Pimelodus spegaz-
zintt, Perugia, Alc. Pesc. Sud. Am. — Annali del
ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 457
Museu Civico d’Historia Naturale di Genova—Ser. II vol, X
— 632 — 1892; Eigenmann — Annals N. Y. Acad. Sci. — VII
— 632 — 1894 ; Pimelodus spegazzinii e P. valenciennis, Lahille,
Rev. Mus. de La Plata — VI—274 e 275 — 1895. Ihering,
Peixes d’agua doce do Rio Grande do Sul, pag. 11—1897 ; Berg,
— Communicaciones del Mus. de B. Aires — tomo I—n. 9 —
297 — 1901 ; Eigenmann & Kennedy, Proc. Acad. Nat. Sci —
Philad. — July — 499 — 1903.
Pimelodus fur (Lutken) —Pseudcrhamdia fur, Lutken, Dan. Vidensk. Selsk. 3 — 1874;
Velhas Flodens, Fiske, Vidensk. Selsk. Shr., 5 Raekke 12 te.
Afd. Bd. 11 — 169 e VI est. II e III— fig. 3 — 1875; Prmelo-
dus maculatus, Kner, Sitzungsber. Akad. Wien XXVI, 413 —
(parte) 1857 ; Pimelodus microstoma, Steind. Stzungsber. Akad.
Wien. LXXIV — 1876; Pimelodus fur, Eigenm, & Eigenm.
Proc. Calif. Acad. Sci. 2a ser. I, 135—1889 ; os mesmos, Occas
Papers Calif. Acad Sci. 166 e 182 — 1890 ; os mesmos, Pr. U.
S. Nat. Mus. XIV — 30 — 1881 ; Eigenm, & Ward, Annals Car-
negie Mus. IV, no II—115—1907.
“Pimelodus agassizi (Steind.)—Pirinampus agassizi, Steindachner, Ichthyol. Beitr. IV,
57 est. 12. Sitzungsbericht Akad. Wien DXXIV Bd. —1876;
Vaillant, Bul. Soc. Philom., 7? serie, EIV—153—1880 ; Pimelo-
dus agassizi, Kigenmann & Eigenmann, a Papers Calif.
Acad. Sci. I, pg. 183—1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus,
30—1891; Perugia agassizi, Eigenm. & ni Rev. Mus.
Paulista, vol. [V355—1900; Luciopimelodus agassizi, Eigenmann
Bean, Pr. U. S. Nat. Mus. vol. XXXI—660—1907.
Luciopimelodus platanus (Gunth.)—Pimelodus platanus, Gunth. Anals & Magazin of
Nat. History, 4º serie pg. 10—July—1880. Luctopimelodus pla-
tanus Eigenm. & Eigenm. Occas. Papers Calif. Acad. Sci.—I
—pgs. 106 e 108—1890; os mesmos, Pr. U.S. Nat. Mus. vol.
XIV pg. 27—1891; Lahille, Rev, Mus. la Plata, tomo VI, pg.
270—1895 ; Pimelodus platanus, Boulenger, Trans. Zool. Soc.
London—XIV—27—1896 ; Eigenmann & Norris, sobre alguns
peixes do E. de S. Paulo, Rev. Mus. Paulista, vol. IV, pg.
350—1900.
77 pati (Cuv. & Valenc.)\—Pimelodus pati, Cuv. & Valenc. XV. pg. 131—
1840; Valenciennes, in d’Orbigny, Voyage Am. est. 1 figs.7 a
91847 ; Kner, Sitzungsbericht Akad, Wieien, XXVI—Bad. pag
4161857 Gunther, Cat. V. pg. 128; Luciopimelodus pati Ei-
458 A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES
genm. & Eigenm. Pr. Calif. Acad. 2, serie—vol. I, pg. 122—
1889 ; os mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I, 106—1890
os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. vol XIV—1891; Pimelodus
pati, Perurgia, Ann. Mus. di genova, X 631—1892 ; Zuciopime-
lodus pati,Lahille,Revista del Museu de La Plata,tomoVI pg. 270
— 1895. Luciopimelodus pati, Boulenger, Trans. Zool. Soc. Lond.
XIV—pte. 2%, pg. 27—1896; Pimelodus pati, Goldi Bol. Mus.
Paraense II—pg. 464—1898.
Steindachneria parahybae. (Steind — Platystoma parahybae, Steindachner. Susswasserfis-
che S:Q. Brasilien, III—82—est. IX—LXXIV Bd:, Stzungsber.
Akad. Wien.—I Abth. Nov. Heft.—1876 ; Steindachneria para-
hybae, Eigenmann & Eigenman, Pr. Cal. Acad. Sci. 2a Ser. I—
137— 1888; os mesmos Occas. Papers. Calif. Acad. Sci. I—202
e 204—1890 ; os mesmos, Pr. U.S. Nat. Mus. XIV, 31—1891;
Alipio de Miranda Ribeiro, oito especies de peixes do Rio Pomba
«Lavoura: ns. 7— 8—julho e agosto, 255—1902—(nec syno-
nyma).
Steindachneria doceana, Eigenm.& Eigenm.— Platystoma parahibae, Steindachner, Sus-
sw. of. S.O. Bras. III—82 pte) Stizungsber. Akad.Wien—
LXXIV Bd—1876 ; Steindchneria doceana, Eigenmann & Eigen-
mann, Proc. Calif. Acad. Sci., 22 Ser. II, 30—1889;
os mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad. Sci.—I, 202 e 204—
1890 ; os mesmos, Pr.U. S. Nat.Mus., vol., XIV—31—1891.
Steindachneria amblyura, Eigenm. & Eigenm. —Platystoma parahybae, Steind, Suswas-
serfische SO «Brasilien, 82 (parte) LXXIV—Bd. Sitzungsber.
Akad. Wien— 1976. Steindachneria amblyura, Eignem. & Ei-
genm. Pr. Calif. Acad. Sci. 2a ser. I-137— 1888; os mes-
mos Occas. Papers. Calif. Accad. Sci. I—202—203—1890 ;
os mesmos Pr. U. S. Nat. Mus., XIV—31—1891.
Platynematichthys punctulatus (Kner)—Bagrus punctulatus, Kner. Sitsungsber. Akad.
Wien 26, 380—1858; B. nigripunctactus Kner, Wiegman’s Archif.
345—1858. Platystomatichthys punctulatus Bleeker Nederl. Tijds-
chrift Dierkunde, I-99—1863 ; Gunther, Cat. V. 1121864;
Eigenmann & Eigenmann. South. Am. Nematognathi, 187—
1890 ; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. 1891; Bagrus puncta-
tatus, Goldi, Bol. Mus. Paraense, II—457.
Platynematichthys araguayensis (Cast.)—Galeichthys araguayensis, Castelnau, Anim.
Nouv. ou Rares del’Am. du Sud—37—1855 ; Gunther, V—
111— 1864 ; Platynematichthys araguayensis, Eigenmann &
ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 459
Eigenm., Pr. Calif. Acad. Sci., 2a ser. I, 135—1889; os
mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad. of Sci., I, 187— 1890;
os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. vol. XIV. pag. 30 — 1891.
Pirinampus pirinampus (Spix) — Pimelodus pirinampus, Spix. Gen. Spec. Pisc. Bras.
pg. 20 est. VIII—1829 ; Pimelodus barbancho Humboldt, Obs.
Zool., II, pg. 172 —1838; Pimelodos pirinampus Cuv. & Val. Hist.
Nat. Poiss. XV, pg. 146—1840; Pimelodus pirinampi, Schomb.
Fishes B. Guiana. Part. I, pag. 183—1841; Castelnau, Anim.
Nouv. etc., pag. 35—1855: Pimelodus pirinampus, Kner, Sitzun-
gsberichte Akad. Wien. XXVI Bd. pg. 416—1857 ; Pirinampus
typus Bleeker,Nederl. Tydschr. Dierk., I, pg. 100—1863, Piri-
nampus typus, Gunther, Cat.V pag. 135—1864; Pirinampus piri-
nampu, Eigenm. & Eigenm. Proc. Calif. Acad. 2º Serie — vol.
I, pag. 121—1889; os mesmos Occas.Papers Calif. Acad. Sci. I
pg. 104—1890 : os mesmos, U.S. Nat. Mus., vol XIV pg. 27-
1891; Pimelodus pirinampus e Pirinampus typus, Goeldi, Bol. Mus-
Paraense, II, pgs. 456, 461, 464, e 476—1898, Pimelodus piri-
nampus Boulenger, Trans. Zool. Soc. Lond., XIV, pte 2º, pg.
27—1896; Pirinampus pirinampi, Eigenm.& Bean, Pr.U.S. Nat.
Mus. vol. XXXI, 659—1907.
Platystomatichthys sturio(Kner, — Estampa 46—Alexandre Rodrigues Ferreira, Dese-
nhos de peixes etc. 1783—93; Platystoma sturio, Kner, Sitzungs-
ber. Akad.Wien, XXVI, 395—Est. 9, fig. 1e 2—1858; Platysto-
matichthys sturio, Bleeker, Nederl. Tijdschr. Dierkunde, 1, 98-
1863, Gunther; Cat. V, 110—1864; Eigenmann & Eigenmann,
Pr. Calif. Akad 2º Ser.1, 139—1888; os mesmos,Occas.Papers.
Calif. Ac. Sci. I, 217—218—1890, e Pr. U. S.Nat. Mus., vol
XIV, 31— 1891; Platystomatichthys sturio ePlatystoma sturio Goeldi,
Bol. Mus.Paraense, II pags. 463, 464, 467 e 477—1898; Platys-
tomatichthys sturio, Eigenm. & Bean, Pr. U. S. Nat. Mus. vol.
XXXI, 663—1907.
Surubimichthys planiceps (Agass.) — n. 6 — Artedi, in Seba Thesaurum, III, 84 est.
29, 6e n. 386; Gronow, Zoophill. 125—1763—81; Estampa 44.
Alexandre Rodrigues Ferreira, Desenhos de Peixes etc., 1783-
93; Platystoma planiceps e P. spatula. Agass. Gen. & Sp. Pisc.
Brasiliensium,25 e 26— 1829; Surubim pirauaca, e S. Jandia, Spix
loc. cit, 25e 26 ests. XII e XIV. Platystoma spatula e P. pirau-
aca, Cuv. & Val XV —13 e 14—1840; Platystoma planiceps,
Schomburgk.Fishes Guiana, 1—187—1841; Kner, Sitzungesber-
460 A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIYES
Akad.Wien, XXVI—400—1858; P. planiceps e P. spatula e P. ar-
tedi, Gunther, Cat. V—106—1864; P. planiceps, Peters, Mona-
tsber. Akad. Berl.-469—1877 Surubimichthys ortoni, Gill, Pr.
Acad. Pat. Sci. Philad. 94—1870; Platystoma jigas Gunther,
An. & Mag. Nat. Hist., X-449—1872; Platystoma artedi, N ail-
lant, Bull.Soc. Philom, Ser, 7”—IV—850—1880; Surubimichthys
planiceps e S. spatula Figenmann & Eigenmann, Pr. Calif.
Acad.Sci.,ser 2°, I—139—1888; Surubimichthys gigas? Eigenm,
& Eigenm. Proc.Calif. Acad. Sci. 2º ser-1-139—1888; Sorubi-
michthys planiceps, Sor. spatula, ? Sor. gigas, os mesmos, Occas.
Papers. Calif. Acad. Sci.—I—215 e 217—1890 ; os mesmos.
Pr.U.S. Nat.Mus. 31—1891; Platystoma spatula, P. planiceps,
Sorubim pirauaca, Goeldi, Bol. Mus. Paraense, II—466, 1898.
Sorubim lima, (Bl. & Schn.) — Szlurus lima, Bloch & Schneider, Systema, Ichthyol,
384 — 1801; Platystoma lima Spix, Gen. et Sp. Pscium Bras —
24 — 1829 ; Sorubim infraocularis, Spix, loc. cit. est. XV;
Platystoma lima, Kner, Sitzungsber. Akad. Wien, XXVI, 399 —
1858; Sorubim lima Gunther, Cat, V. 105 — 1864; Peters, Mo-
natsber. Akad. Berl. 469 — 1877; Platystoma luceri, Weyern-
bergh, Nuevos Pescados, 10. est. III figs. 1e 3 (Actas Acad:
Sienc. Exactas, III — 1877; Sorubim lima Steindachner, Fich*
Magdalenen Stromes. 15—Denskschrift Akad. Wien, XXXIX
—1878; Cope, Proc. Am. Philos. Soc. XVII, 674-1878;
Steindachner, Fisch-Fauna des Cauca, etc. Denkschrift. Akad.
Wien, XLII—1880 ; Vaillant, Bul. Soc. Philom. Ser. 7,IV
150—1880 ; Steindachner, Flussefische Sud-Amerikas. IV, 4,
Denkschrift. Akad. Wien. XLVI, 1882; Eigenmann & Ei-
genmann, Proc. Calif. Acad., 2° Ser. I, 188—1889 ; os mes-
mos Occas. Papers. Calif. Acad. Sci. I, 213—1890; os mes-
mos, Pr. U. S. Nat. Mus., vol. XIV — 31 — 1891 ; Platys-
toma lima Perugia, Ann. Mus. d’Hist. Nat. di Genova, X
—630—1892; Sorubim lima, Boulenger, Trans. Zool. Soc.
London XIV—pte. II, 2º, pg. 27—1896 ; Sorubim lima.Bou-
lenger, Trans. Zool. Soc. Lond. vol. XIV—pte — 7—421 —
1898 ; Eigenm. & Kennedy. Pr. Acad. Nat. Sci.—Philad.
— 500—1903.
Sciades pictus, Mull. & Tr.—Bagrus (Sciades) pictus. Muller e Troschel,Hor. Ichthyol.,
III, 8, est. I, fig.1—1849; Arius longibarbis Casteln. Anim.
Nouv. etc. 36, est. XV fig, 2— 1855; Bagrus & Sciades
A. DE MIKANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 461
pictus, Kner, Sitzwngsber Akad. Wien XXVI 386—1858 ; Sci-
ades pictus e Sc. longibarbis, Gunther, Cat. V, 113 e 1141864 *
Sciades pictus, Eigenmann & Eigenmann, Pr. Calif, Acad. 2a
Ser. I, 136—1889 ; os mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad.
Sci. I. 191—1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus.
vol.
IW; 30-1891;
Sciades marmoratus Gill—Sciades marmoratus, Gill. Pr. Acad. Nat. Sci. Philad, 95—
1870; Eigenmann & Eigenmann, Pr. Calif, Acad. Sci., 2?
Ser. I, 136—1888; os mesmos, Occas. Papers. Cali. Acad. Sci.
I, 191 e 192—1890; os mesmos, Pr. U S. Nat. Mus. vol.
XIV -—30—1891; Boulenger Trans. Zool. Soc. London —
XIV—pag. 27—1896.
Bagropsis reinhardii, Lutk.—Bagropsis reinhardti, Lutken, Velhas Flodens, Fisk,
160 e V—Tab. I, fig. 2—1875; Eigenmann & Eigenmann,
South-American : emathognathi, 186—1890 ; os mesmos Pr.
DÉS EN at Muss XIV 130-18 Oile
Duopalatinus emarginatus (Cuv. & Val)—Platystoma emarginatum, Cuv. Val., XV—
19—1840 ; Lutken, Velhas Flodens. Fiske—152 e V—c. f.
1875; Duopalatinus emarginatus, Eigenmann & Eigenmann,
Proc. Calif?” Acad, 2a) Ser,, I- 137-1889; Vos mesmos;
Occas. Papers. Cal. Acad. sci. I, 200—1890 ; os mesmos, Pr.
U.S. Nat. Mus. 31—1891.
Duopalatinus göldi, Steind.—Duofalatinus göldi, Steindachner, Akad. Anzeiger, 1908.
Paulicea lutkeni, (Steind.)—Est. 45. Alexandre Rodrigues Ferreira, Desenhos de pei-
xes, etc.—1783—93. Platystoma lutkeni, Steindachner, Ich-
thyol Beiträge, IV, 59—est. XIII, Sitzungsber. Akad. Wien,
LXXII Ba.— 1875 ; ? /utkeni, Eigenm. & Eigenm. Occas. Pa-
pers. Calif. Acad Sci. I, 201—1890 ; os mesmos, Proc. U.S.
Nat. Mus. vol. XIV, 31—1891 ; Brachyplatystoma lutkenês
Berg. Peces de agua dulce, An. Mus. Nac. B. Ayres—Tomo
IV (Ser. II—tomo I) pg. 126 — 1895; Paulicéa jaht, H. von
Ihering, Proc. Acad. Nat. Sci. Philad. 108—1898; Göldi.
Bol. Mus. Paraense, vol. III, n. 2—1901.
Zungaropsis multimaculatus (Steind.)—Zungaropsis multimaculatus, Steindachner. Sit-
zungsber. Akad. Wien n. 6—65—20 de Fev. 1908.
Brachyplatystoma juruense, Boul. — Platystoma juruense, Boulenger, Trans, Zool.
Soc. London, vol. XIV—-Parte 74, 422 est. XXXIX—1898.
Brachyplatystoma vaillanti (Cuv. & Val.) — Platystoma vaillanti e P. affine, Cuv. &
Val., XV, 16, e 18 est. 43—1840 ; Castelnau Anim. Nouveaux,
462
ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
etc, Poiss. 40—1855; Bagrus piramuta ; B. Vaillanti Kner,
Ichthyol. Beitr, II Sitzber. Akad. Wien. 26 Bd. 384—1858 ;
Brachiplatystoma vaillanti e Piramutana piramuta, Bleeker,
Nerderl. Tydschr.Dierk I, 97 e 99—1863 e Sil. Sur. 70—1864;
Platystoma vaillanti, P. affine Piramutana piramuta, Günther,
Cat. V, 108, 109 e 111—1864 ; Platystoma vaillanti, Peters.
M. B. Akad. Berl., 469— 1877; Platystoma mucosa, Vaillant,
Bull. Soc. Philom. Ser. 7a, IV, 151—1880 ; Platystoma verru-
cosum, Boulenger, Zool. Record, XIX, Pisces—1880; Piramu-
tana piramuta, Steindachner, Denkschrift Akad. Wien, 44 Bd.
2—1882; Prachyplatoma voillanti Eigenm. & Eigenm. Pr.
Calif. Acad. 2a Ser., vol. I—1888; Piramutana piramuta e B.
vaillanti, os mesmos Occas. Papers. Calif. Acad. Sci. I, pgs.
78, 195 e 196—1890; os mesmos, Pr. U.S. Nat. Mus. vol.
XIV, 30—1891 ; Piramutana piramuta Virissimo, Pescas na
Amazonia, 26, 108, 172 e 190—1895 ; Platystoma vaillanti, e
Bagrus piramuta, Goeldi, Bol. Mus. Gceldi. vol: IL 464 e 476
—fig. 3; Piramutana piramuta, o mesmo—pg, 184 (nota) Bol.
cit. 1901; Brachyplatystoma göldi e B. vaillanti Eigenm
& Bean—Pr. U S. Nat. Mus., vol. 661 c. f. e 6621907,
Brachyplatystoma platynema Boulenger—Pr. Zool. Soc. Lond. 177—1897; Taenionema
steerei, Eigenmann & Bean, Pr, U. S. Nat. Mus. volume
Rex 1662) Cr 1907:
Brachyplatystoma rousseauxit (Cast.) Bagrus rousseauxii, Castelnau, Anim. Nouv. ou
Rares de "Am. du Sud, pg. 32 est. 14 fig. 1—1855; Bagrus
goliath, (Hekel Ms.) Kner. Sitzungsber. Akad. Wien. 26, Bd.
379—1857 ; B. rousseauxii e Piratinga goliath, Gunther. Cat.
V, 112 nota e 113—1864; Piratinga goliath, Steindachner
Denkschritt Akad. Wien, XLIV Bd. 1. est. III—1882; Bra-
chyplatystoma roussaueaxii, Eigenmann & Eigenmann Pr.
Calif. Akad. Sic. 2, Ser. I, 136—1889 ; os mesmos Occas.
Papers. Calif. Acad. Sci. 195 e 198—1890 ; os mesmos Pr.
U. S. Nat. Mus. 31—1891; Piratinga rousseauxii e Bagrus
goliath Goeldi Bol. Mus. Goeldi II, 457, 458 e 477; Pira-
tinga goliath, o mesmo, Bol. Cit. vol. II!. n. 2, 185, 186,
192 e 1931901; Brachyplatystoma rousseauxii, Everm.& Bean,
Pr. U. S. Nat. Mus. vol. XXXI, pg. 6621907.
A. DE MIKANDA RIBEIRO—FAUNA BRASILIENSE—PEIXES 463
Brachyplatystoma filamentosum (Licht) Estampa 47, Alexandre Rodrigues Ferreira, de-
. senhos de Peixes—1783—93.— Pimelodus filametosus, Lichten-
stein, Wiedman Zool. Mag. 1, pt. 3,60—1819 , Bagrus reticu
latus Kner, Sitzungsber. Akad. Wien, XXVI Bd. 376—1857 ;
Piratinga reticulata e Malacobagrus filamentosus, Bleeker Nederl.
Tijdschr. Dierkunde, 1, 99 e 160—1863 ; Piratinga filamentosa
e P. reticulata, Gunther, Cat. V, 111 e 112—1864 ; Brachypla-
Zystoma filamentosum e B. reticulatum, Eigenmann Pr. Calif.
Acad. Sci. 2° Serie vol. [, 136—1888; os mesmos Occas. Pa-
pers Calif. Acad. Sci. I pgs. 195 e 198—1890; os mesmos
Pr. U.S. Nat Mus. vol. XIV, 30 e 31—1891 ; Bagrus ve-
ticulatus e Piratingu pira-aiba Göldi, Bol. Mus. Goeldi, 464 e
477; Piratinga pira-aiba e P. filamentosa, o mesmo, Bol. Cit.
vol. III, n. 2, 181 e seg.— 1901 (c. fig.)
Pseudoplatystoma fasciatum (L)—Silurus fasciatum, Linnœus, Syst. Nat. ed XII—I,
505—1766 e ed XIII, 1759—1788 ; Bonaterre, Encyclop- Ich-
thyol. 154—252—1788; Estamp. 43— Alexandre Rodrigues
Ferreira, Desenhos de Peixes, etc.—1783 - 93; Bl.& Shn.Syst.
372—1801; Pimelodus fasciatum, Lacép. Hist. Nat. Poiss, V,
94, 99 e 100—1803; Platystoma truncatum, Agass. in Spix.
Gen Sp. Pisc. Bras. 27 est. XIII a—1829; Platystoma ti-
grinum fasciatum e P. truncatum, Cuv. & Val. vol. XV, 8—11
e 15 est. 422—1840 ; Platystoma tigrinum, Shomburgk, Fishes
B. Guiana pt. 1,—185. est. VIII—1840; Platystoma tigrinum
e P. punctifer, Castelnau, Anim. Nouv etc. 39 e 40—est IX fig.
2—1855; Platystoma truncatum, Hyrtle, Denk. Akad. Wissen-
chaftz. Wien, XVI,—17—1859 Pseudoplatystoma fasciatum, Blee-
ker, Nerdel. Tydschrift Dierk. 97- 1863 e Sil Surin. 72—
1864 ; Platystoma tigrinum fasciatum e P. truncatum, Gunther,
Cat. V, 107 108—1864 ; Platystoma fasciatum, Peters. Mona-
tsber. Akad. Berl. 469—1877; Steindachner, Fische-Fauna
des Magdalenen Stromes Denkschrift Akad. Wien— XXX IX—
1878 ; Cope Proc. Am, Philos. Soc. XVII. 674— 1878 ; Ich-
thyol. Beitr. VIII, 54—Sitzungsber. Akad. Wien, LXXX Bd.
— 1889; Platystoma tigrinum, Vaillant, Bull, Soc. Philom. 7?
ser. IV., 151— 1880; Platystoma fasciatum, Steindachner Fische
Fauna d. Cauca & Flusse Guayaquil, Denkschrift Akad. Wien
— XLII-1880 ; Flusse Fische Sud-Amerika, IV, 4 — Denks-
464 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
chrift Akad. Wien, XLVI—1882 : Platystoma fasciatum e vari-
edades—nigrinus, brevifile, intermedium reticulatum e tigrinum,
Eigenmann & Eigenmann, Ir. Calif. Acad. 2º ser. I, 138 —
1888 e 2! ser. II, 30 e 31—1889 ; Occas. Papers. California
Akad. Sci. I, 208, 211, 1890 : os mesmos, Pr. U. S, Nat.
31—1891; Platystoma tigrinum e P. fasciatum, Göldi Bol. Mus.
Mus. vol. XIV Göldi II—— 464, 467, 468, e 477—1898.
Pseudoplatystoma coruscans (Agass.)—Platystoma coruscans, Agass in Spix. Gen et
Sp. Pisc. Brasiliensium, 26—1829; P. caparary, Spix. loc.
cit. est. XIII: Platystoma orbignyanum, P. pardale. P. corus-
canse P. punctatum, Cuv. & Val. XV, 9,12, 13 e 15—1840;
P. pardalis e P. orbignyanum, Val., in D’Orbigny, Voyage
dans "Am. Merid. IX, Atlas II. est IV figs. 2 e 3—1847 ;
Platystoma caparary, Castelnau. Anim. Nouv. etc, 40—1855;
Platystoma pardale, Kner Sitzungsber Akad. Wien, XXVI Bd.
402—1858, Platystoma orbignyanum, P. coruscans e P. pardale
Gunther, Cat. 107 e 108—1864; Platystoma orbignyanum e
P. forskhammeri Reinhard, M. S.) Lutken Velhas Flodens,
Fiske, 154 c. f. e IV—1875; Platystoma coruscans. Figen-
mann & Eigenmann. Pr. Calif, Acad., 2 ser. I, 138—1888 ;
Platystoma ceruscans, Eigenmann & Eigenmann Occas. Papers
Calif. Acad. Sci. I, pgs. 208 e 211—1890 ; os mesmos Pr. U.
S. Nat. Mus. vol. XIV, 31—1891; Platystoma coruscans Kou-
lowsky, Rev. Mus, de La Plata VI, 398—1895 Pseudoplatys-
toma coruscans, Lahille Rev. Mus. La Plata VI, 270—1895;
Platystoma orbignyanum, Boul. Trans. Zool. Soc. Londen,
XIV 27—1826 ; Platystoma pardale, e P. coruscans Göldi, Bol.
Am. Paraense, II, 464 e 467—1898; Pseudoplatystoma corus-
cans, Eigenmann & Kennedy, Pr. Acad. Nat. Sc. Philad.
499—1903 ; Pintado Henriqne Silva, Fana Fluviatil de Goyaz,
24 1905 e Pseudoplatystoma coruscans 20,—1906.
Hemisorubim platyrhynchus Cuv. & Val. —Platystoma platyrhynchus, Cuv. & Val.
XV —20—1840 ; Casteln. Anim. etc 40—1855; Kner. Sitzun-
gsber. Akad. Wien, XXVI—398—1857 ; Hemisorubim platyr-
hynchus, Bleeker. Nederl. Tydschr. Dierk—97—1863 ; Gun-
ther, Cat. V.—109—1864 ; Peters. Monatsbeer Akad. Berl
470—1877 ; Cope; Pr. Am. Philos. Soc. XVII—674—1878 ;
Vaillant, Bulle Sock Philom, Ser. 72 1V — 1527 71880 ;
Eigenm & Eigenm. Pr. Calif. Acad. 2º Ser. I— 138 — 1888 ;
os mesmos, Occas. Papers Calif. Akad. Sci. I— 206 — 1890 ;
ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 465
os mesmos, Pr. U. S. Nai. Mus., vol. IV, 31 — 1891;
Boulenger — Trans Zool. Soc. London XIV — 2% pte. —
27 — 1896; Platystoma platyrhynchus, Goeldi — Bol. Mus.
Goldi — 458 — 1898; ; Hemisorubim platyrhynchus, Eigenm.
& Kennedy, Proc. Acad. Nat. Sci. Philad.—499- 1903; Ei-
genm & Ward. Annals Carnegie Museum, IV, n. II — 116
— 1907.
Phractocephalus ‚hemiliopterus (Bl. & Schn.) = Est. 49 — Alexandre Rodrigues
Ferreira, Desenhos de Peixes 1783—93— Silurus hemiliopterus,
Bloch & Schneider, «Systema Ichthyol, 385 — 1801; Phracto.
cephalus bicolor, Agassiz, Pirara bicolor, Spix in Spix, Gen.
Spec. Pisc. Bras. 23—est. VI — 1829; Phractocephalus hemi-
hoprerus, Cuv. & Val., XV, 2, 4211840; Schomburgk, Fishes
of Guiana, pt. 1— 1691841; Muller & Troschel in Schomb.
British Guiana, 643-— 1849; Castelnau. Anim. Nouv. etc; 47—
est. XV, fig. 1—1855; Gunther, Cat. V.—110—1864; Vaillant,
Bull. Soc. Philom., 7% ser. IV—152—1880; Cope, Pr. Am,
Philos. Soc., 17—674—1878; Eigenmann & Eigenmann, Proc.
Calif. Acad. Sci.,2"Ser.1,135—1889; os mesmos,Occas. Papers.
Calif. Acad. Sci.,1—188, 1890; os mesmos Pr. U.S. Nat. Mus.
XIV, 30 — 1891; Goldi, Mus. Paraense II, 463; Pirarára
Henrique Silva, Fauna Fluvial de Goyaz, 231905:
Tachysurus pleurops (Boul.) = Arius pleurops, Boulenger, Annals & Magasin of
Nat. Hystory— XX—296— 1897; Goeldi, Bol. Mus. Paraensse,
II, 458 e 478 — 1898.
Tachysurusagassizü, Eigenm. & Eigenm.—Tac/ysurus agassizü,Bigenmann & Ei-
genmann., Proc. Calif. Acad. Sci.—2? Serie, vol. I, pg. 145—
1889; os mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad. Sci. I—pgs.
49 e ‘86—1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. vol. XIV
pag. 27—1891; v. Ihering—Os peixes d'agua doce do R.G.
do Sul pag. 10—1897.
Tachysurus spixii(Agass.)=Pimelodus albidus, Spix e Pimelodus spixii Agassiz,
6378
in Spix Genera et Species Piscium, pg. 19, fig. 1 da est. VII—
1829; Arius spixii e A. arenatus, Cuv. & Val., Hist. Nat.
Poiss. vol. XV, pgs. 57e79—1840; A. /aticefs e Artus arenatus,
Gunther,Cat. V, pgs. 171 e 172—1864; Arius arenatus, Bleeker,
Silur. Surin. pg. 53 est. IV fig. 2—1864; Galeychthys are-
natus laticeps, Jord, Proc. U. S. Nat. Mus. pg. 55 e 559—
1886; Tachysurus spixii. Eigenmann & Eigenm. Pr. Calif.
Acad.Sci., 2º Ser., vol.I,pg. 146—1889; os mesmos,Occas. Pa-
59
466
A.
DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES
pers Calif. Acad. ofSci., I, pg. 88—1890 ; os mesmos, Pr. U.S.
Nat. Mus., vol. XIV, pg. 27—1891; Jord & Everm. Bull. 47
U.S. Nat. Mus., I parte, pg. 13121896.
Tachysurus nuchalis (Giinth.)=Arius nuchalis, Günther, Cat. V. pg. 171 — 1864;
Galeychthys nuchalis, Jord. Pr. U.S. Nat. Mus., pg. 559 —
1886; Tachysurus nuchalis, Eigenmann & Eigenmann,
Proc. Calif. Acad. Sci., 2º serie, vol. I, pg. 145 — 1889; os
mesmos, Occas. Papers Calif. Acad., Sci.. I,pgs. 49e 86 —1890;
Arius nuchalis, Perugia—Ann. Mus. Civ. di Genova, 634—
1892; Jord. & Everm. Bull. 47. U.S. Nat. Mus. I, pg. 131
— 1896; Arius nuchalis, Goldi, Bull. Mus. Par. II, pgs. 458
e 478-— 1898.
Tachysurus proops (Cuv.& Val.) = Bagrus proops. Cuv. & Val. Histoire Nat.
Poiss. XIV, pg. 3391839; Kner, Sitzungsber. Akad Wien,
XXVI Bd. pg. 386 — 1857; Netuma proops, Bleek. Ichth.
Arch. Ind., Prod.I, pg. 67 (seg. Eigenm. & Eigenm.),Bleeker
Sil- Surino pg. 162, e VII fe XI fies 271864, runs
proops, Günther, Cat. V pg. 148 — 1864; Galeichthys proops,
Jord. Proc. U. S. Nat. Mus. pag. 5591886 ; Sciadeichthys
proops, Jord. & Uverm. Bull. 47, E. S. Nat. Mus. I, pag. 123
— 1886; Tachysurus proops, Eigenm. & Eigenm., Pr. Calif.
Acad. Sci., 2º Ser., vol. I, pag. 141 — 1889; os mesmos,
Occas. Papers. Calif. Acad. Sci., I — pag. 57 — 1890; Arius
proops, Goeldi, Bol. Mus. Paraense, II pgs. 458 e 477, 1898.
Tachysurus grandoculis (Steindachner) = Arius grandoculis, Steindachner, SW,
Fische Sö Brasilien, III, pag. 86 est. XI— Sitzungsber. Ak.
Wien, LXXIV Bd. 1879; Tachysurus grandoculis, Figenmann
& Eigenmann, Pr. Calif. Acad, Sci., 2º serie, pg. 145—1889 ;
os mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. I, pgs. 49 e 85—1890;
os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. vol. XIV pg. 27 — 1891.
Tachysurus barbus (Lacep.)—Pimeledus barbus, Lacépêde, Hist. Nat. Poiss., V,pgs.
94 e 106 — 1803; Pimelodus commersonii, o mesmo, Op.
cit. pgs. 95 e 108, est. 3fig. 1; Bagrus barbatus, Quoy &
Gaimar, Voyage de L’Uranie, Zool. pg. 230, est. 49, figs. 1 e
2 — 1824; Bagrus commersonii, Cuv. & Val, Hist. Nat. Pois.
XIV, pg. 333—1839; Valenc. in D'Orb. Voyage Am. Merid.
Poiss., atlas II, est. 3, fig. 1 — 1847; Pimelodus versi-
color, Casteln. Anim, Amer. Sud. Poiss, pgs. 35, est. 16,
fig. 3 (a numeração está trocada), Bagrus commersonii Kner,
Sitzungsberrichi Akad. Wien. XXVI Bd., pg. 386—1857;Arius
ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 467
commer sont, Günther, Cat. V pg. 143—1864 ; Hensel, Wiegm.
Archit. I, pgs. 69—1870; Steidachner, Susswasserfische Sô
Brasiliens III, pg. 85—Sitzungsber Akad. Wien, LXXIV —
1876; Tachysurus barbus, Eigenmann & Eigenmann, Proc,
Calif. Acad. of Sci. 2? serie, I, pg. 142 — 1889; os mesmos,
Occas. Papers Calif. Acad. of Sci. I pgs. 47 e 76 — 1890; os
mesmos Pr. U. S. Nat. Mus., vol. XIV; pg. 27—1891; Arius
commersonti, Perugia, Ann. Mu . Civ. de Genova, X, 633 —
1892; Ihering — Os peixes d’agua doce do Rio Grande do
Sul, pg. 10 — 1897.
Tachysurus hersbergii (Bl.) = Silurus hersbergii Bloch, Ausl. Fische, XI pg. 24,
est. 367; Bl. & Schn. Syst., pg. 383 — 1801; Pimelodus
argenteus, Lacép. Hist. Nat. Poiss., vol. V, pgs. 94 e 102 —
1801; Bagrus hersbergi e B. pemecus, Cuv.e Val. Hist. Nat.
Poiss., XIV, — 1839;. Bagrus celestinus, Müll. &
Trosch., III, pg. 7 — 1849; Bagrus mesops e B. hersbergi,
Kner, Sitzunbgsber. Akad. Wien, XXVI Bd. pgs. 384 e 386,
est. I, fig. 2— 1857; Selenaspis hersbergi, Bleek., Ichthyol.
Arch. Ind. Prod., I, pg.63 (segundo Eigenmann & Eigenmnn)
Hexanemichthys hymenorhinus e Netuna hersbergii Bleeker,
Silur. Surin. pgs. 57 e 61 est. 11, fig. 2, est. XIII, fig. 4—1864 ;
Artus hersbergii Günther, Cat. V pg. 144 — 1864; Bagrus
mesops e Arius (Netuma) hersbergi Göldi, Boletim do Museu
Paraense, vol. II, pgs. 456, 459 e 477; Galeichthys hersbergit,
Jord. Proc. U. S. Nat. Mus. pg. 559 — 1886; Tachysurus
hersbergi, Eigenm. & Eignm. Proc. Calif. Acad. Sci. 2º serie
vol. I, pg. 141 -- 1888; os mesmos, Occas. Papers Calif.
Acad. Sci. I, pg. 59 — 1890; os mesmos, Pr. U.S. Nat. Mus.
vol. XIV — 1891; Selenaspis hersbergü, Jord. & Everm,
Bull. 47. U.S. Nat. Mus., 1º pte. pg. 127 — 1896; Selenaspis
hersbergi, Figenmann & Bean, Pr. U.S. Nat. Mus., vol. XXX
pg. 659 — 1907.
Tachysurus parkeri (Traill)=Silurus parkeri, Traill,Mems. Wern. Soc. VI, pg. 377
est. 6 fig. 1— 1832; Arius quadriscutis, Cuv. & Val. Hist.
Nat. Poiss, XV. pg. 85 — 1840: Schomburgk, Fisches Brit.
Guian. pt. I, pg. 188 — 1843; Arius Quadriscutis, Kner, Si-
tzungsberichte Akad. Wien, XXVI pg. 3891857; Arius par-
keri, Gunth, Cat. V pg. 1531864; Netuma quadriscutis, Bleek
Silur. Surin. pg. 59,est. VIII e XIII fig. 21864; Galeichthys
parkeri, Jord. Pr. U.S. Nat. Mus., pg. 559 — 1886; Tachy-
468
Tach
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES
surus porkeri,Eigenm.& Eigenm. Proc.Calif Acad.Sci. 2? serie
vol. I, pg. 141 — 1889; os mesmos, Occas. Papers Calif.
Acad. Sci. I, pgs. 45 e 65 — 1890; Selenaspis parkeri Jord.
& Everm., Bul. 47 U.S. Nat. Mus. I, pg. 125 — 1896.
surus luniscutis (Cuv. & Val.) = Arius luniscutis, Cuv. & Val. Hist. Nat.
Poiss. XV p. S2—1840;Kner, Sitzungsber. Akad. Wien, XX VI
g. 390 — 1858; Gunther, Cat. V, pg. 58—1864; Galeichthys
luniscutis, Jord. Pr. U. S. Nat. Mus. pg. 559—1886; Tachy-
surus luniscutis, Eigenm & Eigenm. Pr. Calif. Acad. 2? serie
Voll, pg. 141 — 1889; os mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad.
Sci. I, pg. 63 — 1890; Selenaspis luniscutis, Jord. & Everm.
Bull. 47. U. S. Nat. Mus., I parte pg. 125 — 1896; Arzus lu-
niscutis, Goeldi, Boletim do Museu Paraense, vol. II, pgs. 457
458, 460 © 477 — 1898.
Tachysurus grandicassis (Cuv. & Val.) Arius Grandicassis,A.parmocassis & Arius
strictcassts,Cuv. & Val. H. N. des Pois. XV pgs. 41,43 e 44 est.
427—1840; Arzus stricticassts,Bleek,Silur. Surin. pg.55— est.
XII fig. 4 — 1864; Gunth. Cat. V, pgs. 153 e 1541864; Ga-
leichthys grandicassis, Jord. Pr. U.S. Nat. Mus. pg. 559 —
1886; Tachysurus grandicassis, T. grandicassis parmocassts
e 7. grandicassis stricticassis, Eigenmanm Eigenmanm, Pr.
Calif. Acad. of Sci., 2º serie I, pg. 141 — 1889; os mesmos,
Occas. Papers. Calif. Acad. Sei. I, pgs. 45, 46, 65 e 68 —
1890; Netuma grandicassis e N. stricticassis Jord. & Everm.
Bull. 47 U. S. Nat. Mus., I pgs. 126 — 1896.
Tachysurus albicans(Cuv. & Val.)—=Bagrus albicans, Cuv. & Val. Hist. Nat. Poiss;
XIV — est. 420 — 1839; Bagrus valenctenest Casteln. Anim.
Nouv. etc. Am. du Sud. pg. 31, est. XIII fig. I — 1855; Arzus
valencienesi, Gunth. Cat. V, pg. 150 — 1864; Galeichthys
albicans, Jord. Pr. U.S. Nat. Mus. pgs. 559 — 1886; Tachy-
surus albicans Eigenm. & Eigenm.,Pr. Calif. Acad. Sci.,2º serie
vol. I, pgs. 45, 441 — 1889; os mesmos, Occas. Papers.
Calif. Acad. Sci. I, pgs. 45 e 59 — 1890; os mesmos: Pr. U,
S. Nat. Mus. vol. XIV pg. 27 — 1891; Sczadeiachithys
albicans, Jord. & Everm. Bull, 47, U.S. Nat. Mus. pag. 124
— 1896.
Tachysurus rugispinis (Cuv. & Val.) = Arius rugispinis e A. pkrygiatus Cuv.
& Val., H. Nat. Poiss. XV, pgs. 58 e 59—1840;Kner,Sitzungs-
berichte Akad. Wien XXVI pg. 338 — 1857: Gunther Cat. V
pg. 156 — 1864; Gakichthys rugispinis e G. phrygiatus,
ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 469
Jord. Pr. U. S. Nat. Mus. pg. 559 — 1886; Tachysurus ru-
gispinis e T. phrygiatus, Kigenmann & Eigenmann, Pr.
Calif. Acad. Sei., 2% serie — vol. I, pg. 145 — 1889; os
mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci. pg. 48, 49, 83 e 84
— 1890; Heranemichthys rugispinis, H. phrygiatus, Jord. &
Everm. Bull. 47 U. S. Nat. Mus. FI, pe. 130: — 1896.
Arius rugispinis, Goldi, Bull. Mus. Paraense, II, pg. 456
460 e 478 — 1898.
Tachysurus upsulonophorus Eigenm. & Eigenm. — Tachysurus upsulonophorus,
Eignm. & Bignm. Proc. Calif. Acad. Sci. 2% ser. II — pg.
31—1889; os mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad. of Sci.
I, pags. 47 e 73, — 1899; os mesmos Proc. U. S. Nat.
Mus., vol. XIV pg. 27 — 1891; H.v. Ihering, Os peixes
d'agua doce do R. Grande do Sul, pg. 10—1897.
Genidens genidens (Cuv. e Val.)=Bagrus genidens, Cuv. e Val. Hist. Nat. Poiss..
XIV, pag. 335—est. 419 — 1839; Genidens cuvieri, G. gra-
nulosus, Casteln. Anim. Nouv. etc., pg. 34—est. XVI fig. 3
(a numeração esta trocada)— 1855; Rhamdia laukidi, Bleeker,
‘Nederl. Tijdschr. Dierk., I, pg. 208—1563; Genidens cuvieri,
Gunther, Cat. V pg. 175—1864; Kner, Novara Reise Fische,
pg. 312—est. XII figs. 3-3a—1869; Hensel, Wiegmans,
Archif. I pg. 71—1870; Steindachner, SWF. SO. Bras., III,
g. 89; Sitzungsber. Akad. Wien. LX XIV Bd.—1876; Genidens
genidens, Eigenm. e Eignm. Proc. Calif. Acad. Sci., 2% Ser.
vol. I, pg. 148—1889; Occasionals Papers Calif. Acad. Sci.
I pg. 38—1890; Proc. U. S. Nat. Mus. vol XIV, pg. 26—
1891; H. v. Ihering—Os peixes d'agua doce do R. Grande
do Sul pg. 10 — 1897.
Felichtys marinus (Mitch.)=Silurus bagre, Bl. Ausl. Fische XI, est. 365—1794;
(preoccupado) Bl. e Schn. Syst. pg. 377 — 1801; Silurus
marinus, Mitchill, Trans. Litt. e Philos. Soe. N. York I
pg. 143—1814; Marcgrav (Bagre specie alia (4º). H. Nat.
Bras, pg. 174 ec. fig. — 1648; Galeichthys marinus, De
Kay New York Fauna—Fishes, pg. 178, est. 37, figs. 118
181; Zelichthys filamentosus,, Swains. Fishes, II pg. 305-
—1837; Ailurichthys marinus, Girard, U. S. and. Mexican
Boundary Surv. 31 est. 14; Galeicthys parrae e G. blochii
Cuv. e Val. Hist. Nat. Poiss, XV, pgs. 25 e 33—1840; Az-
lurichthys marinus, Baird e Girard, Pr. Acad. Nat. Sci.
Philad., pg. 26 — 1854; Galeichthys parrae e G. bahiensis,
470
Felichthys bagre (L.)
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES
Castelnau, Anim. etc. pg. 37 est. XVIII, fig. 1 — 1855;
Galeichthys parrae, Hyrtle, Denkschrift Akad. Wien, XVI,
g. 17—1859; Pimelodus filamentosus, Bleek, Silures Surin.,
pg. 67—1864; Ailurichthys marinus e A. longipinnis, Gun-
ther, Cat. V pg. 178—1864; Ailurichthys marinus, Goode,
Pr. U. S. Nat. Mus. pg. 119 — 1879; Steindachner Flusse-
fische Sud Am. Denkschrift Akad. Wissenschaft Wien. XLI
— 1879; Jordan e Gilbert, Pr. U. S. Nat. Mus. pgs. 246 e
548—1882; Jord. Pr. U. S. Nat. Mus. pg. 106—1883; Jord.
e Gilbert, Synopsis pg. 111—1883; Jord. Cat. Fishes N.Am.
pg. 16—1885; Adlurichthys marinus, A. longipinnis, Jord.
Pr. U. S. Nat. Mus. pgs. 26 e 559—1886; Eigenm e Eigenm.
Pr. Calif. Acad. Sci. 2º serie, vol I,pg. 148—1889; os mesmos,
South Am. Nemat., pg. 36 — 1890; Ailurichthys gronovii,
Göldi Bol. Mus. Paraense, II, pgs. 456, 467 e 479—1898;
Felichthys filamentosus, F. marinus, e F. bahiensis, Jord. e
Everm. Bull. 47 U. S. Nat. Mus. I, pgs. 117 e 118—1896
e IV est. 23 fig. 52—1900.
= Bagre Marcgrav, Hist. Nat. Bras. pg. 174 c. fig.— 1648; Piso
pg. 54 (seg. Gunther) Willughby, est. H;7 fig. 6—1686; Parra,
est. 31 fig. I—1787; Mystus, Gron. Zoolophyl. 338 pg. 124
—1763; Silurus bagre, Linneus, Syst. Nat. Ed. XII pg. 505
— 1766; Pimelodus bagrus, Lacep. Hist. Nat. Poiss. V,
pgs. 93 e 98 — 1803; Gmlin. Syst. Nat. pg. 270 — 1818;
Felichthys filamentosus, Swains. Fishes Rept. e Amphib.
vol. II pg. 3091839; Galeichthys gronovit, G. erdouxii, Cuv.
e Val: bust.) Nat Poiss: vol EVE pes: SUMMER
1840; Bagrus macronemus, Ranzani, Nuov. Comm. Acad.Sci.
Instit. Bonon, V pg. 334 est. 281842; Galeichthys gronovit
Müller e Trosch. in Schomburgk, Reise Brit. Guiana pg. 628
— 1848; Kner,Sitzungsber. Akad. Wien, XXVI Bd. pg. 392—
1857; Mystus carolinensis, Gronow, Syst. Ed. Gray pg. 156 —
1854; Pimelodus bagre Bleek. Silur. Sur. pg. 66—1864; Ailuri-
chthys gronovii, Gunther, Cat. V pg. 178-— 1864; Azlurichthys
eidouxii, Jord. Pr. U. S. Nat. Mus. pg 40—1884 ; Azlurichthys
bagre, Jord. op. cit. pg. 559 — 1886; Aizlurichthys bagre
Eigenm. e Eigenm., Proc. Calif. Acad. Sci.,IIser. vol. I pg. 148
— 1889 ; Ocas. Papers Calif. Acad. Sci. I, pgs. 31e 33 — 1890;
Felichthys bagre, F.'eidouxii e F. filamentosus, Jord. e
Everm. Bull. 47 U. S. Nat. Mus., I parte, pgs. 117 e 118
— 1896.
ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 471
Pseudauchenipterus nodosus (Bl.)—=Silurus nodosus, Bloch, Ichthyol. VIII, 35 est.
368 fig. 1—1794; Bloch e Schneider, 333—1801; Arzus nodo-
suse Auchenipterus furcatus, Cuv.e Val., XV, pgs. 53 e 157—
1840; Auchenipterus nodosus, Mille. e Troschel,Hor. Ichthyol,
III, 11, 1849; Kner, Sitzungsber. Akad, Wien, XXVI, 424 —
1858; Pseudauchenipterus nodosus, Bleeker, Nederl. Tijd-
schrift Dierk. I. 88—1863; o mesmo, Silur. Suriname, 43 est.
XI, fig 1, est. XIII, fig. 6—1864; Gunther,Cat. V, 194 — 1864
Felichthys nodosus, Eigenmann e Eigenmann, Pr. Calif. Acad.
2º Ser.I, 154—1889; os mesmos, Occas. Papers Calif. Acad.
Sci. I, 286 e 290 — 1890; Pseudauchenipterus nodosus, os
mesmos, Pr. U.S. Nat, Mus. XIV, 34—1891; Auchenipterus
nodosus, Goeldj, Bol. Mus. Par. II 479—1898; Pseudauche-
nipterus nodosus, Eigenman e Bean; Pr. U.S. Nat. Mus. XXX
663 — 1907.
Pseudauchenipterus jequitinhohae (Steid.) = Auchenipterus (Pseudauchenipterus
Jequitinhonhae,, Steindachner, Die Susswasserfische des Su.
döstlichen Brasilien (III) — 89 — est. VI—fig. 1 e 1 a Sitzun-
gsber. Akad. Wien — LXXIV — 1876; Helichthys jequtte-
nhonhae, Eigenm. & Eigenm. Pr. Calif. Acad. 2? ser. I, 152-
1889; os mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. of Sci-I-286-
1890; os mesmos Pr. U.S, Nat. Mus. XIV, 34—1891.
Pseudauchenipterus affinis, (Steind.)— Auchenipterus (Pseudauchenipterus) affinis »
Steindachner, Susswasserfische S. O. Brasilien (III), 93 —
Sitzungsber. Akad. Wien, LXXIV—1876; Felichthys afınıs,
Eigenm. & Eigenm. Pr. Cal. Acad. Sci.2* Ser. I, 154 — 1889;
Os mesmos,Occas. Papers. Calif. Acad. of Sci.1,286-288—1890;
os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 341891.
Pseudauchenipterus flavescens, Figenm & Eigenm—Felichthys flavescens, Eigenm.
& Eigenm. Pr. Calif. Acad. of Sci. 2º Ser.1-152—1889; os mes-
mos, Occas. Papers. Calif. Acad. of Sci. I, 286-288—1890; os
mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 34—1891.
Glanidium albescens Lutk.—Glanidium albescens Lutken, Dan. Vidensk. Selskab,31-
1874; o mesmo, Velhas Flodens, Fiske, 150, est. III fig. 5-
1875; Centromochlus (Glanidium) albescens Steindachner, Sus-
swasserfische Sudöstliches Brasilien (III) 106-Sitzungsber-
Acad.Wien, LXXIV—1876; Glanidiumalbescens Eigenm. & Ei-
genm. Pr. Calif. Acad. Sci.—2? Ser. 1,157—1889; Os mesmos
Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I, 267, 270 — 1890;
os mesmos Pr. U. S. Nat. Mus., XIV, 34—1891; Mir.
472
Centron
A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES
Rib. Peixes do Iporanga — Lavoura Anno XI, m. 5, pag.
186 — 1907.
rochlus heckelä, (Filippi) = Auchenipterus heckelii Filippi, in Guerin Rev.
& Mag. de Zool. 166—1853; Centromochlus megalops, Kner,
Sitzungsber. Acad. Wien, XX VI, 430,est. VIII, figs. 24 e 24 a-
1857; Centromochlus heckelit, Gunther, Cat. V. 197—1864;
Cope, Pr. Am. Philos. Soc., XVII, 667—1878; Vaillant, Bul.
Soc. Philom, 7º Ser. IV, 1880; Eigenmann & Eigenmann
Proc. Cal. Acad. 5º Ser. I. 156-1889: os mesmos, Occas. Pa.
pers. Calif. Acad. of Sic. I, 266 e 267—1890; os mesmos, Pr.
U.S. Nat. Mus. XIV,34—1891;Boulenger, On Fishes from the
Juruá — Trans. Zool. Soc. London, XIV. Pte. 77—422—1898.
Tatia intermedia (Steind.) == Centromochlus itermedius, Steindachner, Susse-
Tatia aulopygia,
wassertische S. O. Brasilien (III) — 106-Sitzuugsber. Akad.
Wien. LXXIV— 1876; o mesmo, Flussfische S. America (III),
4-Denkschrift Akad. Wien (XLIV)—1881;Eigenmann & Eigen-
mann, Proc. Calif. Acad. 2º Ser., I, 156 — 1889; os mesmos,
Occas, Papers Calif. Acad. of Sci. I 267 e 269 — 1890; os
mesmos. Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 34 — 1891.
Kner. = Centromochlus aulopygyus, Kuer. Sitzungsber. Akad.
Wien., XXVI. 432—est. VIII fig. 25—1857; Günther. Cat.
V, 198—1864; Eigenmann & Eigenmann, Pr. Cal. Acad. Sci.
2° Ser. I—157—1889; os mesmos, Occas. Papers Calif. Acad.
Sci. I. pgs. 267—270—1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus.
XIV — 34 — 1891.
Asterophysus batrachus Kner.— Asterophysus batrachus, Kner. Sitzungsber. Akad.
Wien XXVI — 403 — 1858; Günther, Cat. V, 200 — 1864;
Eisenmann & Eigenmann, Occas. Papers Calif. Acad. of Sci.
I, 262 — 1890; os mesmos Pr. U. S. Nat. Mus., vol. XIV, 33
— 1891.
Trachycorystes trachycorystes (Cuv. & Val.) = Auchenipterus trachycorystes,
Cuvier & Valenciennes, Hist. Nat. Poiss. XV. 159 — est. 437
— 1840; Trachychorystes typus, Bleek. Nerdel. Tijdschrift
Dierkunde, 1 — 88 — 1863; Anuchmepterus trachycorystes,
Gunther Cat. V, 195 — 1854; Trachycorystes trochycorystes,
Eigenm. & Eigenm. Pr. Calif. Acad. Sci. 2° Ser. I—154—1889;
os mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad. Sci. I — 274—276 —
1590, os ifiesmos, Pr. U. S. Nat. Müs.. XIV — 1891.
Trachycorystes porosus, Eigenm. & Eigenm. = Trachycorystes porosus, Eigen-
mann & Eigenmann Proc. Calif. Acad. Sci. I, 2º Ser. 154 —
ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 473
1889; os mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I, 274
—276—1890; os mesmos,Pr. U.S. Nat. Mus. XIV—34—1891.
Trachycorystes ceratophysus (Kner) = Auchenipterus ceratophysus, Kner, Sitzun-
gsber. Akad. Wien, XXVI,427 est. VII fig. 23 e est. VIII fig.
23a, b, c,— 1857; Günther, Cat. V,196—1864; Trachycorystes
ceratophysus, Eigenmann & Eigenmann, Pr. Cal. Acad.
Sci. —I — 154 — 1889; os mesmos, Occas. Papers Calif.
Acad. Sci. I, 274 e 276 — 1890; os mesmos, Pr. U. S.
Nat. Mus, XIV, 34 — 1891; Auchenipterus ceratophysus,
3 Perugia, Ann. Mus., de Genova, X (2º Ser.) 636— 1890-92.
Trachycorystes striatulus (Steind.) = Auchenipterus striatulus, Steindachner,
9
;
2
D
4
;
o
]
Susswasserfische des S. O. Brasilien. III, 98—est. V,—Sit-
zungsber. Akad. Wien. LXXIV — 1876; Trachycoristes
striatulus, Eigenm. & Eigenm. Pr. Calif. Acad. Sci. — 23
Ser. I — 155—1889; os mesmos, Occas. Papers Calif. Acad.
Sci. — I— 274, 277 — 1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat.
Mus. XIV, 34 — 1891; Auchenipterus strialatus, Goeldi,Bol.
Mus. Paraense, II, 456 e Auchenipterus striatutus, Goeldi,
Bol. Mus. Paraense, II, 463, 479 — 1898; Eigenmann &
Kennedy, Proc. Calif. Acad. Sci. 501—1903.
Trachycorystes galeatus (L.)=Artedi, in Sebae Thesaurum,III,est. 29 fig. 7—1738;
Silurus galeatus, Linnaeus, Syst. Nat. ed. XII, 503 — 1766
e ed. XIII—1357-1788; Bloch. Ichthyol. pt. 8-39—est. 369
fig. 1—1794; Bloch. & Schn., Syst. 304 — 1801; Pümnelo-
dus galeatus, Lacepede—Hist. Nat. Poiss. V, 97 e 114 —
1803; Auchenipterus maculosus, Auchenipterus immaculatus
e A. punctatus Cuv. & Val. XV, 161, 162 e 163—1840; Auche-
nipterus muculosus e A. punctatus, Kner, Sitzungsber. Akad.
Wien, 26, 425 — 1858; Parauchenipterus galeatus, Bleeker,
Nederl. Tidschrift Dierk., I, 88 — 1863; Auchenipterus ga-
leatus e A. maculosus, Gunther, Cat. V, 196 — 1864; Au-
chenipterus lacustris, Lutken, Velhas Flodens, Fiske, 147 e
III c. fig. — 1875; Auchenipterus galeatus, Peters Monats-
bericht Acad. Berl. 470 — 1877; Trachycorystes galeatus,
Eigenmann & Eigenmann, Pr. Calif, Acad. Sci. 22 Ser. I
155—1889; os mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I,
pgs. 274 e 279—1890; os mesmos, Pr. U.S. Nat. Mus. XIV
34 — 1891; Auchenipterus galeatus, Boul. Trans. Zool.
Soc. Lond. XIV, 2% pte. 28 — 1896; Parauchenipterus pas-
seae (descripção) e Pseudachenipterus guppy estampa, Tate
6378 E
474 A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES
Regan, Proc. Zool. Soc. London I, 387 est. XXIV—1906; Tra-
chycorystes galeatus, Eigenm & Bean, Pr. U. S. Nat. Mus.
XXXI, 663—1907.
Trachycorystes analis, Eigenm. & Eigenm=Trachycorystes analis, Eigenmann &
Eigenmann, Pr. Calif. Acad. 2º Ser. I, 156—1889; os mesmos
Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I, 275 e 288 —1890; os mesmos
Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 34—1891.
Auchenipterichthys longimanus (Günther) — Auchenipterus longimanus, Günther,
Cat. X, 195—1864; Auchenipterichthys longimanus, Eigenm.
& Eigenm. Pr. Cal. Acad. 2? Ser. I, 154—1889; os mesmos
Occas. Papers Calif. Acad. Sci. 284—1890; os mesmos, Pr.
U.S. Nat. Mus. XIV, 341891.
Auchenipterichthys thoracatus (Kner.) = Auchenipterus thoracatus, Kner, Sitzun-
gsber. Akad Wien, XXVI, 425 est. VII, fig. 22—1858; Auche-
nipterichthys thoracatus, Bleeker, Nederl. Tydschrift Dierk. I-
89— 1863; Auchenipterus thoracatus, Günther, Cat. V, 194
— 1864; Auchenipterichthys thoracatus, Eigenm. & Eigenm.
Pr. Calif. Acad. Sci. 1,2º Ser., 154—1889; os mesmos,Occas.
Papers Calif. Acad. Sci. I, 32—1898; os mesmos, Pr. U. S.
Nat. Mus. XIV, 34—1891.
Tracheliopterus coriaceus Cuv. & Val.— Tracheliopterus coriaceus, Cuvier & Valen
ciennes XV, 164 est. 438—1840; Günther, Cat. V, 198 —
1864; Eigenm. & Eigenm. Pr. Cal. Acad. 2? Ser. I, 157 —
1889; Tracheliopterus coriaceus maculosus, os mesmos, loc.
cit.; os mesmos, Occas. Papers. Calif. Acad. Sci. I, 264 e
265—1890; Tracheliopterus coriaceus e T. maculosus, Kigen-
mann & Eigenm., Pr. U.S. Nat. Mus. XIV,33 — 1891; Bou-
lenger Trans. Zool. Soc. London, XIV, 2º Pte, 28—1896.
Tracheliopterichthys taeniatus (Kner)—Tracheliopterus taeniatus, Kner, Sitzun-
gsber. Akad. Wien, XXVI,Bd. 434, est. VIII, fig.26—1858,
Steind. Denkschrift. Akad. Wien, XLIV Bd. 4—1882; Tra-
cheliopterichthys taeniatus, Bleeker, Nederl. Tijdscrift Dierk
I, 111 — 1863; Trachelyopterus coriaceus, Günther, Cat. V,
198—1864; Tracheliopterichthys taeniatus, Eigenm. & Eigenm.
Pr. Calif. Acad. Sci. 2º Ser, I, 157—1889; os mesmos,Occas.
Papers. Calif. Acad. Sci. I, 263—1890; os mesmos, Pr.U.
S. Nat. Mus. XIV, 33—1891.
Pseudoceptosis gobioides (Kner) = Cetopsis gobioides Kner, Sitzungsber. Acad.
Wien, XXVI, 407—1857; Pseudocetopsis gobioides Bleeker,
Nederl. Tijdschrift Dierk. I, 111 — 1863; Cetopsis gobioides,
ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 475
Günther, Cat. V, 199—1864; Eigenm. & Eigenm. Occas. Pa-
pers Calif. Acad. Sci. I, 319 e 322 — 1890; os mesmos, Pr.
U. S. Nat. Mus. XIV, 36 = 1891.
Cetopsis cœcutiens (Licht)—Szlurus cecutiens Lichtenstein, Wiedem.Zool.Mag. I,
pt. 3, 61—1829; Spix, Gen. et Sp. Pisc. Bras. 12, est. X, fig. 2;
Cetopsis cecutiens, Agassiz, in Spix. loc. cit. — 1829;
Cuv. & Val. XIV, 285—1839; Kner, Sitzungsber. Akad. Wien,
XXVI, 409 — 1858; Bleeker, Nederl. Tijdschrift Dierk I, 111
— 1863; Günther, Cat. V, 199 — 1864; Eigenm. & Eigenm.
Pr. Calif. Acad. Sci., 2º Ser. I, 157 — 1889; os mesmos,
Occas. Papers Calif. Acad. Sci. 318 e 320 — 1890; os mesmos
Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 36 — 1891; Goeldi, Bol. Mus. Pa-
raense, II, 457 e 179 — 1898.
Hemicetopsis candirıi (Spix )— Estampa 42, Alexandre Rodrigues Ferreira, Dese-
nhos de Peixes, etc. — 1783-93; Sz/urus candiri e Cetopsis
candiri, Agas. & Spix. Pisc. Brasil. 13, est. X fig. 1 — 1829;
Cetopsis candiri, Cuv. & Val. XIV, 286 — 1839; Hemicetopsis
candiri Bleeker Nederl. Tijdschrift Dierk, 111 — 1863; Ceto-
psis candiri Günther, Cat. V, 199 — 1864; Cope, Pr. Am.
Philos. Soc., XVII, 678 — 1878; Steindachner, Flussefische S.
Amerika's, IV, 5. Denkschrift Akad. Wien XLVI — 1882;
Eigenm. & Eigenm. Pr. Calif. Akad, 2º Ser. 1,157 — 1889;
os mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci., 318e 319 — 1890;
os mesmos, Pr. U.S. Nat. Mus. XIV 36 — 1891; Cefopsis can-
diri, Boulenger, Trans. Zool Soc. London, XIV, pte. 7º, 422
— 1898; Cetopsis sp. altera, aff. plumbeus, Goldi Bol. Mus.
Paraense, II, 479 — 1898; Hemicetopsis candiri, Eigenm
& Bean Pr. U. S. Nat. Mus. XXXI, 664 — 1907.
Platystacus cotylephorus, Bl. = Mystus, Artedi Thes. Sebae III, pag. 86 n. 9est.
29—fig. 9 — 1738; Batrachus sp. Klein, Miss. III, Pisc. pg. 86
— 11est. 4 flgs. 7 e 8— 1745; Aspredo sp. Gronow. Mus.
Ichthyol. I pag. 8, n.26—1754 & Zoophyl. n. 3241763. Pla-
tystacus cotylephorus, Bloch Ausl. Fische VIII pg. 54—est. 372
—1749;Bl. & Schn. Syst.pg. 3721801: Szlurus cotylephorus,
Lacep. Hys. Nat. Poiss. V pgs. 78 e 821803; Aspredo sex-
cirrhis Cuv. & Val. Hist.Nat. Poiss.,XV pg. 3261840; Aspredo
spectrum, Gronow, «Syst. Ichthyol. pag. 137, Ed. Gray 1854;
Aspredo sex-cirrhis, Kner, Sitzungsber. Akad. Wien, XVII.
pg. 93 — 1855; Bleek. Sil. Surin, pag. 95 — 1864; Aspredo
cotylephorus, Gunther, Cat. V pg. 269 — 1864; Aspredo coty-
476 A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES
lephorus, Goeldi Bol. Mus. Paraense, II, pgs. 466 e 481; Pla-
tystacus catylephorus, Eigenm. & Eigenm. Proc. Calif. Acad,
Sci. II, 2º serie, pg, 50—1890; os mesmos; Occas. Papers Calif.
Acad, Sci. I pg, 211890; Os mesmos, Pr. U.S. Nat. Mus.
vol. XIV pg. 26 — 1891.
Platystacus tibecen (Temmink ) = Aspred tibicen, Temmink in Cuv. & Val. Hist.
Nat. des Poiss. XV pg. 320, — 1840; Gunther, Cat. pg. 270
1864; Platystacus tibicen, Kigenmann & Eigenm. Pr. Calif.
Acad. Sci. II, 2º serie pg. 50 — 1890; os mesmos. Occas Pa-
pers Calif. Acad. of Sci. I pg. 24 — 1890; os mesmos, Pr.
U. S. Nat, Mus. pg. 26 — 1891.
Ptatystacus aspredo(L.) = Mystus 10 — Artedi, Thes. Sebae III pg. 86, est. 29
fig. 10—1738; Aspredo sp. Gronow, Zoophyll, pg. 102. n. 326;
Aspredo batrachus Linneus, Mus. Adolph. Fred, pg. 73—1754;
Amænit. Acad. I pg. 311, est. I fig. 5—1749; Silurus aspredo,
Linneus, Syst. Nat. ed. X pg. 304 — 1758; Bonat, Tabl. En-
cyclop. Ichthyol. pg. 150 — 1788; Platystacus laevis. Bl.,
Ausl. Fische, VIII pag. 58—1794; Bl. & Schn, pg. 373—1801;
Silurus aspredo, Lacep. Hist. Nat. Poiss. V, pg. 78 — 1803;
Aspredo laevis, Cuv. & Val. Hist. Nat. Poiss. XV, 320 —
1840; Mul. & Troschel in Schomburgk. Reise Brit. Guian pg.
630—1848; Aspredo batrachus Gronow pg. 137—1854; (Syst.
Ed. Gray) Aspredo batrachus Bleeker, Silurus Surin. pg. 93
— 1864; Gunther Cat. V. pg. 268—1864; Gunther, Annals &
Mag. Nat. History; Platystacus aspredo, Eigenmann &
Eegenmann, Proc. Calif Acad. Sci. II, 2º Serie—pg. 50— 1890;
os mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci. Ipg. 23—1890; os
mesmos, Proc. U.S.N. Hist. vol. XIV, pg. 26—1891.
Bunocephalus verrucosus ( Bl.) = Platystacus verrucosus, Bloch Ausl. Fische, XI
pg. 63 est. 363 fig. 3; Sz/urus verrucosus, Bloch. & Schn. pg. 379
— 1801; Aspredo verrucosus Cuv. & Val. XV pg. 328 — 1840;
Bunocephalus verrucosus, Gunther, Cat. V, pg. 266 — 1864;
Eigenm & Eigenm. Proc. Calif. Acad. Sci. II, (2? Serie), pg. 48
— 1890; Eigenmann & Eigenmann Occas. Papers. Calif. Acad.
Sci., I pg.16—1890; Pr.U.S. Nat.Mus.vol. XIV pg. 26—1891.
Bunocephalus bicolor, Steind — Bunocephalus bicolor, Steindachner, Fluss Fische
Sudam. — IV — Denkschrift Akad. Wiss. Wien — 46 Bd. pg.
8, est. II fig. I, 1882; Eigenmann & Eigenmann Preliminary
notes Proc. Calif. Acad.Sci., II,2?serie—pg. 48—1890. Os mes-
mos, South Am. Nem. — Occas. Papers Calif. Acad. Sci —I
ARCHIVOS DC MUSEU NACIONAL 477
Pg. 17—1890; os mesmos—Pr. U. S. Nat. Mus. vol. XIV,
pg. 26—1891.
Bunocephalus kneri, Steind.==Bunocephalus kneri, Steindachner, Flussf. Sudam.
IV—pg. 9 est. II fig. 2 — Denkschrift Akad. Wiss. Wien
XLVI-—1882; Boulenger, Proc. Zool. Soc. Lond. pg. 278 —
1887; Eigenmann & Kigenmann, Pr. Calif. Acad. of Sci. pg.
48 do II vol. 2º Serie 1890 e Occas. Papers Calif. Ac. Sci.,
I pg. 19—1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. vol. XIV
g. 26—1891.
Bunocephalus gronowti, Bleek—Aspredo sp. e A. verrucosa,Gronow. Mus. Ichthyol.
II pg. 5—153, est. 5, fig. 3—1745,Zoophyl. pg. 102—n.325—
1754 Syst. (ed. Gray) pg. 137—1854; Bunocephalus verrucosus
Kner, Sitzungsber Acad. Wien, XII Bd. I Heeft. pg. 96—1855;
Bunocephalus gronowi, Bleeker, Prodr. Silur. pg. 329—1858;
Gunther Cat. V, pg. 266—1864; Eigenmann & Figenmann,
Proc. Calif. Acad. Sci., II, 2º serie, pg. 48—1890 e Occas.
Papers Calif. Acad. Sci., I pg. 17—18)0; 0s mesmos,Proc.
U. S. Nat. Mus. vol. XIV pg. 26—1891.
Bunocephalus scabriceps, Eigenm. & Eigenm. — Bunocephalus scabriceps, Eigen-
mann & Eigenmann, Proc. Calif. Acad. of Sci.,II, 2º Serie,
pg. 49—1890; os mesmos Occas. Papers. Calif. Acad. of
Sci., I pg. 15—1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus.,
vol. XIV, pg. 26—1891.
Bunecephalichthys hypsiurus (Kner) = Bunocephalus hypsiurus., Kuer, Sitzun-
gsber. Akad. Wien, XII Bd., I Heft. pg. 98, est. 1 figs. 1
e 1 a—1855; Dunocephalichthys hypsiurus, Bleek, Nederl.
Tydschr. Dierk. I, pg. 118—1863; Gunther, Cat. V pg. 267 —
— 1864; Kigenmann & Kigenmann, Proc. Calif. Ac. of Sci. II,
2° Serie — pg. 48 — 1890 e Occas. Papers. Calif. Acad. of
Sciences —I pg. 14—1890; os mesmos Pr. U. S. Nat. Mus.
vol. XIV pg. 25. — 1891.
Dysichthys australe, Figenm, & Ward=Dysichthys australe, Eigenmann & Ward,
Ann. Carnegie Museum, vol. IV n. 2—1907.
Epapterus dispilurus, Cope=Epapterus dispilurus, Cope, Am. Philos. Soc., XVII,
677—1878; Euanemus longipinnis, Steindachner, Flussefische
Süd Amerikas,III,17—Denkschrift Akad. Wien XLIV, 1882;
Epapterus dispilurus, o mesmo, op. cit. (IV) XLVI Bd.
1883; Eigenm. & Eigenm. Pr. Cal. Acad. of Sci, 2° Ser. 1,152
— 1889; os mesmos. Occas. Papers Calif. Acad. Sci. 1,293—
1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 34—1891.
475 A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES
Auchenipterus nigripinnis (Boulenger) — Euanemus nigripinnis, Boulenger
Trans. Zool. Soc. Lond., XIV, pte. 2—28 est. IV figs,2 e 2a
— 1896; Auchenipterus negripinnis. Eigenm. & Ward, Ann.
Carnegie Mus. IV, n. II—117—1907.
Auchenipterus nuchalis (Spix.)—=Hypophthalmus nuchalis, Spix, Gen. et Sp. Pisc.
Bras, 17 — est. 17 — 1829; Auchenipterus nuchalis, A.
dentatus Cuv. & Val. XV, 155 e 156 — 1840; Zuanemus
colymbetes, Müll. & Tr. Hor. Ichthyol. III, 11, est. I, fig. 2
1849; Auchenipterus nuchalis, Castelnau, Anim. Nouv. etc.
47—1855; Kner, Sitzingsber. Akad. Wien, XXVI, 422 —
1857; Zuanemus nuchalis, Günther, Cat. V, 193 — 1864 ;
Cope, Pr. Am. Philos. Soc. XVI, 676 — 1878; Vaillant
Bull. Soc. Philom. 7 — IV — 1880; Zuanemus colymbetes,
J. Müller, Beobacht. Schwimblase etc., Monatsber, Akad.
Berlin 203—1842; o mesmo, Arch. f. Anat. Phys. und Wiss.
Med. 230—1842; Troschel, Archif. f. Naturg. IX, 2, 109—
1843; Euanemus colymbetes, J. Müller, Arch. fur. Naturg. IX
318—1843; Auchenipterus nuchalis, Eigenm. & Eigenm.,
Pr. Calif. Acad. 2º Ser. vol. I, 151 — 1889; os mesmos,
Occas. Papers Calif. Acad. of Sci., I. 295—1890; os mesmos
Pr.U.S.Nat. Mus. XIV, 35—1891; Goeldi,Bol. Mus. Paraen-
se, II, 479—1898; Auc:nipterus nuchalis, Berg. Com. Ictio-
logicas—Communicaciones del Mus. B. Ayres— Tom. I, n.9
—301— 1901.
Auchenipterus fordicei, Eigenm. & Eigenm. — Arc henipterus fordicei, Eigenmann
& Eigenmann, Pr. Calif. Acad. of Sci., 2° Ser. I, 151—1889;
os mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I, 295 e 297 —
1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 35—1891.
Setranematichthys quadrifilis (Kner)—Ageneiosus quadrifilis, Kner, Sitzungsber.
Akad. Wien, XXVI, 442—est. IX fig. 29 — 1857; Tetrane-
matichthys quadrifilis, Bleeker, Nederl. Tydschrift Dier. I,
108—1863; Gunther, Cat. V, 193 — 1864; Eigenmann &
Eigenmann, Occas. Papers Calif. Acad. of Sciences I, 298
— 1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 35—1891.
Pseudageneiosus brevifilis, Cuv. & Val. Hist. Nat. Poiss. XV.180—1840; Kner
Sitzungsber. Akad. Wien, XXVI, 438 --1857; Pseudagenetosus
brevifilis, Bleeker. Silur. Suriname (83—est. XVI—fig. 1—
1864; Ageneiosus brevifilis, Gunther, Cat. V., 192—1864; o
mesmo, Pr. Zool. Soc. Lond. 229—1878 ; Cope, Pr. Am,
Philos. Soc. XVII—676— 1878; Eigenm & Eigenm. Pr. Calif.
ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 479
Acad. Sci., 2? Ser. I, 150—1889: os mesmos, Occas. Papers
Calif. Acad. Sci. 2º Ser. I, 301, 309 —1890; os mesmos,Pr.
U. S. Nat. Mus., XIV, 35—1891; Perugia, Ann. Museo di
Genova—(Pesci.—Sud-Americani) — Ser. 2º — Vol.X. —
1890-92; Ageneiosus brevifilis., Boul. Trans. Zool. Soc. Lond.
XIV— 2? parte—1896; Ageneiosus (Pseudageneiosus) bre-
vifilis, Berg. An. Mus. B. Aires, V, 265 — 1897; Göldi,
Bol. Mus. Paraense, IF, 461 e 481—1898.
Ageneiosus atronasus, Eigenm. & Eigenm. Pr. Cal. Acad. 2º Ser. I, 149—1889;
os mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I, 300, 302—
1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus., XIV, 35—1891.
Ageneiosus brevis, Steind.=Agenetosus brevis, Steindachner, Denkschrift Akad.
Wien=XLIV Bd. pg. 16 — 1882; Eigenm. & Eigenm. Pr.
Calif. Acad. Sci. 2? Ser., I, pgs. 149 — 1889; os mesmos,
Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I — 300 e 301—1890; os
mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 35—1891.
Ageneiosus dawalla (Schomb.)—N. 8. Artedi in Thesaurum Sebae est. 29 —
tom. III—1738; Agenetosus inermis,Cuv. & Val. XV, 178 est.
440 — 1840; Appophtalmus dawalla, Schomburgk, Fishes
Britsh Guiana, 191 est. 9— 1849; Agenetosus inermis, Cas-
teln. Anim. Nouv. etc, 48— 1855 ; Ageneiosus sebae, Gun-
ther, Cat. V. 192—1864; Ageneiosus dawalla, Eigenm. &
Eigenm. Pr. Calif. Acad. Sci. — 2º Ser. I, 150—1889; os
mesmos, Occas. Papers Cal. Acad. Sci. I, 301 e 309 —
1890 ; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 35 — 1891 ;
Goldi, Bol. Mus. Paraense, II, 461—1898.
Ageneiosus dentatus, Kner. — Ageneiosus dentatas, Kner, Sitzungsber. Akad.
Wien, XXVI, 441 — 1857; Günther Cat. V. 192 — 1864;
Ageneiosus pardalis, Lutken, Vidensk. Medel., 190—1874;
Steindachner, Fische-Fauna Magdalenen Stromes, 17—III—
figs. 1 e 1a; Denkschrift Akad. Wien, XXXIX — 1878; o
mesmo, Fisk-Fauna des Cauca, etc. 10, Denkschrift Akad.
Wien, XLII — 1880; Eigenmann & Eigenmann, Pr. Calif.
Acad. Sci., 2? ser. I, 150 — 1889; os mesmos, Occas.
Papers Calif. Acad. Sci. I, 300 e 306 — 1890; os mesmos,
Pr. U). Se Nat. Mus. XIV 7351838
Ageneiosus ucayalensis, Casteln.—Estampa 41, Alexandre Rodrigues Ferveira,de-
senho de Peixes etc. — 1783-1793; Ageneiosus militaris,
Cuv. & Val. Hist. Nat. Poiss. XV, 173—1840; Ageneiosus
ucayalensis, Casteln. Anim. Nouv. etc. 49, est. XVII. fig. 2-
480 A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES
1855; Valenciennes in D’Orbigny, Voyage dans l’ Am. Merid.
IX, Atlas II, est. IV, fig. 1—1847: Kner, Sitzungsber. Akad.
Wien, XXVI,437—1858, Ageneiosus valenciennesi, Bleeker,
Sil. Suriname, 28—1864; Ageneiosus militaris, Gunther,
Cat. V, 1911864; Ageneiosus ucayalensis e A. valenciennest,
Engenm. & Eigenm.,Pr. Calif. Acad. Sci. 2º Ser. 1,1501889,
os mesmos, Occas. Papers Calif. Acad. Sci. I, 300, 304 e 306
— 1890; os mesmos, Pr. U. S. Nat. Mus. XIV, 35—1891;
Ageneiosus valenciennesi Lahille, Revista del Museu de la
Plata, VI, 270—1895: Ageneiosus militaris, Goeldi, Bol. Mus.
Paraense, II, 463—1898; A. ucayalensis, Eigenm. & Bean,
Pr. U. S. Nat. Mus. XXXI, 663—1907.
Hypophthalmus edentatus, Spixs—=Hypophthalmus edentatus, Spix, Pisc. Bras. 16
est. IX. 1826; Hypophthalmus marginatus, AH. longifilis e H.
spixit, Cuv. & Val. XV, 168, 171e172—est. 439—1840; Æy-
pophtalmus edentulus, Casteln., Anim. Nouv. etc. 47—1885;
Hypophtalmus fimbriatus, H. spixi Kner, Sitzungsber, Akad.
Wien, XXVI, 444e446—1857; Notophthalmus marginatus,
Hyrtle, Denkschrif Akad. Wien, XVI Bd.-17—1859; Æy-
pophthalmus longifilis, Bleeker, Sil. Suriname. 88 — 1864;
Hypophthalmus edentulus, H. longifilis, H. marginatus, A.
Jfimbriatus, Gunther, Cat. V. 67, 681864; Aypophthalmus
edentatus e H. perporosus, Cop. Pr. Am. Philos. Soc. XVII
673- 1878; 7. marginatus, Vaillant, Bul. Soc. Philom. 7?
Ser. IV, 150—1880. #7. perporosus, Steindachner, Flusse-
fische Sud-Amerika,(IV) 4 Denkschrift Akad. Wien XLVI—
1882; R. Wright, Trans. Roy. Soc. Can. III, 107, esc. 8 e 10 |
1885; HM. edentatus, Eigenmann & Kigenmann, Pr. Calif. |
Acad. Sci. 2° Ser. I, 120—1889; os mesmos, Occas. Papers |
Calif. Acad. Sci. I, 313—1890; os mesmos, Pr. U.S. Nat. Mus, |
XIV, 35—1891; Berg. Com. Ictiologicas, Communicaciones |
del Mus. B. Aires. Tomo I,N.1, 10—1898; Eigenmann &
Bean, Pr. U. S. Nat. Mus. XXXI, 664—1907.
EXPLICAÇAO DAS ESTAMPAS ©
PAG
ESPN OG se ana a ese dei a ates E MR DO E cie nee coos Eee 32-33
Fig. 1 Ancistrus cirrhosus, Cuv. & Val.
DIZ, > stigmaticus, Eigenm. & Eigenm.
SIDA CO CINE RO DO RR SR re 36-37
Fig. 1 Hemipsilichthys duseni, Mir. Ribr°.
» 2 Neoplecostomus granosus (Cuv. & Val.)
STAND 3.0.4 BR EUER ae DE DO AS O BE SGaSBB SS E 42-43
Plecostomus emarginatus (Cuv. & Val.)
ISLAM IT REMO RE Be RR Te opa ARNO SER MS 50-51
Fig. 1 Plecostomus verres (Cuv. & Val.)
2, > macrops, Eigenm. & Eigenm.
58 » . commersonii (Cuv. & Val.)
IBS AMD PAD OQ Ca er He ne ea ie RE ou as bas De 70-71
Fig. 1 Plecostomus alatus (Cast.)
» 2 Delturus parahybæ, Eigenm. & Eigenm.
SIPAM A DOCA ne ae ee TEE 74-75
Pterygoplichthys aculeatus (Perugia)
ISIS MOORE aids bas ee TERRE Re N ee Serra GA PACE 76-77
Fig. 1 Pterygoplichthys etentaculatus (Spix)
DAS 2 » multiradiatus (Hancock)
(*) Tendo sahido erradas as indicações das estampas constantes do texto, passam a
ter effeito somente as exaradas nas ditas estampas e na presente explicação.
482 A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES
PAG
JOSIP DA DRITTE ER NR ASS tete eric 90-91
Fig. 1 _ Kronichthys subteres, Mir. Ribr’.
» 2 Parotocinclus maculicauda (Stein.)
» 3 Otocinculus gibbosus, Mir. Ribr”.
DUNN COS eh ore nose a este lei ae SER ET fo ASAE jeto 104-105
Farlowella oxyrhyncha (Kner.)
SANTE DO O ER Ce EEE SRA DECS POC RR Coe 106-107
Sturisoma rostrata (Spix)
ESTAMPA, XD EE Eee nr rec PS Dr tele ee eee 112-113
Fig. 1 Harttia kronei, Mir. Ribr”.
» 2 Hemiodontichthys acipenserinus Kner)
EST AP ANR SORTE EEE rec Ce do svao ace ado con apucbpopoa) ECC 120-121
Fig. 1 Loricaria anus, Cuv.
» 2 » nudirostris, Kner.
> 3 » cataphracta, L.
ES YA VEEDANEIERERTENV Br navono Deo erteilen cactiiee ei 132-133
Fig. 1 Loricaria lima, Kner.
» 02 » latirostris, Boul.
ESTAMPAMRXNE EE Fonte dere $ slstal eis sta esse ame 148-149
Fig. 1 Callichthys callichthys, L.
» 2 Hoplosternum thoracatnm (Cuv. & Val.)
a 53 » schreineri (Hancock)
HBSS LVAD A TIEREN ee erde gen ER 164-165
Fig. 1 Decapogon verissimi, Mir. Ribr”.
» 2 Corydoras natteri, Steind.
4 8) » barbatus (Quoy & Gmrd.)
ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 483
PAG
STAND ODER ner ae an nee cree EL 194-195
Oxydoras niger (Val.)
ESPN NOON TIT I Re a sane once noces 204-205
Fig. 1 Doras marmoratus, Lutk
> 2 » keckelii, Kner.
ST AIN ZA se NO NON GTENE E ces ayeln ved eye assis eier ele CAS nase haette 212-213
Doras dorsalis, Val.
SPAIN AMENER aA a AAS A DO Aran 222-223
Fig. 1 — Tricomycterus proops, Mir. Ribr°.
> 2— > dispar (Tschudi)
3 3— » brasiliensis, Lutk.
4 4 — Heptapterus mustelinus (Val.)
IE SABINE ZANORSTET PE dane ee nennen ale seen ee ee ee Te 244-245
Conorhynchus conirostris (Cuv. & Val.)
ESAMPAN XI" te RR PA onto non pd eng nn po a dut 250-251
Fig. 1 — Iheringichthys westermanni (Reinhardt & Lutk)
» 2 — Typhlobagrus kronei, Mir. Ribr!
BST MPAMEXTLIIT |... TEE . 256-257
Fig. 1 — Pseudopimelodus zungaro (Humb.)
5 Dax » alexandri (Steind.)
ESTAMPA XLIV
RS ES PO 10400090.00600960.0008.08 0000 272-273
Fig. 1 — Rhamdioglanis transfasciatus, Mir. Ribrº
» 2 — Rhamdia insignis (Shomb.)
>» 3 — » vittata (Kröyer & Lutk.)
> de » transitoria, Mir. Ribr°.
484 A. DE MIRANDA RIBEIRO — FAUNA BRASILIENSE — PEIXES
ESDAMEPA. UV us orne seele SS Saia cla ce Toe AREA OISE 280-281
— Rhamdia sapo (Cuv. & Val.)
— » quelen (Quoy & Gmrd.)
us » sabæ (Cuv. & Val.)
¥
OO D HH
ESTAMPA XL VE nee see ce ie RERO RAR EN En 294-295
Fig. 1 — Pimelodus clarias (L.)
» 2 — » valenciennis, Lutk
ESTAMPA XL VII N ee de ee ET 308-309
— Steindachneria parahybæ (Steind.)
— Surubimichthys planiceps (Agass.)
— Surubim lima (Bl. & Schn.)
Y
On
ESTAMPA SUG VIDE Sa er a Pega adorn ee eee 332-333
Fig.
1 — Pseudoplatystoma fasciatus (L.)
> 2 » coruscans (Agass.)
BESTAND ee es EN A 334-335
SE N a A io Dt ae ANNE QN sooo aaa ane a 344-345
Fig. 1 — Tachysurus spixii (Agass.)
» 2— » luniscutis (Cuv. & Val.)
ES TEAM ASIE een ent cm e sta cre lato [eia ajo =!s sis vielen slereloveisielelere siareigeretele 350-351
Fig. 1 — Genidens genidens (Cuv. & Val.)
» 2 — Felichthys marinus (Mitch.)
BISA JOL cmo cenas aonavacasomooosconavacansac op DappadPoocavasaBonbapdoos 358-359
Fig. 1 — Glanidium albescens, Lutk.
» 2 — Centromochlus heckelii (Filippi.)
« 3 — Trachycorystes galeatus (L.)
485
PAG.
Eee Eee len ee ee 384-385
Fig. 1 = Hemicetopsis candirá (Spix)
> 2 — Platystacus cotylephorus, Bl.
3 — Bunocephalichthys hypsiurus (Kner.)
. 402-403
q
PO Ru EAN pu
BLUE In
EN DICE
A
Acanthicus, 28, A, 81
» hystrix, 8, 81.
» (Rhinelepis), 421,
acanthochira (Pseudopimelodus), 16, 253, 257.
448.
Acary, 47, 84.
Acestra amazona, 13.
» gladiola, 12.
» gladius, 18.
» oxyrhyncha, 11.
acipenserina (Loricaria), 426.
acipenserinus (Hemiodon),11, 425, 426.
» (Hemiodontichthys), 11, 112, 425,
426.
aculeatus (Chætostomus), 419.
» (Pterygoplichthys),
acuta (Loricaria), 9, 116 A, 117, 426, 427.
adspersum (Decapogon), 14, 152, 433.
adspersus (Callichthys), 14, 443.
affine (Platystoma), 461, 462.
Affinis (Amblydoras), 438.
» (Auchenipterus), 15, 471.
» (Callichthys), 431.
» (Doras), 11, 200, 436, 438.
» (Felichthys), 471.
» (Hassar), 14, 185, 188, 436.
» (Oxydoras), 14, 436.
» (Otocinclus), 14, 91, 422, 423.
» (Plecostomus), 415.
» (Pseudauchenipterus), 15,354,356.
agassizi (Luciopimelodus), 457.
» (Pimelodus), 15, 285, 449.
» (Pirinampus), 15, 457.
» (Perugia), 457.
» (Pseudopimelodus), 448.
» (Rhinelepsis), 421, 422.
Agassizi (Tachysurus), 17, 337, 338, 465.
Agenciosidae, 25, 398.
Agenciosus, 399, 402.
» atronasus, 17, 402.
17, 72, 419.
agenciosus brevis, 15, 402, 403,
» brevifilis, 10.
» dawalla, 10, 402, 404,
» dentatus, 12, 402, 405.
» quadrifilis, 12.
» neayalensis, 11, 402, 405.
agna (Plecostomus), 18, 41, 45, 414.
alatus ( » ), 10, 41, 51, 416.
albescens (Centromochlus), 371.
» (Glassidium), 353, 471.
albicans (Arius), 468.
» (Bagrus), 10, 468.
» (Galeichthys), 468.
» (Pimelodus), 455.
» (Sciadeichthys, 468.
» (Tachysurus), 10, 337, 347, 468.
albidus (Pimelodus), 465.
alexandri (Lophiosilurus), 15, 448.
» (Pseudopimelodus) 15,253,256,448
alga (Chaetostomus), 411.
altipinnis (Liposarcus), 420.
» (Pimelodus), 15, 285, 293 456.
» (Rhamdia), 15.
amazona (Farlowella(, 13, 103, 104, 424.
amazonica (Loricaria), 429.
amazonicum (Pygidium), 442.
amazonicus (Trichomycterus), 14, 220, 221, 442.
amazonum (Acestra), 13, 424.
» (Oxydoras), 438,
» Rhinodoras), 14, 197, 438.
ambiacus (Corydoras), 433.
» (Gasteroderma), 433.
americanus (Cataphractus), 439.
amblyura (Steindachneria), 17, 298, 300, 458.
analis (Trachycorystes), 17, 366, 371, 474.
Anhä, 45.
Anujá, 370.
Anus (Loricaria), 427.
Ancistrus, 28 A, 29.
» cirrhosus, 9.
» damasceni, 14.
» gibbiceps, 11.
488
ancistrus pictus, 11.
» scaphyrhynchus, 11.
» stigmaticus, 16.
» vittatus, 14.
angulicauda (Ancistrus), 419,
» (Delturus), 14, 70, 419.
» (Plecostomus), 14, 419.
anne ( « ), 413.
anus (Loricaria), 9,116 A, 119, 427.
apeltogaster ( » ), 17, 116A, 136, 430.
araguayensis (Galeichthys), 11, 458.
» (Platynematichthys, 11, 301.
303, 458.
arcifer (Callichthys), 13, 146, 147, 431.
arekaima (Pimelodus), 10: 454, 455.
» (Rhamdia), 262 A, 274, 454.
arenatus (Arius), 465.
» (Galeichthys) 465.
Argiide, 143.
argenteus (Pimelodus), 456, 467.
Arges sabalo, 143.
Aristomata inexpectatum, 17.
Arius grandicassis, 10.
» grandoculis, 15.
» luniscutis, 10.
» nuchalis 13.
» rugispinis, 10.
armatulus (Doras), 440.
artedi (Platystoma), 460.
ascita (Mystus), 455.
» (Psendorhamdia), 455.
asper (Callichthys), 431, 439.
aspera (Rhinelepis), 9, 82, 84, 421.
asperatus (Hypostomus), 416.
aspidoras, 145. 155.
» rochai, 17, 155.
aspilogaster (Plecostomus), 416.
Aspirophori, 23.
Aspirophoros (Eleutherobranchios), 21.
Aspredinidæ, 19, 20.
aspredo (Platystacus), 384, 385, 477.
» (Silurus), 476.
» tibicen, 10, 476.
asterifrons (Astrodoras), 439.
» (Doras), 11, 200, 202, 439,
Asterophysus. 253, 262.
» batrachus, 12, 263.
INDICE
atronasus (Ageneiosus), 17, 402, 479.
Auchenipterichthys. 372.
» longimanus, 372.
» thoracatus, 12, 372, 393.
Auchenipleridæ, 25, 394.
Auchenipterus, 394, 395.
» affinis, 15,
» ceratophysus, 12.
» fordicei, 17, 396, 398.
» heckellii, 10.
» jequitinhonhae, 15.
» longimanus, 13.
» nigripinnis, 18, 396.
» mechalis, 9, 396, 397.
» striatulus, 15.
» thoracatus, 12.
» trachycorystes, 10.
aulopygia (Tatia), 12, 360, 361, 472.
» (Centromochlus), 12, 472.
auranthiacus (Ancistrus), 418,
» (Chaetostomus), 417.
» (Hypostomus), 11, 417.
» (Parancistrus), 11, 417, 418.
auroguttatus (Hypostomus), 11, 416.
» (Plecostomus), 11, 41, 51, 416.
australe (Corydoras), 434.
» (Disichthys), 17, 393, 477.
B
bachi (Chaetostomus-, 18, 417.
» (Hemiancistrus), 18, 54, 60, 417.
» (Hemidoras), 18, 438.
» (Oxydoras). 18, 195, 196, 438.
Bagre, 266, 278, 290.
» Amarello, 339.
» Branco, 348.
» Bandeira, 351.
» de Areia, 329.
» » Lagoa, 279.
» » Rio, 453.
» (Felichthys), 350, 351, 470.
» Gury, 345.
» Molle, 233.
“ (Silurus), 469, 470.
» Urutu’, 350.
Bagropsis, 236 A. 313.
INDICE 439
Bagropsis reinhardti, 13, 313.
bagrus albicans, 10.
» genidens, 10.
» pictus, 10.
» (Pimelodus), 470.
» props, 10.
» punctatus, 10.
» rusieauxi, 11.
bahianus (Pimelodus), 452.
bahiensis (Galeichthys), 469; 470.
Bandeirado, 351.
Barbadinho, 33.
Barbado, 304.
barbata (Loricaria), 11, 425.
barbatum (Sturisoma), 11, 106, 107, 425.
barbatus (Callichthys), 8, 435.
» (Bagrus), 466.
» (Scleromystax), 435.
» (Corydoras), 8, 465.
barbus (Pimelodus), 456, 467
» (Tachysurus), 4, 337, 343, 466 467
batrachus (Aspredo), 475.
» (Asterophysus), 12, 363, 472.
bicirrhosus (Plecostomus), 414.
bicolor (Bunocephalus), 15, 387, 388, 476.
» (Phrastocephalus), 465.
» (Pirarara), 468
bifasciatus (Nannoglanis) 17,
bilobatum (Hypostoma), 425.
biseriatus.
Bituva, 111.
blochi (Doras(, 439.
» (Galeichthys), 469.
» (Pimelodus),555.
257, 445.
» (Piramutana), 455.
bourguyi (Microlepidogaster), 18, 88, 90.
brachiatus (Doras), 15, 200, 216, 441.
Brachyplatystoma, 260 A, 320.
» filamentosum, 8, 321, 329.
» juruense, 18, 321, 329.
» platynema, 18, 321, 327.
» rousseauxi,ll, 321, 327.
» vaillanti, 9, 321, 323.
brachyurus (Ancistrus), 417.
» (Hemiancistrus) 417.
brasiliensis (Plecostomus), 414, 451.
» (Pimeiodus), 15.
brasiliensis (Pygidium), 443.
» (Rhamdia). 15, 262 A, 275, 451.
Brecumbucú, 254.
brevicauda (Plecostomus), 412.
breviceps (Rhamdia), 11, 262 A, 282.
(Pimelodus), 11, 454.
» (Rhamdia), 454.
brevifilis (Ageneiosus), 10. 470 479.
» (Pseudageneiosus) 10, 401, 478,479.
brevipinnis (Ancistrus) 29, 411.
» (Xenocara), 18, 411.
brevirostris (Loricatia), 16, 425,
» (Parastu ma), 16, 109, 425.
brevis (Ageneiosus) 15, 402, 403, 479.
» (Doras), 11, 435.
» (Hemidoras), 11, 171, 176, 435.
» (Oxydoras), 435.
» (Tridens), 16, 226, 227, 443.
brunnecens (Doras), 439, 440.
Bocca-Lisa, 348.
Botoado, 214.
boulengeri, (Plecostomus), 414.
buckleyi (Pimelodella, 17, 451.
buckleyi (Rhamdia), 19.
bufonius (Pimelodus), 447.
Bunocephalichthys, 383, 391.
» hypsiurus, 12, 392.
Bunocephalidae, 19, 21, 328.
Bunocephalus, 383, 387.
» bicolor, 15, 387, 388.
» iheringi, 18, 387.
» kneri, 15, 387, 389.
» gronovii, 12, 387, 389.
» hypsiurus, 12.
» scabriceps, 18, 387, 390.
» verrucosus, 387, 388.
Bureva, 358.
Ú
Cabeça de Ferro, 370.
Cabeçudo, 287.
Caçonete, 352.
cadeae (Loricaria), 13, 116, 124, 428.
caecutiens (Cetopsis), 380, 475.
» (Silurus), 475. À !
calderonensis (Doras), 16, 200, 201, 439.
490 INDICE
Callichthydae, 19, 25, 144.
Callichthys, 145, 146, 170.
» arcifer, 13, 146, 147.
» adspersus, 14.
» barbatus, 8.
» callichthys, 7, 146, 431.
» cataphractus, 431.
» » littoralis, 8.
(Silurus), 431.
» splendens, 11.
» tamoata, 7.
» thoracatus, 9.
Callophysus, 236 A, 242.
» macropterus, 8, 242.
Calmoni (Hemipsilichthys), 14, 34, 39,412.
Cambeja, 223.
Candirti, 228, 381, 475.
» Açú, 380.
» (Hemicetopsis), 9, 381, 475.
» (Silurus), 9, 475.
Cangatá, 345.
Caparary (Platystoma), 464.
Caratahy, 354.
caravatahy. 301.
428.
carinatum (Hypoptopoma), 14, 424.
carinata (Loricaria), 427,
» (Mormyrostoma), 7, 191, 437.
Carinatus (Doras), 437, 441.
» (Oxydoras), 435, 437.
» (Oxyropsis), 14, 101, 424.
» (Plecostomus), 414.
carolinensis (Myrtus), 470.
Cascudinho, 37.
Cascudo-Barbado, 130.
cataphracta (Loricaria), 7, 116, 122, 427, 428.
Cataphractus (Acanthodoras), 439.
» (Doras, 7, 200, 208, 439, 440.
» (Silurus), 439, 440.
» punctatus, 7.
Ceguinho, 250.
Centromochlus, 353, 359.
» aulopygius, 12.
» heckelii, 359.
» intermedius, 15.
cephalacanthus (Otocinclus), 18.
ceratophyrus (Auchenipterus), 12, 473.
» (Trachycorystes), 12,366,368,473.
Cetopsidae, 25, 377.
Cetopsis, 378, 379.
» caecutiens, 380.
» gobioides, 12, 474.
Chaetostomus bachi, 18.
» oligospilus, 12.
» nigrolineatus, 13.
» punctatissimus, 14.
Characinedeos, 20.
charus (Pseudopimelodus), 447.
Choralambre, 272.
Choräo, 370.
cirrhosa (Loricaria), 327, 428.
» (Vandellia), 10, 228, 443.
» (Xenocara), 441
cirrhosum (Chaetostoma), 411.
cirrhosus (Ancistrus), 9, 29, 51, 411.
» (Hypostomus), 9, 411.
» (Chaetostomus), 411.
clarias (Ariodes), 455.
» (Bagrus), 455.
» (Pseudariodes), 455.
» (Pimelodus), 7, 285, 289, 455.
» (Silurus), 455.
Cobitidae, 20. .
cochliodon (Hypostomus), 11, 48.
» (Panaque), 11. 64, +18.
» (Plecostomus), 418.
coelestinus (Bagrus), 467.
colymbetes (Euanemus), 478.
commersonii (Arius), 466, 467.
» (Bagrus), 466.
» (Hypostomus), 415.
: (Pimelodus), 466.
» (Plecostomus), 9, 41, 50, 415,416.
» affinis (Plecostomus), 416.
Conorynchus, 236 A, 243.
» conirostris, 9, 243, 246.
» glaber. 14, 244, 246.
cariaceus (Tracheliopterus), 10, 374, 474.
Coruscans (Paradiplomystes), 8.
» (Platystoma), 9, 464.
» (Pseudoplatystoma), 9, 331,332,464.
Corydoras, 145, 156.
» barbatus, 8, 157, 168.
» elegans, 14, 157, 161.
» eques, 14, 157, 158.
Corydoras hastatus, 16, 157, 163.
» julii, 14, 157, 166.
» microps, 17, 157, 165.
» multimaculatus, 14, 157, 165.
» nattereri, 14, 157, 164.
» paicatus, 157, 160.
» punctatus, 7, 157, 159.
a BL
» treitlii, 14, 157, 167.
» trilineatus, 15, 157, 162.
costatus (Cataphractus), 440.
» (Doras), 7, 200, 210, 440.
» (Platidoras), 440.
» (Silurus), 440.
cotylephorus (Aspredo), 475.
» (Silurus), 475.
» (Platystacus), 384, 475, 476.
crisata (Pimelodella), 449.
cristatus (Pimelodus), 449.
ctenodus (Callophysus), 440.
» (Pimelodus), 445.
eubataonis (Loricaria), 14,
Cumbaca, 370.
cupreus (Pimelodus), 452.
Curiacica-da-Branca, 289.
Cuvieri (Genidens), 469.
Cuyabae (Pinelodus), 452.
Cuyu-Cuyú, 193.
» splendens,
116
D
damasceni (Ancistrus). 14, 29, 30, 411.
» (Xenocara), 14, 411.
dawalla (Ageneiosus), 10, 402,404, 479.
» (Hypophthalmus), 10 479.
Decapogon, 145, 151.
°» adspersum, 14, 152
De vıcıssimi, 19/0152 0154
Delturus, 28 A, 69.
» angulicauda, 14, 70.
» parahybae, 16, 70.
dentatus (Agenejosus), 12, 402, 405, 479.
» (Auchenipterus), 478.
depre-sus (Cataphractus), 431.
» (Doras), 439.
» (Hemiodon), 11.
» (Hemiodontichthys), 11, 112,113,426.
A, 131, 429. | »
INDICE
Disichthys, 393.
» australe, 17, 393,
dispar (Pygidium), 442.
dispilurus (Epapterus), 15, 395 477.
doceaua (Steiudachueria), 11572983 299,
dolychoptera (Xeuocara), 411,
dolychopterus (Aneistrus), 411.
» (Chaetostomus), 441.
Doradidae, 25, 170.
Doras, 171, 199,
» affinis, 11, 200,
» austerifrous, 11, 200, 202.
» brachiatus, 15, 200, 216.
» brevis, 11.
» calderonensis, 16, 200, 205.
» cataphractus, 7, 200, 208.
» costatus, 7, 200, 210.
» dorsalis, 8, 200, 212, 213. 441,
» fimbriatus, 11.
» granulosus, 8, 200, 214.
hancockii, 9, 200.
» heckelii, 11, 200, 205.
» humeralis, 11.
» lipophthalmus, 11.
» marmoratus, 13, 200, 204.
» nebulosus, 17, 200.
» niger, 8.
» punctatus, 11.
» spinosissimus, 16, 200, 209.
» stenopeltis, 11.
« weddellii, 11, 200, 202, 210.
Dourada, 327.
Dundü, 269
duodecimalis (Hypostomus), 419.
» (Pterigoplichthys), 415.
Duopalatinus, 236 A, 314.
» emarginatus, 9, 314.
» goldii, 15, 314, 315.
dura (Loricaria), 427.
duseni (Hemipsilichthys), 18, 34, 37, 412.
E
edentatus (Doras) 437. 7
» (Hypophthalmus), 407, 480.
dentulus ( » ), 480.
491
» (Trichomycterus) 19, 220, 222, 442.
458.
492
eidouxii (Galeichthys), 470.
eigenmanni (Corydoras), 435.
» (Hemidoras), 18, 171. 175, 435.
» (Oxydoras), 18, 435.
eigenmanniorum (Rhamdia), 17, 19, 262
213, 451.
elegans (Corydoras), 14, 157, 161, 434.
Eleutherobranchii, 23.
» (Aspirophori), 5, 21,
elongatus, (Hemidoras), 18.
» (Oxydoras), 18, 193, 195, 438.
emarginatum (Platystoma), 9, 461.
emarginatus (Duopalatinus), 9, 313, 461.
» (Hypostomus), 412.
» (Plecostomus), 9, 41, 42, 412,413,
Epapterus, 394.
» dispilurus, 15, 395,
Epitremati, 1».
eques (Corydoras), 14, 157,
» (Goeldiella, 454.
» (Pimelodus), 10, 285, 454.
eriarcha (Rhamdella), 17, 448.
» (Rhamdia), 10, 262 A, 266, 448.
etentaculatum (Hypostoma), 8, 419.
etentaculatus (Ancistrus), 419.
» (Pterygoplichthys), 8, 72, 74,
419.
evansi (Loricaria), 18, 431.
Explicagäo das estampas, 481.
exudans (Pimelodus), 10, 449,
» (Rhamdia), 10, 262 A, 266, 449.
158, 433.
F
Farlowella, 28 A, 102.
» amazona, 103, 104.
» gladiola, 103.
» gladius, 18, 103. 105.
» oxyrincha, 11, 103, 104,
fasciatum (Platystoma), 463, 464.
» (Pseudoplatystoma), 331, 463.
fasciatus (Pimelodus), 463.
» (Silurus), 463.
Felichthys, 236 A, 350.
» bagre, 7, 350, 351.
» flavescens, 17.
» filamentosus, 469, 470,
A,
INDICE
ı Felichthys marinus, 7, 350, 351.
Fidalgo, 242, 329.
filamentosa (Piratinga), 463.
filamentosum, (Brachyplatystoma,) 463,
filamentosus (Malacobagrus), 463.
» (Pimelodus), 463, 470.
(Doras), 11, 436.
» (Hemidoras), 11, 171, 179, 436.
» (Hypophtalmus), 480.
» (Otocinclus, 423,
(Oxydoras), 436.
fissipinnis (Heptapterus), 19, 238, 240.
flagellaris (Plecostomus), 427.
flava (Loricaria), 414.
flavescens (Felichthys), 471.
» (Pseudauchenipterus), 354, 357
471.
flavipinnis (Pimelodina), 15, 247, 447.
flavus (Plecostomus), 414.
flexilis (Otocinclus), 15, 94, 423.
Focinho de Porco, 194.
foina (Rhamdia), 10, 262 A, 282, 454.
» (Pimelodus), 10, 454.
fordicei (Auchenipterus), 17, 396, 398, 478.
forskhammeri (Platystoma), 464.
francisci (Plecostomus), 416.
frenatus (Rhamdioglanis), 17, 260, 261.
fur (Pimelodus), 285, 295, 457.
furcatus (Auchenipterus), 470.
fimbriatus
’
G
galeatus (Parauchenipterus), 474.
» (Pimelodus), 473.
» (Silurus), 473.
Galeichthys araguayensis, 11.
garmanni (Plecostomus), 18, 41, 48, 415.
genibarbis (Acanthicus), 421, 422.
» (Plecostomus), 422.
» (Rhinelepsis), 9, 82, 83, 321.
Genidens, 236 A, 349.
» (Bagrus), 10, 469,
» genidens, 10, 350, 469,
geoffroyi (Corydoras), 433.
Gerupöca, 309, 333.
gibbiceps (Ancistrus), 11, 420.
» (Tachycorystes), 366, 370, 473, 474.
INDICE
gibbiceps (Chaetostomus), 420,
» (Pterygoplichthys),
420.
gibbosus (Otocinclus), 18, 91, 95,
gigas (Ancistrus), 419.
» (Chaetostomus), 419.
» (Platystoma), 460.
glaber (Conorhyn:hus), 14, 244.
gladiola (Acestra), 12, 424.
» (Farlowella), 103, 424.
gladius (Acestra), 18, 424.
» (Farlowella), 18,
Glanidium, 353, 358.
» albescens, 358.
SST
at Ay Cg
423,
103, 105, 424.
gobio (Hemipsilichthys), 13, 34, 412.
» (Xenomystus), 13, 412:
gobioides (Cetopsis), 12, 474.
» (Pseudocetopsis), 12, 378, 474.
göldi (Brachyplatistoma), 462.
» (Duopalatinus), 15, 314, 461.
« (Trichomycterus), 18, 220, 221,
goliath (Bagrus), 462.
» (Piratinga), 462.
-Goniodontes, 19.
gracilis (Pimelodella), 450.
» (Pimelodus), 9, 110, 448, 450.
» (Pseudorhamdia), 450.
» (Rhamdia), 9, 262 A, 269, 450.
grandicassis (Arius), 10, 408,
442.
» (Netuma), 468.
» (Tachysurus), 10, 337, 346, 468.
grandoculis (Arius), 15, 466.
» (Tachysurus), 15, 337, 341, 466.
granosus (Hypostomus), 9, 412,
» (Neoplecostomus), 9, 39, 412.
granulosus (Doras), 8, 200, 214, 441.
» (Genidens), 467.
» (Pterodoras), 441,
gronovii (Ailurichthys), 470.
» (Bunocephalus), 12, 387, 389, 477.
» (Galeychthys), 470.
grypus (Doras), 438.
Guacary (Hypostomus), 414, 415.
Gury-Juba, 345.
guntheri (Hypoptopoma), 423.
» (Oxyloricaria), 425.
gupyi (Pseudauchenipterus), 473.
493
HM
| hancockii (Doras) 9, 200, 210, 440.
Harttia, 28 A, 109.
» kronei, 18, 110, 111.
» loricariformis, 14, 110.
hartii (Pimelodus), 13, 450.
» (Pseudorhamdia), 450.
» (Rhamdia), 12, 272 A,
Hassar, 171, 185.
» affinis, 14, 186, 188.
» lipophthalmus, 11, 185,
» Orestis, 14, 185.
hastatus (Corydoras), 16.
270, 450.
190.
heckelii (Auchenipterus), 10, 472.
» (Centromochlus), 359, 472.
» (Doras), 11, 200, 205, 439.
Hemiancistrus, 28 A, 53.
» bachi, 18, 54.
» niviatus, 11.
» oligospilus, 54, 59.
» pictus, 54, 56.
» scaphyrhynchus, 11, 54.
» vittatus, 54, 58, 60.
Hemicetopsis, 378, 381.
» candirú, 9, 381.
Hemidoras, 171.
» bachi, 18.
» brevis, 11, 171, 176.
» eigenmanni, 18, 171, 175.
» elongatus, 18.
» fimbriatus, 11, 171, 179.
» humeralis, 11, 171, 181.
» morei, 14, 171, 183.
» nattereri, 14, 171, 173.
» punctatus, 11, 171, 178.
» stenopeltis, 11, 171, 172.
» trachyparia, 18, 171, 177.
» trimaculatus, 18, 172, 182.
hemiliopterus (Phractocephalus), 7, 335, 465.
» (Silurus), 465.
Hemiodon acipenserinus, 11.
» depressus, 11.
» platynocephalus, 11.
Hemiodontichthys, 28 A, 112.
» acipenserinus, 11, 112,
» depressus, 11, 112, 113.
494
hemiphractus (Callichthys), 431.
Hemipsilichthys, 25 A.
» calmoni, 14, 34, 36.
» duseni, 18, 34, 37.
» gobio, 13, 34.
Ha ‘ hi, A26 A ep]
Hemisorubim, 236 A, 353.
n platyrhynchus, 9, 333.
henselii (Loricaria), 430.
Heptapterus nssipinnis, 19, 255, 240,
» leptos, 238, 240.
» multiradiatus, 17, 97, 98.
hersbergi (Arius), +67.
» (Galeichthys), 467.
» (Netuma). 467.
» (Silenaspis), 467.
» (Silurus), 467.
» (Tachysurus), 7, 337, 343, 467.
hermanoni (Plecostomus), 415.
heylandii ( » )» 412.
hilarii (Pimelodus), 9, 432.
» (Rhamdia), 9, 272 A, 278, 452.
Hisonotus notatus, 416.
holomelas (Pimelodus), 453.
hoplogenys (Amcistrus), 411.
» (Chaetostomus), 411.
Hoplosternum, 145, 148,
fittorale) Q 14Q 140 429
ai 145, 172, 392.
ttorale), 8,
\
» schreineri, 18, 148, 150.
» thoracatum, 9, 148.
horridus (Hypostomus), 412.
» (Plecostomu=), 412, 413.
humboldti (Doras), 437.
» (Zungaro), 447.
humeralis (Hemidoras), 11, 171, 181, 436.
» (Oxydoras). 436.
hemenorhinus (Hexanemichthys), 467.
Hypophthalmidae, 19, 25, 406.
Hypophtalmus, 407.
» dawalla, 10.
» edentatus, 407.
» nuchalis, 9
Hypoptopoma, 28 A, 34, 96.
» carinatum, 14.
» inexpectatum, 17, 97, 98.
» joberti, 16, 97, 99,
» steindachneri, 18, 97.
Hypostoma etentaculatum, 8.
INDICE
Hypostomus aurantiacus, 11.
» aurogultatus, 11, 416.
» cochliodon, 11.
» granosus, 9.
» multiradiatus. 8.
nivezs!t 14
nivcatus, ii.
hypsiurus (Bunocephalus), 12.
» (Bunocephalichthys), 12, 362, 477.
hyxtrix (Acanthicus), &, 421.
» (Chaetostomus), 419.
» (Hemiancistrus), 419.
» (Rhinelepis), 9, 418.
» (Pseudacanthicus), 9, 67, 418, 419.
I
ignobiiis (Pimelodella), 15. 448.
» (Rhamdia), 15, 262, 263, 448.
iheringii (Bunocephalus), 18.
Theringichthys, 236, 245.
» westermanni, 13, 246,
immaculatum (Pygidium), 16, 442.
immaculatus (Trichomycterus), 16, 220, 222,
442, 473,
Imparfinnis, 236 A, 258.
» piperatus, 17, 259,
1), 479,
inermis ( A cet
imerr s (Ager
inexpectata (Aristomata), 17, 423.
inexpectatum (Hypoptopoma), 17, 97, 98, 423,
infraocularis (Spix), 460.
insidiosus (Stegophilus), 12, 230, 231, 444.
insignis (Pimelodus), 10, 445, 449.
» (Rhamdia), 16, 262, 267, 449.
intermedia (Tatia), 15, 360, 472.
intermedius (Centromochlus), 15, 472.
» (Stegophilus), 444.
Iricéca, 341.
Iritinga, 341.
itatiayae (Trichomycterus bras.), 443.
J
Jahú, 317, 343.
» (Paulicéa), 461.
Jandia, 276, 279,
284.
» (Surubim), 459.
INDICE
arm
Jundiá, 277.
jeanesianus (Liposarcus), 420.
» (Pterygoplichthys), 420.
jenynsii (Pimelodus), 13, 448.
» (Rhamdia), 13, 262 A, 264, 448,
» (Rhamdella), 44.
jequitinhonhæ (Auchenipterus), 15, 471.
» (Felichthys). 470.
» (Pseudauchenipterus),15,355,471, |
johni (Plecostomus), 416.
joberti (Hypoptopoma), 16, 97, 99, 423.
» (Otocinclus), 423.
julii (Corydoras), 14, 157, 165, 434.
joruense (Brachyplatystoma), 18, 321, 461.
» (Platystoma), 18, 461.
Jurupiranga, 348.
juquiæ (Corydoras), 435.
Fá
kneri (Bunocephalus), 15, 387, 389, 477.
» (Callichthys), 431.
» (Oxydoras), 12, 193, 194, 438.
» (Pimelodus), 453.
» (Rhamdia), 453.
» (Rhinodoras), 438.
Konnairú, 267.
Konopickii (Loricaria),
kronei (Corydoras), 435.
» (Harttia), 18, 110, 111, 425.
» (Loricaria), 18, 116 A, 132,
» (Typhlobagrus), 19. 250.
Kronichthys, 28 A, 79.
» subteres, 18, 80, 421.
14, 116, 126, 428.
430.
L
lacustris, (Auchenipterus), 473.
labialis (Loricaria). 17, 116 A, 120, 427.
labrosa (Bergiella), 446.
labrosus (Iheringichthys), 446, 447.
leviceps (Callichthys), 431.
levigatum (Hoplostermem), 432.
levigatus (Callichthys), 432.
levior (Hisonotus), 422.
1æviuscula (Loricaria), 9, 116 A, 122, 428,
Lai-Tu, 435.
lanceolata (Loricaria), 13, 116 A, 128.
495
lanceolatus (Nemuroglanis), 16, 241, 445.
lata (Loricaria), 428.
lateralis (Callophysus), 446.
» (Pimeletropis), 446.
lateristriga (Pimelodella), 450.
) (Pimelodus), 10, 450.
» (Psendorhamdia), 450.
» (Rhamdia), 10, 262 A, 271, 450.
latirostris (Loricaria), 18. 116 À, 133, 430.
» (Plecostomus), 415.
laukidi (Khamdia), 469.
Leiacanthi, 20, 24.
leptos (Acentronichthys), 445.
» (Heptapterus), 238, 240, 445.
leptochilus (Heisonotus), 422.
leucofrenatus (Otocinclus), 18, 91, 94, 423.
leucostictus (Ancistrus), +11.
» (Chætostomus), 411.
lima (Loricaria), 11, 116 A, 130, 429, 430.
» (Plathystoma), 460.
» (Plecostomus), 413, 415.
» (Silurus), 460,
» (Sorubim), 309, 460.
limosus (Plecostomus), 415
lipophthalmus (Doras), 11, 437.
» (Hanar), 11, 185, 190, 437.
« (Hemidoras), 437.
jithogaster (Doras), 441.
littorale (Hoplosternum), 8, 14°, 149, 432
littoralis (Callichthys), 432.
litturalus (Ancistrus), 11, 420.
» (Chætostomus), 420.
» (Pterygoplichthys), 11, 72, 78, 420:
Loango, 332.
longibarbis (Arius), 460, 461,
longifilis (Callichthys), 432.
» (Hypophtalmus), 480.
longimanus (Ancistrus), 419.
» (Auchenipterichthys), 372, 374.
» (Auchenipterus), 13, 474.
longipinnis (Ailurichthys), 470.
» (Euanemus), 477.
» (Hemiancistrus) 417.
lophophanes (Microlepidogaster), 16,38,90,422.
» (Otocinclus), 422.
» (Rhinelepis, 16. 422.
Loricaria, 19, 28 A, 116.
496
Loricaria acuta, 9, 116 A, 117.
» apeltogaster, 17, 116 A, 136.
» anus, 9, 116 A, 119.
» barbata, 11.
» cadeæ, 13, 116 A, 124.
) cataphracta, 7, 116 A, 122
„14.116 A, 131.
» evansii, 18, 116 A, 142,
» kouopickii, 14, 116 A, 126.
) krenei, 18, 116 A, 132.
» cubataonis
» labiatis, 17, 116 A, 120.
» læviuscula, 9, 116 A, 122.
» lanceolata, 13, 116 A, 128.
,
» latirostris, 18, 116 A, 133.
» lima, 11, 116 A, 130.
Loricaria macrodon, 11, 116 A, 137.
» microlepidogaster, 116 A, 134.
» nudirostris, 110 A, 119.
» nudiventris, 9, 116 A, 141.
» parva, 18, 116 A, 125.
14, 116 A, 140,
» phoxocephala, 16.
17, 116 A, 140.
» plecostomus, 7.
» parnahybæ,
» piracicabæ,
» rostrata, 0.
» typus, 12, 116 A, 117.
Mba AS aS
Loricaride, 19, 20, 25, 26, 143.
loricarii formis, (Harttia), 14, 110, 425.
» (Oxyloricaria), 425.
loricatus (Callichthys), 431.
luceri (Platystoma), 460.
luniscutis (Arius), 10, 468,
» vetula, 9,
» (Galeichthys), 468,
» (Selenaspis), 468.
» (Tachysurus), 10, 337, 345, 368.
lutkeni (Brachyplatystoma), 461.
» (Paulicea), 15, 317, 461.
» (Platystoma), 15, 461.
» (Plecostomus), 413, 414.
lyra, (Oxyloricaria), 425
M
macrodon (Loricaria), 11, 116 A, 137, 430.
macronema (Pimelodus), 455.
macronemus (Bagrus), 470.
INDICE
macrops (Plecostomus), 16, 41, 48, 415.
» (Stegophilus), 14, 230, 231, 444.
macropterus (Callophysus), 8, 242, 415,446.
» (Pimelodus), 445, 446.
macrospila (Pıramuta). 456, 457.
[a NANTES ON NES er $96 429
maculata (Loricaria), 7, 116 A, 127,426,429.
(Werlheimeri), 14, 217, 442.
maculatus (Doras), 441.
» (Lovicarichthys), 428
) (Pimelodus), 451, 455, 456.
maculicauda (Otocinclus), 14, 422,
» (Parotocinclus), 14, 87, 422.
maculosus (Anchenipterus), 473.
» (Tracheliopterus,) 474.
Mãe-do-Anhá, 80.
malacops (Chaetostomus), 411.
Mandi, 289, 294.
Mandi-Açú, 314.
» Amarello, 280.
» Bagre, 278, 313.
» Casaca, 289.
» Chorão, 279.
» do-Salgado, 289,
» Guarú, 287.
» Pinima,287.
» Pintado, 260.
» Tinga, 274.
» Urutü, 314.
Mandubé, 397, 401, 407.
mangurus (Pimelodus) 447.
Maria-da-Serra, 168.
marinus (Ailurichthys) 469, 470.
» (Felichthys) 7, 350, 351.
» (Galeichthys), 467.
» (Silurus), 469.
marginatus (Hypophthalmus), 480.
» (Notophthalmus), 480.
marmoratus (Doras), 13, 200, 204, 439,
» (Sciades), 13, 311, 312, 461.
megalops(Centromochlus), 472. j
melanops (Tridens), 16,226,412.
mesops (Bagrus), 567.
Mestiço, 301.
microcephala (Rhamdia), 13, 262 A, 266, 449.
microlepidogaster, 28 À, 88.
Microlepidogaster bourguyi, 18, 68.
» lophophanes, 16, 88, 90.
INDICE 497
Microlepidogaster (Loricaria), 116, 134, 430.
Microlepidogaster nigricauda, 88.
Microlepidogaster (Otocinclus), 422.
Microlepidogaster perforatas, 16, 88.
» tietensis, 18, 88, 89, 422,
microps (Corydoiras), 17, 157. 165, 434.
» (Neoplecostomus), 412.
» (Pareiodon), 11, 232, 233, 444.
» (Plecostomus), 17, 412.
» (Rhinelepis), 17.
microstoma (Pimelodus), 457.
anilitaris (Ageneiosus), 479, 480.
minuta (Rhanıdia), 262, 264,. 448.
Miuroglanis, 219, 227.
» platycephalus, 443.
modesta (Rhamdia), 262 A, 272, 451.
modestus (Pimelodus), 13, 451.
morei (Hemidoras), 14, 171, 183, 436.
» (Oxydoras), 14, 436,
Mormyrostoma, 171, 172.
» carinatum, 7, 192.
mucosa (Platystoma), 462.
multimaculatus (Corydoras), 14, 157 ‚163, 434, 461,
» (Zungaropsis), 15, 319.
mulleri (Pimelodus), 453, 454,
multiradiatus (Ancistrus), 420.
(Hehtapterus)17, 238, 239, 445,
» (Hypostomus) 8, 419.
» (Liposarcus), 419, 420.
(Notoglanis), 454.
» (Pterygoplichthys), 8, 420,
murico (Doras), 441.
mustelinus (Pimelodus), 453.
»
» (Heptapterus),, 9, 238, 444.
» (Pimelodus), 9, 444.
N
Nanoglanis, 236 A, 237.
» bifasciatus, 17, 237.
nasus (Pimelodina), 16, 247, 249, 447. —
nattereri( Corydoras), 14, 157, 164, 434.
» (Oxydoras), 14.
» (Hemiodoras\, 14, 171, 173, 435.
nebulosus (Doras) 17. 200, 213, 441.
Nemathognathi, 20.
Nemuroglanis, 236 A, 241.
Nemuroglanis lanceolatus, 16.
nemurus (Pseudostegophilus), 443.
» (Stegophilus) 13, 230, 444.
Neoplecostomus, 23 A, 38,
» granosus, 9, 39.
» (Rhinodoras), 437.
» (Oxydoras), 8, 193, 457, 438.
nigribarbis (Pimelodus), 4 6.
nigricans (Hypostomus), 417, 418.
» (Pygidium), 442.
» Trichomycterus, 8, 220. 442,
nigricauda (Loricaria), 430.
» (Microlepidogaster), 88, 422.
» (Otocinclus) 18, 422.
nigripinnis (Auchenipterus), 17, 396, 478.
» (Euanemus), 478.
nigripunctatus (Bagrus), 458.
nigrolineatus (Chactostomus), 13, 418.
» (Panaque), 13, 418.
niveatus (Ancistrus), 417,
» (Chætostomus), 417.
» (Hemiancistrus), 11, 54, 61, 417.
» (Hypostomus), 417.
nodosus (Arius), 471.
» (Auchenipterus), 471.
» (Pseudauchenipterus), 354, 471.
» (Silurus), 470.
niveatus (llypostomus), 11, 417.
notata (Rhamdia), 10, 262 A, 267, 449.
notatus (Heisonotus), 16, 423,
» (Otocinclus), 16, 91, 93, 422, 423.
» (Pimelodus), 10, 449.
nuchalis (Arius), 13, 466.
» (Auchenipterus), 9, 396, 397, 478.
» (Euanemus), 478. :
» (Hypophthalmus), 9. 478.
» (Tachysurus), 13, 337, 340, 466.
nudirostris (Loricaria), 11,116 A, 119, 427, 430.
nudiventris ( » ) O OS Ag EHE
©
obessa (Rhamdia), 17, 262 A, 276, 451.
obtusirostris (Plecostomus), 414.
obtusus (Otocinclus, 18, 91, 95.
498
oligospilus (Ancistrus), 417.
» (Chætostomus), 22, 417.
» (Hemiancistrus), 54, 59, 417.
ophtalmicus (Pimelodus), 449.
orbignyanum (Platystoma), 464.
orestis (Hassar), 14, 185, 436.
» (Oxydoras), 14, 436
ornatus (Pimelodus), 11, 285, 287, 454.
ortoni (Surubimichthys), 460.
Otocinclus, 23 A, 91.
» affinis, 422,
» cephalacanthus, 18, 91, 93.
» flexilis, 15, 91, 96.
» leucofrenatus, 18, 91, 94.
» maculicauda, 14.
» nigricauda, 18.
» notatus, 16, 91, 93.
obtusos, 18, 91, 95,
vittatus, 18, 91, 93.
171 193. i
» affinis, 14.
» bachi, 18, 193, 196.
» eigenmanni, 18.
» elongatus, 18, 193, 195.
» kneri 12, 193, 194.
» morei, 14.
» nattereri, 14.
» niger, 8, 193.
» oreitis, 14.
» trachyparia, 18.
» trimaculatus, 18.
oxyrhyncha (Acestra), 11, 424.
» (Farlowella), 11, 103, 104, 424.
Oxyropsis, 28 A, 101.
» carinatus, 14, 101.
P
Pacamã-do-Rio, 254.
Pacú Branco, 358.
» do-Rio, 254.
paleatus (Callichthys), 433, 434.
» (Corydoras), 157, 160, 433, 434.
Panaque, 28 A, 63.
» cochliodon, 11, 64.
» nigrolineatus, 13,64, 66.
pantherinus (Pimelodus), 455.
INDICE
pantherinus (Plecostomus), 415.
Papai, 348.
paplionatus (Doras) 441.
Paradiplomystes coruscans, 8.
paraguayensis (Hemiodoras), 435.
parahemiodon (Loricaria), 426.
parahybæ (Ancistrus), 419.
» (Delturus), 16, 70, 419.
» (Platystoma), 15, 458.
» (Plecostomus), 421.
» (Pseudopimelodus), 15, 258, 447.
» (Rhinelepis, 14, 82, 421.
» (Steindachneria),15, 298,299, 458.
Parancistrus, 28 A.
» aurantiacus, 11, 62.
» punctatissimus, 11, 62.
Parasturisoma, 28 A, 62, 109.
» brevirostris, 16, 109.
Pardale (Platystoma), 464.
pardalis (Ageneiosus), 478.
» (Hypostomus), 419.
» (Liposarcus), 410.
» (Platystoma) 464.
» (Plecostomus), 420.
» (Pterygophichthys), 420.
Pareiodon, 219, 232.
» microps, 11, 232,
» pusillus, 11, 232, 234.
Papa-Isca, 295.
» » Açú, 246.
parkeri (Arius), 467.
» (Galeichthys), 467.
» (Selenaspis), 467.
» (Silurus), 9, 467.
» (Tachysurus) 9, 337, 344, 467.
parnahybæ (Loricaria), 14, 116, 140, 430.
Parotocinclus, 28 A, 86.
Parotocinclus maculicuada, 14, 87.
parræ (Galeichthys), 469, 470.
parva (Loricaria), 18, 116 À, 125, 428.
pati (Luciopimelodus), 458.
» (Pimelodus) 9, 457, 468.
Paulicea, 236 A, 317.
» jahu. 16, 317.
» lutkeni, 15, 317.
paulina (Loricaria), 430.
paulinus (Plecostomus), 415.
Pectinifer (Pimelodella), 17, 450.
» (Rhamdia), 17, 262 A, 270, 450.
Peixe-Cachorro, 354,
Peixe-Lenha, 305.
pellegrini (Plecostomus), 422,
pemecus (Bagrus), +67.
perforatus (Microlepidogaster), 16, 88, 422,
perporosus (Hypophthalmus), 480.
personatus (Callichthys), 432.
Phractocephalus, 236 A, 334,
» hemiliopterus, 7, 335,
phrigiatus (Arius), 468, 469.
» (Galeichthys), 468, 469.
» (Hexanemichthys), 463, 469.
» Tachysurus, 468, 469.
Physoclisti, 23.
Physostomi, 23.
pictus (Ancistrus), 11, 417.
» (Bagrus), 10, 460.
» (Chaetostomus), 417.
» (Hemiancistrus), 54, 56, 417.
» (Sciades), 10, 511, 460, 461.
Pimelodella, 251.
» buckleyi, fie 451.
» ignobilis, 15.
» pectinifer, 17.
Pimelodina, 236 A, 247.
» flavipinnis, 15, 247.
» nasus, 16, 247, 249.
Pimelodus, 236 A, 284, 251.
» agassizi, 15, 285, 296.
» altipinnis, 15, 285, 293, 294.
» arekaima, 10.
» barbus, 7.
» brasiliensis, 15.
» clarias, 7, 285, 289,
» breviceps, 11.
.» eques, 10, 235.
» exudans, 10.
» filamentosus, 8.
» foina, 10.
» fur, 285, 295.
» gracilis, 9.
» harttii, 15.
» hilarii, 9.
» iusignis, 10.
» jenynsii;. 13. ©
INDICE 499
1
Pimelodus, lateristriga, 10,
» macropterus, 8,
» modestus, 13.
» mustelinus, 9
» ornatus, 11, 285, 287.
paty, ©, 285, 297.
» pirinampus, 9.
» platanus, 13, 285, 297.
» queien, à.
» vaninus, 9.
» sapo, 9.
» sebae, 9.
» spixii, 9. L
» valenciennis, 13, 285.
» wesselii, 15.
» westermanni, 13.
» zungaro, 8.
Pintado, 464.
piperatus (Imparfinnis, 17, 259, 448.
piracicaba, (Loricaria), 17, 430.
Pirabe-Pre 335.
Piracajiara, 332.
Piracatisga, 297.
Piracambucú, 331.
pirahyba, (Piratinga), 463
Pirahyba 329.
Pirajapeau4, 305.
Pirambueu, 331.
» (Bagrus), 462.
Piramuta, 323.
Piramutaba, 323.
Piranampu-Amarello, 242.
Piraquara, 332.
Piraräre, 335. -
Pirá Tamanduá, 243.
Piratinga, 327, 329.
Pirauaca, 308.
pirauaca (Soribim), 459.
Pirayapea, 308,
Pirayapeani, 308,
Pirinampu, 304.
pirinampus (Pimelodus), 9, 459.
Pirinampus pirinampus, 9, 304, 459.
piscatrix (Pseudariodes), 455.
Pseudorhaindia, 455.
planiceps (Platystoma), 459, 460.
» (Surubimichthys), 9, 308, 459, 460.
500
platanus (Lucio-pimelodus), 457.
» (Pimelodus), 13, 285, 297, 457.
platycephala (Loricaria), 426.
platycephalus (Hemiodon), 11, 426.
» (Miuroglanis), 16, 227, 443.
» (Pseudohemiodon), 11, 114, 426.
platynema (Brachyplatystoma), 18, 321, 326, 462.
Platynematichthys, 236 A, 301.
» araguayensis, 11, 301. 303.
» punctatus, 11, 301.
222
platyrrhynchus (Hemisorubim), 9, 333,
» (Platystoma), 9, 464, 465.
Piatystacus, 383,
Platystacus aspredo, 384, :
) cotylephorus,
» tibicen, 384, 386.
» verrucosus, 7, 476.
Platystoma coruscans, 9,
» emarginatum, 9.
» juruense, 18,
» lutkeni, 15.
» parahybæ, 15.
» planiceps, 9.
» platynema, 18.
» platyrrhynchus, 9.
» sturio, 12.
» vaiilanti, 9.
Platystomalichthys, 236 A, 304.
» sturio, 12, 305.
plazai (Vandellia), 11, 228, 229, 443.
Plecostomus, 28 A, 39.
» agna 18, 41, 45.
alatus, 10, 41, 51.
» angulicauda, 14.
» auroguttatus, 11, 41, 51.
» commersonni, 9, 41, 50.
» emarginatus, 9, 41, 42,
» garmani, 18, 41, 48.
plecostomus (Hypostomus), 414.
» (Loricaria), 414.
Plecostomus macrops, 16, 41, 48.
» microps, 17, 19.
» plecostomus. 7, 41, 47, 414.
« tietensis, 18, 41, 46,
» unce, 14, 41, 49.
» vaillanti, 14, 41, 43.
» verres, 9, 91, 46.
464, 465.
INDICE
Plecostomus wertheimeri, 14, 41, 43.
» wuchereri, 12, 41, 44.
pleurops (Arius), 465.
» (Tachysurus). 337, 338, 465,
poeyi (Rhamdia), 17, 262 A, 280, 453,
porosus (Trachycorystes), 17, 366, 367, 472.
prionomus (Rhinodoras) 437.
proops (Bagrus), 10, 466.
» (Netuma), 10, 466.
» (Sciadeichthys) 466.
» (Tachysuruso), 10, 337, 341, 466.
» (Trichomycterus), 19, 220, 221, 442.
Pseudacanthicus, 28 A, 66.
» hystrix, 9, 67.
» spinosus 11, 67.
Pseudageneiosus 399, 401.
» brevifilis, 10, 101.
Pseudauchenipterus, 353, 354. a
» affinis, 15.
» flavescens, 354, 357.
» jequitinhonhæ, 15, 354, 335.
» nodusus, 354.
Pseudocetopsis, 378.
» gobiodes, 12, 378, 474.
Pseudohemiodon, 28 A, 114.
» platicephalus 11, 114.
Pseudopimelodus, 236 A, 252.
» acanthochira, 16, 253 257.
» alexandri, 15, 203, 256.
» parahybe, 15, 253.
» raninus, 253, 257.
» zungaro, 8, 253, 254.
Pseudoplatystoma, 236 A, 331.
» coruscans, 9, 331, 332.
» fasciatum, 331.
Pseudorhamdia vittata, 13.
Pterygoplichthys, 28 A, 71.
» aculeatus, 17, 72, 73.
» etentaculatum, 8.
» giboiceps, 11, 72, 77
» litturatus, 11, 72, 78.
» punctatus, 12, 72, 75
» multiradiatus, 8, 72, 75.
punctata (Loricaria), 428, 433.
punctatum (Platystoma), 453.
punctatus (Ancistrus), 420,
» (Auchenipterus), 473.
INDICE 501
punctatus (Calaphractus), 7, 433.
» (Chaetostomus), 420.
» (Corydoras), 7, 157, 159, 433, 436.
» (Doras),- 11. 436.
» (Hemidoras), 11, 171, 178, 436.
» (Oxydoras), 436.
» (Pterygoplichthys), 420.
» (Trichomycterus), 442,
punctatissimus (Chaetostomus), 14, 418,
» (Chaestostomos), 14, 418.
» (Parancistrus), 14, 418.
» (Trichomycterus), 11, 220,221, +22.
punctyfer (Platistoma), 463
punctulatus (Bagrus) 11, 458.
» (Platynematichthys), 11, 301), 458.
» (Platystomatichthys), 458.
» (Plecostomus), 415, 416.
» (Trichomycterus), 442.
pusillus (Astemomycterus), 444.
» (Pareiodon), 11, 252, 234, 444.
» (Trichomycterus), 11, 444.
Pygidium immaculatum, 16.
Q
quadrifilis (Ageneiosus), 12, 478.
» (Tetranematichthys), 12, 339, 478.
quadriscutis (Arius), +67.
» (Netuma), 467.
quelen (Pimelodus), 8, 452.
» (Rhanıdia), 8, 262 A, 278, 452, 453.
queleni. Pimelodus, 452.
R
Rabecca, 384.
raninus (Pimelodus), 17, 448.
» (Pseudopimelodus), 253, 257, 448.
regani (Plecostomus), 416.
Resenha historica, 5, 6, 7.
reinhardti (Bagropsis), 13, 313, 461.
a (Stegophilus), 14, 230, 231, 444.
reticulata (Piratinga), 463.
reticulatus (Bagrus), 463.
Ramdella, 251.
» eriarcha, 17.
Rhamdia. 236 a 262.
Rhamdia arekaima, 262 à, 284.
» brasiliensis, 15, 262 a, 275.
» breviceps, 11, 262 a, 282.
» buckleyi, 19.
» eigenmanniorum, 17,19, 262 a, 273.
» eriarcha, 17, 262 a, 265.
» exudans, 10, 262 a, 266.
» foina, 10, 262 a, 282,
» gracilis, 9, 262 a, 269.
» harttii, 15, 262 a, 270.
» hilarii, 9,.262, 278.
» ignobilis, 15, 262 a, 263.
» insignis, 10, 262 a, 267.
» jenynsii, 13, 202 a, 264.
» lateristriga, 10, 262 a, 271:
» modesta, 262 a, 272,
» microcephala, 13, 262 a, 266.
» minuta, 13, 262 a, 264.
» notata, 10, 262 a, 267.
» obesa, 17, 262 a, 276..
» pectinifer '17, 262 a, 270.
» poeyi, 17, 262 a, 280.
» quelen, 8, 262 a, 278.
» sapo, 9. 262 a, 277.
» schomburgki, 12, 262 a, 276.
» sebae, 9, 262 a, 279.
» tenella, 17, 262 a, 231.
» transitoria, 19, 262 a, 274.
» vittata, 13, 262 a, 272.
Rhandioglanis, 236 a, 259.
» frenatus, 17, 260, 261,
» transfasciatus, 19, 260.
Rhinelepis, 28 A, 82.
» aspera, 9, 82, 84.
» genibarbis, 9, 82, 85.
» hystrix, 9.
» lophophanes, 16.
» mycrops, 17, 19.
» parahybae, 1+, 82.
» rudolphi, 19, 82, S4.
Rhinodoras, 171, 197.
» amasonum, 14, 197.
robini (Hypostomus), 414.
» (Plecostomus), 415.
robusta (Oxyloricaria), 425.
» (Sturisoma), 425.
rochai (Aspidoras), 17, 155, 433.
202 INDICE
rostrata (Lo:icaria), 9, 424, 425.
» (Oxiloricaria), 4, 5.
» (Sturisoma), 106, 107, 421,
Roncador, 84.
rousseauxi (Bagrus), 11, 462.
» (Rrachrnlatystoma), 11, 321, 327,46?
x a N a he PAU D ‚> , a
rudolphi (Rhımelepis), 421.
rugispinis (Arius), 10, 468, 469.
n (Galeichthys) 468.
» (Hexanemichthys), 469.
» (Tachysurus), 10, 468, 469,
Ss
sabalo (Arges), 143.
sapo (Pimelodus), 9, 452.
» : (Rhamdia), 9, 262 A. 277, 452,
scabriceps (Bunocephalus), 17, 387, 390, 477.
scaphyrrhynchus (Ancistrus), 11, 416.
« (Hemiancistrus), 11, 54, 416.
schomburgki (Rhamdia), 12, 262 A, 276, 451.
schreineri (Hoplosternum), 18, 148, 150.
Sciades, 233 A, 310.
Sciades pictus, 10, 311.
» marmoratus, 13, 311, 312.
Scleracanthi, 20, 24, 235.
Scleromystax, 169, 170.
scopularius (Plecostomus), 413.
scrophus (Livosarcus), 420.
sebae (Pimelodus), 9, 453.
» (Rhamulia), 9, 262 A, 270, 453.
sellonis (Pimelodus), 452.
seminudus (l’lecostomus), 414.
setifera (Loricaria), 427.
sexcirrhis (Aspredo), 475.
Siluridae, 19, 20, 25, 234.
Siluroidei, 19.
Silurus bagre, 7.
» cæcutiens, 8.
» callichthys, 7.
» carinatus, 7.
» cataphractus, 7.
: =
» clarias, 7.
» costutus, 7.
» fasciatus, 7.
( =
» galeatus, 7.
nm hemiliopterus, 65.
Silirus marinus, 469.
» nodosus, {fe
» parkeri, 9.
» platystacus, 7.
Sorubim, 323, 331, 332.
(Tinta) 7,809.
Sorubim Mena, 305,
spathula (Piatystoma), 459, 460.
spectiuui (Aspicdu), 475.
spegasini (Pimelodus), 456, 457.
spiniger (Plecostomus), 415.
spinosus (Chæstostomus), 418.
» (Hypostomns), 11, 418.
» (Pseudacanthicus), 11, 67, 418.
spinosissimus (Doras), 16, 200, 209, 440,
spixii (Arius), 465.
» (Hypophthalmus), 480.
» (Pimelodus), Y, 405.
» (Tachysurus), 9, 337, 339, 465.
splendens (Callichthys), 11, 433.
» (Corydoras), 11, 157, 159, 433.
squalinus (Hypostomus), 412.
steerei (Tænionema), 462.
Steindachneria 236 A, 298.
steindachneri (Hypoptopoma), 18, 97, 423.
» (Loricaria), 430.
Steindachneria ambiynra, 298, 310,
» parahybæ 15, 298, 299.
» doceana, 298, 299.
stegelichii (Pimelodus), 453.
Stegophilus, 219, 230.
» insidiosus, 12, 230, 231.
» intermedius, 12, 230.
» macrops, 14, 230, 231.
» nemurus, 13, 230.
» reinhardti, 14, 230, 231.
stenopeltis (Doras), 11, 435.
» (Hemidoras), 11, 171, 172, 435.
stigmatica (Xenocara), 412. ;
stigmaticus (Ancistrus), 16, 29, 33, 412,
striatulus (Auchenipterus), 15, 473.
» (Trachycorystes), 15, 366, 369, 473.
strigilata (Loricaria), 429, 430.
strigosa (Rhinelepis), 421.
stubelii (Loricaria), 426, 427.
Sturisoma, 28 A, 106.
» barbatum, 11, 106, 107.
Striusoma rostratum, 106, 107,
Sturisio (Platystoma), 12, 459.
» (Platystomalichthys), 12, 305, 459,
Subcarinatus (Plecostomus), 415.
Subteres (Kronichthys), 18, 80.
Subulatus (Callichthys), 432.
Surubi, 299.
Surubim, 236 A, 307.
Surubimichthys, 236 A, 307.
Surubimichthys planiceps, 9, 308.
d'à
Tachysurus, 236 A, 336.
» agassisi, 17, 337, 338.
» albicans, 10, 337, 343
» barbus, 7, 337, 343,
» grandicassis, 10, 337, 346.
» grandoculis, 15, 337, 341
» hersbergi, 7, 337, 343
» luniscutis, 10, 337, 345
» nuchalis, 13, 337, 340.
» parkery, 9, 337, 344
, 3 ,
» pleurops, 337, 338
» proops, 10, 337,
» rugispinis, 10, 337, 348.
» Spixii, 9, 337, 339.
» upsulonophorus, 17, 337, 348.
tæniatus (Tracheleopterichthys), 12, 378, 474.
» (Tracheleopterus), 12, 375, 474.
Tamoata, 148.
tamoatá (Callichthys), 431.
Tatia, 353, 360.
» aulopygia, 11, 360, 361.
» intermedia, 15, 360.
teffeana (Loricaria), 429.
teffeanas (Rhinodoras), 437.
temminckii (Ancistus), 411.
» (Hypostomus), 411.
» (Xenocara), 411.
tenella (Rhamdia), 17, 262 A, 281, 453.
tenuicauda- (Plecostomus), 413.
terrestris (Plecostomus), 415.
Tehanematichthys, 399.
Tetranematichthys quadrifilis, 12, 399.
thoracatum (Hoplosternum), 9, 148, 432.
» (Hypoptopoma), 423.
INDICE
thoracatus (Auchenipterichthys), 12, 372, 373.
» (Auchenipterus), 12.
» (Callichthys), 9, +32.
tibicen (Aspredo), 10, 384, 386, 476.
» (Platystacus), 476.
tietensis (Microlepidogaster), 17, %8, 89, 422.
» (Plecostomus), 18, 41, 46, 414.
tigrinum (Platystoma), 463, 464.
To-Rai, 335.
Tracheliopterichthys, 375.
Tracheliopterichthys teniatus, 12, 375.
tracheliopterus teniatus, 12.
Tracheliopterus, 374.
» coriaceus, 374.
Trachycorytidae, 25, 352.
Trachycorystes, 353, 365.
trachycorystes (Auchenipterus), 10, 472.
Trachycorystes analis, 17, 366, 371.
» ceratophysus, 12, 366, 368.
» galeatus, 366, 370.
» porosus, 17.
» striatulus, 15, 366, 369.
» trachycorystes, 10, 366. 472.
trachyparia (Hemidoras), 18, 171, 177, 435.
« (Oxydoras), 18, 435.
Transitoria (Rhamdia), 19, 262 A, 451.
transfasciatus (Rhamdioglanis), 19, 260.
treiflii (Corydoras), 14( 157, 167, 434.
Trichomycteridae, 19, 25, 219.
Trichomycterus, 219.
» amasonicus, 14, 220, 221.
» brasiliensis, 13, 220, 223, 443.
» dispar, 19, 220, 222.
» goldii, 18, 220, 221.
» immaculatus, 16, 220, 222.
» nigricans, 18, 220.
» proops, 19, 220, 221.
» punctatissimus, 11, 220, 221.
» pusillus, 11.
Tridens, 219, 226.
» brevis, 16, 226, 227.
» melanops, 16, 226.
trilineatus (Corydoras), 15, 157, 162, 434.
trimaculatus (Hemidoras), 1°, 436.
» (Oxydoras), 18, 436.
truncatum (Platystoma), 463.
truncatus (Amblydoras), 438.
504 INDICE
Typhlobagrus, 236 A, 250.
» kronei, 19, 250.
typus (Loricaria) 12, 116 A, 117, 426.
» (Parahemiodon), 426, 427. {
» (Pirinampus), 459.
Trachycorystes), 472.
Uacary-Guaçú. 67.
Uararä, 335.
ucayalensis (Ageneiosus), 11, 402, 405, 479, 480.
unæ (Plecostomus), 14, 41, 49, 415.
upsulonophorus (Lachysurus), 17, 327, 348, 469.
Vv
Vact, 212.
vaillanti (Bagıus), +02.
» (Brachyplatystoma), 9, 321, 323, 461,
462.
» (Platystoma), 9, 461, 462.
» (Plecostomus), 14, 41, 43, 413.
valenciennis (Ageneiosus), 480,
» (A rius), 468.
» (Bagrus), 468.
» (Loricaria), 426.
valenciennis (Pımolodus), 13, 285, 294, 456,
457.
Vandellia, 219, 228.
» cirrhosa, 10, 228.
» plazai,,11,.228, 229,
variolosus (Chætostomus), 411.
varius (Liposarcus), 420.
verissimi (Decapogon), 19, 152, 154.
vermiculatus Plecostomus), 413, 414.
verres (Plecostomus), 9, 41, 46, 414.
verrucosum (Plitystoma), 462.
verrucosus (Aspredo), 476, 477.
» (Bunocephalus), 387, 388, 476, 477.
versicolor (Pimolodus), 466. .
vetula (Loricari: ), 9, 116 A, 135, 430.
vieinus (Hypostomus), 417.
villarsi (Piecostomus), 415.
virescens » 413.
vittata (Pimelodella), 451.
» (Pseudorhamdia), 13, 262 À, 272, 451,
(Rhanidia), 19, 451.
vittatus (Ancistrus), 14, 417.
» (Chætostomus), 14, 417.
» (Hemiancistrus), 54, 58, 417.
» (Otocinclus), 17, 91, 93, 423.
Ww
wedellii (Doras), 11, 200, 202, 438.
wertheimeri (Plecostomus), 14, 41, 43, 413.
» (Pseudancistrus), 413.
Wertheimeria, 171, 216.
» (maculata), 14, 217.
wesselii (Pimelodella), 449.
» (Pimelodus), 15, 449.
westermanni (Iheringichthys), 13, 246, 446.
» (Pimelodus), 13, 446,
wrightiana (Oxyrcpsis), 424.
wuchereri (Plecostomus), 12, 41, 44, 413, 414.
x
Xenocata damasceni, 14.
» brevipinnis, 18.
Xenomyrtus gobio, 13.
Xué, 271.
Y
Yarü-Itacuä, 50.
VA
zungaro (Pimelodus), 447.
» (Pseudopimelodus), 8, 253, 254, 447.
Zungaropsis, 236 A, 319.
» multimaculatus, 15, 319.
u;
Depois de ter jazido tres annos nas officinas da Im-
prensa Nacional, este trabalho deveria ser distribuido em
Setembro do anno passado, quando o incendio d’aquella
Imprensa destruio toda a ediçäo composta de 1.100 exem-
plares.
Por um acaso, dous exemplares que estavam n’uma
prensa, foram encontrados ainda em condigöes de permit-
tirem a reproducgäo do livro. E’ obvio que as figuras feitas
em photozincographia näo dariam bom resultado, sendo-
preciso novas photographias e novas gravuras. Comtudo,
como eu me achasse na Europa, em commissäo do Museu,
os Srs. Drs. Pedro de Toledo, Ministro da Agricultura e
Joäo Baptista de Lacerda, director d’este estabelecimento,
näo querendo retardar mais o jä täo atrazado trabalho,
ordenaram a reimpressäo pelos exemplares salvos.
A casa Luiz Macedo, d’esta praga, se desempenhou
d’esse encargo no praso de 90 dias. Foram revisores ä
meu pedido os Srs. Severino Brandäo e Pedro Pinto Pei-
xoto Velho, funccionarios da seccäo de Zoologia.
Aqui faço publica a minha gratidão ao Sr. Ministro,
ao Snr. Director do Museu Nacional e aos meus dous.
companheiros de trabalho.
Rio 31—1— 1912
Alipio de Miranda Ribeiro
Ns
Ê
7 + E L Et sã a
Abhi ORG Sore
»)
2)
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30-31
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ERRATA
”
Wandelia
niveautus
plasai 5
Panserwelse =
Denkschrtf nn
I. Ichothyol EE
cadeæ is
Gil the
Bibrag a
Hemipsilintys o
Ckeetostomus a
da Natter 3
cuja autoridade, em
vigor 5
Hypoptoma ER
Silzungslericht 55
Rhandia a
parahybe =
Auhenipterus ee
Hypoptoma ae
Academ Es
eigemmannorum E
Steidacyneria se
Nanogiannis DD
Nota =;
Hipoptoma steid-
achneri 5
lecofrenatus 5
Siluridæ 5
Nematognethi 5
envolvida expansão ,,
dispostas em serie ,,
Sceleracanthi 5
Rio Graude, 5
Theresopolis 5
lapos À
exemplares moneres ,,
da base dorsal 55
pendunculo à
veses :
mais longa do cinzento ,,
cineria que € apenas
as vezes ”
os Prof Eigermann po
alutus 55
est. 24 fig. 1 “5
diposa a
recuberto E
soperior ss
wunchereri D
muculas >
leia-se Vandellia
niveatus
plazai
Panzerwelse
Denkschrift
Ichthyol.
Cadeæ
Gill
Bidrag
Hemipsilichthys
Chetostomus
de Natterer que
cuja autorida-
de pelo vigor
Hypoptopoma
Sitzungsbericht
Rhamdia
parahybæ
Auchenipterus
Hypoptopoma
Academy
eigemmannio-
rum
Steindachneria
Nannoglanis
Notas
Hypoptopoma
steindachneri
leucofrenatus
Siluridæ
Nematognathi
envolvida pela
expansäo
disposta em
series
Scleracanthi
Rio Grande
Therezopolis
lados
exemplares
menores
da base da
dorsal
pedunculo
vezes
mais longo do
que o superior.
Cinzento.
cinerea que é,
apenas e ás
vezes
os Profs. Ei-
genmann
alatus
Est. 24
adiposa
recoberto
superior
wuchereri
maculas
Anhá, Est 24, fig 2
47 ” ” » accupando
49 » 9» » O ultimo 12 do pri-
meiro
” ” ” ” 2 e 23 vezes
50 ” ” ” Ytacura
5 DD o Apeitoraas
” ” ” » Caveça 4/3 e no total
54 ” ” ” scaphirhynchos
56 » » » extrema
» En ap » tatalmente
60 ” ” ” Britanico
61 Na aa O cCipita
63 ar » puntactissimus
65 a, SeATICISERIS
70 ” LE ” A. 1+5
71 ” ” ” extremo
82 ” ” » Rinelepis
90 ” ” estirado
XXIX onde se lê obtusus,
93 DA RA TIN ES;
96 ” ” ” est. 29 fig 4
97, 98, 99 e 100 „ ,, » Hypoptoma
102
”
” ”
”
”
TeeGalitvAcadsn..
Anha
occupando
o ultimo 1/2 do
primeiro
2 e 2/3 vezes
Ytacua
peitoraes
cabega 4e 1/3
no total
scaphirhyn-
chus
externa
totalmente
Britannico
occipital
punctatissi-
mus
Ancistri
A. 1+5
externo
Rhinelepis
estriado
gibbosus
affinis
est. 29 fig. 3
Hypoptopoma
Proc. Calif.
Acad.
108 a figura dada pertence ä pag. 123 e vice versa.
109 onde se
115 à
116 x
124 À
132 E
133 5
135 q
145 x
146 E
148 e 149 ?
149 7
154 ds
161 E
168 >
170 x
” ”
” ”
180 h
186 à
”
lê
”
Setzungsher Akad.
Wein
Peito e ventre gran-
des etc
Storisoma
a illustragäo Loricaria
etc
Loricaria Kronei.
Est 34 fig 2
base dos peitoraes
precedencia
Est.735
pordo
expanções
calos
litorale
litoralis
Est. 36 fig. 4
cequilobados
Quoi & Gaimard
cinturas esternal
gosam
systemas pluviaes
prefundamente
picamento semilunar
leia-se
”
Sitzungsber.
Akad. Wien.
Peito e ventre
grande etc.
Sturisoma
a 1llustraçäo
de Loricaria
etc.
Lolicaria Kro-
nei
base das pei-
toraes
procedencia
Est 34 fig. 2
pardo
expansoes
callos
littorale
littoralis
Est 36 fig. 1
æquilobados
Quoy & Gai-
mard
cintura es-
ternal
gozam
systemas flu-
viaes
profundamen-
te
plicamento se-
milunar
”
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1
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197
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”
”
”
”
”
”
”
”
aculeo peitoral e é
contido etc
abrupto, a dorsal para
os olhos
Fontanella estreita
constucção
Abertura das guelhas
amplas,
oculo
cribiriforme
Est. 32
suprior
4 e 2/2
diametro ocular 12 no
comprimento etc
Fidschrift
extrerna
são eguaes a 12 do
comprimento etc.
arla
buchecha
E affinis
nadadeias
Titte
Est. 33 fig 2
Est 33 fig 3
aculea
clariforme
couraçodo
2/2
espinhos do lados
säo os mais
confido
est. 34
sebre
csme
bronchiostego
acima do espinho
contimetros
osseos
csprimento
xeves
muculas
Auchenipterus
properculo
Vandelia
Tricomyetherus
Est 35 fig |
caudal se raios etc.
corusçans
inviduos
subfusimerme
”
”
”
»
”
LL
”
”
aculeo peito-
ral e são con-
tidas etc.
abrupto, da
dorsal para
os olhos
Fontanella es-
treita
constricção
abertura das
guelras ampla
ocello
cribriforme
Est. 37
superior
4e1/2
diametro
ocular 1/2 no
comprimento
etc.
Tidschrift
externa
sao eguaes a
1/2 do compri-
mento etc.
orla
bochecha
D. affinis
nadadeiras
Teffé
Est. 38 fig. 1
Est. 38 fig. 2
aculeo
claviforme
couraçado
1/2
espinhos dos
lados
são os
contido
est. 39
sobre
como
branchiostego
acima e abai-
xo do espinho
centimetros
osseas
comprimento
vezes
maculas
Auchenipteri
preoperculo
Vandellia
Trichomy-
cterus
Est. 34 fig 1.
caudal sem
raios etc.
coruscans
individuos
subfusiforme
mai-
”
236 a
236 a
”
”
placa predorsal pequena ,,
placas predorsal cordi-
forme ”
Est 35 fig 4 ”
enguliforme a
excedendo do pouco ,,
comprimeuto »
acaultar-se Fe
oito vezes na do corpo ,,
Heptapterus fissipinnis,
est 35 fig 5, »
Poræ Ichthyologicæ 5
ama ordem ss
Est. 36 ”
posterior ao craneo ,,
labos caudaes an
Est. 36 fig. 2 5
mesculoso 1)
visicula ”
ponco O
afflueutes 5
Est. 38 fig 1 »
tublo ”
erregularmente ”
pronedente »
Est. 38 fig. 2 5
Dois exemalares +
Pseudopimelodus ra-
ninus, Est. 38 fig 3 ss
miaor a
ESt89 3)
1/3 ou 1/3 5
panta »
espactaculo ss
pretra »
cepale 5
Est 40 fig. 1 5
posterioros 5
um estria =
Est. 40 fig 2
Est. 30 fig 3
francamente dentado a
Richard Schomburgki ss
deste nome furcado 6
Est. 41 fig 2 ”
Est. 41 fig 3 ”
hesaurum
»”
dentes em facha sobre os ,,
placa predor-
sal pequena,
em ponte de
flecha
placa predor-
sal anchori-
forme
Est. 40 fig. 4
enguiiforme
excedendo de
pouco
comprimento
occultar-se
oito vezes no
do corpo
Heptapterus
fissipinnis
Horæ Ichthy-
ologicæ
uma ordem
Est. 41
posterior do
craneo
lobos caudaes
Est. 42 fig. 2
musculoso
vesicula
pouco
affluentes
Est. 43 fig. ?
tubo
irregular-
mente
procedente
Est. 43 fig. 2
Dous exem-
plares
Pseudopime-
lodusraninus
maior
Est 44 fig.
1/3 ou 1/2
ponta
espatulado
preta
cephale
Est. 46 fig. 2
posteriores
uma estria
Est. 46 fig. 3
Est. 44 fig. 4
francamente
dentada
Richard
Schomburgk
d’este nome
furcada
Est. 45 fig. 2
Est. 45 fig. 3
Thesanrum
dentes em
facha sobre
285
”
com os maxillares e
maudibulares
P. valencennis
comsrimenta
dispesta
Cometa
areas
Stend
buchecha
toca o dorsal
Est. 42 fig 2
tæniiforme
cinsento
acules
quftos
Est243
comquanto Jamais fi-
cando
previdos
um tanto cordifome
Est. 44fig. 1
Jaruä
entrecuzando
centimetros
Bagorpsis
regido '
collabsrador
Duopalatins
Bleck
vaillante
symphise
Goyas, Guyanas
Est. 45 fig. 2
insiduosus
colloração
Rodrigues Pereira
Est. 46
Est. 47 fig 1
Iridéca
Barbys
Est. 47 fig 2
Est. 48 fig 2
Est. 49
Tracheiopterus
Steindacher
Est. 50 fig. 1
Est. 50 fig 2
trachycoristes
trachycsristes
Est. 50 fig 3
Blecke
uma dura facha
cæcutien
caudirú
os interma-
xillares e
mandibula-
res
P. valencien-
nis
comprimento
disposta
Cametá
áreas
Steind.
bochecha
tóca o dorso
Est. 46 fig 2
tæniæforme
cinzento
aculeos
quintos
Est. 47 fig. 1
comquanto
mutilada
providos
anchoriforme
Est. 47 fig. 2
Juruá
entrecruzan-
do
centimetros
Bagropsis
rigido
collaborador
Duopalatinus
Bleek.
vaillanti
symphyse
Goyaz, Guy-
anas e Para-
guay
Est. 48 fig. 2
insidiosus
coloração
Rodrigues
Ferreira
Est. 49
Est. 50 fig. 1
Iricéca
Barbus
Est. 50 fig. 2
Est. 51 fig. 1
Est. 51 fig. 2
Tracheliopte-
rus
Steindachner
Est. 52 fig. 1
Est. 52 fig. 2
trachycorys-
tes
trachycorys-
tes
Est. 52 fig. 3
Bleeker
uma escura
facha
cæcutiens
candirú
447
imaculadas
Est. 50
Rago Avary
os liga a si
Est. 51 fig 1
mais ou menos escuro
Est. 53 fig 2
Habitat
Est. 52 fig 2
Symphisis
Manduby
Mormyropsis carinatus
depois de Pimelodina nasus e antes
de Pseudopimelodus pardhybe
entre Imparfinnis piperatus e Rhamdia
ignobilis
CCG 592
”
”
immaculadas
Est. 53 fig. 1
Lago Arary e
Rio Paraguay
os ligue a si
Est. 33 tie 2
mais ou me-
nos escuros
Est. 53 fig. 3
Habitat. Rio
Branco
Est. 54 fig 2
Symphyse
Mandubé.
Est. 54 fig. 3
Mormyrosto-
ma carinatum
Typhlobagrus
Kronei Mir
Rib. Kosmos,
n. 1. Janº.—
1908; id. n. 2,
Fev. 1908,
Arkiv. för Zo-
ologi Bd. IV-
n. 19-1908.
Rhamdiogla-
nis transfas-
ciatus Kos-
mos, n. 2,
Fev. 1908, e
Rhamdiogla-
nis frenatus
Rud Ihering
Notas Preli-
minares do
Museu Pau-
lista-1907.
_
PP
SR
: E Bee
UN
3 5185 00274 07
» DIDO