Skip to main content

Full text of "Historia das plantas da Europa, e das mais uzadas que vem de Asia, de Affrica, & da America. : Onde ve se suas figuras, seus nomes, em quo tempo florecem & o lugar onde nacem. : Com hum breve discurso de suas qualidades e virtudes especificas. : Dividida em dois volumes, & acomodada na forma do grande Pinax de Gaspar Bauhino."

See other formats


^(iibu  d  ar  te v  vo  Xo  n 
jCihrurç 

B  xtram.  Mnt  trer#  ihr 


\ 

\ 


•  « 


•  . 


HISTORIA 


DAS 


PLANTAS 


Dividida  em  dois  Volumes. 


/  V/o  ni/m/o  j/tçj/  U>  ////’  c/c/o 


_  ^  /-  /  ^ 

o  J /  r/rf/í/  o  r/  / c  c/c/trr? 

J*  c/s  a/a/iw  f//et  /  //t/v/c/^ 
ft.riiuio  Vrn  rf<J(  cjn  s/  f/o 

[  c!  /'///)  /{('>'  /c/  J  7/ 

Prird  J t  f  fít/n  Ja*  Cre  f/t  o 


n 


HISTORIA 

DAS  PLANTAS 

DA  EUROPA, 

£  DAS  MAIS  UZADA  S' 

que  vem  de  Afia ,  de  Afírica, 
ôc  da  America. 

Onde  ve  fe  fitas  figuras ,  few  nomes  tf  m 
quo  tempo  florecem  &  o  lugar 
v  onde  nacem • 

Com  hum  breve  difcurfo  de  fuas  Quali» 
dades  e  Virtudes  efpecificas. 

Dividida  en  dois  volumes  ,  &  acomodada 
fia  forma  do  grande  Pinax  de  Gafpar 

Bauhino. 


Por  JOAON  VlGIER, 

Offe  recicla 

AoEmmo.  Snor.  Cardeal  D.  Nunko 

da  Cunha  Inquifidor  Geral  &c. 
TOMO  P  RIME  IRO. 


/ 


) 


ã  >*///  o 


•$.  </// 0/7. 

EM  LIO  N  y 

T>7a  Officina  de  AN1SSON  ,  POSUEL 

&  R1GAUD. 

>  - - - 

M,  D  C  C  XV 11 1. 


f 


A  O  EMMINENTISSIMO 

ET  ILLUSTRISSIMO  SENOR 

D.  NUNNO 

DA  CUNHA 

DE  ATAIDE,  PRESBÍTERO, 
Cardeal  da  S.  R.  I.  Inquiíldor 
Geral  dos  Reynos  8c  Senhorios 
de  Portugal  ,  do  Coníèlho  de 
Eftado  do  Sereniílimo  Rey  D. 
Joaon  V.  8c  Miniftro  de  íèu 
deípacho  univeríal.. 


Mvío*  ET  I  L  S°* 


A  Hiftoria  univerfal  das  Plantas 

he  o  pequeno  dom  que  tributa  a  minha 

•  •  • 
a  íij 


lembrança  a  os  pes  de  F.  Emm11.  que 
como  a  v ir tude  delas  procede  da  ln- 
jhiença  da  Luz- ,  jujlamente  fe  ani¬ 
ma  o  meu  ajfecio  d  bufe  ar  na  aceita- 
caon  de  F.  EmnP .  o  rejglendor  do  feu 
influxo.  Se  eu  medifje  a  importância 
da  obra  pella  gr  ande fa  do  objecto  ,  d 
que  Je  dedica  nunca  fe  atrevera  o 
meu  objequio  d  por  o  Jingul dr ifjimo  no¬ 
me  de  F.  Emm 1 .  no  principio  d’ejles 
volumes  5  mas  co?no  d,  utilidade  do 
ajjumpto  he  taon  tmiverfal  para  to¬ 
dos  ,  receba  F.  Emm1.  efla  of  erta  do 
meu  dezejo  ,  pella  utilidade  de  todos 
fe  comunica  &  pella  evidencia  com 
que  0  meu  animo  Je  tributa  ,  pois  F. 
Emm1.  d  (rmilhança  do  aftro  para 
com  as  Plantas  ,  he  univerfalmente  0 
mejrno  para  todos.  Com  ejle  conheci¬ 
mento  da  minha  fmeeridade  ,  fe  re-  . 
fei  ve  0  meu  humilde  engenbjo  na  efeo- 
Iha  de  taon  alto  patrocínio  :  porque- 
fendo  F.  Emm'1.  pello  brazaon  de  feu 
illujlre  fangue  &  pello  efmalte  das 
Jitas  acçoens  heroicas  ,  0  maia  ama - 
vel  na  veneracaon  comua  ,  feria  in~. 


•i#*  -  Í.-  Sr 


<7 rato  gr  tncu  afeei  o  fe  com  tantas 
fmgularidades  para  efcolha  ,  fe  naon 
efneraffe  a  minha  eleiçaon  no  elevado 
de  tantas  prendas.  Em  cada  folha 
defas  plantas  tinha  cn  que  multipli¬ 
car  asfoberanas  accoens  de  V.Emm 
numerando  com  huma  gr  outra  vir¬ 
tude  as  muytas  com  que  V.  Emm \  en¬ 
tre  todos  fe  realça ,  mas  a  fuperiorida- 
de  do  fu  amavel  decoro  cr  o  d  '  e finte- 
reffi  de  taon  benevolo  agrado  me  obri¬ 
ga  a  ponderar  com  as  vivas  vofes  do 
coraçaon  o  que  a  Emmencia  do  objecio 
confunde  na  eloquência  do  efiilo,  firva 
fe  V.  Emm%.  da  efeolha  da  minha 
grande  inclinaçaon  ,  patrocinando 
com  fu  a  heroica  benevolência  o  a  Trado 
a’efa  util  inda  que  pequena  obra  , 
pondo  os  olhos  de  fua  ingenuidade  no 
faudavel  dlefas  folhas  ,  que  fendo 
com  a  vijla  de  V.  Emm'1.  illuf  radas 
■gr  com  o  feu  di  cl  o  ff  imo  nome  repeti¬ 
das  ,  tanto  a  enveqa  as  naon  poderá 
murchar  ,  que  ajudada  a  naturefa 
com  o  nome ,  fempre  o  refbeito  as  vera 

reverdecer  5  gr  ajjim  corno  cada  huma 

•  •  •  • 

a.nij 


•  (  7  r  ;> 

f J/çir;  ■ 


das  Plantas  ferve  de  remedio  fauda- 
vel  a  todos  por  beneficio  da  na  tarefa 
afiim  cada  hum  a  das  fitas  virtudes 
Jervira  a  todos  de  vivo  exemplo  ,  im~ 
puljo  do  patrocínio.  Com  effas  exprefi 
fioens  de  minha  vontade ,  ficara  efiam- 
pado  nefies  pequenos  volumes  o  quanto 
fiou  obrigado  a  V.  Emm *.  tributando 
me  no  emprego  d’efia  ojjerta  ,  fie  naon 
com  aquela  igualdade  que  pede  o  ele¬ 
vado  do  feu  merecimento ,  a  o  menos 
com  aquela  certeza  que  pode  declarar 
a  minha  veneraçaon ,  de  que  fiempre 
firaon  linguas  as  me  finas  folhas  das 
plantas  que  a  V.  Emm1.  lhe  dedico. 

Deos  guarde  a  peffioa  de  E.  Emm  \  os 
annos  de  mayor  duraçaon. 

A  os  pes  de  V.  Emm *.  o  menor  de 
fietts  fiervos  como  mais  obrigado 


s 


JóAON  V  IGlERa 


A  O  LEITOR. 


A  te  íaon  patentes  as  trc.s 
obras  que  expus  no  prélio 
na  real  officma  Dcílande- 
íiana  ífeífa  corte  de  Lií- 
boa.  A  primeira  hum  Thezouro 
Apolineo.  A  íegunda  huma  ver- 
íaon  Chirureica  Anatômica  com- 

O  , 

pleta  de  M.  le  Clerc.  A  terceira  a 
diarmacopea  Ulliíliponeníè.  A  pri  ¬ 
meira  eníina  a  individuacaon  dos 
remedios  univeríàes  ,  poltos  em 
particulares  claílès..  Pella  diítinc- 
çaon  dos  capítulos  dos  achaques 
que  cuftumaon  infeílar  o  corpo 
humano.  A  íenunda  contem  por 

o  n  *  •  • 

perguntas  6c  repoítas  os  princípios. 
-&  diffiniçocnsda  Chirurgia  6c  Ana¬ 
tomia  ,  a  Oí teologia  ,  Myologia 
os  tumores ,  chagas  6c  feridas  6c  c> 
O  modo  de  preparar  a  Pana  cea. 
Mercurii  para  curar  o  morbo  GallL- 


a,  v* 


a® 

« 


I 

I 

1 


■■ 


,í  0  LEITOR. 

co.  A  terceira  eníma  os  princípios 
Ai  diffiniçoens ,  termos  Pharmaceu- 
ticos  cie  huma  èc  outra  Pharmacia, 
luas  preparaçoens  Se  compoliçoens. 
Hum  t rachado  cias  Plantas  modernas 
cie  huma  &  outra  índia  &  Braíil. 
As  doiisdas  Chimicas.  Hum  Voca¬ 
bulário  univeríal  Latiu  èc  Portu¬ 
guês  cios  Synonimos  de  todas  as;. 
Drogarias ,  Animacs ,  Vegetaes  ,  6c. 
Mmeraes,  allim  das  modernas  como. 
das  antitras. 

O  3 

Naon  parou  a  qni  minha  curió— 
íiclade  èc  muyto  affecto  para  utili¬ 
dade  cios  Lufitanos  5  porque  naon 
a  chei  fufficientes  as  tres  obras  das 
tres  partes  da  Medccina  ja  re {fe¬ 
ridas  íem  dar  quarta  da  Botanica. 
que  enlina  o  conhecimento  dos 
Simples  cie  que  fe  carece  muyto 
neíle  Reino. 

O  que  íe  propoe  neíia  quarta  o- 
bra  he  cie  dar  hum  conhecimento 
mais  facil  das  Plantas  cio  quefoy  ate 
o  prefente  ,com  toda  a  obfervancia 
a  o  que  feria  capas  cie  facilitei*  cite 


yy  o  leitor: 

deííignio  ,  &í  cíc  evitar  tudo  o  que 
o  poderia  diffícultar  ;  de  íorte  que 
o  numero  prodigiofo  dos  volumes 
que  os  Autores  tem  compoílos  ío- 
bre  eíla  matéria  coníundia  os  cu- 
rioíos  &  lhes  impedia  de  formar  liu- 
ma  idea  fixa  £<.  determinada  delia 
íeieneia  5  n  cila  obra  ou  n  eílcs  dois 
volumes  portáteis  de  algibeira  íe 
reune  como  em  hum  corpo  abrevia¬ 
do  o  que  eíles  tinhaon  publicado 
com  tanta  extençaon  <sl  o  que  va¬ 
riedade  de  íuas  opinioens  tinlia  di- 
vcríificado  fora  da  verdadeira  ípe- 
cie.  Eíle  modo  de  proceder  parece 
íèr  tanto  mais  11  til  quanto  fendo 
eíla  obra  portátil  porque  fe  pode 
conferir  a  o  pe  da  planta  as  figuras 
que  fe  lhes  da  com  o  natural ,  re¬ 
conhecer  na  copia  a  certeía  do  Ori¬ 
ginal  5  eíla  ventagem  naon  he  de- 
defpreíãr  fie  fe  deve  eíla  idea  tirada 
íegundo  a  ordem  do  Pinax  de  Gaf- 
pard  Bauhino  ,  recopilada  &  man¬ 
dada  imprimir  por  Ni  colas  De- 
V  i  L L B ,  dc  que  me  intitulo  em  par- 

2l  vj  ,  « 


.A  0  LEITOR. 

tc  traducEor ,  acrecentandoíhe  algu¬ 
mas  cxplicaçoens  das  virtudes  das 
antas  mais  genuínas  a  oeftilo  mo¬ 
derno  diminuindoliie  algumas 
menos  intelligiveis  &  menos  metó¬ 
dicas. 

Oftercço  teaqui  a  Hlfroria  das 
Plantas ,  fupolto  naon  eíleje  taon 
geral  que  comprehcnda  -todas  as 
que  a  natureíà  produs  (  íendo  iffco 
impoílivel )  nem  taon  extendida  que 
íe  lhe  deícubra  todas  as  do  que  os- 
Autores  fallaraon  ( íendo  o  numera 
execivo  )  as  que  eftaon  reíumidas 
nelfa  obra  íaon  íufficicntes  das  que 
hoje  compoem  a  matéria  Medeci- 
nal  6í  que  tomaon  íeu  nacimentO' 
na  Europa,  ou  que  nos  vem  da  Alia, 
da  AíFrica  da  America  ,  em  que 
os  curioíòs  os  que  faiem  proffi- 
çaon  da  Mcdecina  acharaon  com 
que  encher  os  íeus  deíejos. 

Et  como  nas  Sciencias  a  boa  or¬ 
dem  cC  bom  eíHlo  aclara  muyto  a 

J 

intelligencia ,  tratoufe  com  tudo  o 
cuidado  de  huma  exacta  ordem  das 


A  0  LEITOR. 

matérias  dc  que  a  qui  le  trata  para 
que  fiquem  mais  aclaradas  &.  pare 
que  ío  por  eíte  meyo  íe  alcaníara 
bom  íucceílo  ,  labendo  uíar  do  me- 
thodo  que  íe  tem  oblervado ,  ou 
íeja  em  geral  ou  em  particular  a 
proveitar  le  haon  admiravelmente 
os  curioíos. 

No  treral  o  bom  cítillo  da  a  como 

O 

daçaon  das  Plantas  que  confiíta  na 
fua  diítribuiçaon  de  baixo  de  luas 
verdadeiras  eípecies  ,  onde  cltaon 
os  generos  os  mais  proprios  5  ver¬ 
dadeiramente  eíta  obra  parecia  im- 
pofivel  íem  valeríe  da  miravilhoíã 
obra  do  trrande  G.  Baulfino  5  cite 

O 

lie  o  grave  Autor  que  no  leu  Pinax, 
que  a  Botanica  confidera  como  lua 
tocha  5  porque  íem  ella  citaria  ainda 
de  preíente  no  cabos  5  deu  nos  a  or¬ 
dem  que  nelta  obra  íe  tem  íeguido 
òc  deu  ocaíion  de  a  dividir  em  doze 
livros  &  cada  livro  em  leis  divi- 
íoens  em  que  eítaon  os  meímos  ti- 
tulos  5  afim  que  dc  baixo  dos  gêne¬ 
ros  N  eípecies  principaes ,  puíeraon 


A  0  LEITOR. 

íe  as  Plantas  cujas  qualidades  noti- 
ciaon  a  que  delias  participaon  :  os 
que  tiverem  penetrado  a  idea  de 
Bauhino  conlieceraon  a  utilidade 
d  eíle  exordio  ,  viíto  que  naon  ha 
ícientc  na  Mcdecinaque  naon  huja 
recebido  o  Pinax  por  huma  das  ma- 
ravilholas  obras  da  arte  ,  Se  que  feu 
Autor  ,  qtie  íem  duvida  conhecia 
íua  ponderaçaon  &  mérito  d’ella 
fes  íobre  íeu  íronteípicio  o  Panagy- 
rico,  di lendo  que  hera  achave  dos 
outros  Autores  &C  que  a  tinha  train¬ 
do  meyo  íeculo  na  íua  cabeça  pri¬ 
meiro  que  a  dar  a  luz. 

Opus  XL.  annorum.  O  eílilo  parti¬ 
cular  d  eita  obra  hc  a  boa  ordem 
que  íe  tem  ufado  para  deferever  a 
hiítoria  de  cada  Planta  em  particu¬ 
lar  :  íobre  eíte  punto  adverte  fe  a  o 
Leitor  de  notar  que  reíumio  íe  em 
huma  lauda  in  8.  o  que  citava  em 
huma  ou  duas  in  folio ,  diítribuindo 
a  cm  tres  ou  quatro  partes  ,  que  no 
iítante  a  preíentaon  a  os  olhos  &: 
que  em  hum  iítante  fe  ve  o  que  fe 


A  0  L  E  no  R. 

pode  dcíejar  :  ôc  aílim  depois  de 
dada  a  hírura  des  íe  lugar  a  os  no- 

Co  ^  , 

mes  à  margem  ,  aílim  Latinos,  Por- 
tugueíes  ,  Franceíès  ,  Eípanhoes  , 
Italianos  ôc  Allemacns  ,  com  efta 
coníideraçaon  que  o  primeiro  em 
Letras  Capitaes  ,  he  o  de  Matthiolo 
a  o  qual  fe  lhe  ajuntou  o  íeu  nome 
■  &  dos  Autores  que  foraon  do  fcii 
parecer  :  &c  como  em  tudo  íe  tem 
íeguido  o  de  -G.  Bmhino  ,  pos  íe  no 
alto  da  pagina  o  que  elle  lhe  da , 
com  efte  mote ,  G.  Rmh.  por  baixo 
immediatamente  &  íèmpre  na  ilhar¬ 
ga  da  lisura  de  baixo  deite  titulo  > 

•O  O 

Qualidades  ,  íe  por  leu  tempera¬ 
mento  que  naon  he  outra  couía 
mais  que  o  grao  de  que  cila  com- 
pofta  das  quatro  qualidades  natu- 
raes ,  que  íaon  a  quente  ,  a  fria ,  a 
íecca  ,  &  a  humeda  Se  que  íaon. 
hoje  no  vulgar  da  Medccina  a  re¬ 
gra  do  uío  que  na  pratica  íe  cuftii- 
ma  em  Portugal  v.  g.  as  Papoilas  & 
dormideiras  coníorme  eíla  pratica 
antigoa ,  íaon  de  qualidade  fria  a 


A  0  LE  I  TO  R. 

o  4.  grao.  LEmeric  ôc  outros  Au¬ 
tores  modernos  le  explicaon  diíen- 
do  que  eílas  plantas  contem  muyto 
oleo  &;  mediocremente  íal.O  Azum 
ou  Jarro  no  fyítema  dos  Antigos  , 
he  quente  ôc  íecco  a  o  3 .  grao  ,  ÔC 
no  íyllema  dos  Modernos  contem 

J 

muyto  fal  eífential  ôc  olio. 

De  baixo  d’eíle  titulo,  Descrip- 
caon  ,  he  o  que  eníina  a  o  conhe¬ 
cimento  pella  diftribuiçaon  de  to¬ 
das  íuas  partes  ÔC  de  tudo  o  que  lhe 
luccede  deície  íeu  nacimento  ate  a 
lua  morte  :  tem  íe  lhe  encontrado 
muvtas  difticuldades  porque  como 
íe  quis  tratar  luccintamente  ,  ôc  íem 
embaraílos  ,  naon  íè  pude  íe  naon 
com  muyto  travalho  repreíentar 
tantas  cotiíãs  em  taon  poucas  re¬ 
gras  ,  o  que  tem  que  narrar  em  ca¬ 
da  planta. 

De  baixo  d’efte  titulo  ,  Lugar  > 
fc  repreíenta  o  lugar  natural ,  o  ter¬ 
ritório  ,  onde  creíce  as  que  laon  a- 
quaticas  ôc  as  que  nacem  era  lu¬ 
gares  áridos  ou  íteriles  ou  fertiles  > 


AO  LE  ITO  R. 

&c.  O  que  naon  hc  de  pouca  utili¬ 
dade  5  porque  cite  conhecimento 
noseníina  luas  qualidades  5  taonbem 
eníina  o  tempo  do  anuo  em  que  a- 
parece  ,  florece ,  ‘òL  da  ftia  í emente 
ou  fructa. 

De  baixo  d’efte  titulo  ,  Vírtu- 
des  ,  da  fe  lhe  o  grao  das  qualida-% 
des  chamadas  íegundas  &í  he  neífe 
capitulo  que  íè  labera  quaes  íaon 
as  adftringentes ,  as  que  humede¬ 
cem  ,  ou  as  qne  deíèccaon  ,  as  que 
íaon  aperitivas  ,  ècc.  Taonbem  as 
íuas  virtudes  eípecificas  as  íym- 
patias  que  tem  com  noílos  eípiritos 
Sc  partes  do  corpo  humano  ,  cuja 
experiencia  fas  conhecer  que  cu- 
raon  os  achaques  do  corpo  humano, 
tudo  conforme  o  parecer  de  inume¬ 
ráveis  Médicos  peritiílimos  ,  que 
com  muyta  atençaon  efculheraon 
entre  as  muytas  virtudes  que  os  Au¬ 
tores  lhes  atribuem ,  as  que  a  expe¬ 
riencia  mais  authorila. 

Para  fe  aproveitar  d’eíla  obra  da 
íe  huma  taboada  que  íomente  en ti- 


i 


A  0  LEITOR. 

na  as  virtudes  de  cada  huma  em 
particular ,  íègundo  a  lettra  do  a- 
chaque. 

Os  que  qui ferem  aprendar  das 
plantas  com  mais  eípeculaçaon  re¬ 
corre  raon  a  os  Commentarios  ío- 
bre  Dioícorides ,  ultimamente ,  im- 
preílos  na  lingua  Franccía  em  me¬ 
nor  metliodo  do  que  os  dos  Anti¬ 
gos  ,  em  os  quaes  achafe  taonbem  a 
hiftoria  dos  Animaes ,  ôcc.  taonbem 
em  P.  Pomet  com  muyta  elegancia, 
eípeculaçaon  ôc  curioíidade  de  es¬ 
tampas  doces. 


rÀ 


distribviçaon  das  plantas 

contendas  mjla  PUjlor la  fecundo  a  ordtrn 
do  Pinax  de  Gafpard  Baubhio  •  divididas 
cm  doz.e  Livros  cada  L.vrocrn  Jeis  Divi - 
foens . 

Tomo  I.  que  contem  os  íeis  primeiros 

Livros. 

Liv.  I.1PN  As  efpecies  da  Grama  , Juncos  Canas , 
L/das  fementes  que  fervem  a  noífo 
íuftento  ,  das  plantas  que  por  fuas  raiíes  tem  al¬ 
guma  íimilhança  com  o  Gamaon  &  a  o  Pino  , 
como  o  Nardo  ou  Spica  ,  o  Cyperus  rodondo  &  o 
longo  di&o  Aíbajfor  &  o  Traji ,  Sparganium  ,  Cauda 
equina  ,  Cal  amo  aromatico  ,  Canas  de  afjucar  ,  Pa» 
fyrus  ,  Majfaou.  Tabu  a  ,  as  efpecies  de  Trigo  Pba - 
langium  ,  Efpadanas  ,  &:  outras  ervas  que  com 
cilas  fe  parecem. 

Liv.  II.  Das  Plantas  bulbofas  como  os  Er- 
modaãiles  ,  Sifyrinchium  ,  Hyacintos  ,  Narciffos  , 
Sajfran  ,  Colchium ,  ou  dedo  de  Mercúrio  ou  morte 
de  Canis,  Fr  i  ti  liaria  ,  Cebolas ,  Alhos  Forros ,  L  [ca¬ 
lotas  y  Sebola  aiba  ,  Vam  ou  Sn// a ,  , 

Sticena ,  Hemerocal vs  ou  Lírio  amarelo,  Martagon , 
TefiiculôS  y  Satyrium  ,  herva  de  duas  folhas  y  Oo- 
banche  ,  outras  que  fe  lhes  parecem. 

Liv.  III  Das  ervas  hortaloas  como  os  R/i- 
,  Raponfas  ,  Eruca  ,  Maflrucos  ,  Re  feda,  Pby - 
teuma  ,  Lampfana  ,  Navost  Ortclam  ,  aquáti¬ 
co  y  Pnrentoens ,  Aliffon  Myagrum  ,  Trave  ,  A ll ia* 
ria  ,  Co  chi  cari  a  ,  Coves  ,  GdM*  011  V  afiei,  A  fedas 
EJpinafres  ,  P areia  ,  Ru: barbe  ,  Rapontico  ,  Acelgas 
Axupli ,  Ha.imtcSy  Urtigas ,  Mortas  ou  MercuriaiU  d 


Alfavaca  de  coore  ,  Phylon  ,  Alfacies ,  Serralhas  , 
Lndivia  ou  Cicorias  brancas,  Chicória  ou  Cicho- 
num  ou  Alrneiroens  >  Heraclium  ,  Dente  de  Leaon, 
Cbondrila  >  Zacinthe  ou  fichoria  Verrugada  ,  Sefa - 
rnoídes,  Senecio  ,  &  outras  ervas  que  tem  alguma 
fimilhança  com  cilas  folhas, goíto  &  nacimcmo. 

Li  v.  I V.  Das  ervas  que  tem  alguma  conve¬ 
niência  de  figura  com  a  Lofna  ,  Olho  de  boy ,  o 
Nardo  ,  a  Vaieriana  ,  as  que  tem  as  folhas  recor¬ 
tadas  ,  as  que  tem  ombelas  como  o  Tanacetum , 
Achilea ,  Sideritis,  Cravos ,  Cravos  da  Índia  ,  Matri- 
caria  ,  Camomilla  ou  Macella  ,  Abr&tano  ,  Ambro - 
yí*#  ,  Arthemifia  >  Millegrana  ,  Camscdrios  >  Mille~ 
folio  ,  Helyichrifon  ,  Mille folio  aquatico  ,  Confo- 
lida  Regia  ,  Caminhos  ,  Molarinha  ,  Chelidonia , 
Ancholta  ou  Columbina ,  Niella ,  Funcho,  Erva  doce, 
Hendros,  Meum,  Retro  ,  Ferula,Tapfia  ,  Vucedanum  , 
Bifnagas,  Daucm  ,  Gingidium  ,  Cerefolium  ,  Fecien 
veneris  ,  d?  /wr/#  ,  Aipo ,  Sinirnium  Tafio  de 
veado,  Sifaro  ,  Angehca,  Imperatoria,  Panado  ,  Af 
clepias  ,  Spondilium ,  Sefeli ,  Rofmarinus,  Alcorovia  ^ 
Coentro  ,  Ameos,  Pimpinela ,  Cicuta ,  Sefeli,  Sermon -» 
tanum ,  Omantes  &  Philipendula. 

Liv.  V.  Das  hervas  perigo fas  ,  Narcóticas  , 
Aconitos ,  Ranunculos  ,  das  que  tem  as  flores  em 
forma  de  cálices  ,  Anemohos  &  das  que  tem  as 
folhas  agudas  ou  chatas  como  a  herva  moira 
Somnifera  Vvas  de  Rapofa  >  Btrengelas  ,  An  ore  a  , 
Mandragora  ,  Mimcndros  ,  Nicotiana  ou  Tabaco , 
Dormideiras  ,  Tulfatilla  ,  Camomilla  ,  Antora  , 
Alifma  ,  Eleboros  ,  &  Eleborina  ,  Gentiana  ,  Tan- 
chagem  ,  Cor&nopws  ,  Zargatoa  ,  Pyrola  ,  Bijlorta  , 
Limonia  ,  Tribulus  aquatiem  ,  Potamogetum  ,  Gol - 
^40#;  [agita  >  Dracunculws ,  Arifarum  ,  Jarro  ,  Aa~ 
faro ,  A  farina  ,  Tufsillago  ,  Bardana  ou  Perfonata. 

Liv.  VI.  Dos  Goyvos ,  Cravos  ,  hervas  de  bom 
cheiro  ,  Violas  ,  Dracunculos  ,  Lapa  ou  Xanthiurn, 
Jacea ,  Mangericao  Nulla  Saxifragta  ,  Moraon  ou 


# 


ôlho  de  gato  ,  Lmaria ,  Unho,  Rofmaninho  , 
ou  Nardo  ,  Alfafema  ,  Ageratum  ,  Putgio  ,  Dieta- 
mo  Cret .  Or^w  ,  Mar  um  ou  Manjarona  ,  Chnope - 
jftüOT ,  Afc&M  ,  Ortelam  ,  Menta  Cataria , 

Neveda  ,  Cidreira  ou  Af*/i//à  ,  Cardíaca  ,  Lidentis  , 
vMarroyos  ,  Urtigas ,  Eufrajia  ,  Betomca  ,  Serratula , 
E fero  fui  ar  ia  ,  Salva  ,  >  Borminum  , 

cos,  Blaturia  ,  JEtbiops  ,  Trimulavens ,  Sanicula  , 
Cor  tufa  ,  Ephemerum  non  v  encnofo>  &  ou  tios  que 
fe  lhe  a  femelhaon. 

TOMO  II. 

Liv.  VII.  Das  heivas  que  fe  parecem  com  o 
Camaedrios  ,  das  Veludadas  ou  Felpudas  ,  &  das 
Alexitarias  ,  das  Vulneradas  >  &  das  que  tem  as 
folhas  eípeíTas  como  a  Lifimacbia  ,  Calenduia  , 
Vernica,  Teucbrium >  Efcordio  ,  Iva  mofe  ata,  Mor  fu* 
galinsL,  Androfaces,  Morraons  ou  Anagalts,  Elatine , 
Eliotropum  ,  ou  Verrucana  Bugio f as  ,  ou  Lingoas  de 
vaca,  Onofma ,  Orcamta  ou  Anchufa ,  Cynoglofum 
ou  Lingoa  de  Cam  ,  Leftho  permum  coifo  li  da  mayor  , 
Pulmonar  ia  ,  Bellis  ou  Margaritas  Philofella  ,  ou 
herva  alcar  ,  Aurícula  muns ,  Gnapalium  Leonti - 
podio ,  Elycryfon  ,  Coniza,  Ajier  aticus ,  Virga  aurca, 
Verbena,  Morfus  Diabojj-Efeabiofa,  Ptarmica,  Cya- 
no  ,  Barbula  Urfi ,  Efeorp  onera ,  Caltha  ,  Earfugium 
Helenium  ,  Panaces ,  Perfoliata  ,  Ccntaurea  menor  ou 
Fel  da  terra ,  Gratiola  ,  ou  Gratia  Dei ,  Hypericum  , 
Androfemum  >  Clymenum  ,  Corvs  ,  Symphitum  Pe- 
treum  ,  Polygonu?n  ,  Paronichia  ,  Sempervivum  ?na- 
'jus  ou  Sayaon  ,  Uva  de  Can  ou  Sempervivum  mi¬ 
na*  ,  Umbilicuc  veneris  ou  Coucellos  ,  Aloe  ,  Ligno 
Rodio  ,  Fabaria  ,  Scorpioides  ,  Beldroegas  ou  Pcrtu - 
laca,  Cep&a ,  Crithmum,  ou  Perrexil >  Bacilba,  Kali , 
Tragum  ,  Tithymalu*  ,  Efula  major ,  Aptos  ,  Peflm  , 
Eatbyris  ou  Tbargo ,  Similax  ou  Leigacam . 

ixv.  V  I  I I.  Das  Plantas  que  fe  prendem  com 


outras  ,  &  que  fe  afemelhaon  a  Malva ,  Aoo* 
br  as,  Meloens ,  Efeamouea,  Brafica,  Marina ,  Similax 
afpera  ,  Salfa  parilla,  Anorfa  ,  Lupulos  >  ^  vinha  Cie - 
matites  ,  Flamula  ,  Caprifolium  ou  Madre  Sylva , 
Vincetoxicum  ,  Sigilum  Sa.amonis  ,  Launcs  Alexan - 
drintts ,  L'Lto  dos  Vales  ,  Grama  Tarnafsi ,  Lingoa 
equina  ,  He  d  era  Arbórea  ,  Balfamina  ,  Arifloiechia , 
P^w  porcino ,  Saxifragia  ,  Chelidonium  minm,  Co - 
loquintas  ,  Pepinos ,  Pepinos  de  fan  Grcgorio,  Malva  , 
Malvaifco  ,  Hypericum  ,  Geraninm  ,  Sanicula  Al - 
chimila ,  Canabis  Eapatorium  ,  Agrbncnia  ,  Caryo- 
phyllata  ,  Dentaria  ,  Pentaphyllos ,  T&onia  ,  Leonto- 
petxlon  Staphifagria  ou  Pap arras  ,  C/Vza?  ít?;  mw/í 
Tormentilla  ,  Tragaria  ,  Trifolium  ou  Trevo  ,  Trin¬ 
dade  ,  Trifêlium  aquaticum  ,  Mehllotm  ,  Lotus . 

Liv.  IX.  Da  hervas  arrodeadas  de  folhas  ,  5c 
das  que  le  afíimilhaon  a  Arruda  ,  dos  Legumes  Sc 
Plantas  que  quafi  íaon  fimilhantes  nas  folhas 
como  a  Rubia  y  Aparhia  ou  Aíperula,  Galium , 
^Arruda  ,  Favas  >  Fcjoens  ,  Chixaros  ervilhaca  , 
Lentilha*  >  Graons  ,  Demojfos  ,  Ervinha ,  Hedifarumy 
Esferra  cavalo  ,  Toligalia  ,  Tribulu *  ,  tcrrejhis  ou 
Abrolhos  ,  Afiragaltu*  >  Galega  ou  Refla  Capiaria  , 
Alcajfws  ,  Hermincft  s. 

Liv.  X.  Das  Lrngoas  Cervinas  ,  Lingoa  Serpen¬ 
tina  ou  Oph'ogloj[um  ,  S^^ndrium  ,  Cethcrac  ou 
Douradinha  ,  Lanaria  ,  Adjantum  ou  Avença  , 
T  ichomanes  ou  Tolytrichum  ,  Paronichia,  Rata  Mu¬ 
raria  ou  ,  Ríw  ,  Polypodio  ,  te- 

rcjlre  ,  Hepatica  ,  Lentilhas  d' agoa ,  Stratiotes ,  C0- 
ralina  ,  Androfaces ,  ou  Cucumelos  ,  Agari- 

co  ,  Tnberas  da  terra ,  Cirfiu?n  Carthamo  >  Cardo 
Canto  ,  Atruciilis  ,  Chameleon  branco  ,  Spina  alba  , 
Eru*  giganta  ou  Jwwm  ,  Acanthum  , 

Cardos  ,  Dipfacus  ,  FiVj*  Taflorts,  Eryngtum 
ou  Ca^do  Corredor  1  Alcatira  5  Potenum  ,  Onoms  011 
Zw/V  ou  Gatinhos ,  G*//»*. 

Liv.  XI.  Das  Arvores  ,  Cytijfu* ,  Acacia  vera , 


dcjla,  Colutea  y  Senna ,  jiijfemin  ,  Syrin^a  ,  Lentif- 
cuó  y  Therebmtm  ,  Pijlacnia ,  St aphi londendron  ,  Al* 
f arrobas  ,  Cana  fiflola  ,  #0.;  Mofe  ada  ,  Pimentas  ,  Su- 
magre  ,  F afete  ,  Sorvas  ,  Frexo  ,  Nogueiras  ,  Ave* 
laneiras  ,  Caflànhas ,  ,  Carvalho  ,  Calas  ,  ' 

Lignum  crucis  ou  Fz/ro  quercino  ,  Sobreiro  ,  Ilex  Cs- 
infeãerium  ,  Agnfolium  ,  1/7/'*  ,  Or/730  ,  C*r- 
pinus  ,  Bétula  ,  A. nus  ,  Fr  angula  ,  Bvonimus  ,  Vi- 
burnium  ,  Alemos  ,  Nylon  ,P latanus  ,  Ricinus  ou 
Figueira  do  inferno  ,  Maçaneiras  >  Marmeleiros  ,  C/- 
,  L'i?noens  ,  Laranjas,  Vomum  Adami,  Romeiras , 

>  Fexgueiras  ,  Amechoeiras  ,  Amendoeiras  \ 
Sebe f  em,  fu  jubas,  ou  Nafega  ,  Corntt  hor - 

>  Cerejeiras  ,  Ginge  iras ,  Mahaleb . 

Liv.  XII.  Das  Matas,  Nejfras,  Sorbas,  Torminaf 
Oxycantha  Cre (binas,  Berbens  ,  elbinh*  vib.r 


TABOADA  DAS  VIR  TT)  DES 
das  Plantas  contiudas  nefa  Obra  , 
divididas  fegundo  a  ordem  das  par¬ 
tes  do  corpo  humano  •>  (jr  das  doen¬ 
ças  que  lhes  fuccedem.O  Leitor  para 
delias  ufar  bufcara  o  nome  da  parte 
a  chacota  cÁ  achara  no  numero  das 
laudas  a  Planta  própria  para  o 
intento, de  modo  que  fe  for  hum  a  fe¬ 
rida  ou  hum  tumor  na  cabeca  acha - 

«/ 

ra  na  palavra  cabeça  ,  todos  os 
achaques  da  cabeça  ,  &  ajjim  das 
mais  partes ,  &  taonbem  nas  doen¬ 
ças  geraes  por  f  ia  primeira  Lettra , 
como  Gota ,  Epileptia ,  Areyas  ,  Pe¬ 
dra  ,  Febres  ■m 

A 


ALACRAOS  fuas  picadas  ou  mordeduras. 
40,137»  143-  23 3 •  4°S*  4*6*  43 7*  45~* 

459.  693  .  &  840.  modo  para  os  matar.  102,, 
5  3  o* 

tAlporcas  >  Vede  Efcropkidas  >  S cr op bulas. 

Alnus  fuas  euflamaífoens.  2.43 .  492-.  618.  fuas 
rachas.  3  53 . 41 2,.  704.  &  837. 

<Almoreima$ ,  Vede  Hemorroidas. 

Apoplexia* 


wasm-  w 


mw£*> 


Apoplexia.  75.  112 .  367.  &  368 

Apoflemas.  18.  41.45.13  1.163.1  89. 197. 685. 805. 
Dentro  no  corpo  ja  rompida.  1 03  .Dyfpcpnca, 
243.  quentes  ou  emflamadas.  <>53.  Unheiros 
5  i9.Difficeis  de  abrir, largos. 429. Frios. 6  .  2.8c 
6 9 8. Pequenos. 48  3 .  Para  os  refolver.  1 3  4. 1 3  5. 
598.  &  612.  recentes.  698 

Aranhas  Phalanges  luas  picadas.  40.  137.  185. 
251.  408.  508.  &  514. 

Arepiamento.  -  232 

Afihma,  1 10.  1 58.  180.  185.  189.204.  23 1.284. 

3  39.  3  U  -  374*4I3-  488.  *05.565.  581.  6 77. 
807. &  847. 

B 

contra  o  feu  roim  cheiro.  36. 1 58 
Baffo  fuas  dure  ias.  7  5.  1 3  2.  45 1.  548.  556. 
608.  &  723.  Opilado  119.  337-338.403.583. 
508. 6 32.  662.  666.  669.  &  706.  Endurecido  , 
enchado,  121.  672.  As  durefas  amolecidas. 
353.  Sua  podridaon.  133.  Amolecelo.  190.  A 
Lofna  lhe  he  própria  1 5>i.  192.  &  380.  fera 
purgado.  227.  O  fchirro  curado.  341.  Suas 
dores.  3  69.  todos  os  feus  achaques  385.  3  91 . 
400.  463. 600.  652.  721.  &  841.  Para  o  di  mi- 
nuir.  449.  565.54^^5.  Suas  in flama fçoens. 
560.  Seus accidentes7f^6.664.0bftru(ao.  668. 
Confumado.  T  ^ 

Bocac haguenta  ,  83.  98.  331.  353.  384.  47r< 

477-479-  493  -  50(í-  53  1*  602.  717.  754.826. 
&  852.  Chagas  podres  &  malignas.  176.229. 
Corrofíyas  23 .  fluxoens.  680.  789.  &  833.  Pa! 
ia  curar  todas  as  mais  493 .  5 90.700.701 .749, 

765.816.  843.  &:  852.  do  fogo  fomente  635. 
para  veífigas.  *  ?I  ^ 

Bexiga  ou  variola  ,  Vede  Meninos. 

'Bepsàe  quatro  pes  ajudadas  a  ícu  parto.  141. 
M4 

Tomo  I. 


0* 

e 


TCjjes.  Suas  dores,  x  r.  716.  Modo  parados  pur- 
gar  413.  711.  &  dos  humores  ílegmaticos. 
384.496.  Se  for  chagado.  476.  586.  Para  o 
deíopilar.  494.  Contra  os  íeus  achaques.  604. 
677-  771.  Seu  duftosaleviados.  773.  Lhe  íaon 
contrários.  649.  82.6.  Humores  groíleiros  pur¬ 
gados.  669.  Suas  afperefas  mitigadas.  664. 
Seus  calores.  88 6.  Suas  enflamaíloens.  3 43 * 
351.  Contra  luas  apoftemas.  391.  Seus  du&os, 
71 

C 


A!cul  y  Vede  'Pedra  ou  Areyas . 
j  Cabeça  lhe  he  nocivo.  10.3  80.378.649.73  5. 
&  738.  Suas  dores  moderadas  33.  163.  239. 
285.  309.394.  402.  488.489.  518.1532.  560. 
736.  &  808.  Seus  achaques  por  caufa  fria. 
145.  438.  O  alho  he  contrario  a  os  fracos.  76. 
Seus  aedemas  181.  Os  Mimendros  lhe  faon 
contrários  280.  Carregada.  650.  Se  lhe  ha  de 
aplicar  na  teíla.  438.  Suas  emflamaíloens 
458.  Purgaçaon  das  flegmas  731.  As  chagas 
limpas.  882.  Os  excrementos.  827.  A  acha¬ 
ques  que  vem  no  ccrebro.  575.  En  chaqueca. 
283.  583.  Suas  feridas  recentes.  250.  789.  & 
861.  Convulfaon  qiu^abftrahe  os  nervos.  87. 
Cabelles  ,  para  os  tingir  de  preto  576.731.758. 
747.  &  820.  para  os  fafer  Louros.  350.  446. 
Das  paftanas.  73.  159.476.538 

Calos .  143*  2.9 3«  3  93-  &  594 

Campainha  lhe  he  proprio  98.  Sera  repofta  ou 
levantada.  150.  Sua  enflamaçaon  493*73  3* 
742.  &  758. 

Cams  o  que  os  mata  566.  595,  &  815.  Suas  mor¬ 
deduras.  412.  Danados  fua  mordedura  73. 
124.  154.  157.  408.  415.  45^-  568*738*  & 
842. 

Cancros  &  Cavalos*  4*^*  S4i«&  5  5^ 

Câncer,  114.  376.  41 5.  &  649.  Conoente.  460. 


i 


'  ^ 

Curbuncu  'os.  4  9  f  •  6  5  9 .  &  8 1 6 

Cathams.  ii|.  314.  4 66.  62 8.  708.  777.  805. 
860.  vede  fluxoens. 

favalos  para  lhe  branquear  o  cabelo  66.  Encra¬ 
vados  430.  Sua  toife  431.  739.  Contra  as  bi- 
xas  o  alumbngas  606.  Suas  mataduras  &  fe¬ 
ndas. 

C^utcno.  ç 

1'erebro.  Suas  indifpoíiçoens  4 6.  m.  438.  & 
57  T-  Os  confortantes.  54-  3  75».  3  94-  401.  <5  8  8. 
-&  811.  Fluxaon  469.  Scra  offendido  70.  A 
flegma  purgada.  106.  Vertige  3  57.  Indifpofto 
pello  frio.  451.  486.  Roim  vapor  deftendido 
794-  lera  purgado  73.  i  ji.  189.  7n.  &  809. 
&das  fleimas.  113.  410.  416.  &  41/ 

Chagas,  lhe  faon  propnos  i9z.  406.  &  56 1.  zco. 
310.  47i.  &  581.  Putrides  411.  414.  41^. 
47<í.  &  814.  Cancrofas  417.  478.  Suas  emfla- 
maüoens  479.  quentes  aduílas.  520.  Confoli- 
dadas  506. Suas  feridas. 701.  Inveteradas  6<j 8. 
da  boca  664..  que  fe  extendem.  8i<5.  851.  Re¬ 
beldes.  837.  Superficiaes  Sji.cavernofas  577. 

das  partes  475.  as  alimpa.  411.  <>54.  &7i3.’ 
Coíiofivos  &  malignos.  13.  IZ9.  137.^9. 

t44'  33  »*  l?6- ?37<  3 í»2-- 478-  541- 

&752-  A  Carne  podre.  48.  j31.&  l8g 
C  tcatrises. 

Coiera.  Para  a  moderar.  134.  6to.  719.  &79  / 
Seu  deramamento.  Mo.  517.  Para  a  evacuar' 

l°,\l p1,  I?l,  ?I4-  374.41  5.  5  3  8.  54 6.  Sc 
061.  Para  os  humores  fleimaticos  das  vevas 

3  77-  cólera  negra  caufando  dores  invetera¬ 
dos  37 6  666.  a  cólera  derramada  que  caufa 
amarelidaon  no  corpo.  Vede  Iterícia, 
çoltca  fera  mitigada.  3<í.  13  j.  ioo.  no.  130. 

VemoüT  48.  ",0lbuS-  í88-  Ncfhriti.“:.  -  i°- 

T  e  ij 


..  u- 


"I  í  i 


Coceira.  6. 17.13S.389.  463.  5 1  8.5 1 9.5  5 1.  560. 
71 3 .  &  817. 

foracacn  luas  dores  390.  outros  fymptomas  179. 
554.  718.  para  o  confortar  6  5.  348.  398. 

468.503.571.  615.706.  716.769.788.  810.  & 

8  2,1 . 

Çontra  peçonhas  ou  venenos,  n.  1 1.  7^.94* I0°* 
134.  168.118.  136.  149*  i74*  3  1  9.  3  87.42.0. 
510.  568.  581.  614.619.  617*  63^’  694*7c7* 
767.  Das  beftas  venenoías.  149-  306.  da  ci¬ 
cuta.  153.  416.  Venenos  do  coraçaon  335* 
407.  dos  cucumelos  110.338,.  do  Acconitum 
4>-i.  508.  do  Colchium  66.  67.  do  Mimendro 
389.  do  Napellus  306.  449.  456.  74^*  ^as 
Víboras  306.3  5  5.3  97  .Da  Peite.  1 01.  190.317. 
456.  568.  Das  fevres  Peftilenciaes  448.  501. 
Vede  mordeduras  de  animaes.  Da  Nux  metel- 
la.  177.  Dos  Serpentes  3  97-  4X^. 44 9 

Convnlfaon ,  Vede  Ejpafmo. 

( ruefas .  6jo.  715: 

furtos.  Vede  Diarrhea. 

L  -  D 

>  a  dor  mitigada  5 o.  1 07.  1 1  o.  119. 
150.  101  1 1 1.1 1  3  •  43  o*  47 2*  45^*  5 4°^ 
564,  579.  618.  698.  3 71*  78i.  &  789-  Ser 
raon  arreigadas  493.  5 3 1.  7 5 8.  817.  Paia  os 
alimpar  &  faíer  brancos.  594-8M 

Diarrhea.  430.480.596.  609.  630.  669.730.73 i, 
7  3  4*758.776.  780.786.814.  815.  &  861. 
DíJfloens.  ,  .  M^  73i 

Difloeafoens  confolidadas.  5  5.  79*  43  °-  43  4*  77* 
&  701. 

modo  de  facilitar  o  fomno  6.  10.  171. 

348.  466.  5 3 1*  ^79-  &  798. 

quentes.  384.  Do  efpinaífo.  5  3  3  *  78  .  as 
fontes  ou  tefta.  i43-  De  repleçaon  de  humo¬ 
res  113.  internas.  2,5^.  Frias  da  madre.  7it 


Dure/as.  5.  45.  171.  414.  6 18.  &  841.  Scliir- 
rolas,  ii  6.  Vede  Bafio  amolecido. 
Dyfllnteria.  i.  1  5.  17.  1  8. 16.  3  1.  134.  13  5.  140. 
141. 144.  164.  175.  150.  408.  446.  450.  458. 
4 66 ■  48°-  481.  484.  490.  515.  518.510.  55c. 
551.  564.  547.  574.  584.  548.  407.409.4 1 o. 
414.  43  4.  443  .  441 .44 7.  73  4.  74  [ .  741.753  . 

743.  780.  781.  791.  795. 794.  804.  81  8.  814. 
814  83  7.  &  843 .  Scra  provocada.  404.737 
Teenfas  agudas  biliolas.  1-.  Frias.  344.  s4i 
Chromcas.  244 

E 

ENchaffos  oWÇumores.  41.  171.  332.350.417, 
606.608.  &  618, 

'Entranhas,  íuas  obítrucçoens.  13  9.  Dores.  1  20. 
Epilepttá  ou  Gota  com/.  75.  111.  241.  242.  254. 

348.  351*357‘35^.  3^6-  36?. 368.  369.  376. 
410*  4y  i .  468.  487.  422.  501.510.  558.  743. 

7  5o*  7  53-  760.  Longe  do  paroxifmo.  78 j. 
Vede  meninos. 

Erifipcle  3  2.  94.  137.  i  80.  3  30.  343.  3  J2.&  83  3 . 
Ejcrofulas.  412.  Remedio.  6.  34.  1 19.  403. 479. 

J°7*5  56. &  585.  Paia  as  madurecer.  243, 26S. 
Para  as  refolver.  c  .  T 

* Jpntos  vicaes. 

Efquinancm  3  48 .3  5 1.41  9.491.493  .  &  706 

Ejtomagoy  dores  de  caufa  fria.  11.  171.  369.37S. 
379.  5°5*  660.730.  Lhe  faon  proprios.  9 <j 
191. 2.2 ç.  23  5.  243.  64 x  654.714.726,  777. 
7^3-  797 •  804.  <3c  840.  Dores  vencoíidades. 
U|  T43  •  1  n.  23  8.  3  90.  542.  629.  643 .  ui 
&  860.  Lhe  faon  contrários.  48.  74.  145.380. 

549.  5  54-  72.6.  718.  73v6.  591. 771.  777.  779. 
795>.  803.  805.  841.  Fas  roim  bafio.  36.  48 
O  aquenta.  2  f4.  589.  Suas  fluxoens, 185.645! 
Opilaçoens.  842.  Ventofídades.  156.  Sc u 
taítio.  401.  Seus  mas  humores.  588.678.Sera 

e  iij 


Purgado.  499.  517.  &  das  fleimas.  59 1 ,  Vede 
Vomitos.  Indigeftoens.  75.  88.  100.  379.  388. 
534  Í4Í.701 . 701.  726.  7Í9. 778.  780.  811. 
8  Na  ceiiaca  paixaon.  135.  158.  208.  537. 
61c.  571.  724.  738.  776.  &  79S-  Seu  nimio 
calor  fera  moderado,  ijí.  ií6.  501.  &  79Í. 
Suas  infiamaíToens.  243.  492-  59  3  531.  &  532, 
Efcoriado.  115.  Picadas  ou  Naufeas  450.  Vo¬ 
mito  parado.  615 

Hfcarros  de  fangue.  18.  T40.  149.  163.  206.  314. 
311,  345. 431.  437.  44Í  47*#  499  •  5°6.  í*o. 
513.  515.  51 6 .  560.  586.  596.  609.  610 ,7 73 
795.  8ií.  810.  819.  842.  &  8í 3.  Sera  provo¬ 
cados.  65.94 


Eridas  para  as  reunir.  90.  381.  475.  480.579. 


X  605.  6í  5.  &  ÍÍ7.  Remedio  para  as  recen¬ 
tes.  150.  166.  190.  316  654.&Í55.  Parando 
o  fangue.  7Í1.  as  que  faon  recentes  as  purga. 
115.  586.  604.&7ii.as  confolida.  1.  17* 
131.  175.17*.  195.411  &418.  Confolidadas. 
3.18.  56.  456.  Í03.  660.  7j o.  &  803.  Das 
tripas  meudas.  4°9-  5T3 

Fluxos  menflruaes  provocados.  73.  13 2 . 1 5 4. 1 8  8 . 
390.  405.  &  50 6.  Fluxo  para  o  parar,  175» 
j  r  3.  510.  &  7  9$.  Fluxo  immoderado.  193* 
782.  Fluxo  de  fangue  parado.  7.  734-  818. 
*12,  &  82Í.  As  mulheres  pejadas  podem  uzar. 
139.  5Í0.  795.  Opilaçoens  mitigadas.  1  4  8ío. 
fecundas.  6.83.  147.148  605.  &  703.  As  fas 
ftcriles.459.671.759.  &  8 2 9*  Picfcrvadas  de 
\omiros.4t5.  619.703.&:  74$*  Suas  emflu~ 
xoens.842.  Acrecenta  o  leite.  131.  148.149. 
104.  109.  110.  468.  656..  Partes  naturaes 

mitigadas.  80.  382.  Promove  o  fcmco» 


para  des  fumar  deitas  partes. 


ir. i  87 


Togagem  >  Bcrbulhas  ou  Bertoejo%  131.  3 p 7 . 4 3 . 

515.  j  3 1 .  617.  618.  &  8  16. 
livres,  I59  174.  11  9.  *37*  $??•  371.  &  *07. 


Scra  purgado.  151.0  ardor  mitigado.  1 61.348. 


4<í8 . 589.  786.  &  8 3  5y .  Seus  frios  <?«  repiamen- 
tos  curados.  154.405.  &  514.  H.ibituaes  & 


fiegmaticás.  608 .  no  piincipio.  72 9.  Intcrio- 


res  com  tremor.  731.  Quente  a  tempera.  314. 
4^.  531  &  77S.  Intermitente.  51^.  Na  ma¬ 
ligna  a  fede  temperada.  794.  Aguda.  7 $6* 
Terçam.  35. 341. 455?.  508. 841.  Curada  por- 
vomito.  89.  Quartam.  110.  311.37 6.  431.459. 
514.  56" 2 .  6  6  £. 

Ttgado.  11.  itfj.  192-  ioÍT.  141.  453.  4^9.  501. 
Í07.  75.  7*-3-  $uas  opilaçoens.  lo?.  iij. 
14  5 .  ico.  103 . 3  1  5.  377.  37  8.  400.  413.  480. 
474,508.518.  583.608.  615.  666.706.735. 
841.  581.  Íí  866.  Offendido.  451.  Suas  in« 
t  mpetanças  calida-.  163.  Suas  inflamaçoens. 
143.  531. &  565 .  Para  o  confortar.  100.  730. 
Para  resfriar.  615.  Suas  dores.  369.  450.  660. 
O  fchirro.  34i,Sera  purgado.  12.7.  Duros  de- 
fopilados, 

TtfiuUs.  193. 196.  493.  501. 581.601. Lacrimaes 
nos  olhos»  Vede  olhos. 

Flegrna,  Vede  Plegma. 

F íuxoem  581.  quentes.  615,  Desviadas  pello  ef- 
carro.  184.  Pararias.  7 4 1.  777.  Vede  Ca'harros. 
Fluxo  noturno  do  femen.  m,  441.  7g0.  &  Sitf. 


G 


Gsinçrena. 

o 


Galinha  para  que  poern. 


do  6 


Garganta.  314.  660.  78S.  Chaga 


4 1  6.  8  i  6 

331.  478. 


m*  .  »  .  . 

e  111  j 


|L#> 

758. 7S5).  Suas  inflamaíToens.  339.626.  7S9. 

&  805  Va 

Glanduias.  ^ig 

Glutinis  feiro  de  Agrifolium.  749 

Gonorrhea,  Vede  Efperma  ,  Efquentamcnto. 

Gotta.  75.  163.  m.  310.  338,  341.  353.  376. 

415.  416.  4^0.  511.  601.  72J.  760.  799# 

841. 844^861 .  quente  94.  678.  Fria.  116.184. 

Dos  pes.  i  3 1.  174.  Suas  dores.  100.330.  Pur¬ 
gado.  764.  Vede  juntaras. 


Hérnias,  Vede  Quebraduras . 

Hcmorrhoidas  ou  Almorreimas  ,  íeu  fluxo  miti¬ 
gado.  143.614.  310.  411. 411.  &  585  As  que 
faon  tumefactas.  3  3  9.  Interiores. 

Humores  frios.  11.  807*  Vifcoíos  para  os  efear- 
rar.  41.74.  161.  306.  569»  583.  &  841,  Dos 
xeins.  378.  G rocei  tos  futilizado? .7 1 . 1 17.448. 
450.  638.  726.  &  738.  Quentes  coléricos  , 
aduftos.  19 9.  Purgados  por  vomitos.  1  >3  Fleg- 
maticos.  394.  514»  66i.  199.  81 1.  Aquofa 
764 

Hydropifta,  14.  11.  41.  it  1.  123. 147.  157*  2.00. 
271.176.  679.  735.  73^*  77**  &  797»  E^- 
cuar  as  agoas.  509.  5  54*  *94-  696.  &  7 99*  ^ 
ourina  provocada.  686.  Que  principia.  451. 
486.  &  6 1 1. 

I 

Iterícia  011  Amarelid cCon  nos  olhos  e  no  corro.  115» 
141.  164.  181.  183.  241.  169.  270.  342-.  38^- 

403.  405. 407. 41  o.  4  5’1«4í3,4^}#  5°^* 

583  603.  607.  634.  6  6 8.  680.  683.  701.706. 
756.7 96.  &  813,  Por  derramaçaon  da  cólera. 
11.88113. 115. 145*486*  494*534‘615. 6 2.0» 
631.  &  841. 


■*  ar**  -  kfc* 


Inflama  çaon.  132.  153.  I62.  18o.  310.  318.  348. 

5  0  7*  S 1 1  •  511*5>77*  ^  o.  606.  (íi  y,  6^7  605. 

740.  746.  75  y .  7  <?  p.  &  811.  Emdurccictas.  8 . 
Dos  membros.  ,  ^ 

do  corpo.  lj>7.  553,  &  p  98.  Interiores,  f  53. 
314.  Empede  de  rcccdir.  45 6.  Dores  quentes, 
tf?.  Das  parres  nobres. 

Jntefthos  fuas  dores.  40.  378.  45-8.  484.  ^ 

7  z  5  •  79 1*  &  808  .  S.  us  mas  humores  ^53  S  j* 

rao  confortados,  ;86.  Chagadas.  y8*.  Asvcn- 

toíidades.  138»  2.47.  Suas  defcidas  ou  rupturas. 
578.  Vede  Cólicas  venros. 

Junturas.  438.  Flegmas  craílas  evacuadas.  48.  Os 
nos  &  durefas  6o6.  749.  Dillocaypcns  700. 
Dores  frias.  711.  Com  rachas.  677. 

L 

Lendeas  feraon  matadas,  ^ 

LePra-  16.  i  it.  363;  frio.  íj  í 

L7har£o.  ^'8.367.368.37^.3^.4^ 

Lienterut . 

•  z  4  7*' 

Lingc a.  Sua  Paraiiíin.  119,  Sua  afperefi,  401. 778^ 

Suas  enffamaçoens  St  chagas.  478  479.  &  7  <•  2. 

Lumbrigas  efpujfasdo  ventre.  96.  no.  I4j  , -,4< 

Í/7.-4-3  5  fio.  534.  &  gf  1.  Largos  e 
reaondos.  28.76.  100.  109.184.  204. '309. 

356.  387.  401.  410.  4  ti.  412.,  46o.  486.'  49  5, 
508.^36.659  671.  694.  &  805. 

Luxuria  n  odeiada.  566.  Provocada.  71.  87-  «x 
97.  108.  400,  447.  /0  *’ 


M 

Malefícios.  r  „ 

^  f„as  dores,  n  384.  49C  573-’  L* 

&  7  j i.  Sera  purgado.  6.  149.&448.  Scusven- 
tos  icíolvidos.  lu.  138.  &  J48.  Apertada.  73, 

ê. 


Suffoeaçoens.  128.  108.  141.  344.  560.  373. 
614. 852. Sua  irflamaçaon  &  durefas.  1S0.  187. 

3  5  : .  &  797*  Indifpofiçoens  frias.  245.  404.  & 
722.  Cahida  &  repoíta.  4 1 6.  822.  Se  Inchada 
refolve.  6co.  Obftrodh.  706.  Seu  fluxo  para¬ 
do.  74í*  793-  Suas  queixas  aleviadas.  629.  Fo- 
mentaçoens.  582.  Suas  opilaçoens.  187.  376* 
Melancolia*  fiegma  purgada.  IõO.  384.  389.  468. 
469.  677.  &:  812. 

Membros  diflocados.  4 1 6.  820.  Le^os.  740.  Seus 
tremores.  1 3 1.438 

Meninos  ,  fuas  convulfocns.  6$8.. Epileptia.  ji. 
348.491.  492.  586.  605.  614.  &  901.  Suas 
febres.  377.  Suas  doenças  ardentes. 454.  Eftan- 
do  mortos  dentro  no  ventre.  105.  140.  220. 
221.  39J.  451.  463.  497.  &  847.  Suas  purgas. 
139.  Empigems.  783 .  Difficuldade  de  ourinar. 
2i6.  Dores  no  ventre.  3  ( 2.  Toffe.  109.  Bexiga. 
94.  Vomitos.  192 .  Lumbrig3s.  53  1 .  619.  684» 
&716. 

Mtfenterio  obftruíto. 

Menjlruoi  parados  provocar.  14.  2 1 .39-  63.7 1  -74* 
103.  133.  144.  131.  17 2.  183.  187.  19c.  ZC4. 
210.  222.  217.  33  3.  3 36.  36?.  364.  367.  378. 
380. 381.  384.  391.  393.  398.407.  423.419. 
431.  5C3.  514.  337.  364.  609.  783.  &  839. 
Suas  purgaçoens  feraon  paradas.  46.  183.  397* 

5  37.  364.  609.  783.  Suas  purgaçoens  exeífivas. 
I49.  313.  Todos  os  fluxos  parados.  341*  79?» 

I  Purgaçoens  brancas. 369.  622.  Supérfluo.  8l6. 
839.  Vede  Mulher. 

iderdideltts  de  aniniaes  venenofos.  112.  184.  UO» 
249.  263.  306.  32 1,  388.  407.  302.  310.  318. 

568.  &  371. 

N 

tfarh  para  lhe  parar  o  fangue.  17.  71.  194. 104* 
413.303.  í=43.3ié.&  818.  O  fangue  provo- 


cado.  4*  Suas  fluxoens.  I 68.  Seu  roim  cheiro 
por  caufa  de  chagas.  30.  Polypo.  413".  Vede 
Sangue  ,  Hemorragia. 

Nervos  íuas  (-cridas  cortadas.  18.  23.  Seus  inchaf- 
fos.  '36.  1 74.  Todas  fuas  molcftas.  2/8.  394.  &; 
JcS.  Achaques  de  caufa  fria.  438.  722.  Suas 
dores.  441.  649.  Fraquefas.  709.  Lhes  he  con¬ 
trario.  57 6.  F#ridas.  379 

Nodoas  vermelhas.  320 

O 

ObftrUcoens  dos  vifcerios.  I90 

OpiUçoens%  12.  277.  &  318.  Das  partes  nobres. 
381 

Ouvidos  fuas  fluxoens.  T 68.  Zunidos.  198.  Cha¬ 
gados.  24.  Dores.  394.  397.  &  576.  Inchado® 

de  contufaon.  3^.  Surdes.  72.  1 3  I.  313.  Lhes 

fao  conrrarios.  26 

Ourfca  a  difficuldade  mitigada.  2.46.  KO.  222. 
22Ó.  393.  393.  4jK4.3z.4y3.  483.486.  488. 
5  ff*  fui.  6co.  607.  666.  &  679*  Ardor  mode¬ 
rado.  13.  1  ff*  661.  62 4-  &  778.  Sua  diftila- 
çaon.  1 20. 339.  6 1 6.  703.  802.  $enaon  reter* 
7.  619.  ou  eílrangui ia.  7 5 Fas  ourinar  abon* 
dancamcRte.  63  2.  Sera  provocada.  IG.  12.  14, 
17.  20.  21.  35.  37. 59.  4K  6 j.  71.  74,  73.  88. 
94^  ICO.  IOI^ICÓ.  110.  I  14.  1  19,  121.  123. 

I  yo.  198*  204-  210.  222.  128.  23 1 .  247 
M4.  *64  z-o.ijji  ,4,.  ?4i.3jé.  564..  367! 
371.  3/S.  381.  $82.  384.  39Z.  398.  405-, 

4>7-  4*3-4íf*  473.  4S7. 514.  388.  589.  608. 
69S.700.70!  70z.707.710.  71Z.  719.  7zf^ 

71-  •  73  738. 77 5.  &  7S8.  Goa  agota.  2 1 .41 . 

Ouri.7.4,íi,yi-lí',-,í7-»J-í70-4‘^; 

h  p  4íL 


Ptmlij;*.  U.  Zi8.  367.  410.  415.  418.  4Sh 

^  • 

e  v* 


4? 5>.  486.  510.  55S.  &  851. 

Tartes  genitaes  dos  anima.es  corrompidas,  337,. 
Cobertas  de  carne  ,  as  defcobre.  525.  Separadas 
as  reune,  y  So.  Pudendas  dos  dois  fexos.  477. 

478.  yc^.&  6j 3 . 

Farotides. 

VartOi  Vede  Mulher. 

Fajjetos  paralhe  dar  vonrade  de  comer.  454. 

Pajtanas  ou  pa I pebras  fuas  intflamaíToens.  681 
Feconha  mortal.  637 

Ftjle S)o.  101.  236.  140.  1 90.  306.  327.  344,357. 
307.  456.  404.  495.496.  497.  502.  568.  610. 
659.692,  &  806.  Fevre  peíli Icncial .  250.  344* 
448  •JO3.  659.  6S1.763.&769. 

Fedn 1  na  vefliga,  vefliga  areyas  e  pedra. 
Fedra  ,  Calcul  &  Areyas.  1 4.  75.  1 13 .  220.  29 r , 
312.387.  473.  fio.  525.  y  62.  597.  6co.  666. 
669.  718.  791.  823,  &  884.  Serão  quebradas. 
120.  174.  i8~\  219.  227.  358.584.  &  657. 
A  dos  rcins  defoluta.  269.  359.  518.  678.  719. 
74O.  Impede  de  fegerar.  2.  639.  A  fas  fahir* 
102. 

T eitos  para  os  defenchar.  25.  43.  &  402 

Fara  empedir  a  inflamnçaon,  3 1 . 80.  Com  gretas 
r.os  bicos.  172.  Chaguenros.  176.  602.  &  603. 
Suas  dnrefas.  115.228.  &  738.  Jnfiamaçaon. 
'681.  Lhe  acrecentao  leite.  27.95.  109.  288. 
&  830. 

Feito  feus  achaques.  15.  26.  2 18. 496.  50T.  607. 
725.  &  761.  Sera  purgado.  413,  851.  Suas  do¬ 
res.  45.  660.  735.  Humores  frios.  189.  4C4* 
Suas  fluxoens.  21 1.  S07.  Humores  podres.184. 
384.  &  450.  Eíheito  de  rcfpiraçnon.  403.  fieig- 
mas  evacuadas.  410.  Humores  fuperfluos.  J  If. 
O  defearrega.  773*  77J.  779.  Tor  pancadas  re¬ 
cebidas.  440.  802.  Fluxx>ens  divertidas.  639. 
Seus  vomitos.  417.  Suas  feridas  interiores.  612. 
Ferinurnoni*  das  beftas  de  quatro  pes.  316 


thlegma  ou  fleima  crafla  purgada,  iro.  173.  24  r. 
342.  3^6-,  374,  376".  404.  456".  459.-  5  47  >5  4^9, 

S6l-  57^»  7*8.  7i0*  7 2. i .7 ^l.  75 tf.  797. 

809. 

P<?j  enchados.  41^  752, 

Pbrenefí.  218.  379.  5  21.  &  532.  <>«  inflamaçaoa 
do  cerebro.  2 tf 8.  3 17.  390*  &  575. 

Pbtificos.  17.  517.  311.  3 -t 3 .  413. 4^4.  tfoo.íTjo. 
700,  701.  725.  807.  &  858.  Com  cicarro  pu¬ 
rulento.  189.  Lhe  he  contrario,  517 

Pexes*  Para  os  matar.  ^42. 

Piolhos  os  matta.  299.  575 

Pie  uris.  45.  230.  145.  18  tf.  348.  3  67.  437.  & 


501, 

Pulgas .  40  3.  487.  &  £ 57 

Purgas  ou  purgaçoens  da  cólera  por  baixo.  508, 
De  íuas  fleimas  por  cima»  546".  752.  Das  ma¬ 
térias  fecaes.  1 4  5 .  Das  agoas  &  fleimas  vifeo- 
fas,  42.  Das  entranhas.  535.  775.  Por  cima  e 
por  baixo.  541.  545.  Por  vomito.  317.  tfitf. 
Vede  taobem  Phlegmas. 


/ 


Q 

§luedas .  196.  411.  &  478 

R 

Rapofas  matadas, 

matados.  75.  8^7.  Pellaflor  de  Typha. 
Reins  dores.  11.  21*  128.  230*  149.  453.  4  tf  3, 
4<í8.  589.^09.708.  7itf.  737.  740.788. 
851.  &  858.  Seus  accidentes.  209.452.  Para 
os  confortar.  323.  As  fleimas.  12.  Lhe  he  con¬ 
trario.  589.  &  tftfo .  Sua  inflamaçaon.  531.  Sua 
obftruçaon.  76" tf.  Seu  calor  mitigado.  24 

Refpirafcton.  241.  2  5  5.  398.  &  40ç 

Roftro  luas  nodoas.  •  108.  138.  27 tf.  438 

Rupturns  ,  Yede  HerniAS)  Qjiebrudurus* 


s 


Salufos .  no.  114.565. &  581 

Sangue  correndo  do  naris.19.7 1.1 93.  416.  Sc  606. 
O  fluxo  fera  parado.  131.  196.  310.  328.  401. 
476.  490  518.  531.604.  635.  £57.  658.679. 
745.  774.  789.  &  816.  Para  o  faferfahir.  103* 
364.  Sc  5  5 1,  Seu  calor  moderado.  166.  O  pu¬ 
rificar.  468.  668.  Fora  dos  vafos.  477.  Sera 
parado.  356.  411.  &  606.  A  A crimonia  miti¬ 
gada.  729.  779.  Sua  hemorragia  das  reyas  cor¬ 
tadas.  700.  Vede  Naris. 

Sarne.  6.  136.  219.  1 93.  496.  497.  {63.  608. 
725.  770.  815.  Sc  831. 

Schirros .  182.  841 

Sciatiga  gota.  103.105. 115.185. 118.  345.  35  5* 
376.  420*  437.  451.  479*  485.  508.  510. 
51  I.  512.  51  4.  562.  604.  616.  636.  6374725. 
759.808.  841.  Sc  861.  Contra  a  inveterada. 
341. 

Sede  moderada.  134.  157.  469.  5 15.  767.  77 6.  & 
87  6. 

Serpentes  ou  cobras  fuas  mordeduras.  16,  74.  79* 
181.  2.08.  231. 23 4.  237.  244.  256.  313.  380. 

384.  385.  389.  3  95*  412.'  416.  449*  4  5^-  4^J* 
485.  490.  607. 616.  632.  664.  694.7c7.73  5. 
815.  S23.  844.  Para  os  affogentar.  306.  403. 
446.  487.  490.  Sc  78 6. 

Solanurn  ías  dormir  ate  a  morte.  771 

Spafrno  ou  convulfaon.  45.218.  3  5  8.367.390.39  5* 
405.451.488.  508.  514.  Sc  701. 

Sperma  ou  Semen  acrecentado.  31.  48*  96.  642* 
643.  851.  «Sc  867.  Que  fe  perde.  112.  164.  Sc 
331.  Scra  diminuído  execivamente.  588.  606. 
Gonorrhea.  150. 18  4.  403. 466.  47 *■;  í  3 1 -741» 
745.  Sc  842.  A  endivia  Sylveítre  hc  bòa. 

Strangurid.  158.  84# 

Sjncope .  137»  JjS.  37^*  fWé  coracaon» 


Taipas  para  as  fafer  fahir.  79% 

'Tejiuulos  cnchados.  45.  477.  inflamafaon.  881. 
As  partes  genitaes  enchadas.  4$,  115.  107.  & 
6 Suas  chagas.  478.733 

Tojft.  i<j.  42..  71.  ii  5.  ijo.  i8f.  10 tf.  iro.  131. 

18 S-  339-  343*  3* í-  3?  1.  398.  413.  451.  407. 
i38.tf77.i79.  781.778.  8tfo.  883. &  887. 
Inveterada.  174.  413.  430.  488.  719.  &  807. 
Secca.3ii.  37 9.  &  ^31.  Meyo  para  a  incitar. 
-  7}i*  Dos  cavalos»  431.  Dos  carneiros  &ani- 
niíics»  47^ 

Tinha.  112.  y4i.  452.  343 

Tumores  endurecidos.  9.  Frias.  181.  Quentes  com 
inflamaçaon.  144..  Pequenas.  416".  Repercuti¬ 
das.  7 11.  Que  começaon.  166 .  254.  714.  & 
844. 

Typha  ou  affoga  o  homen.  14 


Venenos,  Vede  contra  peçonhas. 

Veneno  aos  homens  do  Apocinum*  5^^ 

Ventofidades .  33.  7y.  108.  118.  110.  198.  104. 
210.  378.37 9.  394.  41  f .  448.  tf 3<>.  707.  719. 
730.  &  831,  Gerados.  71.  94.  &  101.  Saon 
exaltados.  4 ji*  Mordicantes.  J52.  Mitigadas. 
2.10.  41  1. 

Ventre  ,  remedio  a  feus  achaques.  494.  594,  Suas 
naufeas.  1.  47.  143.  uo,  m.  220.  230.  238* 
1  54*  323»4o8.  431.  4J2.  &  69 8.  Suas  dores. 
384.  4y8.  196*  &  604.  Para  o  adíiringir*  140. 
2í°.  397.  493*  42 4*  *>4$.  76*0.  771.  777.781* 
7^3*  793*  804.  &  85  1.  A  quentado.  7i.Laxan- 
te%  -  119.  Í3  4*  135.  147.  if  &.  144.324.  31  f. 
34  8.  390.  391.  524.  538.  557.  f  58.  594.  441* 
^7i.  676,  69W  717,  7^.  Inchado.  iox- 1  a.i« 


II  ;•  «.?/,/  1 

• 

mi 


'  *  í  ,Í;i. 

!  í  ' tu; 


ílf 

M  Htr; 
I '!  Pltf  j' 


m 


•, . 1 11 


■  fSÊ  s  - , 


-O'’ 


r+T*  <*59.  4*7-  777*  Fluxo  parado,  i.  n* 
i8.  46.  141.  13$.  331.  yií.  510.  6\ 5.  6x4* 

6  M  -73}.  73S.  741.  74  5.  8if.  &  839.Curfos. 

73  Furgar.  5U 

Vertigtmss  2.8*.  358.  3 69.  379.  448.  jot.  558* 

6%  8.  &  714 . 

Verrugas.  1 5 1 .  170.  29  3.  3  9  5.  4  34-  4^0.  540.  & 
560. 

Veffiga  luas  fleimas  evacuadas  pellas  ourinas.  11. 
Suas  dores.  51.  5 3.  74.  130  149.  531.  541* 

&  630.  Lhe  íaon  roprias.  1 6" 3 .  183.  209.  ui* 

41  > •  588.  589.  &  779»  A  pedra  evacuada»  38* 

1 19.  110.  415.  371.  61 5.  693.  710.  719.  741. 
788.  789.  8<n.  Lhe  faon  contrários.  7 1*  4  13% 

&  651.  Areyas.  249.  597»  Sarnenta.  533.  Suas  ~ 
cxulccraçoens.  5  80.  Seus  acidentes.  ^14.  Sua 
atperefa.  66 1.  Seu  calor.  8 66.  Chagas  reuni¬ 
das.  i  7.  Feridas.  18 

Vefcicatorlo ,  ou  Cauftleo .  15 

Víboras  luas  mordeduras.  131.  142.  1^7.  114,3 06*4 
312.  355.  397.  4^1.  501.  £57.  &  850* 

F//?0  cmfraquecda.  70.  71.  Turba.  10.  14.  56V 
A  conforta.  75.  13 1.  117.  7  31.  &  7  59.  Aclara 
a  vifta*  101,  1^9  375*  381.  384.  404.418. 
508.  598.  6" 3  8.  &  785. 

Vomhos  provocados,  56.  75.89.  100.  101.  145* 
147.  587.711.  720.723.73 6".  &  809.  Sera 
facilitado.  416".  514.  &  538.  Parado.  2  <£19. 
615.  &  789.  Defordenados.  208.  Coléricos* 
405.480. 

Vhhas .  19.  154.  2.93»  &c. 


2XPLICAC AON  DOS  NOMES 
dos  Autores  citados  neíle  Livro. 

íd.  Lob .  &  Adv.  Adverfariorum  opus  à  Petro  Pe¬ 
na  Sc  Matthia  de  Lobcl  Ambobus  Medieis. 
Eíte  livro  foy  imprcífo  em  Londres  cm  1  57°. 
cm  Anvers  em  1576.  a  o  depois  em  Londres 
em  1 6oj.  in  foi. 

Ang.  Anguilaritt  ;  Aloyfus  Anguilaria  horti  Pa- 
tavini  tertius  in  ordine  Praefeftus  de  plantis  , 
íuam  fententiam  diveríis  communicavir:  opuf- 
culum  in  partes  14  divilum  ,  opera  Joannis 
Marineli  Icalicè  procliic  ,  additis  duabus  figu- 
ris  Chamadeonis  &  fedi  arboreícentis,  V enetiis 
1561.  in  8. 
el.  Vide  Hortus  13 el. 

I  ellon  ,  Belonius  ;  Pedro  Bellon  du  Mans  :  fuas 
obras  foraon  traduíidas  por  Clufius  &  erigidas 
no  íegundo  volume  das  Plantas ,  impreífo  em 
Anvers.  Taonbem  fe  tem  imprimido  em  Paris 
algums  tratados  do  mel  mo  Bellon  ,  como  de 
Arboribus  comiferis  Sc  íemper  virentibus,in  4. 
de  admirabíli  operum  Antiquorum  preítan- 
tia,  in  4.  de  Medicato  funere  in  4. 

Brtmf  Bmnfelius  ;  Otonis  Brunfelii  íimpliciurn 
hiítoria  latina  ,  cum  figuris  ,  tribus  tomis  , 
prodiit  ,  primus  anno  1530.  alter  1531.  & 
tertius  poftremus  1536  Argentina. 

Brunjv.  Vede  Hyer .  73runpv* 

Ij.  13.  Bauhini  Pinax  ,  Theatri  Botanici  Sc  im- 
prelTo  em  Baile  em  1623.  Sc  com  algumas 
mudanças  em  1671. 

fafalpinus  ,  Àndreas  Cadalpinus  Arctinus  in 
Academia  Pifana,  Profeflbr  de  Plantis,  lib.i^ 
fcripfit  rioient*kei586. 1114. 


C*m'  Xpljf.  Camerarius  in  Epitome  Matthioli  uti- 
liflima  >  Pctri  Andreas  Matthioli  Senenfis  ex* 
tac  à  Joachino  Camerario  pluribus  iconibus 
^  deícriptionibus  awfta.  Francofurti  ad  Ma:- 
num  158 6.  in  4. 

[ítm.  H$rt.  Camerarius  in  Horto  Medico  &  Phi- 

lofophico  edito.  Francofurti  ad  Maenum.i  588. 

.  in  4. 

Card.  Fíyeronimi  Cardani  de  varietate  rerum  , 
lib.  XVII.  Bafilea:  1 5  8 1 .  in  8. 

C*ft.  Caítor  Durantus  ,  Herbário  novo  di  Cafto- 
re  Durante  Medico  &  Citadino  Romano,  Ro¬ 
ma:  1585.  Venetiis  1684.  in  foi. 

[luf.  Cluíius  in  curibus  pofterioribus  :  id  ejl , 
Caroli  Clufii  Atrebatis  cura:  pofteriores  ,  feu  ~ 
plurimarum  ftirpum  non  ante  cognitarum 
defcriptiones.  Antuérpia:  i6n.infol. 

Cor  d.  Valei  ii  Cordi  in  Diofcoridem  annotatio- 
nes  ,  &c. 

[ort.  Cortufus  5  Jacobus  Antonius  Cortufus  Pa- 
cricius  Patavinus  &  Horti-Patavini  pra:fe<ftus  > 
à  Matthiolo  ,  Dodoneo  &  aliis  frequenter  ci- 
tatur  ob  plantis  ipíis  communicatis ,  nil  aliud 
edidit  mfi  Catalogum  horti  Patavini ,  &c. 
Venetiis  1591.  in  8. 

fojl.  Joannis  Cortei  de  univerfali  ftirpium  natu- 
ra  ,  libri  duo.  Taurini  1578.  in  4. 

JDiofcorides.  Pedacius  Dioícorides  Anazarbams  de 
matéria  Medica  ,  libros  V.  Grxcè  prodiit, 
quorum  varia:  editiones  Graeco  Latina:  ex- 
tant  ,  cum  interpretatione  Marcelli  Virgilii  > 
Gouphylli  Aufulani ,  Joannis  Ruelli,  Joannis 
Cornari.  Ant.  Straceli  &  aliorum. 

j)od.  Romberti  Dodonei  Mechlinienfis ,  Mediei 
Ca:farei  ,  ftirpum  Hiftoria:  Pemptades  fex , 
five  libri  XXX.  Antuérpia:  1616.  in  foi. 

Dod.  Gd.  Ejufdem  Hiftoria  Gallica  Clufii. 

JDod.  Belg.  Ejufdem  Hiftoria  Bélgica. 


tyft.  Eyftrenfis  Bafilii  BeíTeri  Iiorti  Eyftreníis 
defcriptio  Norimbergac  1613 .  in  foi. 

Frac*  Fracaítori  Hyeroniini  opera  1 5 90.  Lugdunr 
in  8. 

Fxag.  Joannes  Fragofus  Hifpaniarum  Rcgis,  Me¬ 
dicas  &  Chiiurgus  aromator.  fruxtuum  8c 
fimplicium  &c.  Argentina:  161  o,  in  foi. 

Fuch.  Fuchíius  de  Hiítoria  Stirpium  comentarii 
iníignes ,  &c.  Auétore  Leonardo  Fuchfio.  Ba- 
íilear  1541.  in  foi. 

Sal.  Claudius  Galenus  Pargamenus  ,  Medico- 
rum  multorum  poít  Hypocratcm  princeps. 
ler.  Gerardus  5  Joannis  Gerardi  Hiítoria  Plan¬ 
tarum  Anglican.  Londini  1 5  97.  in' foi. 
ler.  Emac.  Gerardi  Hiftoria  Emaculata  &  aca¬ 
ta  a  Thoma  Jonfono.  Londini  1656.  * 
lefn.  Geínerus  in  Catalogo  Plantarum  4.  linguis 
lefn.  Col.  Conradus  Gefnerus  in  libro  de  hortis 
Germanias. 

Sefn.  Col-  Conradus  Gefnerus  de  Colle&ionc 
Stirpium. 

Hier.  Brunfv.  Hyeronimi  Briinfviccníis  apodixis 
Germanice  >  &c.  Argentinas  1531.  in  foi. 
Hippocrat.  Hipocrates  Coiis  Medicorum  Princeps. 
Hon.  'Bei.  Honorius  Bellus  Vicentinus  Medicus 
Cydonienfis  increta  infula  ;  extant  Epiftolx 
ejus  de  plantis  ad  Cluíium  confcriptaS)  ejúfquc 
hiftoria:  additas. 

Hcrt.  Edimb.  Hortus  Medicus  Edimburgeníis 
1683.  in  8. 

B.  Joannes  Baubinus  >  Hiftoria  Plantarum 
au&oribus  Joanne  Bauhino  Archiatro,  necnon 
Joanne  Henrico  Cherlcro,  Doítor.  Bafilieníi- 
bus  ,  ijuàm  refcenfuit  &  auxit  Dominus  Cha- 
brams  D.  Genevenfis.  Edroduni  16  jo.  in  foi. 
lac.  Lacuna  ;  Andréa:  Lacunas  Comentaria  in 
Diofcondem  >  cum  figuris  ,  Hífpanica  lingua 
confcripta.  Salamant.  1551.  in  foi 


^0Ut  ^c‘  MatchijeLobclIi  Plantarum  feu  Stirpmna 
^oncs.  Antuerpix  i  5S1.  in  longa  forma,  in  4. 

Adam us  Lonicerius  :  is  herbarum  Encha- 
ux  Roítin  ,  í ui  in  officio  Francofurti  antecef- 
iolis  >  Germanix  ícriptum  quarto  auxu  & 
J  o í hemo  anno  15  69.  prodiit :  poftmodum  re- 
ly.oro  Eucharii  nomine  luum  prxfixit  &  cum 

figuns  883.  circiter,  anno  1581.  dedic  Franco- 
furei . 


Lugd.  Hiftoria  geneialis  Plantarum  ,  Lugduni 
apud  Guillclmum  Rovillum  1586.  €hamas 
com  mu  mente  a  Hiftoria  de  Dalechamp  ;  por¬ 
que  loy  erigida  iobe  as  annotaçoens  deite 
Autor. 

iMgd.  G  d.  Na  ediçaon  Francês  à  Dalechamp. 

Petri  Andrex  Matthioli  Senenfis  Mediei 
Comentarii  in  fex  libros  Pedacii  Diolcoridis, 
&c.  Veneciis  ex  officina  Valgriíiana  1585. 

Msitth.  Lob.  Ic.  Matthiolo  citado  por  Lobel  no  lib. 
intitulado,  ícones  Lobeli. 

Mef.  Joannis  Mefux  Damafceni  Mediei  clarifli- 
mi  opera  de  Medicamentorum  purgantium 
deleclu  ,  caftigatione  Sc  ufu  ,  libri  duo  ,  quo¬ 
rum  priorem  cânones  univerfales,  pofteriorem 
de  fimplicibus  vocant  ,  &c.  Venetiis  1615» 
in  foi. 

Tena.  Petrus  Pena  ,  vide  adverfarium  opus. 

Titn.  Cajus  Plinius  Secundus  ,  plurima  fcripfic 

?|ux  injuria  temporum  interciderunt.  Super- 
unt  de  Hiftoria  Mundi  lib.  37.  in  quibus  mul¬ 
ta  habet  de  Planris  earumque  cultura  &  viri- 
bus  ;  efta  obra  foy  tradufida  em  Francês  por 
M.  Dupinec  &  imprefto  em  Liaon  em  15810 
in  foi. 

Tour .  M  Pitton  De  TournefortjElementos  da  Bo 
nica  para  conhecer  as  Plantas.  Efte  Autor  hera 
da  Academia  das  Scienças,  Doátor  em  Mede- 
cina  na  Faculdade  de  Paris  ?  &  ProfelTor  da 


HHKinW  :  . .  ■— ■rirw  li - 


\vj  ■  ■'i 


Botânica  no  Jardin  Rcgio  das  Plantas.  Cm 
Pauis  da  Imprimiria  Regia.  1694.  in-8. 

Rauvv  Leonardus  Rauvoílius  Medicus  Augufía- 
nus  in  peregrinatione  fua  in  Orientem  pluri- 
mas  plantas  deícripíit ,  &  ícones  adjecit.  La- 
vingiac  1583.  in  4. 

'Rob.  Joannis  Robini  Boranici  Rcízí i >  hortiis  Hen- 
nci  IV.  Regis  Gallia?  5  cum  figuris  114.  cm 
Paris  1554. 

rab.  Jacobi  Theodori  Taberna?  montani  Hifto- 
ria  Germanica  tribus  partibus  editajCiim  figu- 
ris  1087.  Francofurti  1611.  in  foi. 

■Fhaf.  Thalius  Silva  Hercinia  ,  íive  Catalogus 
Plantaram  fponte  nafeentiuin  in  montibus  Sc 
locis  vicinis  Hercinya?  ,  &c.  Francofurti  ad 
Mac  num  1588. 

Theophr .  five  Theophrafti  Hiftoria  Graxa  dc 
hiftoria  &  de  caufis  plantarum,  editio  gra?ca  , 
Veneta  1551.  in  8. 

"evet.Andicx  Teveti  Cofmographia  Gallicè  edi¬ 
ta  ,  cum  figuris  aliquot  Plantarum  &  anima- 
lium.  O  mefmo  Autor ,  efereveo  em  Francês 
hua  hiftoria  das  Angularidades  da  nova  Fran¬ 
ça  na  America  ,em  que  acrecentou  11.  figuras 
de  pl.  em  Paris  1557.  in  4. 

"rag.  Tragus  ,  Hyeronimi  Tragi ,  Hiftoria  qua? 

íepius  Germanicè  Argentina?  ,  in  folio  pro- 
diit  ,  &c. 

"ur*  Turnerus ;  Guilhcrm  Turneri  Angli  Plan¬ 
tarum  hiftoria  Anglicè  feripta  cum  paucis  fi¬ 
guris  ,  Londini  in  foi. 

Irgil.  Virgilius ;  Marcebi  Virgilii  Florcntini  , 
Secretarii  Diofcoridis  interpretatis ,  cum  emf- 
acm  Comentariis,  Colonia:  151^.  in  foi. 


thUS 


INDEX  DOS  NOMES  T  O  RTV  G  V  E  S  E  S 
do  contiudo  nos  dois  Volumes. 


A  Bobras.  C90.591 


Abrolhos.  6>  7 
Abrocano.  '84.181 
Acacia  arvore.  1  )ty lá 


Alhos  porros.71. 74.77. 


78 


Aliaria. 

Alipibre. 

Aliíma 


1 18 
204 


Acanthium. 

700.70 1 

Alkali. 

Sí6 

Acelgas. 

145.141 

Almis  careira. 

5  09 

Aceiga  aquatica.  3  30 

Al  nus  arvore. 

7f  5 

Achilea. 

l7f 

Almeiracn.  162..  163» 

Aconitos.  199.  ate  31  í 

1  64.  167.  170 

Acoro. 

45-4^ 

Alpiftula. 

?s 

Adónis. 

6*58 

Alpiftre. 

4í4 

Agarico. 

380 

Amendoeira. 

77) 

A  gera  tu  íb% 

381. 5 S 3 

Ameos. 

248 

Agno  Cafto. 

Amecheira. 

777 

Agrioens. 

5  11.111 

Amor  de  hortalaon.ó;4 

Agrimonia. 

607.608  Ambrolia.i  86.18  7.  88 

Albafor. 

«4 

189 

Alcachofas. 

701 

Androfaces. 

4ÇÇ.686 

Alcaparras. 

841 

Anemones. 

188.289 

Alcorovia. 

24) 

Androíemum. 

j  1 1.512 

Alcalfus. 

66c.66  ( 

Angélica. 

236.137 

Alcatira. 

O 

OO 

Ànthora. 

3CÓ 

Alabaca  btanca.  13 6. 

Apios.  119.  546.  647 

138  , 

.  Alaino  arvore.  7JÍ-7J9 
(  Alfacia.  15j.i56.157 
Alfarrovas.  7 

Alfafema.  .  $68 

Alfavaca  de  cobi£.  Ijo 
Alfeninheiro.  831 

Algodão.  7 


Apocinum. 

Arcai.  817 

Argentina.  609 

A  rifar  o.  3  >7*340 

Ariftolochia  ror.  ^8l 
Ariftolochia  long.  581 
Armoles.  145.146.  147 


Alhos. 


5  5 -7  6 

■  3C  7 


Arros. 
A  faio. 


■/ 


3* 

341 

n!\ 


. 

mmm.* 


.j, 

r  1 

-  y- 


9t\ 


Afarina. 

.Aííafraon. 

.A  fedas..;. 

Afevinha. 

Aíidinho. 

Afinheira. 

Aftragalo. 

Athanaíia. 


/  j  ■  /  v 

Atrepadeiras.  16  i .  1 63 
Avelaens.  - 


Blataria.  436 

Bolça  de  Paítor.  izj. 
12.6 

Borragem.  467 

Bordo.  72.7 

Branca  efpina.  793 
Braílica  Marina.  j  ^ 
Buxo.  biy.8j7 


Avença. 
Avencaon. 
Aveya. 
Afucenas. 
Azebre. 


/; 


/  i7 
668 


669 

29.50 

79 

P7 


Calamo  aromatico.  2.  r , 

iS.yyo, 


9 


B. 


dardana.  345.346.  3 f° 
Sacilha  Perrexil.  y^y 
^alancia.  j  89 

Balanço  herva.  8$ 
*alfamina.  5*79.  580 
»arba  de  Bode.  91.(01 
eldroegas.  531.  fiz. 
y48 

ellis  Margariras.  479 
em  vermelho.  329 

«em  me  queres.  ycj 

verberes.  794 

‘erenjelas.  275 

-tônica.  420 

ico  de  Grua.600.  6:f. 
601.  603 


45 

Campainhas. 

553 

Cana  de  aíTucar. 

Cana  frecha. 

Cana  fiftula. 

Cana  vora. 
Candelaria. 

Cardíaca. 

Cardo  fanto. 

Card9  penteador 
Cardo  eíhelado. 

Cardo  branco.  698.699 
Caryophilata.  610 
Cardo  de  comer.  705 
Carpino  arvore.  755 
Carthamo.  091.695 
Carvalhinha.  4yi 
Carvalho.  741 

Cardo  pinto.  694. 6yy 
Cardo  corredor.  7oy 
Cardo  morto.  17Z 


li 

214 

7Z9 

40 

354 

410 

691 

704 

696 


0U5  Cardo  morto.  17Z 

dnaga.iio.izi.  m/  Caftanheiro.  738.7,9 
11  *  Cataria.  40^ 

Cavalinha.  17.  18. 

2-0.  J^Q 


!•#/  -í 

í  , 

Êw 


Cebola. 

Cebolinbl. 

Cebola  albarram. 

Ce  d  lo. 

Centinodia. 

Centeyo. 

Cepea. 

Ce  re  folio. 

Ceregeira. 

Cevada. 

Chelidonia. 

Chervi. 

Chicharos. 

Chopo.  760.  761.761 
Chupa  mel.  ç6l 

Cichoiia  domeftica. 
161 

Cichoria  dos  campos. 

.^3  . 

Cichoria  brava.  I04 

Cicuta  feçuda. 


70 

7* 
7S 

848 
j  16 
2.8 

5  53 
2.-5 

17 

201.585 

*5í 

650.645 


•f 


Cidreira. 408. 40.9.  7^7 
Cicutaria. 

Cinco  em  rama.  ^iS 

Cinoura.  2*3  3 

Circio.  ^9° 

Ciitus.  816  017 

Clymenum  5 1 3 

Clynopodium.  39S,39(^ 


Coclheavia. 
Codeço  mata. 
Coentro. 


Coromelo. 

O 


Coíoquintidas. 
Conchclos.  ^2.5* 
578 
Conifa, 

Congo  ca. 


119 

713 

2.46 

687 

S92- 

ji6. 


Corno  de  veado.  313 
Corriola.  5 1 6.5  17 

Coris.  514 

Corta.  745 

Coito  baílardo.  239 
Coves.  130.1 31 

Cravos  flor.  557.358 
Cravos  da  índia.  177, 
178. M9 

Cuminhos.  198.  207. 
208 

Cyanus.  499. 3  00 

CynogoíTum.  470.471 

Cyprefte  849 

Coionopus.  3  21. 3  2.3^ 

Cuícuta.  377 

D 


Damafco  fruta.  77^ 
Dedo  de  Mercúrio  her- 
va.  66.67 

Dentaria.  611.613 
Dente  de  Leam.  164. 
1 6  5.1 66 

Diífaimo  de  Creta. 385. 
38  6 

Dictamo  Real.  387 
Dormideiras.  2.85*2. 86, 
287 

Dracunculo.  106 

V 


489.490 

564 


4#  V 


Eleboro  negro. }  1 3.3  1 4 
316 

Eleboro  branco.  317 
Eleborina.  3 1  5 

Elatina.  45^ 

Elicrhr^ion» 


- j*jMg  itf-  mil. 


•  f.v.  áy 


Elichryfon. 

Endivia. 

Endros. 


Engos. 


485.  860 
160. 1 6 1 
2 1  o 

799 

Enula  campana.  505 
Ephemerum.  441 
Epitimo.  3  76 

Ermodatiles.  66.67.68 
Eruga.  108.105? 

Ervilhaca.6’r4.64^.^48 


Ervinha. 

Erva  doce. 

Ervum. 

Eíchatas. 

Efcabiofa. 

Efcamonea. 

Efclarea. 

Efcordio.* 

Eícorfoneira, 
Efcrofularia. 

Esferra  cavalo. 
Efpadana. 

Efpanta  lobos. 
Efpaltha. 

Efpargo. 

Eípinneiro  alvar.  69 7. 
793 

Efpiga  de  agoa.  330 
Efpinafres.  137 

Efpinhadeira.  498. 570. 
574,  . 

Efpondilium.  241 
Eftanca  cavalo.  505? 
Eftoque  'erva. .  5  r 

Eido  r  a  que.  860 

Eftrela  herva.  491.45?! 
Efula.  545.547 

Eupatorio.  6og 

Tomo  L 


653 

*47 

650 

73 

496.497 

551 
41S 
450 
502 
422 
6  5  í 

i  6 

720 
26 

«li 


Efpica  nardo.  1 1 

Efpica  celtíca.  13.2.65. 
266.  367 

Etiopis.  43  7 

Evonimus  arvore,  7  57 
Eufraíia. 


Farfara. 

Eaya. 

Favas.  639. 640. 641 
Fedegofa.  145.7 11- 

Fejaon  bravio.  zo£ 

Fel  da  terra.  5°^ 

Fejaons.  641.64$ 

Feto.  671.  672.  673.. 
Figueira.  80  f 

Figueira  da  índia. -7-6-4 
Figueira  do  Inferno. 

802  '*7  (f 
Filipendula. 

Flor  de  criftah 
Folium  herva. 

Fraga  ria. 

Fraçgula. 

Frecha  ,  fagita 
334 

Frexo  arvore. 

Funcho  de  porco. 
Funcho. 

Fuíar  o.» 

Fuílete. 


Gallas. 

Grama. 

Ganiaon. 


Goyvos  brancos.  3  53 
Genciana.  31 8.315) 


Guabeiha. 

Gnapalium. 

Galega. 

Galitricum. 

Gallium, 

Ginjas. 

Gilbarbeira. 

Gimbio. 

Giefta. 

Graons. 

Gingidio. 


322 

481 

6S9 

418 

*3  5 
786.787 

813 
850 
71  8.719 
6  5  1.748 

2  24 


Goifaons  menores.  3  3  j 


H. 


Habetc  arvore.  861 

Helichrifum.  4$  5 

Hepatica.  680 


Hera. 

Hera  terrefhe. 
He-modatiles. 


575-574 

577 


47.  5  5  • 


66.  67.  68 

Hermionites.  662 

Herniaria.  518 

Hei  va  Judaica.  4 1 1 
H  erva  Saboeira.  422 
Herva  das  alagoas.562 
Herva  abelha.  83.  até 
89 

Herva  alcar.  480 
Herva  benta.  6 10.611 
Herva  babofa.  527 
Herva  dc  Bagcns.  530 
Herva  criílaleira.  103 
Herva  amarela.  104 
Herva  florida.  98 


Herva  de  enfalmos. 
1 13 

Herva  Toura.  91 

Herva  Turca.  518 

Herva  Pecegucira.  1 16 
Herva  de  Beíleiros.  1 7 1 
Herva  Pelogueira  me¬ 
nor.  1 1  7 

Herva  Lumbrigueira. 
i  84. 185 

Herva  moura.  267.  até 
2-7  5 

Herva  gataria.  404 

Herva  Paris.  274 

Herva  fanéta.  283 

Herva  eítrela.3  23  .49 1. 
492 

Hei  va  de  S.  Joaon.5 14 
Herva  contra  veneno. 
568 

Herva  de  Joaon  Pires. 
Sic.  81 1 

Herva  do  íanélo  Efpri- 


to. 

23 1 

Herva  dc  duas 

folhas. 

90 

Herva  "imanta. 

700 

Herva  Crina.  451.4^3 

Herva  dos  unheiros. 

Ho  1  mino.  4 

27.429 

Hyacintos  flor. 

52.  54 

Hypecoon. 

199 

Hy  pericaon. 

51O 

Hypociítis. 

818 

Hyllopo  herva. 

370 

Heraclea. 

176 

I 


Lentilhas  ele  agoa  4 8  i . 
6  8 1 


Jarro. 

338-339 

Lignum  crucis. 

743 

Jafmin. 

?iZ 

Liguítico. 

1)6 

Jacea. 

351-352. 

Lilio  dos  vajes. 

57*- 

Junco. 

10. 1  I 

57* 

Juncas. 

i  5 

Lirio  branco. 

79 

Imperatoria. 

238 

Lirio  amarelo. 

80 

Jun.]  111  lhos 

narcilTos. 

Luio  Hyacinto. 

5 * 

56. 5  7.58.55. 60.61. 

Lirio  Sylveíhe.  41 

.81. 

62.  43 

82 

c 

0 

• 

67 

Lirio  roxo.  42.  ate  44 

Jorgelin. 

3* 

Lirio  azul. 

5° 

Lirio  do  monte. 

82 

K 


Kali  flou  de  criíla!  oh 


Alkali. 
Kennes. 


5  3  6 
748 


Labaça. 

Labdano. 

I  Lagamas. 
Larangeira. 
Laricio. 
Lathyris. 
Lavape. 
Laureola. 
Legacam. 


134 

815; 

47* 

769 

858 

^47 

3  5 1 
808.809 


Lirio  dos  tintureiros. 

.  1 14 

Lingoa  de  vaca.  4 61,. 
4 48.  449 

Lingoa  de  cobra.  66  y 
Lingoa  de  Cavalo.  573. 
Lingoa  cervina.  6  6  3, 
Lingoa  de  caon.  444,. 
470.  471 

Limonia.  3  18.3  2 9 


Linaria. 
Limoeira.. 
Linho. 

Linho  canente. 
Lodam  arvore. 
783  •  7 8 4. 


344 
76  8 

3  ^  S 
606 

78^ 


Lentilhas. 


Lcncifco. 

Leonrica. 

Ltviftico. 


555 

Loendro. 

8  1 57 
191-192.. 

644 

Lofna. 

69 

Lonchiris. 

674.47^; 

644 

Loureiro. 

807- 

484 

Lunaria. 

66  7- 

724 

Lúpulos^ 

55  9i 

507  ■ 

Luvas  de  fanéVa  Maria.. 

231 ' 

488 

r • 

1. 

•  •  • 

Lycium.  S3  7.83-8 
Lyfimachia.  445.446. 

447 

Lithofpermum.  471. 
473 


Menta  firo. 
Meo. 

Mil  furada. 
Milho. 


M 


Maçaneira.  7  65 

Macans  da  nafega.779 
Macelaga  galega.  183 
Macelia.  484 

Macella  fedegofa.  485 
Madre  íylva.  56  5 
Maleitas.  538  até  544 
Malva.  5  5>4. 5^5 

Malmequeres.  503 
Mahalep.  788 

Magaca.  180 

Majaricao  aquatico. 

1^8.  169.  3  5  5  £ 
Malvaiíco.  5 96.  <$97. 
598 

Mardragora.  178.27  9 
Manjai  ona.  392.  393 . 

3  9  4 

Marmeleiro.  766 
Marroyos.  411.41 3 
Maftruços.  105.  11 9. 

i  20.  1 14. 1 17 
Meleasms.  61 

O  1 

Matricaria.  1 80 

Medionheira.  8c6 
Mefmendio.  280.  2.81. 
182 


403' 
zi  i 

UZ 

3M3-34 
Mille  folio.  192.  193, 

194.195.196 
Mille  grana.  189 

Milium  folis.  473 

Molairinha.  1 99-  2.00. 
201 

Momordica.  579.^80 
Moreira/^*  804.805 
Moftarda.i  io.m.m 

Murriaon.  45^-457 

Murta.  810.821.812 
Mufeo  terreílrc.  678 
Mufgo  de  arvore.  679 
Mufuo  do  Mar.  6  84. 
6  85 

Myagro.  116 

Manjericaon  bravo. 

3  97-398.  3 99 

478 


Margantas. 


N. 


Mclancio. 

Mclaon. 

Mcliloto. 


205 

58*8 

629.630 


Nabo.  93.  até  100 
Nardo  celtico.  z66 
Neveda.  405.406.407 
Ningela  baílarda.  204. 
205.35  6 

Nefpras.  789.7 9°-7 9*- 
Nogueira.  73^ 

Norça.  5  57-5  5  8 

Nos  mofeada.  730 
Nos  mete  lia»  2.77 
Numularia. 


W  • 


a 


_ : _ _ _ ,  ... 

■ .  ..  '5'^; :  ■  ;v  '  v,  :  :Í-  *- 

’  •  :  :  tWKZ&i&mS  ' 

2  -‘V.-  . •'Hí  «Í&.ÍVí  :  .  c 


o 


©enanthe.  157.  158. 
159.  160 

Olho  de  boy.  1 82/ 
Oího  de  gato.  3  60.3  6 1. 
361.  363 

Oliveira.  816.817.818 
Onofna.  461 

Orcaneta.463 .464.46  5 
Oregaon.  388.  até  391 
Orelha  de  rato  454.481 
Orelha  de  Uríb.  440 
Ormo  arvore.  751 
Ortalaon.400.40 1 .401 
Oríila.  459.460 


P 


Panifo.  35 

Palha  da  Mecha.  1 1 
Palmeira  Palma.  865. 

864.  865.  868 
Pam  porcino.  583 
Pampilhos.  181 

Pampofto.  181 


Panaces  chironis.  140. 


506 

Paparras. 

Papel  her va.  13 

Pao  de  Rofa.  518 
Paparras.  617 

Papoilas.  286 

Paronichia.  5 1 9.670 
Paftal.  131,133 
Pafto  de  veado.  13  4 
Pata  de  Leaon*  616 
Pe de  Leaon.  605.6x6 


Pecegucira.  773 .774 
Pegamaca.  34S 

Pente  de  Venus.  116 
Pxonia.  614.615 
Pepinos.  587 

Pepinos  de  S.Gregorio; 

S9\ 

Perexil.  130.534.53  5 
Perfoliata.  507 

Perfea  américa.  774 
Phyllon.  154 

Phellodrys.  744 

Pucgio.  384 

P1lr1teira.780.78 1.794 
Pimenta.  731 

Pimentoens.  1 1  8 

Pimpinela.  149.  150. 

.  1 

Pinhoens  de  rato,  519 
Pinheiro.  851.853.854. 

855.  856.  S57 
Pireira.  771 

Pi  retro.  107.11 1.1 13 
Piftachia.  716 

Platano.  763 

Pombinhos.  103 

Polypodio.  676.677 
Pofygalium.  656 
poma  de  Adam.  770 
Poterio.  380.381  709 
Primula  vens.  43  8.43  9 
Pyrola.  316 

Pulicaria.  487 

Pulfatilla.  190 

Pulmonar  ia.  475.476 

R. 

Rabaça.  12-3 

e*  •  •  *  - 

1  U) 


Rabaons.  9S.101.102 
Rabo  de  rapoía.  149 
Ratano.  75  ^ 

Reíeda  branca.  1 1  3 

Rcponfa. 


Salfa  de  Macedonia, 

230 

Salva.  415.426’ 

Salva  bravia  ítachys- 
413. 

Sanicula.~440.44 1.6  i  2. 


1 40 

6í3 

Ranunculo.  192. 

até 

Saramaso. 

298 

Saifa  Parilla.  5  5<> 

Rhamnus.  833. 

834. 

Saxifragia. 

n 9-  3 

*35 

3  71-  3  7  5 

•  584 

Ribes.  795  7 96 

Sayaon.  5 20.  até  5 14 

Rincnaon. 

96 

Sclarea. 

418 

Roída  do  diabo. 

49  5 

Sebeítem. 

778 

Roíeiia. 

842 

'Segurelha. 

371.373 

Roímaninho.243 . 

3  66, 

Securidaca  major.  654 

3  69 

Seguda,  cicuta.  2.53 

Romans. 

771 

Selo  de  Salamaon.  5 69 

Ruaa,  aruda.  636.637. 

Sempre  noiva.  5 19 

638 

Senne. 

711 

Ru  bbarbo. 

1 3  9 

Serpaon. 

378.379- 

Rheiponrico. 

1 40 

Serpentina. 

3  3  3  3  3  ^ 

Ruyva  dos  tintureiros. 

Serrai  ha  s. 

158.159 

631.633 

Serratula. 

411 

Ru  ta  capraria. 

65  9 

Seíamoides 

menor.  1 7 1 

Seíeli.  241.1 5 4.2  5  5 

S. 

Sideritis. 

418 

Sinouras. 

*3* 

Sabina. 

847 

Sifer. 

6  5 1 

Sabugueiro.  797. 

7í»8. 

Sobreiro. 

745-74^ 

800 

Solda.  197- 

474-  477* 

Safira  ou  Seda.  333. 
334 

Salgadeira. 

Satyriaon.  87.88:89 

Salgueiro.  819 

Salía  de  comer.  117- 
228 


47S.  5 1  5 

Solda  Real.  604 

Soldanela.  5  54 

Spondylium.  •  2.41 

Sorveira.  73  4*792. 
Stachys.  413 

Stapbilodendron.  727 


:tarcas  citrina.  4 86 

itratiotes.  683 

ulmagre.  731 

ycomorus.  803 

ylva.  839 

ylva  Idtea.  840 

yringa.  713 

ifyrinchium.  45? 


"aba  co.  1*3  3 

Tabua  herva  das  ala* 
goas.  14 

487 
843 

anchagem.  310.311 
Tartago.  549 

Tafneirinha.  329.331 
Teixo  arvore.  36 1 


^agucda. 
Tamargueira. 


helepium. 

herebintho. 

Teucrium. 

Tilia. 

Til. 

omilho. 

"'ormennlta. 

'ornalol. 

lâS°* 


S*-9 

7M 

449 

7  J  °’7  S 1 
831 

3  74 
6  i  9 

419 

537 
651 


"remoflbs. 

"remoilb  de  caon.  560 
repadeiras  campai¬ 
nhas.  55c 

devo.  627. 62É 

"ri folio  aquatico.  332 
ri  folio.  61 1 .6 1 1.613 
614.61  j  .616 
1  igo.  15 


Trindade  herva.  626 
Troviíco.  813.814 
Tu  beras  da  terra.  689 
Turbu.  cio  Levante. 
8 1 1 

d  111  bit  da  terra  Tap- 
ha.  2  1 7 

Trigo  inorifeo.  37 

Tithymalo.  541 

Teíticulo  de  Perro.  83. 
84.  85.  86 

TuíIIllago.  343-3  4+ 


Valeriana.  161.  263. 
264 

Verbafco.  43  o.  até  43  5 
Vería  de  caen.  153, 

5^7 

Vería  cove  matina.  99 
Verônica  macha.  448 
Verga  de  Paííor.  705 
Verrucaria.  1 70 


Vide  brava.  276 

Videbratica.  563 
Vime.  758 

V ince  toxicum.  568 
Vinha.  560 

Viola.  347-348.349 

Virga  aurca.  493 
Vería  de  caem.  567 
Unha  de  cavalo.  504 


Urga  ouRinchaon.i  1  5 
Urgeváo.  494 

Uuigas.  415.416417 
Urtigas  mortas.  151. 


i*5^.  41 4'  X 

Uría  mara.  844.  847. 

846 

Uva  ípinha*  79^ 

Uva  do  mar.  537 

Uvas  de  caen.ro.  514 

Uvaderapofa.  174  Zargatoa.  3x4,  3 x f 


Xalotas  apetites.  73 
Z 


historia 


H  I  S  T  O  RIA 

DAS  PLANTAS. 

LIVRO  PRIMEIRO. 

Das  Efpecies  das  Gramas  ,  dos  juncos  ,  das 
Canas  ,  das  [ementes  idôneas  para  nutrir  , 
&  das  Plantas  cjue  por  [tias  raifes  tem  al - 
guna  ftmillança  á  Afph odeia  e  ao  Lírio. 

Divis.  I.  Da  Grama  &  de  fuas  Efpcelcs.. 

Baub.  Gramen  Paniculatum  arvenfe . 

GRAMENj 

.Asroftis. 


Porr.  Graiha. 

Eíp.  Grama. 

Franç.  Dent  de 
chkn. 

tal.  Gramgna. 

Al  l.Grafz.. 

QJJ  A  L.  Sua  rais 
ae  mediocremete  fiia 
'<  fccca. 


DESCRIPÇAM.  A  Grama  tem  as  aftias 
odras  &  elpigas  ouati  íimilhantes  ás  das  canas 
Tome  I.  a. 


:  wj 

!  VÊ 


.ti,!:  74'#  ' 


jl“* 

I 


^  Historia  das  Plantas, 
quando  nacem ,  ou  ao  milho  mcudo  de  altura 
dc  hum  palmo  mais  ou  menos  ,  com  vários 
nos  aílim  nas  afteás  como  nas  Raifes  ,  que 
fao  de  gofto  docicado. 

LU  G  A  R.  Crece  em  toda  parte  principal¬ 
mente  com  o  trigo  florece  quando  o  trigo  tlo- 
íece  ,  lua  rais  fe  deve  colher  no  Autono. 

VIRTUDES.  A  rais  de  grama  he  muyro 
aperitiva  das  ourinas,  adftringente  do  ventre, 
ordenaíe  par  remedear  as  obítruçoens  para  exi- 
tar  as  ouriwas  expulfar  a  pedra  6c  a  reyas,  beben¬ 
do  lhe  o  feu  cofimento. 


mm  it&M 


m 


i 


/*• 


Ltv.  I.  Div.  I.  da  Grama  &  de  fuas  Zfpectes.  3’ 


DESCRIP  ÇAM.  He  huma  eiva  pequena 
-le  altura  de  tres  dedos  as  folhas  fe  parecem 
10111  a  Grama  poré  mais  meudas :  tem  alguma 
adítricçame  eftipticidade.  Suas  raifes  laõ  bran- 

-as  &  meudas  como  cabelos  de  comprimento  de 
quatro  dedos. 

LUGAR.  Crecc  nos  montes  &  oiteiros. 
VIRTUDES.  He  deficativa  &  adftrin- 
^ente  ao  gofto,  com  algua  vifcofidade ;  quando 
tomada  em  vinho  lie  boa  para  as  quebraduras, 
dizem  que  cozendo  a  com  dois  pedaços  de  carne 
>s  ajunta  hum  com  o  outro  ;  confolida  as  feri. 


A 


- 


D  E  S  C  R I  P  Ç.  As  raifes  defla  grama 
eftendem  íe  abiafadaí  Sc  baffante  groflas ,  ca¬ 
beludas  ,  pouco  metidas  na  terra.  Produiem  va¬ 
rias  varas  de  altura  de  palmo  Sc  mais>  das  cjuaes 
íalic  vanos  *Trelos  e  folhas  de  parte  Sc  de  outia  e 
no  cabo  agudas  comoeípinhos  as  vezes  repartidas 
cm  tres  ponatas  Sc  delias  fahem  pequenas  flores 
Como  botoems. 

'  L  U  G  A  R.  Nafcc  cm  lugares  marítimos  & 

iuimedos.  ,  ,$■ 

VIRTUDES.  Tem  as  meíinas  virtudes  da 

Grania  comua  íe  a  aplicarem  dentio  no  naiis 
rcfpcito  a  luas  pontas  &  folhas  agudas  o  fas 

fangrar. 


ir  V 


i.  M 


Liv\  I.  Div.  I.  da  Grama  &  de  fuaslrp:cies.  f 

0 

13.  Gramen  daílylotdes  cfculcntnrn. 

G  R  A  M  E  N 

mannas  ,  oh 
fanguinella. 

Ital.  Sangui- 
nella. 


Franc.  Gramende 

J 

mame. 

Aliem.  Sçhvva - 

da h 


£)  E  S  C  R  I P.  Tem  as  folhas  &  raizes  como 
a  Grama  comua  ,  com  cinco  ou  leis  aíleas  Sc 
quantidade  de  efpigas  ,  que  pondo  fe  dentro  no 
naris  o  fas  fangrar,  fua  femente  he  branca  como 
anos ,  mais  pequena  que  o  milho  ;  nace  com 
cafea  como  a  cevada  a  qual  íe  lhe  tira  pizando  a. 

LUGAR.  Em  Alemanha  o  femeaõ  Sc  cultr- 
vaõcomoos  mais  legumes. 

VIRTUDES.  A  femente  tem  as  inc finas 
propriedades  do  Anos  ,  fendo  mediocreinentc 
adftringente  ;  chamafe  manna  em  Alemanha  , 
Sc  fe  uza  nos  comeres  como  do  Atros;  mas  fuften- 
ca  pouco  Sc  cura  as  durezas  do  baço. 


t  í«  •! 


A  iij 


.6  Historia  das  Plantas, 

* 

B.  Gramen  loliaceum  folio  latiore. 

LOLIUM 

Zizania  & 

Ara. 

Porr.  Efp.  foyo. 

9 

Ita!.  Loglio* 

All.  Trefpevy  rat- 

vvcn  &  lufch # 

Qualidades  ouen- 
re  no  principio  do  3. 
grao  e  íeco  no  fim 
do 

DESCRI  P.  O  joyo  he  tiigo  degenerado 
nafcc  juntamente  com  o  trigo  tem  as  folhas  mais 
meudas  aveludadas  ou  cabeludas  >  fuas  cfpigas 
madurecem  quando  o  trigo. 

LUGAR.  Nafce  com  o  trigo  &  com  a  ce¬ 
vada  principalmente  quando  ha  muytas 
chuvas. 

V  I  R  T  U  D.  Rezolve  ,  alimpa  ,  embebeda» 
faz  dormir  ,  perturba  os  efpritos :  o  remedio 
he  o  vinagre  &  he  nociva  a  vifta  5  a  farinha 
mefturada  com  vinagre  6c  emxofre  cura  as  em- 
pigems..,  a  farnia  &  coceira  ,  também  rezolve 
as  alporcas  ;  colida  em  vinho  com  eflerco  de 
pombos  &  femente  de  linhaça  faz  rebentar  as 
apoítemas  rebeldes  ;  feita  em  peífarios  fas  pur¬ 
gar  a  madre  de  fuas  fuperíluidades  3  facilitando 
a  conceiçam. 


Liv.  I.  Ditf.  I.  da  Grama  Ó'  de  fuas  Efpecics.  7 


P  H  OE  N  I  X 


lolium  ma 
rinuin  ,  hor 


deim  mari- 
nwn. 


Port.  Joyo  bravo. 
Franç.  Tvraye 


leal.  Fenlce. 


Aliem.  KFaU 

robr.  ^ 

% 

DES  CRI  P.  Tem  as  folhas  fímilhantes  as 
da  cevada  ,  mais  curtas  &  mais  efheitas  ,  fua 
efpiga  he  como  a  do  joyo  fuas  afteas  mais  pe¬ 
quenas. 

LUGAR.  Nafce  pellos  campos  &  pellas 
eftradas  grandes. 

VIRTUDES.  Bebida  em  vinho  ,  para  os 
curfosSc  o  fluxo  de  fangue  das  molheres  &  o  fluxo 
immoderado  da  ourina  :  Difem  que  Fas  o  ínciiio 
effcico  traíida  atada  com  pauo  Yermellio  de  lau. 


«  Historia  das  Planta?, 

B.  Grarncn  fejhtca  ,  £/«»«, 

/EGILOPS 

íive  feíluca. 

Port,  o  Balanço 
herva . 

Franç.  Coquiole. 

Ical.  Egilopa. 


DESCRI  P.  A  herva  fe  parece  com  a  do  tri¬ 
go  ,  a  aftea  he  muito  delgada  ,  a  Temente  tem 
fimilhança  com  a  cevada, que  defeafeada  he  ver¬ 
melha. 

LU  G  A  R.  Crefce  ordinariamente  entre  a 
cevada. 

VIRTUDES.  Tem  virtude  refolutiva; 
o  que  íe  conhece  a  o  gofto  :  por  que  tem  alguma 
acrimonia  ,  o  que  Tas  que  cura  as  inflamações 
endurecidas,  &  o  yEgilops ,  que  he  huma 
apoítema  entre  o  grande  canto  dos  olhos  &  do 
naris  ,  da  qual  muytas  vezes  degenera  hua  fiftu- 
1  a  que  Tc  eítende  ate  os  oflos.  Para  a  impedir  , 
tomais  o  fumo  de  ^Egilops  ou  palanco  mifture 
Te  com  mel  ,  o  que  he  exellente  j  a  herva  pifa¬ 
da  aplicada  com  farinha  cura  as  fiftulas  lacry- 
maes ,  &  refolve  as  durefas  ,  o  fumo  fe  deve 
tirar  no  tempo  que  faz  Tua  cfpiga>  cortafc  a  efpi- 
ga  fora  &  pifa  fc  o  mais. 


Liv.  I.  Div,I.  da  Grama  &  de  fuas  Efpecies.  > 

■ 

B.  Grarnen  fejluct  avcnacetim . 


DESCRIPÇ.  He  huma  fecunda  efp  ceie 
de  ./Egilops  que  crece  com  a  cevada  ;  proJus  4. 
ou  5 .graons  vérmelhos  por  cada  efpiea  que  cem 
muytas  barbas  meudas  6c  fe  parecem  com  a 
aveya. 

LUGAR.  Crece  com  o  trigo  &  nas  terras 
areyentas. 

V  IRTUDES.  Também  fe*ve  nas  fiftu- 
las  que  vem  no  grande  canto  dos  olhos  ,  com 
tanto  que  naon  eftejaon  ja  muyto  profundas  : 
porque  defeca  com  leve  adídricçam  com  pouco 
calor  ;  fua  femente  mefturada  na  cerveja  em¬ 
bebeda  >  tem  a  virtude  de  refolver ,  o  que  fe 
conhece  a  o  goíto>  porque  tem  alguma  acrimo- 
âúa  9  &  cura  os  tumores  endurecidos. 


le  Historia  das  Plantas, 

:  &&  4g&  *  &&  ®#a  &3sj. ;  f&t  ■ 


divisam  segunda. 


Do  Junco  ò"  dat  hervas  que  fclhes  parecem  por 
fitas  folhas  ,  &  que  nafcem  em  lugares 
aquáticos  ,  como  as  efpecies  do  Nardo  ,  do 
Cy perus ,  de  fnnea  y  de  Efpadana  Ô*  d$ 
dlverfas  efpecies  do  Ecjnifetanu 

B.  Juncus  laevis ,  paluftris  y  mínor, 


JUNCUS, 


Port.  Junco. 


Franç.  fone. 


ItaL  fonco .. 


A1L  Binfenfch . 

mlen. 


DESCRI  P.  Em  geral  o  Junco  naó  tem* 
nem  folha  nem  truncos,  mas  ftm  enfinitas  afteas 
veicles  redondas  com  miolo  dentro.  , 

LUGAR.  Todos  os  juncos  nafcem  perto 
ou  dentro  das  agoas  que  naõ  correm. 

VIRTUDES.  À  femente  aiíada  Sc  bebida, 
cm  vinho  conftipà  o.  ventre  Sc  para  as  purgaçoens 
brancas  das  molheres,  provoca  a  ourina  ,  he.  no¬ 
civo  a  cabeça  >,  fe  o*  derem  em  mayoi:  dofe  *  J fe 
j  equena  £a&  dor  mir  > 


:  -  ’ ,  S  v  .  .  Si .  • ,  \ 


"  -  •  -  VI 

Liv.  I.  Div.  II.  Dos  Juncos  e  de  fusts  Efpecies.  1 1 

* 

B,  fancus  edoratus ,  fchanantujn. 

JUNCUS. 

aromáticas. 

Port.  Palha  da. 
mecha ,  ou  ef- 
qainanto. 

Franç.  Paflure  de 
chameaux. 

Eípag.  Paja  de  la 
me  ca . 

All.  Camclshevv 


D  E  S  C  R  I  P.  Do  efquinanto  fe  uza  fomente 
da  flor  ,  &  em  feii  lugar  da  herva  ou  palha  ,  fu  a 
rais  he  inútil ,  o  melhor  he  o  que  vem  com 

muyta  flor,  bem  aromatico  de  goílo  mordicante 
na  lingoa. 

LUGAR.  Nafce  na  Arabia  em  lugares 
aquaticos  ,  &  nos  vem  por  Alexandria. 

V  I  R  T  U  D.  Apalha  e  rais  faõ  mais  adftrin- 
gentes  do  que  a  flor  •,  &  a  flor  mais  quente 
bebida  em  po  a  o  pezo  de  meya  athe  huma  oita¬ 
va  fa5  boas  para  as  dores  de  eftomago  que  pro¬ 
cedem  de  çaufa  fria  ,  dos  boftes ,  do  fígado 
da  madre  $c  dos  reins  ,  meílura  fe  com  os  me¬ 
dicamentos  contra  venenos  x  fas  ourinar  elpulíi 
as  fleimas  da  vexiga. 


- 


. 1 


[Í;(f 


**  H  I  ST  O  R  I  A  DA$  P  L  A  N  T  Á  S 

B.  Spica  Nardo  Indica. 

N  A  R  D  U  S.  a 

ípica  Nardi. 

Fort.  Efpicjne  Nar¬ 
do  da  índia , 

E/p.  A  z.umbar 

Efrfrfii. 

Franç.  Spic  du 

Levant. 

Al!.  FFolrichcnd 
Spíckrtúrd. 

Q_na!  •quente  2.  D. 
feco  ao  i .  D. 

DESCRIP.  Foíto  que  fe  cíiga  efpiga  naõ 
he  'enao  por  tera  figura  dc  huas  eípigas  pegadas 
nas  raiíes ,  eilas  efpigas  ou  filamentos  nao  de¬ 
vem  ter  parte  lignoía  dentro  ,  deve  fer  cor  de 
caflanha  /obre  vermello,  &  de  cheyro  forte  nao 
des  agradavel. 

LU  G  A  R.  Na  ice  cm  montes  na  índia. 

V  I  R  T  U  D.  He  adftringente  ,  abfterfivo  , 
apeiirivo,  &  confortante.  He  digeflivo  dos  hu¬ 
mores  frios ,  provoca  a  ouvina  em  bebida  &  pa¬ 
ra  os  fluxos  do  ventre  .  bebido  em  açoa  he  con- 
•  ^ 

traofaftidio  ,  as  dores  do  efloinago’&  vento- 
íidades  ,  cura  a  iterícia  ou  cólera  derramada  &: 
os  achaques  dos  rcims  >  mefturafe  com  os  coiv 
travenenos.  Em  pede  o  cabello  das  paftanas  de 
cair  &  os  fas  vir  mais  eípeflos.  Dafe  mefturado 
com  ruibarbo  para  impedir  de  ficar  no  eftomago 
&  iircftinos,  quando  íe  requer  tirar  as  ol> 
ihncacns. 


ai 


.  :i  ■  -  .  .  . 

■  •>  i 

try.il.  Dxv.  II.  dos  Juncos  e  de  fu  sis  Eípecics.  x  $ 
B.Nardus  fp  itYui  iV urbo/icnfis , 

NARDUS, 


Fort.  Efpicacel- 
tica. 

Franç.  Narâba- 
flard. 


D  E  S  C  R I  P.  Suas  raifes  fao  meudas ,  cur¬ 
tas  ,  raras  &  duras ,  fobre  as  quacs  tem  popas 
de  cabelos  feitos  em  efpiga  ,  de  groíTura  do  dedo 
maminho,  decor  ofcura  de  altura  de  hum  palmo 
que  parecem  curtadas  no  cabo  s  faõ  verdes  co¬ 
mo  juncos  toda  a  planta  naõ  tem  cheiro  excepto 
a  flor  que  cheira  a  mufgo. 

LUGAR.  Nace  no  monte  chamado  Paraifo 
na  provinda  de  Lingoadoc. 

Pena  >  Dalechamp  &  autros  autores  que  defie 
efcre verão  lhe  deraò  as  virtudes  das  outras  cfpe- 
cies  *,  porem  affim  como  carece  a  aroma  do  In¬ 
dico  j  ie  deve  fupor  de  diminutas  qualidades. 


B.  Cy perus  longus  odoratus. 

cyper US 

Port,  Al  ba  for. 

-  Efp.  luncia  de  olor. 

Ital.  Cypero. 

.  Franç.  Cypems  ou 
foHcbet. 

kW.VFllde gallian. 

QUALID.  quente  & 
fecco  mediocrcmente. 

D  E  S  C  R  I  P,  Tem  as  folhas  fimilhantes  ás 
dos  alhos  porros ,  mais  curtas  &  eflieiras :  crece 
de  altura  de  hum  palmo  ate  dois  feus  juncos  faõ 
de  tres  3c  dc  quatro  quinas  $  em  cima  tem  varias 
folhas  que  formão  hua  eftrela  com  alguas  efpi- 
gas  j  em  as  quaes  achaõfe  fementes  pretas  de 
feitio  dc  azeitonas,  amargozas  3c  aromaticas, 
LUGAR.  Crece  em  lugares  aquaticos  o 
melhor  vem  de  Syria  3c  de  Alexandria, 

V  I  R  T  U  D.  Conforta  o  cftomago,  he  ape¬ 
ritivo.  As  raifes  cozidas  em  agoa  3c  bebido  o 
cozimento  provoca  a  ourina  &  os  menftruos, fer¬ 
ve  a  os  hydropigos  a  os  que  padecem  de  pedra  e  a- 
reyas.  Seu  per  fume  cura  as  opilacoes  das  mul¬ 
heres. 

Ha  também  o  Cyperus  rotundas  vulgaris  as- 
raifes  faõ  em  forma  de  azeitonas  agudas  tem  as 
mefmas  virtudes  a  cima  com  mais  efficacit^ 
dcíTefc  uz,a  na  medecina. 


V 


Lxv.  I.  D  IV.  II.  dos  Juncos  e  de  fufts  jEfpccles ,  I  'y 


B.  Cyperns  rotundas  efculentus. 


TRASI, 

folio  Cypcri 
ou  Duichi- 
mim. 


Port.  lanças. 


Ital.  Dolzolinb 


QJTALID.  He- 

temperado  em  feu 
calor  ,  humedo 


a  o  i.  gr. 


DESCRI  P.  Parecem  fe  os  feus  Juncos  & 
folhas  com  os  de  albafor  ?  as  fores  fao  de  cor 
amarela  ofeura  ,  Sc  efpeífas.  Tem  varias  raifes 
redondas  como  bolotas  pequenas  ,  chatas >  feu 
miolo  he  doce  ,  Sc  branco  por  dentro  de  gofto 
de  caftanhas. 

LUGAR.  Vem  fe  muytas  cm  Vcrona  e  nas 
Ilhas  das  aforas. 

VIRTUD.  Sa5  ventofas,  lenitivas,  untuofas  3 
fas  íe  delias  amendoada  como  das  amêndoas  pa¬ 
ra  os  achaques  do  peito  Sc  toílc  ,  para  os  ardo¬ 
res  da  ourina  Sc  dyfenteria ;  também  da5  fe 
a  beber  „  de  pois  de  bem  moidas  ?  em  caldo  de 
carne,  promove  o  femem 


i<f  Historia  êas  Plantas, 

B.  Sparganítirn  ramofum, 

SPAR.GANIUM 

ou  Carex 
butomos , 
five  Xiphi- 
dion. 

Port.  Efpadant  dei 
gada  'Tabuii. 

Franç.  Planche. 


1 


DESCRI  P.Tem  as  folhas  femelhantes  a  o 
Roque  herva  ou  Gladiolus  ,  porem  mais  eílrei- 
tas  produs  eu  cima  pequenas  bolas  em  que  eíta 
fua  femenre. 

L  U  Ci  A  R.  Nafce  a  o  pc  dos  montes  nos  lu¬ 
gares  liumedos  &  aquaticos. 

V  I  R  T  EI  D.  Suas  rais  em  coíimento  bebido 
he  contra  mordeduras  de  ferpentes  >  he  deíi- 
cativo. 


Liv.  I.  Div.  II.  dos  Juncos  e  de  fuas  Efpecies.  '  J 


Fran.  Qtieuè  de 
Chevaly  prêle 
ou  Chevaline. 


Poit.  Cavalina. 


Paluftre  , 
Maübioli. 
Cauda  Equina , 
hipitris. 


EQUISETUM 


All .  Rofs-SchvantzJ2^1^^^  V  ,^v  ’ 

DESCRI  P.  A  primeira  cavalina  das  qua¬ 
tro  efpecies  deMatthiolo  tem  aitea  direita  cava 
por  dentro  com  folhas  mais  curtas  das  outras 
efpecies ,  faiado  por  certo  intervalo  mais  brau- 
.cas  e  mais  tenras,  fua  rais  fe  conferva  &  dura 
: tanto  como  o  pao  ,  fuas  aftcas  nacendo  fe  afe- 
melhaõ  as  canas  com  cabecas  a  modo  de  efpar- 
gos. 

LUGAR.  Crecc  em  lugares  baixos  nos  pra¬ 
dos  humedos. 

V  I  R  T  U  D.  A  hcrva  tem  virtude  adíhigeiv- 
te  por  iífo  o  fumo  para  o  fangue  do  naris :  ^be¬ 
bido  com  vinho ,  &  em  cofimento  nas  ajudas 
•he  boa  para  as  dyfenterias  ,  &  com  tudo  provoca 
as  ourinas  :  dizem  que  a  rais  com  a  hcrva  he 
boa  para  quebraduras  ou  hérnias  ;  as  folhas  nl- 


v 


ttx  li 


DESCRI  P.  Ai.  cavalina  he  fimilhante  a 
i.  cxepto  o ue  tem  as  fedas  mais  compridas >  no 
principo  parece  fe  com  os  efpargos  j  fuas  afteas 
faó  tenras  repartidas  en  nos  fem  cabeça  em 
cima  ;  porem  feitas  a  modo  de  efpiga  goarneci- 
das  de  Boies  brancas  que  fe  perdem  em  hum 
iftante. 

LUGAR.  Crece  nos  lugares  baixos  6c  fom- 
brios. 

VIRTUD.  He  adftringente  com  amar- 
cor  >  he  dcíTicativa  fem  mordicaçam  ,  aplicada 
cm  cataplafma  coníolida  as  mayores  feridas 
ainda  que  haja  nervos  cortados  ,  e  também  a 
quebradura  ;  a  herva  bebida  com  agoa  ou  vin¬ 
ho  >  he  cxelente  para  os  efearros  de  fangue  6c  os 
fluxos  ou  purgaçoens  das  molheres  algums  af- 
jfegurao  ter  curado  feridas  nos  inteftinos  meu* 
dos  6c  vcfciga  por  meyo  do  fumo  deita  herva* 


M*MW 


£gmüi.ikfeà»  -  IrS  mm£r*  -  >jí? 


Liv.  I.  Div.  II.  dos  Juncos  e  dc  Çmt  E  rpccics.  i  y 


ÍQUISETUM  III. 

JVÍatthioVn 

Cauda  equina ,  fc- 
liis  mtditrn  nu 
rnofnm. 

Port.  Pequena 
Cavatina . 


D  E  SC  RI  P.  A  j.  Cavalina  cem  ramos  ou 
afteas  fem  folhas  no  principio  que  he  em  mar¬ 
ço  nace  a  modo  de  efpargos  pretos  >  íua  rais  he 
pretta  ,  lignofa  ,  fem  gofto. 

LUGAR.  Nace  como  as  outras  efpecies  em 
lugares  aquáticos. 

V  I  R  T  U  D.  O  Equifetum  que  os  Gregos 
chamaõ  hyppuris  coíido  em  panela  de  barro  que 
nao  tenha  fervido  ,  &  que  efteja  cheya  ,  ate 
gaíiarfe  a  terça  parte,  comfume  o  baço,  con¬ 
forme  aigums  autores  affirmaÕ  ,  muytos  corre¬ 
dores  &  lacayos  temaõ  tres  dias  confecutivos 
5?.  onças  deite  cofimento  tem  virtude  muyto 
adílringente  ,  o  fuco  detido  no  naris  para  o 
fluxo  do  fangue  >  conftipa  o  ventre. 


i  , 


A 


li  | 


V.  ' 


EQUISETUM  IV. 
Aíattkioiu 

Vva  mar  I  na 
major  5  /ive 

Poiigomm 
b  ac  cif  cr  um 
rnariiimiun 
mi  nus , 


D  ES  CR  IP.  A  4.  Cavalina  crece  de  altura 
de  lí  um  homem  como  a  Gieíta  tem  o  pe  da 
gioiTuia  do  braílo  ,  os  truncos  faõ  denegridos 
cheyos  de  juncos  ou  varas  de  comprimento  de 
hum  ou  mais ,  cheyas  de  nos }  com  algumas 
flores ,  fem  folhas. 

LUGAR.  Crece  nos  lugares  maritimos  3 
por  íílo  lobel  a  chama  uva  marina. 

V  I  R  T  U  D.  Quafi  que  tem  as  virtudes  das 
precedentes  por  fua  adftricçam  ,  he  mais  deter- 
hva  &  e  mais  propiia  para  provocar  a  ourina  , 
naõ  havendo  índicaçam  de  hayer  chaga  nos 
rans  ou  na  Ycííiga, 


£  f 


fâA  &&  ê?4t  %¥> 3-  ~<P  •fcfcS  Ç-^3-  tfà  $**• 

DIVISAM  TERCEIRA. 

JTz-f  Canas  &  ds  ah  urnas  C Lm  tas  com  cilas 

c_> 

que  tem  ftmeil.inça  cotno  o  iC.pyrus 
&  a  pha , 

C  ALAMUS  i?>, 

*ÍVÍnÍ| 


Aromaticus. 

A  R  U  N  D  O 

odorata. 

I 

Port.  Calamo 
aromático. 

Franç.  Efp.  Ital. 

idern. 


wm 

'm? 

\  yj* 


D  E  S  C  R I  P.  O  calamo  aromacico  he  íimi[- 
hanteaos  outros  Juncos  &:  canas  ;  luas  raifes 
lac  de  cor  denegrida  a  mais  recente  8c  que  que¬ 
bra  lem  eftalos  hc  a  melhor  &  a  mais  cheiroía. 

LUGAR.  Crece  em  certos  lugares  marifcos 
que  no  veram  fecaÕ  junto  ao  monte  Líbano. 

V  I  R  T  U  D.  Em  bebida  fas  ourinar ,  8c  co¬ 
zida  com  femente  de  (alfa  ,  o  coíimento  bebido 
he  bom  para  os  hydropigos  ,  a  os  achaques  dos 
reins  >  aos  que  naõ  pode  ourinar  que  as  gotas 
para  as  quebraduras  ,  bebida  ou  aplicada  cm 
peíEario  provoca  os  mezes  >  ocoíimenro  he  bom 
para  defumar  as  molheres  &  para  ajudas.  A  rais 

em  pó  em  eleâuario  he  fingular  para  os  para¬ 
líticos, 


|  \ 

<  » 

ti  Historia  bas  Planta  $  j 


ARUNDO 

Indica  iaccha- 
rifcra. 

PoiT.  C<rȇ  c/o 

fucar . 

Franç.  Ccime  A 
5«cro  CF  2?c- 
jfcz»  /«crê. 


D  E  S  C  R I  P.  Eíta  cana  naõ  he  muyto  diffe- 
rente  da  connia  no  exterior  ,  mas  no  interior 
tem  miolo  dentro  na  cana  de  cujo  íuco  le  fas  o 
aílucar. 

LUGAR.  He  comua  nos  braíis  >  nas  ín¬ 
dias  e  ilhas  Ocidentaes,  Canarias  Sc  Madeira, 
VIRTUD.  He  hum  fal  doce  bechico  bom 
para  o  peito ,  coníerva  os  frutos  Sc  luccos  que 
com  cl  le  fe  confeitaõ  >  como  Coníervas ,  Xa¬ 
ropes  ,  Eleótuarios  ôcc,  taõbem  ferve  na  coíinha 
Sc  igoarias. 


4 


/ 


PAPYRUS. 


Porr.  Papel  erva . 
Franç.  Papier. 


Ical.  Papiro . 


DESCRIP.  He  huma  planta  finulhante  a  o 
1  Cipero  ou  Junça.  Suas  afteas  faô  como  as  dos 
juncos,  triangulares direitas ,  cheyas  ,  poli¬ 
das  cheyas  de  molo,  altas  de  3 .  ou  quatro  pal¬ 
mos  j  as  folhas  que  eftao  no  pe  íe  parecem  com 
as  d’albafor  ou  de  efparganium  ,  as  flores  re- 
prefentaÕ  huma  popa  de  cabelos  a  o  redor  &c  no 
raeyo  filamentos. 

LU  GAR.  Crefce  no  Egipto ,  Pena  dis  que 
o  vio  em  hum  jardinem  Piza  de  que  tomou  a 
delcripçam  &  figura. 

VIRTUD.  He  idônea  para  fafer  abrir  as 
fiftulas  s  ligafe  com  hua  linha  de  pois  de  o  a  ver 
molhado  ,  de  pois  fe  deixa  fecar  5  fendo  aflim 
|  pofto  feco  dentro  na  fiftola  enchafe  de  humeda- 
de  e  afiim  abre  a  fiftola  ,  acinfa  íerve  para  aper¬ 
tar  as  chagas  corrofivas  principamente  as  da 
hoca ,  mas  a  cinfa  da  carta  queimada  he  para 
iffo  mais  efficas  s  certamente  opapyrus  eftando 
fceo  he  de  muyto  uzo. 


f;  • 


IV. 

I  s 

I 


i  í 


. 

■  -  ■  *  "■  ' V‘>í:  >’} 


14  Historia  das  P 

T  Y  P  H  A. 


Fort.  Hcrva  tabua. 

Fr.  Majfe. 

Ital.  Aíaz.z.a  for  da. 

Efp.  Bohorâo  y  jun¬ 
co  arnoco  ruçado. 

All.  Moísholben  ou 
Narrencdbcn. 


t  ANTAS, 


D  E  S  C  R  I  P.  Tem  as  folhas  íimilhantes  as 
cie  Cypero  :  lua  aftea  he  branca  ,  unida  ,  maífia, 
produs  em  cima  huma  flor  eípeça  que  abraça  a 
aftea  a  qual  ie  forma  em  pelotas  ;  que  algums 
chamaon  Panniculte. 

LUGAR.  Achaon  fe  em  alasjuas. 

Cu 

V  I  R  T  U  D.  A  flor  deíTa  herva  encorpora- 
da  com  axungia  dc  porco  lavada ,  heboa  contra 
quemaduras  ,  fas  vir  lurdos  aos  que  lhes  entra 
pellos  ovidos,  affogaos  que  a  quizerem  engulir, 
mata  os  ratos  ,  fas  fe  almofadinhas  para  aplicar 
contra  o  nimio  calor  dos  reins. 


illl:  m 


Llv.  I.  Di  y.  IV.  dos  trigos  o  de  fitas  Efpec.  z  y 

êm  W&  è$6  (tm  ***  e&* 

DIVISAM  Q_U  A  R  T  A 

Das  [ementes  que  fervem  para  fe  nutr  ir  como 
fao  diverfas  efpecies  de  Trigos  ,  Senteyo  , 
Cevada  ,  Aveya  ,  Arros  ,  A-filhos  ,  Pa- 

f  i 

tuz.0  frigo  índio  ou  Sai  aceno  3  Gerçelin  , 

tRÍTlCUM. 

Porr,  Efp.  Trigo . 

Pr.  Froment . 

Itah  Grano* 

Áll.  ZJveitzien  ou 
ZJveitz.enkorn. 

QJJ  A  L  I  D.  cjuenr* 

«o.  i.giao. 


r^rPr  I^astcgado  &  aplu 

Cadofobre  as,  mordeduras  de  cans^Danados  cm- 

mcfrao?«?Srcof?,erri,a  5  ° 

confolidar  &  as  r  ai  7$  T***  ^  T  »>ara  05 
fernchaí  o  fomSt  f "S  f;1S  (le* 

wzaie  no  vef  ic  ro  mu-vt0 

'““Citouos  com  as  canuridas. 


v 


Ti/tf.  /. 


i6  Historiadas  Plantas, 


Z  E  A  , 

zcl  Âdor. 

C 7  Far. 

Fort.  Efp.  Efcíti.U, 
E jcãndia,  E [peita 

Fr.  Efpeauire. 

Irai.  Spelto. 

AU.  Spíltze  i  ou 
Dir.ktlkoyx. 


ESPEC.  Ha  dc  duas  cartas  huma  que  naÕ 
Km  mais  que  hum  grao  em  hum  catulo  éc  o  ucio 

tem  dois.  ... 

DESCRIP.  He  quan  fimilhante  a  o  trigo-, 

mas  fu  as  arteas  faõ  mais  delgadas  &_as  eípigas 

mais  chatas  ,  deitando  íoment  giaos  de.  duas 

bandas  e  paia  cima  barbas  muyto  delgadas  Sc 

compridas.  , 

i  T  r  r.  A  R  Semea  fe  pcüos  campos ,  he 


Comü  em  Italia. 

VIRTUD.  He  defecante  ;  he  entre  o  cago 
e  a  cevada ;  mas  nutre  menos.  O  Pao  cjue  dc 
le  fe  fas  he  muyto  leve  ,  de  bom  gofto  ,  mas  de 
difficil  digertam  ,  cura  a  lepra  &  íarne  aplicada 
cm  cataplafma  colida  em  vinagre.  Seu  cofimea- 
to  he  dheas  na  dyfeateria  em  ajudas. 


Li^v.  I.  Bnr.  IV.  des  Trigos  e  dc  fwts  "Efpcdei .  z 


HO  RD  EU  M. 

forr.  Efp.  Cevada. 

Franç.  Orge. 

Ital.  Orz.0, 

All.  Gerfiea, 

QUALID.  frís 
C  í*eco  no  i .  grao„ 


D  E  S  C  R I P.  Suas  folhas  faõ  mais  largar 
í-udas  &  brancas  do  que  as  do  trigo  j  fuas  aftcas 


mais  frangiveis  :  a  o  caíulo  de  ícus  <rraõs 


nac 


he  facil  a  tirar  ,  fas  huma  ponta-  cm  hun 

•cabo  &  he  branco  cot  da  palha  ;  o  melhor  he  , 
mais  pefado. 

v  ÍÍG  A  <^-ier  *"c  cm  boas  tcrra'  &  feca?. 
V  1  R  T  U  D.  He  hum  pouco  abfteríi  o  A  pti 

>8ana  e  cevada  hc  bom  fuftento  he  própria  na1 

•doenças  agudas  &  biliofas  :  fas  criar  muyto  lei 

Je  >  [ob‘e  cud°  &  lhe  mcfturarem  femente  d< 
srunchothe  boa  para  os  Heftigos  &  Phtificos  por 
q«e  nutre  e  hc  facil  a  digcítam  &  naõ  hc  caÕ  ven 
toia  como  algums  lhe  levantaraõ.  O  Paõ  dc 

*fc„a.  hc  pczaí°  a  °  cftomago  ,  &  geia  humo- 
s  gioceiros  ,  fas  o  mefmo  effcito  que  o  fen- 

llas  apoftemas  ,  &  cofido.  etjr  vinagre  aplf. 
X4do  em  caraplaíina  cura  a  coceira.  ‘ 


D  E  S  C  Pv  I  P.  De  hua  rais  falie  muras  vefes 
7.alteas  ,  compridas  ,  delgadas  com" nos  ,  ciece 
taõ  alta  como  o  trigo  >  ftias  efpigas  tem  menos 
barbas  ou  mais  curtasquando  eíta  grado  ,  as 
espigas  baixaõ  ,  o  grao  he  comprido  maigro, 

conhecido  de  tudo  mundo,  . 

LUGAR.  Sequer  mais  nos  lugares  mos  Sc 

bom  terreno.  i 

V  I  R  T  U  D.  Rezolve  ,  aquenta  mais  dor 

ouco  tiigo  fua  farinha  ou  o  leu  paõ  apúcado 

fobre  a  cafbeça  entre  dois  panos  com  hum  pouco 

dcviua-rccuraador.de  cabeça  inveterada  .  o 

paõ  he  vifcoío  ,  opilariv.o  ^indigdto  ,  fas  mao 

cito  mago  aos  que  travalhao  pouço.uomido  com 

os  farelos  mata  as  lumbngas,  laxa  o  venue  , 

mcíturado  moalmente  com  o  trigo  fas  hum  pam 

'  d t  íeve  & de  bom  goíto  fe  conlerva  mais  tem- 

1 '”o“o  I-».  fe»  *  ■* 

bo r  para  as  apo^mas  do  que  do  trigo. 


mmMZi 


•  ... ;  ,(  .  w  ....  ...  .  >  .  . ;  •  V'  ;•  v- VU 


Liv.  I.  D  i  v.  IV .  dos  Trigos  e  de  [uas  Efpecies.  1 9 


A  V  E  N  A. 


Fort.  Efp.  Avena 
6c  Ave  a. 


Franç.  Avoine.  ' 

Irai,  Avena  5  o 
Bi  ado. 

Aliem.  Huhern. 


DESCRI  P.  A  Avea  tem  fuas  afteas  repar¬ 
tidas  em  vários  nos,  fua  herva  fc  parece  com  a 
do  trigo,  fua  efpiga  hecomo  íe  ve  a  femente  Lc 
delgada  comprida. 

LU  GA  R.  Semea  fe  em  lugares  frios  £:  hu- 
medos. 

V  I  R  T  U  D.  Tem  parte  das  virtudes  da  ce¬ 
vada  ;  por  que  aplicada  deíTeca  levemente, 
limpa  de  fua  cafca  &c  pifada  ferve  dc  alimcnr© 
como  o  anos  ;  esquenta  os  cavalos  que  a  corneai 
com  a  caíca.  As  papas  ou  forda  que  íe  fas  dc  fua 
faunha  conftipa  o  ventre  c  .  < ■ . rc  mediocrementc. 
A  farinha  he  boamplicada  na  enflamaçam  dos 
membros ,  eítando  coíida  cm  vinho  tira  as 
iiodoas  do  corpo,  ' 


v  -W-MÀ 


wsmm 


• 


(  'M 


ç  9  Historia  das  Plantas, 


BROMU5. 
Ayciu  Sylv, 


Fort.  yiveA  brava. 


Franç.  Azoine  , 

J/iHVAge. 


DESCRI  P.  A  Avea  brava  he  femelhanta 
<à  berra  da  domeftica  cxepto  que  fua  fementfc 

ht  mayor  &  mais  negra. 

LUGAR.  Procede  do  trigo  vas  vezes  da  ce¬ 
vada  degenerados  por  caufa  de  muyta  hüme- 
dade. 

V  I  R  T  U  D.  Cofida  em  agoa  ate  gaftarfe  a 
metade  deite  coíimcnto  com  outro  tanto  de  mel 
reduzido  outra  ves  em  feu  punto  >  ferve  aplica¬ 
do  com  paninhos  contra  as  chagas  &  fedor  do 
naris  ;  algums  lhe  meíturao  azebre  :  cqíida  em 
vinho  com  flores  cTerofas  he  contia  o  fedor 
boca. 


\ 


i  .  , 

m  -  ,  •» 

1  Lit.  I.  Div.  IV.dosT  igos  &  de  fttas  Ejpecies.  31 


O  R  Y  Z  A, 

•  ;  _ 

H  V 

Fort.  Efp.  Anos, 

leal.  Rifo. 

* 

Franç.  Rlz. 

nv  * . 

Alkm.Ràfs. 

\ 


D  E  S  C  R  I  P.  O  Arros  tem  as  folhas  com# 
as  canas  efpeíTa  como  a  dos  alhos  porros  ,  fuas 
efpigas  produzem  graos  deíigoalmeiue  de  banda 
e  outra. 

LUGAR.  O  melhor  vem.  do  Egipto,  ve- 
iieza&e.fe  cuftuma  femear  em  lugares  humedos. 

V  I  R  T  U  D.  He  hum  pouco  adílringente. , 
Ire  bom  alimento  ,  facil  a  o  coíimento  do  cfto- 
nrago  i  coíido  em  leite  de  vaca  ou  em  caldo  got- 
dohebompãraa  diarrhea  ,  principalmentc  íc 
primeiro  fe  eíUnguio  no  leite  íexos  ardentes. 
Prefumc  fc  que  gera  muyta  fperma  fua  farinha 
ferve  em  cataplafmas  rcpulíivas  empede  a  enfla- 
maçaõ  dos  peitos  no  principio. 


3i  Historia  das  Plantas, 


FRUMENTUM  %  M 

InJicum ,  [cu 

«/ 

Turcicum. 

Porr.  MUho  pcffc^- 

•cr  -T-  •  i  . 

hl  p.  /  igr,  da  índia 
Irai.  Erowtn.o 
Indhino. 

F  rarç.  Eli  d  de 
Ti.rcjt4ie>  ou gros 
mil. 

AU .  írídUmfcb  otl 

Tm  kJfch-Korn , 
QUALID.  He  mais 
quente  e  viícoío  do 


que  o  trigo. 

E  S  P  È  C.  Algíím  tem  as  efpigas  amarelas  , 
outro  fobre  vermelho  ,  3c  outro  brancas. 

DESCRIP.  O  milho  grofíb  he  taon  Con¬ 
hecido  nefte  reino  que  he  eícufada  a  defcripçam„ 

VI  RTUD.  O  paõ  do  milho  groíío  3c  os 
mais  comeres  que  dei le  le  fas  he  pefado  a  o  cílo- 
nago  por  iífo  os  que  padecem  obPnuçoe#  fe  de¬ 
vem  abfter  deífe  alimento.  A  farinha  he  exelentq 
jnara  os  cataplaímas  maturativos.  As  folhas  ver- 
áes  íao  boas  as  inflamações  oc  erifipelas. 


Liv.  I.  Div.  IV.  dos  Trgos  e  de  fuás  efpecies.  ",  5 


MILIUM 


Port.  Mdho  metido 

Eip.  Adejo,  Mieyo. 

Fianç.  Mil, 
MilUt. 

Ital.  Adigl  lo. 

All.  Hirfe.  ■ 

QUAL.  fu  10  a  o  i . 
gtao  feco  a  o  3 .  gr  ao 


D  E  S  C  R  I  P.  O  milho  meudo  hc  ram  con¬ 
hecido  nefte  Reino  que  parece  dcufaJa  a  de- 
feripeam. 

LUGAR.  Quer  fe  em  terras  gordas  hu- 
medas.  ■ 

v  I  RTU  D.  O  Pao  de  milho  meudo  mure 
íTUtyto  menos  do  que  dos  outros;  cofido  em  leite 
aperta  o  ventre  &  provoca  a  ourina.  I  le  iingu  ar 
aíiaao  aplicado  quçnte  cm  fomtnraçam  ,  quan¬ 
do  fe  requer  defecar  íem  mordicacam  ,  & 'para 
expulfau  d  atos  que  cauíaõ  pontadas  ;  fobre  tudo 
fe  íe  lhe  meítura  íal.  Os  medicamentos  &  tam- 
beni  a  carne  freíca  fc  coníerva  mais  tempo  cm 
miiho  do  que  em  outra  qualque  parte.  Saudo 
Amoiozio  rafia  hum  coíuncnto  que  mcíiurado 
com  vinho  oranco  bebidp  bem  quente  cu:  a  va  as 
temes  terçans ,  pellas  ou  tinas  &  iuo.es  O  iha 
a  íede. 


B  v 


- 


3+  Histcria  das  Plantas, 

MIL1UM  ^  w* 
Indicu  m. 


Franç.  Mil! a 
a  In  de. 


Ital.  Sorgo. 


D  E  S  C  R I  P.  Hitma  fo  rais  fibtofa  produs 
va-ias  aftcas  ,  no  Joias  ,  efpefías  ,  fortes  com 
miolo  branco  &  que  crecem  cic  altura  de  hum  a 
peílou  ,  tem  na  cima  huma  popa  de  altura  de 
hum  palmo  onde  efta  a  (emente  cjue  le  parece 
tom  a  lentilhaTmm  pouco  comprida  as  vezes 

"branca  ,  ofeura  ,  ou  negra.  _  # 

LUGAR.  Daíe  em  Italia  >  Elpanha  6c  eni 


terras  quentes. 

V  I  RT  U  D.  Em  Tofcana  a  leniente  íeive 
fnais  para  os  pombos  do  que  para  os  homes. 
Tira  fe  o  miolo  de  tres  o  quatro  aftcas  delre 
jniiho  ,  queima  fe  juntamente  com  humaefpon- 
ffia  nova  enteira  Sc  vermelha.  Redus  fe  tudo 
ctnpó ,  ajutandolhe  dofe  graõs  de  pimenta  ne- 
rra  ;  felhe  meftura  huma  onça  de  farinha  de 
tiirro  ,  forma  fe  hum  bolo  ,  mefturandolhe  hum 
ovS  frefeo  o  qual  fe  deve  cofer  fobre  cinzas.  Di¬ 
vidir  fc  ha  em  feis  partes  para  fedara  comer  em 
Teium  a  quero  teru  alporcas  hum  dia  fim  &  outro 
naõ  no  núrnguanie  das  luas.  Mathiolo  aílcguM 
queíHuy  tos  íararaõ  co»  efte  reruedlo.  ^ 


Li  v.  I.  Di  v.  IV.  dos  Trigos  e  de  fitas  Efiecies  3  J 


PANICUM. 


gfe 


Fort.  Efp.  Panifo. 


Franç.  Panic. 


Irai.  Panlz  ,  o 
Pamzzo, 


All.  Vvel fiche  hlrfe , 
ou  Bftch-vveitzen. 


DESCRIP.  A  herva  fe  parece  com  o  milho 
meudo  a  efpiga  lie  diferente  por  que  alguma 
chega  a  hum  palmo  de  comprido  moy  to  íexado 
goarnecido  de  hum  engaço  cabeludo  com  muyta 
leniente. 

L  U  G  A  R.  Seinea  fe  em  campos  liumedos. 

V  IRTUD.  He  íimilhante  a  o  milho,  nutre 
pouco,  he  deíicativo  adftringente  &  retnge- 
rante.  Fas  fedellepam  que  he  efficas  para  os 
dyfentericos.  Poíto  que  eíTe  milho  mas  ferve 
para  paiíeros  do  que  para  gente. 


13  yj 


•  'Pz.?'  /•••  ' 


p<>  Historia  das  Planíaí, 


S  E  S  A  M  U  M. 
Püt  C.  Efp.  Iorgdhi , 

Al  a  gr  ía, 

Franç.  Siz.fi.mf, 
Içai,  Sifdmt. 


B.  Scfitmum  vetenm. 


D  l  S  C  R  I  P.  Suas  folhas  fao  vermelhas  a 
aflea íc  parece  .com  a  cio  milho  porem  mais 
gioíla  &  mais  alta  produs  em  cima  buas  cabeças 
como  as  do rmiJ eiras. 

L  V  G  A  R.  Sem  ca  íe  muyto  perto  de  Franc- 
fovt  Siasburgo  ta  nr  benr  nos  be  traíioo  cio 
biaíi!  deixa  eírcrüs  os  campos  em  que  a  íeinacx 

V  I  R  T  U  D.  Sua  (emente  be  uncuoía  &  gru- 
ntnta  S<  aífim  be  emoliente  como  tao  bem  o  íeu 
o:eo  be  nocivo  a  o  eftomago  (as  roim  baho  íe 
fica  algum  a  entre  os  dentes,  be  indigeílo , 
gera  hum  iucco  groifeito  ,  omcírno  que  a  a :  e  m 
as  comidas  muyto  gordas.  Apticaoo  em  cm- 
p!a(lo  rezo’ ve  os  enchaflbs  dos  nervos,  os  tu¬ 
mores  ,  concufoenS  &  enchaílos  peito  dos  ovidost 
he  boa  contra  queimaduras  &  a  conca  >  meítu- 
rada  com  unguento  rofado  be  boa  aplicada  na 
relha  conua  as  dores  de  cabeça  caufadas  pcll<p 


Liv.  I.  Dxv.  I y.  dos  Trigos  e  de  fuas  T fpecies.  3  7 

FR  UME NT  UM 

Sarraccuicnm. 

Porr.  Efp.  Trigo 
Jlícrlce. 

j 

Franç.  tile  d  no 

It.il.  SftffWA 

O  O 

fkrracino . 

AU.  Heidckcrn. 

QtJALID.  Medio- 
cremente  quente 
liumedo. 

D  E  S  C  R  I  P.  Suas  folhas  faõ  redondas  quan¬ 
do  nacem  ,  <5c  crecendo  fe  fafem  como  as  da 
hera  mais  mollcs  e  agudas.  Sua  aftea  he  fran¬ 
gi  na  ,  redonda,  voca  8c  vermelha  ,  da  altura  de 
dois  palmos.  Suas  flores  faõ  brancas  ,  abondan- 
tes, ,  de  que  nace  huma  fermente  negra  trian¬ 
gular  que  tem  a  farinha  branca. 

LU  G  A  R.  Semea  fe  em  todos  os  campos. 
VIRTUD.  Fas  ie  pam  8c  lordas  8c  outras 
igoarias  de  bom  goílo  8c  naon  faõ  mal  fadias  , 
iemente  bum  pouco  ventofa  ,  provoca  a  ourina, 
he  exellente  íuílcmo  para  galinhas  para  qiic 
Jpoem  muytos  ovos. 


3  $  Historia  das*  Plantas, 


PH  ALAR  IS 


Porr.  Alpiflnk. 

Ital.  Pbalaride. 

Franç.  Grame  de 
Cana]  ie . 


D  E  S  C  R  I  P.  Produs  muytas  afteas  peque¬ 
nas  de  altura  de  i.  palmos  delgadas  macias 
com  vários  nos.  Sua  íemente  lie  mais  branca  do 
ejue  milho  meudo  >  mais  comprida. 

LUGAR.  Semea  fe  em  Italia  etn  Malta  & 
nas  Ilhas  de  Camuia  he  pretta. 

V  I  R  T  U  D.  O  fumo  da  herva  bebido  ein 
vinho  ou  em  a 2:0 a  mitiga  as  doies  da  vefciea  : 
o  mefmo  Fas  a  (emente  bebida  em  agoa  *,  tao 
bem  bebida  cm  vinho,  ou  cm  agoa,  ou  cm 
vinagre  ,  ou  com  mel  ias  fahir  a  pedra  da  vefei- 
ga  ,  cura  os  mais  achaques  deíle  viícerio.  He 
própria  para  fuFtcntar  os  paíTeros  chamados 
Gana  rios. 


Liv.  I.  D  iv.  Y.  do  Gmnm  e  de  fnas  Efpecin.  J  $ 


*m  *m  «s»  «e*  *»r  «&2  «€*  •&&* 


DIVISAM  Q_U  I  N  T  A. 


I  Do  Gamam  ou  Afphodellus  dr  outras  ervas , 
que  tem  as  ralfes  em  forma  de  dedos  como 
(fia  aqui  ,  ou  a  flor  em  forma  de  fceptro  a 
como  o  PhaUnghtrn. 


HASTULA 

Regia. 
Afphodelkis. 
Port.  Efp.  Gamam. 
Franç.  Aphroâilies 
ou  Ache  Royal. 
Ital.  A] ffodilloy  cen¬ 
to  capi. 

AU.  Affodil  >  ou 
Gddvvnrtz. 

QUALID.  quen¬ 
te  e  feca* 


DESCRIP.  Sua  aftea  he  de  altura  de  hum 
ate  dois  palmos  urvida  fem  nos.  Suas  flores  fao 
brancas ,  algumas  vefes  amarelas  ,  de  quç  na- 
cem  pequenas  pérolas  redondas  &:  verdes ,  em 
que  a  fenienteíe  acha  >  negra  &  triangular.  Fio- 
rece  como  a  cebola  albarram  florccendo  primei¬ 
ro  para  baixo  da  eípiga. 

LUGAR.  Nace  cm  boms  terratorios. 

VIRTUD.  Suas  raifes  faõ  deteríivas  ,  irc- 
ciflvas  aperitivas  ,  idôneas  para  provocar  a 
©urina  &  os  jflfceuíUuos  >  refiíta  a  o  veneno. 


4°  Historia  das  Plantas, 


PHALANGIUM 


Port.  Can.ivora. 


Ital.  Pbalanç:o. 

L> 


DESCRIP.  Produs  tres  ou  quatro  afleas 
fu  a  flor  he branca  corr.o  a  de  aflucenas,  poriífo 
taõbem  a  chamaõ  liliago  por  cordus.  Sua  k- 
mente  he  negra  ,  chata  como  lamilhas  ,  mais 
muyto  mais  delgada.  A  rais  he  meuda  &  verde 
recentemente  tirada  da  terra, mas  quando  he  ar¬ 
rancada  cm  breve  tempo  Jeemcolhe  emíi. Dentro 
Das  caícas  em  que  cfta  íua  femente  fe  Ihsve  a 
figura  de  huma  aranha  chamada  Phalange  don¬ 
de  tomou  o  nome,  ou  taõ  bem  por  que  Lc  efucãs 

para  mordidelas  delia. 

LUGAR.  Nafce  em  outeiros  &  montes. 

V  í  R  T  U  D.  He  compofto  dc  partes  íubtis, 
At  he  cleíica.ivo.  Suas  iodras  ,  íua  femente  ,  & 
firas  flores  bebidas  em  vinho  fervem  a  os  que 
eftaõ  feridos  de  alacraos  &  dc  aranhas  chama¬ 
das  phaianges  taõ  bem' he  contra  as  dores  dos 


Liv. 


I.  D iv.  VI.  dos  Lírios  c  de  fuxs  TÍp-eciís.  41 

DIVISAM  SE  X  T  A. 


Dos  Lirics  &  das  outras  Plantas  que  tem  fu  as  f-  bas 
de  fatio  de  facas  cfy  folhas  de  Eípada  agudas  &  as 
raifesmb  bulbofas,  tstèscomo  as  Efcsn  s  de  I.trso 
de  Acoro,  a  Galanga  ,  n  Glr.gbrc,  a  Zedoari.t  ,  o 
Cofto,  0  Curcuma  au  Gingibrc  de  dourar. 


X  Y  R  I  S. 

Spatula  foetida, 

Port.  Llrlo  Syl- 
vejlre. 

Efp.  Llrlo  fpa- 
danai. 

Franç.  Glayeufjau- 
vage  Puant. 

A 11.  Vvanâlenfe. 


D  E  S  C  R  I  P.  Tem  as  iolhas  como  o  Iriio 
roxon  mais  largas  &  mais  agudas.  Produs  no 
meyo  huma  aldea  ballante  grolla  de  altura  de 
palmo;  &  em  cima  liuás  lenientes  brancas  fe- 
melhantes  a  ervilhas  meudas  dentro  de  luunas 
cafeas  triangulares  •,  primeirio  pvxcedcm  luunas 
flores  vermelhas  alaranjadas.  Suas  iolhas  fe¬ 
dem,  luas  raifes  fao  delgadas ,  &  entrecortadas. 

LUG.Crcceem  lugares  abrigados  &  humedos. 

VIRT.  Sua  rais  Sc  leniente,  laõ  purgativas  , 
aperitivas, idôneas  nas  convulfoens,  para  os  reu- 
ma  ti  finos  ,  obftruçocns  hydropiíia,  bebido  o  leu 
coime nto.  Taõbem  ferve  exterionnence  para 
digirir ,  incidir ,  atenuar  &  rczolver.  Etimcbl 
Xyris  porque  fe  parece  com  o  Lírio  ou  ir  is. 


%  41  Historia  das  Plantas, 


Gluyettl . 

Ital.  Ir  ide ,  G/tf- 


All.  Lillen. 

011  Scbouvertel. 


QUAL.  quen¬ 
te  e  íeco  2.  gr. 


D  E  S  C  R  I  P.  Tem  as  folhas  como  cfpadas 
agudas  íua  aftea  hc  lifa,  redonda  ,  &  com  no,  no 
cabo  em  cima  tem  flores  roxas  com  meftura  dê 


outras  cores  donde  tira  o  nome  d’Iris  ou  arco 


davelha  ;  caindo  lhe  a  flor  lhe  fica  humas  cabe- 
cas  pequenas  em  que  1c  acha  femente  femelhan- 
te  a  o  jorgelin  j  íua  rais  he  alvadia  ,  folida  no- 
dofa  com  quantidade  de  filamento  cheirofos  , 
amargofos  &  mordicames  a  o  gofto  aífim  como 
o  rcfto  da  rais. 

LUGAR.  Acha  fe  em  todos  os  jardins  ,  o 
melhor  hc  o  de  florença. 

V  I  R  T  U  D.  A  rais  hc  boa  contra  a  toíTc  , 
refolve,  fubtiliza  os  humores  groíTos  que  fe  nao 
podem  efearrar.  Tomada  a  o  pefo  de  fete 
oitavas  purga  as  agoas  dos  hydropigos  &  as 
groíTas  phlegmas  he  de  infinitos  uzos  >  mas 
quando  hc  para  achaques  do  peito  o  íris  floren- 
tina  que  faõ  humas ,  raifes  brancas ,  compac* 
tas  de  bom  cheiro  a  flor  de  violas ,  efia  fe  cha¬ 
ma  Lis  alba>U7dis  Llyrica,  em  Port.  Lido 
florentino. 


Liv.  I.  D iv.  Ví.  dos  Trigos  e  dc  fuas  E [pedes .  43 


I  R  I  S  Sylveftris 
major, 

íris  noftras. 
íris  vulgaris. 

Fort.  Lirio  roxo. 

Franç.  G lajeai 

f auv  age. 

Ital.  Lide  ÇáU 
vatica. 


D  E  S  C  R I  P.  Ha  duas  efpecies  o  grande  &  o 
pequeno  tem  as  folhas ,  a  aítea  ,  &  rais  como  o 
comeftico  com  a  diíferencia  de  fer  mais  aí  pero 
£c  mais  pequeno. 

LUGAR.  Nafce  em  outeiros  &  lugares  dc 
pedras. 

V  1  R  T  U  D.  Tem  mais  força  para  aquen¬ 
tar  &  defecar  que  o  domeíticoj  &  tem  as  mef- 
mas  virtudes  com  mais  efficacia.  He  das  flórea 
deite  que  fc  fas  o  oleum  Irinum  que  he  exeleatç 
para  enchaçoens  dos  peitos  &  dos  tçlUculos, 


44  Historia  das  Plantas, 


íris 

Silveíhis 

niinor. 


foir.  Lírio  roso 
bravio. 


t 

Q_U  AL  I  D. 

quente  &c  faca  a  o 
1.  grao. 


DESCRIP.  Tem  as  folhas  mais  compri¬ 
das  do  que  os  outros  as  raifes  mais  meudas  hum 
pouco  amarelas  ladrando  pella  terra  como  a 
grama  ,  as  flores  mais  pequenas  ,  purpurinas 
com  rifcas  amarelas ;  nafee  nos  montes  &  outei¬ 
ros  &  prados, 

V  1  R  T  U  D,  Tem  as  mefmas  virtudes  com 
menos  efficacic.  • 


« 


Lrv.  I.  Div.  Yí.  dos  Ltrios  e  dsfn-ís L^pcclci.  45 

Calamus  verusfeti  atum hs. 

A  C  O.RUM 
Calamus  Aics- 
nuticus, 

Port.  Calamo 
aromático. 

Aliem,  Kdtns. 

Q_U  A  L  I  D, 

quente  c  Teco  a  o 
j.grao. 

D  ESC  RIP.  Ô  Acorum  tem  as  folhas  fimil- 
hantes  a  os  lirios  ,  porem  mais  compridas  &: 
eíheitas  mais  chciroías  &  picantes  a  o  gofto, 
lua  rais  cheyas  de  nos  &  filamentos. 

LU  G  AR,  Nafce  naColchida,  na  Galaria, 
&  na  Ponte  *  nos  he  trafiJo  de  Levante  o  melhoL* 
he  o  mais  recente. 

VIRTUD.  He  eftoma  cal.  Sua  rais  lic 
quente  ,  o  cofimenco  hebide  provoca  a  ourina  , 
bom  para  os  que  naon  podem  ourinar  ícnaõ  gota 
a  gota  ,  para  pontadas  da  ilharga  ,  do  peito 
para  o  ligado  ,  dores  de  ventre  ,  quebraduras  , 
convulfones  Sc  para  desfumar  as  molhcrcs :  ler- 
ve  em  tudos  os  antídotos  ,  cofida  em  vinho  he 
cíRcas  para  dezenchar  os  tefticulos  ,  moida  & 
aplicada  em  cima  ;  o  cofimento  cura  rodas  as 
durefas  Sc  apoítenus. 


I 


m 


4  '  Historia  das  P  l  a  n  t  a  g  j 

ACORUM  FAL- 
SUM  &  Gla- 
diolas  Lutcus. 

Port.  Lírio  amánlo 
acjíiaticO)Q u  cnLu 
7 no  fnhftituto  do 
dcoro  vero « 


D  E  S  C  R  I  P.  Tem  as  folhas  mais  compri¬ 
das  do  que  o  1  ivio  3c  mais  eftrcitas  efpeítas  no 
meyo  como  a  folha  de  huma  efpada,  íuas  afteas 
faõ  lillas  ,  rodondas  ocas  de  altura  de  dois  pal¬ 
mos  ,  fuas  flores  amarelas  caídas  para  baixo  3c 
tres  reviradas  para  cima  ,  de  que  procede  hum  as 
favas  triangulares  cm  as  quaes  tem  fementes  ren- 
jadas  por  ordem  femelhantes  a  lentilhas  ,  as 
raifes  faõ  tortas  ,  compridas,  compartidas  poi: 
nos  de  goíto  adftringcnte. 

LUGAR.  Nafce  em  Lugares  alagadiços 
ou  aquaticos. 

VIRTU  D.  A  rais  he  fria  3c  deficativa  etn 
bebida  he  efficas  contra  as  indiípoíiçoens  do  ce* 
rebro  ;  paia  os  fluxos  de  o  uri  na  e  dos  menfhuos, 
fobre  tudo  o  fucco  ou  a  mefma  rais  dizem  que 
traílda  fas  q  raefmo  effcito. 


mf 


Stffífe  màM \  ~'-h '  ’-K;  '•>  ^  V  *. 1  :4v  À*  v~  J-H  \ 


SBBKflr  "  dmsfl 


HISTORIA 


DAS  PLANTAS. 


LIVRO  SEGUNDO. 


Das  Plantas  bulhojas  ,  Narcijfss,  sljfaf  an , 
Cebolas  ,  Sncenas  5  Satyrioens  ,  oh  Símil - 
hantcj. 


Divisam  í.  Dos  Hyacinthos  &  de  fuas 

Efpccics. 

B.  Iíis  Tuberofa. 

'  HER  M  O- 
DA  C  T  I  L  U  S. 


Port.  Ermo- 
daíliles. 


Franç.  Hemsdate 

vray. 


q^ualid. 

quente  8c  fecco 
no  princ.  do  2. 
grao. 


DESCRIP.  Ha  duas  efpecies  o  verdadeiro 
K  0  talío  -5  0  verdadeiro  tem  as  folhas  compri- 


i  :wm 

;  VJàtJ. 


VV’ ’M  ArG;  -V  A  J  f  ;#  TVj' 'j  ffHflrUrftnnitreaii/  ri ■  n  1 1  *$>1. 


ET  S  :M 


4*  Historia  das  Plantas,’ 

das  de  dois  palmos  ,  íimilhanres  as  dois  alhos 
poiios  ou  cia  haihila  Regia;  mas  as  que 
cAaõperio  a  rais  íaõ  nnivco  mais  eftreitas  Sc 
cu*  ras.  i  cui  4  afies  que  íahem  da  meíma  par¬ 
te  rcitas  como  dedos,  de  cor  amarela,  efeura, 
com  unhas  brancas  no  cabo  ,  fem  filamentos. 
Sua  aíteahe  meuda  ,  coberta  de  huma  membra¬ 
na  verdoenga  ,  tendo  humbota^  no  cabo  de  fei¬ 
tio  de  huma  pera.  Em  quanto  a  fior  Machiolo 
di,s  nao  auer  vi  fia. 

LUGAR.  Crefce  no  território  de  Conílan- 
tinopola  Sc  quafi  em  toda  a  Turquia. 

V  I  R  T  U  E>.  Tem  humedade  fu  per  flua  ,  fla- 
tulcnta  ,  Sc  que  provoca  a  vomito  por  ííTo  hc 
nociva  a  o  cftomago  principalmcnte  quando  he 
carregado  decícrementos  i  para  ilío  o  feu  cor¬ 
retivo  he  o  Zmgibre  ,  os  caminhos  ,  a  pimen¬ 
ta  lo  iga  ,  o  mencaftro  ,  Sc  eftatido  trochifcados 
com  Zingibre  &  com  fumo  de  rabaõs  ,  Sc  de 
ceo o’a  albarram  ,  afiada  purga  melhor  Sc  com 
mais  promptidaõ  Sc  evacua  as  grofias  fieimas 
pi  incipalmcme  das  jiinturas ,  na  femente  to¬ 
mando  o  por  dentro  mas  taõ  bem  aplicado  por 
fora  em  cataplaíma  com  gemas  de  ovos  Sc  farin¬ 
ha  de  cevada  ou  com  miolo  de  pam.  Engorda  , 
acreccnta  o  íperma  ;  coníuma  «Sc  mundifica  a 
carne  podie  das  chagas. 


1 


, 

v*  '  \  V  \  '*-ij  '  ò'  :‘x  '  \C'  :  "V,  '  •' 

«—■■■■■■  r^BÍukS*S8SàK>«i*. ,\.iu  .tà  r 


LiV.IT.  D  i  r.  I  dos  Hytcinthos  &  Efpecies.  4  9 


B.  Sifyrirtchinm  Iridi  buí  bofa  afine 


SISYRINCHIUM 

naajus,  coloris 

coerulei. 

Dsdon, 

Porr.  EfptcU  dt 

eebala. 

Híp.  Nsfclhat. 

Franç.  Ntifettes 
terreflres. 


VO 


■~‘V 


..  :. 


planta  he  bwlbofa  cTn 
•típanha  a  comem  deita  huma  tais  no  inverno  & 
outra  na  puma  reta  &  aílim  tem  duas  bulbas . 
ie  parece  como  hpacintho  ,  fuas  flores  faõ  azui» 
&  durão  pouco  ,  (ua  fementc  fe  parece  com  a 
«ios  rabaons  ,  redonda  ,  &  pequena. 

VlF<Tim‘cCiefcC  T ^°r5u°al  &  em CaíWa. 
V I K.  1  uD.Sua  rais  fendo  doce  &  boa  para  co» 

raer  parece  de  naturela  temperada  &  de  bon» 

h“m  pc?uco  veatofa  incitado  vcaus  ca». 
mo  íaícm  as  cubras  d*  terra  negras, 


Tomo  l, 


■ 


i 


50  Historia,  das  Plantas, 

ÍRIS  Butboía 
Latifolia  Clufii 

Porr.  Lírio  Efpd- 
danal. 


Franç.  Flambe 
bulbcufe. 

Ital ,  Iride,  Gigho 
az^urro. 

AH.  BUugllger, 

&  yehluunz.. 


DESCRir.  A  cfpadana  bulbofa  fas  hua 
aftea  de  aliava  de  palmo  emeyo  ,  &  folhas  cm 
baftante  numero  ,  compridas  direitas  ,  curva¬ 
das  tobrc  a  terra  ,  verdes  alvadias  por  baxo  , 
no  cabo  da  a  fica  tem  tres  flores  cheirofts  atuts 
íc  as  vefcs  brancas  comportas  de  pequenas  folhas 

da  figura  das  do  lírio  lilveftre  ,  íuarais  he  bul¬ 
bofa0,  branca,  doce  corno  avelanas,  coberta  de 

hurnas  cafcas  negras.  , 

LUGAR.  Crece  cm  rortugal8c  na  Anaa- 

lufia  em  outeiros, florece  em  Janeiro  &  ferreiro. 

ViRTU  D.  Todos  os  lirios  fao  cjuenrcs  o c 
oatenuantcs  ,  marte  gadas  faõ  boas.  contra  o 
bafo  roim  ,  mitigao  a  dor  dos  dentes  ,  laonma- 
turativas  ,  dcterüvas  ,  digeftivas  &  refolutivas, 
adocaon  .  defoprlaon  ,  purgaon  &  evacuaon i  por 
taxo.  O  furto  da  rais  purga  os  humores  bilio- 
fes  ,  a  flcima  &  serofidades. 


u 


Eiv.  II,  Drv.  I.  dos  Mytucintbo*  >  &c.  1 1 


GL ADIOLUS 

Enfis  j  Eníiculus 
9h  Segctalis. 


Porc.  Ejloque  ou 
j Efpadítna  bnibof*. 


Franç.  Glais  ou 
Gíyeul, 


Iul.  GUdialo. 


Ali»  Scknverul. 


DESCRI  P.  As  folhasfaon  como  as  da  efpa- 
aaoa  ,  mais  cidreiras  &  mais  curtas  &  acudas: 
Eia  altea.  he  dc  altura  dc  paimo  &  meyo  , 
chcya  dc  íucco :  íuas  flores  faon  encarnadas 
dn  polias  por  intervalo  ,  fímilhances  as  da  efpa- 
nada  ,  algum  pouco  mais  pequenas  &  de  hua 
Io  cor ,  lua  femente  he  rodonda.  Tem  duas  ra> 
ies  huma  íobre  ourra  ,  redonda  &  chata  >  ai, 
badias  ,  carnudas:  cftaon  cobertas  d  c  calca  ne¬ 
gra  vermelha  ,  como  a  do  alíafraõ. 

LUGAR.  Nace  com  o  trigo  florccc  ciç 
Março.  Ache  o  fim  de  Mayo. 

V  f  R  T  U  D.  A  parte  decima  da  rais  tem  hiju 
naa  virtude  atrativa  ,  digcíliva  ,  &  defficativa: 
tomada  em  vinho  promove  o  femen  &  em  a^oa 
cuia  as  quebraduras  dos  meninos  a  cafca  3pir 
íada  a  o  peíb  de  huma  oitava  em  viufja  hç  ad- 
m*.ave!  para  as  dote*  da  vefligo.. 


HYACINTHUS 

co  mofas. 


Porr.  Hyacinio 
Efp.  Aéjjos  flores. 
Irai.  Cipole  Ca- 
mne . 

Franç.  Hydclnthe  , 
ou  vaciet, 

All.  Mertz.enblon - 
men  ou  Hya- 
cinthen . 


DESCRI  P.  O  Hyacinto  erva  tem  as  fol¬ 
has  como  o  bulbus  oa  alho  agrefte  ;  fua  aftea 
he  de  altura  de  palmo ,  verde  ,  meuda  ,  lifa 
floLcce em  março  ,  no  mcyo  de  fua  aftea  deita 
humas  gadelhas  goarnecidas  de  flores  vermel- 
has  as  quaes  íe  inclinaon  para  baixo  &  ficas  mui¬ 
to  tempo  fem  naürchajfte. 

LUGAR.  Crece  nos  matos  abrigados  Sc 
nos  trigos  j  mas  os  que  nos  vem  de  Levante  faoa 
cultivados  nos  jardins. 

V  I  R  T  U  D.  Galeno  nos  alTegura  que  a  rais 
he  bulbofa  Sc  he  defficativa  a  o  primeiro  graõ  SC 
refrigerante  nofegundo  gia5  >  difem  que  aplica¬ 
da  empede  dc  nacer  cabelo  em  qualquer  parte. 


Liv.  II.  Div.  I.  dos  HyacinthoSj  5  3 

P.  Hyaçinthus  Rscemofus . 

BULBUS 

vomirorius. 

Matthioli. 

Hyacintluis. 

Botryoides. 

Porr.  Albofilvejl  re 
Franç.  Bulhe 
vomitif 
Ital.  Bnlbo  vo- 
rn'tor  io. 

Q_U  A  L  I  D. 

He  nuiyto  tjuente 

D  E  S  C  R  I  P  Tem  as  folhas  compridas 
macias  de  cor  verde  preta  fimilhantcs  as  do  alho 
a  calca  he negra  as  flores  faon  corno  às  dosHva 
cinchos  vulgares.  7 

LUGAR,  Na  ice  nos  outeiros  &  terras 
lavradas. 

VIRTUD.  Arais  hc  vomitiva,  feu  coíímento 
lic  bom  contra  dores  da  veíliga. 


54  Historia  das  Plantas, 

HYACINTHUS 


Orkntalis. 


Fort.  Hyacimo 


Dtif/uJUiQ)  jior. 


Franç.  Hy^tintc, 

f  raciet  y  flcnr 
de  Rorne. 


Ir  il.  Cifole  uvúnt 

Al!.  Hytcímhen. 


D  E  S  C  R  I  P,  Os  Hyacinthos  Orientaes  rem 
a  flor  como  as  fucenas  ;  fua  rais  hc  grofla,  bul¬ 
bo  fa  de  gufto  doce  glutinante,  tem  por  baixo 
quantidade  .de  raifes  meudas  ,  lizas  ,  redondas, 
fua  aftea  ícm  folhas  produs  quantidade  de  flores 
brancas  no  principio  íimilhantes  a  fucenas  pe¬ 
quenas  s  e liando  as  flores  abertas  faò  afuis  ou 
mcfturado  com  cor  branca  de  cheyro  muyco 
agradavel. 

LUGAR.  Nos  he  trafido  do  Oriente  ha  de 
yarias  efpecies  e  differentes  figuras. 

VIRTUD.  Seu  cheiro  nos  fas  conhecer 
que  hc  mais  quente*do  que  fria  Sc  fua  flor  tersa 
virtude  ele  confortar  o  çoraçaõ  Sc  o  cérebro* 


iP 


mmm 


Liv.  II.  Div. I.  dos  Hyacinthos  &c.  $ y 

BÜLBÜS 
Eriophorus 

Lanifcrus  , 

Clufti. 

Hermodaólylus 

Franç.  Porte 
Laine. 


DESCRI  P.  Ffta  planta  tem  as  folha? 
compridas ,  quafi  fimilhantes  as  dos  Hyacinthos, 
verdes ,  agudas  a  das  quaes  rompendo  as ,  fe 
tira  linhas  delgadas,  como  dc  fina  Holanda  : 
fua  aftea  he  de  Palmo  &  mcvo  de  alar  a,  direita 
como  as  da,,cebo!a  albarram  da  qual  fahe  huma 
elpiga  comprida  com  diftincçao  de  fileiras  ,  que 
de  verde  vh\do  afíorecer  as  flores  íc  fafem  azuis, 
cada  huma  comporta  de  leis  pequenas  flores  que 
formaõ  huma  ertrela  ,  fem  oior.  Começa  flore- 
cer  para  bayco  ,  como  a  mais  parte  das  outras 
biilbas.  Sua  rais  bulbola  he  comporta  de  varias 
laminas  brancas  revertidas  de  humas  películas 
como  teyas  de  aranhas. 

LUGAR.  Ha  varias  p^yiras  no  Jardi!  Real 
de  Moinpelier  &  om  FVídres  ,  no  Jardin  de 
Briançon. 

V  I  R  T  U  D.  A  rais  aplicada  fobre  as  diflo 
caçoés  he  efficas  primeira  para  as  conlolidar,  Sc 
as  flores  pifadasl  &  aplicadas  fobre  as  partes 
tortadas  por  lc  ter  chegado  no  inverno  a  o  fogo, 
lhe  remedia.  C  iiii 


■W*  ****  «w  «9»  ***»  *s*  gg 

DIVISAM  SEGUNDA. 

T>»s  S.irctffos  ou  Junqudles  >  Leucotum  bulbeus  ,  #« 
Tulipas  &  fimill  antes. 

B.  Nartijfus  ynagno  &  oblongo  tubo  ac  Cálice 

luteo  J^Tohus. 

NARCISSUS  [ 

Aí at  th  lo  U . 

Fort.  Jfinqttilhos. 

Franç.  Nardjfe 
ou  Campanete . 

Ital.  Nttnijfp 


QUA  L.  quente  & 
fccco  no.  i.  grao. 

DESCRI  P.  A  primeira  efpecie  tem  a  ce¬ 
bola  quaíi  redunda  com  muytas  fibras  ou  raifes 
*neudas  ,  tem  poucas  folhas  baftante  eftreitas  > 
tem  huma  aftea  fó  que  produs  tres  ou  quatro 
flores  ,  que  tem  feis  folhas  grandes  >  amarelas 
ou  brancas. 

LUGAR.  Se  acha  nos  jardins  florece  na 
prima  vera. 

VIRTUD.  A  rais  he  defecante  ,  gluti- 
nante  j  fe  fe  come  fas  vomitar  ,  aplicada  hc 
idônea  para  as  quebraduras ,  as  flores  detidas 
nuiyto  tempo  na  boca  faon  narcóticas  ,  he  con- 
lolidante  das  feridas ,  como  Clu^s  o  tem  eípe- 
irmanado. 


Liv.I.  Di  v.  II.  des  Udrcijfos  &  Efpecies.  57 


NARCISSUS 
Leucoíum  II. 
Âéatthioli. 


Pott.  Ndrcijfos  ou 


Franç.  Violier 


blanc,  bulbenx. 


D  E  S  C  R  I P.  Efte  fegundo  NarcilTb  He  Mar- 
thiolo  tem  quantidade  de  folhas  baílante  com¬ 
pridas  ,  dpelTas ,  tem  huma  fó  aflea  delgada  , 
na  cima  da  qual  de  huma  fo  parte  fahem  cinco 
ou  íeis  flores  muyto  fermofas  que  no  meyo 
tem  huma  coroa  cot  amarela ,  &  huma  cor 
muyto  lufida  ou  luflrofa. 

L  U  G  A  R.  se  acha  em  Italia  &  nos  paifes  de 
climas  quentes  ou  temperados. 

V  I  R  T  U  D.  A  rais  hc  digtfUYa,refo! ativa, 
confolidante. 


C  v 


5*  Historia  das  Plantas 

B.  Narrijfus  Maritimus . 


D  E  S  C  R  I  P.  Sua  cebola  tem  muytas  lanví- 
n as  de  que  a  efterior  he  denegrida.  Suas  raifes 
faõ  em  grande  numero  &  meudas  j  produs  cin¬ 
co  ou  leis  f  olhas  ,  huma  ou  duas  afteas  cadahu- 
n:a  tem  cinco  ou  fers  botoéns  como  fucenas  pe¬ 
quenas  ,  quando  abrem  a  flor  he  branca  com 
niuytas  folhas  de  bom  cheiioôc  no  meyo  tem 
cinco  ou  íeis  linhas  com  íua  cabecinha  amarela# 
A  femenre  he  negra  pequena  ,  menos  redonda. 

LUGAR.  Naice  em  partes  marítimas  * 
abeira  dos  rios  floreee  em  Junho. 

V  I  R  T  U  jD,  Tem  as  propriedades  dos  mai&. 


Li  v.II.  Di  v.ll.dos  Narcijfvs  &  Ejpifíes.-  f  9 

B.  Narcijfus  çleno 


NARCISSUS 

Al  bus  Po- 
lyanthos 

IV. 

Afjtthioli. 

Portr.  f  imquilhos. 

Franç,  Narcijfe  y 
pUíficurs  fltkrs. 

QU  A  L  1  D. 
quente  fec.  n.i.grao. 


D  E  S  C  R  I  P.  Efta  efpecie  tem  a  cebola 
xnayor  do  que  as  outras  >  a  aftea  muyto  compri¬ 
da  ,  na  cima  tem  cinco  ou  feis  flores  ,  que  tem 
cinco  ou  feis  folhas  brancas*  a  mais  parte  ,  tendo 
cada  huma  a  íua  nacenía  huma  folha  que  as  a- 
companha. 

LUGAR.  He  comua  em  Italia  as  virtudes 
das  precedentes. 


6o  His  T  O  R  I  A  DAS  t 


lantas, 


b.  Tulipa  pr &cox  fimplicis  &  unius  coloris . 


NARCISSUS 

V. 

jftlatthioli. 

Port.  Narciffo 
quinto. 

Franç.  Narciffe. 


D  E  S  C  R  I  P.  Efte  NarciíTo  tem  a  rais ,  a 
cebola,  as  folhas  &  a  flor  como  a  Tulipa.  A 
difterença  he  que  tem  as  folhas  a  o  comprido 
da  aftca  cmmayor  quantidade  do  que  a  Tulipa 
ordinaria. 


Lir.1I.  Dit.II.  dos  JSf/prijffòs  &  Efpecits,  C l 


B.  Leueoium  bnlbofnm  vulfAre. 


NARCISSUS 

VI. 

Aíatthiolí. 


Franç.  Grillets 
b  lanes. 


D  E  S  C  R  I P.  Ne  hum  dos  Narciílos  tem 
menos  folhas  nem  mais  curtas  que  eíla  efpecie  > 
pofto  que  efpellas  e  largas,  de  forte  que  em  co¬ 
brem  a  aífea  ate  o  meyo.  Sua  flor  he  taõ  bem 
mais  pequena, naõ  tem  mais  que  ues  folhas. 


ija 

st , 


'«  t  ,  I 


D  E  S  C  R  I  P.  Efta  feptima  efpecie  fe  parece 
€om  a  ultima  exepto  que  as  túnicas  da  cebola  a~ 
companha''»  a  aftea  ballantemente  &  logo  fahem 
as  folhas  com  huma  ou  duas  afteas  meudas  , 
que  tem  cada  huma  no  cabo  huma  flor  ,  que 
tem  crnco  ou  íeis  folhas,  muyto  fermola  a  YÍd&£ 
cad  aftea  tem  algua  folbac  * 


LiT.lI.D1r.II.4fci  Hmcijfes  &  Efpacics.  G-j 
B.  NarcijTus  kmifolits  aIí>hs  mtâio  Lutem. 


NARCIS5US 

VIII. 

Matthioli. 


D  E  S  C  R  f  P.  Suas  folhas  faõ  compridas  , 
largas  &.  agudas  ,  de  cor  verde  ofcuro.  Produs 
cinco  ou  leis  flores  de  huma  fo  aftea  cjue  tem  as 
vezes  nove  folhas.  O  meyo  da  flor  he  amarela, 

LU  G  AR.  Se  acha  em  Allemauha  ,  Elar*- 
dres  &c. 


Historia 


\ 


das  Plantas.,, 


B.  FrhUUria. 


MELEAGRIS 

Dodon. 


DESCRIP.  Tem  arais  bulbofa  ,  branca, 
folida  ,  fem  túnica  que  lhe  fafla  ieparacaò  >  fua 
aítea  he  de  altura  de  hum  palmo,  a  flor  cui 
campainha  como  a  tulipa  ,  curvada  para  bayo  , 
mas  variada  como  as  penas  de  hum  Peru  de  que 
tomou  o  nomen  de  Meleagris }  fua  femente  fe 
aíimilha  com  a  da  Tulipa.  "  " 


Li  v.II.  D  i  v.  III.  do  Affafram  &  Elpecies.  6  f 

f3>'  ta»  «SM  «a»  «M'  ia»  +•*>  j**-  «» 

DIV.ISAM  TERCEIRA. 

Dos  AfafraÕs  do  Omithegalon  ou  Leite  de  qalinha 
Plantas  que  tem  alguma  ftmilbança  com  o  AJJàfcaÒ 
polias  fitas  bulhas  (jr  por  fitas  flores. 

C  RO  CUS 

vel 

Crocum. 

Port.Efp.  Afafran 
Franç.  Sajfran, 

Ital.  Zafferano. 

All.  Sajfran. 

QJJ  A  L  I  D. 

cjueiite  a  o  i.  gr.  & 
leco  a  o  i. 

-  • 

D  E  S  C  R  I  P,  Tem  as  folhas  compridas  y 
eftreitas  como  as  do  Tragogon  ou  barba  de 
bode,  mais  abundantes ,  inclinandofe  para  o 
chaò  Sc  macias  ,  as  flores  íaon  vermelhas  Sc  fer- 
mofas  a  viíla  ,  do  meyo  das  qpaes  uacem  hums 
filamentos  chatos  como  lingoas  cor  de  ouro, 
que  he  o  afafraon. 

LUGAR.  Crcce  nos  jardins  Sc  nos  campo.s 
fendo  cultivado. 

V  I  R  T  U  D.  He  aperitivo  ,  digcftivo  ,  5c 
hyfterico  conforta  o  coraçaon  purifica  o  fangtie, 
he  contra  veneno,  provoca  o  efcarvo,  a  ou  ri  na  5c 
os  menftruos :  fçu  uzo  demafiado  ofFende  a  ca¬ 
beça  ,  como  taon  bem  o  feu  cheiro  :  lua  rais  to- 
iiuda  a  o  pezo  de  tres  oitavas  he  mortal* 


66  Historia  das  Plantas, 


B.  Colchictm  Antnmnale. 


COLCHICUM. 

Balbus  açreftis. 
Hcrmoda&ylus. 

Porr.  Dedo  de  roer- 
curio,  cebola  ve¬ 
nenosa.  - 

Franç.  Mort  aux 
chins. 

Ical.  Colchlço . 

All.  HerbJl-BlHmet?' 


D  E  S  C  R  I  P.  No  fim  do  outono  produs  hu- 
ma  flor  alvadia  ,  a  o  depois  alui  &:  a  o  depois 
ficaó  a  flor  &  folhas  fimilhames  as  da  lebola 
alguma  cauía  mais  groflas  ,  fua  aíhea  he  alta 
de  hum  palmo  que  pvodus  hua  femente  de  cor 
fobre  vermelho.  A  rais  por  fora  he  vermelha 
jobre  o  negro  &  por  dentro  he  branca  &  tenra, 
cheya  de  leite  ,  de  goíto  dolce  ,  tem  huma  gret- 
ta  no  mcyo  donde  nace  a  flor. 

LU  G  A  R.  Nace  nos  prados  &  em  afinhagaí. 

V  I  R  T  U  D.  A  rais  comida  mata  como  os 
cucume'os  venenofos.  Et  aífim  íe  nao  deve  uzajr 
deita  rais  por  ermodatiles  que  fe  poem  nas  piro- 
las  paia  os  gotofos.  O  leite  de  vaca  he  a  contra 
peçunha  a  os  qive  tiverem  comido.  Eftando 
rnelturado  com  falitre  fas  o  pcllo  branco  preto 
tlps  cavalos. 


t 


Liv.II.Div.I7.  do$  Ajfxfraos  &  Efpecles .  ^7 
B.  Cole  butim  Ori  entale . 


PoiT.  ^  r- 

curio  ou  Cebola 
venenofa . 


Ital.  Còlchico , 
AW.ZUlofen. 


qUALID. 


quente  &  fecca  a 


o  2.  grao. 

D  E  S  C  R  I  P.  Efte  colchicum  foy  mandado 
de  Conftantinopola  á  Matthiolo  de  que  Temente 
dis  que  tem  as  flores  e  folhas  como  o  outro  ,  a 
rais  he  bulbofa  &  entre  aberta. 

LUGAR.  Crece  emMeíTina  em  Sicilia  ,  & 
na  Ilha  de  Colchos. 

V  I  R  T  U  D.  Sua  rais  affoga  os  que  a  comem 
fe  Te  lhe  naõ  rcmedia  logo  com  leite  receiue  dc 
■vaca. 


6 8  Historia  das  Plantas, 

B.  Colchlcnm . 


H  E  R  M  O  D  A- 

CTYLUS  ‘ 

faliu  s. 


Po  r  t .  He  r  m  odat  ile  s 
bfijlArdos. 


Franç.  Hermoàac • 
tyie  bktard. 


D  1'  S  C  R  I  P.  He  muyto  differente  do  pre¬ 
cedente  como  le  ve  pe)  1  a  figura  tem  cinco  ou 
íeis  folhas  largas  verdes  &  agudas  a  modo  de 
piques  ordinariamente  tem  huma  flor  no  cabo  da 
aitea  com  cinco  folhas  a  modo  de  eíheia.Sua  tais 
hc  bulbofa  ,  tem  duas’  cebolas ,  fem  filamentos 
quali  leitascm  figura  ovale. 

LUGA  R.  Acha  fe  cm  vários  lugares  de 
Iralia. 

V  I  R  T  U  D.  O  Autor  lhe  as  naon  acha  co»-'- 
fidcraveis. 


Liv.I.  Div.IIL  dos  jíjfafr &o $  &  Efpecies.  6$ 

9 

B.  Ornitbogalum  umbellarttm  alburr. 


ORNI  T HO- 
GALUAjí. 

Port.  Leite  de 

Galinha. 

% 

Franç.  Charles. 

-fp.  Ha  de  duas 
caflas. 

Miem.  Klewe 
Erd-Nujfe. 


D  E  S  C  R  I  P.  Naon  tem  mais  que  huma 
ítea  da  altuta  de  hum  palmo  Sc  mcyo  ,  tenra 
-ranca  ,  meuda  com  tres  ou  quatro  afteas  pc- 
[uenas  Sç  delias  fahem  botoens  cor  de  herva  , 
ue  abrindo  fe  ficaõ  brancos :  a  rais  he  bulbofa 
:  branca  por  dentro.  A  fegunda  cfpecie  rem  as 
jlhas  como  o  afíafraon  ,  a  flor  tem  cinco  folhas 
ranças  que  formaõ  huma  eftrela  ,  os  porcos 
ioíi  muyto  amigos  delia  erva. 

LUGAR.  A  achaíe  quantidade  nos  tribos 
orece  em  Mayo  e  Junho.  D  7 

V  I  R  T  U  D.  Sua  rais  comefecrua  &  aíTada 
a  cinla  como  as  caílanhas ,  he  doce  e  a^rad^ 
el  a  o  gofto.  Começa  a  crecer  na  prima  vera 
■  1  e  tira  da  terra  no  outono  com  o  arade:  em 
:mP°  de  fome  lerve  de  fuftento  a  os  pobres. 


? O  Historia  das  Plantas, 


DIVISAM  QJJ  ARTA, 

Das  Cebolas  ,  Alhos  Perros,  da  Cebola  AU 
barram  ,  &  de  outras  plantas  que  tem  con* 
formidacU  am  a  Cebola  &  Alho . 


folhai  rodundas  ,  compridas  ,  côncavas,  Sc  agu¬ 
das  ,  a  adia  he  alta  de  mais  de  palmo  e  meyo  , 
grolía  no  meyo  ,  a  rais  he  rodonda  ,  toda  com- 
poda  de  pellcs  Sc  lafcas. 

LUGAR.  Crece  em  todos  os  boms  teiri- 

tovios. 

V  I  R  T  U  D.  A  cebola  he  boa  para  quem 
navalha  muyro  como  agente  do  campo  ;  mas 
para  os  que  íedaõ  pouco  movimento  íe  a  comem 
cru,  lhe  oíFende  o  cerebro  ,  &  he  noceva  a  vifta, 
Sc  pode  caufar  lethargo  ,  poíbo  que  provoca  a' 
Qiirina  ,  acrecenta  o  femen  :  para  que  creçao 
grandes  he  necclíario  meter  iua  femente  dentro 
das  da  abobra. 


LiV.II.  Div.  IV. das  Cebolas  c  Efpecies.  71 


P  O  R  R  Ü  M 

Capíratum, 

Port.  slíht)  Porro 

de'  horta. 

\ 

Eíp.  Puerro . 

Fr  znç. Ponta»  tít». 
ItaJ.  Porro ♦ 

Al!.  PurrOy  Ltnch. 

QUAL.  quente  6c 
feco  no  1.  gr  ao. 


D  ES  CR  IP.  Os  Alhos  Porro?  faõ  baídante 
Conhecidos  fem  í^epetir  deícripçaon. 

LUGAR.  Sem  ca  fe  em  hortas. 

V  I  R  T  U  D.  ,Tetn  as  virtudes  das  cebolas. 
Aquentaon  o  ventre  ,  fubtilifaon  os  humores 
groífos  :  fe  os  cofem  cm  x.  ou  3 .  agoas  naon  fe- 
raon  flatulentos  6c  naon  deixaraon  dc  íu b r  1 ; i Ta r 
os  humores  &c  nutrientes.  Sem  cfta  precauyao 
geraõ.  flatos  6c  mas  humores,  Sc  fafem  roims  íon- 
hos,provocaõ  a  ©urina  6c  os  menftruos, faiem  boa 
ventre. Saon  contrários  a  veíliga  6c  a  os  reins  a  os 
que  padecem  dcúfa  mdiípoficaon,  faon  nocivos  a 
vifta  :  hebomde  os  comer  antes  das  mais  co¬ 
midas.  O  fumo  dos  Potros  bebido  em  demaíiada 
quantidade  he  mortal.  A  femenre  he  adihin^cn- 
:e  :  comida  incita  á  vénus;  alimpa  os  duelos 
Io  bofle:  íeu  fumo  cncorporado  em  vinagre  com 
niceufo  para  o  fluxo  de  íangue. 


7i  Historia  das  Plantas,  • 


CEPA 

Jtve  Porrum 
Ceótile. 

Porc.  Cebolas  pe¬ 
quenas  ejiran- 
geiras. 

Franç.  0‘gnonetes 
ôc  Pourreües. 

Irai.  CepoU  ftffilc. 

AU.  Schnhlaucb. 

QU  A  LI  D. 
quente  &  íeco  ao 
3  •  grao. 

D  E  S  C  R  I  P.  Produs  folhas  ,  aftea  &  feineii- 
te  como  as  outras  cebolas  mas  tnuyro  mais  meu- 
das.  Sua  tais  fe  abre  cm  diverías  cebolinhas. 
LUGAR.  Semeafe  nas  hortas. 
VIRTUDES.  Ou  affada  nas  brazas  c  co¬ 
mida  com  allucar  ferve  para  os  que  tem  faltas 
de  refpiracaõ  &  na  toílc  ,  mefturando  lhe  pouca 
manteiga.  Tireíe  o  dentro  da  cebola  enchefe  a 
concavidade  da  cebola  de  femente  de  cuminkos 
pilados  cofeíe  dentro  «as  cinzas  quentes  ,  efpre- 
mafe  para  fe  lhe  tirar  os  fumo  ,  elíe  tal  fumo 
heexelentc  contra  a  furdez,  temas  ajais  pro¬ 
priedades  da  cebola. 


íiY.  II.  Div.  IV.  das  Cebolas  e  Efpecies.  73 

G.  Bauh.  Porrum. 

CEPA 

Afcalonia  Fifci 
lis  ou  Crommyoh 

Porr.  Xalotas 
apetites. 

Franç,  Efchalottes 

appetits. 

All.  Al  fatieis  j 

Leuehel  £7“ 

Efl  enchen. 

Qualid.  quente  Sc 
fec  .  a  °  3 .  grao. 

D  ES  CRI  P.  Eita  efpecie  hc  entre  alho  & 
cebola  &  Porros  tem  da  naturefa  dos  tres  ,  tem 
dentes  como  alhos  &  tem  gofto  de  cebola  mas 
com  mais  delicades  ,  comem  fe  afiados  &  crus 

cm  molhos  ou  guifados  por  iíTo  taõ  bem  as  cha- 
mae  apetites.. 

LUGAR.  Crecem  em  hortas ,  aplica  fe  o 
lumo  exterior  mente  nas  efquinancias  ,  provoca 
o  fluxo  menftrual ,  ainda  que  fuprimido  ou  pa- 
, 0  ;  lorvido  pellos  narifes  purga  o  cercbro  ;  Sc 

ap ‘caJ°  „,en„rad°  com  ,i^(j  * 

*T  he  efficas  contra  as  mordeduras  de  can  dana- 

be°xiATJa  ím!l1Ua  ÍS  C1Catrlccs  011  finacs  das 
bexigas  &  nodas  do  rofto.mefturado  com  enxun 

TJCJ  t  h/  r°m  Paia  as  “««duras  Z 

Pella  alòo/,  ^  aS  tenaCei‘  0  cabc!o  cahid» 

cebola.  P  em  a$  maiS  ProPriedadcs  da 


Totsiõ  /. 


Di 


7+  Hi5toRia  das  Plantas, 


G.  Bauh.  Por  rum. 


AMPELOPRA- 

S  UM  , 

Por  rum  Sylveftre. 
Porr.  Alhos  porros 
do  campo. 

Efp.  Poerros  fyl - 
vcjlrcs. 

Franç.  Porrean 

3 

fauvage. 
leal.  Porro  fal- 
vatico. 

Aliem.  Vvild 
Lauch, 

Qu aliei»  quente 
Fcc.  a  o  4.  grao. 


DESCRI  P.O  mefmo  que  os  domeflicos 
rpas  as  cabeças  mais  pequenas  e  menos  rodon- 
das  ou  lilás  de  goílo  mais  acic. 

L  U  G  A  R.  Crecem  ordinariamente  em  as 
vinhas  &  em  terras  pouco  lavradas  ,  florece  em 
mayo&  junho. 

V  I  R  T  U  D.  He  ainda  mais  nocivo  a  o  eíto- 
mapo  do  que  o  domeílico ,  as  piimeiias  agoas 
uiuíc  fe  coze  fc  haon  de  deitar  fora  3,  he  bom 
para  diífipar  os  humores  viícoíos :  para  provocar 
a  ourina&  os  mcnftruos ,  fendo  aplicado  em  ca- 
taplafma  bom  contra  mordiduras  de  ler  pente. 
A  o-ente  do  campo  os  comem  &  íe  os  femeao 
cai  hortas  fao  o$  mefinos  ^ue  os  domeflicos* 


Liv.II.Div.IV.  4(ts  Cebei/ts  &  TZheclcs. 

5CILLA 

■  Puíitla  , 

Pancratitim. 

'  Squiila, 

Porr.  Eíp.  Cebola 
Albarran. 

Franç.  Sqmlle  & 
oignon  rnArin. 

Aliem.  Meer- 
ZvvlbeL 

Qual.  quente  & 

ao  fec.  2.grao.  . 

D  ES  CRI  P.  Tem  as  tolhas  mais  pequcni 
do  que  o  aze bre  ,  íua  aftea  be  de  altura  de  jolJ 
paiinos  lua  flor  purpurina. 

LUGAR.  Nacenos  lugares  marítimos  i 
no  no  de  alcantra  desde  campo  lide  ate  h0:f 
navia  da  parte  dos  muros  defta  cidade. 

VIRTUD.  Todos  fabem  que  a  cebola  A 
e  quila  he  venenoía  ;  fu  a  preparacaon  heaíTad 
■  entro  de  mafla  ou  de  greda  para  lhe  corrigir  fu 
humedade  íuperflua  &  parte  corrofiva.  G°s  A 
tigos  a  eítimaraon  como  panacea  univerfal 
&  affiiH  preparada  delia  fc  fas  o  mel  laliumó 
o  vmagr.  filme».  Hc  i„cifi,a  ,  a-c„„““ X 
ter»  va  aperitiva  .  refifte  a  podridão  evn 
ourina  &  os  menftruos ,  refifte  as  flciâma!  V 
íeuo-  °  °*imel  fcilitico  &  o  vinagre  í  í 

lei  vem  contra  as  fraquefas&  viciof  do  efd  ^ 

godas  o  baflo  bom,  aclara  a  vifta,  da  boa  cor  Tc 
loíto  he  contra  acidentes  to  j  ^ 

qualidade,  na  apoplexia  ,  0T  T  cIua!clUci 

Vinagre  eitiaETrece  r»c  r,.;  *  .  >  o  une 

s  m  S!T-Ce  os  fuJeic°s  obcíos  ou  gordos 


■J6  Historia  das  Plantas 

A  L  L  I  U  M 

Sativum. 

Port.  Alho. 

Elp.  A  os. 

Franç.  AH. 

Ital.  Aglio  &  Ayo' 

Al!.  Knoblonch . 

QUALID.  quente 
&  ícc.  a  o  4.  grao. 

DESGRIP.  O  Alho  domeftico  tem  as  fol¬ 
has  como  os  alhos  porros  e  nao  differem  íe  nao 
de  feiem  mais  mentias  3c  fu  a  aftea  j  he  cie  golfo 
acre  naõ  defagradavel.  O  alho  plantado  3c 
culhido  cm  quanto  a  lua  efta  de  bayxo  da  terra 
nao  tem  cheiro  &  he  mais  doce.  O  alho  3c  a  pe¬ 
dra  cebar  faon  taon  emeompativeis  que  o  ferro 
ou  aco  untado  com  alho  naon  chega  a  pedra 
cebar. 

LUGAR.  Nace  em  qualquer  parte  que  o 
plantaõ. 

V  I  R  T  U  D.  He  fadio  em  todas  as  igourias 
que  dei  1c  fe  fafem  ,  irias  para  os  fujeitos  que  tem 
a  cabeça  fraca  hc  nocivo.  He  bom  para  jente  de 
frpoíTo  travai ho  3c  para  os  que  bebem  agqa.  Hc 
admiravcl  contra  venenos  ,  3c  naon  hc  íem  re- 
íbon  oue  ochamaõ  a  theviaga  dos  rufticos,  he 
contra  pcífc  ,  contra  lumbrigas  >  3c  contia  rufio» 
caçoes  da  madre. 


Liv.  II.  Div.  IV.  das  Cebolas  &  JEfpectes.  77 

G.  Bauh.  Allium . 

S  C  O  R  O  D  o. 

P  R  A  S  S  I  U  M. 

Porr.  Efpecie  de 
Alho  Potro. 

Franc.  AU  Sc 

9 

porreait . 

All.  Aber-Lauch. 

QJJ  A  L  I  D.  quen-' 
te  &  fec.  a  o  3  .gr* 


DESCRIP.  He  grande  &  tem  as  folhas 
corno  os  alhos  porros  de  horta  ,  tem  da  natu- 
iefa  Sc  do  goíto  do  alho  &  do  porro. 

,  LrUj9AR-  Nace  nas  bordas  dos  prados  & 
dos  roílos. 

V  *  R  T  U  D.  Participa  das  qualidades  do 
alho  &  do  porro  ;  mas  com  tudo  com  menos 

emcacia.  Mando  coíkios  ie  fafen;  doces  como 
os  alhos  porros. 


78  Historia  das  Plantas, 


M  O  L  Y 

Bulbofa. 

JJlojc.  rld". 


QJET  A  L.  quente 
ao  3 


£iao. 


D  E  S  C  R  I  P.  Tem  as  folhas  como  a  grama 
alguma  cou:a  mais  largas  ;  as  flores  brancas  fe- 
meihantes  as  dos  goivos  brancos  >  a  aflea  he 
branca  fimilhante  a  do  alho  :  lua  rais  he  peque¬ 
na  bulbofa. 

L  U  G  A  R.Nace  em  Arcadia  a  o  redor  de  phe- 
nca  &  no  Monte  Cyllena *  *  florece  em  abril,,  yefe 
a  verdadeira  planta  dos  antingos  no  jardin  das 
plantas  em  Padua. 

V  í  R  T  U  D.  Sua  rais  he  adftringente  : 
cftando  meílurada  com  farinha  de  joyo  encolhe 
a  madre,  he  hum  grande  remedio  contra  os  ma¬ 
lefícios,  conforme  os  antigos  fervia  contra  toda 
caíla  de  achaques  o  que  demolira  que  neflTe  tem¬ 
po  efta  planta  nos  he  desconhecida. 


■  .. 

•  7,  13  v 


mmm  m 


Liv,  II.  Div.  V .  da  A  fu  cenas  &  Ifpecics.  79 


DIVISAM  Q^U  I  N  T  A. 

D-as  Ejpecies  de  Lilios  ou  A  fuce  nas  do  Mor - 
tagon  &c. 

L  I  L  I  U  M , 


-Crinon  &  Leiríuni 

Porr.  Adtcenas. 
Efpag,  Az,ucena 


Lirio  blanto . 

Franç.  Lys. 

Ital.  Giglio* 

Alt.  Rot  -  Gllgejf. 


Geth  -  Lilien . 


QJJ  A  L.  A  rais 
he  quente  a  o  1.  grao 
feca  a  o  1.  grao. 

D  E  S  C  R  I  P,  He  baftantc  conhecida. 

LU  G  A  R.  Cr  ecç  nos  jardins. 

V  I  R  T  U  D.  As  folhas  aplicadas  faon  boas 
contra  mordeduras  de  ferpente  ,  &:  coíidas  para* 
queimaduras  &  taon  bem  as  raifes  coíidas  na 
cinza  pifadas  com  algum  vinagre  he  contra  as 
queimaduras  ,  provoca  os  menftruos  ,  alimpa  a 
madre  ,  as  cicatrices  Sc  chagas,  alimpa  a  pellc 
ou  cu  tis  pizada  com  algum  pouco  dc  mel ,  apli¬ 


cada  nas  diííocacoens  ,  tira  as  amigas  do  roíto. 


^ istoria  das  Plantas 

G.  Bauh.  Lilmm  purpuro- croceum 

hemerocalis 

Liiium  Sylv.  i . 

MattkiAi. 

Porr.  Efp.  Lírio 
amarelo. 

Irai.  Giglio  falvA- 
tico. 

-A  11.  Helnlfch  ou 
Wildc  Lilien. 

«a» 

QJ/AL.  feco  a  o  i . 
gr.  quente  a  o  3 .  gr. 

DES  C  R  I  P.  Tem  as  folhas  &  a  aftea 
fimilhantes  a  o  lirio  branco  011  aíTucenas  ,  mais 
compridas  e  verdes  como  as  do  alho  porro  ,  as 
Éores  falem  tres  ou  quatro  compartidas  como  as 
das  ailucenas.  Quando  começaon  abrirfe  faon 
palidas  ,  &  murchao  íe  no  meímo  dia  que  nacem 
por  eífa  caufa  chamaofe  ,  Hemerocales ,  id  eft  , 
fermofas  para  hum  dia  fomente.  A  rais  he  bul- 
bofa  com  varias  caíeas. 


LU  GA  R.  Crcce  em  Allemanha  nos  bofques 
tc  nos  prados  florece  em  Mayo  &  Junho. 

VIRTUD.  Sua  iais  cm  bebida  &  aplicada  cm 
forma  dc  peíTario  com  lam  e  mel  ,  atrahe  to¬ 
das  as  humedades  ,  &  aqaofidades  íuperfluas,  o 
fan  gue  detido, &  o  qualhado  das  partes  naturaes 
das  molheres.  As  folhas  machocadas  ,  apli¬ 
cadas  fobreos  peitos  das  novas  paridas  parao  as 
imflamaçoens  &  feridas  ou  chagas  do  leite  :  a 
rais  &  as  folhas  aplicadas  fobre  as  queimaduras 
faon  eíficafes. 


HEMEROCALIS 
Lilium  Sylv.  II. 
M.ittbloli. 

Porr.  Lírio  fyl - 
vefire. 

Efp.  L  hio  amarilbo. 
Franç.  Lys  fauvage 
jeaitne. 

Ital.  Giglio  fat- 

v  At  ICO. 

Aliem.  Heinifch  ou 
vvilâe  Lilien, 


QUAL.  feco  a  o  i. 
quente  aot,  grao. 


DESCRI  P.  Naon  difere  do  precedente  íe 
naon  de  ter  a  rais  com  mais  cafcas  &  as  flores 

difpoftas  differentemcnte  como  fc  pode  ver  pella 
figura. 


LUGAR.  Crecc  ordinariamente  em  Italia 
no  monte  Cario  o  florece  em  Mayo&  Junho 

V  I  R  T  U  D.  Tem  as  meímas  que  o  prU 
meiro. 


D 


8  -  lí  ISTORIA  DAS  P  L  A  N  T  A  S  j 

G.  Bauh,  Lilium floribus  reflexls  Idtifoliuffl* 

MARTAGON, 

five  Lilium 

fylvcftre 

Aíatthioli . 

Port.  5.  Eípecie 
de  Lírio  fylveftre. 

Franç.  Mwtagcn. 

Ital.  Glglio ,  Rojfo 
falvatico . 

All.  GoldvvurtzeL 

QUAL.  fcc.  ao  i. 
gr.  quente  a  o  1.  gr. 

D  E  S  C  R  I  P.  Sua  rais  he  amarela  finailhante 
a  dos  lírios  brancos,  taon  bem  a  aftea,  cujas  fol¬ 
has  le  parecem  com  as  da  faponaria  vulgar  for¬ 
mando  huá  roda :  as  flores  nacemno'cabo  da 
aítea  íemilhantes  as  das  afncenas  ,  hum  pouco 
mais  pequenas  r  tem  as  folhas  curvadas  ,  pur¬ 
purinas  ,  marchetadas ,  de  malhas  vermelhas  9 
de  bom  cheiro  ,  de  agrado  a  vifta. 

LUGAR.  Nace  nos  montes  &  nos  bofques* 
florece  em  Mayo  &  Junho. 

V  I  R  T  U  D.  Teiu  as  mefmas  propriedades 
dos  outros  ly I es. 


Liv.  II.  Div.  VI.  dos  Satyrioens  &  Efpecies.  83 
DIVISAM  SEXTA. 

De  vari  s  E  [peei  es  de  Satyrion  <&  dst  Orobanche  & 
Elantas  que  tem  ratfes  redondas  atadas  na  ajl.  a  O1 
que  taó  bem  as  flores  tem  flmiíhanpa  com  a  pri¬ 
meira  planta  defla  diitifaon. 

TESTICULUS 

Canis  I. 

Port.  Efp.  Tejlictilo 
de  Paro . 

Franç.  7 'efticule  de 
Chi  et i. 

Ital.  Tefliculo  di 
cane. 

All,  KnabcnkzdHt. 

QUALID.  quente 
Sc  h  ume  da. 

DESCRIP.  Tem  as  folhas  largas,  Sc 
efpeíTas  &  que  fe  parecem  com  as  dos  aíuccnas  , 
marcadas  ou  falpicadas  por  baxo  de  algumas  no- 
doas  ofcuias  i  a  aíbea  hc  alta  de  mais  de  hum 
palmo  :  as  flores  faon  a  modo  de  huma  efpiga 
purpurinas  Sc  alvadias  da  parte  do  embigo  ,  de 
bom  cheiro,  Sc  por  detrás  tem  huma  ponta  pen- 
dorada:a  rais  tem  duas  pequenas  bulbas  como  no- 
fes  mofeadas  fedeve  efeolher  a  bulba  mais  dura. 

LUGAR.  Nafce  em  outeiros  Sc  prados  flo 
lece  em  Mayo  Sc  Junho. 

V  I  R  T  Ú  D.  As  raifes  cofidas  em  vinho 
aplicadas  com  mel ,  curaon  as  chagas  da  boca, 
poftas  de conferva &  comidas  aquentaon  amadre 
Sc  Jacilitao  as  molheres  efterils  a  conceber.  Hc 

taocoroborante  que  he  efficas  para  a  dyíenteria  , 
Sc  bebendo  0  feu  ccíimento  em  yinlio  he  coideal. 


$4  Historia  das  Pt  antas, 

G4  Bauh.  Orchis  latifolia  pratenjis. 

TESTICULUS 

Cani%  II. 

Aíatthioli # 

Tem  os  mefmos 
nomes. 

As  mclmas  quali¬ 
dades. 


DES  CR  IP.  Tem  as  folhas  compridas, 
lifas ,  &  mais  largas  que  o  precedente  em  nu¬ 
mero  de  <j .  â  6.  de  que  algumas  arrodeaõ  a  aftea 
que  he  alta  de  hum  palmo:  a  efpiga  he  goar- 
nccida  dc  fores  brancas  ,  purpurinas  marcheta¬ 
das  de  ialpiques  vermelhos  com  infinitos  rifeos 
pietos  ou  ofeuros  por  dentro  ,  faon  dojeitio  de 
km  calco  aberto.  Tem  duas  raifes  redondas 
com  algums  cabelos  ou  filamentos  na  parte  oncl 
cftaõ  a t radas. 

LUGAR.  Crece  nos  lugares  pedrofos  & 
areventos  florece  em  Mayo  &  Junho. 

V  I  R  T  U  D.  Temas  propriedades  do  pri¬ 
meiro. 


D  E  S  C  R  I  P.  Efta  3 .  Efpecie  tem  as  folhas 
como  o  precedente.  Sua  aííea  he  de  palmo  & 

meyo  de  comprido,  goarnecrda  de  flores  de  cor 
verdoenga. 

LUGAR .  &  VIRTUDES,  como  c 

precedente. 


'  ,  V» 


*  • 


Nomes  &  qualida¬ 
des  como  0  pri¬ 
meiro. 


rVí-m.’ 


V*  « 

-  r*r. 


Liv,  II.  D iv.  VI.  dos  Satyriocns  &  Efpecie s.  H 

G.  Banh.  Orchis  Seraplas. 


TESTICULUS 

Canis  III. 

Aíatihioli. 


G.  Baub.  Orchis  SerapUs. 


TESTICULUS 

Canis  IV. 
Aititthioli. 


Nomes&rqualiJad. 
como  os  mais. 


D  E  S  C  R  I  P.  Efta  quarta  Efpecié  tem  as  fol¬ 
has  largas  &;  nutridas  como  as  de  afucenas  j  a 
aftca  he  alta  de  hum  pé  ,  he  mais  anguloía  , 
goarnceida  de  muytas  flores  ,  quaíi  vermelhas  , 
cm  forma  de  hnma  efpiga  >  tem  duas  raiíes  re¬ 
dondas, huma  cheya&  bem  nutrida  que  devaftea, 
o  anno  precedente  ,  a  outra  he  mole  engerida 
que  he  aque  no  prefence  anno  deva  aftea  &  aflim 
cada  hum  anno  a  ma. 

LUGAR.  Nafce  nos  oiteiros  &  nos  prados, 
floiece  em  May  o  &  Junho. 

YIRTUD,  Como  o  primeiro. 


Lir.  II.  D iy.  VI.  Dos Satyrioens  &  Efpecies.  8/ 


G.  Bauh.  Orchls  Palmata  Satjrium. 


SA  T  Y  R  I  U  M 
Trifolium. 


Poit.  Efp.  Saty- 
riao,  tejliculo  de 
frade,  ou  fupi 
de  rapofa. 

Franç.  Tefiaded^ 
Prètres. 

Ital.  Larror  di 
Dona. 

All  .Stendelvvurtz. 


QUAL.  quente  3c 
bumedo. 


DES  C  R I  P.  OSatyriaõ  trifolium  naÕ  deita 

mais  que  tres  folhas  vermelhas  que  poítraon  io- 

brea  terra,  fe  parecem  com  as  da  labaca  ou  do 

liiio.  Sua  aftea  he  alta  de  qualx  dois  palmos, 

íem  folhas,  as  flores  faon  brancas ,  feitas  como 

as  de  aíTucenas  :  a  rais  he  bulbofa  amarela  ofcu- 

ra  por  fera  &  branca  por  dentro  ,  da  groíTura  do 

huma  maçaon,  do  feitio  de  hum  ovo  :  he  doce 
a  o  comer. 

LUGAR.  Achafeem  Allemanha  nos  bof- 
<]ues  fombrios  florecc  na  primavera. 

yiRTUD.  Arais  colida  em  vinho  &  be¬ 
bida  he  boa  para  a  aquela  efpccie  de  convulfao 
que  fas  encolher  os  nervos  &  a  cabeça  para  arras. 
Us  Antigos  nos  afleguraó  que  tem  virtude  certa 

.  lncitar  °  afto  ''enereo  Sc  com  mais  eflica- 
<ia  que  as  mats  efpecies. 


i  j  ekfjYJS1/.  -fiWl' 


58  Historia  das  Plantas^ 

SATYRIUM 
Erythronlum 
Aíatthioli. 

Satyríiim  ru- 
bruni. 


QUAL.  quente 

&  h u  medo. 


D  ES  C  RI  P.  Efta  efpccic  de  Satyriaon  lie 
quaíi  como  o  Erythronium  porque  he  verme¬ 
lho  :  lua  femente  he  fimilhante  a  do  linho,  huin 
pouco  mais  leve  ,  &  luíida  :  a  rais  &  a  cafca 
muyto  delgada  &  vermelha  ,  o  miolo  de  dentro 
he  branco  doce  &  bom  para  comer. 

LU  G  A  R.  Creíce  nos  montes  expoífos  a  o 

foi  florece  em  Março. 

V  I  R  T  U  D.  A  íemenre  bebida  em  vinho  , 
&  taon  bem  a  rais  incita  o  ado  venereo.  A  agoa 
deftillada  da  rais  a  o  pefo  de  tres  onças,  con¬ 
forta  o  cdomago  ,  incita  o  calor ,  provoca  a 
ourina  cura  a  deraniaçaonda  coiera, 


Liv.  II.  Di  v.  VI.  dos  Satyrieens  &  Efpecics.  89 
G.  Bauh.  Orchis  palmata. 

SATYRIUM 

Régio. 

Palma  Chrijli, 

Satyrium  macho 
&  femia. 


QUAL.  quente 
&  fe  co. 


^^CRIP.  O  macho  tem  as  folhas  como 
as  das  anucenas  ,  lilas  ,  marchitadas  de  preto  j 
a  aftea  he  rodonda ,  unida,  íuas  flores  faon 
biancas  tirando  fobre  o  vermelho  ,  de  bom  chei- 
1°  &  cm  forma  de  huraa  efpiga  ,  tem  duas 
íai  es  c]ue  íe  dividem  como  dois  dedos  donde 

tomou  ieu  nome  de  palmata  :  apequena  ou  fe- 

mea  tem  as  folhas  como  as  do  aflafran  ,  a  aílea 
unida  de  altura  de  hum  palmo. 

LUGAR.  Nalce  nos  montes  &  nos  prados  • 
fiorece  em  Mayo  &  Junho. 

VIR  T  U  D.  Tem  as  mefmas  virtudes  que 
as  outras  efpecies  ,  pifada  com  vinho  &  bebido 
fas  vomitar  &  affirn  cura  as  terçans ,  dado  a 

kusNicoíuí  aCCdl°  C0nf0Ime  CCnifica  KlC0- 


lai 


jo  Historia  das  P  l 


antas, 


OPHRIS 

AlaithioU. 


Fort.  Erva  de  duas 
folhas . 


Franc.  Hcrhe  a 


A1K  Einhlat  y 
Zvveyblat • 


Q^U  AL  I  D. 

fecca. 


D  E  S  C  R  I  P.Eíta  planta  nao  produs  mais 
que  duas  folhas  que  le  parecem  com  as  do  ele- 
boro  branco  :  fu  a  aftea  produs  flores  brancas  co¬ 
mo  lingoas  pequenas  formando  a  mefma  ordem 
como  o  orchis :  tem  a  rais  delgada  atada  a  vários 
filamentos  >  de  bom  cheiro  6c  hum  pouco 
vifcofos. 

LUGAR,  A  chafe  em  vales  perto  de  Mantua 
em  lugares  fombrios  florece  na  prima  vera. 

V  I  R  T  U  D. Toda  a  planta  heboa  para  fa¬ 
zer  os  cabelos  pretos :  para  curar  as  fraóturas  6c 
coníolidar  as  feridas  he  muyto  viícofa  maftegan- 
do  a  na  boca.  Ha  outra  efpecie  que  naon  tem 
mais  que  huma  folha  tanto  que  começa  a  apare¬ 
cer  cujas  flores  faô  vermelhas j  que  florecendo 


tem  mais  folhas  6c  cuja  rais  a  o  pezo  de  huma 


oitava  he  cxelente  remedio  contra  a  pefte,  fa fen¬ 
do  luar  o  doente  a  o  depois ,  cobrindo  fe  bem. 


Li  v.II.  D i  v.VI.  tios  Satyrioens  &  Efpecies.  ? i 


OROBANCHE  , 


oh  Ervi  agnina. 


Porr.  Efp.  Barba 
de  bode  ou  de 
cabrao  Cr  herva 
foura . 

Franç.  Orobanche . 
Ital.  ErbaLupa, 
Cauda  dl  Leoney 
Herba  tora. 

All.  Rocb^bart. 

QJJ  A  L  I  D. 
fria  6c  feca  a  o  i. 
grao. 


D  ES  CR  I  P,  Da  huma  fo  aftea  ,  cabelacía, 
inole  ,  gorda  ,  alra  dc  dois  palmos  fímilhante 
a  hum  eí  pargo.  Sua  flor  he  albadia  que  fahe 
de  certas  bolinhas,  que  eftaon  no  cabo  da  aílea. 
Sua  rais  he  efpongioía,  engerida,  da  gioíTura  do 
dedo.  Os  Italianos  a  chamaon  herba  do  touro; 

por  que  desde  que  as  vacas  a  coineraon  bul- 
caon  os  touros. 


LUGAR,  Crece  com  o  trigo  e  com  os 
legumes  ,  deftruindo  os  que  lhe  eftaon  che¬ 
gados  ;  poiiiío  os  lavradores  a  chamaõ  herva 
do  lobo  ;  o  nome  de  Orobanche  em  GrcgQqucr 

dizer  Tuc-Ers,  '  1 


■  •  1$  WM  MWM 


i 


91  Historia  das  Puntas,  ' 
VIRTUDES,  Matthiolo  aíSrma  cjuc  a 
Orobanche  mata  ,  o  trijro  ,  legumes  ,  linho 
entre  os  quaes  cuítuma  nacer  6c  que  as  va¬ 
cas  que  a  comem  logo  procuraõ  o  toiro.  Efta 
erva  he  boa  para  comer  6c  fe  a  miftaraã.  com  o 
legume  o  tas  cofer  mais  da  preffa. 


4. 


HISTORIA 

DAS  PLANTAS. 

LIVRO  TERCEIRO. 

Das  Hervas  comeftlves  ,  Ravaos  ,  Eruca  , 
Agrioens  ,  Coves  ,  Acedas  ,  Acelgas , 
Alfacias  &  Ctcbonas  dr  das  Herbas  que 
tem  alguma  ajjinidade  ou  femelhança. 

Divisam  Primeira. 

G.  Bauli. 

R  APUM  AfcSv1 

rotundum , 

Jive  Mas. 

Porr.  Efp.  Nabo 
rodondo. 

Franç.  Rave  male. 

Irai.  Rapa. 

AH.  Rube. 

QUAL.  quente  a  o 
i.  gr.  humedo  a  o  i. 

ESI  E  C  I  E  S.  Ha  duas  caflas ,  os  domefH- 
^  sys  bravos  ,  dos  domefticos  ha  chatoSj  rc 
doudos ,  compridos  ,  macho  tk.  femea. 


mm 

.  tf?®, 


ÉÜftü 


i  .> 


?4  Historia  das  Plantas 

P  E  S  C  k  I  P.  1.1  la  Rabaça  domeílica  lo^s» 
no  principio  fas  fuas  folhas  grandes,  largas,  ao 
depois  codas  entrecortadas  como  as  dos  Rabaõs  : 
a  o  depois  da  huma  altea  que  produs  flores  pe¬ 
quena-,  amarelas  ;  a  o  depois  lnunas  favas  com 
numa  leniente  olcura,  tudo  íimilhanre  as  coves, 
a  rais  he  grande  ,  branca  &í  de  tal  groilura  que 

1  nno  dis  que  tem  vilto  de  pezo  dc  quarenta  ara- 
tes  cada  huma. 

L  U  G  A  K.  Scmca  fe  tias  hortas  &  outros  lu¬ 
gares  cultivados  ,  cm  Junho  &  Julho  ,  fe  col- 
'  fiem  em  Omobre  :  as  que  íemearem  no  veraon 
naon  leraon  comidos  da  lagarta  fe  lhe  meftura- 
ícm  com  a  leniente  ferruge  de  cymine. 

^  R  T  U  D.  A  fe  mente  he  quente  ,  fecca  , 
abfteríiva  ,  &  venerea,  efíe  nabo  cofido  com  car, 
nc  >  nucrc  >  encha,  gera  ventofidades  ,  fas  as 
caines  líumedas >  moles:  os  gomos  tenros  co¬ 
midos  provocaon  muyto  as  ourinas  &  os  efear- 
yos  i  &  íeu  colimemo  he  bom  a  os  catharros  5  a 
fe  mente  a  o  pezo  dc  huma  oitava  he  contra  ve¬ 
neno  ,  &  contra  as  bexigas :  ocofimcnto  hebotn 
paia  banhos  na  gora  quente  &  taon  bem  apli¬ 
cados  :  a  agoa  diílilada  deftes  navos  podres 
aplicada  com  panos  molhados  íobre  as  erifipelas 
lhe  he  própria,  alfados  nas  cinzas  curtados  e 
aplicado  bem  quente  fobre  as  gretas  &  frieiras 
que  vem  a  os  calcanhares  he  couza  provada. 


. .  '  '  — — 

w'4  •.#%  y*  •  -  iféM  • '  *•  Itel  SK 


Liv.  III.  Div.  I.  do  Repondo. 

G.  Bauli.  Rapunculus  &  Cetmpanula  Glabrit. 

RAPUN  C  U  L  U  c 

Rapontium, 

Rapunculum. 

Porr.  Repondo. 

Franç.  Reponce. 

Irai.  R  iponc  oi ’. 

AH.  K leitte  Ra - 

ponízel. 

QUAL.  quen¬ 
te  Sc  humedo. 

D  E  S  C  R  I  p.  EíTa  planta  crcce  dc  altura  de 
hum  ache  dois  palmos ,  deitando  numas  aíleas 
no  piincipio  ;  fuas  tolhas  faon  em  baftante  nu- 
meio  compridas,  direitas,  macias,  as  flores  ver¬ 
melhas  (obre  o  verde :  fu  a  femente  denegrida 

dentro  dc  humas  cabeças  on  botoens.  Sua°rais 

ne  branca  da  grolTura  do  dedo  de  feitio  dc  nabaõs 
pequenos  tenra  &  cheya  de  hum  fucco  doce. 

LUGAR.  Na  ice  quafi  em  todas  as  azin¬ 
hagas  no  território  de  Lixboa  taõ  bem  fe  cultiva 
nas  hortas  ,  florece  em  Junho. 

VIRTUD.  He  muyto  boa  cm  faladas, 
cuia  &  conda  fas  vontade  de  comer  ,  fas  bom 
eítomago  ,  comida  com  pimenta  longa  faz  criar 
muyto  eite  as  Amas.  Arais  pifada  &  ínedurada 
com  fannha  de  tremofTos,  ura  as  í.odoas  do 
cucis  eftando  aplicada* 


*6  Historia  das  Plantas, 


R  A  P  U  M 
S) Ivcftrt 
Afattbieli. 

Porc.  Rabaons 

bravos. 


Franç.  Rave  fau- 

vage. 


Q^U  A  L  I  D 
quente  &  hu- 
medo. 


D  E  S  C  R  I  P.  Tem  fu  a  aftea  ,  fua  folha  8c 
fc mente  íimilhante  a  os  Ravaons  domeíticos  , 
mais  entrecortadas  ,  arais  por  agrefte  mais  du¬ 
ra  ,  de  goíto  do  rabaon  domeftico. 

LUGAR.  Nafce  pellos  campos  &  a  borda  dos 
fofTos  y  florece  em  Mayo. 

V  I  R  T  U  D.  A  femente  he  abfterciva  alimpa 
o  cutis  ,  he  contra  lombrigas.  A  rais  he  indi- 
gefla,  gera  muyta  ventofidade  fas  criar  muytc* 
femen  ou  fperma  nus  devem  fer  muyto  bem 
colidas. 


PHYTEUMA 


k  d&^MKÜ»  •  <■»  '/, 


Liv.  Ui.  Div.  I.  do  VhytcumA. 


PHYTEUMA 

AíoUthioli . 

Campanula 

Cervicaria 

Fuchfii, 

Tachclion 

majus  ,  oh 

Vu  Iva  ria 
Dodon. 


D  E  S  CR  I  P.  He  huma  planta  qUe  tem  hu- 
ma  tais  pequena  ,  com  filamentos  meudos  ,  & 

fos  huma  aftea  de  altura  de  hum  palmo,  &  da 

meíma  íais  íâhe  outra  peouem  >  rr  j 
j„  (Xlk,,  i  V  Pe<]uena  altea  "oarnecida 
de  rolhas  humas  deitadas  para  baix0~&  outras 
para  cima.  uutias 

L  U  G  A  R.  Nafce  em  todos  os  teritorios  em 

V?  í'?P"‘dos  >  “»"«  «m  Mayo. 

„„„  j  /  -r  D'  Slla  lais  tem  golfo  acre  &  forte 
r"ottP  »  &  sue  Cila  ,C£ 

He  contia  a  eíterilidade  incin  n 

com  dpeciahdade. 


Tome  ít 


9%  Historia  das  Plantas, 


MÉDIUM 
Viola  marina. 
Aíattbieli . 


Port.  Campainhas. 


Fr.  Violettc  deMtr 
Gans  de  No  tu 
Dame. 


QUALID.  fria 
c  ícca  a  o  i.  grao. 


D  E  S  C  R  I  P,  Tem  as  folhas  compridas, 
largas  aranhaon  ,  denegridas  ,  veludadas  ,  & 
fua  aftea  pello  mefmo  modo  com  vários  ramos  * 
as  flores  faon  compridas  cavas  entrecortadas  nas 
bordas  de  cor  azul  vermelho :  algumas  fe  achaõ 
brancas.  A  o  depois  da  flor  ficaon  humas  cabe- 
cinhas  cabeludas  inclinadas  para  baixo  ,  que 
tem  dentro  huma  femente  quafi  amarela  ,  fua 
rais  he  comprida  do  feitio  das  da  reponcas :  he 
fingular  á  campainha  &  as  chagas  &  mais  acha¬ 
ques  da  garganta  ,  por  ifío  he  chamada  trache- 
nium  &  cervicaiia. 


Liv.  III.  Dir.  I.  Ao  Lctmpfttnx.  9$ 


G.  Bauh.  Rapijlrurn. 


LAMPSAN  A 

Ãf.itthiõli, 
Napus  fylvcftris. 

Port.  Verfa  ow 
Cove  branca. 

Franç.  Lampfane 
finuè  blancbe  , 
ou  Ravenon. 
Ital.  Lapfana . 

Aliem,  Hederich. 


D  E  S  C  R  I  P.  Sua  aftea  he  alta  de  palmo  Sc 

meyo  ,  tem  as  folhas  cabeludas  &  fimilhantcs 

as  dos  nabos.  Da  flor  de  cor  branca  tirando  fo- 

ie  amarela  fua  femente  clda  em  huma  cafca  a- 

tebitada  para  cima  como  a  da  eruca  &  das 
coves. 


.  L,UGAR.  Nafce  pcllos  campos  &  lu^arr 
incultos ;  florece  todo  o  vtram.  ° 

V  I  RTUD.  He  alguma  coufa  abrterfiva  . 
coimda  produs  roims  humores  :  porto  que  nutre 
mais  do  que  o  Lapathon  :  Ertando  aplicada  po«- 
roía  tem  vmrçde  de  digirir  &  alimpar.  •  ^ 


«• 


' 

í 


ioo  Historia  das  Plantas, 


N  A  P  U  S 


Port.  Efp.  Nabo. 
Franç.  N.iveau  ou 


Irai.  Napo  ou 
Navone . 


QJJ  A  L.  quente 

ao  i.  gr.  &  humeda 

a  O  I  .  gruo. 


DESCRIP.  He  huma  planta  bem  conheci¬ 
da  fem  delia  fazer  mas  defcripçaon. 

LUGAR.  Semea  fe  nos  campos  em  territó¬ 
rios  fértil  es . 

V  I  R  T  U  D.  Pode  fe  dizer  em  geral  que  hc 
venrofa  ,  que  emcha  o  eftomago  ,  &  que  nutre 
pouco  j  poílo  que  aquenta  baftante.  A  femente 
entra  naTheriaga,  porque  he  contra  veneno  > 
e  fiando  bebida  com  íumo  de  laranja  ou  de  li- 
maõ  ,  mata  as  lumbvigas  ,  bebida  em  oxymel 
a^oa  quente  ias  vomitar  as  crucias  do  eíloma- 
go.  Os  nabos  coíldos  aplicados  íobie  as  partes 
dolorofas  da  gota  mitigan  as  dores.  A  femente 
bebida  em  cozimento  com  avença  ,  hgos  ^ 
tilhas  he  prezevativo  contra  as  bexigas  ,  he 
contra  a  farnea  &  puílulas  duas  ou  ttes  onças 
deftc  cofimento  em  vinho  ajuntando  lhe  huma 
oitava  de  femente  de  linho  fas  ourinar  eíficas- 

meute. 


Lív.  III.  D iv.  I.  dos  Rabaos, 


R  A  P  H  ANUS 
Radix  3  &c 
Radica  ia. 

AR.it  thloll. 

Port.  Ruibaons. 

Efp<  Rdvdno. 

Ravanilho . 

Ira!.  Rif.tno  & 

R  idicp. 

-Al  1.  Rutig  ou 

Rettich . 

QUAL.  quente  a 
o  3 .  grào  feca  aoi, 
giao. 


• 

DESCRIP.  Os  Rabaons  íaon  b  ftante 
conhecidos  de  todo  o  mundo  ha  varias  e  ecies 
nagròífura,  ou  na  cor,  de  ferem  mais  ou  menos 
vermelhos  ou  brancos. 

LUGAR.  Semeaon  icem  hortas,  ou  em 
campos. 

V  IRTUD.  A  rais  he  aperitiva  ,  dUeítiva 
inciíiva&  provocativa:  gera  ventoíidades  ,  co¬ 
mida  antes  ou  depois  da  jentar  fas  dar  arrotos, 
turba  o  cerebro  8c  a  vifta  :  provoca  a  ourina 
amolece  o  ventre;  mas  he  indigefta.  He  melhor 
comida  antes  da  mais  comida  do  que  a  o  de¬ 
pois  ,  com  tudo  o  que  dis  Diofcorides.  A  caf. 

i  c  /  ( " ada  com  vinagre  ,  &  mel  ou 
oxymel  fas  vomitar.  A  fememe  pizada  bebida 
em  vinho  branco  ferve  tanto  como  a  Theriaea 
contra  a  peite,  8c  veneno. 


. 


E*  •  • 

nj 


'ifi 


k 


-  .i j‘'.u\SlyrJií'T  «K-írii»  ■  ■  -  . 


101  Historia  das  Plantas, 


RA  PHANUS 
Sylveftris. 


Fort.  Rabaos  brabos 


Franç.  Raifort 

ftinvage. 

Ital.  Rarnoracid. 
Al!.  Afdrrettich. 


QUAL.  quente  a  o 
3,  gr.  fe:o  a  o  i. 


DESCRIP.  He  fimilhante  a  o  domeftico  ? 
fua  rais  mata  o  alacrao  tocandoa.  A  agoa  deftil* 
lada  da  rais  bebida  com  vinho  branco  &  tro- 
mentina  ,  fas  fahir  a  Pedra  &  areyas.  Pode  fe 
pegar  as  ferpentes  com  a  maoa  tendo  as  primei¬ 
ro  molhadas  com  o  fumo  do  Rabaon.  Ha  huma 
enemifade  ajtre  os  Rabaons  e  as  cepas  das 
vinhas* 


Liv.  Iir.  Div.  T.  do  Thlafpi.  iOj 
G.  Bauh.  Raphanus  Rujlicarms. 

THLAPSI, 

Capfclla  j  vel 
Scandulaceum  , 

Nafturcium  tc- 
Ctorum,  oh  Syl- 
veftre. 

Diofcorid'. 

Fort. Moflarde ira  brava 
fimübante  a  herva 
boifa  de  Pajlor. 

Fr.  Seyiívé  fauvage, 

Efp.  Paniquejo  de  jlor 
hl  anca. 

Al I.  B  fenkraut. 

QUAL.  quente  & 
feco  a  o  4.  grao. 

D  E  S  C  R  I  P.  Tem  as  folhas  eítreitas  açu¬ 
das  do  comprimento  de  hum  dedo.  A  aftea  he 
de  altura  de  dois  palmos  com  muyros  ramos; 
fua  íemente  he  íimilhante  á  de  maítruços. 

LUGAR.  Creíce  quantidade  no  território 
de  Praga  em  lugares  pedroíos ,  fiorece  no 
veram. 

V  I  R  T  U  D.  A  íemente  tomada  a  o  pezo  de 
humaonça&  meya  pu-ga  a  cólera  por  cima  & 
por  baixo  ;  ferve  na  feiatiga  em  ajudas.  Toma¬ 
da  em  bebida  rompe  as  apoftemas  <Sc  fas  íahit  o 
fangue  eftravafado  do  corpo,  provoca  os  men- 
ftruos  mata  o  foetus. 


\ 


E«  •  4  • 

.  nij 


1 


* :4  Historia  das  Pl 


antas, 


G.  Bauh.  Lepidimn  laúfolwm. 


forr.  Htrva,  ama 


rela. 


Ital.  Pipirola. 


Fianç.  Pajferage. 


A 11.  PfcfjkpaHt.  ■ 

D  E  S  C  R I  P.  Sua  rais  he  da  groíTura  do  dedo: 
rao  tem  mais  que  huma  aítea  direita ,  meuda 
unida  com  miolo  por  dentro  ;  forma  vários  ra¬ 
mos  ,  &  he  dc  altuia  de  dois  ou  tres  palmos. 
Tfcm  as  folhas  como  as  cidreias  dentiladas  ao 
redor ,  de  cor  verde  amarela  ,  de  golfo  da  mo- 
ftarda  :  as  flores  faon  pequenas ,  albadias ,  em 
muyta  quantidade. 

LUGAR.  Nace  muyta  na  província  de  Lin- 
gadoc  nos  campos  &  nos  jardins. 

V  I  R  T  U  D.  He  de  naturefa  muyto  quente 
&  atraófiva,  pifada  &  aplicada  fobre  qualquer 
parte  a  fas' vermelha,  trazida  de  baixo  dos  pes 
diverte  a  fluxaon  dos  olhos ;  cura  as  empigems. 


Liv.  Til.  D iv.  1.  do  iberh.  jo 

I  B  E  R  I  S 

Cardamanr. 

Diefcoriü! . 
jlve  Lepidíum. 

Porr.  Maflruços 

fylvcjlres, 

Fr.  Pajfe  rage. 

Ir.  Iberido  Icpidio. 

Efp.  Naflnrcio  fal 

vage, o  M onfino, 

Al!  .VvildeKreJfe 

QV  A  L  I  D.  He 
quente  6c  fecaac>4. 


D  E  S  C  R  í  P.  Tem  as  folhas  fimelhantes 
Maftrucos  poíto  que  na  primavera  eftejaon  mais 
verdes  do  que  as  dos  maflruços.  Sua  aítea  ordi¬ 
nariamente  he  alta  de  Palmo  6c  meyo.  No  ve¬ 
iam  da  huma  flor  branca  :  naquele  tempo  tem 
mais  virtude  que  em  nehum  outro.  Sua  fe mente 
fe  parece  com  á  do  Thlaípi  de  cheiro  e  goilo  pi¬ 
cante  &  forte  :  tem  duas  raifes  fimilhantes  as 
do  maftruço  ,  picantes  de  forte  que  queimaon. 

LUGAR.  Acha  fe  em  lugares  incultos  Sc 
defeitos  ,  Juntos  a  os  nos  6c  folfos :  tem  fua 
femente  no  veiam. 

V  I  R  T  U  D.  A  femente  tem  as  propriedades 
das  do  maftiuço  r  mas  para  o  uzo  interno  he 
demafiada  quente  ,  porque  fas  chagas  internas. 
A  rais  pifada  he  muyto  boa  aplicada  fobre  a 
jciatiga  por  tempo  de  4.  horas  *  mas  he  necef- 
fario  que  o  doente  entre  no  banho  ,  com  tendo 
primeiro  untado  a  parte  com  afeite. 


ícó  Historia  das  Plantas3 


G.  Eauh.  Dracmculus  Efculentus. 


DRACUNCU- 

LUS  Hortcnfis 
Muntiioli. 
five  Tarchon 
Gefner. 


Irai.  DrAgor-cdo . 


QU  AL  .  A  rais  &  jP^WÍ 

fmc.  quentes  &  fecos  K 

ao  3.  grao. 

D  E  S  C  R  I  P.  Efta  planta  taonbem  fe  cha¬ 
ma  ferpentina  he  diflferente  das  2.  precedentes 
tem  quantidade  de  aíleas  carregadas  de  flores 
compridas  :  luas  raifes  faon  rafteiras  a  flor  da 
terra  como  a  da  herba  dos  prados. 

V  I  R  T  U  D.  Tudo  o  que  fe  po  difer  defta 
Ecrva  de  que  os  antigos  naon  falaraon  he  que 
cita  quente  &  feca  por  que  mordica  fortemente- 
a  lingoa  quando  íe  prova:  fe  come  em  falada  , 
uza  íe  em  molhos  para  lhe  dar  golfo  ;  eftando 
íecca  tomada  em  forma  de  errina  com  Tabaco  ? 
fas  íahir  a  fleuma  ou  eftillicidio  do  cerebro 

o  # 

com  abondancia  5  he  aperitiva  ,  fora  iílo  pro¬ 
voca  a  ourina  ajuda  a  o  coíimettto  }  fas  vontade 
de  comer. 


l^jÉSÊh 


Liv.  III.  D iv.  I.  do  Ptarmica.  107 
G.  Bauh.  Dr acunctdus  Prateníis  furai 0  folio. 

PTARMICA 

Stermitamentoria 

Matthiolt. 

ant  Pyrertam 
Sylveft.  Doâon. 

Porc.  Piretro. 

Franç.  Herbe  à 
eftemuer. 

Efp.  Belitre. 

A1L  VvilÁer  bertr 
QJLT  A  L.  eítando 
verde  quente  «Sc  feccr 
no  2  grao  e  fecca 
no  3. 


DESCRI  P.  Ha  duas  efpecies  ;  a  primeira 
tem  quantidade  de  afteas  redondas  &  meudas 
que  íe  parecem  com  as  da  fantolina  ;  tem  quan¬ 
tidade  de  pequenos  ramos  que  tem  as  folhas 
quafi  como  as  da  oliveira  *  produzem  humas 
cabeei nhas  ou  botoens  como  a  macella  que  che¬ 
gando  os  aonarisfatem  efpirrar  ,  donde  ve\o 
o  nome  Greço  Ptarmica. 

LUGAR.  Nafce  em  montes  pedrofos. 

V  I  R  T  U  D.  He  aperitiva  difcuíliva  provoca 
&  fubtilifa  os  humores :  o  pos  das  folhas  ou  das 
flores  forbido  pello  naris  fas  efpirrar,  a  rais 
maftegada  mitiga  a  dor  dos  dentes  &  deícanega 
o  eftiliculo  do  cerebio. 


•  7  .  * 

•  „ 

•  Sr  >'í!í 


io8  Historia 


das  Plantas, 


eruca 

Larifolia  alba 
íativa. 

Di  ofendi. 

Port.  Efp.  Er u gei 
ou  Arnga. 

Franç.  Roqnette. 

Ital.  Rochetta  , 
ou  Rucola. 

Al!.  Rdl^eten^aut 

Raucbette. 


E  S  P  E  C.  Ha  duas  eípecics  a  fativa  &  a 
íilveftre. 

DESCRIP.  A  Eruga  das  horras  tem  as 
folhas  compridas  &  profundas  cortadas  em  tres 
partes  como  o  íiíymbrium  aquaticum  ,  mordi- 
cantes  a  o  gofto  Sc  hum  pouco  amargofa;  fuá 
aftea  he  redonda  de  altura  de  palmo  Sc  meyo  : 
as  flores  íaõ  brancas  i  fua  fe  mente  he  redonda 
metida  em  humas  pontinhas ;  fua  rais  he  branca 
meuda  picante  a  o  gofto. 


QU  A  L  I  D. 

quence  6c  íecca  a  o 


J.grao. 


DESCR  I  P.  Tem  as  folhas  mais  eftieiras  & 
Itiais  entrecortadas  do  que  a  Eruga  domeílica  . 
&  mais  picantes :  produs  maytas  aíleas  fuasí 
flores  faon  amarelas  ,  as  quaes  deixaon  quanti¬ 
dade  de  pontas  ,  meudas ;  agudas  &  direitas, 
onde  eíta  a  femente  a  qual  he  pitantc  como  a  da 
moítarda  &  hum  pouco  amargofa. 

LUGAR.  Naíce  em  lugares  fccos  &  perto 
dos  muros. 

VIRT  UD.  He  mais  quente  &  fcca  do  que 
a  dos  jardins  ou  hortas,  &  todas  fuas  virtudes 
com  mais  efficacia.  O  fcu  cofimento  com  aílu- 
car  cuia  a  toile  dos  meninos  r  mata  as  lumbrigas 
tna  o  maon  cheno  dos  fubacos ,  he  contra 


roquidaon,  &  acrecenta  o  lene.  Comida  fó 
cm  falada  tas  dor  de  cabeça  ,  fua  lemenie  he 
íolutuco  da  moítarda. 


.n 

'Â: 


IIO  Historia  das  Pla  ntas, 


s  I  N  A  P  I 

Hortenfe  I. 

Plirrii . 

Porr.Eíp.  APoJlarda 
Franç.  Moktarde 3 
Stnevé  blanc • 
Ital.  Sinape. 

AII.  Seiijf. 

Q^U  AL  I  D. 
qucnre  &c  fcca  a  o 
4.  grao. 


DE  SCR  I  P.  Tem  as  folhas  quaíi  com  os 
Rabaos  ,  creíce  muyto  alta  «Sc  com  muytos  ía¬ 
mos  a  Íemente  he  avermiihada  degoíio  muyto 
picante. 


LUGAR.  Semea  fe  nos  campos  «Sc  nas 
hortas. 

V  I  R  T  U  D.  Uza  fe  da  íemente  nas  febres 
intermitentes  «Sc  quartans  com  efficacie.  Pifada 
mefturada  em  vinho  o  enpede  de  ferver  3c 
aííim  goarda  le  muyto  tempo  com  fua  doçura. 
Tomada  em  bebida  cuia  o  veneno  dos  cucume- 
los  :  maítegada  mitiga  a  dor  dos  dentes  :  he  iitil 
a  os  Allhmaticos.  Purga  as  flegmas ,  provoca  a 
ounna«Sc  os  menítruos  :  delida  em  agoa  3c  aplU 
cada  tira  todas  as  nodoas  do  curis  ou  pele,  he 
util  a  os  velhos  pituitoíos  no  inverno.  He  muyto 
íingular  para  o  efcorbuto  como  fe  experimciuon 
no  cicio  da  Rochela  cm  162,8. 


Liv.  III.  Div.  I.  ila  Mojlarda.  m 


s  I  N  A  P  I 

Sylveflre  III. 
Plinii. 


QUAL.  como 
a  primeira. 


D  E  S  C  R  I P.  Tem  as  folhas  mais  pequenas 
que  a  primeira  efpccie  taõ  bem  a  planra  &  a 
femente. 

LUGAR.  Nafce  em  lugares  incultos  ;  flo- 
rece  em  Junho  &  da  a  femente  em  Julho. 

V  I  R  T  U  D.  Tem  as  inclinas  propriedades 
que  a  precedente,  ao  que  fe  pode  ajuntar  que  a 
femente  de  Moftarda  diluída  com  ourina  de  ra¬ 
pas  pequeno  aplicada  hc  boa  a  os  hydropigos. 
Aplicada  com  vinagre  ferve  de  vefcicatorio  /cu¬ 
ra  as  empigems  &  lepra  3  eíta  Ire  menos  em  ufai 
do  que  a  precedente. 


5orr.  Mojlarda  do 
campo. 


WÊm 


Efp.  Mojlaça. 


1 11 


Hist  oma  dai  Plantas, 


S  I  N  A  P  I 
douidtica  II. 


Porr.  M flarda 
branca. 


DESCRI  P.  Efta  terceira  eípecie  tem  as 
xothas  entiecoitadas  como  a  Aru^a  :  íeinca  íc 
como  a  primeira:  lua  leniente  Ee  branca  &  reni! 
menos  ac  a  moina  que  as  duas  cfpecies  prece¬ 
dentes. 

V  I  R  T  U  D.  Podemos  ajuntar  as  proprie¬ 
dades  fobre  ditas  ,  que  a  femente  da  Moída  rd  a 
pifada  &  aplicada  com  mel ,  tira  os  íinaes  das 
contuíoens  ,  &  cura  a  tinha  ,  a  rnefma  apUca- 
da  com  vinagre  cura  a  mordedura  de  animaes 
venenofos  :  meídurada  nas  comidas  fas  vontade 
de  comer  ,  he  boa  para  o  eídomago.  Tomafe  hu* 
ma  onca  de  moílarda,  meya  onca  de  canela  err* 
po,  tudo  íe  forma  maíía  com  pouco  vinagre  fe 
forme  bolinhas  que  fccadas  a  o  foi  fe  goardaraa 
em  parte  feca  ,  quando  fe  requer  para  fe  uzar  fe 
destas  com  vinagre,  &  hc agradavel  ao  gofto 
Si  ã  o  eídomago* 


A  i  •4?í,\ 


-  'S .  í,  i.;:  % 


'1A-: 


■V  '.iíU'  V,V  ' 


Llv.  III,  Div.  I.  daRefeda. 


RBSEDA 

Plinii. 

Lutca  > 

Pycnocomos 


Port.  Re  feda 
branca. 


Franç.  Re  da 
blanchc. 


D  E  S  C  R  I  P.  Efta  erva  he  aílim  di&a  por 
Plínio  em  fua  hiftoria  natural  ,  a  fedandis  dolo - 
ribus  >  por  que  no  íeu  tempo  fe  uzava  para  mi¬ 
tiga*  as  dores  ;  tem  a  rais  lignofa,a  a  ide  a  de  pal¬ 
mo  &  meyo,  as  folhas  eftaon  fcm  ordem,  de  go- 
lio  das  hervas  que  fe  comem, as  flores  íaõ  comu- 
ínente  brancas,  as  veies  amarelas,  repartidas  no 
cabo  das  afteas  em  forma  deefpiga  ,  a  femente 

negra  em  pequenos  eftujos  ou  cafcas,que  abrem 
tanto  que  eftaon  fecas. 

LUGAR.  A  chafe  perto  dos  muros  &c  nos 
trigos  ,  florece  no  veram. 

VI  RTUD.  Os  Antigos  uzavaon  defta 
p  anta  para  abrandar  as  dores  ,  aplicando  a  íb- 
re  as  partes  dolorofas  &  afliítas  por  huma  afflu- 
cncia  de  humores  que  efta  erva  tem  virtude  de 

diíhpar ,  tendo  quaíi  a  virtude  da  eruga  ,  &  da 
tjual  tem  o  faibo  em  certo  modo. 


>i4  Historia  das  Planta  s? 
O.  Bauh.  LuteoU  trlwbA  Salicis  folio # 

HERBA 

Lutea.  Luteofa. 

Lugduni. 

Hos  cincStorius. 


Port.  O  Lirio  dos 


tintureiros . 
Franç.  Htrbe 


QUAL.  quente 
&  íeca. 


D  ESC  R  I  P,  Efta  erva  aílim  chamada  por¬ 


que  os  tintoreiros  fervem  íe  para  tingir  amarelo 
aos  panos  depois  de  lhe  dar  a  tinta  de  paílel  me- 
fturando  a  nas  íuas  caldeiras  para  eíTe  efFcito: 
tem  as  folhas  largas,  efpeflas  ,  eftreitas  fua 


aíEea  he  a; ta  de  palmo  Sc  meyo  ,  muyto  groíTa  , 
fua  flor  he  amarela  em  forma  de  efpiga  5  pro* 
duzin  do  íua  femcnte  em  pequenos  eftujos. 


LU  G  AR,  Crece  em  toda  parte  ,  fíorece  em 


May  o. 

V  IR  TUP,  AíTa  gurao  algums  Autores  que 
he  grande  contra  veneno  Sc  a  chamaon  Theria- 
cana  •,  o  goílo  da  rais  indica  o  fer  de  quali¬ 
dade  quente  ,  difcute  ,  reíolve  ,  rarefas  ,  Sc  to¬ 
mada  interiormente  move  os  fuores  Sc  a 
ouúna. 


Liv.  III.  D iv. I.  doSxmmago.  ii? 

G.  Bauh.  Eryffnwn  vulgare. 

I  R  I  O, 

Plinii , 

five  Eryfimum. 

Porr.  Sara  maqo 

Ct 

Rinchao. 

Franç.  Fdar, 

Tortelle . 

Ital.  Irione . 

Aliem.  Hederich  > 

Vvilder  Senf. 

QUALID.  quente 
èc  feco  a  o  4.  grao. 

D  E  S  C  R I  P.  Tem  as  folhas  como  a  eruga 
íilveftre  :  fuas  folhas  faon  macias,  fuas  flores 
pequenas  &  amarelas  ,  as  quaes  produfem  pe¬ 
quenas  caícas  de  feitio  de  pontas  pequenas  que 
enferraona  femente,  fímilhante  á  dos  maft ru¬ 
ços  &  mordicante,  por  iíTo  he  eftimada  porefpe- 
cie  de  moftarda. 

LUGAR.  Nafce  peHos  caminhos  &  praças 
florece  em  Junho  &  Julho. 

VI  KT  U  D.  A  femente  tem  quafi  a  virtude 
da  moftarda  ,  fubtilifa  os  humores :  feu  cofl- 
mento  com  a  herva  ,  he  boa  para  toíTc  ,  &  ca¬ 
tarros  fobre  o  peito  ,  em  forma  de  Xarope :  fo- 
bre  tudo  para  roquidaon  ,  na  itericia  ,  na  feia- 
tiga  ,  &  venenos  ,  ap]icada  com  agoa  ou  com 
mel  ferve  a  os  cancros  &  dureías  dos  peitos  3  a 
os  enchaífbs  dos  teíUculos. 


A  S  , 


íi'<  ^  M  T  O  R  I  A  DAS  P  L  A  N  T 

HYlROPIPER 

froe  Pcríicaria. 

AUtthioli. 

Mitis  maculofa. 

Lobct . 

Porr.  Erva  pecc - 
gtteira 

E'p.  Y.rv*  pexiguera 
Jin  m, inchas. 

Franç.  Courace . 

Irai.  tiyàr  oplpo. 

A II.  ZJvaJJespfcffer, 

Afnckenkyaut, 

QUAL.  quente  Sc 
feca  a  o  4.  grao. 

D  E  S  C  R  I  P.  Ha  duas  efpecies  5  a  grande 
he  a  de  que  tratamos  ;  temas  folhas  como  as 
da  Pexegueira  arvore  ,  que  íaon  mayo’  es  que  as 
da  pequena  ,  marchetadas  de  preto  :  fuas  afteas 
faoncomnos&  mayores :  produs  fua  femente 
em  bagaíTos  que  vem  em  cima  entre  as  folhas. 
Naon  tem  quaíi  faibo  nehum  ,  poriíTo  he  de 
pouco  ufo  na  Medecina  ;  pofto  que  a  pequena 
tenha  muytas  virtudes. 

LUGAR.  Nace  em  lugares  humedos  Sc  nos 
foíTos  i  fíorece  cm  Julho  &  Agofto. 

V  I  R  T  U  D.  Paracelfo  fes  hum  livro  em- 
teiro  das  virtudes  deífa  Planta  de  que  dis  mara- 
bilhas  fabefe  de  efperiencia  que  he  refolutiva  : 
por  que  íe  fe  aplica  com  agoa  fria  ,  tendo  a  pi¬ 
fada  metida  íobre  a  contu  faon  de  hum  cavalo 
&  mataduras  as  cura  em  14.  horas  :  refolve  os 
tumores  feirrhofos  ,  as  mataduras  ,  aígums  a 
aplicaò  íobre  a  gota  de  caufa  fria. 


4C**££i<'£&4iiU 


Liv.  III.  Div.I.  íLi  Terjlcar' a. 


hydropiper  , 

feit  Períicaria 
Urcns. 

% 

Lobet. 


Port.  Erva  Pelo - 
guelra  menor . 


QU  A  L  I  D. 
quente  &.  feca  a  o 


3 .  S^o. 


D  E  S  C  R  I  P,  Temfuaaílea  cheya  de  nos 
comalgurpas  concavidades  ,  por  onde  lhe  nafee 
os  íamos  :  tem  as  folhas  como  o  Pexegweiro 
mais  tentas  Sc  brancas  ;  tem  o  gofto  picante 
como  a  pimenta  (Sc  poriíío  fe  lhe  da  o  nome  de 
Hydropiper  ou  pimenta  de  agoa  )  ainda  que 
na  o  tenhaon  cheiro  de  pimenta  ,  dizem  que  fas 
coceira  as  coiças  íe  com  ella  as  roífarem,  por 
iílo  em  francês  a  chamaõ  Curra<ic. 

O 

LUGAR.  Nafee  perto  das  agoasque  nao 
correm  ou  que  correm  pouco  forece  em  Julho 
Sc  Açrodo. 

n 

V  I  R  T  U  D.  Fora  as  virtudes  que  tem  da 
precedente.  A  erva  Sc  a  femente  fecca  piladas 
tem  lugar  de  pimenta  nas  comidas  hc  inciiiva, 
aperitiva,  Sc  relolutiva,hc  cauítica  Sc  íervepaia 
digirir.  O  fumo  da  herva  pifada  alimpa  as  cha¬ 
gas  dos  homens  &das  beílas.  A  erva  no  veram 
juncando  o  chaontas  morrer  as  pulgas  perçove- 
jos&  moícas. 


a 


:Émã  rnslMú^:^' 


G.  Ba  ah.  Capficum  Plper  Indicum . 

PIPE  R 
índicum. 

Port.  Pimentoens . 

Fran ç.Poivre  alrM 
ou  dc  Guiné e . 

QUAL.  quente  & 
íecco  a  o.  4.  giao. 


D  E  S  C  R  I  P.  Suas  folhas  faon  mayores  do 
que  as  da  herva  moira  :  fua  aftea  he  alta  de 
dois  Palmos  com  muytos  ramos  verdes ,  donde 
fahe  frudos  verdes  que  madurecendo  fe  fafem 
de  cor  de  coral  de  feitio  de  eftujos  ,  dentro  nos 
quaes  tem  huma  femente  mordicante  como  o 
mais  ,  &  muyto  mais  picante  do  que  a  pimenta, 
LUGAR.  Achafe  quafi  em  todos  os  jardins 
&  hortas  cui  iofas  madurece  em  Septcmbro, 
V1RTUD.  He  muyto  mordicante  &  caufUco; 
u  fa  fe  nos  adubos  das  comidas  por  que  he  de 
melhor  gofto  do  que  a  pimenta  comua,  para  o 
fafer  mais  agradavel  redufido  em  po  &  meftura 
fe  com  maíTa  leveda ,  formafe  bifeoitos.  Deftc 
modo  fortifica  o  eftomago  :  he  bom  a  o  peito , 
a  os  que  faon  de  natureia  fria. 


Liv.TII.  Di  v.  TI.  dos  Agriões  &  Maftmffos.  1 10 


DIVISAM  SEGUNDA. 

Qge  contem  algumas  Plantas  acres  &  picantes  a  9 
gofto  ,  de  que  algumas  fe  uz.aon  nas  comidas. 

G.  Bauh.  Na  (lurei  um  bortenfe. 

NASTURCIUM 

Cardamum. 

Port.  JlAaflruço. 

Efp.  Najhterp  ,  o 
Aéalpua. 

Franç.  Crejfon , 

Naíitor . 

Irai .  Najlurcio 

agreflg. 

All.  Krejfe,  Gdrten 
Krefe. 

QN  A  L.  quente 
&  feco  a  o  i  grao. 

D  E  S  C  R  I  P.  Por  fer  taon  conhecida  efta 
planta  efeufaremos. 

LUGAR.  Semca  fe  nas  hortas. 

V  I  R  T  U  D.  A  femente  provoca  a  ourina 
laxa  o  ventre  ,  purga  os  reins  &  a  veíTUa  das 
pedras  &  areyas :  he  contra  as  opilacoens  do 
fígado  &  do  bailo:  tomada  com  afeite  expulfa 
fora  o  veneno  ,  o  fumo  detido  na  boca  bota  fora 
os  mas  humores  que  caufaon  dor  de  dentes  :  a 
femente  maftegada  mitiga  a  paralifia  da  lingoa  . 
tas  efpirrar  ,  efpertosefpritos  &  fentidos.  Coíida 
tom  vinagre,  &  aplicada  cura  as  alporcas. 


M 


iío  Historia  das  Planta 
G.  Bauh.  Najlurcium  hortenfe  Luifoltum. 

SISYMBRIUM 

Hortenfe. 


Port.A íaJlrHfos  de  ugoa. 

1-íp.  Yerva  buena  de 

aço  a,. 

Franç.  Beaume ,  Mente 
Romaine ,  Serpoiet 
fauvage. 

Irai.  <5\tcnta  Romana 

Jifymbrio. 

Aií.  Muntz.  ,  Vvajfer- 
vmntz. 

QUALID.  quente 
&c  fecco  a  o  3 .  grao. 


ES  P  E  C.  Ha  tres  caíias  hum  domeftico  dois 
outros  aquaticos. 

D  ES  C  Rí  P.  Os  maíl  ruços  aquaricos  tem  as 
folhas  mais  entrecortadas  ,  mais  largas  ,  mais 
chcjrof&s  do  que  o  ortalam  3c  mais  redondas, 
mais  creípas  :  lua  aítea  he  quadrada  :  fuas  flores 
faõ  de  feitio  de  h uma  efpiga  ,  de  hum  branco 
purpurino.  Parece  que  com  o  tempo  eila  planta 
degenera  em  ortalam. 

LUGAR.  Semea  fe  &  íe  rresplanta  em  to¬ 
das  as  hortas ,  florece  no  veram  pouco  depois  da 
a  fe mente. 

V  I  R  T  U  D.  Subtilifa  ,  digere  ,  provoca  , 
abre  3c  hc  inciíiva.  A  femente  bebida  em  vinho 
he  boa  a  diftilaçaõ  da  ourina, da  pedra  na  bexi- 
ga& desfasa  dos  reins  ,  he  contra  os  faluços 
contínuos, mitiga  as  dores  das  emtranhas.A  her- 
va  >  ou  o  feu  coíimento  bebido  expulía  as  ven- 
tofidades&  as  lumbrigas.  Algums  crem  que  o 
ortalam  das  hortas  he  o  verdadeiro  fiíyinbrium» 


‘‘  ..  &  v. *  ..  ■  M  :  -■■  ■  '  * 

'  v-  S-zi  •;  •  'A  ,l  p*  v  !?.;.**&  .  v- v  v  •  ,  •:&•,*  X\*-> 

■  ■■•*ÍPrr 

_ ■■ :  :  cá  - 

.4;  ai  *  «  '■'  .  .  .dí-  f 


«8U, 

ÈM 


Lir.  IIÍ.  D i  v*  1 1.  Ja  ortelam  aquatica.  \u 

.  .V  ífo  .  '  , 

G.  Bauh.  Najhtrcium  Aquaticuw* 

SISYMBRIUM 

Aquaticum. 

Porr  .Açrioenf. 

Efp. 

Berros  Sc 
Agrioens. 

Franç.  Caràaminc 
ou  Crejfon  de 
fontaine. 

Irai.  Crcjfone. 

AH.  Krejfc  > 
nen-KreJfe, 

QUAL.  quente  & 
íeco  a  o  3 .  grao. 

redondaSs  n,R  1  P;  Tanj°  ^  naf«  deita  f0!],as 
redondas  as  quais  vindo  a  crecer  faõ  recortadas 

omo  as  da  cruga  :  tem  goíto  acre  &  mordican  e- 

osagnoens/aon  conhecidos  de  todo  o  vmuudo 
rios.  *  Naíce  perto  das -fontes,  c  nos 

VÍR-tUD.  Come  fe  crum  cm  falada  provoca 
a  ourina,  fe  naon  deve  dar  a  molheres  LP  i 
raivo  efte;a  morta  a  criança  por  45 

af-pfah,,  O  fumo  cndmrjo  com  ,Í  J'T 
cxelente  a  os  que  eftaon  fomnarentos  &  ■ * i  ic 
aquentado  com  vinho  branco 
rabaos  ,  &  raisdefalfi  mün  /  >  ’  aiuclSa> 
OU  pobi.  f.sV4„  “P'“  „°sfo“reo  Fcnil 

como  exteriormente  he  conrò  lnrtu°micntc 
baço.  COlUra  as  durezas  d». 

Twio  J. 


-J: 


V 


I 


D  E  S  C  R  I  P.  Tem  as  folhas  ,  &  planta 
corno  o  precedente  ,  íomente  lao  mais  pecjuenas, 
naícc  cm  lugares  húmidos ;  luas  flores  íao 

brancas. 

V  1  R  T  U  D.  He  de  goflo  acre  ,  Sc  mordi- 
cantc  j  ícu  cozimento  bebido  he  fingular  para 
dezinchar  o  ventre  ,  he  propio  contra  as  vento, 
zidades  da  madre  ,  fe  fe  aplica  fobre  o  ventre  , 
tendo  o  aquentado  com  matricaria  ou  artimifía  , 
borrifado  com  vinho  puro  fobre  huma  telha 

•  •  <  ^  /■*  1  _  4  /n  /A 


quente  ,  ou  tijolo  feu  íumo  enduíído  fobre  oí 
tertieulos  empede  o  flaxQ  do  femeu  nodturno. 


Liv.III.Div.il.  das  Rabaças.  nj 
G.Bauh .Naflurcium  aquafcum  trcãum  folia  longicre . 

S  I  O  N 

Apium  aquatí- 
cura  jivc  Lavei 

Port.  Efp.  Rabacd'. 

Franc.  Arbre  acau 
Oii  Bcrle , 

Ital.  Crejfion ,  Sio . 

All .Vvafer  Epp!c\ 
ou  JJvajfcrmcrk^ 

QUAL.  quente  5c 
feco  a  o  i.  giao. 

i  DEj  C  Uj?'  AaíteaIlc  direita  as  folhas 
Jaigas  deu  tiladas  a  o  redor ,  limilhantes  as  do 

Aipo  ,  podo  que  mais  pequenas,  &mais  cheiro- 
doVe  ^ kmenCC  He  cheuola  co"°  a  de  erva 

L  U  G  A  R.  Nafce  perto  das  fontes  que  faõ 
quentes  no  inverno  ,  &  fnas  no  vetam  ordina- 
mmentefe  acha  com  os  maítruços  de  agoa. 

V  RTUD.  Comenfe  em  lalada  como  os 
mafhuços  :  he  boa  contra  a  pedra  ,  provoca 
ouiina,  os  menítruos,  o  parto  *  'ervr 

a  dvfenteria;  o  cozimento  da  planta  bebido d-* 
opila  o  fígado  :  he  boa  contra  a  pedra,  deram^ 
çaon  da  cólera  ,  &  a  os  hydropigos.  AnlS 

«xloardw  ft.,horaS  '  '“h“  *  outra, 


mmm. 


A".  J?i 


D  F,  S  C  R  I  P.  O  AliíTyum  he  huma  pequena 
planta  que  tem  liuma  íoaílea  hum  pouco  afpera, 
as  folhas  redondas ,  entre  as  quais  eíta  leu 
fi  utto  .  de  que  a  (emente  he  chata. 

LUGAR.  Crcíce  nos  montes  em  lugares 
bracicos ,  florece  em  Junho  ,  &  em  Julho  da  a 
femente. 

VIRTUD.  DeíTeca  mediocremente,  ferve 
para  o  cítomago  fazer  bom  cozimento  ,  he  ab- 
ftcrflvo,  feu  cozimento  bebido  he  contra  os  falu- 
ços  naon  havendo  febre.  O  mefmo  fas  a  herva 
trazida  na  mao  cheirada  ,  6c  mefturada  na  cq- 
mida  he  boa  contra  as  mordidelas  de  caras  da¬ 
nados  donde  tomou  o  feu  nome. 


Liv.IlI.Div.il .  dtt  hervít  bolça  de  Pãjlor.  izy 
G.  Bauh.  Burfa  Pafforis  foliis  [hwatis. 

B  7  nK  .S  A  4t  fefcfôí  V, 

Paftons.  vJj? 

Porr.  Eíp.  5%  de  ^jf  “ 

Pajior. 


Fr.  Bi ;  .'^y7  ^  Pajlcnr 

ou  7 abourer. 

% 

All.  Secktlkraut. 

q  U  A  L  I  D. 
quente  &  feca  a  o 
J.grao. 


D  E  S  C  R  I  P.  Suas  afteas  Ta")  redondas  ,  de 
palmo  &  meyo  de_  altura  ,  feus  ramos  delgados  , 
as  folhas  que eítaõ  perto  da  rais  faó  femelhan- 
tes  as  de  vcrbenaca ,  &  as  dos  ramos  as  de 
Thlafpi :  lua  rais  !ie  meuda  ,  &  branca  ,  as  flo¬ 
res  que  vem  no  cabo  dos  ramos  faon  brancas 
donde  nafeem  certos  eftojos  pequenos  feitos  a 

modo  de  coracaonquc  enlerraon  huma  leniente 
pequena. 

L  U  G  À  R.  Nafce  em  toda  a  parte  ,  &  pellos 
caminhos,  florcce  em  Junho  &  Talho 

VIRTUD.  Serve  para  parar  toda  a  carta 
de  fluxos  ,  o  do  fangue  pellas  ouriuas  ,  os  men- 
ítruos  ,  &  a  dyícntena  le  fe  toma  as  folhas  fecas 
em  po  em  vinho  tinto*  agoa  diftiladadas  mef- 
mas  fas  0  me.mo  que  o  cozimento  ,  o  fumo 
cita  ei  a  metido  no  naus  eftanca  o  fangue  Sc 
h'T?  fc,rida*  recentes.  Pizada  ,  Sc  metida  dc 

dícolA?  PKS  cmptí 


ii6  Historia  das  Plantas, 


PSEUDO. 
MYAGRUM  , 


Alonofpermon. 


D  E  $  C  R I  P.  Kao  tem  ordinariamente 


mais  que  huma  fó  aftea  que  forma  vários  ramos, 
fuas  folhas  íaon  íeitas  de  feitio  de  flexa  com  a 
ponta  inclinada  para  baxo  :  as  que  vem  no  pe 
3a  aftea  faõ  mayores.  Suas  íeinentes  fc  parecem 


com  a  do  linho  ,  de  que  os  paíTaros  faon  ami¬ 
gos  por  que  he  doce. 

LUGAR.  Crece  entre  os  trigos  ,  &  entre 
o  linho  ;  florece  em  Mayo. 

V  I  R  T  U  D.  Tira  fe  da  femente  hum  oleo 
por  experífaon  que  amolece  &  tira  as  afpereías 
docutis. 


A  R  A  B  I  S, 

Draba  , 
ALtithioli. 
Dryophonon , 
Plinil. 

Naílurcium  Ort- 

enrale  ou  Ba- 
bylouicum. 


Porr.  Efp.  Franç. 
Irai.  Drabéi. 


All.  Títrckjfehe 
K  ref. 


DESCRIP.  A  Arabis  ou  Draba  iic  alra  dc 
palmo  &  meyo  :  fuas  folhas  fe  parecem  com  as 

<lo  lepidium,  fuas  flores  fe  parecem  com  as  de 
íabu^o. 

O 

LUGAR.  Nafce  pellos  campos  &  florece 
cm  May  o. 

VIRTUD.  Hc  huina  planta  muyto  mor- 
dicante  a  o  gofto  ,  íimilhante  cm  virtudes  a  os 
maftruços ,  donde  procede  que  cs  quenta ,  &  de¬ 
feca  fortemente  ,  cozefeefta  herva  cm  agoa  pa¬ 
ra  bebida  dos  phlegmaticos  ,  ferve  efta  herva 
feca ,  &  pizada  em  lugar  de  pimenta. 


-jiS  Historia  das  Plantas, 

G.  Bauh.  Alliaria  cui  &  Thlajpi  cornutum. 


ALL  IARIA 

Alliaris. 
aut  Pcfafini 
Matthioli. 

Port.  Alliaria  ou 
herva  dos  Aihos , 

AU.  Leitcb  k)o- 
brauck . 


DESCRI?.  A  Alliaria  quando  nafce  pro- 
dus  tolhas  íiinilhanres  as  das  violas  >  a  o  des- 
pois  quando  crefce  fe  fazem  recortadas  como  as 
da  erva  cidreira  menos  crefpas  6c  meudas ,  es 
fregadas  na  maon  cheiraon  a  alhos  ;  lua  aftea 
hc  alta  mais  de  dous  palmos  ,  íua  flor  he  bran¬ 
ca  ,  fu  a  íemente  pequena  6c  negra  i  a  rais  tem 
o  cheiro  da  herva. 

LUGAR.  Nafce  pellas  afmhagas,  6c  pellos 

folíos  de  que  tomou  o  nome. 

V  1  R  T  U  D.  Subtilifa  os  humores  vifeofos 
6c  e, roceiros  ,  de  mais  tem  virtude  aperitiva,  6c 
digeíhiva.  O  cozimento  de  fuas  folhas  poemfe 
nas  ajudas  contra  as  dores  de  cólica  6c  dos  rins. 
A  fomente  pizada  6c  aplicada  em  forma  dc  cm- 
plaftro  no  orifício  da  madre  impede  as  fuffbca- 
çoés:as  folhas  aplicadas  inteiras  curaon  as  cha¬ 
gas  das  pernas. 


Li  v.  III.  Dir.  II.  da  Cochlearia.  1 19 
G.  Bauh.  Cochlearia  folio  fubrotundo . 

COCHLEARIA 
Baravica 
Bricannica 
Plinii . 

Porr.  Efp.  leal. 

Cochlearia . 

Franç.  Herbe  anx 
Cliilleres . 

Al  1.  Laffelkjaut. 

QUAL.  quente  e 
feca  ao;.  s;rao. 

DESCR  IP.  Efla  planta  tem  as  folhas  quaíl 
efpefTas  como  o  Thelephium  ,  mas  em  figura 
faon  íímilhantes  as  das  violas  ;  &  côncavas  em 
forma  de  culheres  donde  tirou  o  íeu  nome  ent 
latim.  Sao  hum  pouco  mais  doces  do  que  as  das 
Azedas  redondas  ;  fuas  afteas  faon  pequenas,  & 
angulares  de  altura  de  palmo  :  fuas  flores  faon 
brancas  &  pequenas  ;  fua  femente  he  pequena 
yermelha  dividida  em  cafcas  pequenas,  fuas  rai- 
fes  meudas  ,  cabeludas  ,  &  aluadias. 

L  U  G  A  R.  Nafce  pelas  afinhagas  cm  Ho¬ 
landa  ,  em  Friíia  ,  em  Inglaterra  &  nos  prados 

como  fas  aqui  o  ophiiogofum,  florece  em  Abril 
òí  Mayo. 

ViRTUD.  Ele  deteríiva  aperitiva  refifte  a 
podridão  ;  por  iíTb  he  efpecifica  na  docnca  do 
fcorbuto  chamada  pelos  gregos  ftomacace.  Os 
moiadoi  es  de  Friíia  fabem  ou  fouberaõ  primeiro 
eíla  doença  Sc  fe  remediara  com  cila  lie  r  ba  que 
Ke  de  goíto  acre  como  o  maftruço. 

F  v 


jjo  Historia  das  Plantas, 

- -  ■  -•  --  - — - — “ 

DIVISAM  TERCEIRA. 

Das  efpecles  de  Couves . 

G.  Bauh.  Bralfica  capltata  alba. 


B  R  ASS IC A 
Capitara. 

Tort.Couve  repolho 
E*'p .Crcfpa  Lebiona 
Franç.  Choux 
Caba. 

Ital.  Cavoli 
Capuci. 

AU.  Kappiskjaut 
ou  Hault  Kohl. 


QU  A  L  I  D. 
quente  8c  lcca  no.  i. 
giao. 


VIRTUD.  Naon  tem  differença  das  ou¬ 
tras  couves  fenaon  que  he  menos  fadia  das  ou¬ 
tras  ,  gera  humores  melancólicos  8c  offendendo 
a  vilta  :  he  menos  nociva  fe  primeiro  a  cozerem 
em  agoa  ,  8c  a  o  depois  a  acabarem  de  cozer  cm 
caldo  gordo  com  algum  funcho. 


Liv.  III.  Div.  III.  dtts  Convés.  13  ri 

BR  ASSICA 

Crifpa. 

Fort,  Couves 
Comuas. 

Eíp#  Feyga. 

Franç.  Choux 
Crefpé. 

Ital .  Fczj. 

Ail.  Ksaujskj/hl. 
ou  Ferfick. 

QJJ  A  L.  quente 
e  feco  no  1 .  grao. 

DE  S  CRI  P.  Ha  varias  eípecics  de  Couves 
Crefpas  das  que  commumente  fe  ufaõ  neíla  cú 
dade  &  em  toda  parte  em  caldo  de  carne  ,  prin, 
cipalmente  ae  vaca5  iaon  as  brancas  ha  outras 
muyco  crefpas  de  cor  verde  ofeuro  ,  eíTas  faon 
melhores  com  azeite  *,  ha  outra  efpecie  da 
meíma  cor  que  fas  fua  flor  ,  de  fei  tio  de  chapeo 
dc  foi  j.  faon  chamadas  cove  flor  ,  de  rodas  eítas 
couves  feu  primeiro  cozimento  hc  flatulento  ;  as 
verdes  faon  emolientes  ,  peitoraes  ,  rejeitando 
lempre  a  primeira  agoa. 

V  I  R  T  U  D.  As  Couves  verdes  molificaon  , 

&  alimpaon  ,  comidas  faon  boas  contra  os  tre¬ 
mores  dos  membros  &  fraquefa  da  viíta  ,  &  con¬ 
tra  a  bebedice,  feu  primeiro  cozimento  laxa  o 
ventre.fendo  muyto  cozido^  conftipaon  o  ventre- 
a  leniente  pizada  ,  &  bebida  em  caldo  mitiga  a 
cólica  ,  cozida  adubada  com  pimenta  Iomm  be¬ 
bido  o  caldo  gera  muito  leite  os  grellos  faon  diu¬ 
réticos  eÜomacaes,  empedem  as  fuma  (Tas 
do  vinho  ,  o  fumo  bebido  he  contra  mordidelas 

das  cobras  ,  e  das  viboras  fuas  folhas  fe  arlicaõ 
tta  gotte  dos  pes*  y  vj  * 


mM 


151  Historia  das  Plantas, 


DIVISA  M  QU  ARTA 

X)*is  he/  vas  que  tem  as  folhas  compridrahas 
com  alguma  [emeWumai  a  A^cda  com - 
prldrt. 

G.  Bauh.  Ifitis five  Glafum  lati  folia. 

GLASTUM 

llatis  Domcfticum  ^ 

Aiatúnoli. 

Port.  Efp.  Pafel . 

Franç.  Guede  ou 
Pafel. 

ltal.  Glafllo'o  do - 
TwfllcO,  Pajlelo . 

AH.  Vveidy 
Ináith. 

QJJ  A  L.  Seca  fem 
acrimonia. 

D  E  S  C  R  I  P-  O  domeltico  cem  as  tolhas  co- 
moa  Tanchagem,  mais  denegridas  &  mais 
efpdías  :  fua  aftea  he  de  altura  de  dous  palmos: 
as  dores  que  produs  laon  pequenas  &  amarelas. 
LUGAR.  Nafce  em  leal  ia  &  outras  partes 

fio  rece  em  Mayo  e  Junho. 

V  I  R  T  U  D.  Defeca  fortemente  fem  ler  moiv 

áicante  taõ  bem  he  amargo  ,  c  adihmgente: 
f  u  cofimento  em  vinho  cura  as  dureías  oooaç* 
fuas  folhas  aplicadas  refolvem  as  apoftemas, 
fecbaon  as  feridas  recentes,  parao  o  fluxo  la 
fangue ,  curaonas  fogages  &  chagas  podres. 


tf 


Liy.  III.  Div.  IV.  do  Gldflo  ou  Pajle!.  1 3  3 
G.  Bauh.  Ifatís  Sylveflrc  Anoujlifolia . 

glastum 

Sylveftre. 

Aíattbioli. 


D  E  S  C  R  I  P.  Parece  fe  com  o  cuhivado  pofio 
que  tem  as  folhas  mais  compridas,  c  mais  "1  an¬ 
des:  íua  aiiea  he  mais  tenué  ,  &.  mais  carre¬ 
gada  de  ramos  de  cor  quaíi  vermelha,  tendo  em 
cima  a  fcmente  metida  em  humas  capfulas  de 
feitio  de  lingoas, as  flores  faon  pequenas  &  ama¬ 
relas. 

LUGAR.  Nafce  peHos  campos ,  &  lugares 
incultos ,  florecc  em  Mayo  &  Junho. 

V  I  R  T  U  D.  He  muyto  acre  a  o  çofto  ,  & 
lie  mais  deíTecante  do  que  o  cmtivado  ,  do  cjual 
tem  as  mefmas  virtudes ,  bebido  cu  aplicado  he 
contra  os  achaques  do  baço  :  impede  a  podridão 
Com  mais  efíicacia  do  que  o  cultivado, 


134  Historia  das  Plantas, 

G.  Bauh.  Acetofa  Pratenjis. 


O  X  A  L  I  S 

Acecofa  major. 

Port.  Az.eda, 
Franç.  Oz.eille, 
Vinete. 

Efp.  Az.cd-lU- 

Ital.  Acetofa.  • 

All.  San?  Arnphcr. 

Q^U  A  L.  Fria 
&feca  no  z.  gr. 


f  \\1  ••  :4v, 

\PM, 

1 1 


D  F.  S  C  R  I  P.  As  Azedas  faon  conhecidas  de 

todo  o  mundo  nafcem  pellos  campos ,  e  femeaõ 

fe  nas  hortas.  ,,  _ 

V  I  R  T  U  D.  Hc  aperitiva  ferve  a  digtitao  s 

a  erva  mitiga  afede;  fas  vontade  de  comer  mi¬ 
tiga  a  coleta  ;  por  ilTo  uzafe  nas  febres  ordinᬠ
rias  ,  6c  nas  Pcftilentiaes.  Seu  cofimente  laxa  o 
ventre  ,  crua  pilada  &  aplicada  com  oleo  tozado, 
e  aíTafram  fas  abrir  as  poftemas  .  a  iemente  pi¬ 
fada  bebida  em  vinho  ferve  na  dyfemena ,  6c  na 
celíaca  paxaon. 


Li v.  111.  Div.  IV. 


D  E  S  C  R  I  P.  A  Azeda  menor  tem  as  folhas 

de  feitio  de  huma  lança  ,  mais  unidas  ,  &  mais 

molles  que  a  mayor  &  tem  veyas  vermelhas ;  da 

mais  fumo  do  que  a  grande,  a  femente  lie  mais 
pequena. 

LUGAR.  Nafce  em  lugares  incultos  & 
entre  as  vinhas  ;  flore ce  em  J»ulho. 

VIRTUD.  Temas  mefmas  propriedades 
a  giande  ,  &  que  a  redonda  ,  que  fe  acha  k- 
uieada  nas  hortas  para  o  uzo  da  Cozinha, 


Q^U  A  L.  Fria 
c  feca  no.  i.  grao. 


G.  Bauh.  slcetofa  Arvenjis  LanceoUta. 


é 


P  ''•lí;' 


O  X  A  L  I  s 

Acetofa  minor. 


1 3 6  Historia  das  Plantas, 


C.  Bauh.  Lapathum  aquat .  fo'lo  cnbitalK 


HIPPOLAPA- 

THUM 


Sylvcftre. 


Afatthioli. 
Poic.  Alabaça 


branca. 

Efp.  Parda. 
Franç.  Lapais  fait- 


vagc  ou  Paiievc • 
leal.  Rowbict  Cr 


Lapcitir . 

Aliem.  Atnpher. 


QUAL.  Secca  do 
í.  a  o  3 .  grao. 


des  tem  afteade  a  Fura  de  dois  palmo'  com  quan¬ 
tidade  de  flores  de  cor  quafi  vermelhas  íua  íais 

he  groíTa  e  dura  como  pao 

L  VGA  R.  Crefcc  nos  lugares  baixos  ,  e  hú¬ 
midos  ,  e  taon  bem  folv  e  os  montes  quando  o 
tenitorio  he  fértil  &:  a  ondeas  vacas  coíhumaon 
paftir  as  noites  fiorece  em  Junho  &  Julho. 

V  I  R  T  U  D.  Tem  as  mefmas  virtudes ,  & 
propriedades  do  Lapathum  ,  em  certo  modo  por 
fua  qualidade  feca  >  mas  tem  de  particidar  que 
purga  a  cólera  com  menos  força  que  oRuibaibo, 
por  iíTo  a  chamaõ  Ruibarbo  das  hortas  ,  fendo- 
lhe  trefplanrado  >  menos  forte  do  que  o  Hippo- 
larachum  latifolio  chamado  Rhabarbarum  Mo- 
nachorum  ,  coíido  em  vinagre  cura  a  íama. 


. 


-t  ,7ÍTI*ffdJ 


■ 

rtso  '■  r  '  ks  tev'' 

ftkvKisk  ■  1  '  'V-  ^iííi  -üv*: 


S51K  Jr# 


Liv.  111.  Div.IV.  dos  Efpinafres.  13  7 
G.  Bauh.  L.ip.it.  kort.  fpma  femint  non  fpinofa. 

SPINACIA, 

Spinachia  & 

Spinaceú  olus. 

Port.  Efp:n.ifrcs. 

Efp.  EfjJ  inaca . 

Franç.  Efpinars. 

Irai.  SpinciCK 
Aliem.  Spinat  oder 
Binefch. 

QUAL.  frio  &  hú¬ 
mido  a  o  1.  gtao. 


VIRTIJD.  A  primeira  agoa  em  que  fe  co- 
fem  naou  he  fadia  :  amolecem  o  ventre  ;  mas 
faõ  ventofos :  o  iumo  he  bom  contra  mordeduras 
de  alacraos  ,  e  de  aranhas  venen.ofas :  a  agoa 
diftilada  fas  o  mefmo  effciro:  adoça  a  rudes 
da  garganta  ,  e  da  tracharteria  ,  a  agoa  que 
delles  fe  diftüa  quando  eflaon  em  flor  he  boa 
contra  as  enflamaçoens  >  Erifipelas  ,  &  chagas 
corroíivas  >  eítando  aplicada  por  fora. 


" 


ijS  Historia  das  Plantas, 


G.  Ba  uh.  Lapdthum  Sylv.  folio  aciuo. 


LAPATHUM  , 

Oxyíapathum. 
Port.  A  la.' a  cd. 
Eíp.  Romaz.a  ulba. 
Franç.  P.trelle ,  pd- 
t  'ene  e  Jauvage  , 
1’herbe  aux 


teignes. 

Ita! .  Rombice ,  Ld- 
pacio. 

AU.  Grtwâvvwtz., 
ou  Strelffvvurtz . 
OU  A  L.  Teca  a  o 


í.c  3.  giao. 


D  E  S  C  R  I  P-  Sua  aftea  hc  alta  de  palmo  Sc 
jneyo ,  arrugada  ,  avermelhada  com  muytas 
folhas  &  ramos.  As  folhas  faon  como  as  das 
acelgas  alguma  couzamais  compridas  &  agudas: 
de  golfo  hum  pouco  azedo  :  as  íloies  faon  pe¬ 
quenas  as  quaes  fuccde  femente  triangular;  a 
rais  tem  palmo  de  comprida,  amarela  ,  &  amar¬ 
ga  a  o  golfo.  ■  . 

LUGAR.  Achafe  nas  hortas  &  lugares  hu- 

m  y  I  R  T  u  D.  A  agoa  dilf  ilada  de  fitas  raifes 

he  boa  contra  as  em pígens  &  para  rodos  os  ví¬ 
cios  do  cútis  ou  pelle  ,  colida  em  vinho  &  bebido 
alguns  dias  continuados  cuia  a  itericia  ou  anu* 

reli  d  ao  n. 


Liv.  Ilí.  Di  v.  IV\  do  Ruibarbo, 

G.  Ba  uh.  Rijei  Rheon, 

RHABARBA- 
Rum, 

Porr.  Ruibarbo. 

Franç.  Rheubarbt. 


13? 


QUAL.  quente  5c 


íeco  a  o  x.  grao. 


DESCRI  P.  O  Ruibarbo  cem  huma  aflca 
de  altura  de  hum  palmo  ;  da  qual  nafcem  muy- 
tas  folhas  de  dois  palmos  de  comprido  aiar^an- 
dofe  ate  a  extremidade  que  he  inclinada  a  terra 
como  fas  a  Centiana  r  íaon  afperas  5c  verdes  5c 
em  pouco  tempo  fe  fazem  amarelas  ,  &  cahem 
nocham.  Suas  flores  laõ  como  as  violas  dc  cor 
azul  alvadia,de  roim  cheiro.  A  rais  he  da  grof. 
fura  da  perna  de  hum  homen  ,  amarela ^nor 

dentro  &  negra  por  fora.  A  rais  he  que  fe  uza 
na  medicina. 

LUGAR.  Crece  na  Ethiopia ,  nas  índias 
Onentaes,  na  China  ,  a  melhor  heaque  nos  he 
traíida  dc  Usbetz  em  Turquia.florece  em  TUnho 
&  Julho.  J  » 

VIRTUD.  Seu  uzo  naon  he  perigoro  como  fc 
cuidava  antiguamente  ,  e  fc  pode  dar  fem  re- 
ceyo  as  molheres  prenhes  &  a  os  meninos  quan. 
do  querfe  purgar  ,  na  opiniaõ  dc  Macthiolo  i 
lua  virtude  he  de  purgar  a  cólera  flava. 


14©  Historia  das  Plantas, 

G.  Bauh.  Centaurum  maj.  foL  m  lacinias 

piures  divifum . 

CENTAUKÜM 

Maçnuin 

Rhai  oacicum. 

Por:.  Cent.mrta 

maor  ,  R.ilponticc 

da  terra . 

.  Rheuponiic. 

% 

QUAL.  quente  & 
ieco  a  o  5 .  gr  ao. 

D  E  S  C  R  I  L.  Suas  folhas  faon  lancinantes 
as  da  nogueira  ,  mas  de  cor  de  folhas  de  couve, 
dentilladas  a  o  redor.  Sua  aftea  fímilhante  á  de 
Lapathum  de  tres  a  quatro  palmos  de  altura, 
produs  vavios  ramos  ,  na  cima  dos  quacs  cita 
lua  flor  azul  que  fahe  de  humas  labeças  redon¬ 
das  como  as  de  dormideiras  ,  (ua  icmcntc  he 
como  adas  dormideiras  fylveftres.  A  rais  he 
eroíla  ,  pezada,  comprida,  chcyade  fumo  de 
cor  quafi  vermelha,  doce  Sc  mordicante  no  mef- 
Dio  inftante. 

LUGAR.  Crefce  cm  bom  território,  &  em 
quantidade  aos  montes  de  foluvre. 


Lit.  III.  Div.  V . da  Acclga  branca.  zfi 


DIVISA  M  Q^U  I  N  T  A. 

Das  efpecics  de  Al  elgas  ,  e  de  outras  fcrncl- 
h  antes  que  crefeemnas  hortas. 

G.  Baulí,  Beta  rnmor  viridis. 

BETA  ALBA 


Communis. 
Port.Efp.  Ac  dg  as 
F ranr .  Bt  tte  blanche 
Ital.  £iclayBifl;ola. 

All.  Mangolt. 

&  Piejfem. 

QJLJAL.  quente 
c  feca  a  o  3 .  grao- 


D  E  S  C  R  í  p.  He  fuperílua  por  que  he  con¬ 
hecida  de  todo  o  mundo. 

LUGAR.  Fraca  he  a  horta  que  naon  tem 
Acelgas. 

V  I  R  T  U  D.  He  digeftiva  ,  &  abftcrfiva  : 
he  admirável  a  os  que  eítaoti  atormentados  do 
baíTo  ,  de  forte  que  lhe  ferve  tanto  para  remedio 
como  para  comida  :  naon  he  boa  a  o  cítomago  • 
cohda  &  comida  com. alhos  mata  as  lombrigas 
do  verme,  íeu  íumo  coado  dado  em  ajudas  he 
cfhcas  para  dcípejar  as  matérias  ficacs,  que  os 
mais  clyfteis  naon  poderaon  evacuar  ,  o  mefmo 
fumo  forbido  pelo  naris  fas  purgar  o  vaaha 
endurecido ,  &  a  pituita. 


IA*.  Historia  das  Plantas, 

C.  Biuh.  Beta  rn‘nor  Z 


BETA 


Fort.  Efn.  Acelgas 


Franc.  Bette  ,  oit 

> 

Rcparée  rouoe 


QUAL.  quente  & 


D  ES  C  R  IP.  A  acelsja  negra  ou  melhor  ver¬ 
melha  produs  toda  a  planta  íirnilhante  a  branca 
excepro  a  cor  vermelha  ofeura  ,  e  as  tolhas  mais 
pequenas. 

LUGAR.  Scmea  íe  nas  hortas  como  a  pre¬ 
cedente  hum  anno  dcfpois  da  íemente. 

V  I  R  T  U  D.  Coíida  com  lentilhas  Sc  comi- 
da  ,  he  boa  para  os  cnrlos  do  ventre  :  íeu  íumo 
bebido  he  bom  contra  as  mordeduras  de  vibo- 
ras :  coliila  em  agoa  aplicada  em  forma  de  ca- 
taplafma  tira  a  comixao  :  o  cozimento  da  íais 
&;  folhas  alimpa  a  cabeça  das  lendeas >  cuia  as 
frieiras ,  fazendolhe  fomentaçoens ,  o  íumo 
cm  ajudas  cura  a  dyíenteria  ,  &  Iterícia. 


éf  4' 


Li v. III.  Div  V.  dos  Bredos.  I4J 
G.  Bauh.  Rliturn  rubrnrr  majus. 


BL1TUM 

Rubrum 

majus. 

Mattbioli. 


Port.  Efp.  BrCfi 

Franc.  Porrée 

> 

rouge. 

Irai.  hiàone ,  ou 
Blito. 

Ail.  Mcycr ,  ou 

Aíeycy  kyaut . 

QUAL.  fria  e  hu 


Hiida  a  o  i.  grao. 


D  E  S  C  R  I  P.  Os  bredos  íaon  baílanre  con¬ 
hecidos  creícem  altos  como  huma  ^rande 
marta. 

LUGAR.  Semea  fe  nas  hortas. 

\  I  R  T  U  D.  Para  os  mcnftruos  ,  ferve  nas 
mordi  duras  dos  alacraos  tomados  em  vinho  , 
aplicados  com  vinho  be  contra  as  affeçoens  do 
baífo  caufa  dores  de  tripas  ,  &:  ias  ourinar.  Se- 
naon  eftaon  corrigidos  com  adubos  perturbaon 
a  colcra  &  fafem  as  vezes  vomitar,  aplicados 
fobre  os  calos  os  amolece  ,  &  os  tira  ,  piza  dos 

c  aplicados  com  oleo  de  alcaparras  cuia  a  doe 
das  fontes. 


0 


D  E  SC  R  I  P.  Os  brcdos  menores  tem  as 
folhas  quafi  vermelhas  Sc  taonbem  a  rais  ,  as 
foi  lias  e  fiores  faon  mais  pequenas  do  que  as  do 
precedente. 

LU  G  AR.  Crefcc  de  por  íi  nas  hortas,  Sc 
Jardins  >  florece  em  Junho  &  Julho. 

VIRTUD.  Provoca  os  menfhuos ,  efpulfa 
as  parcas  Sc  molas  ;  fazendo  receber  o  vapor 
da  erva  cozida  ,  por  baixo  citando  cm  pe. 


G.  Baub* 


Li t.  IIÍ.  D 1 v,  V.  tht  uítrrplex.  145' 

G.Bmh.Atripl.Hort.alba,five pallidè  virenf , 

atriplex 

Hor  teníís. 

AíatthiolK 

Port.Efp.  Ar  moles. 

Franç,  Arroches 
dej  jardins,  fole - 
(es ,  bonnes 
Dames. 

Al!%  Afiliem, 

QUAL.  fiio  a  o  i. 
humedo  ao  z.  gr. 

1  S  9  R  1  Tem  as  folhas  grandes  no  pc 

f.  aílc,a  *  quanto  mais  para  (ima  mais  mcudas 

feiras  de  feitio  de  flcxa,  o  fumo  hc  quafí  ama- 

rc!o  a  aílea  que  hc  denegrida  crefce^  de  altura 
de  trcs  palmos  &  mais. 

f  A  Semca  fe  nas  hortas  ,  &  ei* 
qumfe  dias  he  capas  para  fe  comer.  * 

VIRTUD.  Heencmiga  do  eítomamo  ful 
femente  he  boa  contra  a  deramacaon  da  cólera 
opilaçaon  do  fígado  ,  &  provoca  o  vomito  Sc 
"ao“  deve  dar  a  peiToas  fracas  a-crua  ou  colida 
?  C1'U3  apiiMda  cura  os  frunculos  ,  &  to  las  ac 

t:s;^s  c',hrita!  “h“ 
cura  a  friíi  a  fcmcwre  tomada  em  agoa  me! 

fígado.  CU  ^  pruccdc  tia  opilaçaon  do 


Tem.  2. 


1 


I4Ó  UlSTORlA  E*S  TlaNTaS, 


G.  Bauh.  Atriplex  angufto  oblongo  folio. 


ATR  IPLEX 


Sylvcftris 

Aíiittbioli. 


Fort.  Artnoles. 
Efp.  Arirnueles . 
Franç.  Arroches 


Ital.  Artiplice. 


Ali.  Stheífs  Melttn 

(YU  A  L  I  D. 


frio  ao  i,  hum,  -o 


DESCRIP.  As  cfpecies  fylveftres  naofl 
differem  dadas  hortas  ,  íenaon  emprodurir  ra¬ 
mos  ,  &  as  folhas  ferem  mais  pequenas. 

LUGAR.  Crece  junto  a  os  muros  dos  lu¬ 
gares  Sc  vilas  pelos  caminhos  ,  &  campos,  fio- 

recc.em  Junho  Sc  Julho. 

V  I  R  T  U  D.  Hc  menos  frio  Sc  húmido  do 

que  a  dos  jardins  ,  a  femente  he  mais  adftiin- 
genre  c  mais  para  digerir.  Os  rufUcos  em  Lom- 
Lardia  a  comem  cm  vários  guizados. 


-  •  ■ 


v‘‘ 


tf*  :.- 


mmSÊniMÀ  Wm^S 


■ 


íiv.  III.  Div.  V.  da  Artnolcs warlt tmx .  14 7 


G.  Bauh.  Atriplex  marítima  hciniata . 


atriplex 

Marina. 
Aíatthloli . 


Q^U  AL  I  D. 

fn*a  a  o  1.  grao 
fcca.  a  o  2#  grao. 


D  E  S  C  R  I  P.  E/ta  efpccie  hc  raftcira  na  ter¬ 
ra  tem  as  folhas  alvadias  do  feitio  dos  cfpinapcs 

porem  mais  pequenas  3  fua  fementc  fe  acha  cm 
pequenas  pérolas. 

LUGAR.  Naícc  em  lugares  marítimos  don¬ 
de  tomou  o  nome  ,  fiorece  em  Julho. 

V  I  R  T  U  D.  Tem  as  virtudes  das  prccedcu- 
tes:  mas  por  que  tem  hum  fucco  mais  falgado 
Jaxa  mais  o  ventre  do  que  as  outras  ,  St  hemais 
abíteríiva  ,  Sc  he  contra  a  podridaon  ;  he  pm*, 
gativa  ,  mas  por  cauza  das  naufcas  defeca  o 
eítomago  :  he  hoa  para  os  hydropigos  ,  6c  para 

magicccros  que  eítaou  demaíiadamente  obeíbs 
011  gordos. 


WlStRBmemvmeeiMiWM 

■  .  ‘r‘  ’  *  '  '  -■*  '•  •■•V  •  •»-  r,: 

'  i  ?v 


mamm 


Wmfãm 


•448  Historia  d  as  Plantas, 


G.  Bauh.  yílimus  fat  Portulaca  Marind, 


Ital.  Bi done. 


_ . 

(nlÉÉnB  -  1— wíiminiiiimifr  1  , 


D  E  SC  R  I  P.  As  folhas  tem  alguma  femel- 


hanoa  as  folhas  da  oliveira  alguma  couzamais 


dpellas  ,  de  gofto  falgado. 

V  I  R  T  U  D.  Provoca  o  femen  fas  gerar 
muvto  leite  as  amas  :  lendo  falgada  naon  he  a  i- 
fh  ingente  a  o  goíto  ,  em  que  le  pode  conje&u- 
j-ji;  tjiic  he  comporto  de  partes  diítimilares  y  Sc 
diverlas  ;  com  tudo  he  moderadamente  quente 
pella  mayor  parte  ,  Sc  húmida  impcrfeitamenccj 
Sc  levemeiite  flatulcuta. 


V  Y:;%  Í 

•-a  ;  ■- . 


. 


nKfiMH ti* 


L i  v.  III,  D  i  v .  V.  do  Amwcinthis .  1 4  j 


AMARANTHUS 
Piirpurcus. 
Porr.  Rabo  dc  R  t- 
pofa  ,  flr/  cpte 

nunca  murcha  , 

flor  de  veludo . 

Franç.  PaJJevc- 

loitrs. 

Ital.  Amaantho, 
Alie  m.  Taujent 
Schacn. 

QUAL.  as  flo¬ 
res  íàon  ias  ÔC 
Tecas. 


D  E  S  C  R  í  P.  Tem  as  folhas  mayotes  oue  o 
mangericaon  pvodus  humaáftea  groiia  ,  cheva 
de  fucco,  de  cor  quaíí  vermelha,  deita  huma  flor 
vermelha  de  feitio  de  humaefpigaa  qual  uaou 
perae  fua  cor  ainda  que  eftéja  mui  feca  donde 
tomou  o  nome  de  Amaranthus  ,  &  raonbem  fe 
parefle  com  o  veludo  donde  tomou  o  nome  em 
francês  &  portuges  flor  de  veludo  ;  fua  fcmcnte 
he  muyta  meuda  Se  negra. 

f  O  A  iv.  Planta  íe  cm  todos  os  jardins,  At 
em  braveiros  nas  jenelas,  a  eípiga  ou  flor  vem 
em  Agoflo  ,  &a  femente  em  Septembro. 

V  I  R  T  U  D.  Refria  defeca.  A  tais,  &  a  flor 
infundida  cm  vinho  ,  clfe  vinho  bebido  puro-a 
a  mu.dre,a  floi  tomada  em  bebida  ferve  contia  a 
dyfenteria  ,  8c  no  volvulus  ou  miferere  ,  contra 
as  purgaçoens  cxceífivas  dos  menftruos  ,  Sc  a  os 
que  efeuraon  fanguc.  A  femente  bebida  em  viu* 
lioacrecenta  o  leite, 

U  111 


1 


V.;: 


.  ..r 


Tt ■  fV,- 

:  ■  ■  fc  - 


**f°  Historia  DA5  Plantas, 
<j.Bauh .Paricntaria  ojficinarim&DiofcoridU • 

helxine. 

Pcrdiciiim 
'Viccoalarís  , 

H  rba  muralis 

Matthioli. 

P^rr.  Alfabaca  dc 

.Cobra. 

Franç.  Parietaire. 

Híp.  Tcrva  dei 

muro. 

A 11.  Aíankraut. 

QUAL.  fria  &C 

humeda. 

VI  RTUD,  He  abfteríira  ,  adftringcnte  > 
Tcpcrcufiva  hum  pouco  fria  e  íeca  ,  toda  verde 
c  meya  pizada  ,  aplicada  fobre  alguma  ferida 
recente  ,  e  matadura  a  cura  fem  outro  remedio 
Vie  proveitofa  as  enflamaçoens  tres  oncas  de  feu 
lumo  ,  ou  a  feu  coíimento  bebido  he  o  rejnedio 
prefente  na  dificuldade  da ourina  ,  na  gotta,  na 
gonorrhea  ,  e  na  toífe  :  o  mefmo  mitiga  a  dor 
dc  dentes  tomando  bobechas. Levanta  aCampain- 
tiacahidaou  relachada,reftringc  a  inflamaçaoa 
da  garganta  ,  a  agoa  deífilada  em  belece  a  cara, 
ferve  nas  ajudas  nephriticas  ,  e  para  provocar 
a  ourina  ,  frita  fe  aplica  fobre  o  yentre  para  o 
nicfmo  effeite. 


Liv.Iíl.Di  v.V.aU  McYcuiriítlis  urtiga  morta.  i 5 t 

f 

G.  Btiuh.  Mercunalh  teflicnlata  Jive  Mas . 

MERCURIALIS 
Mas. 

Vor.t.Vrjiça  morta. 

o 

Franc.  Alercuriah 5 
Vignoble  >  ou 
Vignete. 

Irai.  Mor  cor  elo. 

All.  BUgenkraut. 

Qnalid.  quente 
e  Teca  a  o  i .  grao. 


,  D  ES  CR  I  P.  Eítac  pecie  de  urtiga  morta 
intitulada  Macho  he  difFerente  da  femea  fomente 
de  que  as  folhas  faon  de  cor  verde  efeura,  a  fe- 
mente  mais  rara  ,  &  mais  redonda '&  junto  duas 
a  duas  como  tefticulos. 

LUGAR.  Nafce  nas  hortas  ,  &  nas  vinhas, 
florece  em  Junho. 

V  I  R  T  Ü  D.  As  folhas  das  duas  faon  boas 
as  enflamaeoens  ■,  as  meímas&  feu  fumo  curaõ 
as  verrugas  :  faon  ínujrto  boas  a  o  dizer  dc  Hi- 
ocrates  aplicadas  nas  partes  naturaes  das  mul- 
eres  ,  para  purgar  as  parcas  ,  para  provocar 
os  raenftruos.  Dizem  que  os  caldos  deita  c:  va 
fazem  conceber  filho  macho  a  molherque  dei les 
uzar ,  aplicada  lobre  o  ventre  o  fas  deíenchar  : 
bebida  cura  as  chagas  internas.  Hipocratcs 
diítilav^  o  luçco  dentro  do  oveido  contra  a. 
/urdes.  G  iiij 


miwFsi $â 


ééííé  ;-3*§tr  jg 


fct 

-  .  —  I  L?*  ' 


^  ^  fd  I  S  T  O  R  I  A  DAS  P  L  jA  5>f  T  \  S 

C.  Bauh.  Mercurhtlls  fpinaca. 

MERCURJALIS 


mina 


Af..t;hiolí. 


Porr.  Z/ttigA  moYtd. 


QUAL,  quente 

&  kcaa  o  i .  grao. 


D  E  S  C  R  I  P.  Efta  efpecic  femca  he  mais  cm 
u2o  ra  Medicina  :  deita  hnma  aftea  de  mais  de 
palmo  de  altura  coai  nuiytos  ramos  ;  fuas 
folhas  íaon  como  as  do  manjericaon  a  femente 
fahe  da  fua  efpiga  em  quantidade  as  folhas  da 
femca  faon  mais  brancas.  A  rais  he  meuda  & 
de  nenhum  uzo. 

LUGAR.  Nace  em  toda  a  parte  &  perto 

dos  muros. 

V  I  R  T  U  D.  Huma  ,  Sc  outra  fe  podem 
mcíhirar  com  as  mais  hervas  que  fe  comen  para 
laxar  o  ventre  ,  uza  íe  de  feu  coíi mento  em  aju¬ 
das,  as  folhas  de  ambas  as  efpeciesobraon  como 
as  do  fenne  6c  cozidas  em  caldo  de  capaon  fetve 
dc  Mcdecina  ou  purga  ,  fobretudonas  febres  Sc 
na  iterícia  ,  cm  po  em  forma  de  tabaco  purga  o 
cercbro :  o  mcfmo  ias  a  agoa  diftiiada. 


'^«11 


Liv.  III.  Div.  V.  das  Ortigas  mortas  bravas,  i  ^  J 
G.  Bauh.  Adcrcurialis  montaria  tcflladata, 

CYNOCRAMBE 

BraíTíca  ca.  ina. 

Maubioli. 


Mcrcurialis  Svl- 

✓ 

veítris  mas. 


Fort.  fórfe  de  cam 

Qnal.  quente  <$c 
feca  a  o  i.  grao. 


D  ES  CR  IP.  Da  afteas  de  dois  palmos  dc 
altura,  moles  ,  alvadias.  Suas  'olhas  faon  íi- 
milhances  as  da  efpecie  femca  .  fendo  alvadias 
por  intervalo.  A  femente  he  meuda&  redonda.  * 
LUGAR.  Nace  pellos  campos ,  vinhas  & 
junto  a  os  muros  velhos  cahidos :  florece  ein 
May  o  &  Junho. 

VIRTUDES.  As  folhas  Sc  gomos  cm  co- 
íimento  laxaon  o  ventre  Sc  purgaon  a  cólera  a 
fleiina  Sc  mas  humores  fe  íe  continuar  em  caldos 
de  boa  carne.  As  folhas  verdes  aplicadas  curaou 
as  iaflamacoeus. 


M4  Historia  eas  Plantas, 

G.  Bauh.  Phyllon  Tvjliculatim. 

PHYLLON 

jive  foliutn 

rheligonon. 

JWauhioíi , 

&  Dodon. 

Fort.  Phyllon. 

Franç.  Phyllon. 

•AHem.  Vvtlfch , 

Blngclk^aut  m 


D  E  S  C  R  I  P.  O  Thelygonon  tem  as  fothas 
Como  a  Oliveira  ;  porem  mais  verdes  :  fua  aítea 
g  et  .  í  tia  rais  taonbcm  he  delgada.  Sua 
üor  he  branca  ,  íimilhante  a  o  lemente  ,  de  dor¬ 
mideiras.  Aquellc  que  fe  chama  Arthenogonon 
jiao  differe  do  prefeme;  que  na  femente  \  porque 
produs  lujm  caxo  íimilhame  a  o  das  Azeitonas^ 
c]uc  perdem  íua  flor. 

LU  G  A  R.  Nace  em  lufares  feccos 
V  I  R  T  U  D.  Dizem  que  o  Arthenogonon 
tomado  cm  bebida  ,  fas  fazer  hym  filho  macho, 
&  o  I  helygonon  hurpa  femea  :  porem  he  mais 
vero íi mel  a  o  nome  de  cftas  duas  plantas  ;  que 
na  verdade :  feu  fumo  dafe  com  bom  foceííb  a 
o s  que  faon  mordidos  de  caens  danados» 


Liv.  III.  Di  V.  VI.  das  Aifacias.  i  f  J 


DIVISAM  SEXTA. 

Das  dlverfas  efpecies  dc  Alfacias ,  Chicó¬ 
rias  ,  &  Plantas  que  cot/*  cjías  tem  algu¬ 
ma  jewilhança . 

G.  Buuh.  Laftucd  Hortenfs . 

L  A  C  T  U  C  A 

florida. 

I?ort.  Alfacia  em 
fio-''. 

Franç.  Laitue. 

Eíp.  Lechuga . 

Aliem,  Laicas  011 
Lztufif. 

QUAL.  Fria  &  hu- 
mccía  da  1.  ate  o  l. 
grao. 

V  IRTUD.  A  femente  da  alfacie  cm  flor 
tomada  em  bebida  modera  os  fentimcntos  da 
carne  ,  &  o  muyto  uzo  caufaria  incapacidade 
de  gerar  taonbem  mitiga  o  ardor  da  ourina  , 
mas  fe  devepiohibir  o  uzo  a  os  phleimaticos;  Sc 
a  os  que  efcarraon  fangue.  i 


Jv 

Ú 


I 


G  yj 


* 


*5 6  Historia  das  Pt  antas, 

Ci.  baiih,  Lultuçii  Hirtt níis. 

LACTUCA 

a. 

Porr.  bifada 

crcfpj, 

Franç.  Lai  use 

c  Abafe 

Irai  Liiclucd. 

E'p.  Lechtiga , 

A  IfitfA. 

Al!.  Latul^r. 

QUAL.  FriaSc  hu- 
iiicca  a  o  i.  &  i.  sr. 

DEsCRI  P.  A  Alfaciacrefpa  chamada  dos 
latinos  capitara  tem  as  folhas  curvas  que  crefcem 
cm  redondo  muyro  chegtiadas  da  figura  das 
couves  murcianas  ,  as  crefpas  tem  as  tolhas 
mais  crcípas  3c  naon  fcchaon  taon  conchegua- 
das  :  as  íomanas  tem  as  folhas  grandes  levan¬ 
tadas  paia  lima,  brancas  por  dentro  ,  da  mef- 
íra  caíta  ha  humas  vermelhas*,  eflas  faon  mais 
deliradas  &tcmras,  chamaon  íe  ladtucas  em 
lazaon  do  leite  que  de  li  deitaon. 

V  I  R  T  U  D.  He  boa  a  os  eftomagos  quen- 
tes  nutie  Sc  fas  dormir,  laxa  o  ventre.  O  muyto 
uzo  he  nocivo  a  vifta,  fua  temente  pizada 
cm  amendoada  he  boa  para  os  efquentamentos , 
eftingue  a  luxuria  ,  Sc  he  nociva  a  os  eftomagos 
fracos  para  os  quaes  fe  naon  devem  lavar  ou  as 
kaon  de  comer  cozidas. 


Liv.  III.  Div.  VI.  da  Alfacca Jyhefire.  1 57 


G.  Bauli.  Lachtca  Sylvcflns  Cofia  fplmja. 


Franc.  Laltue 

* 

fauvage. 


•'*K 


Í&W  w 


LACTUC A 
Sy  Iveílris. 

Porr.  Alfacias 
bravas. 


Àll.  Vvilde  Latnkc 

Qjur  A  L  I  D.  fna 
e  icca  a  o  3 .  grao. 


D  E  S  C  R  I  P,  Hc  qu>níí  fímilhante  as  alfacias 
das  hortas  :  com  tudo  lua  folha  he  mais  branca 
&íua  aftea  mayor  ,  mais  amargofas  ,  aíperas, 
&  eípinhofas ,  recortadas  j  a  flor  3c  femente 
tem  a  mefma  íimiihança  da  domeítica  3c  da 
muyto  mais  leite. 

L  U  G  A  R.  Crece  nos  campos  ,  3c  lugares 
incultos  florece  em  Julho  3c  Agoíto. 

.  VIIITUD.  Seu  leite  he  abfteríivo  ,  purga 
&  fas  dormir  como  a  dormideira  ,  hc  bom  a  os 
hydropicos.  A  femente  modera  os  íentimentos 
da  carne  ,  como  as  das  outras  alfacias  ;  a  agoa 
diftnada  das  foihas  mitiga  a  lede  nas  febres  ar- 
dentes  em  outras  eras  uzavaíe  da  agoa  dc  eíta 
ôllacu  em  lugar  da  dc  Juidivia. 


i)S  Historia  das  Puktas, 


non  laciniatus. 


SANCHU S 


Fr.  Leiteren  apre> 


Laitite  de  lievre. 


AH.  ZJvilder  Hufen 
Kobl.  ou  Ganfcn 

DUftcir 


QUAL.  fria  c  fcca 


DESCRI  P.  Ha  duas  efpccies  de  Laíluca 
leporis  ou  fcrrulhas.  A  afpera  tem  as  folhas  re¬ 
cortadas  como  a  chicória  afperas  ,  5c  elpinho- 


fas  quando  he  madura.  Sua  aftea  he  angulofa 


alta  dc  hum  ou  dois  palmos  ,  côncava  ,  temra, 
cheya  de  leite  vermelho,  íua  flor  he  amarela  que 
o  vento  leva  como  algodaon. 

LUGAR.  Nacc  em  lugares  incultos,  & 
pellos  caminhos  florece  em  Junho  5c  Julho. 

V  I  R  T  U  D.  Seu  fumo  bebido  adoça  as  do¬ 
res  ,  5c  ardores  do  eftomago  ,  5c  acrescenta  o 
leite  as  amas  ,  bebido  em  vinho  para  o  calor  , 
5c  destemperança  do  eftomago.  Comefe  cm  fe- 
lada  no  uiverno  ,  5c  as  raifes  cozidas,  as  folhas 
rnaftegadas  corrigem  o  baffo  fedorento,  feu  leite 
he  bom  a  os  AfI.hmati.cos  ,  5c  as  eftrangurías,  ou 
ira  ouuuagota  agota. 


Liv.  III.  D iv.  VI.  da  Serralha  Uza. 

G.  Bauh  Sanchtts  Uvls  angnjllfoluts . 

SANCHÜS 
Pia  nus 
A<fatthiolL 
vcl  la: vis 
Ltiçd. 


QU  A  L.  Frio  & 

ÍCCQ, 


DES  C  RI  P.  Efta  efpecie  tem  a  aílca  alta 
de  dois  palmos  heíimilhante  a  precedente  mas 
Mon  he  efpinhofa  nem  afpera. 

LUGAR.  Como  o  outro. 

VIRTUDES.  Tem  as  mefmas  que  a 
precedente  dizem  que  eftando  metida  dc  òaixo 
da  cabeceira  de  hum  doente  íem  queo  íaiba  cuia 
a  lebre.  O  fumo  aplicado  fobre  as  pcftanas  lhe 
fas  cahir  o  cabelo* 


16o  Historia  das  Plantas, 

C.  Baiin,  Intybus  faiiva  lati  folia  ,  ííve 
Endlvia  vulç-  :V . 

SERISEND1VIA 

Jive  Intybus 
fativus. 

Afatthiol} , 

Port.  Efp.  Irai. 

Endivia  ou 
Cü>  icoria  branctt. 

All.  Endivicn 
Scariol. 

QUALID.  fria  Zc 
feca  a  o  i.  grao. 

DES  CRIP.  Ha  duas  efpecies  a  domeftica 
&  a  brava.  A  cultivada  tem  as  folhas  grandes 
compridas  ,  largas  ,  verdes  ,  &  a  o  des  pois  fe 
fafem  brancas  ou  com  o  frio  ,  ou  atadas  &:  cu- 
bertas  de  terra,  a  í  emente  he  branca,  &  taoru 
bem  a  rais. 

V  I II  T  U  D.  Huma  &  outra  cfpecie  de  En- 
divia  refrefea  &  he  adftringeute  fas  bom  efto- 
mago  he  boa  para  o  fígado  ,  conftipa  o  ventre 
he  boa  nas  obfhuçoens  do  Mefenterio  >  coíída 
em  vinho  branco  com  alguma  rais  diurética  des-* 
opila  o  fígado. 


Liv.  1  1 1.  Div.  VI.  77.  Efpeciede  EnJivia.  1 6 1 

G,  Ba  uh.  Intybus  [ativa  anguftifulia. 


SERlS  ENDIVIA 

five  Intybus 
iativns  II. 
Mdttbioli.  . 

Fort.  //,  cfpcçie 
de  Eudivia, 


Q_U  A  L  I  D. 
fria  &  fccca  a  o 
i.  grao. 

DESCRI  P.  A  Eudivia  fegunda  cfpecic  tem 
as  folhas  compridas  crefpas  dentiladas  he  a  le¬ 
gitima  cicoria  branca  que  fe  comem  em  Lixboa 
quafi  todo  o  anuo. 

L  U  G  A  IV.  Semea  fe  em  todas  as  hortas  ; 
fuas  flores  faon  azuis  ,  fuas  raiies  faon  brancas 
íuculentas. 

V  I  R  T  ET  D.  Tem  as  mefmas  propriedades 
da  precedente  ,  he  boa  as  enflamaçoens  dos 
olhos  ,  comida  em  (alada  reffrefca  &  hc  provei- 
tofa  a  o  eitomago  por  adfhingente. 


1  ’  1  I  í  >  'i  t  o  r  i  a  das  Plantas, 

Cj.  Bduíi.  Intybus  fativa  an£ttjiifnl'a. 

CICHOR1UM 

tíoaicfcicum. 

Porr,  Aimeiraon 
da  horta. 

Franç.  Ckhorée. 

Itâl.  Efp.  Cl  cor  ia. 

All.  Uvtqvvun, 


DESCRI  P.  Ha  duas  efpecies  ,  a  cultivada 
&  a  do  campo.  As  cultivadas  nas  hoitas,  quando 
nacem  faon  fímilhantes  ,  as  da  Endivia  ou  ci- 
choria  branca  ,  menos  dcnnllados  Sc  taonbem 
menos  entrecortados  do  que  as  do  campo  ou  fyl- 
veftres  as  raiíes  algumas  tem  mais  de  palmo  de 
comprido,  he  hum  pouco  amargofa  como  taon¬ 
bem  a  erva. 

LUGAR.  Sernea  fe  nas  hortas  florece  no 
veraon., 

V  I  R  T  U  D.  Seu  cozimento  em  vinho  ,  puir¬ 
ia  a  cólera  Sc  os  humores  viícoios.  A  arroa  de- 

C/ 

ítillada  he  boa  em  os  ardores  das  febres  Sc  do 
eftomaço.  Comida  crua  he  util  a  o  eftomaeo  Sc 

O  O 

a  o  figao  :  eftando  coíida  Sc  comida  perde  lua 
virtude  aperitiva.  Ele  boa  nas  intemperancias 
do  efromaeo  Sc  do  fieado  ,  Sc  naon  he  nociva  nas 
frias.  As  folhas  aplicadas  por  tora  fervem  a  os 
tumores ,  as  chagas  &  zti  infíamaçoens. 


KMpatfcc/.’^  W|u>  \V,*..>  v  í ' .  •  'V  i 

,  fafej**  .;!/  - 


Liy.  1  l  I.  Div.  VI.  ^  Almciraon .  16 $ 


G .  Bauh.  Ckhorium  Sylv.fivc  officin. 


CICHORIUM  . 

Silvcítre. 

five  Picris  w.  * 
Matthloli . 


Port.  Almeyroens 
ou  Cicoria  da 
botica. 


QU AL.  fria  6c  íeca 


soí.  gtao. 


DESCRI  P.  A  Cichoria  do  campo  tem  as 
folhas  eftreitas  compridas  dentiladas  6c  entre¬ 
cortadas  em  redor ,  aípra  6c  amargoía  ,  por  efta 
cauía  chamaíe  ,  Picris  6c  Ambubeja. 

LU  G  A R.  Creícc  em  toda  parte  ,  florece 
em  Junho. 

V  I  R  T  U  D.  Tem  as  mcfmas  virtudes  que 
a  domeítica  6c  todas  faon  boas  ,  o  feu  coíi mento 
bedido  continuado  hum  dia  fim  6coutro  naon  he 
exelente  para  os  gotoíos  6c  para  os  que  eicarraõ 
fangue  ,  6c  para  o  fluxo  involontario  do  íemen 
genital.  O  fumo  aplicado  com  vinagre  6c  o’io 
roíado  ,  mitiga  a  dor  de  cabeça;  tomada  em 
coíi  mentos  he  boa  para  todas  as  affecçocns  do 
figado  6c  da  veffiga  6c  contra  as  obltruçoens  íeja 
que  procedem  de  cauía  fria  ou  quente ,  Pmifica 


o  langue. 


v-  mm 


"•  1 

m*mv>  &&  v>r . vtr- 


i<4  Historia 

C  CHORIUM 

w  • 

Dcns  Lconis. 

Fort.  Vinte  de 
Lcaen. 


D  E  S  C  R I  P.  A 


das  Plantas,. 


erva  dente  a  ícaon  íahc  da 


terra  logo  no  principio  da  prima  vera,  Tuas  fol¬ 
has  faon  fimilhantesas  dacichoria  do  campo  re¬ 
cortadas  agudas  como  huma  lança  >  rafteiras 
no  chaon  i  fua  aítea  hc  de  hum  palmo  de  altura, 
redonda  ,  cava  ,  ou  oca  ,  de  cor  quafi  vermelha, 
cheya  de  leite ;  fua  flor  he  amarela  &  redonda 
que  caindo  deixa  huma  cabeça  cabeluda  que  o 
vento  leva  ;  íua  rais  he  como  ada  cichoiia  ou 
Almeyraon  &  cheyas  de  leite. 

LUGAR.  Crece  nos  prados  &  pellos  camin¬ 
hos  florece  em  Junho. 

V  I  R  T  U  D.  Eítando  cofida  aperta  o  cífo- 
mago  relachado  ,  &  herva  ,  pello  contrario  ,  o 
relacha  ;  feu  lumo  he  bom  contra  a  Gonoirhea  ; 
coíida  em  vinagre  para  os  eíquenramentos  ;  co- 
íula  com  lentilhas  he  boa  contra  a  dyfenteria  ;  a 
cofimento  de  toda  a  planta  he  cfficas  na  itericia 
on  amarei idaon,feu  ítimo  aproveita  muyto  a  os 
que  tem  fiu*o  do  femem  ou  relaxaçaon  das 
vcyas  fpermaticas.  Os  íuperfticiofos  difem  que 
ic  huma  peíTca  fe  unta  tudo  o  corpo  de  feu  lumo 
que  alcaníara  o  que  quiler. 


Lrv.  IIÍ.  Div.  VL  do  Hieracium.  16  ç 
G.  Bauh.  Hieracium  rnajtts  >  folio  fone  hl  3 
vd  Hleracium  fonchbrt. 

HIER  ACI  UM 

ma|tis  fonchitis. 

Matthioli. 

Porr.  Efp.  Dente 
de  Leuon. 

\ 

Franc.  Hcrbe  £ E- 

> 

previer,  ou  Chi^ 
corée  \taune% 

All.  Hahlcht  k^aut . 


DESCRI  P.  O  grande  Hieracium  he  murro 
fimilhantc  a  alfacie  íyiveflre  ;  íua  aítea  he  afpra, 
eípinofa  ,  &  côncava  por  dentro  ;  as  folhas  que 
eííaon  em  cima  naon  faon  recortadas  como  as 
do  pe  :  tem  as  flores  amarelas  cabeludas  que  o 
vento  leva  }  tem  fo  huma*  rais  direita  como  a 
daalfacia  ;  íua  aítea  da  hum  íumo  branco  ,  acrc 
&  amargo. 

LUGAR.  Nafce  em  lugares  incultos  , 
as  vezes  entre  o  trigo  ,  florece  no  veraon. 

V  I  R  T  U  D.  He  trio  &  pouco  adítringente. 
Chama  Hieracium  porque  feu  leite  cura  todas 
as  doenças  dos  olhos  5  meíturado  com  leite  de 
peiK)  j  os  falcoens  ou  cpreviers  fervem  fe  defla 
herva  para  confervar  íua  vifta,  a  agoa  deftillada 
he  boa  contra  a  toííe  ,  mitiga  o  demafiado  ca- 
ior  do  corpo  ,  cadormece  como  as  dormideiras. 


i66  Historia  das  Plantas, 

G.  Bauh.  Hlcraciitm  condriU  folio  Glabri$ 

r adice  fncciífà  ,  maius. 

HIER  A  C  IUA 

miiHis 

• 

Porr.  Hieracium 

menor # 

Efpecie  de  dente  de 
Leaon . 

QJT  A  L  I  D. 

frio  Sc  íec. 


D  E  S  C  R  IP.  Naon  be  differente  do  prece¬ 
de  n te  fenaon  por  que  cem  as  folhas  afpras  Sc  que 
tem  muytas  raifes  compridas ,  faon  chamadas 
cilas  elpecies  todas  ,  hierucium  por  que  muyros 
reiterem  o  pallero  de  rapina  defbe  nome  íe  íerve 
deflas  plantas  para  íe  confortara  viíla3  quando 
a  fen tem  fraca. 

LUGAR.  O  mefmo  què  os  precedentes. 

V  I  R  T  U  D.  Fora  ,as  fobreditas  que  faon 
comuas  a  ambas  as  eípccies  }  o  hieracium  apli¬ 
cado  cm  forma  de  emplaftros  fobre  o  eítomago 
o  reflexa  ,  Sc  modera  o  calor  do  fangue  :  o  íumo 
bebido  em  vinagre  com  agoa  de  cada  hum  huma 
onça  ,  purga  o  ventre.  As  folhas  &  afteas  pi  far¬ 
das  faon  boas  aplicadas  fobre  feridas  Sc  fobre 
mordeduras  ou  picadas  de  alacraos. 


ÍJrJ&K .  ■<% 

mmM 

•'í«íá  J 


Li  Vi  II  TO  r  v.\  l.da  Cbondrilla  tfp.ie  Almeirão  lC>1 


G.íi&uU. Cbondrilla,  yinccet  vifcofa  arvorenít \ 

CHONDRILLA 
Matthioli. 


Fort.  Huma  efpecic 
de  Alrneyraon. 

Franç.  Leiteron. 

Efp..  Lc  chuça  a  en¬ 
tre  los  planos. 

Ital.  Kerra  Crepola. 

All.  Klein  Sonnen 
vvirbel. 


QUALID.  fria 

ôc  feca 


D  E  S  CRI  P,  He  fímilhante  em  tudo  a  .» 
Almeiraon  do  campo  ,  fomente  hc  mais  metida. 
Sobre  fu  a  afeea  &  ramos  fe  acha  as  vefes  diurna 
gomada  grolfura  de  huma  fava  ;  a  rais  he  curta 
&  cheya  de  leite  as  vezes  as  flores  faon  azuis 
&  as  vezes  brancas  nalce  em  toda  parte  &  pellos 
caminhos  ;  he  boa  em  lalada  ainda  que  mais 

amargo! a  do  que  o  almeyraon:  florcce  em  Mmi 
&  Junho. 

V  I  R  T  U  D.  Tem  todas  as  propriedades  ios 
almeyroens.  Tomada  cm  vinho  cura  a  morde- 
oura  das  víboras.  O  fumo  ou  o  cofímemo  da 
herva  cofída  conftipa  o  ventre  ,  ajuda  a  conce¬ 
ber  ,  defopila  o  fígado  &  o  baflb.  A  goma  piza- 

da  com  a  Minha  da  groííura  hum. a  fava  do 
caua  huma  metida  em  forma  de  pcíTatio  provoca 
os  meníhiios. 


"  . -i«-.»i  ui 

ikW*d?Wlâm 


gP"  *r  f 
i) 


.  ,-r  , 


/  a  '  J,'“r  J  '  '  ‘ 


1 6  S  Historia  das  Plantas, 

G.  Bauh.  Hlciacuvn  f> pclicofnm  Litifo- 

li  trn  hirínt 

ERINUS 

Ocymum 

aqiiaticum  , 

Aíutibloli. 


Port.  A ídfiYiçM 

«quatico. 


p.  tssiAi 


Franç.  BjJí  ic  a\au. 

ltal.  j BXjilrCfi 
aquático* 

Aliem.  Bajíliert* 

D  E  S  C  R  I  P.  Tem  as  folhas  como  o  maje- 
vicaon  alguma  caufa  mais  dentiladas ,  a  aítea 
he  de  altura  de  hum  palmo  }  luas  flores  faon 
brancas  j  fua  íemente  he  negra  3c  afpra  a  o 
goíto  i  íuas  folhas  &  aftea  tem  hum  íiico  como 
Jei"c  por  cila  cauia  fe  ponhe  na  claiíe  do  Hiera- 
ciinn. 

LUGAR,  Crcfcc  junto  as  fontes  &  a  o 
longo  dos  rios. 

V  I  R  T  U  D.  A  femente  he  afpra  a  o  godo  ; 
o  que  manifcfta  que  he  deficativa  5c  rcpercuífi- 
va  *,  íuas  folhas  fervem  contra  o  veneno  i  íua 
fpmcnte  piíada  com  mel  ,  cura  as  fluxoens  que 
ca  hem  fobre  os  olhos  ,  3c  fobreo  nans  ,  3c  fobre 
as  orelhas.  A  herva  hc  boa  contra  as  dores  dos 
o  idos  encorporandoa  com  muyto  pouco  de 

wao.  , 

G.  Baum 


'  ’  '•  ' 

■;  \-\  \  -  ■•.  ^  •■.-• 


;••** mm  -W  ét 


Liv.  III.  Div.  Vi.  d/í  CondrilU. 
G.Bmh.Chondrilla  c&rnlca  lati  folia  laciniatd , 

CHONDRILLA 
II. 

Afatth.  Cafl, 


ú  mefmo  que  o 
precedente. 


p  ES  CR  IP.  Efta  fegunda  efpecic  tem  as 
folhas  compridas  8c  entrecortadas  a  o  redor, dei¬ 
tadas  em  terra.  Sua  aílea  hecheyade  leite  ;  fua 
iais  he  redonda  ,  fatil  unida  ou  Iria  ,  quaíi  ama¬ 
rela  &  cheya  do  mefmo  licor.  1 

LUGAR.  Nafce  nos  prados  8c  lugares  in¬ 
cultos  .  floreccem  Junho  &  Julho.  ° 

VIRTUD.  Sua  aftea  8c  folhas  tem  a  vir¬ 
tude  matui ativa  ,  feu  fumo  fas  cftender  os  ca¬ 
belos  contrários  das  paftanas  &  fas  nafcer  outros 
novos  quando  íe  aplica  repetidas  veles  deítç  f^. 
mo,  Hç  imiue&ance ,  adoçante  aperiente. 


Ume  1, 


i-70  Historia  das  Plantas» 

C.  Bauh.  Chondrilla  verrncaria  foliis 
intubaceis  vindibus, 

CICHOR1UM 
vcrrucofum. 

Aíartbioli. 

Zacintha 
Lhçd.  Caft. 

Fort.  A'meyrao 
verrngejo. 

QU  A  L.  fria  & 
fcca. 


D  L  S  C  R  I  P.  Tem  as  folhas  como  o  almey- 
raon  bravo  ,  mais  aforas  c menos  entrecortadas. 
Sua  rais  hc  íimilhante  a  das  reponfas  tendo  va- 
nos  ramos  a  o  redor  •,  fuas  afteas  faon  dc  altura 
de  mais  de  palmo  e  meyo  ,  &  meudas  em  cima 
das  quacs  naccm  hums  pequenos  botoens  dene¬ 
gridos  com  flores  cor  dc  ouro  do  feitro  das  dc 
almcyrocns.  Sua  femente  he  negra  do  feitio  da 
do  melaon. 

LUGAR.  Nacc  nas  hortas  &  no  campo. 

V  I  R  T  U  D.  Tem  virtude  adnriravel  para 
curar  as  verrugas  donde  lhe  vem  o  nome  de  ve- 
tucaria  ,  Setcmfevifto  peíToas  curadas  fo  de 
haver  comido  huma  ves  falada  defla  erva  ;  ou 
tomando  tres  dias  areyo  huma  oitava  da  fc- 
incntc  anoite  quando  fc  vai  deitar. 


■  Liv.  III.  Drv.  VI.  dô  Sefamoide 171; 
G.Batih.  Chondrllla  carulea  cynni  cApitulo • 

SÉSAMO  IDES 

parvii  m. 

Aíatthioli . 

'Chondrillac  efpc 
cies  tertia, 

Dodon. 

Fort.  Sefamoldes 

menor ,  0  a 
bejlciros . 


DES  CRI  P.  Tem  as  afteas  de  altura  dc 
palmo,  as  folhas  fímilhances  a  o  coronopus 
mais  pequenas  &  cabeludas  ,  em  cima  pI0dus 
pequenos  ramalhetes  de  flores  vermelhas ,  Sc 
brancas  no  meyo  ,  fua  femente  he  íemelhan  e 

a  de  gergclm  denegrida  &  amarga  ,  fua  rais 
ne  meuda. 

LUGAR.  Nafce  em  lugares  afpros. 

VIR.  TU  D.  Sua  femente  bebida  com  hy. 
d  tomei  a  o  pefo  dc  hua  ou  duas  oitavas  puroa  os 
Wes  çolencos  &  flegmaticos.  Amaiíada 

cha(rn^,ai  lCadarCÍblVCt0da  Caíla  dc 


k 


'f-i  Historia  da;  Plantas, 

G.  Bauh.  Scnecio  Afnwrvi-Jçaris. 

S  E  N  E  C  1  O 


Port.  Cardo  morto 
Efp.  Bonvaron. 

Franc.  Senecon. 

>  i 

Ital.  Cardoncello. 

Al!.  Creutzvvurtz, 

Gànà  Kraat. 

DE  S  C  R  I  P.  Sua  aftea  he  cie  cor  quafí  ama¬ 
rela  6c  alta  de  dois  palmos  •  luas  folhas  íimil- 
hantes  as  da  roqueta  ou  eruga  ,  mais  pequenas 
&  mais  afpras  ,  luas  flores  faon  amarelas  fa- 
fen  !o  fe  a  o  depois  alvadias  donde  toma  o  nome 
de  Frigcron.  A  rais  he  inútil  na  íncdecina. 

L  UG  A  R.  Nafce  em  todas  as  hortas  íbbre 
os  muros  velhos  das  cidades,  florec*-  todos  os 

meles  6c  hc  viflo  todo  o  anno. 

V  I  R  T  U  D.  He  refrigerativo  $  refolutivo, 
bebidas  cif  ando  recentes  affogaon 
quem  as  bebe.  Toda  a  planta  colida  em  aiiobw 
6c  feita  cm  bebida  ,  cura  as  do  es  do  eítomago 
cauíadas  da  cólera.  O  fumo  das  folhas  provoca 
os  menftruos  ,  6c  taon  bem  o  cofimento  &  a  agoa 
deftillada.  As  folhas  &  flores  faon  refrigerantes, 
aplicadas  em  Catap)àfma  fobre  os  peitos  emflâ* 

uudos  Sc  rachados  <las  amas }  as  icitiedia. 


jive  Erigeron 
Aíatíh.  Fitfch. 
Lob.  Lugd.  G  /. 


173 


v  ví  Ai*  5 


HISTORIA 

DAS  PLANTAS. 

LIVRO  QUARTO. 

Das  Plantas  que  tem  fuás  fores  pegadas  ÇT 
junto  a  fuas  aftas  :  de  algumas  cujas  flores 
naon  fion  Jifpofas  por  fymetria  a  o  redor 
da  aflea  ,  do  Panado  ,  Cbervis,  <j  das  fi- 
tnubantes  3  as  fraler lanas  &  Efpiqiies. 

Di vis  I.  Das  Plantas  cujas  flores  cftaon 
adjuntas  Sc  pegadas  na  aflea. 

G.Bauh.  Tanacetum  vulgare  luteum . 

TANACETUM 

c Tiíatth*  Gefn . 

Lon.  Dod.  Cafi . 

Anaftafia  feu 
Tanacetum 
'  Lugd.  Caf. 

Port.  At  h  anafa. 

Franç.  Tanaife  >  ou 
Tannée. 

Itai.  At  ma  fui. 

All.  Rbeinfarn  ,  ou 
VvurkraHt. 

qu  A  L  I  D. 

quente  a  o  i.grao 
feca  a  o  3.  puo. 


D  E  S  C  R  I  P.  Tem  as  vaiies  iignoías,  raftei- 
ras  £:  coiu  myytos  filamentos ,  da  qual  lalieir 

H  iij 


'JJfijQi 


&■/ 


n-  ui 


i » 


V  1 


374  Historia  das  Plantas, 

•\s  a 1 1  c  as  ,  que  laon  cie  alrura  cie  dois  ou  trcs 
Palmos  ,  ofcuras :  redondas  acaneladas  &  re¬ 
partidas  por  nos  com  varias  aías  ,  ou  rainós , 
j  oamecidas  de  folhas  compridas  ,  compoftas 
de  muytas  folhas  pequenas  ,  diípoftas  huma  de 
fronte  das  outras,  as  flores  faon  adjuntas  &cada 
.huma  he  íimilhante  a  macerla  galega  3  de  gcíto 
acre  3c  amargo  Sc  de  ma  cheiro. 

L  U  G  A  R.  Crece  a  borda  dos  caminhos  3c 
dos  follos  ,  florece  em  Julho,  3c  Agoído. 

V  I  R  T  U  D.  Os  autores  modernos  ufaon  da 
Athanaíia  paraexpulfar  os  ventos  do  eftomaço 

d*  *  7 

o  ventre  :  3c  da  fc mente  contra  as  lumbri- 
gas  a  erva  pifada  com  azeite  8í  aplicada  he 
i  fhcas  contra  as  dores  3c  enchaíTos  dos  nervos. 
Seu  fumo  rneídurado  com  oleo  rofado  he  bom 
contra  a  febre  ,  fe  antes  do  acceíTo  o  doente  fe 
untar  com  elle.  O  mefmo  bebido  com  vinho,  hc 
ímiyrò  util  para  desfafer  a  pedra  ,  3c  para  as  do¬ 
res  da  vcffiga  ,  3c  quando  íe  naon  pode  ourinar 
c]iie  gota  a  gota.  Mas  difem  que  eíTa  proprieda¬ 
de  ,  he  fomente  para  os  horaems  ,  3c  que  para 
as  molheres  ha  de  fer  a  Matricaria:  a  rais  co- 
fida  com  mel  he  boa  para  os  que  tem  a  gota 
nos  pes. 


u  11 


Liv.  I\'.  Div.  T.A*  Athanafut menor.  175 
G.  Bauh.  Tanacetmn  rninus  albnm  odore 

C  ti7/)phor<£. 

A  C  H  I  LE  A 

/if.Vthioii. 

Achillea  íld-.ritís 

Li-içd. 

Ph  a  r  m .  Mi  lie  foi  i;*n 

Fort.  Efp.  Fr.  Ital. 

Achillea. 

AU.  Edelgard  Sc 


QU  A  L.  itiuyto 
feca  6c  adítringente. 

D  E  S  C  R  I  P.  Produs  aftcas  de  altura  de  pal¬ 
mo  6c  meyo  feitas  como  fufos  :  com  folhas  a  o 
redor  muyto  recortadas  como  o  coentro,  luun 
pouco  amargofas  >  viícofas  ,  \nuyto  chcirofas  , 
de  bom  cheiro  6c  aromaticas  ,  no  cabo  das  aíleas 
vem  as  flores  do  modo  que  fe  ve  ,  brancas  ,  pur¬ 
purinas  ,  6c  de  cor  de  ouro. 

LUGAR.  Nace  em  terra  viço  (a  :  6c  florccc 
em  Junho  6c  Julho. 

V  I  R  T  U  D.  A  erva  pifada  confolida  as  fe¬ 
ridas  recentes  ainda  com  fangue  6c  empcdc  que 
lhe  naon  íobre  venha  emflamaçoens  ,  para  'os 
fluxos  das  molheres  em  forma  de  pcífario  ,  6c 
feu  cofimento  ,  fafendo  as  aífentar  dentro,  be¬ 
be  íe  para  curar  da  dyfenteria. 


H  iiij 


|il 

Ei 


t 

t.n  ■ 


7-6  Historia  das  Plantas 


Port.  Hcracka. 


Franç.  Sidiritis. 

All.  Vvmdkzaut. 


r  DESCRI  P.  Efta  efpccie  de  Sideritis,  que 
Crateva  chama  Heraclea,  produs  muytas  folhas 
de  hum  a  rais  como  a  do  coentro  &  pequenas 
alteas  de  altura  de  hum  palmo  ,  liías  ,  tenras  , 
alvadias  ,  íuas  flores  faon  pequenas,  vermelhas, 
amargofas  a  o  gofto  &  vifeofas. 

LU  GAR.  Crece  entre  os  muros  cahidos  Sc 
nas  vinhas ,  florccc  em  Abril,  Mayo,  Sc  Junho. 

V  I  R  T  U  D.  Diofcorides  dis  que  citando  pi » 
fada  Sc  aplicada  fobre  feridas  recentes  eftanca  o 
fangue.  He  fingular  para  as  chagas  dos  peitos 
&c  das  partes  pudendas  ,  principalmente  dos  ho- 
mems  lendo  aplicada  encima,  ou  feu  íumo. 
Seu  coíimento  cura  as  chagas  putrides  da  boca. 


I 

Ijv.  IV.  Di v.  I.  dos  Cravos  da  índia,  ijj 
G.  Bauh.  Tanacetum  five  jlos  Africanas  major 

flore  pleno. 

CARYOPHYLUS 
indic.  Major. 

Matth.  Lugd. 

Port.  Cr  avos  de 

dej,  untos . 


Fr.  Oeillet  d’I??dc. 

Ital.  Garofano. 

A!l.  bidianifche 
Blumen. 

'  QUALID.a^ 
femenrc  he  quente 
&  feca. 


DESCRI  P.  A  fi  or  dos  cravos  de  dcfFuntoS 
lie  taon  conhecida  &  íua  planta  cm  todos  os 
jaidins  que  parece  eícula  dçicripçaon. 

LUGAR,  Crelce  cm  Barbaria  em  Italia 
peilos  campos  &  a  qui  fe  cultiva  nos  jardins. 

V  I  h  T  U  D.  A  íementehe  deteríiva  purgante 
&  aperitiva.  ° 

Caryophillus  Hortenfis .  Craveiros. 
Caryophil.domeft.jA latth  Viola  flameafcalUero 
Bctomca  altilis  cotonar.  Gef.  " 

Túnica  Fuch.  Herba  túnica  quibufd. 

Cantabrica  Tur,  Flos  caryophillonim. 

^ai  yophihara^  Trag.  Port.  Cravos,  flor  dc 


Ccronaiia  Geí.  lior. 


Craveiros 


A  flor  dos  mais  pequenos  encarnados,  cheyro- 
os  &  dos  mayores  5  hc  coideal,  Cephalica,  Eni- 
eptica;  ann paralítica,  contra  vertigem  contra 

veneno,  duphoretica.  ‘  j  j  y 


Wàk 


11  ■ 

.tu  ■ 


1  '  V  i  'd 


37S  Historia  das  Plantas, 


G.  Bauh.  Tanacetitm  Afrkamm  ,  feuflos 

Af.  \ccinus  minor. 


CARYOPHYL- 
L  U  S 

Indic.  min. 
jUdtibloli. 


Porr.  Cravos  de 
dtjf untos  fegmd 
tjfecie . 


P>  T.  S  C  R I  P.  r  ífi  efpccie  fe  parece  com  a 
riimeita  cm  tudo  exepto  cie  ler  mais  pequena  Sc 
as  flores  mais  aveludadas. 

V  IRTUÜ.  O  uieiiuo  que  o  precedente. 


vv;w 


MHPmHÍ  w  WJÊ 


Liv.  IV.  Di  v.  I.  dos  Cravos  da  Lídia.  179 


G.  Ba  uh.  C  irophyllus  jíromutictts. 

CARYOPHYL- 
7  L  U  S 


Manhloli. 


Port.  Cravo  da 

índia, 

Franç.  Cloux  de 
Gerofl'. 

Irai.  Ga'  ofano, 
Efp.  Clavo  de 
ejpfxia . 

All.  Nehkcn. 


DESCRI  P.  A  at  vore  que  produs  os  cravos 
da  índia  he  do  feitio  do  noffo  Laurus  ou  Lou^ 
reiro  5  &  tem  as  folhas  femelhantes  ,  faon  algu¬ 
ma  coufa  mais  eífieitas.  Tem  inuyros  ramos 
&  uo.es  que  primeiro  faon  brancas  &:  depois 
verdoengas  &  depois  cor  de  ocre  ofeuro,  que 
endurecendofe  formão  os  cravos. 

L  U  fj  A  R.  Ciece  nas  cinco  Ilhas  dos  Mo!u- 
c°s.  Colhe  fe  em  Septembro,  Janeiro  &  Fevrei>o 

VIK  I G  D.  A  agoa  deitillada  dos  cravos  recen¬ 
tes  cheira  meravilhofamente,  &  he  boa  a  os  fvn- 
tomas  do  coraçaon.  Algums  fafem  fuar  os  que 
tem  bubas  ou  gallico  com  cravos  da  índia  ,  no- 

íes  aoteadas,  pimenta  longa  &  negra.  Os  cra- 

vo?p  a  Im!ia  íaon  para  o  fígado  ,  eítoma- 

go  &  comçaon,  confortaon  as  ditas  partes,  aju- 
eaoa  a  digeítaon,  iaou  adftiingemes  do  ventre 


'.tSo  Historia  das  Plantas, 

G.  Bauh.  Aíarri  caria  vulgar  is. 


PAR  TH  ENIUM 
Aiattb.  D  jáor?. 
Amaracus  Galen 

Porr.  Abanicaria 
I  amarela^na- ga^a. 
It.Elp.  ma  ricttfiu. 

Fianç.  iruvronnc  y 
Ejpargoute.  &Jf 
AU.  Aíecvarn , 
Aí.aterkraut. 

QU  ALID.ouente 
a  o  3 .  grao.  feca  a  o 
i.  grao. 


D  E  S  C  R  I  P.  Tem  a  aftea  de  dois  ou  tres 
palmos  de  altura  com  muytas  folhas  ,  ten¬ 
ras  ,  muyro  recoitadas  ,  cor  de  cinfa  &  íimit- 
hantes  as  folhas  de  coentro  ;  as  folhas  faon 
brancas  &  no  nreyo  amatelas  ,  como  as  de  Ma* 
ceila  ,  de  cheiro  forte  &  de  gofto  amargofo. 
Quando  a  dor  paliou  ficaon  os  botoens  ou  cabe¬ 
ei  nhu  s  chcyasde  fcmente. 

L  U  G  Á  R.  Nafce  em  lugares  fecos  &  contra 


os  velhos  muros  florece  no  veraon. 

Vl  ,'TUD.  Depois  de  feca  &  reduíída  cm  pos 
ao  pefo  de  humaate  duas  oitavas  bebida  em 
oxymel  ;  ou  com  !al  >  purga  a  flcgma  Sc  a  me¬ 
lancolia  por  baixo  ,  como  o  bpitimo  ,  he  boa 
para  o>  aflhmaticos  ,  tomada  em  bebida  fec  co- 
íimcnto  he  bom  para  fafer  banhos  vaporo* 
comua cmflamaçaon &  durefas  da  madre. Tao- 
bcm  as  ti  iíipelas  &  ;ts  enflamaçocns  ,  com  mais 
ctbcaaa  cm  r^oanto  cila  cm  Üor. 


Liv.  IV.  Div.  I.  da  Macei! a  amarela.  181 
G.  Pauh.  Ch) yfanihentHm  foliis  truuricarU, 

CHRYSA  N- 
THEMUM 

«  A 

'Mdttbiolu 

Porr.  Pampilho  ou 
p.iM  pofío  ,  bem 
me  queres ,  ama¬ 
relo. 

Franç.  Cmomille 
0 

jeaune . 

Ital.  Flor  de  ogni 
Mefe. 

AH.  RlngelbUimen . 

QUAL  quente  Sc 
fecco. 

D  E  S  C  R I  P.  He  hum  a  herva  tenra  ,  ck 
muytos  ramos  ,  as  afteas  lifas ,  redondas  ,  as 
folhas  compridas  incifas  ou  recortadas  a  o  redor, 
as  flores  como  as  da  Macelha  galega  Sc  muyto 
mayores  ,  amarelas  ,  de  cheiro  agradavcl  ,  a 
iais  he  branca  Sc  fibrofa. 

LEGA  R.  Crece  no  território  de  Sicnna  . 
em  Boêmia  ,  em  Auftria  ,  em  Moravia  ,  pellos 
campos  ,  fíorece  em  Junho  dura  ate  o  Inverno. 

V  I  R  T  U  D.  A  femente  Sc  a  planta  coíida 
em  vinho  cura  a  Iterícia  ,  da  boa  cor  ,  Sc  hc 
boa  a  o  caraon  íc  heberem  repetidas  veies  de¬ 
pois  dos  banhos  :  fuas  flores  pifadas  Sc  mcílura- 
das  em  ceratos  rcfolvem  a  matéria  ou  pus  j  as 
meímas  meíluradas  cm  baflante  quantidade  com 
aleite  Sc  cera  em  forma  de  emplrJho  ,  relol- 
vem  os  adernas  que  vem  na  cabeça. 


sSi  Historia  das  P  l  a  n  t  a  jj 
G.  Bauh.  Buphtalrnum  Díofcoridis. 

BUPHTALMUM 

Matthioli. 

Camomilla  Fa- 

tua  inodora. 

Ocultis  bovis. 

Porr.  Efp.  Ital. 

Olho  ds  boy. 

% 

QUAL.  quente  3c 
ícco. 


D  E  S  C  R  I  P.  Al^ums  chamaon  efTa  erva 

i 

colúla,  pvodus  fecas  aífceas,  tenras,  f  acas  ,  luas 
folhas  faon  fimi  h antes,  a  o  funcho  ,  a  flor  he 
amarela  fimilhante  a  (  a  ruace.la  ^  â  i  c^a  m  a  s 
xnuy-o  mayor  de  feitio  de  olho  de  boy  de  que 
tomou  o  nome. 

I  u  g  A  R.  Crecc  a  o  redor  dos  vebos  mu¬ 
ros  &  pcllo-  campos  ,  florece  na  p  ima  vera. 

VIRTUD.  D’o[ror'drs,  ríTeerr  a  que  as  fo'has 
de  olho  de  boy  pitadas  &  aplicadas  faon  boas 
paiaiefobcr  tumores  hios  &  os  .Ichirros.  Etí 
Fe  os  que  tem  Icei  ic ia  bebem  o  cofimcnro  deita 
herva  a  o  fahir  do  banho  cura  infalivelmente  & 
<ía  bom  oaraoni 


'  ,V 


í,;i-  •$&  «te 


IRkHvII MjrJl 


Liv.  IV.  Div.  I-  da  Macei! a  galega,  i  ^3 
G.  Bauh.  Chàm&melum  vulgare  >  Laican- 

thermm  Dioj\ 

Anthemis 

five  Chaomiie-  .  u  ..  „ 

-  |MV 


MatthioVu 


Porr.  Mudava 

o 

galega. 

Efp.  Mançamlla. 
Franç.  CarnomilU 
I tal .  Curwrnld. 

AU.  Camillen. 


QJJAL.  quente  Sc 


iecco  ao.i,  grao. 


D  E  S  C  R  I  P.  Naon  chega  crecer  de  altura 
de  hum  palmo  ,  tem  muytos  ramos  &  muytas 
folhas  pequenas  ou  meudas ,  &.  h um a s  Sc  miivras 
cabecmhas  pequenas  redondas  amarelas  Sc  as 
folhas  da  flor  faon  brancas. 

L  U  G  A  R.  Naíce  em  lugares  afperos  Sc  a  o 
longo  dos  caminhos,  colhe  fe  na  primavera 
cheyra  bem  ,  florece  cm  Junho 

VIRTUD,  As  raifes  ,  as  flores ,  Sc  a  erva 
faon  quentes,  atenuantes ;  feu  cofi  mento  ,  Sc 
fuas  íomentaçoens  provocaõ  os  menftruos  ,  fa- 
fem  fahir  acriança  do  ventre  da  may  Sc  taon  bem 
a  pedra  Sc  areyas  dos  reins  Sc  veífign.  Curaon  a 
Iterícia,  Sc  vários  outros  fyntomas  do  finado  : 
feu  cofimento  he  bom  paia  fazer  fomcntacoensi 
a  os  achaques  da  veífiga.  A  que  tem  as  dores 

vermelhas  que  he  a  mayor  he  a  melhor  contra 
a  pedra.  v 


■  . ■ 

/  M  ...  .  "  ‘ 


■ 


r/: 


W, 


. J  . . jflfiafii,  i  ■ 

'  %  ti? 

■  -n 


(J  yr?'  <T  ■£',  !’ 

rUmkH ;/  :Lfítrto& iksr. v  íi .  der, . 


W$S'*y&;:*wL  jjjtfv.  ffifj  ty®$- 


JLojna. 


Mas. 

A latth  oli. 


üffMM 


.  .  •  -  •  'v  V  *'■  -i  , '  j ' .  7i’  ’  •; 

■  '  '  ■  -<■/  lí.'-»  • 


Historia  das  Plantas,’ 


divisam  s  e  g  u  n  d  a. 


Plantas  que  t^afcm  fu  as  fio;  es  junto  as 
afeas  como  o  A  br  ot  aro  ,  a  A  -  íhe?/Jfa  5 
Ambrcfa  3  a  Aíill.oy  una  &  An  findo  ou 


G.Bauli.  Abrotanum  tnas  anv^flfolluvi  majus, 

abrotanum 


Fort.  Efp.  Irai. 

Abrol.tno  ík 

Tr' va  Lu  ml  r 


gueira- 

Franç.  Aurone. 


All.  Stabvvurtz, 


Q_U  A  L.  quente 
&  fec.  a  o  3.  grao. 


DESCRIP.  Tem  os  ramos  meudos  tem 
muy.as  folhas  delgadas  como  is  do  : ancho,  mas 
rnaiscunas  ;  em  mayor  quantidade ,  fuas  flores 
íaoii  niuyto  pequenas  j  lua  íemente  hc  redonda. 


■  f« ]  Xrk  •>  ti &K vg éi » 

■  ’  '  v.-  AL.  •  r 


V>  -lv4 KlfcJ  MV-  Hfc" 

. 

Í)\  ■' N  j.'*. ':.  .V’  \  .. "  ■ ; \  /\  ■■'-  *'  ;- 

■  V.- 

..V  •  v  >  V.  *'  V 


Li  v.  IV.  D i  v.  II.  da  Abrota.no  fcmia.  i  £  ? 
G  Bauh.  Abrotamm  femina  fjliis  terctlbus. 

ABROTANUM 

ftrmina 

M.ltthíoli. 

Poiv.  AbrotMO 
ferni.i, 

Efp.  Cypre  etUtio. 

Franç.  Cipres  ou 
Garderobe . 

Ital.  Cypreffo  do - 
mejlito  ou  San - 
tolina . 

All.  Garten  Cyprefs 
QUAL.  quente  &c 
fec,  a  o  3 .  grao. 

D  E  S  CR  I  P,  Efta  planta proeus  leu>  íamos 
como  huma  pequena  arvore,  íuas  folhas  faon 
brancas  cientiladas  muyto  meudamente  ;  íuas 
flores  faon  redondas  &  cor  de  ouro  feitas  em  for¬ 
ma  de  parafol ,  que  a  parecem  no  veraon  6c  no 
otono  i  as  que  vem  no  veraon  tem  o  cheiro  mais 
forte  ;  naon  deíagradavcl  :  he  muyto  ainar- 
gofa. 

LUGAR.  Crefcc  particularmente  cm  Siciüa, 
florece  em  Julho  &  Agoílo.  Colhefe  a  femente 
em  Septembro. 

V  I  R  T  U  D.  Tem  as  mefmas  propriedades 
da  Abrotano  macho  :  fua  femente  pifada  crua  , 
ou  cofida  em  agoa  ferve  aos  aflhmaticos  beben¬ 
do  o  feu  coíimento  :  provoca  os  mcnftruos  fu- 
primjdos  ,  a  os  quebrados  ,  as  feiatieas  ,  feu 
cofimento  em  vinho  bebido  he  exc^nte  contia 
mordeduras  de  ferpentes  ,  efpecialmcnte  de  ala- 
craos  ;  6c  cias  aranhas  chamadasPhalanc.es. 

O 


|i  ;  .r  n 

!•>.  * 


w  ‘ 


u 


tl 


tf&f. 


xtc  Historia  das  Plantas 

G.  Bauh.  Abroianum  Cdmpejlre. 

ambrosia 

fcemina  I  I.  ^ 

Porr.  Ital.  Fr.Efp. 

Arnbt  oju. 


AH.  Ambrofcn. 


D3SCRIP.  Matthiolo  que  fas  mcnçaou 
de  duas  plantas  de  Ambroíia  ,  a  acha  tam  íimil- 
ihantes  huma  da  outra  que  naon  fas  mencaoa 
mais  que  chamar  huma  macho  &  a  outra  fcemea 
ouc  dis  haver  achado  cm  inuytos  lugares  fobre 
rochedos  ,  carregada  de  fcmente  a  modo  de 
cngacos  ,  &  quafi  fimilhante  ao  mille  iolio. 

LUGAR.  Crece  na  província  de  Goritia  na 
parte  de  Carniola  junto  o  caftelo  de  Vifpao. 

V  I  R  T  U  D.  Dioícor.  &  Galen  lhe  atribuem 
virtude  reperculTi /a  &  que  podem  reprimir  o  hu¬ 
mor  caindo  em  alguma  parte  >  fendo  aplicada: 
Ôí  tem  as  virtudes  da  primeira.. 


Liv.  IV.  Div.  II.  da  Artcm  fict .  187 

C.  Bauh.  Ar  temifia  vulgar  is  major* 


artemísia 

Portf  Efp.  Fr.  Ital. 
Artermfia. 


AH.  Beyfufs  ou 
5.  J ohannis 
Cartel. 


QU  A  L.  quente 


ao  z.  grao. 


DESCRIP.  Artemefia  tem  as  folhas  ladei¬ 
ras  muyto  largas  &  recortadas  de  cor  verde  oícu- 
ro  por  cima  &  alvadias  por  baixo  a  adea  com¬ 
prida  direita  com  inuytos  ramos  ^  as  dores  íaõ 
boroens  piquenos  como  os  da  Loína,  luas  raiíes 
faon  lignoías  &  fibrofas. 

L  U  G  A  R.  Crece  em  lugares  marítimos  Sz 
onde  ha  agoas  encharcadas,  florece  cm  Julho 
&  Agodo. 

V1RTU  D.  Aquenta  ,  defeca  medíocre- 
mente  ,  o  vapor  do  leu  coíimcnto  hc  bom  para 
as  molheres  recebendo  o  por  bayxo  lhe  provoca 
os  mcndiuos  ,  &•  para  expulfar  as  parias  &  fac- 
tus.  He  íin guiar  contra  a  o  pilaçaon  &  inflama- 
çaon  da  madre.  Rompe  a  pedra  ,  cura  a  fupref- 
laon  daouima,  leu  1  uni  o  medurado  com  mir- 
iha  aplicado  em  forma  de  peda  rio  fas 
madre  de  todas  fuas  nnmondicias. 


purgar  a 


i88  Historia  das  Plantas, 

G.  Bauh.  Arnbrojiíi  campeftris  rcpens. 

AMBROSIA 

Alas  I. 

Mátthiolu 


Port.  Ambrofia. 


DES  CR  IP.  Diofcotides  dis  que  he  huma 
planta  de  tres  palmos  de  altura  tendo  as  folhas 
pequenas  como  a  Ruda  i  feus  pequenos  ram$fr 
íaon  hornados  de  fua  femente  em  emgaços  de 
feitio  de  uvas  ,  &  que  nunca  florecem.  EíTa 
planta  cheira  a  vinho  :  fua  rais  he  meuda  &  al¬ 
guma  de  comprimento  de  dois  palmos :  em  Ca¬ 
padócia  a  mefturaon  nas  coroas  de  flores.  í 

LUGAR.  Nafce  por  íi  naefmo  em  lugares 

de  pedras. 

V  I  R  T  U  D.  Se  t;ve  em  toda  ocaíiaonque  he 
neceííaiio  re  foi  ver  :  os  autores  antigos  convem 
eme  foy  chamada  Ambrofia  por  que  a  peifoa  que 
dcila  uza  a  conterva  nuiyro  tempo  em  leu  vigor, 

&  a  fas  Viver  muyto  tempo. 


'éwí 


1 


t- 

.  v 


4  • ' . 


/ 


V 

. 


- E 

fel 


■h  w 


V  cW*  t  JTÂé 


Li  v.  TV.  D i  v.  II.  Já  MlHegrana.  i‘i) 

G.  Bauh.  Botrys  tmbrofioides  vtãcaris. 

BOTRYS  -  " 

Afattbloli. 

Porr.  Efp .Ambrofia 
.  Ter  va  um  ar  ii  ha. 


Franç.  M'llegr  ame , 

Herbe  a  Pirnent: 

\ 

AI1.  Krotjenkyatit. 

Qi\  Fraubcn^jauf. 

qual.  quente  & 

%co -fi.  o  i.  grao. 

DESCRI  D.  Tem  a  aitea  de  mais  de  palmo 
altura  ,  direita  ,  rodonda  ,  de  cor  fobre  ama- 
l-e%  com  muytos  ramos  ,  de  forte  que  parece  hu- 
mar  mata.  ou  arbufeulus.  Suas  folhas  faoft  com¬ 
putas  ,  proíundas  ,  recortadas  ,  aveludadas  & 
arrflgadas ,  gordas  a  o  ta&o  ,  feus  ramos  carrc- 
gauos  de  leniente  em  forma  de  engacos  de  uvas; 
a  i'4ps  he  tenra  &  fibrofa.  4 

L  U  G  A  R.  Nafce  em  lugares  de  areyas  & 
lecos ;  produs  a  iemente  em  Agofto  &  fe  '  colhe 
em  Setembro. 

i  ^  ^  D.  A  lierva  tomada  em  cozimento 

.  ,  ^  L1S  3  °u  a  rxicfma  herva  em  po  com  mel 

violado,  hefingulara  todas  as  affeccoens  do 

peito  ,  que  procedem  de  humores  frios ,  taon- 

bem  nas  apoftemas  ,  a  orthophnca  &  Afthma  ; 

a  mefma  he  fjngular  para  os  Ptificos  que  efearaõ 

matéria  ,  a  herva  pilada  &  aquentada  fobre  hu- 

-tC  a*1  ou Tijolo  aplicada  fobre  o  ventre  miei- 
ga  as  dores  da  madre. 


I 


í 


% 


V  \ 

joo  Historia  das  Planta?' 

G.  Bauh.  Botrys  chamcedryoldcs. 

CHAMyEDRYS 

'  II. 

Aí  ittb.Lugd.C  ifl. 

Qi i  c  r  c u  1  u  s  m  i  n o  i 
ou  Scrratula. 

Porr.  C-trvalhinrt 
ou  CoAm&dris. 

Efp.  Scordio. 

Franc.  Gerrnandree 

j 

All.  Gcrrnanàdin 
ou  Verg  fsmemnicht. 

QJJ  A  L.  quente 
&  íecaao  3.  grao. 


D  E  S  C  R  I  P.  Matthiolo  da  huma  fegundá 
cfpecie  de  Chamxdrys  que  tem  as  folhas  íi mil¬ 
ha  ntes  a  o  Carvalho  ,  mais  aípras  &  delgadas  do 
que  as  da  precedente  ,  denegridas  &  em  muyto 
mayor  numero:  tuas  afteas  meudas  quadradas  > 
duras  como  pao  &  de  altura  de  fium  palmo  & 
mcyo  ,  deitando  inuytas  afteas  que  daon  flores 
purpurinas  bonitas  a  vifta  ,  oc  de  gofto  amar¬ 
go  fo. 

LUGAR.  Nafce  em  lugares  afperos  &: 
pedrofos  fiorece  em  Junho  &  Julho  ,  deve  íc  cul- 
hcr  cm  quanto  cfta  carregada  de  femente. 

V  I  R  T  U  D.  Amolece  &  remedia  as  durefas 
dos  baíTo  provoca  a  ourina&  os  nlenftruos  ;  fub- 
tilifa  os  humores  groifos  ,  &  vifcofos  ,  mondi-* 

fica  &  alimpa  as  obftruccoens  dos  vifcerios. 

% 


Liv.  IV.  Div.  II.  da  Lofn*.  i 

G.oauh . y-jbfinthlum  Ponticm/,  feu  Rvneinitm, 
officinamm  feu  Dlofcoridis. 

ABSINTHIUM 

Commuíic. 

Fort.  Lofna, 

Franç.  Abfmhe  ou 
Aluwe. 

Efp.  Axenjos  ou 

leal.  Ajfenz^o. 

Aliem.  Vvermuth. 

QUAL.  quente  a  o 
i .  íecca  ao  3.  grao. 

DESCRI  P,  Ha  varias  efpccies  de  Lofha 
que  os  Autores  confundem  muytas  vezes.  A  co¬ 
mua  tem  a  aftea  cheya  de  ramos  5  cujas  folhas 
faon  brancas,  dentiladas  &  incifas  ou  recortadas: 
fuas  floies  faon  muyro  pequenas,  dc  cor  amarela 
de  feitio  de  botoens  piquenos  redondos  que  con¬ 
tem  a  femente  ,  deve  íc  colher  eíta  herva  quan¬ 
do  efta  com  femente  no  mes  de  junho  Sc  fe  de¬ 
ve  fecar  na  fombra. 

LUGAR.  Nafce  em  toda  parte. 

V  I  R  T  U  D.  He  muyro  eílomacal  ,  boa  para 
o  fígado  Si  o  baíTo  ,  he  deficativa,  adílringente, 
deterfíva,  &  muyro  amargofa.  Mata  as  luinbri- 
^as  pinga  a  cólica,  fas  pa/Iar  os  fumos  do 

vin  o  ,  fas  fuar  he  contra  febre  principalmentc 
ç^iitra  as  terçams. 


DIVISAM  TERCEIRA. 

De  certas  Plantas  cujas  flores  nao  faon  dlfpo- 
flas  ou  atadas  ern  Jymetria  a  o  redor  da 
aftea  ,  conto  o  Aíillifolium  ,  confolidas 
fvíolarinhas  ,  Chelidoneas  ,  Ancholias  & 
Nigelas . 

G.  BiUih.  Millefolium  P^rpureum  majut. 

STRATIOTES 

Chillophyl  OS 
Gr.  fve  Mi  11c- 
folium  majus. 

Jiíattbioli. 

Porf.  Efp.  Irai. 

Afilhfol  o. 

AU.  Garkn  , 

Schafrip. 

Q^U  A  L.  Fria 
Sc  fcca. 

D  E  S  C  R  I  P.  Efta  planta  da  qual  Matthiolo 
pos  aqui  a  figura  leacha  lumlhante  a  que ■  foj 
dcfcripta  por  Diofcoridcs  ,  íomcnte  com  a  ditte- 
vencia  ,  que  he  mais  grande  &  porefte  modo  a 
intitulou  de  grande  &  a  que  legue  de  menor. 
LUGAR.  Cieíce  pellos  oiteiros  &  outias 

IRTUD.  As  propriedades  faon  as  uieu 
mas  que  as  da  iiguinte, 


lá 


Hãréiy-  i  áÉFJfr 


Lir.lV.  D i  v.  UI.  da  Mllle folio.  l  »J 

G.  Bauh.  Aídlefolium  purpuram  mirins, 

STRATIOTES 
Chiliophilos  , 

Millefolíam 

minus. 


DES  CRI  P.  Diofcorides  dis  que  o  millc-' 
folio  menor  hc  da  altura  de  hum  palmo  ou 
mais ;  tem  muytos  ramos  ,  &  fuas  folhas  de 
feitio  de  penas  ou  as  do  feto  novo  ,  com  cau¬ 
das  curtas  Si  recortadas  :  as  flores  faon  brancas. 

LUGAR.  Nafce  em  lugares  afpeios  & 
pcllos  caminhos :  florece  em  Mayo  &  Junho. 

VIRTU.D.  He  contra  os  fluxos  de  fangue 
as  velhas  chagas  &  as  recentes  &  nas  fiilulas , 
he  pouco  adftringente  ,  o  fumo  de  millefolio  hc 
efficas  a  os  que  cfcaraon  fangue  ,  eflanca  o  fan¬ 
gue  do  naris  aplicando  dentro  ,  a  herva  pifada 
o  mefmo  fas  a  o  fluxo  meaftrual  demaíiado 

em  forma  de  peflario  &  cm  forma  dc  cataplafma 
í«»re  o  Pucus.  1 


U 


A 


ii.iJE  ' 


D  E  S  C  R  I  P.  A  fegunda  Elichrifo  de  Mat- 
thiolo  cem  muyta  fimilhança  com  a  primeira 
de  Diofcorides  ;  tendo  as  meimas  folhas  ef- 
treitas  Sc  flores  amarelas  cor  de  ouro,  fuas  aíteas 
direitas  afperas.  Sua  rais  hc  meuda. 

LUGAR.  Acha  fc  muyta  em  Italia  etn 

terrenos  afperos. 

V  1RTU  D.Matthiolo  lhe  nao  da  outras  vir¬ 
tudes  particulares  do  que  as  da  primeira. 


Liv.  TV.  Div.  III.  do  AÍillc folio  aquatico.  195 

G.  Bauh.  AíillefoUum  aquat.  nmbdlat . 
Corutndri  folio. 
MILLEFOLIUM 
M  uaticum  I. 

Afatth.Lac.Crfft* 

xúAhriophyllon. 

Fort,  Afillefolio 
aqumco. 

Aliem.  Vvaffer 
m  VvcjeL 

QJJ  A  L.  Fria 
&  feca. 


DESCRI  P.  O  Miriophyllon  primeiro  de 
Matthiolo  tem  fomente  huma  aftea  tenra,  molle 
que  nada  íobreaagoa,  tendo  enfinitas  folhas  > 
cabeludas  meudas,  fahindo  dos  feus  nervos  por 
intervalo  fobre  o  çneyo  pequenos  raminhos  3c 
folhas  eítreitas  de  cor  de  ouro  ;  como  taonbem 
a  umbella  que  he  goarnecida  de  botoens  ou  Te¬ 
mente  lecca,  fua  rais  he  meuda. 

LUGAR.  Crefce  em  Italia  em  lugares  afpc- 
ros  florece  na  primavera. 

V  I  R  T  U  D.  Empede  a  emflamaçaon  das 
chagas  recentes  fe  fe  aplica  machocada  ,  verde  , 
ou  fendo  feca  com  vinagre.  Taonbem  da  fe  a  be¬ 
ber  com  fal  &  agoa  nas  que, das.  Galeno  dis 
que  he  deílicativa  }  que  confolida  as  feridas. 


I  ISTO*  i  a.  pis  Plantas, 

G.  Ban.  AI.  d  fol.aquat.  feu  viola  aquaiica 

caule  nado. 


MILLEFOLIUM 
Aquaticum  lí. 
Afatth.  Lac.  Lugà. 
Vcl  Aí.riophyllor ?. 

Port.  Fr.  Efp.  Irai. 

Afdtefulio  aquat. 

AU.  Vvajfer - 
Vvejel. 

QU  A  L  I  D.  Feca 
Sc  pouco  adftringence 


D  E  S  C  R  I  P.  Efla  Fegunda  cfp  ecie  de  herva 
militar  ,  tem  as  folhas  compridas  eftrekas ,  in- 
ci  fas  íi  milhante  a  pequenas  penas  ;  do  meyo 
das  folhas  fahe  huma  aítea  de  altura  de  mais  de 
hum  palmo,  ícm  folhas ;  que  produs  huma 
efpiga  ou  umbela  de  muytas  flores  amarelas 
aflirn  como  a  Millefolio. 

LUGAR.  Crefce  nos  prados  humedos  flo- 
rece  cm  Agofto. 

V  I  R  T  U  D.  He  muyto  vulneraria cura  as 
fiftul  as  &  o  fluxo  dc  fangue  j  confolida  as  cha¬ 
gas  &  feridas  ,  pifada  &  aplicada  ou  meíturada 
com  unguentos. 


mmkm 


Li  v.  IV.  Div.  111.  da  ConfolidaRegia.  i  97 

G.  Bauh.  Confolida  Rcgalis  hortenfis  flore 
majore ,  &firnplici. 

CON  SOLIDA 

Reçialis  oh  Reçia 
Jkfatth.  Ang.  Ccifi. 
five  Delphinium 
Dodon . 

Fort.  yí  >  011 
efpora  de  Cava¬ 
leiro. 

Franç.  Conjoude 
Rojiale  3  ou  picd 
d?  Alouette. 

Irai.  Efperone  de 
Cavaliero. 

All.  Rdttr-Sporen. 

QUAL  fec. 

D  £  S  C  R  I  P.  A  Efpora  de  Cavaleiro  he  Lu- 
ma  planta  c]ue  tem  muytos  ramos  na  fua  aftea 
com  folhas  repartidas  meudas  ,  &  incifas  ou 
recortadas  como  as  do  funcho  ,  &  no  cabo  tem 
flores  repartidas  em  forma  de  efpiga  ,  de  cor 
a  fui  :  cada  huma  dcftas  flores  íaon  comportas 
de  varias  folhas  dcíiguaes,  cinco  das  quaes  faon 
grandes  &c  difpoftas  cm  ro doudo  ;  a  fuperioi* 
forma  huma  ponta  dc  huma  eípora.  Quando  a 
flor  cahefica  huma  fruta  que  tem  tres  graofmho* 
denegridos ,  que  tem  dentro  (ementes  angulofas, 
negras,  de  goíto  amargoío  :  naíce  nos  campos  & 
cultiva  fe  nos  jardins  a  relpeito  de  fua  flor. 

VIRTUD.  He  adftringente  ,  confolid  ante  , 
vulneraria  ;  provoca  o  parto.  A  agoa  deítillada 
das  flores  he  fingular  aclara  as  névoas  dos  ol¬ 
hos,  bebida  ou  aplicada  he  boa  contra  as  enfia- 
maçoens  interiores  (5c  exteriores.  I  Uij 


T  "  :>  S- 


<t Wár&''M-‘.  v: : 


3Í>8  HistoRia  »as  pLANta?j 

G.  Bauh.  Confelida  regalis  kortenfis , 

majore  Sc  fi/npliçim 

CUM  IN  UM 
S)lveftre  I  I. 
jbfatth.Lac.  Lugd. 

forr.  Caminhos 
mfticos. 

Franç.  Cumirt 
fiutvage. 

All.  Knrnmel # 

QUAL.  A  Temen¬ 
te,  he  quente  &  Teca 
a  o  3  .  giao. 


DESCRI  P.  O  Cuminho  ruftico  Tegundo 
he  baftante  fimilhante  ao  cultivado*,  piodus 
dentro  de  cada  flor  ou  cabeça  huma  Temente  co¬ 
mo  a  de  nigela. 

LU  G  A  R.  Nafce  em  Galacia,  Cicilia  ;  Aíia, 
&  o  do  Egipto  he  mais  eftimado. 

VIRTUDES.  Efta  cafta  de  Cuminhos  pi¬ 
cados  com  vinagre  &  paíTas  ,  cura  as  pizadas  &c 
contufoens  &  To  com  vinagre  aplicado  tira  as 
lentilhas  da  pelle  ;  o  oleo  da  Temente  he  bom 
contra  a  furdes  provoca  a  ourina  }  he  contra  os 
üatos  ou  carminativa. 


Liv.  IV.  Dir.  III.  da  Molarinha.  *99 
G.  Bauh.  Fumaria 

FUMARIA 

JldattbjTrag.  Fufcb 

Dad.  Lond.  Cat. 

Lugd. 

Bot.  Fumus  terne 

Port.  Tldolarinha. 

Efp.  Paldmilha. 

Franç.  Fnmeterre . 

A 11.  Erdrauch . 


DESCRI  P.  A  fumaria  ou  molarinha  he 
liuma  herva  pequena  fimilhante  a  o  coentro  , 
muyto  tenra  fuas  aíteas  faon  quadradas  Sc  cheyas 
de  ramos  &  folhas  tenras  ,  &  meudas  ,  verdes , 
alvadias,  muyto  recortadas  ,  as  flores  faon  pur¬ 
purinas  &  algumas  vefes  alvadias  ou  avermilhà- 
d*as  j  a  femente  he  muyto  meuda  3  verde  3  ofeu- 
ra  ,  tem  pouca  rais. 

LUGAR.  Nafce  entre  os  trigos  ^  &  em 
toda  parte. 

V  I  R  T  U  D.  O  fumo  que  fe  tira  da  herva 
refolve  a  pituita  que  turba  a  vifta  ,  por  ílfo  uza 
le  nos  medicamentos  optalmicos.  O  mefmo 
mefturado  com  goma  Sc  aplicado  fobre  as  fo- 
brancelhas  empede  os  cabelos  de  creccr  Sc  nacer. 
O  cozimento  bebido  efpulfa  pellas  ourinas  todos 
os  humores  quentes  ,  coléricos  ,  adultos  ,  Sc 
perniciofos.  He  boa  contra  a  pedra  Sc  are y as, 
contra  as  chagas  malignas  Sc  Galltco. 

I  y 


QU  A  L.  que 
Sc  fec.  quafi  a  o  z 
grao. 


aco  H  i  s  r  o  it 


IA  das  Planta», 


Bauh,  Fumaria  lutea. 


FUMAR] A 

Corydalis. 
quibuídamSplits 
Matthioli. 
Lutea  monrana. 
LoK 


Porr.  Fumaria. 
Franç.  Fuweterre, 
jeaunc  de  ntou- 
taflfie. 

O 

QI  rAL.  quer  te  & 

Íccj  a  o  2.  grao. 


D  E  S  C  IU  P.  A  molarinha  corydalis  tem 
muytas  afteas  delgadas  &  nuiyros  ramos  com 
folhas  fimilhantes  a  o  coentro  verdes  mais  meu- 
das  ,  muytas  raifes  de  cor  alvadia. 

LUGAR.  Crece  nos  montes  j  no  principio 
da  primavera  fe  lhe  tira  o  fumo  &  no  fim  a 
femente. 

V  IRTU  D.  Toda  a  planta  ou  verde  comida, 
eu  íecaredufida  em  po  ,  &  tomada  em  vinho  , 
dias  continuados  >  he  íingular  na  cólica  ,  term 
propriedade  para  atenuar  3c  incindir  os  humores 
crafios  &  os  evacuar  pellas  ourinas  ,  &  por  iíTo 
he  íingular  na  hydropifia  ,  conforta  as  partes 
uohrcs  :  3c  fas  u  mcfmo  effeito  que  Mefue  dis  da 
fumaria  comua.  A  eça  aílegura  cju e  he  nmyto  boa 
para  defopilar,.  3c  conforta  o  ligado  &  o 
mago.. 


I 


Liy.  IV.  Div.  III.  da  Molarinha.  101 
G.Bauh.  Fumaria  bulbofa  radice  cava  majore. 

FUMARIA 

Captios  Plinii . 

Àlcera. 

Matthiol.  Cafl. 

Fort.  Aíolarwha . 

Franç.  Fumeterre . 

&  ^  Gelinc 

Qual.  quente  & 
fec.  do  i .  ate  z. 
grao. 


D  E  S  C  R  I  P.  Toda  a  planta  he  tenra  ,  teiu 
as  folhas  alvadias  quaíi  como  as  do  coentro  , 
lifas  &  recortadas  como  as  das  outras  efpecies  , 
porem  mayores,  fuas  flores  íaon  purpurinas  Sc 
alvadias.  Sua  rais  hedo  feitio  de  tuberas  da  te^ 
ra  j  chata  por  bayxo  Sc  aruguenta  por  cima  , 
hoca  por  dentro  ,  a  caíca  de  fora  he  neigra,  dc 
golho  amargofo.  Sua  (emente  he  luíida. 

LUGAR.  Nace  em  lugares  fombrios  flore- 
cc  em  Março  8c  Abril. 

V  I  R  T  U  D.  Tem  as  meímas  propriedades 
das  outras  eípeciesr 


ri 


i 


t 


101 


H  I  s  T  O  R  I 

B.iuh.  Chelid 


a  das  Plantas, 
onu-.tn  ma  ms  hirundaria. 


CHLLIDOXIUM 

majus. 

Afitlrj'~l ,  *IJ,  Fkfch. 
7tt>  .  Lac,  Dod . 

Porr.  Ctlidoma . 
Efp.  Celtdu  zna* 
Franç.  Efcluire  y 

Ail.  GfOz.Sçbcl- 

vvitrtz 

QU  A  L.  quente  6c 
feca  a  o  3  ,  gr  ao. 


DESCRI  P.  A  grande  Chelidonia  tem  aftea 
de  dois  palmos  de  comprido  ,  tenra  com  muytos 
ramos  com  muytas  folhas  ,  as  flores  tem  fímil- 
hança  com  as  dos  goyvos  amarelos  toda  a  planta 
tem  hum  fuco  ou  leite  amarelo,  mordicante,- 
amai  goío  6c  de  roim  cheiro  ,  fuarais  he  íingela 
por  baixo  Sc  a  o  depois  repartida  em  muytas  ou- 
nas  ,  leu  fruto  he  feito  como  o  das  Papoilas 
comutas  em  que  efta  alemente. 

LU  G  A  R.  Naíce  em  lugares  fumbrios  r 
fobre  os  muros  ,  florece  toda  a  primavera. 

V  I  R  T  U  D.  O  fumo  cofido  com  mel  era 
Lum  tacho  de  cobre  aplicado  aclara  a  vifla  a 
rais  ma-ftetrada  mitiga  a  dor  dos  dentes.  He  inci- 
fiva,  deterfíva,  deficativa ,  refoluriva  >  laxa  o 
ventre ,  provoca  a  ourina ,  aclara  a  vifta,  tira 
as  obílueçoens  do  baflo  ,  do  fígado  ,  das  me¬ 
teras  i.  fuarais  Fie  contra  veneno  :  ufa  fe  do  íu- 
mo  de  Celidonia  para  gaflar  as  verrugas  ,  as 
empigems*  a  cooãra,  aplicada,  exteiiaiaiente^ 


Liv,  IV.  Div.  111  *  da  jjcrvfi  flor  bombinhos,  zo  3 

A  QU  1  LEJ  A 

Aquilina. 

JMatth.  Ad.  Lob. 

Ca/}.  Tab . 

Porr.  Flor,  Tom - 
binhos . 

Franç.  Ancholle  , 

Colombine . 

AH.  Ackeley  y 
Agley . 

QtTAL,  quente  & 
humeda. 


DESCRI  P.  A  aftea  he  de  altura  de  dois 
palmos  avermilhada  &  felpuda  ou  cabeluda  : 
tem  muytos  ramos  feparados  no  cabo  dos  quaes 
tem  flores  compoftas  de  duas  caífas  de  folhas  : 
tem  cinco  pequenas  eftreitas  ,  difpoftas  em  for¬ 
ma  de  eftrela  ,  &  cinco  por  bayxo  que  tem  pon¬ 
tas  cavas, como  as  da  coníolida  rcgalis  ou  efporas. 
de  cavaleiro  ,  formando  hum  bico  de  pombo,  por 
ilío  a  chamaon  Pombina  ou  columbina,  o  qua 
fe  entende  das  flores  que  faon  flmples  :  por  que 
as  que  crecem  nos  jardins,  faon  mais  dobra¬ 
das,  humas  brancas,  outras  purpurinas  ou  ver¬ 
melhas  com  filamentos  que  lhe  fahem  do  meyo. 

LU  G  A  R.  Naíce  nos  prados  &  cm  lugares 
brigados  ,  florece  em  May  o  &  Junho. 

V1RTUD.T  ragus  dis  que  a  femente  a  o 
pefo  de  huma  oitava  com  meyo  efcropulo  A- 
íaffran  ,  defopila  o  fígado.  He  aperitiva  ,  vuL- 
nevaria ,  deterfiva  ,  provoca  os  menílruos  &  as 
ourinas  ,  refifta  a  malignidade  :  uza  e  nos  gar¬ 
garejes  da  enflamaçaon  da  garganta  &:  na  c©~ 
ra p§aon  das  gingiyas  no  ícorbutov 


15>4-  Historia  das  Plantas, 
G.Bauh.A^e//,*  flore  minore  fimpliçi  cândido « 

gith, 

ou  Mclanthmm 
íativuii). 

jjfitrhio1,  Dodon . 

L\gd.  &  Tnb. 

Apjih.  N  gelU. 

Fort.  NlgeU 
Franç.  Nleíle „ 

A 1 1 .  Scbvvariz, 

CorUnder . 

QUAL.  A  femenre 
rjuetue  &  kc.  a  e  3 , 
grao. 

DESCRI  P.  A  Nigela  he  muyto  bem  con¬ 
heci  !a  cie  todos  os  lavradores  ,  nace  entre  os 
trigos  de  altura  de  dois  ou  tres  palmos  forman¬ 
do  humas  cabeças  que  depois  de  murchar  a  flor 
azul  daon  lemente  meuda  preta. 

V  I  R  T  U  D.  A  lemente  bebida  em  vinho- 
cura  a  Aílhma  >  refolve  &  eípelle  os  ventos  pro¬ 
voca  a  ourina  &  os  menftruos  ,  ias  criar  muyto 
leite  as  amas  fe  contiuuaon  algums  dias  em  be¬ 
bida,  a  mcíma  bebida  em  vinho  ou  em  agoa 
ou  aplicada  lobre  o  embigo  mata  as  lombrigas* 
&  as  eípelle  fora  do  corpo; 


10  f, 


Liv.  ÍY.  D  iv.  III.  daNigella» 

Cc  Bauh*  NivelU  angufli folia,  flore  majore 

fimpliçi  carulco. 


Qualidades  como  a 
primeira. 


G  I  T  H 

oh  Melanthium 
Svlvcílrc. 

j 

Mm  th.  Lac.  Lob. 


Potr.  Nigela 
como  a  primeira. 


D  E  S  C  R  I  P.  A  primeira  cultiva  fe  nos  jar¬ 
dins  em  rafaon  da  flor  dobre  *,  efta  dos  campos 
lhe  he  íimilhante  em  tudo  exepto  ferem  as  folhas 
&  flores  mais  pequenas. 

LUGAR.  Eftaefpecie  hc  que  nace  nos  trigos, 
florece  em  Junho  &  da  precedente  he  que  fe  uza 
na  Medecina. 

V  IRTUD.  A  femente  defla  do  campo 
naon  ferve  na  medecina  por  ter  muyto  poca  iub- 
ftancia  ,  uza  fe  da  oucra  por  que  a  femente  her 
mais  cheya  de  miolo  6c  fa$  os  effeitos  que  os  au>- 
tores  diyuigagn,. 


Historia  das  P 


untas, 


C.  Bauh.  Nigell a  Angufll^ folia  jiore  majore 

fimplici  caruleo. 

I  SOPIRUM 


Aíutth*  Luga.Tsl*' 
Porr.  Vtjion 


Franç.  Fcve  de 
Bouc. 


QUALI! 
quente  6c  Teca. 


DESCRI  P.  Crece  junto  os  va!es  &  em  lu¬ 
gares  afperos.  Algums  chamaon  o  Ifopiro  Pha- 
ieol  por  as  folhas  le  lhe  parecem  «Sc  taonbem  a 
erva  doce.  A  íemente  tem  o  gofto  da  de  Melan- 
thium  ou  Nigclla. 

V  I  R  T  U  D.  A  femente  bebida  com  hydro- 
mel  he  boa  para  toíTe  :  6c  a  todos  os  affrftos  do 
peito  6c  do  figado  6c  a  us  que  efearraoa  fatigue. 


Liv.  IV.  D iv.  IV.  do  Citminho 


107 


DIVISAM  QUARTA. 


Das  ervas  umbeli feras  ,  do  Cuminho  ,  Funcho,  Fr/- 
dro  y  Meum  ,  Firetro  ,  Ferula  >  Daucus  , 


Efp.  Cmnnos. 
Franç.  Cmiin. 


All.  Kummel. 


QU  A  L.  quente 
e  feca  a  o  3 .  grao. 


DES  CR  I  P.  Tem  a  aftea  direna  comprida; 
as  folhas  recortadas  mandas  como  o  funcho  , 
lua  (emente  íe  forma  nas  fuas  umbelas  como  o 
funcho  ;  íua  rais  he  branca  rafteira  em  fu  perfil 
cie  da  terra. 

LUGAR.  Se  quer  em  lugares  quentes  Sc  lu- 
marentos  :  por  ilTo  crecc  muytos  em  beira  mar 
o  de  Ethiopia  he  mais  eftimado  do  que  o  dc 
Malta. 

V  I  R  T  U  D.  He  muyto  eftomachal  carmina¬ 
tivo  ,  he  quente,  adftringenre  ,  deíicativo,  pro¬ 
voca  as  ourinas  &  os  menflruos  ,  hc  íingular  pa¬ 
ra  deíuichar  as  enchafoens  dos  tefticulos  ,  com 
paffas  ou  com  farinha  de  joyo  ou  com  algum  ce- 
rato  Sc  íe  lhe  mefturaon  muyto  pouco  deAntuno- 
íiio  em  po  fútil  fera  mais  efíkas. 


i 


scS  H  i  s  t  o  Ria  das  Plantas 
G.  bauh.  C.mnniim  Sylveji .  capitulis  gtobojis . 

CUMINUM 

Sylvcíhe  I. 

Afuttb.  Lugd.Ctjí 

Fort,  Cimxnhos 
rufiicos . 

Franç.  C  wnn 
e. 

ino  br  abo 

All.  K ummel. 

QUAL.  A  ícmente 
quente  5c  feca  a  o  3 . 
giao. 

D  E  S  C  R  I  P.  Eftcs  faon  os  Caminhos  rufti- 
cos  de  Matthiolo  ■,  he  huina  pequena  planta  de 
altura  de  mais  de  palmo  &  meuda  ,  com  íeis  ou 
fc te  pequenas  folhas  dentilladas  como  o  Gingi- 
dium&  na  cima  tem  a  fua  femente  na  forma 
que  fc  ve  ,  hc  mais  acre  do  que  o  cultivado. 

LUGAR.  Nafce  em  oiteiros  em  Lycia  , 
Galatia  5c  Aíia. 

VlRTUD.  Temas  propriedades  do  cultiva¬ 
do,  he  mais  feguro  Sc  fas  melhor  operaçaon  ; 
hc  contra  mordeduras  das  Cobras  5c  Alacraos, 
com  aleite  tomado  em  vinho  he  bom  contra  vo- 
mitos  5c  deftemperança  do  eítomago  5c  fuíFoca- 
çoens  da  madre. 


Lit.IV.  Div,  TV.  do  Funcho. 

G.Bailh.  tixnictdnm  vulgarc ,  jermne  oblongo, 

guftu  <nrnto. 

FOENICULUM 

JVÍiitih.  Lac.  Cajl. 

Port.  Funcho. 

Franç.  Fenoúil 
eornmun. 

Irai.  Finocchlo. 

Efp.  Hlnojo. 

Aliem.  Fenchel  , 
ou  Ftnnikel. 

QUAL.  quente 
a  o  3.  feco  a  o  1. 
grao. 

D  E  S  CR  I  P.  Efta  herva  he  taon  conhecida 
que  efeufa  defcripçaon,  por  quanto  poucos  íaon 
os  caminhos  &  valados  onde  naon  haja  funcho 
principalmente  no  território  de  Lixhoa  j  porem 
efte  he  muyco  acre.  Das  Ilhas  das  aíoras  vem 
femente  de  funcho  mais  doce-  j  no  território 
das  caldas  vi  plantas  de  funcho  doce  muyto  exe- 
lente  \  o  melhor  vem  dc  florença. 

LUGAR.  O  que  nace  nos  jardins  he  mel¬ 
hor  do  que  o  dos  campos,  florece  cm  Julho 
&  A goíto  &  íua  femente  fe  colhe  cm  Setembro. 

V  I  R  T  U  D.  A  herva  comida  ou  a  femente 
coíid  a  com  cebada  ,efburgada,  moida,  fas  criar 
muyto  leite  as  amas:  o  cozimento  das  folhas 
ou  das  raifes  provoca  a  ourina  ,  he  diurética  8c 
nephritica.  O  funcho  doce  id  èft  a  femente  he 
carminativa,  eftomachal  o  cozimento  com  figos 
fe  da  interiormente  nas  bexigas. 


ii©  Historia  das  P 


UNTAS, 


Bauh,  Anetbum  bortenfe. 


anethum 

jl  fut  t  b.fírunf.  Trag. 
Fitfch.  7  nr.  Doei. 
Eob .  C*r,tJ} .  Ad.  Eeiç  ■ 
And. 

Port.  Endro. 
Franç.  Annetb. 
Efp.  Enddo 
Avefcn. 

Ital.  Aneto. 

A 11.  D/7/. 

QUALID.  quente 
ao  i.  grao. 


D  E  S  C  R  I  P.  Parece  inútil  dar  defcripçaon 
do  endio  das  hortas  por  ler  taon  conhecido  de 
todos. 

V  I  R  T  U  D.  Diofcorides  afegura  que  eíla 
herva  ou  fua  (emente  comida  com  caldos ,  mui- 
tipüca  o  leite  das  amas ;  he  contra  cólicas  ven- 
tofas  &  vomitos  &  dores  de  ventre  *,  fas  parar  os 
faluços  fc  fe  continuar  íeu  uzo  rarefas  &:  coníu- 
ina  o  íemen.  O  vapor  de  leu  cozimento  he  bom 
para  as  molheres  que  padecem  da  madre  aíTen- 
tando  íc  &  recebendo  os  por  bayxô  &  taonbem 
os  íenncupios. 


Lxv.  IV.  Div .IV .  do  Meum.  tit 

G.  Banh.  Mc  hw  foliis  Anelhi, 

MEUM 

A-fatth.  Atig.  Cefn. 

A-jflfC  . 

Fort.  Meo. 

Franç.  Mn. 

Irai.  Finochilho. 

Eíp.  Plnllho. 

AU.  Bcervvitrtz. . 

QUAL.  As  raifes 
quentes  .103.  grao. 
o  fumo  a  o  1. 


DESCRI  P.  O  meo  lie  chamado  dos  Anti¬ 
gos  Athamantico  •,  por  caufa  de  Athamas  que 
delle  foy  inventor :  011  por  que  o  melhor  vem  de 
Aathas:  temas  folhas  íimilhantes  ao  entro, 
taonbem  aaftea ,  pofloque  mais  groíTa  ,  &  al¬ 
guma  ves  alta  de  mais  dc  dons  palmos  :  fuas 
raifes  íaon  denegridas  Sc  fe  achaon  profundas 
em  terra  :  faon  cheiroías ,  acres  ,  mordicaiues 
a  o  goílo. 

LUGAR.  Nace  cm  Macedonia  ,  no  monre 
Pila  em  Leaon  de  Franca  ,  em  varias  partes  dc 
Caftela  &  em  Portugal:  florecc  em  Junho  <Sc 
Julho. 

Y  I  RT  U  D.  As  raifes  faon  muyto  diuréti¬ 
cas  defobftruem  os  reins  Sc  a  velliga  j  he  contra 
os  ventos  ou  flatos  do  eftomago  ,  &  dores  do 
ventre  ,  aos  acidentes  uterinos  Sc  para  os  goto- 
fos.  Pifadas  &  reduíidas  em  Looch  com  mefdcm- 
xame  novo  ,  fervem  uas  dcíluxoens  do  peito. 


^ 1 Historia  das  Plantas^ 

G.  Fa  ih.  Pyrethrum  umbdliferum. 

PYRETHRUM 

í. 

Aí.t  b.  Ó~  Lr"qd. 

C-> 

Porr.  P. retro. 

Efp.  Pelitre. 

Franç,  Piretre. 

/.II.  Pirtram. 

QUAL.  quente  6c 
feca  a  o  3 .  grao. 

DESCRI  P.  O  verdadeiro  pirerro  tem  as 
folhas  quafi  como  o  funcho  ,  as  afteas  &  râmos, 
como  a  Macella  ;  mas  hum  pouco  mais  groíTas, 
as  flores  brancas  ,  fimilfcantcs  as  da  Marcela  , 
a  rais  he  comprida  direita  que  arde  na  lingoa. 

LUGAR,  cultiva  íe  em  boms  territórios, 
florcce  6c  da  femente  no  veraon. 

V  I  R  T  U  D.  A  rais  tomada  com  mel  he  boa 
contra  a  gota  coral,  apoplexia  &  contra  todas  as 
doenças  inveteradas  do  cerebro, maflegado  atra- 
hc  quantidade  de  flegma  do  cerebro  ,  mitiga  a 
dor  dosdentes,  cofida  com  vinagre  &  lavando  fc 
a  boca.  O  olho  tirado  da  rais  taonbem  he  íin- 
aular.  He  incifiva  ,  atenuante  ,  aperitiva  ,  pró¬ 
pria  para  exitar  o  femen  entra  nos  pos  efturnur 
tatorios  6c  algum  a  ponhem  na  untura  forte. 


Lrv.  IV.  Dir.  IV.  do  Tyrcthro .  H  $ 

G-  Bauh,  Pyrethrum  flore  bt  Ilidis. 


PYRETHRUM 

alreru  m. 
Mntth.  L'4g .  Cie/] 
Ci/w.  /. 


QUAL.  quente 

&  feca. 


DESCRIP.  O  Piretro  fylveftre  tem  as 
àíleas  ledondas  ,  delgadas  :  as  folhas  compri¬ 
das,  eíheitas  ,  recortadas  ao  redor  ,  ou  dentrl- 
ladas  em  forma  de  ferra:  em  cima  das  quaes  > 
tem.  flores  íimilhantes  as  da  Marcela  ,  amarelas 
no  mcyo  com  rolhas  brancas  a  o  redor  ;  a  rais 
he  tenra  de  que  fahem  outras  muytas  pequenas. 

LUGAR.  Nafçe  nos  montes  &  nos  prados 
fequiofos  florece  todo  o  veraon. 

VI  RTUD.  Algums  a  comem  em  falada  a 
naon  hc  taon  mordicante  como  a  da  prc~ 
tf^desite  cm  tudo  tem  menos  virtude. 


s  1 4  Historia  das  Planta  $3 

G.  Bauh.  Ferula f xmina  Plinii. 

F  E  R  U  L  A 

Narthex. 

JlPittb.  Afig.Tiir, 

Lac.  Cor  d.  Gefn. 

Lon.  Lob.  Dad. 

C.ijl.  Luc.  Tab. 

Fort.  Carafrecha. 

Franc.  Ferult. 

i 

Ital.  Fcrula. 

C<xnante)A. 

All.  Fcru'kjant. 

QUAL.  quente  & 
feca  ao  3.  grao. 

D  ESC  RI  P.  A  ferula  crece  de  altura  dc 
tres  ou  quatro  palmos  ,  cheya  de  nos  dos  quaes 
íahem  folhas  duas  a  duas ,  grandes,  molles  , 
imiyto  recortadas,  meudas  quafe  como  cabelos 
a  flor  he  amarela  ,  a  rais  profunda  em  terra. 

LU  GA  R.  Crecc  em  lugares  aí  peros. 

VIR  TU  D.  O  miolo  da  planta  verde  he 
bom  para  os  que  eícarraon  fangue ,  contra  mor¬ 
deduras  de  viboras  ,  tomada  em  vinho ;  8c 
citando  aplicada  110  naris  para  o  fluxo  do  langue. 


. 


iáí^-''  ;jwI 


Iiv.  IV.  D  XV.  IV.  da  T  ha  ff  a. 


G.  Bauh,  T hapjía  carota  folio. 


THAPSIA 

Aíaitbioli. 
jiug'  Lon.  Ltiq. 

CaJ}.  Ctef. 
Apoth.  Tnrbub. 


Porr.  Tmbit  da 


terra.  ' 
Franç.  Tapfe. 


QUAL.  a  cafca^';^» 
áa  rais  quente  &  ‘ ~ 

íecaa  o  3.  grao. 


D  E  S  CR .1  P.  A  Thapfia  ,  fegundo  Diofco- 
irdes  he  íímilhante  ,  a  ferula  .  fomente  a  aflea 
he  mais  meuda.  Suas  folhas  fe  parecem  com  as 
dohinchoas  umbelas  parecem  le  com  as  do 
endro  fobre  as  quaes  tem  flores  amai  elas  ,  & 

numa  femente  como  a  da  ferula  exepto  que  he 

mais  pequena  lua  rais,  tem  cafca  grofa  branca 
por  dentro  muyto  acre  &  cauflica. 

LUGAR.  Crece  em  lugares  altos  fombiioc 
«aontanhefes  florece  tudo  o  veraon. 

V  I  R  T  U  D.  Purga  a  fleima  &  ccrofidadc* 
mas  com  tanta  violença  &  com  tanta  acrimoniai 
que  hoje  os  modernos  naon  ufiaon  defle  medica 
mento  ,  mas  fim  do  turbith  do  Levante ,  cm 

ícu  lugar  da  Julapa. 


"Som.  T. 


a 1 8  Historia  das  Plantas» 

G.  Bauh.  Peucedanmn  ma;us  h  alie  ur/í. 


peucedanum 

Pillancllum  oh 
Focnic.  Porcinú 
M*tih.  Arg.  L<ic. 
Lugd.  C&f.  Caft. 
Port.  Funcho 
de  porco. 

Franç.  Qjucüe  de 
porceau. 

Ir.  Finochio  porcino. 
All.  FJaarflrang 
S  eu  f enchei. 
QUAL.  quente  a  o 
z.  íec.  ao  3 .  gvao. 


dESCRIP.  Efta  planta  tem  huma  aftea 
meuda&as  folhas  ínayores  do  que  o  funcho  6c 
ouafi  como  as  do  pinho  :  tanto  que  fahe  da  terra, 
produs  huma  gadelha  efpeíía  &  multiplicada  & 
cm  cima  da  aítea  tem  tres  ou  quatro  umbelas 
chcyas  de  flores  amarelas  que  produfem  huma 
femente  larga.  A  rais  he  groíTa  comprida  ne- 
|-  „ra  por  fora,  branca  por  dentro  ,  que  por  tora 
amoftta  humas  gadelhas  como  cabelos. 

ppjG  AR.  Nafce  cm  montes  ,  florecc  em 


r  T  U  D.  A  rais  &  o  fumo  efpiflado  faõ 
«roprios  para  atenuar  .  incindir  as  flcimas  do 
peito;  para  facilitar  o  efearro  ,  paia  ajudar 
a  refpiraçaon  ;  para  alimpar  as  feridas  Sc  chagas, 
paraPexitar  as  ourinas  &  menftruos  ulaíe  mtc- 
riormente  Si  exteriormeute. 


II* 


I<iv.  IV.  Div.  IV.  da  Saxifragia. 
G.  Bauh.  P ciice àatmrn  tninus . 


SAXIFRAGIA 

tertia. 

Matth.  Lug.  Cafi. 

Apoth.  Saxifragia. 

4  % 

Port.  Saxifragia .  < 

P  ranç.  Pcrcepkrre. 

Ital,  Saxifraga.  f 
All.  Steimbrech, 

QUAL.  quente  & 
feca  a  o  3 .  grao. 

t-7  - r  —  iii - y  '  r  n  v/imwv^  V  • 

DESCRI  P.  A  terceira  efpecie  He  Saxifra 
gia  de  Matth.  fas  fua  aftea  como  o  funcho,  mais 
P  quena  ,  mais  delgada,  fua  femente  fe  parece 

rofa° fuí  nía  ’  mai,scomP^a,  maisPchci- 
>  ias  folhas  mcudas  coího  cabelos  quaíi 

««oas  dofimdu,,  mas  mais  talas.  Sa^ra 
aívadia  &  do  godo  da  Paftinaca. 

o,  r,  G  A  R  j  Kace  em  lugares  fecos  &  agreíles 
VI  RT  U  D1  T  fl0leCe  Cm  May°  &  Ju."ho 

?oUndaesrÍ n CÍ “  *  T^‘ci “SaS dcT üíf! 

:  P°x&Tip“t"  ou‘inif; 

inenfttuos.  ^  contra  faluços ,  pfoyoca  os 


410  Historia,  das  Plantas, 

G.  Bauh.  Dmcui foíiis  fanicai i temáíjimls. 

D  AUCUS, 

Jive 

Daucus  Gallica. 

I. 

Jlíatth  Lv.gà, 

Fort.  Bifnaga. 

Fr.  Paftenade  o» 

Carotte  Jmvage. 
leal.  Efp.  D  auco 
Crctico. 

All.  Mobr.Rttbe. 

Qoalid.  quente 
ôc  feca  a  o  3  .grao. 

DESCRIP.  A  primeira  efpcçie  dc  Dau¬ 
cus  he  huma  erva  tenra  ,  fu  a  aftea  he  de  aluna 
de  hum  palmo  cheya  de  folhas  mais  temas  do 
rue  as  de  funcho.  No  cabo  dos  vamos  tem  luas 
umbelas  cheyas  de  flores  como  as  do  cocntio  cjue 
produfem  huma  femente  branca  &  cabeluda  , 
de  bom  cheiro  ,  8c  de  gofto  acre.  A  tais  e 
erofla  como  o  dedo  ,  comprida  de  hum  palmo. 

&  LUGAR.  Crefce  em  lugares  afperos  e  lecos 

expoftos  a  o  foi ,  florece  no  veraon. 

V  I  R  T  U  D.  A  temente  pilada  Sc  bebida  em 
abnini  licor  idoneo  he  muyto  proveitofa  nas 
dificuldades  de  ourinar»  contra  a  pedra  &  are  vas, 
provoca  os  mcnftruos  Sc  fas  fahir  a  criança  moita 
do  ventre  Sc  as  parias.  Mitiga  as  picadas  ou  doie. 
do  ventre  ,  reíolve  as  ventofidades  ,  «ura  a  có¬ 
lica  ,  madurecc  a  toíTe  inveterada  A  n’dn'a 

tomada  em  vinho  he  boa  contra  mordedmas  de 

animacs  venenofos  ,  notavelmente  coneta  a  pi- 
cada  das  phalangcs* 


\ 

\ 

Liv.  IV.  D  iv.  IV.  da  Bifnr.ga  Jylvefre.  ii"5 

G.  Bauh.  Daucus  Aíont.  Apii  folio  ma tor» 

D  A  U  C  U  S 

fccundus. 

Matth.Trag.  Lugà. 


QUAL.  quente 
&  fec.  a  o  5.grao, 


DESCRI  P.  A  feguada  efpecie  dc  Daucus 
de  Matthiolo ,  tem  as  folhas  como  o  coentro 
ou  falia  ,  a  femente  comprida  que  vem  nas  um¬ 
belas  ,  feita  em  angulo  como  a  do  funcho.  Sua 
rais  he  branca  ,  aromatica  ,  &  de  bom  goílo  z 
cabeluda  no  cabo  como  a  do  Meo  :  fua  aftea  he 
de  altura  de  hum  palmo. 

LUGAR.  Nafce  nos  mcfmos  lugares  do 
precedente  ;  &  florece  em  Junho  &  Julho. 

V  I  R  T  U  D.  Naon  fe  fabe  que  tenha  mais 
vutudes  do  que  a  primeira  efpecie.  j 


*it  Historia  das  Plantas, 
xj.Bauh .Pujlinacti  tenuifolia  fylv.Diofcoridis . 

P  A  ST  I N  A  C  A  jjft  jS&SÉPfc 

Sylveftris. 

Porr.  /finam a  do 
campo. 

•  è  4  1  ^ 

Franç.  Pa[enade 
fiauvage. 

Ir.  PaJPnacA [ativa. 

All.  Bafiernakpn. 

QUAL.  quente 

&  fec.  a  o  2.  grao. 


DESCRI  P.  A  Paftinac;a  rem  as  folhas 
como  o  Gingidio  alguma  coufa  mais  largas  6c 
amargofas  que  fahem  poj;  bayxç>  da  aftea  5  m «r** 
ias  vele*  f*;  ubás  afteas  da  altura  de  hum  palmo 
com  ramos  que  a  repartem  de  que  em  cima  fa¬ 
hem  umbelas  como  do  Endro  ,  as  flores  faon 
brancas  com  algum  encarnado  no  meyo  ,  tiran¬ 
do  fobre  amarelo.  Sua  rais  he  da  groflura  de 
hum  dedo  ,  de  palmo  de  comprido  a  qual  he 
aromatica  &  boa  para  comer. 

LUGAR.  Naíce  nas  bordas  dos  prados, 
pellos  caminhos  ,  &  lugares  afperos  6c  incultos, 
.tfiorece  em  Julho  a  femenueem  Agoílo. 

V  I  R  T  U  D.  Sua  femente  tomada  em  bebi¬ 
da  ,  ou  aplicada  ,  provoca  os  menftruos  >  tao- 
bem  he  exelente  tomada  em  bebida  a  os  que 
.naon  podem  ourinar :  ajuda  a  molher  a  conce¬ 
ber  6 :  reter :  he  carminativa  ,  aperitiva }  vulne¬ 
raria  6c  contra  todos  os  flatos. 


Liv.  IV.  Div.  IV.  da  Sineura. 


G.  Biuh.  Pajlinaca  tenuifolia  f ativa  radico 

atrorubcnte . 


C  A  R  O  T  A 


Mauhioli, 

Porr.  Sineira, 
Franç.  Caroteyouge, 


leal.  Carota  Sc 
Carotalo, 


D  ES  C  R  I  P.  He  efeufada  a  defcripfaon  das 
tnouras  vifto  que  feraon  poucas  as  hortas  onde 
fe  naon  femea.  Sinouras  de  rais  vermelha  ,  en¬ 
carnada,  &  amarela  ,  todas  tem  o  mcírrio  faibo. 

V  í  R  T  U  D.  Ordinariamente  naon  ferve 
mais  que  de  igoaria  na  mefa  cofidas  &  guina¬ 
das  he  comida  de  bom  gofto. 


tss-4  Historia  ©as  Plantas, 


fr.  ltal.  Glr/gidio. 
■Allem.  Syrích . 


Koifelkraut. 


QUAL.  quente  J| 


íc  ícc.a  o  2.  grao.^ 

W 1  \  \3v  ~*y. 

DESCRI  P.  O  verdadeiro  Gingidio  he  íi- 
milhantc  a  fineura  ou  paftinaca  fylveftris ;  mas 
mais  amarga  >  fua  aítea  he  de  dois  palmos  & 
meyo  de  altura  redonda  ,  ramofa  >  acanelada  3 
«lenegrida  ,  &  cheya  de  nos ,  çm  cima  tem  um-  . 
belas  brancas  ,  goainecidas  a  o  redor  de  folhas 
pequenas.  A  í emente  eftando  madura  ,  as  um- 
bellas  íe  tornaon  fechar  ,  como  as  do  Panacio  y 
íaon  vifeofas  a  o  taóto.  Sua  rais  he  branca  , 
baftante  comprida. 

L  UG  A  R.  Acha  fe  em  Syria  &  Cilicia  florecc 

no  veraon. 

V  I  R  T  U  D.  He  íingular  para  o  eftomago 
ou  feja  comido  cru  ou  coíido  >  de  conferva  ena 

Yinagre  he  contra  o  faftidio. 


Liv.  IV.  Div.  IV.  do  Cerefólio. 

CEREFOL1UM 
Cherephylion. 

Alattb.  Caft.Lugd. 

Fort.  Cerefolio. 

Franç.  Cerfeiiil. 

Ital.  Cerefoglío, 

\ 

All.  Kervelkraut. 

QUAL.  quente 

&  feca. 

DESCRI  P.  A  planta  do  cerefolio  he  niuyfo 
tenra  ;  tem  cinco  folhas  a  cada  ramo  ou  cauda, 
como  a  ialfa  ;  recortadas  a  o  redor  ,  altura 
tanto  cabeludas,  &  aromaticas.  A  aftea  de  al¬ 
tura  de  dois  palmos,  avermilhada  ,  cava,  Sc 
nodofa  ,  com  dois  ou  tres  ramos  ou  afteas  ,  que 
produfem  umbellas  goarnecidas  de  flores  bran¬ 
cas  ,  de  que  íahe  humas  pontas  pequenas  ,  Sc 
direitas,  que  produfem  varias  fementes  de  huma 
fo  cauda  ;  ruibas  ,  cabeludas  no  cabo:  fua  rais 
hc  cabeluda  Sc  curta. 

LUGAR.  Crece  nas  hortas  ,  femea  fe  em 
Março  da  fua  femente  em  Julho  ;  porem  como 
he  muyto  cítimada  cm  falada  femea  fe  cm  todo 
tempo  ;  no  veraõ  em  lugar  humedo  &  fumbrio. 

VIRTUD.  He  muyto  aperitiva,  tira  as 
obftmçoens  ,  atenua  a  pedra  dos  reins  ,  diííolve 
o  langue  qualhado  ,  he  febrífuga  ,  purifica  o 
fangue  tomada  interiormente  :  taonbem  fe  apli¬ 
ca  em  forma  de  catapla(ma&  fomentaçaon  para 
cólica  acphritica  Sc  retençaon  da  ourina* 

K  v 


ii  6  Historia  d  as  Plantas, 

Cj.  Kuin.  Scdndix  fernine rcfirato  vulvarif. 

P  E  C  T  E  N 
Vcneris. 

Afatth.  Ang.  Gefn . 

Ai.  Lob.  Cãj}. 

Lagà.  Cam. 

Fort.  Pente  de 
V tnus. 

Franç.  Pelgne  de 
vcmis. 

Ital.  PtUine  de 
venere. 

KWcm.Mildmorrn. 

QUAL.  quente  Sc 
fcca  a  o  i.  grao. 

D  E  S  C  R  I  P.  Efta  planta  de  huma  íb  rais 
fabe  muytas  aftcas  ,  Sc  duras,  muyto  fimilhantes 
íiífim  as  folhas  como  as  flores  a  o  CeiUolio  : 
mas  naõ  tem  a  meíma  aromaticidade  Sc  as  fol¬ 
has  laon  hum  tanto  mayores ,  íuas  umbellas 
produfem  flores  brancas  que  dixawdo  a  temente 
formada  em  pequenos  botoens  difpoftos  em 
pontas  como  hum  Cedciro.  Sua  rais  he  branca 

do  comprimento  de  hum  dedo. 

LUGAR.  Creceem  boas  terras:  florece 

lm  Mayo  Sc  Junho. 

V  IRTÚ  D.  Suas  raifes  pifadas  com  malvas 
&  aplicadas  atrahe  todos  os  corpos  eftranhos 
tiverem  entrado  no  corpo. A  erva  Sc  as  floies 
aquentadas  em  huma  frigideira  ,  &meftuiadas 
com  vinho  branco  felecto ,  mantega  Sc  folhas 
de  falta  aplicada  íobre  o  pubis  he  fingular  na 
dificuldade  dc  ©urinar.  Taonbem  bebido  o  feu 
cofimcn  o  >  he'  vulneraria }  agçritiya^digcitiya» 
idolutiva* 


tfV9P’lM 


Liv.  IV.  Di v,  IV.  d.t  f.ãf.t  brava  ou  fylv.  117 


G.  Bauh.  Caucalis  lato  apii  folio 


CAUC  ALIS 

Aíattbioli. 

Lac.  Cafl.  Lugd. 


Port.  Salfa  bravia. 


Franç.  Perfil 
fauvage. 
leal.  Petrocelo 
falvaúío. 

A\\.VvildePeterlw.%£$f^r 

o-  **  xl  1 


QUAL.  quente^ 

&  feca. 


DESCRI  P.  A  falia  brava  que  taonbem  hc 
chamada  Daucus  bravo  ,  fas  fua  aftea  dc  mais 
de  hum  palmo,  &  hum  pouco  cabeluda:  fuas 
Folhas  que  eftaon  perto  da  rais  faon  fimil- 
hantes  a  o  aipo  &  mais  para  cima  como  as  do 
funcho.  Sua  aftea  como  a  da  Paftinaca  ou  íinoi- 
ras  do  campo  tem  umbelas  com  flores  brancas 
íimilhantes  as  do  Daucus. 

LU  G  AR.  Crcfce  em  planícies  cm  Tofcana 
&  regioens  quentes  florece  em  Junho. 

VIRTUD.  He  aperitiva,  contra  a  pedra  Sc 
areyas  ,  provoca  os  menftruos  ,  para  rarefaíec 
os  humores  craflbs ,  para  aclarar  a  vifla  he 
co ideal  ,  hepatica  ,  fplenica  ?  uía  íe  da  fc mente 
cm  bebida  ou  do  fumo. 


lis  Historia  das  PuntaJ, 

t 

G.Bau \\Ap\nm  borteafejen  Petrofelinum vitig. 

A  P  I  U  M 

hortenfe. 

Af.tt! b.  Lug,  Dod. 
jid;  Lob.  Cafi, 

Porr.  Sítlfa. 

Franç.  Perfil  des 

Irai.  Apij  do;vefilco. 

Eip.  Perexil. 

Aliem.  Peterlin  ou 
Steln  Eppich. 

Q_U  A  L  I  D. 

quente  &:  tec.  do 
2.  a  o  3 .  grao. 

D  E  S  C  R  I  P.  A  falfa  Aipo  tem  as  folhas  mais 
chegadas  a  terra  ,  verdes  recortadas  a  o  redor 
como  huma  cerra  :  &  as  de  cima  da  planta  ou 
ramos  faon  compridas  &  agudas.  Sua  aftea  he 
de  altura  de  dois  palmos  ou  mais  ;  a  flor  he 
branca  produíida  no  cabo  dos  ramos  por  umbe¬ 
las.  Sua  rais  hcgiofTa&c  aromatica. 

LUGAR.  Semea  fe  nas  hortas  &  nace  em 
lu  ^a:cs  humcdos. 

"v  IÍU  U  D.  Efta  planta  he  aperitiva  miei- 
os  calores  do  eftomago  ,  refolve  as  dure  Tas 
do^  p  itos  ,  cau  adas  pello  leite,  comida  crua 
oucoíida;  proroca  a  ourina  ,  o  coíimento  da 
erva  ou  da  rais  ,  íerve  de  contrapeçonha  por- 
«me  provocaa  vomitar  he  adftringeiue  do  ventre* 
a  leniente  tas  oiuinar. 


wmm  m  j. 


Liv.  IV.  D  iv.  IV.  do  Jltpo  aquatkõ.  n? 
G.Bauh  .Apliijn  pahtflrei&  Apiurn  ojficlnarmn, 

A  P  I  U  M 
Paluftre  ou 
Eléofelinum. 

Matth.  Fitjch. 


Porr.  Aipo 
aquatico. 

Efp.  Perexil  de 
agua. 

Aliem.  Eppicb. 

QUAL.  quente  & 
feca. 


D  E  S  C  R  I  P.  Tem  as  folhas  lufidas  de  cor 
verde  ofcura  muyto  divididas  &  recortadas  ao 
redor  ,  mayores  &  mais  fortes  do  que  as  da 
falia,  fuaaftea  hede  mais  de  palmo  de  altura  , 
as  umbelas  de  cima  faon  mais  pequenas  do  que 
as  da  cicuta  ,  pofto  que  laon  fimilhantes.  Sua 
rais  he  íimilhante  a  do  Cuminho  ,  comprida  , 
acre  ,  futil  &  aromatica. 

LUGAR.  Nace  em  lugares  humcdos,da  a 
femente  em  Julho  &  Agofto. 

VI  RT  UD.  O  fumo  mundifica  as  chagas 
malignas  ,  principalmente  da  boca  &  garganta, 
Plmo  certifica  que  he  boa  contra  o  veneno  das 
aranhas» 


A 


i. 


I 


ijo  Historia  das  Plantas, 
G.  Bauh.  A  pilim  Aí^ceàonicnrn. 

P  E  T  ROSE¬ 
LI  N  U  M. 

AÍMih.  Ad.  Lob. 

Dod.  Cajl.Lttgd 
Tab .  Ger . 

Porr.  S<*lfa  de 
Aí.iccdoni-i' 

Fratiç.  Pajil  de 
Alucedoine. 

Ical.  Peirocello. 

All.  Pcterlin. 

QUAL.  quente  S 
feca  ao  3 .  grao. 


D  E  S  CR  1  P.  Efla  planta  fas  lua  aftea  da 
altura  de  mais  de  dois  p  timos  ,  baftante  goíía 
redonda,  tem  luas  tolhas  multiplicada')  8c  íecor- 
tadas  ou  inciías  como  le  ve  Sc  quaíi  como  as^  da 
falta  de  comer  ou  de  cetefolio  as  fioies  faon 
brancas  8c  a  femente  quafi  como  a  cia  íalla  ,  a 
íais  he  negra  por  fora  8c  cabeluda. 

I  UGA  R  Crcce  em  Mncedonia  nos  lugares 
de  pedras  &  afpcros  &  cm  muytos  lugares  de 

Alemanha  florece  em  Julho  Sc  Àgofto. 

V  I  R  T  U  D.  Difco;  ides  dis  que  o  Petroleli- 

nuni  provoca  a  ourina  Sc  os  mentimos  ;  he  bom 
contra  a  cólica  Sc  (latos  do  eítomago  8c  na  cóli¬ 
ca:  tomado  em  bebida  para  as  dotes  de  ilharga, 
«los  rans ,  da  velliga,  he  rnuyto  diurética, 


Li  v.  IV.  D i  v.  I V.  do  Eftnlrnlo.  23* 
G.Bauh.  Hippofdimtrn  Theoph .  vcl  Sthyr - 

nlurn  Dlojcoridls . 

SMYRNIUM 

Matth.  Cord.  Gefn . 

C*/?. 

Port.  £rz/4  4/0 
Efprito . 

Franç.  Macerou. 

Ital.  Aí  cicerone* 

All.  Meijiervvurtz , 

QUAL.  quente  & 
íec.  a  o  3 .  grao. 

D  E  S  C  R I  P.  O  Smyrnio  tem  a  aftea  como 
a  do  Aipo  ?  com  muytos  ramos  as  folhas  mais 
largas  ,  nutridas ,  tefas  ,  inclinadas  para  o 
chaon  &  entrecortadas,  aromatica  de  bom  godo, 
quafi  de  cor  amarela ,  tem  as  umbelas  da  flor 
quaíi  como  o  endro  ,  a  femente  íe  parece  com 
a  das  coves  ,  hum  pouco  mais  comprida  negra  5 
acre  ,  do  cheiro  da  Myrrha.  Sua  rais  he  aroma¬ 
tica  acre  ,  fuculenta  &  molle  >  negra  por  fora 
&  verde  por  dentro. 

LUGAR.  Nace  em  vales  &  partes  aquofas, 
florecc  em  Julho  Sc  Agoílo. 

V  I  R  T  U  D.  A  herva  a  rais  Sc  a  femente  to¬ 
mada  em  bebida  he  contra  mordeduras  de  fer- 
pente  mitiga  a  toíTe  Sc  afthma  ferve  na  difficuU 
dade  da  ourina,  faa  femente  he  cflicas  nas  doen¬ 
ças  do  baíTo,  dos  reins,  da  yeíliga  ?  nas  coircas^ 
fiQYoeaos  menítruos* 


2-3-  Historia  das  Plantas, 


G.  Bauh  Levrjlictiw  vulgare. 


HIPPOSE- 

LINUM 

on  Lcvifticum. 
Aíütihiolí. 


hortas . 

Fran  ç.ApiyCderu 


Qualid.  quente  a  o  ir  ^ 

a.  fec.  a  o  3.  giao. 

DESCRI  P.  A  aftea  do  aipo  he  cava  ,  rea¬ 
va  ,  Sc  cheya  defilamenros  :  he  mais  grande  em 
tudo  5c  mais  branca  do  que  a  falia  de  comer  : 
fua  femente  hc  negra  ,  comprida  ,  iorre  ,  cheya 
6c  aromatied. 

LUGAR.  Se  quer  em  lugares  fumbrios  Sc 
humedos  ,  fiorece  em  Junho  Sc  Julho. 

V  I  R  T  U  D.  He  boa  paia  comer  quando  cita 
preparado  ,  branco,  tenro  Sc  naõ  eípigado  ,  de¬ 
pois  de  o  haver  ligado  ,  coberto  de  terra  &  bem 
cor  tido  com  agiada  como  fe  fas  a  os  cardos  de 
comer.  He  aperitiva  ,  peóforal  ,  carminativa  , 
vulneraria  hiflerica,  facilita  a  refpiraçaon  a- 
Jitnpa as  chagas  do  peito  por  luas  .partes  pene¬ 
trantes  •,  facilita  o  efcaiTo.  Sua  rais  he  huma 
das  cinco  uifes  aperitivas. 


-  ti  *  d 


f  A 


Liv.  IV.  Div.  V.  da  Sinoitra. 


DIVISAM  Çfü  INTA. 


Das  Sinouras  e  outras  da  mefrna  fimilhança  ,  o  coen¬ 
tro,  a  Pimpinella  ,  a  Cicuta  ,  Jefdecs  Cr  ALnantbo. 


G.  Bauh.  Pajiinaca  fativa  lati  folia. 


PASTINACA 

lati  va. 

AP at  th.  Ang.Cafl. 


Port.  Sinouras. 


Franç.  Panais  ou 
Paflenade. 

It.  Efp.  Pajiinaca, 
A 11.  Pafleney. 


Qiialid,  quente 
&  feca. 


D  E  S  C  R I  P.  EíTa  Paftenada  cult  ivada  pro- 
dus  aftea  muyto  alta  &:  no  mcyo  repartida  em 
ramos ,  que  produfem  umbelas  com,  flor  ama¬ 
rela  &  femente.  As  folhas  quanto  mais  para 
cima  fe  parecem  com  as  do  frexo. 

LUGAR.  Crece  nas  hortas. 

VIRTUDES.  Tem  as  mpfmas  proprie¬ 
dades  das  paftinacas  do  campo  ,  a  femente  be¬ 
bida  em  vinho  ou  oxycrato  he  boa  contra  mor¬ 
dedura  dos  alacraos. 


_ _ 


154  Historia  das  Plantas, 

G.Bauli.  PajUnaca  Jylvejl.  Utifolia. 


ELAPHOROS- 
C  U  M. 

five 

Ccrvi  Ocellum. 
Aíatth.  Dod.  Gal. 
CaJ}.  Sj/lv.  Lac. 

Porr.  Pajlo  de 
veado. 

Franç.  Pajhire  de 

cerf. 

All.  Vvilde  Moren. 


Qualid.  quente  6c  gr» 
íubtil. 


D  E  S  C  R  I  P.  Sua  aftea  he  como  a  do  fun¬ 
cho  ,  as  folhas  angulolas,  de  largura  de  dois  de¬ 
dos  compridas  como  as  do  Therebinrho  alguma 
caufaafpcras  &  dentiladas  a  o  redor;  produs 
al^ums  ramos  ,  &  eífes  umbelas  com  flor  ama¬ 
rela  &  femente  femelhantes  as  do  Endro.  Sua 
vait  he  doce  ,  boa  para  comer. 

LUGAR.  Nafcc  pellos  caminhos  &  em  to¬ 
da  parte. 

V  I  R  T  U  D.  Tem  as  mefmas  da  preceden¬ 
te  v  dizem  que  as  bichas  para  íe  curar  da  morde¬ 
dura  de  cobras  cornen  defta  herva. 


wmwwmvá 


J  ■  • 


Liv.  IV.  Div.V .  do  Sifer  ou  pequeno  chcrvi.  *3? 
G.  Bauh.  Sifarum  Germanorum. 


SI  SE  R 

Alatth.  Fufcb.Cord. 
Gefn.  Lom .  Gjw. 

Port.  Cbervi. 

Franç.  Cbervi  ou 
Giroles. 

Ital.  Servila  ou 
Sifiiro, 

Aliem.  Gierliu. 

Qualid.  quente  & 
fec.ao  3 .  grao. 


D  E  S  G  K.  í  Í\  Ó  Sifer  ou  pequeno  chervi  tem 
Xí  aftea  redonda  &  as  folhas  dennladas  a  o  redor* 
xiaon  faon  muyto  diflferentes  do  grande  chervi^no 
cabo  forma  umbellas  com  flores  &  femente 
chata  :  as  raifes  faon  brancas, compridas  &  muy- 
tas  juntas  faon  boas  para  comer. 

LUGAR.  Planta  fe  nas  hortas  florece  em 
Junho. 

VIRTUD.  As  raifes  coíidas  faon  boas  pa¬ 
ia  o  eftomago  ,  abrem  a  vontade  de  comer  & 
faon  diuréticas  ;  o  fumo  bebido  com  leite  dc 
vaca  para  os  curfos  do  ventre  ,  (k  bebido  com 
vinho  eípulfa  os  ventos  &  dores  de  ventre  3  rc- 
media  aosfalucos. 


23*  Historia  das  Plantas, 

G.  Bauh.  Angélica  [ativa. 

ANGÉLICA 

fativa. 

Alai  t  b.Trag,  Vu[cb. 

laod.  Gal.  Lon. 

Lug.  Caj  .  Gefn. 

Porr.  Angélica. 

Franç.  Angelique. 

Eíp.  Ital.  Anzdica 

All.  Ar.gclikj. 

Qualid.  cjucnte  Sc 
fcc.  a  o  i.  grao. 

DESCRI  P.  A  Angélica  he  de  altura  dc 
hum  palmo  pouco  mais,  fas  duas  aíteas  ocas  poc 
dentro  ou  cayas  com  algumas  concavidades 
fuas  folhas  tem  caudas  compridas  faon  dentila-* 
das  a  o  redor  de  cor  verde  oícuro.  Suas  umbelas 
produfem  flores  brancas.  Sua  femente  he  chata, 
meuda  como  lentilhas  *  fuas  raifes  faon  groflas 
como  rabaons  tem  muytos  braços ,  tem  gofto 
picante  &  he  aromatica. 

L  Ü  G  A  K.  Se  acha  nos  montes  florece  em 
Agofto. 

V  IRTUD  He  aperiente  ,  atenuante  ,  rc- 
lutiva  ,  he  fingular  contra  venenos  ,  maflegada 
he  Antídoto  contra  a  peite.  Os  pos  de  fua  rais  hc 
contra  os  íyiacopcs  &de  falecencias  do  coraçaõ. 


/ 


_ 

A 


Di  v.  IV.  Li  v.  V.  da  Angélica fylvejke.  15/ 
G.  B.iiih.  Angélica  Jylv.  major. 

ANGÉLICA 

fylvcftris. 

Af.iuh.  Tr.iq.  Fu 

O 

Dod.  Lon .  Ad. 

Lob.  Lite.  Téib . 


Qual, quente  &c 
fec.  ao  1,  grao. 


DESCRI  P.  A  Angélica  fylveltre  íc  parece 
com  a  cultivada  ,  exepto  ,  que  tem  as  íolhas 
masmeudas  mais  acres  &  menos  recortadas  ou 
dentiladas  &  menos  numero,  lua  aftea  he  fraca 
&  curta  ,  as  umbelas  faon  mais  alvas ;  lua  rais 
tem  mais  filamentos  ,  &  naon  he  taon  aromᬠ
tica  ,  mas  fim  de  u;ofho  agradavel. 

LUGAR.  Greícc  nos  prados  Sc  lugares 
aquáticos  ,  &  florece  cm  Julho  &:  Agoíto. 

VI  R  T  U  D.  Temas  meímas  propriedades 
da  domcftica  ,  &  fegundo  Mattkiolo  mais  cxc- 
lentes ;  às  folhas  pifadas  com  aruda  cuiaon  as 
mordeduras  dos  camos  danados, &  das  íerpentes 
aplicados  por  cima  6c  dentro  das  mordeduras: 
&  leu  cozimenro  em  vinho  bebido  ,  fc  fc  aplicar 
íóhre  a  cabeça  do  doente  que  tem  fevre  ,  atrahe 
tudo  o  calor.  Sua  rais  cm  po  ,  bebida  em  licor 
conveniente  he  boa  a  os  fyncopes.  A  rais  malhe- 

gada  ou  polia  na  cova  do  dente  lhe  mitiga  as 
dores. 


Historia  das  Plantas, 

G.  Biuh.  I/fíperatoria  rnanr. 

IMPERATORIA 
Aílrentia.  Oftru- 
tiura. 

Aí  At  th.  GefvjLac. 

j4d.  Lolf.  CaJ}. 

Lugd.  Tub,  Gcrm. 

Porr.  Efp.  Ital  Fr. 
eratoria. 

All.  Míijl.rvvurtz. 

Qual.  qnente  & 
fcc.  a  o  3.  grao. 

DESCRIP.  Sua  aftea  he  do  comprimem», 
dc  dois  palmos  ou  mais,  de  cor  quafi  vermelha, 
com  vários  nos  &  cabeluda  ,  forma  umbcllas 
carregadas  de  flores  brancas  ,  que  produfem  fe- 
menre  fimilhante  a  da  Angélica  fylvefhe,  oa 
a  do  Endro  ,  «,•  aromatica.  Suas  folhas  fe  pare¬ 
cem  com  as  da  finoura  brava  as  caudas  faon 
cabeludas  &  acres.  Sua  rais  he  grofla  como  o 
dedo  ,  cheya  de  parte  lignea  com  muytos  íila- 
111  cn  tos. 

LUGAR.  Crcce  nos  montes. 

V  I  R  T  U  D.  Refolve  miravilhofamente  os 
vemos  do  cftomago  ,  dos  imeflinos,  da  madre 
por  ifto  he  cxellcntc  nas  cólicas  &  dores  do 
venere. 


V 


vv 


Liv.  IV. Di v.  V.  do  Cofio  lajlardo. 
G.  Banh.  Panax  Cojlinuw, 

PSEUDO- 
COSTUS 
APatth.  Lugd. 

Fort.  Cofio  bajlardo 

\ 

Franç.Co/?<w  botará. 


D  E  S  C  R  I  P.  Tem  as  folhas  mayores  do 
que  o  Panado  domeftico  ou  Paflinaca  fativa  : 
faon  hum  tanto  crefpas  inclinando  fe  para  terra. 
Sua  aítea  hc  redonda  como  o  funcho  com  al- 
gums  nos.  De  toda  a  aítea  íahe  ramos  pequenos 
no  cabo  dos  quaes  íahe  certos  filamentos  de  cor 
amarela  ondeeíta  a  femente  nua  &  redonda  :  a 
caícada  rais  he  muyto  efpeíTa  ,  de  cor  cinfcnta 
icfpaudicente. 

LU  G  AR.  Nafce  nos  montes. 

V  I  R  T  U  D.  He  util  nas  dores  de  cabeça 
dos  nervos ,  do  ventrículo,  contra  as  obftruc- 
Çoens  das  entranhas  &  doença  dos  rcins ,  da 
Véííiga  he  ainargofo  ,  pouco  aromatico  &:  acre. 
O  coito  verdadeiro  nos  vem  do  Levante  cha¬ 
mado  cafto  Arábico  i  deve  fe  cfcolhcr  o  mais 
xecente  >  naon  caruchofo  ,  o  mais  groífo  $:  com- 

padto ,  aromatico  ,  acre  &  hum  pouco  amar- 
gofo. 


G.Bauh. Panax  fphondylü folio. five  heracleum 

PANACES 

Heracleum. 

Aíítth .  Ang%Gefn. 

Ljc.  Caft.  Lugd. 

Todos  Pannces  ,  ou 
Afclepias  & 

Opponaco. 


Qiulid.  quente 
a  o  3.  fec.  ao  1. 
grao. 

D  E  S  C  RI  P.  A  a  fica  he  groíla  alta  lanii- 
ginoía  ,  alvadia  ,  as  folhas  aíperas  ,  grandes  , 
vetdcs  j  &  como  as  de  figueira  repartidas  em 
cinco  &  dentilad^as  a  o  iedor.  As  folhas  que 
cftaon  para  cima  faon  piquenas  ,  a  fíbr  das 
umbelas  íaon  amarelas  &  como  as  do  endro  >  a 
femenre  he  nniyto  quente  ,  picante  ,  &  aro- 
matica. 

LUGAR.  Nafce  cm  Cyrena  >  na  Lybia  &: 
em  Macedonia.  Ooponaco  fe  tira  em  Junho, 
como  o  rcffere  Matthiolo  liv.  3 .  cap.  48. 

VIKTUD,  O  melhor  opoponaco  he  o  que 
he  muyto  amargoío  fendo  branco  algum  pouco 
inibo  por  dentro,  de  cheiro  forte  que  íe  derrete 
na  agoa.  Amolece  aquenta  &  íubtiliía. 


G.  Bauh. 


Liv.  IV.  Div.  V.  do  Sphondyliunt.  141 

G.  Bauh.  Sphondylmn  vulga  e  hirfutum. 

S  P  H  O  N  DY- 
HUM 
ou  Spondylíum 
Affttth.Líic ,  Gefn. 

Cafl.  Tab. 

rodos  fpondylíuin 


BESCMP.  Temas  folhas  como  o  Plano 
.  do  Panac,e>  juaaftea  de  altura  de  dois  palmos 
&  como  a  do  funcho  ;  a  fetncnce  como  a  de  fe- 
ieleos  hum  pouco  mais  larga  ,  mais  branca  , 
mais  palhenta  ,  &  de  roim  cheiro  as  flores 
brancas,  a  rais  como  dos  rabaons. 

VT?íi^R'*Ccefce  nos  luSarcs  aquáticos. 

ViKi  Uü.  A  (emente  tomada  em  bebida  pur- 

ga  aflegmapor  bayxo:  cura  os  cjue  tem  in- 
dilpofiçocns  do  fígado  ,  na  Iterícia  ,  a  os  que 
naon  podem  tomar  a  refpiraçaon  ,  na  Enileinia 
&  gota  coral ,  nas  fuffocaçoens  da  nudre,  apli¬ 
cada  com  a  ruda  remprimc  as  empigems  &  fo. 

gagem  da  cutis.  O  fupro  das  flores  he  fín<uilar 

vfrtudesfaS  ^  ourclius*  Tem  “uytas  njai» 

T$mc  L 


Íl!k&r1&  i S 


1%  VvJ !'  i 

1 1 1  i  r 


141  Historia  das  Pt  anta 


s. 


G.  Bauh.  Libanotis  latifolia  altera  , 
Jive  vulgar  is, 

S  E  S  E  L  1 

jtrliiopicum 
JMuith.Fufth.Gefn . 

Lttgd.  Cíuf.  ->■ 


Fort.  Sefcll. 


Franç.  Sefeli  üE- 
tbiopie. 

A 11.  Sennbreckj- 

QU  A L.  quente 
lecaao  z.  gta-o. 


D  E  S  C  R  1  P.  Tem  as  folhas  fimilhantes  a. 
liera  alguma  coufa  mais  pequenas  Se  mais  com¬ 
pridas  Se  dentiladas  a  o  vedor :  a  mayor  parte 

tem  caudas  compridas  pegadas  na  raisem  cada 
huma  quatro  ou  cinco.  A  aítea  tem  mais  dc  dois 
ralmos  Se  as  umbellas  e  flor  fe  parecem  com  as 
do  endro.  Sua  femente  he  negra  cfpeíia  como 

°  LUG  AR.  Crcce  na  Provincia  de  Lingua- 

t*- 

<\oc  &  Protença. 

VIRTUD.  A  femente  hc  cfficas  a  os  que  tem 
acidentes  de  gota  coral  6c  epileptia,  he  mciíiva, 

difcUíriva,aPcritiva,cephalica,refifte  a  o  veneno. 

Epiléptica.  A  femente  ou  a  erva  dada  a  comer  *. 
todas  às  beftas  dc  quatro  pes  ajuda  lhe  muyto  a 
botar  fora  feu  íructo. 


,  Liv.  IV.  D iv.  V  .da  Erva  Rofmaririô.  145 
G.Bauh.  Libavotjs  femU  fjiio,fewine  angulofo* 

ROSMARINUS 

feu  Líbanoris 
Aíitth.  L  ie .  Lugd . 


Port.  Rofmatino . 
Franç.  Rofwarirj. 
Ital.  Romarino . 
Efp.  Romero . 
.Aliem.  Rofmarie. 


QJJ  A  L.  A  herva 
rats&  íemente  quente 
5c  íec.  a  o  3 .  giao. 


DESCRIP.  A  herva  Rofmarino  &  fua 
fiuda  chamada  cachrys  ,  tem  as  tolhas  meudas 
entrecortadas  ou  incilas  quafi  como  as  do  fun¬ 
cho ,  mayores  &  mais  largas,  a  mayor  parte 
fahem  junco  a  rais ,  eftendidas  fobre  a  ema  eri- 
tre  as  quaes  nace  a  aftea  da  altura  de  dois  paU 
>  1  UiTl  S  ramos  ,  que  produfem  um- 

bcllas  flor  como  o  endro  ,  onde  eíla  a  ícmerr 
te  ,  giofla,  redonda  de  iorte  cheiro  ou  aromatica. 
A  rais  he  grofla  &  cabeluda  em  cima. 

LUGAR.  Crcce  cm  montes  frios,  cm  Icalia, 
5c  nas  íegioens  do  norte,  florecc  no  veraon. 

V  IR  T  U  D.  Conforta  o  cerebro  ,  contra  a 
araiia,  &  vapores  da  madre;  exteriormente 
ie  aplica  para  confortar  as  junturas  &  nervos  , 
íefolvc  os  humores  frios  ,  mitiga  o  fluxo  ,  Has 
almotrcimas&  fluxoens  cio  an0)refolvc  as  alpot- 
c as  &  apoftemas  dvpepticas. 

L  \\ 


mJk»i  wmm^éA  *  * 


144  Historia  das  Plantas, 


) 


G.Bauh.  Libanotís  fecumU firràlís ,  feu 
Panux  afclepiwn  pnrntm . 


PA  N  ACES 

Afclepium. 
Jlíattb.  Lac.  C\‘JJ , 
LugJ. 

Port. 

Franç.  Panais 
a  Afclcpie. 

leal.  Panace* 


All.  Hiilvvurtz*. 

QJJA  L.  quente  Sc 
fecco  a  o.  z.  grao. 

DESCRIP.  Sua  aftea  he  delgada  de  altura 
de  hum  ate  dois  palmos  :  a  qual  aíhdeada  de 
folhas  ,  que  tem  algua  fimilhança  com  as  do 
funcho  :  pouco  mayores  Sc  cabeludas,  no  cabo 
da  aftea  tem  humbellas  com  flor  amarela ,  odo¬ 
rífera  ,  fua  rau  he  delgada. 

LUGAR.  Naíce  em  outeiro  &  lugares 

afperos.  * 

V  I  R  T  U  D.  As  flores  &  femente  íaon  dc- 

terfivas  das  chagas  corrofivas  aplicadas  com 

mel:  fua  infufaon  bebida  contra  mordeduras  de 

cobra  &  aplicadas  com  afeite.  Lie  íingul&E 

pata  curar  as  doenças  chronicas. 


Liv.  IV.  Div.  V.  da  AIcoyoví#.  MJ 
G.Bauh .Cuminum  Pratenfe,Carvi  Ojficinarü . 
C  A  R  U  M 

Caros. 

Ãdcitth.  Lac.  Dodon. 

Ang.  Lob .  Luqd. 

Apoth,  Cirvl. 

Port.  AIcoyovui . 

Ita!.  Ciro . 

Franç.CWí//. 

Elp.  Aícaravea . 

AU.  FAdkummel . 

CLU  A  L.  quente 
&  íec.  a  o  3 .  grao. 

DESCRIP.  Ahe  rva  da  alcorovia  fc  parece 
bàftantementc  com  a  paftinaca  ou  fínoura  brava: 
deita  varias  aíteas  vaíias  &  angulofas  de  huina 
forais,  cheya  de  nos  ,  de  altura  de  mais  de 
Jnxm  palmo.  Em  (ima  produs  umbelas  com  flor 
branca  ,  arais  lie  angulofa  ,  denegrida,  acre, 
&  mordicante  na  lingoa  ,  fua  rais  he  baftantc 
prolla  &  amarela. 

Zs> 

LUGAR.  Crece  nos  prados ,  o  melhor  vem 
de  caria  ,  florece  &  da  ícmentc  em  Mayo  <Sc 
Junho. 

V  I  R  T  U  D.  He  quente  &  diurético  ,  efto- 
macal  3  de  bom  goíto  $  ajuda  a  fafer  bom  cofi- 
mento,  entra  nas  comppílçocns  Antídotos  ,  &  nas 
confervas  feitas  com  vinagre.  Sua  fcmente  he 
aperitiva,  reiolutiva,  Si  inciíiva,he  boa  nos  acha* 
ques  frios  da  madre  Sc  da  cabeça. 


Z4f6  Historia  das  P  l  antas, 


G.  Bauh.  Coriandrum  majtts. 


CORIANDRUM 
Gr.  Corianum. 
Aí  a' th,  Brunf.Trag • 
Fufch .  Lob- 

Port.  Coentro . 

Erp.  Colentro  & 

Co  li  and)  e. 


Fr.  All.  Coriandre. 


QJJ  A  L.  frio  & 
feco. 


D  E  S  C  R  I  P.  Parece  que  naÕ  he  neCeíTaria  a 
dcfcnpçaon  do  coentro  fendo  taon  comum  em 
Portugal. 

LUGAR.  Semea  fe  em  todas  as  hortas  8c 
pellos  campos. 

V  I  R  T  U  D.  A  femente  conforta  o  eftomago, 
ajuda  a  digeftaon  ,  corrige  o  fedor  do  baffo  s 
he  contra  flatos  &  contra  o  roim  Ar. 


“47 


Liv.  IV.  D  iv.  V.  da  Erva  doce. 
G.  Banh.  Anlfarn  herbarlis. 


A  N  1  S  U  M 

Clufil. 

Port.  Erva  doce. 

Efp.  Mata  alva. 

*  » 

Franc.  Anis . 

9 

m 

Ital.  Anljo. 

All.  Anifs. 

QUAL.  quente  & 
feco  a  o  3 .  gtao. 


DESCRIP.  As  folhas  faon  íemelhantes  a  falA 
ía  de  comei:  nacendo  :  cem  a  aftea  rodonda  , 
cava&  com  muyros  ramos  ,  de  altura  de  palmo 
c  meyo  antes  mais  do  que  menos.  As  folhas  no 
principio  redondinhas  ,  &  por  cima  faon  mais 
compridas  dentilladas  ,  como  as  do  Aipo:  os 
ramos  produfem  umbellas  com  flores  brancas 
do  cheiro  de  mel  ,  Sc  de  goíto  mefturado  dc 
doce  ,  picante  &  amargoío. 

LUGAR.  A  erva  doce  crece  em  toda  parte 
onde  a  lemeyaon  ,  florece  em  Junho  &  Julho. 

V1RTUD.A  femente  de  erva  doce  contem 
intiyto  olio  exaltado  &  fal  volátil.  He  cordeal 
eílomacal  ,  peitoral  ,  carminativa  ,  digeftiva, 
acrecenta  o  leite  as  amas,  mitiga  as  cólicas  , 
aítada  com  orralaon  ,  he  boa  a  os  lientericos  : 
tomada  em  bebida  ou  cheyrada  fas  parar  os 
íalu$os. 


M3  Historia  das  Plantas' 

G.  Bauh.  Ammi parvurn  folns  famculi . 

A  M  M  I 

Ai M th.  Ana.  Lac. 

C.ijt.  C&f.  Lu  gel . 

ê 

Porr.  Fr.  Efp.  leal. 

sír/jeos. 

A 11.  Arnmey 4 

QUAL.  a  femente 
quente  &feca  203. 

£rao. 


D  E  S  C  R  I  V.  Tem  a  aftea  rodonda  &  verde 
&  muytos  grelos  011  raminhos  que  crecem  quaíi 
abaxo  da  afiea  coníuíamente  cheyos  de  folhas 
muyro  inciíason  recortadas  ,  nos  altos  parecem 
cheyos  de  filamentos  &  logo  no  cabo  das  afteas 
tem  uinbelias  com  flores  brancas  :  fua  rais  he 
ineuda  ,  rodonda  pouco  cabeluda. 

LUGAR.  Nace  no  Egipto  &  na  Europa 
cultivada  nos  jardins  ,  fiorece  no  veraon. 

V  IRTUD.  He  incifiva  ,  aperitiva  ,  hifte- 
cica  ,  carminativa  ,  cephalica  ,  refifta  ao  vene¬ 
no  :  he  huma  das  quatro  fementes  quentes.  Â 
legitima  que  vem  de  Alexandria  do  Egipto  he 
fingular  para  fazer  foccundas  as  molheres  efte- 
xi\s  ;  huma  oitava  cm  po  tomada  em  vinho  ;e- 
petidos  dias  tres  horas  antes  da  comida. 


L  i  v.  IV.  Di  v.  V.  da  Pimpineht. 


*49 


G.  Bauh.  Pirnpinella  ftxifragia  md,or , 
urnbella  can.il  da. 


PIMPJNELLA. 

faxifragu. 
APatth.  Gejn. 


Port.  Pimpinelct 

maysr. 

Franc.  Grande 

9 

Timpinele. 

Áll.  Bibernelle . 

QUALID.  íecaao 
3  .  fria  a  o  2.,  grao. 


DESCRI  P.  A  grande  Pimpinela  rcin  hu- 
xna  rais  comprida  Sc  a  aftea  quadrada  com 
muytos  ramos  j  luas  flores  dentro  de  umbellas 
alvadias  &meudas. 

LU  G  A  R.  Crece  nos  prados  Sc  em  toda  par¬ 
te,  florece  no  veraon. 

Y  I  R  T  U  D.  A  rais  he  efficas  nas  dores  dos 
reins  Sc  vefliga  ,  cauíadas  de  areyas  ou  pedra  : 
por  que  efpulfa  as  areyas  dos  reins  Sc  a  ourina 
letida  :  o  fumo  da  rais  bebido  em  vinho,  he  fm- 
guiar  contra  toda  caída  de  peçunhas  ,  Sc  morde¬ 
dura  de  animal  venenoío  ,  Sc  por  ido  muytos 
faiem  delia  muyta  eftimaçaon  contra  a  pcílc. 


153  Historia  das  Plantas,. 
C.  Bauh.  Pm.pinella  fangnijorka  major* 

PIMPINELLA 

fan£U>(orba. 

O 

ALit:h.C>iJl.  Lugct* 

Carr. 

Rorr.  Piwptneld 

todos  pimpinda, 

QUAL.  ícc.  a  o  3 . 
fria  a  o  i .  grao. 


DESCRI  P .  Efta  Pimpincla  produs  de  hu- 
ma  rais  trcs  on  quatro  afteas  metidas  cheyas  de' 
quantidade  cie  lolhas  redondas  ,  &  a  mayor  par¬ 
te  íahe  :!c  dc  bayxo  daaftea:  nas  eftiemidades» 
tem  ur  he  las  pmpurinas ,  onde  efta  a  íementc , 
tem  a  cais  lignoía. 

LU  G  A  R.  Nafce  nos  campos  cm  lucrares  in¬ 
cultos  ,  em  Eocmia  v  ícmeaíenos  jardins  fío^ 
xcce  no  Otono. 

V  1  R  T  U  D.  Tem  godo  adftringente,  &:  he 
mucilagii  ca  na  boca  ,  para  os  menítruos  Sc 
roda  d  y  lente  ri  a  <$c  outros  fluxos  de  ventre  Sc 
von  iros  cauíados  de  lnimores  bilioios  ou  ria  có¬ 
lera  :  a  erva  Ire  vulneraria  cuia  toda  caíta  de 
feridas  &  cb  ac  as  por  ííío  entra  nos  unguentos 
para  fciiflas  da  cabeça  &  nos  cancios.  MatthiOiO> 
fas  g  ande  caio dcüahetva  nas  febres  geâik^ 
ciaes  Sc  contagaoíasv 


L iv.  IV.  Dir.  V- 


ijz 

G.Bauh.  PimpimlLi  fungmfotbd  min .  hirfata. 

SIDER  I  TIS 

fecu  nda. 

Dlofcoridls • 

Aíinor  CoL 

Port.  Eraclca  Pim 


Franç.  Efpejfe  de 
Retrair . 

AU,  Vvnndkrant. 


DL  S  C  RI  D.  Segundo  Dioícoridcs  fas  inima 
aftea  rodonda  goarnecida  de  muytos  ramos  até 
a  cima  ,  cheyas  de  folhas  >  as  de  bayxo  baftan- 
tc  grandes  ,  &  agudas  ,  recortadas  a  o  redor 
como  huma  ferra  ,  as  de  cima  faon  mais  peque¬ 
nas  >  a  rais  redonda  cbeya  de  filamentos. 

L  U  GA  R.  Creícc  como  a  primeira  em  luga¬ 
res  ásperos  &  áridos. 

V  I  R  T  U  D.  Tem  as  mefmas  que  a  primei¬ 
ra  >  que  íaon  aue  as  folhas  aplicadas  confolidac> 
as  feridas  íem  lhe  cauiar  emilamaçaon  alguma. 


Histor 


>,4 


ia  das  Planta s , 

G.Bauh.  Adyrthis  major  veí  Cic  Maria. 

M  Y  R  RIS 

fivc  Cicuiiata. 

Alai  :L\  Lw.Doà, 

C<?/?.  Litjd. 

o 

Port.  Ey  va  ticti- 
taria.  ^ 

Fr.  Perfil  a  Ane. 

A 11.  XJviderliojfeL 

Q  U  A  L  I  D. 

a  rais  quente  a  o 
2.  gr io. 

I'  1.  S  C  R  I  P.  A  Cicutana  Le  paict^  jnuyto 
cm  lua  adea  8c  cm  fuas  folhas  com  a  cicu¬ 
ta  :  luas  folhas  a  mayor  parte  íahem  cie 
Laxo  da  aílea  ,  aradas  cm  caudas  compri¬ 
das  que  fe  repartem  em  outras  ,  goarnecidas 
de  folhas  apodas  humas  as  outras ,  badante 
grandes  recortadas  que  tem  malhas  brancas. 
Suas  adeas  íaon  redondas  de  dois  palmos  de  al¬ 
tura  &  em  cima  tem  ramalhetes  redondos  de 
flores  brancas  cj uc  produíem  huma  grande  8c 
comprida  íemente.  A  rais  he  grande  redonda, 
cheya  de  filamentos  ,  a  herva  8c  as  folhas  faon 
cabeludas. 

LUGAR.  Se  acha  emltaliaem  Allemanha 
nos  prados, 

V  I  R  T  U  D.  A  rais  he  aroma  ti  ca  de  bom 
godo  :  bebida  em  vinho  he  contra  as  mordedu¬ 
ras  das  Aranhas  phalangcs. 


Li7.  IV.  Div.  V.  da  Cicuta.  MJ 

G.  Bauh.  Cicuta  major. 

CICUTA 

Gr.  Concion. 

Adatth.Trag.  Fujch, 

C  Doá. 

Port.  Franç.  Ital. 

Cicuta. 

All.  Vwrterich. 

QJJ  A  L.  fria  ate 
,  94.  grao. 


DES  CRI  P.Diofcorides  dis  que  a  Cicuta  tem 
fua  aílea  cheya  de  nos  como  o  funcho  &  as  ca¬ 
nas  ,  denegada  ,  de  altura  de  dois  ou  tres  pal¬ 
mos  ,  tem  vários  ramos.  Suas  folhas  faon  íimiU 
hantes  as  da  ferula  :  as  que  eífaon  em  bayxo 
faon  mayores  muyto  incilas  &.  fedorentas  :  em 
cima  da  aílea  produs  umbellas  com  flores  bran¬ 
cas  >  a  femente  he  íimilhante  a  da  erva  doce> 
lua  rais  he  cava  &  entra  pouco  na  terra. 

iUG  A  R.  Creíce  as  veies  em  prados  áridos 
&  fombrios  :  florece  ordinai iamente  em  julho. 

V  I  R  T  U  D.  A  Cicuta  he  hurna  peçonha 
mortal  &  mata  por  lua  frieía  ,  o  remedio  he  dc  ;; 

beber  vinho,  j 

i 


I 


1  '4  Historia  das  Planta  f. 


G.  Biuli. 


Cantaria  latifolia  fatidà* 


Franç.  Sefdi  de 
Aíjrée. 


All  .Vvald-Kutíid. 


QU  A  L.  a  fem.  & 
a  tais  quente  6c  leca 
a  o  i.  erao. 

D  L  S  C  R  I  P.  O  fefelt  moiiíco  tem  as  folhas 
co .ao  a  cicuta  ,  mais  largas  &  mais  eípeífas  : 
íua  adea  he  mayor  do  que  o  feíeli  de  Maríciha, 
&■  tem  luima  umbelia  no  cabo  com  íemente  lar¬ 
ga  ,  aromarica  &  muciíla. 

Ll'  C  \  R.  Crefcc  em  lufares  a^peros* huuie- 
dos,  &  ,»brc  3  a  outelda  florece  no  otono, 

V  1  R.  T  \ r  D.  A  íemente  bebida  em  vinho 
coulooao'  vomago  ,  ajuda  a  digeftaoir:  miti¬ 
ga  as  do  cs  do  ventre  ,  tas  ourinar  ,  ufa  íe  nos 
clquencamc' '  'S  ,  provoca  os  menftruos,  expuiía 
o  ranii:  ot  c  ir  nça  morta  ,  he  boa  contra  os  aci¬ 
dentes  Lpilepticos ,  contra  as  febres  maleites  , 
para  facilitar  a  reípiraçaon  &  paia  roíle  invete¬ 
rada  i  hc  boa  para  todas  as  entranhas.  Se  x 
daon  em  bebida  a  os  a  n- ima  es  de  quatro  jes  £**■ 
ciiítsraon  a  fater  os  íeui  pequenos. 


S  E  S  E  L  I 

Pelonoponcnfe. 
Mm  th.  Geju.  Lm. 
Cujl. 

Lvu  Lxgd. 


Port.  Sc  jeitos . 


I 


Liv;  IV.  Dir.  V.  dtSefelu  £ 

G.  Bauh.  Sejeli  Majfdlenfe  fentla  folio. 

SESEL  I 

Maílilfcnfc. 

/Mdtth.Gejn.  L-tgd. 

Tab.  Lob. 

Apoth.  Siier 
rnmtanum . 

Porr.  Seftiu. 

Fr.  Scr  montam. 

Ali.  Steimbrech , 

1 Vvald-Ktmmei . 

QLTAL.  a  fem.  & 
rais  quente  &  feca 
a  o  i.  grao. 

D  E  S  C  R  I  P.  O  Sefeli  de  Marfelha  tem  as 
folhas  como  o  funcho  ;  hum  pouco  mais  groílas* 
&  recortadas  atadas  em  bayxo  da  aítea  com  cau¬ 
das  compridas,  a  aftea  he  alta  &  bem  nutrida  & 
no  cabo  tem  umbelas  íimilhantes  as  do  Endro 
a  femente  he  comprida  ,  angulo  ia  ,  acre  a  o 
godo.  Sua  rais  he  comprida  5:  aromatica. 

L  U  G  A  R.  O  Sefeli  Maíiilicnfe  crecc  em  to- 
da  parte  com  abondancia  principalmente  nos  ca¬ 
minhos  de  Aix  a  Marfelha  &  nos  lugares  afpe- 
xos  ,  6c  a  o  redor  de  Montfpclier 

VIRTUD.  He  carminativa  ,  digeftiva  ,  diu¬ 
rética,  he  boa  nas  faltas  da  refpiraçaon  que  le* 
maon  pode  refpirar  fem  levantar  a  cabeça  ,  a 
femente  tomada  em  vuaho  acuda  X  o-  koíuaacujts» 


i^6  Hi  st  sR  i  a  das  Plantas; 

G.  Bauh.  T/gttJlicmn,  cjttod  Srftfi  officinAruw, 

ligusticum 

Port.  L 'giiji  ICO, 

Franç.  Líveche, 

Ital.  LicuJUco. 

f 


QU AL.  quente  Sc 
;eco.  a  o  3 .  grao. 


DESCRI  P.  O  verdadeiro  dçfcribido  por 
Dioícorides  ,  tem  a  aftea  nodoía  deitada  &c 
íimilhante  a  o  Endro  ,  &  arroteada  de  .'olhas 
como  as  do  meliloto  :  porem  mais  moles  Sc  mais 
aromaticas  mais  groíTas  Sc  mais  entrecortadas 
&  em  cima  tem  umbelías  que  produs  íemente 
comprida  quafi  ímúlhante  a  o  funcho.  Sua  rais 
hc  branca  ,  aromatica  íimilhante  a  do  fanace 
heracleotico. 

LU  GAR.  Crece  em  Liguria  3c  no  monte 
Apenino  nos  Alpes. 

V  I  R  T  U  D.  Sua  rais  Sc  íemente  he  quente 
Sc  maturativa,  conforta  a  eftomago  ,  he  contra 
veneno  ,  provoca  a  ourina  Sc  os  meaftruos } ,  ex> 
pclle  os  ventos  ou  flatos. 


- 


Liv.  IV.  Div.  Y.  da  Oernmte.  157 
G.  Bauh.  Bulbo  caflanurn  majus  folio  ApU. 


OENANIHE 


prima. 

Matih.  Cijl.  L'tq. 


Port.  Flor  de  vide 
fdvejlre . 


Franç.  Ocmnihe . 


AlI.  Rot fielnbrech - 


QUAL.  quente  Sc 
íec.  a  o  3  .  grao. 


D  E  S  C  R  I  P.  Oenante  primeira  efpecie  de 
Matthiolo  fas  (uas  raiies  rodem  d  as  como  tuberas 
da  terra  fem  filamentos  ,  da  qual  fahem  afieas 
quadradas  de  altura  de  hum  palmo  todas  emrc- 
dadas  &  no  cabo  produfem  ramos  pequenos  com 
folhas  de  feitio  de  crus  de  Maltha  agudas  como 
efpinhas 

LUGAR.  Crefcem  nos  lugares  afperos  florecc 
coma  vinha. 

V  I  R  T  U  D.  Diofcorides  dis  que  orde¬ 
na  fe  ,  o  fruto  ,  a  afie  a  Sc  as  folhas  com  vinho 
&  mel  paia  eípulfaras  parias.  Sua  rais  tomada 
em  vinho, provoca  a  ourina  6c  he  boa  na  Iterícia. 


zm.. 


- 

y,  :\'u-V 


■  V 


;’v»  T, 


f  j.  Bauh.  Oenanthe  Àpli  folio. 


OENANTHE 

fecunJa. 
Àf.utb.  Lngà. 


Port.  Osnanthe. 


D  t  S  CR  I  P.  A  fegunda  efpecie  de  Oenan- 
thc  tem  a  aítea  da  altura  de  hum  palmo  ,  qua¬ 
drada  ,  nodoía  >  <5c  do  ineyo  fahe  íamos  meudos 
cheyos  de  folhas  baftante  çrandes  &  açudas  rc- 
partidas  tres  a  tres  &  as  vefes  mais  cm  cima  da 
aftea  fas  umbellas  coai  flor  5c  Íemente,  as  raifes 
faon  como  filamentos  na  íupeificic  da  terra  que 
tem  cada  hums  botoens  como  afeitonas. 

L  lT  G  A  R.  Acha  fc  em  terras  montanhefas  > 
florecc  com  a  vinha. 

V  IRTUD.  Tem  as  mcfraas  virtudes  que 
a  primeira  clpccic. 


Liv.  IV.  Div.  V.  dn  Otnuntbe,- 


OENANTHE 

tertia. 

Aí.itih.  Lítgd, 

Port.  Oenantbe 
efvecie  de  Pbi- 
UpenãnlíU 


X 


DESCRI  P. A  terceira  efpecie  de  Ocnanthc 
de  Matthiolo  he  íímilhante  a  fegunda  exepto 
que  em  tudo  efta  mais  meuda. 

LUGAR.  Crece  nos  vales  e  nos  montes. 
VIRTUD.  Tem  as  meímas  da  primeira, 

efpecie. 


2.60  HiSTOR 


ia  das  Plantas, 

G.  Bauh.  OenMthe  aquatica , 


DESCRI  P.  A  quarta  cfpecie  de  Oenanthe 
deMatthiolo  ,  fas  fiuma  aftea  de  fua  rais  da  al¬ 
tura  de  dois  palmos  ,  baftante  groíTa  ,  &  redon¬ 
da  ,  mas  toda  emredada  a  maneira  de  cobra  , 
da  qual  fahe  vários  ramos  ,  hums  viraon  para 
cima  ourros  para  bayxo  com  folhas  nos  cabos  , 
compridas  >  agudas  ,  atadas  fó  a  fó  por  inter¬ 
valo  ;  &  no  cítremo  das  afteas  tem  umbellas 
com  flor  branca. 

LUGAR.  Nafce  nos  vales  nos  prados  &* 
nos  jardins. 

V1RTUD.  Como  a  primeira. 


i 


Liy.  IV.  Di  v.  V.  da  F;l/p  ndula. 
G.  Bauli.  Filipendula  vulgaris* 
FILIPENDULA 

Müttb,  Trag.  Dodon. 

.  Cafi.  Lon.  Tbal. 

Gtfn.  Lugd .  Tab. 

Port.  FAipenduLt. 

Franç.  FAlpende . 

All.  Rofieinbrech . 


Qualid.  quente  & 
feca  a  o  l,  giao. 


DESCRI  P.  A  Filipendula  de  Matthiolo 
naon  tem  mais  que  7.  a  8.  folhas  cm  bayxo  da 
sftea  compridas  eítendidas  quaíi  como  as  da 
Paífmaca  ,  ou  da  Pimpincla :  a  aífea  he  de  dois 
palmos  3  &  mais ,  redonda  ,  ineuda  3  em  cima 
da  qual  tem  hum  grande  ramalhete  redondo 
com  flores  biancas  ,  pequenas  ,  em  forma  de 
Eftrelas  ;  elpeças  como  as  da  arruda  ,  a  femen- 
te  mocifla  feita  em  efeamas  redonda  como  a  da 
Pimpinela. 

L  U  G  A  R.  Nafce  fobre  os  montes  Sc  lugares 
áridos  ,  florece  em  Julho. 

V  I  R  T  U  D.  Saon  as  mcfmas  da  primeira 
Oenantc  Sc  be  atenuante  ,  deteríiva  ,  diurética  > 
contra  a  cólica  ventofa  contra  os  fluxos  brancos, 
&  para  as  almorteiaus, 


-■ 


!6l  Historia  das  Plantas, 


DIVISA  M  SEXTA. 


Das  VaUyíahas  ,  Spiques  ou  Nardo. 


Diofcoridis . 


&  feca  a  o  z.grao.  y//A^< 

DE  S  C  R  I  P.  A  grande  Valeriana  tem  as  fol¬ 
has  como  o  aipo  ou  o  panacio  bravo  a  aftea  he 
ouaíl  de  dois  palmos  luas  flores  fc  parecen  com 
as  de  Narciííes  3  porem  mayores  mais  tenras, al¬ 
vadias  &  purpurinas  ,  deita  raiícs  elpalhadas 
como  as  do  junco  aromatico  ,  enredadas  hum  as 
com  as  outras,  de  cor  lobre  amarela  &  de  bom 
cher.o. 

LUGAR.  Nafce  nos  vales. 

VIRTUD.  A  tais  hc  Cardíaca,  fudorifi- 
ca  vulneraria  ,  aperitiva  ,  contra  veneno  , 
conforta  o  eílomago,  o  cerebro*,  contra  os  ventos 
^  flatos  ,  provoca  os  menílruos  3  ajuda  a  refpi- 
rajaoa,  uía  fc  em  po. 


L  iv.  IV.  Di  V.  VI.  da  Valeriaita. 


G.  I'au  i.  Vahri.ma  Sylvejlris  major. 

P  H  U 
minus. 

Jlfatth.  Lac.  Cufl. 


« 

Port.  Valer iana 

mcyarn. 

\ 

Franç.  J^alerlenne 
rnoyenne . 

Qiialid.  quente 
ôc  fcca  a  o  2.grao. 


DESCRI  P.  A  Valeriana  media  do  cam  po 
tem  as  folhas  quaíi  como  o  frexo.  Saõ  lifas  Sc 
denegridas  ,  inclinadas  a  terra,  Sua  aílea  hc  de 
alcura  de  mais  de  palmo  e  meyo  ;  direita  ,  nodo- 
fa  ,  delgada,  cava,  mole,  Sc  de  cor  avcimil- 
hada  :  em  cima  tem  cinco  ramalhetes  quaíi  em 
forma  de  umbellas  com  íloics  purpurinas  6c  bran¬ 
cas ,  tem  numero  as  raiícs  enredadas  como  as 
do  eleboro  &  da  íucciía,  de  cheiro  forte  como  o 
Nardo. 

LUGAR.  Nafcc  em  lugares  aquaticos ; 
florecc  em  Mayo  athe  Agofto. 

V  I  R  T  U  D.  Todas  as  Valerianas  faon  cífi- 
madas  por  feu  cheiro  :  íaõ  efficafes  metidas  en¬ 
tre  a  ropa  ou  veítidos ,  tomada  lua  rais  em  po 
cm  vinho  he  contra  mordeduras  de  cobras. 


164  Historia  das  Plantas, 


Cj.  Bauh.  fr derlana  Paluflris  mmor* 


P  H  U 


mituimim 


JlÍMth.  Cafr.Lug. 


Ical.  V' A erlãn a 
vnriima. 


All.  K IciriBaldrian 


D  E  S  C  R  I  P.  As  folhas  defta  piquena  Vale- 
liana  lc'  parecem  com  as  da  grande  com  diffe- 
renca  que  faon  mais  pequenas  &  agudas , lua 
altea  he  angulofa  ,  alta  de  hum  palmo,  no  cabo 
tem  hum  ramalhete  da  mefma  cor  &  do  feitio 
das  precedentes.  Sua  rais  he  pequena  com  muy- 
tos  filamentos  de  cheiro  agradavel. 

L  U  G  A  R.  Crece  em  montes  &  lugares  hu- 
medos  ,  florece  como  as  outfas  efpecies. 

V  1  R  T  U  D.  Saou  as  meímas  como  a  pri¬ 
meira  cfpccie. 


C.  Bank 


Li\r.  IV.  Drr.  V.  do  N*rdo  montano.  16  $ 
G.  Bauh.  Nardus  montana  radice  ollvari. 


NA  RDUS 
Monrana. 

Mmh.  Ang.  Aa. 

Lob.Lugd.  Cluf. 

Ctf.  Cam.  Tab. 

Port.  E/pique  do 
monte, 

Franç.  Nard  de 

montagne, 

1 1, Nardo  montam . 

AU.  Celtifcher 
nardus. 


DESCRIP.  O  Nardo  do  monte  tem  íua  aflea 
de  altura  de  mais  de  palmo  &  mcyo  &  as  veles 
mais  miuda  ,  direita  &  redonda  &  na  cima  p  o- 
dus  flores  purpurinas  ,  vermelhas  &  alvadias  de 
que  íahe  lementc  íimilhante  a  da  valeriana  ; 
íuas  folhas  eítaon  pegadas  em  bavxo  da 
&  eílas  faon  mayores  do  que  as  de  cima.  Tem 
duas  raifes  difpoítas  como  dois  tefliculcs  dc 

S^eítno'8rÍd“  &  &  C°n’ 

LUGAR.  Nacc  em  Suria  ,  &  CilieG  *. 
nos  montes  &florece  cm  Mayo  &  Tlln|1n  1  ^ 

V  I  R  T  U  D.  A  rais  por  aromatica  hé  quc  r  ■ 
mente  eíta  em  uzo  ,  tem  as  virtudes  do  Vu  U 
da  índia  com  muyta  menos  efficaci».  a  1  ® 


Tomo  1 . 


M 


Historia  das  Plantas, 


í 


G.  Bauh.  Nardus  ccltica  Diofcoridis , 


NARDUS 

Celtica. 

Afatth.  Cor  d.  Gefn. 
Tur .  Guilhan. 

tf 

Porr.  E/pi  que 
Celtica. 

Franç.  Nard 

celtique. 

£fp.  leal.  Nardo 
cética. 

All.  Celtifcher 
Nardus. 


D  E  S  C  R  I  P.  O  Nardo  cclcico  he  huma 
pequena  hcvva  rafteirano  principio  &  a  o  depois 
las  aftea  dc  altura  de  hum  palmo  com  muytas 
folhas  cm  bayxo.  palidas  &  quah  amarelas  ,  & 
direitas  no  cabo  que  ellaon  aradas  ;  cm  cima 
da  altea  tem  algumas  flores  difpoflas  em  boto - 
ens  pequenos  cm  forma  de  cruzes  fem  folhas. 

Sua  raíshe  comprida  &  vem  a  flor  da  terra  co¬ 
berta  de  pequenas  efeamas  &  em.  bayxo  tem 

ínuytos  filamentos.  •  «. 

LUGAR.  Crecc  nos  Alpes  ,  em  Liguua  &. 

na  coíla  de  Gênova  ;  o  melhor  hc  a  quellc  que 

t,m  bom  cheiro  ,  recente  com  muytas  railes. 

V  I  R  T  U  D..  Tem  as  virtudes  dos  dpicos 
nardos. 


I 


16  7 


HISTORIA 

DAS  PLANTAS. 

LIVRO  QUINTO. 

% 

T)o  Solanum  ,  Aí.indr  ugor  as  CT  efpccles  Dor- 
mídcir as  ,  Hypccoon  &  Argernones. 

JOiyis.  1.  Da  Erva  Moira  Manâr  agora  KÍTc, 

G.  Baun.  Solanum  Baccif*"  ’<-n 

SOLANUM 

Fujch.  Ang.  Dod. 

Cefn.  Lob.  Lugd. 

Port.  Efp.  Erva 
moira. 

Fnnç.  Moréle, 


Ita!.  Solatro. 
All.  Nactfchat . 


QU  A  L.  quente  & 
feca  a  o  3 .  grao.  __ 

D  ESC  II  IP.  Tem  as  folhas  grandes  &  , 

mi  hantes  as  do  Halicacabum  ou  alkekenmn 

niaiS  neSras  ’  tenras  ,  &  compridas  ,  <fei 
miiytos  ramos  que  iaon  amarelos  ,!o,rcv  d 
quaes  nacem  bagas  vinofas  da  groíTum  das 

M  ri 


V  4^ 

;  ■  /'  :  '•  ■■  ■'.li 

■  imi 


■  ■  /) 


m  s. 


Ek^ílí 


ll!  ví 


S4 


't6%  Historia  das  Plantas, 

L  U  G  A  R.  Nafce  perco  dos  muros  pellos 

caminhos  8c  aíinhagas. 

YIRTUD,  O  fumo  das  folhas  ou  das  ba¬ 
gas  mefturado  com  os  rolado  5c  hum  pouco  dc 
vinagre  he  admiravel  paras  dores  de  cabeça  que 
procedem  de  quentura  ,  como  taonbcm  para  os 
f  renéticos  5c  na  enflamaçaon  do  cerebro  aplica¬ 
das  com  panos  fobre  a  tefta  >  o  fumo  deftilado 
dentro  dos  ovidos  mitigalogo  as  dores  >  as  vir- 
tudes  geraes  das  elpecies  da  herva  maiia  >  ío- 
lanum  ou  folacrum  ,  he  ferem  humectantes  ie- 
fhingerantes ,  refolutivas  hum  pouco  na. coticas 
adfhingcntes  i  leu  ulo  he  para  condenlar  Se  efpil- 
í*ar  os  humores  ,  para  as  criíipela  ,  Empigcms  > 
Coceiras  &  enflamaçoens ,  eítando  aplicadas 

cxtcrioiTueme. 


1 1  gjf  ’ 

i  i  , 


WM 


,  Liv.  V.  Div.I.  do  jilkekengi. 

G.  Bauh.  Solamm  vtfcicatoriurn  qttod  foliculi 

VcjiCíC  i/ifl.Uít  firniles. 


SOLA  NUM 
Halicacabum 
veficaria  I.  > 
Aíatth.  71  ag.  Loh. 
Lac.  Ad.  Lugd. 

Porr.  Alk^kongls. 


Franç.  Bagemttde. 
oh  Aíorellc. 


Efp.  Bextco  dõ 
Pierrô* 

Aliem.  Juàen 
herfcher . 


DESCRI  P.  A  primeira  efpccie  tem  as  fol¬ 
has  como  a  precedente  ;  porem  mais  largas.  A 
aflea  jacrecida  inclina  para  o  chaon.  Produs 
humas  bolcinhas  em  forma  de  bexigas  de  cpi® 
tomou  nome  ,  dentro  das  cjuaes  tem  hum  boraon 
amarelo  ,  redondo  ,  como  bago  de  uva. 

LUGAR.  Nafce  pellas  afinhagas  &  na  fom- 

bra  fuas  frutas  eftaon  maduras  em  Julho  &c 
Agofto. 


V  I  R  T  U  D.  As  folhas  tem  as  propriedades 
00  piecedente  j  mas  o  frudlo  deílc  he  aperitivo 
&  provoca  a  ourina.  O  fruto  &  a  femente  bebi¬ 
dos,  curaon  a  Iterícia,  expcllc  a  pedra  &arcyas 
dos  reins  &  da  vcífiga  ,  purgaon  as  chagas  inte¬ 
riores  do  corpo.  Pifafe  o  fruto  maduro  com  uvas 

brancas  &:  deixaon  fe  ferver  para  fafer  vinho 
«uiueuco. 


IA  ii) 


QUAL.  f lia  Sc 
íeca  a  o  3 .  grao. 


*70  Historia  das  Plantas, 

G.  Bauh.  f^eJicarU  repens. 


S  OL  AN UM 

íecimdu  m. 

ALitthioli. 


DESCRIP.  A  fegunda  efpecic  de  veficato- 
ria  eftrangeira  ou  raíteira  ,  he  huma  dva  pio- 
pna  para  cobrir  em  forma  dc  Peneira  por  que 
eflendeíe  nuiyto.  Tem  as  folhas  compiidas  >  re¬ 
cortadas  y  as  flores  brancas  ,  das  quaes  fahem 
veíigas  mcyo  redondas  com  feis  divifoens  a  o 
comprido  :  a  femente  que  cfta  dentro  he  olcuia 
no  meyo  da  qual  fc  acha  engrafado  a  modo  de 
hum  coraçaon.  Sua  rais  he  delgada  com  muytos 

íilamentos.  r  . 

LUGAR.  Nafcc  nas  vinhas  Sc  afmhagas 

luimedas  fuas  frutas ,  eflando  maduras  noveraõ, 
faon  vermelhas. 

V  I  R  T  U  D.  Tem  as  mefmas  que  a  herva 
moira  Sc  fua  fruta  como  as  do  Alkekengis  pre¬ 
cedente. 


Liv.  V.  Div.  I.  do  Solatrum  dormitivo.  17  1 


G.  Bauh.  SoUmrn  ^t>«vo«'p  «v«. 

SOLANUM 

maj  us. 

Aíatth.  Caji.  Cxf. 

C.irn. 

Porr.  Erva  Aíolra 
de  folhas  agudas. 

Franç.  Aíorelle  , 
ou  Solatro 
cornrnun . 

Irai.  Herba  bella 

dona. 

% 

D  E  S  C  R  I  P.  Tem  as  folhas  mayorcs  do 
que  o  dos  jardins.  Sua  aftea  efta  alta  as  veies  de 
quatro  palmos  ;  de  cor  quaíí  amarelas  com  muy- 
tos  ramos  que  faon  muyto  delgados  Sc  cônca¬ 
vos  em  feu  nacimcnto.  As  flores  íaon  compri- 
das,  como  as  da  herva  Digual  Sc  côncavas  co- 
mo  campanas  ,  de  cor  palida  Sc  vermelha.  O 
fruto  fe  leguem  dependurados  na  lua  cauda  , 
emgrafados  dentro  de  huma  vefiga ,  eftrclada 
a  o  redor.  Fafemfe  negros  madurccendo  >  Sc  faõ 
cheyos  de  huma  pequena  femenre.  A  rais  hc 
comprida  ,  groífa  ,  branca  ,  cheya  de  fumo. 

LUGAR.  Crefce  cm  lugares  de  pedras  Sc 
nos  bofques.  . 

VÍRTUD.  Tem  as  virtudes  do  Solano  dormi¬ 
tivo  tomando  s.  ou  6.  grãos  fas  furiofos  os  ouc 
a  tomaon  ,  Sc  as  veies  fas  dormir  até  a  morte.- 

M  iiij 


Historia  í  as  Plantas, 


G.  Bauh.  SoUitum  fomniferum  verticillatum. 


S  O  L  A  N  U  M 

Somniferum 


Trvchnos 

J 

hypnoticos  I. 
Mattb.Guil.  Gcfn. 
Lac •  Cluf.Dod. 
Lugd. 

Port.  Erva,  moira 

fomnifcra . 
QUAL.  feca  a  o 
fria  ao  3.grao. 


DESCRI  P.  A  primeira  efpecie  tem  quan¬ 
tidade  de  ramos  como  vides  ,  difíceis  a  quebrar, 
cheyas  de  folhas  gordas  fimilhantes  as  do  mar¬ 
meleiro.  Sua  flor  he  grande  ,  vermelha  ,  pro- 
dus  fruta  amarela  dentro  certas  vcfligas.  Sua 
rais  he  grande  coberta  de  cafca  denegrida. 

LUGAR.  Nafce  beira  mar  fobre  as  rocas , 
a  fruta  he  madura  em  Agofto. 

VIRTUD.A  cafca  da  rais  fas  quafí  os  mefmos 
cfFeitos  do  opio  :  huma  oitava  da  rais  infundi¬ 
da  cm  vinho  fas  dormir  fuavemente,  a  femente 
provoca  fortemente  a  ourina  &  he  boa  contra  a 
hydropifía.  Mas  dando  mais  de  dofí  de  12. 
graons  fas  vir  afreneíia  ,  feu  remedio  he  beber 
muyto  hydromel. 


Jive  Solatrum 
íoporiferum 


Liv.  V.  Div.  I.  do  Soícumm  dormi  tivo.  i'/5 


G.  Bauh.  Solanim  fomniferum  baciferum. 


SOLANUM 

fomniferum 

1 1. 

jkfdttb.  Gefn.Lugd. 
Cam. 

Port.  Erva  moira 
fomnifera. 


QUAL.  fec.  a  o  i. 
frio  a  o  3 .  grao. 


D  E  S  C  R  I  P.  Effa  fegunda  efpccíe  tem  as 
folhas  mais  eftrcitas ,  filamentofas  ,  inclinadas 
paia  terra  j  aaftea  he  cjuadrada ,  as  flores  como 
campainhas ,  purpurinas ,  dentilladas  a  o  redor 
atadas  com  caudas  ou  pes  compridos  donde  na- 
cem  humas  frutas  de  cor  vermelho  oícuro,chevas 
de  femente  meuda  ;  a  rais  he  grande  ,  tenra 
branca  &  nodofa. 

LUGAR,  Nafce  febre  montes  cm  Italia, 
florece  no  mes  de  Mayo. 

V  I  R  T  U  D.  Saon  as  nrefmas  como  da  »rk 
nr  eira  efpecie,  £ 


D  E  S  C  R  I  P.  Piodus  huma  fo  afixa  alta  de 
mais  de  dois  palmos  ■,  do  meyo  da  cjual  fahem 
quatro  tolhas ,  dilpoftas  em  crus  íimilhantes  as 
a  íanguina.  Em  cima  piodus  outras  quatro  fol¬ 
has  diffoítas  em  crus  como  as  precedentes  ,  no 
n:tvo  das  quaes  tem  huma  bolinha  vermelha, 
cheya  dc  Turno  como  hum  bago  de  uva  >  he 
cheya  dc  íememe  branca  &  meuda.  Sua  rais 
he  meuda  palida  com  muytòs  filamentos. 

LUGAR.  Crefce  em  oiteiros,  florece  em 

VIRT  U  D.  O  fruto  &  femente  faon  contra 
pcçunha  principalmcnte  contra  os  que  caufaraon 
perder  o  o  juilo  ou  endoudecer ,  le  íe  do:  no  dias 
confccutivos. 


1-4  Historia  das  Plantas, 

G.  Bauli.  Soanurn  quaàrifolium  bacifenm , 

HERBA 

Paris. 

Atanb*  Arg.  Dod. 

C  iji .  Cc/.  Ligd. 

‘Thx.i.  Gef».  Eyd • 

Fort.  Vva  de 
rapo' a. 

Franç.  Rafin  de 
R  HAr d . 

Ital.  tieiba  Paris . 

AU.  Uvojlbetr. 

QUAL.  fria  Sc 
feca. 


Liv.  V.  Dxv.  I.  da  Beringela.  175 
G.  Bauh.  SoUmtrn  pomifenim  f/utln  oblongo. 


MELONGENA 

feu 

Mali  infana. 
jM-ttth.  Cord.  Ad. 
Lob.  Cíijl.  Lugà, 
Trag.  Fu  feio.  Dod. 
Port.  Beringela, 
Franç.  Pome 
d‘amour. 
leal .  Aíelanfana. 
Efp.  Berengnena, 
All.  Aídanz.an. 

Q^U  A  L.  Fria 
&  luuneda. 


D  E  S  C  R  I  P.  As  folhas  faon  cjuaíi  como  as 
elo  grande  folanum  ou  erva  moira  porem  faon 
afperas  &  cabeludas  &  dentiladas  a  o  redor  ,  as 
flores  faon  brancas  fobre  vermelha  a  modo  de 
eítrella  ;  donde  fahe  a  fruta  grofla  de  que  a 
pelle  he  de  cor  purpurina  &  lifa 

LUGAR.  Poucas  faon  as  hortas  em  Lixboa 
que  naon  as  haia  femeadas. 

V  I  R  T  U  D.  Serve  para  vários  guifados ,  he 
vento fa ,  de  roim  digeftaon  paia  os  mclan* 
colicos. 


M  v) 


17 6  Historia  das  P  iautaí, 

G.  Bauh.  SoUmtm [candcns ,  [eu  dulcamarrf» 


V  I  T  I  S 

Sylveftris. 
AÍMtb.  Lu.  CaJI. 
Cato. 

Port.  Vide  bravA. 

Franç.  Vigne 
fauvage . 
leal.  Vita  falvatka. 


QUAL.  quente  Sc 
feca. 

v 

D  E  S  C  R  I  P.  Tem  vidias  compridas  como 
'vinha  >  afperas  ,  duras  ,  a  caíca  coda  rachada 
fuas  folhas  faon  quafi  como  as  da  herva  moira. 
Sua  fruta  vem  em  lachos  que  madurecendos  fe 
f*c  vermelha  -9  Sc  fe us  bagos  faon  redondos  Sc 
demacheuo.  Arais  he  felpuda,  a  cafca  dos 
ramos  he  amargofa  logo  a  o  maftegar  mas  logo 
fc  fas  doce  por  ilTo  a  chamaon  doce  amarga. 

L  U  G  AR.  Nafce  pellas  afinhagas  em  lu¬ 
rares  humedos  ,  florece  em  Mayo  &  Junho  a 

fruta  cila  madura  em  Setembro. 

Y  I  R  T  U  D.  Secas  laixos  faon  adftrmgen- 

ies.  A  rais  cofidaem  agoa  ,  &  bebida  em  dois 
COpos  de  vinho  mefturado  com  agoa  do  mar  cu- 
raahydropifia.  As  damas  ufaon  de íTa  fruta  pa¬ 
ra  embelecer  ou  formolear  o  carao»  &  para  ft- 
rar  as  íárdas  Q?i  lentilhas  do  loilo  &  para  depila^ 

ÍOliXí. 


Liv.  V.  D  iv.  I.  da  nos  MetelU. 


i7f 

'  [  G.Bauh.  SoUnurn  Pomo  fpinofo  rotundo  > 

longo  flore. 

N  U  X 

metella 

Aíatth.  Cxfl.  Ang. 

Cam. 

Porr. 

Fran  ç.Ncix  metelle 
leal .  Str amónia. 

All.  Kracnungtin. 

Q_U  A  L.  feca 
a  o  4.  grao. 

DESCRI  P.  Efta  planta  fe  parece  tanto 
com  a  herva  moira  que  naon  pode  fer  mais  íi- 
miihante :  porem  fuas  folhas  tem  o  cheiro  do 
opio  o  que  fas  a  diftineçaon.  Tem  as  folhas 
brancas  como  o  convulvulus  &  as  ftutas  como 
as  dasNeípras,  armadas  com  groíías  &  curtas 
efpinhas.  A  femente  he  femelhante  á  da  Man- 
dragora. 

LUGAR.  Semeafe  cm  os  jardins  como  as 
mais  plantas  eílrangeiras, 

V  IRTUD.  Opilla  &  fas  vomitar  5c  cq- 
dormece  como  a  Mandragora  $  bebida  a  o  pef© 
de  quatro  g.raons  embebeda  fortemente  y  5:  to» 
mando  duas  oitavas  mata  fe  naon  vomitar  logo 
oufefenaon  banhar  os  br  alias  &  pcxnai  a» 


*7  *  Histoma  das  Plantas, 


G.  Bauii.  Aí mdr agora  frufttt  rotundo. 


M  A  N  D  R  A- 
GORA 

Mas. 

Àíitth.  Trag.Fufch. 

Dod.  Gul.  Lcic. 

Lib.  Liigd. 

Porr.  Aíindracora. 

<—> 

Franc.  Afandracort 

>  ò 

leal .  Aí.  ndra - 

g 0 / 

AU.  Ahetum . 

AfennWn . 

QJJ  A  L.  quente 
c  feca  a  ò  4.  grao. 


DESCRIP.  A  Mand  rago  a  macha  chama¬ 
da  pou  algum s  Morion  ,  tem  as  flores  &  as 
folhas  grandes  ,  brancas  ,  largas  3c  iiias  como 
as  folhas  de  Acelgas,  fuas  fruras  faon  duas  vefes 
m  ay  o: es  que  as  da  femia  ,  fimiihantes  as  for- 
vas  ,  tem  cor  quaíi  como  o  aíTurraon  ,  3c  o  chei¬ 
ro  bom.  Suas  raiíes  faon  grandes,  negias  por 
fora  3c  a  cafca  groifa. 

LUGAR.  Achafe  duas  efpecies  a  o  monte 
fanto  Angelo  3c  em  Romanos  jardins,  fuafiuta 
madurece  em  Agofto. 

V  i  R  T  U  D.  As  Mandragoras  íaon  Narcó¬ 
ticas  ,  refrigerantes ,  ftupefacientes  ,  íelolutivas 
aplicadas  exteriormente,  Uíafe  na  Medecina 
da  cafca  ou  da  rais  enteira,  nas  enflamaçoeas 
dos  olhos ,  nas  alporcas  3c  em  ouuos  tumores, 


Liv.  V.  D iv.  I.  dct  Símdraçorct.  17  9 


G.  Dauhí  Aíandragora  fruílas  Pyri. 


M  A  N  D  R  A- 


GOR  A 


fcemina. 

JP  ttib.Trag.Cord. 
Lite.  Lob.  Dod. 
Lugd.  Caf.  Cam. 


QU  A  L.  quente 
&  íec.  a  o  4.  grao. 


D  E  S  C  R  I  P.  Tem  as  folhas  negras  &  mais 
pequenas  que  a  primeira  efpecie  ,  tem  mao  chei¬ 
ro  Sc  íaon  efpalhadas  na  terra.  Sua  rais  he  como 
a  precedente  ,  mais  pequena.  Suas  maçaons 
faon  como  nefpras  de  bom  cheiro  &  dentro  tem 
granitos  como  afperas.  Efta  he  fem  aílea  como 
a  precedente. 

LUGAR.  Crefce  em  lugares  ofeuros  Sc  fom- 
brios.  A  fruta  he  madura  em  Agolto. 

V  IRTUD,  Tem  as  meímas  pvodriedades 
que  a  precedente.  Em  quanto  o  que  íe  dis  das 
Mandragoras ,  que  tem  figura  do  corpo  humano, 
que  naon  fe  pode  arancar  fem  perigo  de  vida, 
verdadeiramente  he  falfo  ;  &  Macthiolo  cm  feu 
comentário  íobre  Dioícorides  no  liv.  4.  chap.  7  1 . 
nos  defengana  íobre  cita  fabula.  Mas  por  que  a 
rais  tem  cabelos  ou  filamentos  Sc  tem  alguma 
íímilhança  com  as  partes  bayxas  do  homem 

foy  chamada  por  algums  tAntropQtnorph9ft  xà  clt 
figura  de  homem, 


aio  Historia  ias  Piantas; 


G.  Bauli.  Hyociamus  vidgarís  vel  nlger « 


HYOSCYAMUS 


All.  BUÍenkyaut. 


Qual.  fria  athe 
a  o  4.  grao. 


DESCRI  P.  O  Mimendro  tem  folhas  alva¬ 


dias  i  macias, grandes  as  flores  faõ  palidas  quaíi 


amarelas,  redondas,  as  quaes  deixaon  no  cálice 
redondo  quantidade  de  femente  muyto  meuda. 
Sua  aftca  healta  de  dois  palmos-,  lua  rais  he 
tenra  com  muytos  filamentos. 

LUGAR.  Em  terras  areyentas  &  pellos  ca¬ 
ntinhos  ,  florece  cm  Julho. 

V  I  R  T  U  D.  Os  Mimeudros  faon  aarcoti- 
cos ,  flupefacientes  ,  caulaon  madorra  ,  muytas 
vefesmataos  animaes  que  as  comem  ;  uzafe 
efteriormentc  em  emplaflros ,  &  unguentos  ,  em 
olios  i  fomentaçoeus  :  mitigaon  o  demafíado» 
movimento  dos  humores.  Uzafe  com  prefcreia- 
«a  do  Mimendro  branco.  Â  femente  maftegads 
mitiga  a  dor  dos  dentes  Sc  para  frieiras, 

9 


Liv.  V.  D iv.  I.  dê  Mimendrú  brana.  il l 


G.  Bauh.  Hyofciarnus  albus  maior. 


Hyoscyamus 

albus  II. 
Aíatth.Dod.  Gefrj. 
7 nr.  Lac .  Aà. 
Lob.  Caft.  Lngd. 

Porr.  jMeimendro 
Franç.  Jufqmame 
blanc. 

Ital.  fnfqulame 

blanco. 

Efp.  l^elbenno. 

Qualid.  a  rais  & 
folhas  fria  a  o  3 .  gr. 


DESCRI  P.  O  Mcimendro  branco  hc  qua- 
íi  da  mefma  figura  &  grandefa  do  negro  ,  com 
tudo  tem  as  folhas  mais  largas  ,  mais  redondas 
mais  felpudas  &  moles,  hum  pouco  farceadas 
a  o  redor.  A  aftea  he  mais  curta  &  tem  mais  ra- 
mos  com  muytas  folhas.  Suas  flores  nacem  a  o 
longo  dos  ramos  :  fua  rais  tem  muytos  filamen¬ 
tos  ,  fua  femente  he  branca. 

LUGAR.  O  mefmo  que  o  primeiro. 

V  I  R  T  U  D.  Efia  efpecie  he  melhor  na 
Medecina  do  que  o  primeiro.  As  folhas  faon  fin- 
guiares  eflando  mefturadas  em  toda  caífa  dc 
medicamentos  ,  que  íervem  para  mitigar  dores. 


HYOSCYAMUS 


ni crer  III. 

vD 


Mtttb  .CjÇuLugâ. 


Port.  Mimendro 
preto. 


Franç.  fufquiame 

noir. 


•y  4"%-- 


iSx  Historia  das  Plantas, 


G.  Bauh.  Hyofclíimns  mlnor , 


Aliem.  Schvvartz. 

Binfcnl:*aut . 


QUAL.  frio  ate 
4.  grao. 


D  E  S  C  R  I  P.  Efla  efpecie  tem  a  aftea  mais 
gioíTa  &  alta  dc  tres  palmos.  As  folhas  laon 
cor  de  cinfa  fuculentas  grandes  de  caudas  com¬ 
pridas.  Suas  a  ficas  &  ramos  faon  cheyos  de  bo- 
toens  pequenos  de  que  lahem  flores  amarelas 
palidas  ,  com  algums  rayos  purpurinos  &  no 
mcyo  faon  dc  cor  vermelha  oícura  r  a  1  "emente 

he  dc  cor  denegrida  St  meuda. 

L  U  G  A  R.  Nafce  como  as  mais  efpecies. 

V  I  R  T  U  D.  Matthiolo  prohibe  o  ufo  defta 
fpccie  por  peiuiciola. 


■ .  :  :-,y-  t.  !?4S»ít  V  ■  vAv 


Li  v.  V.  Div.  I.  do  Tabaco. 


G.  Bauh.  Nicatiana  major  latifolia. 

TABACUM 

Nicotiana, 

L'igd.  Lon.  major. 

Tab. 

Port.  Erva  fanffa 
ou  Tabaco. 

Franç.  Tabac,  Ni* 
cotiane,  herbe  a 
la  Reine. 

cs  mais  Tabaco. 

DESCRIP.  A  planta  cio  Tabaco  lic  taon 
conhecida  porque  poucos  faon  os  , jardins  Sc 
hortas  ,  hoje  que  naon  haja  efla  planta 
Americana  ha  tres  efpecies  que  naon  dife¬ 
rem  mais  que  cm  terem  folhas  majores  ou 
mais  eítreiras  os  nomes  faon  Nicotiana  lati f o- 
lia  ,  anguíf  iore  folio ,  Minor  ,  lana  fama, 
Hyociamus  Peruvianus  ,  Pecum. 

V  I  R  T  U  D.  Purgaon  com  muyta  violên¬ 
cia  i  uíafe  na  apoplexia ,  Paralifia ,  Letar¬ 
go,  nas  fuffocaçoens  uterinas,  na  aílhma ; 
daíe  pella  boca  &  em  ajuda;  ufafe  na  dor 
dos  dentes  aplicada  cm  cima  ou  de  cachimbo  ; 
Tomaíe  pclle  Naris  para  faler  eípirrat  õe  a 


íMm&iãí: 4Í&  ,í  I..Ú 


i$3  Historia  das  Plantas, 

fuar  :  faon  vulnerarias  ,  aplicaonfe  em  re¬ 
médios  exteriores  ,  reíolvem  ,  curaon  a  cocei¬ 
ra  em  coíimemo.  A  herva  (anta  he  compofta 
eu  conern  muyco  oleo  &  íal  muyto  acre  ,  yo- 
latil  &  fixo. 


Liv.  V.  Dir.  I.  da  Dormideira. 


G.  Bauh.  Papaver  hortenfe  femine  alho. 


PA  P  A  V  ER 

facivum. 

Aíatth.  Dod.  Ga!. 

Lngd.  Tab. 
Porr.  Dormideiras 
br  ancas  domeji. 
Franç.  Pavot  des 
jardins. 

Ital.  Papaver» 
dorncftico» , 

Efp.  Dormidera. 
AU.  Âdaqfawen. 

t~>j 

QUAL.  fria  a  o  4. 
grao. 


DESCRI  P.  A  que  tem  fementes  brancas 
tem  as  folhas  largas  como  a  alfacia  ,  alvadias 
a  flor  de  cor  alvadia  &  vermelha,  com  pelos 


pretos  por  dentro  :  as  cabeças  compridas.  O  qne 
:em  a  femente  negra  tem  as  fo  has  &  aílea  mais 
pequenas  mais  rodondas  ,  mais  alvadias.  Sua 
3or  lie  vermelha. 

LU  G  A  R.  Semeafe  em  bom  terreno  ,  flo- 
ece  em  Julho  &  Agofto. 

VIRTUD.  A  femente  branca  meftura  fe 
íopaon  &  nas  comidas  &  nas  amendoadas  para 
onciliar  o  fomno  j  íerve  a  os  qre  te;n  verti^ems: 

)  fummo  tem  mais  força,  mas  he  mais  peri- 
;oío.  O  Opio  que  he  feito  do  fumo  que  fe  extra- 
c  das  cabeças  tomadò  a  o  peio  de  hum  ou  dois 

taons  ,  mitiga  as  dores  principalmente  da  ca- 
eçâ  y  fas  dormir  ,  mitiga  a  tolTe  &  a  fluxaon 
)brc  o  jjeito  &  eítomago* 


2* 


mmm y  % 


ii 6  Historia  das  Plantas» 


G.  Bauh.  Papaver  crrat.majus  Dlofc . 

Tneoph.  Pliaio. 


PAPAVER 
erratic.  Rhreas 
Jlfatth.  Cora.  Gefn. 

Lac.  Lon.  Dud. 

CaJI  Cif.  Tíib. 

Apoth.  Papaver 
nigr.  magnum. 

Porc.  El p.  Papoilas. 

Fr.  Pavot  fativace. 

o  c> 

Ir.  Papaver  o  en  at. 

All.  K ornrofen. 

FeUmagfamen. 

QJU  A  L.  Frio  a  o 

4-  §iao- 

D  ESCRIP.  Os  Gregos  chamaraon  Rhoias 
papoilas  Sc  como  lua  flor  he  taon  conhecida 

cfcuíaremos  deferipeaon.  .  . 

LUGAR.  Poucos  faon  os  campos  Sc  pnnci- 

palmencc  entre  os  trigo  que  naon  as  ha;a. 

V  I  RT  U  D.  He  peei  oral  adoçante  cnciaila 

os  humores ,  facilita  o  efcarroSc  o  fuor  ,  he  boa 
nos  catharros  inveterados  ,  na  afthma  ,  nos 
Pleuiifes ;  uza  fc  da  infufaon  ou  do  leu  xarope  , 

conlilia  o  fomno  fracamente.  Cinco  ou  eis  ca 

becas  coftdas  em  vinho  ate  fe  gaitar  ameta  e» 
fas*  dormir  quem  o  beber ,  a  fomentaçaon  com 
folhas  de  papoilas  fas  dormir. 


Liv.  V.  Div.  T.  da  Dormideira  Marina  187 


Ç.  Bauh.  Papaver  cornículatum  hiteum. 


P  A  P  A  V  E  R 


cor  n  i  cu  1  atum 


yid.Lsb.  CaJi.Ctef. 


Port.  Dormideira. 


Franç.  Pavot  corniú 
Ital.  Paver  cormti . 
All.  GobelrMgien. 


D  E  S  C  R  I  P.  Suas  folhas  faon  fímilhantcs 
as  do  vcrbaíco  >  brancas  &  dentiladas  a  o  redor, 
©  fruto  he  pequeno  curvado  como  a  ponta  de 
carneiro.  A  femente  he  pequena  &  negra,  fua 
xais  a  flor  de  terra  negra  &  grofla. 

LUGAR.  Achafe  beira  mas  florcce  cm 
Julho  &  Agofto. 

VIRTUDES.  O  coíimenro  da  rais  hc 
boom  na  fiatiga  &  a  os  achaques  do  figado  pur¬ 
ga  as  immundicias  das  ourinas  ,  a  femente  be¬ 
bida  laxa  o  ventre.  Ainda  ha  mais  efpccies  deílas 
Papoilas  de  varias  cores  ,  &  íimplcs  &  dobes  j 
mas  íuas  propriedades  iaon  as  mefmas  que  as 
defta  efpecic. 


«SS  Historia  das  Plantas, 


DIVISÃO  M  SEGUNDA 


Das  Anémonas ,  Phlfatila  &  Adónis. 


G.  Bauh.  Anémona  temtifolio  jimplici  flore. 


ANEMONE 


I. 


Ababa. 

Franç.  Pajfrflettr . 
ltal.  Anemone^flor 


di  dona. 

KW.Vvhidiroflin. 


QUALID.  quente 
&:  fcca. 


LUGAR.  Crcce  em  afinhagas  a  lugares 

a  o  íol  abrigados. 

V  l  R  T  Ü  D.  Todas  as  Anemoncs  tem  virtu¬ 
de  de  abrir  as  vcyas  ,  &  de  athraer  os  humores  , 
por  ilTo  fu  as  xailes  maítegadas  atrahem  forte- 
mente  a  flegma  da  cabeça ;  mundificaon  as  cha¬ 
gas  fornidas.  As  folhas  &  a  aflea  coíidas  com 
cevada  efbrugada  fas  criar  leite  &  aplicadas  em 
Forma.de  Peflario  provocaon  o  fluxo  meníliual.  t 


G.  EauhJ 


Liv.  V.  Diy.  II.  dm  Anemonc, 
G.  Biuh.  Anemone  Matthioli. 


ANEMONE 

I  I. 

Áíattb.  Litgd. 

Fort.  Efpecie  de 
Anémona. 

Franç.  Pafefícur. 


QUAL.  quente 
&  íec.  como  o  Ra- 
uunculo. 


D  ES  CR  IP.  Efta  fegunda  efpccic  tem  as 
iolhas  mais  compridas  &  mais  denciladas  ,  tem 
a  aítea  fimilhante  a  precedente  ,  mais  groflas  Se 
duras  &  direitas:  as  flores  menos  encarnadas 
rendo  as  cabeças  cabeludas  a  o  redor ,  fua  rais 

dicai  t'4  COm°  aS  R'aPun^a  >  de  gofto  mor- 

LUGAR.  Nafce  nas  afinhagas  ,  em  luo-a- 
*cs  cultivados  florece  na  primavera.  D 

/pV  1  ^-T  U  D-  Pda  planta  he  muyto  acre  & 

,.m  °  fumo  em  fo™a  de  Errina  liquida, forvido 
pello  naus  purga  o  cerebro.  A  rais  maftegada  a- 
trahea  phlegma.coíida  cm  vinho  ferve  naf  enfia- 
maçoens  dos  olhos  &  conforta  a  fraqueía  da 

da  primeira. ^  ClCatIKCS> ccm  as  mais  virtudes 


Tom.  I. 


N 


G.  Bauh.  Pulfatilla  craffwre  &  majore  folia. 


PULSATILLA 

Afatth.  Gefrf.  C.ift. 

Dod.  Ad.  Lugd. 
Tab. 

Fort.  PhlfatilU. 

Franç./V fatille ,  ou 
Pajfefl  em. 

All.  Bifsvvmtz.. 

QUAL.  quentea  o 
3.giao. 


DESCRIP.  Quando  crcce  tem  a  folha  fel¬ 
puda  ,  meuda  Sc  recortada  de  gofto  acre  ou. 
mordicante  ,  a  flor  he  vermelha  em  forma  de 
cftrcla  j  no  meyo  tem  filamentos  amarelos  as 

folhas  e  pes  da  flor  felpudos. 

LUGAR.  Nacccm  lugares  pedrofos ,  in-. 

cultos  florece  cm  Abril. 

VIRTUD.  A  rais  he  temperada  ;  mais 

todo  o  refto  da  planta  he  quente  6c  feco  a  o  3. 
grao.  A  rais  he  boa  contra  a  pefle  6c  veneno, 

bebendo  huma  ate  duas  oitavas  em  vinho*,  hc 

contra  venenos.  A  agoa  deftilada  bebida  fas 
luar  &  aplicada  por  fora  fobie  feridas  as  cura. 


Liv.  V.  Dit.  II.  daAdonU  efpecie  de  MacelU  zpt 


A  DONIS 
AAatth.  Lugd. 

Port.  Efpecie  dc 
Macella. 

Franç.  Camomille . 
Al  Camillen. 

QUAL,  quente  & 
fcca  a  o  i .  grao. 


DESCRI P.  A  Adónis  he  huma  efpecie  de 
Macella  a  mais  alta  de  todas ,  fuaaftea  hc  alta 
de  mais  depalmo  e  meyo  groíTa  em  bayxo&  del¬ 
gada  para  cima.  Fas  vários  ramos,  na  cima  dos 
quaes  tem  vários  botoens  redondos  onde  tem  a 
flor  purpurina  &  vermelha  :  entre  os  ramos  tao- 
bem  tem  pequenas  crecencias  que  tem  umbellas 
compridas  ,  agudas  que  fe  parecem  com  a  flor 
de  Macella.  Sua  rais  efta  a  flor  da  terra. 

LUGAR.  Achafe  em  Italia  ,  nos  jardins 
das  plantas  em  França  florece  em  Julho. 

,  V  I  R  T  U  D.  Efta  efpecie  tem  muytilfimas 
Yutudes  contra  a  pedra  :  proyoca  a  ourina. 


jt.-J *f  '  y,- .  •  : 


í$ i  Historia  d  as  Plantas, 


DIVISAM  TERCEIRA. 

•  «Jb  «  -  '  * 

D.u  R.inunculas. 


G.  Bauh.  Rttunculus  Pratenfis  r adice  ver- 

úcillitnodo  rotundo. 


RANUNCULUS 
•  V. 

Aí.ttth.  Tur.  Lite. 

Lon.  Lugd. 

Pcs  Lconis. 

Pert.  Pede  Leaon . 
Fr.  Grenoudlette. 

ou  pied  de  Liou. 
Efp.  Tervu  belida. 
leal.  Pie  de  Leone. 
AU.  Hunenfup. 
Drufvvurtz. 


D  EsCRIP.  Tem  as  folhas  fnnilhantcs  as 
da  primeira  cípecie  :  tem  quantidade  de  raifes  Sc 
no  meyo  tem  huma  groíla  redonda  branca,  que 
he  acre  &  vulneraria. 

LUGAR.  Nace  em  lugares  humedos  no- 

rece  cm  Avril  até  Junho. 

V  I  R  T  U  D.  Uzafe  ordinariamente  extenor- 

mente  na  tinha ,  por  dcpilatorio  ,  paia  gaftac 

carnes  babofas ,  nas  eícrophula,  Sc  nos  íternu- 


tonos, 


Liv.  V.  Div.  III.  dos  Ranuncnlos.  19} 
G.  Bauh.  Ranunculiis  palnjlris  apli filio  levis « 

RANUNCULUS 

I. 

Afatth .  Gefn.  Lac, 

Cafl.  Lttgd. 

Port.  Ranunculo . 

Franç,  Grenoüíllettc 
ou  Rejins  Plepou . 

Ital.  Ranunculo  , 

Pie  CoYvino . 

Efp.  Terva  belida . 

Al  .  Hdnenfufs . 

Qualid.  quente  a  o 
4.  grao. 

DESCRI  P.  A  primeira  efpecie  de  Ranun- 
culo  tem  as  folhas  fimilhantesa  o  coentro  mais 
largas ,  grofTas  &  alvadias  ,  Tua  flor  hc  amarela 
&  as  vefes  vermelha  ,  íua  aftea  alta  de  palmo  3c 
ineyo.  Sua  rais  he  branca  ,  pequena  ,  com 
muytos  filamentos  como  o  heleboro. 

LU  G  A  R.  Crefcc  em  lugares  humedos ,  flo- 
íece  em  Avril  até  a  Junho. 

VIRTUD,  Todas  as  efpecies  tem  as  raifes 
nniyto  acres  de  tal  forte  que  aplicadas  faon  cor- 
rofivas  &  abrem  chagas  com  muyta  dos,  ie  naon 
íabem  ufar  ddlas  :  com  tudo  esfregando  a  pcllc 
com  ehas  curaon  a  farna  ;  faiem  cahir  as  unhas. 


IR;.*  '*  ■  ■  :»5Jsáây&  SÊto&S&fxjíàS  Sc 


í|í| 
-Mà  sf 

w  â 

nih 

\  3  *  B 

  h  I 

fH  h 


x?4  Historia  das  Plantas, 

G.Bauh  .Ranuticnlns  paluftris  folio  lanuginofuf , 


RANUNCULUS 

I  I. 


Port.  Ranmculo. 


Franç.  Grenoüilletes 
1.  ejpece . 


QUAL.  quente 
a  o  4,grao. 


D  E  S  C  R I  P.  Efta  i.  efpecic  tem  as  folhas 
mais  lanuginofas  &  recortadas  &  a  aftea  mais 

LUGAR.  Crece  com  abondancia  na  ilha 
de  Sardenha  &  he  muyto  acre  :  florecc  em  Abril 
até  Junho:  he  defta  que  Virgilio  dis  ,  Sardois 
ttmarior  herbis  ,  &  da  lugar  a  o  ditado  de  rifus 
fardonicus  :  por  cjuc  os  ^ue  a  comiao  y  moiriaoni 
com  huma  contracçaon  de  nervos  parcciaon  efla- 
rem  fe  rindo  t  Paufanias  &  falufta  ?  taonbem 
Diofcorides  diícm  o  mefmo  Uv»  6,  a  chama*. 
Sardonia. 


Liv.  V.  Div.III.  do  Rammcnlo. 


RANUNCULUS 

111. 

Matthioli . 


QUAL.  quente 
a  o  4.  gr  ao. 


D  E  S  C  R  I P.  Efta  terceira  efpecie  naon  diffc- 
re  da  outra  mais  que  em  fer  fétida  6c  ter  as  flo¬ 
res  amarelas 

V  IRTUD.  Tem  as  mefmas  que  a  pnmci** 
ra  &  ke  muyto  quente. 


i«>6  Historia  d  a  s  Plantas, 

G.  Bauh.  Ranuncnlus  montánns  aconiti folio 

albus  flore  majore. 

RANUNCULUS 

I  V. 


Qual.  quente 
a  o  4.  grao. 


D  E  S  C  R  I  P.  Efta  4.  efpecie  fe  parece  cora 
a  3  a.  exepro  que  tem  as  flores  brancas  ,  florecc 
na  primavera. 

V  I  R.  T  U  D.  Tem  as  propriedades  da  pre¬ 
cedente. 


Lrv.  y.Div.  Til.  do  Acorito.  xyj 

G.  Bauh.  Ranunculus  montanus  aconiti  folio 

albns  üore  majore. 

ACONITUM 
Lycoótonum 

V. 

Matth.  Lugd. 

Porr.  Aconito  ma 
ta  lobos. 

p  * 

Franc.  Aconit. 

J 

7  ue  lou  p 
V.  efpece. 

Ital.  Aconito  per 
ama  ff  ar  lupL 
All  .VvolfíWHYtZ. 

D  E  SC  R  I  P.  Efte  tem  muytars  afteas  Sc  fol¬ 
has  grandes  trafidas  com  gvandes  caudas  que 
vem  des  da  rais  s  faon  mais  recortadas  do  que 
as  outras  precedentes  3  as  fto>:es  faon  pequenas 
Sc  de  cor  purpurina. 

LUGAR.  Nafce  nos  Untares  das  outras. 

*  4  y 

V  I  R  T  U  D.  As  mefmas  que  as  outras  efpc- 
cies. 


Historia  das  Piántas, 

G.  Bauh.  Ramncuhts  mentanus  aconiti 
folio  flore  globofo. 

ACONITUM 
Lycodon  um 

I  I  I. 

Mattb.  Lac.  Thal, 

Tab. 

Port.  Aconito  ma¬ 
ta  lobos. 

Franç.  Aconit 
Tue-Lout). 


D  E  S  C  R  I  P.  Efta  eípecie  em  quanto  as  fol¬ 
has  fe  parece  com  a  precedente  as  flores  tem 
cinco  folhas  de  cor  de  ouro. 

V  1  R  T  U  D.  As  mefmas. 


Liv.  V.  Diy.  IV.  dos  Aconitos. 


í9S 


DIVISAM  QUARTA. 

Dos  Aconitos  GT  Elehoros. 

G.  Bauh.  Acomtftm  Lycoüonenm  luteum, 

ACONITUM 

Lycoótonum 

I  I. 

Aíatth.  Lac.  Lugd. 

Tab. 

Porr.  Aconito  t>e 

de  Lobo . 

Fran$.  Patelovine 
ou  Ejlrangle 
loitp. 

Efp.  Yerva  mata 

lobo • 

Qualid.  quçnte  & 
íec.  ao  4.  grao. 

DESCRI  P.  A  aftea  hc  dc  altura  dc  tres 
falmos  ,  lanuda  ,  cava,  redonda  ,  dobradiça 
hum  tanto  curva  :  fuas  folhas  divididas  em  cin¬ 
co  partes  ,  de  cor  verde  ofeura  ,  brancas  por 
baixo  j  as  flores  de  cor  amarela  ou  verde  alva¬ 
dia  >  íua  rais  com  muytos  filamentos  ,  denegri¬ 
da,  dc  cheiro  naon  defagradavel. 

LUGAR.  Nafce  em  montes  frios ,  mas 
cm  quantidade  no  monte  Pilla  em  Liaon. 

VIRTUD.  A  rais  &  a  femente  pifada 
com  aleite  ,  ou  o  feu  cofimento  mata  os  Piol¬ 
hos.  Se  naon  ufa  interiormente  :  por  que  todgs 
os  aconitos  laon  peçonhentos. 

N  vj 


3ík  fmKmissmsmieatr  mÊÊÊMMK  WrmÊÊ 


■>..  /  ■* .  ;y 


^  ^  Historia  das  Plantas. 

G.  Bauh.  siconitum  LycoElonum :  albís 
pallidifve  flori  bus. 


ACONITUM 

Lycodonuin 

V  I. 

J  iattb.L  ugd.  Tab. 


DESCRI  P.  A  ciifferencia  deftecom  os  ou¬ 
tros  hc  que  as  flores  laon  purpurinas :  &  errr 
ccno  modo  íc  parcccm  com  cafcos* 


Lrv.  V.  D  TV.  IV.  eío  Aconito. 


íor 


G.  Bauh.  Aconitum  c&rul.  glabrum  flore 

confolidt,  regalis. 

ACONITUM ' 

Lycoótonum 

1  V. 

Áíatth.  Lac.  Lttgd. 


DES  C  R  I  p.  Sua  aftea  &  fuas  folhas  renv 
fimilhança  com  o  precedente  porem  as  folhai 
deite  faoa  mais  recortadas  &  mais  fofas.  Aí. 
flores  faon  de  outra  figura  &c  de  cor  de  ouro. 

LUGAR.  Sc  V  I R  T  U  D.  como  os  prece¬ 
dentes. 


« 

* 

I 


.  '  JM 


MWB—lidiy  IIÉH llf  J(06>-UE*i  X  - 

5  °  ~  Historia  das  Plantas  ,, 

G#  Baulv  Aconitum  coma  inflexâ  foliis 


artgnJlioribus. 


ACONITUM 

Lycodonum 

V  I  I. 

Matth.Lugd, 


D  F.  SCRIP.  A  differença  particular  defta 
fle  que  tem  as  folhas  íepartidas  em  outras  pe¬ 
quenas  que  faou  recortadas  em  7.  ou  8.  mais  pe- 
queuas.  Suas  flores  faon  purpurinas. 


fg  g 


Liv.  V.  Div.  IV.  dos  Aconítes. 

G,  Bauh .  Aconitum  infexk  c»mk 
tnaxitrmw. 


ACONITUM 
Lyco&onum 
IX. 

Matth.  Litgd. 


DESCRIP.  Efte  tem  a  rais  hum  pouco 
bulbofa,  as  folhas  tem  a  cauda  comprida  recor¬ 
tadas  com  extremo:  as  flores  differemes  das  ou¬ 
tras  ôc  de  cor  de  ouro. 


cm  • 


554  Ht  storu  das  Plantas; 

G*  bailh-  -dconitum  c<tntleim3feii  Natellm 

NAPELLUS 


Matth.  Lon.  Dod. 
Caft.  Lugd. 


Porr.  Re f algar 
vegetal. 


Franç.  Chappsyon 
de  Moine. 


Ital.  Napello. 


A 1 1 .  Blauvvurt 
ou  Blavv 
Elfembillein. 


w~rr 

***** 


DESCRIP.  Tem  cinco  folhas  cm  cada  cauda 
recortadas  como  o  cinco  cm  rama,ve:des  cm  ci¬ 
ma,  verdes  c  brancas  por  bayxo  ,  fua  aílea  h c  de 
nxs  palmos  de  comprido  ,  no  cabo  ía hem  flores 
purpurinas, düpoílas  cm  forma  de  efpigaas  quais 
tem  boraon  íimilhantea  hua  caveira  de  defunto* 
&  e fiando  aberras  fc  parecem  com  as  de  urrigas 
mortes.  A  lemente  he  negra.  Sua  rais  he  corno 
hum  ravaon  negro  ,  que  tem  tantas  fibras  que; 
parece  huma  rede. 

L  U  G  A  R.  Crece  lobre  os  montes. 

V  IR  T  U  D.  Toda  a  planta  he  muyto  ve~ 
nenofa  ;  mas  particularmente  a  rais  ,  que  inata 
rendoa  muyto  tempo  fechada  na  maon.  Os  fi¬ 
na  es  dos  que  a  comeraon  faon  que  os  beixos  , 
a  lingoa,  a  garganta  fc  cmflamaon  ,  cnchaon  ôc 
juntamente  os  olhos  fogueie  desfalecimentos  }1 
convuifocns  &  a  morte. Os  remédios  faon  os  faes> 
voláteis  de  víboras  de  C.  C.  a  Thcnaga ,  o  Qi> 
Tietano  ,  0$  vomitoiios.. 


Liv.  V.  Div.  IV.  doAconito. 


3°5 


G.  Bauh.  Acomtnm  ramofnm  parvo  flore. 


D  E  $  C  R  I  P.  As  flores  defte  faon  difFercntes 
das  dos  precedentes ,  em  quanto  a  figura,  mas 
na  cor  faon  purpurinas  como  a  ícptima  ,  taon- 
bem  as  folhas  faon  recortadas  por  outro  çftillo 
&  fua  rais  he  hum  tantó  bulbofa. 


30$  Historia  das  Planta^ 

G.Eauh.  Aconunrn  fduúfcntm,  feu  Amhora» 

ANTORA 

Jive 

Anthitora. 

Aí  Atilo.  Gejn.  Lon. 

Gef.  Caft. 

Port.  Autora . 

Franç.  Arithor .. 

Aliem.  Gijjlhejl. 


D  E  S  C  R  I  P.  Antora  he  huma  planta  que 
nace  perto  do  Napello :  tem  a  aftea  de  quaft 
dois  palmos  de  altura  ,  forte  Sc  rodonda  fuas  fol¬ 
has  faon  recortadas  miudamente.  As  flores  que 
cftaon  no  cabo  faon  moytas  de  cor  vermelha, 
tem  duas  raifes  como  duas  afeitonas  negras  põe 
fora  brancas  por  dentro. 

LUGAR.  Nafce  nos  montes  frios. 

V  I  R  T  U  D.  A  rais  he  boa  contra  toda  eaftat 
dc  venenos  principalmente  do  Napellus,&  contra 
mordeduras  de  viboras  j  &  outros  animaes  re- 
nenofos  ,  Sc  taonbem  contra  a  pefte.  Purga  poc 
baixo  Sc  por  cima  os  humores  vifeofos  Sc  tem  to«* 
das  as  qualidades  do  Didtarno.  Seu  cheiro  afo- 
genta  as  cobras  feu  fumo  cura  as  feridas  &  mor¬ 
deduras  de  animaes  yenenofos  he  efiicas  contia 
acoiica. 


Liv.  V.  Di  v.  IV.  do  A  emito  Parda!.  3  °7 


G.  Bauh.  Acomtum  pardaliunche  i.fcti 

Tbora  major . 


PSEUDO  , 

'  ACONITUM^ 
Pardalianches. 
*Matthioli. 


Port.  Aconito . 

Franç.  Eflranglc 
Renard. 


D  E  S  C  R  I  P.  Naon  tem  mais  que  huma  aftea 
de  altura  de  hum  palmo  ,  fraca  com  hum  jun¬ 
co  ;  duas  ou  tres  folhas  nacem  de  fua  rais ,  hu¬ 
ma  crece  no  meyo  da  aftea  fem  cauda  >  redonda 
da  figura  da  do  cyclamen  alguma  coufa  mayor  , 
dentíllada  a  o  redor,  as  que  eftaon  no  cabo  da 
aftea  faon  compridas,  agudas.  Tem  fo  huma 
flor  no  cabo  da  aílea  da  figura  &  cor  do  Ranun- 
culo  &:  deixa  huma  cabeça  cheya  de  femente. 
Sua  rais  tem  quantidade  de  ramos  compiidos 
que  findaon  cm  pequenos  filamentos. 

PROP  R.  Matthiolo  falfamente  o  nomio 
Aconito  falfo  ,  viítoque  naon  o  ha  emtre  todos 
mais  venenofo.  Os  caífadores  antigos  molhavao 
fuas  fedas  no  fumo  defta  erva  defte  modo  por 
Uon  leye  que  foífe  a  ferida  morriaon  logo. 


_v  ■ 


\1  f  ij 
‘■ítS 


G.  Pardalíanches  Dlofcoridis 

creàitum  Ahmbioli. 


aconitum 

Parddlianchcs. 

Aíatth.  Lac,  Dod. 
Gal.  Cafi.  Lugd. 
Tab. 

Porr.  Aconito. 
Fianç.  Aconit. 

PJlrangU  lottp, 

Ital.  Aconito. 

Efp. 

Contei  ba. 

AH.  Vvolfsb  eer. 
Dolwbrtz. . 


QUAL.  quente  & 
feca  a  o  4.  grao. 


D  ES  CRI  P.  Suas  folhas  faorv  fímilhantes 
as  do  pepino  ,  cabeludas  &  que  naon  exedem  a  o 
numero  quatro ,  cheyas  de  veyas  verdes  en  ci¬ 
ma  ,  &  alvadias,  veludadas  &  marchetadas  de 
pontinhos,  dentiladas  ao  redor,  atadas  com 
huma  cauda  comprida  delgada  ,  a  aftea  he  dc 
hum  palmo  de  altura  i  as  flores  faon  fofas  en- 
cachadas  a  o  redor  de  cor  amarela  palida.  Tem 
muyto  no  monte  Pila  em  Liaon. 

V  í  R  T  U  D.  He  venenofo  com  extremo,  o 
que  fe  conhece  ;  por  que  maflegado  deixa  a  lin- 
goa  doce  ,  com  pouca  adftricçaon  ;  depois 
caufa  de  andar  a  cabeça  a  roda,  fas  lagrimar  os 
olhos  &  logo  íentefe  o  peito  carregado  &  os  hy- 
pocondrios  &  no  inflame  da  fahido  a  ventos. 


:  r;  - 


m  f 


Liy.  V.  Div.  IV.  do  Aconito  Tardai.  3  o  j 


G,  Bauh.  Doronicu?nradice  dulc \ 


ACONITUM 

Pardalianches. 
TTheophr*  Aíuitth. 
Lug.  Tab. 


QUAL.  quente  6c 


fec.  a  o  4.  grao. 


DE  SCRIP.  Efta  efpecie  de  Aconito  fas  íua 
rais  fimilhante  a  o  alacrao  da  qual  fahem  ou¬ 
tras  pequenas  compartidas  por  nos,  que  fe  vaon 
multiplicando  6c  vaon  formando  outros  ala- 
craos  ,  dos  quais  fahem  crecenías  6c  folhas  que 
fe  parecem  com  as  de  Artanita  ;  em  quanto  a 
aítea  8c  folhas  faon  íimilhantes  as  das  preceden¬ 
tes  8c  as  folhas  cor  de  ouio  como  as  do  cryfan- 
themum. 

LUGAR.  Nafce  em  montes  frios. 

VIRTUD.  Galeno  dis  que  cita  efpecie  tem 
virtude  putrefaóliva  6c  venenofa  de  tal  íorte  que 
mata  quem  o  comer  ou  beber,  tem  as  proprieda¬ 
des  dos  precedentes. 


1  1 


mm  m  é  ■&> 


5io  Hhtoma  das  Plantas; 

G.  Bauh.  Doronlcum  r adice  fcorpii 

Brachiata. 

ACONITUM 

Pardalianche. 

Plin.Aíatth.Dod. 

Cd.  Lob.  Tub. 


* 

D  E  S  C  R  I  P.  Eíta  cípecie  de  Aconitum  rera 
a  aftea  muyto  alta  &  compartida  >  fuas  raife$3 
acompanhadas  de  outras  duas  como  duas  azas 
dc  pai  te  &  outra  parecendo  melhor  hum  caran¬ 
guejo  do  Gjue  hum  alacrao  :  fuas  flores  faõ  cor 
de  ouro  como  as  do  chryfantemum. 

VI  RTUD.  He  venenoíb  como  as  maii 
rípecies. 


♦ 


liv.  V.  Div.  IV.  do  Toque»»  Aconito  Tard.  3 1  r 

G.  Bauh.  Dorontcumradice  fcopii. 

ACONITUM 
Pardalianches 
minus. 

< 


D  E  S  C  R I P.  Tem  as  folhas  quaíi.  rodondas, 
verdes  ,  moles  ,  cabeludas  de  feitio  quaíi  como 
as  dos  pepinos.  Sua  aftea  he  de  altura  de  hum 
palmo  cabeluda  ,  acanelada  a  dois  ou  tres  ângu¬ 
los  &  no  cabo  tem  flores  todas  amerelas  ,  pro- 
dufem  femente  pretta  ,  fuas  raifes  faon  brancas 
como  as  da  grama  mas  formão  corpos  que  pa- 
jecem  alacraos  mortos. 

LUGAR.  6c  Y  IR  TU  D.  Como  as  mais. 


, 


% 


5ii  Historia  das  Plantas; 

G.  Bauh.  Doronicum  Plantagims  folio. 

A  L  I  S  M  A 

% 

AÍMthloli. 

CjJ}.  Cim.  Eyjl. 

Aipinum 

Gefn . 

Damafouium 
Lngd. 

Port\  Doronlcos. 

Franç.  Allfjna. 


D  E  S  C  R  I  P.  He  a  quinta  cfpecie  dos  Doro- 
nicos  tem  as  folhas  como  a  tanchagem  nervofas. 
mais  edretas  ,  curvas  para  terra  ,  as  raifes  fac 
íimilhantes  as  do  Eleboro  negro  meudas  &  chei¬ 
ro  las. 

LUGAR.  Nace  em  lugares  aquaticos  & 
áridos. 

V  I  R  T  U  F>.  He  hum  pouco  abfterfiva.  A 
rais  bebida  a  o  pefode  hua  oitiva  ferve  contra 
mordedura  de  animaes  venenoíos  ,  aos  que  ti¬ 
verem  bebido  opio  &  contra  a  dyfenteria,  affeh 
tos  da  madre.  Seu  cofimento  rompe  a  pedra  nos 
rei  lis  &  provoca  os  meníhuos. 


G.  Bauh, 


Lrv.  V.  Div\  IV. do  Hlleioro  negrõ.  3  i£* 
G.  Bauh.  Ellcborus  nlger  hort.  fine  vlridi. 

ELLEBORUS 
Niger  II. 
feu 

Vcratrum  nigrum, 

Aíatthioli. 

Port.  Elleboro  negro 

Fr.  Ellebore  noír. 


A1I.  Scvvartte 
Nifsvvurtz ,. 


QUAL.  quente  & 
fceo  a  o  3.  giae. 

D  E  S  C  R  I  P.  O  fegundo  Elleboro  negro 
nao  difreie  do  primeiro  que  porque  temas  flo» 

res  brancas  como  taonbcm  do  terceiro  que  as  tem 

verdes  ;  as  folhas  das  ultimas  faon  hum  pouco 
mais  eílreitas.  r 

LUGAR.  Naíce  fobre  montes  6c  em  vales 
fiorece  em  Mayo  6c  Junho. 

VIRTUD.  O  Elleboro  digo  fuas  raifes 
1  em  corrigir  ou  preparar  purga  por  cima  &  poL 
bayxo  com  violência  ,  aplicada  fobre  mordedu¬ 
ras  de  amraacs  venenofos  depois  «de  rafpada  a 
pelíc  ,  atrahe  o  veneno  principalmente  as  bcítas 
Diofcondes  dis  que  a  cepa  de  vinha  plantadi 
junto  a  o  El  leboro:as  uvas  &  o  vinho  feraon  pur- 
gantes  Lavandofe  a  boca  com  cofimcnto  de  El* 
leboro  he  contra  as  dores  de  dentes,  aplicado 

AnhVad"15  °lC  ha?  hC  finSu!ar  contra  a  1'urdes. 
Aplicado  com  vinagre  he  contra  a  fo^em  , 

empigcms  &  fama.  ° 

Tome  j. 


O 


XviSSfc  lÉTOnwiifiBirirfifrnMGr 


514  Historia  das  Plantas, 


G.  Bauh.  Helleborns  niger  flore  rofleo. 


HELLEBORUS 

niger  I. 

ALttth.Cdfl.  Lugà. 
Cíirn. 

Porr.  Elleboro 
rmgro  i.  eflpecie. 


Q\J  AL.  c]uente 
&  feca  a  o  3 .  gtao. 


DE  S  C  R  I P.  Tem  as  folhas  fimilhames  as 
do  fpondilium,  afperas  ,  negras ,  recortadas,  as 
flores  laon  aí  peias  de  cor  vermelha  alvadia 
pegadas  huma  a  outra.  Sua  femente  he  fi- 
miíhante  a  do  carthamo.  Suas  raifes  faon  negras 
&  meudas  atadas  a  huma  cabecinha  quafi  como 

cebola. 

L  UG  A  R.  Na  nos  vales  &  lugares  andos  , 

florcce  em  Mayo  &  Junho. 

V  I  R  T  U  D.  O  melhor  he  o  que  vem  de 
Antecyria  fendo  mais  a&ivo  do  que  o  brauco 
pofto  que  he  perigofo  fe  (e  der  mais  de  huma 
oitava  :  podele  uzar  feguramente  de  fua  ínru- 
faon.  Dado  cm  vinho  tem  mais  vigor  contra  as 

«Juas  cóleras. 


mm 


I 


mfflmm  •?'  fãm 


Ltv.  V.  Di  y.  IV.  da  'Elcborina. 


G.  Bauh,  HelUborindi  fanicuU  facic, 


EPIPACTIS 

Elleborinc. 
Mmb.  Ldç.  Lngd . 

Tab. 

Port.  Elleborina. 

Franç.  j Elleborinc 
Ellebore  ou  blanc 
fauvage. 

QUAL.  quente  & 
íeca. 


DES  CR  I P.  Eíta  planta  tem  a  rais  erofla 
&  comprida  compoRa  de  muytos  filamentos  que 
lanem  da  mefma  parte  ;  tem  as  folhas  como  as 
da  laiiicula.  Suas  flores  faon  difpoftas  em  forma 
de  eítrela  com  cinco  folhas  hum  pouco  acres. 

* .  “*  7.9  A  R;  Crcce  íobre  os  monres  fombrios 
cCnQs  Alpes,  fiorece  em  Julho  &  Adoido. 

I  R  T  U  D  Tomada  em  bebida  abre  as  ob- 

«"S  °  ufs!do  &  afrora:a  mu^“ a  “d<« 


WM 


•  :  -r.-  -j", // 


.  '  ■  <• 

-■  .  . 


— - - - 


WEB atS^JÜ»  JHM 


LV. 


316  Historia  das  Plantas, 


G.  Bauh.  Helleborus  nlger  tcnuifolius 

Btiphtalmi  flore . 

TSEUDO  ELLE- 
BORUS 

JlÍAtth.  Lugd. 

Fort,  Ellcbero 
bajlardo. 

Franç.  Elleboro 

bàtArd, 

All.  Chrlflvvurtz. 

QUAL.  quente  & 

ícc.  a  o  3 .  grao. 


D  E  S  C  R  1  P.  Tem  as  folhas  divirtas  em  9. 
partes  quafi  como  o  Aconito  mata  lobo  mais 
dentiladas  &  entrecortadas  a  o  redor  tem  cau¬ 
das  compridas  &  chatas.  Sua  aftea  he  chcya  he 
Juim  pouco  afpeta  ;  fuas  flores  faon  íimilhantcs 
as  precedentes, fuas  raifes  faon  mais  compridas 
8c  faiem  vomitar  os  que  as  comem. 

LUGAR.  Nafce  nos  montes  de  Boêmia  & 
rerto  dc  Praga  ,  florece  cm  Fcbreiro  &  Avril.  ■ 
VIRTUD.  A  rais  mata  os  que  a  comem;  fua 
rais  pofta  a  traves  das  ourelhas  das  bertas  de 
quatropes  ,  os  curaon  da  Peripneumonia  8c  de 
todas  outras  doenças,  o  mcfmo  £as  o  Elcboro 
negro  primeiro. 


/ 


i 


LiV.  V.  D iv.  IV.  do  Elleboro  branct.  3*2 
G.  Bauh.  Helleborus  albus  flore  [ubviridi % 


HELLEBORUS 

albus. 

Matth .  Ad. 


Qualid.  quente 
&  feca  a  o  3#grao. 


DESCRI  P.  O  Elleboro  branco  tem  as  fol¬ 
has  como  a  Tanchage  mais  curtas  Sc  ofcmas,fua 
aftea  he  cava  alta  de  4.  dedos, revertida  de  certas 
peliculas  que  larga  fecando,  Tem  varias  raifes 
meudas ,  que  naccm  de  huma  cabecinha  com¬ 
prida  como  a  das  cebolas. 

LUGAR.  Nafce  nos  montes  &T lugares  afpc- 
xos ,  &  florece  em  Junho  &  Julho. 

V I  R  T  U  D.  He  abftcrfiva,  a  rais  fe  apanha 
quando  fe  colhe  o  trigo  ,  amais  nutrihc  a  mel¬ 
hor  &  quebolindo  nella  ou  chcirandoa  fas  cfpi- 
rar.  Sua  virtude  dura  30.  annos.  Purga  por  vô¬ 
mitos  diverfos  humores.  Para  corrigir  fua  ma* 
Jignidade  por  feha  a  rais  demolho  4.  dias  em 
oxymel  Sc  feca  fe  goarda.  Daíc  meva  oitava  em 
po  em  vinho  aos  frenéticos:  ou  huma  oitava 
de  infufaon  em  vinho  Sc  eíTe  vinho  mirturado 
com  caldo  fe  da  a  beber.  He  boa  contra  a  Ptiíia, 
a  Epilcptia  ,  &c.  feu  cofimento  cura  a  farna 
dos  carneiros.  O  jg 


3*S  Historia  das  Plantas, 

divisam  qu  1  n  t  a. 

•Drf  Gentlana ,  da  Cambagcm,  Coronepits,  &c~ 
G.  Baun.  Gentiana  major  Imea. 

GENTIA  NA 

major. 

Maubioll 
Brunf.  Fttfíh.  Ang, 

Tm.  Dod. 

Port.Franç.Efp.Ir. 

Gentlana.. 

Aliem.  Gentz,ian 
on  Bittervvkrtz. 

QUAL.  a  rais 
quente  &  fec.  do 
2.  a  o  3 .  grao. 

D  E  S  C  R  I  P.  As  folhas  chegadas  a  rais  fc 
arccem  com  as  da  Tanchagem  &  faon  avermii- 
adas :  mas  as  que  eítaon  depois  do  meyo  pa* 
ra  cima,  faon  recortadas  ,  fua  aftea  hc  côncava, 
unida,  da  groífura  do  dedo,  alta  de  dois  palmos. 
Suas  flores  faon  a  fuis,  luíidas  &  de  feitio  de 
campainhas.  A  femente  he  larga,  leve,  lanu- 
ginofa  como  a  de  lpondilium  cm  pequenos  re¬ 
ceptáculos. 

L  U  G  A  R.  Crece  nos  montes. 

V  I  R  T  U  D.  Sua  rais  he  rnuyto  eflicas  para 
fubtilifar  ,  alimpar ,  &  defopilar.  He  atenuante,, 
aperitiva  ,  alexipharmaca,  he  grande  remedio 
contra  mordeduras  de  cam  danado  &c  de  outras: 
animaes  venenofos ,  para  provocar  o  íuor  ,  re- 
fiítir  ao  veneno  ,  mata  as  lumbrigas,  provoca  a. 
©urina  &  os  menítruos,  he  contra  as  febres  inter* 
núccmes,  deterfiYa  das  chagas  na  gangrena* 


Li  v.  V.  D xv.  V.  da  Qentian a  menor.  }  ij> 

G.  Bauh.  Gentiana  erneiata. 

GE  N  TI  ANA 
minor  five 
Cruciara. 
jüíatth.  Lob.  Caft. 

Tab. 

Port.  Gentiana 
menor. 

Franç.  Gtntianelle 
ou  C  eijete. 

Irai.  Pettimbrofa . 

All.  Krutz.kraut 

Adaâelcher. 

C> 

Qual.  quente  & 
fec.  a  o  i.  grao. 

DESCRI  P.  A  aftea  he  rodondar ,  aver¬ 
melhada  emeima,  na  qual  por  intervalo  tem  1105 
&  concavidades  donde  íahem  as  folhas  duas  a 
duas  ,  nutridas  ,  compridas  Sc  íimilhantcs  as  da 
/aponaria.  Suas  flores  a  fuis  nacem  emeima  ,  Sc 
a  o  redor  das  folhas  que  eftaon  chegadas,  que 
eftaon  em  forma  de  ramalhette  redondo.  Sua 
rais  he  branca  ,  rodonda  ,  amavgofa  Sc  forada 
em  varias  partes  em  forma  de  crux,deque  tomou 
o  nome  de  cruciata. 

LUGAR.  Nafce  nos  montes  Sc  em.  lugares 
incultos ,  florece  em  Julho  Sc  Agofto. 

V  I  R  T  U  D.  He  boa  contra  toda  cada  dc 
veneno  como  a  Gentíana.  Arais  aplicada  lobre 
o  ventre  marta  as  lumbrigas ,  o  que  Matthiolo 
experimentou,  &  cura  as  alporcas  aplicando  lhe 
as  pos  emeima. 


3  lo  Historia  das  Plaktas, 

*  • 

G.  Batih.  Plantago  líitifolia  finuata. 

PLANTAGO 

major 
ALittbloU. 

Fnfch.  7  nr.  Gefti. 

Dod.  C«fl.  Tal’. 

Porc.  Tanchage. 

Franç.  Plantain. 

Efp.  EUntem • 

1  tal.  Piar;ta<rlne. 

Aliem.  Vvoter  , 

,  VveYgricb. 

QUAL.  frio  &  fe< 
a  o  i.  giao. 

DESCRIP.  A  grande  tanchagem  tem  a  folha 
larga  ,  &c  tem  íetc  nervos  ,  &  as  vefes  mais, 
Sua  aftea  hc  anguloía  ,  vermilhada  ,  alta  de 
mais  de  palmo  &  meyo  ,  cheya  de  femente  até  a 
cima  ,  íuas  raifes  faon  tenras  ,  cabeludas  &  da 
groíFura  de  hum  dedo. 

LUGAR*  Nacc  em  lugares  humedos  & 
quaíí  em  roda  parte,  florece  em  Julho  &  Agofto. 

V  I  R  T  U  D.  He  melhor  do  que  a  menor,  he 
boa  contra  todas  as  chagas, cicatrifaon  as  velhas* 
ferve  contra  as  vcrmchidoens  ,  berbulhas ,  enfia* 
nçaçocns,  as  almorrermas ,  as  empigems  ,  nz 
gota  principiante  ;  reprimem  o  fluxo  de  fanguc» 
&  em  geial  rcfriaon  todas  as  partes  cmflamadasv 
A  agoa  deftHlada  obra  os  mefmos  effeicos  $£ 
muytos  outros  ufos. 


Liv.  V.  Di  v.  V.  da  T.mchagem  comprida.  311 
G.  Bauh.  PUntago  angufli  folio  maor. 

PLANTAGO 

longa. 

Matth.  Lftgd. 

li  •  / 


\ 

\ 


ff 

■v . 

»  4 


D  E  SC  R  I  P.  A  Tanchagem  comprida  tem 
as  folhas  efheitas  menores  do  que  as  do  primei- 
10  :  &c  faon  mais  unidas  ,  mais  moles  ,  8c  mais 
delgadas.  Sua  aftea  he  angulofa  &  curvada  , 
fuas  flores  palidas  em  tudo  mais  fe  parece  com 
a  primeira. 

LUGAR.  Nos  meímos  da  precedente. 

VIRTUD.  Fora  a$  propriedades  do  prece¬ 
dente,  a  agoa  de  Tanchagem  bebida  he  boa 
para  os  que  efearraon  o  fangue  ou  que  o  ourinao 
&  a  os  Pthiíícos ,  hum  copo  deita  agoa  refifla  a 
tebre  terçaon  bebida  antes  do  acceífo  ,  8c  quatro 
copos  reíiíta  a  febre  4.  bebendo  quatro  ond¬ 
eas  40.  dias  arreyo,  cura  a  bydropifia,  a  toíTc 
fecca  y  aEpileptia 


3ii  Historia  das  Plantas, 


G.  Bauli.  Holojlluw  JlricliJfimo  folio  ma  us. 


CORONOPUS 


Serpentina. 

ALiith.GeG’.  Lugd, 


Franç.  Pled  de 
Corneille., 


êc  feca. 


DESCRI  P.  A  coronopus  rafteira  brava 
tem  íuas  íoihas  efpeças  íimnlhantes  a  o  pequeno 
cmfayaon  dos  montes  com  quantidade  de  aíteas 
de  altura  de  palmo,  íuafemente  he  meuda,  in- 
cuía  em  eípigas  como  as  da  Tanchage,  Sua* 
rais  he  comprida  &  dura  como  pao. 

LUGAR.  Naceem  vales  Sc  rochedos  ,  a  a* 
longo  do  mar  em  Marfelha  >  fiovece  em  Mayo  8C- 
Junho. 

VI  RTUD.  Sua  rais  he  aromatica  tomada 
€m  po  cm  vinho  cu  em  agoa  idónea  ,  he  boa 
coneta  mordeduras  das  víboras  &  de  outros  ani* 
maes  yencnolos, 


Lr/.  V.  Oiv.  V.  da  Erva  EJlreU,  }ij 
G.  Bauh.  Coronopus  hortenfi*. 

CORONOPUS 

Herba  ftclla. 

Aíatthioli . 

& 

Fufch,  Ang. 

Tur.  Lac*  Tab. 

Port. 

Fr*  Corne  de  Cerf. 

Irai.  Herba  (lella. 

AH.  Kracnfufs. 

'  QJU  A  L.  Fria 
&  feca. 

D  E  S  C  R  I  P.  Ha  duas  efpccies  ,  o  cultivado 
e  o  campeflre.  O  cultivado  tem  as  folhas  com¬ 
pridas  ,  angulofas  f  côm  muytas  pontas  ,  hum 
pouco  amarelas,  emeoftadas  na  terra.  A  aítea  , 
a  e'piga  ,  a  flor  &  a  (emente  faon  íimilhantes  a 
Tanchage.  Tem  fo  huma  rais  com  muytos  fila¬ 
mentos  ,  o  gofto  das  folhas  he  quafi  como  da 
Tanchage. 

j 

LUGAR,  Semeafc  nas  hortas. 

V  l  R  T  U  D;  A  rais  he  dcíicativa  adftrin- 
gente  ,  a  herva  he  fria  &  feca  Comefe  em  fa<* 
lada&  tem  as  mefmas  propriedades  que  a  Tan¬ 
chage.  A  rais  comida  cm  caldos  ou  de  outra 
igoaiia  eílomacal.  Conforta  os  reins  5c  miticra 
o  calor  exeíTivo; 


O  yj  | 


314  Historia  das  Plantas, 

G.  Bauh.  Pfj-Uium  rna}ns  erethm. 

PSYLLIUM  I. 

Matthioli. 

Trag.  Fuf.  Tur. 

Pulicaris  hcrba 

Port. 

Elp.  Zxr gatona. 

Franç.  Habe  aux 
pnce.'. 

All.  Pfellinkfaut. 

ou  Flohkjant, 

QXJ  A  L  I  D.  fria 
a  o  s.  grao. 

DESCRIP.  Saas  folhas  faoo  lanuginofas 
compridas,  brancas  &.  íimi.hantes  as  de  coiono- 
pus  ,  pofto  que  naon  tem  pontas.  Tem  nuiytas- 
adeas  de  hum  palmo  ,  redondas  ,  meudas ,  car¬ 
regadas  de  folhas  que  tem  a  ponta  carregada  pa- 
ta  baixo.  Nace  lhe  emeima  vários  botoens  com 
efeamas  como  os  da  efeabiofa  ,  atados  em  cau¬ 
das  compridas,  donde  fahem  flores  meudas, 
brancas,  como  as  da  tanchagem  eilieita,  a  cr 

mente  he  negra  luçida  fimiihante  a  humapulgav 
LUGAR.  Hace  no  campo  &  nos  lugares 

incultos  ,  florece  em  Julho. 

VlkTUD.  Os  boticários  uíaon  de  elta  ie- 
mente  na  compoficaon  das  mucilagems  ,  que 

fafem  para  resfriar  as  emflamaçoens  ,  para  pa¬ 
rar  as  fluxoens  ,  os  catharros ,  para  mitigar  a 
afpercfa  da  Tracharteria  &  da  garganta  ,  pai<t 
vunpcrai  as  fcbiw  ardentes  &  laxar »  v«wr« 


IiY.  V.  Dit.  V.  da  Zar*atoa  i .  efj>.  3  1  > 


G.  Bauh.  Pfyllhim  wajus  fu*?'* 


DESCRI  P.  A  lep  unda  uCi\a  z-a;  -  atoa  ,• 

f’  .  a  r 

he  muyto  mais  carregada  de  ramos  &  rolhas, 
que  faon  mais  compridas  &  eftreitas,mais  duras, 
lanuginofas ,  brancas  &  entortiihadas  humas 


em  mayor  numero,  a  femente  he  limilhante  a 
da  primeira.  Suas  rais  faon  muyto  barbudas. 

LUGAR.  Crece  as  mais  veles  nos  lugares 
marítimos  ,  florece  em  Julho  &  Agofto. 

V  I  R  T  U  D.  A  melhor  femente  ZargatoA 
he  a  mais  madura  que  pondo  a  em  agoa  logo 
vay  ao  fundo.  Poefe  efta  femente  em  agoa  dc 
chafaris ,  mechendo  a  muytas  vcfes  com  hunv 
pao  ,  ate  que  amolece  &  a  o  depois  coaíe  &  bc- 
befe  a  coadura  com  afeite  ou  com  xarope  viola* 
do  ;  o  que  laxa  admiravelmente  o  ventre.  Naõ 
fe  deve  pifar  eíla  femente  nem  a  dar  a  os  doem- 
tes  a  beber  porque  o  teu  miolo  fas  chagas  a  o 
efíouiago  &  imeftinosv 


$i 6  Historia  das  Plantas, 


DIVISAM  SEXTA.. 

Da  Pyrola  ,  Biflorta  ,  PJ.monlay.  bervas  daf 
Alagoas,  Golfaons,  Se-pentarla  ,  D  faro  x 
Tujfilago  &  outras  ji.nilhantcs. 

G.  Bauh.  Pyrola  rotundi  folio  maor. 

PYROLA 

Afattbioli. 

Br  uri f,  Ang.  Do  d, 

Ad.  Lob. 

Fort. 

Franç.  Irai.  Efp. 

Pyrola. 

N 

All.  Vvintergruen. 

QUAL.  feca  ao 
3 .  fria  a  o  i.  grao. 

DESCRIP.  A  aftea  he  alta  de  hum  palmo, 
redonda  &  delgada  ,  tem  as  folhas  como  a  pi¬ 
teira,  tem  as  flores  por  igoaes  intervalos  ,  a  mo¬ 
do  de  cftrelas  ,  tendo  no  meyo  filamentos  como 

a  rofa.  .  „ 

LUGAR.  Nafce  em  lugares  íombnos ,  no- 

rccc  em  Julho  &  Agoífo.  . 

V  I  R  T  U  1).  Tem  a  propriedade  deobltruir, 

&  fecar  ,  por  ilío  delia  ufafe  nas  fendas  recen¬ 
tes.  O  coíi mento  feito  em  vinho  &  bebido  he 
admiravel  nas  feridas  das  quedas  &  das  que 
cíUon  dentro  no  corpo. 


Lrv.  V.  Div.  VI.  da  B:fiorta.  3 1 7 

G.  Batili.  Blflorta  major  r adice  mituts  intorta , 

BISTORTA 

major. 

Matth.  Dod.Caf. 

Caji.  L’igd. 

Port.  Blfforta,  todo.t 
Bijiarta. 


All.  Natervnnz. . 


Q_U  AL.  Fria  & 

kca  a.  o  3.  grao. 

\ 

\ 

I 

\  '  ‘ 
k.  * 

ÜE  S  C  R  I  p.  'Tem  as  folhas  como  a  La~ 
baça,unidas,aveiini]hadas  por  cima  &  a  íuis  por 
b^yxo  ,  nacendo  lahon  vermelhas  &  agudas  Sc 
crecendo  ie  faiem  fimilhantes  as  do  Lapathum.  A. 
rais  he  groíTa,  cncortilhada  como  huma  cobra. 
Sua  aftea  he  rodonda ,  meuda  ,  alta  de  dois  pal¬ 
mos.  Sua  flor  em  forma  de  efpiga  he  aveimilha- 
da.  Sua  femente  íimilhante  a  das  azedas.  Arais 
he  como  a  das  canas,  mais  renra  ,  cheyade  A*, 
mo  ,  rendo  a  cafca  denegrida&  por  dentro  ver¬ 
melha  de  gofto  adftringente. 

LU  G  AR.  Nace  em  montes  frios ,  fiorcce 
cm  Mayo&  Junho. 

V  I  R  T  U  D.  He  adftringente  conforta  co¬ 
mo  a  Afeda,  he  boa  contra  a  peíle  <Sc  veneno. 
Mc  contia  os  vomitos  &  curiós  do  ventre  ^  con* 
ua.os  moYitos  êc-hemonagias^ 


;tí«‘r?'-...-fV5  r  '/r-V-í-*Á.\.'-' :  ,;i-  : 

,'^-::k ■ 


v  '  -  '  irt'-'*  *• 


Historia  das  Plantas, 
G.  Bauh,  Lmomarn  Adiritimum  maus 


LIMONIUM 

OH 

Beta  Sylveftris. 

M.itth.  Lac. 

Á  pot li .  Bem  rnb'  um 

Caft.  Lob.Cif.Lngd. 

4 

Fort.  Limonia . 

Fr.  Ical.  Limonio. 


Aíl.  Vviey feen 

Afiínçplt' 

QU A  L.  fec.  a  o 
2..  grao. 


DESCRI  P.  A  Limonia  tem  as  folhas  íimil- 
hanres  as  das  aceigas ,  mais  efheitas  &  com¬ 
pridas  ,  commumcnte  laon  a  o  numero  de  desr. 
Suas  aíteas  faon  meudas  ,  direitas  ,  fimilhantes 
as  das  Alucenas  ,  a  femente  he  vermelha  ,  de 
gofto  adffcrmgente.  Sua  rais  grorta&  vermelha. 
Suas  flores  brancas  &:  pequenas. 

LU  GAR.  Nacc  em  lugares  alagadilíos  & 
em  prados, fiorece  em  Julho. 

V  I  R  T  U  D.  As  folhas  &  a  fe mente  faon  de- 
ficcarivas  3c  tem  virtude  de  confolidar.  A  femen* 
te  coíida  em  vinho,  ou  pifada  bebida,  ferve 
concra  o  fluxo  do  íangue,para  parar  os  menftruos 
&  a  os  que  cícarraon  fangue,  aplicada  em  forma¬ 
do  eataplafma  he  contra  as  enfiamaeoenv 


*  ’» 


Lit.  V.  Div.  Ví.  da  Limonia. 


1*9 

G.  Bauh.  Llmonium  alteram » 

LIMONIUM  IL 

Aíatth.  Liij^d.  Tab. 

Apoth.  Bem  rttbrum 

Fort.  Bem  ver¬ 
melho. 


Q^U  A  L  I  D. 
íec,  ao  3.grao. 

DESCRI  P.  A  fegunda  eípccie  tem  as  foi- 
lias  íímilhantes  a  primeira  ,  o  pe  he  mais  com¬ 
prido  &  mais  largo  >  naon  tem  mais  que  huma 
aftea  fem  ramos  emeima  tem  as  flores  dií portas 
cm  afas  de  huma  banda  &  de  outra,  naon  teiu 
mais  que  huma  rais. 

LUGAR.  Nace  em  lugares  humedos  &  noç 
prados  ,  &  floiecc  em  Julho. 

VIRTUD,  He  adftringentc. 


..  >  ■  _A  .  »<j  -  ‘‘,4  '  i 


350  Historia  das  Plantas, 

G.  Pauh.  Potatncgeton  rotundi  folium. 

POTAMOGE- 
TUM 
MatthioV. 

Tiéio.  Fiifcb.  A ng • 

Lie.  Lon.  Cccf. 

CaJI.Lngd.Tab. 

Port.  Eq. 

Franç.  Epy  a *edu.  j 

leal.  Potawcgeto. 

All.  ZemkgdHf. 

QUAL.  Frio. 

D  ES  CR  I  P.  Tem  as  folhas  íimilhantes  a 
Acelga.  Saon  aveludadas  Sc  nadaon  fobre  agoa 
como  as  golfaons. 

LUGAR.  Nace  Sc  nada  em  lugares  aquáti¬ 
cos  ,  fobre  as  agoas ,  donde  tomou  feu  nome 
id  cft ,  veftnho  de  rios,  florecc  em  Mayo. 

V  I  R  T  U  D.  Hc  adítringenre  ,  refrigerati- 
vo  ,  condenfante,  he  bom  nas  coceiras  ,  as  cha¬ 
gas  corroíivas  ,  8c  a  toda  caíla  de  enftamaçoens 
&r  nas  Er ili pelas.  As  folhas  fritas  em  afeite  8c 

vinagre  Sc  depois  metidas  com  leite  cm  forma 

de  càraplafma  aplicadas  mitigaon  as  dores  & 
emflamaçocns  da  gotta. 


1.1  v.  V.  D  i  v.  V I.  do  Lírio  das  Alagots.  331 
G,  Bauh.  Nyrnphea  alba  rntnor . 


NYMPHiA 

parva. 
Aíatthioli „ 
Aporh.  Nenuphór. 
Fort.  Golfaons 
menores . 

franç.  d3etang. 
Ital.  Nirnphea . 
Efp.  Efcudetes 
dei  nps . 

Alt.  Secblumen . 

QUAL.  fria  & 
feca  a  rais. 


DES  C  RIP.  Efta  efpecie  de  Golfaons  pe¬ 
quenas  tem  as  folhas  íimilhantes  a  primeira, 
inayores  do  que  as  da  cove  marina.  Sua  flor  he 
branca  &  produs  botoens  pequenos  como  alca¬ 
parras, dentro  dos  quaes  tem  femente  limilhante 
a  das  dormideiras. 

LU  G  AR,  Nace  em  Boêmia  em  Alagoas. 

V  I  R  T  U  D.  As  Nympl.aas  ou  Golfaons 
fua  flor  &  fu  a  rais  faon  humeélantes  ,  reffiiçe- 
jantes  ,  hum  pouco  naicoticas  5  com  fuas  partes 
vifeofas  núti.Taon  o  demaíiado  movimento  dos 
humores  ;  adocaon  as  acrimonias  da  ourina  , 
adoçaon  o  ianque  ,  nas  febres  ardentes  ,  no  ca- 
tharros  ,  bebido  o  feu  coíiineiiro  quente  ,  ferver 
exteriormente  nas  inflamacoens  6c  para  ado*- 
|ar  o  cútis. 


..  J1  W 


mmsu&tea#  aem 


. 

S*>.  •  /# 


■■■ 1 


351  Historia  das  Plantas, 


G.  Bauli.  Tributas  Acjuaticus. 


TR1BULUS 

Aqaatictis. 

M.uthioli. 

"Trag,  Dod.  Ang. 

L  ’.c.  Gejrr.  Lon. 

Ad.  Lob.  Cif. 

Caji,  Lngd. 

Port. 

Franç.  Saligot  ou 
CoAt.rigne  cC eau. 
All.  Vvaj fernutz.. 

QJJ  A  L.  frio  & 

íccco. 


f 


D  E  S  C  R  I  P.  As  folhas  faon  grolTas  ,  re¬ 
dondas  ,  nervofas  ,  dentiladas  ao  redor,  mar¬ 
chetadas  por  fora  com  caudas  muyto  compridas, 
fua  aftea  he  vermelha  ,  carnuda ,  mais  groíTa 
emeima  do  que  em  bayxo  ,  fua  rais  he  baftante 
comprida  com  gadelhas  como  cabelos,  a  fruta 
he  negra,  de  groíTura  de  huma  caftanha  ,  tem 
tres  pontas  donde  tomou  o  nome  de  tribulus  , 
por  dentro  he  branco,  de  gofto  de  caftanha  poE 
iilb  achamaon  caftanha  d’agoa. 

LUGAR.  Nace  no  mar  ,  nos  rios ,  nas 
alagoas. 

VIRTUD.  A  fruta  verde  comida  he  boa 
contra  a  pedra.  Serve  de  pam  a  os  pobres  em 
tempo  de  carcftia  A  herba  aplicada  cm  forma 
dcemplaftro  rcíolve  os  inchafTos  &  mitiga  as 
dores.  Cofidaem  vinho  &  mel  cura  as  chagas  , 
da  boca  &  garganta,  feu  fumo  entra  nos  medir 
camcntos  paia  os  olhos. 


Ltv.  V.  Div.  VI.  da  Sagita.  3  3 j 
G.  Bauh,  S  agí  ta  aquatica  major. 

S  AGITA 

major 
Aíatthioli 
&  - 

Dod.  Cajf.  Tab. 

Porr.  Sagita. 

Franc.  Sagette 
Aíajle. 

Ital.  Santa. 

QJJ  A  L.  fec.  a 

0  3 .  grao. 

DES  CRI  P.  A  grande  fagita  he  em  tudo 
funühante  a  precedente  ,  fomente  he  em  rodo 
he  mais  grande  <Sc  fuas  folhas  naon  faoa  agudas, 
ie  humaeípecie  de  ranunculo  aquatico,  fuas  fol¬ 
ias  eíla  o  n  fobre  agoa  &  fe  parecem  com  as  do 
ano  >  fua  rais  he  eroífa  como  o  dedo  ,  fun^o- 

•  O'  t  /m 

a  ,  cava  por  dentro  ,  viícolb  >  de  gofto  doce  Sc 
icre.  As  aíleas  produfem  cmcima  flores  viítofas 
rompoftas  de  tres  folhas  brancas  ao  depois 
icaon  humas  frutas  de  cor  verde  6c  ao  depois 
Lverinilhadas  que  contem  huma  femente  com¬ 
prida  «tomo  unhas  de  paííerinhos. 

LU  GA  R.  Cvcce  cm  lugares  aquaticos. 

V  I  R  T  U  D.  He  refrigerante,  adílringente  , 
ondenlantc ,  iiume&ame. 


I 


i  1  m  ká 

t.  ’  |i«  J» 


|/%VÍ  ri , 

V 

mi 

^•E  \  *  )  < 


-<d»  •••••'■  -* ■’  -  HkSêUSmUtiUSXf  jStibfcM 


534  Histsm*  b  as  Plantas, 


G.  Bauh.  Sagitta  aquatica  rnlnor  latifolíd 

SAGITTA  afttQ, 


rmnor. 

Afatthioli. 

Dod.  Ad.  Lob. 
L'tg.  C.ijl.  Tab. 


Fort.  Sagitta. 


Fianç.  S-.igeue 
f eme  lie. 


QUAL.  feca  a  o 


.  grao. 


D  E  S  C  R I  P.  A  folha  da  Sagitra  menor  hc 
íimilhante  a  huma  feita  de  tres  quinas  a  cauda 
he  triangular ,  côncava  de  comprimento  de  hum 
palmo  &  mais  ou  conforme  o  fundo  da  agoa  em 
que  eíta.  Sua  altea  he  direita  ,  lifa  ,  redonda  , 
côncava,  ramofa  para  cima  com  flores  brancas 
cada  huma  de  tres  folhas :  das  quaes  ficaon  hu- 
nias  cabecinhas  purpurinas  com  lemente  meuda 
dentro  fuas  raifes  fc  parecem  com  as  da  Tan- 
chagem. 

LU  GAR.  Nace  como  as  precedentes  em 
agoas  dormentes ,  tenj  as  virtudes  da  grande. 


^ s 


Liv.  V.  Div.  VI .  da  Serpentina.  $3  5 
G.  Bauh.  Dracunculus  bijforta  folio. 

DRACUNCULUS 
*  major 


five 

Serpentina 

Aíatibioli. 


Dod.  Cajl.  GaL 
Porr.  Strveminti. 
Franc.  Ta>  oon  fer - 

3  o  J 


Ital.  Dragou  ceio. 
Efp.  Tarragontitf. 
All.  JVatervvnrtz. 


Qualid.  quente  & 


fec.  a  o  3 .  grao. 

DESCRI  P.  A  aftea  he  alta  de  dous  palmos, 
groíTa  ,  marchetada  de  cores  como  huma  fer- 
pente  poíto  que  a  mais  parte  dos  íinaes  fejaon 
vermelhos ,  as  folhas  eítaon  metidas  hum  as 
pellas  outras,  fua  fruta  forma  hum  caixo,  verde 
110  principio  &  vermelho  amarelo  no  fim.  Sua 
rais  he  groíTa ,  redonda,  torta  ,  &  couberta  de 
pelle  ou  caí  ca  delgada. 

L  U  G  A  R.Nace  cm  partes  fumbrias  ,  florecc 
em  Julho  o  fruto  he  maduro  em  Agofto. 

V  I  R  T  U  D.  He  amargofa  ,  mordicantc  & 
quente,  hum  pouco  adftringente.  Tem  as  pro¬ 
priedades  do  Jano ,  o  cheiro  da  erva  ou  das 
xailes  ias  mover  as  mulheres  ;  a  infufaon  em 
contra  veneno;  purga  as  entranhas 
fubtilifando  os  humores  groííos ;  &  dando  lhe 
falnda  pofto  quenaon  he  laxante,  he  cordeal , 
eftomacal ,  inciíiva  ,  deteríiva  ,  aperitiva  ,  fu- 
dorifica  >  piQvoca  a  ouriua  ôc  os  menftruos. 


Historia  das  Plantas, 

G.  Bauli.  Drítcuncnhis  Polyphyllus* 

DRACUNCU- 
LUS 

minor. 

AÍMtWioli 

CaJÍ.  ôc  T*b, 


Qjalid.  quente  Sc 
ícea  a  o  3 .  gr  ao. 


DESCRIP.  Tem  as  folhas  como  a  hera 
raayores  Sc  marchetadas  de  branco.  Sua  aílea  hc 
cUreua,dc  mais  de  dois  palmos  de  altuia,  de  va¬ 
lias  cores,  com  nmyras  nodas  veimelnas .  hc  da 
groflura  do  dedo  pulgar  ou  mais  groíía  de  for*te 
que  parece  huma  cobra  ,  a  fruta  he  a  modo  dc 
caixos  a  femente  hc  verde  por  fora  Sc  por  dentio 
negra  ou  vermelha  de  feitio  de  ponta  ,  de  go  o 
cauftico.  Arais  he  bulbofc,  couberta  de  huma 

cafca  delgada.  a 

LUGAR.  Nafcc  em  lugares  fumbnos,  no* 

rece  em  Julho.  - 

VIRTUD.  Do  precedente.  A  (emente  be- 

bidacm  hyd.omel  fas  mover.  A  vais  bebida  em 

vinho  piovoca  os  menftruos  a  luxuria.  Piladas 

com  mel  &  a  vais  de  Noifci  alimpa  cicatri  a  as 


chagas  malignas. 


G.  Bauh. 


^ ;  ' 


Liv.V .  Div.  VI.  do  Ari  fortim»  3  37 

G.  Bauh.  Ar  Hm  venis  albls. 


ARISARUM. 
Aí&tth.  Dod.  Gd. 

Ad.  Caft. 

Port.  Arifaro. 

Franç.  Arifarum. 

All.  Aittncb , 
Hodon. 

QU  A  L.  quente 
&  fec.  a  o  3 .  grao. 


D  E  S  C  R  I  P.  O  Arifaro  verdadeiro  lie  huma 
pequena  erva  que  tem  a  rais  como  huma  afei- 

tona  ,  muyto  mais  acre  &  mais  forte  do  que  a 

ao  Jarro  ,  tem  as  folhas  do  Jarro  ,  alguma 

coiifa  mais  pequenas.  Sua  aftea  hc  mcuda 

ao  cabo  tem  hua  femente  coberta  de  huma  ban- 

ia  donde  íahe  huma  pequena  lingoa  de  cor 
panda. 

LUGAR.  Nafcepellos  caminhos  em  aííu- 
iaga<:  &  o  a  eras  parces,  florece  em  Novembro  & 
Decembro. 

■ada  cu«TasUíP'  HcmT°  moidicantc  ,  apli- 

.ada  cuia  as  chagas  corroíivas :  fas  fe  collyíios 
clientes  para  os  olhos.  Aplicada  Cobre  as  par! 

es  gemeaes  de  qualque  animal  lhe  as  cor- 
umpe.  CUL 


Tome  L 


3?S  Historia  das  Plantas, 


G.  Bauh.  Antm  maculatum  maculis  can- 

didis  y  vel  nitris. 


ARU  M 

.  JUfatthioli 

Sc 

Lugd.  EyJ h 
Apoth.  Anm  Sc 
Jarrurn. 

Franç.  dc  chien 
ou  plcd  dc  vetiM. 
Port.  Efp.  Ital. 

jatroy  Taro , 

Gíayo. 

A 11.  AronkrdUt . 

QU  AL.  quente  & 

feco  a  o  3  •  giaü* 


DESCRI  P-  O  Jarro  tem  as  folhas  como 
a  bera  mayores  das  da  ferpcntina  cobertas  dc 
nodas  brancas, forma  no  cabo  de  lua  aftea  huma 
piramida  que  parece  huma  maon  dc  a.morans 
ou  em  forma  de  maceroca  de  milho,  tem  o  gofto 
dc  vinho.  Sua  tais  he  branca,  bulbolacom  rnuy- 

tos  filamentos.  _  .  .  • 

LUGAR.  Nace  cm  lugares  íuinbnos  em 

^VIRT  U  D.  Alimpa,  rcfolve  ,  fubtilifa,  he 
aigeftivo,  incifivo , 

menos  acnmoma  con.o  me  as  lauc 
ctece.  Sua  rars  ferve  pamcularmente  a  os  goto 
fos,  he  purgativa  a  o  pelo  de  huma  oitava,  he 
contra  a  hydropríra  &  ua  aílluna. 


Liv.  V.  Div.  VI.  dope  de  vitela.  \19 


G.  Bauh.  Aron  maxlmum  <t/£gyptiacum 
quod  vulgo  colcofiu. 

A  R  U  M 

Aigyptiacum. 

Ad.itth,  Lob.  Dod. 

Gefn.  CijJI.  Lugd. 

Pott.  Juro 

itgiptiaco. 

Fr.  Pied  de  vem 
d‘  Eçipte. 

All.  Klein  Nater 

VVHYtZL. 


QUAL.  quente 
6c  fec.  a  o  3.  grao. 


DESCRI  P.  O  Jarro  Egiptiaco  he  dijEc- 
rente  do  da  Europa  por  que  he  mayor  6c  tem  as 
folhas  niayores,  algums  o  tomaon  pella  colcoíia 
Dod.  6c  Afatth.  dizem  que  tem  o  mefmo  goíto 
que  o  Jarro  >  6c  que  fas  a  fomente  da  meíma 
forte. 

LU  G  A  R.  Crefce  no  Egipto. 

VÍRTUD.  Colida  com  mel  he  boa  a  os  afth- 

maticos  ,  com  o  olio  de  amêndoas  para  toife  , 

6c  alimpa  o  peito  ,  o  meíme  fucede  ,  fe  a  co- 

fem  fua  rais  com  leite  de  vaca  ,  aplicafe  nos 

olhos  lacrimentofos  rameloíos ,  as  enflama- 

coens  da  garganta  ,  6c  as  almorreimas  tiune- 
raâas. 


3  4©  Historia  das  Plantas, 


G.  Bauh.  Ar  ij. ar  um  anguflifolium 
Dlofcoridis  forte. 


AR1SARUM 

falfum 
Aídttbioli 
Dod.  Gd.  Lugd, 

Fort.  Arlfarum 
bítfardo. 


Qualid.  tjliente 
&  feca. 


DESCRIP.  O  Arifaro  falfo  tem  as  folhas 
compridas  &  eflreitas  &  todas  vem  da  vais.  A 
rais  he  bulbofa  com  rauytos  filamentos. 

LUGAR.  Naíce  com  abondancia  a  o  redor 

de  Roma. 

V  I  R  T  U  D.  A  rais  be  «piente  ,  incifiya  , 
abfterfi  va  ,  aperitiva  ,  digeftiva  >  vulneraria. 


«I 


34i 


Liy.  V.  Div.  VI.  do  Afaro. 

G.  Bauh.  Afarttm. 

NARDUS 

fylveftris. 

Aí.itihioli 

Trag.  Ftifch.  Dod. 

Perpenfa  vulgago 
Lac.  Cord.  Tur, 

Caft.  Gefn.  Caf. 

Lugd% 

Port.  A  faro. 

Franç.  Cabaret. 

Efp.  Baccara. 

Ital.  A  faro. 

AH.  Afelvvurtz.. 

•r 

QUAL.  quente  & 
fec.  a  o  3  .  grao. 

DESCRIP.O  Afaro  he  huma  herva  aroruatica 
que  tem  as  folhas  como  a  era,  mais  pequenas  & 
mais  redondas,  as  caudas  faon  compridas  ,  luci¬ 
las  ,  piodus  as  flores  ao  pe  das  folhas  >  peito 
das  railes,quaíi  vermelhas  &  cheirofas  ,  parece- 
cendo  fe  muyto  com  as  de  mimendro,  em  a  qual 
tem  femente  íimilhante  a  os  granitos  das  uvas. 

LUGAR.  Crecc  em  montes  &  lugares  fom* 
brios ,  luas  raifes  eftaon  a  flor  de  terra  com 
muytos  filamentos  &  he  aromatica. 

VIRTUD.  Purga  brandamente  por  cima 
8c  por  bayxo  os  humores  forofos  &  coléricos :  he 
aperitiva  ,  tira  as  obftrucçocns  ,  a  doíis  hc 
3  i.  athe  3  U •  em  infufaon  de  meyo  efcropulo 
athe  huma  oitava  em  po.  Os  alveitares  daon 
huma  athe  duas  otiças  a  os  cavalos  para  os  cu¬ 
rar  do  morbu  ou  farcin  en  francês  ou  Plcuiis 
daonlhe  mefturado  com  a  cevada. 

P  iij 


■  •••/.  ,  '-'■' "  />  '  ’  '  :  ,y  v  ' 

• 

,  -  -  ^ . 

-  II  I  ---^ 


341  Hutoma  sas  Punta 


G.  Bauli.  Afnrinn  follls  Afnri. 

AS  AR  IN A  . 

Aif~itth.CnjJ.Lugd 
Tnb.  OJJic.  Gerrn. 


Port.  Efp.  Ital. 

A  [nr  iria. 


Franç.  Afarine. 


QU  A  L,  ícc.  a  o 


si  ao 


D  E  <5  C  R I  P.  A  Afarina  he  rafteira  no  chaõ 
tem  as  folhas  alperas  mais  do  que  o  Aíaio  & 
f.ion  hnm  ponm  dennladas»  fuas  aíteas  faon  la- 
nuginofas  ou  veludadas ,  as  flores  amarellas 
como  as  da  macela  mais  pequenas  &  cheirofas. 
Suas  raifes  faon  delgadas  compridas  &  a  floi  da 
terra  ,  tem  gofto  picante  com  algum  amaruge. 

LUGAR.  Nafce  nos  montes  em  Boêmia 
florecc  em  Junho  fe  deve  fecar  na  (ombra. 

VIRTUD.  He  abfterfiva  ,  mas  extraor¬ 
dinariamente  deficativa ,  incihva  Sc  apeuciva 
os  pos  de  toda  a  planta  bebida  com  o  hydiomel 
he  boa  para  purgar  a  phlegmacraffa,  Sc  concia 
a  hydropifia  ,  altericia,  o  Galico  >  Epilcptia  Sc 
4  Gotta,  he  efficas  para  provocar  a  ourina. 


■  Vi.1' 


Lív.  V.  Div.  VI.  do  Tufftlago. 

G  Bauh.  Tíiffilago  vulçarh. 

TUSSILAGO 

Bechion. 

Malth.  Ang .  Fnfch . 

Tur. 

Apoth.  1 Farfara  ou 
ungida  cavatina. 

Port.  Tijfillago  ou 
unha  dc  cavalo. 

Franç.  Pas  d3ane  ou 
de  cheval. 

Unia  de  afino. 

All.  fírandlattlch . 

qUALID. 

quente  &  leca. 

DE  S  C  RI  P.  A  pequena  tem  as  fouias  mi* 
yores  do  que  a  hera  ,  faon  brancas  por  bayxo, 
verdes  por  cima  com  recantos  ao  redor.  Sua 
aftea  he  de  altura  de  hum  palmo.  Produs  a  flor 
antes  que  apareçaon  as  folhas  que  em  breve 
tempo  deívanecem  ,  como  taonbem  fua  aftea  : 
fua  rais  he  meuda  comprida.  Achale  na  íua  rais 
no  principio  do  inverno  huma  certa  lam  negra 
que  rafpada  &  metida  em  huma  bonecra  de  pano 
de  linho  &  a  o  depois  colida  em  lexivia  he  a  mel¬ 
hor  hifca  que  fe  tem  achado. 

LUGAR.  Nafce  em  lugares  aquaticos  :  fa$ 
fua  aftea  fem  folhas  em  Março  8c  Avril  ,  fobre  à 
qual  fe  formaon  flores  amarelas :  depois  (aliem 
as  íolhas  8c  juntamente  a  aftea  &  flores  perecem. 

V  I  R  T  U  D.  He  boa  na  tofle  Sc  a  os  Aftli- 
maticos  8c  Pthiílcos  mefturando  o  po  das  folhas 
fobre  a  comida  ou  alimentos  :  aagoa  deftillada 
defta  planta  he  boa  contra  todas  as  cm  flama- 
çoens  do  fígado  8c  do  boife  8c  do  eftomago  :  hc 
boa  as  chagas  8c  a  eryíipela.  P  ínj 


Ari 


i<:  ’ 


V*  -rmj-x  r,  ■ 


344  Historia  das  Planta»; 


G,  Bauru  Petajites  major  &  vulgaris* 


tussilago 


major. 
Maith.  Caft. 


Tujfilage. 

AH.  Pcftvvhrtz. 


QUAL.  fecça 
a  o  i.  grao. 


D  E  S  C  R  I P.  Produs  a  aftea  antes  de  nace- 
rcm  as  foihas  >  comprida  de  hum  palmo,  cava  > 
nutrida  ,  vermelha  ,  &  em  cima  tem  liuma  efpi^ 
■ga  de  flores  brancas  íobre  vermelho  que  acabaon 
com  a  aftea  aparecendo  as  folhas,  as  quaes  faoíi 
•brancas  por  bayxo  &  verdes  por  cima  muyto 
majores  do  que  as  da  menor.  A  rais  he  comprida 
&  as,  veies  mayor  do  que  o  braço  ,  branca  por 
dentro  &  amargoía. 

LUGAR.  Nace  nas  bordas  dagoa  ,  nos 
vales:  as  flores  fahem  em  Março  &  acabaon 
em  Abril. 

VIR  T  U  D.  Sua  rais  tomada  em  vinho  a  o 
fefo  de  duas  oitavas  &  cobrir  bem  o  doente  de 
lorte  que  fue  he  remedio  efperimentado  contra 
a  peite  &  febres  pcftilenciaes  :  O?  Alemaons 
chamaon  efta  rais ,  a  rais  da  pefte>  a  mefma 
bebida  ferve  contra  a  fuffocaçaon  da  madre* 


Liv.  V.  D  i  r.  VI.  da  Pctgctmctça.  3  4  S 


G.  Bauh.  Lapa  mtijir. 


PERSONATA 

major. 


five  Perfonaria 
Aíítth.Cafi . 


Fra nç.  Gloiiteron 
ou  Glateron . 


AU.  K letten. 

QUAL.  Tem  vir¬ 


tude  de  deíTecar. 


DESCRI  P.  A  grande  cem  as  folhas  ma)  o- 
res  do  que  as  das  abobras  Sc  mais  cabeludas 
mais  negras  &  mais  groílas  *  verdes  por  cima  , 
brancas  por  baixo.  Sua  aftea  he  albadia  Sc  as 
vcfes  vermelha  ;  Sc  as  vefcs  naõ  tem.  Suas  frutas 
faon  como  botoens  groíTo  cabeludos  que  fe  pe- 
gaon  a  os  vertidos  com  flores  vermelhas.  Sua  fe- 
mente  he  negra  Sc  comprida. 

LUGAR.  Nace  nos  foflos  &  lugares  huiíie- 
dos  florece  em  Julho  &  Agolto. 

V  I  R  T  U  D.  He  digeftiva  ,  deíicativa  ,  re- 
folutiva  ,  aperta  mediocremente.  Sua  rais  bebi¬ 
da  ao  pefo  de  huma  oitava  com  Pinholado  he 
boa  a  os  que  efcaraon  fangue  &  pus  >  o  fumo 
das  folhas  bebido  com  mel  fas  ourinar  &  adoça- 
as  dores  da  veíliga.  A  femente  bebida  em  viiv- 
ho  a  o  pefo  dc  huma  oitava  40.  dias,  cura  a 
fciatiga  Sc  dores  de  ilharga.  He  fudorifica  .  dc- 
teríiva  peòloral  ,  diurética,  adftringente  ,  cou- 
tra  a  pedra ,  a  ailhma ,  a  lepra  &  (ame  callica. 


34^  H  i  s  t  o  Ri  a  das  Plantas; 


% 

G.  Baun.  Lapa  major  montaria  capi* 

tnlis  tomentofis. 


PERSONATA 

fett 

Lapa  major 
altera. 

Matth.  Lttgd, 


D  E  S  C  R  I  P.  Eiha  íegunda  efpecie  naõ  tem 
differença  da  primeita  mais  que  em  lerem  as 
folhas  mais  pcquenfPS  junramente  as  cabeças 
menos  picantes  'I  em  as  melinas  propriedades. 


HISTORIA 


DAS  PLANTAS. 


LIVRO  SEXTO. 

Das  violas  ,  Alecrin  ,  Thomilho  (Á  outros 

que  tem  cheiro  forte. 

Div.L  Das  violas ,  dajacca  ,  Ltucdram  & c 

G.  Bauh.  Viola  martia  purpúrea  for  e 

firnplici  odore. 

VIOLA 

purpurea. 

Aíatth.  Fufch.  Lac. 

Cif.  Caft.  Lugd. 

Port.  Flor  &  herva 
de  violas. 

Franç.  Violette  de 
Mars. 

Efp.  Violetas  t 
All.  AFer.tz.en 
Violen. 

\«í  t 

QUAL.  fria  a  o  i . 
hum.  rio  a ,  grao. 

D  E  S  C  RI  P,  As  Violas  tem  as  folhas  mais 
metidas,  mais  delgadas  &í  menos  olcmas  do 
que  as  da  Era,fua  aftea  he  muyto  pequena. As  flo- 
íes  faoa  purpurinas  ,  de  bon  cheiro  :  he  muyto  * 


t 


3 4^  Historia  das  Plantas 

ulicada  em  rafaon  da  cor  &  cheiro  fuave; 

LUGAR.  Nace  em  partes  fombrios  por 

alinhagas,  em  hortas  &  jardins  &  a  o  loimo  dos 
muros.  ° 

V  I  R  T  U  D,  He  laxativa  &  ferve  na  Mede- 
cina  ajos Xaropes,  Julepes,  coníerves  ,  &oleos, 
he  boa  em  todas  as  emflamaçoenj  ,  a  os  mcni- 
nos  epilépticos  ou  que  tem  febres  ardentes  , 
conciliaon  o  fono  ;  mitigaonas  dores  quentes  , 
purgaon  a  cólera  &  a  adoçaon  ,  como  taonbem 
a  aíperefa  da  garganta  &  do  peito,  o  fo  Xarope 
violado  íolutivo  tomando  quatro  colheres  miti¬ 
ga  os  ardores  da  febre,  Jaxa  o  ventre,  conforta  o 
coracaon  ,  mitiga  as  dores  de  ilharga  ,  &  ferve 
a  todos  os  affedos  que  procedem  de  demafíado 
caior.  A  parte  amarela  que  efla  dentro  nas  vio- 
jAs  ,  cofida  Sc  bebida  em  agoa  he  exelente  re- 
medio  naEpileptia  ou  gota  coral  dos  meninos  , 
&  contra  a  cfquinancia  :  duas  oitavas  de  pos  de 
vaoias  faxa  o  ventre  moderadamente. 


ff  f 


liv.  V.  D  r  v.  I.  da  Viela  arvortfcente.  J *,9 
G.  Bauh.  Viela  mania  arborefccns  purpurea. 


VIOLA 

Arborefccns 
Cafi.  Tab. 

Port.  Viela  ar - 
verta, 

Franç.  Violttte  en 
arbre. 


Ital  .Viola  arbórea. 


D  E  S  C  R  I  P.  Ma  viola  vem  como  huma 
niara.  A  planta  crece  de  mais  de  dois  palmos 
deitando muy tas  afteas  de  huma  fo  rais,fuas  flo¬ 
res  íaon  íimilhantes  as  da  confolida  regalis  &: 
tem  c  cheiro  de  violas. 

LUGAR.  Creíce  nos  montes. 

V  I  RTU  D.  Se  naon  uíaon  na  medccina 
por  que  fe  lhe  naon  eíperimenta  canta  proprie¬ 
dade  como  nas  violas  maicues. 


í  5°  Historia 


©as  Plantas, 

G.Bauh.  Lappa  mnor  JCantheum  Díofcoridis * 

XANTHIUM 

Lappa  inverfa 

ott 

Phafgan  ium. 

Àí.itth.  -4ng.  Dod. 

Apoth.  Lappa  mi- 
nor  ou  Bar  dana 
mmor, 

Fort.  Bar  dana  menor 
Franç.  Glouttercn 
petit. 

All.  K leine  K lettert. 

•  # 

D  E  S  C  R  I  P,  Sua  artea  he  de  altura  quaíi 
de  dois  palmos  ,  anguloía  ,  gorda  8c  roda  cheya 
dc  azas  ou  concavidades.  As  folhas  eftaon  den- 
tiladas  a  o  redor ,  tem  o  cheiro  dos  agrioens  o 
fruto  he  da  grofTura  dehuma  afeitona  lanugino- 
fo  eípinhofo  de  forte  que  facilmente  fe  pega  a 
os  vertidos. 

LUGAR.  Nace  em  lugares  fertiles  em  ala- 
goas  fecas. 

D  E  S  C  R  I  P.  Pifafc  a  frudla  antes  que  feja 
feca  ,  8c  goardafe  em  hum  boyaon  vidrado. 
Mefturando  hum  pouco  em  agoa  quente,  lavam 
do  a  cabeça  fas  os  cabelos  loiros  ,  com  tanto 
que  primeiro  haon  de  fer  untados  de  falitre  ,  8C 
he  donde  tomou  o  nome  de  Xanthium  :  a  fer¬ 
mente  pifada  8c  aplicada  refolye  os  enchaifosv 


f 


J,iv.  VI.  Dir.  I.  TírVCt  da  Trindade.  J  í  * 

G,  Bauh,  J^ioU  tricolor  5  hort .  rcpens  :  aut 
tpxòÇ  km  oy/ov  ] ' heoph. 

J  A  C  E  A 

five 

Herba  Triniratis 
Aíatthioli . 

Port  .  Amores  per¬ 
feitos  ou  ferafica 
flor. 

Franç.  Penfée , 

^  /<a  Trinitc 
ou  CUvelée. 

AU.  Dreifaltigkeit. 

QJJ  A  L.  fecí 
&  teinp.  de  fr. 

DESCRI  P.  A  grande  Jacea  no  princi¬ 
pio  deita  fuas  folhas  redondas  &  dentiladas ,  Sc 
crecendo  íc  fafem  compridas.  As  afteas  faon  tri¬ 
angulares  côncavas  por  dentro  &  caneladas  por 
fora,  defegoalmentc  repartidas  com  noz.  Sahc 
das  concavidades  ,  pequenos  ramos  que  produ- 
fem  flor  vermelha  por  cima  ,  branca  por  dentro 
&  amarela  por  bayxo  *,  he  muyto  viftoía  ,  fe  pa¬ 
dece  com  as  violas  ,  mas  fem  cheiro. 

LUGAR.  Nafce  nos  campos  Sc  cultivafc 
nos  jardins  florece  em  Avril  &  todo  o  veraon. 

V  I  R  T  U  D.  He  quente  Sc  lecca  moderada- 
mente.  He  boa  a  os  afthmaticos  ,  as  emflama- 
çoens  do  boffc  ,  Sc  as  deílidas  dos  inteftinos  y 
cura  a  eiquinaucra  a  os  porcos  comcndoav 


- 


•vft  rrTBiMKifiiMinrrTrr  jgmBSEtàx'zm'»éb 


351  Historia  das  Plantas,’ 


G.  Bauh.  Fio! 4  bicolor  arvenfis. 


J  A  C  E  A 

altera. 

Afattbioli. 


QU  A  L.  CO 
mo  a  primeira. 


DESCRI  P.  A  pequena Jacea  naõ  differe 
áa  primeira  mais  que  as  flores  ferem  mai»  pe¬ 
quenas  8c  fomente  de  duas  cores  j  aíul  8c  branca 
ou  amarela  &  branca  ,  taonbem  ba  outras  que 
faon  roxas  amarelas  8c  brancas. 

LUGAR.  Achafe  nos  jardins  ,  8c  campos 


como  a  primeira. 

V1RTUD.  A  açoa  deftilada  das  duas 


plantas  he  eflicas  nas  cólicas  das  crianças. 


Liv.  VI.  D iv.  I.  des  Goyvos  brancas.  355 


G.  Bauh.  Leucoium  incanum  majus. 


LEUCOIUM 

álbum 
Viola  alba. 
Aíattb.  Lob.Lugd. 
Tdb.  Ger . 

% 

Port.  Goyvos 
brancos 

Fr.  Violier  bUnc, 
Ital.  Viola  bianca. 
Efp.  Violetas, 

All.  Gelbe  Violen . 


QU  A  L.  quente  & 
feca. 


D  E  S  C  R I  P .Os  Goyvos  he  huma  planta  co¬ 
mua,  Sc  pofto  que  chama  fe  viola  alba  naõ  deixa 
de  os  haver  brancos,  encarnados ,  Kermetins  , 
amarelos  .;  eiles  últimos  he  que  fervem  na  m®-" 
dccina. 

LU  G  A  R.  Achaonfe  todos  nos  jardins  af- 
fitn  os  dobrados  como  os  íingelos. 

V  I  R  T  U  D.  As  flores  làon  deteríivas  ,  ate¬ 
nuantes  ,  aperitivas  ,  confortaon  o  cérebro , 
tnovocaon  os  menftruos  ,  o  cofimento  das  flores 
hebom  contra  as  emflamaçoens  da  madre,  pi¬ 
fadas  com  mel  curaon  as  chagas  da  boca  &  aç 
gretas  do  anus ,  as  raifes  pifadas  com  vinagre 

&  aplicadas  reíblvem  as  durefas  do  bailo  nuti- 
gaon  a  gota. 


354  Historia  das  Plantas, 


G.  Bauh.  Lychnis  coronária  Diofc.  [ativa. 


LYCHNIS 

Aíatth.  Lac.  Cam. 


Franç.  Oei  líts 


b 


Ital.  Lychnidc . 


All.  Marien  Rojlein 


QUALID.  das  flo¬ 
res  quente  6c  fcca. 


D  E  S  C  R  t  P.  As  flores  faon  vermelhas  íimil- 
hantcs  as  dos  goyvos  :  fuas  folhas  faon  veluda- 
das  >  compridas  6c  alvadias  t  lua  aflea  raonbem 
he  vcludada  alta  de  dois  palmos  i  algumas  ve- 
fes  as  flores  faon  brancas  6c  naon  tem  cheiro.^ 
LUGAR.  Semea  fe  nos  jardins  para  faíer 
ramalhetes  ,  Matthiolo  dis  que  no  oriente  nace 
pcllos  cam  os ,  florece  em  Julho  6c  Agofto, 
VIRTUD.  A  femente  he  quente  6c  feca, bebi  da 
a  o  pefo  de  duas  oitavas  purga  a  cólera, as  folhas 
aplicadas  ,  taonbem  a  agoa  deftilada  curaou  as 

chagas  das  pernas. 

■»  • 


Liv.  VI.  Div.I.  do  Manjertcaon  bravo.  3  5  5 
'  G.  Bauh.  Lytkms  fylv.  alba  fimflex. 
OCYMASTRUM 


/ 


Caft. 

Port.  Afanjericaon 


bravo. 

Fr.  Bajilic  fauvagc, 
leal.  Bafilico 


Efp.  Albafraca , 

AíonteJirja.  \ 

QU  A  L.  feca  a  o 
%.  grao. 

DESCRIP.  Suas  folhas  faon  fimilhantes 
ao  mangcricaõ  domeftico  ,  feus  ramos  ou  aiteas 
faon  quadradas  &  veludadas  abas  de  hum  p»*U 
mo  i  tem  as  flores  t  ranças  5e  as  veies  Ycnneihas 
a  femente  hc  negra  como  a  niela. 

LU  G  AR,  Naíce  ordinariamente  entre  os 

trigos  &  terras  Arcyentas. 

VlRTUD.  A  rais  he  inútil  ;  a  temente 

defeca  fem  mordacidade  :  bebida  em  vinho  hc 
contra  veneno  5c  contra  mordeduras  de v moras 
5c  das  mais  cobras.  Taobcm  íe  aplica  com  nui> 
rha }  mel,  vinho  5c  pimenta  na  feiatiga. 


i 


« 


556  Historia  das  Plantas, 


G.  Bauh.  Lychnis  fegetum  major 


PSEUDO- ME- 
LANTHIUM 

Al^ttb.  Lai.  Lon. 


Sld.  Lob.  CjJ}, 


Lugd.  Tnríl,  Germ 


Porr.  Nlgella. 
Franç.  Nielle 
batarde . 

Ital.  Gitbone 
All.  Korn  Ebimen. 
ou  Kom  Rojen. 
Qtulid.  quente 


&  feca  a  o  i.  grao. 

D  E  S  C  R  I  P.  Sua  aftea  hc  alca  de  dois  pal¬ 
mos  6c  yeludada,  fuas  folhas  faou  difpoílas  duas 
a  duas  compridas  6c  Ycludadas  >  as  flores  pur¬ 
purinas  ou  cor  de  roías.  A  femente  he  negra, 
amargofa  ,  6c  fem  cheiro  ,  metida  dentro  de 
hum  cálice. 

LUGAR.  Nafce  nos  campos  entre  os  tri¬ 
gos. 

V  I  R  T  U  D.  He  refolutiva  ,  deteríiva  ,  ape¬ 
ritiva  ,  bebida  em  algum  licor  mata  as  lumbri- 
gas, provoca  os  menftruos  6c  a  ourina  :  a  farinha 
da  femente  aplicada  com  mel  >  tira  as  lentilhas 
ou  fardas  da  pellc  :  meflurada  em  unguentos 
cura  as  fiítulas  6c  para  o  fanguç. 


i 


» 


Liv.VI.  Div.  II.  dos  cravo? dos  jardins .  3  57 


DIVISAOM  SEGUNDA 


G.  Bauh.  Caryophylluf  dtilxs  rna  or. 


CARYOPHYL 
LUS  ' 

Domefticus. 

Aíattb.  Cam.  C*ft 


Port.  Cravos . 
Franç.  Gerojlées 
ou  Oeillets 
des  jardins, 

It.  Garofoli  domejl 
Efp.  Clavos, 
AW.Gras-Blumen . 


QUAL.  quente  & 
fecco  moderado. 


D  E  S  C  R  I  P.  Efta  p  Janta  he  taon  conhecida 
■que  naon  neceílita  delcrip^aon. 

LUGAR.  Crelce  em  toda  parte  principal¬ 
mente  nos  jardins.  As  flores  faon  de  diyerfas 
cores. 

V I  R  T  U  D.  Os  que  tem  a  cor  vermelha 
ofeura  &  fobre  o  negro  faon  boms  na  cardialg  ia 
ou  defalecimento  do  coraçaon  ,  faon  cephalicos 
contra  vertiges ,  epileptia  ,  a  conferva  he  con¬ 
tra  a  pefte  ,  contra  as  lombrigas  >  a  agoa  de- 
Itillada  ferve  para  os  niefmos  effeitos  ^  bebida 
cm  jejum  empede  dç  fe  fciijbcbcdítf  5c  de  fe 
esfalfar. 


/ 


f  ••'iwpp 


9 


35$  História  das  Plantas 

G.  Bauh.  Caryophyllas  fylvejfris  latifoliits. 

CARYOPHIL- 
L  U  S 

Sylvcfter. 

ÃÍ-itíh,  Lvgd.  Cajl. 

Fort.  Cravos  do 
campo. 

Franç.  Oelllet  fau- 
vage. 


QU  A  L.  quente  Sc 
fec.  medíocre. 


D  E  S  C  R  I  P.  Os  cravos  do  campo  produs 
fuas  folhas  Sc  flor  como  o  dos  jardins  mas  muyto 

mais  pequenas  Sc  delgadas.  . 

LUGAR.  Nalcc  cm  lugares  incultos  Sc 

fcccos.  ,  .  1 

V  1  RTUD.  O  bom  cheiro  dos  cravos  co¬ 
muns  com  feu  rouco  amargor  molha  que  tem 
virtude  defteativa  8c  quente.  As  Rores  faou  boas 
a  os  fyncopes ,  as  vertigems,  a  epileptia  8c  con- 
vulíoens  ,  bebida  em  cofimento  de  betonica  ou 
dc  manjarona  ;  taonbem  fe  fas  conferva  muyto 
c Ricas  as  fobre  diras  doenças  Sc  contia  todos  ve¬ 
nenos,  o  fumo  bebido  4-  onças  rompe  a  pedra  Sc 
a  expulfa,  hc  contra  a  gota  coral.  Falle  vinagre 
de  cravos  como  fe  fas  de  rofas  o  qual  metido  no 
naris  ferve  nas  convulfoens ,  he  contra  o  roim 
ar  peftilential  pofto  no  naris  ou  cheyrado  Sc  la¬ 
vando  fe  as  maoas  com  elle. 


V 


EABE9HI 


..  h-,-  -■  '  ;  -  : 


Liv.  VI.  D xv.  II.  da  Saxifragia.  35* 


G.  Bauh.  CaryopbilUts  Saxifragus. 


SAXIFRAGIA 


Saxifragon 

major. 


JLfp.lt. Saxifragia 

Franc.  Pjrct- 

& 


pierre . 

All.  Stcinbrech . 


QUAL,  quente  8 
íec.  a  o  3 .  grao. 


D  E  S  C  R  I  P.  Efta  planta  tem  muytos  ramos 
meudos  como  o  tomilho  com  quem  íe  parece 
muyto,  a  rais  he  grande  &  profunda  >  dividida 
em  muytos  ramos. 

LUG^R.  Nace  cm  lugares  afperos  8c  pc- 
dro!os  florece  em  Julho  8c  Agofto. 

V  IR  TU  D.  He  cleteiíiva  ,  aperitiva  ,  rc- 
folutiva  aquenta  ,  fubtiiifa  ,  o  cofi mento  em 
vinho  he  contra  febres  intermitentes  ,  contra 
faluços  ,  boa  para  os  que  na on  podem  ourinar  > 
rompe  a  pedra  nos  reims  ,  de  que  tornou  o  no¬ 
me  de  faxifragia }  como  taoubem  as  mais 
cfpecies, 


Historia  das  Plantas, 

. . . . -4 

DIVISAM  TERCEIRA. 

Do  Anttrrhinum ,  Linarict ,  Linho  ,  Rofmaninko , 
Alfazema  ,  iT  Alecrim. 

G.  Bauh.  Antirrintm  arvenfe  ma;us. 

antirrhi- 

N  U  M  I. 

Aíatthioli. 

Fort.  Olho  de  gato, 

Fr.  Oeil  de  chat  , 
ou  Mottron  violet. 

E'p.  Cabeça  de 
Temera. 

AU.  Katz.erikjaut. 

QUAL.  quente  no 
5 .  fec.  a  o  i.  gtao. 

DE  SC  RIP.  Nalcc  (inulhancc  a  o  li 
differenca  das  efpecies  he  fomente  na  cor  das 
flores:  húmas  faó  de  cor  purpurina  as  outras  faon 
ouaii  brancas  ,  mas  toda  as  cfpecies  tem  humas 
cabecinhas  que  cncerraoh  huma  femente  peque- 
Da  ;  parccenfe  baftantemente  com  cabeças  de 
vitela  &  naon  differem  fe  naon  na  gtoíTeira,a  fyl- 
vcftre  tem  o  fruto  cheyo  de  covas.  ■ 

LUGAR.  Nace  nos  campos  &  no  pe  dos  mu¬ 
ros  velhos ,  florcce  em  Julho  Sí  Agofto.  . 

V  I  R  T  U  D.  Líla  erva  lie  taon  enenuga  dos 
Alacraos  que  lo  vendoa  ficaon  emdormecidos,  a 
flor  Sc  cabeças  pifadas  com  mel,  c  aplicados  cm 
forma  de  pelfario  p'Ovocaon  os  menftruos  lie 
contra  as  accidentcsSc  fuffocaçoens  ua madre  tra- 
fida  difem  que  he  couuâ  o  iqííii  ai . 


Liv.  VI.  D  nr.  III.  4o  tdoHMonroxe. 


G.  Bauh.  Antinhinum  rnajus  alteram 

folio  longiore.. 


antirrhi- 

NUM  II. 

Mittb.  Lugd. 
Port.  Monriíion. 
Franç.  Mourron 
violet  ou  Oeil 
de  chat. 

Efp.  Cabeça  de 
Temera. 

A!l.  Katz.enkr4ut. 


f  ! 

QUAL.  quente  & 
fecca. 


D  E  S  C  R  I  P,  Tem  as  raifes  mais  groífas  & 
mais  cheyas  de  filamentos  que  a  precedente.  As 
folhas  faon  pequenas  tem  muytos  ramos  6c  tem 
as  flores  pequenas.  7 

LUGAR.  Nacc  cm  lugares  cultivados  • 
florece  em  Julho. 

V  1  R  T  U  D.  Tem  as  mefmas  que  a  primei¬ 
ra  efpecic. 


Tontô  I# 


•hfr. afesx’'  *  *— 


3^i  Historia  r>  a  s  P  t  a  n  t  a  s , 

G.  Bauh.  Anúrrhimm  arvenfe  mlnus. 


ANTIRRHI- 
NUM  III. 

jtfatth.  Ltigd. 


DESCRIP.  Tema  rais  dura,  fibrofa  Sc 
pequena.  A  aftea  com  nuiycos  ramos  de  que  as 
folhas  fe  parecem  a  de  hiíopo  ,  que  laon  um 
rouco  picantes  &  amargofas  a  o  gofto  As  boies 
de  cor  roxo  claro  ;  abertas  por  diante  &  cm  01- 
ma  de  ponta  Por  detrás ,  a  femente  abondante  , 

rTu  G  ARCSafc  ™  «mP“ 

principalmente  em  Bala  cm  Helveua  n 

V1  y  I  R  T  U  D.  Tem  as  mefmas  que  a  pumei- 
ia  efpecie. 


Liv.VI.Div.Iir.  do  Morri aon  ou  Antlrrhln.  36  j 

^NTIRRHI- 
NUM  IV. 


D  í  S  C  R I  P.  Efta  quarta  cfpecie  tem  a  rais 
mais  groíTa  que  as  precedentes  3  as  folhas  com- 
piidas  &  agudas ,  &  as  flores  faon  mayores  que 
as  das  outras  efpecies  &  tem  muytos  ramos. 

LUGAR.  Nafce  em  lugares  cultivados, 
florece  em  Agofto. 

1  ^UTUD.  Dizem  que  traíida  de  pendora- 
cía  no  pefeofo  he  contra  quebranto  &  toda  a 
caíla  de  feitiços  j  as  flores  &  femente  em  forma' 
de  peflario  piovocaon  os  menítruos. 


QJj 

I 


UL- 


■■  'v  v-v; 

,  l  ’  ir,,  •  •  •  . 

•y  ,/■  §  \&£.  ■  ;  •'/  -f/  /-  ' 


%T 

RA  M 


3^4  Historia  da$  Plantas, 

G.  Bauh.  Linaria  vulgaris  lute *  flore  maj. 

O  S  Y  R  I  S 

Afattbioll. 

Fitfcb.  Dod.  Gd. 

Cor  d.  Tttr.  Lite. 

Ad.  Loh.  Lugd. 

C-ifl.  mafir.  Tdj. 

Porr.  Llnaria. 

Franç.  Ldnaire. 

Efp.  Ital.  L'nar!d> 

Aliem.  Lynkrant , 

ou  ftwnkraM. 


Qualid.  quente  Sc 


fec.  a  o  3 .  grao. 


DESCRIP.  Sua  aftea  8c  folhas  faon  fi- 
milhantesao  linho  de  que  tomou  o  nome  de 
Linar;/t.  Deita  quantidade  de  tiores  cor  dc  ouro 
da  figura  das  da  Cenfolidn  Rtg:a  >  mas  laon  hum 
pouco  mayorcs.Suas  afteas  faon  macias  Scmuyto 
dificcis  dc  fe  romper.  Parece  fe  muyto  com  a 
pequena  czula  ,  mas  efta  ultima  da  leite  o  que 

naon  da  a  linaria. 

LUGAR.  Achafe  em  toda  a  parte  ,  &  na 

borda  dos  fofibs  ,  florece  emJuUso  &  Agofto.  _ 
V  1  R  T  U  D.  He  quence  Sc  humeda ,  aperi¬ 
tiva  ,  Sc  diurética  ,  boa  contra  a  Uericia  ,  con¬ 
tra  pedras  Sc  areyas.  O  cofimento  provoca  a 
ourina,  apücafe  taonbem  exteriormente  foore  a 
bexiga  para  adoçar  as  ourinas  Sc  iobve  as  Ai- 
moaeymas. 


R»'  ’  M.  -v ,  ,,,  ...  ,,  .  ,  ^  .  .  .  ,  . 

-.*4  $■  •  •■.••' 7-.  ■'  •■*-■ A  '*■-  '  -  . . 

r,/VJ 


Li  v.  VI.  Di  v.  III.  do  Linho . 
G.  Bauli.  Cttk  'vm. 


LINUM 
JBazarichichem 
2HatthioLi . 
Jirunf.  Fufch .  C  rJ. 
Lac .  Lon .  Ctf/?. 

Port.  Lí«^. 

Franç.  Zitf. 

Efp.  Z/770. 

AÜ.  Z/?/#,  Flackj . 

QUAL.  quente 
a  o  i  .çrao. 


DESCRI  P.  A  aítea  he  comprida  de  mais 
de  dois  palmos  redonda  ,  direita  ,  as  folhas 
eftreitas  compridas  &  mollcs ,  em  cima  produs 
quatro  ou  cinco  ramos  que  produfem  flores 
azuis  :  a  femente  heconteuda  dentro  de  humas 
pdiculas  quaíi  redondas  a  qual  he  chata,  unida, 
tendo  feitio  dc  hum  coraçaon. 

LUGAPx,  ET  Tempo  femeafe  na  primavera 
a  o  folfticio  ;  queiTe  nos  territórios  gordos  Sc 
bem  cultivados ,  &  nos  climes  quentes,  florccc 
em  May  o  &  Junho 

V  I  R  T  U  D.  A  femente  tem  as  propriedades 
das  alforbas  :  meya  onça  cm  po,  hum  efcropulo 
de  pimenta  meílurados  &  amafados  com  mel  to¬ 
mados  a  noite  he  contra  a  toíTc  &  incita  a  Iuxin 
ria.  O  olio  da  femente  tomado  a  o  pelo  dc  duas  a 
tres  &  quatro  onças  cura  as  pontadas  &  pleuri- 

fes  &  cólicas  dado  a  o  principio.  O  marco  ou 
pam  que  fica  da  expreflaon  da  femente  desfeito 
na  agoa  da  chuva  tira  as  nodoas  do  cucis  da 
peüe.  Q^iij 


•  rjtt 

KWz  * 


’  dMK 

W. 


W/>’ 


m 


1&6  Historia  das  Plantas, 


G.  Bauh.  Stttchãs  ptt 


STOECHAS 

Stoicas. 

Aíaubioli. 


T^iag.C cfn.  Lac.  o 

Ad.  Lob.  Lon.  U® 

Ca/l.  Lugd.  m 

Apoth.  Stcecbas  r| 


A/abica. 

Porr.  Rofmanlnbo. 

Franç.  Stacados.  k  /: 


* 


AU.  StcechajbjMt. 


QUAL.  'quente 
&  feca  a  o  i.  grao. 


DESCRI  P.  Parece  fe  muyto  com  a  Alfa¬ 
zema  :  fuas  folhas  faon  grofias  ,  compridinhas  > 
&  brancas :  de  huma  fo  aftea  deira  muytos  ra¬ 
mos  ,  duros  como  paos  :  luas  flores  faon  como 
as  do  Tomilho:  vem  em  forma  de  efpigas  pe¬ 
quenas  dc  cor  azul. 

LUGAR.  Tomou  o  nome  das  Ilhas  Steca- 
des  ,  que  eflaon  perro  de  Maríelha  a  onde  crece 
em  abondancia :  a  melhor  vem  de  Arabia  >  flo- 

lece  cm  Mayo  Sc  Junho. 

V  I  R  T  U  D.  Heamargofa  a  o  gofto  Sc  hum 
pouco  adfhingente  :  he  deterfiva  Se  contia  as 
opilaçoens ,  conforta  todo  o  corpo  por  que  he 
ccphahca.  Pocmfc  nos  Antídotos  j  puiga  a  có¬ 
lera  Se  a  phleima  j  purifica  o  cérebro  Se  os  mais 
fentidos  5c  os  conforta,  he  efficas  contra  todos 
os  achaques  que  procedem  de  laura  fiia  ,  na 
cpilcptia  ou  gota  coral  com  o  vinagre  fcylitico  > 
íiaon  íc  deve  dar  a  os  cokuicos. 


Lfv.  VI.  Div.  III.  do  Nardo  Itálico .  3^7 

G.  Bauh,  Lavcndnli  latifolla. 


D  E  S  C  R  I  P.  Tem  muytas  aíteas  ,  as  folhas 
faon  íimilhantes  as  do  Alecrim  ,  mais  fortes  8c 
largas  cio  que  as  da  Alfazema  commua,  as  flo¬ 
res  das  efpigas  faon  vermelhas. 

LUGAR.  Et  Tempo  nafcc  por  íi  mcfmo  em 
lugares  fecos  ,  pedrofos  ,  8c  poAos  a  o  lol  prin¬ 
cipalmente  no  Languedoc  ,  lemeafe  &í  íe  tres- 
planta  nos  jardins  ,  florece  em  Junho  8c  Julho. 

VI-RTU  D.  He  aperitivo  ,  digeftivo,  com¬ 
porto  de  partes  fubtis  ou  oleo  exaltado.  He  bom 
nas  doenças  frias  do  cerebro  ,  na  Apoplexia  , 
Paralifia,  Epileptia  ,  Letargo  ,  8c  convulfaon. 
As  flores  confortaon  o  eftomago  ,  defopilaon 
o  bafio  ,  aquentaon  a  madre  :  feu  cofimcnto 
em  vinho  provoca  a  ourina  ,  os  menftruos  8c 
pareas  ,  o  Elixir  ou  Tintura  das  flores  ,  ferve 
para  todo  o  reffendo  >  8c  he  grande  eftomacal. 


jóS  Historia  pas  Plantas, 

G.  Rauh.  L&vendula  ajig^fli folia. 

LAVENDULA 
Lac .  Trag 
L  ))!.  Cot  d* 

Pott.  Alfifema. 

Franç.  L.ivendc . 

Ital.  Lavanda. 

A 11,  La  fendei . 

Quàlid.  quente 

&  iec.  ao  x.  grao. 

D  ES  C  R  I  P.  He  quaíi  íímilhante  a  o  Efpi- 
queltaüco  6c  muyros  a  chamaon  Eípique  fe- 
mea  ,  tem  as  folhas  mais  eftreitas ,  mais  cur¬ 
tas  ,  mais  delgadas ,  menos  brancas  que  as  do 
cfpiquc  ,  a  flor  das  duas  he  purpmina,  porem  a 
dc  cfta  he  n  enos  corada ,  a  eípiga  mais  curta, 
o  cheiro  mais  luave. 

E  ET  G  A  R.  O  meftno  que  a  precedente. 

V  I  R  T  U  D.  Tem  as  meímas  virtudes  que 
o  cfpique  Itálico  &  o  ufo  he  mais  agradavel, 
eftando metida  entre  os  veífidos  lhes  da  bom 
cheiro  c  os  liura  da  rraça  ,  a  agoa  diftilada  das 
flores  he  cheirofa  ferve  contra  a  Epüeptia  como 
temos  dito  da  precedente  &  a  tintura  ou  elixir* 
das  flores  deve  fer  feito  defta  planta. 


Liv.  VI.  Div.lll .do  Alecrim.  3^9 
G.Bauh.  Rofmarimts  bortcnfis>angn(lwe  folio, 

ROSMARINUS 
Coronarium. 

Ang. 

Port.  Aleçrirr. 

Franç.  Rofnmin. 

Efp.  Romero. 

Ital.  Rofmarino. 

Áll.  Rofstnarle , 

QUAL.  quente  Sc 
fec.  a  o  3 .  gi  ao. 

DLSCRIP.  A  fegunJa  efpecie  de  Alecrim 
dos  jardins  tem  muyto  mais  ramos  ,  e  folhas 
do  que  o  dos  campos,  as  folhas  de  huma  e  dc 
outra  faon  cfpeíTas  ,  compridinhas  ,  verdes 
for  fi  ma  &  brancas  por  bayxo  ,  faon  aromati- 
cas. 

LUGAR.  Crecc  nos  jardins  &  nos  campos 
cm  afinhâgas  nos  paifes  quentes. 

VIRTUD.  He  incifivo  ,  refolutivo  ,  Sc 
tnundificativo  ferve  nas  comidas  Sc  na  medici¬ 
na  ;  tomado  em  po ,  ou  infundido  em  vinho  , 
he  fmgular  nâs  defluxoens  Sc  intemperanças 
frias  cio  eftomago  ,  Sc  taonbem  nas  dores  do 
baço&  do  fígado  &  a  os  defluxos  do  cercbro 
que  procedem  de  frio  na  Epileptia  ,  nas  verti¬ 
gens  Sc  nas  convulíoens.  Comendo  fuas  flores  c 
folhas  com  hum  pouco  de  lai  muitas  menhans 
continuadas  aclara  a  vrfía  fas  bom  eftomago 

&  baffo.  O  v 


mÊMM 


■*! 


« 


T  I 


r 


! 


—  ■  - 


570  Historia  cas  Pustas, 


0  1  v  1 S  A  M  Q_U  A  R  T  A. 

^°tj)f0p0  j  Segnrethtt ,  Epitimo  ,  Serpaon  ,  Tuegio  * 
gtr&kHm  ,  Ouregaons ,  Manjerona,  Manjericaon* 

Ci.  Bauh.  Hyjjopus  oíficimrmn  ccentlea 

Cea  (picíttrt, 

hyssopum  — ‘ 

//z/5  ; 

HyíIopus. 

Mmh.  Caf.  Cajl. 

Porr.  Hyffopo  erva. 

Franç.  Hyjjipe. 

Hf1.  Ical.  Hyfopo. 

Al  lem.  Ifope. 


QUAL,  quente  Sc 
fcca  a  o  3 .  grao. 


DESCRIP.  O  hyfopo  domeftico  he  de  huma 
ío  rais,  deita  muitas  afteas  meudas  de  altura  de 
dous  palmos, duras  como  pao, guarnecidas  de  to¬ 
das  as  bandas  de  folhas  agudas,  compridas, 
aromaticas ,  hum  pouco  amargofas  ,  as  flores 
em  forma  dc  humaelpigalaonde  cor  azul  celefte 
íbbre  o  vermelho. 

LUGAR.  Semeafc  nas  hortas  florece  em 
Julho. 

V  I  R  T  U  D.  He  incifivo  ,  aperitivo  ,  ab- 
ílerfivo  ,  purga  as  phlegmas  ,  o  do  campo  tem 
as  mcfmas  virtudes  &  mais  fortes ,  he  efiicas 
contra  a  gota  coral,  ou  Epileptia  ,  coíido  com 
azeite  untando  a  cabeça  mata  os  piolhos> 


Liv.  VI.  D iv.  IV.  í\&  are  3  7 

G.  Bauh.  Suturei  a.  bortcnfis  ,  fivt  C -mil* 

fativa  Plinii. 

SATUREIA 

altera. 

Aíatth.  V 'ulg.  Dod 
Gal. 

Port.  Segurslh a. 

Franç.  S  arriei  te , 

Savonré\ 

Ital.  Tívimbra  , 

Concilia. 

Efp.  Segurellrt. 

All.  Knmmel. 

QU  A  L.  quente 
&  feca  a  o  3 .  gtao. 

D  ES  CR  IP.  A  Segurelha  das  hortas  he 
taou  conhecida  de  todos  que  naon  fera  necelfaria 
a  defcripçaon. 

VIRTUD.  Tem  as  virtudes  do  Tomilho 
mais  fracamente  &  he  mais  faborofa  nas  comi¬ 
das.  Os  pos  da  folha  bebidos  em  rinho  ,  hebom 
para  os  achaques  do  peito  ,  dosboffcs,  da  bexi¬ 
ga  y -provoca  os  mcnftmos  &  a  outina  ,  &  hc 
eftomacaljhe  contra  o  faftio,  fas  bom  cofimenro, 
he  boa  para  a  vifta  ,  contra  os  ventos  ou  flatos 
por  iffo  he  muito  util  com  os  legumes, 


371  Historia  das  Plantas, 
G.  Bauh.  Sátureja  /picota. 

saxifragia 

Saxifraeon 

O 

ALuihioli. 

W 

Porr.  Sax\fraolí>. 

Fr.  Perce-pierre. 

Ail.  Steinbrech. 

Qual.  quente. 


DE  SC  R I  P.  He  huma  planta  de  muitos 
ramos  que  fc  parece  com  o  Epitimo  :  os  ramos 
eílaon  affaílados  cm  fima  ineudos  como  os  do 
fcrpaon  ,  compartidos  por  nos  de  que  fahem  as 
foiha$ ,  duas  a  duas  baílantemente  direitas :  no 
cabo  dos  ramos  tem  huma  flor  quaíí  íimilhaiues 
as  caravinas ,  recortadas  ao  redor. 

LUGAR.  Kafce  ordinariamente  em  mon¬ 
tes  &  lugares  áridos  ,  florece  em  Julho. 

V  I  R  T  U  D.  Seu  coíimento  em  7Ínho  toma¬ 
do  quente  hc  contra  febre  ,  he  boa  contia  a  diffi- 
cuUÍade  dc  ourinar ,  contra  falujos  >  rompe  a 
pedra  dos  rciurs  &  da  bexiga. 


a 


I 


\y 

Liv.Vr.Dir.  IV.  da  Segurei ht*.  yf$ 

G.  Bâuli,  Satureja  cretica. 


SATUREJA 

Thymbra 
five  Cunila 
legirima. 
■Diofcoridis, 

Porr  .Segurelha. 
Ffanç.  Savorée. 
Ital.  Saturei  3 
Savoregia, 
Efp.  Segurelha. 
A1I,  Kurnmel. 


D  E  S  C  R  I  P.  Ha  duas  cípccies :  a  primeira 
he  a  de  Dioícorides  Sc  he  a  do  campo,  tem  as 
folhas  &  aíleas  muyto  íimilhames  as  do  Tomil¬ 
ho  j  de  forte  que  pode  aver  engano  dc  hum  a  a 
outra.  A  differença  he  que  efta  he  mais  froxa 
que  o  Tomilho  :  3c  de  mais  que  efta  tem  no  cabo 
ãc  fuas  afteas  dpigas ,  que  tem  as  flores  purpu¬ 
rinas  ,  em  lugar  que  o  Tomilho  ias  humas  ca- 
becinhas. 


LUGAR.  Crece  em  lugares  afperos  e 
cultos  &  florece  em  Junho. 

V  I  R  T  U  D.  Tem  todas  a:s  virtudes  do  ' 
fiiilho  ,  tomada  do  mefmo  modo  ,  3c  feu  ufo 
muyto  om  a  os  que  cftaoa  com  íaude  par 

comer  y  ar. 


•374  Historia  das  Plantas, 

G.  Bauh.  Thirnus  capltatns  qui  Diofcoridis. 


THYMUM 

AÍMihioli. 

Port.  Tomilho. 
Fianc.  Tln. 

j 

Efp.  Tomilho 
Sdlfero. 

Ital.  Tlnmo. 

All.  Tbim. 

QUAL.  quente  & 
fec.  a  o  3 .  grao. 


DESCRI  P.  O  Tomilho  de  Candia  tem 
mu y tos  vamos  avodeados  de  muytas  folhas  , 
pequenas  ,  eflucitas  ,  meudas  ,  cm  cima  das 
quaes  tem  cabecinhas  de  flores  encarnadas. 
LUGAR.  O  melhoi  he  de  Candia  ou  de 

Cretta  ,  nafee  cm  lugares  fecos  ,  afperos ,  & 
d  r 

^VIRTUD.  O  Tomilho  coíido  em  ag;oa  Sc 
hum  pouco  de  mel  he  cfíicas  contra  a  tofle  in¬ 
veterada  e  aflhma  ou  falta  de  refpiraçaon  5  pro¬ 
voca  a  ourina ,  fas  fahir  as  panas  ,  &  íeto  mot- 

to  -  provoca  os  menftruos.  diffoUe  o  langue 
em  erumos  no  corpo  ,  tres  oitavas  em  po  com 
oyí mel  &  hum  pouco  de  fal  ,  purga  o  ventre 
das  phfegmas  hrfeofas  ,  os  humores  acres , 

&  coleúcos. 


Liv.  VI.  D rv.  IV.  da  Saxi fraga  do  monte .  3  7  f 
G.  Bauh.  Satttreia  montana . 


SAXIFRAGA 

II. 

Aíatth.  Cfirn • 


QUAL.  quente  & 
ícc.  a  o  3 .  grao. 


DESCRIP.  Efta  feguncla  efpecie  tem  aí? 
folhas  mais  efheitas,  e  compridas  por  intervalo, 
huina  de  cada  parte  acompanhadas  de  muytas 
outras  pequenas,  &  quanto  mais  para  cima  faoi* 
mais  em  quantidade, &  produíem  flores  purpuri¬ 
nas  de  bom  cheiro. 

LUGAR.  Nace  em  lugares  de  pedras  &  fo. 
te  os  íochedos  6c  fiorcce  em  Junho  &  Julho. 

V  I  R  TU  D.  Conforta  a  Yiíta  ,  &  rompe  a 
pedra  e  areyas  nos  rins. 


»'  r> 


;:w‘ 


ullfc-  MaTTWgJ'iM  WrxLitZ- 


57 6  Hisíoria  o  as  Plantas} 

G.  Bauh.  Epithyrnurn  Jive  Cujcuta  minor* 

Eíhthymum 

Aíatthioli. 

Lu. 

Fort.  Epiiimo. 

Franç.  Teígne  de 

Tmn. 

Efp.  Cabellof* 
ltal.  Epitir.no. 

QJJ  A  L.  quente 
Zi  fec.  a  o  3,.  gr  ao. 

D  E  S  C  R  I  P.  Saon  certos  caoeios  meudos  * 
amarelos  ;  tendo  no  Cabo  humas  cabecinhas 
íimilhantes  as  da  Segurei  ha  ,  que  nafcem  &  que 
fe  criaon  lobre  o  Tomilho  na  Ilha  de  Cretta,efte 
he  o  melhor  &  tem  o  cheiro  do  tomilho  ,  todo 
he  ern  forma  de' cabelos  ruivos,tem  alguma  mor- 
dicaçaon  Sc  he  aromatico,  cm  quanfo  o  que  fe 
colhe  nas  partes  de  fintra  he  iníipido  &  de  nen¬ 
hum  cheiro  o  que  denota  a  pouca  virtude. 

LUGAR.  Vem  a  onde  ha  Tomilho. 

V  I  R  T  U  D.  Tem  as  propriedades  do  Tò- 
milho  bebido  em  íubftancia  ou  melhor  o  feu  co- 
fimento  com  mel ,  purga  por  baixo  a  phlegmá 
Sc  a  cólera  ferw  perturbacaoii  :  he  bom  contra  a 
gota  coral  ou  Epileptia ,  vertigens  ,  dotes  in¬ 
veteradas  caufadas  da  cólera  negra,  fyncopes  > 
fobretudo  para  opilaçaon  ,  Sc  outros  achaques 
da  madre  para  os  cancros  Sc  chagas  Sc  para  febre 
quarta.  Taonbem  fe  aplica  exteriormente  em 
cataplafma?  para  gota  Sc  queimaduras.  > 


Liv.  VI.  D  iv.  IV.  dxCufcnta. 


G,  Ba  uh  Cnfaita  ma)or . 

C  ASS  UTA 

Callyta 

Podagra  Lini. 

Afatth.  Ang. 

Apoth.  Cufcnta* 

Porr*  Cnfcuta. 

Fr.  Angnre  de  Lhiy 
Goute  de  L\n* 

Ital.  Cifcíita . 

All.  Fíocbftiden* 

Qual.  quente 
&:  fec. 

D  E  S  C  R  I  P.  He  huma  planta  que  na  fee  fo- 
bre  martas ,  &  (obre  plantas ,  atrepando  &  atan- 
dofe  nos  fieus  ramos ,  naon  tendo  rais  alguma 
em  terra :  naon  produs  folhas,  icus  filamentos 
laon  compridos,  de  cor  ruiva  produs  quantidade 
de  flores  brancas  &  ao  defpois  huma  femente 
meuda. 

LUGAR.  Crece  ordinariamente  fobre  o 
Linho  florcce  em  julho  Sc  Agoílo  e  a  o  defpois 
da  a  femente. 

VIR  T  U  D.  He  abftcrfiva  Sc  confortante  : 
defopila  o  fígado  Sc  o  bafo  Sc  purga  os  humores 
phtegmaticos  Sc  coléricos  das  veyas.  He  fingu- 
lar  as  febres  dos  meninos ;  mas  fe  naon  deve 
continuar  o  uzo  por  que  he  nociva  a  o  eftomagau 


^-8  Historia  das  Plantas, 

G.  Bauh.  SerpylUm  fativum. 

SERFYLLUM 
Hcrpillos. 

ALitrh.  Lnc.  Lfgd. 


QUAL.  quente  & 
feca  a  o  3 .  gvao. 

DESCRI  P.  O  domcftico  naon  he  raftciro 
fobro  a  terra,  tem  fuas  afteas  de  altura  de  hum 
palmo, tem  as  folhas  &  ramos  como  os  oregaons, 
porem’ mais  brancas ,  do  cheiro  de  Manjerona  ; 
as  flores  faon  de  cor  purpurina  feuas  em  foima 
de  efpigas  &  faon  muyto  rr.ordicantes  a  o  goílo. 

L  U  G  A  R.  Cultivile  nas  hortas  ferve  em 
igoarias ,  florcce  em  Mayo  athe  a  fin  do  verao. 
r  V  l  R  T  U  D.  He  digeftivoSc  abre  fortemente 
fcu  cofimento  cm  vinho  provoca  a  ourina  &  os 
mcnfhuos  ,  dctergc  os  humores  viíco.os  nos  rins, 
expulfa  os  flatos ,  mitiga  as  dores  dos  íntelti- 
nos  cura  as  ruptuias  interiores  ;  cieíopila  o  h- 
gado  ,  &  o  baflb.  He  bom  para  o  eftomago  por 
iíTo  íe  ufa  nas  comidas  e  igoarias.  Seu  cheiro 
conforta  o  cercbro. 


Tab. 

Port.  Serpdon. 
Franç.  Serpolct. 
Efp.  Sr>  polio. 
Irai.  Pevcrcla  , 

All.  Fendei  ou. 
tluncr  KoL 


379 


Liv.  VI.  Div.  IV.  do  Serpaon. 


SERPYLLUM 

Sylveftre 

Jkíanb,  Corel, 


Qualid.  quente 
3c  feca  a  o  j.grao 


D  ES  CRI  P.  Achaie  tres  eípecics  de  Ser- 
|>aon  fylveftre  a  primeira  eípecic  he  de  flor 
branca  que  tem  o  cheiro  da  erva  cidreira  :  a  fe- 
gunda  de  flor  purpurina,  hc  mais  mordicante 
ao  gofto  ,  pareceíecom  a  Sígorelha  :  a  teiceira 
forte  tem  os  ramos  &  folhas  como  o  domeítko  > 
mas  fem  cheiro  nem  flor. 

LUGAR.  Nafce  nos  montes  ,  e  nos  vales 
cm  partes  abrigadas ,  florecc  cm  Mayo  ate  o 
fin  do  veraon. 


V  I  RI  U  D.  Fora  as  do  domeftico  ,  feu  fu¬ 
mo  bebido  com  mel  ,  alcaflus  ,  erva  doce  6c  vin¬ 
ho  he  bom  contra  a  tolfe  fecca  ;  cc  iido  em 
vinagre  &  aplicado  mitiga  as  dores  de  cabeca  , 
no  lethargo  &  nos  phernefis.  A  agoa  diítilàda 
com  vinagj e  rofado  aplicado  na  tefta  tira  a  ver- 
ligem  &  para  o  phernefis.  Tapando  hum  barril 
ou  irrako  de  vinagre  o  fas  mais  forte  6e  lhe  da 
footn  cheiio  :  a  agoa  diflilada  dada  tres  onças 
ou  lua  infufaon  bebida  em  jejum  conforta  a  ca¬ 
beça  ,  o  eftomago  ,  o  certbro  ,  fas  vontade  dc 
comer ,  6c  mat*.  as  lombrigas, 

LJ 


âetsazxafírzÊfr  MC* 


Historia  das  Plantas, 

G.  Bauh.  Po  li  um  lavendhU  folio. 

f  O  LI  U  M 
I  l. 

Aí-Utb.  Gefn.  Hor. 

Líic.Lugd.CdUt. 

Porr.  Poterio. 


Franc.  Polion  i. 

> 

efpece. 


Qualifl.  quente  Si 


fcc.  ao  i.  grao. 


D  E  S  C  R  n.  A  fegunda  efpecie  de  Potevio 
Fe  ralfeira  no  :  ’on  ,  &c  deita  quantidade  de 
folhas  mais  meuda' que  o  alecrim  commum  j 
porem  faon  mais  dm  as  &:  brancas  por  baixo; 
fuas  afleas  faon  delgadas ,  brancas,  &  no  cabo 
produfem  cabeças  alvadias  fimilhantes  a  o  pri¬ 
meiro. 

•  LUGAR.  Nace  em  lugares  atidos. 

VIRTUD.  He  menos  efficas  do  que  a  pri¬ 
meira.  Seu  cofi mento  bebido  he  bom  contra 
mordeduras  de  ferpentes ,  a  os  Hydropicos  ,  a 
os  Itéricos,  cm  vinagre  he  boa  a  os  que  padecem 
do  baíTb.  He  nociva  a  o  eftomago  :  &  caufa 
dores  de  cabeça :  laxa  o  ventre  &  provoca  os 
mcníhuos. 


Liv.  VI.  Div.  IV.  do  Voterio  erva*  381 

S.Bauh.  Pollum  rnarinm.  crcft.Afovfpeliacü. 

POLIUM 

l. 

Mmhloli. 


QUAL.  -quente  & 
bc.  a  o  z.  grao. 


D  E  SC  R  IP.  OPolium  ou  erva  Poterio  he 
uma  pequena  erva  alvadia  ;  que  tem  as  folhas 
ompridinhas  ,  dentiladas ,  a  o  redor  ,  aro- 
eando  fua  aftea  defde  a  rais  athe  a  cima  ,  por 
goaes  intervalos  com  algumas  pequenas  que  a 
ompanhaõ  as  grandes.  Suas  aíleas  íaon  direitas 
"doudas,  duras  como  pao  ,  &  alvadias  *,  em  ci- 
ia  tem  flores  íimul  juntas  como  cabccinhas, 
orno  o  Tomilho  ,  que  faon  muyco  aromaticas, 
e  cheiro  forte. 

LUGAR.  Nafceem  lugares  áridos  &  nos 
íontes  :  florece  em  Mayo  %  Junho. 

V  I R  T  U  D.  He  amargofo  a  o  goík),:ncifivo, 
peiitivo,  &  abfteríivo.  Seu  coíimcnco  cura  a 
pilaçao  das  entranhas  ;  provoca  as  ouriuas  &  os 
íeníhuos.  Serve  verde  para  coníbliJar  e  fechar 
s  feridas  ,  &  particularmente  as  -profundas, 
p  i  içado  íobre  a  tefta  j  kc  bom  nas  cacaratlas 
:  na  falta  da  Yifta. 


G.  Bauh .Ater  atum  foliis  ferratis. 

ACER  ATUM 
Herba  Julia. 

I. 

Al.u th.  Gcfn.  L.ic. 

Lugd.  CiJÍ.  Cm. 

Títb.  Col. 

Tort.  Alt ratim. 

Franç.  Agerainvi. 

Irai.  Herba  Julia, 

All.  Kunigund- 
kjaut. 

QUAL.  quente  6c 
ícco  a  o  3 .  grao. 

DESCRI  P.  Tem  as  Folhas  como  os  ore- 
çaons  ,  hum  ramalhete  ou  umbela  de  flores  co¬ 
mo  o  Helicrifum,  as  aíteas  naon  tem  ramos. 
Chamafc  Ageratum  ,  id  efl:  fem  velhecer ,  por 
que  dura  muyto  tempo  a  flor  femíe  murchar  9 
nuivtos  autores  o  contundem  com  o  Eupaterium 
de  Mefue. 

LUGAR.  Crece  muito  em  Tofcana. 

V  I  R  T  U  D.  O  coflmento  conforme  Dio- 
fcorides  ,  he  quente  &  cauftico  ,  o  perfume  da 
erva  tomado  por  baixo  provoca  a  ourina  ,  amo¬ 
lece  as  durefas  das  partes  naturacs  das  mol- 
heres. 


Liv.  VI.  Div.  IV.  do  Agerattm.  3$} 


G.  Bauh.  Ageratum  floribus  canâldls. 

tírs  *' 

AGERATUM  II. 

Jldtth.  L t gel. 

\ 


Qualid.  quente  5c 
fec.  ao  i.  grao. 

^  . 


D  E  S  C  R  I  P.  Tem  a  rais  meuda  ,  branca 
cheya  de  filamentos  ,  com  huma  íb  aftea  do 
mais^de  palmo  dcalturacom  fuas  folhas  como 
o  flechas  citrino  >  porem  mais  eflreitas ,  mais 
compridas  fahindo  da  aftea  por  intervalos,  em 
cirna  tem  hum  ramalhete  de  flores  brancas  & 
botoens  de  cor  de  oiro  que  íe  reiolvem  em  pa- 
pilhoens  que  o  vemo  leva. 

LUGAR.  Nace  em  lugares  fecos  5c  muí- 
tas  vefes  fobre  muros  :  florece  em  Julho. 

V  I  R  T  U  D.  Saon  45  mcfrnas  que  do  prece¬ 

dente. 


Wm  :w '  IMTr  ui  Tm  Ml. . 1  i  m  i  i  mi  ^  ■■  ■■■■■■  - - 

^3+  Hnroxu  das  P  l  a  n  t  a  s, 

G.  Bauh.  PnUqlum  Uiúfolmrn . 

PULEG  iU.M 

Glccon. 

Aí.itth.  vYunf,Trag. 

Fafc.  T»r.  Co  >  d. 

Dod.  Lon,  Ctf. 

Cijl.  Cam. 

Poit.  P- te  oi  o, 

O 

Fra  nç.  Poidiot 
Efp.  Poleio . 

All.  Poley. 

QUAL.  quente 

&:  íec.  a  o  3.  grao. 

DE»CRIP.  Hc huma  erva  raiicna  ,  ou  pio- 
ítrada  na  terra  >  fuas  afteas  faon  delgadas  &c 
frangiucis  ,  dealtura  de  hum  palmo:  fuas  fol¬ 
has  faon  quaíi  redondas  como  as  da  manjerona* 
porem  faon  mayores  &  dc  cor  verde  ofeuv#»  As 
flores  do  das  hortas  faon  vermelhas :  as  das  do 
campo  íaõ  brancas  ,  fahem  a  o  comprido  da 
aftea  com  as  folhas.  Sua  rais  he  delgada  cheya 
de  filamentos. 

LUGAR.  Nafce  em  lugares  húmidos  >  flo- 
rece  em  julho  Sc  Agofto. 

V  I  R  TU  D.  Hc  aromatico  de  godo  acre 
&  amargofo  :  he  atenuantc,aqucnra  ,  madurece. 
Seu  íumo  e‘ piíTado  com  azebic  purga  o  humor 
melancólico  &  as  phlegmas  do  boie  >  mitiga  as 
dores  do  ventre  e  da  madre  j  hc  contra  o  veneno 
das  cobras ;  feu  cofimento  cura  as  chagas  da  bo¬ 
ca  :  a  a?oa  difiilada  &  feu  fumo  aclaraoa  a  vifta 
&  cm  Aon  afama.  Provoca  a  ourina  ,  os  mea- 
íh  uos ,  o  parto  ,  o  fe&o  morto ,  &  as  parcas. 


L i  y.VI.  D i  v.  IV.  do  Diãttm  de  Creta.  585* 

G.  Bauh.  Diflamnus  Creticns. 


DICTAMNUM 
.  Di&amnos 
Jlfatth.  Lac .  A  d. 
Lob%  Cafl . 

Port.  Ditlamo  de 
Creta. 

Franç.  Pollot  de 
montagne. 

Aliem.  Diptan. 


D  E  S  C  R  I  P.  Saon  trcs  efpecies  de  di&amo 
o  montano  o  branco  ,  o  baftardo.  Efte  he  o  dc 
candia  ou  Creta  ,  ou  montano  ,  he  huma  cr- 
Ya  funilhante  a  o  Puegio  ;  porem  as  folhas  faõ 
niayoies  mais  largas  mais  brancas  &  vcludadas: 
de  feus  ramos  fahe  flores  purpurinas  aromaticas. 

LUGAR.  O  melhor  nafee  em  candia  difem 
que  as  cabras  bravas  daqueila  Ilha  eftando  fc. 
vidas  dc  feitas  comen  deita  erva  e  lhe  fas  fahir 
fora  do  corpo ;  florece  em  Mayo  &  Junho. 

VIR  TU  D.  Temas  virtudes  do  Poc>7io* 
mas  com  mais  eíficacie.  A  erva  fo  aplicada  fas 
fahn  as  efpmhas  &  bocados  de  paos  do  coipo 
he  boa  contra  os  achaques  do  baífo  &:  o  feu  fumo 
contra  mordeduras  de  cobra  ;  feu  cheiro  as  affo- 
genta  &  todos  os  animacs  venenofos. 


Tom»  I. 


R 


3S6  Historia  das  Plantas, 


G.  Bauh.  P feudo  Diümmts. 


PSEUDO- 
D1CTAMNUM 
AFitth.  Do4.  Gal. 
L-ic.  Caji.  Cam. 

Port.  Dittamo 
bajlardo. 

Ital.  Falfo  Diflamo, 


Qualid.  quente  & 
fec.  a  o  l.  grao. 


D  E  S  G  R I  P.  Tem  as  folhas  fímilhantes  a  o 
legitimo:  mas  feus  ramos  &  folhas  faon  mais 
duvas ,  mais  coroadas  &  alvadias.  Suas  folhas 
n  alcem  a  o  redor  da  aífea  como  os  Marroyos  : 
as  folhas  faon  quali  redondas  ,  &:  crelcem  de 
duas  a  duas :  fuas  flores  faon  avermelhadas  ; 
dizem  que  o  verdadeiro  degenera  nefte,  quando 
o  lemeyaon  em  terra  vuola,  porque  natural- 

mente  (e  quer  em  lugares  ítcriles. 

LUGAR.  Nace  taonbem  cm  Candia  como 

o  outro  •,  achafe  em  Italia  cm  muytos  jardins  & 

florece  em  Junho  &  Julho. 

V  I  R  T  U  D.  Tem  as  rnefmas  virtudes  que 

o  outro  com' menos  efficacia  ,  taonbem  he  mc- 
nos  mordicante. 


Li  v.  VI.  Di  v.  IV.  do  Diãmo  branco.  387 

G.  Bauh .  Diãamnus  albns  vnlgõ 
íivc  Fraxinda. 

DICTAMNUM 
Álbum. 

Mdtth.  Lac.  Caf. 

Cafí, 

Porc.  Diãamo  ’ 
branco  ou 
Diãamo  real. 

Franç.  Racine  de 
diãam  blanc. 

Ir.  Diãamo  biancc. 

All.  Vveifs 
Dipturts. 

QUAL.  quente  8c 
feco  como  o  Poegio. 

D  E  S  C  R  I  P.  Tem  as  folhas  como  o  frexo 
por  ifloo  chamaon  fraxinella.  Sua  aftea  he  alta 
de  mais  de  dois  palmos,  redonda  ,  nodofa.  As 
flores  faon  encarnadas  dc  cheiro  forte  ,  naon 
defagradavel.  Das  flores  nafcem  humas  cafcas 
quadriangulares  ,  afperas  ,  que  producem  hum  a 
leniente  negra ,  &  aguda, 

LUGAR.  Acha/e  nos  montes  em  Gucldra. 
Ví  R  T  U  D.  Somente  a  rais  he  que  íervc 
na  medicina  ,  he  muyto  amargofa  ,  o  po  to¬ 
mado  a  o  pezo  de  huma  oitava  mata  as  lom¬ 
brigas  ,  provoca  os  menftruos  ,  &  as  parcas  > 
tomando  duas  oitavas  ;  he  boa  contra  a  pedra 
5c  a  os  venenos ,  &  na  pefte. 


Historia  das  Plantas, 


G.  Bauh .Origamm Jyl.Cunila  bitlbula  Pllni!. 


ORIGANUM 

vulgare. 

jftÍMth,  Trag.Lon. 

Lugd.  Eyjí. 


Port.  Oregdons. 
Franç.  Origan, 
leal.  OrigAno. 
Alt.  Dorten  , 
ZJvolgtrnuth. 


QU  AL.  quente 
&  icco  a  o  3 .  gvao. 


D  E  S  C  RIP.  Tem  as  folhas  mayores  do  que 
a  Manjerona  &  aveludadas  ,  como  taonbem  a 
aílea:  as  flores  laon  alvadias  e  as  veles  avermel¬ 
hadas. 

LUGAR.  Nace  pellos  caminhos,  c  azin¬ 
hagas  florece  do  fim  do  veraon. 

V  I  R  T  U  D.  He  bom  contra  os  venenos 
Como  as  precedentes  ;  a  Tartaruga  vendofe 
mordida  da  vibora  fe  cura  como  oregaon.  A  flor 
&  folha  laon  boas  contra  as  mordeduras  de 
qualquer  animal  venenofo.  He  eflomacal ,  con¬ 
tra  palpitaçocns  fas  vontade  de  comer,  he  contra 
veneno  dos  cucumelos. 


Liv.VI.Div.lV.  daOregaon- 


G.  Bauh.  Origamm  fLraclroticutn  j  CunÜA 

Gallimice»  Plinii. 


ORIGANUM 

Heracleoticum. 
APatth.Gefti.Lac. 
Lob.  Lugd.  Caji. 

Port.  Oregaon  2. 
efvecie. 

Franç.  Marjolaine 
bktarde. 


Qual.  quente  & 
fec.  a  o  i.  grao. 


D  E  S  C  R I  R.  Efta  efpecie  de  Oregaons  al¬ 
guns  a  chamaon  Cunila  ,  tem  as  folhas  qiiafi 
íímilhantesas  do  HyíTopo  :  as  flores  naoneítaon 
juntas  como  na  precedente. 

LUGAR.  Achafc  na  Ilha  de  Candia. 

V  I  R  T  U  D.  Seu  cofimento  em  vinho  bebi¬ 
do  ,  hc  contra  mordeduras  de  ferpentes  ,  contra 
veneno  da  Cicuta  *  do  Meconium.  Seco  cm  po 
huma  oitava  athe  duas  em  hydromel ,  purga 
os  humores  melancólicos.  O  lavatório  do  leu 
©ofímeiuo  cura  a  Coceira  &  a  Itericia. 


•390  Historia  das  Pt  anta*, 


G.  Bauh.  Orlganum  Onítls. 


OR1GANUM 

Oiiitis. 

Jll.iitb.  Gefn.  Lac. 
Lw.Cajl.  Lugd . 

Port.  Oregaon 
Onilis. 


QUAL.  quente 
&  íleo.  ao  3.  gr. 


D  E  S  C  R  I  P.  Efta  efpecie  tem  as  folhas 
mais  fimilhantes  a  o  Hyífopo  do  que  o  Oregaõ 
Hcraclcotico.  A  femente  Ycm  em  humas  cabe- 
cinhas. 

LUGAR.  Nos  mefmos  dos  precedentes. 

V  I  R  T  U  D.  O  Oregaon  bebido  he  exelente 
«outra  as  dores  do  eftoraago  Sc  palpitaçoens  , 
•tomado  em  hydromel  ,  laxa  o  ventre  levemente, 
purga  por  baixo  os  humores  vifeofos ,  melan¬ 
cólicos  >  Sc  adultos  y  provoca  os  menfhuos  , 
comido  em  po  com  figos  >  ferve  a  os  hydropi- 
cos  Sc  contra  as  convulfoens.  Tem  as  virtudes 
do  precedente. 


TRAGORIGA- 

NUM 

Jlfatth.  Ldc.  Cajl. 
L'igd. 


Port.  Oregnon  4. 
efpeck. 

FranÇj.  O-igan  de 
Bouc. 

All.  Tragodejler. 

QUAL.  quente  & 
feco  como  o  Üregaõ. 


D  E  S  C  R  I  P.  He  huma  planta  pequena  8c 
ineuda  que  tem  as  folhas  &  os  ramos  como  o 
ferpaon  fylveftre,  defte  ha  duas  efpecies,  ou  con- 
fo  me  o  território  eíta  viçoío  ou  eftenl  ,  tem 
as  folhas  mais  ou  menos  largas  ,  fuas  flores  faon 
purpurinas. 

LUGAR.  O  melhor,  vem  de  Cilicia  ivas 
Ilhas  do  Archipelago  ,  florece  em  Agoílo. 

V I  R  T  U  D.  Temas  virtudes  do  Oregaon 
comum  ,  exelente  para  toífe,  e  nas  apoftemàs  do 
boffe,  poemíe  nas  igoarias  contra  o  faftio  ,  a  os 
eme  tem  o  eftomago  fraco  &  a  os  que  tem  vo- 
nútos. 


ni) 


Historia  bas  Plantas; 


MARUM 


Tab. 


Votl.Aíítrum  e[i 
cie  de  Aí.‘n- 


All.  Engelfche, 
Eartkoline. 


Qualid.  quente  & 
ftc a  ao  3.  grao. 

DESCRIP.  Efta  planra  deita  muytos  ramos 
fnas  flores  faon  íimilhantes  as  dos  Oregaons,mais 
«romaticas  ou  chciroias,  Sc  as  folhas  mais  bran¬ 
cas. 

LUGAR.  Nace  em  Afia  ,  fobretudo  perto 
dc  Cyzica  ,  &  de  Magnefia,  florece  no  veraon. 

V  I  R  T  U  D.  Tem  o  gofto  agudo,  amar- 
gofo  ,  pouco  adftringente  he  contra  as  chagas 
corrofivas,  entra  nas  compoíi^oens  dos  unguen¬ 
tos  cálidos. 


Liy.  Ví.  Di  v,  IV.  da  Manjerona.  393 
G.  Bauh.  Major  ona  temifolia. 

AMARACUS 

five 

Sampfuchum 
minus. 

Mattb.CaJ}.  Lugd. 

Po  rt  .Manjerona. 

Franç.  Marjolaine 
Genlile. 

Ital .Perfa  Gentile. 

All  em.  Mdfiran. 

Àleyraru 

Qiialid.  quente 
&  feca  a  o  3. gr. 

DESCRI  P.  A  pequena  Manjerona  gentil 
tem  as  folhas  mais  meudas  ,  as  afteas  >  &  as 
flores  do  que  as  da  grande  8c  de  melhor  cheiro, 

L  U  G  A  R.  Efta  efpecie  cultivaie  nos  jai> 
dins  &  em  craveiros }querfe  em  lugares  humedos, 
bem  eftcrcada  8c  agoa  ,  florece  em  Julho  8c 
Agofto. 

VIRTUD.  Tem  as  rnefmas  virtudes  que  a 
grande  ,  8c  feu  cofimento  he  efpecifico  a  os  que 
principiaòn  a  fer  hydropicos,  Sc  na  difhculdade 
de  ourinar ,  nas  dores  do  ventre  >  as  folhas 
aplicadas  com  mel  cwraon  as  contufocns. 


394  Historia  das  Plantas, 

G.  Bauh.  Major  and  vnlgaris . 

AMAR  ACUS 


Sampluchum. 

Ma  1 1  h.Fitfc  h.  Lugd 

Por-t.  Manjerona . 

Franç.  Aíarjolaine 
cornwme . 

QUAL.  quente  & 
feca  a  o  3 .  giao. 


D  E  S  C  R  I  p.  A  Manjcrona  mayor  tem  muy- 
ias  afteas  ,  pequenas  5c  macias ;  fuas  folhas  fao 
compridinhas  alvas  5c  aveludadas  em  muyta 
quantidade.  Suas  flores  faon  como  as  dos  Ore* 
aonsjdc  que  fahe  huma  pequena  femente:a  rais 
e  inútil. 

LUGAR.  He  muyto  commua  aflim  nos  jarv 
cünSj  como  cm  outras  partes,  floreceem  Agofto, 
V  I  R  T  U  D.  He  aromatica  de  bom  cheiro  , 
aperitiva,  digeftiva  5c  confortante ,  ou  em  be¬ 
bidas,  ou  aplicada,  he  boa.n£s  dores  de  ca¬ 
beça  ,  dos  nervos  procedendo  de  frio.  Seu  fumo 
algumas  gcjas  nos  ouvidos  tira  a  dor  5c  he  Con¬ 
tra  a  furdes  5c  zonidos.  Sorbido  nos  narifes  pur¬ 
ga  a  phlegma  ,  5c  conforta  o  cerebro.  He  car¬ 
minativa,  boa  a  os  achaques  da  madre,  expelle 
os  Ycntos.  ' 


Liv.  VI.  Dív.  IV.  do  Clwopodio.  3M 
G.  Bauh.  Glinepodium  Origano  fim ll e. 


CL1NOPODIUM 

vulgare  I. 
Maub»  Cm. 

Port.  Clinopodh. 

Franç.  Fabreque. 


ÇHJ  A  L  I  D. 

quente  &c  fec.  a  o 
3-  grao., 


D  E  S  C  R I  P.  He  huma  pequena  planta ,  ra¬ 
mo  fa  ,  alta  de  dois  palmos,  íuas  folhas  faon 
íimilhantes  as  do  ferpaon  :  fuas  flores  faon  re¬ 
partidas  por  intervalos  como  o  Marroyo. 

LUGAR.  Crcce  cm  lugares  pediofos  y 


florece  em  Agofto. 

V  I  R  T  U  D.  Tomada  em  bebida  be  contra 
mordeduras  de  cobras  ,  nas  convulfoens  ,  que¬ 
braduras  &  contra  a  difficuldade  de  ourinar, 
provoca  os  menftruos  &  o  parto  j  aplicada  fas 
cahir  as  verrugas  compridas  ,  coflda  athe  a  con- 
fumaçaon  das  duas  terças?para  os  cíufos;feu  co- 
fimeiKo  he  antifebi^, 


«Ei m 


Historia  das  Plantas, 


G.  Bauh.  ClimpodUtm  yirvenje  Ocpmifaçte, 


CL1NOPODIUM 

I  I. 

Matth.  L-igd.  Tal;. 

Franç.  CUnopode 
ou  F abre  que 
2.  efpece . 


QJJ  A  L.  quente 
&  fec.  a  o  3 .  grao. 


DESCRI  P.  A  fegunda  cfpecie  tera  as  fol¬ 
has  agudas  no  cabo ,  dentiladas  a  o  redor. 
Suas  flores  que  vem  junto  as  folhas  faon  quafi 
purpurinas.  Sua  aftea  he  alta  de  quafi  dous  pal¬ 
mos, fua  rais  he  grofla. 

LUGAR.  Cultivafe  nos  jardins, florcce  e® 
Agofto. 

V1RTUD.  Tem  as  propriedades  da  prece¬ 
dente. 


Liv.  VI.  Div.  IY.rlo  hUnjericaonfjlv.  3  97 
G.  Bauh.  Acinos  latifolia. 

AC  I NU  S 

Diofcoridis. 

Porr.  Aíanjericaò 

bravo. 

1  * 

Franç.  Acinus  ou 
Bafilic  fauvage. 


QUAL.  quente 
&  fec.  a  o  3.  gr. 

DESCRIP.  Efta  planta  he  fimilhantc  ao 
Manjericaon  de  folha  larga,  produs  ramos  & 
aíteas  meiidas ,  duras  ,  &  lecas ,  cheyas  dc 
íucco  como  leite.  He  cheirofo  &  mais  vcluda- 
do  do  que  o  Manjericaon  comum.  Matthiolo 
he  de  opiniaon  que  o  Acinus  de  hoje  naon  hc  o 
dos  Antigos,  por  que  Plínio  diz  que  o  Acinus 
naon  tinha  flores  ,  a  refpeito  que  o  que  hoje 
temos  florece. 

*  L  UG  A  R.  Crcfce  nas  bordas  dos  folTos  ,  cm 
afinhagas&  pellos  Caminhos,  florece  em  Junho 
&  Julho. 

VIRTUD.  Seu eofimento,  ou  bebidas  a s 
folhas  em  po,  obílrue  o  ventre,  &  para  os  men- 
ftruos.  Aplicado  cura  todas  as  fogagens.  Suas 
folhas  faon  contia  o  veneno.  Sua  femente  to¬ 
mada  em  vinho  he  contra  mordeduras  de  víbo¬ 
ras  &  dç  outras  ferpeutes. 


3jS  Historia  das  Píantas, 


OCYMUM 


Mâgnum. 

2HiUtb.Fufch.Dsd. 


Gd.  Lac.  Tnr. 
Port.  Af  injcricaon 


gra*idt. 
Franc.  Grand 


> 


QUAL.  quente 
&  fec.  a  o  i.  grao. 

DESCRI  P.Os  Manjericaons  de  folha  larga 
&  o  da  eftreita  íaon  taon  comuns  Sc  conhecidos  , 
em  Portugal  ,  que  naou  fera  neceíTaria  de- 
fcripçaon. 

LUGAR.  Semeafe  em  hortas,  plantafe  em 
braveiros  ,  florece  em  Julho  Sc  Agofto. 

V  I  R  T  U  D.  He  digeftivo  ,  aperitivo ,  es- 
pullivo  >  enemigo  do  eftomago  comido  cru. 
Pondo  o  a  ferver  com  o  inofto  da  bom  cheiro 
a  o  rinho  Sc  bom  faibo.  Cofido  em  vinho  ,  cura 
a  difficuldade  de  refpirar  ,  &  a  roíTe  ,  provoca  a 
ourina  Sc  os  menftruos.  A  femente  infundida 
em  vinho  branco  fas  hum  grude  que  he  muyto 
peitoral.  A  agoa  diftilada  conforta  o  coraçaon 
&  ferve  nos  íincopes ,  aplicados  por  fora  re¬ 
frigera. 


Liv.Vl.  Div.  IV.  do  Manjericaon.  3  99 
G.  Bauh.  Ocymtim  minlmum. 


T.  Ji 

«3 


O CYMÜM 

Parvum. 

AfdtthioU. 

Port.  Manjericaon 
comun . 

Fr.  Pctít  Bafdlc 
gentil. 


QUAL,  quente 
&  humedo. 


D  E  S  C  R  I  P.  He  mais  aromatico  do  que  as 
outras  efpecies. 

LUGAR.  Como  o  precedente. 

VIRTUD.  Porque  he  mais  cheivofo  ou  aro¬ 
matico  que  o  precedente  ,  taonbem  he  mais 
quente  ,  &  conforta  mais  :  he  mais  cordeal  ,  & 
entra  nas  compoíiçoens  cardíacas.  He  melhor 
para  o  eftomago  do  que  o  precedente  *  mas  o  ufo 
continuado  nas  igoarias  enfraquece  a  vifta.  Os 
Antigos  naon  aprovaraon  o  ufo  interno,  diíem 
que  he  certo  que  o  ufo  interno  fas  gerar  piol¬ 
hos.  He  bom  nas  dores  de  cabeca  o  íeu  cheiro 
he  cordeal. 


É 


■F 

- 


wét 


E 


irtr* 


4 

*  I 


V -M  ^  • 

MfÉmfií' 


<co  Historia  das  Planta 


DIVISAM  QU  I  N  T  A. 


Das  QrtaltonSy  Neve  da,  Cidreira ,  Marroyos ,  Ortigas, 


Sydentis,  Enphrafia,  Betonica,  Scrofhu - 
/*n*4  6*  Stachys . 

G.  Bauh.  Menta  korte?ífis  coryTnbiferá. 


MENTHA 

Gneca  , 


Sai  via  Romana 
Heiba  Diva; 


Maria;  five 
Laííulata. 


Dume .  '  mr^Wm 

AU.  Balfamk^aut.  Mj/ 

QUAL.  quente  8c  ®*r 
feca  a  o  t.  grao. 

D  E  S  C  R  I  P.  Efta  efpecie  de  Ortalaon  tem 
as  folhas  mais  compridas  6c  mais  largas  do  que 
afalva,  faon  verdes  &  alvadias  6c  íimilhantes 
as  da  Betonica.  Sua  aftea  hc  alta  de  quafi  dois 
palmos. 

LUGAR.  Crece  em  qualquer  parte  ,  florece 
cm  Agoílo. 

V  í  R  T  U  D.  Hc  provocante  8c  deterííva  , 
efficas  as  dores  da  madre  ,  8c  a  os  hydropigos  ; 
principalmente  quando  as  agoas  eftaon  dei  ama¬ 
das  nas  veyas ,  aquenta  o  figado  opilado  6c  de- 
fopila  feus  dudtos  6c  poros.  Príado  conr  o.io  dc 
lirios  aplicado  no  haíTo  adefencha  8c  mitiga  feus 
ardores  ,  6c  com  vinho  quente  contra  a  dificul¬ 
dade  dc  ourinar.  Seu  fumo  aplicado  a  noite  cura 
todas  as  fogagems. 


Liv.  Vl.Div.  V*  àh  Ortelaon .  4°x 

G.  Batfh.  Mcntha  anguftifolia. 

MENTHA 

fariva. 

Matth.  Cafl. 

Port.  Ortúam 
comua . 

Franç.  Menthe. 

Efp.  HlervA  buena 
ortelana . 

AH.  Mmtn 

QUAL.  quente  a  o 
3  •  gtao. 


D  E  S  C  R  I  P.  Efta  planta  he  taon  comua 
em  todas  as  hortas  ,  que  naon  neceíTita  dc- 
fcripçaon 

V  í  R  T  U  D.  Todas  as  cfpecies  de  Ortelaon, 
confortaon  o  ceucbio  ,  o  coraçaon  ,  o  eftomago, 
efpelem  os  ventos ,  íeíiílaon  a  o  veneno  ,  fafem 
vontade  de  comer  ,  provocaon  os  menftruos  & 
o  parto  ,  faon  boas  a  refpiraçaon,  detciíivas  , 
vulnerarias  ,  refolutivas  ,  maraon  lumbiigas. 
Ufafe  interiormente  &  exteriormencc. 


MFNTHA 

fativa  II. 
Àííittb.Fufch ,  Dod, 
Tur.  Lac. 


✓ 


QJJ  A  L.  quente 
&  lec.  ao  z.  grao. 


D  E  S  CR  I  P.  Naon  tem  differença  da  prc» 
cedente,  fenaon  em  ter  as  folhas  mais  pequenas, 
mais  agudas  &  que  luas  afteas  &  flores  íaonqua- 
íi  vermelhas  &  cheiroías. 

LUGAR.  Achafe  comumente  nas  hortas. 

V  I  R  T  U  D.  Fora  as  propriedades  refferidas 
na  precedente,  metida  no  leite  o  empede  de  fc 
coalhar.  Aplicada  natefta  tira  a  dor  de  cabeça  , 
c  taonbem  a  dor  dos  peitos  enchados  com  leite 
endurecido.  Adoça  a  afperefa  da  lingoa  roíTan* 
doa  com  cila, 


Liv.  VI.  D iv.  V.  do  OrtcUon  bravo.  4^ 
G.  Bauh.  Atentha  fylv.  longiore  folio . 


D  E  S  C  RI  P.  As  folhas  faon  muyto  mayorcs 
do  que  as  da  ortelam  ,  mais  cabeludas  ou  velu- 
dadas  Sc  brancas :  fua  aftea  de  mais  de  dois  pal¬ 
mos,  fuas  flores  em  forma  de  efpiga  de  cor  pur¬ 
purina  &  de  cheiro  forte. 

LUGAR.  Nace  em  lugares  aquaticos,  flore- 
ce  em  Agoílo. 

V  I  R  T  U  D.  Seu  fumo  purga  as  molheres 
depois  do  parto  ,  &  feu  coíimento  muyto  util  a 
quem  tem  o  peito  eftreito  >  que  com  travalho 
podem  refpirar  &  a  os  que  no  noturno  dormindo 
vazaon  o  femen  com  demafia,& na  Itericia.  Seu 
peifume  Sc  taonbem  a  erva  efpalhada  ,  aíFogenta 
as  cobras  &  as  pulgas.  Seu  fumo  hc  bom  contra 
as  efcrofulas  aplicado  quente  fobre  a  parte.  Em 
geral  tem  todas  as  virtudes  da  Ortelam,  mais 
forte  &com  mais  cíficacia. 


MENTASTRUM 

Jllatth.  Trag. 

Port.  Mentaflro. 

Yv.Afenthe  fatiVttge. 

Ital.  Afcntajlro. 

All.  Kéit^enbalfarn. 

QJU  A  L.  a  planta 
Ter  de  qu.  Sc  Cee.  ao 
i .  grao.  Sc  fec.  a  o  3 . 
grao. 


404  Historia  das  Plantai, 


Cj.  J\  fcUtb A  ÇUtdYlA  ZJ li! (JtjYi s  YKAjOf « 


HERBA 

Cataria. 

AÍMth*  Cajl. 

Port.  Gataria. 

Franç.  Herbc  du 
chat. 

Ital*  G At  ay  i4 . 

Áll.  Katzenkjaiit. 

QUAL.  quente  & 
feca  a  o  l.  grao. 


D  E  S  C  R  I  P.  He  huma  planta  comua  ,  tem 
as  folhas  como  a  erva  cidreira  ,  ou  como  a  urti- 
ga,mas  mais  pequenas  &  alvadias.  Sua  aílea  hc 
de  altura  de  mais  de  tres  palmos  ,  quadra  com 
muytos  ramos  taonbem  quadrados ,  fuas  flores 
faon  brancas.  A  rais  he  nervofa  com  muytos  fi¬ 
lamentos.  Temo  cheiro  taon  forte  que  fas  mal 
a  cabeça,  feu  faibo  he  quente,  mordicante  com 
muyto  amargor.  Tomou  o  nome  de  g&taria  por 
que  os  garos  a  comem. 

LUGAR.  Nafce  peitos  caminhos  &  em 
lugares  humedos  j  forece  em  Junho  &  Julho. 

V  í  R  T  U  D.  Pode  uzarfe  defta  planta  em 
lugar  da  Calamcntha  ou  Neveda.  He  boa  contra 
todos  os  achaques  frios  do  cerebro  ,  do  peito  , 
do  cftomago  ,  da  madre  ,  feu  fumo  forvido  no 
aaris  purga  a  ficima  &  aclara  a  yiíla. 


Llv.  VI.  Div.  V.  dn  Neveda  eu  Calamento.  4®^ 


G.  Bauh.  Calam" nta  vulvaris,  vel  offic.  Gcr. 


CAL  A  MINTA 

Adattbioli, 
Apoth.  Calamen- 

twn.~ 

Port.  Neveda. 
Franç.  Calament. 
Ital.  Calamento 
htrba, 

Efp.  Neveda. 

Al  .  Vvilde  Poley , 

QUAL.  quente 
&  fec.  a  o  2.  grao. 


,  DESCRIP.  Eíla  primeira  efpecie  tem  as 
folhas  alvadias  de  feitio  das  do  Majericaon:  fuas 
-afteasfaon  angulofas  &  tem  as  folhas  vermel¬ 
has. 

LUGAR.  Nace  nos  montes  &  nos  vales  em 
lugares  afperos  :  florece  em  Junho  &  Julho. 

V  I  R  T  U  D.  Bebida  ou  aplicada  hc  boa 
contra  mordeduras  de  ferpentes  ,  provoca  a  ou» 
,  rina  &  os  menftruos  &  boa  contra  as  quebradu¬ 
ras  ,  nas  convulfoens  ,  nas  dores  do  ventre  ,  nas 
difficuldades  de  refpirar ,  nos  vomitos  &  cólicas, 
contra  febres  intermitentes,  dada  a  infufaon 
quando  quer  principiar  o  frio  3c  contra  a  amare 
ixdaon  do  corpo  &  Iterícia. 


40 6  Historia  das  Piántas,' 
G.  Bauh.  Calamlntha  Pnlegii  odoro. 
CALAMINTHA 

Moncana. 

Jiídith.  Lr,.gd. 

Porr.  Neve  da  do 
monte. 

Franc.  Cilamet  de 

J 

7nonragnc% 


QUAL.  quente  6c 
leca  a  o  3 .  grao. 

D  E  S  C  R  I  P.  Efta  efpccie  tem  as  folhas  mais 
iodondas,  hum  pouco  veludadas ,  dentilladas  , 
aromaticas,  fuas  afteas  faon  de  altura  de  dois 
palmos  ,  quadradas  ,  meudas  :  fuas  flores  pe¬ 
quenas  ,  de  cor  purpurina ,  fahindo  do  meyo 
da  aftea  ate  cima  ,  como  o  Puegio  ,  com  tudo 
mais  efpeflas  em  cima.  Suas  raifes  laon  delga¬ 
das  ,  6c  vem  em  quantidade. 

LUGAR.  Nalcc  em  lugares  incultos  a  o 
longo  das  afinhagas  6c  caminhos  :  florece  em 
Junho  6c  Julho. 

V  IRTUD.  Efta  erpecie  he  a  melhor  na 
medecina  a  o  parecer  de  Diofcorides.  Seu  gofto 
picante  6c  amargo  demoftra  que  he  quente  6c 
fecca  ;  porque  aplicada  por  fora  ,  aquenta  no 
inftante ,  he  inordicante ,  atraâiva  ,  deteríiva, 
cauterifa  acarne,  fas  fuar  &  defeca  o  corpo, 
tendo  alguma  coufa  deabfterfivo  6c  digeílivo. 


Liv.  VI.  Div.  V.  do  Ccãzmfnta. 


G.  Bauh.  CaLiminihít  arvenfis  vcrticilUta « 


CALAMINTHA 

Aquatica. 


JMíitth.  Lho  d, 

O 


QUAL.  quente  Sc 
fec.  a  o  3 .  grao. 


DESCRI  P.  A  neveda  aqnatica  he  fimilhan- 
tea  o  mentaílro  ,  &  temas  folhas  mais  com. 
pridas  ,  fuas  afteas  &  íeus  ramos  inayores  que 
das  precedentes. 

LUGAR.  Achafe  as  mais  vefes  perto  de 
s  ou  enchareos  :  floicce  em  luuho 
Julho.  J 

V  I  R  T  U  D.  Efta  efpecie  tem  ruenos  pro¬ 
priedades  .  tomada  em  vinho  empede  o  clícito 
da  peçonha  :  as  folhas  aplicadas  faon  contra 
mordeduras  venenofas  ;  feu  cofunemo  provoca 

os  menftruos  &a  ourina  ,  he  contra  Iterícia  fas 
íahir  o  feto  morto  &  as  parias. 


BMj 


V-aL 


'  *.  -'  ^'‘'.'•A-ifi.^5,>í?->*  -iSF  ÍB*& ÍiA?iJk'&*' 


Historia  das  Plantas, 


APIASTRUM 

Mclilíophyllum 
Citrago  five 
Meliíla. 

AÍAtth.Cord.  Lac. 
7ur.  Ad.  Lob. 
Fort  .Erva  Cdreira 
Franç.  Aíehjfe. 
leal.  ’ MeUfjd 
Curagine. 

Efp.  Torongil 
biervíi  CtdrcrA. 

AU.  Binenk^Aiti, 


DESCRI  P.  A  Erva  Cidreira  tem  as  folhas 
mayores  do  que  os  marroyos,mas  naon  faon  vc* 
ludadas,  cheira  ricamentc  a  calca  de  cidra  ou  a 
de  Limaon.ha  duas  cartas  a  o  parecer  de  Fuch- 
fius  huma  verdadeira  &  a  outra  falfa. 


LUGAR.  Crcce  nos  jardins  &  hortas:  flo- 
rece  em  Julho  &  Agorto. 

V  I  R  T  U  D.  À  erva  Cidreira  legitima  con. 
forta  &  alegra  o  coracaõ  ,  o  ccrebro  ,  o  eftoma- 
go  ,  provoca  os  incnftruos ,  ferve  na  Apoplexia, 
Lpileptia  ,  vertigems.na  mclancbolia  ,  nas  fe¬ 
bres  malignas  &  peite. 


C.  Baui». 


Iiv.VI.  Dir.  v.  da  Erva  Cidreira  de  Confl.  4<5j 
G,  Bauh.  Alelijja  Aíolucana  odor  ata. 

M  E  L  I  S  S  A 
Conftantínopo» 

Ufana, 

five 

Apiaílrum 
Citraço. 


Franç.  Mclijfe  ds 
Cvnjlantinople, 


,  QU  A  L.  quente 
&  íec.  a  o  z. 


rado!  S,?  RIP;  A  . CicIrcira  do  Levante  tem 
íamos  de  altura  de  dous  Palmos  com 

«hasrecortadas  ou  deualadas  a  o "  " 

loi  as  Hotes  fao  brancas. 

'•«“'■«-Sr 111,45  Mo,uc“ 

Te!edLTor°;„TSr  "'f v'ituJcs  *> 

emcsas^*^1”'"'10  fendas  rc 


Tom.  1, 


S 


4io  Historia  das  Plantas, 

G.  Bauh.  Marrnb'mm  cardíaca  diÜurr. 


CARDÍACA 
Lycopus,  Lycopfis 
branca  lupina, 

MclilTa  fylv. 

*}.  F.fach.  Ang. 

Thoph.  Trag. 

Port.  Cardíaca. 

Franç.  Agrípaume.  i 
AU.  Hertz.- Ge fpart. 

QUAL.  quente  & 
fec.  a  o  i.  gtao. 

DESCRI  P.  Tem  alguma  fimilhança  com 
a  Ortiga, as  folhas  faon  veludadas  8e  recortadas 
como  as  dos  ranunculos.  A  aflea  he  quadrada, 
com  ramos  diípoftos  dois  a  dois  como  taonbem 
as  folhas  ,  por  intervalos.  Suas  flores  faon  ver¬ 
melhas  quafr  brancas  a  fimilhança  das  urtigas 
fétidas  a  rais  as  vefes  he  vermelha  8c  amarela. 

LUGAR.  Nace  pellos  caminhos  em  afinna- 
gas  8c  junto  as  paredes  velhas  ,  floiece  ate 

^^V^i°R  T  U  D.  He  atenuante  ,  deficativa  : 

cordeal ,  provoca  a  ourina  &  os  menftmos  ,  a- 

cilita  o  parto  8c  á  refpiraçaon  d.lTipa  a  pa  > - 
taçaon ,  relas  os  efpritos  .  tomada  em  po 
qui  cofimento.  He  reputada  cordeal. 


Lí  v.  VI.  Div.  V.  do  Sideritis. 


41 1 


G.  Bauh.  Marrubium  Pahtjlre  Glabrum. 

SIDERITIS 

vulgaris  , 

G  erw, 

Herba  Judaica 

Gefn.  Col. 

Port.  Herva 
judaica. 

Franç.  Crapaudinc. 

A 11.  Vvundkpaut. 


D  E  S  C  R  I  P.  As  afteas  tem  aiturade 

Sd  ra  or,’Ts  por  ^ . 
sTc.  AÊtx^:  “ softo 

rcce  m,Gjlí0  í'ifcC  ""  lugal"  P^rofos,  fl0. 

ftnümj  VhD'  He  tíeccl*fiva  •  vulneraria  ,  ad- 
&  nas  fedár  ” ?  <l“b[ad“'“  ou  hérnias, 

mente.  *  inreuonacntc  Sc  exterior- 


« : 


vr. 


/dÁ 


Hl  i 


4ii  Historia  das  Plantas, 

G.  Bauh.  M-irrujlurn  ri.  gr  um  foetidurn. 


ballote 

Manubiallruin 

fwe 

Marrubinm 
nigriim 

u 

Jlí.ilth.  Fitfch.Tur. 

Cord.Lic.  Dod, 

Cif  Cajh  Ltigd. 

Potf.  M.irroyoncgr. 

Fr.  Adurruke  tioir. 

Efp.  Ir.  Aí.vn  líblo. 

All.  Schvvartz . 
adorn. 

QUAL.  quente  ao 
i.  grao. 

p£SCR!  P.  Efta  planta  fe  parece  com  o 
Praffio  ou  Marroyo  branco  as  folhas  &  as  afteas 
faon  de  cor  verde  ,  hum  pouco  velutadas  &  de 

loiro  cheiro.  ... 

LUGAR.  Nace  em  lugares  iombnos  em 

alinhadas  ,nos  cimeterios  :  florece  no  veraon. 

-  VIRTÚD.  as  folhas  pifadas  com  fal  curaoa 

as  mordeduras  das  cobras,  &  cans  danados, 

cofidas  dentro  nas  crnlas  quentes  aplicadas  nos 

achaques  do  anus  faon  efpccificas  &  nas  chaQas 

velhas. 


Liv.  VI.  Div.V »  do  Marroyolranco.  41 } 


G.  Bauh.  Marrubinm  álbum  vulgar  e. 

marrubium 

Âfatth.  Cord.Fncb • 

Dod.  Tur .  Ztff. 

'  c*/:  c  ^ 

Apoth.  PraJJium. 

Port.  Mar  rojo 
branco . 

Franç.  Ira!.  Efp. 

Àlarrublo . 

A 11.  j4dorn ) 

Ligmkraut. 

QIJ  A  L.  quente  & 
fcc.  a  o  3.  grao. 

D  E  S  C  R  I  P.  Da  rais  fahe  muytas  afteas, 
ou  íamos  ,  cabeludos  ou  veludados  ,  brancos, 
as  follias  crcípas  verdes  por  cima  &c  brancas  por 
bayxo  ,  quafí  rodondas  ,  amargofas  a  o  goíto. 
Produs  as  flores  brancas  por  intervalo  junto  as 
folhas  &  juntamente  a  fcmente. 

LUGAR.  Nace  juntos  aos  velhos  edifícios 
Sc  pelíos  caminhos  ,  florece  no  veraon. 

V  I  R  T  U  D.  He  incifivo  ,  deterfívo  ,  ape¬ 
ritivo,  idoneo  as  obíbrucçoensdo  l  afio  ,  do  fí¬ 
gado,  da  madre,  a  Phtifía ,  a  Aflhma  Sc  a 

oíle  ,  facilita  o  parto  Sc  eipulfa^as  parias,  re- 
íiíta  a  o  veneno. 


S*  •  1 

íij 


/ 


414  Historia  das  Pi  antas, 

G.  Bauh.  Lamium  pnrpuretm  ,  vcl  álbum 
foetens ,  folio  oblongo. 

G  A  L  I  O  P  S  IS 

Urtica  labco 
focti  Ja  ou  mortua. 

Aíatth.  Lac.  L'!gâ. 

Port.  Urt  iga  morta. 

Franç.  Ouie  puante. 

Ira!.  Ortiga  morta. 

Elo.  O' rica  muena, 

All.  Taitbe  Nrjf  l. 

QU  A  L.  quente  & 
feco  a  o  3.  grao. 


DESCRI  P.  A  aftea  &  folhas  faon  total- 
mente  fimilhantes  a  Ortiga  comua  ;  exeptoque 
naon  faon  alperas  ,  &  que  tem  cheiro  foetido  , 
quando  fesfrega  nas  maons  ou  que  íe  pifa.  Sua 
flor  he  vermelha  &  pequena.  Achale  que  nas 
folhas  tem  huma  nodoa  de  leite. 

LUGAR.  Crece  pellas  eftradas  ,  &  pateos, 
florece  em  Junho  &  julho. 

V  I  R  TU  D.  Suas  folhas  >  fumo  ,  aftea  & 
femente  refolvem  toda  cafta  de  durefas  de  can¬ 
cros,  apoftemas,  Efcrophulas  &  Parotides.  Se  de¬ 
ve  aplicar  morneo  duas  vefes  no  dia  ,  em  forma 
de  cacapíafma  ,  anadindolhe  hum  pouco  de 
vinagre.  Aplicados  com  íal  faon  boas  as  chagas 
podres ,  corollvas  8c  cancrofas. 


1 1  v.  V I.  D  i  y.  V.  da  Ortiga.  41  $ 
G.  Bauh,  Vrtica  urens  maxima. 


Port.  Urtiga. 


Franç.  Ortie  1.  efp 


Qiialid.  quente 


&  feca, 

DESCRIP.  A  fegunda  eípecie  de  Urtiga 
he  a  comua  ;  naõ  he  taon  afpera  como  a  pri¬ 
meira.  Sua  aftea  he  quadrada  ,  afpera  &  mordi- 
cante  no  ta&o.  Sua  íementehe  pequena  &  vem 
em  eípigas. 

LUGAR.  Achafe  em  toda  parte.  A  femcntc 
fe  colhe  em  Agofto. 

VIRTUD.  De  mais  das  rcffcridas  agoa 
deílillada  no  mes  de  Junho  bebida  de  minhaon  , 
ao  meyo  dia  &  a  tarde  tres  onças  de  cada  ves.hc 
boa  para  pedra  na  vefliga,  para  cólicas  ,  para 
toíTe  inveterada  ,  contra  lumbrigas  &  flatos  ;  hc 
temedio  exelente  contra  chagas  falgadas  ,  con¬ 
tra  mordeduras  de  caens  danados.  Aplicada  por 
fora  ,  taonbem  nos  cancros  ,  as  fiííolas ,  a  gotta 
&  a  os  pes  enchados  ,  cura  o  polypo  do  naris  , 
&  para  o  fangue  do  naris,  aplicada  na  tefla 
com  panos  molhados. 


S  nij 


f 


416  Historia  das  Plantas 

G.  Bauh.  Vttica  urcns  minor . 


URTICA  III. 

Mitth .  Trag.  Lac . 
£//gd.  Cajl. 


QHAL.  quente  6 

fecca. 


D  E  S  C  R  I  P.  A  tercei  a  eipecie  cem  a  fe- 
fnente  pegada  na  aftea  &  as  folhas  mais  peque¬ 
nas  i  &  crece  em  toda  parte. 

VÍRTUD.  Saon  as  mefmas.  De  mais  a  Te¬ 
mente  ferve  de  contraveneno  da  erva  cicuta, 
dos  cucumelos  ,  do  afougue,  do  Meimendro 
das  cobras  ,  dos  alacraos.  Bebida  a  o  peio  de 
hum  cicropulo,  com  hydromel,  facilita  o  vomi¬ 
to  depois  dc  ter  comido  :  as  folhas  aplicadas  de¬ 
pois  de  inachocadas  com  fal,  curaõ  mordeduras 
dos  caens  danados  ,  as  gangrenas ,  os  cancros 
chagas  podres  rebeldes,  os  membros  diílocados  , 
tumoies  Sc  paiorides  :  o  fumo  forbido  para  o 
fangue  do  naris ,  tocando  com  eJlas  a  vagina 
relaxada  a  fafem  repor  em  íeu  lugar,  íe  íaon 
recentes  cortadas.  O  afeite  comum  he  bom  con¬ 
tra  as  picadas  das  ortigas.  Huma  macn  cheya  de 
ortigas  Sc  outro  tanto  de  engos  pifadas  6c  apli¬ 
cadas  íobre  a  íiota  fafem  hum  effeito  admira  yc1« 

o 


Liv.  VI.  Diy.  V.  da  Ortiga. 


417 


G.  Bauh.  Vrtica  urens  pillulas  fcrcns  :  /. 


DiofcoridtJ  feminis  Uni. 


URTICA  I. 

A'Liuh,  Lac.  C«f: 


Q^JAL.  quente  & 
fecca. 


DESCRI  P.  A  primeira  tem  a  afíca  &  fo[- 
s  mais  afpras  &  bravas.  Sua  femente  he  como 


has  mais  afpras  &  bravas.  Sua  femente  he 
a  de  linho  mais  pequena. 


LUGAR.  Nafce  em  lugares  incultos. 

VIRTUD,  Sua  femente  &  folhas  faon  di- 
geftivas,  provocaon  a  luxuria  ,  fuas  folhas  cofu 
das  em  vinho  &  bebido  o  coíimento  provoca  a 
ouiina,  alimpa  os  reiiiSj  amolece  o  ventre  ,  cina 
os  enchaflbs  :  o  fumo  bebido  repetidos  dias  cina 
os  vomitos  de  langue  do  peito  ;•  o  mefmo  fas  a 
erva  cofula  em  caldo  de  frango  ou  de  Carneiro 
le  for  capado  ;  o  mefmo  fas  a  femente  bebida 
em  vinho.  A  femente  bebida  cm  arobe  exica  a 


luxuria  pofta  no  orifício  da  yagina. 


S  r 


4i S  Historia  das  Plantas, 

Cj.  Bmh.  Sideritis  arvenfis  lati  folia,  glabYdr 


SIDER1TIS  II. 

A  ÍMthiuli. 


To rt.  Siderais.. 
Fr.  leal.  Sideritis. 
All.  l Jvtwdkratt? , 


DESCRTP.  A  fegunda  cfpecie  de  Sideritis 
tem  fuas  afleas  de  altura  de  dois  a  tres  palmos, 
pvodus  vanas  foihas  íimilhantes  ao  feto.  Em 
cima  das  aíteas  produfem  botoens  redondos  8c 
afperos  ,  dentro  nos  quaes  efta  a  femente  com- 
p;  ida&:  mais  dura  do  cjue  a  das  aííelgas. 

L  U  G  \  R.  Nace  em  lugares  fecos  &  pedro- 
fos  areyentos  &  non  cultivados ,  florece  em 
Junho  &:  naõ  morre  lenaon  no  fim  do  outono. 

V  I  R  T  U  D.  Tem  virtude  abfterfiva  ,  he 
fria  &  humeda  mediocremente  ,  adíhingente 
pouco  ,  he  vulneram  &  contra  asinflamaçoenr 


T,i v.  VI.  Di v.  V.  da  Eufrafia.  4 1 9 

G.  Bauh.  Eufrafia  offcinarum. 

EU  FR A  S I  A 


QUAL.  quente  & 
feca  a  o  i.  grao. 


DESCRIP.A  Eufragia  he  huma  pequena  hcrva 
que  crcce  de  altura  de  hum  palmo  pouco  mais  ou 
menos  :  fuas  folhas  faon  pequenas  ,  crcfpas  , 
dentiladas  a  o  redor  ,  adftringentes  &  hum  pou¬ 
co  amargoías.  Sua  aftea  he  meuda  &  vermelha. 
Suas  Rores  faon  brancas  &  as  vefes  tiraon  íbbre 
Vermelho. 

LU  G  AR.  Nace  nos  prados  &  nos  matos 
flo  rcce  em  Julho  &  Agofto. 

V  I  R  T  U  D,  5eu  principal  ufo  hc  para  os 
olhos  algurns  a  chamaraon  herva  dos  Olhos  ou 
Optalmica.  Deixa  fe  ferver  a  Eufrafia  em  moftro 
ate  que  o  vinho  feja  feito  ,  eíTc  vinho  he  admi¬ 
rável  para  aclarar  a  vifta  a  toda  pelíba  &  idade 
ie  fe  continua  o  feu  ufo  ,  a  herva  comida  fas  o 
mcfmo  ou  em  falada  ou  no  caldo. 


% 

4^0  Historia  das  Plantas, 
G.  Bauh.  Betonica  purpure# 
BETON  I C  A 
/íve  Verônica. 

A  í.üth .  Bntt:  ÍJTi '#o, 

Dod.  Gejn.  T,r.. 

Lite.  L  w.  Lac. 
sld.  Cx  .  L-.gd. 

Caft.  Tal.  7  dal. 


Fort.  Be  tônica. 

Franc.  Bctolue. 

y 

Er  os  mais  todos 

Baomca, 

Q  U  A  L.  quente  & 
fec  a  o  i.  grao 

DESC  RIP.  A  Betonica  produs  aftea  del¬ 
gada  Sc  quadrada  ,  alta  de  dois  palmos  Sc  as  ve¬ 
ies  mais.  Suas  folhas  fe  parecem  com  as  do 
carvalho  ,  íaon  moles  ,  cheiro  fas  &  dentiladas 
a  o  redor ,  as  mayores  eftaon  perto  da  rais.  Pro- 
dus  a  fementeem  forma  de  eípigas  em  cima  da 
aftea  como  a  Segureya  ,  colhem  ie  as  folhas  pa¬ 
ra  ie  tioat  dar  ,  íuas  raiíes  faon  meudas  como 
as  do  Elleboro. 

LUGAR.  Nafce  nos  prados  &r  nos  vales 
fomb:  ios  Sc  humedos,  florcce  em  funho  Sc  Julho. 

V  I  R  T  U  D.  Suas  virtudes  faon  admiráveis 
fervindo  de  remedio  a  quafi  todos  os  achaques 
interic  es  cio  corpo  ,  tomado  feu  coíimcnto  co¬ 
mo  fe  ufa  do  chaa  he  Cephalica  confortando  o 
cerebro  Sc  o  coraçaon,  he  vulneraria  principal- 
mente  das  feridas  da  cabeça  &  contra  a  Épi- 
lcprta  ,  Iterícia**  Paralitia,  íciatiga- contia  do¬ 
res  de  cabeça,  bebida,  ou  aplicada,  ou  em  foi: 
nu  de  Tabaco* 


Liv.  VI.  D iv.  V.  daSeratuU. 
G.Bauh.  Scrratula . 


411 


SERRATULA 


Aíutthioli , 

Do  d ,  Lob, 

Cluf .  C*JI. 


Caw.  Gerrn. 


Porc.  Seratula. 


Franç.  Serrette 
leal.  Serratula. 


D  E  S  C  R  I  P.  He  huma  planta  diffe  rente  da 
da  Betonica  íua  aftea  he  purpurina  ,  delgada  Sc 
carregada  de  ramos :  antes  que  a  produía  fuas 
folhas  faon  íímiihantes  as  da  betonica  ,  denti- 
ladas  a  o  redor  j  mas  quando  tem  produíido  a 
a  aítea ,  fuas  folhas  íaon  como  as  da  grande 
valeriana.  Suas  flores  faon  purpurinas  ?  tem 
nniytas  raifes. 

LUGAR.  Nace  nos  matos  em  Boêmia. 

V  I  R  T  U  D.  Tomada  de  qualquer  forte  ou 
bebidaem  vinho  branco  he  eflicas  contra  quedas, 
porque  refolve  o  fangue  eftravafado  &  qualha- 
do.  O  feu  cofimento  cm  vinho  alimpa  as  cha¬ 
gas  Sc  feridas  Sc  as  fecha  :  em  fomentaçoens 
mitiga  os  ardores  das  almorreimas*  Os  Tintu¬ 
reiros  ufaõ  deíla  planta  para  tingir  os  panos  de 
latí. 


4ii  Historia  das  Plantas* 

G.  Batih .  S  cr  o  falaria  nodofa  f atida. 


SCROFULARIA 
Major. 
Mille-morbia 
Ficaria  fivt 
Caftrangula. 
Jííattb.  Lac.  Dod. 
Cafi. 

Port.  Herva 
Savoeira. 

FranC.  Scrofa' aire. 

AU.  Br  iinvvurtz.. 

QUAL.  quence  & 
fcc.  a  o  3  .  gvao. 


DE  S  C1U  P-  Sua  aíEca  hc  de  dois  palmos 
c  alto  com  muyros  ramos  angulotos.  'mas  tol¬ 
as  faon  denegadas  ,  fortes  &  dentiladas ,  as 
ores  oue  vem  no  cabo  co«  vamos  faon  metidas 
urpuvinas  feitas  em  calco  Sua  (emente  he  con- 
euda  cm  humas  cabecinhas  como  as  t.o  Linho, 
,c  redonda, aguda  de  huma  banda.  Sua  tais  he 
;rande ,  branca  ,  &  goarnecida  de  pequenas 

''l  UG  ar.  Nafce  cm  lugares  humedos  flo- 

cce  em  julho.  r 

VIRTUD.O  po  da  rais  tomado  a  o  pelo 

lc  huma  oitava  mata  as  lumbrigas.Hc  atenuan- 

c  íefolativa, vulnerai  ia,  aplicada  extenormente 

ie’  o  melhor  medicamento  vegetal ;  para  as 
xiofulas. 


Liv.  VI.  Div.  V.  da  Salva  Irava.  41? 


G.  Bauh.  Stachvs  minor  luilica. 

ST ACH  YS 

Afaithioli , 

Dod.  Lugd.  Tdb. 

Tort.Salva  bravL 
Fr.  Satige  fmvage . 

Ital.  Salvatica 
SalvJa. 

All.  Rackjnde  , 
sldorn  s  Fdd- 
jldorn. 

QU  A  L.  quente 
a  o  3 .  graò; 

D  E  S  C  R  I  P.  Parece  fe  com  os  Marroyos 
exepto  que  as  folhas  faon  mais  compridas,  mais 
efpeças  ,  mais  duras,  mais  veludadas  &  de  bom 
cheiro.  Tem  muytas  raifes  &:  mais  brancas  que 
as  do  Marubio. 

LUGAR.  Crecenos  montes  &  lugares  in¬ 
cultos. 

V  1  R  T  UD.  He  mordicante  &:  amargofa 
a  ogofto,  o  coíimento  das  folhas  bebido  pro¬ 
voca  os  menftruos  &  efpulfa  o  feto  &  parias. 
AíTentando  íe  dentro  do  coíimento  provoca  a  ou- 
rina  &  cs  meniiruos. 


ÜESCRIP.  Tem  as  folhas  inuyto  mais  largas 
e  compridas  doque  o  verdadeiro  ou  que  a  falva. 
&  tem  as  me  imas  virtudes. 


414  Historia  das  Píanías,-' 

G.  Bauh.  Stachjs  major  Germanka . 

PSEUOO- 
STACHYS 

Jl-íutth.  Líigd. 

Port. 

Franç.  Stachjs 

Baurd. 


Irv.  Ví.  D iv.  Vi.  daSalv/t.  41í 

_  _  .  .  .  ^ 

DIVISAM  SEXTA. 


Da  Salva  ,  do  Orminnm  ,  Der  bafe  os  ,  (De. 
G.  Bauli.  Salvla  rua  or . 


5  A  L  V  1  A 

major. 

Aí.ittb.  Fufeb.  Dod. 
Tur.  Lac.  Lugâ. 
Cajl.  Tal. 

Fort.  Salva. 

Efp.  leal .  Salvla. 
Fr.  Grande  Sauge, 

All.  Grofs  Salbey. 

*1  ( 

Qualid.  quente 

6  fec.  a  o  i.  gtao. 


DESCRIP,  Tem  muyros  ramos,  as  afleas 
faon  alvadias  3c  juntamente  as  folhas  afperas  , 
crefpas ,  3c  de  bom  cheiro.  As  flores  faon 
purpurinas. 

LUGAR.  A  cl mjp  em  toda  parte. 

V  I  R  T  U  D.  Lie  boa  contra  os  humores 
phlegmaticos:as  íalvas  principalmente  cila  cfpe- 
cie  faon  cephalicas ,  nervinas  ,  hyítciicas ,  ílo- 
machaes  ,  refolutivas  ,  aperitivas  ;  ferve  inte¬ 
riormente  3c  exteriormente.  Na  Paralifia  ,  Le- 
thargo  ,  Apoplexia  ;  maílegafe  paKi  efeanar,  3c 
tomafe  em  forma  de  tabaco  gr  o  fio.  Paia  puipar 
a  phlegraa  do  cerebro.  Maftegada  ou  comida 
em  pede  o  mo  viro  as  molhei  es  :  Enfim  he  boa 
em  tudo  o  que  he  neceíTario  de  aquentar ,  deflc 
£ar  ;  &  confortar. 


< 


4ií  Historia  das  Plantas 


G.Bauh»  Safaia  mlnor  Aurlta  &  von  Anrlta . 


. 


S  A  L  V  I  A 

Minor. 

Af-tttb.  Fufch.  Doà 
Cal.  Cor  d  Lio. 
Lob.  GtJ.  Tab . 


Vovt. Pequena  falv.i 


Franç.  Petlte  Sauge 


All.  Sp;fz.e  S-tlvej. 
Kleiae  Salvcy. 


Q17ALID.  quente 

Sc  fec. 


D  H  S  C  R  I  P.  A  pequena  Tal  va  tem  as  folhas 
mais  unidas  ,  8e  mais  eftreiras  que  a  domeftica, 
&  tem  checado  a  o  pe  da  flor  duas  ouvelhas  que 
as  fas  parecer  a  o  ferro  de  liuma  alebarda. 

LUGAR  AchaCe  em  lugares  incultos 

florecc  em  Junho  &  Julho. 

V  1  R  T  U  D.  Difem  que  faon  as  mefmas  que 
da  domeftica  ,  &  que  neífa  efpecie  he  que  os  fa- 
pQj  Çç  recreao  5c  aninhaon  poi  cauía  do  caloi  . 
o  que  as  veles  a  fas  venenofa  ,  para  lhe  reme¬ 
diar  hc  neceíTario  plantar  aruda  chegada  a  falv-a. 


wHm 


Liv.  VI.  D iv.  VI.  do  Hormin «.  4*7 

G.  Bauh.  Hormm  um  failvum. 


HORMINUM 
Sativtmi. 
JUatth.  Atig.  L  tc. 
Dod.  Ad.  Lob. 
C<aj.  Luqà.  T.ib. 
Cafi. 

Port.  Salva  tranf- 
rnarma, 

Franç.  Orvaille. 
Ital  .  Horwino . 

All.  Garten 
Stharlacb . 


QUAL.  quente  & 


fec. 


DESCRI  P.  O  Hormino  das  borras  tem  as 
folhas  como  os  Marroyos  ;  porem  m.ayoies  Sc 
mais  cheiroías.  Sua  aftea  he  quadrada  alta  de 
dois  palmos. A  (emente  he  compridinha&  negra. 
Suas  Hores  faon  purpurinas. 

LUGAR.  Florece  em  Junho  &  Agoldo. 

V  I  R  T  U  D.  He  deterfiva  ,  refolutiva,  cflo- 
macal, idônea  para  dar  movimento  a  os  efpriros, 
o  cofimento  oú  in  fu  ia  oh  deída  planta  aquenta  a 
fiiefca  do  eídomago  &  con  uma  as  flegmas  ,  he 
util  as  molheres  eíderiles  Sc  as  que  tem  purga- 
çoens  brancas.  Em  po  em  forma  de  tabaco,  pur¬ 
ga  o  cerebro. 


4iS  Historia  das  Plantas, 

G.  Bauh.  Hormtnum  Sdaren  d'flunt. 

SCLAREA 

Tota  bona. 

jMm tb  CijL  Carn. 

Tab. 

Apoth,  G.illitri- 
chw. 

Fort.  Efclarea, 

Franc.  Orvale, 

> 

Tome  bonne, 

Inl.  Sciarea. 

All.  Schatlach. 

QJJ  A  L.  quente 
&fec.  ao  i.  giao. 

D  E  S  C  R  I  P.  O  O  rnino  fylveftre  produs 
fuas  tolhas  fltnilhantes  a  ialva.  Saa  aftca  he  alta 
de  ciuafi  dois  palmos.  Quadrada  cabeluda  ou 
veludada  como  fuas  foihas  As  flores  eftaon 
cm  forma  de  efpiga  de  cor  branca  purpurina. 

L  U  G  A  R.  Nace  cm  lugares  incultos ,  fecos, 
fobre  os  mui  os  ,  femcafe  em  hortas ,  florece 
cm  unho  &  !ulho. 

V  1  K  T  U  D.  Corneie  em  feladas  &  tem 
bom  gollo  ,  conforta  o  eftomago  ,  da  vontade 
de  comer.Suas  fo'has  infundidas  em  vinagre  ou 

pifadas  com  pouco  mel  refolven  os  forunculos. 

Poefe  hum  gran  de  fua  femente  dentro  no  olho 
para  aclarar  a  viita,  donde  tirou  feu  nome;  deixa 
fe  lhe  citar  toda  a  noite. 


419 


HÁ 


Liv.VI.  Div.  VI.  do  Ormino. 

G.  Bauh.  Hormirw rn  fj/lv.  SalvlfoUnmwa]Píf3 

vel  waculatur/?. 

IKORMINUM 

Sylvcílrc. 

Jbfatth.  Anv.  L  u 

o 

Dod.  Ad.  Lob. 

CA.  Liígd.  Tab. 

J  C4. 


Portí  Qnnlno. 

Franç.  0>valc  ou 

Jriorrnlnc  fití- 

vage. 

QUAL.  quente 

&  Fec. 

D  E  S  C  R  I  P.  Efta  planta  produs  as  folhas 
(imilhames  a  falva.  Sua  aftea  Le  quadrada, 
afpera  ,  veludada  •,  alta  de  dois  palmos,  a  floir 
he  íimilhante  a  da  falva  dc  cor  purpurina.  As 
efpigasfe  deixaon  inclinar  para  terra,  a  femente 
he,  rodonda, denegrida  ,  que  le  parece  com  a  de 
callitririchum, 

LUGAR.  Nafce  nos  prados  &  pcllos  ca¬ 
minhos. 

VIR  T  U  D.  Tem  mais  vigor  do  que  o  das 
hortas  j  &  fora  as  virtudes  do  precedente  ,  que 
contem  mais  eminenramente  i  o  cofimento  de 
fuas  folhas  provoca  os  menft  uos  &  parto  &  pa¬ 
lias  a  íTe  nr  ando  fe  nelle.  Suas  folhas  havendo 
eítado  de  molho  em  vinagre  ,  aplicadas,  refol- 
Yem  todas  as  apottemas. 


4:  o  Historia  das  Plantas, 

G.  Bauh.  V erbafcum  lati foüurn  lateurn . 

VERBASCUM 

I. 

Jli.Uth.Ord.  L'tgd. 

Uf. 

Apoth.  Tjpjus 
bx<  batits. 

Fort.  Vc.bafco. 

Fianc.  BoH-don 

i 

blanc. 

Ical.  y erbafeo. 

Alie  m .  ZJ  vülkraut. 

QU  A  L  I  D. 

fcc.  a  o  5.  grao. 

DESCRI  P.  O  verbaíco  femea  cem  as  fol¬ 
has  como  certas  cove%  porem  mais  felpudas  ou 
veludadas  Sc  brancas.  Sua  allea  he  da  altura  de 
òois  palmos  branca  8c  felpuda.  Suas  flores  faon 
dc  cor  amarela  clara. 

V  I  R  T  U  D.  A  rais  he  adftringenre  ;  beben¬ 
do^  em  vinho  he  remedio  contia  a  Diarrhea  leu 
colunepto  contra  as  quebraduras  8e  nas  difloca- 
coens  &  concuioens  ,  contra  a  tofle  inveterada, 
mitiga  a  dor  dos  dentes  lavando  fe  aboca  de  feu 
cofimcnto  em  vinho.  Suas  fo  has  mefturadas 
com  os  figus  os  inpede  de  fe  corrumper.  Cura 
as  pontadas  .los  pregos  ou  encravaduras  dos  Ca¬ 
valos.  Conforme  Galeno  todos  os  verba.cos 
$em  as  mcfiuas  qualidades. 


Li  v.VI.  D iv.  VI.  do  Verbafco.  43 1 


*Gt  Bauh.  f^erbafcvim  mas  angujlioribus  foliiS 

ttoribns  pallidis * 


TERBASCUM 

II. 

Ad  dihiol K 

Lac .  C  tji »  /i 

Fort.  farbafco 
maiho* 


Q^UA  L.  fecco 
ao  3.  g.ao. 


DESCRI  P.  O  Veibaíco  macho  chamado 
gpellos  gregos  Leucophyllum, porque  tem  as  fol- 
3ias  brancas  ,  he  mais  compiidodo  que  o  pre¬ 
cedente  ,  tendo  as  folhas  mais  eftreitas  mais 
traias  que  as  primeiras  6c  tendo  a  aftea  mais 
.delgada. 

LUGAR.  Nacepellos  caminhos  6c  outras 
partes  >  floreceem  Março  6c  Avril. 

Y  I  R  T  U  D,  As  folhas  dos  verbafcos,  faon 
defícativas  6c  hum  pouco  deterfivas  :  todas  as 
=efpecies  faon  íingulares  a  os  achaques  do  anus. 
iA  rais  tomada  em  agoa  deftilada  de  arruda,  he 
rontra  mordeduras  de  alacraos.  As  folhas  deíTcs 
dois  primeiros  tomadas  em  po  faon  contra  os 
achaques  do  peico  6c  dos  que  eícarraon  matéria. 
Curaõ  a  toíTe  dos  cavalos  6c  dos  mais  achaques 
internos. 


43 1  Historia  das  Plantas, 
G.Bauli.  frcrl'.i] cu?/i  lycbnitís  flore  albo pdrVo% 

VERBASCUM 
Lvchuicisyíye 
Thryalis  V. 

Aí-ittbiol’. 

Lic.  Tiib.  Germ. 

• 

Fort.  F^erbafco 
5 .  efpcc  ie. 

Franc.  Boullon  d 
* 

peiitcs  fli.urs 
blaticbes. 

QU  A  L.  fec.  a  o 
3  •  Siao. 

DISCRIP.  Efta  efpecie  deita  quatro  ou 
cinco  folhas  largas,  felpudas  Se  grolías.  He 
propia  para  delia  (e  fafcr  mechas  ou  troilidas,poc 
ílTo  Gi  caos  a  chamaraó  Lychnitis  Se  de  T hryalis. 
LUGAR.  Nafce  nos  campos  florece  em 

Abril.  • 

VIRTUD.  Suas  folhas  faon  boas  aplica¬ 
das  fobre  as  efcrofulas  enfundidas  em  vinagre. 
O  fumo  da  rais  tirado  anrcs  que  renha  feito  a 
aftea  ,  tomada  em  vinho  malvefia  a  o  peio  de 
duas  ou  tres  oitavas, antes  que  ou  no  tempo  que 
vem  o  acccfío  da  febre  quarta,  a  cura.  infalivel¬ 
mente  ufando  tres  ou  quatio  veles  legon  o  *  t 
naldo  de  Vilanova.  As  flores  redundas  em  po 
•  faon  fingulares  nas  dores  do  veuue  Sc  cólicas. 

G.  II  a  uh# 


433 


Liv.  VI.  Div.  VI.  do  Verbafco. 


G.  Bauh.  Vt erbafcum  nigrum  folio papaveris 

Corniculati. 


VERBASCUM 

Denticulatum  , 

'  fiH 

Aliud  I  V. 

Áíatthioli. 

Poi  t.  V erbafco  de 
folhas  recorta¬ 
das. 

Franç.  Boülllon 
déconpé. 


DES  CRI  P.  Efta  efpecie  he  difFerente  da 
precedente  ;  porque  tem  as  folhas  recortadas 
como  as  das  dormideiras  corniculadas.  Acha  fc 
cm  varias  partes  de  Italia. 

V1RTUD.  A  agoa  deftilada  de  fuas  folhas  he 
adrmravel  contra  a  emflamaçaon  dos  olhos  Me 
tendo  a  de  dentro  ,  Sc  contra  as  vermelhidões  iõ 

ákamfrn  0  &  í‘ÍU“U"do  ,h=  P°«o  de 


Tomo  2\ 


Mi  / 


_■  ^  '  '  ,•  •  .'■:■■■■  .  '  ■=  ?  '■'  . 

Tlf  lilliMlHl  i  iM>  .  -a  -.a»  - 


i  r  ji 


yir 


ã 


j  ■>, 


i  tj 


1 


ié 

i  ■  •  { 

t  li 


m 


434  Historia  das  Plantas, 


G.  Bauh.  Verbafcurn  nigrum  flore  ex  lute o 

pmpnrafcenie . 


YERBASCUM 

Nicrrnm 

o 

1 1 1. 

Aíattbloli ,  Lxc.Cajl, 
Lulà, 

O 


Fort  .Virbafco  negro. 
Fr.  Boiullon  nolr. 


DF  S  CR  IP  Efta  terceira  efpecie  hc  clia- 
madaror  Lobel ,  Salvifolium ,  porque  fuas  fo¬ 
lhas  fe  parecem  com  a  falva  ,  poltoque  majores. 

Suas  flores  laou  quafi  purpurinas. 

LUGAR.  Nace  nos  prados  Sc  outros  lu¬ 
gares  de  pedrigulhos  ,  floiece  em  Avri  . 

V  1  R  T  U  D.  Sua  femente  cofida  em  vinno 
&  aplicada  cura  as  diflocaçoens  mitigando  as 
dores  &  enchalTo.  O  mcolo  do  ra.s  bem  meudo 
011  pifado  cura  as  fiftulas.  O  fumo  das  folhas  Sc 

flores  tira  as  verrugas. 


1 


*  *•'**» 


Liv.  VI.  D iv.  VI.  Do  Ver h afeo 


43  S 


VERBASCUM 


Sylveftre 

I  V. 

Afdtthioli  y  Ang. 
Lact.  Gejn.Lugd. 
Cluf.  Caft . 


QUALID,  fecco  a 
o  3 ,  grao. 


D  E  S  C  R  I  P.  Efta  quarta  efpccie  tem  as  fo- 
IEas  aa  falva  como  o  precedente  ;  mas  com  mais 
abondancia  &  Ikon  mayores  ,  faon  afperas  ,  fel¬ 
pudas  &  alvadias.  As  flores  pequenas  &  amare¬ 
las 

LUGAR.  Como  o  precedente. 

V  I  R  T  U  D.  As  folhas  faon  boas  para  as 
queimaduras  aplicadas  em  forma  de  cataplafma; 
a  flor  cinge  o  cabello  de  cor  loira  ;  em  que  parte 

que  fe  ponha  fempe  atrahe  os  bichos  conta  ou 
Millepedes. 


*  Í&í  ”*£,£■>  V 


*'  '  f  £  /  '  .  '  '  ■:  * 

.  ,'J  '  f  :>»  ■ 

.  -•  ..  '  *  >  ,  •  -V  ;  •'  •••'•  £  í" 

;  .  '  •  ,  .«7  \  v  '•  * 

ví,  ‘5  .<  ff 

wim-M 


436  Historia  das  Plantas, 

G.  Bauh.  B  lutar  ia  lutea  folio  longo  laclniato. 

blataria. 

Mutthloli , 

Trag.  Ang.  Fttch. 

Gofn»  Do  d. 

Potr.  Herva  das 
baratas, 

Franç.  Herbe  attX 
Mates. 

All.  Schabeiikraut  , 

011  Montenkruut. 

qU  A  LI  D.  q.  & 
fec.  ao  í.  grao. 

TI  F  S  C  RI  P.  He  fímilhante  a  o  veibafc® 
na  afteae  flor, mas  as  folhas  naonfaon  brancas 
&  faon  dentiladas  a  o  redor  &  as  flores  amare- 
fas  -  prcdus  humas  bolcinhas  como  o  linho  em 

<1U  LUGAR^Naceenos  campos,  florece  en  Junho 

&  vIrT  U  D.  He  amargofa  o  que  demoftra 
ue  he  deíTicativa.  Atrahe  muyto  o  bicho  conta 
como  a  precedente.  Suas  flores  tingem  o  cabello 

loiro. 


t 


Liv.VI.  Div.  VI.  Do  Etiopis.  43  7 
G.  Bauh.  vStbiopis  foliis  fimofis. 

^THIOPIS. 

Adatthioíi. 

Port.  Htrva  mági¬ 
ca* 

Franç.  Hetiopidc. 

All.  Afokenkjdut. 


'  QU  AL.  q,  Sc  fec. 
moderada. 


D  ESC  R  IP.  Suas  folhas  tem  alguma  fimi- 
ihança  com  as  do  verbafco  ,  felpudas  ,  elpeífas  , 
(ieitadas  fobre  a  terra.  A  aftea  he  afpera  quadra¬ 
da  íimilhante  ada  cideira  goarnacidas  de  afas 
Sc  concavidades.  Suas  raiíes  em  muyto  numero 
maílivas  ,  compridas  ,  &  vifcofas  a  o  goflo  ,  que 
eftando  cortadas  fe  fafem  negras  &  duras  como 
cornos. 

LUGAR.  Nace  no  monte  Ida  Sc  cm  Moífoya 
na  Morea  ;  florece  em  Mayo. 

V  I  R  T  U  D.  He  boa  para  os  que  efcarraou 
fangue,  à  fciatiga,  as  dores  de  Ilharga,  a  os  hy- 
dropigus,  â  afpcrefa  da  tracharteria. 


438  Historia  das  Plantas, 


G.  Bauh.  V erbtifculmn  pratenfe  odoratum. 


PRÍMULA  VERIS. 


Heiba  Paralyíls 
Arthetica  , 


I. 


franç.  TSrayes  de  Coch 
Vrimevere . 


QU ALID,  fee.  a  o 


D  E  S  C  R  I  P.  Suas  folhas  faon  fimilhantes 
as  da  alfacie  ,  compridinhas ,  unidas  cju.tfí  como 
as  do  Lítbrum  Venerts  >  deitadas  lob.e  a  tena  cru 
redondo  ;  íahc  do  meyo  debas  huma  aftea  ai* 
vadia ,  que  em  cima  produs  dotes  de  cor  afnaiela 

clara  dentiladas  a  o  redor  &  de  bom  cheiio. 

TEMPO  &  LUGaR.  Crece  logo  no  principio 
da  primavera  entre  as  matas  pellos  caminhos. 

VIRTUD.  Ele  deficcativa  adftringente.  To¬ 
da  a  planta  he  boa  as  junturas.  Seu  cofimento 
defopila  os  reins  :  a  melma  com  a  (alva  &  a 
manjarona  he  boa  contra  os  achaques  nos  os 
nervos  &  do  cerebro  ,  na  paralyfia  &  convulfocnff 
a  a(Toa  deftilada  he  cardíaca  ,  aplicada  na  celta 
tiradas  dores  de  cabeça  ,  as  flores  com  raifes  de 
fraxinela  em  vinho  branco  Sc  deflilada  tua  le 
huma  agoa  para  em  belecer  o  caraon. 


Liv.  VI.  Div.  VI.  da  'Prímula  veris.  43  9 

G.Bauh .V^erbufcurn  Pratenfe,  vel  SylvAticurn 

Inodoriirn • 

PRÍMULA 

Veris. 

I  l. 

Aíattb .  Lugd . 


QUA  LID.fecca 
a  o  3.  grao. 


DES  C  R  I  P.  Efta  fegunda  efpecie  Kc  toda 
fmiilhance  a  primeira  ,  exepto  que  as  folhas  íaot\ 
majores  &  inais  largas.  Suas  flores  íaon  quaíi 
brancas  &  naon  tem  cheiro. 

LUGAR.  Ciece  nos  matos  baixos  6c  hu  me¬ 
dos  >  a  o  pe  dos  montes  >  Sc  florece  em  Março  oc 
AvriL 

V  l  R  T  U  D.  Saoa.  as  mefmas  que  a  prece¬ 
dente. 


T  iiij 


440  Historia  das  Plantas, 


SANICUL  A  , 

*  (tve 
Aurícula  Uríi. 
Afdttbioli. 


l:r.  Orellle  aOurs, 


QUALID.  fecca 


-•••  V  ■ 


JJC- - -  S  -  *  ■ ' 


■  *>  / 


G.  Bauh.  ScivicuU  alpina  lutea . 


a  o  3 .  grao. 


DLSCRIP.  Tem  as  folhas  grandes  como 
a  Tanchagem  >  mas  faon  mais  eípeílas  ,  Sc  Í£ 
parecem  com  as  de  Craffula.  Tem  a  borda  re¬ 
legada  de  hum  modo  particular  ,  tem  huma  cor 
branca  tirando  íobrc  amarelo  efcuro. 

LUGAR.  Nace  muyto  em  Goritia  ;  florece 

em  Mayo  6c  íunho. 

V  I  R  T  U  D.  Os  Alemaos  fafem  grande 
cafo  defta  planta  para  as  quebraduras  &  delidas 
dos  intcftinos  6>c  para  as  feridas  do  peito  ,  to-, 
rnandoa  todos  os  dias  em  bebida.  Servem  ie 
deíTa  planta  geralmente  em  todas  as  feridas,  to- 
mandoa  pcllaboca  6c  aplicandoa  por  foi  a. 


■ 


Li  v.  VI.  D  iv.  VI.  D#  Cor  tufa .  44® 


G.  Bauh.  Saniculá  montana  lati  foliei  laciniatfr. 

CORTUSA. 

Aíatthioli , 

Cajh  Lu v d»  Carn. 


QUALIJD,  quente 
&  fecca. 


DESCRlP,  Efta  planta  tem  as  folhas  como  a 
vinha  alguma  coufa  mais  pequenas  ,  quafr  io- 
dondas  ,  &  hum  pouco  afperas  ,  adftringentes  a 
ogoílo  i  os  pes  ou  caudas  compridas  ,  as  aíteas 
Jranginhas,  &  meudas  *  teudo  flores  no  cabo  que 
por  fora  faon  purpurinas  &  amarelas  por  dentro 
juntamente  hums  filamentos  que  eftao  dentro 
na  flor  ,  fuas  raifes  fao  cípeflas  ,  compridas  & 
meudas ,  achaon  fe  que  tem  a  flor  branca  &  ro¬ 
xa  }  a  planta  verde  tem  cheiro  de  mel  6c  mais 
iuave  o  que  naon  tem  depois  de  fecca. 

LU  G  A  R.  Nace  em  terrenos  brancos  na 
fombra. 

V  I  R  T  U  D.  He  adftringente  ,  &  refolutiva 
defeccante  he  boa  contra  todos  os  fluxos,  para 
as  feridas  das  quedas.  Suas  flores  einhindidas* 
com  aíeite  de  amêndoas  doces  &  olio  roíado  fac 
exelentes  para  as  dores  dos  nervos  6c  das  juntu¬ 
ras  aplicando  as  quentes. 

T  v 


►  -  -MM»  / 

jjj  TiiBfi  üflBMiwi  mi  iiiiii  m  i9fAHlMMf«wlWaJ 


t  ( *,ô£r  -‘"i 

Ví*  Vj 

441  Historia  das  Plantas,  v *•*> 

»  /.•  xl 


G.  Bauh.  Ephemerwn  quod  aliqni  Sylvcftrum 

Irin  apPeilant. 


EPHEMERUM. 


AÍ.UtÍioli  y 

Laç.  Ca/f.  Lugd. 


QUAL! D.  quente 
!<  fecca. 


D  E  S  C  R  I P.  A  EpKemerum  tem  as  folhas 
feinelhantes  as  folhas  das  as  fuceius  :  poftoque 
mais  mcudas.  Sua  aftea  taonbem  fe  parece  com 
ade  aflucenas.  Sua  flor  he  branca  &  amargo  fa. 
Sua  leniente  ne  tenra.  Naon  piodus  mais  que  hu- 
ma  rais ,  adllringente  &  aromatica. 

LUGAR.  Nace  nos  prados,  nos  matos, 

humedos  Sc  fombrios. 

V  I  R  T  U  D.  A  rais  he  exelente  para  dor 
dos  dentes,  lavandofe  a  boca  com  feu  coíimcnto. 
Suas  folhas  cofulas  em  vinho  curaon  toda  cafta 
dc  cnchaflb  que  naon  tem  acrahido  outro  humor. 


■rçs**  ■