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Full text of "Arquivos do Museu Nacional"

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ARCHIVOS 

DO ^ V' 

MUSEU NACIONAL 


DO 


RIO DE JANEIRO 


Nunquam alíud natura, aliud sapientia dicti. 

A. j. 14, 321 

In silvis academi quesrere rerum, 
Quaaiquam Socraticis tnadel sermon&us, 

H. 


-^OX.XJJVTB 



RIO DE JANEIRO 

IMPRENSA NACIONAL 

• 9 2 5 









ARCHIVOS 


MUSEU NACIONAL 


RIO DE JANEIRO 



A RC Hl VOS DO MUSEU NACIONAL 


COMMISSÂO DE REDACÇÀO 

Professor©© s 

ÂWlüt MEIVA 
MIRÁNDA«RIBEIRO 


ROQUETTE*PINTO 


VOLUME XXV 


SUMMARIO 

Pags. 

NOTAS ANTHROPOMETRICAS SOBRE OS ÍNDIOS URUPÁS — Roquette- 

PlNTO E A. CtílLDE.. 11 

CONTRIBUIÇÕES PARA A NOVA FLORA BRASILIENSE (CYATHEACEAS) 

— A. J. de Sampaio. ,.. 35 

NOVOS SUBSÍDIOS PARA O CONHECIMENTO DA FAMÍLIA PHORIDAE 

(DIPT) — Thomaz Borgmeir.. 85 

INSGRIPÇÕES DOS SARCOPHAGOS EGYPCIOS, NS. 525, 525 E 532 —A. 

Childe .. . .. 287 

ESTELA N 2.419 — A. Childe...... 329 


A correspondência relativa aos 
deve ser dirigida ao director do Museu 


" ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL" 
- Quinta da Boa Vista — Rio de Janeiro. 



ERRATA 

A’ pag. 37, linha 36, onde se lê: quatro , leia-se: cinco. 
A’ pag. 68, onde se lê: Grupo armata (maxon). leia-se: 
Grupo Armata (Maxon). 





















CONTRIBUIÇÃO ÁO ESTUDO ANTHROPOMETRICO 

DOS 

ÍNDIOS urupás 

PELOS 


Professores: E. Roquette-Pinto e A. Childe 



A tribu dos Urupás , como outras do médio valle do 
Gy-Paraná (rama-ramas, jarús), é hoje considerada grupamento 
ethnicp extincto. 

Á referida tribu foi já encontrada pela commíssfio de 
Linhas Telegraphicas de Matto Grosso ao Amazonas bastante 
dizimada e em contacto com os seringueiros. Habitava o valle 
. Jèrú pü Tramok, tendo vantes sua moradia no rio Urupá. 

Os craneos em questão foram encontrados na lapa da mon¬ 
tanha Arai, ha cabeceira do rio Cantario, segundo a infor- 

~mação, que os acompanhava, constante do Catalogo da Secção. 



NOTAS ÂNTHROPOMETRICAS SOBRE OS ÍNDIOS URUPÁS 


POR 

ROQUETTE-PINTO E A. CHILDE 

Os dentes faltam, a arcada alveolar tem sete dentes de cada lado: 
21 + lC + 2m + 2M. 

Apophyses mastoideas pequenas, impressão digastrica profunda. 
Inion muito saliente. 

Mulher de 50 annos presumiveis. 


Peso (grammas).. 511,150 

Capacidade.. l,358 cc ,10 

Diâmetro antero-posterior.. 167 

Diâmetro transverso. 137 

Diâmetro basilo-bregmatico. 123,5 

Diâmetro frontal minimo. 98,5 

Diâmetro frontal máximo.. ... 100 

Diâmetro bi-mastoideu. 123,5 

Diâmetro bi-zygomatico. 139,5 

Diâmetro naso-basilar. 98 

Diâmetro alveolo-basilar. 92,5 

Diâmetro naso-alveolar.68,5 

Altura do nariz. 49 

Largura. 25,5 

Largura da orbita. 39 

Altura. 35 

Largura alveolar. 64 

Altura alveolar. 47 

Largura do buraco occipital. 30,5 

Diâmetro antero-posterior. 33,0 

Curva sagittal. 329 

Curva bi-auricular. 313 

Curva horizontal. 480 

índice cephalico. 82,0 

índice nasal.■. 52,0 

índice de prognathismo. 72,0 


Nota — As mensurações foram effeetuadas de conformidade com a "En tente internationale 
pour Punification des mesures craniométriques et céphalomó triques’ ' — (L'Anthropologie. T. XVII, 1906. 
P. 559 et Suiv.) 


































12 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


Recorrendo-se ao methodo de Rertillon para a determinação da altura, 
em funcção do cumprimento do pé (O m ,20), encontra-se como producto 
deste numero pelo “coefficiente de reconstrucção” respectivo (7,170), 
uma altura de l m ,43, que não deve estar muito longe da realidade. 

A tribu vive hoje nas margens do alto Gi-Paraná, nas visinhanças do 
ponto onde este rio é cortado pela linha telegraphica' delineada e traçada 
pelo general ítondon. 


N. 16.296 


Peso (processo de Manouvrier). 

Capacidade (processo de Broca). 

Diâmetro antero-posterior. 

Diâmetro transverso.... 

Diâmetro basiio-bregmatico.. 

Diâmetro frontal minimo. 

Diâmetro frontal máximo.’. 

Diâmetro bi-mastoideu . 

Diâmetro bi-z.ygomatico. 

Diâmetro naso-basilar. 

Diâmetro naso-alveolar. 

Diâmetro alveolo-basilar.. 

Altura do nariz. 

Largura do nariz... 

Largura da orbita ... 

Altura da orbita ... 

Largura alveolar. 

Altura alveolar.!. 

Largura do buraco occipital (muito irregular) 
Diâmetro antero-posterior do buraco occipital 
Curva sagittal (F. 114-P.219-OÍ u) 248-In. 302) 

Curva bi-auricular. 

Curva horizontal. 

índice eephalico.... 

índice nasal. 

índice de prognathismo (Processo Rivet)..... 

índice facial. 

Largura inter-orbitar. 

índice maxillo-alveplar. 

1 

Altura orbito -alveolar. 


1.236 

1.421 cc (chumbo, 1.265) 
179 mm (ind. iniaco 171) 

139 

128 

87.5 
113 
125 
132 

92 

80.5 
94 

53 

24.5 
38 
35 
63- .■ 

54 
35 
40 

353 
296 
507 
77 ,65 
46,22 
63° 

60,98 
22 inm 
116 ,666 
53“ m 


Umas pennas estavam grudadas sobre a calota craneana. 


(1) Existia, neste craneo um osso epactal— (ou incasieo).— F indica a curva do frontal. P a 
distancia do ponto de partida da medição até ao fim da sutura interparietal. I a distancia do mesmo 
ponto de partida até ao inion. 
































ler Crâne Urupá, estudado pelo professor Roqiíette-Piiito. 
Pag. 12 — 1 — 









ROQUETTE-PINTO E A. CHILDE — NOTAS SOBRE OS ÍNDIOS URUPÁS 


13 


Um maxillar inferior acompanha o craneo, com o qual não corresponde 
nem pelo aspecto, nem pela cor, nem pelas dimensões, que são as seguintes : 


Largura bi-condyliana... ... 110 mm 

Largura bi-goniaca.'. 93 mm 

Altura do ramo montante....,. 59 mm 

Largura (mínima).... 32 mm 

Altura symphysiana.. 31 rani 

Altura do corpo mandibular... 34,5 mm 

Angulo mandibular....... 52° 

Angulo symphysiano.. ...... 71° 


O diâmetro antero-posterior da abobada palatina é de 40 mm , tomado da 
linha posterior de implantação dos. incisivos até os ângulos posteriores da 

arcada. 

À distancia correspondente da mandíbula não é senão 83 mm e a ar¬ 
cada alveolar vem se inscrever concentricamente na do maxillar superior. 

G ultimo traz ainda tres dentes (1) , l os molares esquerdo e direito; 
3 o molar esquerdo (com tres raizes). Pode-se. concluir pela presença dos 
alvéolos que a formula da arcada superior era 21, 1C, 2m, 2M. Àpezar do 
angulo achar-se quebrado de cada lado, eile não permitte a hypothese da 
existência de uma 3 a M. 

Ma mandíbula encontram-se oito dentes: um incisivo (2 o esquerdo), 
um canino (direito), um pequeno molar (I o esquerdo), 2 gr. M (direitos), 
3 gr, M. (esquerdos) e o 3 o ainda contido no osso nunca afflorou. Elles são 
brancos, sãos, e o I o pequeno molar não apresenta a taboa característica 
dos dentes do maxillar superior. 

Ademais, os condylos afastados internamente de 72 mm ,5 se adaptam 
mal ás cavidades glenoideas do craneo, separadas entre si por úm espaço 
de 74 mm ,5. 

Uma nota que encontrei enrolada na cavidade craneana dizia: Fe¬ 
vereiro 1919. Craneos dos Capitães Tuquirame, Pimampé, e do Capitão 
grande Coianecômo, da extincta tribu dos Urupás — Lapa da montanha 
Arai — Cabeceira do Rio Cantário. 

OSSOS LONGOS 

Um humero direito — duas tibias (direita e esquerda) — um femur 
(esquerdo) — um fragmento (grande trpchanter) de um femur direito. 


(1) EUes são brancos e quebrados (provavelmente depois da morte. Teem uma taboa de desgasta- 
mento perfeitamente ciara). 












14 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL “ VOL. XXV 


Húmero : 

A extremidade escapular desappareceu, separada exactamente na 
linha de divisão que a reune ao corpo do osso. 

A epiphyse da tuberosidade interna da epitrochlea tinha desappare- 
eido também. Esta epyphyse soldando-se ao corpo do osso de 16 para 17 
annos, (1) e a epiphyse da extremidade superior não se soldando senão 
de 2,0 a 22 annos na mulher e dé 21 a 25 annos no homem (2) , parece 
que este humero não pertence a um adulto. 

Nestas condições, do condylo até a linha de soldadura de epiphyse 
superior, o humero media 260 mm . 

A cavidade olecraneana não está perfurada. 

A differença entre o vertice da troehlea e o do condylo humeral é aqui 
de 5 mm , 

Fêmur (esquerdo ): 

No femur, as epiphyses do.grande trochanter e da extremidade inferior, 
que não estavam ainda ligadas á diaphyse, perderam-se. A epiphyse da 
cabeça e do pequeno trochanter estão ainda nitidamente separadas pela 
linha de fusão, salvo em um ponto. 

O femur convexo para diante forma um arco cuja flecha mede no 
ponto mais elevado 43 mm ,5. (Esta medida não tem senão um valor secun¬ 
dário, por que a epiphyse inferior faltando, a corda formada pelo plano de 
apoio horizontal é diversa do que seria normalmente). 

índice da secção do femur no meio da diaphyse — (Largura 100) 
107,6 (19,5 x 21). 

Comprimento máximo 378 mm (sem a epiphyse inferior). Comparando 
com um femur de 426 mm , onde a medida correspondente á epiphyse'dava 
399 ram , obtive a proporção possivel de 403 ram ,Õ para o comprimento total 
máximo do femur em estudo. 

Quanto á epiphyse de trochanter, separada do osso, e que pertence 
claramente ao outro femur perdido, ella proemina de 16 mm somente acima 
do eollo, emquanto que a primeira proemina de 19 mm . Sua altura é de 
33 mm ,5 — (a do trochanter ligado ao femur de comparação de 426 mm , é 
de 37 mm ), Sua largura é de 27 mm ,5 emquanto a do outro é de 31 mm ,5. 

Tíbias : ‘ 

I a esquerda — índice de platycnemia (Processo de Broca) 64,1 
(17 x 26,5). 

Tíbia direita — Idem 65,3 (17 x 26). (O que dá uma media de 64,7). 


(1) Ph. C. Sappey — Traité cTAnatomie descriptive — Tom. 1, pag. 404 — (4 a edifc. — 1SSS). 

(2) Idem — pag. 405. 












ROQUETTE-PINTO E A. CHILDE 


NOTAS SOBRE OS ÍNDIOS URUPÁS 


15 


Na tibia como no femur, como no humero, as epiphyses se perderam, 
ou são nitidamente separadas ainda pelo sulco de fusão. 

Na extremidade superior ellas faltam em ambos as tibias. As dimen¬ 
sões obtidas são as seguintes: 

Comprimento máximo — Tibia esquerda — 326 mm ■— até a base do 
malleolo 318 mm . Tibia direita — 315 mm até a base do malleolo. (Este falta.) 

N. 16.297 


Peso — (Manouvrier) grammas..... 1.093 

Capacidade — (Broca).. 1.257cc 

Diâmetro antero-posterior.. 173 mm (o inion não existe, 

ind. iniaeo 147) 

Diâmetro transverso. ..... . 138 

Diâmetro basilo-bregmatieo...:. 118 

Diâmetro frontal mínimo. 92 

Diâmetro frontal máximo. 110 

Diâmetro bi-mastoideu . 113 

Diâmetro bi-zygomatieo. 112 

Diâmetro naso-basilar. 78 

Diâmetro alveolo-basilar (a arcada alveolar 
está quebrada na altura dos 2 incisivos 

médios).... 74,5 

Diâmetro naso-alveolar,.. 64 

Altura do nariz. 40 

Largura do nariz. 20 ,2 

Largura da orbita ... 35 

Altura da orbita . .................. 35 

Largura alveolar... 59 

Altura alveolar.. 34,5 

Diâmetro antero-posterior do buraco occipital 36 

Diâmetro transverso do buraco occipital . 30,5 . 

Curva sagittal (F 113, P 229— In. 310)... 354 

Curva bi-auricular...... 276 

Curva horizontal. 493 

índice cephalico. 79 ,7 

índice nasal... 50 ,5 

índice prognathismo (Processo Rivet). 70° 

índice facial... 57 ,19 

Largura inter-orbitar. 19 mm ,5 

índice maxillo-alveolar. 171 

Altura orbito-alveolar..... 30 mm 


Este craneo, de conformação particular, devia ser completamente 
decorado com um desenho de escamas imbricadas, lembrando as escamas 
riUfartaruga. muito nitido ainda no occipital e que foi executado com uma 































1<5 


ARCHIVGS DO MUSEU NACIONAL —• VOL. XXV 

tonalidade sépia, até mesmo nas azas do pterygoideu, na face interna da 
areada zygomatica. No logar do asteríon direito existe um buraco repre¬ 
sentando a falta de um osso wormio. O asterion esquerdo apresenta um 
osso wormio do mesmo desenho, E* muito característico que este craneo 
não apresente senão, rudimentos das apophyses mastoideas. A sutura 
spheno-basilar. está aberta. A formula dentaria do maxillar superior é in¬ 
decisa, pois que não se encontra nem incisivos nem caninos. A julgar-se 
pelos alvéolos, os dois incisivos internos deviam ter sido muito fortes, a ca¬ 
vidade alveolar tendo 8 mm de largura. Os 2 o8 incisivos eram muito pe¬ 
quenos, mormente o esquerdo. Pela sua situação anatômica, o 3° alvado 
de cada lado corresponde a um canino de dimensões medias, bem infe¬ 
riores ao primeiro incisivo. Nenhum destes dentes foi encontrado. Em 
seguida veem tres molares á esquerda, . dois á direita e um alvéolo vasio. 
Emfim dois alvéolos, um de cada lado, contendo cada \im, um molar que 
não chegou a afílorar. Estes alvéolos abertos posteríormente na tubero- 
vsidade do maxillar, teem somente um orifício de 2 mm (máximo) sobre o 
rebordo alveolar. 

Os mollares existentes são de formula: 1 m, 2 M. Os dois pequenos 
teem tres raizes. 


N. 16.238 


Peso (Manouvrier) grammas. 1.081 

Capacidade (Broca). 1.243*® (1.24392) 

Diâmetro antero-posterior. 172 mm (Tnd, iniaco 154 

Diâmetro transverso. 135 

Diâmetro basilo-bregmatico. 120 

Diâmetro frontal minimo. 85 

Diâmetro frontal máximo. 107 

Diâmetro bi-mastoideu . 115 

Diâmetro bi-zygomatico,... 124 

Diâmetro naso-basilar. 86 

Diâmetro alvéolo-basilar. 88 

Diâmetro naso-alveolar. 67 

* 

Altura do nariz.•.. .. 53 

Largura do nariz........ 20 

Largura da orbita - . . 36 

Altura da orbita ... .....:. 35,5 

Largura alveolar.:.. 61 

Altura alveolar.. .. 44 

Largura, do buraco occipital . 30 

Diâmetro antero posterior do buraco occipital 34 

Curva sagittal (F. 113 P. 228 I. 308). 344,5 

Curva, bi-auricular (até ao Bregma pelo lado 

esquerdo, 131). 277 

































ROQUETTE-PINTO E A. CHILDE 


NOTAS SOBRE OS ÍNDIOS URUPÁS 


17 


Curva horizontal_ ... ... 490 

índice eephalico......!. . . 78 .48 

índice nasal.... 37,73 

índice de prognathismo (Rivet).. 66° 

índice facial.,....... 54,03 

Largura ínter-orbitar. 20 mm 

índice maxillo-alveolar... 138,63 

Altura orbito -alveolar..... 38 ,5 mm 


A ; primeira vista a irregularidade do craneo é notável. Como no 
craneo anterior (N, 16.297), o occipital é achatado na região iniaea. As 
apophyses mastoideas são pouco salientes. Um pouco acima do ste- 
phanion, na sutura occipital, acha-se de cada lado um osso wormio. 

O osso incasico não existe. O temporal esquerdo se articula direita¬ 
mente com o frontal, afastando a aza sphenoidea do parietal, sobre um 
comprimento de 8 mm . Do lado direito, ao contrario, o parietal se articula 
com o esphenoide sobre um comprimento de 4 mm . Esta constatação é inte¬ 
ressante por coincidir com uma asymetria da caixa craneana, onde o maior 
desenvolvimento do parietal realizou-se do lado direito, permanecendo a 
sutura sagittal entretanto, no plano mediano antero-posterior do craneo. 
A aza esquerda do esphenoide está notavelmente menos desenvolvida do 
que a aza direita. 

A formula dentaria do maxillar superior é 21, 1C, 2m, 2 M. 
A tuberosidade do maxillar não fornece alvéolo algum para o terceiro 



Ossos longos : 

Com o craneo, acham-se 3 femurs (um par—e um femur direito menor), 
uma tibia direita e um humero esquerdo. 

A cavidade olecraneana não está perfurada, a lamina ossea entretanto 
está excessivamente delgada e transparente. 

Comprimento total 325 mra , até ao condylo 322,5 mm . 

Femur direito : 

A convexidade forma um arco cuja flecha nq ponto de altura maior 
mede 62 mm . 

índice de secção no meio da diaphyse: 124 (25x31). 

Comprimento ■ máximo, 465 mm . 

Comprimento trochanteriano, 440 ram . 

Comprimento em posição total, 463 mm . 

Comprimento em posição trochanteriana, 436, 5 mm . 

2307-924 


3 












18 


ARCHIVOS DO MUSEU. NACIONAL — VOL. XXV 


Femur esquerdo : 

Flecha da convexidade, 63,5“ m . 

índice de secção, 125 (24x30). 

Comprimento máximo total, 465 mm . 

Comprimento trochanteriano, 443 mm . 

Comprimento em posição total, 463 mm . 

Comprimento em posição trochanteriana, 434 mm . 

0 terceiro femuf (direito), tem as seguintes dimensões, tomadas 
sobre a diaphyse exclusivamente, pois que todas as epiphyses desappare- 
ceram, separadas na linha de suturà. 

Da linha de sutura inferior á linha do grande trochanter, sobre a 
face anterior, 320 mm . 

Da linha-de sutura inferior á linha do pequeno trochanter, sobre a 
face posterior, 294 mm . 

A maior largura da linha de sutura inferior, 61 mm . 

Da linha de sutura da cabeça ao ponto o mais afastado da linha de 
sutura do grande trochanter, segundo o eixo do collo (sobre a face 
anterior), 51 mm . 

índice de secção 113,51 (21x18,5) 

Tíbia direita: 

índice de platycnemia (Broca) 50,72 (17,5x34, 5). 

Comprimento máximo, 384 mm . 

Comprimento á base do malleolo, 374 mm . 

N. 16.299 

Peso (Manouvrier) grammas. 

Capacidade (Broca). 

Diâmetro antero-posterior.. 

Diâmetro transverso.. 

Diâmetro basilo -bregmatico. 

Diâmetro frontal minimo. 

Diâmetro frontal máximo. 

Diâmetro bi-mastoideu . 

Diametio bi-zygomatico. 

Diâmetro naso-basilar. 

Diâmetro alvéolo-basilar. 

Diâmetro naso-alveolar.. 

Altura do nariz. 

Largura do nariz.*. 

Largura da orbita. ...,,. 

Altura da orbita ... 

Largura alveoíar. 


1.258 
1 . 446 ^ 

180 mm (iniac. 176) 

144 

125 

93 
114 
133 
141 

94 
88 
76 

55.5 
23 
40 

37.5 
65,5; 
























Pag. IS — 













ROqUETTE-PINTO E A, CHILDE — NOTAS SOBRE OS ÍNDIOS URUPÂS 


19 


Altura alveolar... .... . 47 

Largura do buraco occipital. ....... 31 

Diâmetro antero posterior do buraco occi¬ 
pital..... .... 37 

Curva sagittal (F; 117 P. 239 I. 301). 357 

Curva bi-auricular (Pelo lado esquerdo até 

ap Bregma 145) . 293 

Curva horizontal. 515 

índice cephalíco.. 80 

índice nasal.... .. 41,44 

índice de prognathismo (Bivet) . 69° 

índice facial.|L. 53,90 

Largura inter-orbitar.. 18 mm 

índice maxillo-aJveolar.. .. 139,36 

Altura orbito-alveolar.. 43 mm 


As apophyses mastoídeas são pouco desenvolvidas como nos craneos 
anteriores; é notável também a falta de profundidade da abobada palatina, 
À formula dentaria é: 21, 1C, lm, 2M. Os únicos dentes encontrados são 
os molares gastos em taboa, de modo característico. Às tuberosidades 
maxillares não parecem ter contido alvéolos para um terceiro molar. 

* 

Com este craneo acham-se cinco ossos pertencendo a um craneo de 
creança: um frontal, um occipital, os dois temporaes e uma mandíbula. 

Frontal — A fontanelia anterior acha-se ainda largamente aberta e 
os dois frontaes primitivos soldados, deixam perceber entretanto a linha 
mediana de sutura até um pouco além da glabella: a fusão se tendo pra¬ 
ticado, primeiro, no meio da linha. 


Diâmetro frontal mínimo — 71 mm 
Diâmetro frontal máximo —- 93 

Curva saggital. — 105 

Largura inter-orbitar — 15 

Largura da orbita — 25 


Occipital — A linha mediana de sutura do osso sus-occi pitai ainda 
está perceptível. A fontanelia posterior era fechada. 

Curva sagittal até ao inion 52 mm total 97 mm . 

Largura minima (na altura das fossas cerebellosas) 65 nim . 

Largura maxirna (na altura das fossas cerebraes) 73 nini . 

Temporal direito — A apophyse mastoidea apenas esboçada. 

Altura da fossa temporal até a borda da escama 48 mm . 

Largura horizontal no sentido da arcada zygom atiça 57 : . 

















20 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — YOL. XXV 

Temporal esquerdo —■ A apophyse mastoidea apenas esboçada. 
Mesmas dimensões. 

Mandíbula — À mandíbula apresenta 12 alvéolos, dos quaes 10 têm 
os respectivos dentes. Os incisivos tinham affiorado no vivo, o lateral di¬ 
reito tendo nascido antes do esquerdo. Os outros dentes estavam contidos 
nos alvéolos, um canino de cada lado e dois molares, o ultimo alvéolo es¬ 
tando vasio. 

Largura bigoniaca 56 mm . 

O ramo ascendente quebrado de ambos os lados da mandibula. 

Largura mínima I7 mm . 

Altura da symphyse 17 mm . 

Altura do corpo mandibular (entre o I o e o 2 o molar) 14 nim ,5. 

Angulo mandibular 55°. 

Angulo symphysiano 82°. 

Ossos longos. 

Tibia direita — (fragmento) de 170 mm . 

índice de platycnemia (11,5x17) = 67, 6. 

A epiphyse superior não devia ser ainda consolidada e a diaphyse 
está quebrada á altura do terço inferior. 


Um pacote de cinco ossos de criança. 

Huméro esquerdo — Diaphyse somente. Comprimento 85 mm . 

O buraco nutritivo está a 42 mm ,5 da extremidade inferior. 

Um radio e um eubito direitos — Diaphyses somente. 

Cubito — Comprimento 76 mm . 

O radio levemente deteriorado, quebrado na extremidade superior. 

Comprimento 66 mm . Da extremidade inferior á tuberosidade bi- 
cipital 58 mm ,5. 

Uma tibia direita (diaphyse somente). Quebrada na extremidade 
inferior. 

Comprimento 83 mm . Do buraco nutritivo á linha superior de su¬ 
tura com a epiphyse 27 mm . 

índice de platycnemia (8,5x9) = 94,4. 

Um femur direito -— Diaphyse somente. 

Comprimento 102 mm , até a linha inferior da sutura de epiphyse do 
grande trochanter 83““.. 

Secção no meio da diaphyse — Largura 8 mm . Diâmetro antero pos¬ 
terior 6 mm ,5. 














ROQUE TTE-PINTO E A. CHILDE — NOTAS SOBRE OS ÍNDIOS URUPÁS 


21 


* 


Um cubito e um radio direitos: 

CuhitOy da margem superior do olecrano á extremidade da apophyse 
styloidea 280 mm ; da apophyse styloidea á cavidade sigmoidea, 245 mm . 

Radio — Comprimento 259 ram . 

Uma tibia esquerda : • 

Comprimento 380, ffim á base do maieolo 37l mm . 
índice do platycnemia (17x33) = 51,51. 

N. 16.300 


Peso (Manouvrier) grammas . 1.208 

Capacidade (Broca). 1.389cc 

Diâmetro antèro-posteríor. 176 (id. iniaco 170). 

Diâmetro transverso. 134 

Diâmetro basilo-bregmatico . 132 

Diâmetro frontal minimo. 95 

Diâmetro frontal máximo... 112 

Diâmetro bi-mastoideu. 128 

Diâmetro bi-zygomatico (metade esq. 67,5).. 135 

Diâmetro naso basilar. 99,5 

Diâmetro alveolo-basilar. 98 

Diâmetro naso-alvéolár. 70,5 

Altura do nariz. 48 

Largura do nariz (metade esq. 12). 24 

Largura da orbita. 37 

Altura da orbita. 33 

Largura alveolar (metade esq. 31,2). 62,5 

Altura alveolar (approximadamente). 52 

Largura do buraco occipital. 31,5 

Diâmetro antero posterior do buraco occipital 38 

Curva saggital (F. 123, P. 224, I. 307). 352 

Curva bi-auricular (metade esq. 151). 301 

Curva horizontal. - 507 

índice cephalico. 76,13 

índice nasal.. 50 

índice de prognathismo (Rivet). 70° 

índice facial. 52,22 

Largura iníer-orbitar. 22 mra 

índice maxillo-alveolar. 120,19 

Altura orbito-alveolar.. 44 mm 


O maxülar superior e o molar, direitos, faltam — donde resulta serem 
algumas medidas da face puramente approximativas, e tomadas como se 































22 ' 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXY 


a symetria fosse perfeita — ainda que o lado direito dos craneos aqui es¬ 
tudados pareça estar frequentemente mais desenvolvido do que. o lado 
esquerdo. . , . ........ 

,Qs arcos super pilhares, as .cristas tempôraes estão muito mais accen- 
tuadas aqui. . ; ; . 


* . . 

A sutura sagittal, e os dous ramos da sutura occipital, formando o 
lambda, soffreram, devido a edade, um processo de synostose completa. 
O osso maxillar esquerdo fornece a formula dentar 21, 1C. 2m, 3M. 


Um temporal direito, pertencendo a um craneo diferente: 

Ausência quasi completa de apophyse mastoidea. 

Dimensões: 

Da base da apophyse mastoidea sobre a impressão digastriea ao as- 
terion: 40 mm . 

Diâmetro longitudinal max., do asterion á sutura espheno-temporal: 

Diâmetro vertical, do buraco auditivo, (centro) á margem superior 
c escama do temporal: 49 mm . 

Distancia interna entre a arcada zygomatica e a sutura espheno-tem¬ 
poral: 13 mi \ 

N. 16.SOI 


Peso (Manouvrier) grammas . 0,990 

Capacidade (Broca) .. 1.138cc 

Diâmetro antero-posterior .. 165 mm 

Diâmetro transverso (1/2 esq .-64). = 128 ? 

Diâmetro basilo-bregmatico.. 120 ,5 

Diâmetro frontal mínimo...,. 86 

Diâmetro frontal ma&imò.. : 107 

Diâmetro bi-mastoideu (1/2 esq. - 48,5). = 97 ? 

Diâmetro bi-zygomatico. 100? 

Diâmetro fcaso-basilar. 86 ,5 

Diâmetro alveolo-basilar. 79 

Diâmetro naso-alveolar. 55 

Altura do nariz. 38,5 

Largura do nariz. 19 

Largura da orbita. .. r . 33 

Altura da orbita . 34 

Largura alveolar. 53 




























ROQUETTE-PINTO E A. CHILDE — NOTAS SOBRE OS ÍNDIOS URUPÁS 


23 


Altura alveqlar.. .... 33 

Largura do buraco occipital. . . 27 

Diâmetro antero-posterior do buraco occipital. 28 ? 

Curva sagitta! (F. 113, P. 223, X. 297).. 349 

Curva bi-auricular... 286 

Curva horizontal (1/2 esq. 233). = 466 ? 

índice cephalico..,... 77,57 

índice nasal..*.49,35 

índice de prognathismo (Rivet) (a variação 

pode oscillar entre I o a mais ou a menos) 77°30 

índice facial....,... 55 

Largura inter-orbitar. 16 mm 

índice maxillo-alveolar... 160,60 

Altura orbito-alveolar. 26 mm 


Do bregma ao pterion esquerdo (arco da corda): 92 mm ,5: 

Do bregma ao pterion direito (arco da corda): 88 mm . 

A fontanella anterior completamente obliterada. O parietal êsquérdo 
ultrapassa um pouco da linha sagittal, de 2 mm ,5. 


No maxillar superior ires dentes existem ainda: o I o molar de cada 

i . 

lado, e o 2 o esquerdo. À formula é 2 I, 1 C —- 3M* Ausência de pequenos 
molares. Observa-se aqui, como no n. 16.297, dous alvéolos que não se 
abriram e tem uma janella de l mm ,5 sobre a tuberosidade. W patente do 
lado direito, e simplesmente provável do lado esquerdo, onde a tuberosidade 
está muito mais fracturada. Os dentes são pouco gastos. 

Maxillar inferior — A mandibula apresenta 14 alvéolos, dos quaes 5 
munidos de dentes. Os incisivos (2) e os caninos (1) faltam. Do lado es¬ 
querdo, 3 molares (1 pequeno, 2 grandes), o ultimo alvéolo vasio; á direita 2 
molares (1 pequeno, 1 grande), ou dous outros alvéolos vasios. Dentes 
pouco gastos. 

Os condylos faltam. Formula dentar: 2.1. 1 C, l m . 3 M. 


Largura bigoniaca...-.. ... 74 mm 

Largura mínima do ramo montante. 25 

Altura symphysiana... 22,5 

Altura .dõ corpo mandibulár.. - 21 

Angulo mandibular, eptre . 46° e 49° 

Angulo symphysiano.. 70° - 




Uma segunda mandibula acompanha os ossos: 13 alvéolos (6 á esquerda, 
7 á direita) perfeitamente nitidos ; — 9 dentes presentes, todos com o des- 




















24 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 

gaetamento tabular typico: 3 incisivos presentes (2 á direita, o 2 o á esquerda) 
— os caninos faltam, 3 m (2 á direita, o I o á esquerda) 3 M (2 direitos, o 
I o esquerdo). Formula dentar: 1 Q direito 21, 1C, 2*, 2 M. 2* esquerda, 
21, 1 C, 1 M. 


Largura bígordaca. >..---.- 92 

Largura mínima do ramo montante.. 31,5 

Altura symphysi&na.. ,.... . 38 

Altura do corpo xnandibular.,.. 35 

Angulo mahdibular.. ..... 56° 

Angulo symphysiano... .... 70° 


* 

Ossos largos: 

Dous FEMtTEBS (direito e esquerdo) Pertencem, evidentemente ao 
mesmo indivíduo; a direito, entretanto, está multo sensivelmente mais longo 


do qüe o esquerdo. 

WmMP dpêife: 

A fiexa do arco de convexidade mede........ 56*“ 

índice da secção no meio da diaphyse (24X 24) .. 100 

Comprimento máximo.. *..._*....., *,... 1 430 mm 

Comprimento trochanteriano. 412 

Comprimento em posição total. 425 

Comprimento em posição trochanteriana. 401 

Femur esquerdo : 

Flexa da convexidade. 56 mra 

índice da secção no meio da diaphyse.. . . 

(25,5X27,5). 107,86 

Comprimento máximo. 420 mm 

Comprimento trochanteriano. 403 

Comprimento em posição total. 415 

Comprimento em posição trochanteriana. 393 


Duas tíbias (direita e esquerda) 
Tibia. direita : 


índice de platycnemia (19x31). 61,29 

Comprimento máximo. 376 mm 

Comprimento na base do malleolo. 364 

Tibia esquerda : 

índice de platycnemia (20x33). 60,60 

Comprimento máximo... 370 mm 

Comprimento na base do malleolo. 360 





















ROQUETTE-PINTO E A. CHILDE — NOTAS SOBRE OS ÍNDIOS URUPÁS 


25 


Peroneo direito : 

Comprimento máximo. 364 ram ,5 

Peroneo esquerdo : 

Comprimento máximo. 362 mm 


A gotteira do músculo peroneo lateral brevis, muito profunda sobre 
este ultimo peroneo. 




Iíumero direito : 

Comprimento total... ..'. 305 ,nm 

Comprimento até ao condylo. 301 


Cavidade olecraniana não perfurada. 
Hurnero esquerdo : 


Comprimento total .. 305 mm 

Comprimento até ao condylo... 300 

Cavidade olecraniana não perfurada. 

Cubito direito : 

Comprimento total. 271 mm ,5 

Comprimento na base da apophyse styloidea 267 


Altura do olecrano acima do interlinho ar¬ 
ticular. 28 

Donde — do interlinho carpe ano á dobra do 

cotovello. 239 

Radio direito : 

Comprimento total. 249 mm 

Comprimento até ao interlinho articular (base 

da apophyse styloidea). 242 


No mesmo pacote outros ossos longos, que não pertencem ao mesmo 
indivíduo. As epiphyses superiores e inferiores faltam para todos. 

Um femur direito : 

a) Da linha de sutura da epiphyse inferior (sobre a face posterior) á parte 
inferior da sutura da epiphyse do grande trochanter — 158 mm . 

b) Da parte inferior da sutura da epiphyse do grande trochanter á linha 
de sutura da cabeça do femur, sobre a borda inferior do collo—28 mm . 

c) Comprimento máximo da diaphyse — 173 mm ,5. 

índice de secção 112,50 (12xl3 mm 5). 

23G/-924 


4 















26 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXT 


Fêmur esquerdo : 


a) .. 157 mm ,5 

ò)...;. 30,5 

c) .... 175 


índice de secção 121, 73 (11, 5x14). 

Estes dous femures são do mesmo indivíduo. 

Tibia esquerda : 

Comprimento máximo da diaphyse -— 160 mm . 
índice de platycnemia — 88 (13,2x15). 

/ 

Peroneo esquerdo : 

A diaphyse está quebrada na extremidade inferior, um pouco acima 
da linha de sutura — obtem-se 159 mm . 

Dous humebos do mesmo indivíduo; 


Humero direito : 

Comprimento máximo. 163 mm ,5 

Humero esquerdo : 

Comprimento máximo. 162 mm 

Cubito direito : 

Comprimento máximo.. 146 mm 

Comprimento, menos o olecrano. 133 


Dous humebos do mesmo indivíduo: 
Humero direito (quebrado na epiphyse supe- 


Comprimento máximo. 139 mm 

Humero esquerdo (quebrado na epiphyse su¬ 
perior) 

Comprimento máximo... 141 mm 


N. 16.302 

E J um craneo de criança, de desenvolvimento irregular — um sulco 
transverso, passando pelo bregma, parece denunciar um processo de com¬ 
pressão artificial. 


Peso (Manoüvrier). ..... 0,895* 

Capacidade (Broca).... 1,029^ 

Diâmetro antero-posterior...; 155 mm ,5 















'ióâol 












ROQUETTE-PINTO E A. CHILDE — NOTAS SOBRE OS ÍNDIOS URUPÁS 


27 


Diâmetro transverso.. 

Diâmetro basilo-bregmatico. 

^ Diâmetro frontal minimo. 

' " Diâmetro frontal máximo.. 

jStra*3 Diametro ******** . 

Diametro bi-zygornatieo (metacle direita) = 92? 

Diametro naso-basilar. 

Diametro alvéolo-basilar . 

Diametro naso-alveolar. 

** Altura do nariz,. , jX.. 

largura do nariz.j. 

Largura da orbita . 

Altura da orbita .. 

Largura alveolar (metade direita) *=49?..... 

Altura alveolar... 

Largura do buraco occipital (metade direita) 

=24?.. 

Diametro antero posterior do buraco occi¬ 
pital . 

Curva sagittal (F. 105P. 209 In 292 ). 

Curva bi-auricular (Parietal m temporal es¬ 
querdo = 134). r ,..,,*. ,,.............. 

Curva horizontal......... 

índice cephaJico.., —*. . 1 . 

índice nasal.. 

índice de prognathismo (Rivet). 

índice facial. 

! Largura inter-orbitar (metade direita) = 10?. . 

índice maxilto-alveolar.... j,..... 

Altura orbito-alveolar. —..... 


129 

115 

79 ,5 
101 

84 

46 

80 (?) 
73 (?) 
50 
34 
19 ,5 

29 

30 
24,5 
30 


12 


29 ,7 
328 


452 

82,95 

57,35 

79° 

54 ,34 
7 mm ,5 
163,33 
25 ,nm ,55 


Os dous ossos maxillares superiores- estio separados; os dous buracos 
palatinos anteriores fundidos num só orifício, mediano. Os alvéolos muito 
irregulares estio em numero de 12, seis de cada lado, fornecendo a for¬ 
mula superior 21, IC, 3M. Destes dentes, um só ficou, o 2 o M di¬ 
reito. 

Os dentes incisivos de substituição estão incluidos no m&xülar. 

Os ossos do craneo estão excessivamente delgados e a falta de es¬ 
pessura em alguns pontos vae até á transparência, 

Doüs PARiETAES (direitos), um occipital e um temporal direito se 
articulando — uma mandíbula. 

1° Parietal — Fornecendo uma saliência. sobre o plano sagittal de 
69 mm ,5 (Diametro transverso presumivel 139 mm . Diametro frontal máximo 
presumivel 94 — a metade direita sendo de 47). 

Do bregma ao lambda em projecção plana 102 mm , em curva 113 mn \ 






















28 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXV 


# Pwmíal — Saliência sobre o plano sagittal 58 ram (Diâmetro trans¬ 
verso presumível 116 001 ". Diâmetro frontal máximo presumível 76 mm — a 
metade direita sendo de 38). 

Do bregma ao lambda em projeeçâo plana lQl mm ,5, em curva 116““. 

Occipital — O occipital apresenta os caracteres encontrados sobre os 
outros cr aneos .desta serie. Achatamento notável da região- illiaca, devido 
provavelmente a uma compressão. 


Diâmetro máximo em plano 


96 mra 

55 mm 


Do lambda ao ínion — curva 


Um fragmento separado, o bordo esquerdo do buraof OCiíptãl per- 
mitte determinar approximadamente: 


(Diâmetro antero-posierior. 

[Diâmetro transverso. 

Do basion ao lambda . 


St**,5 

22 (lado esquerdo = 11) 
99 (f) 


Buraco occipital 


Mandihula —A mandibula parece pertencer ao' temporal, pois que o 
condylo direito se articula perfeitamente com a cavidade glenoidea. 



96 mm (?) 
79(?) 


Largura bicondyliana, . 


Largura bigoniaca...,. | 

Comprimento do ramo montante 


44 

27 

22 

23 


Largura (miüima) 


Altura symphysiana 


Altura do corpo mandibular 


55°(?) 

76° 


Angulo mandibular.. 
Angulo symphysiano 


A mandibula apresenta sete alvéolos, dando a formula dentar 
commum a muitos craneos aqui estudados: 21, IC, 3M. Um ultimo al¬ 


véolo afastado de 35 mm do ultimo frio lar com um orifício de 6x2,5. Quatro 


dentes existem ainda os I o e 2° M, direitos e esquerdos. 

Não apresenta arrazamento da taboa; o 2 o M esquerdo, só, come¬ 
çava a se gastar. 


No mesmo pacote encontra-se um certo numero de ossos longos sem 
epiphyses; a maior parte delles estão quebrados e segundo as dimensões 
podem ser agrupados do modo seguinte: 

I o — Dous FEMijRS (direito e esquerdo). 

Femur direito : 

Comprimento máximo (diaphyse só) 216 mm . 





















*OQUETTE-PINTO E A. CHILDE — NOTAS SOBRE OS ÍNDIOS URUPÁS 


índice de secção (13x14) —92,85 

a) Do ponto inferior de sutura da epiphyse do trochanter maior á 
linha de sutura da epiphyse inferior, sobre o eondylo int° — 181 mra . 

b) Do mesmo ponto, ao ponto correspondente ao bordo int° sobre a 
linha de sutura da epiphyse da cabeça —* 40 mm ,5. 

Femur eaquerao: 

Comprimento máximo (diaphyse só) 217 mm 
índice de secção (13x14) — 92,85. 


182 mn ? 

40 mm 


Estes dous femurs pertencem portanto ao mesmo índividuo. 

2 o — Dous femurs (direito e esquerdo) quebrados cerca da metade 


da diaphyse. 


índice de secção (11,5x15)— 76,66. 


p emur esquerao : 

índice de secção (11,5x15) — 76,66. 


Estes dons femurs pertencem portanto ao mesmo indivíduo. Duas 
extremidades inferiores de femurs se encontram junto com os ossos 
citados aqui —a do femur direito concorda perfeitamente, apenas com 
falta de uma esquilha sobre a face anterior— o que permitte estabelecer 
o comprimento máximo de 226 mm . O outro femur (esquerdo) soffreu uma 
perda maior no meio da diaphyse — o que torna a medição total impos- 


3 o — Femur. mreito — Quebrado na extremidade inferior, 
índice de secção (10x11,5) -—86,95. 


28 mm ,5 


Tres omoplatas (duas direitas e uma esquerda) I 
Omoplata direita — A epiphyse do acromion é a da apophyse cara- 
oidea faltam — o angulo inferior quebrado. 













30 


ÁRCHIYGS DO MUSEU NACIONAL 


YOL. XXV 


Do mesmo ponto 4 extremidade da espinha (sutura de epiphyse)— 
67 mm ,5. 

Omoplata esquerda — Péssimo estado, O bordò axillar até ao ponto 
mais" saliente do angulo inferior — 68 mm . ■ 

As duas omoplatas são dó mesmo indivíduo. 

Omoplata direita — de um indivíduo um pouco menor. 

Cinco ossos ilíacos (ires direitos, dous esquerdos). 

1° iliaco direito — Espinha ilíaca antero-superior um pouco destruída. 

a) Distancia da espinha iliaca antero-superior á espinha postero su¬ 
perior 81 mm a 81 mm ,5; 

5) largura* da faceta auricular — da espinha postero-inferior ao ponto 
mais afastado sobre a linha innominada— 33 mm ; 

c) Deste ultimo ponto ao ponto mais alto da crista ilíaca — 37 mm ; 

I o iliaco esquerdo — Medições impossíveis. Á forma da faceta auri¬ 
cular Somente permitte prejulgar que pertence ao mesmo indivíduo do que 
o precedente. 

2 o iliaco esquerdo — Espinha iliaca antero-superior destruída em 
parte. 


.... 

b) .... 

c) .... 

2 o üiaco dir eito — Medições impossíveis. A forma da faceta" auricular 
faz crer que pertence ao mesmo individuo que o precedente. 

3 o iliaco direito — Medições impossíveis: 

Cinco tíbias (duas direitas e tres esquerdas). 

I a iibia direita ■—-Quebrada á altura do terço superior, com o terço 
medio — índice de platycnemia (13,5x18)—75. 

I a tíbia esquerda — Nas ipesm&s condições. O buraco nutritivo está si¬ 
tuado sobre o lado interno da linha obliqua, que tem uma direcção ver¬ 
tical. 

índice de platycnemia (14x18) — 77,77. 

As duas tibias pertencem ao mesmo individuo. 

2 a tibia direita — Quebrada perto do terço inferior, 
índice de platycnemia (11x12) — 71,66. 

2 a tibia esquerda — O terço superior falta. 

■índice de platycnemia (11x12) — 71,66. 

As duas tibias pertencem ao mesmo individuo. - 
3 a tibia esquerda — As duas extremidades faltam, 
índice de platycnemia (12,5x16) -—78,12. 

Humero esquerdo — Terço superior somente. 


81 mtn * 80(?) 

36 mm 

43 ram 









ROQUETTE-PINTO E A. CHILDE 


NOTAS SOBRE OS ÍNDIOS URUPÁS 


31 


Ao nível do colío a largura — 15““* O ■ diâmetro antero-posterior cerca 
de 12 mm . Outras medições impossíveis. 

, Cubüo esquerdo — Comprimento máximo — 149 nim (em 2 pedaços). 
Cubito direito A extremidade inferior falta* 

Os dons cubitos são do mesmo indivíduo. . , 

Dons outros cubitos ainda, um direito e um esquerdo, pertencendo aò 
mesmo individuo. - 

t _ 

4 PjSEONEOs: 


1° p eroneo esquerdo — Um pouco mais do terço superior. 

I o peroneo direito — Um pouco mais do terço inferior. 

Os dons são do mesmo individuo. 

2 o peroneo direito — Diaphyse somente, faltam as duas extremidades. 

1 T* 

3° peroneo direito — O^dpíp’, terços superiores, menos a epipbyse.- 

Estes ossos, como os? dous v pfecèdeátes, pertencem â creanças. Grande 
irregularidade na situação do buraco nutritivo. 

õ Rádios: 


1° radio direito — Comprimento máximo 133 mm ,5, sem as epiphyses). 
1° radio esquerdo — Falta a extremidade inferior. 

Os dous rádios pertencem ao mesmo individuo. 

2 o radio esquerdo (sem as epiphyses) Comprimeiito máximo 97 mm ,5. 

3 o radio esquerdo — Falta a extremidade inferior. 

4 o radio esquerdo — Falta a extremidade inferior. 






CONTRIBUIÇÕES PARA A NOVA FLORA BRASILIENSE 

O Gen. ALSOFH2LÃ R. Br. (1810) na flora brasileira 

(CYATHEACEAS ) 

POR 


IDE JS^IvIEA.IO 



CONTRIBUIÇÕES PARA A NOVA FLORA BBASILIENSE 


O Gen. ALSOPHILA R. BR. (1810) na FLORA BRASILEIRA 

(CYATHEACEAS) 

POR 

A. J. de SAMPAIO 

Pròf. de Botanica do Museu Nacional 


(JULHO DE 1923) 

COM XX ESTAMPAS 


O gen, Alsophila (do gr. alsos: floresta e philos: amigo), creado 
por Brown em 1810, é constituído de feios arborescentes (1) caracterisados 
essencialmente, quanto á família, pela presença de um annel longitudinal 
completo no esporangio , pelo que pertence á familia das Cyatheaceas (sub- 
serie Eufilicineae, serie Filicales lepto-sporangiatae, classe Filicales, sub¬ 
grupo Pteridophytas, grupo Embryophyta Asiphonogama, no Syst. de 
Eíigler); .seu caracter generico é a ausência de indusia no soro (soro nú) 1 (2) . 

De um modo geral, as Cyatheaceas são fetos arborescentes peculiares 
ás regiões tropicaes e sub-tropicaes, frequentes principalmente “nas cla¬ 
reiras e nas margens das mattas”, na expressão de Engler (Die Pflanzenw. 
Afrikas I: Die Pteridoph., Gymnosp. u. monocot. Angiosp., em Die Ve- 
get. der Erde, parte IX, vol. 2, 1908). São hygrophytas, em maioria; ha, 
porém, especies xerophytas, campestres (A. arbuscula, elegans, radens,» 
etc.). Restricta a estas zonas, a familia das Cyatheaceas apresenta ainda 
a particularidade de permittir uma divisão phytogeographica das especies 
dos tres gen. da tribu Cyatheeae, divisão esta adoptada como secção pri¬ 
maria nas chaves analypticas: assim, seg. Diels (Cyatheac. em Engl. Pr. 
nat. Pflzf.): gen . Cyathea : I: especies Americanas, II: Esp. Africano-ma- 


(1) Excepto Alsophila blechnoides e A. quadripinnata (não arborescentes). 

(2) Vide J. A. de Sampaio — “ O valor taxinomico da indusia nas Cyatheaceas”, no “Boletim do 
Museu Nacional”, n. 1, 1923. 








36 


ARCHIVGS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


lagassianas, III: Esp. Indianas, malesianas e pacificas (do Pacifico); no 
gen. Hemitelia : I: Esp. Americanas e Esp. do Velho Mundo; no gen. Al - 
Sophila: I, esp. Americanas; II, esp. Africanas e malagassianas e III, esp. 
indianas, malesianas e. do Pacifico. 

As especies americanas do gen. Alsophila não são todas representadas 
na flora brasileira; entre ellas ha umas de larga dispersão (vagas) e outras 
de area restricta e até mesmo entre as especies brasileiras se observa o 
mesmo facto; Alsophila microdonta Desv. é um exemplo de esp. ameri¬ 
cana peculiar a toda a America tropical; A. atrovirens (Langsd. et Fisch.) 
Pr. tem sido encontrada do sul do Brasil ao Panamá; A. prócer a e 
A. arbuscula são peculiares ao Brasil e ao oeste do Perú; A. blechnoides, 

■ que os autores citam para o Amazonas, para a Guyana, Panamá-Gua- 
temala e Trinidad, foi recentemente encontrada em Matto-Grosso pela 
Commissão Rondon, que também colligiu nesse Estado A. nigra, até 
então só registrada para o Alto Amazonas; em compensação, A. corco - 
vaâensis, feeana, elegans, r adens } leucolepsis e outras, têm sido apenas 
encontradas no Brasil; outras especies sul-americanas são peculiares aos 
paizes visinhos, assim: A. hipinnatifida Bak., da Guyana, A. phegopíe - 
roides Hk. do oeste do Perú, A. latemgam Bak., da Columbia, A, micro- 
phylla KL de Venezuela, A. conjugata Spruce, do Equador, A. tricho- 
phlebia Bak., do Paraguay, A. schiedeana Pr., de Guatemala e do sul do 
México, etc. São exemplos de endemismo. 

Attribuindo ao gen. Alsophila cerca de 112 especies, Diels (1. c.) con¬ 
sidera cerca de 50 esp. americanas, 12 africanas e cerca de 50 asiatiéo-ocea- 
nicas, discordando de C. Christensen (Index Filicum, 1906), que admitte 
185 especies. 

Limitando nosso estudo ás especies de Alsophila até hoje encontradas 
no Brasil, vimos serial-as tanto quanto possivel. pelas suas affinidades, 
guiados principalmente por Diels (nat. Pflzf.) e C. Christensen (Ind. FiL), 
deixando de pé algumas duvidas taxinomicas, que só poderiamos elucidar 
á vista dos exemplares originaes das especies. 

De accôrdo com a òbra çlassica de C. Christensen, “Index Filicum, 
1906”, e a litteratura posterior á monographia de Baker na Flora Brasi- 
liensis de Martius (1870), é de 37 o numero de especies brasileiras do gen. 
Alsophila. Faltam incluir novas especies de Rosenstock, v, gr., A. Jhe- 
rihgii, de que não temos á mão a litteratura respectiva. 

Cingindo-nos ao citado trabalho de C. Christensen quanto á nomen¬ 
clatura e á area geographica das especies, e obedecendo á monographia 
de Diels (Pflzf.) quanto aos caracteres mais apreciáveis no momento para 
as synopses, damos uma chave analyptica das especies brasileiras do gen. 
Alsophila, adoptando tudo quanto se refere a Alsophila indigenas na mo- 



A. J. de SAMPAIO — CONTRIBUIÇÕES PARA A NOVA FLORA BRASILIENSE 


37 


nographia de Diels, e acrcescentando os dados technicos não indicados 
nessa monographia e que pudemos apreciar. 

j Antes de passar ao desenvolvimento do assumpto, cumpre-nos re¬ 
gistar os nossos agradecimentos aos Srs. Dr. João Geraldo Kuhlmann, 
do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, e Drs. Augusto Barbosa da Silva, 
Theodoro Vaz e Carlos Yellozo, respectivamente director, professor e 
bibliothecario da Escola de Minas de Ouro Preto, pelo valioso auxilio 
que prestaram a este trabalho, com material de estudos e alguns dados 
bibliographicos. 


Gen. ALSOPHILA, R. Br. 1810 

B Synonymia: Trichipteris Pr. 1822, em parte; Chnoophora Kfl. 1824, 
em p.; Gymnosphoera Bl. 1828, em- parte, applicado a esp, asiaticas 
oceanicas; Chnoophora Mart. 1834; Dicranophlebia Mart. 1834; Haplo- 
phlebia Mart. 1834; Amphidesmium Bchott e Trichopteris Schott, 1834, 
em parte; Metaxya Pr. 1836, em parte; Hymenostegia J. Sm. 1842, em 
parte; Trychostegia J. Sm. 1842; Dichorexia Pr. 1848, em parte, appli¬ 
cado a esp. asiatico-oceanicas; Lophosoria Pr. 1848, em parte; Tricho- 
sorus Liebm. 1849, em parte; Alsophilopsis Karst. 1858, em parte; Fo.ur- 
niera Romm., 1873, em parte, applicado a esp. asiatica-oceanicas, 1873. 

O gen. abrange algumas especies de Polypodium creadas por Linneu 
(1873) e outros autores, assim como as esp. de Cyathea, creadas por Swartz, 
em 1801; a especie-typo do gen. Alsophila, segundo C. Christensen, é 
a que Forster em 1876 chamou Polypodium extensum, hoje denominada 
Alsophila extensa (Forst.) Spr., da Polynesia, de Nova Guiné e de Celebes. 

Caract. genericos : Fetos em geral arborescentes, de estipe (caule se¬ 
melhante ao de palmeiras) erecta, raro decumbente (v. gr. A. blechnoides), 
podendo attingir quando erecta, até 15 m. de altura (A. armata, seg. Ma- 
xon), coroado, como o de palmeiras por um capitel de frondes (nome cor¬ 
rentemente dado ás folhas de Cyatheaceas e outros fetos), amplas. Frondes 
uniformes ou dimorphas quanto a seus segmentos (v.-gr. em A. procera), 
uni-, bi-, tri-, ou quadripinnadas, de nervação simples ou furcadas (bi ou 
trifurcadas) nos segmentos (pinnulas). Soros sem indusia (2) , axillares 
da bifurcação ou dorsal das* venulas,. em geral uniseriados; receptáculo 
globoso, em geral piloso (os pellos com a denominação especial de para- 
physes). 

São conhecidas 37 especies brasileiras que se distribuem em quatro 
sub-generos, conforme chave analyptica, a seguir. 

Estudando as especies brasileiras os autores verificaram a possibi¬ 
lidade de adoptar para ellas vários typos, uns sem semelhantes além do 




38 


ARCH1V0S DO MUSEU NACIONAL 


VOL. XXV 


typo na nossa flora (À. bleehnoides) (3) , outros com varias especies a elles 
ligadas por evidentes affmidades, constituindo em conjuncto estes últimos 
typos com os seus affins o que os autores chamam grupos específicos. v. gr.: 
grupo procera (Die Procera-Gruppe) no qual Rosenstock (Beitraege zur 
Pteridophytenflora Südbrasiliensis, Hedwigia, vol. 43, 1904, pag. 213) 
approxima Alsophila arbuscula Prsl. e A. atrovirens L. et F. de A. procera 
Klfs:; o grupo armata que em trabalho recente W. Maxon estudou em 
relação ás especies norte-americanas (Contr. U. S. Nat. Herb. 1922, fase. 
n. 7) e que também poderemos admittir para especies brasileiras, etc., essa 
discriminação de grupos ou typos offerecendo grande interesse didactico, 
para as identificações e a organisação de material, assim como para a veri¬ 
ficação das affinidades especificas. 

Chave analyptica das especies brasileiras 
Do Gen. ALSOPHILA, R. Br. 

De accôrdo com o trabalho de Diels em Engler-Prantl-Die nat. Pflan- 
zenfamilien e com adaptações á distineção exclusiva das especies brasi¬ 
leiras, mas incluindo citações de especies das Guyanas, prováveis no norte 
do Brasil. 

I — Frondes simplesmente pinnadas: (unipinnadas) sub-gen. 

Metaxia (Pr.) Diels. 

1) Pinnas integras, pelo menos na metade inferior do limbo: 

I. A. bleehnoides (3) (Rich.) Hk., Est. I. 

_ c _ 

2) Pinnas pinnatifidas: 

A. hipinnatifida (Bak.) da Guyana. 

II — Frondes bipinnadas: 

1) Pinnulas integras ou apenas crenadas ou dentadas; recep¬ 
táculo em geral densipiloso; fetos arborescentes: Sub-gen. 
Trichopteris (Pr.) Diels. 

A) Pinnulas de bordos Íntegros, pelo menos na metade inferior: 

2. A corcovadensis (Raddi) C. Chr. Est. II e est. III, 
fíg. 1. 

B) Pinnulas crenadas ou dentadas até a base: 

a) Soros em linhas longitudinaes parallelas e próximas á nervura 
mediana (costa) da pinnula: 


(3) Que na fácies se approxima de A. Williamsii Maxon, do Panamá, distincta, no emtanto, pela 
nervação, etc. 




A, J, de SAMPAIO — CONTRIBUIÇÕES PARA A NOVA FLORA BRASILIENSE 


%) Soros uniseriados: 

§) Raches das pinnulas com canal tomentoso: 

3. A. decipiens Fée.; Est, III, íig. 2. 
§§) Raches das pinnulas sem canal tomentoso: 

4. A. Feeana C. Chr.; Est. III, fig, 3. 
%%) Soros biseriados em cada lado da pinnula; limbo infrapilloso: 

5, A, elegam Mart.; Est. III, fig. 4. 

b) Soros em Unha longitudinal marginal sinuosa: 

A, marginalis KL, da Guyana. 

c) Soros não em linha longitudinal parallela á costa ou á margem, 
mas sim dorsaes das venulas em cada segmento e sem o parallelismo supra 
indicado: 

%) Separados uns dos outros e em numero de tres a seis por se¬ 
gmento: ' 6. A. guimaraensis Fée; Est. III, fig, 5. 

%%) Conniventes em triângulos de apice voltado para a margem, 
em geral oito soros por segmento: 7. A. Uhi Christ. 

2) Pinnulas mâis ou menos partidas: 

a) Venulas todas ou quasi todas (4) simples; soros dorsaes: 

sub. gen. Haplophlebia, Mart. 

%) Pinnulas no máximo partidas só até o meio: 

§) pinnulas inferiores mais curtas que as medianas: 

°) pinnulas obtusas ou curtamente apiculadas: . 

”). lamina sub-glabra, sub-coriacea: 

8. A. atrovirem Langsd. et.~F.) C. Chr, 

. ” ’*) lamina pilosa: 

£) lamina infra pilosa: 9. A. radens Klf.; Est. IV. 

££) lamina infra esparsi e supra densi-hirsuto-pilosa: 

10. A . piUgera Hieron,; Est. III, fig. 7. 
(f. exindusiada de Hemitelia Hostmanni Hk.?) 
00 ) pinnulas evidentemente acuminadas ou caudadas: 

11. A. Miersii (4) Hk.; Est, III ? fig. 8 e Est. VI. 
§§) pinnulas inferiores maiores que as demais: 

°) pagina inferior pauçipaleacea, sub-nua, com escamas esparsas: 

12. A. procera (Willd.). Desv.; Est. V. 
°°) pagina inferior multipaleacea (com escamas numerosas): 

13. A. arbuscula Pr. 


(4) Em A. Miersii, por exemplo, é frequente observarem-se venulas bi ou trifurcad&s e outras 
simples. 




40 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


§§§) pinnulas inferiores approximadamente tão longas como as 
medianas: 

°) Soros isolados; peciolo com escamas bicolores: 

14. A. dichromatolepis Fée. Est. III, fig. 6. 
°°) Soros confluentes enchendo pelo menos a metade da face 
inferior da lacinea: 15. A. leptocladia Fée Est. V. 

%%) Pinnulas partidas até além do meio ou quasi até a costa 
(nervura mediana): 

§) Soros medianos (collocados approximadamente a egual dis¬ 
tancia da margem e da‘nervura): 

°) Venulas tres a quatro por lacinea: 

A. oblonga KL, da .Guyana. 
(f. exindusiata de Hemitelia (2> multiflora R. Rr.) 

00 ) Venulas seis a oito por lacinea: 

") Pinnulas sesseis: 

£) coriaceas: A. pungem (Willd.) Klf., da Guyana. 

££) hérbaceas: A. compta Mart., do Brasil, citada de novo 
adeante. 

” ") Pinnulas pecioluladas: 

£) Pinnulas sem escamas e afastadas umas das outras, de raches 
2 a 3-eanieulado, de venulas atro-purpureas: 16. A. àperta Fée. 
££) Pinnulas infra escamosas na costa, e nas venulas. 

&) Pinnulas acuminadas em cauda: 17. A. Glaziovii Fée. Est. VII 
Sc Sc) Pinnulas agudas ou obtusas, não caudadas: 18. A. compta 7 

Mart. Est. III, fig. 9. 

§§) Soros sub-marginaes: 

19. A. praecincta Kze. Est. III, fig. 10 e Est. X. 

b) Venulas bi ou trifurcadas: Sub-gen. Dicranophlebia Mart. 

%) Soros isolados, axilares da bifurcação ou dorsaes das venulas: 
§) Segmentos até quatro vezes mais longos que largos: venulas 
seis a nove em cada lado do segmento: 

°) Fronde glabra ou sub-glabra, escamosa ou não: 

”) de lamina coriacea ou sub-coriacea: 

£) Pinnula peciolulada: 

8c) Receptáculo piloso; costula infra sem escamas: 

A. gibbosa Kl. da Guyana. 

Sc8c) Receptáculo nú: 20. A. aquilina Christ. 

££) Pinnula sessil: 

8c) Segmentos contiguos: 

^) Raches rufescente: A. aspera R. Br., da Guyana. 



A. J. de SAMPAIO — CONTRIBUIÇÕES PARA A NOVA ELORA BRASILIENSE 


41 


Raches não rufescente, densiaculeada (fide 1CJrban): 

21. A. nitens J. Sm. Est. VIII. 
&&) Segmentos afsustados: 22. A. dorsalis Fée <5) Est. IX, fig. 1. 

Syn. de Hemitelia setosa ? 

” ”) de lamina herbacea: 

£) Raches pardo claro; soros fixos cerca do meio da venula: 

Sc) Lamina infra esparsi-escamosa e pouco pilosa: 

23. A. phaierata Mart. Est. IX, fig. 2 e Est. XI. 
Sc Sc) Lamina evidentemente densi-escamosa: 

24. A. leucolepis Mart. Est. IX, fig. 3 e Est. XII. 
££) Raches preto: 

25. A. nigra Mart. Est. IX, fig. 4 e Est. XIII. 
°°) Fronde evidentemente pilosa, pelo menos na face inferior: 

”) Peciolo muito fracamente muricado; pinnullas infra lanosas: 

26. A. villosa Desv. Est. IX, fig. 5 e Est. XIV. 
” ”) Peciolo evidentemente muricado; pinnulas não villosas: 

£) Segmentos inferiores da pinnula, não raro menores, co¬ 
brindo o raches: 

27. A. plagiopteris Mart. Est. IX, fig, 6. 
££) Segmentos inferiores cobrindo por vezes o raches, mas então 
eguaes ou maiores que os demais: A. contracta, cit. adiante: 
£££) Segmentos inferiores não cobrindo o raches ; pinnas alternas : 
Sc) Segmentos Íntegros ou anteriormente denticulados, de axilla 
aguda: 

= ) Venulas oito a 10: 

28. A. paleolata Mart: Est. IX, fig. 7 e Est. XV. 
= =) Venulas cinco a seis: 29. A. Goyazensis Christ. 

■ 8cSc) Segmentos dentados, de axilla curva ou recta: 

30. *4. contracta Fée. Est. IX, fig. 8. 
§ §) Segmentos quatro a seis vezes mais longos que largos; venulas 
no mínimo 10 de cada lado do Segmento; segmentos crenados: 
°) Ápice e limbo infra glabros ou paucipüosos: 

31. A, microdonta Desv. Est, IX, fig. 9 e Est. XVI, 
00 ) Ápice e limbo infra pilosos; 

”) Fronde herbacea: 32. A. armata. Pr. Est. XVII, XVIII e XIX, 
fig. 1. 

” ”) fronde rigida: 

£) Pinnulas obtusas, villosas: 33. A. Poeppign Hk. 


(5) No Herv. do Mus. Nac. eollocamos junto de outros exempl. de Hemitelia setosa, exémpl. iden¬ 
tificado como A. dorsalis Fée, muito provavelmente uma simples forma exmdusiada de H. setoas, 
synonymo seg. Baker. 

2307-924 


*■ 


6 




42 


ARCHIV0S DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


££) Pinnulas caudadas, glabras: 84. A. eímgata Hk. Est. XIX, fig. 1-2 

e 11-d. (Â. tijucensis Fée). 

%%) Soros confluentes, enchendo %. ou % ou toda a face inferior 
do segmento. 

§) Segmento basilar da pinnula adherente á costa: 

35. Â. impressa Fée. Est. XIX, fig. 1-3. 

§ §) Segmento basilar da pinnula livre da costa. 

ü ) Glabra: 

A. aquilina Christpjá citada. 

°°) pilosa. 

”) Segmento basilar cobrindo a costa: 

A. plagiopteris Mart., já citada. 

” ”) segmento basilar não cobrindo a costa. 

£) Pinnula infra villosa: 

A. villosa, já citada. 

££) Pinnula não villosa; 

A paleolata, já citada. 

III. Frondes tri ou quadripinnadas: Sub-gen. Multipinnula. 

A. Fronde infra albo-villosa ou sub-femiginea; segmentos terciários 
partidos ou pinnados; raches M ou trisulcada: 

36. A. guadripinnata (Gmel.) C. Chr. Est. XIX, 
fig. 1-4 e Est. XX. 

B. Segmentos terciários apenas crenados; raches flexuoso, bisulcado: 

87. A. flexmsa Fée. 

A presente chave é, como se vê, arbitraria, destinando-se principal- 
mènte a facilitar os trabalhos de identificação de material. 

As affinidades naturaes das especies, não podendo ser bem definidas 
senão mediante acurado estudo dos exemplares-originaes respectivos, o que 
nem mesmo aos especialistas melhor apparelhados foi dado reaiisar de 
modo indiscutível, não são por isso conhecidas de modo a nos permittir 
uma segura orientação no caso; seria absurdo argumentar simplesmente 
com diagnoses e iconographias, sabido como é que não basta actualmente 
a litteratura phytographica para aperfeiçoamento taxinomico. 

Para esclarecer o leitor nesse ponto, se neophyto no assumpto, vamos 
nos limitar a duas únicas citações: 

X a ) Em seu trabalho “Studies of tropical american ferns, n. 3” (Contr. U. S. Hat. 
Herbarium vol. 16, parte 2, Washington 1912) o illustre especialista Wüliam R, Maxon 
descreveu 21 efepecies norte-americanas do gen. Hemitelia, subrgen. Cnemidaria, esta¬ 
belecendo a respectiva chave analyptica; depois de se referir ás.diffieuldades que apresentam 
as Cyatheaceas pára uma satisfactoria delimitação das respectiva especies, declara que, 









A. J. de SAMPAIO — CONTRIBUIÇÕES PARA A NOVA FLORA BRASILIENSE 43 

não obstante o abundante material accumulado em Washington e New York, foi-lhe 
impossiv.l a satisfactoria conclusão do referido trabalho sem a assistência dos especialistas 
europeus e consequentemente sem a consulta aos hervarios da Europa, pelo que recorreu 
aos hervarios do Jardim de Kew, do British Museum de Londres, do Botanisk Museum 
de Copenhague, do Jardim Botânico de Bruxellas, do Jardim e Museu Botânicos de Berlim, 
do Dr. Christ, de Basel e do Dr, Rosenstock, de Gotha. 

2 a ) E. de Wildeman, iflustre direetor do Jardim Botânico de Bruxellas, em seu tra¬ 
balho “A propos de Phytographie”, publicado em 1914, no vol. 50 (Supplemento) de 
Engler Botanische Jahrbücher, referindo-se á importância e ás actuaes difficuldades da 
phytographia, diz textualmente: 

«Les botanistes anatomistes, physiologistes et biologistes sont portés à ne donner 
aucune valeur à 1'herbier. 

Pour les premíers, en général, les earactères anatomiques sont seuls capables de 
permettre des conclusions de haute Science; pour les seconds, la vie intime de Porganisme 
permet, mieux que tous les autres earactères, d^rriver à des conclusions sur la filiation 
dep étres. Pour le biologiste, enfin, la seule étude de valeur est 1’appréciation de la vie; 
car, en se basant bien entendu sur les données de 1’anatomie et de la physiologie, il con- 
sidère le travail du phytographe comme celui d’un simple manoeuvre destiné à comparer 
entre elles les plantes, et comme un colleetionneur de foin sèehe. 

Ils ne songent pas suffisamment que toutes leurs études sont vouées à la depreciation 
si elles ne portent sur des doeuments soigneusernent definis. Or, commeht pourraient-ils 
determiner leurs materiaux d ? études si des descriptions soigneuses n’ont pas été faites, et 
si lés doeuments authehtiques ne se trouvent conservés avec soin dans les herbiers ? 

Trop souvent, malheureusement, les études anatomiques et biologiques sont faites 
sans examen specifique préalable, et beaucoup dentre elles sont ainsi, dès la base enta- 
ehées d ? erreur. 

Mais, diront cértains botanistes, les flores sufíisent pour déterminer les espèces. 
CPest là ime appreciatiqn erronée. Tous ceux quí se sont occupés de la detehnination 
d^éehantillons ont pu se rendre compte très souvent qu J il est, dans bien des cas, difficile 
et même impossible de determiner, sans le moindre doute, un type végétal si 1'on n’a pu le 
comparer à un échantillon d 9 herbier type ou authentique. 

La deseripfeion, même minutieusemfent faite, peut induire un observateur en erreur, 
car elle est loin d'être capable, sauf si des earactères particulièrement saillants existent, 
de presenter une peinture complète d J un végétal. 

Tous les phytographes savent aussi que même des planches fort bien faites, ce qui 
est loin d’être commun, ne peuvent, dans la plupart des cas, remplacer un échantillon 
d J herbier, fuit-il même en mauvais ètat, pourvu qu’il ait été authentiqué par un bota- 
niste ayant fait se preuves. » 

Devo por isso definir o presente estudo como uma compilação dos 
actuaes conhecimentos phytographieos relativos ás especies brasileiras do 
gen. Alsophila, cuja necessidade se evidencia do simples facto de só se 
referir a monographia de Baker na Flora de Martius a 20 especies brasi¬ 
leiras, sendo como é hoje de 37 o numero das que admitte Christensen 
(Index' Filicum) para o Brasil. 

Eis um exemplo em abono dos esforços que é preciso desenvolver para 



44 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


que venha a ser possível a revisão da Flora de Martius, hoje antiquada, 
revisão de que deve resultar a elaboração de uma nova “Flora Brasiliense”, 
em vernáculo, que remova tanto quanto possível as actuaes difíiculdades 
da phytographia e das identificações das plantas, para que a phytographia 
não continue a ser, maximé em nosso meio, um tão grande obstáculo ás 
•pesquizas botanicas, em especial da Biologia vegetal, cuja primeira etapa 
é o reconhecimento taxinomico das plantas em estudo. 

Em outros trabalhos a publicar nos “Ar chi vos” e no “Boletim” do 
Museu Nacional, proseguiremos na reunião de dados technicos que apro¬ 
veitem á revisão da “Flora Brasiliensis” de Martius. 


# 

Reservamos para uma segunda nota a discriminação dos grupos espe¬ 
cíficos que as affinidades de varias especies permittem verificar no genero 
Asophila e bem assim o estudo do polymorphismo foliar no genero. 

Conforme o trabalho que publicamos no “Boletim” do Museu Nacional 
— I, sob o titulo “O valor taxinomico da indusia nas Cyatheaceas”, 
devemos considerar precaria a situação das especies de Alsophila e desse 
genero mesmo, sujeito a desapparecer talvez, á vista das verificações feitas 
por vários autores quanto a indusias fugazes ou caducas nas Cyatheaceas- 
cyatheeae a que pertence o genero citado. 

Não será de admirar que venha a ser adoptada a proposição de Co- 
peland, que um dos trabalhos de Maxon nos fez conhecer, para que sejam 
fundidos em um unico genero os tres citados, da tribu cyatheeae: Cya- 
thea, Hemitelia e Alsophila. 

Os autores em geral manteem ainda hoje estes tres generos como 
distinctosj na falta de uma solução segura e natural para o caso; Diels, em 
Die nat. Pflzf., diz que a distineção entre estes tres generos é hoje mantida 
como recurso ou expediente de momento, e Maxon em uma de suas notas 
constantes de Contr. XI. S. Nat. Herbarium, referindo-se á proposição de 
Copeland, declara também que para o momento prefere admittir os tres 
generos. 

Vários teem sido os casos de especies do gen. Asophila transferidas 
hoje para os gen. Hemitelia ou mesmo Cyathea, sendo consideradas por 
isso como simples formas exindusiadas de especies destes dois últimos ge¬ 
neros algumas das especies deseriptas como Alsophila. O simples compulsar 
do Index Filicum de C. Christensen permittirá ao leitor a verificação da 
extensa synonymia. Na nossa citada nota sobre o valor taxinomico da 
indusia nas Cyatheaceas ventilamos o assumpto. 

Á' vista das difficuldades que offereee a solução deste problema taxi¬ 
nomico, deve-se deixar permanecer distinctos actualmente os tres generos, 





A. J. de SAMPAIO 


CONTRIBUIÇÕES PARA A NOVA FLORA BRASILIENSE 


45 


continuando por- isso a ter personalidade taxinomica (se me permittem a 
expressão) o gen. Alsophila, como é admittido. Devo deixar em evidencia 
que no momento actual algumas especies brasileiras de Alsophila já são 
apontadas como prováveis formas exindusiadas de especies de Hemitelia; 
assim, Alsophila dorsalis (Fée), considerada por Baker como sendo prova¬ 
velmente Hemitelia setosa; a especie guyanense A. oblonga, considerada 
como provavelmente H. multiflora, de que, a nosso ver, muito se relaciona 
também A. piligera Hieron. 

Caracteres específicos e dos sub-generos em que se distribuem as 

especies brasileiras 

Observação — Por vezes as diagnoses de novas especies teem sido 
limitadas aos caracteres de um simples fragmento da fronde, razão porque 
são omissas; de um modo geral, cumpre completar as descripções dos fetos 
arborescentes brasileiros, o que é trabalho a realisar á vista do exemplar 
vivo e, se possivel, attendendo-se a questões ecológicas e a variações na 
producção dos soros, observando nos soros verdes a presença ou não de 
indusia, pois teem sido verificadas esp. sem indusia (á vista de exemplares 
de hervario) que, no em tanto, são providas de indusia tenue, frágil, caduca 
ou fugaz; d J ahi a razão pela qual algumas especies novas de Alsophila foram 
verificadas mais tarde como Hemitelia, etc, (2) 

Abreviaturas: alt. : altura; diam.: diâmetro; Esp.: especie; Farnkr.: 
H, Christ — “Die Farnkráuter der Erde; Ind. FU.: C. Christensen — 
“Index Filicum”; l. c.: obra citada; lg.: longo, a (com relação a compri¬ 
mento); alt: largo, a (com relação a largura); Pflzf.: Engler-Prantl-Die 
natürlichen Pflanzenfamilien. 

stjb-gen. I: Metaxia, (Pr.) Diels 

Frondes unipinnadas, Monotypo na flora brasileira: 

1. Alsophila blechhoi3des (Rich.) Hook. Bp. Fil, I. 35. • Est. I. 

Synon.: Polypoâium hlechnoides L. Rich. Act. S. Hist. Nat. 

Paris I, 1792; Sw, 1806; P. rostratum H. B. Willd. 
(não Grev.), 1810; 

P. Parkeri Hk. et Grev. 1831. 

Aspidium rostratum HBK (não Wall.), 1815. 

Amphidesmium hlechnoides KL 1847, 

Alsophila rosírata Mart. Ic. Cr. Bras. 64. t. 39, 1834. 

Metaxya fostrata Pr. 1836. 

Rhizoma rasteiro. Frondes grupadas em cespedes sesseis, 1 a 1,20 m. 
alt., unipinnadas ; pinnas pecioluládas, lanceoladas, membranaeeo-papy- 



46 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 

raceas, glabras, inteiras, excepto no apice, que é dentado ou crenado e eau- 
diculado (rostro, donde o n. espeef. rostratum supra citado); venulas tenues, 
livres x parallelas, simples, ou raro bifurcadas, numerosissimas. Soros 
dorsaes das venulas, numerosos e em geral em duas series ou linhas irre¬ 
gulares longitudinaes, próximas á nervura mediana, mais nitida em geral 
a linha interna; esporangios entre longas paraphyses. 

A. geogr.: America tropical: índias Occidentaes, Perú, Guyanas, 
Brasil: Amazônia, nas mattas do rio Negro, seg. Mart.; o Herv. Mus. Nac. 
permitte-nos accrescentar: Matto-Grosso, S. Manoel. Fev. 1912, Hoehne 
5.267 e 5.268, graças a material colligido pela Commissão Rondom 

A esp. não tem símile entre os representantes brasileiros do genero 
Alsophila; é em nossa flora o representante único do sub-gen,. Metaxya 
(Pr.) Diels; pela fácies approxmia-se de A. Williamsii Maxon, do Panamá, 
recem-descripta e de que diífere pela nervação e outros caracteres, pelo 
que A. Williamsii Maxon foi incluída pelo seu autor na sub-gen-Trichop- 
teris. (Vide W. R. Maxon “A Singular New Alsophila From Panamá”, 
em Contr. U. S. Nat. Herbarium, vol. 24-2, Washington, 1922.) 

Emquanto que A. Williamsii Maxon apresenta caule de 2 m. de altura 
ou mais, a especie brasileira A. blechnoides se distingue das demais no 
genero pela falta de tronco ereeto dos demais fetos arborescentes; Christ 
(Die Farnkrâuter der Erde, 1897) diz que A. blechnoides se destaca pela 
ausência de estipe e pela pinnação simples. 

sub-gen. II: Triehopteris, (Pr.) Diels 

* 

Bipinnadas; pinnulas integras ou apenas crenadas ou dentadas; 

receptáculo em geral densipiloso. 

2. Alsophila coroovadensis (Raddi, não Fée) C. Chr. Ind. Filicum 
1906. Est. II e III, fig. 1. 

Bynon.: Polypodium corcovademe Raddi (não Fée) Byn. Fil. 

Bras. 1819 e Pl. Bras. I. 26. t. 40 f. IY-b e t.47-3, 1825; 

P. taenitis Roth. Nov. Sp. Plant. 1821. 

Trichipteris excelsa Pr. Del. Prag. 1822; Trichopteris denti- 
culattt Pr. Tent. 1836. 

Alsophila excelsa Mart. Ic. Orypt. Bras. 63, t. 27 e 29, fig. 1 e 
2, t. 37, 1834; A . taenitis Hk. Sp. Fil. I. 35. 1844; Baker, 
Fl. Mart. I. 2, 319, t. XL, fig. IV b e LXVII, fig. 3; H. 
Christ. Farnkr. 1897 e Wettst. und Schiffn, Ergebn. 
boi. Exped. Südbras. I. 1908; etc. 

Arborescente, I, 50 a 6 m. alt. Frondes grandes, 1,20 a 2,50 lg., 60 a 
90 cm. lt., bipinnadas , coriaceas; pinnulas pecioiuladas, 12-20-jugadas, sub- 




A. J. de SAMPAIO — CONTRIBUIÇÕES PARA A NOVA PLORA BRASILIENSE 


47 


oppostas em geral, 7,5 a 10 cm. lg. lanceoladas ou lineares sub-integras, (1) 
1,5 cm. lt.; soros uniseriados , em linha longitudinal parallela á nervura 
mediana (2) e equidistante (3) do bordo; venulas bi-ou trifurcadas; esporangios 
entre longas paraphyses. Pinnulas estereis mais largas e de apiculo mais 
curto, seg. Christ. 

Esp. prox. de A. elegans Mart. (sub-esp. de A. corcovadensis, seg. 
Christ-em-Wettst. und Schiffn.-Ergebn. p. 17), de que se distingue por ter 
esta (A. elegans) pinnulas menores, crenadas e soros pelo menos na base 
da pinnula biseriados. 

H. Christ,, em Westtst, und. Schiffn.-Ergebn. cit. admitte para as 
especies as seguintes variedades novas: 

var. laurifolia Christ, 1. c. p. 16, t. I, fig. I e t. VIII, f. 13 e 14. 

Pinnulas ferteis ovaes, 11 cm. lg., 2 a 9 cm. lt., inteiras. 

var. lobata Christ, 1. c. p. 16. 

Pinnulas crenadas, de crenação com 3 mm. de larg. e 2 mm. 
de profundidade; soros em linha longitudinal parallela á cre¬ 
nação, pelo que esta var. tem o fácies de A. Miersii Hk. seg. 
Christ. 

var. submarginalis Christ, 1. c. p. 37. 

Pinnulas ferteis 10 cm. lg., 1-2 cm. lt., denticuladas; soros a 
1,5 mm. do bordo (isto é, mais proximos da margem, donde o 
nome da var.) 

A. geogr.: Sul do Brasil: Minas Geraes, Rio de Janeiro, S. Paulo, 
Santa Catharina, Rio Grande do Sul. No Herv. Mus. Nac.: S. Paulo; 
Santos, 10-12-1874, Mosen 3.100; Rio: Riedel s. n.; Minas Geraes, Fev. 
1881, herv. Amélia; var. lobata : Minas Geraes, serra da Piedade, Damazio, 

1.118. 

Seg, A. Christ, A. corcovadensis é typo de um grupo especifico a que 
pertencem A. Feeana C. Chr.: (A. Glaziovii Bak.) e A, elegans Mart., que 
considera aliãs como sub-esp. de A. corcovadensis (Raddi) C. Chr. (H. Christ- 
Wettst. und Schiffn.-Ergebn. cit. p. 17). Os caracteres distinctivos dessas 
especies constam da chave analyptica. 

3. AlsophIla decipiens Fée, Cr. Vasc. Bresil 2.81, t. 103, f. I, 1872-73. 

Est. III, fig. 2. 

Arborescentes, 60 a 80 cm. alt. Frondes glabras, bipinnadas, de pecioló 
espinhoso, de espinhos inferiores uncinados e superiores rectos; raches das 
pinnulas largamente canalieulada, de canal densi-tomentoso; pinnas oblongas 


(1) Na var. lobata são crenadas. 

(2) Excepto na var. lobata. 

(3) Excepto na var. sub-marginoMs. 




48 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — YOL. XXV 


30 cm. lg.; pinnulas laneéoladas, 17 a 19-jugadas, alternas, uniformemente 
cr e nadas, de base, cordato-truncada, 5 cm* lg., 1 cm. lt., de nervuras infe- 

' A ... 

riormente escamosas, com escamas alvacentas túrgidas simulando espo- 
rangios ou indusias de Cyathea; soros uniseriados; esporangios grandes, 
ruivos, de annel 30 a 32-articulado. 

A. geogr.: E. do Rio: Serra do Itatiaia, seg, Fée 1. c. 

Observação —* O. Ohristensen, em Index Fílicum 1906, admitte com 
reserva esta esp. de Fée. 

4. Alsophilà Feeanà C. Chr. Ind Fil. 42, 1905. 

Syn,: Alsophilà Glamomii Bak. (não Fée) FL Mart. 1-2. 592. 1870. 

Trzckoptens êemm Fée (não Pr.), Cr. Yasc. Br. 2. 83. 

1872-73. 

Nota: Fie, em Cr. Yasc. Br. 1869 p. 175, considerou Tr, elegans Fée 
como synonymo de Alsophilà elegans Mart., porém na continuação desse 
seu trabalho (vol. II, 1873, p. 83) considerou-a differente de A. elegans 
Mart., dizendo: 0 especimen differe hgeiramente da estampa de Martius 
(lc. Crypt. Bras. p. 63 t, 38). As frondulas são um pouco obtusas e mais 
longamente pediculadas* Estas differenças, de resto, não são notáveis. • 

C. Christensen, concordando com Fée quanto a serem diferentes 
A. elegans Mart. e Tr. elegans Fée, creou o novo nome A. Feeana C. Chr. 
para esta especie a que Baker em 1870 chamara Á. Glaziovii, denominação 
que não podia ser conservada porque já outra especie do mesmo gen. 
t existia com esse mesmo nome (Á, Glaziovii Fée) creada por Fée. em 1869; 
esta esp. de Fée tinha direito á ^prioridade. 

Arborescente, Frondes bipinnadas, sub-coríaceas, glabras, 60 em. lt. 
de raches nua; pinnas oblongas laneéoladas, pecioladas, 30 a 3 cm. lg. ; 

* '10 a 12,5 cm. lt; peciolo 2,5 cm. lg.pinnulas afastadas, 12-15- jngadas, 
alternas ou sub-oppostas, linéar-liguladas, agudas, crenuladas e peciolu- 
.ladas; soros-pequenez, uniseriados, mais proximos da-nervura mediana; 
receptáculo globoso, densipilosd; paraphyses ferrugineas. 

A, geogr .: Brasil: Rio de‘Janeiro (Fl. Mart.); no herv. do Museu Na¬ 
cional: Paraná: Fernandes Pinheiro, in silva primaeva, 1-904, leg. et det. 
P. Dusen 3224. Beg. Rosenstock: Santa Catharina. 

Prox. de A. corcovadensis (Raddi) C. Ghr., de que se distingue, ség. 
Baker (FL Mart.), pela consistência menos coriaeea, pelo menor numero 
de pinnulas e por serem as suas pinnulas mais curtas e crenuladas e os 
soros maiores, mas em menor numero. 

Beg. Christ. (Geogr. d. Farne 1910, p. 312), é xerophyta, dos campos 
do sul do Brasil, como A. elegans e A. arbuseula. 

Nota : À pinnula fértil apresenta bordos revolutos. 






A. J. de SAMPAIO — CONTRIBUIÇÕES PARA A NOVA FLORA BRASILIENSE 


49 


5. Alsophila elegans Mart. Ic. Cr. Bras. t. 38, 1834. 

Synon.: Trichopteris elegans Pr., Tent. Pter. 59, 1836. 

e como var.: Alsophila crenata Kze. Bot. Zeitg. 1844 e 
Trichopteris QfendtaV ohl, Fée Cr. Yasc. Br. I. 175. 1869, 
syn. da var. crenata Bak. 

Muito próxima de A, corcovadensis (Raddi) C. Chr., de que H. Christ 
considera simples sub-especie (Christ em Wettst, und Schiffn.-Ergebn. 
cit.), distingue-se de A. corcovadensis (Raddi) C. Chr. por ter pinnulas 
menores e soros em duas Unhas irregulares, pelo menos na base da pinnula , 
as pinnulas de margem revoluto-integra (no typo) ou crenada (na var. 
crenada Bak.) 

var. crenata Bak. FL Mart, 1-2, 1870. (Synonymia já citada acima). 

Pinnulas mais ou menos crenadas. 

A, geogr.: Brasil: S. Paulo e Minas Geraes (esp. typo); para a var.: 

* 

Minas Geraes, seg. Fl. Mart.; o Herv. do Museu Nacional do Rio de Jan. 
permitte-nos acerescentar: E. do Rio: Serra do Itatiaia, V1-902, P. Dusen 
453, det. Christ.; Paraná: S. Bento, Rincão das Pedras, Jan. 1880, Sch- 
wacke coll. 11-83, det. A. Samp.; quanto á var. : Minas Geraes (Caldas, 
Regnell 1-479 e Mosen 2.041): Ouro Preto, Damazio, 832 leg, et det.: 
S. Paulo: Serra da Bocaina, Set. 1879, Glaziou e Schwacke s.n., de t. A. 
Samp. 

Seg. H. Christ (Geogr. d. Farne 1910): faz parte do grupo de fetos 
arborescentes xerophilas, dos campos do sul do Brasil (vide A. Féeana 
C. Chr.) e também se encontra nas mattas frescas do iittoral, de permeio 
com A. quadripinnata, Féeana,' corcovadensis, phalerata e outras cya- 
theaceas; como caracteres xerophyticos, Christ. indica a textura coriacea 
e seu pequeno crescimento, caracteres estes também peculiares a A. ar- 
buscula, radens. Féeana. 

6. Alsophila guimabaensis Fée et Glaz., Fée Cr. Vasc. Br. 2.81 

t. 103 f. 2, 1872-73. Est. III, íig. 5. 

Especie admittida por Christensen (Ind. Fil. 1906), a qual apenas 
consta na obra de Fée. 

Frondes heteromorphas, bipinnadas, glabras, de peciolo escamoso; 
escamas ovoides, discolores, de margem fimbriada; pinnas pecioladas 30 cm. 
1 g., 8 cm. lt,; pinnulas dimorphas, umas brevipecioladas, oblongas, agudas 
ou obtusiusculas, crenadas de bases sub-cordadas, 6 cm. lg. e 1 a 1,5 cm. 
lt. na base, outras ovoides, sub-sesseis, ou sesseis, de base arrendondada e 
margem integra ou sub-integra, 18 mm. lg. e 6 a 7 mm. lt.; raches alado 
e subtomentoso ; soros pequenos. 

2307-924 


7 



50 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


A. geogr,: Brasil: Rio de Janeiro, seg. Fée lc. 

7. Alsophila Ulei Christ. II. Christ-Filices Uleanae Amazonicao. 
Iledw. 44, 1905, p. 307. 

Arboreseente, 1 a 3 m. alt. Frondes amplas coriaceas, bipinnadas, gla- 
berrimas; pinnas 40 cm. ]g. 21 cm. lt., peciolidadas, de base não attenuada, 
oval-acummadas; pinnu.las distantes 1 a 3 cm. urnas das outras, brevi- 
pecioluladas, 21 -jligadas, de base larga truncada, lanccoladas, 9, o cm. 
lg., 2 cm. lt. acuminadas, não profundamente lobadas, de lobos com 2 mm. 
]g. e 3 mm. lt. horizontal mente truncados, não emarginados, crenulados, 
brevipilosas, de nervação pi mm da ; venulas 4 de cada lado do lobulo, 
simples e supra amarellas; soros grandes, globosos, com mais de 1 mm. 
diam., cerca de 8 em cada segmento, connwentes em iriangulo que nu.o 
ai tingem á margem ; receptáculo elevado na face inferior e impresso na 
superior, albi-escamoso, de escamas pequeníssimas. 

A. geogr ,: seg. Christ. (1. c e Geogr. der Farne p. 303): America meri¬ 
dional; Peru e Brasil; Amazônia e Guvana. 

Xota: A esp. não foi ainda representada em iconogmphia; a julgar 
pela disposição dos soros em linha quebrada, em V invertido ou em tri¬ 
ângulo (como diz Christ. na diagnose), sobre pinnula coriacea, pode-se 
pensar em, algo de semelhante com A. Miersii e A. corcovadensis var. loba!a. 
com a immediata clifferença de lobos truncados, ã maneira de Xephrodium, 
de A. Ulei Christ. Especie insigne segundo Christ. 


sun-onx. III: Haplophlebia, Makt 


Nervuras em geral simples. 


8. Alsophila atrovikens (Langsd. et Fiscli.) Pr. Tení. Pterid. 01, 


1 

Synon.: Pulypodium airovirens Langsd. et Fisch Ic. Fil. 12. t. 14. 

1810. 

Alsophila //ookeriana Kl.I Hk.-Sp. Fil. I. 39. 1844. 

Arboreseente, 1. 20 a 1, 50 m. alt, Frondes bipinnadas, sub-coriaceas, 
sub-glabras, 1,20 a 1, 50 lg., 60 a 75 cm. lt.; pinnas oblongo-lanceoladas, 
22 a 37,5 em. lg., 10 a 12,5 cm. lt., brevipecioluladas, de peciolulo articulado 
na base; pínnulas 15-25-jugadas, contíguas, sesseis, linear-liguladas, as 
medianas com 5 a 6,5 cm. lg., agudas ou sub-obtusas ou acuminadas, par¬ 
tidas até a quarta parte ou ao meio e de base asymctrico-sub-truncada: 
segmentos sub-reetos e sub-integros, obtusos, com 4 a 5 venulas em cada 
metade do limbo; venulas em geral simples; soros pequenos, 4 a 8 por la- 
cinea, medianos; receptáculo pequeno, globoso e piloso. 



A. J. de SAMPAIO — CONTRIBUIÇÕES PARA A NOVA FLORA BRASILIENSE 


51 


A. geogr Juan Fernandez, Panamá e Brasil meridional: Minas Geraes, 
E. do Rio, S. Paulo e Santa Catharina. Para o Paraguay H. Christ (Geogr. 
der Farne p. 308) cita úma var.: elongata. 

Rosenstock (Beitr. z. Pteridoph. II) indica as novas variedades acumi - 
nata , major , squamulosa, patula, subcordata, rígida, e furcaíivmia , do 
sul do Brasil: Rio Grande do. Sul, Santa Catharina, Paraná e S. Paulo 
— Yide addenda. 

Feto arborescente xerophila, fazendo parte, segundo Christ (Wettst. 
und Schiffner-Ergebn. cit. p. 17), do grupo especifico de Alsophila procera 
Klfs. a que pertencem : Á. arbuscula Pr., À. atrovirens, A. radens Mett., 
A. leptocladia Fée, do Brasil, e A. pycnocarpa Kze., do Perú, 

Fée (Cr. Vasc. Br. 1869, vol. I, p. 166) considera A. atrovirens como 
synonyma de Alsophila compta Mart., com o que não concorda Christensen 
em seu Index Filicum 1906; por sua vez Baker (Fl. Mart.) julga provável 
que A. radens Klf. seja uma simples var. de A. atrovirens. Pela chave ana- 
lytica se verifica que A. atrovirens se distingue de A. radens apenas por 
ser sub-glabra a primeira esp. e pilosa a segunda seg-Fl. Mart. W uma 
distincção sem duvida precaria, pois não são raras as especies com varie¬ 
dades ou formas, umas glabras, outras pilosas. Fée (1. c.) referindo-se a 
A. Hookeriana Kl. (syn. de A. procera seg. C. Christensen) considera-a 
como provável var. de A. procera. 

9. Alsophila radens Klf. Enum. Fil. 248. 1824. (Vide addenda.) 

Arborescente, 90 cm. alt. Frondes bipinnadas, herbaceas, 1,20 a l,50m. 
lg., 60 a 90 cm. lt., de peciolo escamoso, de escamas ovaes acuminadas; 
pinnas lanceoladas, brevipecioladas, 30 a 45 cm. lg., 10 a 12,5 cm. lt, ; 
peciolulo de basé articulada; pinnulas 20 a 25-jugadas, contiguas, agudas, 
partidas até o terço ou o meio, sesseis, de base truncada, de segmentos 
rectos, obtusos; venulas em geral simples, 4 a 5 por metade de lacinea, 
todas por vezes soriferas; soros pequenos, medianos; receptáculo globoso 
densipiloso. 

A. geogr. : Brasil: Santa Catharina, seg. Fl. Mart. ;xerophyta dos campos 
do sul do Brasil, seg. Christ, Geogr. Farne. No herv. do Museu Nacional: 
Paraná: P. Dusen 4.439, que confere com a fig. LXIV de Lowe-Ferns br. 

V 

and. exot. vol. VIII. 

Segundo Baker (Fl. Mart.), esta espeeie é provavelmente uma var. 
de A. atrovirens (Langsd,. et. Fisch.) Pr.; Diels, em Engler-Prantl-nat- 
Pflzf., considera-a muito próxima desta espeeie, de que se distingue (vide 
chave analytica e a diagnose anterior) pela presença de pellos na face 
inferior. 

Christ (Ergebn. cit.) indica-a como muito próxima de A. arbuscula, 
de que se distingue por ter pinnulas basilares menores que as demais e 



52 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


segmentos não muito paleaceos (ou escamosos) inferiormente. Pelas suas 
affinidades faz parte do grupo especifico de A. procera Klf, 

10. Alsophila piligera Hieron., Pl. Stubelianae, Hedw. 45. 234, 
t. XIY-6, 1906. 

Arborescente? Frondes pinnadas no apice e na base e bipinnadas no 
meio, de apice pinnatifido-lobulado-acuminado; rhaehis de base aculeada, 
de aculeos lrnm. lg, esparsos, nigro-purpureos, supra denso-hirta e ínfra- 
pubescente, tenue alada no apice da fronde, aza com 0,5 a liam. lt.; pinnas 
medianas pinnadas, 22 cm. lg., 9 a 10 cm. lt., maiores que as basilares e 
as superiores; pinnulas (das pinnas medianas) sesseis, lobuladas até o meio, 
laneeoladas, oblongas, obtusas, membranaceas, esparsi-pilosas, as maiores 
com 5 cm. lg. e 1,5 em. lt., os lobulos terminaes semicirculares orbi- 
culares; venulas 5 a 7, bi ou trifurcadas nos lobos das pinnas inferiores e 
superiores e com soros axillares da. bifurcação; nas pinnulas das pinnas 
medianas as venulas são simples, 3-4-jugadas, e com soros dorsaes. Soros 
pequenos, com menos de 1 mm. de diam. 

A. geogr.: Brasil: Pará seg. Hierou. 

Creando essa nova esp., Hyeronymus indica-a como próxima de Al¬ 
sophila oblonga KL, de que a distingue pela textura membranacea, pela 
maiof largura das pinnulas e pelo rhaches alado da nova esp. 

Não obstante o citado autor indicar no mesmo trabalho PL Stube- 
lianae, a pags. 231, Hemitelia Hostmanni Hk., também para o Pará e mais 
para o Alto Amazonas, o que deve significar que o autor admitte como dif- 
ferentes estas duas especies, uma der gen, Alsophila ( e como tal: sem in- 
dusia) e outra do gen. Hemitelia (e como tal: indusiada), não podemos 
deixar de chamar a attenção para a grande semelhança entre as duas es¬ 
pecies, semelhança facil de verificar pelo confronto da estampa XYI, fig. 6, 
do cit. trabalho de Hieronymus e a estampa 646 de Hooker ícones Filícum 
(Hemitelia Hostmanni Hk,). Admittindo a possibilidade de ser Alsophila 
piligera Hieron, uma simples forma exindusiada de Hemitelia Hostmanni 
Hk. (Hemitelia multiflora (Sm.) Spr. var. Hostmanni seg. FL Mart.), como 
outras especies de Alsophila teem sido verificadas como formas exindusiadas 
de Hemitelia ou de Cyathea (Yide A. J. de Sampaio — “ O valor taxinomico 
da indusia nas Cyatheaceas”. BoL Mus. Nac. I), chamamos aqui para o 
caso a attenção do leitor, salientando que a affinidade que Hyeronymus 
reconhece para Alsophila piligera Hieron. em relação a A. oblonga Kl. 
ainda mais favorece essa supposição, pois esta ultima especie, da Guyana, 
foi considerada por Hooker como var. provável de Hemitelia multiflora 
(seg. Baker, FL Mart.) 

Na chave analytica, arbitraria, A. piligera Hieron, figura distante de 
A. oblonga KL, parque nessa chave vigora como caracter de primeiro plano 



A. J. »B SAMPAIO — CONTRIBUIÇÕES PARA A NOVA FLORA BRASILIENSE 


53 


para a divisão do sub-gen. Haplophlebia, a segmentação ou lobulação das 
pinnulas até o meio ou além do meio do limbo. No estudo, porém, dos grupos 
específicos, ellas terão de figurar juntas, se mantidas no gen. Alsophila, 
pois bem pode vir a serem transferidas para o gen. Hemitelia. 

J. Huber (Materiaes para a Flora Amazônica — Boi. Museu Goeldi, 
do Pará, vol, III, 1902, p. 402) cita para a Amazônia Alsophila ferox Pr. 
e Hemitelia multiflora R. Br.; tal esp. de Hemitelia é pois peculiar á região 
e estende-se dahi á Guyana e á Oolumbia. 

11. Alsophila Miersii Hk. Sp. Fil. 1. 38. 1844; Baker, Fée, Christ, 
Christensen, na litteratura citada. Est. VI. 

Synon.: A. acwninata J. Sm. Lond. Journ. of Bot. 1. 667, seg. C. Chr. 
Ind. Fil. 

A. unita Kze, seg. Bak. Fl. Mart. 

Arborescente. Fronde glabra, bipinnada, sub-coriacea, 1,50 a 1,80 m. 
lg., 90 cm. a 1,20 m. alt., nitida, luteo-brilhante na face superior; 
pinnas oblongo-lanceoladas, pecioluladas, de base articulada, 45 a 60 cm. 
lg. e 25 a 27,5 cm. lt. mediana; peciolulo 2,5 cm. lg.; pinnulas 15 a 
18-jugadas, lineares, longi-acuminadUs (caudadas), pecioluladas (peciolulo 
5 mm. lg.), as medianas pinnatifidas até o meio, de base desigual, 10,5 a 
15 cm. lg., de segmentos obtusos, sub-rectos, sub-integros (algo denti- 
culado no apice), com 4 a 5 nervuras simples por metade de segmento (nos 
exempl. do Museu Nacional e do' Jardim Botânico observamos alguns 
segmentos com 6 a 9 venulas por metade de segmento e algumas venulas 
bifurcadas e outras trifurcadas); soros medianos, 4 a 5 pares por lacinea 
(até 8 pares e um soro no exempl. do Museu Nac. e do Jardim Bot.); 
receptáculo pequeno, punctiforme, piloso. 

Nota: Os exemplares que tivemos occasião de examinar no Museu 
Nacional e Jardim Botânico do Rio de Janeiro, em ambos os hervarios já 
classificados como A. Miersii Hk., não obstante as differenças registradas 
acima quanto a caracteres não verificáveis na diagnose da Flora Brasi- 
liensis, são a nosso ver a referida especie, a julgar pela semelhança de fácies 
com Alsophila corcovadensis (Raddi C. Chr. (A. taenitis) var. lobata 
Christ. n. var. de que o Museu Nacional tem uma duplicata do exemplar- 
original da var., isto é, um exemplar de L. Damazio, 1.118, Minas Geraes: 
Serra da Piedade, authenticado por Leonidas Damazio. Este ponto de re¬ 
paro, para segurança da identificação do material a que me venho referindo, 
tem razão de ser, attendendo-se a que não existe iconographia desta especie, 
como assevera Fée (Cr. Vasc. Br.), as differenças verificadas quanto a 
nervação permittindo duvidas, pois se tivesse de prevalecer como predo¬ 
minante a nervação bi ou trifureada que em alguns segmentos pinnulares 
se verifica, então os exemplares citados seriam antes do sub-gen. Dicrano- 



54 


VOL. XXV 


V - ‘ ;V, T> / '* 

ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — 

phlebia Mart, e possivelmente outra especie, o que só a comparação de 
nosso material com o exemplar-original de A. Miersii nos perraittiria ve¬ 
rificar. 

Sem tal factor de contrôle, julgamos conveniente salientar um ca¬ 
racter interessante, não indicado na diagnose supra, isto é, a contiguidade 
dos soros em uma linha quebrada, continua da base ao apice da pinnula, 
em cada lado da pinnula, parallela á lobulação formando os soros em cada 
segmento da pinnula um V invertido, isto é, de apice voltado para a margem 
do segmento, mas sem attingir a margem, em uma disposição continua ou 
unida (razão de Alsophila unita Kze?) possivelmente comparável á que 
Christ. indica para os soros em Alsophila Ulei Ch. n. sp., o que não podemos 
affirmar com segurança porque não dispomos de exemplar authenticado 
dessa ultima especie. 

A’ vista do exemplar de A. corcovadensis var. lobata Ch. n. var. 
(Leonidas Damazio, 1.118), podemos accrescentar que nesta especie a linha 
quebrada formada pela contiguidade dos soros é muito menos pronunciada 
que nos exemplares que temos como . A. Miersii Hk. 

Damos uma estampa original do referido exemplar do Museu Nacional, 
para mais facil verificação do exposto, por parte dos especialistas que 
possuam exemplares originaes da especie ou authenticados por estes. 

A. geogr.i Yenezuela e Brasil: Estado-do Rio: Serra dos Órgãos; Rio: 
Tijuca; Santa Catharina.. Segundo H. Christ. (Geogr. der Farne), figura 
entre os fetos arborescentes peculiares ás mattas do sul do Brasil (A. cor¬ 
covadensis, Miersii, arbuscula, paleolata, microdonta, leucolepis e armata, 
esta ultima esp. com larga dispersão na America). Os exemplares do Museu 
Nacional procedem de : Rio, Tijuca, leg. et. det. Glaziou s. n.; E. do Rio: 
Serra dos Órgãos; Theresopolis,' 1868, leg. I. G. (Ildefonso Gomes?). 

12. Alsophila procera (Willd.) Desv. Prodr. Foug. 319. 1827; f- 
Mart. Ic. Cr. Bras. Est. 40. Bak. Fl. Bras. Mart. 

S3 r non.: Polypoâium procerum Willd. Sp. Plant. Y. 206, 1810. 

A. arbuscula Klfs. Mart. H. Christ Farnkr. 1897, p. 324. 

A. armigera Kze. Linn. 9. 98. 1834 (Perú), vaíT? seg. 

Christensen. 

Arborespente, 1,80 a 3,60 m. alt. (4 m. Fée) Frondes escamosas (es¬ 
camas lineares acuminadas 2,5 cm. lg., castanhas, de margem por vezes 
parda) no raches, papyraceo-herbaceas, bipinnadas ou tripinnadas, 1,50 
a 1,80 m. lg., 75 a 90 cm. lt., glabras, infra pouco escamosa; pinnas 
oblongo-lanceoladas, pecioluladas, as inferiores menores, 30 a 45 cm. lg., 

15 a 17,5 cm. lt., de peciolo não articulado, 2,5 cm. lg.; pinnulas em geral 

16 a 20-jugadas, contíguas, 7,5 a 8,5 cm. lg., partidas até o terço ou até 



A. J. dk SAMPAIO — CONTRIBUIÇÕES PARA A NOVA FLORA BRASILIENSE 55 

o meio, algumas pinnulas perfeitamente divididas inferiormente em pin¬ 
nulas de 2 a ordem, livres umas das outras e até pecioluladas (Mart. Cr. Vasc. 
Bras. Tab. 40); nas pinnas apenas partidas até o terço ou até o meio, os 
segmentos são sub-rectos, obtusos, sub-integros, com 5 a 8 nervuras em 
cada metade, todas ou quasi todas as venulas simples; nas pinnulas pin- 
nadas, os segmentos ou pinnulas de 2 a ordem são acuminados. Soros pe¬ 
quenos, de receptáculo piloso, medianos no segmento, ora em numero 
pequeno, até o meio, da lacinea, ora a linha de soro indo quasi até o apice 
do segmento. 

A . geogr . : Perú e Brasil; Pará, Minas Geraes, S. Paulo; E. do Rio: 
Serra dos Órgãos. 

Suas aíiinidades com outras especies permittiram aos autores crear 
em torno de À. procera um grupo especifico; assim Rosenstock (Hedw. 43, 
p, 213-1904) no seu trabalho: Beitráege zur Pteridophytenflora Süd- 
brasiliensis I, admitte o grupo especifico procera (Procera-Gruppe), composto 
de A. procera Klfs., A. arbuscula Pr. e A. atrovirens (Langsd. et F.), cuja 
distincção declara difficil. 

H. Christ (Wettst. und Schiffn. Ergebn. cit.) accrescenta mais tres 
especies a este grupo, uma do Perú, A. pycnocarpa Kze, e duas outras 
brasileiras: A. radens Mett. e A. leptocladia Fée, accrescentando que a 
estampa 55 de Fée Cr. Vasc. Br. concorda bem Com o exemplar colligido 
pela Expedição Wettst-Schiffner, com a differença apenas de maior ex¬ 
tensão do apice das pinnulas nestes exemplares. Assim sendo, quanto á 
estampa de Fée, podemos á vista delia ensaiar uma chave analytica das 
especies brasileiras do grupo Procera, baseado nos ensinamentos de Ro : 
senstock e de Christ. 

Grupo procera Rosenst. Caracter, ger.: (Seg. Rosenstock le.) 

Peciolo e raches em geral aculeados, excepto em A. atrovirens. 

Raches principal tenue-alado, em seguida a primeira ramificação. 

Raches das pinnulas .de I a e 2 a ordem, escamosas; escamas apiculadas. 

Pinnulas partidas até o meio ou pouco profundamente partidas, rela¬ 
tivamente curtas, linear-lanceoladas ou acima do meio algo alargadas, 
curti-acuminadas, de apice triangular mais ou menos integro. Segmentos 
largos, arredondados, ou agudos, Íntegros ou dentados; nervura mediana 
terminada por uma bifurçação em dois ramos terminaes eguaes; venulas 
pouco numerosas, em geral 3 a 4 em cada lado do segmento, das quaes 
uma ou duas' são bifurcadas, as outras simples. Pinnulas de 2 a ordem (di- 
morphismo foliar). 

Soros sub-medianos. 

Face inferior da fronde mais clara que a superior , ambas em geral 
glabras (caracter este de pouco valor e com excepções). 



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ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


Textura papyracea. 

Taes os caracteres essenciaes, colhidos entre os que cita Ro- 
senstock. 

Attendendo a que A. radens Mett., segundo Baker (Fl. Mart.) “proba- 
biliter est mera varietas A. atrovirentis ”, vamos ensaiar como se segue 
a chave analytica das especies brasileiras do grupo Procera: 

I. Aculeadas: (Rosenstock verificou especimen inerme de A. procera 
do Brasil). 

A. Soros infra ou supra medianos: 

a) Venulas em geral 5 de cada lado do segmento; soros supramedianos; 
textura flacida: I. A. procera (Willd.) Desv. 

b) Yenulas em geral 3 a 4; soros inframedianos; textura rigida: 2 , A. 
arbuscula Pr. 

Nota: Rosenstock refere-se á impossibilidade de authenticar dia¬ 
gnoses distinctas entre estas duas especies — procera e arbuscula — do 
grupo; tão semelhantes são, que levaram Hooker a fundil-as em uma só 
esp. procera , em Sp. Fil. 1. 38, 

B. Boros diffusos: 3. A. leptocladia Fée. 

II. Inermes : 

A. Limbo sub-glabro: 4. A. atrovirens (Langsd. et F.) 

B. Limbo infra evidentemente piloso: 5. A. radens Mett.: A. ver- 

ruculosa Rosenstock n. non, (Vide addenda ). 

Nota: Ao contrario de Baker (Fl. de Mart.), que descreve A. atro¬ 
virens como sub-glabra, Rosenstock (1. c.) dá como caracter desta esp. 

Laub unterseits behaart”, o que nos leva a pensar que admitte como 
synonymas estas duas especies. 

A } vista do exposto, não será de admirar que venhamos a ter futura¬ 
mente, em Phytographia, em vez das cinco especies citadas,, apenas tres, a 
saber: A, procera (Willd.) Desv., em cuja synonymia virá a figurar A, ar¬ 
buscula Pr., como entendiam Martius e Hooker; A. leptocladia Fée e A. atro¬ 
virens (Langsd. et F.), em cuja synonymia virá a figurar A. radens Mett., 
pelo menos como simples variedade, como julgou provável Baker. E ; de 
notar que na Flora Brasiliensis Martii este autor considerou como syno- 
nymo de A. atrovirens a designação A. radens Kaulfs., que Christensen 
considera synonyma de A. radens de Mettenius. Ha uma serie de proba¬ 
bilidades em favor dessa simplificação. - ' 

A. geogr .: (de A. procera Willd. Desv.): Perú e Brasil: Pará, Minas 
Geraes, S. Paulo e Estado do Rio: Serra dos Órgãos; Santa Catharina: 
S. José e Joinville (Rosenstock 1. c. sob numeros 21,22, 47/3 e 64/1; das 
mesmas localidades cita este autor exemplares de A. arbuscula, sob os 




A. JT. de SAMPAIO — CONTRIBUIÇÕES PARA A NOVA FLORA BRASILIENSE 


numeros 37, 47/5 e 64; merece reparo esse facto de se confundirem de tal 
forma os exemplares, a ponto de ser para elles necessária uma numeração 
supplementar: Rio Grande do Bul: Eio Grande (Christ). 

H, Christ (Die Farnkr. der Erde p. 324) considera Â. arbuscula Pr, 
bomo synonyma de A*' procera, mas em trabalho posterior (Wettst, und 
Bchiffner. Ergebn.), 1908, considerou de novo como distinctas estas duas 
especies. 

13. AlsophiIíA àbbuscula Pr. Tent. Pterid. 62.1836, Baker Fl. Mart.,, 
Diels JPflzf.; Rosenstock, Christ, Christehsen, etc. 

Synon.: Polypodium arbmmla Beyríeh, seg. Bak. FL Mart. 

Âkophila procera Mart. et Hook., id., admittindo Mar- 
tius e Hooker como uma só especie Á. arbuscula e 
A. procera. 

Árborescente, 4 a 5 m. alt. Frondes herbaceas ou coríaceas (papyraceas 
t rígidas, seg. Rosenstock), bi ou tripinnadas, 1,20 a 1,50 lg., 60 a 90 cm. lt., 

, glabras ou sub-glabras (de raches e seus ramos supra pilosos), de nervuras 
providas de paleas alvacentas; peciolo aculeado e escamoso; pinnas sub- 
^ sesseis, oblongo-lanceoladas, 30 a 45 cm. lg., 12,5 a 15 cm. lt,; pirmulas 
lineares sub-truncadas na base, acuminadas agudas ou obtusas, breví- 
•/ : peeioladasj segmentos.rectos, obtusos, de venulas em geral simples (vide 
T .grupo Procera), em geral 5 á 6 pòr lado de lacinea (3 a 4 seg. Rosenst.), 
k todas em geral soriferas. .Soros pequenos; receptáculo elevado, globoso, 
densi-feiTugineo-piloso. 

Habitus de A. elegans; pertence ao grupo Procera (vide A. procera); 

, vários autores consideram-na como devendo ser fundida com A. procera 
em uma especie única; H. Christ (em Die Farnkr. d. Erde 1897) considera 
fstas duas especies como uma unica^A. procera Klfs. Mart., mas em 1908, 

' em Filicinae de Wettst. und Bchiffn. Ergebn. considerou de novo valida a 
.gsp. A. arbuscula Pr., distincta portanto de A. procera. 

. A. geogr.: Guyanas e Brasil: E. do Rio: Serra dos Órgãos; Rio de Ja¬ 
neiro: Tijuca, Santa Catharina, Minas Geraes, Paraná, S. Paulo. 

Xerophyta. 

14. Alsophila dichromatolepis Fée, Cr. Vasc. Br. 1. 164. t. 57 f. 2. 

1869. C. Christensen Ind. Fil. 1906. Est. III; fig. 6. 

Nota: O nome especifico significa: escamas bicolores. 

Árborescente ? Frondes longipecioladas, de peciolo glabro e aculeado, 
-carnoso, de escdmm bicolores (pãrdas ou purpureas no centro e alvas na 
margem); pinnas oblongas, 40 cm. lg., brevipecioladas; pinnulas afastadas, 
Lmceoladas, brevipecioladas, de base sub-cordiforme e apice integro, par- 
fidas até o terço superior e d’ahi em diante caudadas, 7 cm. lg., 12 a 13 mm. 

2307-924 8 





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ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


lt.; segmentos (ou laeineas) arredondados, curtos, de nervuras simples. 
Soros pequenos sub-marginaes. 

A. geogr.: Brasil: E. do Rio: Serra dos Órgãos. S. Paulo: Rio Grande. 

15. ÁLSOPHILA leptocladia Fée, Cr. Vase. Br. 1. 161. t. 55 f. 1. 1869, 
C. Christensen Ind. Fil. 1906. Est. V, fig. (3) inferiores. 

Nota: N. esp. significa: Leptos tenue, gracil e claudios : ramos. 

Arborescente ? elegante, aculeada (vide grupo Procera, em À. procera). 
Frondes bipinnadas, de ráches com aculeos agudissimos e pellos curtos, 
densos, sub-tomentosa; pinnas 25 a 30 cm. lg., brevipecioladas, acuminadas; 
pinnulas iinear-laneeoladas, sesseis, infra alvipilosas, 5 cm. lg., 7 a 8 mm 
lt., longiacuminadas, de apice integro e bordo partido quasi até a nervura 
mediana em segmentos Íntegros, de bordo inferiormente curvo e superior¬ 
mente recto ou sub-rectof venulas simples, 5 a 6 em cada lado do segmento 
(conforme Est. de Fée); soros dorsaes, medianos, mas esporangios diffusos, 
marellados,' entremeiados de pellos brancos da face inferior da pirmula. 

Nota: Segundo H. Christ, pertence esta espeeie ao grupo Procera (vide 
A aprocera); pelos seus esporangios diffusos, occupando e enchendo quasi 
toda a face inferior do segmento fértil, A. leptocladia se approxima de' 
A. aquilina Christ, esta esp. porém muito differente. 

Não podemos verificar se pela forma do segmento, anteriormente 
recto e posteriormente curvo, A. leptocladia Fée offerece algo de approxi- 
mado com a forma do segmento de A . Ulei Christ, que H. Christ diz ser 
do typo Nephrodium. 

A. geogr.: Brasil: E. do Rio, seg. Fée; sul do Brasil, seg. Christ (Wettst.- 
Schiffn. Ergebn.). 

16. Alsophila aperta Fée, Cr. Vasc. Br. 1. 158. t. 54 f. 2. 1869; 
C. Christensen Ind. Fil. 1906. O n. esp. decorre do facto de serem espaçada, 
as pinnulas. 

Arborescente? Frondes glabras bipinnadas; peciolo aculeado, robusto, 
estriado longitudinalmente na base, de aculeos longos, rectos, concolores, 
7 a 8 mm. lg. e escamas alvacentas, tenues, longi-acuminadas; raches bas¬ 
tante delgada supra 2 a 3-canalicuiada; pinnas 36 a 40 cm. lg., oblongo- 
lanceoladas, longipecioladas, quasi todas pinnadas; pinnulas 8 cm. lg., 
12 mm. lt., lanceoladas, afastadas umas das outras, pecioluladas, de base 
asymetrica, de apice caudado crenado, partidas até mais do meio em seg¬ 
mentos creniformes, de nervura mediana (costula) atro-purpurea e venulas 
4 a 6 simples (vide Est. 54 de Fée); soros dorsaes, 4 a 6 por segmento. 

A. geogr.: Brasil: E. do Rio. 

17. Alsophila Glaziovii Fée (não Bak.), Cr. Vasc. Br. 1. 160. t. 55 

f. 2. 1869; C. Christensen Ind. Fil. 1906. Est. VII. 



A. J. de SAMPAIO — CONTRIBUIÇÕES PARA A NOVA FLORA BRASILIENSE 


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Synon.: A. eorcqvadensis Féé (não Raddi), Cr, Vaso. Br. 1. 163. 
t, 56 f. 2, 1869. 

Arborescente ? Frondes amplas, de peciolo inerme ou aculeado, com 
escamas na base, lúcidas, lanceoladas, aeuminadas, de margem tomentosa; 
pinnas pecioluladas, 32-46 cm. lg., lanceoladas, caudadas; pinnulas 7 a 8 cm. 
lg., 9 a 18 mm. lt., escamosas ou não na face inferior (costula), partidas as 
pinnulas quasi até a nervura mediana em segmentos curvos, oblongos; 
venulas 5 a 6, simples ou algumas bifurcadas. Soros pouco numerosos, 
2 a 3 em cada lado do segmento; receptáculo punctíforme, piloso; esporan- 
gi.os grandes. 

A. geogr Brasil: E. do Rio: Corcovado e Serra do Couto. 

18. Alsophila compta Mart., Ic. Cr. Bras. 1, 66. t. 41, 1834. 

Synon.: Cyathea compta Mart., Regefisb. Denkschr. 11. 546. t, 2 
f. 1 e 2. 1822. Est. III, fig. 9. 

Arborescente, 2 a 4,5 m. alt. Frondes herbaceas, bipmnadas, 1,50 a 
1,80 m. lg., 75 a 90 cm. lt.; pinnas oblongo-lanceòladas, brevipecioladas, 
45 cm. lg., 7/5 a 9 cm. lt.; pinnulas contíguas, sesseis ou brevipecioladas, 
20 a 25-jugadas, 6,5 a 7,5 em. lg., 16 a 23 mm. lt., partidas quasi até a ner¬ 
vura mediana em segmentos oblongo-lineares, subfalciformes, crenulados, 
de apice obliquamente sub-agudo; venulas 6 a 8 por lacinea, quasi todas 
simples, algumas bifurcadas. Soros 10 a 12 por lacinea, medianos; receptáculo 
globoso, piloso. 

A. geogr, : Mexico-Equador-Brasil: Amazonas e E. do Rio: Serra do 
Mar. 

Nota: Fée (Cr. Yasc. Br. 1.’ p. 166. 1869) considerou Ã. atrovírens 
(Langsd. et. F.) como synonyma de A. compta Mart.; C. Christensen, Ind. 
Fü. 1906, considera' como distinctas estas especies. Vide E. Rosenstock- 
“Beitf. z. Pteridoph-Süd bras, II", Hedw., vol. 46, 1907, p. 67. 

- 19. Alsophila praectncta Kze. Flora, Beibl. 53, 1. .1839; Baker, 
FL Mart. f. 42. Est. X. 

Especie distincta das demais,* segundo alguns autores, cuja disposição 
sub-marginal dos soros nos segmentos pinnulares recorda a que se verifica 
em A. corcovadmsis var. sub-marginalis e em A, marginalis da Guyana. 

Arborescente? Frondes sub- deltoides, 1,26 a 1,50 lg., 75 a 90 cm. lt., 
bipinnadas, papyraceo-herbaceas, glabras; pinnas oblongo-lanceoladas, 
pecioladas, 45 em, lg., 15 a 17,5 cm. lt., as inferiores com peciolo 2,5 cm. lg.; 
pinnulas não contiguas, 7,5 a 8,5 cm. lg., 18 a 22 mm. lt., sesseis, de base 
truncada, articulada e apice acuminado, partidas quasi até o meio em la- 
eineas sub-rectas, sub-obtusas, 4 a 5 mm. lg., as lacineas (ou segmentos) 
estereis inciso-erenadas; venulas 7 a 8 por lacinea, simples ou algumas bi- 



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0 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 

furcadas no apice. Soros sub-marginàes, um em cada venula, donde 14 a 
' 16 soros por lacinea; receptáculo globoso, glabro, negro. ■ 

A. geogr. : Brasil: Bahia: Ilhéos; no herv. Mus. Nac.: Pará, Ygarapéuna, 
1879, Ferreira Penna s; n.; Matto Grosso: Herv. Smith n. 111. 

sub-gen. IV: Dicranophlebia, Mart. 

Bipinnadas. Venulas bi ou trifurcadas. 

20. ÀLSOPHiLA aquilina Clirist, Engl.-bot. Jahrb. 24. 83. 1897 (Addit. 
ad. cogn. fl. Indiae occid. IV). 

Arborescente, 1,50 a 2 m. alt. Frondes glabras, coriaceas, espinhosas 
(aculeadas?), rigidas, bipinnadas; pinnas longipecioladas (até 50 cm.), 
2,5 cm. lg., 8 cm. lt. deltoide-oblongas; pinnulas distantes, brevipecioluladas, 
partidas até a nervura mediana em cerca de 12 segmentos Íntegros, ovaes, 
obtusissimos, 5 mm. lg., 4 mm. lt., de margem infra revoluta; venulas 
furcadas; soros enchendo a face inferior do segmento; esporangios grandes, 
de receptáculo nú e pouco elevado. 

Tem, seg. Ohrist, a fácies de Pteridium aquilinum e é comparável a 
A. villosa, porém glaberrima. 

A. geogr. : Christ creou esta sua nova esp. á vista de exemplar-original 
colligido em Cuba, a 800 m. altitude, por Eggers; citada para o Brasil por 
C. Christensen (Ind. Fil.), está também indicada por E. Rosenstock (Hedw. 
43) para o Brasil: Rio Grande do Sul: S. Cruz; S. Paulo: Toledo. 

21. Alsophtla nitens J, Sm. Lond. Journ. of. Bot. 1. 667. 1842; 

Griseb. Fl. br. W. Ind. 705. 1864. Est. VIII. 

Synon.: A. nítida Kze. Ettingh. Famkr. 222. t. 154 f. 4 e 8,1.155 
f. 1 e 7, 1865. 

A. aspera pt. HB. 

var. nitens Bak. de A. aspera R. Br. seg. Baker Fl. Mart. 1870; 
“rhachi densius aculeata non rufescente ab A. aspera R. Br. diversa ex. 
KV, seg. IJrban (em Engl.-bot. Jahrb. 24, p. 82), que admitte ainda como 
synonymos de A. nitens J. Sm.: Cyathed aspera Wiild. e C. muricata IIk., 
não citadas por C. Christensen no seu Ind, Fil. 1906. 

Arborescente, 1 m. alt,, 2 dm. diam, seg. Lindman (Ark. f. Bot. 1. 
1904, p, 192). Frondes coriaceas ou sub-coriaceas, bipinnadas, glabras, 
nitidas, escamosas, com escamas alvas de margens escariosas (menos de 
1 pollegada lg.) nas venulas e nos soros (onde simulam indusia ); pinnas 
oblongo-lanceoladas, pecioladas, as inferiores sub-eguaes ou pouco menores, 
70 cm. a 1 m. lg.; pinnulas lineares sesseis, acuminadas, 11 a 13 cm. lg., 
13 a 15 mm. lt., de base obliquamente truncada e apice inciso-serrado, 
partidas quasi até a costa (ou nervura mediana da pirmula) em segmentos 




A. J.. de SAMPAIO — CONTRIBUIÇÕES PARA A NOVA FLORA BRASILIENSE . 61 

contíguos, obtusos, 2 a 3 mm. lt.; venulas 6 a 7 em cada metade de lacinea, 
em geral furcadas. Soros medianos 8 a 12 por lacinea, axillares; receptáculo 
piloso e escamoso. 

A. geogr.: índias Occidentaes-Panamá-Rrasil: Rio Grande do Sul, seg. 
Lindman. No Herv. Mus. Nac.: Paraná, Ypiranga 15-2-1904, in sub-palu- 
dosis P. Dusen3722 (Ha na coll. Duaen uma Dicksonia com o mesmo 
numero). 

22. Alsophilà dorsalis (Fée) Christ, Bull.Herb. Boiss. 11, 2. 648.1902. 

Synon.: Lophosoria dorsalis Fée, Cr. Yasc. Br. 1. 173. t. 51 f. 3. 
1869. 

Nota: O gen. Lophosoria Pr., creado segundo Fée, a custa de elementos 
dos gen. Cyathea e Áisophila, passou hoje a Alsophilà; taes especies são 
indicadas por Fée como fetos de largas frondes muito divididas, cobertas 
mais ou menos abundantemente de pellos cotonosos articulados e providos 
de esporangios e sóros grandes-. 

C. Christensen (Ind. FiL 1906) admitte tal esp., porém cita que Baker 
considerou-a synonyma de Hemitelia setosa ; ha no Herv. do Museu Nacional 
dois especimens, um determinado- como Hemitelia setosa, -outro como 
A. dorsalis (ambos dependentes de revisão), os quaes são perfeitamente 
eguaes quanto á fácies; a proposito do gen. Hemitelia, procuraremos elu¬ 
cidar a presente duvida. 

Arborescente ? Frondes amplas, rigidas, glabras, de peciolo áspero, 
breviespinhoso (ou breviaculeado ?),. bipinnadas; pinnas 45 a 50 cm. lg., 
discolores, lanceoladas, sesseis; pinnulas lanceoladas, sesseis, 20-jugadas, 
caudadas, partidas quasi até a nervura mediana em segmentos oblongos, 
crenados, falciformes; soros 12 a 14 por segmento, proximos da nervura 
mediana, confusos na senectude e revestindo a base do segmento. 

A . geogr.: Brasil: E. do Rio, Friburgo. 

23, Alsophilà phalerata Mart. Ic. Crypt. Rras. 67. t. 30 f. 1 e t. 42. 
1834; Bak. FL Mart. 1-2, t, 20 f. 9-11 e t. 58 f. 3. 1870. 

Synon.: Cyathea phalerata Mart. Regensb, Denkschr. II. 146. 
t. 2 f. 3: 

C. multiflora Bm. 

Alsophilà infesta Kze 1834; A. alutacea Kze 1844 (como 
var. alutacea Rosenstock (Beitr. z. Pteridoph. 
Sudbras. II) cita para Rio Grande do Sul, Santa 
Catharina e S. Paulo, A. alutacea Kze, var. de A. 
phalenta seg. C. Christensen Nod. Fil. Bak. in FL 
Mart.); A. crassa Karst. 1869; e outros seg. FL Mart. 

Est. IX, fig. 2 e Est. XI. 



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ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


Nota: A denominação esp. provém de gr. phaleros: alvo. esplendido; 
seg. Fée, o nome applica-se ao capucho que o anel forma no esporangio, 

Arborescente, espinosa 1,80 a 2,40 alt. Froiides herbaeeas ou sub-co- 
riaceas, bipinnadas, com escamas castanhas ovaes lanceoladas acuminadas 
e de margem fimbriado-serrulada no raches, 1,50 a 1,80 lg., 60 a 90 cm. lt.; 
piniias oblongo-lanceoladas, 45 cm. lg., 15 a 20-cm. lt., brevipecioladas; 
pinnulas acuminadas, 7,5 a 10 cm. lt., 14 a 17 mm. lt., partidas quasi até 
a nervura mediana (ou por sua vez pinnadas em pinnulas de 2 a ordem na 
base), em lacineas contiguas, curvas, sub-falciformes, obtusas, crenuladas, 
soriferas do meio para a base, 4 a 5,5 mm. lt.; venulas 7 a 8, em geral bi¬ 
furcadas. Quando ha tripinnação, as pinnulas de 2 a ordem são sesseis, afas¬ 
tadas uns dos outros, lanceoladas, crenadas, insertas sobre nervura tenue- 
alada. Boros medianos, 6 a 8 por lacinea e grupados proximo da nervura 
mediana; receptáculo piloso. 

A. geogr.: Amer. trop.: Antilhas, Columbia, Guyana e Brasil: Alto 
Amazonas, Bahia e Rio de Janeiro, seg. Fl. Mart.; no herv. Mus. Nac.: 
Matto Grosso; Herb. Smith s, n..; Paraná, Ypiranga, 15-2-1904, P, Dusen 
3580. Fée (Cr. Yasc. Br. 1. p. 160) indica uma var.: var. squamuiosa Hk. 
citada para Ilhéos (Bahia). Seg. Rosenstock (Beitr. II): Santa Catharina. 

24. Alsophila leucolbpis Mart. Ic. Crypt. Bras. 70. t. 46. 1834; 
Bak. Fl. Mart. Est. IX, fig. 3 e Est. XII. 

Synon.: Polypodium axillare Raddi. 

Phegoptens axillaris Fée, Gen. 243. 1850-53. 

Alsophila glumacea Fée, Cr. Yasc. Bras. 1. 170. t. 61. 
f. 2. 1869. 

A. Ludomciana Fée, 1. c. 1. 169. t. 60 f. 2. 

A. nigrescem Fée, 1. c. 1. 170. t. 54 f. I. 

A. peétinata Fée, 1. c. 1. 168. t. 60 f. 1. 

Nota: O nome esp. significa escamas brancas e refere-se ás escamas 
alvas peculiares á nervura das pinnulas. Pela forma, a que Fée denominou 
A. nigrescens Fée, approxima-se de A. nigra Mart. pela cor, distinguindo-se, 
porém, segundo Fée, pelos pellos das raches secundarias e das nervuras, 
que são hirsutos em A. nigra Mart, além de suãs . pinnulas sesseis, etc. 

Arborescente, 3 a 4 m. alt. Frondes de raches aculeada, parcialmente 
purpurea; pinnas 40 a 70 em. lg.; pinnulas acuminadas, lineares, crenado- 
dentadas, de nervuras supra hir tuias, profundamente partidas quasi até 
a nervura mediana em segmentos afastados,' linear-lanceolados sub-falci- 
formes sinuoso-dentados, de axilla curva, variaveis na forma. Soros 6 a 12 
por segmento; receptáculo semi-globoso, piloso. 

4. geogr.: Costa Rica e Brasil: Minas Geraes : Marianna; Rio: Tij uca; 



A. J. dl SAMPAIO — CONTRIBUIÇÕES PARA A NOVA FLORA líRASILIENSE 63 

Sul do Brasil; no Herv. Mus. Nac.: Rio: Tijuca (Glaziou s. n.); S. Paulo, 
Santos (Mosen 3808). 

25. Alsophila nigrá Mart. Ic. Crypt. Bras. 71. t. 30 f. 5. e 6 t. 47, 
1834; Bak. Fl. Mart. 1-2. 1870. Est. IX, fig. 4 e Est. XIII. 

Esp. do Alto Amazonas e de Matto Grosso, que, seg. FL Mart. não 
se confunde com nenhuma outra especie. O n. esp. decorre da coloração 
purpureo-escura da raches e das nervuras. Hygrophyta. 

Arborescente 1,80 a 2,40 m. alt. Frondes de raches e nervuras ehenaceas 
(purpureo-escuras), papyraeeas, bipinnadas (sub-tripinnadas seg. Mart.) 
ou tripinnadas por dimorphismo, 1,50 a 1,80 m. lg., 60 a 90 cm. lt.; pinnas 
oblongo-1 anceoiadas, 30 a 45 cm. lg., 12,5 a 15 cm. lt., brevipecioladas; 
pinnulas 7 a 7,5 cm. lg., acuminado-caudadas, de apice crenado e da base 
até o acumen partida quasi até a nervura mediana em segmentos linear- 
oblongos 4 a 4,5 mm. lt., ligeiramente curvos, obtusos e insigne-crenulados, 
as pinnulas são pinnadas, porém, constam de pinnulas de 2 a ordem sesseis; 
elliptico-alongadas, crenuladas. Venulas ebenaceas, 7 a 8, em geral bifur¬ 
cadas e soriferas. Soros 8 a 10 por segmento em duas linhas regulares 
parallelas á nervura mediana; receptáculo piloso. 

A. geogr.: Brasil: Alto Amazonas; rio Japurá; no herv. Mus. Nac.: 
Matto Grosso, S. Manoel, Fev. 1912, Hoehne 5269-70 e Dez. 1908, 
n. 943. 

. 26. Alsophila villosa (H. B. in Willd) Desv. Prodr. 319. 1827; 
Bak. Fl. Bras. Mart. 1-2, p. 328. 1870. Est. IX, fig. 5 e ' -Est. XIV. 

Synon.: Cyathea villosa H. B. in Willd, 1810; 

Chnoophora Humboldtii Klf. 1824. 

Alsophila rigidula Mart. Cr. Bras. 74. t. 51. 1834; 

A. tomentosa Pr. 1836; A . humilis J. Sm. 1842; A. mol- 
lissima Kze. 1844; A. Humboldtii Kl. 1850. 

“Species eum nullâ aliâ confundenda”, diz Baker/ Fl. Mart. 1870; em 
1897, porém, H. Christ descreveu no vol. 24 do periodico Engl.-bot. Jahrb. 
mna nova especie, de Cuba, posteriormente verificada no Brasil, A, aqui¬ 
lina Christ (vide esta), que disse comparável a A. villosa, mas diversa por 
ser glaberrima. Seg. Fée, é também próxima de A. Poeppigii Hk.; vide 
nota em A. elongata Fée. 

Arborescente, 1,80 a 2,40 m. alt. Frondes coriaceas, rígidas, mais 
ou menos flocculoso-villosas, bipinnadas, oval-rhomboideas, 90 cm. lg., 45 
a 60 cm. lt., de peciolo anguloso, canaliculado, densi-escamoso; muricado 
(de saliências curtas, obtusas, cônicas), de escamas fermgineas subuladas 
2,5 a 3 cm. lg.; raches primaria villosa; pinnas imbricadas, lanceoladas, 
brevipecioluladas, as medianas com 22 a 30 cm. lg., 10 a 12,5 cm. lt., as in- 



64 


^'ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL—VOL. XXV 


feriores menores; pimmlas 5 a 7,5 cm. lg., 10 a 13 mm. lt., rigidas, sesseís, 
de apice sub-obtuso e base cuneiforme, partidas quasiaté a nervura mediana 
em segmentas oval-oblongos, obtusos, sub-integros, com 5 a 6 venulas 
bifurcadas. Soros grandes, 2 a 6 por lacinea (ou segmento), medianos; 
receptáculo piloso. 

A. geogr.: Ainer. austral: montanhas andinas do Chile e da Argentina; 
Paraguay-Brasil: S. Paulo, Minas Geraes, Rio de Janeiro. Xerophyta. No 
herv. do Museu Nacional: Rio de Janeiro (Riedel s. n.); Minas Geraes: 
Caldas (Mosen, 2045) ; Matto Grosso (Herbert Smith 109 e 117). 

Var. Dusenii Christ. Paraná: Serrinha (Dusen 3437 leg. et. det.). 

Uma das menores especies no gen. 

27. Alsophila plagiofteris Mart. Ic. Crypt. Bras. 73. t. 50. 1834; 

Bak. Fl. Bras. Mart. 1-2, p. 329. Est. IX, fig. 6. 

N. esp.: do grego Plágios: obliquo e pteris: aza, alludindo ao segmento 
basilar, menor, da pinnula, obhquamente adnado á raches. 

Arborescente, 3 m. alt., aculeada. Frondes herbaceas ou sub-coriaceas, 
pilosas, 1,50 a 1,80 m ( lg., 90 cm. a 1,20 lt., bipinnadas ou sub-trípinnadas, 
com escamas lanceoladas na raches; pinnas oval-laneeoladas, sub-sesseis, 
45 a 60 cm. lg., 15 a 17,5 cm. lt.; pimmlas insigni-acuminadas, 7,5 a 9 cm. lg., 
14 a 17 mm. lt., sesseis e de base asymetrica, com segmentos basilares me¬ 
nores obliquamento adnados á raches , partidas quasi até a nervura mediana 
em segmentos falciformes, os medianos mais longos, de apice obliquamente 
obtuso, as pinnulas estereis denticuladas e as íerteis de margem reflexa; 
venulas 8 a 9, em geral profundamente bifurcadas e soriferas. Boros medianos, 
da base até o apice dos segmentos, quando todas as venulas são ferteis; 
receptáculo piloso. Tem como esp. prox, A. impressa Fée, por ter também 
esta esp. o segmento basilar da pinnula adherente á raches, o que também é 
indicado por Fée para A. Ludoviciana Fée (A. leucolepis Mart. seg.C. Chr.). 

A. geogr,: Equador-Brasil: S. Paulo, Rio de Janeiro; no herv. Mus. 
Nac.: E. do Rio, Angra dos Reis, Glaziou s. n. 

28. Alsophila paleolata Mart. (não Meti.), Ic. Crypt. Bras. 68. 

t. 43. 1834: Baker Fl. Mart, 1870.- Est. IX, fig. 7 e Est. XV. 

Synon.: Polypodium alsophilum Link 1833. 

? Cyathea Sellowiana Pr. 1836. 

Alsophila munita KauK. 1836; A. Gardneri Hk. 1844 ; 

A. eriocarpa Fée Cr. Vasc. Br. t. 56 f. 1; A. scrobiculata 
Fée 1. c. t. 53 f. I; A. Unguis caM Fée 1. c. t. 58 f. 2, 8691. 

? Hemitelia Sellowiana Pr. 1848. 

N. esp.: do latim : palea : palha, com referencia ás escamas alvas, 
paleaceas das nervuras. 






A. J. de SAMPAIO— CONTRIBUIÇÕES PARA A NOVA FLORA BRASILIENSE 


65 


Arborescente, 3 a 5 m, alt., ãculeada, de aculeos unciformes (d*onde 
A. Unguis Cati'Fée). Frondes herbaceas, bipinnadas, de pinnulás dimorphas, 
1,50 a 1,80 lg., 90 a 1,20 lt., com escamas paleaceas alvas ovaes nas nervuras; 
pino as oblongo-lanceoladas, br evipecioladas, 45 a 60 cm. lg., 15 a 20 cm. 
lt.; pinnulás contíguas, sesseis ou sub-sesseis, 7,5 a 10 cm.l g., 14 a 17 mm. 
lt., alternas, partidas quasi até a nervura mediana em segmentos falci- 
formes, obtusos, mais ou menos denticulados, algumas pinnulás por vezes 
dimorphas; venulas 7 a 9 por .laeinea, em geral bifurcadas. Soros 
grandes, 6 a 8 por lacínea, proximos á nervura mediana da pinnula (isto 
é, as nervuras superiores ou extremas estereis, não havendo registro de 
indivíduos mais soriferos); receptáculo pequeno, densipiloso. 

■ Var. nigrescens Hk. cit. por Baker (Fl. Mart.) como provavelmente 
uma espeeie distincta : lamina mais coriacea; raches ferrugineo-piloso; 
pinnulás mais estreitas 12 a 13 mm. lt.; segmentos 2,2 mm, lt., obtusos, 
quasi sem escamas paleaceas na face inferior. 

Yide também nov. var. sub-nuda Rosenst. em Hedw, 46, 1907, p. 68. 
villosa Rosenst,, em E. Rosenstock — “Neue Arten und Abarten brasi- 
lianischer Pteridophyten”, em Fedde-Repert. Nov. Bp. XX, 6-21, 1924. 
(Yide addenda.) 

A . geogr. : da esp.: Brasil: Bahia, Goyaz, Minas Géraes, B. Paulo, Rio 

. ■ * 

de janeiro, nas mattas primitivas. No herv. do Mus. Nac.: Matto Grosso; 
Herb. Smith, s. n.; Minas Geraes: serra de Ouro Preto, Damazio 833, 
Caldas, Mosen, 2046; Santa Catharina : Itajahy, Fr. Müller 162. Para 
a var.: Columbia e Brasil: Br. austral, Rio de Janeiro. Mesophyta. Tem 
como esp. prox. A. goyazensis Christ, cujos caracteres damos a seguir, se¬ 
gundo H. Christ em Schwacke PL Nov. Mineiras 2. 1900. 

29. Alsophila goyazensis Chiist em Schwacke. Plantas Novas Mi¬ 
neiras 2. 33. 1900 e Buli. Herb. Boiss. II. 2. 646. 1902. 

Do porte de um grande exemplar de A. paleolata Mart., mais coriacea, 
e com soros de receptáculo piloso como esta espeeie, mas diversa pelos 
seguintes caracteres: segmentos ainda mais contíguos, imbricados, mais 
obtusos, Íntegros, de face superior inteiramente glabra luzidia e a face 
inferior com- pellos excessivamente pequenos e com escamas ovaes, muito 
pequenas nas venulas; venulas muito salientes, bifurcadas, 5 a 6. Soros 
pouco numerosos, 2 a 3 por segmento, proximos da nervura mediana; re¬ 
ceptáculo piloso. Frondes verde-escuras. (Seg. Christ. 1. c.) 

A. geogr.\ Brasil: Goyaz: Planalto Central. 

30. Alsophila cgntkacta Fée (não Hieron.) Cr. Yasc. Br. 1. 167. 

t. 59. f. 2. 1869; C. Christensen Ind. Fil. 1906. Est. IX, fig. 8. 

Nota: Sob o mesmo nome A. contracta Hieron. n. sp., figura no tra- 

2307-924 9 



66 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


balho de G. Hieronymus “Plantae Stubelianae”— Pteridophyta, uma nova 
especie do Perú diversa da de Fée. 

Arborescente ? Frondes amplas, # bipinnadas, lanceoladas, longi-acumi- 
nadas, de peciolo glabro, aculeado e escamoso; pinnas 60 a 68 cm. lg., 20 a 
24 cm. lt., oblongas, agudas, 36 a 40-jugadas, de raches espessa e tomentosa, 
canaliculada; pinnulas, lanceoladas, sesseis, acuminadas, alternas, aproxi¬ 
madas, partidas quasi até a nervura mediana em segmentos falciformes, den- 
ticulados, agudos crenados, algo estreitados na base, esparsipilosos, escamosos 
na nervura mediana, 2 a 2,5 cm. lt., 3 a 10 mm. lt.; venulas 6 a 8 por lacinea, 
furcadas; as escamas do peciolo são longi-acummadas, douradas. Soros 3 a 
8 por lacinea, sobre as venulas mais próximas da nervura mediana. 

A. geogr Brasil: E. do Rio. Seg. Rosenst. (Beitr. II): Paraná. , 

31. Alsophila. microdonta Desv. Prodr, fam. Foug., Mem. Soc. 
Linn. Paris, 6. 1827; C. Christensen Ind. Fil. 1906; Maxon Contr. U. S. 
Nat. Herb.; H. Christ Geogr., d. Erde, etc. 

Est. IX, fig. 9 e Est. XVI. 

Synon.: A. ferox Pr. 1836; A. armata Mart. (não Sw.) Ic. Cr. 

Bras. 72. t. 28 e 48 1834. 

A. aculeata J. Sm. 1842. 

Polypodiwn microdontum Desv. 1811; P. aciãeatum . 

Raddi 1819. 

Na esp.: do gr.: micros : pequeno e dontos (odontos): dentes, alludindo 
aos pequenos aculeos de que a planta é armada, d’onde também as deno¬ 
minações ferox, armata e iteuleata que figuram na synonymia. 

Uma das especies americanas de maior dispersão geographica, foi recen¬ 
temente estudada de novo por W. Maxon em seu trabalho “Studies of 
tropical American Ferns”, n. 7: The North American Species of Alsophila 
Grouped with A. Armata”, Contr. U. S. Nat. Herb. vol. 24-n°. 7, Was¬ 
hington, 1922, como uma das especies do grupo Armata, a que nos referimos 
a proposito desta ultima esp., cuja descripção perfunctoria é dada em nosso 
trabalho, sob o numero 32. Vamos por isso nos referir a A. mierodonta 
seg. Fl. de Mart. (A. ferox Pr.) e seg. Maxon 1. c. p. 36. 

Arborescente, 1 a 5 m. alt., aculeada, de aculeos pequenos até 5 mm. lg. 
na raches primaria e na secundaria. Frondes herbaceas, bipinnadas (quasi 
completamente tripinnadas), piiosas, 1,50 a 2, 50 m. lt., 90 cm. lt.; pinnas 
ovaes lanceoladas, acuminadas, brevipecioladas, 28 a 60 cm. lg., 10 a 25 cm. 
lt., pinnulas sesseis ou sub-sesseis, linear-oblongas ou oblongo-lanceoladas, 
5 a 13 cm. lg., 1,5 a 3 cm. lt., partidas quasi até a nervura mediana 
(sub-tripinnadas) em segmentos falciformes, crenado-serrados ou obliqua¬ 
mente incisos, obscuramente dentados, venulas hispidas ou glabrescentes 



A. J. de SAMPAIO — CONTRIBUIÇÕES PARA A NOVA FLORA BRASILIENSE 


67 


(de pellos caducos), obliquas, furcadas. Soros pequenos, 6 a 11 pares por 
segmento; receptáculo mínimo, piloso, de paraphyses numerosas, monili- 
formes, pallidas, flaccidas, persistentes. 

A. geogr.: O feto arborescente de maior dispersão na America tropical, 
seg. Bommer e Christ-“Filices” em Primitiae Florae Costaricensis p. 11; 
seg. Maxon 1. c.: Antilhas, America Central, Trinidad, Perú e Brasil; seg. 
FL Mart. e outras publicações, inclusive Maxon 1. c., no Brasil;.Pará e 
Estados centraes e austraes (Fl/ Mart.), Rio de Janeiro (Maxon 1. c.); 
Christ-Geogr. d. Farne: um dos fetos arborescentes peculiares ás‘florestas 
do Rio de Janeiro; seg. Fée: Cresce em pleno sol, ao nivel do mar, sendo 
raramente encontrada além de 400 m. de altitude. Maxon, porém, cita-a 
para altitude de 500 m. em Costa Rica, em valle de Diquis, á margem do 
rio General. No herv. Mus, Nac.: Rio de Janeiro: Riedel s. n., Mosen 60; 
Mauá, 12-111-908, P. Dusen 1938; Pará: Ygarapé-una, 1877, Schwacke 
s. n.; Amazonas: Manáos, Schwacke 488. Mesophyta. 

Nome vulgar : na Amazônia, segundo J. Huber (Mat. FL Amazon): 
Avença grande. 

Nota: Faz parte do grupo especifico Armata, que vamos estudar a 
seguir. 

32. Alsophila armata (Sw.) Pr. Tent. Pterid. 62. 1836; Bak. Fl. 
Mart. 1870; C. Christensen Tnd. Fil. 1906, etc. 

Maxon prefere, porém o synonymo A. Swartziana, que citamos a 
seguir. 

Synon.: Polipodium armatum Sw. 1788; P. axülare Raddi 1819. 

Cyathea hirsuta Pr. 1822; C. aculeata Willd. Klf. 1824. 

Alsophila hirta Klf. (com duvida seg. Maxon) 1824, 
admittida como synon, por Martius Ic. Cr. Bras. 1834. 

A. Swartziana Mart. 1. c. 73. t. 49. 1834, nome pelo 
qual Maxon admitte a esp., conforme veremos adiante. 

A. hirsuta Kunze 1834; A. Pohlii Pr. 1836; A. aculeata 
Kl. 1844; 

A . vestita J. Sm. 1842: A. molissima Moore 1857. 

Hemitelia aculeata Fée 1852. 

Est. XVII, XVIII e XIX, fig. 1-1. 

Seg. C. Christensen Ind. Fil. 1906, ha outros synon. não citados neste 
indice. Maxon, em seu estudo da esp., publicado em 1922, que citaremos 
dentro em pouco, admitte apenas os dois synonymos Polypodiwn armatum 
Sw. e Alsophila armata Pr., considerando a esp. como devendo ter a deno¬ 
minação A. Swartziana , dada por Martius em 1834, baseado no Codigo 
norte-americano de nomenclatura e emcontrario ao Codigode Vinane, 




68 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


citando razões que não nos parecem bastantes para que perca a preferencia 
a denominação de (Sw.) Pr., accrescendo que a denominação armata tem 
valor mneumonico, pois lembra um caracter, o que reforça o seu direito, já 
garantido pela prioridade que, segundo o Codigo de Viennâ, lhe dá a ante¬ 
cedência chronologica da denominação de Swartz Polypodium armatum 
1788), que Presl em 1836 modificou, por se tratar, no caso, de uma cya- 
theacea do gen. Alsophila. A denominação de Martius, datada de 1834, 
já encontrou a de Swartz; demais, accresce que á phytotechnia aproveitam 
mais as denominações que lembrem caracteres morphologicos, que qnaes- 
quer outras honorificas, não sendo por isso de admirar que este ramo da Bio- 
technia venha forçar á adopção generalisada das denominações especificas 
de algum valor immediato, para os trabalhos de identificação das plantas; 
cabe aqui accrescentar que tal ponto de vista virá modificar talvez profun¬ 
damente a actual nomenclatura das plantas e seus codigos; as sciencias 
tenderão, por fim, inevitavelmente para a simplificação. 

Alsophila armata (Sw.) Pr. é considerada um dos mais bellos fetos 
arborescentes da America tropical, sendo também uma das especies de Ah 
sophila de mais larga dispersão na America. 

Muito próxima de A. microdonta Desv., distingue-se desta, seg. H. 
Christ (Farnkr. p. 325) por apresentar: “Folhas maiores, mais fortes c 
densamente pilosas e os soros em toda a face inferior do segmento fértil”; 
este ultimo caracter não sendo eo^nstante, pois também se verifica pequeno 
numero de soros, como deixa ver a estampa de Maxon em Contr. U. S. Nat. 
Herb., toL 24, n. 7, fig. 16, publicado em 1022. 

For essa razão Â. microdonta, deve ser aqui estudada jiintapiente ou 
em confronto'com esta esp., servindo-nos para isso da guia o citado trabalho 
de Maxon “The Horth American Speeies of Alsophila grouped with A. ar¬ 
mata”, do referido boletim do Herbário Nacional de Washington, 1922. 


Grupo armata (maxon) na flora brasileira 

Das especies norte-americanas do grupo Armata, citadas por Maxon, 
apenas duas são representadas na flora brasileira: A. microdonta e À. ar¬ 
mata,-Seg. Maxon 1. e., estas duas esp. brasileiras podem ser differenciadas 
pela seguinte forma: 

I. Raches secundarias distinetamente aculeadas, hir tuias; paraphyses 
muito numerosas no soro, fl acidas, moniliformes, persistentes. 

1. Á. microdonta Desv. 

II. Raches secundaria sem aculeos, lisa ou apenas muricada: 

2. /I. armata (Sw.) Pr. 



A. J- uís SAMPAIO — CONTRIBUIÇÕES PARA A NOVA FLORA BRASILIENSE 69 

Os caracteres de A. armata (Sw.) Pr., segundo Fl. de Mart, e Maxon 
1. c., são em resumo os seguintes: 

Arborescente, aculeada, 8 a 15 m, alt. Frondes 1,50 a 3 m. lg., deli- 
cadamente herbaceas, bipinnadas (sub-tripinnadas), de pecíolo e raches 
primaria hirsutos e aeuleados e raches secundaria também hirsuta, mas 
inerme, ovaes, aeuminadas, 2 a 2,5b m, lg\, cerca de 1,20 lt.; pinnas op^ 
postas, sesseis, lanceolar-oblongas, aeuminadas, 30 a 65 cm. lg., 12 a 24 cm. 
lt.; pinnulas sesseis, hirsutas, verdes sub-glaucas, 6 a 12 cm. lg., 1 a 2,2 em, 
lt,, oblongos ou lanceolados, partidos quasi até a nervura mediana em seg¬ 
mentos lineares de base dilatada, obtusos, falciformes, 6 a 12 mm, lg., 
2 a 3 mm, lt. crenado-serrados, de margem revoluta e lobos- bidentados; 
nervuras hirsutas; venulas 9 a 12 pares por segmento, furcadas. Boros 
8 a 10 pares, confluentes, inframedianos; receptáculo globular piloso. 

A. geocjr ,: America tropical: México, Antilhas e Amer. meridional: Perú, 
Bolívia (seg. Hieron. Hedw. 45 p. 236) e Brasil: Estados centraes e meri- 
dionaes: (Santa Catharina seg. Christ (Geogr. d, Farne). Um dos mais bellos 
fetos arborescentes e mais communs, seg. Christ (Farnkr. d. Erde). No herv. 
Mus. Nac.; Rio de Janeiro, 26-VI-1889, Schwacke s. n.; Corcovado, 1876, 
Schwacke; E. do Rio: Theresopolis, na Serra do Órgãos, 1868, I. G. s, n. 

- Seg. Sçhenck: Santa Catharina: Blumenau; Rio de Janeiro: Corcovado; 
E. do Rio: Serra dos Órgãos. Seg. Rosenst. (Beitr. II): Santa Catha¬ 
rina e S. Paulo. 

33. Alsophila poeppigii Hk. S. Fil. I. 43. 1844: Diels Pflzf.; C. 
Christensen Ind. Fil. 1906, citada por Fée (Cr. Vas. Br. 1 p. 158) eomo bra¬ 
sileira (no que tem duvida Christensen); de Marianna (E. de Minas ?), 

Próxima de A. villosa Desv., seg, Fée, distingue-se desta esp. no parecer 
deste autor, por ter: raches primaria glabra e o resto da planta villosa, 
tomentosa na pag. inferior da frònde; pinnulas sesseis, de apice abrupto 
integro; soros com longos pellos que occultam os esporangios, caracter este 
peculiar também á especie seguinte: A. elongata (A. tijueensis Fée). 

, Poderia ser por isso admittido um grupo Villosa, de que fariam parte: 
A. villosa, A. Poeppigii, A, elongata (villosas) e A. aquilina (glabra), como 
teremos occasião de indicar logo após A. elongata. Não temos elementos 
para saber se tal hypothese pode ser admittida ou não. Vide nota , em 
A. elongata. 

A. geogr A Perú e ? Brasil: Marianna. 

34. Alsophila elongata Hk. Sp. Fil, 1. 43, 1844; Diels em Pflzf.; 

C. Christensen Ind. Fil. 1906. Est. XIX, figs. 1-2. 

Synon: A. iumacemis J. Sm.. 1842; A. tijueensis Fée, Cr. Vasc. 

Br. 1. 171. t. 63. f. 1. 1869. 





70 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VQL. XXV 


Obs. Caract. seg. Diels (Pflzf.), Fée, Christ, etc.) não m a diagn. de Hk. 

Arborescente c,) . Frondes glabras na face superior e vilosissimas no 
receptáculo do soro nas pinnulas ferteis, rigidas, coriaceas, brilhantes, bi- 
pinnadas (sub-tripinnadas), de raches primaria acúleada, trisulcada; es¬ 
camas lanceoladas, longiacuminadas, 2 cm. lg., amarellas, de base escura; 
'pinnas oblongo-alongadas, brevipecioladas, de raches ruiva, 42 a 45 cm. 
lg.; pinnulas lanceoladas, sesseis, longicaudadas, de cauda (apice), tenue, 
ligeiramente crenada, partidas as pinnulas quasi ou mesmo até á nervura 
mediana em segmentos oblongos, curvos, íntegros, apenas crenados no 
apice, agudos; venulas 8 a 9 pares por segmento, fureadas, soriferas as 
basilares até o meio do segmento; receptáculo vilosissimo, com paraphyses 
intestiniformes, entre os esporangios. 

Fácies de À. plagiopteris. 

A. geogr.: America Central-Columbia-Brasil: Rio de Janeiro, Tijuca 
(Fée: A. tijucensis). H. Christ (Geogr. der Farne) cita-a em Costa Rica 
e na Columbia, não a indicando para o Brasil; Bommer e 'Christ (Prim. 
FL Costaric.) indicam-na apenas para a Columbia e a America Central. 
Considerando, porém, C. Christensen (Ind. Fil. 1906) A. tijucensis Fée 
como synonima de A. elongata Hk., citamos aqui como também peculiar 
ao Brasil tal especie que, segundo Christ e Bommer 1. c,, se caracterisa peb 
seu tecido coriaceo brilhante e suas pinnulas longamente caudado-acuminadas. 

Nota: Fée na diagnose de A. tijucensis (syn. de A. elongata Hk. seg. 
C. Chr.) diz: 

\ 

“Cette espèce est caraterisée par Vabsence de poils, par son opacité, 
sa rigidité et par la nature de ses ecailles ; elle est três elastique et très 
ferme; le receptacle est chargé de poils intestiniformes , dans lesquels les 
sporanges sont comme plongées”. (O grypho é nosso.) 

A pilosidade densa do receptáculo de A. tijucensis Fée (A. elongata Hk. 
seg. C. Chr.) lembra a do receptáculo de A. Poeppigii Hk., especie esta que 
Diels (Pflzf. 134) cita juntamente com A. elongata Hk., com as seguintes 
indicações: “Starreres Laub (em relação a A. armata), (unten noch dichter 
behaart , besitzen. A. elongata Hook. A. Poeppigii Hock. in Ostperu”. E’ 
natural, portanto, a duvida que passamos a indicar. Be a A. elongata Hk. é 
densi-pilosa como A. Poeppiggii Hk. seg. Diels, e tem como synonymo A. ti¬ 
jucensis Fée, que Fe descreveu como glaberrima, tenho duvida se os pellos 
a que se refere Diels são exactamente as abundantes paraphyses dos re¬ 
ceptáculos. A indicação de Christ e Bommer, de que A. elongata se cara¬ 
cterisa pelo seu tecido coriaceo brilhante, leva-nos a crer que de facto o 


(1) Servindo a estipe em Costa Rica, seg. Christ— Geogr. d. Farne,—como material de construcção 





A. J. de SAMPAIO — CONTRIBUIÇÕES PARA A NOVA FLORA BRASILIENSE 


71 


limbo da fronde nesta especie é glabro ; a densa pilosidade a que se refere 
Diels deve ser, assim, a que decorre das paraphyses dos soros, mas, em tal 
caso, apenas evidente ou presente nos segmentos ferteis. W o que se verifica 
em a estampa de A. tijucensis Fée (Cr. Vasc. Br. 63, fig. 1), o que a deve 
distinguir de A. Poeppigii Hk,, que é villosa ou mesmo tomentosa na face 
inferior da fronde, seg. Fée. 

Temos assim: A. villosa Desv. com evidentes relações com A. Poep¬ 
pigii Hk. seg. Fée, 1. c., p. 158. 

2) A. Poeppigii Hk. e A. elongata Hk. (de que A. tijucensis Fée é 

ê 

considerada synonima seg. C. Christensen), citadas por Diels (Pflzf.) como 
caracterisadas ambas por espessa pilosidade na face inferior da folha. 

3) A. aquilina Christ, citada por H. Christ como próxima de A. vil¬ 
losa, porém glaberrima. 

Deixamos aqui presente aos especialistas estas indicações dós autores, 
na espèrança de que, tomando-as em consideração, elucidem se no caso 
se trata de um outro grupo especifico Villosa , á semelhança dos grupos 
Prócer a e Armata, acima citados. 

35. Alsophila impressa Fée Cr. Vasc. Br. 1. 165, t. 58 f. 1. 1869, 
C. Christensen Ind. Fil. 1906. Nome espec. em virtude das fossetas da 
pag. superior, correspondentes aos receptáculos da pag. inferior. Est. XIX, 
fig. 1-3. 

Prox. de A, plagiopteris Mart., sendo porém esta aculeada e verde, 
ao passo que A. impressa Fée é inerme e ruiva, seg. Fée, 1. c. 

Arboreseente ? Frondes inermes, flacidas, bipinnadas (sub-tripinnadas) 
de peciolo supra bicanaliculado e raches ruiva; pinnas pecioluladas 42 a 
44. cm. lg., lanceoladas, curvas, agudas; pinnulas 8 cm. ig., 5 mm. lt., 
sesseis, alternas, lanceoladas, acuminadas, de apice denticulado, partidas, 
quasi até a nervura mediana em segmentos oblongos, curvos, obtusos, de 
apice dentado; venulas furcadas (seg. Est. de Fée); soros confluentes, 8 .a 
10 por segmento; receptáculo impresso em fosseta. 

Como A. plagiopteris, os seus segmentos basilares últimos se apoiam 
sobre a raches, facto pelo qual também se approxima de A. plagiopteris 
a outra esp. de Fée: A. Ludoviciana, considerada synon. de A. leucolepis 
Mart. por C. Christensen. Por este motivo, parece-nos provável um 
grupo Plagiopteris , constituido de A. plagiopteris Mart. A. impressa Fée e 
A. leucolepis Mart. 

A. geogr.: Brasil: E. do Rio. 


suB-GEN. 5: Multípirmula: 

Frondes tri, quadri ou pluripinnadas. 

36. Alsophila quadripinnata (Gmel.) C. Chr. Ind. Fil. 1905. 



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Synon.: Polypodium glaucum Sw.- 1788, não. aproveitado por 
: .v^ ! C. Chr. para novo nome da esp., porque idêntica dei 

j m 

nominação de Kze serviu a C. Christensen para o 
-> novo nome P. glauço-pruinatum C. Chr., polypodia- 
\7 ] cea das Philiphmas, 

P. quadripinnatufn Gmel, 1791; P. pruinaíum Sw. 1801; 

P, dnerium Cav. 18.02; P. grisseúm Schkuhr 1806. 
Cyathea dtscolof Bory 1828. 

AlsopMlpi monticolã Mart. 1834, Ic. Crypt. Bras.; 

A. pruinata Klf. 1834; Baker FL Bras, Mart. p. 332 
t. 69 f. 2; A. Deckeriana Kl. 1850. 

Lophosoria pruinata , discolor, affinis e polypodioides 
‘ : ‘ Pr. 1848; L, acaulis , caesia e prostrata Fée Cr. Vasc. 
V , :7 \>'h Br. com est. CIV'. 1869; L . glauca Kuhn 1897. 

Tnchosgrm glaucescens } âensus e frigidus Liebm. 1849. 
y ^v ^ " C. Christensen Ind. FiL 1906. 




- 

^ -r. 


& 




^ Caule em geral deeumbente 1,80 a 2,40 lg., elevando-se no Chile a 
cerca de 4 m. (Fée 1. c. 1 p. 172: Lophosoria pruinata Pr.). Frondes discò- 
lores infra alvo-pilosas ou não, quadripirmadas, coriaceas, e brilhantes na 
face superior; raches pardo-ferrugineo-densi-lanosas; nervuras ferrugineo- 
villosas; pinnas 45 a 60 cm. lg., 15 a 25 cm. !t., oval-lanceoladas, peciolu- 
ladãs, de peciolo 2,5 a 7,5 lg.; pinnulas lanceoladas, 10 a 14,5 cm, lg., pin- 
nadas, excepto no apice, em pinnulas de 2 a ordem lanceoladas, brevipe- 
cioladas, profundamente partidas por sua vez em segmentos agudos, de 
venulas pinnadas nos lobos inferiores e bifurcadas nos superiores: Soros 1, 
raro 2 a 3 por lobulo ou 10 a 12 por segmento, próximas da nervura: espo- 
rangios poucos; receptáculo deprimido ; paraphyses longas, ferrugineas. 

** Especie variavel quanto á segmentação das pinnulas e o revestimento 
piloso, A Flora de Martius admitte a var.: concolor Bak. (Syn. A, mon- 
ticola Mart. ê Cyathea monticolã Pr.) 

S *. A. geogr.: México, índias Occidentaes, Juan Fernandez, Amer. Trop. 
áté a Patagônia; no Brasil: Minas Geraes, E. do Rio: Serra dos Órgãos e 
Rio de Janeiro; Rio Grande (Sul do Brasil) seg. Christ em Wettst.-Schiffn 
Ergebn. No herv. Mus. Nac.: Minas Geraes: Caldas, 1-9-1873, Mosen 
2047 ; Serra do Picú, Abr. 1879, Netto-Glaz.-Schw. e Rangel. 

Seg. Rosenst. (Beitr. II): Rio Grande do Sul e S. Paulo. 


■+. b A 

1 



37. Alsophilá flexuosa Fée Cr. Yas. Br. 1. 159. 1869; C. Chr. Ind. 
Fil. 1906. 

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-tm, , A^ Àrboreseente, vigorosa, de raches flexuosa (donde o n. esp.) e sul¬ 
cada. 



f 


A. J. db SAMPAIO—CONTRIBUIÇÕES PARA A NOVA FLORA BRÁSILIENSE 73 

Frondes coriaceas, glaberrimas, pluripinnadas; peciolulos de base 
espessa e negra; pinnulas 24 a 28 cm, lg.; segmentos terciários linear-ian- 
ceolados, rígidos, espessos, estreitos, sesseis, acuminados, crenados, 3 em. 
lg., 5 a 6 mm, lt. Soros diítusos; esporangios grandes, esparsos. 

Nota: A descripção de Fée é pouco minuciosa; não dispondo nòs do 
exemplar-original ou pelo menos de exémplar rigorosamente authenticãdo, 
não nos é possivel mais extensa diagnose, A esp. não está figurada no tra¬ 
balho de Fêe. 

A. geogr Brasil, S. Paulo. 


Observações: 

♦ 

H. Christ, á pag. 303 de sua Geographie der Farne, 1910, cita para a 
flora amazônica Alsophila pilosa, esp. não indicada em nosso presente tra¬ 
balho, não citada na flora de Martius, nem no Index Filieum, 1906, de 
C, Christensen, a que subordinamos o nosso estudo. 

No vol. 44 (1905) de Hedwigia, pag. 368, H, Christ cita A, pilosa 
Bak. (Syn. Fil Ed. 11. 32) no seu trabalho “Filices Uleanae Amazonieae, 
com as seguintes indicações únicas: “Hab. Filix arbórea, trunco humiH 
tenui, 1-3 m. Cerro de Escaler 1300. m. Março, 1903. 6902. A cl Baker e 
Perú et Columbia citata. Trata-se ahi de planta peruana (Cerro de Escaler) 
possivel na Amazônia, mas por emquanto extra-brasiliense, pelo que não 
a inchamos desde logo. C. Christensen (Ind. Fil.) cita também com duvida 
A. dispersa Klf.; assim A. brevis J. Bmith e A. speciosa (Meyer) Pr. 


Terminando esta primeira parte do nosso estudo referente ás especies 
brasileiras do gen. Alsophila, vamos indicar o assumpto de um trabalho 
futuro com o qual desejamos proseguir esta monographia. 

Como já indicamos anteriormente, varias especies de Alsophila do 
Brasil formam, pelas suas aflinidades, grupos específicos a que já teem allu- 
dido os autores; apontámos o grupo Procera a que se referem Rosenstock 
e Christ e citámos os dois grupos Armata e Villosa. 

Em trabalho seguinte, se possivel, estudaremos mais minuciosamente 
taes grupos, na esperança de, por este modo conseguir uma chave ana- 
lyptica natural. 

Yeremos então que o sub, gen. 1: Metaxia, monotypico na flora 
brasileira, onde se representa unicamente por A. blechnoides, não tem 
por isso especie próxima; no sub-gen. Triehopteris, porém, teremos de con¬ 
siderar um typo corcovadensis, de que se approximam A. Feeana e elegans; 

2307-924 10 




74 


ARCH1VOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 



nos sub-gens. Haplophlebia e Dicranophlebia, além dos grupos Prõcera, 
Armata e Villosa, teremos de considerar os typos A. aspem, de que se appro- 
xima A. nitens.; o typo oblonga, de que se approxima A. piligera; o typo 
Marginalis, de que se approximam, pela disposição dos soros, A, praecincta 
e corvovadensis var. sub-marginalis; o typo Miersii, de que, pelos soros em 
linha quebrada, se approximam A. Ulei e A. corcovadensis var. iobata; 
o typo plagiopteris (A. plagiopteris e A. elongata); o typo paleolata e as 
esp. prox. A. goyazensis e villosa; e por fim, no ultimo sub-gem, as relações 
entre A. quadripinnata e A. flexuosa. 

Falta-nos para isso completar o material de hervario de que dispomos. 

Museu Nacional do Rio cie Janeiro, 16 de Julho de 1923. 



A. J. de Sampaio. 

























ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


Estampa XII 



Pig. 1 : Alsophila corcovadensis (seg. Mart.) e var. laurifolia (seg. Chrisl.); 2. A. decipiens (seg. Fés); 3. A. Fccana C. Chr , seg. Chríst 
(A, Glaziovli Balí.) ; 4, Pinnas esteril e fértil de A. elegans ; 5. .1. guimarac.nsis (seg. Fée); 6. A. dichromalalepis (seg. Fée); 7. A', piligera 
(seg. Hieron.); 8. A. Miersii (original); 9. A. compia (seg. Mart.); 10. Fragmento dc pinnula de A. praecincta (seg. Bak). 



















































VOL. XXV 


Estampa IV 



Alsophüa ráãens Mett. 

Alsophila verrucidosa Rosenst. o. nom. (Vide adãenda). 




■e-- 














ARCHíVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


Estampa V 


s£j n , \ 

■j ç) o n iif s r/t / 


Alsopkhila proeera (Willd.) Desv. seg. Martius, e Aísophila leptodadia Fée, seg. Fée. 
* {As tres figuras superiores são de A. proeera e as tres inferiores, de A. leptodadia). 


































Alsophila Clasiovi Fée (nào Bak.) 


Estampa VII 



















CIOXAL — \ OL. XX\ 


Estampa IX 


Gev. Alscphila subgen. Dicranopmebia 

2. .1. phalerala (seg. Mart.); 3. A. lencólepis (seg. Fée e Mart.) 4. A. nígra (seg. Mart.); 5. A 
; . Mart.); 7. A. paleolala seg. Mart. 8. A. contracto (seg. Fée); 9. .1, micrcdonla Pr. (scg. Mart.) 


Fig. 1. 

viUosa (j<rg 

























































ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


Estampa XI 



Alsophila phalerala Mart. 





















































XXV 


Estampa 


XIV 


Alsophila viltosa Desv. 


/ ,*• 























ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


Estampa XVI 



Alsophüa microdonla Desv. 

















ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


Estampa XVIII 



Proa. 


Ool» i 


éáíém 






Alsophila armala (Sw.) Pr. 














ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


Estampa XIX 



Gen Alsophila 

Fig. I: t. Segmento da pinnula de A. ar mala Pr. (seg. Mart. A. hirta Klfs) 

2. n » » » A . elongala (seg. Fée). 

s » » » -4. impressa (seg. Fée). 

4. Pinnula de segunda ordem de A. quadri pinnala (seg. Dieh.) 

Fig. H: a — escama de Alsophila glaziovi seg. Fée.; b = id. de .4. dichromatolepis (seg. Fée) c — id. de A. lencolepís (seg. Fée): 

d = id. de A. elongala (seg. Fée). 

Fig, III: Aculeos de: 1: .4. ar mala \ 2: A. conlraela ; 3: .1. leplocladia ; 4; .4. lencolepís-, ã: Esparangias e paraphyses (seg. Fée); 6: exemplo 
de esporangio. 

















































ADDENBA 


Jfft revisão que agora fademos do presente trabalho, elaborado em 
1923^ temos opportunidade de alguns aceres cimos, obtidos da litteratum 
que conseguímos consultar apô» aquella' data. 

Ásmnp em relação I 

Pag, 17, Âlsophila atrovirens, ha a accreseentar, seg. E. Rosenstock 
(Beitr. z. Pteridoph. Südbras. II, Hedw. 46, 1907), as seguintes novas 
variedades : 

Var. acuminata Rosenst. n. v., de pinnulas longiacnminadas e nervuras 
pauciescamulosas. Rio Grande do Sul e Santa Catharina, com uma forma 
nigrescens, de raches e nervuras nigrescentes superiormente. 

Var. major Rosenst. n. v., de pinnas e pinnulas sub-duplo maiores 
profundamente incisas, pouco mais acuminados que o typo ; Santa Ca¬ 
tharina. 

Var. squamulosa Rosenst. n. v., de costiilâs de pinnulas e lacineas 
escamosas, de escamas alvas, densas, ampollaeeas ; pinnulas incisas até 
além do meio e em ambas as faces mollemente pilosas; Santa Catharina. 

Var. patula Rosenst. n. v., de pinnas primarias e secundarias mais 

afastadas que no typo; Rio Grande do Sul. 

* 

Var. subcordata Rosenst. n. v., de aculeos atropurpureos e pinnulas 
de base subcordiforme, longe pedicelladas ; Santa Catharina. 

Var. rígida Rosenst. n. v., de lamina carnosa, rígida, eorriacea © 
pinnulas de margem revoluta ; S. Paulo. 

Var. furcativenia Rosenst. n. v., de pinnulas acuminadas, incisas até 
além do meio e as nervuras em maioria furcadas; Santa Catharina; na: ■ 
synonimia: A radens Klf. (não Mett.). Vide C. Chrístensenv nd. Fik, p. 47, 
Rosenstock L c. e o que se segue. 

Pag, * 17 , Áh&pMla radens Klf. Seg. Rosenstock, esta denominação de 
K&ulfUMt* (não Mett.), sendo já indicada por C. Çhristensen (Ind. FiL, 
p, 47) como synonyma dê Â. atrovirens (Laiiggd, et Fiseh.) C. Chr., deve 
pfyêêm para a synonymia desta espeeie, pelo que Rosenstock creou a nova 
denominação AUopkila mrumlom, Rosenst. n. nom. (Á,. radens, Mett) 
em seu trabalho Reitr. t, Pteridoph. Südbras. II Hedw: 46, 1.907, p. 66, 
dando como principal differença desta esp. ern relação com A. atrovirens 
a mais forte pubescencia da planta inteira e a maior frequência de escamas 
pardo-amarelladas, de bordos dentados, existentes sé. nas nervuras dos 
segmentos primários ou também nas dos secundários. 













76 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


VOL. XXV 


Refere ainda o A. que as escamas caducas dão á planta aspecto ru- 
goso, donde o nome radens, esse factor tendo também servido a Rosenstock 
para a nova denominação verruculosa ; Rio Grande do Sul, Santa Ca- 
tharina e S. Paulo. 

Var , UUbrichtii Rosenst. n. v., hispida e de costulas fartamente esca- 
mulosas; pinnulas sub-sesseis e de base truncada, estreitas, lineares, afas¬ 
tadas, sub-coriaceas, pinnatifidas até além do meio, de lacineas sub-con- 
tiguas, lineares ; S. Paulo. 

Como especie próxima de A verruculosa , Rosenst. n. nom. cumpre 
intercalar a seguinte n. sp.: 

9 a — Alsophüa paulistana, Rosenst. n. sp. (E. Rosenstock. — Reith z. 
Pteridoph. Südbras, II, Hedw. 46, 1907, p. 67.) que, seg. Rosenst., se ap- 
proxima de À. verruculosa pelas escamas aureas, caducas, das nervuras 
de I a e 2 a ordem, mas, na nova especie, são maiores. 

Pinnas lanceoladas, bipinnadas, de costa tenue-aiada, hispidulas e 
escamosas, de escamas lanceoladas, aureas, até 10 mm. lg. 'x 3 mm. 
lt., ciliadas no apice. Pinnulas estereis de base asymetrica, pinnatifidas 
até além do meio, contiguas, herbaceas, infra densi-escamosas nas ner¬ 
vuras, de escamas ampollaceas, brancas, numerosas ; lacinias densas, em 
geral imbricadas, linear-Jiguladas, de apice obliquo-obtuso, obscuramente 
crenuladas venulas 6-7 pares, furcadas e simples ; soros medianos até 
7 ou 8 por lacinea. 

Pag. 30, Alsophüa paUolata, Matt., qqanto a variedades, accrescenfar: 

Var . sub-nuda , Rosenst. n. v., de lamina sub-glabra e escamas, menos 
numerosas — (Vide Hedw. 46, 1907, p. 58). Santa Catharina. 

Var. villosa , Rosenst., n. v., em Fedde Repert. Nov. Spec. XX, 
6-21-1924. 

Alsophüa Miquelii , Kze, indicada por E. Rosenstock — Beitr. z. 
Pteridoph. Südbras. II, Hedw. 46, 1907, p. 67, para Santa Catharina: 
São José. S. Christensen não cita essa esp. em seu Index Filicum 1906. 

Nota: O presente trabalho condensa apenas os conhecimentos colli- 
gidos na litteratura citada na bibliographia, faltando-me consultar vários 
trabalhos posteriores ao Index Filicum, 1906, de C. Christensen e dos 
quaes não disponho. 

Museu Nacional, Abril 1925. 

A. J . de Sampaio . 




BIBLIOGRAPHIA 


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A. J. de Sampaio — Cyatheaceas de Matto Grosso e da Amazônia, Julho 1923, em 
impressão pela Commissão Rondon. (Pteridophyta II.) (inédito ainda). 







ÍNDICE 



Alsophila aculeata J. Bm. : A. microdonta. 
aculeata Kl.; A. armata. 
acuminata J. Sm.: A. Miersii. 
adspersa Kze.: vide Observação, p. 45. 
affims Fée.: A. quadripinnata. 
alata Kze: A. phalerata. 
alutacea Kze: A. phalerata var. 
aperta Fée: pp. 6 e 24. 

- aquilina Christ: pp. 6, 8 e-26. 
arbuscula Pr.: pp. 5 e 23. 
arbuscula Klf.: A. procera. 
armata Marti: A. microdonta. 
armata (Sw.) Pr. : pp. 7 e 33. 

? armigera Kze: A. procera var. 
aspera R. Br.: p. 6. 

atrovirens (Langsd. et Fisch.) Pr.: pp. 5, 16 e addenáa. * 
axillaris Moore: A. leucolepis. 

j 

Blancheti Trevis e Blanehetiana Pr.: A. phalerata. 
blechnmdes (Rieh.) Hk.: pp. 4 e 11. 
brevis J. Sm.: vide Observação, p. 39. 

Ceropteris Fée.: A. arbuscula. 
competa Mart.: pp. 6 e 25. 
contracta Fée.: pp. 7 e 31. 
corcovadensis (Raddi) C. Chr.: pp. 4 e 12. 
corcovadensis Fée.: A. Glaziovii Fáe. 
crassa Karst.: A. phalerata var. 
crenata Kze: A- elegans var. 
davaUioides Kze: A. praecincta seg Bak. 
decipiem Fée.: pp. 5 e 13. 

' Deckeriana Kl. : A. quadripinnata. 
dichromatolepis Fée.: pp. 6 e 23. 
dispersa Klf., vide observação, p. 39. 
dorsalis (Fée) Christ: pp. 7 e 27. 
elegans Mart.: pp. 5 e 15. 
elengata Hk.: pp. 8 e 35. 
eriocarpa Fée: A. paleolata. 
excelsa Mart.: A. corcovadensis. 

Feeana C. Christ.: pp. 5 e 14. 
flexuosa Fée: pp. S e 38. 

íumata Kl.: A. phalerata seg. Christensen, A. compta seg. Bak. 










80 


ARdHIVOS DO MUSEU NACIONAL'— VOL. XXV 



Fusagasuga Trevis: A. armata. 

Gardneri Hk.: A. paleolata. 
glauca Urban: A. quadripirmata. 

Glaziovii Fée: pp. 6 e 24. 

Glaziovii Bak.: A. Feeana C. Chr. 
glumacea Fée: A. Leucoplepis. 
goyazensis Christ: p. 7. 
grupo armata : p. 34. 

' » específicos: p. 39. 

» procera : p. 21. 

» villosa: p. 43. 
guimaraensis Fée: p. 5. 
hirsuta Kze: A. armata. 
hirta Klf,: A. armata. 

Hoekeriana Kl,: A. atrovirens. 

Humboldtii KL: A. villosa. 
humilis J. Sm.: À. villosa. 
impressa Fée: p. 8. 
infesta Kze: À. phalerata. 
leptocladia Fée: pp. 6 e 23. 
leucolepis Mart.: pp. 7 e 28. 

Ludoviciana Fée: A leucolepis. 
marginalis Kl.: p. 5. 
microdonta Desv.: pp. 7 e 32. 

Miersii Hk.: pp. 5 e 19. 
millefolium Desv.: A. quadripinnata. 

Miqmlii Fée: vide addenda. 

mollissima Kze: A. villosa. 

mollissima Moore: A. armata. 

monticola Mart.: A. quadripinnata var. Concolor. 

munita Klf.: A, paleolata. 

nigra Mart.: pp. 7 e 28. 

nigrescens Fée: A leucolepis. 

nitens J. Sm.: pp. 7 e 26. 

nitida Kze: A. nitens. 

oblonga Kl.: p. 6. 

paleolata Mart.: pp. 7, 8, 30 e addenda . 
paulistana Rosenst. n. sp.: vide addenda. 
pectinata Fée: A. leucolepis. 
peruviana KL : A. phalerata. 

■phalerata Mart.: pp. 7 e 27. 
püigera Hieron.: pp. 5 e 17. 
pilosa: vide observação, p. 38. 
plagiopteris Mart.: pp. 7, 8 e 30. 

Poeppigii Hk.: pp. 7 e 35. 

Pohlii C. Chr.: A. armata. 
praecincta Kze: pp. 6 e 25. 



A. J. de SAMPAIO — CONTRIBUIÇÕES- PARA A NOVA PLORA BRASILIENSE .81 

procem (Wildd.) Desv.: pp. 5 e 20. 

pruinata Klf.: À. quadripinnata. 

pungem (Willd.) Klf.: vide chave analyptica. 

quadripinnata (Gmel.) C. Chr.: pp. 8 e 37. 

radem Klf.: pp. 5, 17 e addenda. 

radens Mett.: A. radens. 

rigidula Mart.: A. villosa. 

rostrata Mart.: A. blechnoides. 

rafa Fée.: A. armata. 

scrobiculata Fée: A. paleolata. 

speciosa (Meyen) Pr.: vide observação, p. '39. 

Swartziana Mart.: À. armata. 

Taenitis Kze: A. corcovadensis. 
tijucensis Fée: A. elongata. 

Tumacensis J. Sm.: A. elongata. 

TJnguis Catai Fée: À. paleolata. 

unita Kze:. A. Miersii seg. Bak. 

verruculosa Rosenst, n. nom.: vide p. 17 e addenda. 

vestita J. Sm.: A. armata. 

villosa Kze: A. poeppigii. 

villosa (EL B. Willd.) Desv.: pp. 7, 8 e 29. 

Amphidesmium blechnoides Kl.: A. blechnoides. 

Parkeri Schot.: A. blechnoides. 
rostratum J. Sm.: A. blechnoides. 

Aspidium rostratum H. B. K.: A. blechnoides. 

Chnophora excelsa Mart.: A. corcovadensis. 

Humboldtii Klf.: A. villosa. 

Cyathea aculeata Willd.: A. armata. 
aspera Sw.: A. aspera. 
compta Mart.: A. compta. 
discolor Bory: A. quadripinnata. 
hirsuta Pr.: À. armata. 

monticola Pr,: A. quadripinnata var. concolor. 
multiflora Sm.: ? A. phalerata. 
muricata (?) 

Sellowiana Pr.:? A. paleolata. 
villosa H. B. Willd.: A. villosa. 

Hemitelia aculeata Fée: A. armata. 
marginalis: Alsophila. 

Sellowiana Pr.: ? A. paleolata. 

Lophosoria acaulis Fée, affinis Pr., brasiliensis Kl., caesia Fée, densa Kl. e discolor Pr.: 
syn. de A. quadripinnata. 
dorsalis Fée: A. dorsalis. 

-frigida Kl., glauca Kuhn, glaucescens Kl., polypodioides Pr., prostrata Fée, prui- 
nata Pr.: syn. de A. quadripinnata^ 
warscewiczü Kl.: A. quadripinnata. 

2307-924 


11 



82 


ARCHIYOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


Metaxya Parkerí J. Sm.: A. blechnoides var. 
rostrata Pr.: A. blechnoides. 

Phegopteris axillaris Fée: A, leucolepís. 

Polypodiiim aculeatum Reddi: A. microdoDta. 
aculeatum Vell.: A. alsophila?. 
alsophilum Link: A. paleolata. 
ambíguum Desv.: Alsophila?. 
arbuscula Beyer.: A. arbuscula seg. Bak. 
aimatum S w.i A. armata. 
atrovirens Langsd. et Pis eh: A. atrovirens. 
axillare Raddi: A. leucolepis. 
blechnoides Rich.: Â. blechnoides. 
cinereum Cav.: A. quadripinnata. 
corcovadense Raddi: A. corcovadensis. 
glaucum Sw.: A. quadripinnata. 
griseum Schkuhr: A. quadrípinnata. 
mícrodontum Desv.: A. microdonta. 

Parkeri Hk. et Grev.: A. blechnoides. 
procerum Willd.: A. procera. 
pruinatum Sw.: A. quadripinnata. 
pungens Willd.: A. pungens. 
quadripinnatum Gmel.: A. quadripinnata. 
rostratuin R. R. Willd.: À. blechnoides. 

Taenitis Roth: A. corcovadensis. 

Trichipterlsi Triehopteris. 

Trieliopteris crenata Pohl: Á. elegam Vár. 
denticulata Pr.: A. corcovadensis. 
elegans Fée: A. Feeana. 
elegans Pr.: A. elegans. 
excelsa Pr.: A. corcovadensis. 
marginalis J. Sm.: A. marginalis. 

Triehiosorus densus, frigidus e glaucescens Liebm.: A. quadripinnata vai*. 




NOVOS SUBSÍDIOS 


para o 


CONHECIMENTO DA FAMÍLIA PHORIDAE (DIPT.) 


POR 


THOMAZ BORGMEIER, O. F. M. 



NOVOS SUBSÍDIOS PARU 0 CONHECIMENTO DA FAMÍLIA PHORIDAE (DIPT.) 

POR 

THOMAZ BORGMEIER, O. F. M. 


INTRODUCÇÃO 

O primeiro que se occupou do estudo da fauna brasileira de plio- 
rideos foi o dr. G. Enderlein, actual direetor da secção entomologica do 
Museu de Berlim. 

No seu trabalho “Die Phoridenfauna Sud-Brasiliens” (1) 2 3 , Enderlein 
descreveu material colleccionado pelo sr. H, Luederwaldt em Santa 
Catharina (Hammonia), accrescentando num trabalho posterior í2) a des- 
cripção de uma nova especie de ApHiochaeta . (necrophaga), proveniente 
de'Minas Geraes. Infelizmente as deseripções do conhecido entomologista 
allemão são de todo insufficientes para a verificação exacta das especies. 

Eóra de Enderlein, até 1922, só o Padre H. Schmitz se tinha oc- 
cupado dos phorideos do Brasil. Ao abalisado especialista desta familia de 
dipteros devemos a bôa descripção de alguns generos e varias especies 
novas da nossa fauna. 

Principalmente Schmitz prestou relevantes serviços á entomologia 
brasileira pela revisão de uma grande parte dos typos de Enderlein, 
que se acham no Museu de Stettin m . Verificou que, dos seis generos 
creados por Enderlein em 1912, cinco eram synonymos. 

Quando eu, em 1921, comecei a colleccionar phorideos brasileiros, 
só se conheciam do Brasil 35 representantes dessa familia interessante. 
Hoje o numero das especies descriptas cresceu a 168, que se distribuem em 
46 generos. Já tive occasião de dar á publicidade em diversos trabalhos, 
dois dos quaes foram feitos em collaboração com Schmitz, 16 generos 
e varias especies novas. Devo á gentileza do sr. dr. Arthur Neiva, 
actual direetor do Museu Nacional do Rio de Janeiro, o poder publicar os 
resultados dos meus estudos desta vez num trabalho de maior folego. Não 
é, nem pretende ser, uma monographia dos phorideos do Brasil. Para tal, 
a meu ver, o tempo ainda não chegou, visto só uma região muito restricta 


(1) Stett. Ent. Zeü. (1912), pp. 1-45. 

(2) Nem Gaiiungen imã Aríen amsereuropãischer Phoriden, ibid. pp. 46-50. 

(3) Typenstudien an Phoriden, Jaarb. Nat. GenooUchap IAmhurg (1920-23), pp. 49-59. 







80 


ARCHIVOS BO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


do Brasil ter sido até hoje examinada a respeito de phorideos. Por não 
se tratar de um trabalho monographico, acho também desnecessário dar 
antecipadamente uma explicação minuciosa dos caracteres da família, 
como o fez ainda ultimamente, com mão de mestre, Lundbeck na sua 
monumental monographia dos phorideos da Dinamarca (1) . Essa obra, 
aliás, é indispensável para todos que se querem occupar do assumpto. Pelo 
mesmo motivo também desisti de dar a bibliographia completa. Pemetto 
o leitor ao trabalho importante de Brues “A Synonymie Catalogue of 
the Dipterous Family Phoridae” (2) , onde se encontra reunida toda a lit- 
teratura até 1914. 

Todos os phorideos até agora descobertos no Brasil pertencem á sub- 
familia Phorinae. Foi collocado por mim erroneamente na subfamüia 
Platyphorinae o genero Neoplatyphora m., citado na minha ‘ Lista dos 
Phorideos do Brasil” (3) . Além das femeas dos platyphorineos nunca 
possuírem ocellos, a cabeça de ambos os sexos participa da formação plana 
do corpo, e, o que é o principal, o estigma prothoracico se acha distincta- 
mente na região dorsal. Todos esses caracteres não se verificam em Neo¬ 
platyphora, pelo que, tratando-se apenas de um nomen nudwn, mais tarde 
descrevi esse genero novo como Homalophora (4) 5 . 

Para mais facil orientação do leitor achei conveniente fazer pro¬ 
ceder aos 23 generos tratados neste trabalho a diagnose generica. O trabalho 
versa sobre 110 especies, das quaes 71 são novas para a sciencia. Algumas 
descripções já publicadas anteriormente foram aqui reproduzidas, ou por 
terem sahido em revistas difficilmente accessiveis, ou por terem escapado 
alguns erros na diagnose original. 

Quanto á terminologia sigo inteiramente o Padre Sghmitz (s) . 
Por fronte entendo toda a região supraantennal e intraocular, inclusive o 
vertice. Nella ha geralmente cerdas postantennaes e tres fileiras de quatro 
cerdas frontaes propriamente ditas. As cerdas postantennaes , de ordinário 
em numero de duas ou quatro, se inserem no meio da borda anterior em 
cima das foveas antennaes. Elias podem ser ou proclinadas (estando em 
anteversão), como em Aphiochaeta } ou erectas (quando mais ou menos 
perpendiculares á superfície frontal), como em Puliciphora, ou reclinadas 
(estando em retroversão), como em Dohrniphora. As cerdas f rontaes propria¬ 
mente ditas constituem fileiras transversaes. A primeira fileira ou fileira 
anterior se insere perto da borda frontal anterior; ás vezes é muito con- 


(1) Diptera Daniea, parfce VI, Copenhagen (1922), pp. 69-89. 

(2) Buli. Wisc. Nat. Hist. Soc., vol. XII (1915), pp. 85-152. 

(3) Eev. Mus. Paulista, vol. XIII (1923), p. 1.224. 

(4) Dmtscher Ver. f. Ifk u. Kunst, S. Paulo (3. Jahrg. 1922), p. 177. 

(5) Jaarb. Nat . Genootschap Limburg (1917), pp. 82-84. 




família phoridae (dipt.) 


87 


vexa para deante (Aphiockaeia) , implantando-se as cerdas interiores quasi 
verticalmente em baixo das exteriores. A segunda fileira ou fileira media 
fica mais ou menos no meio da fronte, deante dos ocellos. Â terceira 
fileira ou fileira posterior (ou vertical) oeeupa a margem occipital. Ha 
ainda na borda vertical de cada lado uma cerda occipital inclinada para a 
linha mediana, que não tem grande valor especifico e geralmente nas des- 
cripções fica fóra de consideração. A antenna se compõe de tres articulos, dos 
quaes o segundo é sempre encaixado no terceiro. Esse péde ser de forma 
glòbular, oval ou cônica. Nelle se insere, ou na face dorsal ou subapical, 
ou na extremidade apical, a arista , uma ‘'cerda” mais ou menos comprida 
e pubescente que se compõe de tres articulos. Na designação das nervuras 
da aza não sigo a nomenclatura de Çomstock-Needham, mas emprego 
com Brues, Schmitz e Lundbbck a terminologia antiga: costalís, sub- 
costalis, radialis, mediana, eubitalis, axillaris; a nervura anal falta nos pho- 
rideos. A nervura subcostal costumo chamar meãiastinal ; na sua base fica 
a nervura humeral-transversal , a "Wurzelquerader” dos autores allemães; 
a radialis se divide em Rl, R2 + 3 e R4, que designo successivamente 
com primeira, terceira e quarta nervuras longitudinaes; a segunda nervura 
longitudinal é representada pelo ramo anterior da forquilha e falta em 
certos generos; mediana, cubitalis e -axillafis costumo chamar quinta , sexta 
e sétima nervuras longitudinaes. A aluía falta nos phorideos; em seu lugar 
se inserem geralmente alguns pellos ciliados. Na designação das diversas 
faces da tibia sigo com a maioria dos autores as propostas feitas por 
Percy H. Grimshàw (1) , que distingue quatro faces principaes: ãorsal, 
ventral , anterior e posterior , e quatro faces secundarias: anterodorsal^ ante - 
roventral , pôsteroventral e posterodorsal . Schmitz explica estes termos da 
seguinte forma: "Imaginando-se a pata esticada de maneira que seu eixo 
longitudinal se acha perpendicular ao eixo longitudinal do corpo, a face 
dirigida para cima é a face dorsal. Gontemplando-se agora a pata desde 
a base em direcção á extremidade apical e dando-se uma volta ao redor 
delia no sentido da marcha do relogio, podem-se distinguir successivamente 
as seguintes faces (ou bordas): dorsal, anterodorsal, anterior, antero- 
ventral, ventral, posteroventral, posterior, posterodorsal.” Para conhecer 
á primeira vista a face ventral ou dorsal, convem notar a regra de 
Grimshàw: “If the leg of a specimen happens to be bent, then the ventral 
surfaces of the femur and tibia are those which would come into opposition 
if the leg were entirely closed. Whatever the angle made by the tibia 
with the femur i, e. in whatever position the leg be set, the dorsal surface 
can always be readily ascertained by turning the fiiy round until these 


(1) Ent. MoníhL Müq., vol. XVI (1905), pp. 173-176. 




88 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


two portions of the leg appear tó be in an exact line with each other, in 
which case the outside of the angle will be dorsal”. 

O abdômen dos phorideos se compõe de 10 segmentos, dos quaes 1-6 
são livres. Os segmentos terminaes 7-10 da femea na maioria das vezes são 
retrácteis á maneira de telescópio; quando são muito modificados e chi- 
tinisados como em Apocephalus , falo em ovipositor. Na face dorsal do 
ultimo segmento se encontram duas lamellas uni-articuladas, ellipsoidaes, 
as apophyses genitaes (cerci). “Aos machos faltam os segmentos 7-8; ao 6. 
segmento abdominal se segue immediatamente o ‘hypopygium’ , que se 
compõe do 9. segmento modificado ou segmento genital e dó 10. segmento 
ou segmento anal” (Schmitz). O segmento anal varia muito, podendo ser 
proeminente em forma de bainha. ( Aphiochaeta ) ou tubo (Dohrniphora ), 
ou muito curto e papilliforme ( Hypocera). 

Finalmente, cumpre-me agradecer ao illustre director do Museu Na¬ 
cional, dr. Arthxtr Neiva, que me suggeriu a idea deste trabalho, pondo 
á minha disposição a bibliotheca e os laboratorios do estabelecimento á 
cuja testa se acha e que, sob a sua habil direcção, está em vias de franco 
progresso, tomando uma orientação figorosamente scientifica. Deixo 
também aqui assign alados os meus agradecimentos a todos os que con¬ 
tribuiram para este trabalho, fornecendo-me material de estudo; refiro-me 
aos Srs: rev. Frei Miguel Witte (Rio Negro, Paraná), Clemente Anheuser 
(Bahia), Eusebio Paulus e Anacleto Wiltuschnig (Curityba), Benedicto 
Ronchi e Cajetano Prade (Petropolis), dr. Carlos Bruch (La Plata). As 
photómicrographias na maior parte foram feitas no Museu Nacional pelo 
Sr. J. Hubmayer Filho; algumas devo á gentileza do dr. C. Bruch; os 
desenhos que acompanham o texto, são quasi todos originaes do autor. 

Genero DOHRNIPHORA, Dahl 

1898, Dahl, Sitz. Ber. Ges. Nat. -Freimde Berlín, 1898, Nr. 10, p. 188. 

1912, Malloch, Proc. U. S. Nat. Mus., vol. 43, p. 430. 

1915, Brtjes, Buli. Wisc. Nat. Hist. Soc., vol. XII., pp. 92-97. 

1918, Schmitz, Jaarb. Nat. Gen. Limhurg. 1917, pp. 107-109. 

1920, Schmitz, ibid. 1919, pp. 97-99. 

1922, Lltndbeck, Dipt. Ban, parfc. VI, pp. 144-150. 

Caracteres genericos: Fronte ás vezes prolongada anteriormente no meio, 
com duas cerdas postantennaes reclinadas, divergentes e relativamente 
fortes, e tres fileiras transversaes de 4, 4, 4 cerdas frontaes. Terceiro arti¬ 
culo antennal de tamanho normal, ás vezes engrossado no macho, em forma 
de limão; arista dorsal. Bochechas (malae) com duas cerdas divergentes; 
além disso, ao menos uma cerda genal. Palpos bem desenvolvidos apre- 







. 

família phoridae (dipt.) 


89 


sentando ás vezes na base um pequeno articulo que, segundo Schmitz, ê O 
palpiger, sob o ponto .de vista da morphologia comparada, Clypeo e probos 
cida frequentemente engrossados na femea; nas especies exóticas a tromba 
da femea é ás vezes geniculada,.com a parte basal prolongada e a distai 
muito comprida e delgada. Thorax com 1 par de eerdas dorsocentraes. 
Escutello com i eerdas, as anteriores ás vezes reduzidas a pellos. Meso- 
pleuras desnudadas oti pubeseentes. Abdômen da femea com 3-6 placas fcer- 
gitaes, que a partir dó terceiro segmento 

, para traz. Hypopygidio asymetrico, formando uma capsula e compondo-se 
de umapeça ventral, uma placa esquerda, muitas vezes dividida em dois 
lóbos por meio duma incisão, e uma peça dorsal que para a direita se pro¬ 
longa numa placa lateral. Debaixo da margem posterior da peça dorsal se 
salienta o segmento anal, comprido, tubiforme ou em iorma de bainha, 
Tibia. anterior com uma ou mais eerdas isoladas na face domai (ou 
anteródorsal). Tibia media com uma fileira de pellinhos de paliçada na 
face dorsal que sempre é incompleta e cujo comprimento constitue caracter 
especifico de grande importância; além disso, um par de eerdas perto da 
base e uma cerda subapical na face antêrodoiml, geralmente pouco des¬ 
envolvida; ás vezes ha mais uma cerda anterodorsal (admtit n, sp.). 0 
terço distai da tibia media ê apWnaáo na face imfeibáorssl e apresenta 
um numero variavel de pentes .transversaes, Ttbíá posterior' com ou sem 
eerdas isoladas; & facê dorsal com 1-3 fileiras completas de pellos de pali¬ 
çada e a face posterodorsal com uma serie de cílios. Unhas e polvilhos 
normaes; empodio curto, em forma de cerda. Aza com a nervura me- 
diastinal frequentemente indistincta e rudimentar. Nervura costal como 
também nervuras 1-3 ás vezes em parte engrossadas na femea. Terceira 
nervura longitudinal forqúilhada; a unica excepção constitue D. dohrni- 
phoroidea Assmuth do Bismarck-ArçMpelago, descripta como Hypocera (1> ; 
bifurcação muitas vezes de angulo muito agudo. Quarta nervura longi-. 
tudinal ou recta (abbremata), ou com concavidade anterior (chlarogastra), 
ou mais OU meno 

viadas, fÉtingiodo bem a orla da aza. 


genero: D. dohmi Dâhl. 

Na accepção desSí 
e Lundbeck. Brues 
nesse genero as seguinte 
autumnalis , bispinosa, 

pubericorms, imispinosa. Dahl na creação do genero frisou muito a probos- • 
cida comprida da femea como caracter específico* Entretanto, como m 


(1) Tijsdchr. v. Eníom., LXII (1919), pp. 196-201. 

2307-924 


12 











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ARCHIYOS DO MUSEU NACIONAL — YOL, XXV 


verificou mais tarde, esse caracter é de somenos importância. O typo 
dohrni possue muitos outros caracteres também partilhados por todo um 
grupo de especies do genero Phora (sensu Meigen, etc.), que por occasião 
da divisão do genero Phora (1) conforme as leis de prioridade, recebeu o 
nome de Dohrniphora. 

Para facilmente distinguir as especies de Dohrniphora , convém attender 
aos tres seguintes caracteres primeiro notados por Schmitz (1920, p. 98), 
que são de grande valor especifico: 1) numero e formação das placas ter- 
gifcaes no abdômen das femeas; 2) armação das tibias posteriores; 3) for¬ 
mação . da quarta nervura longitudinal. 

1) O numero dos tergitos abdominaes da fernea varia entre 3 e 6. Em 
impressa Borgm. (2) o terceiro tergito é fracamente chitinisado e de bordas 
indistinctas. Seis placas tergitaes verifiquei nas seguintes especies brasi¬ 
leiras : brasiliensis m. C3) , intrusa m., fuscieoxa m., anterospinalis m. 1 2 3 (4) e 
opposita n. sp. 

2) Nas tibias posteriores cumpre distinguir ; a) as fileiras dorsaes de 
peitos de paliçada , que se exfendem desde a base até a extremidade distai; 
de especies brasileiras que possuem duas fileiras de pellos, só conheço 
impressa m. e aurihalterata m, (L c. p. 337); todas as demais especies co¬ 
nhecidas só têm urna fileira; 6) os cilios posterodorsaes, que geralmente 
são fracos e densamente agrupados e não têm grande valor para a dis- 
tincção das especies brasileiras; c) as eerdas isoladas, que podem ser 
anterodorsaes, anteroventraes ou posterodorsaes; ha só eerdas antero-* 
dorsaes em conspicua m., bisetalis m., longirostrata End. e ronchii m,, ha 
só eerdas anteroventraes em anterospinalis m.; ha eerdas anterodorsaes e 
anteroventraes em gigantea End., rubriventris m. e adusta n. sp. Todas 
as demais especies brasileiras têm as tibias posteriores desprovidas de 
eerdas isoladas. Cerdas posterodorsaes até hoje só foram observadas em 
dudai Schm. 

3) Da quarta nervura longitudinal se podem distinguir tres typos 
(cfr, a diagnose generica). Quasi todas as especies brasileiras pertencem ao 
typo de chlorogastra ; sómente impressa m. e aurihalterata m. têm a quarta 
nervura longitudinal na extremidade distai um pouco recurvada no sentido 
da orla anterior da aza, como em flórea; o typo de abbreviata até hoje não 
foi observado no Brasil. 

Do genero Dohrniphora se conheciam até agora 17 especies brasileiras, 


(1) Malloch, Glasgow Naiuralist, vol. I (1909), p. 24. 

(2) Arch. Mus. Nac. Rio, vol. XXII (1923), p. 334. 

(3) Boi. Soc. Ent. Bras 1922, n. 1-3, p. 14. 

(4) Arch. Mus. Nac. Rio, 1. c. pp. 321, 327, 329. 




família phoridae (dipt.) 


91 


ás quaes posso accreseentar no seguinte cinco espeoies novas. W possível 
que as especies paraguayana Brtjes e meridionaUs Brxjes ;i) do Paraguay, 


também se encontrem no Brasil e talvez sejam até idênticas com uma ou 


outra das especies indicadas na seguinte chave; as descripções originaes 
são insufíieientes para resolver esta questão. D. fuscohaUerata End. é uma 
BecJcenrm (cfr. p. 128). Possúo na minha collecção um grande numero de 
machos de diversas especies, os quaes deixo porém indeseriptos por não 



A biologia de muitas especies 4 termitophila. As femeas penetram nas 
casas dos cupins, onde parecem depositar os ovos. De especies brasileiras 
terriaitophílas conheço as seguintes: brasiliensis m., compicua m. ; curvispi- 
nosa m., intrusa m., hsptacantha m. ; fmcicoxa m. f anterospinalis m. ? lutei- 
frons m., opposita n. sp. Especies termitophilas de Bohrniphora também 
se conhecem da índia e da África * (2) . Ultimamente Schmitz e Mjõberg 
descreveram uma nova especie da Australia (rkinotermitis) (3) , 


Chave das especies brasileiras 


1. Tibias posteriores com cerdas isoladas.. 

— Tibias posteriores sem. cordas isoladas..... 

2 , Tibias posteriores com cerdas anterodorsaes e antero- 


2 

9 


ventraes....... 

— Tibias posteriores com cerdas anterodorsaes ou antero- 


ventraes............... 

3. Tíbia media além das 2 cordas perto da base com 


1 cerda anterodorsal na extremidade do primeiro 


1. adusta n. sp. 


terço...... 

— Tibia media sem essa cerda... 


4. Femea com cinco placas tergitaes amarelo-vermelhas. . 2. gigantea End. 

— Macho (talvez da especie precedente) -com o abdômen 


3. rubriventris Borgm. 


côr de tijolo 


5. Tibia posterior só com cerdas antero ventraes. . 4. anterospinalis Borgm. 

— Tibia- posterior só com cerdas anterodorsaes.* ■ —.. - 6 „ 


6. Tibia posterior com 1 cerda anterodorsal— 


7. 


*— Tibia posterior com mais cerdas anterodorsaes... 8. 

7. Tromba alcançando a extremidade do abdômen—.... 5 . longirostrata End 

— Tromba não aicançando a extremidade do abdômen... 6. ronchii Borgm. 

8. Tibia posterior com 2 cerdas anterodorsaes..>•>. 7 . Usetális Borgm 

— Tibia posterior com-5 cerdas anterodorsaes.... 8. mmpicm Borgm 

9. Tibia posterior com 2 fileiras de pellos; 4. nervura re¬ 

curvada na extremidade distai....... 10. 


(lj A.nn. Mus. WaL Htmgarwi, vol. 5 (1907), p, 400, fig.; vol. 9 (1911), p. 437. 

(2) Mm. Mm. Paulista, vol. XIII (1923), p, 1.216. 

(3) Arkiv fõr Zoólogi, vol. 16,1924, n. 9. pp. 4-6 (Separ.). 









92 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


10 . 


11 . 

12 . 

13. 

14. 

i5 ; 

16. 

17. 

18. 

19. 

20 . 
21 . 


Tíbia posterior com 1 fileira de pellos; 4. nervura com 

concavidade anterior... 

Balancins pretos; quarta nervura nascendo na bifur- 

Balancins amarellos; quarta nervura nascendo deante 

da bifurcação..... 

Tibia anterior com 2 espinhos curvados caracterís¬ 
ticos.... 

Tibia anterior sem esses espinhos curvados. 

Balancins pretos; femea com 5 tergitos abdominaes.... 

Balancins amarellos..... 

Quadris médios pretos ou pardos. 

Quadris médios amarellos. 

Quadris médios pretos; femea com 4 tergitos abdo¬ 
minaes. 

Quadris médios pardos... 

.Femea com 6 tergitos abdominaes; ventre amarello.... 

Fèrnea-com 5 tergitos abdominaes; ventre escuro. 

Tíbias mediâs quasi inteiramente pretas; femea com 

4 placas tergitaes... 

Tibias medias mais ou menos, amarellas... 

Fronte amarella, particularmente no macho; femea 

com 5 placas tergitaes... 

Fronte escurecida. 

Só as femeas conhecidas. 

Só os machos conhecidos. 

Tibias anteriores geralmentè com. 7 cerdas isoladas; 

femea com 5 tergitos abdominaes. 

Tibias anteriores geralmente com 4-6 cerdas isoladas.. 

Abdômen com 6 placas tergitaes.. 

Abdômen com 4 placas tergitaes. 

Terceiro articulo antennal fortemente engrossado; me- 
tatarso anterior um pouco mais curto do que artí¬ 
culos 2-4; a fileira dorsal de pellos da tíbia media al¬ 
cançando o meio da tibia. 

Terceiro articulo antennal de tamanho normal; meta- 
tarso anterior ao menos = artículos 2-4; a fileira 
dorsal de pellos da tibia media não alcançando o meio 
da tíbia........ 


... 11 . 

9. impressa Borgm. 

10. aurihalterata Borgm. 

11. curvispinosa Borgm. 

. 12 . 

12. intrusa Borgm. 

. 13. 

...... 14. 

...... 16 . 


13 . monUcola , n. sp. 
. 15. 

14. fusdcoxa Borgm. 

15. obscuriventns, n. sp. 

16 . VMcidipes, n. sp. 
.!. 17. 

17. hdeifrons Borgm. 

. 18. 

. 19. 

. 21 . 

18. heptacantha Borgm. 
. 20 . 

19. brasiliensis Borgm. 

20. opposita, n. sp. 


21. dispar EncL 


22. schroederi Schmitz 


DOHRNIPHORA ADUSTA, n. sp. & 

Esta nova especie possúe cerdas isoladas nas faces anterodorsál e 
anteroventral das tibias posteriores, differe porém de gigantea End. ç 
e rubriventris Borgm. cf pela cerda anterodorsal na extremidade do pri¬ 
meiro terço da tibia media. 

Fronte mais lárga do que comprida nos lados, anteriormente sô pouco 
prolongada, pardo-ennegrecida, sómente ao redór dos pontos de inserção 
das cerdas postantennaes um tanto amarellada, lígeiramente brilhante, 
























família phoridae (dipt.) 


93 


com pubescencia esparsa, sem sulco frontal. Primeira fileira de cerdas 
aproximadamente recta; as cerdas interiores distam 1 bá vezes mais entre 
si do que das exteriores. Segunda fileira ligeiramente côncava para deante. 
As cerdas verticaes exteriores distam duas vezes mais das interiores do 
que essas entre si. Triângulo ocellar de angulo obtuso. Bochechas (malae) 
com duas cerdas, e uma cerda genal pequena. Foveas antennaes pardo- 
escuras, no meio com mancha mais clara. Terceiro articulo antennal um 
pouco engrossado, vermelho-pardacento, com o terço apical escurecido. 
Arista dorsal, distincl amente pubescente. Palpos amarello-vermelhos, acha¬ 
tados no sentido dorsoventral, no quarto distai com 4 cerdas moderada¬ 
mente compridas, margem lateral com alguns pellinhos, face inferior des¬ 
nudada. Tromba não mais comprida do que os palpos. 

Thorax quasi mate, pardo-escuro, nas bordas lateraes por cima das 
raizes das azas amarellado; esternopleuras côr de castanha; 2 cerdas dor- 
socentraes. Escutello com 4 cerdas, as anteriores consideravelmente mais 
fracas do que as posteriores. Propleuras mais ou menos no meio da.borda 
posterior com 1 cerda dirigida para cima, que é menos comprida do que as 
cerdas frontaes. Mesopleuras pubescentes no terço superior. 

Abdômen com o ventre amarello e 6 placas tergitaes. Primeiro tergito 
mais ou menos vermelho-pardo, os demais tergitos preto-mates, não abre¬ 
viados nos lados. Tergitos 1-5 posteriormente com tarja amarella extre¬ 
mamente fina, geralmente só visivel na região dorsal e apagada nos 
lados. Pubescencia escassa. Hypopygidio retraindo no exemplar typico. 
Segmento anal em forma de bainha, de côr vermelho-amarella, coberto 
de pellos. 

Patas amarello-ferruginosas, quadris médios côr de castanha, femures 
posteriores com a borda dorsal e a extremidade distai escurecidas. Tibia 
anterior na face dorsal com 4-5 cerdas isoladas nos 3 últimos quartos da 
tibia; a ultima cerda é subapical. Metatarso anterior um pouco mais com¬ 
prido do que os dois seguintes artículos tarsaes juntos. Tibia media com fi¬ 
leira dorsal de pellos, que se extende desde a base até a extremidade do 2. 
terço da tibia. Além disso 1 par de cerdas perto da base, 1 cerda antero- 
dorsal bastante forte na extremidade do 1. terço e 1 cerdinha subapical 
na face anterior. Femures posteriores na face posterior perto da base 
com um grupo de agulhetas muito curtas (cercade 15) que acompanham 
a borda ventral; perto desse grupo, no lado distai, uma excavação pe¬ 
quena quasi circular em forma de tigela, primeiramente descripta por 
Schmitz em D. díspar End. (1) Tibias posteriores com uma fileira dorsal 
completa de pellos de paliçada e uma serie posterodorsal de cilios finos; 


(1) Jaarb. Naiuurhisior. Genootsch. Limburg 1920-23, p. 50. 




94 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — YOL. XXV 


além disso 1 cerdinha anteroventral mais ou menos no meio da tíbia (essa 
cerdinha falta no exemplar typico na tibia direita) e 5 cerdas anterodor¬ 
saes, cujos pontos de inserção variam: a superior fica mais ou menos na 
extremidade do 1. quarto da tibia, a segunda no meio da tibia ou um pouco 
acima do meio, 3-5 se inserem na metade distai e estão densamente agru¬ 
padas; a terceira e quinta são um pouco mais fracas do que as demais cerdas.' 

Azas distinctamente tingidas de amarello-pardo, nervação pardo- 
escura, borda anterior, a partir da extremidade costal, escurecida. Nervura 
costa! — a metade do comprimento da aza ou um pouco menos comprida, 
estando as divisões costaes mais ou menos em proporção de 23;5:1J4> 
(mensuração feita in situ !). Cilios costaes finos. Nervura medíastinal 
rudimentar, nervura humeral-transversal distincta. Bifurcação de angulo 
muito agudo. Quarta nervura longitudinal do typo de chíorogastra , na 
sua totalidade ligeiramente côncava para deante. Nervuras 6 e 7 não at- 
tingindo a orla da aza. Sétima nervura mais fraca do que 4-6. Em lugar 
da" alula 1 pello ciliado. 

Balancins amarellos. 

Comprimento total 2,6-2,7 mm. 

Holotypo 1 d* de Rio Negro (Paraná), o autor leg. 19.1. 1924. 


DOHRNIPHORA GIGANTEA, Enderlein 9 

1912, Enderlein, Stett. Ent. Zeit, p. 18 ( Phora). 

1923, Schmitz, Jaai*b. Nat. Genootschap Limburg 1920-23, p. 54. 

Esta especie, que não conheco ex visu, possúe cerdas anterodorsaes e 
anteroventraes nas tibias posteriores. O holotypo no Museu de Stettin está 
em máu estado de conservação, faltando a cabeça. Dou em seguida uma 
enumeração dos principaes caracteres segundo Enderlein e Schmitz. 

Thorax de cor preta brilhante. Escutello provavelmente com 4 cerdas, 
sendo as anteriores mais fracas do que as posteriores. 

Abdômen vermelho segundo Schmitz (Enderlein diz amarello-fer- 
ruginòso, pelo que supponho que não seja côr de tijolo como em rubri- 
ventris m.), com 5 placas tergitaes vermelhas. 

Patas anteriores e medias inclusive dos quadris amarello-pallidas, fe- 
mures médios pardos; patas posteriores claras amarello-ferruginosas, quadris 
e femures pretos. Tibias posteriores com 1 completa fileira dorsal de 
pellos de paliçada, 3 cerdas fortes anterodorsaes mais ou menos na extre¬ 
midade dos 1., 2. e 3. quartos da tibia e 2 cerdas anteroventraes na 
extremidade dos 1. e 2. quintos. Além disso uma serie de cilios postero- 
dorsaes compridos, mas finos. 



família fhobidae (dipt.) 95 

Azas com matizes amareUo-ocmceos* neívação parda. Quarta nervura 
do typo de cMorogmtra. Primeira divisão costal aproximadamente tres 
W&ê mais comprida do tpe 2+3, muito Bgeiramente engrossada. Quarta 
nervura nascendo um pouco atraz da bifurcação. Cílios costaes muito 
curtos» Comprimento total da aza 3,8 mm. 

Comprimento Mal do insecto (sem cabeça) 2,8 mm, 

. 0 holotype é proveniente de Hammonia (Santa Catharina), Lueder- 
waldt leg. 

Veja-se a Nota $ na pag. 12. 

DOHRNIPHORA RUBRIVENTRIS, Bohgmeier tf 
1923, Vozes dc Petropolis, vol. XVII (1), p. 480. 

Esta especie possúe, como gigantea Ene ,, cerdas anterodorsaes e antero- 
ventraes nas tibias posteriores, 

1» diagnose original contém alguns erros. Dou em seguida uma de- 
seripção emendada dos typos. 

Fronte preta, um pouco brilhante, anteriormente um pouco prolon¬ 
gada, um pouco menos larga do que comprida no meio (13:16), sem sulco 
frontal, com pubeseeneia esparsa e duas cerdas pGstantennaes,. Primeira 
fileira de cerdas frontaes quasi recta; as interiores distam 1 vezes mais 
entre si do que das exteriores. Segunda fileira côncava. Ás cerdas vertieaes 
exteriores distam 1 vezes mais das interiores do que essas entre si. Triân¬ 
gulo ocellar de angulo obtuso. Terceiro articulo antennal côr de laranja; 
arista dorsal, bastante comprida, distmetamente pubescente, Palpos da 
côr das antennas, achatados no sentido dorsoventral, anteriormente com 
tres cerdas dirigidas para cima e duas dirigidas para baixo; borda lateral 
com alguns pellinhos, 2 cerdas que se inserem nas bochechas, e 1 cerda 
genal. 

Tkorax preto, ligeiramente brilhante; a pubeseencia se torna um pouco 
mais comprida deante do escutello. Ha 2 cerdas dorsocentraes, Escutello 
com 2 cerdas compridas, além disso 1 pello de cada lado, Propléuras mais 
ou menos no meio da margem posterior com 1 cerda dirigida para cima, 
que é um pouco menos comprida do que as cerdas frontaes, Mesopleuras 
com pellos no terço superior. 

Abdômen mais ou menos côr de tijolo, também o ventre; sómente o 
primeiro tergito ennegrecido, com tarja vermelha. Hypopygidio na região 
dorsal amarello-femiginoso, peças lateraes bem como o ventrito pardo- 
ennegrecidos. Segmento anal amarello-vermelho, tubiforme, moderadamente 
comprido. 




96 


AjRCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 

Patas bastante escurecidas; as anteriores amar ell o-ferr a gin osas, com 
a extremidade basal e face dorsal dos femures um pouco escurecidas; patas 
medias e posteriores com os quadris e os femures mais ou menos 
pardo-ennegreeidos, no mais amarello-ferruginosas. Tibia anterior na face 
dorsal com 4 cerdas quasi equidistantes; a primeira se insere mais ou menos 
na extremidade do !. quarto da tibia, a segunda no meio. Tibia media na 
face dorsal com 1 fileira de pellos de paliçada, que se extende mais ou menos 
■ até a extremidade do 1, quarto da tibia; além disso 2 cerdas perto da base, 
1 esporão terminal comprido na face ventral, 1 cerda anterior subapical e 
1 cerdinha subapical na face anteroventral. Femures posteriores na face 
posterior perto da base com cerca de 23 agulhetas muito curtas e obtusas, 

ás quaes se segue uma excavação em forma de tigela na 
borda ventral. Tibia posterior (fig, 1 no texto) com 1 com¬ 
pleta fileira de pellos na face dorsal, 2-4 cerdas antero- 
ventraes na metade basal, e 3-4 cerdas na face anterodorsal; 
além disso uma serie de 12 cilios finos mas compridos. 

Aza (Est. I, fig. 1) com fortes matizes amarello-parda- 
centos, nervaçao parda. Nervura costal = 0,53 do compri¬ 
mento da aza, sendo a proporção das divisões costaes mais 
ou menos = 29:6J4:2 Bifurcação de angulo agudo, 
ramo posterior com a extremidade distai um pouco engros¬ 
sada em forma de botão. Quarta nervura nascendo na bi¬ 
furcação, no principio ligeiramente côncava, no mais quasi 
recta. Nervuras 4-5 attingindo indistinctamente a orla da 
aza, 6-7 na extremidade distai apagadas. Sétima nervura 
pouco accusada. No lugar da alula 1 pello ciliado. 
Balandns amarellos. 

Os typos são provenientes de Petropolis. 

Nota 1) As mensurações micrometricas da aza desta 
rubriveatris, borgm. V ez foram feitas num preparado de balsamo. 

tf, tibia posterior. t _ 

Nota 2 ) Como eu tinha duvidas sobre si rubnventns 
Bobgm. não era o macho de gigantea Enderl,, pedi ao Padre Schmitz, de 
confrontar os typos das duas especies. O Padre Schmitz me communicou 
então o resultado de sua comparação (carta de 15VI1924): Tch habe die 
.Type vOn Dohrniphora gigantea 9 mit der von Ihnen erhaltenen rubri- 
veniristf verglichen und finde folgendes, Wie Sie wissen, hat Enderlein 
ein kopfloses Tier besehrieben, also über den Kopf kann ich nichts sagen. 
Der Thorax und die Pleuren stimmen in Farbung, Behaarung und Bebors- 
tung überein, ebenso das Schildchen; letzteres hat bei beiden denselben 
grauen Seidenschimmer und jederseits 1 Haar vor der Borste. Abdômen 
gigantea 1. Tergit dunkelbraun, die Seiten bauchwãrts umgeschlagen und 







família phoridae (dift.) 97 

heller, zwischen Dorsalflãche und Pleuralflãçhe eine soharfe Kante, die 
bei rubrivmtrü fehlt. Âuch das Tergit 2 ist an den Seiten mit scharfer 
Kante umgesehlagep (Beitenteil des 1. Tergits mehr viereckig, des 2* Ter- 
gíts mehr dreieckig). Es sind 5 Tergitplatten vorhaüden, die 3.-5. sind 
nicht nach der Seite umgesehlagen; alie Tergite rotgelb, aucli das Übríge 
Àbdomên íst oben und unten rot. An den Vorderbeinen. kann ich nur den 
einen Untersehied sehen, dass die feine posterodorsale oder posteriore Wim- 
pernserie bei rubriventris aus 8, bei gigantea aus 11 Whnpern besteht; das 
ist wohl von geringer Bedeutung. An den Mittelbeinen kein Untersehied; 
es ist aber an der gigantea-Tyiie 1 Bein ganz, das andere vom Sehiene- 
nende an abgebrochen, atich alie Bporne und Endstifte der Tibie sind 
abgebrochen. Der Best stiinmt mit mbrwmtris, Die Hinterbeíne scheinen 
mir bis in die feinsten Einzelheiten zii stimmen,. nur fehlt gigantea, ç na- 
ttirlieb das badale ventrale Organ des am Fêmur. Plügêl béi beidén 
Arten ganz gieieh,” E* portanto bem passível que as duas especies sejãm 
idênticas. No entanto, conhecendo-se de rubrwmkris apenas o macho e 
de gigantea sómente a femea, acho melhor esperar até a descoberta da 
femea de ruhrwmtris, . para decidir positivamente a qüestão. 


DOHRNIPHORA BISETALIS, Borgmeier & 9 


1923, Vozes cie Petro polis, vol. XVII (1), p. 629. 

Desta especie, que possúe duas eerdas an terodorsaes características 
nas tíbias posteriores, também se conhece agora a femea. Dou primeiro 
uma descripçâo emendada do macho. 

Macho — Fronte só um pouco menos larga do que comprida no meio, 
(9:10), de côr ocraceo-amarella, região ocellar pardo-ennegrecida, com 
pubesceneia muito escassa, sem sulco frontal. Ha duas eerdas postan- 
tennaes reclinadas e divergentes. 'Primeira fileira de eerdas frontaes côn¬ 
cava; ar eerdas anteriores distam aproximadamente 3 vezes mais entre 
si do que das exteriores. Segunda fileira também côncava. Às eerdas 
verticaes exteriores distam 1 }á vezes mais das interiores do que essas 
entre si. Terceiro articulo antennal pardo-ferruginoso; arista dorsal, dis- 
tinctamente pubescente. Palpos não grandes, achatados no sentido dorso- 
ventral, com cerca de 5 eerdas; face inferior e borda lateral com 
pellos. 

Thorax amarello-femiginoso, pleuras côr de palha; a pubescencia 
se torna um pouco mais comprida deante do escutello. Ha 2 eerdas dor- 
socentraes. Escutello com 2 eerdas, deante das quaes de cada lado 1 pello, 
Propleuras com 1 cerda dirigida para cima, que é menos comprida do que 

2307-924 13 





98 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL - VOL. XXV 


as cerdas frontaes. Mesopleuras còm alguns pellinhos immediatamente 
atraz do estigma prothoracico. 

Abdômen amarello, na região dorsal amarello-vermelho, 1. tergito 
pardo-ocraceo, tergitos 2-5 lateralmente pardo-ennegrecidos. Hypopy- 
gidio na região dorsal amarello-vermelho, no mais pardo. Segmento anal 
amarello, em forma de bainha. 

Patas, côr de palha, femures posteriores com a borda dorsal e a ex¬ 
tremidade apical escurecidas. Tibia anterior na face dorsal com 3 cerdas 
isoladas e na face posterior com 1 cerdinha terminal. Tarso anterior um 
pouco dilatado, particularmente o metartaso, que é distinctamente mais 

comprido do que os dois seguintes articulos tarsaes juntos. 
Tibia media fóra do par de cerdas perto da base, com 1 fi¬ 
leira dorsal de pellinhos de paliçada que termina na região 
subapical da tibia. A fileira de peilos é de trajecto cur- 
vilineo. Além disso 5-6 pentes transversaes na face an- 
terodorsal, 1 esporão terminal comprido na face ventral e 
de cada lado desse ultimo 1 cerdinha terminal. Tibia pos¬ 
terior (fig. 2 no texto) com 1 fileira completa de peilos 
na face dorsal, e 10 fracos cílios posterodorsaes; na face 
anterodorsal se inserem 2. cerdas, das quaes a superior se 
acha mais ou menos na extremidade do 1. quinto da tibia, 
ficando a segunda um pouco em baixo do meio; ha um 
esporão terminal na face dorsal e outro na face ventral; 
além disso 1 cerdinha terminal anteroventral e algumas 
agulhetas terminaes. 

Aza (Est. I, fig. 5) com matizes amarellos, nervação 
pardacenta. Nervura costal = 0,51-0,52 do comprimento 
da aza, com cilios curtos; as divisões costaes estão mais 
ou menos em proporção de 41: 13: 5. Quarta nervura 

Fig. 2 — Dohraiphora. 1 ^ . " . - . , , 

bisetaiis, borcm., ti- com ligeira concavidade anterior, quinta recta, sétima 

indistincta; nervuras 6-7 não attingindo a orla da aza. 
No lugar da alula 1 pello ciliado. 

Balancins amarellos. 

Comprimento total cerca de 2,2 mm. 

Femea — (ainda não descripta) Semelhante ao macho. Fronte 
amarello-ferruginosa ou ocraceo-amarella, sem sulco frontal. A primeira 
fileira transversal de cerdas frontaes parece variar; em um dos exem¬ 
plares femeos (proveniente de Petropolis) ella é concãva como no macho, 
mas um pouco torcida; nos outors dois exemplares ella é mais ou menos 
recta. Segunda fileira côncava para deante. Terceiro articulo antennal 
globular, pardo-vermelho (no exemplar proveniente de Rio Negro ver- 






família phoridae (dipt.) 


99 


melho-amarello). Tromba não geniculada, bastante carnuda; seu compri¬ 
mento é mais ou menos igual á altura da fronte no meio. Abdômen com a 
metade basal do ventre amarello, no mais pardo-escuro, com.5 placas 
•tergitaes, cuja coloração varia, 1. tergito mais ou menos escuro, sómente 
nos lados vermelho-amarello. Tergitos 2-5 em um exemplar (proveniente 
de Petropolis) inteiramente amarello-vermelhos; num outro exemplar 
(também de Petropolis) tergitos 2-3 amarello-vermelhos, no meio com 
estria longitudinal escura, o segundo lateralmente com uma mancha preta; 
tergitos 4-5 escuros, 4 vermelho-pardo, 5 pardo-escuro; no terceiro exemplar 
(proveniente de Rio Negro) todos os tergitos escuros, sómente o primeiro 
laterahnente avermelhado. Segmentos terminaes membranosos, Ápophyses 
genitaes indistinctamente destacadas. Tarso anterior não dilatado. Os 
demais caracteres como no macho. 

O holotypo do macho é proveniente de Petropolis, Além disso 2ç ç 
de Petropolis, 5.IL1923 (Konchi) e 2.V,1924 (Prade); lç de Rio Nègro 
(Paraná), 23. í. 1924 (Borgmeier). 

DOHRNIPHORA CONSPÍCUA, Borgmeier d 9 
1923, Vozes de Petropolis, vol. XVII. (l), p. 628. 

Esta bella' especie, que parece ser termitophila, possue cerdas antero- 
dorsaes nas tibias posteriores. Recebi mais material de Petropolis e Passa 
Quatro (Minas), que permitte emendar a diagnose original. 

Macho — Fronte distinctamente mais larga do que comprida nos 
lados, anteriormente prolongada, ligeiramente brilhante, amarello-par- 
dacenta, borda anterior e margens lateraes mais claras, região ocellar 
;escurecida, com pellos esparsos, sem sulco frontal. Ha 2 cerdas postan- 
tennaes reclinadas. Primeira fileira; de cerdas frontaes lígeiramehte con¬ 
vexa para deante; as interiores distam 2 vezes mais entre si do que das 
exteriores. Segunda fileira ligeiramente côncava. As cerdas exteriores da 
fileira vertical distam 1 y% vezes mais das interiores do que essas entre si. 
Terceiro articulo antennal amarello-vermelho, com a metade apical es¬ 
curecida; arista dorsal, distinctamente pubescente. Palpos amarello-ver- 
melhos, anteriormente com 5 cerdas, borda lateral e em parte também a 
face inferior com pellos. 

Thorax pardo-ferruginoso, pleuras amarellas; a pubescehcia se torna 
um pouco mais comprida deante do eseutello. Ha 2 cerdas dorsocentraes. 
Escútello com 2 cerdas, deante das quaes de cada lado 1 pello. Propleuras 
cobertas de pellos, no meio da margem posterior com 1 cerda dirigida para 
cima, do comprimento das cerdas frontaes. Mesopleuras pubescentes no 
teço..superior. . ’ 



100 


AHCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


Abdômen com o ventre amarello. 1. tergito pardo-ocraeeo, tergitos 
2-6 pretos, no meio com estria longitudinal amarella, todos os tergitos 
com tarja amarella na borda posterior, o 2. tergito também com largo 
chanframento amarello na borda anterior, Pubescencia escassa, absfcra- 
hindo do 6. tergito. Hypopygidio pardo; segmento anal pardo-vermelho, 
em forma de bainha, com muitos pellos. 

Patas amarellas, somente os femures posteriores com a borda dorsal 
e a ponta apical escurecidas. Tibia anterior na face dorsal com 4 cerdas 
isoladas mais ou menos equidistantes, e 1 cerda terminal na face posterior. 
Tibia media com 1 completa fileira de pellos de trajeeto curvilineo; perto 
da base 1 par de cerdas, das quaes a posterodorsal se insere um pouco mais 
para cima do que a anterodorsal; 1 comprido esporão terminal na face 
ventral, de cada lado 1 cerdinha terminal; além disso 1 cerda subapical 
na face anterior, e 1 cerdinha anterodorsal ao lado dos 6 pentes trans- 
versaes. Femures posteriores fortemente dilatados, na face posterior perto 
da base e perto da borda ventral com 2 agulhetas obtusas. Tibia posterior 
na face dorsal com 1 fileira de pellos e 10-11 cilios posterodorsaes; na 
face anterodorsal se inserem 5 cerdas, das quaes as 3 superiores ficam na 
metade basal da tibia; um esporão terminal na face dorsal, e outro na 
face ventral, de cada lado desse ultimo 1 cerda terminal. 

Aza (Est. I, fig. 2) com matizes amarellos, orla anterior (a partir da 
extremidade costal) e ponta escurecidas; nervação pardacenta. Nervura 
mediastinal rudimentar. Nervura costal = 0,535 do comprimento da aza 
(mensuração feita num preparado de balsamo), com cilios curtos; as divisões 
costaes estão mais ou menos em proporção de 25: 9 34' 2. Bifurcação 
de angulo agudo. Quarta nervura longitudinal nascendo na bifurcação, 
com concavidade anterior. Nervuras 6 e 7 não attingindo a orla da aza; 
7 indistincta. No lugar da alula 1 pello ciliado. 

Balancins amarellos. 

Comprimento total — 3-3,5 mm. 

Femea — Fronte mais clara do que no macho, vermelho-amarella. 
Terceiro articulo antennal relativamente pequeno. Clypeo proeminente. 
Palpos menos pubescentes do que no macho. Tromba prolongada e ligeira¬ 
mente curvada, mais ou menos tão comprida como o quadril anterior. 
Abdômen com 4 placas tergitaes mais ou menos pretas, as bordas poste¬ 
riores dos tergitos com fina tarja axmrella. Tergitos 2-3 no meio com 
estria longitudinal amarello-vermelhap^2 com chanframento amarello- 
vermelho na margem anterior. Terceiro tergito trapeziforme, estreitado 
para traz. Quarto tergito pequeno, um pouco mais largo do que comprido. 
Sexto ventrito com 4 cerdas fortes na margem posterior. Apophyses 
genitaes pequenas. Tibia media com 9-10 pentes transversaes na face 




família phoridae (dipt.) 101 

anterodorsal. Os demais caracteres como no macho. Comprimento total 
3,5 mm. 

Fóra dos exemplares typicos recebi ainda <? de Petropolis, 10. II. 
1923. (Ronchi) e 3. XII. 1923 (Borgmeier). Além disso Xç de Passa Quatro 
(Minas Geraes), Zikán leg. 23. IY. 1922, num ninho de Eutermes sp. 
Parece, pois, que também esta especie é terniitophila. 

DOHRNIPHORA LONGIROSTRATA, Enderlein ? 

* 

1912, Enderlein, Stett. Ent. Zeit. p. 17, %. (Grepiâopachys). 

1913, Malloch, Fsyche, vol. 20, p. 23 ( Dohrniphora ). 

1915, Brites, Buli. Wisc, Hat. Hist. Soe., vol. XIX, p. 97 (Crepidopachys) 

1923, Borgmeier, Boi. Mus. Nac. Rio, vol. I, p. 54, 

1923, ScHMPrz, Jaarb. Hat. Genootschap Limburg 1920-23, pp. 49-50 (Crêpidõpachys ?), 
p, 59 {Dohrniphora). 

1923, Bmmm Tijdschr v. Ent, vol. LXVI, p. XXVIII. 

; Já Malloch julgou que os dois exemplares de Santa Oatharina, 
sobre os quaes Enderlein creou o seu genero Crepidopachys e dos quaes 
deixou de indicar 0 sexo, eram a femea de uma especie de Dohrniphora. 
Brtjes citou o genero Orepidopachys no seu “Synonymic Catalogue 71 e 
o collocou perto de Dohrniphora. 

ScHMiTz, que viu os typos, fez algumas reservas a respeito do ge¬ 
nero de Enderlein, mas não quiz decidir a questão devido ao máu estado 
dos exemplares typicos. Mais tarde, quando eu lhe enviei um dos typos 
de Dohrniphora. ronchii m., uma especie muito visinha de longirostraia 
End., Schmitz poude verificar com certeza, que Orepidopachys é syno- 
nyrno de Dohrniphora . 

A revisão de Schmitz também deu o resultado, que os. exemplares 
typicos de longimnstrata são indubitavelmente femeas, e não machos com 0 
segmento anal quebrado. Não conheço a especie ex natura. Dou em seguida 
uma combinação dos principaes caracteres segundo Enderlein e Schmitz. 

Fronte aproximadamente 1 V vezes mais larga do que comprida, 
preta, brilhante, quasi sem pubescencia. O sulco frontal falta. Ha 2 cerdas 
postantennaes e tres fileiras a 4, 4, 4 cerdas frontaes ; todas ess&s cerdás 
quebradas nos typos como também as cerdas das bochechas e a cerda genal. 
O prolongamento extraordinário da proboscida se refere á parte distai; 
a parte basal formada de clypeo e pharyngeo não é mais comprida do que 
0 comprimento da cabeça; parte distai = 1,5 mm.,' delgada, adjacente ao 
ventre, de côr clara amarello-ferruginosa. 

Tkoraz brilhante, pardo-ennegrecido, pubescencia curta e fina, não 
densamenlê apupada. 




102 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


Abdômen preto. Nem Endeklexn nem Schmitz menciona o nu¬ 
mero das placas tergitaes, provavelmente, porque os typos não permittiam 
uma verificação exacta. 

Patas claras amarello-ferruginosas, os quadris um pouco mais escuros, 
femures de côr; pallida pardacenta; .femures posteriores moderadamente 
dilatados, pardo-escuros. Tibia anterior na face anterodorsal com 3-4 
cerdinhas, entre a face dorsal e posterodorsal com uma serie de mais ou 
menos 10 cilios semelhantes a pellos. Tibia media com 1 par de cerdas perto 
da base na extremidade do 1. quarto da tibia, e 1 fraca cerda subapical 
na. face anterior; também os demais caracteres como em Dohrniphora. 
Tibia posterior com 1 cerda anterodorsal na extremidade do 1. quarto, 
1 fileira dorsal de pellos de paliçada e uma serie de cilios posterodorsaes 
semelhantes a pellos. 

Aza (cfr. a fig. de Endeblein, cuja legenda diz erradamente ços- 
talis) com fortes matizes, amarello-pardacentos. Nervura mediastinal. ru¬ 
dimentar. Nervura costal muito engrossada nos dois terços basaes, mais 
ou menos = 0,58 do comprimento da aza, com cilios finos. Terceira ner¬ 
vura longitudinal "desnudada. Nervuras 4-7 fortemente pardas, 4-5 attin- 
gindo indistinctamente a orla da aza, 6-7 com a extremidade apical apagada. 

Comprimento total 2-2,6 mm. 

Os typos (2 çç) provêm de Hammonia (Santa Cathârina), Lueder- 
waldt leg. 

DOHRNIPHORA RONCHII, Borgmeier Ç 
1923, Boi. Mus. Nac. Rio, vol. I, pp. 52-54, fig. 4. 

Esta especie, cujo typo é proveniente de Petropolis, é muito visinha 
de. longisrostrata End., mas differe delia pela proboscida relativamente 
mais curta, comprimento total maior, etc., como Schmitz poude veri¬ 
ficar pela comparação dos typos. Dou em seguida algumas correcçoes 
e addítamentos á diagnose original. 

Primeira e segunda fileiras de cerdas frontaes ligeiramente convexas 
para dèánte (não conyacaí), O sulco frontal falta. Palpos vermelhos. 
Também o terceiro; articulo antennal de côr vermelha, com a face supe¬ 
rior um tanto escurecida. As cerdas do palpo se limitam ao. terço apical. 
Tromba brilhante, amarello-ferruginosa. Femures anteriores na borda 
ventral, perto da extremidade distai, com 2 dentes pretos, obtusos- 
Nervuras 4-5 attingindo indistinctamente a orla da aza, 6-7 com a extre¬ 
midade apical apagada. O desenho .que acompanha, a diagnose original, 
nêstes pontos não é exacto, j)elo "que dou uma photomicrographía da 
aza do typo (Est. I, fig. 4). ■ , 



família phoridae (dipt.) 


103 


ix>hrniphoka Bvmmm z 

/ 1923, Rev. -Mus, Paulista, vol. XIII, pp', 1,213-1.219, fig* 

Esta espeeie terimtophila é fácil de se conhecerá nos dois espinhos ; 
curvados, caraoteristieos, das tibias anteriores. Em casos de aberração 
também pMe haver 8 espinhos curvados. Dou uma photomicrographia 
da tibia do typo (Est. XII, fig, 58). 

Outros caracteres importantes são: Balaneins pretos. Tibia posterior, 
sem cerdas isoladas. Abdômen com 4 placas tergitaes. Nervura costal = 0,1? 
do comprimento da aza; as divisões costaes estão em proporção de Í 2 : 
4: 1 . Quaita nervura longitudinal do typo de chlorogastra. 

HãMtút: Fóra dos exemplares typicos possúo 299 de Petropolis, B. 
Ronchi leg. 4.-5. XI. 1923 num ninho de Eutmnes sp. Além disso recebi 
2 $ 9 de Blumenau (Santa Catharina), M. Witte leg. 24. IY. 1922 com 
Eutermes sp.; e I 9 de Minas Geraes (sem indicação de localidade), E, Luja 
leg. num.ninho de Atta bidens, caso que esta nota seja exacta. O exemplar 
de Minas me foi cedido amavelmente pelo prof. dr. Augusto Reichensperger 
(Friburgo-Suissa.) - 

DOHRNIPHORA MONTICOLA, n. sp. 9 

Esta especie pessúe, como confiem : mu f 4 tergitos abdominaes, difc 
fere porém ddto pela coloração e pelas Mm posteriores desprovida de 
cerdas isoladm . • •• • • • 

Fronte distinc unente mais larga do que omprida nos lados, an- 

>reta. com matizes pardacentos, sem 
serdas postantennaes reclinadas. 

ite convexa para deante; 
nte 2 H vezes mais entre si 
do que das exteriores.’ Segunda fileira muito ligeiramente côncava para 
deante, quasi recta, suas cerdas mais ou menos equidistantes. As cerdas 
verticaes exteriores distam um pouco menos do que 2 vezes mais.das in-> 
teriores do que essas entre si. Triângulo ócetLar de angulo obtuso, Foveas 
antennaes pardo-louras, região genal com estria amareUa/ Ha 2 cerdas 
nas bochechas (malae) 

articulo não grande; arista dorsal, comprida,' 

Palpos pardo-ferrugínp 

fortes na metade distai, das qpass (a 
e I são dirij 





104 


ARCHIYOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


baixo; a quarta é mais comprida do que as outras, Proboscída escura, 
‘vermelho-pardacenta, brilhante, carnuda, não geniculada. 

Thorax mais ou menos preto, também as pleuras escuras, com 2 cerdas 
dorsocentraes. Escutello com 4 cerdas, das quaes as anteriores são muito 
finas e não attingem a metade do comprimento das posteriores, de maneira 
que quasi merecem o nome de pellos. Propleuras com 1 cerda dirigida para 
cima na margem posterior, em baixo do estigma prothoracico, a qual é 
menos comprida do que as cerdas frontaes. Mesopleuras com alguns pel- 
linhos immediatamen te atraz do estigma prothoracico. 

Abdômen mate, preto, também o ventre, com 4 placas tergitaes. 
Segundo tergito alongado. Terceiro tergito trapeziforme; devido ao abdômen 
corrugado dos typos é diffieil dizer-se qual seja a forma do quarto tergito; 
pôde ser que seja também trapeziforme. Pubescencia escassa. Yentre na 
margem posterior do 5. segmento com 2 pellos compridos e hirtos; taes 
pellos também se inserem na borda posterior do 6. segmento, em numero 
de 4. Cerd indistinctamente destacados. 

Patas amarello-pardacentas, quadris anteriores na base, e quadris 
posteriores escurecidos, quadris médios pretos; femures posteriores na borda 
dorsal e no quarto distai ennegreeidos. Tibia anterior com 4-5 cerdas 
isoladas, 1 (ou 2) na metade basal e 3 na metade distai. Tibia media com 
1 par de cerdas perto da base, 1 fileira dorsal de pellos de paliçada que se 
extende mais ou menos até a extremidade do 2. terço da tibia, e cerca de 
7 pentes transversaes na face anterodorsal; além disso 1 comprido esporão 
ventral e 1 cerda subapical na face anterior. Femures posteriores mode¬ 
radamente dilatados. Tibia posterior com 1 completa fileira de pellos na 
face dorsal e uma serie de chios posterodorsaes; 1 esporão dorsal e 2 
esporões terminaes desiguaes na face ventral. 

Aza com matizes amarello-pardacentos, orla anterior (a partir da ex¬ 
tremidade costal) escurecida, nervação pardo-escura. Nervura humeral- 
transversal fina, nervura mediastinal rudimentar. Nervura costal com 
cílios curtos, mais ou menos = 0,56 do comprimento da aza, estando 
as divisões costaes em proporção de 36:10:2 Bifurcação de angulo 
agudo. Quarta nervura longitudinal com concavidade anterior ; quinta 
nervura quasi recta, attingindo a orla da aza ; nervuras 6-7 não alcançando 
a orla da aza. No lugar da alula I pello. 

Baíancins amarellos, côr de ouro. 

Comprimento total 2,5-3,2 mm. 

Typos 3 9 9 de Petropolis, 1S.X.1922 (Borgmeier) ; 12. e 28.IV. 1923 
(Ronchi). 




família phoridae (dipt.) 


105 


DOHRNIPHORA OBSCURIVENTRIS, n. sp. ? 


Bsta nova especie possúe cinco placas tergitaes no abdômen; differe dê 
heptaccmiha pelo numero das cerdas nas tíbias anteriores, de kdetfmm 

pela fronte escura, e de ambas pelos quadris médios escuros. 

Fronte só pouco menos larga do que comprida no meio, anteriormente 
prolongada, mate, pardo-ennegrecida, margem anterior mais clara, com 
poucos pellos finos, sem sulco frontal. Primeira fileira de cerdas frontaes 

aproximadamente recta. Segunda fileira muito ligeiramente côncava para 

:! .. _ * 

deante. Triângulo ocellar de angulo obtUSfe Ha duas cerdas nas bochechas 
(malae) e uma cerda genal. Terceiro írtbulo antennal pardcnvermelho, 
ás vezes mais escuro; arista dorsal, distinctamente pubescente. Palpos 

.amarello-vermelhos, com cinco cerdas. 

Tkoraa: vermelho-pardacento, ás vezes pardo-ennegrecido, também as 
mesopleuras escuras, mas as esternopleuras amarello-ferruginosas ou pardo- 
ferruginosas. Duas cerdas dorsocentraes. Escutello com quatro cerdas, exce¬ 
dendo as anteriores um pouco a metade do comprimento das posteriores. Pro- 
pleuras atraz com uma cerda dirigida para cima lo comprimento das cerdas. 
frontaes. Mesopleuras com poucos pellinhos atraz do estigma prothoracico. 

Abdômen preto; também geralmente o ventre, só ás vezes um pouco 
pardacento. Ha cinco placas tergitaes. Primeiro tergito vermelho-pardacento, 
n®s lados ennegrecido. Tergitos 3-5 Ugçuamente trapeziforme% progrea- 
sivamente estreitados para traz. 

Patas amarello-ferruginosas, quadris médios pardo-escuros, femures pos¬ 
teriores na borda dorsal e na extremidade distai escurecidos. Tibia anterior 
com quatro cerdas, das quaes a primeira se insere mais ou menos na extre¬ 
midade do primeiro quarto, a segunda no meio da tibia. Metatarso ante¬ 
rior um pouco mais comprido do que m dois seguinte artículos tarsaes 
juntos. Tibia media, com um par de cerdas perto da base, uma fileira dorsal 
de pellos que se extende até um pouco mais além do meio da tibia, e cerca de 
oito pentes transversaes na face anterodorsal; além disso uma cerdinha sub- 
apical na face anterior e um comprido esporão ventral. Tibia posterior com 
uma completa fileira dorsal de pellos e uma serie de cilios posterodorsaes, 
sem cerdas isoladas. Metatarso posterior um pouco dilatado. 

Aza (Est. I, fig. 3). com ligeiros matizes amarellos, nervação claro- 
parda. Nervura mediastinal rudimentar, Cilios costas curtos. Nervura 
costal =' 0,539 de comprimento da aza, sendo a proporção das divisões 
eostaês = 26:7 3^:3, Betima nervura Indístíncta, não attingmdo a orla da 
aza. No lugar da aluía um pello. 

B cUancim amar ellos . 

Comprimento total, 2,5-2,7 mm. 


2307-921 


1 í 





106 


ABCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


VOL. XXV 


A descripção se baseia sobre 11 99 , das quaes a maioria foram apa¬ 
nhadas, por mim em Novembro de 1922 num ninho de Eutermes sp. Trata-se 
portanto de uma especie termitophila. 

DOHRNIPHORA MACULIPES, n. sp. 9 

Esta especie é visinha de monticola , n. sp., mas differe delia pela coloração 
las pleuras, tibias e quadris médios, como também pela nervação das azas. 

Fronte distinctamente mais larga do que comprida nos lados, anteri¬ 
ormente prolongada, formando um pentágono distincto, pardo-ennegrecida, 
ligeiramente brilhante, sem sulco frontal, com pubescencia esparsa. Pri¬ 
meira fileira de cerdas frontaes ligeiramente convexa para deante; as cerdas 
interiores distam duas vezes mais entre si do que das exteriores. Segunda 
fileira ligeiramente côncava para deante; a distancia mutua das cerdas 
interiores é só pouco menor do que a entre as interiores e exteriores. As 
cerdas verticaes exteriores distam aproximadamente duas vezes mais das 
interiores do que essas entre si. Triângulo ocellar de angulo obtuso. Região 
genal com mancha amarella, epistoma cor de castanha. Ha duas cerdas 
nas bochechas e uma cerda genal. Primeiro articulo antennal amarellado; 
terceiro articulo antennal vermelho-pardacento, relativamente pequeno; 
arista dorsal, comprida, distinctamente pubeseente. Palpos verinelho- 
amarellos, achatados no sentido dorsoventral, com cinco cerdas fortes aa 
metade distai, dispostas como em monticola ; borda lateral e face inferior 
com poucos pellos finos. Tromba vermelho-amarella, parte basal não 
prolongada, portanto não geniculada, na base bastante larga, progressi¬ 
vamente estreitada para a extremidade apical. 

Thorax ligeiramente brilhante, pardo-ennegrecido, margens latêraes 
como as propleuras mais claras, esternopleuras e metapleuras amarello-fer- 
ru gin os as; mesopleuras na metade superior pardo-escuras. A pubescencia 
não se torna distinctamente mais comprida deante do escutello. Ha duas 
cerdas dorsocentraes. Escutello largo, com as margens anterior e posterior 
quasi paraHelas, pardo-escuro, mate, nas bordas lateraes amarellado, 
coberto (como parece) de pubescencia microscopicamente pequena; com 
duas cerdas, deante das quaes de cada lado um pelio. Propleuras no meio 
da margem posterior com uma cerda dirigida para cima, que é menos 
comprida do que as cerdas frontaes. Mesopleuras com poucos pellinhos 
immediatamente atraz do estigma prothoracico. 

Abdômen mate, preto, também o ventre escuro, com quatro placas 
tergitaes. Primeiro tergito com matizes vermelho-pardacentos. Segundo 
tergito um pouco alongado, terceiro trapeziforme, quarto subquadran¬ 
gular. Pubescencia na região dorsal extremamente escassa, sómente o sexto 



FAMÍLIA PHORIDAE (dJPT.) 


107 


segmento m região dorsal e ventral com pilim compridos lm margem 
posterior; também o ventre com pubescencia esparsa. Cerci indistineta- 
mente destacados. 

imfrm dos quadris, sômente os 

médios nas faces anterior e posterior pardo-enmegreeidos, tarsos escurecidos; 
fémures posteriores pardacentos, particularmente na borda dorsal; tíbia 
media quaei inteiramente preta, na regifto basal mais pardacenta; também 
tíbia posterior na metade distai mais ou menos preta, no mais pardo-fer¬ 
ruginosa. Tibia anterior na face dorsal com quatro eerdaa isoladas; a pri¬ 
meira se infere mais ou menos na extremidade do primeiro quarto da tibia, 
a segunda no meio ou pouco acima do meio, a- ultima é subapieai; na íaee 
anterior se acha uma serie de 10 cilios - ou cerdinhas. Metatarso anterior 
um pouco mais comprido do que os dois seguintes artículos tar&aes juntos. 
Tibia media com um par de cerdas perto da base; a fileira dorsal de pllos 
se extende mais ou menos até a extremidade do segundo terço; a face ante- 
rodorsal apresenta mais ou menos seis pntes transversaes. Femures poste¬ 
riores moderadamente dilatadas. Tibia posterior com uma completa fileira 
dorsal de pellos e uma serie posterodorsal de cilios. Metatarso posterior um 
pouco dilatado, mais ou menos = % do comprimento dá tibia posterior. 


Aza fortemente tingida de amarello-pardo, nervação pardo-escura. 
Nervura humeral-transversal distincta; nervura mediastinal rudimentar, 
muito curta e aproximada de Rl. Nervura costal com cilios curtos, mais ou 

menos = 0,58 do comprimento da aza (in situl), as divisões eostaes em pro- 
prçâo de 37:10:3. Primeira nervura longitudinal um puco curvada no 
meio, com a metade distai um puco engrossada. Bifurcaçlo de angulo 

agudo, ramo anterior delgado. Quarta nervura nascendo na bifurcação, 

com ligeira concavidade anterior, não (ou sô indistinctamente) attingiiido 

a orla da aza. Sétima nervura distincta, mas mais fraca do que 4-6, não 

attingindo a orla da aza. No lugar da aluía um pilo ciiiadc 
Balancins vermell 


Comprimento total 

Holotypo. 1 ? de PetropoHs, o autor leg. II. X. 192$. 


DOHRNIPHORA OPPOSITA, n. sp. 9 

Esta nova especie é visinha de brasiliensis m., mas differe delia pelo 
numero dos tergitos abdominaes. - 

Fronte aproximadamente tão larga como comprida no meio, anterior¬ 
mente prolongada, um pouco abahulada em sentido transversal, mate, 
pardo-ennegrecida, na margem anterior ás vezes mais clara, sem sulco 










108 


AKCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


frontal, com pubescencia escassa. Primeira fileira de cerdas frontaes com 
ligeira convexidade anterior; as cerdas interiores distam quasi duas vezes 
mais entre si do que das exteriores, e as exteriores distam tanto da margem 
ocular como das interiores. Segunda fileira recta; as cerdas exteriores distam 
um pouco mais das interiores do que essas entre si. As cerdas verticaes ex¬ 
teriores distam aproximadamente duas vezes mais das interiores do que 
essas entre si. Triângulo ocellar de angulo agudo. Região genal com mancha 
amarella. Ha duas cerdas nas bochechas, e uma cerda genal. Terceiro ar¬ 
ticulo antennal pardo-escuro ; arista dorsal, comprida, distinetaménte pubes- 
cente. Palpos vermelho-amarellos, achatados no sentido dorso-ventral, com 
cinco cerdas. Proboscida vermelho-ferruginosa, não geniculada. 

Thorax na região dorsal pardo-escuro, também as propleuras e a metade 
superior das mesopleuras; mas as estérnopleuras amarellas. Ha duas cerdas 
dorsoeentraes. Escutéllo com duas cerdas, deante das quaes dè cada lado , 
um pello fraco. Propleuras na margem posterior com uma cerda dirigida 
para cima do comprimento das cerdas frontaes. Mesopleuras com pelios 
no terço superior. ' , 

Abdômen preto ou pardo ennegrecido, ás vezes vermelho-pardo, mate, 
com quatro placas tergitaes. Primeiro tergito vermelho-pardo, lateral- 
mente com mancha preta; tergitos 2-4 pretos. Segundo tergito alongado, 
terceiro aproximadamente quatro vezes mais largo do que comprido, quarto 
mais comprido dõ que o terceiro, atraz um pouco menos largo do que anfe- 
riormente, mas mais largo do que comprido no meio. Pubescencia escassa. 
Lamellas genitaes ( cerci ) pouco distinctas. 

Patas amarello-ferruginosas, inclusive dos quadris; borda dorsal dos 
femures posteriores (mas não a extremidade distai) ennegrecida. Tibia 
anterior com 4-6 cerdas isoladas; caso que haja seis, as duas superiores se 
inserem na metade basal, as demais na metade distai. Tibia media com um 
par de cerdas perto da base e uma cerda subapical na face anterior; além 
disso uma fileira dorsal de pelios de paliçada que se extende sómente até 
a extremidade do primeiro terço, e cerca de oito pentes *transversaes na face 
anterodorsal. Tibia posterior com uma completa fileira dorsal de pelios e 
uma serie posterodorsal de cilios. Metatarso posterior um pouco dilatado. 

Aza (Est. II, fig. 1) com matizes amarellos, nervação parda. Nervura 
mediastinal rudimentar. Nervura costal - 0,51 do comprimento da aza, 
divisões .costaes mais' ou menos = 25:6:2, Ramo anterior da forquilha 
delgado. Quarta nervura nascendo na bifurcação, com concavidade anterior, 
não (ou só indistinctamente) attingindo a orla da aza. Sétima nervura 
muito fraca, quasi apagada. No lugar da alula um pello ciliado. 

Balancins amarellos. 

Comprimento total, 2,38-2,63 mm. 



FAMÍLIA PH01UDAE (dIPT.) 


109 


Typos 17 9 9 (preparadas a secco) de Petropolis, capturadas nos annos 
de .1922 e 1923 por Borgmeier e Ronchi. Um dos exemplares typicos foi 
apanhado pelo autor num ninho de Eutermes sp. (4. X. 1922). Parece, 
portanto, que se trata de uma especie termitophila. 


DOHRMIPHORÂ DISPAH, Endeblein d* 

1912, Endeelein, Stett. Rn. Zeit. p. 20 ( Phora ;), 

3923, Sghmitz, Ja&rb. Nat. Genootsch. Limburg 1920-23, pp. 65-56. 

Esta especie é característica por causa do terceiro articulo antennal, o 
qual é muito grande. Possúo 1 & de Petropolis (Ronchi leg. 26. IV. 1923), 
que concorda em todos os pontos com a nova deseripção que Sciimitz deu 
dos typos do museu de Stettin (1) . Transcrevo no seguinte a excellente 
deseripção de Schmitz, 

Fronte distinefamente mais larga do qué comprida (6: 5 ou 5:4)/es¬ 
curecida, fileira media de cerdas frontaes côncava para deante, no meio 
da borda anterior com duas fortes cerdas postantennaes, moderadamente 
protrahida. Bochechas e regiões genaes avermelhadas, muito estreitas. 
Terceiro articulo antennal muito grande, oval, vermelho, um pouco escure¬ 
cido na extremidade apical, com arista dorsal* distinctamente pubescente. 
P aipos amarellõs, bordas lateral parallelas; anteriormente arredondados ; 
a^ oinõo cerdas moderadamente fortes se limitam ao quarto distai. 

Thorax interramente vermelho, na região dorsal ás 'vezes escurecido, 
escutello com quatro cerdas desiguaes, das quaes as anteriores talvez sejam 
sómente pellos. 

Abdômen : primeiro tergito abdominal avermelhado, tergitos 2-6 pretos 
com tarjas posteriores vermelho-amarellas, que se notam também nas 
margens lateraes dobradas para a região ventral. Na região dorsal desap--. 
parece, a coloração preta com excepçã-o de mancha lateraes indistinetamente 
limitadas, porque a margem anterior dos diversos tergitos está na sua quasi 
totalidade occupada pela base de uma mancha triangular, que se confunde 
posteriormente com a tarja posterior. Ventre vermelho. Hypopygidio em 
quanto visivel amarello-avermelhado. Tubo anal duas vezes mais comprido 
do que largo. 

Patas inclusive os quadris vermelho-amarellas; tibias anteriores na face 
dorsal com uma serie de 4-5 cerdinhas que começa na extremidade do se¬ 
gundo quinto, na face posterodorsal ou posterior com uma serie completa 
de 10 cilios finos. Tarsos anteriores um pouco mais compridos do que as 
tibias, metatarso um .pouco menos comprido do que os tres seguintes ar- 


(1) UI timamente Schmitz confrontou o meu exemplar com os typos de Bnderlein e poude con¬ 
firmar a minha classificação. 





110 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


VOL. XXV 


ticulos tarsaes juntos, quinto articulo distinctamente mais comprido e mais 
largo do que o quarto, com polvilhos bem desenvolvidos, escurecido. Tibia 
media com um par de cerdas na extremidade do primeiro sexto, a cerda 
subapical fraca. A única fileira dorsal de pellos se extende desde a base até 
o meio. Quinto articulo tarsal para uma Dohrniphora bem desenvolvido, não 
mais comprido, mas um pouquinho mais largo do que o quarto. Femures 
posteriores dilatados, a face posterior immediatamente na base, ao longo da 
borda ventrai, com um grupo de cerdinhas pretas, erectas, semelhantes a 
agulhetas (cerca de30), no lado distai desse grupo, também na borda ventrai, 
com uma excavação quasi circular, em forma de tigela. Tibia posterior sem 
cerdas, com uma fileira dorsal de pellos, cilios posterodorsaes fracos, ao lado 
delles na metade superior da tibia 2-3 fileiras de pellos pretos adjacentes, que 
são um pouco mais grossos do que a demais pubescencia, da qual constituem 
um typo particular. Quinto articulo tarsal normal, pretarso pequeno. 

' Aza do typo de chlorogastra , nervura costal mais ou menos » a me¬ 
tade do' comprimento da aza, primeira divisão costal aproximadamente 
3 Y vezes mais comprida do que 2+3, cellula da forquilha não mais larga 
do que R3, nervura axillar mais pallida do que nervuras longitudinaes 4-6, 
não alcançando a orla da aza. 

Balancins amarellos. 

Typos 2 cfo* no museu de Stettin, provenientes de Hammonia (Santa 
Catharina). 


DOHRNIPHORA SCHROEDERI, Schmitz & 

1923, Jaarb. Nat. Genootschap Limburg 1920-23, p. 56. 

Não conheço esta especie ex natura. Dou no seguinte a traducção da 
diagnose original de Schmitz. 

Muito semelhante á especie precedente, com as differenças seguintes: 
Fronte mais larga do que comprida nos lados, anteriormente no meio um 
pouco mais protrahida. Terceiro articulo antennal vermelho, de tamanho 
normal. Palpos um pouco mais curtos. Na região superior do abdômen a co¬ 
loração vermelha menos extensa. Metatarso das patas anteriores ao menos 
tão comprido como os tres seguintes artículos tarsaes juntos, todos os tarsos 
anteriores não mais compridos do que as tíbias, sendo o quinto artículo 
mais engrossado do que em dispar , duas vezes mais comprido e mais largo 
do que 0 articulo precedente, com polvilhos, cujo tamanho é igual ao ta¬ 
manho do quinto articulo. Fileira dorsal de pellos da tibia media muito 
mais curta; ultimo articulo tarsal quasi tanto engrossado como nas patas 
anteriores, em compensação o pretarso das patas posteriores é muito di¬ 
minuto. Femüres posteriores na base extrema com uma mancha circular de 



família phoridae (dipt.) 


111 


agulhetas ou cerdinhas, á qual se segue apôs pequeno intervallo um grupo 
de cerdinhas que tambern se acha em dispar, mas uma exeavação circular 
não existe (1) . Comprimento total cerca de 2,2 mm. Typos: 2 d”d” na col- 
lecção do museu de Stettin. Lugar de procedência: Sul do Brasil, Santa 
Catharina, Luederwaldt leg. 


Genero HYPOCERA, Lioy 



1903, Be xnm, Trans. A mm Eat. Soc. voL XXIX, p 


1906/Brxies, ,, fase. 44, p. 6. 

1918, . , Genootsebap Limbiirg 1917, p, 112. 

1022, Lendbeoe, Bipt. Danica, Parfc VI, p. 161. 



Cameterm genericos : Fronte com tres fileiras transversaes de 4, 4, 4 
cerdas, Cerdas pastantennaes geralmente ausentes, e, quando presente, 
reclinadas. No vertia de algumas especies se acha um botão elevado de 
formação variada, até hoje não observado em especies brasileiras; também 
a margem vertical é ás vezes elevado em forma de arco. Terceiro artículo 
antennal geralr 

Thorax com di^.e^dmdQraQ® com êym ou quatro,ferdas, 

no ultimo casols- ãntiiMte tó 

. ■ . * ‘ 

Sutura dorsopleural anteriormente em geral apagada Hypopygidio pequeno, 
caracteristico, não proeminente livremente entre as peças lateral, mas 
perfurando o tergito num orifício circular; segmento anal papilliforme, não 
proeminente em forma de tubo ou bainha. Patas geralmente robustas, com 
os femüres posteriores dilatados, todas as tíbias com eerdas isoladas, às 
medias e posteriores com duas (ou, tres) fileiras de pellos de paliçada 
na face dorsal, arranjadas como .em Dohrniphora. tinhas e polvilhos pe- 

4 .» a * 1 t " m . -s .: 1 * S 


ÍH&L 


temente coberta de pellos finos, não forquilhada (sômente em agilis Mo. e 
'irregulaftiê Wood o ramo anterior é ligeiramente aceusado). 

Typo do genero: B. mordellaria Fallen. 

A respeito do mero Sçhmitz faz as seguintes observações: “O ge¬ 
nero possúe ÜM ns earacteei arohaiças, p. ex. a pubescencia da terceira 
nervura longitudinal, o desenvolvimento menos rudimentar das maxillas 


(1) Sobre os femures de D. dispar e schroederi Scbmitz acaba de commuiúc^r-rDe ainda o seguinte 
CU. DE. 1924): “Die Lüeke bei 'sdmwâm lf| wahrscheínlieh hõÈadtag mít dem Nâpfeben von dispar; der 

ist bei schroederi undeutlieh ausgebildet; 2) hinter dem Nãpfchen 
(distai von ihm) befindet sieh eia BanlM voa âbalicbea Stiftchen wie proximal von ihm, wàbrend bei 
dispar nur 1 eteterer vorbanden ist. Die Lüoke ist eo Mt verstehen, dass die Stiftchen sich an der áussersten 
Vèntralkante ununterbrochen foriasetKeny' -Jr-t 










112 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


(cfr. Schmitz, H. em: Verslag Zommerverg. Ned. Ent. Ver. 1916, em: 
Tijdschr. v. Ent. Vol. 59, 1916 p. LVJII). Por outro lado, porém, também 
é muito espeeialisado, o que se nota principalmente na formação do thorax, 
das azas, do hypopygidio e das tibias posteriores. No thorax desappareceu 
em parte a sutura dorsopleural, confundindo-se a região dorsal com as me- 
sopleuras, as quaes portanto na sua região superior apresentam uma pubes- 
cencia semelhante á do thorax. Isto faz lembrar, de certa forma, a sub- 
familia Platyphorinae , a qual, como mencionei alhures, supponho descender 
phylogeneticamente de uma forma primitiva modificada semelhante a Hy- 
pocera. A cerda na margem posterior das mesopleuras, característica para 
os platyphorineos, só se encontra em fíypocera mordellaria , mas a pubes- 
cencia da terceira nervura longitudinal é muito commum. Também a cir- 
cumstancia de que algumas especies de Hypocera (p. ex. vitriprennis entre as 
européas) vivem em symbiose parasitica com hymenopteros sociaes, indica 
que existe uma relação entre os platyphorineos myrxnecophilos e este 
genero V (1918, pp. 112-113). 

Do genero Hypocera até hoje só se conhecem duas especies brasileiras; 
certamente o seu numero cfeve ser muito maior. Sobre Hypocera angusti- 
frons End. {1> Schmitz creou o seu genero Trineurocephala (S) , Para 
Hypocera semifurcata m. 1 2 (3) creei o genero Chaetocnemistoptera (4) 5 . E ? possível 
que H, insperata Brues (5) do Paraguay seja mais tarde encontrada no 
Sul do Brasil. 


HYPOCERA PACHYCOSTALIS, Bokgmeier 9 
1923, Boi. Mus. Nac. Rio, vol. I, pp. 54-56, %. 5. 

A formação da fronte (fig. 3 no texto) desta especie é muito semelhante 
á de H. flavimana Mg. A aza é summamente característica; na fig. 5 que 
N acompanha a diagnose original, a pubescencia da terceira nervura apparece 
desenhada um pouco comprida demais; os pellos são extremamente finos e 
curtos. Os seguintes pontos devem ser acerescentados ou corrigidos' na 
diagnose original: 

Fronte um pouco mais larga do que comprida no meio, finamente pon¬ 
teada. Em baixo do meio da fronte se acha na linha mediana uma pequena 
excavação, em cujo fundo se nota um pequeno rudimento de sulco frontal. 


(1) Steit. Ent. Zeit. (1912), p. 43. 

(2) Jaarb. Nat . Genootschap Limburg (1920-23), p. 57. 

(3) Vozes de PelropoUs, vol. XVII, 1, p. 629. 

(4) Vozes de Pèlropolis, vol. XVII 2, p. 657; Boi. Mus. Nac. Rio , v. 1, p. 52. 

(5) " Ann. Mm. Nat. Hungarid, vol. 9 (1911), p. 459. 




FAMFLIA PHOEIDAK (dIPT.) 


113 


Segunda fileira de eerdas frontaes inteiramente recta. Os ocellos lateraes 
ficam mais ou menos no meio entre o ocello anterior e a margem ocular. 
Os palpos são de côr pardo-clara, 
um pouco curvados para cima, na 
metade distai com oito eerdas fortes; 
a pubescencia é esparsa (não densa); 
também metade anterior da face 
dorsal pubescente. Escutello com 
duas eerdas, deante das quaes de 
cada lado um pello. Primeiro ter- 
gito abdominal lateralmente com 
alguns pellos compridos. Segmentos 
terminaes vermelho-amarellos. 

O cf é desconhecido. Esta es- 
pecie até hoje só foi encontrada em 

-p , i" Fig. 3 — Hypocera pachycostalis, Borgm, Ç, disposição 

ireri opons. das eerdas frontaes. 



HYPOCERA CURVILINEATA, n. sp. cf 

Esta nova especie é pela formação da região ocellar e do vertice visinha 
de imperata Bbues (1. c.), johmoni Brtjeb Ci> , ocellata Schmitz <2) ,, coro- 
nata Beckeb/ 1 2 3) , mas differe de todas essas especies pelo terceiro- articulo 

antennal não alongado e pelo vertice só 
pouco elevado em forma de arco. 

Fronte (fig. 4 no texto) um pouco 
abahulada em sentido antera-posterior, no 
meio um pouco mais comprida do que 
larga, preta, brilhante, com ponteação 
grossa; borda anterior um pouco convexa, 
margem vertical aguçada, um pouco ele¬ 
vada em forma de arco; região ocellar um 
pouco deprimida ou exeavada, separada 
da fronte anterior por uma linha tres 
vezes arqueada, os tres arcos de tamanho 
- çiwwfôífeata* n. sp. d\ dispo- igugi no arco medio fica o ocello anterior, 

sição das eerdas frontaes, ° 

Triângulo ocellar de angulo muito obtuso, 
occupando quasi toda a largüra frontal; os ocellos pequenos. Cerdas postan- 
. tennaes faltam. Ha tres fileiras de 4, 4, 4 eerdas frontaes. Primeira fileira 

(1) Trans. Ent. Soc., vol. XXIX (1604), p. 352. 

(2) Jaarb. Nat. Genootschap Limbutg (1917), p 115. 

(3) Abh. zoül.-boi. Ges. Wien, vol. 1, p. 41, 

2307-924 15 


















114 


ARCHrVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


convexa para deante; as cerdas interiores distam um pouco menos entre si 
do que das exteriores. Segunda fileira um pouco côncava para deante, 
suas cerdas mais ou menos equidistantes. As cerdas vertieaes interiores 
se inserem entre os ocellos lateraes e distam mais entre si do que as 
.exteriores. Ha uma cerda forte nas bochechas (malae). Terceiro articulo 
antermal não alongado, de tamanho normal, um pouco oval, pardo-claro, 
(ou vermelho-pardo), polvilhado de branco; arista dorsal, seu comprimento 
excede a altúra da cabeça, distinctamente pubescente. Palpos modera¬ 
damente pequenos, amarello-ferruginosos, com uma cerda mais comprida 
e cerca de cinco cerdas mais curtas. Tromba amarello-ferruginosa. 

Thorax preto, ligeiramente brilhante; a pubescencia se torna distine- 
tamente mais comprida deante do escutello. Ha duas cerdas dorsocentraes 
(quebradas no exemplar typico). Escutello com duas cerdas (quebradas!), 
deante das quaes de cada lado um pello, o qual é relativamente mais 
forte do que o respectivo pello de pachycostalis , pelo que se pôde talvez 
falar em quatro cerdas eseutellares, sendo as anteriores consideravelmente 
mais fracas do que as posteriores. Mesopleuras pubescentes no terço 
superior. 

Ahdomen preto, ligeiramente brilhante, com pubescencia esparsa e 
curta, que se torna mais densa e comprida nos lados; 2. tergito só com 
poucos pellos muito curtos perto da margem posterior. Tergitos 2 e 6 um 
pouco alongados, 3-5 aproximadamente de comprimento igual. Hypopygidio 
na região dorsal fortemente polida; a formação não poude ser estudada 
no exemplar unico. Segmento anal papilliforme, perfurando o tergito do 
hypopygidio num orifício circular. 

Patas robustas, pretas, as anteriores amarello-pardas, mas os quadris 
anteriores pretos, com pellos compridos, também os femures anteriores na 
região basal escurecidos, articulações das patas medias e posteriores amarello- 
pardas, tarsos e quadris posteriores pardo-ermegrecidos; femures poste- 
- riores dilatados e um pouco engrossados. Tibia anterior na face dorsal com 
uma cerda na extremidade do primeiro terço e cerca de nove cerdinhas 
curtas, das quaes as duas superiores se inserem em cima da cerda isolada, 
as demais na metade distai da tibia. Metatarso anterior mais ou menos 
tão comprido como os dois seguintes articulos tarsaes juntos; empodio uma 
cerda. Tibia media segundo parece só com uma fileira completa de pellos 
de paliçada na face dorsal; além disso um par de cerdas mais ou menos na 
extremidade do primeiro terço e uma cerda subapical na face anterior; ha 
um esporão terminal na face ventral. Femures posteriores na borda dorsal 
guarnecidos de pellos eriçados. Tibias posteriores com duas fileiras de pellos 
de paliçada, que encerram um sulco em cujo meio também se acha uma serie 
de pellinhos curtos; ha uma cerda anterodorsal na extremidade do primeiro 




115 


terço e uma cerdasubapical, também anterodorsal; além disso dois 
ventraes e iim esporão na face dorsal. 



, _ . . 1 i 

Aza (Est. 11,% 10) com ligeiros matizes amarello-acmzeátãdos. Ner¬ 


vura mediastinal ausente. Nervura costa! = a metade do comprimento 
da azai as divisões òostaes emptoporção de 31:26; cilios costaes moderada- 

mente compridos. Terceira nervura longitudinal nos dois terços basaes com 

* . -» 

pellos finos, os quaes são porém mais compridos do que os respectivas pellos 
de pachycostalis. Quarta nervura longitudinal obliterada na base, no principio 
pouco cunhada, no mais quasi recta. Betima nervura còmpletamente apa¬ 
gada. No lugar da aluía ha quatro pellos ciliados, , 


Bakmoins pretos. 

Comprimento total 1,7-1,8 mm. 

' ■' Wy ■ - •• 

Holotypo 1 d 1 de Curityba (Paraná), primeiro conservado em álcool e 
depois seccado, Frei' Ahacleto WUtusehüick leg. 20.11.1924. ' 


Genero HYPOCERIDES, Schmitz 


1915, Schmitz, Deutsch. Ent. Zeitschr. p. 496.. 

1915, Schmitz, Wien. Ent. Zeit.. vol. XXXIV, p! 329. 

1918, Schmitz, Jaarb. Nat. Gen. Limburg. 1917, p. 113. 

.-S »* * 

Caracteres genericos: Fronte com duas cerdas postantennaes reclinadas 
e tres fileiras transversaes de 4, 4, 4 cerdas. As cerdas exteriores da pri¬ 
meira fileira faltam na especie brasileira anheuseri m. Arista das antennas 
dorsal. Thorax com duas cerdas dorsocentraes. Escutello com quatro cerdas. 
Hypopygidio como em Hypocera. Segmento anal papilliforme. Patas del¬ 
gadas. Tibias medias com um par de cerdas perto da base. Tibias ante¬ 
riores e posteriores sem cerdas isoladas, as posteriores com fileira dorsal de 
pellos de paliçada e uma serie de cilios posterodorsaes. Terceira nervura 
longitudinal não forquilhada. Nervura costa! com uma dilatação chitinosa 
em forma de pterostigma entre a embocadura da 1. e 3. nervura longi¬ 
tudinal. 

Typo do genero : H. difformis Brues {Hypocera), 

Deste genero, o qual é visinho de Hypocera, até hoje só foram descriptas 
tres especies: difformis Brtjes (1) , pterostigma Schmitz (2) e anheuseri m.; 
a primeira é proveniente da Nova Guinéa, a segunda de Madagascar, e a 
ultima do Brasil. 


* (1) Ann. Mus . Nat. Hungarici, vol. 3 (1905), p. 543 {Hypocera). 
(2) Deutsch. Ent. Zeitschr. (1915). p. 496. 









' ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 

HYPOCERIDES ANHEUSERI, Borgmeier tf 



'i 

■ 


- * 


1923, Vozes de Petropolis, vol. XVII 1, p. 581. 

Cabeça com. a face occipital um pouco convexa. Fronte preta, ligeira¬ 
mente brilhante, um pouco abahulada, só um pouco mais larga do que 
comprida no meio (16:15), margem anterior um pouco convexa, borda 
occipital não aguçada, com poucos pellos esparsos e 12 cerdás fracas: duas 
divergentes postantennaes reclinadas e tres fileiras de 2, 4, 4 cerdas, As 
cerdas exteriores da primeira fileira faltam. Segunda fileira um pouco 
côncava, quasi recta, suas cerdas equidistantes. (À cerda exterior do lado . 
direito se insere no exemplar typico perto da borda occipital, o que con¬ 
sidero como aberração). As cerdas verticaes exteriores distam aproximada 1 
mente tres-vezes mais das interiores do que as interiores entre si. Ha 
uma cerda nas bochechas (malae). Terceiro articulo antennal como os palpos 
de . côr pardo-escura; arista dorsal, comprida, praticamente desnudada. 
Palpos não grandes, delgados, anteriormente com quatro cerdas. 

Tkorax ligeiramente brilhante, preto, pleuras pardacentas. Ha duas 
cerdas dorsocentraes. Escutello com quatro cerdas, as. anteriores mais ou 
menos = % do comprimento das posteriores. Pronoto com uma cerda diri¬ 
gida lateralmente e ao mesmo tempo para traz. Propleuras com,poucos 
pellos finos e com duas cerdas superiormente na margem posterior, im- 
mediatamente deante do estigma prothoracico. 

Abdômen preto-mate, tirando para pardo, com seis placas tergitaes de 
formação normal. Sexto tergito alongado, tergitos 3-5 aproximadamente 
do mesmo comprimento. Todos os tergitos desnudados, sómente o sexto 
com alguns pellinhos na margem posterior. Hypopygidio com grande placa 
ventral, de côr pardo-clara. Segmento anal papilliforme, não proeminente. 

Patas delgadas, pardo-ennegrecidas, articulações mais claras, quadris 
médios e posteriores bem como os femures posteriores escurecidos. Tibia 
anterior na face dorsal com uma serie de cerca de 11 cilios finos. Tibia media 
com duas cerdas finas perto da base, das quaes a posterodorsal se insere 
um pouco mais para cima do que a anterodorsal; além disso uma cerdinha 
subapical na face anterior, mais ou menos 14 pentes transversaes na face 
anterodorsal, um esporão terminal na face ventral, e tres cerdinhas termi- 
naes. Tibia posterior com uma fileira completa de pellinhos de paliçada na 
face dorsal, uma serie posterodorsal de cilios finos, um esporão terminal na 
face ventral e algumas agulhetas terminaes. 

Azas hyalinas, nervuras da borda anterior amarello-pardacentas, com¬ 
primento = 1,462 mm., maior largura = 0,714 mm. .(m situí). Nervura 
mediastinal rudimentar. Nervura costal distinctamente mais curta do que 



família phoridae (dipt.) 


117 - 


a metade da aza, = -0,38 do seu comprimento, com cerca de 15 pares de 
cilios; entre a embocadura da 1. e 3. nervura longitudinal se acha uma 
dilatação, chitinosa em forma de pterostigma. Primeira nervura longitudinal 
recta, só na extremidade distai recurvada para a nervura costal e aqui um 
pouco engrossada. Terceira nervura longitudinal um pouco mais grossa 
do que a nervura costal, quarta recta, sétima pouco accusada. No lugar 
da alula quatro pellos. 

Balancins pardo-escuros. 

Comprimento total mais ou menos = 1,7 mm. 

O holotypo desta especie interessante é proveniente de Pesqueira (Es¬ 
tado de Pernambuco), Frei Clemente Ánheuser leg. 21.X. 1922. 


Genero TRINEUROCEPHALA, SCHMITZ 

1923, Schmitz, Jaarb. Nat. Genootschap Limburg 1920-23, p. 57. 

1923, Borgmeier et Schmitz, Deutsch. Ver. f. Wiss. u. Kunst S. Paulo, 3. Jg. 
1922, p. 127. 

Caracteres genericos: Fronte no macho só representada por uma faixa 
muito estreita, na femea consideravelmente mais comprida do que larga ; 
sem sulco frontal completo ; sem cerdas postantennaes, com tres fileiras de 
4, 4, 4 cerdas frontaes; primeira fileira mais ou menos convexa para déante, 
segunda fileira com enorme concavidade anterior, fileira vertical normal. 
Olhos principaes grandes, pubescentes. Terceiro articulo antennal as vezes 
muito pequeno, arista subapical, foveas antennaes na femea confundindo-se 
no meio, no macho as antennas se inserem numa pequena excavaçEo ovah 
Terceira nervura longitudinal coberta de pellos finos, não forquilhada. 
Todas as tibias com cerdas. 

Typo do genero : T. angustifrons Enderlein ( Hypocera ). 

Deste genero creado por Schmitz sobre Hypocera angustifrons End., 
até hoje só se conhecem duas especies, ambas provenientes do Brasil. 
W de notar que neste genero o dimorphismo sexual se extende a cara¬ 
cteres, que em geral por elle não são modificados (p. ex. a pubescencia da 
arista). 


TRINEUROCEPHALA ANGUSTIFRONS, Enderlein d 

1912, Enderlein, Stett. Ent. Zeít. p. 43 (Hypocera). 

1923, Schmitz, Jaarb. Nat. Gen. Limburg 1920-23, p. 57. 

1923, Borgmeier et Schmitz, D, Ver. Wiss. Kunst S. Paulo 3. Jhg. 1922, p. 129. 

O typo desta especie é proveniente de Hammonia (Santa Catharina). 
Por occasião de uma excursão a Paraná capturei mais 2 c"d* em Rio 



.118 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


Negro (23.1.1924), que por Schmitz foram comparados com o typo do 
museu de Stettin. 

Fronte aproximadamente oito vezes mais comprida do que larga atraz, 

% 

anteriormente um pouco mais larga do que posteriormente (1J^ vezes), 
preta, ligeiramente brilhante, pubescente, sulco frontal em pequeno trecho 
ligeiramente aceusado deante do ocello anterior, com tres fileiras de 4, 4, 4 
cerdas reclinadas, Primeira fileira fortemente convexa para deante, as cerdas 
exteriores se inserem verticalmente em cima das interiores, mais ou menos 
na extremidade, do quarto anterior da fronte. Segunda fileira extremamente 
côncava para deante; as cerdas exteriores ficam um pouco em baixo do meio 
da fronte, as interiores se inserem mais ou menos na extremidade do terceiro 
quarto da fronte. Além disso quatro cerdas verticaes, cujos pontos de 
inserção quasi se tocam; as exteriores são um pouco mais fracas do que as 
interiores. Triângulo ocellar de angulo agudo. As antennas se implantam 
numa pequena excavação oval distinctamente delimitada. Terceiro articulo 
antennal pequeno, amarello-vermelho; arista subapical, na base amarellada, 
no mais pardo-escura, praticamente desnudada. Palpos compridos e del¬ 
gados, amarello-vermelhos, com 5-6 cerdas fortes na metade distai. Nas 
bochechas (malae) ha uma cerda dirigida para baixo. 

Thomx preto, ligeiramente brilhante, com duas cerdas dorsocentraes, 
que distam distinctamente mais entre si do que as duas cerdas escutellares; 
deante dessas se acha de cada lado um pello. Prothorax em baixo do estigma 
com duas cerdas dirigidas para cima, uma em cima da outra. Mesopleuras 
com poucos pellinhos immediatamente atraz do estigma prothoracico. 

Abdômen achatado, preto, ventre pubescente, Primeiro tergito mais 
claro, com reflexos azulados, tarja posterior esbranquiçada e alguns pellos 
compridos nos lados, particularmente na margem posterior. 2. tergito 
alongado, tergitos 3-6 progressivamente estreitados para traz. Pubescencia 
na região dorsal escassa, nos lados mais comprida; 2. tergito só com 
poucos pellos finos perto da borda posterior. Hypopygidio não grande, de 
cada lado com tres pellos compridos. Segmento anal curto, amarello, 
pubescente; os síyli faltam. 

Patas na maior parte amarello-ferruginosas, também os quadris ante¬ 
riores e posteriores; quadris médios só na extremidade amarellos, no mais 
pretos, femures posteriores na extremidade distai com mancha preta, 
tibias e tarsos posteriores pardo-ennegrecidos. Tibia anterior com uma cerda 
anterior (ou anterodorsal?) na extremidade do 1. terço da tibia e uma 
serie de seis pequenas cerdinhas no ultimo terço; além disso uma cerda 
subapical na face anterodorsal e um esporão terminal na face posterior. 
Tarso anterior mais comprido do que a tibia, 4. articulo tarsal mais 
ou menos em forma de triângulo equilateral, 5. articulo engrossado, 



família phoridae (dipt.) 


119 


nas bordas com pellos compridos, sem unhas, mas com polvilhos enormes, 
sendo cada um delles mais ou menos do mesmo tamanho do articulo. Tibia 
media com um par de cerdas na extremidade do 1. terço e uma cerda sub- 
apical na face anterior; a fileira dorsal de pellinhos é completa, em baixo 
do par de cerdas um pouco curvada para o lado pôsterodorsal; na face ventral 
existe um esporão terminal Femures posteriores dilatados, na borda dorsal 
com uma tarja de pellos eriçados. Tibia posterior na face .dorsal com duas 
fileiras completas de pellos de paliçada, que encerram um sulco em cujo 
meio também ha uma fileira de pellinhos; na face anterodorsal existem 
duas cerdas, uma na extremidade do 1. terço e outra subapical; além 
disso ha um esporão dorsal e tres esporões ventraes. Pretarso pequeno. 

Azas notavelmente tingidas de pardo, raiz da aza amarellada, nervação 
pardo-clara, extremidade distai da aza estreitada. Nervura costal com . 
cilios curtos, = 0,48-0,49 do comprimento da aza, divisões costaes = 11:7. 
Terceira nervura longitudinal com poucos pellinhos microscopicamente pe¬ 
quenos, na metade distai um pouco curvada em forma de S. Quarta nervura 
longitudinal na base fortemente curvada como em Hypocera incrassata Meig. 
ou um pouco mais fortemente ainda; no mais ligeiramente curvada no 
* sentido da orla anterior da aza. Quinta nervura quasi inteiramente recta. 
Sétima nervura mais fraca do que 4-6. 

Balandns pretos com o pedunculo amarello. 

Comprimento total mais ou menos 3,3 mm. • 


TRINEUROCEPHALA PUBESCENS, Borgmeier et Schmitz d 9 
1923, D. Ver. Wiss. u. Kunst S. Paulo, 3. Jahrg. 1922, p. 128 Ç. 

Esta especie é muito parecida com angustifrons, mas differe pela colo¬ 
ração das tibias posteriores, fronte mais estreita (cf) e tamanho total menor. 
As differenças notadas por Borgmeier e Schmitz (p. 129-130) são na sua 
maioria differenças sexuaes, o que se explica, porque de angustifrons só 
conheciam o macho, e de pubescens só a femea. 

Macho (ainda não descripto) — Fronte mais ou menos como em angus¬ 
tifrons, mas ainda um pouco mais estreita; a cerda exterior da 3. 
fileira frontal fortemente côncava se insere relativamente um pouco mais 
para cima; a sua distancia da cerda interior da 1. fileira é em angus¬ 
tifrons distinctamente menor do que a distancia da borda occipital, em 
pubescens porém aproximadamente a mesma. Terceiro articulo antennal 
pequeno, pardo-claro, mais escuro do que em angustifrons ; arista desnudada. 
Mesopleuras na metade superior quasi até a margem posterior com pel¬ 
linhos esparsos relativamente compridos. Escutello com duas cerdas, deante 



120 


ABCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


VOL. XXV 


das quaes de cada lado um pello tres vezes menor. Patas amarello-ferru- 
ginosas, as posteriores inclusive dos quadris fortemente escurecidas, quadris 
médios pretos, tibia posterior pardo-ennegrecida; numero e disposição das 
cerdas isoladas como em angustifrons, mas os femures posteriores um pouco 
menos dilatados. Aza (Est. II, fig. 8) notavelmente menos tingida do que 
em angustifrons. Oilios costaes curtos, a primeira divisão costal mais com¬ 
prida do que a segunda divisão. Terceira nervura longitudinal com finos 
pellinhos pretos muito curtos. No lugar da alula cerca de oito pellos com¬ 
pridos ciiiados. ■ 

Comprimento total 2,3 mm. Os demais caracteres como em angus¬ 
tifrons. 

Femea — Fronte (fig. 5 no texto) preta, com brilho forte, abahulada, 

estreitada para traz, anteriormente 1 Y vezes 
mais larga do que posterior mente, oceupando 
na região mediana mais , ou menos um terço 
da largura da cabeça. Primeira fileira de 
cerdas convexa para deante. Segunda fileira 
com enorme concavidade anterior; as cerdas 
exteriores se inserem num nivel muito mais 
baixo do que as interiores, que se implantam 
perto do ocello anterior; as interiores distam 
um pouco mais entre si do que da margem 
ocular; as exteriores se inserem perto da 
margem ocular' e distam aproximadamente 
tanto da margem frontal anterior como da 
borda occipital. Cerdas da fileira vertical di¬ 
vergentes entre si. Terceiro articulo antennal 

ng. s - Trineuroctphuía pub.sc.rs, Bo-c pequeno ; arista distincta-mas não densamente 
MEIER et ScKMiTZ 9 , disposição das cerdas pubescente. Articules tarsaes anteriores 1-3 

frontâ6s> 

um pouco dilatados, quinto articulo e pretarso 
não muito grandes. Quadris médios pretos. Femures posteriores dilatados, 
escuros, com uma estria longitudinal amarei] o-parda, partieularmente 
distincta na face anterior. Também femures médios um pouco escurecidos., 
Divisões da nervura costal de comprimento egual. Os demais caracteres 
como no macho. Comprimento total 2,3 mm. 

O holotypo desta especie (ç) se acha na collecção de Schmitz. Na 
minha collecção possúo 5 e 9^, todos capturados em Petropolis. 

Nota : Schmitz teve a bondade de submetter ã um novo exame o typo 
de Tr. angustifrons & e exemplares de pubescens cf, e acaba de me com- 
municar o seguinte (15.VI. 1924): 

“Die Unterschiede, auf die wir un&bei der Ausfstellung von pubescens V 



i 












família phoridae (dipt.) 121 

stützten, sind sicher ziun Teil nur sexuell. Trotzdem sind die Arten sicher 
verschieden. 

I. Sexuelle Unterschiede : Sexuell ist, dass die Fülherborste des c f fast 
nackt ist; die paar Hárchen, die pubescens tf auf der 2. Hãlfte in weiten Ab- 
stánden hat, kommen auch bei der Type von augmtifrons End, vor. Sexuell 
ist auch die schwache Behaarung der 3. Làngsader beimcf. Auch bei pubes¬ 
cens ist diese vereinzelt und verkümmert; einige wenige Bõrstchen nirnmt 
man auch bei augmtifrons tf End. (Type) wahr. Sexuell ist auch, dassbeim 
Mànnchen der erste Costalabschnitt grõsser ist ais der zweite (beim 9 = 
dem zweiten). Sexuell ist die Stirnbreite, wie schon vermutet. Sexuell ist 
ferner, dass die Behaarung (in der vorderen , oberen Ecke) der Mesopleuren- 
Stigmagegend beim tf schwâcher ist ais beim 9. Sexuell ist schliesslich, 
dass die Endglieder des Vordertarsus beim tf verbreitert sind. 

II. Unterschiede . die nach Abzug der sexudien noch bleiben zuríschen 
angusiifrons Type und pubescens tf; 


a) Grosse: angustifrons ist grosser. 

b) Farbe: die Hinterschienen sind bei angustifrons gelb, bèi pubescens tf'y 
' stark verdunkelt. 

c ) Plastische Unterschiede: 


angustifrons tf 

1) Stirn schmal 

2) Mesopleuren mit kaum einzelnen 

bemerkbaren Hárchen 

3) 3. Làngsader vor dem Ende deut- 

lich hin- u. hergebogen 

4) Hinterschenkel vielleicht stárker 

verbreitert 

5) Vordertarsus 1 etwas lánger ais 

2+3 


pubescens tf 
noch etwas schmáler 
Hãrchen deutlicher 

kaum bemerkbar 

vielleicht etwas weniger 

nicht lànger ais 2+3 


N, B. 1) Die hellgelbe Farbe der VordeiTandadern von 'pubescens 9 wird vom Al- 
kohol herstammen, 

2) Interessant ist, dass das 1. Hinterleibstergit bei dieser Gattung dreiteilig ist, be- 
stehend aus 1 Dorsalplatte und je 1 Pleuralplatte, welche durch haiitígen Bezirk gesondert 
sind (tf Ç). Das 9 hat schwach chitinisierte. nmzelige Hinterleibsdecke. 


Genero CONICEROMYIA, Borgmeier 

1923, Arch. Mus. Nac. Rio, voL XXIV, p. 338. 

Caracteres genericos : Fronte com tres fileiras de 4, 4, 4 cerdas e 2 post~ 
antennaes fracas e reclinadas. Terceiro articulo antennal no macho muito 
alongado como em Conicera , na femea de tamanho normal, globular; arista 

2307-924 16 



122 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXY 


apical. Terceira nervura longitudinal não forquilhada. Nervura costal ge¬ 
ralmente um pouco engrossada. As tibias anteriores no macho de formação 
singular, comum grosso espinho na extremidade do. 1. terço; na femea 
de formação normal. Todas as tibias com cerdas isoladas, mas desprovidas 
de peHhihos de paliçada. Esporões terminaes fortes. Hypopygidio como em 
Conicera. Segmento anal papilhforme, não proeminente. 

Typo do genero: C. epicantha Borgmeier. 

Para esse genero, o qual é evidentemente visinho de Conicera Meig., 
é caracteristico o dimorphismb sexual na formação das tibias anteriores e 
do terceiro articulo antennal, A ? unica especie até agora conhecida posso 
açcrescentar. no seguinte duas especies novas. 


CONICEROMYIA EPICANTHA, Borgmeier tf? 
1923, Arch. Mus. Nac. Rio, vol. XXIV, p. 338. Mg. 


Desta especie recebi mais e lç de Petropolis (C. Prade leg.). 
A’ diagnose original accrescento as seguintes notas: 

Segundo a nova especie anacieti abaixo de- 
scripta deixa conhecer, é melhor considerar a su¬ 
perior das duas cerdas que na descripção original 
foram attribuidas ás bochechas, como cerda genal. 
O abdômen é quasi inteiramente desnudado. 
A chanfradura vermelho-pardacenta dos tergiíos 
abdominaes do macho não se encontra na borda 
Fig. 6 - r Coniceromyia epicantha, anterior, ui as posterior j ha individuos em que os 
E5CHWM. d\ hyp°p y fíi dio ’H S t° d a es- tergitos 2-5 do macho são amarello-vermelhos na 

- região dorsal e pretos sómente nos lados. A tarja 
amarella do 6. tergito é geralmente mais larga do que nos demais ter- 



Tive occasião de estudar mais minuciosamente o hypopygidio (fig. 6 no 
texto). E ! de cor amarello-vermelha, relativamente grande, peça lateral 
esquerda prolongada para traz, posteriormente arredondada, revestida de 
alguns pellos curtos na borda superior; peça ventral grande, abahulada; 
peça lateral direita não prolongada para traz. Segmento anal papillíforme, 
perfurando o tergito do hypopygidio num orifício mais ou menos circular, 
coberto de alguns pellos curtos. 

Os femures posteriores (fig. 7 no texto) do macho são cobertos na face 
posteroventral, ao longo da borda ventral, por muitas agulhetas extrema¬ 
mente curtas e densamente agrupadas, que formam uma faixa que se 
extende desde a base até um pouco além do meio do fêmur. Semelhantes 



FAMÍLIA FHOKIDAE (uiPT.) 


123 


agulhetas foram deseriptas em Dohrniphora, mas mais grossas e nunca 
em tal extensão, limitando-se á uma pequena area perto da base do femur. 
A arista do terceiro articulo antennal da femea é apical (não dorsal, 



Fig. 


Couiceromyia epicantha, Borgm, O* 1 , fuce po¬ 
sterior do femur posterior. 


como disse erradamente na descri pção original). E’ verdade, que este 
qaracter é difficil de se verificar em exemplares seccados. 


CONCEROMYIA ANACLETI, n. sp. <? 

Esta especie é visinha de epicantha , da qual difíere pela formação 
das tibias anteriores e pelo metartaso anterior extremamente caracterís¬ 
tico, como por outros caracteres. 

Fronte - mais larga do que comprida nos lados, anteriormente no meio 
um pouco prolongada, preta tirando para pardo, mais ou menos brilhante, 
com sulco frontal distincto e pubescencia muito escassa e muito fina. 
Fora das 2 cerdas postantennaes fracas reclinadas e divergentes entre si, 
ha 3 fileiras de 4, 4, 4 cerdas. Primeira fileira implantada perto da borda 
frontal anterior, só pouco convexa para deante, quasi recta; também a 
segunda fileira aproximadamente recta. Tubérculo ocellar só pouco sa¬ 
liente. Olhos pubescentes e eiliados. Ha 1 cerda nas bochechas (malae) e 
1 cerda genal mais curta. Terceiro articulo antennal pardo, muito alon¬ 
gado em fórma de retorta, mas um pouco menos comprido do que em epi- 
caniha; a pubescencia é particularmente comprida na metade distai. Arista 
apical, menos comprida do que o 3. articulo antennal, distinctamente 
pubescente. Palpos amarello-claros, com algumas cerdas curtas que são um 
pouco mais fortes do que as respectivas cerdas de epicantha. 

Thorax amarello-avermelhado, pleuras amarelladas. Ha 2 cerdas dor- 
socentraes. Escutello pardo-escuro, com 4 cerdas, as anteriores quebradas 
no exemplar typico. Propleuras immediatamente em baixo do estigma 








124 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


com 2 cerdas dirigidas para cima, que são menos compridas do que as 
cerdas frontaes. Mesopleúras desnudadas. 

Abdômen com o ventre amarello e com 6 placas tergitaes mates, 
quasi desnudadas. Primeiro tergito mais ou menos amarello-pardo, ter- 
gitos 2-5 pretos, posteriormente com tarja amarella. Sexto tergito um 
pouco alongado. Hypopygidio grande, brilhante, na região dorsal pardo- 
ennegrecido, posteriormente de cor amarello-ocracea, com a peça ventral 
amarello-clara. Segmento anal amarello, curto, papiUiforme. 

Patas amarei)as, femures posteriores com mancha 
apical preta, tíbias e tarsos posteriores um pouco es¬ 
curecidos. Tibia anterior (fig. 8 no texto) mais ou‘ 
menos formada como em epicantha, mas menos exca-- 
vada na face posterior. Na face posterodorsal se acha 
uma elevação que termina bruscamente na extremidade 
do 1. quinto da tibia; na sua terminação se insere na 
face posterodorsal 1 espinho comprido, grosso e obtuso, 
muito característico; logo em cima desse espinho existe 

1 cerdinha pequena, e para o lado posterior ha ainda 

2 cerdas desiguaes; na face dorsal ha uma serie de 7 
cerdinhas curtas que occupam os 3 quintos distaes da 
tibia; logo em baixo do espinho característico existe 
um grupo de pequenas agulhetas pretas na face postero¬ 
dorsal, que formam uma faixa menos comprida do que o 
espinho e que acompanha na metade superior a fileira 
dorsal de cerdinhas. Metartaso anterior (fig, 8) de 
formação singular; elie é dilatado e possue na face an- 
terodorsal um sulco, o qual na extremidade distai é 
protrahido formando um espigão comprido e delgado. 
Também os artículos tarsaes 2-4 dilatados, 5. articulo, 
quasi normal. Tibias medias e posteriores desprovidas 
de pellos de paliçada. Tíbia media com 1 par de cerdas 
mais ou menos na extremidade do 1. terço da tibia; a 

FJg it - Coniceromyiei zna- cerda posterodorsal se insere um pouco mais para baixo 
c/et/, n. s P . & , tibia e c j 0 q Ue a outra j além disso 1 cerda subapical na face 

tarso anterior. 

anterior e 1 esporão terminal comprido na face ventral. 
Femures posteriores como em epicantha com muitas agulhetas extrema¬ 
mente curtas e densamente agrupadas na face posterior; ellas se extendem 
ao longo da borda ventral, desde a base quasi até ao meio da tibia. Tibias 
posteriores com 1 cerda dorsal mais ou menos no meio da tibia, 1 cerda 
anterodorsarna extremidade do 1. quarto ou quinto e 1 cerda anterodorsal 
subapical; além disso 3 esporões terminaes na face ventral de comprimento 







EAMILIA PHOÍtfDAE 


.125 


diverso. Metatarso posterior um pouco mais comprido do que os dois 
seguintes artieulos tarsaes juntos. 

Aza (Est. II, fig. 9) com ligeiros matizes amareUo-aemzentados, ner- 
vação pardo-clara, sõmente a nervura costal pardo-ennegrecida. Nervura 
costal notavelmente mais curta do que a metade da aza ( = 0,4), divisões 
costaes em proporção de 33:10; ella é um pouco mais grossa do que a 3. 
nervura longitudinal, com cilios moderadamente compridos. Nervura me- 
diastinal muito fina e curta; também a humeral-transversal um pouco 
rudimentar. Terceira nervura longitudinal na base com 1 cerdinha. Quarta 
nervura na base quasi não recurvada, mas na extremidade distai distin- 
ctamente curvada no sentido da orla anterior da aza. No lugar da alula 
1 pello. 

Balancins amarellos. 

Comprimento total mais ou menos 2,7 mm., portanto notavelmente 
maior do que epicantha. 

Holotypo 1 o" de Curityba (Paraná), primeiro conservado em álcool, 
e depois seccado; Frei Anacleto Wiltuschnig leg. 20.11.1924. 

Dedico esta especie ao descobridor. 

CONICEROMYIA FUSCA, n, sp. 9 

Esta nova especie differe das duas precedentes pela coloração do corpo, 
nervação das azas e outros caracteres. 

Fronte mais ou menos tão larga corno comprida, pardo-ennegrecida, 
ligeiramente brilhante, com sulco frontal distincto, e pubescencia fina 
e muito escassa. Ha 2 cerdas postantennaes fracas reclinadas e divergentes 
entre si, e 3 fileiras de 4, 4, 4 cerdas frontaes. Primeira fileira implan¬ 
tada na borda anterior, ligeiramente convexa para deante, suas cerdas 
mais ou menos equidistantes; as interiores distam mais ou menos tanto 
entre si como as interiores da segunda fileira. Segunda fileira aproxi¬ 
madamente recta; suas cerdas mais ou menos equidistantes. As cerdas 
verticaes exteriores distam mais ou menos 2-2 vezes mais das inte¬ 
riores do que essas entre si. Ha de cada lado 3 cerdas de comprimento 
igual nas bochechas, das quaes uma é dirigida para baixo e duas diri¬ 
gidas para deante. Terceiro articulo antennal pardo-ennegrecido, de ta¬ 
manho normal; arista apical, ultrapassando a borda occipital, distincta- 
mente pubescente. Palpos não grandes, amarellos, com 5 cerdinhas curtas. 

Thorax pouco brilhante, pardo-escuro, pleuras mais claras, com 2 
cerdas dorsoeentraes. Eseutello com 4 cerdas, as anteriores muito fracas, 
as posteriores quebradas no exemplar typico. Propleuras deante do estigma 
prothoraeicQ com 1 eerda dirigida para cima. Mesopleuras desnudadas. 



AROHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


vol. :aosy 


Abãomm pardo-escuro, também o ventre, 2. tergito um pouco mais 
claro, com 6 placas tergítaes de formação normal, as quaes estão quasi 
inteiramerlte desnudadas. Lamellas genitaes (cerci) amarellas, distineta- 
mente destacadas, dirigidas para baixo. 

Patas amarellp-pardacentas. Tibia anterior na face dorsal com 2 
oefdss; a superior é mais curta dp que a outra e se insere mais ou menas 
ma extremidade do 1. quarto da tíbia; a inferior se acha mais ou menos 
no meio. Tarsos anteriores, ao menos artículos 1-4, dilatados, mas 4 menos 
largo do que 2-3; metatarso anterior um pouco menos comprido do que 
os dois seguintes artículos tarsaes juntos. Tibia media com 1 par de cerdas 
mais ou menos ná extremidade do 2. quinto da tibia e 1 eerda subapieàl 
na face anterior; além disso 1 comprido esporão ventral. Femures pos¬ 
teriores dilatados. Tíbia posterior com 1 eerda comprida na face dorsal 
mais ou menos na extremidade do L terço e com 1 eerda sub apical na 
face anterodorsal qtte é um pouco menos comprida do que a eerda dorsal; 
além disso 3 esporões na face ventral de comprimento diverso, dos quaes 
o posterodorsal é o mais comprido, Metatarso posterior um pouco dilatado, 
um pouco mais comprido do que os dois seguintes artículos tarsaes juntos* 
Aza com matizes amarellos, nervaçlo pardacenta, nervura costal pardo- 
ennegprecida, A nervação é semelhante á de epicantha . Nervura costal 
engrossada, = 0,4 do comprimento da aza, divisões costaes = 3:1 (in 
siíuT), Quarta nervura longitudinal na extremidade distai um pouco 
menos curvada no sentido da orla anterior da aza do que em epicantha, 
No lugar da alula 1 pello. 

Balandns amarellos. 

Comprimento total 1,7 mm, 

Holotypo 1 ç de Fetropolis, Frei Benedicto Ronehi leg. 13.IV.1923. 


Genero BECKERINA, Malloch 


1910, Malloch, Ann. Scottish Nat. Hist, p. 90. 

1912, Malloch, Proc. U. S. Nat. Mus. vol. 43, p. 441. 

1918, ScHMiTz, Jaarb. Nat. Gen. Limburg 1917, p. 120. 

1922, Lundbeck, Dipt. Danica, Part. VI, p. 198. 

1923, Malloch, Buli. Brookl. Ent. Soc. vol. XVIII, p. 32. 

Caractej'es genericos: Fronte com 3 fileiras de 4, 4, 4 cerdas geralmente 
fortes.Cerdas postantennaes geralmente em numero de 2, ás vezes em nu¬ 
mero de 4 (orphnephiloides Mall., irregularis n. sp.); ellas são reclinadas, 
geralmente divergentes, ás vezes parallelas. Terceiro articulo antennal glo¬ 
bular; arista dorsal. Palpos não pequenos, com cerdas curtas mais fortes 







família phoridae (dipt.) 


127 


e densamente agrupadas. Bochechas (malae) com fortes cerdas. Thorax com 

1 par de cerdas dorsocentraes. Escutello geralmente com 4 cerdas compridas; 
fuscohalterata (End.) provavelmente só com 2 cerdas escutellares. Meso- 
pleuras geralmente glabras, ás vezes pubescentes (iuáfrons n. sp.) Hypopy- 
gidio geralmente não grande, mais ou menos do typo de Aphiochaeta ; ainda 
nâo foi estudado sufficientemente sob o ponto de vista da morphologia 
comparada. Segmento anal curto, mais ou menos papilliforme. Lamellas 
genitáes ás vezes muito grandes, outras vezes muito pequenas, geralmente 
dirigidas para baixo. Todas as tibias desprovidas de cerdas isoladas. 
Fileiras de pellos de paliçada ou ausentes (umbrimargo ), ou presentes 
(especies brasileiras) em numero de 1-2, ás vezes dissolvidas em muitas 
pequenas fileiras obliquas, ás vezes ha fileiras completas e fileiras obliquas 
na mesma especie (nudipleura n. sp.). Os cílios posterodorsaes sempre 
faltam. Nervação da aza geralmente distincta; nervura mediastinal presente. 
Terceira nervura forquilhada. 

Typo do genero: B. umbrimargo Becker- ( Phora ). 

Este genero é evidentemente visinho de Aphiochaeta Brues, de que 
difíere porém pelas cerdas postantennaes reclinadas (na descripção de 
orphnephiloides Malloch diz erradamente “erect”, 1912, p. 441) e pela au¬ 
sência completa dos cilios posterodorsaes nas tibias posteriores, tão caracte- 
risticos para Aphiochaeta. Atraz das cerdas postantennaes ha muitas vezes 

2 fileiras verticaes de pellos ou cerdinhas inclinadas para a linha mediana 
qüe se extendem ás vezes até o meio da fronte, as r Kreuzborsten” de 
Schmitz (cfr. Schr. d. Phys.-õkon. Ges. Konigsberg, LXIII. Jahrg., 1922, 
p. 130). 

O caracter “tibias posteriores desprovidas de pellos de paliçada” 
avaliado como generico por Schmitz e Ltjndbeck não pôde permanecer 
na diagnose generica. As especies brasileiras abaixo descriptas provam á 
evidencia, de que neste genero ha muitas especies com fileiras de pellos 
de paliçada nas tibias medias e posteriores, ás vezes dissolvidas em pequenas 
fileiras obliquas. Todas essas especies não podem ser separadas generica¬ 
mente de umbrimargo , com que concordam perfeitamente em todo o habitus , 
segundo verifiquei num estudo comparativo das especies brasileiras com 
alguns exemplares de umbrimargo , cedidas amavelmente pelo Padre 
Schmitz. Esse facto interessante naturalmente diminue o valor generico do 
caracter em questão. 

Das especies de Beckerina publicou Malloch em 1923 uma chave 
de classificação; elle enumera 5 especies: 1 européa e 4 americanas (Jla- 
veola parece-me ser erro e synonyma de luteola Mall. 1919, The Canad. 
Ent. p. 256). Accrescem 2 especies brasileiras ja publicadas (B. fus¬ 
cohalterata End. e chelifera m.) e 5 especies novas abaixo descriptas, de 



128 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


VOL. XXV 


maneira que o numero total das especies conhecidas se eleva actualmente 
a 12, das quaes 7 são brasileiras. Além das 5 especies novas aqui coinmu- 
nicadas possúo ainda mais algumas especies novas na minha collecção, 
mas a escassez do material não permitte um estudo completo, pelo que 
prefiro publical-as mais tarde. 

Nota: Á descripçáo de Beckerina neotropica Brues infelizmente não 
me foi accessivel. 

Chave das especies brasileiras 


1. Escutello com 4 cerdas..... 2. 

— Escutello com 2 cerdas.. 1. fuscohaltwata End. 

2. Fronte com 2 cerdas postantennaes. 3 . 

— Fronte com 4 cerdas postantennaes. 2. irregularis n. sp. 

3 . Mesopleuras desnudadas. 4, 

— Mesopleuras pubescentes.. 3 . lucifrons n. sp. 

4. Balancins pardos. 5 . 

— Balancins amareilos.... 4. luteihaUerata n. sp. 

5 . Nervura costal distinctamente mais curta do que a me¬ 
tade da aza... 5 . nudifleura n. sp. 

— Nervura costal mais ou menos = a metade da aza. 6. 

6. Terceiro articulo antennal amarello-ferruginoso. 6. chelifera Borgmeier 

— Terceiro articulo antennal preto. . 7 . nigncornis n. sp. 


BECKERINA FUSCOHALTERATA, Enderlein o* 

1912, Enderlein, Stett. Ent. Zeit, p. 19 ( Phora ). 

1923, Schmitz, Jaarb. Nat. Gen. Limburg. 1920-23, p. 54. 

Esta especie, que não conheço ex naiura, difere de todas as demais 
especies desse genero pelas 2 cerdas escutellares. Dou em seguida a nova 
descripção de Schmitz, que viu o typo do museu de Stettin. 

Fr (mie muito mais larga do que comprida (5:3), anteriormente no 
meio mal prolongada, pardo-ennegrecida, brilhante, cora 2 cerdas post¬ 
antennaes que se inserem muito juntas e estão dirigidas para traz (1) e 
3 fileiras de 4, 4, 4 cerdas frontaes. As cerdas das bochechas e as cerdas 
genaes perfazem o numero de 5. Terceiro articulo antennal avermelhado, 
com arista dorsal finamente pubescente, de comprimento normaL Falpos 
vermelhos, com cerdas um pouco curtas, de comprimento igual 

Thorm pardo, as pleuras em cima mais escuras, para baixo amarel- 
ladas, Mesopleuras em cima com alguns pellinhos. Escutello com 2 cerdas» 


(1) As cerdas pmtantenttaes Mo são divergentes, mas mais ou menos pamllelas, sumido Scnwm 
me coDoaronicou por carta. 























família phoridae (dipt.) 


129 


Abdômen curto e largo, um pouco apontado para traz. Tergito 5 um 
pouco menos largo do que 4 e 6, esse ultimo distinctamente trapeziforme ; 
os lados dos tergitos marginados como num ’ estaphylinideo, as bordas 
dobradas preto-avelludadas, Formação do hypopygidio não perceptível 
em seus detalhes, por ser retraindo. 

Paias desprovidas de cerdas isoladas, tibias posteriores na metade 
basal da face anterior de um modo analogo como em Aphiochaeta nudipes 
Becker, mas menos distinctamente, revestida de fileirinhas obliquas de 
pellos de paliçada de .comprimento diverso. Tarsos anteriores engrossados. 

Aza com nervação distincta, preta. Nervura costal com cílios mode¬ 
radamente compridos, divisões costaes mais ou menos 33 8:5:3. Quarta 
nervura longitudinal nascendo longe além da bifurcação da terceira. Ner¬ 
vuras 6 e 7 não attingindo a orla da aza. 

O holotypo é proveniente de Hammonia (Santa Catharina). 


BECRERISTÂ IRREGULARIS, n. sp. tf 9 

Esta especie nova diS.ere das demais especies do genero pela dis¬ 
posição das cerdas frofítaes. Nos outros caracteres concorda bem com 
Beckerina, pelo que açho que deve ser collocada neste genero. 

Macho — Fronte (fig. 9 no texto) tão 


- ;*mprida n - * meio como larga anteriormente, 
com a 1 t 1: ;U'. _ er: *r ligeiramente convexa, 

1 iimarellã >u amarello-pardacenta, 

bü margem anterior mais clara, sem sulco 
frontal, com 4 cerdas postantennaes, recli¬ 
nadas; as inferiores se inserem muito juntas 
no meio da borda anterior e divergem entre 
si; as superiores também se implantam na 
margem anterior, aproxiçnadamente no meio 
entre ás inferiores e a margem ocular, igual- 
mente divergindo entre si, mas menos do que 
as inferiores (1) . Pubescencia frontal esparsa* 

atras das cerdas postantennaes ha alguns pellos inclinados para a linha 
mediana (“Kreuzborsten”). Primeira fileira de cerdas frontaes forte- 
mente convexa; as interiores se inserem perto das cerdas postantennaes 



Fig. 9 — Btekerine. irregular is > n. sp. tf f 
fronte. 


(1) A posição anormal das cerdas postantennaes posteriores o Padre Scfmitz, que viu um dos 
exemplares typieos, explica bem da seguinte fôrma (carta de 27. VL1923) : “ Já no genotypo B. umhrimargo 
e também em outrate especies se notam na borda frontal anterior algumas cerdinhas dirigidas para os 
lados. Imagínando-se agora que a ultima dessas cerdinhas se torne muitd forte e as demais enfraqueçam ou 
desappareçam por completo, e suppondo-se que a primeira fileira frontal se torne muito convexa, resulta 
exaetamente a ehaetotaxe da presente especie.” 

2307-924 


17- 










ISO 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — YOL. XXV' 


posteriores, mas distam menos entre si. Segunda fileira muito pouco 
convexa, suas cerdas mais ou menos equidistantes. Ha 3 cerdas fortes 
nas bochechas (malae). Terceiro articulo antennal globular, alaranjado; 
arista mais escura, dorsal, distinctamente pubescente, de comprimento 
normal. Palpos amarellos, com 7 cerdas curtas. 

Thorax amarello-férruginoso, pleuras mais claras, com 2 cerdas 
dorsocentraes. Escutello pardacento na margem posterior, com 4 cerdas, 
as exteriores só pouco mais compridas do que as interiores. Mesopleuras 
desnudadas. 

Abdômen com o ventre amarello, Os 6 tergitos são pretos, no meio 
com estria longitudinal vermelho-parda, nas bordas posteriores com larga 
tarja amarella (a tarja do 5. tergito indistincta), deante das quaes se acha 
uma estria transversal preta; 1. tergito com a metade basal amarella. 
Sexto tergito alongado. Pubescencia curta e esparsa. Hypopygidio ama¬ 
rello, com a borda da peça ventral pardacenta; as peças lateraes atraz 
com 1 processo digitiforme, sendo a da direita maior do que a da es¬ 
querda; as peças lateraes inclusive dos processos digitiformes com pellos 
moderadamente compridos mas densamente agrupados. Segmento anal 
amarello, papilliforme, pubescente. 

Patas amareJlas, tarsos médios bem como tibias e tarso posteriores 
um pouco escurecidos, femures posteriores com mancha apical parda. 
Tarso anterior engrossado. Tibias médias e posteriores com 1 fileira com¬ 
pleta de pellos de paliçada, mas desprovidas de cilios posterodorsaes. 
Existem esporões terminaes. 

Aza (Est. II, fig. 7) com matizes pardacentos, nervação pardo- 
escura. Nervura costal com cilios curtos densamente agrupados, = 0,52 
do comprimento da aza, divisões costaes mais ou menos em proporção 
de 42:21:11. Nervuras humeral-transversal e mediastinal distinctas. 
Bifurcação da terceira nervura de angulo agudo. Quarta nervura longi¬ 
tudinal nascendo longe atraz da bifurcação. Sétima nervura um pouco 
mais fraca do que 4-6. No lugar da alula 4 pellos. 

Balancins amarello-oeraceos. 

Comprimento total 2,3-2,5 mm. 

Femea — Parecida com o macho. Terceiro articulo antennal üm 
pouco menor. 

Abdômen na região domai mais ou menos vermelho-pardo, lateral¬ 
mente preto. Segmentos terminaes amarellos. Lamellas genitaes (cerci) 
pequenas, mas distinctamente destacadas. Os demais caracteres como 
no macho. - 

Typos de Petropohs: 4^0* (8.X. e 19.X.1922, 25.Y.1923) 3ç? 
(19,X*1922 e l.II. 1923), Frei Benedicto Ronchi leg. 



família phoíudae (dipt.) 


131 


BECKERINA LUCIFRONS, n. sp. <?9 

Macho — Fronte mais larga do que comprida, anteriormente um 
pouco dilatada, borda anterior ligeiramente convexa, brilhante, preto- 
parda, sem sulco frontal, com pubescencia escassa. As 2 cerdas postan- 
teimaes divergem entre si e são só pouco menos compridas do que as 
demais cerdas frontaes. Primeira fileira transversal de cerdas ligeiramente 
convexa, quasi recta; as anteriores distam aproximadamente 2 vezes 
mais entre si do que das exteriores. Segunda fileira recta; suas cerdas 
aproximadamente equidistantes; as interiores distam um pouco menos 
entre si do que as interiores da 1. fileira. Bochechas com 3 cerdas, e 
regiões genaes com 4 pellos finos. Terceiro articulo antennal globular, 
vermelho-escuro; arista dorsal, comprida, distinctamente pubescente. 
Falpos alaranjados, com 6 cerdas curtas na borda lateral. 

Tkorax pardo-escuro, com pubescencia densamente agrupada e 
2 cerdas dorsocentraes. Escutello com 4 cerdas, sendo as exteriores um 
pouco mais compridas do que as interiores. Mesopleuras no terço su¬ 
perior (particularmente na metade posterior) pubescentes. 

Abdômen preto tirando para pardo, também o ventre escuro, com 
6 placas tergitaes, Tergitos 1-4 posteriormente com fina tarja amareHo- 
parda, 6. tergito alongado. Pubescencia fina e esparsa. Hypopygidio 
pardacento, não estudado nos seus detalhes. O processo digitiforme que 
existe por ex. em chelifera , parece faltar na peça lateral esquerda; na 
borda posterior da direita se notam duas elevações papillares; ambas 
as peças lateraes revestidas de pellos compridos e densamente agrupados, 
as quaes em parte estão curvados ligeiramente para a linha mediana 
do corpo. Segmento anal muito curto, papilliforme. 

Paias amarello-pardacentas, femures posteriores no terço distai 
bem como os tarsos posteriores escurecidos. Tarsos anteriores um pouco 
engrossados. Tibia media com 2 fileiras de pellos de paliçada: 1 dorsal 
completa 1 anterodorsal que até o meio da tibia é recta, em seguida 
porém curvada ligeiramenté para a fileira dorsal sem attingil-a, termi¬ 
nando mais ou menos na extremidade do 2. terço da tibia; entre essas 
duas fileiras se dis me rn.br am ainda da fileira dorsal algumas fileirinhas 
pequenas rectas e obliquas que variam. Ha 1 esporão ventral comprido. 
Tibia posterior na face dorsal com 1 fileira completa de pellos, e na face 
anterodorsal com muitas fileirinhas pequenas, em parte rectas e paral¬ 
isias, em parte obliquas. 

Aza (Est. III, fig. 14) com matizes amarello-acinzentados, nervação 
pardo-escura. Nervura mediastinal muito aproximada de Ri. Nervura 
eostal = 0,51 do comprimento da aza, divisões costaes = 16:10:4}^. 



132 


ÁRCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


Cilios eostaes compridos. Sétima nervura completa (o preparado re¬ 
presentando na photomicrographia constitua um caso de aberração). 
No lugar da alula 4 pellos. 

Balancins pardo-escuros. 

Comprimento total mais ou menos 2 mm. 

Fémea —Parecida com o macho. Fronte pardo-escura, ás vezes 
pardo amarella. Atraz da cerda postantennal esquerda se encontra num 
dos exemplares typícos 1 cerda aberrante. Ha 3 cerdas nas bochechas 
e 2 eerdinhas genaes. Cerdas dos palpos um pouco mais fortes do que no 
macho. Esternopleuras do thorax amarellas, Abdômen pardo-escuro, 
no meio do dorso um pouco mais claro. Tergitos 1-4 com tarja amarella 
na borda posterior.. Sexto tergito alongado. Lamellas genitaes (eerci) 
amarellas, alongadas, dirigidas para baixo. Patas amarello-pardas, as 
I osteriores escurecidas. Fileiras de pellos nas tibias mais ou menos como 
no macho. Comprimento total, 1,8 mm, . • * 

Typos. de Petropolis: 3o?cf (15.IY. e 18. VIL 1923, Ronchi leg.) e 
2ç 9 (10. VI. 1923, .Ronchi leg; 30. IV. 1924, Prade leg.) 

BECKERINA LUTEIHALTERATA, n. sp. & 

Esta espeeie nova é visinha de chelifera. m., mas difere pela co¬ 
loração amarella dos balancins e outros caracteres. 

Fronte mais larga do que comprida, com a borda anterior ligeira¬ 
mente convexa, amarello-pardâ, na borda anterior mais clara, com sulco 
frontal indistincto e pubescencia esparsa; de cada lado da linha mediana 
anteriormente 3-4 eerdinhas (ou pellos) convergentes C*Kreuzborsten”). 
Existem 2 cerdas postantennaes reclinadas e divergentes, de tamanho 
normal, e 3 fileiras de 4, 4, 4 cerdas frontaes. Primeira fileira aproxima¬ 
damente recta; as cerdas interiores distam 2 vezes mais entre si do que 
das exteriores. Segunda fileira recta, suas cerdas equidistantes. As cerdas 
vertícaes exteriores distam aproximadamente 2 vezes mais das inte¬ 
riores qué essas entre si. Ha 3 cerdas nas bochechas. Terceiro articulo 
antennal pardo-ferruginoso, com a extremidade apical escurecida; arísta 
dorsal comprida, pubescente. Palpos amarellos, com cerdas curtas mas 
fortes. 

Thorax amarello-ferruginoso, pleuras amarello-claras. Ha 2 cerdas 
dorsocentraes. -Eseutello com 4 cerdas, sendo as exteriores só pouco mais 
compridas do qiiè as interiores. Mesopleuras denudadas* 

Abdoinen com o ventre amarello. As 6 placas tèrgitaes são pardo-enne- 
grecidas, com as metades basaes no meio um pouco avermelhadas, poste- 
riormente com tarja amarella. Segundo tergito lateralmente com alguns * 




família phoridae (dipt.) 


133 


pellos compridos. Sexto tergito alongado. Hypopygidio pardo, formado 
como em chelifera; os processos digitiformes lateraes são curtos e apresentam 
3 peitos; na face interior parecem existir 2 espinhos muito curtos; pube- 
scencia das peças lateraes mais forte do que em chelifera. Segmento anal 
papilliforme.. 

. Patas amarellas, tibias e tarsos posteriores um pouco pardacentos, 
femures posteriores com mancha apical pardo-ennegrecida. Tibia media 
com 1 esporão ventral comprido. Tibias medias e posteriores com 1 fileira 
de pellos de paliçada na face dòrsal, desprovidas de cilios posterodorsaes. 

Aza (Est. III, fig. 11) com matizes pardacentos, nervação pardo- 
escura. Nervuras humeral-transversal e mediastinal distinctas. Nervura 
costal um pouco engrossada, = 0,49 do comprimento, da aza, divisões 
costaes — 35:17:10. Terceira nervura menos grossa do que a nervura 
costal. Quarta nervura nascendo longe atraz da bifurcação. No lugar da 
alula ha 3 pellos. 

' Balaneins amarellos. 

Comprimento total 2-2,2 mm. . 

Typos 4^0* de Petropolis, 30V.1922 (Borgmeier), 17.IY. e 9.VI.1923 
(Ronchi), 13. III. 1924 (Prade). 

BECKERINA NUDIPLEURA, n. sp. o* 9 

Macho — Fronte mais larga do que comprida, anteriormente ligei¬ 
ramente dilatada, amarello-parda, um pouco brilhante, pubescente, sem 
sulco frontal, com 2 cerdas postantennaes reclinadas e divergentes, e 
3 fileiras de 4, 4, 4 cerdas. Primeira fileira quasi recta; as cerdas interiores 
distam aproximadamente 1 J4 vezes mais entre si do que das exteriores. 
No mais a disposição das cerdas frontaes como em lucifrons. Bochechas 
com 3. cerdas. Terceiro articulo antennal globular, pardo-ferruginoso ; 
arista dorsal, distinctamente pubescente. Palpos amarellos, com cerdas 
curtas. 

Thorax amarello-ferruginoso, pleuras (particularmente as esterno- 
pleuras) mais claras. Ha 2 cerdas dorsocentraes. Escutello com 4 cerdas, 
sendo as exteriores um pouco mais compridas do que as interiores. Meso- 
pleuras desnudadas. 

Abdômen com o ventre amarello, as placas tergitaes pardo-ocraceas, 
lateralmente ennegrecidas, posteriormente com fina tarja amarelia. Sexto 
tergito não consideravelmente alongado. Hypopygidio amarello-ferrugi¬ 
noso;. á esquerda se nota superiormente um processo digitiforme que 
apresenta 2 pellos compridos; a pubescencia das peças lateraes densa, 
mas moderadamente comprida, sômente na esquerda se implantam para 




ARCHIVOS DO MUSEU NACIOMÂE — VOL. XXV 


a região basal 3 pellos compridos finos; peça lateral direita, grande. 
Segmento anal curte* com pellos compridos. 

Patas mais ou menos amarellas, femures posteriores com a ponta apical 
um pouco escurecida, também tíbias e tarsos posteriores um pouco escu¬ 
recidos. Tarsos anteriores dilatados. Tibia media com 2 fileiras de pellos: 
t anterodorsal que começa na base e se extende até a extremidade do 2. 
terço, e 1 dorsal que começa mais ou menos na extremidade do 1. quarto 
e termina na extremidade apical; entre emas duas fileiras ainda ha 2 fi¬ 
leiras menos compridas mais ou menos réctas: 1 superior que começa na 
base e que no nível do princípio da fileira dorsal é curvada para o lado an~ 
terodorsaí, e 1 inferior que começa mais ou menos no meio da tibia e se 
extende até a extremidade do 3. quarto. Ha 1 esporão ventral comprido. 
Tibia posterior com 2 fileiras completas de pellos de paliçada; 1 na face 
anterior que é inteiramente recta, e 1 na face dorsal; entre essas duas 
fileiras ha 3 fileiras curtas, sinuosas ou serpentiformes. 

Aza (Est. III, fig. II) com matizes amarello-pardacentos, nervação 
distinctamente pardo-escura. Nervura costal = 0,42 do comprimento da 
aza,, dívisõeseostaes = 22:11:4. Cilios costas relativamente compridos. 
Nervura mediastinal distincta. Bifurcação da terceira nervura de angulo 
agudo, com o ramo anterior da forquilha um pouco curvada. Quarta 
nervura só no principio ligeiramente curvada, no mais inteiramente recta. 
No lugar da aluía ha 3 pellos, 

Balancins pardos. 

Comprimento total 1,44 mm. 

Femea — Parecida com o macho. Fronte mais clara. Ás fileiras de 
pellos das tibias variam um pouco, mas se parecem em numero e disposição 
com as do macho. Abdômen com o ventre amarello. Ás 6 placas tergitaes 
apresentam na borda posterior uma tarja amarella. Lamellas genitaes (cerci) 
amarellas, um pouco alongadas, finamente pubescentes. Comprimento total 
1,4 mm. 

Typos de Petropolis; 1 & 12. YL1923 (BoneM) ; 2 <? ç lfi.yL1023 
(Ronchi) e 1. XII.1923 (Borgmeier). 

BECKERINA CHELIFERA, Borgmeier tf? 

1923, Vozes de Petropolis, vol. XVII2, p. 794. 

Macho — Fronte um pouco mais larga do que comprida no meio, 
anteriormente prolongada, mate, pardo-ennegrecida, borda anterior mais 
clara, amarellada, com o sulco frontal pouco accusado e pubescencia esparsa, 
os pellos que se acham na borda anterior são mais fortes, semelhantes a 







FAMÍLIA PHORILAE (dIPT.) 


eerdínhas; de cada lado da linha mediante lia geralmente no terço ameri r 
algum pellos convergentes (“Kreuzborsten”). Ha 2 cerdas postantennaes 
reclinadas e divergentes, e 3 fileiras de 4, 4, 4 cerdas frontaes. Primeira 
fileira ligeiramente convexa; as cerdas interiores distam 2 vezes mais entre si 
do que das exteriores. Segunda fileira também um pouco convexa. As cerdas 
verticaes exteriores distam aproximadamente 2 vezes mais das interiores dos 
que essa entre si. Bochechas (malae) com 3 cerdas fortes. Foveas antennaes 
bastante excavadas. Terceiro articulo anteimal globular, vermelho-ferrugi¬ 
noso, com a extremidade apical ás vezes escurecida; arista dorsal comprida, 
distinctamente pubeseente. Palpos amarellos, sendo o seu comprimento 
igual á altura da fronte, com cerca de 8 cerdas curtas mas fortes; face 
inferior coberta de pellos. Tromba curta. 

Thorax amarello-femiginoso.; a pubescencia se torna mais comprida 
deante do escutello, o qual apresenta 4 -cerdas fortes de comprimento 
igual. Mesopleuras desnudadas. 

Àbdomen com o ventre amarello. Às 6 placas tergitaes são pardo-es¬ 
curas, no meio do dorso amarelladas; primeiro tergito com a metade basal 
amarella, todos os tergitos com tarja amarella na 
borda posterior. Sexto tergito alongado. Segundo 
tergito lateralmente com alguns pellos compridos. 

A pubescencia é muito escassa e curta. Hypopygidio 
(fig. 10 no texto) pardo, ambas as peças lateraes 
posteriormente com um processo digitiforme, que 
^apresenta na extremidade distai 3 espinhos (não 2, 
como disse erradamente no diagnose original): 2 com¬ 
andos anteriores com a ponta apical curvada para (parte superior) - visío 

* * esquerda. 

■dontro e que se vêem com vista lateral, e 1 muito 
curto posterior dirigido para dentro e que com vista lateral fica escondido 
pelo processo digitiforme; borda posterior das peças lateraes com alguns 
pellos compridos. Segmento anal não comprido. 

Patas amarellas, femures posteriores com a ponta distai escurecida. 
Tibias medias e posteriores com 1 fileira completa de pellos de paliçada, 
mas desprovidas de cilios. 

Aza (Est. III, fig. 12} com matizes amarello-pardaoentos, borda 
anterior (a partir da extremidade costal) escurecida, nervaçio parda. 
Nervura mediastinal distincta. Nervura costal = a metade da aza, suas 
divisões — 22:10:5. Cilios costaes fortes. Quarta nervura longitudinal 
nascendo atraz da bifurcação, com ligeira concavidade anterior. Quinta 
nervura recta. Em lugar àk alula 3 pellos ciliados. 

Balancins pardo-ennegrecidos, com o pedunculo mais claro. 

Comprimento total 2,7-3 mm. 




136 


ABCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


Femea (ainda não descripta) —Parecida com o macho. Abdômen 
na região dorsal de coloração mais clara do que no macho. Tergitos 1-5 
na metade basal geralmente de coloração pardo-ocracea, deante da tarja 
amarella na borda posterior ha uma estria transversal preta. Sexto 
tergito alongado, mais ou menos trapeziforme. Segmentos terminaes 
membr anosos, retrácteis, estreitos. Lamellas genitaes não alongadas, 
distinctamente destacadas, com pellos finos. Os demais caracteres como 
no macho. 

A descripção da femea se baseia sobre 6 exemplares de Petropolis. 

Nota: A especie é muito eornmum em Petropolis. Ultimamente 
também recebi de Curityba (Paraná), Frei Anacleto Wiltuschnig 
leg. 20.11.1924. 


BECKERINA NIGRICORNIS, n. sp. d” 

Fronte mais larga do que comprida, preta, ligeiramente brilhante, 
pubescente, com sulco frontal. Ha 2 cerdas postantennaes reclinadas e 
divergentes e 3 fileiras de 4, 4, 4 cerdas frontaes. Bochechas (malae) 
com 3 cerdas. Terceiro articulo antennal mais ou menos preto, em ma¬ 
terial de álcool um pouco pardo-escuro na face anterior; arista comprida, 
dorsal, distinct amente pubescente. Palpos amarello-ferruginosos, com 
cerca de 6 cerdas moderadamente compridas. 

Thorax escuro, pardo-ferruginoso, com as esternopleuras mais claras. 
Ha 2 cerdas dorsocentraes. Escutello com 4 cerdas, sendo as exteriores 
só pouco mais compridas do que as interiores. Mesopleuras desnudadas. 

Abdômen com o ventre amarello-pardacento, na região dorsal pardo- 
ennegrecido. Tergitos 1-4 com tarja mate-pardacenta na borda posterior. 
Sexto tergito um pouco alongado. Hypopygidio pardo, formado mais 
ou mçnos como em chelifera ; os dois processos lateraes digitiformes 
(á direjta e á esquerda) apresentam posteriormente na face interior 
dois dentes curtos; na extremidade' distai se inserem 3 pellos curvados 
na ponta apical; borda inferior das peças lateraes com cerca de 5 pellos 
compridos, entre os quaes se salientam os 3 distaes que se inserem 
muito juntos e estão curvados na extremidade apical. 

Patas pardacentas. Metatarso anterior distinct amente mais comprido 
do que os dois seguintes artículos tarsaes juntos. Tibias medias e pos¬ 
teriores com 1 fileira completa de pellos de paliçada na face dorsal, mas 
sem cilios pôsterodorsaes. Metatarso posterior também distinctamente 
mais comprido do que os dois seguintes artieulos tarsaes juntos. 

Aza (Est..III, fig. 13) com matizes amarello-pardos, borda anterior 
(a partir da extremidade costal) escurecida, nervação pardo-escura. Ner- 



família phoridae (dipt.) 


137 


vura mediastinal distincta. Cilios costaes moderadamente compridos. 
Nervura c os tal — 0,52 do comprimento da aza, divisões costaes em pro¬ 
porção de 16:9:4%. Quarta nervura longitudinal nascendo longe atraz 
da bifurcação da terceira nervura, na base muito ligeiramente recur¬ 
vada. No lugar da alula 4 pellos. 

Balancins pardo-escuros. 

Comprimento total } mais ou menos 2,21 mm. 

Typos 3c?d* de Petropolis, 17.VI. 1923 (Ronchi), 22.IIL1922 (Bor- 
gmeier). 

Genero APHIOCHAETA, Brues 

1903, Brues, Trans. Amer. Ent, Soe. vol. XXIX,p. 337. 

1906, Brues, Gen. Ins. fase. 44, p, 9.. 

1910, Malloch, Ajm. S.cottish Nat. Hist, p. 91, 

1918, Schmitz, Jaarb. Nat. Gen. Límburg 1917, p. 130. 

1922, Lundbeck, Dipt. Danica, Part VI, p. 200. 

Caracteres gemricos: Fronte com sulco frontal, 4 ou 2 cerdas postan- 
tennaes proclinadas e 3 fileiras d© 4, 4, 4 cerdas frontaes. Primeira fileira 
de cerdas ás vezes muito convexa, de maneira que as interiores se inserem 
verticalmente em baixo das exteriores, as cerdas interiores da primeira fi¬ 
leira são mais ou menos inclinadas para a linha mediana. Olhe® pube- 
scentes. Terceiro articulo antennal geralmente globular, ás vezes mais 
ou menos oval; arista dorsal. Escutello com 4 ou 2 cerdas (sómente a 
especie européa fiavicoxa Zett. tem 6 cerdas escutellares). Mesopleuras 
glabras ou pubescentes, ás vezes com cerdas. Abdômen do macho com 6 
segmentos livres. Segmento anal mais ou menos proeminente debaixo da 
borda posterior do hypopygidio. Femea também com 6 segmentos abdo- 
minaes livres; o numero das placas tergitaes varia, geralmente existem 6 . 
Segmentos terminaes geralmente em numero de 4,' retrácteis, ás vezes 
chitinisados formando um ovipositor. Tíbias desprovidas de cerdas iso¬ 
ladas, as posteriores sempre (exceptuando nuãipes Bege:, e retroversa Wood) 
com 1 fileira dorsal de pellos de paliçada e uma serie posterodorsal de cilios 
ora finos,, ora muito fortes;- ás vezes ha também cilios anterodorsaes nas 
tibias medias e posteriores. Terceira nervura longitudinal forquilhada, 

Typo do genero: Á, nigriceps Loew. 

O genero Aphiochaeta ê de todos os generos de phorideos o mais rico 
em especies. Para facilitar o trabalho systematico, seria muito para desejar, 
como já notou Schmitz, que o genero fosse dividido. í:í Mas uma tentativa 
neste sentido só póde ser feita tomando-sè nã devida consideração todas 
as especies da fauna mundial. Ba limitação a uma fauna restricta só re- 

2307-924 18 



138 


. ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


sultária a separação de alguns generos monotypicos, sem attingir a grande 
massa das especies” (1918, p. 130). Ultimamente Schmitz liga grande im¬ 
portância. á qualidade das mesopleuras. “Estou convencido de que com o 
tempo devemos tarnbem dividir o genero Aphiochaeta Beues segundo a 
qualidade das mesopleuras em dois generos, O nome Aphiochmta (Typo 
A. nigriceps Loew) ficaria então reservado para as especies com mesopleuras 
pubescentes, emquanto para as xlemais especies devia ser introduzido de 
novo o nome Megaselia Rondani (Typo M. brunneipennis. (Costa), ao 
menos segundo a opinião do dr. Speiser communicada a mim por cárta, 
e que faço minha”. (1) Segundo as minhas experiencias em especies neo- 
tropieas, receio, porém, que também este caracter não resolva definitiva- 
mente a questão. 

Para facilitar a synopse das especies, Wood na sua monographia as 
dividiu em 5 grupos artificiaes, que elle mesmo mais tarde modificou na 
sua “Supplementary Table”. (2) Como, porém, os caracteres distinctivos 
indicados por Wood oífereciam certas difficuldades praticas, Lundbeck 
ultimamente propoz uma divisão em 7 grupos, que elle caracterisa da ma¬ 
neira seguinte (p. 212): 


1. Escutello com 4 ou 6 cerdas. Grupo I 

— Escutello com 2 cerdas. 2. 

2.. Mesopleuras pubescentes...,. 3. 

— Mesopleuras desnudadas^. 6. 

3. Mesopleuras fôra das cerdas pequenas com uma ou mais 

compridas.. • 4. 

— Mesopleuras só com cerdas pequenas uniformes. 5. 

4. Nervura costal comprida..... Grupo II, 

— Nervura costal curta. Grupo [II. 

5. Nervura costal comprida.'. Grupo IV. 

— Nervura costal curta. Grupo V. 

6. Nervura costal comprida.'. Grupo VI. 

— Nervura costal curta... Grupo VII. 


Convem notar que as “cerdas pequenas” (small bristles) não são 
outra cousa senão os pellos das mesopleuras. 

Esta nova divisão de Lundbeck eonstitue um notável progresso e, 
como observa Schmitz (3) , talvez indique o caminho para a divisão na¬ 
tural do genero. Voltarei ao assumpto,, logo que . tiver colhido bastante 


(1) Schrift. Physic.-õkonom. Ges. Kõnigsberg, vol. LXITI (1922), p. 131. 

(2) Eni. Month. Mag,, 1912, pp. 173-181. 

(3) Tijdschr. v. Ent. vol. LXV (1922), p. 225. 















FAMÍLIA PHÒMDAE (iMPT.) 


139 


material de Aphiochaeta de diversas localidades do Brasil e tiver tido o 
tempo para um estudo em conjuncto. Por emquanto limito-me a commu- 
nicar as deseripções de algumas formas interessantes, indicando em cada 
especie o respectivo grupo de Lundbeck a que pertence. 

Enderlein em 1912 publicou 17 especies brasileiras de Aphiochaeta. [í) 
Todas essas especies deixo aqui fóra de consideração, porque as deseripções 
se baseiam sobre caracteres completamente insufficientes. Bó a revisão dos 
typos que se encontram no museu de Stettin, póde dar certeza nesse 

N 

assumpto. 

Na mensuração das divisões da nervura costa! discordo um pouco 
de Lundbeck, não tomando o ponto do primeiro contacto com as nervuras 
longitudinaes RI e R2 + 3, senão o meio do contacto. Com Schmitz e 
Lundbeck chamo a nervura costal comprida, quando é = 0,44 ou mais 
do comprimento da aza; quando tem menos de 0,44, a chamo curta. 

Chave das- especies 


1. Escutello com 4 cerdas (ao menos na 9). 2. 

— Escutello com duas cerdas.. 13. 

2. Mesopleuras com cerdas. 3. 

— Mesopleuras só com pellos, ou desnudadas. 6. 

3. Thorax amarello ou amarello-f ermginoso. 4. 

— Thorax preto..... 5. 

4. Fe me a com o ovipositor chitmisado comprido...... 1. mucronaia il sp. 

— Femea com os segmentos terminaes moUes; 2. tergito 

abreviado nos lados. 2. luteizona n. sp. 

5. Terceiro tergito abdominal muito alongado; aza com 

cerda curta na base da 3. nervura. *3. hdeicauãa h. sp. 

— Terceiro tergito abdominal não alongado; aza com 1 

cerda comprida na base da 3. nervura. 4. pteryacantka n. sp. 

6. Mesopleuras pubescèntes. 7. 

— Mesopleuras desnudadas .. 8. 

7. • Quarto segmento abdominal lateralmente com tufo de 

pellos muito compridos.... ... 5. penicillaía n. sp. 

— Quarto segmento abdominal sem tufo de pellos....... 6. pürpleura n. sp. 

8. Com vesícula alar na base da sexta nervura longitu¬ 

dinal.. 9. 

— Bem vesicula alar. 11. 

9. Vesícula alar grande; segmentos abdominaes 3-5 mem-, 

branosos...*. 7. vesiculata n. sp. 

— Vesicula alar pequena_.■. 10. 

10. Quinta nervura distinctamente recurvada na base; seg¬ 
mentos abdominaes 3-6 membranosos. ........ 8. membranosa n. sp. 


(1) Stdt. Ent. Zeü. 1912, pp. 26-41; pp. 49-50. 






















140 


11 . 



12 . 


13. 

14. 

15. 


16. 


17. 

18. 
19. 


20 . 


21 . 

22 . 

23. 


AKCHIVOS DO MUSEU NAUIONAL — VOL. XXV 


Quinta nervura não recurvada na base; sómente o 3. seg¬ 
mento abdominal mcmbmnoso.... 

Abdômen com 6 placas tergitaes... 

Abdômen com 3 placas tergitaes; segmentos 3-5 mem- 
branosos....... 

Balançins aniarellos com. mancha escura; abdômen na 

região dorsal preta com manchas amarellas.. 

Balançins pardo-ennegrecidos; abdômen na região dorsal 

côr de tijolo...... ..... .... . 

Mesopleuras com eerdas. . .... 

Mesopleuras desnudadas.. 

Fronte com 4 eerdas postanteimaes.. 

Fronte com 2 eerdas postantennaes. 

Cerdas frontaes fortes; pelo menos as eerdas verticaes 

muito compridas........ 

Cerdas frontaes de comprimento normal... 

Tergitos abdominaes 2-5 lateralmente com tufos de 

cerdas muito compridas.. 

Tergitos abdominaes 2-5 só com 1-2 cerdas lateraes,. 

Nervura eostal menos comprida do que a metade da aza 

Nervura eostal = a metade da aza. .. 

Nervura eostal comprida.. 

Nervura eostal curta; palpós muito grandes.. 

Thorax amarello ou amarello-ferruginoso. 

Thorax preto ou pardo... 

Abdômen da femea com 6 placas tergitaes... 

Abdômen da femea com 4 placas tergitaes; segmentos 

3-4 membranosos. 

Thorax de côr preta........ 

Thorax de côr mais ou menos parda.. 

Nervura eostal engrossada no 2. terço. 

Nervura eostal não engrossada; cílios costaes com¬ 
pridos ...... 

Sexto tergito abdominal com uma corôa de cerdas com¬ 
pridas características; 4. nervura normal_ ........ 

Sexto tergito abdominal sem essa corôa de eerdas; 4.’ 
nervura fortemente côncava.. 


9. parvitergata n. sp. 
. 12. 

10. sulphurwentris Borgm. 
et Schmitz 

11. xanthina Speiser 

12. rubrwentris n, sp. 

. 14. 

. 18/ 

13. appretiata Schmitz 

. 15. 

.. 16. 

.. 17. 

14. spinwmiris n, sp. 

15. commutata n. sp. 

16. armigera n. spi 

17. assimilata n, sp. 

. 19. 

18. platypalpis n. sp. 

. 20. 

.21. 

19. luíeifasdata n. sp. 

20. emollita n, sp. 

. 22. 

....... 23. 

21. túrgida n. sp. 

22. rufipês Meigen 

23. slephanoidea n. sp'. 

24. côncava n. sp. 


APHXOCHABTA MUCRONATA, n. sp. <f9 

Nesta especie só a femea tem .4 cerdas escutellares; no macho as cerdas 
anteriores do escutello são reduzidas a pellos; colloco a especie-com reserva 
no grupo I de Lündbeck. As mesopleuras são pubescentes e apresentam 
1 cerda muito comprida. Os segmentos terminàes da femea são chitini- 
sadoS; formando um ovipositor extremamente comprido. 



























FAMILIÀ PHORIDAE (OIPT.) 


141 


Macho -— Fronte mais larga do que comprida nos lados, amarella 
ou amarello-pardacenta, triângulo ocellar escurecido; pubescente ; com sulco 
frontal. Ha 4 cerdas postantennaes proclinadas, sendo as inferiores mais 
fracas do que as superiores. Ás cerdas interiores da 1. fileira se inserem no 
nivel das postantennaes superiores, das quaes distam aproximadamente 
tanto como das cerdas exteriores. Segunda fileira recta. Ha 2 cerdas nas bo¬ 
chechas (malae) e 2 finas cerdas genaes. Terceiro articulo antennal pardo- 
ferruginoso, globular; arista dorsal, distinetamente pubescente. Palpns 
amarello-claros, com cerdas moderadamente compridas na metade anterior. 

Thorax amarello-ferruginoso, pleuras ás vezes mais claras, com 2 cerdas 
dorsocentraes. Escutello com 2 cerdas, deante das quaes de cada lado 1 
pello. Mesopleuras posteriormente com pellos e 1 cerda muito comprida. 

Abdômen com o ventre amarello,na região dorsal pardo ou pardo-enne- 
grecido, 1. tergito mais claro, tergitos 3-4 no meio com mancha amarella, 
tergitos 2, 5 e 6 na base mais ou menos amarellos ou amarello-avermelhados. 
Pubescencia curta. Hypopygidio pardo-escuro, com pellos curtos. Segmento 
anal amarello-vermelho. 

Patas amarellas, inclusive os quadris, femures posteriores com mancha 
distãl pardo-ennegreeida. Metatarso anterior só pouco mais comprido do 
que os dois seguintes articulos tarsaes juntos. A fileira dorsal de pellos da 
tibia média termina na região subapieal. Tibia posterior com 1 fileira com¬ 
pleta de pellos de paliçada na face dorsal. Dos cilios posterodorsaes sómente 
os 4-5 que se acham nos 2. e 3. terços, são um pouco fortes, os demais fracos. 
Femures posteriores na metade basal da borda ventral com pellos mode¬ 
radamente compridos. 

Aza (Est. YI, fig. 16) com matizes pardacentos, nervação pardo- 
escura. Nervura costal = 0,53 do comprimento da aza, divisões costaes 
em proporção de 16:15:334. Quarta nervura longitudinal nascendo um 
pouco atraz da bifurcação. Ramo anterior da forquilha delgado. No lugar 
da alula ha mais ou menos 7 pellos ciliados, 

Balandns pardo-escuros. 

Comprimento total , 1,6-1,7 mm. 

Femea — Parecida com o macho. Fronte amarella ou amarello-ver- 
melha, ás vezes um pouco pardacenta, particularmente no meio. Escutello 
com 4 cerdas, sendo as anteriores mais ou menos = % do compri¬ 
mento das posteriores. Abdômen com o ventre amarello e 6 placas tergitaes. 
Tergitos 2 e 6 alongados. Primeiro tergito pardo-ocraceo, tergitos 2-6 na 
metade basal vermelhos ou pardo-vermelhos, na metade distai pardo-es¬ 
curos, com tarja amarella na margem posterior; ás vezes toda a região 
dorsal de côr vermelho-parda ou vermelho-amarella; as regiões lateraes do 
abdômen a partir do 3. segmento são um pouco'escurecidas. O segundo 



142 


AttCIIlVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


tergito apresenta lateralmente 2-3 pellos compridos; a demais pubeseeneia 
curta, exceptuando os lados dos tergitos 3-5 e a borda posterior do 6. seg¬ 
mento, Ovipositor (fig. 11 no texto) chítinisado, pardo-escuro, bipartido, 
extremamente comprido (mais ou menos = o comprimento do abdômen), 
em forma de tubo ligeiramente curvado para baixo; a parte basal apresenta 
estrias chitinosas longitudinaes, a parte distai na 1. metade estrias chiti¬ 




nosas mais ou menos obliquas, Todo o ovipositor pode ser retrahido, 
transparecendo pela epiderme do abdômen como estria longitudinal preta. 
O comprimento total da femea varia entre 1,1-3 mm.; com o ovipositor 
extrahido até 4,25 mm.! 

Typos 4 cfd* e ,20 ç 9 de Petropolia, na maior parte capturados por B. 
Ronchi. Além disso. 1299 (paratypos) também de Petropolis. 


APHIOCHAETA LUTEIZONA, n. sp. 9 


Esta especie nova pertence ao grupo I de Lundbeck. As mesopleuras 
são pubescentes e apresentam 1 cerda. 

Fronte mais larga do qiie comprida nos lados, amarella, ligeiramente 


brilhante, com pubeseeneia muito fina e sulco frontal distincto. Ha 4 cerdas 


postantennaes, as inferiores muito fracas, reduzidas a pellos; a distancia 
mutua das superiores é mais ou menos 2 vezes maior do que a das inferiores. 


Primeira fileira de cerdas frontaes muito ligeiramente convexa para dea-nte; 


as cerdas interiores se inserem no nivel das postantennaes superiores, das 


quaes distam mais ou menos tanto como das exteriores. Segunda fileira 



ou menos a mesma como a das postantennaes superiores. Ha 3 cerdas 

nas bochechas e 2-3 cerdas genaes finas. Terceiro articulo antennal rela¬ 
tivamente pequeno, globular, amarello com a extremidade apical um pouco 
pardacenta ; arista dorsal, parda, distinctamente pubescente. Palpos 


amarellos, terço basal escurecido, com 6 cerdas de comprimento diverso 


na metade distai- Proboscida vermelho-ferruginosa, um pouco chitinisada. 

Thoraz vermelho-amarello, pleuras amarellas. Ha 2 cerdas dorso- 
centraes. Escutello com 4 cerdas, as anteriores finas e só um pouco mais 







I IMILIÂ PHOftIDAE (dIPT.) 143 

compridas do que das posteriores. Mesopleuras em cima perto da 
borda posterior com alguns pellos, dos quaes sobresáe í cerda comprida, 
cüjo comprimento é mais ou menos igual ao das cerdas vertieaes da 
fronte. 

Abdômen com o ventre amarello ou vermelho-amarello, e 6 placas 
tergitaes. Tergitos 1-3 na maior parte pardo-ennegr ecidos, sômente 1 la¬ 
teralmente e 2 na borda anterior pardo-claros; 3 com tarja amarella na borda 
posterior, ás vezes toda,a metade distai amarella ou vernielho-amarélla; 
a coloração pardo-ennegrecida se extende também ás regiões membranosas 
que ficam lateralmente dos tergitos 1-3. Tergitos 4-5 inteiramente ama- 
rellos ou vermelbo-amarellos. Bexto [tergito preto, bem como a margem 
posterior do 6. segmento nas regiões dorsal e lateral. Tergito 2-3 alongados, 
mais oü menos do mesmo comprimento. Tergitos 3-5 abreviadas nos lados. 
Bexto tergito trapeziforme, estreitado para traz. O 2. tergito apresenta 
lateralmente 3-4 cerdas; também 5. tergito com 1 cerda nos ângulos pos¬ 
teriores, e 6. tergito com cerdas na margem posterior. A demais pubescencia 
dos 'tergitos é esparsa e muito curta, exeeptuando o 6. tergito com pubes¬ 
cencia mais comprida. Também o ventre nos segmentos 3-6 com grupos 
de pellos; os que se inserem na borda posterior do 3. ventrito são semelhan- 
Ihantes a cerdas e particularmente compridos. Sexto segmento na margem 
posterior com corôa de cerdas. Os segmentos terminaes não foram exami¬ 
nados nos seus detalhes. Lamellas genitaes (cera) pequenas.' 

Patas amarellas, inclusive dos quadris, femures posteriores com a extre¬ 
midade distai pardacenta. Tibia anterior com uma serie de 10-13 cerdinhas 
finas na face dorsal. Meta,tarso anterior inais ou menos = artículos tarsaes 
2-4. Tibia media com 1 fileira quasi completa de pellos na face dorsal, e 
uma serie de fracos cílios posterodorsaes; também na face anterodorsal 
ha mais ou menos 8 cilios até a extremidade do 2. terço. Femures posteriores 
na metade basal da borda ventral com alguns pellos compridos. Tibia pos¬ 
terior com 1 fileira completa, de pellos de paliçada na face dorsal e mais 
ou menos 12 cilios posterodorsaes; cilios anterodorsaes faltam. 

Aza . (Est. IY, fig. 19) fortemente tingida de amarello-pardo, nervação 
distinctamente parda. Cilios costaes curtos. Nervura costal mais ou menos 
= 0,58 de comprimento da aza, divisões costaes = 30:29:5. Nervuras 
humeral-transversal e mediastinal distinctas. Bifurcação de angulo agudo, 
eella da forquilha pequena. Nervuras 4-7 só indistinctamente attingindo 
a orla da aza. No logar da aluía ha 8 pellos eiliados. 

Comprimento total 2,2-3, 2 mm. 

Bodancins amarellos. 

Typos 19 v 9 de Petropolis, capturados por Ronchi, Prade e o autor. 




144 


ABCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


APHIOCHAETA PTERYACANTHA, n. sp. 9 

Esta especie nova pertence ao grupo I de Lxjndbeck, às mesopleuras 
são pubescentes e apresentam 1 cerda moderadamente comprida. 

Fronte aproximadamente tão larga como comprida ou só pouco mais 
larga do que comprida, preta, quasi mate, pubescente, com sulco frontal 
distincto. Ha 4 cerdas postantennaes; as inferiores quasi tão fortes como 
as superiores, que distam 2 vezes mais entre si do que as inferiores; a dis¬ 
tancia mutua das superiores é também um pouco maior do que a das in¬ 
teriores da 2. fileira. Primeira fileira de cerdas frontaes fortemente convexa; 
as cerdas interiores se inserem quasi verticalmente em* baixo das ex¬ 
teriores. Segunda fileira muito pouco convexa, quasi recta. Ha 2 cerdas 
nas bochechas e mais ou menos 8 cerdas genaes finas. Terceiro articulo 
anteimal pardo-escuro, pequeno, globular; arista dorsal, distinetamente 
pubescente. Palpos amarello-pardacentos, achatados no sentido dorso- 
ventral, com 5-6 cerdas. 

Thorax preto, com 2 cerdas dorsocentraes. Escutello com 4 cerdas, 
sendo as anteriores mais fracas do que as posteriores. Mesopleuras atraz 
em cima com pellos e 1 cerda moderadamente comprida. 

Abdômen com o ventre amarello ou vermelho-amarello, e 6 placas 
tergitaes. Tergit-os 1-4 pretos, posteriormente com tarja mate-parda, 
tergito 5 (particularmente na metade distai) vermelho-pardo, tergito 6 
amarello ou vermelho-amarello, trapeziforme, estreitado para traz. Ter- 
gitos 2-5 aproximadamente do mesmo comprimento. O 2. tergito apresenta 
lateralmente 2-3 pellos moderadamente compridos; a demais pubescencia 
esparsa e curta, só nos lados um pouco mais comprida. Segmentos terminaes 
amarelios, com pellos finos. Lamellas genitaes (cerci) pequenas, mas dis- 
tinctamente destacadas. 

Patas pardo-ennegrecidas, as anteriores um pouco mais claras. Tibia 
anterior na face dorsal (ou anterodorsal?) com uma serie completa de 11-13 
cerdinhas finas. Metatarso anterior um pouco mais comprido do que os 
dois seguintes articulos tarsaes juntos, Tibia media com 1 fileira quasi com¬ 
pleta de pellos na face dorsal, e 2 series de cilios incompletas. Femures 
posteriores dilatados, desprovidos de pellos compridos na metade basal da 
borda ventral. Tibia posterior com 1 fileira completa de pellos de paliçada 
e 12 cilios posterodorsaes, sendo os 3 superiores finos, os demais fortes. 

Aza (Est. IV, fig. 20) com matizes amarello-pardacentos, nervação 
parda. Nervura costal mais ou menos — 0,54 do comprimento da aza, as 
divisões costaes em proporção de -33:31:6. Cilios costaes compridos. 
Nervura mediastinal distineta. Quarta nervura longitudinal ligeiramente 
recurvada no principio. Na base da 3. nervura se insere 1 cerda relativa- 



família phoridae (dipt.) 


145 


mente comprida. No lugar da alula ha 4 pellos ciliados (tres dos quaes 
quebraram no preparado reproduzido na photomicrographia) 

Balancim amarellos. 

Comprimento total , 2,5-2,7 mm. 

Typos 4 9 ç de Petropolis, Ronchileg. 17.X.1922, 10.V., 2.VI., 
4. VIL 1923. 

APHIOCHAETA LUTEICAUDA, n. sp. 9 

Esta especie nova pertence ao grupo I de Lundbege: e é visinha 
de pteryacantka, da qual differe pela formação dos tergitos abdominaes e 
outros caracteres. 

Fronte aproximadamente tão larga como comprida, inteiramente 
mate, preta. Disposição das cerdas postantennaes e frontaes como em 
pieryacaniha. Terceiro artículo antennal pardo-ennegrecido. Palpos ama- 
rello-pardos. 

Thorax pardo-ennegrecido, Escutello com quatro cerdas de com¬ 
primento . quasi igual. Mesopleuras posteriormente em cima com pellos 
e uma cerda não muito forte. 

Abdômen preto nos segmentos 1-3; segmentos 4-6 e segmentos ter- 
minaes amarellos ou vermelho-amarellos, Ha 6 placas tergitaes. Tergitos 
l-3.pardo-ennegrecidos, 2 e 3 fortemente alongados, mais ou menos trape- 
ziformes; 2. tergíto nas bordas lateraes com alguns pellos compridos. 
Tergitos 4-6 amarellos ou vermelho-amarellos; 4. tergito pequeno, um pouco 
mais largo do que comprido, mui fracamente chitinisado; tergitos 5-6 
provavelmente eompletamente ausentes. 6. segmento na região dorsal 
vermelho-pardo. * 

Paias pardo-ennegreeidas. Tibia anterior na face dorsal com uma 
serie completa de cilios finos.. Metatarso anterior mais ou menos 
tão comprido como os tres seguintes artículos tarsaes juntos. Tíbias 
medias e posteriores bem como os femures posteriores como em píerya- 
cçmtha, 

Am pardacenta, parecida com pteryacrniíha r mas na base da 3. nervura 
uma cerdmha muito menor do que naquella especie. Nervura costal 
— 0,53 do comprimento da aza, divisões costaes=27:21:6. Quarta nervura 
longitudinal obliterada na base. Bifurcação de angulo agudo. C lios costaes 
compridos, 

Balancim amarellos, com o pedúnculo pardo. 

Comprimento total, 2,2 mm. 

Typos 5 ç y de Petropolis, Ronchi e o autor leg. Um dos exemplares 
typicos está conservado em álcool. 

, 2307-924 


19 





146 


ÁUCHIVOS do museu NACIONAL — VOL, XXV 


APHIOCHAETA PENICILLATA, n. sp. V 

Esta especie nova pertence ao grupo I de Lundbeck. O 4. seg¬ 
mento abdominal apresenta lateralmente um tufo de pellos muito com¬ 
pridos; as mesopleuras são pubeseentes. 

Fronte um pouco mais larga do que comprida nos lados, amareUa ou 
amarello-avermelhada, triângulo ocellar escurecido, distinctamente pu¬ 
bescente, com sulco frontal. As cerdas postantennaes inferiores mais ou 
menos = Y% do comprimento das superiores; as superiores distam um pouco 
menos entre si do que as cerdas interiores da segunda fileira. Primeira 
fileira de cerdas frontaes convexa para deante; as cerdas interiores se 
inserem distinctamente em baixo do nivel das cerdas postantennaes su¬ 
periores, das quaes distam mais ou menos tanto como das exteriores. 
Segunda fileira ligeiramente convexa para deante. Triângulo ocellar de 
angulo obtuso. Ha duas cerdas nas bochechas, e 4-5 cerdas genaes finas. 
Terceiro articulo antennal amarello ou amarello-vermelho, com a metade 
anterior ás vezes um pouco pardacenta ; arista dorsal, distinctamente 
pubescente. Palpos amarellos côr de palha, com cerca de 7 cerdas na 
metade anterior. 

Thorax amarello-ocraceo, pleuras mais claras, escutello um pouco 
escurecido. Ha duas cerdas dorsocentraes. Escutello com quatro cerdas 
de comprimento igual. Mesopleuras com alguns pellinhos perto da margem 
posterior. 

Abdômen com o ventre amarello e seis placas tergitaes. Primeiro 
tergito pardo-escuro. Segundo tergito vermelho ou amarello-vermelho, 
lateralmente com tres cerdas. Também nos segmentos 3-4 provavelmente 
ha placas tergitaes, segundo indicam os pellinhos muito finos e curtos na 
borda posterior, mas essas placas são difficeis de se perceber em material 
seceado; a coloração é amarella. Quinto tergito vermelho-pardo ou vermelho 
amarello, finamente pubescente, com a borda anterior arredondada semi¬ 
circular. Sexto tergito vermelho-pardo ou pardo-ennegrecido, finamente 
pubescente, um pouco mais comprido do que largo, mas menos largo do 
que o quinto tergito. Segmentos 5-6 também nas regiões lateral e ventral 
escurecidos. Ventre pubescente. O quarto segmento apresenta lateral¬ 
mente um tufo ou pincel de pellos extremamente compridos. 

Patas amarellas, inclusive dos quadris, tibias e tarsos médios e 
posteriores escurecidos, femures posteriores com mancha apical parda. 
Metatarso anterior um pouco mais comprido do que os dois seguintes 
artículos tarsaes juntos. A fileira dorsal de pellos de tibia II se extende 
quasi até á extremidade distai. Femures posteriores na metade basal da 





- FAMXLIÁ PHOBIDÀÉ (dIPT.) 147 

borda ventral com pellos moderadamente compridos. Tibia posterior com 
uma fileira completa de pellos de paliçada e uma serie de cílios postero- 
dorsaes, Cilios anterodorsaes não existem* 

Ata (Est, IY, fig, 17) distinctamente amarello-pardaeenta, nervação 
pardo-escura. Nervura costal—0,6 do comprimento da aza, divisões cos- 
taes=3§;2!>:6. Nervação como na photamierographia. No lugar da aluía 
ha quatro pellos. 

Balancim pardo-ennegrecidos. 

Comprimento Mal, 1,8,-2,4 mm, 

Typos 4 9 9 de Petropolis, B* RonchI leg. Maio de 1923. 

APHIOCHÃETA PIUPBEURA, n, sp. f 

Esta especie nova pertence ao grupo I de Lunubbçe e è visinhã 
de htí 0 izono,j mas differe pela ausência das cerdas nas mesopleuras, pela 
formação e coloração das placas tergitaes do abdômen, como por outros 
caracteres. ‘ / 

Fronte mais larga do que comprida nos lados, amarello-escura, com 
pubescencia esparsa e sulco frontal distincto. Ha quatro cerdas postan- 
tennaes proclinadas ; as inferiores, distam quasi tanto entre si corno as 
superiores, mas são consideravelmente mais fracas, não attingmdo a me¬ 
tade do comprimento das superiores. Primeira fileira de cerdas frontaes 
ligeiramente convexa para deante; as interiores se inserem um,pouco em 
•baixo do nível das postantennaes superiores, das quaes distam mais ou 
menos tanto como das exteriores. Segunda fileira recta, suas cerdas equi¬ 
distantes. Ás cerdas vértieaes exteriores distam aproximadamente duas 
vezes mais das interiores do que essas entre si. Triângulo ocellar de angulo 
obtuso. Ha duas cerdas nas bochechas (mala©) e cerca de sei® cerdas ge- 
naes finas. Terceiro articulo antennal não grande, globular, de coloração 
amarella, com a metade superior um pouco pardacenta ; arista -dorsal, 
comprida, pardo-clara, distinctãmerite pubeseente. Palpos amarelloâ, eom' 
mais ou menos 6-7 cerdas moderadamente fortes na metade anterior. 

Thorax vermelho-amarello, eom duas cerdas dorsocentraes. EscuteUò 
com quatro cerdas de comprimento igual, Mesopleuras em cima perto' 
da borda posterior com poucos pellos finos. 

Abdômen com. o ventre amarello ou vermelho-amarello, e seis placas 
tergitaes. Tergitos 1-2 não abreviados nos lados, pretos ou pardo-enne- 
greeidos, 2 lateralmente com* seis cerdas e alguns pellos. Tergitos 3-4 
inteiramente amarellos ou vermelho-amarellos, pouco chitinisados, ambos 
com poucos pellinhos extremamehte curtos; 3. tergito só pouco menos 
comprido que largo, subquadranguiar f 4. tergito menos comprido mas 









148 


ARCHrVOS DO MUSEU NACIONAL 


VOL. XXV 


consideravelmente mais largo do que 3. Tergitos 5-6 pardo-ennegrecidos; 
também as regiões lateraes e em parte as ventraes dos segmentos 5-6 par¬ 
dacentas; 5. tergito com os ângulos anteriores arredondados; 6. tergito' 
subquadrangular ou ligeiramente trapeziforme, ambos cobertos com pellos 
curtos; os pellos na borda posterior do 6. tergito mais compridos; late¬ 
ralmente dos tergitos 5-6 se inserem muitos pellos compridos mas finos, 
densamente 'agrupados. Segmentos terminaes não examinados nos seus 
detalhes. 

Patas de um sujo amarello, tibias e tarsos médios e posteriores um 
pouco pardacentos. Metatarso anterior só pouco mais comprido do que 
os dois seguintes articulos tarsaes juntos. Os cilios posterodorsaes das 
tibias posteriores só no 2. terço ou nos 2.-3. quartos de certo modo bem 
desenvolvidos. Femures posteriores no terço basal da borda ventral com 
alguns pellos moderadamente compridos. 

Aza (Est. IV, fig. 18) com fortes matizes amarello-pardos, borda an¬ 
terior (a partir da extremidade costal), cellula da forquilha e ás vezes o 
angulo formado pelas nervuras R 2+3 e R 4 pardacentos; nervação 
distinctamente parda. Cilios costaes curtos. Nervura costal = 0,6 do 
comprimento da aza, divisões costaes =20:15:4. Quarta nervura na 
base ligeiramente recurvada, no mais côncava. No lugar da alula cerca 
de sete pellos ciliados. 

Balancins pardo-escuros. 

Comprimento total , 2-3,2 mm. 

Typos 14 v 9 de Petropolis, B. Ronchi e o autor leg. 

APHIOCHAETA VESICULATA,* d. sp. 9 

Esta especie interessante que pertence ao grupo I de Lundbeck, 
se distingue, como as duas especies seguintes, por uma formação vesicular 
na base da 6. nervura longitudinal. Podia-se pensar que se tratasse de um 
caracter generico, entretanto segundo me informou o Padre Schmitz, que 
viu um dos exemplares typicos, verificou-se no genero europeu Ulomyia 
(Psychodidae) , que pode haver especies sem e com vesicula alar no mesmo 
genero. Não é impossível que se trate no caso presente de um bom genero 
novo, prefiro porém descrever a especie como forma aberrante de Aphio - 
chaeta . A cerda intraalar é indicada como em A. ruficornis, mas .não é 
evidente que a especie presente seja visinha do grupo de ruficornis. Os 
segmentos abdominaes 3-5 são inteiramente membr anosos. 

Fronte um pouco mais larga do que comprida, amarella, triângulo 
oeellar pardacento, com sulco frontal. As cerdas postantennaes inferiores 
são reduzidas a pellos e só um pouco mais compridas do que a pubescencia 



família phokidal (dipt.) 


149 


frontal; ellas distam um pouco menos entre si do que as cerdas postan- 
tennaes superiores. Primeira fileira de cerdas frontaes convexa para deante; 
as interiores são inclinadas para a linha mediana e se inserem aproximada¬ 
mente no nivel das postantennaes superiores, das quaes distam mais ou 
menos tanto como das exteriores. Segunda fileira ligeiramente convexa, 
quasi recta, suas cerdas equidistantes. As cerdas verticaes exteriores distam 
aproximadamente 2 34-3 vezes mais das interiores do que essas entre si. 
Triângulo ocellar de angulo obtuso. Ha duas cerdas divergentes nas bo¬ 
chechas (malae) e cerca de seis cerdas genaes finas densamente agrupadas. 
Terceirp articulo antennal amareilo, relativamente pequeno, globular ; 
arista dorsal, comprida, distinctamente pubescente. Palpos não grandes, 
achatados no sentido dorsoventral, amarellos, com cerca de sete cerdas 
moderadamente compridas. Tromba vermelho-amarella, larga. 

Thorax na região dorsal vermelho-amarello, pleuras côr de palha. Ha 
duas cerdas dorsocentraes. Cerda intraalar curta. Escutello com quatro 
cerdas, sendo as anteriores muito fracas. Mesopleuras desnudadas. 

Abdômen amarelloravermelhado, comtres placas tergitaes nos 1., 2. e 
6. segmentos. Segundo tergito trapeziforme, abreviado nos lados, só na 
borda posterior com alguns pellinhos. Segmento 3-5 vermelho-amarellos, 
inteiramente membranosos, com segmentação indistincta. Sexto segmento 
atraz com uma pequena placa tergital, pardo-escura na metade anterior, 
mais larga do que comprida, apresentando alguns pellos na borda posterior; 
lateralmente faltam os tufos de pellos compridos que se encontram na 
especie seguinte {membr anosa ) . A membrana intersegmental do 6. segmento 
ê pardo-ennegrecida nas regiões dorsal e ventral. Segmentos terminaes 
8-10 vermelho-amarellos; sua formação é parecida com membr anosa, mas 
os “lobos lateraes” do 10. ventrito são maiores, em forma de colher. La- 
mellas genitaes pequenas. 

Patas amarellas, femures posteriores com mancha parda na extremi¬ 
dade apical. Tibia anterior na face dorsal com uma serie quasi completa 
de 15 cerdinhas. Tarsos anteriores um pouco dilatados, particularmente o 
metatarso, o qual é aproximadamente do comprimento dos tres seguintes 
articulos tarsaes juntos. Tibia media com uma fileira dorsal de pellos que se 
extende mais ou menos até a extremidade do 3. quarto; além disso, nove 
cilios anterodorsaes e uma serie quasi completa de cilios posterodorsaes; os 
anterodorsaes ainda são mais fracos do que os posterodorsaes. Femures 
posteriores na metade basal da borda ventral com alguns pellos modera¬ 
damente compridos. Tibia posterior com uma fileira completa de pellos 
na face dorsal, e cerca de 12 cilios posterodorsaes fracos; na face postero- 
ventral ou posterior se encontra mais ou menos na extremidade do 1. terço 
uma fileira curta de cerca de sete pellinhos curtos eriçados, densamente 



150 


ARCHIYOS DO MUSEU NACIONAL — YOL. XNY 


agrupados, que se destacam distinctamente da demais pubescencia da 
tibia. 

Aza (Est. V, fig. 24) comprida, fortemente tingida de amarello, ponta 

distai um pouco pardacenta, nervuras da orla anterior amarello-averme- 

Ihadas, mas ramo anterior da forquilha e extremidade da nervura costal 

pardacentos. Nervuras 4-7' pardas. Nervura mediastinal distincta, mas 

incompleta. Cilios costaes muito curtos. Nervura costal = 0,64-0,65 do 

comprimento da aza, divisões costaes aproximadamente = 51:45:7. 

Quarta nervura longitudinal obliterada na base. Quinta nervura em forma 

de S. Na base da 6 . nervura se encontra uma grande “vesícula” pardacenta. 

No lugar da alula ha 6-7 pellos. 

% 

Balancins amarellos. 

Comprimento total , 3-3,3 mm. 

Typos 2 9 ç de Petropolis, 29.IV. 1923, B. Bonclii leg.; um dos 
exemplares typicos está conservado em álcool. 


APHIOCHAETA MEMBRANOSA ; n. sp. 9 

Esta especie nova também pertencente ao grupo I de Lundbeck é 
muito visinha de vesiculata, mas differe pela nervação das azas, vesícula 
alar menor, etc. 

Fronte no meio um pouco mais comprida do que larga. Disposição e 
numero das cerdas frontaes como em vesiculata . 

Abdômen só com duas placas tergitaes nos 1 .- 2 . segmentos, formadas 
como em vesiculata (fig. 12 no texto). Segmentos 3-6 inteiramente mem- 

branosos, de .côr vermelha ou vermelho-ama- 
rellada, sómente o 6 . segmento posteriormente 
na região dorsal com mancha preta trape¬ 
zoidal ; também o 2 . segmento lateralmente do 
tergito e atraz da borda posterior pardo-enne- 
grecido. O 5. segmento apresenta de vez em 
quando em exemplares seccados uma crosta 
esbranquiçada. A região lateral do 4. se- 

Fig. 12 — Âphiochaeía membr anosa, n. sp, 

9 , 1 ° e 2 o tergitos abdominaes. gmento ó de coloração pardacenta em ma¬ 
terial de álcool. Sétimo segmento (Est, XI, 
fig. 51) de côr preta, na região dorsal com estria longitudinal chitinosa, 
lateralmente na região basal com tufinhos de pellos curtos densamente 
agrupados, na margem posterior com pellos compridos. Segmentos 8-10 um 
pouco chitinisados. O 10 . segmento é representado na região dorsal por uma 
plaquinha chitinosa alongada; o ventrito apresenta posteriormente no meio 
uma incisão, formando dois “lóbos lateraes” posteriormente arredondados, 








família phoridae (dipt.) 151 

cujas margens são revestidas de pellos. Lamellas genitaes distinctamente 
destacadas. 

Patas: Tarso anterior (Est. XII, íig. 56) formado como em vesi- 
culata. A tibia posterior apresenta também na face anterodorsal alguns cilios 
fracos, que se destacam distinctamente da pubescencia e que não se 
encontram em vesiculata. A fileira curta de pellinhos eriçados na face 
posteroventral (ou posterior) da tibia posterior também se encontra 
nesta especie, como em vesiculata. 

Aza (Est. V, fig. 24) colorida como em vesiculata . Nervura eostal 
= 0,63 do comprimento da aza, divisões costaes =55:49:7. Quarta nervura 
muito iigeiramente recurvada na base. Quinta nervura distinctamente 
recurvada na base. Vesicula alar na base da 6. nervura consideravelmente 
menor do que em vesiculata. No lugar da alula ha sete pellos. 

Comprimento total , 2,5-3, 4 mm.; um exemplar só mede 1,7 mm.! 

Os demais caracteres como em vesiculata. 

A descripção se baseia sobre 799 de Petropolis, Ronchi, Borgmeier 
e Prade leg. 

APHIOCHAETA PARVITERGATA, n. sp. 9 

Pertencente ao grupo I de Litndbeck e visinha de membranosa, da 
qüal differe pelo numero das placas tergitaes do abdômen como por 
-outros caracteres.. 

Fronte aproximadamente tão comprida como larga, amarella ou 
amarello-avermelhada; triângulo ocellar, e ás vezes metade superior do 
sulco frontal distincto, escurecidos; pubescente, com quatro cerdas post- 
antennaes, sendo as inferiores mais ou menos = % do comprimento 
das superiores; as superiores distam um pouco menos entre si do que as 
cerdas interiores da segunda fileira. Primeira fileira de cerdas frontaes um 
pouco convexa para deante; as cerdas interiores são inclinadas para a linha 
mediana e se inserem um pouco em baixo do nivel das cerdas postantennaes 
superiores, das quaes distam aproximadamente tanto como das cerdas 
exteriores. Segunda fileira muito ligeiramente convexa, quasi recta. Tri¬ 
ângulo ocellar de angulo obtuso. Ha duas cerdas nas bochechas e cerca de 
quatro cerdas genaes finas. Terceiro articulo antennal amarello com a me¬ 
tade anterior ás vezes escurecida; arista dorsal, distinctamente pubescente. 
Palpos amarellos, com cerca de seis cerdas moderadamente compridas na 
metade anterior, ■* ■ 

Thorax ocraceo-amarello, pleuras eôr de palha. Ha duas cerdas dorso- 
cCntraes. Escutello com quatro cerdas, sendo as anteriores mais ou menos 
= % do comprimento das posteriores’ Mesopleuras desnudadas. 



152 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


Abdômen com o ventre amarello e distinctamente pubescente, e cinco 
placas tergitaes. Segmentos 1-2 na região dorsal e lateral pretos ou pardo- 
ennegrecidos. Segundo tergito não abreviado nos lados, lateralmente com 
tres cerdas moderadamente compridas. Segmentos 3-5 vermelho-amarellos 
ou amarellos, na região dorsal ás vezes com crosta esbranquiçada. Terceiro 
segmento membranoso. Quarto segmento, segundo parece (certeza sô se 
podia obter em material de álcool, de que infelizmente não disponho), 
atraz com uma plaquinha chitinosa extremamente curta, apresentando na 
borda posterior alguns pellinhos miúdos. Também o 5. tergito é muito 
pequeno, mais comprido, mas menos largo do que 4., com a borda anterior 
arredondada. Sexto tergito ligeiramente trapeziforme, pubescente. 

Patas côr de palha, femures posteriores na extremidade distai ligeira¬ 
mente enfuscados. Metatarso anterior mais comprido do que os dois se¬ 
guintes artículos tarsaes juntos, quasi = artículos 2-4. Tibia média com 
uma fileira dorsal de pellos que se extende mais ou menos até a extremidade 
do 3. quarto ou 4, quinto da tibia. Femures posteriores na metade basal 
da borda ventral com alguns pellos moderadamente compridos. Tibia 
posterior com uma fileira completa de pellos de paliçada na face dorsal e 
cerca de 14 cilios posterodorsaes. 

Aza (Est. V, fig. 25) com matizes amarello-pardacentos, nervação 
parda. Cilios costaes curtos, nervura eostal aproximadamente = 0,57-0,58 
do comprimento da aza, divisões costaes =37:29:4. Nervura mediastinal 
distincta, mas incompleta. Forquilha de angulo agudo, com o ramo anterior 
delgado. Nervuras 4-7 como na photomicrographia. No lugar da alula ha 
cinco pellos ciliados. 

Balancins amarello-pardos. 

Comprimento total, 1 , 2 - 1 ,4 mm. 

Typos 9 9 9 de Petropolis, Borgmeier, Ronchi e Prade leg. 1923-1924. 

APHIOCHÀETÀ SULPHURIVENTRIS, Borgmeier-Schmitz 
1923, Deutsch. Ver. Wiss. Kunst S. Paulo, vol. 3 (1922), p. 130, fig. 

Pertencente ao grupo I de Lundbeck e visinha de ruficornis Meig. ; 
abdômen com tres placas tergitaes nos 1 ., 2 . e 6 . segmentos. 

Fronte amarella, posteriormente ás vezes escurecida, particularmente 
na região oeellar; quasi tão comprida como larga. Ha dois pares de cerdas 
postantennaes proclinadas, sendo as inferiores um pouco mais fracas e 
distando um pouco menos entre si do que as superiores; as superiores distam 
menos entre si do que as cerdas interiores da segunda fileira transversal. 
Sulco frontal distincto. Ha duas cerdas nas bochechas e 4-5 cerdas genaes 



família phortdae (dipt.) 


153 


mais fracas. Terceiro articulo àntennal amarello, ás vezes escurecido nà 
extremidade apical; ar is ta muito distinetamente pubeseente. Palpos ama- 
rellos, pequenos e delgados, na borda anterior com sete cerdas, das quaes 
tres são dirigidas para cima e quatro para baixo. Tromba pardo-ferruginosa, 
brilhante. 

Thorax amarello-vermelho, no meio do dorso ás vezes mais escuro, com 
duas estrias longitudinaes mais claras. A pubescencia é densamente agru¬ 
pada, tornando-se mais comprida para traz. Ha duas cerdas dorsocentraes, 
entre as quaes se acham algumas cerdas menores. A cerda intraalar, carac¬ 
terística para o grupo ruficornis , também se encontra nesta espeeie. 
Eseutello amarello, 2 vezes mais comprido do que largo, com quatro 
cerdas de comprimento igual. Mesopleuras côr de palha, desnudadas, 

Abdômen sômente com tres placas tergitaes desenvolvidas nos 1., 2. e 
6. segmentos. Primeiro tergito amarello, atraz com uma fina estria pardo- 
ennegrecida, estreitando-se no meio, e com uma tarja amarella, muito fina. 
Segundo tergito lateralmente com peilos compridos eriçados, de côr pardo- 
escura, com uma tarja fina amarella nas bordas anterior e posterior, a 
ultima com uma fileira de pellinhos finos. Tergitos 3-5 totalmente desnu¬ 
dados, em exemplares seccados frequentemente como que cobertos por uma 
crosta amarello-esbranquiçada. Sexto tergito curto, com pubescencia normal. 
Lado ventral do abdômen amarello-ocraceo; 5. ventrito com dois peilos 
fortes no meio da borda posterior, de cada lado desses ainda 2-3 mais 
* fracos que se inserem um pouco para a região basal. Segmentos terminaes 
retrácteis, com pubescencia comprida. Lamellas genitaes distinetamente 
destacadas. 

Patas côr de palha. Tibia média com uma fileira completa de peilos de 
paliçada e duas series incompletas de cilios (mais ou menos 12 cada uma) 
que se extendem até a extremidade do 5. sexto da tibia. Tibia posterior 
um pouco encurvada, com uma fileira completa de peilos na face dorsal e 
10-11 cilios posterodorsaes fortes. 

Aza fortemente tingida de pardo-amareilo, nervuras (inclusive 4-7) 
pardacentas. Nervura costal consideravelmente .mais comprida do que a 
metade da aza, divisões costaes mais ou menos = 14J^:9}^:2. Cilios 
costaes muito curtos. Nervuras humeral-transversai e mediastinal dis- 
tinctas. Nervuras RI e R 2+3 moderadamente grossas, RI no meio um 
pouco mais fina. Bifurcação distincta, ramo posterior um pouco encurvado. 
Quarta nervura nascendo atraz da bifurcação, na base obliterada, no prin¬ 
cipio ligeíramente em forma de S, no mais côncava para deante (a diag¬ 
nose original diz erradamente convexa). Quinta nervura na sua totalidade 
curvada em forma de S. Sétima nervura fortemente obliterada no 
principio. No lugar da alula ha seis peilos compridos. 

2307-924 


20 



154 


ARCHIVOS DO MtJSEU NACIONAL — VOL. XXV 


Balancins pardo-ennegrecidos, o pedúnculo um pouco mais claro. 
Comprimento total, 3-3,4 mm. 

Os typos desta bella especie são provenientes de Petropolis, onde não 
é rara e encontrada principalmente em carne pôdre. Além dos exemplares 
typicos, capturei mais 20 ç 9 . 

APHIOCHAETA XANTHINA, Speiser d" 9 

1907, Speiser, Berl. Ent. Zeitschr., vol. 52, p. 148. 

1911, De Meijere, Tijdschr. v. Ent., vol. 54, p. 348, fig. (circumsetosa) . 

1912, Rrtjnetti, Records Ind. Mus., v. 7, p. 83; 507, fig. ( ferruginea ). 

-1914, Grandi, Boll. Zool. gen. e agr. Portiei, v. 8, pp. 242-63 - (biologia). 

1915, Sckmitz, Jaarb. Nat. Gen. Limburg 1914, p. 108, fig. ( repicta ). 

1916, Beues, Itep. of íirst Exped. to South America, Âpp. XX, Cambridge (ferruginea) 
1916, Sçhmitz, Wien. Ent. Zeit., vol. 35, pp. 228-230. 

Macho — Fronte aproximadamente tão comprida como larga, parda 
com matizes amarellos, pubescente, sulco frontàl distincto. Ha quatro 
cerdas postantennaes proclinadas quasi de comprimento igual; a distancia 
mutua das inferiores é = das superiores; as superiores distam um pouco 
mais entre si do que as cerdas inferiores da segunda fileira. Primeira fileira 
fortemente convexa para deante; as interiores se inserem no nivel das post¬ 
antennaes superiores, que distam um pouco mais da linha mediana do 
que das cerdas interiores da primeira fileira. Segunda fileira aproxima¬ 
damente recta, suas cerdas equidisfantes. Ha duas cerdas nas bochechas 
e cerca de tres cerdas genaes. Terceiro articulo antennal pardo-amarello, 
globular; arista comprida, distinctamente pubescente. Palpos amarellos, 
moderadamente largos, com 5-6 cerdas na metade apical. 

Thorqx pardacento, pleuras amarello-ferruginosas. Ha duas cerdas 
dorsqcentraes. Escutello com quatro cerdas; 0 comprimento das exteriores 
varia, sendo ellas geralmente menos compridas do que as interiores, mas 
ás vezes reduzidas a pellps. Mesopleuras desnudadas. 

Abdômen com o ventre amarello, na região dorsal de coloração preta, 
mas 0 2. tergito no terço basal amarello-vermelho e tergitos 3-5 anterior¬ 
mente no meio com mancha amarello-vermelha. Pubescencia curta, sô nos 
lados do 2. tergito e na margem posterior do 6. tergito mais comprida. 
Hypopygidio preto, parte superior de cada lado com um pello comprido, a 
demais pubescencia curta. Segmento anal amarello, em forma de bainha, 
os styli compridos. 

Patas amar ellas, femures posteriores com mancha apical preta. Tibia 
anterior na face anterodorsal (Beijes diz erradamente “posterodorsal”) 








família phobidae (dipt.) 


155 


com uma serie completa de aproximadamente 10 cerdiiihas finas. Me- 
tatarso anterior e os dois seguintes artículos um pouco engrossados. Tibia 
media com uma fileira dorsal de pellinhos de paliçada que se extènde mais 
ou menos até a extremidade do 4. quinto, e uma serie incompleta de 
cilios posterodorsaes; ás vezes estão também desenvolvidos alguns cílios 
anterodorsaes. Tibia posterior com uma fileira completa de pellos na face 
dorsal e uma serie de 8-10 cilios posterodorsaes; cilios anterodorsaes não 
existem. 

Aza (Est. V, fig. 21) com ligeiros matizes amarellados, nervação 
parda. Nervura costal = 0,56 do comprimento da aza, divisões costaes 
aproximadamente = 35:27:4. Cilios costaes moderadamente curtos. O 
comprimento da 3. divisão costal varia, sendo ás vezes muito pequena, de 
maneira que os ramos anterior e posterior da forquilha quasi se tocam. 
Sétima nervura mais fraca do que 4-6. No lugar da alula ha cinco 
pellos. 

Balancins amarellos, com pequena mancha parda na extremidade 
apical. 

Comprimento total , 1,6-2 mm. 

Femea — Parecida com o macho, mas fronte muito mais clara, ama- 
rella ou vermelho-amarella. Terceiro articulo antennal menor. Cerdas 
anteriores do escutello geralmente mais fortes do que no macho. Abdômen 
com seis placas tergitaes de coloração preta; tergitos 1-2 posteriormente 
com tarja amarella. Segundo tergito um pouco alongado, no meio com 
uma grande região amarella, cuja borda posterior é mais ou menos semicir¬ 
cular, terminando nos ângulos anteriores. Tergitos 3-4 aproximadamente 
do mesmo comprimento. Quinto tergito fortemente alongado. Sexto tergito 
não abreviado nos lados, mas dobrado para baixo. Tergitos 5-6 na borda 
posterior com alguns pellos compridos; também nos lados dos 2. tergito 
se inserem alguns pellos moderadamente compridos. A demais pubescencia 
escassa e curta. Lamellas genitaes distinctamente destacadas, com pellos 
compridos. Comprimento total 2-2,5 mm. 

Esta especie, que talvez é idêntica com scalaris Loew, segundo opina 
Schmitz (1916), e que se encontra em todos os paizes tropicaes, também 
é muito commum no Brasil. Na minha collecção possuo exemplares de 
Pesqueira (Pernambuco), Bahia, Petropolis, Curytiba, Rio Negro (Paraná), 
Blumenau, Florianopoiis. Segundo me communicou o Padre Schmitz, 
a especie também se encontra na Argentina. De Blumenau recebi centenas 
de exemplares (cf?) tirados das flores de AristolocMa elegans. Os puparios 
criei de. caracoes mortos (estádio pupal 2.-16,111.1924). As larvas e pupas 
foram descriptas por Grandi (1914). 



156 


AJRCH1V0S DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


APHIOCHAETA RUBRIVENTRIS, n. sp. ? 

Pertencente ao grupo I de Lxjndbeck e visinha de sulpburiveniris 
Borgm.-Schmitz, mas differindo delia pelo numero das placas tergitaes 
do abdômen. 

Fronte aproximadamente tão comprida como larga, amarella, um 
pouco pardacenta, ao redor dos ocellos pardo-escura, pubescente, com sulco 
frontal. Cerdas postantennaes inferiores mais ou menos = do compri¬ 
mento das superiores. Primeira fileira transversal convexa para deante; as 
cerdas interiores distam um pouco menos das postáíitennaes superiores 
do que das cerdas exteriores. Segunda fileira mais ou menos recta, suas 
cerdas equidistantes. Ha duas cerdas nas bochechas e 3-4 cerdas genaes 
finas. Terceiro articulo antennal amarello, arista parda, dorsal, distin- 
ctamente pubescente. Palpos amarellos, com cerca de sete cerdas. 

Thorax vermelho-amarello; a pubescencia se tortia mais comprida 
deante do escutello. Ha duas cerdas dorsoeentraes. Escutello com quatro 
cerdas de comprimento igual. A cerda intraalar também se encontra nesta 
especie. * 

- Abdômen vermelho, côr de tijolo, inclusive as seis placas tergitaes. 
Tergitos 1-3 não abreviados nos lados; 2 lateralmente com alguns pellos 
compridos, no mais quasi desnudado. Tergitos 3-5 abreviados nos lados, 
pouco chitimisados; sua existência é comprovada pelos poucos pellinhos 
extremamente curtos na borda posterior. Tergito seis mais comprido do 
que largo, estreitado para traz, pubescente. Também o ventre é pubescente 
particularmefite no 6.- ventrito, em cuja margem posterior se inserem alguns 
pellos compridos. 

Patas inteiramente amarellas, os femures posteriores sem mancha 
apical. Metatarso anterior aproximadamente tão comprido como os tres 
seguintes articulos tarsaes juntos. Tibia média com uma fileira incompleta 
de pellos na face dorsal e duas series incompletas de cibos. Tibia posterior 
com uma completa fileira dorsal de péllos e cerca de 12 cilios posterodorsaes 
moderadamente fortes. Femures posteriores na metade basal da borda 
ventral com alguns pellos moderadamente compridos. 

Aza (Est. 'V, fig. 22) fortemente tingida de amarello-pardo, nervação 

parda, cellula da forquilha escurecida. Nervura costal = 0,6 do compri- 

* 

mento da aza, divisões costaes aproximadamente = 53:37:7. Cilios costaes 
muito curtos. Nervação como na photomicrographia, No lugar da alu a 
' ha sete pellos. 

Balandns pardo-ennegrecidos. 

Comprimento total , 2,5-3 mm, 

Typos 2 ç ç de Petropolis, preparados a secco, B. Ronchileg. 17.X.1922. 



família phoridae (dipt.) 


157 


APHIOCHAETA APPRETIATA, Schmitz 9 
1923, Ent. Ber., Deel VI, p. 190-192. 

Esta especie ecitophila pertence ao grupo II de Lundbeck. Dou 
em seguida a traducção da descripção original de Schmitz. 

Fronte mais larga do que comprida (5:4), par do-ennegrecida, um pouco 
polvilhada de cinzento, com eerdas fortes. Sulco frontal entre as cerdas 
postantennaes proclinadas um pouco dilatado e excavado. Segunda fileira 
transversal de cerdas recta. As cerdas interiores da primeira fileira são 
inclinadas para a linha mediana e distam quasi tanto das exteriores como 
das cerdas postantennaes superiores, inserindo-se aproximadamente no 
mesmo nivel de ambas. Cerdas postantennaes fortes, as superiores sô muito 
pouco mais fortes do que as inferiores, mas distando um pouco mais entre 
si do que ellas. Terceiro articulo antennal um pouco comprimido em sentido 
lateral (ligeiramente lentiforme), vermelho-amarello, metade inferior da 
face exterior com mancha escura. Arista não mais comprida do que o sulco 
frontal, distinctamente pubescente. Clypeo engrossado e proeminente; 
tromba volumosa, do Comprimento e grossura dos quadris anteriores 
por entre os quaes se prolonga, chitinisada, com o labro grande, periforme, 
amarello-vermelho. Palpos amarellos, na extremidade apical um pouco 
escurecidos, com cerdas fortes. 

Thorax largo, pardacento, sem brilho. Eseutello com duas cerdas e 
dois pellos um pouco fortes. Mesopleuras de coloração escura como as 
pleuras em geral, com pellos e uma cerda forte de comprimento extraor¬ 
dinário. 

Abdômen muito largo; os tergitos aproximadamente do mesmo com¬ 
primento, posteriormente com tarja estreita clara, no mais ennegrecidos 
com fartes cambiantes amarello-acinzentados. Fóra da pubescencia esparsa 
e curta, a qual, exceptuançlo os dois últimos tergitos, é muito escassa, ha 
ainda nos ângulos exteriores dos tergitos 2-5 uma Gerda isolada; essa é curta 
no 2. tergito, em cada tergito seguinte mais comprida do que no prece¬ 
dente, e alcança no 5. tergito o comprimento das cerdas frontaes. A borda 
posterior do 6. segmento é revestida por uma corôa de cerdas semelhantes 
(pelo menos 8). Os segmentos terminaes constituem um ovipositor delgado- 
em forma de estilete, do qual sobresáe na extremidade uma ponta fina; 
parece que é mais curto do que o 6. tergito, pelo menos não é mais protra¬ 
indo no exemplar typico; quanto á formação, é semelhante a Plastôphora 
beirne , 

. Patas : coloração dominante amarello-parda, a qual, porém, é enne- 
grecida em todos os quadris, na face anterior das tíbias médias e posteriores, 



158 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


VOL. XXV 


e em gráo menor também nos femures. Extremidade dos femures anteriores 
bem como as tibias anteriores ciar o-amarello-par das. Femures posteriores 
um pouco dilatados, os pellos na metade apical da borda ventral semel¬ 
hantes a cerdas ; tibias posteriores fortemente comprimidas em sentido 
lateral, portanto altas, com 12-13 cilios posterodorsaes, os quaes na metade 
basal são curtos e dénsamente agrupados, na metade distai mais fortes e 
menos densamente agrupados. 

Aza em geral de coloração amarello-acinzentada, cellula da forquilha, 
bem como a região posterior da cellula R com matizes pardacentos, ner¬ 
vuras da borda anterior amarellas. Nervura costal provavelmente (pois as 
pontas das azas estão quebradas) menor do que a metade do comprimento 
da aza, com cilios muito curtos. Divisões costaes = 8^:4:1, Nervura me~ 
diastinal fortemente rudimentar, muito aproximada da 1. nervura longitu- 
dinal e só representada por uma dobra inteiramente recta e terminando 
livremente na cella sub-costal. Bifurcação de angulo um pouco agudo. 
Quarta nervura nascendo perto da bifurcação, emquanto visivel côncava 
para deante. 7. nervura longitudinal alcançando a orla da aza. 

Balancins amarello-pardacentos, com mancha mais escura na face 
superior. 

Comprimento total , 2 mm. 

Habitat: com Eciton burchelli . 

APHIOCHAETA SPINIVENTRIS, n. sp. ? 

Esta especie nova pertence ao grupo II de Lxjndbeck e é vi- 
sinha de appretiata Schmitz, mas differe delia pelo numero das cerdas 
postantennaes, nervação das azas e outros caracteres. 

Fronte amarella, mate, anteriormente um pouco dilatada, no meio 

t 

aproximadamente tão comprida como larga posteriormente, com a borda 
anterior mais ou menos convexa, pubescencia escassa. O sulco frontal é 
um pouco dilatado e excavado por entre as cerdas postantennaes, mas só 
ligeiramente accusado immediatamente deante dos ocellos. Triângulo ocellar 
um pouco saliente. As duas cerdas postantennaes distam só pouco menos 
entre si do que as cerdas interiores da segunda fileira transversal; ellas 
são compridas, ligeiramente curvadas em sua totalidade e menos procli- 
nadas do que nas especies typicas de Aphiochaeta , constituindo um meio 
termo entre cerdas proclinadas e erectas. Às cerdas frontaes propriamente 
ditas são extremamente compridas e na maioria no meio um pouco do¬ 
bradas. Primeira fileira transversal pouco convexa para deante, quasi 
recta; as cerdas interiores se inserem um pouco em baixo do nivel das post¬ 
antennaes; ellas são um. poueo^ menos compridas do que as demais cerdas 



FAMÍLIA PHORIDAE (ijIPT.) 


159 . 


frontaes, sô ligeiramente curvadas para a linha mediana e distam apro¬ 
ximadamente tanto das postantennaes como das cerdas exteriores, as quaes 
se inserem exaetamente no nível das postantennaes. Segunda fileira 
distinctámentè convexa para deante, suas cerdas equidistantes. As cerdas 
^^4 ^. ie^eriores distam aproximadamente 1J4 vezes mais das in¬ 
teriores àcvque* essas entre sL Triângulo dcellar de angulo obtuso. Cilios 
oculares fortes. Ha duas cerdas fortes nas bochechas e uma eerda genal 
mais fraca. Terceiro articulo antennal globular, pardo, na extremidade 
apical um pouco ennegrecido; arista domai, comprida, finamente pubes- 
eente. Palpos amarello-elaros, com cinco cerdas no terço apical. 

Thorm pardo-ferruginoso, também as pleuras, exceptuando as pro- 
pleuras e a metade anterior das mesopleuras, que são mais claras. Ha duas 
cerdas dorsocentraes. Escutello com duas cerdas, deante das quaes de cada 
lado um pello fino. Propleuras immediatamente em baixo do estigma 
prothoracico com uma eerda curta dirigida para trai e alguns pellos.- 
Mesopleuras em cima perto da margem posterior com poucos peUSnhos e 
uma eerda comprida, a qual, porém, não. alcança o comprimento das 
cerdas frontaes. 

Abdômen mate, escuro, ventre até O 5, segmento amarellado, mas late¬ 
ralmente escuro, com seis placas tergitaes. Os tergitos são mais ou menos 
pardo-ennegrecidos, 2-4 no meio da metade^ basal com mancha pardo- 
avermelhada, 1-4 posteriormente com fem tarja pardo-vermelha pouco 
distincta. Tergitos 2-5 lateralmente com tufos de. cerdas muito compridas; 
taes cerdas se encontram também em numero de oito na margem posterior 
do 6. segmento, sendo as laferaes ainda mMs compridas do que as dos 
tergitos 2-5. A pubescencía do dorso é escassa e se limita quasi ãs bordas 
posteriores dos tergitos. Ventre nas bordas posteriores dos segmentos 
3-6 com fileira transversal de eerda§, singulares, sendo as do 3. ventrito 
ainda relativamente curtas, as dos Tergitos 4-6' extrefimmente compridas 
e densamente agrupadas. Ovipositor um poue© ehitinlsado, não muito 
modificado, pardo-ennegrecido. 

Patãs de üm sujo amarello, quadris médios e posteriores pardacentos, 
femures posteriores na extremidade distai um pouco ennegrecidos. Tibia 
anterior na .face posterior com uma serie completa de cerca de 10 cilios 
finos, que se^mserem num sulco desnudado. Metãtarso anterior aproxi- 
^madamente tão comprido como os tres articulos tarsaes seguintes, juntos; 
o comprimento dos articulos 2-4 dlminue progp"essivament©; o 5. articulo 
é um pouco mais comprido e mais largo do què4. Unhas e polvilhos normaes, 
empodio uma eerda. Femures médios na metade distai da face antèro- 
ventral com pellos compridos. Tibias medias na face dorsal com uma fileira 
de pellos que se extende mais ou menos até & extremidade do 4. quinto, e 








160 


ARCHIVOS DO MXrSEU NACIONAL — VOL. XXV 


uma serie de cilios posterodorsaes finos; os cilios anterodorsaes quasi não 
se distinguem da demais pubeseencia. Femures posteriores no terço distai 
da face anteroventral com pellos compridos; também no terço basal da borda 
ventral ha 3-4 pellos moderadamente compridos. Tibias posteriores na face 
dorsal com uma fileira completa ligeiramente curvada de pellos; os cilios 
posterodorsaes da metade basal são muito finos; também os da metade 
distai pouco desenvolvidos, mas um cilio que fica. em baixo do meio, mais 
comprido do que os outros. 

Aza comprida (comprimento = 1,989 mm., maior largura — 0,758 mm.), 
de coloração acinzentada com finos matizes amarellos; a coloração cinzenta 
é causada pelos microtrichos densamente agrupados, os quaes são muito 
compridos na orla da aza (exeeptuando a nervura costal), de maneira que 
parece como que guarnecida por uma franja de pellos finos; nervação 
de um sujo amareilo. Nervura costal = 0,48-0,49 do comprimento da 
aza (in situ!) } divisões costaes = 14:9:2 Cilios costaes compridos, 
muito .finos, semelhantes a pellos. -Nervuras humeral-transversal e me- 
diastinal distinctas. Terceira nervura quasi inteiramente recta, forquilha 
de angulo agudo. Quarta nervura ligeiramente côncava para deante, na 
extremidade apical muito pouco recurvada no sentido da orla anterior 
da aza. Quinta nervura ligeiramente curvada na sua totalidade. Sexta 
nervura ligeiramente em forma de S. No lugar da alula ha cerca de 
seis pellos. 

Balancins amarellos. 

Comprimento totoX, 1,7-1,8 mm. 

Holotypo 1 ç de Petropolis, B. Ronchi leg. 24.IV. 1923. 

APHIOCHÁETA COMMUTATA, n. sp. ? 

Pertencente ao grupo II de Lundbeck e visinha de spiniventris , 
mas differindo delia pelas cerdas frontaes menos compridas, nervação das 
azás e outros caracteres. 

Fronte anteriormente um pouco dilatada, distinctamente mais larga 
do que comprida nos lados, amarello-ferruginosa; triângulo ocellar pardo. 
Sulco frontal entre as duas cerdas postantennaes excavado, formando uma 
cova. Cerdas postantennaes ligeiramente curvadas em sua totalidade-e 
só pouco proclinadas como em spiniventris . Pubeseencia frontal escassa. 
As cerdas frontaes são fortes, mas menos compridas do que em spiniventris. 
Primeira fileira transversal quasi recta; as cerdas interiores são ligeiramenfe 
inclinadas para a linha mediana e distam um pouco mais das postantennaes 
do que das exteriores. As cerdas postantennaes se acham no nivel das cerdas 
interiores da primeira fileira e distam aproximadamente tanto entre si 



FAMÍLIA PHORIDAE (dIPT.) 


161 


como as cerdas interiores da segunda fileira, de maneira que os quatro 
pontos de inserção formam quasi um quadrado. Segunda fileira ligeira- 
mènte convexa para deante; suas cerdas equidistantes. Ha duas cerdas 
nas bochechas e uma cerda genal. Terceiro articulo antennal globular, 
pardo, com a metade superior escurecida; arista dorsal, um pouco menos 
comprida do que em spiniventris, muito finamente pubescente. Palpos 
amarellos, com cinco cerdas fortes na metade anterior. 

Thorax escuro, pardo-ferruginoso, inclusive as pleuras. Ha duas 
cerdas dorsocentraes. Escutello com duas cerdas e de cada lado um pello. 
Mesopleuras posteriormente pubescentes e com uma cerda dirigida para 
traz. 

Abdômen mate, ennegrecido, com matizes pardacentos, também o 
ventre escuro. Tergitos 1-5 posteriormente com fina tarja amarello-parda. 
Tergítos 2-6 lateralmente perto da margem posterior com uma cerda 
característica; as dos tergitos 2-5 aproximadamente do mesmo compri¬ 
mento, as do 6. tergito. mais compridas; deante dessas cerdas se inserem 
alguns pellos moderadamente compridos. Sexto tergito também na região 
dorsal com pellos compridos esparsos. Ventre com cerdas semelhantes ás 
de spiniventris , particularmente nas bordas posteriores dos ventritos 4-6. 
Ovipositor chinitisado, formado mais ou menos como em appretiata 
Schmitz. 

Patas amarello-pardas, sendo as anteriores um pouco mais claras do 
que as outras; quadris médios e posteriores pardo-ferruginosos, femures 
posteriores na extremidade distai escurecidos. Tibia anterior com cilios 
na face posterior. Metatarso anterior um pouco menos comprido do que 
os tres seguintes articulos tarsaes juntos, mas mais comprido do que os 
artieulos 2-]-3; quinto articulo tarsal não engrossado. Femures e tibias 
medias como em spiniventris , mas cilios anterodorsaes não existem. Fe¬ 
mures posteriores no terço basal da borda ventral e na metade distai da 
face anteroventral com pellos compridos. Dos cilios posterodorsaes das 
tibias posteriores dois, que ficam mais ou menos no meio, são um pouco 
mais fortes do que os demais, que ; são finos. 

Aza (Est. 'VI, fig, 30) com finos matizes amarello-acinzentados, ner- 
vaçao amarellada. Nervura costal = 0,52 do comprimento da aza, divisões 
costaes = 31:19:4, Cilios costaes compridos. Nervura mediastinal um 
pouco rudimentar. Quarta nervura na base obliterada. Nervuras 5-6 como 
em spiniventris. Sétima nervura mais fraca do que 4-6. No lugar da alula 
ha oito pellos ciliados. 

Balancins amarello-ferruginosos. 

Comprimento total, em posição curvada 1,7 mm. 

Holotypo 1 ç de Petropolis, B. Ronchi leg. 2.VI. 1923. 

2307-924 


21 



162 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


VOL. XXV 


APHIOCHAETA ARMIGERA, n. sp. <f ? 


Especie pertencente ao grupo II de Lundbeck, com duas cerdas post- 
antennaes. 

Macho — Fronte quasi duas vezes mais larga do que comprida nos 
lados, amarella ou amarello-vermelha, metade anterior ás vezes escurecida, 
ocellos com annel preto. Sulco frontal distincto, pubescencia muito escassa. 
Ha só duas cerdas postantennaes que são um pouco menos proclinadas 
do que nas especies typicas de Aphiochaeta ; ellas distam um pouco menos 
entre si do que as cerdas interiores da segunda fileira. Primeira fileira apro¬ 
ximadamente recta, mais ou menos no nivel das postantennaes; as cerdas 
interiores se inserem aproximadamente no meio entre as postantennaes 
e as exteriores. Segunda fileira aproximadamente recta. Triângulo ocellar 
de angulo obtuso. Ha duas cerdas nas bochechas e algumas cerdas genaes. 
Terceiro articulo antennal engrossado, mais ou menos oval, vermelho- 
amarello, com a extremidade apical ás vezes escurecida; arista dorsal, 
muito finamente pubescente, praticamente desnudada. Palpos arnarellos, 
com cerdas moderadamente compridas. 

Thorax vermelho-amarello ou vermelho- 
pardo. Ha duas cerdas dorsocentraes. Es- 
cutello com duas cerdas e de cada lado um 
pello fino. Propleuras com uma cerda diri¬ 
gida para traz immediatamente em baixo do 
Fi g . i3 — Aphiochaeta annigera, n. s P . estigma prothoracico. Mesopleuras posterior- 

parte 

da esquerda. mente com alguns pellmhos e uma cerda 

comprida. 

Abdômen com o ventre amarello. Tergitos 1-2 e 5 na maior parte 
vermelho-pardos, mas 2 lateralmente preto e posteriormerite com estria 
transversal preta. Tergitos 3-5 lateralmente pretos,mias no meio do dorso 
com mancha vermelha mais ou menos grande. Todos os tergitos na borda 
posterior com tarja amarello-ocracea, que em alguns exemplares é quasi 
apagada. Pubescencia escassa e curta. Hypopygidio pardo, parte superior 
(fig. 13 no texto) de cada lado com uma cerda forte. Segmento anal 
amarello, em forma de bainha. 

Patas amarellas, inclusive os quadris, femures posteriores com mancha 
distai parda. Metatarso anterior mais comprido do que os dois seguintes 
artículos tarsaes juntos. A fileira dorsal de pellinhos da tibia media só se 
extende até a extremidade do 2. terço. Femures posteriores na metade 
basal da borda ventral com 4-5 pellos compridos; pellos anteroventraes 
da metade distai moderadamente compridos. 

Aza (Est. VI, fig. 27) quasi hyalina, nervuras da borda anterior ama- 





família phoiíidae (dipt.) 


163 


rello-claras, nervuras 4-7 pallidas. Nervura costal = 0,44 do comprimento 
da aza, divisões costaes = 23:9:3. Nervura mediastinal indistincta. 
Forquilha de angulo agudo. Sétima nervura mais fraca do. que 4-6. No 
lugar da alula ha sete pellos. 

Balancins amarellos ou vermelho-amarellos. 

Femea — Parecida com o macho. Terceiro articulo antennal não 
engrossado,* de tamanho normal, com a metade superior ennegrecida. 
Tromba carnuda, brilhante, chitinisada. Olhos no exemplar typico vermelho- 
escuros. Abdômen com seis placas tergitaes de côr vermelho-parda, late¬ 
ralmente ennegrecidas, tergitos 2-5 com estria transversal preta e estreita, 
deante da tarja posterior estreita vermelho-parda. Todos os tergitos nos 
lados com alguns pellos compridos, que se encontram igualmente na borda 
posterior do 6. segmento (nas regiões dorsal é ventral); a demais pubes- 
cencia curta. Membrana intersegmental do 6. segmento amarello-clara. 
Os segmentos terminaes formam um ovipositor chitinisado,- preto, 
achatado em sentido dorso ventral, apresentando nos lados pequenos lóbos 
arrendondados dirigidos para baixo. Immediatamente deante da extremi¬ 
dade distai, onde se percebe um ferrão chitinoso, se encontra na região 
dorsal uma pequena elevação papillar, revestida densamente por curtos 
pellinhos eriçados. 

Comprimento total , 1,36-1,7 mm. 

Typos 15 <?<? e 1 ç de Petropolis, Borgmeier e Ronchi leg. 

APHIOCHÂETA ASSIMILATA, n. sp. & 

Espeeie pertencente ao grupo II de Ltjndbèck e muito visínha de armi- 
gera , mas differindo delia pela nervura costal mais comprida e coloração. 

Fronte distinctamente mais larga do que comprida nos lados, pardo- 
ferruginosa, com sulco frontal. As duas cerdas postantennaes ligeiramente 
proclinadas distam um pouco menos entre si do que as cerdas interiores 
da segunda fileira. A primeira fileira transversal forma com as postantennaes 
uma linha ligeiramente convexa para deante; as cerdas interiores distam 
tanto das postantennaes como das exteriores. Terceiro articulo antennal 
engrossado, mais escuro do que em armigera, com a metade basal amarello- 
parda e a distai ennegrecida. 

Thorax pardo-ferruginoso, no mais como em armigera . 

Abdômen com seis placas tergitaes mate, pardo-ennegrecidas, que 
apresentam na borda posterior uma fma tarja amarella; no meio do dorso 
ha ás vezes uma estria longitudinal avermelhada indistincta. Pubescencia 
curta. Hypopygidio de cada lado com uma cerda dirigida para traz, como 
em armigera. 



164 


AItCHIYOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


~ Patas como em armigera , mas femures posteriores na metade basal 
da borda ventral com tres pellos muito compridos e alguns menos com¬ 
pridos. 

Aza (Est. VI, fig. 28) hyalina, nervuras da borda anterior amarello- 
claras. Nervura costal exactamente = 0,5 do comprimento da aza, divisões 
costaes = 7:4:1 Nervação como na photomicrographia. No lugar da 
alula aproximadamente seis pellos. 

Balancins amarellos. 

Comprimento total , 1,7 mm. 

Typos 2 ç?(? de Petropolis, B. ítonchi leg. 6.IV. e 23.VI. 1923. 

APHIOCHAETA PLATYPALPIS, n. sp. <f 

Esta especie pertence ao grupo VII de Lund.be ck e é visinha de 
A. longipalpis Wgob, de que possuo na minha collecção ld" de Budapest, 
que devo á amabilidade do Padre Schmitz. à nova especie differe de lon¬ 
gipalpis pela nervação das azas e outros caracteres. 

Fronte um poucó ma^s larga do que comprida, mate, pardo-escura, 
quasi preta, pubescente, com sulco frontal distincto, e duas cerdas post- 
antennaes muito pequenas que se inserem muito juntas. Primeira fileira 
transversal um pouco convexa para deante, quasi recta ; as cerdas interiores 
distam um pouco mais entre si do que das exteriores. Segunda fileira recta. 
Terceiro articulo antennal pardo-escuro; arista comprida, distinctamente 
pubescente. Palpos muito grandes, um pouco mais compridos e mais largos 
do que em longipalpis, pardos, na base ás vezes um pouco mais claros, com 
poucas cerdinhas extremamente curtas. 

Thorax pardo-escuro, esternopleuras mais ou menos amarello-ferru- 
ginosas. Ha^duas cerdas dorsocentraes. Escutello com duas cerdas e de 
cada lado um pello. 

Abdómen pardo-ennegrecido, quasi completamente desnudado. Hypo- 
pygidio pequeno. Segmento anal amarello-ferruginoso, comprido. 

Patas amarello-pardacentas, inclusive os quadris. Metatarso anterior 
um pouco mais comprido do que os dois seguintes articulosdarsaes juntos. 
A fileira dorsal de pellinhos da tibia media se extende mais ou menos até 
a extremidade do 2. terço. Femures posteriores no terço distai da face 
anteroventral com pellos compridos. 

Aza (Est. VI, fig. 26) hyalina, nervuras da borda anterior pardo- 
claras, nervuras 4-7 paliidas. Nervura costal muito curta, = 0,34 do com¬ 
primento da aza, divisões costaes = 14:4:1 Cilios costaes compridos. 
Forquilha larga, com o ramo anterior delgado. Quarta nervura longitu- 



FAMÍLIA PHORIDAE (l>IPT.) 


1G5 


dinal nascendo na bifurcação. Sétima nervura ainda mais fraca do que 4-6. 
No lugar da alula ha dois. pellos. 

Balancins pardo-escuros . 

Comprimento total, 0,9-1,27 mm. 

Typos 6 dV de Petropolis, Ronchi, Prade e Borgmeier leg. 


APHIOCHAETA LUTEIFASCIATA, n. B p. 9 

Esta espeeie nova pertence ao grupo VI de Lünbbeck. 

iFronte aproximadamente tão larga corno comprida mos lados, ama- 
relia, mate, pubescente, com sulco frontal distincto. Ha quatro cerdas 
postantennaes proclinadas,* sendo as inferiores muito finas e distando só 
um pouco menos entre si do que ás superiores; as superiores distam um 
pouco menos entre si do que as cerdas interiores da segunda fileira, 
Primeira fileira convexa para deante; as cerdas interiores se inserem um 
pouco'em baixo do nivel das postantennaes superiores, das quaes distam 
um pouco menos do que das exteriores. Segunda fileira mpito ligeiramente 
convexa para deante, quasí recta. Ha duas cerdas nas bochechas (malae) 
e cerca de cinco cerdas genaes finas. Terceiro articulo antennal não grande, 
globular, vermelho-amarello, ás vezes um pouco pardacento; arista dorsal, 
distinetamente pubescente. Palpos anmrellos, com cerca de sete cerdas 
curtas. 

Thorax vermelho-amarello. Ha duas cerdas dorsocentraes, Escutello 


com duas cerdas e de cada lado um pello fino. Mesopleuras desnudadas. 

Abdômen com o ventre amarello e seis placas tergitaes. Tergitos 
1-2 na metade basal amarello-vermelhos, no mais pardo-ennegrecidos; 
2. tergito lateralmente com 4-5 cerdas. Segmentos 3 e 5-6 na região dorsal 
ê lateral pardos, mas 4 '{inclusive" a plaquinha tergital) amarello ou 
vermelho-amarello. Tergitos 3-4 muito reduzidos; ambos só pouco mais 
largos do r que compridos, mas menos largos do que 5; o 4. tergito é diffieil 
de se perceber em exemplares seceados. §< tergito quasi duas vezes mais 
largo do que comprido; 6, tergito alongado, quasi tão largo como 5, ambos 
com pubescencia esparsa. Também o ventre com grupos de pellos curtos. 
Os pellos na borda posterior do 6, segmento são moderadamente compridos. 
Lamellas genitáés pequenas, mas distinetamente destacadas. 

Patas amarellaè, inclusive os quadris, femures posteriores com mancha 
distai pretp-, também as tibias posteriores na extremidade distai um pouco 
pardacentas e tarsos posteriores escurecidos. Mètatarso anterior aproxi¬ 
madamente = artículos 2-4. Tibia media com uma fileira dorsal de pellos 
que se-extende mais oú menos até a extremidade do 3, quarto; cílios pos- 
fracos. Tíbia posterior com uma comiáfba fiteis de pellos ra 









166 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


face dorsal e 12 cilios posterodorsaes, sendo os quatro superiores muito 
finos, os seguintes mais fortes. 

Aza (Est. VI, fig. 29) com matizes amarello-pardacentos, nervação 
parda. Nervura costal aproximadamente — 0,5 do comprimento da aza, 
divisões costaes = 15:11:2 34* Cilios costaes mais compridos do que 
a nervura humeral-transversal. Quarta nervura na base distinctamente 
recurvada. No lugar da alula cerca de cinco pellos. 

Balancins amarello-avermelhados. 

Comprimento total , 1,7-2,7 mm. 

Typos 7 Ç 9 de Petropolis, Borgmeier, Ronchi e Prade leg.; 1 9 de 
Lages (Santa Catharina), Frei L. Fresmann leg. 24.IX.1922. 

AFHIO CHAETA EMOLLITA, n. sp. 9 

Esta especie pertence ao grupo VI de Lundbeck e é muito visinha 
de luteifasâata, mas differe delia pela ausência dos tergitos abdominaes 
3-4 e pela proporção das divisões costaes. 

Cabeça e thorax exactamente como em luteífasdata . 

Abdômen com 0 ventre amarello. Primeiro tergito na metade basal 
pardo-escuro, no mais amarello-vermelho. Segundo tergito pardo-ennegre- 
cido, anteriormente no meio com larga mancha vermelha, que ás vezes oc- 
cupa toda a borda anterior na face dorsal. Segmentos 3-4 amarellos, mem- 
branosos. Quinto tergito preto, curto e largo, ligeiramente trapeziforme. 
Sexto tergito preto, alongado, menos largo, mas duas vezes mais comprido 
do que 5. Ventre no 4. segmento pubescente; também na margem posterior 
do 6 . ventrito alguns pellos isolados. Segmentos terminaes escuros. 

Patas como em lutdfasoiata . 

Aza (Est. VII, fig. 34) também muito parecida com luteifasciata } com 
matizes amarello-pardacentos, nervação parda. Nervura costal = 0,49 do 
comprimento da aza, as divisões costaes em proporção de 23:17:5. Quarta 
nervura na base um pouco recurvada. No lugar da alula ha cinco pellos. 

Balancins amarellos ou vermelho-amarellos. 

Comprimento total , 1,7-2 ,2 mm. 

Typos 18 9 9 de Petropolis, Ronchi e Prade leg. 

APHIOCHÀETA TÚRGIDA, n. sp. d* 9 

Esta especie pertence áo grupo VI de Lundbeck e é provavelmente 
visinha de A. femoralis End., de que differe pela nervura costal engrossada. 

Macho — Fronte mais larga do que comprida, de côr preta carregada, 
muito brilhante, polida, com sulco frontal e pubescencia escassa. Ha quatro 
cerdas postantennaes proclinadas, sendo as inferiores muito finas. As cerdas 



família phoridae (dipt.) 


167 


da primeira fileira frontal se inserem muito juntas nos ângulos anteriores 
da fronte; as cerdas interiores distam aproximadamente 2-3 vezes mais das 
postantennaes superiores do que das exteriores. Segunda fileira ligeiramente 
convexa para deante. Ha duas cerdas nas bochechas. Terceiro articulo 
antennal globular, preto ou pardo-ennegrecido ; arista dorsal comprida, 
distinctamente pubescente. Palpos pardo-escuros ou pardo-ennegreeidos, 
com seis cerdas na metade anterior. 

Thorax preto com matizes pardo-escuros. Ha duas cerdas dorsocentraes. 
Escutello com duas cerdas e de cada lado um pello fino. Mesopleuras des¬ 
nudadas. 

Abdômen preto-mate, também o ventre, com seis placas tergitaes de 
formação normal. Pubescencia curta e esparsa. Hypopygidio pardacento. 
Segmento anal curto, amarellado. 

Patas amaréllas, inclusive os quadris, femures posteriores pardos, na 
base mais claros, tibias e tarsos posteriores pardacentos. Metatarso ante¬ 
rior um pouco mais comprido do que os dois seguintes articulos tarsaes 
juntos. À fileira dorsal de pellos das tibias medias se extende quasi até 
a extremidade do 3. quarto. 

Aza (Est. VII, fig. 33) com matizes pardo-acinzentados, particular¬ 
mente no meio, bordas anterior e posterior mais claras, nervação parda. 
Nervura costal um pouco engrossada no 2. terço (no exemplar representado 
na photomicrographia um pouco extendida e dilatada pela pressão da 
laminula), aproximadamente = 0,5 do comprimento da aza, as divisões 
costaes mais ou menos em proporção de 17:17:54. Quarta nervura na 
base distinctamente recurvada. Quinta nervura na base só muito pouco 
recurvada. No lugar da alula dois pellos. 

Balancim pretos ou pardo-ennegrecidos. 

Femea — Parecida com o macho. Tergitos abdominaes 3-5 aproxi¬ 
madamente do mesmo comprimento. 

Comprimento total, 1,1-1,7 mm. 

Typos 4 tf tf e lç de Petropolis, B. Ronchi e C. Práde leg. 

APHIOCHAETA RÜFIPES, Meigef tf? 

1804, Meigen, Klass. eur. zweifl. Ins., I, 313, 3, fig. ( Trineura ). 

1901, Becker, Abh. Zool. bot. Ges. Wien, vol. I, pp. 59, 52 (Phord). 

1915, Brxjes, Buli. Wisc. Nat. Hist. Soc., vol. XII, p. 130. 

1922, Lundbeck, Dipt. Danica, Part VI, p. 375. . 

Especie pertencente ao grupo VI de Lundbeck. 

Lundbeck dá como zona de distribuição desta especie toda a Europa, 
Madeira, Canarías, e America do Norte. Entretanto, já em 1916 ella foi 



ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXV 


168; 

mencionada do Chile por Silva Figuekoa (Boi. Mus. Nac. Chile, vol. IX, 
p. 9). Ultimamente recebi também muitos exemplares de Curityba 
(Paraná), colleccionados por Frei Anacleto Wiltuschnig* que concordam 
perfeitamente com matérial europeu que me foi enviado pelo Padre 
Schmitz. Em Petropolis até hoje não encontrei esta especie, que, sem du¬ 
vida, foi importada da Europa ou da America do Norte. Dou em seguida 
uma traducção da descripção de Ltjndbeck:. 

Macho — Fronte consideravelmente mais larga do que alta, aproxi¬ 
madamente 2 vezes mais larga, -Jigeiramente acinzentada, mate; cerdsa 
fortes, cerdas interiores da primeira fileira no mesmo ou quasi no mesmo 
nivel como as exteriores e um pouco mais perto delias do que das postan- 
tennaes superiores; cerdas postantennaes de comprimento igual, as supe¬ 
riores mais aproximadas do que as interiores da segunda fileira, as inferiores 
um pouco mais aproximadas do que as superiores e inserindo-se perto 
delias. Antenna de tamanho normal, preta, arista comprida, distinctamente 
pubescente. Palpos amarellos, de tamanho normal, com cerdas bem desen¬ 
volvidas. 

Thorax preto, ligeiramente brilhante, ás vezes com ligeiros matizes 
pardacentos, com pubescencia curta pardacenta ou pardo-ennegrecida. 
Mesopleuras desnudadas. 

Abdômen um pouco comprido e relativamente estreito, preto-acinzeri- 
tado, mate; a pubescencia é bem visivel e muito pouco mais comprida nas 
margens posteriores dos segmentos; os lados do abdômen são revestidos por 
pellos curiosos, compridos, ou cerdas que são embotadas ou têm as pontas 
obtusas; ellas faltam no meio do dorso e são curtas nos lados do primeiro 
segmento. 0 hypopygidio é pequeno, mais alto do que comprido e prolon¬ 
gado em baixo ou para traz num processo curto; quando completamente 
extrahido, apresenta nos lados em baixo certo numero de pellos semelhantes 
aos do abdômen, mas mais curtos, e além disso existem pellos muito pequenos 
nos processos apicaes; mas geralmente o hypopygidio é retrahido, de ma¬ 
neira que os pellos não são percebidos; em baixo se encontra uma placa 
ventral com a extremidade arredondada, de tamanho medio, ligeiramente 
quadratica; segmento anal de tamanho medio, amarellado ou escuro. 

Patas amarrello-pardacentas a vermelho-pardo-escuras, femures pos¬ 
teriores ás vezes um pouco escurecidos na extremidade; os pellos em baixo 
da metade basal dos femures posteriores um pouco compridos; tibias pos¬ 
teriores com cilios distinctos, mas pequenos e semelhantes a pellos. 

Azas (Est. VII, fig, 35) tingidas de amarello ou amarrello-pardacento, 
ás vezes mais claras; nervuras pardas ou pardo-escuras, fortes; nervura 
costal alcançando o meio ou mais curta (até 0,46), 1. divisão costal apro¬ 
ximadamente 2 vezes mais comprida do que. 2 e distinctamente mais com- 



família phoridae (dipt.) 


169 


prida do que 2+3; cílios costaes muito qpmpridos; forquilha não larga; 
quarta nervura nascendo atraz da bifurcação, distinetamente, mas não 
muito curvada na parte basal, no mais quasi recta. 

Balancins amarellos. 

Fbmeá— Parecida, mas abdômen sem pellos compridos; pellos em 
baixo dos femures posteriores mais ou menos como no macho ou um pouco 
mais curtos; forquilha de angulo geralmente mais agudo. 

Comprimento , 2-3 mm.; este é o comprimento commum, havendo porém 
indivíduos, especialmente machos, que são muito menores, até 1,5 mm. 

ÂPHIOCHAETA STEPHÂNOIDEA, n. sp. ? 

Esta especie nova pertence ao grupo VI de Litndbeck e apresenta uma 
corôa curiosa de cerdas na borda posterior do 6. tergito abdominal. 

Fronte um pouco mais larga do que comprida nos lados, amarello-par- 
dacenta, metade superior ennegrecida, pubescente, com sulco frontal 
distincto. Ha 4 cerdas postantennaes proclinadas, sendo as inferiores aproxi¬ 
madamente = (ou pouco mais) do comprimento das superiores. Primeira 
fileira transversal fortemente convexa para deante; as cerdas interiores 
distam aproximadamente 2 vezes mais das postantennaes superiores do que 
das cerdas exteriores. Segunda fileira muito pouco convexa para deante, 
suas cerdas equidistantes. Ha 2 cerdas nas bochechas e cerca de 4 cerdas 
genaes. Terceiro articulo antennal pardo, globular; arista dorsal, comprida 
e distinctamente pubescente. Palpos amarellos, com 5 cerdas moderada¬ 
mente fortes na metade anterior. 

Thorax amarello-pardo, com 2 cerdas dorsocentraes. Escutello com 2 
cerdas e de cada lado 1 pello muito fino. Mesopleuras desnudadas. 

Abdômen largo, com o ventre de um sujo amarello e pubescente, e 6 
placas tergitaes largas. 1. tergito amarello-vermelho, tergitos 2-5 ligeiramente 
brilhantes, pardo-ennegrecidos, sómente 2 na margem anterior, amarello- 
vermelho. Tergitos 2 e 3 alongados, 3 aproximadamente = % do compri¬ 
mento de 2; 4. tergito extremamente curto, em forma de faixa muito estreita; 
pubescencia dos tergitos 2-5 esparsa, mais densa nas bordas posteriores, 
principalmente do 5. tergito, 6. tergito vermelho-claro, muito largo e appro- 
ximadamente tão comprido como o 2. tergito, completamente desnudado, 
sómente na borda posterior com uma corôa semicircular de cerca de 24 
cerdas características, ligeiramente curvadas e densamente agrupadas; as 
cerdas são um pouco engrossadas na metade distai e comprimidas (achatadas) 
em sentido transversal, mas têm a ponta aguda. Segmentos terminaes largos 
e pouco compridos; 7. segmento na região dorsal com 1 plaquinha chiti- 
nosa, que apresenta posteriormente 4 cerdas. Também o 8. segmento parece 

2307-924 22 



170 


AECHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


YOL. XXV 


possuir na região dorsal uma pl^quinha chitinosa, como indicam as cerdas 
proeminentes debaixo da margem posterior do 7, segmento; lateralmente 
se nota ainda 1 cerda mais forte, que provavelmente também pertence ao 
8. segmento. Lamellas genitaes pequenas, mas distinctamente destacadas. 

Patas amarellas, as posteriores com matizes pardacentos. Metatarso 
anterior aproximadamente tão comprido como os tres (2-4) seguintes 
artículos tarsaes juntos. A fileira dorsal de pellos da tibia media sô se 
extende até o meio da tibia. Tibia posterior com 1 completa fileira dorsal 
de pellos; os cilios posterodorsaes são finos e densamente agrupados. Me¬ 
tatarso posterior um pouco mais comprido do que os dois seguintes artí¬ 
culos tarsaes juntos. 

Azas com matizes pardacentos, nervação parda. Nervura costal = 
= 0,52 do comprimento da aza (m situ!), divisões costaes mais ou menos 
= 17:8:3 Cilios costaes compridos. Nervura mediastinal distincta. 
Quarta nervura na base um pouco obliterada. No lugar da alula 3 pellos 
ciliados. 

Balancins amarei los,. 

Comprimento total, 2,1 mm. 

Holotypo I 9 de Petropolis, B. Ronchi leg. 7.II.1923. 

APHIOCHAETA CÔNCAVA, n. sp. 9 

Esta especie nova pertence ao grupo VI de Lundbeck; a quarta ner¬ 
vura é fortemente concáva e termina muito deante da ponta da aza; na base 
da sexta nervura se acha uma pequena vesícula alar. 

. Fronte um pouco mais larga do que comprida nos lados, mate, pardo- 
escura, pubescente, com sulco frontal. Ha 4 cerdas postantennaes, as infe¬ 
riores mais ou menos = Y 2 do comprimento das superiores; as superiores 
distam mais ou menos tanto entre si como as cerdas inferiores da segunda 
fileira. Primeira fileira convexa para deante, as cerdas interiores se inserem 
um pouco acima do nivel das postantennaes superiores, das quaes distam 
tanto como das exteriores. Segunda fileira mais ou menos recta. Ha 2'cerdas 
nas bochechas. Terceiro articulo antennal pardo-escuro, globular; arista 
dorsal, distinctamente pubescente. Palpos amarellos, ás vezes pardacentos, 
com 6 cerdas na metade anterior. 

Thorax pardo-ferruginoso, esternopleuras um pouco mais claras. 
Ha 2 cerdas dorsocentraes. Escutello com 2 cerdas, que não são dirigidas 
para traz, mas fortemente curvadas para a linha mediana, de maneira 
que estão quasi parallelas á borda posterior do escutello; deante das cerdas 
de cada lado 1 pello também inclinado para a linha mediana. Mesopleuras 
desnudadas. 



família phoridae (dipt.) 


171 


Abdômen pardo-ennegrecido, também o ventre, com 6 placas tergitaes. 
Tergitos 2 e 6 um pouco alongados, 3-5 do mesmo comprimento, tergitos 
2-5 posteriormente com fina tarja amarella pallida. Pubescencia curta e 
esparsa; tairibem o ventre pubescente. Sexto segmento na margem posterior 
com pellos compridos. Também os segmentos terminaes com pellos com¬ 
pridos. Lamellas genitaes distinctamente destacadas. 

Patas amarello-ferruginosas, inclusive os quadris. Metatarso anterior 
aproximadamente tão comprido como os tres seguintes articulos tarsaes 
juntos. Tibia media com 1 fileira de pellos que se extende mais ou menos 
até a extremidade do 2. terço. Femures posteriores na metade basal da borda 
ventral com alguns pellos compridos. 

Azas (Est. VII, fig. 32) com matizes amarello-pardacentos, nervação 
pardo-clara. Nervura costal = 0,5 do comprimento da aza, divisões 
costaes aproximadamente = 14:7:1 Cilios costaes compridos. Nervura 

mediastinal fina, incompleta. Terceira nervura ligeiramente curvada na sua 
totalidade. Forquilha de angulo agudo, a cella pequena. Quarta nervura 
nascendo muito deante da bifurcação, fortemente côncava, terminando na 
orla anterior. Quinta nervura distinctamente em forma de S. Na base da 
sexta nervura ha uma pequena “vesicula” pardacenta. Sétima nervura mais 
fraca do que 4-6. No lugar da aluía ha 3 pellos. 

Balancins pardos. 

Comprimento total, 1,2-1,7 mm. 

Typos 13 9 9 de Petropolis, Ronchi e Prade leg. 

Genero PHALACROTOPHORA, Enderlein 

1912, Enderlein, Stett. Ent. Zeit., p. 21. 

1912, Brues, Psyche, vol. 19, p. 135. 

1912, Málloch, Proc. U. S. Nat. Mus., vol. 43, p. 518. 

1914, Malloch, Trans. Amer. Ent. Soc., vol. 40, p. 27 (. Paraphiockaeta , part) 

1920, Schmitz, Jaarb. Nat. Gen. Limburg, 1919, p. 125. 

1922, Lundbeck, Dipt. Danica, Part VI, p. 419. 

1922, Schmitz, Tijdschr. v. Ent., vol, LXV, p. 226._ 

' # 1924, Borgmeier, Soc. eiitomol., vol. 39, p. 13. 

Caracteres genericos : Fronte abahulada em sentido longitudinal, sempre 
um pouco, muitas vezes consideravelmente mais comprida do que larga, 
geralmente muito brilhante, ponteada ou lisa, com sulco frontal fino que ás 
vezes falta por completo. Cerdas postantennaes proelinadas, fracas, em nu¬ 
mero de 2 ou 4. Ha 4 fileiras de 2, 2, 4, 4 cerdas frontaes. Terceiro articulo 
anteimai globular ou oval, arista dorsal. Thorax com 2 cerdas dorsocen- 
traes. Escutello com 2-4 cerdas. Mesopleuras glabras ou pubescentes, ás 



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ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


VOL. XXV 


vezes com 1-2 cerdas compridas (epeirae Brues, bispinosan. sp , } petropolitana 
n. sp.) Hypopygidio geralmente pequeno, tubo anal comprido. Segmentos 
terminaes da femea geralmente extrahidos eüm pouco chitinisados, lembrando 
um ovipositor. Tibias posteriores com 1 fileira dorsal de pellós e 2 series 
de cilios. Azas como em Aphiochaeta. 

Typo do genero: P. bruesiana Enderlein. 

Este genero é muito visinho de Aphiochaeta , mas differe pelos carac¬ 
teres da fronte em união com as 2 series de cilios das tibias posteriores. 
Com Schmitz, eu considero as cerdas frontaes como dispostas em 4 fileiras 
transversaes de 2, 2, 4, 4 cerdas. Às cerdas da 1. fileira geralmente não são 
inclinadas para a linha mediana, como se dá em Aphiochaeta , mas reclinadas 
e parallelas entre si. A opinião de Lündbeck (p.423), que todas as especies 
possuíssem um abdômen muito modificado como berolinensis Schmitz, 
não foi confirmada. 

Do genero Phalacrotophora até hoje foram descriptas 4 especies bra¬ 
sileiras, ás quaes aecrescento no seguinte 2 especies novas. 


Chave das especies brasileiras 


1 . 

2 . 

3. 

4. 

5. 


MesopJeuras desnudadas.. 

Mesopleuras pubescentes. 

Balancins amarellos. 

Balancins pardoennegrecidos. 

Sem sulco frontal; pleuras amarello-ferruginosas..... 
Com sulco frontal; mesopleuras atraz com mancha 

pardo-escura . „ . 

Mesopleuras sem cerdas. 

Mesopleuras com cerdas.. 

Mesopleuras com 1 eerda comprida; ponta das azas 

pardacenta . 

Mesopleuras com 2 cerdas compridas; ponta das azas 
não pardacenta . 


. 2 . 

. 3. 

. 4. 

1. appendicigera Borgm. 

2. neotropiea Borgm. 

3. pleuromaculata Borgm. 

4. bruesiana Enderl. 

. 5. 

5. petropolitanan . sp. 

6. bispinosa n. sp. 


PHALACROTOPHORA APPENDICIGERA, Borgmeier 9 
1924, Societas entomologica, vol. 39, pp. 13-15. 

Esta especie é particularmente interessante devido a um orgão curioso, 
que se acha na base do 7 o segmento abdominal. E ; possivel que se trate 
de um orgão odorífero que serve para attrahir os machos. 

Fronte muito brilhante, amarello-ocraeea, sem sulco frontal, borda an¬ 
terior convexa, comprimento no meio e largura em proporção de 35: 21, com 
poucos pellinhos finos perto das bordas lateraes, 2 cerdas postantennaes pro- 













PAMILIA PHORIDAE (üIPT.) 


173 


clinadas fracas e 4 fileiras de 2, 2, 4, 4 cerdas. As cerdas da primeira fileira 
são mais compridas do que as demais cerdas frontaes (seu comprimento 
excede um pouco a metade da altura frontal) e se inserem immediatamente 
perto da borda frontal anterior; ellas distam um pouco mais da margem 
ocular do que das cerdas frontaes. As cerdas da segunda fileira são implan¬ 
tadas perto da margem ocular, um pouco em baixo do meio da fronte. Ter¬ 
ceira fileira côncava para deante; as cerdas interiores são muito pequenas 
e se inserem mais ou menos no nivel do ocello anterior ; ellas distam apro¬ 
ximadamente tanto entre si como os ocellos posteriores; também as cerdas 
exteriores são um pouco enfraquecidas e menos compridas do que as cerdas 
da segunda fileira. As cerdas verticaes exteriores distam aproximadamente 
2 vezes mais das interiores do que essas entre si. Triângulo ocellar de, an¬ 
gulo obtuso. Olhos grandes, ciliados. Ha 1 cerda nas bochechas e uma serie 
de 8-10 cerdas genaes densamente agrupadas. Terceiro 
articulo antennal pequeno, amarello-esbranquiçado; 
arista dorsal, ultrapassando um pouco a borda occi¬ 
pital, parda, na base amarello-esbranquiçada, dis- 
tinctamente pubescente. Palpos amarellos, curtos e 
largos, achatados em sentido dorsoventral, anterior- 
mente com cerca de 4 cerdinhas curtas. Tromba 
amarella, curta. 

Thorax amarello-ferruginoso, pleuras amarello- 
claras. A pubescencia se torna distinctamente mais 
comprida deante do escutello. Ha 2 cerdas dorso- 
centraes, que distam mais ou menos tanto entre si 
como as cerdas escutellares anteriores. Escutello pos¬ 
teriormente com tarja amarello-clara, no meio mais 
escuro, com 4 cerdas, sendo as anteriores mais ou Fis * 14— phaiacmtophora *p- 

pendfcigera, Bqrgm. Y , 

menos = J4 do comprimento das posteriores. Meso- segmentos abdommaes i-e. 
pleuras desnudadas. 

Abdômen com o ventre amarello e 6 placas tergitaes (fig. 14 no texto) 
Primeiro tergito pardo-ennegrecido. Segundo tergito alongado. Tergitos 2-4 
na região dorsal quasi inteiramente vermelho-amarellos, nos lados pardo- 
ennegrecidos. Tergitos 3 e 4 posterior mente no meio com pequena mancha 
rectangular pardo-escura. Quinto tergito atraz com chanframento semi¬ 
circular, a que se segue uma região membranosa densamente revestida por 
microtrichos. Sexto tergito pardo, fortemente brilhante (os demais tergitos 
mates) ; o mesmo é anteriormente alongado (indicado na fig. 14 por pon¬ 
tinhos) e fica coberto pela região membranosa e uma parte do 5 o tergito; 
onde as duas placas tergitaes se sobrepõem, fica de cada lado uma mancha 
pardo-ennegrecida; a borda anterior do 6 o tergito apresenta no meio um 













174 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


VOL, XXV 


pequeno chanframento. Na margem posterior apresenta o 6 o tergito uma 
pequena região branca, anterior e lateralmente chanfrada, a qual é des¬ 
nudada e também desprovida de microtrichos. Segue-se a membrana inter- 
segmental de coloração pardo-escuça. À região incolor na margem pos¬ 
terior do 6 o tergito não é de natureza puramente membranosa, mas 
ligeiramente chitinisada, e talvez esteja em relação funccional com o orgão 
característico na base do 7 o segmento. 

Este orgão que, quando extrahido, é de cor amarello-esbranquiçada, 
attrahiu primeiro a minha attenção num exemplar capturado por B. Ronohi 
(25, ¥.23); em breve o orgão começou a corrugar-se visivelmente. Mais 
tarde consegui capturar mais tres exemplares da mesma especie, nos quaes 
porém o orgão estava retrahido e não' visivel de fóra. Um desses exemplares 
foi cozinhado numa forte solução de potassa caustica e depois transferido 
para agua, a Tjue se seguiu um entumescimento do abdomem inteiro. Em 
seguida os segmentos terminaes foram cortados e postos novamente em 


agua. Finalmente consegui com 
alguma difficuldade extrahir o 
orgão (fig. 15 no texto), o qual 
é ligado á base do 7 o segmento. 
Consiste principalmente de um 
sacco membranoso collocado li¬ 
vremente em baixo da epiderme 
abdominal, do qual se salienta 
anteriormente um processo digiti- 
forme, revestido densamente por 
pellos compridos e finos. , Esse 
processo póde ser retrahido em 



Fig. 15 — Phalacrotophora uppendicigera, Borgm. 9 , segmentos 
terminaes, vista lateral, com o "orgão odorífero” na base do 
7» segmento. 


sua totalidade para dentro do sacco e o orifício póde ser fechado por uma 
peça superior em forma de labio. Quando extrahido no insecto vivo, o 
processo digitiforme é dirigido obliquamente para cima e para traz; a 
tampa labiforme se lhe acha immediatamente em baixo, também visivel 
de fóra; ambos portanto descrevem mais ou menos um semicirculo, para, 
na posição normal no interior do corpo, alcançar a posição indicada. 

 significação physiologica desse orgão é por em quanto um enigma. 
Talvez se trate, como já ficou dito, de um apparelho odorifero, que serve 
para attrahir os machos. 

A figura 16 (no texto) representa os segmentos terminaes em vista 
dorsal. No preparado representado nesta figura o “orgão odorifero” é dirigido 
para baixo, sendo anteriormente só visivel uma parte da tampa labiforme. 
0 processo digitiforme transparece pela epiderme do sacco e é indicado por 
pontinhos. Sétimo segmento chitinisado na metade anterior, amarello-aver- 








FAMÍLIA PHORIDAE (diPT.) 


175 



melhado, com alguns pellos na margem posterior da parte chitinisada. 
Oitavo segmento na metade posterior com uma placa chitinosa mais óu 
menos rectangular, que apresenta de cada lado 2 pellos de comprimento 
diverso; a metade anterior é membranosa, mas lateral¬ 
mente se extende uma faixa chitinosa para o dorso. Nono 
segmento na região domai com uma placa chitinosa mais 
ou menos pentagonal, a qual apresenta também de cada 
lado 2 pellos; o pello posterior é muito miudinho. 010° seg¬ 
mento é representado na região dorsal por uma plaquinha 
chitinosa semicircular microscopicamente pequena, reves¬ 
tida de 6 pellos. Lamellas genitaes pequenas e delgadas. 

As regiões lateraes do 8° segmento e em parte também do 
9 o segmento são revestidas por estrias longitudinaes forte¬ 
mente chitinisadas, as quaes se extendem em parte á 
região ventral. No meio do* 8. ventrito se notam 2 estrias 
longitudinaes chitinosas, finas, em cuja extremidade distai 
se acha o orifício genital, o qual é rodeado por alguns *"■«. i* — Phfílacroto- 

,, phora appcndici- 

pellmhos. gera< Bokgm . v. 

Paias amarelías. Tibia anterior ha face dorsal com 
1 serie completa de 12 cerdas curtas, para o lado postero- 
dorsal ainda 4 mais isoladas. Na face posterior se acham na extremidade 
apical cerca de 6 cerdas terminaes curtas semelhantes a agulhetas. Tarso 

anterior abreviado. Tibia média com 1 fileira completa de 
pellos na face dorsal, 8 cilios anterodorsaes nos 1,-3. quartos, 
e 7 cilios postèrodorsaes, dos quaes o 6 o se insere um pouco 
em baixo do meio, sendo o 7 o subapical; além disso, um 
esporão ventral comprido e de cada lado 1 cerda terminal 
curta. Metatarso medio (fig. 17 no texto) alongado, 2. arti¬ 
culo tarsal fortemente abreviado, artículos 2-5 na face pos¬ 
terior (na diagnose original disse erradamente “ventral”) 
com uma serie de finos pellos sensorios densamente agru¬ 
pados. Femures posteriores com 1 completa fileira de 
pellos na face dorsal, 9 cilios anterodorsaes e 9 postero- 
dorsaes; além disso, 1 esporão ventral e algumas cerdas 
terminaes. 

Azas (Est. VII, fig. 31) com ligeiros matizes ama- 
ger*, borgm. 9 , rello-pardacentos, borda anterior (a partir da extremi- 
dade costal) um pouco escurecida, nervação pardacenta. 
Nervura costal comprida, = 0,61 do comprimento da aza, com cilios 
' curtos; as divisões costaes estão mais ou menos em proporção de 
24 17:7. Nervura mediastinal falta. Quarta nervura longitudinal 


;'s 


Fig. Vt — Ph ai acro to 
phora appendici 














176 


AECHIYOS DO MUSEU NACIONAL — VQL. XXV 


na base um pouco obliterada, nascendo na bifurcação. No lugar da alula 
6 pellos. 

Balancins pardo-ennegrecidos. 

Comprimento total , mais ou menos 3 mm. 

Os typos desta especie são provenientes de Petropolis. 

PHALACROTOPHORA NEOTROPICA, Bobgmeiêr ? 

1923, Boi. Mus. Nac. Rio, vol. I, p. 56. 

Esta bella especie até hoje não foi reencontrada. O holotypo é prove¬ 
niente de Petropolis. 

A’ diagnose original devem ser acerescentados os dados seguintes: 
Tarso anterior muito abreviado, um pouco menos comprido do que a tibia, 
a qual também é relativamente curta. Balancins amarellos. 

Outros caracteres importantes são: Fronte vermelho-amarella, com 2 
cerdas postantennaes, sem sulco frontal. Thorax amarello-fermginoso. Es- 
cutello com 4 cerdas. Mesopleuras desnudadas. Quinto tergito abdominal 
alongado, trapeziforme, muito brilhante, Tibia media com 2 series de ci- 
lios nos 1.-2. terços. Nervura costal= 0,54 do comprimento da aza, divisões 
costaes mais ou menos = 15:9:2 há- Comprimento total mais ou menos 
4 mm. 


PHALACROTOPHORA PLEUROMACULATA, Borgmeier Ç 
1923, Vozes de Petropolis, vol. XVII 2, p. 795. 

Também esta especie, que é visinha de neotropica } até hoje não foi re¬ 
encontrada. 

Fronte aproximadamente 2 vezes mais comprida no meio do que larga 
anteriormente, amarella, brilhante, com poucos pellos finos, sulco frontal 
ligeiramente accusado, 2 cerdas postantennaes proclinadas e 4 fileiras trans- 
versaes de 2, 2, 4, 4 cerdas. As cerdas da primeira fileira se inserem perto 
da borda anterior, no meio entre a linha mediana e a margem ocular; ellas 
distam tanto das cerdas da segunda fileira, implantadas perto da margem 
ocular, como essas das cerdas exteriores da terceira fileira, que é côncava, 
sendo as suas cerdas interiores fracas. Os ocellos formam um angulo 
obtuso. Ha 1 cerda nas bochechas (malae) e 10 eerdinhas genaes. Terceiro 
articulo antennal pequeno, amarello-esbranquiçado; arista dorsal, fina¬ 
mente pubescente. Palpos pequenos, anteriormente com 4 cerdas curtas. 

Thorax amarello-ferruginoso na metade anterior, pardo-ennegrecido 
na metade posterior, também as mesopleuras atraz nos dois terços supe- 



família phoridae (dipt.) 


177 


riores com grande mancha pardo-ennegrecida irregular e anteriormente 
chanfrada, a qual se extende ás metapleuras. Propleuras com 1 cerda di¬ 
rigida para traz deante dq estigma prothoracico; mesopleuras desnudadas. 
Escutello amarello, anteriormente escurecido, com 4 cerdas de comprimento 
igual 

Abdômen com o ventre amarello (abstrahindo-se do 6. ventrito, o qual 
é mais escuro) e 6 placas tergitaes mais ou menos brilhantes. Tergitos 2-3 
lateralmente e atraz pardo ennegrecidos, anteriormente ccm gande chan- 
framento amarello, 4 preto nos lados, no mais amarello, 5 inteiramente ama¬ 
rello, só perto da borda posterior com fina estria preta, 6 prolongado, pardo 
ennegrecido, fortemente brilhante; todos os tergitos posteriormente com 
fina tarja amarella.” Pubescencia escassa. Segmentos terminaes escuros, 
chitinisados, dando o’aspecto de um ovipositor; 7. segmento na região dorsal 
coberto de pellos. Lamellas genitaes pequenas, mas distinctamente desta¬ 
cadas. 

Patas amarellas, femures posteriormente com o quarto apical pardo- 
escuro. Tibia anterior na face dorsal com uma serie completa de 10 cerdinhas 
curtas, na face posterior ha 6 pequenas agulhetas terminaes; tarso ante¬ 
rior abreviado.Tibia media com 1 fileira completa de pellos na face dorsal, 
4-7 cilios anterodorsaes e 5 posterodorsaes, dos quaes o ultimo se insere mais 
ou menos na extremidade do 2. terço. Tibia posterior com 1 fileira dorsal 
de pellos, 8 cilios anterodorsaes e 8 posterodorsaes. 

Azas com a ponta bastante escurecida, nervação parda. Nervura costal 
um pouco mais comprida do que a metade da aza, com cilios muito finos 
e densamente agrupados; divisões costaes em proporção de 20:13:4. Quarta 
nervura longitudinal nascendo deante da bifurcação, na extremidade distai 
com ligeira tendencia de se curvar no sentido da orla anterior. No lugar 
da àlula ha 7 pellos ciliados. 

Balancins amarello-claros. 

Comprimento total, mais ou menos 3,2 mm. 

. O holotypo é proveniente de Petropolis. 

PHALACROTOPHORA BRUESIANA, Enderlein ? 

1912, Enderlein, Stett. Ent. Zeit., p. 21. 

1920, Schmitz. , Jaarb. Nat. Gen. Limburg 1919, p. 126. 

1923, Schmitz., íbid. 1920-23, p. 50. 

Esta especie é o typo do genero. A descripção de Enderlein é muito 
deficiente, pelo que dou no seguinte a nova descripção de Schmitz, que viu 
o typo do Museu de Stettin. 

2307-924 


23 



17$ 


ABCHIYOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


Fronte occupando mais ou menos 5 /i 2 da maior largura da cabeça, 
consideravelmente mais comprida do que larga (7 5), com sulco frontal 

distincto, brilhante, de côr preta carregada, só na borda anterior de cada 
lado com mancha amarello-parda, pubescénte e ponteada. Ha 4 fileiras 
transversaes de 2, 2, 4, 4 cerdas. As cerdas das 1, e 2. fileiras se inserem perto 
da margem ocular e distam tanto entre si como as cerdas da segunda fi¬ 
leira das cerdas exteriores da terceira fileira. Ha 2 pares de cerdas postan- 
tennaes-proclinadas de comprimento igual; as inferiores se inserem muito 
juntas e as superiores distam um pouco ‘mais entre si. Olhos principaes 
pubescentes, grandes, i. é occupando inteiramente as regiões lateraes da 
cabeca, de maneira que não fica espaço livre para as bochechas e as genae; 
comtudo ha mais ou menos 7 cerdas nas bochechas e nas regiões genaes. 
Terceiro articulo antennal vermelho, pequeno, com ponta apical distincta 
è arista dorsal praticamente desnudada, de comprimento normal. Palpos 
amarellos, com cerca de 5 cerdas moderadamente compridas. Tromba 
normal, 

Thorax preto, os hombros pardacentos e atraz das raizes ‘das azas com 
margem lateral amarella, também o escutello preto, cuja pubescencia af- 
firmada por Enderlein não posso perceber, na base com a borda amarella. 
Cerdas escutellares quebradas no typo, provavelmente só em numero de 
2. Pleuras pretas, terço superior das mesopleuras pubescente. 

Abdômen amarello-vermelho, tergitos 1 e 2 com faixa transversal es¬ 
cura, que deixa livres as bordas anterior e posterior e não alcança a margem 
lateral; também o 3, tergito com uma região escura, a qual, porém, pode 
provir do transparecer de um apparelho chitinoso situado em baixo da 
epiderme. Terceiro tergito mais largo do que os outros; parece que não 
existe uma papilla pubescente como em Ph. fasciaia (Fallen). 4. tergito 
consideravelmente menos largo do que 3, rectangular, com a margem lateral 
esbranquiçada. 5. segmento o mais comprido de todos, mas muito mais 
estreito e cylindrico, região dorsal mal conservada, região ventral com uma ■ 
macula preta de cada lado. 6. segmento também cylindrico e ainda mais 
estreito. Segmentos terminaes retrahidos. 

Patas inteiramente amarellas, também os quadris anteriores. Femures 
posteriores na extremidade apical de nenhuma maneira escurecidos, na base 
da face ventral sem pellos característicos. Tibias medias e posteriores com 
fileira dorsal de pellos e 2 series de cilios; nas tibias medias se extende a serie 
dos 7 cilios pôsterodorsaes até a extremidade do 2. terço da tibia, a fileira 
dorsal termina com 1 cilio dorsal na região sub apical, os cilios anterodorsaes 
são fracos. Nas tibias posteriores existe uma série completa de 8 cilios 
posterodorsaes muito fortes e compridos; a serie dos 8 cilios anterodorsaes 
é mais fraca e não inteiramente completà. Metatarso posterior normal. 



FAMÍLIA PHOÍtIDAE (üIPT.) 


179 


Azas muito compridas e com fortes matizes amarellos. Nervura costal 
com. ciliôs curtos, muito comprida, 1. divisão costalmais ou menos = 2, 
angulo da bifurcação moderadamente grande. 

Balandns amarellos com mancha preta na ponta do capitulo. 

Comprimento total (segundo Enderlein), 2,9 mm. 

O holotypo é proveniente de Hammonia (Santa Catharina). 

PHALACROTOPHORA PETROPOLITANA, n. sp. <f 

Esta especie differe das demais especies brasileiras do genero pelas me- 
sopleuras, que apresentam 1 cerda comprida. Os balancins são brancos e 
as pontas das azas notavelmente escurecidas. 

Fronte distinctamente mais comprida do que larga (comprimento no 
meio e largura em proporção de 24:17), brilhante, preta com matizes 
pardacentos, borda anterior amarelio-parda, ponteada, com sulco frontal 
distincto e 4 cerdas postantennaes proclinadas de comprimento igual; as 
inferiores se inserem muito juntas, sendo a sua distancia mutua mais ou 
menos = V 3 da das superiores; as superiores distam mais ou menos tanto 
entre si como as cerdas interiores da terceira fileira frontal. Ha 4 fileiras de 
2, 2, 4, 4 cerdas frontaes. Às cerdas das duas fileiras anteriores se inserem 
perto da margem ocular; as cerdas da segunda fileira distam um pouco 
mais das cerdas da primeira fileira do que das exteriores da terceira 
fileira, a qual é ligeiramente côncava para deante. Os ocellos formam um 
angulo obtuso. Olhos pubescentes, grandes, occupando as regiões lateraes 
da cabeça. Ha 1 cerda nas bochechas e 3 cerdas genaes. Terceiro articulo 
antennal vermelho-amarello, um poucp oval; arista dorsal, com os dois 
primeiros articulos amarellos, o terèííro pardo, finamente pubescente, 
notavelmente menos comprida do que a fronte. Palpos amarellos, com 
cerca de 6 cerdas curtas. 

Thorax preto, brilhante, com 2 cerdas dorso-centraes. Escutello com 2 
cerdas, deante das quaes de cada lado 1 pello fino. Mesopleuras poste- 
riormenie no terço superior pubescentes e com 1 cerda dirigida para traz, 
mais ou menos do comprimento do metatarso anterior. 

Abdômen com o ventre escuro e 6 placas tergitaes pretas mais ou menos 
brilhantes, de formação normal. Segundo tergito lateralmente com cerca 
de 6 pellos compridos semelhantes a cerdas; a demais pubescencia esparsa. 
Hypopygidio pequeno, retrahido, pardo-ferruginoso, lateralmente com 
pellos. Segmento anal ferruginoso, moderadamente comprido, styli com¬ 
pridos. 

Paias pardo-ennegrecidas, as anteriores e tibias e tarsos médios 
pardo-ferruginosos. Articulos tarsaes anteriores 2-5 abreviados, metatarso 



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ÁBCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


anterior mais ou menos tão comprido como os tres seguintes articulos 
tarsaes juntos. Tibias medias e posteriores com 1 fileira dorsal de pellos e 2 
series de cilios. A fileira dorsal da tibia media termina com 1 cílio dorsal 
na região subapical (como em bruesiana ); a serie dos 6 cilios posterodorsaes 
se extende até a extremidade do 2. terço da tibia; os cilios anterodorsaes 
são fracos; ha 1 esporão ventral comprido. Tibia posterior com uma serie 
completa de 10-11 cilios posterodorsaes fortes, sendo os dois superiores 
mais fracos; os 6 cilios anterodorsaes são mais fracos e só se extendem até 
a extremidade do 2. terço. Femures posteriores muito dilatados, com 
pubescencia comprida, principalmente na borda ventral, na borda dorsal 
ha uma ser-ie de pellos eriçados. 

Azas compridas, com fortes matizes amareilo-pardacentos e o terço 
apical escurecido; nervação pardacenta, na raiz da aza amarello-clara. 
Nervura costal com cilios curtos, = 0,6 do comprimento da aza (in situl), 
divisões costaes mais ou menos = 16:11:4. Ângulo da forquilha modera¬ 
damente grande. Quarta nervura nascendo na bifurcação. Não pude 
verificar o numero dos pellos no lugar da alula. 

Balancins brancos. 

Comprimento total , aproximadamente 1,8 mm. 

Typos 3 tfa* de Petropolis, . 22.V.1922 (Frei Lourenço Fresmann leg. 
na janella), 11.IX. 1924 (Borgmeier leg. na janella), 25.XI.1924 (Frei 
B. Eonchi leg. com a rêde). 

PHALACROTOPHORA BISPINOSA, n. sp. tf 

As mesopleuras desta espécie nova apresentam de cada lado duas 
cerdas compridas. Também o numero das cerdas postantennaes como a 
disposição das cerdas frontaes, differe de petropolitana. 

Fronte no meio mais comprida do que larga posteriormente, (4 : 3), 
ligeiramente estreitada para deante, brilhante, pardo-ennegrecida, ponteada, 
com sulco frontal distincto, duas cerdas postantennaes e quatro fileiras de 
2, 2, 4, 4, cerdas frontaes. As cerdas postantennaes se inserem muito juntas; 
entre ellas se acham alguns pellos proclinados que são distinctamente 
mais compridos do que a demais pubescencia frontal dirigida para traz. 
As cerdas da primeira fileira são dirigidas para traz e se inserem na 
margem frontal anterior, muito perto das cerdas postantennaes. As cerdas 
da segunda fileira se implantam num nivel um pouco mais elevado perto da 
margem ocular; ellas distam aproximadamente tanto das cerdas da primeira 
fileira como essas da linha mediana. Terceira fileira aproximadamente recta; 
suas cerdas se inserem quasi no nivel do ocello anterior. Olhos grandes, 
pubescentes e chiados. Ha uma cerda nas bochechas e oito cerdas genaes 



família piioiíidae (dipt.) 


181 


densamente agrupadas. Terceiro articulo antennal pequeno., pardo-ferru¬ 
ginoso ; arista dorsal, praticamente desnudada, de comprimento normal. 
Palpos amarellos, com cerca de cinco cerdas moderadamente compridas. 

Thorax côr de castanha escura, metade anterior das mesopleuras e 
esternopleuras um pouco mais claras. Pubescencia muito fina e densamente 
agrupada, tornando-se distinctamente mais comprida deante do escutello; 
os quatro pellos que se inserem entre as duas cerdas dorsocentraes são 
semelhantes a cerdas. Escutello com quatro cerdas, sendo as anteriores 
mais ou menos = % do comprimento das posteriores. Mesopleuras poste¬ 
riormente no terço superior pubescentes, na margem posterior com duas 
cerdas muito compridas, que são aproximadas e dirigidas para traz. 

Abdômen desnudado, com o ventre escuro e seis placas tergitaes pardo- 
ennegrecidas, ligeiramente brilhantes, de formação normal. Os tergitos 
2-5 differem pouco quanto ao seu comprimento, sendo 2 mais ou menos 
tão comprido como 5; tergito 6 um pouco mais comprido. Hypopygidio 
pequeno, retrahido ; segmento anal pardo-ferruginoso, pubescente, mode¬ 
radamente comprido. 

Patas amareHo-pardas, femures posteriores sem mancha apical. Tibia 

mterior na face dorsal com uma serie completa de 10-11 cerdinhas curtas, 

* 

sendo as da metade basal um pouco mais compridas do que as da metade 
distai e 5-6 mais fortes do que 1-4. Metatarso anterior aproximadamente 
tão comprido como os tres articulos t&rsaes juntos. Tibia média com uma 
fileira domai de pellos que se estende mais ou menos até a extremidade do 
5. sexto, quatro cilios anterodorsaes na metade basal e 5-6 cillos postero- 
dorsaes que se estendem até um pouco além do meio da tibia; ha um esporão 
ventral comprido. Tibia posterior com uma fileira completa de pellos na 
face dorsal, uma serie completa de nove cilios posterodorsaes (quatro fracos 
e cinco mais fortes) e seis cilios anterodorsaes, dos quaes quatro se inserem 
na metade basal e dois na metade distai, sendo ambos os grupos separados 
por um intervallo; o ultimo se insere mais ou menos na extremidade do 
4. quinto da tibia; ha dois esporões ventraes de comprimento diverso. 

Azas quasi hyalinas, nervação distinctamente parda. Nervura costal 
mais ou menos = 0,44 do comprimento da aza (in situl) ? divisões 
costaes = 17:9:5. Cilios costaes curtos. Forquüha de angulo agudo. Quarta 
nervura longitudinal na base obliterada, no principio um pouco curvada 
para cima, no mais um pouco, mas muito Kgeiramente, curvada no sentido 
da orla anterior. No lugar da alula cerca de quatro pellos. 

Balancms amarello-claros. 

Comprimento total , aproximadamente 1,5 mm. 

Holotypo 1 o" de Pesqueira (Pernambuco), Frei Clemente Apheuser 
leg. 28.1.1922. 



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AR CHI VOS DO MUSEU NACIONAL 


VOL. XXV 


Genero JOHOWIA, Silva 

1916, Silva, Boi. Mus. Nac. Chile, vol. IX, p. 19. 

1923, Borgmeier, Arch. Mus. Nac. Rio, vol. XXIV, p. 341. 

Caracteres genericos: Fronte com sulco frontal distincto, um numero 
variavel (mais do que 10) de cerdas postantennaes proclinadas densamente 
agrupadas de ambos os lados da linha mediana, e tres fileiras transversaes 
de 4, 4, 4 cerdas frontaes; primeira fileira ás vezes muito convexa para 
deante como em Aphiochaeta, suas cerdas interiores inclinadas para a 
linha mediana. Tubérculo ocellar distiiicto. Terceiro articulo antennal 
globular, arista dorsal. Olhos grandes, pubescentes e ciliados, Thorax com 
duas cerdas dorsocentraes. Escutello com 2-4 cerdas. Azas e tibias poste¬ 
riores como em Aphiochaeta. Hypopygidio pequeno, formado como em 
Aphiochaeta. Segmentos terminaes da femea molles, retrácteis. 

Typo do genero: J. chiíensis Silva. 

Deste genero descrevo ho seguinte a primeira femea (de ronchii m.), 
a qual tem os segmentos terminaes molles, de maneira que o genero se 
distingue de Aphiochaeta sómente pelo numero das cerdas postantennaes, o 
que parece ser sufficiente para a separação generica. 

JOHOWIA RONCHII, Borgmeier tf 9 
1923, Arch. Mus. Nac. Rio, vol. XXIV, p. 341. 

Macho — Terceiro articulo antennal globular, de tamanho normal 
(não bastante grande, como disse na diagnose original). As cerdas interiores 
da segunda fileira distam aproximadamente 2J^-3 vezes mais entre si do 
que das exteriores. O numero das cerdas que se inserem na margem ocular 
anterior varia entre 7 e 10. A fig. 57 (Est. XII) representa a pata anterior: 

Femea (ainda não descripta) — Parecida com o macho. Também 
na femea as cerdas interiores da segunda fileira sao um pouco inclinadas 
para a linha mediana ; ellas distam aproximadamente 2 J^-3 vezes mais 
entre si do que das cerdas exteriores. Terceiro articulo antennal vermelho, 
pequeno, globular. 'Palpos como no macho. Abdômen com seis placas ter- 
gitaes de formação normal; pubescencia e coloração como no macho. Seg¬ 
mentos terminaes molles, amarello-pardos, segmentos 9-10 muito estreitos. 
Lamellas genitaes pequenas, mas distinctamente destacadas, finamente 
pubescentes. Todos os quadris de côr amarella. 5. articulo tarsal anterior 
só pouco dilatado; unhas e polvilhos normaes. Femures posteriores com 
mancha apical preta. Metatarso posterior aproximadamente tão comprido 




família phoridae (dipt.) 


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como os dois seguintes articulos tarsaes juntos. Azas como no macho. 
Segundo mostra a photomierographia (Est. VIII, fig. 36), a base da 
quarta nervura longitudinal é um pouco menos accusada do que o resto, 
sendo ás vezes distinctamente recurvada no principio, de maneira que 
acompanha a pequeno trecho a terceira nervura. Comprimento total 
3,5 mm. 

A descripção da femea se baseia sobre tres exemplares de Petropolis, 
Frei Cajetano Prade leg. 7, 8, e 28.11.1924. O mesmo apanhou ainda 
seis machos, também no mez de fevereiro. 

Genero PSEUDOHYPOCERA, Malloch 
1912, Proc. U. S* Nat. Mus. vol. 43, p. 439, fig. 

Caracteres genericos : Cabeça grande. Fronte com duas cerdas postan- 
tennaes erectas e tres fileiras de 4, 4, 4 cerdas; primeira fileira convexa 
para deante, inserindo-se as cerdas interiores perto das postantennaes, quasi 
no mesmo nivel. A segunda fileira se acha quasi no nivel do oceilo anterior. 
Terceiro articulo antennal mais ou menos oval, arista apical ou subapical. 
Clypeo muito proeminente na femea. Escutello com quatro cerdas. Hypo- 
pygidio pequeno. Segmentos terminaes da femea retrácteis. Azas grandes, 
terceira nervura longitudinal forquilhada, forquilha pequena; nervura me¬ 
dias tinal ausente. 

Typo do genero: P. clypeata Malloch. 

Deste genero até hoje só se conhecem duas especies, uma proveniente 
do México e outra do Brasil. 

PSEUDOHYPOCERA NIGROFASCIPES, Borgmeier-Schmitz tfÇ 
1923, Deutsch. Ver. Wiss. Kunst, S. Paulo, 3. Jahrg. 1922, p. 132. 

Desta especie também se conhece agora a femea. Dou primeiro a tra- 
ducção da diagnose original do macho. 

Macho — Fronte um pouco brilhante, mais larga do que comprida, 
com sulco frontal apagado deante do oceilo anterior, mas anteriormente 
excavada, formando uma pequena cova. Ha duas cerdas postantennaes 
divergentes não proclinadas, mas erectas. Cerdas interiores da primeira 
fileira transversal só um pouco menos distantes da linha mediana do que 
da margem ocular e quasi no mesmo nivel das cerdas postantennaes; cerdas 
exteriores implantadas um pouco mais para cima na margem ocular. Se¬ 
gunda fileira transversal aproximada do oceilo anterior, quasi recta. Os 



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ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


òceilos formam um angulo obtuso. Terceiro articulo antennal pardo-claro; 
arista apical, distinctamente pubescente, notavelmente mais comprida do 
que a fronte. Palpos amarellos, com cerdas meio compridas na extremidade 
anterior e uma mais comprida no meio da, borda lateral. Ha uma cerda nas 
bochechas dirigida para baixo. 

Thorax pardacento, escutello com quatro cerdas de comprimento 
igual, mesopleuras desnudadas. 

Abdômen ennegrecido. Hypopygidio pequeno. 

Patas amarello-pardas, em parte escurecidas. Tibia I na face anterior 
com uma serie de cerdinhas. Tibia média com uma tarja de pellos na face 
dorsal. Femures posteriores amarellos na base, em seguida pardo-ennegre- 
cidos, confundindo-se estas duas cores aos poucos na face anterior, estando 
pòrém separadas uma da outra nas faces posterior e ventral por meio de 
um risco preto-luzidio obliquo. Tibias posteriores mais claras na extremidade 
basal e na face ventral, no mais pardo-escuras; a borda dorsal é curvada 
em sentido longitudinal e apresenta uma fileira de pellos. Cilios postero- 
dorsaes indistinctos. 

Azas hyalinas. Nervura costal mais ou menos = a metade da aza, 
com cilios curtos; primeira divisão costal tão comprida como 2+3. Ter¬ 
ceira nervura longitudinal dobrada na base da quarta. Forquilha pequena, 
mas distincta, ramo anterior quasi vertical. Nervuras longitudinaes 
4-7 totalmente incolores. 

Balancins pardo-amarellos. 

Comprimento total, 2,25-2,8 mm. 

Femea (ainda não descripta) — Parecida com o macho. Terceiro ar¬ 
ticulo antennal um pouco menor do que no macho; arista -praticamente 
desnudada, notavelmente mais comprida do que a fronte. Palpos com 
cerdas um pouco mais fortes do que no macho. A pubescencia do thorax 

m 

se torna mais comprida deante do escutello (como no macho). Abdômen 
pardo-ennegrecido, com seis placas tergitaes. Quinto tergito com cerdas 
compridas na margem posterior; sexto tergito abreviado e estreitado. Sexto 
segmento nas regiões dorsal e ventral fortemehte pubescente, na borda 
posterior com uma corôa de cerdas compridas; também o ventre com pu¬ 
bescencia forte. Sétimo segmento com finas estrias chitinosas longitudinaes. 
Lamellas genitaes delgadas, distinctamente destacadas. Todas as patas 
amarello-pardas, femures posteriores não escurecidos, na face posterior sem 
o risco preto caracteristico do macho. 

Comprimento total , aproximadamente 3 mm. 

A descripção da femea se baseia sobre um exemplar (conservado em 
álcool) de Pesqueira (Pernambuco), C. Anheuser leg. em carne podre, ou¬ 
tubro de 1922, e 21 exemplares do Museu Paulista (20.331) capturados em 



família phoridae (dipt.) 


185 


S. Paulo num ninho de MeMpona pallida (Latr.) subsp. cupira (Sm.), 
que me foram enviados para classificação pelo Sr. Luederwaldt. 

Nota 1). A coloração das patas da femea podia fazer pensar que se 
tratasse de uma nova especie. Mas a remessa do Museu Paulista continha 
também 4 cfcf apanhados na mesma occasião, os quaes em nada differem 
de nigrofasdpes. 

Nota 2). Fóra dos exemplares de S. Paulo possuo ainda machos de 
Pesqueira (2 dv), Petropolis (3 d d ) e Bahia Os exemplares ba- 

hianos foram criados por Frei Meandro Rutten (ll.VL-9.VII. 1922) de 
Trigona sp. (nom. vulg. irapuá), que se achavam (mortos) num grande 
vidro juntamente com favos de mel. Também o genotypo clypeata foi ca¬ 
pturado “on honey and wax”, segundo refere Malloch, e Schmitz possue 
exemplares da mesma especie provenientes do Estado de Jalisco (México), 
também apanhados num ninho de Melipona sp. Parece, pois, que o genero 
Pseudohypocera tem relações biológicas com as abelhas. 

Genero APOCEPHALUS, Coquillet 

1901, Coquillet, Proc. Ent. Soc. Wash., vol. IY, p. 501. 

1903, Brues, Trans. Amer. Ent. Soc., vol. XXIX, p. 372. 

1906, Brues, Genera Ins., fase. 44, p. 8. 

1912, Malloch, Proc. U. S. Nat. Mus., vol. 43, p. 442. 

1921, Menozi, Buli. Soc. Ent. Ital., vol. LIII, p. 1 (Separ.) 

Caracteres genericos : Fronte larga, com 2 pequenas cerdas postan- 
tennaes proclinadas que frequentemente faltam por completo, e 4 fileiras 
transversaes de 2, 2, 4, 4 cerdas frontaes; as cerdas da primeira fileira não 
são inclinadas para a linha mediana, mas são divergentes ou aproximada¬ 
mente parallelas. Sulco frontal distincto. Terceiro articulo antennal oval 
ou conico, arista apical ou subapical. Palpos com cerdas curtas ou modera¬ 
damente compridas. Thorax com 2 cerdas dorsocentraes. Escutello com 2-4 
cerdas; quando ha 4, as anteriores são mais fracas do que as posteriores. 
Hypopygidio pequeno, formado como em Aphiochaeta; segmento anal muito 
comprido, tubiforme. Segmentos terminaes da femea fortemente ehitini- 
sados, formando um oyipositor achatado em sentido dorsoventral, de for¬ 
mação variadissima. Azas com a terceira nervura longitudinal forquilhada; 
nervura mediastinal presente. Patas desprovidas de cerdas isoladas, tibias 
posteriores com fileira dorsal de pellos e cilios posterodorsaes, como em 
Aphiochaeta. 

Typo do genero: A. pergandei Coquillet. 

Deste genero, que parece ser exclusivamente myrmecophilo, até ha 
pouco só se conheciam especies americanas. Em 1921 Menozzi descreveu 


2307-024 


24 



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AR CHI VOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


a primeira especie européa (schmitzi). As duas especíes brasileiras descriptas 
por Enderlein : brasüiensü e parvifurcatus (Stett. Ent. Zeit. 1912, p. 24-25) 
deixo aqui fóra de consideração, por serem insufficientemente caracterisadas. 
A’s duas especies descriptas por mim (luteihalteratus, obscurus) posso aceres- 
centar no seguinte 9 especies novas, todas provenientes do Brasil. 


Chave das especies brasileiras 


1 . 

2 . 


3. 


4. 



6 . 

7. 


8 . 



10 . 


Cerdas postaiitennaes presentes... 

Oerdaá postantennaes ausentes ou reduzidas a pellos 
Nervura costal mais comprida do que a metade da 

aza...... 

Nervura costal = a metade da aza ou menos com¬ 
prida.;.... 

Balancins pardo-escuros ... » ... 

Balancins amarellos........... . 


Quadris anteriores na extremidade distai sem tufo 

de pellos compridos...... 

Quadris anteriores na extremidade distai com tufo 

de pellos compridos...... 

Balancins amarellos........ 

Balancins pardos ou pretos. 

Palpos muito grandes..... 

Palpos de tamanho normal.. 

Antennas e fronte pardo-amarellas.. 

Antennas vermelho-amarellas, fronte preta... 

Nervura costal mais comprida do que a metade da 

aza.,........*v 

Nervura costal = a metade da aza ou menos com¬ 
prida ... 

Arista subapical.... 

Árista apical ....... 

Facetas dos olhos de tamanho diverso. 

Facetas dos olhos de tamanho igual. 


. 2. 

. 8 . 

. 3. 

. 5 ? 

1. pilivmtris n. sp, 

. 4. 

2 . vicinus n. sp. 

3. trichocQXã n. sp. 

. 6 . 

..... 7. 

4. grandipoXpis n. sp. 

5 . luteihalteratus Borgm. 
6 . pmiculãtus n. sp. 

7, obscurus Borgm. 

8. lanceatus n. sp. 


. 9. 

. 10 . 

9. camponoti n, sp. 

10. aculealus n. sp. 

11. marginatus n, sp. 


APOCEPHALUS PILIVENTRIS, n. sp. <?Ç 

Macho —- Fronte distinctamente mais larga do que comprida, amarello- 
parda, ás vezes mais clara, outras vezes "mais escura, triângulo ocellar 
pardo-escuro; pubescente, com sulco, frontal distincto, 2 pequenas cerdas 
posi antennaes proclinadas e 4 fileiras de 2, 2, 4, 4 cerdas. As cerdas da pri¬ 
meira fileira se inserem na margem frontal anterior e distam sô pouco menos 
da Unha mediana do que da margem ocular. As cerdas da segunda fileira 
são implantadas perto da margem ocular. Terceira fileira mui ligeiramente 





















família phoridae (dipt.) 


187 


convexa para deante, suas cerdas aproximadamente* equidistantes; as * 
cerdas interiores distam um pouco menos entre si do que as cerdas da 
primeira fileira. As cerdas verticaes exteriores distam aproximadamente 
3-4 vezes mais das interiores do que essas entre si. Os ocellos formam um an¬ 
gulo obtuso. Cilios oculares fortes. Ha 2 cerdas divergentes nas boche¬ 
chas (malae) e 1 cerda genal .muito pequena. Terceiro articulo antennal 
pardo, oval; arista subapical, alcançando a borda occipital, distinctamente 
pubescente. Palpos amarellos, com cerca de 5 cerdas curtas ou moderada¬ 
mente compridas e alguns peUinhos. 

Thorax amarello-ferrüginoso, pleuras mais claras, com 2 cerdas dorso- 
centraes. Escutello com 4 cerdas, sendo as anteriores fracas. Mesopleuras 
desnudadas. 

Abdômen com o ventre amarello. A coloração predominante das 
6 placas tergitaes é pardo-escura. I o tergito e metade basal do 2° tergito ás 
vezes mais claros; todos os tergitos na borda posterior com tarja amarella 
extremamente fina. 2° tergito lateralmente com alguns pellos compridos eri¬ 
çados. 6 o segmento na borda posterior com corôa de pellos compridos inter¬ 
rompida nas regiões lateraes. Yentritos 3-6 
com grupos de pellinhos finos. Hypopygidio 
(fig, 18 no texto) pardo-escuro, brilhante; 
peça lateral esquerda com 2 dentes na borda 
posterior, perto dos quaes se inserem 6-7 

pellos, dos quaes o inferior é o mais com- Fig . 18 _ Apocephaiuapmvcntns,*. sp . d", 
prido; além disso, 4 pellos compridos na borda ^ da superior do hypopy8idio visto da es ' 

inferior; também a peça lateral com pellos 

compridos, inferiormente com processo obtuso, o qual é visivel na figura. 
Segmento anal amarello, delgado, tubiforme. 

Patas de um sujo amarello, femures posteriores na extremidade distai 
pardo-escuros. Metatarso anterior distinctamente mais comprido do que 
os dois seguintes artículos tarsaes juntos. Tibia media com fileira dorsal 
de pellos que se extende mais ou menos até a extremidade do 3 o quarto da 
tibia; cilios posterodorsaes muito fracos; ha 1 esporão ventral comprido. 
Tibia posterior com 1 fileira completa de pellos na face dorsal e cerca de 10 
fracos cilios posterodorsaes. 

Azas (Est. VIII, fig. 39) com matizes amarello-pardos, nervação dis¬ 
tinctamente parda. Nervura costal = 0,52 do comprimento da aza, divisões 
costaes= 15:9:2 Nervuras hnmeral-transversai e mediastinal distinctas. 
Quarta nervura longitudinal nascendo um pouco atraz da bifurcação. 
Quinta nervura-ligeiramente em fornia de S. No lugar da alula ha 3 pellos. 

Balanàns pardo-escuros. 

Comprimento total, aproximadamente 1,3 mm. 










188 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


VOL. XXV 


Femea -— Parecida com o macho. Fronte geraknente amarella, ás vezes 
amarello-parda, mais larga do que comprida (17:13), disposição das cerdas 

frontaes como no macho. As cerdas da segunda fileira 
distam um pouco menos das cerdas da primeira fileira 
do que das cerdas exteriores da terceira fileira. Terceiro 
articulo antennal um pouco menor do que no macho. 
Escutello com 4 cerdas, as anteriores um pouco menores 
do que do comprimento das posteriores. Abdômen 
com 6 placas tergitaes pardo-escuras, ventre com grupos 
de pellos finos. Sexto tergito (fíg. 19 no texto), tra- 
peziforme, no meio com uma região menos chitinisada 
quasi membranosa (na figura indicada por pontinhos). 
Ovipositor (fig. 19) formado • de um esqueleto chiti- 
noso em forma de punhal, no qual se esconde o ferrão; 
quando retrahido, a ponta basal do esqueleto chitinoso 
alcança a margem posterior do 3 o tergito. Os demais 
caracteres como no macho. 

Comprimento total, 1,3-1,4 mm. 

Typos llcfcr e 26çç de. Petropolis, capturados 
em diversas épocas do anno. 

Fíg. 19 —Apocephitius pi/i- APOCEPHALUS VTCINT7S, n. sp. Ç 

ven tris, n, sp. 9 , ovipositor 

e 6° segmento abdominal, ' -n, • , • , . , , 1 . 

vista dorsai. Esta especie nova e muito visinha da especie se¬ 

guinte ( írichocoxa ), díffere, porém, pela ausência dos 
tufos de pellos compridos nos quadris anteriores e pela formação do ovi¬ 
positor. 

Fronte aproximadamente tão comprida como larga, mais ou menos 
pardo-escura, pubescente, com sulco frontal, com 2 cerdas postantennaes 
e 4 fileiras de 2, 2, 4, 4 cerdas. As cerdas do primeira fileira distam um pouco 
menos da linha mediana do que da margem ocular. As cerdas da segunda 
fileira se inserem perto da margem ocular; ellas distam um pouco menos 
das cerdas da primeira fileira do que das cerdas exteriores da terceira fi¬ 
leira. Terceira fileira um pouco côncava para deante. Terceiro articulo an¬ 
tennal não grande, amarello-claro; arista subapical, parda, distinctamente 
mais comprida do que a fronte, com pubescencia densa, Palpos amarellos, 
com 5-6 cerdas meio compridas na metade anterior. 

Thorax amarello-oeraceo, com 2 cerdas dorsocentraes. Escutello com 
2 cerdas e de cada lado 1 pello. Mesopleuràs desnudadas. * 

Abdômen escuro, vermelho-pardo, I o e 6 o tergitos e metade basal do 2 o 
mais ou menos amarello-vermelhos. Ovipositor (fig. 20 no texto) achatado, 












FAMÍLIA PHOR1DAE (1)1 PT.) 


189 


com as margens lateraes parallelas nos dois terços basaes, apontado para 
traz, na região dorsal de cada lado com poucos pellos. 

Patas amarellas, femures posteriores sem mancha 
apical escura. A fileira dorsal de pellos das tibias 
medias se extende até a extremidade do 3 o quarto. 

Azas (Est, VIII, fig, 38) tingidas de amarello, 
nervação pardo-clara. Nervura costal = 0,54 do com¬ 
primento da aza, divisões costaes == 13:10^:3. Ner¬ 
vura mediastinal fina. Quarta nervura longitudinal 
na base menos distinctamente recurvada do que em 
trichocoxa n. sp. No lugar dá alula ha 4 pellos. 

Balancins amarellos. 

Comprimento total , 1,5-1,7 mm. 

Typos 4vç de Petropolis, B. Ronchi leg. 10.IL, 7.IV., 14.V. e 
25. V. 1923. 



Fig. 20 —■ Apocephalus vici- 

nus, n. sp. 9 , ovipositor, 
vista dorsal. 


APOCEPHALUS TRICHOCOXA, n. sp. 9 

Fronte aproximadamente tão comprida como larga, borda anterior um 
pouco convexa, de um sujo amareilo-ocraceo, com pubescencia esparsa, 
sulco frontal distincto, 2 cerdas postantennaes e 4 fileiras de 2, 2, 4, 4 cerdas. 
As cerdas da primeira fileira distam um pouco menos da linha mediana 
do que da margem ocular. As cerdas da segunda fileira; são implantadas 
perto da margem ocular, ellas distam aproximadamente das cerdas da 
primeira fileira como das cerdas exteriores da terceira fileira. Terceira 
fileira aproximadamente recta (ou muito ligeiramente côncava); as cerdas 
interiores distam um pouco mais entre si do que das exteriores. Ha 2 cerdas 
divergentes nas bochechas e 1 curta cerda genal. Terceiro articulo antennal 
não grande, amarello-claro; arista subapical, parda, distinctamente mais 
comprida do que a fronte, com pubescencia densa. Palpos amarellos, com 
5-6 cerdas meio compridas na metade anterior. 

Thorax amarello-ocraceo, com 2 cerdas dorsocentraes. Escútello com 
2 cerdas e de cada lado 1 pello. Mesopleuras desnudadas. 

AMomen com o ventre amarello ou vermelho-amarello, e 6 placas ter- 
gitaes. Tergitos 2-4 pardos, mas 2 com a metade basal vermelho-amarella 
e uma mancha da mesma côr no meio da metade distai; mancha seme¬ 
lhante apparece também ás vezes no 3 o tergito. Tergitos 1 e 5-6 vermelho- 
amarellos; margem posterior do 5 o tergito um pouco chanfrada. Tergitos 

2-6 lateralmente com alguns pellos eriçados de comprimento diverso. 

* m 

6 o segmento na região ventral atraz com 10 cerdas fortes, pretas, muito 
características. A metade basal do ovipositor, quando esse é completamente 







AKCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — YOL. XXV 


190 ~ 

extrahido (fig. 21 no texto), apresenta na região dorsal um sulco profundo, 
no qual se notam posteriormente dois pares de pellos convergentes; a metade 
distai é formada como indica a figura; na região ventral existe no meio 
uma elevação longitudinal em forma de quilha, que principalmente na 
extremidade apresenta alguns pellos dirigidos para os lados; também na 
região dorsal ha alguns pellinhos (não representados na figura). 

Patas amarellas, femures posteriores sem man¬ 
cha apical escura. Quadris anteriores na extremi¬ 
dade apical da face anterior (desde a borda dorsal 
até a borda ventral) com um tufo de mais ou menos 
29 pellos sensorios muito característicos, que são 
mais compridos do que a metade do femur anterior. 
Tibia media com fileira dorsal de pellos que se 
extende mais ou menos até a extremidade do 3 o 
quarto da tibia; cilios posterodorsaes fracos. Tibia 
posterior com 1 fileira completa de pellos um pouco 
curvilinea e 10 cilios posterodorsaes. 

Azas com matizes amarellos, nervuras da borda 
anterior pardo-claras, nervuras 4-7 mais escuras. 
Nervura costal = 0,52 do .comprimento da aza, 
divisões costaes aproximadamente ~ 25:21:7, Ner¬ 
vura mediastinal distincta, muito aproximada da I a 
21 - ^„, eW ,,,/ usír ,w,o„,„, nervura longitudinal. Quarta nervura nascendo 

n. sp. Y , ovipositor, vista dorsal. 0 

atraz da bifurcação, na base ligeiramente recur¬ 
vada. Quinta nervura só pouco curvada, quasi recta. Sétima nervura mais 
fraca do que 4-6, No lugar da alula ha 4-5 pellos. 

Balancins amarellos. 

Comprimento total 2 — 2,2 mm. 

Typos 3 ? 9 de Petropolis, 1. XII. 1923 (Borgmeier), 7.III. 1924 (Prade). 

APOCEPHALUS GRANDIPALPIS, n. sp. tf 

Fronte (fig. 22 fino texto) um pouco mais larga do que comprida no 
meio (9:7), borda anterior convexa, mais ou menos vermelho-amarella, 
ao redor dos ocellós pardc-ennegrecida, com pubesceneia esparsa, sulco 
frontal distincto, duas pequenas cerdinhas postantennaes proclinadas e 
quatro fileiras de 2, 2, 4, 4 cerdas. As cerdas da primeira fileira são distinc- 
tamente aproximadas da linha mediana e se inserem mais ou menos no 
nivel das postantennaes. Cerdas da segunda fileira implantadas perto da 
margem ocular; ellas distam um pouco mais das cerdas da primeira fileira 
do que das exteriores da terceira fileira. Terceira fileira ligeiramente con- 










família piioridae (dipt.) 


191 


vexa para deante, suas cerdas mais ou menos equidistantes; as interiores 
distam aproximadamente tanto entre si como as cerdas da primeira fileira. 
Ha duas cerdas divergentes nas bochechas. Terceiro articulo antennal 
amarello ou ocraceo-amarello, moderadamente grande; arista pardacenta, 
subapical, mais comprida do que a fronte, fina e densamente pubescente. 
Palpos (Est. XIII, fig. 61) amarello-claros, largos e compridos (duas vezes 
mais compridos do que a tromba), borda exterior semi-eireular, borda in¬ 
terior recta, portanto luniformes, achatados em sentido dorsoventral, borda 
exterior e face inferior com poucos pellinhos extremamente curtos. 

Thorax amarello, com duas cerdas dorsocentraes. Escutello com duas 
cerdas e de cada lado um pello. 

Abdômen com o ventre amarello e seis placas tergitaes mais ou menos 
vermelho-amarellas de formação normal. Tergjtos 2-4 lateralmente com 
mancha pardo-escura, 5-6 também na região dorsal um 
pouco escurecidos; 2 o tergito lateralmente com alguns 
pellos compridos. Hypopygidio pardo-escuro, pequeno, 
as peças lateraes com pellos compridos. Segmento anal 
tubiforme. 

Patas de um sujo amarello, femüres posteriores 
com mancha apical pardo-escura. Tibia media com 
fileira dorsal de pellos que se extende mais ou menos 
até a extremidade do 3. quarto da tibia ; cilios pos- 
terodorsaes fracos. Tibia posterior com uma fileira 
completa de pellos na face dorsal e 10 cilios posterodorsaes. 

Azas com ligeiros matizes amarellos, nervação pardo-clara. Nervura costal 
= 0,45 do comprimento da aza, divisões costaes aproximadamente = 10:5:2. 
Nervura mediastinal distincta, mas incompleta. Terceira nervura longitudinal 
com a extremidade apical um pouco engrossada em forma de botão. Quarta 
nervura nascendo só um pouco atraz da bifurcação, muito ligeiramente 
côncava para deante. Sétima nervura fraca. No lugar da aluía ha tres pellos. 

Balandns amarellos ou ocraceo-amarellos. 

Comprimento total , 1,7 mm. 

Typos 7 oV de Pesqueira (Pernambuco), Frei Clemente Anheuser 
leg. IX. 1922. Um dos exemplares typicos é preparado a secco, os demais 
são conservados em álcool. 



Fig. 22 — Apocephalus gran- 
dipalpis, n. sp. 0*. dispo¬ 
sição das cerdas frontaes. 


APOCEPHALUS LUTEIHALTERATUS, Borgmeier < 79 . 

1923, Vozes de Petropolis, vol. XVII 2, p. 957. 

Macho — Fronte preto-mate, tirando para pardo, um pouco mais 
larga do que comprida, com sulco frontal, duas curtas cerdinhas postan- 






192 


ABCHIYOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 

teimaes proclinadas e quatro fileiras de 2, 2, 4, 4 cerdas. Às eerdas da pri¬ 
meira fileira divergem entre si e se inserem na borda anterior, distando 
menos da linha mediana do que da margem ocular. Cerdas da segunda 
fileira implantadas perto da margem ocular; ellas distam aproximadamente 
tanto das cerdas da primeira fileira como das cerdas exteriores da terceira 
fileira. Terceira fileira com ligeira convexidade anterior, suas cerdas equi¬ 
distantes. As cerdas verticaes exteriores distam aproximadamente 2-3 vezes 
mais das ioteriores do que essas entre si. Bochechas (malae) com duas 
cerdas. Terceiro articulo antennal oval, pardo-ferruginoso; arista subapical, 
praticamente desnudada. Palpos pequenos, amare lios, anteriormente com 
poucas eerdinhas curtas. 

Thoraz pardo-ennegrecido, pleuras um pouco mais claras ; com pu- 
bescencia curta e densamente agrupada. Ha duas cerdas dorsocentraes. 
Escutello com duas cerdas e de cada lado um pello, Mesopleuras des¬ 
nudadas. 

Abdômen preto, com pubescencia escassa. Segundo tergito latèralmente 
com dois pellòs compridos eriçados. Todos os tergitos na margem, posterior 
com tarja amarella extremamente fina. Hypopygidio pequeno, peça lateral 
direita com pellos, atra-z com um processo dentiforme obtuso; peça lateral 
esquerda mais ou menos triangular, com pellos compridos na borda pos¬ 
terior. Segmento anal comprido, tubiforme, pubeseente. 

Patas amarello-pardas, femures e tíbias posteriores na extremidade 
apical ligeiramente escurecidos. Tibia media com uma fileira dorsal de 
pellos que se extende até a região subapical; cilios posterodorsaes finos; 
ha um esporão ventraà comprido. Tibia posterior com uma fileira completa 
de pellos na face dorsal e 6-8 cilios posterodorsaes em distancias desiguaes, 
Metatarso posterior um pouco menos comprido do que os dois seguintes 
artículos taisaes juntos. 

Azas com matizes pardo-amarellos, eellula da forquilha e borda an¬ 
terior (a partir da extremidade costal) escurecidas, nervação parda. Ner¬ 
vura costal = 0,47 do comprimento da aza, divisões costaes = 6:3 J4 :1. 
Cilios costaes curtos. Nervura mediastinal distincta. Quarta nervura 
côncava, sexta ligeiramente em forma de S. No lugar da alula ha quatro 
pellos. 

Baíanmm amarellos. . 

Comprimento total,, aproximadamente 1,7 mm. 

Femea — Parecida com o macho. Terceiro articulo antennal pequeno, 
oval. Às tarjas amarellas dos tergitos abdominaes 2-5 são mais largas do 
que no macho. Ovipositor chitinisado, ponteagudo. 

Comprimento total, 1,9 mm. 

Os typos são provenientes de Petropolis, onde a especie não é rara. 



família phoridae (dipt.) 


193 


APOCEPHALUS PENICULATUS, n. sp. 9 

Fronte mais larga do que comprida, amarello-parda, pubescente, com 
sulco frontal distincto, duas cerdas postantennaes proclinadas meio com- 
prídas e quatro, fileiras de 2, 2, 4, 4 cerdas. As cerdas da primeira fileira 
distam só um pouco menos da linha mediana do que da margem ocular e 
se inserem mais ou menos no nivel das postantennaes. As cerdas da segunda 
fileira distam menos das da primeira fileira do que das exteriores da ter¬ 
ceira fileira; ellas se inserem perto da margem ocular. Terceira fileira apro¬ 
ximadamente recta, suas cerdas equidistantes. Triângulo oceliar pardo- 
ennegrecido, de angulo obtuso. Terceiro articulo antennal amarello-pardo, 
não grande, ligeiramente oval; arista subapical, distinctamente pubes¬ 
cente. Palpos pardo-amarellos, com algumas cerdinhas curtas na metade 
anterior; aquella que se insere na extremidade apical, é mais forte do que 
as outras. 

Thorax amarello-pardo, pleuras mais ou menos ama- 
rellas. Ha duas cerdas dorsocentraes. Escutello com duas 
cerdas e de cada lado um pello. Mesopleuras desnudadas. 

Abdômen com o ventre mais ou menos amarello e 
seis placas tergitaes pardo-escuras. Segundo tergito alon¬ 
gado, lateralmente com tres pellos compridos eriçados. 

Tergitos 1-5 com fina tarja amarella na borda posterior. 

Sexto tergito (fig. 23 no texto), estreitado para traz, com 
a borda anterior chanfrada no meio e em parte coberta 
pelo 5 o tergito. Sexto segmento na região ventral com 
pellinhos na margem posterior; membrana intersegmental 
com finas estrias longitudmaes chitmosas. Ovipositor petticuIatus n sp ? 

(fig. 23 no texto) em forma de pá, na base com uma ovípodtor«puca. ter- 

gltâOS 5 6 o, 

fileira transversal de pellos compridos ondulados, densa¬ 
mente agrupados; na extremidade apical da região ventral se inserem 
alguns pellinhos muito finos. 

Patas mais ou menos amarellas, femures posteriores na extremidade 
distai escurecidos. A fileira dorsal de pellos da tibia media se extende 
mais ou menos até a extremidade do 3 o quarto; cilios posterodorsaes 
finos. Tibia. posterior com 1 fileira completa de pellos na parte dorsal 
e 10-11 cilios posterodorsaes finos. 

Azas (Est. VIII, fig. 37) com matizes amarellos, nervação distincta¬ 
mente parda. Nervura costal exactamente = a metade da aza, divisões 
costaes = 5:3J^: 1. Nervuras humeral-transversai e mediastinal distinctas. 
Cellula da forquilha um pouco escurecida. Terceira nervura longitu¬ 
dinal com a extremidade apical um pouco engrossada em forma de 

2307-924 25 

















194 


ARCHIVOS DO MTJBEIT NACIONAL — VOL, XXV 


botão. Quarta nervura nascendo pouco atraz da bifurcação, na base muito 
ligeiramente recurvada, no mais em sua totalidade côncava para deante. 
No lugar da alula cerca de tres pellos. 

Balancim pardo-escuros. * 

Comprimento total , 1,44 mm. 

Typos 2çç de Petropolis, 14.11.1923 (Ronçhi), 23.11.1924. (Prade). 
üm dos exemplares typieos é conservado em álcool. 


APOCEPHALUS OBSCURUS, Borgmeier <? 

1923, Vozes de Petropolis, vol. XVII 2, p. 958. 

Esta especie é muito visinha de luteihalteratus m., mas differe pela colo¬ 
ração dos balancins e do 3 o articulo an termal, como por outros caracteres. 

Fronte preta, pubescente, aproximadamente tão larga como comprida 
no meio (18:17), margem anterior convexa, com sulco frontal distineto, duas 
curtas cerdas postantennaes proeiinadas; disposição e numero das cerdas 
frontaes como em luteihalteratus ; sómente terceira fileira recta. Ha duas 
cerdas nas bochechas e uma pequena cerda genal. Terceiro articulo an¬ 
tennal periforme, amarello-ferruginoso, mais claro do que em luteihalteratus , 
com a extremidade apical pscurecida; arista curta, subapieal, praticamente 
desnudada. Palpos amarello-escuros, com poucas eerdinhas muito curtas. 

Thorax pardo-ennegrecido, também as pleuras como os quadris médios 
pardo-escuros. Ha duas cerdas dorsocentraes. Escutello com duas cerdas 
e de cada lado um pello. 

Âbdomen preto-màte, os tergitos sem tarja amarella na borda posterior. 
Segundo tergito lateralmente com dois pellos compridos eriçados. Hypopy- 
gidio (Est. XIII, fig. 59) ná região dorsal mais comprido do que o de 
luteihalteratus , perto da margem posterior com muitos pellos compridos. 
Segmento anal comprido. 

Patas amarello-ferruginosas, femures médios e posteriores bastante 
escurecidos, os posteriores sem mancha apical. Á fileira dorsal de pellos da 
tibia media termina na região subapieal; cüios posterodorsaes. muito fracos. 
Tíbia posterior com uma fileira completa de pellos na face dorsal e oito 
cilios posterodorsaes. Metatarso posterior ao menos tão comprido como os 
dois seguintes articulos tarsaes juntos. 

Azas muito parecidas com as de luteihalteratus. Nervura costal = 0,47 
do comprimento da aza, divisões costaes = 13:7:2. No lugar da al-ula ha 
quatro pellos. 

Balancins pretos ou preto-pardacentos. 

Comprimento total, aproximadamente 1,8 mm. 



FAMÍLIA PH OKI D AE (dipT.) 


195 


APOCEPHALUS LANCEATUS, n. sp. 9 


Fronte mais larga do que comprida no meio (17:14), anteriormente 
no meio protrahida, preta, um pouco polvilhada de cinzento, com sulco 
frontal distincto, sem cerdas postantennaes. Ha quatro fileiras de 2, 2, 4, 4 
cerdas frontaes. As cerdas da primeira fileira divergem entre 
si e se inserem na borda anterior, immediatamente perto da 
linha mediana. As cerdas da segunda fileira se implantam 
perto da margem ocular e distam notavelmente mais das 
cerdas da primeira fileira do que das cerdas exteriores da 
terceira fileira. Terceira fileira quasi recta (mui ligeiramente 
convexa), suas cerdas aproximadamente equidistantes. As 
facetas dos olhos principaes crescem um pouco em tamanho 
progressivamente de detraz em cima, para deante em baixo. 

Ha duas cerdas nas bochechas e uma cerda genal. Terceiro 
articulo antennal (fig. 24 no texto) alaranjado, na extre- __ Apoce 
midade apical ás vezes escurecido, de forma oval alongada; p^ s J » ace «- 



tus, n. sp, 
antenna. 


9 . 



arista apical, curta, parda, finamente pubescente. Palpos 
amarellos, com cerdas curtas na metade anterior. 

Thorax amarello-ferruginoso, com duas cerdas dorsocentraes. Escutello 
com quatro cerdas, sendo as anteriores mais ou menos 

m 

= 34 do comprimento das posteriores. Mesopleuras 
desnudadas. 

Abdômen com o ventre amarello e seis placas ter- 
gitaes. I o tergito amarello, perto da borda posterior 
com estria pardo-ennegrecida interrompida no meio. 
2 o tergito alongado, amarello, margens lateraes ennegre- 
cidas, na região dorsal de cada lado uma mancha cir¬ 
cular caracteristica, pardo-ennegrecida, na metade distai; 
borda posterior com tarja amarella. 3 o tergito pardo- 
amarello, na metade basal mais claro. Tergitos 4-5 pardo- 
ennegrecidos, 4 na borda posterior com larga tarja 
amarella. Tergitos 2-5 lateralmente com pellos com¬ 
pridos eriçados. Sexto segmento muito alongado, metade 
basal amarello-vermelha, metade distai pardo-ennegre- 

Fig. 25 — Apocephalus ai n * 

lunceatus, n. S p. 9, cida; borda posterior com coroa de pellos compridos 

eriçados. A membrana intersegmental na base do 
6° tergito é fortemente chitinisada, brilhante, Ovipositor 
(fig. 25 no texto) pardo-escuro, laneeolado, no meio das margens lateraes 
com dois pellinhos de comprimento diverso. 












196 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXY 


Patas mais ou menos amarellas, femures posteriores com mancha apical 
preta. Metatarso anterior aproximadamente tão comprido como os tres 
seguintes articulos tarsaes juntos; 5 o articulotarsal na.parte distai um pouco 
dilatado. A fileira dorsal de pellos da tibia media termina na região 
subapical; ha mais ou menos oito cilios posterodorsaes. Tibia posterior com 
uma fileira completa de pellos na face dorsal e 10 cilios posterodorsaes, 
dos quaes os cinco que se inserem na metade basal são relativamente 
fracos. 

Azas (Est. VIII, fig. 40) com matizes amareUo-acinzentados, nervação 
parda. Nervura eostal um pouco mais comprida do que-a metade da aza 
(= 0,52), divisões costaes aproximadamente = 13:9:3. Nervuras humeral- 
trans versai e mediastinal distinctas. Quarta nervura .nascendo atraz da 
bifurcação, no principio muito pouco recurvada, no mais ligeiramente 
côncava. Nervuras 4-7 alcançando a orla da aza. No lugar da alula ha 
tres pellos. 

Balançins pardo-ennegrecidos. 

Comprimento total, aproximadamente 2,3 mm. 

A descripção se baseia sobre 22 ç 9 de Rio Negro (Paraná), capturados 
pelo autor num ninho de Camponotus rufipes F. (24.1.1924). O formigueiro 
estava instaiiado no tronco de uma arvore ôca, e emquanto as formigas 
entravam e saiam, os phorideos voavam em grande numero por sobre a 
entrada do ninho, descendo de vez em quando sobre uma formiga, como 
as especies de Pseudacteon costumam fazer em Solenopis saeinssima Sm. 

Nota: Malloch menciona as especies Apocephalus coquiíleti Mall.., 
pergandei Coquill. e similis Mall. como encontradas com especies de 
Camponotus (1) . 


APOCEPHALUS CAMPONOTI, n. sp. 9 
Est. XVI, fig. >66. 

Esta especie nova é visinha de lanceatus, mas differe pela formação 
do ovipositor e outros caracteres. 

Fronte aproximadamente tão comprida no meio como larga atraz, 
preta, polvilhada de cinzento, pubescente, com sulco frontal distincto, 
sem cerdas postantennaes. Disposição das cerdas frontaes mais ou menos 
como em lanceatus, mas as cerdas da segunda fileira parecem distar um pouco 
menos das da primeira fileira do que naquella especie; terceira fileira apro¬ 
ximadamente recta, distando as cerdas interiores um pouco mais entre si 
do que das exteriores. Tubérculo ocellar um pouco saliente. Facetas dos 


(1) Proc. XI. 8. Nat. Mus., vol. 43 (1912), pp. 443-444. 




família phoridae (dipt.) 


197 


olhos principaes de tamanho differente, como em lanceatus. Ha duas cerdas 
nas bochechas e uma cerda genal. Terceiro articulo antennal oval, amarello- 
pardacento, metade apical escurecida; arista parda, apical ou muito pouco 
sub-apical, não comprida, finamente pubescente. Palpos amarellos, del¬ 
gados, com cerdas curtas na metade anterior. 

Thorax amarello-ferruginoso, com duas cerdas dorsocentraes. Es- 
cutello com quatro cerdas, sendo as anteriores mais ou menos = % do 
comprimento das posteriores. Mesopleuras desnudadas. 

Abdômen com o ventre amarello e seis placas tergitaes. I o tergito 
vermelho-amarello, com fina estria preta perto da borda posterior, inter¬ 
rompida no meio. Tergitos 2-6 pretos, 2-5 no meio com estria longitudinal 
vermelho-amareHa e na borda posterior com tarja ‘vermelho-amarella, 
2 com o terço basal vermelho-amarello; tergito 2 lateralmente e 5-6 na borda 
posterior com pellos compridos. Sexto segmento com uma placa ventral 
chitinosa subquadrangular. Ovipositor (fig. 26 no texto) preto, tubiforme, 
curvado para baixo em forma de gancho, na ex¬ 
tremidade apical com dois pequenos denticulos, 
lateralmente no meio com 1-2 pequenos pellos. 

Patas mais ou menos amarellas, femures pos¬ 
teriores sem mancha apical escura. Tibias poste¬ 
riores com 11 cilios posterodorsaes, dos quaes 
aquelle que se insere um pouco em baixo do 
meio é um pouco mais forte do que os outros; 
na face posterior ha quatro pentes transversaes Fis - 26 — Apoceph*iu* cumponou, n. 

, , . sp. V, ovipositor e 6" segmento abdo- 

na extremidade distai, que também se encontram m i« a i, V i S t a iaterai (da esquerda), 

em lanceatus. 

Azas com matizes amarellos, nervação distinctamente parda. Nervura 
costal um pouco menos comprida do que a metade da aza (= 0,47), di¬ 
visões costaes mais ou menos = 15:7:3. Quarta nervura longitudinal 
nascendo longe atraz da bifurcação da terceira. No lugar da alula ha tres 



pellos. 

Balancins com grande mancha apical pardo-ennegrecida, no mais 
amarellos. 

Comprimento total , aproximadamente 2,7 mm. 

Typos de Rio Negro (Paraná). Os primeiros exemplares (3 ??) foram 
apanhados por Frei Chrysostomo Adams num ninho de Camponoius ru- 
fipes F. (3.II. 1923). Durante a minha estadia em Rio Negro em janeiro 
de 1924 apanhei ainda com a mesma formiga mais de 60 99 , junta¬ 
mente com Apocephalus lanceatus no mesmo formigueiro (24.1.1924). 
As observações biológicas referidas para lanceatus valem também para esta 
especie. 






198 


ABCH1V0S DO MUSEU NACIONAL — YOL. XXV 


APOCEPHALUS ACULEATUS, n. sp. <2 



Fig. 27 — ApocephalvtsaculentuS} 
í, sp. Ç' ( placa chitinosa na 
base do 6“ ventrito abdominal. 


Fronte aproximadamente tão comprida no meio como larga atraz, 
anteriormente estreitada, preta, um pouco polvilhada de cinzento, pubes- 
cente, com sulco frontal distincto. As cerdas postantennaes são reduzidas 
a pellos, ao lado dos quaes se inserem as cerdas da primeira fileira, que 

distam distinctamente menos da linha mediana do 
que da margem ocular. As cerdas da segunda fileira 
se implantam perto da margem ocular e distam mais 
ou menos tanto das cerdas da primeira fileira como 
das. cerdas exteriores da terceira fileira. Terceira fi¬ 
leira recta; suas cerdas interiores distam mais entre si 
do que das exteriores. Facetas dos olhos de tamanho 
diverso como em lancecitus, de um modo semelhante 
como em Auxanommatidia variegata , mas menos dis¬ 
tinctamente. Ha duas cerdas divergentes nas bo¬ 
chechas e uma cerda genal. Terceiro articulo antènnal amarello, com a ponta 
apical um pouco pardacenta ; arista subpical, parda, finamente pubescente, 
mal alcançando a borda occipital. Palpos amarellos, com cerdas curtas. 

Thorax amarello, com duas cerdas dorsocentraes. Escutello com duas 
cerdas e de cada lado um pello. Mesopleuras desnu¬ 
dadas. 

Abdômen com o ventre amarello e seis placas ter- 
gitaes. I o tergito pardacento. Tergitos 2-5 vermelho- 
amareílos, lateralmente pardo-ennegrecidos, tergitos 2-3 
também no meio da metade distai com duas manchas 
pardo-ennegrecidas. Tergitos 2-5 posteriormente com 
tarja amarella distincta e lateralmente com tufos de 
pellos compridos (cerdas) eriçados; também ventritos 
4-5 com forte pubescencia. 6 o tergito um pouco alon¬ 
gado, pardo-ennegrecido, com a base amarella, com 
pellos compridos particularmente nos lados. Por de¬ 
baixo da margem posterior do 5 o ventrito se salienta 
uma grossa placa chitinosa característica pardo-enne- 
grecida (fig. 27 no texto), que cobre o terço basal do 
6 o ventrito e apresenta dois processos ponteagudos diri¬ 
gidos para traz; a significação biologica desta placa é 
por emquanto um enigma; talvez ella desempenhe um papel na postura 
dos ovos. 6 o ventrito com placa chitinosa normal pardo-ennegreeida, que 
apresenta nos ângulos posteriores um pello comprido característico dirigido 
para baixo. Ovipositor (fig. 28 no texto) pardo-ennegrecido, espatulado. 



28 —Apocephalus acu- 

leatus, n. sp. 9 , ovipositor 
e 6° segmento abdominal, 
vista dorsal. 











família phoridae (mpt.) 


199 


Patas, inclusive os quadris, amarellas, tarsos médios e posteriores um 
pouco escurecidos. Metatarso anterior aproximadamente tão comprido 
como os tres seguintes articulos tarsaes juntos. Tibia posterior com uma 
completa fileira de pellos na face dorsal e uma serie completa de cilios 
posterodorsaes (cerca de 13). Metatarso posterior mais ou menos = ar¬ 
ticulos tarsaes 2+3. 

Azas com matizes amarellos. Nervura costal com cilios finos, mais ou 
menos — a metade da aza (0,49-0,5 in-situl), divisões costaes aproxima¬ 
damente = 15J^:8:3. Ramo posterior da forquilha um pouco curvado. 
Quarta nervura longitudinal nascendo distinctamente atraz da bifurcação, 
côncava para deante. Nervuras 4-7 alcançando a orla da aza. No lugar da 
alula 3-4 pellos. 

Balancins amarellos, na extremidade apical com mancha pardo- 
escura. 

Comprimento total, 2,5 mm. 

Holotypo 1 9 de Petropolis, Borgmeier leg. 3.II. 1923. 

APOCEPHALUS MARGINATUS, n. sp. tf 

Fronte mais larga do que comprida nos lados, anteriormente no meio 
protrahida, preta, um pouco polvilhada de cinzento, distinctamente pu- 
bqscente, com sulco frontal distineto, sem cerdas postantennaes. Ha quatro 
fileiras de 2, 2, 4, 4 cerdas frontaes. Às cerdas da primeira fileira divergem 
entre si e se inserem na borda frontal anterior muito perto da linha mediana. 
As cerdas da segunda fileira são implantadas perto dos ângulos anteriores 
da fronte. Terceira fileira aproximadamente recta; as cerdas interiores 
distam um pouco mais entre si do que das exteriores. Ha duas cerdas di¬ 
vergentes nas bochechas e uma cerda genal mais fraca. Terceiro articulo 
antennal um pouco grande, oval, amarello-ocraceo, metade superior es¬ 
curecida; arista subapical, curta, distinctamente pubeseente. Palpos 
amarellos, com seis cerdas curtas, das quaes aqueila que se insere na ponta 
apical é a mais comprida. 

Thorax pardo-escuro, pleuras um pouco mais claras. Pubescencia 
dorsal densamente agrupada. Ha duas cerdas dorsocentraes. Escutello 
com quatro cerdas, sendo as anteriores mais ou menos = do com¬ 
primento das posteriores. Mesopleuras desnudadas. 

Abdômen com o ventre escuro e seis placas tergitaes pardo-ennegre- 
cídas de formação normal. 1 . tergito abreviado, no meio um pouco mais 
claro. Tergitos 1-5 posteriormente com tarja amarellada indistincta, 2-6 
lateralmente com alguns pellos compridos eriçados. 6 . tergito na metade 
basal com reflexos prateados. Hypopygidio pardo-ennegrecido, peça la- 



200 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXV 


teral esquerda atraz com pequeno processo dentiforme, perto do qual ha 
um tufo de pellos compridos. Segmento anal tubiforme. 

Patas sujo-amarellas, também os quadris, femures posteriores com a 
extremidade distai escurecida, tibias e tarsos posteriores um pouco escure¬ 
cidos. Metatarso anterior mais comprido.do que os dois seguintes arti-^ 
culos tarsaes juntos. À fileira dorsal de pellos da tibia media se extende 
até a extremidade do 3. quarto da tibia; cilios posterodorsaes muito 
fracos. 

Azas (Est. IX, fig. 45) com matizes amarello-acinzentados, nervação 
distinctamente parda. Nervura costal mais ou menos = a metade da aza, 
divisões costaes 5%: 3:1. No lugar da alula ha quatro pellos. 

Balancins pardo-ennégrecidos. 

Comprimento total, aproximadamente 2 mm. 

Typos 3 cPc? de Petropolis, B. Ronehi leg. 21.V., 10.VI., 11.VII.1923. 

Nota: O nome especifico marginatus se refere á tarja prateada na 
metade basal do 6. tergito abdominal. 


Genêro CREMERSIA, SCHMITZ 
1924, Natuiirhist. Maandbl, 13. Jaarg., pp. 32-34, fig. 

■ Caracteres genericos : Fronte com sulco frontal e quatro fileiras de 
2, 2, 4, 4 cerdas. Gerdas postantennaes ausentes; seu lugar é occupado 
pelas cerdas da primeira fileira. Ha tres ocellos. Terceiro articulo antennal 
òval, aristá distinctamente dorsal. Palpos delgados, com cerdas fracas. 
Thorax com duas cerdas dorsocentraes; mesopleuras desnudadas. Es- 
cutello-eom duas cerdas. Abdómen delgado, 6. tergito na borda posterior 
com cerdas fortes; 6. ventrito ás vezes com pequena placa chitinosa pubes- 
cente. Hypopygidio asymetrico, de formação variada, ás vezes com cerdas 
muito compridas, geralmente com ganchos chitinosos. Tubo anal ausente. 
Ovipositor chitinoso, ponteagudo. Patas delgadas, femures posteriores 
com pellos compridos na borda ventral. Todas as tibias desprovidas de 
cerdas isoladas, tibias , posteriores com uma fileira dorsal de pellos de 
paliçada e uma serie de cilios posterodorsaes. Azas com a terceira nervura 
longitudinal forquilhada. Nervura costal menos comprida do que a metade 
da aza, com cilios compridos. Quarta nervura pouco curvada, terminando 
na ponta da aza, de maneira que a cella superior é muito espaçosa, a cella 
seguinte, porém, muito estreita, particularmente na parte basal. Sétima 
nervura presente. Alula pelo menos com tres pellos. 

Typo do genero: C. zikani Schmitz. 



família phokidae (dipt.) 


201 


Deste genero possuo na minha collecção exemplares da Argentina e 
dos Estados do Brasil Paraná, Rio de Janeiro e Pernambuco. Do estudo 
desse material resultou que alguns dós caracteres indicados por Schmitz 
como genericos não têm senão valor especifico. Como mostra a nova especie 
pernambucana , as cerdas da segunda fileira frontal nem sefnpre ; são im¬ 
plantadas perto da margem ocular, sendo ás. vezes consideravelmente 
aproximadas da linha mediana; tal também se dá em especies dé Apoce- 
phalus } p. e. icheeleri Botes. As cerdas na margem posterior do 6 . segmento 
nem sempre são muito compridas. O hypopygidio é ás vezes desprovido 
por completo de cerdas compridas ( costalis ), mas parece geralmente apre¬ 
sentar ganchos ehitinosos. Os pellos compridos na borda ventral dos femures 
posteriores se inserem ás vezes na metade distai. O tarso anterior nem- sempre 
é abreviado como em zikani , mas ás vezes normal. A julgar por 2 99 da 
Argentina, capturadas num bando de Eaíton hetschkoi (Dr. C. Bruch leg.), 
as quaes, segundo a minha opinião, pertencem a este genero, parece também' 
dar-se o caso de que as cerdas postantennaes estejam desenvolvidas. 
Nesta hypothese as palavras “cerdas postantennaes ausentes” deviam 
ser riscadas da diagnose generica. No emtanto, isto é ainda cousa a ave¬ 
riguar-se. •• 

Não obstante essas observações, estou convencido de que Cremersia 
é um bom genero. Os caracteres principaes que justificam a sua separação 
de Apocephalus são: a inserção distinctamente dorsal da arista e a formação 
curiosa do hypopygidio, a par da ausência completa do tubo anal comprido 
tão caracteristico para as especies genuinas de Apocèphalus . "Também a 
nervação das azas é característica. 

Segundo observa Schmitz, também Apocephalus spinicosta Malloch 
pertence a este genero. - 


• Chave das especies brasileiras (<y) 

1. ‘ Cerdas da segujada fileira transversal implan¬ 

tadas perto da margem 0 cular. 2. 

— Cerdas da segunda fileira transversal aproxi¬ 

madas da linha mediana . 1 . pernambucana n. sp. 

2. Femures posteriores na borda ventral com pellos 

compridos na metade basal.. 2. zikani Schmitz. 

— Femures posteriores na borda ventral com pellos 

moderadamente compridos na metade distai.. 3. 

3. Tarso anterior abrevidao; nervura costal não - 

engrossada.... 3. spinosissima n. sp. 

— Tarso anterior normal; nervura costal engros¬ 

sada. ....;. 4. costalis n.' sp. ' 

2307-924 


26 









202 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


CREMERSIA PERNAMBUCANA, n. sp. ç? 

Fronte pardo-ennegrecida, mais larga do que comprida, com pubescencia 
escassa, lígeiramente brilhante, com sulco frontal distincto e 4 fileiras de 
2, 2, 4, 4 cerdas. As cerdas da primeira fileira se inserem no meio da borda 
anterior. As cerdas da segunda fileira se acham mais ou menos no meio 
entre a linha mediana e a margem ocular (ou um pouco mais perto da linha 
mediana); ellas distam só pouco mais entre si do que as cerdas interiores 
da terceira fileira. Terceira fileira recta; as cerdas interiores distam um pouco 
mais entre si do que das exteriores. Terceiro articulo antennal oval, pardo- 
ferruginoso, arista dorsal, distinctamente pubescente, ultrapassando a' 
borda occipital. Palpes amarellados, com aproximadamente 5 cerdas mode¬ 
radamente compridas na metade anterior. 

Thorax pardo, inclusive das pleuras. Ha 2 cerdas dorsocentraes. Es- 
cutello com 2 cerdas compridas e um pello muito pequeno de cada lado. 
Mesopleuras desnudadas. 

Abdômen côr de castanha, ventre escuro. Segundo tergito um pouco 
alongado. Tergitos 2-4 lateralmente com alguns pellos compridos, 5 também 
na margem posterior; 6. tergito na borda posterior com cerdas compridas, 
sendo as lateraes um pouco menos compridas do que as 6 nomeio do dorso. 
6. ventrito com uma plaquinha chitinosa, que apresenta posteriormente 
alguns pellos compridos. Hypopygidio grande, asymetrieo, côr de castanha, 
brilhante, não estudado nos seus detalhes, porque só tem 1 exemplar; atraz 
se nota um gancho chitinoso curvado para baixo; á direita existe na região 
basal um pequeno processo digitiforme com 2 pellos dirigidos para baixo 
e na extremidade distai se inserem 2 pellos mais compridos dirigidos para 
traz. Tubo anal ausente. 

Patas amarellas com matizes pardacentos, tarsos médios e posteriores 
escurecidos. Metatarso anterior só pouco màis comprido do que os dçis 
seguintes artículos tarsaes juntos. A fileira dorsal de pellos da tibia media se 
extende quasi até a extremidade apical. Femures posteriores na borda ventral 
com aproximadamente 6 pellos compridos na metade distai. Tibia posterior 
com, 1 fileira completa de pellos na face dorsal e uma serie de cilios postero- 
dorsaes finos. 

Azas com matizes amarellos muito finos, nervuras da borda anterior 
amarelladas, nervuras 4-7 pallidas, Nervura costal = 0,35 do comprimento 
da aza (in situl ), divisões costaes aproximadamente = 18:52. Cilios costaes 
compridos, sendo os exteriores mais ou menos do comprimento da 2. divisão 
costal. Nervura mediastinal distincta, mas incompleta, perdendo-se na cella 
subcostal. Forquilha de angulo agudo, cella da forquilha pequena; ramo 
anterior fino, ramo posterior um pouco engrossado. Quarta nervura nascendo 



família phoridae (dipt.) 


203 


na bifurcação, quasi inteiramente recta, terminando na ponta da aza; 
quinta nervura um pouco Curvada no terço basal, no mais quasi recta; 
sexta nervura hgeiramente em forma de S; sétima nervura quasi recta. 
No lugar da alula ha 5 pellos. 

Balandns amarello-ferruginosos. 

Comprimento total , aproximadamente 1,4 mm. 

Holotypo 1 cf de Pesqueira (Pernambuco), Frei Clemente Anheuser 
leg. 30.X. 1922. 


CREMERSIA ZIKANI, Schmitz d* 

1924, Natmirhist. Maandbl., 13. Jaarg., p. 33, fig. 

1924, Mus. Nac. Rio, Publicação Nr. 4, p. 7. 

Os typos desta especie são provenientes de Passa Quatro (Minas 
Geraes). Possúo na minha collecção 2 && de Petropolis (B. Ronchi leg. 
23 JV., 4.YII.1923), que concordam em todos os detalhes com a descripção 
de Schmitz. Para maior segurança remetti um desses exemplares ao Snr. 
Schmitz, que poude verificar a completa identidade com o typo. Dou 
em seguida os principaes caracteres, segundo Schmitz. 

Fronte estreitada para deante, aproximadamente tão comprida nos 
lados como larga no meio, escurecida, anteriormente mais clara. Terceira fi¬ 
leira de cerdas frontaes convexa para 
deante, pubescencia escassa. Terceiro 
articulo antennal vermelho, um pouco 
engrossado, oval; arista curta e forte, 
menos comprida do que a linha me¬ 
diana frontal, finamente pubescente. 

Palpos não compridos, amarelladòs, 
na* extremidade com 4 cerdinhas. 

Thorax avermelhado, no meio 
vermelho-pardo, para os lados verme- 
lho-amarello, ligeiramente brilhante, 
com pubescencia preta. Cerdas es- Fi «- 29 - cremerauzikani, schmitz, <?-. a > hypopygidio. 

vista lateral (da direita); b) tarso anterior (segundo 

cutellares muito compridas. Pleuras Schmitz). 

amarelladas. 

Abdômen na região dorsal vermelho-pardo, ventre amarello. Tergitos 1-5 
na borda posterior com tarja clara relativamente larga. Pubescencia bas¬ 
tante cómprida, particularmente nas margens posteriores e lateraes dos 
tergitos. 6. tergito mais escuro, na margem posterior com 10 cerdas fortes 
(fig. 29 a), das quaes 2, que estão no meio, são tão compridas como o ter¬ 
gito, as outras são 2 vezes mais compridas. Hypopygidio grande: região 












204 


ARCHIVOS DQ MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


dorsal mais comprida do que o 6. tergito, preto ou côr de castanha, bri¬ 
lhante, atraz com cerdas compridas. 

. Patas., inclusive os quadris, amarellas. Patas anteriores: 1. articulo 
tarsal pelo menos = articulos tarsaes 2-4 juntos (fig. 29 b), 5. articulo 
tarsal dilatado de um modo característico, com a face dorsal arqueada; 
partes do pretarso pequenas. Tarsos médios e posteriores compridos e 
delgados. Femures posteriores (fig. 30 no texto) ligeiramente escurecidos na 
extremidade distai, na metade basal da face ventral com dupla pubescencia. 

Azas ligeiramente tingidas de ama- 
relló, com nervação pardo-escura. Nervura 
costal curta (0,35-0,36), relativamente 
forte, comcilios compridos, divisões costaes 
= 17:8:3 3^. Nervura medastinal fraca, 
perdendo-se na cellula; forquilha da ter¬ 
ceira nervura de angulo agudo, ramo 
anterior fino, ramo posterior um pouco 
anguloso, quarta nervura nascendo na 
bifurcação, só ligeiramente curvada em- 
forma de S e no mesmo sentido como a 

Fíg. 30 —Cremersia zik.Rni f Schmitz, O , fêmur 

e tibia posteriores. quinta nervura que lhe é aproximada, 

>• terminando na ponta da aza. 

Balancins com o capitulo preto e o pedunculo amarello. 

Comprimento total , aproximadamente 2 mm. 

Notas:- 4) Esta espeóie é ecitophila; os typos foram capturados num 
bandó de Eciion coecum. 2) 'Ultimamente (1) Schmitz deu uma descripção 
mais munuciosa do hypopygidio, das patas é das azas. 



'CREMERSIA SPINOSISSIMA, n. sp. tf 

Pfonte pardo-escura, ligeiramente brilhante, com sulco frontal distincto 
e pubescencia escassa. As cerdas da primeira fileira occupam o lugar das 
postantennaes. As cerdas da segunda fileira se inserem perto da margem 
ocular e da margem frontal anterior. Terceira fileira aproximadamente 
recta. Terceiro articulo antennai pardo; arista curta e forte, de côr escura, 
distinctamente dorsal, mui finamente pubescente. Palpos amarellados, 
curtos, ■ sômente na extremidade com cerdas pequenas. 

Thorax pardo-ferruginoso, pleuras e hombros amarellados. Ha 2 cerdas 


(I) Phorideos ecitophüos de Minas Geraes. Mus. Nac. IUo, 1924, Publicação N . 4. 




família phortdae (dipt.) 


205 


dorsocentraes. Escutello com 2 cerdas e de cada lado 1 pellinho. Mesopleuras 
desnudadas. 

Abdômen vermelho-pardo, ventre: um pouco mais claro. Todos os ter- 
gitos na borda posterior com tarja amarello- 
pallida; pubeseencia comprida, particularmente 
nas margens posteriores e lateraes. Na' borda 
posterior do 6 . tergito se inserem 10 cerdas muito 
compridas, sendo as lateraes um. pouco menos 
compridas do que as 4 que estão no meio. 

6 . .ventrito atraz com uma pequena placa ehi- 
tinosa de .formação irregular, que apresenta 
na borda posterior e na borda lateral direita 
mais ou menos 7. cerdas fortes curvadas (ou 
espinhos).. Hypopygidio (fig, 31 no texto) 
grande, côr de castanha, com 3 espinhos chiti- 
nosos caraeteristieos na extremidade e algumas 
cerdas. 

. Patas .inteiramente amarellas,. delgadas. 

Tarso, anterior (fig. 32 no texto) abreviado, 
metatarso anterior mais ou menos = articules 

tarsaes 2-4 juntos f 5. articulo tarsal formado mais ou menos como em 



Fig. 31— Cremersia splaosissimm, n. sp. 

Cf, hypopygidio a d® tergito abdominal, 
vista dorsal. 



zikcmi , mas menos-dilatado. A fileira dorsal de pellos 
da tibia media se extende mais ou menos até a ex¬ 
tremidade do 4. quinto da tibia. Tibia posterior com 
uma fileira completa de pellos na face dorsal e 
cerca de 15 eilios posterodorsaes finos. Femures poste¬ 
riores delgados, no terço distai da boi*da ventral com 
aproximadamente cinco pellos moderadamente eom- 


Azas (Est. IX, fig, 41) com ligeiros matizes cin¬ 
zentos,, nervaçao pardo-clara. Nervura eostal = 0,31 
do comprimento da aza, divisões costaes = 19:5:1. 
Cilios costaes muito- compridos. Cella da forquilha 
muito estreita. Nervuras como na photomicrographia. 
Fig, 32 — cremersia spinosis-, No lugar da alula ha tres pellos. 

tórior’ SP ’ ^ 1 pata an " Babndns pardo-escudos. 

. . , Comprimento total } 1,6 mm. 

Typos 2 cfd* de Petropolis, B. ítonehi kg. 23 IV., 23.V.1923. Um dos 
exemplares typicos é cqnservado em álcool. . 
















206 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


CREMERSIA COSTALIS, n. sp. d 

Fronte anteriormente um pouco estreitada, aproximadamente tão 
comprida nos lados como larga no meio, ennegrecida, pubescente, com 
sulco frontal distineto e quatro fileiras de 2, 2, 4, 4 cerdas. As cerdas da 
primeira fileira occupam o lugar das postantennaes. As cerdas da segunda 
fileira se inserem perto da margem ocular e da margem frontal anterior. 

erceira fileira convexa para deante. O ocello anterior um pouco maior do 
que os ocellos lateraes. Terceiro articulo antennal amarello, um pouco 
comprimido em sentido lateral; arista menos comprida do que a fronte, 
quasi desnudada, distinctamente dorsal. Palpos não grandes, com cerdas 
fracas na metade anterior. 

Thorax vermelho-pardo, pleuras amareUadas. Ha duas cerdas dorso- 
centraes. Escutello com duas cerdas e de cada lado um pello pequeno. 
Mesopleuras desnudadas. 

Abdômen mais ou menos escuro vermelho-pardo, ventre amarello. Os 

tergitos na borda poste¬ 
rior sem tarja amarella, 
mas com pellos compri¬ 
dos ; na borda posterior 
do 6. tergito se inserem 
11-12, que são aproxima¬ 
damente tão compridos 
como o 6. tergito. Demais 

Fig. 33 — Cremcrsia. costalis, n. sp. u , hypopygidio e 6 o segmento abdominal . 

(extrahido) vista lateral, da direita. pubeSCencia CSparSa. -N a 

à) peça direita do hypopygidio. n 

b) peça esquerda do hypopygidio. ICgiaO Ventral O O. Se~ 

gmento apresenta ante¬ 
riormente uma pequena plaquinha chitinosa cordiforme de côr vermelho- 
parda, em cuja borda posterior se inserem cerca de sete pellos compridos. 
Hypopygidio (fig. 33 no texto) pardo-escuro, grande, comprimido em sen¬ 
tido lateral, asymetrico, compondo-se de uma peça direita larga e uma 
peça esquerda estreita, as quaes se ligam ao sexto segmento por meio de 
estrias longitudinaes chitinosas; a peça direita, que também se extende para 
o dorso e para a região ventral, é apontada para traz e na extremidade 
apical curvada para a linha mediana do corpo; na extremidade apical se in¬ 
serem duas cerdinhas, das quçies a inferior é mais forte e um pouco curvada; 
no mais o hypopygidio é quasi completamente desnudado; na peça direita 
se notam em baixo dois pellinhos muito curtos. 

Patas , inclusive os quadris, amarellas, femures posteriores com mancha 
apical escura. Tarso anterior não dilatado, consideravelmente mais comprido 
do que a tibia; metatarso anterior um pouco mais comprido do que os dois 









família phoridae (dipt.) 


207 


seguintes artículos tarsaes juntos (proporção dos artículos 1-3 = 11:5:4). 
A fileira dorsal de pellos da tíbia media termina na região siibapical. Tibia 
posterior com uma fileira completa de pellos na face dorsal e cerca de 15 cilios 
posterodorsaes finos. Esporões terminaes das tibias medias e posteriores não 
compridos. Femures posteriores na metade distai da borda ventral com 
cerca de seis pellos moderadamente compridos. Metatarso posterior um 
pouco menos comprido do que os dois seguintes artículos tarsaes juntos. 

Azas (Est. IX, fig. 42) com finos matizes amarellos acinzentados, 
nervação pardo-clara. Nervura costal engrossada, muito curta = 0,31 do 
comprimento da aza, com duas series de cilios de comprimento diverso, 
sendo os que se acham na borda exterior mais compridos. Nervuras humeral- 
transversai e mediastinal rudimentares. Terceira nervura longitudinal com 
a extremidade distai engrossada em forma de botão. Cella da forquilha 
muito pequena. No lugar da alula ha tres pellos. 

Balancins mais ou menos pardo-escuros. 

Comprimento total , 2,1-2,2 mm. 

Typos 25 dV (conservados em álcool) de Fio Negro (Paraná), tirados 
de um ninho de Eaton ( Acamatus ) legionis Sm., Frei Miguel Witte leg. 
22.XI.1923. 

Genero AUXANOMMATIDIA, Borgmeier 
1924, Boi. Mus. Nac. Rio, Vol. I, p. 175, fig. 

Caracteres genericos: Fronte mais ou menos estreitada anteriormente na 
femea, com sulco frontal, duas cerdas postantennaes proclinadas e tres 
fileiras de 4, 4, 4 cerdas; as cerdas interiores da primeira fileira são incli¬ 
nadas para a linha mediana. Olhos grandes, na femea mais ou menos apro¬ 
ximadas na face inferior; as facetas (cf?) crescem progressivamente em 
tamanho de detraz em cima para deante em baixo. Terceiro articulo-antennal 
mais ou menos oval; comprimido em sentido lateral, arista dorsal ou sub- 
apical. Femea com ovipositor chitinisado. Segmento anal do macho em 
forma de bainha; hypopygidio como em Aphiochaeta. Patas desprovidas 
de cerdas isoladas. Tibias posteriores com uma fileira completa de pellos 
de paliçada na face dorsal e uma serie de cilios posterodorsaes. Terceira 
nervura longitudinal forquilhada. Nervura mediastinal presente. 

Typo do genero : A . variegata Borgmeier, 

Chave das especies 

1. Segunda fileira de cerdas frontaes fortemente 

côncava para deante.... 1. variegata Borgm. 

— Segunda fileira de cerdas frontaes pouco côncava 

para deante 


2. 





208 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


YOL. XXV 


2. Femures posteriores na metade basal da borda 

ventral com alguns pellos compridos.2. pilifemur n. sp. 

— Femures posteriores na borda ventral sem pellos 

compridos...... 3. 

3. Terceiro articulo antennal. amarello-pardacento; 

comprimento total 2,2 mm.. ... 3. myrmecophila n. sp. 

— Terceiro articulo antennal esbranquiçado; com¬ 

primento total 1, 2 mm. 4. haráicki n. sp. 

AUXANOMMATIDIA VARIEGATA, BorgmeieiTo* 9 
1924, Boi. Mus. Na». Rio, vol. I, p. 175, fig. 

Desta especie C. Prade conseguiu apanhar mais 1 femea (30. IV. 1924). 
Em exemplares recem-capturados os olhos são de côr escarlate-escura, to¬ 
mando mais tarde uma coloração ennegrecida. O numero dos pellos senso- 
rios do metatarso medio varia; no exemplar capturado por Prade estão em 
numero de 9. As peças lateraes do ovipositor estão em posição natural diri¬ 
gidas obliquamente para baixo, em forma de telhado; o ‘‘canal chitínoso” 
na extremidade apical referido na deseripção original (p. 179) não e outra 
cousa senão o ferrão, o qual no exemplar capturado por Prade é completa¬ 
mente retrahido. Dou uma photomicrographia da aza (Est. X, fig. 49). 

Pellos sensorios (Spürhaare) nos tarsos de dipteros foram primeiro 
observados em 1899 por Mik <1} nas familias Leptidae (Leptis scolapacea 
e immaculata) e Tabanidae. Schmitz os menciona de Odontoxenia breviros- 
tris (Termitoxeniidae ) m , dizendo que em phorideos hão tinham sido ob¬ 
servados. Portanto,, Aüxanomatidia variegata seria a primeira especie de 
phorideos em que foi verificada a existência de taes pellos sensorios; eíles 
também existem no tarso medio de Phalacrotophora appendidgera Borgm. 
(cfr. p. 175), sendo porém nesta especie muito menos compridos e mais 
densamente agrupados. Quanto á significação e funcção desses pellos, trans¬ 
crevo a seguinte nota de Mik (citada por Schmitz) : “An den Vorder und 
Mittelíüssen sieht man... 1 auf der Unterseite der Tarsen einzelne sehütter 
angeordnete, senkreeht abstehende, bleiche, feine Haare, welehe an ihrer 
Spitze gewõhniich etwas hakig gekrtimmt sind. An den Yorderfüssen tiber- 
ragen alie diese Haare die übrige Bekleidung und finden sich an allen 
Gliedern, am zahlreichsten jedoch am Metatarsus, welcher auch die meisten 
Staehelborstèn trãgt. Diese eben geschilderten feinen, bleichen, lãngeren 
Haare halte ich für Tasthaare, für die ich den Namen Spürhaare (pili ves- 
tigantes) vorschlage ... Dass diese auffallend gebildeten Haare nicht 


(1) Wien. Ent. Zeit vol. 18, pp. 230-234. 

(2) Zool. Jahrb. AU. Syst., vol. 39, p. 239, nota 1. 









FAMÍLIA PHORIDAE (JDIPT.) 


209 


ais mechanische Mittel zum Anháufen von Fremdkõrpern gegen den Kopf 

der FHege hin dienen. mõgen, lásst ihre schüttere Anordnung erkennen; 

gewiss wâre ihre Anordnung . , . (sonst) eine bürstenartige ...” Em Pha- 

lacrotophora appendicigera esses pellos têm realmente mais o aspecto de uma 

escova; comtudo creio, que sejam homologos aos de Auxanommatidia va- 

* 

riegata. 

AUXANOMMATIDIA PILIFEMUR, n. sp. tf 1 

Esta espeeie nova 4 visinha de mríeg(Éa } mas differe pela disposição 

das ciadas frontes, coloração do abdômen, etc. 

Fronte aproximadamente tio comprida no meíb como larga, anterior- 
mente não estreitada, pardo-mate, com sulco frontal distincto e pubescencia 
escassa. Ha 2 cerdas postantennaes proclinadas e 3 fileiras de 4, 4, 4 cerdas. 
As cerdas postantennaes se inserem quasi no meio mtre a linha mediana 
e a margem ocular. As cerdas interiores da primeira fileira são inclinadas 
para a linha mediana e se inserem verticalmente em baixo das exteriores, 
um pouco em baixo do nivel das postantennaes; os pontos de inserção das 
cerdas interior^ e exteriores formam com ô ponto de luserçlo das postan¬ 
tennaes mm ou menos um triângulo equilátero; as cerdas exteriores distam 
mais otumenos tanto das interiores como das exteriores da segunda fileira. 
Segunda.fileirá mui ligeiramente côncava, quasi recta; suas cerdas interiores 
distam distinct&mente mais entre si do que das exteriores. Triângulo ocellar 
pouco saliente, pardo-ennegrecido, de angulo obtuso. As facetas dos olhos 
compostos crescem um pouco em tamanho de detraz em cima, para deante 
em baixo. Ha 2 cerdas divergentes nas bochechas e 1 cerda genal. Terceiro 
artieulí antennal tamanho normal, amarello-esbranquiçado, comprimido 
em sentido lateral; arista pardo-escura, mais ou menos tão comprida como 
a fronte, muito finamente pubescente. Palpos amarellos, curtos e delgados, 
com 1 cerda na extremidade apical e 4 menos compridas na metade anterior, 

Thorax claro ocraceo-amarello, região dorsal com 1 mancha pardo-escura 
alongada de cada lado, também os angulei humeraes mais ou menos pardo* 
escuros; pleuras amarellas, mas no meio (em cima dâi esternopleuras) com 
larga estria longitudinal parda, que se extende desde as propleuras até as' 
metapleuras. Ha 2 cerdas dorsoeentraes. Eseutello no meio vermelho*pardo,' 
lateralmente amarello, provavelmente com 2 cerdas (quebradas no tfpo) 
e de cada, lado 1 pello. 

AJ. lome com o ventre amarello e 6 placas tergitaes. Tergitos 1-4 mais 
ou menos pardo-escuros, no meio do domo com estria longitudinal amarella; 
tergitos 1-2 com a metade basal amarella, 5-6 ínteiramente amarellos; 
todos os tergitos com tarja amarella- na borda posterior. Pubescencia es¬ 
parsa, 2. terglto latersimente com aiguns pelios compridos. Hypopygidio 

27 


* 










210 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 

pardo-escuro, mate, finamente pubescente; segmento anal amarello, em 
forma de bainha. 

Patas amarellas, femures e tibias posteriores na extremidade distai 
pardo-escuros, tarso posterior escurecido. Tibia media com fileira dorsal de 
pellos que se extende até a extremidade do 3. quarto; 1 esporão ventral 

comprido. Tibia posterior com 1 fileira completa de 
pellos na face dorsal e uma serie de finos cilios postero- 
dorsaes; 1 curto esporão, ventral e 1 cerdinha subapical 
na face dorsal. Fémures posteriores (fig. 34 no texto) 
na metade basal da borda ventral com 7-8 pellos 
compridos. 

Azas com ligeiros matizes amarellos, nervação 
pardo-clara. Nervura costal com cilios finos, mais ou 
menos tão comprida como a metade da aza, divisões 
costaes aproximadamente = 23:17:5 (in situ!). For- 
Flg. 34 — Aux&nomm&tidia. quilha de angulo agudo, ramo anterior delgado, ramo 
piiifcmur, n. sp . d\ femur p OS terior um pouco curvado. Quarta nervura longitu- 

postenor.. x v ° 

dinal nascendo um pouco atraz da bifurcação, ligeira¬ 
mente curvada na metade basal, no mais aproximadamente recta. No lugar 
da alula ha 3 pellos. 

Balancins amarello-esbranquiçados. 

Comprimento total, mais ou menos 1,6 mm. 

Holotypo lcf de Petropolis, B. Ronchi leg. 7JV.1923. 

AUXANOMMATIDIA MYRMECOPHILA, n. sp. ç 

Esta especie nova differe de variegaia pela formação do ovipositor, au¬ 
sência dos pellos sensorios nos tarsos médios e outros caracteres. 

Fronte posteriormente um pouco mais. larga do que comprida no meio 
(5:4), só pouco estreitada para deante, pardo-escura, polvilhada de cinzento, 
pubescencia escassa, com 2 cerdas postantennaes proclinadas, ligeiramente 
curvadas em sua totalidade, que distam um pouco menos da linha mediana 
do que da margem ocular, e 3 fileiras de 4, 4, 4 cerdas. Ás cerdas interiores 
da primeira fileira transversal são inclinadas para a linha mediana e se in¬ 
serem verticalmente em baixo das exteriores um pouco em baixo do nivel 
das postantennaes, perto da margem ocular; as exteriores distam aproxi-> 
madamente 2 vezes mais das exteriores da segunda fileira do que das in¬ 
teriores da primeira fileira. Segunda fileira um pouco côncava para deante; 
as cerdas interiores se inserem um pouco embaixo do nivel do ocello anterior 
e distam mais ou menos tanto entre si como as postantennaes. Triângulo 
ocellar saliente. . Olhos. grandes, ligeiramente vermelho-escuros, aproxi- 






família phoeidae (dipt.) 


211 


mados um do outro na face inferior, mas menos do que em variegata ; as 
facetas crescem progressivamente em tamanho de detraz em cima, para 
deante em baixo. Ha 2 cerdas nas bochechas e 1 pequena cerda genal. 
Terceiro articulo antennal oval, amarello- pardacento, na base mais claro ; 
arista subapical, aproximadamente tão comprida como a fronte, finamente 
pubescente. Palpos não grandes, amarello-ferruginosos, anteriormente com 
4 cerdas. Tromba curta. 

Thorax mate com reflexos pardacentos em di¬ 
versos cambiantes, escuro pardo-ferruginoso, nos 
ângulos humeraes mais claro, deante do escutello 
um pouco avermelhado, no meio do dorso com 
estria longitudinal escura indistincta; escutello 
pardo-escuro, lateralmente mais claro; esterno- 
pleuras um pouco brihantes. Pubescencia densa e 
relativamente comprida, tornando-se mais comprida 
deante do escutello. Ha 2 cerdas dorsocentraes. 

Escutello com 2 cerdas e de cada lado 1 pello. 

Mesopleuras desnudadas. 

Abdômen pardo-ennegrecido, inclusive o ventre, 
na região dorsal polvilhado de amarello-cinzento, Fig 35 ” iManomm n aí, ' d “ w- 

mecophila, n. sp. V , ovipositor, 

particular mente perto das bordas posteriores dos vista domi. 
diversos tergitos. Tergitos 3-5 com fina tarja ama- 

rella na borda posterior. 2. tergito lateralmente com tufo de pellos com¬ 
pridos. Pubescencia esparsa, nos lados e na borda posterior do 6. tergito 

mais comprida. Ovipositor (figs. 35 e 36 no 
texto) pardo-escuro, na região dorsal com 
sulco profundo longitudinal, de cada lado 
com uma peça chitinosa dirigida obliqua¬ 
mente para baixo e ligeiramente abahulada, 
na margem posterior logo em baixo da 
extremidade distai com chanframento pro¬ 
fundo. 

Fig. 36 — Auxanommattâiã T myrmecophila, 

n. sp. V , ovipositor, vista lateral da esquerda. Patas delgadas, amarello-claras, quinto 

distai dos femures. e tibias posteriores 
pardo-ennegrecidos, tarso posterior escurecido. A fileira dorsal de pellos 
da tibia media se extende mais ou menos até a extremidade do 3. quinto 
da tibia, cilios posterodorsaes (cerca de 10) fracos; 1 esporão ventral com¬ 
prido. Tibia posterior com 1 fileira completa de pellos na face dorsal e 
uma serie de cilios posterodorsaes, sendo os que se inserem na metade 
distai um pouco mais fortes do que os da metade basal da tibia; 1 curto 
esporão ventral e 1 cerdinha curta subapical na face dorsal. Metatarso 



















212 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


posterior menos comprido do que os dois seguintes articulos tarsaes 
juntos. 

Azas com matizes amarellados muito finos, nervação pardo-clara. 
Cilios costaes finos. Nervura costal = 0,45 do comprimento da aza, divisões 
costaes aproximadamente = 21:17:4. Nervuras humeral-transversal e me-, 
diastinal distinctas. Terceira nervura longitudinal um pouco mais grossa 
do que a nervura costal, com a extremidade apical um pouco engrossada 
em forma de botão; forquilha de angulo agudo. Quarta nervura nascendo 
mais ou menos na bifurcação, no principio um pouco obliterada, no terço 
basal ligeiramente curvada, no mais aproximadamente recta. No lugar da 
alula se inserem 3 pellos. 

Balancins amarello-claros. 

Comprimento total, mais ou menos' 2,2 mm. 

Typos 2 9 ç de Rio Negro (Paraná), Borgmeier ieg. 24.1.1924 num 
ninho de Camponotus rufipes F., na mesma occasião em que foram apanhados 
*as typos de Apocephalus lanceatus e camponoti. (Çfr.. p, 196). Um dos. 
exemplares tvpicos é eonservado em álcool. ' 

' r v >;*' ; 

AUXANOMMÂTIDIA HARDICKI, n. sp. d 

Esta especie nova ê visinha de pilifemur, mas differe pela disposição 
das cerdas frontaes, coloração do abdômen, ausência dos pellos compridos 
na borda ventral dos femures posteriores, etc. 

Fronte (corrugada no exemplar typico) um pouco mais larga do que 
comprida, pardo-acinzentada, com pubescencia escassa e sulco frontal dis- 
tincto. As 2 cerdas postantennaes se inserem distinctamente mais perto da 
linha mediana do que da margem ocular. As cerdas interiores da primeira 
fileira se inserem verticalmente em baixo das exteriores perto da margem 
ocular; as exteriores distam aproximadamente 2 vezes mais das exteriores 
da segunda fileira do que das interiores da primeira fileira. Segunda fileira 
ligeiramente côncava para deante; as cerdas exteriores distam distinctamente 
mais das interiores do que as interiores entre si. Facetas dos olhos compostos 
como em pilifemur . Ha 2 cerdas fracas nas bochechas e 1 cerda genal pe¬ 
quena. Terceiro articulo antennal amarello-esbranquiçado, relativamente 
grande; arista subapical, pardo-clara, distinctamente pubescente, um pouco 
mais comprida do que a fronte. Olhos na face inferior só pouco aproximados 
um do outro. Palpos amarellos, curtos, com cerdinhas curtas. 

Thorax pardo-claro, com algumas manchas escuras, pleuras um pouco 
mais escuras, sutura pro-mesothoracica arnarellada. Ha 2 cerdas dorso- 
centraes. Escutello pardo-escuro, lateralmente mais claro, com 2 cerdas e de 
cada lado 1 pello. Mesopleuras desnudadas. 



família phoridae (dipt.) 


213 


Abdômen com 6 placas tergitaes pardo-escuras, metade distai dos 
diversos tergitos com reflexos cinzentos. Pubeseencia escassa. 2. tergito 
lateralmente com alguns pellos compridos. 

Patas amarello-elaras, femures posteriores com mancha apical pardo- 
escura, tibia posterior no ultimo quinto ennegrecida, tarso posterior um 
pouco escurecido. A fileira dorsal de pellos da tibia media se extende mais 
ou menos até a extremidade do 4. quinto da tibia; ha 1 esporão ventral 
comprido. Tibia posterior com 1 fileira completa de pellos na face dorsal; 
cilios posterodorsaes insignificantes; 2 esporões ventraes desiguaes e 1 
cerdinha subapical na face dorsal. 

Azas com finos matizes amarellos, nervação amarella. Nervura costal 
= 0,42 do comprimento da aza (insitul), divisões costaes aproximadamente 
= 18:13:5. Nervuras humeral-transversal e mediastinal distinctas. Quarta 
nervura longitudinal, nascendo atraz da bifurcação, ligeiramente côncava 
para deante. No lugar da alula ha 3 pellos. 

Balancins amarello-esbranquiçados. 

Comprimento total , 1,27 mm. 

Holotypo ld 1 de Petropolis, Frei Tito Hardick leg. 7. IV. 1922. 

Nota: Dedico esta especie ao descobridor. 

Genero NEOjDOHRNIPHORÃ, Malloch 
1914, Trans. Amer. Ent. Soe., vol. XL, p. 24. 

Caracteres genericos : Fronte mais, comprida do que larga, com sulco 
frontal, sem cerdas postantennaes, com 3 fileiras de 4, 4, 4 cerdas; primeira 
fileira convexa para deante, as cerdas interiores divergent entre si e 
occupam o lugar das antennas. Terceiro articulo antennal engrossado, oval 
ou subconico, arista apical ou subapical. Palpos não grandes, com cerdas 
fiacas. Escutello pequeno, com 2 Cerdas. Hypopygidio grande, formado 
mais ou menos como em Dohrniphora; segmento anal em forma de bainha, 
os pellos na extremidade apical do ventrito (styli) muito compridos. Femea 
com ovipositor chitinisado de formação complicada. Patas delgadas. Todas 
as tibias sem cerdas isoladas; tibias posteriores com 1 fileira de pellos de 
paliçada na face dorsal e uma serie de cilios posterodorsaes finos; esporões 
apicaes presentes. Nervação das azas mais ou menos como em Dohrni¬ 
phora. Especies provavelmente myrmecophilas. 

Typo do genero: N. calverti Malloch 

Malloch diz: “the anal protuberance very long, papilla like”. Aqui ha 
manifestaraente uma contradicção. Supponho que se trate de um erro typo- 
graphico; Malloch certamente escreveu “not papilla like”. A descripção 
que Malloch dá do genotypo, é muito summaria. Creio que Apocephalus 



214 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


eurwmrvis Mall. (1914) pertence a este genero, Provavelmente trata-se 

de uma espécie visinha de declinata n. sp., que differe porém pela ner- 

» 

vação das azas 

Chave das especies brasileiras 

1 . Quarta nervura longitudinal na extremidade distai 

recurvada no sentido da orla da aza. 1 . declinata n. sp. 9 

— Quarta nervura longitudinal na extremidade distai 

não recurvada ... 2 . 

2 . Terceiro articulo antennal engrossado.. 3. 

— Terceiro articulo antennal não engrossado; compri¬ 

mento total 3,4 mm.:. 2. aaromyrmeds n. sp. 9 

3. Primeira divisão costal igual á segunda; compri¬ 

mento total 1,7 mm... 3. montana n. sp. tf 

— Primeira divisão costal maior do que a segunda ; com¬ 

primento total 2,7 mm.....!. . 4. robusta n. sp. d” 

NEODOHRNIPHORA DECLINATA, n. sp. 9 

Fronte distinctamente mais comprida do que larga, com brilho ligeiro, 
quasi mate, distinctamente pubescente, sulco frontal distincto, sem cerdas 
postantennaes, com 3 fileiras transversaes de 4, 4, 4 cerdas. Primeira fiteira 
com forte convexidade anterior; as cerdas interiores divergem entre 
si e se inserem perto da linha mediana na margem frontal anterior; as 
cerdas exteriores são implantadas perto da margem ocular e distam quasi 
2 vezes mai$ das interiores do que essas entre si.‘ Segunda fileira côncava 
para deante; as cerdas interiores se inserem de cada lado do ocello anterior 
e distam um pouco mais entre si do que as cerdas interiores da primeira 
fileira; as cerdas exteriores (da segunda fileira) distam um pouco menos das 
interiores do que das exteriores da primeira fileira. Triângulo ocellar ligeira- 
mente saliente, de- angulo obtuso, Olhos grandes, occupando as regiões 
lateraes da cabeça, de maneira que as regiões genaes são reduzidas a uma 
faixa muito estreita; o tamanho das facetas augmenta um pouco progressi¬ 
vamente de detraz em cima, para deante em baixo. Ha 2 cerdas divergentes 
nas bochechas e 1 cerda genal. Terceiro articulo antennal amareilo-ferrugi- 
noso, um pouco alongado e laterabnente comprimido, visto do lado mais 
ou menos periforme; arista apical, pardo-escura, exeeptuando a base, menos 
comprida do que a fronte alta, praticamente desnudada. Palpos muito curtos, 
amarello-esbranquiçados, anteriormente com 4 cerdinhas curtas, das quaes 
aquella que se insere na extremidade apical é a mais comprida. Tromba curta. 

Thorax fortemente abahulado, amarello-ferruginoso, o dorso na 
metade posterior (inclusive 0 escutello) emxegrecido, pleuras amarellas. 
Ha 2 cerdas dorsocentraes. Escutello com 2 cerdas, deante das, quaes de 
cada lado 1 pellinho; Propleuras desnudadas, mas na borda inferior com 1 
cerda dirigida para baixo. Também as mesopleuras glabras. 









família fhoridae (dipt.) 


215 


Abdômen comprido e relativamente delgado> com os lados quasi pa- 
rallelos. Ventre amarello. As 6 placas tergitaes são de coloração vermelho- 
amarella, mas tergitos 1-5 lateralmente pretos e tergitos 2-4 no meio com 
estria longitudinal escura; 6. tergito na metade basal pardo-ennegrecido; ter¬ 
gitos 1-5 na borda posterior com tarja vermelho-amarella. Tergito 2 alonga¬ 
do, tergitos 3-5 aproximadamente do mesmo compiúmento, tergito 5 com os 
ângulos posteriores arredondados; 6. tergito fortemente alongado, no 
exemplar typieo anteriormente em parte coberto pelo 5. tergito e corrugado 
de maneira que não se distinguem bem os contornos. Pubescencia extrema¬ 
mente escassa e fina. O grande ovipositor consiste de uma capsula chiti- 
nosa cylindrica de coloração brilhante pardo-ennegrecida; seu comprimento 
é aproximadamente igual ao dos tergitos 5+6; uma deseripção exacta não 
é possivel, porque a extremidade abdominal é corrugada no exemplar ty¬ 
pieo; exteriormente se notam de cada lado dois pequenos processos chitino- 
sos: 1 processo superior obtuso revestido de alguns pellinhos curtos, e 1 
processo inferior pontagudo com 2 pellinhos na extremidade apical. 

Patas delgadas (como geralmente em Neodohrniphora ), de cor amarella, 
tarsbs médios e posteriores escurecidos. Todas as tibias (inclusive as ante¬ 
riores!) na face dorsal .com uma fileira completa de pellinhos de paliçada. 
Cilios posterodorsaes muito fracos; também na face anterodorsal se en¬ 
contra uma fileira de pellos, os quaes porém só constituem outro typo da 
demais pubescencia. Femures posteriores no terço basal da borda ventral 
com 4-5 pellos compridos. 

Azas com matizes amarellos, borda anterior (a partir da extremidade 
costal) pardacenta, nervação distinctamente pardo-escura. Nervura costal 
curta, = 0,39-0,4 do comprimentQ da aza (m situ /), as divisões costaes 
aproximadamente em proporção de 7:2^: 1, Cilios costaes curtos. Ner¬ 
vura humeral transversal distincta, nervura mediastmal presente, mas 
fina. Primeira nervura longitudinal na extremidade apical um pouco en¬ 
grossada. Forquilha de angulo agudo, ramo posterior ligeiramente curvado 
com a extremidade apical um pouco engrossada em forma de botão. Quarta 
nervura longitudinal nascendo atraz (1) da bifurcação, ligeiramente côn¬ 
cava para deante, mas na extremidade distinctamente {1 > recurvada no sen¬ 
tido da orla anterior da aza, terminando um pouco em cima da ponta da 
aza. Nervuras 4-7 alcançando distinctamente a orla da aza. No lugar da 
aluía ha 7 pellos. 

Balandns pretos, com o pedunculo amarello. 

Comprimento total , aproximadamente 2,5 mm. 

Holotypo 1 9 de Petropolis, C. Prade leg. ,8.11.1924. 


(1) Mais distinctamente do que em cmvinervis Mall. 




216. 


ARCmVOS DO MUSEU NACIONAJL — YOL. -XXV 

NEODOHRNIPHORA ACROMYRMEC IS, n, sp. Ç 

Esta especie nova differe de ãeclinata Bqrgm. pela nervação das 
azas e pela formação do ovipositor. 

Cabeça grande. Fronte preta, distinctamente mais comprida do que r 
larga, anteriormente um pouco estreitada, com pubeseencia densamente' 
agrupada, sulco, frontal distincto e tres fileiras de 4, 4, 4 cerdas. Primeira 
fileira fortemente convexa para deante; as cerdas interiores divergem entre 
si e occupam o lugar das cerdas postantennaes que faltam; sua distancia 
mutua é aproximadamente = % da largura frontal anterior; as cerdas ex¬ 
teriores se inserem immediatamente perto da margem ocular e distam quasi 
2 vezes mais das interiores do que essas entre si. Segunda fileira côncava 
para deante; as cerdas interiores se inserem quasi no nivel do ocello anterior 
e distam um pouco mais entre si do que das exteriores. Triângulo ocellar 
ligerramente saliente, de angulo obtuso. Olhos grandes, occupando as regiões 
lateraes da cabeça, com cilios distinctos; as facetas augmentam ligeiramente 
em tamanho progressivamente de detraz em cima para deante em baixo. 
Ha 1 pequena cerda genal e 4 cerdas que se inserem nas bochechas, sendo 
as duas superioras mais fracas do que as inferiores. Terceiro articulo antennal 
amarello-ferruginoso ou amarello-pardo, não grande, oviforme, lateralmente 
um pouco comprimido; arista escura, subapical, distinctamente menos com¬ 
prida do que a fronte, com pubeseencia extremamente fina, praticamente 
desnudada. Palpos amarello-claros, muito curtos, anteriormente com 3 cerdas 
pequenas de comprimento diverso. Tromba amarello-clara, curta e larga. 

Thorax fortemente abahulado, amarello-ferruginoso, pleuras mais 
claras; o dorso pardacento na metade posterior, mas no meio com estria 
longitudinal mais clara. Ha 2 cerdas dorsocentraes. Escutello escurecido 
na borda anterior, com 2 cerdas, deante das quaes de cada lado 1 pellinho 
pequeno. Mesopleuras desnudadas; também as propleuras glabras, mas na 
borda inferior com 1 cerda dirigida para baixo. 

Abdômen comprido, com o ventre amarello ou vermelho-amarello. 
Ha 6 placas tergitaes de coloração pardo-ennegrecida ou vermelho-parda, 
as quaes no meio do dorso são um pouco mais claras; tergitos 1-5 na 
margem posterior com tarja amarella. 2° tergito nos ângulos anteriores 
com mancha amarella. 1° tergito muito abreviado, 2 o tergito alon¬ 
gado, tergitos 3-5 aproximadamente do mesmo comprimento, estreitados 
um pouco progressivamente para traz; 6 o tergito amarello-pardo, mais 
ou menos trapeziforme, com as margens lateraes chanfradas em forma 
de S, anteriormente mais largo do que atraz, mas distinctamente menos largo 
do que o 5 o tergito. Pubeseencia muito fina, limitando-se á borda pos¬ 
terior. Nas regiões lateraes do 5 o segmento se encontra na borda posterior 




família phoridae (dipt.) 


217 


de cada lado um tufo de 5-7 pellos extremamente compridos. 6° segmento 
muito alongado, alargado para traz, com os dois terços distaes de coloração 
pardo-escura e ligeiramente chitinisados, distinctamente putescentes na 
região dorsal, e na região ventral revestidos de muitas eerdas singulares 
obtusas. Pela epiderme do 6 o segmento transparece o grande ovipositor, 
do qual se nota exteriormente uma placa, dorsal chitínosa abahulada de 
coloração escura, que apresenta de cada lado uma fileira.longitudinal de 
cerca de 7 eerdas ligeiramente erectas e um pouco dirigidas para os lados; 
posteriormente se encontra uma incisão profunda no meio, e na extremidade 
distai se acha de cada lado um pequeno espinho ou gancho chitinoso di¬ 
rigido para baixo, o qual não é homologo ás demais eerdas. Por debaixo 
da placa dorsal se nota um ferrão forte, preto, ligeiramente curvado 
para baixo. 

Patas delgadas, amarellas. Femnres posteriores no terço basal da borda 
ventral com 4-5 pellos compridos. Tibias medias e posteriores na face 
dorsal com 1 fileira completa de pellos de paliçada; cilios posterodorsaes 
fracos. 

Azas com matizes amarello-pardacentos, nervação parda. Nervura 
costal = 0,41 do comprimento da aza (in situ !), divisões aproximadamente 
«f 18:10:3. Cilios costaes curtos. Nervura mediastinal presente. Forquilha 
de angulo agudo. Quarta nervura longitudinal nascendo um pouco atraz 
da bifurcação, com -excepção da base inteiramente recta. Nervuras 4-7 al¬ 
cançando a orla da aza, 7 um pouco mais fraca do que 4-6, No lugar da alula 
ha 5 pellos. 

Balancins pardo-ennegrecidos, peduneulo amarello. 

Comprimento total, aproximadamente 3,4 mm. 

Typçs 2ç ç de Rio Negro (Paraná), W. Frey leg, sobre um ninho 
de Awomynmm sp., 28.11.1924. 

NEODOHRNIPHORA MONTANA, n. sp. & 

Esta especie nova differe do genotypo calveríi pela arista distinctamente 
menos comprida do que a fronte, pela coloração do abdômen e da mem¬ 
brana das azas. 

Fronte mais comprida do que larga posteriormente (17:13), pardo-en- 
negrecida, distinctamente pubescente, com sulco frontal, ligeiramente 
brilhante, sem eerdas postantennaes, com 3 fileiras de 4, 4, 4 eerdas. Pri¬ 
meira fileira convexa para deante; as eerdas interiores se inserem na borda 
anterior, divergem entre si e distam só um pouco menos da linha mediana 
do que da margem ocular; as exteriores distam um pouco mais das interiores 
do que as interiores entre si. Segunda fileira côncava para deante; suas 

'2307-924 ' 28 




218 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


YOL. XXV 


cerdas interiores se inserem quasi no nivel do ocello anterior e distam quasi 
tanto èntre si como as cerdas interiores da primeira fileira. Triângulo 
ocellaí um pouco saliente, dé angulo obtuso. Ha 2-3 cerdas nas bochechas 
e 1 cerda genal muito fraca. -Terceiro articulo antennal moderadamente 
grande, oval, amarello-ferruginoso; arista apical, muito finamente pubes- 
cènte, nãò alcançando a borda occipital. Palpos curtos, com 2 cerdas des- 
iguáes na extremidade apical e alguns pellinhos. Tromba curta. 

- '•■Thorax amarello-ferruginoso, pleuras mais claras, as mesopleuras 
atraz com mancha vermelho-parda. Ha 2 cerdas dorsocentraes. Escutello 
pequeno, com 2 cerdas e de cada lado 1 pellinho. Sutura dorso-pleural in- 
distineta; mesopleuras desnudadas. 

Abdômen com o ventre amarello-ferruginoso e 6 placas tergitaes, cuja 
coloração varia; geralmente metade basal do 2 o tergito e tergitos 5-6 mais ou 
menos vermelho-pardos, o resto pardo-ennegreeido; ás vezes tergitos 3~6 intei¬ 
ramente escuros; 5. tergito com tarja amarella na borda posterior, também 
nos outros tergitos se percebe de vez em quando uma fina tarja amarella. 

Pubescencia escassa e esparsa. Hypo- 
pygidio (fig. 37 no texto e Est. XIII, 
fig. 60) grande, pardo-escuro, mate, com 
pubescencia piuito fina, de cada lado em 
cima com um processo mais ou menos 
digitiforme; na base do processo da di¬ 
reita ha 1 cerda, também na extremi- 
Fig 37 — NeorfoArmp^ra^on^ a< n. s P . d\ hy- (j ac [ e apical do processo da esquerda 

ha 1 cerda moderadamente comprida; 
borda posterior com pellos finos. Segmento anal amarello, comprido, em 
fórma de bainha, os pellos na extremidade do ventrito (styli) muito com¬ 
pridos. 

Patas amarellas. Quadris anterioi^es na extremidade apical com 3 
cerdas. Femures posteriores na metade basal da borda ventral com 2 cerdas 
compridas. Tibias posteriores e medias com fileira completa de pellinhos 
na face dorsal; cilios posterodorsaes muito fracos, também nas tibias pos¬ 
teriores. Tibia média com 1 esporão ventral comprido. Tibia posterior com 
1 esporão apical na face dorsal e outro na face ventral. 

Azas (Est. IX, fig. 44) com matizes amarello-cinzentos, nervação 
parda, comprimento total 1,5 mm. Nervura costal com cilios curtos, = 
0,43 do comprimento da aza, divisões costaes aproximadamente = 10:5:2 
Nervura mediastinal fina. Primeira nervura longitudinal um pouco engros¬ 
sada na extremidade apical. Angulo da forquilha agudo. Quarta nervura 1 
nascendo atraz da bifurcação, na base ligeiramente curvada, no mais. quasi 
recta. No lugar da alula 4 pellòs. 








família phoridae (dipt.) 


219 


Balancins pardo-ennegrecidos, pedunculo amarello. 

Comprimento total, aproximadamente 1,7 mm. 

Typos 5 (f cf de Petropolis, 12;XI.1923 (Borgmeier), 2G.XIT923 
(Ronchi). 

NEODOHRNIPHOKA ROBUSTA, n. sp. & 

Esta especie nova é muito parecida com montana, mas differe pela ner- 
vação das azas e comprimento total maior. 

Fronte (fig. 38 no texto) preta, distinctamente mais ■ comprida do 
que larga (24:17). Disposição das cerdas frontaes como em montana. 
Terceiro articulo antennal pardo-ferruginoso, engrossado; aristadistincta¬ 
mente menos comprida que a fronte. 

Thorax como em montana. 

Abdômen : tergi-tos 2-4 pretos, no meio com estria vermelho-escura 
indistincta, 2 no meio mais claro, lateralmente na 
metade basal com mancha amarella. 4 o tergito com 
tarja amarella na borda posterior, 5 o tergito ama- 
rello-vermelho, lateralmente com mancha preta, 

6. tergito na metade basal amarelló-vermelho, na 
metade distai preto. Hypopygidio muito parecido - 
com o de montana, não examinado em seus de¬ 
talhes, porque só tem 1 exemplar. 

Azas ■ (Est. XI, fig. 43) parecidas com as de 
Wiontana, comprimento total 2 mm. Nervura costal 
= 0,42 do comprimento da aza, divisões costaes 
— 14:6:2 y 2 , portanto a I a divisão costal re- 38 "TTTTolZ 
lativamente mais comprida do que em montana. 

Nervura mediastinal um pouco menos distineta do que em montana. 
Quarta nervura longitudinal na base' obliterada, quasi recta. No lugar da 
aluía 4 pellos. . 

Balancins pardo-ennegrecidos, pedunculo amarello. 

Comprimento total, 2,7 mm. 

Holotypo 2 dV de Petropolis, B. Ronchi leg. 17.IV. 1923; 24.XI. 1924. 

Generq PHEIDOLOMYIA, SCHMITZ 



1915, Deutsch. Entom. Zeitschr., p. 495, Taf. XI, figs. 23, 24. 

Esse genero interessante foi creado por Schmitz em-1915 e baseado 
sobre um uníco exemplar fortemente lesado (sem cabeça!) * existente. na 
collecção de Wasmann e descoberto por A. Gõldi ha 25 armos atraz (1899) 









220 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


em Theresopolis (E. do Rio), num ninho de PheÂdole emeryi Mayr. Exami¬ 
nando uma eolonia de Pheidole crassipes Mayr installada num toco de 
bambú, meu amigo Frei Cajetano Frade conseguiu apanhar mais um exem¬ 
plar desse diptero curioso. Esse exemplar é illeso e foi collocado em álcool. 
As cerdas thoracicas são as mesmas que Schmitz indica na sua descripção e 
representa na sua figura. As azas chama Schmitz “um pouco abreviadas” 
( “etwas verkürzt”) e julga que as metades apicaes quebraram. A J primeira 
vista essa observação parece ser exacta. Entretanto os contornos das azas 
do meu exemplar concordam perfeitamente com a photomicrographia de 
Schmitz, de maneira que devem ser consideradas como degeneradas e ru¬ 
dimentares, constituindo um caso muito interessante de reducção alar em 
consequência de vida symbiotica com as formigas. Si as azas no momento 
da eclosão da pupa estão ainda intactas e completas, como foi observado em 
alguns outros dipteros, não se póde dizer per emquanto. O contrario me 
parece mais provável. Dou no seguinte os principaes caracteres genericos 

e accrescento uma nova descripção da especie unica, visto a descripção de 

__ * 

Schmitz se basear sobre um exemplar seccado fortemente lesado e apre¬ 
sentar por este motivo diversas lacunas. 

Caracteres genericos : Fronte mais larga do que comprida, com 4 cerdas 
postantennaes proclinadas e tres fileiras de 2, 4, 4 cerdas; as cerdas da pri¬ 
meira fileira são inclinadas para a linha mediana. Ha 3 ocellos. Olhos um 
pouco reduzidos, pubescentes. Terceiro articulo antennal globular, arista 
dorsal. Palpos bem desenvolvidos, com cerdas. Bochechas com cerdas. 
Thorax mais largo do que comprido, com muitas cerdas compridas. Ha 2 
cerdas dorsocentraes. Mesopieuras desnudadas. Escutello presente, com 
cerdas. Abdômen oviforme, com 6 placas tergitaes progressivamente estrei¬ 
tadas para traz. Segmentos terminaes membranosos. Patas relativamente 
compridas, sem cerdas isoladas, tibias médias e posteriores com fileira dorsal 
de pellos de paliçada. Azas rudimentares, consistindo das nervuras engros¬ 
sadas da borda anterior e da metade basal da membrana; nervura costal com 
cerdas muito compridas; terceira nervura longitudinal forquilhada ; tegula 
com 1 cerda muito comprida. Balancins presentes, de formação normal. 

Typo do genero: Ph. alpina Schmitz y. 

PHEIDOLGMYIA ALPINA, Schmitz Ç 
Est. XVII, fig. 68. 

1915, Deutsch. Entom. Zeítschr., p. 495. 

Cabeça achatada, tão larga como o thorax. Fronte pardo-ennegrecida, 
abahulada em sentido longitudinal e transversal, com sulco frontal que se 
dilata entre as cerdas postantennaes formando uma cova, pubescente, com 



família fhoridae (dipt.) 


221 


4 cerdas postantennaes proclinadas e tres fileiras de 2, 4, 4 cerdas. As cerdas 
postantennaes superiores distam aproximadamente 2 vezes mais entre si 
do que as inferiores. As cerdas da primeira fileira são inclinadas para a linha 
mediana; ellas se inserem perto da margem ocular interior, na margem su¬ 
perior das foveas antennaes, e distam aproximadamente tanto das cerdas 
postantennaes superiores como essas da linha mediana. As cerdas interiores 
da segunda fileira se inserem um pouco em baixo do nivel do ocello anterior 
e distam distinctamente menos entre si do que as cerdas postantennaes su¬ 
periores ; as cerdas exteriores da segunda fileira se inserem perto da margem 
ocular superior, no mesmo nivel que as 4 cerdas verticaes; ellas são (como 
as demais cerdas frontaes) distinctamente menos compridas do. que as 4 
cerdas verticaes prolongadas, mas um pouco mais compridas do que as 
cerdas interiores da segunda fileira, e dirigidas ligeiramente para os lados. 
As cerdas verticaes exteriores distam aproximadamente 2 vezes mais das 
interiores do que essas entre si; as interiores se inserem entre os ocellos pos¬ 
teriores. Olhos reduzidos, pubescentes e ciliados. A margem ocular anterior 
(inferior) é acompanhada por uma fileira de 5 cerdas. Terceiro articulo 
antenna! pardo-ferruginoso, globular, não grande; arista dorsal, comprida, 
distinctamente pubescente. Palpos pardo-ferruginosos, comprido's e del¬ 
gados, com 6-7 cerdas na metade anterior. 

Thorax * castanho-escuro, ligeiramente brilhante, mais largo do que 
comprido, arredondado, ligeiramente estreitado para traz, com 1 cerda 
comprida de cada lado nos ângulos humeraes, immediatamente em cima do 
estigma prothoracico, è uma fileira recta transversal de 6 cerdas compridas 
um pouco deante do meio, das quaes a exterior se insere na margem lateral, 
muito perto da cerda humeral. Além disso, ha uma fileira transversal de 
4 cerdas compridas, das quaes as exteriores se inserem na margem 
thoracica posterior, as interiores, porém, perto delia; as interiores distam 
mais entre si do que as interiores da primeira fileira transversal e podem, 
como essas, ser consideradas como cerdas dorsocentraes, que estariam, 
portanto, em numero de 4. As cerdas das duas fileiras transversaes, bem 
como as cerdas humeraes, são mais compridas do que o thorax + o escutello. 
Existe ainda de cada lado 1 pequena cerdinha na raiz das azas. Escutello 
elliptico, distinctamente destacado, com 2 cerdas pouco compridas. Suturas 
pleuraes distinctas. Mesopleuras desnudadas. 

Abdômen côr de chocolate, ventre e regiões lateraes dos segmentos 1-5 
amarellas. 1. tergito um pouco abreviado; tergitos 2-5 aproximadamente 
do mesmo comprimento, progressivamente estreitados para traz, apresen¬ 
tando 1 pello comprido de cada lado nos ângulos posteriores; a demais 

pubesceneia fina e esparsa; também q ventre e as regiões lateraes do abdômen 

* 

com pubesceneia esparsa. 6. segmento fortemente escurecido para traz, com 



222 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


pubescencia mais densa, ligeiramente chitinisado, segundo indica o brilho 
fraco; entretanto a 6 , placa tergital é distinctamente destacada, : muito 
alongada e de formação singular (fig. 39 no texto). Segmentos terminaes 
membr anosos, retrahidos no exemplar examinado, de côr amarello-parda- 
eenta. Cerci presentes, mas indis tinetamente destacados. 

Patas compridas e fortes, pardo-ferruginosas, com as articulações mais 
claras; a pubescencía é geralmente comprida © não densamente agrupada. 
Metatarso anterior ligeiramente engrossado, um pouco menos comprido do 
que os dois seguintes articules tarsaes juntos. Femures relativamente del¬ 
gados, Tibias médias e posteriores na face dorsal com 1 fileira completa de 
pellos e uma serie de cilios posterodorsaes. Metatarso posterior fortemente 
dilatado (a extremidade basal é tão larga como a extremidade distai da 
tibia), com 8-9 pentes transversaes. 

Azas rudimentares, mais compridas do que o thorax; 
membrana pardacenta, nervuras da borda anterior côr 
de chocolate, acompanhadas interiormente por uma tarja 
pardo-ennegrecida. Nervura costal no terço basal ligeira¬ 
mente engrossada, os dois terços distaes mais claros, com 
cerca de 10 . cerdas muito compridas e alguns pellos; das 
cerdas, 8 se inserem na borda exterior, 2 porém (1 com¬ 
prida e 1 menos comprida) fóra da fileira mais para a 
borda interior perto da membrana, na extremidade do 
1 . terço costal. Terceira nervura longitudinal com grande 
forquilha, dismembrando-se R 2 de R3 num lugar que fica 
em frente da emboccadura da primeira nervura longitudinal. Segunda di¬ 
visão costal um pouco menos comprida do que a terceira. No ramo pos¬ 
terior da forquilha se notam 4 pontos circulares claros, que talvez sejam 
os pontos de inserção de pellos ou cerdinhas quebradas. Além disso, ha 
4 nervuras pallidas. No lugar da aluía não ha pellos, Tegula era fôrma 
de botão, com 1 cerda comprida. 

Balandns pardo-ennegrecidos, 

Comprimento total , aproximadamente 1,6 mm, 

O typo dessa especie é proveniente de Colonia Alpina (Theresopolis, 
E. do Rio), Á. Gõldi leg. 1899 num ninho de Phddole emeryi Mayr. Além 
disso 1 9 de Petropolis, Frei Cajetano Pr ade leg. 3. VIII. 1924, num ninho 
de Phddole crassipes Mayr. 



Fig. 39 — Pheidolom yia 
alpina, Schmitz, 9 , 
placa ehítmosa do d» 
tergito abdominal. 






FAMÍLIA PHORIDAE (dIPT.) 


223 


Genero melaloncha, Brues 

1903, Brues, Trans. Amer. Ent. Soc«, vol. XXIX, p. 374. 

1906, Brues, Genera Ins., fase. 44, p. 8. 

1912, Malloch, Proe. U. S. Nat. Mus., vol. 43, p. 500. 

1912, Endeelein, Stett. Ent. Zeit., p. 41 ( Udamochíras ) 

1912, Brues, Psyclie, vol. 19, p. 136. 

Caracteres genericos : Cabeça hemispherica, fronte mais comprida do que 
larga, sulco frontal presente ou ausente, sem eerdas postantennaes, com 4 
fileiras de 2, 2, 4, 4 eerdas; eerdas interiores da terceira fileira enfraquecidas 
ou ausentes. Ocellos presentes. Terceiro articulo antennal de forma oval 
alongada, arista apical. Palpos pequenos, com eerdas extremamente curtas. 
Abdômen da femea delgado e apontado, ovipositor chitinisado. Tibias me¬ 
dias e posteriores com fileira dorsal de pellos que se dissolve ás vezes 
em series de 3-4 fileiras pequenas, e 2 series de cilios. Polvilhos e empodio 
bem desenvolvidos. Azas compridas e delgadas, com a terceira nervura não 
forquilhada. Hypopygidio como em Dohrniphora; segmento anal digitiforme. 

Typo do genero: M. pulchella Brues (Bolivia) 

Lundbeck diz erradamente (Dipt. Dan, VI, p. 80) que neste genero 
não existem ocellos em ambos os sexos. Este erro já foi rectificado por 
Schmitz (Tijdschr. v. Ent. LXV, 1922, p. 223). Segundo afíirma Brues 
(An. Mus. Nat. Hungar,, vol. IX, 1911, p. 440), pulchella também foi en¬ 
contrada no Paraguay, 

MELALONCHA COLOSSIA, Endeelein & 

1912, Endeelein, Stett. Ent. Zeit., p. 42, fig. (Udamochíras). 

1912, Brues, Psyche, vol. 19, p. 136. 

1923, Schmitz, Jaarb. Nat.. Gen. Limburg, 1920-23, p. 51. 

1924, Borgmeier, Societas entomologica, vol. 39, p. 18. 

Não conheço esta especie ex natura. Em 1923 Schmitz deu uma des- 
cripção melhorada desta especie no seu trabalho “Typenstudien an Pho- 
riden”. Mais tarde Schmitz teve a bondade de confrontar o typo de rubri- 
cornis m. com o typo de colossia; o resultado desta comparação me foi 
communicado por carta (14.IX. 1923) que publiquei no meu trabalho “Drei 
neue Phoriden aus Brasilien” (1924). 

Dou no seguinte um resumo dos caracteres que devem ser accrescen- 
tados á descripção de Enderlein. 

Fronte muito comprida, excedendo o seu comprimento o duplo da lar¬ 
gura (8 : 3), com sulco frontal distincto e 4 fileiras de 2, 2, 2, 4 eerdas muito 



224 


ARCHIYOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


compridas; as cerdas interiores da fileira ocellar, bem como as cerdas pos- 
tantennaes, faltam. Não é exacta a affirmação de Enderlein que a fronte 
seja completamente sem pubescencia; não ha phorideo sem alguma pubes- 
cencia frontal. Terceiro articulo antennal quasi de eôr branca, ligeiramente 
curvado, alongado, excedendo o seu comprimento o dulpo da largura; 
arista apical, excedendo o seu comprimento o duplo do comprimento do 
3. articulo antennal. 

Thorax com a margem lateral vermelho-parda. Escutello com 4 cerdas, 
sendo as anteriores mais ou menos enfraquecidas. 

Abdômen nas regiões lateraes com reflexos prateados. O hypopygidio 
é parecido com Dohrniphora. Tubo anal digitiforme, aproximadamente 
tão comprido como os tergitos 5-6. 

Patas: Tarso anterior mais ou menos = 3 /s do comprimento da tibia, 
sómente o metatarso mais comprido do que largo, artículos 3-4 pouco, 5 
fortemente dilatados, 5 em cima na borda posterior com 9 pellos compridos 
eriçados, mas sem unhas. Polvilhos muito grandes, quasi do tamanho do 
5. articulo (também os polvilhos dos tarsos médios excedem o tamanho 
normal); metatarso anterior tão comprido como os dois seguintes artículos 
tarsaes juntos. Femures posteriores com uma serie incompleta de pellos 
eriçados na borda dorsal. Tibias medias e posteriores com 2 series de cilios, 
como em Phalacrotophora ; os cilios posterodorsaes das tíbias posteriores se 
compõem de 3 curtos e 7 compridos. Tibias posteriores na face dorsal com 
3-4 series de fileiras de pellos, curtas, obliquas, juxtapostas (1) . 

Azas tingidas de amarello entre as nervuras da borda anterior, no mais 
ligeiramente amarello-acinzentadas. 

Comprimento total (em posição curvada), 3 mm. 

O typo é proveniente de Hammonia (Santa Catharina). 

MELALONCHA RUBRICORNIS, Borgmeier tf 
1924, Societas entomologica, vol. 39, p. 17. 

Esta especie é muito visinha de colossia, mas differe pela ausência do 
sulco frontal, coloração do terceiro articulo antennal, arista menos com¬ 
prida, e outros caracteres. 

Fronte brilhante, vermelho-amarella, triângulo ocellar preto, comprida 

é ■ 

e estreita, occupando um pouco menos do que da largura da cabeça, 


(1) A respeito da çerda subapical nos femures anteriores, que Brues enumera entre os caracteres ge¬ 
néricos, e a qual também se encontra em rubricomis Borgm., pedi informações ao Padre Schmitz, que me 
comrnunicou o seguinte: “Das Bõrstchen an der Hinterseite des Fêmur I fehlt tatsãchJich bei colossia , 
es ist an beiden Schenkeln dort nur ein Grübchen zu sehen, ohne Ánzeicben, dass dort èine Borste ges- 
tanden hàtte’\ 




família phoridae (dipt.) 


225 


sem sulco frontal, com 4 fileiras de 2, 2, 4, 4 cerdas. As cerdas da primeira 
.fileira distam um pouco menos entre si do que as cerdas da segunda 
fileira. As cerdas da segunda fileira distam um' pouco mais das da primeira 
fileira do que das exteriores da terceira fileira; elias são ligeiramente do¬ 
bradas um pouco em cima do meio. Terceira fileira fortemente côncava; 
as cerdas interiores. são muito fracas e se inserem lateralmente do ocello 
anterior. Cilios oculares brancos, densamente agrupados, curtos. Ha 2 
cerdas de comprimento diverso nas bochechas. Terceiro articulo antemial 
vermelho, de forma cônica alongada; arista apical, não alcançando o duplo 
do comprimento do 3. articulo antennal, de coloração parda, na base mais 
clara, praticamente desnudada. Palpos curtos, vermelhos, na extremidade 
apical com 1 cerdinha preta, na face inferior algumas agulhetas brancas 
(Stifte). 

Thorax preto, ligeiramente brilhante; a pubescencia se torna um pouco 
mais comprida deante do escutello. Mesopleu.ras désnudadas, posterior¬ 
mente com mancha amarello-esbranquiçada. Escutello comprido, com 2 
cerdas compridas e de cada lado 1 pello. 

Abdômen preto. Tergitos 2-5 aproximadamente ’ do mesmo compri¬ 
mento, 6 alongado, 2-6 lateralmente com 1 cerda comprida rodéada por 
alguns pellos compridos. Yentre, nas regiões lateraes, com manchas de re¬ 
flexos prateados. Hypopygidio pardo-ennegrecido, as peças lateraes arre¬ 
dondadas e finameiite pubescentes. Segmento anal amarello, digitiforme. 

Patas amarello-pardacentas, femures posteriores com mancha apical, 
preta, tíbias posteriores no terço distai (partieularmente-na face posterior) 
fortemente ennegrecidas. Femures anteriores com 1 cerda subapical na face 
posterior. Metatarso anterior distinctamente menos comprido do que os 
dois seguintes artículos tarsaes juntos; 5. artículo tarsãl dilatado, com pèllos 
compridos, polvilhos enormes. Tibias medias com fileira dorsál de péllos 
que no terço basal se dissolve em 2-3 filéiras; ha '5 cilios anterodorsáes 
fracos na metade basal, e 7 cilios posterodorsaes, inserindo-se o’6. na ex¬ 
tremidade do 2. terço e sendo o 7. subapical; além disso, 1 esporão ventral 
comprido e 1 cerda subapical na face anterior. Femures posteriores na 
borda dorsal com uma serie incompleta de pellos eriçados; também na 
borda ventral ha alguns pellos compridos na metade distál. Tibias pos¬ 
teriores com 6 cilios anterodorsaes curtos e 10 posterodorsaes:'3 curtos 
e 7 fortes semelhantes a cerdas. Fileiras obliquas de pellos existem na 
metade basal em numero de 4; a partir do 7. cilio posterodorsál, porém, 
ha sômente 2 fileiras rectas que encerram um sulco desnudado; além 
disso, ha 2 esporões terminaes iguaes na face ventral. 

Azas com ligeiros matizes paído-cinzentos, borda anterior . (a partir 
da extremidade costal) escurecida. A nervação não apresenta difíerença 

2307-924 29 



226 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


essencial da de colossia (cfr. a figura de Enderlein em Stett. Ent. Zeit. 
1912). Nervuras 4 e 5 na base um pouco obliteradas. No lugar da alula se 
inserem alguns pellos finos, cujo numere exacto não poude ser verificado 
no typo. 

Balanains amarello-esbranquiçados. 

- Comprimento total , 2,7 mm., em posição curvada. 

0 holotypo é proveniente de Petropolis, B. Ronchi leg. 22.11,1923. 


Genero SYNEURA, Brues 

1903, Brues, Trans. Amer. Ent. Soc., vol. XXIX, p. 383. 

19.06, Brues, Genera Ins., facs. 44. p. 12. 

1924, Borgmeier, Societas entomologica, vol. 39, p. 18. 

Caracteres genericos: Fronte geralmente mais comprida do que larga, 
com sulco frontal, 2-4 cerdas postantennaes proclinadas e 3 fileiras de 4, 4, 4 
cerdas; as cerdas interiores da primeira fileira faltam ás vezes ( digitalis ). 
Terceiro articulo antennal oval, arista dorsal ou subapical. Thorax largo, 
com 2 cerdas dorsocentraes. Escutello com 2 cerdas. Abdômen geralmente 
pequeno. Hypopygidio do macho pequeno. Femea geralmente com o 6. 
tergito abdominal reduzido a uma fina estria chitinosa na base do 6, seg¬ 
mento; segmentos terminaes moHes e carnudos. Patas robustas, principal¬ 
mente as posteriores; femures posteriores engrossadas e dilatadas; tibias 
posteriores com 1 fileira dorsal de pellos e uma serie de cilios postero- 
dorsaes; esporões apicaes compridos, além disso, cerdas terminaes. Empo- 
dio e polvilhos pequenos, mas distinctos. Azas com a nervura costal muito 
abreviada e as nervuras 1 e 3 notavelmente aproximadas, terceira nervura 
não forquilhada, sómente em furcellata e luaíola o ramo anterior ligei¬ 
ramente. accusado. Nervura mediastinal geralmente indistincta. 

Typo do genero: S. coccíphila Coquillet ( Phora ). 

Este genero foi creado em 1903 por Beijes para Phora cocciphila 
Coquillet a> . Em 1907 De Meijere descreveu uma especie orientaMs de 
Java 1 (2) , que elle collocou com reserva no genero Syneura . Schmitz, que 
viu o typo, a collocou primeiro no genero Hypocera (3) 4 , e ultimamente no 
genero Gymnoptera í4) . Do Brasil foram descriptas até hoje 4 especies, ás 
quaes posso accrescentar no seguinte 2 especies novas. Todas essas especies 
combinam bem com os caracteres do genero, exceptuando apenas diver- 


(1) Canad. Entom., vol. 27, p. 106 (1895). 

(2) Tijdsehr. v. Ent., vol. 50 (1907), p. 383. 

(3) Wien. Ent. Zeit., vol. XXXV (1916), p. 230, 

(4) Nat. Maandbl. XIII (1924), p. 149. 






^■0 


família phoridae (dipt.) 


227 


sicolor m, e zermüophiía m., que discordam em alguns pontos; deixo-os 
porém por emquanto permanecer neste genero. O facto de em furcellata 
m. e luciola n. sp. o ramo anterior da forquilha ser ligeiramente accusado, 
a meu vêr é de sómenos importância; pois concordam perfeitamente em 
todo o habitus com o genotypo; considero isto como um caso analogo a 
Hypocera agüis Meigen e irregularis Woon. 


Chave das especies brasileiras 


1. 

2 . 

3. 

4. 

5. 


Mesopleuras pubescentes. 

Mesopleuras desnudadas_ 

Terceira nervura forquilhada .... 
Terceira nervura não forquilhada 
Com 4 cerdas postantennaes.... 
Com 2 cerdas postantennaes.... 

Coloração amarella. 

Coloração preta. 

Com 2, 4, 4 cerdas frontaes. 

Com 4, 4, 4 cerdas frontaes. 


1 . infraposita Borgm. — Schmitz. 

. 2 . 

. 3. 

. 4. 

2 . furcellata Borgm. 

3. luciola n. sp. 

4. diversicolor Borgm. 

. 5. 

5. digitalis n. sp. 

6 . termitophila Borgm. 


SYNEURA INFRAPOSITA, Borgmeier-Schmits d* 9 
1923, Deutsch. Yer. f. Wiss. u. Kunst i. S. Paulo, 3. Jhg. 1922, p. 133. 

Desta especie também se conhece agora a femea. 

Macho — Fronte ligeiramente brilhante, mais comprida do que larga, 
ponteada. Ha 4 cerdas postantennaes proclinadas do mesmo comprimento; 
as superiores distam 2 vezes mais entre si do que as inferiores e se inserem 
mais ou menos no meio entre a linha mediana e a margem ocular. As cerdas 
interiores da primeira fileira são aproximadas da margem ocular, inserin¬ 
do-se quasi verticalmente em baixo das exteriores, as quaes distam aproxi¬ 
madamente tanto das interiores da primeira fileira como das exteriores 
da segunda fileira. Terceiro articulo antennal engrossado, metade inferior 
jgJFji vermelha, metade superior preta. Arista menos comprida do que a fronte. 

^ Palpos curtos, com cerdas curtas, de coloração amarello-vermelha. Ha 1 
cerda nas bochechas e uma serie de cerdas genaes densamente agrupadas. 
Thorax mate. Escutello com 2 cerdas. Mesopleuras pubescentes. 
Abdômen preto-mate, curto e largo. Hypopygidio pequeno e retrahido. 
Ventre preto. 

Patas anteriores, inclusive os quadris, amarelio-pardas. Femures pos¬ 
teriores, èxceptuàndo a base, pardo-ennegrecidos, muito dilatados. Tibias 
posteriores dilatadas e fortemente comprimidas em sentido lateral, com fi¬ 
leira dorsal de pellínhos e aproximadamente 8 ciiios posterodorsaes. que 













228: 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


principiam, porém, um pouco em cima do meio da tibia; o 2. é mais comprido 
do que os outros. Tarsos posteriores formados como nas especies de Co- 
nicem . Também nas tibias medias se encontram cilios posterodorsaes, mas 
fracos, em serie completa. 

Azas como em cocdphila Coqtjillet, mas a quarta nervura longitudinal 
quasi inteiramente recta. 

Balancins amarello-esbranquiçados. 

Comprimento total , 1,4 mm. 

Femea (ainda não defecripta) — Parecida com o macho. Terceiro arti¬ 
culo antennal um pouco menor do que no macho. Abdômen na região dorsal 
brilhante, com 5 placas tergitaes desenvolvidas; tergitos 2-5 quasi do mesmo 
comprimento. Parece que também na base do 6. segmento se encontra uma 
fina faixa chitinosa, a qual é, porém, geralmente coberta pela margem pos¬ 
terior do 5. tergito. Segmentos terminaes molles. 

A descripção da femea se baseia sobre 1 exemplar secco de Petropolis, 
B. Ronchi leg. 6.1,1923. 

Fora do exemplar typico possúo ainda 3 cf & capturados por mim em 
outubro de 1923. 


SYNEURA FURCELLATA, Borgmeier d" 9 
1924, Societas entomologica, vol. 39, N. 5, p. 19, fig. 

' Nesta especie existem 4 cerdas postantennaes, sendo as inferiores que¬ 
bradas nos exemplares typieos; provavelmente as inferiores são do mesmo 
comprimento das superiores. 

. Macho —- Fronte preta, ligeiramente brilhante, mais comprida do que 
larga, com pubescencia densa mais fina, e sulco frontal. As cerdas postam 
tenhaes supériores distam menos da linha mediana do que da margem 
ocular; sua distancia mutua é aproximadamente 2 vezes maior do que a das 
inferiores. Primeira fileira frontal um pouco convexa para deante; as cerdas 
intériorès se inserem perto das postantennaes superiores, quasi no mesmo 
niveL Segunda fileira recta, suas cerdas equidistantes. Todas as cerdas 
frontaes mais fortes do que as de injranpodta. Terceiro articulo antennal 
um pouco oval, de tamanho normal, metade inferior vermelha, metade su¬ 
perior preta; aiista dorsal, tão comprida como a fronte nos lados, prati- 
caménte desnudada. .Palpos vermelhos, curtos, achatados em sentido 
dorsoventral, com 6 cerdas na borda lateral. Ha 2 cerdas nas bochechas e 
uma serie de cerdas genaes densamente agrupadas. 

: Thorax preto-mate, ligeiramente brilhante, com pubescencia muito 
fina e 2 cerdas dorsoeentraes. Eseutello com 2 cerdas. Mesopleuras desnu¬ 
dadas. 



família piiorldae (dipt.) 


229 


Abdômen preto-mate, inclusive o ventre; com pubescencia extrema¬ 
mente fina e esparsa. Hypopygidio atraz á esquerda com processo pequeno 
digitiforme, curvado. Segmento anal curto. 

Patas anteriores amarello-pardas, inclusive os quadris, tarso escure¬ 
cido. Patas medias mais escuras do que as anteriores, com quadris pretos.' 
Patas posteriores pardo-ennegrecidos, somente os femures, fortemente di¬ 
latados, na metade basal mais claros. Tarsos anteriores um pouco dilatados, 
articulos 2-5 abreviados. Tibias posteriores com 1 fileira de pellos na face 
dorsal e uma serie de cilios posterodorsaes: 4 fracos e 8 mais fortes. Cilios 
posterodorsaes das tibias medias fracos. Tibias medias com 1 esporão apical 
comprido, Tibias posteriores com 2 esporões terminaes desiguaes. 

Azas quasi hyalinas, nervuras da borda anterior amarello-pardas. 
Nervura costa! = 0,34 do comprimento da aza; os cilios costaes da metade 
distai são um pouco mais compridos do que os da metade basal. Ramo 
anterior da forquilha muito ligeiramente accusado. Terceira nervura longi¬ 
tudinal com 1 eerdinha na base. Nervuras 4-7 pallidas, 4 muito ligeira¬ 
mente côncava para deante. No lugar da alula 2 pellos. 

BalanHns amarellos. 

Comprimento total, 1,44 mm. 

Femea — Muito parecida com o macho. Abdômen mate, com 5 placas 
tergitaes visiveis. Parece que também na base do 6. segmento se encontra um 
tergito muito curto, escondido debaixo da margem posterior do 5. tergito. 

Comprimento total , 1,7 mm. 

Os typos são provenientes de Petropolis. 

SYNEURA LUCIOLA, n. sp, 2 

Esta especie, já mencionada no meu trabalho íf Drei neue Phoriden aus 
Brasilien 7 ’ (1924), é visinha de furcellata Borgm., mas differe distinctamente 
pelo numero das cerdas postantennaes, fronte ponteada e fortemente bri¬ 
lhante, coloração do terceiro articulo antennal, arista menos comprida, 
tergitos abdominaes brilhantes, nervação das azas mais distincta, etc. 

Fronte distinctamente mais comprida do que larga, preta, fortemente 
brilhante, ponteada, com sulco frontal, 2 cerdas postantennaes proelinadas 
e 3 fileiras de 4, 4, 4 cerdas. As cerdas postantennaes distam distinctamente 
menos da linha mediana do que da margem ocular. Primeira fileira forte¬ 
mente convexa; suas cerdas interiores se inserem na borda frontal anterior e 
distam um pouco mais da margem ocular do que das cerdas postantennaes; 
as cerdas exteriores se inserem quasi no meio da fronte, perto da margem 
ocular. Segunda fileira aproximadamente recta, implantada immediata- 
mente deante do ocello anterior; suas cerdas equidistantes. Ha 1 cerda nas 



230 ARCHIYOS DO MUSEU NACIONAL — YOL. XXV 

bochechas e 4 cerdas genaes. Terceiro articulo an termal oval, inteiramente 
vermelho; arista dorsal, parda, distínctamente menos comprida do que a 
fronte, praticamente desnudada. PaJpos amarello-vermelhos, curtos, com 
cerdas curtas. 

J Thorax preto com matizes pardacentos, ligeiramente. brilhante/ com 
pubescencia fina e densamente agrupada e 2 cerdas dorsocentraes. Escutello 
com 2 cerdas fortes e de cada lado 1 pellinho pequeno. Mesopleuras desnu¬ 
dadas. 

Abdômen preto, inclusive o ventre, com 5 placas tergitaes desenvolvi¬ 
das brilhantes, com pubescencia escassa nas regiões lateraes. Tergito 2-5 
aproximadamente do mesmo comprimento. Também na base do 6 . segmento 
parece haver uma faixa chitinosa, a qual porém é quasi inteiramente co¬ 
berta pela margem posterior do 5. tergito. Segmentos terminaes molles, 
pardo-escuros. 

Patas anteriores amarello-ferruginosas, patas medias e posteriores 
pardo-ennegreeidas. Metatarso anterior mais comprido do que os dois 
seguintes artículos tarsaes juntos, artículos 2-5 um pouco abreviados. Tibias 
medias e posteriores com 1 completa fileira dorsal de pellos e uma serie de 
cilios posterodorsaes; o cibo pcsterodorsal da tibia posterior que se in¬ 
sere mais ou menos no meio da tibia, é mais forte do que os outros. Esporões 
terminaes como em furcellata. 

Azas (Est. X, fig. 48) com matizes amarello-pardos, nervação (in¬ 
clusive nervuras 4-7) pardacenta; nervura costal e 3. nervura na extre¬ 
midade ligeiramente engrossadas e escurecidas. Comprimento da aza = 
1,7 mm., maior largura — 0,68 mm. Nervura costal = 0,35 do compri¬ 
mento da aza, divisões eostaès aproximadamente = 21 : 4: 3. Cilios costaes 
relativamente compridos. Nervura mediastinal ausente. Terceira nervura 
longitudinal forquilhada, sendo o ramo anterior ligeiramente accusado e 
geralmente interrompido na base. No lugar da alula ha 2 pellos (quebrados 
no preparado de balsamo, representado na photomicrographia). 

Balancins amarellos. 

Comprimento total , aproximadamente 1,44 mm. 

Typos 4 ç 9 de Petropolis, 6.VII.1923 (Ronchi), 4.IL, 11.III.1924 
(Prade). 

SYNEURA DIVERSICOLOR, Borgmeier cf 
1923, Yozes de Petropolis, vol. XVII 2, p. 796. 

Esta especie differe em alguns pontos das especies typicas de Syneura: 
coloração amareila, fronte não consideravelmente alongada, nervura me- 
diastinal distinctá; no mais a aza combina bem com o genero (veja-se a pho- 



família phoridae (dipt.) 


231 


tomicrographia). 0 typo é proveniente de Petropolis (B. ítonchi leg, 8. X. 
1922). Até hoje a especie não foi reencontrada. A diagnose original contém 
algumas incorrecções, pelo que dou no seguinte uma nova descripção do typo. 

Fronte não consideravelmente alongada, anteriormente quasi tão larga 
como comprida no meio, amarello-ferruginosa, mate, distinctamente pube- 
scente, com sulco frontal, 4 cerdas postantennaes e 3 fileiras transversaes de 
4, 4, 4 cerdas. As cerdas' postantennaes superiores são um pouco mais com¬ 
pridas do que as inferiores e distam muito entre si; ellas se inserem um pouco 
mais perto da margem ocular interior do que da linha mediana e distam um 
pouco mais entre si do que as cerdas interiores da segunda fileira. As cerdas 
interiores da primeira fileira se inserem quasi verticalmente, em baixo das 
exteriores perto da^ margem ocular interior ; as c^rdasmxteriores-Aistam 
um pouco, menos das interiores dò que das exteriores da segunda fileira. 
As cerdas interiores da segunda fileira distam distinctamente mais entre si 
do. que dás exteriores. Olhos pubescentes e ciliados. Ha 2 cerdas nas bo¬ 
chechas e 3-4 cerdas genaes. Terceiro articulo antennal amarello-fermgi- 
noso, de comprimento normal, globular ou só ligeiramente oval; arista dorsal, 
pardacenta, alcançando a borda occipital, distinctamente pubescente. Palpos 
amareilos, curtos, com cerca de 6 cerdinhas nas bordas anteriores e lateral. 

Thorax mate, amarello-ferruginoso, pleuras mais claras. Ha 2 cerdas 
dorso-centraes. Escutello com 2 cerdas e de cada lado 1 pello. Mesopleuras 
desnudadas. 

Abdômen desnudado, com o ventre amarello e 6 placas tergitaes de 
coloração. pardo-ocracea. Tergitos 1-5 com fina tarja amarella na borda 
posterior. Hypopygidio pequeno, retrahido. Segmento anal papilljforme. 

Patas de um sujo amarello, femures posteriores dilatados, com a ex¬ 
tremidade jipical escurecida. Tarso anterior um pouco dilatado. Tibias pos¬ 
teriores com 1 fileira completa de pellos na face dorsal e aproximadamente 
14 cilios posterodorsaes. Os 7 cilios pôsterodorsaes das tibias medias são 
mais fracos e só se extendem até um pouco além do meio da tibia. Tibias 
—medias e posteriores com esporãõ terminar comprido na face ventral. 

Azas (Est. X, fig. 47) com matizes amarello-pardacentos, nervação 
parda; maior comprimento = 1,513 mm., maior largura = 0,595 mm. 
Nervura costal = 0,33 do comprimento da aza, divisões costaes = 17: 8. 
Nervura mediastinal muito distincta, recta, muito aproximada da 1. ner¬ 
vura, incompleta, terminando livremente na cella subcostal. Quarta nervura 
longitudinal na extremidade apical ligeiramente recurvada no sentido da 
orla anterior da aza. No lugar da alula ha 2 pellos. 

Balandns pardos. 

Comprimento total , aproximadamente 1,3 mm. 

Holotypo na minha coHecção. 





232 


ARCHIVOS D.O MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


SYNEURA DIGITALLS,n. sp. tf 9 

Esta especie é particularmente interessante devido ao facto de possuir 
um “orgão odorífero” no dorso do 6. segmento abdominal. Ella differe de 
infraposita Borgm.-Schmitz pelo numero das cerdas frontaes, mesopleuras 
desnudadas etc.; de luciola Borgm. pela terceira nervura não forquilhada; 
de cocciphüa Coquíllet pela coloração do 3. articulo antennal, proporção 
das divisões costaes e disposição das cerdas frontaes. 

Macho — Fronte distinctamente mais comprida do que larga, preta, 
brilhante, ponteada, com pubescencia comprida, sulco frontal, 4 cerdas 
postantennaes e 3 fileiras de 2, 4,4 cerdas. As cerdas da primeira fileira são 
ligeiramente inclinadas para a linha mediana e se inserem perto da margem 
ocular interior; cerdas exteriores da primeira fileira ausentes; ellas parecem 
ser reduzidas a pellos; em todo o caso cerdas propriamente ditas èm nenhum 
dos 6 exemplares typicos foram observadas. Segunda fileira recta; suas 
cerdas são muito fracas (principalmente as interiores) e se inserem no nível 
do ocello anterior; as exteriores são implantadas immediatamente diante 
das cerdas verticaes exteriores. Ha 1 cerda nas bochechas e 4 cerdas 
genaes. Terceiro articulo antennal oval, sujo-vermelho, arista ligeiramente 
subapical, mas distinctamente não apical, muito curta (aproximadamente 
= da altura da fronte), praticamente desnudada. Palpos amarello-ver¬ 
melhos, pequenos, com cerdas curtas. 

Thorax pardo-escuro, com 2 cerdas dorsoscentraes. Escutello com 2 
cerdas. Mesopleuras desnudadas. 

Abdômen com 6 placas tergitaes pardo-ennegrecidas, brilhantes. 6. ter- 
gito um pouco alongado, tergitos 2-5 aproximadamente do mesmo compri¬ 
mento. Pubescencia muito fina e escassa. Hypopygidio pequeno, retrahido. 

Patas anteriores e medias amarello-pardas, patas posteriores excep- 
tuando a base pardo-ennegrecidas. Tibias medias e posteriores com 1 fi¬ 
leira completa de pellos na face dorsal. Tibias posteriores com cerca de 11 
cilíos posterodorsaes; os cilios posterodorsaes das tibias medias são mais 
fracos (mais ou menos 8). O que é curioso é que nas tibias medias se 
encontram na metade distai 4 cerdinhas (cilios) muito pequenas antero- 
ventraes , que só com boa illuminação e posição obliqua do-insecto se tornam 
bem visiveis, mas se distinguem perfeitamente da pubescencia. Ha 1 
esporão ventral comprido no apice das tibias medias, e 2 esporões terminaes 
desiguaes nas tibias posteriores. 

Azas (Est. X, fíg. 46) com matizes amarello-pardos, nervação amarello- 
parda, nervura costal no terço distai escurecida, também borda anterior 
(a partir da extremidade costal) um pouco escurecida. À nervação é muito 



família phoridae (dipt.) 


233 


parecida com a de cocciphila. Comprimento total = 1,445 mm. maior lar-' 
gura — 0.612 mm. Nervura costal = 0,34 do comprimento da aza, divisões 
costaes = 8 (em. cocciphila segundo Brues = 4:1). Quarta nervura 
longitudinal quasi recta. Nervura mediastinãl ausente. No lugar da alulà 
2-3 pellos. •• •• • ' 

Balancins amarello-esbranquiçados. 

Comprimeno total , 1,2-1,3 mm. • * ' 

Femea — Em geral parecida com o macho. Terceiro articulo antennal 
menor do que no macho; arista com pu- 
bescencia muito fina. Patas medias e poste¬ 
riores ás vezes mais claras do que no macho. 

Abdômen pardo-ennegrecido, com 5 placas 
tergitaes • desenvolvidas pardo-ennegrecidas, 
ligeiramente brilhantes; pubescencia escassa/ 
particularmente presente nas bordas poste¬ 
riores e nas regiões lateraes. O 6. tergito é 
reduzido a uma faixa ehitinosa muito fina 
(fig. 40 no texto). Sexto segmento na base 
no meio do dorso (atraz do 6. tergito) com 
um pequeno “orifício glandular” semicircular. e 60 s ^ ementos aMominaes (vista uterao, 

x com o ‘orgão odorífero”. 

Mais ou menos no meio da região dorsal do 

6. segmento se encontra um processo comprido digitiforme, pardo-escuro 
(fig. 40 no texto), o qual representa um sacco alongado completamente 
fechado por fora e póde ser retrahido para o interior do abdômen; talvez se 
trate de um orgão semelhante ao de Phalacrotophora appendicigera m., que 
sirva para attrahir os machos. 

Comprimento total } 1,2-1,3 mm. 

Typos 3tftf e3?? de Petropolis, B. Ronchi e C. Prade leg. 1923 e 
1924; um dos exemplares femeos é conservado em álcool. 

SYNEURÁ TERMITOPHILA, Borgmeier tf? 

1923, Boi. Mus. Nac.. Rio, vol. I, 57, fig. 

Só com certa reserva colloquei esta especie no genero Syneura, porque 
d scorda em alguns pontos importantes das especies typicas do genero. A 
diagnose original contém algumas incorrecções, pelo que dou .no. seguinte 
uma descripção melhorada. Na figura da aza que acompanha .a diagnose, 
original, falta a nervura mediastinal; dou no presente trabalho uma phq- 
tomicrographia da aza. . . 

Macho — Fronte quasi tão larga como comprida no meio, ligeiramente 

2307*924 30 








234 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


brilhante, com pubescencia densa, sulco frontal fino e anteriormente in- 
distineto, 4 cerdas postantennaes proclinadas de comprimento igual e 3 
fileiras de 4,4,4 cerdas. As cerdas postantennaes superiores se inserem dis- 
tinctamente mais perto da linha mediana do que da margem ocular; sua 
distancia mutua é aproximadamente = 1 34 da largura frontal e quasi 3 
vezes maior do que a das postantennaes inferiores. As cerdas interiores da 
primeira fileira são fortemente inclinadas para a linha mediana e se inserem 
quasi verticalmente em baixo das exteriores; as exteriores distam menos das 
interiores do que das exteriores da segunda fileira. Segunda fileira quasi 
recta; as cerdas interiores distam um pouco menos entre si do que das 
exteriores. Terceiro articulo antennal oval, engrossado, pardo-ennegrecido, 
arista mais ou menos tão comprida como a fronte, subapical, finamente 
pubescente. Palpos amarello-vermelhos, curtos, com 3-4 cerdas na ponta 
apical. Ha 1 cerda nas bochechas e uma serie de cerdas genaes densamente 
agrupadas. 

Thorax preto, com matizes pardacentos, com 2 cerdas dorsocentraes. 
Escutello com 4 cerdas, sendo as anteriores = do comprimento das pos¬ 
teriores e ás vezes reduzidas a pellos, Propleuras com 2 cerdas deante do 
estigma prothoracico, mesopleuras desnudadas. 

Abdômen preto, tergitos 5-6 ligeiramente brilhantes, 1-4 quasi mates. 
Hypopygidio pequeno. Segmento anal curto, amareUo-ferruginoso. 

Patas anteriores amareilo-pardacentas, as medias e posteriores mais 
ou menos pardo-ennegrecidas. Tibias posteriores com uma.fileira completa 
de pellos na face dorsal e uma serie de cilios posterodorsaes (cerca de 17); 
os cilios posterodorsaes das tibias medias são mais fracos. 

Azas (Est. XI, fig. 53) com ligeiros matizes cinzentos. Nervura me- 
d astinal indistineta. Nervura costal = 0,41 do comprimento da aza, com 
cilios curtos; divisões costaes = 15:7. Sétima nervura menos distincta 
do que 4-6. No lugar da alula ha 6 pellos. 

Femea — Parecida com o macho. Terceiro articulo antennal menor. 
Abdômen preto, com 6 placas tergitaes desenvolvidas, mais ou menos 
brilhantes. Sexto tergito distinctamente pubescente, com algumas cerdas 
compridas na margem posterior. Sétimo segmento ligeiramente chiti- 
nisado. 

Comprimento total, 2,2-2, 7 mm. 

Além dos exemplares typicos possúo 6 exemplares de Rio Negro- 
Paraná (5 ç?á* 1?) e 4 de Petropolis. A femea de Rio Negro foi apa¬ 
nhada por mim no mesmo ninho de Camponotus rufipes F., em que foram 
apanhados os typos de Apocephaím lanceatus, A. camponoti e Auxanom- 
mãtidia myrmecophüa. 



família phortdae (dipt.) 


235 


Genero PSEUDÂCTEON, Coquillet 

1907, CoauiLLET, C&nad. Entom., vol. 3% p. 208. - 

1907, Bettes, Entom. News, vol. 18, p. 430 (Plmiophora). 

1912, Malloch, Proc. U. S. Hat. Mus., vol- 43, p. 551 (Plastophora). 

1914, Schmitz, ZoóI> Jahrb. Abt. Bjst., vol. 37, p, 523 ( Plastophora ). 

1915, Schmitz, Zool. Mededeel. s Rijks Mus. Leiden, vol 2. p. 30. 

1918, Schmitz, Jaarb. Nat. Gea. Limbmrg 1917, p. 124. 

1921, Boromeiee, Deutsch. Ver. Wiss. Kunst S. Paulo, % Jbg., p. 238. 

1922, Lijndbeck, Dipt. Damea, Part ¥1, p. 425. 

õmacteres gemricos : Fronte geralmente um pouco mais larga do que 
comprida, com sulco frontal, 2 eerdas postantennaes proclinadas e 4 fi¬ 
leiras transversaes de 2,4,4,4 eerdas; as eerdas da primeira fileira são incli ¬ 
nadas para a linha mediana e se inserem perto da margem ocular; as eerdas 
interiores da primeira fileira faltam; também as eerdas interiores da se¬ 
gunda fileira faltam em diversas especies (solenopsidis, curvatus } pradm , 
lêoralis, obtusus), de maneira que a formula das eerdas frontaes é neste 
caso 2,2,4,4. Terceiro articulo antennal ovai ou eonico; arista apical, 
curta ou cómpletamente ausente (rmMcúrms, pmdei, (mIMIoMis, comaíué). 
Ha geralmente 2 eerdas nas bochechas. Thorax com 2 eerdas dorsocentraes. 
EsçuteHo coin 2-,4 eerdas. Mesopleuras denudadas. Abdômen curto no 
macho, com os tergitos 2 e 6 um pouco alongados; hypopygidio pequeno, 
segmento anal comprido. O 6° segmento da-femea possfie na região ventral 
uma placa chitinosa, que apresenta pellos compridos ou curtos. Os segmentos 
terminaes da femea formam um ovipositor forte mente chitinisado de for¬ 
mação variada, achatado em sentido dorsoventral, cuja base é orlada na 
região dorsal por uma tarja membranosa esbranquiçada. Abdômen com 
pubeseeneia esparsa. Patas moderadamente robustas, sem eerdas isoladas; 
tíbias posteriores com I fileira completa de pellos de paliçada na face dorsal 
e uma serie de finos cilios posterodorsaes; a fileira dorsal de pellos das tíbias 
medias sé se extende até um pouco além do meio da tibia. Azas geralmente 
hyalinas ou quasi hyalinas; nervura costal curta (mais ou menos = 0,4 do 
comprimento da aza); nervura mediastinal incompleta. Cilios costaes curtos 
ou moderadamente cúrtos. Terceira nervura longitudinal um pouco engros¬ 
sada na extremidade apical, com pequena intumescência na base da quarta 
nervura. Todas as especies slo pequenas e myrmecophilas. 

Typo do genero: P. crawfordi Coam 

Chave das espedes sul-americanas ( 9 ) 


1. Fronte com 2,4,4,4 eerdas.. 2. 

— Fronte com 2,2,4,4 eerdas. 7. 











236 


ARCH1V0S -DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


2 . 

3 . 


4 . 

5 . 

6. 


7, 

8 . 
9 . 


10 . 

11 . 


Escutello com 4 cerdas.... 

Escutello com 2 cerdas... 

Sexto ventrito com 6 pellos muito compridos, cur¬ 
vados na extremidade apical ..... 

Sexto ventrito com 10 pellos moderadamente com 
pridos, não curvados na extremidade apica .1.... 

Arista presente. 

Arista ausente.... 

Balancins amarello-esbranquiçados. 

Balancins pardo-escuros .. 

Sexto ventrito no meio com 4 pellos em posição de 

trapézio.. i.... 

Sexto ventrito perto da borda posterior com 12 

pellos em fileira transversal. 

Arista presente. 

Arista ausente.. 

Balancins amarello-esbranquiçados ou amarellos.... 

Balancins pardo-ferruginosos .. 

Arista menos comprida do que o terceiro artículo 

antennal....,... 

Arista aproximadamente tão comprida como o ter¬ 
ceiro articulo antennal.,. 

Ovipositor com lóbos lateraes. 

Ovipositor sem lóbos lateraes. 

Qvipositor entre os lóbos lateraes com lóbo central 
Ovipositor entre, os lóbos lateraes com chanfran- 
mento: semicir cular.... 


.' 3. 

. 4. 

1. wasmanni Schmitz 

2. tricuspis n. sp. 

3. borgmeieri Schmitz 

. 5. 

4. cultellatus n. sp. 

. 6 . 

5. nudicornis n. sp. 

6. comatus n. sp. 

..r.. 8. 

7. prad&i n. sp. 

. 9. 

8. cuivatus n. sp. 

9. litoralis n. sp. 

. 10. 

.... 11 . 

10. solenopsidis Schmitz. 

11. obtusus n. sp. 

12. cauãalis Borgm. 


Nota : Poss.úo na minha colleeção muitos machos de diversas proce¬ 
dências, alguns dos quaes completamente sem arista; não podendo porém 
indicar com certeza as respectivas femeas ás quaes pertencem, os deixo por 
emquanto indeseriptos. 

PSEUDACTEON WASMANNI, Schmitz 9 
19Í4, Zool, Jahrb. Abt. Syst., vol. 37, p. 528, figs. (Plastophora) 

Fronte . ( fig. 41 no texto) pardo ènnegrecida, pubescente, com sulco 
frontal muito distincto, 2 cerdas postantennaes proclinadas e 4 fileiras de 
2,4,4,4 cerdas. As cerdas da primeira fileira são inclinadas para a linha me¬ 
diana. Segunda e terceira fileiras aproximadamente rectas. Triângulo 
ocellar um pouco saliente. Ha 2 cerdas divergentes nas bochechas. Terceiro 
articulo antennal escuro pardo-ferruginoso, engrossado, conico; arista apical, 
aproximadamente do comprimento do 3. articulo antennal. Palpos arnarèl- 
lados, pequenos, com cerdas curtas. 























FAMÍLIA PHORIDAE (dIPT.) 


237 



Tkorax mate, pardo-ferruginoso, com 2 cardas dorsocentraes ; lateral- 
mente das-■ dorsocentraes 1 cerda marginal notável. Eseutello com. 4 cordas, 
sendo as posteriores quasi 2 vezes mais compridas do que as anteriores. 

Abdômen escuro, ventre mais claro, com 6 placas tergitaes. Quinto 
tergito estreitado, posteriormente um pouco chanfrado; sexto tergito ainda 
menos largo, no meio da borda posterior com pequena incisão, perto da 
qual se inserem de cada lado 3 peüinhos, dos 
quaes o lateral é o mais comprido. Sexto ventrito 
com uma grande placa chitinosa abahulada, que 
apresenta dois grupos distinctamente separados 
de 3 pellos muito compridos curvados no apice. 

O ovipositor (fig. 42 no texto) se compõe de tres 
segmentos com scleritos de formação variada. 

A placa dorsal do I o segmento é de forma oval 
alongada e aprélenta anteriormente no meio uma 
ponta em forma de espinho. “O 2 o segmento con¬ 
siste de uma placa chitinosa ventral e 2 placas 
dorsolateraès, cujas bordas superiores são aproxi¬ 
madas na base e divergem muito para traz. Nesta, abertura triangular se 
encaixa a placa dorsal do segmento terminal do ovipositor, cuja forma 

summamente característica se torna evidente da figura. 
Ella é achatada, pubescente na região dorsal (pubes- 
cencia não indicada na figura !) e possúe 2 lobos lateraes 
muito escurecidos na extremidade distai. O esternitò 
desse segmento é representado por uma escama chitinosa 
impar. Entre o esternitò e o tergito se salienta um 
tubo membranoso, do qual sobresáe um ferrão chitmoso” 
(Schmitz, p. 530). (I> 

Putas pardacentas, femures posteriores na metade 
distai da face anterior com alguns pellinlios moderada¬ 
mente compridos. Metatarso anterior um pouco menos 
comprido do que os dois seguintes artículos tarsaes juntos. Tibias medias 
com fileira dorsal de pellos que se extende um pouco além do meio da tibia; 


Fig. 41 — Pseudactcon wasmanni, 
Schmitz, V, fronte (segundo Schmitz) 



Fig. 42 —Psetxdacteoa was- 
manni, Schmitz, 9 , ovi- 
positor. (segundo Schmitz) 


1 ésporão ventral comprido, o qual é só poüco menos comprido do que o me¬ 
tatarso medio. Tibias posteriores com 1 fileira completa de pellos na face 
dorsal, e com 2 esporões termmaes de comprimento igual; metatarso posterior 
exaetamente tão comprido como os dois seguintes artículos tarsaes juntos. 


- {X) Â terminologia empregada aqui na deseripção do ovipositor não é esacta, como se vê de um 

trabalho recente de Schmit,. (Natuürhist. MaandbL, vol. 13,1924, ps. 139-142). Assim, por exemplo, o 
il I o segmento” é a capsula basal, as placas dorsol&teraes constituem o 8 o tergito, os ióbos lateraes rspre- 
sentam o 7 o tergito, ete. 











238 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


Azas hyalinas; comprimento total 1,19 mm., maior largura 0,578 mm. 
Nervura costal = 0,4 do comprimento da aza, divisões costaes = 15:7. 
Nervura mediastinal distincta, mas incompleta. No lugar da alula ha 
3 pellos. 

Balandns esbranquiçados. 

Comprimento total , aproximadamente 1,5 mm. 

Habitat: com Solenopsis saevissima Sm. Os typos são provenientes 
de Joinville (Santa Catharina). Possúo exemplares de Petropolis, Passa 
Quatro (Minas Geraes, Zikán leg.) e Rio Negro (Paraná), todos captu¬ 
rados com Solenopsis saevissima. 


PSEUDACTEON TRICUSPIS, n. sp. 9 

Esta especie nova é visinha de wasmanni Schmitz. 

Fronte pardo-escura, pubeseente, com sulco frontal distincto, 2 cerdas 
postantennaes e 4 fileiras de 2,4,4,4 cerdas. As cerdas da primeira fileira 
são inclinadas para a linha mediana e distam aproximadamente 1 J^-2 
vezes mais das postantennaes do que das cerdas exteriores da segunda fi 
leira. Segunda fileira fortemente côncava para deante; as cerdas interiores 
são menos compridas do que as outras cerdas frontaes e distam quasi 2 vezes 
mais entre si do que das exteriores; elias se inserem aproximadamente no 
meio entre o ocello anterior e as cerdas postantennaes. Terceira fileira 
aproximadamente recta, implantada um pouco e.m baixo do nivel do 
ocello anterior; as cerdas interiores distam quasi tanto entre si como as 
cerdas interiores da segunda fileira. As cerdas verticaes exteriores distam 
aproximadamente 4-5 vezes mais das interiores do que essas entre si. 
Triângulo ocellar ligeiramente saliente. Ha 2 cerdas fracas nas bochechas. 
Terceiro articulo antennal claro-ferruginoso, oval, com pubescencia muito 
fina; arista escura, tão comprida como o 3. articulo antennal, praticamente 
desnudada. Palpos amarellados, com 4 cerdinhas curtas na extremidade 
apical. 

Thorax pardo-ferruginoso, pleuras um pouco mais claras, esternopleuras 
amarelladas. Ha 2 cerdas dorsocentraes. Escutello com 4 cerdas, sendo 
as anteriores mais ou menos — % do comprimento das posteriores. Me- 
sopleuras desnudadas. 

Abdômen (fig. 43 no texto) pardo, ventre amarello-ferruginoso, com 6 
placas tergitaes. 1. tergito muito abreviado; 2. tergito alongado; tergitos 3-5 
no meio aproximadamente do mesmo comprimento; 6. tergito alongado, 
com a borda anterior muito convexa, no meio da borda posterior com 
pequeno chanframento, na margem posterior com alguns pellos compridos, 



família phoridae (dift.) 


239 


dos quaes o lateral é o mais comprido. 6 . ventrito com uma placa chitinosa, - 
que apresenta 2 grupos de 5 pellos meio compridos, finos, eriçados, não 
curvados na extremidade apical. Ao 6 . tergito se segue uma tarja membra- 
nosa esbranquiçada, que orla a base do ovipositor. Ovipòsitor (fig. 43) largo 
e achatado, tridenteo, com a peça central (1) 2 lanceolada e obliquamente di¬ 
rigida para baixo; os lobos lateraes í2> apresentam na margem interior uma 
pequenae levação papiilar, na qual se insere de cada lado 1 processo vermi- 
forme ligeiramente curvado no ápice; no angulo formado pelos lobos lateraes 
e na peça central se encontram alguns pel- 
linhos (não representados na figura). 

Patas amarellas, quadris médios pardo- 
ferruginosos. Metatarso anterior mais ou 
menos tão comprido como os dois seguintes 
artículos tarsaes juntos. A fileira dorsal de 
pellos das tibias medias se extende aproxi¬ 
madamente até a extremidade do 2 . terço 
da tibia; ha 1 esporão ventral moderada¬ 
mente comprido. Femures posteriores na 
metade distai da borda ventral com alguns 
pellos compridos. Tibias posteriores com 

1 fileira completa de pellos na face dorsal e 
uma serie de cílios posterodorsaes finos; ha 

2 esporões ventraes. 

Azas quasi hyalinas, nervuras da borda 
anterior pardo-claras, nervuras 4-7 pallidas; 
comprimento total = 1,19mm., maior lar¬ 
gura = 0,612 mm. Nervura costal = 0,4 
do comprimento da aza, divisões costaes 
= 2:1. Nervura mediastinal distincta, in- "*■ 43 “ P ’ eu ÍZTr£ttí' !P ' 91 “ b ' 
completa, muito aproximada da 1 . nervura 

longitudinal. Cilios costaes finos e den&amente agrupados. Betima nervura 
muito indistincta. No lugar da alula 4 pellos. 

Balancins amarello-esbranquiçados. 

Comprimento total 1,4-1,5 mm. 

Á descripção se baseia sobre 4 exemplares (conservados em álcool) de 
La Plata, Dr. C. Bruch leg. 15.VII. 1923 com Solenopsis saevissima var. 
richteri . Além disso possuo 1 v de Petropolis (paratypo), C. Prade leg. 
3.IV. 1924 com Solenopsis saevissima Sm. var. 



(1) = 8° esternito. 

(2) = 7° tergito. 










240 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL - VOL. XXV 


PSEUDACTEON BORGMEIERI, Schmitz 9 


1923, Schmitz, Deutseh. Ver.. Wiss. Kunst S. Paulo, 3. Jhg. 1922, p. 149. 

1923, Schmitz, Yozes de Petropolis, vol. XYII 2, p.,714. 

Esta especie é pela formação do ovipositor muito visinha de solenop¬ 
sidis • Schmitz. 

Fronte pardo-ennegrecida, mate, com pubescencia escassa, sulco 
frontal distincto, 2 cerdas postantennaes e 4 fileiras de 2,4,4,4 cerdas. As 
cerdas interiores das fileiras 2 e 3 distam mais entre si do que. das. cerdas 
exteriores. Tubérculo ocellar ligeiramente saliente. Olhos - ciliados. e pu- 
bescentes. Ha 2 pequenas cerdas nas bochechas. Terceiro. articulo antennal 
pardo-escuro, conico, engrossado; arista apical,, mais ou . menos do cqmpri-' 
mento do 3. articulo antennal, distinctamerite menos comprida do que a 
fronte. ' 

Thorax pardo-ferruginoso, esternopleuras amarelladas, com pubescencia 
dourada densamente agrupada é 2 cerdas dorsocentraes. Escutello com 
2 cerdas e "de cada lado 1 pello. Mesopleuras desnudadas. 

Abdômen pardo-escuro, ventre mais claro. 1. tergito abreviado; 2. ter- 
gito alongado; 5. tergito posteriormente com chanframento semicircular 
a que se adapta a margem anterior do 6. tergito, o qual é muito abreviado, 
de fórma semilunar, com 6-8 pellos compridos na borda posterior (esses 
pellos faltam em solenopsidis, teste Schmitz) . Placa ventral do 6. segmento 
subquadrangular, fortemente abahulada, apresentando perto da linha me¬ 
diana 2 grupos de 3 pellos eriçados, hirtos e fortes, curvados no apicè e 
bastante compridos (0>17 mm.) que se inserem muito juntos, de maneira 
que seus pontos de inserção quasi se tocam. Ovipositor como em solenopsidis , 
faltando porém os dois appendices vermiformes na extremidade apical 
(cfr. a fig. 52 no texto, p. 249). 

Patas de um sujo amarello. A fileira dorsal de pellos das tibias médias 
se extende mais ou menos até a extremidade do 2. terço da tibia; 1 esporão 
ventral comprido na extremidade apical. 

Azas (Est. X, fig. 50) com finos matizes. amareHo-çihzentos, nervação 
distinetamente parda. Comprimento total = 1,258 mm., maior largura = 
0,646 mm. Nervura costal = 0,4 do comprimento da aza, divisões costaes 
= 2:1. Cilios costaes curtos. Nervura mediastinal distincta, mas abre- 
viada. No lugar da alula ha 4 pellos (um delles quebrado no preparado 
representado na photomicrographía!) 

Balancins claro-amarellos. 

Comprimento total, aproximadamente 1,1 mm. 



família phoridae (dipt.) 


241 


Possuo exemplares de Petropolis, Curityba (Frei Eusebio Paulús leg.) 
e Rio Negro (Borgmeier leg.); todos apanhados sobre ninhos de Solenospsis 

saevissima Sm. 


PSEUDACTEON CULTELLATUS, n. sp. ç 


Nessa especie nova falta a arista por completo. O ovipositor lembra 
o de pradei n. sp. 

Fronte pardo-escura, com pubescencia escassa, sulco frontal distincto, 
2 cerdas postantennaes e 4 fileiras de 2,4,4,4 cerdas. Segunda fileira ligei¬ 
ramente convexa para deante, quasi recta; suas cerdas exteriores distam 
aproximadamente tanto das cerdas da primeira fileira como das cerdas 
exteriores da terceira fileira; as cerdas interiores são um pouco mais fracas 
do que as demais cerdas frontaes. Terceira fileira recta. Tubérculo ocellar 
ligeiramente saliente. Ha 2 cerdas fracas nas bochechas. Palpos curtos, 
amarellados, com 1 cerda curta no apice, no mais pubescentes. Terceiro arti¬ 
culo antennal escuro pardo-ferruginoso, 
conico, alongado, distinctamente pubes- 
cente, mais ou menos como em nudi- 
cornis n. sp. (cfr. fig. 45 no texto); 
arista ausente. 

Thorax pardo-ferruginoso, com 2 
cerdas dorsocentraes. Escutello com 2 
cerdas e de cada lado 1 pello. Meso- 
pleuras desnudadas. 

Abdômen pardo-ferruginoso, com 
6 placas tergitaes. 6. tergito pouco alon¬ 
gado, com a borda posterior ligeira- 

. i r i ~ ■ Fig. 44 — Pseud&cteon cultellatus, n. sp. V, ovipo- 

mente chanfrada, sem incisão no meio. sit0 r. a) f err ao. w esternito do s° segmento. 

6. ventrito com placa chitinosa, que 

apresenta no meio (entre a borda basal e a borda posterior) 2 pellos com¬ 
pridos eriçados separados por um intervallo; de cada lado desses pellos 
se encontra ainda um grupo de 3-4 pellos menos compridos. Ovipositor 
dirigido para baixo; visto por detraz parece triangular ou ter a forma 
de telhado, borda posterior de cada lado chanfrada, lóbos lateraes arre¬ 
dondados ; a peça central se compõe de esternito e tergito, entre os quaes 
se salienta o ferrão (fig. 44 a, no texto), que tem a forma de uma 
penna de escrever; o esternito é representado por uma placa acha¬ 
tada em forma de cálice, com a borda posterior fortemente chitinisada 
(fig. 44 b). 



2307-924 


31 






242 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


Patas mais ou menos amarello-pardacentas, as anteriores mais claras, 
quadris médios pardacentos. Metatarso anterior menos comprido do que 


os dois seguintes articules tarsaes juntos. A fileira dorsal de pellos das 
tíbias medias não alcança o meio da tibia; 1 esporão terminal comprido. 


Fêmures posteriores na metade basal da borda ventral com 3-4 pellos mo- 
deimdamente compridos. 

Azas com ligeiros matizes amarello-cinzentos, nervação pardacenta, 
nervuras 4-7 dis tine tas. Comprimento total = 0,85 mm., maior largura 
= 0,408 mm. Nervura costal = 0,38 do comprimento da aza, divisões costaes 
= 9:5. Nervura mediastinal distincta mas abreviada. Sétima nervura 
menos distincta do que 4-0. No lugar da alula ha aproximadamente 
3 pellos, 

Balandns amarello-esbranquiç ados. 

Comprimento total , 0,93 mm. 

Typos 3 ? ? (conservados em álcool) de Rio Negro (Paraná), Borg- 
meier leg. sobre um ninho de Solenopsis saevissima Sm, var. 


PSEUDACTEON NUDICORNIS, n. sp. <? 


Est. XV, fig. 65. 


Esta especie nova é visinha de caudalis Bokgm., mas differe pela au¬ 
sência dá arista, numero das cerdas frontaes, formação do ovipositor, etc. 


Fronte um pouco mais larga do que comprida, pardo-escura, com 


pubescencia escassa, sulco frontal distincto, 2 cerdas postantennaes e 4 fi¬ 
leiras de 2,4,4,4 cerdas. Segunda fileira aproximadamente recta; a distancia 


mutua das cerdas interiores é mais que 2 vezes maior do que a distancia 


entre as interiores e exteriores. Terceira fileira côncava para 
deante. Ha 2 cerdas nas bochechas. Terceiro articulo an- 
tennal (fig. 45 no texto) pardo-ferruginoso, conico, alongado, 
distinctamente pubeseente; arista ausente. Palpos. amarellos, 
curtos, com cerdas curtas. 

Thorax pardo-ferruginoso, esternopleuras mais claras, 



Fig. 45 — pseudac- escutello com 2 cerdas e de cada lado 1 pello. 



' Abdômen pardo-escuro, com 6 placas tergitaes. 1. ter- 
gito abreviado, 2. tergito alongado, tergitos 3-5 aproxima¬ 


damente do mesmo comprimento; 5. tergito com a borda posterior ligei¬ 
ramente chanfrada. 6. tergito abreviado, com a borda anterior convexa, no 


meio da borda posterior com chanframento semicircular de cada lado do 


qual se inserem 3 pellos, dos quaes o lateral é o mais comprido; esses 
pellos são consideravelmente mais compridos em caudalis . 6. ventrito com 






família phoridae (dipt.) 


243 


placa chitinosa abahulada, que apresenta perto da linha mediana 4 pellos 
finos, compridos, não curvados no apice, cujos pontos de inserção formam 
um trapézio; a distancia mutua dos posteriores é quasi vezes 3 maior do 
que a dos anteriores; fora dos pellos compridos ha ainda alguns menos 
compridos. 0 ovipositor (fig. 46 no texto) é parecido com o de caudalis , 
mas menos largo e menos chanfrado na borda posterior; o segmento ter-’ 
minai é achatado e formado de um esternito e um tergito, entre os quaes 
se salienta' o ferrão preto; o esternito é mais largo do que o tergito (1) . 

. Patas mais ou menos amarelladas, quadris médios e 
posteriores bem como metade distai dos femures poste¬ 
riores pardacentos. Metatarso anterior menos comprido 
do que os dois seguintes artículos tarsaes juntos. A fileira 
dorsal de pellos das tibias médias se extende mais ou menos 
até um pouco além do meio; ha 1 esporão apical com¬ 
prido. Femures posteriores na metade distai da face an¬ 
terior com alguns pellos compridos. 

-xv — xrscuíincteou 

Azas ligeiramente tingidas de amareiio-cinzento, ner- nudicornis, n. sp. 
vação pardacenta. Comprimento total = 1,1 mm., maior oonsT 90 ^ V13ta 
largura = 0,484 mm. Nervura costal = 0,4 do compri¬ 
mento da aza, divisões costaes = 13:6. Nervura mediastinal distincta, um 
pouco abreviada. Nervuras 4-6 distinctas. No lugar da alula ha 3 pellos. 

Balandns pardo-escuros. 

Comprimento total , 1 mm. 

Typos 5 ç ç (conservados em álcool) de Rio Negro (Paraná), Borg- 
meier leg. 24.1.1924 sobre um ninho de Solenopm s cevissima Sm, var. 

PSEUDACTEON COMATUS, n. sp. 9 
Est. XV, fig.' 64. 

Esta especie nova é visinha de nudicornis , porque nãò possúe arista, 
mas differe pela formação do ovipositor e pela pubescencia do 6. ventrito. 

Fronte pardo-escura, pubescente, com sulco frontal distincto, 2 cerdas 
postantennaes e 4 fileiras de 2,4,4,4 cerdas. As cerdas da primeira fileira 
distam um pouco mais das cerdas postantennaes do que das cerdas exte¬ 
riores da segunda fileira. Segunda fileira recta; as cerdas exteriores distam 
menos das cerdas da primeira fileira do que das cerdas exteriores, da ter¬ 
ceira fileira. Terceira fileira recta; as cerdas interiores distam quasi 2 vezes 
mais entre si do que das exteriores. Ha 2 cerdas nas bochechas. Palpos amà- 
rellados, com 1 cerda moderadamente comprida e 2 muito curtas-na extre- 



{1) Veja-se a nota na pag. 237. 







244 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


midade. Terceiro articulo antennal pardo-ferruginoso, fórma e pubescen- 
cia como em nudicornis ; arista ausente. 

Thorax escuro pardo-ferruginoso também as pleuras escuras. Ha 2 cerdas 
dorsocentraes. Escutello com 2 cerdas, deante das quaes de cada lado 1 pello. 

Abdômen pardo-escuro, com 6 placas tergitaes. 6. tergito no meio 
da borda posterior com chanframento semicircular, de cada lado do qual 
ha 3 pellos moderadamente compridos. 6. ventrito com uma placa chitinosa 
que apresenta perto da margem posterior um pente transversal (inter¬ 
rompido no meio) de 12 pellos; 6 de cada lado, a saber: 3-4 compridos e 
fortes, semelhantes a cerdas e 2-3 finos menos compridos; lateralmente 
ha ainda alguns pellos curtos; os pellos fortes no meio são um pouco 

curvados para a linha mediana do corpo. Ovipositor (fig. 47 
no texto) achatado; os lóbos lateraes (1) 2 são separados da 
peça central C2) por uma pequena incisão obliqua; o ferrão 
que transparece, tem a forma de uma penna de aço (como 
em cultellatus). 

Patas pardacentas. Tibias medias com fileira dorsal de 

Fig. 47 — Pseudãc- 

teon comatus, n. pellos que se extende até um pouco além do meio da tibia; 

StadoS° stt ° r ’ 1 esporão ventral comprido no apice. Tibias posteriores, 
como sempre, com 1 fileira dorsal de pellos completa; ha 
2 esporões terminaes desiguaes. 

Azas com matizes amarello-pardacentos, nervação pardacenta, também 
nervuras 4-7 distinctas. Comprimento total = 0,867 mm., maior largura 
0,442 mm. Nervura costal = 0,38-0,4 do comprimento da aza, divisões 
costaes = 2:1. Nervura mediastinal muito distincta. No lugarda alula se 
inserem aproximadamente 3 pellos. 

Balancins pardo-escuros. 

Comprimento total } aproximadamente 1 mm. 

Typos 10 9 9 (conservados em álcool) de Rio Negro, Borgmeier leg. 
24.1.1924 sobre um ninho de Solenopsis saevissima Sm. var. 



PSEUDACTEON PRADEI, n. sp. ? 

Est. XIV, fig. 62. 

Esta especie nova differe das demais especies sem arista pelo numero 
das cerdas frontaes e pela formação do ovipositor. 

Fronte pardo-escura, pubescente, com sulco frontal distincto, 2 cerdas 
postantennaes e 4 fileiras de 2,2,4,4 cerdas (em um dos exemplares typicos 


(1) *= 7° tergito. 

(2) = 8 o esternito. 









família piioridae (dipt.) 


245 


macerado em KOH encontrei uma das cerdas interiores da segunda fileira, 
o que considero como phenomeno de regressão). As cerdas da primeira fi¬ 
leira são inclinadas para a linha mediana e distam um pouco mais das 
cerdas postantennaes do que das cerdas da segunda fileira. Terceira íxLeirá 
ligeiramente convexa para deante; as cerdas interiores distam ao menos 
2 vezes mais entre si do que das exteriores. As cerdas verticaes exteriores 
distam aproximadamente 5 vezes mais das interiores do que essas entre si. 
Ha 2 cerdas nas bochechas. Terceiro articulo antenna$. pardo-escuro, 
formado como em miâicortm> conieo e alongado, com pubescencia relativa¬ 
mente comprida particularmente na metade distai; arista completamente 
ausente. Palpos amarello-esbranquiçados, muito curtos, com 1 eerda na ex¬ 
tremidade apical que é mais. comprida do que o palpo. 

Thorax escuro pardo-ferruginoso inclusive as pleuras, com 2 cerdas 
dorsoeentraes. Escutello com 2 cerdas; as cerdas an¬ 
teriores são . reduzidas a pellos, que são aproximada¬ 
mente = 3^2 do comprimento das cerdas. Mesopleuras 
desnudadas. 

Abdomm pardo-escuro, ventre escuro, com 6 placas 
tergitaes. 1 , tergito abreviado, 2. tergito alongado. 6 . ter- 
gito (fig. 48 no texto) no meio da borda posterior com 
chaníramento semicircular; os pellos da borda posterior 
relativamente curtos. 6 . ventrito com. placa chitinosa que 
apresenta no meio uma fileira transversal de pellos com¬ 
pridos não curvados no apice: 3 de cada lado, das quaes 
os dois interiores são mais compridos; lateralmente um 
pouco para a região basal ha ainda 1 pello, fóra da fileira 
transversal. O ovipositor é representado na (fig. 48 no texto); os lóbos la- 
teraes (1) são pequenos e inclinados um pouco para baixo; a peça central (2) 
em forma de cálice é muito protrahída e dirigida para traz, elevando-se 
sobre o nivel dos lóbos lateraes. Na base da peça central se salienta entre 
o tergito e esternito um tubo membranoso do qual sobresáe o ferrão 
(efr. Est. XIV, fig. 62). ’ 

Patas mais ou menos amarello-pardacentas, as anteriores mais claras, 
quadris médios pardo-escuros. A fileira dorsal de pellos das tíbias medias 
se extende mais ou menos até o meio da tibia. 

Azas com matizes amarello-cinzentos, nervação pardo-clara inclusive as 
nervuras 4-7. Comprimento total = 0,901 mm,, maior largura = 0,408 mm. 



(1) = 7° tergito. 

(2) = 8 o esternito. 














246 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


Nervura c os tal — 0>37 do comprimento da aza, divisões costaes aproxi¬ 
madamente = 11:6. No lugar da alula ha 3 pellos. 

Balandm pardo-escuros. 

Comprimento total, 1-1,5 mm. 

Typos 11 9 9 (conservados em álcool) de Petropolis, Frei Cajetano 
Prade leg. 3.IV. e 10.IV.1924 sobre um ninho de Solenopsis saevissima 
Sm. var. Também recebi numerosos exemplares de Rio Negro (Paraná). 

Nota: Dedico esta especie interessante ao descobridor, a quem devo 
muitos exemplares da minha collecção. 

PSEUDACTEON CURVATUS, n. sp. Ç 
Dst. XIV; fig. 63.' 

Fronte escura pardo-ferruginosa, com pubescencia escassa, sulco frontal 
distincto, 2 cerdas postantennaes e 4 fileiras de 2,2,4,4 cerdas. Ás cerdas 
da primeira fileira são (como sempre) inclinadas para a linha mediana e 
distam quasi 3 vezes mais das cerdas postantennaes do que das cerdas da 
segunda fileira, que se inserem immediatamente em cima da primeira 
fileira; cerdas interiores da segunda fileira ausentes ou reduzidas a pellos. 
As cerdas da segunda fileira distam aproximadamente tanto das exteriores 
da terceira fileira como as cerdas da primeira fileira das postantennaes. 

Ás cerdas verticaes exteriores distam aproximadamente 
5 vezes mais das exteriores do que essas entre si. Terceira 
fileira aproximadamente recta. Triângulo oeellar pouco 
saliente formando um angulo recto. Ha 2 pequenas cerdas 
nas bochechas. Terceiro articulo antennal pardo-ferru¬ 
ginoso, conico, finamente pubescente; arista apical, apro¬ 
ximadamente tão comprido como o 3. articulo antennal. 
Palpos amarellp-esbranquiçados, com pellos finos e 
1 cerda na extremidade apical. 

Fig. 49 — Pseuâ&cteon cur- m ' 

v&tus, n. sp. 9. piaca Thorax pardo-ferruginoso, pleuras um pouco mais 
Sdombai d ° ventnt ° claras, com 2 cerdas dorsocentraes. Escutello com 4 

cerdas, excedendo as anteriores um pouco a metade 
do comprimento das posteriores. - Mesopleuras desnudadas. 

Abdômen pardo com o ventre mais claro. 1. tergito muito abreviado, 
2. tergito alongado, tergitos 3-5 aproximadamente do mesmo comprimento; 
5. tergito chanfrado posteriormente; 6. tergito anteriormente no meio com 
um processo ponteagudo que se extende por debaixo da borda posterior 
do 5. tergito; borda posterior do 6. tergitq de cada lado com 3 pellos mode¬ 
radamente compridos, sendo o lateral o mais comprido. 6. ventrito com 







JFÀMILIA PHORIDA33 (diPT.) 


247 


placa ehitinosa soldada ao ovipositor (figs. 49 e 50 no texto), anteriormente 
arredondada e muito abahulada, apresentando perto da linha mediana 
3 pares de cerdinhas: as anteriores são muito curtas e grossas; as posteriores 
são as mais compridas e distam üm pouco mais entre si do que os dois pares 
anteriores. O ovipositor (fig. 50 no texto) tem a fórma de um gancho cur¬ 
vado para baixo, que se compõe de um tergito e um esternito ehitinoso, 
ligados lateralmente por uma membrana; nesta bainha se encontra o 
ferrão; na base da região ventral existe um denticulo fortemente ehitinoso. 




Patas pardacentas, as anteriores mais claras. 

Metatarso anterior menos comprido do que òs 
dois seguintes artículos tarsaes juntos. À fileira 
dorsal das tibias medias se extende mais ou 
menos até o meio da tibia; ha 1 esporão ventral 
no apice, moderadamente comprido. Tibias pos¬ 
teriores com 2 esporões terminaes desíguaes. 

Azas quasi hyalmas, nervuras da borda an¬ 
terior claro-pardas,, nervuras 4-7 pallidas. Com- fi s . m — Pscuãacteoa cu r ratas, a, sp, 
primento total =■ 0,867 mm., maior largura = 

0,408 mm. Nervura costal — 0,356 do compri¬ 
mento da aza, divisões costaes = 9:4. Nervura mediastinal fraca e abreviada. 
Sétima nervura ainda mais fraca do que 4-6. No lugar da alula ha 3 pellos. 

Balancins pardo-ferruginosos. 



Ç , ovipositor, vista lateral da esquerda, 
v = plàca ehitinosa do 6 a ventrito. 


Comprimento total , aproximadamente 1,1 mm. 

Typos 5 ç ^ (conservados em álcool) de La Plata, Dr. C. Bmch leg. 
15. VII. 1923, sobre um ninho de Solenopsis saevissima Sm. var. richteri Por'. 
Também possúo vários exemplares (paratypos) do Bio Negro (Paraná). 


PSEUDACTEON LITORAL1S, n. sp. 9 

Esta especie nova é muito parecida com tncmpis } mas differe pelo 
numero das cerdas frontaes e pela formação do ovipositor. 

Fronte pardo-ermegrecida, um pouco mais larga do que comprida, pubes- 
cente, com sulco frontal distincto, 2 cerdas postantennaes e 4 fileiras de 2,2,4,4 
cerdas. As cerdas da primeira fileira distam aproximadamente 1vezes mais 
das postantennaes do que das cerdas da segunda fileira; cerdas interiores 
da segunda fileira ausentes. Terceira fileira aproximadamente recta. Ha 3 
pequenas cerdas nas bochechas. Terceiro articulo antennal claro-ferruginoso, 
finamente pubescente, periforme, alongado; arista apical, distinctamente 
menos comprida do que o 3. articulo antennal, praticamente desnudada. 

Thorax pardo ferruginoso, com as margens mais claras, esternopleuras 
mais ou menos amarello-pardacentas. Ha 2 cerdas dorsocentraes. Escutello 





248 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


com 4 cerdas, sendo as anteriores mais ou menos = do comprimento 
das posteriores. Mesopleuras desnudadas. 

Abdômen pardo-escuro, ventre mais ou menos amarello-ferruginoso, 
com 6 placas tergitaes, mais ou menos formadas como em tricuspis. Borda 
posterior do 6. tergito não chanfrada no meio, com pellos moderadamente 
compridos. 6. ventrito com placa chitinosa, que apresenta na ba,se, no meio 
um grupo de aproximadamente 6 pellos meio compridos; esse grupo é 
continuado de cada lado para traz por uma fileira obliqua de 3 pellos meio 
compridos, curvados no apice para a linha mediana do corpo. Ovipositor 
(fig. 51 no texto) achatado, com os lobos lateraes um pouco arredondados ; 

a parte central apresenta na região ventral uma elevação 
longitudinal aguçada em forma de quilha, em cuja ex¬ 
tremidade apical se salienta o ferrão, o qual é curvado 
ligeiramente para deante ; no angulo formado pelos lóbos 
lateraes e a peça central se inserem alguns pellos ama* 
rellados moderadamente compridos; appendices vermi- 
formes como em tricuspis não existem. 

Patas amarelladas, quadris médios pardos, metade 
distai dos femures posteriores pardacenta. A fileira 
F!g. si — Pseudacteon uto- dorsal de pellos das tibias medias se extende mais ou 
e 6° segmento 'abdominal, menos até a extermidade do 2. terço da tibia. Femures 

posteriores na metade distai da borda ventral com al¬ 
guns pellos moderadamente compridos. 

Azas hyalinas, nervuras da borda anterior amarelladas, nervuras 4-7 
indistinctas. Comprimento total = 1,462 mm. (in situ!), maior largura = 
0,714 mm. Nervura costal aproximadamente = 0,38 do comprimento da 
aza, divisões costaes = 2:1. Cilios costaes finos e densamente agrupados. 
No lugar da alula ha 4 pellos. 

Balancins amarello-esbranquiçados. 

Comprimento total, 1,44 mm. 

Holotypo 1 ç (conservado em álcool) de La Plata, Dr. C. Bruch leg. 
15.VII. 1923, sobre um ninho de Solenopsis saevissima Sm. var. richteri For. 



PSEUDACTEON SOLENOPSIDIS, Schmitz Ç 


1914, Schmitz, Zool. Jahrb. Àbt. Syst., vol 37, p. 531, figs. 

1923, Schmitz, Deutsch. Yer, Wiss. Kunst, S. Paulo 3. Jhg. 1922, p. 149. 

Não conheço esta especie ex naiura. Dou uma combinação dos prin- 
cipaes caracteres segundo Schmitz. 

Coloração mais ou menos como em wasmanni. 

Fronte com 2 cerdas postantennaes e 4 fileiras de 2,2,4,4 cerdas. Es- 



família phoridae (dipt.) 


249 


cutello com 4 cerdas, sendo as anteriores um pouco (mas não muito) mais 
fracas do que as posteriores. 6. ventrito de cada lado com 1 grupo de 2 pellos 
moderadamente compridos. “ O ovipositor (fig. 52 no texto) é formado de 
varias peças chitinosas; exteriormente se salientam: um aplaca dorsal com¬ 
prida, fortemente estreitada para traz, pubescente, 
e 2 plaquinhas lateral delgadas, dobradas para 
cima. Na extremidade sobresáe uma fina lamella 
chitinosa impar, e dó interior se extendem 2 ap- 
pendices incolores, filiou vermiformes” (loc. cit. 
p. 531). Patas como em wasmanni. 

Azas claras, comprimento e largura em pro¬ 
porção de 2:5. Nèrvura costal = 0,4 do compri¬ 
mento da aza, 1. divisão costal = 1M vezes maior 
do que a 2. divisão. Sétima nervura notavelmente 
mais fraca do que 4-6. No lugar da alula ha 4 pellos. Fig ' 52 “ Ps c e ' ldacteon *ounopsidh, 

, _ Schmitz, T, ovipositor, vista lateral 

Comprimento total , aproximadamente 1,6 mm. da direita (segundo schmito. 

Habitat: com Solenopsis geminata. 

0s typos são provenientes de Porto Alegre, P. A. Sehupp leg. 5.VI. 1892. 
A especie até hoje não foi reencontrada.. 



PSEUDACTEON OBTUSUS, n. sp. ? 

Esta especie nova é visinha de tricuspis e litoralis, mas diífere pela for¬ 
mação do ovipositor. 

Fronte pardo-ennegrecida, um pouco mais larga do que comprida, 
pubescente, com sulco frontal distineto, 2 cerdas postantennaes e 4 fileiras 
de 2,2,4,4 cerdas. As cerdas da primeira fileira distam um pouco mais das 
cerdas postantennaes do que essas entre si. As cerdas da segunda fileira são 
implantadas perto da margem ocular e distam aproximadamente 2 vezes 
mais das cerdas exteriores da terceira fileira do que das cerdas da pri¬ 
meira fileira. Terceira fileira aproximadamente recta; as cerdas interiores 
distam aproximadamente 2 vezes mais entre si do que das exteriores. As 
cerdas verticaes exteriores distam 4-5 vezes mais das interiores do que essas 
entre si. Ha 2 cerdas nas bochechas. Terceiro articulo antennal pardo- 
ferruginoso, pubescente, conico, alongado; arista apical, finamente pubes¬ 
cente, mais ou menos tão comprido como o 3. articulo antennal. Palpos 
amarellos,' pequenos, com 1 cerda muito curta no apice. 

Thorax pardo-ferruginoso, èsternopleuras um pouco mais claras, com 
2 cerdas dorsocentraes. EscuteUo com 4 cerdas, sendo as anteriores mais 
ou menos = % do comprimento das posteriores. Mesopleuras desnudadas. 

2307-924 32 



250 


AXCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


Abdômen pardo-escuro, com 6 placas tergitaes, 1. tergito abreviado, 
2. tergito alongado, tèrgitos 3-5 no meio aproximadamente do mesmo com¬ 
primento. 6. tergito com a borda anterior fortemente convexa (como em 
.tricuspis ), no meio da borda posterior com uma incisão, de cada lado da 
qual ha 3 peilos moderadamente compridos; lateralmente do 6. tergito 
aindá se encontra uma faixa chitinosa delgada, que se extende quasi até 
a placa ventral do 6. segmento. 6. ventrito fortemente abahulado, mais 
largo do que comprido, mais ou menos no meio com uma fileira transversal 
(lateralmente um pouco curvada para traz) de 10 peilos compridos eriçados 
(de cada lado 5) e posteriormente ainda de cada lado mais ou menos 4 peilos 


curtos esparsos. O ovipositor (fig. 53 no texto) é achatado, 
com os lóbos lateraes arredondados; a parte central (1) 2 tem 
a extremidade apical apontada e curvada para deante (por 
isso o apice não apparece na figura!) A borda interior dos 
lóbos lateraes í2) apresenta de cada lado uma membrana 
esbranquiçada, adelgaçada e ligeiramente recurvada no 
apice, que certamente é homologa aos appendices vermi- 
formes de tricuspis. 



Patas mais ou menos amareHas, quadris meios parda- 
fí «. 58 — pseudãcteon centos. A fileira dorsal de peilos das tibias médias se ex- 
ovipositor, vista^donLí tende mais ou menos até a extremidade do 2. terço. 

Femures posteriores na metade distai da borda ventral 
com alguns peilos moderadamente compridos. 

Azas quasi hyalinas, nervação pardo-clara. Comprimento total 
= 1,156 mm., maior largura = 0 , 578 . mm. Nervura costal = 0,41 do com¬ 
primento ' da aza, divisões costaes = 15 : 8 . Nervura mediastinal distincta, 
mas abreviada. Sétima ainda mais indistincta do que 4 - 6 . No lugar da alula 
ha 4 peilos. 

Balandns amarello-esbranquiçados. 

üomprimeMo total, aproximadamente 1,3 mm. 

Typos 2 9 9 (conservados em álcool) de La Plata, Dr. C. Bruch leg. 
15,VIL 1923, sobre um ninho de Solenopsis saevissima Sm. var. richteri For. 


PSEUDÃCTEON CAUDAL IS, Borgmeier 9 


1923, Vozes de Petropolis, vol. XVII 2, p. 848. 


Fronte um pouco mais larga do que comprida (7:9), pardo-acinzen- 
tada, mate, com sulca frontal dísrncto, 2 cerdas postantennaes e 4 fileiras 


(1) = 8° esternito. 

(2) - = 7 Ü tergito. 









família phoridae (dipt.) 


251 


de 2,2,4,4 cerdas. Cerdas interiores da segunda fileira reduzidas a pellos. 
Terceira fileira recta. Terceiro articulo antennal oval, pubescente; arista 
apical, curta. 

Thorax pardo, as pleuras mais claras; com pubescencia amarello-fer- 
ruginosa relativamente comprida e 2 cerdas dorsocentraes. Escutello 
com 4 cerdas, sendo as anteriores mais ou menos = % do comprimento 
das posteriores. 

Abdômen com 5 placas tergitaes pardo-escuras. 1. tergito um pouco 
mais claro e muito abreviado, 5. tergito chanfrado na borda posterior; 
6. tergito alongado, com pubescencia escassa e na borda posterior de cada 
lado com 3 pellos compridos, dos quaes o exterior é o mais comprido e cur¬ 
vado para.a linha mediana do corpo. 6. ventrito com uma 
placa chitinosa, que apresenta (fôra de outros pellos me¬ 
nores) 4 pellos eriçados muito compridos, não curvados 
na extremidade apical, cujos pontos de inserção formam 
um trapézio. Ovipositor (fig. 54 no texto) muito grande 
e largo (largura maxirna = 0,3 mm.!), preto, fortemente 
brilhante, falsiforme, com os lóbos lateraes arredon- Fig * 54 — pseudãcie ™ 

c&udaUs, Bqrgm. t > 

dados e dirigidos para baixo; na face ventral se encontra ovipositor, vista dorsal, 

na linha mediana um fino canal chitinoso, que termina 
no meio do chanframento semicircular posterior, onde se acham alguns 
pellinhos muito curtos; um pouco mais para cima se insere ainda de cada 
lado 1 pello mais comprido. 

Patas de um sujo amarello. Metatarso anterior um pouco mais com¬ 
prido do que o segundo articulo tarsal. 

Azas hyalinas. Nervura mfdiastinal abreviada. Nervura costal = 0,4 do 
comprimento da aza (in situí). No lugar da aluía ha 3 pellos 

Balancins amarello-esbranquiç ados. 

O holotypo é proveniente de Pe&queira (Pernambuco), Frei Clemente 
Anheuser leg. 6. IX. 1922. 

Genero ECITOPTEBA, Borgmeíer-Schmitz 

1923, Borgmeier-Schmitz, Rev. Mus. La Plata, vol. XXVII, p. 212, figs. 

1923, Borgmeier, Arch. Mus. Nac. Rio, vol. XXIV, p. 343. 

1924, Borgmeier, Boi. Mus. Nac. Rio, vol. I, p. 188. 

1924, ScHMiTz, Mus. Nac. Rio, Publ. Nr. 4, p. 8. 

Caracteres genericos : Fronte ligeiramente abahulada, curta e larga, 
com 4 cerdas postantennaes mais ou menos erectas e geralmente com 3 
fileiras de 2,4,4 cerdas frontaes; as cerdas da primeira fileira e as interiores 
da segunda fileira são inclinadas para a linha mediana; segunda fileira, ás 




252 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 

vezes, muito coiícava para deante. Foveas antennaes bastante excavadas 
e largas. Olhos pubeseentes, ocellos presentes. Thorax com 2 cerdas dorso- 
centraes e algumas cerdas marginaes, Escutello com 2 cerdas. Abdômen 
oviforme, com segmentação distincta e geralmente com 5 placas tergitaes 
nos segmentos 1-5, das quaes sômente a do 2, segmento é relativamente 
bem desenvolvida, sendo as outras rudimentares; o 5. tergito falta ás. 
vezes por completo ( concomitans ). Quinto segmento com orifício glandular. 
Patas sem cerdas isoladas, tibias posteriores sem fileira dorsal de pellinhos 
de paliçada e sem cilios posterodorsaes. Azas abreviadas e estreitadas, 
geralmente cuneiformes; nervüra mediastinal ausente; terceira nervura longi¬ 
tudinal não forquilhada; sexta nervura longitudinal rudimentar ou ausente. 
Typo do genero: E.- concomitans Borgmeier-Schmitz 
D esse genero interessante, que é visinho de Bolsiusia Schmitz (1913) e 
cujo typo é proveniente da Argentina, foram descriptas até hoje 6 especies 
ás quaes accrescento no seguinte mais uma especie nova da Argentina. 

Quanto á maneira de contar as cerdas frontaes, Schmitz deu boas 
razões (1924), que parecem justificar a formula 2,4,4. Fóra das cerdas 
frontaes propriamente ditas ha ainda 2 pequenas cerdas occipitaes incli¬ 
nadas para a linha mediana. 

Chave das especies 

1. Sexta nervura longitudinal ausente. 2. 

— Sexta nervura longitudinal presente. 3. 

2. Quinta nervura longitudinal recta, obliterada na base 1. proboscidalis Borgm, 

— Quinta nervura longitudinal em forma de S, não 

obliterada na base.*. ^... 2. maior Schmitz 

3. Segundo tergito abdominal trapeziforme ou sub- 

quadrangular. 4. 

— Segundo tergito abdominal chanfrado nas bordas 

later^s em fôrma de S. 3. ciliata Borgm. ( l ) 

4. Com pequena placa chitinosa atraz do orifício glan¬ 

dular . 5. 

— Sem placa chitinosa atraz do orifício glandular... 4. concomitans Borgm.— 

Schmitz. 

5 . Segundo tergito abdominal posteriormente mais largo 

do que anteriormente. 5. corãobensis n. sp. 

— Segundo tergito abdominal anteriormente mais largo 

do que posteriormente. 6. 

6. Quarta nervura longitudinal inteiramente recta.... 6. maculifrons Borgm. 

— Quarta nervura longitudinal ligeiramente côncava.. 7. schmiizi Borgm. 


(l) Está especie foi indicada na minha “Lista dos Phorideos do Brasil até hoje conhecidos” como 
E. longicüiaia Borgmder et Schmitz i. litt. (nornen nudumi). (Rev. Mus. Paulista, vol. XIII, 1923, p. 1223) 













família phoridae (dipt.) 


253 


ECITOPTERA CORDOBENSIS, n. sp. 9 

Esta. especie é visinha da especie typica concomitans , mas differe pela 
nervação das azas, balancins mais compridos e outros caracteres. 

Fronte na borda occipital aproximadamente 2 vezes mais larga do que • 
comprida no meio, escurecida, pardo-vermelha, ao redor das cerdas postan- 
tennaes um pouco mais clara, com pubescencia esparsa. As 4 cerdas post- 
antennaes formam um trapézio. Cerdas frontaes propriamente ditas só 
encontrei 6, a saber: 4 cerdas verticaes e de cada lado 1 cerda inclinada para 
a linha mediana na margem superior das foveas antennaes, que distam 
distinctamente mais das postantennaes superiores do que da margem 
ocular. Pôde ser que as cerdas da segunda fileira quebraram nos exemplares 
typicos, mas o certo é que nem com forte augmento pude verificar a 
existência de pontos de inserção, que em geral se -destacam nitidamente. * 
As cerdas verticaes exteriores distam aproximadamente 3-4 
vezes mais das interiores do que essas entre si. Perto das 
cerdas verticaes exteriores ha ainda de cada lado (mais para 
a linha mediana) 1 pequena cerda inclinada para a linha 
mediana. Tubérculo ocellar ligeiramente saliente. Olhos 
relativamente grandes, occupando quasi inteiramente as 
regiões lateraes da cabeça, de fôrma oval alongada, com 
pubescencia microscópica. Foveas antennaes largas, attin- 
gindo a margem ocular interior. Terceiro articulo antennal 
subglobular, amarello, menor do que os olhos; arista apical, 
comprida, finamente pubescente. 

Thorax amarello-ocraceo, bordas lateraes mais claras, 
deante do escutello com mancha alongada pardacenta, 
também o escutello escurecido, particularmente na borda 
posterior. Ha 2 cerdas dorsocentraes e de cada lado aproximadamente 
4 cerdas marginaes de comprimento diverso. Escutello com 2 cerdas e de 
cada lado 1 pello mieroscopico, que forma com as cerdas uma linha recta. 
Mesopleuras desnudadas* 

Abdômen amarello, com 5 plaquinhas tergitaes vermelho-pardas nos 
segmentos 1-5. Os contornos dos tergitos 1-4 são representados na figura 55 
(no texto); o 2. tergito é ligeiramente trapeziforme, anteriormente mais 
largo do que comprido no meio, posteriormente um pouco mais largo 
do que anteriormente. Tergitos 3-4 um pouco menos rudimentares do 
que em concomitans. Atraz do orificio glandular do 5. segmento existe 
ainda uma pequena plaquinha chitinosa falciforme, que apresenta 6 pel- 
linhos. 



Fig. 55 — Ecitoptera 
cordobensis, n. 

sp. Y , placas chi- 
tinosas dos tergitos 
abdominaes 1-4. 








254 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL— VOL. XXV 


Patas amarellas. Metatarso anterior mais ou menos tão comprido como 
os dois seguintes articulos tarsaes juntos. Metatarso posterior ligeiramente 
dilatado, com 6 pentes transversaes. Tibias medias e posteriores com es¬ 
porão terminal. 

Azas (Est. XI, fig. 54): Comprimento total = 0,833 mm., maior lar¬ 
gura = 0,289 mm., nervura costal = 0,51 mm., portanto = 0,61 do com¬ 
primento da aza, divisões costaes = 10:19. Cilios costaes muito finos. 
Nervuras da borda anterior distinetamente pardacentas, nervura humeral- 
transversal fraca. Quarta nervura recta; quinta curvada deante do meio, 
no mais recta; sexta mais fraca do que 4-5, mas alcançando a orla 
da aza. 

Balancins pardo-vermelhos, delgados, aproximadamente 2 vezes mais 
compridos do que os de concomitans . 

Comprimento total, 1,3 mm. 

Typos 2 9 9 de La Granja, Alta Graeia (Cordoba), Argentina, num 
bando de Eciton hetschhoi, Dr. C. Bruch leg. 26.1.1924, 

Genero ACONTISTOPTERA, Brues 

1902, Brues, Amer. Natural., vol. 36, p. 373. 

1906, Brues, Genera Ins., Fase. 44, p. 15. 

1912, Málloch, Proe. U. 8. Nat. Mus., vol 43, p. 509. 

1914, Schmitz, Zool. Jahrb. Abt. Syst., vol, 37, p. 526. 

1923, Brues, Psyche,- vol. 30, p. 21. 

1924, Borgmeier, Boi. Nus. Nac. Rio, vol. I, p. 195. 

1924, Schmitz, Mus. Nac. Rio, Publ. Nr. 4, p. 16. 

Caracteres generícos: Cabeça mais larga do que o thorax. Fronte com 
6 cerdas postantennaes erectas e geralmente com 3 fileiras de 4,4,4 cerdas; 
as cerdas interiores das duas fileiras anteriores são inclinadas para a linha 
mediana. Além, disso ha na margem superior das foveas antennaes de 
cada lado uma serie de 6-9 cerdas finas. Ocellos faltam. Olhos pequenos. 
Terceiro articulo antemial globular, arista apical. Thorax muito estreitado 
■para traz, pleuras visiveis de cima, com cerdas dorsocentraes. Escutello 
pequeno, com 2 cerdas. Abdômen oviforme, membranoso; ás vezes ha 
pequenas placas chítinosas nos 2. e 5. segmentos. Quinto segmento com 
orificio glandular. Rudimento da aza baculiforme, com pequenas cerdinhas 
no primeiro terço e com cerdas extremamente compridas nos dois terços 
distaes. Tibias sem cerdas isoladas. 

Typo do genero: A. melanderi Brues. 



família phoridae (dipt.) 


255 


ACONTISTOPTERA HIRSUTA, n. sp. V 
Est. XV, fig. 67. 

Esta especie nova differe das demais especies do genero, á primeira 
vista, pela pubescencia muito comprida do abdômen. Também a disposição 
das cerdas é dififerente. 

Fronte e face occipital pardo-vermelhas, deante das cerdas verticaes 
interiores, ás vezes, com grande mancha mais clara, borda frontal anterior, 
aguçada e ennegrecida, epistoma amarello com a borda anterior escura. 
Fronte immediatamente na borda anterior de cada lado com 9 cerdinhas 
fracas, atraz das quaes se inserem de cada lado 3 cerdas postantennaes. 
As cerdas frontaes propriamente ditas são arranjadas em 3 fileiras de 4,4,4 
cerdas. As cerdas interiores das duas fileiras anteriores são inclinadas para 
a linha mediana; as cerdas exteriores porém são dirigidas para os lados e 
se inserem perto da margem ocular interior; as cerdas exteriores da primeira 
fileira, que se implantam na margem superior das foveas antennaes são 
notavelmente mais curtas do 
que as cerdas exteriores da 
segunda fileira. As cerdas 
interiores da segunda fileira 
distam aproximadamente 
tanto das cerdas interiores 
da primeira fileira como das 
ceídas verticaes exteriores. 

Além disso ha ainda atraz 
dos olhos de cada lado 3 cer¬ 
das dirigidas para deante, as .. . .. . , .. „ Q 

quaes são consideravelmente 

mais comprida» do que as respectivas cerdas de ecitonis ; a superior dessas 
cerdas é um pouco mais comprida do que a exterior da segunda fileira. 
A margem inferior lateral das foveas antennaes apresenta de cada lado 
aproximadamente 5 cerdas. Bochechas com pubescencia comprida. Antennas 
como em ecitonis ; palpos mais fortes e mais largos, com cerdas fortes. 

Thorax (fig. 56 no texto) anteriormente aproximadamente tão largo 
como comprido no meio (inclusive o escutello), mais ou menos vermelho- 
pardo, pleuras mais claras; com 1 cerda comprida ligeiramente curvada 
nos ângulos humeraes, 1 cerda marginal um pouco menos comprida, 2 
cerdas fracas dirigidas para traz, que se inserem quasi na borda anterior e 
2 cerdas dorsocentraes, as quaes são quasi tão compridas como as 2 cerdas 
escutellares. 











256 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


Abdômen oviforme, amarellado, com segmentação mais ou menos dis- 
tincta, na região dorsal com muitos pellos compridos dispostos em fileiras 
transversaes irregulares; a pubescencia se torna mais densa para traz; ventre 
com pubescencia curta. Segundo segmento com uma placa chitinosa ver¬ 
melho-parda de forma alongada, estreitada atraz, cujo comprimento é 
aproximadamente 3 vezes maior do que a largura anterior. Deante do ori¬ 
fício glandular do quinto segmento se acha também uma pequena placa 
chitinosa vermelho-parda, semilunar, cujo comprimento é mais ou menos 
= do comprimento do tergito do 2 . segmento. 

Patas amarellas, sem caracteres especiaes. Cilios dorsaes das tibias 
posteriores distinctos. Metatarso posterior dilatado, com 7 pentes trans¬ 
versaes. 

Rudimento da aza um pouco mais comprido do que o thorax, baculi- 
forme, achatado, com 16-17 cerdas muito compridas nos dois terços distaes. 

Comprimento total , 1,6 mm. 

Typos 2 ç 9 de La Granja, Alta Gracia (Cor doba), Argentina, Dr. C. 
Bruch leg. num bando de Ecüon raptam , 26. I. 1924. 

Genero ECITOCANTHA, Borgmeier 
1924, Boi. Mus. Nac. Rio, vol. I, p. 287. 

Caracteres genericos : Macho — Fronte curta e larga, com 2 cerdas 
postantennaes mais ou menos erectas e divergentes e 3 fileiras de 2,4,4 
cerdas. Foveas antennaes largas; terceiro articulo antennal globular, arista 
apical. Palpos compridos, com cerdas bem desenvolvidas. Thorax com 2 
cerdas dorsocentraes. Escutello com 2 cerdas. Hypopygidio mais ou menos 
formado como em Ecitophora . Tibias sem cerdas isoladas e sem fileira dorsal 
de-pellos de paliçada. Azas grandes; nervação mais ou menos como em 
Puliciphora , mas sem nervura mediastinal. No lugar da alula não ha pellos. 

Femea Cabeça um pouco mais larga do que o thorax. Fronte aba- 
hulada, com 4 cerdas postantennaes erectas e 3 fileiras de 4,4,4 cerdas. As 
cerdas interiores das duas fileiras anteriores são inclinadas para a hnha 
mediana. Olhos pequenos. Ocellos ausentes. Terceiro articulo antennal mais 
ou menos globular, arista apical. Palpos compridos e delgados, com cerdas 
bem desenvolvidas. Thorax estreitado para traz, com cerdas marginaes e 
2 cerdas dorso-centraes. Escutello com 2 cerdas finas. Abdômen oviforme, 
com segmentação indistincta, inteiramente membranoso; somente o se¬ 
gundo segmento, ás vezes, com rudimentos de uma piaca tergital, região 
dorsal com um numero variavel de fileiras transversaes regulares de cerdas 
compridas, cujos pontos de inserção são chitinisados e se destacam nitida- 




família phoridae (dipt.) 


257 


mente. Quinto segmento com um orifício glandular muito pequeno, semi¬ 
lunar. Segmentos terminaes membranosos. Todas as tibias com 1 cerda 
anterodorsal immediatamente perto da base; a cerda das tibias anteriores é 
muito fraca, a das posteriores mais compridas do que a das tibias medias. 
Tibias posteriores sem fileira dorsal de pellos de paliçada. Rudimentos de 
aza baculiformes, um pouco achatados, com cerdas extremamente com¬ 
pridas como em Acontistoptera Brues e Schmitzia Borgmeier. Balancins 
presentes, mas pequenos. 

Typo do genero: E. hruchi Borgmeier. 

À femea deste genero differe de Acontistoptera Brites e Schmitzia m. (1) 
pelas cerdas isoladas das tibias, e de Termitophorides m. pela formação 
dos rudimentos dã aza. O macho é muito parecido com o de Puliciphora 
Dahl, mas differe pelo numero das cerdas postantennaes e pela ausência 
da nervura mediastinal. Já publiquei uma nota prévia sobre o genotypo. 
Dou no seguinte uma descripção mais detalhada. 


ECITOCÁNTHA BRUCHI, Borgmeier & 9 
1924, Boi. Mus. Nac. Rio, vol. I, p. 287. 


Macho — Fronte escura pardo-vermelha, distinctamenté mais larga 
do que comprida, com pubescencia escassa, sem sulco frontal. Ha 2 cerdas 
postantennaes compridas, erectas e divergentes e, 3 fileiras de 2,4,4 cerdas 
frontaes (fig. 57 no texto). As cerdas da primeira fileira são um pouco 
inclinadas para a linha mediana e se inserem 
quasi verticalmente em baixo das exteriores da 
segunda fileira á margem superior das foveas 
antennaes. Segunda fileira recta, implantada 
quasi no nivel do ocello anterior; suas cerdas 
interiores distam pelo menos 3 vezes mais 
entre si do que das exteriores. Os 3 ocellos de 
tamanho igual. Olhos pubescentes. Terceiro Fig * w—Ecitocantha^ruchiBoncu. <?, 

x disposição das cerdas frontaes. 

articulo antennal globular, amarello-ferrugi- 1 — cerdas da i* m«ra. 

. . . 2 — cerdas da 2“ fileira. 

noso; arista apical, distmctamente pubescente, P —cerdas postantennaes. 

Palpos compridos, amarellados, com aproxi- 
4 madamente 5 cerdas (das quaes a basal na borda lateral é a mais com¬ 
prida) e muitos pellos compridos. 

Thorax amareilo-ocraceo. Escutello com 2 cerdas. Mesopleuras des¬ 
nudadas. 




(1) Deutsch. Ver. Wiss. Kimst S, Paulo 3. Jhg. 1922, p. 167, 

2307-924 


33 






258 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL —■ VOL. XXV 


Abdômen pardo-ocraceo, ventre ainareUado. Hypopygidio côr de mel, 
peça ventral alongada para traz; peça lateral esquerda posteriormente com 
um processo digitiforme microscopicamente pequeno e alguns peUinhos. 
Segmento anal amarello, relativamente comprido, pubescente. 

Patas delgadas, amarello-ocraceas, femures com as bordas dorsaes 
pardacentas. Metatarso posterior dilatado, aproximadamente tão com¬ 
prido como o 2. articulo tarsal. 

Azas (Est. XI, fig. 55) com matizes muito finos amarello-cinzentos, 
as nervuras distinctamente ocraceas. Comprimento total = 1,598 mm., 
maior largura = 0,748 mm. Nervura costal = 0,5 do comprimento da 
aza, divisões costaes aproximadamente = 4:7. Nervura mediastinal au¬ 
sente, sómente na base ligeiramente accusada por uma dobra pallida 
difficilmente perceptível. Nervura humeral-transversal rudimentar. No lugar 
da alula não existem pellos. 

Bálancins pardo-ocraceos. 

Comprimento total , 1,35 mm. 

Femea — Cabeça formada mais ou menos como em Schmitzia m. 
(cfr. a fig. JL c. p. 169), mas fronte mais abahulada, confundindo-se ante¬ 
riormente aos poucos com as foveas antennaes largas e chatas; os olhos 
se acham num nivel mais baixo. Fronte com pubescencia escassa, posterior- 
mente, aproximadamente 2 vezes mais larga do que comprida no meio, 
escura pardo-ocracea, sómente deante das cerdas verticaes interiores com 
mancha amarella triangular; também no meio da fronte se encontram 
2 manchas amarellas, 1 de cada lado da linha mediana; além disso, a re¬ 
gião é, entre as cerdas postantennaes, amareilada. Face occipital amarella. 
Ha 4 cerdas postantennaes, èrectas, distando as superiores só pouco mais 
entre si do que as inferiores. Além disso 3 fileiras de 4,4,4 cerdas. As cerdas 
da primeira fileira são muito aproximadas umas das outras e se inserem na 
margem superior das foveas antennaes; suas cerdas interiores são inclinadas 
para a linha mediana e distam aproximadamente 2 vezes mais das post¬ 
antennaes superiores do que das cerdas exteriores, que são dirigidas para 
traz e mais curtas do que as interiores. Segunda fileira ligeiramente convexa 
para deante; as cerdas interiores são inclinadas para a linha mediana e 
distam entre si pelo menos 2 vezes mais do que das exteriores; as cerdas 
exteriores são dirigidas para os lados e mais compridas do que as demais 
cerdas frontaes; ellas se inserem bem perto das cerdas verticaes exteriores, um 
pouco em baixo do seu nivel, aproximadamente, no meio, entre ellas e a 
margem ocular posterior. As cerdas verticaes formam uma linha recta; as 
exteriores distam aproximadamente 2 vezes mais das interiores do que 
essas entre si. Fóra das cerdas frontaes ha ainda de cada lado uma pequena 
çerda occipital. Faltam ocellos. Olhos pequenos, ovaes, pubescentes, com- 



família phoridae (dipt.) 


259 



Fig. SB — Bcitocantha bruchi, Borgm. V , thorax. 


pondo-se mais ou menos de 32 facetas. Na face inferior da cabeça notam-se 
1 cerda na margem ocular inferior e 1 cerda dirigida para baixo no hy- 
postoma. As foveas antennaes são largas e se confundem no meio. Terceiro 
articulo antennal amarello, mais ou menos globular, maior do que os olhos; 
arista apical, ultrapassando distin- 
ctamente a borda occipital, dis- 
tinctamente pubescente. Palpos 
amarellos, compridos e delgados, 
curvados um pouco para dentro, 
com aproximadamente 7 cerdas, 
das quaes as lateraes são as. mais 
compridas. Orifício buccal de cada 
lado com uma serie de 9 peilos 
finos densamente agrupados. Ml 
Thorax (fig. 58 no tex^oj"' 
amarello-ocraceo, com pubescencia 

escassa, estreitado para traz, anteriormente mais ou menos tão largo 
como comprido no meio, com 1 cerda comprida dirigida para os lados nos 
ângulos humeraes, 1 pequena cerda marginal e 2 pares de cerdas dorso- 
centraes; as dorsocehtraes anteriores se inserem mais ou menos no nivel 

das cerdas marginaes e distam um pouco mais entre si 
do que as dorsocentraes posteriores, que são muito com¬ 
pridas. Escutello com 2 cerdinhas muito finas. 

Abdômen (fig. 59 no texto) de fórma oval alongada, 
de um sujo amarello-esbranquiçado. Segundo segmento 
na região dorsal de cada lado com uma pequena mancha 
oval, chitinosa, alongada, e lateralmente com 1 cerda. 
Segmentos 3-5 perto da margem posterior com fileiras 
regulares transversaes de 6,8,8 cerdas compridas, cujos 
pontos de insérção são rodeados por uma peqüena 
mancha oval chitinosa pardo-o cracea; as cerdas se 
inserem na extremidade basal dessas mandhas. * Borda 
posterior do 6. segmento com peilos curtos, também o 
ventre na metade distai com pubescencia curta. Orifício 
glandular do 5. segmento muito pequeno, semilunar. 
Segmentos terminaes retrácteis ; 7. segmento còm uma 
corôa de peilos finos. 

Patas amarellas, femures posteriores com a borda dorsal pardacenta 
e mancha apical parda. Tibia anterior um pouco mais comprida do qué ã 
metade do femur anterior. Todas as tibias com 1 cerda anterodorsal imme- 
diatamente perto da base; a cerda das tibias anteriores muito fraca, a das 



Fig. 59 —Bcitocantha bru¬ 
chi, Borgm. 9, abdomèn. 
vista dorsal. 

















260 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


tibias posteriores (fig. 60 no texto) mais comprida do que a das tibias me¬ 


dias. Tibias medias e posteriores com pequeno esporão terminal na face 


ventral. Metatarso poste¬ 
rior (fig. 60 no texto) um 
pouco dilatado, com 7 
pentes transversaes. 




Rudimento da aza 
(fig. 61 no texto) baculi- 
forme, um pouco acha-' 
tado, distinetamente mais 
comprido do que o thorax 
( = 0,425 mm.), com 1 
cerda comprida não cilia- 
da na base e aproxima¬ 
damente 12 cerdas extre- 


Fig. 60 Ecitocantha bruchi, Borgm. mamen t e COmprídaS ( = 


9, pata posterior. 



Balancins pequenos, amarello-ocraceos. 
Comprimento total , 1—1,33 mm. 


Typos 7dV e 14 9 9 de Alta Gracia (Cordoba), Fi «* 61 
Argentina, Dr. C. Bruch leg. 22.XII.1923, num E * 


Borgm., 9. rudimento da aza. 


bando de Eciton (. Acamatus ) pseudops var. grandipseudops For. Infelizmente 
quasi todos os exemplares estão mutilados. 


Genero LEPIDOPHOROMYIA, Borgmeier 


1923, Deutsch. Ver. Wiss. Kunst S. Paulo, 3. Jhg. 1922, p. 175 (Lepidomyia) 

1924, Boi. Mus. Nac. Rio, vol. I, p. 202. 

Caracteres genericos : Fronte abahulada, com 4 cerdas postantennaes 
extendidas para deante e 3 fileiras de 2,4,4 cerdas; as cerdas da primeira 


fileira e as interiores da segunda fileira são inclinadas para a linha mediana. 


Ocellos presentes. Olhos principaes grandes, distinetamente pubescentes. 
Terceiro articulo antennal globular, arista apical. Palpos compridos e del¬ 
gados, com cerdas bem desenvolvidas. Thorax curto e largo, não estreitado 
para traz, com poucas cerdas marginaes e 2 cerdas dorsocentraes. Escutello 
fusiforme, com cerdas. Abdômen grande, oviforme, com 1 grande placa 
tergital no 2. segmento e placas rudimentares nos segmentos 1 e 3-5. Ori¬ 
fício glandular formado como em Ecitomyia. Segmentação distincta. Patas 
sem cerdas isoladas; tibias sem fileira dorsal de peilos de paliçada e sem 
cilios posterodorsaes differenciados. Rudimentos de aza escamíformes; borda 















família phoridae (dipt.) 261 

costal com cilios finos; fóra disso nenhuma nervura distinctamente accu- 
sada. Balancins ausentes. 

Typo do genero: L, zikani Borgmeier. 


LEPIDOPHOROMYIA ZIKANI, Borgmeier Ç 

1923, Borgmeier, Rev. Mus. Paulista, vol. XIII, p. 1224 (Lepiãomyia conitermis). 

1924, Borgmeier, D. Yer. Wiss. Kunst S. Paulo, 3. Jhg. 1922, p. 175 {Lepiãomyia). 
1924, Borgmeier, Boi. Mus. Nac. Rio, vol. I, p. 202. 



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Os typos desta interessante especie termitophila são provenientes de 
Passa Quatro (Minas Geraes) e foram encontrados, num ninho de Corni- 
termes sp. A mesma especie também occorre aqui em Petropolis, onde 
encontrei numerosos individuos em cadaveres de Eutermes sp. São insectos 
muito ageis, e logo que notaram a minha presença, deitaram a fugir, de 
maneira que só me foi possivel apanhar 3 exemplares 
(l.V. 1923). Becebi também 1 ? fie Campo Bello (E. 

Bio) (Zikán leg. II, 1924), tirada de um ninho de Cor- 
nitermes sp. Parece-me que pertencem também a esta 
especie 3 exemplares; que foram capturados num ninho 
de Eciton quadriglume em Bio Negro-Paraná (M. Witte 
leg. 30. X. 1923.); são um pouco maiores do que os 
exemplares typicos, mas não pude até agora verifibar 
uma differença definitiva. 

Dou, no seguinte, uma figura (62 no texto) e uma 
descripção melhorada da especie. 

Cabeça amarello-ocracea, sô muito' pouco mais 
larga do que o thorax. Fronte postériormente quasi 
2 vezes ínais larga do que comprida no meio (7:4), 
abahulada, com a borda vertical aguçada. As 4 cerdas 
postantennaes dirigidas para a frente são de com¬ 
primento igual e seus pontos de inserção formam um 
trapézio. Fóra disso ha 10 pequenas cerdas frontaes, 
dispostas em 3 fileiras transversaes de ■ 2,4,4 cerdas. 

As cerdas da primeira fileira são inclinadas para a linha 
mediana; ellas distam um pouco menos das cerdas post¬ 
antennaes superiores do que da margem ocular. Segunda fileira côncava 
para deante; as cerdas exteriores se inserem um pouco acima do nivel das 
cerdas da primeira fileira e são mais fracas do que as demais cerdas 
fronfaes; sua distancia da margem ocular varia; geralmente distam menos 
da margem ocular do que das cerdas da primeira fileira; as cerdas interiores 



Fig. 62 —Lepidophoromsíã zi¬ 
kani, Borgm. 9, 














262 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


(da segunda fileira) são inclinadas para a linha mediana;, ellas se inserem 
um pouco em baixo do nivel do ocello anterior, do qual distam aproxi¬ 
madamente tanto como das cerdas da primeira fileira. As cerdas vertieaes 
formam uma linha recta; as interiores são implantadas entre os ocellos 
posteriores; as exteriores se inserem perto da margem ocular superior; entre 
as exteriores e as interiores ha ainda de cada lado (perto das exteriores) 1 pe¬ 
quena cerda occipital inclinada para a linha mediana. Ocellos pequenos, mas 
distinctosj Olhos ellipticos, grandes, deixando para as têmporas só uma faixa 
estreita; o diâmetro longitudinal do olho é aproximadamente 3 vezes maior 
do que o diâmetro transversal do 3 articulo antennal. Ha 2 cerdas genaes 
dirigidas para deante. Bochechas pubescentes; também a fronte com pubes- 
ceneia distincta. Terceiro articulo antennal globular, com arista comprida, 
apical, pubescente. Palpos compridos e delgados, ligeiramente curvados, com 
5 cerdas compridas na margem lateral, e 3-4 cerdas menores na ponta e na 
borda interior. Tromba aproximadamente tão comprida como a cabeça alta. 

. Thorax quasi tão largo como a cabeça, amarello-ocraceo, um pouco 
mais claro do que a cabeça, face anterior adjacente á face occipital mais es¬ 
cura; o comprimento e a largura estão em proporção de 5:8 Ha 3 cerdas 
de cada lado: 2 cerdas marginaes das quaes a anterior é muito pequena, 
e atraz 1 cerda, que póde ser considerada como cerda dórso central. Escutello 
fusiforme, indistinctamente destacado, com 2 cerdas e 2 pellos equidistantes 
em linha recta, h^esopleuras desnudadas. 

Abdômen grande, oviforme, de côr amarella, com 5 placas tergitaes. 
Primeiro tergito muito curto; segundo tergito grande, amareilo-vermelho 
ou pardo-vermelho, mais ou menos trapeziforme com os ângulos ante¬ 
riores e posteriores arredondados, mais largo do que comprido (8 4), 

com pubescencia densa; tergitos 3-4 rudimentares, amarello-ocraceos, apro¬ 
ximadamente do mesmo comprimento, mas 4 um pouco menos largo; ambos 
são pubescentes. Orifício glandular grande, formado mais ou menos como 
em Ecitomyia ; o anel chitinoso é dilatado posteriormento formando uma pla- 
quinha chitinosa falciforme, pubescente. Segmentos 3-6 na região basal 
com estria cinzenta transversal -irregular, que em parte, também, se extende 
para o ventre, mas é interromprida no meio do dorso e nas regiões lateraes. 
Fóra das placas tergitaes os segmentos 1-5 são completamente desnudados; 
o 6 o porém apresenta alguns pellinhos na região dorsal e na borda poste¬ 
rior. Os segmentos 9-10 são representados na região dorsal por uma pequena 
plaquinha chitinosa; na plaquinha do 10° segmento se inserem 2 pellos hirtos. 
Cerci distinctamente destacados, pubescentes. 

Patas de um sujo amarello, tibias medias e posteriores com 1 pequeno 
esporão terminal, mas sem fileira dorsal de pellos e sem cilios. Metatarso 
posterior dilatado, com 5 pentes transversaes. 



família phoridae (dipt.) 


263 


Rudimento de aza escamiforme, de côr amarello-vermelha, 2 vezes mais 
comprido do que largo (comprimento = 0,17 mm., largura = 0,085 mm.). 
Fóra da nervura costal nenhuma nervura é accusada. Borda costal com 2 
series de 8-9 cilios curtos. Balancins faltam. 

Comprimento total , 1,3-1,5 mm. 

Genero ECITUNCÜLA, SCHMITZ 

1923, Schmitz, Tijdschr. V. Ent., vol. 66, p. LXXIX. 

1924, Schmitz, Mus. Nac. Rio. Publicação N. 4, p. 26, fig. 

Caracteres genericos (segundo Schmitz): Pertencente á subfamilia 
dos Phorinae , femea sem ocellòs, sem aza e sem balancins. Cabeça formada 
de um modo parecido com Puliciphora 9 , fronte não separando as foveas 
antennaes, com 2 pares de cerdas postantennaes e outras cerdas. Olhos prin- 
cipaes pubescentes. Arista apical. Tromba carnuda, não prolongada. Tho- 
rax fortemente reduzido, com uma fileira transversal de cerdas atraz do meio. 
Não ha papilia alar com cerda, nem escutello. Abdômen na maior parte 
membranoso, sem segmentação distincta, com 0 2 . tergito abdominal tra- 
peziforme e um pequeno oroficio glandular elliptico (5. tergito). Segmentos 
terminaes membranosos, retrácteis. Cerci presentes. Patas sem caracteres 
especiaes, tibias posteriores sem fileira dorsal de pellos e sem cilios desen¬ 
volvidos. Especies muito pequenas. 

Typo do genero: E. aptera Schmitz ?. 

Este genero é visinho de Puliciphora Dahl, mas differe pela ausência 
dos ocellos e da papilia alar, bem como pela formação differente do abdômen. 
O typo é proveniente de Passa Quatro (Minas Geraes). Descrevo no se¬ 
guinte 2 especies novas,, sendo portanto 3 0 total das especies conhecidas. 

ECITUNCULA APTERA, Schmitz 9 
1924, Mus. Nac. Rio. Publ. N. 4, p. 26. 

Desta especie possúo numerosos exemplares de Rio Negro (Paraná), 
que foram encontrados em ninhos e bandos dè Eciton quadriglume (Witte e 
Borgmeier leg.), e que pude comparar com um dos exemplares typicos de 
Schmitz. 


ECITUNCULA TARSALIS, n. sp. 9 

Essa especie nova é muito parecida com aptera Schmitz, mas differe 
pela formação dos tarsos. 

Coloração : Cabeça, thorax e patas amarello-pardas, mais escuras do 
que em aptera . Abdômen escurecido, amarello-sujo. 



264 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


Fronte fortemente abahulada em sentido transversal e longitudinal, 
numero e disposição das cerdas exactamente como em aptera, portanto 2 
pares de cerdas postantennaes dirigidas para deante e 2 fileiras de 2, 4 cerdas. 
As cerdas da primeira fileira se inserem perto da margem superior das fo- 
veas antennaes e da margem interior superior dos olhos; as cerdas verticaes 
exteriores se inserem perto da margem supero-posterior dos olhos e são um 
pouco mais fortes do que as interiores. Ocellos faltam. Terceiro articulo an- 
tennal ligeiramente conico, arista apical, comprida e distinçtamente pu- 
bescente. Palpos com 5 cerdas. Regiões genaes com í eerda. 

Thorax distinçtamente mais largo do que comprido, 
ligeiramente estreitado para traz, com 6 cerdas exacta- 
mente como em aptera : 1 fraca nos ângulos humeraes e 
uma fileira transversal de 4 cerdas atraz do meio; as 
cerdas exteriores da fileira transversal são dirigidas para 
os lados e um pouco mais compridas do que as interiores, 
que pódem ser consideradas como cerdas dorsocentraes. 

Abdômen oviforme, I o tergito sem placa chitinosa, 
2 o tergito com pequena placa chitinosa vermelho-parda, 
trapeziforme, com a margem anterior e as margens la- 
teraes ás vezes chanfradas. O resto como em aptera } 
sómente a corôa de cerdinhas ou pellos grossos é menos 
distincta; também em aptera a corôa é lateralmente encer¬ 
rada por uma fileira obliqua de 5 cerdinhas ou agulhetas, 
que, em tarsalis , são muito fracas. 

Patas : Tarso anterior (fig. 63 no texto) sô pouco 
mais comprido do que a tibia, dilatado, principalmente 
articulos 1-4; metatarso anterior distinçtamente menos 
comprido do que os dois seguintes articulos tarsaes juntos, 
comprimento e largura, em proporção de 53^:3; articulos 
2 e 3 quasi tão largos como compridos, articulos 2-4 quasi 

ZVsTT^Z d° mesmo comprimento, 5 um pouco mais comprido mas 
anterior (muito am- menos largo. Metatarso medio também um pouco dilatado, 

pliado). x 7 

aproximadamente tão comprido como os dois seguintes 
articulos tarsaes juntos. Metatarso posterior muito dilatado (largura mais 
ou menos = ^ do comprimento), distinçtamente mais comprido do que os 
dois seguintes articulos tarsaes juntos, com 3 pentes transversaes; também 
o 2 o articulo é ligeiramente dilatado. 

Comprimento total , 1-1,2 mm. 

Typos 3 9 ç de Blumenau, capturadas com Eciton burchelli, Witte leg. 
3. VlIL 1922. 













família phoridae (dipt.) 


265 


ECITUNCULA LONGIPILOSA, n. sp. 9 

Esta especie nova differe de apíera e tarsalis pelos pellos extremamente 
compridos nas regiões lateraes e ventraes do abdômen. 

Coloração : Cabeça e thorax escuros vermelho-pardos, fronte com 3 
manchas circulares mais claras: 1 ao redor das cerdas verticaes interiores, 
e de cada lado 1 no meio da fronte, perto da linha mediana. Thorax com 
2 manchas grandes pardo-ennegrecidas ovaes, na face anterior, adjacente 
á face occipital. Abdômen escurecido, sujo-amarello. 

. Fronte occupando 4 / s da largura da cabeça, muito mais larga do que 
comprida no meio (3: 5); as cerdas frontaes quebraram na maior parte 
no exemplar unico, mas os pontos de inserção são distinctos; parece 
haver o mesmo numero e a mesma disposição como em aptera. As cerdas 
postantennaes superiores distam 2 vezes mais entre si do que as inferiores. 
As cerdas da primeira fileira se inserem na margem superior das foveas 
antennaes e distam distinctamente mais das cerdas postantennaes superiores 
do que da margem ocular. Cerdas ver¬ 
ticaes como em aptera. Cerdas oceipi- 
taes reduzidas a pellos. Olhos pequenos, 
um pouco maiores do que o 3 o arti¬ 
culo antennal, deixando as têmporas 
desoccupadas e attingindo a margem 
das foveas antennaes. Bochechas lar¬ 
gas, pubescentes. Ha 1 cerda genal. 

3 o articulo antennal amarello-pardo, Fig - 64 ~ n - sp * ^ abdome11 ’ 

' vista lateral da direita. 

ligeiramente conico; arista apical, ama- 

rella, comprida, finamente pubescente. Palpos amarellos, com 4-5 cerdas. 

Thorax formado como em aptera, com 1 cerda muito fraca atraz dos 
ângulos humeraes e uma fileira ligeiramente côncava para deante de 4 
cerdas atraz do meio .(cerdas exteriores quebradas no typo). 

Abdômen (fig. 64 no texto) oviforme, com segmentação indistincta. 
I o tergito membranoso. 2 o tergito com uma placa chitinosa escura pardo- 
vermelha, a qual é anteriormente aproximadamente tão larga como com¬ 
prida no meio, posteriormente um pouco alargada, sendo os ângulos 
ligeiramente arredondados e protrahidos para os lados. Orifício glandular 
do 5 o do segmento como em aptera, guarnecido de um annel pardo- 
ennegrecido. Dorso do abdômen bem como a metade posterior do ventre 
com pubescencia esparsa. Borda posterior do 2 o segmento lateralmente com 
uma fileira recta de pellos finos extremamente compridos, que se inserem 
em manchas ovaes pardas chitinisadas; a extremidade apical dos pellos 

2307-924 34 







266 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


attinge quasi a borda posterior do 4 o segmento. Também o 3 o ventrito 
apresenta perto da borda anterior de cada lado uma fileira transversal de 
4 pellos compridos (mas menos compridos do que os pellos lateraes) ligei¬ 
ramente curvados para a linha mediana do corpo; os pontos de inserção 
são circulares, pardo-escuros e chitinisados. 

Patas amarello-pardas. Todos os tarsos mais compridos do que largos. 
Metatarso anterior menos comprido do que os dois seguintes articulos tarsaes 
juntos. Femures posteriores não sensivelmente dilatados. Metatarso pos¬ 
terior fortemente dilatado, um pouco mais comprido do que os dois se¬ 
guintes articulos tarsaes juntos, com 5 pentes transversaes. Unhas normaes. 

Comprimento total, 0,97 mm. 

Holotypo 1 9 de Alta Gracia (Cordoba), Argentina, encontrada num 
bando de Eciton raptans Fok., Dr. C. Bruch leg. 26.1.1924. 




APPENDICE 


Genero peocliniella, nov. gen. 9 

Este genero novo é visinho de Pseudoplastophora Schmitz (Wien. 
Ent. Zeit., vol. XXXIV, 1915, p. 327), mas differe pela chaetotaxe frontal 
e outros caracteres. 

Caracteres genericos : Fronte mais larga do que comprida, com sulco 
frontal, 6 cerdas postantennaes proclinadas e 3 fileiras de 2, 4, 4 cerdas. 
As cerdas postantennaes superiores distam muito entre si. Terceiro articulo 
antennal conico, arista apical. Palpos achatados em sentido dorso-ventral, 
com cerdas bem desenvolvidas. Thorax com 2 cerdas dorcentraes. Es- 
çutello com 2 cerdas. Mesopleuras desnudadas. Segmentos terminaes 
chitmisados, formando um ovipositor semelhante a um ferrão. Sexto 
ventrito com uma plaquinha chitinosa comprida e muito delgada. Patas 
sem cerdas isoladas, tibias posteriores como em Pseudacteon. Azas com a 
terceira nervura longitudinal bifurcada. Nervura costal menos comprida 
do que a metade da aza. — Especies myrmecophilas. 

Typo do genero : P. hosiilis n. sp. 9 

PROCLINIELLA HOSTILIS, n. sp. V 0) 

Fronte pardo-escura, ligeiramente brilhante, pubescente, mais larga 
do que comprida no meio (aproximadamente 18:11), margem anterior 
convexa e arredondada, com 6 cerdas postantennaes e 3 fileiras de 2, 
4, 4 cerdas. As cerdas postantennaes inferiores são mais fracas do que as 
medias e superiores; as medias distam aproximadamente duas vezes mais 
entre si do que as inferiores; as cerdas postantennaes superiores distam 
muito entre si: ellas se inserem perto das cerdas da primeira fileira, no 
mesmo nivei, e formam com as postantennaes medias uma fileira distin- 
ctamente convexa; ellas distam das postantennaes medias um pouco mais 
do que as medias entre si. As cerdas da primeira fileira se inserem perto da 
margem ocular e distam distinctamente menos das cerdas postantennaes 
medias do que das cerdas exteriores da segunda fileira. Essa é ligeiramente 


(1) Figuras da fronte e da aza serão publicadas num outro trabalho. 








268 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL— VOL. XXV 


convexa para cleante; suas cerdas interiores se inserem um pouco em baixo 
do nivel do ocello anterior e distam duas vezes mais das exteriores do 
que entre si. A distancia entre as cerdas verticaes exteriores e interiores 
é aproximadamente 4 vezes maior do que a das interiores entre si. 
Triângulo ocellar um pouco saliente, rectangular. Olhos pubescentes e 
ciliados, attingindo as margens das foveas antennaes. Ha 2 cerdas nas 
bochechas e 1 pequena cerda genal. Terceiro articulo antennal pardo- 
escuro, conico, de tamanho "normal ; arista apical, menos comprida do 
que a largura da fronte, com pubeseencia densa e distincta. Palpos pardo- 
ferruginosos, moderadamente compridos, achatados em sentido dorso- 
ventral, em forma de colher, com 6 cerdas compridas e algumas curtas. 
Tromba curta. Clypeo não muito proeminente. 

Thorax pardo-escuro, ligeiramente brilhante, com 2 cerdas dorso- 
centraes. Cerda prothoraeica fraca. Escutello com 2 cerdas, deante das 
quaes de cada lado 1 pello curto. Mesopleuras desnudadas. 

Abdômen ■ mate com 6 placas tergitaes pardo-ennegrecidas. Segundo 
tergito alongado, 4 menos comprido do que 3, e 5 menos eomprido do que 
4. Quinto tergito posteriormente um pouco chanfrado ; sexto tergito muito 
alongado, um pouco, mais comprido do que o segundo, estreitado para traz, 
portanto mais ou menos trapeziforme. Pubeseencia muito escassa e curta, 
sómente nas margens lateraes e na margem posterior do 6. tergito mais 
distincta. O sexto ventrito apresenta no meio uma delgada faixa chitinosa 
longitudinal, cujo comprimento exacto e formação basal não pude veri¬ 
ficar, visto me faltar material de álcool; é de notar que a plaquinha é atraz 
proeminente sobre a margem do ventrito, estando talvez presa sómente 
na base; a plaquinha apresenta 3 pares de pellos eriçados e um pouco 
divergentes : 2 na extremidade distai, 2 no meio, e 2 na região basal ;.os 
pellos que se inserem na extremidade apical são um pouco mais compridos 
do que os outros. Ovipositor chitinisado, formando um ferrão delgado e 
compondo-se de um ventrito e um tergito; a extremidade apical do ventrito 
é um pouco curvada para baixo, formando um pequeno dentieulo no apiee. 

Patas amarello-pardacentas. Tibia anterior na face dorsal com cerca 
de 6 cilios finos. Tarso anterior abreviado, só pouco mais comprido do que 
a tibia, a qual é curta ; metatarso anterior aproximadamente = articulos 
tarsaes 2-3 (ou ainda um pouco mais curto) ; articulos tarsaes 2-4 forte¬ 
mente abreviados, de comprimento igual, articulo 5 u'm pouco mais com¬ 
prido. Tibia media com fileira dorsal de pellinhòs, que se extende mais ou 
menos até a extremidade do 2. terço ; cilios posterodorsaes muito finos. 
T bia posterior com completa fileira dorsal de pellos e uma serie de cilios 
posterodorsaes finos. Metatarso posterior um pouco dilatado, aproxima¬ 
damente tão comprido como os dois seguintes articulos tarsaes juntos. 



família phoridae (dipt.) 


269 


Azas com fortes matizes amareilo-pardos, nervação distinctamente 
parda. Comprimento 0,918 mm., maior largura 0,476 mm. Nervura costal 
= 0,46 do comprimento da aza, divisões costaes = 19:6:3 (nesta 
mensuração a primeira divisão costal é calculada desde o primeiro cilio 
costal, porque a nervura humeral-transversal é indistincta). Cilios costaes 
finos. Nervura mediastinal distincta, mas incompleta. Terceira nervura 
recta até a bifurcação. Ramo posterior da forquilha um pouco curvado 
e engrossado. À sétima nervura não alcança a orla da aza. Em lugar da 
alula 1 pello. 

Balancins pardo-ennegrecidos. 

Comprimento total, 0,83-0,935 mm. 

Typos 2 de Petropolis, 14.XII. 1924, B. Ronchi leg. na entrada 
de um ninho de Acromyrmex muticinoda Forel. Segundo a observação 
do eolleccionador, as moscas estavam pairando em cima das formigas. 
Parece pois fóra de duvida que se trata de* uma especie myrmecaphila. 




_ 5EL NACIONAL — VOL. XXV 


T. Borgmeier: Familia Phoridae (Dipt.) — Estampa I 







Fig. 3 

Dohrniphoru obscurivcntris Borgm. V 



Fig. 4 

Dohrniphora ronchii Borgm. V 
















MUSEU XACIONAL — VOL. XXV 


T. Borcmeier: Famiiia Phoridae (Dipt.) — Estampa II 



Fig. 7 

Beckerina irregularis Borgm. 9 


Fig. 10 

llypocera curvilineata Borgm - Ç? 
















MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


T. Borgmeier: Família Phoridae (Dipt.) — Estampa III 










! 


Fie. 12 

Beckeritm ch difera Borgm. Ò* 



Re. is 

Beckerína nigricornis Borgm- 0" 



Beckerína 


Fig. 14 

hteifrons Borgm. O* 



Fig. 15 

Beckerína nudipleum Borgm. Ò* 















MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


f. Borcmeier : Familia Phoridae (Dipt.) — ■ Estampa IV 




Fig. 16 

Aphiochaeta mucronata Borgm. 9 



Flgi i< 

Aphiochaeta penicillata Borgm. 9 



Fig. 18 

Aphiochaeta pilipleura Borgm. 9 



Fig. 19 

Aphiochaeta luteizona. Borgm. 9 
































MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


T. Borgmeier: Familia Phoridae (Dipt.) — Estampa VI 





\ 



/ 


/ 



Fig. 28 

Aphiochaeta íissimilatíi Borgm. cf 




Fig. 27 

Aphiochaeta armigera Borgm. Ò* 


Fig. 30 

Aphiochaeta commutata Borgm, 9 
















MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


T. Borgmeier: Família Phoridae (Dipt.) — Estampa VII * 



Phalacrotophora appendícigera Borgm. 9 




r 



■ 

A 




/ \ 


/ 


/ 



Fig. ü 

Aphiochaeta titTftida Borgm. Cf* 



Fig. 34 

* Aphiochaeta emoliita Borgm. 9 



Fig. 32 

Aphiochaeta concara Borgm 9 


Fig. 3 

Aphiochaeta rtifipes Mg. cf 

















MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


T. Borgmeier: Familia Phoridae (Dipt.) —■ Estampa VIII 






Apocephalus pcniculatus Borgm. V 


Fig. 39 

Apocephalus pilhentrís Borgm. Ç 



F!g. 40 

Apocephalus lanccatus Borgm. V 



















MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


T. Borgmeier: Família Phoridae (Dípt.) — Estampa IX 


Fig. 42 

Cremersia costalis Borgm. C? 


Fig. 43 

Neodohrniphora rubusta Borgm. Ò* 


Fig. 41 

Cremersia spinosissima Borgm. O* 


Fig. 45 

Apocephalus marginatus Borgm. Ò* 


Fig. 44 

Neodohrniphora montana Borgm. Ò" 




















MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


F. Borgmeier: Família Phoridae (Dipt.) — Estampa X 



Fig. 46 

Synetira digital is Borgm. ü* 







Fig, 48 


Syneura lúciola Borgm- 9 



Fig. 49 

Atíxanommatidm variegata Borgm. Ç 



Fig. 47 

Syneura diversicolor Borgm. Ò* 



Fig. 60 

Pseudacteon horgzneieri Schmiiz. 9 



















MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


T. Borgmeier: Família Phoridae (Dipt.) — Estampa XI 




Fig. 53 

Sytieura termitophila Borgm. O* 


Fig. 51 

Aphiochaetn memhrnnosa Borgm. 'í? 


'} 


. 

- 

: 

( * . . . . 



Fig. 64 

Ecitoptera cordobensis Borgm. V 



Fig. 52 

Conicerotnyia epicantha Borgm. çf 


Fig. 55 

Ecitocantha bruchi Borgm. Ò ’ 1 











MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


T. Borgmeier: Família Phoridae (Dipt.) — Estampa XII 



Kg. 59 

Aphioch&eta membranosa Borgm. 9 


Kg. 57 

Johowia rotichü Borgm. 



T?ig. 58 

Dohrniphora curvispinosa Borgm. 9 



MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


T. Borgmeier: Família Phoridae (Dipt.) — Estampa XIII 



Fig. 59 

Apocephalas obscvrus Borgm. cT 


Fig. 60 

Neodohmiphors montatia Borgm. O* 



Fig. 61 

Apocephalus grandipalpis Borgm. cf 



MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 



Fig. 62 

Pscudacteon pradei Tc ' ■ V 




T. Borgmeier: Familia Phoridae (Dipt.) 


— Estampa XIV 



■i 

i 

í 


: 

i 


Fig. 63 

Pseudacteon curvatu s Borgm. ^ 













Fig. 64 

Pseudactcon comatus BorGM. Ç 


v 


T. Borgmeier: Família Phoridac (Dipt.) — Estampa XV 




* 

Fig. 65 

Pseudacteon nudicornis Bokgm. V 












. 

í 



f 







MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 



Fig. 66 

Apocephalas camponoti Borgm. 9 





T. BoRGMErER; Família Phoridae (Dipt.) — Estampa XVI 



Fig. 67 

Acontistoptera hirsuta Borgm. 9 














* 


MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


Estampa XVII 





Fig. 68 

rheidolomyia alpina ScHMiTZ Ç 


T, Borgmeier: Família Phoridoe (Dipt.) 






índice dos generos e das especies 


(Os synonymos estão em grypho. Os generos e especies só mencionadas no texto, sem 

descripção, trazem o numero da pagina em grypho) 


Pag. 

Acontistoptera Brues. 254 

hirsuta n, sp. 255 

melanderi Brues. 254 

Aphiochaeta Brues. 137 

appretiata Schmitz. 157 

armigera n. sp. 162 

assimilata n. sp. 163 

brunneipcnnis Costa. 138 

circumsetosa De Meijere. 154 

commutata n. sp. , . 160 

côncava n. sp. 170 

emollita n. sp. 166 

femoralis End. 166 

jerruginea Brunetti. 154 

flavicoxa Zett. 137 

longipalpis Wood. 164 

luteicauda n. sp. 145 

luteifasciata n. sp. 165 

luteizona n. sp. 142 

membranosa n. sp. 150 

mucronata n. sp. 140 

necrophaga Enderl. 85 

nigriceps Locw.,,.. 138 

nudipes Bccker. 129 

parvitergata n. sp.... ,. 151 

penicillata n. sp. 146 

pilipleura n. sp. 147 

platypalpis n. sp. 164 

pteryacantha n. sp..... 144 

repicta Schmitz. 154 

rctroversa Wood. 137 

rubriventris n. sp. 156 

ruficornis Meig. 152 

rufipes Meig. 167 

scalaris Lcew. 155 

spiniventris n. sp. 158 

stephanoidea n. sp. 169 

sulphuriventris Borgm.-Schm. 152 

túrgida n. sp. 166 

vesiculata n. sp. 148 


Pag. 

xanthina Speiser.. . . . 

Apocephalus Coquillet. 

• • (Ksikfclfctts a. sp,.,,i 5 ... 198 

brasiliensis Enderl . 1S6 

camponoti n. sp . 195 

grandipalpis n. sp. 190 

lanceatus n. sp. .7 ...... . !95 

luteihalteratus Borgm. 191 

marginatus n. sp. 199 

obscurus Borgm. 194 

parvifurcatus Enderl. 186 

peniculatus n. sp . 193 

pergandei Coqu. 185 

piliventris n. sp. 186 

schmitzi Menozzi . 186 

trichoeoxa n. sp. . . 189 

vicinus n. sp. 188 

wheeleri Brues. 201 

Auxanommatidia Borgm. 207 

hardicki n. sp . 212 

myrmecophila n. sp. 210 

üilifemur n. sp. 209 

variegata Borgm. 208 

Beckerina Malloch. 126 

chelifera Borgm. 134 

flaveola Mall. 127 

fuscohaltcrata Enderl. 128 

irregularis n. sp . 129 

lucifrons n. sp. . . 131 

luteihalterala n. sp. 132 

luteola Mall , . . . 127 

neotropica Brues. 128 

nigricornis n. sp. 136 

nudipleura n. sp. 133 

orphnephiloides Mall t , 

umbrimargo Beckcr. 127 

Chaetocnemistoptera Borgm. 112 

semifurcata Borgm . 112 

Coniceromyia Borgm. 121 

anacleti n. sp. 123 

























































































272 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


VOL. XXY 


epicantha Borgm. 122 

fusca n. sp.. • 125 

Crepidopachys Enderl. 101 

Cremersia Schmitz..;. 200 

costalis n. sp. 206 

pernambucana n. sp. 202 

spinosissima n. sp. 204 

zikani Schmitz. 203 

Dohrmphora Dahl. S 8 

abbreviata v. Ros. 89 

adusta n. sp. 92 

anterospinalis Borgm. 90 

aurihalterata Borgm.. = 90 

bisetalis Borgm... 97 

brasiliensis Borgm.. 90 

chlorogastra Becker. 89, 90 

conspícua Borgm.i.. 99 

curvispinosa Borgm. 103 

díspar Enderl.:.. 109 

dohrniphoroidea Assm. 89 

dudai Schmitz. 90 

flórea Fabr. 89, 90 

fuscicoxa Borgm. 90 

gigantea Enderl. 94 

impressa Borgm. 90 

intrusa Borgm.... .. 90 

longirostrata Enderl... 101 

lutéifróns Borgm. 91 

maculipes n; sp. 106 

meridionalis Brues....;. 91 

monticola n. sp. 103 

obscuriventris n. sp. 105 

opposita n. sp. 107 

paraguayana Brues.. 91 

rhinotermitis Schm. — Mj 5b. 91 

ronchii Borgm. 102 

rubriventris Borgm. 95 

schroederi Schmitz. 110 

Ecitocantha Borgm. 256 

bruchi Borgm.:. 257 

Edtoptera Borgm .-Schmitz. 251 

ciliata Borgm. . ■. 252 

concomítans Borgm.-Schmitz. 252 

cordobensis n. sp. 253 

maeulifrons Borgm. 252 

maior Schmitz. 252 

proboscidalis Borgm. 252 

sehmitzi Borgm. 252 

Ediimcula Schmitz. 263 

aptera Schmitz. 263 

longipilosa n, sp. 265 

tarsalis n. sp. 263 

Gymnoptera Lioy. . 226 

orientalis De Meijere,. 226 

Homalophora Borgm. 86 


Hypocera Lioy. m 

agilis Meig. uj 

coronata Becker. 113 

curvilineata n. sp. 113 

flavímana Meig,. 112 

insperata Brues. 112, 113 

írregularis Wood... ... 111 

johnsoni Brues. 113 

mordellaria Fali... 111 , 112 

ocellata Schmitz. 113 

pachycostalis Borgm. 112 

vitripennis Becker.. - 112 

Hypocerides Schmitz . , ..... 115 

anheuseri Borgm.. 116 

difformis Brues... 115 

pterostigma Schmitz. .:. 115 

Johowia Silva.;. 182 

chilensis Silva... 182 ~ 

ronchii Borgm. 182 

Lepidomyia. Borgm. 260 

Lepidophoromyia Borgm. 260 

zikani Borgm.'. 261 

Megasella Rondani. 138 

Melaloncha Brues. ' 223 

colossia Enderl... 223 

pulchelía Brues. 223 

rubricornis Borgm. 224 

Neodohmiphora Malloch. 213 

acromyrmecis n, sp.. 216 

calverti Mall. 213 

curvinervis Mall. 214 

declinatá n. sp. 214 

montana n. sp. 217 

robusta n. sp. 219 

Neoplatyphora Borgm. 86 

Paraphiocheta Malloch. 171 

Parastenophora Malloch. 89 

aptina Schin. 89 

autumnalis Bedrer. 89 

bispinosa Mall. 89 

forcipata Strobl..,. 89 

hiemalis Dahl. 89 

nudipalpis Becker... 89 

pubericornis Mall... 89 

unispinosa Zett. 89 

Phalacrotophora Enderl. 171 

appendicigera Borgm. 172 

berolinensis Schmitz.. 172 

bispinosa n. sp. 180 

bruesiana Enderl... 177 

epei^rae Brues. 172 

neotropica Borgm... 176 

petropolitana n. sp. 179 

pleuromaculata Borgm... .•. 176 
























































































































família phoridae (dipt.) 


273 


Pheádolomyia, Schmitz. 

alpina Schmitz.. 

Phora Latr. À... 

Plastopkora Brues. 157, 

beirne Brues. 

Proclíniella n. g... *.. 

hostilis n. sp.. 

Pseudaeteon Coquillet___ ....__.... 

borgmeieri Schmitz.« 

caudalis Borgm.. ; i t- 

comatus n. sp... ... 

cultellatus n. sp. 

curvatus n. sp. 

Ktoralis n. sp. 

nudicornis n. sp. 

obtusus n. sp. 

pradei n. sp. 

solenopsidis Schmitz. 

tricuspis n. sp.. 


219 

220 
90 

235 

157 

267 

267 

235 

240 
250 

243 

241 

246 

247 

242 
249 

244 

248 
238 


wasmanní Schmitz. 236 

Pseudohypocera Malloch. 183 

clypeata Mall. 183 

nigrofascipes Borgm.-Sehmitz. 183 

Sehmitzia Borgm. 257 

Syneura Brues.,..... ■ 226 

coccíphila Coqu... 226 

digitalis n. sp. ,,..... . . . ... r . 232 

di versicolor Bórgm. !. *.,.*• . 230 

furceüata Borgm. 228 

infraposita Borgm.-Sehmitz. 227 

ludola n. sp. 229 

termitophila Borgm. 233 

Tennitophorides Borgm... 257 

Trineurocephala Schmitz. 117 

angustiírons Enderl..,. 117 

pubescens Borgm.-Sehmitz. 119 

Udamochiras Enderl. 223 



2307-924 


35 








































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Schmitz (H.), 1922, Apreciação de: W. Lundheck, Diptera Danica , Part vi. “ Tijdschr, v. Entom.”, 
vol. lxv, pp. 221-226. 

Schmitz (H.), 1922, Uber das Vorkommen von Kreuzborstenreihen bei Phoriden. “ Schrift. Physikal. 
— õkonom...Ges. Konigsberg ”, vol. Lxm, pp. 130-131. 

Schmitz (H.), 1923, Pseudacteon bc/rgmeien n. sp. “Vozes de Petropolis” vol. xvii, 2, pp. 714-715. 



família phoridae (dipt.) 


277 


Schmitz (H.), 1923, Zwei nme myrmecophile Phoridm t “Deutseh, 1 Ver. f. Wiss. u. Kunst i. S. Paulo”, 
Jahrg. 1922, pp. 149-153. 

Schmitz (H.), 1923, Zwei neue Phmiden aus Australien und Brasilien. “Entom. Berichten”, vol. vi, 
pp. 188-192: 

Schmitz (H.) 1923, Typmstudien an Phoridm. “Jaarb. Natuurhist. Gen.”, Limburg, 1920-23, 
pp. 49-59. 

Schmitz (H.), 1924, Mm nieuwe Phoride, Cremersia zikani n. g. n. sp. “Natuurhist. Maandblad”, 
vol. xin, pp. 3,2-34. pp, 32-34. 

Schmitz (H.) t 1924, Phorideos edtophilos de Minas Geraes. “Mus. Nac.” Bio, Pulei. n. 4, pp. 1-28. 
Schmitz & Mjõberg, 1924, Sdaridae und Phoridae. Hemlts of Dr. E. Mjôbergs, Swedish sdentijic 
Expedüions to Amtralia^ 1910-1913. <f Arkiv fõr Zoologí, ” vol. 16, pp. 1-8 (Separ.). 

Silva Figueroa (G.), 1916, Contribuaon al conodmiento de la Famüia Phondae cn Chüe. “Boi. 
Mus. Nae. Chile,” vol. ix, pp. 5-21. 

Wasmann (E.), 1918, Zur Lehenswdse und Portpflanzung von Pseudacteon fonnicarum Verr. “ Biol. 
Zen tralbl., ” vol. 38, pp. 317-329. 




EXPLICAÇÃO DAS ESTAMPAS 


As photomicrographias 1-61 foram feitas no Museu Nacional pelo Sr. J. H. H.ubmayer 
(objectiva Planar de Zeiss 1:4,5, com filtro) e representam preparados de balsamo. 
As figuras 62-68 foram feitas pelo Sr. Dr. Carlos Bruch, La Plata (Mikrosummar de 
Voigtlánder) e representam exemplares conservados em álcool. 

Estampa I 

Fig. 1 — Dokrniphora rubrivmtris Borgm. ç? (typo), aza 30:1. 

» 2 — Dokrniphora conspícua Borgm. 9, aza 30:1. 

» 3 — Dokrniphora obscunventris Borgm. n. sp. 9 (typo), aza 30:1. 

» 4 — Dokrniphora ronchii Borgm. 9 (typo), aza 30:1. 

» 5 — Dokrniphora bisetaiis Borgm. 9 (typo), aza 38:1. 

Estampa II 

Fig. 6 — Dokrniphora opposüa Borgm. n, sp. 9 (typo), aza 35:1. 

» 7 — Beckerina irregutaris Borgm. n. sp. 9 (typo), aza 30:1. 

» 8 — Trineurocephala pubescens Borgm. et Schmitz 9, aza 30:1. 

» 9 — Coniceromyia anadeti Borgm. n. sp. c? (typo), aza 40:1. 

» 10 — Hypocera curvilineata Borgm. n. sp. cf (typo), aza 35:1. 

Estampa ni 

Fig. 11 — Beckerina hUeihalterata Borgm. n. sp. ç? (typo), aza 30:1. 

» 12 — Beckerina chdifera Borgm. c f, aza 35:1. 

» 13 — Beckerina nigricornis Borgm. n. sp. & (typo), aza 35:1. 

» 14 — Beckerina lucifrons Borgm. n. sp. d* (typo), aza 40:1. 

» 15 — Beckerina nudipleura Borgm. n. sp. c? (typo), aza 40:1. 

Estampa IV 

Fig. 16 — Aphiochaeta mucronata Borgm. n. sp. 9 (typo), aza 35:1. 

» 17 — Aphiochaeta penidllata Borgm. n. sp. 9 (typo), aza 40:1. 

» 18 — Aphiochaeta pilipleura Borgm. n. sp. 9 (typo), aza 35:1. 

» 19 — Aphiochaeta luzeüona Borgm. n. sp. 9 (typo), aza 40:1. 

» 20 — Aphiochaeta pteryacantha Borgm. n. sp. 9 (typo), aza 35:1. 

Estampa V 

Fig. 21 — Aphiochaeta xanihina Speiser 9, aza 50:1. 

» 22 — Aphiochaeta rubriventris Borgm. n. sp. 9 (typo), aza 30:1. 

» 23 — Aphiochaeta vesicidata Borgm. n. sp. 9 (typo), aza 25:1. 

» 24 — Aphiochaeta membranosa Borgm. n. sp. 9 (typo), aza 25:1. 

» 25 — Aphiochaeta parvüergata Borgm. n. sp. 9 (typo), aza 35:1. 







280 


ARCHIYQS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


Estampa VI 

Fig. 26 — Aphiôchaeta platypalpis Borgm. n. sp. d* (typo), aza 75:1. 

» 27 — Aphiôchaeta armigera Borgm. n. sp. <f (typo), aza 45:1. 

» 28 — Aphiôchaeta assimüata Borgm. n. sp. <f (typo) aza 45:1. 

» 29 — Aphiôchaeta luteifasdaia Borgm. n. sp. (typo) 9, aza 35:1. 

» 30 — Aphiôchaeta commutata Borgm. n. sp. 9 (typo), aza 40:1. 


Estampa VII 

Fig. 31 — PhaJacrotophora appendicigera Borgm. Ç (typo), aza 30:1. 

» 32 — Aphiôchaeta côncava, Borgm. n. sp. 9 (typo), aza 50:1. 

» 33 — Aphiôchaeta túrgida Borgm. n. sp. c? (typo), aza 60:1. 

» 34 — Aphiôchaeta emollita Borgm. n. sp. $ (typo), aza 45:1. 

» 35 — Aphiôchaeta rufipes Meig. d 1 (exemplar de Curityba), aza 40:1. 

Estampa VIII 

Fig. 36 — Johowia ronchii Borgm.. 9 (typo), aza 30:1. 

» 37 — Apocephalm peniculatús Borgm. n, sp. 9 (typo), aza 50:1. 

» 38 — Apocephalm tndnus Borgm. n. sp. 9 (typo), aza 50:1. 

» 39 — Apocephalus piliventris Borgm. n. sp. 9 (typo), aza 40:1. 

» 40 — Apocephalm lanceatus Borgm. n. sp. 9 (typo), aza 50:1. 


Estampa IX 

Fig. 41 — Cremersia spinosissima Borgm:. n. sp. <f (typo), aza 40:1. 

» 42 — Cremersia cosíalis Borgm. n, sp. d 1 (typo), aza 40:1. 

» 43 — Neodohmiphora robusta Borgm. n. sp. d*-(typo), aza 50:1. 

» 44 — Neodohmiphora montana Borgm, n. sp. d (typo), aza 50:1. 

» 45 — Apocephalus marginatus Borgm. n. sp. d 1 (typo), aza 50:1. 

Estampa X 

Fig. 46 — Syneura digitalis Borgm. n, sp. d” (typo), aza 50:1. 

» 47 — Syneura diversicolor Borgm. d 1 (typo), aza 50:1. 

» 48 — Syneura lúcida Borgm. n. sp. 9 (typo), aza 50:1. 

» 49 — Auxanommatidia variegata Borgm. 9, aza 40:1. 

» 50 — Pseudacteon borgmeieri Schmitz 9 f aza 60:1. 

Estampa XI 

Fig. 51 — Aphiôchaeta membranosa Borgm. n, sp. 9 (typo), segmentos terminaes extrahidos 50:1. 
» 52 — Coniceromyia epicantha Borgm. d 1 (typo), antenna 85:1. 

» 53 — Syneura termitophila Borgm. d, aza 35:1. 

» 54 — Bdtoptera cordobenms Borgm. n. sp. 9 (typo), aza 75:1. 

» 55 — Mmtõcantha brucki Borgm. n. sp. 9 (typo), aza 50:1. 

Estampa XII 


Fig. 56 — Aphiôchaeta membranosa Borgm., n. sp. 9 (typo), pata anterior 50:1. 
» 57 — Johowia ronchii Borgm. d 1 (typo), pata anterior 50:1. 

» 58 — Dohmiphora curvispinosa Borgm. 9, tibia anterior 75:1. 



família phoridae (dipt.) 


281 


Estampa Xm 

Fig. 59 — Apoeephalus obscurus Borgm. d” (typo), hypopygidio 88:1. 
s = parte dorsal, 
i = parte ventral. 
t = tubo anal. 

c = orgãos genitaes interiores, extrahidos. 

Fig. 60 — Neodohrniphora montam Borgm. n. sp. d* (typo), hypopygidio 75:1. 
d = parte dorsal, 
v = parte ventral 
t — tubo anal. 
s — styli, 

Fig. 61 — Apoeephalus grandipalpis Borgm. n. sp. cf (typo), palpo 100:1. 

Estampa XIV 

Fig. 62 — Pseudaeteon pradei Borgm. n. sp. 9 (cotypo), 75:1. 

» 63 — Pseudaeteon curvatm Borgm. n. sp. 9 (cotypo), 70:1. 


Estampa XV 

Fig. 64 — Pseudaeteon comatus Borgm. n. sp. 9 (cotypo), 50:1. 

» 65 — Pseudaeteon nudicornis Borgm. n. sp. 9 (cotypo), 65:1. 


Estampa XVI 

Fig. 66 — Apócephalus camponoti Borgm. n. sp. 9 (cotypo), 30:1. 
» 67 — Acontistopte?'a hirsuta Borgm. n. sp. 9 (typo), 50:1. 


Estampa XVII 

Fig. 68 — Pheidolomyia alpina Schmitz 9, 46:1. 


i 


36 


2307-924 







INSCE1PÇÕE8 DOS SARCOPHAGOS EGÍPCIOS MS. 525, 526 E 532 


Com as duas peças presentes, iniciamos a publicação das inscripções 
egypcias existentes no Museu Nacional. As peças diaqueila preciosa col- 
lecção foram compradas, em 1824, ao italiano Fiengo por S. M. o Impe¬ 
rador Dom Pedro I o , e offerecidas ao Museu, então em inicio. 

Os ns. 525 e 526 compoem o ataúde da mumia de “Hora”, chefe dos 
Sacerdotes de Amen-Ra. (XX a dynastia.) 

O n. 532, ataúde fechado, contendo « mumia de u Sha-m-Amen-Su, can¬ 
tora da capella de Amen ( XXVI-XXVID dynastia), foi offerecido ao 
Imperador Dom Pedro 2 o pelo Khedive do Egypto: Ismail. 

Acompanham estes sarcophagos alguns outros, esteias diversas, numerosas 
estatuetas de u ushabtiu” ou respondentes — todos com inscripções, que ten¬ 
cionamos relevar e publicar, para formar o Corpus, deste Museu. 

i» 

A. Childe, 

Conservador das antiguidades classicas. 


Museu Nacional do Rio de Janeiro. Março de 1924. 



SARCOPHAGO N. 532 


Ataúde fechado com a mumia. A mascara da tampa está pintada da 
cor de carne. Mulher. 

A peça foi offerecida em 1876, no Egypto, pelo Khedive Ismail, ao 
Imperador D. Pedro II, do Brazil. 


Sob o collar pintado, Amon na forma de carneiro, de azas abertas, 
protege o peito da dcfuncta. 

Seguem 8 quadros, 4 de cada lado, pintados de cores vivas sobre 
fundo branco. 

I o quadro (em cima, á direita da mumia): 

A defuncta tendo em mão a pluma shu, seguida do cynocephalo com 
a pluma egualmente, deante da serpente uraeus do Sul, com a coroa 
branca do Sul na cabeça. 



Inscripção n. 1 : 



I o quadro (em cima, á esquerda) — destruído. A scena se passa em 
frente do Uraeus do Norte. 

Uma linha de hieroglyphos separa estes dois primeiros quadros dos 
dois seguintes. 


Inscripção n. 2 : 









































288 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


2 o quadro á direita: 

Horus ( ou Rã) na forma de um gavião. 


Inscripção n. 



No centro, entre este quadro e o homologo; — um gavião protector 
do Osiris, com a inscripção n. 4 ' 


2 o quadro á esquerda: 


Horus (ou Rã), com inscripção n . 5 : 



Q 

nr 






Segue uma linha de hieroglyphos, separando os dois quadros dos dois 
seguintes. 


Inscripção n . 6 : 

meio 



3 o quadro á direita: 

Isis com o nô sagrado, seguida de Horus, 



Inscripção n. 7 : 














INSCRIPÇÕES DOS SARCOPHAGOS EGYPCIOS 


289 


3 o quadro á esquerda: 

Nephthys com um nô sagrado em cada mão, seguida de Anubis, com 
um nó. 


Inscripção n. 8: 



'i 





Em cima do Anubis, seu nome n. 9: 



—'ü 


4 o quadro á direita: 

Knüm e Sebek. O I o com o nome n. 10 7$ • o nome do segundo 
está destruido. ^ 


4 o quadro á esquerda: 


Knum e o hippopotamo. O I o com o nome n. 11, 
a inscripção n. 12: q 0 v 

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o 2 o com 


Uma linha <Je hieroglyphos segue estes dois quadros últimos: 
Inscripção n. 18: 


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2307-924 


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290 


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r v P ^ ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 

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Sobre os pés da tampa uma inscripção em 4 columnas verticaes 


Inscripção n . 14: 



E nos dois cantos, dos lados dos pés, dois chacaes: 


A ? direita, 


com a inscripção n. 15: 




A’ esquerda, com a inscripção n.-16: 
















































292 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 



Inscripção do lado esquerdo n. 4'- 



\ 





A baixo vem o ideogramma do ceu surmontando a deusa de azas 
abertas. Nos cantos a mesma inscripção repetida de cada lado: 



Inscripção n. 5 : 




O corpo do sarcophago está dividido em 24 quadros, 12 de cada lado, 
separados na linha do meio por 7 quadros menores, sem inscripções. 
Numeramo-los segundo o schema seguinte: 

a 1 7 g 
b 2 8 h 
c 3 9 i 
d 4 10 j 
e 5 11 k 
f 6 12 1 


1 Nephthys — Inscripção n. 6: Q 



2 


Inscripção n. 7: 





















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INSCBIPÇÕES DOS SARCOPHAGOS EGTPCIOS 


3 Isis 


Inscripção n. 8: Q j^_ 


— Inscripção n. 9: ^ ^ 111 jJ 


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0 


Inscripção n. 10: £ 


6 Anubis e Neith—Inscripção n. 11: [J □ ^ o~^ 


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Inscripção n. 12: Q [1 


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Inscripção n. 13 : ^ 

C—. \ 


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Q 

0 


9 Neith 


— Inscripção n. 14 : 




10 Neith e Osiris—Inscripção n. 15 : g a 


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11 


Inscripção n. 16: 



12 Isis e Anubis.— Inscripção n, 17 


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a Inscripção n. 18 : , — 


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293 













































294 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


VOL. XXV 


c Inscripção n. 20: 


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» n. 23: 





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n. 28: /— 




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INSCRIPÇÕES DOS SARCOPHAGOS ■ EGYPCIOS 


295 


A beira da tampa, do cotovello aos pés, está acompanhada por uma 
linha de inscripções de cada lado, interrompida na divisão dos quadros 
contíguos, a, ò, c, etc. por tiras de inscripções vertieaes. 

Numeramos a linha horizontal por seus segmentos: a 1 até a 8 , (ao lado 
direito do defuncto, começando abaixo -do cotovello) — e a 9 até a 16 (ao 
lado esquerdo). 

As inscripções vertieaes, interrompendo as precedentes são designadas: 
A a G (lado direito) e H a N (lado esquerdo). 


a 1 Inscripção’ n. 80 : 



a 2 » n. 81 : 



a 4 - » . n. 83 




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a 5 » n. 84 : q~£ 


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a 6 )), n. 85 : 



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296 


ARCHIYOS DO MUSEU NACIONAL — YOL. XXV 


a 10 Inscripção n. 39: 



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« » n. 41 : q y /7 ^ 



















































1NSCRIPÇÕES DOS SARCOPHAGOS EGYPCIOS 


297 




F » n. 51 : 


2307-924 




































298 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


VOL. XXV 



H » n. 53 : 


ã a 


o 





































INSCRIPÇÕES DOS SAUCOPHAGOS EGYPCIOS 



I Inscripção n. 54: 







J }) n. 55 : 


K 


» 














































ARCHIVOS PO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


300 


M Inscripção n. 



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//,. 59 : 


Sobre o dorso do pó, uma inscripção cm 3 columiias : 


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Inscripção n. 






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Debaixo do pé da tampa: Nephtys no meio, em pé, com o hieroglypho 
do seu nome -na cabeça. 




























































































‘ 1NSCRIPÇÕES 1K>S SARCOPHAGOS EGYPCIOS 


301 


Metade es¬ 
querda, 5 columnas 
verticaes de inseri- 
pções: 


1“ í 


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Inscripyão n. 67 : 


Metade di¬ 
reita, 5 columnas 
verticaes de inscri- 
pções: 


o 


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Inscripção n. 62: 


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302 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


VOL. XXV 


Na beira da tampa, chanfrada, em redor dos pés, 
começando na linha mediana e cahindo de cada lado: 
Lado direito—Ihfccripção n. 68 : 





duas inscripções 






















INSCRIPÇÕES DOS SARCOPHÀGOS EGTPCIOS 


303 


Lado esquerdo — Inscripção n . 64 • 

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304 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


N. 526 — CUBA DO SARCOPHAGO 


I o Exterior 


Beira superior, começando no meio da cabeceira para o lado esquerdo 
do defuncto: 


Inseripção n. 65: 


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Para o lado direito do defuncto: 


Inseripção n. 66: 





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INSCRIPÇÕES DOS SARCOPHAGOS EGYPCIOS 


305 


Continuação da Inscripção n. 66 



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Na cabeceira, deusa alada, ajoélhada sobre o hieroglypho bnu com 
o disco e 2 uraei, na cabeça. 

^ ü 


Inscripção n. 67 : 


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306 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — YOL. XXV 


Debaixo das azas, de cada lado uiri Anpu, com os nomes: 


í\ vA-AJVA. 

Inscripção n. 68: XZy 


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1 

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B 


Seguindo o lado direito do defuncto: 

Uma linha vertical de hieroglyphos: 



Segue um quadro com o defuncto em pé, perante o deus Osiris, 
senhor da vida, sentado em seu tlirono. Por traz deste uma mulher 
em pé. 





















INSCKIPÇÕES DOS SAKCOPHAGOS EGYPCIOS 


307 




Duas linhas verticaes de hieroglyphos: 


Inscripçào n. 71 : 




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4 

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Um quadro onde Thoth em pé está deante da Rã sentada n’üm throno'. 




Inscripçãu n. 72 : 































































:m 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXV 


O 3°‘quadro, contíguo ao precedente, está destruído. Apenas subsiste 
a figura de Horus em pé, deante de Rã. Fragmento de inseripção: 


Inseripção n. 73 : 


u 

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1] Q 





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q 


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í o 
— 


L 


O 


Duas linhas verticaes, cuja parte superior está destruída: 


Inseripção n. 



Segue o defuncto em adoração, , em frente de uma mesa com flores 
e fruetos. 




















































INSCKIPÇÕES DOS SÁRCOPHÀGOS EGYFCIOS 


309 


Cinco linhas verticaes: 


Inscripção n. 76: 





Segue quadro representando uma cobra em cima de degraus. Nas 
suas costas Horus, e Thoth, deante de Osiris. sentado, que seguem Isis e 
Nephthys, Por traz d'estas ultimas uma personagem com a cabeça levando 
o hieroglypho. Inscripção n. 77: 1 Por baixo dos degraus represen¬ 
tando o interior de uma pyra mide, o defuncto em Osiris, guar¬ 

dado por 2 cobras, e por 2 mulheres, de joelhos, se lamentando. Inscri- 
pçáo n. 78 : jyrq a boa residência. D'um lado dos degraus o Utchat 
e uma deusa v com cabeça de cobra, em pé, sobre o I o degrau. 

Do outro lado um carneiro. 


Em cima — Inscripção n . 



o 






















































































310 


ARCH1VGS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


A’ esquerda da cabeça da cobra — Inscripção n. 80 : 


0 



no 


A’ direita, debaixo dos pés da personagem: 

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c 


Inscripção n. 81 



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II 


tíegue um quadro do defuncto offerecendo flores de lotus, fructos, etc. 
deante de uma mesinha carregada também dos mesmos; 2 linhas verticaes 
de hieroglyphos formam moldura, uma de cada lado. 













































INSCRIPÇÕES DOS SARCOPHAGOS EGYPCIOS 


311 


Um quadro vem depois, representando o Ceu por cima da terra, e 
2 carneiros sustentando os cotovellos de uma personagem, com a penna 
Shu sobre o Klaft, em postura de adoração. De cada lado, Horus; á 
direita sem inscripção, á esquerda: 

Inscripção n. 83 : 1 


O 

QJU 


De cada lado da cabeça do adorante: 
A’ esquerda — Inscripção n. 84 : 


A’ direita — Inscripção n. 85: q 


~ ■■ Z1 


Fóra dos cotovellos, em cima dos 2 J carneiros: 
A' esquerda — Inscripção n. 86 : 






íiA 


A } direita — Inscripção n. 87 : 

De cada lado do corpo: 

A’ esquerda —Inscripção n. 88: 

a 

A’ direita — Inscripção n. 89: 

De cada lado da terra: 

A ? esquerda—Inscripção n, 90: 


6 



A 


í 


D 


1 


A 


1 


-o 


3 * 

















312 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


A’ direita — Inscripção n. 91 : <—> 

O 


■VH 


Segue em quadro: o defuncto em pé, com sua .alma, ave com cabeça 
humana perante a deusa da vida no persea. Este, deixa correr a agua de 
um vaso, que bebe a alma. Por traz da arvore, sobre um pedestal, deante 
da pyramide Anpu, a vacca divina e o Uraeus. 

Sobre a pyramide do mastaba, num quadradinho, em tinta preta, a 



Em cima, á direita da arvore —- Inscripção n. 93 : 



Mais á direita, perto de Anpu — Inscripção n. 94 : 


A ? direita do Anpu — Inscripção n. 95 : 



A’ esquerda do persea — Inscripção n. 96 : 



Q d 



Em cima do defuncto : Inscripção n. 97 , -<2^ continuando-se com a 
linha vertical separando á esquerda este ? quadro do precedente. 





















INSCRIPÇÕES DOS SARCO PH AG O S EGYPCIOS 

o ■ ° 


313 


Inscripção n. 98 : 


n i 

Ti 


1 1 i 1 i | | 




j / 




Q 


0 o 

cru 


i o 

T 4 


Ao pé do sarcophago Isis de joelho em terra, entre 2 Tat e 2 nós de 
Isis eom braços segurando o Tat. 


o 

o O 

^ o 
n 


Inscripção n. 99 


Ò 


0-^A 


L 


c c 




-r^ 


Lado esquerdo da cuba, dos pés para a cabeceira: 
Quadro da psychostasia. * 

A’ esquerda da balança: 


Inscripção n. 100 : 



O 



rs 


o 


A } direita da balança — Inscripção 



I 

' f ^Sf 

O 0 


0 a 


7~&\ 

y n v 



* 

£5 



0 




=o> 


í 

1 

<g> 






QÕ 


Ò I" 



\//& 


2307-924 


40 









































































314 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


VOL. XXV 


Sob a balança, perto da Anpu — Inscripção n. 102 \ 


tfo? 


vü 

O 

P—0—0 


t 


a 



Sob a balança, á direita, debaixo da figura sentada — Inscripção 
n. 103 : 



D 




Sob Th o th, acima do monstro — Inscripção n. 104 






Osiris está sentado á direita debaixo de um docel. 

Segue um quadro representando Knum e 2 linhas verticaes de hiero- 


glyphos o separam do defuncto 
em adoração no quadro vizinho. 


v o 

a 




< - - - 




a 


o 
Z3 \\ 

JJ.A 

\àj 11 

Ê III 

l —:— 


Inscripção n. 105 : 


O & 




i e>. 

<>4^ 


<3 

O 


O 


0 

<r í v J 





































INSCRIPÇÕES DOS SARCOPHAGOS EGYPCIOS 


315 


Neste ultimo, em cima do defuncto — Inscripção n. 106 : 

j j 

Uma linha vertical de hieroglyphos: 

i 



o 8 


(S 


Hui i 


A/vvws 


Inscripção n. 107 : 


i 





ji 


o 

V 1 

q * 

d i±j ^7 l 



Um quadro representando a barca puxada por tres carneiros com corpo 
humano, em cima, e tres homens, em baixo. Uma cobra comprida sustenta 
no dorso o hieroglypho do ceu, sobre o qual voga a barca que leva na prôa 
a Verdade com a penna Shu na cabeça, o cynocephalo et Ámen-Ra no naôs. 


Inscripção n. 108 (no naós): // 





& W 


Inscripção n. 109 , em cima do cynocephalo: 






























316 ARCHIVÔS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


Inscripção n. 110, em cima e á direita 
da Verdade: 


Na prôa, em vermelho — Inscripção n . 111 : 


* 



Seguem cinco linhas 
verticaes de hieroglyphos— 
Inscripção n. 112 : 




Jl S 

âs 

o I 


«o, 

UI 

itfn 

_D 

V 

V t 


1 


D 

Q 

£7-J 



li 

lir 

o 


o 

A—2 


í5i> 

o o a 

O <=> 

O Cf o 


■t 


Q O 



Depois vem um quadro do defuncto em adoração, destruído 


terças partes. 


Inscripção n. 118: 


o> r 






n 



—C- 


subsistem. 






3= T 


u i 



nas duas 






































































INSCBIPÇÕES DOS SARCOPHAGOS EGYPCIOS 


317 


Depois de um grande espaço destruído, acha-se em parte um quadro 
representando Ra, sentado debaixo de um docel. Em frente delle Thoth 
em pé, com quatro figuras osirianas em pé sobre uma flor de lotus. 


Inscripção n. 115 : 



Seguem duas columnas de inscripções — Inscripção n. 116 : 



Um quadro apresenta Osiris sentado com uma mulher em pé. O de- 
functo offerece quatro vasos sobre uma bandeja—deante delle uma mesinha. 

























































318 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


Inscripção n. 117 : 



Uma linha vertical de hieroglyphos—Inscripção n. 118 : 




Linha horizontal de hieroglyphos, em baixo dos quadros, sobre o lado 
esquerdo do defuncto, começando pela cabeceiraj 

Inscripção n. 119 : 

































































INSCRIPÇÕES DOS SARCOPHAGOS EQYPCIOS 


319 


Continuação da Inscripção n. 


119 


o 

<3 
6 




O 


A. 



0 Q Cvr=* f 

5> 


o 


A 0-M.^uSja d*> jU,. 


í O 

^37 



' Linha horizontal continuando no pé da cuba até ao meio: 
fInscripção. n. í$Oi 



Linha horizontal, sobre o lado direito do defuncto, começando pela 
cabeceira: 

Inscripção n. 121: 




o n n o 


o w 









■A—" 4) 0 





* 






















































































320 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL— VOL. XXV 




Continuação da Inscripção n. 121 




O. 




.A 


Linha horizontal continuando no pé da cuba até ao meio: 
Inscripção n. 122: 



2 o Interior da cuba 


Na cabeceira ; o escaravelho com os dous Udjas. Em cima, acompa¬ 
nhando a beira da cuba: 

I o , da cabeceira aos pés, pelo lado esquerdo do defuncto. 


Inscripção n. 128 : 
















0 ^ 






9^00 








2 o , da cabeceira aos pés, pelo lado direito do defuncto. 
Inscripção ri 124 : 



5 Y o I c£ = <=&= 






















































































INSCRIPÇÕES DOS SARCOPHAGOS EGYPCIOS 


321 


Continuação da Inscripção n. 124 



Sobre o lado esquerdo do defuncto está pintado um quadro represen¬ 
tando Anpu, perto da cama funeraria. 

Sobre o fundo pardo, uma inscripção de um branco passado. 





Inscripção n. 125 : 



?a n 

tífcfcé* I 


-VWwM M 

O T 


f I I o 





Uma inscripção pintada separa este quadro do seguinte. 



2307-924 


41 





















































322 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — yOL. XXV 


Seguem os gênios funerários Ànpu e Horas, com as inscripções: 


127 Horas: 

i A 

i n. 128 Anpu: 

^ 

n. 129: 

EL. A 


o 0 



<A O 




C_D 

o 0 



í\5 



n. 


Inscripção n. 180, n’um rectangulo, 


abaixo: 



Por baixo a figura de Nephthys com o hieroglypho do seu nome na 
cabeça: 

á sua esquerda—Inscripção n. 181 : x_j 



*=* B 


á sua direita — Inscripção n. 132 : 



• * 


em tons mais claros sobre o fundo pardo. 

Do lado direito do defuncto, começando pela cabeceira, são re¬ 
presentadas scenas correspondentes. 

Anpu em pé, perto da mumia deitada em prothesis. 


Inscripção n. 133 : <6^ 



e perto do Anpu. 






































INSCRIPÇÕES DOS SARCOPHAGOS EGYPCIOS 


323 


Inscripção n. 134 • 



Segue uma inscripção sobre fundo claro. 
Inscripção n. 135 : 



J 

JZI 

^ D 

0 i 


) 1 

01 



<z> 



^ 5 

J 

j è 

* n 


Depois os 2 gênios da Amenti com cabeça de homem e de cyno- 
cephalo: n. 136 Amset: ^ n. 137 Cynocephalo: ^ 


^ □ 


o 



C~3 






































324 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, XXV 


n. 138 : 




Por baixo uma inscripção sobre fundo claro separa a scena prece¬ 
dente da figura de Isis em pé. 





O ti 



1 0 

õ 8 



Inscripção n. 139 : 

Ag* 

j 


a \ 

i? 


'éf 

í oj 


Em redor da cabeça da deusa Isis. 


Inscripção n. 140: 



i ■* 



CZZ3 



Taboas do fundo da cuba: 

Debaixo da cabeça a barca solar com a inscripção hieratica: 
Inscripção n. 141 : 



e sobre 0 supporte da barca. 






















INSCRIPÇÕES DOS SARCOPHAGOS EGYPCIOS 


325 


n 


» ^ 9 


Inscripção n. 1/+2: 

\2U f í H tf)Çf-ss l 


Begue uma figura de mulher. 










































326 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL 


VOL. XXV 


E aos pés da figura: dois Osiris. 
á direita do defuncto Inscripção n . 14o : 





ao lado esquerdo a taboa está destruida. 

Ha ainda algumas inscripções claras sobre o fundo pardo, illegiveis, 
que foram gastas pelo tempo. 










ESTELA N. 2.419 


A esteia n. 2.419 foi photographada, como as demais da collecção 
egyptologica do nosso Museu, e as photographias, mandadas pelos cuidados 
do Conde de Arco Vallé ao Professor Erman, de Berlim, foram resumi¬ 
damente traduzidas pelo Sr. H. von Grapow, em 1910. 

Era natural que trabalhando sobre photographias, ainda que cuida¬ 
dosas, a leitura de alguns signos hieroglyphicos se tornasse bastante du¬ 
vidosa. 

Bevisamos directamente sobre a peça, o texto da esteia aqui estudada, 
completando a traducção do Sr. H. von Grapow, ás vezes differindo da 
leitura por elle aceita. 

Seguimos para a translitteração phonetica as indicações preciosas for¬ 
necidas pelo inolvidável G. Maspero, na sua ultima obra (1) 2 , infelizmente 
in errompida pela morte do Mestre. 


# # # 

No tympano superior está o prenome real do Pharaoh Usertesen 
III o (o Lakharès dos Gregos): O DEUS BOM (Kha-Kau-Biyá). 

A’ mão direita: Amado de Asare (Osiris) Khent-Amantit (chefe do 
Occidente), Dem grande , senhor de Abdu (Abydos) — Lhe sejam dadas a 
vida , a estabilidade e toda a felicidade, 

A } mão esquerda: Amado de Ap-Heru {2) (o guia dos caminhos da 
Amantit) í3) , Senhor da necropole — Lhe sejam dadas a vida, a estabilidade 
e toda a felicidade eternamente . 

Segue o corpo da inscripção em quatro linhas horizontaes: 

1 — O Vivos sobre a terra [que] se dirigirem elles, para o tumulo este, 
do Intendente C4) do palacio IU-NAFA, 


(1) Introduction à 1’Êtude de la Phonétique Bgyptienne —* H. Champion — Paris — 1917. 

(2) Áp-Heru (Ap Uat — dos textos das Pyramidas), um dos dous chacal prepostos á religião 
fimeraria. 

(S) À Amantit é o Hadès egypcio. 








330 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


2 — Todo officiante (5) , todo propheta, todo sacerdote, iodo escriba , iodos 
[vos] homens, [que] desejaes de Ap-heru, o vosso Deus, [serem] ternamente 
amados m , dizei : 

3 — Offerta real de milhares de pães, de bois, de gansos, de roupas, de 
perfumes, de oleos, para o duplo do Intendente do Palacio de Usertesen IU- 
NAFA | nascido de AS-USER, senhora r!) venerável 

4 —- [Se] desejaes mmr- mbre a terra, mm vossas funcções (dignidades) 
que [sito] perto do Rei m , trazei [as offertas] á necropole sobre a mesa de 
libações do chefe do OccÍdenie t para que elle não esteja surdo para vós (9) que 
vos apprommam. 

# # % 

Abaixo cT estas linhas, á esquerda, está o defunto sentado em frente de 
uma mesa com todas as provisões offerecidas, Entre os seus pés e a mesa 
uma breve inscripção: Abais Anem (ou Abais Schent) (10) , nascido de li. 

Do lado opposto da mesa em linha vertical: O Intendente do Palacio. 
Ai nascido de sua mãe im . 


(5) /(er-hêb 


Mestre de cerimonias, ehorkta sacro. 


(6) O Sr. H. von Grapow traduziu: “weun ihr den Up-uaut, euren innig geliebton Gott liebt” 
-— Se vos amais Up-uaut, a vosso Deus intimamente amado — Considero que ha aqui ellipsc do 

verbo “ser” 


(7) Geralmente o termo “nascido de” está seguido do nome da mãe — aqui o nome As-User (Isis 
victoriosa) é evidentemente um nome de mulher; nós o encontraremos no registo que segue, com a 
figura de uma mulher, e a indicação do gráo de parentesco — “sua mãe”. Entretanto, duas vezes, 
nesta esteia, o nome está seguido da epitheta “senhor venerável” sem indicação do feminino, o que explica 
a traducção de V. Grapow “Ist-User der Herr der Ehrwurdigkeit (senhor de veneração). Creio que a 
menção do nome materno, que assignalei, justifica a traducção feminina, e que O gravador deixou duas 

vezes de marcar o genero depois de^7“neb”, por “nebit”. 


(8) O texto diz sómente: £ ^^(em casa do Rei > ou P^rto do Rei). V. Grapow traduziu: 

“que o rei vos attribuiu, e deixou de traduzir o resto da invocação. 

(9) Os últimos signos por falta de espaço estão muito perto uns dos outros, o que explica a abreviação 

c — ° por c —"S ou tzAl (vos), tanto mais que o verbo b —“se approximar”, tem a marca do plural. 

O x • • l ~wv\ 

(10) Como a generalidade dos nomes egypcios, este nome proprio tem significação “Abais”, isto é 
“capucho” e “Anem” pelie —■ o que vem a ser “capucho de couro”. Pode-se ler “ Abais-Schent” também; 
Schent ó cabellos — seria portanto “capucho de cabellos” (ou cabei loira). Von Grapow tomou o 2 o nome 
por um determinativo; “Ate” porém, como capucho, tem geralmente um capucho como determinativo. 

Encontra-se em Beni Hassan o nome proprio tj £ TflffT Àbaishâi, nome de um chefe Cananeu, que se 

approxima âm hebraicos * s abishi, i ^ & abschei, e do nosso 

■' ■ • 

Maspéro,ob. cit, p. 114) 

(10 a ) Estas duas inscripções, de caracteres hieroglyphicos muito menos cuidado® do que o resto, e 
estreitamente alojadas no unico logar achado vago, foram certamente gravadas depois das duas ultimas 
linhas da pedra. 





















ESTELA N. 2.419 


331 


No lado direito do mesmo registo, uma mulher, sentada em frente de 
uma mesa, respira uma flor de lótus e a inscripção em cima de sua cabeça 
nos fornece a sua identidade: Sua mãe (de IU-NAFA) (11) As-User, nascida 
de ‘Chuit (12) . 

0 registo que segue representa seis pessoas sentadas (quatro homens 
e duas mulheres) e mais uma mulher sentada em frente de uma mesa. 
Os nomes indicam quaes elles são. Lemos da direita para a esquerda: 

1) — Seu irmão Hatpu-ur, nascido de ‘Chuit. 

2) — Seu irmão, como um filho para o seu coração iVÒ} Uku (li] , nascido 
de Ausen. 

3) — Seu irmão Usertesen, nascido As-User. 

4) — Seu irmão H atpu-S heriu (10) , nascido de sua mãe. 

5) — Sua irmã Ausen, nascida de sua mãe. 

6) — Sua mãe ‘Chuit, nascida de sua mãe. 

A inscripção gravada acima da senhora sentada em frente da mesa 
nos dá: Serni-tut, nascida de ‘Chuit, seu filho (uv> Usertesen, nascido de As- 
User] ella faz as litanias todas. 

Segue uma linha de oito pessoas sentadas, com os nomes: 

1) — 0 intendente da casa Renef-Aan c ch, nascido de Amam. 

2) — Seu pae Kabaises, nascido de sua mãe. 

3) — 0 chefe da casa ‘Chetâa-Kaf {l7) , nascido de Kaki. 


(11) Eu presença aqui do nome As-User, que nos permitte relevar o erro da graphia assignalado na 
nota 7. 

(12) Eu indico ‘eh com o espirito ruclo, a pronuncia da j espanhola, que tem a letra 0em egypcio, 
no Medio Império. 

(13) Von Grapow não traduziu este trecho cia inscripção. li- Woill (La Il> et la 111° clynasties, 1* 

Partie — P. 36), apresenta uma inscripção:^* 'JJS ^ que traduz “seu filho primogênito”. 

Como “Khent”, significa lambem: “ir na frente, chefe” seria possível ler “filho primogênito”; a designação 
de irmão, porem, que precede, só permittiria ler aqui, “seu irmão sênior”; o determinativo de “sênior” 
não figura todavia. 


(14) Grapow, leu Ideem, entretanto na pedra os clous signos são semelhantes 


(15) Von Grapow leu Hotep-Ur. —• Leio, segundo Pierret (Voc. hieroglyph.) o 


Sherau — pequeno (o filho da paz), que se vocalisa Sheriu, segundo as regras do Maspéro. 

(1(5) Pelo contexto, podemos comprehender que Serni-tut, como filha de ‘Chuit, deve ser a tia de IU- 
NAFA, e que “seu filho Usertesen”, como filho de As-User, na realidade é “sobrinho”. O final, um pouco 
escuro, foi attribuido por V. Grapow ã representação do quadro superior, sem razão julgamos. Ellc leu 
“ Sat-Renutct” o nome desta mulher. 

(17) E interessante que a palavra casa “hait” tenha sido gravada in extenso. O nome proprio era 
diílicil a ler na photographia, c não foi traduzido por Von Grapow. 








332 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. XXV 


4) — 0 chefe dè Tum (Heliopolis ?) (íg) *Ches-h(Épu m , nascido de Haíhar- 
As. 

5) — . .. nkhu (20) Usertesen, nascido de Baibu. 

6) — 0 escriba da mesa. Usertesen, nascido de Hãtpuit. 

7) — O intendente dos apartamentos do harém, Thuti-hatpu, nascido' de 
Nem-ti . 

8) — Geb-géb~kem m) , nascido de Àui V£6} . 

Em baixo.deste registo, a esteia acaba com duas linhas horizontaes 
de nomes, que lidos, da direita á esquerda, rezam: 


1) — Seu filho Senbai, nascido de Debaisüt. 

' 2) —- Seu filho Nafa-Kem-Riyâ, nascido de sua mãe. 

3) — Seu filho Mwm ! ' m Çou Khamt-nu), nascido de Hathar-As. 

4) — Seu amigo querido, chefe dos archeiros, Amani, nas¬ 
cido de ........ (M) 

2 a linha: 

5) — O guarda do palacio Kechi {25) , nascido de Khent-m-Ka m) . 

6) — O guarda das sandalias reaes, Sanni, nascido de Kkent- 
rn-Ka. 

7) — O guarda de honra {27) Sa’ch, nascido de Athi. 


(18) Ou ò mestre do naos? (“tum” significando também a eapella funerária). 


(19) Talvez por seria “ u Chons-hatpu”. 

(20) O primeiro signo esta illegivel. Vou Grapow traduziu '‘der Stellvertreter” — o logar-tenente, 
lendo sem duvida “ uahmu”. Os signos entretanto aqui gravados não permittem esta leitura. 

(21) “Geb-geb”—reduplicação cie “geb”— lagrima—parece indicar um afflieto ao extremo ou 

um chefe de carpideiras. Pierret (voe. hierog) cita também designando duas dansarinas. E pos¬ 

sível que geb-geb ou gebui designa um dansarino ou mimo funerário. Grapow, que ligou o nome Kem 
Tido por alie w am”) ao titulo, ficou tombem na incerteza da interpretação. 

(22) Imai? (Grapow). 

(23) V. Grapow leu Sennu, a photographia não deixando bem perceber o d° traço horizontal, que pode 
formar a leítoaj^-^ mu, ou khemt. 

(24) A pedra aqui está quebrada. 


(25) Na palavra “palacio, casa” o signo do t, 



no nome (Kechi 



lemas um q e não um t. Vou Grapow leu “Chet 


(26) V. Grapow leu Chentiu-ka, é a letra m, e não u que segue na pedra o signo Khent. 

(27) Á identificação, do I o signo é muito difficil — leio ^ et)—donde ‘Kheti,— “aquelle que 
acompanha”. V. Grapow não conseguiu lêr na photographia. 














ESTELA N. 2 .419 


333 


8) — 0 guarda do palacio Murri (2S) , nascido de Sakari. 

9) ■— Do nome seguinte apenas se lê Mes-ni. . . 


# # % 


Em redor da esteia, uma bordura de inscripção, começando no meio, 
em cima, e descendo de cada lado. 

Restabelece-se facilmente o começo, destruído por uma lasca da pedra. 

I o — Lado direito: 

Offeria real â Ap Hem, smbor da neeropole , para que elle dê 
uma sepultura boa na montanha do Occidente e um acolhimento tal 
como convem a um deus grande m , para o duplo de Usertesen m 
(sic) IU-NAFA, nascido de As-User, senhora venerável (31) . 

2 o — Lado esquerdo: 

Of feria real á A’s-Are (Osiris) Khent Amaniit (Chefe do 
Occidente), deus grande , Senhor de Abdu (Abydos) para que elle 
dê a of feria funeraria em milhares de pães e (vasos) de cerveja, bois, 
gansos, de roupas, de incensos, de oleos e que lhe deu m) Ap-Heru, 
Senhor da Vida, Chefe do Occidente, para o duplo de IU-NAFA. 


# # # 


Pelo prenome “Kha-Kau-Riyá” — do Pharoah Usertesen III e pelo 

estyio da baixo-relevo, devemos classificar a esteia com pertencendo ao 
Império Medio (de 2.600 a 2.220) Usertesen III, reinando cerca de 2.333 
(Budge). 


^ # # 


Dos nomes aqui encontrados, podemos tentar estabelecer os graus 
de parentesco entre o intendente do Palacio de Usertesen e algumas das 
pessoas aqui citadas. 

Da especificação do grau de parentesco, convem relevar que a familia 
está representada nos dous registos superiores e na penúltima linha, e que 


(28) V. Grapow leu “ Merri”. 

(29) A pedra tem “Neter hud'\ Deve-se lêr entr 



do lado esquerdo, depois do oome de Osiris, e no 


(30) Houve evidentemente, aqui, erro do gravador, o nome do defunto segue o do rei, que aqui não 

se justifica. 

(31) . Vide nota (7). 

(32) O perfecto, justificado pela forma “nf”—mostra aqui uma verdadeira gerarchia entre Osiris 

e Ap-Heru. 


, ► > 





334 


ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL — YOL. XXV 


a filiação toda, aqui como para os amigos e pessòas gradas, é sómente fe¬ 
minina, matrilineal, os nomes dos paes não figurando. Podemos assim 
estabelecer a seguinte genealogia: 


c CHUIT $ 


£ - =■ ~ 


- í> 


? AS-USER (sua mas) 


- 1 --- 1 

HATPU-UR £ SEKNITUT 


AUSEN 

* i 

UKU 


HATPU-SKERIU ITJ-NAPA ' USERTESEN p 

£ (casou com 3 mulheres$> 


I 

DEBAISUT £ HATHAR-AS$ 


I 

SE NB AI 


i . 


MUNU 


7í 

í 

NÂFÂ-KEM-RIYÁ 


Sua irmã Ausen e seu irmão Haptu-Sheriu talvez sejam filhos de 
outra mulher do pae de IU-NAFA, de.condição humilde, ou possivel¬ 
mente de duas mulheres. 

UKU, filho dé Ausen, é um jovem sobrinho que IU-NAFA educava 
provavelmente ou adoptou, d ; ahi a explicação da phrase — seu irmão 
“como um filho para seu coração”, o que permitte afastar õ exemplo de 
Pierret—“filho primogênito” citado na nota íl3) . 

Quanto á sentença duvidosa (vide nota 16) •— vemos que Usertesen, 
irmão de IU-NAFA, figura aqui uma segunda vez. 

Pelo que precede, podemos ver que não ha nome particular para os 
sobrinhos, que são ora chamados irmãos (Uku), ora chamados filhos (User¬ 
tesen'pela tia Sernitut). O tio, irmão da mãe (Hatpu-ur), também é cha¬ 
mado “irmão”. 

ITJ-NAFA tem tres filhos de tres mulheres, das.quaes uma não tem 
na esteia as honras do nome, por ser de extraeção commum, sem duvida. 
E’ notável, porém, que as duas mulheres, Senbai e Hathar-As, não figurem 
na pedra, entre os offertantes. 


ausen pelo possessivo feminino, no enunciado do parentesco = sua irma pareceria irma da mãe de 
HATPü-SHfíuiu e portanto tia d’este ultimo. 

CHurr por sua ves. tem possessivo feminino, e parece portanto, sua mãe, se referir á ausen, que acaba 
de ser designada. 

chüit, n’este caso seria mãe de ausen, e ausen seria tia de iu-nafa, como hatpu-sheriu passaria 
á ser primo do mesmo. A não ser assim, haveria. 2 erros do gravador — e o parentesco permaneceria tal 
como o indicamos na arvore genealógica acima. 


Museu Nacional, 18 de setembro de 1924.— A. Childe. 


2307-924 — Rio de Janeiro — Imprensa Nacional — 1925